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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós-Graduação em Agronomia Tese Recipientes e substratos na produção de mudas, desenvolvimento e fenologia de pequenas frutas Laura Reisdörfer Sommer Pelotas, 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Programa de Pós-Graduação em Agronomia

Tese

Recipientes e substratos na produção de mudas,

desenvolvimento e fenologia de pequenas frutas

Laura Reisdörfer Sommer

Pelotas, 2018

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LAURA REISDÖRFER SOMMER

Recipientes e substratos na produção de mudas, desenvolvimento e

fenologia de pequenas frutas

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia, da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial à obtenção do título de Doutora em Agronomia (Área do conhecimento: Fruticultura de Clima Temperado).

Orientação: Dra. Márcia Wulff Schuch Coorientação: Dra. Adriane Marinho de Assis

Dra. Zeni Fonseca Pinto Tomaz

Pelotas, 2018

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Banca Examinadora: __________________________________________________ Prof. Dra. Márcia Wulff Schuch Doutora em Agronomia pela Universidade Federal de Pelotas __________________________________________________ Prof. Dra. Lilian Vanussa Madruga de Tunes Doutora em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria __________________________________________________ Prof. Dra. Aline Ritter Curti Doutora em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Santa Maria __________________________________________________ Dra. Josiane Vergara Casarin Doutora em Agronomia pela Universidade Federal de Pelotas __________________________________________________ Dra. Cari Rejane Fiss Timm Doutora em Agronomia pela Universidade Federal de Pelotas

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À minha tia Terezinha (in memoriam) e minha madrinha Lígia (in memoriam).

Com todo amor e gratidão, dedico.

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Agradecimentos

À Universidade Federal de Pelotas e ao Programa de Pós-Graduação em

Agronomia, pela oportunidade de realizar este trabalho.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(CAPES), pela concessão da bolsa de estudos.

À professora Dra. Márcia Wulff Schuch, pela orientação, apoio,

compreensão nos momentos mais difíceis desta etapa, pelo incentivo, confiança

e acima de tudo, sua amizade e seu carinho.

À professora Dra. Adriane Marinho de Assis, pela impecável coorientação,

por sua incansável atenção profissional e pessoal, por estar ao meu lado nos

momentos mais difíceis deste período sempre me incentivando, por toda

preocupação, pelo enorme carinho, pela compreensão, colaboração e ajuda.

À Dra. Zeni Tomaz, pela coorientação, amizade e apoio na realização

deste trabalho.

A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Agronomia,

pelos conhecimentos repassados ao longo do curso, em especial ao professor

José Carlos Fachinello (in memoriam);

A todos os colegas e amigos do Programa de Pós-Graduação em

Agronomia, em especial à Juliana Padilha, Mariana Bicca, Patrícia Graosque,

Flávia Loy, Jéssica Gonsalez, Dianini Frölech, Letícia Mello e Robson Camargo,

por toda a ajuda, pelos anos de convivência e amizade, pelas experiências

compartilhadas e por tornarem meus dias ainda melhores.

Aos bolsistas do Laboratório de Propagação de Plantas Frutíferas Bruna

Oliveira, Taís Cardoso, Raphaella Lobo, Michele Nadal, Patrick Silva, Lucas

Christ e ao funcionário Adão, pela dedicação e auxílio na realização do trabalho.

À minha corajosa mãe, Edite Reisdörfer, que enfrentou muitas

dificuldades sozinha para minha criação, por entender minhas escolhas e minha

ausência, pelo exemplo de vida e de luta, por todo incentivo e apoio ao meu

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estudo, pelo amor e dedicação ao longo de toda minha vida e por servir sempre

de inspiração para mim.

À minha família, que revestiu minha existência de amor, carinho e

dedicação, abriu as portas do meu futuro, iluminando meu caminho com a luz

mais brilhante que pôde encontrar: o estudo.

À minha tia Terezinha Reisdörfer Lang (In memoriam), por cuidar de mim

desde meu nascimento com muito amor e carinho, por incentivar o meu estudo,

meu crescimento profissional e pessoal.

À minha madrinha Lígia Molinos da Silva (In memoriam) e meu padrinho

Wilson Vieira da Silva, por sempre estarem presente na minha vida, cuidar de

mim, incentivar o meu estudo, crescimento profissional e pessoal.

À minha afilhada, Mariana Lang de Moraes, que traz alegria à minha vida

com seu carinho e doçura.

Ao meu namorado Iago Storch, por compreender as minhas escolhas, o

meu estresse e, às vezes, a minha ausência. Por me acompanhar, incentivar,

participar e contribuir diretamente na última etapa desde trabalho. Teu amor,

carinho e confiança demonstrados diariamente me deram força para seguir.

A todos os que de alguma forma contribuíram para a realização deste

trabalho e para minha formação profissional, e que não foram mencionados,

meus agradecimentos.

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“O verdadeiro lugar de nascimento é aquele em que

lançamos pela primeira vez um olhar inteligente sobre

nós mesmos: minhas primeiras pátrias foram os livros.

Em menor escala, as escolas.”

[Memórias de Adriano, Capítulo I]

(Marguerite Yourcenar)

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Resumo

SOMMER, Laura Reisdörfer. Recipientes e substratos na produção de mudas, desenvolvimento e fenologia de pequenas frutas. 2018. 107f. Tese (Doutorado em Agronomia com ênfase em Fruticultura de Clima Temperado) - Programa de Pós-Graduação em Agronomia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2018. O objetivo deste trabalho foi testar novas alternativas para a produção de mudas de pequenas frutas, bem como avaliar o desenvolvimento e a fenologia das mesmas, em diferentes recipientes e substratos. O trabalho foi dividido em três experimentos. No primeiro experimento, o objetivo do trabalho foi avaliar o uso de diferentes substratos no enraizamento ex vitro de microestacas de framboeseira ‘Fall Gold’. Após 60 dias foram avaliadas: porcentagem de sobrevivência, comprimento da parte aérea, número de raízes, comprimento da maior raiz, massa de matéria fresca e massa de matéria seca da parte aérea e da raiz. No segundo experimento, o objetivo do trabalho foi avaliar o uso de substratos e volumes de recipientes no desenvolvimento de mudas de amoreira-preta ‘Xavante’. As avaliações foram realizadas mensalmente durante doze meses da instalação do experimento e foram avaliados: porcentagem de sobrevivência, comprimento da maior haste, número de hastes por planta, número de rebentos, comprimento do maior rebento e massa de matéria seca da raiz. No terceiro experimento, o objetivo do trabalho foi avaliar a duração, em dias, dos estádios fenológicos para a amora-preta ‘Xavante’ em diferentes volumes de recipientes e substratos. A duração (em dias) de cada estádio fenológico em cada planta foi verificada da seguinte forma: início da brotação da gema florífera, início da floração, início da maturação do fruto e início da colheita de frutos. Também foram identificadas uma gema dormente por haste, para avaliações de fenologia de frutos e foram avaliadas a duração (em dias) dos seguintes estádios de desenvolvimento de frutos: gema dormente, gema brotando, botão de flor, flor parcialmente aberta, flor aberta, baga verde, baga parcialmente rosada, baga cor-de-rosa e baga madura. No primeiro experimento, conclui-se, que para o enraizamento de microesatacas de framboeseira ‘Fall Gold’, o uso do substrato S10-Beifort® ou da mistura de vermiculita+fibra de coco são os que apresentaram resultados favoráveis. Já no segundo experimento, concluiu-se que plantas de amoreira-preta ‘Xavante’ apresentaram desenvolvimento adequado em substrato fibra de coco, com recipientes de 30 litros, aos 360 dias de cultivo. No terceiro experimento, os estádios fenológicos apresentaram, em média, a mesma duração, independente do substrato e do recipiente. Palavras-chave: Rubus spp., propagação, cultivo em recipiente, fibra de coco, casca de arroz carbonizada.

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Abstract

SOMMER, Laura Reisdörfer. Containers and substrates in the production of seedlings, development and phenology of small fruits. 2018. 107 pages. Thesis (Doctorate of Science in Agronomy with emphasis in temperate fruit harvesting) – Program of Post-Graduation in Agronomy. Federal University of Pelotas, Pelotas, 2018. The objective of this work was to test new alternatives for the production of seedlings of small fruits, as well as to evaluate their development and phenology in different containers and substrates. The work was divided into three experiments. In the first experiment, the objective of the work was to evaluate the use of different substrates in the ex vitro rooting of 'Fall Gold' raspberry micro-cuttings. After 60 days, was evaluated: the percentage of surviving seedlings, shoot length, number of roots, length of the largest root, mass of fresh matter and dry matter mass of shoot and root. In the second experiment, the objective of this work was to evaluate the use of different substrates and container volumes in the development of 'Xavante' blackberry seedlings. The evaluations were performed monthly during twelve months of the installation of the experiment and were evaluated: percentage of survival, length of the largest stem, number of stems per plant, number of shoots, length of largest shoot (cm) and mass of root dry matter. In the third experiment, the objective of this work was to evaluate the duration, in days, of the phenological stages for 'Xavante' blackberry in different container volumes and different substrates. The duration (in days) of each phenological stage in each plant was verified as follows: beginning of flowering bud, beginning of flowering, beginning of fruit maturation and beginning of fruit harvest. A stem dormant per stem was also identified for evaluations of fruit phenology and the duration (in days) of the following stages of fruit development: dormant bud, bud sprouting, flower bud, partially open flower, open flower, green berry, partially pink berry, pink berry and ripe berry. In the first experiment, it was concluded that the use of the substrate S10-Beifort® or of the vermiculite+coconut fiber mixture were the favorable results for the rooting of 'Fall Gold' raspberry seedlings. In the second experiment, it was concluded that blackberry 'Xavante' presented adequate development in coconut fiber substrate, with 30-liter containers, at 360 days of cultivation. In the third experiment, the phenological stages showed, on average, the same number of days independent of the substrate and the container observed. Keywords: Rubus spp., propagation, container culture, coconut fiber, charred rice husk.

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Lista de figuras

Figura 1 Framboeseira cultivar Fall Gold.............................................................. 39

Figura 2 Amoreira-preta cultivar Xavante.............................................................

40

Artigo 1

Figura 1 Comprimento da parte aérea e comprimento da maior raiz de

microestacas de amoreira-preta ‘Fall Gold’ nos substratos resíduo de uva S10-Beifort® (A), vermiculita+fibra de coco (B), casca de arroz carbonizada (C). Capão do Leão, RS – 2018..........................................................................................................

55

Artigo 2

Figura 1 Microestacas de amoreira-preta ‘Xavante’ dispostas em recipientes de

plástico preto Nutriplan® nos três volumes (10, 20 e 30 lit ros) e nos dois substratos (casca de arroz carbonizada e fibra de coco Amafibra®) na instalação do experimento. Capão do Leão-RS, 2018.........................................................................................................

74

Figura 2 Plantas de amoreira-preta ‘Xavante’ dispostas em recipientes de plástico preto Nutriplan® nos três volumes (10, 20 e 30 litros) e nos dois substratos (casca de arroz carbonizada e fibra de coco Amafibra®), 360 dias após a instalação dos experimentos. Capão do Leão-RS,2018 .................................................................................................................

75

Figura 3 Temperaturas (A) e umidades (B) mínimas, médias e máximas, registradas em estufa agrícola, no período de setembro de 2016 a dezembro de 2017. Capão do Leão-RS, 2018.........................................................................................................

75

Figura 4 Plantas de amoreira-preta ‘Xavante’ dispostas em recipientes de

plástico preto Nutriplan® no volume de 30 litros e no substrato fibra de coco. Capão do Leão-RS, 2018..............................................................

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Figura 5 Número de hastes por planta de amoreira-preta ‘Xavante’ em função do volume de recipiente nos diferentes substratos. Capão do Leão, RS – 2018..........................................................................................................

77

Figura 6 Número de hastes por planta de amoreira-preta ‘Xavante’ em função dos

dias de cultivo nos diferentes substratos. Capão do Leão-RS, 2018.. ..................................................................................................................

77

Figura 7 Número de rebentos de amoreira-preta ‘Xavante’ em função do volume de recipiente nos diferentes substratos. Capão do Leão, RS – 2018..........................................................................................................

78

Figura 8 Massa de matéria seca da raiz em amoreira-preta ‘Xavante’ em função do volume de recipiente nos diferentes substratos. Capão do Leão, RS – 2018.....................................................................................

78

Figura 9 Comprimento do maior rebento em amoreira-preta ‘Xavante’ no decorrer dos dias de avaliação. Capão do Leão, RS – 2018..........................................................................................................

79

Figura 10 Comprimento do maior rebento em amoreira-preta ‘Xavante’ nos três volumes de recipientes. Capão do Leão, RS – 2018..........................................................................................................

79 Artigo 3

Figura 1 Estádios fenológicos de desenvolvimento dos frutos de amoreira-preta.

Gema dormente (A); gema brotando (B); botão de flor (C); flor parcialmente aberta (D); flor aberta (E); baga verde (F); baga parcialmente rosada (G); baga cor-de-rosa (H); baga madura (I)..............................................................................................................

99

Figura 2 Temperaturas (A) e umidades (B) mínimas, médias e máximas, registradas em estufa agrícola, no período de setembro de 2016 a dezembro de 2017. Capão do Leão-RS, 2018..........................................................................................................

100

Figura 3 Duração (em dias) dos estádios fenológicos da amoreira-preta ‘Xavante’ no substrato fibra de coco e no recipiente de 10 litros (A), 20 litros (B) e 30 litros (C) durante a estação de 2017. IBG: início da brotação das gemas, IF: início da floração, IMF: início da maturação do fruto, ICF: início da colheita dos frutos, EF: fim da floração, EH: fim da colheita. Capão do Leão, RS – 2018..........................................................................................................

100

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Lista de tabelas

Figura 4 Duração (em dias) dos estádios fenológicos da amoreira-preta ‘Xavante’ no substrato fibra casca de arroz carbonizada e no recipiente de 10 litros (A), 20 litros (B) e 30 litros (C) durante a estação de 2017. IBG: início da brotação das gemas, IF: início da floração, IMF: início da maturação do fruto, ICF: início da colheita dos frutos, EF: fim da floração, EH: fim da colheita. Capão do Leão, RS – 2018..........................................................................................................

