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Dissertação Obtenção de Pinol a partir da Isomerização do óxido de Alfa Pineno Utilizando Catalisador à Base de Heteropoliácido, o Sal de Césio Cs 2,5 H 0,5 PW 12 O 40 Cláudio Júnior Andrade Ribeiro Programa de Pós-Graduação em Química PPGQUIM Ouro Preto 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO Instituto de Ciências Exatas e Biológicas

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Dissertação

Obtenção de Pinol a partir da Isomerização do

óxido de Alfa Pineno Utilizando Catalisador à

Base de Heteropoliácido, o Sal de Césio

Cs2,5H0,5PW12O40

Cláudio Júnior Andrade Ribeiro

Programa de Pós-Graduação em Química

PPGQUIM

Ouro Preto

2017

UNIVERSIDADE FEDERAL

DE OURO PRETO

Instituto de Ciências Exatas e

Biológicas

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Universidade Federal de Ouro Preto

Instituto de Ciências Exatas e Biológicas

Programa de Pós-Graduação em Química

OBTENÇÃO DE PINOL A PARTIR DA ISOMERIZAÇÃO DO ÓXIDO DE ALFA

PINENO UTILIZANDO CATALISADOR À BASE DE HETEROPOLIÁCIDO, O SAL

DE CÉSIO Cs2,5H0,5PW12O40

Autor: Cláudio Júnior Andrade Ribeiro

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Kelly Alessandra da Silva Rocha

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Química da

Universidade Federal de Ouro Preto, como

parte dos requisitos para obtenção do título

de Mestre em Química.

Área de concentração:

Química Orgânica

Ouro Preto/MG

Outubro de 2017

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Catalogação: www.sisbin.ufop.br

CDU: 544.47

Ribeiro, Cláudio Júnior Andrade.

Obtenção do pinol a partir da isomerização de óxido de alfa pineno utilizando catalisador à base de heteropoliácido, o sal de césio Cs2,5 H0,5PW12O40 (CSPW) [manuscrito] / Cláudio Júnior Andrade Ribeiro. - 2017.

65f.:

Orientadora: Profa. Dra. Kelly Alessandra da Silva Rocha.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Instituto de Ciências Exatas e Biológicas. Departamento de Química. Programa de Pós- Graduação em Química.

Área de Concentração: Química Orgânica.

1. Catálise. 2. Compostos terpênicos. 3. Heteropoliácidos. 4. Isomerização.

I. da Silva Rocha, Kelly A. II. Universidade Federal de Ouro Preto.

III. Título.

R484o

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Agradecimentos

Acima de tudo a Deus, pelo incomparável amor e luz nos momentos difíceis.

Ao professor coordenador Jason pelo compromisso com os alunos, com o programa de pós-

graduação e por ser solicito quando mais precisei.

À admirável professora Kelly pela valiosa orientação, confiança, paciência, empenho e

dedicação indispensáveis para desenvolvimento e conclusão deste trabalho.

Ao colegiado de pós-graduação do ICEB-UFOP, aos professores dedicados e ao funcionário

Adriano/Secretaria, sempre disposto a ajudar na resolução dos problemas que enfrentei ao

longo do curso.

A minha família que sempre me apoiou e entendeu todas as vezes que estive ausente.

Ao IFRO pelo afastamento a mim concedido para a realização deste trabalho.

Aos meus amigos Thiago Alonso Merici, Sidnei Augusto Vieira Filho (Bibo) e Mauro Lúcio

Oliveira pela presença nos momentos mais difíceis.

Ao professor Dr. Ivan Kozhevnikov da universidade de Liverpool-Inglaterra pela valiosa

colaboração neste trabalho.

Aos amigos do laboratório de Catálise, em especial a Mariana, Matheus, Stella e Wellington

pelo auxilio prestado e colaboração.

Ao CNPq, FAPEMIG, PROPP/UFOP e a todos que direta ou indiretamente contribuíram para

a execução deste trabalho.

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Resumo

O sal de heteropoliácido Cs2,5 H0,5PW12O40 (CSPW) foi utilizado como catalisador no

desenvolvimento de um processo heterogêneo de isomerização do óxido de alfa-pineno

realizado em acetona.

O desenvolvimento de um processo seletivo de isomerização do óxido de alfa-pineno é

uma tarefa bastante desafiadora devido à alta reatividade deste substrato. A maior parte dos

processos desenvolvidos a partir dessa reação leva à obtenção de aldeído canfolênico como

produto principal associado à formação de uma mistura de isômeros.

Neste processo foi obtido como produto principal o composto pinol com uma

seletividade de 50% a uma completa conversão do substrato. Nas condições otimizadas, o

único sub-produto obtido com seletividade relevante foi o aldeído canfolênico. De modo que,

a melhor seletividade conjunta alcançada para pinol e aldeído canfolênico foi equivalente a

70%.

O produto pinol é um éter que possui o fragmento oxabiciclo-octeno o que possibilita

associá-lo aos compostos que apresentam propriedades organolépticas interessantes, os quais

podem ser aplicados em compostos de química fina. Além disso, é conhecido que compostos

contendo este fragmento são aplicados como herbicidas e transportadores de drogas. O

aldeído canfolênico por sua vez é um importante intermediário para a produção de fragrâncias

de sândalo conhecidas e já comercializadas.

Na literatura não há relatos de obtenção seletiva de pinol por meio de processos

heterogêneos envolvendo a reação de isomerização de óxido de α-pineno. Não existem ainda,

relatos de estudos empregando catalisadores a base de sal de heteropoliácido para esta

finalidade. O que torna inédita a aplicação do sal CsPW na reação proposta.

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Abstract

The heteropolyacid salt catalyst Cs2.5H0.5PW12O40 (CSPW) was used in a

heterogeneous process of isomerization of alpha-pinene oxide in acetone.

The development of selective process by isomerization of α-pinene oxide was a very

innovative task due to the high reactivity of this substrate. Previous processes developed from

this reaction produced the campholenic aldehyde as the major product together with a mixture

of isomers.

Pinol was obtained as the major product with 50% selectivity and complete conversion

of the substrate. Under these conditions, only campholenic aldehyde was obtained as another

product in relevant concentration. The best selectivity obtained for pinol + campholenic

aldehyde was equivalent to 70%.

Pinol is an ether which the oxabicyclooctene fragment and may be associated with

other compounds with interesting organoleptic properties used in fine chemistry industrie.

Similar compounds are also known which are applied as herbicides and drug carriers.

Campholenic aldehyde is an important intermediate for the production of commercial

sandalwood fragrances.

Not have reports in the literature of the selective heterogeneous processes obtaining

pinol by the isomerization of α-pinene oxide. Also, don’t have reports of the application of

heteropolyacid salt catalysts (CsPW) were found for this purpose, which reveals the high

relevance of the proposed reaction.

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Índice de Figuras

Figura 1 - Representação esquemática da variação da energia de ativação em uma reação [4]........... 1

Figura 2 - Tipos de catálise [8] ................................................................................................................ 3

Figura 3 - Fundamentos de Química Verde [Fonte: o autor]. ................................................................. 5

Figura 4 – Estrutura de HPAs de Keggin [25]. ......................................................................................... 7

Figura 5 - Modelo para localização de prótons na estrutura de HPA de Keggin H3PW12O40 nH2O (0 < n

< 6) [30]. .................................................................................................................................................. 8

Figura 6 – Área superficial e acidez superficial do CsxH3-xPW12O40 como função de Cs contendo, x [

Adaptado de 38] .................................................................................................................................... 10

Figura 7 – Formação do sal de césio CsPW [Adaptao de 36] ................................................................ 10

Figura 8 – Distribuição bimodal do CSPW [Adaptado de 36]. ............................................................... 11

Figura 9 – Exemplos estruturas de terpenos [62] ................................................................................. 12

Figura 10 - Formação do Limoneno a partir de duas moléculas de isoprenos [63-65]. ....................... 12

Figura 11 – Compostos obtidos a partir da isomerização de óxido de α-pineno [77]. ......................... 14

Figura 12 - Produtos da isomerização do óxido de α-pineno [fonte: autor] ........................................ 23

Figura 13 – Massa ideal de catalisador aplicada na isomerização de óxido de α-pineno. ................... 27

Figura 14 - Proposta de mecanismo para as transformações do óxido de -pineno catalisadas por

ácidos [Fonte –Adaptado de [77]]. ........................................................................................................ 28

Figura 15 - Monitoramento da seletividade na reação de isomerização de óxido de α-pineno

catalisada por CsPW. ............................................................................................................................. 29

Figura 16 – Efeito do catalisador em função da temperatura na reação de isomerização de óxido de

α-pineno. ............................................................................................................................................... 31

Figura 17 – Variação na seletividade em função da massa de catalisador a 25°C [A], e 40°C [B],

aplicados na isomerização do óxido de α-pineno. ................................................................................ 32

Figura 18 – Variação da seletividade de pinol em relação aos demais produtos da reação de

isomerização de óxido de α-pineno. ..................................................................................................... 32

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Índice de Tabelas

Tabela 1 - Alguns catalisadores utilizados na indústria. ......................................................................... 2

Tabela 2 - Propriedades das catálises homogênea e heterogênea. ....................................................... 4

Tabela 3 - Fator ambiental (E) na indústria química ............................................................................... 6

Tabela 4 – Força ácida de alguns HPAs e ácidos tradicionais ................................................................. 8

Tabela 5 - Classificação de compostos terpênicos conforme número de unidades isoprênicas.......... 13

Tabela 6 – Seletividade do aldeído canfolênico por meio da reação de isomerização do óxido de α-

pineno em diversas condições de catalisador e solvente. .................................................................... 15

Tabela 7 – Presença de pinol relatada em diversos trabalhos. ............................................................ 17

Tabela 8 – Isomerização do óxido de α-pineno (0,15 mol.L-1) catalisada por Cs2.5H0.5PW12O40 em

acetona a 25ºC. ..................................................................................................................................... 26

Tabela 9 - Isomerização do óxido de -pineno catalisada por Cs2.5H0.5PW12O40 em acetona a 40ºC. .. 30

Tabela 10 – Estudo do TON para a reação de isomerização do óxido de α-pineno. ............................ 33

Tabela 11 - Isomerização do óxido de α-pineno em acetona a 25ºC utilizando H3PW12O40 como

catalisador. ............................................................................................................................................ 34

