UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CÂMPUS...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE E DIFERENTES TIPOS DE PONTAS NA QUALIDADE DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDA NA CULTURA DO ALGODÃO ADELINA VITÓRIA SERVELHERE DE REZENDE SINOP MATO GROSSO BRASIL 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE E DIFERENTES TIPOS DE PONTAS

NA QUALIDADE DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDA NA CULTURA DO

ALGODÃO

ADELINA VITÓRIA SERVELHERE DE REZENDE

SINOP

MATO GROSSO – BRASIL

2017

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ADELINA VITÓRIA SERVELHERE DE REZENDE

INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE E DIFERENTES TIPOS DE PONTAS

NA QUALIDADE DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDA NA CULTURA DO

ALGODÃO

Orientador: Professor Dr. Thiago Martins Machado

Trabalho de Curso apresentado à Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT - Câmpus Universitário de Sinop, como parte das exigências para a obtenção do título de Engenheira Agrícola e Ambiental.

SINOP

2017

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Dedicatória

Dedico este trabalho à toda a minha família. Por sempre terem sido o meu suporte,

os meus exemplos, e o motivo de me fazer ser uma pessoa melhor.

Dedico em especial ao meu avô, José Servelhere, um exemplo de simplicidade e

amor. Foi graças ao senhor que tudo isso se tornou possível, graças a sua garra e

determinação quando jovem para erguer a família que tens hoje, e agora com a sua

sabedoria e mansidão para continuar nos mostrando que o mais importante da vida é viver,

e estar perto de quem se ama.

Dedico também aos meus pais, Jacinta de Fátima Servelhere de Rezende e João

Batista Ribeiro de Rezende. Os meus amores! Nunca mediram esforços para que nós, os

filhos, tivéssemos uma boa educação, conforto e tudo o que fosse possível e as vezes até o

impossível. Vocês são os exemplos vivos de perseverança e luta, pois criar e educar seis

filhos não é fácil, e vocês o fizeram com maestria.

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Agradecimentos

Agradeço primeiramente à Deus por tornar tudo isso possível. À toda a minha

família, por nunca me deixar desistir, sempre incentivar e apoiar com todo o carinho que só

vocês têm. À minha amada mãe, uma mulher forte, guerreira e sempre disposta a ajuda em

tudo o que puder. Ao meu amado Pai, que sempre incentivou aos estudos, e me mostrou

com atitudes como ser uma pessoa boa.

A todos os meus queridos irmãos, cada qual com o seu jeitinho de ser, sempre

sendo bons exemplos e ótimos irmãos. Aos meus pequenos sobrinhos, os motivos da minha

felicidade. E agradeço a minha querida Sebastiana, por todo o amor e carinho dedicados ao

longo da minha vida.

Agradeço a todos os professores que participaram da minha formação, todos foram

essenciais para que eu estivesse onde estou hoje. Agradeço ao meu orientador, prof Dr.

Thiago Martins Machado, e co-orientador Diego A. Fiorese por toda a paciência e por terem

compartilhado seu conhecimento. A todos os professores do curso de Engenharia Agrícola,

pela dedicação em nos tornar “ser pensantes” e não “apenas mais um”.

Agradeço aos meus amigos, Fernanda, Paloma, Natassia, Carine, Ronan, André, e

Eduardo pelo companheirismo durante toda essa etapa, vocês foram a minha família aqui,

meu apoio quando eu precisei.

Agradeço ao meu amigo, companheiro, e amado Lucas Bruscagin, por ser suporte

em todos os momentos, por se fazer presente sempre, e pelo bem que me faz.

Agradeço aos meus colegas que dispuseram do seu tempo para me ajudar com esse

experimento, Monyse, Renan e Fernando Maia, e ao queridíssimo Gabriel Benhossi por

todas as oportunidades, e a confiança em que está depositando em mim.

Agradeço a todos que de alguma forma me ajudaram a estar onde estou, e a ser

quem sou, o meu mais sincero obrigada!

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SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................................... vi

ABSTRACT ........................................................................................................................................... vii

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 1

2. REVISAO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................................... 2

2.1 Cultura do Algodão ............................................................................................................... 2

2.2 Ramulária ............................................................................................................................... 3

2.3 Tecnologia de Aplicação ..................................................................................................... 3

2.4 Pontas de pulverização ....................................................................................................... 4

2.5 Qualidade de aplicação............................................................................................................. 6

3. MATERIAL E METÓDOS ............................................................................................................ 9

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................... 14

5. CONCLUSÕES ........................................................................................................................... 21

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 22

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RESUMO

O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de algodão do mundo no

entanto, seu cultivo é de alto custo, sendo necessário haver melhorias em seus processos

produtivos. Para o cultivo do algodão são necessárias várias aplicações de defensivos

agrícolas, sendo a melhoria da aplicação uma boa possibilidade de otimizar insumos. A

tecnologia de aplicação consiste em colocar o produto no alvo, em quantidade necessária, e

de forma a não desperdiçar produto, e com o mínimo de contaminação de outras áreas,

sendo que, deve-se haver boa qualidade de aplicação, obtida pela correta escolha das

pontas de pulverização, já que dentre todos os componentes de uma máquina

pulverizadora, as pontas detém grande importância. Com isso, este trabalho teve o objetivo

de analisar a influência da velocidade e tipo de ponta na qualidade de aplicação de

defensivos. Foram avaliadas cinco diferentes pontas e quatro velocidades de deslocamento,

sendo avaliados parâmetros de qualidade de aplicação como: DMV, cobertura, densidade,

volume de aplicação e amplitude relativa (dispersão). A velocidade não interferiu no fatore

tipo de pontas e altura da planta. Houve diferença significativa para o parâmetro de

densidade, sendo as duas maiores velocidades apresentando maior cobertura, e o DMV

com a menor velocidade responsável pelo maior diâmetro volumétrico. A ponta com jato tipo

cone apresentou o melhor valor de dispersão dentre as avaliadas e o tamanho de gotas

adequado à aplicação que estava sendo realizada. A velocidade em que se obtiveram os

melhores desempenhos quanto à densidade e ao menor valor de DMV foi a de 20 km h-1.

Palavras-chaves: Pulverização, qualidade de gotas, uniformidade de aplicação.

