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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
INSTITUTO DE SISTEMAS ELÉTRICOS E ENERGIA
Análise de riscos para empreendimentos
de geração de energia elétrica
Cassia Akemi Castro Kuki
Itajubá, outubro de 2017
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
INSTITUTO DE SISTEMAS ELÉTRICOS E ENERGIA
Cassia Akemi Castro Kuki
Análise de riscos para empreendimentos
de geração de energia elétrica
Monografia apresentada ao Instituto de
Sistemas Elétricos e Energia, da
Universidade Federal de Itajubá, como parte
dos requisitos para obtenção do título de
Engenheiro Eletricista.
Orientador: Edson da Costa Bortoni
Itajubá, outubro de 2017
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
iii
Dedicatória
Dedico este trabalho aos meus pais, Haroldo
e Márcia, por todo o apoio e ensinamentos que me
proporcionaram ao longo de minha vida; e ao meu
avô, Oswaldo, em memória, por todos os incentivos
e brilho nos olhos a cada conquista adquirida.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
iv
Agradecimentos
Aos meus pais, Haroldo e Márcia, que sempre estiveram ao meu lado, dando apoio e
incentivo ao longo de minha vida, com paciência e tolerância em cada uma das noites mal
dormidas e horas de dedicação para com os estudos.
Ao professor Edson da Costa Bortoni pela grande oportunidade de crescer
academicamente, compartilhando conhecimentos e sempre se mostrando disposto para
conversar sobre o tema, incentivando e encorajando a iniciativa autônoma para a realização
deste trabalho. Muito obrigada, Professor, por me orientar.
A todos os professores com quem tive o privilégio de ter aulas, pois boa parte da minha
formação, eu devo e agradeço a cada um deles de maneira especial.
Aos meus prezados colegas da CPFL, que sempre foram muito acessíveis para
conversarem comigo sobre o tema deste trabalho, com suas críticas e ideias construtivas.
Aos meus amigos, que entenderam minhas prioridades e, principalmente, minhas
ausências em muitos dos eventos, mas, mesmo assim, estiveram sempre presentes, apoiando-
me e comemorando ao meu lado cada uma das minhas conquistas, inclusive esta.
Por fim, mas não menos importante, agradeço a Deus por toda força, coragem e foco.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
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Resumo
Os riscos são eventos que se opõem às metas técnicas, de cronograma e custos, ocasionando
em impactos sobre os resultados de um projeto. Por isso, em um cenário competitivo, um estudo
acerca da gestão de riscos pode ser uma ferramenta útil para auxiliar as organizações e
investidores a alcançarem os objetivos dos projetos geridos. Esse processo de gestão conta com
ferramentas e técnicas que, através da análise das probabilidades de ocorrência dos riscos e da
gravidade do efeito, permitem obter resultados referentes às chances de sucesso do projeto ou
da sua não viabilidade. Desta forma, o presente trabalho apresenta uma discussão teórica e
análise probabilística das incertezas incluídas em empreendimentos energéticos de geração
eólica, fotovoltaica e hídrica, bem como no nível de contratação em ambientes livres e regulado,
uma vez que para a instalação de uma usina, são necessários investimentos e o objetivo destes
projetos não está apenas no fornecimento de energia, mas também na garantia de que haverá
retorno de capital, ou seja, uma margem de lucros. Através da simulação de cenários, observa-
se que os riscos afetam diretamente nos objetivos finais do projeto. Isso é demonstrado através
da análise de cenários otimistas e pessimistas de cada um dos empreendimentos de geração, nos
quais se consideram as condições de suprimento de insumo, posse de documentação necessária
para o projeto executar suas atividades e fornecimento de materiais e equipamentos necessários
ao projeto em tempo hábil. Assim, tanto o Preço de Contratação de Energia como o Prazo de
Conclusão do Projeto dependem diretamente dessas características e a tomada de decisão é
influenciada pelo perfil do investidor quanto à aversão ao risco, isto é, sua aceitabilidade ao
impacto e sua probabilidade de ocorrência. De posse desses resultados, é proposta uma
estratégia de gestão dos resultados, na qual se propõe a adoção de critérios que permitam
minimizar os riscos de uma central de geração e da contratação de energia.
Palavras chave: Análise de riscos. Empreendimentos de geração elétrica. Competitividade. Mercado
elétrico.
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vi
Abstract
Risks are events that oppose technical, schedule and cost goals, resulting in impacts on the
results of a project. Therefore, in a competitive scenario, a study of risk management can be a
useful tool to help organizations and investors achieve the objectives of managed projects. This
management process has tools and techniques that, through the analysis of probability of
occurrence of risks and the severity of the effect, allow results to be obtained regarding the
chances of success of the project or its non-feasibility. In this way, the present work presents a
theoretical discussion and probabilistic analysis of the uncertainties included in energy projects
of wind, photovoltaic and hydroelectric generation, as well as in the level of contracting in free
and regulated environments, since for the installation of a power plant, and the purpose of these
projects is not only to provide energy, but also to guarantee that there will be a return of capital,
ie a profit margin. Through the simulation of scenarios, it is observed that the risks affect
directly in the final objectives of the project. This is demonstrated through the analysis of
optimistic and pessimistic scenarios of each of the generation projects, in which the conditions
of supply of input, possession of necessary documentation for the project are considered to
execute its activities and supply of materials and equipment necessary for the project in time.
Thus, both the Contracting Energy Price and the Project Deadline depend directly on these
characteristics and decision making is influenced by the investor's profile regarding risk
aversion, ie its acceptability to the impact and its probability of occurrence. With these results,
a management strategy is proposed, in which it is proposed to adopt criteria that allow to
minimize the risks of a power plant and of energy contracting.
Key words: Risk analysis. Eletricity generation ventures. Competitiveness. Electric market.
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vii
Lista de Figuras
Figura 1– Mercado mundial de usinas de energia elétrica, 1970 - 2014 ................................ 24
Figura 2 – Novos investimentos mundiais em eletricidade e combustíveis renováveis, por
país/região, 2004-2015 ......................................................................................................... 27
Figura 3 – Riscos em projetos .............................................................................................. 29
Figura 4 – Processos de gestão de riscos .............................................................................. 30
Figura 5 – Fluxograma de dados do processo de planejamento de gerenciamento dos riscos 31
Figura 6 – Fluxograma de dados do processo de identificação de riscos .............................. 32
Figura 7 – Fluxograma de dados do processo de análise qualitativa dos riscos..................... 33
Figura 8 – Fluxograma de dados do processo de análise quantitativa dos riscos ................... 33
Figura 9 – Fluxograma de dados do processo de planejamento das respostas aos riscos ....... 34
Figura 10 – Fluxograma de dados do processo de controle dos riscos .................................. 34
Figura 11 - Movimentação das massas de ar. ........................................................................ 36
Figura 12 – Relação entre alturas e velocidade dos ventos .................................................... 37
Figura 13 – Esquema de funcionamento de uma usina eólica ............................................... 38
Figura 14 – Dilema do Operador Nacional do Sistema Elétrico ............................................ 44
Figura 15 – Esquema de funcionamento de uma usina hidrelétrica ....................................... 45
Figura 16 – Fluxograma de aplicações práticas da Energia Solar. ........................................ 48
Figura 17 – Órbita da Terra em torno do sol, com eixo N-S inclinado com ângulo de 23,5° 49
Figura 18 – Central de geração de energia fotovoltaica em Campinas................................... 50
Figura 19 – Central de geração de energia heliotérmica na Espanha ..................................... 51
Figura 20 – Ciclo de Rankine ............................................................................................... 52
Figura 21 – Sistema solar de geração de vapor diretamente nos ............................................ 53
Figura 22 – Torre de concentração de receptor aberto, cujo fluido aquecido é o ar ............... 53
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viii
Figura 23 – Processos de conversão energética .................................................................... 55
Figura 24 - Circulação atmosférica ....................................................................................... 56
Figura 25 - Regimes diurnos e sazonais de cidades do Estado de Minas Gerais ................... 57
Figura 26 - Curva de potência do aerogerador ...................................................................... 57
Figura 27 - Distribuição de Weibull ..................................................................................... 58
Figura 28 - Fator de forma de Weibull no Brazil sazonalizado ............................................. 59
Figura 29 - Histórico do nível dos reservatórios do SIN (em % da capacidade máxima) ...... 60
Figura 30 – Comparativo do nível dos reservatórios por subsistema (em % da capacidade
máxima) ............................................................................................................................... 61
Figura 31 - Representação do processo de alocação de energia ............................................ 62
Figura 32 - Diagrama simbólico dos processos de interação ................................................. 64
Figura 33 - Geração de energia ao longo do ano ................................................................... 65
Figura 34 - Movimento do Sol ao longo das estações do ano ................................................ 66
Figura 35 - Pavilhão Endesa ................................................................................................. 67
Figura 36 - Estrutura de implantação de parques eólicos ...................................................... 72
Figura 37 - Ordem de grandeza das consequências materiais ................................................ 75
Figura 38 - Locais típicos de incêndio nos aerogeradores ..................................................... 75
Figura 39 - Fluxograma para obtenção da segurança de barragens ........................................ 81
Figura 40 - Sistema de ventilação em sala de baterias ........................................................... 85
Figura 41 - Fluxograma para identificação do tipo de Licença Ambiental a ser requerida .... 87
Figura 42 – Etapas para elaboração de estudos de Análise de Riscos .................................... 88
Figura 43 - Fluxograma de análise de risco .......................................................................... 89
Figura 44 - Passos necessários para requerimento de Licença Ambiental ............................. 91
Figura 45 – Gráfico de Gantt com o cronograma de um projeto de parque eólico ............... 103
Figura 46 – Subdivisão dos riscos políticos ........................................................................ 108
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Figura 47 – Representação em cascata das Usinas Hidrelétricas ......................................... 121
Figura 48 - Representação Esquemática da Interligação entre Subsistemas ......................... 122
Figura 49 - Balanço de Energia Detalhado no dia 24/07/2017 ............................................ 123
Figura 50 - Limite de intercâmbio entre subsistemas .......................................................... 124
Figura 51 - Diferenças de PLD entre os subsistemas (R$/MWh) ........................................ 125
Figura 52 - Sazonalização de energia ................................................................................. 126
Figura 53 - Perfil de sazonalização do MRE e de consumo de carga ................................... 127
Figura 54 – Ideia genérica do Método de Monte Carlo ....................................................... 136
Figura 55 – Função de distribuição triangular ..................................................................... 138
Figura 56 – Distribuição triangular acumulada, lado esquerdo ............................................ 139
Figura 57 – Distribuição triangular acumulada, lado direito ............................................... 139
Figura 58 – Geração do histograma da FDP aleatória ......................................................... 141
Figura 59 – Geração da curva da FDP acumulada e simulação ........................................... 141
Figura 60 – Planilha de Simulação de Monte Carlo ............................................................ 142
Figura 61 - Fases do processo de gestão de risco ................................................................ 143
Figura 62 - Correlação entre os riscos ................................................................................ 148
Figura 63 - Fluxograma dos riscos existentes em projetos de geração ................................. 152
Figura 64 – Modelo com a definição das variáveis de entrada, auxiliares e de saída ........... 155
Figura 65 – Modelo com a análise dos dados para preenchimento do histograma e
curva de densidade de probabilidade .................................................................................. 155
Figura 66 – Modelo de análise dos resultados e matriz de risco .......................................... 156
Figura 67 – Histograma e curva de densidade de probabilidade do Risco de Preço de
Contratação de Energia pela Usina Eólica .......................................................................... 159
Figura 68 – Histograma e curva de densidade de probabilidade do Risco de Projeto
de Usina Eólica .................................................................................................................. 159
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Figura 69 – Histograma do Preço de Energia em Cenário Otimista para Centrais de
Geração Eólica ................................................................................................................... 161
Figura 70 – Matriz de risco do Preço de Contratação de Energia em Cenário Otimista
para Centrais de Geração Eólica ......................................................................................... 162
Figura 71 – Histograma do Prazo do Projeto em Cenário Otimista para Centrais de
Geração Eólica ................................................................................................................... 163
Figura 72 – Matriz de risco do Prazo de Projeto em Cenário Otimista para Centrais de
Geração Eólica ................................................................................................................... 164
Figura 73 – Histograma do Preço de Energia em Cenário Pessimista para Centrais de
Geração Eólica ................................................................................................................... 165
Figura 74 – Matriz de risco do Preço de Contratação de Energia em Cenário Pessimista para
Centrais de Geração Eólica ................................................................................................ 166
Figura 75 – Histograma do Prazo do Projeto em Cenário Pessimista para Centrais de
Geração Eólica .................................................................................................................. 167
Figura 76 – Matriz de risco do Prazo de Projeto em Cenário Pessimista para Centrais de
Geração Eólica ................................................................................................................... 168
Figura 77 – Histograma e curva de densidade de probabilidade do Risco de Preço de
Contratação de Energia por Hidrelétrica ............................................................................. 169
Figura 78 – Histograma e curva de densidade de probabilidade do Risco de Projeto de
Usina Hidrelétrica .............................................................................................................. 170
Figura 79 – Histograma do Preço de Energia em Cenário Otimista para Centrais de
Geração Hidrelétrica .......................................................................................................... 172
Figura 80 – Matriz de risco do Preço de Contratação de Energia em Cenário Otimista
para Centrais de Geração Hidrelétrica ................................................................................ 172
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xi
Figura 81 – Histograma do Prazo do Projeto em Cenário Otimista para Centrais de
Geração Hidrelétrica .......................................................................................................... 173
Figura 82 – Matriz de risco do Prazo de Projeto em Cenário Otimista para Centrais de
Geração Hidrelétrica .......................................................................................................... 174
Figura 83 – Histograma do Preço de Energia em Cenário Pessimista para Centrais de
Geração Hidrelétrica .......................................................................................................... 175
Figura 84 – Matriz de risco do Preço de Contratação de Energia em Cenário Pessimista
para Centrais de Geração Hidrelétrica ................................................................................ 176
Figura 85 – Histograma do Prazo do Projeto em Cenário Pessimista para Centrais de
Geração Hidrelétrica .......................................................................................................... 177
Figura 86 – Matriz de risco do Prazo de Projeto em Cenário Pessimista para Centrais de
Geração Hidrelétrica .......................................................................................................... 178
Figura 87 – Histograma e curva de densidade de probabilidade do Risco de Preço de
Contratação de Energia pela Usina Solar ............................................................................ 179
Figura 88 – Histograma e curva de densidade de probabilidade do Risco de Projeto de
Usina Solar ........................................................................................................................ 180
Figura 89 – Histograma do Preço de Energia em Cenário Otimista para Centrais de
Geração Solar .................................................................................................................... 182
Figura 90 – Matriz de risco do Preço de Contratação de Energia em Cenário Pessimista para
Centrais de Geração Solar .................................................................................................. 183
Figura 91 – Histograma do Prazo do Projeto em Cenário Otimista para Centrais de
Geração Solar .................................................................................................................... 184
Figura 92 – Matriz de risco do Prazo de Projeto em Cenário Otimista para Centrais de
Geração Solar .................................................................................................................... 184
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
xii
Figura 93 – Histograma do Preço de Energia em Cenário Pessimista para Centrais de
Geração Solar .................................................................................................................... 186
Figura 94 – Matriz de risco do Preço de Contratação de Energia em Cenário Pessimista
para Centrais de Geração Solar .......................................................................................... 187
Figura 95 – Histograma do Prazo do Projeto em Cenário Pessimista para Centrais de
Geração Solar .................................................................................................................... 188
Figura 76 – Matriz de risco do Prazo de Projeto ................................................................. 188
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
xiii
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Posicionamento dos blocos em relação à matriz energética 25
Tabela 2 – Processos no gerenciamento de riscos 30
Tabela 3 - Riscos associados às barragens 79
Tabela 4 – Vantagens e desvantagens das diferentes formas de instalação 83
Tabela 5 - Quadro comparativo entre os tipos de Licenciamento Ambiental 88
Tabela 6 - Identificação dos riscos de Licenciamento Ambiental 89
Tabela 7 – Categorias de riscos financeiro e econômico 93
Tabela 8 - Categorias de riscos associados ao risco de crédito 99
Tabela 9 – Categorias de riscos associados ao risco país 106
Tabela 10 - Categorias de riscos associados ao risco de mercado 112
Tabela 11 - Quadro comparativo entre ACL e ACR 116
Tabela 12 - Categorias de contratos no ACL 117
Tabela 13 - Categorias de contratos no ACR 119
Tabela 14 - Categorias de riscos de comercialização de energia 120
Tabela 15 – Custo Marginal da Operação por subsistema 121
Tabela 16 – Etapas de avaliação de investimentos de um projeto 130
Tabela 17 – Passos para aproximar a solução da realidade 137
Tabela 19 - Fator de escala para probabilidades de ocorrência de riscos 144
Tabela 19 - Características do Coeficiente de Correlação de Pearson 146
Tabela 20 - Sumário de Coeficente de Correlação de Spearman 147
Tabela 21 - Definição para correlação entre riscos 149
Tabela 22 – Análise da correlação entre os riscos 149
Tabela 23 – Identificação das variáveis de entrada 154
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xiv
Tabela 24 – Intervalos utilizados para caracterização da probabilidade 157
Tabela 25 – Intervalos utilizados para caracterização da probabilidade 157
Tabela 26 – Riscos no Preço de Contratação de Energia de Hidrelétricas e no Prazo do
Projeto de Usinas Eólicas 158
Tabela 27 – Preço de Contratação de Energia (R$/MWh) em Cenário Otimista para
Centrais de Geração Eólica 161
Tabela 28 – Prazo do Projeto (meses) em Cenário Otimista para
Centrais de Geração Eólica 163
Tabela 29 – Preço de Contratação de Energia (R$/MWh) em Cenário Pessimista para
Centrais de Geração Eólica 165
Tabela 30 – Prazo do Projeto (meses) em Cenário Pessimista para
Centrais de Geração Eólica 167
Tabela 31 – Riscos no Preço de Contratação de Energia de Hidrelétricas e no Prazo do
Projeto de Hidrelétricas 169
Tabela 32 – Preço de Contratação de Energia (R$/MWh) em Cenário Otimista para
Centrais de Geração Hidrelétrica 171
Tabela 33 – Prazo do Projeto (anos) em Cenário Otimista para
Centrais de Geração Hidrelétrica 173
Tabela 34 – Preço de Contratação de Energia (R$/MWh) em Cenário Pessimista para
Centrais de Geração Hidrelétrica 175
Tabela 35 – Prazo do Projeto (anos) em Cenário Pessimista para
Centrais de Geração Hidrelétrica 177
Tabela 36 – Riscos no Preço de Contratação de Energia e no Prazo do
Projeto de Usinas Solares 179
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
xv
Tabela 37 – Preço de Contratação de Energia (R$/MWh) em Cenário Otimista para
Centrais de Geração Solar 181
Tabela 38 – Prazo do Projeto (meses) em Cenário Otimista para
Centrais de Geração Solar 183
Tabela 39 – Preço de Contratação de Energia (R$/MWh) em Cenário Pessimista para
Centrais de Geração Solar 185
Tabela 40 – Prazo do Projeto (meses) em Cenário Pessimista para
Centrais de Geração Solar 187
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xvi
Lista de Abreviaturas e Siglas
AC Alternating Current (Corrente Alternada)
ACL Ambiente de Contratação Livre
ACR Ambiente de Contratação Regulado
ANEEL Agência Nacional de Engenharia Elétrica
BID Banco Interamericano de Desenvolvimento
CAPM Capital Asset Pricing Model
CCEAL Contrato de Compra de Energia Elétrica no Ambiente Livre
CCEAR Contrato de Compra de Energia Elétrica no Ambiente Regulado
CCEE Câmara de Comercialização de Energia Elétrica
CCEI Contrato de Compra de Energia Incentivada
CDF Função de Distribuição Acumulada
CER Contrato de Energia de Reserva
CMO Custo Marginal de Operação
CO2 Gás carbônico
CONUER Contrato de Uso de Energia de Reserva
CPFL Companhia Paulista de Força e Luz – Empresa no ramo de energia elétrica,
com negócios em distribuição, geração, comercialização e serviços
DC Direct Current (Corrente Contínua)
EARM Energia Armazenada
ELEKTRO Distribuidora de energia elétrica
EMBI+ Emerging Markets Bond Index Plus
ENA Energia Natural Afluente
EXCEN Centro de Excelência em Eficiência Energética
FDP Função Densidade de Probabilidade
FUPAI Fundação de Pesquisa e Assessoramento a Indústria
GF Garantia Física
GLM Gerenciamento do Lado do Meio Ambiente
IPDO Informativo Preliminar Diário da Operação
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MRE Mecanismo de Realocação de Energia
ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico
PCH Pequena Central Hidrelétrica
PEE Programa de Eficiência Energética
PIR Planejamento Integrado de Recursos
PLD Preço de Liquidação das Diferenças
PMBOK Project Management Body of Knowledge
PMI Project Management Institute
Proinfa Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia
REN21 Relatório de Status Global de Energia Renovável
ROI Retorno Adicional Sobre o Investimento
SEB Setor Elétrico Brasileiro
SIN Sistema Interligado Nacional
TIR Taxa Interna de Retorno
TMA Taxa Mínima de Atratividade
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xviii
Sumário
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 20
1.1 Objetivo ............................................................................................................... 20
1.2 Justificativa ......................................................................................................... 21
1.3 Escopo do trabalho ............................................................................................. 21
1.4 Metodologia ........................................................................................................ 22
2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 24
3 GERENCIAMENTO DE RISCOS ............................................................................ 29
3.1 Planejar o gerenciamento dos riscos .................................................................. 31
3.2 Identificar os riscos ............................................................................................. 31
3.3 Realizar a análise qualitativa dos riscos ............................................................ 33
3.4 Realizar a análise quantitativa dos riscos .......................................................... 33
3.5 Planejar as respostas aos riscos .......................................................................... 34
3.6 Controlar os riscos .............................................................................................. 34
4 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DAS CENTRAIS DE GERAÇÃO ........... 35
4.1 Central de geração eólica ................................................................................... 35
4.2 Central de geração hidrelétrica.......................................................................... 40
4.3 Central de geração solar ..................................................................................... 47
5 OS PROJETOS DE GERAÇÃO E RISCOS ASSOCIADOS .................................. 54
5.1 Risco de insumos ................................................................................................. 54
5.1.1 Risco de insumo eólico ......................................................................................... 55
5.1.2 Risco hidrológico ................................................................................................. 59
5.1.3 Risco de insumo solar ........................................................................................... 63
5.2 Risco ambiental .................................................................................................. 67
5.3 Risco estrutural .................................................................................................. 71
5.3.1 Risco estrutural em Usinas Eólicas ....................................................................... 72
5.3.2 Risco estrutural em Usinas Hidrelétricas ............................................................... 76
5.3.3 Risco estrutural em Usinas Solares ....................................................................... 81
5.4 Risco de licenciamento ambiental ...................................................................... 86
5.5 Riscos financeiro e econômico ............................................................................ 92
5.6 Risco de crédito ................................................................................................... 98
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
xix
5.7 Risco de conclusão ............................................................................................ 102
5.8 Risco país .......................................................................................................... 105
5.9 Risco político-regulatório ................................................................................. 108
5.10 Risco de mercado .............................................................................................. 111
5.11 Risco de contratação no Ambiente Livre e Ambiente Regulado ..................... 115
5.11.1 Ambiente de Contratação Livre (ACL) ............................................................... 117
5.11.2 Ambiente de Contratação Regulado (ACR) ........................................................ 118
5.11.3 Análise de Risco na Comercialização de energia................................................. 120
5.12 Risco de submercado ........................................................................................ 121
6 TRATAMENTO DOS RISCOS .............................................................................. 128
6.1 Planejamento Integrado de Recursos .............................................................. 128
6.2 Avaliação de investimentos através de índices financeiros e econômicos ....... 129
6.3 Hedge cambial .................................................................................................. 131
6.4 Revisão estrutural regulatória e outras ações básicas ..................................... 133
6.5 Hedges de mercado ........................................................................................... 134
7 TEOREMA DE MONTE CARLO .......................................................................... 136
8 VALORAÇÃO DO RISCO ..................................................................................... 143
9 MODELO DO RISCO ............................................................................................. 148
10 ANÁLISE EXPERIMENTAL E RESULTADOS .................................................. 158
10.1 Análise experimental em Empreendimentos de Geração Eólica .................... 158
10.1.1 Análise otimista .................................................................................................. 160
10.1.2 Análise pessimista .............................................................................................. 164
10.2 Análise experimental em Empreendimentos de Geração Hidrelétrica .......... 169
10.2.1 Análise otimista .................................................................................................. 170
10.2.2 Análise pessimista .............................................................................................. 174
10.3 Análise experimental em Empreendimentos de Geração Solar ...................... 179
10.3.1 Análise otimista .................................................................................................. 181
10.3.2 Análise pessimista .............................................................................................. 185
11 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 189
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 192
APÊNDICES .................................................................................................................... 202
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
20
1 Introdução
Antes de se fazer o investimento em alguma ação, é necessário que se realize a tomada
de decisão, uma vez que afeta diretamente o destino de uma organização. A tomada de decisões
pode estar relacionada a aquisição de produtos, melhorias de processos, construções de
empreendimentos, entre outras. E, como se sabe, a partir do momento em que se planeja investir
em ações, há a presença de riscos, que variam de acordo com o tipo de ação envolvida, de forma
que, quanto maior o investimento, maior a necessidade de garantir níveis de riscos adequados.
Isto é, manter os riscos associados dentro de limites aceitáveis de exposição perante ao
mercado.
O risco pode ser definido como a probabilidade de que um fator de risco assuma um
valor que possa levar ao fracasso um projeto em relação aos seus objetivos, que estão associados
às especificações técnicas, tempo e custos. Por isso, em cenários onde há a presença de riscos,
torna-se interessante estimar as probabilidades para um determinado evento futuro, uma vez
que, dispondo de informações e sabendo analisar os resultados obtidos, pode-se construir uma
distribuição de probabilidades que melhor represente os eventos através da capacidade
preditiva.
Dentro desse contexto, a análise de riscos tem como objetivo identificar os fatores de
risco e as incertezas a eles associadas, estimar e avaliar suas magnitudes e variabilidade de
ocorrência, além de avaliar seus efeitos nos projetos através de medidas quantitativas. Assim,
dispondo dessas informações, pode-se melhor planejar o gerenciamento de riscos a fim de
eliminá-los ou, pelo menos, mitigá-los a níveis aceitáveis através de metodologias específicas
para cada risco.
1.1 Objetivo
Como este trabalho tem como objeto de estudo a influência das incertezas presentes em
centrais de geração eólica, hidrelétrica e solar, pretende-se realizar um estudo dos riscos
envolvidos, utilizando conceitos e técnicas discutidos ao longo do curso de Engenharia Elétrica
e também a aplicação do Teorema de Monte Carlo, obtendo diversos cenários para a análise de
cada tipo de empreendimento de geração abordado neste trabalho..
Este estudo possibilita ao responsável pelo projeto realizar não apenas a identificação e
quantificação dos riscos e incertezas associadas, mas também analisar a viabilidade financeira
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
21
e efeito dos riscos sobre o projeto, a fim de obter informações para a tomada de decisão e
aplicação de hedges para proteção de perdas financeiras e mitigação dos riscos.
1.2 Justificativa
Como se sabe, a partir do momento em que se decide realizar um projeto,
independentemente da sua área de atuação, há a presença de riscos. E esses riscos podem afetar
seus objetivos, alterando o escopo, o prazo de conclusão e o custo, levando, às vezes, o projeto
ao fracasso.
E, no advento da globalização, fala-se muito sobre a sustentabilidade, buscando por
novas fontes de energia que sejam renováveis. Por isso, foi feita a escolha de um tema que
buscasse relacionar a sustentabilidade, através das fontes de energia eólica, hidrelétrica e solar,
à análise de riscos, mas utilizando uma abordagem probabilística e que não focasse apenas na
viabilidade econômica do projeto, como normalmente se faz.
Além disso, com o aumento da competitividade no mercado, as organizações precisam
estar expostas aos riscos. Por isso, o que instigou a curiosidade da autora para esse tema foi o
desafio de uma empresa ou organização em analisar os riscos, de modo a avaliar sua exposição
em relação aos resultados esperados, e gerenciar os eventos de riscos ao longo de todo o
planejamento e operação.
1.3 Escopo do trabalho
Este trabalho é, inicialmente, um estudo teórico relacionado ao tratamento dos riscos,
baseado na metodologia proposta pelo Project Management Institute (PMI) na obra Um Guia
do Conjunto de Conhecimento do Gerenciamento de Projetos - Project Management Body of
Knowledge (PMBOK), de 2013, cuja obra trata de técnicas que permitem a avaliação dos riscos
em projetos. Além disso, há a abordagem acerca das incertezas e riscos associados aos
empreendimentos de geração eólica, hidrelétrica e solar.
Mas este trabalho trata da análise dos riscos, isto é, necessita de uma abordagem prática,
que consiste na utilização do Teorema de Monte Carlo, tendo como intenção o fornecimento de
cenários que, aliados às técnicas abordadas no PMBOK (2013) permite a avaliação dos riscos
e da viabilidade de instalação do projeto.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
22
1.4 Metodologia
A metodologia para o desenvolvimento deste trabalho está voltada para a análise de
riscos envolvidos nas centrais de geração abordadas neste trabalho, além de discutir a aplicação
do Teorema de Monte Carlo no programa EXCEL, que será a ferramenta utilizada para estudar
os cenários distintos obtidos a partir da análise de cada um desses riscos e como eles
influenciam na construção ou fornecimento de energia. O desenvolvimento é divido em seis
partes.
Na primeira parte, faz-se uma análise bibliográfica com foco no cenário energético
mundial, mostrando o crescimento do uso de energia renovável ao longo dos anos, e a
metodologia utilizada no gerenciamento de riscos, proposta no PMBOK.
Na segunda parte, apresenta-se a definição de gerenciamento de riscos e seu
funcionamento, com uma breve explicação sobre cada uma das etapas do processo de gestão,
propostas pelo PMBOK.
Na terceira parte, discute-se inicialmente os tipos de geração abordados neste trabalho,
isto é, eólica, hidrelétrica e solar, sendo esta dividida em heliotérmica e fotovoltaica. Dentro de
cada uma dessas centrais de geração, são tratados não apenas o funcionamento, mas também os
fatores que influenciam na produção de energia, mostrando-se, por fim, a potência útil que cada
um desses empreendimentos pode fornecer ao sistema.
Na quarta parte, abordam-se os riscos presentes nos empreendimentos de geração, isto
é, desde o seu planejamento até o projeto concluído, avaliando possibilidades de retorno aos
investidores e de perdas por causa da flutuação de mercado, por exemplo. Para que o estudo
não fique incompleto, embora o foco seja nos riscos da geração, também haverá uma abordagem
acerca do risco de contratação de energia nos ambientes livres e regulado, retringindo-se apenas
a uma breve explicação sobre esses segmentos de mercado. E na quinta parte, abordam-se
possíveis ações que mitiguem os riscos discutidos na parte anterior.
Na sexta parte, aborda-se o Teorema de Monte Carlo, explicando seu princípio de
funcionamento e como é aplicado no Excel. Isso acontece porque, na segunda etapa deste
trabalho, simular-se-ão os cenários para a análise de riscos e viabilidade dos projetos de
geração.
Na sétima parte, discute-se sobre a técnica de valoração do risco, que permite calcular
sua probabilidade de ocorrência e seus impactos sobre o projeto. Além disso, comenta-se
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
23
conceitos estatísticos que são utilizados na análise do risco, uma vez que variáveis podem estar
correlacionadas, de modo que a valoração errada resulta em gerenciamento de risco inadequado.
Na oitava parte, elabora-se o modelo de risco a partir do Teorema de Monte Carlo,
mostrando como os riscos se correlacionam e seu grau de correlação a partir da geração de
cenários aleatórios. Além disso, discute-se sobre como os riscos influenciam nas variáveis de
saída que serão analisadas, mostrando a metodologia utilizada para a obtenção dos resultados
em cada cenário gerado aleatoriamente.
Na nona parte, faz-se simulações em cada um dos empreendimentos de geração
envolvidos neste trabalho a fim de obter o Preço de Contratação de Energia e o Prazo de Projeto,
que são as variáveis de saída a serem analisadas no Método de Monte Carlo. Posterior às
simulações, discute-se sobre os resultados obtidos após a aplicação do modelo.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
24
2 Revisão da Literatura
A vida humana depende de energia para a produção de alimentos, bens e fornecimento
de serviços. Desta forma, o estilo de vida conhecido atualmente não mais existiria sem a
eletricidade.
Com os progressos tecnológicos de geração e transmissão de energia, algumas regiões
anteriormente pobres e desocupadas se transformaram em grandes centros urbanos e polos
industriais. Contudo, apesar desses avanços e investimentos nos setores de geração e
transmissão de energia, grande parte da população ou ainda não tem acesso a esse recurso ou é
atendida de forma insuficiente.
E, acompanhando esse desenvolvimento humano, as subsequentes fontes de geração de
energia, representada pelos combustíveis fósseis, resultaram na poluição da atmosfera do
planeta com a emissão de gases de efeito estufa. O REN21 (2010) mostra que com a poluição
causada pelos combustíveis fósseis e o esgotamento dessas fontes, além da preocupação com o
meio ambiente, houve o incentivo ao debate sobre a viabilização e aplicação de outras fontes
de energia, resultando no aumento da demanda de energia renovável, conforme a Figura 1.
Figura 1– Mercado mundial de usinas de energia elétrica, 1970 - 2014
Fonte: REN21 (2017)
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
25
Como se observa na Figura 1, há a exposição dos mercados mundiais de energia tanto
convencional quanto renovável de 1970 a 2014. Apesar da grande utilização das energias
convencionais, as renováveis vêm aumentando sua participação ao longo do tempo.
O BANCO MUNDIAL (2014) fez uma análise sobre as características energéticas dos
países, discutindo não apenas a substituição de combustíveis fósseis por outros produtos, mas
também seu papel na expansão do acesso à energia, especialmente em áreas rurais e
comunidades com baixa aquisição de tecnologias. Ao longo de sua análise, comenta-se também
o posicionamento dos blocos quanto a matriz energética e acesso à rede nacional de energia,
conforme apresentado na Tabela 1.
Tabela 1 – Posicionamento dos blocos em relação à matriz energética
Posicionamento
dos blocos Matriz energética Acesso à energia
Programas de expansão
de energia e incentivo às
renováveis
África
Há grande dependência de
combustíveis fósseis, mas
em alguns países há a
utilização de energias
renováveis. Isso acontece
pela disponibilidade de tais
recursos ou incentivo dos
governos locais em reduzir a
dependência do país em
relação aos hidrocarbonetos.
Há diversificação quanto ao
acesso à energia. Há países
em que grande parte da
população tem acesso à
rede, enquanto em outros,
há desigualdade em sua
distribuição
Adoção do Programa de
Energia Renovável e
Eficiência Energética, com
o objetivo de que parte da
eletricidade consumida
domesticamente seja obtida
de fontes de energia
renováveis.
Ásia
Os países dependem de
combustíveis fósseis. Mas há
países com grande
disponibilidade de recursos
para a produção de energia a
partir de fontes renováveis.
O acesso à energia possui
desigualdade em sua
distribuição. Há países em
que grande parte da
população tem acesso à
rede, enquanto em outros, a
maior parte está
desconectada da rede
elétrica.
O Banco Mundial e os
países financiam projetos
de expansão de energia até
locais remotos. Há também
a adoção de projetos que
incentivam o maior uso de
renováveis.
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26
Continuação da Tabela 1 – Posicionamento dos blocos em relação à matriz energética
América do Sul
É um território
autossuficiente em energia.
Há maior dependência das
fontes renováveis para a
geração de energia, apesar da
existência e uso dos
combustíveis fósseis.
Os países apresentam
médias a altas taxas de
acesso à rede de energia,
mas alguns convivem com
apagões elétricos, por causa
do baixo nível dos
reservatórios, crescente
consumo de energia e
problemas de infraestrutura.
O Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID)
financia a criação e
manutenção de projetos de
energia limpa, tanto na zona
urbana quanto rural.
América do Norte
É um território que pode ser
definido como “continente
privilegiado”, pois possui
reservas de combustíveis
fósseis e grande
disponibilidade de recursos
renováveis.
Há desigualdade em relação
a distribuição de energia.
Os países apresentam taxas
medianas a altas de acesso a
rede.
Há a implementação de
ações que aumentam a
eficiência energética e
incentivos a geração de
energia através de
renováveis.
Europa
Os países dependem de
energia nuclear,
combustíveis fósseis e usinas
hidrelétricas. Mas, com as
crises do petróleo e
dependência de importação
de energia, muitos países
têm procurado novas fontes
de energia.
Há alguns países com
vulnerabilidade no
abastecimento de energia,
por causa do alto grau de
dependência de importação.
Há financiamento de
atividades de pesquisa e
desenvolvimento (P&D) a
fim de encontrar e adotar
novas fontes de energia.
Oceania
Os países dependem
especialmente de
combustíveis fósseis, sendo
o setor energético o
responsável por
aproximadamente 15% do
PIB do país.
Há desigualdade em relação
a distribuição de energia.
Os países apresentam taxas
medianas a altas de acesso a
rede.
Adoção políticas para
diminuir a dependência de
combustíveis fósseis, tendo
como meta obter 20% de
sua energia de fontes
renováveis até 2020.
Fonte: Adaptado do BANCO MUNDIAL (2014) e CPFL (2014)
Relacionando a tabela adaptada do BANCO MUNDIAL (2014) ao relatório do REN21
(2016), demonstra-se na Figura 2 que a taxa de investimento nos países em relação às
renováveis no intervalo de tempo entre 2004-2015.
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27
Figura 2 – Novos investimentos mundiais em eletricidade e
combustíveis renováveis, por país/região, 2004-2015
Fonte: REN21 (2016)
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
28
Essa canalização de investimentos em energias renováveis é justificada pelo atual
contexto em que a sociedade vive, baseada no desenvolvimento sustentável. E, como essa
indústria de eletricidade passa por um momento favorável dentro da economia, considerando
as circunstâncias já citadas, as equipes de desenvolvimento de negócios estão cada vez mais
atarefadas.
Para GATES (2000), as empresas devem possuir um mecanismo de resposta rápida às
mudanças e, dentro do contexto de competitividade no mercado, torna-se necessário estar
exposto a riscos.
O PMBOK (2013) define risco de projeto como um evento ou condição incerta que, se
ocorrer, apresenta um efeito positivo ou negativo sobre pelo menos um objetivo do projeto,
embora os riscos com efeitos positivos não sejam necessariamente considerados riscos. Desta
forma, os riscos devem ser antecipadamente identificados e controlados a fim de evitar
consequências negativas tanto ao projeto quanto às empresas.
Por isso, as técnicas de gerenciamento de riscos se tornam importantes, uma vez que
permite identificá-los e avaliar seus efeitos nos projetos a fim de mitigar seus impactos. De
acordo com a proposta feita pelo PMBOK (2013), o gerenciamento de riscos é divido nas
seguintes etapas:
(i) Planejamento do gerenciamento dos riscos;
(ii) Identificação dos riscos;
(iii) Análise qualitativa dos riscos;
(iv) Análise quantitativa dos riscos;
(v) Planejamento das respostas aos riscos;
(vi) Controle dos riscos.
Para um projeto de geração de energia, o processo de gerenciamento de riscos é feito da
mesma forma. Mas, antes de analisar diretamente os riscos, é necessário discutir o
funcionamento de cada central de geração. Essa opção permite mostrar não apenas o cenário
final, que consiste na geração propriamente dita, como também o inicial, que também apresenta
riscos e que influenciam no retorno e na quantidade de energia produzida.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
29
3 Gerenciamento de riscos
Neste capítulo é apresentada a metodologia proposta pelo PMI na obra PMBOK (2013),
que trata de técnicas que permitem a avaliação dos riscos em projetos, permitindo entender seus
processos.
Como foi comentado anteriormente, “os riscos são eventos ou condições incertas que,
caso ocorram, provocam um efeito positivo ou negativo nos objetivos do projeto” PMBOK
(2013), embora os riscos com efeitos positivos não sejam necessariamente considerados riscos,
como pode ser observado na Figura 3.
Figura 3 – Riscos em projetos
Fonte: NÓBREGA (2007)
Uma outra observação a ser feita quanto ao riscos consiste no reconhecimento por parte
da organização do risco apenas quando ele representa uma ameaça para o sucesso do projeto.
Dessa forma, dentro do contexto de avaliação dos projetos surge uma ferramenta
importante, a análise dos riscos, que oferece ao tomador de decisões os elementos necessários
para estabelecimento de estratégias no gerenciamento de riscos.
A gerência de riscos pode ser definida como uma metodologia que tem como objetivo
aumentar a confiança na capacidade de uma empresa ou organização em prever e superar
obstáculos a fim de alcançar suas metas, como resultado final. Além disso, tem como objetivo
a proteção dos recursos humanos, materiais e financeiros de uma empresa ou de um projeto.
Outra preocupação consiste na avaliação dos eventos aleatórios que podem reduzir a
rentabilidade.
Ela conta com a avaliação das probabilidades de perdas e com a necessidade de
determinação dos tipos de riscos, divididos em inevitáveis e que podem ser diminuídos. Com
isso, foi possível calcular a relação custo e benefício das medidas de proteção que são propostas
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
30
e adotadas. Mas, deve-se ainda lembrar de um outro fator que inflluencia no grau de proteção a
ser escolhido, a situação financeira da empresa.
No cenário atual, com o aumento da competitividade, o sucesso de um projeto é
fundamental para o bom desempenho dos negócios. Mas, a partir do momento em que se decide
construir um projeto, o mesmo está sujeito a riscos das mais variadas categorias. Por isso, as
ferramentas de gerenciamento de riscos são de extrema importância na gestão de um projeto,
uma vez que permitem o aumento das perspectivas de sucesso.
Para melhor entendimento do funcionamento desse gerenciamento, observe a Figura 4.
Figura 4 – Processos de gestão de riscos
Fonte: ABNT NBR ISO 31000 (2009)
Uma outra forma de visualizar a Figura 4 se encontra na Tabela 2.
Tabela 2 – Processos no gerenciamento de riscos
Etapas
1 Planejar o gerenciamento dos riscos
2 Identificar os riscos
3 Realizar a análise qualitativa dos riscos
4 Realizar a análise quantitativa dos riscos
5 Planejar as respostas aos riscos
6 Monitorar e controlar os riscos
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31
Fonte: PMBOK (2013)
Esses processos de gerenciamento de riscos foram propostos pelo PMBOK (2013), uma
vez que entende que essa gestão de projetos é voltada para a integração entre processos, que
são divididos em duas categorias: processos de gerenciamento de projetos e processos voltados
ao produto.
A seguir estão as explicações sobre cada uma das etapas do processo de gerenciamento
dos riscos.
3.1 Planejar o gerenciamento dos riscos
O planejamento de gerenciamento dos riscos consiste em um processo de definição de
como conduzir as atividades de gerenciamento dos riscos do projeto, garantindo que seu grau e
visibilidade sejam proporcionais aos riscos e à importância do projeto para a organização. É
um processo que apresenta um fluxo de dados, conforme apresentado a Figura 5.
Figura 5 – Fluxograma de dados do processo de
planejamento de gerenciamento dos riscos
Fonte: PMBOK (2013)
3.2 Identificar os riscos
A identificação dos riscos permite determinar quais riscos podem afetar os objetivos do
projeto. A etapa apresenta um fluxo de dados que é apresentado na Figura 6.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
32
Figura 6 – Fluxograma de dados do processo de
identificação de riscos
Fonte: PMBOK (2013)
Há diversas técnicas de coleta de informações que permitem a identificação de riscos,
dentre elas cita-se:
(i) Brainstorming: é uma técnica que permite obter uma lista com os riscos potenciais
do projeto;
(ii) Método Delphi: é uma técnica que permite chegar a um consenso sobre os riscos do
projeto;
(iii) Entrevistas: é uma técnica que consiste em perguntas aos participantes com
experiências em projetos semelhantes a fim de levantar os riscos;
(iv) Estudos de perigo e operabilidade: é uma abordagem que analisa cada parte do
processo para identificar como situações perigosas ou problemas de operabilidade
podem ocorrer;
(v) Análise de árvore de falhas: é um método para representar as combinações lógicas
dos estados do sistema e possíveis causas que podem contribuir para o risco;
(vi) Checklist: é uma técnica simples de identificação de riscos, sendo desenvolvida a
partir de informações históricas.
A partir da coleta de informações, elabora-se um registro de riscos, em que constam os
riscos identificados e suas categorias.
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33
3.3 Realizar a análise qualitativa dos riscos
A análise qualitativa dos riscos prioriza os riscos para a análise através de uma avaliação
da probabilidade de ocorrência e impactos, permitindo a redução do nível de incerteza e foco
nos riscos de maior prioridade. A etapa conta com um fluxo de dados, que é apresentado na
Figura 7.
Figura 7 – Fluxograma de dados do processo de
análise qualitativa dos riscos
Fonte: PMBOK (2013)
3.4 Realizar a análise quantitativa dos riscos
É uma etapa que permite analisar numericamente o efeito dos riscos identificados no
projeto, produzindo informações para respaldar a tomada de decisões e reduzir o grau de
incerteza do empreendimento. Assim como as demais etapas, apresenta um fluxograma de
informações, conforme apresentado Figura 8.
Figura 8 – Fluxograma de dados do processo de
análise quantitativa dos riscos
Fonte: PMBOK (2013)
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
34
Essa etapa é executada nos riscos priorizados na etapa anterior e analisa o efeito
agregado de todos os riscos que afetam o projeto.
3.5 Planejar as respostas aos riscos
É uma etapa que consiste no desenvolvimento de opções e ações para aumentar as
oportunidades e reduzir as ameaças aos objetivos PMBOK (2013), abordando os riscos de
acordo com as prioridades e injetando recursos no orçamento ou atividades no cronograma. A
Figura 9 mostra seu fluxo de dados.
Figura 9 – Fluxograma de dados do processo de
planejamento das respostas aos riscos
Fonte: PMBOK (2013)
3.6 Controlar os riscos
O controle de riscos permite a implementação de planos de respostas aos riscos, seus
acompanhamentos e identificação de novos riscos, garantindo a melhoria da eficiência da
abordagem dos riscos e otimizando as respostas aos riscos. Assim como as demais etapas,
apresenta um fluxo de dados, como mostra a Figura 10.
Figura 10 – Fluxograma de dados do processo de
controle dos riscos
Fonte: PMBOK (2013)
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
35
4 Princípios de Funcionamento das Centrais de Geração
Entender o princípio de funcionamento de uma central de geração permite discutir sobre
a produção de energia desde o processo inicial. Isto é, o planejamento da operação física como
um todo, considerando a análise preliminar do local de instalação e a construção do
empreendimento, até a geração propriamente dita de energia.
Esse entendimento permite associar não apenas o insumo ao funcionamento da usina de
geração, mas também às suas respectivas incertezas, que sofrem influências locais, e, de
maneira direta ou indireta, aos demais riscos que serão discutidos nos próximos capítulos.
A seguir, encontra-se uma discussão sobre cada uma das centrais de geração, mostrando
incialmente as variáveis responsáveis e como essas incertezas influenciam na formação do
insumo e, consequentemente, na produção final de energia.
4.1 Central de geração eólica
Antes de se discutir sobre o princípio de funcionamento propriamente dito de uma
Central de Geração Eólica, é interessante discutir os fatores que influenciam na produção de
energia. Isto é, as incertezas associadas ao vento, insumo da geração eólica.
De acordo com o CENTRO DE ENERGIA EÓLICA (2007), a energia eólica tem
origem na energia solar. Isso acontece porque a energia cinética é produzida pelo aquecimento
diferenciado das camadas de ar. Isto é, com o aquecimento irregular da superfície terrestre, são
criados gradientes de pressão, de modo que o movimento de rotação da Terra espalha o ciclo
de aquecimento e resfriamento sobre a superfície. E, dessas taxas de aquecimento e
resfriamento são criadas massas de ar, que podem ser oceânicas ou terrestres, ou quentes ou
frias, com características próprias, como temperatura e massa específica. E, da colisão dessas
massas de ar, quente e fria, geram-se os ventos da Terra.
Outra influência presente, além da rotação da Terra sobre seu eixo, encontram-se as
naturais, tais como continentalidade, maritimidade, latitude e altitude, e a presença de
obstáculos naturais ou construídos pelo homem.
Define-se continentalidade como sendo um fator climático relacionado à distancia do
oceano. Assim, quanto mais distante dos oceanos e mares, isto é, maior a continentalidade,
menor é a umidade do ar e índice pluviométrico. Outra característica é que essas áreas
localizadas no interior do continente esquentam mais durante o dia e esfriam durante a noite.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
36
Isto é, apresentam maior variação de temperatura no decorrer do dia. Isso acontece porque,
durante a noite, todo o calor absorvido ao longo do dia é perdido rapidamente para a atmosfera.
Maritimidade é definida como um fator climático relacionado à proximidade de mares
e oceanos. Assim, quanto mais próxima estiver uma região do oceano, maior sua umidade do
ar e índice pluviométrico, bem como menor a variação de temperatura diária. Isso acontece
porque a água demora mais tempo para perder calor que a terra, de modo que retém calor
durante a noite, fazendo com que as temperaturas não baixem tanto quanto no interior do
continente.
Uma outra observação é que regiões com latitudes próximas ou iguais, situadas no litoral
e no interior dos continentes, apresentam amplitudes térmicas diferenciadas. Discute-se a seguir
a influência das latitudes nos ventos.
Latitude é uma coordenada geográfica de um determinado lugar na Terra e é definida
como o ângulo entre o plano do Equador à superfície de referência, podendo variar entre 0° no
Equador e 90° para norte ou para sul. As regiões de maiores latitudes, isto é, próximas aos
pólos, apresentam ar frio, originando, assim, zonas de altas pressões. Já nas regiões de menores
latitudes, isto é, próximas ao Equador, origina-se a zona de baixa pressão. A Figura 11 explica
melhor como as latitudes influenciam na formação de ventos.
Figura 11 - Movimentação das massas de ar.
Fonte: PUCRS (2007)
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
37
Considere que os raios solares atingem a Terra de forma diferenciada ao longo de sua
extensão. É possível observar a dinâmica de movimentação das massas de ar e a formação de
células atmosféricas.
A Célula Tropical, conhecida também como célula de Hadley, ocorre em zonas de
baixas latitudes, isto é, entre os Trópicos de Câncer e Capricónio. É originada graças ao
aquecimento da região próxima à equatorial, fazendo com que o ar quente suba e se desloque
em direção dos Trópicos, onde se resfriam e, posteriormente, retornam à linha equatoriana,
reiniciando o ciclo.
Já a Célula de Ferrel ocorre em zonas de médias latitudes, de modo que o movimento
dos ventos ocorre em direção aos pólos. Novamente, as massas de ar, a medida que se resfriam,
retornam ao local de origem e completam o ciclo.
Por fim, a Célula Polar ocorre nas altas latitudes, próximas aos pólos. Essas massas de
ar, ao chegarem aos pólos, ficam carregadas de umidade e sofrem queda de temperatura,
dispersando-se para as regiões tropicais, provocando fenômenos climáticos.
Outro fator mencionado é a altitude. Isso acontece porque quanto maior a altitude de um
determinado relevo, menor a pressão atmosférica, uma vez que a força gravitacional mantém a
maior parte do ar próxima à superfície. Em compensação, ao nível do mar, a pressão atmosférica
é maior. E, conhecendo o fenômeno de circulação atmosférica, cujo princípio básico consiste
na movimentação das massas de ar, de modo que a mais fria, que é mais pesada, consiste em
descer, enquanto a de ar quente é mais leve e costuma subir. Assim, propicia-se a movimentação
e formação dos ventos.
Conforme citado, a altura também influencia na velocidade do vento. Para qualquer
fluido em movimento, a sua velocidade aumenta a medida em que este se afasta de obstáculos
ou superfícies que o delimitam. A Figura 12 exemplifica através de diferentes áreas essa relação
entre as alturas e as velocidades dos ventos.
Figura 12 – Relação entre alturas e velocidade dos ventos
Fonte: UNIVERSIDADE DE SANTA CECÍLIA (2006)
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38
Conforme se observa na Figura 12, as regiões urbanas, que contam com construções
elevadas, os ventos atingem velocidades razoáveis após elevada altura. Em compensação, nas
regiões que contam apenas com pequenas construções, essa taxa é reduzida. Já no nível do mar,
que apresenta altitudes inferiores em comparação com os exemplos anteriores, os ventos
apresentam velocidade superior.
Em suma, os ventos são influenciados pela superfície terrestre, uma vez que sua
intensidade é reduzida pela rugosidade da superfície da terra e pelos obstáculos.
Isto quer dizer que a conversão de energia eólica em regiões com obstáculos é
prejudicada, embora seja possível o aproveitamento, ainda que em escalas menores.