Tabela 12 - Reação de isomerização do óxido de α-pineno catalisado por CsPW realizado em acetona

seca. ....................................................................................................................................................... 35

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v

Índice de Equações

Equação 1 – Equação do fator ambiental ............................................................................................... 5

Equação 2 – Equação da economia atômica ........................................................................................... 5

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Lista de Abreviaturas

HPA Heteropoliácido

CsPW CS2,5 H0,5PW12O40

PW H3PW12O40

BET Teoria de Brunauer, Emmet e Teller

RMN Ressonância Magnética Nuclear

DRX Difração de raio X

CG Cromatografia a gás

CG-EM Cromatografia a gás acoplada à espectrometria de massas

FID Detector de Ionização em chamas

TON “Turnover number”, número de rotações

TOF “Turnover frequency”, frequência de rotação

δ Deslocamento químico

d Dupleto

m Multipleto

m/z Razão massa/carga

d Dupleto

COSY Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear

Bidimensional com Correlação de Deslocamentos Químicos

Homonucleares (Correlation Spectroscopy)

HMQC Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear

Bidimensional com Correlação de Deslocamentos Químicos

Heteronucleares (Heteronuclear Multiple Quantum Coherence)

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Sumário

Agradecimentos ........................................................................................................................................ i

Resumo ...................................................................................................................................................... i

Abstract .................................................................................................................................................... ii

Índice de Figuras ..................................................................................................................................... iii

Índice de Tabelas ..................................................................................................................................... iv

Índice de Equações ................................................................................................................................... v

Lista de Abreviaturas ............................................................................................................................... vi

Sumário .................................................................................................................................................. vii

1 - Introdução Geral ................................................................................................................................ 1

1.1 - Catálise ........................................................................................................................................ 1

1.2 - Química Verde ............................................................................................................................. 4

1.3 - Heteropoliácidos ......................................................................................................................... 7

1.4 - Terpenos – Química Fina ........................................................................................................... 11

2 - Objetivo ............................................................................................................................................ 18

3 - Parte experimental ........................................................................................................................... 19

3.1 - Reagentes .................................................................................................................................. 19

3.2 - Catalisador ................................................................................................................................ 19

3.3 - Testes catalíticos ....................................................................................................................... 20

3.4 - Identificação, análise e caracterização dos produtos ............................................................... 20

3.5 - Instrumentação ......................................................................................................................... 21

3.5.1 - Cromatógrafo a gás com detector de ionização de chama (CG-FID) ................................. 21

3.5.2 - Espectrometria de massas acoplada à cromatografia gasosa (CG-EM) ............................. 21

3.5.3 - Espectrometria de ressonância magnética nuclear (RMN)................................................ 22

4 - Resultados e Discussão .................................................................................................................... 23

4.1 – Isomerização de óxido de α-pineno ......................................................................................... 23

4.2 - Identificação e caracterização dos produtos ............................................................................ 37

4.2.1 - Dados espectrométricos .................................................................................................... 37

5 - Conclusão ......................................................................................................................................... 38

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6 - Referências bibliográficas ................................................................................................................ 39

7 – ANEXOS............................................................................................................................................... a

7.1 - Espectros dos produtos obtidos ................................................................................................... a

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1 - Introdução Geral

1.1 - Catálise

O termo catálise foi proposto por Barão J. J. Berzelius em 1835 para descrever as

propriedades de substâncias que facilitam a ocorrência de reações químicas sem serem

consumidas durante o processo [1]. A principal função do catalisador é acelerar a formação do

produto desejado, que na ausência deste, ocorreria numa velocidade muito inferior, podendo

até mesmo não ser formado em quantidade significativa [2].

Catalisadores têm efeitos puramente cinéticos, proporcionando às reações um caminho

alternativo de menor energia de ativação, o que reduz a intensidade energética do processo,

mas sem afetar a energia livre de Gibbs da reação total [3].

Na representação esquemática (Figura 1), a reação não catalisada (a) tem uma Δ‡G

superior a reação catalisada (b). A energia de Gibbs da reação global, (∆rG O), é o mesmo para

as rotas (a) e (b). A curva (C) mostra o perfil de uma reação com um intermediário que é mais

estável do que o produto [4].

Figura 1 - Representação esquemática da variação da energia de ativação em uma reação [4].

As reações que são termodinamicamente desfavoráveis não podem ser tornadas

favoráveis pelo uso de um catalisador. Ele possibilita um novo caminho para a reação com

menor energia de ativação Δ‡G, não afetando a energia de Gibbs da reação geral (∆rG

O) [4].

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Os custos totais de fabricação e de fornecimento de um produto químico para o

mercado compreendem vários elementos, dentre os quais, se incluem matéria prima,

eliminação de resíduos, manutenção do processo produtivo, transporte e retorno sobre o

capital empregado. A catálise é um instrumento que pode ter impacto sobre alguns destes

elementos, por exemplo, possibilita realizar a reação em condições mais brandas como

temperaturas e pressões reduzidas, propicia a formação do produto de interesse com maior

seletividade, ou seja, reduz a formação de produtos secundários, e ainda reduz o número de

etapas do processo para a produção de um determinado produto. Essas vantagens podem

acarretar uma redução considerável do preço final do produto, bem como, diminuição dos

impactos ambientais e, consequentemente, elevação da margem de lucro de um processo

produtivo industrial [5].

Estas vantagens justificam a utilização de catalisadores em mais de 85% dos processos

industriais, em variados segmentos conforme exemplificado na Tabela 1. A qual descreve

alguns processos industriais que fazem uso da catálise na síntese de seus produtos [4,6,7].

Tabela 1 - Alguns catalisadores utilizados na indústria.

Catálise aplicada em processos industriais

Processo industrial Sistema catalítico

Síntese de NH3 Fe suportado em SiO2 ou Al2O3

Reação de mudança do vapor de água Ni e óxido de ferro

Craqueamento e destilados de petróleo Zeólitas

Elevação do número de octanagem de

hidrocarbonetos Pt, Pt-Ir, Pt –X2

Metanação Ni suportado

Produção de HNO3 Pt-Rh

Fonte - [4,6,7]

Catalisadores podem ser classificados como biológicos (enzimas), ou não biológicos

(compostos orgânicos e inorgânicos). Entretanto, existem vários outros critérios de

classificação de catalisadores, por exemplo, de acordo com a estrutura área de aplicação ou

estado de agregação [6,7].

Além disso, os catalisadores podem ser empregados em diferentes tipos de processos

catalíticos como homogêneo, heterogêneo, biocatálise, como apresentado na Figura 2 [8].

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Figura 2 - Tipos de catálise [8]

A catálise homogênea tende a ser mais seletiva e apresenta elevada capacidade de

dissipar o calor de uma reação exotérmica. Todas as moléculas do catalisador são acessíveis

ao reagente, pois estão em solução. E apresenta como sua maior limitação a dificuldade de

recuperação do catalisador [9,10].

Por outro lado, a catálise heterogênea, em alguns casos, pode estar associada ao uso de

temperaturas elevadas e condições mais extremas de reações. Entretanto, não requer etapas

extras para separar o catalisador a partir do meio da reação [11].

Dentre os processos catalíticos utilizados na indústria, catalisadores heterogêneos são

os mais amplamente empregados (80%), seguidos de catalisadores homogêneos (17%), e

enzimáticos (3%) [2,12]. A Tabela 2 relaciona as principais características das catálises

homogêneas e heterogêneas [4,6].

A literatura relaciona a catálise heterogênea com processos ditos mais eficientes e

limpos, condizentes com princípios da Química Verde. Sendo assim, a catálise heterogênea é

a mais utilizada na indústria e consequentemente a que proporciona um maior impacto

econômico [9,10,11] e um menor impacto ambiental, pois minimiza etapas relacionadas ao

tratamento e/ou separação do catalisador.

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Tabela 2 - Propriedades das catálises homogênea e heterogênea.

Propriedades Homogênea Heterogênea

Recuperação do catalisador Difícil e caro Fácil e barato

Estabilidade térmica Baixa Elevada

Centros ativos Todos os átomos Apenas os átomos da

superfície

Concentração necessária de catalisador Reduzida Elevada

Seletividade Média a elevada

(apenas um sítio ativo)

Média a baixa

(múltiplos sítios ativos)

Problema de difusão Reduzidos Importantes

Condição de reação Suaves Mais severas

Aplicabilidade Limitada Larga

Sensibilidade ao envenenamento Reduzida Elevada

Estrutura/estequiometria Definida Menos definida

Determinação do mecanismo Frequente Mais difícil

Possibilidade de modificação Frequente Mais difícil

Tempo de vida do catalisador Variável Longo

Separação dos produtos Difícil Fácil

Fonte – [4,6]

1.2 - Química Verde

O conceito Química Verde ou “Green Chemistry” foi publicado no início da década

de 90, tendo como principal objetivo a implementação de processos industriais

comprometidos com a saúde humana e o meio ambiente. A química verde propõe, entre

outras coisas, economizar energia, evitar desperdício de recursos e uso de materiais perigosos,

promovendo assim, a implementação de processos limpos, designados verdes [13,14]. Sua

filosofia está intimamente relacionada com o desenvolvimento e aplicação de novas

tecnologias, para produção de produtos químicos com foco na ecologia industrial. O conceito

é sustentado por 12 tópicos, conforme ilustrado na Figura 3, e desde seu lançamento, centenas

de programas e políticas governamentais em todo mundo têm sido empregados com objetivo

de reduzir os impactos ambientais oriundos das cadeias produtivas industriais [7,14].

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Figura 3 - Fundamentos de Química Verde [Fonte: o autor].

O objetivo principal da química verde é a sustentabilidade. Os indicadores mais

aceitos dos impactos ambientais decorrentes dos processos químicos são o fator ambiental

(E), definido como a razão entre massa de resíduos e de produto desejado, e a economia

atômica (E.A), definida como a razão entre o peso molecular do produto desejado e o peso

molecular de todas as substâncias produzidas na proporção estequiométrica, expresso em

percentual, conforme as Equações I e II [15].

