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Belo Horizonte 2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Graduação em Fonoaudiologia-Faculdade de Medicina/UFMG JÚLIA GRACIELLE DOS SANTOS PERFIL DOS PACIENTES DISFÁGICOS ATENDIDOS NO LEITO DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Trabalho a presentado à Univers i dade Federal de Minas Ge r ais Facu l dade de Medici n a, para ob t enção do T ítulo de Graduação em Fonoau d iol o g i a Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 14 pt, Negrito, Português (Brasil) Formatado: Centralizado, Espaçamento entre linhas: 1,5 linhas Formatado: Superior: 1,5 cm, Distância do cabeçalho da margem: 2,5 cm Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 14 pt, Português (Brasil) Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 14 pt Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 12 pt Formatado: Português (Brasil) Formatado: Português (Brasil) Formatado: Fonte: 14 pt

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Belo Horizonte

2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Graduação em Fonoaudiologia-Faculdade de Medicina/UFMG

JÚLIA GRACIELLE DOS SANTOS

PERFIL DOS PACIENTES DISFÁGICOS ATENDIDOS NO LEITO DE

UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Trabalho apresentado à Universidade Federal de Minas Gerais – Faculdade de

Medicina, para obtenção do Título de Graduação em Fonoaudiologia

Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 14pt, Negrito, Português (Brasil)

Formatado: Centralizado,Espaçamento entre linhas: 1,5 linhas

Formatado: Superior: 1,5 cm,Distância do cabeçalho da margem:

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BELO HORIZONTE 2014

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Formatado: Centralizado

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Júlia Gracielle dos Santos

JÚLIA GRACIELLE DOS SANTOS

PERFIL DOS PACIENTES DISFÁGICOS ATENDIDOS NO LEITO DE

UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

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BELO HORIZONTE 2014

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Formatado: Centralizado

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Trabalho apresentado à

Universidade Federal de Minas

Gerais – Faculdade de Medicina,

para obtenção do Título de

Graduação em Fonoaudiologia.

Orientadora: Amélia Augusta de Lima Friche

Co-orientadora: Vanessa Giovannini Gomes Cunha

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Júlia Gracielle dos SantosJÚLIA GRACIELLE DOS SANTOS

PERFIL DOS PACIENTES DISFÁGICOS ATENDIDOS NO LEITO DE

UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Trabalho apresentado à banca

examinadora como requisito para obtenção

do Título de Graduação em Fonoaudiologia

da Universidade Federal de Minas Gerais.

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________

Prof. Dra. Amélia Augusta Lima Friche-orientadora Universidade Federal de Minas

______________________________________ Fga. Camila Ramos

Universidade Federal de Minas Gerais

Belo Horizonte

2014

Formatado: Fonte: Negrito, Cor da

fonte: Automática

Formatado: Centralizado,Espaçamento entre linhas: Múltiplos1,15 li, Ajustar espaçamento entretexto latino e asiático, Ajustarespaçamento entre texto e númerosasiáticos

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Formatado: Fonte: Arial, 14 pt,Negrito, Português (Brasil), Todas em

maiúsculas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA

Júlia Gracielle dos Santos Proposta de elaboração de um protocolo de avaliação fonoaudiológica da disfagia infantil. /Júlia Gracielle Dos Santos- Belo Horizonte, 2014. – Belo Horizonte, 2014. 39 fls Trabalho de conclusão de curso (Graduação) – Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Medicina. Curso de graduação em Fonoaudiologia. Título em inglês: Profile of patients with dyphagia in university hospital bed. 1. Transtorno de deglutição. 2. Criança 3. Hospitalização. 4. Fonoaudiologia. 5.

Comportamento alimentar.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Graduação em Fonoaudiologia-Faculdade de Medicina/UFMG

Chefe do Departamento: Profª. Patrícia Cotta Mancini

Coordenadora do Curso de Graduação: Profª. Vanessa de Oliveira Martins -Reis

Formatado: Espaçamento entre

linhas: 1,5 linhas

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Júlia Gracielle dos SantosJÚLIA GRACIELLE DOS SANTOS

PERFIL DOS PACIENTES DISFÁGICOS ATENDIDOS NO LEITO DE

UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Parecerista:

Fga. Camila Ramos

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Espaço Antes: 0 pt,

Espaçamento entre linhas: Múltiplos1,15 li

Formatado: Fonte: Arial, 14 pt,Negrito, Português (Brasil), Todas emmaiúsculas

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DEDICATÓRIA

A Quem mais poderia eu dedicar esse trabalho senão a Deus. Ele quem caminhou sempre ao meu lado suprindo todas as minhas necessidades e me ajudando a tecer as linhas escritas desta história de fé e perseverança. Obrigada Meu Senhor. Dedico ainda à minha querida mãe e parceira dessa jornada árdua, entretanto, motivada pelo incentivo constante daquela que sempre esteve comigo, obrigada mãe!

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AGRADECIMENTOS

À Deus por me nutrir de forças e conduzir-me até aqui.

À minha mãe por acreditar e investir em mim.

Ao meu companheiro, amigo e namorado.

À minha orientadora, Guta, pela confiança, paciência e despendimento de seu tempo aos meus ensinamentos.

À minha co-orientadora Vanessa pela atenção, dedicação, disponibilidade e prontidão em colaborar com esse trabalho.

Às amigas e colegas da “Fono XXI”, em especial Ainõa, Maiza, Marina e Nádia pelo carinho, compreensão e por contribuírem para tornar possível essa realidade.

E a todos que de alguma maneira contribuíram para realização deste trabalho.

Formatado: Fonte: Itálico

Formatado: À direita

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Sumário

Lista de abreviações e siglas ............................................................... 10

Lista de tabelas ....................................................................................... 11

Resumo expandido ................................................................................. 12

Considerações iniciais ........................................................................... 14

Artigo........................................................................................................15

Métodos .......................................................................................................

Resultados ..................................................................................................

Considerações finais ..................................................................................

Anexo ...........................................................................................................

