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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA Programa De Pós-Graduação em Agricultura Tropical NUTRIENTES NO SOLO E NO CAPIM TIFTON 85 CULTIVADO EM UM LATOSSOLO ADUBADO COM DEJETO LÍQUIDO DE SUÍNOS CLAUDIA CARDOSO DOS SANTOS CUIABÁ - MT 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA Programa De Pós-Graduação em Agricultura Tropical

NUTRIENTES NO SOLO E NO CAPIM TIFTON 85 CULTIVADO EM UM

LATOSSOLO ADUBADO COM DEJETO LÍQUIDO DE SUÍNOS

CLAUDIA CARDOSO DOS SANTOS

CUIABÁ - MT

2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA

Programa De Pós-Graduação em Agricultura Tropical

NUTRIENTES NO SOLO E NO CAPIM TIFTON 85 CULTIVADO EM UM

LATOSSOLO ADUBADO COM DEJETO LÍQUIDO DE SUÍNOS

CLAUDIA CARDOSO DOS SANTOS

Bióloga, MSc em Engenharia Agrícola

ORIENTADORA: Dra OSCARLINA LÚCIA DOS SANTOS WEBER

CO-ORIENTADOR: Dr. RICARDO SANTOS SILVA AMORIM

Tese apresentada a Faculdade de Agronomia e Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso para a obtenção do título de Doutora em Agricultura Tropical.

CUIABÁ - MT

2017

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“Toda a história da Ciência tem sido a

percepção gradual de que eventos não

acontecem de uma maneira arbitrária, mas

que refletem uma ordem básica, que pode

ou não ser divinamente inspirada.”

Stephen Hawking

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Dedico

À família científica e espiritual.

E todos aqueles que se dedicaram a ciência e

auxiliaram a humanidade na busca pela verdade.

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E conhecereis a verdade e ela vos libertará

(Jesus Cristo)

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AGRADECIMENTOS

A Deus Pai/Mãe, presente em todos os momentos de minha vida, EU SOU

infinitamente grata;

Ao Mestre dos mestres, Sananda (Jesus) exemplo e fonte de amor

incondicional;

Ao Arcanjo Rafael e mãe Maria, mãe de ternura e caridade, que me acolhem

em todos os momentos de minha vida e nunca me faltaram com sua assistência

iluminada;

À família, laboratório vivo de amor, perdão, compreensão e renúncia;

Ao curso de Pós-graduação em Agricultura Tropical da Universidade Federal de

Mato e todos aqueles que o compõem;

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior pela

concessão da bolsa de estudos ao longo do curso.

Meus mais sinceros agradecimentos à Professora, amiga e orientadora

Oscarlina Lúcia, grande alma, mãe científica que guia todos os seus filhos com amor e

dedicação. Sou imensamente grata pela confiança e por me acolher em seu grupo de

pesquisa, pela bela e forte parceria científica.

Ao co-orientador, Professor Ricardo Amorim, sem seu auxilio este trabalho não

se realizaria e por acalmar minha mente com seus ensinamentos e esclarecimentos,

transmitidos com muita paciência, meu eterno respeito e admiração.

Sou imensamente grata a todos os meus mestres, alunos de iniciação científica

professores da banca, pós-graduandos do curso, a técnica do laboratório e ao

secretário da PPG Agritrop, Huan por ter tanta paciência em instruir a todos que o

procuram.

A todos que direta ou indiretamente colaboraram na elaboração, execução e

conclusão deste trabalho, muito obrigada!

Deus abençoe a todos!

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 18

2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................ 20

2.1 A suinocultura no Brasil e em Mato Grosso............................................... 20

2.2 O dejeto de suínos..................................................................................... 21

2.3 Utilização do DLS em Latossolos.............................................................. 22

2.4 O capim Tifton 85....................................................................................... 24

3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................ 26

3.1 Características climática da região do estudo e dados de precipitação e

temperatura nos anos de 2014 e 2015 da área experimental.........................

26

3.2 Classe do solo estudado e sua caracterização química e física................

3.3 Preparo da área.........................................................................................

27

30

3.4 Coleta e análise do DLS............................................................................ 30

3.5 Aplicação dos tratamentos em cada corte do capim Tifton 85.................. 33

3.6 Amostragem de solo após as aplicações do DLS e análises dos

atributos...........................................................................................................

37

3.7 Amostragem do material vegetal e análises dos teores nutricionais......... 37

3.8 Análises estatísticas................................................................................... 38

3.8.1 Solo.........................................................................................................

3.8.2 Planta......................................................................................................

3.8.3 Análise de correlação entre as variáveis de solo e planta......................

38

38

38

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................... 39

4.1 Nutrientes estocados no perfil de um Latossolo Vermelho

Amarelo distrófico após sucessivas aplicações de DLS...........................

39

4.1.1Estoque de Nitrogênio Total no perfil do solo.......................................... 40

4.1.2 Fósforo ................................................................................................... 42

4.1.3 Potássio ................................................................................................. 44

4.1.4 Cálcio ..................................................................................................... 46

4.1.5 Magnésio................................................................................................. 47

4.1.6 Cobre ..................................................................................................... 49

4.1.7 Zinco ...................................................................................................... 50

4.1.8 Manganês .............................................................................................. 51

4.1.9 Matéria Orgânica..................................................................................... 52

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4.2 Produção de biomassa do capim Tifton 85...........................................

4.2.1 Nutrientes na parte aérea do capim Tifton 85.......................................

54

54

4.2.2 Nitrogênio ............................................................................................... 54

4.2.3 Fósforo ................................................................................................... 55

4.2.4 Potássio ................................................................................................. 56

4.2.5 Cálcio ..................................................................................................... 57

4.2.6 Enxofre ................................................................................................... 57

4.2.7 Ferro ....................................................................................................... 58

4.2.8 Manganês............................................................................................... 58

4.2.9 Zinco.......................................................................................................

4.3 Correlação dos teores de nutrientes no solo e na planta...........................

59

61

5 CONCLUSÃO............................................................................................... 63

5.1 Solo e planta.............................................................................................. 63

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 64

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NUTRIENTES NO SOLO E NO CAPIM TIFTON 85 CULTIVADO EM UM

LATOSSOLO ADUBADO COM DEJETO LÍQUIDO DE SUÍNOS

Resumo - A disposição intensiva de dejetos de suínos no solo, líquida ou sólida, pode promover acúmulo de nutrientes na camada superficial do solo, principalmente os elementos com menor mobilidade como: fósforo, cobre e zinco. Desse modo, a utilização de gramíneas forrageiras no aproveitamento do dejeto líquido de suínos (DLS) como fonte de nutrientes é uma alternativa para a manutenção da fertilidade do solo e nutrição mineral dessas plantas, assegurando sua capacidade de rebrotar após sucessivos cortes. Assim, este trabalho teve por objetivos: (1) avaliar o estoque de N, P, K, Ca, Mg, Cu, Zn, Mn e M.O no perfil do solo submetido às sucessivas aplicações de DLS, (2) verificar a quantidade de N, P, K, Ca, S, Fe, Mn e Zn extraída pelo capim Tifton 85 e (3) analisar a influencia das aplicações do DLS, correlacionando o estoque de nutrientes no solo com as quantidades extraídas pela planta. O estudo foi realizado na Estação de Pesquisa da Fundação Rio Verde em Lucas do Rio Verde-MT, nos anos 2013-2014 e 2014-2015. O solo da área experimental foi classificado como Latossolo Vermelho Amarelo distrófico. Foram instaladas 20 parcelas com dimensões de 55 m2. O delineamento foi em blocos casualizados com cinco tratamentos em quatro repetições tendo como planta teste o capim Tifton-85. No ano de 2013-2014 (primeiro estudo) o dejeto líquido de suínos (DLS), foi aplicado oito vezes em doses de 0, 10, 20, e 30 m3 ha-1, no que correspondeu aos volumes acumulados no solo de 0, 80, 160 e 240 m3 ha-1, enquanto que no ano de 2014-2015 (segundo estudo), o dejeto foi aplicado quatro vezes e as doses foram triplicadas, com a finalidade de suprir nutricionalmente a forrageira, constituindo assim, os tratamentos com 0, 30, 60, e 90 m3 ha-1, o que correspondeu aos volumes acumulados no solo de 0, 200, 400 e 600 m3 ha-1. As doses de DLS foram definidas para suprir a exigência nutricional em nitrogênio do capim Tifton 85. Para a caracterização dos atributos químicos do solo foram abertas seis trincheiras em toda a área experimental para amostragens em cinco profundidades 0 a 0,10; 0,10 a 0,20; 0,20 a 0,40; 0,40 a 0,60; 0,60 a 0,80 m. As avaliações dos estoques de nutrientes no solo foram realizadas no final do 1º ano (2013-1014) após 8 aplicações de DLS e no final do 2º ano (2014-2015) após 4 aplicações de DLS. Para as avaliações dos teores de nutrientes na biomassa do capim Tifton 85, foram considerados nos quatro cortes do 2º ano. Pela análise fatorial no primeiro ano com as oito aplicações de DLS, os nutrientes, N, Ca, Mg e Fe revelam forte correlação positiva no solo e o inverso ocorre para Na, Cu e P. Com as doses triplicadas no segundo ano, o P, Cu, M.O e Mg tiveram correlações positivas o contrário ocorre com K. (1) No segundo ano o estoque de nutrientes no perfil do solo de N, P, K, Ca, Mg, foram respectivamente de 296,27; 60,02; 1.348,84; 3.821,94; 1.694,52 kg ha-1 e Cu, Zn, Mn e M.O de 1,01; 18,13; 40,80; 562,94 kg ha-1. Nesse contexto, o estoque de nutrientes foi afetado pelas 12 aplicações de DLS no perfil do Latossolo Vermelho Amarelo até a profundidade de 0,80 m.(2) As quantidades extraídas de nutrientes pelo capim Tifton 85 em relação ao N; P; K; Ca; S; Fe, Mn e Zn foram respectivamente de 39,54; 10,52; 9,83; 3,47; 24,67 kg ha-1; e 10,45; 3,44 e 1,13 g kg-1. Sendo as maiores quantidades de N, P, Ca e Mn proporcionadas pelas doses DLS, indicando deste modo, que esse resíduo tem alto potencial fertilizante para o solo, contribuindo simultaneamente para a melhoria da nutrição do capim Tifton 85. (3) A influencia das aplicações do DLS no estoque de nutrientes no solo e os teores desses nutrientes na planta foi observada pela relação

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fraca (ƿ de 0.3 a 0.5) ou desprezível (0 a 0.3) observadas, sendo as maiores relações entre os nutrientes Fe e Mn; Fe e Zn; Ca e Fe, ocorridas apenas no solo. Palavras-chave: reuso de água residuária, adubação orgânica em forrageiras; armazenamento de nutrientes no solo.

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NUTRIENTS IN THE SOIL AND IN CAPIM TIFTON 85 CULTIVATED IN AN

OXISOL FERTILIZER TO SWINE MANURE

Abstract – The intensive disposal of swine manure in the soil, liquid or solid, can promote the accumulation of nutrients in the soil surface layer, especially the less mobile elements such as phosphorus, copper and zinc. Thus, the use of forage grasses in the use of liquid pig waste (DLS) as a source of nutrients is an alternative for the maintenance of soil fertility and mineral nutrition of these plants, ensuring their ability to regrow after successive cuts. The objective of this work was to evaluate the N, P, K, Ca, Mg, Cu, Zn, Mn and M.O stock in the soil profile submitted to successive DLS applications, (2) to verify the amount of N, P, K, Ca, S, Fe, Mn and Zn extracted by Tifton 85 grass, and (3) to analyze the influence of DLS applications, correlating the nutrient stock in the soil with the quantities extracted by the plant. The study was carried out at the Research Station of the Rio Verde Foundation in Lucas do Rio Verde-MT, in the years 2013-2014 and 2014-2015. The soil of the experimental area was classified as Oxisol. Twenty plots with dimensions of 55 m2 were installed. The experimental design was a randomized block with five treatments in four replications, with Tifton-85 grass as the test plant. In the year 2013-2014 (first study) the liquid swine manure (DLS) was applied eight times at doses of 0, 10, 20 and 30 m3 ha-1, corresponding to the accumulated volumes in the soil of 0, 80, 160 and 240 m3 ha-1, whereas in the year 2014-2015 (second study), the manure was applied four times and the doses were triplicated, with the purpose of supplying the forage nutritionally, thus constituting the treatments with 0, 30, 60 and 90 m3 ha-1, which corresponded to the accumulated volumes in the soil of 0, 200, 400 and 600 m3 ha-1. The DLS doses were defined to meet the nitrogen nutritional requirement of the Tifton 85 grass. To characterize the soil chemical attributes, six trenches were opened throughout the experimental area for sampling at five depths 0 to 0.10; 0.10 to 0.20; 0.20 to 0.40; 0.40 to 0.60; 0.60 to 0.80 m. Soil nutrient stock assessments were performed at the end of the 1st year (2013-1014) after 8 applications of DLS and at the end of the 2nd year (2014-2015) after 4 applications of DLS. For evaluations of nutrient contents in the biomass of Tifton 85 grass, they were considered in the four cuts of the 2nd year. By the factorial analysis in the first year with the eight DLS applications, nutrients, N, Ca, Mg and Fe reveal a strong positive correlation in the soil and the inverse occurs for Na, Cu and P. With the triplicate doses in the second year, the P, Cu, Mg and Mg had positive correlations, the opposite occurs with K. (1) In the second year the nutrient stock in the soil profile of N, P, K, Ca, Mg were respectively 296.27; 60.02; 1,348.84; 3,821.94; 1,694.52 kg ha-1 and Cu, Zn, Mn and M.O of 1.01; 18.13; 40.80; 562.94 kg ha-1. In this context, the nutrient stock was affected by the 12 DLS depletion applications in the profile of the Oxisol up to the depth of 0.80 m. (2) The amounts extracted of nutrients by the Tifton 85 grass in relation to the N; P; K; Here; S; Fe, Mn and Zn were respectively 39.54; 10.52; 9.83; 3.47; 24.67 kg ha-1; and 10.45; 3.44 and 1.13 g kg-1. The highest amounts of N, P, Ca and Mn provided by the DLS doses indicate that this residue has a high fertilizing potential for the soil, while contributing to the improvement of Tifton 85 grass nutrition. (3) The influence of applications of DLS in the nutrient stock in the soil and the nutrient content of the plant were observed by the weak (ƿ 0.3 to 0.5) or negligible (0 to 0.3) ratio observed, with the highest ratio of Fe and Mn nutrients; Fe and Zn; Ca and Fe, occurring only in soil.