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ABSTRACT

Brazil is one of the largest producers and exporters of cotton in the world however, its

cultivation is of high cost, being necessary to have improvements in its productive processes.

For the cultivation of the cotton several applications of agricultural pesticides are necessary,

being the improvement of the application a good possibility to optimize inputs. The

application technology consists in placing the product in the target, in a necessary quantity,

and in a way not to waste product, and with the minimum contamination of other areas, being

that there must be good quality of application, obtained by the correct choice of the spray

tips, since of all the components of a spraying machine, the tips hold great importance. In

this way, this work was aimed to analyze the influence of speed and type of tip in the quality

of application of pesticides. Five different tips and four displacement speeds were evaluated,

applying quality parameters such as: DMV, coverage, density, application volume and

relative amplitude (dispersion). The speed did not affect in the factor type of tips and height

of the plant. There was a significant difference for the density parameter, with the two higher

speeds presenting greater coverage, and DMV with the lowest speed responsible for the

largest volumetric diameter. The cone jet tip presented the best dispersion value among

those evaluated and the drop size appropriate to the application being performed. The speed

at which the best performances in terms of density and the lowest DMV value were obtained

was 20 km h-1.

Keywords: Spraying, drop quality, uniformity of application.

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1. INTRODUÇÃO

O Brasil é um dos principais produtores e exportadores de fibra de algodão no

mundo, sendo o Mato Grosso um dos estados em destaque por apresentar condições

climáticas favoráveis, e topografia propícia à mecanização dos processos que englobam a

cultura. (CONAB, 2016b).

A cultura do algodão exige muitos cuidados, tem um custo de produção bem

elevado, porém têm se mostrado rentável. Como afirma Azevedo e Freire (2006), o uso de

defensivos agrícolas chega a corresponder de 50 a 55% dos gastos empregados na cultura

do algodão.

Uma parte dos gastos empregados no uso de defensivos se deve à aplicação de

fungicidas, pois existem doenças especificas no algodão e que diminuem muito a sua

produtividade, sendo assim necessário que haja o controle das mesmas de forma eficaz,

rápida e que não seja despendido muito dinheiro.

Como visto, a aplicação de defensivos é uma parte bem expressiva dos custos de

produção, então tem-se a necessidade de que a mesma seja muito bem manejada, visando

a uniformidade da aplicação, melhor cobertura da cultura, de modo a melhorar a proteção da

lavoura contra insetos e pragas, evitando o desperdício de agrotóxicos e poluição do meio

ambiente.

Para que seja possível uma boa uniformidade de gotas em uma aplicação, é

necessária a correta escolha da ponta a ser utilizada, o volume de calda ideal a ser utilizado,

para cada tipo de aplicação a se efetuar. Como ressalta Souza et al. (2010) as pontas são

os elementos mais importantes de um pulverizador, pois a taxa de aplicação, e o tamanho

de gotas dependem diretamente do tipo de ponta utilizada.

Tendo em vista que a correta seleção de pontas é fundamental para uma

pulverização uniforme, este trabalho teve o objetivo de analisar a influência da velocidade e

do tipo de pontas na qualidade de aplicação de defensivos.

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2. REVISAO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Cultura do Algodão

A fibra de algodão é a principal matéria-prima da indústria têxtil brasileira e mundial,

o produto do algodoeiro também pode ser empregado de outras formas, além da produção

têxtil. O caroço, o qual teve um crescimento de mercado expressivo na última década,

representa importante fonte energética podendo ser utilizado na forma in natura para

alimentação animal ou esmagado, e ainda possibilita a elaboração de subprodutos, tais

quais a torta para ração animal e o óleo do caroço do algodão, utilizado pela indústria

alimentícia, e energética para a produção de combustíveis, entre outras (CONAB, 2014).

A estimativa de área plantada de algodão no pais é de 958,5 mil hectares na safra de

2015/16, ocorrendo uma redução de 1,8% em relação à safra passada. Caso a previsão de

produtividade se confirme, a produção nacional de algodão em caroço deverá atingir 3.531

mil toneladas. Já em Mato Grosso a área plantada de algodão da primeira e segunda safra

registrou aumento de 6,2% em relação à safra passada, totalizando 597,6 mil hectares

(CONAB 2016a).

Segundo a Conab (2016b) a cotonicultura na região dos cerrados apresenta forte

relação com a produção de soja. Inicialmente, a cultura do algodão era vista apenas como

mais uma das espécies que poderiam integrar um sistema de rotação com a oleaginosa,

porém acabou resultando em uma lavoura com o uso intensivo de tecnologia, e capital. O

algodão acabou por firmar-se como uma cultura alternativa e rentável. Além disso, a região

de cerrado reúne vantagens quando comparadas com a produção de algodão nas Regiões

Sudeste e Sul, destacando-se pela topografia, que permite a mecanização completa das

atividades, e o clima, caracterizado por estação chuvosa e seca, o que propícia maior

qualidade à fibra.

O cultivo do algodoeiro é muito complexo e oneroso, enquanto culturas como soja e

milho têm ciclos médios de 120 dias, o algodoeiro tem o ciclo mais longo, até 200 dias. Para

que a planta possa mostrar o seu potencial de produtividade, é necessário que se mantenha

a ausência de sintomas de doenças até o estágio de abertura da primeira maçã. (FACUAL,

2006). O custo de produção é bem elevado, segundo o IMEA (2015) o valor do custeio da

safra 2016/17 está avaliado em R$ 6.379,78 por hectare no Mato Grosso, não incluindo

despesas financeiras e depreciações, sendo a participação em defensivos agrícolas de

43,86%, sendo os fungicidas responsáveis por cerca de 5,63% dos custos de produção no

médio norte de Mato Grosso.

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2.2 Ramulária

Ainda, segundo Facual (2006), entre as doenças fúngicas, a ramulária ocupa posição

de maior importância, pois chega a ocasionar perda de até 35% no rendimento da planta. A

doença é causadora de desfolha precoce e acentuada da cultura, o que provoca a redução

de área foliar fotossintetizante. Resultados de pesquisa mostraram que o melhor controle da

ramulária é obtido quando as aplicações de fungicidas são realizadas logo nos primeiros

sinais da doença (mancha azulada). As Aplicações devem ser realizadas 3 a 4 vezes

durante o ciclo da cultura, com intervalo de 15 dias.

