UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de...

125
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos Tese Efeitos da adubação fosfatada em soja convencional e transgênica sobre características agronômicas e nutricionais Tatiane Scilewski da Costa Zanatta Pelotas, 2015

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de...

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel

Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos

Tese

Efeitos da adubação fosfatada em soja convencional e transgênica sobre

características agronômicas e nutricionais

Tatiane Scilewski da Costa Zanatta

Pelotas, 2015

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

2

Tatiane Scilewski da Costa Zanatta

Efeitos da adubação fosfatada em soja convencional e transgênica sobre

características agronômicas e nutricionais

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Orientador: Prof. Dr. Álvaro Renato Guerra Dias

Coorientadora: Dra. Roberta Manica-Berto

Pelotas, 2015

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

3

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

4

Tatiane Scilewski da Costa Zanatta

Efeitos da adubação fosfatada em soja convencional e transgênica sobre características agronômicas e nutricionais

Tese aprovada, como requisito parcial, para obtenção do grau de Doutor em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Programa de Pós-Graduação Ciência e Tecnologia de Alimentos, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas.

Data da Defesa:13 de fevereiro de 2015.

Banca examinadora:

Prof. Dr. Álvaro Renato Guerra Dias (Orientador). Doutorado em Tecnologia de Alimentos pela ela Universidade Estadual de Campinas, Unicamp, Brasil. Prof. Dr. Moacir Cardoso Elias. Doutor em Agronomia pela Universidade Federal de Pelotas, UFPel, Brasil. Prof. Dr. Maurício de Oliveira. Doutor em Ciência e Tecnologia Agroindustrial pela Universidade Federal de Pelotas, UFPel, Brasil. Dr. Rafael de Almeida Schiavon. Doutor em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal de Pelotas, UFPel, Brasil. Dr. Sandro Daniel Nornberg. Doutor em Fitossanidade pela Universidade Federal de Pelotas, UFPel, Brasil.

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

5

A Deus.

À milha família.

Dedico.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

6

Agradecimentos

Num tempo em que Deus e Ciência parecem tão distantes, ainda que às

vezes seus caminhos se cruzem, agradeço a Ele por todos os momentos em que

carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu propósito.

À minha mãe, Teresinha, agradeço pelo amor incondicional e por todos os

sacrifícios que fez para que eu chegasse a este momento, exemplo de caráter e

honestidade.

Ao meu amado esposo, Jocemar, por ser tão importante na minha vida.

Sempre ao meu lado, me pondo para cima e me fazendo acreditar que posso mais

que imagino. Devido ao seu companheirismo, amizade, paciência, compreensão,

apoio, alegria e amor, este trabalho pôde ser concretizado. Obrigada por ter feito do

meu sonho uma realidade.

Ao meu filho Lorenzo, razão da minha vida e do meu esforço. Mesmo não

entendendo minhas ausências e as trocas de escola, sabia que era algo muito

importante para mim. Obrigada pelos abraços e beijinhos que me deram mais força

para seguir. Que eu sempre possa ser motivo de seu orgulho. Te amo!

Ao meu orientador Prof. Álvaro Renato Guerra Dias, pelos ensinamentos,

paciência e compreensão.

À Roberta Mânica-Berto, exemplo de profissionalismo e caráter. Pedra

fundamental neste trabalho; sem você seria impossível conseguir esta vitória.

Obrigada por tudo que fez por mim....e por muito mais!

Aos professores Moacir Cardoso Elias, Cesar Valmor Rombaldi, Fábio Clasen

Chaves, Manoel Artigas Schirmer, Maurício Oliveira, Ângela Maria Fiorentini,

Leonardo Nora e Wladimir Padilha da Silva que desempenharam com dedicação as

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

7

aulas ministradas. Agradeço à amizade, incentivo, paciência e contribuição no meu

desenvolvimento profissional.

Ao colega Cristiano Ferreira Dietrich, obrigada por estar sempre disposto a

ajudar, sem sua colaboração este trabalho não seria possível.

À Joana Maria Leite de Sousa, pela amizade e companheirismo.

À Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em especial ao Departamento de

Ciência e Tecnologia Agroindustrial (DCTA), Professores, Alunos e Funcionários,

pela amizade, apoio e suporte fornecidos para a realização deste trabalho.

Aos Mantenedores e Diretores da Faculdade de Balsas (Unibalsas) pelo

incentivo, apoio e por entenderem que se tratava de um sonho.

A todos que contribuíram para a realização deste trabalho.

Obrigada de coração!

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

8

“Um pouco de Ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima.”

Louis Pasteur

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

9

Resumo

ZANATTA, Tatiane Scilewski da Costa. Efeitos da adubação fosfatada em soja convencional e transgênica sobre características agronômicas e nutricionais. 2015. 124f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

A soja é um alimento funcional devido aos benefícios à saúde proporcionados por compostos bioativos. Além do genótipo, outros fatores podem contribuir para modificar esses compostos, como o uso de cultivares modernas e as condições ambientais durante o ciclo produtivo. O experimento foi conduzido a campo, na estação de cultivo 2011/12, em áreas comerciais, localizadas em Tasso Fragoso/MA e Balsas/MA. O trabalho está estruturado em dois estudos. No Estudo 1 objetivou-se avaliar o desempenho agronômico de variedades de soja convencional e transgênica cultivadas em diferentes regiões submetidas a doses crescentes de fósforo. Para isso, foi realizado um experimento utilizando delineamento experimental de blocos completos casualizados em esquema trifatorial, com quatro repetições. Para o fator A foi atribuído as microrregiões (Serra do Penitente e Pé de Galinha); ao fator B as cultivares de soja (uma convencional, BRS Sambaíba e outra transgênica, Msoy 9144 Roundup Ready - RR); e, ao fator C as doses de fósforo (0; 60; 120 e 240 kg de P2O5 ha-1 no sulco de semeadura, na forma de Superfosfato Triplo). O nitrogênio responde positivamente a dose de 120 kg P2O5 ha-1 na microrregião Serra do Penitente e negativamente na microrregião Pé de Galinha. Enquanto que o manganês demonstra comportamento inverso. A soja cultivada na microrregião Serra do Penitente apresenta teor de ferro e produtividade de grãos superior a soja oriunda da microrregião Pé de Galinha. Para a variável peso de mil grãos nas duas microrregiões, a soja transgênica superou a soja convencional. Na comparação de microrregiões, em ambas as cultivares, a Serra do Penitente deteve os melhores resultados. No Estudo 2 avaliou-se grãos de soja, e, também no óleo, o perfil de ácidos graxos e os teores de tocoferois em função de diferentes doses de fósforo para duas microrregiões. Para isso, foi realizado um experimento utilizando delineamento experimental de blocos completos casualizados arranjados em esquema bifatorial, com quatro repetições. Para o fator A foi atribuído as cultivares de soja (uma convencional, BRS Sambaíba e outra transgênica, Msoy 9144 Roundup Ready - RR); e, ao fator B as doses de fósforo (0; 60; 120 e 240 kg de

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

10

P2O5 ha-1 no sulco de semeadura, na forma de Superfosfato Triplo). Tanto na microrregião Pé de Galinha quanto na Serra do Penitente a soja convencional teve maiores teores de β-glicosídeos, malonilglicosídeos, gliciteína, genisteína quando comparada a transgênica, que caracterizou maior teor de daidzeína em ambas as microrregiões. Quanto às doses, as maiores respostas foram obtidas nas isoflafonas e nos ácidos graxos para 120 e 240 Kg ha de P2O5, independente de local e cultivar. A altitude foi responsável por diferenciar as duas microrregiões, influenciando diretamente em maiores teores de proteína, lipídeo, carotenoides totais e γ - tocoferol na microrregião Serra do Penitente e, de ácido fítico e δ - tocoferol na microrregião Pé de Galinha.

Palavras-Chave: compostos bioativos; parâmetros nutricionais; metabolismo secundário.

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

11

Abstract

ZANATTA, Tatiane Scilewski Costa. Effects of phosphorus fertilization in

conventional and transgenic soybean on agronomic and nutritional

characteristics. 2015. 124f. Thesis (Ph.D.) - Graduate Program in Food Science

and Technology. Federal University of Pelotas, Pelotas.

Soybean is a functional food because of the health benefits provided by bioactive

compounds. In addition to genotype, other factors may contribute to modify these

compounds, as the use of modern cultivars and the environmental conditions during

the production cycle. The experiment was conducted in the field, in the 2011/12

growing season, in commercial areas, located in Tasso Fragoso / MA and Balsas /

MA. The work is structured in two studies. In Study 1 aimed to evaluate the

agronomic performance of varieties of conventional and transgenic soybean grown in

different regions exposed to increasing doses of phosphorus. For this, an experiment

was conducted using a randomized complete block in factorial arrangement with four

replications. For factor A was assigned the micro (Serra do Penitente and Pé de

Galinha); In factor B the soybean cultivars (conventional, BRS Sambaíba and other

transgenic, Msoy 9144 Roundup Ready - RR); and at the C factor P doses (0, 60,

120 and 240 kg P2O5 ha-1 in the planting furrow in the form of Triple

superphosphate). Nitrogen responds positively to 120 kg P2O5 ha-1 in the micro Serra

do Penitente and negatively in the micro Pé de Galinha. While manganese

demonstrates opposite behavior. The soybeans grown in the micro Serra do

Penitente has iron content and productivity of higher grain to soy from the micro Pé

de Galinha. For the variable thousand kernel weight in two micro, transgenic

soybeans surpassed conventional soybeans. In micro-regions comparison, in both

cultivars, the Serra do Penitente held the best results. In Study 2 soybeans was

evaluated, and also in oil, fatty acid profile and tocopherols contents for different

phosphorus levels for two micro-regions. For this, an experiment was conducted

using a randomized complete block arranged in a factorial scheme, with four

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

12

replications. For factor A was assigned the soybean cultivars (conventional, BRS

Sambaíba and other transgenic, Msoy 9144 Roundup Ready - RR); and at the B

factor P doses (0, 60, 120 and 240 kg P2O5 ha-1 in the planting furrow in the form of

Triple superphosphate). Both the Pé de Galinha micro as the Serra do Penitente

conventional soybeans had higher β-glycosides content, malonylglycosides, glycitein,

genistein compared GM, which characterized most daidzein content in both micro-

regions. As for the doses, the best results were obtained in isoflafonas and fatty

acids to 120 and 240 kg ha P2O5, regardless of location and cultivar. The altitude was

responsible for differentiating the two micro-regions, influencing directly in larger

protein, fat, total carotenoids and γ - tocopherol in micro Serra do Penitente and

phytic acid and δ - tocopherol in micro Pé de Galinha.

Keywords: bioactive compounds; nutritional parameters; secondary metabolism.

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

13

Lista de Figuras

Revisão bibliográfica

Figura 1 Estrutura química de isoflavonas de soja........................................ 29

Figura 2 Estrutura básica do ácido fítico....................................................... 31

Estudo 1

Figura 1 Dados de temperatura mínima obtidos durante os meses de

11/2011 a 04/2012 juntamente as estações meteorológicas de

Fragoso (Serra do Penitente) e de Balsas (Pé de

Galinha)........................................................................................

69

Figura 2 Dados de temperatura máxima obtidos durante os meses de

11/2011 a 04/2012 juntamente as estações meteorológicas de

Fragoso (Serra do Penitente) e de Balsas (Pé de

Galinha)..........................................................................................

69

Figura 3 Precipitação pluviométrica (mm), diária, ocorrida entre os meses

de novembro de 2011 e abril de 2012, nas microrregiões dos

experimentos, juntamente as estações meteorológicas de

Fragoso (Serra do Penitente) e de Balsas (Pé de

Galinha)...........................................................................................

70

Figura 4 Teores de nitrogênio (g Kg-1) (A), manganês (mg dm-3) (B) e

enxofre (g Kg-1) (C) nas folhas das cultivares de soja BRS

Sambaíba (Sa) e Msoy 9144 RR (Ms) em função de diferentes

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

14

doses de fósforo (0, 60, 120 e 240 Kg P2O5 ha-1) nas

microrregiões Serra do Penitente (Pn) e Pé de Galinha (Pe).........

76

Figura 5 Teores de fósforo (g Kg-1) (A) e potássio (g Kg-1) (B) nas folhas

das cultivares de soja BRS Sambaíba (Sa) e Msoy 9144 RR (Ms)

em função de diferentes doses de fósforo (0, 60, 120 e 240 Kg

P2O5 ha-1) nas microrregiões Serra do Penitente (Pn) e Pé de

Galinha (Pe)....................................................................................

78

Figura 6 Teor de cobre (mg dm-3) nas folhas (A), diâmetro (cm) (B) e

estatura de plantas (cm) (C) das cultivares de soja BRS

Sambaíba (Sa) e Msoy 9144 RR (Ms) em função de diferentes

doses de fósforo (0, 60, 120 e 240 Kg P2O5 ha-1) nas

microrregiões Serra do Penitente (Pn) e Pé de Galinha (Pé).........

81

Estudo 2

Figura 1 Médias mensais de temperatura mínima (A) e máxima (B) e

soma da precipitação pluviométrica (mm) mensal (C), entre os

meses de novembro de 2011 e abril de 2012, nas microrregiões

dos experimentos, obtidos juntamente as estações

meteorológicas de Fragoso (Serra do Penitente) e de Balsas (Pé

de Galinha)/MA................................................................................

92

Figura 2 Plotagem dos escores e das cargas da PC1-PC2 referente às

variáveis dependentes analisadas de forma separada para cada

microrregião, Pé de Galinha (A) e Serra do Penitente (B),

considerando as cultivares de soja convencional BRS Sambaiba

(BRS) e transgênica Msoy 9144 (Msoy) submetidas a diferentes

doses de fósforo (0, 60, 120 e 240 Kg ha de P2O5) e de forma

conjunta (C) mostrando a separação das

microrregiões...................................................................................

106

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

15

Lista de Tabelas

Artigo 1

Tabela 1 Características químicas e físicas de amostras dos solos, antes

da instalação do experimento..........................................................

68

Tabela 2 Teores de nitrogênio (g Kg-1), manganês (mg dm-3) e enxofre (g

Kg-1) nas folhas das cultivares de soja BRS Sambaíba e Msoy

9144RR em função de diferentes doses de fósforo (0, 60, 120 e

240 Kg P2O5 ha-1) microrregiões Serra do Penitente e Pé de

Galinha............................................................................................

75

Tabela 3 Teores de fósforo (g Kg-1) e potássio (g Kg-1) nas folhas das

cultivares de soja BRS Sambaíba e Msoy 9144 RR em função de

diferentes doses de fósforo (0, 60, 120 e 240 Kg P2O5 ha-1), nas

microrregiões Serra do Penitente e Pé de Galinha.........................

77

Tabela 4 Teor de cobre (mg dm-3) nas folhas, diâmetro do caule (cm) e

estatura de plantas (cm) das cultivares de soja BRS Sambaíba e

Msoy 9144 RR em função de diferentes doses de fósforo (0, 60,

120 e 240 Kg P2O5 ha-1), nas microrregiões Serra do Penitente e

Pé de Galinha..................................................................................

80

Tabela 5 Teores de cálcio (g Kg-1), ferro e zinco (mg dm-3) nas folhas e

produtividade de grãos (sacos ha-1) em função de diferentes

microrregiões...................................................................................

82

Tabela 6 Peso de mil grãos (g) das cultivares de soja BRS Sambaíba e

Msoy 9144 RR em função de diferentes doses de fósforo (0, 60,

120 e 240 Kg P2O5 ha-1) nas microrregiões Serra do Penitente e

Pé-de-Galinha.................................................................................

83

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

16

Artigo 2

Tabela 1 Características químicas e físicas de amostras dos solos, antes

da instalação dos experimentos...................................................... 91

Tabela 2 Variáveis dependentes avaliadas no grão e no óleo de cultivares

de soja convencional BRS Sambaiba e transgênica Msoy 9144

em função de diferentes doses de fósforo para a microrregião Pé

de galinha/MA..................................................................................

100

Tabela 3 Variáveis dependentes avaliadas no grão e no óleo de cultivares

de soja convencional BRS Sambaiba e transgênica Msoy 9144

em função de diferentes doses de fósforo para a microrregião

Serra do Penitente/MA....................................................................

101

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

17

Lista de Abreviaturas e Siglas

Al Alumínio

BRS Variedade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Ca Cálcio

CTC Capacidade de Troca de Cátions

H + Al Acidez potencial

K Potássio

m Saturação por alumínio

M.O. Matéria orgânica

Mg Magnésio

MSoy Variedade da Empresa Monsoy

P Fósforo

RR Roundup Ready

S Sul

SB Soma de Bases

V Saturação de Bases

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

18

Sumário

1 Introdução....................................................................................................... 20

2 Revisão da Literatura..................................................................................... 22

2.1 O agronegócio soja..................................................................................... 22

2.2 Cultivo da soja em solos do Cerrado......................................................... 24

2.3 Absorção e utilização de fósforo............................................................... 25

2.4 Características bioquímicas e nutricionais............................................... 27

2.5 Ácido fítico................................................................................................... 31

2.6 Soja convencional versus soja transgênica............................................. 34

3 Projeto de pesquisa........................................................................................ 37

4 Estudo I: Efeitos da adubação fosfatada no desempenho agronômico

de soja convencional e transgênica................................................................

65

Resumo............................................................................................................... 65

4.1 Introdução.................................................................................................... 66

4.2 Material e Métodos....................................................................................... 67

4.3 Resultados e Discussão.............................................................................. 73

4.4 Conclusões................................................................................................... 83

Referências......................................................................................................... 84

5 Estudo II: Efeitos da adubação fosfatada em soja convencional e

transgênica sobre parâmetros de avaliação nutricional e compostos

bioativos.............................................................................................................. 88

Resumo............................................................................................................... 88

5.1 Introdução..................................................................................................... 89

5.2 Material e Métodos....................................................................................... 90

5.3 Resultados e Discussão.............................................................................. 99

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

19

5.4 Conclusões................................................................................................... 107

Referências ........................................................................................................ 108

Conclusões gerais............................................................................................. 114

Referências gerais............................................................................................. 115

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

20

1 Introdução

A produção mundial de soja em 2013 foi de 276,4 milhões de toneladas,

sendo os principais países produtores, os Estados Unidos (32,4%), Brasil (29,6%),

Argentina (17,8%) e China (4,5%) (FAO, 2015). A soja (Glycine max [L.] Merr.) é a

cultura agrícola brasileira que mais cresceu nas últimas três décadas e corresponde

a 49% da área cultivada em grãos no País. O aumento da produtividade está

associado aos avanços tecnológicos e manejo. O grão é componente essencial na

fabricação de rações animais e encontra-se em franco crescimento com uso

crescente na alimentação humana (MAPA, 2015).