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Keywords: reuse of wastewater, organic fertilization in forages; storage of nutrients in the soil.

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1 INTRODUÇÃO

A suinocultura de Mato Grosso tem crescido nos últimos vinte anos,

tornando-o o quinto maior produtor do país e isso se deve aos pólos produtores de

grãos (soja e milho). Com o desenvolvimento e aumento da produção suinícola, em

escala industrial, devido à concentração de grande número de matrizes em

confinamento são gerados grandes volumes de dejetos.

Geralmente esses dejetos são dispostos nos solos e as áreas que os

recebem são as mais próximas das granjas de modo que, as sucessivas aplicações

podem acumular nutrientes, os quais podem ser extraídos, em parte por espécies

vegetais para fins agropecuários. E, como os solos que recebem o dejeto têm

diferentes características físicas e químicas, e por consequência têm diferentes

reações quanto à dinâmica dos nutrientes no solo e na água o que altera a entrada e

saída de nutrientes do solo.

Desse modo, a disposição intensiva de dejetos de suínos no solo, líquida ou

sólida, pode promover acúmulo excessivo de nutrientes na camada superficial do

solo, principalmente os elementos com menor mobilidade como, o fósforo, o cobre e

o zinco podendo assim potencializar sua transferência para os cursos d’água via

escoamento superficial.

O acúmulo de nutrientes em diferentes profundidades do solo é influenciado

por diversas características, como classe de solo, grau de mobilidade e dose

aplicada de cada nutriente, o que pode implicar em mudanças ao longo do tempo. O

estudo do estoque dos nutrientes no perfil do solo é base fundamental para

conhecer a capacidade de retenção dos nutrientes no solo, uma vez liberados na

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água, por lixiviação ou escoamento, tem probabilidade de comprometer sua

qualidade.

Nesse contexto, o fator planta surge como alternativa de mitigação, que

reflete diretamente na diminuição dos nutrientes acumulados no solo, e por

consequência diminui a possibilidade de chegada dos mesmos aos cursos d’água.

Pois o efeito de N-NO3- e P- PO4

-3, em grandes quantidades causam prejuízo de

ordem ambiental e de saúde. As gramíneas forrageiras têm capacidade em ciclar

nutrientes do solo em curto espaço de tempo, dado ao seu crescimento vegetativo

ser rápido, além de sua alta produção e perenidade, as quais na sua maioria,

quando inseridas em sistemas de produção intensiva, requerem solos de média a

alta fertilidade.

Contudo, pouco são os estudos brasileiros sobre o estoque de nutrientes no

solo sob a influência de sucessivas aplicações de dejetos líquidos de suínos e

consequentemente seu teor na planta. Essa forrageira no município de Tapurah-MT

tem sido cultivada em áreas fertirrigadas com DLS para fins de fenação, porém

nenhum estudo de extração de nutrientes foi feito, por isso este estudo considera a

importância em fazê-lo, uma vez que a maioria dos estudos sobre a influência da

aplicação de dejeto de suíno em culturas agrícolas foi realizada na região sul do

Brasil.

Mediante ao exposto, áreas fertilizadas com sucessivas aplicações de dejeto

líquido de suínos alteram os teores de nutrientes no perfil do solo influenciando

diretamente os teores de macro e micronutrientes nas forrageiras.

Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar se as sucessivas aplicações de

DLS alteram o estoque de N, P, K, Ca, Mg, Na, Cu, Zn, Mn e M.O no perfil de um

Latossolo Vermelho Amarelo distrófico bem como se influenciam nos teores de N, P,

K, Ca, S, Fe, Mn, Zn e M.O no capim Tifton 85.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A suinocultura no Brasil e em Mato Grosso

No Brasil, até a década de 70 a criação de suínos era rudimentar e não

representava problema ao ambiente. Atualmente esse setor cresceu em escala

industrial, de modo que o país é o quarto maior produtor mundial de suínos

(BRASIL, 2016) e dentre os Estados produtores, Mato Grosso tem se consolidado

como uma das principais regiões produtoras suinícola.

Na suinocultura brasileira há grande variabilidade quanto aos sistemas de

produção, pois depende do objetivo das explorações e organizações de mercado, as

diferenças ocorrem entre as regiões e microrregiões brasileiras, com propriedades

especializadas na produção de carne e direcionadas à comercialização dos animais,

os quais são alojados em instalações que variam de simples a sofisticadas,

alimentados com ração balanceada e técnicas de manejo diferenciadas (GOMES et

al., 1992).

De acordo com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso

(SEMA-MT, 2016) MT é o quinto maior produtor de suínos do país, devido ao novo

ciclo de desenvolvimento, que consiste no incremento de atividades intensivas de

criação animal no modelo confinado, como exemplo, as atividades de avicultura,

suinocultura, e bovinocultura, por serem atraídas pela disponibilidade de grãos, a um

menor custo, e de um ambiente agrícola comercial que permite operações em larga

escala. Estão instaladas no Estado 415 granjas e em 2015 seu rebanho suíno

aumentou em 37,5% em relação ao ano anterior, saltando de 1.900.903 para

2.613.925 cabeças.

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Deste modo, o crescimento da suinocultura integrada ao crescimento

agroindustrial, reflete diretamente a importância da suinocultura no contexto

socioeconômico das regiões produtoras do país, por outro lado, esse panorama gera

grandes quantidades de dejetos, líquido e sólidos (Tabela 1) e com a produção de

suínos em larga escala, os subprodutos finais dessa cadeia, a água residuária (DLS)

(água, urina e fezes) e estercos são objetos de preocupação, quanto ao seu destino

final, que geralmente são os solos.

TABELA 1. Produção média diária de esterco (kg), esterco + urina (kg) e dejetos

líquidos (L) por animal por fase.

Categorias de suínos Esterco Esterco + urina Dejetos liquídos

25 – 100 kg 2,30 4,90 7,00 Porcas em gestação 3,60 11,00 16,00 Porcas em lactação 6,40 18,00 27,00

Machos 3,00 6,00 9,00 Leitão desmamado 0,35 0,95 1,40

Média 2,35 5,80 8,60 Fonte: BRASIL (2016).

2.2 O dejeto de suínos

Os dejetos líquidos de suínos (DLS) têm na sua composição expressiva

quantidade de nutrientes como N, P, Cu e Zn. O teor de nutrientes nos dejetos de

suínos pode variar de acordo com idade dos animais, ração, temperatura, métodos

utilizados para recolher e armazenar os resíduos e do teor de umidade.

Entre os principais componentes poluentes dos dejetos suínos estão o

nitrogênio e o fósforo e alguns micronutrientes, como o zinco e o cobre que quando

acumulados no solo, pelas constantes aplicações e disposições, tem potencial

poluidor (NICHOLSON et al., 2003).

A disposição frequente e intensiva de dejetos de suínos nos solos pode

acumular nutrientes na camada superficial do solo, principalmente dos elementos

com menor mobilidade como o fósforo, cobre e zinco (SCHERER et al., 2007), com

potencial de serem transferidos para os cursos d´agua, via escoamento superficial

ou lixiviação (BERWANGER, 2006).

A entrada e o acúmulo de nutrientes no solo via dejeto de animais como

fertilizantes e/ou biofertilizantes, devem receber especial atenção, pois, o solo como

filtro, aliado ao poder de extração de nutrientes por espécies vegetais, cultivadas nos

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solos adubados com esse resíduo, os possíveis impactos ambientais tendem a

serem minimizados.

O DLS é um biofertilizante, ou seja, adubo orgânico, e se destaca por suas

características e é uma alternativa econômica de, corrigir a acidez do solo,

disponibilizar nutrientes para a nutrição das plantas, melhorar a estrutura do solo e

adicionar matéria orgânica ao solo (OLIVER et al., 2008).

2.3 Utilização do DLS em Latossolos

O DLS explorado sob o aspecto agronômico como adubação orgânica foi

indicado como o melhor sistema de aproveitamento do dejeto, com 76% das

indicações, seguido de 14,3% para a piscicultura implantada com adubação

orgânica e 4,8% para a piscicultura isolada (GOMES et al., 1992). Ainda de acordo

com esse autor, um dos maiores motivos para o alto percentual do aproveitamento

do DLS como adubo orgânico é o desenvolvimento da suinocultura em áreas com

sérios problemas de conservação do solo, aumento da produtividade agrícola e

solos com pouca M.O.

Nesse contexto, alguns pesquisadores brasileiros estudaram a influência do

dejeto de suíno no manejo do solo (BERWANGER, 2006; PANDOLFO et al., 2008;

ARRUDA et al., 2010; CERETTA et al., 2010; KAMIMURA et al., 2016). Trabalhos

esses na maioria desenvolvidos em solos da região sul do Brasil, cujas

características dos solos são de serem menos profundos e com potencial de perdas

por escoamento superficial.

Por outro lado, os solos classificados como Latossolos são as classes

predominantes no Estado de Mato Grosso, e dentre eles 17,18% são de Latossolos

Vermelho Amarelo. Os Latossolos são solos bem drenados e distribuem-se por

praticamente todas as regiões do Estado tendo suas ocorrências mais significativas

no extremo Norte (Município de Apiacás), Noroeste (municípios de Aripuanã e

Juína), Planalto dos Parecis, Planície do Guaporé (Comodoro e Vila Bela da

Santíssima Trindade), Bacia do Alto Paraguai (Diamantino, Nortelândia, Denise e

Barra do Bugres, Chapada dos Guimarães e a Planície do Araguaia (Barra do

Garças, Água Boa, Canarana e São Félix do Araguaia) (SEPLAN, MT, 2001).

Os Latossolos, geralmente são de média porosidade, baixos teores de

matéria orgânica e CTC, de modo ser conferindo a esse solo fácil manejo para a

produção agropecuária. O efeito das aplicações de dejetos de suínos e o acúmulo e

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disponibilidade de nutrientes nos solos foi estudado por Queiroz et al. (2004);

avaliaram o efeito das aplicações intensivas (por quatro meses) nas características

químicas de Podzólico Vermelho Amarelo cultivado com quatro espécies de

gramíneas forrageiras, a aplicação de DLS proporcionou acúmulo de P, K, Na e Zn

no solo, enquanto as concentrações de Mg e Cu diminuíram e a de Ca se

mantiveram-se inalteradas.

Estudos realizados por Assmann et al. (2007), para avaliar a eficiência do

esterco líquido de suínos (até 80 m3 ha-1) sobre a produção de matéria seca e N-

cobertura vegetal da mistura de aveia e azevém, em um Latossolo Vermelho

distroférrico, na camada superficial (0,20 m), notaram que houve aumento na

quantidade de N na cobertura vegetal de acordo com as doses de DLS.

O acúmulo de Cu e Zn em solo submetido a aplicações sucessivas de dejeto

líquido de suínos (até 80 m3 ha-1), em sistema plantio direto com rotação de culturas

no Argissolo Vermelho distrófico arênico (até 0,60m), foram estudado por Girotto et

al. (2010), os quais verificaram que as aplicações sucessivas de DLS no solo

aumentaram os teores de Cu e Zn das camadas superficiais, com migração até 12 e

10 cm de profundidade, respectivamente.

