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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
SELEÇÃO DE FORNECEDORES COM BASE EM
MODELO MULTICRITÉRIO ADITIVO COM INFORMAÇÃO
PARCIAL
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA À UFPE
PARA OBTENÇÃO DE GRAU DE MESTRE
POR
VANESSA CAROLINA BENAVIDES LAGUAPILLO
Orientador: Prof. Adiel Teixeira de Almeida, PhD
RECIFE, DEZEMBRO/ 2014
Catalogação na fonte Bibliotecária Maria Luiza de Moura Ferreira, CRB-4 / 1469
L181s Laguapillo, Vanessa Carolina Benavides.
Seleção de fornecedores com base em modelo
multicritério aditivo com informação parcial / Vanessa Carolina Benavides Laguapillo. - Recife: O Autor, 2014.
55 folhas, il., tabs.
Orientador: Prof. Adiel Teixeira de Almeida. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de
Pernambuco. CTG. Programa de Pós- graduação em
Engenharia de Produção, 2014. Inclui Referências.
1. Engenharia de produção. 2. Elicitação flexível. 3. Decisão multicritério. I. Almeida, Adiel Teixeira de. (Orientador). II. Título.
658.5 CDD (22. ed.) UFPE/BCTG/2015-01
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
PARECER DA COMISSÃO EXAMINADORA
DE DEFESA DE DISSERTAÇÃO DE
MESTRADO ACADÊMICO DE
VANESSA CAROLINA BENAVIDES LAGUAPILLO
“SELEÇÃO DE FORNECEDORES COM BASE EM MODELO MULTICRITÉRIO
ADITIVO COM INFORMAÇÃO PARCIAL”
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: PESQUISA OPERACIONAL
A comissão examinadora, composta pelos professores abaixo, sob a
presidência do(a) primeiro(a), considera a candidata VANESSA CAROLINA BENAVIDES
LAGUAPILLO, APROVADA.
Recife, 17 de dezembro de 2014.
_________________________________________ Prof. ADIEL TEIXEIRA DE ALMEIDA, PhD (UFPE)
________________________________________ Profª. ANA PAULA CABRAL SEIXAS COSTA, Doutora (UFPE)
_________________________________________ Prof. ANDRÉ MARQUES CAVALCANTI, Doutor (UFPE)
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela força e coragem durante toda esta longa caminhada;
Aos meus pais que, com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu
chegasse até esta etapa da minha vida. Mãe, seu cuidado е dedicação foi que deram, em
alguns momentos, а esperança para seguir. Pai, sua presença, mesmo que á distancia,
significou segurança е certeza de que não estou sozinha em cada passo;
Ao meu irmão pela garra, perseverança e otimismo contagiantes até hoje;
Ao professor Adiel Teixeira de Almeida, pela paciência na orientação e incentivo que
tornaram possível a conclusão desta dissertação;
Aos amigos e colegas, pelo incentivo nas horas difíceis, de desânimo е cansaço;
À Secretaria de Educación Superior, Ciencia, Tecnología e Innovación (SENESCYT)
pelo auxilio financeiro concedido durante o período do mestrado.
RESUMO
Atualmente, existe uma grande necessidade de se obter competitividade, o que estimula
as empresas a operar em mercados mais amplos e a desenvolver capacidades que permitam
responder a quaisquer exigências ou alterações do mercado futuramente. De tal maneira, a
seleção de fornecedores se apresenta como um dos mais importantes estágios da cadeia de
suprimentos, pois permite auxiliar no incremento de produtividade, bem como na eficiência
da organização. A seleção de fornecedores é um problema de decisão multicritério complexo
que geralmente contém informações imprecisas, devido ao fato de que os decisores nem
sempre estão dispostos a fornecer informações, ou mesmo possuem conhecimentos limitados
relacionados ao problema. Nesse sentido, este trabalho apresenta um Sistema de Apoio à
Decisão que possibilita auxiliar o decisor na tomada de decisão em problemas de decisão
multicritério de escolha com informação parcial através do método de elicitação flexível, além
de calcular os valores de cada alternativa em um modelo aditivo para gerar um conjunto de
alternativas não dominadas. Para demostrar as diversas vantagens desta nova metodologia, foi
realizado um estudo de caso em uma empresa do setor elétrico, e se comparou os resultados
obtidos com o método de elicitação de trade-off.
Palavras-chaves: Seleção de fornecedores. Elicitação flexível. Decisão Multicritério.
Informação Parcial.
ABSTRACT
Currently there is a great need to obtain competitiveness, which encourages companies
to operate in wider markets and develop capabilities to respond to any future application.
Therefore, the selection of suppliers becomes one of the most important stages of the supply
chain because it helps to increase productivity and organizational efficiency. The selection of
suppliers is a complex multi-criteria decision problem that usually contains inaccurate
information due to the fact that decision-makers are not always willing to provide information
or have limited knowledge related to the problem. Thus, this work presents a System Decision
Support that allows them to solve multicriteria decision problems of choice with partial
information through the flexible elicitation method and calculates the values of each
alternative in an additive model to generate a set of alternatives not dominated. To
demonstrate the many advantages of this new methodology, a case study for an electrical
company was performed, and compared with the results obtained with the elicitation method
of trade-off.
Keywords: Supplier Selection. Flexible Elicitation. Multicriteria Decision. Partial Information
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Arquitetura do SAD 19
Figura 2.2 - Frequência de Artigos por Ano 28
Figura 2.3 - Frequência de Artigos por Ano e por Método Usado 29
Figura 2.4 - Classificação por Integração de Métodos 29
Figura 2.5 - Trabalhos com Decisão em Grupo 30
Figura 2.6 - Aplicações dos Trabalhos 31
Figura 3.1- Tela de Escolha do Problema 35
Figura 3.2- Tela da Matriz de Avaliação 36
Figura 3.3- Tela das Preferências 37
Figura 3.4- Tela de Definir Inequações 38
Figura 3.5- Tela das Constantes de Escala 38
Figura 3.6- Tela de Resultados 39
Figura 3.7 - Relação entre ABAS do Programa 41
Figura 3.8 – Fases de Perguntas do Processo de Elicitação 42
Figura 3.9 – Tela para Avaliação Intracritério 43
Figura 3.10 – Telas para Ordenação de Critérios: (a) Swing (b) Comparação Par a Par 44
Figura 3.11 – Tela Elicitação Flexível 45
Figura 3.12 – Comparação de Conquências em Elicitação Flexível 45
Figura 3.13 – Tela de Resultados 47
Figura 3.14 – Gráficos do Conjunto de Alternativas não dominadas 48
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1- Matriz de Decisão ou de Consequências ........................................................................................17
Tabela 3.1- Matriz de Consequências do Problema ...........................................................................................36
SIMBOLOGIA
AHP Analytic Hierarchy Process
ANN Artificial Neural Network
ANP Analytic Network Process
DBMS Data Management System
DLL Dinamic Link Library
DSS Decision Support System
DST Dempster–Shafer theory
DT Decision Trees
FANP Fuzzy Analytic Network Process
FMOLP Fuzzy Multi-Objective Linear Programming
GRA Grey Relational Analysis
GSCM Green Supply Chain Management Criteria
GST Grey System Theory
MADA Multi-Attribute Decision Analysis
MBMS Model Base Management System
MCDM Multiple Criteria Decision Making
MCGDM Multiple Criteria Group Decision Making
NN Neural Network
PMO Programação Multiobjetivo
SAD Sistema de Apoio à Decisão
TOPSIS Technique for Order Preference by Similarity to Ideal Solution
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 11
1.1 Relevância e Contribuição do Estudo 12
1.2 Objetivos 13
1.2.1 Objetivo Geral 13
1.2.2 Objetivos Específicos 14
1.3 Estrutura do Trabalho 14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 15
2.1 Fundamentação Teórica 15
2.1.1 Decisão Multicritério e Informação Parcial 15
2.1.2 Sistema de apoio à Decisão (SAD) 17
2.1.3 Seleção de fornecedores 19
2.2 Revisão Bibliográfica sobre Modelos Multicritério de Informação Parcial na Seleção de
Fornecedores 20
2.2.1 Pesquisas baseadas na Teoria dos Conjuntos Fuzzy 21
2.2.2 Pesquisas baseadas na Teoria do Sistema Grey 23
2.3 Síntese do Estado da Arte e Posicionamento deste Trabalho 26
2.3.1 Frequência de Artigos 28
2.3.2 Métodos Utilizados 28
2.3.3 Decisão em Grupo 30
2.3.4 Aplicações dos Trabalhos 30
3 SISTEMA DE APOIO À DECISÃO PARA SELEÇÃO DE
FORNECEDORES 32
3.1 Descrição do Problema 32
3.2 Aplicação do Modelo Aditivo com Método de Elicitação de Trade-off 35
3.3 Descrição do SAD para Elicitação Flexível 40
3.4 Aplicação do SAD para Elicitação Flexível 43
3.5 Vantagens do método de Elicitação Flexível 48
Capítulo 1 Introdução
11
1 INTRODUÇÃO
Na época contemporânea, cada vez mais globalizada, com crescente comunicação e
interdependência entre distintos países, unificação de mercados, transformações econômicas e
políticas, mais rápida e ampla difusão de tecnologias, existe uma grande necessidade de se
obter competitividade, o que estimula as empresas a operar em mercados mais amplos,
cooperando e competindo, gerando pressão para melhorar aspectos como qualidade e o preço.
Portanto, é prioritário desenvolver capacidades que permitam responder a qualquer exigências
futuras do mercado possibilitando manter vantagens competitivas que ajudem a sustentar uma
posição destacada entre as organizações a longo prazo.
O acelerado crescimento da competitividade influencia as empresas a adotarem
estratégias de centralização nas atividades principais relacionadas ao negócio, transferindo
assim, as outras atividades para terceiros. Essa prática, cada vez mais comum, tem aumentado
nos últimos anos devido à desvantagem que tem a estratégia de “produzir tudo” num entorno
de rápidas mudanças nos mercados e tecnologias. Nesse tipo de ambiente incerto, perde-se
flexibilidade e capacidade de adaptação rápida quando tudo é feito pela mesma companhia,
sendo indispensável possuir uma rede de fornecedores organizada para abastecer a
organização.
