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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL CAMPUS DE PATOS-PB CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA MONOGRAFIA Tratamento fitoterápico de sarna notoédrica em felino doméstico Relato de Caso Cynara Cinthia Veras 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS DE PATOS-PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

MONOGRAFIA

Tratamento fitoterápico de sarna notoédrica em felino doméstico – Relato de

Caso

Cynara Cinthia Veras

2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS DE PATOS-PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

MONOGRAFIA

Tratamento fitoterápico de sarna notoédrica em felino doméstico – Relato de

Caso

Cynara Cinthia Veras

Graduanda

Prof.ª. Drª. Melania Loureiro Marinho

Orientadora

Patos

Março de 2018

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSRT DA UFCG

V473t

Veras, Cynara Cinthia

Tratamento fitoterápico de sarna notoédrica em felino doméstico: relato

de caso / Cynara Cinthia Veras. – Patos, 2018.

32f.: il.; color.

Trabalho de Conclusão de Curso (Medicina Veterinária) – Universidade

Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2018.

“Orientação: Profa. Dra. Melania Loureiro Marinho.”

Referências.

1. Gato. 2. Dermatose. 3. Óleo de coco. 4. Fototerápico. I. Título.

CDU 619:633.88

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS DE PATOS-PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

CYNARA CINTHIA VERAS

Graduanda

Monografia submetida ao Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de

Campina Grande como requisito parcial para obtenção do grau de Médica Veterinária.

ENTREGUE EM: ___/___/___ Média:_______

BANCA EXAMINADORA:

Prof,a. Dr

a. Melania Loureiro Marinho

ORIENTADORA

Nota

Prof. Drª. Ana Célia Rodrigues Athayde

EXAMINADOR I

Nota

Prof.ª. Drª. Rosângela Maria Nunes da Silva

EXAMINADOR II

Nota

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Dedicatória

Dedico este trabalho aos meus pais maravilhosos,

Ivaneide e Veras, à Deus, ao meu mentor, aos

benfeitores espirituais que sempre me amparam, aos

meus amores de quatro e duas patas e à todos aqueles

que acreditaram em mim.

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AGRADECIMENTOS

Meu Deus! Eu cheguei até aqui! Não imaginava que conseguiria. Foram muitos

obstáculos, tanto físicos como sentimentais.

Devo essa vitória aos meus pais e à Deus. Sem eles eu não teria a oportunidade de

viver aqui, novamente. Obrigada Deus pelos pais MARAVILHOSOS que eu tenho, obrigada

meus pais por sempre me apoiarem e acreditarem em mim. Obrigada por tudo Senhor.

Palavras não conseguem definir o tamanho da gratidão que sinto neste momento e irei sentir

sempre. Obrigada por esses cinco anos de total aprendizado e evolução.

Obrigada a meus irmãos! Apesar de nossa convivência ser às vezes difícil pelas nossas

diferentes personalidades, estamos sempre juntos porque somos um só. Frutos da luz dos

nossos pais.

Não poderia deixar de agradecer aos meus poucos e essenciais amigos. Obrigada Gil,

por ser o primeiro a estender a mão quando cheguei em Patos e por ser um dos primeiros a me

estender a mão em todos os momentos da vida, tanto felizes como tristes. Obrigada por

sempre estar ao meu lado, me apoiando, gritando, brincando, rindo, vivendo. Bato no peito e

digo que os melhores anos da minha vida foram ao seu lado. Obrigada por me fazer ver o

mundo com outros olhos, da forma mais simples e empata. Obrigada por me ajudar a evoluir,

diariamente. Essa vitória também é sua! Você também irá conseguir e estarei de pé lhe

aplaudindo!

Obrigada Mari, pela nossa evolução em conjunto! Obrigada pelo apoio de sempre, por

me aceitar do jeito que sou e por acreditar em mim. Sem você eu não teria chegado até aqui.

Obrigada Hu, por ser nossa mãezona, por todo apoio e amizade. Nesses últimos meses,

a gente teve a oportunidade de nos conhecermos de verdade, e isso é muito importante.

Obrigada por tudo, obrigada por você ser você!

Obrigada Japinha! Jamais teria conseguido sem você (podemos dizer que somos

‘’foda’’ rsrs). Um amigo que vou levar para a vida inteira. Desejo muito sucesso e alegrias em

sua vida. Obrigada Giu e todos àqueles que estiveram comigo nessa estrada da vida.

Descrevo também a importância de Jailson, Seu Cuité e Dinho, que me ajudaram

bastante no projeto. Obrigada! Além do professor Pedro, que disponibilizou-se para que o

projeto desse certo.

Obrigada Mixa e Bia, por nossa maior aproximação e afeto nesses últimos meses em

Patos, a presença de vocês nesse finalzinho foi essencial! Obrigada por vocês serem tão lindas

e amadas. Estarão sempre em meu coração.

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Não poderia deixar de agradecer à professora Melania, por ser tão paciente com os

meus atrasos, problemas e dificuldades. Obrigada por sempre prestar apoio quando precisei e

por sempre me ouvir e deixar-me livre, seguindo o meu tempo. Ela conseguiu exatamente me

ajudar da forma correta. Aprendi que sou capaz e que não posso deixar o medo e a

insegurança invadirem meu espaço, e claro, aprendi com ela que sem fé a gente não é nada,

que viver é uma provação e superação e é a fé que nos motiva. Obrigada, de coração, tenho

respeito e muita consideração pela Senhora.

Obrigada especial à professora Rosângela e à professora Ana Célia, por aceitarem

participar da banca e por se mostrarem tão presentes e atenciosas. Foi muito significante. Meu

sincero sentimento de gratidão.