No entanto, Smanhoto et al. (2010), avaliando os possíveis efeitos da

aplicação de DLS (300 m3 ha-1) no Latossolo Vermelho distroférrico típico no ciclo da

soja sobre os teores de cobre e zinco observaram que o cobre no solo não

apresentou diferenças significativas com a aplicação de DLS enquanto que os teores

de zinco no solo foram influenciadas pelas taxas aplicadas de DLS.

Basso et al. (2012), avaliando os teores totais de metais pesados no

Latossolo Vermelho distroférrico após aplicação de dejeto líquido de suínos em

áreas que possuíam um histórico de aplicação de dejeto líquido de suínos por um

período de 4 a 22 anos, observaram que o Zn e Cu são os elementos com maior

tendência de acúmulo em áreas que recebem sucessivas aplicações de dejeto

líquido de suínos.

O DLS aplicado por Pinto et al. (2014), por dois anos em Latossolo Vermelho

aluminoférrico típico (até 80 m3 ha-1) na sucessão aveia e milho, observaram que

com incorporação imediata do dejeto ao solo implicou na diminuição das perdas de

N por volatilização, porém, a aplicação do DLS a lanço ao solo promoveu incremento

significativo na produtividade de grãos de milho.

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Ros et al. (2017), ao estudarem a disponibilidade de nutrientes no do solo

após aplicações sucessivas de dejetos de suínos após quatro aplicações de DLS em

cultivos de grãos constataram que doses de DLS acima de 60 m3 ha-1 durante quatro

cultivos elevaram os teores de P e K acima da faixa adequada para as culturas de

grãos.

Na maioria dos trabalhos supracitados, os autores demonstraram que a

biofertilização influencia as características químicas do solo melhorando a fertilidade,

contribuindo também de forma mais eficaz na absorção de nutrientes pelas culturas.

2.4 O capim Tifton 85

O capim Tfton 85 (Cynodon spp.) é um híbrido do gênero Cynodon, é um

dos últimos lançamentos do programa de melhoramento genético de plantas

pertencentes ao gênero, foi desenvolvido pelo professor Glenn W. Burton, na

Coastal Plain Experiment Station, da Universidade da Geórgia, na cidade de Tifton,

estado da Geórgia – EUA, lançado em 1992, considerado o melhor híbrido obtido no

programa de melhoramento daquela universidade, o Tifton 85 é um híbrido F1

interespecífico resultante do cruzamento entre Tifton 68 (Cynodon nlemfuensis) e a

introdução PI 290884 (Cynodon dactylon), proveniente da África do Sul, (ATHAYDE

et al., 2010).

As gramíneas do gênero Cynodon, são pertencentes a diversas cultivares no

Brasil: Coastcross, Estrela Africanae novas cultivares como Florico, Florona,

Florakirk, Jiggs, Russell, Cheyene, Tifton 68, Tifton 78 e Tifton 85. O Tifton 85

recebeu maior destaque, possivelmente em função da grande repercussão obtida

em seu país de origem (PEDREIRA et al., 2010).

A propagação da espécie ocorre por partes vegetativas (rizomas, coroa da

planta e estolões), pois não possuem sementes suficientes, o tempo médio para seu

estabelecimento é até três meses, em condições de adequadas umidade e

fertilidade do solo e com controle de plantas daninhas (FONTANELI et al., 2009).

Ainda segundo esses autores, o capim Tifton é altamente popular para a produção

de feno, pois possuem alto potencial produtivo sendo altamente responsivos à

adubação nitrogenada e curam (secam) mais rápido que os outros capins. Para

produção de feno, é sugerido aplicar 80 kg de N ha-1 e a indicação da análise de

solos para P e para K.

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Brunetto et al. (2012) ao estudarem o efeito das aplicações dos DLS sobre a

acidez do solo, teores de nutrientes e carbono orgânico em Argissolo Vermelho até a

camada de 0,30 m, observaram que o DLS aumentaram o teor de COT e a CTC do

solo. E que o uso de dejetos líquidos por oito anos não provocou nem acidificação

nem correção da acidez do solo, indicando que o efeito desse resíduo nos atributos

da acidez do solo foi pequeno ou nulo.

Lourenzi et al. (2014); estudando o acúmulo de nutrientes e produção de

matéria seca acumulada nas culturas de milho e feijão, observaram que a produção

de grãos de milho foi maior com a dose anual de 80 m3 ha-1 de DLS. Entretanto, a

produtividade de grãos de feijão elevou até 20 m3 ha-1 de DLS, evidenciando que, na

definição da dose, deve ser considerada a cultura a ser estabelecida.

Bócoli et al. (2016) ao avaliarem a influência das doses de DLS, aplicadas

ao longo de alguns anos, sobre a produção de grãos, de massa seca e acúmulo de

nutrientes em culturas de grãos comerciais e em plantas de cobertura do solo,

observaram que o aumento da dose de DLS, aplicada ao longo dos anos, promoveu

o incremento da disponibilidade de nutrientes, notadamente de P, mas também de

nutrientes que podem ser potencialmente tóxicos às plantas, especialmente Cu e Zn.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

Este trabalho é parte integrante de um projeto maior intitulado “Potencial de

biofertilizantes de suínos para adubação de forrageiras e seu monitoramento no solo

e água” assim sendo, o experimento foi separado em dois estudos: o primeiro foi

quando o DLS foi aplicado oito vezes e no segundo foram aplicadas quatro vezes,

resultando no acumulado em 12 aplicações de DLS no solo.

3.1 Características climática da região do estudo e dados de precipitação e

temperatura nos anos de 2014 e 2015 da área experimental

O clima da região é do tipo Aw, com duas estações bem definidas quente e

chuvosa de outubro a abril e dezembro e março. A temperatura média anual é de

25.0 °C e pluviosidade média anual de 1869 mm (CLIMATE-DATE-ORG, 2016).

O estudo foi realizado na Estação de Pesquisa da Fundação Rio Verde em

Lucas do Rio Verde - MT, nos anos 2013-2014 e 2014-2015. A pluviosidade e a

temperatura (Figura 1), na área experimental, foram monitoradas por uma estação

metereológica automática instalada no local.

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FIGURA 1. Precipitação e temperatura mensal durante o experimento na

Estação de Pesquisa da Fundação Rio Verde em Lucas do Rio Verde – MT.

Ano 1 (fev-2014 a jan- 2015) (A) e ano 2 (fev a maio 2015) (B).

3.2 Classe do solo estudado e sua caracterização química e física

O solo da área experimental foi classificado como Latossolo Vermelho

Amarelo distrófico (SEPLAN-MT, 2001). Para a caracterização dos seus atributos

químicos e físicos foram abertas trincheiras para a coleta de amostras deformadas e

indeformadas nas camadas de 0 a 0,10; 0,10 a 0,20; 0,20 a 0,40; 0,40 0,60 e 0,60 a

0,80 m (Figura 2). As amostras deformadas foram utilizadas para determinar os

teores de nutrientes no perfil do solo e a textura.

FIGURA 2. Coleta de amostras de solos para caracterização química e

física.

412,5

238,7

29,6

63,7 59,9 75,4

131,6 142,5

76,7

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450 PPTacc mm

Temp ºC224

266,8

50,3 41,2

0

50

100

150

200

250

300 PPTacc

Temp

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A análise químicas e granulométrica do solo seguiu a metodologia

preconizada por Donagema (2011), cujos resultados estão apresentados na Tabela

2.

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TABELA 2 Atributos químicos e granulométricos do solo na área experimental da Fundação Rio Verde (Lucas do Rio Verde, MT)

de 0 a10; 10 a 20; 20 a 40; 40 a 60 e 60 a 80 m antes da instalação do experimento.

Profundidade pH Al H+Al Ca Mg SB TpH7 CTC V m Na K P Cu Zn Fe Mn M.O Areia Silte Argila

-----------(cmolc dm-3)

---- ---------(%)-- -----------------------------------(mg dm-3

)------------- --------------------(g kg-1

)---------

0 a 0,10 4,70 0,38 15,5 2,38 2,1 4,19 19,69 4,6 21,3 9,23 1,18 101,6 20,36 0,11 0,29 4,47 0,22 53,8 374 24,0 602

0,10 a 0,20 4,35 0,37 14,8 2,17 0,1 2,56 17,36 2,9 14,7 12,9 1,01 111,0 8,07 0,09 0,28 4,72 0,16 54,8 362 12,0 626

0,20 a 0,40 4,68 0,47 11,3 1,8 1,3 2,35 13,6 2,8 17,3 16,7 2,03 43,42 1,83 0,09 0,25 3,06 0,13 54,2 330 4,0 666

0,40 a 0,60 5,32 0,36 12,9 1,4 1 1,19 14,04 2,7 8,47 13,5 2,03 37,99 1,61 0,09 0,24 3,33 0,53 54,8 302 4,0 694

0,60 a 0,80 5,63 0,43 13 1,5 0,8 1,09 14,1 2,7 7,73 16,0 2,03 41,61 1,64 0,10 0,25 3,06 0,10 56,7 290 4,0 706

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3.3 Preparo da área

A área experimental total estava ocupada com rotação por cinco safras com as

culturas de soja/milho, sendo a soja a última cultura a ocupar a área no sistema de

semeadura direta. Houve dissecação das plantas da cultura anterior sendo cortada por

meio da roçadeira acoplada em trator, posteriormente foi passada grade niveladora

para homogeneizar a área. O experimento foi composto por 20 unidades experimentais

com dimensões 55 m2 (11 m x 5 m) com espaçamento 5 metros entre parcelas.

O delineamento experimental foi em blocos casualizados com cinco tratamentos

e quatro repetições na forma de biofertilizante (DLS), que foram definidos de acordo

com o teor de N (5 g L-¹), expresso na primeira análise do dejeto, sendo as

recomendações de N para o capim Tifton 85 segundo a CFSMG (1999) de 100 kg ha-1,

assim, as doses ficaram definidas em 0, 50, 100 e 150 kg N ha-1 que correspondeu em

volume em 0, 10, 20 e 30 m3 ha-1 de DLS.

As mudas do capim Tifton 85 foram cedidas por um produtor, do município de

Tapurah - MT, as quais foram plantadas manualmente em 20/12/2013 e nos meses de

janeiro e fevereiro de 2014 foram realizados os tratos culturais, como: capina, controle

de pragas e plantas invasoras. Para prevenir pé de galinha (Eleusine indica) e tiririca

(Cyperus rotundus) utilizou-se herbicida não seletivo, não sistêmico, pós-emergente na

dose de 0,3 L ha-¹, aos 30 dias pós o estabelecimento do capim (fevereiro de 2014)

realizou-se o corte de uniformização a 0,15 m acima do solo.

3.4 Coleta e análise do DLS

O DLS utilizado no experimento foi proveniente de uma granja vizinha à

Fundação Lucas Rio Verde. Esse DLS foi previamente disposto em lagoa de

estabilização, a fim de que se enquadrasse nos padrões microbiológicos de resíduos

orgânicos exigidos pelas Resoluções CONAMA 357 e 420 (BRASIL, 2005).

O DLS era transportado da granja até a área experimental em um recipiente de

1000 L, para em seguida ser aplicado manualmente, com regadores de 10 L, nas

parcelas, os quais eram abastecidos por uma mangueira conectada ao recipiente

(bombona).

Foram coletadas amostras DLS em triplicata a cada 30 dias (que correspondeu

aos cortes do capim) para análise da composição química, as quais foram

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acondicionadas em garrafas plásticas de 200 mL e mantidas em caixa de isopor com

gelo para envio ao laboratório.

Para análise da composição química foi realizada seguindo a metodologia do

Ministério de Agricultura (BRASIL, 2014). A composição química das amostras de DLS

aplicadas nas parcelas no primeiro ano experimental (2013-2014) encontra-se na

Tabela 3, enquanto, que a composição química das amostras de DLS aplicadas nas

parcelas no segundo ano experimental (2014-2015) encontra-se na Tabela 4.

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TABELA 3. Composição química das amostras de DLS aplicadas nas parcelas no primeiro ano experimental (2013-2014).

1NP Coleta pH N

2P 3K Ca Mg S Fe Zn Cu Mn

Kg m-3 g m-

3

1 fev/14 6,80 5,60 0,11 0,70 7,52 3,07 0,99 104,00 23,00 29,00 110

2 Maio 7,20 2,80 0,1 0,60 0,20 0,10 0,20 91,00 0,61 0,41 1,22

3 Julho 5,00 0,7 0,50 5,14 1,61 3,33 10,00

0,01 0,01

4 Agosto 7,60 2,80 16,07 0,21 12,00 8,20

5 Setembro 7,99 5,60 0,33 0,43 3,06 0,01 40,00 20,00 150,00

6 Outubro 7,75 2,80 8,24 0,33 6,00 3,00 3,00 11,00 10,00 40,00 30,20

7 Novembro 7,63 1,40 0,22 0,46 4,50 1,50 10,00 10,00 10,00 10,00

8 Dezembro 1,40 0,20 0,45 4,50 1,50 5,00 10,30 10,00 10,00 10,20

1 = número de aplicações de DLS no solo; fontes, 2 = (P2O5) e 3=(K2O). Dados não analisados.