Nesse Punniyamoorthy et al. (2011), mencionam que a seleção de fornecedores é um
dos mais importantes estágios da cadeia de suprimentos e tem impacto primordial na
determinação do sucesso de qualquer cadeia, ou mesmo organização. De tal maneira, o
relacionamento entre as empresas e seus fornecedores ganha importância, requerendo maior
estreitamento entre eles, apontando resultados significativos para as duas partes.
Desse modo, é cada vez mais estratégica a seleção dos fornecedores adequados,
tornando-se necessário investir na tomada de decisão apropriada, pois esse é um processo
complexo devido aos diferentes parâmetros e vários aspectos que devem ser considerados
(Razmi et al., 2009). Além de considerar que, normalmente, os decisores estão dispostos a
fornecer apenas informações incompletas, quer seja pela falta de dados, de tempo ou por seus
conhecimentos limitados relacionados ao domínio do problema (Kim et al., 1999).
Diante da questão mencionada, é importante o desenvolvimento de estudos e
ferramentas com o objetivo de auxiliar as organizações em relação ao problema de seleção de
fornecedores com informação parcial, devido à complexidade no momento da análise dos
critérios de forma integrada para realizar uma adequada avaliação de alternativas. Nesse
Capítulo 1 Introdução
12
sentido, este trabalho apresenta um Sistema de Apoio à Decisão baseado em Almeida et al.
(2014a) e construído para a avaliação dos pesos dos critérios em modelos aditivos por
elicitação flexível interativa, focado em reduzir a quantidade de informação exigida do
decisor.
1.1 Relevância e Contribuição do Estudo
A seleção de fornecedores é uma das questões mais importantes em qualquer unidade de
produção, pois a escolha de um bom fornecedor pode ajudar a aumentar a produtividade e a
eficiência das unidades de negócios. Por isso, durante os últimos anos, diferentes métodos
associados a problemas de seleção de fornecedores foram desenvolvidos, pois estes
desempenham um papel importante na eficiência do planejamento da produção
(Khodadadzadeh et al., 2013).
Como as organizações têm se tornado mais dependentes de fornecedores, as
consequências diretas e indiretas da tomada de decisão equivocada se tornam mais graves. Em
empresas industriais, por exemplo, parte das compras no volume de negócios total,
normalmente, varia entre 50-90% (de Boer et al., 2001). Além disso, o custo dos bens e
serviços adquiridos representa mais de 60% do custo dos bens vendidos e mais de 50% de
todos os defeitos de qualidade são provocados pela compra de material (Gencer et al., 2007).
Portanto, a seleção de fornecedores demonstra ser um problema de pesquisa cada vez mais
crítico e estratégico com metodologias que vão desde conceituais até empíricas e correntes de
modelagens (Karsak et al., 2012).
A gestão dos fornecedores, atualmente, consiste em manter parcerias de longo prazo
com os mesmos, a fim de que a relação com os mesmos seja confiável, além de procurar
reduzir o número de fornecedores que compõe a sua cadeia de suprimentos. Portanto, escolher
os fornecedores certos envolve muito mais do que a exploração de uma série de listas de
preços, as escolhas dependem de uma série de fatores, tanto quantitativos como qualitativos.
Nesse sentido, o problema da seleção de fornecedores é um problema de tomada de decisão
multicritério na presença de diversos critérios e subcritérios (Vinodh, Ramiya e Gautham,
2011). Assim, o decisor deve avaliar os múltiplos objetivos, de forma integrada, os quais
estão representados por variáveis que se encontram, muitas vezes, em unidades de medida
diferentes (Almeida, 2013).
Capítulo 1 Introdução
13
Dursun et al. (2013), complementam argumentando em seu estudo que a seleção de
fornecedores é um problema importante de decisão multicritério em grupo, que requer um
trade-off entre vários critérios que contêm informações vagas e imprecisas. Porém, os
métodos clássicos de tomada de decisão multicritério (MCDM), que consideram os processos
determinísticos ou aleatórios, não podem abordar com eficiência os problemas de seleção de
fornecedores, pois a imprecisão e a interação coexistem no mundo real. (Karsak et al., 2014).
Desse modo, Daen (2008) afirma que uma técnica matemática mais robusta, que não
exige uma informação totalmente precisa do decisor, pode fortalecer o processo de avaliação
de fornecedores. Assim, os modelos multicritério com informação parcial, como no caso da
seleção de fornecedores, são de interesse prático por duas razões: em primeiro lugar, pode ser
difícil obter as informações necessárias a partir do decisor para especificar completamente as
constantes de escala, seja porque o decisor não tem o tempo para realizar os procedimentos
necessários para uma avaliação completa, ou por não poder responder de forma
suficientemente específica às perguntas hipotéticas de trade-off para determinar as constantes
de ponderação. Em outras situações, não existe um único "decisor", e as várias partes
envolvidas divergem sobre os valores das constantes, nesse caso, eles podem concordar
parcialmente com a ordenação, mas não concordam com os valores específicos das
constantes. A segunda razão é que, em muitas situações, alguns pesquisadores concluíram que
os pesos específicos que são utilizados na função aditiva não influenciam grandemente na
classificação de alternativas (Kirwood et al., 1983).
A partir dos aspectos apresentados pode-se constatar a importância do trabalho
desenvolvido com o objetivo de colaborar na área de seleção de fornecedores com informação
incompleta, apresentando uma alternativa para evitar valores de preferência específicos e
ajudar a diminuir a informação que o decisor precisa fornecer. O método de elicitação flexível
apresentado neste trabalho evita sobrecarregar o decisor com um grande número de questões,
que, em algumas ocasiões, não são necessárias, podendo causar confusão e inconsistências.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
Este trabalho tem como objetivo geral analisar as vantagens do método de elicitação
flexível para avaliação dos pesos dos critérios em modelos aditivos, objetivando problemas de
decisão multicritério de escolha com informação parcial.
Capítulo 1 Introdução
14
1.2.2 Objetivos Específicos
Elaborar uma revisão da literatura sobre os diversos métodos utilizados para
problemas de decisão multicritério com informação parcial.
Contribuir no desenvolvimento de um sistema computacional que solucione problemas
de decisão multicritério de escolha com informação parcial mediante elicitação
flexível.
Construir um modelo de tomada de decisão multicritério para a seleção de
fornecedores de uma empresa do setor elétrico.
Realizar as simulações do modelo proposto com o método de elicitação por trade-off e
o método de elicitação flexível.
Analisar e comparar os resultados obtidos.
1.3 Estrutura do Trabalho
O trabalho está estruturado em quatro capítulos a seguir:
O Capítulo I apresenta uma introdução, as motivações e justificativas para o
desenvolvimento do trabalho, bem como os objetivos do estudo.
O Capítulo II descreve a base conceitual que será utilizada ao longo desta dissertação,
onde se inclui uma visão geral sobre Decisão Multicritério e Informação Parcial, Sistemas de
Apoio à Decisão e Seleção de Fornecedores. Também se apresenta uma revisão bibliográfica
sobre os múltiplos métodos propostos por vários autores para a resolução do problema de
decisão multicritério com informação incompleta.
O Capítulo III aborda uma descrição do problema de seleção de fornecedores a se
resolver, assim como as simulações do modelo proposto, tanto com método de elicitação de
trade-off, como com elicitação flexível. O Capítulo inclui também as descrições de cada
sistema de apoio à decisão e as vantagens do método de elicitação flexível.
Por fim, o Capitulo IV apresenta as conclusões deste trabalho e sugestões para trabalhos
futuros.
Capítulo2 Fundamentação Teórica e Revisão Bibliográfica
15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Fundamentação Teórica
Nesta seção, a base conceitual utilizada para o trabalho é apresentada e consiste nas
principais definições de decisão multicritério e informação parcial. Em seguida, aborda-se
uma breve explicação sobre os Sistemas de Apoio à Decisão e sua arquitetura, finalizando
com a fundamentação teórica relacionada com a seleção de fornecedores.
2.1.1 Decisão Multicritério e Informação Parcial
Os executivos, independentemente de sua área de atuação, se preocupam com os
impactos que suas decisões causarão no futuro da organização. Portanto, para colaborar no
processo decisório, se constroem modelos de decisão e se escolhem métodos para o
tratamento de problemas multicritério associados com as preferências do responsável ou
grupo de responsáveis pela tomada de decisão. Segundo Vincke (1992), o suporte à decisão
multicritério proporciona aos decisores algumas ferramentas, para permitir avanços na
resolução de problemas de decisão, onde vários pontos de vista devem ser considerados.
Os problemas de decisão multicritério consistem numa situação, em que há pelo menos
duas alternativas de ação para se escolher, e essa escolha é conduzida pelo desejo de se
atender a múltiplos objetivos, muitas vezes conflitantes entre si. Esses objetivos estão
associados às consequências da escolha pela alternativa a ser seguida, e a eles são associadas
variáveis que os representam e permitem a avaliação de cada alternativa, com base em cada
objetivo. Essas variáveis podem ser chamadas de critérios, atributos ou dimensões (Almeida,
2013).
Outro conceito importante é o modelo de decisão multicritério que corresponde a uma
representação formal e com simplificação do problema enfrentado com suporte de um método
multicritério de apoio à decisão (Almeida, 2013). Esses modelos ajudam na descrição e
análise do problema de interesse e são desenvolvidos em função de algum método de apoio à
decisão.
Existem diversos métodos de apoio à decisão multicritério, os quais devem ser usados
levando em conta os dados disponíveis em cada situação. Esses métodos consistem numa
formulação metodológica ou numa teoria, com estrutura axiomática bem definida, e podem
ser usados para construir um modelo de decisão que vise à solução de um problema de
Capítulo2 Fundamentação Teórica e Revisão Bibliográfica
16
decisão específico (Almeida, 2013). A aplicação de qualquer método de análise multicritério
pressupõe a necessidade de se determinar quais objetivos o decisor pretende alcançar,
estabelecendo a representação desses múltiplos critérios ou múltiplos atributos (Almeida &
Costa, 2003).
Para resolver um problema de decisão multicritério, é necessário avaliar os coeficientes
de ponderação de cada critério e, para isso, diferentes procedimentos foram desenvolvidos a
fim de se atingir esse objetivo. No entanto, a obtenção dos valores exatos é, muitas vezes,
impossível. Em muitos casos, a única informação disponível é composta pelos limites para os
pesos ou por suas combinações, ou ainda por julgamentos sobre a importância relativa dos
critérios. Quando os pesos exatos não são conhecidos, a informação disponível é normalmente
chamada de imprecisa, incompleta ou parcial (Athanassopoulos et al., 1997).