Formatado: À direita: 0,02 cm

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

UTI – Unidade de Tratamento intensivo

RGE – Refluxo gastroesofágico

UFPED – Unidade Funcional Pediátrica

HU – Hospital Universitário

TCLE – Termo de Conhecimento Livre e Esclarecido

FOIS – Funcional Oral Intake Scale

SNG – Sonda nasogástrica

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LISTAS DE TABELAS

Tabela 1- Distribuição das características sociodemográficas e peso dos aspectos avaliados (n=22)

Tabela 2- Distribuição dos aspectos fonoaudiológicos investigados na anamnese (n=22)

Tabela3- Frequência da adequação dos reflexos orais em avaliação fonoaudiológica

Tabela 4- Distribuição do tipo e modo respiratórios observados durante a avaliação fonoaudiológica (n=22)

Tabela 5- Distribuição do tipo e grau de disfagia segundo avaliação fonoaudiológica dos pacientes (n=22)

Tabela 6- Distribuição dos pacientes avaliados segundo categorias da Escala Funcional de Ingestão por Via Oral (n=22)

Tabela 7- Associação entre o grau de disfagia e a classificação da ingestão oral em 3 categorias

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3-RESUMO EXPANDIDO

Objetivos: Caracterizar e descrever o perfil das crianças disfágicas internadas na Unidade Funcional de Pediatria de um hospital universitário. Analisar o tipo e grau de comprometimento da disfagia, e a via de alimentação utilizada no período de hospitalização. Métodos: Trata-se de um estudo observacional analítico transversal, realizado em crianças com idade entre um mês e sete anos e cinco meses, internadas na Unidade Funcional de Pediatria de um hospital de ensino no período de junho a setembro de 2014. A coleta de dados foi realizada em dois momentos: no, primeiro momento, anamnese com os pais ou responsáveis pela criança e para tanto foi utilizado o protocolo Anamnese Fonoaudiológica Específica para Disfagia Infantil. No segundo momento, avaliação fonoaudiológica que ocorreu durante a internação hospitalar a partir do protocolo de Avaliação Fonoaudiológica Específica para Disfagia Infantil, para classificação da ingestão oral foi utilizada a Functional Oral Intake Scale-FOIS. Resultados: A amostra foi composta por 22 crianças internadas nas Enfermarias e no Centro de Terapia Intensiva (CTI) de um hospital universitário. Destas, 14 (63,6%) eram do gênero feminino com idade média de 2,27anos (DP= 0,5; mínima= 0,2 e máxima= 7,5) e peso médio de 9,15 quilos (DP= 8,0; mínima= 3,3 e máxima= 26,0). Várias foram as patologias de base encontradas neste estudo; não houve associação significante entre as patologias e a presença de disfagia. Os sintomas em maior prevalência relatados pelos responsáveis foram presença de tosse durante a alimentação (45,0%) e presença de refluxo gastroesofágico (22,7%). Em 86,3% dos sujeitos encontrou-se o reflexo de deglutição adequado. A maior parte dos pacientes avaliados, 86,4%, foi submetida à avaliação da aceitação de dieta por via oral. Durante a avaliação com líquido, 33,3% (n=5) dos sujeitos não apresentou adequação na ejeção, mas demonstrou adequação na elevação laríngea. O tempo de trânsito oral esteve inadequado em 40,0% (n=6) dos sujeitos, enquanto 20% (n=3) apresentou tosse e sinais de aspiração associados. Em relação à consistência pastosa da dieta, 63,2% (n=12) dos sujeitos foram avaliados, sendo que 41,6% (n=5) não apresentaram adequação na ejeção e apenas 8,3% (n=1) apresentaram tosse e sinais de aspiração. O tipo de disfagia em maior frequência foi a disfagia orofaríngea de grau leve. Com base na classificação da ingestão oral, segundo FOIS, 200011,

31,8% das crianças foram classificadas no nível 1 (nada por via oral) e 22,7% entre os níveis 2 e 3 (via oral mínima com via alternativa ou adaptações). Os níveis 4 e 5 apresentaram18,2% cada (via oral de uma consistência ou múltipla com preparo) e os

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níveis 6 e 7( via oral total múltipla com restrições e via oral total sem restrições). Observou-se associação significante (p=0,014) entre o grau de disfagia e a restrição da dieta por via oral. Conclusão: A maior parte dos pacientes pediátricos necessita de via alternativa para alimentação. A escala FOIS mostrou-se bom marcador da gravidade da disfagia em pacientes pediátricos. Os resultados deste estudo apontam p a r a a relevância do desenvolvimento de novos trabalhos que relacionem as causas da disfagia em ambiente hospitalar, aos motivos da internação.

Descritores: Transtornos de deglutição, criança, hospitalização, fonoaudiologia,

comportamento alimentarr.

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A inserção do fonoaudiólogo no ambiente hospitalar tem se mostrado de grande importância no cenário da saúde no Brasil. A fonoaudiologia hospitalar é uma área em que o profissional atual diretamente com o paciente internado e tem por finalidade o diagnóstico precoce, bem como uma intervenção rápida e precisa no que compete às habilidades desse profissional.

A disfagia, distúrbio comumente encontrado em pacientes que necessitam de cuidados hospitalares, é também um dos agravantes para casos de desnutrição e desidratação na população pediátrica. No que diz respeito aos cuidados necessários aos pacientes em leito, a avaliação fonoaudiológica vem como um instrumento imprescindível para detectar os riscos para disfagia e suas consequências, e determinar a conduta terapêutica e de reabilitação na população hospitalizada. Assim, avaliar e diagnosticar as causas e consequências deste distúrbio é um dos compromissos da fonoaudiologia que cada vez mais tem integrado a equipe interdisciplinar dos hospitais brasileiros.

Conhecendo, então, a importância do fonoaudiólogo e sua atuação dentro da assistência terciária, e tendo o conhecimento da gravidade e das consequências que permeiam o quadro disfágico na população infantil, esse trabalho se mostrou relevante no que tange a descrição do perfil dos pacientes pediátricos de um hospital universitário. O estudo possibilitou descrever as principais características relacionadas à presença de disfagia em crianças avaliadas em leito hospitalar, e ainda a verificar a relação entre a classificação do distúrbio e a funcionalidade da alimentação por via oral em pacientes que se encontravam internados em enfermarias e UTI’s. O estudo colaborou também para o conhecimento da importância da atuação do profissional de fonoaudiologia no que diz respeito a um diagnóstico precoce e uma intervenção eficaz nos casos de disfagia infantil em ambiente hospitalar.