E =Massa de matéria prima − Massa de produto

Massa de protudo

Equação 1 – Equação do fator ambiental

E. A =Peso molecular do produto desejado

Peso molecular de todas as sustâncias formadas %

Equação 2 – Equação da economia atômica

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Fator ambiental igual 1, significa que os resíduos não geram impacto sobre o meio

ambiente. O refino de petróleo apresenta E próximo de 0. Por outro lado a indústrias

farmacêuticas têm E entre 25 e 100 e produtos químicos, incluindo química fina, entre 1 e 50,

conforme Tabela 3 [13].

Tabela 3 - Fator ambiental (E) na indústria química

Seguimento

industrial

Volume

(ton/ano)

E Ambiental

(kg desperdício/Kg produto)

Produtos químicos a granel 104 - 10

6 < 1 - 5

Química fina 102 - 10

4 5 - > 50

Indústria farmacêutica 10 - 103 25 - > 100

Fonte - [13].

A elevação do E nas indústrias farmacêuticas e de química fina ocorre devido ao uso

generalizado de catalisadores clássicos em proporção estequiométrica, gerando grande

volume de sais contendo Na, Mg, Zn, Fe, além de hidretos metálicos e oxidantes fortes, como

KMnO4, MnO2 e Cr+4

[15].

De modo geral, processos industriais envolvendo síntese orgânica geram grande

volume de rejeitos líquidos contendo sais derivados da utilização de ácidos inorgânicos

solúveis. Esses ácidos são utilizados, principalmente, em indústrias farmacêuticas e de

química fina, em proporção estequiométrica acarretando elevado impacto ambiental [15].

Existem vários tipos de compostos que podem ser utilizados como catalisadores ácidos

em várias classes de reações. Dentre os quais, tem se destacado, os catalisadores a base de

heteropoliácidos.

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1.3 - Heteropoliácidos

Heteropoliácidos (HPAs) são classificados como polioxometalatos (POM), definidos

como compostos formados a partir da condensação de cátions de metais de transição com

elevado estado de oxidação, a exemplo de V5+

, Mo6+

e W6+

, com ânion oxo (O2-

). Apresentam

estruturas em forma de gaiolas inorgânicas polioxometaladas com fórmula geral H3MX12O40,

em que M é o átomo central e X o heteroátomo. O átomo M pode ser P ou Si e o heteroátomo

X pode ser W ou Mo [16].

Estudos usando Espectroscopia de Tunelamento mostraram que moléculas individuais de

HPAs apresentam estruturas e dimensões muito semelhantes que recordam uma bola de

futebol [17-19]. Existem várias classes de HPAs com diferentes propriedades e estruturas:

Silverton (XM12O42), Anderson (XM6O24), Lindqvist (XM6O19), Waugh (XM9O32), Dauson

(X2M18O62) e Keggin (XM12O40) [20-22].

No entanto, os HPAs que possuem a estrutura de Keggin, incluindo seus sais, são os

mais utilizados em catálise, em função do melhor entendimento das características e das suas

propriedades físico-químicas e catalíticas [23-24].

A fórmula geral do heteropoliânion da série de Keggin é [HnM12O40 ]x-8

. Onde X o

átomo central (Si4+

,P5+

, etc), x é o estado de oxidação dele e M é outro metal (Mo6+

, W6+

, V5+

,

etc), de acordo com a Figura 4 [25].

Figura 4 – Estrutura de HPAs de Keggin [25].

Uma das características mais interessante dos HPAs é a sua elevada força ácida. São

ácidos de Brønsted mais fortes que os ácidos convencionais, tais como H2SO4, Al2O3-SiO2,

zeólitas, resinas ácidas, e HX e HY [16,26-27]. A Tabela 4 relaciona a variação das constantes

de dissociação de alguns ácidos de acordo com solvente a uma temperatura de 25°C [23]. A

força ácida dos HPAs é fortemente influenciada por sua composição, seguindo a seguinte

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ordem: H3PW12O40 > H4SiW12O40 > H3PMo12O40 > H4SiMo12O40 podendo ser abreviados da

seguinte forma [23, 25, 27-29]:

PW = H3PW12O40 SiW = H4SiW12O40

PMo = H3PMo12O40 SiMo = H3SiMo12O40

Tabela 4 – Força ácida de alguns HPAs e ácidos tradicionais

Ácido

H2O HOAc C2H5OH CH3CN (CH3)2CO

pK1 pK2 pK3 pK1 pK1 pK2 pK3 pK1 pK2 pK3 pK1 pK2 pK3

H3PW12O40 - - - 4,70 1,6 3,0 4,1 1,7 5,3 7,2 1,6 3,0 4,1

H3PMo12O40 - - - 4,68 1,8 3,1 5,3 - - - 2,0 3,6 5,3

H4SiW12O40 - - - 4,87 2,0 4,0 6,3 1,9 5,9 7,9 2,0 3,6 5,3

H5PW11TiO40 - - - 5,32 - - - 2,0 6,0 7,9 1,7 3,2 4,2

H5PW11ZrO40 - - - 5,45 - - - 1,8 5,5 7,5 2,0 3,4 5,2

H3PO4 2,12 7,20 11,9 - - - - - - - - - -

HClO4 4,87 - - - - - - - - - - - -

HNO3 - - - - 3,6 - - - - - 3,6 - -

H2SO4 - - - 7,0 - - - - - - - - -

HCl - - - 8,40 - - - - - - 4,0 - -

Fonte - [16, 23, 25-27, 29].

Os prótons presentes nas estruturas de HPAs de Keggin hexaidratados podem estar

agrupados de duas maneiras, conforme Figura 5, monômeros de íons hidrônios interagindo

fortemente com prótons ácidos ou em forma de dímero de íons hidrônio [30].

Figura 5 - Modelo para localização de prótons na estrutura de HPA de Keggin H3PW12O40

nH2O (0 < n < 6) [30].

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9

A força ácida dos HPAs é fortemente influenciada pelo grau de hidratação. As

moléculas de H2O são facilmente removidas por aquecimento, possibilitando desta forma,

maior controle da acidez do catalisador [30].

Catalisadores de HPAs apresentam maiores atividades e seletividades em reações de

catálise por ácidos, tanto em sistemas homogêneos quanto heterogêneos, quando comparados

aos catalisadores tradicionais conhecidos, sendo, portanto, muito úteis na implantação de

processos considerados verdes [30-32].

Os HPAs apresentam como limitação, a baixa estabilidade térmica. Entretanto, dentre

os HPAs de Keggin a ordem decrescente de resistência térmica demonstra que o HPA mais

estável termicamente é o PW, além disto, é também o mais ácido, o que lhe confere um bom

potencial de aplicação [26].

H3PW12O40 (465◦C) > H4SiW12O40 (445

◦C) > H3PMo12O40 (375

◦C) > H4SiMo12O40 (350

◦C).

Outra característica interessante dos HPAs esta relacionada à sua alta solubilidade em

água e em solventes orgânicos polares, tais como álcoois, éteres, cetonas e ácidos carboxílicos

de baixo peso molecular, baixa solubilidade em solventes orgânicos com polaridade menor e

insolubilidade em solventes apolares como em hidrocarbonetos [25,27-28]. Essa diferença de

solubilidade, conforme a polaridade do meio, possibilita a realização das reações em fase

líquida com fácil recuperação do heteropoliácido sem sua neutralização, através de sua

precipitação com um hidrocarboneto [33]. Torna possível ainda, desenvolver processos

heterogêneos em solventes apolares, desde que o HPA seja utilizado na sua forma suportada

ou impregnada, devido à pequena superfície específica (1-5 m2g

-1) [34 ].

Substâncias ácidas ou neutras como SiO2, carvão ativo, resina de troca iônica, são

suportes apropriados, sendo o SiO2 o suporte de maior aplicabilidade [25]. Os

heteropoliácidos suportados em sílica possuem um maior número dos sítios ácidos acessíveis

para o substrato e envolvidos na reação, se comparado com o HPA maciço [35]. Visto que, o

HPA mesmo apresentando acidez extremamente elevada, apresenta reduzida disponibilidade

sítios ácidos ativos em função da baixa área superficial (5m2g

-1).

Outra limitação dos HPAs refere-se a sua utilização como catalisadores heterogêneos

em solventes polares devido à sua elevada solubilidade neste meio. Uma alternativa para

superar estas limitações é a possibilidade de utilizar HPAs na forma de sal [29,36] por

exemplo, uma alternativa ao heteropoliácido H3PW12O40 seria sua utilização como sal de

césio.

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10

O sal é formado por meio de titulação de uma solução aquosa de HPW com solução

aquosa de Cs2CO3 a 298K, formando precipitados muito finos de Cs3 (nanopartículas com 10

nm de diâmetro), aos quais, o de HPW é parcialmente adsorvido [20,36].

Estudos mostraram, conforme Figura 6, que a proporção estequiométrica ideal de

Cs2CO3 deve ser de 2,0-2,5, Cs2,5H0,5PW12O40 (CsPW 2,5) ou variando conforme a relação

CsxH3-xPW12O40 [20,29,37].

Figura 6 – Área superficial e acidez superficial do CsxH3-xPW12O40 como função de Cs

contendo, x [ Adaptado de 38]

Nestas condições a área superficial aumenta significativamente, ocorre precipitação

HPW em maior extensão na forma de Cs3 e redução drástica de HPW em solução ou

adsorvida em precipitados. Condições favoráveis para desenvolvimento dos microporos até

alcançarem a dimensão de nanopartículas, o que não aconteceria se HPW permanecesse

adsorvido [29,39,40].

A substituição de prótons, mostrados na Figura 7, na estrutura de HPA por cátions

alcalinos promovem alterações sobre a área superficial, as estruturas dos poros e solubilidade

do composto [36].

Figura 7 – Formação do sal de césio CsPW [Adaptao de 36]

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11

Sais de heteropoliácidos com grandes cátions monovalentes, por exemplo, Cs+ e NH4

+,

são insolúveis em água ou solventes polares. Além disso, mantém elevada acidez,

ligeiramente inferior ao HPA de origem. Isto ocorrer porque há uma expansão na área

superficial. Comparando-se os catalisadores HPW vs CsPW, verifica-se um aumento na área

superficial de 5 para 131 m2g

-1, o número de prótons na superfície também aumenta

consideravelmente, provocando uma acidez superficial muito alta devido grande número de

prótons na sua área extensa [26,29,41,42].