101

Artigo 1

Tabela 1 Sobrevivência, comprimento da parte aérea (CPA), número de raízes (NR), comprimento da maior raiz (CMR), massa de matéria fresca da parte aérea (MMFPA), massa de matéria seca da parte aérea (MMSPA), massa de matéria fresca da raiz (MMFR) e massa de matéria seca da raiz (MMSR) da cultivar de framboeseira 'Fall Gold' nos resíduos agrícolas S10-Beifort® (S10), vermiculita+fibra de coco (V/FC) e casca de arroz carbonizada (CAC). Capão do Leão, RS - 2018...................................................................................................... 56

Artigo 2

Tabela 1 Valores médios de potencial hidrogeniônico (pH), condutividade

elétrica (CE), capacidade de retenção de água (CRA) e densidade (D) no substrato casca de arroz carbonizada (CAC) e fibra de coco (FC), na implantação do experimento (Avaliação 1) e após 12 meses do início do experimento (Avaliação 2). Capão do Leão-RS, 2018...................................................................................................... 80

Tabela 2 Comprimento da maior haste da cultivar de amoreira-preta ‘Xavante’

nos substratos fibra de coco (FC) e casca de arroz carbonizada (CAC) e nos volumes de 10, 20 e 30 litros ao longo de 360 dias. Capão do Leão, RS - 2018..................................................................................... 80

Artigo 3

Tabela 1 Valores médios de potencial hidrogeniônico (pH), condutividade

elétrica (CE), capacidade de retenção de água (CRA) e densidade (D) no substrato casca de arroz carbonizada (CAC) e fibra de coco (FC), na implantação do experimento (Avaliação 1) e após 12 meses do início do experimento (Avaliação 2). Capão do Leão-RS, 2018...................................................................................................... 102

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Tabela 2 Duração dos estádios fenológicos (em dias) do desenvolvimento de frutos de amoreira-preta no substrato casca de arroz carbonizada (CAC) e fibra de coco (FC) e nos recipientes de volumes 10, 20 e 30 litros. Capão do Leão-RS, 2018............................................................ 102

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Sumário

Introdução ........................................................................................................ 17

Projeto de Tese ................................................................................................ 22

Relatório do Trabalho de Campo ..................................................................... 39

ARTIGO 1......................................................................................................... 42

Introdução ..................................................................................................... 44

Material e métodos ........................................................................................ 46

Resultados e Discussão ................................................................................ 48

Conclusões ................................................................................................... 50

Agradecimentos ............................................................................................ 50

Referências ................................................................................................... 51

ARTIGO 2......................................................................................................... 57

Introdução ..................................................................................................... 59

Material e métodos ........................................................................................ 61

Resultados e Discussão ................................................................................ 63

Conclusões ................................................................................................... 68

Agradecimentos ............................................................................................ 69

Referências ................................................................................................... 69

ARTIGO 3......................................................................................................... 80

Introdução ..................................................................................................... 83

Material e métodos ........................................................................................ 86

Resultados e Discussão ................................................................................ 88

Conclusões ................................................................................................... 92

Agradecimentos ............................................................................................ 92

Referências ................................................................................................... 93

Considerações Finais ..................................................................................... 102

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Referências Bibliográficas .............................................................................. 103

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Introdução

No agronegócio global, a importância da fruticultura brasileira é

inquestionável, uma vez que o segmento tem garantido colheita superior a 40

milhões de toneladas de frutas frescas desde 2004, resultado que confere ao

país o posto de terceiro maior produtor mundial de frutas (ANUÁRIO

BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 2014).

A produção de frutas ganha espaço em todos os estados do Brasil. Porém,

alguns se destacam em volume ofertado por ano. São Paulo segue no alto do

pódio, como o maior produtor nacional. O estado do Rio Grande do Sul,

apresenta a quarta maior oferta de frutas, 2.718 milhões de toneladas. Os

gaúchos são grandes produtores de uva (Vitis vinífera L.) (876 mil toneladas),

maçã (Malus domestica) (598 mil toneladas), melancia (Citrullus lanatus) (364

mil toneladas) e laranja (Citrus sinensis L.) (356 mil toneladas) (ANUÁRIO

BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 2017).

Segundo Antunes (2004), a população brasileira vem buscando uma

alimentação mais saudável, aumentando o consumo de frutas frescas, dentre

elas, as de clima temperado. Estas frutíferas abrangem muitas espécies,

incluindo as pequenas frutas, nas quais o interesse do mercado consumidor

mundial vem aumentando (SALGADO, 2013).

No grupo das pequenas frutas podem ser citadas a amora-preta (Rubus

spp.), o morango (Fragaria spp.), a framboesa (Rubus idaeus), o mirtilo

(Vaccinium myrtillus) e a physalis (Physalis sp), que têm merecido atenção

especial por parte de produtores, comerciantes, consumidores e pesquisadores

(LEITZKE, 2007).

Essas frutas têm a característica geral de exigência de uso intensivo de

mão-de obra e baixo índice de mecanização. Além disso, há a possibilidade de

obtenção de alto retorno econômico em áreas de pequeno cultivo, num curto

espaço de tempo, tendo em vista que a procura por essas frutas é maior que a

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oferta. Vários são os fatores que têm impulsionado produtores de frutas a

ingressarem nesse ramo da fruticultura; dentre eles está a associação das

pequenas frutas a propriedades nutricionais e terapêuticas (PAGOT, 2004).

Estudos mostraram que no grupo das pequenas frutas cada espécie

possui teores característicos de compostos fenólicos, constituídos

essencialmente por antocianinas, flavonóis, proantocianidinas (elagitaninos e

galtaninos), ácidos fenólicos, catequinas e isoflavonoides, compostos

reconhecidos pela sua capacidade antioxidante (LILA; RASKIN, 2005). Assim,

se enquadram nos requisitos que caracterizam alimento funcional, uma vez que

para ser considerado como tal, o alimento deve propiciar efeito benéfico,

relevante na melhoria do estado de saúde, bem-estar e na redução do risco de

doenças (SOUSA et al., 2007).

Dentre as opções de espécies frutíferas com boas perspectivas de cultivo

e comercialização, inclusive na região sul do Brasil, estão a amoreira-preta e a

framboeseira (LEITZKE, 2007).

A amoreira-preta (Rubus spp.) e a framboeseira (Rubus idaeus)

pertencem à família Rosaceae e ao gênero Rubus, na qual existem outros

gêneros de importância (Malus, Prunus, Pyrus, entre outros) para a fruticultura

brasileira. O gênero Rubus forma um grupo diverso e bastante difundido, para o

qual se estima existir entre 400 e 500 espécies de framboesa e amoreira-preta

na América, Europa, África e Ásia (ANTUNES, 2006).

A cultivar de amoreira-preta Xavante apresenta hastes vigorosas, eretas

e sem espinhos. É uma cultivar de baixa necessidade de frio, em torno de 200

horas e boa produção. A floração inicia em setembro, estendendo-se até

outubro. A maturação é precoce e a colheita inicia em meados de novembro. As

frutas apresentam forma alongada, firmeza média, sabor doce-ácido,

predominando a acidez, com teor de sólidos solúveis em torno de 8º Brix e peso

médio próximo a 6g (MOORE et al., 2004).

No Rio Grande do Sul, as áreas de cultivo de framboesa se restringem à

região serrana, com 8,8ha, sendo que 8 hectares estão no município de Vacaria,

e o restante em pequenos cultivos nos municípios de Antônio Prado, Farroupilha

e Gramado. Nos demais estados do Brasil, sabe-se da produção de framboesas

nas regiões de São Paulo, Minas Gerais e Paraná (PAGOT, 2004).

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Proveniente de uma mutação natural de uma cultivar de framboeseira

vermelha, a ‘Fall Gold’ produz bagas de coloração amarela bastante atrativa. Os

frutos apresentam tamanho semelhante aos da ‘Heritage’ e possuem alto teor de

sólidos solúveis, conferindo um sabor doce bem agradável (BOTANICAL ON

LINE, 2015). Poucas são as informações sobre o cultivar Fall Gold na literatura;

porém, seu cultivo pode ser verificado em municípios situados na Serra da

Mantiqueira, onde é relatada a boa aceitação dos frutos pelos consumidores,

confirmada pelos lucrativos preços pagos aos produtores. Os frutos são

delicados, necessitando, principalmente nas semanas onde as precipitações são

superiores, cuidados na operação da colheita e manuseio de seus frutos (MARO,

2011).

Para a produção de mudas desta espécie o sistema de cultivo sem solo,

como o cultivo em substrato pode ser uma alternativa promissora. Nascimento

(2011) e Casarin (2015) verificaram que tais sistemas podem ser adotados na

propagação de outras frutíferas, como o mirtileiro (Vaccinium sp.) e a oliveira

(Olea europaea L.), respectivamente. Além disso, o uso de sistemas de cultivo

sem solo em ambiente protegido, combinado com propagação vegetativa, como

a microestaquia foi testado no sul do Brasil para obter qualidade e maior

quantidade de plantas de espécies frutíferas que apresentam limitações para a

propagação (SCHUCH e PEIL, 2012).

Na produção de microestacas o processo de formação de raízes é

fundamental e está diretamente relacionado ao substrato, que exerce influência

na qualidade das raízes formadas e no percentual de enraizamento (KÄMPF,

2006; LONE ET AL., 2010a; YAMAMOTO, 2013). A formulação de um bom

substrato tem por finalidade garantir o crescimento de uma planta com qualidade,

e seu diferencial será em relação ao intervalo de tempo e o custo de aquisição

(CUNHA et al., 2006). Suas funções são promover suporte às plantas,

proporcionar a translocação de água no sistema solo-planta-atmosfera,

disponibilizar nutrientes, condutividade elétrica adequada e pH compatível, além

de apresentar ausência de elementos químicos em níveis tóxicos (CARNEIRO,

1995).

Além do substrato, outro material primordial para a produção das mudas

é o recipiente, responsável por disponibilizar espaço para que a planta cresça e

desenvolva seu sistema radicular e a parte aérea, até alcançar as condições

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mais adequadas de plantio no local definitivo (RIBEIRO et al., 2011). A absorção

de nutrientes e água pode ser afetada pela restrição das raízes e o volume de

substrato, determinado pelo tamanho do recipiente, é um fator importante para

o crescimento das mudas e consequentemente, para o desenvolvimento da

planta nos diferentes sistemas de cultivo (NESMITH e DUVAL, 1998; DONEGÁ,

2014).

O estudo da combinação mais eficiente entre esses fatores possibilita a

obtenção de informações básicas essenciais, que indicam com maior precisão a

tecnologia apropriada para o desenvolvimento da cultura (GUIMARÃES et al.,

2012; CASTOLDI et al., 2014).

Devido a diversidade de tipos de substratos e volumes de recipientes que

podem ser utilizados para a produção de mudas e o desenvolvimento de plantas

no cultivo sem solo é fundamental averiguar os materiais mais indicados para as

pequenas frutas.

Vale salientar que os substratos e recipientes podem ser utilizados para a

produção de mudas e para o cultivo das plantas em recipientes. Inclusive, em

alguns países, como Portugal e Chile, a produção de pequenas frutas em vaso

é uma atividade adotada em áreas de produção comercial. Assim, o cultivo em

vaso pode ser direcionado para a produção de frutos e também para a

ornamentação. Nesse caso, a caracterização fenológica também é de suma

importância, por descrever os detalhes do ciclo de crescimento da planta,

permitindo a determinação do tempo ideal para realizar práticas de cultivo ou

verificação da ocorrência de um evento importante associado a estádios bem

definidos (FENNER, 1998; CAREW et al., 2000; SATO et al., 2008; TADEU et

al., 2015).

De acordo com Rego et al. (2015), o comércio de plantas ornamentais em

vaso vem aumentando expressivamente no mercado de flores. Visando esse

nicho de mercado, o uso da amoreira-preta pode ser interessante, em razão de

suas características, incluindo o porte (arbustivo), a cor e tamanho das folhas,

flores e frutos, entre outras. Por outro lado, a demanda dos consumidores por

novos produtos evidencia o potencial da fruticultura ornamental, que representa

uma de nova opção de geração de renda aos produtores; porém, são escassos

os trabalhos a respeito desse tema.

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Sendo assim, objetivou-se com este trabalho testar novas alternativas

para a produção de mudas de framboeseira, bem como avaliar o

desenvolvimento e a fenologia de amoreira-preta em diferentes recipientes e

substratos.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

Projeto de Tese

Recipientes e substratos na produção de mudas,

fenologia e desenvolvimento de framboeseira (Rubus

idaeus)

Laura Reisdörfer Sommer

Engenheira Agrônoma

Pelotas, outubro de 2015

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“Recipientes e substratos na produção de mudas, fenologia e

desenvolvimento de framboeseira (Rubus idaeus)”

Laura Reisdörfer Sommer

Engenheira Agrônoma

Projeto de Tese apresentado à

Universidade Federal de Pelotas, sob a

orientação da Dra. Márcia Wulff Schuch,

como parte das exigências do Programa

de Pós-Graduação em Agronomia, Área

de concentração em Fruticultura de

Clima Temperado, para obtenção do

título de Doutorado.

_________________________________

Orientadora: Dra. Márcia Wulff Schuch

_________________________________

Co-orientadora: Dra. Adriane Marinho de Assis

_________________________________

Co-orientadora: Dra. Zeni Fonseca Pinto Tomaz

Pelotas, setembro de 2013

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1. IDENTIFICAÇÃO

Instituição

Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Faculdade de Agronomia Eliseu

Maciel (FAEM), Departamento de Fitotecnia (DFt), Programa de Pós-Graduação

em Agronomia, Área de Concentração em Fruticultura de Clima Temprado,

Pelotas/RS.

Equipe executora

Laura Reisdörfer Sommer, Engenheira Agrônoma, Pós-Graduanda em

Agronomia, Área de Concentração em Fruticultura de Clima Temperado,

Universidade Federal de Pelotas.

Márcia Wulff Schuch, Engenheira Agrônoma, Profª. Orientadora, Drª.

Departamento de Fitotecnia, Universidade federal de Pelotas.

Adriane Marinho de Assis, Engenheira Agrônoma, Profª. Co-orientadora, Drª.

Departamento de Fitotecnia, Universidade federal de Pelotas.

Zeni Fonseca Pinto Tomaz, Engenheira Agrônoma, Co-orientadora, Drª em

Agronomia no Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Universidade

Federal de Pelotas.

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2. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

A produção mundial de frutas frescas tem apresentado crescimento contínuo,

mas com volumes estáveis. A colheita foi calculada em 822,301 milhões de

toneladas em 2012, com incremento de 9,509 milhões de toneladas sobre o

montante do ano anterior. No agronegócio global, a importância da fruticultura

brasileira é inquestionável, uma vez que o segmento tem garantido colheita

superior a 40 milhões de toneladas de frutas frescas desde 2004, resultado que

confere ao país o posto de terceiro maior produtor mundial de frutas (ANUÁRIO

BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 2014).

A população brasileira nos últimos anos busca uma alimentação mais

saudável, aumentando o consumo de frutas frescas, entre elas, as de clima

temperado (ANTUNES; RASEIRA, 2004). Estas frutíferas abrangem muitas

espécies, incluindo as pequenas frutas, nas quais o interesse do mercado

consumidor mundial vem aumentando (SALGADO, 2008).

Inclui-se no grupo das pequenas frutas o gênero Rubus, no qual existem

outras espécies de importância para a fruticultura brasileira.

As frutas do gênero Rubus são muito apreciadas por suas características

organolépticas (GUEDES et al., 2014), e, mais recentemente, também têm sido

valorizadas pelos benefícios proporcionados à saúde, decorrentes dos elevados

teores de antioxidantes, vitaminas, minerais, fibras, ácido fólico, entre outros

(MARO et al., 2014).

Dentre as opções de espécies frutíferas do gênero Rubus com boas

perspectivas de comercialização e utilização na agroindústria familiar, destaca-

se a framboeseira (Rubus idaeus L.), que é uma espécie ainda pouco cultivada

no Brasil e que tem despertado grande interesse por diversos produtores

(SOUZA et al., 2014).

A framboeseira é, geralmente, cultivada por causa dos frutos que produz.

Entretanto, é uma espécie que possui alto potencial para uso como planta

ornamental pela beleza de suas flores e coloração de seus frutos.

Em geral, a framboeseira pode se desenvolver em regiões com 250 a 300

horas de frio, abaixo de 7,2ºC, como também existem cultivares, cujos

requerimentos podem ser maiores que 1.000 horas de frio (RASEIRA et al.,

2004).

