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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS ATMOSFÉRICAS PÓS-GRADUAÇÃO EM METEOROLOGIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO PARA O DISTRITO IRRIGADO DE PALO VERDE, CALIFÓRNIA - ESTADOS UNIDOS, UTILIZANDO DADOS MEDIDOS EM SUPERFÍCIE E OBTIDOS POR SATÉLITE ÉLDER GUEDES DOS SANTOS Campina Grande, Fevereiro de 2015. PB Brasil

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS

UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS ATMOSFÉRICAS

PÓS-GRADUAÇÃO EM METEOROLOGIA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO PARA O DISTRITO

IRRIGADO DE PALO VERDE, CALIFÓRNIA - ESTADOS UNIDOS,

UTILIZANDO DADOS MEDIDOS EM SUPERFÍCIE E OBTIDOS POR

SATÉLITE

ÉLDER GUEDES DOS SANTOS

Campina Grande, Fevereiro de 2015.

PB – Brasil

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ÉLDER GUEDES DOS SANTOS

ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO PARA O DISTRITO

IRRIGADO DE PALO VERDE, CALIFÓRNIA - ESTADOS UNIDOS,

UTILIZANDO DADOS MEDIDOS EM SUPERFÍCIE E OBTIDOS POR

SATÉLITE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Meteorologia da Universidade

Federal de Campina Grande – UFCG, em

cumprimento às exigências para obtenção do título

de Mestre em Meteorologia.

Área de concentração: Meteorologia de Meso e Grande escalas

Linha de Pesquisa: Radiação e Sensoriamento Remoto

Orientador: Dr. Carlos Antonio Costa dos Santos (UFCG – CTRN – UACA)

Campina Grande, Fevereiro, 2015.

PB – Brasil

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais, José Everaldo Lopes dos Santos e Lúcia de Fátima Guedes dos Santos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por tudo que Ele tem realizado em minha vida, e ter me concedido

saúde e sabedoria em mais uma fase da minha vida.

Ao Programa de Pós-Graduação em Meteorologia (UACA) do Centro de Tecnologia e

Recursos Naturais da Universidade Federal de Campina Grande, pela oportunidade e pela

confiança depositada.

Ao Prof. Dr. Carlos Antonio Costa dos Santos, pela orientação deste trabalho, pela

amizade e confiança, como também a oportunidade de trabalho desde a minha graduação a

qual foi fundamental para minha vida acadêmica.

A todos os professores e funcionários da Unidade Acadêmica de Ciências

Atmosféricas (UACA)/UFCG.

Aos membros da banca examinadora, Prof. Dr. Humberto (UFAL), Prof. Dr. Ivaldo

(UFCG) e Prof. Carlos (UFCG) pelas valiosas contribuições para a melhoria deste trabalho.

A CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior), pelos

recursos financeiros concedidos durante o curso.

Aos meus irmãos, Everton Guedes dos Santos e Emanuel Guedes dos Santos.

Aos colegas de pós-graduação, Leandro, Francisco, Roberta, Leonardo, Zé filho,

Jaqueline, Leydson, Camilla, Uelpis, Ewerton, Vanessa, Francineide, Edcarlos, Pamela,

Waléria, Gabriela, Rafaela, também aos amigos de pós-graduação em engenharia de

processos, Aguinaldo, Evaldo, Iran, João Paulo, Vieira.

Por fim, agradeço a todos que de forma direta ou indireta colaboraram para elaboração

deste trabalho.

MUITO OBRIGADO!!!

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS.................................................................................................................9

LISTA DE TABELAS............................................................................................................11

LISTA DE ABREVIAÇÕES, SIGLAS E SÍMBOLOS...........................................................12

RESUMO..................................................................................................................................14

ABSTRACT..............................................................................................................................15

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 16

CAPÍTULO I ............................................................................................................................ 16

1.2 - OBJETIVOS..................................................................................................................... 19

1.2.1- Objetivo Geral...................................................................................................19

1.2.2- Objetivos específicos..........................................................................................19

CAPÍTULO II ........................................................................................................................... 20

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................. 20

2.1- Evapotranspiração ......................................................................................................... 20

2.2- Saldo de radiação e Sensoriamento Remoto ................................................................. 23

2.3 - Método da Razão de Bowen......................................................................................... 25

2.4 - S-SEBI (Simplified Surface Energy Balance Index) ................................................... 26

2.5 - Aplicações de outros métodos para estimar a ET.............................................................31

CAPÍTULO III ......................................................................................................................... 34

MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................................... 34

3.1 - Área de Estudo e Dados ............................................................................................... 34

3.2 – Metodologia ................................................................................................................. 40

3.2.1- Os algoritmos SEBAL E S-SEBI...................................................................................41

3.2.1.1- Calibração Radiométrica (L) ......................................................................... 41

3.2.1.2 - Reflectância Monocromática ().................................................................. 42

3.2.1.3 - Albedo Planetário ou Albedo no Topo da Atmosfera .................................... 43

3.2.1.4 – Albedo da Superfície ..................................................................................... 43

3.2.1.5 - Índices de Vegetação (IVDN, IVAS) e Índice de Área Foliar (IAF) ............. 44

3.2.1.6 – Emissividades ................................................................................................ 44

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3.2.1.7 - Temperatura da Superfície (TS) ...................................................................... 45

3.2.1.8 - Radiação de Onda Longa Emitida ( LR ) ....................................................... 45

3.2.1.9 - Radiação de Onda Longa Incidente ( LR )..................................................... 46

3.2.1.10 - Radiação de Onda Curta Incidente ( SR ) .................................................... 46

3.2.1.11 - Saldo de Radiação (Rn) ................................................................................ 46

3.2.1.12 - Fluxo de Calor no Solo (G) .......................................................................... 47

3.2.1.13 - Fluxo de Calor Sensível (H), Fluxo de Calor Latente (LE), Fração

deEvapotranspiração de Referência Horária (ETrf_h) e a Evapotranspiração Real Diária

(ETa) (Aplicação do Algoritmo S-SEBI) ...................................................................... 47

CAPÍTULO IV ......................................................................................................................... 50

4.ANÁLISE ESTATÍSTICA ...................................................................................................50

CAPÍTULO V........................................................................................................................... 52

5.1 - Resultados e discussão ................................................................................................ 52

5.2 - Validação.....................................................................................................................57

5.3 - Aplicação do algoritmo S-SEBI..................................................................................64

5.4 - Evapotranspiração real diária (ETr).............................................................................66

5.5 - Saldo de radiação (Rn)................................................................................................75

CAPÍTULO VI ......................................................................................................................... 83

CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 85

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Localização da área de estudo: Distrito Irrigado de Palo Verde (PVID) no Baixo

Rio Colorado, juntamente com as áreas irrigadas.....................................................................35

Figura 2 – Estação micrometeorológica utilizada para obtenção do BE pelo método da razão

de Bowen (BERB) .................................................................................................................... 37

Figura 3 - Modelo da estação meteorológica do Sistema de Informação e Monitoramento da

Irrigação na Califórnia (CIMIS), utilizada para medir os parâmetros meteorológicos. ........... 39

Figura 4 – a)Localização da torre micrometeorológica, junto com as demais estações

utilizadas no estudo, b) Mapa classificativo de colheita no PVID para o ano de 2008 ............ 40

Figura 5 – Fluxograma das etapas do processamento para obtenção do balanço de radiação à

superfície (Rn) pelo algoritmo SEBAL.....................................................................................41

Figura 6 - Representação esquemática da relação entre a temperatura da superfície e a

reflectância da superfície...........................................................................................................49

Figura 7 - Distribuição temporal das variáveis: temperatura do ar (°C), umidade relativa

(%),velocidade do vento (ms-1

), radiação solar (Wm-2

), precipitação (mm), e

evapotranspiração de referência média mensal (ET0), no Distrito Irrigado de Palo Verde,

Califórnia (EUA) para o período de 2001 a 2013 respectivamente. ........................................ 54

Figura 8 - Distribuição temporal das variáveis: temperatura do ar (°C), umidade relativa (%)

e velocidade do vento (ms-1

) no Distrito Irrigado de Palo Verde, Califórnia (EUA) para os

anos de 2007 e 2008 respectivamente. ..................................................................................... 55

Figura 9 - Distribuição temporal das variáveis: radiação solar (Wm-2

), precipitação (mm), e

evapotranspiração de referência (ET0), no Distrito Irrigado de Palo Verde, Califórnia (EUA)

para os anos de 2007 e 2008 respectivamente................. ......................................................... 56

Figura 10– Gráficos de dispersão entre as variáveis ETr e Rn observado e estimado pelo S-

SEBI, para alguns dias dos anos de 2007 e 2008 respectivamente...........................................61

Figura 11 - Distribuição espacial da ETr no Distrito Irrigado de Palo Verde (PVID),

Califórnia (EUA) para os DJ (2007): a) 128; b) 144; c) 160; d) 176; e) 192; f) 224; g) 240; h)

256; i) 272, obtidas através do algoritmo S-SEBI. .............................................................. 66-68

Figura 12 - Distribuição espacial da ETr no Distrito Irrigado de Palo Verde (PVID),

Califórnia (EUA) para os DJ (2008): a) 19; b) 42; c) 67; d) 83; e) 99; f) 115; g) 131; h) 147; i)

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163; j) 170; k)195; l) 211; m) 218; n) 234; o) 259; p) 275; q) 291; r) 314; s) 323, obtidas

através do algoritmo S-SEBI. ............................................................................................ ..69-73

Figura 13 - Distribuição espacial do Rn no Distrito Irrigado de Palo Verde (PVID), Califórnia

(EUA) para os DJ (2007): a) 128; b) 144; c) 160; d) 176; e) 192; f) 224; g) 240; h) 256; i) 272,

obtidas através do algoritmo S-SEBI................................................................................... 75-77

Figura 14 - Distribuição espacial do Rn no Distrito Irrigado de Palo Verde (PVID), Califórnia

(EUA) para os DJ (2008): a) 19; b) 42; c) 67; d) 83; e) 99; f) 115; g) 131; h) 147; i) 163; j)

170; k)195; l) 211; m) 218; n) 234; o) 259; p) 275; q) 291; r) 314; s) 323, obtidas através do

algoritmo S-SEBI.................................................................................................................77-82

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Instrumentação utilizada nas estações meteorológicas do Sistema de Informação e

Monitoramento da Irrigação na Califórnia (CIMIS) instalada no Distrito Irrigado de

PaloVerde (PVDI).....................................................................................................................39

Tabela 2 - Constantes de calibração (LMAX e LMIN) do Landsat 5-TM ..................................... 42

Tabela 3 - Valores do ESUN(Wm-2

µm-1

) válidos para o Landsat 5 ....................................... 42

Tabela 4 - Coeficientes de cada banda para o cômputo do albedo no topo da atmosfera ....... 43

Tabela 5 – Evapotranspiração real observado (ETr obs) (mmdia-1

), evapotranspiração real

estimado (ETrS-SEBI) (mmdia-1

), erros absoluto e percentual médios e raiz do erro quadrático

médio, para alguns dias de estudo referentes ao ano de 2007. ................................................. 57

Tabela 6 – Evapotranspiração real observado (ETr obs) (mmdia-1), evapotranspiração real

estimado (ETr S-SEBI) (mmdia-1), erros absoluto e percentual médios e raiz do erro

quadrático médio, para alguns dias de estudo referentes ao ano de 2008 ................................ 58

Tabela 7 – Saldo de radiação observado (Rn obs) (Wm-2

), Saldo de radiação estimado (Rn S-

SEBI) (Wm-2

), erros absoluto e percentual médios e raiz do erro quadrático médio, para

alguns dias de estudo referentes ao ano de 2007. ..................................................................... 60

Tabela 8 – Saldo de radiação observado (Rn obs) (Wm-2

), Saldo de radiação estimado (Rn S-

SEBI) (Wm-2

), erros absoluto e percentual médios e raiz do erro quadrático médio, para

alguns dias de estudo referentes ao ano de 2008. ..................................................................... 60

Tabela 9 - Coeficiente de correlação, valores do t calculado pelo teste de significância do r

amostral, valores tabelados da distribuição t-Student para o nível de significância de 99%. .. 62

Tabela 10 – Taxa e Volume da evapotranspiração estimados no PVID durantes os dias de

estudo nos anos de 2007 e 2008 ............................................................................................... 74

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LISTA DE ABREVIAÇÕES, SIGLAS E SÍMBOLOS

CIMIS - Sistema de Informação e Monitoramento de Irrigação na Califórnia

DJ – Dia Juliano

ET-Evapotranspiração

ET0– Evapotranspiração de referência

ETc– Evapotranspiração da cultura

ETr– Evapotranspiração real estimada

G – Fluxo de calor no solo

H – Calor sensível

IVDN – Índice de Vegetação por Diferença Normalizada

K – Graus Kelvin

KC – Coeficientes de Cultivo

LE – Calor latente

m – Metros

m3dia

-1– Metros cúbicos por dia

METRIC – Mapping Evapotranspiration at High Resolution with Internalized Calibration

mm – Milímetros

mmdia-1

- Milímetros por dia

ºC – Graus Celsius

PVID - Irrigated district of Palo Verde

r – Coeficiente de correlação

R2– Coeficiente de determinação

Rn – Saldo de radiação

SEBAL– Surface Energy Balance Algorithm for Land

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SEBS – Surface Energy Balance System

SSEB – Simplified Surface Energy Balance

S-SEBI– Simplified Surface Energy Balance Index

TM – Thematic Mapper

Wm-2

-Watts por metro quadrado (unidade de potência de acordo com o S.I.)

