UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE … · o estágio na fazenda experimental da UFMT....
Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE … · o estágio na fazenda experimental da UFMT....
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA
ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONALIZANTE: Negócio Certo Rural (NCR)
CUIABÁ 2016
i
ANNA LUZ NETTO MALHADO
ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONALIZANTE: Negócio Certo Rural (NCR)
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientadora: Profa. Dra. Aline Regina. Piedade
CUIABÁ 2016
ii
iii
Á Deus em primeiro lugar e em especial a minha mãe Mérice Netto, meu pai Edvalde Malhado, minha irmã Monica M. Netto Malhado e aos meus familiares e amigos.
Dedico
iv
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, pela vida.
À Universidade Federal do Mato Grosso, Faculdade de Agronomia Medicina
Veterinária e Zootecnia, e todos os professores que contribuíram para me
proporcionar uma graduação sólida.
Aos professores Joanis Zervoudakis e Marinaldo Ribeiro que disponibilizaram
o estágio na fazenda experimental da UFMT.
Aos colegas que tornaram mais divertidas e alegres as idas para a fazenda
experimental e no Laboratório de Nutrição Animal.
Aos mestrandos que ampararam minhas atividades nos experimentos.
Aos professores e técnicos da Universidade Federal de São João del Rei e a
Fazenda Risoleta Neves, pela oportunidade de estágio fora de minha cidade natal,
auxiliando-me para o amplo conhecimento que adquiri.
Ao SENAR AR/MT, à Gerente de Educação Profissional Rural Tatiane Gisele
Perondi, à Equipe de Projetos Técnicos Daniela Niccioli, Mariana Licursi, Juliana
Madergan, Eduardo Silveira, Áurea Lima, Nadja Paixão e João Vargas. Em especial
ao Coordenador da Equipe de Projetos Wlademiro Neto, pela oportunidade de
estágio, amizade e todo conhecimento compartilhado. Agradeço também aos
colaboradores da instituição pela receptividade durante a realização do estágio.
À Professora Aline Regina Piedade por partilhar seus conhecimentos, ajuda e
contribuição como orientadora.
À banca examinadora deste trabalho na pessoa do Professor Ferdinando
Filetto e Wlademiro Neto.
À minha mãe Mérice Netto, a meu pai Edvalde Malhado e minha irmã Monica
Maria, pela compreensão, por todo carinho, por me ensinarem a sempre ter fé e
nunca desistir e por vibrarem por cada uma de minhas conquistas.
Ao meu avô José Malhado, à minha avó Ozair Malhado e a toda a família pela
torcida.
Ao Matheus Picco e família pela compreensão e incentivo na realização do
meu sonho.
Aos amigos, por não me abandonarem, apesar da minha ausência.
v
“Deus é o que me cinge de força e aperfeiçoa o meu caminho”.
Salmos 18:32
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Imagem aérea da localização do SENAR AR/MT. (Cuiabá, março de 2016).
.................................................................................................................................. 16
Figura 2. Fachada do prédio do SENAR AR/MT. (Cuiabá-MT, março de 2016). ...... 17
Figura 3. Ilustração tripartite do conselho deliberativo do SENAR nacional. ............. 19
Figura 4.Órgãos constituintes do Sistema FAMATO. ................................................ 19
Figura 5. Esquema do Conselho Administrativo do SENAR, sendo: (a) formação
tripartite do conselho sendo um representante da classe de produtores rural, um
representante da classe de trabalhadores rurais e um representante do SENAR
Administração Central; (b) organograma. ................................................................. 20
Figura 6. Organograma do SENAR AR/MT (2015), subdivida em (a) Conselho
Administrativo, (b) Superintendência, (c) Gerencia Administrativa e, (d) Gerencia
Contábil e Financeira. ............................................................................................... 21
Figura 7. Missão, Visão e Valores do SENAR AR/MT. ............................................. 22
Figura 8. Objetivos do Mapa Estratégico do SENAR AR/MT (2015). ........................ 22
Figura 9. Frentes de trabalho do SENAR AR/MT, bem como áreas de atuação da
FPR e PS. ................................................................................................................. 24
Figura 10. Frentes de atuação do SENAR AR/MT FPR Maquinas agrícolas em
Jauru/MT. PS São José dos Quatro Marcos. AT. Imagens Google março de 2016. . 24
Figura 11. Mapa dos escritórios regionais dos sindicatos rurais em Mato Grosso. ... 25
Figura 12. Mapas de cada regional pertencente ao SENAR AR/MT. ........................ 26
Figura 13. Programas Especiais desenvolvidos pelo SENAR AR/MT. ...................... 27
Figura 14. Mídia impressa para divulgação do Programa NCR. ............................... 29
Figura 15. Municípios do Estado de Mato Grosso, onde houve as distribuições das
mídias impressas de divulgação do Programa NCR, em 2015. ................................ 30
Figura 16. Visualização do Evento Pai no Sistema SENAR nas Nuvens .................. 31
Figura 17. Cronograma das demandas dos eventos do NCR. Fonte: Manual do
Mobilizador 2015. ...................................................................................................... 32
Figura 18. Catalogo de Eventos – Material Institucional. .......................................... 33
Figura 19. Atribuições e responsabilidades do Programa NCR. ............................... 35
Figura 20. Tarefa que o instrutor passa para o participante. ..................................... 36
Figura 21. Atribuições do instrutor dentro de sala de aula. ....................................... 38
Figura 22. Atribuições do instrutor durante a consultoria na propriedade. ................ 38
vii
Figura 23. Avaliação do Participante I. Frente e verso. ............................................. 40
Figura 24. Avaliação do Participante II. Frente e verso. ............................................ 40
Figura 25. Certificado do participante do programa NCR. ......................................... 41
Figura 26. Macrofluxo do processo completo de uma turma do Programa NCR. ..... 42
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Características, andar, área (m2) e descrição da sede da SENAR AR/MT.
.................................................................................................................................. 17
Tabela 2. Relação de cargos e colaboradores do SENAR AR/MT em 2015. ............ 18
Tabela 3. Conteúdos e competências adquiridas pelo participante ao finalizar o
treinamento do NCR. ................................................................................................. 36
Tabela 4. CNumero de encontros, etapas, carga horária e conteúdo do Programa
NCR. ......................................................................................................................... 37
Tabela 5. Descritivo do NCR referente ao padrão documental. ................................ 39
Tabela 6. Relatório final com a quantidade de participantes e propriedades
presentes................................................................................................................... 42
ix
LISTA DE ABREVIATURAS
APROSOJA - Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso
APROSOJA BRASIL - Associação dos Produtores de Soja do Brasil
AR - Administração Regional
ATER - Assistência Técnica e Extensão Rural
CINTERFOR - Centro Interamericano de Investigação e Documentação sobre
Formação Profissional
CEBRAE - Centro Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa.
CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
CPA - Cadeia de Produção Agroindustrial
CSA - Commodity System Approach
EAPED – Equipe de Apoio Pedagógico
ECR - Resposta Eficiente ao Consumidor
EGEX - Equipe de Gestão e Execução
EPROTEC – Equipe de Projetos Técnicos
EUA - Estados Unidos da América
FAMATO - Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso
FPR – Formação Profissional Rural
GECOM - Gerência de Comunicação, Marketing e Eventos
IMA - Instituto Mato-grossense de Algodão
IMEA - Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola
MT – Mato Grosso
MTE - Ministério do Trabalho e Emprego
NCR - Negócio Certo Rural
OIT - Organização Internacional do trabalho
PAT – Plano Anual de Trabalho
PIB - Produto Interno Bruto
PNATER - Plano Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a
Agricultura Familiar e Reforma Agrária
PRONATER - Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na
Agricultura Familiar e na Reforma Agrária
PS – Promoção Social
SAI - Sistema Agroindustrial
x
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas
SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem do Comercio
SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso
xi
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................... xii
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
2. OBJETIVO ............................................................................................................. 3
3. REVISÃO ............................................................................................................... 4
3.8 METODOLOGIA .................................................................................................. 13
4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO ................................................................................. 16
4.1 Local do Estágio .................................................................................................. 16
4.2 História da Instituição .......................................................................................... 18
4.2.1 Marco Legal .................................................................................................................. 18 4.2.2 Planejamento Estratégico ........................................................................................... 21 4.2.3 Gestão Atual (Triênio 2011-2016) ............................................................................. 22
4.3 Atuação do SENAR AR/MT ................................................................................. 23
4.4 Equipe de Projetos Técnicos (EPROTEC) .......................................................... 27
5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO .............................................. 29
5.1 Divulgação do Programa ..................................................................................... 29
5.2 Atuação dos Sindicatos Rurais ............................................................................ 30
5.2.1 Mobilização ................................................................................................................... 30
5.2.2 Agentes de mobilização .............................................................................................. 32
5.2.3 Levantamento de interesse no NCR ......................................................................... 33
5.2.4 Demanda de evento .................................................................................................... 33
5.3 Programação dos eventos ................................................................................... 34
5.3.1 Formação das Turmas e Clientela (pré-requisitos) ................................................ 34
5.4 Habilitação e credenciamento de Novos Instrutores ........................................... 34
5.5 Atribuições e Responsabilidades do Instrutor ..................................................... 34
5.6 Metodologia do Programa NCR .......................................................................... 35
5.6.1 Competências e Conteúdos ....................................................................................... 36
5.7 Carga Horária ...................................................................................................... 37
5.8 Consultorias ........................................................................................................ 37
5.9 Padrão Documental ............................................................................................. 38
5.10 Avaliação do Programa ..................................................................................... 39
5.11 Certificação ....................................................................................................... 41
5.12 Prestação de conta ........................................................................................... 41
5.13 Macro fluxo do Programa NCR ......................................................................... 42
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 43
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 44
xii
RESUMO
Este trabalho trata-se do relatório de estágio supervisionado do curso de graduação em Zootecnia e teve por objetivo relatar o acompanhamento das ações e metas atingidas no programa de capacitação profissional denominado Negócio Certo Rural (NCR), oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, da Administração Regional (SENAR AR/MT), no ano de 2015 para 14 municípios do Estado de Mato Grosso. O NCR é um curso de capacitação, de curta duração, em planejamento e administração de negócios para produtores rurais. A descrição deste relatório se deu a partir da observação, da análise documental e discussão sobre a gestão do agronegócio, dos procedimentos práticos de aplicação das metodologias de análise da cadeia da produção rural e a atuação do SENAR AR/MT através do programa NCR junto ao produtor e trabalhador rural, visando sua formação profissional e promoção social. Importante salientar que o SENAR AR/MT completou 23 anos de atuação em 2015 e no decorrer deste período, cerca de 700 mil pessoas passaram por cursos, treinamentos e programas ofertados. O NCR foi o programa de capacitação mais solicitado. O SENAR vem atualizando seu quadro de técnicos credenciados visando ampliar o atendimento ao produtor, trabalhador rural e suas famílias. Disponibiliza ainda a capacitação continua para que seus colaboradores melhorem o nível de atendimento e atuação junto à comunidade rural. Mantem uma equipe na sede em Cuiabá-MT cuja responsabilidade é de supervisionar, acompanhar e apoiar as regionais na execução das atividades dos programas de formação profissional rural. Uma equipe fixada na sede elabora os materiais pedagógicos de cada treinamento e programa. Esse material é disponibilizado para uso dos instrutores no sistema “SENAR Nas Nuvens”. Em 2015 o programa NCR em Mato Grosso teve 475 inscrições, aprovados 361 participantes e evadidos 114 participantes. Foi possível evidenciar o alcanse social da profissão de Zootecnia, Impacto causado nos colaboradores pelas mudanças na vida dos participantes que o Programa NCR gera nos participantes e ver o fruto do seu trabalho na mudança de vida tanto econômica quanto social dos participantes, possibilitando a eles um futuro melhor. Palavras-chaves: SENAR, Agronegócio, Extensão Rural.