Agradeço de coração a Sóstenes, por ter prestado um grande apoio ao meu trabalho e

também por ter acreditado em mim. Esse cara nasceu para ser professor.

Obrigada Hênio, Mel e Mari por me ajudarem tanto nesse trajeto. Vocês foram

fundamentais. Hênio também está comigo desde o comecinho, aprendi e aprendo bastante

com ele. Mel e Mari, vocês são maravilhosas e cheias de luz. Foi muito importante a presença

de vocês nesse trajeto.

Dedico também esta vitória aos amigos da faculdade e da vida, Carol, Ivo, e Anielle,

que seguiram seus caminhos em outra estrada, longe de Patos. Éramos para nos formamos

juntos, mas a gente vai vivendo como a vida tem que ser. Felicidades para vocês! Obrigada

por estarem presentes.

Por fim, obrigada Deus, espíritos de luz, universo, natureza, obrigada VIDA! Ela está

aí para ser vivida. Errando, acertando, errando e acertando, mas cada um no seu tempo.

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SUMÁRIO

Pág.

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. 7

RESUMO ................................................................................................................................. 8

ABSTRACT ............................................................................................................................ 9

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 10

2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 11

2.1 Pele ................................................................................................................................... 11

2.2 Dermatopatias ................................................................................................................. 11

2.3 Etiologia ........................................................................................................................... 12

2.4 Ciclo Evolutivo ................................................................................................................ 13

2.5 Sinais Clínicos ................................................................................................................. 14

2.6 Diagnóstico ...................................................................................................................... 14

2.7 Tratamento ...................................................................................................................... 15

2.7.1 Terapia Alopática .......................................................................................................... 15

2.7.2 Fitoterapia ...................................................................................................................... 17

2.8 Cocos nucifera L. ............................................................................................................ 18

2.8.1 Óleo de coco .................................................................................................................. 18

3 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 20

4 RELATO DE CASO .......................................................................................................... 21

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 25

6 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 27

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 28

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LISTA DE FIGURAS

Pág.

Figura 1 - Ácaro Notoedres cati (A); Ácaro Sarcoptes (B). .................................................. 13

Figura 2 - Fêmea de Notoedres cati com ovo escavando a epiderme (A); Desenvol-

vimento da sarna notoédrica na epiderme (B).. ..................................................... 14

Figura 3 - Lesões crostosas e descamativas em um gato com sarna notoédrica em região

cervical e pauvilhão auricular. ............................................................................... 22

Figura 4 - Ovos de Notoedres cati (A); Forma adulta: macho e fêmea do Notoedres cati

(B). ......................................................................................................................... 23

Figura 5 - Lesões após sete dias de uso do fitoterápico. ....................................................... 23

Figura 6 - Local das lesões após 14 dias de uso do fitoterápico............................................ 24

Figura 7 - Pele renovada após 30 dias de tratamento. ........................................................... 24

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RESUMO

VERAS, CYNARA CINTHIA. Tratamento fitoterápico de sarna notoédrica em felino

doméstico – Relato de caso. Patos, UFCG, 2018. 32p. (Trabalho de conclusão de curso em

Medicina Veterinária).

A sarna notoédrica é uma dermatose crostosa, descamativa e pruriginosa causada pelo ácaro

Notoedres cati. Este parasita intradérmico tem expressão clínica em gatos domésticos, cães,

coelhos e humanos. A terapia convencional é baseada no uso de ivermectinas, consideradas

potencialmente tóxicas com efeitos colaterais acentuados, quando administrada de forma

errônea. Buscando novas alternativas terapêuticas que minimizem os referidos efeitos

colaterais nos felinos domésticos, objetivou-se avaliar o tratamento do óleo de coco (Cocos

nucifera L.) na prevenção a ácaros causadores de sarna notoédrica. Foi estudado um relato de

caso em um gato errante; sem padrão racial definido; fêmea; em média um ano de idade;

iniciando no dia 23 de agosto de 2017. Realizou-se hemograma e raspado cutâneo, e o

diagnóstico foi positivo para sarna notoédrica. Para preparação do medicamento, utilizou-se

um coco maduro prensado a quente, de forma artesanal. O animal foi tratado durante 30 dias,

com aplicações tópicas do produto nas lesões a cada 12 horas. Ao final desse tempo foi

observado a cura completa das lesões e morte dos parasitas, confirmado através do

diagnóstico laboratorial. Esse resultado sugere a eficácia do fitoterápico contra os ácaros

Notoedres cati, apesar do tempo de duração do tratamento e alguns efeitos adversos

apresentados.

Palavras-chave: Gato, dermatose, óleo de coco, fitoterápico.

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ABSTRACT

VERAS, CYNARA CINTHIA. Phytotherapeutic treatment of notoedric mange in

domestic feline - Case report. Patos, UFCG, 2018. 32p. (Work of Conclusion Course in

Veterinary Medicine).

Notoedric mange is a crusty, scaly and itchy dermatosis caused by the Notoedres cati mite.

This intradermal parasite has clinical expression in domestic cats, dogs, rabbits and humans.

Conventional therapy is based on the use of ivermectins, considered potentially toxic with

marked side effects, when administered erroneously. The objective of this study was to

evaluate the treatment of coconut oil (Cocos nucifera L.) in the prevention of mites that cause

notoedric mange. A case report was studied in a wandering cat; no defined racial pattern;

female; on average two years old; beginning on August 23, 2017. A hemogram and skin

scrapings were performed, and the diagnosis was positive for notoedric mange. For the

preparation of the medicament, a hot pressed, ripe coconut was used artisanally. The animal

was treated for 30 days with topical application of the product to the lesions every 12 hours.