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ARTIGO

PERFIL DOS PACIENTES DISFÁGICOS ATENDIDOS NO LEITO DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

PROFILE OF PATIENTS WITH DYPHAGIA IN UNIVERSITY HOSPITAL BED

Júlia Gracielle Dos Santos

Amélia Augusta de Lima Friche

Vanessa Giovannini Gomes Cunha

RESUMO

Objetivo: Caracterizar o perfil das crianças disfágicas internadas na Unidade Funcional de Pediatria de um hospital universitário e avaliar a associação entre a classificação da gravidade da disfagia e a funcionalidade da ingestão oral. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional analítico transversal, realizado em crianças com idade entre um mês e sete anos e cinco meses internadas na Unidade Funcional de Pediatria de um hospital de ensino. A coleta de dados teve dois momentos: anamnese com os pais ou responsáveis e avaliação fonoaudiológica Resultados: A amostra foi composta por 22 crianças de ambos os sexos com idade

Graduanda em Fonoaudiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais Fonoaudióloga, Professora Adjunto do Departamento de Fonoaudiologia da Universidade Federal de Minas Gerais. Doutora em Saúde Pública. Fonoaudióloga, Especialista em Motricidade Orofacial. Endereço para correspondência: Júlia Gracielle Dos Santos

R.Rio Branco, 71 ap.401, Roiacho/ Contagem-MG

CEP:32280-120

Contato: (31) 9740946

Email: [email protected]

Formatado: Português (Brasil)

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média de 2,3 anos e peso médio de 9,2 quilos. Os sintomas em maior prevalência foram presença de tosse durante a alimentação (45,0%) e presença de refluxo gastroesofágico (22,7%) respectivamente. O tipo de disfagia prevalente foi orofaríngea de grau leve. Com base na classificação da ingestão oral, segundo FOIS, 200011, 31,8% das crianças foram classificadas no nível 1 (nada por via oral) e 22,7% entre os níveis 2 e 3 (via oral mínima com via alternativa ou adaptações). Os níveis 4 e 5 apresentaram18,2% cada (via oral de uma consistência ou múltiplas com preparo) e níveis 6 e 7( via oral total múltipla com restrições e via oral total sem restrições). Observou-se associação significante (p=0,014) entre o grau de disfagia e a restrição da dieta por via oral.Conclusão: A maior parte dos pacientes pediátricos necessita de via alternativa para alimentação. A escala FOIS mostrou-se bom marcador da gravidade da disfagia em pacientes pediátricos.

Palavras-chave: Transtornos de deglutição, criança, hospitalização, fonoaudiologia, comportamento alimentar. ABSTRACT

Objective: To characterize the profile of dysphagia in children admitted to the Pediatric Functional Unit of a university hospital and to evaluate the association between the classification of the severity of dysphagia and functionality of oral intake. Methodology: This was a cross sectional observational study in children aged between one month and seven years and five months interned in Pediatrics Functional Unit of a teaching hospital. Data collection took two moments: interview with parents or guardians and speech evaluation Results: The sample comprised 22 children of both sexes with an average age of 2.3 years and an average weight of 9.2 pounds. The most prevalent symptoms were cough during feeding (45.0 %) and the presence of gastroesophageal reflux (22.7%) respectively. The prevalent type of oropharyngeal dysphagia was mild. Based on the classification of oral intake , according FOIS , 200011 , 31.8 % of children were classified at level 1 (nothing by mouth ) and 22.7 % between levels 2 and 3 ( minimum mouth with an alternative pathway or adaptations ) . Levels 4:05 apresentaram18,2 % each (oral route of consistency with preparation or multiple) levels and 6:07 (total oral multiple -constrained and unconstrained full mouth ) . A significant association (p = 0.014 ) between the degree of dysphagia and dietary restriction via oral. Conclusion: Most pediatric patients require alternative route to power. The FOIS scale was good marker of severity of dysphagia in pediatric patients.

Keywords : Disorders of swallowing , child , hospitalization , speech therapy , dietary behavior .

.

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INTRODUÇÃO

A habilidade de se alimentar é, entre outros fatores, inteiramente dependente da capacidade de deglutir, sendo vital à sobrevivência¹. O processo de deglutição é complexo e envolve controle neural de estruturas da cavidade oral, da faringe e do esôfago. Alterações na deglutição e no percurso do alimento levam a desajuste desse sistema, sendo denominadas de disfagia². A disfagia é caracterizada por um distúrbio que compromete o curso da deglutição desde a captação do alimento até sua chegada ao estômago e pode estar relacionada a uma ou mais fases da deglutição (preparatória oral, oral, faríngea e esofágica)³. Das desordens disfágicas podem surgir manifestações de desnutrição, desidratação, obstrução das vias respiratórias, aspiração e ou pneumonia1-3.

A disfagia geralmente está associada a uma doença de base, e pode ser consequência de alterações neurológicas ou estruturais, acontecendo em qualquer idade. Frequentemente é observada em crianças debilitadas que necessitam de um longo período de internação hospitalar, sendo, algumas vezes, necessário o uso de via alternativa de alimentação4.

A gravidade da disfagia, associada a outras comorbidades, pode influenciar diretamente as taxas de mortalidade de crianças hospitalizadas no Brasil5. De acordo com a literatura, entre 12% e 30% dos pacientes apresentará disfagia com sinais de aspiração em algum momento da internação6. Em casos de pacientes internados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), esse risco aumenta: os pacientes podem apresentar-se com o nível de consciência rebaixado, mantidos em posição deitada, com uso de via de alimentação alternativa, tubos endotraqueais e traqueostomias7.

Dessa forma, a identificação precoce da disfagia é fundamental para prevenir e reduzir os riscos à saúde provenientes das alterações da deglutição 5,7. A identificação precoce contribui também para se quantificar o risco de disfagia em pacientes pediátricos e definir a via segura para alimentação e oferta medicamentosa 6-7.

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No ambiente hospitalar, o fonoaudiólogo é o profissional capacitado para lidar com as alterações alimentares relacionadas à deglutição e realizar ações de intervenção no leito, caso seja necessário8. O processo de acompanhamento dos pacientes internados se inicia com a avaliação clínica da deglutição, que é essencialmente o método mais seguro, sem riscos, de baixo custo e de rápida execução, amplamente utilizado para avaliação de crianças à beira do leito7-8.

É possível, por meio da avaliação clínica fonoaudiológica, conhecer a história pregressa do paciente, observar aspectos morfofuncionais e analisar os acontecimentos acerca da deglutição propriamente dita, considerando sua funcionalidade9. A avaliação da disfagia em pacientes no leito, na maioria dos serviços, ocorre mediante o pedido do médico e, em geral, é solicitada nos casos de pacientes com déficits nas funções de sucção, deglutição e/ou mastigação ou em uso de via de alimentação alternativa, bem como quando há preocupações com aspiração, refluxo gastroesofágico (RGE), regurgitamento nasal e comorbidades associadas. No acompanhamento de crianças com disfagia, além da avaliação clínica e funcional da deglutição, é competência do fonoaudiólogo a discussão em equipe multidisciplinar para possíveis encaminhamentos e a realização de exames7, 10.