Como descreve De Paula e Venzon (2007), dentre os principais sintomas da

Ramulária estão o superbrotamento generalizado com folhas retorcidas e manchas que

evoluem rapidamente para necrose estrelada com calos e lesões nos caules, morte de

gemas apicais o que pode ocasionar o nanismo. A sobrevivência do fungo se dá através do

solo e da semente, assim como a sua disseminação, sendo a condição mais favorável para

seu desenvolvimento uma alta umidade e precipitação pluviométrica, e alta fertilidade do

solo, sendo o seu inicio na parte basal da planta. Tem como medidas de controle da doença:

utilização de sementes tratadas e selecionadas, a eliminação de resto de cultura e plantas

que possuíam a doença, inspeção periódica de campos, a utilização de fungicidas e o

método mais econômico e eficiente, o uso de cultivares resistentes a doença.

2.3 Tecnologia de Aplicação

A Aplicação de fitossanitários tem por objetivo segundo Minguela e Cunha (2010) o

controle econômico de insetos, doenças e plantas infestantes, através da distribuição da

exata quantidade do produto, veiculado em forma de gotas que possibilitem uma distribuição

relativamente uniforme. Pois como afirma Peres (2014) a grande quantidade de pragas e

doenças na cultura está entre os maiores fatores de risco e causam redução na produção,

de forma a se evitar isso, é necessária a correta aplicação de defensivos.

Entende-se por tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas, o uso de todos os

conhecimentos científicos que propiciem a correta colocação do produto no alvo, em

quantidade necessária, de forma a não desperdiçar o produto, e com o mínimo de

contaminação de outras áreas (MATUO, 1990).

Devido às diferentes maneiras de as pontas fragmentarem o líquido, há a produção

de um amplo espectro dimensional de gotas. Geralmente provocando perdas, tanto pelo

arraste das gotas pequenas, ocasionado pelo vento quanto pelo escorrimento das gotas

grandes dos alvos até o solo. Essa condição de depósito inadequado de gotas na área de

tratamento diminui a eficiência do controle de pragas e doenças, além de provocar perda de

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produto, aumento dos custos e contaminação do meio ambiente (BERNI et al, 1999). Sendo

reforçado por Azevedo e Freire (2006) que o controle dessa tecnologia é crucial para

assegurar a aplicação correta, com segurança ambiental, social e humana, bem como a

obtenção de bons resultados econômicos.

As gotas de pulverização, após serem geradas pelos bicos dos pulverizadores até

atingir o alvo biológico, são influenciadas por três fatores climáticos: umidade relativa do ar,

velocidade e direção dos ventos, e temperatura. Em baixa umidade, a gota perde líquido e

peso pela evaporação, facilitando o arrasto ou o desvio de sua trajetória prevista, a umidade

mínima deve estar em torno de 50 - 55%. Já a influência dos ventos está relacionada com a

velocidade. A ausência de vento pode ocasionar a inversão térmica, e velocidades altas,

acima de 10 km h-1 também prejudicam a pulverização, a condição mais segura é com o

vento constante de 3,2 a 6,5 km h-1. Quanto à temperatura, altas temperaturas promovem a

evaporação rápida da umidade das plantas e do solo, formando “bolsões” térmicos,

prejudicando a deposição adequada das gotas, o ideal é que esteja acima de 15°C e abaixo

de 32°C (AZEVEDO; FREIRE, 2006).

Mesmo tendo-se o conhecimento que todas as partes que compõem de uma

máquina aplicadora de produtos fitossanitários sejam essenciais, os dispositivos geradores

de gotas, as pontas, são os elementos com a maior importância em um pulverizador, uma

vez que a vazão da barra é dependente deles, e consequentemente a taxa de aplicação,

assim como o tamanho das gotas, logo influenciam diretamente na qualidade da aplicação

(ANTUNIASSI, 2011; MATUO, 1990; MINGUELA, 2010; SOUZA et. al, 2010).

2.4 Pontas de pulverização

De acordo com Antuniassi e Boller (2011), a classificação quanto à forma do jato

produzido pelas pontas de pulverização é dividida em: pontas de jatos planos e de jatos

cônicos. As pontas de jatos planos podem ser convencionais, de jatos defletidos ou de

impacto, de jato descentrado e de jatos duplos. Por sua vez, as pontas de jatos cônicos

podem apresentar jato cônico vazio ou cheio.

As pontas planas, também chamadas de pontas leque, produzem jato em um só

plano e o seu uso é indicado para alvos planos, como o solo, o esquema de deposição das

mesmas estão exemplificados na figura 1. Como a maioria dos herbicidas é aplicada à

superfície do solo, ficou fixada a crença de que ponta leque é utilizada somente para a

aplicação de herbicidas, entretanto, ele é indicado também para a aplicação de inseticidas e

fungicidas ao solo, pois a escolha da ponta é realizada sempre em função do alvo (MATUO,

1990).

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Figura 1. Esquema de deposição de ponta de pulverização leque simples. Fonte: Manual ANDEF

2004b.

As pontas de jato cônico vazio apresentaram gotas de menor tamanho em relação

aos de jato plano e, por isso, proporcionaram maior densidade de gotas depositadas sobre a

superfície-alvo (CUNHA et al, 2004).

As pontas de jato cônico caracterizam-se conforme Minguela e Cunha (2010) pela

formação de uma pulverização em que as gotas formam um jato cônico, para isso essas

pontas possuem um difusor, com o movimento circular sendo realizado, as gotas contornam

obstáculos e atingem pontos situados em planos mais distantes daí a habilidade de a ponta

cobrir alvos tridimensionais como folhagem. São mais empregados para a aplicação de

inseticidas e fungicidas em cultivos arbóreos e para a utilização em cultivos baixos,

requerem sobreposição de jatos pequena, sendo utilizados para fungicidas e inseticidas de

contato.

No caso das pontas cone cheio, o perfil transversal do jato possui um círculo

totalmente preenchido, já no caso das pontas de cone vazio, este corte transversal se

parece com uma circunferência em que o centro permanece vazio. Os cones vazios são

utilizados em pulverizadores de barra tradicionais, quando necessária uma boa cobertura

em copas densas devido à sua capacidade de penetração (HYPRO, 2005).