Embora seja uma das grandes responsáveis pelo desempenho econômico

brasileiro, sua produtividade oscila de ano a ano e de região a região, devido a

diversos fatores como: deficiência hídrica, pragas, doenças, fertilidade do solo,

dentre outros (PESKE; BAUDET; PESKE, 2009). Vários esforços têm sido dirigidos

para aumentar produtividade e diminuir os efeitos indesejáveis da soja, sejam por

melhoramento genético ou por meio de processos, mas poucas informações sobre a

influência das condições ambientais se tem disponível.

Segundo Petter et al. (2012), a eficiência no uso de fertilizantes está

intimamente associada às condições edafoclimáticas de cada região, afetando assim

a dinâmica do uso dos fertilizantes. Os nutrientes presentes no solo migram para

ambientes biologicamente dinâmicos de plantas e animais.

A qualidade desejada para a comercialização e processamento é oriunda

além dos fatores intrínsecos, como o genótipo, do manejo e das condições

ambientais durante o ciclo da cultura.

O consumo de soja tem sido incentivado, principalmente por seu elevado teor

protéico de qualidade nutricional adequada, baixo custo, alta disponibilidade,

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

21

excelente propriedade funcional no organismo e contínua inovação e

desenvolvimento de novos produtos alimentares (BAU et al., 2000).

Devido à importância da soja na alimentação humana e animal, fatores

qualitativos e quantitativos são determinantes no uso em produtos e subprodutos

desta oleaginosa. De grande importância nutricional, os compostos bioativos

desempenham diversas funções no organismo. Na alimentação humana, pesquisas

indicam a importância desses compostos para a saúde. Entretanto, há compostos

bioativos, como o ácido fítico, que é considerado fator antinutricional.

Atualmente, dispõe-se de poucas pesquisas que apontem os fatores que

determinam o desempenho da soja diante dos fatores edafoclimáticos,

principalmente quando se trata de compostos bioativos. Por isso a importância de

esclarecimentos sobre esta oleaginosa de grande respaldo econômico para o

agronegócio brasileiro. Surge então a necessidade de avaliar a dinâmica e a

interação entre nutrientes, genótipos e regiões no desempenho agronômico e

compostos bioativos. Estes são fatores a serem estudados para caracterizar os

grãos e o óleo de acordo com os interesses nutricionais e industriais.

Considerando a importância do cultivo de soja, a influência do fósforo na

fisiologia da cultura e o crescente uso de variedades transgênicas, o trabalho visa

estudar integradamente esses fatores, em condições de cultivo em duas altitudes no

Estado do Maranhão.

1.1 Objetivo geral

Estudar as características agronômicas e nutricionais de soja convencional e

transgênica sob diferentes níveis de adubação fosfatada e duas condições

edafoclimáticas.

.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

2 Revisão de literatura

2.1 O agronegócio soja

A produção de soja está entre as atividades econômicas que, nas últimas

décadas, apresentou crescimento expressivo, tanto no Brasil, como em nível

mundial. Em quatro décadas, o crescimento da produção global de soja foi da ordem

de 500% (de 44 para 220 milhões de toneladas), enquanto as produções de culturas

como trigo, arroz, milho, feijão, cevada e girassol cresceram, no máximo, uma terça

parte desse montante (DALL´AGNOL; LAZAROTTO; HIRAKURI, 2010).

Com uma área de plantio de 30,17 milhões de hectares na safra 2013/14, o

Brasil é o segundo colocado na produção mundial de soja, com 86,12 milhões de

toneladas na safra 2013/14, e produção estimada para 95,92 milhões de toneladas

para 2015 (CONAB, 2015). O País lidera o ranking das vendas externas do

complexo de soja (grão, farelo e óleo), que é o principal gerador de divisas cambiais,

com negociações anuais que ultrapassam US$ 20 bilhões (MAPA, 2015).

Isto pode ser atribuído a diversos fatores, tais como: estruturação de um

grande mercado internacional relacionado com o comércio de produtos do complexo

soja; consolidação da oleaginosa como importante fonte de proteína vegetal,

especialmente para atender demandas crescentes dos setores ligados à produção

de produtos de origem animal e maior desenvolvimento e oferta de tecnologias, que

viabilizaram a expansão da exploração sojícola para diversas regiões do mundo

(DALL´AGNOL; LAZAROTTO; HIRAKURI, 2010). Segundo esses autores, no

contexto mundial, o Brasil possui significativa participação na oferta e na demanda

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

23

de produtos do complexo agroindustrial da soja, o qual vem desempenhando papel

fundamental para o desenvolvimento de várias regiões do País.

A indústria nacional transforma, por ano, cerca de 30,7 milhões de toneladas

de soja, produzindo 5,8 milhões de toneladas de óleo comestível (MAPA, 2013).

Apesar do seu baixo teor de óleo (18 a 22%), é a segunda oleaginosa mais

importante do planeta, depois do dendê. Em 2007, a soja respondia por 27% do óleo

vegetal produzido no mundo, contra 36% do dendê (polpa + amêndoa). Essas duas

oleaginosas, mais colza e girassol, respondem por quase 90% do óleo vegetal

produzido em nível global (DALL´AGNOL; LAZAROTTO; HIRAKURI, 2010). Em

2019, a produção nacional deve representar 40% do comércio mundial do grão e

73% do óleo de soja (MAPA, 2013).

Quase 70% do farelo protéico que compõe as rações animais vem da soja, o

elevado teor em proteínas (37 a 40%), faz do grão de soja a principal matéria prima

na fabricação de rações para alimentação de animais domésticos, sendo produzido

23,5 milhões de toneladas de farelo protéico, contribuindo para a competitividade

nacional na produção de carnes, ovos e leite (DALL´AGNOL; LAZAROTTO;

HIRAKURI, 2010; MAPA, 2013).

Cultivada especialmente nas regiões Centro Oeste e Sul do País, a soja se

firmou como um dos produtos mais destacados da agricultura nacional (MAPA,

2015), expandindo para as regiões Norte e Nordeste na década de 70. Segundo

Araújo (2006), o fortalecimento dos incentivos econômicos aos Estados do

Maranhão e Piauí e a perspectiva de construção de corredores viários de

exportação, na década de 90, destinados ao escoamento da produção aos grandes

portos do Nordeste, especialmente ao complexo portuário de Itaqui/Ponta da

Madeira, em São Luis (MA), propiciaram o aumento de novas áreas de cultivo nessa

região.

No cerrado, o cultivo da soja tornou-se possível graças aos resultados obtidos

pelas pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em

parceria com produtores, industriais e centros privados de pesquisa. Os avanços

nessa área possibilitaram também o incremento da produtividade média por hectare,

atingindo os maiores índices mundiais (MAPA, 2015).

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

24

2.2 Cultivo da soja em solos de Cerrado

Para Paludzyszyn Filho et al. (1993) e Guareschi et al. (2008) o surgimento de

cultivares de soja adaptadas às regiões de baixas latitudes promoveu o

aproveitamento de áreas inexploradas, comumente chamadas de Cerrado. Nessas

áreas, apesar de apresentarem solos com baixa fertilidade química, as condições de

relevo e clima são extremamente adequadas ao cultivo (OLIVEIRA JUNIOR,

PROCHNOW; KLEPKER, 2008). A maioria dos solos sob Cerrado são Latossolos,

mas também existem zonas significativas de Neossolos Quartzarênicos e Argissolos

(OLIVEIRA JÚNIOR; PROCHNOW; KLEPKER, 2011). Apresentam elevada acidez,

alta saturação de alumínio e baixa saturação de bases (SILVEIRA et al., 2000;

WATANABE et al., 2005).

A soja é uma cultura muito exigente em todos os macronutrientes essenciais.

Para que os nutrientes possam ser eficientemente aproveitados pela cultura, devem

estar presentes no solo em quantidades suficientes e em relações equilibradas

(SFREDO, 2008). De acordo com o autor, a extração de nutrientes pela parte aérea

da planta (grãos + palha) obedece a seguinte ordem: nitrogênio > potássio > enxofre

> cálcio > magnésio = fósforo. Entretanto, dos macronutrientes, 84% de nitrogênio,

87% de fósforo, 56% de potássio, 15% de cálcio, 22% de magnésio e 65% de

enxofre são exportados pelos grãos e, com base nisto, a ordem de exportação fica:

nitrogênio > potássio > enxofre > fósforo > cálcio > magnésio.

Sanchez e Salinas (1981) comentam que em termos de fertilidade, o

macronutriente fósforo é, talvez, o elemento mais estudado e sobre o qual mais se

escreve. Os motivos são vários: a importância para a vida da planta, do animal e do

homem que se alimentam da planta transformada e a frequência com que limita a

produção, particularmente nos trópicos.

As quantidades totais de fósforo nos solos brasileiros, na profundidade de 0-

20 cm, variam entre 0,005 e 0,2%, o que corresponde a 110 - 4400 kg ha-1. Nos

solos ácidos em que se faz a calagem, elevando o pH e introduzindo mais cálcio no

meio, ocorre também a formação de fósforo-cálcio e talvez, de fósforo-apatita

(MALAVOLTA,1981).

Para Araujo et al. (2010), os solos do Nordeste Brasileiro são deficientes

quanto à disponibilidade de fósforo. O fósforo é considerado o elemento que mais

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

25

limita a produção das culturas em aproximadamente 5,7 milhões de hectares no

mundo, e no Brasil isto acontece principalmente em regiões de cerrado (PIAIA et al.,

2002; CORRÊA et al., 2004; SANTOS; KLIEMANN, 2005; OLIVEIRA JUNIOR;

PROCHNOW; KLEPKER, 2008; FRANZINI, 2010).

2.3 Absorção e utilização de fósforo

De acordo com a função bioquímica, o fósforo é componente de açúcares-

fosfato, ácidos nucléicos, nucleotídeos, coenzimas, fosfolipídeos e ácido fítico entre

outros. É um dos nutrientes importantes no armazenamento de energia, como o ATP

ou na manutenção da integridade das membranas estruturais (TAIZ; ZIEGER, 2009).

É um nutriente móvel no floema e, juntamente com o nitrogênio e o potássio, é o

mais prontamente redistribuído, via floema, para outras partes da planta, em

particular aos órgãos novos em crescimento, vegetativos ou reprodutivos, que são

drenos preferenciais no desenvolvimento das plantas (SFREDO, 2008). Segundo o

autor, o fósforo é absorvido, predominantemente, na forma iônica como H2PO4-. O

ácido fosfórico, H3PO4, dá, por dissociação, três espécies iônicas H2PO4-, HPO4

2- e

PO43-. A primeira é a forma predominante na faixa de pH 4,0 a 8,0, na qual vivem a

maioria das plantas. O fósforo, absorvido na forma mineral, é rapidamente

incorporado aos compostos orgânicos, pois 80% são encontrados como

fosfohexases e difosfato de uridina, logo após a absorção, a qual é fortemente

influenciada pela concentração de Mg2+ no meio, que exerce efeito sinergético.

Encontram-se, principalmente, os seguintes compostos contendo fósforo: ésteres de

carboidratos (desdobramento respiratório dos açúcares); nucleotídeos (síntese de

proteínas, código genético), RNA e DNA; fosfolipídeos; fosfatos de adenosina (AMP,

ADP, ATP); e, ácido fítico e seus sais de cálcio e magnésio (reserva de fósforo na

semente).

Devido às inúmeras funções, quando em baixos teores no solo, a planta tem

seu crescimento prejudicado (KIMANI; DERERA, 2009). Sem o fósforo, a

produtividade da cultura da soja é baixa, há redução no porte da planta e na altura

de inserção das primeiras vagens (TANAKA; MASCARENHAS, 1992; VENTIMIGLIA

et al., 1999).

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

26

Segundo Schachtman, Reid e Ayling (1998), o fósforo participa com cerca

de 2 g kg-1 do peso da matéria seca. Sendo que em soja, há uma imobilização média

de 20 kg ha-1 de fósforo em toda sua biomassa (NOVAIS et al., 2007). De acordo

com Rezende et al. (2005), apesar do fósforo ser exigido durante todo o ciclo da

cultura, apenas 60% do total é absorvido após o florescimento (estádio R1). A

absorção de nutrientes pela soja é crescente até atingir o ponto de máximo de

acúmulo, que é de 75 dias. A partir daí, o acúmulo é decrescente, devido à

translocação dos nutrientes para os grãos em formação (CORDEIRO et al., 1979;

SFREDO, 2008).

Um bom suprimento de fósforo para a planta, por outro lado, promove

incrementos significativos na produção de soja, em áreas de cerrado, mesmo no

primeiro ano de cultivo (ARAÚJO; SAMPAIO; MEDEIROS, 2005). Isso ocorre pelo

fato desse nutriente apresentar-se em formas de pouca disponibilidade aos vegetais

e pelas características de elevada adsorção dos solos dessa região, fazendo com

que haja baixa eficiência de fertilizantes fosfatados em sistemas de agricultura, com

somente 10 a 20% do nutriente sendo usado pelas culturas no ano de aplicação, e o

valor residual raramente excede 50% (BOLLAND; GILKES, 1998).

Existem diversas fontes de fósforo, em que o nutriente é altamente solúvel

em água e/ou em citrato de amônio (superfosfatos simples e triplo, fosfatos de mono

e diamônio), solúvel em ácido cítrico (termofosfato) e pouco solúvel em ácido cítrico

(fosfatos naturais brasileiros) (MOLTOCARO, 2007). Em experimento repetido por

dois anos seguidos, Coutinho et al. (1991), constataram aumentos de produtividade

na cultura da soja superiores em até 100% em relação à testemunha, tanto com

superfosfato triplo, termofosfato magnesiano e fosfato natural de gafsa.

Apesar da alta produtividade da soja, seus produtos ainda sofrem restrições

por parte dos consumidores ocidentais. As razões para esse baixo consumo são

atribuídas ao seu sabor e odor característico denominado beany flavor (SILVA et al.,

2006; MARTINEZ et al., 2011), à indução de flatulência gerada por oligossacarídeos

do tipo estaquiose, rafinose e verbascose, e aos seus componentes antinutricionais

(SILVA et al., 2006).

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

27

2.4 Características bioquímicas e nutricionais

Entre os cereais e as leguminosas, a soja possui o maior teor de proteína

(40%) e o segundo maior teor de lipídios (20%), além de vitaminas (E, K, tiamina,

riboflavina e ácido fólico), fosfolipídios e minerais (potássio, fósforo, magnésio,

enxofre, cálcio, cloreto, sódio, silício, ferro, zinco, manganês, cobre e molibdênio).

Possui ainda muitos outros componentes, como ácido fítico, inibidores de tripsina e

oligossacarídios, que são biologicamente ativos, e isoflavonóides, que são

reconhecidos pelo potencial de prevenir e combater o câncer, a hipercolesterolemia,

a obesidade, o diabetes e a osteoporose (LIU, 1997; KIM et al., 2014).

Em geral, as cultivares de soja possuem aproximadamente 8% de casca, 90%

de cotilédone, onde está o maior porcentual de proteína e lipídio, e 2% de

hipocotilédone. A composição da soja e de suas partes estruturais depende de

muitos fatores, incluindo variedades, estação de crescimento, localização geográfica

e estresse ambiental (LIU, 1997).

Cerca de 80 a 90% das proteínas da soja são globulinas, que são proteínas

de estoque com solubilidade mínima em torno de pH 4,5 a 4,8. As principais

proteínas de estoque são glicina (11S), ß e Y-conglicina (7S), que representam 40,

28 e 3%, respectivamente. Existem outras menos abundantes, como a alfaconglicina

(2S), que inclui vários inibidores de tripsina, citocromo C e numerosas enzimas, além

da 9S e 15S (contém urease) (GARCÍA et al., 1997; LIU, 1997).

As mais importantes enzimas da soja são: monofosfatase, fosfodiesterase,

calmodulina, alfa-glicosidase, lactatodesidrogenase, lipoxigenases e ß-amilase.

Dentre essas enzimas, a lipoxigenase catalisa a peroxidação das estruturas cis, cis-

1,4-pentadieno dos ácidos graxos poliinsaturados, formando hidroperóxidos. Essa

reação leva à produção de compostos voláteis, como aldeídos, cetonas, álcoois e

ácidos, causando sabor estranho e rancificação de alguns produtos (GARCÍA et al.,

1997).

Todos os nove aminoácidos essenciais requeridos pelos humanos podem ser

encontrados na composição aminoacídica da soja. A digestibilidade de 100 a 95%

tem sido encontrada em estudos com isolado protéico de soja, em animais e

humanos, quando comparado com dietas de caseína (GARCÍA et al., 1997).

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

28

Entretanto, a proteína da soja é considerada de qualidade nutricional inferior

quando comparada a animal, pois os aminoácidos sulfurados, metionina e cistina,

estão presentes em quantidades limitadas (MORAIS; SILVA, 1996). Os lipídios estão

contidos em organelas denominadas corpos lipídicos, situados no retículo

sarcoplasmático. Durante o processamento, eles são extraídos por solventes

orgânicos e são classificados como óleo bruto. Seus principais componentes são os

triacilgliceróis, além de outros, como os fosfolipídios, os materiais não saponificáveis

(tocoferol, fitosterol e hidrocarbonetos) e os ácidos graxos livres, que variam de 1 a

3% (LIU, 1997).

A soja possui, em base seca, cerca de 35% de carboidratos. Contém traços

de monossacarídeos (glicose e arabinose) e quantidades significantes de di e

oligossacarídeos, com 2,5 a 8,5% de sacarose, 0,1 a 0,9% de rafinose e 1,4 a 4,1%

de estaquiose, que são basicamente açúcares não redutores. Entre esses

carboidratos solúveis, a rafinose e a estaquiose recebem mais atenção, porque

estão ligadas à produção de flatulência e ao desconforto abdominal. Dentre os

carboidratos insolúveis podem ser citadas a celulose, a hemicelulose, a pectina e

traços de amido, que são encontradas principalmente na parede das células

(LIENER, 1994; SILVA et al., 2009).

A soja é considerada um alimento funcional porque além de funções

nutricionais básicas, produz efeitos benéficos à saúde, reduzindo os riscos de

algumas doenças crônicas e degenerativas. É rica em proteínas de boa qualidade,

com ácidos graxos poliinsaturados e compostos fitoquímicos como: isoflavonas

(agliconas e glicosiladas) (Figura 1), saponinas, fitatos, dentre outros. Também é

uma excelente fonte de minerais como cobre, ferro, fósforo, potássio, magnésio,

manganês (SFREDO, 2008; ÁVILA et al, 2012).