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Apesar de se conhecer as possibilidades de exploração dessas espécies, há

escassez de estudos no Brasil. Os investimentos em pesquisas para definir

práticas culturais nestas espécies ainda são poucos para a definição de um

sistema de produção. O conhecimento de métodos de propagação e formação

de mudas pode ser o primeiro passo para expansão destas culturas no Brasil,

sendo essa uma linha de pesquisa importante para ser seguida (AFFONSO,

2014).

A propagação vegetativa da framboeseira é feita normalmente por estacas

de raízes e, ao contrário da multiplicação por sementes, tem como principais

vantagens a manutenção das características genéticas da planta matriz, a

redução da fase juvenil e a obtenção de plantas uniformes (YAMAZOE; VILAS

BOAS, 2003). Dentre as formas de propagação vegetativa, uma alternativa

viável é a cultura de tecidos, por meio da micropopagação, com o intuito de se

obterem plantas livres de fungos e bactérias em curto espaço de tempo

(SANTOS; RASEIRA, 1988).

Dentre as diversas etapas realizadas no processo de micropropagação de

plantas, uma delas é o enraizamento. O uso do enraizamento ex vitro de

plântulas apresenta-se como alternativa, possibilitando uma redução nos custos

de obtenção de uma muda micropropagada, pois de acordo com (PEDROTTI;

VOLTOLINI, 2001) esta técnica possibilita a redução em 50% nos custos finais

de produção de uma nova planta, comparativamente ao uso do enraizamento in

vitro.

A formulação de um bom substrato tem por finalidade garantir o crescimento

de uma planta com qualidade, e seu diferencial será em relação ao intervalo de

tempo e o custo de aquisição (CUNHA et al., 2006). Suas funções são promover

suporte às plantas, proporcionar a translocação de água no sistema solo-planta-

atmosfera, disponibilizar nutrientes, condutividade elétrica adequada e oferecer

pH compatível, além de apresentar ausência de elementos químicos em níveis

tóxicos (CARNEIRO, 1995).

Em algumas culturas cujo sistema radicular e parte aérea são mais

desenvolvidos, utilizam-se substratos inertes, como areia, brita, vermiculita,

perlita, lã-de-rocha, espuma fenólica ou bioespuma. Porém, com o intuito de

diminuir custos e facilitar o manejo para o produtor, resíduos agrícolas como

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casca de arroz carbonizada e fibra de coco tem sido empregados com sucesso

para a produção de mudas.

Devido a essa diversidade de tipos de substratos que podem ser utilizados

para a produção de mudas no cultivo hidropônico, tem aumentado a necessidade

de informações técnicas do comportamento destes na produção de mudas.

A fenologia pode ser definida como o estudo dos fenômenos naturais que

ocorrem periodicamente no ciclo das plantas, em função das variações

climáticas (TOURÓN, 2005). A caracterização fenológica permite o

detalhamento da descrição do ciclo da planta, possibilitando, desta forma,

determinar o melhor momento para a realização de tratos culturais, ou verificar

a ocorrência de um evento importante, como a geada ou déficit hídrico,

associados a estádios bem definidos (PASCALE; DAMARIO, 2004)

De acordo com Attílio (2009), o comportamento fenológico de diferentes

cultivares depende de fatores genéticos, ambientais e das condições

edafoclimáticas, além dos tratos culturais, apresentando resposta diferente

quando submetidos a diferentes condições do meio. Assim, antes de se escolher

a cultivar, é importante verificar quais são as mais adaptadas às condições

edafoclimáticas locais (SILVA et al., 2006), e os períodos de concentração da

produção, aumentando a possibilidade de sucesso no cultivo (ANTUNES et al.,

2008)

Considerando a importância da propagação clonal de framboeseira na

fruticultura e a carência de estudos desta frutífera em relação à produção de

mudas em vaso e fenologia, torna-se justificável o desenvolvimento de

pesquisas que envolvam estes aspectos, principalmente, no que se refere à

avaliação da sua eficiência.

3. OBJETIVOS

Objetivo geral

Testar novas alternativas para a produção de mudas de framboeseira.

Objetivos específicos

Estudar aspectos relacionados ao enraizamento “ex vitro”.

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Avaliar a fenologia de mudas micropropagadas em diferentes recipientes

e substratos.

4. HIPÓTESE

Os recipientes e substratos proporcionam enraizamento e

desenvolvimento adequado de mudas de framboeseira.

5. METAS

Determinar, em três anos, quais recipientes e substratos são mais

eficientes para produção de mudas de framboeseira, verificando também,

aspectos relacionados à sua fenologia.

6. METODOLOGIA

Experimento 1: Resíduos agrícolas no enraizamento ex vitro de

microestacas de framboeseira (Rubus idaeus)

Local de realização

O experimento será conduzido junto ao Laboratório de Propagação de

Plantas Frutíferas, do Departamento de Fitotecnia da Faculdade de Agronomia

Eliseu Maciel, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel/RS), no período de

março de 2015 a dezembro de 2015.

Material vegetal

O material vegetal utilizado será obtido de subcultivos in vitro de mudas

de framboeseira cultivar Fall Gold, oriundas do Laboratório de Propagação de

Plantas Frutíferas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel/RS).

Procedimento experimental

O experiemento será conduzido em casa de vegetação com temperatura

controlada (25º ± 2º C). Serão utilizadas microestacas provenientes do subcultivo

in vitro, medindo 2,5 cm de comprimento aos 60 dias após a multiplicação. Suas

bases serão imersas numa concentração de 500 mg L-1 do regulador de

crescimento AIB (Ácido indolbutírico), por 10 segundos, para o melhor

enraizamento da mesma. Como recipiente para o enraizamento, serão utilizadas

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embalagens plásticas articuladas Sampack®. Os substratos utilizados nos

recipientes serão avaliados, sendo eles: vermiculita média associada à fibra de

coco, casca de arroz carbonizada e S10 (casca de uva).

Avaliações

As avaliações serão realizadas aos 60 dias após a implantação do

experimento, onde será avaliado o número de folhas, o comprimento da parte

aérea, o número de raízes e o comprimento da maior raiz. Assim, determinado

o melhor substrato para o enraizamento, crescimento e desenvolvimento das

mudas.

Delineamento experimental

O delineamento experimental será inteiramente casualizado, com três

tratamentos e cinco repetições, sendo cada repetição composta por dez mudas.

Os dados obtidos serão submetidos à análise de variância e comparação de

médias pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Correlações lineares e

regressões entre variáveis serão estabelecidas e consideradas significativas

quando P≤ 5%.

Experimento 2: Recipientes e substratos no desenvolvimento de

framboeseira (Rubus idaeus)

Local de realização

O experimento será conduzido na estufa do Laboratório de Propagação

de Plantas Frutíferas, do Departamento de Fitotecnia da Faculdade de

Agronomia Eliseu Maciel, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel/RS), no

período de fevereiro de 2016 a fevereiro de 2018.

Durante o período de duração do experimento, o manejo do ambiente das

estufas será efetuado apenas por ventilação natural, mediante abertura diária

das janelas laterais entre os horários das 8hs às 17hs. Em dias que ocorram

baixas temperaturas, chuvas fortes e/ou alta umidade relativa do ambiente

externo à estufa, esta será fechada parcial ou totalmente, dependendo das

condições climáticas.

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Material vegetal

Serão utilizadas microestacas de framboeseira da cultivar Fall Gold,

oriundas do enraizamento e desenvolvimento realizado no experimento anterior.

Procedimento experimental

O experimento será conduzido em estufa agrícola, nivelada, com o solo

coberto por plástico, revestida de um filme de polietileno (150 μm de espessura),

com dimensões de 8 x 12 m, disposta no sentido Norte-Sul.

As plantas serão mantidas em vasos de polietileno preto de volumes 5 e

9 litros, respectivamente. Cada vaso será preenchido individualmente e

separadamente com os substratos fibra de coco, casca de arroz carbonizada e

substrato para plantas S10 (casca de uva). No interior de casa vaso será

colocada uma camada de isopor para drenagem.

A cada 15 dias esses vasos serão irrigados com solução nutritiva

preparada de acordo com a necessidade da cultura. Para o preparo das soluções

nutritivas, os fertilizantes serão pesados conforme a formulação indicada. Em

seguida, serão diluídos, separadamente, e então adicionados ao reservatório já

contendo água. Após a diluição, o volume do reservatório será completado com

água até atingir 500 litros, realizando-se, em seguida, a completa

homogeneização da solução nutritiva. Será efetuada a leitura da condutividade

elétrica. A solução nutritiva será monitorada diariamente através das medidas de

condutividade elétrica (empregando-se um eletrocondutivímetro digital) e de pH

(empregando-se um pHmetro digital).

Avaliações

As avaliações serão realizadas no período inicial da instalação do

experimento e mensalmente durante dois anos após a montagem do

experimento. Serão avaliados o número de brotações, comprimento das

brotações, altura de parte aérea e número de flores por planta.

Delineamento experimental

O delineamento experimental utilizado será inteiramente casualizado,

com seis tratamentos e cinco repetições, sendo cada repetição composta por

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cinco mudas. Os dados obtidos serão submetidos à análise de variância e

comparação de médias pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Correlações

lineares e regressões entre variáveis serão estabelecidas e consideradas

significativas quando P≤ 5%.

Experimento 3: Fenologia de framboeseira (Rubus idaeus) cultivada

em recipientes

Local de realização

O experimento será conduzido na estufa do Laboratório de Propagação

de Plantas Frutíferas, do Departamento de Fitotecnia da Faculdade de

Agronomia Eliseu Maciel, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel/RS), no

período de fevereiro de 2016 a fevereiro de 2018.

Durante o período de duração do experimento, o manejo do ambiente das

estufas será efetuado apenas por ventilação natural, mediante abertura diária

das janelas laterais entre os horários das 8hs às 17hs. Em dias que ocorram

baixas temperaturas, chuvas fortes e/ou alta umidade relativa do ambiente

externo à estufa, esta será fechada parcial ou totalmente, dependendo das

condições climáticas.

Material vegetal

Serão utilizadas microestacas de framboeseira da cultivar Fall Gold,

oriundas do enraizamento e desenvolvimento realizado no experimento anterior.

Procedimento experimental

O experimento será conduzido em estufa agrícola, nivelada, com o solo

coberto por plástico, revestida de um filme de polietileno (150 μm de espessura),

com dimensões de 8 x12 m, disposta no sentido Norte-Sul.

As plantas serão mantidas em vasos de polietileno preto de volumes 5 e

9 litros, respectivamente. Cada vaso será preenchido individualmente e

separadamente com os substratos fibra de coco, casca de arroz carbonizada e

substrato para plantas S10 (casca de uva). No interior do vaso será colocada

uma camada de isopor para drenagem.

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A cada 15 dias esses vasos serão irrigados com solução nutritiva

preparada de acordo com a necessidade da cultura. Para o preparo das soluções

nutritivas, os fertilizantes serão pesados conforme a formulação indicada. Em

seguida, serão diluídos, separadamente, e então adicionados ao reservatório já

contendo água. Após a diluição, o volume do reservatório será completado com

água até atingir 500 litros, realizando-se, em seguida, a completa

homogeneização da solução nutritiva. Será efetuada a leitura da condutividade

elétrica. A solução nutritiva será monitorada diariamente através das medidas de

condutividade elétrica (empregando-se um eletrocondutivímetro digital) e de pH

(empregando-se um pHmetro digital).

Avaliações

As avaliações serão realizadas no período inicial da instalação do

experimento e mensalmente durante dois anos após a montagem do

experimento. Serão avaliados, através de observações visuais, a duração em

dias de cada estádio fenológico, de acordo com a classificação baseada em

Childers e Lyrene (2006), do seguinte modo: Início da brotação da gema, início

do florescimento (quando com 5% das flores abertas), início da maturação, início

da colheita, fim do florescimento (quando 90% das flores abertas), fim da

colheita. Para essas datas, serão preparados diagramas representando a

duração, em dias, de cada estádio fenológico para a cultivar de framboeseira Fall

Gold durante cada estação.

Delineamento experimental

O delineamento experimental utilizado será inteiramente casualizado,

com seis tratamentos e cinco repetições, sendo cada repetição composta por

cinco mudas. Os dados obtidos serão submetidos à análise de variância e

comparação de médias pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Correlações

lineares e regressões entre variáveis serão estabelecidas e consideradas

significativas quando P≤ 5%.

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7. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

Atividades por ano Meses

2015 J F M A M J J A S O N D

Revisão bibliográfica X X X X X X X X X X

Elaboração do projeto X X X X

Execução do experimento 1 X X X X X X

Avaliações do experimento 1 X

2016 J F M A M J J A S O N D

Revisão bibliográfica X X X X X X X X X X X X

Execução e avaliações do experimento 2

X X X X X X X X X X X X

Execução e avaliações do experimento 3

X X X X X X X X X X X X

2017 J F M A M J J A S O N D

Revisão bibliográfica X X X X X X X X X X X X

Execução e avaliações do experimento 2

X X X X X X X X X X X X

Execução e avaliações do experimento 3

X X X X X X X X X X X X

Análise estatística X X X X

Redação X X

2018 J F M A M J J A S O N D

Revisão bibliográfica X X

Execução e avaliações do experimento 2

X X

Execução e avaliações do experimento 3

X X

Redação X X

Defesa X

Publicação X

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8. RECURSOS NECESSÁRIOS

Consumo

Materiais Unidade Quantidade Custo total

(R$)

Nitrato de amônio g 500 80,00

Nitrato de potássio g 500 90,00

Cloreto de cálcio

dihidratado g 500 6,00

Sulfato de magnésio

heptahidratado g 500 4,00

Fosfato de potássio

monobásico g 500 16,00

Sulfato de manganês

monohidratado g 500 12,00

Ácido bórico g 500 6,00

Sulfato de zinco

heptahidratado g 500 11,00

Iodeto de potássio g 100 18,00

Molibdato de sódio

dihidratado g 500 42,00

Sulfato de cobre

pentahidratado g 500 9,00

Cloreto de cobalto

hexahidratado g 100 68,00

EDTA dissódico g 500 32,00

Sulfato ferroso

heptahidratado g 500 6,00

Tiamina HCl g 25 120,00

Ácido nicotínico g 100 26,00

Piridoxina HCl g 100 185,00

Glicina g 100 53,00

Mio-inositol g 100 33,00

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35

Sacarose g 1.000 7,00

Agar g 1.000 200,00

Alcool 990GL L 50 130,00

Hipoclorito de sódio L 10 27,00

Hipoclorito de cálcio g 500 14,00

Detergente Tween 20 mL 1.000 40,00

6-benzilaminopurina g 5 160,00

Ácido naftalenoacético g 100 345,00

Ácido giberélico g 1 145,00

Ácido indolbutírico (AIB) g 5 56,00

EDTA g 500 25,00

Vermiculita média Kg 50 43,00

Substrato fibra de coco L 107 80,00

Substrato Casca de

Arroz Carbonizada L 200 22,00

Substrato S10 (casca de

uva) Kg 32 35,00

Pinça un. 6 65,00

Lâmina para bisturi un. 300 70,00

Cabo para bisturi un. 4 30,00

Luvas de látex cx. 2 20,00

Combustível L 100 360,00

Etiquetas rolo 10 10,00

Folha de alumínio bobina 10 25,00

Filme PVC transparente bobina 3 15,00

Emabalagens plásticas

Sampack® un. 70 45,00

Vidraria de laboratório - - 200,00

Subtotal 1 2.986,00

Material permanente

Câmara de fluxo laminar

modelo miniflow I – un. 1 4.640,00

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36

Filtracom, área de

trabalho de 900x500 mm

Autoclave 30 L un. 1 1.730,00

Vaso 5 L un. 150 319,50

Vaso 9 L un 150 514,50

PHgametro e

Condutivímetro un. 1 1.136,00

Tanque armazenador de

solução nutritiva un. 1 800,00

Subtotal 2 8.306,00

Outros serviços

Impressão de banner un. 6 150,00

Encadernações un. 20 50,00

Inscrições em eventos - - 1.000,00

Manutenção de

equipamentos de

informática

- - 1.200,00

Material bibliográfico - 20 100,00

Diárias - - 1.000,00

Subtotal 3 3.500,00

Custo total

Subtotal 1 + 2 + 3 14.792,00

Subtotal 1+ 3 6.486,00

Imprevistos (10%) 648,60

Total 7.134,60

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37

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Relatório do Trabalho de Campo

O início do trabalho deu-se no mês de março de 2015, com a multiplicação

in vitro de explantes da cultivar de framboeseira Fall Gold (Figura 1). Os

explantes foram repicados em câmara de fluxo laminar e colocados em meio de

cultura MS (MURASHIGE; SKOOG, 1962), suplementado com 0,8 mg.L-1 do

regulador de crescimento Benzilaminopurina (BAP).