O CsPW (Cs2,5H0,5PW12O40) é um sal constituído de partículas finas com poros de 8

nm, de natureza bimodal que apresenta distribuição uniforme de cátions Cs+ e H

+ em poros de

4 nm. As isotermas de adsorção-dessorção de N2 revelaram que superfície de CsPW é

composta por microporos e mesoporos, fissuras formadas entre os blocos de microporos, de

acordo com Figura 8 sendo que os microporos responsáveis por 70% da área superficial do

CsPW2,5, [36,40,43].

Figura 8 – Distribuição bimodal do CSPW [Adaptado de 36].

Os heteropoliácidos e seus sais apresentam frequentemente atividades catalíticas

elevadas e seletividades únicas e atraentes, contribuindo para uma série de aplicações

industriais em larga escala desses catalisadores em síntese orgânica [30,44-49]. Além disso,

catalisadores a base de heteropoliácidos vem sendo empregados com sucesso em reações

envolvendo compostos terpênicos e seus derivados [20,26,30,50-59].

1.4 - Terpenos – Química Fina

Óleos essenciais são misturas naturais muito complexas que contêm cerca de 20-60

componentes em concentrações bastante diferentes. Eles são caracterizados de acordo com o

tipo de composto que apresenta concentração mais elevada, variando entre 20-70% em

comparação com os demais componentes presentes em concentrações que representam traços

[60].

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12

A composição dos óleos essenciais é formada, principalmente, por hidrocarbonetos

terpênicos, tepenóides, aldeídos alifáticos, fenóis aromáticos, cetonas monocíclicas, ácidos e

ésteres [61].

Os terpenos compreendem um diversificado grupo de substâncias as quais englobam

hidrocarbonetos cíclicos não saturados, de fórmula geral (C5H8)n, com n principalmente igual

a 2, conforme Figura 9, e sempre múltiplo de 5. São metabólitos secundários, sintetizados,

principalmente, por plantas que utilizam estes compostos em seu mecanismo simbiótico e

defesa repelindo insetos ou atraindo determinadas espécies a fim de estimular a polinização

cruzada [62].

Figura 9 – Exemplos estruturas de terpenos [62]

As unidades de isopreno ligam-se umas as outras pela regra do isopreno, cabeça-

cauda, conforme Figura 10, formando monoterpeno. De acordo com o número de unidades de

isoprenos presentes na estrutura e da complexidade molecular, os terpenos podem ser

classificados em mono, sesqui, di, triterpenos ou terpenóides, conforme Tabela 5 [62-65].

Figura 10 - Formação do Limoneno a partir de duas moléculas de isoprenos [63-65].

Cabeça Cauda

Limoneno

+

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Tabela 5 - Classificação de compostos terpênicos conforme número de unidades isoprênicas

Classificação Unidades de isoprenos

Hemiterpenos 1

Monoterpenos 2

Sesquiterpenos 3

Diterpenos 4

Sesterpenos 5

Triterpenos 6

Fonte. [62-65].

Compostos terpênicos são amplamente utilizados como matéria-prima renovável

importante para obtenção de novos compostos como elevado valor comercial, os quais podem

ser empregados em distintos segmentos da indústria da química fina. Terpenos representam

assim um importante grupo de substâncias utilizadas como material de partida para síntese de

vários produtos, frequentemente, aplicados na composição de fragrâncias, flavorizantes,

perfumes, repelentes, desinfetantes, fármacos, cosméticos, agroquímicos, aromas, produtos de

higiene sabão, detergente, surfactantes, emulsificantes, lubrificantes [66-69].

Em função da grande biodiversidade brasileira, os compostos terpênicos podem ser

obtidos em grandes quantidades e a custos relativamente baixos. [66,70-72]. O óleo de

terebintina, por exemplo, pode ser extraído a partir de biomassa e se caracteriza como

subproduto da indústria de madeira e papel [73,74]. Esse óleo representa importante fonte de

pinenos e canfeno. O limoneno pode ser extraído de frutas cítricas como laranja e limão

[64,75], e é um subproduto das indústrias de sucos.

A reação de isomerização encontra-se dentre as rotas sintéticas empregadas na

transformação de terpenos. A isomerização do óxido de α-pineno, composto obtido a partir da

epoxidação de α-pineno, é catalisada por ácidos e pode levar a formação de mais de 200

compostos diferentes [76]. Vários compostos obtidos através da isomerização do óxido de -

pineno são utilizados na indústria de sabor, fragrância, tais como aldeído canfolênico, trans-

carveol, trans-sobrerol, dentre outros. Conforme apresentado na Figura 11.

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Figura 11 – Compostos obtidos a partir da isomerização de óxido de α-pineno [77].

A fragrância de sândalo comercializada como Sabdakire® (Givaudan), Bacdanol®

(IFF), Brahmanol ® (Dragoso) e Polyantol ® (Firmenich), Sandalore®, Javanol® (Givaudan)

não é encontrada na natureza. Ela é obtida por meio da reação entre o aldeído canfolênico (2)

com etil – metil cetona, seguida de hidrogenação [78]. O trans-carveol (3) é um composto

utilizado como essência de óleo de laranja valência, disponível comercialmente como mistura

cara de isômeros [79,80]. O trans-sobrerol (4) é empregado como medicamento para tratar

doenças dos sistema respiratório [81,82] funcionando como fármaco mucorregulante [83,84].

Entre os maiores desafios encontrados ao se isomerizar o óxido de α-pineno merece

ênfase a obtenção de seletividade para determinado produto específico [71,85].

Uma busca na literatura mostra que a maioria dos trabalhos envolvendo a

isomerização do óxido de α-pineno leva à formação de aldeído canfolênico. Nesses processos,

é possível observar também o emprego de solventes ou catalisadores que geram elevados

impactos ambientais devido à sua toxicidade conforme Tabela 6. Os processos descritos na

Tabela 6 possivelmente conduzem a formação de considerado volume de rejeitos tóxicos,

contaminados com metais pesados, acidez, que podem causar danos à saúde humana.

trans-sobreroltrans-carveol aldeído canfolênicoóxido de -pineno

OH

OH

OH

OO

pinol

+ + +

1 2 3 4a 5

O

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Tabela 6 – Seletividade do aldeído canfolênico por meio da reação de isomerização do óxido

de α-pineno em diversas condições de catalisador e solvente.

Catalisador Solvente Seletividade

(%) Referência

Metil trióxido de Rênio (VII) α,α,α-trifluor tolueno 87 [73]

Fe-MMM 1,2-dicloetano 67 [86]

ZnCl2 1,2-dicloetano 85 [87]

Fe-suportado tolueno 66 [70]

Catalisador a base de sais de

cobre 1,2-dicloetano 80 [88]

indenil molibdênio dicarbonil 1,2-dicloetano 68 [89]

Fe-Y-12 tolueno 68 [90]

Cátion ferrocenio)

ferrocenium cation ([Fc]þ) α,α,α-trifluor tolueno 38 [91]

Zr-NDCs 1,2-dicloetano 60 [92]

PrAlPO-5 clorofórmio 80 [93]

Fe-Zeolitas modificadas tolueno 50 [94]

Ácidos de Lewis, a exemplo de ZnCl2 e ZnBr2, utilizados como catalisadores

homogêneos favorecem a formação de aldeído canfolênico com alto rendimento (85%), ao

passo que ácidos de Brønsted, formam além de aldeído canfolênico, uma mistura de outros

produtos oriundos da formação do esqueleto para-mentênico , por exemplo, trans-carveol,

trans-sobrerol ou pinol . A formação de compostos dímeros também pode ser verificada para

essa reação [86-88,94,95].

A reação de isomerização do óxido de α-pineno é amplamente estudada. Existem relatos na

literatura de estudos que datam deste de 1979 [96] até 2016 [70,89,97-101].

Entretanto, são escassos os trabalhos que contemplam a formação do composto pinol

(5) como produto principal desta reação.

Pinol (5) é um éter, monotepênico, que possui o fragmento oxabiciclo octeno [102-

104], registrado na IUPAC como - 4,7,7-trimethyl-6-oxabicyclo[3.2.1]oct-3-ene – [105]. É

conhecido também por outros nomes como 6,8-Epoxymenth-1-ene (Pinol) [106]; xi-Pinol

[107].

Diversos estudos revelaram que compostos derivados de éter oxobicíclico e, mesmo

outros resultantes da funcionalização deste fragmento [108], apresentam atividades herbicidas

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seletivas, agindo sobre a morfologia de plantas, afetando seu crescimento ou matando-as.

Esses compostos podem atuar sobre as ervas daninhas. A erva daninha é considerada um sério

problema devido a variedade e resistência aos herbicidas conhecidos [109-112]. Uma busca

na literatura revela que compostos com estruturas semelhantes ao do pinol podem atuar no

combate destas ervas sem oferecer riscos às culturas de arroz, soja, cereais e culturas de folhas

largas [108,113-119].

O composto 5 apresenta atividade farmacológica [120], atuando como transportadores

de drogas [121,122] fármacos, bactericida, fungicida, inseticida. Apresentam ainda atividades

antiinflamatórias e analgésicas, dentre outras [119,123-126].

É conhecido que compostos contendo o fragmento oxobicíclico octeno (presente em 5)

apresentam propriedades organolépticas [127,128], e constituem um importante grupo de

material de partida para síntese orgânica [129] de produtos com as mais diversificadas

atividades e aplicações biológicas. [123,130,131].

O composto 5 foi identificado, em pequena fração, na composição de óleo essencial de

lima (Citrus aurantifolia) [132,133]; pimenta preta ou pimenta do reino [85,134,135]; óleo de

zimbro [129]; óleo de Labdanum [136].

A formação do pinol é relatada, ainda como subproduto, em diversas reações, como

pode ser observado na Tabela 7, em processos homogêneos e heterogêneos. Tais processos

utilizam como reagentes de partida variados compostos terpênicos, por exemplo, óxido de

-pineno, cineol, carvona, etc. E podem ser conduzidos em diversos tipos de solventes, com

características distintas. No entanto, as vias sintéticas apresentadas são muito limitadas, tanto

pelo baixo rendimento quanto pelos diversos impactos ambientais que podem desencadear.

Isto em função do uso de solventes tóxicos e/ou metais pesados, o que pode acarretar na

geração de um elevado volume de efluentes ácidos que exige etapas adicionais de

neutralização. Além disso, o emprego de catálise homogênea que dificulta recuperação do

catalisador.

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17

Tabela 7 – Presença de pinol relatada em diversos trabalhos.