Dessa forma, analisadas as influências sobre o insumo de eólicas, pode-se dizer que é
necessário saber escolher o local de instalação da central de geração eólica, pois, como afirma
GALDINO (2016), através do conhecimento acerca das características locais, pode-se montar
o projeto, definindo os parâmetros e características físicas dos equipamentos, como, por
exemplo, o diâmetro da hélice, a dimensão do gerador e o rendimento do sistema, para obter o
maior desempenho possível da usina, uma vez que são esses fatores os determinantes na
quantidade de eletricidade gerada.
Através da Figura 13, é possível entender o funcionamento de uma usina eólica.
Figura 13 – Esquema de funcionamento de uma usina eólica
Fonte: PLANETA VENTO BLOGSPOT (2011)
Através desse esquema, observa-se que a circulação de vento faz com que as hélices
girem. As turbinas estão diretamente ligadas a um gerador através de um eixo, de modo que
este movimenta o gerador para conduzir eletricidade. Posteriormente, um transforador converte
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
39
a energia em alta tensão, de modo que a eletricidade é transmitida pela rede elétrica. Desta
forma, a energia eólica diz respeito à conversão da energia do vento em energia útil.
Conhecendo as características do terreno e escolhidos os equipamentos, avaliando única
e exclusivamente o insumo na geração de energia, pode-se calcular a potência gerada pelos
cataventos e aerogeradores, embora apenas parte da potência teórica, descrita pelas equações a
seguir, pode ser convertida em potência útil, como afirma CRESESB (2008).
� =�
∆� (1)
� = �� =� ∙ ��
2 (2)
Onde:
P = potência gerada pelos cataventos e turbinas [W];
W = trabalho realizado pelo vento [J];
Δt = variação de tempo [s];
Ec = energia cinética do vento [J];
m = massa de vento que circula pelas turbinas [kg];
v = velocidade do vento [m/s].
Manuseando as equações (1) e (2), obtém-se:
� =
� ∙ ��
2∆�
= � ∙��
2 ∙ ∆�
(3)
De acordo com a definição de vazão mássica, tem-se a seguinte equação:
�̇ =�
∆� (4)
Como a vazão mássica também é a vazão que passa pelas turbinas, tem-se:
� = � ∙ � ∙ � (5)
Onde: Q = vazão de ar [kg/s];
ρ = densidade do ar [kg/m³];
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40
A = área varrida pelas hélices do rotor [m²].
Assim, através da equação (5), pode-se conhecer o aproveitamento da energia eólica,
dada pela seguinte equação:
� =� ∙ �� ∙ �
2 (6)
Mas, para chegar ao cálculo final do potencial eólico, deve-se considerar as eficiências
mecânicas e elétricas do sistema (η), coeficiente de desempenho aerodinâmico (Cp), que é
variável com o vento, rotação e parâmetros de controle da turbina. Assim:
� =� ∙ �� ∙ � ∙ � ∙ ��
2 (7)
Através da equação (7), observa-se que a potência é diretamente proporcional a
densidade do ar, do cubo da velocidade do vento na região e do coeficiente aerodinâmico, que
é função da velocidade do vento. Dessa forma, conforme já dito, o local de instalação do parque
eólico deve ser bem escolhido.
4.2 Central de geração hidrelétrica
A água é um recurso natural necessário para a sobrevivência dos seres vivos e é
fundamental para a manutenção dos ecossistemas do planeta. Outra importância da água são
nas bacias hidrográficas, uma vez que estas são importantes em atividades econômicas das
cidades e também nas usinas hidrelétricas.
Sua carência pode ser um fator limitante no que diz respeito ao desenvolvimento de um
país, uma vez que o modelo tecnológico ainda depende da exploração indiscriminada de
recursos naturais, de modo que a água, em alguns países, é o principal insumo na geração de
energia, que alimenta indústrias e comércio, por exemplo.
De acordo com PERAZZOLI; PINHEIRO e KAUFMANN (2013), a água é um insumo
que varia no tempo e espaço, de modo que está sujeito a variabilidade climática e ao efeito do
uso do solo, que podem ser cumulativos ou isolados. Isto é, com o aumento da precipitação,
pode ocorrer o aumento da vazão, assim como o desmatamento de florestas também pode
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acarretar no aumento do escoamento médio. LUIS EMÍLIO (2016) complementa afirmando
que outros fatores que influenciam na vazão de um rio são as suas condições geológicas, isto é,
largura, inclinação, tipo de solo, obstáculos e quedas.
Além dos fatores que influenciam a vazão, têm-se aqueles diretamente relacionados ao
estoque de energia armazenada nos reservatórios, isto é, o regime de chuvas, conforme citado
anteriormente, e o tamanho dos reservatórios e seu uso.
Dessa forma, observa-se a seguir uma análise sobre a influência desses fatores na vazão
de um rio.
A variabilidade climática pode ser definida como variações de clima em função dos
condicionantes naturais do planeta e suas interações. Seus impactos não são uniformes, uma
vez que simultaneamente ocorre o aquecimento de partes do planeta, enquanto há resfriamento
de outras. Isto é, o resultado das mudanças climáticas em determinadas regiões pode ser de
temperaturas mais baixas em determinadas épocas do ano, mas ainda assim, ocasionar em
médias de temperatura anual mais alta. Da mesma forma, em alguns locais pode chover mais
do que em outros.
Dessa forma, o clima de uma região varia ao longo do ano devido ao movimento de
translação do planeta, o que pode ser definido como variabilidade sazonal. Enquanto os
elementos climáticos, como temperatura e umidade do ar, apresentam variação diurna, devido
ao movimento de rotação. Assim, observa-se que a variabilidade climática está associada a
fenômenos de interação entre movimentos astronômicos, atmosfera e demais componentes do
sistema climático.
Como foi citado, essa variabilidade climática influencia no regime de chuvas, sendo este
o responsável pelo enchimento de reservatórios de água para a posterior geração de energia,
especialmente em períodos secos, a fim de manter a operação normal do sistema elétrico.
Já o uso do solo pode ser entendido como a forma pela qual o homem ocupa um
determinado espaço geográfico. Esse uso do solo, por exemplo, pela atividade agrícola, quando
ocorre sem planejamento, aliado ainda às características do clima e do solo, pode-se resultar
em perdas do solo por erosão e degradação dos recursos hídricos por sedimentos e poluentes.
Ao que interessa neste trabalho, está relacionado em como o uso do solo afeta na vazão,
desta forma, o uso inadequado do solo tem como impacto o transporte de sedimentos que reduz
a disponibilidade hídrica. Isto é, ocorre um decréscimo de velocidade da água e afeta o
escoamento superficial, a vazão máxima de cheia e fluxos de base. E, consequentemente, há a
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redução do faturamento da concessionária de energia por causa da perda de volume útil do
reservatório, além de custos adicionais devido ao desgaste dos equipamentos mecânicos.
Outra situação relacionada ao uso do solo consiste no fato de que quando o solo é
coberto por matas, evita-se que o escoamento superficial atinja o curso de água, isto é, evitam-
se enchentes, durante o período de maiores precipitações. Já nas áreas deflorestadas, o solo
compactado ou impermeabilizado impede que a água se infiltre no solo, o que provoca
enchentes. Desta forma, observa-se que matas e florestas têm como objetivo regularizar as
vazões dos cursos dos rios.
Outro fator a ser analisado está relacionado às condições geológicas do rio ou bacia.
Define-se geologia como a ciência que estuda a composição, estrutura, propriedades físicas e
processos que dão forma ao planeta Terra. A formação da estrutura da Terra é dinâmica, o que
demonstra que o planeta está em constante transformação.
Dessa forma, cada região do planeta apresenta características geológicas particulares.
Como o ponto de interesse está na geração de energia, foca-se na análise das características das
bacias hidrográficas, pois, de acordo com PORTO, FILHO e SILVA (1999), seu relevo e forma
apresentam influências sobre os fatores meteorológicos e hidrológicos.
Analisando-se a área de drenagem das bacias, observa-se que há influências sobre as
vazões máximas e a grandeza de enchentes. Melhor explicando, considere duas bacias com
áreas diferentes, mas com igualdades no nível de precipitação e intervalo de tempo. O volume
de escoamento pela área é o mesmo, mas este está mais espalhado na bacia de maior área. Dessa
forma, o tempo para que o escoamento de enchente atinja um determinado local aumenta a
medida que a área da bacia aumenta.
Já a forma da bacia apresenta influência sobre o escoamento superficial, assim como a
declividade do terreno SILVA (2007). Esta pode ser definida como a inclinação da superfície
de um terreno em relação à horizontal, ou seja, a diferença de altura entre dois pontos e a
distância horizontal desses pontos. A declividade dos canais fuviais é responsável pela
determinação da velocidade de escoamento de água. Isto é, quanto maior a declividade, maior
a velocidade de escoamento.
Outro fator que influencia nas características de escoamento superficial é o tipo de solo,
uma vez que cada tipo apresenta uma capacidade de infiltração particular. Isso é resultado do
tamanho dos grãos do solo, agregação, forma e arranjo das partículas. Como exemplo de alguma
dessas características do solo, pode-se citar a porosidade, que afeta a infiltração e a capacidade
de armazenamento.
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43
Por fim, o último fator de influência sobre as vazões a ser discutido está relacionado aos
reservatórios. Estes propiciam mudanças no regime de vazão de um rio, alterando o transporte
de sedimentos ao longo do curso de água. Dessa forma, percebe-se que todo reservatório está
sujeito a assoreamento, pois, como afirma MIRANDA (2011), os sedimentos carregados por
esse curso d’água podem se acumular no compartimento de volume útil do reservatório,
reduzindo o volume morto. Outras consequências dos sedimentos nos reservatórios estão
relacionadas à abrasão dos canais de fuga e das pás das turbinas e obstrução da tomada d’água.
Assim, observa-se, no ponto de vista da geração, a redução da capacidade de produção de
energia elétrica e, consequentemente, na redução do faturamento de uma concessionária por
causa da diminuição do volume útil.
Ainda relacionado aos reservatórios, tem-se outra característica a eles relacionados, o
tamanho do reservatório. Considere nessa análise apenas a largura, pois a altura já foi discutida.
Tem-se que o tamanho do reservatório vai determinar a quantidade de energia que pode ser
armazenada, uma vez que apresenta um volume máximo. Dessa forma, quando há um excedente
de água no reservatório, de modo que não há espaço para o armazenamento, é necessário verter
água, ocasionando na vazão vertida. Essa classificação se refere à água que passa pelos
vertedouros da usina, mas não gera energia.
Assim, comparando-se dois reservatórios, localizados em regiões com as mesmas
características de nível de precipitação e intervalos de tempo, cujas larguras são diferentes,
observa-se que aqueles que dispõem de reservatórios maiores podem apresentar uma vazão
turbinada maior, o que gera maior quantidade de energia.
Mas, deve-se ainda atentar que associadas às vazões, há ainda dois fatores que devem
ser analisados, que estão relacionados à previsão do preço da energia no mercado: energia
natural afluente (ENA) e energia armazenada (EARM). De acordo com LIRA e CÂNDIDO
(2013), esses fatores apresentam características estocásticas e há um dilema quanto ao uso da
água dos reservatórios para a geração de energia, conforme mostrado a Figura 14.
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Figura 14 – Dilema do Operador Nacional do Sistema Elétrico
Fonte: Adaptado de LIRA e CÂNDIDO (2003)
A Figura 14 mostra que essas duas variáveis são fontes de incerteza e possuem
comportamento sazonal. Melhor explicando, essas duas variáveis apresentam uma variabilidade
menor que a respectiva ao custo marginal de operação (CMO), embora a ENA apresente valores
superiores às cargas durante a estação úmida do país e inferiores nas estações secas. Enquanto,
a EARM depende diretamente da quantidade de água que chega aos reservatórios e da operação
do sistema em análise.
Então, relacionando a ENA e a sazonalidade à EARM, pode-se dizer que, com o objetivo
de reduzir o impacto das incertezas e da sazonalidade das afluências, constroem-se grandes
reservatórios, pois, assim, há estoque de água durante o período úmido, quando a afluência é
elevada, de modo que essa água armazenada possa ser turbinada no período seco. Assim,
mantém-se a geração de energia estável ao longo do ano.
Dessa forma, entendidos os conceitos relacionados ao insumo da geração hidrelétrica e
as influências dos fatores sobre a vazão, pode-se dizer que é necessário saber escolher o local
de instalação da central de geração hidrelétrica, uma vez que o conhecimento acerca das
características climáticas e da bacia, pode-se discutir sobre o projeto técnico com o objetivo de
obter o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis.
Atrvés da Figura 15 é possível entender o funcionamento das usinas hidrelétricas.
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Figura 15 – Esquema de funcionamento de uma usina hidrelétrica
Fonte: MEIO AMBIENTE RIO (2016)
De acordo com o esquema acima, percebe-se que o funcionamento de uma usina
hidrelétrica consiste na conversão da energia potencial, existente graças a diferença de nível
entre o reservatório e o rio, em energia cinética, através do movimento da água que faz girar a
turbina. Esta está ligada ao eixo de um gerador, de modo que a energia cinética é transformada
em energia elétrica. Posteriormente a essas conversões, o produto final é conduzido até às
subestações, de onde a energia é transmitida para os centros de consumo, sejam eles industrial,
comercial ou residencial.
Entendido o princípio de funcionamento desse tipo de geração, pode-se calcular a
potência gerada por uma usina hidrelétrica. Conforme mostrado na equação (1), a potência é
dada por:
� =�
∆�
Para uma hidrelétrica, o trabalho realizado nas máquinas pode ser considerada a energia
potencial da água, como afirmam SOUZA, SANTOS e BORTONI (2009), isto é:
� = ��� = � ∙ � ∙ �� (8)
Onde: P = potência gerada pelos cataventos e turbinas [W];
W = trabalho realizado pela água nas máquinas [J];
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Δt = variação de tempo [s];
Epg = energia potencial gravitacional da água [J];
m = massa de água que circula pelas turbinas [kg];
HB = queda bruta da água [m].
Manuseando-se as equações (1), já citada anteriormente, e a (8), obtém-se:
� =�
∆�=
� ∙ � ∙ ��
∆� (9)
Sabe-se que a densidade de qualquer material ou fluido é dada por:
� =�
� (10)
Onde: ρ = densidade da água [kg/m³];
V = volume de água [m³].
Modelando a equação (9) e substituindo na equação (10), tem-se:
� =� ∙ � ∙ � ∙ ��
∆� (11)
Mas, sabe-se que a vazão é um dos parâmetros necessários para o cálculo da potência e,
utilizando a definição de vazão, tem-se:
� =�
∆�= � ∙ � (12)
Onde:
Q = vazão de água [m³/s];
A = área da seção transversal do duto em que circula água ou do reseervatório
de água [m²];
v = velocidade de água [m/s].
Substituindo a equação (12) em (11), obtém-se:
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47
� = � ∙ � ∙ � ∙ �� (13)
Mas, para chegar ao cálculo final do potencial de geração, deve-se considerar a
eficiência do sistema, isto é, da turbina, gerador e sistema de adução, dado por:
�� = �� ∙ �� ∙ ��� (14)
Onde:
ηT = rendimento total do sistema;
ηt = rendimento da turbina;
ηg = rendimento do gerador;
ηsa = rendimento do sistema de adução.
Assim, considerando a equação (13) na equação (14), tem-se a potência útil que é obtida
na prática:
� = � ∙ � ∙ � ∙ �� ∙ �� (15)
Através da equação (15), observa-se que a potência é diretamente proporcional a
densidade da água, queda bruta e vazão, mas também deve-se considerar as eficiências
mecânicas e elétricas do sistema (η). Por isso, a escolha de locais onde a vazão seja elevada e
com queda bruta que apresente um valor significativo é interessante, bem como a boa escolha
de equipamentos que garantam um bom desempenho do sistema a ser analisado.
4.3 Central de geração solar
A energia solar é aquela proveniente da luz e calor do sol. De acordo com
TOLMASQUIM (2003), essa energia pode ser utilizada sob duas formas: passiva, cujo uso
mais comum está relacionado a arquitetura bioclimática, que consiste na harmonização de
construções ao clima, vegetação e hábitos de consumo, a fim de promover melhor utilização
dos recursos energéticos; e ativa, em que se utilizam dispositivos para converter a energia solar
diretamente em energia elétrica, como no caso dos painéis fotovoltaicos, ou em energia térmica
e depois em elétrica, como no caso de coletores planos e concentradores.
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Uma maneira melhor de se explicar o que foi exposto acima está representado na Figura
16.
Figura 16 – Fluxograma de aplicações práticas da Energia Solar.
Fonte: Tolmasquim (2003)
Como o assunto deste trabalho visa discutir os riscos em empreendimentos de geração,
sendo um deles a central de geração solar, é interessante discutir sobre os fatores que
influenciam a produção de energia. De acordo com o CRESESB (2008), o sol fornece
anualmente para a atmosfera terrestre 1,5x1018 kWh de energia, contudo parte desse potencial
não é aproveitado. Isso acontece porque parte da radiação solar que atinge a atmosfera da Terra
é refletida para o espaço ou é absorvida pela atmosfera em forma de calor. Assim, apenas uma
parte realmente atinge a superfície terrestre, sendo uma parcela parcialmente absorvida e a outra
parcialmente refletida novamente para a atmosfera.
Dessa forma, CASTRO (2016) afirma que a reflexão, absorção e transmissão da
radiação solar depende do estado da atmosfera, cujos fatores serão discutidos posteriormente, e
da distância que os raios solares percorrem quando atravessam a atmosfera.
Mas, ainda, deve-se considerar que a radiação solar não é captada de forma constante e
homogênea devido ao movimento de rotação da Terra, ocasionando na alternância entre dias e
noites, e do movimento de translação, descrito por trajetória elíptica e com uma inclinação em
relação ao plano equatorial. De acordo com o CRESESB (2006), essa inclinação é responsável
pela variação da elevação do sol no horizonte em relação à mesma hora ao longo do tempo e dá
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origem às estações do ano, o que dificulta os cálculos da posição do sol, conforme pode ser
observado na Figura 17.
Figura 17 – Órbita da Terra em torno do sol, com eixo N-S
inclinado com ângulo de 23,5°
Fonte: CRESESB (2006)
Considere a Figura 17 e a explicação dada anteriormente, a posição angular em relação
ao Equador, no meio dia solar, é chamada Declinação Solar (ẟ). Esse ângulo, como afirma o
CRESESB (2006), varia de acordo com os dias do ano dentro de um intervalo, delimitado por:
−23,45° ≤ � ≤ 23,45°
Assim, quando se soma a declinação com a latitude do local analisado, pode-se obter a
trajetória do movimento aparente do sol para um determinado dia e uma determinada
localidade, o que mostra essa variação de radiação entre diversos locais, ainda que considerada
a mesma latitude.
Outro fator que se deve atentar ainda relacionado ao fato da não distribuição homogênea
da radiação solar se deve à superfície terrestre. Isso acontece porque o nível de radiação varia
espacialmente, em função da altitude e entorno, e com as condições atmosféricas, como chuvas,
nebulosidade e particulados liberados por queimadas.
Sabe-se que aumentando a altura, o ar fica menos carregado com partículas sólidas, que
são as responsáveis pela absorção das radiações solares e difusão, aumentando a temperatura
do ar. Assim, em regiões de maiores altitudes, há a absorção de radiação em menor proporção,
uma vez que a atmosfera se torna mais delgada.
Outro fator de influência está no entorno e nas condições atmosféricas. Pode-se explicar
essas duas características de modo simultâneo devido a condição de sombreamento, cujo efeito
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50
afeta diretamente o desempenho dos módulos fotovoltaicos, uma vez que, quando a célula está
sombreada, ela atua como carga, dissipando corrente de entrada, ou seja, perde-se energia
produzida.
Dessa forma, como o principal insumo desse tipo de geração depende do sol, deve-se
atentar para a disponibilidade de irradiação solar no local de instalação. E, uma informação
relevante para a avaliação da quantidade de insumo disponível se encontra na possibilidade de
estimar a radiação para determinados locais através de programas computacionais, de modo
que o resultado obtido demonstra que a energia solar apresenta menor volatilidade em escala
maior de tempo quando comparada às outras renováveis. Contudo, há maior variabilidade da
produção em curto prazo, pelos motivos citados anteriormente.
Assim, já realizadas as previsões de radiação nos locais, pode-se analisar os
componentes a serem instalados nas centrais de geração, seja heliotérmica ou fotovoltaica, cujos
princípios de funcionamento serão discutidos a seguir. E, posteriormente, em ambos os casos,
pode-se calcular a potência a ser gerada pela usina.
A Energia Solar Fotovoltaica é obtida através da conversão da luz em eletricidade, sendo
denominado esse fenômeno de Efeito Fotovoltaico. Esse efeito surge a partir de uma diferença
de potencial, resultante da absorção de luz, nos extremos de uma estrutura feita com material
semicondutor. Dessa forma, a célula fotovoltaica é a unidade fundamental na conversão das
formas de energia. A Figura 18 mostra as placas fotovoltaicas em central de geração em
Campinas.
Figura 18 – Central de geração de energia fotovoltaica em Campinas
Fonte: CPFL (2011)
Para a usina solar fotovoltaica, apesar da conversão de energia ser direta, a partir do
Efeito Fotovoltaico, é necessário fazer o dimensionamento dos equipamentos que compõem o
sistema. Isto é, a quantidade de módulos solares, controlador de carga, conversores AC/DC e
inversor DC/AC.
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Realizado o dimensionamento do sistema como um todo, pode-se calcular a potência
elétrica a partir da conversão de energia realizada por uma célula fotovoltaica, cujo valor é dado
por:
��� = � ∙ � ∙ � (16)
Onde:
Pel = potência entregue à carga [W];
A = área da célula fotovoltaica [m²];
G = irradiância solar do local [Wh/m²];
η = eficiência do sistema.
Já a Usina Solar Concentrada é um tipo de energia térmica, pois, inicialmente, os
sistemas termossolares produzem calor e através de concentradores ou espelhos concentram a
radiação solar em um determinado ponto, para, posteriormente, transformar o calor em energia
elétrica. Assim, observa-se que esse tipo específico de energia térmica tem como objetivo final
gerar energia elétrica, diferente das outras aplicações cujo propósito consiste em ser fonte de
calor, conforme mostrado na Figura 16. A Figura 19 representa esse sistema de captação de
energia em uma central de geração na Espanha.
Figura 19 – Central de geração de energia heliotérmica na Espanha
Fonte: CRESESB (2012)
Dessa forma, para a usina heliotérmica, é necessário utilizar um sistema de conversão
de energia térmica em elétrica. Esse sistema consiste em um bloco de potência, que através do
ciclo Rankine, transmite a energia térmica da radiação solar concentrada a um fluido que gera
vapor a alta pressão, fazendo com que ele opere uma turbina acoplada a um gerador.
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52
Para entender a conversão de energia, é necessário entender brevemente o
funcionamento do Ciclo de Rankine, que é um ciclo termodinâmico modela turbinas a vapor.
Na Figura 20, apresentam-se as etapas do ciclo.
Figura 20 – Ciclo de Rankine
Fonte: UNICAMP (2002)
Como se pode observar na figura acima, há quatro processos:
(i) Bombeamento adiabático;
(ii) Transformação da água em vapor a pressão constante na caldeira;
(iii) Expansão adiabática na turbina;
(iv) Condensação do vapor a pressão constante no condensador.
Nas plantas de geração solar heliotérmica, o processo de conversão se inicia quando o
fluido de transferência de calor entra na caldeira e recebe energia térmica da radiação solar, o
que ocasiona no sobreaquecimento do fluido e sua evaporação. Posteriormente, o vapor passa
pelo coletor e segue para a turbina, onde se expande. A energia mecânica resultante desse
processo é responsável por mover o gerador, que produz energia elétrica. Ao longo dessa etapa,
a temperatura do vapor diminui até que o valor alcance o condensador, que o transforma em
líquido novamente. Por fim, esse líquido tem a pressão elevada pela bomba e retorna à caldeira,
reiniciando o ciclo.
Em geral, para as centrais de geração solar concentrada, o processo de conversão de
energia térmica em elétrica é semelhante. Contudo, o arranjo do sistema com os equipamentos
necessários varia de acordo a planta, como podem ser observados nas Figuras 21 e 22:
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53
Figura 21 – Sistema solar de geração de vapor diretamente nos
coletores para produção de eletricidade
Fonte: CRESESB (2012)
Figura 22 – Torre de concentração de receptor aberto, cujo fluido aquecido é o ar
Fonte: CRESESB (2012)
Através das Figuras 21 e 22, percebe-se que pode-se gerar vapor com ou sem a presença
de um fluido de transferência de calor, assim como de um trocador de calor. Dessa forma, pode-
se economizar equipamentos e fluidos, mas deve-se atentar às desvantagens técnicas
dependendo do arranjo a ser utilizado. Mas, em todos, há a presença da turbina, gerador e
condensador, de modo que cada equipamento apresenta um rendimento particular, que resultam
no rendimento global, que influencia na potência de saída do sistema.
���í�� = �������� − ������ (17)
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54
5 Os projetos de geração e riscos associados
Nos capítulos anteriores, foram tratados os processos de gerenciamento de riscos e
também foram discutidos os princípios de funcionamento de cada um dos tipos de projetos de
geração abordados neste trabalho, isto é, eólico, hidrelétrico e solar. Além disso, tratou-se dos
insumos necessários em cada um desses empreendimentos e também das incertezas a eles
associadas, uma vez que tais características influenciam diretamente na produção de energia. A
relação desses capítulos permite a identificação dos riscos do projeto dentro do contexto da
geração de energia.
Assim, neste capítulo, apresentam-se os riscos presentes nesses empreendimentos de
geração, desde o planejamento do projeto até a comercialização de energia, permitindo a
avaliação não apenas das incertezas que compõem cada um dos riscos, mas também algumas
alternativas que permitem mitigá-los a fim de garantir o sucesso do projeto.
5.1 Risco de insumos
Cada tipo de central de geração apresenta determinado insumo energético, que é
responsável pela produção de energia elétrica, direta ou indiretamente.
Conforme discutido anteriormente, uma central de geração eólica, por exemplo,
necessita dos ventos para girar a turbina eólica, também conhecida como aerogerador, de modo
que a energia mecânica cinética será, posteriormente, transformada em energia elétrica, através
de um gerador, que por sua vez está ligado a uma central de transmissão de energia. Na central
de geração hidrelétrica, é necessária uma vazão de água para movimentar as turbinas presentes
na casa de máquinas, transformando a energia mecânica, inicialmente potencial e
posteriormente cinética, em elétrica nos geradores acoplados mecanicamente às turbinas. E nas
usinas solares, há a transformação da radiação liberada pelo sol em energia elétrica. Contudo,
existem dois tipos de usinas solares, a fotovoltaica e a heliotérmica, de modo que os processos
de obtenção de energia são diferentes.
Assim, os ventos, as vazões de água e as radiações solares são definidas como insumos,
sendo estes os responsáveis pela produção de energia, que se apresenta de diferentes formas e
podem ser convertidas entre si. Isto é, através de conversões energéticas. A Figura 23 mostra
as principais formas de conversão entre as formas básicas de energia, de modo que exemplifica
o que foi descrito anteriormente.
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55
Figura 23 – Processos de conversão energética
Fonte: Revista PEE (2012)
Como foi discutido no Capítulo 4, cada um dos tipos de geração necessita de um insumo
específico para a produção de energia, contudo, cada um desses insumos depende de diversos
fatores e sua variação afeta diretamente a quantidade de energia fornecida ao longo do tempo.
Outra consequência dessa variação consiste no preço da energia no mercado, uma vez que a
quantidade de geração e seu preço estão diretamente relacionados, seguindo a Lei da Oferta e
Procura.
5.1.1 Risco de insumo eólico
Devido ao crescimento significativo dos investimentos em projetos de geração eólica a
nível mundial, observa-se que essa forma de energia se tornará ainda mais competitiva quando
os recursos financeiros de “mercado de carbono” forem mais expressivos.
Contudo, alguns problemas ainda existem, sendo obstáculos aos investimentos em projetos de
energia eólica. Um deles consiste na incerteza quanto à geração de energia, devido a
imprevisibilidade do insumo. Essa dificuldade afeta não apenas as operações de planejamento,
como de despacho de energia.
AMARANTE, SILVA e FILHO (2002) afirmam que o vento apresenta
imprevisibilidade aparente, pois é resultado da circulação contínua das camadas de ar da
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56
atmosfera, sendo decorrente de aquecimentos desiguais da superfície terrestre tanto em escala
global como local. Dessa característica resultam as velocidades e direções do vento com
tendências sazonais e diurnas definidas, como mostra a Figura 24.
Figura 24 - Circulação atmosférica
Fonte: AMARANTE, SILVA e FILHO (2002)
Dentro do intervalo de horas ou dias, os ventos podem apresentar variabilidade, embora
o regime diurno seja predominante, sendo regido por influências locais e regionais. Já no
intervalo de meses ou anos, há regularidade no regime dos ventos, cujo regime sazonal é
definido ao longo do ano.
Porém, quando comenta-se que os ventos apresentam imprevisibilidade aparente
comenta-se apenas com relação a atmosfera em movimento, não considerando o regime dos
ventos, isto é, a sua distribuição geral, cujo perfil apresenta variações significativas devido à
diversidade dos terrenos, como geometria e altitude, presença de obstáculos, cobertura vegetal
e existência de extensões de massas de água. Esses fatores são responsáveis por resultar em
regimes de vento distintos em cada local, conforme mostrado na Figura 25.
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57
Figura 25 - Regimes diurnos e sazonais de cidades
do Estado de Minas Gerais
Fonte: CEMIG (2010)
Por isso, VARGAS (2015) afirma que a natureza aleatória dos ventos torna sua previsão
uma tarefa complexa, uma vez que a quantidade de energia varia de acordo com as estações do
ano e ao longo do dia, além da topografia e rugosidade do solo, como citado no Capítulo 4. Este
também mostra que um dos fatores que influencia na potência gerada pela turbina eólica é a
velocidade do vento, que depende da altura em relação ao solo, de modo que obstáculos são
responsáveis por sua redução.
Considerando, assim, a velocidade do vento e as características de construção e tamanho
do aerogerador, pode-se escolher uma turbina eólica adequada, que apresenta uma curva
característica de desempenho de energia, como mostra a Figura 26.
Figura 26 - Curva de potência do aerogerador
Fonte: SALLES (2004)
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58
A partir dessa curva, pode-se prever a produção de energia considerando diversos
valores de velocidade sem considerar particularidades técnicas dos elementos construtivos do
aerogerador e do terreno.
Porém, para analisar o comportamento do vento e traçar uma curva de potência, é
necessário realizar um tratamento estatístico dos dados observados, como afirma SALLES
(2004). Desse modo, para descobrir o potencial médio produzido por uma turbina, é preciso
traçar a distribuição de frequência da velocidade do vento, porém esta varia de acordo com o
local em que está construído o parque eólico, como mostra Figura 25.
Para SILVA (2013), a Distribuição de Weibull, representada na Figura 27, apresenta
uma aderência com relação ao ajuste de velocidade do vento adequada para a maioria dos
regimes estatísticos, uma vez que considera não apenas a velocidade, como também a
frequência de ocorrência, tendo como característica favorável a necessidade de poucos valores
medidos e a possibilidade de estimativa da produção anual de um aerogerador com boa
exatidão.
Figura 27 - Distribuição de Weibull
Fonte: SILVA (2013)
Uma maneira de visualizar essa distribuição é representada na Figura 28, que mostra o
mapa do Brasil e o fator de forma de Weibull, que indica a constância dos ventos, ao longo
das estações do ano.
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59
Figura 28 - Fator de forma de Weibull no Brazil sazonalizado
Fonte: CRESESB (2011)
5.1.2 Risco hidrológico
De acordo com ROMEIRO (2015), um sistema que depende especialmente de
hidrelétricas para o suprimento de eletricidade está sujeito ao risco hidrológico, isto é, o risco
relacionado a insuficiência de água para garantir a geração de energia.
Como discutido no Capítulo 4, as hidrelétricas necessitam de insumo para operarem,
isto é, de água. Mas, para encher um reservatório e a usina apresentar vazão, são necessárias
chuvas na bacia, de modo que essas impactem na UHE. Essa condição mostra que as usinas
hidrelétricas estão sujeitas ao risco hidrológico porque as condições climáticas variam e,
geralmente, de modo imprevisível.
Essa característica pode ser demonstrada considerando um cenário de condições
climáticas atípicas associadas à sazonalidade do período de chuva que, com estiagens e secas
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imprevistas, fazem com que o ONS despache usinas em quantidades de energia inferiores a
contratada. Isso acontece porque se houver geração de energia em cenários de escassez de água,
os reservatórios podem atingir níveis críticos, comprometendo a geração futura de energia.
Considerando a particularidade do sistema elétrico em apresentar grandes reservatórios
para armazenamento e a interconexão entre esses, o risco hidrológico apresenta uma
possibilidade remota, como afirmam CARNEIRO, COLI e DIAS (2017). Contudo, com o
crescimento do consumo e as dificuldades de ampliação da reserva hídrica, a capacidade de
regularização dos reservatórios tem reduzido gradativamente, como pode ser observado na
Figura 29.
Figura 29 - Histórico do nível dos reservatórios do SIN
(em % da capacidade máxima)
Fonte: COMERC (2014)
Uma outra forma de observar o nível dos reservatórios é através do gráfico de barras
por subsistema. Para tal, utilizaram-se dados mais atualizados, referentes aos anos de 2016 e
2017, como mostra a Figura 30.
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61
Figura 30 – Comparativo do nível dos reservatórios por subsistema
(em % da capacidade máxima)
Fonte: Adaptado do ONS (2017)
Como se pode observar pelas Figura 29 e Figura 30, a garantia de suprimento de energia
pelos reservatórios está cada vez mais condicionada à realização de hidrologias favoráveis e o
acentuado e recorrente deplecionamento dos reservatórios está tornando o risco hidrológico
mais palpável, como afirmam CARNEIRO, COLI e DIAS (2017).
Como forma de mitigar o risco hidrológico, surgiu o Mecanismo de Realocação de
Energia, MRE, que é um mecanismo financeiro no qual se compartilham os riscos hidrológicos
que afetam os agentes geradores, garantindo a otimização dos recursos hidrelétricos do SIN.
Isso acontece devido a transferência do excedente de energia produzida dos agentes que
geraram além da energia assegurada para aqueles que geraram abaixo, conforme apresentado
na Figura 31.
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62
Figura 31 - Representação do processo de alocação de energia
para cobertura de garantia física
Fonte: CCEE (2017)
Porém, apesar da presença do MRE, em condições hidrológicas desfavoráveis, as
incertezas em relação à garantia de fornecimento passam a ter destaque, fazendo com que usinas
térmicas sejam acionadas para atender uma maior parcela de carga quando comparado às
condições favoráveis, como afirma ROMEIRO (2015).
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63
Nessas condições climatológicas desfavoráveis, a geração de energia pelos agentes
ficam inferiores às suas garantias físicas, fazendo com que as posições contratuais deficitárias
sejam liquidadas no mercado de curto prazo ao PLD vigente, configurando a exposição
financeira das geradoras hídricas ao risco hidrológico.
5.1.3 Risco de insumo solar
Conforme discutido no Capítulo 4, a conversão de energia solar em potencial elétrico
necessita de dispositivos específicos, que se diferenciam a partir do tipo de central de geração,
isto é, fotovoltaica ou heliotérmica. Contudo, o insumo para a geração de energia é o mesmo, a
radiação solar.
Como afirma a EPE (2012), a radiação pode ser decomposta de diferentes formas, nas
quais as parcelas têm importância distinta de acordo com o tipo de empreendimento de geração.
A parcela de radiação que interessa à geração solar fotovoltaica é a Irradiação Global Horizontal
(GHI), que quantifica a radiação recebida pela superfície plana horizontal. Essa parcela é
composta pela Irradiação Difusa Horizontal (DIF), que é dispersa e atenuada por reflexão em
nuvens e partículas em suspensão na atmosfera, e pela Irradiação Normal Direta (DNI), que
atinge diretamente o solo, sem reflexões, sendo esta a parcela mais importante para a geração
heliotérmica.
Observando-se as características de cada uma dessas parcelas de radiação, percebe-se a
variação de acordo com as condições meteorológicas do dia, isto é, em dias nublados, prevalece
a DIF, enquanto em dias claros, a DNI, embora esta seja muito variável ao longo do dia,
especialmente nos locais com altos níveis de nebulosidade.
Além da influência dos tipos de radiação no empreendimento de geração, citou-se no
Capítulo 4 que o estado da atmosfera e o movimento de rotação e translação influenciam na
absorção da radiação, fazendo com que esta não seja captada de forma constante e homogênea,
tanto ao longo do dia, como do ano. A Figura 32 mostra um diagrama com os principais
processos de interação da radiação solar e da radiação térmica na atmosfera, cujos valores
variam de acordo com as região e período do ano.
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64
Figura 32 - Diagrama simbólico dos processos de interação
da radiação solar com a atmosfera terrestre
Fonte: MARTINS, PEREIRA e ECHER (2004)
Além desses fatores, CRUZ (2012) também afirma que a produção diária de energia
solar é afetada pela temperatura. Uma maneira de observar essa relação pode ser feita através
da seguinte condição: quanto mais baixa a temperatura e mais elevado o nível de radiação,
maior a produção de energia. Complementando a afirmação da EPE (2012), em dias de Sol e
sem nuvens, a curva de produção de energia é semelhante a uma gaussiana, com máxima
geração entre 11 e 13 horas, de modo que nas demais situações, a curva se torna imprevisível
devido as possibilidades de variação das condições atmosféricas ao longo do dia.
A Figura 33 mostra gráficos diários de energia gerada em diversas estações do ano,
representando ainda as situações de melhor geração, na coluna esquerda, e pior geração, na
coluna direita, confirmando o que foi estudado pela EPE (2012) e CRUZ (2012).
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65
Figura 33 - Geração de energia ao longo do ano
Fonte: CRUZ (2012)
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66
Os gráficos apresentados permitem constatar que a produção de energia não é constante
nem apresenta o mesmo perfil ao longo do dia, uma vez que a presença de nuvens e demais
condições atmosféricas interferem na radiação que incide sobre os paineis fotovoltaicos.
Por esse motivo, a EPE (2012) afirma que o uso generalizado da energia solar ainda é
um desafio devido à restrição de geração de energia em condições de pôr do sol ou bloqueio de
nuvens.
A partir dessas considerações, CRUZ (2012) afirma que, pelo menos com relação à
posição da Terra, é possível determinar a correta orientação geográfica dos paineis solares, isto
é, sua inclinação, a fim de aumentar a eficiência da conversão de energia, uma vez que há maior
captação solar ao longo do ano. Como forma de atingir a esse objetivo, tem-se cuidado de
orientar as placas voltadas para o azimute sul (hemisfério norte) e azimute norte (hemisfério
sul), como mostra a Figura 34.
Figura 34 - Movimento do Sol ao longo das estações do ano
Fonte: CRUZ (2012)
Um exemplo prático que demonstra a importância do grau de inclinação dos paineis
fotovoltaicos é o Pavilhão Endesa, mostrado na Figura 35. Embora não seja uma central de
geração, é um projeto arquitetônico autossufiente que conta com paineis fotovoltaicos
instalados em divesos ângulos, conforme a incidência dos raios solares, seguindo seu
movimento durante o dia e ano, permitindo maior eficiência.
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67
Figura 35 - Pavilhão Endesa
Fonte: ARCHDAILY (2012)
5.2 Risco ambiental
Os riscos ambientais podem ser definidos como os riscos relacionados aos possíveis
impactos negativos de um projeto sobre o meio ambiente, podendo ocasionar em atrasos na
construção e desenvolvimento do empreendimento e, dependendo das condições, na
necessidade de redesenho do projeto-base para a solução dos problemas.
Esse tipo de risco é resultado da associação entre riscos naturais e riscos decorrentes dos
processos naturais agravados pela atividade humana e ocupação do território. Dessa forma, está
associado a mudanças ou transformações que ocorrem no ambiente.
Assim, o risco ambiental remete à possibilidade de ocorrência de eventos danosos ao
ambiente, de modo que os impactos causados nesse local podem comprometer a licença para a
instalação de um empreendimento.
Por isso, a percepção desse tipo de risco permite a obtenção de dados que são úteis na
análise de um empreendimento, isto é, captura de desvios nas médias de insumo, entendimento
e análise de áreas vulneráveis a deslizamentos e demais riscos geológicos, e questionamentos
acerca dos danos que podem causar no ambiente.
Mas, deve-se atentar que a identificação dos riscos ambientais depende da percepção
das pessoas em relação ao ambiente, isto é, às suas características próprias. Dessa forma, o
levantamento dos riscos acontece de forma adaptada a realidade do local analisado, por
exemplo, sua dimensão territorial, adensamento populacional e classificação como ambiente
rural ou urbano.
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68
Como o ponto de vista deste trabalho está voltado para a geração de energia, é
interessante analisar esse risco sob o ponto de vista energético, pode-se dizer que a produção
de energia está sujeita ao Risco Ambiental, uma vez que necessita e utiliza recursos naturais e
também pode produzir resíduos ou gerar emissão de poluentes. Dessa forma, é interessante
discutir acerca dos impactos ambientais gerados por cada uma.
(i) Impactos ambientais causados pela usina eólica:
A energia eólica pode ser considerada como fonte energética sustentável, uma vez
que não polui durante a operação. É uma alternativa que contribui na redução da
emissão de gases de efeito estufa e concentração de gás carbônico, CO2.
De acordo com GALDINO (2016), seus impactos ambientais estão relacionados aos
ruídos, aos impactos visuais e sobre a fauna.
Os ruídos provenientes das turbinas podem ter origem mecânica e aerodinâmica, e
estão relacionados a fatores de aleatoriedade do funcionamento e variação da
frequência, diretamente proporcional à velocidade do vento incidente. Contudo,
houve diminuição dos níveis de ruído graças ao desenvolvimento tecnológico, uma
vez que este permitiu a eliminação de turbinas eólicas com engrenagens utilizadas
para multiplicar a rotação do gerador em caso de uso de um gerador elétrico que
funcione sob um sistema multipolo de geração de energia, isto é, que funciona em
baixas rotações.
De acordo com INATOMI e UDAETA (2005), o impacto visual é resultante das
turbinas e hélices. Outro aspecto consiste na movimentação das sombras provocadas
pelas hélices, fato que deve ser considerado quando da implantação próxima a áreas
habitadas.
Por fim, o impacto sobre a fauna tem origem na colisão de pássaros com as
estruturas, embora a mortalidade de pássaros em função das turbinas eólicas seja
pequena e isolada.
Outro problema causado pelas turbinas eólicas, como afirmam INATOMI;
UDAETA (2005), consiste na modificação da circulação padrão de ar, que pode
afetar o clima local e gerar microclimas. Além de interferências eletromagnéticas,
que interferem nos sistemas de comunicação, como transmissão televisiva.
Como forma de quantificar esses impactos, pode-se citar os seguintes fatores ou
indicadores:
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69
a) Quantidade de CO2 não emitida na atmosfera;
b) Quantidade de decibéis emitidos pelos ruídos, considerando a distância das
fazendas eólicas às áreas habitadas e velocidade do vento;
c) Área ocupada, refletindo os impactos sobre o uso da terra, embora essa área
possa ser utilizada para outros propósitos;
d) Comportamento da fauna da região através das rotas migratórias das aves.
(ii) Impactos ambientais causados pela usina hidrelétrica:
A energia hídrica já foi considerada uma fonte limpa, contudo, ela acarreta em
consequências socioambientais devido ao alagamento de áreas. Isso se deve ao fato
da construção de barragens e alagamentos, de modo que a implantação de uma
hidrelétrica ocasiona impactos ambientais na hidrologia, clima, erosão e
assoreamento, sismologia, flora e fauna, e ocupação humana.
De acordo com TUCCI (2002), no que diz respeito à hidrologia, há a alteração das
vazões, alagamento de leitos, aumento da profundidade, elevação do nível de lençol
freático. De acordo com LEITE (2005) quanto ao clima, altera-se temperatura,
umidade relativa, evaporação, precipitação e ventos. Através da erosão marginal, há
perda de solo e árvores, enquanto o assoreamento provoca a redução da vida útil do
reservatório, comprometimento de locais de desova de peixes e perda da função de
geração de energia. Na sismologia, pode haver pequenos tremores de terra. Já na
fauna e flora, perde-se biodiversidade. Na flora, perde-se volume útil e eleva a
concentração de matéria orgânica, ocasionando eutrofização das águas. Na fauna,
ocorre a realocação de animais e provoca a migração de peixes.
Como forma de quantificar os impactos, pode-se analisá-los em seis categorias:
ecossistemas aquáticos, ecossistemas terrestres, modos de vida, organização
territorial, base econômica e população indígena. De modo que essa quantificação e
caracterização dos impactos podem ser avaliadas através de indicadores, como:
a) Hierarquia fluvial: relacionada a área de drenagem do reservatório;
b) Perda de lagoas marginais: relacionada a área das lagoas marginais impactadas
pelo aproveitamento;
c) Comprometimento das rotas migratórias: consiste no número de rotas
migratórias impactadas pela construção do barramento;
d) Alteração da vegetação: consiste na extensão da vegetação marginal perdida;
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70
e) Qualidade da água: é o valor resultante da aplicação de um modelo simplificado
de prospecção de qualidade da água dos futuros reservatórios;
f) Taxa de cobertura vegetal: refere à superfície florestal afetada;
g) Relevância da fauna: relacionada ao número de espécies ameaçadas de extinção;
h) E alguns cálculos quantitativos e qualitativos, como:
h.1) hectares inundados/kWh gerado;
h.2) toneladas emitidas de metano/volume de água;
h.3) dólares de dano ao meio ambiente/alagamento de terras.
(iii) Impactos ambientais causados pela usina solar:
A tecnologia solar permite obter energia e pode ser dividida em duas categorias:
tecnologia fotovoltaica e tecnologia térmica solar. Cada uma dessas categorias
ocasiona em impactos ao meio ambiente. De acordo com INATOMI e UDAETA
(2005), elas não emitem poluentes durante sua operação nem incentivam o
desmatamento, o que torna a tecnologia solar promissora como alternativa de fonte
sustentável de energia. Mas, apesar disso, gera impactos para o meio ambiente
durante a fabricação dos componentes utilizados na usina e a mortandade de
espécies de aves.
No caso da mortandade de espécies de aves, isso acontece porque os animais são
atraídos pela luminosidade do local, fazendo com que se aproximem e morram
rapidamente por causa do calor gerado no ambiente.
Já durante a fabricação dos componentes do sistema fotovoltaico, ocorre a emissão
de produtos tóxicos durante o processo da matéria prima para a produção dos
módulos e componentes cancerígenos.
Outros impactos ambientais que podem ocorrer advêm da operação de instalação,
manutenção e remoção dos sistemas fotovoltaicos, que podem gerar riscos de
incêndio.
Assim, como forma de quantificar esses impactos, pode-se citar:
a) Emissão de gases não emitidos na atmosfera, comparando a energia solar à
queima de derivados de petróleo;
b) Produção de energia em função da área ocupada;
c) Riscos de incêndio em função da produção de energia;
d) Ciclo de vida dos componentes utilizados no sistema de geração solar;
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71
e) Emissão de poluentes no processo de fabricação dos componentes.
Entendida a relação entre produção de energia e impactos ambientais, pode-se comentar
sobre a relação entre o setor energético e a sustentabilidade, valendo dizer que os impactos
ambientais gerados pela obtenção de energia interferem no desenvolvimento sustentável, cujos
aspectos identificados em uma política energética consistem em:
(i) Garantia de suprimento através da diversificação das fontes, tecnologias e
descentralização da produção de energia;
(ii) Uso, adaptação e desenvolvimento racional de recursos;
(iii) Custo mínimo da energia;
(iv) Valor agregado a partir dos usos, gerados pela otimização dos recursos;
(v) Custo real na energia, contemplando os impactos ambientais e sociais.
E, por causa desse contexto, em que há o empasse entre impactos ambientais e
sustentabilidade, surge o Planejamento Integrado de Recursos (PIR), cuja metodologia é
discutida no próximo capítulo, referente ao tratamento dos riscos.
5.3 Risco estrutural
De acordo com VENZENHASSI (2008), o projeto estrutural tem como objetivo
assegurar que uma estrutura é capaz de cumprir suas funções de maneira satisfatória ao longo
de sua vida útil. Mas além da funcionalidade, as estruturas de um projeto devem considerar o
custo total da construção, que está relacionado aos riscos que a construção e a operação da
estrutura oferecem, além da capacidade de geração de lucro visto que o modelo atual se baseia
em um ambiente competitivo.
Desse modo, a segurança e o desempenho de uma estrutura dependem de coeficientes
de segurança adotados em seu projeto, de modo que, ao se encontrar um coeficiente ótimo, é
possível minimizar o custo esperado através da confiabilidade do sistema estrutural, mas para
isso é necessário quantificar e analisar as incertezas associadas ao projeto.
Como o foco deste trabalho é em empreendimentos de geração, discute-se abaixo sobre
as estruturas presentes nos projetos de geração de energia eólica, fotovoltaica e hidrelétrica, e
incertezas a elas associadas.
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72
5.3.1 Risco estrutural em Usinas Eólicas
O Capítulo 4 discute sobre o funcionamento dos empreendimentos de geração, de modo
que, como afirma PINHEIRO (2014), um parque eólico consiste em um conjunto de
aerogeradores, que são interligados através de cabos de média tensão e cabos de comunicação
conectados a uma subestação e a um edifício de comando, que apresenta uma linha de ligação
ao sistema elétrico.
De acordo com PINHO (2008), a implementação dos projetos de parques eólicos
apresenta duas fases, como mostra a Figura 36.
Figura 36 - Estrutura de implantação de parques eólicos
Fonte: PINHO (2008)
Na primeira fase, há as atividades de construção civil e instalações elétricas, nas quais
constrói-se o edifício de comando e subestação, fundações dos aerogeradores, valas de cabos e
acesso às plataformas, sendo semelhante às obras tradicionais, embora apresente diferenças nas
fundações das torres e nas estruturas de média tensão.
Na segunda fase, há as atividades de montagem dos aerogeradores, exigindo
coordenação entre a equipe de monstagem, transporte, fábricas de montagem das torres e a
chegada dos equipamentos, estando ainda, sujeita às condições climáticas. Há ainda o
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73
comissionamento, no qual se coloca os aerogeradores em funcionamento e verifica sua
fiabilidade.
Para SEKI (2015), os empreendimentos eólicos apresentam três etapas principais: o
desenvolvimento, a construção e a operação do projeto, que apresentam sequências
características. De modo que sua taxa de sucesso é maior quando planejado desde o início, isto
é, todos os processos, riscos e especificações, além da supervisão dos investimentos e parceria
corretos.
De acordo com SEKI (2015), o projeto eólico pode ser dividido nas seguintes fases:
1ª fase – Concepção: fase na qual são definidos a região de implantação e os conceitos
do projeto, desenvolvendo projetos conceituais com estimativas e premissas de suporte
aos estudos básicos, isto é, apresenta informações técnicas.
2ª fase – Detalhamento: fase na qual se definem o local, as especificações técnicas dos
equipamentos e materiais, aquisição e elaboração da documentação necessária.
Desenvolvem-se também os projetos técnicos básicos e estudos de viabilidade técnico
e econômico.
3ª fase – Negociação: essa fase consiste no término do detalhamento do projeto técnico,
contato e negociação com as estidades financeiras, fechamento de parcerias com
fornecedores, detalhamento técnico e comercial da interface da planta de geração com
o ponto de conexão à rede básica de energia.
4ª fase – Implantação: fase na qual ocorre a construção e montagem do empreendimento,
comissionamento e testes de aceitaão de performance e partida da operação da planta.
5ª fase – Operação: essa fase consiste no início da operação efetiva da central de geração,
sendo necessária a realização dos testes isolados dos equipamentos e dos testes
integrados de comissionamento. Nessa etapa, a preocupação consiste na garantia de bom
funcionamento do projeto.
Como se observa, cada uma dessas fases, dispostas nas três etapas do projeto eólico,
apresentam diversos objetivos e riscos associados. Isso acontece porque a concepção do projeto
depende de informações e premissas para o seu desenvolvimento, de modo que o esquecimento
de qualquer item pode acarretar no aumento do risco de fracasso do empreendimento.
Por exemplo, PINHEIRO (2014) afirma que, para a estruturação do parque eólico, a
construção das bases é necessária para sustentar a estrutura dos aerogeradores. Isto é, as
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74
escavações das estacas das bases devem ser feitas até a cota do projeto, de modo a garantir a
estabilidade da estrutura, devendo-se atentar para o local da construção das instalações de
energia eólica, isto é, em terra ou no mar, uma vez que exige um conhecimento aprofundado
das condições locais.
Mas é importante salientar que não só as estruturas podem comprometer o projeto, mas
também a conformidade os equipamentos. Isto é, se os componentes estiverem fora da
especificação de projeto, há consequências, tais como retrabalho e atrasos. Outro cenário que
pode gerar riscos consiste na baixa qualificação da mão de obra, uma vez que a construção dos
projetos eólicos conta com tecnologias que, dependendo do país, ainda estão em processo de
absorção. Dessa forma, a inabilidade dos trabalhadores pode resultar desde a má qualidade do
serviço até acidentes com gravidade variada.