Figura 1. Framboeseira cultivar Fall Gold. Fonte: Site Victoriana Nursery

Gardens.

Em janeiro de 2016 foi feita a instalação do primeiro experimento, onde

150 microestacas da framboeseira ‘Fall Gold’, provenientes do cultivo in vitro,

foram enraizadas ex vitro. Nesse caso, as microestacas medindo cerca de 2,0

cm de comprimento foram acondicionadas em embalagens plásticas articuladas

Sampack® (10x13x20 cm de altura, largura e comprimento, respectivamente)

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contendo os três tipos de substratos (vermiculita expandida de granulometria

média+fibra de coco padrão 47 Amafibra®, na proporção 1:1 v/v; resíduo de uva

S10-Beifort® e casca de arroz carbonizada). Logo após, foram transferidas para

a casa de vegetação com temperatura de 25°C ± 2 e, após 60 dias, foram

avaliados a porcentagem de sobrevivência, comprimento da parte aérea (cm),

número de raízes, comprimento da maior raiz (cm), massa de matéria fresca e

massa de matéria seca da parte aérea e da raiz (g). Em razão das avaliações de

massa de matéria seca, os explantes foram novamente repicados in vitro e

enraizados ex vitro; porém, os resultados não foram satisfatórios e, em função

disso, optou-se pela troca de espécie e cultivar para o experimento seguinte.

Em setembro de 2016, foi instalado o segundo experimento, onde 120

mudas de amoreira-preta ‘Xavante’ (Figura 2), oriundas mediante propagação

por estacas radiculares, foram dispostas em vasos de plástico preto Nutriplan®

com os três volumes (10, 20 e 30 litros) e dois tipos de substratos (casca de arroz

carbonizada e fibra de coco padrão 47 Amafibra®), para posterior avaliação do

seu desenvolvimento.

Figura 2. Amoreira-preta cultivar Xavante. Fonte: Site Lavras 24 horas.

As avaliações foram realizadas mensalmente no período de um ano da

instalação do experimento. Foram avaliados a porcentagem de sobrevivência, o

comprimento da maior haste (cm), o número de hastes por planta, o número de

rebentos e o comprimento do maior rebento (cm). Na última avaliação (um ano

após a instalação do experimento) verificou-se também a massa de matéria seca

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da raiz (g). Durante o período do experimento fez-se, diariamente, o controle do

ambiente através da abertura das laterais da estufa, de acordo com as condições

climáticas do dia e, semanalmente, o monitoramento do pH e da condutividade

elétrica da solução nutritiva fornecida às mudas.

Em outubro de 2017 se iniciou a avaliação do terceiro experimento, onde

60 plantas de amoreira-preta ‘Xavante’ provenientes do experimento anterior

foram selecionadas para a avaliação da duração de cada fase fenológica, de

acordo com CHILDERS; LYRENE (2006) e HUSSAIN, 2016.

A determinação das características químicas dos substratos, como pH e

condutividade elétrica (μS.cm-1) e das propriedades físicas, como capacidade de

retenção de água (ml.L-1) e densidade (g.L-1) foi realizada na instalação do

segundo e terceiro experimentos e no final do segundo experimento, conforme

KÄMPF et al. (2006).

A partir dos resultados foram gerados três artigos científicos para serem

publicados em revistas científicas, os quais são apresentados a seguir de acordo

com as normas da revista Pesquisa Agropecuária Brasileira (PAB).

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ARTIGO 1

SUBSTRATOS NO ENRAIZAMENTO ex vitro DE MICROESTACAS

DE FRAMBOESEIRA

LAURA REISDÖRFER SOMMER; JULIANA PADILHA DA SILVA;

LETÍCIA LEAL DE MELLO; JÉSSICA GONSALEZ CRUZ; ZENI FONSECA

PINTO TOMAZ; ADRIANE MARINHO DE ASSIS; MÁRCIA WULFF SCHUCH

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Substratos no enraizamento ex vitro de microestacas de framboeseira

Laura Reisdörfer Sommer(1), Juliana Padilha da Silva(1), Letícia Leal de Mello(1), Jéssica

Gonsalez Cruz(1), Zeni Fonseca Pinto Tomaz(1), Adriane Marinho de Assis(1) ,Márcia

Wulff Schuch(1)

(1)Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM/UFPel), Departamento de Fitotecnia,

Caixa Postal 354, CEP 96010‑900. Pelotas – RS. [email protected],

[email protected]; [email protected]; [email protected];

[email protected]; [email protected]; [email protected]

Resumo – O objetivo do trabalho foi avaliar o uso de diferentes substratos no

enraizamento ex vitro de microestacas de framboeseira ‘Fall Gold’. O delineamento

experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com três níveis para o fator substrato

(vermiculita+fibra de coco, na proporção 1:1; resíduo de uva S10-Beifort® e casca de

arroz carbonizada). Após 60 dias foram avaliadas: porcentagem de sobrevivência de

microestacas, comprimento da parte aérea (cm), número de raízes, comprimento da maior

raiz (cm), massa de matéria fresca e massa de matéria seca da parte aérea e da raiz (g).

Para a porcentagem de sobrevivência, comprimento da parte aérea, comprimento da

maior raiz, massa de matéria seca da parte aérea e da raiz, não houve diferença

significativa entre o S10-Beifort® e a vermiculita+fibra de coco. Porém, ambos os

tratamentos diferiram estatisticamente da casca de arroz carbozinada, que apresentou as

menores médias. Conclui-se que para o enraizamento de microesatacas de framboeseira

‘Fall Gold’, o uso do substrato S10-Beifort® ou da mistura de vermiculita+fibra de coco

são adequados.

Termos para indexação: Rubus idaeus, ‘Fall Gold’, propagação, fibra de coco, resíduo de

uva, casca de arroz carbonizada.

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Substrates in ex vitro rooting of raspberry microcuttings

Abstract – The objective of this work was to evaluate the use of different substrates in the

ex vitro rooting of 'Fall Gold' raspberry microcuttings. The experimental design was

completely randomized, with three levels for the factor substrates (vermiculite+coconut

fiber Amafibra®, in proportion 1:1 v/cf; grape residue S10-Beifort® and carbonized rice

husk). After 60 days, were evaluated the percentage of surviving seedlings, shoot length

(cm), number of roots, length of the largest root (cm), fresh matter mass and shoot dry

matter mass (g) and fresh matter mass and root dry matter mass (g). For the percentage

of survival, shoot length, root length, shoot dry matter mass, fresh dry mass and root dry

matter, there was no significant difference between S10-Beifort® and

vermiculite+coconut fiber. However, both treatments differed statistically from the

carbozinated rice husk, which showed the lowest averages. It is concluded that the use of

the substrate S10-Beifort® or the mixture of vermiculite+coconut fiber are suitable for the

rooting of 'Fall Gold' raspberry seedlings.

Index terms: Rubus idaeus, Fall Gold, propagation, coconut fiber, grape residue,

carbonizated rice husk.

Introdução

O cultivo de pequenas frutas no Brasil vem crescendo e diversificando-se nos

últimos anos, principalmente nos Estados das regiões Sul e Sudeste, que apresentam áreas

com clima propício para o cultivo dessas espécies. A expressão Small Fruits ou pequenas

frutas caracterizam culturas nas quais se enquadram a amoreira-preta (Rubus spp.), a

framboeseira (Rubus idaeus), o mirtileiro (Vaccinium myrtillus) e o morangueiro

(Fragaria spp.) (Vignolo, 2014).

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No grupo das pequenas frutas estão as frutíferas do gênero Rubus, que são muito

apreciadas por suas características organolépticas (Guedes et al., 2014), e dentre as opções

de espécies frutíferas com boas perspectivas de comercialização e utilização na

agroindústria familiar, destaca-se a framboeseira, que é uma espécie que tem despertado

o interesse de diversos produtores no Brasil (Silva et al., 2012; Curi et al., 2014).

A framboeseira é originária do norte da Ásia e Europa Oriental e existem relatos

de seu cultivo desde a Idade Média (Alcayaga, 2009).

A propagação usual de framboeseira é assexuada, por meio de fragmentos

radiculares, enraizamento de estacas caulinares, rebentos ou por cultura de tecidos (Pio et

al., 2012; González, 2013). A micropropagação é uma técnica dentro da cultura de tecidos

que surge como alternativa para propagação de várias espécies, pois tem como vantagens

a obtenção de várias plantas a partir de um explante inicial, independentemente da estação

do ano; a redução do tempo e da área necessária à propagação da espécie; melhores

condições sanitárias por meio do cultivo de meristemas para eliminação de doenças, entre

outras (Erig & Schuch, 2005).

A micropropagação de framboeseira já foi testada em alguns países; entretanto,

no Brasil, as pesquisas nesta área ainda são restritas. Apesar de ser possível realizar o

cultivo in vitro com as cultivares de framboeseira, a eficiência na regeneração de uma

nova planta é variável em função da cultivar (Kretzschmar et al., 2013).

Como alternativas promissoras para a produção de mudas desta espécie estão os

sistemas de cultivo sem solo, como o cultivo em substrato. Nascimento (2011) e Casarin

(2015) verificaram que tais sistemas podem ser adotados na propagação de mirtileiro

(Vaccinium sp.) e oliveira (Olea europaea L.), respectivamente. Neste sentido, a

produção de mudas de fruteiras em sistemas de cultivo sem solo pode ser uma opção

viável, com grande potencial principalmente na produção de mudas, pois possibilita

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precocidade de produção, adequado fornecimento de nutrientes minerais, condições para

o desenvolvimento da planta, controle de pragas e doenças e, principalmente, melhora na

qualidade do ambiente de trabalho (Schuch & Peil, 2012).

O processo de formação de raízes é fundamental na produção de microestacas e

está diretamente relacionado ao substrato, que exerce influência na qualidade das raízes

formadas e no percentual de enraizamento (Kämpf, 2006; Lone et al., 2010a; Yamamoto,

2013). Dessa forma, é fundamental a seleção de substratos que possibilitem a retenção de

água suficiente para prevenir a dessecação da base da estaca e possuam espaço poroso,

para facilitar o fornecimento de oxigênio, para a iniciação e desenvolvimento radicular.

O substrato utilizado deve apresentar boa aderência à estaca e não conter

substância fitotóxica à espécie (Antunes et al., 2004; Fachinello et al., 2005; Yamamoto,

2013). Entre os materiais comumente usados estão a vermiculita, a casca de arroz

carbonizada e a fibra de coco (Zietemann & Roberto, 2007; Lone et al., 2010b;

Yamamoto, 2013).

Tendo em vista que a influência dos substratos no enraizamento de microestacas

está diretamente relacionado com a espécie em questão e que há escassez de estudos no

Brasil para definir um sistema de produção de mudas para a framboeseira, o

conhecimento de métodos de propagação e formação de mudas pode ser o primeiro passo

para expansão desta cultura. Com base nesses aspectos, objetivou-se avaliar o uso de

diferentes substratos no enraizamento de ex vitro de microestacas de framboeseira ‘Fall

Gold’.

Material e métodos

O experimento foi realizado no Laboratório de Propagação de Plantas Frutíferas,

da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM), da Universidade Federal de Pelotas

(UFPel), localizado no Capão do Leão – RS, no período de março de 2015 a abril de 2016.

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O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com três

níveis para o fator substrato (vermiculita expandida+fibra de coco padrão 47 Amafibra®,

na proporção 1:1 v/v; resíduo de uva S10-Beifort® e casca de arroz carbonizada),

resultando em três tratamentos com cinco repetições. Cada repetição foi constituída por

dez microestacas.

Em laboratório, explantes da cultivar de framboeseira Fall Gold, oriundos do 5°

subcultivo in vitro, foram repicados em câmara de fluxo laminar e colocados em frascos

de vidro transparente contendo 30 mL, contendo meio nutritivo MS (Murashige & Skoog,

1962). Além dos sais e vitaminas característicos do meio de cultivo, adicionou-se 0,1 g.L-

1 de mio-inositol, 30 g.L-1 de sacarose e 0,8 mg.L-1 do regulador de crescimento 6-

benzilaminopurina (BAP). O pH do meio de cultura foi ajustado para 5,8 antes da inclusão

do ágar na concentração de 6,0 g.L-1 e, em seguida, realizou-se a autoclavagem do meio

de cultura a 121ºC e 1,5 atm de pressão por 20 minutos.

Aos 50 dias após a multiplicação, os explantes inoculados originaram

microestacas com duas gemas, quatro folhas, sem raízes e com dois centímetros de

comprimento. Posteriormente, as microestacas foram retiradas dos frascos e colocadas

em embalagens plásticas articuladas Sampack® (10x13x20 cm de altura, largura e

comprimento, respectivamente) contendo um litro dos três tipos de resíduos agrícolas

utilizados (fibra de coco+vermiculita, casca de arroz carbonizada e S10) e previamente

umedecidos com 1000, 250 e 200 mL de água, respectivamente. A vermiculita expandida

apresentava granulometria média. Logo após, as mesmas foram transferidas para a casa

de vegetação com temperatura controlada de 25°C ±2, sendo mantidas em bancadas de

madeira. Durante o enraizamento, sempre que necessário, procedeu-se o borrifamento

com água destilada, mantendo-se as embalagens fechadas para evitar a desidratação.

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Aos 60 dias foram avaliados porcentagem de sobrevivência de microestacas,

comprimento da parte aérea (cm), número de raízes, comprimento da maior raiz (cm),

massa de matéria fresca e massa de matéria seca da parte aérea (g), massa de matéria

fresca e massa de matéria seca da raiz (g) (Figuras 1A, 1B e 1C).

Foi utilizada régua graduada para medir o comprimento da parte aérea e da maior

raiz e balança analítica para aferir a massa de matéria fresca da parte aérea e das raízes e

massa de matéria seca da parte aérea e das raízes. Para obtenção da massa de matéria seca

o material foi colocado em estufa com ventilação forçada a 50ºC até a obtenção de peso

constante.

Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância ANOVA. As

médias, quando significativas, foram comparadas entre si pelo teste de Duncan (p≤0,05).