Substrato Reagente/Catalisador Solvente Temp. (°C) Rend. (%) Ref. Ano

α-pineno Cloreto de cromilo Cloreto de

metileno - 9 [137] 1972

Carvona LiAlH4 / Hg(OAC)2 /

NaBH4 THF -78 / 25 A

2 [138] 1976

Cineole

Cloridrina

Hidreto de Lítio e

Alumínio THF 25 11 [139] 1977

A1

Sódio dissolvido em

etileno glicol DMF 115-140 2 [140] 1979

Óxido de α-

pineno

Ácidos de BrØnsted-

Lewis Diversos Variadas 0-7 [87] 1992

Óxido de α-

pineno

Ácido p-tolueno

sulfônico Tolueno 25 11 [80] 2004

Óxido de α-

pineno

Heteropoliácido de

Keggin H3PW12O40 Acetona 5 70 [95] 2008

A1 - (+)-1,3,3-trimetil-2-oxabiciclo-[2,2,2]octan-6-ona tosil hidrazona.

A2 - Não mensurado.

O resultado mais promissor de obtenção do pinol foi obtido por meio da isomerização

do óxido de α-pineno, em acetona, catalisada pelo heteropoliácido de Keggin H3PW12O40 [95].

O rendimento foi muito superior em comparação àqueles obtidos nas rotas sintéticas

apresentadas anteriormente, porém, por ocorrer via catálise homogênea, apresenta os fatores

limitantes em relação à separação dos produtos e recuperação do catalisador.

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2 - Objetivo

O principal objetivo deste trabalho foi o desenvolvimento de um processo catalítico

heterogêneo eficiente e seletivo, para a reação de isomerização do óxido de alfa pineno,

utilizando catalisador à base de heteropoliácido, o sal de césio Cs2,5H0,5PW12O40 (CsPW).

Visando uma maior seletividade para a obtenção do produto desejado e a otimização

do sistema estudado, fez-se necessário um estudo criterioso a cerca dos efeitos de variáveis de

reação como temperatura, concentração do catalisador e do substrato.

As condições de reações foram ajustadas e otimizadas para obter o composto pinol

como produto principal.

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3 - Parte experimental

3.1 - Reagentes

O óxido de alfa pineno, substrato utilizado neste trabalho foi obtido de fornecedores

comerciais (Aldrich) e utilizado sem tratamento prévio.

O dodecano (Aldrich), utilizado como padrão interno, e as amostras padrões utilizadas

para testes de co-injeções foram adquiridos dos fornecedores já citados e utilizados conforme

procedência.

Além disso, os componentes de catalisadores, quando de origem comercial, foram

utilizados sem tratamento prévio. O heteropoliácido H3PW12O40 é de origem comercial

(Aldrich).

3.2 - Catalisador

O sal de heteropólio ácido Cs2.5H0.5PW12O40 (CsPW), utilizado como catalisador neste

trabalho, foi preparado e caracterizado no laboratório do Prof. Ivan Kozhevnikov,

Universidade de Liverpool, Reino Unido, de acordo com os procedimentos da literatura [46].

Adicionando-se gota a gota a quantidade necessária de solução aquosa (0,47 molL-1

) de

carbonato de césio (CsCO3) a uma solução aquosa (0,75 molL-1

) de H3PW12O40, à

temperatura ambiente sob agitação. O precipitado obtido foi envelhecido em mistura aquosa

por 48 h à temperatura ambiente e seco em um evaporador rotativo a 45°C / 3 kPa e depois

num forno a 150 °C / 0,1 kPa durante 1,5 h.

As características dos poros das amostras dos catalisadores foram analisadas usando

um equipamento Autosorb-Quantachrome NOVA 1200 ou Micromeritics ASAP 2000, o qual

é composto de adsorção física automatizada que fornece dados de equilíbrio de adsorção e

dessorção do gás nitrogênio a 77K. Assim a partir dos dados de volume adsorvido e

dessorvido em várias pressões relativas foram geradas informações sobre a área superficial

BET, volume de poros e tamanho médio de poros. Além disso, os catalisadores foram

caracterizados com os dados obtidos através das análises de RMN realizadas em um

espectrômetro Bruker DRX-400 modelo Avance, análises de difração de raios X realizadas

em um difratômetro RIGAKU, modelo Geigerflex-3034, e ainda com os dados de conteúdos

de Tungstênio e Fósforo medidos via ICP/AES (Espectroscopia de emissão atômica por

plasma).

Sua força ácida foi medida usando a técnica calorimétrica pela adsorção de amônia e

piridina conforme [31,141]. A área superficial do CsPW preparado foi 111m2g

-1, poro com

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20

diâmetro de 24Å e volume de poro com 0,07 cm3g

-1, conforme metodologia descrita

[31,102,142].

3.3 - Testes catalíticos

As reações foram conduzidas em reatores de vidro com agitação magnética a pressão

ambiente. A mistura contendo quantidades pré-estabelecidas de óxido de alfa pineno

(substrato), dodecano (padrão interno), catalisador (CsPW) e acetona (solvente) foram

termostatizadas, até atingir a temperatura desejada, e mantida sob agitação constante pelo

tempo determinado.

Em um experimento típico, nas temperaturas entre 25-40 oC, foram adicionados

(0,0010 – 0,0500g; 0,025 – 1,26% p/p) do catalisador sólido Cs2.5H0.5PW12O40 a 5,00 mL de

uma solução de acetona contendo (0,15 – 0,30 mol.L-1

) do óxido de α-pineno e 0,10 mol.L-1

dodecano (padrão interno).

O monitoramento das reações foi realizado por cromatografia a gás (CG) com detector

de ionização de chama (FID), através da amostragem periódica.

Em intervalos de tempo apropriados, a agitação magnética foi interrompida e após a

decantação do catalisador CsPW gotas da reação foram retiradas, diluídas em 1 mL de hexano

e analisadas no cromatógrafo a gás equipado com detector de ionização de chama (FID).

Verificou-se que, depois deste tratamento as proporções entre o substrato, os produtos

e o padrão interno (as quais são necessárias para análise quantitativa) na fase orgânica foram

iguais às quantidades presentes no meio de reação.

3.4 - Identificação, análise e caracterização dos produtos

A análise quantitativa dos produtos de reação foi realizada por cromatografia a gás,

utilizando-se padrão interno e foi baseada nas correlações entre as áreas do padrão interno e

os demais constituintes do meio de reação. Para tanto, foram feitas curvas de calibração

utilizando padrão interno e os compostos autênticos ou isolados das misturas de reação

através de coluna de sílica, visando determinar o fator de resposta entre o substrato e produtos

em relação com respectivo padrão interno. O balanço de massas foi baseado nas correlações

entre as áreas do padrão interno e os demais constituintes do meio de reação.

A identificação e caracterização dos produtos foram realizadas por meio da

confirmação do tempo de retenção a partir de injeções simultâneas com amostras autênticas

(co-injeções) e via análises por Espectrometria de Massas (CG-MS).

O produto principal foi isolado por cromatografia em coluna preparativa, empacotada

com sílica gel, utilizando como eluentes hexano e clorofórmio em proporções variadas.

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21

Posteriormente, foi caracterizado por Espectrometria de Ressonância Magnética Nuclear

(RMN).

As análises de RMN de 1H e de

13C (incluindo métodos como DEPT, COSY, HMQC,

HMBC e NOESY), foram efetuadas utilizando-se CDCl3 como solvente e TMS como padrão

interno em um espectrômetro Brucker 400 MHz multinuclear.

3.5 - Instrumentação

3.5.1 - Cromatógrafo a gás com detector de ionização de chama (CG-FID)

Modelo Shimadzu QP-2014, injeção manual, coluna capilar polar RTx®- Wax,

com dimensões são 30 m x 0,25 mm, 0,25 μm, e detector de ionização de chama (FID).

Programa de utilização:

Temperatura inicial:

Temperatura final:

Rampa de aquecimento:

Temperatura do injetor:

Temperatura do detector:

Modo de injeção:

Gás de arraste e combustível (detector):

Gás do detector (make-up):

Pressão inicial:

80°C em isoterma por 3 minutos

220°C por 5 minutos

10°C por minuto

250°C

280°C

Split 1:30

H2

N2 e Ar sintético

90 KPa

3.5.2 - Espectrometria de massas acoplada à cromatografia gasosa (CG-EM)

Cromatógrafo a gás (CG) Shimadzu QP 2014, injeção automática, coluna capilar

Carbowax 20M e detector de ionização de chama (FID). CG acoplado a espectrometria de

massas (CG-EM) equipamento Hewlett-Packard MSD 5890/Série II, operando no modo

impacto eletrônico a 70 eV.

Programa de utilização:

Temperatura inicial:

Temperatura final:

Rampa de aquecimento:

90°C em isoterma por 2 minutos

220°C por 5 minutos

10°C por minuto

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22

Temperatura do injetor:

Temperatura do detector:

Modo de injeção:

Gás de arraste:

200°C

220°C

Split 1: 100

H2

3.5.3 - Espectrometria de ressonância magnética nuclear (RMN)

As análises de RMN de 1H (400 MHz) e

13C (400MHz) foram realizadas em um

espectrômetro Bruker modelo Avance DRX400. Utilizando tetrametilsilano (TMS) como

padrão interno e solvente CDCl3. As estruturas das substâncias analisadas foram confirmadas

analisando os espectros de H1 (400 MHz), C

13(400 MHz), e dados dos experimentos

bidimensionais.

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23

4 - Resultados e Discussão

4.1 – Isomerização de óxido de α-pineno

Conforme relatado em inúmeros trabalhos, a isomerização do óxido de α-pineno em

meio ácido pode levar à formação de diversos tipos de produtos. Neste trabalho, os produtos

principais que surgem no decorrer da reação são mostrados na Figura 12, com destaque para o

composto pinol (5), o qual é obtido como produto principal juntamente com o aldeído

canfolênico (2), único secundário formado com seletividade superior a 15% no decorrer do

processo.

trans-sobreroltrans-carveol aldeído canfolênicoóxido de -pineno

OH

OH

OH

OO

pinol

+ + +

1 2 3 4a 5

O

Figura 12 - Produtos da isomerização do óxido de α-pineno [fonte: autor]

Desenvolver um processo seletivo de síntese de compostos a partir da isomerização de

óxido de α-pineno (1) é uma tarefa muito desafiadora. Isto ocorre devido sua alta reatividade

em meio ácido, o que dificulta obter um produto específico com alta seletividade. São

encontrados na literatura, relatos de mais de 200 produtos podem ser obtidos na reação de

isomerização óxido de -pineno em temperatura superiores a 100oC [76].