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

29

AGLICONAS

Componente Símbolo R1 R2

Daidzeína De H H

Gliciteína Gle H OCH3

Genisteína Ge OH H

GLICOSILADAS

Componente Símbolo R1 R2 R3

Daidzina Di H H H

Glicitina Gly H OCH3 H

Genistina Gi OH H H

Acetildaidzina AcDi H H COCH3

Acetilglicitina AcGly H OCH3 COCH3

Acetilgenistina AcGi OH H COCH3

Malonildaidzina MDi H H COCH2COOH

Malonilglicitina MGly H OCH3 COCH2COOH

Malonilgenistina MGi OH H COCH2COOH

Figura 1 – Estrutura química de isoflavonas de soja

Fonte: ROSTAGNO; PALMA; BARROSO, 2004.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

30

Seus potenciais benéficos para a saúde vem sendo investigados, quer seja

pelo seu elevado teor de proteína de qualidade nutricional adequada, quer por seu

conteúdo significativo em minerais e fibras, ou ainda devido a seu teor de compostos

fenólicos, que são compostos bioativos das plantas, com diferentes estruturas

químicas, apresentando extensa ação antioxidante e consequentemente efeitos

benéficos a saúde (MELO; MARCOS FILHO; GUERRA, 2005; SILVA et al., 2006;

FELIX; CANNNIATTI-BRAZACA, 2008;).

Os benefícios à saúde proporcionados por grãos inteiros são atribuídos em

parte à sua composição fitoquímica única (ADOM; LIU, 2002). A soja é uma fonte

rica de fitoquímicos, sendo que muitos desses componentes têm importantes efeitos

benéficos na saúde humana e animal (WANG; MURPHY, 1994).

Os principiais fitoquímicos dos grãos incluem várias classes de compostos

fenólicos, como flavonóides e derivados cumarínicos, que possuem propriedades

antioxidantes (KAMATH; CHANDRASHEKAR; RAJINI, 2004). Os polifenóis possuem

poder antioxidante com característica anticarcinogênica, antiaterogênicas,

antitrombóticas, antimicrobianas, vasodilatadora e analgésica, cuja ação é

neutralizar os radicais livres além de outros efeitos biológicos que são estudados

(GARCIA et al., 2006). A soja apesar de apresentar relevante fator nutricional e ter

importantes fatores biológicos benéficos a saúde humana, ainda é pouco utilizada na

dieta do brasileiro. Seu sabor e odor desagradável característico, decorrentes da

presença de diversos compostos orgânicos, podem ser uma das causas

(CHEYNIER, 2005; GARCIA et al., 2006; SILVA et al., 2006).

Esses compostos são sintetizados pelas plantas em resposta a uma injúria

física, infecção por bactéria, fungo, nematoides ou vírus ou qualquer outro tipo de

estresse (NICHOLSON; HAMMERSCHMIDT, 1992). A presença dos compostos

fenólicos aumenta a atividade antioxidante da planta em função das propriedades

redutoras e estrutura química dessas moléculas, desempenhando papel importante

na neutralização ou sequestro de radicais livres (SOUSA et al., 2007).

No entanto, diferentes cultivares apresentam diferentes quantidades de

compostos fitoquímicos (ZHOU; SU; YU, 2004). Vlahakis e Hazebroek (2000)

relataram variações significativas do teor de fitoesteróis em girassol de acordo com o

local de plantio e condições do solo, apontando a fertilidade do solo como a possível

causa desta variação.

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

31

A presença de isoflavonas na composição química em sementes de soja pode

ter relação com a proteção antioxidante destes compostos. Até o momento, sabe-se

que o teor de isoflavonas em sementes de soja é influenciado pela interação do

genótipo com o ambiente, ou seja, a genética e o local em que as plantas foram

cultivadas (CARRÃO- PANIZZI et al., 2003; ÁVILA; ALBRECHT, 2010).

Porém, alguns componentes da soja são considerados antinutricionais, pois

podem influenciar na qualidade nutricional, como ácido fítico, oxalatos, inibidores de

protease, saponinas, hemaglutininas, entre outros (SILVA; SILVA, 2000).

2.5 Ácido fítico

Os fitatos, conhecidos também como ácido fítico (hexafosfato monoinositol),

são compostos químicos utilizados pelas plantas para armazenar o mineral fósforo

no interior de suas células (Figura 2). É um composto de ocorrência natural formado

durante a maturação de muitas sementes de cereais (ERDMAN, 1979). O fósforo, na

forma de fitato ou ácido fítico, é a principal forma de reserva deste mineral nos

grãos, sendo estocado principalmente na camada aleurona e no gérmen da semente

(BOHN et al., 2008).

Figura 2 - Estrutura básica do ácido fítico Fonte: YE et al., (2012)

Os cereais e oleaginosas contém cerca de 1 a 3% de ácido fítico e em

quantidade menor em raízes, tubérculos, pólen, esporos e solos orgânicos (REDDY;

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

32

SATHE; SALUNKHE, 1982), representando aproximadamente 60 a 90% do fósforo

total (GRAF; EATON, 1983). A função primária do ácido fítico é estocar fosfatos

como fonte de energia e antioxidante para a germinação da semente (RABOY,

2003). Na soja, seu conteúdo varia de 1 a 2,3%. É localizado no corpo das

proteínas, e sua função fisiológica na semente das plantas é servir como fonte de

fósforo para germinação. Porém, tem sido documentado que esse ácido tem

habilidade de formar quelatos com metais di e trivalentes, como Ca+2, Mg+2, Zn+2, e

Fe+3, formando compostos pobremente solúveis, que não são prontamente

absorvidos no intestino (GARCÍA et al., 1997; LIU, 1997; LIU et al., 2005a).

Devido à sua capacidade quelante, historicamente o ácido fítico tem sido

considerado um composto com ação prejudicial à nutrição, contribuindo para a

menor absorção de vários minerais importantes, como cálcio, ferro e zinco, podendo

provocar deficiências (HURRELL et al., 2003). Martino (2001) observou que a

biodisponibilidade de zinco e de ferro em ratos, foi menor em uma nova variedade

de soja, a UFV-116 quando comparada com a OCEPAR-19, possivelmente por

causa de seu maior conteúdo em fatores antinutricionais, especialmente fitato.

Geralmente, os cátions divalentes como cálcio, zinco, ferro e cobre formam

com o ácido fítico, sais insolúveis penta e hexa substituídos (TORRE et al., 1991).

Complexos insolúveis ácido fítico-cálcio podem contribuir para reduzir a

biodisponibilidade de outros minerais. O zinco ou ferro podem ligar-se ao complexo

ácido fítico-cálcio para formar complexos ainda menos solúveis (ZHOU; ERDMAN,

1995). Heaney et al., (1991b), estudaram a absorção de 45Ca marcado proveniente

de soja com altos (2445 mg) e baixos (352 mg) teores de fitato em 16 mulheres

normais. Quinze mulheres apresentaram menor absorção de cálcio quando

ingeriram a dieta com alto teor de fitato.

Grynspan e Cheryan (1989) sugerem que a interação de cálcio, fitato e

proteína de soja, parece ser afetada pelo pH do meio e pela concentração dos três

componentes. Em pH baixo (< 4), o fitato associa-se com a proteína da soja para

formar complexos insolúveis nos quais a participação do cálcio dependerá da sua

concentração. Quando o cálcio está em excesso, este pode deslocar o fitato do

complexo fitato-proteína e torná-lo solúvel. Com o pH alto (> 6,5) e concentração de

cálcio elevada, o fósforo precipita e a proteína permanece solúvel como resultado da

formação de complexos cálcio-fitato insolúveis.

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

33

Em nutrição animal o fitato é descrito como um fator antinutricional. Por outro

lado, a presença do fitato em dietas humanas pode ter consequências positivas,

incluindo propriedades anticarcinogênicas, como descrito por Harland e Morris

(1995). Desta forma, devido às várias propriedades desse composto, o interesse

pelo ácido fítico não se limita somente à nutrição de suínos e aves, mas se estende

à nutrição humana, ciência médica, tecnologia de alimentos, fisiologia e

melhoramento vegetal (FEIL, 2001).

Pesquisas têm demonstrado que esse composto pode auxiliar na manutenção

da saúde. Devido a sua capacidade de quelar ferro, o qual participa de reações

oxidantes, ele apresenta efeito antioxidante (GRAF; EATON, 1990). Filgueiras et al.

(2009), avaliaram a atividade antioxidante do ácido fítico do gérmen de milho

desengordurado e concluíram que este apresentou potencial antioxidante,

confirmado pela atividade de sequestro de radicais livres e quelação de metais. A

atividade de sequestro do radical hidroxil foi dependente da concentração de ácido

fítico. A atividade quelante para o ferro aumentou com a elevação da concentração

do ácido fítico e com o tempo de contato com o mineral.

Assim, o ácido fítico tem sido relacionado à redução nos riscos de

desenvolvimento de diferentes tipos de câncer devido a sua ação antioxidante,

redução da proliferação celular (GRAF; EATON, 1990), indução à diferenciação

celular (SHAMSUDDIN et al., 1997) e à apoptose (VERGHESE et al., 2006). LEE et

al. (2003) e LEE et al. (2006) relatam também a redução de lipídios no soro e no

fígado e dos níveis sanguíneos de glicose em ratos diabéticos, podendo assim

auxiliar no controle do diabetes.

A propriedade do ácido fítico em induzir a quelação de minerais indica seu

uso na prevenção de cálculos renais, hipercalcinúria (GRAF; EATON, 1990),

diminuição da toxicidade por metais pesados (MINIHANE; RIMBACH, 2002). Na

célula, o ácido fítico e os intermediários do fosfato de inositol estão envolvidos na

regulação de genes, exportação de RNA mensageiro, edição de RNA e reparo do

DNA (YORK et al., 1999; YORK, 2006).

As diversas propriedades preventivas e terapêuticas atribuídas ao ácido fítico

são justificadas pelo seu potencial antioxidante. Dessa forma, o uso desse

composto, também, como aditivo alimentar desperta interesse no intuito de prevenir

as reações oxidativas nos alimentos (BONIN; SARTOR, 2011).

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

34

Vários fatores afetam a disponibilidade dos conteúdos de ácido fítico e fósforo

nos grãos, tais como, genética, variações ambientais, local, condições de irrigação,

tipos de solo e aplicações de fertilizantes. Durante a germinação, o fitato é

degradado pela ação da enzima fitase a fosfato inorgânico auxiliando o crescimento

dos grãos (DOST; TOKUL, 2006).

A quantidade de fitato é variável em função da espécie, estágio de maturação,

cultivar, clima, disponibilidade de água, grau de processamento e quantidade de

fósforo no solo, o qual a planta absorve e armazena complexando-o com o inositol

para formar o ácido fítico (ASADA e KASAI, 1962; DOST; TOKUL, 2006). Coelho et

al. (2002) em estudos com feijão mostraram elevada correlação entre o conteúdo de

fósforo no solo e o teor de ácido fítico no grão.

Existem estudos indicando a influência do ambiente no aumento do conteúdo

de proteína, óleo, composição de ácidos graxos, lipoxigenases e inibidor de tripsina

(CHAPMAN et al., 1976; NIAN et al., 1996; PIPER; BOOTE, 1999; THOMAS et al.,

2003; KUMAR et al., 2003; PIPOLO et al, 2004), ao mesmo tempo que informações

sobre o efeito do ambiente sobre as características do ácido fítico são escassas.

Kumar et al. (2003), em estudo com sete cultivares indianos de soja em

quatro locais diferentes, verificaram interação significativa entre genótipo e

localização para o conteúdo de proteína, óleo e ácidos graxos insaturados. Para o

ácido fitico, verificaram interação significativa entre genótipo e local. Nesse contexto,

Saha et al. (2008) estudaram a composição de proteína, óleo, micronutrientes e

fatores antinutricionais em 20 linhagens de soja preta na região do Himalaia na Índia

e verificaram que a linhagem VRB-PS-1453 foi mais rica em proteínas, cinzas,

fósforo e potássio e baixo conteúdo de inibidor de tripsina. Em termos dos fatores

antinutricionais a linhagem VS-157 apresentou o menor teor de ácido fítico.

2.6 Soja convencional versus soja transgênica

De acordo com Leitão (2010), a soja é um exemplo de organismo que sofreu

modificações genéticas, já que lhe foram inseridos genes de outros seres vivos que

não são de sua espécie. A soja transgênica denominada RR, recebeu genes de uma

bactéria para que obtivesse maior resistência ao herbicida Roundup, fabricado pela

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

35

própria organização, permitindo assim um maior controle de plantas daninhas, ou

seja, facilidade no manejo da cultura, ao permitir um menor número de aplicações de

herbicida, que resultaria em menores custos de produção. O autor comenta que há

tendência de que a área plantada com soja convencional venha a diminuir e a área

com soja transgênica aumentar, no decorrer dos anos, bem como a quantidade

colhida.

Ainda segundo o autor, antes dos transgênicos se consolidarem como uma

base técnica única e irreversível na cadeia da soja, o mercado está sinalizando uma

segmentação em torno de categorias como: transgênicos, convencionais,

variedades para consumo humano e orgânico.

Já foram desenvolvidas várias cultivares de soja transgênica e outras estão

sendo aprimoradas. A produção de sementes no País é feita por quatro empresas

que desenvolvem cultivares transgênicas que podem atender praticamente todas as

regiões de produção da oleaginosa no Brasil: Monsoy, EMBRAPA, Pioneer e

COODETEC que possuem, respectivamente, 20, 11, 7 e 4 cultivares de soja

geneticamente modificada (ROESSING; LAZZAROTTO, 2005).

Essa tecnologia tem sido adotada pelos produtores como forma de melhorar o

desempenho e a competitividade (LEITÃO et al., 2010). Os primeiros estudos

realizados comparando soja transgênica e convencional foram na década de 90 nos

Estados Unidos. Desde então alguns estudos visam a comparação entre os dois

tipos, como por exemplo, produtividade.

Figueiredo (2009) comparou o efeito do glifosato em duas variedades

isogênicas de soja, convencional (Conquista) e transgênica (Valiosa), quanto à

nutrição nitrogenada, verificou diferenças na produção de massa seca, produtividade

e acúmulo de macro e micronutrientes quando submetidas a diferentes doses de

glifosato, aplicadas em solução.

As sementes de soja transgênica podem reduzir o uso de herbicidas de 22 a

26%, o que reduz significativamente o custo de produção. Estudos mostraram que o

uso de outros herbicidas caiu significativamente quando variedades OGMs foram

plantadas (WILKINSON; PESSANHA, 2005).

Analisando o número de herbicidas utilizados, a variedade RR utiliza um

número menor de herbicidas (1,4) em relação às demais variedades. Quanto às

quantidades de herbicida utilizadas, a variedade RR apresenta um consumo superior

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

36

(1,37 kg ha-1) à variedade convencional (1,21 kg ha-1), ou 13% maior (PELAEZ et al.,

2004).

Em relação aos rendimentos, um estudo da Universidade de Wisconsin,

cobrindo três mil campos de experimentação de 40 Universidades em oito Estados

Norte Americanos, constatou que em média as variedades transgênicas tinham um

rendimento 4% menor que as variedades convencionais (WILKINSON; PESSANHA,

2005), fato atribuído às questões fisiológicas na assimilação do manganês

(GORDON, 2007).

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

37

UNIIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel

Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos

Projeto de Pesquisa

Influência do microclima e da adubação fosfatada na síntese de ácido fítico e

dos fitoquímicos em soja convencional e transgênica

Tatiane Scilewski da Costa Zanatta

Orientador: Álvaro Renato Guerra Dias, Dra.

Comitê de Orientação: Roberta Manica-Berto, Dra.

Pelotas

2011

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

38

3.1 Introdução

A soja é a mais importante oleaginosa no mundo e o Brasil é o segundo maior

produtor desta. No complexo soja (grão, farelo e óleo), as exportações mais do que

quadruplicaram, saindo de US$ 4,2 bilhões em 2000 para US$ 17,2 bilhões em 2009

(O ESTADO DE SÃO PAULO, 2010).

Seu alto teor de proteínas proporcionou múltiplas utilizações e a formação de

um complexo industrial destinado ao seu processamento. Assim, levando em

consideração a grande participação da soja e de seus derivados (farelo e óleo) na

receita das exportações, parece óbvia a contribuição econômica desse setor

produtivo (MORAIS e SILVA, 1996).

O potencial de utilização dos produtos de soja é muito grande e, o uso desses

ingredientes em formulações tem crescido rapidamente em todo o mundo. (GOMES

et al., 1987). As propriedades funcionais da soja e derivados são de grande

importância no sistema de alimentos, entre as quais incluem: emulsificação

(formação e estabilização), absorção de gordura (promoção e absorção), absorção

de água (absorção e retenção), textura (viscosidade, formação de gel e formação de

tiras), formação de massa de pão e filmes, adesão, coesão, elasticidade, controle de

cor (branqueamento e escurecimento) e aeração (MORAIS e SILVA, 1996).

A soja constitui a base de dietas humanas e animais em muitos países

orientais, por causa de seu elevado valor nutricional e baixo custo. O uso de

produtos de soja tem aumentado em outros países, por ser uma boa fonte de

proteína vegetal, além de desempenhar papel importante na saúde (GARCÍA et al.,

1997).

Os grãos de soja apresentam componentes de comprovada ação benéfica à

saúde humana. Dentre eles, destacam-se as isoflavonas, as proteínas, os

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

39

fosfolipídios, os antioxidantes, as vitaminas e as fibras (BOWLES, 2005). Esse grão

fornece ao organismo energia, proteínas e outros elementos essenciais, como ferro,

potássio, fósforo, lecitina e vitamina E (PAES, 1994).

Alterações na composição da soja vêm ocorrendo em virtude de seu

melhoramento genético e processamento. Então, é importante tanto para indústria

quanto para a população que se determine a sua composição em nutrientes e

fitoquímicos, assim como a sua biodisponibilidade de minerais (MARTINO, 2001).

Devido à importância da soja na alimentação humana e animal, um dos

componentes, o ácido fítico tem sido alvo de discussão entre diversos autores. Na

alimentação humana, várias pesquisas indicam a importância deste para a saúde

devido ao potencial antioxidante e anticarcinogênico. Enquanto na alimentação

animal, inúmeras pesquisas apontam seu efeito antinutricional, assim como as

implicações negativas ao meio ambiente causadas pela indigestibilidade.

Pesquisas nacionais e internacionais são escassas em relação aos fatores

que influenciam o conteúdo de ácido fítico nos cereais. Sua classificação e ação são

controversas. Por isso a importância de esclarecimento sobre este componente

presente nesta oleaginosa de tamanha importância para o agronegócio brasileiro.

Há a necessidade de avaliar os genótipos, o ambiente, as condições de solo e

a disponibilidade de nutrientes da soja na síntese de ácido fítico e fitoquímicos.

Estes são fatores a serem estudados para caracterizar os grãos e óleo de acordo

com os interesses nutricionais e agroindustriais.

3.1.2 Hipóteses

Os genótipos e as condições edafoclimáticas influenciam a qualidade dos

grãos de soja;

A adubação fosfatada influencia o conteúdo de ácido fítico nos grão de soja;

O teor e a qualidade do óleo são influenciados pelas condições

edafoclimáticas e pela adubação fosfatada;

O teor de ácido fítico e dos fitoquímicos são alterados pelos métodos de

extração do óleo.