Ainda sobre as pontas de jato cônico, de acordo com a ANDEF (2004 b) em geral

apresentam perfil de gotas mais finas, com grande capacidade de penetração e cobertura

em alvos de arquitetura mais complexa, mas com alto risco de deriva e evaporação. Tem

seu esquema de deposição demonstrado na figura 2.

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Figura 2. Esquema de deposição do cone cheio e cone vazio. Fonte: Manual ANDEF 2004b.

2.5 Qualidade de aplicação

A proteção ideal da lavoura contra insetos, doenças e plantas infestantes depende

de quão uniforme a aplicação foi feita, segundo Antuniassi e Boller (2011), os aspectos mais

importantes dizem respeito ao tamanho das gotas e a densidade de cobertura das mesmas

sobre o alvo desejado. O tamanho das gotas é um aspecto muito importante já que afeta a

qualidade de uma aplicação e deve ser considerado para uma correta seleção de pontas,

pois interfere na dinâmica da névoa produzida pela pulverização, na deriva, na evaporação

de gotas, na capacidade de penetração no interior do dossel das culturas e da sua

deposição sobre os alvos.

Como comenta Costa (2009) o espectro de gotas é a variabilidade no tamanho das

gotas produzidas na pulverização. Consiste na classificação das gotas por tamanho, em

percentagem de volume ou de número de gotas, o qual pode ser homogêneo, quando todas

as gotas são do mesmo tamanho, ou heterogêneo, quando o tamanho das gotas é diferente.

Sendo que as gotas muito grandes, devido ao seu peso próprio, atingem o solo por

escorrimento e as pequenas possuem uma menor massa de líquido, podendo evaporar em

condições de baixa umidade relativa, ou serem carreadas pelo vento, provocando a perda

de produto por deriva, o que não é desejado que ocorra durante a pulverização.

Quando o assunto é tamanho de gotas é crucial falar no diâmetro mediano

volumétrico (DMV) que é definido por Baesso et al. (2014) como o diâmetro em que metade

do líquido aplicado é composto de gotas com diâmetro superior a ele, e a outra metade

formada por gotas com diâmetro inferior a ele, ou seja, a divisão é realizada em duas partes

de volumes iguais, e diferente quantidade do número de gotas. O valor do DMV fica próximo

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dos diâmetros das maiores gotas amostradas, pela existência de poucas gotas grandes, e

as mesmas terem maior influência no total de volume coletado. Quando alvo é pequeno e

em grande número, no caso de doenças, devem-se usar gotas pequenas proporcionando

elevada cobertura, que por sua vez pode ser definida como a percentagem do alvo que foi

coberta pela calda. Em outras palavras, é a área ocupada pelas gotas após uma aplicação.

A cobertura ideal depende do tipo de alvo a ser atingido.

O número de gotas que se depositam por unidade de área do solo ou da superfície

das folhas também desempenha um papel muito importante na eficácia das aplicações, e é

definido como densidade de gotas (COSTA, 2009).

Outro fator que deve ser levado em consideração ao ser analisado em uma

pulverização é o volume de calda a ser pulverizado, que é dado em l ha-1. Conforme a

ANDEF (2004) o volume a ser aplicado por área é sempre consequência da aplicação eficaz

e nunca de uma quantidade já estabelecida, pois depende de vários fatores tais como: o

alvo desejado, o tipo de ponta a ser utilizada, condições climáticas, produto a ser aplicado, e

arquitetura da planta. Portanto não há um valor fixo para o volume de calda.

Os parâmetros de maior importância para a determinação da população de gotas são

o diâmetro da mediana volumétrica (DMV), e a amplitude relativa (AR). Quanto maior o valor

da amplitude relativa, maior é a diferença entre o tamanho das gotas pulverizadas, em um

espectro de gotas homogêneo e o valor de amplitude relativa tende a zero. Os valores de

DMV e AR devem ser analisados conjuntamente para a caracterização da pulverização.

Quando analisado isoladamente, o DMV é apenas um valor de referência e não determina a

dispersão dos dados em torno do valor (CUNHA et al., 2007).

Scramin (2002), conduziu um experimento avaliando plantas com enfolhamento

máximo, utilizou-se um volume de 100 l ha-1 de calda, tendo como tratamentos principais:

bico Conejet TXVK-8 com 0,5 m de espaçamento e pressão de 413 kPa; bico Conejet

TXVK-4 com 0,25 m de espaçamento e pressão de 427 kPa; e bico TJ-60 8002 VS com 0,5

m de espaçamento e pressão de 220 kPa. A análise ocorreu mediante experimento de

campo. Analisou-se o comportamento dos bicos com relação à deposição, tamanho e

densidade das gotas nas três partes da planta (apical, mediana e basal). Entretanto, a

deposição média dos três bicos foi significativamente decrescente da região apical (45%)

para mediana (18%) e desta para a basal (7%).

No experimento realizado por Cunha et al. (2007), foram avaliadas cinco pontas de

pulverização hidráulica, três de jato plano e duas de jato cônico vazio. Para a avaliação do

espectro de gotas, empregaram-se as pressões de 200; 300 e 400 kPa para as pontas de

jato plano, e de 400; 500 e 600 kPa para as de jato cônico vazio. Os seguintes parâmetros

foram tomados: diâmetro mediano volumétrico – DMV – e amplitude relativa. O espectro da

população de gotas foi determinado de forma direta, utilizando-se de analisador de gotas em

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tempo real. Para a pulverização utilizou-se de equipamento de pulverização costal. A

variação da pressão da calda influenciou mais no espectro de gotas das pontas de jato

plano em relação às de jato cônico vazio, diminuindo o tamanho das gotas no caso das

pontas leques e não sendo significativo nas pontas do tipo cone. O potencial de deriva das

pontas de jato plano standard e de jato cônico vazio foi alto, devido ao menor DMV. O

incremento da vazão nominal, ocasionado pelo aumento da pressão, das pontas propiciou

aumento do tamanho de gotas.

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3. MATERIAL E METÓDOS

O experimento foi conduzido na fazenda pertencente ao Grupo Terra Santa, unidade

operacional Ribeiro do céu, no município de Nova Mutum – MT com coordenadas médias

13°95’S e 55°78’W. A pulverização ocorreu em condições reais de aplicação que era

utilizada pela fazenda.

A cultivar de algodão presente no talhão é a variedade 967 da Bayer, com

espaçamento de 0,76 metros, estando na fase de terceiro botão vegetativo.