At the end of this time the complete cure of lesions and death of the parasites was confirmed,

confirmed by laboratory diagnosis. This result suggests the effectiveness of the phytotherapy

against Notoedres cati mites, despite the duration of treatment and some adverse effects

presented.

Key words: Cat, acne, coconut oil, phytotherapic.

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1 INTRODUÇÃO

As dermatopatias parasitárias são doenças observadas frequentemente em animais

domésticos, favorecidas pelo constante aumento da população felina no Brasil e, por se tratar

de uma doença contagiosa de fácil disseminação. Segundo dados do IBGE (2013), a

população de gatos é de 22,1 milhões e a de cães, 52,2 milhões. No entanto, há uma tendência

de um maior predomínio, em menos de dez anos, em relação à população de gatos, visto que

essa se multiplica em maior proporção.

A sarna notoédrica é considerada uma dermatopatia muito comum na rotina clínica da

Medicina Veterinária e é causada pelo ácaro Notoedres cati, da família Sarcoptidade, do filo

Artropoda, da classe Arachnida e, além de gatos, o Notoedres pode acometer cães, coelhos e

humanos (MARTINS; BOTONI; VAL, 2016).

Esta doença caracteriza-se pela presença de lesões crostosas, descamativas e

pruriginosas que, por serem características, facilitam a obtenção do diagnóstico através da

observação das mesmas. Elas também são facilmente confirmadas pelo método da

visualização dos ácaros na microscopia (WILKINSON; HARVEY, 1997).

O tratamento convencional para esse tipo de dermatopatia são antiparasitários a base

de ivermectinas, os quais são contra-indicados para animais de companhia por possuírem

elevado grau de toxidade e serem destinados aos animais de produção (INOCÊNCIO, 2015).

Estes fatos têm motivado uma busca crescente por terapias menos agressivas aos

animais, assim como ao meio ambiente, e concomitantemente, apresentem eficácia no

tratamento de dermatopatias em felinos. Neste cenário a fitoterapia vem ganhando destaque,

não só pela grande biodiversidade de plantas existentes no Brasil, merecendo destaque a

região Nordeste, bem como pela baixa toxicidade e efeitos colaterais após sua administração.

Ressalta-se também os custos financeiros investidos por tutores, os quais são de reduzido

valor, e, finalmente a relevante vantagem da não exposição dos diversos agentes químicos ao

meio ambiente (ALBUQUERQUE, 1989; BARBOSA, 2011; BATISTA et al., 2017).

Diante do contexto, objetivou-se com o relato de caso, avaliar o tratamento realizado

com óleo de coco (Cocos nucifera L.) em um felino doméstico parasitado pela sarna

notoédrica, verificando seus possíveis efeitos terapêuticos e adversos.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Pele

Segundo Bassert (2010), a pele compreende parte do sistema tegumentar ou tegumento

comum, um dos maiores sistemas do organismo, que forma uma barreira fundamental entre os

constituintes internos e externos, como órgãos vitais e parasitas, respectivamente.

A pele funciona como: órgão de defesa contra agentes físicos e químicos (poeira,

perda de água e eletrólitos); órgão sensorial, onde é feito a comunicação entre as terminações

nervosas e o sistema nervoso central (SNC) através do envio de estímulos sensitivos como

tato, temperatura e dor; e órgão termorregulador, através da emissão de calor e excreção de

substâncias como o suor produzido pelas glândulas sudoríparas (MULLER; KIRK; SCOTT,

1985; GURTLER et al., 1987; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013). Dyce, Sack e Wensing

(2010) citaram que a pele oferece proteção contra o ataque de microrganismos, e o pigmento

(melanina) e pelos contidos na mesma, permitem uma maior defesa contra a entrada de raios

ultravioletas.

Junqueira e Carneiro (2013) descreveram que, estruturalmente, a pele é formada por

epiderme, derme e hipoderme. A epiderme é uma fração epitelial de origem ectodérmica; a

derme é uma fração conjuntiva de origem mesodérmica e, a hipoderme, que está localizada

sob a derme, é considerada tecido subcutâneo conjuntivo frouxo e serve de junção com órgãos

adjacentes.

A epiderme é constituída por camadas de células que funcionam como uma barreira de

proteção superior, a derme ou camada intermediária, oferece proteção contra forças

compressivas e de atrito e, a hipoderme ou camada mais profunda, funciona como reserva

nutritiva e isolante térmico (LUCAS, 2008).

2.2 Dermatopatias

Os casos dermatológicos abrangem grande parte da rotina na clínica médica de

pequenos animais (VAL, 2013). Xavier (2012) relatou em seu estudo que as dermatopatias

estão incluídas na maior casuística da clínica de pequenos. Oquendo e Naranjo (2014)

relataram que o sistema tegumentar é o mais acometido entre cães e gatos.

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Canavari et al. (2017) citaram que quase 30% dos casos atendidos estão relacionados

com a dermatologia e que isso deve-se à fatores endógenos e exógenos, cujas consequências

clínicas são facilmente observadas no ambiente tegumentar.

Cipriano et al. (2017) descreveram que a formação da pele com o tecido subcutâneo e

suas diversas estruturas, junto com a exposição da mesma a agentes físicos, químicos e

biológicos, podem provocar processos inflamatórios e infecciosos.

O grande número de animais sem higiene apropriada e a falta de imunização

favorecem a incidência de dermatopatias (SIQUEIRA; YOSHIDA, 2015). Sejam elas de

origem parasitária, bacteriana, fúngica, imunomediada, pigmentar, virais, protozoárias e/ou

congênitas (HNILICA, 2012).