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

40

3.1.3 Objetivo

Avaliar o efeito da adubação fosfatada e a interação com as condições

edafoclimáticas para estimar as contribuições na composição dos grãos e óleo de

soja de cultivares convencionais e transgênicas.

3.1.3.1 Objetivos específicos

Avaliar influência das condições edafoclimáticas e da adubação fosfatada na

produtividade das cultivares de soja;

Avaliar a qualidade dos grãos de soja: composição físico-química, conteúdo

de fitoquímicos (folatos, fenólicos e tocoferóis) e fitatos;

Selecionar métodos de extração do óleo, que mantenham as características

de interesse nutricional;

Classificar as cultivares de acordo com os interesses nutricionais e

agroindustriais.

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

41

3.2 Revisão Bibliográfica

Entre os cereais e as leguminosas, a soja possui o maior conteúdo de

proteína (40%) e o segundo maior teor de lipídios (20%), além de vitaminas (E, K,

tiamina, riboflavina e ácido fólico), fosfolipídios e minerais (potássio, fósforo,

magnésio, enxofre, cálcio, cloreto, sódio, silício, ferro, zinco, manganês, cobre e

molibdênio). Possui ainda muitos outros componentes, como ácido fítico, inibidores

de tripsina e oligossacarídios, que são biologicamente ativos, e isoflavonóides, que

são reconhecidos pelo potencial de prevenir e combater o câncer, a

hipercolesterolemia, a obesidade, o diabetes e a osteoporose (LIU, 1997).

Em geral, os cultivares de soja possuem aproximadamente 8% de casca, 90%

de cotilédone, onde está o maior porcentual de proteína e lipídio, e 2% de

hipocotilédone. A composição da soja e de suas partes estruturais depende de

muitos fatores, incluindo variedades, estação de crescimento, localização geográfica

e estresse ambiental (LIU, 1997).

Cerca de 80 a 90% das proteínas da soja são globulinas, que são proteínas

de estoque com solubilidade mínima em torno de pH 4,5 a 4,8. As principais

proteínas de estoque são glicina (11S), ß e Y-conglicina (7S), que representam 40,

28 e 3%, respectivamente. Existem outras menos abundantes, como a alfaconglicina

(2S), que inclui vários inibidores de tripsina, citocromo C e numerosas enzimas, além

da 9S e 15S (contém urease) (GARCÍA et al., 1997; LIU, 1997).

As mais importantes enzimas da soja são: monofosfatase, fosfodiesterase,

calmodulina, alfa-glicosidase, lactatodesidrogenase, lipoxigenases e ß-amilase.

Dentre essas enzimas, a lipoxigenase catalisa a peroxidação das estruturas cis, cis-

1,4-pentadieno dos ácidos graxos poliinsaturados, formando hidroperóxidos. Essa

reação leva à produção de compostos voláteis, como aldeídos, cetonas, álcoois e

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

42

ácidos, causando sabor estranho e rancificação de alguns produtos (GARCÍA et al.,

1997).

Todos os nove aminoácidos essenciais requeridos pelos humanos podem ser

encontrados na composição aminoacídica da soja. A digestibilidade de 100 a 95%

tem sido encontrada em estudos com isolado protéico de soja, em animais e

humanos, quando comparado com dietas de caseína (GARCÍA et al., 1997).

Entretanto, esta é considerada de qualidade nutricional inferior quando

comparada à proteína animal, pois os aminoácidos sulfurados, metionina e cistina,

estão presentes em quantidades limitadas (MORAIS e SILVA, 1996). Os lipídios

estão contidos em organelas denominadas corpos lipídicos, situados no retículo

sarcoplasmático. Durante o processamento, eles são extraídos por solventes

orgânicos e são classificados como óleo bruto. Seus principais componentes são os

triacilgliceróis, além de outros, como os fosfolipídios, os materiais não-saponificáveis

(tocoferol, fitosterol e hidrocarbonetos) e os ácidos graxos livres, que variam de 1 a

3% (LIU, 1997).

A soja possui, em base seca, cerca de 35% de carboidratos. Contém traços

de monossacarídios (glicose e arabinose) e quantidades significantes de di e

oligossacarídios, com 2,5 a 8,5% de sacarose, 0,1 a 0,9% de rafinose e 1,4 a 4,1%

de estaquiose, que são basicamente açúcares não-redutores. Entre esses

carboidratos solúveis, a rafinose e a estaquiose recebem mais atenção, porque

estão ligadas à produção de flatulência e ao desconforto abdominal. Dentre os

carboidratos insolúveis podem ser citadas a celulose, a hemicelulose, a pectina e

traços de amido, que são encontradas principalmente na parede das células

(LIENER, 1994).

A soja é considerada um alimento funcional porque além de funções

nutricionais básicas, produz efeitos benéficos à saúde, reduzindo os riscos de

algumas doenças crônicas e degenerativas. É rica em proteínas de boa qualidade,

com ácidos graxos poliinsaturados e compostos fitoquímicos como: isoflavonas,

saponinas, fitatos, dentre outros. Também é uma excelente fonte de minerais como

cobre, ferro, fósforo, potássio, magnésio, manganês (EMBRAPA, 2008).

Os benefícios à saúde proporcionados por grãos inteiros são atribuídos em

parte à sua composição fitoquímica única (ADOM; LIU, 2002). A soja é uma fonte

rica de fitoquímicos, sendo que muitos desses componentes têm importantes efeitos

benéficos na saúde humana e animal (WANG e MURPHY, 1994).

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

43

Os principais fitoquímicos dos grãos incluem várias classes de compostos

fenólicos, como flavonóides e derivados cumarínicos, que possuem propriedades

antioxidantes (KAMATH; CHANDRASHEKAR; RAJINI, 2004). No entanto, diferentes

cultivares apresentam diferentes quantidades de compostos fitoquímicos (ZHOU;

SU; YU, 2004).

Vlahakis e Hazebroek (2000) relataram variações significativas do teor de

fitosteróis em girassol de acordo com o local de plantio e condições do solo,

apontando a fertilidade do solo como a possível causa desta variação.

Alguns componentes da soja são considerados antinutricionais, pois podem

influenciar na qualidade nutricional, como ácido fítico, oxalatos, inibidores de

protease, saponinas, hemaglutininas, entre outros (SILVA e SILVA, 2000).

Os fitatos, conhecidos também como ácido fítico (hexafosfato monoinositol),

são compostos químicos utilizados pelas plantas para armazenar o mineral fósforo

no interior de suas células. É um composto de ocorrência natural formado durante a

maturação de muitas sementes de cereais (ERDMAN, 1979).

Os cereais e oleaginosas contém cerca de 1 a 3% de ácido fítico e em

quantidade menor em raízes, tubérculos, pólen, esporos e solos orgânicos (REDDY;

SATHE; SALUNKHE, 1982), representando aproximadamente 60 a 90% do fósforo

total (GRAF, 1983). A função primária do ácido fítico é estocar fosfatos como fonte

de energia e antioxidante para a germinação da semente (RABOY, 2003). Na soja,

seu conteúdo varia de 1 a 2,3%. É localizado no corpo das proteínas, e sua função

fisiológica na semente das plantas é servir como fonte de fósforo para germinação.

Porém, tem sido documentado que esse ácido tem habilidade de formar quelatos

com metais di e trivalentes, como Ca+2, Mg+2, Zn+2, e Fe+3, formando compostos

pobremente solúveis, que não são prontamente absorvidos no intestino (GARCÍA et

al., 1997; LIU, 1997; LIU et al., 2005a).

Devido a sua capacidade quelante, historicamente o ácido fítico tem sido

considerado um composto com ação prejudicial à nutrição, contribuindo para a

menor absorção de vários minerais importantes, como cálcio, ferro e zinco, podendo

provocar deficiências (HURRELL et al., 2003). Martino (2001) observou que a

biodisponibilidade de zinco e de ferro em ratos, foi menor em uma nova variedade

de soja, a UFV-116 quando comparada com a OCEPAR-19, possivelmente por

causa de seu maior conteúdo em fatores antinutricionais, especialmente fitato.

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

44

Geralmente, os cátions divalentes como cálcio, zinco, ferro e cobre formam

com o ácido fítico, sais insolúveis penta e hexa substituídos (Torre et al., 1991).

Complexos insolúveis ácido fítico-cálcio podem contribuir para reduzir a

biodisponibilidade de outros minerais. O zinco ou ferro podem ligar-se ao complexo

ácido fítico-cálcio para formar complexos ainda menos solúveis (Zhou e Erdman,

1995).

Heaney et al. (1991b), estudaram a absorção de 45Ca marcado proveniente

de soja com altos (2445 mg) e baixos (352 mg) teores de fitato em 16 mulheres

normais. Quinze mulheres apresentaram menor absorção de cálcio quando

ingeriram a dieta com alto teor de fitato.

Grynspan e Cheryan (1989) sugerem que a interação de cálcio, fitato e

proteína de soja, parece ser afetada pelo pH do meio e pela concentração dos três

componentes. Em pH baixo (< 4), o fitato associa-se com a proteína da soja para

formar complexos insolúveis nos quais a participação do cálcio dependerá da sua

concentração. Quando o cálcio está em excesso, este pode deslocar o fitato do

complexo fitato-proteína e torná-lo solúvel. Com o pH alto (> 6,5) e concentração de

cálcio elevada, o fósforo precipita e a proteína permanece solúvel como resultado da

formação de complexos cálcio-fitato insolúveis.

Em nutrição animal o fitato é descrito como um fator antinutricional. Por outro

lado, a presença do fitato em dietas humanas pode ter consequências positivas,

incluindo propriedades anticarcinogênicas, como descrito por Harland e Morris

(1995). Desta forma, devido às várias propriedades desse composto, o interesse

pelo ácido fítico não se limita somente à nutrição de suínos e aves, mas se estende

à nutrição humana, ciência médica, tecnologia de alimentos, fisiologia e

melhoramento vegetal (FEIL, 2001).

Pesquisas têm demonstrado que esse composto pode auxiliar na manutenção

da saúde. Devido a sua capacidade de quelar ferro, o qual participa de reações

oxidantes, ele apresenta efeito antioxidante (GRAF e EATON, 1990).

Filgueiras et al. (2009), avaliaram a atividade antioxidante do ácido fítico do

gérmen de milho desengordurado e concluíram que este apresentou potencial

antioxidante, confirmado pela atividade de sequestro de radicais livres e quelação de

metais. A atividade de sequestro do radical hidroxil foi dependente da concentração

de ácido fítico. A atividade quelante para o ferro aumentou com a elevação da

concentração do ácido fítico e com o tempo de contato com o mineral.

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

45

Assim, o ácido fítico tem sido relacionado à redução nos riscos de

desenvolvimento de diferentes tipos de câncer devido a sua ação antioxidante,

redução da proliferação celular (GRAF e EATON, 1990), indução à diferenciação

celular (SHAMSUDDIN et al., 1997) e à apoptose (VERGHESE et al., 2006). LEE et

al. (2005) e LEE et al. (2006) relatam também a redução de lipídios no soro e no

fígado e dos níveis sangüíneos de glicose em ratos diabéticos, podendo assim

auxiliar no controle do diabetes.

A propriedade do ácido fítico em induzir a quelação de minerais indica seu

uso na prevenção de cálculos renais, hipercalcinúria (GRAF e EATON, 1990),

diminuição da toxicidade por metais pesados (MINIHANE e RIMBACH, 2002). Na

célula, o ácido fítico e os intermediários do fosfato de inositol estão envolvidos na

regulação de genes, exportação de RNA mensageiro, edição de RNA e reparo do

DNA (YORK ET AL., 1999; YORK, 2006).

Vários fatores afetam a disponibilidade dos conteúdos de ácido fítico e

fósforo nos grãos, tais como, genética, variações ambientais, local, condições de

irrigação, tipos de solo e aplicações de fertilizantes. Durante a germinação, o fitato é

degradado pela ação da enzima fitase a fosfato inorgânico auxiliando o crescimento

dos grãos (DOST e TOKUL, 2006).

Existem alguns estudos indicando a influência do ambiente no aumento do

conteúdo de proteína, óleo, composição de ácidos graxos, lipoxigenases e inibidor

de tripsina (CHAPMAN et al., 1976 ; PIPER E BOOTE, 1999 ; NIAN et al., 1996 ;

THOMAS et al., 2003 ; KUMAR et al., 2003 ; PIPOLO et al, 2004. ), ao mesmo

tempo que informações sobre o efeito do ambiente sobre as características do ácido

fítico é escasso.

Kumar et al. (2006), em estudo com sete cultivares indianos de soja em

quatro locais diferentes, verificou interação significativa entre genotipo e localização

para o conteúdo de proteína, óleo e ácidos graxos insaturados. Para o ácido fitico,

verificou interação significativa entre genótipo e local.

Saha et al., (2008) estudou a composição de proteína, óleo, micronutrientes e

fatores antinutricionais em 20 linhagens de soja preta na região do Himalaia na Índia

e verificou que a linhagem VRB-PS-1453 foi mais rica em proteínas, cinzas, fósforo

e potássio e baixo conteúdo de inibidor de tripsina. Em termos dos fatores

antinutricionais a linhagem VS-157 apresentou o menor teor de ácido fítico.

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

46

3.3 Materiais e métodos

3.3.1 Materiais

Grãos de soja (Glycine max L.) de 04 cultivares: convencionais (Nidera 7002

e BRS Sambaíba) e transgênicas (Msoy 9144 e Msoy 9056);

Adubo formulado 00:40:00 Superfosfato triplo.

3.3.2 Métodos

3.3.2.1 Delineamento experimental

O delineamento experimental contará de duas microrregiões de cultivos

localizadas em Balsas/MA, com características edafoclimáticas diferenciadas,

conforme mostra a Tabela 01.

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

47

Tabela 01. Características edafoclimáticas de duas microrregiões de Balsas/MA.

Região Latitude

Altitude

(m)

Precipitação

(mm)

Temp.

min. (°C)

Temp.

máx. (°C)

Argila

(%)

Classe

textural

MO

(%)

Serra do

Penitente 8°37'48"S 550 1600 - 1900 20 32 55 argiloso

3,5 -

4,5

Pé-de-

galinha 7°59'09"S 380 1400 - 1700 21 33 55 argiloso 3-4,0

Será utilizado delineamento em blocos completamente casualizados com

quatro repetições para cada microrregião (Pé-de-Galinha e Serra do Penitente). Os

tratamentos serão arranjados em esquema fatorial, onde o fator A será composto

por 04 (quatro) materiais de soja: convencionais (Nidera 7002 e BRS Sambaíba) e

transgênicas (Msoy 9144 e Msoy 9056) e o fator B por 04 (quatro) doses de fósforo

(0, 60, 120 e 240 Kg.ha-1 de P2O5), para cada região de cultivo. Cada unidade

experimental será composta por uma parcela de 3 x 7,5 m (22,5 m2), conforme figura

01.

Figura 01. Croqui da área experimental para as microrregiões do Pé-de-Galinha e Serra do

Penitente, em Balsas/MA.

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

48

3.3.2.2 Experimentos

O trabalho consta de 2 experimentos, conforme apresentado na Tabela 02.

Tabela 2. Delineamento experimental para as microrregiões do Pé-de-Galinha e Serra do Penitente,

em Balsas/MA.

Tratamentos

Variáveis Independentes

Variáveis Dependentes Materiais de

soja

Adubação

(Kg.ha-1)

1 Msoy 9144 0 Determinação:

Umidade;

Cinzas;

Lipídios;

Proteínas;

Compostos fenólicos totais;

Compostos fenólicos

individuais;

Carotenoides totais;

Carotenoides individuais;

Extração de tocoferois;

Determinação de folatos;

Determinação de ácido

fítico;

Determinação do método de

extração de óleo;

Composição de tocoferóis

2 Msoy 9144 60

3 Msoy 9144 120

4 Msoy 9144 240

5 Msoy 9056 0

6 Msoy 9056 60

7 Msoy 9056 120

8 Msoy 9056 240

9 BRS Sambaiba 0

10 BRS Sambaiba 60

11 BRS Sambaiba 120

12 BRS Sambaiba 240

13 Nidera 7002 0

14 Nidera 7002 60

15 Nidera 7002 120

16 Nidera 7002 240

3.3.2.3 Cultivo da soja e obtenção das amostras

Primeiramente será demarcada a área dos experimentos e posteriormente

será feita a coleta de solo para a análise físico-química e granulométrica. O plantio

será realizado de acordo com o delineamento experimental, no sistema de plantio

direto. A população de plantas a ser utilizada será de acordo com as

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

49

recomendações técnicas de cada material para a região. Os tratos culturais

(herbicidas, inseticidas, fungicidas) serão realizados de acordo com a necessidade.

Na colheita será determinada a produtividade de grãos. Serão cortadas todas

as plantas presentes na área útil das parcelas (22,5 m²). Após a trilha do material, os

grãos serão pesados e sua massa corrigida para 13% de umidade.

Os grãos de soja, de cada tratamento, depois de colhidos serão destinados

para as análises de qualidade do grão, de seleção de método de extração do óleo e

na qualidade do óleo. As análises serão realizadas nos laboratórios do

Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial (UFPEL/FAEM- Capão do

Leão-RS).

3.3.2.4 Avaliações

As variáveis dependentes analisadas no grão de soja serão:

3.3.2.4.1 Determinação de Umidade

Na avaliação de composição físico-química serão realizadas análises de

umidade por método gravimétrico.

3.3.2.4.2 Determinação de Cinzas

As cinzas serão determinadas por gravimetria após incineração da amostra;

fibra bruta por digestão ácida e alcalina (AOAC, 1995).

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

50

3.3.2.4.3 Determinação de Lipídios

Os teores de lipídios serão determinados em aparelho Soxhlet, de acordo

com o método n° 30.25 da AACC (1999), utilizando-se como solvente o éter etílico,

por 6 horas. Os resultados foram expressos em % de óleo, em base seca.

3.3.2.4.4 Determinação de Proteínas

As proteínas em sistema Micro-Kjedahl com utilização do fator 5,30 para

conversão do nitrogênio em teor protéico e carboidratos por diferença, subtraindo de

100 a soma dos valores obtidos de umidade, proteína, lipídios, cinzas e fibra bruta

(AOAC, 1995; AOAC, 2005).

3.3.2.4.5 Determinação dos Compostos Fenólicos Totais

O conteúdo de compostos fenólicos totais será quantificado usando uma

adaptação do método de Folin-Ciocalteau (SINGLETON e ROSSI, 1965). A

absorbância será determinada a 765 nm, utilizando-se o ácido gálico para a

elaboração da curva padrão e os resultados expressos em miligramas de

equivalente de ácido gálico (mg GAE) por 100g de amostra.