Além desses riscos, ainda há aqueles associados à exploração e à manutenção das
turbinas eólicas, de modo que as falhas operacionais mais comuns são colapso da torre, incêndio
e descargas atmosféricas.
Independente do tipo de instalação, terrestre ou marítima, é necessária a instalação de
redes de cabos de alta tensão para receber a eletricidade produzida e transportá-la para as
subestações, de modo que se algum equipamento quebrar ou se soltar, a energia armazenada é
liberada, colocando em perigo as pessoas que estão próximas ao local. Mas, em instalações
marítimas, essa condição é ainda mais perigosa, uma vez que é mais difícil de se controlar a
tensão exercida quando os guinchos das estruturas flutuantes puxam o cabo para dentro das
estruturas fixas.
Outra questão consiste no risco de incêndio, que pode ou não ser causado por defeitos e
avarias. Isto é, como afirma SILVA (2015), a origem do incêndio pode decorrer de diversas
circunstâncias, tais como: falhas elétricas ou mecânicas, falhas humanas ou negligências, queda
de raios, reações químicas ou incêndios florestais que podem atingir as estruturas. Cada uma
dessas circunstâncias apresentam condições particulares de ocorrência.
Por exemplo, as falhas humanas e negligências estão presentes em atividades de
manutenção e operação. Como PINHEIRO (2014) retrata, a desqualificação é uma causa de
problemas para a estrutura eólica, uma vez que a manutenção deficiente pode acarretar no
aparecimento de avarias, de modo que o superaquecimento pode incidir na formação de chamas
próximas a materiais combustíveis.
Outra causa são as reações químicas, que pode ser resultado da corrosão dos materiais,
bem como a deterioração dos polímeros através da radiação ultravioleta, hidrogênio e ozônio.
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75
Essas reações apresentam como consequência a destruição dos materiais, podendo significar a
ruptura das pás e dos eixos.
Uma outra causa consiste nos curtos circuitos, que ocorrem devido ao desgaste dos
cabos condutores, sobrecargas elétricas da rede, equipamentos com manutenção deficiente,
pontos quentes em emendas elétricas ou curto circuito em equipamentos eletrônicos ou quadros
de distruição ou controle.
Por fim, os fenômenos atmosféricos também podem ser condicionantes externas ao risco
de incêndio. De acordo com SILVA (2015), uma descarga elétrica pode alcançar valores da
ordem de 30.000°C. Esse calor faz com que o ar se dilate, de modo que a intensidade da corrente
alcança 100.000 A. E considerando que esse fenômeno dura milionésimos de segundos, um raio
pode produzir elevada quantidade de energia, ocasionando em incêndios, cujos equipamentos
mais afetados são a rede elétrica e as pás, podendo implicar em perdas parciais ou totais, como
mostram as Figura 37 e Figura 38.
Figura 37 - Ordem de grandeza das consequências materiais
Fonte: SILVA (2015)
Figura 38 - Locais típicos de incêndio nos aerogeradores
Fonte: SILVA (2015)
Desse modo, são necessárias medidas preventivas de proteção estrutural, já na fase de
planejamento, através da escolha do modelo, do projeto e aquisição de aerogeradores, isto é,
seguindo normas e especificações. Além disso, é interessante se projetar a proteção dos
aerogeradores contra incêndios, que devem ser adequados às zonas de instalação dos parques
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76
eólicos, isto é, condições ambientais, como, por exemplo, temperaturas adversas, umidade
elevada e vibração excessiva.
5.3.2 Risco estrutural em Usinas Hidrelétricas
As barragens podem ser definidas como estruturas construídas transversalmente aos
vales e utilizadas para a acumulação de água, cuja finalidade a ser dada a essa água acumulada
faz com que as barragens apresentem classificações:
Barragens para abastecimento de água;
Barragens para geração de energia elétrica;
Barragens para irrigação;
Barragens para controle de cheias;
Barragens para contenção de rejeitos industriais;
Outras.
Outro tipo de classificação das barragens se refere ao tipo de material de construção:
Barragens de concreto: contrução utilizando materiais granulares produzidos
artificialmente aos quais se adicionam cimento e aditivos químicos;
Barragens convencionais de terra e/ou enrocamento: construção utilizando
materiais naturais, como argila, siltes e areais, ou materiais produzidos
artificialmente, como britas e enrocamentos.
De acordo com ANA (2016), o projeto completo de barragens conta com as fases de
planejamento e projeto, construção, primeiro enchimento, operação e descomissionamento ou
desativação.
Durante o planejamento do projeto, é possível obter informações sobre as características
do local. Isto é, topografia, geologia, hidrologia, condicionantes ambientais e logística. É
possível também conhecer as características referentes aos tratamentos das fundações e do
concreto e as condições sociais e ambientais de sua inserção. Desta maneira, é possível obter a
localização aproximada da barragem e altura máxima dos barramentos, a fim de se definir as
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quedas d’água de modo a maximizar os resultados em termos de aproveitamento hídrico, no
qual consideram-se critérios técnicos, econômicos e ambientais.
Através do conhecimento desses parâmetros, pode-se fazer um estudo de viabilidade,
definindo-se as condicionantes técnicas e econômicas do projeto a partir dos estudos de
implantação e exploração. Isto é, antes da escolha do posicionamento dos eixos, tipo de
barramento, estrutura de toma d’água, desvio do rio na fase construtiva e acessos, faz-se
comparações entre as alternativas de cada um desses condicionantes.
Ainda na fase de planejamento e projeto, de acordo com o Art. 74 do Decreto Federal
n. 7.581, de 11 de outubro de 2011, o anteprojeto deve conter:
I. concepção da obra ou serviço de engenharia;
II. projetos anteriores ou estudos preliminares que embasaram a concepção
adotada;
III. levantamento topográfico e cadastral;
IV. pareceres de sondagem;
V. memorial descritivo dos elementos da edificação, dos componentes
construtivos e dos materiais de construção, de forma a estabelecer padrões
miínimos para a contratação.
Além disso, o nível de definição deve ser suficiente para proporcionar a comparação
entre as propostas de licitação, permitindo ao empreendedor avaliar a melhor proposta.
Na etapa de projeto, é necessário um conjunto de elementos que caracterizem a obra,
assegurando a viabilidade técnica e o adequado tratamento do seu impacto ambiental,
permitindo a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e prazos de execução. Desta
forma, esta etapa define as dimensões definitivas, a geometria das estruturas e soluções
geotécnicas, mecânicas, elétricas e estruturais, a fim de permitir a contratação do executor e o
acompanhamento da execução, especialmente no quesito eficiência e custo.
Já na construção há a materialização da obra, na qual os detalhes do projeto são
desenvolvidos em paralelo com o andamento da obra, ou seja, os desenhos de detalhamento das
obras civis e dos equipamentos necessários. Nesta etapa há ainda a tomada de medidas
referentes à implantação do reservatório e dos projetos socioambientais.
Por fim, o projeto final consiste no conjunto de elementos após a conclusão da
construção, de modo que através de regulamentações, o projeto fará parte de um Plano de
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Segurança da Barragem, devendo estar disponível para análise da entidade fiscalizadora. De
acordo com a ANA (2015), o manual deve conter:
I. elementos com interesse para a segurança da obra executada, incluindo
relatórios, desenhos e cálculos justificativos;
II. representação dos aspectos geológicos e geotécnicos da fundação da
barragem e dos resultados;
III. fotografias das escavações para as fundações e demais aspectos da
construção;
IV. resultados dos ensaios de materiais utilizados, tais como concreto, solos,
enrocamentos, entre outros;
V. cronograma de execução dos serviços;
VI. plano de monitoramento e instrumentação utilizada na obra, bem como os
registros das leituras da instrumentação e das inspeções realizadas na
construção.
Com a barragem pronta, é possível fazer a análise de todos os parâmetros em conjunto.
De acordo com LUZ (1993 apud MATOS 2002), deve-se monitorar as seguintes grandezas
associadas às barragens:
Deslocamento;
Deformações e tensões;
Temperatura;
Níveis piezométricos em fundações;
Pressões de água;
Vazões.
De tal forma que os principais fatores responsáveis por influenciar essas grandezas,
ainda de acordo com o mesmo autor, são:
Carga direta;
Subpressões na fundação;
Pressão intersticial;
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79
Calor de hidratação;
Sismos naturais e induzidos;
Observando-se esses fatores, percebe-se que as fases de planejamento, projeto e
construção da barragem permitem avaliar as hipóteses de projeto, garantindo que essas
características estejam dentro dos limites estabelecidos. Além disso, é possível ainda avaliar
eventos não previstos, prever novas zonas de risco e detectar anomalias na barragem ou outras
estruturas ou condições que as favoreçam.
Na fase de primeiro enchimento do reservatório, a barragem opera sob carga total pela
primeira vez, como afirma ANDRIOLO (1993 apud MATOS, 2002). Esta fase representa um
período crítico, sendo necessário um diagnóstico da obra, comparando os limites de projeto.
Através desse monitoramento, é possível prevenir rupturas ou fissuramento durante essa estapa.
A fase de operação se refere a toda vida útil da barragem, isto é, o período no qual a
estrutura passa por situações de cheias e secas, sismos, além de sofrer deformações,
deslocamento, aquecimento e esfriamento. Por esses motivos, o monitoramento da barragem
permite analisar seu desempenho e comportamento de suas estruturas, além de verificar perdas
de água do reservatório, escorregamento de encostas nas margens e assoreamento junto às
estruturas.
Como se pode observar, é necessário um monitoramento das características do local e
da barragem ao longo de todas as suas fases, isto é, desde o projeto até a fase de operação, como
mostra a Tabela 3.
Tabela 3 - Riscos associados às barragens
Fases da barragem Riscos associados
Projeto e Construção
Parâmetros hidrológicos;
Parâmetros geológicos e geotécnicos;
Variabilidade das propriedades dos materiais de construção;
Falta de aplicação da tecnologia disponível por baixo
conhecimento ou desatualização técnica;
Falhas organizacionais: redução de prazos, foco excessivo na
redução de custos, ingerência sobre a fiscalização e supervisão
da construção.
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80
Continuação da Tabela 3 - Riscos associados às barragens
Operação
Falha técnico organizacionais: sucessidos adiamentos de
medidas corretivas e falta de treinamento de operadores;
Inspeção visual sem conhecimento dos aspectos do projeto;
Insuficiência de instrumentação ou instrumentação não
condizente;
Deficiência na avaliação e gestão dos riscos; Incertezas na
elaboração de planos de ação emergenciais, tais como os
parâmetros de ruptura, dados topográficos, avaliação dos danos a
jusante, propagação das ondas de cheia, entre outros.
Fonte: Adaptado de FUSARO (2015)
De acordo com FUSARO (2015), as atividades de monitoramento e análise desses riscos
associados às barragens são atividades complementares, de modo que para compreender as
conexões entre as anomalias identificadas em barragens, é necessário entender as categorias de
modos de falha passíveis de ocorrência:
Falhas hidráulicas: acontecem devido aos níveis de água elevados, que incluem
galgamento e subsequente erosão das barragens do aterro, tombamento das barragens
de gravidade e deslizamento para jusante pela fundação, podendo incluir dados às
comportas ou erros de operação associados aos vertedouros.
Movimentos de massa: acontecem devido ao carregamento excepcional, propriedades
inadequadas dos materiais ou feições geológicas não detectadas, que incluem a
instabilidade no equilíbrio limite das barragens, liquefação de solos de fundação, ruptura
do talude de montante por rebaixamento e escorregamento no reservatório, ocasionando
no galgamento.
Deterioração e erosão interna: incluem piping1 no núcleo da barragem e erosão de solos
ou juntas na fundação.
Por isso, ao se compreender a conexão entre as características do local, as
condicionantes técnicas e os riscos associados às barragens, pode-se sugerir atitudes que
aumentem a segurança das barragens, como propõe FUSARO (2016) na Figura 39.
1 Evento que ocorre quando há uma erosão interna de jusante para montante, formando um tubo, com carreamento de partículas do solo pelo maciço da barragem, desestabilizando o equilíbrio de forças na matriz do solo.
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81
Figura 39 - Fluxograma para obtenção da segurança de barragens
Fonte: FUSARO (2016)
Dessa forma, o processo de segurança das barragens envolve a implantação da avaliação
de risco para verificar as formas potenciais de ruptura e consequência. Além disso, o plano de
gerenciamento do risco busca reduzir os riscos no projeto ou operação, sendo útil na
manutenção preventiva e corretiva e manutenção preditiva.
Mas, em casos de emergência, a existência de um plano de contingência permite
desenvolver uma resposta ótima em cenários de rupturas, pois identifica os riscos que não
podem ser eliminados, identificando e mitigando danos e melhorando a resposta a emergências,
o monitoramento e resposta técnica.
5.3.3 Risco estrutural em Usinas Solares
Como discutido no Capítulo 4, a geração solar pode ser dividida em dois tipos:
heliotérmica e fotovoltaica. Esta ainda apresenta maior destaque pois apresenta grande
potencial de penetração no cenário energético atual e para que ocorra a conversão direta da luz
em eletricidade, é necessária a presença da célula voltaica, definida como uma unidade
fundamental nesse processo. E, para sua produção, são necessárias tecnologias, que podem ser
classificadas em três gerações, conforme afirma o CRESESB (2014) em seu Manual de
Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos.
A primeira geração pode ser dividida em duas cadeias produtivas, compostas por silício
monocristalino (m-Si) e silício policristalino (p-Si), sendo uma tecnologia consolidada,
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82
confiável e com a melhor eficiência comercialmente disponível. A segunda geração,
denominada de filmes finos, apresenta três cadeias produtivas, compostas por solício amorfo
(a-Si), disseleneto de cobre e índio (CIS) ou disseleneto de cobre, índio e gálio (CIGS) e telureto
de cádmio (CdTe), apresentando menor eficiência e maiores dificuldades relacionadas à
disponibilidade de materiais, vida úti, rendimento e toxicidade, por causa do cádmio. Por fim,
a terceira geração, ainda em fase de testes, é composta por três cadeias produtivas: célula
fotovoltaica multijunção e célula fotovoltaica para concentração, células sensibilizadas por
corante e células orgânicas ou poliméricas.
Para a instalação do projeto de um empreendimento de geração fotovoltaico, é
necessário fazer um projeto básico, dimensionamento do sistema e uma lista completa de
materiais e equipamentos a serem utilizados, de modo que nos contratos de serviço para a
instalação do sistema, haja uma fase de garantia de funcionamento.
Essa fase é importante para o empreendedor e seu projeto, pois nela o fornecedor
apresenta uma garantia de desempenho, que quando não atingida, há o pagamento de multas e
procedimentos de correção.
O CRESESB (2014) recomenda as seguintes garantias como forma de mitigar o Risco
Estrutural:
Garantia de tempo para a conclusão da instalação: conforme visto no Risco de
Conclusão, um projeto apresenta prazos para ser concluído, de modo que possa fornecer
energia aos consumidores. Por isso, o Risco de Conclusão está associado ao Risco
Estrutural.
Garantia de fábrica: conforme comentado no Risco de Conclusão, alguns dos fatores
que podem afetar na entrega do projeto dentro do prazo ou em falhas de funcionamento
consistem no atraso de fornecimento de equipamentos, dependência de importação de
materiais ou que os equipamentos apresentem defeito ainda na fase de testes.
Garantia do sistema: consiste na garantia de funcionamento não apenas dos
equipamentos, como do sistema em seu conjunto, contra erros de projeto, de instalação,
de escolha dos materiais e equipamentos, incompatibilidade de funcionamento entre
equipamentos, erro na coordenação da proteção e inconsistência da especificação e
requisitos de projeto.
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83
A recomendação dessas garantias acontece porque de acordo com estudos sobre as
principais falhas na estrutura do projeto e suas causas consistem em problemas de instalação e
erros de projeto. Como consequência dessas falhas, têm-se danos graves para a propriedade e
para as pessoas, tais como choque elétrico, queimaduras e risco de morte.
Para um melhor entendimento, considere a instalação de um sistema fotovoltaico, onde
cada componente apresenta procedimentos que exigem atenção. Por isso, para sua instalação,
aconselha-se seguir normas e recomendações técnicas nacionais, ou internacionais em caso de
falta daquelas, relacionadas ao processo. Além disso, deve-se seguir os procedimentos de
instalação e operação contidas no manual dos equipamentos.
Para a instalação e manuseio dos módulos fotovoltaicos, recomenda-se seguir as normas
técnicas pertinentes, pois a falta de sua leitura pode resultar em riscos potenciais a pessoas e
equipamentos. Além disso, deve-se atentar à estrutura da edificação no que tange ao suporte da
carga, isto é, o peso dos painéis e ação dos ventos. E também garantir a ventilação adequada,
permitindo a dissipação do calor produzido devido a incidência dos raios solares e processo de
perdas na conversão de energia.
A Tabela 4 mostra as formas de instalação dos painéis fotovoltaicos, bem como suas
vantagens e desvantagens.
Tabela 4 – Vantagens e desvantagens das diferentes formas de instalação
Forma de instalação Vantagens Desvantagens
(1) Estrutura de
sustentação no solo
Fácil instalação;
Fácil manutenção;
Estrutura robusta;
Indicação para sistemas de
qualquer porte.
Mais propícia a situações de
sombreamento;
Mais sujeita a acúmulo da
poeira e contato de pessoas,
objetos e animais.
(2) Poste
Fácil instalação;
Menos propícia a situações
de sombreamento;
Mais segura contra contato
de pessoas, objetos e
animais.
Estrutura menos robusta;
Maior dificuldade de
manutenção;
Indicada apenas para sistemas
de pequeno porte.
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84
Continuação da Tabela 4 – Vantagens e desvantagens das diferentes formas de instalação
(3) Fachada
Menos propícia a situações
de sombreamento;
Mais segura contra contato
de pessoas, objetos e
animais;
Ajuda a reduzir a carga
térmica interna da
edificação.
Instalação mais trabalhosa;
Maior dificuldade de
manutenção;
Riscos associados ao trabalho
em altura;
O porte do sistema deve ser
adequado à área e à
suportabilidade mecânica da
edificação.
(4) Sobre a edificação
Menos propícia a situações
de sombreamento;
Mais segura contra contato
de pessoas, objetos e
animais;
Estrutura de suporte mais
simples.
Instalação mais trabalhosa;
Maior dificuldade de
manutenção;
Riscos associados ao trabalho
em altura;
O porte do sistema deve ser
adequado à área e à
suportabilidade mecânica da
edificação.
Fonte: CRESESB (2014)
Além dos módulos fotovoltaicos, o CRESESB (2014) comenta que as baterias são
potencialmente perigosas se instaladas e operadas inadequadamente. Como riscos potenciais,
destacam-se as correntes e tensões elevadas e produtos químicos. Por isso, é necessário instalá-
las em locais que permitam fácil acesso e segurança ao pessoal responsável pela troca e
manutenção. Além disso, deve-se assegurar uma ventilação adequada e exposição reduzida a
variações extremas de temperatura, sendo essa ação responsável pela limitação do teor de gases
produzidos pelas baterias, evitando, assim, o risco de explosão. A Figura 40 ilustra um possível
sistema de circulação de ar em uma sala de baterias.
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85
Figura 40 - Sistema de ventilação em sala de baterias
Fonte: CRESESB (2014)
Outro equipamento que merece destaque é o componente de condicionamento de
potência, tais como controlador de carga, inversor e conversor. Estes devem ser instalados em
locais secos, ventilados e sombreados, preferencialmente próximo do gerador fotovoltaico, e
que também tenham fácil acesso para manutenção. Além disso, deve-se atentar para as
especificações quanto a resistência à temperaturas elevadas e a baixa dissipação de calor, uma
vez tais condições podem acarretar em prejuízos e corrosão. Uma outra observação que deve
ser feita consiste em não instalar tais equipamentos no mesmo compartimento que as baterias,
devido a possibilidade de formação de um ambiente corrosivo, produzindo centelhas que podem
causar explosões.
Mas, também, é necessário atentar para os componentes de proteção, que devem ser
selecionados de acordo com os valores máximos permitidos de tensão e corrente em cada trecho
do circuito, utilizando um fator de segurança de 1,25.
Para o sistema de aterramento, necessita-se que haja medição da resistividade do solo
para seu dimensionamento correto e que haja a proteção das partes metálicas através de
materiais isolantes, a fim de se evitar o contato do usuário com partes energizadas durante falha.
Dessa forma, todo o processo de instalação deve ser baseado em medidas de segurança,
a fim de se evitar acidentes. Mas, deve-se ainda ressaltar que é necessária a realização de
inspeção e manutenção regularmente, sendo estas realizadas a fim de garantir operação eficiente
e evitar a ocorrência de problemas futuros.
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86
5.4 Risco de licenciamento ambiental
O Licenciamento Ambiental é um dos instrumentos de gestão de riscos aplicado no
Brasil, que consiste em um processo de tomada de decisão que permite a participação da
sociedade civil, cujas informações contidas nesses processos pressupõem um monitoramento
por parte do Poder Público. Isto é, o Licenciamento Ambiental é um procedimento que engloba
análises técnicas e discussões públicas sobre as informações produzidas, tendo como objetivo
guiar órgão responsável pela licença na tomada de decisão quanto à implementação de
atividades ou obras potencialmente poluidoras ou que causem algum impacto ambiental.
Mas, anterior à identificação dos riscos associados é interessante apresentar sua
definição. De acordo com a Resolução Conama nº 237, de 19 de dezembro de 1997, o
Licenciamento Ambiental pode ser definido através do seguinte conceito:
Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a
localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades
utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras; ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental,
considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis
ao caso.
Dessa forma, a licença ambiental estabelece as condições e medidas de controle
ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor para operar as atividades
consideradas poluidoras e que utilizam os recursos ambientais. Além disso, esse licenciamento
tem amparo na legislação, de modo que é exigido um estudo sobre os impactos ambientais para
a instalação de uma obra, tendo como objetivo dessa determinação a garantia de acesso da
sociedade ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Assim, as atividades efetivas ou
potencialmente poluidoras não podem funcionar sem a Licença Ambiental.
As Licenças Ambientais podem ser expedidas isoladas ou sucessivamente, pois isso
depende da natureza, características e fase do empreendimento. A Figura 41 demonstra um
fluxograma para a identificação do tipo de Licença a ser requerida.
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87
Figura 41 - Fluxograma para identificação do tipo de
Licença Ambiental a ser requerida
Fonte: SEBRAE (2004)
De acordo com a Figura 41 e conforme destaca o MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
(2009), observa-se que há três tipos de licenças no Processo de Licenciamento Ambiental, em
que cada uma é exigida em uma etapa específica do licenciamento:
Licença Prévia (LP): é a primeira etapa do licenciamento, na qual se examinam os
impactos ambientais gerados pelo empreendimento, os programas de redução dos
impactos negativos e otimização dos impactos positivos. Dessa forma, ao atestar a
viabilidade ambiental, a licença é concedida, permitindo a aprovação do local e
concepção do empreendimento ou atividade, além de estabelecer os requisitos básicos
para as próximas fases.
Licença de Instalação (LI): já detalhado o projeto inicial e definidas as medidas de
proteção ambiental, pode-se requerer a Licença de Instalação, que autoriza a instalação
do empreendimento de acordo com as especificações dos projetos aprovados, de modo
que qualquer alteração na planta ou nos sistemas instalados deve ser enviada ao órgão
licenciador para avaliação.
Licença de Operação (LO): esse documento autoriza o funcionamento do
empreendimento, devendo ser requerido após a verificação do cumprimento dos termos
que constituem as licenças anteriores, incluindo a eficácia das medidas de controle
ambiental estabelecidas.
A Tabela 5 apresenta um quadro compativo, mostrando a relação entre as fases do
empreendimento e o tipo de licenciamento ambiental.
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88
Tabela 5 - Quadro comparativo entre os tipos de Licenciamento Ambiental
Objeto da licença LP LI LO
Autoriza: Autoriza: Autoriza:
Empreendimentos
diversos
início do
planejamento
início das obras de construção
para o estabelecimento das
instalações e da
insfraestrutura
funcionamento do objeto da
obra, isto é, prédios, portos,
estradas, barragens, entre
outros
Atividades ou serviços início do
planejamento
início das obras de construção
necessárias para o
estabelecimento da atividade
início da operação da atividade
Fonte: TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (2004)
Mas, anterior ao requerimento da Licença Ambiental para a operação do
empreendimento, é necessário fazer uma análise dos riscos associados, como mostra o
fluxograma representado na Figura 42. Isso acontece porque muitos perigos podem se
consolidar em cenários acidentais, atingindo pessoas ou áreas fora da instalação.
Figura 42 – Etapas para elaboração de estudos de Análise de Riscos
Fonte: MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (2009)
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89
A Figura 42 mostra que a análise de riscos subsidia o gerenciamento de riscos, processo
no qual há avaliação, manutenção de medidas preventivas, a fim de reduzir a probabilidade de
ocorrências de consequências negativas, e, posterior, tomada de decisão, como afirma PMBOK
(2013). Mas para que um gestor de riscos possa tomar sua decisão, são necessárias informações,
que são obtidas a partir de estudos de impacto ambiental.
Uma outra forma de representar a análise de riscos de um projeto no que se refere a
Licenciamento Ambiental é mostrada na Figura 43.
Figura 43 - Fluxograma de análise de risco
Fonte: RUIZ (2011)
Para RUIZ (2011), a primeira etapa para o gerenciamento do Licenciamento Ambiental
consiste na identificação dos riscos envolvidos nesse processo, cujos aspectos com maior
destaque podem ser divididos em grupos, como mostra a Tabela 6.
Tabela 6 - Identificação dos riscos de Licenciamento Ambiental
Aspectos de destaque Riscos associados
Grupo 1: Variáveis dos agentes
do processo de licenciamento
• Ações civis públicas propostas pelo Ministério Público;
• Ações populares;
• Atuação discricionária do Instituto de Estadual do Ambiental (INEA);
• Exigência de outros órgãos intervenientes.
Grupo 2: Variáveis de
execução do processo de
licenciamento
• Conflito de competência para licenciamento;
• Cumprimento das condicionantes das licenças;
• Intervenção em Áreas de Preservação Permanente (APP);
• Averbação de Reserva Legal;
• Cumprimento de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
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90
Continuação da Tabela 6 - Identificação dos riscos de Licenciamento Ambiental
Grupo 3: Variáveis da
execução qualificada de Estudo
de Impacto Ambiental (EIA) e
Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA)
• Definição da área de influência;
• Estudos de alternativa locacional e tecnológica;
• Definição de impactos cumulativos e sinérgicos;
• Realização de Audiências Públicas para execução e enfrentamento dos
questionamentos levantados pela comunidade;
• Representatividade dos diagnósticos ambientais.
Fonte: adaptado de RUIZ (2011)
Cada uma dessas variáveis é capaz de gerar grau de insegurança jurídica, devido à
dificuldade de cumprimento das normas regulamentadoras. Por isso, na segunda etapa, faz-se
uma análise jurídica das variáveis de risco, sendo as citadas a seguir as que têm maior destaque:
Riscos advindos de conflitos de competência para licenciar;
Riscos advindos da discricionariedade do órgão ambiental;
Riscos da demarcação de Reserva Legal;
Riscos de eventual Ação Civil Pública.
Como se pode observar, as fontes de riscos não são apenas de ordem jurídica, mas
também políticas, técnicas e de acesso limitado às informações. Dessa forma, uma má
regulamentação jurídica e a ausência de Licenciamento Ambiental, de acordo com o
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (2004), podem apresentar as seguintes consequências:
Detenção ou multa, ou ambas as penas cumulativas, quando empreendedores
constroem, reformam, ampliam, instalam ou fazem funcionar obras ou serviços
potencialmente poluidores sem licença ou autorização de órgãos ambientais;
Agravamento de pena quando há abuso do direito obtido mediante o Licenciamento
Ambiental;
Suspensão de venda e fabricação do produto, embargo ou demolição da obra e
suspensão parcial ou total das atividades;
Cancelamento ou suspensão do Licenciamento Ambiental;
Paralisação de obra pública custeada com recursos federais;
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91
Denúncia do empreendimento pelo Ministério Público, atuando na defesa da ordem
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis
quando encontrada ilegalidade no processo de licenciamento.
Além das consequências administrativas e jurídicas, há ainda a possibilidade de
prejuízos para o empreendedor nos âmbitos econômicos, ambientais e de construção do projeto.
Isto é:
Quando o licenciamento é realizado por um órgão ambiental sem competência
originária para emissão da licença, há a interrupção do processo até a avocação dessa
competência por um órgão adequado;
Ocorrência de prejuízo quando o projeto básico ou executivo é realizado antes da
expedição da licença prévia e esta impõe mudanças na localização ou concepção do
empreendimento;
Ocorrência de despesas com mobilização em caso de paralisação da obra iniciada sem
a licença de instalação;
Ocorrência de desastre ambiental, sendo este responsável pela indisponibilidade de
recursos naturais utilizados no processo produtivo do empreendedor. Além disso, há o
prejuízo econômico, uma vez que, em condição de escassez ou baixa renovabilidade
desses recursos, será necessário o pagamento desses recursos no futuro.
Realizado o gerenciamento do risco, pode-se fazer o requerimento de Licença
Ambiental, cujos passos são representados na Figura 44.
Figura 44 - Passos necessários para requerimento de Licença Ambiental
Fonte: SEBRAE (2004)
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92
Isso acontece porque os empreendimentos, além apresentarem características e
naturezas distintas, podem apresentar impactos que ultrapassem os limites do Estado. Essa
delimitação do território a ser impactado define qual órgão responsável pelo licenciamento, que
deve enviar os formulários adequados de requerimento.
Posterior a solicitação do requerimento e definição das características do
empreendimento, tipologia e grau de risco, especificam-se as relações de documentos e
procedimentos exigidos, para posterior preenchimento do cadastro da atividade da empresa.
Estando todas essas etapas concluídas, com os documentos corretos, pode-se dar
abertura ao processo através do requerimento da Licença Ambiental, que deve ser publicada em
jornal de circulação, de modo que após realizada a publicação, deve-se fazer um ofício e
protocolá-lo junto ao órgão responsável pelo licenciamento.
5.5 Riscos financeiro e econômico
SUÁREZ (1977) define o risco financeiro como sendo o risco associado a maneira que
a companhia financia suas operações, podendo afetar uma empresa de duas formas, sobre as
condições de laboração ou sobre o equilíbrio e estabilidade. Esse risco ocorre essencialmente
por causa da instabilidade de resultados após funções financeiras e surge especialmente quando
uma empresa contrai dívidas, principalmente aquelas de médio e longo prazos.
Por exemplo, quando uma companhia financia com dívida, ela é obrigada legalmente a
pagar as dívidas. Já quando a companhia financia seu negócio com capital próprio, ou é gerado
das operações (lucros retidos) ou da emissão de novas ações, ela não incorre em obrigações
fixas (dívidas). Dessa forma, quanto maior o endividamente, maior o risco financeiro.
Já o risco econômico, de acordo com SUÁREZ (1977) é aquele relacionado aos
fenômenos de distribuição e consumo de bens, tendo origem em eventualidades que afetam a
estabilidade dos resultados de uma empresa, como, por exemplo, greves, mudanças políticas e
econômicas, concorrência. Portanto, como é um risco que deriva da instabilidade do resultado
anterior ao financeiro, ele está associado a adequação dos recursos às atividades da empresa.
Para ambos os riscos, as circunstâncias podem apresentar configurações variadas, mas
que se integram, de modo que os mais importantes e frequentes se encontram na Tabela 7.
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93
Tabela 7 – Categorias de riscos financeiro e econômico
Categoria Definição
Risco de crédito Relacionado à possibilidade de uma das partes de um contrato não cumprir as obrigações
contratuais referentes aos pagamentos nas datas de vencimento.
Risco país
Relacionado às dívidas de um país, subdividindo-se em:
a) risco de soberania: relacionado aos credores do Estado ou de entidades por ele
garantidas, cujas ações contra os devedores são inneficazes por razões de soberania;
b) risco de transferência: relacionado aos credores estrangeiros em relação a um país que
sofre de incapacidade geral de fazer face às suas dívidas, por estar carente de divisas ou
porque as divisas estão tituladas.
Risco de
defasamento
Relacionado ao defasamento entre as datas de vencimento e montante nas operações em
que se prevê troca de posição.
Risco de base Consiste na variação desfavorável entre os preços à vista e a prazo nas bolsas de valores.
Risco de entrega Relacionado ao crédito tradicional e está relacionado à não entrega dos fundos negociados
em um determinado período.
Risco de
volatilidade
Consiste na soma de todos os fatores de variação econômico-financeira, como flutuações
de taxas de juros e de câmbio.
Risco de
mercado
Relacionado ao risco de câmbio e de taxa de juros, cujas explicações seguem abaixo:
a) Risco de câmbio: relacionado à variação do preço entre divisas, surgindo de atividades
financeiras ou de comércio;
b) Risco de taxas de juros: relacionado à volatilidade com que das taxas de juros sofrem
variações.
Fonte: Pinto (2002)
Assim, entendidos os conceitos de riscos financeiro e econômico, discute-se a seguir a
relação desses com o setor elétrico.
No ambiente do Setor Elétrico, as decisões sobre o investimento de projetos devem
contar com a análise de viabilidade econômico financeira, de forma que funcione como um
suporte ao planejamento do sistema, gestão das prioridades e determinação das rentabilidades
dos participantes no financiamento do projeto.
Assim, a análise de um investimento avalia alternativas para a tomada de decisão, de
modo que é necessário identificar os parâmetros que influenciam na viabilidade de contrução
de um projeto, permitindo que se possa mensurar os impactos no retorno financeiro. Isso
acontece porque, para conseguir financiamento suficiente dos credores na elaboração e
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
94
construção de um projeto, é preciso provar não só sua viabilidade como sua capacidade de
garantir créditos para o pagamento da dívida do financiamento.
Vale ressaltar que a análise financeira dos projetos variam de acordo com o insumo de
cada geração, pois cada uma apresenta suas particularidades que devem ser levadas em
consideração na análise, uma vez que a potência se relaciona diretamente com a velocidade do
vento, nas eólicas, a radiação, na solar, e a vazão de água, nas hidrelétricas. Assim, a
variabilidade de potência apresenta impactos significativos nos indicadores financeiros, sendo
importante discutir metodologias de análise financeira que considerem as incertezas associadas
aos insumos.
Nesse sentido, antes de discutir acerca das metodologias que podem ser utilizadas para
a tomada de decisões, é válido descrever os índices financeiros e econômicos utilizados para
demonstrar as características econômica e financeira de um empreendimento.
De acordo com CADORE e GIASSON (2012), um dos índices que deve ser analisado
é o referente à liquidez, que se refere à análise da capacidade de pagamento da empresa e a
necessidade de capital de giro, de modo que revela a capacidade de uma empresa em saldar
suas dívidas em determinado período de tempo. Pode ser definido também como a facilidade
que a empresa tem de transformar ativos em dinheiro, evidenciando bom fluxo de caixa.
(i) Liquidez Seca:
É calculado através da diminuição dos estoques do ativo circulante e divisão pelo
passivo circulante. Essa diminuição de estoques acontece porque são os ativos de
menor liquidez. E, quanto maior esse índice, melhores as condições do
empreendimento ou empresa.
(ii) Liquidez Corrente:
Representa valores, bens, dinheiro, estoque e demais ativos que uma empresa
disponibiliza, sendo comparado às suas dívidas. Para o cálculo desse índice, basta
dividir o ativo circulante total pelo passivo circulante total. Quanto maior o resultado
desse cálculo, maior a disponibilidade da empresa em pagar suas dívidas.
(iii) Liquidez Geral:
É a soma do ativo circulante ao realizável a longo prazo, divindo esse resultado pela
soma do passivo circulante com o exigível a longo prazo. Esse índice representa o
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95
valor que a empresa disponibiliza para saldar com suas obrigações a longo prazo,
sendo uma medida de segurança.
Outros índices que devem ser analisados são os referentes à estrutura e endividamento,
que relacionam recursos próprios e de terceitos, mostrando a dependência da empresa em
relação a capitais de terceiros e prazo de pagamento dos mesmos.
(i) Participação de Capitais de Terceiros:
É referente a dependência da empresa em relação a capitais externos. Esse índice é
calculado somando o passivo circulante com o exigível a longo do prazo, divindo
esse resultado pelo patrimônio líquido da empresa.
Quanto maior é esse índice, maior a dependência da empresa em relação a capitais
estrangeiros.
(ii) Composição do Endividamento:
É representada pelas dívidas e obrigações da empresa a curto e longo prazos. É
calculada através da divisão do passivo circulante pela soma desde com o exigível
a longo prazo. Quanto maior esse índice, maiores as dificuldades de pagamento da
empresa.
(iii) Imobilização do Patrimônio Líquido:
Representa quanto do patrimônio líquido está investido no ativo permanente. É
calculada através da divisão do ativo permanente pelo patrimônio líquido. Quanto
maior o índice, maior o volume de patrimônio líquido investido na empresa.
(iv) Imobilização dos Recursos Não Correntes:
Indica os valores que a empresa usa de recursos a curto prazo para financiar ativos
permamentes. É calculado através da divisão do ativo permanente pela soma do
patrimônio líquido ao exigível a longo prazo. Quanto maior esse índice, maiores os
problemas aos quais a empresa está sujeita.
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96
Outro índice importante, de acordo com CADORE e GIASSON (2012), é o referente à
rentabilidade, que calcula o desempenho da empresa em relação aos investimentos e às vendas,
cujo principal parâmetro para avaliação é o lucro líquido.
(i) Margem Líquida ou Retorno Sobre as vendas:
Indica quanto de lucro a empresa obteve em relação à venda líquida do período,
sendo calculada através da divisão dos lucros líquidos pela venda líquida.
Quanto maior esse índice, melhor para o empreendimento, uma vez que há lucros.
(ii) Giro de Ativo:
Avalia a relação entre as vendas e os investimentos efetuados. É calculado a partir
da divisão das vendas líquidas pelo ativo total, de modo que quanto maior o
resultado, melhor é a utilização dos recursos.
(iii) Retorno Sobre o Ativo:
Indica o tamanho do lucro de uma empresa em relação aos investimentos, através
das comparações entre os resultados esperados e os encontrados, de modo que ao se
obter valores maiores aos esperados, houve agregação de valor econômico. É
calculado através da divisão do lucro líquido pelo total do ativo.
(iv) Retorno Sobre o Patrimônio Líquido:
Representa o lucro que os investidores têm com o negócio, definindo os valores de
rentabilidade do investimento feito pelos acionistas. É calculado dividindo o lucro
líquido pelo patrimômio líquido, e multiplica esse resultado por 100 a fim de se
obter o valor percentual.
Outro fator a ser analisado é o investimento, que é a aplicação do dinheiro com o
objetivo de fazer com que os valores investidos gerem retorno positivo. Para isso, têm-se os
seguintes índices:
(i) Decisões de Investimento:
Na tomada de decisão, o investimento deve apresentar retorno positivo para o
investidor, de modo que o retorno é atraente quando o retorno é superior às taxas de
remuneração requeridas pelos proprietários de capital.
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97
(ii) Análise de Investimento:
Mede a viabilidade dos projetos. É a partir desse indicador que os gestores e
investidores tomam suas decisões.
Os métodos para se avaliar os investimentos são dividos em dois grupos. De um
lado, há o grupo relacionado à rentabilidade, como o Valor Presente Líquido (VPL),
Índice de Custo-Benefício e o Retorno Adicional Sobre o Investimento (ROI). Do
outro, há o grupo composto pela Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Payback.
(iii) Análise de Condições de Risco e Incerteza:
A partir da análise de indicadores e tomada de decisões, os empreendimentos
passam a apresentar riscos e incertezas, de modo que as informações usadas nessas
análises são baseadas em estimativas, cujos resultados precisam ser avaliados e
acompanhados conforme o desenrolar dos processos, pois podem ocorrer mudanças
com efeitos negativos para as empresas.
(iv) Valor Presente Líquido (VPL):
O VPL é um método em que se calcula descontando as taxas de juros do valor futuro,
obtendo o valor presente no tempo zero, utilizando todas as movimentações de
entradas e saídas de caixa.
Esse indicador permite examinar a viabilidade de um projeto e o retorno mínimo
esperado e, quando o VPL é maior que zero, significa que os investimentos do
projeto serão recuperados.
(v) Taxa Mínima de Atratividade (TMA):
Representa a taxa mínima que um investidor se propõe a ganhar quando faz um
investimento. É formada por três componentes básicos:
a) Custo de oportunidade: está relacionado às remunerações, por exemplo:
caderneta de popupança e títulos de tesouro, que serão descartadas para a
realização de um investimento;
b) Risco de negócio: está relacionado à remuneração do risco pertinente a ação
através de um retorno financeiro. De modo que essas duas variáveis estão
diretamente relacionados, isto é, quanto maior o risco, maior o retorno
financeiro.
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98
c) Liquidez: é definida como a velocidade de conversão do investimento em caixa.
(vi) Taxa Interna de Retorno (TIR):
É a taxa utilizada para tornar o VPL nulo, podendo medir o retorno. Representa o
limite superior da rentabilidade do projeto quando se desconhece o valor da TMA,
que e flutuante ao longo do tempo.
Comparando-se os valores de TIR e TMA, têm-se os seguintes cenários e o que
representa cada um em relação ao investimento:
a) TIR > TMA: o investimento é economicamente atrativo;
b) TIR = TMA: investimento está economicamente em situação de indiferença;
c) TIR < TMA: o investimento não é economicamente atrativo, uma vez que o
retorno é superado pelo retorno de um investimento com o mínimo de retorno.
Dessa forma, observa-se que para o empreendimento ser viável e atrativo, a TIR
deve ser maior que a TMA.
(vii) Tempo de Retorno de Capital (Payback):
Representa o período de tempo que a empresa demora a recuperar o capital inicial
investido e obter lucros. Assim, esse indicador avalia a taxa de atratividade de um
investimento, de modo que o prazo de pagamento tem relação direta com a vida útil
do projeto. Mas, deve-se ressaltar que não se pode comparar projetos mutuamente
excludentes com prazos de vida útil diferentes.
Como forma de analisar os riscos financeiro e econômico, sugere-se a aplicação de
processos de avaliação de investimento, cuja ideia é discutida no capítulo seguinte e que
permitem monitorar e controlar os riscos, garantindo a eficiência e eficácia na gestão do
empreendimento e a continuidade da empresa no mercado competitivo.
5.6 Risco de crédito
A análise financeira, como dito anteriormente, permite fazer previsões quanto à sua
capacidade de pagamento de dívidas e, tem como finalidade minimizar o risco de crédito através
dos pontos fortes e fracos de uma empresa. Isto é, se seus pontos fortes excedem os fracos, de
modo que cubra as incertezas, o empréstimo tem risco aceitável.
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99
Mas, antes de entender sua relação com os projetos de geração, é necessário entender o
conceito de “risco de crédito”.
De acordo com o BANCO DO BRASIL (2010), risco de crédito é definido como a
possibilidade de perda resultante da incerteza quanto ao recebimento de valores pactuados com
tomadores de empréstimos, contrapartes de contratos ou emissão de títulos. Outra definição
possível é o risco de incorrer perdas em empréstimos e recebíveis resultantes de uma mudança
na qualidade do crédito dos devedores, o que pode resultar em inadimplência.
Ainda na definição de risco de crédito, é válido expor suas categorias, cujos principais
riscos se encontram na Tabela 8:
Tabela 8 - Categorias de riscos associados ao risco de crédito
Categoria Definição
Risco de inadimplência
Refere-se ao não pagamento de uma operação de crédito
por parte do tomador ou a possibilidade de uma contraparte
do contrato ou emissor de títulos não honrar seus créditos.
Risco de degradação de garantia
Refere-se às perdas em função das garantias oferecidas por
um tomador, de modo que essas deixam de cobrir o valor
de suas obrigações junto à instituição.
Risco de contratação de crédito
Refere-se a possibilidade de perdas em função da
concentração dos empréstimos e financiamentos em
determinados setores da economia ou empréstimos
elevados para um único cliente ou grupo econômico.
Risco de degradação de crédito
Relaciona-se à perda pela queda na qualidade do crédito do
tomador de crédito ou emissor de um título, ocasionando na
diminuição do valor de suas obrigações.
Risco soberano
Está associado às transações internacionais, isto é,
aquisição de títulos e operações de câmbio. Acontece
quando o tomador de empréstimo ou emissor de títulos não
pode honrar seu compromisso por restrições do país sede.
Fonte: NOGUEIRA (2005)
Expostas a definição e as categorias do Risco de Crédito, pode-se dizer que seu
gerenciamento envolve a definição de limites de exposição do portfólio e acompanhamento dos
índices de inadimplência com o objetivo de definir planos de ações em caso de desvio em
relação à política de créditos, realizada conforme avaliações dos cenários do planejamento
estratégico da organização, e nos limites preestabelecidos.
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100
Assim, as instituições financeiras desempenham a função de proverem crédito para
agentes econômicos que necessitam de recursos financeiros. Nesse sentido, bancos comerciais
se destacam ao conceder empréstimos e financiamentos destinados ao consumo e à produção.
Mas, para atender a essas necessidades de capital, os bancos desenvolvem métodos de análise
de risco de crédito apropriados às características de cada projeto, através da identificação das
variáveis de risco relevantes no empreendimento.
Entendido o conceito de “risco de crédito” e a importância dos bancos na concessão de
recursos para o financiamento e construção de um projeto, observa-se a seguir a relação entre
o crédito e os empreendimentos de geração.
O mapeamento dos riscos associados aos projetos de geração, conforme dito
anteriormente, é fundamental para avaliar o custo real de cada tecnologia e equipamentos, pois
cada projeto apresenta características específicas. Assim, para avaliar os investimentos,
costuma-se utilizar uma abordagem probabilística, representando as incertezas de cada
tecnologia nas variáveis-chave de um projeto. Nesse sentido, utilizam-se modelos de simulação
baseados em cenários, de modo a caracterizar as incertezas e mostrar a dependência entre as
variáveis analisadas.
Uma vez obtidos os cenários, que comumente relacionam a produção da usina e preços,
além de suas respectivas probabilidades de ocorrência, pode-se construir um fluxo de caixa para
cada um desses cenários. Esses fluxos de caixa são avaliados pelo cálculo da Taxa Interna de
Retorno (TIR), já citada anteriormente, de cada projeto nos diferentes cenários, possibilitando
caracterizar uma distribuição de probabilidade. Posterior a essa etapa, pode-se avaliar o projeto
com base em estatísticas paramétricas (média, desvio padrão, entre outros) e não paramétricas
(mediana, percentil, entre outros).
Um critério utilizado como estatística não paramétrica é o Value At Risk (VaR), que
permite caracterizar a máxima perda, definida por ϛ, ou menor retorno de um projeto. Ele utiliza
percentis de distribuição de retorno para informar essa característica de perda ou retorno para
diferentes níveis de confiança, de acordo com o perfil do investidor em relação a aversão ao
risco.
Dando uma breve explicação sobre o critério do Value at Risk (VaR), tem-se a
especificação de um nível de confiança α, de modo que o α-VaR de um projeto é menor que as
perdas ϛ. Por definição, essas perdas são as reduções, em % ao ano, em relação ao custo de
capital K. E, o nível de confiança está relacionado ao perfil de aversão ao risco, de forma que
quanto maior o α, maior a aversão ao risco.
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101
Para ROCKAFELLAR e URYASEV (2001), esse critério pode ser definido como uma
função, de modo que f(x,y) seja a perda associada ao vetor de decisão x, a ser escolhido do
conjunto de possíveis decisões x ϵ X, e ao vetor aleatório y, com densidade de probabilidade
P(y). O vetor x pode ser interpretado como a carteira de projetos e o vetor y como os riscos que
podem afetar os retornos da carteira. Valores negativos de f(x,y) representam ganhos em relação
ao custo de capital K.
Assim, escolhido o portfólio x, a probabilidade de f(x,y) não pode ser maior que o limite
ϛ. Dessa forma, tem-se a seguinte equação:
Ψ(�, �) = � �(�) ∙ ���(�,�)��
(18)
A função acima, dada por Ψ(x,ϛ), é a distribuição acumulada das perdas associadas a x,
e o α-VaR das perdas associadas a x e ao nível de confiança α ϵ (0,1) é dada por:
Ϛ�(�) = min {Ϛ � ℜ ∶ Ψ(x, ζ) ≥ �} (19)
Para definir a TIR-VaRα como o menor retorno, com α% de confiança, basta calcular da
seguinte maneira, considerando o cálculo para o portfólio x:
��(�) = � − Ϛ�(�) (20)
Assim, avaliados os cenários de projetos possíveis, pode-se prever o preço final da
energia a ser produzida no novo empreendimento de geração, de modo que seja suficiente não
só para remunerar o investimento, mas também seus custos operativos e riscos de projeto. Sendo
estes últimos, intrínsecos a cada tecnologia a ser utilizada, exigindo o acréscimo de um prêmio
de acordo com a aversão ao risco.
E, uma maneira de compensar a presença das incertezas no retorno do projeto é calcular
o sobrepreço do contrato exigido pelo investidor com aversão ao risco, comparando esse valor
ao preço mínimo necessário para viabilizar o projeto sob o ponto de vista de um investidor
diversificado.
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102
5.7 Risco de conclusão
Entende-se como tempo de projeto, o tempo necessário para que um projeto termine
dentro do prazo previsto. Dessa forma, o risco de conclusão diz respeito ao risco do projeto não
ser concluído dentro do prazo previsto SILVA e ZOTES (2012). Isso acontece por causa dos
riscos envolvidos na construção de um projeto, que consiste não apenas no risco de atraso na
obra e na liberação do projeto para a operação através de licenças e alvarás, como também
aumento dos materiais e equipamentos. Além de fatores relacionados a danos ao meio ambiente
e alterações no desenho do projeto.
Essas possibilidades de problemas na conclusão de uma obra acarretam em impactos,
como os citados a seguir:
(i) Impactos no cliente, por causa da não disponibilidade de energia para
comercialização;
(ii) Impacto no crescimento da organização no futuro, uma vez que a sua credibilidade
diante do mercado está abalada, podendo inibir a geração de mais negócios para a
empresa.
(iii) Impacto sobre a organização do projeto, através do pagamento de multas e aumento
dos custos acordados e financiados, conhecidos como costs overruns, que devem ser
previstos e endereçados na documentação do projeto, como nas garantias de
conclusão, financiamento pelos sponsors via dívida subordinada aos bancos, sob
pena de suspensão ou cancelamento do projeto.
Por esses motivos, é interessante fazer a identificação dos fatores que contribuem para
o atraso no tempo de entrega dos projetos, que serão citados a seguir.
Comumentemente, os projetos possuem início e fim definidos, mas seus cronogramas,
que apresentam as etapas específicas e as datas de entrega, costumam variar de acordo com o
tamanho, duração e complexidade. Por isso, a gestão de cada projeto é adaptada de acordo com
essas diferenças de objetivos, tarefas, ambientes, dadas as incertezas de cada projeto.
Uma maneira interessante de representar o cronograma é através do Gráfico de Gantt,
que associa o tempo envolvido no projeto e a sequência de atividades a serem realizadas, um
exemplo desse cronograma é mostrado na Figura 45, para a construção de um parque eólico.
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103
Figura 45 – Gráfico de Gantt com o cronograma de um projeto de parque eólico
Fonte: SANTOS e ALENCAR (2012)
Esses modelos de produção Make-to-Order costumam apresentar produtos com
características únicas e tempo de entrega variável entre médio e longo prazos. Isso acontece
não só porque os produtos são projetados para atender uma região e suas condições ambientais,
como também há outros fatores que influenciam na entrega, desde as regulamentações até as
construções propriamente ditas e tecnologias utilizadas.
Melhor explicando, os principais motivos para atraso na entrega de projetos se
encontram especialmente no cumprimento das seguintes tarefas:
(i) “Compra de equipamentos ou de seus componentes”, pois o produto encomendado
apresenta singularidades e, por isso, há uma dependência do departamento de
compras quanto às especificações do equipamento e lista técnica dos componentes
necessários. E, essa etapa referente às compras dos equipamentos ou componentes
apenas pode iniciar o processo de negociação de preços a partir da finalização do
processo de negociação e adequação do projeto.
(ii) “Processo de negociação e adequação do projeto”, pois há uma variância no tempo
da atividade, o que faz com que as organizações destinem tempo significativo para
a melhor adequação e também porque é essa etapa que define os insumos da próxima
etapa e das conseguintes.
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104
Outros fatores que impactam na entrega de um projeto são fatores externos a ele, isto é,
aqueles relacionados principalmente ao atraso de entrega dos equipamentos pelos fornecedores
e baixa qualidade de itens que demandam retrabalho. Explicando melhor:
(i) Existe pouca mobilidade quanto à seleção de fornecedores dependendo do
equipamento ou tecnologia a ser utilizada. Se houvesse maior mobilidade, os
fornecedores poderiam apresentar competitividade referente à preços e,
especialmente, prazo de entrega e menor variabilidade.