2.3 Etiologia

Segundo Bassert (2010), a sarna é uma inflamação da camada dérmica e epidérmica,

causada pela presença de parasitas acarinos que habitam a pele ou suas estruturas internas.

A sarna notoédrica, também conhecida como escabiose felina, é considerada uma das

principais dermatopatias que acometem os felinos domésticos. De origem parasitária, a

doença é provocada pelo ácaro, cujo gênero é classificado em Notoedres cati, da família

Sarcoptidae (Sarcoptes também compreende esta família), do filo Artropoda e da classe

Arachnida e, além de gatos, o Notoedres pode acometer cães, coelhos e humanos

(MARTINS; BOTONI; VAL, 2016). Urquhart et al. (1998) mencionaram que o parasita ainda

pode acometer raposas.

A morfologia do Notoedres é comparada com a do Sarcoptes ssp. por possuir um

contorno arredondado e patas curtas que se projetam além das extremidades do corpo, mas,

difere pela falta de espinhos e por possuir estrias concentradas em um mesmo ponto de

impressões digitais (Figura 1) (URQUHART et al., 1998). Bowman (2010) complementa que

ambos possuem pedicelos compridos e não segmentados, entretanto, o Notoedres, além de ter

um tamanho inferior, o ânus localiza-se na região dorsal enquanto o do Sarcoptes na margem

superior do corpo.

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Figura 1 - Ácaro Notoedres cati (A); Ácaro Sarcoptes (B).

Fonte: Monteiro (2014) e Walker (2014).

2.4 Ciclo Evolutivo

O ciclo evolutivo é típico da família e assemelha-se ao do gênero Sarcoptes,

dividindo-se em: ovo, larva, duas fases de ninfa, macho e fêmea imatura e fêmea adulta (fase

de deposição dos ovos). A fêmea deixa de ser imatura após a fertilização e, em seguida,

escava galerias na epiderme para se nutrir de linfa, e, durante este processo, é feito a

deposição dos ovos, que eclodem entre três e cinco dias. Conseguinte, as larvas (com seis

patas) escavam as camadas superficiais da pele à procura de alimento e passam por um

processo de muda, transformando-se em ninfas (com oito patas). Os machos e as fêmeas

imaturas surgem e é feito outra fertilização. Após esta, a fêmea torna-se adulta e busca

penetrar na pele a fim de recomeçar um novo ciclo. Este se completa em aproximadamente 10

a 20 dias (MONTEIRO, 2014).

O ciclo evolutivo do Notoedres diferencia-se apenas do Sarcoptes em relação à

presença das fêmeas agrupadas, na camada da pele ou em “ninhos’’, enquanto que o do

Sarcoptes, as fêmeas estão isoladas (Figura 2) (URQUHART et al., 1998).

A B

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Figura 2 - Fêmea de Notoedres cati com ovo escavando a epiderme (A); Desenvolvimento da

sarna notoédrica na epiderme (B).

Fonte: Monteiro (2014).

2.5 Sinais Clínicos

O quadro clínico é caraterizado por lesões pruriginosas, crostosas, secas e alopécicas,

acometendo inicialmente o pavilhão auricular e a região da face, cabeça e pescoço, que se

disseminam rapidamente para outras regiões do corpo e, por ser altamente contagiosa, é

transmitida para outros animais sadios (HNILICA, 2012; RHODES; WERNER, 2014;

DANTAS et al., 2017).

A dermatopatia não possui predileção por idade, sexo e raça. A transmissão se dá por

contato direto e grande parte dos ácaros permanecem na pele dos animais, sobrevivendo

durante pouco tempo no ambiente. As lesões variam de leves a graves e podem ocorrer

infecções secundárias (TILLEY; JÚNIOR, 2015).

Wilkinson e Harvey (1997) descreveram que as infecções secundárias podem ocorrer

devido ao prurido bastante acentuado, o qual provoca atrito na pele pelo ato da coceira e,

ocasiona abertura de lesões de continuidade que predispõem à ocorrência de infecções

oportunistas locais.

Nos locais de lesão, a pele torna-se espessada, liquefeita e é comum observar

linfadenomegalia periférica e, se não forem tratadas, as lesões disseminam-se rapidamente

pelo corpo podendo causar anorexia e morte do animal (HNILICA, 2012).

2.6 Diagnóstico

Segundo Urquhart et al. (1998), o diagnóstico é baseado na presença do hospedeiro, na

intensidade dos pruridos e na localização das lesões, além da visualização dos ácaros na

B A

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microscopia óptica realizada através do raspado cutâneo, que é um item fundamental no

diagnóstico e na diferenciação da espécie do parasita.

Ewing (1984) expõe que além da visualização do parasita e dos seus ovos no exame

parasitológico, é importante que a raspagem seja feita de modo que alcance as bordas da lesão

e não o centro, pois, geralmente, os ácaros estão localizados na periferia da área atingida e a

pele deve ser escarificada até o afloramento de sangue, para que o exame seja considerado

satisfatório.

É importante que a pele seja dobrada durante a coleta de material, pois os ácaros são

escavadores intradermicamente (MONTEIRO, 2014).

Rhodes e Werner (2014) descreveram que o raspado cutâneo deve ser feito da seguinte

forma: põe uma pequena quantidade de óleo mineral na lâmina de microscopia ou diretamente

na pele lesionada; realiza-se uma raspagem desta em direção ao crescimento do pelo, com o

auxilio de uma lâmina de bisturi n° 10 e, subsequentemente, deposita-se o material na lâmina;

as amostras retiradas devem ser de vários locais lesionados; as bordas dos pavilhões

auriculares são consideradas lugares preferíveis para coletas; em seguida, encaminham-se as

lâminas já confeccionadas para visualização na objetiva de 10X no microscópio óptico; e, por

fim, observa-se a proporção de ácaros vivos e mortos, a deposição de ovos, as formas jovens e

adultas presentes e a diferenciação dos ácaros.