3.3.2.4.6 Determinação dos Compostos Fenólicos Individuais

A determinação de fenólicos individuais será realizada de acordo com o

método descrito por Häkkinen et al. (1998). Para a extração será empregada a

mistura de metanol acidificado com ácido clorídrico. O extrato será homogeneizado

em banho-maria (35°C), durante o período de 24 horas. Em seguida, a mistura será

filtrada e evaporada em evaporador rotativo a 35°C. O resíduo concentrado será

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

51

redissolvido em metanol até o volume final de 5 mL, o qual será centrifugado (7.000

x g por 10 minutos). Uma alíquota de 30 µL do sobrenadante será injetada no

cromatógrafo.

Os compostos fenólicos serão separados e quantificados utilizando o

equipamento CLAE da Shimadzu, equipado com injetor automático, detector UV-VIS

a 280 nm, coluna de fase reversa RP-18 CLC-ODS (5 µm, 4,6 mm x 150 mm,

Shimadzu) e coluna de guarda CLC-GODS (5 µm, 2 cm x 4 mm, Supelco). A fase

móvel se constituirá num gradiente de eluição com solução de ácido acético em

água (99:1) (solvente A) e metanol (solvente B), com fluxo de 0,9 mL min-1, cuja

proporção se iniciará com 100% de A, alterando-se gradativamente até 60% de A e

40% de B, em 25 minutos; será mantida constante esta proporção por 2 minutos, e

em seguida será gradativamente alterada até 95% de A e 5% de B, aos 37 minutos,

será mantida constante por mais 5 minutos, e, após, à fase inicial será retornada,

com tempo total de corrida de 45 minutos, segundo método descrito por Zambiazi

(1997).

Os compostos fenólicos serão identificados por comparação com o tempo de

retenção dos padrões e quantificados com base nas curvas de calibração dos

padrões externos, com as equações de reta expressa por y= 2,14083e-0,07 x, com R2:

0,9903 para o ácido p-cumárico, y= 2,9333e-0,07 x, com R2: 0,9989 para o ácido

caféico, y= 3,2716e-0,07 x, com R2: 0,9995 para o ácido ferúlico, y= 6,4457e-0,07

x, com

R2: 0,9955 para o ácido p-hidroxibenzóico, y= 3,2551e-0,07 x, com R2: 0,9969 para o

ácido gálico, y= 5,8751e-0,07 x, com R2: 0,9977 para o ácido elágico, y= 6,2498e-0,07

x,

com R2: 0,9926 para a quercetina, y= 1,3590e-0,06 x, com R2: 0,9977 para a (-)-

epicatequina, y= 1,3851e-0,06 x, com R2: 0,9951 para a (+)-catequina, y= 1,3574e-0,06

x, com R2: 0,9997 para a miricetina e y= 5,6644e-0,07 x, com R2: 0,9990 para o

campeferol (Sigma-Aldrich®). Os resultados serão expressos em µg g-1 de amostra

fresca.

3.3.2.4.7 Determinação dos Carotenóides Totais

A determinação de carotenóides totais será realizada através do método

descrito por Rodriguez-Amaya (2001). As amostras serão trituradas com celite,

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

52

extraindo-se com acetona gelada, e após será feita uma filtração a vácuo e lavagem

com acetona gelada, até total remoção do pigmento. Após, a etapa de extração, o

pigmento será transferido para um funil de separação, onde será adicionado éter de

petróleo e água até a completa remoção da acetona. Será realizada a leitura da

absorbância do extrato etéreo em espectrofotômetro Ultrospec 2.000 UV/Visível

(Pharmacia Biotech), no comprimento de onda de 450 nm. Os resultados serão

expressos em µg de β-caroteno g-1 de amostra.

3.3.2.4.8 Extração de Carotenóides Individuais

A extração de carotenóides individuais seguirá a mesma metodologia descrita

para a extração de carotenóides totais, segundo o método de Rodriguez-Amaya

(2001); no entanto, nesta determinação será realizada uma saponificação no extrato

etéreo, segundo Zambiazi (1997). A etapa de saponificação da amostra será

realizada com solução de hidróxido de potássio (1,5 N) em etanol, à temperatura

ambiente, por 18 horas e na ausência de luz. Depois, a fração orgânica obtida será

evaporada em evaporador rotativo a 40°C. O resíduo de carotenóides será

dissolvido em uma mistura de metanol e acetonitrila (30:70, v/v). O extrato diluído

será centrifugado a 9000 x g por 6 minutos, e uma alíquota de 25 µL do

sobrenadante será injetada no cromatógrafo.

Os carotenóides serão quantificados utilizando o sistema de cromatografia

líquida de alta eficiência (CLAE), da Shimadzu, equipado com injetor automático,

detector UV-VIS a 450 nm, coluna de fase reversa RP-18 CLC-ODS (5 µm, 4,6 mm x

150 mm, Shimadzu) e coluna de guarda CLC-GODS (5 µm, 2 cm x 4 mm, Supelco).

A separação será efetuada utilizando o sistema de eluição por gradiente, com fases

móveis metanol (solvente A), acetonitrila (solvente B) e acetato de etila (solvente C),

com um fluxo de 1 mL min-1. A fase inicial será composta por 30% de A e 70% de B;

alterando-se aos 10 minutos para 10% de A, 80% de B e 10% de C; aos 35 minutos

para 5% de A, 80% de B e 15% de C; retornando-se à fase inicial aos 40 minutos, e

se manterá por mais 2,5 minutos, para reequilíbrio do sistema.

Os picos serão identificados por comparação com o tempo de retenção dos

padrões e quantificados por comparação com as curvas de calibração externas, para

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

53

os padrões β-criptoxantina (y= 7,7943e-0,05 x + -5,8298e-0,12 x2, com R2: 0,9997),

licopeno (y= 2,2694e-0,07 x + 8,7785e-016 x2, com R2: 0,9970), β-caroteno (y=

4,4075e-0,08 x 2,8316e-0,16

x2, com R2: 0,9983), luteína e zeaxantina (y= 4,7943e-0,08

x

+ 6,916e-0,16 x2 com R2: 0,9954) (Sigma-Aldrich®), com os resultados expressos em

µg g-1 de amostra fresca.

3.3.2.4.9 Extração de Tocoferóis

A extração de tocoferóis será realizada segundo método descrito por

Rodriguez-Amaya (2001), a qual é similar à extração de carotenóides. Após a

extração da fase etérea, esta será separada e centrifugada a 9000 x g por 10

minutos, injetando 20 µL do sobrenadante no cromatógrafo. Os tocoferóis serão

separados e quantificados utilizando o equipamento CLAE da Shimadzu, equipado

com injetor automático, com detector de fluorescência, utilizando o comprimento de

onda de 290 nm para excitação e de 330 nm para a emissão, com coluna de fase

reversa RP-18 CLC-ODS (5 µm, 4,6 mm x 150 mm, Shimadzu) e coluna de guarda

CLC-GODS (5 µm, 2 cm x 4 mm, Supelco). A separação será realizada pelo sistema

de eluição por gradiente, com fase móvel constituída de metanol (solvente A):

isopropanol (solvente B): acetonitrila (solvente C), com fluxo de 1 mL min-1. O

gradiente se iniciará com proporção de A:B:C de 40:50:10; será alterado em 10

minutos para 65:30:5; após 2 minutos, para 40:50:10, e mantido constante até 15

minutos, segundo método de Zambiazi (1997).

Os picos serão identificados por comparação com o tempo de retenção dos

padrões e quantificados por comparação com as curvas de calibração externas,

preparada com os padrões cromatográficos correspontdentes ao α-, δ- e γ-tocoferol,

com equações de reta expressa por y= 1,0015e-0,08 x + 2,0179e-0,16 x2, com R2:

0,9972, y= 4,2564e-0,09 x + -4,21971e-0,17 x2, com R2

: 0,9984 e y= 2,1663e-0,09 x +

6,5754e-0,17 x2, com R2

: 0,9905, respectivamente. O teor total de tocoferóis será

expresso em µg g-1 de amostra fresca.

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

54

3.3.2.4.10 Determinação dos Folatos

Para a análise dos folatos será utilizado o método desenvolvido por Catharino

et al. (2006), com pequenas modificações. Amostras de grãos de soja (1,0 g) serão

homogeneizadas em almofariz sob N2 líquido. Em seguida serão adicionados 9,0 mL

de solução de acetato de amônio (0,05 M) submetendo-se o extrato a banho ultra-

sônico por 10 min. A mistura será transferida para um balão volumétrico de 10 mL,

acrescentando-se 500 μL ácido tricloroacético (TCA) e completando-se o volume

com solução de acetato de amônio (0,05 M). Após homogeneização, a amostra será

centrifugada e filtrada em membrana Durapore 0,45 μm (HVLP 01300 Millipore), e

uma alíquota de 10 μL será injetada no cromatógrafo. O sistema cromatográfico

utilizado será o mesmo para a determinação de compostos fenólicos individuais,

utilizando um detector de fluorescência.

Os folatos serão separados em sistema de eluição por gradiente, com vazão

de 0,8 mL min-1, desenvolvido com solução aquosa de ácido acético 2% (v/v) a pH

2,8, chegando em 20 minutos a 70% (v/v) de solução de ácido acético 2% (pH= 2,8)

e 30% de acetonitrila, e aos 25 minutos 100% de solução aquosa de ácido acético

2% (v/v) a pH 2,8, mantendo-se essa proporção até 35 minutos. Após será retornada

a fase móvel inicial até os 40 min. A detecção será feita em detector de

fluorescência para o 5-metil THF utilizando-se os comprimentos de onda de

excitação de 290 nm e de emissão de 360 nm. A identificação do folato será feita por

comparação do tempo de retenção, obtido com padrão de 5-metil THF, nas mesmas

condições. A quantificação será feita a partir de curva padrão analítica do 5-metil

THF. Os resultados serão expressos em μg 100g-1 de amostra.

3.3.2.4.11 Determinação de Ácido Fítico

O ácido fítico será extraído segundo o método colorimétrico descrito por

(HAUG e LANTZSCH, 1983).

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

55

A capacidade antioxidante será determinada por dois métodos: através do

método do sequestro de radicais livres do DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazila)

adaptado de Brand-Williams et al. (1995). As leituras serão realizadas após 30

minutos de reação a 23°C em espectrofotômetro na absorbância de 517 nm. Será

preparada uma curva padrão com Trolox (6-hidroxi-2,5,7,8-tetrametilcromo-2-ácido

carboxílico) e os resultados serão expressos em capacidade antioxidante

equivalente ao Trolox (TEAC) (μg TEAC g–1 de amostra). E, pelo método radical livre

ABTS - 2,2´azino-bis-3-etilbenzotiazolin 6-ácido sulfônico – de acordo com Erel

(2004), com adaptações. As leituras serão realizadas após 30 minutos de reação

em espectrofotômetro na absorbância de 734 nm, expressando os resultados

através da construção de curva padrão com Trolox (TEAC) (μg TEAC g–1 de

amostra).

3.3.2.4.12 Determinação do Método de Extração de Óleo

Para avaliação do potencial para extração de óleo, as amostras de grãos de

soja serão submetidas a quatro diferentes métodos de extração do conteúdo em

óleo. O método I consistirá no uso do aparelho Soxhlet com recirculação de hexano

por 6 horas (AOAC, 1995). O método II, será baseado na extração a frio com

clorofórmio:metanol:água (2:1:0,8, v/v) segundo Bligh e Dyer (1959). O método III,

realizado de acordo com a extração etérea com acidificação de Monjonier. O método

IV consistirá na extração segundo Bligh e Dyer combinado com extração em

Ultrassom modelo Maxi Clean 1450 A (UNIQUE, Brasil) por 30 minutos a uma

frequência de 25kHz (ZHANG, 2008). Para os três métodos de extração será

realizada uma posterior concentração do solvente em evaporador rotatório a vácuo

com bomba hidráulica. Para o cálculo do teor de óleo será considerada a massa de

óleo obtida após evaporação do solvente e a massa do grão inicial.

O óleo obtido dos grãos através do melhor método de extração será avaliado

quanto aos parâmetros de qualidade e identidade, mediante as seguintes análises:

de umidade por gravimetria, índice de acidez (expresso em ácido oléico), índice de

peróxido, índice de saponificação, índice de iodo, índice de refração (refratômetro de

Abbé, a 40°C), matéria insaponificável (AOCS, 1995).

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

56

3.3.2.4.13 Determinação da Composição dos Tocoferóis

A composição de tocoferóis totais do óleo seguirá o método de extração

descrito por Chen e Bergman (2005) e as mesmas condições cromatográficas

descritas para tocoferóis totais no grão.

A composição em ácidos graxos será determinada após derivatização da

amostra de acordo com o método Ce 1-62 descrito pela AOCS (1995), os ésteres

metílicos serão submetidos a análise cromatográfica gasosa (GC PerkinElmer-

Clarus 500, EUA; com detector de ionização em chama –250°C e injetor automático

operando a 250°C), para a separação dos ésteres metílicos de ácidos graxos será

empregada uma coluna capilar de sílica fundida Carbowax 20M (Ohio Valley) com

30 m de comprimento, diâmetro interno de 0,25 mm e espessura de filme 0,25 µm; e

a seguinte programação de temperatura: 90°C mantidos por 1 minuto, seguido de

incremento de 12°C.min-1 até 160°C, mantidos por 3,5 minutos, mais um incremento

de 1,2°C min-1 até atingir 190°C e por fim, um incremento de 15°C min-1 até 230°C,

mantidos por 15 minutos (ZAMBIAZI, 1997). O nitrogênio será usado como gás de

arraste a 1,5 mL min-1. A identificação dos compostos será realizada por

comparação com os tempos de retenção obtidos para o F.A.M.E MixC4-C24 (Sigma-

Aldrich®) e a quantificação será realizada por normalização de área.

A quantificação dos teores dos compostos fenólicos totais e individuais, dos

carotenóides totais e individuais, dos folatos, do ácido fítico, da capacidade

antioxidante no óleo serão realizados conforme descrito anteriormente para a

análise do grão. Em sendo necessário, os métodos serão adaptados.

3.3.2.4.14 Metodologia Estatística

Os dados serão analisados quanto à homocedasticidade e à normalidade e,

caso necessário, será realizada transformação dos dados. Em seguida, serão

submetidos à análise da variância (p ≤ 0,05). Os efeitos dos materiais de soja serão

comparados pelo teste de Tukey (p 0,05) e os do fator dose, por modelos de

regressão não linear (p ≤ 0,05) e das microrregiões pelo teste t (p ≤ 0,05).

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

3.4 Cronograma

Atividades

2011 2012 2013 2014

M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F

Revisão bibliográfica x X x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Demarcação da área experimental x x

Análise do solo x x

Preparo do campo experimental e das sementes x x x

Plantio e aplicação de tratamentos x x x

Acompanhamento do experimento x x x x x x x x x x

Colheita do experimento x x x

Análises físico-químicas do grão x x x x

Análises dos fitoquímicos do grão x x x x x

Seleção do método para extração do óleo x x x x

Avaliações de qualidade e identidade do óleo x x x x

Avaliações dos fitoquímicos no óleo x x x x x

Análise dos dados, redação da tese, artigos científicos e

relatórios

x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

58

3.5 Orçamento

Material de consumo Finalidade Total

Metanol p.a.; algodão, Folin-Ciocalteau 2 N; Carbonato de sódio

Materiais que serão utilizados na determinação de compostos fenólicos totais no grão e no óleo de soja.

497,00

Metanol p.a.; ácido clorídrico p.a.; metanol HPLC; ácido acético HPLC

Materiais que serão utilizados na determinação de compostos fenólicos individuais no grão e no óleo.

585,00

Celite; éter de petróleo p.a.; acetona p.a.; etanol p.a.; hiróxido de potássio; metanol HPLC; acetonitrila HPLC; isopropanol HPLC; acetato de etila HPLC

Materiais que serão utilizados na determinação de carotenóides totais, individuais e tocoferóis no grão e no óleo.

1.267,00

Metanol p.a.; DPPH; ABTS; persulfato de potássio; etanol p.a.

Materiais que serão utilizados na determinação da capacidade antioxidante pelos métodos do DPPH e do ABTS no grão e no óleo.

1.080,00

Acetato de amônio; ácido tricloroacético; membrana Durapore 0,45 μm (HVLP 01300 Millipore); acetonitrila HPLC

Materiais que serão utilizados na determinação de folatos e ácido fítico no grão e no óleo.

876,00

Éter de petróleo; metanol p.a.; isooctano p.a.

Materiais que serão utilizados na determinação da composição dos ácidos graxos no óleo.

467,00

Hexano p.a.; luvas descartáveis (tamanhos PP, P, M, G), ponteiras (0,5-10 µL; 2-200 µL; 200 µL-1000 µL com filtro pct. c/1000, marca Axygen), microtubos (cap. 2000 µL, 1500 µL, 500 µL, 200 µL pct. c/1000 un.) e demais reagentes de uso geral.

Materiais que serão utilizados nas avaliações físico-químicas do grão; na seleção do melhor método de extração do óleo e nas avaliações de qualidade e identidade do óleo.

960,00

Sub-total 5.732,00

Serviços de terceiros

Material Permanente Finalidade Valor Total

Serviço de manutenção de equipamentos Manutenção de equipamentos de laboratório 4.000,00

Taxa de publicação de artigos científicos Publicações dos artigos 3.000,00

Sub-total 7.000,00

TOTAL 12.732,00

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

59

3.6 Referências

ADOM, K. K.; LIU, R. H. Antioxidant activity of grains. Journal of Agriculture and Food Chemistry, v. 50, n. 21, p. 6182–6187, 2002. AACC AMERICAN ASSOCIATION OF CEREAL CHEMISTS Aproved methods. 10thed., Saint Paul, USA, 1999. AOAC - ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of Analysis. 16 ª ed., Arlington, 1995. AOAC - ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of Analysis. 17 ª ed., Arlington, 2005. AOCS. American Oil Chemists Society. Official and tentative methods of the American Oils Chemists’ Society, Champaign, 1L, 1995. BLIGH, E.G.; DYER, W.J. A rapid method of total lipid extraction and purification. Canadian Journal Biochemistry Physiology, v.37, p.911-917, 1959. BOWLES, S. Utilização do subproduto da obtenção de extrato aquoso de soja – Okara em pães do tipo francês. 2005. 87f. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) – Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa. BRAND-WILLIAMS, W.; CUVELIER, M.E.; BERSET, C. Use of a free radical method to evaluate antioxidant activity. Lebensmittel – Wissenschaft und Technologie, v.28, p.25-30, 1995. CARDOSO, R. M.; BARRÉRE, A. P. N.; TROVÃO, F. C. de S. Os fitoquímicos e seus benefícios na saúde Einstein: Educação Continuada em Saúde., v. 7, n. 2, p.106-109, 2009. CATHARINO, R.R., GODOY, H.T., LIMA-PALLONE, J.A. Metodologia analítica para determinação de folatos e ácido fólico em alimentos. Química Nova, v. 29, n. 5, p. 972-976, 2006

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

60

CHAPMAN, G.W., ROBERTSON, J.A., BURDICK, D. Chemical composition and lipoxygenase activity in soybeans as affected by genotype and environment. Journal of the American Oil Chemists’ Society, n.53, p.54–56, 1976. CHEN, M.H.; BERGMAN, C.J. A rapid procedure for analysing rice bran tocopherol, tocotrienol and g-oryzanol contents. Journal of Food Composition and Analysis, v.18, p.139–151, 2005. DOST, K.; TOKUL, O. Determination of phytic acid in wheat and wheat products by reverse phase high performance liquid chromatography. Analytica Chimica Acta, v. 558, n. 1/2, p. 22-27, 2006. EMBRAPA: Benefícios para a saúde. Disponível em: http://www.cnpso.embrapa.br/soja_alimentacao/index.php?pagina=3 Acesso em: 03 ago.2010. ERDMAN JR, J. W. Oilseed phytates:Nutritional implications. Journal of the American Oil Chemists Society, Chicago, v.56, n.8, p.736-741, 1979. EREL, O. A novel automated direct measurement method for total antioxidant capacity using a new generation, more stable ABTS radical cation. Clinical Biochemistry, v.37, p.277-285, 2004. FEIL, B. Phytic acid. Journal of New Seeds, v.3, p.1–35, 2001. FILGUEIRAS, C.T.; SOARES, A.L.; SHIMOKOMAKI, M. et al. Avaliação da atividade antioxidante do ácido fítico de germe de milho. Química Nova, v.32, n.7, p.1787-1791, 2009. GARCÍA, M.C., TORRE, M., MARINA, M.L., LABORDA, F. Composition and characterization of soybean and related products. Critical Reviews in Food. Science and Nutrition, v.37, p.361-391, 1997. GOMES, J.C., ARAÚJO, M.F., MOREIRA, M.A., COELHO, D.T. Caracterização funcional de isolados e de um concentrado protéico de soja produzido no Brasil: solubilidade e capacidade de absorção de água. Revista Ceres, v.34, p.238-249, 1987.