(ii) Outro problema se encontra no fato da empresa fabricante de equipamentos
necessitar do desenho técnico e da tecnologia envolvida, que normalmente é
adquirida de outra empresa que fornece a licença para a montagem.
Essas restrições limitam a área de compras e poder de negociação quanto aos prazos de
entregas definidos previamente pelos fornecedores de insumos e, normalmente, vários
componentes específicos da lista técnica apresentam apenas um fornecedor autorizado.
Além desses fatores, ainda há o tempo de transporte dos componentes importados. Esse
tempo de transporte ainda é somado ao tempo de espera pelo desembaraço fiscal e alfandegário
nos portos de exportação e importação.
Assim, pode-se perceber que as incertezas associadas aos riscos de conclusão são
derivadas de custos dos equipamentos e atrasos ou indisponibilidade na entrega dos
equipamentos e serviços.
E, em casos de atraso na data de entrada em operação comercial, de acordo com a
resolução ANEEL 165, de 19 de dezembro de 2005, o agente vendedor deve celebrar os
contratos de compra de energia para garantir os lastros de contratos de venda originais, de modo
que o custo incorrido na celebração dos contratos de compra só pode ser repassado até o menor
valor entre:
(i) Preço da energia do contrato de compra;
(ii) Custo variável da geração da usina;
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105
(iii) PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) + spread 2de 10%;
(iv) Preço do contrato de venda original (PC), limitado às seguintes condições e
percentuais:
- atraso de até 3 meses:
- atraso de 3 a 6 meses:
- atraso de 6 a 9 meses:
- atraso de 9 a 12 meses:
- atraso superior a 12 meses:
90% PC
85% PC
80% PC
70% PC
50% PC
Dessa forma, na ocorrência de atrasos, além de não receber a receita pela venda de
energia, o empreendimento terá prejuízo na aquisição de lastro no mercado, a medida que o
preço recebido é menor ou igual ao preço de compra desse mesmo lastro.
5.8 Risco país
O risco país é um índice que mede o grau de “perigo” que um país representa para o
investidor estrangeiro, estando diretamente relacionado à remuneração de ativos de geração de
energia.
Para medi-lo, efetua-se o acompanhamento de indicadores econômicos e sociais dos
países, como déficit fiscal, crescimento da economia, solidez das instituições, turbulências
políticas, ambiente externo (crises da economia mundial, por exemplo), entre outros.
E, para padronizar as informações, criou-se uma pontuação básica, considerando os
títulos do Tesouro dos Estados Unidos como referência para o “risco zero”. Isto é, cada 100
pontos no risco representam 1% que os títulos de um país deveriam render a mais que o dos
Estados Unidos.
Dessa forma, pode-se dizer que risco país mede a desconfiança a dos investidores quanto
ao cumprimento ou descumprimento do reembolso prometido pelo devedor na data de
vencimento dos títulos por ele emitidos.
Seu conceito inclui diversas categorias que podem ser associadas a um país, conforme
pode ser observado através da Tabela 9.
2 Spread é definido como a diferença entre o custo do dinheiro para o banco, isto é, o quanto ele paga ao tomar empréstimo, e o quanto ele cobra para o consumidor na operação de crédito.
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106
Tabela 9 – Categorias de riscos associados ao risco país
Categoria Definição Fatores
Risco político
Relacionado à possibilidade do governo
tomar medidas adversas aos
investimentos realizados.
Regulamentação, tributação,
nacionalização de ativos, desordem
pública, guerra civil ou terrorismo,
golpe de Estado.
Risco de mercado
Relacionado à possibilidade dos fatores
de mercado impactarem valores ou
preços de forma a influenciar os
investimentos.
Alteração dos preços de ativos
financeiros, das taxas de juros, do
câmbio ou dos insumos básicos para a
produção.
Risco geográfico Relacionado à possibilidade de fatores
geológicos, climáticos e geopolíticos.
Desastres naturais, tensões
diplomáticas e conflitos internacionais.
Fonte: CONTABILIZE (2016)
Esse risco, quando elevado, traz efeitos na economia de um país, tais como:
(i) Retração do fluxo de investimento externo;
(ii) Menor crescimento econômico;
(iii) Aumento do desemprego;
(iv) Salários menores para a população.
Já quando esse risco é baixo, permite investimentos mais sólidos e comprometidos para
a indústria e mercado financeiro, tornando os empréstimos mais baratos para o governo e
proporcioando o desenvolvimento da economia nacional.
Entendidos o conceito de Risco País e sua influência na economia de um país, analisa-
se a seguir a classificação de risco dos países. Essa classificação é feita através do rating, que
é uma nota atribuída aos países emissores de dívida de acordo com a avaliação sobre a
capacidade e disposição para que o país honre a dívida.
Já explicadas as teorias referentes a essa categoria de risco, pode-se discutir sobre sua
participação no cálculo do custo do capital próprio e de terceiros, que adotam o modelo de
risco/retorno CAPM (Capital Asset Pricing Model), que mostra o retorno que um investidor
aceitaria por investir em uma empresa ou projeto.
Por exemplo, no Brasil, o modelo CAPM é construído para o cálculo da remuneração
de ativos de geração de energia elétrica, tendo como resultado as seguintes equações, que, de
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107
acordo com a ANEEL (2015), variam de acordo com o tipo de capital, isto é, capital próprio,
através da equação (21), ou capital de terceiros, equação (22):
����� = �� + � ∙ ��� − ��� + �� (21)
�� = �� + �� + �� (22)
Onde:
rCAPM: custo de capital próprio [R$];
rd: custo de capital de terceiros [R$];
rf: taxa de retorno do ativo livre de risco [%];
β: beta do setor regulado;
rm – rf: prêmio de risco do mercado de referência [R$];
rc: prêmio de risco de crédito [R$];
rB: prêmio de risco país [R$].
Como o risco aqui analisado é o risco país, apenas será falado sobre ele nessa subseção.
De acordo com a ANEEL (2015), o prêmio de risco país pode ser entendido como o risco
adicional que um projeto incorre ao ser desenvolvido em um determinado país de economia
emergente (mercado doméstico) ao invés de em um país com economia estável (geralmente, o
mercado dos Estados Unidos).
E, para determiná-lo, adota-se como indicador o índice EMBI+ (Emerging Markets
Bond Index Plus) ou índice de Títulos dos Mercados Emergentes. Esse índice mede com maior
precisão o risco país diário e sua metodologia de cálculo considera o spread soberano – que é
o diferencial do yield (rendimento) do título doméstico do país de interesse em relação ao título
norte-americano no prazo equivalente.
Relacionando o índice a atratividade ou repulsão de um investimento, considere um país
com EMBI+ com altos pontos, isso pode significar a repulsão de investimentos estrangeiros em
determinado país, o que provoca prejuízos na economia.
Assim, como o risco país influencia no cálculo de remuneração de ativos de geração de
energia, é interessante discutir sobre técnicas que permitam mitigar esse risco. A que melhor se
adequa faz uso de hedges cambiais, cuja definição se encontra no próximo capítulo.
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108
5.9 Risco político-regulatório
De acordo com SILVA e ZOTES (2012), o risco político pode ser definido como o risco
ao qual o projeto está sujeito a ações de autoridades políticas da localidade em que está
instalado, que interferem no seu desenvolvimento e/ou viabilização. Ele se dá através de
sanções legais ou tributárias, tornando o projeto insustentável do ponto de vista econômico-
financeiro.
Os riscos políticos podem ser divididos em categorias, como se pode observar na Figura
46.
Figura 46 – Subdivisão dos riscos políticos
Fonte: COLTRO (2000)
De acordo com COLTRO (2000), pode-se descrever cada uma das categorias e
subcategorias do risco político.
(i) Macrorriscos políticos:
a) Risco de expropriação: definido como confisco oficial de propriedades privadas
pelo governo. Isso acontece por causa do direito dos Estados soberanos, desde
que haja uma compensação a valores justos de mercado e em moedas
conversíveis aos proprietários expropriados. O impasse está na consideração do
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109
valor justo de mercado, uma vez que para os proprietários, este é o valor presente
dos fluxos de caixa futuros que foram perdidos, enquanto para os governantes,
o valor justo de mercado é o valor histórico depreciado. Outro problema está na
compensação imediata em moedas conversíveis, pois os governos expropriados
não costumam possuir moedas estrangeiras em suas reservas para a troca.
b) Riscos advindos de disputas étnicas, raciais, civis, religiosas ou tribais: as
disputas acontecem quando as autoridades governamentais estão inseguras da
sua situação, de forma que essas disputas de forças domésticas podem se
transformar no maior risco político, que afetam negócios e investimentos
internacionais no país em questão.
(ii) Microrriscos políticos:
a) Conflitos de metas: consiste no conflito entre os objetivos de firmas
multinacionais e os de governos locais. Esses conflitos são comumente
resultados de impactos da empresa no desenvolvimento econômico local,
infrações da soberania nacional, controle estrangeiro de setores industriais
importantes para o país, controle sobre o mercado de exportação, entre outros.
Somado a esses fatores, encontra-se a influência das atitudes relacionadas a
visões políticas e sociais, como o grau de nacionalização ou desnacionalização
da economia local.
Os conflitos de metas pode ser divido da seguinte forma:
a.1) Conflitos de metas e políticas econômicas governamentais: os conflitos
podem surgir a partir da política monetária, política fiscal, balança de
pagamentos e política da taxa da de câmbio, protecionismo econômico, políticas
de desenvolvimento econômico.
a.2) Conflitos de metas e políticas não econômicas: as maneiras mais comuns de
resultar em conflitos são através do imperialismo econômico e política de
segurança nacional.
Entendidas as categorias de riscos políticos, é interessante conhecer como acontece sua
interdependência com os demais riscos. Uma mudança de governo pode ocasionar em
alterações ideológicas que priorizem uma influência maior do Estado na economia. Dessa
forma, cria-se um alto nível de incertezas sobre a estabilidade para os investimentos.
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110
Assim, observa-se que o risco político pode afetar diretamente valores de títulos de
dívidas, ações, moedas e commodities. Isto é, apresenta impactos diretos e indiretos no mercado,
através da desvalorização da moeda, calotes nas dívidas, mudanças de regulação, mudanças na
composição do governo, guerras ou boicotes.
Explicada a teoria sobre o Risco Político, analisa-se a seguir o Risco Regulatório, o que
permitirá, posteriormente, relacioná-los.
O Risco Regulatório pode ser definido como o risco decorrente de perdas devido a
multas, sanções e outras punições aplicadas por reguladores por causa do não cumprimento de
requerimentos regulatórios. Outra definição consiste na criação de mecanismos de controle por
parte da autoridade monetária.
De acordo com BRAGANÇA (2015), esse risco apresenta abordagens distintas. A
primeira, que se pode chamar de risco da regulação, refere-se ao risco advindo da existência da
própria regulação. A segunda, chamada de risco do regime regulatório, avalia a diferença do
risco existente em diferentes modelos regulatórios. Já a terceira abordagem, chamada de risco
institucional, mensura o risco regulatório a partir de um enfoque instituicional, avaliando o
papel das variáveis institucionais no risco ou no retorno das empresas. E, por fim, o quarto
enfoque enxerga o risco regulatório como um risco de intervenções políticas ou regulatórias,
buscando medir o efeito das intervenções governamentais, como volatilidade e risco
sistemático.
Para entender o efeito dessas intervenções governamentais, é necessário entender o
porquê elas podem ser consideradas como medidas de risco, o que será feito a seguir:
(i) Volatilidade:
É descrita como sendo a situação em que o retorno de determinada aplicação oscila
significativamente em determinado período de tempo. Assim, é uma variável
aleatória e, em finanças, pode mensurar o risco inerente a determinado ativo.
Dessa forma, conhecer as informações que chegam ao mercado e o influenciam
permite as instituições financeiras mensurar as variações de retornos de ativos.
(ii) Risco sistemático:
É qualquer risco que afeta grande número de ativos, com maior ou menor
intensidade, sendo determinado por fatores conjunturais e de mercado, como crises
cambial e política, guerra e inflações, que atingem empresas e projetos.
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111
Em resumo, o Risco Regulatório diz respeito à estrutura regulatória do setor de atuação
do empreendimento, de modo que as mudanças na legislação podem ocasionar transtornos ao
desenvolvimento do projeto. Assim, é um fator externo à operação, afetando diretamente a
probabilidade de relação entre oferta e procura de bens, serviços ou capitais se desequilibrar.
Isto é, o risco regulatório impacta no resultado final de um projeto, uma vez que está associado
à exposição da situação financeira de um banco, que causa movimentos adversos nas taxas de
juros, podendo ocasionar na mudança da estrutura dos custos e significar prejuízos ou lucros a
uma instituição ou projeto.
Por isso, esse risco é normalmente gerenciado por um processo que visa identificar as
alterações no ambiente regulatório, analisando os impactos nas instituições e implementando
ações voltadas para a aderência às exigências.
Entendidas as teorias referentes a cada um desses riscos, o político e o regulatório, pode-
se relacioná-los, uma vez que as decisões regulatórias são influenciadas diretamente por
relações implícitas e explícitas com o poder político. Isto é, uma mudança nas leis ou na
regulação causa substantivo impacto ao mercado. Além disso, toda atividade econômica é
exercida sob um grau de regulação do Estado, de modo que o exercício dessa regulação afeta a
percepção do risco das atividades desenvolvidas no país, alternado os preços de ativos e as taxas
de juros ímplicitas nesses preços.
Dessa forma, conhecendo-se os riscos políticos e regulatórios de um país no qual vai se
investir, pode-se propor soluções que permitam a mitigação desses riscos, garantindo o sucesso
no desenvolvimento do projeto. No próximo capítulo, encontram-se sugestões de ações que
permitem minimizá-los.
5.10 Risco de mercado
De acordo com SILVA e ZOTES (2012), o risco de mercado consiste na possibilidade
de ocorrência de perdas resultantes da flutuação nos valores de mercado, isto é, dos contratos
de compra e venda de longo prazo, são normalmente detidas por uma instituição financeira, o
que inclui riscos de operações sujeitas à variação cambial, taxas de juros, preços de ações,
commodities, entre outros. Assim, esse risco se potencializa pela sofisticação e complexidade
dos produtos financeiros oferecidos e pela diversidade e instabilidade do mercado de atuação.
Para entender o funcionamento do risco de mercado, é interessante discutir sobre suas
categorias, que se encontram na Tabela 10.
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112
Tabela 10 - Categorias de riscos associados ao risco de mercado
Categoria Definição
Risco de taxa de juros
Refere-se a possibilidade de perda financeira em função da variação
das taxas de juros sobre as aplicações e captações em função das
políticas macroeconômicas e turbulências do mercado.
Risco de taxa de câmbio Refere-se a possibilidade de perda financeira em decorrência das
variações da taxa de câmbio.
Risco de ações/commodities Refere-se a possibilidade de perdas em função das mudanças no
valor de mercado das ações ou commodities de um negócio.
Fonte: NOGUEIRA (2005)
Dessa forma, o risco de mercado se manifesta quando o valor de um produto oscila em
função das variações ocorridas nos preços dos instrumentos financeiros NOGUEIRA (2005).
E, essas variações podem ser resultado de mudanças nas taxas de juros ou de câmbio vigentes
ou alterações na oferta e demanda dos intrumentos financeiros.
Para quantificar esse risco, costuma-se utilizar o Value at Risk (VaR), que é uma medida
estatística e pode ser definido como a perda máxima esperada que um ativo pode sofrer em um
período de tempo sob condições anormais do mercado e a um dado intervalo de confiança,
conforme já explicado anteriormente.
Entendidos os conceitos e metodologia de cálculos, é interessante relacionar esse risco
à energia elétrica. Isto é, no ambiente de contratação de energia no setor elétrico, necessita-se
avaliar os riscos relacionados à produção de energia que, de acordo com (NUNES, 2009),
podem ser divididos em:
(i) Fatores de risco no mercado de energia (curva forward3, PLD, entre outros);
(ii) Risco de mercado para o segmento da geração;
(iii) Risco de mercado para o segmento da distribuição;
(iv) Risco de mercado para o segmento da comercialização.
Como o foco deste trabalho está voltado para a geração, é importante discutir sobre as
incertezas associadas ao Risco de Mercado deste segmento, conforme visto a seguir.
3 Curva forward é uma curva de preços de eletricidade, de modo que define os preços ao qual uma posição de energia pode ser liquidada no mercado, sendo a informação mais importante para a comercialização de energia.
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113
Independentemente do empreendimento de geração a ser analisado, as incertezas a
associadas ao mercado são as mesmas, mudando apenas parte do ponto de vista a ser analisado.
As incertezas do segmento de geração são:
(i) Balanço energético ;
(ii) Exposição ao mercado;
(iii) Contratos.
Essas incertezas estão relacionadas entre si e dependem também de outros riscos, já
discutidos anteriormente, como o Risco de Insumos, o Risco de Conclusão, o Risco País e o
Risco Político-Regulatório.
Melhor explicando, para um empreendimento de geração, é necessário avaliar o insumo,
responsável pelo funcionamento da central geradora, de modo que a quantidade disponível
desse insumo é responsável pela produção de energia. Assim, surge a ideia de garantia física
(GF), definida como a máxima energia que um sistema pode suprir a um dado critério de
garantia de suprimento. Isto é, a GF independe da geração real e está associada às condições de
longo prazo que cada usina pode fornecer ao sistema, assumindo um critério de não atendimento
do mercado, considerando a variabilidade do insumo à qual a usina está submetida. Dessa
forma, a GF é a energia que a usina se compromete a gerar quando despachada.
Supondo um empreendimento de geração pronto, ele deve gerar energia. Mas, de acordo
com a contratação, ele deve suprir uma determinada quantidade de energia, que é variável com
o tipo de insumo. Nessa situação, encontram-se dois cenários: o primeiro, a usina gerou uma
quantidade igual ou superior à contratada; a segunda, gerou-se a menos. Para o segmento de
geração, o mercado de compra e venda é livre, isto é, pode-se comprar energia a qualquer
momento, não tendo que esperar leilões. Dessa forma, em ambos os os casos, pode-se liquidar
essa energia. Mas, em cada um dos casos, essa liquidação é feita de maneira distinta, conforme
se pode observar a seguir:
(i) Cenário 1: Usina gerou quantidade igual ou superior à contratada:
A produção de energia em quantidade superior a que foi contratada por uma ou
várias comercializadoras resulta em grandes riscos. Isso acontece porque deve-se
consumir a energia dentro do intervalo de 100% a 105% do que foi contratado.
Abaixo ou acima desse valor, pagam-se penalidades. Quando acima dos 105%,
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
114
pode-se liquidar essa diferença no mercado através da venda, o que será discutido
posteriormente.
(ii) Cenário 2: Usina gerou quantidade inferior à contratada:
Quando a produção de energia é inferior a que foi contratada, a usina deve liquidar
a diferença comprando energia de uma outra geradora, além de sofrer penalidades.
Citados esses cenários referentes à contratação de energia, deve haver a liquidação de
energia a um determinado valor, mas esse é variável com o cenário, que nem sempre é o
esperado pela geradora. Essa liquidação é feita através do PLD, onde no cenário 1, a usina pode
receber pelo excedente através da venda de energia, enquanto no cenário 2, a usina deve pagar
pela energia que falta para suprir seus consumidores.
Entendidos esses cenários, tem-se que essa compra e venda de GF no mercado ocasiona
em uma curva móvel, que varia mensalmente e é cumulativa. Sua dinâmica funciona da seguinte
forma: uma central geradora produziu e vendeu energia mensalmente. Quando sua venda é
maior que a produção, o valor da curva móvel pode se tornar negativo no mês, e quando é o
inverso, a curva pode apresentar valor positivo. O ideal é que a curva sempre esteja com valores
positivos, pois há penalidades para valores negativos na curva. E, como os valores são
cumulativos, a compra de energia no mês anterior ocasiona na mudança do valor da curva no
mês seguinte. Por exemplo, os meses de janeiro e feveiro estão com valores positivos na curva
móvel, enquanto os meses de março e abril estão negativos. Para resolver esse problema, o ideal
é comprar a energia nos meses de janeiro e/ou fevereiro. Mas, aqui se encontra um agente que
pode dificultar ou tornar inviável a compra, o valor da energia.
Esse valor da energia influencia por causa do efeito de lastro, onde a energia produzida
custa um determinado valor e a sua venda, apresenta outro valor. E, os valores variam também
de acordo com o balanço energético, que depende da transferência energética, onde pode
ocorrer perdas na rede básica, e a quantidade de insumo disponível.
Outro fator que deve ser discutido, ainda relacionado a contratos, são os leilões de
energia nova. Normalmente, esses leilões financiam a construção da usina, em troca da mesma
fornecer a energia contratada dentro do prazo. Considere um leilão de energia a A-3, sendo A
o ano atual e três os anos a frente. Por exemplo, seja A o ano de 2016, em 2019, a usina deve
despachar ao seu consumidor a energia por ele contratada.
Nesse caso dos leilões para as energias novas contratadas, há riscos associados, como o
de conclusão. Se a usina não estiver pronta dentro do prazo previsto, ela deve comprar energia
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
115
de outras geradoras para cumprir sua parte no contrato. Mas, se a usina estiver pronta e não
houver transmissão, a usina deve receber pelo fornecimento de energia, embora esta não chegue
ao seu consumidor, pois o problema de expansão não depende da geradora e, sim, do governo.
Assim, entendida a teoria sobre essa categoria de risco, pode-se discutir sua influência
no mercado financeiro. Para o cálculo do custo do capital próprio, adota-se o modelo de
risco/retorno CAPM, conforme já discutido anteriormente. Assim, para calcular a remuneração
de ativos de distribuição de energia, utiliza-se a equaçao (21), também já citada anteriormente.
Como o foco da explicação está no Risco de Mercado, tem-se que, de acordo com a
ANEEL (2010), o prêmio risco de mercado mede a diferença entre o retorno esperado no
mercado acionário e o retorno de títulos livres de riscos. E, para estimar seu valor, basta subtrair
a taxa de livre risco do retorno médio anual da série histórica dos retornos do portfólio do
mercado de referência.
Mas é necessário considerar dois aspectos importantes: o período que será tomado como
referência e a técnica estatística utilizada para o cálculo das médias. Por isso, deve-se ressaltar
que é necessário considerar longos períodos de tempo para a análise, a fim de eliminar
anomalias relacionadas à volatilidade do mercado acionário, em que um único evento na
economia, como um choque inflacionário ou condições adversas no mercado monetário,
ocasiona mudanças bruscas na percepção do risco.
Assim, entendidos os conceitos de Risco de Mercado, sua relação com o setor elétrico
e o cálculo do prêmio, pode-se sugerir soluções capazes de mitigá-los. Estas se encontram no
próximo capítulo.
5.11 Risco de contratação no Ambiente Livre e Ambiente Regulado
O Sistema Elétrico apresenta grande número de usinas, milhares de quilômetros de
linhas de transmissão e infinitas subestações e centros de controle, de modo que há
complexidade e altos custos envolvidos no gerenciamento desses equipamentos, fazendo com
que haja esforços por parte de empresas e centros de pesquisas para encontrar técnicas eficientes
de operação e expansão do Sistema Elétrico.
Mas, além desses aspectos técnicos, há a necessidade de ambientes comerciais, a fim de
atrair investimentos que garantam a expansão necessária, atentando-se para o suprimento,
acesso e modicidade tarifária. Mas, para atender a esses objetivos, adotou-se dois princípios
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
116
básicos, cuja coexistência é um dos principais desafios na implementação de reformas no Setor
Elétrico:
(i) Estabelecimento da competição nos segmentos de geração e comercialização para
consumidores livres;
(ii) Estabelecimento de monopólios regulados nas atividades de transmissão,
distribuição e comercialização para consumidores cativos.
Para a coexistência desses dois setores, é necessário regular através de incentivos os
segmentos de monopólio natural, com ações que estimulem a eficiência e modicidade dos
preços de segmentos regulados. Essas atitudes visam o livre acesso às redes de transmissão e
distribuição. Permitindo a competição na geração e comercialização.
Dessa forma, observa-se que os principais objetivos desse modelo setorial ou de
ambientes de contratação são promover a modicidade tarifária e a segurança de suprimento,
conforme citado anteriormente. Mas como são conflitantes esses objetivos, há a segmentação
do mercado de demanda e oferta.
Assim, para garantir a expansão da oferta e atendimento ao consumo de energia, há a
contratação obrigatória, antecipada e integral da carga de energia, e segmentação do mercado
de demanda em dois ambientes: Ambiente de Contratação Livre (ACL) e Ambiente de
Contratação Regulado (ACR).
Para a comercialização de energia no Brasil, os contratos do ACR ou do ACL devem
ser registrados na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e servem de base
para a contabilização e liquidação das diferenças no mercado de curto prazo. Na Tabela 11,
encontra-se um quadro comparativo entre o ACL e o ACR, de maneira resumida, mas nas
próximas seções há uma abordagem mais aprofundada de cada um desses ambientes de
contratação.
Tabela 11 - Quadro comparativo entre ACL e ACR
Ambiente Livre Ambiente Regulado
Participantes Geradoras, comercializadoras,
consumidores livres e especiais.
Geradoras, distribuidoras e comercializadoras,
sendo estas com permissão apenas nos leilões
de energia existente.
Contratação Livre negociação entre compradores
e vendedores.
Leilões de energia promovidos pela CCEE, sob
delegação da ANEEL.
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117
Continuação da Tabela 11 - Quadro comparativo entre ACL e ACR
Tipo de contrato Acordo livremente estabelecido
entre as partes. Regulado pela ANEEL, denominado CCEAR.
Preço Acordado entre comprador e
vendedor. Estabelecido no leilão.
Fonte: CCEE (2017)
5.11.1 Ambiente de Contratação Livre (ACL)
Segmento do mercado que atende a classe de consumidores livres, cujas características
são de livre mercado. Nesse ambiente, podem participar geradores não cotistas,
comercializadores e consumidores livres, com total liberdade para negociar e realizar operações
de compra e venda de energia elétrica, estabelecendo volumes, preços e prazos de suprimento.
Essas operações são pactuadas através de Contratos de Compra de Energia Elétrica no
Ambiente Livre (CCEAL) que, conforme citado anteriormente, devem ser registrados na
CCEE.
Os contratos no ACL podem ser divididos em categorias, conforme mostra a Tabela 12.
Tabela 12 - Categorias de contratos no ACL
Categoria de
contrato Definição
Contrato de Compra
de Energia Incentivada
(CCEI)
Contratos de compra e venda de energia elétrica entre agentes de geração de energia a
partir de fontes incentivadas e comercializadores ou consumidores especiais.
Consideram-se fontes incentivadas os empreendimentos de geração de energia
renovável com potência instalada não superior a 30MW, tais como: centrais geradoras
eólicas, termelétricas a biomassa, usinas de fonte solar e pequenas centrais
hidrelétricas (PCHs).
Contrato de Compra
de Venda de Energia
Elétrica no Ambiente
de Contratação Livre
(CCEAL)
Contratos de compra e venda de energia entre agentes de geração e comercializadores
ou consumidores livres.
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118
Continuação da Tabela 12 - Categorias de contratos no ACL
Contrato bilateral
Contrato que formaliza a compra e venda de energia elétrica entre agentes da CCEE,
estabelecendo preços, prazos e montantes de suprimento em intervalos temporais
determinados. Os termos dos contratos são negociados livremente entre os agentes de
mercado, sem interferência da CCEE. Esses contratos podem ser de longo ou curto
prazo e seus registros na CCEE contêm informações de montantes contratados em
MWh entre as empresas, que são contabilizados em base horária e modulados por
patamares de carga (leve, média e pesada) sem validações.
Contrato de Energia
de Reserva (CER)
Mecanismo de contratação firmado entre agentes vendedores nos leilões e a CCEE,
criado para aumentar a segurança no fornecimento de energia elétrica do Sistema
Interligado Nacional (SIN), com energia proveniente de usinas especialmente
contratadas para esta finalidade. A energia de reserva é contabilizada e liquidada
exclusivamente no mercado de curto prazo da CCEE e sua contratação é viabilizada
por meio dos Leilões de Energia de Reserva.
Contrato de Uso de
Energia de Reserva
(CONUER)
Celebração entre a CCEE e os agentes de consumo do ACR e ACL - distribuidores,
autoprodutores na parcela consumida do SIN e consumidores livres e consumidores
especiais -, em decorrência dos Contrato de Energia de Reserva (CER).
Fonte: CCEE (2017)
5.11.2 Ambiente de Contratação Regulado (ACR)
Segmento do mercado que atende a classe de consumidores cativos. Nesse ambiente,
podem participar geradoras e distribuidoras, onde aquelas podem vender energia a estas, que
são responsáveis pela projeção de demanda e atendimento da totalidade de seus consumidores
alocadas sobre a área de concessão.
As aquisições de energia devem ser feitas por meio de licitações, com a realização de
leilões por menor preço de energia, de modo que a contratação se realiza através de contratos
bilaterais entre as partes, denominado Contrato de Comercialização de Energia Elétrica no
Ambiente Regulado (CCEAR).
Os contratos no ACR podem ser divididos em categorias, conforme mostra a Tabela 13.
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119
Tabela 13 - Categorias de contratos no ACR
Categoria de contrato Definição
Contrato de Geração
Distribuída
Contrato de compra e venda de energia precedidos de chamada pública
promovida pelo agente distribuidor. A energia elétrica proveniente desse tipo de
contratação provém de empreendimentos de agentes concessionários,
permissionários ou autorizados conectados diretamente no sistema elétrico de
distribuição do comprador.
Contrato de Ajuste
(Contrato de Leilão de
Ajuste)
Complemento da carga de energia necessária ao atendimento da totalidade do
mercado consumidor das concessionárias de distribuição, até o limite de 1%
dessa carga, com prazo de suprimento até dois anos. Esses leilões são realizados
para corrigir alguns desvios naturais em relação às previsões efetuadas para os
outros leilões, permitindo a adequação da contratação de energia pelas
distribuidoras.
Contrato do Proinfa
Toda a energia produzida pelos participantes do Programa de Incentivo às Fontes
Alternativas de Energia (Proinfa) – PCHs, usinas eólicas e usinas de biomassa –
tem garantia de contratação pela Eletrobrás por 20 anos. Esses contratos do
Proinfa representam os montantes comercializados pela Eletrobrás na CCEE,
tendo como vendedoras as usinas participantes do Proinfa e como compradoras
as concessionárias de distribuição de energia, consumidores livres e especiais e
autoprodutores adquirentes da quota-parte deste programa.
Contrato de Energia de
Reserva (CER)
Mecanismo de contratação firmado entre agentes vendedores nos leilões e a
CCEE, criado para aumentar a segurança no fornecimento de energia elétrica do
Sistema Interligado Nacional (SIN), com energia proveniente de usinas
especialmente contratadas para esta finalidade. A energia de reserva é
contabilizada e liquidada exclusivamente no mercado de curto prazo da CCEE e
sua contratação é viabilizada por meio dos Leilões de Energia de Reserva.
Contrato de Uso de
Energia de Reserva
(CONUER)
Celebração entre a CCEE e os agentes de consumo do ACR e ACL -
distribuidores, autoprodutores na parcela consumida do SIN e consumidores
livres e consumidores especiais -, em decorrência dos Contrato de Energia de
Reserva (CER).
Contrato de Itaipu
Contrato onde a energia produzida pela usina de Itaipu é comercializada no
âmbito da CCEE pela Eletrobrás por meio de contratos para representar os
efeitos da energia comercializada pela usina Itaipu Binacional e destinada aos
agentes detentores de quotas-parte da usina (distribuidoras).
Fonte: CCEE (2017)
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
120
5.11.3 Análise de Risco na Comercialização de energia
Na contratação de energia no setor Elétrico, é necessário avaliar os riscos específicos
que estão relacionados com a produção de energia, uma vez que a intensidade dos riscos
influencia nos resultados do objetivo final do projeto.
Para um investidor, a análise do risco é uma variável decisória, uma vez que, durante a
avaliação de projeto, deve-se considerar a capacidade de honrar com os compromissos de curto
prazo e exigência de liquidez de caixa. Por isso, devido as particularidades do modelo de
comercialização de energia, um dos principais pontos de análise dos agentes do setor de energia
elétrica consiste na gestão dos riscos aos quais estão expostos.
Assim, os riscos que afetam os agentes do setor elétrico podem ser divididos em
categorias, como mostra a Tabela 14.
Tabela 14 - Categorias de riscos de comercialização de energia
Categoria de contrato Definição
Risco de crédito Relacionado aos retornos esperados em decorrência da inadimplência da
contraparte em suprir suas obrigações contratuais.
Risco de liquidez
Relacionado às reservas e disponibilidades de uma instituição em honrar
suas obrigações no momento em que ocorrem. Isto é, quando um
descompasso no fluxo de caixa gera incapacidade momentânea de quitar
seus compromissos.
Risco regulatório Relacionado às regulações do setor, que podem afetar os agentes.
Risco operacional Relacionado ao gerenciamento de uma empresa.
Risco de mercado
Relacionado aos movimentos de preços, taxas de juros, de câmbio,
índices, ações e títulos, commodities ou outros ativos que podem afetar as
atividades da empresa ou seu preço de mercado, cujos níveis de exposição
ao mercado devem estar dentro de limites prudentes.
Fonte: GUIDO e DUARTE (2003)
Dessa forma, conhecendo-se os riscos, é possível fazer o gerenciamento destes através
da identificação e transferência para terceiros ou utilizando de seguros. Esses instrumentos
derivativos têm essa capacidade, uma vez que permitem os participantes do mercado a
transferência de riscos para quem está disposto a aceitá-los em troca de remuneração maior.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
121
5.12 Risco de submercado
No Brasil, o setor elétrico apresenta particularidades, como o fato das grandes usinas
hidrelétricas possuírem grandes reservatórios e estes se encontrarem em cascata, como mostra
a Figura 47, embora pertençam a diferentes agentes, dificultando a operação individualizada e
integrada do sistema.
Figura 47 – Representação em cascata das Usinas Hidrelétricas
Fonte: CCEE (2017)
O Sistema Elétrico Brazileiro é operado pelo ONS e o sistema de despacho é
centralizado e baseado na minimização de custos. Além disso, o PLD é calculado por
subsistemas ou submercados definidos por critérios técnicos, explicados posteriormente, de
modo que suas restrições internas são gerenciadas por meio do despacho térmico fora da ordem
de mérito de custo. A Tabela 15 mostra o valor do PLD por patamar de carga e a média semanal
por subsistema, de modo que o PLD é igual ao CMO quando o valor se encontra entre os limites
mínimo e máximo.
Tabela 15 – Custo Marginal da Operação por subsistema
Fonte: IPMO ONS (2017)
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122
Na análise das usinas hidrelétricas, tem-se que os aproveitamentos estão distribuídos em
todo o território, formando diversas cascatas em rios e bacias com regimes hidrológicos
distintos, além de serem propriedades de diferentes agentes de mercado. Além disso, apesar
desses aproveitamentos possuírem capacidade de regularização, a obtenção da energia depende
do período chuvoso de cada bacia hidrográfica, criando a necessidade de complementação de
outras fontes de energia, como usinas eólicas, usinas termelétricas, usinas solares e outros tipos.
Outra particularidade consiste na extensão do Brasil, de modo que o SEB não apresenta
linhas de transmissão suficientes para a transmissão de energia de uma região para a outra
livremente. Por isso, foram definidos quatro submercados ou subsistemas para o planejamento
da operação e comercialização da energia. A Figura 48 mostra os quatro subsistemas do SEB,
que são: Sudeste/Centro Oeste (SE/CO), Sul, Nordeste e Norte.
Figura 48 - Representação Esquemática da Interligação entre Subsistemas
Fonte: EPE (2010)
Uma outra forma de se obsevar os subsistemas pode ser realizada através da
interpretação do IPDO, um informativo diário da operação que pode ser acessado através da
página do ONS. A Figura 49 mostra o balanço energético detalhado dos subsistemas, além do
fluxo de energia.
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123
Figura 49 - Balanço de Energia Detalhado no dia 24/07/2017
Fonte: IPDO ONS (2017)
Entre esses subsistemas, há a definição de um limite físico de transmissão de energia
por critérios de estabilidade e critérios físicos das linhas de transmissão. Por isso, os preços de
curto prazo podem ser diferentes em cada submercado ou subsistema.
Porém, internamente aos subsistemas, considera-se que a transmissão é realizada
livremente, sem limite de transmissão. E em caso de restrição de transmissão interna, a carga é
atendida através da geração fora da ordem de mérito de custo, geralmente representada pela
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
124
usina termelétrica, cujo custo adicional por causa do despacho é rateado entre os agentes de
consumo do subsistema.
Entendida a teoria de subsistema e como funciona a transmissão, pode-se discutir sobre
o risco associado. Um contrato entre submercados ou subsistemas distintos pode expor um
gerador ao risco de submercado.
De acordo com RIBEIRO (2015), o Risco de Submercado ocorre quando o PLD do
subsistema gerador ou consumidor de energia é diferente do PLD do subsistema de entrega da
energia contratada. Isto é, a origem está no processo de contabilização no curto prazo quando
existir a diferença de preços entre os subsistemas e também em condições de congestionamento
da transmissão, ou seja, o sistema de transmissão é obrigado a operar além do limite térmico ou
de estabilidade, aumentando o fluxo de potência no sistema e podendo levar a diferenças de
preços muito elevadas, pois conforme já explicado, há um limite de capacidade de intercâmbio
energético entre as regiões, como mostra a Figura 50.
Figura 50 - Limite de intercâmbio entre subsistemas
Fonte: RIBEIRO (2015)
Por isso, os preços refletem o equilíbrio entre a oferta e a demanda de energia elétrica
nos subsistemas, de modo que em um contrato bilateral pode ser firmado em qualquer
submercado, o risco da diferença de preços entre os submercados devem ser negociados na
contratação.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
125
Observe a Figura 51, ela representa a diferença de PLD entre os subsistemas ao longo
de um intervalo de tempo. A partir dessa figura, pode-se dizer que a modelagem do Risco de
Submercado é realizada através da comparação entre os PLDs do subsistema consumidor e os
PLDs do subsistema gerador, de modo que essa diferença de preços é aplicada ao volume em
MWh.
Figura 51 - Diferenças de PLD entre os subsistemas (R$/MWh)
Fonte: RIBEIRO (2015)
Como se pode obervar na Figura 51, as regras de comercialização de energia as quais
os agentes do setor elétrico estão submetidos oferecem riscos, de modo que a interpretação nas
categorias de importação de energia e geração são diferentes. Observe os seguintes cenários:
1) PLD no subsistema gerador > PLD no subsistema importador: ganhos para o agente que
vende energia e despesas para o agente importador de energia;
2) PLD no subsistema gerador < PLD no subsistema importador: perdas ou despesas para o
agente vendedor de energia e ganhos para o agente importador de energia.
Além das diferenças de preços entre os subsistemas, outra fonte de risco associada ao
Risco de Submercado é o Mecanismo de Realocação de Energia, MRE, estabelecido devido a
volatilidade dos preços de energia elétrica e necessidade de cooperação entre os
empreendimentos de geração hidrelétrica, pertencentes a diferentes agentes, que operam em
cascata.
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126
O mecanismo tem como objetivo mitigar o risco das usinas hidrelétricas em períodos
secos prolongados e administrar o problema das usinas serem em cascata, reduzindo a
exposição dos geradores ao risco hidrológico
Em sua metodologia, o agente gerador pode ter energia alocada fora de seu subsistema,
uma vez que é um mecanismo de proteção aplicado à geração total do sistema, de modo que a
localização física do gerador não é importante.
Considere que um agente gerador tenha contratos apenas em seu subsistema. Ainda que
tenha sido prudente e contratado apenas em sua região, o MRE pode alocar créditos de energia
nos subsistemas com preços diferentes.
Essa situação ocorre especialmente em ocasiões de racionamento, pois a energia
assegurada pelos empreendimentos participantes do MRE é diminuída devido à redução
compulsória da demanda, gerando um ajuste na energia assegurada conforme as regras de
mercado. Dessa maneira, o agente gerador se expõe aos preços no mercado de curto prazo, que
em períodos de racionamento são elevados, a fim de recompor seu lastro, resultando em
prejuízos financeiros. Enquanto os agentes que possuem sobras de energia em seus contratos
de compra podem liquidar suas sobras a valores consideráveis, obtendo lucros.
Outra fonte de Risco de Submercado é a sazonalização de energia. É um processo anual
que consiste em distribuir os montantes de energia contratados em montantes mensais dentro
de limites estabelecidos. Isto é, a soma dos volumes mensais sazonalizados é equivalente ao
volume anual de energia contratada, conforme apresentado na Figura 52.
Figura 52 - Sazonalização de energia
Fonte: Confecção própria (2017)
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127
A energia sazonalizada é utilizada para a realização da liquidação do PLD no mercado
de curto prazo, de modo que o perfil de sazonalização realizado pelas usinas participantes do
MRE pode ser comparado com o perfil de consumo esperado para toda a carga do sistema
elétrico para o mesmo período, como apresentado na Figura 53.
Figura 53 - Perfil de sazonalização do MRE e de consumo de carga
Fonte: Confecção própria (2017)
Esse processo é importante para que o agente gerador controle sua exposição ao risco.
Para melhor entender a relevância da sazonalização, considere um agente avesso ao risco.
Suponha que este agente procura alocar parte de sua garantia física já comprometida com
contratos. Como seu perfil é de aversão ao risco, seu perfil de consumo será semelhante ao
perfil do cliente consumidor, de modo que ao alocar sua energia seguindo o perfil de consumo
de seus clientes, o agente gerador não ficará exposto aos preços de curto prazo.
Contudo, a sazonalização pode ser realizada a fim de obter uma receita adicional, mas
provoca o aumento do risco. Esse fato se deve a alocação da maior parte de energia nos meses
em que se espera o PLD mais elevado, de modo que o agente busca a exposição positiva no
curto prazo em meses de PLD mais elevado e exposição negativa nos meses de PLD mais
baixos.
Por esses motivos, a sazonalização é importante, pois através dela é possível definir os
ganhos e perdas em cada um dos meses dos anos nos contratos de compra ou venda de energia.
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128
6 Tratamento dos riscos
Conforme visto nos capítulos anteriores, a partir do momento em que se planeja um
projeto, há a existência de riscos. Estes apresentam graus de prioridade e de efeito sobre o
objetivo do projeto e, por isso, é necessário mitigá-los, uma vez que podem causar prejuízos ao
meio ambiente, à sociedade, às empresas e aos investidores.
Por isso, trata-se neste capítulo sobre algumas possíveis ações que permitem reduzir os
riscos ou seus efeitos sobre o projeto.
6.1 Planejamento Integrado de Recursos
O Planejamento Integrado de Recursos (PIR), surge dentro de um contexto em que há
o impasse entre impactos ambientais e ideia de desenvolvimento sustentável, sendo uma
ferramenta que permite a mitigação não apenas dos riscos ambientais como também dos
impactos, já citados no capítulo anterior.
É um método que vem sendo utilizado ao longo das reformas no setor energético e que
busca a sustentabilidade através da utilização integrada dos recursos energéticos, possibilitando
a diminuição de custos e impactos socioambientais.
De acordo com UDAETA (1997), a dinâmica de funcionamento do PIR consiste no
planejamento em curto e médio prazos, considerando dimensões políticas, sociais, econômicas,
tecnológicas e ambientais, isto é, baseado em elementos analíticos.
O PIR inclui análises das características da região, isto é, identificação dos recursos
energéticos disponíveis, levantamento de dados de oferta e demanda, análise do custo completo
que inclui os custos relacionados aos impactos ambientais, sociais e econômicos. Essa
identificação prévia permite a análise de estratégias que buscam uma utilização otimizada de
energia, trabalhando com o tratamento das incertezas através de cenários e iterações no tempo,
que permitem a criação de um plano preferencial.
Dessa forma, o PIR pode ser utilizado como ferramenta para tomada de decisão quanto
aos investimentos, além de indicar as crises no setor de energia, como por exemplo:
(i) Acesso precário à energia;
(ii) Recursos financeiros insuficientes para investimentos em setores não lucrativos;
(iii) Ineficiência de sistemas de transmissão e distribuição;
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129
(iv) Proteção ambiental inadequada.
E como benefícios do PIR, pode-se citar:
(i) Deliberar sobre serviços energéticos de maneira eficiente, através da identificação
de melhorias nos cálculos do investimento através de planos que permitam diminuir
custos de energia;
(ii) Analisar solicitações de capacidade de energia;
(iii) Dar a assistência ao desenvolvimento nas dimensões sociais, econômicas e
ambientais, implantando custos adicionais para questões de impactos ambientais;
(iv) Escolher adequadamente entre as alternativas, que analisam custos efetivos e opções
de diversidade de recursos;
(v) Priorizar programas e políticas através de regulamentações que influenciem
políticas que gerem retorno fiscal e financeiro.
Dessa forma, pode-se observar que o PIR incorpora custos financeiros e custos
ambientais de implantação de um projeto, que inclui o Gerenciamento do Lado do Meio
Ambiente (GLM). Esse GLM identifica os impactos ambientais referentes a cada plano e
identifica as condições de implementação e resultados em cada uma das dimensões analisadas.
Assim, ao longo da discussão sobre o Risco Ambiental, pode-se perceber que cada
forma de obtenção de energia possui pontos negativos e positivos, cujos pesos devem ser
atribuídos de maneira correta a fim de propor um planejamento e gestão de riscos que possam
mitigar os impactos ambientais.
E, por isso, inseriu-se o PIR, pois, conforme visto, esse método permite analisar os
impactos ambientais e a viabilidade do empreendimento energético, além de mitigar os
impactos ambientais resultantes da obtenção de energia e promover o desenvolvimento
sustentável.
6.2 Avaliação de investimentos através de índices financeiros e econômicos
Conforme discutido no capítulo anterior, a análise financeira de um investimento facilita
a tomada de decisões e, para que isso aconteça, é necessário avaliar os índices financeiros e
econômicos, que são variáveis no tempo e caracterizam a capacidade de saldo de dívidas da
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130
empresa, a geração de retorno positivo através da aplicação de dinheiro e o desempenho da
empresa em relação aos investimentos e às vendas.
Mas, além da escolha das melhores opções, a análise do investimento permite ainda
conseguir financiamento de credores, garantindo o custo de elaboração do projeto. Contudo,
para que isso aconteça, é necessário que os investidores conheçam e entendam as características
do projeto, tanto econômicas quanto técnicas, além dos riscos associados, para que o retorno
seja, pelo menos, suficiente para compensar os riscos assumidos.
Outros aspectos importantes que merecem a preocupação dos investidores são:
(i) Decisão de orçamento de capital: indica como devem ser feitos o planejamento e a
gestão do investimento de longo prazo;
(ii) Decisão de financiamento: indica os recursos a serem utilizados para financiar o
investimento;
(iii) Decisão de pagamento das contas de curto prazo: indica como e quais is recursos a
serem utilizados para tal atividade.
Conhecidos os índices financeiros e econômicos, citados no capítulo anterior, e sua
importância na tomada de decisões, além dos fatores que determinam a participação de
investidores no projeto, pode-se discutir o processo de avaliação de investimento de um projeto.
A Tabela 16 mostra suas etapas.
Tabela 16 – Etapas de avaliação de investimentos de um projeto
Etapas
1 Estimar os fluxos de caixa futuros esperados para o projeto
2 Avaliar o risco e determinar a taxa de desconto para descontar os fluxos de caixas futuros
3 Calcular os indicadores financeiros, principalmente o VPL dos fluxos de caixa esperados
4 Definir o custo de projeto e compará-lo com o VPL do mesmo
5
Tomar a decisão sobre o investimento no projeto. Para isso, é necessário que os
administradores tenham total acesso às informações relacionadas aos índices, uma vez
que são variáveis no tempo, e permitem a proposição de alternativas e soluções para que
se tenha o menor risco financeiro possível
6 Monitorar e controlar os riscos
Fonte: FINNERTY (1999) e SAMANEZ (2002)
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131
Ao longo desse processo de avaliação de investimento de um projeto, pode-se fazer uso
de modelos computacionais que permitem a análise da viabilidade econômica e risco financeiro,
considerando incertezas associadas ao projeto e diversos cenários, nos quais se variam mais de
um parâmetro. E, assim, pode-se obter três tipos de cenário para a análise de risco do projeto:
mais provável, otimista e pessimista.
Relacionando os insumos às viabilidades financeira e operacional, tem-se que construir
um modelo estocástico, que analisa as variações desses insumos ao longo do tempo, gerando
séries sintéticas e possíveis que permitam a análise do projeto. Assim, pode-se verificar o
impacto da aleatoridade desses insumos no fluxo de caixa.
Já relacionando as movimentações e atividades do projeto, considerando capitais
próprio e de terceiros, bens, valores e outros, pode-se construir tabelas e fazer os cálculos dos
índices citados anteriormente para analisar sua situação financeira e viabilidade.
Dessa forma, conhecendo as incertezas às quais o projeto está exposto, é possível
identificar quais os riscos associados, de forma a minimizar seus impactos no retorno
financeiro. Por isso, a eficiência e eficácia na gestão de um empreendimento determinam a
continuidade da empresa diante da competitividade de mercado.
6.3 Hedge cambial
Conforme discutido no capítulo anterior, o risco país está relacionado à remuneração de
ativos de geração de energia, representando um grau de “perigo” ao investidor estrangeiro, isto
é, a desconfiança quanto ao reembolso. É um risco que apresenta categorias e conta com o
indicador EMBI+ para medir o valor do risco diariamente, o que permite concluir sobre a
atratividade do projeto.
Como se pode observar, o risco país influencia no cálculo da remuneração de ativos de
energia e, como se sabe, as empresas buscam mitigar ao máximos os riscos. Para se protegerem
de perdas financeiras devido a valorização da moeda estrangeira comparada à nacional, que
ocasionam em oscilações nos preços, as empresas costumam fazer operações financeiras com
Bancos de “Hedge”, isto é, uma proteção cambial, que funciona da seguinte maneira:
compradores e vendedores negociam os preços antes da entrega. É a combinação de derivativos
financeiros, como as opções de compra (calls), as opções de venda (puts) e contratos
financeiros.
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132
A seguir, encontram-se os principais instrumentos usados para hedge cambial e uma
breve explicação sobre cada um de acordo com EXAME (2011).
(i) Dólar:
A forma básica de proteger conta a alta de uma moeda é a compra de dólares no
mercado à vista de moeda. Contudo, é necessário imobilizar a mesma quantia que
se quer proteger da desvalorização da moeda nacional.
(ii) Títulos cambiais:
Outra opção de hedge é a compra de títulos públicos indexados à variação de
câmbio, sendo mais vantajoso comparado ao dólar, pois pagam juros. Contudo, é
necessário destinar uma quantia semelhante à que se quer defender.
(iii) Opções de compra de dólar:
A opção de compra garante o direito de compra de ativos a preços determinados
antecipadamente. Para isso, o portador dessa opção paga uma fração do prêmio e
pode exercer esse direito até um derterminado prazo. Sua vantagem está no fato do
comprador precisar mobilizar menos dinheiro.
(iv) Contratos futuros de dólar:
Funciona como um compromisso entre compradores e vendedores e são
normalmente fechados durante a transação de uma bolsa de valores ou é
intermediada por bancos. Esses contratos acompanham a oscilação do dólar no
mercado. Apresenta vantagens para contratos futuros, uma vez que permite o
investidor fazer seu hedge imobilizando menos dinheiro. Contudo, como
desvantagems, tem-se a necessidade de depósito de garantias em dinheiro ou títulos
para operar, o que aumenta a quantidade de dinheiro para fazer o hedge.
(v) Swap:
Representa uma operação na qual duas empresas “trocam” dívidas. A exemplo, tem-
se uma importadora endividada em dólares e um banco. A empresa paga um valor
em reais ao banco e o este paga o equivalente em dólares ao valor contratado do
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133
swap. Se a cotação do dólar subir além do esperado, o aumento da dívida da empresa
é coberto pelo que o banco pagará à empresa.
(vi) Cap:
Funciona da seguinte maneira: uma empresa compra opções de compra de dólar a
determinado preço e, se o dólar subir acima desse preço, a empresa pode comprá-lo
mais barato e fazer o hedge.
A partir do que foi exposto, pode-se constatar que é necessário conhecer os fatores
internos e externos aos países e como estes influenciam no Risco País, pois a partir desses
dados, calcula-se o rating do país diante do mercado.
E, conhecendo-se os riscos e sua posição diante do mercado, pode-se buscar meios de
mitigar os riscos e optar pela melhor solução de hedge para a empresa ou projeto.
6.4 Revisão estrutural regulatória e outras ações básicas
O risco político regulatório está relacionado ao grau de regulação do Estado sobre as
atividades econômicas do país, afetando as atividades e os riscos a elas associados que são
desenvolvidos, alternando preços e taxas de juros, conforme discutido anteriormente.
Sabendo, então, da influência desse risco sobre o mercado e, consequentemente,
economia do país, é necessário realizar a revisão da estrutura regulatória setorial, de modo que
o empreendimento se adeque às normas do mercado de atuação. Além da obtenção das licenças
necessárias para atuação do projeto.