Njaa e Wilcock (2013) citaram que a histopatologia é outra forma de diagnóstico, onde

é observada hiperplasia epidérmica e espongiforme com dermatite eosinofílica perivascular,

devido à presença dos parasitas nos folículos pilosos e glândulas sebáceas (constituintes da

epiderme), que causam alopecia e escoriações no tegumento.

2.7 Tratamento

2.7.1 Terapia Alopática

O tratamento de escolha da sarna notoédrica consiste na utilização de ivermectina, na

dose de 0,3 mg/kg, por via oral. Mesmo assim, o protocolo terapêutico com ivermectina não

está autorizado pela Agência de Segurança Alimentar e Medicamentosa (PINCHBECK;

HILLIER, 2013; CAMPBELL, 2014).

As avermectinas (ivermectina e selamectina) ou lactonas macrocíclicas são

antiparasitários oriundos da fermentação de fungos do gênero Streptomyces. Estes agentes são

considerados muito lipossolúveis, facilitando sua biodistribuição por todo o organismo do

animal (PAULINO, 2008).

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A ivermectina pode ser administrada de acordo com as seguintes posologias: de forma

efetiva tem-se três aplicações a cada 14 dias, na dose de 0,3 mg/kg, por vira oral; também

sendo utilizada com o mesmo intervalo, com duas ou três aplicações de 0,2 a 0,3 mg/kg, por

via subcutânea (SC); e, com uma única aplicação, na dose de 0,4mg/kg (SC). Estas posologias

não são indicadas pela bula e recomenda-se atenção no tratamento de felinos. A selamectina

também é uma medicação de escolha, na dose de 6 a 12 mg/kg, e deve ser aplicada sobre a

pele na região dorsal do pescoço, uma ou duas vezes, com intervalo de 30 dias.

(PINCHBECK; HILLIER, 2013).

Quanto ao mecanismo de ação, as avermectinas são agonistas do ácido gama-

aminobutírico (GABA, um neurotransmissor inibitório do SNC), e causam hiperpolarização

do neurônio e inibição da passagem do estímulo nervoso. O GABA é encontrado nas junções

neuromusculares dos ácaros e está relacionado aos receptores de canais de cloro e, quando

ativados, provoca paralisia flácida em suas estruturas intraneurais e morte do parasita

(PAULINO, 2008).

É contraindicado o uso de ivermectinas em filhotes com menos de seis semanas de

vida devido à falta de maturação da barreira hematoencefálica, além da facilidade de

penetração do fármaco no SNC, que causa toxidade neurológica. A dose recomendada para

filhotes acima de seis semanas de idade é de 300 a 600 µg/kg/dia, por via subcutânea, com

intervalos de 14 dias entre as aplicações (ZUANAZE, 2015).

Apesar de os medicamentos alopáticos agirem de forma eficaz, Odunayo e Kerl (2012)

citaram que estes podem causar intoxicações em gatos devido a sua formulação ser destinada

para o uso em animais de produção, pela administração fora da dose terapêutica e pela

sensibilidade individual dos animais ao fármaco e, estes podem provocar tremores,

convulsões, vômitos e alterações em enzimas hepáticas, devido à metabolização

farmacológica no fígado. Ademais, os sinais clínicos mais comuns das intoxicações por

ivermectina em felinos são: alterações neurológicas, hipotermia, edema pulmonar, dispneia,

taquicardia, tremores musculares, coma e morte.

As consequências mais comuns provocadas pelas selamectinas em felinos domésticos

são: erupção cutânea, êmese, alopecia no local da aplicação e áreas circunvizinhas, diarreia e

letargia (PAULINO, 2008).

Hnilica (2012) relatou que banhos no animal com polissulfato de enxofre a 2 ou 3%, a

cada sete dias, até as lesões desaparecem e o diagnóstico de novos raspados cutâneos serem

negativos para a presença do Notoedres, é outra forma de tratamento.

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A toxidade do enxofre é menor, mas pode causar gastroenterite, cólicas, irritação na

pele e pruridos intensos nos casos de intoxicação mais grave (PAULINO, 2008).

Larsson e Junior (2008) relataram que a utilização de enxofre em gatos pode causar

ressecamento e probabilidade de manchas no pelame e odores desagradáveis no animal.

2.7.2 Fitoterapia

Ferreira et al. (2014) relataram que a fitoterapia consiste em uma técnica de tratamento

com medicamentos à base de plantas, extraídos de suas folhas, flores, frutos, raízes e cascas, e

os métodos de aplicação utilizados são por meio de: infusão, decocção, maceração,

cataplasma, sumo, chás, banhos, compressas, óleos, extratos, produtos inalatórios e cremes.

A utilização das plantas medicinais no Brasil como terapia vem desde as influências

culturais indígenas, africanas e europeias. A fitoterapia estava presente na vida indígena

através de uma visão mística, onde o pajé ou feiticeiro da tribo empregavam o consumo de

plantas entorpecentes com a finalidade de descobrir através de sonhos com espíritos, qual a

planta ou o procedimento adequado que ocasionaria na cura dos enfermos. Os negros,

diversas vezes, usavam produtos de origem vegetal para provocar exorcismo e afastar as

doenças. Já os europeus, utilizavam a religião, através dos padres da época, para prescreverem

receitas que continham plantas destinadas ao tratamento das enfermidades (MARTINS et al.,

1995).