GRAF, E.; EATON, J.W. Antioxidant functions of phytic acid. Free Radical Biology and Medicine, v.8, p.61-69, 1990.

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

61

GRAF, E. Aplications of phytic acid. Journal of American Oil Chemists Society, Chicago, v.60, n.11, p.1861-1867, 1983.

GRYNSPAN, F., CHERYAN, M. Phytate-calcium interactions with soy protein. Journal of the American Oil Chemist’s Society, Champaign, v.66, n.1, p.93-97, 1989. HÄKKINEN, S. H.; KÄRENLAMPI, S. O.; HEINONEN, M.; MYKKÄNEN, H. M.; TÖRRÖNEN, A. R. HPLC Method for screening of flavonoids and phenolic acids in berries. Journal of the Science of Food and Agriculture, v. 77, p. 543-551, 1998. HARLAND, B.F.; MORRIS, E.R. Phytate: a good or bad food component? Nutrition Research, v.15, p.733–754, 1995. HAUG, W.; LANTZSCH, H.J. Sensitive method for the rapid determination of phytate in cereals and cereal products. Journal Science Food Agriculture, v.34, p.1423-1426, 1983. HEANEY, R.P., WEAVER, C.M., FITZSIMMONS, M.L. Soybean phytate content: effect on calcium absorption. American Journal of Clinical Nutrition, Bethesda, v.53, n.3-4, p.745-747, 1991b. HURRELL, R.F.; REDDY, M.B.; JUILLERAT, M.A.; COOK, J.D. Degradation of phytic acid in cereal porridges improves iron absorption by human subjects. American Journal of Clinical Nutrition, v.77, p.1213– 1219, 2003. KAMATH, V. G.; CHANDRASHEKAR, A.; RAJINI, P. S. Antiradical properties of sorghum (Sorghum bicolor L. Moench) flour extracts. Journal of cereal science, v. 40, n. 3, p. 283-288, 2004. KUMAR, V.; RANI, A.; SOLANKI, S.; HUSSAIN, S.M. Influence of growing environment on the biochemical composition and physical characteristics of soybean seed. Journal of Food Composition and Analysis, n.19, p.188–195, 2006. KUMAR, V., RANI, A., TINDWANI, C., JAIN, M. Lipoxygenase isozymes and trypsin inhibitor activities in soybean as influenced by growing location. Food Chemistry, n. 81, p.79–83, 2003

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

62

LEE, S.H.; PARK, H.J.; CHUN, H.K.; CHO, S.Y.; CHO, S.M.; LILLEHOJ, H.S. Dietary phytic acid lowers the blood glucose level in diabetic KK mice. Nutrition Research, v.26, p.474- 479, 2006. LEE, T.T.T.; WANG, M.M.C.; HOU, R.C.W.; CHEN, L.J.; SU, R.C.; WANG, C.S.; TZEN, J.T.C. Enhanced methionine and cysteine levels in transgenic rice seeds by the accumulation of sesame 2S albumin. Bioscience, Biotechnology, and Biochemistry, v.67, n.8, p.1699-1705, 2003. LIENER, I.E. Implications of antinutritional components in soybean foods. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, v.34, n.1, p.31-67, 1994. LIU, K. Soybeans: chemistry, technology, and utilization. New York: Chapman & Hall, ITP. 1997. 532p. LIU, Z.H.; CHENG, F.; ZHANG, G. Grain phytic acid content in japonica rice as affected by cultivar and environment and its relation to protein content. Food Chemistry, v.89, n.1, p.49-52, 2005a. MARTINO, Hércia Stampini Duarte. Fatores antinutricionais e biodisponibilidade de minerais em soja geneticamente modificada. 2001. 111f. Tese (Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. MINIHANE, A.M.; RIMBACH, G. Iron absorption and the iron binding and anti-oxidant properties of phytic acid. International Journal of Food Science and Technology, v. 37, p.741-748, 2002. MORAIS, A.A.C. SILVA, A.L. Soja: suas aplicações. Rio de Janeiro: Médica e Científica, MDSI., 1996. 259p. NIAN, H., WANG, J.L., YANG, Q.K., CHEN, YI, LAN, X.Y., CHUI, Y.G., NIAN, H., WANG, J.L., YANG, Q.K., CHEN, Y., LAN, X.Y., CHUI, Y.G. Effect of ecological environments on fatty acid content in seeds of various soybean cultivars. Soybean Science, n.15, v.1, p.35–41, 1996. O ESTADO DE SÃO PAULO. São Paulo, 07 mar. 2010. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100307/not_imp520620,0.php. Acesso em: 14 mar. de 2010.

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

63

PAES, M.C.D. Aspectos físicos, químicos e tecnológicos do grão de milho, Circular 75, EMBRAPA milho e sorgo, Sete Lagoas, MG, 2006. PIPER, E.L., BOOTE, K.J. Temperature and cultivars effects on soybean seed oil protein concentrations. Journal of the American Oil Chemists’ Society, n.76, v.10, p.1233–1241, 1999. PIPOLO, A.E., SINCLAIR, T.R., CAMARA, T.M.S. Effects of temperature on oil and protein concentration in soybean seeds cultured in vitro. Annals of Applied Biology, n.144, v. 1, p.71–76, 2004. RABOY, V. Myo-Inositol-1,2,3,4,5,6-hexakisphosphate. Phytochemistry, v.64, n.6, p.1033-1043, 2003. REDDY, N. R.; SATHE, S. K.; SALUNKHE, D. K. Phytates in legumes and cereals. Advances in Food Research, San Diego, v.28, p.1-92, 1982. RODRIGUEZ-AMAYA, D. A guide to carotenoid analysis in foods. Washington: ILSI Press, 2001. 64p. SAHA, S.; GUPTA, A.; MAHAJAN, V.; KUNDU, S.; GUPTA, H.S. Physicochemical and Nutritional Attributes In 20 Black Soybean Lines (Glycine Max L.) of Himalayan Region, India. Journal of Food Quality, n. 31, p. 79–95, 2008. SHAMSUDDIN, A.M. VUCENIK, L.; COLE, K.E. IP6: a novel anti-cancer agent. Life Sciences, v.61, p.343-354, 1997. SILVA, M.R.; SILVA, M.A.A.P. Fatores antinutricionais: inibidores de proteases e lecitinas. Revista de Nutrição, Campinas, v.13, n.1, p. 3-9, jan/abr., 2000. SINGLETON, V.L.; ROSSI, J.A. JR. Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-phosphotungstic acid reagents. American Journal of Enology and Viticulture, v.16, p.144-158, 1965. THOMAS, J.M.G., BOOTE, K.J., ALLEN, L.H., GALLO-MEAGHER, M., DAVIS, J.M. Elevated temperature and carbon dioxide effects on soybean seed composition and transcript abundance. Crop Science, n.43, p.1548–1557, 2003.

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

64

TORRE, M., RODRIGUEZ, A.R., SAURA-CALIXTO, F. Effects of dietary fiber and phytic acid on mineral availability. CRC Critical Reviews in Food Science and Nutrition, Boca Raton, v.1, n.1, p.1-22, 1991. VERGHESE, M.; RAO, D.R.; CHAWAN, C.B.; WALKER, L.T.; SHACKELFORD, L. Anticarcinogenic effect of phytic acid (IP6): apoptosis as a possible mechanism of action. LWT Food Science and Technology, v.39, p.1093-1098, 2006. VLAHAKIS, C.; HAZEBROEK, J. Phytosterol accumulation in canola, sunflower, and soybean oils: effects of genetics, planting location, and temperature. Journal of the American Oil Chemists Society, Chicago, v.77, n.1, p.49-53, 2000. WANG, H., MURPHY, P.A. Isoflavone content in comercial soybean foods. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v.42, p. 1666-1673, 1994. YORK, J.D. Regulation of nuclear processes by inositol polyphosphates. Biochimica et Biophysica Acta (BBA) - Molecular and Cell Biology of Lipids, v.1761, n.5-6, p.552-559, 2006. YORK, J.D.; ODOM, A.R.; MURPHY, R. et al. A phospholipase C-dependent inositol polyphosphate kinase pathway required for efficient messenger RNA export. Science, v.285, n.542, p.96-100, 1999. ZAMBIAZI, R.C. The role of endogenous lipid components on vegetable oil stability. Tese. Foods and Nutritional Sciences Interdepartamental Program. University of Manitoba Winnipeg, Manitoba, Canada. 304p., 1997. ZHANG, Z.-S.; WANG, L.-J.; LI, D.; JIAO, S.-S.; CHEN, X.D.; MAO, Z.-H.. Ultrasound-assisted extraction of oil from flaxseed. Separation and Purification Technology, v.62, p.192-198, 2008. ZHOU, K.; SU, L.; YU, L. Phytochemicals and antioxidant properties in wheat bran. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 52, n. 20, p. 6108–6114, 2004. ZHOU, J.R., ERDMAN, J.W. Phytic acid in health and disease. CRC Critical Reviews in Food Science and Nutrition, Boca Raton, v.35, n.6, p.495-508, 1995.

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

65

4 Estudo 1. Efeitos da adubação fosfatada no desempenho agronômico de soja

convencional e transgênica

Resumo

O aumento no consumo de soja, principalmente nos países Asiáticos, tem alavancado a produção de soja em diversos países, os quais buscam técnicas que aumentem a produtividade. Entretanto, para obter rendimentos máximos, além do uso de cultivares adaptadas, é necessário o conhecimento sobre o adequado posicionamento dos recursos do solo e do clima. Nesse contexto, objetivou-se avaliar efeitos da adubação fosfatada no desempenho agronômico de variedades de soja convencional e transgênica cultivadas em diferentes regiões. Para isso, foi utilizado delineamento experimental de blocos completos casualizados em esquema trifatorial, com quatro repetições. Para o fator A foi atribuído as microrregiões (Serra do Penitente e Pé de Galinha); ao fator B as cultivares de soja (uma convencional, BRS Sambaíba e outra transgênica, Msoy 9144 Roundup Ready - RR); e, ao fator C as doses de fósforo (0; 60; 120 e 240 kg de P2O5 ha-1 no sulco de semeadura, na forma de Superfosfato Triplo). O nitrogênio responde positivamente a dose de 120 kg P2O5 ha-1 na Serra do Penitente e negativamente na Pé de Galinha. Enquanto que o manganês demonstra comportamento inverso ao teor de nitrogênio. A cultivar convencional comporta-se diferentemente da transgênica, na testemunha e na dose de 120 kg P2O5 ha-1 para a variável enxofre e na dose de 120 kg P2O5 ha-1 ambas caracterizaram o mesmo desempenho, uma redução na absorção desse nutriente. A soja cultivada na Serra do Penitente apresenta teor de ferro e produtividade de grãos superior a soja oriunda da microrregião Pé de Galinha. Para os teores de cálcio e zinco, a microrregião Pé de Galinha obteve os maiores percentuais, ao ser comparada a Serra do Penitente. Para a variável peso de mil grãos tanto na Serra do Penitente quanto no Pé de Galinha, a soja transgênica superou a convencional. Na comparação de microrregiões, em ambas as cultivares, a Serra do Penitente deteve os melhores resultados.

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

66

4.1 Introdução

O aumento no consumo de soja, principalmente nos países Asiáticos, tem

alavancado a produção de soja em diversos países, os quais buscam técnicas que

aumentem a produtividade. A área global de lavouras Geneticamente Modificadas

(GM) aumentou mais de 100 vezes, de 1,7 milhões de hectares em 1996, para mais

de 175 milhões de hectares em 2013, sendo a soja, cultura produzida em mais de 80

países, a cultura de destaque entre as culturas biotecnológicas (BORÉM, 2005;

JAMES, 2013). Diferentemente da soja convencional, a linha de soja transgênica

GTS-40-3-2, conhecida como Roundup Ready (RR), foi desenvolvida pela empresa

Monsanto (EUA) visando o uso de glifosato, o ingrediente ativo de herbicida

Roundup, como um agente de controle de plantas daninhas (BORÉM, 2005).

Tavares (2012) avaliou a influência dos preparos de solo na produtividade e

demanda energética de duas cultivares de soja, transgênica e não transgênica. A

maior produtividade foi obtida pela transgênica, devido ao ciclo e condição de

precipitação durante o período. O resultado obtido diferenciou-se do trabalho de

Rocha et al. (2012), que em seu experimento não encontrou diferença significativa

em relação a produtividade das cultivares Valiosa RR e MGBR-46 Conquista.

Entretanto, para obter rendimentos máximos, além do uso de cultivares

adaptadas é necessário o conhecimento sobre o adequado posicionamento dos

recursos do solo e do clima. Li et al., (2014) verificaram que embora o genótipo seja

determinante nas características fenotípicas, é possível melhorar o rendimento e

qualidade de variedades de soja por seleção das condições ambientais adequadas

ou melhoria dos solos. Os autores verificaram que fatores ligados ao clima

(temperatura, longitude, altitude, precipitação e radiação solar) e ao solo (fração de

argila e conteúdo de fósforo) foram responsáveis por variações na estatura da

planta, teor de proteína bruta, teor de óleo bruto e peso de 100 sementes.

O conteúdo de fósforo no solo, descrito por Li et al., (2014) como um dos

responsáveis por variações nos atributos e propriedades da soja, também é

apontado por diversos autores como o elemento responsável pelos aumentos de

produtividade em outras culturas, como: crambe (ROGÉRIO et al., 2013), feijão-

caupi (HENRY; CHINEDU, 2014), trigo (KANG; YUE; LI, 2014), milheto

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

67

(GEMENET et al., 2015), e no número e estatura das plantas de cana de açúcar

(CAIONE et al, 2011).

A ausência de fósforo influencia vários atributos na cultura da soja, dentre

eles, a produtividade, que é menor quando comparada a tratamentos com fósforo no

solo, como por exemplo, estatura das plantas e rendimento (ROSOLEM; TAVARES,

2006; PAN et al., 2008; VALADÃO JÚNIOR et al., 2008). Doses crescentes de

fósforo no solo apresentam alta correlação com a população de plantas de soja bem

como a produtividade, que também é afetada pelo pH do solo (BROCH et al., 2008;

MATTIONI; SCHUCH; VILLELA , 2013)

Em solos de Cerrado, Schlindwein e Giannello (2005) encontraram resposta

quadrática quanto ao rendimento de grãos de soja e a aplicação de doses de P,

sendo que para Alcântara Neto et al., (2010) as doses de 94,8 kg de P2O5 e 95,60 kg

ha-1 de P2O5 influenciaram rendimento e estatura das plantas de soja,

respectivamente.

A soja é suscetível ao fósforo em todo o ciclo, apresentando acúmulos de

nutrientes e matéria seca em proporções maiores de acordo com a dose e fonte de

fósforo (SILVA et al., 2009; AO et al., 2014). Porém Pan et al., (2008) não

verificaram diferença significativa para o mesmo atributo no tratamento sem fósforo.

Em virtude desses fatores, o propósito do trabalho foi avaliar o desempenho

agronômico de variedades de soja convencional e transgênica cultivadas em

diferentes regiões submetidas a doses crescentes de fósforo.

4.2 Material e Métodos

O experimento foi conduzido a campo, na estação de cultivo 2011/12, em

áreas comerciais, localizadas nas Fazendas Santa Rita (8°40‟29”S e 46°00‟34”O e

524m) inserida na região da Serra do Penitente e Fazenda Arizona (7°52‟48”S e

46°00‟00”O e 333m) pertencente a região denominada Pé de Galinha, nos

municípios de Tasso Fragoso/MA e Balsas/MA, respectivamente. O clima da região

é tropical chuvoso, com chuvas no verão e seca no inverno, classificado como Aw,

segundo a classificação de Köppen e Geiger (1928). Esta classificação é

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

68

característica de duas estações bem definidas, sendo o período chuvoso que

abrange os meses de outubro a maio, propício ao cultivo de soja.

O solo das áreas experimentais foram analisados quanto às características

químicas e físicas (Tabela 1). Os dados locais de temperatura mínima, máxima e

precipitação pluviométrica, referentes ao período de duração dos ensaios estão

apresentados nas Figura 1, 2 e 3.

Tabela 1 - Características químicas e físicas de amostras dos solos, antes da instalação do experimento

Área

Complexo Sortivo

pH M.O. P1/ K

1/ Ca

2/ Mg

2/ Al

2/ H+Al

3/ SB CTC

CaCl2 g kg-1

mg dm-3

--------------------------------c mol dm-3

-------------------------

Penitente 5,0 28,3 12,6 0,14 3,21 1,56 0,0 4,07 4,91 8,98 Pé de Galinha

5,4 16,8 16,0 0,07 3,37 1,17 0,0 1,09 4,61 5,70

Área

Saturação do Complexo Sortivo Análise Granulométrica

V m Ca Mg K Areia Silte Argila Classe Textural

--------------------------- %----------------------- ---------- g Kg-1

--------

Penitente 54,6 0,0 35,7 17,4 1,5 420 90 490 Argilosa Pé de Galinha

80,9 0,0 59,1 20,5 1,3 550 60 390 Argilosa

1/ Extrator Mehlich-1.