Complementando, Weber (1987) menciona que as situações de decisão com
informações incompletas são caracterizadas por um decisor sem uma precisão definida de
uma estrutura de preferência estável; por distribuições de probabilidade não conhecidas
completamente; ou por uma avaliação inexata das consequências.
2.1.1.1 Problemáticas de Referência
Um problema de decisão multicritério precisa de pelo menos duas alternativas, entre as
quais o decisor possa escolher. Roy (1996) expõe que o resultado a ser obtido pode
apresentar-se dentro de quatro problemáticas:
Problemática de escolha – Pα: possui como objetivo apoiar na decisão apresentando
um subconjunto do espaço de ações, para o decisor escolher a melhor e mais
adequada.
Problemática de classificação – Pβ: tem como objetivo alocar as ações em categorias
definidas a priori de acordo com normas aplicáveis ao conjunto de ações.
Problemática de ordenação – Pγ: tem como objetivo criar um ranking ou ordenação
das ações do conjunto.
Problemática de descrição – Pδ: tem como objetivo esclarecer o problema realizando
uma descrição das ações e de suas consequências.
Além das problemáticas citadas anteriormente, Almeida (2013) considera a
Problemática de portfólio, que apresenta o problema como uma escolha, dentro do conjunto
de alternativas, de um subconjunto que atenda aos objetivos sob determinadas restrições.
Capítulo2 Fundamentação Teórica e Revisão Bibliográfica
17
2.1.1.2 Avaliação Intracritério e Intercritério
Para resolver um problema de decisão multicritério precisa-se de dois tipos de
avaliação: intracritério e intercritério.
Avaliação intracritério: consiste na avaliação de cada alternativa i para cada critério j,
para obter a função valor vj(aj) que pode ser linear ou não linear. Essa avaliação permite
representar o problema através da matriz de decisão na forma dos valores obtidos para cada
consequência (Almeida, 2013), conforme se apresenta na tabela 2.1.
A matriz de decisão pode ser também chamada matriz de consequências, matriz de
impacto ou matriz de avaliação.
Tabela 2.1- Matriz de Decisão ou de Consequências
Alternativas Critérios
C1 C2 ... Cm
a1 v1(a1) V2(a1) ... Vm(a1)
a2 v1(a2) V2(a2) ... Vm(a1)
... ... ... ... ...
an v1(an) V2(an) ... Vm(an)
Fonte: Almeida (2013, p. 33).
Avaliação intercritério: considera a combinação dos diferentes critérios através de um
método de agregação que permitirá a realização da comparação entre as alternativas, seja
através de um valor global para cada alternativa, ou através de um procedimento que permita
a comparação entre as alternativas, sem que estas tenham atribuído um valor global (Almeida,
2013). Essa avaliação permite efetuar a combinação quantitativa dos critérios para o processo
de agregação com vistas à avaliação de alternativas.
2.1.2 Sistema de apoio à Decisão (SAD)
As decisões estão presentes em todas as áreas do conhecimento, sendo uma área
considerada multidisciplinar. Devido a sua abrangência, essa área tem ganhando notoriedade.
Acrescenta-se a isso o aumento da complexidade do mundo atual, que envolve um elevado
número de variáveis interdependentes e acarreta maior atenção dos acadêmicos, contribuindo
para a evolução na tomada de decisão, que agora têm que lidar com múltiplas variáveis e, não
obstante, com a subjetividade humana para gerenciá-las (Correa et al., 2013).
Capítulo2 Fundamentação Teórica e Revisão Bibliográfica
18
Portanto, um Sistema de Apoio à Decisão tem como objetivo viabilizar a utilização do
computador de forma interativa para auxiliar tomadores de decisão a utilizar os dados e
modelos nas diversas fases de seu processo decisório (Polloni, 2001). Assim, um sistema de
informação de Apoio à Decisão (SAD) é um sistema de informação utilizado para dar suporte
a um tomador de decisão de qualquer nível, face a problemas semiestruturados e não
estruturados (Davis, 1985).
De acordo com Bidgoli (1989), é possível ter três abordagens de Sistemas de Apoio à
Decisão: sistemas baseados em dados; sistemas baseados em análise de informações; e
sistemas baseados em modelos.
Sistemas baseados em dados: preocupam-se em realizar comparações entre os dados
atuais, os dados passados e os dados que se queira alcançar.
Sistemas baseados em análise de informação: utilizam base de dados para orientar a
decisão e pequenos modelos. Permitem analisar a situação atual utilizando dados internos e
podem gerar uma previsão para um próximo período.
Sistemas baseados em modelos: utilizam relações e fórmulas definidas. Esses modelos
podem apresentar-se como: modelos representativos, modelos de otimização ou modelos de
sugestão (Almeida et al., 2002).
2.1.2.1 Arquitetura do SAD
De acordo com Almeida et al. (2002), um Sistema de Apoio à Decisão contém os
seguintes elementos:
Base de Dados: coleção de dados consistentes, armazenados em um local físico, que
podem ser acessados diretamente pelo usuário ou entram como input para a base de modelos.
Os dados podem ser obtidos pelo sistema transacional da organização, e, na maioria das
vezes, é preciso processá-los. Para gerir o banco de dados, se utiliza um software chamado
Data Base Management System (DBMS).
Base de Modelos: provê a capacidade de análise para o SAD. Usando uma
representação matemática de todas as variáveis, restrições, pressupostos e deduções do
problema, os algoritmos servem para gerar informação a fim de auxiliar a tomada de decisão.
O SAD requer um sistema de gerenciamento de base de modelos chamado de Model Base
Management System (MBMS).
Diálogo: combinação de software, hardware e pessoas, que habilita o usuário a
interagir com o SAD. É a interface sistema/usuário.
Capítulo2 Fundamentação Teórica e Revisão Bibliográfica
19
Figura 2.1 – Arquitetura do SAD Fonte: Almeida et al. (2002, p. 138).
2.1.3 Seleção de fornecedores
A seleção de fornecedores é o processo no qual fornecedores são inspecionados,
avaliados, e escolhidos para, eventualmente, tornar-se parte da cadeia de suprimentos de uma
organização (Saen, 2007). Uma empresa não pode se manter no mercado sem insumos e,
portanto, também sem fornecedores. Existem provedores que não são cruciais, mas outros são
vitais porque impactam nos resultados de custos da companhia.
Segundo Slack et al. (1999), a definição de com quantos e com quais fornecedores a
empresa irá trabalhar faz parte da estratégia de compras. A empresa poderá trabalhar com
fornecedores exclusivos para determinados produtos (single sourcing), vários fornecedores
para um mesmo produto (multiple sourcing); com uma rede constituída de poucos
fornecedores diretos (de primeiro nível) e uma base maior de fornecedores indiretos, que
"fornecem para seus fornecedores" (de segundo e terceiro níveis), ou pode trabalhar com
fornecedores internacionais (global sourcing). O Setor de Compras deverá ponderar as
vantagens e desvantagens de cada um dos modelos e selecionar o que melhor se adequar (ou
os que melhor se adequarem) à estratégia e ao alcance da empresa. Logo, o processo de
seleção de fornecedores não é simples, e a complexidade aumenta em função das
Capítulo2 Fundamentação Teórica e Revisão Bibliográfica
20
características do item ou serviço a ser comprado, pois as exigências podem ser maiores ou
menores (Bertaglia, 2006).
No contexto competitivo em que as empresas se encontram, faz-se necessário o
desenvolvimento de diferenciais para sobrevivência em um mercado em constante mudança.
Nesse cenário, os critérios de avaliação e seleção de fornecedores podem ser utilizados no
contexto do gerenciamento da cadeia de suprimentos, pois a gestão efetiva dessa cadeia
consiste em vantagem competitiva para as organizações que a compõem. A concorrência
acontece, pois, não mais entre empresas do mesmo ramo, mas sim, entre as cadeias de
suprimentos e o seu correto gerenciamento (Langendyk, 2002).
De acordo com Martins (2005), com o decorrer dos anos, a seleção de fornecedores vem
ganhando cada vez mais importância. O aumento no valor dos itens comprados em relação ao
total da receita das empresas, a aquisição de produtos de outros países viabilizados pela
globalização a preços competitivos, e a crescente velocidade de mudança de tecnologia,
acompanhada por uma redução do ciclo de vida dos produtos, são alguns fatores que
contribuem para o crescimento da seleção de fornecedores.
A seleção de fornecedores adequados envolve muito mais do que a exploração de uma
série de listas de preços, e as escolhas dependem de uma série de fatores tanto quantitativos
como qualitativos. Nesse sentido, o problema da seleção de fornecedores é um problema de
tomada de decisão multicritério na presença de diversos critérios e subcritérios (Vinodh et al.,
2011). Assim, o decisor deve avaliar os múltiplos objetivos, de forma integrada, os quais
estão representados por variáveis, que estão, muitas vezes, em unidades de medida diferentes
(Almeida, 2013).
2.2 Revisão Bibliográfica sobre Modelos Multicritério de Informação Parcial
na Seleção de Fornecedores
Nos anos 1980 existiam vários métodos que foram desenvolvidos no campo da análise
de decisão que tentavam ajudar os decisores a encontrar uma solução ótima ou satisfatória. No
entanto, existia uma lacuna entre pesquisa teórica e necessidades práticas. Weber (1987)
considerou que era possível que o problema de decisão ou as preferências do decisor não
estivessem ainda estruturados o suficiente para permitir a aplicação bem sucedida da maioria
dos métodos de análise de decisão. A corrente principal de desenvolvimento começou a
basear-se na teoria da utilidade esperada subjetiva, porque tinha axiomas já testados e
Capítulo2 Fundamentação Teórica e Revisão Bibliográfica
21
conhecidos, tentando enfraquecer os requisitos de informações fortes, para tornar a teoria
mais aplicável em problemas práticos.
Inicialmente, os trabalhos de tomada de decisão multicritério com informação parcial
foram se desenvolvendo em problemas de várias áreas e tinham se centrado em três
problemas: necessidade de um modelo geral para decisores com informações incompletas;
necessidade de métodos para ajudar os decisores a encontrar solução; e necessidade de
métodos concebidos para problemas descritivos definidos (Weber, 1987).