– Fração Evaporativa

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RESUMO

O principal objetivo deste trabalho foi estimar a evapotranspiração real diária (ETr) e o saldo

de radiação (Rn) para uma cultura de alfafa, localizada no PVID (Distrito irrigado de Palo

Verde), CA, EUA. Para tanto foram utilizados dados micrometeorológicos e algoritmos

fundamentados em sensoriamento remoto. Foram utilizados os métodos micrometeorológicos

da razão de bowen e o algoritmo S-SEBI (Simplified Surface Energy Balance Index) para a

obtenção da evapotranspiração tendo a cultura da alfafa como referência. Também foram

analisados o comportamento de vários parâmetros meteorológicos em três estações

meteorológicas (Blythe NE, Palo Verde II e Ripley), situadas dentro do PVID, durante o

período de 2001 a 2013. Os resultados mostraram que houve uma subestimação da ETr

estimada pelo algoritmo S-SEBI, quando comparada com a ETr medida na torre experimental,

o qual observou-se um erro médio percentual de 10% e cerca de 8,5% para o Rn. Por outro

lado, quando correlacionou-se os resultados obtidos pelos S-SEBI com os dados observados

em superfície verificou-se que existe uma boa concordância, pois obteve-se correlações

superiores a 0,8 para ETr e 0,9 para Rn respectivamente, o teste t-Student mostrou que as

correlações obtidas são estatisticamente significativas ao nível de 99%. Através das

estimativas da distribuição espacial comprovou-se a eficiência deste método, sendo possível

estimar o volume de água emitida para a atmosfera através da evapotranspiração, desde que

um viés de correções seja aplicado uma vez que o S-SEBI subestima a ETr e Rn.

Palavras-chave: Evapotranspiração, S-SEBI, sensoriamento remoto.

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ABSTRACT

The aim of this study was to estimate the daily evapotranspiration (ETr) and the net radiation

(Rn) for alfalfa crop, located in the PVID (Palo Verde irrigated District), CA, USA. Therefore

micrometeorological data and algorithms based on remote sensing were used. The

micrometeorological methods of the Bowen ratio and the S-SEBI algorithm (Simplified

Surface Energy Balance Index) to obtain evapotranspiration with the alfalfa crop as a

reference surface were used. We also analyzed the behavior of various meteorological

parameters in three weather stations (Blythe NE, Palo Verde II and Ripley), located in the

PVID, during the period 2001 to 2013. The results showed that there were underestimations

of ETr obtained by S-SEBI algorithm compared with the experimental measurement of ETr

which showed average error rate of 10% and about 8.5% to Rn. On the other hand, when

correlated results obtained by S-SEBI and surface observed data have been found a good

agreement with correlations higher than 0.8 to 0.9 for ETr and Rn, respectively, and the

Student's t-test showed that the obtained correlations are statistically significant at 99% level.

By the estimates of the spatial distribution evidences the efficiency of the S-SEBI algorithm,

it is possible to estimate the volume of water discharged into the air through

evapotranspiration, since a bias correction is applied since the S-SEBI underestimates ETR

and Rn.

Keywords: Evapotranspiration, S-SEBI, remote sensing.

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CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

Em regiões áridas e semiáridas onde o clima é caracterizado pela precipitação (volume

de chuvas) menor do que a taxa de evaporação e transpiração (evapotranspiração), a água

torna-se o recurso natural mais limitante. Neste contexto, a evapotranspiração que representa

o fluxo de vapor de água da superfície e da vegetação para a atmosfera, é um componente

importante do balanço hídrico e de energia da superfície. Nessas regiões a agricultura depende

fortemente da irrigação onde a água é desviada dos rios, lençóis freáticos, aquíferos, lagos e

mares. No entanto, com as mudanças de clima e intensificação do uso do solo, os

escoamentos de muitos rios mostraram tendências de diminuição durante os últimos 50 anos

(Zhang et al., 2011). Enquanto isso, o aumento das necessidades de água para usos

domésticos, industriais e ambientais, levou à escassez de água doce ao nível mundial

(Vörömarty et al., 2000).

Entretanto, a evaporação da água em superfícies livre (líquida) ou úmida e a

transpiração das plantas são os elementos fundamentais destes processos, nos quais tornam-se

os principais componentes do ciclo hidrológico que retorna a água precipitada para a

atmosfera na forma de vapor. A principal força que conduz ao processo da evaporação e

transpiração é a incidência de energia solar. Transpiração é um caso especial de evaporação.

A transpiração é definida como o processo biofísico pelo qual a água que fez parte do

metabolismo da planta é transferida para a atmosfera preferencialmente pelos estômatos. As

raízes das plantas são responsáveis pela retirada de nutrientes e água do solo, sendo esta água

transportada para cima através do caule e liberada pelas folhas através dos estômatos, local

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onde ocorre a vaporização (ALLEN et al., 1998). A transpiração, bem como a evaporação

direta, depende do fornecimento de energia, da pressão de vapor e do vento. Assim, variáveis

meteorológicas como a radiação, temperatura do ar, umidade do ar e vento devem ser

considerados quando se avalia a transpiração. O teor de água no solo e a capacidade do solo

para conduzir a água para as raízes também determina a taxa de transpiração, assim como a

salinidade da água. A taxa de transpiração também é influenciada por características da

cultura, aspectos ambientais e práticas de cultivo (ALLEN et al., 1998).

A agricultura irrigada é um dos maiores consumidores de água doce (Ward e Trimble,

2004). Por esta razão, o conhecimento das taxas de evapotranspiração em uma região é uma

questão crítica que permite aos gestores desenvolver estratégias para a operação eficiente dos

recursos hídricos. Infelizmente, as medições de evapotranspiração são escassas e

caras. Medições reais de fluxos de vapor requerem instrumentos especializados, como

lisímetros (López-Urrea et al., 2006), equipamentos de razão de Bowen (Jara et al., 1998) ou

de instrumentação específica para calcular os fluxos instantâneos de momentum e vapor para

aplicar métodos como o dos vórtices turbulentos (Rana e Katerji, 2005).

Devido a semiaridez do clima, em algumas regiões agrícolas no mundo, a produção

agrícola em escala comercial é substancialmente obtida com a irrigação. Assim, o

monitoramento do uso da água na agricultura, com técnicas de sensoriamento remoto, tem

sido tópicos de interesse para o seu manejo sustentável, além de constituir em elementos

indispensáveis ao planejamento dos recursos hídricos.

Em escala regional, existem métodos que usam imagens de satélite e dados

meteorológicos de superfície para calcular tanto a evapotranspiração de referência, quanto a

evapotranspiração real. Um exemplo destes métodos é o S-SEBI (Simplified Surface Energy

Balance Index) (Roerink et al., 2000), que tem sido utilizado em estudos como mecanismo

para a obtenção da ET para grandes áreas.

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Em qualquer caso, a estimativa correta da evapotranspiração da cultura e, portanto, as

necessidades hídricas das mesmas dependem da disponibilidade de informações

meteorológicas diárias. Infelizmente, estações meteorológicas são escassas e não têm sempre

a instrumentação necessária para medir todas as variáveis relevantes.

Logo, o estudo da evapotranspiração potencial através de técnicas de sensoriamento

remoto é, portanto, de importância fundamental na avaliação das necessidades hídricas da

agricultura em projetos de irrigação.

A área de estudo para este trabalho é o Distrito Irrigado de Palo Verde (PVID), situado

na Califórnia (EUA). É uma região irrigada situada no deserto de Sonora, com o clima

semiárido e com poucos índices de precipitação. A água de irrigação é extraída de uma

barragem no rio Colorado. A área ocupada pelo PVID é de cerca de 521 km², na qual a alfafa

(Medicago sativa) é a cultura predominante. No entanto, a área cultivada agrícola total varia

anualmente. Para uma região tão grande quanto PVID uma abordagem de detecção com base

remota para estimar ET é altamente desejável (CHATTERJEE, 2010).

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1.2 - OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

Estimar e validar a evapotranspiração real diária obtidas por sensoriamento remoto do

Distrito Irrigado de Palo Verde (PVID), Califórnia (EUA), para os anos de 2007 e 2008.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Analisar os comportamentos diários, mensais e anual de alguns parâmetros

meteorológicos medidos nas estações de Blythe NE, Palo Verde II e Ripley.

Obter o balanço de energia para os anos de 2007 e 2008 no Distrito Irrigado de Palo

Verde (PVID).

Comparar os valores da evapotranspiração diária obtidos pelo método da Razão de

Bowen, com aqueles estimados através do método S-SEBI.

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CAPÍTULO II

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 EVAPOTRANSPIRAÇÃO

O termo evaporação refere-se ao processo pelo qual a água passa da fase líquida para a

fase gasosa, podendo ocorrer tanto em superfícies contínuas de água (mar, lagos e rios),

quanto em superfícies úmidas (solo e plantas) (TUCCI, 1993; PEREIRA et al. 1997). Já a

transpiração corresponde à evaporação da água utilizada nos diversos processos metabólicos

necessários ao crescimento e desenvolvimento das plantas através dos seus estômatos

(REICHARDT e TIMM, 2004). A ocorrência simultânea destes dois processos na natureza

constitui a evapotranspiração (ET), geralmente expressa como lâmina de água por unidade de

tempo (mm dia-1

) (BURMAN et al., 1983).

A evapotranspiração desempenha um papel fundamental na explicação da dinâmica do

balanço hídrico, as interações de massa-energia, solo-atmosfera e como melhorar a gestão da

água na agricultura (Wilcox et al, 2003, Ahmad et al, 2005, Newman et al, 2006, Gowda et

al., 2008 e Rwasoka, 2011). No entanto, a quantificação da evapotranspiração é um processo

complexo e desafiador e, portanto, inúmeras equações foram derivadas (Rana e Katerji, 2000;

Gash, 2007).

De acordo com Raudkivi (1979), a ET assume papel importante no ciclo hidrológico,

sendo responsável pelo retorno à atmosfera de aproximadamente 70% da precipitação anual

na superfície terrestre, representando assim, uma parcela significativa nos estudos de balanço

hídrico e nos projetos de recursos hídricos. Informações quantitativas deste processo podem

ser utilizadas na resolução de numerosos problemas que envolvem o manejo da água. Tanto

para o planejamento de áreas agrícolas irrigadas, quanto para a previsão de cheias ou a

construção de reservatórios, são requeridos dados confiáveis de ET (MORAES, 2007).

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Contudo, para a avaliação do balanço hídrico de uma região, se faz necessário o

conhecimento dos diferentes conceitos de ET:

Evapotranspiração Potencial (ETp) Termo introduzido por Thornthwaite (1948)

referindo-se ao processo de perda máxima de água para a atmosfera, pela ocorrência

simultânea dos processos de transpiração e evaporação, através de uma superfície natural

gramada, padrão, sem restrição hídrica, e em crescimento ativo (PEREIRA et al. 1997;

TOMASELLA e ROSSATO, 2005). Mais tarde, Penman (1956) adotou o conceito de ETp

como sendo a quantidade de água transferida para a atmosfera por evaporação e transpiração,

na unidade de tempo e de área, por uma cultura de porte baixo (vegetação rasteira), verde, de

altura uniforme e sem deficiência hídrica, que cobre totalmente a superfície do solo

(SEDIYAMA, 1996; REICHARDT e TIMM, 2004).