2/ Extrator KCl 1,0 mol L

-1.

3/ Extrator Ca(OAc)2 0,5 mol L

-1, pH 7,0.

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

69

Dias

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Tem

pera

tura

mín

ima

(ºC

)

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

Pé-de-Galinha 11/2011

Pé-de-Galinha 12/2011

Pé-de-Galinha 01/2012

Pé-de-Galinha 02/2012

Pé-de-Galinha 03/2012

Pé-de-Galinha 04/2012

Serra do Penitente 11/2011

Serra do Penitente 12/2011

Serra do Penitente 01/2012

Serra do Penitente 02/2012

Serra do Penitente 03/2012

Serra do Penitente 04/2012

Figura 1 - Dados de temperatura mínima obtidos durante os meses de 11/2011 a 04/2012 juntamente as estações meteorológicas de Fragoso (Serra do Penitente) e de Balsas (Pé de Galinha).

Dias

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Tem

pera

tura

máx

ima

(ºC

)

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

32

33

34

35

36

37

38

Pé-de-Galinha 11/2011

Pé-de-Galinha 12/2011

Pé-de-Galinha 01/2012

Pé-de-Galinha 02/2012

Pé-de-Galinha 03/2012

Pé-de-Galinha 04/2012

Serra do Penitente 11/2011

Serra do Penitente 12/2011

Serra do Penitente 01/2012

Serra do Penitente 02/2012

Serra do Penitente 03/2012

Serra do Penitente 04/2012

Figura 2 - Dados de temperatura máxima obtidos durante os meses de 11/2011 a 04/2012 juntamente as estações meteorológicas de Fragoso (Serra do Penitente) e de Balsas (Pé de Galinha).

Dias

1 2 3 4 5 6 7 8 910

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

Pre

cip

ita

çã

o (

mm

)

0

10

20

30

40

50

60

Pé-de-Galinha 11/2011

Pé-de-Galinha 12/2011

Pé-de-Galinha 01/2012

Pé-de-Galinha 02/2012

Pé-de-Galinha 03/2012

Pé-de-Galinha 04/2012

Serra do Penitente 11/2011

Serra do Penitente 12/2011

Serra do Penitente 01/2012

Serra do Penitente 02/2012

Serra do Penitente 03/2012

Serra do Penitente 04/2012

Dias

1 2 3 4 5 6 7 8 910

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

Pre

cip

itaçã

o (

mm

)

0

10

20

30

40

50

60

Pé-de-Galinha 11/2011

Pé-de-Galinha 12/2011

Pé-de-Galinha 01/2012

Pé-de-Galinha 02/2012

Pé-de-Galinha 03/2012

Pé-de-Galinha 04/2012

Serra do Penitente 11/2011

Serra do Penitente 12/2011

Serra do Penitente 01/2012

Serra do Penitente 02/2012

Serra do Penitente 03/2012

Serra do Penitente 04/2012

Dias

1 2 3 4 5 6 7 8 910

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

Pre

cip

itação (

mm

)

0

10

20

30

40

50

60

Pé-de-Galinha 11/2011

Pé-de-Galinha 12/2011

Pé-de-Galinha 01/2012

Pé-de-Galinha 02/2012

Pé-de-Galinha 03/2012

Pé-de-Galinha 04/2012

Serra do Penitente 11/2011

Serra do Penitente 12/2011

Serra do Penitente 01/2012

Serra do Penitente 02/2012

Serra do Penitente 03/2012

Serra do Penitente 04/2012

Dias

1 2 3 4 5 6 7 8 910

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

Pre

cipitaçã

o (

mm

)

0

10

20

30

40

50

60

Pé-de-Galinha 11/2011

Pé-de-Galinha 12/2011

Pé-de-Galinha 01/2012

Pé-de-Galinha 02/2012

Pé-de-Galinha 03/2012

Pé-de-Galinha 04/2012

Serra do Penitente 11/2011

Serra do Penitente 12/2011

Serra do Penitente 01/2012

Serra do Penitente 02/2012

Serra do Penitente 03/2012

Serra do Penitente 04/2012

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

70

Dias

1 2 3 4 5 6 7 8 910

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

Pre

cip

ita

çã

o (

mm

)

0

10

20

30

40

50

60

Pé-de-Galinha 11/2011

Pé-de-Galinha 12/2011

Pé-de-Galinha 01/2012

Pé-de-Galinha 02/2012

Pé-de-Galinha 03/2012

Pé-de-Galinha 04/2012

Serra do Penitente 11/2011

Serra do Penitente 12/2011

Serra do Penitente 01/2012

Serra do Penitente 02/2012

Serra do Penitente 03/2012

Serra do Penitente 04/2012

Figura 3 - Precipitação pluviométrica (mm), diária, ocorrida entre os meses de novembro de 2011 e abril de 2012, nas microrregiões dos experimentos, juntamente as estações meteorológicas de Fragoso (Serra do Penitente) e de Balsas (Pé de Galinha).

O delineamento experimental utilizado foi o de casualização em blocos

completos em esquema trifatorial, com quatro repetições. Para o fator A foi atribuído

as microrregiões (Serra do Penitente e Pé de Galinha); ao fator B as cultivares de

soja (uma convencional, BRS Sambaíba e outra transgênica, Msoy 9144 Roundup

Ready - RR); e, ao fator C as doses de fósforo (0; 60; 120 e 240 kg de P2O5 ha-1 no

sulco de semeadura, na forma de Superfosfato Triplo). A unidade experimental foi

composta por sete fileiras de 7,0 m de comprimento, com espaçamento de 0,5 m,

com 11 sementes por metro linear, conforme especificação da cultivar, perfazendo

Dias

1 2 3 4 5 6 7 8 910

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

Pre

cip

itação (

mm

)

0

10

20

30

40

50

60

Pé-de-Galinha 11/2011

Pé-de-Galinha 12/2011

Pé-de-Galinha 01/2012

Pé-de-Galinha 02/2012

Pé-de-Galinha 03/2012

Pé-de-Galinha 04/2012

Serra do Penitente 11/2011

Serra do Penitente 12/2011

Serra do Penitente 01/2012

Serra do Penitente 02/2012

Serra do Penitente 03/2012

Serra do Penitente 04/2012

Dias

1 2 3 4 5 6 7 8 910

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

Pre

cip

itação (

mm

)

0

10

20

30

40

50

60

Pé-de-Galinha 11/2011

Pé-de-Galinha 12/2011

Pé-de-Galinha 01/2012

Pé-de-Galinha 02/2012

Pé-de-Galinha 03/2012

Pé-de-Galinha 04/2012

Serra do Penitente 11/2011

Serra do Penitente 12/2011

Serra do Penitente 01/2012

Serra do Penitente 02/2012

Serra do Penitente 03/2012

Serra do Penitente 04/2012

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

71

uma população de 220.000 plantas por hectare. A área total de cada parcela foi de

24,5 m2.

Os manejos e tratos culturais foram realizados seguindo-se as

recomendações técnicas da cultura (EMBRAPA, 2010). As sementes foram

previamente tratadas com Inoculante Líquido Masterfix Soja® (5 bilhões de bactérias

mL-1 de Bradyrhizobium japonicum), na dose de 250 mL 100 kg-1 de sementes,

inseticida Standak® na dose de 200 mL 100 kg-1 de sementes, fungicida Maxim XL®

na dose de 100 mL 100 kg-1 de sementes e herbicida pré-emergente Dual Gold® na

dose de 1,2 L ha-1.

No desenvolvimento da cultura aplicou-se inseticidas Ampligo® e Engeo

Pleno® nas dose de 100 mL ha-1, nos estádios V6, R1 e R5.1 e 200 mL ha-1, nos

estádios R1 e R5.1, respectivamente. O fungicida aplicado foi Priori Xtra®, na dose

de 300 mL ha-1, nos estádios R1 e R5.1 e para o controle de plantas daninhas pós-

emergente realizou-se controle mecânico.

A colheita foi realizada manualmente, em ambos os locais, no estádio de

desenvolvimento R8, ou seja, quando 95% das vagens apresentavam a coloração

típica de vagem madura (FEHR et al., 1977). A área útil de cada parcela foi de 15 m2

representada pelas cinco fileiras centrais de 6 m de comprimento, devido ao

descarte 0,5 m de cada extremidade da parcela. Após a colheita, as plantas da área

útil de cada parcela, estando amarradas em feixes, foram identificadas e levadas

para a trilha em trilhadeira estacionária.

As variáveis avaliadas foram: análise foliar, estatura de plantas, diâmetro do

colmo, produtividade e peso de mil grãos. A análise foliar foi realizada no início

florescimento (estádio R1), foram coletados 30 trifólios, com pecíolo. A amostragem

foi realizada colhendo-se o terceiro trifólio a partir da haste principal, do ápice para a

base, seguindo a metodologia descrita por SFREDO (2008). As folhas foram

acondicionadas em sacos de papel identificados e encaminhados ao laboratório. A

determinação do teor de nutrientes foliares foi realizada seguindo a metodologia

apresentada no Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizantes

(SILVA, 2009).

A estatura de plantas foi determinada no estádio R5,1, adotando-se a

distância entre o solo e o ponto mais alto da planta, expressos em centímetros (cm).

Para o diâmetro do colmo, mediu-se na região abaixo da inserção do primeiro nó, os

resultados foram expressos em centímetros (cm). Para determinar a produtividade

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

72

de grãos, a área central das parcelas foi colhida em estádio R8, quando o teor de

umidade dos grãos aproximou-se dos 22%. Após a pesagem dos grãos, foi

determinada a umidade; os dados, corrigidos para 14%; e a produtividade, expressa

em sacos ha-1. O peso de mil grãos foi determinado por meio da pesagem de quatro

subamostras de 250 grãos, para cada repetição de campo, com o auxílio de balança

analítica (±1mg) e os dados multiplicados por quatro (BRASIL, 2009).

Os dados obtidos foram analisados quanto à normalidade pelo teste de

Shapiro-Wilk, à homocedasticidade pelo teste de Hartley e a independênica dos

resíduos foi verificada graficamente. Para a realização da análise de variância

(p≤0,05) adotou-se o procedimento de modelos mistos (PROC MIXED) do “Statistical

Analysis System” (SAS Institute, 2002). Esse método (PROC MIXED) é

particularmente conveniente para as circunstâncias desse experimento por permitir

flexibilidade para a modelagem da matriz de covariância do erro. Estabeleceu-se o

modelo linear geral misto de efeitos fixos para microrregião (local), cultivar e dose e,

de efeito aleatório para blocos, conforme segue:

yijk = µ + αi + yj + zk + (αy)ij + (αz)ik + (yz)jk + (αyz)ijk + λb + εijk, em que:

yijk = é o valor observado no i-ésimo local, da j-ésima cultivar, da k-ésima

dose;

µ = é a média geral da variável resposta;

αi = é o efeito fixo do i-ésimo local;

yj = é o efeito fixo da j-ésima cultivar;

zk = é o efeito fixo da k-ésima dose;

(αy)ij = é o efeito fixo da interação do i-ésimo local com a j-ésima cultivar

(αz)ik = é o efeito fixo da interação do i-ésimo local com a k-ésima dose;

(yz)jk = é o efeito fixo da interação da j-ésima cultivar com a k-ésima dose;

(αyz)ijk = é o efeito fixo da interação do i-ésimo local com a j-ésima cultivar e

k-ésima dose;

λb = é o efeito aleatório de bloco;

εijk = erro experimental aleatório.

Em caso de significância, os efeitos de microrregião e de cultivar foram

analisados pelo teste t e os efeitos de dose por análise de regressão, ajustando-se os

dados a equação linear (1) ou quadrática (2), conforme segue:

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

73

y = a + bx (1)

y = y0 + ax + bx2 (2)

onde: y = variável resposta; x = a dose de fósforo (kg P2O5 ha-1); e, a, y0 e b

são parâmetros estimados da equação, sendo a, a diferença entre os pontos

máximo e mínimo da variável; y0, a variável resposta correspondente ao ponto

mínimo da curva; e, b, declividade da curva. Todos os testes foram efetuados a 5%

de probabilidade.

4.3 Resultados e Discussão

Para as variáveis nitrogênio e manganês ocorreu interação significativa entre

fatores de tratamento dose e microrregião e, para a variável enxofre, entre dose e

cultivar (Tabela 2, Figura 4). Na comparação entre as duas microrregiões, não houve

diferença entre a microrregião Serra do Penitente e Pé de Galinha na avaliação de

teor de nitrogênio nas doses de 0 e 60 kg P2O5 ha-1 (Tabela 2). Ao comparar as

doses de fósforo em cada microrregião observou-se que os dados ajustaram-se ao

modelo quadrático, assim para 120 kg P2O5 ha-1 na Serra do Penitente ocorreu um

acréscimo no teor de nitrogênio de 4,4%, enquanto que na microrregião Pé de

Galinha predominou decréscimo em torno de 2%, quando ambos foram comparados

em relação à testemunha (sem aplicação de fósforo) (Figura 4 A).

Na avaliação do teor de manganês, as microrregiões demonstraram diferença

significativa para a maioria das doses de fósforo, exceto para dose de 120 Kg P2O5

ha-1 (Tabela 2). Esse nutriente apresentou um comportamento inverso ao teor de

nitrogênio, ou seja, na dose de 120 kg P2O5 ha-1 na Serra do Penitente ocorreu um

decréscimo de 8,2% e na microrregião Pé de Galinha um acréscimo em torno de

35%, da mesma forma, quando ambos foram comparados em relação à testemunha

(Figura 4 B).

Os resultados apresentados condizem com o histórico da área. No período de

safrinha em 2011, o solo da Serra do Penitente foi cultivado com milho que recebeu

uréia como fonte de nitrogênio. Já, no solo do Pé de Galinha foi cultivado milheto,

sem nenhuma fonte de adubo. A uréia é convertida em amônio, uma das formas

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

74

preferencias de assimilação pelas plantas, porém libera íons OH- no solo (3),

conforme a reação abaixo:

CO(NH2)2 + 2 H2O --> 2 NH4+ + CO3

2- + OH- (3)

NH4+ NH3 + H+ (4)

Quando ocorre liberação de OH- no solo, há alcalinização do pH da rizosfera,

o que dificulta a assimilação de manganês, que é mais disponibilizado em solos com

baixo pH nas regiões mais próximas das raízes. A absorção de NH4+ pela planta

libera prótons no solo (4), enquanto a absorção de nitrato produz ânions OH. Assim,

quando as plantas assimilam nitrogênio na forma de amônio, ocorre acidificação do

solo, enquanto a assimilação de nitrato alcaliniza o solo. Desta forma, a acidificação

ou alcalinização do meio resulta em maior ou menor disponibilidade de manganês

pelas plantas (BLOOM et al., 2003).

A influência do histórico da área também foi comprovada por Moreira et al.

(2006). Os autores avaliaram a disponibilidade de manganês e produtividade de soja

em solos sob semeadura direta, utilizando quatro locais com diferentes históricos e

verificaram que houve grande diferença entre o acúmulo de manganês do Local I

(área de integração agricultura/pecuária, sendo dois anos consecutivos de soja,

seguido de um ano de milho no verão; no inverno, foram semeadas a lanço

sementes de azevém (30 kg ha-1), misturadas com aveia preta (50 kg ha-1) para

pastejo de gado) em relação aos demais, em decorrência de menor produção de

matéria seca. Plantas cultivadas nesse local apresentaram menor concentração de

manganês na parte aérea, comparada a de outros locais, pois inúmeros cultivos em

solos com baixos teores totais de Mn, as plantas têm maior probabilidade de

apresentarem deficiências do que aquelas cultivadas em solos com altos teores

iniciais, em razão do esgotamento natural dos solos (MOREIRA et al., 2006), fato

também observado na microrregião Serra do Penitente, a qual tem o histórico de

sucessivos cultivos de soja e milho.

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

75

Tabela 2 - Teores de nitrogênio (g Kg-1

), manganês (mg dm-3

) e enxofre (g Kg-1

) nas folhas das cultivares de soja BRS Sambaíba e Msoy 9144 RR em função de diferentes doses de fósforo (0, 60, 120 e 240 Kg P2O5 ha

-1), nas microrregiões Serra do Penitente e Pé de Galinha

Doses de fósforo (Kg P2O5 ha

-1)

Microrregiões

Serra do Penitente Pé de Galinha

Nitrogênio (g Kg-1

)

0 48,77 ns

49,70

60 50,17 ns

49,28

120 50,63 * 48,30

240 48,20 * 51,10

Manganês (mg dm-3

)

0 23,00 * 13,17

60 22,17 * 15,29

120 20,83 ns

17,71

240 26,33 * 19,12

Doses de fósforo (Kg P2O5 ha

-1)

Cultivares de soja

BRS Sambaíba Msoy 9144 RR

Enxofre (g Kg-1

)

0 2,48 * 2,18

60 2,30 ns

2,01

120 2,17 * 1,90

240 2,16 ns

2,22 ns

e * Não-significativo e significativo, respectivamente, pelo teste t (p≤0,05) comparando as

microrregiões ou cultivares dentro de cada dose.

Para variável enxofre, a cultivar BRS Sambaíba diferiu da Msoy 9144 RR na

testemunha e na dose de 120 kg P2O5 ha-1 (Tabela 2). Ao comparar as doses dentro

de cada cultivar verificou-se que ambas caracterizaram o mesmo desempenho na

dose de 120 kg P2O5 ha-1, uma redução na absorção de enxofre de 13,5 e 20,8%

quando comparadas em relação à testemunha para cultivar BRS Sambaíba e Msoy

9144 RR, respectivamente (Figura 4 C).

Richart et al. (2006) avaliaram a associação de doses de fósforo (0; 100; 200

e 300 kg ha-1 P2O5) e doses de enxofre (0; 30 e 60 kg ha-1 S). Os autores verificaram

efeito negativo para as doses de P2O5 e efeito positivo para as doses de S, quando

foi avaliado o teor foliar de enxofre no tecido vegetal.

Considerando-se o nível de suficiência de enxofre no tecido foliar, na dose 0

kg P2O5 ha-1, o teor de enxofre foi considerado de suficiente a alto. Para o Estado do

Paraná, Sfredo et al. (1999a) comenta que, as concentrações de 2,0 e 4,0 g kg-1 S

no tecido foliar de soja (estádio R1) enquadram-se nos níveis suficiente ou médio.

Já, para os Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Kurihara (2004)

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

76

enquadra como suficiente os teores de enxofre no tecido foliar de soja (estádio R2)

compreendidos entre de 2,0 e 4,0 g kg-1. Estes resultados são corroborados por Raij

(1991), que afirma que os fosfatos aplicados em adubações ocupam

preferencialmente as posições de troca que seriam ocupados por sulfatos.