A completa avaliação fonoaudiológica no leito contribui para a estimativa do risco de aspiração dos pacientes envolvidos e é importante para o conhecimento da etiologia do distúrbio, o tipo e grau de disfagia, além dos aspectos anatômicos e fisiológicos apresentados³. Essas informações serão essenciais à construção da conduta fonoaudiológica e à definição da necessidade de avaliações complementares ou medidas de intervenção7, 10.

O presente estudo é de grande relevância científica, uma vez que propõe descrever as principais características relacionadas à presença de disfagia em pacientes pediátricos, verificar a relação entre a classificação da disfagia e a funcionalidade da alimentação por via oral em pacientes disfágicos. Os resultados obtidos poderão ser importantes para nortear a formulação de ações que favoreçam práticas de intervenções fonoaudiológicas aplicadas aos pacientes pediátricos com sinais e sintomas de disfagia no ambiente hospitalar.

Conhecendo-se as necessidades dos pacientes pediátricos com sintomas de disfagia, o objetivo deste estudo foi descrever o perfil sociodemográfico e clínico das crianças disfágicas internadas na Unidade Funcional de Pediatria de um hospital universitário e avaliar a associação entre a classificação da gravidade da disfagia e a funcionalidade da ingestão oral.

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MÉTODO

O estudo foi realizado no período de junho a setembro de 2014, na unidade funcional de pediatria de um hospital de ensino da região leste de Belo Horizonte. O projeto foi analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Minas Gerais sob o número CAAE/27842914.70000.5149. Todos os responsáveis e participantes maiores de 12 anos, que tinham condições para tal, assinaram o “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido” (Anexo 01). Trata-se de estudo observacional analítico transversal com amostra não probabilística, realizado por meio de anamnese e avaliação fonoaudiológica em pacientes internados na Unidade Funcional Pediátrica (UFPED) – enfermarias e Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Universitário (HU). Foram excluídos os participantes com idades maior ou igual a 10 anos e os que não apresentaram disfagia no momento da avaliação fonoaudiológica. Dessa forma, participaram do estudo 22 crianças, sendo 8 do sexo masculino e 14 do feminino. As idades variaram entre um mês e 7 anos e cinco meses. A partir do pedido de avaliação fonoaudiológica feito pelo médico responsável pelo caso, o participante e/ou seu responsável eram convidados a participar do estudo e caso concordassem, assinavam o TCLE. Inicialmente foi realizada anamnese com os pais ou responsáveis pelo paciente e, logo após, os participantes foram submetidos à

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avaliação específica para disfagia infantil, realizada por duas fonoaudiólogas do Serviço de Fonoaudiologia e atuantes na UFPED do HU. Para tal, aplicaram-se os protocolos Anamnese Fonoaudiológica Específica para Disfagia Infantil (FIGURA 01) e o protocolo de Avaliação Fonoaudiológica Específica para Disfagia Infantil (FIGURA 02), ambos elaborados especificamente para o presente estudo. Esses instrumentos foram propostos pelas pesquisadoras com base na literatura e adaptados aos protocolos utilizados rotineiramente pelo Serviço de Fonoaudiologia do referido setor. A avaliação foi realizada à beira do leito, com o paciente em estado de alerta, no momento habitual de sua alimentação. Os dados da anamnese e da avaliação funcional da deglutição foram registrados em formulário próprio e no prontuário da criança. Para padronização dos procedimentos de coleta e preenchimento dos instrumentos de anamnese e avaliação, as fonoaudiólogas foram devidamente orientadas e treinadas.

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Ao final da aplicação dos protocolos foi dado o diagnóstico fonoaudiológico sobre o tipo (preparatória, oral, orofaríngea e faríngea) e grau de disfagia (leve, moderada e grave) do paciente, além da classificação da ingestão oral segundo a escala Functional Oral Intake Scale (FOIS)¹¹, escala de avaliação funcional da alimentação, que possibilita classificar o paciente conforme a via de alimentação utilizada, conforme os níveis descritos a seguir: - Nível I: alimentação por via alternativa, sem oferta por via oral; - Nível II: alimentação por via alternativa, com estimulação gustativa por via oral; - Nível III: alimentação por via alternativa, com oferta constante de alimento por via

oral; - Nível IV: alimentação por via oral, de única consistência, sendo que as

consistências: pastoso homogêneo e líquido espesso são considerados pela escala como uma única consistência;

- Nível V: alimentação por via oral, com múltiplas consistências, mas que necessitam de preparo especial;

- Nível VI: alimentação por via oral, com múltiplas consistências, sem preparo especial, porém com limitações específicas, como por exemplo, evitar grãos secos, ou líquidos com gás;

- Nível VII: alimentação por via oral sem restrições. As informações obtidas na anamnese e avaliação foram posteriormente digitadas em um banco de dados no programa Excel®, e analisados por meio do programa SPSS Statistics, versão 21.

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Foi realizada análise descritiva por meio da distribuição de frequência absoluta e relativa de todas as variáveis categóricas e análise de síntese numérica das variáveis contínuas. Para verificar a associação entre a ingestão oral e o grau de disfagia, utilizou-se o teste Qui-quadrado de tendência. A classificação obtida por meio da escala FOIS foi categorizada em 3 categorias, segundo a ingestão oral, a saber: 1 – nada por via oral (FOIS 1), 2 – dependente de via alternativa de alimentação (FOIS 2 e 3) e 3 – alimentação por via oral em uma ou mais consistências (FOIS 4, 5, 6 e 7). Para todas as análises foi considerado o nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95%.

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RESULTADOS

A amostra foi composta por 22 crianças internadas nas Enfermarias e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Destas, 14 (63,6%) eram do gênero feminino com idade média de 2,3 anos (DP= 0,49; mínima= 0,2 e máxima= 7,5) e peso médio de 9,2 quilos (DP= 8,08; mínima= 3,3 e máxima= 26,0) (Tabela 1).

Tabela 1. Distribuição das características

sociodemográficas e peso dos pacientes avaliados (n=22)

Frequência

Sexo

Feminino 14 (63,63%)

Masculino 8 (36,36%)

Total 22

Idade*

Mínimo 0,2

Máximo 7,5

Média 2,3

Desvio Padrão 2,5

Peso

Mínimo 3,3

Máximo 26,0

Média 9,2

Desvio Padrão 8,08

*em anos

Na presente amostra, 36,3% (n=8) das hipóteses diagnósticas estiveram

relacionadas a algum tipo de síndrome, sendo desses, 37,5% (n=3) dos casos quadros de Síndrome de Down com cardiopatia congênita em correção, 37,5% (n=3) outras síndromes e 25,0% (n=2) síndromes em fase de diagnóstico. Nos demais casos, registrou-se como patologia de base: Hepatoblastoma, Displasia Broncopulmonar, persistência do canal arterial, Leishmaniose Visceral, enterocolite, Leucemia Promielocítica Aguda, convulsão focal, bronquiolite, Paralisia Cerebral, pneumonia com insuficiência respiratória, infecção focal e erro inato do metabolismo com insuficiência respiratória aguda. Um paciente não teve diagnóstico esclarecido até o momento da avaliação fonoaudiológica (dados não mostrados).