Resultados e Discussão

Para a variável porcentagem de sobrevivência, foi verificado que não houve

diferença significativa entre o resíduo de uva S10-Beifort® e o substrato vermiculita+fibra

de coco, chegando a 78% e 72%, respectivamente. Porém, diferiram da casca de arroz

carbonizada, que apresentou resultados inferiores (Tabela 1). Isso pode ter ocorrido em

função da menor capacidade de retenção de água da casca de arroz em comparação aos

demais resíduos testados, havendo assim maior mortalidade das microestacas e,

consequentemente, menor sobrevivência.

Para Sommer et al. (2016), não houve diferença significativa na avaliação da

porcentagem de sobrevivência no enraizamento ex vitro de cultivares de amoreira-preta e

framboeseira, utilizando os substratos vermiculita e vermiculita+fibra de coco. Por outro

lado, Bicca et al. (2017) observaram que microestacas de amoreira-preta ‘Xavante’

apresentaram maior porcentagem de sobrevivência nos substratos vermiculita e casca de

arroz carbonizada.

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Para as variáveis comprimento de parte aérea, comprimento da maior raiz e massa

de matéria seca da parte aérea também foi verificado que não houve diferença

significativa entre o resíduo de uva S10-Beifort® e a vermiculita+fibra de coco. Porém,

também diferiram da casca de arroz carbonizada, que apresentou resultados inferiores

(Tabela 1). Silva et al. (2017), também verificaram que não houve efeito significativo

para a variável comprimento médio de raízes no enraizamento in vitro de framboeseira e

amoreira-preta utilizando vermiculita e casca de arroz carbonizada como substratos

alternativos ao ágar. Damiani & Schuch (2009) constataram, para as mesmas variáveis,

que a vermiculita apresentou comportamento similar à perlita e ao ágar+carvão ativado,

quando utilizadas no meio de cultura para enraizamento de mirtileiro em casa de

vegetação.

Quanto ao número de raízes não houve diferença significativa entre os substratos

testados (Tabela 1). O substrato utilizado para o estaqueamento das microestacas e o

genótipo são fatores relevantes para definir o número de raízes, conforme verificaram

Pelizza et al. (2012) no enraizamento de mirtileiro. Silva et al. (2017) também

descreveram que não houve efeito significativo para a mesma variável no enraizamento

in vitro de framboeseira com o uso de ágar, vermiculita e casca de arroz carbonizada

como substratos.

Com relação à massa de matéria fresca da parte aérea, houve diferença entre os

três substratos testados (Tabela 1). O resíduo de uva S10-Beifort® apresentou resultados

superiores (2,42g) seguido do substrato vermiculita+fibra de coco (1,92g) e da casca de

arroz carbonizada (0,14g).

Para as variáveis massa de matéria fresca e seca da raiz, não houve diferença

significativa entre o resíduo de uva S10-Beifort® e a vermiculita+fibra de coco. Porém,

diferiram da casca de arroz carbonizada, que apresentou resultados inferiores (Tabela 1).

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Zietenamm & Roberto (2007) obtiveram maior massa seca de raízes quando utilizaram

substrato à base de casca de coco na produção de mudas de goiabeira (Psidium guajava).

Segundo Carrijo et al. (2002) a aeração adequada da fibra de casca de coco é o

principal fator responsável pela qualidade desse substrato. Parte dessa qualidade pode ser

atribuída à porosidade interna das partículas do material que constitui o substrato (Barreto

et al., 2012), visto que a aeração é uma das características físicas mais importantes para

o crescimento de mudas em recipientes, pois garante a retenção de água suficiente para o

desenvolvimento da muda e o espaço poroso necessário para o fornecimento de oxigênio

(Minami, 2010).

Em síntese, os resultados evidenciam a superioridade dos substratos

vermiculita+fibra de coco e S10-Beifort®, justificando o seu uso para o enraizamento de

microestacas de framboeseira. Com relação S10-Beifort®, por ser um substrato comercial

de fácil obtenção no Rio Grande do Sul, o uso do mesmo poderá representar menor custo

de produção de mudas, além de contribuir com a redução desse resíduo no meio ambiente.

Conclusão

O resíduo S10-Beifort® e a mistura de vermiculita com fibra de coco são indicados

para o enraizamento de microestacas de framboeseira ‘Fall Gold’.

Agradecimentos

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela

concessão da bolsa de estudos e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq), pelo apoio financeiro.

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Figuras

Figura 1. Comprimento da parte aérea e comprimento da maior raiz de mudas de

framboeseira ‘Fall Gold’, aos 60 dias, nos substratos S10-Beifort® (A), vermiculita+fibra

de coco (B), casca de arroz carbonizada (C). Capão do Leão, RS – 2018.

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Tabelas

Tabela 1. Sobrevivência, comprimento da parte aérea (CPA), número de raízes (NR),

comprimento da maior raiz (CMR), massa de matéria fresca da parte aérea (MMFPA),

massa de matéria seca da parte aérea (MMSPA), massa de matéria fresca da raiz (MMFR)

e massa de matéria seca da raiz (MMSR) da cultivar de framboeseira 'Fall Gold' nos

resíduos agrícolas S10-Beifort® (S10), vermiculita+fibra de coco (V/FC) e casca de arroz

carbonizada (CAC). Capão do Leão, RS - 2018.

S10 V/FC CAC

Sobrevivência (%) 78a* 72a 20b

CPA (cm) 9,96a 8,93a 4,69c

NR 4,67ns 4,73ns 4,62ns

CMR (cm) 5,96a 6,05a 4,08b

MMFPA (g) 2,4231a 1,9238b 0,1422c

MMSPA (g) 0,2747a 0,2496a 0,0070b

MMFR (g) 0,4042a 0,5007a 0,0802b

MMSR (g) 0,0565a 0,0592a 0,0063b

*Letras minúsculas na linha diferem significativamente ao nível de 5% de

probabilidade, pelo Teste de Duncan. nsnão significativo.

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ARTIGO 2

RECIPIENTES, SUBSTRATOS E DIAS DE CULTIVO NO

DESENVOLVIMENTO DE AMOREIRA-PRETA ‘XAVANTE’

LAURA REISDÖRFER SOMMER; ANDRIO SPILLER COPATTI; BRUNA

ANDRESSA DOS SANTOS OLIVEIRA; ZENI FONSECA PINTO TOMAZ;

ADRIANE MARINHO DE ASSIS; MÁRCIA WULFF SCHUCH

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Recipientes, substratos e dias de cultivo no desenvolvimento de amoreira-preta

‘Xavante’

Laura Reisdörfer Sommer(1), Andrio Spiller Copatti(1), Bruna Andressa dos Santos

Oliveira(1), Zeni Fonseca Pinto Tomaz(1), Adriane Marinho de Assis(1), Márcia Wulff

Schuch(1)

(1)Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM/UFPel), Departamento de Fitotecnia,

Caixa Postal 354, CEP 96010‑900. Pelotas – RS. [email protected],

[email protected], [email protected], [email protected],

[email protected], [email protected]

Resumo – O objetivo do trabalho foi avaliar o uso de diferentes substratos, dias

de cultivo e volumes de recipientes no desenvolvimento de mudas de amoreira-preta

‘Xavante’. O delineamento experimental foi em esquema fatorial, com dois níveis para o

fator substrato (fibra de coco Amafibra® e casca de arroz carbonizada) e três níveis para

o fator volume de recipiente (10, 20, e 30 litros) e 12 níveis para o fator dias de cultivo

(30, 60, 90, 120, 150, 180, 210, 240, 270, 300, 330 e 360 dias). As mudas foram dispostas

em vasos de plástico preto Nutriplan® com os volumes e substratos testados. As

avaliações foram realizadas mensalmente no período de um ano da instalação do

experimento e foram avaliados: porcentagem de sobrevivência, comprimento da maior

haste, número de hastes por planta e de rebentos, comprimento do maior rebento e massa

de matéria seca da raiz. Também foram avaliadas as características químicas dos

substratos como pH e condutividade elétrica e as propriedades físicas como capacidade

de retenção de água e densidade no início e no final do experimento. Conclui-se que

plantas de amoreira-preta ‘Xavante’ apresentaram desenvolvimento adequado em

substrato fibra de coco, com recipientes de 30 litros aos 360 dias de cultivo.

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Termos para indexação: Rubus spp., cultivo em vaso, casca de arroz carbonizada, fibra

de coco.

Containers, substrates and cultivation days in the development of blackberry

'Xavante'

Abstract – The objective of this work was to evaluate the use of different substrates and

container volumes in the development of 'Xavante' blackberry seedlings. The

experimental design was a factorial scheme, with two levels for the substrate factor

(Amafibra® coconut fiber and carbonized rice husk) and three levels for the container

volume factor (10, 20 and 30 liters) and 12 levels for the (30, 60, 90, 120, 150, 180, 210,

240, 270, 300, 330 and 360 days). The microccutings were arranged in Nutriplan® black

plastic pots with the volumes and with substrates tested. The percentage of survival,

length of the largest stem (cm), number of stems per plant, number of shoots, length of

the largest shoot (cm) and dry matter of the root were evaluated in the period of one year

of the experiment. The chemical characteristics of substrates such as pH and electrical

conductivity and physical properties such as water retention capacity and density at the

beginning and at the end of the experiment were also evaluated. It was concluded that

'Xavante' blackberry plants showed more adequate development in coconut fiber

substrate, with 30 liter containers at 360 days of cultivation.

Index terms: Rubus spp., container culture, charred rice husk, coconut fiber.

Introdução

As frutas do gênero Rubus são muito apreciadas por suas características

organolépticas (Guedes et al., 2014), e têm sido valorizadas pelos benefícios

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proporcionados à saúde, decorrentes dos elevados teores de antioxidantes, vitaminas,

minerais, fibras, ácido fólico, entre outros (Maro et al., 2014).

Uma das frutíferas desse gênero com boas perspectivas de cultivo e

comercialização é a amora-preta. Têm se observado um crescimento na área cultivada,

principalmente na Região Sul do Brasil e em algumas regiões do estado de São Paulo e

Minas Gerais (Antunes et al., 2014).

Apesar de se conhecer as possibilidades de exploração dessa espécie, há escassez

de estudos no Brasil e os investimentos em pesquisas para definir práticas culturais ainda

são poucos para a definição de um sistema de produção (Affonso, 2014). Em função disso,

é imprescindível informações a respeito dos materiais que podem ser utilizados, como

substratos (Silva, 2011; Feitosa, 2017) e recipientes mais adequados para o

desenvolvimento da espécie.

Embora o cultivo de amoreira-preta seja direcionado para a produção de frutas,

outra possibilidade é a utilização no mercado de plantas ornamentais, cuja demanda por

novos produtos é frequente. O comércio de plantas ornamentais em vaso vem aumentando

expressivamente no mercado de flores de corte e assim, a produção de frutíferas em

recipiente representa uma opção de diversificação e geração de renda. Visando esse nicho

de mercado, o uso da amoreira-preta pode ser interessante, em razão de suas

características, incluindo o porte (arbustivo), a cor e tamanho das folhas, flores e frutos,

entre outras (Rego et al, 2015).

Para a produção de plantas em vaso é fundamental a seleção do substrato e do

tamanho do recipiente adequados. O substrato é responsável pela sustentação, retenção

de quantidades suficientes e necessárias de água, oxigênio e nutrientes, além de pH

compatível, a fim de proporcionar à muda crescimento rápido e teor considerável de

matéria seca nas partes aérea e radicular (Guerrini & Trigueiro, 2004; Feitosa, 2017).

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Os substratos comerciais utilizados são casca de pinus, vermiculita, turfas, carvão

moído, casca de arroz carbonizada e fibra de casca de coco, entre outros. A escolha do

substrato deve estar pautada nas necessidades da planta que se deseja cultivar, no sistema

de cultivo, nas características físico-químicas do substrato, bem como na sua

disponibilidade (Donegá et al., 2014).

Quanto aos recipientes, estes são responsáveis em disponibilizar o espaço para

que a planta cresça bem e desenvolva seu sistema radicular e a parte aérea, até alcançar

as condições mais adequadas de plantio no local definitivo (Ribeiro et al., 2011). A

absorção de nutrientes, água, e a produção são afetadas pela restrição das raízes e,

portanto, o volume de substrato, que é determinado pelo tamanho do recipiente é um fator

importante para o crescimento das mudas e consequentemente, para o desenvolvimento

da planta nos diferentes sistemas de cultivo (Nesmith & Duval, 1998; Donegá, 2014).

O estudo da combinação mais eficiente entre esses materiais possibilitará a

obtenção de informações básicas, que indicarão a tecnologia mais apropriada para o

desenvolvimento da cultura (Guimarães et al., 2012; Castoldi et al., 2014).

Com base nesses aspectos, objetivou-se avaliar o uso de diferentes substratos, dias

de cultivo e volumes de recipientes no desenvolvimento de mudas de amoreira-preta

‘Xavante’.

Material e métodos

O experimento foi realizado de setembro de 2016 a setembro de 2017, no

Laboratório de Propagação de Plantas Frutíferas, da Faculdade de Agronomia Eliseu

Maciel (FAEM), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), localizado no Capão do

Leão – RS. O ensaio foi conduzido em uma estufa agrícola, com estrutura metálica,

cobertura com filme de polietileno de baixa densidade (150 μm de espessura) e disposta

no sentido Norte-Sul.

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Durante a realização do experimento, o manejo do ambiente da estufa foi efetuado

apenas por ventilação natural, mediante abertura diária das janelas laterais entre os

horários das 8h às 17h. Em dias que ocorreram baixas temperaturas, ventos, chuvas fortes

e/ou alta umidade relativa do ambiente externo, a estufa ficava fechada, dependendo das

condições climáticas.

O delineamento experimental foi em esquema fatorial, com dois níveis para o fator

substrato (fibra de coco Amafibra® e casca de arroz carbonizada), três níveis para o fator

volume de recipiente (10, 20, e 30 litros) e 12 níveis para o fator dias de cultivo (30, 60,

90, 120, 150, 180, 210, 240, 270, 300, 330 e 360 dias), resultando em 72 tratamentos com

quatro repetições. Cada repetição foi constituída por cinco plantas.

As mudas foram oriundas de estacas radiculares de amoreira-preta da cultivar

Xavante do banco de germoplasma da UFPel.

As microestacas com cerca de cinco centímetros de comprimento foram dispostas

em recipientes de plástico preto Nutriplan® com os três volumes (10, 20 e 30 litros) e dois

substratos (casca de arroz carbonizada e fibra de coco) testados (Figura 1), para posterior

avaliação do seu desenvolvimento. Os recipientes apresentavam furos na base e foi

colocada uma camada de 5 centímetros de isopor picado (cerca de 3 cm) no interior dos

mesmos para facilitar a drenagem. Após o plantio das mudas realizou-se diariamente a

avaliação da necessidade de irrigação manual dos recipientes com água, conforme a

demanda da cultura.

A cada 15 dias foi fornecida solução nutritiva desenvolvida por Andriolo & Peil

(2016), com a formulação de macronutrientes e micronutrientes de acordo com as

necessidades da cultura. A solução nutritiva foi monitorada através das medidas de

condutividade elétrica (empregando-se um condutivímetro digital portátil EC Basic®) e

de pH (empregando-se peagâmetro portátil digital AK90 Asko®). Segundo os autores,

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através da adição de solução de correção à base de ácido sulfúrico (H2SO4 1N) ou

hidróxido de potássio (KOH 1N) os valores foram ajustados, de modo a manter a

condutividade elétrica de 1,0 dSm-1 e o pH entre 5,5 e 6,5 (Andriolo & Peil (2016)).