1
1. INTRODUÇÃO
“O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) abre oportunidades
para homens e mulheres que desejam ampliar seus conhecimentos para impulsionar
a produtividade, com preservação ambiental, melhorar a renda e a qualidade de vida
no campo”, sendo essa a forma como a instituição se apresenta em seu site “Quem
somos”.
O Brasil esta entre os maiores produtores de alimento do mundo. A
participação do SENAR dentro desse cenário se estabelece em capacitar os
produtores e trabalhadores do campo, com cursos de formação profissional (FPR) e
promoção social (PS). Essas ações visam à melhoria da qualidade de vida,
integração social e fixação do homem no campo.
A agropecuária brasileira alcançou grau elevado de complexidade em suas
tecnologias. Mediante a isso o SENAR atua como ponte levando o resultado das
pesquisas experimentais em laboratório até o produtor rural interferindo então na
melhoria do produto que chega ao mercado, feira ou porto e aumentando a
rentabilidade do produtor rural. Como parte da ampliação de suas atividades
educativas leva ao produtor rural o acesso à assistência técnica.
Para tal o SENAR busca parcerias com prefeituras, sindicatos rurais e
empresas do ramo.
O SENAR intitula-se como “a escola que tira a tecnologia das prateleiras e
leva ao campo, onde há necessidade, e aplica as pesquisas, onde há demanda”.
O presente relatório teve como objetivo registrar o acompanhamento do
programa Negócio Certo Rural (NCR) realizado pelo SENAR durante o período de
estágio.
Relata sobre o agronegócio e seus segmentos, conceitos de gestão do
agronegócio, metodologias de analise das cadeias de produção, extensão rural no
mundo e legislação sobre a politica agrícola no Brasil, assistência técnica e
comunicação rural. Descreve sobre as instituições do sistema “S”, SEBRAE e
2
SENAR. Menciona as frentes de trabalho do SENAR sendo essas a FPR e PS
iniciando em 2015 com Assistência Técnica Gerencial.
Em seguida passa a registrar sobre o relatório de estágio propriamente dito
contendo local do estágio, história da instituição e atuação do SENAR AR/MT,
atividades desenvolvidas e considerações finais.
3
2. OBJETIVO
O objetivo desse trabalho foi relatar o acompanhamento das ações e metas
atingidas do programa de capacitação profissional Negócio Certo Rural (NCR).
4
3. REVISÃO
3.1. O AGRONEGÓCIO
O agronegócio transpõe as fronteiras da propriedade rural, agrícola e
pecuária e envolve todos os segmentos que fazem parte direta ou indiretamente do
processo de abastecimento de alimentos. Ele se constitui no entendimento atual de
que a agricultura se dá por meio de uma visão sistêmica mediante a integração entre
a produção, a distribuição e o consumo, incluídos a logística, as instituições
financeiras e de seguros, as bolsas de mercadorias, o marketing e outras atividades
que se juntam à medida que o agronegócio de expande. Ainda, para o site Gestão
no Campo, entender o seu conceito implica em considerar sua importância
econômica e os elementos que o compõe. (GESTÃO DO CAMPO, 2015)
A agricultura na concepção da atualidade se refere às atividades que
acontecem dentro da porteira e enquanto “agribusiness trata-se dos negócios que
envolvem desde o antes até o depois da porteira”. (SPANHOL, 2012).
Os termos agrobusiness ou agribusiness, foram formalizados por Davis e
Goldberg (1957), e se constituem em uma atividade que
“Está relacionada à soma total das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas; das operações de produção na fazenda; do armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles”. Spanhol (1957).
3.2. GESTÃO DO AGRONEGÓCIO
Para dirigir seu negócio o agricultor e o pecuarista, nos dias atuais, precisam
girar o olhar para o mundo onde se deparam com a necessidade de habilidades
gerenciais específicas para conduzirem suas atividades no campo.
São várias as definições e os conceitos encontrados para o termo gestão.
Existe certo consenso de que seria um conjunto de tarefas que busca garantir a
execução eficaz para conseguir alcançar os objetivos propostos.
5
Em termos gerais subentende-se gestão como organizar, dispor, dirigir e
ordenar as ações para alcançar um determinado objetivo. Uma tarefa que segundo o
site http://queconceito.com.br/gestao “requer esforço, alguns recursos, consciência e
boa vontade para que se possa terminar a tarefa”.
Uma boa gestão deve estar baseada nos conhecimentos da ciência
econômica, no conhecimento sobre as leis, a matemática e as ciências humanas. E
o acesso a todas as informações sobre a área da empresa que deve gerir para
poder planejar as estratégias que levem a empresa os resultados esperados.
Barbosa e Costa (2012) citam em seu artigo que “gestão é o ato ou efeito de
gerir, ou seja, exercer gerência sobre alguma coisa, administrar, dirigir, cuidar,
executar e/oi praticar”. Acepção que consta no dicionário da língua portuguesa
Houaiss & Villar (2001).
Segundo Barbosa e Costa (2012) “a gestão é um processo que se relaciona
com o ciclo de aprendizagem [...] onde existem planejamento, acompanhamento,
controle, avaliação e reprogramação”.
A gestão do agronegócio possibilita ao produtor rural lidar com os aspectos
administrativos, financeiros, econômicos e sociais agrícolas envolvidos na produção
e/ou pecuária e se estende às negociações com o mercado internacional. O que lhe
acarreta a necessidade de se habilitar para lidar com essa vasta problemática.
Ao observar a evolução da produção de alimentos, identificam-se para a
análise dos problemas decorrentes da cadeia dessa produção agroindustrial duas
metodologias: a Commodity System Approach (CSA). Davis e Goldberg, em 1957,
na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, formalizaram o conceito de
agribusiness ou agrobusiness. Época em que houve a primeira utilização da noção
de CSA; e na Escola industrial francesa na década de 1960 teve origem a Analyse
de filière, sendo essa metodologia traduzida como cadeia de produção.
(SCHNEIDER2 et al., 2012).
Essas metodologias apresentam visão sistêmica (holística) e mesoanalítica, e
consideram que a análise do sistema agroindustrial deve ser de forma encadeada e
articulada com as diversas áreas econômicas e tecnológicas envolvidas no processo
agroindustrial. (MENEGHIN, 2012).
Em termos da Cadeia de Produção Agroindustrial (CPA), o caráter
mesoanalítico da visão sistêmica, que teve origem na escola francesa de economia
industrial completa o espaço entre a microeconomia e a macroeconomia além, de
6
atender as demandas de concorrência e estratégias empresariais. Enquanto, o
caráter sistêmico da Universidade de Harvard é considerado um sistema aberto e
dinâmico e assim contempla a interação entre os elementos ou subelementos e
caracteriza-se pela sua localização em determinado meio ambiente, pela função que
exerce, pela sua estrutura e mudança temporal e por ter objetivos bem definidos.
A visão sistêmica chega ao Brasil na década de 80, como nova forma de
analisar o agronegócio, uma realidade nos EUA desde 1957.
Essas metodologias, a mesoanalítica e a sistêmica deram origem a
ferramentas de gestão para assegurar a funcionalidade e a eficiência de todo elo
que compõe a cadeia agroindustrial, são elas: Gestão da Cadeia de Suprimentos,
Redes de Empresas e Resposta Eficiente ao Consumidor (ECR).
O método CSA se assemelha ao método Filiéres pelo fato de que em ambos
a agricultura se encontra como parte de um sistema que vai desde a produção de
insumos até a distribuição do produto final.
3.3. EXTENSÃO RURAL
Os produtores rurais brasileiros têm conquistado lugar de destaque no cenário
mundial de produção de alimentos, e esse é o resultado de muitos anos de trabalho
árduo e avanços em pesquisas e tecnologia. “Essa competência precisa ser
transferida à gestão das propriedades rurais (...) só a gestão eficiente da
propriedade permitirá bons negócio e renda para o produtor e sua família” (Manual
do Instrutor do NCR CNA/SENAR/SEBRAE, 2012).