Além disso, é necessário discutir ações básicas que mitiguem os riscos políticos, uma
vez que estes envolvem expropriações, guerras ou conversibilidades, sendo o marco inicial para
uma mudança regulatória. Assim, para o risco político, sugere-se:
(i) Diversificação: funciona como uma estratégia de investimento, de modo que esta
deve diversificar seus riscos;
(ii) Análise e monitoramento: o entendimento de tradoções políticas, culturais,
econômicas e sociais são fundamentais para uma estratégia bem sucedida na
mitigação de riscos políticos;
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134
(iii) Estratégias de entrada e saída: consiste na análise da realidade histórica e política do
país antes do investimento para mitigar os riscos futuros. Essa contenção de riscos
pode diminuir perdas;
(iv) Responsabilidade social e relações públicas: consiste no desenvolvimento de
políticas que satisfaçam os stakeholders da sociedade, o que facilita a condução dos
negócios do país;
(v) Seguro de risco político: é uma apólice de seguro contra o risco político, mas tem
eficácia limitada.
Nessa categoria de risco, pode-se associar diretamente o Risco País, que já foi explicado
anteriormente. Isso acontece porque o Risco Político é apenas uma das subcategorias daquele
risco, influenciando diretamente na atratividade em relação ao investimento do país analisado
frente ao mercado. Por outro lado, o Risco Regulatório é uma consequência do Risco Político,
uma vez que a mudança de governo pode acarretar em mudanças de ideologias e das regulações.
Por isso, é interessante gerir esses riscos e analisar cada uma de suas incertezas, a fim
de buscar soluções, como as citadas anteriormente, para mitigar os riscos e garantir a entrada
de investimentos no país, garantindo o funcionamento da economia.
6.5 Hedges de mercado
No capítulo anterior, foram tratadas a teoria sobre o risco de mercado e sua influência
sobre o mercado financeiro, com foco especial no Setor Elétrico.
Para mitigar essa categoria de risco, utilizam-se derivativos, que podem ser definidos
como instrumentos financeiros cujo valor deriva do preço de outro ativo, em operações de
hedge, também já discutido o conceito anteriorimente. Contudo, esses derivativos, apesar de
utilizados para hedge, podem apresentar caráter especulativo e gerar riscos de mercado.
Entendida a definição de derivativos, torna-se interessante discutir sobre a classificação
dada por NUNES (2009) e sobre como elas impactam no mercado financeiro.
(i) Contratos futuros:
Pode ser definido como um compromisso de compra e venda de ativos por preços
pré-estabelecidos em uma data futura. Assim, eles contêm padronização de preço e
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135
qualidade do produto e, assim, possuem mecanismo de ajuste de margens, o que
reduz o risco de liquidação do contrato final.
(ii) Contratos a termo:
É um contrato futuro, onde não há padronização e os negócios são realizados por
intermédio de contrato comercial comum, que estabelece condições e características
de entrega futura dos produtos. Isto é, o comprador e vendedor negociam entre si
todos os parâmetros de contrato, sejam eles padronizados ou não.
(iii) Swaps:
Conforme já discutido anteriormente, consiste na troca de fluxos de caixa no futuro
entre dois agentes. Assim, esse contrato trava o custo dos recursos pela eliminação
dos riscos.
(iv) Opções:
É uma opção de mercado em que são realizadas liquidações futuras em relação a um
ativo base. Mas, nesse caso, uma das partes não precisa realizar o negócio.
Apresenta dois tipos de contrato: calls (opções de compra) e puts (opções de venda),
que funciona da seguinte maneira: o detentor de uma opção de compra tem o direito
de comprar o ativo até uma data por determinado preço, assim como o detentor da
opção de venda tem o direito de vender o ativo até certa data por um determinado
valor. Mas, para ter esse direito de compra ou venda, o interessado deve pagar um
prêmio para a outra parte envolvida no negócio.
Dessa forma, conhecida toda a teoria sobre o Risco de Mercado, pode-se dizer que é
interessante estudar cada uma das incertezas a ele associadas, uma vez que permite analisar a
longo prazo cenários com diferentes situações e resultados, referentes à gravidade do risco, que
permitam a liquidação do balanço energético e propor soluções para mitigar esse risco.
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136
7 Teorema de Monte Carlo
O Método de Monte Carlo, também conhecido como Simulação de Monte Carlo, é uma
ferramenta de modelagem de problemas estocásticos e não convencionais, sendo utilizado em
diversos campos de conhecimentos, desde a simulação de complexos fenômenos físicos até os
econômicos.
O método apresenta como base a geração de valores aleatórios para realizar simulações,
que são ferramentas que permitem a reprodução de um sistema real através de um modelo
matemático, para determinado problema, de modo que esses valores aleatórios são
selecionados dentro de uma faixa de valores que seguem as Funções de Densidade de
Probabilidade (FDP).
Conhecidas as distribuições, pode-se realizar as simulações inúmeras vezes e o resultado
é obtido através de técnicas estatísticas em relação ao número de repetições desse processo. A
Figura 54 mostra a ideia simplificada do que foi exposto acima sobre o método.
Figura 54 – Ideia genérica do Método de Monte Carlo
Fonte: PUC RIO (2012)
Mas, na realidade, a Simulação ou Método de Monte Carlo conta com variáveis
aleatórias múltiplas, por causa da quantidade de riscos identificados no problema. Assim, de
acordo com FERNANDES (2005), para contabilizar o resultado dessas diversas variáveis,
deve-se somá-las a cada iteração. Mas, deve-se atentar a condição de que as variáveis aleatórias
devem ser independentes e, consequentemente, os eventos de risco também, a fim de que a
simulação seja correta.
Esse somatório só é possível graças ao Teorema Central do Limite, no qual diz que a
Função de Distribuição Acumulada (CDF) da soma de variáveis aleatórias independentes se
aproxima da CDF de uma variável aleatória gaussiana, apesar dessa função apresentar variáveis
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137
individuais que podem estar longe de se parecerem com gaussianas. Isto é, não importa a
distribuição da probabilidade das variáveis, pois o somatório é sempre uma distribuição normal.
Dessa forma, diante de um problema envolvendo incertezas, para aproximar os
resultados obtidos a realidade, deve-se seguir as etapas representadas na Tabela 17.
Tabela 17 – Passos para aproximar a solução da realidade
Etapas
1 Modelar o problema, definindo uma FDP para representar o comportamento de
cada uma das incertezas
2 Gerar valores pseudoaleatórios aderentes à FDP de cada incerteza do problema
3 Calcular o resultado determinístico substituindo as incertezas pelos valores
gerados, obtendo uma observação do problema
4 Agregar e manipular os resultados da amostra de forma a obter uma estimativa
da solução do problema
Fonte: PUC RIO (2012)
Até o momento, foram expostos conceitos e observações sobre o método, não
interessando a ferramenta de software a ser utilizada. A partir deste momento, o foco é para a
simulação utilizando o Microsoft Excel.
Para o desenvolvimento de planilhas no Excel que utilizam o Monte Carlo, é interessante
entender o método e os tópicos pertinentes ao tema, como por exemplo, métodos
determinísticos e estocásticos, variáveis aleatórias, geração de cenários, modelagem de
variáveis de entrada e função de distribuição de probabilidade.
O primeiro tópico a ser entendido é a diferença entre as metodologias. Por método
determinístico, entende-se aquele que se baseia em discretizações numéricas das variáveis das
funções que descrevem o processo em análise, de modo que o resultado do sistema é pré
determinado em função dos dados de entrada. Já o método estocástico faz uso de variáveis
aleatórias na entrada do sistema e conta com algoritmos computacionais, de modo que os
resultados são estimativas estatísticas de características reais de um processo, pois utilizam-se
as leis da probabilidade e estatística.
Dessa forma, de acordo com MACHADO e FERREIRA (2012), o Método de Monte
Carlo é estocástico e utiliza de variáveis aleatórias para realizar as simulações.
Outra característica que deve ser tratada é a que se refere à geração de cenários e
modelagem das variáveis de entrada. Conforme observado na Figura 54 e Tabela 17, isso é feito
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138
por meio do uso das FDPs, uma vez que a simulação é realizada através da amostragem
aleatórias dessas funções. Por fim, o resultado obtido se traduz sob a forma de um histograma,
que está associado a uma curva de densidade de probabilidade acumulada, que é o objeto de
estudo para a solução do problema analisado.
Como o Método de Monte Carlo é versátil, podendo ser utilizado em diversas áreas de
conhecimento, ele também é utilizado na análise quantitativa de riscos em gestão de projetos.
A técnica consiste, de acordo com MACHADO e FERREIRA (2012), na geração de cenários
de custos ou de prazos do projeto, onde o resultado final é dado através de uma curva de
distribuição acumulada da característica analisada, lembrando que a interpretação dessa curva
guia o gestor de projetos a assumir os riscos calculados.
Para a avaliação desse modelo específico, que analisa custos e prazos na gestão de
projetos, uma função que se encaixa muito bem é a função de distribuição de densidade
triangular, que é adotada como padrão neste trabalho.
Em seu artigo, MACHADO e FERREIRA (2012), afirma que em uma distribuição
triangular, há três pontos distintos na distribuição para cada variável de entrada: estimatimativa
do valor mínimo possível (mín), o valor mais provável (Mp) e o valor máximo possível estimado
(máx). A figura 55 ilustra essa função.
Figura 55 – Função de distribuição triangular
Fonte: REVISTA DE CIÊNCIAS GERENCIAIS (2012)
E a probabilidade de um valor “x” ocorrer na função de distribuição triangular
corresponde à área do triângulo, representado na Figura 56.
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139
Figura 56 – Distribuição triangular acumulada, lado esquerdo
Fonte: REVISTA DE CIÊNCIAS GERENCIAIS (2012)
Para esse caso, a equação referente ao intervalo em que “x” está localizado pode ser
definida como:
�í� ≤ � ≤ �� ⟹(� − �í�)�
(�� − �í�) ∙ (�á� − �í�) (23)
Considere RN uma variável aleatória dentro do intervalo mostrado na equação (23) e
que corresponde ao lado esquerdo da distribuição triangular em relação ao pico Mp, tem-se:
�� =(� − �í�)�
(�� − �í�) ∙ (�á� − �í�) (24)
(� − �í�)� = �� ∙ (�� − �í�) ∙ (�á� − �í�) (25)
� − �í� = ��� ∙ (�� − �í�) ∙ (�á� − �í�) (26)
Manipulando a equação (26), tem-se:
� = �í� + ��� ∙ (�� − �í�) ∙ (�á� − �í�) (27)
Para a representação do lado direito da distribuição, tem-se a Figura 57.
Figura 57 – Distribuição triangular acumulada, lado direito
Fonte: REVISTA DE CIÊNCIAS GERENCIAIS (2012)
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140
Para esse caso, a equação referente ao intervalo em que “x” está localizado pode ser
definida como:
�� ≤ � ≤ �á� ⟹(�á� − �)�
(�á� − ��) ∙ (�á� − �í�) (28)
Considere RN uma variável aleatória dentro do intervalo mostrado na equação (28) e
que corresponde ao lado esquerdo da distribuição triangular em relação ao pico Mp, tem-se:
�� = 1 −(�á� − �)�
(�á� − ��) ∙ (�á� − �í�) (29)
Manipulando a equação (28) de modo semelhante ao realizado para o lado esquerdo,
tem-se:
� = �á� − �(1 − ��) ∙ (�á� − ��) ∙ (�á� − �í�) (30)
Para encontrar o ponto de inflexão da curva triangular, utiliza-se a seguinte equação:
����� ������ã� =�� − �í�
�á� − �í� (31)
Obtidas as equações a serem utilizadas na análise da distribuição triangular, pode-se
alocá-las na planilha do Excel.
A planilha desenvolvida para o Método de Monte Carlo utiliza as equações
demonstradas anteriormente, além da função ALEATORIO(), gerando 2000 números aleatórios
quando a planilha for alimetada com os parâmetros mín, máx e Mp.
Obtendo-se a distribuição triangular de 2000 pontos, pode-se dividir as variáveis
aleatórias em intervalos, para melhor visualização, permitindo-se calcular as frequências
acumulada e relativa dos intervalos. De posse desses dados, traça-se o gráfico da distribuição
aleatória, conforme apresentado na Figura 58.
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141
Figura 58 – Geração do histograma da FDP aleatória
Fonte: REVISTA DE CIÊNCIAS GERENCIAIS (2012)
Para encontrar a curva de distribuição aleatória, deve-se calcular a probabilidade de
ocorrência de cada um dos cenários, dada por P(x=X) e utilizar a função
ORDEM.PERCENTUAL2 do Excel, a fim de obter maior precisão das probabilidades P(x<X)
e P(x>X), conforme mostrado na Figura 59.
Figura 59 – Geração da curva da FDP acumulada e simulação
Fonte: REVISTA DE CIÊNCIAS GERENCIAIS (2012)
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142
Entendido o funcionamento da planilha de geração de distribuição triangular, que serve
de apoio para a aplicação do método, pode-se discutir sobre a planilha de simulação de Monte
Carlo.
De acordo com MACHADO e FERREIRA (2012), a planilha é dimensionada para
permitir até doze variáveis de entrada aleatórias, quatro variáveis auxiliares e duas variáveis de
saída. Para facilitar o processo de simulação, utilizam-se macros que copiam os parâmetros mín,
máx e Mp de cada variável de entrada e transportam esses parâmetros para a planilha de
distribuição triangular aleatória, de modo que todos os cenários obtidos, de cada uma das
entradas, são copiados da planilha de apoio para a planilha de simulação de Monte Carlo.
As variáveis auxiliares servem de apoio para as fórmulas envolvendo as váriáveis de
entrada, manipulando-as e as agrupando em blocos.
Já as variáveis de saída estão vinculadas às variáveis auxiliares e são atreladas aos
histogramas e curvas de distribuição de probabilidade acumulada.
Para melhor compreensão dessa planilha de Monte Carlo, observe a Figura 60.
Figura 60 – Planilha de Simulação de Monte Carlo
Fonte: : REVISTA DE CIÊNCIAS GERENCIAIS (2012)
Como observado na Figura 60, há células reservadas para as entradas, onde cada
variável apresenta os parâmetros mín, máx e Mp. Há também as células reservadas para as
variáveis auxiliares, com fórmulas vinculadas às variáveis de entrada. E, por fim, há as células
agrupadas e reservadas para as variáveis de saída, que determinam os custos e prazos na gestão
de projetos.
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143
8 Valoração do risco
Conforme discutido no Capítulo 3, a análise dos riscos funciona como base para a
tomada de decisão em relação a um investimento, devendo ser efetuada cuidadosamente e
adequada a realidade de cada projeto, garantindo que os riscos sejam identificados e analisados
qualitativamente e quantitativamente, isto é, mostrando qual a sua probabilidade de ocorrência
e qual a influência sobre o projeto e tomada de decisão. Além disso, sua identificação permite
que sejam indicadas medidas de prevenção ou mitigação, garantindo a eficácia do projeto.
A Figura 61 apresenta um fluxograma que remete àquele apresentado na Figura 4, pois
esquematiza as fases do processo de gestão. Contudo, neste, há um resumo das etapas,
mostrando o foco na estimativa dos riscos e sua valoração, que é o assunto a ser tratado neste
capítulo.
Figura 61 - Fases do processo de gestão de risco
Fonte: MENDONÇA (2013)
Seguindo o fluxograma do processo de gestão do risco, observa-se que já foram tratados
em capítulos anteriores os riscos presentes em empreendimentos de geração, medidas que
permitam a mitigação dos riscos e a metodologia a ser empregada para a análise do risco, isto
é, o Método de Monte Carlo.
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144
Cabe a esse capítulo discutir sobre a valoração do risco, isto é, a fase final da avaliação
do risco. De acordo com MENDONÇA (2013), essa fase consiste na comparação do risco com
padrões de referência e estabelecimento do seu grau de aceitabilidade. SCHMITZ, ALENCAR
e VILLAR (2012) afirmam que, com a identificação dos riscos, é possível realizar a estimativa
da probabilidade de ocorrência do risco e seu impacto sobre os objetivos do projeto, de modo
que a avaliação pode ser baseada em dados históricos de projetos anteriores ou avaliações
subjetivas das partes interessadas.
E, como forma de de demonstrar tais características, utiliza-se uma matriz de impacto e
probabilidade, na qual seleciona-se uma das linhas da matriz, que representa o cenário a ser
analisado, e depois preenche com o impacto estimado da dimensão do risco analisado. Para esse
dimensionamento, utilizam-se fatores de escala para expressar a probabilidade do risco
acontecer, como mostra a Tabela 18.
Tabela 18 - Fator de escala para probabilidades de ocorrência de riscos
Fator de escala Significado do fator de escada Probabilidade do risco acontecer
Nula Não existe chance do risco acontecer 0% a 9%
MBx Muito baixa 10% a 29%
Bx Baixa 30% a 49%
Med Média 50% a 69%
Alt Alta 70% a 89%
Malt Muito alta Maior que 90%
Fonte: Adaptado de SCHMITZ, ALENCAR e VILLAR (2012)
De acordo com SCHMITZ, ALENCAR e VILLAR (2012), se um fator de risco se
concretizar, provalmente irá afetar os objetivos de projeto de forma diferenciada. Normalmente,
os objetivos mais considerados nos projetos são: custo, tempo, qualidade, aspecto comercial e
aspecto legal. Dessa forma, citando um exemplo para melhor entendimento, considere um
determinado fator de risco. Este pode ter impacto considerável no custo do projeto, embora não
afete no tempo ou qualidade.
Mas, além de contar com o cálculo da probabilidade e impacto dos riscos, a teoria de
valoração apresenta ainda um processo que exige familiarização com conceitos estatísticos. Isso
acontece porque alguns riscos apresentam dependência entre si, conforme mostrado no Capítulo
5, referente a identificação dos riscos presentes nos empreendimentos de geração.
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145
Como uma forma de mostrar o interrelacionamento entre os riscos, pode-se utilizar os
diagramas de dispersão, que são ferramentas úteis e que permitem examinar os dados em
relação à ocorrência de tendências, isto é, lineares ou não, os agrupamentos de variáveis,
mudanças de espalhamento de uma variável em relação a outra e a ocorrência de valores
discrepantes. Contudo, esse método não mede de forma precisa a intensidade dessa relação, que
em estatística é chamada de correlação.
Antes de se discutir como calcular a correlação, é interessante comentar sobre o conceito
de covariância. Fazendo uma analogia à variância, que um método estatístico que permite
encontrar o desvio padrão, isto é, uma medida de dispersão, a covariância é um método que
permite encontrar o coefiente de correlação, que mede a intensidade de associação entre duas
variáveis aleatórias.
Suponha duas variáveis, X e Y, aleatórias. Para o cálculo da covariância entre essas
variáveis, faz-se uso da seguinte equação:
� (�, �) =∑((�� − ��) ∙ (�� − ��))
� (32)
Onde:
C (X, Y) = covariância entre as variáveis X e Y;
xi e yi = variáveis de um determinado par ordenado;
�� � �� = média das variáveis X e Y, respectivamente;
n = número total de observações.
A covariância é uma estatística que mede a relação linear entre variáveis, pois se pode
observá-la através de um plano cartesiano dividido em quatro quadrantes. Os quadrantes I e III
apresentam covariância de valores negativos, isto é, as variáveis se relacionam inversamente,
pois quando uma cresce, a outra diminui. Mas quando os cenários de pares ordenados se
distribuem ao longo dos quatro quadrantes, com valores positivos e negativos, a soma tende a
zero, de modo que não haja relação linear entre as variáveis.
Contudo, a covariância não é adequada para comparar os graus de relação entre as
variáveis, pois é influenciada pelas unidades de medida de cada variável. Então, para evitar a
influência dessa característica, aplica-se o Coeficiente de Correlação de Pearson, que é dado
pela seguinte equação:
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146
� =� (�, �)
�� ∙ �� (33)
Onde:
ρ = Coeficiente de Correlação de Pearson;
C (X, Y) = covariância entre as variáveis X e Y;
σx e σy = desvio padrão de X e Y.
O Coeficiente de Correlação de Pearson mede a intensidade de uma correlação a partir
da construção do modelo de riscos quantitativos. É um número adimensional, cujo intervalo
varia entre -1 e 1, como afirmam SCHMITZ, ALENCAR e VILLAR (2012) e LIRA (2004).
Essas características implicam nas indicações demonstradas na Tabela 19.
Tabela 19 - Características do Coeficiente de Correlação de Pearson
Coeficiente Indicação
-1
Os pares de valores apresentam perfeita correlação, embora
quando um valor aumenta, o outro diminui. Isto é, os valores
são inversamente correlacionados.
0 Não há correlação entre os componentes de pares de valores
analisados. Isto é, os valores são não correlacionados.
1
Os pares de valores apresentam perfeita correlação, de modo
que quando um valor aumenta, o outro também aumenta.
Isto é, os valores são diretamente correlacionados.
Fonte: Adaptado de SCHMITZ, ALENCAR e VILLAR (2012)
Como se pode observar na Tabela 19, a intensidade da correlação entre os valores
diminui à medida que se aproximam do coefiente nulo. Essa ideia é sumarizada pela Tabela 20,
mostrada por SCHMITZ, ALENCAR e VILLAR (2012), na qual se define o tipo de correlação
a partir do valor obtido no cálculo da equação (33).
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147
Tabela 20 - Sumário de Coeficente de Correlação de Spearman
Coeficiente de Correlação Tipo de correlação
|ρ| = 0 Inexistente
0< |ρ| ≤ 0,30 Fraca
0,30 < |ρ| ≤ 0,70 Moderada
0,70 < |ρ| ≤ 0,99 Forte
|ρ| = 1 Perfeita
Fonte: Adaptado de SCHMITZ, ALENCAR e VILLAR (2012)
Conforme citado por SCHMITZ, ALENCAR e VILLAR (2012), essa análise de
correlação mostra a relação entre as variáveis, através de um número, indicando como essas
variam conjuntamente. E, complementando essa ideia, LIRA (2004) afirma que não há a
necessidade de definir as relações de causa e efeito, isto é, especificar quais variáveis são
dependentes e quais são independentes.
Já dispondo do conhecimento acerca das probabilidades e impactos calculados, pode-se
definir as ações de tratamento do risco a serem executadas, como mostrado no Capítulo 6. Mas,
deve-se ressaltar que neste processo, de identificação de riscos e definição da forma de
tratamento de cada um, é possível encontrar novos fatores de riscos e de atividades que não
faziam parte da análise inicial do plano original, de modo que essas atividades que têm como
objetivo mitigar ou eliminar o risco serão incluídas no plano de projeto de forma determinista.
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148
9 Modelo do risco
Os capítulos anteriores envolvem a pesquisa bibliográfica acerca dos temas de gestão
de projetos, riscos associados aos empreendimentos de geração, metodologias para mitigação
do risco e teoria da metodologia escolhida para a análise do risco, isto é, o Teorema de Monte
Carlo. Dessa forma, obteve-se material que permitisse a composição das descrições realizadas
até o momento. Em continuidade, propõe-se um modelo que analise o risco através de
simulações considerando as propostas apresentadas na literatura.
De acordo com o que foi discutido nos Capítulo 5 e Capítulo 8, os riscos podem
apresentar correlações, de modo que a sua análise deve contemplar tais efeitos, a fim de obter
um resultado correto. Isto é, quando se estuda um risco independente e avalia qual sua influência
sobre o projeto, o cálculo da valoração pode ser feito diretamente sem afetar os resultados finais.
Contudo, quando um risco está associado a outro e a avaliação é considerada e realizada
individulamente, consideram-se duas vezes o mesmo risco, tornando a análise errada e,
consequentemente, obtendo um resultado final diferente do esperado.
Para melhor observar a relação dos riscos discutidos no Capítulo 5 entre si, montou-se
uma planilha na qual demonstra quais são correlacionados, de modo que essa definição foi
realizada a partir da descrição de cada um dos riscos e seus fatores de influência. Tal resultado
é mostrado na Figura 62.
Figura 62 - Correlação entre os riscos
Fonte: Confecção própria (2017)
Como foi mostrado no Capítulo 8, a correlação entre os riscos é feita analisando duas
variáveis distintas de modo a obter sua covariância, isto é, o grau de relacionamento entre as
variáveis.
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149
De acordo com a Figura 62, alguns dos riscos podem estar relacionados a dois ou três
tipos de riscos diferentes. Por essa razão, tomou-se a decisão de escolher um determinado risco
como base para analisar sua influência sobre os demais a ele associados, como mostra a Tabela
21.
Tabela 21 - Definição para correlação entre riscos
Risco Base Risco Associado
Risco de Insumo Risco Estrutural
Risco de Insumo Risco de Contratação
Risco de Insumo Risco de Submercado
Risco Político Regulatório Risco País
Risco de Licenciamento Ambiental Risco de Conclusão
Risco País Risco de Conclusão
Risco Político Regulatório Risco de Conclusão
Risco Ambiental Risco de Licenciamento Ambiental
Risco Estrutural Risco de Licenciamento Ambiental
Risco Político Regulatório Risco de Licenciamento Ambiental
Risco de Contratação Risco de Mercado
Risco de Submercado Risco de Contratação
Risco de Mercado Risco Financeiro e Econômico
Risco de Crédito Risco Financeiro e Econômico
Risco País Risco de Crédito
Risco Estrutural Risco de Conclusão
Risco Estrutural Risco de Contratação
Fonte: Confecção própria (2017)
Como resultado da correlação entre os riscos, considerando uma distribuição aleatória
de 2000 cenários, tem-se a Tabela 22.
Tabela 22 – Análise da correlação entre os riscos
RISCOS ANALISADOS NA
CORRELAÇÃO VALOR INDICAÇÃO
TIPO DE
CORRELAÇÃO
Correlação entre Risco de Insumo e Risco
Estrutural -0,009531949 Correlação Inversa Fraca
Correlação entre Risco de Insumo e Risco de
Contratação 0,01994528 Correlação Direta Fraca
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150
Continuação da Tabela 22 – Análise da correlação entre os riscos
Correlação entre Risco de Submercado e Risco
de Contratação 0,040726851 Correlação Direta Fraca
Correlação entre Risco Político Regulatório e
Risco País 0,002804036 Correlação Direta Fraca
Correlação entre Risco Político Regulatório e
Risco de Conclusão -0,006542899 Correlação Inversa Fraca
Correlação entre Risco Político Regulatório e
Risco de Licenciamento Ambiental 0,030583907 Correlação Direta Fraca
Correlação entre Risco de Licenciamento
Ambiental e Risco de Conclusão 0,023048863 Correlação Direta Fraca
Correlação entre Risco País e Risco de
Conclusão -0,002946986 Correlação Inversa Fraca
Correlação entre Risco País e Risco de Crédito 0,022953461 Correlação Direta Fraca
Correlação entre Risco Ambiental e Risco de
Licenciamento Ambiental 0,045615118 Correlação Direta Fraca
Correlação entre Risco Estrutural e Risco de
Licenciamento Ambiental 0,020705913 Correlação Direta Fraca
Correlação entre Risco Estrutural e Risco de
Conclusão -0,053638208 Correlação Inversa Fraca
Correlação entre Risco Estrutural e Risco de
Contratação 0,014002682 Correlação Direta Fraca
Correlação entre Risco de Mercado e Risco
Financeiro e Econômico 0,007889336 Correlação Direta Fraca
Correlação entre Risco de Mercado e Risco de
Contratação 0,009742027 Correlação Direta Fraca
Correlação entre Risco de Submercado e Risco
de Contratação 0,040726851 Correlação Inversa Fraca
Correlação entre Risco de Crédito e Risco
Financeiro e Econômico -0,031837266 Correlação Inversa Fraca
Fonte: Confecção própria (2017)
A Tabela 22 mostra que os riscos associados a empreendimentos de geração estão
correlacionados, de modo que a cada geração de novos cenários de análise, esse nível pode
variar, bem como a indicação.
Como resultado dos 2000 cenários gerados nesta análise, observou-se que as correlações
entre cada par de variáveis é fraca, isto é, não há muita influência de um risco sobre o outro.
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151
Desse resultado, pode-se dizer que é um cenário onde riscos de perdas devido ao grau de
correlação são baixos.
Visto isso, pode-se simular os cenários para a análise de risco de cada um dos
empreendimentos de geração analisados neste trabalho.
Para a simulação de Monte Carlo em Excel, comenta-se no Capítulo 7 que é necessária
a escolha de variáveis aleatórias e variáveis de saída, de modo que estas estão vinculadas
àquelas através de fórmulas.
As células de entrada E1...E12 são referentes aos riscos discutidos no Capítulo 5 e foram
alimentadas aleatoriamente, através da função ALEATORIO(), com os parâmetros mín, máx e
Mp relacionados a possíveis influências sobre o projeto, considerando condições adversas.
Mas veja, as células de entrada E1...E12 são resultados da aplicação da fórmula
ALEATÓRIO() para a geração de cenários base, de modo que cada parâmetro apresenta um
valor base que é comparado ao valor do ponto de inflexão obtido na equação (31). Melhor
demonstrando, têm-se as seguintes fórmulas aplicadas:
�1���� = ��������() (34)
�1 = �� ��1����
≤ (����� �� ������ã�); �í�
+ ��1���� ∙ (�� − �í�) ∙ (�á� − �í�); �á�
− �(1 − �1����) ∙ (�á� − ��) ∙ (�á� − �í�)�
(35)
As equações (34) e (35) são as mesmas aplicadas às demais variáveis de entrada,
mudando apenas o número da variável, uma vez que este está associado a riscos distintos.
Já as células referentes às variáveis auxiliares A1...A4 foram escolhidas de modo a
analisar como os riscos específicos influenciam sobre a saída. Para tal, alimentou-se tais
variáveis com fórmulas que permitem ao Excel delinear o caminho crítico através da função
“MÁXIMO”. Os riscos escolhidos para a análise de influência foram:
Risco de insumo;
Risco de licenciamento ambiental;
Risco de conclusão;
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152
Risco de contratação.
Por fim, as variáveis de saída S1 e S2 adotadas respectivamente foram:
Preço de Contratação da Energia;
Prazo de Entrega do Projeto
A Figura 63 permite observar os riscos precedentes ou sucessores associados às etapas
de um projeto, desde o planejamento até a operação. Na figura também pode ser observadas
quais variáveis foram escolhidas como auxiliares e como saída, facilitando a inserção das
fórmulas e posterior visualização e entendimento das mesmas.
Figura 63 - Fluxograma dos riscos existentes em projetos de geração
Fonte: Confecção própria (2017)
Da Figura 63, têm-se algumas explicações sobre como cada um dos riscos estão
associados às variáveis de saída analisadas:
O Preço de Contratação de Energia está associado diretamente aos riscos de insumo,
submercado e estrutural. Para a geração de energia, é necessária a existência de uma
quantidade mínima insumo, que dada a imprevisibilidade climática, pode prejudicar a
contratação de energia no mercado.
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153
Deve-se ainda ressaltar que para que exista transações de importação ou exportação de
energia, considerando que há um cenário pessimista de geração ou a oferta de energia a
um preço mais baixo em um subsistema do que em outro, os limites de estabilidade do
sistema deve ser respeitada, assim como as condições da linha de transmissão, pois
quando há uma situação restrição, o limite de energia que pode ser transportado diminui.
Quanto às estruturas de projeto, supondo a quebra de um equipamento ou a sua
manutenção preventiva, esse cenário faz com que a usina deixe de gerar energia, de
maneira total ou parcial. Dentro desse contexto, o projeto pode não atender a demanda
do sistema, sendo necessária a importação de outras geradoras para cumprir os
contratos.
O Prazo de Entrega do Projeto está associado diretamente aos riscos de conclusão e
licenciamento ambiental, sendo cada um dos riscos dependentes de outros riscos.
Para a conclusão do projeto, são necessários recursos para o pagamento de mão de obra,
materiais e equipamentos, de modo que as transações financeiras dos investidores são
de extrema importância para que o processo não paralise.
Além disso, a dependência de equipamentos, materiais ou tecnologias, quando
importados, demandam tempo devido ao departamento de compras, com negociações
de preços, e devido à mobilidade.
Além disso, para que o projeto seja autorizado para a sua construção e posterior
operação de suas atividades, são necessárias diversas análises dos impactos ambientais
e da probabilidade de ocorrência de acidentes graves que coloquem em risco a segurança
da sociedade, de modo que qualquer irregularidade ou mudança no projeto faz com que
todo o procedimento para obter a documentação seja reiniciada. Além disso, as
condições políticas e regulatórias do país podem causar impactos nos projetos através
da documentação ou em condições de impasses judiciais, como aqueles referentes à
localização do projeto.
Visto como cada risco influencia em cada uma das variáveis adotadas como auxiliares
e, consequentemente, nas saídas, através do fluxograma, pode-se comentar sobre as fórmulas
que relacionam os riscos.
As entradas de E1 a E12 são nomeadas de acordo com os riscos analisados, como mostra
a Tabela 23.
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154
Tabela 23 – Identificação das variáveis de entrada
Entrada Identificação
E1 Risco de Insumo
E2 Risco Ambiental
E3 Risco Estrutural
E4 Risco de Licenciamento Ambiental
E5 Risco Financeiro e Econômico
E6 Risco de Crédito
E7 Risco de Conclusão
E8 Risco País
E9 Risco Político Regulatório
E10 Risco de Mercado
E11 Risco de Contratação
E12 Risco de Submercado
Fonte: Confecção própria (2017)
Da Figura 63, tira-se as seguintes equações para cada um dos 2000 cenários:
�1� = �11� + �1� + �12� + �5� + �Á����(�6; �8; �10) (36)
�2� = �7� + �4� + �Á����(�2�; �3�; ����(�8�: �9�)) + �5�
+ �Á����(�6; �8; �10) (37)
As equações (36) e (37) são resultados dos valores obtidos em (34) e (35) para cada
variável em cada um dos cenários criados. Vale ressaltar que sendo as variáveis de entrada e os
parâmetros que alimentam cada uma das entradas valores que representam riscos, a saída
também é um risco. Isto é, a saída S1 é Risco de Preço de Contratação de Energia, enquanto
S2, Risco de Prazo do Projeto.
Por fim, essas saídas apresentam informações agrupadas em um histograma com uma
curva de densidade de probabilidade acumulada, na qual pode-se identificar a probabilidade de
um valor estar situado acima ou abaixo de um intervalo de confiança escolhido, como mostram
as Figura 64 e Figura 65.
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155
Figura 64 – Modelo com a definição das variáveis de entrada, auxiliares e de saída
Fonte: Confecção própria (2016)
Figura 65 – Modelo com a análise dos dados para preenchimento do
histograma e curva de densidade de probabilidade
Fonte: Confecção própria (2017)
Para melhor visualizar o risco, adotou-se ainda uma outra maneira, que considera as
saídas em valores que representam riscos e os parâmetros nas unidades de cada uma das saídas,
embora as fórmulas aplicadas sejam semelhantes a (36) e (37). Isto é, para o Preço de
Contratação de Energia, consideram-se os valores de piso (mín) e teto (máx) para cada uma das
fontes de energia, além de um valor mais provável (Mp), em R$/MWh, enquanto para o Prazo
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
156
de Projeto, consideram-se os parâmetros em anos para cada tipo de empreendimento. Por fim,
os demais processos de construção do histograma e traçado da curva de densidade de
probabilidade acumulada são semelhantes aos aplicados a análise da saída na metodologia
anterior.
Considerando os resultados obtidos das equações (36) e (37) para as saídas Preço de
Contratação de Energia, em R$/MWh, e Prazo do Projeto, em anos ou meses, fez-se uma análise
comparativa entre um determinado intervalo de valores especificado pelo usuário do modelo
com os cenários otimista e pessimista, que foram determinados como valores mín e máx. De
posse desses valores, calcula-se a frequência de ocorrência do inteervalo determinado para obter
sua probabilidade de ocorrência. Por fim, já com posse de todos os dados, quantifica-se o risco
na matriz de risco, como mostra a Figura 66.
Figura 66 – Modelo de análise dos resultados e matriz de risco
Fonte: Confecção própria (2017)
Como forma de visualizar a probabilidade e a consequência do risco, utiliza-se de uma
matriz de riscos, na qual a cor verde indica que é necessário apenas o controle do risco, a fim
de garantir que não aumente. Já o amarelo representa a necessidade de monitoramento ativo e
redução do risco em atividades ou setores possíveis e, no caso do aumento, há a adoção de uma
resposta. Por fim, o vermelho indica que é necessária adoção de medidas que reduzam a
ocorrência do risco ou adoção de novas abordagens.
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157
A inclinação das retas que separam as cores da matriz varia de acordo com o perfil do
investidor em relação ao risco, isto é, podendo ser mais conservador ou liberal ao risco. Quando
um investidor apresenta maior aversão ao risco, a inclinação é menor e mais cura, uma vez que
procura-se ter o menor impacto possível nos objetivos do projeto, embora sua probabilidade de
ocorrência seja alta. Enquanto para um investidor com menor aversão ao risco, a inclinação é
maior e mais longa, pois permite-se um impacto maior quando a sua probabilidade de
ocorrência é menor. Neste caso, o investidor apresenta também maiores chances de seu projeto
ter impactos pequenos e com probabilidade moderada a alta.
Para este trabalho, adotou-se um perfil de investidor com aversão moderada ao risco,
cujos limites de probabilidade e de impacto são apresentados nas Tabelas 24 e 25,
respectivamente.
Tabela 24 – Intervalos utilizados para caracterização da probabilidade
Fator de escala Probabilidade do risco
Muito baixa 0% a 29%
Baixa 30% a 49%
Moderada 50% a 69%
Alta 70% a 89%
Muito Alta Superior a 90%
Fonte: Confecção própria (2017)
Tabela 25 – Intervalos utilizados para caracterização da probabilidade
Fonte: Confecção própria (2017)
Fator de escala Impacto do risco
Sem impacto Inferior ao parâmetro de mín
Leve mín a 1,2*mín
Médio 1,2*mín a 0,8*máx
Grave 0,8*máx a máx
Gravíssimo Superior ao parâmetro máx
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
158
10 Análise experimental e Resultados
O modelo foi aplicado em conjuntos de dados aleatórios fictícios a fim de apresentar os
resultados. Para tal, utilizaram-se os parâmetros listados e explicados anteriormente. Contudo,
na análise das saídas Preço de Contratação de Energia, em R$/MWh, e Prazo do Projeto, em
anos ou meses, utilizaram-se de dados reais a fim de tornar melhor a precisão.
O modelo é aplicado nos três tipos de empreendimentos de geração analisados neste
trabalho e considerando cenários otimista e pessimista como forma de visualizar a influência
do risco.
10.1 Análise experimental em Empreendimentos de Geração Eólica
Os valores utilizados para ilustrar o modelo foram gerados aleatoriamente como
mostrou o Capítulo 9, referente ao modelo adotado, e formaram um banco de dados fictícios
(ver Apêndice A, Apêndice B e Apêndice C). Os valores do risco que derivaram do processo
de análise do projeto estão apresentados na Tabela 26 e Figura 67 e Figura 68, porém é possível
observar a origem desses valores nas simulações, que estão disponíveis nos Apêndices.
Tabela 26 – Riscos no Preço de Contratação de Energia de
Hidrelétricas e no Prazo do Projeto de Usinas Eólicas
Máx(S1) 3,864655358 Máx(S2) 4,741822176
Mín(S1) 1,547989322 Mín(S2) 1,707561772
Máx(S1) - Mín(S1) 2,316666036 Máx(S2) - Mín(S2) 3,034260404
Incremento 0,057916651 Incremento 0,07585651
INTERVALO FREQ. ACUMADA FREQ. RELATIVA P(x<X) P(x>X) INTERVALO FREQ. ACUMADA FREQ. RELATIVA P(x<X) P(x>X)
1,547989322 1 1 0,000574383 0,999425617 1,707561772 1 1 0,000865801 0,999134199
1,605905972 2 1 0,001148765 0,998851235 1,783418282 2 1 0,001731602 0,998268398
1,663822623 5 3 0,002871913 0,997128087 1,841334933 4 2 0,003463203 0,996536797
1,721739274 13 8 0,007466973 0,992533027 1,899251584 7 3 0,006060606 0,993939394
1,779655925 21 8 0,012062033 0,987937967 1,957168235 13 6 0,011255411 0,988744589
1,837572576 29 8 0,016657094 0,983342906 2,015084886 22 9 0,019047619 0,980952381
1,895489227 48 19 0,027570362 0,972429638 2,073001537 28 6 0,024242424 0,975757576
1,953405878 77 29 0,044227455 0,955772545 2,130918188 34 6 0,029437229 0,970562771
2,011322529 107 30 0,061458932 0,938541068 2,188834839 48 14 0,041558442 0,958441558
2,06923918 149 42 0,085582998 0,914417002 2,24675149 62 14 0,053679654 0,946320346
2,127155831 200 51 0,114876508 0,885123492 2,304668141 87 25 0,075324675 0,924675325
2,185072481 270 70 0,155083285 0,844916715 2,362584792 108 21 0,093506494 0,906493506
2,242989132 344 74 0,197587593 0,802412407 2,420501442 147 39 0,127272727 0,872727273
2,300905783 431 87 0,247558874 0,752441126 2,478418093 202 55 0,174891775 0,825108225
2,358822434 514 83 0,295232625 0,704767375 2,536334744 259 57 0,224242424 0,775757576
2,416739085 636 122 0,365307295 0,634692705 2,594251395 318 59 0,275324675 0,724675325
2,474655736 751 115 0,431361287 0,568638713 2,652168046 376 58 0,325541126 0,674458874
2,532572387 862 111 0,495117748 0,504882252 2,710084697 453 77 0,392207792 0,607792208
2,590489038 997 135 0,572659391 0,427340609 2,768001348 527 74 0,456277056 0,543722944
2,648405689 1125 128 0,646180356 0,353819644 2,825917999 608 81 0,526406926 0,473593074
2,70632234 1255 130 0,720850086 0,279149914 2,88383465 689 81 0,596536797 0,403463203
2,764238991 1377 122 0,790924756 0,209075244 2,941751301 792 103 0,685714286 0,314285714
2,822155641 1487 110 0,854106835 0,145893165 2,999667952 876 84 0,758441558 0,241558442
2,880072292 1574 87 0,904078116 0,095921884 3,057584602 963 87 0,833766234 0,166233766
2,937988943 1655 81 0,950603102 0,049396898 3,115501253 1062 99 0,919480519 0,080519481
2,995905594 1741 86 1 0 3,173417904 1155 93 1 0
S1: RISCO NO PREÇO DE CONTRATAÇÃO DE ENERGIA S2: RISCO NO PRAZO DE PROJETO
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
159
Figura 67 – Histograma e curva de densidade de probabilidade do
Risco de Preço de Contratação de Energia pela Usina Eólica
Figura 68 – Histograma e curva de densidade de probabilidade do
Risco de Projeto de Usina Eólica
Da Tabela 22, observa-se que o risco estrutural influencia diretamente e sobre o risco
de contratação de energia, bem como o risco de insumo, que afetam diretamente no preço da
energia. O mesmo raciocínio é desenvolvido para o risco de licenciamento, que influencia
diretamente sobre o risco de conclusão, que afeta no prazo do projeto.
Acrescentando mais informações ao que foi exposto, da teoria sobre as Centrais de
Geração Eólica, exposta no Capítulo 4, e no Capítulo 5, na seção 5.1.1, referente ao insumo
eólico, tem-se que o vento apresenta grande imprevisibilidade, de modo que, como pode ser
observado na Figura 67, o risco de contratação de energia aumenta a medida que os riscos de
insumo e de submercado aumentam.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1,5
479
89
322
1,6
059
05
972
1,6
638
22
623
1,7
217
39
274
1,7
796
55
925
1,8
375
72
576
1,8
954
89
227
1,9
534
05
878
2,0
113
22
529
2,0
692
39
18
2,1
271
55
831
2,1
850
72
481
2,2
429
89
132
2,3
009
05
783
2,3
588
22
434
2,4
167
39
085
2,4
746
55
736
2,5
325
72
387
2,5
904
89
038
2,6
484
05
689
2,7
063
22
34
2,7
642
38
991
2,8
221
55
641
2,8
800
72
292
2,9
379
88
943
2,9
959
05
594
Pro
ba
bil
ida
de
Freq
uên
cia
Risco no preço de contratação de energia
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1,7
07
561
77
2
1,7
83
418
28
2
1,8
41
334
93
3
1,8
99
251
58
4
1,9
57
168
23
5
2,0
15
084
88
6
2,0
73
001
53
7
2,1
30
918
18
8
2,1
88
834
83
9
2,2
46
75
14
9
2,3
04
668
14
1
2,3
62
584
79
2
2,4
20
501
44
2
2,4
78
418
09
3
2,5
36
334
74
4
2,5
94
251
39
5
2,6
52
168
04
6
2,7
10
084
69
7
2,7
68
001
34
8
2,8
25
917
99
9
2,8
83
83
46
5
2,9
41
751
30
1
2,9
99
667
95
2
3,0
57
584
60
2
3,1
15
501
25
3
3,1
73
417
90
4
Pro
ba
bil
ida
de
Freq
uên
cia
Risco no prazo do projeto
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
160
No Capítulo 5, na seção 5.2, referente aos riscos ambientais na parte dos impactos
causados pelas Usinas Eólicas, comenta-se que essa forma de energia é uma fonte renovável,
contudo, apresenta ruídos, impactos visuais e diminuição da biodiversidade através da
mortalidade de pássaros. Desse modo, observa-se que esses fatores influenciam diretamente no
risco de licenciamento ambiental, podendo atrasar a conclusão do projeto. Isto é, como mostra
a Figura 68, o risco no prazo do projeto aumenta a medida que os riscos de licenciamento
ambiental e de conclusão aumentam.
Considerando os riscos obtidos em cada saída ao longo dos 2000 cenários, obteve-se
sua multiplicação pelos parâmetros reais a fim de melhor visualizar o risco. As análises foram
divididas de acordo com o tipo de análise, isto é, otimista e pessimista.
10.1.1 Análise otimista
Considerando o cenário do leilão de energia de reserva ocorrido em 2015, de acordo
com G1 ECONOMIA (2015), foi estabelecido que o preço teto era 213 R$/MWh e o preço
médio, 203,45 R$/MWh. Então, adotou-se como valor mínimo 190 R$/MWh apenas para fins
de cálculo.
Considerando ainda que o prazo de construção de uma usina eólica é normalmente 6-18
meses, dependendo do tamanho do parque, como afirma PACIFIC HYDRO (2006),
considerou-se um parque eólico de médio porte, definindo como prazo mínimo 12 meses. Dessa
forma, escolheu-se como valor mais provável Mp um valor baixo e próximo a 12 meses, dada
as condições favoráveis a construção, a eficiência das empresas contratadas no fornecimento
de máquinas e materiais e processos corretos ao longo da obtenção das documentações de
licença ambiental.
Com os cenários de Preço de Contratação de Energia, obtiveram-se os resultados
disponíveis no Apêndice D, que permitiram a montagem da Tabela 27 e da Figura 69.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
161
Tabela 27 – Preço de Contratação de Energia (R$/MWh) em
Cenário Otimista para Centrais de Geração Eólica
Figura 69 – Histograma do Preço de Energia em Cenário Otimista
para Centrais de Geração Eólica
Máx(S1) 191,3447946
Mín(S1) 190,843046
Máx(S1) - Mín(S1) 0,501748539
Incremento 0,012543713
INTERVALO FREQ. ACUMADA FREQ. RELATIVA P(x<X) P(x>X)
190,843046 1 1 0,00050025 0,99949975
190,8555897 5 4 0,002501251 0,997498749
190,8681335 8 3 0,004002001 0,995997999
190,8806772 9 1 0,004502251 0,995497749
190,8932209 15 6 0,007503752 0,992496248
190,9057646 24 9 0,012006003 0,987993997
190,9183083 40 16 0,020010005 0,979989995
190,930852 57 17 0,028514257 0,971485743
190,9433957 79 22 0,03951976 0,96048024
190,9559395 108 29 0,054027014 0,945972986
190,9684832 141 33 0,070535268 0,929464732
190,9810269 186 45 0,093046523 0,906953477
190,9935706 240 54 0,12006003 0,87993997
191,0061143 312 72 0,156078039 0,843921961
191,018658 388 76 0,194097049 0,805902951
191,0312017 467 79 0,233616808 0,766383192
191,0437454 552 85 0,276138069 0,723861931
191,0562892 673 121 0,336668334 0,663331666
191,0688329 782 109 0,391195598 0,608804402
191,0813766 910 128 0,455227614 0,544772386
191,0939203 1023 113 0,511755878 0,488244122
191,106464 1136 113 0,568284142 0,431715858
191,1190077 1250 114 0,625312656 0,374687344
191,1315514 1361 111 0,68084042 0,31915958
191,1440952 1462 101 0,731365683 0,268634317
191,1566389 1573 111 0,786893447 0,213106553
191,1691826 1652 79 0,826413207 0,173586793
191,1817263 1723 71 0,861930965 0,138069035
191,19427 1789 66 0,894947474 0,105052526
191,2068137 1838 49 0,91945973 0,08054027
191,2193574 1886 48 0,943471736 0,056528264
191,2319012 1928 42 0,964482241 0,035517759
191,2444449 1946 18 0,973486743 0,026513257
191,2569886 1964 18 0,982491246 0,017508754
191,2695323 1978 14 0,989494747 0,010505253
191,282076 1988 10 0,994497249 0,005502751
191,2946197 1994 6 0,997498749 0,002501251
191,3071634 1997 3 0,9989995 0,0010005
191,3197071 1999 2 1 0
191,3322509 1999 0 1 0
191,3447946 1999 0 1 0
S1: PREÇO DE CONTRATAÇÃO DE ENERGIA
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
162
Dadas as condições de instalação do parque eólico em um local com grande
disponibilidade de ventos, sem a presença de obstáculos que possam reduzir sua velocidade,
observa-se que para um preço de energia equivalente a 191 R$/MWh, o risco assumido pelo
empreendimento é de 13,6%, o que demonstra ser um risco muito baixo e o impacto do preço
na contratação da energia é leve. Em condições de grande geração de energia a partir de eólicas,
pode-se afirmar que é possível o submercado apresentar oferta e exportar para outros
submercados o excedente, garantindo lucros, apesar de pequenos devido ao custo da energia ser
próximo ao valor piso, referente a custos de manutenção e de geração. Outra forma de observar
o impacto do risco de insumo e de submercado no Preço de Contratação de Energia está
representada na Figura 70, referente à matriz de impacto.
Figura 70 – Matriz de risco do Preço de Contratação de Energia em
Cenário Otimista para Centrais de Geração Eólica
Com os cenários de Prazo do Projeto, obtiveram-se os resultados disponíveis no
Apêndice D, que permitiram a montagem da Tabela 28 e da Figura 71.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
163
Tabela 28 – Prazo do Projeto (meses) em
Cenário Otimista para Centrais de Geração Eólica
Figura 71 – Histograma do Prazo do Projeto em Cenário Otimista
para Centrais de Geração Eólica
Máx(S2) 13,68674044
Mín(S2) 13,01219418
Máx(S2) - Mín(S2) 0,674546255
Incremento 0,016863656
INTERVALO FREQ. ACUMADA FREQ. RELATIVA P(x<X) P(x>X)
13,01219418 1 1 0,00050025 0,99949975
13,02905784 2 1 0,0010005 0,9989995
13,0459215 4 2 0,002001001 0,997998999
13,06278515 5 1 0,002501251 0,997498749
13,07964881 11 6 0,005502751 0,994497249
13,09651246 19 8 0,009504752 0,990495248
13,11337612 27 8 0,013506753 0,986493247
13,13023978 34 7 0,017008504 0,982991496
13,14710343 48 14 0,024012006 0,975987994
13,16396709 67 19 0,033516758 0,966483242
13,18083075 93 26 0,046523262 0,953476738
13,1976944 134 41 0,067033517 0,932966483
13,21455806 179 45 0,089544772 0,910455228
13,23142172 253 74 0,126563282 0,873436718
13,24828537 321 68 0,16058029 0,83941971
13,26514903 400 79 0,20010005 0,79989995
13,28201268 480 80 0,24012006 0,75987994
13,29887634 592 112 0,296148074 0,703851926
13,31574 693 101 0,346673337 0,653326663
13,33260365 814 121 0,407203602 0,592796398
13,34946731 930 116 0,465232616 0,534767384
13,36633097 1058 128 0,529264632 0,470735368
13,38319462 1173 115 0,586793397 0,413206603
13,40005828 1290 117 0,645322661 0,354677339
13,41692194 1380 90 0,690345173 0,309654827
13,43378559 1477 97 0,738869435 0,261130565
13,45064925 1546 69 0,773386693 0,226613307
13,46751291 1622 76 0,811405703 0,188594297
13,48437656 1696 74 0,848424212 0,151575788
13,50124022 1760 64 0,88044022 0,11955978
13,51810387 1815 55 0,907953977 0,092046023
13,53496753 1852 37 0,926463232 0,073536768
13,55183119 1883 31 0,941970985 0,058029015
13,56869484 1909 26 0,954977489 0,045022511
13,5855585 1940 31 0,970485243 0,029514757
13,60242216 1967 27 0,983991996 0,016008004
13,61928581 1978 11 0,989494747 0,010505253
13,63614947 1989 11 0,994997499 0,005002501
13,65301313 1994 5 0,997498749 0,002501251
13,66987678 1999 5 1 0
13,68674044 1999 0 1 0
S2: PRAZO DO PROJETO
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
164
Para as condições de licenciamento ambiental, cujos requisitos foram atendidos
perfeitamente pelo projeto, e condições de suprimento de equipamentos e materiais atendidas
em tempo hábil e mão de obra eficiente, observa-se que para o projeto estar totalmente
finalizado em aproximadamente 13,2 meses. De modo que o risco assumido pelo
empreendimento de entregar em um prazo superior é de 93%, o que demonstra ser um risco
muito alto e o impacto do prazo de conclusão no fornecimento de energia é leve, pois o prazo
máximo de acordo com o gráfico é aproximadamente 13,7 meses, o que não representa grandes
prejuízos para os investidores através do pagamento de multas. Outra forma de observar o
impacto do risco de licenciamento ambiental e de conclusão no Prazo de Conclusão está
representada na Figura 72, referente à matriz de impacto.