Evapotranspiração Real (ETr) A evapotranspiração real corresponde a quantidade

de água realmente utilizada por uma extensa superfície vegetada com grama, em crescimento

ativo, cobrindo totalmente o solo, porém, com ou sem restrição hídrica, podendo a ETr ser

igual ou menor a ETp (UNESCO, 1982; TUCCI, 1993; SENTELHAS et al., 1999). Entretanto

pode-se afirmar que a ETr é aquela que ocorre em uma superfície vegetada, independente de

sua área, de seu porte e das condições de umidade do solo, ocorrendo em qualquer

circunstância, sem imposição de qualquer condição de contorno (PEREIRA et al., 1997;

TOMASELLA e ROSSATO, 2005).

Evapotranspiração de Referência (ET0) Termo inicialmente introduzido por

Jensen et al. (1971), a ET0 representa uma extensão da definição original de Penman (1956).

No entanto, somente depois da adoção do boletim FAO-24 elaborado por Doorenbos e Pruitt

(1977) é que tal definição se popularizou. Assim, Doorenbos e Pruitt (1977) definiram a

evapotranspiração de referência como sendo a evapotranspiração de uma área com vegetação

rasteira (grama), em crescimento ativo, mantida a uma altura uniforme de 0,08 a 0,15 m e

bem adaptada às condições locais. O mais recente conceito de ET0 foi proposto por Allen et

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al. (1998) no Boletim nº 56 da FAO, definindo-a como sendo a evapotranspiração de uma

cultura hipotética, com altura fixa de 0,12 m, albedo igual a 0,23, e resistência da superfície

ao transporte de vapor d’água igual a 70 sm-1

. A cultura hipotética está relacionada a uma

superfície gramada, de altura uniforme, possuindo em torno de 3m² de índice de área foliar

(IAF), assemelhando-se a uma superfície verde, em crescimento ativo, cobrindo totalmente a

superfície do solo e sem restrição hídrica.

ET0 é atualmente considerado um parâmetro confiável para avaliar tendências de longo

prazo de demanda evaporativa da atmosfera de uma superfície de referência (Katerji e Rana,

2011), uma vez que só depende das condições meteorológicas e tem um significado físico

claro, e as variáveis meteorológicas necessárias para calcular ET0 estão disponíveis em todo o

mundo e têm sido medidos por muitos anos. Apesar disto, ET0 pode não corresponder

precisamente aos valores de ET estimados, que dependem da disponibilidade de água,

características e propriedades do solo e vegetação. Avaliar essas tendências de ET0 é de

grande interesse, pois é uma medida das condições de aridez e de exigências das culturas, e

tem importantes implicações para a desertificação de terras e produção de alimentos.

Entre os métodos mais comuns utilizados para determinar estimativas pontuais de

evapotranspiração destacam-se os métodos: Penman, Thornthwaite, Hargreaves, Priestley e

Taylor, Makkink e equações FAO Penman-Monteith (Penman, 1948, Thornthwaite,

1948, Priestley e Taylor,1972, Allen et al, 1998 e 2007). Em áreas heterogêneas é

fundamental, portanto, explorar a estimativa espacial da evapotranspiração real através de

abordagens de modelagem fundamentadas em sensoriamento remoto.

A estimativa da ET0 foi padronizada pelo método da FAO Penman-Monteith, obtido a

partir da equação original de Penman-Monteith e da equação da resistência estomática da

superfície (Allen et al., 1998).

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( )

( )

( ) ( )

Em que, ET0 é a evapotranspiração de referência (mmdia-1

), Rn é o saldo de radiação (MJm-

2dia

-1), G é o fluxo de calor no solo (MJm

-2dia

-1), T é a temperatura média diária a 2 m de

altura (°C), u2 é a velocidade do vento a 2 m de altura (ms-1

), es é a pressão de saturação do

vapor (kPa), ea é a pressão real de vapor (kPa), γ é o fator psicrométrico, e é a tangente a

curva de pressão de vapor (kPa°C-1

).

2.2–SALDO DE RADIAÇÃO E SENSORIAMENTO REMOTO

O Saldo de Radiação (Rn) na superfície da Terra conduz o processo de evaporação, a

fotossíntese, e aquecimento do solo e do ar. O Rn é a diferença entre a incidência e emitância

de fluxos de radiação na superfície, incluindo ondas longas e curtas. Estima-se a incidência de

radiação de ondas curtas, RS↓, com os resultados de dispersão em superfície, emissão e

absorção dentro de uma coluna atmosférica; enquanto que a radiação de ondas curtas emitidas

RS↑, pode ser estimada pelo albedo de superfície. Radiação de onda longa incidente, RL

↓ e

radiação de onda longa emitida, RL↑, são caracterizadas pela temperatura do ar perto da

superfície, emissividade do ar, temperatura da superfície da terra e emissividade da

superfície. O Rn e o balanço global de energia de superfície são importantes para o

desenvolvimento da camada limite planetária. Sua quantificação sobre superfícies

heterogêneas é essencial para estudar as interações terra-atmosfera.

A radiação solar é responsável pelos processos de aquecimento do ar, do solo e da

transferência de vapor d’agua da superfície para a atmosfera e do metabolismo das plantas. O

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estudo de fluxo de balanço de radiação é o processo algébrico dos balanços de ondas curtas e

ondas longas entre a energia recebida e a energia perdida (SILVA, 2005).

O Rn é obtido por intermédio de radiômetros, os quais são raramente instalados em

estações meteorológicas utilizadas para estudos regionais e com custo financeiro elevado. As

técnicas de sensoriamento remoto constituem uma metodologia que pode ser aplicada em

grandes áreas com um baixo custo, para obter os dados geofísicos da superfície terrestre

(albedo, emissividade, fluxo de calor no solo, temperatura, fluxo de calor sensível), o que

possibilita estimar o Balanço Energético (BE) e o fluxo de calor latente (LE). Uma das

aplicabilidades do estudo de BE é a estimativa das perdas de água por superfícies vegetadas e

é base dos projetos de agricultura irrigada (GOMES et al., 2009).

As técnicas de sensoriamento remoto apresentam um grande potencial para ser

utilizada na agricultura. Através desta técnica, é possível obter informações sobre: a

evapotranspiração, estimativa de área plantada, produção agrícola, vigor vegetativo das

culturas, além de fornecer subsídios para o manejo agrícola em nível de país, estado,

município ou ainda em nível de micro bacia hidrográfica ou propriedade agrícola

(RUDDORF; MOREIRA, 2002).

Dentre os diversos métodos estabelecidos para a medição da evapotranspiração,

podem-se destacar o balanço de energia obtido pela razão de Bowen (BERB), balanço hídrico

no solo, os que utilizam de lisímetros de pesagem e/ou de drenagem, o método das

correlações turbulentas (Eddy Covariance) e, atualmente as metodologias que aplicam os

recursos radiométricos de imagens de satélite.

Alguns modelos computacionais utilizados em sensoriamento remoto orbital se

destacam por derivar fluxos de energia da superfície tais como o S-SEBI (Simplified Surface

Energy Balance Index) (Roerink et al., 2000), METRIC (Mapping Evapotranspiration at

High Resolution with Internalized Calibration) (Tasumi et al., 2007), SEBS (Surface Energy

Balance System) (Jia et al., 2003), SSEB (Simplified Surface Energy Balance) (Senay et al.,

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2007), TSEB (Two-Source Energy Balance) (Norman et al., 1995) e SEBAL (Surface Energy

Balance Algorithm for Land) (Bastiaanssen et al., 1998a), que utilizam dados de satélite e de

superfície para calcular os fluxos do balanço energia de uma cultura, e através destes estimar

a evapotranspiração.

2.3 - MÉTODO DA RAZÃO DE BOWEN

Um método que merece destaque e que tem sido utilizado por vários pesquisadores

com o objetivo de obter a estimativa dos componentes do balanço de energia e também da

evapotranspiração é o método da razão de Bowen (BERB) (Bowen, 1926), utilizado em

Bergamaschi et al. (1988), Cunha et al. (1989), Medeiros (1990), Fontana et al. (1991),

Cunha e Bergamaschi (1994), Sauer et al. (1998), Perez et al. (1999), Nagler et al.

(2005).Este método está baseado na teoria de que os fluxos unidimensionais de calor sensível

e latente podem ser descritos em termos das relações fluxos-gradiente (Tanner et al, 1987;

Tanner, 1988):

H = ρcpKh ( T/ z) (2)

LE = (λρεKw/ P)(e/z) (3)

onde H é o fluxo de calor sensível na superfície (Wm-2

), LE é o fluxo de calor latente de

evaporação na superfície (Wm-2

), ρ é a densidade do ar (kgm-3

), cp é o calor especifico do ar a

pressão constante (Jkg-1

°C-1

), T é a temperatura do ar (°C), z é a altura em que são obtidas as

medidas (m), λ é o calor latente de vaporização (Jkg-1

), ε é a razão do peso molecular do vapor

de água pelo do ar seco (0,622), P é a pressão atmosférica (kPa), e é a pressão de vapor (kPa),

Kh é o coeficiente de difusão turbulenta para o calor (m2s

-1) e Kw é o coeficiente de difusão

turbulenta para o vapor de agua (m2s

-1).

A razão de Bowen (β), de acordo com Bowen (1926), pode ser expressa como:

β = H / LE (4)

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Substituindo as equações 2 e 3 na equação 4, e assumindo Kh = Kw (Verma et al.,1978;

Cellier e Brunet, 1992), β pode ser obtido por (Bowen, 1926):

β =γ (T / e) (5)

onde γ é o fator psicrométrico (kPaoC

-1), T e e são obtidos pelas medidas da temperatura do

ar e pressão de vapor ou ponto de orvalho para duas alturas sobre o topo do dossel, dentro da

camada limite planetária (Payero et al., 2003).

A equação simplificada unidimensional do balanço de energia à superfície e dada a

seguir:

Rn −G = H + LE (6)

em que, Rn é o saldo de radiação, G é o fluxo de calor no solo, H é o fluxo de calor sensível

para o ar e LE é o fluxo de calor latente de evaporação todos expressos em unidades de Wm-2

.

Combinando as equações 4 e 6 resulta na seguinte equação para calcular LE pelos

dados da razão de Bowen:

LE = (R n −G) / (1 +β) (7)

O método do balanço de energia pode ser obtido, ainda, a partir do fluxo vertical de

calor latente usando imagens orbitais. Consequentemente, a evapotranspiração pode ser

determinada através da diferença dos fluxos, também verticais, de calor no solo, calor sensível

e o saldo de radiação, conforme a equação (6).

Esse método é utilizado pelos principais algoritmos que utilizam dados gerados a

partir de imagens de satélites: SEBAL (Bastiaanssen, 1998a), S-SEBI (Roerinket al., 2000),

SEBS (Jia et al., 2003), dentre outros.

2.4 - S-SEBI (SIMPLIFIED SURFACE ENERGY BALANCE INDEX)

O algoritmo S-SEBI é baseado no contraste da fração evaporativa entre áreas secas e

úmidas, e as correspondentes temperaturas máximas e mínimas associadas às áreas

contrastantes (SANTOS e SILVA, 2010). Já os algoritmos SEBAL e o SSEB baseiam-se no

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conceito de pixels âncoras, pixel quente e frio, representando o solo seco e exposto, e o solo

úmido e bem vegetado, respectivamente (SENAY et al., 2007).

S-SEBI é um algoritmo que possui vantagens em relação a outros algoritmos: não são

necessários dados de estação meteorológica para calcular os fluxos de energia quando os

extremos da superfície hidrológicos estão presentes; não se determina uma temperatura

constante para as condições de solo seco e úmido em toda imagem (como é o caso de outros

métodos), as temperaturas extremas para as condições contrastantes variam de acordo com a

mudança de valores de reflectância (ROERINK et al, 2000).O modelo SSEB é bem mais

simples de ser aplicado e operacionalizado que outros métodos, pois necessita de poucas

etapas de processamento e apenas a evapotranspiração de referência (ET0) como dado de

superfície, além disso, a temperatura de superfície (Ts) é a primeira variável de entrada a ser

usada (SENAY et al., 2011).