Nesse sentido, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) o
SENAR e o SEBRAE se uniram para levar aos proprietários rurais e suas famílias a
capacitação para melhoria e adequada gestão de suas propriedades visando o
aproveitamento dos recursos já existentes na propriedade e inclusão de novas
atividades, o que de forma clara vem especificado no Manual do Instrutor do NCR.
A Extensão Rural, no mundo, tem registro histórico desde o ano de 1949.
Esse conceito evoluiu e pode ser visto: como processo, no sentido educativo; como
instituição, enquanto entidade ou organização pública prestadora de serviços nos
estados e como politica referindo-se às políticas de extensão rural, traçadas pelos
governos. (PEIXOTO, 2008a).
7
A Constituição Federal Brasileira de 1988, no seu art. 187, IV, assegura que
a: política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação
efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem
como dos setores de comercialização, de armazenamento e de transportes, levando
em conta, especialmente “(...) a assistência técnica e extensão rural”. (PEIXOTO,
2008b)
O modelo brasileiro, público e gratuito, dá prioridade para os agricultores
familiares e é executado pelas instituições de Assistência Técnica e Extensão Rural
(ATER), nos estados e entidades, por ela credenciadas. (PEIXOTO, 2008c).
A Lei 12.188/2010 instituiu o Plano Nacional de Assistência Técnica e
Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária (PNATER) e o
Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar
e na Reforma Agrária (PRONATER) (BRASIL, 2010). E, em seu artigo 1º, destaca
que: “Na destinação dos recursos financeiros da Pnater, será priorizado o apoio às
entidades e aos órgãos públicos e oficiais de Assistência Técnica e Extensão Rural -
ATER”. (BRASIL, 2010).
Em seu artigo 2º, a lei anteriormente citada, atribui a ATER o entendimento
de:
I – (...) serviço de educação não formal, de caráter continuado, no meio rural,
que promove processos de gestão, produção, beneficiamento e comercialização das
atividades e dos serviços agropecuários e não agropecuários, inclusive das
atividades agroextrativistas, florestais e artesanais.
Cabe mencionar que a interconexão do sentido legal (político) com o sentido
institucional (organização) e com o sentido de processo (educacional) nos estudos,
aqui desenvolvidos, se justifica pelo modelo público gratuito da extensão rural no
Brasil, acrescido do fato de que a legislação faz referências às instituições estatais
que prestam serviço a ATER. Entre as quais se identificam o SEBRAE e o SENAR.
(BRASIL, 2010).
3.4. SISTEMA “S”
8
Com a Constituição de 1988, o Centro Brasileiro de Apoio à Pequena e Média
Empresa (CEBRAE), desligou-se do setor público, transformando-se em um sistema
de serviço social autônomo. Com a garantia de recursos financeiros através de
impostos específicos passou dessa forma a integrar o Sistema “S”, em conjunto
com: SENAI, SESI, SENAC, SESC, SENAR, SEST e a passou a ser denominado de
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, uma
Entidade Nacional, tendo uma unidade em cada estado da federação. (BRASIL,
2010)
O SEBRAE consolidou-se como uma entidade composta por representantes
da iniciativa privada e do setor público. Essa parceria visa sintonizar as ações que
buscam estimular e promover as empresas de pequeno porte com as políticas
nacionais de desenvolvimento econômico e social do país.
No estado de Mato Grosso, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas do Estado de Mato Grosso (SEBRAE/MT), foi o primeiro organismo da
nova prática de gestão em que serviços sob o controle do Estado, passaram pela
privatização.
3.5. SENAR CENTRAL
O SENAR conta com 27 Administrações Regionais em cada Estado e no
Distrito Federal, cada uma delas promove “cursos e capacitações para desenvolver
competências profissionais e sociais em aproximadamente 300 profissões do meio
rural”.
A Administração Central (AC) tem um portfolio de programas especiais, assim
em 2011 o SENAR expandiu a oferta de cursos para jovens e adultos do setor rural
e se integrou ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(PRONATEC).
Em 2013, disponibilizou cursos técnicos, presenciais e a distância aderindo
desse modo a Rede e-Tec Brasil. Posteriormente, em 2014 passou a oferecer
também o curso técnico de nível médio à distância.
Instituições como o SENAR-MT, Sindicatos Rurais e o Instituto Mato-
grossense de Economia Agrícola (IMEA) compõem o Sistema da Federação da
Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (FAMATO) que atua na
agropecuária de forma globalizada já que cada uma dessas entidades tem foco
9
específico, mas que são complementares. No estado de Mato Grosso a FAMATO é
a entidade que congrega os elos do sistema sindical rural do Estado
(FAMATO/SENAR).
3.5. SENAR AR/ MT
O SENAR “mantém em seu Portfólio 234 treinamentos voltados para
Formação Profissional Rural (FPR) ou Promoção Social (PS)”.
Em concordância com o modelo público gratuito da extensão rural no Brasil
os treinamentos são gratuitos “e atendem as demandas das 15 principais cadeias
produtivas de Mato Grosso”.
São elas: Sojicultura e Milhocultura (soja e milho), Cotonicultura (algodão),
Bovinocultura de Corte (carne bovina), Bovinocultura de Leite (leite e derivados),
Sucroalcooleira (açúcar e derivados da cana), Apicultura (produção de mel),
Avicultura (aves), Ovino caprinocultura (ovelhas e cabras), Equideocultura (cavalos,
muares e burros), Fruticultura (frutas), Olericultura e Mandiocultura (hortaliças e
mandioca), Piscicultura (peixes), Sistemas Florestais (madeira, seringa e manejo),
Cafeicultura e Suinocultura (suínos). (SENAR, 2014).
Visando a gestão da propriedade, o SENAR-MT realiza outros 13 Programas
Especiais, entre eles: segurança do trabalho, empreendedorismo, atendimento às
pessoas com necessidades especiais, cidadania e inclusão digital (SEAR, 2015).
Para isso conta com aproximadamente 300 instrutores credenciados, que
prestam serviços educacionais nas diversas áreas do conhecimento. Os grandes
parceiros para a realização dos treinamentos são os 89 Sindicatos Rurais, as
prefeituras, associações de produtores, universidades, órgãos estaduais e federais.
(SENAR, 2015)
O SENAR AR/MT completou 23 anos de atuação em 2016 e com sua história
veio confirmando uma crescente demanda por cursos de profissionalização rural a
qual tem atendido gratuitamente a todos os produtores, trabalhadores rurais e seus
familiares.
3.6. NEGÓCIO CERTO RURAL (NCR)
10
O Negócio Certo Rural (NCR) é um desses programas de capacitação, de
curta duração, em planejamento e administração de pequenos negócios para
produtores rurais.
Este programa apresenta conteúdos básicos estruturados em seis etapas que
auxilia os participantes na melhoria de negócios já existentes ou na implantação de
novos negócios na propriedade. Para isso, orientar a fazer um diagnóstico da
propriedade, a selecionar ideias de negócios, analisar a viabilidade, na organização
e administração do negócio e no relacionamento do negócio com o mercado.
O NCR é um curso de capacitação, de curta duração, em planejamento e
administração de negócios para produtores rurais.
Este curso apresenta conteúdos básicos estruturados em cinco encontros,
que auxiliam os produtores rurais na melhoria de negócios já existentes ou no
desenvolvimento de novos negócios na propriedade.
São ministrados conteúdos sobre como realizar o diagnóstico da propriedade
rural, selecionar ideias de negócios, descrever a ideia de negócio selecionada,
analisar a viabilidade e posteriormente organizar e administrar o negócio.
O Negócio Certo Rural tem o propósito de criar as condições necessárias
para que os participantes desenvolvam as seguintes competências: Cognitiva -
Conhecer os conceitos e ferramentas para elaboração de um plano de negócio,
tendo como foco principal a gestão rural e o empreendedorismo, promovendo a
melhoria da propriedade rural; Atitudinal - Desenvolver atitudes que contribuam para
uma mudança de postura frente ao planejamento e à gestão da propriedade rural;
Operacional - Elaborar um plano de negócio, de acordo com a realidade da
propriedade rural, que possa auxiliar o produtor rural na tomada de decisão. Tendo
como Público-Alvo o produtor rural com, no mínimo, o 5° ano do Ensino
Fundamental.
Nesse ponto do relatório faz-se a opção de tratar da comunicação e seus
aspectos na zona rural em relação ao processo de desenvolvimento e modernização
e da inserção da tecnologia no campo.
3.7. COMUNICAÇÃO RURAL
A comunicação é entendida como “um processo no qual todos os elementos
atuam de forma dinâmica”. (MAGALHÃES apud BELTRAN 1981, p.17). Além de ser
11
um fato de relações sociais e um fenômeno de intercâmbio múltiplo no que
concordam os autores.
No exame que Magalhães (2009a) faz sobre o papel da comunicação ele se
refere à necessidade de se esclarecer o entendimento que se atribui ao termo
desenvolvimento. E chama a atenção para Oliveira (2002, p.40) quando “considera
que desenvolvimento deve ser encarado como um processo complexo de mudanças
e transformações de ordem econômica, política e, principalmente, humana e social”.
Dessa forma pode-se concluir que o foco é a satisfação das necessidades do
ser humano, dentre elas: saúde, educação, habitação, transporte, alimentação e
lazer, assim como incrementos na produção e na renda. Esses são indicadores da
melhoria social e ambiental do indivíduo, do grupo social, da região, do país e do
mundo como um todo.
A comunicação para Paulo Freire, citado por Magalhães (2009b) conclui que
“não há sujeito passivo”. A comunicação está “em sua coparticipação no ato de
compreender a significação do significado (MAGALÃES apud FREIRE, 1970, p. 70)”.
“A comunicação se estabelece através de trocas de ideias, do diálogo, da
construção comum, que só é possível quando dois polos da estrutura relacional
funcionam a lei de bivalência [...]“ Magalhães (2009c).