TABELA 4. Composição química das amostras de DLS aplicadas nas parcelas no segundo ano experimental (2014-2015).

1NP Coleta pH N

2P

3K Ca Mg S Fe Zn Cu Mn

Kg m

-3 g m

-3

1 Janeiro 2,80 0,04 0,19 0,12 0,06 0,09 1,6 0,61 0,42 0,21

2 Fevereiro 2,10 0,31 0,17 0,15 0,09 0,42 2,6 1,20 2,10 0,60

3 Março 5,60 0,15 0,20 0,12 0,15 0,12 3,4 1,40 0,50 1,40

4 Abril 7,57 1,12 0,03 0,31 0,18 0,16 0,02 3,6 1,80 1,20 0,40

1 = número de aplicações de DLS no solo; 2 = fontes (P2O5) e 3=(K2O). Dados não analisados.

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3.5 Aplicação dos tratamentos em cada corte do capim Tifton 85

Essa separação por etapas de estudo foi necessária devido às variações

dos teores de nutrientes no DLS em cada aplicação e por a planta teste manifestar

deficiência de potássio no curso da oitava aplicação de DLS, daí foi necessário

triplicar as doses de DLS e para a menor dose de DLS (10 m3 ha-1) foi preciso

complementar o fornecimento de K via fonte mineral (KCl), pois de acordo com

COSTA et al., (2004) e OLIVEIRA-FILHO, (2007) as gramíneas forrageiras são

exigentes em potássio, de modo que a menor dose transformou-se em tratamento

organomineral.

No 1º ano de aplicação (2013-2014) de DLS no capim Tifton 85 (Figura 3),

as doses do deste biofertilizante foram 0, 10, 20 30 m3 ha-1 e mais um tratamento

mineral NPK, as aplicações de DLS neste período encontra-se na Tabela 5. No

entanto, no 2º ano de Aplicação (2014-2015), o volume de DLS aplicado por hectare

foi triplicado, devido aos baixos teores de nutrientes na sua composição e

correspondeu a 0, 30, 60, e 90 m3, após quatro sucessivas aplicações, que no

acumulado resultou em 0, 200, 400 e 600 m3 ha-1, respectivamente (Tabelas 6).

FIGURA. 3. Capim Tifton 85 na Estação experimental da Fundação Rio

Verde - MT em Lucas do Rio Verde - Mato Grosso, Brasil.

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TABELA 5. Nutrientes aplicados no DLS (kg ha-1) nas oito aplicações acumuladas. Tratamentos/ Nutriente

Doses de DLS aplicadas Tratamentos/ Nutriente

Doses de DLS aplicadas

80 160 240 80 160 240

N 374,85 749,70 1124,55 S 246,85 493,71 740,57

P 253,67 556,85 835,27 Zn 1,12 2,25 3,38

K 135,21 187,43 239,65 Cu 1,41 2,76 4,11

Ca 517,17 1034,34 1551,51 Mn 4,89 9,78 14,68

Mg 166,67 303,34 440,02 Fe 4,33 8,66 12,99

TABELA 6. Nutrientes aplicados no DLS (kg/ha) nas quatro aplicações acumuladas. Tratamentos/

Nutriente Doses de DLS aplicadas

Tratamentos/

Nutriente Doses de DLS aplicadas

120 (200ac)

240 (400ac)

360 (600ac)

120 (200ac)

240 (400ac)

360 (600ac)

N 1461,4 2922,8 4384,4 S 71,92 143,82 215,74

P 2799,6 5599,2 8399,2 Zn 0,60 1,20 1,60

K 4321 8642 12963,6 Cu 0,40 0,80 1,40

Ca 8642 17284 25927,2 Mn 0,20 0,60 0,80

Mg 17224 34448 51674,4 Fe 1,20 2,60 3,80

Ac = acumulada.

3.6 Amostragem de solo após as aplicações do DLS e análises dos atributos

No final do 1º ano, ou seja, após as oito aplicações do DLS foram coletadas

amostras de solo nas profundidades de 0 a 0,10, 0,10 a 0,20, 0,20 a 0,40 m, para

quantificação dos nutrientes estocados (Tabela 7). E no final do 2º ano experimental

a amostragem foi nas profundidades 0,0 a 0,10; 0,10 a 0,20; 0,20 a 0,40; 0,40 a 0,60

e 0,60 a 0,80 m (Tabela 8) em cada parcela, para avaliação das alterações dos

atributos químicos. Os atributos químicos do solo no final dos 1º e 2º anos foram

analisados seguindo a metodologia de Donnagema (2011).

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TABELA 7. Característica química do solo na área experimental da Fundação Rio Verde (Lucas do Rio Verde, MT) nas

profundidades de 0 a10; 10 a 20 e 20 a 40 m ao final do primeiro ano experimental.

Prof Trat pH P K Ca + Mg Al + H CTC V m Cu Zn Fe Mn MO

(m) (m³ ha-¹) -----(mg dm-3

)------- --------(cmolc dm-³)------- --------(%)----- ------------(mg dm-3

)-------- (g kg -1

)

0 a 0,10 0 4,93 19,32 128,00 3,97 3,00 7,31 78,23 14,60 0,03 0,28 4,74 0,31 60,25

0 a 0,10 10 4,84 18,10 136,58 3,72 8,36 8,90 55,79 13,63 0,04 0,43 4,99 0,45 62,12

0a 0,10 20 4,96 21,78 148,79 3,87 3,00 7,27 76,05 10,03 0,06 0,23 5,12 0,32 60,02

0 a 0,10 30 4,91 17,47 157,84 4,52 2,92 7,87 81,11 12,82 0,03 0,33 4,30 0,46 57,10

0 a 0,10 Min. 4,58 29,24 137,03 3,00 3,71 7,09 59,87 11,59 0,06 0,22 4,58 0,41 57,10

0,10 a 0,20 0 4,68 24,82 98,14 3,67 3,04 6,98 76,83 9,82 0,03 0,30 4,68 0,39 56,80

0,10 a 0,20 10 4,52 22,27 79,14 3,50 4,01 7,63 71,88 14,45 0,03 0,38 3,89 0,40 48,77

0,10 a 0,20 20 4,61 20,65 99,50 3,57 3,00 6,85 75,03 7,89 0,06 0,32 5,05 0,45 60,16

0,10 a 0,20 30 4,72 14,51 108,90 4,32 2,32 6,94 79,84 9,32 0,04 0,30 5,74 0,52 60,13

0,10 a 0,20 Min. 4,52 22,45 62,71 3,40 1,60 5,19 77,83 10,37 0,06 0,37 4,15 0,40 55,26

0,20 a 0,40 0 4,59 5,40 50,65 2,52 2,92 5,60 75,34 13,55 0,05 0,25 4,46 0,28 54,47

0,20 a 0,40 10 4,57 6,84 54,72 3,32 3,67 7,16 76,05 12,64 0,03 0.32 4,39 0,44 47,02

0,20 a 0,40 20 4,36 6,70 58,34 2,55 2,47 5,19 71,05 8,53 0,03 0,31 5,10 1,98 73,20

0,20 a 0,40 30 4,55 4,75 78,24 2,40 2,51 5,13 75,02 11,99 0,05 0,28 5,53 0,52 56,92

0,20 a 0,40 Min. 4,55 5,87 38,89 2,20 4,69 7,0 51,65 12,43 0,05 0,36 14,64 0,45 57,72

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36

TABELA 8. Característica química do solo na área experimental da Fundação Rio Verde (Lucas do Rio Verde, MT) nas

profundidades de 0 a10; 10 a 20; 20 a 40; 40 a 60 e 60 a 80 m ao final do segundo ano experimental.

Prof Trat pH P K Ca Mg Al H CTC V m Cu Zn Fe Mn MO (m) (m³ ha

-¹) -----(mg dm

-3)------- --------------(cmolc dm

-³)----------- --------(%)----- ------------(mg dm

-3)-------- (g kg

-1)

0 a 0,10 0 5,00 6,00 89,70 1,80 1,50 0,10 2,70 6,30 55,60 4,60 0,09 1,68 7,58 4,40 57,80 0 a 0,10 30 5,10 4,60 184,50 1,70 1,30 0,10 3,10 6,70 52,30 6,10 0,08 1,72 8,03 3,12 56,10 0a 0,10 60 5,10 6,80 131,90 1,80 1,20 0,10 2,60 6,00 55,00 3,10 0,09 1,23 7,58 2,80 54,40 0 a 0,10 90 5,10 8,20 162,50 2,40 1,60 0,10 3,90 8,50 54,60 2,90 0,09 1,70 8,65 2,84 56,50 0 a 0,10 Min. 4,90 5,40 210,40 1,70 1,20 0,10 2,10 5,80 61,90 3,40 0,07 2,14 8,67 3,38 54,20

0,10 a 0,20 0 4,80 5,90 43,70 1,58 1,10 0,20 3,20 6,20 45,20 6,10 0,09 1,75 7,21 4,13 52,40 0,10 a 0,20 30 4,90 7,50 71,80 2,08 1,10 0,10 2,70 6,20 55,50 5,30 0,09 1,18 7,49 2,10 58,70 0,10 a 0,20 60 4,80 13,90 39,90 1,55 0,90 0,20 2,60 5,50 47,70 3,60 0,10 1,32 8,26 3,10 52,70 0,10 a 0,20 90 5,10 3,80 64,80 2,23 1,50 0,20 2,80 6,90 57,10 2,50 0,11 1,68 8,56 5,16 56,30 0,10 a 0,20 Min. 4,90 11,60 141,30 1,88 1,30 0,10 3,20 6,80 52,30 2,80 0,05 1,94 8,66 2,80 54,70

0,20 a 0,40 0 4,90 5,20 25,80 2,03 1,18 0,20 3,20 6,60 48,60 3,20 0,10 1,68 7,05 4,03 56,00 0,20 a 0,40 30 5,20 5,80 25,80 2,00 1,30 0,10 2,70 6,30 54,00 4,50 0,12 0,89 8,14 3,26 54,60 0,20 a 0,40 60 5,10 4,60 15,00 1,80 1,50 0,10 2,60 6,20 53,80 3,10 0,11 2,19 8,39 3,50 54,10 0,20 a 0,40 90 4,90 2,20 103,30 1,65 1,00 0,10 2,90 5,90 49,50 3,40 0,11 1,44 9,14 4,18 55,00 0,20 a 0,40 Min. 4,90 5,60 74,60 2,00 1,28 0,10 2,70 6,30 55,00 3,70 0,07 1,75 8,03 3,38 54,20

0,40 a 0,60 0 4,80 2,80 23,90 1,60 1,08 0,10 2,60 5,50 51,30 3,70 0,11 1,72 7,39 3,47 51,60 0,40 a 0,60 30 5,10 6,90 89,70 1,53 1,15 0,20 2,90 5,90 48,50 6,90 0,08 1,59 7,29 3,57 57,90

0,40 a 0,60 60 4,90 6,10 98,60 1,75 1,05 0,10 2,80 6,10 50,90 6,50 0,12 1,27 7,88 2,52 54,20 0,40 a 0,60 90 4,90 8,50 118,30 2,03 0,98 0,10 2,70 6,20 53,40 7,20 0,13 1,54 8,57 3,37 54,00 0,40 a 0,60 Min. 5,00 3,50 47,90 1,60 1,28 0,10 2,70 5,80 52,30 4,00 0,07 1,65 7,11 2,32 55,30

0,60 a 0,80 0 4,90 6,70 22,10 1,68 1,13 0,10 2,90 5,90 49,30 3,60 0,11 1,57 7,82 4,52 55,10 0,60 a 0,80 30 4,90 3,30 75,10 1,80 0,98 0,10 3,10 6,20 48,50 5,10 0,09 1,60 7,61 4,37 53,40 0,60 a 0,80 60 5,20 4,50 20,70 1,85 0,98 0,10 2,80 5,80 49,10 5,00 0,09 1,37 8,28 1,99 54,90 0,60 a 0,80 90 5,20 3,60 53,50 1,70 1,40 0,10 2,90 6,30 52,40 3,70 0,08 1,47 8,09 4,55 54,00 0,60 a 0,80 Min. 5,00 6,20 73,30 1,75 1,28 0,10 2,50 5,90 56,50 3,90 0,06 2,10 7,42 1,48 57,90

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37

O estoque dos nutrientes no solo foi obtido pela equação 1:

NEst = (Tn * Espcs * DS)*10000/1000

(1)

onde:

NEst = estoque de nutrientes no solo (Kg ha-1)

Tn = teor do nutriente (kg ha-1)

Espcs = espessura da camada de solo (m)

Ds = densidade do solo (g.cm-3).