Por outro lado, a reação de isomerização do óxido de α-pineno é amplamente

estudada, até o presente momento. Vários catalisadores ácidos têm sido aplicados para este

fim, desde catalisadores homogêneos como cloretos e brometos de zinco [81,87,143], como

catalisadores sólidos de Lewis, como zeólitas [70,76,144], óxidos [144-146], titanosilicatos

modificados [100], peneiras moleculares [70,147], sílicas modificadas [70,158], aluminas

modificadas [70,148], Ti-SBA-15 (sílica modificada) [149], complexos de molibdênio e

tungstênio [73,89,150], ferro-sílica modificada [151], ferro suportado [90], metiltrioxorenio

(VII) [73], ferro com material micro e mesoporosos [97], íons de ferrocênio imobilizados em

titanosilicatos microporosos ETS-10 [91], óxido de cério [71], silicatos mesoporosos

modificados com ferro [151], SO42-/TiO2 suportados em MCM-41[152], ouro suportado em

alumina [153] , e etc.

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24

Entretanto, a maior parte dos processos já relatada apresenta várias desvantagens. Os

processos homogêneos são seletivos para o aldeído canfolênico, atingindo valores de

seletividade próximos a 85% mas, em contrapartida apresentam várias desvantagens

ambientais relacionadas com a geração de efluentes tóxicos contaminados com o catalisador,

além de problemas relacionados corrosão e rápida desativação do catalisador [87,143].

Os sólidos ácidos de Lewis usados como catalisadores para a isomerização dos

compostos 1 a 2 também apresentam desvantagens associadas a reações usualmente lentas

e/ou que envolvem altas razões catalisador/substrato [70,76,88,97,147,155,156].

De modo geral, a maior parte dos trabalhos relatados leva a obtenção do aldeído

canfolênico associada a uma complexa mistura de isômeros. Além disso, são poucos os

trabalhos na literatura que contemplam a obtenção majoritária e seletiva de outro produto,

além do aldeído canfolênico, a partir do óxido de alfa-pineno.

Nosso grupo de pesquisa vem estudando a reação de isomerização do óxido de

-pineno ao longo dos últimos anos. Inicialmente estudou-se a aplicação do heteropoliácido

H3PW12O40 (PW) para a isomerização do composto 1 em fase líquida em vários solventes.

Um efeito notável da polaridade e basicidade dos solventes sobre a quimiosseletividade desta

reação foi encontrado, o que permitiu a síntese seletiva de fragrâncias valiosas [79,157].

Em solvente apolar, ciclo-hexano, 70% de seletividade para o aldeído canfolênico foi

obtido utilizando o catalisador heterogêneo PW suportado em sílica, com um rendimento

combinado para aldeído canfolênico e trans-carveol próximo do quantitativo [79].

Entre os avanços deste trabalho, destaca-se a obtenção de somente um subproduto para

a reação estudada, o composto trans-carveol, além do produto principal o aldeído canfolênico.

Por outro lado, a utilização de solventes polares associada ao uso do PW como

catalisador permitiu a troca do caminho da reação para a formação de compostos com um

esqueleto para-mentênico, em particular, trans-carveol (3) e trans-sobrerol (4). Solventes

polares básicos, como dimetilacetamida, favoreceram a formação do trans-carveol, por outro

lado, solvente polar e menos básico, como a acetona, promoveu a formação do trans-sobrerol.

Ambos os compostos 3 e 4 foram obtidos com rendimento próximo de 70% cada, utilizando

um solvente apropriado [157].

Trabalhos anteriores aos nossos relacionavam o produto obtido a partir da

isomerização do óxido de -pineno somente com a natureza do catalisador ácido empregado.

A formação do aldeído canfolênico era relacionada à presença de sítios ácidos de Lewis,

enquanto a formação de uma mistura de outros isômeros como o trans-carveol, o

trans-sobrerol e p-cimeno estaria associada à presença de sítios ácidos de Brønsted [4,5,11,

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25

16]. Neste trabalho mostrou-se a importância do solvente no direcionamento da reação de

isomerização do óxido de -pineno e para a obtenção seletiva dos compostos desejados.

Embora o catalisador PW promovesse a formação de outros compostos como o

trans-carveol e o trans-sobrerol em um rendimento próximo de 70% cada [157], a reação foi

realizada sob condições homogêneas, devido à alta solubilidade do PW em solventes polares.

Neste sentido, visando desenvolver vias catalíticas heterogêneas para a síntese seletiva de

outros produtos, diferentes do aldeído canfolênico, em particular, trans-carveol (3) e

trans-sobrerol (4) a partir do óxido de alfa pineno (1), estudou-se a aplicação de catalisadores

de Ce/SiO2 e o Sn/SiO2 preparados via processo sol-gel. Neste outro trabalho, o composto 4

foi obtido com rendimento de 70%, em acetona, em condições heterogêneas [158].

Neste segmento desenvolveu-se ainda outro processo heterogêneo para a reação de

isomerização do composto 1 utilizando silicatos mesoporosos contendo ferro (Fe-MCM41) e

demonstramos que este material poderia ser uma opção atrativa para a reação estudada [151].

Apesar da reação de isomerização do óxido de -pineno ter sido muito estudada, a

grande reatividade deste óxido associada a gama de possibilidade de obtenção de diferentes

compostos com propriedades atrativas via esta reação, torna-se viável e estimulante a

realização de novos estudos [70,89,90]. Em particular neste trabalho, estudamos a aplicação

do sal do heteropoliácido Cs2.5H0.5PW12O40 (CsPW) como catalisador para a obtenção do

pinol via o desenvolvimento de um processo heterogêneo.

Uma busca na literatura revela que não existem relatos de utilização dos sais

heteropoliácidos como catalisadores na reação de isomerização do óxido de -pineno. E que,

até o presente momento é inédita uma via catalítica heterogênea que possibilite a obtenção de

pinol como produto majoritário para a reação de isomerização do óxido de alfa pineno.

Os sais de heteropoliácidos com grande cátions monovalentes são insolúveis em água

ou solventes polares e podem ser preparados com boa área superficial [88,147,148], em

particular, o sal ácido Cs2.5H0.5PW12O40 (CsPW), o qual possui fortes sítios ácidos de

Brønsted e razoável área (100-150 m2 g

-1) [79,154-156]. Deste modo, a utilização do CsPW

na reação de isomerização do óxido de alfa pineno em acetona se configura uma opção

atrativa de estudo.

Entretanto, a formação do pinol, nosso composto de interesse não é obvia, visto que

em estudos anteriores dessa reação em acetona catalisadores sólidos ácidos não levaram a

obtenção de pinol [151,158].

Os resultados da isomerização do óxido de -pineno utilizando-se o catalisador sólido

Cs2.5H0.5PW12O40 (CsPW) em acetona como solvente estão apresentados na Tabela 8. Na

ausência de catalisador não foi observada conversão significativa do substrato em seis horas

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de reação à temperatura de 25oC. Entretanto, na presença de pequenas quantidades de

catalisador a reação foi rápida e nas condições estudadas em apenas cinco minutos de reação a

conversão do substrato 1 já era completa.

Tabela 8 – Isomerização do óxido de α-pineno (0,15 mol.L-1

) catalisada por Cs2.5H0.5PW12O40

em acetona a 25ºC.

Exp CsPW

(g)

Tempo

(min)

Conversão

(%)

Seletividades

(%)

2 3 4b 5 Outros

1 0,0010

(0,025% p/p)

0 0 - - - - -

5 100 20 26 49 0 5

30 100 21 25 49 0 5

180 100 22 27 47 0 4

2 0,0025

(0,063 % p/p)

0 0 - - - - -

5 100 20 21 43 5 11

180 100 19 9 4 33 35

3 0,0100

(0,25% p/p)

0 0 - - - - -

5 100 18 23 14 9 36

30 100 17 16 13 21 33

120 100 18 10 4 36 32

180 100 14 7 3 33 43

4 0,0250

(0,63% p/p)

0 0 - - - - -

5 100 22 20 24 16 18

30 100 20 16 12 28 24

120 100 22 8 3 44 23

180 100 20 5 0 53 22

5 0,0500

(1,26% p/p)

0 - - - - - -

5 100 22 9 2 42 25

30 100 23 13 3 45 16

120 100 19 5 2 45 29

180 100 20 5 0 48 27

6a

0,0010

(0,025% p/p)

0 - - - - - -

30 100 28 28 26 3 15

180 100 23 23 31 10 13

240 100 23 20 25 13 19

*Condições reacionais: [óxido de α-pineno] = 0,15 molL-1

, [dodecano] = 0,10 molL-1

, acetona, volume total

5mL, 25ºC.

a[óxido de α-pineno] = 0,30 molL

-1

b (4a + 4b)

Podemos verificar a partir dos dados obtidos que, na maior parte dos experimentos, o

catalisador demonstrou uma alta seletividade para a formação do composto pinol (5), obtido

como produto principal. No entanto, no primeiro experimento, utilizando-se apenas 0,0010g

CsPW (0,025% p/p a 25 °C), não foi verificada a formação do produto 5. O trans-sobrerol (4)

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foi obtido como produto principal associado à formação aldeído canfolênico (2) e

trans-carveol (3) em quantidades significativas. Vale a pena ressaltar, que nas demais

condições otimizadas o único subproduto detectado em quantidades significativas foi

composto 2.

Uma conversão completa do óxido de α-pineno (1) é obtida em somente 5 minutos de

reação utilizando-se 0,025% em peso do CsPW (Tabela 5 exp 1). Todavia, não há formação

do composto desejado nestas condições.

A 25 ºC pode-se observar que um aumento na quantidade de catalisador favorece a

formação do pinol (5) (exp 1-4). Entretanto a utilização de quantidade de catalisador superior

0,63% p/p não altera significativamente a seletividade final obtida para o produto desejado 5 e

o produto secundário 2, conforme demonstrado nos experimentos 4 e 5 (Tabela 8) e

representado pela Figura 13, na qual é possível observar que utilizando-se massa de

catalisador superior a 0,0250 g , por exemplo 0,0500 g, não há mais ganho significativo, na

seletividade para o pinol.