Devido ao incremento da importância das decisões na seleção de fornecedores e à
complexidade e imprecisão desse problema, tem recebido considerável atenção na literatura
acadêmica e na prática industrial a seleção de fornecedores com informação incompleta.
Tsai et al. (2003) mencionam que uma pesquisa sobre os métodos tradicionais de
avaliação mostrou que eles são tudo, menos objetivos, e carecem de um preciso
processamento de dados, pelo que a maioria das pesquisas desenvolvidas para tratar o
problema de seleção de fornecedores com informação parcial começaram a procurar novos
métodos que, principalmente, se baseiam em dois: Teoria de Conjuntos Fuzzy e Teoria do
Sistema Grey.
2.2.1 Pesquisas baseadas na Teoria dos Conjuntos Fuzzy
A Teoria dos Conjuntos Fuzzy vem se desenvolvendo, ganhando espaço e está sendo
usada como ferramenta para a formulação de modelos nos vários campos das ciências. Essa
teoria foi introduzida em 1965 pelo matemático Lotfi Asker Zadeh, com a intenção de dar um
tratamento matemático a certos termos linguísticos subjetivos, tornando possível a produção
de cálculos com informações imprecisas.
Em uma situação real para um problema de seleção de fornecedores, muitas
informações de entrada não são conhecidas com precisão. No momento da tomada de
decisões, o valor de muitos critérios e restrições é expresso em termos vagos, como 'muito
alto em termos de qualidade' ou 'baixo preço'. Modelos determinísticos não podem facilmente
levar essa indefinição em conta (Amid et al., 2006). Vários autores têm produzido trabalhos
usando essa teoria como base e integrando-a com outros métodos com o fim de melhorar os
resultados.
Uma das abordagens usadas para integrar com a Teoria Fuzzy é o ANP. Razmi et al.
(2009) desenvolvem um modelo fuzzy ANP (Analytic Network Process) para avaliar os
Capítulo2 Fundamentação Teórica e Revisão Bibliográfica
22
potenciais fornecedores e selecionar o(s) melhor(es) em relação aos critérios mais
importantes. Os autores incrementaram um modelo de programação não linear para obter os
pesos das comparações a partir de matrizes de comparação na estrutura ANP. Do mesmo
modo, Tseng et al. (2009) apresentam um modelo de avaliação hierárquica para ajudar um
grupo de especialistas a selecionar o fornecedor ideal. A abordagem baseia-se em ANP
técnica que pode simultaneamente levar em conta as relações de feedback e dependência de
critérios, e na integral Choquet (integral não aditiva Fuzzy) que pode eliminar a interatividade
de problemas de especialistas com julgamentos subjetivos.
Por outro lado, a abordagem de Büyüközkan et al. (2011) tem em conta a crescente
complexidade e incerteza do ambiente socioeconômico, o qual provoca que seja menos
possível assumir todos os critérios como independentes, propondo uma nova abordagem de
decisão em grupo integrada pelo método ANP (Analytic Network Process) com preferências
linguísticas incompletas em ambientes fuzzy.
Outra aplicação proposta com ANP é realizada por Lin (2012) que expõe a adoção do
Processo de Rede Analítica Fuzzy (FANP) que identifica os principais fornecedores,
considerando os efeitos da interdependência entre os critérios de seleção tratando julgamentos
inconsistentes e incertos. O FANP é integrado com a Programação Linear Multiobjetivo
Fuzzy (FMOLP) para selecionar os melhores fornecedores em condições fuzzy.
Teorias e metodologias fuzzy podem ser usadas no contexto QFD para traduzir a
informação imprecisa e vaga em relações Fuzzy. Dursun et al. (2013) propõem uma
abordagem de decisão multicritério em grupo que usa como ferramenta a QFD (Quality
Function Deployment). Inicialmente, identificam as características que o produto adquirido
deve possuir a fim de satisfazer as necessidades da empresa, e, em seguida, procuram
estabelecer os critérios de avaliação dos fornecedores relevantes. A faixa dos pesos dos
critérios e as avaliações dos fornecedores são calculadas usando o método FWA (Fuzzy
Weighted Average), o qual permite a fusão de informação imprecisa e subjetiva expressa
como variáveis linguísticas ou números fuzzy. Um método de ordenação de números fuzzy
baseado na medição da área é usado para ranquear os fornecedores.
Amid et al. (2006) desenvolvem um modelo linear multiobjetivo fuzzy para superar a
imprecisão das informações e que permite ao decisor atribuir pesos diferentes a vários
critérios quantitativos ou qualitativos em condições de múltiplas restrições de fornecimento e
capacidade. O modelo multiobjetivo é transformado num modelo de programação fuzzy
convexo.
Capítulo2 Fundamentação Teórica e Revisão Bibliográfica
23
Kannan et al. (2013) apresentam uma abordagem integrada da Teoria da Utilidade
Multiatributo Fuzzy com a programação multiobjetivo para a classificação e seleção dos
melhores fornecedores verdes, de acordo com critérios econômicos e ambientais.
Primeiramente, o processo analítico hierárquico fuzzy (FAHP) e a técnica fuzzy são aplicados
para ordenar as preferências de acordo à semelhança com a solução ideal, incorporando a
opinião dos especialistas. Uma vez determinados os melhores fornecedores verdes, usa-se a
programação linear multiobjetivo para formular várias restrições de qualidade, capacidade,
etc. O objetivo do modelo matemático é, simultaneamente, maximizar o valor total das
compras e minimizar o custo total destas.
Amid et al. (2011) ainda desenvolvem um modelo ponderado max-min fuzzy para lidar
eficazmente com a imprecisão dos dados de entrada e diferentes pesos dos critérios, onde o
AHP (Analytic Hierarchy Process) é usado para obter os pesos dos critérios.
Izadikhah (2012) trabalha em uma técnica melhorada de TOPSIS (Technique for Order
Preference by Similarity to Ideal Solution) para o grupo de tomada de decisão com números
Atanassov’s Interval-valued Intuitionistic Fuzzy para resolver o problema de seleção de
fornecedores em ambiente de informação incompleta e incerta.
2.2.2 Pesquisas baseadas na Teoria do Sistema Grey
Atualmente, o preto representa falta de informação, e o branco representa informações
completas. Então, a informação que está incompleta ou indeterminada é chamada Grey.
Assim como a Teoria dos Conjuntos Fuzzy, a Teoria do Sistema Grey é um modelo
matemático eficaz para resolver os problemas incertos e indeterminados (Hsu e Wen, 2000).
A Teoria do Sistema Grey (GST) originada com Deng (1982), pode ser utilizada para
resolver problemas com dados discretos e informação incompleta (Deng, 1989). É, portanto,
uma teoria e uma metodologia que lida com problemas sistemáticos pobres, incompletos ou
incertos. Uma das principais vantagens dessa teoria é que pode gerar resultados satisfatórios
usando uma quantidade relativamente pequena de dados ou com grande variabilidade de
fatores (Yang et al., 2006).
A literatura introduziu a GST para a seleção de fornecedores a partir de duas
perspectivas: (1) informações de decisão na forma de valores grey; e (2) em análise relacional
grey (GRA) (Chai et al., 2013).
Capítulo2 Fundamentação Teórica e Revisão Bibliográfica
24
Dentro dos trabalhos desenvolvidos com a primeira perspectiva, estão Li et al. (2007)
que sugerem uma abordagem baseada na Teoria Grey para lidar com o problema de seleção
de fornecedores, onde os pesos e avaliações de atributos para todas as alternativas são
descritos por variáveis linguísticas que podem ser expressas em números grey. A seguir, a
ordem de classificação de todas as alternativas é determinada com uma grey possibility
degree.
A segunda perspectiva introduzida é usada em vários trabalhos, como em Tsai et al.
(2003), onde se elabora um estudo que utiliza a Grey Relational Analysis (GRA) na teoria
grey apresentada por Deng em 1982, para estabelecer um modelo completo e preciso de
avaliação.
Golmohammadi et al. (2012) também desenvolvem um modelo de tomada de decisão
com base no Grey Relational Analysis para a seleção de fornecedores. Eles usam a abordagem
de tomada de decisão multicritério com a ajuda da Grey System Theory para capturar a
complexidade inerente a esses processos de seleção. A fim de aumentar a eficácia da
metodologia proposta, os autores agregam um modelo de duas fases, que integra a
comparação par a par difusa com a Grey Relational Analysis. Na primeira fase, o modelo
utiliza a técnica de comparações par a par difusa para enfrentar algumas das limitações na
metodologia grey atual. Na segunda fase, é proposto um método para mitigar o julgamento
viés e a inconsistência em comparações par a par, de modo a melhorar os resultados da
primeira fase.
Da mesma forma, Rajesh et al. (2014), usando a segunda perspectiva, desenvolvem uma
pesquisa no caso de uma cadeia de suprimentos flexível. Os valores possíveis grey para a
seleção de fornecedores são calculados, utiliza-se uma análise relacional grey para encontrar a
proximidade exata de cada fornecedor com um fornecedor referencial ideal e, finalmente, eles
são priorizados. Dentro da metodologia, é possível variar as ponderações dadas aos atributos
em qualquer ponto do tempo para atender às exigências atuais do mercado. Realiza-se
também uma análise de sensibilidade para identificar em que medida as prioridades de seleção
de fornecedores mudam, variando os pesos dados a cada um dos atributos.
Com o propósito de usar as vantagens dos métodos tradicionais, muitos autores
integraram a Teoria do Sistema Grey com algumas abordagens como AHP (Analytic
Hierarchy Process), TOPSIS (Technique for Order Preference by Similarity to Ideal
Solution), Algoritmos Genéticos, etc., para solucionar o problema da seleção de fornecedores
com informação incompleta.
Capítulo2 Fundamentação Teórica e Revisão Bibliográfica
25
Tentando melhorar a Teoria do Sistema Grey, Yang et al. (2006) propõem um modelo
integrado, combinando o Processo de Análise Hierárquica (AHP) e Análise Relacional Grey
(GRA). O AHP é usado para integrar sistematicamente diversos julgamentos de diferentes
avaliadores e obter os pesos dos critérios qualitativos. Ao determinarem-se os pesos relativos
dos critérios qualitativos, utilizam-se esses pesos como coeficientes do modelo GRA. O
algoritmo de GRA é então usado para combinar os dados qualitativos e quantitativos, quando
se considera as suas características de "grande é melhor" ou "pequeno é melhor" para realizar
a avaliação de seleção de fornecedores. O modelo é ilustrado com um estudo de caso de um
fabricante de computadores notebook.