Em relação à ocorrência de internação anterior, 86,4% (n=19) apresentaram recorrência de pelo menos uma internação anterior, sendo que 36,8% (n=7) relataram internações associadas a procedimento cirúrgico.

Em relação à anamnese, verificou-se que a maior parte, 68,2% (n=15) denotou algum tipo de queixa de natureza fonoaudiológica. Entre as queixas, 73,3% (n=11) apresentavam alguma relação com a deglutição, 13,3%(n=2) estavam relacionadas à presença de RGE e 13,3% (n=2) envolviam outras queixas, referenciadas pelos

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responsáveis (Tabela 2). Constatou-se também que 18,2% (n=4) do total de pacientes eram traqueostomizados, e todos relataram necessidade frequente de aspiração endotraqueal (dados não mostrados).

Em relação à história pregressa, 77,3% (n=17) dos responsáveis informaram que os pacientes foram amamentados em algum período da infância (Tabela 2). Esse tempo variou de um dia de amamentação a mais do que um ano. Verificou-se que a maior parte dos sujeitos, 35,3%(n=6), mamou ao seio materno até o terceiro mês apenas, sendo o restante divido em 29,4% (n=5) até o sexto mês e 17,6% (n=3) que foram amamentados somente no primeiro mês ou por mais de um ano cada (dados não mostrados). Quando investigado sobre a condição atual da criança, 36,4% (n=8) dos acompanhantes relataram perda de peso significativa no último mês (dados não mostrados).

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Segundo informações sobre o histórico alimentar pregresso à internação, pode-se confirmar na tabela 2 que 45,0% (n=9) das crianças apresentou tosse, engasgos ou falta de ar durante as refeições e 27,3% (n=6) demonstrou os mesmo sintomas,

Tabela 2. Distribuição dos aspectos fonoaudiológicos investigados na anamnese (n=22)

Frequência Porcentagem

Amamentação exclusiva

Sim 17 77,3

Não 5 22,7

Total 22 100

Tosse, engasgos e falta de ar*

Sim 9 45,0

Não 11 55,0

Total 20 100,0

Tosse, engasgos e falta de ar**

Sim 6 27,3

Não 16 72,7

Total 22 100,0

Refluxo Gastroesofágico Sim 5 22,7

Não 17 77,3

Total 22 100,0

Regurgitação Nasal Sim 3 15,0

Não 17 85,0

Total 22 100,0

Escape Extra-oral Sim 4 18,2

Não 18 81,8

Total 22 100,0

Queixa Fonoaudiológica

Sim 15 68,2

Não 7 31,8

Total 22 100,0

Tipo de queixa fonoaudiológica

Dificuldade de deglutição 11 73,3

RGE 2 13,3

Outras 2 13,3

Total 15 100,0

*Durante a alimentação

**Independentes da alimentação

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independente da alimentação. Dos demais sintomas associados à alimentação, o mais prevalente foi o refluxo gastroesofágico (22,7%), seguido pelo escape extra-oral (18,2%) e pela regurgitação nasal (15,0%). Durante a avaliação, 90,9% (n=20) dos pacientes foram avaliados em relação aos reflexos orais de procura, mordida, deglutição e vômito (GAG). Destes, 40,9%(n=9) apresentaram normalidade nas respostas das quatros funções avaliadas, demonstrando compatibilidade com a idade cronológica. Observou-se ainda que o reflexo de deglutição foi o mais presente, sendo encontrado em 86,3% (n=19) (Tabela 3).

Tabela 3. Frequência da adequação dos Reflexos Orais em avaliação fonoaudiológica.

Frequência Porcentagem

Reflexo de Procura Adequado

Sim 15 83,3

Não 3 16,7

Total 18 100,0

Reflexo de Mordida Adequado

Sim 10 45,5

Não 10 45,5

Total 20 100,0

Reflexo de Deglutição Adequado

Sim 19 86,3

Não 2 9,5

Total 22 100,0

Reflexo de GAG Adequado

Sim 15 88,2

Não 2 11,8

Total 17 100,0

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Quanto aos tipos de vias alternativas de alimentação, houve predomínio do uso de sondas nasogástricas (SNG), usada por 40,9% dos pacientes no momento da avaliação, seguido pela gastrostomia, presente em 18,2% (n=4) dos pacientes.

A tabela 4 ilustra o tipo e o modo respiratórios encontrados durante a avaliação dos sujeitos hospitalizados. Dentre os 22 pacientes houve predomínio de 50,0% (n=11) do tipo respiratório costodiafragmático. Em relação ao modo respiratório, constatou-se maior ocorrência do modo oronasal presente em 50,0% (n=11) dos avaliados.

Em relação aos aspectos estruturais da avaliação orofacial, observou-se que 40,9%(n=9) dos avaliados apresentou vedamento labial, sendo que desses 66,6% (n=6) apresentou postura dos lábios ocluídos e 33,4% (n=3) de forma semi-ocluídos. No que diz respeito à postura da língua, a maior parte apresentou adequação, tendo sido observado em 71,4% (n=15) o posicionamento de língua em assoalho da boca. No que se refere à tonicidade e força das estruturas orofaciais, verificou-se normotonia de lábios e bochechas em 68,2%(n=15) e 59,1%(n=13) dos pacientes, respectivamente, e em 45,5% (n=10) dos pacientes foi observada força adequada de língua.

A maior parte dos pacientes avaliados, 86,4% (n=19), foi submetida à avaliação da alimentação por via oral. Entretanto destes, nenhum foi avaliado com a consistência sólida e, apenas 42,1% (n=8) foram avaliados com mais de uma consistência de dieta. Durante a avaliação com líquido, 33,3% (n=5) dos sujeitos não apresentou adequação na ejeção, mas demonstrou adequação na elevação laríngea. O tempo de trânsito oral esteve inadequado em 40,0% (n=6) dos sujeitos, enquanto 20% (n=3) apresentou tosse e sinais de aspiração associados. Em relação à consistência pastosa da dieta, 63,2% (n=12) dos sujeitos foram avaliados, sendo que 41,6% (n=5) não apresentaram adequação na ejeção. Contudo, apenas 8,3% (n=1) apresentaram tosse e sinais de aspiração.

