UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS/ FACULDADE DE LETRAS

TÓPICOS ESPECIAIS EM PRÁTICA DE ENSINO: Letramento Digital

PROF. VALESKA VIRGINIA SOARES SOUZA

Fernanda Lages

Ganhei meu primeiro computador bem nova, com uns nove anos. Meu passatempo favorito era um cd-rom da Barbie, Barbie Storymaker, no qual você criava cenas, como numa história em quadrinho, com a boneca e seus companheiros. Nesta época, internet não era uma coisa tão comum assim, mas era um sonho. Minha mãe me deu o tão esperado modem para fazer a conexão na rede de dia das crianças.

A partir daí, um novo mundo se abriu. Não esqueço as incontáveis horas que passei conversando com meus amigos no icq, madrugada a fora, já que só podíamos nos conectar a rede depois da meia-noite, uma vez que a conexão era discada e as tarifas eram muito altas.

A escola começou a exigir que os trabalhos fossem feitos no computador, e foi a partir daí que comecei a aprender a usar o Microsoft Word, Microsoft Power Point, Excel e Paint . A internet também começou a ser usada como fonte de pesquisa, ocupando um pouco o lugar dos livros e enciclopédias. Me lembro que tinha uma daquelas coleções da Barsa e elas me salvaram durante muitos anos, mas depois que o computador chegou, elas serviam só para juntar poeira, até que por fim minha mãe desistiu e doou-as para uma instituição de caridade.

Outra faceta importante da tecnologia na escola foi na variedade do acesso à novas mídias. Fazíamos algumas provas num programa desenvolvido pelo Colégio onde estudava, e eu particularmente não era muito fã desse método. Sentia falta da prova em papel, por que no computador, além de ter tempo marcado, você não podia voltar nas questões que já haviam sido marcadas. Também aprendemos sobre funções na

matemática usando um programinha legal, que ajudava a desenvolver os cálculos e desenhava os gráficos quando acertávamos. Era um desafio conseguir fazer o gráfico certo, e era muito satisfatório quando conseguíamos!

Fui uma das últimas das minhas amigas a ter MSN e Orkut.

Nessa amiga, eu tinha uma amiga fazendo intercâmbio em Washington, Estados Unidos, e eu ainda não tinha Messeger, o que dificultava muito nossa comunicação. Ela disse para mim que estava cansada de mandar emails gigantes e só voltaria a falar comigo se eu fizesse um MSN. E assim foi “obrigada” a me cadastrar. Nunca gostei muito de conversas online, tenho um pouco de preguiça, mas admito que o programa é muito prático e útil. Uma das melhores maneiras de fazer trabalho em grupo é através deste programa.

Demorei um pouco mais a me render ao Orkut, só depois dos meus 18 anos que me cadastrei. Hoje em dia, entretanto, sou praticamente viciada nesse mundo paralelo!

Eu já tive contato com a internet em empregos, em que trabalhei com cursos online. O primeiro deles foi um cursinho de residência médica oferecido via internet. Trabalhei 6 meses na equipe de coordenação. A

empresa, chamada BHWay, oferecia também um curso de aperfeiçoamento em Cardiologia, o CardioCurso, numa plataforma de ensino de nome Aula Brasil.

Minha função era atualizar as notícias referentes ao curso na página principal, além de mandar newsletter para todos os interessados que cadastravam seus emails para recebimento de informações. Usava um programa muito bacana de envio de newsletter, mas que me esqueci

como se chama.

Atualmente, estou trabalhando num curso de especialização (pós-graduação) e aperfeiçoamento chamado “Programa de Formação dos Conselheiros Nacionais”, que acontece através de uma associação entre a UFMG e a Secretaria-Geral da Presidência da República. O curso é oferecido na plataforma Moodle, e tem abrangência nacional. São mais de mil alunos espalhados por todo o Brasil. Faço parte da equipe de coordenação como revisora (todo o material que entra em contato com os alunos, seja via email, via fóruns ou por outros meios passam pela minha supervisão).

Sou fã incondicional do Google. Sempre brinco que o Google é meu pastor, e nada me faltará, por que não teve, até hoje, uma suspeita que ele não tenha me solucionado. Sempre que aparece uma dúvida, minha primeira resposta é “Joga no Google!”. Até minha mãe já usa essa expressão. Toda vez que pergunto alguma coisa para ela que ela não sabe responder de imediato, ela me diz para fazer isso.

Enfim, a internet é minha musa inspiradora, salva minha vida todos os dias. O que seria de mim sem o Google? Ou sem Orkut, ou mesmo sem

MSN? Seria menos completa. Ela abre todas as portas para adquirirmos a informação que necessitamos. Bendita seja a internet!