Outra abordagem integrada do Processo de Análise Hierárquica e Análise Relacional
Grey é desenvolvida por Hu (2009), que apresenta uma abordagem que considera fatores
tangíveis e intangíveis na escolha do fornecedor ideal. O método emprega o AHP para
determinar os pesos de critérios e aplica a GRA para classificar as alternativas e encontrar o
melhor fornecedor.
Jadidi et al. (2009) propõem um método baseado nos conceitos de TOPSIS aplicados
na Teoria do Sistema Grey para lidar com o problema de seleção de fornecedores. Essa
abordagem pondera a conexão entre cada sequência de alternativas e a sequência referencial
positiva e negativa para comparar a ordenação dos números grey e selecionar o melhor
fornecedor.
Por outro lado, Li et al. (2008) apresentam uma abordagem baseada na Teoria do
Sistema Grey e que, ao mesmo tempo, utiliza a mineração de dados da Teoria Rough Set. As
alternativas são descritas por variáveis linguísticas que podem ser expressas em números grey,
determinando a melhor por Análise Relacional Grey.
Igualmente, Bai et al. (2010) tentam ajudar na discussão da sustentabilidade na área de
modelagem da seleção de fornecedores, usando uma abordagem que combina a Teoria do
Sistema Grey com a Teoria Rough Set; contribuindo para a incorporação de camadas e níveis
de variáveis adicionais e para esquemas de ponderação do decisor.
Wu (2009), no seu trabalho, utiliza a Análise Relacionada Grey e Teoria Dempster-
Shafer para lidar com o problema de tomada de decisão em grupo difuso. Na agregação
individual, a Análise Relacionada Grey é usada como um meio para refletir a incerteza em
modelos multiatributo através dos números de intervalo. Depois, na agregação grupal, a regra
Dempster-Shafer (D-S) de combinação é usada para agregar preferências individuais em uma
preferência coletiva, pela qual as alternativas são classificadas e a melhor alternativa é obtida.
Capítulo2 Fundamentação Teórica e Revisão Bibliográfica
26
Um dos últimos trabalhos elaborados integram algoritmos genéticos baseados na Teoria
do Sistema Grey. Sadeghieha et al. (2012) aplicam um modelo de programação por metas
baseado na Teoria Grey para avaliar os fornecedores com respeito ao desvio total dos fatores
que têm valores ideais, e, finalmente, utilizam um algoritmo genético para resolver o
problema de avaliação.
Com o aumento da consciência mundial a respeito de proteção ambiental, a Gestão da
Cadeia de Suprimentos Verde (GSCM) tem recebido muita atenção por parte dos
pesquisadores e profissionais ao longo da última década. Hamid et al. (2014) usam critérios
tanto econômicos como ambientais e propõem um modelo de seleção de fornecedores verde
que integra o Processo de Análise de Rede (ANP) que é usado para lidar com as
interdependências entre os critérios e a Análise Relacional Grey tradicional melhorada. O
ANP se utiliza para os pesos dos critérios e uma melhor GRA para classificar os fornecedores.
Da mesma forma, Tseng (2011) propõe um método onde os pesos dos critérios e
alternativas GSCM (Green Supply Chain Management Criteria) são descritos usando
preferências linguísticas que podem ser resolvidas com a Teoria dos Conjuntos Fuzzy.
Posteriormente, a classificação de cada alternativa é calculada a partir de informações
incompletas pela aplicação de um grau grey.
2.3 Síntese do Estado da Arte e Posicionamento deste Trabalho
Chai et al. (2013) citam que a tendência na pesquisa atual é a integração de técnicas de
Decisão Multicritério na construção de um modelo de decisão eficaz para resolver problemas
práticos e complexos da seleção de fornecedores, principalmente para a consideração de
vários fatores de incerteza. Além disso, uma série de formulações incertas não difusas
também emergiu, incluindo as formulações estocásticas e probabilísticas, bem como
informações de decisão incompletas e imprecisas.
A seleção de fornecedores tem recebido considerável atenção pelo seu efeito
significativo para a exitosa gestão da cadeia logística e de abastecimento (Chain et al., 2013),
mas a maioria dos métodos propostos não podem modelar completamente o problema de
seleção de fornecedores de forma adequada e prática. (Razmi et al., 2009). Da mesma forma,
Golmohammadi et al. (2012) mencionam que existe um rico acervo de conhecimentos na
seleção de fornecedores em termos de abordagem metodológica, mas a eficácia dessas
Capítulo2 Fundamentação Teórica e Revisão Bibliográfica
27
técnicas é muito limitada em situações onde as informações completas e incompletas estão
presentes na tomada de decisão
Várias metodologias têm sido desenvolvidas nos últimos anos para tentar resolver o
problema da seleção de fornecedores, existindo vários artigos de revistas que coletam e
classificam essa informação com o objetivo de analisar os avanços nessa área e propor
trabalhos futuros (Weber et al., 1991; Korhonen et al., 1992; Degraeve et al., 2000; De Boer
et al., 2001; Ho et al., 2010; Viana et al., 2012; Chai et al., 2013; Khodadadzadeh et al.,
2013).
Uma das conclusões obtidas depois de analisar esses trabalhos é a evolução da
importância dos critérios usados na avaliação, onde Weber et al. (1991) expõem vários
critérios que são importantes para a decisão multiobjetivo de seleção de fornecedores, como o
preço, a qualidade, a entrega, o histórico de rendimento, capacidade, sistema de comunicação,
serviço, localização geográfica, etc., constituindo-se o problema em como selecionar os
fornecedores que cumprem de maneira ótima os critérios desejados. Anos depois, Ho et al.
(2010) mencionam que o critério mais popular é a qualidade, seguido de entrega, preço/custo,
capacidade de produção, serviço, gestão, tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, finanças,
flexibilidade, reputação, relações, risco e segurança e meio ambiente, revelando-se que o
preço/custo não é o critério mais amplamente adotado. O enfoque tradicional de critério único
baseado na oferta de custo mais baixo já não serve de apoio nem é suficientemente robusto na
gestão de fornecedores na atualidade.
Ademais, infere-se que as possíveis razões pelas quais o decisor fornece apenas
informações incompletas são que: (1) a decisão deve ser feita sob pressão de tempo e falta de
dados; (2) muitos dos atributos são intangíveis ou não financeiros, porque refletem impactos
sociais e ambientais; (3) DM tem pouca atenção e capacidade de processamento de
informação (Kahneman et al., 1982); e que (4), nas configurações do grupo, nem todos os
participantes têm o mesmo conhecimento sobre o domínio do problema (Ramanathan e
Ganesh, 1994).
Embora se conte com diversos artigos que classificam a informação relacionada à
seleção de fornecedores, não se encontrou nenhum que realize uma revisão desse problema
especificamente quando se leva em conta informação parcial. Nesse sentido, foram analisados
22 artigos da base do ISI entre os anos de 2003 e 2014, utilizando-se como palavras-chave:
seleção de fornecedores, informação incompleta, informação parcial, informação imprecisa,
Capítulo2 Fundamentação Teórica e Revisão Bibliográfica
28
entre outras, para atingir os trabalhos que ofereciam uma abordagem para a resolução do
problema em questão. Os trabalhos foram classificados em diferentes aspectos, tais como: ano
de publicação, método utilizado, critérios considerados, número de decisores levados em
conta, etc.
2.3.1 Frequência de Artigos
Dos artigos de periódicos selecionados, os anos de maior produção de trabalhos foram
2009, 2011 e 2012, onde se concentram 59% das publicações. A figura 2.2 permite observar
um incremento no estudo do problema de avaliação e seleção de fornecedores a partir do ano
de 2009, quando 77% das pesquisas foram publicadas, mostrando a crescente importância
desse tema na atualidade.
Figura 2.2 - Frequência de Artigos por Ano
Fonte: Esta pesquisa (2014)
2.3.2 Métodos Utilizados
Adicionalmente, nos artigos coletados, foram analisados os métodos usados para a
resolução do problema em questão, descobrindo-se que as abordagens se centram em duas
teorias: a Teoria dos Conjuntos Fuzzy e a Teoria do Sistema Grey. A figura 2.3 exibe a
distribuição dos trabalhos, levando em conta o método utilizado e o ano de publicação.
2003 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Artigos/ano 1 2 1 1 5 1 4 4 2 1
0
1
2
3
4
5
6
Nú
mer
o d
e A
rtig
os
Frequência de Artigos
Capítulo2 Fundamentação Teórica e Revisão Bibliográfica
29
A Teoria dos Conjuntos Fuzzy apresenta maior quantidade de artigos publicados, a
partir do ano 2011. A diferença da Teoria do Sistema Grey que tem sido constantemente
empregada ao longo dos anos tendo maior concentração de publicações nos anos de 2009 e
2012.
Figura 2.3 - Frequência de Artigos por Ano e por Método Usado
Fonte: Esta pesquisa (2014)
Classificando os métodos mencionados com base nas metodologias integradas com eles,
pode-se destacar que, para o método GST, a maioria dos artigos utiliza as teorias sem integrá-
las com outras, diferentemente da Teoria Fuzzy, que é mais usada com o método FANP, assim
como se apresenta na figura 2.4.
Figura 2.4 - Classificação por Integração de Métodos
Fonte: Esta pesquisa (2014)
2003 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
FUZZY 0 1 0 0 2 0 3 2 2 0
GST 1 1 1 1 3 1 1 2 0 1
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
Nú
mer
o d
e A
rtig
os
Frequência de Artigos por Método
Capítulo2 Fundamentação Teórica e Revisão Bibliográfica
30
2.3.3 Decisão em Grupo
Muitas vezes, a responsabilidade da tomada de decisões é delegada a mais de um
indivíduo. Dentro dos artigos, encontram-se 41% de publicações que apresentam pesquisas
relacionadas com grupo de especialistas que ajudam na tomada de decisão. Analisando mais
detalhadamente, a maioria dos artigos que trabalham com decisão em grupo aplica a teoria
GST, seguida pela Teoria Fuzzy.