3.7 Amostragem do material vegetal e análises dos teores nutricionais

A amostragem do material vegetal foi realizada por quatro cortes do capim

Tifton 85 no 2º ano de aplicação de DLS, em três pontos de cada parcela

experimental, nas quais foram coletadas, com auxílio de um cutelo e de um

quadrado de 0,50 m2, amostra do material vegetal numa altura de 0,15 m do solo

para análise foliar. Após a coleta do material vegetal, o capim foi cortado com

roçadeira manual, para nivelar as parcelas, e em seguida o DLS foi aplicado, sendo

sua composição analisada em cada coleta e aplicação.

As amostras do material vegetal foram pesadas no campo para obtenção de

massa fresca e uma alíquota foi retirada, para obtenção da massa seca,

acondicionando-as em sacos de papel devidamente identificadas e levadas para

secagem em estufa de circulação de ar forçado na temperatura de 60 oC. A seguir o

material seco foi moído e armazenado em saco plástico, para posterior análise

química dos teores de nutrientes de acordo com Malavolta et al. (1987). O teor de

nutrientes da parte aérea do Tifton 85 foi calculado pela soma do produto da massa

seca pelo teor do nutriente (eq. 2):

TN = (MS * Tn)/1000 (eq 2)

onde:

TN= teor de nutrientes (kg ha-1)

MS = massa seca (g kg-1)

Tn = teor do nutriente (g kg-1)

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38

3.8 Análises estatísticas

3.8.1 Do solo

A análise da componente principal (ACP) foi aplicada aos dados para avaliar

as associações entre as variáveis, evidenciando a participação individual dos

nutrientes no perfil do Latossolo Vermelho Amarelo. Nas análises estatísticas

utilizou-se o software SPSS 22.0, sendo os coeficientes de correlação analisados a

5 % de probabilidade.

A análise de componentes principais foi realizada para verificar quais

variáveis mais explicam as variações dos dados no perfil do Latossolo no 1º ano até

a profundidade de 0,40 m e no 2º ano até a profundidade de 0,80 m, permitindo

visualizar as variações dos teores de nutrientes avaliados no espaço e no tempo,

sendo utilizados gráficos em espaço tridimensional para visualizar a dispersão dos

tratamentos em função dos escores dos componentes principais.

Para avaliar o efeito da aplicação do DLS sobre o estoque de nutrientes,

realizaram-se ajustes de regressão para os respectivos estoques acumulados até

0,80 m no perfil do solo e, posteriormente, realizou-se teste de identidade de

modelos para verificar a semelhança ou diferença estatística entre os ajustes dos

atributos para cada tratamento, a 5% de probabilidade.

3.8.2 Da planta

A avaliação do efeito dos diferentes tratamentos sobre os teores de

nutrientes na planta, ou seja, na parte aérea do capim Tifton 85, foi analisada por

meio da aplicação de contraste de médias a 5% de probabilidade. Para comparar as

médias dos tratamentos aplicou-se o teste de Tukey e para comparar as médias dos

tratamentos apenas com a média do controle (o tratamento mineral), aplicou-se o

teste de Dunett.

3.83 Correlação entre as variáveis de solo e planta

Para estudar a influencia das oito aplicações no perfil do Latossolo Vermelho

Amarelo até a profundidade de 0,80 m nos teores de nutrientes na planta, foi

aplicada a análise do coeficiente de correlação de Pearson (ƿ = 0,05). Para

relacionar as variáveis entre os dois compartimentos (solo e planta), realizou-se a

somatória dos dados de plantas obtidos por quatro cortes consecutivos obtendo as

medias representativas para o período de estudo durante as oito aplicações.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Nutrientes estocados no perfil de um Latossolo Vermelho Amarelo

distrófico após sucessivas aplicações de DLS

No primeiro ano não houve ajuste dos dados (Figura 4) e observa-se que o

conjunto de variáveis das componentes 1, 2 e 3 são responsáveis por 63% do efeito

das doses de DLS sobre o estoque de nutrientes no solo, em que a componente 1 é

representado por Ca, Cu, Mg e P e é responsável por 29% e a componente 2 (Na e

Fe) por 19% das variações dos dados. No segundo ano de aplicação do DLS, em

que as doses foram triplicadas, as componentes 1, 2 e 3 explicam 55% da variância

total, em que a componente 1 (P, Cu e K) corresponde a 24% da variação dos

dados.

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40

FIGURA 4. Dispersão dos tratamentos relacionados às aplicações de DLS

no perfil do Latossolo Vermelho Amarelo distrófico.

Os estoque de nutrientes representados pelo fator 1, no primeiro ano

experimental, apresentaram fortes correlações para o Ca (0,83), Cu (0,76), Mg (0,74)

e P (-0,70) no perfil do solo. No segundo ano, P e Cu mantiveram a correlações com

0,93 e 0,91, respectivamente. Contudo, na ordem de importância como primeiro

fator, o Mg foi substituído pelo K, este por sua vez com correlação negativa (-0,69).

Diante do que revela as componentes principais os estoques de nitrogênio,

fósforo, potássio, cálcio, magnésio, cobre, zinco, manganês e matéria orgânica no

segundo ano experimental em função das DLS acumulado por 12 aplicações serão

apresentados e discutidos a seguir por meio do teste de identidade de modelos

(p<0.05).

4.1.1 Estoque do Nitrogênio Total no perfil do solo

Não se observa diferença no estoque de Ntotal no perfil do solo entre os

tratamentos, com variação do teor desse nutriente entre 47,28 e 298,51 kg ha-1

(Figura 5), mas percebe-se que o teor estocado de N foi aumentando com a

profundidade. Como as doses de DLS não tiveram efeito sobre o estoque de N no

1º ano 2º ano

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perfil do solo isso pode ser justificado por diversos fatores que podem estar

relacionado com as quantidades de N fornecidas ao solo, podendo ser verificado

pelo alto índice de M.O presente no solo (Tabela 2) e as quantidades adicionadas

via dejeto (Tabela 6).

FIGURA 5. Estoque de Nitrogênio até 0,80 m do solo após adubação

mineral e sucessivas aplicações de DLS. Letras iguais não diferem estatisticamente

a 5% pelo teste de identidade de modelos.

Ao comparar a entrada de NT, via dejeto (4.384,40 kg N ha-1), o qual

representa 100% adicionado pela dose de 600 m3 ha-1 (Tabela 6), com o seu

estoque no solo, proporcionado pela mesma dose, (298,51 kg ha-1), percebe-se que

há uma diferença percentual de 6,8 do valor de entrada do N.

Esse pequeno percentual do N-estocado no solo pode ser justificado pelo

Boeira et al. (2002) afirmam que altas doses de biofertilizante aplicadas no solo pode

liberar N-mineral acima da necessidade da planta, com risco potencial de perdas

pelos processos de lixiviação e volatilização. Além disso segundo Aita et al. (2007) o

N-amoniacal dos DLS é rapidamente nitrificado no solo em plantio direto e

completamente oxidado a N-nítrico entre 15 e 20 dias após a aplicação dos dejetos)

Como o N no solo é tem sua dinâmica é regida por diversos fatores que

contribuem para complexas reações, considerando assim, que grande parte do N

0

50

100

150

200

250

300

350

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80

Esto

que d

e n

itro

gênio

acum

ula

do n

o s

olo

(

kg h

a-1

)

Profundidades (m)

N0 = 44,91 + 320,33 Prof

R2 = 0,907 N200 = 29,34 + 333,48 Prof

R2 = 0,857 N400 = 37,99 + 322,86 Prof

R2 = 0,935 N600 = 35,52 + 313,10 Prof

R2 = 0,916

Nmineral = 25,90 + 315,01 Prof

R2 = 0,726

0 a200 a400 a600 aMin. a

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depositado no solo é perdida de acordo com as transferências cíclicas, além de seu

acúmulo (N-total) ocorrer lentamente no solo, pois quando os dejetos são aplicados

no solo, o N-amoniacal é oxidado até N-nitrato (WHITEHEAD, 1995) sendo um

processo relativamente rápido, mesmo em clima subtropical (FRANCHI, 2001).

Weber e Mielniczuk (2008), ao avaliarem por 22 anos o efeito de sistemas

de culturas em um Argissolo Vermelho distrófico observaram que o estoque de N-

total foi em média de 136,36 kg ha-1 ano-1 sob o sistema de cultivo com pastagem

(capim Pangola). Desse modo, neste estudo, o estoque de N-total no solo foi de

301,17 kg ha-1, quando observado na testemunha (na profundidade de 0,80 m),

demonstrando que as quantidades estimadas de N são maiores que as quantidades

encontradas pelos referidos autores.

Doses de ate 200 m3 ha-1 de DLS, por um período de 10 anos, pode levar

um Latossolo Vermelho, cultivado com a sucessão milho-aveia-preta, a estocar de

90 a 720 kg ha-1 ano-1 de N (MAFRA et al. (2014). Contudo, considerando apenas os

tratamentos com DLS neste estudo, o teor de N variou entre 65 e 300 kg ha-1 de N.

Essa diferença pode ser atribuída ao efeito acumulativo de N, com o

decorrer do tempo, pois como já citado o estoque de N no solo tende a aumentar em

função do tempo, nesse sentido, o N-nitrato é uma das formas inorgânicas do N no

solo e, juntamente, com o amônio, constitui produto final da mineralização do N

orgânico, contido em qualquer resíduo orgânico após adição ao solo.

4.1.2 Fósforo

O acúmulo de P no perfil do Latossolo Vermelho Amarelo após as

aplicações de DLS distinguiu-se em dois grupos, nos quais a testemunha diferiu de

todos os outros tratamentos (Figura 6), sendo observado estoque de P de 493,88 kg

ha-1. Nos tratamentos com DLS e mineral o estoque de P foi menor que 70 kg ha-1

observado na profundidade de 0,80 m.

Os tratamentos com DLS e o tratamento mineral não foram significativos,

pode ser estar relacionados com o maior teor de M.O e pela liberação rápida no

solo. No que refere à M.O esta por sua vez ao ser degradada libera o Porg presente

nos ácidos húmicos, oxálico e málico (GUPPY et al., 2005).

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FIGURA 6. Estoque de Fósforo até 0,80 m do solo após adubação mineral e

sucessivas aplicações de DLS Letras iguais não diferem estatisticamente a 5% pelo

teste de identidade de modelos.

Essa inferência pode ser observada na produção de MS do capim Tifton

(Tabela 9) no qual a produção passa a ser acentuada no maior volume de DLS (90

m3 ha-1), apesar de que nos cortes anteriores (1, 2 e 3) do capim Tifton 85, a

produção de MS na testemunha é maior que nos tratamentos com DLS,

evidenciando assim, que na testemunha o processo de disponibilização do P foi

gradualmente mais lento, pois à medida que ocorrem as reações do P com os

constituintes minerais (Fe e Al), mais de 2/3 do total do P adicionado pode ser retido

(MCCOLLUM,1991). Desse modo, o aumento ou decréscimo das frações de P no

solo, depende do balanço entre as adições e as retiradas desse nutriente.

Este trabalho é corroborado por Silva et al. (2015) que de forma similar em

relação ao P, observaram que, na profundidade de 0 a 20 cm, todos os tratamentos

diferenciaram da testemunha apesar de não terem sido constatadas diferenças entre

os tratamentos que receberam maiores doses de dejetos suínos. Esses autores

estudaram o efeito de DLS no teor de P em Latossolo Vermelho distrófico em doses

de até 180 m3 na profundidade de 0,20 a 0,40 m, observando estoques de 2,6 kg de

P ha-1. Esses autores atribuem esse fato à pouca mobilidade do P que tende a

acumular-se na camada superficial do solo, com reações similares.

0

100

200

300

400

500

600

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80

Esto

que d

e f

ósfo

ro a

cum

ula

do n

o s

olo

(

kg h

a-1

)

Profundidade (m)

P0 = 33,96 + 574,91Prof R2 = 0,937

P200 = 4,10 + 44,10Prof R2 = 0,841

P400 = 8,17 + 42,39Prof R2 = 0,869

P600 = 20,70 + 49,15Prof R2 = 0,900

Pmineral = 16,22 + 63,90Prof R2 = 0,934

0 a200 b400 b600 bMin. b

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Em estudos com aplicações de DS no Latossolo Vermelho por longo

períodos, superior a 10 anos, foram avaliados por Scherer et al. (2010) que

verificaram teores de P de 21,12 kg ha-1 na profundidade do solo de até 1,10 m e

Mafra et al. (2014) que observaram estoque de P de 133,12 kg ha-1. Esses estudos

demonstram que possivelmente esses altos teores de P foram obtidos devido ao

tempo de duração do experimento no qual o DLS forneceu este nutriente.