O pulverizador autopropelido cedido para os ensaios, da marca John Deere e modelo

4730 com 245 Hp, dispõe de trinta metros de barra sendo composto por sessenta bicos

espaçados em 0,5 metros. Na aplicação em que a análise foi feita estava sendo realizada a

pulverização de um fungicida de contato, Mertin da marca Syngenta, com a dose de 0,5 l ha-

1 com o objetivo de combater os primeiros sintomas de Ramulária.

As pontas utilizadas para a análise em campo foram: Ponta 1 – 30 HCX 9 Hypro –

Cone oco; Ponta 2 – GRD 120-02 Hypro – Leque simples; Ponta 3 – AD.025.T Magnojet –

Triplo leque; Ponta 4 – DG 110 02 Teejet – Leque simples; Ponta 5 – Pingente Lechler

associado com a GAT 110 02 Hypro – Duplo leque, evidenciado na figura 3.

Figura 3. Imagem dos pingentes assoviados com a ponta duplo leque.

As pontas de pulverização foram dispostas na barra de forma que cada tipo de

ponta ocupou seis metros, ou seja, doze bicos. As velocidades avaliadas foram de 12 km h-

1, 16 km h-1, 20 km h-1, e 24 km h-1. A utilização do volume de aplicação foi fixada em 50 l ha-

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1, o qual estava sendo utilizado na fazenda na aplicação em que se realizou o experimento.

A altura da barra em relação a cultura do algodão foi de 0,5 metros.

Antes do início da avaliação das pontas no campo, houve a necessidade de que

todas fossem submetidas a diferentes pressões de pulverização: 1,5 bar, 2 bar, 3 bar, e 5

bar. A fim de constatar as informações oferecidas de cada fabricante sobre os intervalos de

vazão de cada uma, para garantir que com as modificações da velocidade de trabalho os

limites das pontas não fossem ultrapassados, e atingissem o volume de aplicação desejado.

Foram utilizadas câmaras de borracha e borrachinhas presas às pontas para que toda a

calda pulverizada fosse para o balde, a mesma foi coletada durante um minuto segundo a

metodologia de Matuo (1990), depois de pesada em balança, considerando a densidade da

calda igual a da água, e anotado o seu volume, para a comparação dos volumes obtidos

com cada ponta, com a variação das pontas não podendo ultrapassar o limite de 10% para

mais e para menos, tal metodologia está sendo mostrada na figura 4. Todas as ações

descritas foram realizadas com o uso de EPIs.

Para a ponta 4, que é utilizada pela própria fazenda, se fez necessário a verificação

do coeficiente de variação, segundo a metodologia de Matuo (1990) citada acima, com o

intuito de que todas as pontas analisadas estivessem em bom estado, como o coeficiente

das mesmas foi inferior a 10% pôde-se seguir com os testes. A análise do coeficiente de

variação não se fez necessário para as outras pontas, pois todas estavam novas, e nunca

tinham sido utilizadas.

Figura 4. Coleta da calda de pulverização para análise do coeficiente de variação.

As condições climáticas no momento em que se realizaram os ensaios foram de

32,1°C, e umidade relativa em torno de 50%. Também foi verificado a velocidade do vento

para cada velocidade de deslocamento da máquina, sendo as velocidades da máquina

seguida das velocidades de vento respectivamente: 12 km h-1 – 1,9 km h-1; 16 km h-1 – 4,0

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km h-1; 20 km h-1 – 4,6 km h-1; 24 km h-1 – 5,2 km h-1. Tais parâmetros foram quantificados

com um anemômetro Instrutemp.

Para a análise do espectro de gotas foram utilizados papéis hidrossensíveis, da

marca Syngenta, na parte superior das plantas, na parte mediana, e na inferior das mesmas.

Os papéis foram colocados em hastes feitas de metal, com suportes nas três alturas de

análise, e fixados com presilhas de plástico, como mostra a figura 5, as hastes foram

alocadas no meio das fileiras do algodão.

Figura 5. Haste de metal com presilhas de plástico para fixar os papeis hidossensíveis.

Seguindo a metodologia descrita por Baesso et al, (2014) em que as etiquetas

devem ser colocadas nas posições em que se deseja analisar o espectro das gotas. Após a

pulverização, as etiquetas de mesmo tratamento devem ser devidamente identificadas,

fotografadas ou escaneadas, para posterior processamento de imagens.

Após o experimento ser conduzido no campo, os papéis hidrossensíveis foram

colocados com fita dupla face em uma caderneta de campo devidamente identificada, e

escaneados em uma impressora da marca Hp multifuncional para posteriormente serem

analisados pelo programa Gotas, um programa de análise de deposição de agrotóxicos

desenvolvido pela Embrapa, obtido gratuitamente na internet.

Para o processamento das amostras houve a necessidade de se estabelecer um

padrão de edição dentro do programa Gotas, pois a deposição das gotas não ocorreu de

forma igual em toda a área do papéis hidrossensiveis, portanto estabeleceu-se que a porção

do centro da amostra seria a analisada. De acordo com o manual de utilização do programa

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gotas, há a possibilidade de retirar gotas sobrepostas da amostra, a fim de que não haja a

leitura de um diâmetro incorreto, ou seja, que não condiz com o diâmetro de apenas uma

gota, sendo assim, uma forma de diminuir erros durante o processamento das amostras.

Figura 6. Papeis hidrossensíveis sendo preparados para o processamento das gotas.

Foram selecionados parâmetros obtidos com o programa Gotas, para melhor

interpretação das informações, dentre elas: densidade, porcentagem de cobertura, volume

de calda na amostra, diâmetro mediano volumétrico, e dispersão de gotas. Segundo o

manual de utilização do programa Gotas a Dispersão é dada pela equação abaixo. Os

parâmetros utilizados para o cálculo da dispersão também são obtidos pelo programa.

O delineamento adotado foi em blocos casualizados no esquema de parcelas

subdivididas com fatorial nas parcelas, sendo 4 blocos. Os dados foram submetidos a

análise de variância, sendo o teste de Scoot-knott aplicado a 5% de probabilidade para a

comparação de médias, e para a análise mais completa, o fator velocidade foi submetido à

regressão polinomial. Para a determinação estatística fez-se o uso do programa estatístico

Sisvar, versão 5.6.