Figura 2.5 - Trabalhos com Decisão em Grupo Fonte: Esta pesquisa (2014)
2.3.4 Aplicações dos Trabalhos
As publicações coletadas diferem também nas aplicações em que são executados os
métodos. Nesse sentido, categorizam-se em dois grupos: estudos de caso e exemplos
ilustrativos.
Os estudos de casos são aplicações dos métodos feitas em problemas de seleção de
fornecedores reais para ajudar na tomada de decisão dentro de alguma empresa. Já os
exemplos ilustrativos são aplicações numéricas que explicam o método praticamente.
Na figura 2.6 pode-se apreciar que 55% dos artigos usaram exemplos ilustrativos para
explicar os métodos propostos, sendo um valor aproximadamente equilibrado com os 45%
dos artigos que usam um estudo de caso.
Capítulo2 Fundamentação Teórica e Revisão Bibliográfica
31
Figura 2.6 - Aplicações dos Trabalhos Fonte: Esta pesquisa (2014)
Depois da revisão bibliográfica é possível observar que poucos artigos têm sido
publicados sobre a seleção de fornecedores com informação parcial, muitos dos quais são
recentes. Além disso, observamos que existe um campo aberto para desenvolver pesquisas
devido à carência de métodos que possam processar informações incompletas para avaliar
adequadamente as alternativas.
Diante do exposto, o próximo capítulo resolve um problema de seleção de fornecedores
com informação parcial e problemática de escolha usando o método de elicitação flexível.
55%
45%
Exemplos Numéricos vs. Estudos de Caso
aplicação estudo de caso
Capítulo3 Modelo Proposto
32
3 Sistema de Apoio à Decisão para Seleção de Fornecedores
Este capítulo apresenta a descrição de um problema de seleção de fornecedores, fator
motivador deste trabalho. O problema foi modelo, em uma organização do Equador, a pessoa
responsável na empresa pela seleção do fornecedor.
Para resolver este problema conta-se com dois Sistema de Apoio à Decisão, um para o
método de elicitação de trade-off e outro para o método de elicitação flexível, cujos resultados
são comparados e avaliados posteriormente. Concluindo-se finalmente com as vantagens da
elicitação flexível sobre o outro método apresentado.
3.1 Descrição do Problema
A empresa na qual se aplicou o Sistema de Apoio a Decisão (SAD) para seleção de
fornecedores pertence ao setor elétrico e se encarrega da coordenação das atividades da
geração, transmissão e distribuição de energia do Sistema Nacional Interconectado. A
companhia procura oferecer um serviço seguro, de qualidade e econômico, além de cumprir
padrões de gestão empresarial, talento humano e tecnologia.
Durante muitos anos, a informação das diferentes unidades não era padronizada, o que
dificultava atividades gerenciais como a elaboração de relatórios sobre o funcionamento do
Sistema Nacional Interconectado e suas Interconexões Internacionais, assim como a
coordenação de manutenções das instalações de geração e transmissão. Além disso, não
favorecia a realização do planejamento detalhado dos programas de operação anual e o acesso
à informação do Sistema em tempo real tornava-se quase impossível.
Tentando promover melhorias nesse aspecto, a corporação decidiu estabelecer como
objetivo estratégico sistematizar os processos de gerenciamento de informações técnicas
geradas nos seus processos, bem como, informações relevantes relacionadas que se
encontravam segmentas entre as diferentes unidades de serviço. Para atingir esse objetivo, se
tornou necessário contratar uma empresa de consultoria que pudesse organizar, padronizar e
disponiblizar os dados e relatórios em tempo real, mediante um Sistema de Informação
adequado.
Apresentaram-se quatro empresas de consultoria que desejavam desenvolver esse
projeto. Para avaliar cada uma delas, os seguintes critérios foram considerados:
Capítulo3 Modelo Proposto
33
a. Plano do Trabalho: inclusão do plano de participação dos profissionais na prestação
do serviço detalhando as atividades e os responsáveis pelas suas realizações, além
dos objetivos a serem alcançados e o cronograma do trabalho.
b. Experiência da Empresa de Consultoria este critério considerou a experiência
específica da empresa de consultoria, dos quatro projetos mais relevantes dos últimos
oito anos, tendo valoração preferencial os projetos relacionados com:
Desenvolvimento de aplicações WEBexitosas e administração dos ciclos de
vida dos aplicativos;
Certificação Microsoft Partner Gold Business Intelligence y/o Oracle Gold
Partner;
Experiência em implementação ou análise de soluções de software para BI
(Business Intelligence);
Experiência relevante na prestação de serviços e/ou estudos similares a esse
projeto.
c. Experiência Profissional dos Funcionários: avaliou-se a experiência específica de
cada consultor envolvido na prestação do serviço. A empresa deve formar um grupo
de trabalho composto no mínimo de:
Project Manager, com pelo menos três anos de experiência em
gerenciamento de projetos relacionados à engenharia de software,
especialmente, aplicações web e gerenciamento de ciclo de vida de
aplicativos, assim como, experiência em análise de soluções de software
para BI.
Dois Consultores Técnicos com experiência mínima de dois anos em
projetos de software, implementação e desenvolvimento de cubos de
informação, relatórios de mineração de dados, integração de sistemas e
desenvolvimentos web.
Além da experiência e conhecimento dos profissionais nos temas indicados,
desejou-se que os mesmos tenham trabalhado em projetos similares ou com alcance
similar.
d. Formação Acadêmica dos Funcionários: foi avaliado o conhecimento e
certificações em plataformas de desenvolvimento Microsoft (.NET), bases de dados
SQL Server 2008 R2 ou superior, ORACLE 11g em servidores standalone e
ambientes cluster.
Capítulo3 Modelo Proposto
34
Nível acadêmico mínimo requerido:
Para o Project Manager – se requer título profissional em Engenharia ou
disciplinas relacionadas com a Engenharia de Software, com uma maior
valoração uma pós-graduação em temas relacionados com o projeto.
Para os Consultores Técnicos – requer que estes profissionais possuam
título em disciplinas relacionadas com a Engenharia de Software.
e. Cumprimento de Requerimentos: neste critério foi avaliado se a oferta da empresa
cumpriu de forma específica e concreta com os requisitos solicitados para o projeto.
Torna-se necessário ressaltar que cada requisito deve ser cumprido com os melhores
padrões de qualidade.
f. Garantias Técnicas e Econômicas: dentro deste critério foram considerados dois
tipos de garantias: segmentadas entre as garantias técnicas e as garantias econômicas.
As primeiras devem especificar a quantidade de tempo pelo qual se garante o normal
funcionamento de cada equipe comprada dentro do projeto.
Também foi avaliado se a empresa de consultoria possui a capacidade de
proporcionar as seguintes garantias econômicas:
Garantia de Bom Uso de Adiantamento, por 100% do valor do adiantamento
e pelo prazo de vigência do Contrato, mais um mês adicional.
Garantia de Fiel Cumprimento de Contrato, por 5% do valor do Contrato, e
pelo prazo de vigência do Contrato, mais um mês adicional.
Essas garantias, mediante uma apólice de seguro ou garantias bancárias, devem
ser emitidas em termos de renovável, incondicional, irrevogável e cobrança imediata
ao pedido da empresa contratante, emitidas pelo setor privado, em favor do
contratante por um banco ou companhia de seguros legalmente estabelecida.
g. Preço: observou-se que o custo total do projeto não superasse o pressuposto
autorizado, além de ser o menor possível sem diminuir a qualidade. Também é
importante mencionar que foi impossibilitada a realização de reajustes no preço por
parte da empresa de consultoria.
h. Condições Financeiras: neste critério, se procurou julgar a proposta das facilidades
de pagamento oferecida por cada uma das empresas, tanto como para pagamento à
vista como a prazo. No caso do pagamento a prazo, considerou-se a existência ou
não de juros.
Capítulo3 Modelo Proposto
35
3.2 Aplicação do Modelo Aditivo com Método de Elicitação de Trade-off
A fim de atender de forma satisfatória as exigências e necessidade da empresa, o
consultor fez uso de um programa para realizar a modelagem do problema de seleção de
fornecedores. O programa em questão faz parte do acervo de propriedade intelectual do
Centro de Desenvolvimento em Sistemas de Informação e Decisão (CDSID) da Universidade
Federal de Pernambuco.
Dessa forma, a execução do programa mencionado, foi baseada no procedimento
descrito abaixo:
Definição dos critérios e alternativas: conforme foi referido no item anterior, contou-
se com quatro empresas de consultoria que participaram do processo e oito critérios que
foram avaliados pelo decisor. Especificou-se que cada critério deveria ser crescente ou
decresceste, dentro de uma escala numérica ou verbal.
Figura 3.1- Tela de Escolha do Problema Fonte: Esta Pesquisa (2014)
Capítulo3 Modelo Proposto
36
Determinação da Matriz de Consequências: em função das alternativas e critérios
mencionados e através da entrevista realizada com a pessoa responsável por escolher a
empresa de consultoria contratada para a elaboração do projeto, se avaliou cada alternativa i
para cada critério j, obtendo uma função valor vj (ai). Isso permitiu construir uma matriz de
consequências que representa o problema em questão. Esses dados são apresentados na tabela
3.1.
Tabela 3.1- Matriz de Consequências do Problema
Plano de
Trabalho
Experiência
Consultora
Experiência
Profissional
Funcionários
Formação
Acadêmica
Funcionários
Cumprimento
Requerimentos
Garantias
Técnicas e
Econômicas
Preço Condições
Financeiras
Empresa A
20 0 100 75 70 7 46 1
Empresa
B 35 12 51 70 50 6 39 2
Empresa
C 50 20 89 67 100 9 43 4
Empresa
D 43 25 72 64 78 9 42 5
Fonte: Esta pesquisa (2014)
Essa matriz proporciona os dados de entrada necessários para dar início com o
procedimento de elicitação de trade-off, e obter as constantes de escala utilizadas no modelo
aditivo. Essa informação ingressa na tela da Matriz de Avaliação do programa.