O S-SEBI é um algoritmo que requer radiâncias espectrais, sob condições de céu claro,

no visível, infravermelho próximo e infravermelho termal para determinar seus parâmetros

constitutivos: reflectância da superfície, temperatura da superfície e índices de vegetação. O

modelo usa esses parâmetros iniciais para determinar o balanço de energia à superfície,

necessitando apenas da informação da temperatura do ar próximo à superfície na área

estudada (ROERINK et al., 2000; GÓMEZ et al., 2005; SOBRINO et al., 2005; SOBRINO et

al., 2007, SANTOS, 2009).

De acordo com Júnior (2005) a principal desvantagem da metodologia deste algoritmo

é que as imagens estudadas devem conter valores extremos de temperatura da superfície. No

entanto, em comparação com outros modelos como o SEBAL, resultados similares são

obtidos. Isto sugere uma clara vantagem, porque S-SEBI é um método mais simples e que não

é problemático em termos de precisão para se estimar evapotranspiração, enquanto, cálculos

do SEBAL e de modelos similares necessitam determinar o comprimento de rugosidade o

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qual é uma difícil tarefa, e que nenhum método clássico de sensoriamento remoto provou ter

sido preciso, suficientemente para estimar bem esta variável.

O modelo S-SEBI tem sido amplamente aplicado e avaliado com sucesso na obtenção

da ET com diferentes sensores de satélites em uma ampla variedade de ecossistemas e em

diferentes escalas espaciais (Roerink et al., 2000; Gomez et al., 2005; Sobrino et al.,

2005; Sobrino et al.,2007; Verstraeten et al.,2005; Garcia et al., 2007; Boronina e Ramillien,

2008; Santos, 2009; Galleguillos et al., 2011 e Mattar et al., 2014) em superfícies planas, bem

como em terrenos montanhosos.

Santos (2009), em um estudo realizado na Califórnia (EUA) na região do Baixo Rio

Colorado determinou a evapotranspiração real diária (ETr) da vegetação tamarisk pelo

algoritmo S-SEBI e os validou com os valores medidos in situ, no qual foram observados que

as estimativas da ETr pelo algoritmo S-SEBI são similares aos valores medidos na torre

micrometeorológica, assim como, que a identificação da dinâmica da vegetação através da

distribuição espacial da evapotranspiração, evidencia a aplicabilidade do método na obtenção

da evapotranspiração real diária.

Borges (2013), em estudo realizado com imagens orbitais de Quixeré-CE, em uma

região de interesse na Fazenda Frutacor, onde há predominância da cultura da bananeira,

foram avaliados a precisão e a operacionalidade dos algoritmos S-SEBI e SSEB em relação ao

SEBAL para estimar a evapotranspiração real diária (ETa). De acordo com a autora os

modelos S-SEBI e SSEB exibiram forte correlação, de r > 0,93, com significância de 5% e

mais de 86% de variação explicada. Verificou-se que o SSEB subestimou a ETa em todas as

análises, e de maneira geral o S-SEBI superestimou. O S-SEBI exibiu erros inferiores a 12%

no pomar e caatinga e o SSEB exibiu erros superiores a 22%, contudo para o solo exposto

ambos os modelos apresentaram grandes discrepâncias em relação ao SEBAL, com erros

superiores a 36%. Portanto, dentre os dois algoritmos comparados com o SEBAL, o S-SEBI

mostrou melhor desempenho para estimar a ETa com menores discrepâncias.

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Júnior (2012) validou o balanço de energia estimado através do algoritmo S-SEBI no

município de Santa Rita do Passa Quatro, no Estado de São Paulo sobre uma região

heterogênea (composta por Cerrado e Cana-de-açúcar), utilizando-se dados

micrometeorológicos e o algoritmo SEBAL para uma intercomparação, através de imagens

orbitais do Landsat 5, os resultados demonstraram que ambos os algoritmos realizam

estimativas similares para o saldo de radiação, as quais estão relativamente próximas da

realidade. A análise indicou que o Cerrado demonstrou uma maior capacidade de armazenar

energia, um albedo inferior e temperaturas da superfície superiores às do bioma de cana-de-

açúcar, evidenciando o impacto do desmatamento devido à colheita nestes parâmetros.

Tratando-se dos fluxos de calor sensível e latente, os algoritmos não revelam destreza em

estima-los e diferem muito quando comparados entre si. Ressalta-se que ambos os algoritmos

foram desenvolvidos para utilização em áreas áridas ou semiáridas, isto reflete as dificuldades

inerentes à realização da estimativa de balanço de energia em terrenos heterogêneos.

Mattar et. al, (2014) estimaram a evapotranspiração real e sua variação em paisagens

semelhantes as mediterrâneas do centro-sul do Chile, utilizando o algoritmo S-SEBI e dados

de estações meteorológicas e remotos fornecidos pelo ASTER e sensores MODIS para

novembro de 2004 e 2006. Mattar et. al, (2014) verificaram a variabilidade espacial

da ET comparado entre os diferentes tipos de plantas, classes de textura e profundidades do

solo usando testes estatísticos não paramétricos. Nessa comparação, as maiores taxas

de ET foram obtidas na floresta com valores de 7,3 ± 0,8 e 8,4 ± 0,8 mmdia-1

para 2004 e

2006, respectivamente. Os menores valores foram estimados para pastagens, com valores de

3,5 ± 1,2 mmdia-1

e para as culturas com taxas de 4,4 ± 1,6 mmdia-1

. Comparação da ET das

coberturas florestais nativas e plantações de espécies exóticas mostraram diferenças

estatisticamente significantes; no entanto, não foi observada uma grande variação, pelo

menos, durante os meses de estudo. Além disso, as maiores taxas de ET foram encontradas

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nas texturas argila de barro (6,0 ± 1,8 e 6,4 ± 2,0 mmdia-1

) e as taxas mais baixas em solos

arenosos francos (3,7 ± 1,6 e 3,9 ± 1,6 mmdia-1

) para 2004 e 2006. De acordo com os autores

desta pesquisa, estes resultados fazem parte da criação de ferramentas úteis na otimização do

processo de tomada de decisão para a gestão e planejamento dos recursos hídricos e uso do

solo em territórios com poucos instrumentos de medição.

Um outro estudo realizado por Mattar et. al, (2014) em Barrax, que está localizado na

região de La Mancha na Espanha que é uma das mais importantes áreas de

calibração/validação amplamente utilizados para campanhas de campo na Europa, onde a

cobertura da superfície da área de estudo inclui as culturas anuais e superfícies naturais, como

a alfafa, trigo, aveia, milho, grama e solo nu. Foi realizado um estudo entre os dias 10 a 12 de

junho de 2011, nos quais campanhas in-situ e medições ao longo de várias culturas e áreas

naturais, onde foram analisados a influência que a estimativa do albedo da superfície

(reflectância da superfície) (αREF), através da integração BRDF (αBRDF) tem sobre a

estimativa dos componentes do balanço de energia (radiação líquida, fluxos de calor latente e

sensível e evapotranspiração), utilizando o S-SEBI. Para este fim, dados in-situ e imagens de

sensoriamento remoto foram adquiridos em diferentes ângulos de visão zenitais (VZA), tais

como 0 °, ± 40 ° e ± 57 ° pelo Hyperspectral Scanner Airborne (AHS), os quais foram usados

ao longo de uma área agrícola. Os resultados mostraram uma alta variação de

αREF dependendo do VZA quando comparado com αBRDF, com a maior diferença

observada na direção de espalhamento para trás ao longo da região do ponto quente (RMSE

de 0,11 e erro relativo de 65%). Radiação líquida dá erros relativos de 6 a 17%, com o erro

máximo obtido nas imagens que incluem o efeito pixel quente, enquanto que as alterações

significativas não são observadas no caso do fluxo de calor do solo e a fração por

evaporação. No entanto, o fluxo de calor sensível, fluxo de calor latente e evapotranspiração

diária mostraram erros relativos variando entre 23-39%, 6-18% e 5-15%, respectivamente.

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2.5 APLICAÇÕES DE OUTROS MÉTODOS PARA ESTIMAR A ET

Taghvaeian (2011) estudou o consumo de água espacialmente distribuídos no qual foi

modelado sobre um segmento do Baixo Rio Colorado, na Califórnia (EUA), que contém áreas

de agricultura irrigada e para cultura da Tamarisk dominada de ecossistemas ribeirinhos,

através de estimativa de evapotranspiração mais elevada utilizando o modelo SEBAL. Para o

sistema de irrigação, os dados de evapotranspiração foram distribuídos e analisados em

conjunto com medidas pontuais de precipitação e fluxo de superfície, a fim de obter-se o

fechamento do saldo diário e anual de água.

Taghvaeian observou que o erro anual de fecho era inferior a 1% do desvio total de

água para a área. Para floresta Tamarisk, as estimativas de ET remotamente detectados foram

mais elevadas do que os resultados de um método à base de água subterrânea independente

durante a primavera e meses de inverno. Este foi principalmente devido ao tempo de

passagem do satélite fixo, que aconteceu em ângulos baixos de elevação do sol na primavera e

no inverno e resultou em uma presença significativa de sombras na cena do satélite e,

consequentemente, uma menor estimativa da temperatura da superfície, o que resultou em

uma estimativa de evapotranspiração mais elevada utilizando o modelo SEBAL.

Chatterjee (2010) investigou a perda de água por ET no PVID e na área de preservação

ambiental Cibola National Wildlife Refuge (CNWR) no sul da Califórnia (EUA), foi

desenvolvido um modelo empírico para estimar ET através do método da razão de Bowen,

durante o período de entre junho de 2006 a novembro de 2008, para toda a PVID usando o

índice de vegetação melhorado (EVI) que é um derivado do satélite MODIS e em superfície

medidas de radiação solar e pressão de vapor. O referido modelo foi utilizado para um campo

de alfafa dentro do PVID para verificar sua aplicabilidade em uma escala espacial

menor. Observou-se que o modelo desenvolvido para o PVID é o melhor para estimar a ET da

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alfafa. Os resultados foram consistentes com um erro inferior a 8% com a densidade da

vegetação e estimativas a partir de imagens EVI MODIS.

O método SEBS foi utilizado por Rwasoka et. al, (2011) para estimar a

evapotranspiração real na bacia superior Manyame no Zimbabué, em diferentes tipos de

cobertura do solo encontrados no Alto Manyame, os quais foram determinados e avaliados. O

algoritmo SEBS foi executado usando imagens de satélite MODIS, com correção atmosférica

em nove dias de céu claro que se estenderam de 2003 a 2005, os dados deste estudo foram

realizados em duas estações Harare-Kutsaga e Gramados. Foi observado que as estimativas de

evapotranspiração real SEBS mostram-se fisicamente consistentes. As estimativas dos SEBS

foram de 36,5% e 76,5% da evapotranspiração potencial sobre estações Harare-Kutsaga e

Gramados, respectivamente.

Ao longo da estação Harare-Kutsaga o erro médio apresentou uma ligeira

subestimação 0,32 mmdia-1

por SEBS e o erro absoluto médio foi de 0,5 mmdia-1

.

No entanto, ao longo da estação Gramados os resultados não foram tão bons, o erro

médio e erro médio absoluto apresentou uma superestimação 2,6 mmdia-1

. Esta foi

relativamente elevada. As razões apresentadas para os erros de superestimação de

relativamente elevados na estação de Gramados incluem; parametrização, a variabilidade

espacial dos dados de temperatura e heterogeneidade. Em geral, este estudo mostrou que o

SEBS tem potencial para estimar a evapotranspiração real espacial e fornecer informações

úteis que podem ser usados para os recursos hídricos e gestão ambiental e planejamento.