Na figura 7 está esquematizado a forma que foi distribuído os blocos as parcelas do

experimento em campo, sendo os primeiros trinta metros utilizados para as primeiras

coletas, a segunda distância foi utilizada para a estabilização da velocidade, e por último

para a outra coleta, o croqui foi demarcado em campo com a utilização de estacas de

madeira. Foram necessárias oito passadas do pulverizador.

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Figura 7. Croqui das distribuições das passadas e velocidades em campo.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como visto, um dos fatores mais importantes para a análise do espectro de gotas

é o fator de dispersão, pois trata-se de quanto o espectro é uniforme. De acordo com as

análises realizadas, obteve-se os resultados estatísticos apresentados na Tabela 1.

Tabela 1. Análise de variância, e teste de Scoot-knott aplicado a 5% de probabilidade para a

comparação de médias.

Pontas Dispersão

(AR) Volume (l ha

-1)

Densidade (Gotas cm

-2)

Cobertura (%)

DMV (µm)

Ponta 1 0, 56 b 14, 98 b 27, 06 a 3, 70 a 248, 98 c

Ponta 2 0, 73 a 17, 86 a 15, 43 b 3, 52 a 355, 65 b

Ponta 3 0, 72 a 21, 40 a 14, 85 b 4, 02 a 390, 39 a

Ponta 4 0, 71 a 21, 16 a 18, 35 b 4, 21 a 353, 26 b

Ponta 5 0, 57 b 10, 07 c 8, 34 c 2, 00 b 351, 33 b

Velocidades (km h

-1)

12 0, 67 a 18, 32 a 12, 68 b 3, 37 a 391, 53 a

16 0, 63 a 15, 38 a 14, 34 b 3, 12 a 335, 56 b 20 0, 67 a 17, 56 a 21, 54 a 3, 83 a 306, 81 b 24 0, 66 a 17, 17 a 18, 66 a 3, 64 a 325, 94 b

Alturas Superior 0, 66 a 25, 82 a 25, 01 a 5, 26 a 351, 95 a

Média 0, 65 a 14, 77 b 14, 39 b 3, 00 b 337, 82 a

Inferior 0, 67 a 10, 65 c 10, 84 c 2, 20 c 330, 89 a

Teste F P 7, 48* 10, 61* 10, 03* 7, 78* 21, 34*

V 0, 54 NS 0, 92 NS 4, 40* 1, 20 NS 12, 50*

A 0, 24 NS 5, 26* 41, 21* 54, 86* 2, 42 NS

PxV 1, 12 NS 1, 32 NS 0, 80 NS 1, 15 NS 0, 65NS

AxP 2, 03* 5, 84* 6, 27* 5, 38* 2, 11*

AxV 0, 96 NS 0, 63 NS 2, 09 NS 1, 15 NS 0, 37 NS

AxPxV 0, 81 NS 0, 67 NS 64, 18 NS 0, 54 NS 0, 74 NS

CV % 32,97 58,73 88,14 62,23 23,32

Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, à 5% de

probabilidade de erro. NS: Não significativo. *: Significativo à 5% de probabilidade de erro. CV:

Coeficiente de variação.

Como se pode observar, para todos os parâmetros analisados a interação entre

pontas e alturas de planta foi significativa, ou seja, há correlação entre os dois fatores e

não devem ser analisados isoladamente. Observando as interações entre: pontas e

velocidades; alturas e velocidades; e altura, pontas, velocidades, constata-se que não foi

significativa para nenhum parâmetro relacionado à qualidade de gotas, indicando a não

correlação entre eles. A velocidade apresentou diferença estatística apenas em dois

parâmetros, mostrando que com a sua variação há mudança nos valores da densidade e

DMV, porém a mesma não tem influência na uniformidade de gotas como um todo.

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Segundo Costa (2009) o parâmetro da dispersão quanto mais próximo de zero mais

homogêneo é a aplicação, conhecendo isso, é possível abrir o desdobramento entre os tipos

de pontas e alturas de plantas e explorar mais os dados obtidos estatisticamente

pertencentes à Tabela 2.

Tabela 2. Desdobramento da interação entre pontas e alturas das plantas em relação à dispersão.

Altura

Ponta Inferior Média Superior Média Geral

1 0, 52 aB 0, 55 aB 0, 60 aB 0, 56 B 2 0, 75 aA 0, 70 aA 0, 73 aA 0, 73 A 3 0, 67 aA 0, 76 aA 0, 74 aA 0, 72 A 4 0, 75 aA 0, 66 aA 0, 73 aA 0, 71 A 5 0, 66 aA 0, 58 aB 0, 49 bC 0, 57 B

Media Geral 0, 67 a 0, 65 a 0, 66 a

Médias seguidas de mesma letra minúscula nas linhas, e maiúsculas nas colunas, não diferem entre

si pelo teste de Scott-Knott, à 5% de probabilidade de erro.

Verificando as médias gerais de cada ponta, sem considerar uma altura de planta em

específico, os menores valores de dispersão foram da ponta 1 e da ponta 5, não havendo

diferença significativa. Esse comportamento se repete na altura mediana da planta, já na

altura superior o menor valor foi da ponta 5, significando que a maior uniformidade é obtida

pela ponta 5 nessa altura da planta, e na parte inferior o menor número de dispersão foi

obtido pela ponta 1.

É fundamental também, saber o tamanho das gotas e a sugestão do tipo de gota que

pode ser utilizado para cada operação na aplicação. Segundo a classificação da ANDEF

(2004 b), as gotas podem ser classificadas de acordo com a Tabela 3.

Tabela 3. Classificação da categoria de gotas de acordo com a ANDEF (2004 b)

Classe de Pulverização

DMV Aproximado

(µm)

Recomendação

Muito fina < 100 Fungicidas, Inseticidas e Herbicidas de

contato.

Fina 100 – 175

Média 175 – 250

Grossa 250 – 375 Dessecação com herbicidas

sistêmicos. Muito Grossa 375 – 450

Extremamente grossa

>450

Em análise à tabela 4 observa-se que, sem levar em consideração uma parte da

planta em específico, as gotas da ponta 1 estão classificadas segundo a ANDEF (2004 b)

como médias, já as gotas pertencentes ás pontas 2, 4 e 5 como grossas, e as referentes à

ponta 3 como muito grossa. Tendo em vista que a aplicação realizada foi de um fungicida, o

tamanho de gotas recomendado é até o médio, logo, somente a ponta 1 atingiu o tamanho

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de gota necessário para a aplicação em questão, as demais possuem um tamanho de gota

mais recomendado para a dessecação com herbicidas sistêmicos.