Tabela 4. Distribuição do tipo e modo respiratórios observados durante a avaliação fonoaudiológica (n=22)

Frequência Porcentagem

Tipo Respiratório

Superior 2 9,1 Abdominal 9 40,9

Costodiafragmática 11 50,0

Total 22 100,0 Modo Respiratório

Nasal 7 36,8 Oral 3 15,8

Oronasal 11 50,0

Total 22 100,0

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De acordo com a avaliação fonoaudiológica, verificou-se que o tipo de disfagia em maior frequência foi a disfagia orofaríngea (72,7%) de grau leve (45,5%); Destaca-se que 18,2% (n=4) apresentou disfagia de grau severo (Tabela 5 ).

Os resultados expostos na Tabela 6 referem-se à classificação da ingestão oral

segundo a escala FOIS11. Observa-se que 31,8% (n=7) das crianças não recebia alimentos por via oral e 22,7% (n=5) dependia de via alternativa de alimentação combinada com a via oral. Apenas uma criança apresentou-se apta para via oral total sem restrições de consistências (4,5%).

Tabela 5. Distribuição do tipo e grau de disfagia segundo avaliação fonoaudiológica

dos pacientes (n=22)

Frequência Porcentagem

Tipo de disfagia

Preparatória – –

Oral 3 13,6

Orofaríngea 16 72,7

Faríngea 3 13,6

Total 22 100,0 Grau de Disfagia

Leve 10 45,5

Moderada 8 36,4

Grave 4 18,,2

Total 22 100,0

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Na tabela 7 são apresentados os resultados da análise de associação entre os resultados da escala FOIS reagrupados segundo a ingestão oral em 3 categorias, e o grau de disfagia. Observa-se que houve associação estatística significante (p=0,014) entre o grau de disfagia e a restrição da dieta por via oral, sendo que todos os pacientes classificados com disfagia grave estavam sem dieta por via oral.

Não houve relação entre o grau de disfagia e a presença de RGE (p=0,962)

Tabela 7. Associação entre o grau de disfagia e a classificação da ingestão oral em 3 categorias

Tabela 6. Distribuição dos pacientes avaliados segundo categorias da Escala Funcional De Ingestão por Via Oral

(FOIS)

Frequência Porcentagem

FOIS

Nada por via oral 7 31,8

Dependente de via alternativa e mínima via oral

4 18,2

Dependente de via alternativa com consistente via oral

1 4,5

Via oral total de uma única consistência

4 18,2

Via oral total múltipla com preparo

4 18,2

Via oral total múltipla sem preparo com restrições

1 4,5

Via oral total sem restrições 1 4,5

Total 22 100,0

Grau de disfagia n(%)

FOIS em 3 categorias Leve Moderada Grave Total

Nada por via oral 1 (10,0) 2 (25,0) 4 (100,0) 7 (54,5)

Dependente de via alternativa 2 (20,0) 3 (37,5) 0 (0,0) 5 (22,7) Alimentação por via oral 7 (70,0) 3 (37,5) 0 (0,0) 10 (22,0)

Total 10 (100,0) 8 (100,0) 4 (100,0) 22 (100,0)

X2

de Pearson – valor-p=0,014

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DISCUSSÂO

Neste estudo que buscou descrever as principais características dos pacientes disfágicos em leitos pediátricos de um hospital universitário, constatou-se que, no momento da avaliação fonoaudiológica, a maior parte dos pacientes não recebia alimentação por via oral ou eram dependentes de via alternativa de alimentação para uma ou mais consistências. Cerca de um terço dos pacientes apresentou como queixa a dificuldade de deglutição, e, de fato, vários sinais e sintomas associados à dificuldade de alimentação oral foram relatados, como escape extra-oral, regurgitamento nasal ou refluxo gastroesofágico. A classificação da gravidade da disfagia associou-se à classificação na escala FOIS, indicando que a escala pode ser um bom marcador da gravidade da disfagia. A população deste estudo apresentou maior proporção de pacientes do sexo feminino, contudo, essa frequência não é confirmada por outras pesquisas realizadas com pacientes pediátricos dentro e fora do ambiente hospitalar, que encontraram maior prevalência do sexo masculino 8,9,16,18. Os resultados observados a partir do presente estudo revelam que mais de 70% da amostra apresenta um quadro de disfagia do tipo orofaríngea. A disfagia é considerada fator de risco para aspiração principalmente quando observada em pacientes com necessidade de cuidados hospitalares12. É uma desordem presente em diversas patologias e muito frequente em crianças, principalmente em associação à doenças neurológicas como é o caso de Paralisia Cerebral, ou ser de causas como infecciosa, obstrutiva ou muscular 9,12-14. Estudos revelam que a prevalência de disfagia em pacientes hospitalizados pode variar entre 30 a 60% e 10 a 15 % em hospitalizações mais críticas e em geral esses números podem atingir de 6 a 9% da população geral em internação 4,12. Ainda de acordo com estudos, a disfagia em unidade de cuidados especiais (UCE), como são os casos dos CTI’s, esse valor pode chegar a 35,5%, devido à variedade de procedimentos realizados nessas unidades, como entubação, ventilação mecânica, alimentação por sonda e traqueostomia4. Esses índices traduzem a importância da avaliação fonoaudiológia em leito e indicam a necessidade de uma terapêutica mais efetiva e imediata ao paciente 4,5,12.

Nesse estudo, menos de 20% dos pacientes apresentou disfagia de grau grave, proporção consideravelmente menor do que a encontrada por outros autores, que encontraram na população estudada, proporção de cerca de 30% de crianças classificadas com disfagia grave26. Todavia, outro estudo semelhante a este, realizado com pacientes pediátricos, relata que maior parte de seus participantes revelaram como predominante disfagia de grau leve.24 Essas diferenças podem ser devidas às metodologias de avaliação da deglutição, como a utilização ou não de avaliações padronizadas, ou ainda, às características dos pacientes e do tipo de hospital estudado, que pode ter pacientes mais ou menos graves. Entretanto, ressalta-se que os cuidados com os pacientes em quadro disfágico são essenciais para o estabelecimento da via oral ou indicações alternativas26. Alguns trabalhos apontam que crianças com disfagia grave possuem alto risco de complicações durante a internação17.