Figura 72 – Matriz de risco do Prazo de Projeto em
Cenário Otimista para Centrais de Geração Eólica
10.1.2 Análise pessimista
Visto os valores de piso e teto da energia elétrica obtida para centrais eólicas,
considerou-se como valor mais provável Mp um valor elevado na contratação da energia,
próximo ao teto, visto que as condições climáticas estão desfavoráveis à geração de energia e o
parque eólico está localizado em uma região com obstáculos e rugosidades, que atrapalham na
circulação de vento, diminuindo sua velocidade.
Considerando o prazo normal de construção de uma usina eólica já citado, considerou-
se como valor mais provável Mp um valor alto, prómixo ao máx, dada as condições
desfavoráveis a construção, tais como problemas na obtenção dos documentos de licença
ambiental, devido aos impactos que a usina causa ao ambiente no sentido de sombras das hélices
e diminuição da biodiversidade, além da dificuldade nas negociações de preços e logística para
recebimento de máquinas e materiais e a mão de obra não ser especializada.
Com os cenários de Preço de Contratação de Energia, obtiveram-se os resultados
disponíveis no Apêndice E, que permitiram a montagem da Tabela 29 e da Figura 73.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
165
Tabela 29 – Preço de Contratação de Energia (R$/MWh) em
Cenário Pessimista para Centrais de Geração Eólica
Figura 73 – Histograma do Preço de Energia em Cenário Pessimista
para Centrais de Geração Eólica
Máx(S1) 194,3576325
Mín(S1) 192,7317814
Máx(S1) - Mín(S1) 1,625851088
Incremento 0,040646277
INTERVALO FREQ. ACUMADA FREQ. RELATIVA P(x<X) P(x>X)
192,7317814 1 1 0,0005 0,9995
192,7724276 5 4 0,0025 0,9975
192,8130739 8 3 0,004 0,996
192,8537202 9 1 0,0045 0,9955
192,8943665 15 6 0,0075 0,9925
192,9350128 24 9 0,012 0,988
192,975659 40 16 0,02 0,98
193,0163053 57 17 0,0285 0,9715
193,0569516 79 22 0,0395 0,9605
193,0975979 108 29 0,054 0,946
193,1382441 141 33 0,0705 0,9295
193,1788904 186 45 0,093 0,907
193,2195367 240 54 0,12 0,88
193,260183 312 72 0,156 0,844
193,3008292 388 76 0,194 0,806
193,3414755 467 79 0,2335 0,7665
193,3821218 552 85 0,276 0,724
193,4227681 673 121 0,3365 0,6635
193,4634144 782 109 0,391 0,609
193,5040606 910 128 0,455 0,545
193,5447069 1023 113 0,5115 0,4885
193,5853532 1136 113 0,568 0,432
193,6259995 1250 114 0,625 0,375
193,6666457 1361 111 0,6805 0,3195
193,707292 1462 101 0,731 0,269
193,7479383 1573 111 0,7865 0,2135
193,7885846 1652 79 0,826 0,174
193,8292309 1723 71 0,8615 0,1385
193,8698771 1789 66 0,8945 0,1055
193,9105234 1838 49 0,919 0,081
193,9511697 1886 48 0,943 0,057
193,991816 1928 42 0,964 0,036
194,0324622 1946 18 0,973 0,027
194,0731085 1964 18 0,982 0,018
194,1137548 1978 14 0,989 0,011
194,1544011 1988 10 0,994 0,006
194,1950473 1994 6 0,997 0,003
194,2356936 1997 3 0,9985 0,0015
194,2763399 1999 2 0,9995 0,0005
194,3169862 1999 0 0,9995 0,0005
194,3576325 2000 1 1 0
S1: PREÇO DE CONTRATAÇÃO DE ENERGIA
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
166
Para as condições hidrológicas e de suprimento em análise, observa-se que, o valor mais
provável Mp elevado faz com que o preço de liquidação da energia aumente. Desse modo,
assumindo um valor de 194 R$/MWh, o risco assumido pelo empreendimento é de 3,3%, que
é muito baixo. Isto é, essas são as chances do gerador oferecer energia a um preço superior ao
especificado. Considerando as condições de variabilidade climática, com período sem grande
circulação de massas de ar na região de instalação da central eólica e a presença de obstáculos
que diminuem a velocidade, esse cenário influencia no preço da energia, fazendo com que o
cliente esteja exposto a 5% de risco, sofrendo um impacto elevado, assim como o agente
gerador. Isso acontece porque nessas condições de suprimento, o stakeholder pode não
conseguir atender à carga, fazendo com o que o cliente fique sem energia. Dessa forma, torna-
se necessário completento da produção do agente gerador com a mesma ou outra fonte geração
importada de outro agente, pagando o valor a PLD.
Outra forma de observar o impacto do risco de insumo e de submercado no Preço de
Contratação de Energia está representada na Figura 74, referente à matriz de impacto.
Figura 74 – Matriz de risco do Preço de Contratação de Energia em
Cenário Pessimista para Centrais de Geração Eólica
Com os cenários de Prazo do Projeto, obtiveram-se os resultados disponíveis no
Apêndice E, que permitiram a montagem da Tabela 30 e da Figura 75.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
167
Tabela 30 – Prazo do Projeto (meses) em
Cenário Pessimista para Centrais de Geração Eólica
Figura 75 – Histograma do Prazo do Projeto em
Cenário Pessimista para Centrais de Geração Eólica
Máx(S2) 16,1316534
Mín(S2) 14,47935927
Máx(S2) - Mín(S2) 1,652294134
Incremento 0,041307353
INTERVALO FREQ. ACUMADA FREQ. RELATIVA P(x<X) P(x>X)
14,47935927 1 1 0,0005 0,9995
14,52066662 2 1 0,001 0,999
14,56197397 4 2 0,002 0,998
14,60328133 5 1 0,0025 0,9975
14,64458868 11 6 0,0055 0,9945
14,68589603 19 8 0,0095 0,9905
14,72720339 27 8 0,0135 0,9865
14,76851074 34 7 0,017 0,983
14,80981809 48 14 0,024 0,976
14,85112545 67 19 0,0335 0,9665
14,8924328 93 26 0,0465 0,9535
14,93374015 134 41 0,067 0,933
14,97504751 179 45 0,0895 0,9105
15,01635486 253 74 0,1265 0,8735
15,05766221 321 68 0,1605 0,8395
15,09896957 400 79 0,2 0,8
15,14027692 480 80 0,24 0,76
15,18158428 592 112 0,296 0,704
15,22289163 693 101 0,3465 0,6535
15,26419898 814 121 0,407 0,593
15,30550634 930 116 0,465 0,535
15,34681369 1058 128 0,529 0,471
15,38812104 1173 115 0,5865 0,4135
15,4294284 1290 117 0,645 0,355
15,47073575 1380 90 0,69 0,31
15,5120431 1477 97 0,7385 0,2615
15,55335046 1546 69 0,773 0,227
15,59465781 1622 76 0,811 0,189
15,63596516 1696 74 0,848 0,152
15,67727252 1760 64 0,88 0,12
15,71857987 1815 55 0,9075 0,0925
15,75988722 1852 37 0,926 0,074
15,80119458 1883 31 0,9415 0,0585
15,84250193 1909 26 0,9545 0,0455
15,88380928 1940 31 0,97 0,03
15,92511664 1967 27 0,9835 0,0165
15,96642399 1978 11 0,989 0,011
16,00773134 1989 11 0,9945 0,0055
16,0490387 1994 5 0,997 0,003
16,09034605 1999 5 0,9995 0,0005
16,1316534 2000 1 1 0
S2: PRAZO DO PROJETO
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
168
Considerando que para a obtenção dos documentos de licença ambiental devido às
reestruturações e reprojetos e atrasos na entrega de materiais e equipamentos, além de mão de
obra não especializada, apesar do valor mais provável ser elevado, ainda é muito possível o
projeto estar totalmente finalizado em 15,8 meses. De modo que o risco assumido pelo
empreendimento em entregar após o prazo estipulado é de 6%, o que demonstra ser um risco
baixo, com impacto moderado no prazo de conclusão para o fornecimento de energia,
acarretando no pagamento de multas e atrasos no recebimento de energia por parte dos
consumires. Outra forma de observar o impacto do risco de licenciamento ambiental e de
conclusão no Prazo de Conclusão está representada na Figura 76, referente à matriz de impacto.
Figura 76 – Matriz de risco do Prazo de Projeto em
Cenário Pessimista para Centrais de Geração Eólica
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
169
10.2 Análise experimental em Empreendimentos de Geração Hidrelétrica
Os valores utilizados para ilustrar o modelo foram gerados aleatoriamente e formaram
um banco de dados fictícios (ver Apêndice F, Apêndice G e Apêndice H). Os valores do risco
que derivaram do processo de análise do projeto estão apresentados na Tabela 31 e Figura 77 e
Figura 78, porém é possível observar a origem desses valores nas simulações, que estão
disponíveis nos Apêndices.
Tabela 31 – Riscos no Preço de Contratação de Energia de
Hidrelétricas e no Prazo do Projeto de Hidrelétricas
Figura 77 – Histograma e curva de densidade de probabilidade do
Risco de Preço de Contratação de Energia por Hidrelétrica
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1,54
505
785
6
1,60
471
795
5
1,66
437
805
4
1,72
403
815
4
1,78
369
825
3
1,84
335
835
2
1,90
301
845
2
1,96
267
855
1
2,0
223
3865
2,08
199
874
9
2,14
165
884
9
2,20
131
894
8
2,26
097
904
7
2,32
063
914
7
2,38
029
924
6
2,43
995
934
5
2,49
961
944
4
2,55
927
954
4
2,61
893
964
3
2,67
859
974
2
2,73
825
984
2
2,79
791
994
1
2,8
575
8004
2,91
724
013
9
2,97
690
023
9
3,03
656
033
8
Pro
bab
ilida
de
Fre
quên
cia
Risco do preço de contratação de energia
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
170
Figura 78 – Histograma e curva de densidade de probabilidade do
Risco de Projeto de Usina Hidrelétrica
Da Tabela 22, observa-se que o risco de submercado influencia diretamente e sobre o
risco de contratação de energia, bem como o risco de insumo, que afetam diretamente no preço
da energia. O mesmo raciocínio é desenvolvido para o risco de licenciamento, que influencia
diretamente sobre o risco de conclusão, que afeta no prazo do projeto.
Da Figura 63, observa-se que, embora a correlação entre os riscos seja fraca, cada risco
tem uma parcela de influência no resultado final. Isso pode ser observado na Figura 77, na qual
observa-se que o risco de contratação de energia aumenta a medida que os riscos de insumo e
de submercado aumentam, assim como na Figura 78, onde o risco no prazo do projeto aumenta
a medida que os riscos de licenciamento ambiental e de conclusão aumentam.
Considerando os riscos obtidos em cada saída ao longo dos 2000 cenários, obteve-se
sua multiplicação pelos parâmetros reais a fim de melhor visualizar o risco. As análises foram
divididas de acordo com o tipo de análise, isto é, otimista e pessimista.
10.2.1 Análise otimista
Sabendo que o valor piso da energia elétrica obtida a partir de hidrelétricas é de
33,62 R$/MWh e o teto é 533,82 R$/MWh pela ANEEL (2016), considerou-se como valor mais
provável Mp um valor baixo na contratação da energia, visto que as condições hidrológicas
estão favoráveis à geração de energia.
Considerando ainda que o prazo de construção de uma usina hidrelétrica é normalmente
7-8 anos, como afirma SANTOS (2012), considerou-se como valor mais provável Mp um valor
baixo, dada as condições favoráveis a construção, a eficiência das empresas contratadas no
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1,7
0756
177
2
1,7
8341
828
2
1,8
4307
838
2
1,9
0273
848
1
1,96
2398
58
2,02
2058
68
2,0
8171
877
9
2,1
4137
887
8
2,2
0103
897
8
2,2
6069
907
7
2,3
2035
917
6
2,3
8001
927
5
2,4
3967
937
5
2,4
9933
947
4
2,5
5899
957
3
2,6
1865
967
3
2,6
7831
977
2
2,7
3797
987
1
2,79
7639
97
2,85
7300
07
2,9
1696
016
9
2,9
7662
026
8
3,0
3628
036
8
3,0
9594
046
7
3,1
5560
056
6
3,2
1526
066
5
Pro
ba
bil
ida
de
Freq
uên
cia
Risco no prazo do projetp
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
171
fornecimento de máquinas e materiais e processos corretos ao longo da obtenção das
documentações de licença ambiental.
Com os cenários de Preço de Contratação de Energia, obtiveram-se os resultados
disponíveis no Apêndice I, que permitiram a montagem da Tabela 32 e da Figura 79.
Tabela 32 – Preço de Contratação de Energia (R$/MWh) em
Cenário Otimista para Centrais de Geração Hidrelétrica
Máx(S1) 49,1602899
Mín(S1) 42,99811055
Máx(S1) - Mín(S1) 6,16217935
Incremento 0,154054484
INTERVALO FREQ. ACUMADA FREQ. RELATIVA P(x<X) P(x>X)
42,99811055 1 1 0,0005 0,9995
43,15216503 5 4 0,0025 0,9975
43,30621952 9 4 0,0045 0,9955
43,460274 14 5 0,007 0,993
43,61432849 18 4 0,009 0,991
43,76838297 29 11 0,0145 0,9855
43,92243745 52 23 0,026 0,974
44,07649194 70 18 0,035 0,965
44,23054642 103 33 0,0515 0,9485
44,3846009 139 36 0,0695 0,9305
44,53865539 187 48 0,0935 0,9065
44,69270987 251 64 0,1255 0,8745
44,84676436 325 74 0,1625 0,8375
45,00081884 416 91 0,208 0,792
45,15487332 499 83 0,2495 0,7505
45,30892781 612 113 0,306 0,694
45,46298229 736 124 0,368 0,632
45,61703677 864 128 0,432 0,568
45,77109126 988 124 0,494 0,506
45,92514574 1100 112 0,55 0,45
46,07920023 1214 114 0,607 0,393
46,23325471 1336 122 0,668 0,332
46,38730919 1433 97 0,7165 0,2835
46,54136368 1544 111 0,772 0,228
46,69541816 1627 83 0,8135 0,1865
46,84947264 1701 74 0,8505 0,1495
47,00352713 1762 61 0,881 0,119
47,15758161 1815 53 0,9075 0,0925
47,3116361 1862 47 0,931 0,069
47,46569058 1905 43 0,9525 0,0475
47,61974506 1936 31 0,968 0,032
47,77379955 1949 13 0,9745 0,0255
47,92785403 1964 15 0,982 0,018
48,08190851 1978 14 0,989 0,011
48,235963 1985 7 0,9925 0,0075
48,39001748 1992 7 0,996 0,004
48,54407197 1995 3 0,9975 0,0025
48,69812645 1999 4 0,9995 0,0005
48,85218093 1999 0 0,9995 0,0005
49,00623542 1999 0 0,9995 0,0005
49,1602899 2000 1 1 0
S1: PREÇO DE CONTRATAÇÃO DE ENERGIA
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
172
Figura 79 – Histograma do Preço de Energia em
Cenário Otimista para Centrais de Geração Hidrelétrica
Para as condições hidrológicas e de suprimento em análise, observa-se que para um
preço de energia equivalente a 45 R$/MWh, o risco assumido pelo empreendimento é de 21%,
o que demonstra ser um risco muito baixo e o impacto do preço na contratação da energia é
leve, não trazendo grandes prejuízos para os clientes, embora a usina não tenha muitos lucros
com a venda. Outra forma de observar o impacto do risco de insumo e de submercado no Preço
de Contratação de Energia está representada na Figura 80, referente à matriz de impacto.
Figura 80 – Matriz de risco do Preço de Contratação de Energia em
Cenário Otimista para Centrais de Geração Hidrelétrica
Com os cenários de Prazo do Projeto, obtiveram-se os resultados disponíveis no
Apêndice I, que permitiram a montagem da Tabela 33 e da Figura 81.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
173
Tabela 33 – Prazo do Projeto (anos) em
Cenário Otimista para Centrais de Geração Hidrelétrica
Figura 81 – Histograma do Prazo do Projeto em
Cenário Otimista para Centrais de Geração Hidrelétrica
Máx(S2) 7,07199112
Mín(S2) 7,025723711
Máx(S2) - Mín(S2) 0,046267408
Incremento 0,001156685
INTERVALO FREQ. ACUMADA FREQ. RELATIVA P(x<X) P(x>X)
7,025723711 1 1 0,0005 0,9995
7,026880397 3 2 0,0015 0,9985
7,028037082 5 2 0,0025 0,9975
7,029193767 8 3 0,004 0,996
7,030350452 21 13 0,0105 0,9895
7,031507137 29 8 0,0145 0,9855
7,032663823 42 13 0,021 0,979
7,033820508 61 19 0,0305 0,9695
7,034977193 92 31 0,046 0,954
7,036133878 135 43 0,0675 0,9325
7,037290563 194 59 0,097 0,903
7,038447249 266 72 0,133 0,867
7,039603934 350 84 0,175 0,825
7,040760619 438 88 0,219 0,781
7,041917304 538 100 0,269 0,731
7,043073989 646 108 0,323 0,677
7,044230675 764 118 0,382 0,618
7,04538736 880 116 0,44 0,56
7,046544045 1001 121 0,5005 0,4995
7,04770073 1132 131 0,566 0,434
7,048857415 1240 108 0,62 0,38
7,050014101 1335 95 0,6675 0,3325
7,051170786 1421 86 0,7105 0,2895
7,052327471 1505 84 0,7525 0,2475
7,053484156 1564 59 0,782 0,218
7,054640842 1635 71 0,8175 0,1825
7,055797527 1705 70 0,8525 0,1475
7,056954212 1763 58 0,8815 0,1185
7,058110897 1813 50 0,9065 0,0935
7,059267582 1845 32 0,9225 0,0775
7,060424268 1872 27 0,936 0,064
7,061580953 1899 27 0,9495 0,0505
7,062737638 1922 23 0,961 0,039
7,063894323 1946 24 0,973 0,027
7,065051008 1971 25 0,9855 0,0145
7,066207694 1978 7 0,989 0,011
7,067364379 1987 9 0,9935 0,0065
7,068521064 1990 3 0,995 0,005
7,069677749 1996 6 0,998 0,002
7,070834434 1999 3 0,9995 0,0005
7,07199112 2000 1 1 0
S2: PRAZO DO PROJETO
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
174
Para as condições de licenciamento ambiental, cujos requisitos foram atendidos
perfeitamente pelo projeto, e condições de suprimento de equipamentos e materiais favoráveis
e mão de obra eficiente, observa-se que para o projeto estar totalmente finalizado em 7,04 anos,
o risco assumido pelo empreendimento é de 19%, o que demonstra ser um risco muito baixo e
o impacto do prazo de conclusão no fornecimento de energia é leve, além de não haver grandes
prejuízos para os investidores através do pagamento de multas. Outra forma de observar o
impacto do risco de lincenciamento ambiental e risco de conclusão no Prazo de Projeto está
representada na Figura 82, referente à matriz de impacto.
Figura 82 – Matriz de risco do Prazo de Projeto em
Cenário Otimista para Centrais de Geração Hidrelétrica
10.2.2 Análise pessimista
Visto os valores de piso e teto da energia elétrica obtida a partir de hidrelétricas,
considerou-se como valor mais provável Mp um valor elevado na contratação da energia,
próximo ao teto, visto que as condições hidrológicas estão desfavoráveis à geração de energia.
Considerando o prazo normal de construção de uma usina hidrelétrica já citado,
considerou-se como valor mais provável Mp um valor alto, prómixo ao máx, dada as condições
desfavoráveis a construção, tais como problemas na obtenção dos documentos de licença
ambiental, dificuldade nas negociações de preços e logística para recebimento de máquinas e
materiais.
Com os cenários de Preço de Contratação de Energia, obtiveram-se os resultados
disponíveis no Apêndice J, que permitiram a montagem da Tabela 34 e da Figura 83.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
175
Tabela 34 – Preço de Contratação de Energia (R$/MWh) em
Cenário Pessimista para Centrais de Geração Hidrelétrica
Figura 83 – Histograma do Preço de Energia em
Cenário Pessimista para Centrais de Geração Hidrelétrica
Máx(S1) 131,8008232
Mín(S1) 95,16914306
Máx(S1) - Mín(S1) 36,63168012
Incremento 0,915792003
INTERVALO FREQ. ACUMADA FREQ. RELATIVA P(x<X) P(x>X)
95,16914306 1 1 0,0005 0,9995
96,08493506 5 4 0,0025 0,9975
97,00072707 8 3 0,004 0,996
97,91651907 9 1 0,0045 0,9955
98,83231107 15 6 0,0075 0,9925
99,74810308 24 9 0,012 0,988
100,6638951 40 16 0,02 0,98
101,5796871 57 17 0,0285 0,9715
102,4954791 79 22 0,0395 0,9605
103,4112711 108 29 0,054 0,946
104,3270631 141 33 0,0705 0,9295
105,2428551 186 45 0,093 0,907
106,1586471 240 54 0,12 0,88
107,0744391 312 72 0,156 0,844
107,9902311 388 76 0,194 0,806
108,9060231 467 79 0,2335 0,7665
109,8218151 552 85 0,276 0,724
110,7376071 673 121 0,3365 0,6635
111,6533991 782 109 0,391 0,609
112,5691911 910 128 0,455 0,545
113,4849831 1023 113 0,5115 0,4885
114,4007751 1136 113 0,568 0,432
115,3165671 1250 114 0,625 0,375
116,2323591 1361 111 0,6805 0,3195
117,1481511 1462 101 0,731 0,269
118,0639431 1573 111 0,7865 0,2135
118,9797351 1652 79 0,826 0,174
119,8955271 1723 71 0,8615 0,1385
120,8113191 1789 66 0,8945 0,1055
121,7271111 1838 49 0,919 0,081
122,6429032 1886 48 0,943 0,057
123,5586952 1928 42 0,964 0,036
124,4744872 1946 18 0,973 0,027
125,3902792 1964 18 0,982 0,018
126,3060712 1978 14 0,989 0,011
127,2218632 1988 10 0,994 0,006
128,1376552 1994 6 0,997 0,003
129,0534472 1997 3 0,9985 0,0015
129,9692392 1999 2 0,9995 0,0005
130,8850312 1999 0 0,9995 0,0005
131,8008232 2000 1 1 0
S1: PREÇO DE CONTRATAÇÃO DE ENERGIA
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
176
Para as condições hidrológicas e de suprimento em análise, observa-se que, o valor mais
provável Mp elevado faz com que o preço de liquidação da energia aumente. Desse modo,
assumindo um valor de 123 R$/MWh, o risco assumido pelo empreendimento é de 5%. Isto é,
essas são as chances do gerador oferecer energia a um preço superior ao especificado.
Considerando as condições hidrológicas e a dificuldade de transmissão de energia devido ao
baixo nível nos reservatórios (EARM) e queda nas vazões (ENA), esse cenário pode
permanecer durante um período de tempo, o que demonstra que o risco pode aumentar, assim
como o preço da energia. Nessa situação, o cliente está exposto a 5% de risco, sofrendo um
impacto mediano, assim como o agente gerador.
Mas cabe ressaltar que para stakeholder, em caso de opção pela geração em condições
desfavoráveis, o impacto pode ser muito grave, uma vez que afeta diretamente o reservatório,
podendo não ter insumo suficiente para gerar energia nos próximos períodos, devendo importar
de outros agentes.
Outra forma de observar o impacto do risco de insumo e de submercado no Preço de
Contratação de Energia está representada na Figura 84, referente à matriz de impacto.
Figura 84 – Matriz de risco do Preço de Contratação de Energia em
Cenário Pessimista para Centrais de Geração Hidrelétrica
Com os cenários de Prazo do Projeto, obtiveram-se os resultados disponíveis no
Apêndice J, que permitiram a montagem da Tabela 35 e da Figura 85.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
177
Tabela 35 – Prazo do Projeto (anos) em
Cenário Pessimista para Centrais de Geração Hidrelétrica
Figura 85 – Histograma do Prazo do Projeto em
Cenário Pessimista para Centrais de Geração Hidrelétrica
Máx(S2) 7,653271763
Mín(S2) 7,392021121
Máx(S2) - Mín(S2) 0,261250641
Incremento 0,006531266
INTERVALO FREQ. ACUMADA FREQ. RELATIVA P(x<X) P(x>X)
7,392021121 1 1 0,0005 0,9995
7,398552387 2 1 0,001 0,999
7,405083653 4 2 0,002 0,998
7,411614919 5 1 0,0025 0,9975
7,418146185 11 6 0,0055 0,9945
7,424677451 19 8 0,0095 0,9905
7,431208717 27 8 0,0135 0,9865
7,437739984 34 7 0,017 0,983
7,44427125 48 14 0,024 0,976
7,450802516 67 19 0,0335 0,9665
7,457333782 93 26 0,0465 0,9535
7,463865048 134 41 0,067 0,933
7,470396314 179 45 0,0895 0,9105
7,47692758 253 74 0,1265 0,8735
7,483458846 321 68 0,1605 0,8395
7,489990112 400 79 0,2 0,8
7,496521378 480 80 0,24 0,76
7,503052644 592 112 0,296 0,704
7,50958391 693 101 0,3465 0,6535
7,516115176 814 121 0,407 0,593
7,522646442 930 116 0,465 0,535
7,529177708 1058 128 0,529 0,471
7,535708974 1173 115 0,5865 0,4135
7,54224024 1290 117 0,645 0,355
7,548771506 1380 90 0,69 0,31
7,555302772 1477 97 0,7385 0,2615
7,561834038 1546 69 0,773 0,227
7,568365304 1622 76 0,811 0,189
7,57489657 1696 74 0,848 0,152
7,581427836 1760 64 0,88 0,12
7,587959102 1815 55 0,9075 0,0925
7,594490368 1852 37 0,926 0,074
7,601021634 1883 31 0,9415 0,0585
7,6075529 1909 26 0,9545 0,0455
7,614084166 1940 31 0,97 0,03
7,620615432 1967 27 0,9835 0,0165
7,627146698 1978 11 0,989 0,011
7,633677965 1989 11 0,9945 0,0055
7,640209231 1994 5 0,997 0,003
7,646740497 1999 5 0,9995 0,0005
7,653271763 2000 1 1 0
S2: PRAZO DO PROJETO
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
178
Considerando que para a obtenção dos documentos de licença ambiental devido às
reestruturações e reprojetos e atrasos na entrega de materiais e equipamentos, apesar do valor
mais provável ser elevado, ainda é muito possível o projeto estar totalmente finalizado em 7,57
anos. De modo que o risco assumido pelo empreendimento em entregar após o prazo estipulado
é de 18%, o que demonstra ser um risco muito baixo, embora o impacto do prazo de conclusão
para o fornecimento de energia seja leve, acarretando no pagamento de multas. Outra forma de
observar o impacto do risco de licenciamento ambiental e de conclusão no Prazo de Conclusão
está representada na Figura 86, referente à matriz de impacto.
Figura 86 – Matriz de risco do Prazo de Projeto em
Cenário Pessimista para Centrais de Geração Hidrelétrica
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
179
10.3 Análise experimental em Empreendimentos de Geração Solar
Os valores utilizados para ilustrar o modelo foram gerados aleatoriamente como
mostrou o Capítulo 9, referente ao modelo adotado, e formaram um banco de dados fictícios
(ver Apêndice K, Apêndice L e Apêndice M). Os valores do risco que derivaram do processo
de análise do projeto estão apresentados na Tabela 36 e Figura 87 e Figura 88, porém é possível
observar a origem desses valores nas simulações, que estão disponíveis nos Apêndices.
Tabela 36 – Riscos no Preço de Contratação de Energia e
no Prazo do Projeto de Usinas Solares
Figura 87 – Histograma e curva de densidade de probabilidade do
Risco de Preço de Contratação de Energia pela Usina Solar
Máx(S1) 3,884754294 Máx(S2) 4,741822176
Mín(S1) 1,428728783 Mín(S2) 1,707561772
Máx(S1) - Mín(S1) 2,45602551 Máx(S2) - Mín(S2) 3,034260404
Incremento 0,061400638 Incremento 0,07585651
INTERVALO FREQ. ACUMADA FREQ. RELATIVA P(x<X) P(x>X) INTERVALO FREQ. ACUMADA FREQ. RELATIVA P(x<X) P(x>X)
1,428728783 1 1 0,000574713 0,999425287 1,707561772 1 1 0,000786164 0,999213836
1,490129421 1 0 0,000574713 0,999425287 1,783418282 2 1 0,001572327 0,998427673
1,551530059 5 4 0,002873563 0,997126437 1,84481892 4 2 0,003144654 0,996855346
1,612930697 7 2 0,004022989 0,995977011 1,906219558 7 3 0,005503145 0,994496855
1,674331335 15 8 0,00862069 0,99137931 1,967620196 14 7 0,011006289 0,988993711
1,735731972 23 8 0,013218391 0,986781609 2,029020834 23 9 0,018081761 0,981918239
1,79713261 36 13 0,020689655 0,979310345 2,090421471 30 7 0,023584906 0,976415094
1,858533248 64 28 0,036781609 0,963218391 2,151822109 37 7 0,02908805 0,97091195
1,919933886 86 22 0,049425287 0,950574713 2,213222747 53 16 0,041666667 0,958333333
1,981334523 125 39 0,07183908 0,92816092 2,274623385 76 23 0,059748428 0,940251572
2,042735161 171 46 0,098275862 0,901724138 2,336024022 99 23 0,077830189 0,922169811
2,104135799 227 56 0,13045977 0,86954023 2,39742466 136 37 0,106918239 0,893081761
2,165536437 318 91 0,182758621 0,817241379 2,458825298 179 43 0,14072327 0,85927673
2,226937074 396 78 0,227586207 0,772413793 2,520225936 242 63 0,190251572 0,809748428
2,288337712 500 104 0,287356322 0,712643678 2,581626573 302 60 0,237421384 0,762578616
2,34973835 610 110 0,350574713 0,649425287 2,643027211 368 66 0,289308176 0,710691824
2,411138988 740 130 0,425287356 0,574712644 2,704427849 443 75 0,34827044 0,65172956
2,472539625 868 128 0,498850575 0,501149425 2,765828487 524 81 0,411949686 0,588050314
2,533940263 998 130 0,573563218 0,426436782 2,827229124 610 86 0,479559748 0,520440252
2,595340901 1116 118 0,64137931 0,35862069 2,888629762 700 90 0,550314465 0,449685535
2,656741539 1246 130 0,716091954 0,283908046 2,9500304 799 99 0,628144654 0,371855346
2,718142176 1370 124 0,787356322 0,212643678 3,011431038 887 88 0,697327044 0,302672956
2,779542814 1478 108 0,849425287 0,150574713 3,072831675 990 103 0,778301887 0,221698113
2,840943452 1574 96 0,904597701 0,095402299 3,134232313 1097 107 0,862421384 0,137578616
2,90234409 1661 87 0,954597701 0,045402299 3,195632951 1182 85 0,929245283 0,070754717
2,963744727 1740 79 1 0 3,257033589 1272 90 1 0
S1: RISCO NO PREÇO DE CONTRATAÇÃO DE ENERGIA S2: RISCO NO PRAZO DE PROJETO
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1,4
28
728
783
1,4
90
129
421
1,5
51
530
059
1,6
12
930
697
1,6
74
331
335
1,7
35
731
972
1,7
97
132
61
1,8
58
533
248
1,9
19
933
886
1,9
81
334
523
2,0
42
735
161
2,1
04
135
799
2,1
65
536
437
2,2
26
937
074
2,2
88
337
712
2,3
49
738
35
2,4
11
138
988
2,4
72
539
625
2,5
33
940
263
2,5
95
340
901
2,6
56
741
539
2,7
18
142
176
2,7
79
542
814
2,8
40
943
452
2,9
02
344
09
2,9
63
744
727
Prob
abili
dad
e
Fre
quên
cia
Risco no preço de contratação de energia
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
180
Figura 88 – Histograma e curva de densidade de probabilidade do
Risco de Projeto de Usina Solar
Da Tabela 22, observa-se que o risco estrutural influencia diretamente e sobre o risco
de contratação de energia, bem como o risco de insumo, que afetam diretamente no preço da
energia. O mesmo raciocínio é desenvolvido para o risco de licenciamento, que influencia
diretamente sobre o risco de conclusão, que afeta no prazo do projeto.
Acrescentando mais informações ao que foi exposto, da teoria sobre as Centrais de
Geração Solar, exposta no Capítulo 4, e no Capítulo 5, na seção 5.1.3, referente ao insumo solar,
tem-se que o radiação apresenta grande variabilidade ao longo do dia e das estações do ano, de
modo que, como pode ser observado na Figura 87, o risco de contratação de energia aumenta a
medida que os riscos de insumo e de submercado aumentam.
No Capítulo 5, na seção 5.3, referente aos riscos ambientais na parte dos impactos
causados pelas Usinas Solares, comenta-se que essa forma de energia é uma fonte renovável,
que não emite poluentes durante a operação nem incentiva o desmatamento. Contudo, apresenta
impactos sobre a biodiversidade, através da mortandade dos pássaros, dado que os animais são
atraídos peça luminosidade local. Desse modo, observa-se que esse fator influencia diretamente
no risco de licenciamento ambiental, podendo atrasar a conclusão do projeto. Isto é, como
mostra a Figura 88, o risco no prazo do projeto aumenta a medida que os riscos de licenciamento
ambiental e de conclusão aumentam.
Considerando os riscos obtidos em cada saída ao longo dos 2000 cenários, obteve-se
sua multiplicação pelos parâmetros reais a fim de melhor visualizar o risco. As análises foram
divididas de acordo com o tipo de análise, isto é, otimista e pessimista.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1,7
07
56
17
72
1,7
83
41
82
82
1,8
44
81
89
2
1,9
06
21
95
58
1,9
67
62
01
96
2,0
29
02
08
34
2,0
90
42
14
71
2,1
51
82
21
09
2,2
13
22
27
47
2,2
74
62
33
85
2,3
36
02
40
22
2,3
97
42
46
6
2,4
58
82
52
98
2,5
20
22
59
36
2,5
81
62
65
73
2,6
43
02
72
11
2,7
04
42
78
49
2,7
65
82
84
87
2,8
27
22
91
24
2,8
88
62
97
62
2,9
500
30
4
3,0
11
43
10
38
3,0
72
83
16
75
3,1
34
23
23
13
3,1
95
63
29
51
3,2
57
03
35
89
Pro
bab
ilida
de
Freq
uên
cia
Risco no prazo do projeto
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
181
10.3.1 Análise otimista
Considerando o cenário do leilão de energia de reserva ocorrido em 2015, de acordo
bom G1 ECONOMIA (2015), foi estabelecido que o preço teto era 381 R$/MWh e o preço
médio, 297,75 R$/MWh. Então, adotou-se como valor mínimo 245 R$/MWh apenas para fins
de cálculo.
Considerando ainda que o prazo de construção de uma usina solar fotovoltaica é
normalmente 6-12 meses dependendo do tamanho do parque, como afirma PIZARRO (2016),
considerou-se um parque eólico de médio porte, definindo como prazo mínimo 6 meses. Dessa
forma, escolheu-se como valor mais provável Mp um valor baixo e próximo ao mínimo, dada
as condições favoráveis a construção, a eficiência das empresas contratadas no fornecimento
de máquinas e materiais e processos corretos ao longo da obtenção das documentações de
licença ambiental.
Com os cenários de Preço de Contratação de Energia, obtiveram-se os resultados
disponíveis no Apêndice N, que permitiram a montagem da Tabela 37 e da Figura 89.
Tabela 37 – Preço de Contratação de Energia (R$/MWh) em
Cenário Otimista para Centrais de Geração Solar
Máx(S1) 251,332528
Mín(S1) 248,969835
Máx(S1) - Mín(S1) 2,362692956
Incremento 0,059067324
INTERVALO FREQ. ACUMADA FREQ. RELATIVA P(x<X) P(x>X)
248,969835 1 1 0,00050025 0,99949975
249,0289023 5 4 0,002501251 0,997498749
249,0879697 8 3 0,004002001 0,995997999
249,147037 9 1 0,004502251 0,995497749
249,2061043 15 6 0,007503752 0,992496248
249,2651716 24 9 0,012006003 0,987993997
249,324239 40 16 0,020010005 0,979989995
249,3833063 57 17 0,028514257 0,971485743
249,4423736 79 22 0,03951976 0,96048024
249,5014409 108 29 0,054027014 0,945972986
249,5605083 141 33 0,070535268 0,929464732
249,6195756 186 45 0,093046523 0,906953477
249,6786429 240 54 0,12006003 0,87993997
249,7377102 312 72 0,156078039 0,843921961
249,7967776 388 76 0,194097049 0,805902951
249,8558449 467 79 0,233616808 0,766383192
249,9149122 552 85 0,276138069 0,723861931
249,9739795 673 121 0,336668334 0,663331666
250,0330469 782 109 0,391195598 0,608804402
250,0921142 910 128 0,455227614 0,544772386
250,1511815 1023 113 0,511755878 0,488244122
250,2102488 1136 113 0,568284142 0,431715858
250,2693162 1250 114 0,625312656 0,374687344
250,3283835 1361 111 0,68084042 0,31915958
250,3874508 1462 101 0,731365683 0,268634317
250,4465181 1573 111 0,786893447 0,213106553
250,5055854 1652 79 0,826413207 0,173586793
250,5646528 1723 71 0,861930965 0,138069035
250,6237201 1789 66 0,894947474 0,105052526
250,6827874 1838 49 0,91945973 0,08054027
250,7418547 1886 48 0,943471736 0,056528264
250,8009221 1928 42 0,964482241 0,035517759
250,8599894 1946 18 0,973486743 0,026513257
250,9190567 1964 18 0,982491246 0,017508754
250,978124 1978 14 0,989494747 0,010505253
251,0371914 1988 10 0,994497249 0,005502751
251,0962587 1994 6 0,997498749 0,002501251
251,155326 1997 3 0,9989995 0,0010005
251,2143933 1999 2 1 0
251,2734607 1999 0 1 0
251,332528 1999 0 1 0
S1: PREÇO DE CONTRATAÇÃO DE ENERGIA
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
182
Figura 89 – Histograma do Preço de Energia em
Cenário Otimista para Centrais de Geração Solar
Dadas as condições de suprimento em análise, observa-se que, o valor mais provável
Mp próximo ao mínimo faz com que o preço de liquidação da energia seja próximo ao valor
estipulado como piso. Desse modo, assumindo um valor de 250 R$/MWh, o risco assumido
pelo empreendimento é de 36%. Isto é, essas são as chances do gerador oferecer energia a um
preço inferior ao especificado, sendo um risco mediano com impacto leve sobre o gerador e o
cliente.
Isso acontece porque, em condições de grande geração de energia a partir de solares,
pode-se afirmar que é possível o submercado apresentar oferta e exportar para outros
submercados o excedente, garantindo lucros, apesar de pequenos devido ao custo da energia ser
próximo ao valor piso, referente a custos de manutenção e de geração.
Outra forma de observar o impacto do risco de insumo e de submercado no Preço de
Contratação de Energia está representada na Figura 90, referente à matriz de impacto.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
183
Figura 90 – Matriz de risco do Preço de Contratação de Energia em
Cenário Pessimista para Centrais de Geração Solar
Com os cenários de Prazo do Projeto, obtiveram-se os resultados disponíveis no
Apêndice D, que permitiram a montagem da Tabela 38 e da Figura 91.
Tabela 38 – Prazo do Projeto (meses) em
Cenário Otimista para Centrais de Geração Solar
Máx(S2) 6,533394161
Mín(S2) 6,320083905
Máx(S2) - Mín(S2) 0,213310255
Incremento 0,005332756
INTERVALO FREQ. ACUMADA FREQ. RELATIVA P(x<X) P(x>X)
6,320083905 1 1 0,00050025 0,99949975
6,325416662 2 1 0,0010005 0,9989995
6,330749418 4 2 0,002001001 0,997998999
6,336082174 5 1 0,002501251 0,997498749
6,341414931 11 6 0,005502751 0,994497249
6,346747687 19 8 0,009504752 0,990495248
6,352080443 27 8 0,013506753 0,986493247
6,3574132 34 7 0,017008504 0,982991496
6,362745956 48 14 0,024012006 0,975987994
6,368078713 67 19 0,033516758 0,966483242
6,373411469 93 26 0,046523262 0,953476738
6,378744225 134 41 0,067033517 0,932966483
6,384076982 179 45 0,089544772 0,910455228
6,389409738 253 74 0,126563282 0,873436718
6,394742495 321 68 0,16058029 0,83941971
6,400075251 400 79 0,20010005 0,79989995
6,405408007 480 80 0,24012006 0,75987994
6,410740764 592 112 0,296148074 0,703851926
6,41607352 693 101 0,346673337 0,653326663
6,421406276 814 121 0,407203602 0,592796398
6,426739033 930 116 0,465232616 0,534767384
6,432071789 1058 128 0,529264632 0,470735368
6,437404546 1173 115 0,586793397 0,413206603
6,442737302 1290 117 0,645322661 0,354677339
6,448070058 1380 90 0,690345173 0,309654827
6,453402815 1477 97 0,738869435 0,261130565
6,458735571 1546 69 0,773386693 0,226613307
6,464068328 1622 76 0,811405703 0,188594297
6,469401084 1696 74 0,848424212 0,151575788
6,47473384 1760 64 0,88044022 0,11955978
6,480066597 1815 55 0,907953977 0,092046023
6,485399353 1852 37 0,926463232 0,073536768
6,49073211 1883 31 0,941970985 0,058029015
6,496064866 1909 26 0,954977489 0,045022511
6,501397622 1940 31 0,970485243 0,029514757
6,506730379 1967 27 0,983991996 0,016008004
6,512063135 1978 11 0,989494747 0,010505253
6,517395891 1989 11 0,994997499 0,005002501
6,522728648 1994 5 0,997498749 0,002501251
6,528061404 1999 5 1 0
6,533394161 1999 0 1 0
S2: PRAZO DO PROJETO
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
184
Figura 91 – Histograma do Prazo do Projeto em
Cenário Otimista para Centrais de Geração Solar
Para as condições de licenciamento ambiental, cujos requisitos foram atendidos
perfeitamente pelo projeto, e condições de suprimento de equipamentos e materiais favoráveis
e mão de obra eficiente e preparada, observa-se que para o projeto estar totalmente finalizado
em 6,4 meses, o risco assumido pelo empreendimento é de 20%, o que demonstra ser um risco
muito baixo e o impacto do prazo de conclusão no fornecimento de energia é leve, não
representando grandes prejuízos para os investidores através do pagamento de multas, pois o
prazo de conclusão está próximo ao definido como mínimo. Outra forma de observar o impacto
do risco de insumo e de submercado no Preço de Contratação de Energia está representada na
Figura 92, referente à matriz de impacto.
Figura 92 – Matriz de risco do Prazo de Projeto em
Cenário Otimista para Centrais de Geração Solar
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
185
10.3.2 Análise pessimista
Visto os valores de piso e teto da energia elétrica obtida para centrais de geração solar,
considerou-se como valor mais provável Mp um valor elevado na contratação da energia,
próximo ao teto, visto que as condições climáticas estão desfavoráveis à geração de energia,
como, por exemplo, muita presença de nuvens e partículas em suspensão na atmosfera, além do
projeto estae localizado em uma região com presença de estruturas que geram sombras, que
atrapalham na captação de radiação.
Considerando o prazo normal de construção de uma usina solar já citado, considerou-se
como valor mais provável Mp um valor alto, prómixo ao máx, dada as condições desfavoráveis
a construção, tais como problemas na obtenção dos documentos de licença ambiental, devido
aos impactos que a usina causa ao ambiente, além da dificuldade nas negociações de preços e
logística para recebimento de máquinas e materiais e a mão de obra não ser especializada.
Com os cenários de Preço de Contratação de Energia, obtiveram-se os resultados
disponíveis no Apêndice E, que permitiram a montagem da Tabela 39 e das Figura 93.
Tabela 39 – Preço de Contratação de Energia (R$/MWh) em
Cenário Pessimista para Centrais de Geração Solar
Máx(S1) 271,262819
Mín(S1) 261,4640502
Máx(S1) - Mín(S1) 9,798768785
Incremento 0,24496922
INTERVALO FREQ. ACUMADA FREQ. RELATIVA P(x<X) P(x>X)
261,4640502 1 1 0,00050025 0,99949975
261,7090195 5 4 0,002501251 0,997498749
261,9539887 8 3 0,004002001 0,995997999
262,1989579 9 1 0,004502251 0,995497749
262,4439271 15 6 0,007503752 0,992496248
262,6888963 24 9 0,012006003 0,987993997
262,9338656 40 16 0,020010005 0,979989995
263,1788348 57 17 0,028514257 0,971485743
263,423804 79 22 0,03951976 0,96048024
263,6687732 108 29 0,054027014 0,945972986
263,9137424 141 33 0,070535268 0,929464732
264,1587117 186 45 0,093046523 0,906953477
264,4036809 240 54 0,12006003 0,87993997
264,6486501 312 72 0,156078039 0,843921961
264,8936193 388 76 0,194097049 0,805902951
265,1385885 467 79 0,233616808 0,766383192
265,3835578 552 85 0,276138069 0,723861931
265,628527 673 121 0,336668334 0,663331666
265,8734962 782 109 0,391195598 0,608804402
266,1184654 910 128 0,455227614 0,544772386
266,3634346 1023 113 0,511755878 0,488244122
266,6084038 1136 113 0,568284142 0,431715858
266,8533731 1250 114 0,625312656 0,374687344
267,0983423 1361 111 0,68084042 0,31915958
267,3433115 1462 101 0,731365683 0,268634317
267,5882807 1573 111 0,786893447 0,213106553
267,8332499 1652 79 0,826413207 0,173586793
268,0782192 1723 71 0,861930965 0,138069035
268,3231884 1789 66 0,894947474 0,105052526
268,5681576 1838 49 0,91945973 0,08054027
268,8131268 1886 48 0,943471736 0,056528264
269,058096 1928 42 0,964482241 0,035517759
269,3030653 1946 18 0,973486743 0,026513257
269,5480345 1964 18 0,982491246 0,017508754
269,7930037 1978 14 0,989494747 0,010505253
270,0379729 1988 10 0,994497249 0,005502751
270,2829421 1994 6 0,997498749 0,002501251
270,5279114 1997 3 0,9989995 0,0010005
270,7728806 1999 2 1 0
271,0178498 1999 0 1 0
271,262819 1999 0 1 0
S1: PREÇO DE CONTRATAÇÃO DE ENERGIA
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
186
Figura 93 – Histograma do Preço de Energia em
Cenário Pessimista para Centrais de Geração Solar
Para as condições de variabilidade climática em análise, observa-se que, o valor mais
provável Mp elevado faz com que o preço de liquidação da energia aumente. Desse modo,
assumindo um valor de 269,50 R$/MWh, o risco assumido pelo empreendimento é de 2%. Isto
é, essas são as chances do gerador oferecer energia a um preço superior ao especificado.
Considerando esse mesmo cenário desfavorável à geração solar durante grande período de
tempo, esse cenário influencia ainda mais no preço da energia, fazendo com que o cliente esteja
exposto a 2% de risco, sofrendo um impacto elevado, assim como o agente gerador. Isso
acontece porque nessas condições de suprimento, o stakeholder pode não conseguir atender à
carga, fazendo com o que o cliente fique sem energia. Dessa forma, torna-se necessário
completento da produção do agente gerador com a mesma ou outra fonte geração importada
de outro agente, pagando o valor a PLD.
Outra forma de observar o impacto do risco de insumo e de submercado no Preço de
Contratação de Energia está representada na Figura 94, referente à matriz de impacto.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
187
Figura 94 – Matriz de risco do Preço de Contratação de Energia em
Cenário Pessimista para Centrais de Geração Solar
Com os cenários de Prazo do Projeto, obtiveram-se os resultados disponíveis no
Apêndice E, que permitiram a montagem da Tabela 40 e da Figura 95.
Tabela 40 – Prazo do Projeto (meses) em
Cenário Pessimista para Centrais de Geração Solar
Máx(S2) 7,250920189
Mín(S2) 6,750663297
Máx(S2) - Mín(S2) 0,500256892
Incremento 0,012506422
INTERVALO FREQ. ACUMADA FREQ. RELATIVA P(x<X) P(x>X)
6,750663297 1 1 0,00050025 0,99949975
6,763169719 2 1 0,0010005 0,9989995
6,775676141 4 2 0,002001001 0,997998999
6,788182564 5 1 0,002501251 0,997498749
6,800688986 11 6 0,005502751 0,994497249
6,813195408 19 8 0,009504752 0,990495248
6,82570183 27 8 0,013506753 0,986493247
6,838208253 34 7 0,017008504 0,982991496
6,850714675 48 14 0,024012006 0,975987994
6,863221097 67 19 0,033516758 0,966483242
6,87572752 93 26 0,046523262 0,953476738
6,888233942 134 41 0,067033517 0,932966483
6,900740364 179 45 0,089544772 0,910455228
6,913246786 253 74 0,126563282 0,873436718
6,925753209 321 68 0,16058029 0,83941971
6,938259631 400 79 0,20010005 0,79989995
6,950766053 480 80 0,24012006 0,75987994
6,963272476 592 112 0,296148074 0,703851926
6,975778898 693 101 0,346673337 0,653326663
6,98828532 814 121 0,407203602 0,592796398
7,000791743 930 116 0,465232616 0,534767384
7,013298165 1058 128 0,529264632 0,470735368
7,025804587 1173 115 0,586793397 0,413206603
7,038311009 1290 117 0,645322661 0,354677339
7,050817432 1380 90 0,690345173 0,309654827
7,063323854 1477 97 0,738869435 0,261130565
7,075830276 1546 69 0,773386693 0,226613307
7,088336699 1622 76 0,811405703 0,188594297
7,100843121 1696 74 0,848424212 0,151575788
7,113349543 1760 64 0,88044022 0,11955978
7,125855966 1815 55 0,907953977 0,092046023
7,138362388 1852 37 0,926463232 0,073536768
7,15086881 1883 31 0,941970985 0,058029015
7,163375232 1909 26 0,954977489 0,045022511
7,175881655 1940 31 0,970485243 0,029514757
7,188388077 1967 27 0,983991996 0,016008004
7,200894499 1978 11 0,989494747 0,010505253
7,213400922 1989 11 0,994997499 0,005002501
7,225907344 1994 5 0,997498749 0,002501251
7,238413766 1999 5 1 0
7,250920189 1999 0 1 0
S2: PRAZO DO PROJETO
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
188
Figura 95 – Histograma do Prazo do Projeto em
Cenário Pessimista para Centrais de Geração Solar
Considerando que para a obtenção dos documentos de licença ambiental devido às
reestruturações e reprojetos e atrasos na entrega de materiais e equipamentos, apesar do valor
mais provável ser elevado, ainda é muito possível o projeto estar totalmente finalizado em 7
meses. De modo que o risco assumido pelo empreendimento em entregar após o prazo
estipulado é de 54%, o que demonstra ser um risco moderado, embora o impacto do prazo de
conclusão para o fornecimento de energia seja leve, pois o prazo máximo simulado é
aproximadmente 7,25 meses. Porém, ainda assim, há o pagamento de multas. Outra forma de
observar o impacto do risco de insumo e de submercado no Preço de Contratação de Energia
está representada na Figura 76, referente à matriz de impacto.
Figura 96 – Matriz de risco do Prazo de Projeto
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189
11 Conclusão
Para a implantação de um projeto de usina de geração, é necessária a adoção de alguns
procedimentos. Entre eles, estão o entendimento sobre os princípios de funcionamento da usina,
a análise dos riscos associados e qual a metodologia a ser utilizada para o tratamento desses
riscos, permitindo a avaliação da viabilidade econômica e do retorno no mercado através da
venda de energia.