Figura 3.2- Tela da Matriz de Avaliação Fonte: Esta Pesquisa (2014)
Capítulo3 Modelo Proposto
37
Elicitação de Trade-off: o procedimento utilizado no programa para ordenar as
constantes de escala de cada um dos critérios foi o trade-off. De acordo com Almeida (2013)
as etapas seguidas para a realização deste método são segmentadas em seis momentos
distintos:
a) Avaliação intracritério: construção da matriz de consequências que representa o
problema, exposto na figura 3.2.
b) Ordenação dos critérios: comparação de pares de consequências para conseguir
ordenar os critérios em função da consequência que representam. Essa comparação foi
realizada considerando que a consequência 1 terá o valor máximo para o critério i e o
valor mínimo para os outros critérios; no entanto, a consequência 2 terá o valor
máximo para o critério j e o valor mínimo para os outros critérios; sendo i≠j. Essa fase
encontra-se representada na figura 3.3.
Figura 3.3- Tela das Preferências
Fonte: Esta Pesquisa (2014)
Capítulo3 Modelo Proposto
38
c) Exploração do espaço de consequências: buscou-se nesse momento encontrar mais
comparações para o decisor melhorar sua avaliação, nessa fase, se reuniu algumas
inequações úteis na avaliação de consistência.
Figura 3.4- Tela de Definir Inequações
Fonte: Esta Pesquisa (2014)
d) Obtenção da relação entre as constantes de escala: efetuou-se comparações baseadas
na etapa de ordenação de critérios, reduzindo o valor máximo do critério da
consequência preferida e mantendo os valores na consequência não preferida até a
obtenção de uma relação de indiferença.
e) Realização de todas as comparações necessárias para conseguir os valores das
constantes de escala.
Figura 3.5- Tela das Constantes de Escala
Fonte: Esta Pesquisa (2014)
Capítulo3 Modelo Proposto
39
f) Elaboração dos testes de consistência dos resultados.
Resultados: este programa baseia-se no método de agregação aditivo determinístico, o
qual corresponde aos métodos de critério único de síntese, onde é possível agregar todos os
critérios num único critério sintetizado, possuindo uma lógica de agregação compensatória.
Para avaliar as alternativas, trabalhou-se no espaço de consequências, considerando que
cada alternativa possui um vetor de consequências x e, dessa maneira, a função valor global
de cada alternativa é:
(4.1)
Onde
constante de escala para cada critério j
função valor para cada critério j
Além disso, as constantes de escala devem cumprir com:
. (4.2)
Uma vez obtidas todas as funções valor globais, determinou-se a melhor alternativa
como sendo a de maior valor v(a).
Dessa maneira, o software processou os dados e ofereceu os resultados apresentados na
figura 3.6, onde se observou que a empresa C possui a maior função valor global sendo,
portanto, a melhor alternativa.
Figura 3.6- Tela de Resultados Fonte: Esta Pesquisa (2014)
Capítulo3 Modelo Proposto
40
3.3 Descrição do SAD para Elicitação Flexível
Devido às dificuldades que apresentam os decisores em fornecer dados precisos na
avaliação intercritério, vários autores têm trabalhado durante os últimos anos para tentar
diminuir os esforços cognitivos que o decisor deve realizar, e assim conseguir resolver os
problemas de decisão multicritério com informação incompleta. Porém, depois das várias
pesquisas e debates desenvolvidos nas últimas décadas, ainda não há métodos adequados,
mantendo-se esse problema como um dos principais desafios para a investigação em análise
multicritério.
A elicitação de pesos requer um alto grau de precisão que geralmente é muito difícil de
alcançar por diversos fatores. Nesse contexto, múltiplos pesquisadores tentam solucionar esse
problema mediante a utilização de intervalos para representar as constantes de escala, mas, em
várias ocasiões, não levam em conta aspectos teóricos relacionados aos pesos e a seu processo
de elicitação.
Uma das mais recentes metodologias propostas e que exige menos informação para o
decisor é o procedimento de elicitação flexível apresentado por Almeida (2012b) que
inicialmente desenvolveu esse método para tentar resolver a influência dos critérios, tendo
como principal vertente o procedimento de trade-off que possui uma sólida estrutura
axiomática. A elicitação flexível avalia em estágios o quanto da informação é necessária para
se concluir a avaliação das alternativas, no contexto do problema enfrentado pelo decisor.
Almeida (2012b) se baseou na visão de que nem sempre todas as informações solicitadas na
maioria dos métodos podem ser necessárias para resolver o problema. Evoluindo no tema,
Almeida et al. (2014b) propuseram um novo método para avaliação dos pesos dos critérios em
modelos aditivos por elicitação flexível interativa, onde se preservam aspectos teóricos das
relações de trade-off nas constantes de escala.
Dessa maneira, o Sistema de Apoio à Decisão exposto nesta seção considerou a
metodologia de elicitação apresentada por Almeida (2012b) e Almeida et al. (2014b). Seu
desenvolvimento e construção se baseou em Almeida et al. (2014a) que apresentam um
Sistema de Apoio à Decisão (SAD) elaborado em Matlab, o qual possui essa abordagem e
suporta que um decisor estabeleça pesos para um problema de decisão multicritério de
escolha, baseado no conceito de um procedimento flexível (Almeida e Almeida, 2012;
Almeida et al., 2013).
O SAD deste trabalho foi implementado com a ferramenta de desenvolvimento Delphi e
utilizou uma DLL (Dinamic Link Library) elaborada em C++ para a resolução do problema de
Capítulo3 Modelo Proposto
41
programação matemática linear, com o objetivo de melhorar o tempo de resposta para o
decisor (Almeida et al, 2014).
Este SAD foi desenvolvido com a equipe do CDSID (Centro de Desenvolvimento em
Sistemas de Informação e Desição), incluindo a candidata nessa dissertação, com base nos
resultados, experimentos e diversos ensaios desenvolvidos com os protótipos anteriores,
sendo em si ainda um protótipo em fase de testes, e para o qual nova versão mais avançada já
se encontra em elaboração. No entanto, deve-se observar que os resultados obtidos nesta fase
e mostrados nessa dissertação são consistentes com a abordagem clássica anterior de Keeney
e Raifa (1976), de elicitação com o método trade-off.
O diálogo do programa é diretamente operado pelo usuário, sendo este quem, no início,
disponibiliza diversas informações que serão processadas nas diferentes etapas da elicitação.
O ingresso dos dados pode ser realizado diretamente na tela do programa, mas também
proporciona-se a opção de importação desde uma planilha de Excel, o que agiliza a entrada
dos dados e permite a opção de carregar rapidamente variações que se apresentem ou novos
problemas.
O programa foi composto por sete abas que se encontram interrelacionadas como se
mostra na figura 3.7.
APRESENTAÇÃO DOPROGRAMA
ENTRADA DEDADOS
PASSO 1: Análise Intracritério
PASSO 2: Ordenação de Critérios
PASSO 3: Elicitação Flexível
RESULTADOS
PASSO 2
PASSO 3
ProcedimentoSWING
ComparaçãoPar a Par
Numérico
Gráfico de Barras
PASSO 3
PASSO 3
Gráfico de Bolhas
GráficoRadar
Figura 3.7 - Relação entre ABAS do Programa
Fonte: Esta Pesquisa (2014)
Capítulo3 Modelo Proposto
42
Na avaliação intracritério se estabeleceu a função valor para cada critério considerando
quatro funções diferentes: linear, exponencial, logarítmica e logística. Para cada função se tem
a possibilidade de variar os parâmetros desde a tela do programa ou desde a planilha de Excel.
Para a ordenação de critérios se empregou dois procedimentos: swing e comparação par
a par. No swing se exibe um gráfico de barras que representa o melhor valor para o critério
selecionado da lista e o pior valor para os outros critérios. O usuário pode escolher um ou
mais critérios ao mesmo tempo até obter a ordenação final. Caso se escolha a comparação par
a par, em dois gráficos de barras se mostram os critérios a serem comparados, podendo o
usuário eleger entre um ou outro critério. Em qualquer momento da ordenação de critérios, é
possível passar de um método para outro porque os dois são independentes.
Uma vez ordenados os critérios, passa-se a obter os valores dos pesos para cada um dos
critérios, além de determinar o conjunto das alternativas não dominadas. O processo de
elicitação está composto por três etapas apresentadas na figura 3.8. Cada etapa foi desenhada
para diminuir o número de perguntas que o decisor precisa responder, sendo geradas as
questões para o usuário, até conseguir encontrar somente uma alternativa não dominada.
ETAPA 0
ETAPA 1
Consequência A
Consequência B
Indiferente
Não Sabe
ETAPA 2
ETAPA 1
Pergunta 1
Pergunta 2
FASE 1
FASE 2
Pergunta 1
ETAPA 2
ETAPAS DA ELICITAÇÃO
Figura 3.8 – Fases de Perguntas do Processo de Elicitação
Fonte: Esta Pesquisa (2014)
Capítulo3 Modelo Proposto
43
O problema é apresentado ao decisor com a visualização do espaço de consequências,
e, a partir de escolhas do decisor, as questões que lhe são apresentadas, o modelo pode efetuar
uma redução no espaço de alternativas, sendo desenvolvidas etapas alternadas de diálogo e
cálculo. Entre essas etapas, o decisor fornece informações sobre sua estrutura de preferências
intercritério (Almeida, 2013).
A função valor aditiva para cada alternativa foi avaliada para estabelecer a relação de
dominância entre alternativas usando as preferências do decisor as quais foram obtidas por
meio do procedimento de elicitação flexível usando informação parcial (Almeida, 2014a).
Durante a elicitação, é possível observar os resultados das alternativas não dominadas
numa tabela de dados numéricos, em um gráfico de barras, em um gráfico de bolhas ou em
um gráfico radar, na tentativa de ajudar o usuário a visualizar da melhor forma o problema. Se
o software já encontrou só uma alternativa não dominada, simplesmente se tem acesso à
tabela de valores numéricos.
3.4 Aplicação do SAD para Elicitação Flexível
O Sistema de Apoio à Decisão descrito anteriormente foi utilizado para analisar o
problema apresentado neste trabalho, no qual se selecionou uma empresa de consultoria que
implemente um sistema de informação em uma empresa da área elétrica, para padronizar e
organizar dados internos de cada unidade de serviço.
Dessa forma, para obter a alternativa não dominada através do programa citado,
inicialmente se inseriu os dados incluídos na planilha de Excel, como: critérios e alternativas a
ser avaliados, o tipo da função valor para cada critério com seus respectivos parâmetros, a
matriz de consequências e se os critérios são crescentes ou decrescentes.