Neste presente estudo, verificou-se que durante a avaliação fonoaudiológica não foram ofertados alimentos na consistência sólida, indicando provavelmente, a dificuldade de consumo dessa consistência pelos pacientes avaliados. Em outro estudo realizado com crianças com PC, avaliadas em ambulatório, observou-se que a

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oferta alimentar de consistência sólida também foi a menor quando comparada às outras consistências, sugerindo que a ocorrência desse fato acontece em razão da maior necessidade de manipulação, organização e formação do bolo alimentar 9,26. Por outro lado, sabe-se que a avaliação à beira do leito precisa ser objetiva e resolutiva, a fim de possibilitar a conduta terapêutica em tempo oportuno 5,25. Sobre o aleitamento natural verificou-se que mais de três quartos das crianças receberam o leite materno como fonte de alimentação, durante algum período da infância, variando entre um mês e mais que dois anos. O aleitamento materno auxilia o vínculo mãe-bebê e consequentemente favorece o ganho de peso e a retirada da via alternativa de alimentação, bem como o fortalecimento das estruturas orais envolvidas nas funções do sistema estomatognático11,13e17. O leite materno possui nutrientes essenciais à saúde das crianças e contribui para o ganho de peso14, sendo preconizado que o aleitamento materno aconteça exclusivamente nos primeiros seis meses de vida da criança, segundo a Organização Mundial de Saúde16. Em relação ao tempo de aleitamento materno estudos divergem nos resultados. Um estudo referiu que a maioria (40,4%) das crianças estudadas não receberam amamentação em seio materno. Em outro trabalho observou-se dados semelhantes em que a maior parte dos avaliados 60,1% dos sujeitos não foram amamentados. Ressalta-se que o percentual encontrado no presente estudo pode ser considerado alto, principalmente se considerarmos a gravidade das patologias de base das crianças. No que tange aos sintomas relatados pelos responsáveis durante alimentação dos avaliados, a maior parte relatou o refluxo gastro esofágico como o mais prevalente dos sintomas. Resultado semelhante foi encontrado em outro estudo, sendo o RGE a alteração mais importante em lactentes quando avaliados fluoroscopicamente19. Alguns autores relatam o sintoma como esperado quando este acontece assistematicamente até os 18 meses, devido à imaturidade no controle das fases da deglutição. No presente estudo houve uma alta incidência (80%) de RGE na população estudada, o que corrobora dados da literatura19,20. Crianças com RGE podem apresentar alterações nas fases oral e faríngea da deglutição e dificuldades na alimentação21. No entanto, no presente estudo, não houve relação entre a presença de RGE e alteração da deglutição nas fases oral e faríngea. (p=0,962) A utilização de algum tipo de via alternativa de alimentação por pacientes hospitalizados é uma evidência comumente relatada pela literatura6,18,e22. A sonda nasogástrica foi a via alternativa de alimentação mais utilizada durante a internação dos pacientes deste estudo (40,9%) seguida pelo uso da gastrostomia (18,2%). Esse relato pode ser confirmado pela literatura, uma vez que o uso de nutrição enteral foi relatada como a principal via alternativa adaptada. Esse modelo alternativo de nutrição tem a função de auxiliar a alimentação dos pacientes e prevenir uma possível desnutrição6e18, já que os distúrbios de deglutição estão associados à fatores como rebaixamento do nível de consciência, déficit cognitivo, grave estado geral ou algum acometimento neurológico6. No presente estudo a maior parte das hipóteses diagnósticas apresentaram relação à esses fatores encontrados nesta literatura.

O uso por longos períodos de sondas como método nutritivo pode gerar danos como privação de estímulos sensoriais (gustativos, textura, temperatura), e atraso no desenvolvimento sensório-motor oral, o que pode comprometer sua aceitação e posterior adaptação à alimentação oral 18,21,22. Dos estudos que abordaram a utilização da sonda em crianças hospitalizadas, houve um realizado em bebês, que demonstra a sonda gástrica como a primeira via de alimentação alternativa a ser escolhida como meio de nutrição enteral18,22. Esse resultado se assemelha aos dados desse artigo, que também apresentou a sonda nasogástrica como a via alternativa mais utilizada

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entre os internados. Entretanto, um estudo realizado entre hospitais públicos e privados em São Luís - MA demonstrou que a sonda mais utilizada foi a sonda orogástrica 6e22. Ao relacionar com os dados da literatura, não foi possível esclarecer o porquê da divergência sobre o tipo de sonda encontrada em cada trabalho, mas provavelmente se devem ao peso e idades gestacionais das crianças envolvidas.

Faltam esclarecimentos por meio de estudos sobre os critérios do tipo de sonda utilizado durante a internação hospitalar, como o motivo da indicação, o modelo a ser utilizado (nasogástrica ou orogástrica) e o tempo de utilização. A considerar que as sondas possuem suas particularidades no uso e sua escolha pode estar relacionada ao estado nutricional ou custo da adaptação. Estudos nessa área contribuirão para uma melhor indicação da via alternativa de nutrição para o paciente conforme os motivos de sua internação.

Pouco mais de 18% dos investigados eram traqueostomizados cujos

responsáveis relataram necessidade de aspiração por pelo menos duas vezes ao dia. No entanto, um dos artigos estudados revelou que 43,7% de seus avaliados apresentavam aspiração traqueal o que segundo a literatura seria um critério para a ocorrência de pneumonia aspirativa27.

Quanto aos eventos clínicos observados durante a avaliação fonoaudiológica, encontrou-se neste estudo que, a maior parte dos avaliados com as consistências líquida e pastosa obtiveram desempenho dentro do esperado quanto à ejeção, elevação laríngea e trânsito oral, sendo que 20% apresentou tosse e sinais de aspiração associados. Em pesquisa bibliográfica observou-se em um estudo com amostra semelhante, que as alterações prevalentes foram o aumento do tempo de transito oral, ejeção fraca e escape oral9,24. Em outro estudo os achados se assemelham aos desse estudo, sendo presente ainda o achado de tosse antes, durante a após a deglutição essa informação também pertence a este estudo no qual também fora evidencias presença de tosse durante à avaliação9.

Neste estudo optou-se por utilizar a Functional Oral Intake Scale-FOIS11 para qualificar os pacientes em relação à sua capacidade de alimentação por via oral. Apesar de não ser esse o propósito inicial da escala, que foi criada para aplicação em pacientes adultos pós-acidente vascular encefálico, alguns artigos na literatura já haviam realizado tal adaptação com sucesso em pacientes pediátricos11e25. Em um estudo que buscou indicar a evolução de pacientes com paralisia cerebral após intervenção fonoaudiológica, a maior parte dos avaliados apresentou-se com nível V da escala, o que indica via oral total com múltiplas consistências, porém com necessidade de adaptações no preparo alimentar. Esse achado difere do encontrado no atual artigo que obteve 31,8% dos pacientes após avaliação fonoaudiológica em nível 7 da escala, ou seja sem via oral. No entanto um estudo sobre a ocorrência de pneumonia aspirativa em crianças disfágicas, o nível um (1) aparece como predominante trazendo confirmação aos dados encontrados neste trabalho. A associação encontrada entre a gravidade da disfagia e as categorias da classificação da escala FOIS (p=0,014), indica que a escala pode ser um bom marcador da gravidade da disfagia também em pacientes pediátricos. Não encontrou-se na literatura estudos que relacionassem os registros do tipo de queixa relatada pelos responsáveis à necessidade da avaliação fonoaudiológica dentro do ambiente hospitalar.