Figura 13 – Massa ideal de catalisador aplicada na isomerização de óxido de α-pineno.

De acordo com os dados obtidos na Tabela 8 (exp. 4), a 25ºC o composto desejado 5

pode ser obtido com uma seletividade de 53% em apenas 3h de reação. Neste experimento

uma seletividade conjunta para os compostos (2+5) atingiram um valor próximo a 75%.

O número de rotação (TON - turnover number) por um mol de CsPW para esta reação

foi equivalente a 100. O TON representa o número total de mols do substrato convertido por

cada mol de catalisador utilizado. Na tentativa de melhorar o valor do TON para o processo

desenvolvido aumentou-se a quantidade de substrato e reduziu-se a quantidade de catalisador

(exp. 6, Tabela 8). Apesar da completa conversão do substrato, o que corresponde a um TON

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equivalente próximo a 4800, a seletividade para o produto de interesse 5 ficou comprometida

(Tabela 8, exp. 4 vs 6).

Sugere-se que a transformação do óxido de -pineno aos produtos 2-5, em meio ácido,

ocorra via protonação do átomo de oxigênio do substrato (1) induzindo a abertura do anel

epóxido e a formação do íon carbocátion A conforme representado na Figura 14. O

intermediário A pode sofrer um rearranjo levando à formação dos íons B e C através do

movimento do mesmo par de elétrons da mesma ligação entre os carbonos C6-C7. Em

seguida, os íons B e C formados podem, a princípio, perder seus prótons dando origem aos

compostos 2 e 3, respectivamente.

O íon C pode ter associada à perda do próton a adição de uma molécula de água,

formando o composto 4a que por sua vez, pode se isomerizar no composto 4b. Esse composto

4b pode sofrer uma desidratação em meio ácido e formar o composto 5 (pinol).

Outra rota viável para a obtenção do pinol envolve um ataque nucleofílico da água na

dupla ligação exocíclica do composto 3 levando à formação do composto 4a que, após as

transformações já relatadas levam ao pinol (Figura 14 e 15)

Figura 14 - Proposta de mecanismo para as transformações do óxido de -pineno catalisadas

por ácidos [Fonte –Adaptado de [77]].

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Observa-se que, imediatamente no início da reação, são formados três produtos:

aldeído canfolêncio (2), trans-carveol (3) e trans-sobrerol (4a). Com o avanço da reação, a

seletividade para 2 se mantém constante enquanto que, as seletividades para os compostos 3 e

4a reduz drasticamente à medida que a seletividade para pinol (5) cresce, até atingir um valor

máximo, o qual permanece constante caso a reação continue sendo monitorada.

Os dados obtidos (Tabela 8, exp. 2-4), reforçam que o aumento na seletividade para o

5 está associado à diminuição das seletividades dos compostos 3 e 4a. Estes podem então ser

considerados como dois compostos intermediários para a formação de 5, conforme pode ser

também observado na Figura 15.

De qualquer modo, para a formação do composto pinol é preciso o direcionamento da

reação estudada no sentido de formação dos compostos com esqueletos para-mentênicos, o

que requer a utilização de solventes polares pouco básicos como a acetona [157,158].

Solvente no qual a utilização de sais de heteropoliácidos torna-se viável como catalisadores

ácidos heterogêneos.

Figura 15 - Monitoramento da seletividade na reação de isomerização de óxido de α-pineno

catalisada por CsPW.

Outro parâmetro de reação avaliado foi a influência da temperatura. Entretanto, em

função do baixo ponto de ebulição da acetona a maior temperatura que pode ser utilizada foi

40°C. Os dados experimentais desta etapa do estudo estão descritos na Tabela 9. Novamente,

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na ausência de catalisador, a 40°C, não foi observada nenhuma conversão do substrato em 3h

de reação.

Tabela 9 - Isomerização do óxido de -pineno catalisada por Cs2.5H0.5PW12O40 em acetona a

40ºC.

Exp CsPW

(g)

Tempo

(min)

Conversão

(%)

Seletividades (%)

2 3 4 5 Outros

1 0,0010

(0,025% p/p)

0 - - - - - -

5 100 27 30 28 15 0

30 100 26 21 10 23 20

120 100 25 9 2 32 32

300 100 24 9 0 36 31

2 0,0050

(0,125% p/p)

0 - - - - - -

5 100 20 30 23 15 12

30 100 19 17 6 27 31

120 100 19 8 2 36 35

300 100 17 7 0 40 36

3 0,0100

(0,25% p/p)

0 0 - - - - -

5 100 18 18 8 31 25

30 100 18 11 4 37 30

120 100 16 9 2 39 34

180 100 17 7 4 39 33

4 0,0250

(0,63% p/p)

0 0 - 7- - - -

5 100 20 18 12 23 27

30 100 20 6 2 43 29

180 100 19 5 0 47 29

300 100 18 2 0 47 33

5 0,0500

(1,26% p/p)

0 - - - - - -

5 100 23 18 12 36 11

30 100 22 10 2 43 23

120 100 20 2 0 48 30

180 100 21 0 2 48 29

6a

0,0250

(0,63% p/p)

0 - - - - - -

5 100 20 22 9 24 25

30 100 19 9 2 35 35

180 100 18 6 2 37 37

300 100 17 6 0 38 39

Obs. – Nos experimentos 1 a 5 a concentração de óxido de α-pineno foi equivalente a 0,15 mol.L-1 . a - [óxido de a-pineno] = 0,30 mol.L

-1

A 40ºC também se observou que um aumento na quantidade de catalisador favorece a

formação produto de interesse 5 (exp. 1-3 vs 4-5). Entretanto, esse comportamento não é

evidente quando se utiliza quantidades menores de catalisador, abaixo de

0,25% p/p (exp. 1-3), onde se observa uma seletividade de 40% independente da quantidade

de catalisador utilizada.

Por outro lado, quantidade de catalisador igual e superior 0,63% p/p não altera

significativamente a seletividade final obtida para o produto desejado 5 e o produto

secundário 2, conforme demonstrado nos experimentos 4 vs 5 (Tabela 9).

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Utilizando-se baixas quantidades de catalisador 0,025 - 0,25% p/p o aumento na

temperatura favoreceu a formação do composto 5 (Tabela 8 e 9 exp. 1 vs exp. 1; exp. 3 vs

exp. 3). Para quantidades maiores de catalisador esse efeito não é observado (Tabela 8 e 9 exp

4-5), obtendo-se seletividades próximas a 50% para pinol (5) e 20% para o aldeído

canfolênico (2) independente da quantidade de catalisador utilizada.

A Figura 16 enfatiza que a 40ºC quantidades de catalisadores superiores a 0,0250g

aumentam a seletividade para composto desejado 5.

Figura 16 – Efeito do catalisador em função da temperatura na reação de isomerização de

óxido de α-pineno.

A quantidade de catalisador é um parâmetro de reação que influencia de modo mais

significativo sobre a formação do composto desejado 5 do que o parâmetro temperatura.

Tanto a 25ºC quanto a 40ºC a quantidade de catalisador ideal para o processo estudado

corresponde a 0,025g ou 0,63%p/p (Figura 17, A e B)

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Figura 17 – Variação na seletividade em função da massa de catalisador a 25°C [A], e 40°C

[B], aplicados na isomerização do óxido de α-pineno.

A 40ºC verifica-se novamente que o aumento na seletividade para 5 está associado à

diminuição das seletividades dos compostos 3 e 4a, conforme apresentado na Figura 18.

Figura 18 – Variação da seletividade de pinol em relação aos demais produtos da reação de

isomerização de óxido de α-pineno.

Em processos catalíticos com TON elevado, o catalisador mantém sua atividade.

Baixa quantidade de catalisador consegue converter grande quantidade de substrato tornando,

portanto, o processo mais atrativo nos aspectos econômico e tecnológico. A 40ºC foi feita

uma nova tentativa de elevar o TON do nosso processo aumentando-se a quantidade inicial do

óxido de -pineno (Tabela 9, exp. 4 vs 6). Entretanto, apesar do catalisador se manter ativo, a

seletividade para o produto de interesse foi comprometida, o que não é atrativo.

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33

Outro modo de avaliar a atividade do catalisador e simultaneamente elevar o TON do

processo desenvolvido foi realizado em duplicata. O experimento 4 (Tabela 8) foi realizado

novamente, entretanto, após findada a reação e atingida a maior seletividade possível para o

composto 5, uma nova porção do substrato equivalente a 0,15 mol.L-1

foi adicionada ao

mesmo reator. Foram avaliadas, ao todo, a adição de cinco porções de 0,15 mol.L-1

de óxido

de -pineno, em cada um dos testes realizados. Os dados obtidos referentes à conversão da

nova porção do substrato adicionado e a formação dos produtos do processo estudado estão

apresentados na Tabela 10.

Tabela 10 – Estudo do TON para a reação de isomerização do óxido de α-pineno.

Exp Óxido de α-pineno

[ ] x 10-3

. mol.L-1

Tempo1

(min)

Conversão

(%)

Seletividades (%)

2 3 4 5 TON

1

0,15 180 100 36 - - 66 96

0,30 180 100 25 - - 65 192

0,45 180 100 30 7 - 64 289

0,60 240 100 31 - - 61 385

0,75 300 100 30 8 - 51 481

2

0,15 180 100 37 - - 64 96

0,30 180 100 28 8 - 64 192

0,45 180 100 30 7 - 62 289

0,60 240 100 30 - - 63 384

0,75 300 100 33 16 - 51 481

1 Tempo necessário para atingir a maior seletividade para o composto 5

Com este novo procedimento foi possível verificar que, utilizando-se uma massa de

catalisador equivalente a 0,0250 g (7,79x10-6

mol) foi possível converter completamente uma

quantidade total de substrato equivalente a 3,75x10-3

mol. Essas quantidades correspondem a

um TON total próximo a 500. Cabe ressaltar que, a seletividade para o composto de interesse

não foi comprometida permanecendo em torno de 60%. Este experimento teste demonstrou

que a realização do processo adicionando-se o substrato em porções possibilita o aumento no

TON sem comprometer a seletividade para 5, o que torna o processo ainda mais atrativo e

viável tecnologicamente.