Amplia-se a questão sobre a interação entre as partes na medida em que
Habermas
“Postula que a ação comunicativa é o elemento conciliador do
diálogo, que é regido por normas que definem as expectativas recíprocas de comportamento e que precisam ser compreendidas e reconhecidas pelos dois polos da comunicação. ” (MAGALHÃES apud HABERMAS 1989).
Os teóricos que se ocupam em estudar a comunicação em geral abordam o
caráter unidirecional e bidirecional da comunicação. Tecem considerações sobre os
modelos de comunicação aplicados além de identificarem seus resultados.
Com o objetivo de ampliar a compreensão da comunicação na zona rural se
buscou a análise do modelo difusionista e de comunicação como instrumentos para
a difusão de inovações técnicas e tecnológicas bem como suas consequências e
resultados sociais, econômicos e estruturais visando os países em desenvolvimento,
como o Brasil.
“A difusão de inovações é o processo pelo qual as inovações são comunicadas aos membros de um sistema social” com o objetivo de “aumentar a eficiência da adoção de inovações que se baseiam em
12
“novas idéias”, de maior produtividade”. (MARÇOLLA-MOREIRA apud ROGERS e SHOEMAKER, 1971a).
É interessante perceber que esse modelo difusionista estabelece “forte ênfase
na questão comunicacional” no que se refere “às informações necessárias para
avaliar e aplicar inovações, quanto às mensagens motivadoras e persuasivas que
promovem uma atitude inovadora geral”. (MAGALHÃES apud MARÇOLLA-
MOREIRA apud BORDENAVE, 1983a).
A adoção de novas ideias aponta para resultados sempre positivos. E “a
intensidade dos esforços promovidos para difundir uma inovação em um sistema
social, é proporcional a maior ou menor expectativa percebida pelo adotante”
(MAGALHÃES apud MARÇOLLA-MOREIRA apud ROGERS e SHOEMAKER,
1971b)
Identifica-se aqui a importância que o emissor deve atribuir ao adequar à
cultura e ao conhecimento do receptor a mensagem (inovação) para que essa seja
compreendida com sucesso. Unindo o discurso a prática.
O modelo de comunicação tem como base: fonte-codificador, mensagem,
canal, decodificador-receptor. (MAGALHÃES apud BERLO, 2009).
A fonte transmite a mensagem através do canal mais adequado. Mantendo
mesmo assim a “unidirecionalidade” e para superá-la Berlo (1960b) “preocupou-se”
em esclarecer o que se passaria além dessa relação simples, incluído um novo
ingrediente que denominou de retroalimentação ou feedback. (MAGALHÃES apud
MARÇOLLA-MOREIRA apud FRIEDRICH, 1988).
O autor considera que a maior preocupação recai na elaboração das
mensagens e na transmissão mais eficiente por parte do transmissor. Esse é o
contexto em que deve ser avaliada a relação entre um técnico agrícola, um
agrônomo, um extensionista e os produtores (MAGALHÃES apud MARÇOLLA-
MOREIRA, 2001).
Extensionistas e demais técnicos que atuam em programas para o meio rural,
ao contrário do passado em que aplicavam métodos de informação precisam, nos
dias atuais, aplicar procedimentos de comunicação que estabeleçam uma relação de
troca. O técnico procuraria identificar “as reais necessidades dos produtores,
analisar seu contexto social, cultural, econômico, aproximando dos verossímeis
problemas dos produtores, visando um desenvolvimento rural que não massacre,
13
domestique e robotize os mesmos”. (MARÇOLLA-MOREIRA apud FRIEDRICK,
1988c).
Pensar a comunicação, a difusão e a extensão rural exige considerar a
questão da comunicação como um:
“Problema pedagógico, de ensino-aprendizagem, não bastando ser comunicada uma tecnologia usando palavras e imagens, mas necessitando ensinar, podendo os produtores como receptores deste processo, dominá-lo como operação prática. Desta forma, em um âmbito geral a comunicação rural deveria conscientizar a população para participar ativamente nos processos de mudança social e de construção de uma sociedade democrática e participativa” (MARÇOLLA-MOREIRA apud BORDENAVE, 1983b).
Visando contribuir com a ideia acima vale citar a importância do conhecimento
nesse processo ensino-aprendizagem
“[...] conhecer não é um ato através do qual um sujeito transformado em objeto, recebe dócil e passivamente os conteúdos que outro lhe dá ou lhe impõe. O conhecimento pelo contrário, exige uma presença curiosa do sujeito em face do mundo. Requer sua ação transformadora sobre a realidade. Demanda uma busca constante. Implica invenção e reinvenção” (MARÇOLLA-MOREIRA apud Freire (1977).
3.8 METODOLOGIA
Quanto à metodologia utilizada, o relatório foi construído, a partir da técnica
de observação participante e análise dos dados coletados ao longo do período de
estágio.
A observação participante é uma técnica de investigação social em que o observador partilha, na medida em que as circunstâncias o permitam, as atividades, as ocasiões, os interesses e os afetos de um grupo de pessoas ou de uma comunidade (ANGUERA, 1985a).
A observação participante permite “[...] a captação das significações e das
experiências subjetivas dos próprios intervenientes no processo de interação social”
(ANGUERA, 1985b).
Na utilização dessa técnica os objetivos vão além de uma descrição dos
detalhes dos componentes em uma circunstância “permitindo a identificação do
sentido, a orientação e a dinâmica de cada momento” (CORREIA apud SPRADLEY,
1980).
14
Como resultante da intersubjetividade presente “[...] em cada momento, a
observação em situação permite e facilita a apreensão do real, uma vez que estejam
reunidos aspectos essenciais em campo” (CORREIA apud SPRADLEY, 1980).
Em seu texto: “A observação Participante Enquanto Técnica de Investigação”
Correia (2009a) explica que essa técnica possibilita “[...] compreender as pessoas e
as suas atividades no contexto da ação, [...] que lhe permite uma análise indutiva e
compreensiva”.
O seu emprego com o caráter científico implica “[...] que estejam reunidos
critérios, tais como o responder a objectivos prévios, ser planejada de modo
sistemático, sujeita a validação e verificação, precisão e controle” (CORREIA,
2009b).
Bogdan e Taylor (1975)
Definiram observação participante como uma investigação caracterizada por interações sociais intensas, entre investigador e sujeitos, no meio destes, sendo um procedimento durante o qual os dados são recolhidos de forma sistematizada (CORREIA apud BOGDAN e TAYLOR, 1975).
É adequado lembrar que “[...] a Observação constitui uma técnica de
investigação que usualmente se complementa [...] com outras técnicas como análise
documental [...]” (CORREIA, 2009c).
“Vale observar a análise documental pode ser usada “para complementar a
informação obtida por outro método” e como método de pesquisa central ou mesmo
exclusivo” (BARRETO apud BELL, 1997 p.90).
Considerado o processo de interação social que envolve as ações do
Programa NCR a abordagem interpretativa como metodologia confere sua
contribuição por ponderar a sociedade como “o resultado de numerosas
oportunidades de interação, desenvolvidas por atores que interpretam e atribuem
significados ao contexto adequados.” (ALENCAR, 2007 p.31).
Alencar menciona em seu relato sobre a Pesquisa em Turismo que leva o
título de “Ecoturismo: Interpretação e Planejamento de Atividades em Áreas
Naturais” que
“O ser humano está, assim, envolvido em interpretações do que ocorre à sua volta e escolhe um curso de ação que lhe parece apropriado à luz dessa interpretação. Tal interpretação “do que está acontecendo aqui” somente pode ser considerada “correta” ou “verdadeira” para uma
15
pessoa particular que realiza a interpretação. O que é “realidade acontecendo” depende do indivíduo, a realidade está nos olhos do titular da ação” (ALENCAR apud JONES, 1993, p. 18).
Para Alencar (2007, p. 31) as sociedades são constituídas de indivíduos
em incontáveis interações significativas e o resultado é a ordem social.
O comportamento humano pode ser interpretado como uma ação que possui as seguintes características: a) é orientada para a obtenção de fins, metas ou objetivos; b) tem lugar em uma situação (ambiente ou contexto); c) é normativamente regulada e e) implica em gasto de energia (esforço) e motivação. (ALENCAR 2007, p.35).
Um pesquisador que analisa as ações com base na abordagem interpretativa
procura assumir o ponto de vista de quem desenvolve a ação e dessa forma lança
mão do método interpretativo.
Nesse sentido as ações do Programa NCR se desenvolvem no sentido de
orientar os participantes para a obtenção de metas e a abordagem interpretativa
auxilia a análise de sua consecução.
16
4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO
4.1 Local do Estágio
O estágio profissionalizante remunerado foi realizado no período de 13 de
abril de 2015 a 12 de abril de 2016 no SENAR AR/MT, com sede administrativa
localizada no Centro Político Administrativo (CPA), em Cuiabá – MT. A localização
do SENAR segue em imagem aérea conforme Figura 1.
Figura 1. Imagem aérea da localização do SENAR AR/MT. (Cuiabá, março de 2016).
Fonte: Google Maps.
O prédio do SENAR AR/MT foi inaugurado em 2008 e possui arquitetura
moderna, sendo formado por quatro pavimentos possuindo uma área total de
3.474,93 m². Sua fachada é destacada conforme Figura 2.
Sua sede foi homenageada com o nome do Senador Jonas Pinheiro e o
auditório do prédio recebeu o nome do ex-presidente da Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antonio Ernesto de Salvo, pela atuação das
duas personalidades na defesa dos interesses do setor agropecuário em todo o país
(BONFIM, 2008).
17
Figura 2. Fachada do prédio do SENAR AR/MT. (Cuiabá-MT, março de 2016).
As características de cada pavimento, bem como o andar, a área e descrição
detalhada encontram-se na Tabela 1.
Tabela 1. Características, andar, área (m2) e descrição da sede da SENAR AR/MT.
Pavimento Andar Área (m2) Descrição
1 Subsolo 803,61 01 almoxarifado, 01 arquivo, 01 depósito, 05 salas de trabalho, 05 sanitários e 01 depósito de material de limpeza.