As avaliações foram realizadas mensalmente no período de um ano da instalação

do experimento (Figura 2). Foram avaliados a porcentagem de sobrevivência, o

comprimento da maior haste (cm), o número de hastes por planta, o número de rebentos

e o comprimento do maior rebento (cm). Na última avaliação (um ano após a instalação

do experimento) verificou-se também a massa de matéria seca da parte radicular (g).

Foi utilizada trena métrica para medir o comprimento da maior haste e o

comprimento do maior rebento. Para obtenção da massa de matéria seca o material foi

colocado em estufa com ventilação forçada a 50ºC até a obtenção de peso constante.

Os resultados foram submetidos à análise de variância ANOVA. As médias,

quando significativas, foram comparadas entre si pelo teste de Tukey e pelo teste T de

Student (p≤0,05). Regressões entre variáveis estabelecidas foram consideradas

significativas quando p≤0,05.

A determinação das características químicas dos substratos como pH e

condutividade elétrica (μS.cm-1) e das propriedades físicas como capacidade de retenção

de água (ml.L-1) e densidade (g.L-1) foi realizada no início e na avaliação final do

experimento, de acordo com Kämpf et al. (2006) conforme descrito na Tabela 1.

Durante o período de condução do experimento, as médias mensais de temperatura

e umidade relativa do ar dentro da estufa plástica, foram monitoradas por meio de

termohigrômetro digital (AK28 Asko®) de mínima e máxima (Figuras 3A e 3B).

Resultados e Discussão

Para a variável porcentagem de sobrevivência, não houve efeito significativo dos

tratamentos, obtendo-se, 100% de sobrevivência.

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Para a variável comprimento da maior haste, a análise de variância evidenciou

interação tripla entre os fatores volume de recipientes, substratos e dias de cultivo.

Quando comparados os dias de cultivo no resíduo fibra de coco, o volume de 30 litros foi

o que apresentou o maior comprimento de haste aos 180 dias com 213,35 centímetros

chegando aos 360 dias com 239,30 centímetros.

Por outro lado, na casca de arroz carbonizada, aos 360 dias de cultivo as hastes

apresentaram comprimentos de maior haste de 75,30; 74,41 e 71,70 centímetros nos

volumes de 10, 20 e 30 litros, respectivamente (Tabela 2). Estes resultados corroboram

com Bicca (2016), onde a fibra de coco propiciou resultados superiores quando

comparada à casca de arroz carbonizada aos 60 dias de cultivo de amoreira-preta

‘Xavante’ em recipiente.

Os substratos possuem características físicas distintas e a fibra de coco é um

substrato que apresenta predominância de frações granulométricas intermediárias e finas,

o que pode ser adequado quando se buscam alta porosidade e presença de microporos,

responsáveis pela boa aeração e retenção de água no ambiente (Zorzeto et al. 2014).

Já a casca de arroz possui predominância de frações granulométricas grandes e

intermediárias, o que reduz a sua densidade volumétrica e torna elevados a porosidade e

o espaço de aeração do ambiente radicular, prejudicando assim, a retenção de água pelo

material (Zorzeto et al. 2014). Esse fator também pode ter ocasionado o desempenho

inferior da casca de arroz em relação à fibra de coco, que por sua vez, retém mais água e

mantém a umidade do substrato, mantendo a turgidez das plantas e a estabilidade de

absorção de nutrientes.

Em relação ao número de hastes por planta, houve interação entre os fatores

substratos e volumes de recipientes, onde houve ajuste ao modelo polinomial de

regressão, por meio do qual se obteve 2,89 hastes por planta (Figura 5), no recipiente com

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volume de 30 litros e no substrato fibra de coco (Figura 4). Quando se utilizam recipientes

pequenos, o espaço para o crescimento das raízes é limitado. Com menor espaço para

crescimento das raízes, a área de absorção de nutrientes fica menor e, consequentemente,

o desenvolvimento da planta também. Mesquita et al. (2012) verificaram que o maior

volume de substrato propiciou maior altura de plantas de mamoeiro (Carica papaya),

devido ao maior espaço e disponibilidade de nutrientes para o desenvolvimento da planta,

resultando também em um sistema radicular mais denso e vigoroso.

Para o número de hastes por planta também ocorreu interação entre os fatores

substratos e dias de cultivo, onde houve ajuste ao modelo polinomial de regressão, por

meio do qual se obteve 3,43 hastes por planta (Figura 6) aos 210 dias de cultivo no

substrato fibra de coco. Estes resultados corroboram com Sommer et al. (2016), onde

resultados superiores no desenvolvimento de amoreira-preta ‘Xavante’ foram observados

na última avaliação, aos 120 dias de cultivo, em sistema semi-hidropônico.

No que diz respeito ao número de rebentos, houve interação entre os fatores

substratos e volumes de recipiente, onde houve ajuste ao modelo polinomial de regressão,

por meio do qual se verificam 0,45 rebentos por planta (Figura 7) no recipiente com

volume de 20 litros e no substrato fibra de coco. Para Silva (2017), em relação à mesma

variável analisada, não houve efeito significativo ao comparar volumes de recipientes (5

e 9 litros) e substratos (fibra de coco e resíduo de uva S10-Beifort®) no cultivo de oliveira

(Olea europaea L.) ornamental. Sommer et al. (2016), verificaram resultados superiores

no substrato comercial H. Decker® em sacos de polietileno preto de tamanho 15x20

centímetros, no cultivo de amoreira-preta ‘Xavante’.

No que diz respeito a massa de matéria seca da raiz, houve interação entre os

fatores substratos e volumes de recipiente, onde a fibra de coco e o recipiente com volume

de 30 litros foi superior (Figura 8). Zietenamm & Roberto (2007), também obtiveram

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66

maior massa seca de raízes quando utilizaram substrato à base de casca de coco na

produção de mudas de goiabeira (Psidium guajava). A aeração é uma das características

físicas mais importantes para o crescimento de plantas em recipientes, pois, garante a

retenção de água suficiente para o desenvolvimento e o espaço poroso necessário para o

fornecimento de oxigênio (Minami, 2010).

Para a variável comprimento do maior rebento, houve ajuste ao modelo polinomial

de regressão, por meio do qual se verifica um aumento contínuo do comprimento dos

rebentos até os 360 dias de cultivo, chegando a 5,68 centímetros independente do

substrato (Figura 9). Bicca (2016), verificou que aos 60 dias de cultivo, estacas de

amoreira-preta ‘Xavante’ cultivadas em recipientes com objetivo para o uso ornamental,

obtiveram um maior número de brotações tanto na casca de arroz carbonizada como na

fibra de coco.

Também para a variável comprimento do maior rebento, houve ajuste ao modelo

polinomial de regressão em relação aos volumes de recipientes, onde se obteve 4,02

centímetros no recipiente de 20 litros (Figura 10).

Com relação às características químicas dos substratos empregados, o maior valor

de potencial hidrogeniônico (pH) dos substratos foi atribuído a casca de arroz carbonizada

(7,4 na primeira avaliação e 5,2 na segunda avaliação), enquanto que o substrato fibra de

coco apresentou o menor valor (5,8 na primeira avaliação e 4,8 na segunda avaliação)

(Tabela 1). Aparentemente o menor valor de pH atribuído ao substrato fibra de coco,

juntamente com as características físicas dos substratos, pode ter contribuído com

resultados superiores obtidos nesse tratamento. Segundo Lima et al. (2016), a acidificação

(pH 3,5 e 4,5) com sulfato de alumínio dos substratos de enraizamento elevou a

porcentagem de enraizamento de estacas de Camelia sinencis L. promovendo a maior

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67

porcentagem de enraizamento, enquanto que sem acidificação (pH 6,5) a menor

porcentagem.

A condutividade elétrica (CE) variou entre 1,5 µS.m-1 (avaliação 1) e 0,9 µS.m-1

(avaliação 2) para o substrato fibra de coco e entre 0,5 µS.m-1 (avaliação 1) e 0,4 µS.m-1

(avaliação 2) para a casca de arroz carbonizada (Tabela 1), não evidenciando prejuízos

para o desenvolvimento das plantas. Para Andriolo & Peil (2016), a condutividade elétrica

varia de uma espécie para outra e deve ser mantida dentro de uma faixa recomendada para

cada cultura. Para os mesmos autores, a condutividade elétrica recomendada para a

amoreira-preta é de 1,0 dS.m-1.

Em relação as propriedades físicas dos substratos, a fibra de coco apresentou valor

superior de densidade (238,48 g.L-1 na primeira avaliação e 198,88 g.L-1 na segunda

avaliação) enquanto que a casca de arroz carbonizada apresentou resultado menor (144,37

g.L-1 na primeira avaliação e 174,76 na segunda avaliação) (Tabela 1). A quantidade e

qualidade das raízes formadas pode ser afetada pela densidade dos substratos. Observa-

se que, apesar de a densidade da fibra de coco ser maior que a da casca de arroz

carbonizada, o efeito do substrato foi benéfico ao desenvolvimento das raízes e

consequentemente da parte aérea. Entretanto para Kämpf et al. (2006), os valores mais

elevados de densidade podem representar maior resistência à expansão das raízes no

substrato.

Diferentemente da fibra de coco (583,26 ml.L-1 na primeira avaliação e 544,36

ml.L-1 na segunda avaliação), a casca de arroz carbonizada (457,1 ml.L-1 na primeira

avaliação e 210,47 ml.L-1 na segunda avaliação) possui menor capacidade de retenção de

água, assim, as mudas estão mais suscetíveis a variações de temperatura e umidade do

ambiente e do substrato, acarretando em menor absorção de nutrientes, maior déficit

hídrico e consequente menor desenvolvimento.

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68

O fato do substrato fibra de coco apresentar desempenho significativo para a

maioria das variáveis estudadas, está relacionado com suas características físicas, que

podem ter contribuído para o maior crescimento e desenvolvimento das plantas. Segundo

Donegá et al. (2014), a menor quantidade de partículas por volume, proporciona uma

expansão mais fácil do sistema radicular, e consequentemente a exploração de maior

volume de solo e a maior porosidade dos substratos assegura uma maior taxa de

renovação do ar na região do sistema radicular, facilitando as trocas gasosas e, por

consequência, os processos relacionados ao desenvolvimento das plantas.Com relação as

médias de temperatura registradas na estufa, nota-se que as mesmas se mantiveram em

torno dos 23°C nos meses de setembro, outubro e novembro de 2016; 28°C nos meses de

dezembro de 2016, janeiro, fevereiro e março de 2017; 19°C nos meses de abril, maio,

junho, julho e agosto de 2017; e 24°C nos meses de setembro, outubro, novembro e

dezembro de 2017 (Figura 3A). Estes dados evidenciam médias de temperaturas ótimas

para o cultivo de amoreira-preta em ambiente protegido, agregado à fatores como o uso

substrato e recipiente adequado.

As frutíferas de clima temperado são cultivadas sob diferentes condições

ambientais e com uso de diferentes técnicas de cultivo, portanto, informações sobre dados

de temperatura e requisitos de número de horas de frio que cada cultivar necessita, são

ferramentas valiosas para que haja brotação de gemas floríferas na primavera e

consequente frutificação.

Conclusão

A amoreira-preta ‘Xavante’ apresentou desenvolvimento adequado em recipientes

de 20 litros no substrato fibra de coco, aos 360 dias de cultivo.

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69

Agradecimentos

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela

concessão da bolsa de estudos e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq), pelo apoio financeiro.

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73

Figuras

Figura 1. Mudas de amoreira-preta ‘Xavante’ dispostas em recipientes de plástico preto

Nutriplan® nos três volumes (10, 20 e 30 litros) e nos dois substratos (casca de arroz

carbonizada e fibra de coco Amafibra®) na instalação do experimento. Capão do Leão-

RS, 2018.

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74

Figura 2. Plantas de amoreira-preta ‘Xavante’ dispostas em recipientes de plástico preto

Nutriplan® nos três volumes (10, 20 e 30 litros) e nos dois substratos (casca de arroz

carbonizada e fibra de coco Amafibra®), 360 dias após a instalação dos experimentos.

Capão do Leão-RS, 2018.

Figura 3. Temperatura (°C) (A) e umidade relativa do ar (%) (B) mínimas, médias e

máximas, registradas em estufa agrícola, no período de setembro de 2016 a setembro de

2017. Capão do Leão-RS, 2018.

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75

Figura 4. Plantas de amoreira-preta ‘Xavante’ dispostas em recipientes de plástico preto

Nutriplan® no volume de 30 litros e no substrato fibra de coco. Capão do Leão-RS, 2018.

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76

y(FC) = 0.0024x2 - 0.0805x + 3.19R² = 1

y(CAC) = -0.0005x2 + 0.002x + 1.66R² = 1

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

3.5

10 20 30

NH

PP

Volume (L)

FC CAC

Figura 5. Número de hastes por planta de amoreira-preta ‘Xavante’ em função do volume

de recipiente nos diferentes substratos. FC: fibra de coco; CAC: casca de arroz

carbonizada. Capão do Leão, RS – 2018.

y(FC) = -3E-05x2 + 0.021x + 0.1523R² = 0.9261

y(CAC) = 0.0037x + 0.7323R² = 0.8348

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

3.5

4

30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360

NH

PP

Dias de avaliação

FC CAC

Figura 6. Número de hastes por planta de amoreira-preta ‘Xavante’ em função dos dias

de cultivo nos diferentes substratos. FC: fibra de coco; CAC: casca de arroz

carbonizada. Capão do Leão-RS, 2018.

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77

y(FC) = -0.003x2 + 0.1285x - 0.9R² = 1

y(CAC) = 0.0012x2 - 0.0385x + 0.54

R² = 1

0

0.05

0.1

0.15

0.2

0.25

0.3

0.35

0.4

0.45

0.5

10 20 30

NR

eb

Volume (L)

FC CAC

Figura 7. Número de rebentos de amoreira-preta ‘Xavante’ em função do volume de

recipiente nos diferentes substratos. FC: fibra de coco; CAC: casca de arroz

carbonizada. Capão do Leão, RS – 2018.

y(FC) = 12.397x + 18.7R² = 0.9684

y(CAC) = 1.4115x + 42.227R² = 0.9997

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

10 20 30

Mas

sa d

e m

atér

ia s

eca

da

raiz

(g

)

Volume (L)

FC CAC

Figura 8. Massa de matéria seca da raiz em amoreira-preta ‘Xavante’ em função do

volume de recipiente nos diferentes substratos. FC: fibra de coco; CAC: casca de arroz

carbonizada. Capão do Leão, RS – 2018.

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78

y(CMReb)= 4E-05x2 + 0.0005x - 0.0493R² = 0.9924

0

1

2

3

4

5

6

7

30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360

CM

Reb

(cm

)

Dias de avaliação

Figura 9. Comprimento do maior rebento em amoreira-preta ‘Xavante’ no decorrer dos

dias de avaliação, independente do substrato utilizado. Capão do Leão, RS – 2018.

y(CMReb) = -0.0275x2 + 1.1175x - 7.31R² = 1

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

3.5

4

4.5

10 20 30

CM

Reb

(cm

)

Volumes (L)

Figura 10. Comprimento do maior rebento em amoreira-preta ‘Xavante’ nos três volumes

de recipientes, independente do substrato utilizado. Capão do Leão, RS – 2018.

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79

Tabelas

Tabela 1. Valores médios de potencial hidrogeniônico (pH), condutividade elétrica (CE),

capacidade de retenção de água (CRA) e densidade (D) no substrato casca de arroz

carbonizada (CAC) e fibra de coco (FC), na implantação do experimento (Avaliação 1) e

após 12 meses do início do experimento (Avaliação 2). Capão do Leão-RS, 2018.