Um estudo realizado por Hattori (2004), o qual examinou a transpiração por tamarisk

ao longo do Rio Grande, no Novo México. Nos quais os fatores ambientais que regem ET

foram identificados utilizando uma equação de Penman-Monteith modificado acoplado à

camada limite atmosférica (ABL). Utilizou-se um modelo de condutância estomática Ball-

Berry para prever a transpiração diária. Os fluxos de calor sensível e latente foram medidos

através de vórtices turbulentos para as estações de crescimento de 1999 e 2001. Uso diário de

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água no verão foram em média 7,0 milímetros dia-1

, variando de 3,4 milímetros dia-1

para 9,8

milímetros dia-1

. Total sazonal da ET estava em torno de 1000 mm. A importância relativa de

energia disponível versus advecção e condutância estomática foi quantificada por um fator de

acoplamento ABL. Foi observado na parte da manhã um acoplamento fraco para o ABL,

enquanto forte acoplamento estava presente na parte da tarde. Um modelo diário de ET foi

desenvolvido. Os valores diários de ET medidos e modelados concordou em até 10%, o que

está dentro da incerteza nas medições.

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CAPÍTULO III

MATERIAL E MÉTODOS

3.1 - ÁREA DE ESTUDO E DADOS

A área de estudo para este trabalho é o Distrito Irrigado de Palo Verde (PVID), situado

ao sul da Califórnia (EUA). É uma região irrigada na Bacia Hidrográfica do Rio Colorado,

nas proximidades do deserto de Sonora, com o clima semiárido e com baixos índices de

precipitação. A água de irrigação é extraída de uma única barragem (Hoover Dam) situada no

Rio Colorado na fronteira entre os estados de Arizona e Nevada. A área ocupada pelo PVID é

de cerca de 521 Km². No entanto, a área agrícola cultivada varia anualmente. A água do rio

Colorado é fornecida através de canais ao Distrito Irrigado de Palo Verde (PVID), pelo qual é

elevada por bombas para irrigar uma parte da área cultivada no PVID. A área restante é

irrigada a partir de poços profundos desenvolvidos pelos proprietários de terras. As culturas

predominantes no PVID são cítricas e alfafa.

A Bacia Hidrográfica do Rio Colorado (BHRC) se estende a uma área de 630.000

km². Este rio nasce nas Montanhas Rochosas do Colorado e termina no Golfo da Califórnia. A

precipitação média anual na (BHRC) é cerca de 400 mm, com uma grande variabilidade

temporal (Christensen e Lettenmaier, 2007). O rio Colorado fornece água para regiões de sete

estados dentro dos Estados Unidos e também para o México. A BHRC está dividida em Alta e

Baixa Bacia, com Lees Ferry como o ponto de divisão. A Bacia do Alto serve os estados de

Wyoming, Colorado, Utah e Novo México. A Bacia do Baixo serve os estados de Nevada,

Arizona e Califórnia nos Estados Unidos, e Baixa Califórnia e Sonora no México

(Christensen et al., 2004).

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Figura 1 - Localização da área de estudo: Distrito Irrigado de Palo Verde (PVID) no Baixo Rio

Colorado, juntamente com as áreas irrigadas.

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36

Uma série de barragens ao longo do rio fornece água para usos industriais,

hidrelétricas terras agrícolas, e também fornece controle de inundações e benefícios

recreativos. Os fluxos anuais variam de 6,2 bilhões de metros cúbicos para 30,8 bilhões

de metros cúbicos, com uma média de cerca de 18,5 bilhões de metros cúbicos (Penn,

2001).

Cada sub-bacia pode ser climaticamente caracterizado de acordo com duas épocas

de escoamento hidrológico primárias com diferença de temperatura, precipitação e

escoamento superficial condutores e padrões. A temporada de inverno o escoamento

contendo o ar mais úmido e mais frio é impulsionado por sistemas sinóticos de grande

escala que são cruciais para reposição e armazenamento de água de superfície, não só

devido aos grandes volumes de eventos de precipitação, mas também devido a menor

evapotranspiração (ET), permitindo que os fluxos possam alcançar os sistemas de

reservatórios. As temperaturas mais elevadas que ocorrem entre a primavera e o verão

induzem o degelo das regiões montanhosas. O ar mais seco e quente na temporada do

verão envolve especialmente escoamentos dispersos com uma dinâmica convectiva,

significativamente reforçada pela ET, e inclui a monção da América do Norte, na Bacia

Inferior do BHRC (Murphy e Ellis, 2014).

Os regimes climáticos e as variações anuais na (BHRC) são constituídos pela

combinação da condição climática, das forçantes externas naturais e das externas

antropogênicas. A BHRC recebe influência de sistemas de circulação da atmosfera,

como as altas subtropicais, e dos padrões de anomalias de TSM e teleconexões dos

oceanos Atlântico e Pacífico, sendo eles, a Oscilação Decadal do Pacífico (PDO), a

Oscilação Multidecadal do Atlântico (AMO), o Pacífico América do Norte (PNA) e o

El-Nino Oscilação Sul (ENSO) (Araújo, 2012).

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Os dados utilizados neste estudo foram para um campo irrigado plantado com

alfafa, na fazenda HayDay Inc., localizada dentro da área irrigada nas proximidades da

área de estudo, com localização 33° 33’ 24’’N, 114° 39’ 59’’W e 84 m. Na referida

fazenda, um sistema de obtenção do BE pela razão de Bowen (BERB) esteve em

operação durante o período experimental (Figura 2). Foi escolhida como a cultura de

referência a alfafa e o método utilizado FAO Penman-Monteith (Allen et al., 1998)

(Equação 1) para a comparação da ET. As características para o lençol freático

apresentaram: Distância para o Rio Colorado de 5100 (m); Profundidade variando de

2,2 a 2,8 (m), salinidade média de 1,338 (mg/L), composição do solo: Areia 20,0 (%);

Silte - 37,7 (%); Argila - 42,3 (%), obtidas por Nagler et al. (2005).

Figura 2 – Estação micrometeorológica utilizada para obtenção do BE pelo método da

razão de Bowen (BERB) (CHATTERJEE, 2010).

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Nesse estudo foi utilizado o sistema do balanço de energia CR10-3C

confeccionado pela Radiation and Energy Balance Systems, Inc. (REBS), com os

sensores para a medição de temperatura e umidade instalados, em geral, a 0,5 e 1 metro

acima do dossel da alfafa. Os componentes do BERB foram armazenados a cada 15

minutos, com médias dos fluxos de energia obtidas a cada 30 minutos, sendo

determinadas através de dois períodos de 15 minutos, pois os sensores mudam de

posição a cada 15 minutos.

Os fluxos de calor sensível e latente foram obtidos mediante as equações

apresentadas na seção 2.3.O fluxo de calor no solo foi obtido através de 3 fluxímetros,

modelo HFT3.1, instalados a 8 cm de profundidade. O saldo de radiação foi medido

com 3 saldo radiômetros modelo THRDS7.1 instalados a 2 m acima do dossel. Foi

utilizado um piranômetro do modelo PDS7.1 para medir a radiação solar incidente. Na

obtenção da umidade e temperatura do solo foram utilizados sensores dos modelos

SMP1 e STP, respectivamente (SANTOS,2009).

Também foram utilizados os dados das seguintes estações meteorológicas: 1-

Blythe NE (33° 33’ 24’’N, 114° 39’ 59’’W e 83,82 m); 2- Palo Verde II (33° 23’ 20’’N,

114° 43’ 32’’W e 70,1 m) e 3- Ripley (33° 31’ 56’’N, 114° 38’ 02’’W e 76,5m),

situados no PVID onde estas informações foram obtidas através do Sistema de

Informação e Monitoramento da Irrigação na Califórnia (CIMIS), o qual é um programa

do Escritório de Eficiência e Uso da Água (OWUE), Departamento de Recursos

Hídricos Califórnia (DWR), que gere uma rede de mais de 120 estações meteorológicas

automáticas no Estado da Califórnia (EUA), na figura 3 é apresentado o modelo dessas

estações meteorológicas, onde os dados referentes as mesmas estão disponíveis através

do endereço: http://www.cimis.water.ca.gov, cuja instrumentação utilizada nessas

estações encontra-se na Tabela 1.

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Tabela 1- Instrumentação utilizada nas estações meteorológicas do Sistema de

Informação e Monitoramento da Irrigação na Califórnia (CIMIS) instalada no Distrito

Irrigado de Palo Verde (PVDI).

Figura 3 - Modelo da estação meteorológica do Sistema de Informação e

Monitoramento da Irrigação na Califórnia (CIMIS), utilizada para medir os parâmetros

meteorológicos.

Medida Instrumento Altura (m)

1- Radiação solar global

LI200S (Li-Cor) (Piranômetro)

2,0

2- Temperatura do solo 107b (Fenwal/Campbell Scientific Inc.)

-0,15

UUT51J1

3- Temperatura e

umidade relativa do ar (Vaisala/Campbell

Scientific,Inc.) 1,5

4- Direção do vento 024A (Met-One) 2,0

5- velocidade do vento

6- Precipitação

014A (Met-One)

TE525MM(Texas Electronics)

2,0

1,0

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Figura 4 – a) Localização da torre micrometeorológica (Razão de Bowen), junto com as

demais estações utilizadas no estudo, b) Mapa classificativo de colheita no PVID para o

ano de 2008.

3.2 – METODOLOGIA

Para este estudo foram utilizadas imagens do sensor Thematic Mapper(TM) a

bordo do satélite Landsat 5, referente aos anos de 2007 e 2008 do PVID. Este satélite

possui resolução espacial de 30 m e 120 m nos canais reflectivos e termal,

respectivamente, e a órbita/ponto de interesse neste estudo foi a 039/037.

Também, foram utilizados produtos obtidos através da metodologia SEBAL a

partir de Santos (2009), que serviram de parâmetros para comparação e verificação da

eficiência dos métodos S-SEBI, a partir de recortes de áreas de interesse do (PVID).

Métodos estes utilizados para estimativa do calor sensível (H), calor latente (LE), fração

evaporativa (Ʌ), fração de evapotranspiração (ETf) e evapotranspiração real diária (ETr).

a) b)

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3.2.1 – OS ALGORITMOS SEBAL E S-SEBI

As etapas computacionais para a obtenção dos componentes do balanço de

radiação, através do algoritmo SEBAL estão apresentadas no fluxograma da Figura 4 e

detalhadas na sequência.

Figura 5 – Fluxograma das etapas do processamento para obtenção do balanço de

radiação à superfície (Rn) pelo algoritmo SEBAL (SANTOS, 2009).

3.2.1.1- CALIBRAÇÃO RADIOMÉTRICA (L)

A primeira etapa computacional do SEBAL consiste na obtenção da calibração

radiométrica ou radiância espectral, (L), que é calculada pela seguinte expressão:

MIN

MINMAX LDNLL

L

255

(1)

Onde o DN é o número digital de cada pixel da imagem, LMAX e LMIN são as constantes

de calibração espectral do sensor, cujos valores para o Landsat 5-TM, segundo Chander

e Markham (2003), estão apresentados na Tabela 2.

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Tabela 2 - Constantes de calibração (LMAX e LMIN) do Landsat 5-TM

3.2.1.2 - REFLECTÂNCIA MONOCROMÁTICA ()

Em seguida, calcula-se a reflectância monocromática (), que é a razão entre a

radiação solar refletida e incidente em cada pixel. Em outras palavras representa a

porção da radiação solar de cada banda que é refletida. O seu cômputo é obtido pela

seguinte equação (Allen et al., 2002):

rdESUN

L

cos

(2)

Onde L é a radiância espectral; ESUN é a constante solar monocromática associada a

cada banda do TM – Landsat 5, cujos valores, de acordo com Chander e Markham

(2003), estão apresentados na Tabela 3; é o ângulo zenital do Sol; e dr é a distância

relativa Terra-Sol, que é obtida pela Equação 3.

Tabela 3 - Valores do ESUN(Wm-2

µm-1

) válidos para o Landsat 5

Banda

1

Banda

2

Banda

3

Banda

4

Banda

5

Banda

6

Banda

7

Landsat 5 1957 1826 1554 1036 215,0 - 80,67

365

2cos033,01

DJd r

(3)

Onde DJ é o dia de ordem do ano em que são obtidos os dados radiométricos (imagens

de satélite), cujos valores correspondem aos dias da geração das imagens.