2 Térreo 1.192,66 03 salas de reuniões, 02 copas, 01 depósito, 05 salas de trabalho, 01 recepção, 01 hall, 01 auditório, 05 sanitários e 01 depósito de material de limpeza.
3 Piso 01 739,28 08 sanitários, 01 depósito de material de limpeza, 01 copa e 06 salas de trabalho.
4 Piso 02 739,28 06 sanitários, 02 copas, 01 depósito de material de limpeza, 01 data center e 05 salas de trabalho
Fonte: Autora
A Instituição conta atualmente com o trabalho de 159 colaboradores
distribuídos em distintas unidades organizacionais, sendo elas a superintendência,
assessoria jurídica, assessoria de planejamento, assessoria de relações
institucionais, assessoria de imprensa, assessoria de licitações e contratos,
assessoria especial, gerência administrativa, gerência de educação formal e
assistência técnica, gerência de educação profissional rural, gerência contábil e
financeira e por fim gerência de comunicação, marketing e eventos, conforme Tabela
2.
18
Tabela 2. Relação de cargos e colaboradores do SENAR AR/MT em 2015.
Unidades Organizacionais N° de Colaboradores
Superintendência 3
Assessoria Jurídica 4
Assessoria de Planejamento 2
Assessoria de Relações Institucionais 1
Assessoria de Imprensa 1
Assessoria de Licitações e Contratos 9
Assessoria Especial 1
Gerência Administrativa 30
Gerência de Educação Formal e Assistência Técnica 10
Gerência de Educação Profissional Rural 50
Gerência Contábil e Financeira 13
Gerência de Comunicação, Marketing e Eventos 10
Total de colaboradores 134
Colaboradores terceirizados 11
Total Colaboradores + temporários 136
Total Colaboradores + temporários + estagiários 148
Total geral 159
Fonte: Autora
4.2 História da Instituição
4.2.1 Marco Legal
Trata-se da uma instituição de direito privado, paraestatal, sem fins lucrativos
e mantida pela classe patronal rural.
O SENAR atua nos 27 estados brasileiros e foi criado pela Lei nº 8.315, de 23
de dezembro de 1991, de acordo com o artigo nº 62 do Ato das Disposições
Transitórias (BRASIL, 1991) que previam sua criação nos moldes do Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Serviço Nacional de
Aprendizagem do Comercial (SENAC), e foi regulamentada pelo Decreto n° 566, de
10 de junho de 1992 (BRASIL, 1992).
O SENAR, nacionalmente, é vinculado à Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil (CNA) sendo dirigido por um Conselho Deliberativo tripartite e
paritário com representantes do governo, da classe patronal rural e da classe
trabalhadora, com igual número de conselheiros, conforme Figura 3.
Com base no inciso X do artigo n° 15 do Regimento Interno (BRASIL, 1994), o
SENAR Administração Central, cria o SENAR Administração Regional do Estado de
19
Mato Grosso (SENAR-AR/MT) pela Portaria nº 009/94, de 04 de abril de 1994,
emitida pelo presidente do Conselho Deliberativo.
Figura 3. Ilustração tripartite do conselho deliberativo do SENAR nacional.
O SENAR tem suas ações fundamentadas em diretrizes e princípios
instituídos pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), pelo Centro
Interamericano de Investigação e Documentação sobre a Formação Profissional
(CINTERFOR), pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e nas diretrizes da
CNA.
O SENAR-AR/MT é vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária de Mato
Grosso (FAMATO), conhecido cujo é composto por: SENAR AR/MT, Instituto Mato-
grossense de Economia Agrícola (IMEA) e Sindicatos Rurais (Figura 4).
Figura 4.Órgãos constituintes do Sistema FAMATO.
A instituição SENAR é dirigida por um Conselho Administrativo, composto por
representantes da classe formada por produtores rurais e trabalhadores rurais do
estado e um representante do SENAR Administração Central, conforme esquema
representado na Figura 5.
20
(a) (b)
Figura 5. Esquema do Conselho Administrativo do SENAR, sendo: (a) formação tripartite do conselho sendo um representante da classe de produtores rural, um representante da classe de trabalhadores rurais e um representante do SENAR Administração Central; (b) organograma.
Esse Conselho é constituído por um Conselho Fiscal que responde pela
fiscalização da parte financeira e orçamentária e uma Superintendência que executa
a administração da instituição.
O Conselho Administrativo desempenha a direção superior e a normatização
das atividades do SENAR no estado, que compreendem o planejamento, as
diretrizes e as políticas institucionais, o controle e a avaliação da instituição.
Dentre as diretrizes do NCR são estabelecidos critérios que o agente mobilizador deve seguir quando for recrutar e selecionar a clientela para os eventos,
Respeitando os limites legais estabelecidos, Portaria nº 88/2009 do Ministério do Trabalho e Emprego, que confere pelo Art. 1º, para efeitos do art. 405, inciso I, da CLT, o que são considerados locais e serviços perigosos ou insalubres, proibidos ao trabalho do menor de 18 (dezoito) anos, os descritos no item I - Trabalhos Prejudiciais à Saúde e Segurança, do Decreto nº 6.481, de 12 de junho de 2008, da Presidência da República, que Regulamenta os artigos 3º, alínea "d", e 4º da Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata da proibição das piores formas de trabalho infantil e ação imediata para sua eliminação, entre outras legislações que regem o âmbito de atuação do SENAR para a oferta de FPR. (SENAR/MM, 2015).
Na Figura 6 é possível visualizar o organograma atual utilizado pelo SENAR
AR/MT.
21
(a) (b)
(c) (d)
Figura 6. Organograma do SENAR AR/MT (2015), subdivida em (a) Conselho Administrativo, (b) Superintendência, (c) Gerencia Administrativa e, (d) Gerencia Contábil e Financeira.
4.2.2 Planejamento Estratégico
Planejamento estratégico segundo FISCHMANN & ALMEIDA (1991), é um
processo continuo e sistemático de análise de uma organização sob diversos
ângulos que direcionam e auxiliam na tomada de decisão retroalimentando e
medindo os efeitos das escolhas feitas para o cumprimento da sua missão. Pode-se
identificar a missão, visão e valores do SENAR AR/MT, conforme Figura 7.
22
Figura 7. Missão, Visão e Valores do SENAR AR/MT.
Fonte: Autora
O planejamento estratégico é um dos procedimentos adotados pelo SENAR
AR/MT para a execução de suas atividades e alcance dos seus objetivos juntos a
comunidade rural do estado de Mato Grosso (Figura 8).
Figura 8. Objetivos do Mapa Estratégico do SENAR AR/MT (2015).
4.2.3 Gestão Atual (Triênio 2011-2016)
O Presidente do Sistema FAMATO, Rui Prado está em sua segunda gestão
que teve inicio em 2013 finalizando em 2016. Médico Veterinário iniciou sua
trajetória como presidente no sindicato de Campo Novo dos Parecis, posteriormente
presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso
23
(Aprosoja), da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil) e do
Instituto Ação Verde, assumindo então a Presidência do Sistema FAMATO em 2011.
O superintendente do SENAR-MT, Tiago Mattosinho, formado em agronomia
esteve à frente de entidade desde 2010 até 2016. Em sua gestão os escritórios
regionais, passaram de nove para onze, dessa forma a atuação do SENAR AR/MT
se estende a todos os municípios mato-grossenses.
Durante a gestão foram construídos seis Núcleos Avançados de Capacitação
e a parceria com o Instituto Mato-grossense de Algodão (IMA) resultou na
implantação do Centro de Treinamento e difusão de tecnologia, em Sorriso e o
número de treinamentos ofertados chegou a 234. (Assessoria de Comunicação
Sistema FAMATO/ SENAR-MT, 2015). No inicio do ano de 2016 o Otávio Celidônio
assume a superintendência do SENAR AR/MT.
4.3 Atuação do SENAR AR/MT
O SENAR atua junto aos produtores rurais, trabalhadores rurais e a seus
familiares. Realiza treinamentos que visam à capacitação e a qualificação nas
diferentes áreas de ocupação desses seguimentos.
Atualmente o SENAR AR/MT oferece 234 treinamentos para a Formação do
Profissional Rural. Esses treinamentos atendem três frentes de trabalho, a saber: (i),
Formação Profissional Rural (FPR); (ii) Promoção Social (PS) e; (iii) Assistência
Técnica Gerencial.
O SENAR buscando desenvolver conhecimento, habilidades e atitudes para a
vida produtiva e social do trabalhador, produtor rural e suas famílias cria programas
de formação profissional rural procurando atender as necessidades de qualificação
para o trabalho, e assim elevar a condição social e profissional do individuo no
campo.
Com o foco na educação, a promoção social, possibilita ao trabalhador,
produtor rural e suas famílias a adquirirem conhecimento, desenvolvimento de
habilidades pessoais e sociais e mudanças de atitudes que favorecem melhor
qualidade de vida e participação na comunidade.
Os treinamentos tanto do FPR quanto do PS estão destacados na Figura 9.
24
Figura 9. Frentes de trabalho do SENAR AR/MT, bem como áreas de atuação da FPR e PS.
Fonte: Autora.
Com enfoque educativo, o PS, possibilita ao trabalhador, produtor rural e suas
famílias a aquisição de conhecimentos, desenvolvimento de habilidades pessoais e
sociais e mudanças de atitudes que favorecem melhor qualidade de vida e
participação na comunidade.
Em 2015, foi lançada uma nova frente de trabalho pelo SENAR, a Assistência
Técnica Gerencial que se dá em parceria com o Sindicato Rural de Pontes e
Lacerda e a adesão de prefeituras, associações de produtores, universidades,
órgãos estaduais e federais, entre outras instituições, de acordo com figura 10.
Figura 10. Frentes de atuação do SENAR AR/MT FPR Maquinas agrícolas em Jauru/MT. PS São José dos Quatro Marcos. AT. Imagens Google março de 2016.
Fonte: Autora.