Figura 3.9 – Tela para Avaliação Intracritério
Fonte: Esta Pesquisa (2014)
Capítulo3 Modelo Proposto
44
Uma vez carregada toda a informação necessária, e, no caso, se deseje modificar o tipo
de função valor para os critérios, entra-se na tela de avaliação intracritério mostrada na figura
3.9.
Posteriormente, três passos foram realizados pelo decisor para encontrar qual empresa
atenderá melhor aos objetivos do projeto.
Ordenação de Critérios: no caso da ordem dos critérios dada na planilha de Excel não
ser a adequada, o usuário pode ordená-los com base em dois procedimentos: swing ou
comparação par a par, cujas telas são apresentadas na figura 3.10. Se nenhum dos
procedimentos foi finalizado, é possível mudar de um para outro tentando encontrar qual
deles oferece maiores facilidades para obter a ordenação requerida.
(a)
(b)
Figura 3.10 – Telas para Ordenação de Critérios: (a) Swing (b) Comparação Par a Par
Fonte: Esta Pesquisa (2014)
Capítulo3 Modelo Proposto
45
Processo de Elicitação Flexível: após o término da ordenação, continuou-se com a
elicitação flexível para obter os pesos de cada critério.
Para isso, assumiu-se que o estabelecimento de comparações com relação de indiferença
exige um maior esforço cognitivo do decisor, podendo levar a erros e inconsistências no
processo, enquanto a comparação com relações de preferências tem menor grau de exigência
cognitiva, e depende da distância preferencial das consequências (Almeida, 2012b).
A tela para esse processo se expõe na figura 3.11
Figura 3.11 – Tela Elicitação Flexível
Fonte: Esta Pesquisa (2014)
Esse procedimento interativo baseia-se na comparação entre duas consequências
relacionadas com o critério i e o critério i+1 respectivamente, da forma como se apresenta na
figura 3.12.
Figura 3.12 – Comparação de Conquências em Elicitação Flexível
Fonte: Almeida (2013, p. 65, 72)
Capítulo3 Modelo Proposto
46
Se na consequência B for indicado apenas o ponto x2, se estará expondo uma relação de
indiferença, dificultando a entrega de informação por parte do decisor. Ao invés disso,
mostrou-se os pontos x2’ e x2’’ em torno do ponto x2, onde se teria a seguinte relação:
Portanto, se for indicado um valor de performance relativo ao ponto x’2, o decisor vai
preferir a consequência B; e se for indicado um valor de performance relativo ao ponto x’’2, o
decisor vai preferir a consequência A. Em função disso, se obtêm as seguintes inequações:
e
Uma vez obtidas todas as inequações entre todos os critérios, é possível conseguir o
espaço de pesos representado por:
Esse processo de elicitação flexível está constituído dentro do programa por três etapas,
apresentadas na figura 3.8, que serão detalhadas na continuação:
Etapa 0: nessa etapa se realizou apenas uma pergunta de comparação entre o primeiro
critério da consequência A e o último critério da consequência B, com o objetivo de diminuir
o número de perguntas a ser respondidas pelo usuário.
Etapa 1 – Fase 1: dentro da fase 1 foram realizadas duas perguntas para cada relação de
critérios da primeira metade. A primeira pergunta da relação de critérios se faz entre o critério
i da consequência A e o critério i + 1 da consequência B. Dependendo da resposta, é gerada a
segunda pergunta.
Etapa 1 – Fase 2: dentro da fase 2 se realiza uma pergunta para cada relação de critérios
da segunda metade.
Etapa 2: após realizar perguntas para cada relação, passa-se para a etapa 2, na qual se
procura a maior faixa para cada par de critérios. Se houver um empate, deve-se optar pelo
Capítulo3 Modelo Proposto
47
primeiro na ordenação. A pergunta é feita entre o critério i da consequência A e o critério i +
1 da consequência B.
É importante mencionar que após respondida cada pergunta se utilizam os novos limites
para as constantes de escala, na construção dos problemas de programação linear que obterão
o conjunto de alternativas não dominadas. Dessa maneira, o usuário só entregará a informação
até encontrar a melhor alternativa, evitando gerar uma quantidade desnecessária de questões.
Resultados: uma vez encontrada a alternativa não dominada, se apresenta uma tabela
que contém o seu valor máximo e os valores dos pesos de cada critério. A figura 3.13 exibe a
tela do resultado final onde novamente a empresa C é a melhor alternativa.
Figura 3.13 – Tela de Resultados
Fonte: Esta Pesquisa (2014)
Se os valores das alternativas são muito semelhantes, o número de perguntas necessárias
para encontrar a melhor opção, pode ser indefinido. Para ajudar nesta dificuldade, o programa
apresenta vários gráficos que comparam as alternativas não dominadas, servindo como
ferramenta de auxilio para a escolha do decisor.
Os gráficos gerados possibilitaram apoiar o decisor na visualização do conjunto das
alternativas não dominadas, viabilizando a escolha da alternativa de melhor compromisso
diretamente, sem a necessidade de responder uma pergunta novamente.
Capítulo3 Modelo Proposto
48
Figura 3.14 – Gráficos do Conjunto de Alternativas não dominadas
Fonte: Esta Pesquisa (2014)
3.5 Vantagens do método de Elicitação Flexível
Devido à importância da avaliação intercritério na tomada de decisão, vem-se
discutindo por muitos anos o tema da elicitação dos pesos, pois obter essas informações
permite efetuar a combinação quantitativa dos critérios no processo de agregação para
posteriormente ser possível avaliar as alternativas. No entanto, nem sempre os decisores
possuem o conhecimento necessário ou estão dispostos a fornecer todas as informações
solicitadas.
Nesse contexto, após aplicar o mesmo problema de seleção de fornecedores nos dois
Sistemas de Informação de Apoio à Decisão, observou-se que o método de elicitação flexível
desenvolve perguntas em que o usuário precisa realizar um menor esforço cognitivo, devido o
fato de utilizar relações de preferência em lugar de relações de indiferença para a modelagem
das preferências do decisor. Mais detalhadamente, a relação de indiferença corresponde à
existência de razões claras para o decisor, que justifique a equivalência entre dois elementos,
o que pode ser representado por uma igualdade, ao contrário da preferência P, que
corresponde à existência de razões claras que justifique uma preferência significativa em
Capítulo3 Modelo Proposto
49
favor de um dos dois elementos, o que pode ser descrito através de uma inequação. Logo, a
indiferença é mais rigorosa como restrição e deve ser mais precisa para evitar inconsistências
e erros, o que influi diretamente na obtenção dos pesos.
No método de elicitação flexível procura-se avaliar se a informação que o decisor
entrega ao responder uma pergunta já permite dar uma resposta adequada para ele, ou se ainda
é necessário diminuir o número de alternativas não dominadas mediante a geração de outra
pergunta. Tudo isso, ajuda a reduzir o tempo do processo de elicitação, porque nem sempre se
requer todas as informações para obter uma resposta apropriada.
Ao existir um grande número de critérios nos métodos tradicionais, se geram
quantidades elevadas de perguntas que o decisor precisa responder para se obter o resultado, o
que exige maior tempo, produz confusão e incrementa os erros. Diante do exposto, o decisor
respondeu 27 perguntas quando usado o SAD do método de elicitação por trade-off,
demorando aproximadamente 35 min para se encontrar a opção mais adequada ou de melhor
compromisso. No entanto, o método de elicitação flexível evita carregar o usuário com muitas
questões, que, em algumas ocasiões, não são necessárias. Neste método o decisor respondeu
somente duas perguntas para terminar a avaliação das alternativas, sendo necessário um
tempo inferior a 5 min.
É importante também mencionar que no programa se utilizou escala intervalar, a qual
indica quanto uma alternativa acrescenta a mais de valor em relação a uma outra alternativa.
“Isso é interessante porque o decisor pode estar mais interessado em quanto mais ele vai
ganhar para passar de uma alternativa para outra, e não necessariamente em quantas vezes
uma alternativa é melhor do que outra, como na escala de razão” (Almeida, 2013).
Uma vez comparado os dois métodos de elicitação se podem destacar as várias
vantagens que oferece o método de elicitação flexível para o decisor, facilitando sua escolha.
Capítulo 4 Conclusões e Futuros Trabalhos
50
4 CONCLUSÕES E FUTUROS TRABALHOS
4.1 Conclusões
A seleção de fornecedores é um dos assuntos mais importantes em qualquer unidade de
produção, pois a escolha de um bom fornecedor pode ajudar a incrementar a produtividade e
eficiência da empresa. Na avaliação de fornecedores, torna-se importante considerar os
diversos critérios envolvidos, os quais devem estar diretamente relacionados aos objetivos
estratégicos da organização, convertendo-se em um problema importante de decisão
multicritério, que requer um trade-off entre vários critérios que contêm informação vaga e
imprecisa.
Na maioria das circunstâncias, os decisores não possuem todo o tempo ou o
conhecimento necessário para realizar um extenso processo de elicitação, daí a importância de
diminuir o esforço cognitivo e, portanto, o tempo empregado para obter uma solução
adequada. Ao existir um elevado número de critérios, nos métodos de elicitação de trade-off
são geradas quantidades elevadas de perguntas que o decisor deve responder para obter o
resultado, o que produz confusão e sobrecarrega o usuário incrementando a probabilidade de
erros. No entanto, o método de elicitação flexível avalia em estágios o quanto da informação é
necessário para se concluir a avaliação das alternativas, no contexto do problema enfrentado
pelo decisor, o que reduz os problemas mencionados anteriormente.
O desenvolvimento de um Sistema de Apoio à Decisão, torna possível realizar cálculos
complexos de forma mais rápida e obter os resultados em tempo real, além de ser plausível
apresentar a informação de uma maneira gráfica a fim de facilitar o melhor entendimento do
processo de elicitação.
Para o decisor, pode se tornar mais conveniente trabalhar com relações de preferência
do que com relações de indiferença, devido ao esforço cognitivo necessário ser menor.
4.2 Trabalhos Futuros
Geralmente, a responsabilidade pela tomada de decisões é delegada a mais de um
indivíduo, convertendo-se a aplicação da elicitação flexível para Decisão em Grupo em uma
área interessante de pesquisa para testar as grandes qualidades deste novo método.
Capítulo 4 Conclusões e Futuros Trabalhos
51
No CDSID já há outro software desenvolvido em formato preliminar para tratar desta
questão e vários estudos e experimentos já vem sendo conduzidos para tal finalidade
Referências
52
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