Cabe destacar ainda que os resultados obtidos nesta etapa do estudo não revelam o

máximo potencial do catalisador, uma vez que, não foi esgotada sua capacidade de conversão

do substrato. No entanto, demonstra o quanto é promissor e significativo o emprego do sal de

heteropoliácido como catalisador na isomerização de óxido de α-pineno, e ainda, que ao se

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utilizar o solvente apropriado, no caso acetona, foi possível viabilizar a obtenção do pinol,

produto de interesse.

No intuito de entender melhor o processo desenvolvido, realizamos um estudo

comparativo entre o sal de heteropoliácido Cs2,5H0,5PW12O40 (CsPW) e o heteropoliácido que

lhe deu origem o H3PW12O40 (PW). Para tanto realizamos dois novos experimentos usando o

PW como catalisador. No primeiro experimento foi utilizada uma quantidade em mol de PW

igual à mesma quantidade em mol de CsPW utilizada no experimento 4 (Tabela 8). No

segundo experimento foi utilizado uma quantidade em mol de prótons H+ de PW

correspondente a quantidade em mol de H+ presente no CsPW utilizado no experimento 4

(Tabela 8). Os resultados estão relacionados na Tabela 11. Ressaltando que devido à elevada

solubilidade de PW em solvente polar, o processo utilizando esse catalisador ocorre via

catálise homogênea.

Em ambos os experimentos obteve-se resultados semelhantes em termos de conversão

e seletividade final para o produto 5. Como era esperado, no experimento 2 (Tabela 11) o

andamento do processo foi mais lento, comparado ao experimento 1, devido a utilização de

menor quantidade de catalisador. Além disso, observou-se que ocorre a formação dos

mesmos produtos encontrados anteriormente, com a utilização do CsPW como catalisador. No

experimento 2 foi possível verificar ainda que o aldeído canfolênico formado inicialmente se

mantém estável ao longo da reação e que a seletividade para o pinol vai aumentando

gradativamente, ao passo que as seletividades para os compostos trans-carveol e trans-

sobrerol obtidas inicialmente, diminuem ao decorrer da reação.

Tabela 11 - Isomerização do óxido de α-pineno em acetona a 25ºC utilizando H3PW12O40

como catalisador.

Exp PW

(em n° mol)

Tempo

(min)

Conversão

(%)

Seletividades (%)

2 3 4 5

1

7,78 x 10-6

Equivalência

molar

0 100 - - - -

5 100 20 - - 53

30 100 18 - - 55

180 100 17 - - 52

2

1,30 x 10-6

Equivalência em

n° de mol de

prótons H+

0 100 - - - -

5 100 22 10 17 38

30 100 21 9 12 44

180 100 20 - - 54

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Nesta etapa do trabalho, foi então possível, a realização de reciclos do catalisador.

Após uma completa conversão do substrato a mistura de reação foi centrifugada e a solução

foi separada do catalisador com o auxílio de uma pipeta. O catalisador foi lavado com hexano,

seco e transferido para um reator contendo nova quantidade de óxido de α-pineno, dodecano e

acetona. Deste modo, o catalisador foi reutilizado mais duas vezes sem perda na atividade e

na seletividade. O catalisador se manteve ativo por três ciclos sendo capaz de converter todo o

substrato. Além disso, as seletividades obtidas ao fim de 3 horas de reação, para cada ciclo,

foram em torno de 20% e 55% para os compostos 2 e 5 respectivamente.

Apesar de que a solubilização do catalisador em acetona não ser esperada, foi

realizado um experimento para comprovar que realmente não houve contribuição do CsPW

solúvel no processo estudado. O experimentos 4 foi realizado novamente (Tabela 8) e, após

finalizada a reação, o catalisador foi removido por centrifugação e uma nova quantidade de

substrato foi adicionada ao sobrenadante. Não sendo observada a conversão da nova porção

do óxido de α-pineno adicionada e a formação de produtos, constatou-se que não ocorreu

contribuição de CsPW solúvel no sistema estudado.

Outro aspecto avaliado foi o papel da água no processo. Conforme proposto na Figura

14. A formação do trans-sobreol requer a adição de água a molécula do trans-carveol. Cabe

lembrar que o pinol composto de interesse neste trabalho é formado pela desidratação do

sobrerol. Os dados do experimento realizado em acetona seca estão apresentados na Tabela

12, abaixo. O experimento foi realizado sob as mesmas condições que o experimento 4

(Tabela 8).

Tabela 12 - Reação de isomerização do óxido de α-pineno catalisado por CsPW realizado em

acetona seca.

Tempo (min) Conversão (%) Seletividades (%)

2 3 4 5

0 100 - - - -

5 100 33 20 - -

30 100 38 21 - -

120 100 40 19 - -

Os resultados apresentados na Tabela 12 demonstram que em acetona seca é verificada

a formação apenas do aldeído canfolênico (2) e do trans-carveol (3) como produtos da

isomerização do óxido de -pineno. Sendo o produto 2 formado com uma seletividade

superior comparado com o experimento 4 (Tabela 8) o qual foi realizado sob as mesmas

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condições de reação, usando acetona sem tratamento prévio. Sendo assim, verifica-se que a

água tem um papel crucial no desenvolvimento do processo de obtenção do pinol e sua

presença é fundamental para a formação do trans-sobrerol (4). Comprova-se ainda que a

proposta inicial de mecanismo na qual a rota viável para a obtenção do pinol envolve um

ataque nucleofílico da água na dupla ligação exocíclica do composto 3 levando à formação do

composto 4a que, após as transformações já relatadas levam ao pinol seria a mais adequada.

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4.2 - Identificação e caracterização dos produtos

A identificação e caracterização dos principais produtos da reação pinol (5) e aldeído

canfolênico (2), além dos intermediários trans-carveol (3) e trans-sobreol (4) foram

realizadas por espectrometria de massas acoplada à cromatografia gasosa (CG-MS). Além

disso, o composto 5 foi isolado por cromatografia em coluna de sílica e identificado por

ressonância magnética nuclear utilizando-se as técnicas de 1H,

13C, DEPT 135, HMQC,

COSY e NOESY.

4.2.1 - Dados espectrométricos

Aldeído canfolênico (2) - MS (m/z/rel.int.): 152/10, 137/24, 119/16, 108/100, 107/17,

96/20, 93/100, 81/30, 77/30, 67/50, 65/15, 55/18, 53/15. Os dados de MS estão de acordo com

os dados descritos na literatura [78,79].

Trans-Carveol (3) - MS (m/z/rel.int.): 152/10, 137/10, 123/12, 119/20, 110/11,

109/100, 95/17, 91/21, 84/50, 77/15, 69/20, 65/10, 55/21, 53/10. Os dados de MS estão de

acordo com os dados descritos na literatura [78,79].

Trans-sobreol (4a) - MS (m/z/rel.int.): 152/9; 134/60; 123/18; 119/92; 109/100;

105/17; 91/60; 91/60; 84/21; 81/30; 77/27; 67/30; 65/18; 55/23; 45/05. Os dados de MS estão

de acordo com os dados descritos na literatura [160,161].

Pinol (5) - MS (m/z/rel.int.): 152/13, 137/49, 93/65, 84/6, 79/100, 77/22, 69/13, 65/6,

55/6, 53/6, 45/13 [80].

- 1H RMN, H (J, Hz): 1,43 (s, 3H, C

9H3); 1,69 (s, 3H, C

8H3); 1,70 (d, 3H, C

10H3,

4J=2,0);

1,82 (d, 1H, C3HH,

2J=10,6); 2,11-2,18 (m-largo, 1H, C

4H); 2,20-2,21 (m, 1H, C

3HH); 2,22-

2,24 (m, 2H, C5H2); 3,97 (d, 1H, C

2H,

3J=5,0); 5,17-5,20 (m, 1H, C

6H). [54]

13C RMN, C: 27,00 (C

10); 27,11 (C

8); 27,13 (C

5); 27,20 (C

9); 27,30 (C

3); 34,80 (C

4); 77,30

(C2); 83,00 (C

7); 120,40 (C

6); 139,95 (C

1) [54].

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5 - Conclusão

Demonstrou-se que o sal de heteropólio ácido Cs2.5H0.5PW12O40 (CsPW), é um

catalisador heterogêneo muito eficiente para a obtenção do pinol a partir da reação de

isomerização de óxido de α-pineno realizada em acetona.

A reação proporcionou obtenção de pinol como produto principal e apenas do aldeído

canfolênico como subproduto majoritário nas condições otimizadas. O pinol pode ser obtido

com rendimentos próximos a 50% no processo estudado, e trata-se de um composto com

propriedades interessantes para variados segmentos da indústria da química fina. O segundo

composto majoritário, aldeído canfolênico pode ser obtido com seletividade próximo a 20% e,

já é comercializado para a obtenção de fragrâncias de sândalo.

O catalisador apresenta importantes vantagens tecnológicas, por exemplo, se mantém

estável no meio de reação e pode ser reutilizado sem perda de atividade e seletividade.

O papel da água presente no próprio solvente tem importância crucial na formação do

composto de interesse, o pinol, visto que possibilita a formação de intermediário chave para a

obtenção do pinol, o trans-sobreol, ao longo do processo.

O processo em desenvolvimento é inovador, pois não há relatos na literatura de

obtenção seletiva de pinol via processo de isomerização do óxido de alfa-pineno, e ainda a

aplicação de sais de heteropoliácido na reação estudada. Sendo assim, se configura como uma

alternativa atrativa para obtenção de outras moléculas além do aldeído canfolênico a partir do

óxido de α-pineno.

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, [VV

6O11(OH)2 {(OCH2)3CR}2],

[VIV

4VV

2O9(OH)4{ (OCH2)3CR}2]2-

, and [ VIV

6O7{OH)6{(OCH2)3 CR}2]2-

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a

7 – ANEXOS

7.1 - Espectros dos produtos obtidos

Fragmentograma do aldeído canfolênico (2), modo impacto eletrônico a 70 eV.

Fragmentograma do trans-carveol (3), modo impacto eletrônico a 70 eV.

Fragmentograma do trans-sobrerol (4a), modo impacto eletrônico a 70 eV.

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b

Fragmentograma do pinol (5), modo impacto eletrônico a 70 eV.

Espectro de RMN de 13

C (CDCl3, 400 MHz) do pinol (5)

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c

Espectro de RMN de 1H (CDCl3, 400 MHz) do pinol (5)