25
Entende-se como sindicato uma associação formada por membros de uma
mesma categoria profissional e econômica, para coordenar, representar e defender
os interesses e direitos de seus associados.1
Os sindicatos de empregadores e trabalhadores rurais, segundo Vieira (1994),
têm a função de representar, organizar e defender os interesses de seus membros
visando à valorização e o desenvolvimento socioeconômico através do fomento da
agropecuária.
No ano de 2009, o SENAR/MT implantou seu projeto de interiorização
institucional, fixando sua atuação nas cidades de Cuiabá, Barra do Garças, Campo
Novo do Parecis, Colíder, Juína, Querência, Rondonópolis, São José dos Quatro
Marcos e Sorriso. Em 2015 ampliou sua atuação implantando mais duas regionais,
nas cidades de Confresa e Guarantã do Norte, conforme figura 11.
Figura 11. Mapa dos escritórios regionais dos sindicatos rurais em Mato Grosso.
Fonte: Site do SENAR AR/MT.
A criação das regionais visou promover aproximação da Instituição com os
parceiros e seu público no interior do Estado e possibilitou melhor atendimento. Os
critérios para formação das regionais tiveram como base as características
socioeconômicas dos municípios, aptidões agropecuárias e logísticas da região, de
acordo com a figura 12.
1 Site do SENARhttp://sistema FAMATO.org.br/portal/sindicatos/o_que_e_sr.php. Acesso 06, mar. 2016.
26
Figura 12. Mapas de cada regional pertencente ao SENAR AR/MT.
27
Como parte do processo educativo desenvolvido pelo SENAR, encontram-se
os Programas Especiais que atendem um publico específico, todos relacionados ao
meio rural.
Como exemplo dos Programas Especiais desenvolvidos pelo SENAR AR/MT,
cita-se
Campo Aprendiz - Cultura da Cana-De-Açúcar; Mecanização Agrícola - Soja e
Milho e Mecanização Agrícola: Cana-de-açúcar.
Futuros Produtores - Futuros Produtores Do Brasil E Futuros Produtores Do
Brasil.
Conforme a lista de programas demonstrados na figura 13.
Figura 13. Programas Especiais desenvolvidos pelo SENAR AR/MT.
.Fonte: Autora.
Esses são direcionados à gestão da propriedade, à segurança do trabalho, ao
empreendedorismo, ao atendimento às pessoas com necessidades especiais, à
cidadania e à inclusão digital.
4.4 Equipe de Projetos Técnicos (EPROTEC)
O estágio foi realizado na equipe de projetos técnicos que faz da Gerencia de
Educação Profissional Rural.
28
Essa equipe é composta por um médico veterinário, um agrônomo, uma
engenheira florestal, um administrador, duas zootecnistas e duas assistentes sociais.
Esses são os analistas técnicos responsáveis por escrever, implantar,
acompanhar a execução e avaliar os resultados dos projetos que depois de
implantados passam a ser denominados de Programas Especiais.
Dentre esses programas está o Negócio Certo Rural (NCR), que é o foco
desse relatório de estágio.
O NCR se utiliza de técnicas de ensino adequadas e direcionadas ao público
do meio rural e com sua metodologia possibilita que milhares de potenciais
empreendedores do setor rural tenham a oportunidade de realizar o sonho de serem
empreendedores.
O programa alcança não só ao produtor, mas também o trabalhador rural e
seus familiares e “resulta em ganhos econômicos e sociais, na forma de
empreendedorismo consciente, aumento de renda, e consequentemente, da
qualidade de vida”.2
As atividades do estágio foram desenvolvidas dentro da Equipe de Projetos
Técnicos que faz parte da Gerência de Projetos que é responsável por desenvolver
os Programas e Projetos executados pelo SENAR.
2 Avaliação do Programa NCR, por participantes e instrutores do estado de Mato Grosso. Julho de 2015. Pg03.
29
5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO
A atividade do estágio profissionalizante se referiu ao gerenciamento na
execução das capacitações destinadas aos trabalhadores e produtores rurais bem
como de seus familiares, ocorridas do Programa NCR, que compreendeu ações de
supervisão, acompanhamento da metodologia e sua aplicação conforme o descritivo
do programa e as metas de execução, explanados neste item.
Foi realizada a supervisão da divulgação do programa desde a execução,
avaliação, até a prestação de contas aos parceiros ao SEBRAE. Abaixo, estão
listados os passos necessários para que o Programa NCR fosse executado no ano
de 2015.
5.1 Divulgação do Programa
A divulgação do programa realizada pela Gerência de Comunicação,
Marketing e Eventos (GECOM) do SENAR AR/MT juntamente com a instituição
parceira SEBRAE/MT, por meio da mídia impressa, com destaque da logomarca do
programa e da logomarca do SENAR/MT, conforme a figura 14.
Figura 14. Mídia impressa para divulgação do Programa NCR.
Os agentes de mobilização fizeram a divulgação das ações/atividades
utilizando os meios de comunicação no meio rural (cartaz, carro de som e
30
propaganda em rádio), mostrando os ganhos que os eventos do SENAR-AR/MT
trazem a seu público.
As mídias impressas foram distribuídas nos 14 municípios, onde foram
realizadas as 23 capacitações do Programa NCR no ano de 2015, conforme Figura
15.
Figura 15. Municípios do Estado de Mato Grosso, onde houve as distribuições das mídias impressas de divulgação do Programa NCR, em 2015.
5.2 Atuação dos Sindicatos Rurais
Os Sindicatos Rurais desempenham em seus municípios o trabalho de
mobilização das ações de Formação Profissional Rural - FPR e atividades de
Promoção Social - PS, demandados por produtores, trabalhadores rurais e seus
familiares, em conjunto com Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, Associações de
Produtores, Órgãos Oficiais e outros, sendo estes seus parceiros locais, conforme o
manual de mobilização.
5.2.1 Mobilização
Essa ação foi regulamentada pelo manual de normas e orientações para a
mobilização que “[...] trata dos aspectos operacionais da mobilização, assim como,
31
das atribuições necessárias ao parceiro que garante o sucesso das ações de FPR e
atividades de PS, tendo o propósito de orientar as entidades parceiras e seus
agentes de mobilização.” (SENAR/MM, 2015).
A mobilização do Programa NCR foi realizada pelos agentes de mobilização
indicados pelos sindicatos rurais para cada região e se constituiu como ferramenta
de acesso da clientela do SENAR às ações educativas da instituição.
O SENAR AR/MT disponibilizou uma verba que foi paga ao Sindicato após a
conclusão da turma pelo Instrutor e o relatório de mobilização pelo parceiro,
obedecendo ao cronograma de pagamento do setor financeiro do SENAR/MT,
ilustrado na figura 16.
Figura 16. Visualização do Evento Pai no Sistema SENAR nas Nuvens
Os Instrutores ministraram uma palestra de sensibilização sobre o Programa
NCR para os proprietários e trabalhadores rurais e seus familiares, em que foi
apresentado o funcionamento do programa e seus benefícios. Essa palestra é
disponibilizada pelo SENAR AR/MT no sistema “SENAR NAS NUVENS”. Para
demandar a palestra o mobilizador precisava indicar no sistema qual a melhor data
para sua realização. A palestra teve duração máxima de quatro horas, e nesse
tempo após a apresentação aberto ao público a fala para tirar dúvidas e resposta
aos questionamentos.
32
5.2.2 Agentes de mobilização
Os agentes de cada Sindicato elaboraram o Plano Anual de Trabalho (PAT),
em conjunto com os supervisores do SENAR AR/MT e seus parceiros locais
(prefeituras, empresas rurais). As demandas do PAT foram inseridas no “SENAR
nas Nuvens”, seguindo o cronograma da figura 17.
Figura 17. Cronograma das demandas dos eventos do NCR. Fonte: Manual do Mobilizador 2015.
Após inserção do PAT no “SENAR nas Nuvens”, os parceiros validavam as
demandas de acordo com o cronograma.
Nos meses de março e julho de 2015 SENAR AR/MT priorizou a realização
da programação dos eventos planejados no sistema. Os eventos não planejados só
foram demandados no sistema durante os outros meses do ano.
Os agentes de mobilização providenciaram local adequado para pernoite dos
instrutores credenciados e garantiram o fornecimento de alimentação. Escolheram e
organizaram o local para realização das turmas e providenciaram os recursos
instrucionais necessários, segundo o catálogo de eventos disponível no site do
SENAR, conforme figura 18.
33
Figura 18. Catalogo de Eventos – Material Institucional.
Antes do início do evento os agentes mobilizadores mantiveram contato com
os instrutores credenciados para garantirem a execução, e foram os responsáveis
por leva-los até o local de realização dos eventos.
5.2.3 Levantamento de interesse no NCR
Os agentes mobilizadores realizaram o levantamento, identificando as
demandas, selecionando os participantes para o evento, bem como a promoção de
palestras e reuniões para a divulgação do programa junto ao meio rural, com a
definição do cronograma de realização dos cursos e as obrigações de cada entidade
parceira na realização dos eventos.
5.2.4 Demanda de evento
Os eventos foram demandados, pelo sindicato rural, no sistema “SENAR nas
Nuvens”, atendendo os pré-requisitos para inscrição dos participantes em
treinamentos do SENAR AR/MT, levando em consideração que os mesmos
deveriam ser realizados entre as segundas-feiras e sábados, conforme a carga
horária do evento especificada no “Catálogo de Eventos”.
34
5.3 Programação dos eventos
A programação dos eventos foi feita pela equipe de Gestão de Execução do
SENAR AR/MT, após ter identificado a demanda no sistema “SENAR nas Nuvens”.
As datas sugeridas foram atendidas considerando a disponibilidade dos
instrutores e a capacidade de atendimento, para garantir o andamento das
atividades, certificando-se da realização de cada evento.
Destaco que a demanda identifica apenas o dia de realização do primeiro
módulo. Durante sua execução o instrutor define com os participantes as datas dos
demais módulos e informa ao SENAR AR/MT através do manifesto no “SENAR NAS
NUVENS”.