Tabela 4. Desdobramento da interação entre pontas e alturas das plantas em relação ao diâmetro

médio volumétrico.

Altura

Ponta Inferior Média Superior Média Geral

1 237, 75 bC 252, 18 bC 257, 21 bC 248, 98 C 2 362, 95 aA 313, 56 bB 387, 79 aA 355, 65 B 3 384, 88 bA 398, 90 bA 387, 39 bA 390, 39 A 4 316, 72 bB 364, 47 aA 378, 60 aA 353, 26 B 5 352, 17 bA 353, 09 bA 348, 73 bB 351, 33 B

Media Geral 330, 89 a 337, 82 a 351, 95 a

Médias seguidas de mesma letra minúscula nas linhas, e maiúsculas nas colunas, não diferem entre

si pelo teste de Scott-Knott, à 5% de probabilidade de erro.

Houve ainda diferença significativa da influência da velocidade em relação ao

diâmetro médio volumétrico, explicitado na Tabela 5. As pontas 2, 3, e 4 obtiveram os

maiores valores de DMV na velocidade de 12 km h-1, o que não é o desejado para

aplicações de fungicida, quanto as médias gerais ocorreu diferença significativa entre a

velocidade de 12 km h-1 e as demais velocidades, sendo a menor velocidade a que

apresentou os maiores tamanhos de gotas. Ainda em analise à tabela 5, observando as

médias gerais sem levar em consideração uma ponta em especifico, a velocidade de 20 km

h-1 apresentou o menor valor médio de DMV dentre as analisadas.

Tabela 5. Médias dos diâmetros médios volumétricos sob influência da velocidade e do tipo de ponta.

Pontas

Velocidade 1 2 3 4 5 Média Geral

12 270,97 a 414,29 a 468,59 a 413,81 a 390,58 a 391, 5334 a 16 245,48 a 348,07 b 386,71 b 350,46 b 347,07 a 335, 5610 b 20 231,86 a 323,30 b 327,30 b 326,29 b 320,45 a 306, 8190 b 24 246,79 a 334,23 b 378,96 b 322,50 b 347,23 a 325, 9482 b

Médias seguidas de mesma letra minúscula nas linhas, e maiúsculas nas colunas, não diferem entre

si pelo teste de Scott-Knott, à 5% de probabilidade de erro.

Quanto ao valor do volume de calda que chega à planta, é importante quantifica-lo

para ter o conhecimento se a aplicação realizada está realmente colocando a calda no alvo

em que se deseja, e se o volume da aplicação está coerente. Em estudo com na tabela 6,

nota-se que a maior deposição do volume foi na parte superior da planta, independente da

ponta utilizada. Apenas na ponta 5 não houve diferença de volume entre as alturas da

planta. As pontas que obtiveram maior deposição média foram a 2, 3, 4, seguida da ponta 1,

e com menor volume a ponta 5. O volume de calda que chega à planta pode ter sido afetado

pela alta temperatura no momento da aplicação, causando assim a evaporação da mesma.

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Tabela 6. Desdobramento da interação entre pontas e alturas das plantas em relação ao volume de

calda, dado em litros ha-1

, que chega a planta.

Altura

Ponta Inferior Média Superior Média Geral

1 8, 00 bA 12, 67 bB 24, 13 a B 14, 98 B 2 11, 09 bA 13, 25 bB 28, 96 aB 17, 86 A 3 12, 93 cA 21, 78 bA 29, 48 aB 21, 40 A 4 10, 21 bA 15, 63 bB 37, 65 aA 21, 16 A 5 11, 01 aA 10, 31 aB 8, 90 aC 10, 07 C

Media Geral 10, 65 c 14, 77 b 25, 82 a

Médias seguidas de mesma letra minúscula nas linhas, e maiúsculas nas colunas, não diferem entre

si pelo teste de Scott-Knott, à 5% de probabilidade de erro.

O número de gotas por unidade de área está ligado com a capacidade do bico em

fracionar a calda em um número maior de gotas atingindo mais o alvo de uma forma mais

homogênea, e também tem relação com o volume que chega à planta, sendo que um maior

número de gotas atinge a parte superior da planta, isso pode ser observado na Tabela 7.

Todas as pontas têm maior densidade na parte superior, apenas a ponta 5 não apresenta

esse comportamento, numericamente a parte inferior possui maior densidade pois trata-se

do pingente que tem tendência de aplicar mais na parte inferior da planta pois está a uma

distância menor da mesma, porém não possui diferença significativa entre as partes das

plantas. Quanto as médias gerais de densidade, a ponta 1 possui maior cobertura seguida

pelas pontas 2, 3, e 4, e com menor média de densidade está a ponta 5.

Tabela 7. Desdobramento da interação entre pontas e alturas das plantas em relação à

densidade de gotas (Gotas cm-2

).

Altura

Ponta Inferior Média Superior Média Geral

1 13, 20 cA 22, 44 bA 45, 26 aA 27, 06 A 2 9, 30 bA 14, 56 bB 22, 37 aC 15, 43 B 3 10, 60 bA 12, 61 bB 21, 33 aC 14, 85 B 4 12, 04 bA 13, 88 bB 29, 12 aB 18, 35 B 5 9, 07 aA 8, 97 aB 6, 98 aD 8, 34 C

Media Geral 10, 84 c 14, 39 b 25, 01 a

Médias seguidas de mesma letra minúscula nas linhas, e maiúsculas nas colunas, não

diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, à 5% de probabilidade de erro.

De acordo com a ANDEF (2004), a densidade de gotas está muito abaixo do que é o

recomendado para uma aplicação de fungicida, os parâmetros de recomendação estão

expostos na tabela 8. Enquanto a média mais alta, alcançada pela ponta 1, foi de 27,06

gotas cm-2, a recomendação para uma pulverização com gotas finas à médias é de 50 a 70

gotas cm-2. Esse problema pode ser resolvido com a aplicação sendo realizada a uma

temperatura menor, e ainda com o aumento do volume de aplicação.