Essas influências estabeleceram a fitoterapia popular, uma prática que cada vez mais é

exercida por muitos brasileiros pelo baixo custo-benefício, tanto dos medicamentos como das

consultas médicas (ALBUQUERQUE, 1989).

Barbosa (2011) citou que a ação mais lenta e profunda dos medicamentos fitoterápicos

auxiliam o corpo a eliminar as toxinas sem agredir o meio ambiente (difere-se da alopatia,

com a grande utilização de agentes químicos em determinadas atividades), visto que a

natureza oferece de forma natural e gratuita a cura para diversas doenças, com baixa toxidade

e menos efeitos colaterais.

Segundo Batista et al. (2017), grande parte da biodiversidade mundial é concentrada

no Brasil, o que favorece a utilização de plantas para fins medicinais, mas, é importante que

novos estudos sejam feitos, pois não há comprovação da não toxidade de uma grande

variedade de plantas e também os mesmos irão enfatizar o conhecimento da população quanto

ao tratamento fitoterápico correto nos animais.

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2.8 Cocos nucifera L.

Conhecido como coqueiro-da-baía ou da praia, não se sabe ao certo qual a sua origem,

por ser uma planta que tomou enorme dispersão há vários séculos. Acredita-se que o coqueiro

tenha origem africana, asiática ou americana. O coqueiro foi introduzido pelos portugueses no

Brasil em 1553, na Bahia, passando a ser denominado pelos brasileiros de coqueiro-da-baía e,

em grande parte do nosso país chama-o também de coqueiro da praia, como acontece no

Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, certamente, pelo grande número de

espécies encontradas nas praias litorâneas (GOMES, 1977).

Gomes (1948) descreveu que há uma grande variedade de coqueiros, sendo

classificados em gigantes ou anões e, suas disseminações, há séculos, fizeram com que o

predomínio dos coqueiros gigantes estivesse ao norte e no interior do Rio Doce, e os

coqueiros anões, no estado da Paraíba.

Lorenzi et al. (2006) citaram que o coqueiro é uma frutífera cultivada em todas as

regiões tropicais brasileiras e do mundo, por ser uma palmeira de fácil adaptação, e quanto às

suas utilidades, podem ser consumidos in natura na forma líquida, através da água do coco

verde e na forma ralada, quando maduros.

2.8.1 Óleo de coco

O óleo de coco é extraído do coco maduro, a partir do coqueiro (Cocos nucifera L.) e é

composto por ácidos graxos saturados e insaturados como: ácido láurico, ácido mirístico,

ácido palmítico, ácido caprílico, ácido capróico e ácido esteárico (ambos saturados) e ácido

oleico e linoleico (insaturados). A maior parte dos ácidos graxos concentra-se no ácido

láurico, compondo mais de 40%, suas gorduras são resistentes a não oxidação das enzimas e

apresentam definida e reduzida temperatura de fusão, sendo bem utilizados nas indústrias

cosméticas e alimentares por possuírem constituintes que causam menos agressões que as

gorduras convencionais (MORETTO; ALVES, 1986).

O ácido láurico é considerado o principal ácido graxo encontrado no óleo de coco e,

transformando-se em monolaurina, possui função antimicrobiana contra um grande número de

bactérias, vírus e fungos. Os óleos vegetais são cada vez mais reconhecidos por atuarem

promovendo a reestruturação e a homeostase cutânea nos casos de dematopatia em animais,

assim como em humanos (LIN; ZONG; SANTIAGO, 2017).

Óleos essenciais, como o óleo de coco, possuem benefícios na pele dos felinos

auxiliando em irritações, feridas, alergias, protegendo a pele contra elementos externos e,

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ainda possui ação calmante em associação com outros óleos (BLOKEHEAD, 2015). De

acordo com Miler (2017), o uso do fitoterápico na pele dos felinos é saudável, promove

redução do prurido e a morte dos ácaros devido ao meio oleoso prejudicar a sobrevivência

destes parasitas.

Massoni (2017) descreveu que o óleo de coco é um ácido graxo essencial que age

reduzindo a inflamação em doenças que envolve prurido e descamação, podendo ser utilizado

de forma tópica ou oral, em cães.

Nevin e Rajamohan (2010) citaram que o óleo de coco tem poder de eliminação e

prevenção de radicais livres, manutenção do metabolismo lipídico e do estado antioxidante,

além de acelerar a epitelização na cicatrização de feridas.

De acordo com o estudo de Mazzo et al. (2014), o óleo de coco revelou ação benéfica

no tratamento de uma ferida traumática lacerativa exsudativa em um equino. A ferida possuía

uma grande extensão na face caudo-lateral do terço distal do rádio e, acometeu diversos

músculos. Foi realizada a sutura da musculatura e 24 horas depois ocorreu deiscência e, o

tratamento por segunda intenção foi baseado na aplicação tópica de óleo de coco com sulfato

de cobre associado com o uso de antibiótico e anti-inflamatório. Após 15 dias, foi observada a

formação de tecido de granulação que caracterizou uma boa cicatrização da ferida, além da

redução favorável de sua extensão. O tratamento estendeu-se por mais 65 dias, apresentando

uma ótima organização tecidual conjuntiva.

Ibrahim et al. (2017) relataram que na cicatrização de feridas é importante que ocorra a

angiogênese, pois, este processo ativa as células que foram danificadas durante o processo

inflamatório (como células endoteliais, fibroblastos e queratinócitos). Foi observado que a

utilização do óleo de coco fermentado no tratamento tópico de feridas, em ratos, ocasionou a

renovação celular, restaurando significativamente os vasos sanguíneos e promovendo a

atividade cicatrizante, que variou em uma acurácia de 8 a 20 dias.