5.3.1 Formação das Turmas e Clientela (pré-requisitos)
Para a realização de cada evento foram inscritas no máximo de 15
propriedades rurais, sendo permitida a participação de até duas pessoas por
propriedade rural, correspondendo a uma capacidade máxima de 30 participantes
(aluno) por treinamento.
O programa exige que o participante seja produtor ou trabalhador rural tendo
no mínimo o quinto ano fundamental.
5.4 Habilitação e credenciamento de Novos Instrutores
O procedimento para habilitação e credenciamento dos novos instrutores foi
realizado pela equipe de Apoio Pedagógico do SENAR AR/MT (EAPED), e consistiu
na seleção por análise de currículo e treinamento metodológico dos profissionais.
5.5 Atribuições e Responsabilidades do Instrutor
O papel do instrutor no processo de ensino-aprendizagem nos treinamentos
foi estimular os alunos a estudar e questionar os ensinamentos do Programa NCR,
além de analisar a qualidade do material, a relevância do conteúdo apresentado; o
feedback das atividades de aprendizagem sendo esses os fatores determinantes
para o sucesso do programa.
35
Os instrutores das turmas do Programa NCR acompanharam o processo de
ensino-aprendizagem, respondendo as questões relacionadas ao conteúdo, as
tarefas e a metodologia de estudo, auxiliando os participantes durante toda a
capacitação, conforme listado na figura 19.
Figura 19. Atribuições e responsabilidades do Programa NCR.
5.6 Metodologia do Programa NCR
Os treinamentos do programa NCR ocorreram presencialmente com o
instrutor e foram divididos em cinco encontros de oito horas cada, com
aproximadamente duas semanas de intervalo entre um encontro e outro.
O conteúdo foi elaborado com conceitos, dicas, exemplos e tarefas práticas
(figura 20), para que o estudo fosse agradável e para que o aluno pudesse
relacionar o que estava estudando com a prática do seu dia-a-dia profissional e,
assim, melhorar a gestão do seu negócio e da sua propriedade como um todo.
36
Figura 20. Tarefa que o instrutor passa para o participante.
5.6.1 Competências e Conteúdos
Na Tabela 3 é possível observar detalhadamente os conteúdos e
competências adquiridas pelo participante ao finalizar o treinamento do NCR.
Tabela 3. Conteúdos e competências adquiridas pelo participante ao finalizar o treinamento do NCR.
Encontro Competências Conteúdos
1
Realizar o diagnóstico da propriedade rural Identificar as potencialidades e deficiências da propriedade rural para ampliar a visão do seu negócio. Perceber a importância do diagnóstico da propriedade rural. Realizar o diagnóstico da propriedade rural.
Diferença entre empresa urbana e empresa rural. Principais atividades rurais e produtos da região. Diagnóstico da propriedade rural.
2
Identificar ideias de negócios Identificar novas ideias de negócios a partir de sua realidade e potencialidades da região. Reconhecer a importância da busca de informações para o desenvolvimento do negócio. Realizar a busca de informação para avaliar sua ideia.
O que é uma ideia de negócio? Avaliando e identificando ideias de negócios. Busca de informação sobre uma ideia de negócio.
3
Descrever o negócio
Compreender a importância de detalhar as informações necessárias para a construção da sua ideia de negócio. Perceber a importância de informações confiáveis na construção da sua ideia de negócio. Registrar as informações para o desenvolvimento de sua ideia de negócio.
Organização dos dados sobre a sua ideia de negócio. Identificação dos pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças do negócio escolhido. Projeção de investimentos, produção, receita e despesas necessárias.
37
4
Verifique a viabilidade do negócio Compreender os indicadores e resultados econômicos para análise da viabilidade do negócio. Tomar consciência da importância da realização do plano de negócio como instrumento de decisão. Calcular a viabilidade do negócio.
Calculando indicadores e resultados. Análise da viabilidade do negócio. Plano de negócio.
5
Organize e administre o negócio Conhecer ferramentas de registro e controle para a gestão do negócio. Contextualizar a atuação em redes associativas. Identificar as principais características do comportamento empreendedor. Perceber a importância da utilização de registros e controles no seu negócio. Tomar consciência acerca da importância das características do comportamento empreendedor. Predispor-se a adotar as práticas associativas. Utilizar as ferramentas de registro e controle para a gestão do negócio. Executar ações de cooperação.
Gestão rural; Ciclo PDCA; Registros e controles; Formas associativas; Características do comportamento empreendedor.
5.7 Carga Horária
O programa teve carga horária total de 46 horas, sendo 40 horas em sala e
06 horas de consultoria, conforme Tabela 4.
Tabela 4. CNumero de encontros, etapas, carga horária e conteúdo do Programa NCR.
Encontros Etapas Carga Horária (H) Conteúdo
1º I 08 Realizar o Diagnóstico da
Propriedade
2º II 08 Identificar Ideias de
Negócio 3º III 08 Descrever o Negócio
Consultoria 02 Consolidar do Plano de Negócio 4º IV 08 Verificar a Viabilidade do Negócio 5º
V 08 Organizar e Administrar o Negócio
6º Relacionar o Negócio com o Mercado Consultoria 04 Gestão da Propriedade
Fonte: Autora
5.8 Consultorias
Os participantes também receberam consultoria, gratuita, prestada pelo
instrutor responsável pela turma. As consultorias são divididas em dois momentos. A
38
primeira de duas horas, entre o terceiro e o quarto encontro para os participantes
que agendaram (figura 21).
Figura 21. Atribuições do instrutor dentro de sala de aula.
As consultorias de quatro horas são realizadas para todos os participantes
aprovados no programa após o quinto encontro.
Essa consultoria teve como base os aspectos gerenciais sobre o plano de
negócio construído durante todos os encontros. (Figura 22).
Figura 22. Atribuições do instrutor durante a consultoria na propriedade.
5.9 Padrão Documental
O padrão documental para fechamento dos relatórios referente aos cursos do
NCR que serão protocolados para análise no SENAR/MT demonstrados na Tabela
5.
39
Tabela 5. Descritivo do NCR referente ao padrão documental.
5.10 Avaliação do Programa
Os participantes do programa preencheram duas avaliações (figura 23), que
foram entregues aos instrutores. A primeira avaliação foi preenchida ao final do
quinto encontro e a segunda no final da consultoria na propriedade quatro horas.
Padrão Documental Encontros Consultorias (H)
1 2 3 4 5 2 4 Capa de Identificação do Evento
S S S S S S S
Lista de Presença c/ Assinatura dos Participantes
S S S S S ― ―
Folha de presença preenchida
S S S S S S S
Relatório de Aprovação S S S S S S S Avaliação dos participantes S S S S S ― ― Relatório de avaliação concluída-RAC
S S S S S S S
Matrículas S S S S S S S Agendamento de consultorias
― ― S
― S
― ―
Ficha de consultoria preenchida e assinada pelo(s) participante(s)
― ― ― ― ― S S
Ficha de Inscrição (SEBRAE/SENAR)
S S ― ― ― ― ―
Ficha de Avaliação do Participante (SEBRAE/SENAR)
― ― ― ― S
― ―
Ficha de Avaliação do Educador (SEBRAE/SENAR)
― ― ― ― S
― ―
Ficha de Avaliação das Consultorias – Participante (SEBRAE/SENAR)
― ― ― ― ― ― S
Ficha de Avaliação das Consultorias – Educador (SEBRAE/SENAR)
― ― ― ― ― ― S
Relatório de Aprovação Final de Certificação-Evento Total
― ― ― ― ― ― S
Planilha de resultados/turma ― ― ― ― ―
― S
Fonte: Autora
40
Figura 23. Avaliação do Participante I. Frente e verso.
As avaliações (Figura 24) são anônimas, ou seja, não continham a
identificação dos participantes, pois o objetivo foi o de identificar os pontos de
melhoria no programa.
Figura 24. Avaliação do Participante II. Frente e verso.
O Instrutor também preencheu duas avaliações (figura 24), que foram
entregues ao gestor do programa. A primeira foi preenchida ao final do quinto
encontro e a segunda ao final da consultoria na propriedade quatro horas. A
41
percepção do instrutor também foi uma ferramenta para apontar as possíveis
melhorias no programa para o ano seguinte.
5.11 Certificação
Para ter direito ao certificado de conclusão do programa, o participante pode
ter até 20% de falta consequentemente o mínimo 80% de presença e ter elaborado o
plano de negócio, conforme Figura 25.
Figura 25. Certificado do participante do programa NCR.
A certificação foi entregue aos participantes após todos os relatórios serem
analisados, entre eles os relatórios das consultorias, sendo assim identificados os
participantes aprovados após avaliação do instrutor.
5.12 Prestação de conta
A prestação de contas foi feita ao final dos trabalhos do ano corrente, onde o
SENAR AR/MT apresenta todas as informações ao SEBRAE/MT referente ao
número de turmas realizadas, destino dos recursos voltados ao programa,
apresentação de notas fiscais, recibos, extratos e demais documentos que
42
comprovem a aplicação correta dos recursos. Na Tabela 6 podemos identificar onde
ocorreram os cursos e os números de alunos e propriedades que iniciaram e
terminaram o programa NCR.
Tabela 6. Relatório final com a quantidade de participantes e propriedades presentes.
Município Alunos
Inscritos Propriedades
Inscritas Alunos
Aprovados Propriedades
Aprovadas Evadidos
Cotriguaçu 20 15 17 14 3 Colniza 23 15 20 14 3 Tapurah 23 15 23 15 0 Pontes e Lacerda 18 15 12 12 6 Pontes e Lacerda 15 15 7 7 8 Luciara 19 14 14 14 3 Tabaporã 25 15 21 13 12 Novo Santo Antonio 19 15 17 13 6 Vila Bela da Sant. Trindade 29 15 26 15 3 Cuiabá 20 15 18 15 2 Água Boa 21 15 18 14 3 Colniza 25 15 24 15 1 São Felix do Araguaia 18 15 17 14 1 Água Boa 18 15 9 9 9 Confresa 16 15 11 11 5 Canarana 18 15 15 13 5 Pontes e Lacerda 21 15 13 13 8 Pontes e Lacerda 22 15 16 12 6 Nova Mutum 21 15 18 15 3 Pontes e Lacerda 22 15 17 11 5 Pontes e Lacerda 21 12 12 10 9 Pontes e Lacerda 22 15 13 12 9 São Feliz do Araguaia 19 15 15 14 4
Negócio Certo Rural em Mato Grosso 2015
5.13 Macro fluxo do Programa NCR
Na Figura 26, encontra-se o macro fluxo do processo completo de uma turma
do Programa NCR.