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Tabela 8. Parâmetros de densidade de gotas aconselháveis para agrotóxicos (ANDEF, 2004).

Densidade (gotas cm-2

) Pulverização

20 – 30 Média – Grossa 50 – 70 Média – Fina 70 - 100 Fina

Ainda falando sobre o parâmetro da densidade, como visto na tabela 1, houve

diferença significativa da velocidade em relação à densidade. Apenas a ponta 1 apresentou

melhor desempenho à velocidade de 20 km h-1, e as velocidades de 20 km h-1 e 24 km h-1

apresentaram maiores médias de densidade, como foi ressaltado anteriormente a

velocidade de 20 km h-1 obteve os menores valores de DMV, e os maiores valores de

densidade. Essas diferenças estão apresentadas na Tabela 9.

Tabela 9. Médias das densidades sob influência da velocidade e do tipo de ponta.

Pontas

Velocidade 1 2 3 4 5 Média Geral

12 25,97 b 12,51 a 11,11 a 10,91 a 2,92 a 12, 6890 b 16 20,79 b 12,95 a 11,20 a 20,61 a 6,17 a 14, 3475 b 20 37,73 a 19,15 a 21,08 a 22,38 a 8,51 a 21, 5467 a 24 24,66 b 17,41 a 15,99 a 19,49 a 15,76 a 18, 6682 a

Médias seguidas de mesma letra minúscula nas linhas, e maiúsculas nas colunas, não diferem entre

si pelo teste de Scott-Knott, à 5% de probabilidade de erro.

O comportamento da cobertura é semelhante ao dá densidade, pois com um maior

número de gotas a propensão de que haja maior cobertura do alvo é maior, porém podem

haver interferências na análise, ou seja, se algumas gotas grandes atingem a amostra isso

irá interferir tanto na quantificação de volume de calda que achega na planta, e diâmetros

médios volumétricos como a cobertura da mesma. Como atenta-se na tabela 10, o menor

valor de cobertura foi obtido pela ponta 5, que difere estatisticamente das demais. No geral,

o valor das coberturas está bem baixo do que se é desejado para uma pulverização com

gotas médias. Pois segundo um estudo realizado por Román et al. (2009) encontrou-se que

o valou de cobertura varia muito, pois está em função do volume de calda aplicado, e do tipo

da ponta de pulverização, mas obteve valores médios para uma aplicação com 100 L ha-1,

para o terço inferior 2,6%, para o médio 7,9%, e para o terço superior 15,9%.

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Tabela 10. Desdobramento da interação entre Pontas e Alturas das plantas em relação à cobertura

de gotas.

Altura

Ponta Inferior Média Superior Média Geral

1 1, 95 bA 3, 11 bA 6, 01 aB 3, 70 A 2 2, 15 bA 2, 81 bA 5, 57 aB 3, 52 A 3 2, 52 cA 3, 90 bA 5, 66 aB 4, 02 A 4 2, 18 bA 3, 13 bA 7, 31 aA 4, 21 A 5 2, 19 aA 2, 04 aA 1, 78 aC 2, 00 B

Media Geral 2, 20 c 3, 00 b 5, 26 a

Médias seguidas de mesma letra minúscula nas linhas, e maiúsculas nas colunas, não

diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, à 5% de probabilidade de erro.

A ponta 1 apresenta menor dispersão, possui tamanho de gotas médio o que é

desejável para aplicação de fungicida, possui um volume de calda e cobertura abaixo do

que se esperava, apesar de ter obtido a melhor densidade ainda está abaixo do

recomendado.

As pontas 2, 3, e 4 têm desempenhos parecidos, possuem os maiores valores de

dispersão, os maiores volumes de calda que chegam à planta, têm densidade de gotas e

cobertura medianas em relação as outras pontas, porém bem abaixo do ideal. Quanto ao

tamanho de gotas, as pontas 2 e 4 são classificadas com gotas grossas, e a ponta 2

com gotas muito grossas.

A ponta 5 apesar de apresentar uma das menores dispersões, é classificada

quanto ao tamanho de gotas, com gotas grossas o que não é indicado para a aplicação

de fungicida, possui o pior desempenho no que se diz respeito à densidade de gotas,

volume de aplicação que chega à planta, e cobertura.

Quanto à altura de deposição da planta, na parte inferior não houve diferença

significativa em relação ao volume de calda aplicado, densidade e cobertura. Já na parte

mediana da planta, a ponta 3 apresentou maior volume de aplicação, a ponta 1 maior

densidade e não houve diferença significativa em relação à cobertura. Enquanto na

parte superior da planta, a ponta 3 apresentou maior volume de aplicação, a ponta 1

maior densidade e a ponta 4 maior cobertura enquanto a ponta 5 teve um péssimo

desempenho.

O estudo feito por Scramin (2002) corrobora o que foi abordado no presente

experimento pois, em seu estudo ele observou que as pontas do tipo cone possuíam

menor valor de DMV e maior densidade, porém os valores de densidade obtidos por ele

são maiores devido à utilização de um volume de calda maior. Ainda sobre o estudo

realizado por Scramin, a deposição média entre os bicos foi decrescente, o que também

ocorre neste experimento. Sendo as médias de todas as pontas em relação aos

parâmetros de densidade, volume de aplicação que chega à planta, e cobertura,

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significativos estatisticamente entre si, sendo as maiores médias da parte superior,

mediana e inferior, respectivamente.

Em comparação com os resultados obtidos por Cunha (2007), também confirma-

se que as pontas do tipo cone possuem o menor tamanho de gotas, sendo mais

suscetíveis à ação da deriva.

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5. CONCLUSÕES

A velocidade não interferiu nos fatores tipos de pontas e alturas da planta.

Houve diferença significativa para o parâmetro de densidade, sendo as duas maiores

velocidades apresentando maior cobertura, e o DMV com a menor velocidade responsável

pelo maior diâmetro volumétrico.

A velocidade em que se obtiveram os melhores desempenhos quanto á densidade a

ao menor valor de DMV foi a de 20 km h-1.

A ponta com jato tipo cone apresentou o melhor valor de dispersão dentre as

avaliadas e o tamanho de gotas adequado à aplicação que estava sendo realizada.

O volume de aplicação utilizado pela fazenda se mostrou baixo, influenciando na

densidade e cobertura das plantas ficando abaixo dos parâmetros médios recomendados.

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