Substrato Avaliação 1 Avaliação 2

pH CE (µs m-1) CRA (ml L-1) D (g L-1) pH CE (µs m-1) CRA (ml L-1) D (g L-1)

CAC 7,4 0,5 457,1 144,37 5,2 0,4 210,47 174,76

FC 5,8 1,5 583,26 238,48 4,8 0,9 544,36 197,88

Tabela 2. Comprimento da maior haste da cultivar de amoreira-preta ‘Xavante’ nos

substratos fibra de coco (FC) e casca de arroz carbonizada (CAC) e nos volumes de 10,

20 e 30 litros ao longo de 360 dias. Capão do Leão, RS - 2018.

Dias

FC CAC

10 L 20 L 30 L Média 10 L 20 L 30 L Média

30 1.82 Ad 2.03 Ae 1.90 Ad 1.82* 1.26 Ae 1.46 Af 1.08 Ad 1.26

60 25.29 Ac 27.88 Ade 34.33 Ad 25.29** 3.10 Ae 2.53 Aef 2.51 Ad 3.1

90 59.35 Bb 55.65 Bde 96.70 Ac 59.35** 5.72 Ade 4.12 Aef 4.61 Ad 5.72

120 65.92 Bb 65.65 Bcd 130.03 Abc 65.92** 10.51 Ade 6.82 Aef 5.88 Ad 10.51

150 71.35 Bb 78.05 Bbcd 146.25 Ab 71.35** 15.82 Ad 11.89 Ae 10.82 Ad 15.82

180 109.27 Ba 116.10 Babc 213.35 Aa 109.27** 53.05 Ac 51.30 Ad 52.4 Ac 53.05

210 112.15 Ba 119.50 Babc 218.30 Aa 112.15** 56.40 Abc 55.01 Acd 55.4 Abc 56.4

240 114.40 Ba 122.05 Bab 221.55 Aa 114.40** 59.50 Abc 57.87 Abcd 58.70 Aabc 59.5

270 118.00 Ba 125.40 Bab 225.05 Aa 118.00** 62.05 Aab 59.99 Abcd 61.30 Aabc 62.05

300 120.15 Ba 127.95 Bab 228.40 Aa 120.15** 65.55 Aab 63.71 Abc 63.60 Aabc 65.55

330 122.10 Ba 130.05 Bab 229.85 Aa 122.10** 68.39 Aab 66.71 Aab 67.15 Aab 68.3

360 127.75 Ba 136.65 Ba 239.30 Aa 127.75** 75.30 Aa 74.41 Aa 71.70 Aa 75.3

Médias acompanhadas por mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de

Tukey (p≤0,05) comparando os dias de avaliação dentro de cada substrato, em cada volume de

vaso. Médias acompanhadas por mesma letra maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste

de Tukey (p≤0,05) comparando os substratos dentro de cada dia de avaliação, em cada volume de

vaso.

*não significativo

**significativo pelo teste T (p≤0,05) comparando os substratos dentro de cada dia de avaliação.

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ARTIGO 3

FENOLOGIA DE AMOREIRA-PRETA CULTIVADA EM RECIPIENTES

COM DIFERENTES SUBSTRATOS

LAURA REISDÖRFER SOMMER; PATRÍCIA GRAOSQUE ULGUIM

ZÜGE; DIANINI BRUM FRÖLECH; MARIANA LARRONDO BICCA; ADRIANE

MARINHO DE ASSIS; MÁRCIA WULFF SCHUCH

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Fenologia de amoreira-preta cultivada em recipientes com diferentes substratos

Laura Reisdörfer Sommer(1), Patrícia Graosque Ulguim Züge(1), Dianini Brum

Frölech(1), Mariana Larrondo Bicca(1), Adriane Marinho de Assis(1), Márcia Wulff

Schuch(1)

(1)Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM/UFPel), Departamento de Fitotecnia,

Caixa Postal 354, CEP 96010‑900. Pelotas – RS. [email protected],

[email protected], [email protected], [email protected],

[email protected], [email protected]

Resumo – O objetivo do trabalho foi avaliar a duração, em dias, dos estádios

fenológicos da amoreira-preta ‘Xavante’ cultivada em diferentes volumes de recipientes

e substratos. Foram utilizadas mudas oriundas de estacas radiculares de amoreira-preta

‘Xavante’ e cada planta foi conduzida com quatro hastes, que foram avaliadas através de

observação visual. Assim, foi avaliada a duração (em dias) dos seguintes estádios

fenológicos: início da brotação da gema florífera, início da floração, início da maturação

do fruto, início da colheita de frutos. Também foi identificada uma gema dormente por

haste, para avaliações da fenologia de frutos e avaliada a duração (em dias) dos seguintes

estádios de desenvolvimento de frutos: gema dormente, gema brotando, botão de flor, flor

parcialmente aberta, flor aberta, baga verde, baga parcialmente rosada, baga cor-de-rosa

e baga madura. O ciclo da amoreira-preta ‘Xavante’ desde o início da brotação das gemas

até o início da colheita foi de 56 dias na fibra de coco com volume de recipiente de 10

litros. Na fibra de coco com volume de 20 litros, este ciclo foi de 52 dias. Já na fibra de

coco com volume de 30 litros e na casca de arroz carbonizada com volume de 10 litros,

o ciclo foi de 54 dias. Na casca de arroz carbonizada com volume de 20 litros, o ciclo foi

de 53 dias. Na casca de arroz carbonizada com volume de 30 litros, o ciclo foi de 55 dias.

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O tempo decorrido entre os estádios de botão de flor e baga madura, foi bastante

semelhante na fibra de coco e casca de arroz carbonizada nos recipientes de 10 e 30 litros.

Porém, na fibra de coco e na casca de arroz carbonizada em volume de 20 litros, a média

de dias entre os estádios foi menor. Conclui-se, portanto, que a cultivar de amoreira-preta

‘Xavante’ apresenta boa adaptabilidade ao substrato fibra de coco independente do

volume de recipiente. Os estádios fenológicos apresentaram, em média, o mesmo número

de dias, independente do substrato e do recipiente observado.

Termos para indexação: Rubus spp., ‘Xavante’, cultivo em vaso, fibra de coco, casca de

arroz carbonizada.

Phenology of blackberry cultivated in containers with different substrates

Abstract – The objective of this work was to evaluate the duration, in days, of the

phenological stages for 'Xavante' blackberry in different container volumes and different

substrates. Seedlings from 'Xavante' blackberry root cuttings were used and each plant

was conducted with four stems, which were evaluated through visual observation. Thus,

the duration (in days) of the following phenological stages was evaluated: beginning of

flowering bud, beginning of flowering, beginning of fruit maturation, beginning of fruit

harvest. It was also identified a stem dormant per stem for evaluation of fruit phenology

and evaluated the duration (in days) of the following stages of fruit development: dormant

bud, bud sprouting, flower bud, partially open flower, open flower, green berry, partially

pink berry, pink berry and berry ripe. The 'Xavante' blackberry cycle from the beginning

of bud budding until the beginning of the harvest was 56 days in coconut fiber with a 10

liter container volume. In coconut fiber with volume of 20 liters, this cycle was of 52

days. In the coconut fiber with volume of 30 liters and in the husk of carbonized rice with

volume of 10 liters, the cycle was of 54 days. In the husk of charred rice with volume of

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20 liters, the cycle was 53 days. In the husk of charred rice with volume of 30 liters, the

cycle was 55 days. The elapsed time between flower buds and ripe berry stages was quite

similar in coconut fiber and charred rice husk in the 10 and 30 liter containers. However,

in coconut fiber and carbonized rice husks by volume of 20 liters, the average days

between stages were lower. It was concluded, therefore, that the ‘Xavante’ blackberry

presents good adaptability to the coconut fiber substrate regardless of the container

volume. The phenological stages had, on average, the same number of days independent

of the substrate and the container observed.

Index terms: Rubus spp., Xavante, container culture, coconut fiber, charred rice husk.

Introdução

A amoreira-preta (Rubus spp.) tem como centro de origem a Ásia, pertence ao

gênero Rubus e a família Rosaceae, formando um grupo diverso e bastante difundido,

para o qual se estima existirem entre 400 a 500 espécies (Antunes, 2002; Oliveira et. al.,

2008).

Pertencente ao grupo das pequenas frutas, a amoreira-preta caracteriza-se por ser

uma cultura rústica, pouco suscetível a pragas e doenças e com boa adaptação em sistemas

de cultivo pouco tecnificados, como no caso de produtores familiares com poucos

recursos para investimento. No entanto, também responde de forma positiva quando

adotados sistemas de produção com maiores investimentos em adubação, fertirrigação,

irrigação, entre outras práticas (Pereira et al., 2009).

A produção de pequenas frutas em recipientes é uma alternativa para pequenos

produtores e já é uma prática adotada em alguns países, como Portugal e Chile. No caso

da amoreira-preta, esta frutífera pode ser direcionada ao mercado de mesa, indústria e

também ornamentação, em razão de suas características como o porte arbustivo, cor das

flores e sabor dos frutos (Rego et al., 2015).

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'Tupy' e 'Xavante' são as cultivares mais importantes em algumas áreas de clima

temperado (Santos & Raseira, 1988; Hussain, 2016). A amora-preta "Xavante" é derivada

de sementes coletadas em Clarksville, Arkansas, EUA, a partir de um cruzamento entre

as variedades A1620 e A1507 e, portanto, é a segunda geração deste cruzamento.

Apresenta hastes vigorosos e verticais sem espinhos e é uma cultivar de boa produção.

As bagas têm uma forma alongada, firmeza média e um sabor ácido doce (Botelho et al.,

2009). Sob as condições temperadas do sul do Brasil, a floração começa em setembro e

se estende até outubro, e a safra ocorre no início de novembro e termina no início de

fevereiro (Antunes & Raseira, 2004).

Em geral, a amoreira-preta têm hastes bianuais, as quais necessitam de um período

de dormência antes de frutificar. O hábito de crescimento das hastes varia de ereta a

prostrada, podendo ser com ou sem espinhos. Este é um caráter genético recessivo para

ausência de espinhos. As flores, em geral, possuem cinco sépalas e cinco pétalas e

numerosos estames e carpelos dispostos ao redor de um receptáculo, geralmente, de forma

cônica (Atunes & Raseira, 2004).

No cultivo dessa frutífera é fundamental a caracterização fenológica, que descreve

os detalhes do ciclo de crescimento da planta, permitindo a determinação do tempo ideal

para realizar práticas de cultivo ou verificação da ocorrência de um evento importante

associado a estádios bem definidos (Fenner, 1998; Carew et al., 2000; Sato et al., 2008;

Tadeu et al., 2015).

A utilização do ambiente protegido proporciona uma série de vantagens no cultivo

desta espécie, destacando-se a proteção da cultura contra ventos, granizo, chuvas, geadas,

baixas temperaturas e do ataque de pragas e doenças (Calvete, 2008). De maneira geral,

o ambiente protegido proporciona melhores condições ao desenvolvimento da planta,

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aumento da frutificação e da produção comercial, conferindo maior proteção aos frutos e

diminuindo a ocorrência de frutos danificados (Duarte et al., 2004).

O cultivo de plantas em substrato vem crescendo muito nos últimos anos,

principalmente pelo fato de ser realizado em ambiente protegido, facilitando o manejo e

obtendo-se maior controle das condições de cultivo. Portanto, é importante que se faça a

utilização de materiais (dentre eles substratos e recipientes) adequados para a obtenção

de máxima eficiência no desenvolvimento da espécie desejada.

Os substratos possuem características físicas distintas e a fibra de coco é um

substrato que apresenta predominância de frações granulométricas intermediárias e finas,

o que pode ser adequado quando se buscam alta porosidade e presença de microporos,

responsáveis pela boa aeração e retenção de água no ambiente (Zorzeto et al. 2014). Já a

casca de arroz possui predominância de frações granulométricas muito grandes, grandes

e intermediárias, o que reduz a sua densidade volumétrica, torna elevados a porosidade e

o espaço de aeração do ambiente radicular e pode prejudicar a retenção de água pelo

material, por isso, seu manejo deve estar associado a maiores frequências de irrigação

(Zorzeto et al., 2014).

Já os recipientes são responsáveis em disponibilizar o espaço para que a planta

cresça bem e desenvolva seu sistema radicular e a parte aérea, até alcançar as condições

mais adequadas de plantio no local definitivo (Ribeiro et al., 2011). A absorção de

nutrientes, água, e a produção, são afetadas pela restrição das raízes e, portanto, o volume

de substrato, que é determinado pelo tamanho do recipiente é um fator importante para o

crescimento das mudas e consequentemente, para o desenvolvimento da planta nos

diferentes sistemas de cultivo (Nesmith & Duval, 1998; Donegá, 2014).

A fenologia de espécies frutíferas, como a amoreira-preta, é extremamente

importante para a determinação do período de floração e frutificação desta espécie e, a

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campo, há diversos trabalhos que relatam detalhadamente estas etapas. Porém, não há

estudos sobre a fenologia de amoreira-preta cultivada em recipientes e em ambiente

protegido. Com base nesses aspectos, objetivou-se avaliar a duração, em dias, dos

estádios fenológicos para a amoreira-preta ‘Xavante’ cultivada em diferentes volumes de

recipientes e substratos.

Material e métodos

O experimento foi realizado no período de outubro de 2017 à fevereiro de 2018,

no Laboratório de Propagação de Plantas Frutíferas, da Faculdade de Agronomia Eliseu

Maciel (FAEM), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), localizado no Capão do

Leão – RS. O ensaio foi conduzido em uma estufa agrícola, com estrutura metálica,

cobertura com filme de polietileno de baixa densidade (150 μm de espessura) e disposta

no sentido Norte-Sul.

O material utilizado para avaliação de fenologia foram plantas selecionadas

oriundas de um experimento de desenvolvimento de estacas radiculares de amoreira-preta

‘Xavante’, conduzido junto ao Laboratório de Propagação de Plantas Frutíferas da

Universidade Federal de Pelotas. Foram selecionadas 60 plantas de amoreira-preta

cultivar Xavante (10 plantas por tratamento) medindo aproximadamente 75 centímetros

de comprimento e mantidas em estufa (descrito acima) em três volumes de vasos (10, 20

e 30 litros) e em dois substratos (casca de arroz carbonizada e resíduo de uva S10-

Beifort®), pelo período de um ano.

As práticas de cultivo utilizadas foram a irrigação manual dos vasos com água,

conforme a demanda da cultura. A cada 15 dias foi fornecida solução nutritiva

desenvolvida por Andriolo & Peil (2016), com a formulação de macronutrientes e

micronutrientes, de acordo com as necessidades da cultura de amoreira-preta. A solução

nutritiva era monitorada através das medidas de condutividade elétrica (empregando-se

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um condutivímetro digital portátil EC Basic®) e de pH (empregando-se peagâmetro

portátil digital AK90 Asko®). Segundo os autores, a condutividade elétrica desejada é de

1,0 dSm-1 e o pH entre 5,5 e 6,5. Através da adição de solução de correção à base de ácido

sulfúrico (H2SO4 1N) ou hidróxido de potássio (KOH 1N), os valores foram ajustados.