Assim, a aplicação sistemática de DLS ao longo do tempo pode apresentar

teores de P elevados. Entretanto, do ponto de vista de fertilidade do solo e nutrição é

viável, porém do ponto de vista ambiental pode ser preocupante devido a sua carga

poluente no solo e na água. Deste modo, neste estudo os valores de P no solo,

estão acima da faixa de teores médios de P no solo de 0,16 kg ha-1 (RONQUIM,

2010).

4.1.3 Potássio

As aplicações de DLS promoveram alteração no estoque de potássio no solo

com diferença entre os tratamentos (Figura 7), porém, não houve diferença entre o

maior volume de DLS (600 m3 ha-1) e o tratamento mineral, com maior acúmulo de K

de 1.348,84 e 1.337,07 kg ha-1; respectivamente, quando comparados na maior

profundidade (0,80 m).

Na literatura o estoque máximo de K no Latossolo Vermelho com adição de

DS por longos períodos (>10 anos) foi de 300 kg ha-1 (MAFRA et al., 2014); 353 kg

de K ha-1 (SCHERER et al., 2010). Considerando curtos períodos com adição de DS

no solo (<4 anos), o estoque de K no solo foi de 600 kg ha-1 DLS no cultivo de

gramíneas (ROS et al,. 2017) e de 28,86 g de K kg-1 no cultivo da Brachiaria

Decumbens no perfil do Latossolo (ate 0,60 m) até a dose de 180 m3 ha-1 DLS

(SILVA et al., 2015).

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FIGURA 7. Estoque de Potássio até 0,80 m de solo após adubação mineral

e sucessivas aplicações de DLS l. Letras iguais não diferem estatisticamente a 5%

pelo teste de identidade de modelos.

Em solos de Cerrado valores na faixa de 102 a 160 kg de K ha-1, são

considerados médios, sendo considerados adequados para as plantas (SOUSA;

LOBATO, 2004). Assim, neste estudo o estoque de K no perfil do Latossolo

Vermelho Amarelo proporcionado pela maior dose de DLS de 600 m3 ha-1 é maior

aos valores referenciados pelos autores acima.

O maior estoque de K deste estudo pode ser atribuído às quantidades de K

fornecidas pelo DLS, pois observa-se que no acumulado foi adicionado ao solo

12.963,60 kg de K ha-1, comparando esse valor com o estoque observado no solo,

com diferença de 12 vezes menor.

Neste estudo os tratamentos com DLS e o tratamento mineral não

diferenciaram, quanto ao estoque de K no solo, evidenciando que tanto a adubação

orgânica quanto a adubação mineral propiciam a retenção do K, pois, com o

aumento do pH, a CTC do solo se eleva e, consequentemente, os cátions disporão

de maior número de cargas para adsorção (RAIJ, 2011).

Cabe ainda ressaltar, que esse fato é confirmado pela deficiência ocorrida

no capim Tifton 85 no final das oito aplicações de DLS no solo, deste modo, foi

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80

Esto

que d

e p

otá

ssio

acum

ula

do n

o s

olo

(k

g h

a-1

)

Profundidade (m)

K0 = 90,12 + 355,24Prof R2 = 0,816

K200 = 285,95 + 598,16Prof R2 = 0,503

K400 = 184,81 + 291,27Prof R2 = 0,510

K600 = 248,83 + 1375,02Prof R2 = 0,921

Kmineral = 303,26 + 1292,26Prof R2 = 0,834

0 a200 b400 a600 cMin. c

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46

complementado os tratamentos e adicionado K no solo com o intuito de suprir a

deficiência da planta teste deste estudo.

4.1.4 Cálcio

O estoque de Ca no solo foi diferente (Figura 8), o maior estoque desse

elemento foi observado na dose 600 m3 ha-1de DLS, com 3.821,94 kg ha-1, por outro

lado, o menor estoque (486,24 kg de Ca ha-1) foi observado no tratamento mineral.

Os teores de Ca deste estudo estão relativamente próximos pelos os obtidos

por Lourenzi et al. (2011) após 19 aplicações de DLS por 100 meses, os autores

observaram na maior dose (80 m3 ha-1) acúmulo dos teores desse elemento na

camada de 0,18 a 0,20 m, esses autores atribuem ao fato de as quantidades de Ca

estarem contidas no dejeto.

O DLS aplicado anualmente em Latossolo Vermelho cultivado com a

sucessão milho-aveia-preta em plantio direto em doses de até 200 m3 ha-1

demonstrou que o estoque de cálcio no solo chegou a 400 kg ha-1em um período de

10 anos (MAFRA et al., 2014), deste modo, a quantidade de Ca deste estudo,

considerando a menor e a maior dose de DLS (600 m3 ha-1), os valores são 10

vezes maior aos valores dos autores supracitados.

0

1000

2000

3000

4000

5000

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80

Esto

que d

e c

álc

io a

cum

ula

do n

o s

olo

(K

g h

a-1

)

Profundidade (m)

Ca0 = 139,30 + 4338 65Prof R2 = 0,949

Ca200 = 194, 46 + 4432 02Prof R2 = 0,870

Ca400 = 113 81 + 4040 21Prof R2 = 0,941

Ca600 = 406,93 + 4268,76Prof R2 = 0,979

Camineral = 134,73 + 4407, 02Prof R2 = 0,930

0 ab200 a400 b600 aMin. ab

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47

FIGURA 8. Estoque de Cálcio até 0,80m do solo após adubação mineral e

sucessivas aplicações de DLS. Letras iguais não diferem estatisticamente a 5% pelo

teste de identidade de modelos.

Maggi et al. (2011) ao estudarem esse nutriente em Latossolo Vermelho

distroférrico típico sob adubação com DS até 300 m3 ha-1, obtiveram 0,10 kg ha-1.

Esses autores demonstraram que a aplicação de resíduos orgânicos ao solo

aumenta a lixiviação de cálcio, pois, observaram que os teores desse nutriente no

percolado aumentaram de acordo com o aumento das doses de DLS, comprovando

que os resíduos orgânicos aumentam a lixiviação, pelo fato de que o DLS pode

ocasionar elevação do pH favorecendo a mineralização.

Para Larcher (2004) o teor de Ca no solo é de 30 kg ha-1. Neste estudo, o

alto teor observado para o estoque desse nutriente pode ser atribuído pela forte

adsorção que este possui com o solo, pois, de acordo com Maggi et al., (2011) o Ca

é mais fortemente adsorvido que o NH4, K e Mg. Outra possibilidade para justificar o

alto teor de Ca no solo pode ser também pela existência do Ca na estrutura orgânica

do DLS, não disponível em curto prazo, pela capacidade do DLS em complexar íons,

como o nutriente Ca, resultando seu aumento no solo (CAOVILLA et al., 2010).

4.1.5 Magnésio

O estoque de magnésio no solo variou entre 1.836,49 (testemunha, o

tratamento 0) e 229,33 kg ha-1 (400 m3 ha-1), quando comparado à maior (0,80 m) e

à menor (0,10 m) profundidades (Figura 9). Ao comparar os teores de Mg,

adicionado via DLS pela dose de 600 m3 ha-1 (25.927,2 kg ha-1) com o valor

estocado no solo (1.694,39 kg ha-1), percebe-se que o Mg aplicado foi totalmente

consumido pela planta teste e/ou removido do solo pelo processo de lixiviação.

Estoques de Mg de 160,2 kg ha-1 no perfil de um Latossolo Vermelho a 0,

20 m de profundidade com alto teor de argila (entre 664 e 701 g kg-1) foi verificado

por Mafra et al. (2015) na dose de 200 m3 h-1. Esses autores observaram que os

estoques de Mg no solo aumentaram conforme houve o aumento do DLS no solo.

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48

FIGURA 9. Estoque de Magnésio até 0,80m do solo após adubação mineral

e sucessivas aplicações de DLS. Letras iguais não diferem estatisticamente a 5%

pelo teste de identidade de modelos.

Ceretta et al. (2003) aplicando DLS por quatro anos em pastagem natural

observaram 1,21 kg ha-1 de Mg na profundidade de até 0,40 m. Esses autores

concluíram que o uso sistemático de esterco líquido de suínos representa a adição

de grande quantidade de nutrientes ao solo, e eleva principalmente os teores de Mg

em áreas sob pastagem natural.

Após 10 anos (aplicações anuais) de DLS em Latossolo Vermelho

distroférrico até a profundidade de 0,40 m (CASSOL et al., 2012), assim notaram

que na dose de 200 m3 ha-1 de DS, teores de Mg entre 0,8 e 1,0 kg ha-1, o teor de

Mg nessas dose, não alterou o teor de Mg no solo, esse comportamento foi atribuído

as baixas concentrações deste nutriente no DLS aplicado, o que contribuiu para que

as mudanças provocadas pelos tratamentos fossem proporcionalmente pequenas.

Larcher (2004) referencia que a quantidade encontrada nos solos,

geralmente é de 10 kg ha-1. Neste estudo os teores de Mg no solo disponibilizados

via dejetos são superiores ao valores referenciados, demonstrando que o DLS (600

m3 ha-1) forneceu esse nutriente em quantidade superior a adubação mineral.

0

500

1000

1500

2000

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80

Esto

que d

e m

agnésio

no s

olo

(k

g h

a-1

)

Profundidade (m)

Mg0 = 80,70 + 2194,74Prof R2 = 0,963

Mg200 = 84,23 + 1764,66Prof R2 = 0,959

Mg400 = 39,04 + 1902,89Prof R2 = 0,901

Mg600 = 139,19 + 1944,17Prof R2 = 0,947

Mgmineral = 64,91 + 1849,12Prof R2 = 0,982

0 a200 b400 b600 aMin. b

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4.1.6 Cobre

O efeito das aplicações de DLS no Latossolo Vermelho Amarelo diferenciou

apenas da testemunha com os demais tratamentos, sendo que na testemunha o

estoque desse nutriente chegou a 34,65 kg de Cu ha-1, verificados na maior

profundidade (Figura 10), observando-se assim que o menor estoque de Cu na

profundidade de 0,10 m foi em média 0,12 kg de Cu ha-1.

Smanhoto et al. (2010), em estudos com DS não observaram efeito

significativo do Cu em função das doses desse resíduo, com teores de 0,10-3 kg ha-1.

Esses autores atribuem a não alteração do estoque de Cu no solo à qualidade

intrínseca do DS, que possui uma extensa taxa de variação em composição mineral.

Neste estudo, o estoque de Cu não aumentou de acordo com os volumes

de DLS, deste modo, as quantidades de Cu aplicadas via DLS não se acumularam

de forma que alterasse o perfil do solo. Sendo importante relembrar as condições a

ser considerado para tal comportamento do Cu no solo, (faixa de pH do solo, alto

teor de M.O e solo bastante argiloso), deste modo, o Cu teria condições de ser

adsorvido seguramente em forma trocável, tornando-se disponível para as plantas,

por outro lado, a interação negativa desse micronutriente com os outros nutrientes,

como o excesso de P, Fe, Zn e Al, reduzindo assim a sua adsorção pelo solo.

0

10

20

30

40

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80

Esto

que d

e c

obre

acum

ula

do n

o s

olo

(k

g h

a-1

)

Profundidade (m)

Cu0 = 0,76 + 42,37Prof R2 = 0,862

Cu200 = 0,001 + 1,17Prof R2 = 0,886

Cu400 = -0,02 + 1,26Prof R2 = 0,894

Cu600 = 0,03 + 1,23Prof R2 = 0,821

Cumineral = 0,02 + 0,77Prof R2 = 0,963

0 a200 b400 b600 bMin. b

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50

FIGURA 10. Estoque de Cobre até 0,80m do solo após adubação mineral e

sucessivas aplicações de DLS. Letras iguais não diferem estatisticamente a 5% pelo

teste de identidade de modelos.

4.1.7 Zinco

Para o estoque de zinco no solo não houve diferença entre os volumes de

DLS e o tratamento composto apenas por adubo mineral (Figura 11). O estoque total

de Zn no perfil do solo variou entre 2,05 e 19,65 kg ha-1.

O efeito não significativo das aplicações de DS sobre o acúmulo de Zn (0,01

kg ha-1) no Latossolo foi constatado por Scherer et al. (2010), na profundidade até

0,80 m, os quais constataram que houve acúmulo desse micronutriente apenas na

camada superficial do solo, diminuindo no perfil do solo, sendo que segundo esses

autores isso ocorreu devido à ciclagem do nutriente pelas plantas e não ao

revolvimento do solo e incorporação dos dejetos, pois a maioria das áreas se

encontrava com o SPD consolidado.

Hadlich e Ucha (2013), ao estudarem os teores disponíveis de Zn em solos

com DS, observaram teores de 0,18 e 2,40 kg ha-1 na camada superficial. Esses

autores demonstraram que aplicações sistêmicas de DLS no solo aumenta o teor de

Zn no solo, sobretudo em superfície.