Sandmann e Masini (2013) descreveram que o óleo de coco atua na pele formando

uma barreira de proteção, mantendo a umidade, penetrando nas camadas mais profundas,

ajudando na conservação dos tecidos conjuntivos e, é indicada sua aplicação na pele em casos

de dermatite, uma vez que, ajuda na reconstituição de tecidos pruriginosos e eritematosos.

Além disso, complementam que o ácido láurico tem ação antisséptica.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

Aos 23 dias do mês de agosto de 2017, iniciou-se o estudo o qual se baseou na

descrição de um relato de caso objetivando avaliar o tratamento fitoterápico com óleo de coco

(Cocos nucifera L.) em um felino doméstico acometido com sarna notoédrica. O animal

passou 30 dias confinado em uma gaiola, nas dependências do Hospital Veterinário (HV), do

Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR), na Universidade Federal de Campina Grande

(UFCG), era alimentado três vezes ao dia e com água à disposição.

Foram feitos exames físicos e complementares como hemograma e raspado cutâneo

para exatidão do diagnóstico, a fim de iniciar-se o tratamento e, realizou-se vermifugação para

garantir uma melhora na resposta imunológica do animal.

O felino foi submetido a um raspado cutâneo para a coleta do material das bordas das

orelhas e da região cervical dorsal, seguindo a metodologia de Rhotes (2014).

O fitoterápico utilizado foi extraído artesanalmente, através de receitas populares, da

seguinte forma: um coco maduro foi ralado e em seguida, foi realizada a adição de água

previamente retirada do interior do fruto (a quantidade de água depende do volume contido no

fruto). Esta mistura foi depositada no liquidificador e após homegeneização, foi coada,

comprimida e reservada por um dia, em temperatura ambiente. No dia seguinte, a mistura foi

posta no fogo até chegar ao ponto desejado, ou seja, após a formação de uma camada densa,

foi separada do óleo através de um pano, e este foi acondicionado em um recipiente de vidro

âmbar, limpo e seco.

O tratamento tópico foi realizado duas vezes ao dia, uma no início da manhã e outra

no fim da tarde. A aplicação era feita com algodão comum, sendo descartado a cada uso. O

óleo de coco era depositado nas lesões e o animal permaneceu com colar elisabetano durante

esse tempo, para evitar lambedura do produto.

Após a primeira coleta de material, novos raspados foram feitos a cada sete dias, para

avaliar a sobrevivência dos ácaros ao tratamento fitoterápico, e, além dos raspados, havia a

inspeção do tegumento em busca da melhora clínica do felino.

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4 RELATO DE CASO

Um felino sem padrão racial definido (SPRD), fêmea, adulta (em média com um ano

de idade), não castrada, errante, foi resgatada no CSTR da UFCG, Campus de Patos, na

Paraíba (local onde habitava), no dia 23 de agosto de 2017, com suspeita de apresentar sarna

notoédrica.

Ao exame físico constatou-se: animal alerta, ativo e hidratado; linfonodos

submandibulares reativos; na pele foram evidenciadas presença de crostas, descamação e

pequenas áreas de alopecia nos pavilhões auriculares e na região cervical dorsal, como

demonstra a Figura 3; não havia alteração nos demais parâmetros fisiológicos (frequência

cardíaca, frequência respiratória e temperatura), e, não apresentou alteração em palpação

abdominal.

No dia 23.08.2017 foram realizados exames complementares como o hemograma, que

apresentou resultados dentro da normalidade de acordo com os valores de referência de Jain

(1993) e Meyer e Harvey (2004) demonstrando: Hemácias (39-55); leucócitos (31-55);

hemoglobina (14-19); hematócrito (6-8) e plaquetas (50-300). O raspado cutâneo também foi

realizado e foram encontrados parasitas acarinos na forma adulta e ovos, conforme visto na

Figura 4.

Ainda, no dia 23.08.2017, antes de iniciar o tratamento com o óleo de coco, foi

estabelecido o seguinte protocolo de vermifugação: duas doses do vermífugo Petzi gatos, cujo

principio ativo é o pamoato de pirantel e praziquantel, na dose de um comprimido para cada

quatro quilos, a cada 15 dias. Por conseguinte, no dia 24.08.2017, foi iniciado o protocolo

terapêutico com o óleo de coco (Coco nucifera L.), sendo aplicado nas lesões de pele, duas

vezes ao dia, intercalando 12 horas.

No dia 31.08.2017, primeiros sete dias de tratamento, as crostas expandiram-se para as

bordas auriculares, no dia 07.09.2017, aos 14 dias de tratamento, foram reduzidas e, durante o

período entre os dias 7 de setembro e 14 de setembro, em média 21 dias, houve o

reaparecimento de pequenas áreas de descamação nos pavilhões auriculares, mas,

rapidamente desapareceram com a continuidade do tratamento e, no dia 24.09.2017 não havia

nenhuma presença de lesão cutânea. As imagens 5, 6 e 7 demonstram a resposta das lesões à

utilização do fitoterápico.

Durante o tratamento, o animal apresentou fezes que variavam de diarreicas à pastosas

na primeira semana. Foi administrado Organew como probiótico e prebiótico, na dose de 1

grama por animal, para melhorar a resposta gastrointestinal e, no decorrer do tratamento, as

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fezes iam ficando mais consistentes, no entanto, às vezes retornavam a consistência pastosa.

O Organew continuou sendo utilizado durante todo o tratamento e foi verificada que os

estágios de alterações das fezes não interferiram nos parâmetros biológicos do felino. O

animal também apresentou reação de prurido durante todo o tratamento.