O manejo do ambiente da estufa foi efetuado apenas por ventilação natural,

mediante abertura diária das janelas laterais entre os horários das 8h às 17h. Em dias que

ocorreram baixas temperaturas, ventos, chuvas fortes e/ou alta umidade relativa do

ambiente externo, a estufa ficava fechada, dependendo das condições climáticas. As

médias mensais de temperatura (ºC) e umidade relativa do ar (%) na estufa plástica, foram

monitoradas diariamente por meio de termohigrômetro digital (AK28 Asko®) de mínima

e máxima (Figura 2A e 2B).

Cada planta foi conduzida com quatro hastes e todas as hastes foram avaliadas

através de observação visual realizada de 2 a 3 vezes por semana. Foi avaliada, de acordo

com Childers & Lyrene (2006) e Hussain (2016), a duração (em dias) dos seguintes

estádios fenológicos em cada planta: início da brotação da gema florífera, início da

floração (quando mais de 5% das flores abertas), início da maturação do fruto e início da

colheita de frutos. Diagramas foram preparados, representando a duração de cada fase

fenológica.

Além disso, como os estádios de florescimento e colheita da amoreira-preta

continuaram durante várias semanas (Takeda et al., 2002) na temporada de 2017, o tempo

necessário para o desenvolvimento de frutos também foi avaliado em cada recipiente e

cada substrato. Foram identificadas uma gema dormente por haste, para avaliações de

fenologia de frutos e foram avaliadas a duração dos seguintes estádios de

desenvolvimento de frutos: gema dormente, gema brotando, botão de flor, flor

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parcialmente aberta, flor aberta, baga verde, baga parcialmente rosada, baga cor-de-rosa

e baga madura (Figura 1).

A determinação das características químicas dos substratos, como pH e

condutividade elétrica (μS.cm-1) e das propriedades físicas, como capacidade de retenção

de água (ml.L-1) e densidade (g.L-1) foi realizada na instalação do experimento, conforme

Kämpf et al. (2006) (Tabela 1).

Resultados e Discussão

O ciclo da amoreira-preta ‘Xavante’ desde o início da brotação das gemas até o

fim da colheita foi de 109 dias na fibra de coco com volume de recipiente de 10 litros

(Figura 3A), iniciando com a brotação da gema em 23 de outubro de 2017 e finalizando

em 13 de fevereiro, com o fim da colheita do último fruto. Na fibra de coco com volume

de 20 litros (Figura 3B) este ciclo foi de 114 dias, onde a brotação das gemas iniciou em

28 de outubro e o fim da colheita em 15 de fevereiro. Já na fibra de coco com volume de

30 litros (Figura 3C), o ciclo foi de 79 dias, onde a brotação das gemas iniciou em 04 de

novembro e o fim da colheita em 15 de fevereiro. Na casca de arroz carbonizada com

volume de 10 litros (Figura 4A), o ciclo foi de 92 dias, com a brotação das gemas em 30

de outubro e com o fim da colheita em 02 de janeiro.

Na casca de arroz carbonizada com volume de 20 litros (Figura 4B), o ciclo foi de

106 dias, iniciando a brotação das gemas em 23 de outubro e o fim da colheita em 06 de

fevereiro. E, por fim, na casca de arroz carbonizada com volume de 30 litros (Figura 4C),

o ciclo foi de 117 dias, iniciando com a brotação das gemas em 08 de novembro e o fim

da colheita em 15 de janeiro de 2018.

Os resultados apresentaram, em média, o mesmo número de dias desde o início

do ciclo até o início da colheita. Porém, verifica-se que há 16 dias de diferença entre o

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início da brotação das gemas no substrato fibra de coco com recipiente de 10 litros (23/10)

e no substrato casca de arroz carbonizada com recipiente de 30 litros (08/11).

Botelho et al. (2009), verificou que o início da brotação da amoreira-preta

‘Xavante’ em Guarapuava-PR se situou entre 12 e 18 de agosto, 10 a 14 dias após a poda,

estendendo-se até o final de setembro. Segundo esses autores, o florescimento iniciou-se

no começo de outubro em todos os anos de avaliações, em um dos anos de avaliação o

florescimento foi mais precoce. Em relação ao período de colheita, nos três anos de

estudo, a colheita da cultivar Xavante iniciou no final de novembro indo até o final de

janeiro, chegando ao ponto máximo entre o final de dezembro e início de janeiro.

Segundo Antunes et al. (2000), os aspectos fenológicos da amoreira-preta podem

variar de ano para ano em função da exigência em frio ter sido ou não satisfeita. Fatores

inerentes à espécie e/ou variedade também podem afetar o comportamento da planta.

A duração dos estádios fenológicos também está relacionada às condições

térmicas do local em que a cultura é plantada e a temperatura também tem relação com o

início da brotação da gema e da floração, influenciando assim, o ciclo de produção da

cultura (Black et al., 2008). Já os requisitos de calor para o início da brotação das gemas

nas plantas frutíferas estão associados a vários fatores, tais como a quantidade de horas

de frio requerida, luz, estado nutricional, fatores genéticos e tipo de brotação (florífera ou

vegetativa) (Powell, 1987; Jacobs et al., 2002).

A caracterização dos estádios fenológicos da amoreira-preta é essencial para obter

alta qualidade e rendimento de frutos, pois uma série de práticas de cultivo dependem do

reconhecimento de certos estádios fenológicos (Salinero et al., 2009). No entanto, como

mostrado anteriormente, os estágios de florescimento e colheita da amora-preta ocorrem

continuamente durante várias semanas (Takeda et al., 2002). Por esta razão, informações

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fenológicas combinadas com determinação de substratos são importantes para avaliar as

condições de comportamento da amoreira-preta em recipientes.

Como outras pequenas frutas, a amoreira-preta que se desenvolve em clima

temperado, com estações bem diferenciadas, requerem um número de horas de frio

durante o período de dormência para um crescimento e floração uniforme na primavera

(Fear & Meyer, 1993). O requisito de horas de frio varia entre as cultivares (Dale et al.,

2003) e foi descrito como um fator climático básico para a floração e frutificação (Elloumi

et al., 2013) que tem um forte efeito nos estádios fenológicos (Javanshah, 2010).

As condições de inverno têm uma influência significativa em diferentes fases do

ciclo de crescimento anual da amoreira-preta, particularmente quando se inicia a emissão

de botões de flores, na uniformidade da brotação das gemas, floração e no tempo de

duração da colheita e de frutificação (Takeda et al., 2002). Por outro lado, as altas

temperaturas do verão na zona temperada promovem o rápido crescimento de ramos,

fazendo com que os mesmos alcancem o estádio de floração mais cedo (Hoover et al.,

1989).

O tempo decorrido entre os estádios de botão de flor e baga madura, foi bastante

semelhante na fibra de coco e casca de arroz carbonizada nos recipientes de 10 e 30 litros,

variando entre 50 e 54,4 dias (Tabela 2). Porém, na fibra de coco e na casca de arroz

carbonizada em volume de 20 litros, a média de dias entre os estádios foi menor, 37,2 e

43,6, respectivamente. A duração dos outros sub-estádios fenológicos mostrou pouca

diferença entre os substratos e os volumes, com exceção do tempo decorrido da flor aberta

para a baga verde na casca de arroz carbonizada em 10 litros que levou em torno de 8,5

dias a mais do que na casca de arroz carbonizada no volume de 20 litros (15,8 e 7,4 dias,

respectivamente).

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Hussain et al. (2016), avaliaram fenologia de amoreira-preta ‘Xavante’ e ‘Tupy’

cultivadas em área subtropical. Segundo o autor, o tempo entre o estádio de botão de flor

e baga madura para amoreira-preta ‘Xavante’ e ‘Tupy’ foi de 31 e 29,6 dias,

respectivamente. Já a duração de outros sub-estádios fenológicos mostrou pouca ou

nenhuma diferença entre as cultivares, com exceção do tempo decorrido do estádio de

baga verde para o estádio de baga madura em que "Tupy" levou quase 5 dias menos do

que 'Xavante' (15,9 e 20,4 dias, respectivamente).

Em climas temperados, amoreira-preta apresentam estádios fenológicos definidos

(Carew et al., 2000; Antunes & Raseira, 2004), mas a mesma cultivar de amoreira pode

apresentar variação fenológica dependendo da intensidade e duração do inverno, com

invernos moderados favorecendo a retomada precoce do ciclo de crescimento na

primavera (Takeda et al., 2002). A ocorrência de brotação e floração pode variar de ano

para ano devido ao ciclo variável e à acumulação de frio por plantas (Glozer & Ingels,

2006). A taxa de desenvolvimento e diferenciação de gemas reprodutivas em amoreiras

são dependentes do clima, e o momento da diferenciação e florescimento dos brotos

florais são variáveis (Moore & Caldwell, 1985).

A produção de amoreira-preta nas zonas temperadas do Brasil varia de outubro a

fevereiro (Antunes et al., 2000; Segantini et al., 2011), enquanto que nos Estados Unidos

a temporada de frutificação varia de maio a agosto, com floração ocorrendo após dois

meses de diferenciação de brotos (Clark et al., 2005; Strik et al., 2008; Takeda et al.,

2008).

Com relação as médias de temperatura registradas dentro da estufa, nota-se que as

mesmas se mantiveram em torno dos 23°C nos meses de setembro e outubro; e 25°C nos

meses de novembro e dezembro (Figura 2A). Estes dados evidenciam médias de

temperaturas ótimas para o cultivo de amoreira-preta em ambiente protegido, resultando

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em significativa porcentagem de brotação de gemas floríferas e consequente frutificação.

As frutíferas de clima temperado são cultivadas sob diferentes condições ambientais e

com uso de diferentes técnicas de cultivo, portanto, informações sobre dados de

temperatura e requisitos de número de horas de frio que cada cultivar necessita, são

ferramentas valiosas para que haja brotação de gemas floríferas na primavera e

consequente frutificação.

Tendo em vista que no Brasil ainda há escassez de estudos sobre o uso de espécies

frutíferas em recipientes, o conhecimento sobre a fenologia e adaptação da amoreira-preta

em condições de recipientes e ambiente protegido pode ser o primeiro passo para o uso

desta cultura como planta ornamental. Além disso, a escala de estádio fenológico para o

desenvolvimento de frutos de amoreira-preta propostos neste trabalho é uma ferramenta

útil que poderá ajudar os produtores a estimar, por exemplo, o fim da colheita com base

na ocorrência do último estímulo de floração.

Conclusão

Os estádios fenológicos apresentaram, em média, o mesmo número de dias no

substrato fibra de coco independente do volume de recipiente e, casca de arroz

carbonizada nos volumes de 20 e 30 litros. Porém, na casca de arroz carbonizada, com

volume de 10 litros o ciclo foi menor, por este motivo, indicado para o cultivo de

amoreira-preta ‘Xavante’.

Agradecimentos

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela

concessão da bolsa de estudos e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq), pelo apoio financeiro.

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98

Figuras

A B C

D E F

G H I

Figura 1. Estádios fenológicos de desenvolvimento dos frutos de amoreira-preta (Rubus

spp.). Gema dormente (A); gema brotando (B); botão de flor (C); flor parcialmente aberta

(D); flor aberta (E); baga verde (F); baga parcialmente rosada (G); baga cor-de-rosa (H);

baga madura (I). Foto: Laura Reisdörfer Sommer, Capão do Leão, RS – 2018.

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Figura 2. Temperatura (°C) (A) e umidade relativa do ar (%) (B) mínimas, médias e

máximas, registradas em estufa agrícola, no período de outubro de 2016 a fevereiro de

2017. Capão do Leão-RS, 2018.

Figura 3. Duração (em dias) dos estádios fenológicos da amoreira-preta ‘Xavante’ no

substrato fibra de coco e no recipiente de 10 litros (A), 20 litros (B) e 30 litros (C) durante

a estação de 2017. IBG: início da brotação das gemas, IF: início da floração, IMF: início

da maturação do fruto, ICF: início da colheita dos frutos, FF: fim do florescimento, FC:

fim da colheita. Capão do Leão, RS – 2018.

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100

Figura 4. Duração (em dias) dos estádios fenológicos da amoreira-preta ‘Xavante’ no

substrato casca de arroz carbonizada e no recipiente de 10 litros (A), 20 litros (B) e 30

litros (C) durante a estação de 2017. IBG: início da brotação das gemas, IF: início da

floração, IMF: início da maturação do fruto, ICF: início da colheita dos frutos, FF: fim

do florescimento, FC: fim da colheita. Capão do Leão, RS – 2018.

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101

Tabelas

Tabela 1. Valores médios de potencial hidrogeniônico (pH), condutividade elétrica (CE),

capacidade de retenção de água (CRA) e densidade (D) no substrato casca de arroz

carbonizada (CAC) e fibra de coco (FC), na implantação do experimento (Avaliação 1).

Capão do Leão-RS, 2018.

Substrato Avaliação 1

pH CE (µs m-1) CRA (ml L-1) D (g L-1)

CAC 7,4 0,5 457,1 144,37

FC 5,8 1,5 583,26 238,48

Tabela 2. Duração dos estádios fenológicos (em dias) do desenvolvimento de frutos de

amoreira-preta no substrato casca de arroz carbonizada (CAC) e fibra de coco (FC) e nos

recipientes de volumes 10, 20 e 30 litros. Capão do Leão-RS, 2018.

Substrato/volume de recipiente Duração dos estádios fenológicos (dias)

BF-FA FA-BV BV-BCR BCR-BM BF-BM

FC/10 13,6 11,3 24,2 4,2 50,2

FC/20 8,7 9,6 22,3 3,6 37,2

FC/30 14,6 10,4 23,2 4,7 54,4

CAC/10 9,3 15,8 28,7 3,8 50,8

CAC/20 12,7 7,4 24,7 4,8 43,6

CAC/30 9 13 25 3 50

BF: botão de flor, FA: flor aberta, BV: baga verde, BCR: baga cor-de-rosa, BM: baga madura.

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102

Considerações Finais

Para o enraizamento ex vitro de microestacas de framboeseira o uso do

resíduo agrícola S10-Beifort® e a mistura de vermiculita+fibra de coco (na

proporção 1:1) são os mais indicados. Isso se deve ao fato de que esses

substratos possuem maior espaço de aeração, que é uma das características

físicas mais importantes para o crescimento de mudas em recipientes,

garantindo assim, a retenção de água suficiente para o desenvolvimento da

muda e o espaço poroso necessário para o fornecimento de oxigênio.

De maneira geral, a amoreira-preta ‘Xavante’ mostrou um aumento

gradativo no crescimento de acordo com o tempo de cultivo. Nas condições em

que foi conduzido o experimento, o substrato fibra de coco e o volume de

recipiente de 20 litros mostraram-se eficientes no crescimento e

desenvolvimento da amoreira-preta, sendo superiores aos demais tratamentos.

Além disso, enfatiza-se o uso de resíduos agrícolas como substratos e torna

possível o reaproveitamento de materiais que seriam descartados.

A cultivar de amoreia-preta ‘Xavante’ apresenta boa adaptabilidade ao

substrato fibra de coco, independente do volume de recipiente. Os resultados de

fenologia apresentaram, em média, o mesmo número de dias desde o início da

brotação da gema florífera até o início da colheita. O tempo decorrido entre os

estádios de botão de flor, baga madura e os demais sub-estádios também foi

semelhante em todos os recipientes e substratos observados.

Este trabalho é apenas o início de uma linha de pesquisa e outros

trabalhos poderão ser realizados, visando a avaliação do crescimento,

desenvolvimento e adaptação dessas plantas em ambiente protegido, mediante

o cultivo em recipientes e substratos.

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