Banda LMIN(Wm-2

st-1m

-1) LMAX (Wm

-2st

-1m

-1)

1 -1,52 193,0

2 -2,84 365,0

3 -1,17 264,0

4 -1,51 221,0

5 -0,37 30,2

6 1,2378 15,303

7 -0,15 16,5

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3.2.1.3 - ALBEDO PLANETÁRIO OU ALBEDO NO TOPO DA ATMOSFERA

O cálculo do albedo no topo da atmosfera (αtoa) é feito através de uma

combinação linear das reflectâncias espectrais (), calculadas anteriormente, e os pesos

() que para cada banda, e são dados por:

775544332211 toa (4)

Os coeficientes da equação anterior (1, 2,...7) são calculados pela equação

(5) a seguir:

ESUN

ESUN

(5)

Para o Landsat 5-TM, os valores de são apresentados na tabela seguinte:

Tabela 4 - Coeficientes de cada banda para o cômputo do albedo no topo da atmosfera

1 2 3 4 5 6 7

Landsat 5-TM 0,293 0,274 0,233 0,157 0,033 - 0,011

Fonte: Allen et al. (2002)

3.2.1.4 – ALBEDO DA SUPERFÍCIE

O albedo da superfície ou albedo corrigido aos efeitos atmosféricos, que é um

primeiro termo do balanço de radiação, é computado através da equação seguinte:

2

_

sw

radiancepathtoa

(6)

onde, toa é o albedo planetário, path_radiance é a porção da radiação solar refletida pela

atmosfera (Bastiaanssen, 2000) e sw é a transmissividade atmosférica, que é definida

como a fração da radiação solar incidente transmitida pela atmosfera e representa o seu

efeito de absorção e reflexão (Allen et al., 2002). A transmissividade atmosférica é

computada em função da altitude local (z), em metros, conforme a equação:

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zsw

510275,0 (7)

3.2.1.5 - ÍNDICES DE VEGETAÇÃO (IVDN, IVAS) E ÍNDICE DE

ÁREA FOLIAR (IAF)

O Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (IVDN), que é um indicativo

das condições da densidade e porte da vegetação, é obtido através da razão entre a

diferença das reflectâncias do infravermelho próximo (4) e do vermelho (3) e a soma

das mesmas reflectâncias conforme equação:

3434 / IVDN (8)

O Índice de Vegetação Ajustado ao Solo (IVAS) é um índice de vegetação que

visa amenizar os efeitos de “background” do solo, sendo obtido através de equação

proposta por Huete (1988):

3434 /1 FFIVAS (9)

Onde F é um fator de ajuste ao solo (F = 0,5) (Allen et al., 2007a).

O cômputo do Índice de Área Foliar (IAF), que representa a razão entre a área

total de todas as folhas contidas em dado pixel, pela área do pixel, é feito por equação

empírica obtida por Allen et al. (2002):

91,0

59,0

69,0ln

IVAS

IAF

(10)

3.2.1.6 – EMISSIVIDADES

O cálculo da temperatura da superfície é feito através da equação de Planck

invertida, proposta para um corpo negro, para o qual a emissividade é igual a 1. Como

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cada pixel não constitui um corpo negro, há a necessidade de se estabelecer a sua

emissividade no domínio espectral da banda termal (NB), para fins do cômputo da Ts,

bem como no cômputo da radiação de onda longa emitida pela superfície, que nesse

caso, é considerada a emissividade da banda larga (0) (4 – 100 m).

O cômputo de ambas as emissividades é feito através das equações seguintes,

em função do IAF (Allen et al., 2002):

IAFNB 00331,097,0 (11a)

IAF01,095,00 (11b)

São considerados NB = 0= 0,98quando IAF 3, e para IVDN< 0, no caso de

corpos de água, considera-se NB= 0,99 e 0= 0,985, de acordo com proposta de Allen et

al. (2002).

3.2.1.7 - TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE (TS)

A obtenção de Ts, como mencionado anteriormente, é feita através da equação

de Planck invertida, em função da radiância espectral da banda termal L,6 e da

emissividade obtida pela equação (11a):

1ln6,

1

2

L

K

KT

NB

s (12)

Onde K1 = 607,8 Wm-2

sr-1

μm-1

e K2 = 1261 K.

3.2.1.8 - RADIAÇÃO DE ONDA LONGA EMITIDA ( LR )

O terceiro termo do balanço de radiação calculado pelo SEBAL é o fluxo de

radiação termal emitida pela superfície. O seu cômputo é feito pela equação de Stefan-

Boltzmann, em função da temperatura e da emissividade da superfície, qual seja:

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4

0 sLTR

(13)

onde é constante de Boltzmann (5,67x10-8

Wm-2

K-4

) e os outros termos já foram

definidos anteriormente.

3.2.1.9 - RADIAÇÃO DE ONDA LONGA INCIDENTE ( LR )

A radiação de onda longa emitida pela atmosfera na direção da superfície (Wm-2

)

também é calculada pela equação de Stefan-Boltmann, em função da emissividade do ar

que é obtida pela equação (16) e da temperatura do ar (Ta), obtida junto a uma estação

meteorológica, na área de estudo:

4

aaLTR

(14)

A emissividade do ar (a) foi obtida por:

09,0ln85,0 swa (15)

3.2.1.10 - RADIAÇÃO DE ONDA CURTA INCIDENTE ( SR )

O segundo termo do balanço de radiação é a radiação de onda curta incidente

sR , que é calculado pela equação a seguir:

swrscsdGR cos

(16)

Onde Gsc é a constante solar (1367 Wm-2

) e os demais termos foram previamente

definidos.

3.2.1.11 - SALDO DE RADIAÇÃO (Rn)

O SEBAL faz o cômputo de Rn através da equação:

LLLSSn RRRRRR 01. (17)

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onde SR é a radiação de onda curta ou solar incidente (Wm

-2), o termo s

R é a

porção da radiação de onda curta refletida pela superfície (Wm-2

), é o albedo da

superfície, LR é a radiação de onda longa emitida pela atmosfera na direção da

superfície (Wm-2

), LR é a radiação de onda longa emitida pela superfície (Wm

-2); o

termo

L

R01 corresponde a radiação de onda longa refletida e 0 é emissividade da

superfície.

3.2.1.12 - FLUXO DE CALOR NO SOLO (G)

O valor de G é computado segundo a equação empírica desenvolvida por

Bastiaanssen (2000):

ns RIVDN

TG

42 98,010074,00038,0

(18)

Onde Ts é a temperatura da superfície (ºC), é o albedo da superfície, IVDN é o índice

de vegetação da diferença normalizada e Rn é o saldo de radiação.

3.2.1.13 - FLUXO DE CALOR SENSÍVEL (H), FLUXO DE CALOR

LATENTE (LE), FRAÇÃO DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE

REFERÊNCIA HORÁRIA (ETRF_H) E A EVAPOTRANSPIRAÇÃO

REAL DIÁRIA (ETA) (APLICAÇÃO DO ALGORITMO S-SEBI)

As etapas do algoritmo S-SEBI, para estimar os fluxos de calor sensível (H) e

calor latente (LE), através da fração evaporativa (Λ) (Sobrino et al., 2005) estão

descritas a seguir.

O cálculo da fração evaporativa para cada pixel com reflectânciaα0 e temperatura

T0 será obtido da seguinte forma (Roerink et al., 2000; Sobrino et al., 2007):

1) determinação da reflectância dependente da temperatura TLE, onde LEmax(α0) = Rn –

G e H = 0;

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2) determinação da reflectância dependente da temperatura TH, onde Hmax (α0) = Rn – G

e LE = 0.

A fração evaporativa (Λ) para um pixel particular será calculada como a razão

dada por:

0H

H LE

T T

T T

(19)

A Figura 6 mostra as características espaciais da reflectância da superfície e da

temperatura da superfície juntos com a temperatura média por unidade de reflectância.

Na distribuição espacial é possível reconhecer o limite inferior, onde o fluxo de calor

latente é assumido ser máximo LEmax(α0) e o limite superior localizado aonde o fluxo de

calor sensível é máximo Hmax(α0) (Sobrino et al., 2005; Gómez et al., 2005; Santos e

Silva, 2008). A equação linear, que representa o limite máximo e mínimo, pode ser

escrita como:

0H H HT a b (20)

e

0LE LE LET a b (21)

As variáveis de regressão a e b são locais e temporais.

Substituindo a relação observada por TH e TLE, a fração evaporativa é escrita

como:

0 0

0

H H

H LE H LE

a b T

a a b b

(22)

Uma vez determinada a Λ, os fluxos de calor sensível e latente serão calculados

conforme descrito abaixo (Santos e Silva, 2008):

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))(1( GRH n

(23)

)( GRLE n (24)

Figura 6 - Representação esquemática da relação entre a temperatura da superfície e a

reflectância da superfície (SANTOS, 2010).

A ETa determinada a partir dos algoritmos SEBAL e S-SEBI é obtida da

evapotranspiração real horária (ETh) (mm/h), que é fornecida através da densidade de

fluxo de calor latente LE,

ETh=3600 LE/ L (25)

Sendo L é o calor latente de vaporização da água (L = 2,45x106 J kg

-1) e 3600 é o

fator de conversão de valores instantâneos da imagem de LE para valores horários.

Em seguida foi realizado a obtenção da fração de evapotranspiração de

referência horaria, FET0_h, que foi obtida pela razão entre a ETh e a evapotranspiração

de referência horaria, ET0_h, calculada pelo método da FAO Penman-Monteith (Allen et

al., 1998), com dados da estação meteorológica instalada na área estudada:

FET0 _ h = ETh /ET0 _h (26)

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Considerando que o valor da FET0_h = FET0_24, pois de acordo com Trezza

(2002) o comportamento de FET0_hé relativamente constante em todo o período diurno.

Logo, a ETr diária foi dada pela equação seguinte:

ETr=FET0 _h ET0 _ 24(mmdia-1

) (27)

CAPÍTULO IV

4.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para encontrar a relação existente entre os parâmetros estudados, a partir dos

seus valores de ETr e Rn medidos no experimento e os estimados através do algoritmo

S-SEBI foram utilizados o Erro Médio Percentual (EMP), Erro Médio Absoluto (EMA),

Raiz do Erro Quadrático Médio (REQM), Erro Absoluto (EA) e o Erro Percentual (EP),

dados pelas expressões abaixo (Wilks, 2006):

∑ |

|

∑|

|

√∑ (

)

| |

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51

onde xi é o valor observado, x’i é o valor estimado e N é o número de observações.

Os dados de ET e Rn foram ajustados a um polinômio de primeiro grau pelo

método dos Mínimos Quadrados. Seja Y= α +βX o modelo polinomial de primeiro grau

escolhido para ajustar os pontos (Xi, Yi) da amostra estudada. Foram designados por

“a” e “b” aos valores de estimados de α e β respectivamente. A estimativa de Y do

modelo ajustado compondo “a” e “b” da equação linear, são dadas respectivamente por:

( )

O coeficiente de correlação r mede o grau de ajuste dados o qual é usado tanto

para as relações lineares como não lineares. Logo, o coeficiente de correlação r é dado

pela seguinte expressão:

∑( )

∑( ) ( )

em que r é uma grandeza adimensional variando entre -1≤ r ≤ 1, sendo que quanto mais

próximo de ± 1 melhor é a qualidade do ajuste.

O teste de significância do r amostral t-Student foi utilizado. Considerando “ρ”

como sendo o coeficiente de correlação de uma população teórica avaliada a partir do

coeficiente de correlação amostral, para ρ = 0 (hipótese nula) denotada por:

√ ( )

No caso da hipótese nula ser rejeitada, num determinado nível de significância,

equivale a dizer que o r amostral encontra-se na área de aceitação, ou seja, existe uma

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correlação entre as populações, caso contrário, se a hipótese nula for aceita, a correlação

entre as populações é igual a zero situando-se na área de rejeição. (Spiegel, 1978).

CAPÍTULO V

5.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A seguir são apresentados alguns resultados dos parâmetros analisados nesta

pesquisa, destacando os comportamentos diários, mensais e anuais dos parâmetros

meteorológicos medidos nas estações de Blythe NE, Palo Verde II e Ripley onde, esses

dados foram obtidos através Sistema de Informação e Monitoramento de Irrigação na

Califórnia (CIMIS).

Na Figura 7 pode ser observada a distribuição temporal durante o período de

2001 a 2013, para os parâmetros de temperatura do ar (°C), umidade relativa (%),

velocidade do vento (ms-1

), radiação solar (Wm-2

), precipitação (mmano-1

), e

evapotranspiração de referência média mensal (ET0) (mmmês-1

). Já nas Figuras 8 e 9

observam-se valores diários para os mesmos parâmetros citados anteriormente, porém

para os anos de 2007 e 2008.