Teores de maiores magnitudes foram encontrados por Girotto et al., (2007),

ao observarem acúmulos significativos de 79,6 kg de Zn ha-1, na maior dose de

dejeto (80 m3 ha-1), contudo, esses autores, explicam que esse acréscimo ocorreu

em função do tempo de aplicação, por sete anos, e quantidades de Zn presente no

dejeto. Smanhoto et al. (2010) em estudo sobre a teor de Zn em Latossolo Vermelho

na profundidade até 0,60 m; verificaram 22,56 kg Zn ha-1, proporcionado pela 300 m3

ha-1.

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FIGURA 11. Estoque de Zinco até 0,80m do solo após adubação mineral e

sucessivas aplicações de DLS. Letras iguais não diferem estatisticamente a 5% pelo

teste de identidade de modelos.

O teor médio de Zn nos solos é de 0,18 kg ha-1 (LARCHER, 2004). Contudo

neste estudo o estoque de Zn no perfil do Latossolo Vermelho Amarelo é

destacadamente superior a essa faixa, deste modo, esse comportamento pode ser

atribuído ao alto poder residual desse micronutriente em solos intemperizados

ligando-se preferencialmente a fração argila (SILVEIRA, 2002).

Considerando esta característica (retenção do Zn pela argila), o Zn tem alta

afinidade pela M.O, nesse raciocínio, essas propriedades são observadas neste

estudo, e uma vez que o DLS, como biofertilizante, traz em sua composição

quantidades expressivas de M.O. viabilizando essa ocorrência, induzindo a sugerir

que o Zn aumentou em profundidade por ser influído a retenção por adsorção pela

M.O, os óxidos de ferro, alumínio e manganês e os minerais de argila

(STEVENSON; ARDAKANI, 1972).

4.1.8 Manganês

Pela curva de estimação para o estoque de manganês no perfil do

Latossolo, houve diferenciação entre a testemunha e os demais tratamentos, sendo

0

5

10

15

20

25

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80

Esto

que d

e z

inco a

culu

mado n

o s

olo

(k

g h

a-1

)

Profundidade (m)

Zn0 = 0,97 + 23,76Prof R2 = 0,834

Zn200 = 0,77 + 18,61Prof R2 = 0,930

Zn400 = 0,37 + 21,94Prof R2 = 0,896

Zn600 = 1,41 + 20,90Prof R2 = 0,870

Znmineral = 1,06 = 22,09Prof R2 = 0,796

0 a200 b400 ab600 abMin. a

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52

que o menor estoque foi observado no tratamento mineral (Figura 12). O maior

estoque de Mntotal no solo foi proporcionado pela testemunha com 43,08 kg ha-1.

Nos solos, esse teor de Mn é em média de 2 kg ha-1 (LARCHER, 2004).

Neste estudo, a quantidade acumulada no perfil é 20 vezes maior a esse valor.

Acúmulos de 0,16 kg Mn ha-1, em solos sem deficiências de micronutriente e com

alto teor de argila foram observados por Moreira et al. (2006), os quais notaram que

solos mais argilosos apresentaram maiores teores totais de Mn, sendo os maiores

teores em Latossolos.

Em virtude do alto teor de M.O no solo (Tabela 2), o Mn em elevado pH,

sofre o processo de ionização e consequentemente aumenta a tendência de ligação

estável com a M.O, mediante a essa referência, esse fenômeno pode ser confirmado

pelas baixas quantidades extraídas pela planta (Figura 10).

FIGURA 12. Estoque de Manganês até 0,80m do solo após adubação

mineral e sucessivas aplicações de DLS. Letras iguais não diferem estatisticamente

a 5% pelo teste de identidade de modelos.

4.1.9 Matéria Orgânica

O estoque de M.O foi significativo em função das aplicações DLS no solo,

aumentando sua quantidade com a profudidade no perfil do solo. A dose com o

0

10

20

30

40

50

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80

Esto

que d

e m

anganês a

cum

ula

do n

o s

olo

(k

g h

a-1

)

Profundidade (m)

Mn0 = 1,603 + 51,85Prof R2 = 0,867

Mn200 = 0,036 + 50,362Prof R2 = 0,853

Mn400 = 2,642 + 43,199Prof R2 = 0,908

Mn600 = 3,069 + 47,169Prof R2 = 0,948

Mnmineral = 3,676 + 38,005Prof R2 = 0,916

0 a200 ab400 ab600 aMin. b

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maior volume de DLS diferenciou da dose mineral em relação ao estoque de M.O

em 657,42 e 553,82 kg ha-1, respectivamente (Figura 13).

FIGURA 13. Estoque de Matéria Orgânica até 0,80 m do solo após

adubação mineral e sucessivas aplicações de DLS. Letras iguais não diferem

estatisticamente a 5% pelo teste de identidade de modelos.

O estoque de M.O no solo é 45,40% maior que o estoque de N no solo,

comparando o tratamento mineral com maior volume de DLS (Figura 13), sendo que

no solo o N encontra-se, principalmente, na forma orgânica e é integrante da M.O do

solo variando conforme varia a M.O, evidenciado pelo aumento de N no perfil do

solo de acordo com o aumento de M.O.

Os altos estoques de K, Ca e Mg no solo neste estudo são atribuídos a

maior retenção desses cátions, evitando que sejam lixiviados, pois a M.O por meio

dos ácidos fúlvicos aumenta a CTC do solo, desencadeando esse processo, sendo

que a M.O pode representar de 20 a 90% da CTC (WEBER.; MIELNICZUK, 2008).

Todos os nutrientes tem relação direta com a M.O do solo, pois no presente estudo,

os teores de N, P e S no solo, têm como fonte a M.O.

0

100

200

300

400

500

600

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80

Esto

que d

e m

até

ria o

rgânic

a n

o s

olo

(k

g h

a-1

)

Profundidade (m)

MO0 = 25,79 + 671,60Prof R2 = 0,988

MO200 = 27,68 + 669,08Prof R2 = 0,992

MO400 = 24,04 + 618,47Prof R2 = 0,995

MO600 = 33,82 + 623,60Prof R2 = 0,989

MOmineral = 14,49 + 674,17Prof R2 = 0,985

0 a200 a400 b600 abMin. a

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4.2 Produção de biomassa do capim Tifton 85

Produção de biomassa do capim Tifton 85 em função da adubação com DLS

por quatro aplicações de DLS consecutivas (Tabela 9).

TABELA 9. Massa seca da parte aérea do capim Tifton 85 (kg há-1) após quatro

aplicações de DLS no solo.

-----------------------Aplicações-------------------------

TRAT m

3 há

-1

1 2 3 4

0 1435,33 1356,10 1773,43 1185,63

30 1292,27 1342,73 1782,70 1050,60

60 1349,10 1311,73 1649,03 1487,37

90 1244,90 1291,83 1616,73 1759,83

Mineral 1211,90 1242,87 1492,53 1439,40

Dados não analisados.

4.2.1 Nutrientes na parte aérea do capim Tifton 85

Pela análise de variância e testes de médias, não houve efeito significativo

para o estoque de nutrientes na planta sob as aplicações de DLS, para o 1º, 2º, 3º e

4º cortes, exceto para S (2º e 3º cortes); P e Mn (3º corte); N e Ca (4º corte), com

destaque das maiores médias nas doses com DLS (Figura 14).

4.2.2 Nitrogênio

Não houve efeito significativo no teor de N em nenhum dos cortes, exceto no

ultimo corte com 39,54 kg ha-1, observado na maior dose com DLS (90 m3 ha-1). Nas

plantas em geral o teor de N pode variar de 0,04 a 3,0 kg ha-1 (LARCHER, 2004).

Neste estudo os teores de N é maior ao obtido por Scheffer-Basso et al. (2008) que

observaram teor máximo de N em quatro datas de cortes do capim Tifton 85,

cultivado com DS, de 28 kg N ha-1 obtido com 30 m3 de DS.

O teor de N na planta verificado nos tratamentos com DLS (1º ao 3º cortes)

que não diferiram do tratamento mineral são corroborados por Somavilla et al.

(2015), os quais demonstraram que na massa de gramíneas, na dose de 80 m³ ha-1

o acúmulo de N mostrou-se igual ao tratamento mineral. Segundo esses autores,

esse fato ocorreu devido à baixa eficiência da absorção do N aplicado pelo DLS,

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sendo também referenciada essa ocorrência por outros autores que estudaram a

aplicação de DLS em pastagem natural (DURIGON et al., 2002).

Seidel et al. (2010), em estudo com gramíneas, igualmente não verificaram

diferença entre os tratamentos que receberam adubação química e os tratamentos

que receberam dejetos de suínos, porém registraram quantidades de 35,58 kg N ha-1

obtidas com 50 m3 de DS. Contudo, ao considerar o total de N proporcionado pelo

DLS na dose de 90 m3 ha-1 (39,54 kg de N ha-1) e o total de N proporcionado pela

adubação mineral (29,61 kg de N ha-1), pode-se verificar que o Tifton 85 acumulou

maior quantidade de N na parte aérea do capim, produzindo assim mais biomassa

com diferença de 320,43 kg de MSPA ha-1 (Tabela 9).

4.2.3 Fósforo

O estoque de PP2O5 na planta sob as aplicações de DLS foi significativo a

partir do 3º corte do capim. O tratamento que se diferenciou com maior estoque de P

de 10, 52 kg ha-1 foi o de 10 m3 DLS ha-1 (Figura 14). A quantidade de P adicionada

no solo pelo DLS pela dose 10 m3 ha-1 foi de 2.799,6 kg ha-1, comparando com a

quantidade presente na massa do capim, o aproveitamento de P na forma de DLS

foi apenas de 0,37% do total de P aplicado.

Os estoques de P proporcionados pelos tratamentos com DLS de 10 e 30 m3

ha-1, são maiores quando comparados com o tratamento mineral, em uma proporção

de 2:1, no 3º corte, com menor proporção no 2º corte, com diferença de 2,48 kg ha-1

para mais no tratamento com DLS.

O efeito não significativo do teor de P pelo DLS e adubação mineral no 1º e

2º cortes, pode ser justificado pelo fato de tanto a aplicação da fonte mineral de alta

solubilidade como a aplicação do resíduo orgânico, fornecer o nutriente para o

capim, isso pode ser evidenciado pela diferença que ocorre a partir do 4º corte, no

qual a adição de P no solo proporcionada pela menor dose de DS foi na ordem de

2.800 kg ha-1.

Camargo et al. (2011), em três cortes do Tifton 85 sob efeito da aplicação de

DS observaram estoques de 4,68 kg P ha-1. O teor de P deste estudo foi maior

Durigon et al. (2002) obtiveram 292 kg ha-1, na dose de 40 m3 ha-1 ao estudar o

efeito do DLS sobre o acúmulo de P na massa seca de pastagem natural em 28

aplicações por 48 meses.

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56

Larcher (2004) em trabalho baseado em diversos autores, defende que o

conteúdo médio de P para as plantas em geral varia de 0,2 a 20 P kg ha-1. A

quantidade média do teor de P no capim Tifton 85 verificados nas doses com DLS

foi de 6,63 P kg ha-1, deste modo, esse valor está de acordo com a faixa de teor de

P preconizada por Larcher (2004).

4.2.4 Potássio

Para o teor de K na parte aérea do capim Tifton 85 não houve diferença para

cortes e nem para tratamentos, com estoque médio de 9,83 kg ha-1 apenas nas

doses com DLS (Figura 14), considerado que o nutriente esteja disponível, há uma

representação de aproveitamento de K de 0,11% contido no DLS, indicando assim

que os valores absorvidos pela planta são baixos.

Para Larcher (2004) o teor de K nas plantas pode variar entre 2 e 140 kg ha-

1. Para gramíneas forrageiras do gênero Cynodon essa taxa de variação está entre

150 a 250 kg ha-1 (WERNER et al., 1996). Coutinho et al. (2014), ao testar o efeito

de DLS no Tifton 85, observaram quantidades de 12,80 e 17,20 kg ha-1 e para Seidel

et al. (2010) o valor encontrado foi de18,50 kg ha-1 em gramíneas.

Após 60 DAS da Brachiriaria decumbens, Silva et al. (2015), obtiveram 29,50

kg ha-1 de K com a dose de DLS de 180 m3 ha-1. Assim, as quantidades de K

extraídas pelas plantas do presente estudo são relativamente baixas, quando

comparado com a quantidade aplicada pelo dejeto de 8.642,20 kg ha-1 desse

nutriente no solo, sendo que nesse compartimento o estoque de K está acima de

240 kg ha-1, considerados altos (CFSMG, 1999).

Neste estudo, o estoque de K nos solos é notadamente expressivo (Figura

14) quando comparados ao teor deste macronutriente na planta, apesar, das

gramíneas requererem esse nutriente em grandes quantidades, até 200 kg de K por

ha segundo a Comissão de Fertilidade do Solo de Minas Gerais (CFSMG, 1999),

deste modo, após sucessivos cortes realizados no capim os teores de K pela planta

tenderam diminuir e possivelmente seu estoque no solo não estava de forma

disponível às plantas.