Depreende-se deste estudo que a atuação do fonoaudiólogo em leito, permite aos avaliados um conhecimento do histórico alimentar e de suas alterações. Assim

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dentro das competências do fonoaudiólogo, a conduta terapêutica será específica a cada caso, possibilitando assim, uma alimentação segura e funcional. Conclusão

Conclui-se a partir deste trabalho que a classificação da ingestão oral, segundo escala FOIS, está diretamente relacionada ao grau de comprometimento da disfagia em pacientes hospitalizados. Verificou-se ainda que a maior parte dos pacientes pediátricos em internação necessitava de via alternativa para alimentação, e que neste hospital prevaleceu o uso de sonda nasogástrica.

Ficou claro após a conclusão deste trabalho a necessidade de novos estudos que abordem o assunto disfagia infantil e investigue suas causas em ambiente hospitalar, principalmente no que diz respeito à utilização de instrumentos que quantifique e qualifique a severidade do distúrbio e os relacione à capacidade de ingestão oral, fim estabelecer condutas terapêuticas necessárias a cada caso e viabilizar de forma eficiente a alimentação do sujeito hospitalizado, prevenindo os riscos de desnutrição e desidratação aos pacientes.

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Considerações Finais

Participar da criação e execução deste trabalho me trouxe experiências inquestionáveis, sobretudo no que diz respeito à atuação fonoaudiológica na área de Disfagia Infantil. Desde a idealização, esse projeto que é ainda uma semente a germinar, possibilitou me conhecer de perto as competência e habilidades do fonoaudiólogo na equipe interdisciplinar e sua inserção em ambiente hospitalar. Entretanto, foi durante a prática que vieram os maiores aprendizados. Fazer parte deste estudo me permitiu reconhecer de fato o tamanho da responsabilidade exigida pela profissão, bem como compreender a importância deste profissional dentro dos hospitais.

A considerar que minha paixão pela fonoaudiologia ainda é crescente, idealizar e produzir este trabalho foi o primeiro dos muitos passos que pretendo seguir rumo ao aprimoramento de um sonho.

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7-REFERÊNCIAeferências BibliográficasBIBLIOGRÁFICA

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Formatado: Inglês (Estados Unidos)

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8-ANEXOnexo 1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Para Pais ou Responsáveis de crianças com idade entre um dia e 9 anos e 11 meses.

Eu, Júlia Gracielle Dos Santos, graduanda do curso de Fonoaudiologia da UFMG e Amélia

Augusta de Lima Friche, professora do mesmo curso, convidamos ao Sr (a) e seu filho (a) a

participarem voluntariamente de uma pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso intitulada

“Perfil dos pacientes disfágicos atendidos no leito de um hospital universitário” que irá avaliar

a alimentação de seu filho especialmente a forma de mastigação e deglutição durante a

internação hospitalar.

Primeiramente, será realizada uma entrevista, na qual o (a) Sr (a) será questionado (a)

sobre alguns aspectos da alimentação da criança, antes da internação e durante o período

hospitalar. Serão feitas também perguntas sobre os aspectos da mastigação, deglutição,

motivo da internação, via de alimentação da criança, frequência e tipo de alimento.

A segunda parte acontecerá no momento da avaliação fonoaudiológica, que será

conduzida pela pesquisadora com supervisão das fonoaudiólogas do serviço de

fonoaudiologia do Hospital das Clínicas ou será realizada pelas próprias fonoaudiólogas do

serviço. Neste momento serão feita avaliações da forma que a criança mastiga e deglute e

para tanto serão ofertados alimentos (líquido, pastoso ou sólido) a fim se saber qual o tipo de

alimento a mesma está ingerindo, a quantidade, postura e a via de alimentação.

Poderá ocorrer desconforto em relação ao conteúdo da entrevista. Então caso os pais ou

responsáveis sintam-se constrangidos (as) com alguma pergunta, fica garantido o direito de se negarem a

responder, sem que isso acarrete em nenhum dano ou prejuízo aos serviços prestados à criança durante o

tratamento. Durante a avaliação este estudo apresenta risco mínimo, isto é o mesmo risco existente em

atividades rotineiras como conversar, tomar banho, ler, entre outras, uma vez que a avaliação consta de

procedimentos já realizados pelo serviço de fonoaudiologia do Hospital das Clínicas.

Sua participação nesta pesquisa poderá oferecer como benefício uma melhor orientação sobre a

terapia fonoaudiológica a ser utilizada no período da internação. E proporcionará ainda aos profissionais

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maiores informações sobre a avaliação fonoaudiológica em pacientes pediátricos com sinais e sintomas de

disfagia.

O Sr (a) não pagará nem receberá nenhum valor financeiro ou compensações pessoais pela sua

participação na pesquisa em questão. Os dados coletados serão utilizados somente para pesquisa, com

publicação dos resultados em revistas e eventos científicos, não sendo divulgada a identificação de

nenhum dos participantes.

O Sr (a) tem direito de se manter informado (a) sobre os resultados parciais da pesquisa, com a

garantia de acesso aos esclarecimentos de eventuais dúvidas em qualquer etapa do estudo. Também é

garantida a liberdade da retirada do consentimento, caso deseje desistir da pesquisa a qualquer momento,

sem nenhum prejuízo.

Caso queira desistir ou obter mais informações sobre a pesquisa o Sr (a) poderá entrar em contato

com as pesquisadoras pelos telefones 9740-9456 (Júlia Santos) ou 3409-9791 (Amélia Augusta). Em caso

de dúvida sobre a ética da pesquisa entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG,

situado à Avenida Presidente Antônio Carlos, 6627 – Unidade Administrativa II – 2º Andar – Sala 2005 –

CEP 31270-901 – BH-MG, telefone (031) 3409-4592 – Fax: (031) 3409-4592 – e-mail:

[email protected].

Belo Horizonte,_____ de______________________________de 2014.

Consentimento: Li e entendi as informações acima e assino voluntariamente este formulário

indicando o meu consentimento em participar da pesquisa.

________________________________

Assinatura dos pais ou responsáveis

Amélia Augusta de Lima Friche Júlia Gracielle Dos Santos

Pesquisadora responsável Graduanda em Fonoaudiologia

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