Observa-se que durante o período de 2001 a 2013 o comportamento da

temperatura do ar esteve entre 10 e 30°C (Fig. 7a), a umidade relativa variou entre 30 e

90% (Fig.7b), a velocidade do vento esteve entre 1 e 3 (ms-1

) (Fig. 7c), a radiação solar

entre 150 e 350 Wm-2

(Fig. 7d), e a precipitação variou entre 0 e 180 mmano-1

(Fig. 7e).

A Figura 7f mostra a distribuição temporal da evapotranspiração de referência média

mensal (ET0), a qual foi realizada especificamente para a ET0 uma média de todos os

meses durante o período de 2001 a 2013, observa-se que no período de inverno

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(dezembro, janeiro, fevereiro e março) têm-se os menores valores entre 50 e 70 mmmês-

1 e no período de verão (junho, julho, agosto e setembro) têm-se os maiores valores

entre 200 e 250 mmmês-1

, estes resultados já eram de se esperar uma vez que a

quantidade de radiação solar incidente durante o verão é sempre superior ao período de

inverno (conforme a Fig. 7d), o mesmo comportamento é observado na temperatura do

ar de acordo com a figura 7a. Na Figura 7b observa-se que a umidade relativa alcança

seus maiores valores entre 70 e 80 % justamente no período de verão como

consequência da maior quantidade de evapotranspiração nesse período, já no período de

inverno a umidade relativa obtém seus menores valores entre 40 e 50%, a variação

desses parâmetros pode ser explicado pelo fato dessas medições serem coletadas em

áreas de irrigação.

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54

Figura 7 - Distribuição temporal das variáveis: temperatura do ar (°C), umidade relativa (%), velocidade

do vento (ms-1

), radiação solar (Wm-2

), precipitação (mmano-1

), e evapotranspiração de referência média

mensal (ET0), no Distrito Irrigado de Palo Verde, Califórnia (EUA) para o período de 2001 a 2013

respectivamente.

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55

Figura 8 - Distribuição temporal das variáveis: temperatura do ar (°C), umidade relativa (%) e velocidade do

vento (ms-1

) no Distrito Irrigado de Palo Verde, Califórnia (EUA) para os anos de 2007 e 2008

respectivamente.

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56

Figura 9 - Distribuição temporal das variáveis: radiação solar (Wm-2

), precipitação (mm), e

evapotranspiração de referência (ET0), no Distrito Irrigado de Palo Verde, Califórnia (EUA) para os anos de

2007 e 2008 respectivamente.

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57

5.2 VALIDAÇÃO

Para a validação do algoritmo S-SEBI foi utilizada uma torre

micrometeorológica situada no PVID com a localização Latitude: 33,46555; Longitude:

-114,71354, tendo como referência a cultura da alfafa, durante alguns dias dos anos de

2007 e 2008 com o objetivo de comparar os valores da evapotranspiração real diária

(ETr) obtidos pelo método da Razão de Bowen, e o saldo de radiação (Rn), em seguida

foi realizado a distribuição espacial desses dados com o auxílio do software Arcgis 9.3.

Nas tabelas 5 e 6 estão apresentados os valores da evapotranspiração real diária,

para alguns dias dos anos de 2007 e 2008 respectivamente, com as medições in situ e

estimadas pelo S-SEBI, também estão presentes alguns parâmetros estatísticos que

explicam o comportamento entre essas duas variáveis.

Tabela 5 – Evapotranspiração real observado (ETrobs) (mmdia-1

), evapotranspiração

real estimado (ETrS-SEBI) (mmdia-1

), erro absoluto (EA) e percentual médio (EP) e raiz

do erro quadrático médio (REQM), para alguns dias de estudo referentes ao ano de

2007.

Dias juliano ETrobs ETrS-SEBI EA(mmdia-1

) EP (%)

128 7,31 6,83 0,48 6,57

144 5,93 7,12 1,19 20,07

160 9,25 7,91 1,34 14,49

176 9,55 7,09 2,46 25,79

192 9,34 8,16 1,18 12,63

224 7,04 7,01 0,03 0,43

240 5,45 4,93 0,52 9,54

256 4,78 4,76 0,02 0,42

272 6,33 5,50 0,83 13,11

REQM 1,148

EMP (%) 11,44

EMA 0,89

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58

Tabela 6 – Evapotranspiração real observado (ETrobs) (mmdia-1

), evapotranspiração

real estimado (ETrS-SEBI) (mmdia-1

), erro absoluto (EA) e percentual médio (EP) e raiz

do erro quadrático médio (REQM), para alguns dias de estudo referentes ao ano de

2008.

Dias juliano ETrobs ETr S-SEBI EA(mmdia-1

) EP (%)

19 2,1 2,78 0,68 32,38

42 3,19 3,6 0,41 12,85

67 4,79 4,91 0,12 2,51

83 4,37 3,6 0,77 17,62

99 5,92 7,0 1,08 18,24

115 7,12 6,02 1,1 15,45

131 6,66 7,2 0,54 8,11

147 6,55 7,1 0,55 8,40

163 9,12 7,3 1,82 19,96

170 9,07 7,37 1,7 18,74

195 5,64 4,15 1,49 26,42

211 8,27 5,4 2,87 34,70

218 7,76 7,05 0,71 9,15

234 4,69 3,59 1,1 23,45

259 6,47 4,26 2,21 34,16

REQM 1,35

EMP (%) 18,80

EMA 1,14

Verifica-se que houve uma subestimação dos dados obtidos pelo S-SEBI, porém

de forma geral, os valores estimados pelo algoritmo, o qual é fundamentado em técnicas

de sensoriamento remoto se mantiveram muito próximos dos valores medidos nas torres

de fluxos. Para o ano de 2007 os erros médio absoluto e percentual foram de 0,89

mmdia-1

e 11,44% respectivamente, estes resultados estão compatíveis com os

encontrados por Santos (2009), o qual estimou a ETr em uma vegetação tamarisk,

localizada na área de preservação ambiental de Cibola (Blythe, CA/EUA) onde o

mesmo obteve erros quadrático médio e percentual médio de 0,5 mmdia-1

e 10,6%

respectivamente. Chatterjee (2010), que investigou a perda de água por ET no PVID a

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partir de imagens EVI MODIS, obteve erros inferiores a 8%. Estes resultados também

concordam com os encontrados por Hattori (2004), o qual examinou a transpiração por

tamarisk ao longo do Rio Grande, no Novo México, medidos através de vórtices

turbulentos para as estações de crescimento de 1999 e 2001. O mesmo obteve no verão

em média 7,0 mm dia-1

, variando de 3,4 mm dia-1

para 9,8 mm dia-1

. Estes valores

diários de ET medidos e modelados concordou em até 10%, o que está dentro da

incerteza nas medições.

O ano de 2007 obteve uma melhor correlação (r= 0,835) em comparação ao ano

de 2008 (r=0,808) (Fig. 10), este fato pode ser justificado pelo maior número de

imagens disponíveis para o ano de 2008, fazendo com que esta correlação torne-se o

mais próximo da realidade. Os resultados encontrados para o ano de 2008 apresentaram

erro médio percentual de 18,8%, já um estudo realizado por Mattar et. al, (2014)

mostrou erros relativos variando entre 5 e 15%, para a evapotranspiração real diária.

Os resultados obtidos para o saldo de radiação (Rn) (tabelas 7 e 8) também

apresentaram uma subestimação dos dados obtidos pelo S-SEBI, com relação aos

encontrados na torre experimental do PVID, porém obtiveram fortes correlações 0,924 e

0,962 (Fig. 10) e erros médios percentuais de 6,79% e 8,49% para os anos de 2007 e

2008, respectivamente. Estes resultados corroboram com os encontrados por Mattar et.

al, (2014), os quais obtiveram, para o saldo de radiação erros relativos de 6 a 17%.

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Tabela 7 – Saldo de radiação observado (Rnobs) (Wm-2

), Saldo de radiação estimado

(RnS-SEBI) (Wm-2

), erro absoluto (EA) e percentual médio (EP) e raiz do erro

quadrático médio (REQM), para alguns dias de estudo referentes ao ano de 2007.

Dias juliano Rnobs Rn S-SEBI EA(Wm-2

) EP (%)

128 636,93 614,75 22,18 3,48

144 675,98 612,45 63,53 9,40

160 689,33 638,02 51,31 7,44

176 700,02 623,37 76,65 10,95

192 655,91 640,06 15,85 2,42

224 650,24 625,80 24,44 3,76

240 596,93 535,45 61,48 10,30

256 570,31 567,95 2,36 0,41

272 841,89 732,73 109,16 12,97

REQM 57,33

EMP (%) 6,79

EMA 47,44

Tabela 8 – Saldo de radiação observado (Rnobs) (Wm-2

), Saldo de radiação estimado

(RnS-SEBI) (Wm-2

), erro absoluto (EA) e percentual médios (EP) e raiz do erro

quadrático médio (REQM), para alguns dias de estudo referentes ao ano de 2008.

Dias juliano Rnobs Rn S-SEBI EA(Wm-2

)

EP (%)

19 372,31 369,88 2,43 0,65

42 436,24 412,84 23,4 5,36

67 560,85 510,57 50,28 8,96

83 580,92 469,05 111,87 19,26

99 631,76 578,15 53,61 8,49

115 615,33 583,19 32,14 5,22

131 691,92 625,8 66,12 9,56

147 633,34 613,82 19,52 3,08

163 723,36 639,87 83,49 11,54

170 704,29 637,98 66,31 9,42

195 638,83 578,06 60,77 9,51

211 654,43 588,1 66,33 10,14

218 661,28 613,84 47,44 7,17

234 584,49 541,83 42,66 7,30

259 601,38 531,6 69,78 11,60

REQM 59,25

EMP (%) 8,48

EMA 53,07

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A Figura 10 apresenta as correlações lineares existentes entre as estimativas da

ETr e Rn medido versus estimado, obtidas pelo algoritmo S-SEBI, para os dias

estudados nos anos de 2007 e 2008, juntamente com os seus respectivos coeficientes de

determinação (r²).

Na Tabela 9 constam os valores do coeficiente de correlação entre a

evapotranspiração (ET) estimada pelo método S-SEBI e a ET obtida in situ para os anos

de 2007 e 2008, como também o saldo de radiação (Rn) estimado pelo método S-SEBI e

Figura 10– Gráficos de dispersão entre as variáveis ETr e Rn observado e estimado pelo S-SEBI, para

alguns dias dos anos de 2007 e 2008 respectivamente.

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o Rn obtido in situ, nos anos de 2007 e 2008. No qual foi aplicado o teste significância

estatística t-Student bilateral. Os resultados mostram que todas as correlações foram

significativas para o nível de significância especificado.

Tabela 9 - Coeficiente de correlação, valores do t calculado pelo teste de significância

do r amostral, valores tabelados da distribuição t-Student para o nível de significância

de 99%.

Variável Correlação tcalculado ttabelado EMP (%)

ET (2007) 0,835* 4,01 3,25 11,44

ET (2008) 0,808* 4,95 2,95 18,80

Rn(2007) 0,924* 6,42 3,25 6,79

Rn(2008) 0,962* 12,83 2,95 8,48

* significa que a correlação é confiável ao nível de 99%.

Observa-se que no ano de 2007 a ETr estimada pelo método S-SEBI obteve um

coeficiente de correlação r= 0,8351, o que implica em um coeficiente de determinação

r2= 0,6974, ou seja, o modelo linear explica, portanto, 69,7% da variância total dos

dados da ETr estimada pelo método S-SEBI, indicando haver uma boa correlação entre a

ETr estimada e a ETr observada, além disso, o erro percentual variou entre 0,42 e

25,79% com um erro médio percentual de 11,44% e 0,89 de erro médio absoluto. A

significância do coeficiente (r) foi baseada no teste de Student (t), para o nível de

significância de 0,01, com 9 graus de liberdade da amostra (ν), o que resultou em

ttabelado= 2,821contra tcal= 4,016. Como tcal>ttabelado, a hipótese nula de que o r amostral

foi obtido em população p=0 foi rejeitada e a hipótese não nula foi aceita.