A partir do momento em que se define o tipo de projeto de acordo com o insumo, é
necessário avaliar não apenas o local de instalação, por causa das incertezas associadas aos
insumos, mas também as leis que regem o país e seus aspectos políticos, uma vez que estes
influenciam no prazo de conclusão e nas condições financeiras e de crédito da empresas
envolvidas no contrato de implantação, isto é, a construtora, as empresas investidoras, as
empresas distribuidoras, entre outras. Outra questão a ser analisada é o ambiente de contratação,
uma vez que este também apresenta riscos associados, sendo necessárias as definições de
estratégias de contratação, determinando que a empresa fornecedora de energia deve atender
100% do mercado, independentemente da quantidade que a geradora produziu, uma vez que no
ambiente livre é possível comprar energia de outras empresas.
Com isso, observa-se na aplicação do modelo desenvolvido utilizando o Teorema de
Monte Carlo no Excel para a geração de cenários, em conjunto com a metodologia abordada no
PMBOK (2013), que os riscos estão interligados e influenciam diretamente na produção de
energia e no prazo do projeto.
Cabe ressaltar que o modelo desenvolvido é uma representação da realidade, não
contemplando as influências de diversos fatores reais, como, por exemplo, a sazonalidade. Há
apenas a simulação de cenários aleatórios, mas no mundo real, o ano é divido em período úmido
e seco, de modo que tal característica influencia diretamente no processo de formação do preço.
Mas apesar dessa característica, a lógica consiste na utilização de variáveis mais relevantes na
obtenção das saídas. E, utilizando de conceitos estatísticos nas operações do Teorema de Monte
Carlo, o modelo exige grande quantidade de dados a fim de obter melhor acuracidade e
confiabilidade em seus resultados, de modo que um banco de dados pequeno pode comprometer
seu uso.
Dessa forma, a partir das simulações realizadas para compor um grande banco de dados,
observou-se que o modelo se baseou em previsões que visam responder coerentemente aos
cenários com valores de maior incidência. Permitindo, então, que o modelo funcione como
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190
ferramenta de auxílio na tomada de decisão, ressaltando que a decisão final deve considerar
fatores como viabilidade econômica.
Como forma de melhor visualizar a influência do modelo na tomada de decisão,
considere as simulações para os empreendimentos de geração. Em cada um dos projetos,
analisou-se dois cenários distintos, um otimista e outro pessimista. Em ambos os casos,
observou-se que os riscos definidos como variáveis auxiliares afetam diretamente no Preço de
Contratação da Energia e no Prazo do Projeto.
Para o Prazo do Projeto, consideram-se os riscos associados ao planejamento de todas
as atividades a serem desenvolvidas, cada um dos seus procedimentos, aos recursos disponíveis
pelos investidores, às condições políticas e regulatórias do país, de modo que nessa avaliação,
o gerenciamento do risco é mais focado no processo da construção do projeto.
Já para o Preço da Contratação, consideram-se os riscos associados a manutenção do
sistema, isto é, o fluxo de potência que circula entre os subsistemas, que não deve ultrapassar
os limites de estabilidade; as paradas de máquinas para manutenção, que podem afetar na
potência injetada no sistema, pois a usina entra em condição de restrição; e a próprio
acompanhamento das condições climáticas, uma vez que têm grande influência no preço da
energia. Ou seja, o gerenciamento do risco é mais focado no processo de operação do sistema.
De modo que nos cenários analisados, observa-se, especialmente no pessimista, que a
responsabilidade pelo risco é de extrema importância na análise da melhor estratégia a fim de
mitigá-lo.
Por exemplo, para o Preço de Contratação da Energia, não é possível mitigar o risco de
insumo, pois há imprevisibilidade quanto às condições climáticas, embora elas apresentem um
perfil semelhante de acordo com os períodos do ano. Mas, de posse dos cenários de ocorrência
desfavoráveis à geração de energia, o stakeholder pode tomar uma decisão correta sobre o
Dilema do ONS ou optar pela compra de energia para suprir a carga de seus clientes.
No caso do Prazo do Projeto, ao conhecer todas as variáveis que podem afetar na
conclusão do projeto no prazo especificado em contrato, é possível adicioná-los a um
cronograma de prevenção, a fim de serem monitorados. Isto é, é possível conhecer a relação de
tempo entre as ocorrências de cada um dos riscos e em que etapa acontecem, de modo que
permite ao investidor escolher a melhor estratégia para ter menores perdas financeiras e
problemas burocráticos.
Dessa maneira, analisando essas duas variáveis de saída, pode-se afirmar que o
gerenciamento de riscos é um desafio e um fator determinante para o sucesso de um projeto, e
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191
que deve ser feito de acordo com técnicas eficientes, de modo que através do uso de
metodologias adequadas, é possível reduzir riscos de falhas no projeto, os custos e atrasos, além
de garantir a operação correta do sistema.
Como recomendações para trabalhos futuros que possam complementar este estudo,
sugere-se:
Realização do estudo da influência da Geração Distribuída no Preço de Contratação de
Energia a fim de acompanhar as mudanças nas cobranças das bandeiras tarifárias e
contratos de energia;
Desenvolvimento de pesquisas semelhantes a esta, com foco em outros tipos de centrais
de geração utilizando o mesmo método ou nos mesmos tipos de empreendimentos
utilizando outros softwares para comparação dos resultados obtidos nesta pesquisa;
Estudo mais detalhado dos indicadores financeiros no mercado de energia, buscando-se
relacionar o capital diretamente à energia e todas as suas particularidades.
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192
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APÊNDICES
APÊNDICE A – TABELA DE DADOS ALEATÓRIOS DO
RISCO DE USINAS EÓLICAS
E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12
Insumo Ambiental Estrutural Licenciamento Financeiro e Econômico Crédito Conclusão País Político Regulatório Mercado Contratação Submercado
min 0,153333333 0,18 0,093333333 0,3 0,206666667 0,013333333 0,18 0,246666667 0,286666667 0,04 0,273333333 0,153333333
mp 0,553333333 0,366666667 0,186666667 0,326666667 0,56 0,4 0,613333333 0,193333333 0,413333333 0,586666667 0,56 0,32
max 0,77 0,57 0,79 0,96 0,58 0,7 0,83 0,52 0,61 0,57 0,84 0,95
(mp-min)/(max-min) 0,648648649 0,478632479 0,133971292 0,04040404 0,946428571 0,563106796 0,666666667 -0,195121951 0,391752577 1,031446541 0,505882353 0,209205021
1 0,64473077 0,507087923 0,266738591 0,756405048 0,427644455 0,513815796 0,615723687 0,368390271 0,426610502 0,099381443 0,580476971 0,331787247
2 0,361782947 0,275717354 0,265012792 0,732327053 0,477981104 0,298080359 0,598653669 0,387876426 0,39157085 0,394265545 0,359236749 0,462892884
3 0,505252774 0,494031792 0,150550865 0,451731272 0,556970772 0,322642794 0,398218399 0,347361776 0,456711217 0,442385014 0,459603287 0,220682647
4 0,332597304 0,46156955 0,406401696 0,354125038 0,538343953 0,495449805 0,533100686 0,362062359 0,387180946 0,534541323 0,597571872 0,433899058
5 0,626018724 0,296183815 0,545106852 0,324337935 0,343569403 0,407174956 0,64223197 0,345597756 0,460879111 0,175702489 0,574740818 0,622751097
5 0,568685499 0,363535076 0,356180594 0,390866183 0,370677918 0,506071345 0,521889576 0,244672471 0,419521332 0,364060214 0,506964781 0,234754809
7 0,625280009 0,339610526 0,71535767 0,671408985 0,382277546 0,160511845 0,529235411 0,281705193 0,399330969 0,192149461 0,398026269 0,256934437
8 0,455174861 0,314608188 0,232816861 0,530276704 0,374940877 0,166835417 0,622678128 0,226371376 0,394936992 0,49065642 0,771428668 0,481605531
9 0,509258439 0,396498848 0,115205173 0,412817997 0,435408357 0,394114024 0,563123457 0,232862115 0,424767943 0,489889714 0,539930008 0,4557546
10 0,445173846 0,443839856 0,173327859 0,600637281 0,575429848 0,23128726 0,663946049 0,382260575 0,354629203 0,41325997 0,577487875 0,370012017
11 0,647517361 0,409870367 0,150030367 0,559725348 0,428118264 0,315121519 0,627344523 0,356719211 0,430049988 0,194537366 0,502825564 0,508645229
12 0,569594909 0,369276798 0,240904122 0,874911598 0,52078138 0,358825472 0,546282022 0,348728279 0,402318195 0,530676691 0,546216555 0,581681225
13 0,51688309 0,369254257 0,215930711 0,535587761 0,409121759 0,265665959 0,286405274 0,246189932 0,42499263 0,404646627 0,535666693 0,347356159
14 0,618598893 0,39031975 0,423710494 0,681908911 0,325233313 0,19797853 0,306433448 0,509459221 0,399471489 0,549400007 0,60381698 0,714972505
15 0,498244684 0,355011062 0,534443483 0,780337142 0,427768399 0,316243578 0,757851704 0,246411065 0,418536542 0,151904435 0,466939469 0,26775078
16 0,533149904 0,313018875 0,262990815 0,438502632 0,250103897 0,551971031 0,430745196 0,260051983 0,44918601 0,416670293 0,653423794 0,27332853
17 0,633243454 0,296529144 0,162148891 0,318692515 0,441741568 0,300791525 0,587223454 0,298519137 0,546737502 0,135291091 0,626305295 0,328122208
18 0,422333187 0,309354551 0,299550636 0,334156796 0,535494399 0,416629999 0,422891196 0,34457436 0,526273788 0,484535647 0,368905688 0,364818298
19 0,527654111 0,534176594 0,488950721 0,659456854 0,293610398 0,42265478 0,781820751 0,23507965 0,390245865 0,340139663 0,575851373 0,32683005
20 0,655027335 0,333442642 0,279103764 0,387435557 0,471059278 0,374668641 0,679001276 0,255635513 0,412775834 0,289132156 0,594697677 0,511100634
21 0,486643189 0,416027505 0,264568754 0,384593919 0,366106534 0,247017336 0,401782617 0,329692331 0,379127719 0,554541322 0,398133185 0,503222844
22 0,376375893 0,260330038 0,345053826 0,40105688 0,446895418 0,321816428 0,454775526 0,492868068 0,38136209 0,071175859 0,715745778 0,561122686
23 0,480414958 0,252985602 0,197052109 0,438032289 0,357602559 0,121897447 0,527903523 0,325767892 0,392959205 0,548992698 0,529483362 0,409574289
24 0,480212898 0,412123552 0,260278029 0,626003776 0,549062381 0,504105085 0,779677741 0,249770775 0,375643815 0,3682828 0,663366404 0,403966039
25 0,660191363 0,223272381 0,427131429 0,72836806 0,482293426 0,541067563 0,368088351 0,343854048 0,390978517 0,485848999 0,477427907 0,329565292
26 0,602477809 0,473320578 0,433779657 0,580897105 0,401547091 0,583347893 0,674748589 0,30407482 0,441226319 0,39979582 0,728119051 0,391852987
27 0,415276398 0,355335229 0,351041568 0,431280337 0,46913776 0,412278317 0,351043067 0,265188994 0,358708846 0,560325327 0,689322045 0,591377037
28 0,515570462 0,45316293 0,466019812 0,371215525 0,253555249 0,512427407 0,577131234 0,36017854 0,460108628 0,492899133 0,704192663 0,267306177
29 0,39396229 0,497007584 0,245574622 0,542074454 0,377266505 0,316969709 0,570313857 0,329466545 0,549137417 0,471217612 0,387424126 0,241409191
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83 0,471925456 0,416502182 0,464108759 0,558422658 0,516336055 0,615401633 0,726360299 0,459175729 0,430940359 0,299332204 0,553111672 0,421016043
84 0,676286065 0,243499842 0,60082468 0,719434742 0,393801907 0,184159945 0,310157945 0,302882157 0,300856929 0,479642795 0,507588564 0,510375674
85 0,703284236 0,303934048 0,186312509 0,539312889 0,362934591 0,502873132 0,538441555 0,245743581 0,451313688 0,488648795 0,809032405 0,316126564
86 0,592782272 0,197138973 0,20707813 0,726296096 0,483855889 0,292737398 0,587654089 0,357295701 0,516937732 0,548652661 0,530973969 0,781296007
87 0,61745353 0,475031715 0,624106905 0,380358139 0,493619385 0,299408267 0,556014756 0,22780161 0,423975925 0,550060104 0,670012215 0,672356463
88 0,53691997 0,473978852 0,444967364 0,39780379 0,549218061 0,296017993 0,650278843 0,320807996 0,418701443 0,531119732 0,722901735 0,629791765
89 0,308614808 0,35564197 0,279905664 0,682058526 0,511570077 0,461113202 0,549666424 0,283619436 0,541813516 0,468734175 0,70680796 0,401923642
90 0,551870455 0,271726976 0,169981294 0,66639916 0,430984648 0,427160601 0,642667013 0,224847419 0,403770122 0,534129169 0,323252137 0,762667587
91 0,666292235 0,422725146 0,110766401 0,414037216 0,458649737 0,506900531 0,623409927 0,502838841 0,540646867 0,502272549 0,570259511 0,238325601
92 0,460158157 0,408983247 0,492644646 0,651076572 0,412312901 0,595945586 0,701711314 0,436668265 0,403404613 0,431080939 0,738776219 0,580153458
93 0,472056611 0,280754619 0,172081017 0,484263984 0,464853948 0,192550219 0,570981172 0,34520579 0,43767372 0,520054632 0,53084444 0,426864647
94 0,692119095 0,338470446 0,151616889 0,685083101 0,551156954 0,38452506 0,770602456 0,311405602 0,413249746 0,54490583 0,594211985 0,420043188
95 0,544896516 0,299862698 0,25864302 0,561784799 0,552080836 0,377802471 0,677213288 0,231437987 0,474082449 0,110934849 0,624373467 0,301720007
96 0,43612924 0,276677143 0,373129506 0,533832663 0,414685428 0,467010533 0,358463336 0,364674871 0,493462408 0,329727639 0,416353151 0,646279991
97 0,618092027 0,458564159 0,19668269 0,547629344 0,527577282 0,313436073 0,72187007 0,296325903 0,449521539 0,428422004 0,767843343 0,297743425
98 0,515978747 0,414931573 0,156448645 0,535604142 0,288602733 0,334006565 0,58199345 0,325224692 0,447016481 0,415688111 0,424966609 0,507353857
99 0,58804394 0,327775238 0,486480628 0,567068266 0,333305338 0,476547273 0,547092326 0,284792224 0,29419689 0,545629396 0,52745088 0,390144322
100 0,405672677 0,496274666 0,536779964 0,473757172 0,383327047 0,454600116 0,402475691 0,2661664 0,331311787 0,300753177 0,484723608 0,409774379
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
203
APÊNDICE B – TABELA COM OS DADOS DE ENTRADA DO RISCO DE USINAS EÓLICAS
Insumo Ambiental Estrutural Licenciamento Ambiental Financeiro e Econômico Crédito Conclusão País Político Regulatório Mercado Contratação Submercado
min 0,32666667 0,226666667 0,026666667 0,2 0,233333333 0,04 0,033333333 0,32666667 0,206666667 0,113333333 0,173333333 0,113333333
mp 0,34 0,326666667 0,066666667 0,3 0,3 0,48 0,42 0,26666667 0,486666667 0,546666667 0,393333333 0,366666667
max 0,72 0,77 0,76 0,67 0,84 0,65 0,85 0,62 0,6 0,68 0,55 0,8
(mp-min)/(max-min) 0,03389831 0,18404908 0,054545455 0,212765957 0,10989011 0,72131148 0,473469388 -0,2045455 0,711864407 0,764705882 0,584070796 0,368932039
1 0,43133043 0,516659988 0,445067229 0,548111682 0,676904003 0,68022305 0,55904226 0,58553218 0,505278889 0,382858723 0,35900864 0,857543311
2 0,35445602 0,550398648 0,88169949 0,554540257 0,567694856 0,39097341 0,338124498 0,56664212 0,291004722 0,333871553 0,360691991 0,5609094
3 0,37655403 0,525135573 0,194708077 0,1898987 0,541031009 0,54684803 0,672796606 0,83691607 0,044512602 0,32693758 0,394824843 0,677644065
4 0,36702891 0,748563955 0,4262643 0,258428914 0,612562684 0,53151192 0,523281119 0,19996738 0,691667574 0,266851557 0,476207852 0,401086119
5 0,53046774 0,436222431 0,168624472 0,459561199 0,381148553 0,60536805 0,48656055 0,31567967 0,376225643 0,214149945 0,314454776 0,816477364
5 0,52412582 0,004238276 0,618831195 0,515555037 0,347513452 0,76754283 0,299221654 0,62297082 0,795394547 0,329097436 0,352592708 0,630195402
7 0,5477038 0,976158089 0,411919412 0,47289264 0,556921839 0,33062813 0,540783961 0,2425687 0,272922759 0,274147109 0,269051366 0,484161679
8 0,33717156 0,340679025 0,767888445 0,430889788 0,539412026 0,38201924 0,328519331 0,37565174 0,895859516 0,202861852 0,521471083 0,73268204
9 0,52167352 0,750702929 0,151582839 0,35838828 0,550941031 0,42944031 0,404194625 0,40458568 0,898733171 0,2361289 0,696778808 0,51412549
10 0,52347157 0,951226449 0,53461599 0,402298267 0,414671293 0,79472272 0,413917644 0,06287308 0,388094275 0,28235162 0,148505031 0,226744694
11 0,39681704 0,449071938 0,974340831 0,118324584 0,522603058 0,61008657 0,421338936 0,04059616 0,500033491 0,256889495 0,548282898 0,470574952
12 0,41376823 0,460292982 0,479711968 0,472327253 0,564051582 0,60897673 0,436666424 0,77348146 0,772656703 0,42499815 0,409623208 0,294725345
13 0,5641328 0,246417652 0,777875459 0,361744896 0,598213338 0,57141352 0,377823863 0,17646069 0,272107035 0,253181256 0,860205067 0,753994719
14 0,56200202 0,460915273 0,908598447 0,113406695 0,583192626 0,32104019 0,671843713 0,97624787 0,897669567 0,244063297 0,573037881 0,773773435
15 0,57627416 0,558972072 0,72495616 0,477730919 0,684901771 0,30523189 0,337334131 0,33379748 0,429019817 0,356922544 0,242594866 0,515691497
16 0,41153562 0,85202339 0,571629078 0,213701317 0,370479293 0,48924854 0,643678414 0,85431404 0,294124578 0,395697498 0,510548074 0,426214354
17 0,57311309 0,2329114 0,21962247 0,565676345 0,524725139 0,34519026 0,396944348 0,48369137 0,014455602 0,292552926 0,188760175 0,143190664
18 0,46283131 0,526914165 0,757682407 0,41526123 0,623408087 0,39616252 0,41404664 0,97578498 0,741106264 0,192883432 0,580591958 0,501203737
19 0,62074977 0,851883834 0,023195599 0,366945317 0,531481867 0,51926131 0,513829932 0,9134976 0,035717746 0,38582834 0,475349456 0,423339936
20 0,34153328 0,222085032 0,359064967 0,39816162 0,325467245 0,46422662 0,663757808 0,67977007 0,640036674 0,234022643 0,210148716 0,618517114
21 0,45199211 0,927383387 0,976405057 0,144485138 0,699651833 0,47480405 0,293641909 0,77562297 0,988140627 0,182336668 0,702904461 0,878652701
22 0,42119261 0,307061851 0,189912655 0,474137719 0,519155349 0,34081054 0,400532866 0,91086065 0,049217949 0,23567912 0,379978336 0,649742387
23 0,47399658 0,865545214 0,940355704 0,242581644 0,482125696 0,76190953 0,495022884 0,37470123 0,332205272 0,166910259 0,650553888 0,563667069
24 0,62851173 0,767160015 0,437789761 0,551392812 0,663883496 0,30600366 0,359882973 0,78996078 0,55872702 0,374334783 0,926692286 0,855607057
25 0,70522589 0,848367221 0,325884819 0,542213432 0,677515562 0,82987199 0,532035517 0,97545882 0,674452529 0,333004968 0,528046511 0,645185636
26 0,46690847 0,43675716 0,824079793 0,52528158 0,506180166 0,37815129 0,511407637 0,91872938 0,581684298 0,409118238 0,607492221 0,553978171
27 0,6350009 0,615895726 0,092266065 0,250065988 0,71385789 0,42550455 0,634713462 0,73196066 0,858716334 0,344759449 0,276274439 0,281917395
28 0,40706784 0,068835021 0,914858595 0,444177042 0,76311324 0,47988976 0,338289164 0,65924961 0,360387429 0,22447918 0,571968803 0,49882484
29 0,51633887 0,358546888 0,521430758 0,492014768 0,455657193 0,85987113 0,426880294 0,40017062 0,944194678 0,316969552 0,364120768 0,557943796
30 0,46688508 0,474220211 0,320414265 0,47396674 0,674641373 0,61656125 0,34515319 0,46435542 0,11755858 0,262763025 0,637352761 0,392815889
31 0,4242678 0,421275155 0,324658813 0,1830621 0,363019015 0,3818224 0,434346326 0,14579199 0,080659118 0,367763857 0,535325194 0,427691981
32 0,38417403 0,437378267 0,222455014 0,395713973 0,514068485 0,60819557 0,629527137 0,20296035 0,470202265 0,415940702 0,444169379 0,787841605
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85 0,46472811 0,091660136 0,955884303 0,3901014 0,582037579 0,28589227 0,711027705 0,24204214 0,64535562 0,178655346 0,348227343 0,807973237
86 0,5011617 0,332547882 0,258079454 0,451022691 0,421040201 0,70778203 0,468045923 0,08852493 0,833848912 0,527181192 0,315445682 0,221492369
87 0,47785341 0,245826925 0,318705506 0,298487048 0,616719416 0,86693846 0,397236531 0,21990102 0,009226895 0,398831686 0,297842244 0,692457853
88 0,54954784 0,991652911 0,600008435 0,386911064 0,415348306 0,5583196 0,507875528 0,29521739 0,940306029 0,234608447 0,402672375 0,764820917
89 0,37220987 0,795300198 0,89005208 0,377147107 0,381388239 0,57462643 0,530781342 0,53242553 0,696207601 0,511003381 0,571990308 0,250920122
90 0,61337894 0,946126126 0,270583283 0,354567394 0,336609693 0,39299189 0,345969681 0,98333265 0,550570698 0,383272137 0,284695297 0,488124643
91 0,48806819 0,124621645 0,634607087 0,194612133 0,408627379 0,36940498 0,570766766 0,0117113 0,128856788 0,289122886 0,135410806 0,545183548
92 0,37987449 0,683625182 0,285995555 0,524269802 0,392722809 0,5598388 0,43268073 0,76344434 0,439321589 0,215218935 0,507023724 0,655888965
93 0,33952425 0,29987562 0,863940086 0,24348144 0,675783464 0,30501508 0,57510059 0,26874288 0,990692726 0,368706841 0,527942336 0,434751066
94 0,46884038 0,323679337 0,89084384 0,493711356 0,581623885 0,62935595 0,491481444 0,54216189 0,664204179 0,204245571 0,436423752 0,472058188
95 0,469739 0,63630669 0,664705285 0,43617188 0,548590467 0,64274505 0,50167369 0,8819076 0,009867759 0,246562115 0,594851292 0,358905185
96 0,47118786 0,505533398 0,263908796 0,580047133 0,497265928 0,32549278 0,627631542 0,78643152 0,725773416 0,165115775 0,460587616 0,57754163
97 0,45378941 0,484177154 0,001146446 0,472178618 0,383990043 0,43377033 0,601516488 0,82619157 0,338910493 0,450791108 0,404853403 0,668382424
98 0,56986294 0,933514955 0,762732764 0,377322658 0,39498404 0,47651737 0,497848528 0,79257737 0,155443871 0,205060925 0,166391434 0,737006669
99 0,64121174 0,140957271 0,302134358 0,314893329 0,436555169 0,83673032 0,644736509 0,04966649 0,795837767 0,170324808 0,075458775 0,320082859
100 0,46406005 0,010333082 0,334215998 0,400460382 0,314298486 0,60248034 0,374974462 0,16455833 0,664526034 0,348810165 0,35314302 0,320420424
E12E11
ENTRADAS
E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
204
APÊNDICE C – TABELA COM OS DADOS VARIÁVEIS AUXILIARES E DADOS DE SAÍDA DO RISCO DE USINAS
EÓLICAS
Risco de Insumo Risco de Licenciamento Ambiental Conclusão Contratação Risco no Preço de Contratação de Energia Risco no Prazo de Projeto
0,431330428 1,638922755 3,555092064 3,005009428 3,005009428 3,555092064
0,354456021 1,436239747 2,908701225 2,410394392 2,410394392 2,908701225
0,37655403 1,071327369 3,122071051 2,826970014 2,826970014 3,122071051
0,367028908 1,150063864 2,817419585 2,388397481 2,388397481 2,817419585
0,530467745 1,151466507 2,624543662 2,647916489 2,647916489 2,624543662
0,524125818 1,933920408 3,34819834 2,621970205 2,621970205 3,34819834
0,547703804 1,449050729 2,877384662 2,188466822 2,188466822 2,877384662
0,337171563 1,702401039 2,952351634 2,512755949 2,512755949 2,952351634
0,521673518 1,661707131 3,046283092 2,712959152 2,712959152 3,046283092
0,523471573 1,353524716 2,976836378 2,108115316 2,108115316 2,976836378
0,396817039 1,092665415 2,646693983 2,548364522 2,548364522 2,646693983
0,41376823 2,018465419 3,792664888 2,455649828 2,455649828 3,792664888
0,564132802 1,139620354 2,687071071 3,347959442 3,347959442 2,687071071
0,56200202 1,987324133 4,218608343 3,468253833 3,468253833 4,218608343
0,576274161 1,240548213 2,619706659 2,376384839 2,376384839 2,619706659
0,411535625 1,362139931 3,230611674 2,573091382 2,573091382 3,230611674
0,573113094 1,063823317 2,469184173 1,913480441 1,913480441 2,469184173
0,462831307 2,132152477 4,145392185 3,143820071 3,143820071 4,145392185
0,620749774 1,316160665 3,274970064 2,964418635 2,964418635 3,274970064
0,341533283 1,71796836 3,386963479 2,175436424 2,175436424 3,386963479
0,451992113 1,908248734 3,677165445 3,508824076 3,508824076 3,677165445
0,421192613 1,434216319 3,264765185 2,880929335 2,880929335 3,264765185
0,47399658 1,182937348 2,921995456 2,932252762 2,932252762 2,921995456
0,628511733 1,900080617 3,713807871 3,864655358 3,864655358 3,713807871
0,70522589 2,192124786 4,377134689 3,531432423 3,531432423 4,377134689
0,466908467 2,025695262 3,96201245 3,05328841 3,05328841 3,96201245
0,635000902 1,840742977 3,921274985 2,639011282 2,639011282 3,921274985
0,407067844 1,46381408 3,224466093 2,900224337 2,900224337 3,224466093
0,516338868 1,836380063 3,578788684 2,753931758 2,753931758 3,578788684
0,466885077 1,055880741 2,692236552 2,788256348 2,788256348 2,692236552
0,424267798 0,604337255 1,783524997 2,13212639 2,13212639 1,783524997
0,384174029 1,068876585 2,820667777 2,738449069 2,738449069 2,820667777
0,536231278 1,364722152 2,602126041 2,392451863 2,392451863 2,602126041
0,397312224 1,896179634 3,376931444 2,266234023 2,266234023 3,376931444
0,508004736 1,374881379 2,8545852 2,660012229 2,660012229 2,8545852
0,422608526 0,874298387 2,673646608 2,685537694 2,685537694 2,673646608
0,632626166 1,8858002 3,778480437 2,794988329 2,794988329 3,778480437
0,414957248 1,454360516 2,924289493 2,415890346 2,415890346 2,924289493
0,432564852 1,446678371 2,97547206 2,279729307 2,279729307 2,97547206
0,437845538 1,563240562 3,133168274 1,908095871 1,908095871 3,133168274
0,540485879 1,600360375 2,557855891 2,248679802 2,248679802 2,557855891
0,48836672 1,405499429 2,638460831 1,905292483 1,905292483 2,638460831
0,53507976 1,211903147 2,446834395 1,926295833 1,926295833 2,446834395
0,393366792 1,217128303 3,096545092 2,619226883 2,619226883 3,096545092
0,349179689 1,395797083 3,214499342 2,402189496 2,402189496 3,214499342
0,457728476 0,886266502 2,332916073 2,734555711 2,734555711 2,332916073
0,473559451 1,199989092 2,733469543 2,414283536 2,414283536 2,733469543
0,414168659 0,68271766 2,146845956 2,270484183 2,270484183 2,146845956
0,547142695 1,570314259 3,026755869 2,085588416 2,085588416 3,026755869
0,495419164 1,7896262 3,137218391 2,501088614 2,501088614 3,137218391
0,430726534 1,357485218 2,877588543 2,086314612 2,086314612 2,877588543
0,371553417 2,18082806 3,624967877 2,146760787 2,146760787 3,624967877
0,411855437 1,126146531 3,078068804 2,515015656 2,515015656 3,078068804
0,491806219 1,549030909 3,254190445 3,176695429 3,176695429 3,254190445
0,502180059 1,594317332 3,094058494 2,970951277 2,970951277 3,094058494
0,338953487 1,104447797 2,848557018 2,968574417 2,968574417 2,848557018
0,601445705 1,221972228 2,694361474 2,123272661 2,123272661 2,694361474
0,609070669 1,297564128 2,857099684 2,77145478 2,77145478 2,857099684
0,370405461 1,377637226 2,834630142 2,341314598 2,341314598 2,834630142
0,359060024 1,918318563 4,085050822 2,663893729 2,663893729 4,085050822
0,443831352 1,138978128 3,079182052 2,567717217 2,567717217 3,079182052
0,445103027 1,42040938 2,826977778 2,662293205 2,662293205 2,826977778
0,459822049 1,134889941 2,258046953 2,234256087 2,234256087 2,258046953
0,660274004 1,351093559 2,459657122 2,609330569 2,609330569 2,459657122
0,329518891 1,67778815 3,323587767 2,484761847 2,484761847 3,323587767
0,527797075 1,833370788 3,295879579 2,928407702 2,928407702 3,295879579
0,410292949 1,953807801 3,802989955 2,761036051 2,761036051 3,802989955
0,57722321 1,951494484 3,809880192 2,94881341 2,94881341 3,809880192
0,34513693 1,769019527 3,393507488 2,923114074 2,923114074 3,393507488
0,32818411 1,183978152 2,750463934 2,408938985 2,408938985 2,750463934
0,41586677 1,46530872 2,932654579 2,623877877 2,623877877 2,932654579
AUXILIARES SAÍDAS
A1 A2 A3 A4 S1 S2
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
205
APÊNDICE D – TABELA COM OS DADOS DE SAÍDA DE USINAS EÓLICAS EM ANÁLISE OTIMISTA
Preço de Contratação de Energia (R$/Mwh) Prazo do Projeto (meses)
min 190 12
mp 192 15
max 213 32
(mp-min)/(max-min) 0,086956522 0,15
1 191,1888627 13,46049828
2 191,1268707 13,32106803
3 191,1189538 13,36866454
4 191,1361603 13,30017374
5 191,0594775 13,25488095
5 191,1037925 13,4173634
7 190,9611016 13,31393714
8 191,0754458 13,33094364
9 191,0689164 13,35195039
10 190,9904143 13,33645121
11 191,1284518 13,26016522
12 191,0223303 13,50850884
13 191,2113213 13,26974117
14 191,2127538 13,59096355
15 191,0428042 13,25372405
16 191,0684596 13,39225249
17 190,8553782 13,21717316
18 191,1654156 13,57709712
19 191,0885011 13,40177817
20 191,0629935 13,42554484
21 191,2626435 13,48536166
22 191,1611522 13,39959248
23 191,1230209 13,32408356
24 191,2784043 13,49274402
25 191,2665988 13,62058039
26 191,1562452 13,54181953
27 191,0262201 13,53387255
28 191,1691908 13,39092762
29 191,0777253 13,46535771
30 191,1543858 13,27096103
31 191,00037 13,03446363
32 191,0984622 13,30092301
33 191,1154227 13,24951015
34 190,9997418 13,42343207
35 191,1545317 13,30872118
36 191,1320009 13,26656542
37 191,0921423 13,50568531
38 191,0965484 13,32460322
39 191,0866449 13,33614492
40 190,8932288 13,3710948
41 191,0637194 13,23883556
42 190,8810822 13,25820368
43 190,9748736 13,21165203
44 191,1188771 13,36305798
45 191,0451724 13,3887763
46 191,0865712 13,18311016
47 191,1391103 13,28065676
48 191,0148427 13,13494827
49 190,9782156 13,3476103
50 191,0360747 13,3719807
51 190,9608464 13,31398369
52 191,0586759 13,47478159
53 191,0691328 13,35898539
54 191,2317333 13,39732397
55 191,1382463 13,36251059
56 191,1568064 13,3073386
57 190,916366 13,2714625
58 191,1160163 13,30929745
59 191,0127105 13,30413883
60 191,1713504 13,56557673
61 191,1697765 13,35923112
62 191,1141196 13,30237731
63 190,9720416 13,16397086
64 191,060862 13,21482273
65 191,1437136 13,4121447
66 191,1947982 13,40624598
67 191,1675145 13,51056081
68 191,1071738 13,51192861
69 191,1915994 13,42692133
70 191,0618187 13,2846316
71 191,0645383 13,32649642
72 191,060553 13,17754654
73 191,1200882 13,40282769
74 190,9727414 13,22572904
75 190,9729143 13,26542853
76 191,2689637 13,44418046
77 191,1684865 13,5180728
78 191,1173398 13,38033388
79 190,9933696 13,07959101
80 191,1019847 13,46459353
81 191,1163145 13,43083645
82 191,1184687 13,50596668
83 191,0940298 13,44234953
84 191,168339 13,41006491
85 191,036756 13,32475128
86 190,9628649 13,33497521
87 191,2107973 13,22427619
88 191,0505979 13,36469291
89 191,0919905 13,36218418
90 191,0529096 13,46035258
91 190,9696008 13,14315835
92 191,1372538 13,41050706
S1 S2
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
206
APÊNDICE E – TABELA COM OS DADOS DE SAÍDA DE USINAS EÓLICAS EM ANÁLISE PESSIMISTA
Preço de Contratação de Energia (R$/Mwh) Prazo do Projeto (meses)
min 190 12
mp 211 30
max 213 32
(mp-min)/(max-min) 0,913043478 0,9
1 193,8523555 15,57747557
2 193,6514783 15,23594258
3 193,6258249 15,35252976
4 193,68158 15,18476224
5 193,4330994 15,07381801
5 193,5766965 15,47181711
7 193,1143251 15,21847554
8 193,4848427 15,2601328
9 193,4636849 15,31158861
10 193,209309 15,27362352
11 193,6566018 15,08676179
12 193,3127289 15,69507694
13 193,9251297 15,11021798
14 193,9297714 15,89704889
15 193,3790718 15,0709842
16 193,4622049 15,4103082
17 192,7717421 14,98145317
18 193,776378 15,86308321
19 193,5271466 15,43364125
20 193,4444926 15,49185746
21 194,0914325 15,63837816
22 193,7625631 15,42828742
23 193,6390036 15,2433291
24 194,1425033 15,65646118
25 194,1042491 15,96959505
26 193,7466625 15,77667113
27 193,3253331 15,75720507
28 193,7886113 15,40706295
29 193,4922292 15,58937867
30 193,7406374 15,113206
31 193,2415693 14,53390805
32 193,5594242 15,18659756
33 193,6143826 15,06066231
34 193,2395335 15,48668226
35 193,7411103 15,2056991
36 193,6681021 15,10243901
37 193,5389457 15,68816073
38 193,5532228 15,24460201
39 193,5211318 15,27287327
40 192,894392 15,35848266
41 193,4468449 15,03451499
42 192,8550328 15,08195701
43 193,1589514 14,96792921
44 193,6255762 15,33879654
45 193,3867456 15,4017933
46 193,5208932 14,89801619
47 193,6911394 15,13695559
48 193,2884661 14,78004414
49 193,1697809 15,30095761
50 193,3572657 15,36065265
51 193,1134981 15,21858956
52 193,430502 15,61246237
53 193,4643862 15,32882077
54 193,9912721 15,42273072
55 193,6883397 15,3374557
56 193,7484811 15,20231249
57 192,9693652 15,11443435
58 193,616306 15,20711067
59 193,2815569 15,19447468
60 193,795609 15,83486414
61 193,7905091 15,32942268
62 193,6101601 15,19015987
63 193,1497748 14,85113469
64 193,4375858 14,97569582
65 193,7060557 15,45903396
66 193,8715888 15,4445851
67 193,7831792 15,70010322
68 193,5876532 15,70345362
69 193,8612233 15,49522917
70 193,4406859 15,14669194
71 193,4494982 15,24923937
72 193,4365844 14,88438816
73 193,6295004 15,43621203
74 193,1520425 15,00241071
75 193,1526026 15,0996542
76 194,1119125 15,53750522
77 193,7863291 15,71850374
78 193,6205949 15,38111368
79 193,2188854 14,64444711
80 193,5708385 15,58750682
81 193,6172725 15,50481922
82 193,6242529 15,68884993
83 193,5450618 15,53302038
84 193,7858509 15,45393952
85 193,3594733 15,24496467
86 193,1200387 15,27000808
87 193,9234316 14,99885196
88 193,4043262 15,3428013
89 193,5384538 15,33665619
90 193,4118172 15,57711867
91 193,1418658 14,80015465
92 193,6851234 15,45502258
S1 S2
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
207
APÊNDICE F – TABELA DE DADOS ALEATÓRIOS DO RISCO DE USINAS HIDRELÉTRICAS
E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12
Insumo Ambiental Estrutural Licenciamento Financeiro e Econômico Crédito Conclusão País Político Regulatório Mercado Contratação Submercado
min 0,2 0,18 0,093333333 0,093333333 0,066666667 0,193333333 0,22 0,113333333 0,093333333 0,206666667 0,273333333 0,126666667
mp 0,26 0,133333333 0,38 0,113333333 0,5 0,44 0,3 0,286666667 0,46 0,24 0,533333333 0,353333333
max 0,95 0,73 0,67 1 0,8 0,95 0,53 0,52 0,98 0,53 0,86 0,64
(mp-min)/(max-min) 0,08 -0,084848485 0,497109827 0,022058824 0,590909091 0,325991189 0,258064516 0,426229508 0,413533835 0,103092784 0,443181818 0,441558442
1 0,498917898 0,202930635 0,339294738 0,389040548 0,579996352 0,66879814 0,497459914 0,281319136 0,424540659 0,2128285 0,609322837 0,374323608
2 0,704577988 0,439482797 0,357224386 0,391171827 0,545136288 0,471320056 0,268739226 0,414467648 0,656821457 0,302424392 0,326658338 0,274864716
3 0,271448608 0,37903455 0,498614305 0,468747296 0,445072712 0,320559798 0,322743453 0,30426551 0,502834329 0,32745208 0,585551321 0,395864743
4 0,78484913 0,267840445 0,388942311 0,591731987 0,522162267 0,477195417 0,285689392 0,179797653 0,348753789 0,390265579 0,520068081 0,222389236
5 0,32275235 0,523135446 0,539264537 0,219717374 0,433716905 0,597007492 0,321842574 0,269366604 0,425214878 0,417638844 0,740437974 0,424811285
5 0,550759796 0,671118362 0,499281168 0,265300679 0,673035896 0,358803349 0,369610768 0,135557147 0,551680336 0,439383589 0,42576629 0,455782084
7 0,36731585 0,657094828 0,317523787 0,173243193 0,506960468 0,404827137 0,230119749 0,45135385 0,583665452 0,2492052 0,5361306 0,535178883
8 0,338727998 0,236297909 0,579287133 0,528235769 0,570002365 0,491867007 0,386860471 0,279723419 0,429382705 0,211013208 0,592389561 0,555601385
9 0,292588717 0,195940367 0,297962395 0,351934026 0,407877022 0,429301793 0,334431613 0,179704389 0,519508741 0,333635782 0,753893246 0,260595501
10 0,547791887 0,439658175 0,546462673 0,140255753 0,636742361 0,524602932 0,278912155 0,356161027 0,418764581 0,268052891 0,411388665 0,361289103
11 0,616721063 0,167246596 0,250193644 0,234785822 0,538429326 0,682717913 0,48779062 0,43619641 0,614211016 0,237152788 0,531472463 0,476543887
12 0,230203883 0,4245039 0,43138808 0,500796003 0,134479608 0,63777 0,348033377 0,211605022 0,519366538 0,257154135 0,399203835 0,308369748
13 0,405954522 0,466842299 0,455198746 0,907855651 0,152713987 0,450513804 0,291990982 0,288917803 0,403970409 0,27592697 0,433616531 0,23084444
14 0,291078057 0,252926642 0,488158211 0,113120171 0,401955139 0,769678002 0,236066857 0,219591281 0,363520758 0,224494942 0,43379997 0,278873558
15 0,563890643 0,443225941 0,410765947 0,130687383 0,389458858 0,507318776 0,305483183 0,344711712 0,595900451 0,226658367 0,573478275 0,324473834
16 0,320196379 0,465607182 0,469925505 0,601249537 0,286191632 0,266956075 0,315332876 0,360112884 0,531708344 0,273561087 0,585935808 0,385787928
17 0,250223617 0,310565315 0,342800135 0,33283407 0,592607465 0,621152463 0,330445051 0,212855534 0,347308066 0,335970577 0,658941841 0,198579522
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70 0,370242936 0,426501846 0,482346929 0,349932357 0,628164224 0,386643159 0,389806152 0,450518267 0,586886249 0,227156737 0,664638662 0,320153455
71 0,255557826 0,273885001 0,426739508 0,331129793 0,30913899 0,44362173 0,321378771 0,287636681 0,352686532 0,265464442 0,549796173 0,565140541
72 0,410637011 0,554879358 0,356858687 0,6422355 0,508794136 0,671218696 0,448449595 0,471031543 0,576453222 0,291752428 0,457193396 0,417590927
73 0,546396949 0,170756727 0,236036694 0,620797283 0,315047777 0,521969153 0,372023189 0,334749412 0,552496662 0,268093252 0,606122964 0,382391784
74 0,40871407 0,157995688 0,370685518 0,702361024 0,515709315 0,788900348 0,300981848 0,330977089 0,297586377 0,305559927 0,43146847 0,614097559
75 0,502503844 0,482575822 0,147452731 0,334079821 0,357253275 0,478761264 0,450459841 0,250797242 0,300238942 0,294075987 0,58623139 0,364407656
76 0,582210291 0,377921584 0,344797632 0,271071166 0,430578582 0,647324361 0,396858885 0,340340304 0,58201857 0,3864722 0,509216929 0,257784142
77 0,657295434 0,409054442 0,531321116 0,504883548 0,433417406 0,396587826 0,247186518 0,224167251 0,754441026 0,271079107 0,638496104 0,338463969
78 0,443457637 0,534610727 0,490855934 0,601574244 0,292092485 0,48195342 0,400064723 0,277769898 0,355360939 0,304996436 0,430591421 0,330997183
79 0,423525165 0,271267774 0,337040414 0,178202503 0,525100694 0,361916858 0,397163759 0,406171153 0,692352036 0,418836097 0,436148538 0,334416182
80 0,254029519 0,215501816 0,321826624 0,170744843 0,257066245 0,654324119 0,311109909 0,282524578 0,125435882 0,330579563 0,474383187 0,384550419
81 0,704796707 0,216312192 0,301329383 0,204171244 0,5208208 0,348468252 0,327232212 0,314738533 0,140072939 0,257999635 0,519294437 0,377077327
82 0,344194786 0,316659334 0,284287437 0,31197797 0,503831472 0,64963857 0,46945689 0,415037007 0,319815749 0,287986937 0,515823778 0,47741307
83 0,322719171 0,605598715 0,413755126 0,682198175 0,457935152 0,345633188 0,403387808 0,274681131 0,40726477 0,313966868 0,504703709 0,378495387
84 0,696041834 0,308190406 0,653293408 0,349857128 0,293086757 0,507962216 0,314318928 0,355679744 0,656942499 0,312503521 0,752942905 0,343200176
85 0,312528103 0,394431355 0,244224871 0,115071697 0,239934454 0,31527584 0,272837061 0,223158983 0,495923122 0,261183421 0,699095724 0,266201223
86 0,349693493 0,222925826 0,613229462 0,332048254 0,634338801 0,532902797 0,356973217 0,374698241 0,817772041 0,486627208 0,411468215 0,314231724
87 0,71306381 0,292206456 0,391132973 0,573820842 0,417607012 0,432269134 0,297039061 0,242716708 0,293619429 0,271038688 0,498160422 0,431845302
88 0,258308116 0,284060013 0,39428122 0,474559031 0,556465678 0,327486485 0,250392414 0,369745065 0,424236035 0,268885525 0,617447658 0,476928636
89 0,813343069 0,447946207 0,405627649 0,504211919 0,733621798 0,344223881 0,248372906 0,157310359 0,607667974 0,312794842 0,411438741 0,331591574
90 0,317278386 0,170548413 0,481616261 0,111118686 0,658374243 0,787081383 0,31866111 0,233447022 0,727116954 0,374248883 0,558276893 0,487309757
91 0,585125031 0,504320447 0,455895998 0,441444298 0,388120833 0,493983247 0,402933047 0,378567611 0,404591524 0,27406737 0,358482287 0,423832668
92 0,492542269 0,229970431 0,305010577 0,151064676 0,570918204 0,673951222 0,428758087 0,35622658 0,442899282 0,315127591 0,403614714 0,1704396
93 0,267944348 0,293914944 0,445740778 0,438952757 0,649218726 0,736466101 0,454038631 0,420314924 0,402909397 0,335075166 0,641083847 0,441547121
94 0,511364588 0,317601947 0,375179577 0,385618945 0,642288043 0,536492826 0,31186049 0,185212469 0,528396173 0,245057329 0,637089441 0,434068529
95 0,5292728 0,410911533 0,230559918 0,38046322 0,187656574 0,331401099 0,461376412 0,266207337 0,640067788 0,261719507 0,496221852 0,2485344
96 0,366466707 0,218927917 0,203112119 0,353915648 0,475800974 0,691183552 0,263340492 0,277598496 0,478405671 0,350260901 0,334424061 0,499498064
97 0,48680945 0,305789486 0,404182212 0,636670191 0,580543032 0,511064395 0,357264069 0,172334264 0,687400026 0,298554918 0,568538711 0,311797069
98 0,256478863 0,366677201 0,372829095 0,121929345 0,619050573 0,689325119 0,418737457 0,192246477 0,521527944 0,26502957 0,624577554 0,389133242
99 0,508989667 0,350917217 0,333288429 0,490301585 0,483264302 0,446475386 0,294291275 0,255650337 0,506854357 0,217900561 0,367839421 0,368566375
100 0,388313555 0,330596801 0,3191585 0,30501788 0,365379368 0,29146269 0,233693307 0,31264924 0,763347109 0,260871211 0,410909295 0,337430935
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
208
APÊNDICE G – TABELA COM OS DADOS DE ENTRADA DO RISCO DE USINAS HIDRELÉTRICAS
Insumo Ambiental Estrutural Licenciamento Ambiental Financeiro e Econômico Crédito Conclusão País Político Regulatório Mercado Contratação Submercado
min 0,2 0,18 0,093333333 0,093333333 0,066666667 0,19333333 0,22 0,11333333 0,093333333 0,206666667 0,273333333 0,126666667
mp 0,26 0,133333333 0,38 0,113333333 0,5 0,44 0,3 0,28666667 0,46 0,24 0,533333333 0,353333333
max 0,95 0,73 0,67 1 0,8 0,95 0,53 0,52 0,98 0,53 0,86 0,64
(mp-min)/(max-min) 0,08 -0,084848485 0,497109827 0,022058824 0,590909091 0,32599119 0,258064516 0,42622951 0,413533835 0,103092784 0,443181818 0,441558442
1 0,4989179 0,516659988 0,445067229 0,548111682 0,676904003 0,68022305 0,55904226 0,58553218 0,505278889 0,382858723 0,35900864 0,857543311
2 0,70457799 0,550398648 0,88169949 0,554540257 0,567694856 0,39097341 0,338124498 0,56664212 0,291004722 0,333871553 0,360691991 0,5609094
3 0,27144861 0,525135573 0,194708077 0,1898987 0,541031009 0,54684803 0,672796606 0,83691607 0,044512602 0,32693758 0,394824843 0,677644065
4 0,78484913 0,748563955 0,4262643 0,258428914 0,612562684 0,53151192 0,523281119 0,19996738 0,691667574 0,266851557 0,476207852 0,401086119
5 0,32275235 0,436222431 0,168624472 0,459561199 0,381148553 0,60536805 0,48656055 0,31567967 0,376225643 0,214149945 0,314454776 0,816477364
5 0,5507598 0,004238276 0,618831195 0,515555037 0,347513452 0,76754283 0,299221654 0,62297082 0,795394547 0,329097436 0,352592708 0,630195402
7 0,36731585 0,976158089 0,411919412 0,47289264 0,556921839 0,33062813 0,540783961 0,2425687 0,272922759 0,274147109 0,269051366 0,484161679
8 0,338728 0,340679025 0,767888445 0,430889788 0,539412026 0,38201924 0,328519331 0,37565174 0,895859516 0,202861852 0,521471083 0,73268204
9 0,29258872 0,750702929 0,151582839 0,35838828 0,550941031 0,42944031 0,404194625 0,40458568 0,898733171 0,2361289 0,696778808 0,51412549
10 0,54779189 0,951226449 0,53461599 0,402298267 0,414671293 0,79472272 0,413917644 0,06287308 0,388094275 0,28235162 0,148505031 0,226744694
11 0,61672106 0,449071938 0,974340831 0,118324584 0,522603058 0,61008657 0,421338936 0,04059616 0,500033491 0,256889495 0,548282898 0,470574952
12 0,23020388 0,460292982 0,479711968 0,472327253 0,564051582 0,60897673 0,436666424 0,77348146 0,772656703 0,42499815 0,409623208 0,294725345
13 0,40595452 0,246417652 0,777875459 0,361744896 0,598213338 0,57141352 0,377823863 0,17646069 0,272107035 0,253181256 0,860205067 0,753994719
14 0,29107806 0,460915273 0,908598447 0,113406695 0,583192626 0,32104019 0,671843713 0,97624787 0,897669567 0,244063297 0,573037881 0,773773435
15 0,56389064 0,558972072 0,72495616 0,477730919 0,684901771 0,30523189 0,337334131 0,33379748 0,429019817 0,356922544 0,242594866 0,515691497
16 0,32019638 0,85202339 0,571629078 0,213701317 0,370479293 0,48924854 0,643678414 0,85431404 0,294124578 0,395697498 0,510548074 0,426214354
17 0,25022362 0,2329114 0,21962247 0,565676345 0,524725139 0,34519026 0,396944348 0,48369137 0,014455602 0,292552926 0,188760175 0,143190664
18 0,27160562 0,526914165 0,757682407 0,41526123 0,623408087 0,39616252 0,41404664 0,97578498 0,741106264 0,192883432 0,580591958 0,501203737
19 0,2320585 0,851883834 0,023195599 0,366945317 0,531481867 0,51926131 0,513829932 0,9134976 0,035717746 0,38582834 0,475349456 0,423339936
20 0,62252107 0,222085032 0,359064967 0,39816162 0,325467245 0,46422662 0,663757808 0,67977007 0,640036674 0,234022643 0,210148716 0,618517114
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74 0,40871407 0,530845131 0,783332408 0,537463318 0,324921977 0,29213907 0,413616929 0,2170286 0,641457123 0,369531525 0,540720428 0,413124841
75 0,50250384 0,247017732 0,354007844 0,388143805 0,353064124 0,64177989 0,468407384 0,45562023 0,361833495 0,217184066 0,15915876 0,401237262