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4.2.5 Cálcio

O DLS alterou o teor de Ca (3,47 kg ha-1) na parte aérea da forrageira,

observado apenas no 4º corte na dose de 30 m3 ha-1 (Figura 14), assim

considerando a adição desses nutrientes no solo (25.866,60 kg ha-1) pelas doses de

DLS e as quantidades médias extraídas pelo capim (3,04 kg ha-1), há um

aproveitamento de 0,01% do total desses nutrientes contido no DLS.

O teor de Ca para as plantas varia entre 0,80 e 30; kg ha-1, (LARCHER,

2004). Em gramíneas em função das aplicações com DLS os valores para o

nutriente Ca foram de 30,50 kg ha-1 (SEIDEL et al., 2010), portanto Camargo et al.

(2011) em três cortes do capim Tifton observaram em média 7,70 kg ha-1.

O teor de Ca deste estudo está dentro da faixa sugerida por Larcher (2004),

porém abaixo dos valores dos autores supracitados. Os teores de Ca deste estudo

são semelhantes aos teores observados por Silva et al. (2015) de 3,05 kg ha-1,

proporcionada pela dose de 180 m3 ha-1 de DS, isso demonstra que as maiores

diferenças nos teores de nutrientes na planta vão variar de acordo com a dinâmica

do solo, pois foram observados teores semelhantes com doses diferentes, 30 m3 ha-1

deste estudo e 180 m3 ha-1 do estudo dos últimos autores supracitados.

4.2.6 Enxofre

O teor de S na planta foi significativo no 3º corte com destaque para a dose

de 10 m3 ha-1, que proporcionou 24,67 kg de S ha-1 (Figura 14), representando

34,30% de aproveitamento do Stotal do DLS. Para as plantas em geral a faixa

indicada para um adequado crescimento e desenvolvimento é de 0,12 a 18 kg S ha-1

(LARCHER, 2004), podendo variar de acordo com a espécie, sendo que nas

gramíneas esses valores variam entre 0,18 e 0,19% (WERNER et al., 1996).

Nas culturas agrícolas em geral esse valor varia de 10 a 30 kg S ha-1,

contudo, nas gramíneas, valores de 0,80 kg S ha-1 foram proporcionados pela dose

de 180 m3 ha-1 (SILVA et al., 2015) aos 60 dias após as aplicações do DLS e de

acordo com Monteiro e Carriel (1989) foi necessário adicionar no solo de 30 a 40 kg

ha-1 de S para o capim Colonião ter em sua parte aérea de 0,80 a 0,12% deste

nutriente.

O elevado teor de S observado no Tifton 85 proporcionado pela dose de 30

m3 ha-1 de DLS podem ser justificados por vários fatores, dentre eles, o alto teor de

M.O presente no solo deste estudo, >50 g kg-1 (Figura 14), a adição de N por meio

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do DLS em quantidades elevadas (Figura 14) e ao teor de argila do solo >600 g kg-1

(Tabela 2), que facilita a absorção do sulfato extraível do solo em proporção direta

ao seu conteúdo de argila (NELLER, 1959).

4.2.7 Ferro

A massa do capim Tifton 85 não sofreu alteração significativa quando

adicionado DLS no solo. Contudo o teor de Fe foi de 10,45 kg ha-1, considerando

apenas as doses de DLS (Figura 14). A adição de Fe no solo proporcionado apenas

pelas doses de DLS foi de 2,53 kg ha-1, deste modo, percebe-se que o teor de Fe no

capim é maior que as quantidades fornecidas pelo DLS, evidenciando que o teor de

Fe no capim foi proveniente de outras fontes (solo).

No solo antes da instalação do experimento o teor de Fe é maior que 6 kg

ha-1, considerando todo o perfil do solo (Tabela 2). Nas gramíneas o teor de Fe

aumenta de acordo com a espécie e a maturidade da planta (FRANÇA; HAAG,

1986) e Larcher (2004) cita que a faixa adequada para as plantas é de 0,04 a 0,14

kg ha-1.

O Fe é um micronutriente essencial para as plantas, envolvido em vários

processos fundamentais como fotossíntese, respiração, fixação de nitrogênio e

síntese de DNA e de hormônios (SAHRAWAT, 2004), porém, quando em excesso

pode causar redução no crescimento e, consequentemente, na produtividade das

plantas.

O nível crítico de toxicidade de Fe em plantas depende da espécie, da idade

da planta e de seu estado nutricional. Sintomas visíveis de toxicidade e redução do

crescimento foram observados em gramíneas, com teores de Fe nas folhas entre 0,6

- 1,0 kg ha-1 (DOBERMANN; FAIRHURST, 2000).

4.2.8 Manganês

Pela análise de variância as aplicações de DLS não alteraram os valores de

Mn no capim Tifton 85, com teor de Mn de 3,44 kg de ha-1, observado nos

tratamentos compostos com DLS (Figura 14). Na planta a variação de Mn é de 0,006

a 2,00 kg ha-1 (LARCHER, 2004), no entanto nas gramíneas, Coutinho et al. (2014),

encontraram no Tifton 85 teores de Mn na parte aérea próximo a 1,0 kg ha-1 com

adubação mineral.

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Na parte aérea do Tifton 85 a quantidade de Mn é duas vezes menor que as

quantidades de Fe (Figura 14), demonstrando a relação antagônica entre o Fe e o

Mn, isso evidencia que o teor de Mn nas plantas não é apenas uma característica

inerente à planta, mas depende também das quantidades disponíveis que são

controladas pelo solo.

4.2.9 Zinco

Os teores de Zn na parte aérea do capim Tifton 85 não alteraram em função

das aplicações de DLS, com teor deste micronutriente de 3,42 kg ha-1 (Figura 14). A

adição no solo de Zn proporcionada pelas doses de DLS foi de 1,13 kg ha-1, nesse

sentido o teor de Zn observado foi maior ao valor disponibilizado pelo DLS.

Teores de Zn maiores que deste estudo de (>30 kg ha-1 no capim Tifton 85)

foram observados por Camargo et al. (2011) e Silva et al. (2015) ao estudarem o

efeito da aplicação de DS nos teores de minerais na parte aérea de capins Tifton 85

e Brachiaria decumbens, respectivamente. Para Larcher (2004) os teores de Zn nas

plantas podem variar entre 0,002 - 0,8 kg ha-1 e nas plantas forrageiras de 2 a 5 kg

ha-1 (WERNER et al., 1996).

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Doses 2º corte 3º corte 4º corte

(m3 ha

-1) S P S Mn N Ca

0 10,02b 7,89ab 14,72ab 1,51ab 19,50b 2,40ab

30 17,87ab 10,54a* 24,67a* 2,79ab 18,77b 2,14b

60 11,87ab 7,69b 12,87b 4,92a 30,78ab 2,98ab

90 18,25a 6,60b 12,13b 2,65ab 39,54a 3,49a

Mineral 12,52ab 6,12b 9,74b 1,37b 29,61ab 2,92ab

FIGURA 14. Macronutrientes (kg há-1) e micronutrientes (g kg-1) na massa seca da parte aérea do capim Tifton 85 adubado

com DLS. Letras iguais não diferem estatisticamente a 5% pelo teste Tukey. Contraste de médias com a testemunha (mineral) *significativo a 5%

pelo teste de Dunnet.

0

10

20

30

40

50

60

N P K Ca S Fe Zn Mn N P K Ca S Fe Zn Mn N P K Ca S Fe Zn Mn N P K Ca S Fe Zn Mn

1º corte 2º corte 3º corte 4º corte

0

30

60

90

Mineral

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4.3 Correlação dos teores de nutrientes no solo e na planta

O estoque de nutrientes no Latossolo Vermelho Amarelo sob as aplicações

de DLS por quatro aplicações consecutivas no perfil do solo até 0,80 m; foi

correlacionados com os teores de nutrientes na parte aérea do capim Tifton 85. As

correlações foram positivas, observadas entre Fe e Mn; Fe e Zn; Fe e Ca; além de

Ca e Mn, sendo todas as correlações observadas no compartimento solo (Tabela

10).

De acordo com Mukaka (2008) as correlações com ƿ entre 0.7 a 0.9 indica

uma correlação forte, nesta interpretação temos Fe e Mn (0.80); Fe e Ca (0.80) e Fe

e Zn (0.73). Para o ƿ de 0.5 a 0.7 que indica uma correlação moderada, os

nutrientes no solo, Ca e N (0.68); Ca e Zn (0.63). Sendo que, quando analisado solo

e planta respectivamente, entre Fe e K (-0.50), e quando analisado somente na

planta as duas variáveis que se relacionaram foram Ca e Mn (-0.50).

Ainda de acordo com este autor os ƿ de 0.3 a 0.5 indica uma correlação

fraca e de 0 a 0.3 indica uma correlação desprezível. Neste estudo, os nutrientes

que mais se correlacionaram com os demais nutrientes foram o Fe seguido Ca e Zn.

A forte correlação entre Ca e Fe, era esperada, pois esses nutrientes são

dominantes no complexo de trocas no solo, sendo a quantidades desses nutrientes

reguladas pela faixa de pH do solo, presença de Al trocável, manganês em forma

solúvel (quantidades significativas), (RAIJ, 2011).

Quanto ao Zn (correlacionado com o Fe), por sua vez, este é um nutriente

que faz parte da dieta dos suínos, deste modo, a sua quantidade no biofertilizante é

maior que de outros nutrientes (SMANHOTO et al., 2010), nesse contexto, as

aplicações de DLS no perfil do Latossolo Vermelho Amarelo, provavelmente

aumentou a M.O do solo, ao passo que aumentou a CTCpH7 e a retenção de Zn, pois

este é um dos mais fortemente adsorvidos na fase sólida do solo (GOMES FILHO et

al., 2001).

De modo geral, pode-se inferir que o teor de Zn, bastante expressivos nesta

análise pode ser justificado a adição da M.O do DLS, aliada a poder residual da

mesma no solo. E para o teor de Fe no solo, possivelmente pode ser devido à

presença deste micronutriente na constituição mineralógica do Latossolo Vermelho.

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TABELA 10. Estimativas do coeficiente de correlação linear de Pearson entre teores de nutrientes no Latossolo Vermelho Amarelo

e parte aérea do capim Tifton 85.

N(planta) N(solo) P(planta) P(solo) K(planta) K(solo) Mn(planta) Mn(solo) Zn(planta) Zn(solo) Fe(planta) Fe(Solo) Ca(planta) Ca(solo)

(Kg ha-1

) (g kg-1

) (Kg ha-1

)

N(planta) 1

N(solo) -0,41 1

P(planta) 0,20 0,33 1

P(solo) -0,39 0,17 -0,03 1

K(Planta) 0,03 -0,19 0,40 0,12 1

K(Solo) 0,32 -0,27 -0,03 -0,39 -0,22 1

Mn(Planta) -0,28 0,22 -0,32 0,47* -0,16 -0,11 1

Mn(Solo) -0,23 0,64 0,03 0,22 -0,14 -0,20 0,19 1

Zn(Planta) -0,28 0,22 -0,32 0,47* -0,16 -0,11 1 0,19 1

Zn(Solo) 0,09 0,26 -0,20 0,26 -0,35 -0,10 0,11 0,62** 0,11 1

Fe(Planta) 0,43 0,11 0,60* 0,19** 0,39 -0,10 -0,05 -0,14 -0,05 -0,09 1

Fe(Solo) 0,04 0,54 -0,13 -0,11 -0,50* -0,06 0,12 0,80** 0,12 0,73** -0,28 1

Ca(Planta) 0,27 -0,29 0,25 0,20 0,07 0,01 -0,50* -0,03 -0,50 0,23 0,25 -0,11 1

Ca(Solo) -0,09 0,68** 0,09 0,10 -0,11 -0,12 0,31 0,76** 0,31 0,63** -0,06 0,80** -0,28 1

** (P < 0,01), * (P < 0,05) = significativo a 5% de probabilidade pelo teste t.

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5. CONCLUSÃO

5.1 Solo e Planta

O estoque acumulado de nutrientes no perfil do Latossolo Vermelho Amarelo

distrófico é influenciado pelas aplicações de DLS até a profundidade de 0,80 m,

aumentando os teores de K, Ca, Mg, Zn, Mn e M.O no solo.

Os teores de N, P, Ca, S e Mn na massa aérea do capim Tifton 85 são

influenciados pelas aplicações de DLS no solo.

As maiores correlações foram observadas no solo, entre os nutrientes Fe e

Mn; Fe e Zn; Ca e Fe, indicando que a interação entre estes nutrientes propicia uma

dinâmica complexa com pouca influência nos teores de nutrientes nas plantas.

O DLS aumenta o estoque de nutrientes no Latossolo Vermelho Amarelo

distrófico, indicando que tem alto potencial fertilizante e contribuindo

simultaneamente para a melhoria da nutrição do capim Tifton 85.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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