A mesma avaliação foi feita para o Rn no ano de 2007, o qual obteve um

coeficiente de correlação r= 0,924, o qual implica em um coeficiente de determinação

r²= 0,855, isso mostra que o modelo linear explica cerca de 85,5 % da variância total

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dos dados do Rn estimado indicando haver uma forte correlação entre o método

utilizado e o medido in situ, por sua vez, o erro percentual variou entre 0,41 e 12,97%

com um erro médio percentual e absoluto de 6,79% e 47,44 respectivamente. O teste de

Student (t), para o nível de significância de 0,01 e 9 graus de liberdade da amostra (ν)

resultou em ttabelado= 2,821contra tcalulado= 6,424. Como no caso anterior da ETr o

tcalulado>ttabelado, a hipótese não nula foi aceita.

Para o ano de 2008, a ETr obteve um coeficiente de correlação r= 0,8084,

resultando em um coeficiente de determinação r2= 0,6536, logo o modelo linear explica

65,3% da variância total dos dados da ETr estimada. O erro percentual para a ETr esteve

entre 2,51 e 34,70% e os erros médio percentual e absoluto foram de 18,80% e 1,14

respectivamente. O teste de Student (t), para o nível de significância de 0,01 e 15 graus

de liberdade da amostra (ν) resultou em ttabelado= 2,602 contra tcalulado= 4,952. Como o

valor calculado é maior que valor tabelado tcalulado>ttabelado, a hipótese não nula foi aceita.

Para o Rn os resultados encontrados no ano de 2008, também mostraram-se

bastante eficientes, onde foi observado um coeficiente de correlação de r= 0,9627, o que

implica em um coeficiente de determinação de r²= 0,9269, portanto o modelo linear

explica 92,69% da variância total dos dados do Rn estimado, indicando haver uma forte

correlação entre as duas variáveis. O erro percentual variou entre 0,65 e 19,26%, com

erros médio percentual e absoluto de 8,48% e 53,07 respectivamente. O teste de Student

(t), para o nível de significância de 0,01 e 15 graus de liberdade da amostra (ν) resultou

em ttabelado= 2,602 contra tcalulado=12,838. Como o valor calculado é maior que valor

tabelado tcalulado>ttabelado, a hipótese não nula foi aceita.

Esses resultados mostram que existem uma boa concordância entre os dados

observados em superfície com aqueles obtidos pelo algoritmo S-SEBI, a utilização do

teste t-Student mostrou que os dados são estatisticamente significativos ao nível de

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99%, fazendo com que este método possa ser utilizado para estimar a ETr e Rn em áreas

com as mesmas características deste estudo.

De acordo com este estudo e anteriores o método S-SEBI mostrou-se uma

técnica simples e com uma ótima precisão para a obtenção da evapotranspiração real

diária e saldo de radiação, onde observou-se um erro máximo de aproximadamente 20%

e um erro médio em torno de 10%, estes erros são aceitáveis devido a todas as

interferências existentes entre a atmosfera e a superfície.

Uma vez que esse método só depende de informações da temperatura do ar no

momento da passagem do satélite, o qual pode ser substituído pela temperatura do pixel

frio estes resultados mostram a empregabilidade do S-SEBI para regiões onde existe um

contraste entre áreas úmidas (pixel frios) e áreas secas (pixel quentes) e regiões onde

não existem redes de estações meteorológicas bem distribuídas.

5.3 APLICAÇÃO DO ALGORITMO S-SEBI

As Figuras 11 e 12 ilustram a distribuição espacial da ETr diária para os anos de

2007 e 2008, resultados estes obtidos através do algoritmo S-SEBI, para toda área do

PVID, em diferentes dias do ano.

Verifica-se uma excelente concordância entre a distribuição temporal e a

distribuição espacial para todos os dias estudados. Observa-se que existe um

comportamento semelhante entre esses dois anos, nos quais em dias que existem uma

maior quantidade de radiação solar incidente (período entre junho e setembro),

consequentemente ocorre uma maior quantidade de evapotranspiração, obtendo valores

iguais ou superiores a 6 mmdia-1 destacado pelas áreas em azul escuro, em dias com

menor incidência solar (período entre dezembro e março) a evapotranspiração atinge

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valores iguais ou inferiores a 1 mmdia-1, onde apresentam áreas com tonalidade marrom,

conforme também é observado nos gráficos da evapotranspiração (Figuras 9e e 9f) e

Radiação solar (Figuras 9a e 9b) neste período. Este fato é verificado com mais detalhes

no ano de 2008, pois os dias estão distribuídos ao longo do ano possibilitando assim

constatar o comportamento anual da ETr, os menores valores são observados na Fig.

12(a) (DJ 67) onde registrou-se valores inferiores a 1 mmdia-1, conforme o decorrer do

ano estes valores aumentam atingindo valores superiores a 9mmdia -1conforme as Fig.

12(j) (DJ 170) e 12(k) (DJ 195), a partir desses dias os valores de ETr começam a

decrescer novamente, obedecendo a uma curva parabólica ao longo do ano, este mesmo

comportamento é descrito no ano de 2007, porém o mesmo não é observado igual ao

ano de 2008 devido à ausência de imagens distribuídas ao longo do ano.

As Figuras 13 e 14 apresentam a distribuição espacial do Saldo de radicao (Rn),

para os anos de 2007 e 2008, resultados obtidos pelo algoritmo S-SEBI, para toda area

do PVID, em diferentes dias do ano.

Observa-se um comportamento similar ao verificado na ETr, uma vez que a

mesma depende da radiação incidente na superfície. No período de maior incidência de

energia solar (período entre junho e setembro), verificam-se os maiores valores de

radiação líquida especialmente nas figuras 13(e) (DJ 192) e 14(k) (DJ 195) as quais

obtiveram valores iguais ou superiores a 700 Wm-2

, destacadas por áreas com

tonalidade verde, abrangendo grande parte do PVID.

Para o período com menor incidência solar (período de dezembro a março),

verificam-se os menores valores de radiação líquida especialmente nas figuras 14(a) (DJ

19), 14(b) (D J42) e 14(s) (DJ 323) as quais obtiveram valores iguais ou inferiores a 400

Wm-2

, destacadas por áreas com tonalidade vermelha, abrangendo praticamente 100%

de todo PVID.

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66

5.4 EVAPOTRANSPIRAÇÃO REAL DIÁRIA (ETr)

a) b)

c) d)

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67

e) f)

g) h)

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68

i)

Figura 11 - Distribuição espacial da ETr no Distrito Irrigado de Palo Verde (PVID), Califórnia (EUA)

para os DJ (2007): a) 128; b) 144; c) 160; d) 176; e) 192; f) 224; g) 240; h) 256; i) 272, obtidas através do

algoritmo S-SEBI.

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69

a) b)

c) d)

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70

e) f)

g) h)

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71

i) j)

k) l)

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72

m) n)

o) p)

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73

q) r)

s)

Figura 12 - Distribuição espacial da ETr no Distrito Irrigado de Palo Verde (PVID), Califórnia

(EUA) para os DJ (2008): a) 19; b) 42; c) 67; d) 83; e) 99; f) 115; g) 131; h) 147; i) 163; j) 170;

k)195; l) 211; m) 218; n) 234; o) 259; p) 275; q) 291; r) 314; s) 323, obtidas através do algoritmo S-

SEBI.

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A partir dos resultados da ETr obtidos pelo algoritmo S-SEBI, foi estimado a

quantidade de água emitida para a atmosfera durante os dias estudados nos anos de 2007 e 2008

(Tabela 10),com os quais foram extraídos os valores correspondentes a cada pixel das imagens,

possibilitando assim o cômputo da quantidade de água evapotranspirada diária de toda área do

PVID, o qual foi observado valores superiores a 500 m³dia-1

durante o período de maior

incidência solar, os menores valores encontrados foram inferiores a 110m³dia-1

os quais

encontram-se no período de menor incidência solar, esta é uma informação bastante importante,

pois diante desta pode-se utilizar a água de um modo mais eficiente, uma vez que a irrigação

nesta área é feita pelo método de inundação. Como visto anteriormente a aplicação deste

método resultou em uma subestimação dos resultados, portanto deve-se considerar haver um

erro médio percentual de 10%, os quais estão apresentados na tabela 10 a seguir:

Tabela 10 – Taxa e Volume da evapotranspiração estimados no PVID durantes os dias de

estudo nos anos de 2007 e 2008.

* área total estudada= 521km² = 52100ha

** 1mmdia-1

= 10 m³ha-1

dia-1

DJ(2007) mmdia-1

m3dia

-1 DJ(2008) mmdia

-1 m

3dia

-1

128 1941090,4 372,6 19 878563,8 168,6

144 2166362,9 415,8 42 1149300,7 220,6

160 2221475,2 426,4 67 1361570,0 261,3

176 2328659,7 447,0 83 1556304,4 298,7

192 2631119,8 505,0 99 2154671,2 413,6

224 2159406,4 414,5 115 1860300,8 357,1

240 1873187,4 359,5 131 2081874,7 399,6

256 1771704,0 340,1 147 2406596,3 461,9

272 1560242,9 299,5 163 1988624,1 381,7

170 1988624,1 381,7

195 2581224,7 495,4

211 1962718,7 376,7

218 2306633,7 442,7

234 1529499,0 293,6

259 1191359,1 228,7

275 1023621,1 196,5

291 713443,6 136,9

314 561600,5 107,8

323 769012,9 147,6

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75

5.5 SALDO DE RADIAÇÃO (Rn)

a) b)

c) d)

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76

e) f)

g) h)

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77

i)

Figura 13 - Distribuição espacial do Rn no Distrito Irrigado de Palo Verde (PVID), Califórnia (EUA)

para os DJ (2007): a) 128; b) 144; c) 160; d) 176; e) 192; f) 224; g) 240; h) 256; i) 272, obtidas através do

algoritmo S-SEBI.

a) b)

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78

c) d)

e) f)

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79

g) h)

i) j)

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80

k) l)

m) n)

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o) p)

q) r)

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82

s)

Figura 14 - Distribuição espacial do Rn no Distrito Irrigado de Palo Verde (PVID), Califórnia (EUA)

para os DJ (2008): a) 19; b) 42; c) 67; d) 83; e) 99; f) 115; g) 131; h) 147; i) 163; j) 170; k)195; l) 211; m)

218; n) 234; o) 259; p) 275; q) 291; r) 314; s) 323, obtidas através do algoritmo S-SEBI.

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CAPÍTULO VI

CONCLUSÕES

Os resultados deste estudo mostram a aplicação de um método relativamente

simples para se obter os fluxos de energia na superfície (S-SEBI) o qual, através do

sensoriamento remoto, é possível ser estimado os parâmetros do balanço de energia de

superfície com uma alta precisão. Foi observado uma subestimação através de uma

validação realizada com os dados medidos e os estimados pelo método, onde obteve-se

um erro percentual médio de 10% para a ETr e 8,5% para o Rn.

A partir de gráficos de dispersão foram identificadas as correlações lineares

existentes entre as estimativas da ETr e Rn medido versus estimado, obtidas pelo

algoritmo S-SEBI, para alguns dias dos anos de 2007 e 2008, os resultados mostraram

que existe uma boa concordância entre os dados, onde obteve-se correlações superiores

a 0,8 e 0,9, respectivamente, e a utilização do teste t-Student mostrou que os dados são

estatisticamente significativos ao nível de 99%.

Através de estimativas da distribuição espacial comprovou-se a eficiência deste

método, as quais concordam com os valores obtidos na torre experimental (distribuição

temporal), onde para a ETr em dias com a maior quantidade de radiação incidente

obteve-se valores superiores 6 mmdia-1

e para o Rn valores superiores a 700 Wm-2

.

Além de poder quantificar o volume de água emitida para a atmosfera pela

evapotranspiração, estimar com precisão a ETr através do sensoriamento remoto é,

portanto, fundamental para o estudo de mudanças do clima global e regional, em

processos e ciclos biogeoquímicos, na produtividade líquida primária, para o balanço

hídrico, e em áreas agrícolas. A grande dificuldade para verificação dos resultados foi a

de conseguir imagens sem a presença de nuvens para períodos distribuídos ao longo do

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ano, bem como da ausência de trabalhos que levam em conta a sensibilidade de

parâmetros utilizados no modelo como a altura média da vegetação. No entanto, os

produtos gerados como saldo de radiação e evapotranspiração, seguiram os valores

encontrados na literatura para outras regiões similares.

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