Figura 26. Macrofluxo do processo completo de uma turma do Programa NCR.
43
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A elaboração deste trabalho de conclusão de curso exigiu persistência,
detalhamento, sistematização, leitura, análise e observação na busca de
informações e conhecimento. Demandou perseverança e dedicação como em
qualquer outra atividade que um profissional necessita ter.
Possibilitou a ampliação dos conhecimentos com relação à gestão do
agronegócio e fixação dos procedimentos práticos de aplicação das metodologias de
análise da cadeia de produção rural.
Bem como a assimilação da visão sistêmica das empresas, instituições
governamentais e das atividades do campo e seus efeitos mercadológicos.
Como resultado do estágio foi possível identificar que a mudança causada
pelo programa NCR na vida dos proprietários e trabalhadores rurais promove um
impacto na vida dos colaboradores de cada setor envolvido com o processo de
realização dos cursos de formação profissional e promoção social.
Ver o fruto do seu trabalho na mudança de vida tanto econômica quanto
social dos participantes, possibilitando a eles o renascimento da esperança de um
futuro melhor.
Esta experiência foi fundamental na minha formação profissional como
zootecnista volvendo o meu olhar para o alcance social de minha profissão.
44
REFERÊNCIAS
ALENCAR EDGARD. Ecoturismo: Interpretação e Planejamento de Atividades em Áreas Naturais. Universidade Federal de Lavras – UFLA Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão – FAEPE Lavras – MG 2007. 174p. (Comunicação Rural), Universidade Federal de Viçosa - UFV, Viçosa, MG. E-mail: [email protected]. Disponível em: <http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/fb4265b89c3151456e5672e9888a2047.PDF >. Acesso em: 04 mar. 2016. ._______________, in Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2016. [consult. 2016-04-10 18:08:23]. Disponível em: http://www.infopedia.pt/$observacao-participante?>. Acesso em: 08 abr. 22016. ._______________, Disponível em: < http://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/2537/1/RitaBarreto.pdf >. Acesso em: 08 abr. 2016. BARBOZA, L.F. e COSTA, S.R.R. Modelos de Gestão e Modelos de Referência. IX CONVIBRA Administração, 2012 - adm.convibra.com.br Disponível em: http://www.convibra.org/upload/paper/2012/39/2012_39_4866.pdf>. Acesso em: 30 dez. 2015. BARRET0, R.A.S. Relatório de Estágio Profissional apresentado para a obtenção do grau de Mestre em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.ºCiclo, sob a orientação da Professora Doutora Teresa da Silveira-Botelho. Lisboa, 2012. 262p. BONFIM, Suzy. SENAR Mato Grosso inaugura nova sede. 2008. Disponível em: <http://www.sonoticias.com.br/noticia/economia/SENAR-mato-grosso-inaugura-nova-sede>. Acesso em: 04 mar. 2016. BRASIL ESCOLA - A agricultura na concepção da atualidade. Disponível em: < http://brasilescola.uol.com.br/geografia/agronegocio.htm>. Acesso em: 04 mar. 2016. BRASIL. Constituição (1992). Decreto nº 566, de 10 de junho de 1992. Aprova o Regulamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). Lex. Brasília, 10 jun. 1992. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D0566.htm>. Acesso em: 04 mar. 2016. BRASIL. Lei nº 8315, de 23 de dezembro de 1991. Dispõe sobre a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) nos termos do art. 62 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Lex. Brasília, 23 dez. 1991. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8315.htm>. Acesso em: 04 mar. 2016. BRASIL. Regimento Interno, de 23 de março de 1994. Regimento Interno do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR. p. 1-20. Disponível em: <http://www.SENAR.org.br/sites/default/files/SENAR/Regimento_Interno_SENAR_21_11_2013.pdf>. Acesso em: 04 mar. 2016.
45
BRASL, Lei nº 12.188 de 11 de janeiro de 2010. Institui a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária - PNATER e o Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária - PRONATER, altera a Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12188.htm>. Acesso em: 01 jan. 2016. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. 189p. Disponível em: http://www.trtsp.jus.br/legislacao/constituicao-federal-emendas. Acesso em: 01 jan. 2016. CORREIA, M. da C. B. A Observação Participante Enquanto Técnica de Investigação. Pensar Enfermagem Vol. 13 N. º 2 2º Semestre de 2009. Disponível em: < http://pensarenfermagem.esel.pt/files/2009_13_2_30-36.pdf >. Acesso em: 08 abr. 2016. FAMATO. Site disponível em: <1 Site da FAMATO disponível em: <http://sistemaFAMATO.org.br/portal/quem_somos.php>. Acesso em: 03 jan. 2016. FISCHMANN, A. A.; ALMEIDA, M. I. R. (1991). Planejamento estratégico na prática. São Paulo, Atlas. Acesso em: 30 dez. 2015. GESTÃO DO CAMPO. Conceito de Agronegócio. Site Disponível em: <http://www.gestaonocampo.com.br/conceito-de-agronegocio/>. Acesso em: 29 dez. 2015. MAGALHÃES, H. A de. Comunicação e Desenvolvimento no Meio Rural. 2009. 11p. Disponível em: <http://www.fsma.edu.br/esfera/Artigos/Esfera_3_artigo_1.pdf>. Acesso em: 03 jan. 2016. MAGALHÃES, H. A. de, Comunicação e Desenvolvimento: Sistema de Informação e Conhecimento Tecnológico. 2009 160p. Disponível em: < file:///D:/Downloads/comunicacao-e-desenvolvimento-sistema-de-informacao-e-conhecimento-tecnologico.pdf>. Acesso em: 03 jan. 2016. Manual do Instrutor do NCR CNA/SENAR/SEBRAE, 2012. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/0B5laFw7lL1yZWHhQSGF1U2JLVE0/view?ts=5683f68d>. Acesso em: 01 jan. 2016. MARÇOLLA-MOREIRA e ARAÚJO. Comunicação, Difusão e Extensão rural: uma reflexão crítica. Artigo sobre a dissertação de mestrado em Extensão Rural MBF Agribusiness Assessoria, Gestão e Monitoramento. Visão Sistêmica. Disponível em:< http://www.mbfagribusiness.com/conteudo/visao-sistemica-ajuda-alavancar-resultados-nas-usinas-revela-especialista >. Acesso em: 29 dez. 2015. OLIVEIRA, G. B. Uma discussão sobre o conceito de desenvolvimento* Rev. FAE, Curitiba, v.5, n.2, p.37-48, maio/ago. 2002 |37 12p. Revista FAE. Disponível em:
46
http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v5_n2/uma_discussao_sobre.pdf. Acesso em: 03 jan. 2016. PEIXOTO, Marcus. Extensão Rural no Brasil – Uma abordagem Histórica da Legislação. Consultoria Legislativa do Senado Federal – Centro de Estudos. Textos para Discussão. 2008. 50p. ISSN 1983-0645. Disponível em: < https://www12.senado.gov.br/publicacoes/estudos-legislativos/tipos-de-estudos/textos-para-discussao/td-48-extensao-rural-no-brasil-uma-abordagem-historica-da-legislacao>. Acesso em: 02 jan. 22016. PEIXOTO, Marcus. Extensão Rural no Mundo e no Brasil: descentralização privatização e financiamento. Cap. 4 CPDA/UFRRJ. 30p. E-mail: [email protected]ível em: <http://www12.senado.gov.br/publicacoes/estudos-legislativos/tipos-de-estudos/outras-publicacoes/agenda-legislativa/capitulo-4-extensao-rural-no-mundo-e-no-brasil-descentralizacao-privatizacao-e-financiamento>. Acesso em: 02 jan. 2016. QUE CONCEITO Seu novo conceito em dicionário. Conceito de Gestão. Site http://queconceito.com.br/gestao. Disponível em: http://www.unigran.br/mercado/paginas/arquivos/edicoes/3/9.pdf. Acesso em: 03 jan. 2016. SCHNEIDER, A.V. et al., Análise de Filière da Cadeia Produtiva da Farinha de Trigo: um estudo de caso na região Oeste do Paraná. Comunicação & Mercado/UNIGRAN - Dourados - MS, vol. 01, n. 03, p. 87-99, jul-dez 2012. Disponível em: < http://www.unigran.br/mercado/paginas/arquivos/edicoes/3/9.pdf>. Acesso em: 30 dez. 2015. SEBRAE. Site disponível em: <1 Site do SEBRAE disponível em: <http://www.SEBRAE.com.br/sites/PortalSEBRAE/ufs/mt/quem_somos?codUf=>. Acesso em: 03 jan 2016. SENAR. Site disponível em: <1 Site do SENAR disponível em: http://sistemaFAMATO.org.br/portal/SENAR/quem_somos.php. Acesso em: 30 dez. 2015. SIGNIFICADOS BR. Significado de Gestão. Disponível em: site https://www.significadosbr.com.br/gestao. />. Acesso em: 04 jan. 2016. SIGNIFICADOS BR. Visão sistêmica holística. Disponível em: < http://www.significados.com.br/holistico/> Acesso em: 04 jan. 2016. SPANHOL, Caroline P. Introdução aos Agronegócios: Seminário Temático I. 28sl. Disponível em: < http://cpbo.sites.ufms.br/files/2012/12/Revis%C3%A3o.pdf >. Acesso em: 02 jan. 2016.