O tratamento com óleo de coco foi finalizado no dia 24.09.2017 e realizou-se mais um

hemograma no dia 25.09.2017, que continuou não demonstrando alterações hematológicas.

As fezes normalizaram e as lesões tegumentares não retornaram. O animal foi castrado,

adotado e segundo a proprietária, a gata está saudável e sem nenhum histórico de lesão

tegumentar característica de sarna, além de não apresentar alterações gastrointestinais

compatíveis com problemas secundários ao uso do fitoterápico.

Foi constatada a morte dos parasitas e a cura em 100% após 30 dias de tratamento, no

dia 24 de setembro de 2017, com obtenção dos raspados negativos para a presença do

parasita, nos dias 25, 26 e 27 de setembro de 2017.

Figura 3 - Lesões crostosas, descamativas e pruriginosas em um gato com sarna notoédrica

na região cervical e no pauvilhão auricular.

Fonte: HV/CSTR/UFCG (2017).

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Figura 4 - Ovos de Notoedres cati (A); Forma adulta: macho e fêmea do Notoedres cati (B).

Fonte: Laboratório de Patologia Clínica do HV/CSTR/UFCG (2017).

Figura 2 - Lesões após sete dias de uso do fitoterápico.

Fonte: HV/CSTR/UFCG (2017).

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Figura 3 - Local das lesões após 14 dias de uso do fitoterápico.

Fonte: HV/CSTR/UFCG (2017).

Figura 4 - Pele renovada após 30 dias de tratamento.

Fonte: HV/CSTR/UFCG (2017).

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Diante dos resultados obtidos através do raspado cutâneo com a utilização tópica do

óleo de coco no tratamento da sarna notoédrica felina, observou-se no dia 31.08.2017,

evolução das lesões, tendo em vista a permanência dos ácaros na pele do animal, confirmado

através de um novo raspado cutâneo. No dia 07.09.2017, as lesões diminuíram

acentuadamente pela inativação de alguns ácaros frente à substância oleosa do fitoterápico,

conforme Miler (2017), e na visualização do raspado não foram vistos ovos e parasitas. No

dia 14.09.2017, pequenas lesões descamativas em região auricular retornaram, pela existência

de ácaros no sistema tegumentar, fato este visualizado na microscopia. Por fim, no dia

24.09.2017, ao fim do tratamento, as lesões desapareceram e não havia mais ácaros nos três

raspados consecutivos realizados, confirmando a morte dos mesmos.

Blokehead (2015) relatou que o óleo de coco auxilia em reações irritativas, nas feridas

e possui ação calmante. Nesse sentido, pode-se concordar com o referido autor na redução das

crostas, porém, o felino apresentou prurido durante todo o tratamento, excluindo a ação

calmante descrita e afirmando a intensidade dos pruridos descrita por Wilkinson e Harvey

(1997). Porém, o prurido pode ser explicado pela constante movimentação dos ácaros após

cada aplicação do produto, visto que, o animal coçava-se bastante, devido ao sufocamento dos

ácaros pela ação da substância oleosa, fazendo-os movimentarem-se para outros lugares da

pele, como aconteceu nos sete primeiros dias de tratamento, onde novas lesões foram

formadas nas bordas auriculares, por meio da escavação acarina.

A manutenção da umidade e entrada nas camadas epidérmicas do fitoterápico, junto à

reparação tecidual citada por Sandmann e Masini (2013) é observada através da separação das

crostas nas camadas tegumentares, que facilitam sua saída e dão espaço para atividade

antiinflamatória e antisséptica.

O efeito cicatrizante promovido pelo óleo de coco extra virgem nas lesões de pele no

felino do estudo em questão, é o mesmo do óleo de coco fermentado descrito no trabalho de

Hibrahim et al. (2017), que utilizaram este no tratamento de feridas em ratos, onde ambos

estimularam a renovação celular; porém, em ratos, a ação foi mais rápida.

Comparado ao estudo de Mazzo (2014) em uma ferida lacerativa de um equino, o óleo

de coco teve ação cicatrizante, obtendo involução da lesão em 15 dias e, apesar de neste

estudo ter a associação do óleo com o sulfato de cobre, o óleo de coco sozinho conseguiu

reduzir as lesões de sarna em 14 dias.

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A melhora na descamação, aspecto da pele e do pelo dos gatos é a mesma quando

utilizado o óleo em cães, confirmando a citação de Nevin e Rajamohan (2010), sobre o óleo

de coco ser um ácido graxo essencial que favorece esse estímulo reparador.

A renovação da pele e pelo foi evidenciada após 30 dias de tratamento com óleo de

coco, confirmando o estudo de Lin, Zong e Santiago (2017), que diz promover a

reestruturação e homeostase cutânea devido à presença do ácido láurico em maior quantidade

no óleo.

A exposição de Moretto e Alves (1986) quanto a gordura do coco ser menos agressiva,

é duvidosa devido o felino ter apresentado episódios de diarreia. Considera-se que o óleo de

coco pode ter afetado o aparelho gastrointestinal de felinos por ainda conter muita gordura. O

felino usava colar elisabetano para evitar lambeduras, mas, acredita-se que o mesmo

conseguiu ingerir o produto de forma alternativa não observada.

.

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6 CONCLUSÃO

Conclui-se que a utilização do óleo de coco (Coco nucifera L.) no tratamento tópico

da sarna notoédrica felina é satisfatória pelo baixo custo, por promover morte total dos

parasitas e por evitar possíveis intoxicações.

É um tratamento que requer maior tempo de duração para obtenção de cura das

dermatotes e no estudo clínico do felino em questão, fezes diarreicas e/ou pastosas não

interferiu no consumo de alimentos e água.

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