76 0,58221029 0,032801905 0,479513066 0,429103366 0,714572233 0,37386012 0,463092835 0,927918 0,013490902 0,377753715 0,832254558 0,443629644
77 0,65729543 0,960448276 0,046439392 0,485230621 0,740745018 0,88799455 0,76648989 0,22530038 0,382467234 0,312374669 0,310140895 0,371999737
78 0,44345764 0,465294199 0,995654919 0,427468331 0,615206111 0,32101012 0,642656644 0,04788555 0,99545953 0,446859862 0,509750594 0,698743827
79 0,42352516 0,139533842 0,367514978 0,345761039 0,425803653 0,32615765 0,371389327 0,06269274 0,160849912 0,432058925 0,336038807 0,527754248
80 0,25402952 0,141522969 0,948370455 0,511760357 0,622812476 0,72301437 0,706773195 0,35089398 0,659802616 0,188774417 0,253722073 0,786356913
81 0,70479671 0,532867613 0,829536269 0,420275557 0,71777799 0,63702446 0,414731934 0,63995063 0,579468185 0,43584772 0,394070564 0,252443527
82 0,34419479 0,306039166 0,5792995 0,515419098 0,70625978 0,44432475 0,33556503 0,83295257 0,556743668 0,432571228 0,337818284 0,498279523
83 0,32271917 0,938995844 0,821207043 0,258592928 0,42331864 0,60915228 0,675995094 0,87383612 0,361708038 0,306365878 0,777259369 0,20482594
84 0,69604183 0,733829943 0,454132085 0,326933917 0,426197969 0,54483137 0,372682738 0,84430669 0,499377051 0,40363785 0,31106562 0,689813793
85 0,3125281 0,091660136 0,955884303 0,3901014 0,582037579 0,28589227 0,711027705 0,24204214 0,64535562 0,178655346 0,348227343 0,807973237
86 0,34969349 0,332547882 0,258079454 0,451022691 0,421040201 0,70778203 0,468045923 0,08852493 0,833848912 0,527181192 0,315445682 0,221492369
87 0,71306381 0,245826925 0,318705506 0,298487048 0,616719416 0,86693846 0,397236531 0,21990102 0,009226895 0,398831686 0,297842244 0,692457853
88 0,25830812 0,991652911 0,600008435 0,386911064 0,415348306 0,5583196 0,507875528 0,29521739 0,940306029 0,234608447 0,402672375 0,764820917
89 0,81334307 0,795300198 0,89005208 0,377147107 0,381388239 0,57462643 0,530781342 0,53242553 0,696207601 0,511003381 0,571990308 0,250920122
90 0,31727839 0,946126126 0,270583283 0,354567394 0,336609693 0,39299189 0,345969681 0,98333265 0,550570698 0,383272137 0,284695297 0,488124643
91 0,58512503 0,124621645 0,634607087 0,194612133 0,408627379 0,36940498 0,570766766 0,0117113 0,128856788 0,289122886 0,135410806 0,545183548
92 0,49254227 0,683625182 0,285995555 0,524269802 0,392722809 0,5598388 0,43268073 0,76344434 0,439321589 0,215218935 0,507023724 0,655888965
93 0,26794435 0,29987562 0,863940086 0,24348144 0,675783464 0,30501508 0,57510059 0,26874288 0,990692726 0,368706841 0,527942336 0,434751066
94 0,51136459 0,323679337 0,89084384 0,493711356 0,581623885 0,62935595 0,491481444 0,54216189 0,664204179 0,204245571 0,436423752 0,472058188
95 0,5292728 0,63630669 0,664705285 0,43617188 0,548590467 0,64274505 0,50167369 0,8819076 0,009867759 0,246562115 0,594851292 0,358905185
96 0,36646671 0,505533398 0,263908796 0,580047133 0,497265928 0,32549278 0,627631542 0,78643152 0,725773416 0,165115775 0,460587616 0,57754163
97 0,48680945 0,484177154 0,001146446 0,472178618 0,383990043 0,43377033 0,601516488 0,82619157 0,338910493 0,450791108 0,404853403 0,668382424
98 0,25647886 0,933514955 0,762732764 0,377322658 0,39498404 0,47651737 0,497848528 0,79257737 0,155443871 0,205060925 0,166391434 0,737006669
99 0,50898967 0,140957271 0,302134358 0,314893329 0,436555169 0,83673032 0,644736509 0,04966649 0,795837767 0,170324808 0,075458775 0,320082859
100 0,38831355 0,010333082 0,334215998 0,400460382 0,314298486 0,60248034 0,374974462 0,16455833 0,664526034 0,348810165 0,35314302 0,320420424
ENTRADAS
E12E11E10E9E8E7E6E5E4E3E2E1
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
209
APÊNDICE H – TABELA COM OS DADOS VARIÁVEIS AUXILIARES E DADOS DE SAÍDA DO RISCO DE USINAS
HIDRELÉTRICAS
Risco de Insumo Risco de Licenciamento Ambiental Conclusão Contratação Risco no Preço de Contratação de Energia Risco no Prazo do Projeto
0,498917898 1,638922755 3,555092064 3,072596898 3,072596898 3,555092064
0,704577988 1,436239747 2,908701225 2,76051636 2,76051636 2,908701225
0,271448608 1,071327369 3,122071051 2,721864591 2,721864591 3,122071051
0,78484913 1,150063864 2,817419585 2,806217703 2,806217703 2,817419585
0,32275235 1,151466507 2,624543662 2,440201094 2,440201094 2,624543662
0,550759796 1,933920408 3,34819834 2,648604183 2,648604183 3,34819834
0,36731585 1,449050729 2,877384662 2,008078868 2,008078868 2,877384662
0,338727998 1,702401039 2,952351634 2,514312385 2,514312385 2,952351634
0,292588717 1,661707131 3,046283092 2,483874351 2,483874351 3,046283092
0,547791887 1,353524716 2,976836378 2,13243563 2,13243563 2,976836378
0,616721063 1,092665415 2,646693983 2,768268546 2,768268546 2,646693983
0,230203883 2,018465419 3,792664888 2,272085482 2,272085482 3,792664888
0,405954522 1,139620354 2,687071071 3,189781162 3,189781162 2,687071071
0,291078057 1,987324133 4,218608343 3,19732987 3,19732987 4,218608343
0,563890643 1,240548213 2,619706659 2,364001322 2,364001322 2,619706659
0,320196379 1,362139931 3,230611674 2,481752136 2,481752136 3,230611674
0,250223617 1,063823317 2,469184173 1,590590964 1,590590964 2,469184173
0,271605615 2,132152477 4,145392185 2,952594379 2,952594379 4,145392185
0,232058497 1,316160665 3,274970064 2,575727358 2,575727358 3,274970064
0,622521072 1,71796836 3,386963479 2,456424213 2,456424213 3,386963479
0,408969206 1,908248734 3,677165445 3,46580117 3,46580117 3,677165445
0,471294498 1,434216319 3,264765185 2,931031221 2,931031221 3,264765185
0,283430557 1,182937348 2,921995456 2,74168674 2,74168674 2,921995456
0,316720411 1,900080617 3,713807871 3,552864036 3,552864036 3,713807871
0,661342237 2,192124786 4,377134689 3,48754877 3,48754877 4,377134689
0,319930598 2,025695262 3,96201245 2,90631054 2,90631054 3,96201245
0,285397603 1,840742977 3,921274985 2,289407982 2,289407982 3,921274985
0,478598265 1,46381408 3,224466093 2,971754757 2,971754757 3,224466093
0,287389472 1,836380063 3,578788684 2,524982362 2,524982362 3,578788684
0,575599366 1,055880741 2,692236552 2,896970637 2,896970637 2,692236552
0,467663416 0,604337255 1,783524997 2,175522007 2,175522007 1,783524997
0,268809982 1,068876585 2,820667777 2,623085021 2,623085021 2,820667777
0,848492027 1,364722152 2,602126041 2,704712612 2,704712612 2,602126041
0,303868567 1,896179634 3,376931444 2,172790367 2,172790367 3,376931444
0,74569564 1,374881379 2,8545852 2,897703133 2,897703133 2,8545852
0,522779581 0,874298387 2,673646608 2,785708749 2,785708749 2,673646608
0,430626743 1,8858002 3,778480437 2,592988906 2,592988906 3,778480437
0,613019801 1,454360516 2,924289493 2,613952899 2,613952899 2,924289493
0,719785615 1,446678371 2,97547206 2,56695007 2,56695007 2,97547206
0,264222804 1,563240562 3,133168274 1,734473137 1,734473137 3,133168274
0,751586599 1,600360375 2,557855891 2,459780522 2,459780522 2,557855891
0,270695806 1,405499429 2,638460831 1,68762157 1,68762157 2,638460831
0,674824068 1,211903147 2,446834395 2,066040142 2,066040142 2,446834395
0,495631106 1,217128303 3,096545092 2,721491196 2,721491196 3,096545092
0,321740916 1,395797083 3,214499342 2,374750724 2,374750724 3,214499342
0,289775084 0,886266502 2,332916073 2,566602319 2,566602319 2,332916073
0,880085405 1,199989092 2,733469543 2,820809491 2,820809491 2,733469543
0,38260982 0,68271766 2,146845956 2,238925343 2,238925343 2,146845956
0,54178434 1,570314259 3,026755869 2,080230061 2,080230061 3,026755869
0,327919161 1,7896262 3,137218391 2,33358861 2,33358861 3,137218391
0,351424451 1,357485218 2,877588543 2,007012529 2,007012529 2,877588543
0,661302751 2,18082806 3,624967877 2,43651012 2,43651012 3,624967877
0,381720006 1,126146531 3,078068804 2,484880225 2,484880225 3,078068804
0,613299861 1,549030909 3,254190445 3,298189071 3,298189071 3,254190445
0,347760779 1,594317332 3,094058494 2,816531998 2,816531998 3,094058494
0,279511759 1,104447797 2,848557018 2,90913269 2,90913269 2,848557018
0,303665764 1,221972228 2,694361474 1,82549272 1,82549272 2,694361474
0,545207902 1,297564128 2,857099684 2,707592012 2,707592012 2,857099684
0,258617948 1,377637226 2,834630142 2,229527085 2,229527085 2,834630142
0,677909024 1,918318563 4,085050822 2,98274273 2,98274273 4,085050822
0,850846898 1,138978128 3,079182052 2,974732763 2,974732763 3,079182052
0,481206537 1,42040938 2,826977778 2,698396716 2,698396716 2,826977778
0,279620054 1,134889941 2,258046953 2,054054092 2,054054092 2,258046953
0,497526496 1,351093559 2,459657122 2,44658306 2,44658306 2,459657122
0,688411091 1,67778815 3,323587767 2,843654047 2,843654047 3,323587767
0,702743404 1,833370788 3,295879579 3,103354031 3,103354031 3,295879579
0,612496066 1,953807801 3,802989955 2,963239168 2,963239168 3,802989955
0,293266058 1,951494484 3,809880192 2,664856258 2,664856258 3,809880192
0,508781751 1,769019527 3,393507488 3,086758894 3,086758894 3,393507488
0,370242936 1,183978152 2,750463934 2,45099781 2,45099781 2,750463934
0,255557826 1,46530872 2,932654579 2,463568933 2,463568933 2,932654579
A1 S2S1A4A3A2
AUXILIARES SAÍDAS
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
210
APÊNDICE I – TABELA COM OS DADOS DE SAÍDA DE USINAS HIDRELÉTRICAS EM ANÁLISE OTIMISTA
Preço de Contratação de Energia (R$/MWh) Prazo do Projeto (anos)
min 33,62 7
mp 45 7
max 533,82 10
(mp-min)/(max-min) 0,0227509 0
1 46,99865081 7,053808948
2 46,2155628 7,043952489
3 46,11866337 7,04720241
4 46,33016027 7,042563232
5 45,41311751 7,03962991
5 45,93505338 7,050650555
7 44,31136995 7,043475794
8 45,59866187 7,044617055
9 45,52244895 7,046047644
10 44,63744624 7,044989894
11 46,23499974 7,039966632
12 44,99248331 7,057439863
13 47,29302089 7,040580529
14 47,31198955 7,063960959
15 45,22241791 7,039556384
16 45,51713564 7,04885701
17 43,13529441 7,037269262
18 46,69738555 7,062839006
19 45,75247329 7,049533479
20 45,45372753 7,051242077
21 47,98709554 7,055674082
22 46,64327118 7,04937784
23 46,16835481 7,044154874
24 48,20622797 7,056234165
25 48,04182379 7,066391662
26 46,58124017 7,060030803
27 45,03581068 7,05940733
28 46,74547501 7,048763301
29 45,62538093 7,054170912
30 46,55780583 7,040659075
31 44,74819469 7,026873237
32 45,87111183 7,042612656
33 46,07566977 7,039289164
34 44,74120608 7,051088986
35 46,55964366 7,043128793
36 46,27873013 7,040376408
37 45,79571289 7,057222951
38 45,84823215 7,044189799
39 45,73048794 7,044969118
40 43,55634732 7,047371534
41 45,46212953 7,038616376
42 43,42122837 7,03984147
43 44,4645704 7,036929818
44 46,11772737 7,046813426
45 45,24931514 7,048611334
46 45,72961692 7,035200251
47 46,36675528 7,041286134
48 44,90918996 7,032377405
49 44,50174786 7,045750185
50 45,14632702 7,047433262
51 44,30853089 7,043478897
52 45,40387866 7,054876422
53 45,52496734 7,046531902
54 47,56550321 7,049216568
55 46,35602739 7,046775536
56 46,58832132 7,043037053
57 43,81372768 7,040691387
58 46,08288709 7,043167061
59 44,88547093 7,042825117
60 46,77305519 7,061914667
61 46,75294975 7,046548864
62 46,05983914 7,042708672
63 44,43306747 7,034064098
64 45,42909257 7,037124562
65 46,42405308 7,05027508
66 47,07589634 7,049852404
67 46,72410167 7,057597766
68 45,97577942 7,057703145
69 47,03421668 7,051341945
70 45,44014368 7,041544618
71 45,47161341 7,044317154
72 45,42552493 7,034868026
73 46,13250383 7,049608302
74 44,44085247 7,037798412
75 44,44277512 7,040303462
76 48,07463196 7,052602602
77 46,73649163 7,058177733
78 46,09899451 7,048017318
79 44,67032179 7,029280813
80 45,91333157 7,054113907
81 46,08651511 7,051626541
82 46,11274839 7,057244547
83 45,8181848 7,052468121
84 46,73460989 7,050125843
85 45,15400724 7,044199752
86 44,33098462 7,04488982
87 47,28608721 7,03770829
88 45,31117179 7,046926688
89 45,7939074 7,04675295
90 45,33762833 7,053798114
91 44,40591629 7,03285013
92 46,34371376 7,050157551
93 45,00009526 7,047209068
94 45,89050787 7,051479775
95 46,5993483 7,049306981
96 46,0345165 7,060667133
97 46,23991 7,052188624
98 45,18097687 7,045506447
99 44,75406226 7,046537246
100 44,23275416 7,038060909
S1 S2
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
211
APÊNDICE J – TABELA COM OS DADOS DE SAÍDA DE USINAS HIDRELÉTRICAS EM ANÁLISE PESSIMISTA
Preço de Contratação de Energia (R$/MWh) Prazo do Projeto (anos)
min 33,62 7
mp 523,8 10
max 533,82 10
(mp-min)/(max-min) 0,979968013 1
1 120,4165436 7,565648553
2 115,8906257 7,511647447
3 115,3126333 7,530081498
4 116,5688401 7,503555124
5 110,970379 7,486013302
5 114,2057343 7,548942484
7 103,788149 7,508885665
8 112,1361968 7,515472256
9 111,6594947 7,523608134
10 105,9282087 7,517605326
11 116,0060624 7,488059892
12 108,2583398 7,584242963
13 122,0562018 7,491768641
14 122,1607833 7,616177532
15 109,7530967 7,485565237
16 111,6261492 7,539217072
17 96,06948956 7,471409138
18 118,7047117 7,610807086
19 113,0893357 7,542906351
20 111,2270763 7,552111142
21 125,803132 7,575278098
22 118,3934503 7,542059837
23 115,6095595 7,512815358
24 126,9537964 7,578137275
25 126,0919002 7,627648088
26 118,0351985 7,597144137
27 108,5423229 7,594066283
28 118,9803369 7,538703952
29 112,3026198 7,5675306
30 117,8994483 7,492241089
31 106,6550579 7,400646041
32 113,816575 7,503845314
33 115,0548312 7,483933202
34 106,6091912 7,551292871
35 117,9101026 7,506865532
36 116,2651727 7,490538678
37 113,3551778 7,583149414
38 113,6768534 7,513016622
39 112,9538166 7,517486701
40 98,83288691 7,531022735
41 111,2800769 7,479798948
42 97,94609254 7,48730019
43 104,7936134 7,469270813
44 115,3070297 7,527910085
45 109,9259936 7,537870747
46 112,9484427 7,458216594
47 116,7842194 7,495996229
48 107,7116802 7,439563574
49 105,0376115 7,521927225
50 109,2617879 7,531365839
51 103,7695161 7,508903693
52 110,911858 7,571180452
53 111,6752946 7,526332777
54 123,5464422 7,541181245
55 116,7211401 7,527698081
56 118,0761739 7,506330062
57 100,5220908 7,492435308
58 115,0981669 7,507088722
59 107,5560107 7,505090797
60 119,138 7,60634526
61 119,0230962 7,526427948
62 114,9596946 7,504408565
63 104,5868577 7,450803977
64 111,0714619 7,470498821
65 117,1202965 7,546921291
66 120,8498848 7,544636725
67 118,8579488 7,585037688
68 114,4525969 7,585567432
69 120,6163419 7,552644256
70 111,1413093 7,497535681
71 111,3398577 7,513749854
72 111,0488993 7,456061813
73 115,3954469 7,543312827
74 104,6379511 7,474722817
75 104,6505696 7,490098362
76 126,2645623 7,559328686
77 118,9289183 7,587947066
78 115,194797 7,534601013
79 106,143973 7,418123801
80 114,0737485 7,567234634
81 115,119942 7,554160576
82 115,277215 7,583258386
83 113,4929789 7,558619571
84 118,9181436 7,54611579
85 109,3115263 7,513073964
86 103,9168813 7,517033675
87 122,0179419 7,474160128
88 110,322097 7,528543293
89 113,3440956 7,527571666
90 110,4908748 7,565592123
91 104,4086627 7,442743324
92 116,648676 7,546287036
93 108,3082976 7,530118585
94 113,9348273 7,55337915
95 118,1399413 7,541673988
96 114,8072761 7,60026852
97 116,0351983 7,557142792
98 109,4859215 7,520545718
99 106,6935671 7,526362767
100 103,2721885 7,476357873
S1 S2
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
212
APÊNDICE K – TABELA DE DADOS ALEATÓRIOS DO RISCO DE USINAS SOLARES
E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12
Insumo Ambiental Estrutural Licenciamento Financeiro e Econômico Crédito Conclusão País Político Regulatório Mercado Contratação Submercado
min 0,12 0,093333333 0,066666667 0,026666667 0,026666667 0,1 0,313333333 0,313333333 0,14 0,326666667 0,026666667 0,113333333
mp 0,38 0,393333333 0,366666667 0,393333333 0,566666667 0,106666667 0,246666667 0,306666667 0,373333333 0,16 0,44 0,16
max 0,75 1 0,62 0,59 0,8 0,82 0,94 0,6 0,73 0,77 0,79 0,79
(mp-min)/(max-min) 0,412698413 0,330882353 0,542168675 0,650887574 0,698275862 0,009259259 -0,106382979 -0,023255814 0,395480226 -0,37593985 0,541484716 0,068965517
1 0,293353513 0,373678295 0,205022039 0,501706277 0,596793738 0,385967209 0,755588181 0,408635503 0,584058487 0,343182332 0,135324478 0,418170885
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54 0,197448646 0,623643804 0,467245611 0,265748717 0,495709457 0,633989135 0,621775403 0,424053494 0,427115011 0,594068929 0,538027721 0,395415149
55 0,319092444 0,389251449 0,37059523 0,320816296 0,53148123 0,184923695 0,414075129 0,402641977 0,324181776 0,28800117 0,485864779 0,182108338
56 0,684457997 0,791613955 0,378300937 0,579945142 0,472754169 0,159019843 0,515986865 0,544205428 0,570106124 0,636954625 0,458929928 0,151083286
57 0,442316694 0,599729157 0,388869688 0,393182982 0,423608274 0,392104937 0,367328532 0,37051814 0,223345584 0,263568297 0,572450256 0,644859654
58 0,253124633 0,792622341 0,234985612 0,474103558 0,621853072 0,735342174 0,496433565 0,351950838 0,339388714 0,274200055 0,146489305 0,316313969
59 0,346764425 0,549131128 0,354896746 0,354906137 0,473080169 0,341156137 0,282663198 0,521640192 0,463686581 0,582346532 0,355252171 0,677853924
60 0,653139872 0,768216267 0,41663574 0,335654335 0,202696741 0,317836236 0,335677404 0,339616344 0,406447863 0,286823997 0,271286947 0,261174878
61 0,616256068 0,157890326 0,428840178 0,282639077 0,305364119 0,229993344 0,526668346 0,45172365 0,281415942 0,26100071 0,552619394 0,199564428
62 0,427374659 0,88586776 0,238274338 0,192901797 0,317739624 0,203018818 0,804036358 0,40892834 0,602950035 0,597891488 0,385797739 0,225371662
63 0,395411157 0,538133286 0,361857947 0,347966146 0,725696805 0,17383768 0,331389071 0,413631541 0,428865938 0,694020687 0,732620661 0,242380083
64 0,259656087 0,687875282 0,446041104 0,50361086 0,68745742 0,132927669 0,299674341 0,343196689 0,544938071 0,538928537 0,556689033 0,317419865
65 0,212165124 0,402871529 0,467441288 0,142080825 0,596489563 0,386440152 0,71523839 0,400502874 0,63829563 0,354656568 0,718612413 0,228920922
66 0,518729271 0,288084083 0,488029595 0,260835757 0,243953342 0,364669765 0,445748273 0,321247061 0,490086427 0,470551586 0,408041346 0,484459077
67 0,246994086 0,704903089 0,269482269 0,170943789 0,439628228 0,602132026 0,508206123 0,457723422 0,46687005 0,446045014 0,527331202 0,552003879
68 0,33982066 0,324720731 0,302802679 0,287725054 0,523390206 0,430976495 0,58148408 0,345805505 0,567395472 0,275679192 0,149521943 0,148076183
69 0,252584796 0,597388171 0,283926258 0,490415172 0,10197784 0,35661317 0,316711401 0,406846727 0,475099852 0,510774457 0,512683086 0,464571865
70 0,735957475 0,881197557 0,496162769 0,335294547 0,24483448 0,141747296 0,647401946 0,391062578 0,391014496 0,454349458 0,264519949 0,370578513
71 0,639340576 0,328606296 0,148632595 0,380509102 0,482006179 0,301299047 0,459319575 0,368165454 0,229669116 0,271097637 0,250608462 0,385177305
72 0,440050277 0,656651706 0,259379366 0,266838248 0,505706619 0,426802388 0,407345496 0,310561158 0,158342821 0,294776873 0,327931227 0,529477466
73 0,429914891 0,311935941 0,153907616 0,198345879 0,376063823 0,247744948 0,318135038 0,385461074 0,327734096 0,701356104 0,430312716 0,208097471
74 0,337322115 0,441959591 0,521775619 0,153206986 0,330657445 0,359620538 0,305528483 0,327251756 0,292880322 0,741818571 0,437820488 0,172399542
75 0,487283021 0,28320819 0,30123492 0,341177833 0,662653708 0,390905319 0,43389953 0,490139167 0,347295046 0,447294697 0,350940931 0,303903205
76 0,348657972 0,913752272 0,346556354 0,452867641 0,609089687 0,17931722 0,35393627 0,467324609 0,627301842 0,436814118 0,174077612 0,371031963
77 0,310782359 0,46989554 0,183850633 0,245966776 0,692215418 0,340258385 0,615708103 0,319338975 0,389147528 0,670770031 0,329381694 0,442935695
78 0,631926123 0,475450643 0,341503448 0,436395653 0,741875877 0,395367872 0,483701982 0,417290686 0,442146393 0,336475785 0,390229249 0,162258309
79 0,568388705 0,612883104 0,442681908 0,373292273 0,620294026 0,282794243 0,471588638 0,403492796 0,442905407 0,70223531 0,22769672 0,304178088
80 0,445911524 0,408229436 0,308539614 0,460598667 0,246899004 0,253486826 0,599050635 0,435846118 0,291540767 0,373372874 0,191823254 0,539545105
81 0,318093204 0,290724986 0,461656177 0,398625499 0,531871518 0,423668096 0,320152199 0,379304545 0,457072595 0,308782657 0,500125818 0,695173125
82 0,264693516 0,461979323 0,257010207 0,450365886 0,371843046 0,338498179 0,36863506 0,38650023 0,649134613 0,31015028 0,22224163 0,272945738
83 0,376867484 0,651374822 0,312734067 0,150308635 0,3412134 0,284236339 0,502489701 0,360925642 0,299811178 0,304510624 0,633160004 0,162061383
84 0,197888886 0,471356748 0,294961139 0,440255293 0,677675839 0,125597976 0,539447743 0,569749318 0,567201002 0,306727205 0,316716661 0,366039215
85 0,684280479 0,56634809 0,166844958 0,473828043 0,532784992 0,160292031 0,323929122 0,402145599 0,271168917 0,740693837 0,207488139 0,364415457
86 0,580904776 0,390912762 0,461400966 0,346668668 0,545705839 0,659456907 0,385369233 0,410425162 0,352270909 0,253665405 0,298931487 0,570981045
87 0,388993001 0,348269708 0,292773751 0,389908892 0,346492751 0,2010542 0,419825937 0,533211626 0,399480219 0,555022276 0,594538703 0,264349082
88 0,390359336 0,839473766 0,393706846 0,110595445 0,420870701 0,282266272 0,604260516 0,404379891 0,602576742 0,254364602 0,320922175 0,209640393
89 0,443623794 0,334237219 0,306727465 0,35568355 0,466345592 0,159303544 0,398714373 0,558468347 0,287919926 0,334811076 0,432293186 0,430324161
90 0,452675649 0,628102622 0,413781312 0,355609979 0,479481712 0,158171078 0,527232368 0,331716947 0,380377798 0,436664629 0,657611699 0,252845196
91 0,700108544 0,314684452 0,459036077 0,089517917 0,453600895 0,127212452 0,831672385 0,339460113 0,279943682 0,366938034 0,455319722 0,234879738
92 0,433415638 0,350753265 0,249044079 0,513094116 0,700508904 0,326447949 0,302371165 0,326378335 0,377504619 0,561659688 0,436194414 0,457959499
93 0,681196859 0,543998057 0,276178196 0,30225249 0,292250352 0,666616905 0,618301087 0,347274422 0,608257173 0,555918508 0,691491644 0,233696545
94 0,338197505 0,845514168 0,216768594 0,486951649 0,420774674 0,193967023 0,592463075 0,391485753 0,31025847 0,492407436 0,332372999 0,260273162
95 0,483095703 0,481856702 0,254845254 0,462935851 0,49792354 0,183513359 0,358864865 0,351806079 0,37210507 0,653860216 0,474207452 0,386937183
96 0,33344447 0,712194407 0,455900469 0,519104458 0,223627154 0,360971316 0,474044179 0,465687748 0,512062561 0,530985839 0,65788302 0,667290641
97 0,491751044 0,610445184 0,376008355 0,248636653 0,354731777 0,187975055 0,306744404 0,428282493 0,362660458 0,460353641 0,493079124 0,153558667
98 0,507590489 0,768122558 0,396832323 0,27562828 0,624612454 0,478824535 0,840899047 0,33015379 0,529089184 0,34359864 0,334268607 0,761979792
99 0,451806324 0,70417484 0,359957745 0,463029339 0,514796851 0,126228336 0,494016254 0,481571555 0,524871311 0,357825715 0,352837026 0,704320337
100 0,527611704 0,677023701 0,32448419 0,261812587 0,696929528 0,307465162 0,553092756 0,369839623 0,190065773 0,484362979 0,055959664 0,203777145
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
213
APÊNDICE L – TABELA COM OS DADOS DE ENTRADA DO RISCO DE USINAS SOLARES
Insumo Ambiental Estrutural Licenciamento Ambiental Financeiro e Econômico Crédito Conclusão País Político Regulatório Mercado Contratação Submercado
min 0,12 0,093333333 0,066666667 0,026666667 0,026666667 0,1 0,313333333 0,31333333 0,14 0,326666667 0,026666667 0,113333333
mp 0,38 0,393333333 0,366666667 0,393333333 0,566666667 0,10666667 0,246666667 0,30666667 0,373333333 0,16 0,44 0,16
max 0,75 1 0,62 0,59 0,8 0,82 0,94 0,6 0,73 0,77 0,79 0,79
(mp-min)/(max-min) 0,41269841 0,330882353 0,542168675 0,650887574 0,698275862 0,00925926 -0,106382979 -0,0232558 0,395480226 -0,37593985 0,541484716 0,068965517
1 0,29335351 0,516659988 0,445067229 0,548111682 0,676904003 0,68022305 0,55904226 0,58553218 0,505278889 0,382858723 0,35900864 0,857543311
2 0,32178751 0,550398648 0,88169949 0,554540257 0,567694856 0,39097341 0,338124498 0,56664212 0,291004722 0,333871553 0,360691991 0,5609094
3 0,36553976 0,525135573 0,194708077 0,1898987 0,541031009 0,54684803 0,672796606 0,83691607 0,044512602 0,32693758 0,394824843 0,677644065
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57 0,44231669 0,564938596 0,771173238 0,45079899 0,45702548 0,40369626 0,611667508 0,18541474 0,256818598 0,21925964 0,324153037 0,336952181
58 0,25312463 0,62636586 0,12528106 0,459170533 0,328421116 0,46389349 0,64126511 0,58984933 0,248544264 0,330073286 0,571999063 0,672114601
59 0,34676442 0,366051876 0,462848504 0,392510943 0,636164803 0,43073947 0,390088642 0,1149663 0,870159978 0,424530307 0,567234202 0,336770662
60 0,65313987 0,519688453 0,154834031 0,31210929 0,482315624 0,77390771 0,694054727 0,99036191 0,615847365 0,270505455 0,318555638 0,513600536
61 0,61625607 0,109191453 0,804950812 0,334027316 0,588342767 0,3945059 0,698748962 0,6531122 0,047081881 0,282763223 0,291125804 0,591305098
62 0,42737466 0,157175656 0,890769883 0,529639497 0,423980994 0,62033665 0,362250751 0,11112644 0,660426454 0,32712699 0,873424102 0,299448429
63 0,39541116 0,934630146 0,177810269 0,200259795 0,357958216 0,43477249 0,330426309 0,42294224 0,368565579 0,222059315 0,34836272 0,633340614
64 0,25965609 0,970360449 0,719849647 0,38073311 0,380464107 0,33241905 0,334990701 0,34656078 0,502816557 0,393108754 0,693539263 0,48194444
65 0,21216512 0,861663453 0,527128435 0,586723057 0,328224537 0,84233794 0,475237145 0,76683082 0,324234271 0,214505967 0,401965161 0,582715322
66 0,51872927 0,24843071 0,263572634 0,588889045 0,34970191 0,74663235 0,366174531 0,32036807 0,924113678 0,180623149 0,763273095 0,541003271
67 0,24699409 0,18002832 0,921466494 0,357461274 0,343537526 0,58911033 0,670676558 0,83496807 0,761378458 0,201626515 0,772091499 0,400146007
68 0,33982066 0,587453515 0,03460794 0,401281966 0,63785312 0,36207874 0,516371961 0,70416063 0,846051891 0,299956964 0,483780672 0,545795781
69 0,2525848 0,184393338 0,753807054 0,52695153 0,387882057 0,6406771 0,343716009 0,8928899 0,349178101 0,397048954 0,535480676 0,761724515
70 0,73595748 0,814846765 0,717026115 0,368283441 0,409554493 0,32978407 0,827147215 0,09985239 0,71584232 0,191098449 0,757592468 0,583823839
71 0,63934058 0,122877749 0,575672238 0,208739039 0,367084255 0,77893457 0,321327031 0,60038702 0,656182657 0,475515421 0,683901236 0,378091043
72 0,44005028 0,613378875 0,385600289 0,178226972 0,534944756 0,5758987 0,408577102 0,22097857 0,06168913 0,315501097 0,437089551 0,486587803
73 0,42991489 0,851403548 0,778932357 0,335151795 0,669233971 0,34298995 0,365905934 0,66410296 0,581378254 0,322419222 0,293001771 0,554650169
74 0,33732211 0,530845131 0,783332408 0,537463318 0,324921977 0,29213907 0,413616929 0,2170286 0,641457123 0,369531525 0,540720428 0,413124841
75 0,48728302 0,247017732 0,354007844 0,388143805 0,353064124 0,64177989 0,468407384 0,45562023 0,361833495 0,217184066 0,15915876 0,401237262
76 0,34865797 0,032801905 0,479513066 0,429103366 0,714572233 0,37386012 0,463092835 0,927918 0,013490902 0,377753715 0,832254558 0,443629644
77 0,31078236 0,960448276 0,046439392 0,485230621 0,740745018 0,88799455 0,76648989 0,22530038 0,382467234 0,312374669 0,310140895 0,371999737
78 0,63192612 0,465294199 0,995654919 0,427468331 0,615206111 0,32101012 0,642656644 0,04788555 0,99545953 0,446859862 0,509750594 0,698743827
79 0,56838871 0,139533842 0,367514978 0,345761039 0,425803653 0,32615765 0,371389327 0,06269274 0,160849912 0,432058925 0,336038807 0,527754248
80 0,44591152 0,141522969 0,948370455 0,511760357 0,622812476 0,72301437 0,706773195 0,35089398 0,659802616 0,188774417 0,253722073 0,786356913
81 0,3180932 0,532867613 0,829536269 0,420275557 0,71777799 0,63702446 0,414731934 0,63995063 0,579468185 0,43584772 0,394070564 0,252443527
82 0,26469352 0,306039166 0,5792995 0,515419098 0,70625978 0,44432475 0,33556503 0,83295257 0,556743668 0,432571228 0,337818284 0,498279523
83 0,37686748 0,938995844 0,821207043 0,258592928 0,42331864 0,60915228 0,675995094 0,87383612 0,361708038 0,306365878 0,777259369 0,20482594
84 0,19788889 0,733829943 0,454132085 0,326933917 0,426197969 0,54483137 0,372682738 0,84430669 0,499377051 0,40363785 0,31106562 0,689813793
85 0,68428048 0,091660136 0,955884303 0,3901014 0,582037579 0,28589227 0,711027705 0,24204214 0,64535562 0,178655346 0,348227343 0,807973237
86 0,58090478 0,332547882 0,258079454 0,451022691 0,421040201 0,70778203 0,468045923 0,08852493 0,833848912 0,527181192 0,315445682 0,221492369
87 0,388993 0,245826925 0,318705506 0,298487048 0,616719416 0,86693846 0,397236531 0,21990102 0,009226895 0,398831686 0,297842244 0,692457853
88 0,39035934 0,991652911 0,600008435 0,386911064 0,415348306 0,5583196 0,507875528 0,29521739 0,940306029 0,234608447 0,402672375 0,764820917
89 0,44362379 0,795300198 0,89005208 0,377147107 0,381388239 0,57462643 0,530781342 0,53242553 0,696207601 0,511003381 0,571990308 0,250920122
90 0,45267565 0,946126126 0,270583283 0,354567394 0,336609693 0,39299189 0,345969681 0,98333265 0,550570698 0,383272137 0,284695297 0,488124643
91 0,70010854 0,124621645 0,634607087 0,194612133 0,408627379 0,36940498 0,570766766 0,0117113 0,128856788 0,289122886 0,135410806 0,545183548
92 0,43341564 0,683625182 0,285995555 0,524269802 0,392722809 0,5598388 0,43268073 0,76344434 0,439321589 0,215218935 0,507023724 0,655888965
93 0,68119686 0,29987562 0,863940086 0,24348144 0,675783464 0,30501508 0,57510059 0,26874288 0,990692726 0,368706841 0,527942336 0,434751066
94 0,3381975 0,323679337 0,89084384 0,493711356 0,581623885 0,62935595 0,491481444 0,54216189 0,664204179 0,204245571 0,436423752 0,472058188
95 0,4830957 0,63630669 0,664705285 0,43617188 0,548590467 0,64274505 0,50167369 0,8819076 0,009867759 0,246562115 0,594851292 0,358905185
96 0,33344447 0,505533398 0,263908796 0,580047133 0,497265928 0,32549278 0,627631542 0,78643152 0,725773416 0,165115775 0,460587616 0,57754163
97 0,49175104 0,484177154 0,001146446 0,472178618 0,383990043 0,43377033 0,601516488 0,82619157 0,338910493 0,450791108 0,404853403 0,668382424
98 0,50759049 0,933514955 0,762732764 0,377322658 0,39498404 0,47651737 0,497848528 0,79257737 0,155443871 0,205060925 0,166391434 0,737006669
99 0,45180632 0,140957271 0,302134358 0,314893329 0,436555169 0,83673032 0,644736509 0,04966649 0,795837767 0,170324808 0,075458775 0,320082859
100 0,5276117 0,010333082 0,334215998 0,400460382 0,314298486 0,60248034 0,374974462 0,16455833 0,664526034 0,348810165 0,35314302 0,320420424
E11
ENTRADAS
E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E12
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
214
APÊNDICE M – TABELA COM OS DADOS VARIÁVEIS AUXILIARES E DADOS DE SAÍDA DO RISCO DE USINAS
SOLARES
Risco de Insumo Risco de Licenciamento Ambiental Conclusão Contratação Preço de Contratação de Energia Prazo
0,293353513 1,638922755 3,555092064 2,867032512 2,867032512 3,555092064
0,321787506 1,436239747 2,908701225 2,377725877 2,377725877 2,908701225
0,365539756 1,071327369 3,122071051 2,815955739 2,815955739 3,122071051
0,343271853 1,150063864 2,817419585 2,364640426 2,364640426 2,817419585
0,577205746 1,151466507 2,624543662 2,69465449 2,69465449 2,624543662
0,308137165 1,933920408 3,34819834 2,405981552 2,405981552 3,34819834
0,505398246 1,449050729 2,877384662 2,146161264 2,146161264 2,877384662
0,576813069 1,702401039 2,952351634 2,752397456 2,752397456 2,952351634
0,382513999 1,661707131 3,046283092 2,573799632 2,573799632 3,046283092
0,491568886 1,353524716 2,976836378 2,076212628 2,076212628 2,976836378
0,571857367 1,092665415 2,646693983 2,72340485 2,72340485 2,646693983
0,307062855 2,018465419 3,792664888 2,348944453 2,348944453 3,792664888
0,394130256 1,139620354 2,687071071 3,177956896 3,177956896 2,687071071
0,583824148 1,987324133 4,218608343 3,490075961 3,490075961 4,218608343
0,279284917 1,240548213 2,619706659 2,079395596 2,079395596 2,619706659
0,477062867 1,362139931 3,230611674 2,638618624 2,638618624 3,230611674
0,210299086 1,063823317 2,469184173 1,550666433 1,550666433 2,469184173
0,403211103 2,132152477 4,145392185 3,084199866 3,084199866 4,145392185
0,546260078 1,316160665 3,274970064 2,889928938 2,889928938 3,274970064
0,402613283 1,71796836 3,386963479 2,236516424 2,236516424 3,386963479
0,252632356 1,908248734 3,677165445 3,30946432 3,30946432 3,677165445
0,524701882 1,434216319 3,264765185 2,984438605 2,984438605 3,264765185
0,43288602 1,182937348 2,921995456 2,891142202 2,891142202 2,921995456
0,35683671 1,900080617 3,713807871 3,592980335 3,592980335 3,713807871
0,571431731 2,192124786 4,377134689 3,397638265 3,397638265 4,377134689
0,349917119 2,025695262 3,96201245 2,936297062 2,936297062 3,96201245
0,422791838 1,840742977 3,921274985 2,426802218 2,426802218 3,921274985
0,471338737 1,46381408 3,224466093 2,964495229 2,964495229 3,224466093
0,266036635 1,836380063 3,578788684 2,503629526 2,503629526 3,578788684
0,308270946 1,055880741 2,692236552 2,629642217 2,629642217 2,692236552
0,303185656 0,604337255 1,783524997 2,011044248 2,011044248 1,783524997
0,390564575 1,068876585 2,820667777 2,744839615 2,744839615 2,820667777
0,505874632 1,364722152 2,602126041 2,362095217 2,362095217 2,602126041
0,404188009 1,896179634 3,376931444 2,273109809 2,273109809 3,376931444
0,557827101 1,374881379 2,8545852 2,709834594 2,709834594 2,8545852
0,602827705 0,874298387 2,673646608 2,865756873 2,865756873 2,673646608
0,397651422 1,8858002 3,778480437 2,560013585 2,560013585 3,778480437
0,232327135 1,454360516 2,924289493 2,233260233 2,233260233 2,924289493
0,710251564 1,446678371 2,97547206 2,557416019 2,557416019 2,97547206
0,564160722 1,563240562 3,133168274 2,034411055 2,034411055 3,133168274
0,428906235 1,600360375 2,557855891 2,137100158 2,137100158 2,557855891
0,375687646 1,405499429 2,638460831 1,792613409 1,792613409 2,638460831
0,314347255 1,211903147 2,446834395 1,705563328 1,705563328 2,446834395
0,257911726 1,217128303 3,096545092 2,483771816 2,483771816 3,096545092
0,624839884 1,395797083 3,214499342 2,677849691 2,677849691 3,214499342
0,167014643 0,886266502 2,332916073 2,443841878 2,443841878 2,332916073
0,261307348 1,199989092 2,733469543 2,202031433 2,202031433 2,733469543
0,547314394 0,68271766 2,146845956 2,403629918 2,403629918 2,146845956
0,447631761 1,570314259 3,026755869 1,986077481 1,986077481 3,026755869
0,426954181 1,7896262 3,137218391 2,43262363 2,43262363 3,137218391
0,143561366 1,357485218 2,877588543 1,799149444 1,799149444 2,877588543
0,639960298 2,18082806 3,624967877 2,415167667 2,415167667 3,624967877
0,440334049 1,126146531 3,078068804 2,543494268 2,543494268 3,078068804
0,197448646 1,549030909 3,254190445 2,882337856 2,882337856 3,254190445
0,319092444 1,594317332 3,094058494 2,787863663 2,787863663 3,094058494
0,684457997 1,104447797 2,848557018 3,314078927 3,314078927 2,848557018
0,442316694 1,221972228 2,694361474 1,96414365 1,96414365 2,694361474
0,253124633 1,297564128 2,857099684 2,415508744 2,415508744 2,857099684
0,346764425 1,377637226 2,834630142 2,317673562 2,317673562 2,834630142
0,653139872 1,918318563 4,085050822 2,957973577 2,957973577 4,085050822
0,616256068 1,138978128 3,079182052 2,740141933 2,740141933 3,079182052
0,427374659 1,42040938 2,826977778 2,644564838 2,644564838 2,826977778
0,395411157 1,134889941 2,258046953 2,169845194 2,169845194 2,258046953
0,259656087 1,351093559 2,459657122 2,208712651 2,208712651 2,459657122
0,212165124 1,67778815 3,323587767 2,36740808 2,36740808 3,323587767
0,518729271 1,833370788 3,295879579 2,919339898 2,919339898 3,295879579
0,246994086 1,953807801 3,802989955 2,597737188 2,597737188 3,802989955
0,33982066 1,951494484 3,809880192 2,711410859 2,711410859 3,809880192
0,252584796 1,769019527 3,393507488 2,830561939 2,830561939 3,393507488
0,735957475 1,183978152 2,750463934 2,81671235 2,81671235 2,750463934
0,639340576 1,46530872 2,932654579 2,847351683 2,847351683 2,932654579
0,440050277 0,791605847 2,31102641 2,474571092 2,474571092 2,31102641
0,429914891 1,580633007 3,279875871 2,610903761 2,610903761 3,279875871
0,337322115 1,395949041 2,504019472 1,985620886 1,985620886 2,504019472
0,487283021 1,205597534 2,668848936 2,042523061 2,042523061 2,668848936
0,348657972 1,370512264 3,476095328 3,267032403 3,267032403 3,476095328
0,310782359 1,445678897 3,840908355 2,621662559 2,621662559 3,840908355
0,631926123 1,470813413 3,175536031 2,902486517 2,902486517 3,175536031
0,568388705 0,713276017 1,942527923 2,290044338 2,290044338 1,942527923
0,445911524 1,522456955 3,575056997 2,831817357 2,831817357 3,575056997
0,318093204 1,639694375 3,412154932 2,322335918 2,322335918 3,412154932
0,264693516 1,905115336 3,779892715 2,640003671 2,640003671 3,779892715
0,376867484 1,494137088 3,467286944 2,656107555 2,656107555 3,467286944
0,197888886 1,670617661 3,313805062 2,469272961 2,469272961 3,313805062
0,684280479 1,345985703 2,924943251 2,708410903 2,708410903 2,924943251
0,580904776 1,37339653 2,970264682 2,246665058 2,246665058 2,970264682
0,388993001 0,617192554 2,498086964 2,862950976 2,862950976 2,498086964
0,390359336 1,622434486 3,103977918 2,531520531 2,531520531 3,103977918
0,443623794 1,60578024 3,092576254 2,222548896 2,222548896 3,092576254
0,452675649 1,888470747 3,554382776 2,545437936 2,545437936 3,554382776
0,700108544 0,82921922 2,178018347 2,158735259 2,158735259 2,178018347
0,433415638 1,727035733 3,315883615 2,752495479 2,752495479 3,315883615
0,681196859 1,502917043 3,122507938 2,688380566 2,688380566 3,122507938
0,338197505 1,700077426 3,402538704 2,457659279 2,457659279 3,402538704
0,483095703 1,327947238 3,260118994 2,867350247 2,867350247 3,260118994
0,33344447 2,09225207 4,003581062 2,655271166 2,655271166 4,003581062
0,491751044 1,637280684 3,448978788 2,775168487 2,775168487 3,448978788
0,507590489 1,325343896 3,010753832 2,59855 2,59855 3,010753832
0,451806324 1,160397581 3,078419577 2,120633445 2,120633445 3,078419577
0,527611704 1,229544748 2,521298038 2,117953976 2,117953976 2,521298038
AUXILIARES SAÍDAS
A2 A3 A4 S1 S2A1
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
215
APÊNDICE N – TABELA COM OS DADOS DE SAÍDA DE USINAS SOLARES EM ANÁLISE OTIMISTA
Preço de Contratação de Energia (R$/Mwh) Prazo do Projeto (meses)
min 245 6
mp 252,5 7
max 381 12
(mp-min)/(max-min) 0,055147059 0,166666667
1 250,5982576 6,46185011
2 250,3063421 6,417758391
3 250,2690624 6,432809731
4 250,350086 6,411151037
5 249,988993 6,396828199
5 250,197669 6,448209661
7 249,525749 6,415503405
8 250,0641866 6,420881335
9 250,03344 6,427524251
10 249,66378 6,422622979
11 250,3137876 6,398499233
12 249,8140702 6,477032382
13 250,7040133 6,401527414
14 250,7107587 6,503106848
15 249,91048 6,396462356
16 250,0312893 6,440268896
17 249,0279061 6,38490395
18 250,4878468 6,498721898
19 250,1256628 6,443281179
20 250,0055496 6,45079686
21 250,9456852 6,4697126
22 250,4677709 6,442590003
23 250,2882138 6,418711986
24 251,0199014 6,472047108
25 250,9643103 6,512472518
26 250,4446641 6,487566146
27 249,8323867 6,485053089
28 250,5056243 6,439849935
29 250,0749207 6,463386794
30 250,4359084 6,401913166
31 249,7106607 6,327126122
32 250,1725687 6,411387976
33 250,2524345 6,395129805
34 249,7077024 6,450128744
35 250,4365956 6,413853974
36 250,3304999 6,400523154
37 250,1428092 6,476139503
38 250,1635569 6,418876318
39 250,116922 6,422526122
40 249,2061415 6,433578247
41 250,0089681 6,3917542
42 249,1489444 6,397878939
43 249,5906001 6,383158014
44 250,268701 6,43103678
45 249,9216316 6,439169626
46 250,1165754 6,374132282
47 250,3639777 6,404979225
48 249,7788114 6,358902156
49 249,6063377 6,426151795
50 249,8787912 6,433858391
51 249,5245472 6,415518125
52 249,9852185 6,466366886
53 250,0344591 6,429748913
54 250,8001318 6,441872636
55 250,3599092 6,430863679
56 250,447307 6,413416764
57 249,3150928 6,402071745
58 250,2552296 6,414036207
59 249,7687709 6,412404908
60 250,5157933 6,495078831
61 250,5083822 6,42982662
62 250,2462984 6,411847868
63 249,5772647 6,368079906
64 249,9955127 6,384160679
65 250,3856542 6,446559364
66 250,6262075 6,444694024
67 250,4977304 6,477681272
68 250,2135913 6,478113806
69 250,6111443 6,451232146
70 250,0000178 6,406236183
71 250,0128239 6,419474999
72 249,9940575 6,372372911
73 250,2744038 6,443613066
74 249,5805601 6,387609557
75 249,581374 6,400163637
76 250,9754468 6,45668996
77 250,5023078 6,480056769
78 250,2614621 6,436499899
79 249,6776965 6,341396654
80 250,1891561 6,463145139
81 250,2566341 6,452470215
82 250,266778 6,476228478
83 250,1516972 6,45611097
84 250,5016129 6,445901675
85 249,8819993 6,418923137
86 249,5340521 6,422156228
87 250,7015456 6,387150123
88 249,9471797 6,431553792
89 250,1420945 6,430760462
90 249,9580656 6,461804035
91 249,5657713 6,36149841
92 250,3552353 6,446041497
93 249,8172924 6,432840012
94 250,1801958 6,451832184
95 250,4514199 6,442274959
96 250,2364676 6,490117194
97 250,3156669 6,454905185
98 249,8932475 6,425023799
99 249,7131445 6,429773399
100 249,4924703 6,388944575
S1 S2
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
216
APÊNDICE O – TABELA COM OS DADOS DE SAÍDA DE USINAS SOLARES EM ANÁLISE PESSIMISTA
Preço de Contratação de Energia (R$/Mwh) Prazo do Projeto (meses)
min 245 6
mp 374 11,5
max 381 12
(mp-min)/(max-min) 0,948529412 0,916666667
1 268,2175882 7,083134517
2 267,0069305 6,979730271
3 266,8523208 7,015028791
4 267,1883491 6,964234651
5 265,6907922 6,93064462
5 266,5562315 7,051144829
7 263,7695859 6,97444186
8 266,0026419 6,987054223
9 265,8751267 7,002633243
10 264,3420399 6,991138741
11 267,0378092 6,934563542
12 264,9653369 7,118740101
13 268,6561875 6,941665256
14 268,6841625 7,179890145
15 265,365176 6,929786641
16 265,866207 7,032522083
17 261,7048879 6,902679776
18 267,7596827 7,169606524
19 266,2576012 7,039586515
20 265,7594572 7,057212348
21 269,6584703 7,101573691
22 267,6764221 7,037965564
23 266,9317469 6,981966649
24 269,9662666 7,107048598
25 269,7357142 7,201854587
26 267,5805917 7,143443968
27 265,0413008 7,137550326
28 267,8334109 7,031539534
29 266,0471591 7,086738361
30 267,5442793 6,942569924
31 264,536468 6,76717876
32 266,4521336 6,964790323
33 266,7833602 6,926661531
34 264,5241989 7,055645479
35 267,5471293 6,970573602
36 267,1071197 6,939310056
37 266,3287124 7,116646114
38 266,4147589 6,982352041
39 266,2213506 6,99091159
40 262,4440811 7,016831122
41 265,7736346 6,918745037
42 262,2068686 6,933108822
43 264,038542 6,898585194
44 266,8508218 7,010870853
45 265,4114249 7,029944068
46 266,2199131 6,877417976
47 267,2459618 6,949760469
48 264,8191085 6,841700164
49 264,1038101 6,999414547
50 265,2337536 7,017488117
51 263,7646017 6,974476382
52 265,6751381 7,093727297
53 265,8793531 7,007850537
54 269,0548184 7,036283189
55 267,2290885 7,010464895
56 267,5915524 6,969548254
57 262,8959337 6,942941826
58 266,7949522 6,971000976
59 264,7774678 6,967175241
60 267,8755849 7,161062777
61 267,8448488 7,008032776
62 266,7579117 6,965868866
63 263,983236 6,863223896
64 265,7178313 6,900936652
65 267,3358605 7,04727454
66 268,3335045 7,042899929
67 267,8006728 7,120261882
68 266,6222659 7,121276265
69 268,2710331 7,058233184
70 265,736515 6,952708296
71 265,7896256 6,983756073
72 265,7117959 6,873291884
73 266,874473 7,040364858
74 263,9969032 6,909024986
75 264,0002786 6,938466914
76 269,7819003 7,071032893
77 267,8196567 7,125832917
78 266,8208002 7,023683003
79 264,3997556 6,800646123
80 266,5209261 7,08617163
81 266,800777 7,061136715
82 266,8428466 7,116854778
83 266,3655735 7,06967504
84 267,8167746 7,045732122
85 265,2470584 6,982461843
86 263,8040211 6,990044113
87 268,6459532 6,907947519
88 265,5173803 7,012083353
89 266,325748 7,010222829
90 265,5625275 7,083026461
91 263,9355699 6,847788921
92 267,2097047 7,046060033
93 264,9787003 7,015099808
94 266,4837654 7,059640398
95 267,6086098 7,03722672
96 266,7171406 7,149426705
97 267,0456029 7,066847224
98 265,2937081 6,996769163
99 264,546769 7,007907962
100 263,6315694 6,912155882
S1 S2