Doses de fósforo (Kg P2O

5 ha

-1)

00000000 6060606060606060 120120120120120120120120 240240240240240240240240

Nitro

nio

(g

Kg

-1)

48,0

48,5

49,0

49,5

50,0

50,5

51,0

51,5

y (Pn) = 48,75 + 0,03x - 0,0001x2 R

2 = 0,99

y (Pé) = 49,88 - 0,02x + 0,0001x2 R

2 = 0,90

A

Doses de fósforo (Kg P2O

5 ha

-1)

00000000 6060606060606060 120120120120120120120120 240240240240240240240240

Ma

ng

an

ês (

mg

dm

-3)

12

14

16

18

20

22

24

26

28

y (Pn) = 23,26 - 0,04x + 0,0002x2 R

2 = 0,94

y (Pé) = 13,05 + 0,05x - 0,0001x2 R

2 = 0,99

B

Doses de fósforo (Kg P2O

5 ha

-1)

00000000 6060606060606060 120120120120120120120120 240240240240240240240240

En

xo

fre

(g

Kg

-1)

1,8

2,0

2,2

2,4

2,6

y (Sa) = 2,49 - 0,004x + 0,00001x2 R

2 = 0,99

y (Ms) = 2,19 - 0,005x + 0,00001x2

R2 = 0,97

C

Figura 4 - Teores de nitrogênio (g Kg-1

) (A), manganês (mg dm-3

) (B) e enxofre (g Kg-1

) (C) nas folhas das cultivares de soja BRS Sambaíba (Sa) e Msoy 9144 RR (Ms) em função de diferentes doses de fósforo (0, 60, 120 e 240 Kg P2O5 ha

-1) nas microrregiões Serra do Penitente

(Pn) e Pé de Galinha (Pe).

Observou-se interação tripla significativa entre os fatores estudados para as

variáveis de fósforo e potássio (Tabela 3, Figura 5). A comparação entre cultivares

na microrregião Serra do Penitente, para a variável resposta teor de fósforo

demonstrou que as maiores diferenças ocorreram dentro de 60 e 240 Kg P2O5 ha-1.

Contrariamente, na microrregião do Pé de Galinha somente na dose 120 Kg P2O5

ha-1 as duas cultivares mostraram diferença. Quando verificado as diferenças entre

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

77

microrregiões na cultivar BRS Sambaíba somente dentro das doses 60 e 120 Kg

P2O5 ha-1 a Serra do Penitente comportou-se de forma diferenciada em relação ao

Pé de Galinha; enquanto que na cultivar Msoy 9144 RR, ocorreu diferenciação entre

as microrregiões para todas as doses, exceto em 120 Kg P2O5 ha-1 (Tabela 3). Na

comparação das doses, com exceção da cultivar Msoy 9144 RR na microrregião

Serra do Penitente, as demais caracterizaram acréscimo na dose de 120 kg P2O5 ha-

1, de 15,7, 9,2 e 13,6%, para BRS Sambaíba quando cultivada na Serra do Penitente

e Pé de Galinha e Msoy 9144 RR no Pé de Galinha, respectivamente, ao serem

confrontados com a testemunha (Figura 5 A).

Para o nutriente potássio, ocorreram diferenças significativas entre a cultivar

BRS Sambaíba e Msoy 9144RR na Serra do Penitente dentro das doses 0 e 60 kg

P2O5 ha-1, enquanto que em Pé de Galinha essa diferenciação ocorreu em 60 e 240

kg P2O5 ha-1. Em relação ao efeito de microrregião, fixando a cultivar BRS

Sambaíba, não foi verificado diferenças entre as microrregiões, porém, para cultivar

Msoy 9144 RR, Serra do Penitente e Pé de Galinha diferiram em todas as doses

testadas (Tabela 3). Para o efeito das doses, todas as interações caracterizaram o

mesmo comportamento, os dados ajustaram-se ao modelo quadrático e o valor

máximo estimado pelo modelo para o teor de potássio variou entre 24,28 e 29,79 g

kg-1, na menor dose testada (0 Kg P2O5 ha-1) (Figura 5 B).

Tabela 3 - Teores de fósforo (g Kg-1

) e potássio (g Kg-1

) nas folhas das cultivares de soja BRS Sambaíba e Msoy 9144 RR em função de diferentes doses de fósforo (0, 60, 120 e 240 Kg P2O5 ha

-1),

nas microrregiões Serra do Penitente e Pé de Galinha

Doses de fósforo

(Kg P2O5 ha-1

)

Serra do Penitente Pé de Galinha

BRS Sambaíba Msoy 9144 RR BRS Sambaíba Msoy 9144 RR

Fósforo (g Kg

-1)

0 3,63 bns

3,90 a* 3,25 a 1/ 2,93 a

60 4,10 a* 3,87 b* 3,47 a 3,50 a

120 4,20 a* 3,73 ans

3,55 a 3,33 b

240 3,55 bns

4,45 a* 3,50 a 3,55 a

Potássio (g Kg

-1)

0 24,50 bns

29,03 a* 24,83 a 23,63 a

60 23,50 bns

27,47 a* 24,30 a 22,85 b

120 21,83 ans

21,13 a* 21,80 a 19,10 a

240 22,85 ans

21,83 a* 22,15 b 26,30 a 1/ Médias seguidas por mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste t (p≤0,05), comparando as

cultivares de soja dentro de cada microrregião para cada dose. ns

e * Não-significativo e significativo,

respectivamente, pelo teste t (p≤0,05), comparando as microrregiões dentro de cada cultivar de soja

para cada dose.

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

78

Doses de fósforo (Kg P2O

5 ha

-1)

0000 60606060 120120120120 240240240240

sfo

ro (

g K

g-1

)

2,7

3,0

3,3

3,6

3,9

4,2

y (Pn+Sa) = 3,64 + 0,010x - 0,0001x2 R

2 = 0,99

y (Pn+Ms) = 3,93 - 0,004x + 0,0001x2 R

2 = 0,95

y (Pé+Sa) = 3,26 + 0,004x - 0,0001x2 R

2 = 0,98

y (Pé+Ms) = 3,00 + 0,006x - 0,0001x2 R

2 = 0,71

A

Doses de fósforo (Kg P2O5

ha-1)

0000 60606060 120120120120 240240240240

Potá

ssio

(g K

g-1

)

18

20

22

24

26

28

30

32

y (Pn+Sa) = 24,67 - 0,03x + 0,0001x2 R

2 = 0,90

y (Pn+Ms) = 29,79 - 0,08x + 0,0002x2 R

2 = 0,85

y (Pé+Sa) = 25,14 - 0,03x + 0,0001x2 R

2 = 0,83

y (Pé+Ms) = 24,28 - 0,07x + 0,0003x2 R

2 = 0,81

B

Figura 5 - Teores de fósforo (g Kg-1

) (A) e potássio (g Kg-1

) (B) nas folhas das cultivares de soja BRS Sambaíba (Sa) e Msoy 9144 RR (Ms) em função de diferentes doses de fósforo (0, 60, 120 e 240 Kg P2O5 ha

-1) nas microrregiões Serra do Penitente (Pn) e Pé de Galinha (Pe).

As variáveis cobre, diâmetro e estatura de plantas também apresentaram

interação tripla significativa entre os fatores estudados (Tabela 4, Figura 6). Para o

teor de cobre, ao realizar a comparação entre cultivares na microrregião Serra do

Penitente, não se observaram diferenças significativas. Na microrregião do Pé de

Galinha somente na dose 240 Kg P2O5 ha-1 as duas cultivares mostraram

diferenciação. Quando verificado o efeito entre microrregiões, para ambas as

cultivares em todas as doses, a Serra do Penitente comportou-se de forma

diferenciada em relação ao Pé de Galinha (Tabela 4). Na comparação das doses,

para todas as interações o teor de cobre foi decrescente com o incremento das

doses de fósforo (Figura 6 A).

A alta disponibilidade de fósforo no meio de cultivo tem a capacidade de

reduzir a absorção de cobre pelas plantas. O mecanismo desta interação não é bem

compreendido, mas acredita-se que não seja devido a reações de precipitação no

solo e sim, que seja efeito fisiológico (MURPHY; ELLIS; ADRIANO, 1981; DEON,

2007).

Quanto ao diâmetro, somente ocorreu diferenciação entre cultivares na Serra

do Penitente nas doses de 120 e 240 Kg P2O5 ha-1. Da mesma forma, a soja oriunda

da Serra do Penitente apresentou diferença em relação ao diâmetro quando

comparada com a Pé de Galinha, somente dentro da dose 240 Kg P2O5 ha-1 para

cultivar BRS Sambaíba e na testemunha para „Msoy 9144 RR‟ (Tabela 4). Ao

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

79

verificar o efeito das doses, as interações entre a microrregião Pé de Galinha com

ambas cultivares, caracterizaram o mesmo padrão de desempenho, um acréscimo

de 15,8% na dose de 120 Kg P2O5 ha-1, quando comparada a testemunha, para

cultivar BRS Sambaíba, por exemplo. Entretanto, as interações entre Serra do

Penitente com as cultivares apresentaram comportamento contrário (Figura 6 B).

Resultado semelhante ao diâmetro também foi observado para estatura de

plantas. Ocorreu diferença entre a cultivar Sambaíba e Msoy 9144 RR na dose de

240 Kg P2O5 ha-1 e na testemunha, na microrregião Serra do Penitente e Pé de

Galinha, respectivamente. Quando verificado as diferenças entre microrregiões para

ambas as cultivares em todas as doses, não foram constatadas diferenças

significativas (Tabela 4). Para o efeito de doses, os dados de todas as interações

para a estatura variou entre 69 e 73cm, na menor dose testada (0 Kg P2O5 ha-1)

(Figura 6 C).

No estudo de Valadão Junior et al. (2008) no Estado de Rondônia, em que

foram avaliadas as características agronômicas e o rendimento de grãos de

cultivares de soja, cultivadas em solo com baixo teor de fósforo, e submetidas a

diferentes níveis de adubação fosfatada, o modelo de regressão quadrático foi o que

melhor descreveu o efeito das doses de fósforo sobre estatura de plantas. A partir

da derivação da função verificaram que a estatura máxima estimada foi de 66,35 cm,

obtida com a dose de 140 kg ha-1 de P2O5. Este valor é semelhante aos encontrados

por Araújo et al., (2005) para o Estado de Roraima, os quais, embora trabalhando

com outras cultivares de soja , encontraram estatura média de 70,4 cm.

Alcântara Neto et al., (2010) em experimentos com soja, com cinco doses de

fósforo (0; 40; 60; 100; 120 e 140 kg ha-1 de P2O5), na forma de superfosfato triplo

aplicado verificaram que a dose de 95,60 kg ha-1 de P2O5, promoveu a estatura

máxima das plantas de 56,69 cm. O valor de estatura de planta, encontrado, ficou

acima do recomendado por Sediyama et al. (2005), os quais citam que a estatura

mínima desejável para a colheita mecanizada em solos de topografia plana está em

torno de 50 a 60 cm.

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

80

Tabela 4 - Teor de cobre (mg dm-3

) nas folhas, diâmetro do caule (cm) e estatura de plantas (cm) das cultivares de soja BRS Sambaíba e Msoy 9144 RR em função de diferentes doses de fósforo (0, 60, 120 e 240 Kg P2O5 ha

-1), nas microrregiões Serra do Penitente e Pé de Galinha

Doses de fósforo

(Kg P2O5 ha-1

)

Serra do Penitente Pé-de-Galinha

BRS Sambaíba Msoy 9144 RR BRS Sambaíba Msoy 9144 RR

Cobre (mg dm

-3)

0 6,00 a* 5,67 a* 8,25 a 8,33 a

60 5,00 a* 4,75 a* 8,25 a 8,00 a

120 5,00 a* 5,00 a* 7,33 a 8,00 a

240 4,00 a* 4,00 a* 7,33 a 5,33 b

Diâmetro (cm)

0 0,73 ans

0,80 a* 0,82 a 0,92 a

60 0,82 ans

0,85 ans

0,81 a 0,90 a

120 0,78 bns

0,94 ans

0,90 a 0,95 a

240 0,73 b* 0,92 ans

1,10 a 1,05 a

Estatura das plantas (cm)

0 73,42 ans

71,22 ans

73,38 a 69,12 b

60 76,74 ans

73,50 ans

76,87 a 74,77 a

120 80,35 ans

73,82 ans

79,13 a 74,00 b

240 78,89 ans

71,09 bns

78,60 a 78,60 a 1/ Médias seguidas por mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste t (p≤0,05), comparando as

cultivares de soja dentro de cada microrregião para cada dose. ns

e * Não-significativo e significativo, respectivamente, pelo teste t (p≤0,05), comparando as microrregiões dentro de cada cultivar de soja para cada dose.

Doses de fósforo (Kg P2O

5 ha

-1)

0000 60606060 120120120120 240240240240

Co

bre

(m

g d

m-3

)

3

4

5

6

7

8

9

y (Pn+Sa) = 5,80 - 0,008x R2 = 0,91

y (Pn+Ms) = 5,50 - 0,006x R2 = 0,91

y (Pé+Sa) = 8,25 - 0,004x R2 = 0,71

y (Pé+Ms) = 8,73 - 0,012x R2 = 0,84

A

Doses de fósforo (Kg P2O

5 ha

-1)

0000 60606060 120120120120 240240240240

Diâ

metr

o (

cm

)

0,7

0,8

0,9

1,0

1,1

1,2

y (Pn+Sa) = 0,74 + 0,001x - 0,00001x2 R

2 = 0,71

y (Pn+Ms) = 0,79 + 0,002x - 0,00001x2

R2 = 0,92

y (Pé+Sa) = 0,82 - 0,0001x + 0,00001x2

R2 = 0,99

y (Pé+Ms) = 0,91 - 0,0001x + 0,00001x2 R

2 = 0,97

B

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

81

Doses de fósforo (Kg P2O

5 ha

-1)

0000 60606060 120120120120 240240240240E

sta

tura

(cm

)

68

70

72

74

76

78

80

82

y (Pn+Sa) = 73,14 + 0,09x - 0,0003x2

R2 = 0,97

y (Pn+Ms) = 71,29 + 0,04x - 0,0002x2 R

2 = 0,99

y (Pé+Sa) = 73,34 + 0,07x - 0,0002x2 R

2 = 0,99

y (Pé+Ms) = 69,81 + 0,06x - 0,0001x2 R

2 = 0,87

C

Figura 6 - Teor de cobre (mg dm-3

) nas folhas (A), diâmetro (cm) (B) e estatura de plantas (cm) (C) das cultivares de soja BRS Sambaíba (Sa) e Msoy 9144 RR (Ms) em função de diferentes doses de fósforo (0, 60, 120 e 240 Kg P2O5 ha

-1) nas microrregiões Serra do Penitente

(Pn) e Pé de Galinha (Pé)

Para as variáveis cálcio, ferro, zinco e produtividade de grãos verificou-se

efeito simples do fator de tratamento microrregião. A soja cultivada na Serra do

Penitente apresentou 39% mais ferro e produtividade de grãos 8,4% superior a soja

oriunda de Pé de Galinha. Para os teores de cálcio e zinco, a microrregião Pé de

Galinha obteve os maiores percentuais, 17,5 e 22,2%, respectivamente, ao ser

comparada a Serra do Penitente (Tabela 5).

Para Alcântara Neto et al. (2010) a produtividade de grãos de soja apresentou

curva de resposta quadrática à adubação fosfatada. A produtividade máxima

estimada foi de 2.614,7 kg ha-1 de grãos de soja, obtida com a dose de 94,8 kg de

P2O5. Da mesma forma, Schlindwein e Giannello (2005) também encontraram

resposta quadrática quanto à aplicação de doses de fósforo, em solos de cerrado.

Respostas a doses muito altas de fósforo são comuns em solos com baixos

teores de fósforo disponível. Esses valores podem ser explicados pelo fato da

resposta da cultura ao uso de fertilizantes depender do estado de fertilidade do solo.

Assim, solos de baixa fertilidade apresentam alta probabilidade de resposta ao uso

de nutrientes (ALCÂNTARA NETO et al., 2010).

Para Lantmann et al. (1996), a soja cultivada em solos de cultivo antigo,

apresenta satisfatória produtividade de grãos, mesmo sem a ocorrência de

adubação. O que comprova que a planta é capaz de utilizar o fósforo residual de

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

82

adubações anteriores, desde que esteja acima dos níveis críticos, como ocorrido

neste trabalho.

Richart et al (2006) compararam o efeito residual do fosfato natural reativo

oriundo do Marrocos (Youssoufia), em relação ao superfosfato triplo, sobre a

produtividade e componentes da produção da soja. Os autores verificaram que não

houve efeito significativo das fontes, evidenciando que em solos com adequada

disponibilidade de fósforo, caso do presente trabalho, os fosfatos se equivaleram no

fornecimento de fósforo para as plantas.

Tabela 5 - Teores de cálcio (g Kg-1

), ferro e zinco (mg dm-3

) nas folhas e produtividade de grãos (sacos ha

-1) em função de diferentes microrregiões

Microrregiões Cálcio (g Kg

-1)

Ferro (mg dm

-3)

Zinco (mg dm

-3)

Produtividade de grãos

(sacos ha-1

)

Serra do Penitente 6,80 * 149,71 * 50,54 * 47,05 *

Pé de Galinha 7,99

107,76

61,74

43,41 * Significativo pelo teste t (p≤0,05).

A variável peso de mil grãos apresentou interação entre os fatores de

tratamento cultivar e microrregião. Ao realizar a comparação entre cultivares de soja,

tanto na Serra do Penitente quanto no Pé de Galinha, a „Msoy 9144 RR‟ superou a

„BRS Sambaíba‟. Na comparação de microrregiões, em ambas as cultivares, a Serra

do Penitente deteve os melhores resultados (Tabela 6).

Rosolem e Tavares (2006) observaram que praticamente todas as

características analisadas foram alteradas pela deficiência de fósforo, com exceção

da estatura de plantas, peso de grãos por planta e número de grãos por vagem.

Entretanto, Lima et al. (2008) compararam por quatro safras a produtividade e

adaptação de genótipos de soja convencional e transgênica resistente ao glifosato,

de diferentes grupos de maturação e verificaram não haver diferenças de

produtividade entre os genótipos estudados.

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

83

Tabela 6 - Peso de mil grãos (g) das cultivares de soja BRS Sambaíba e Msoy 9144 RR em função de diferentes doses de fósforo (0, 60, 120 e 240 Kg P2O5 ha

-1) nas microrregiões Serra do Penitente e

Pé-de-Galinha

Cultivares de soja

Microrregiões

Serra do Penitente Pé-de-Galinha

Peso de mil grãos (g)

BRS Sambaíba 156,44 b* 134,36 b 1/

Msoy 9144 RR 160,47 a* 147,10 a 1/ Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste t (p≤0,05), comparando

as cultivares de soja em cada microrregião. * Significativo pelo teste t (p≤0,05), comparando as microrregiões dentro de cada cultivar de soja.

4.4 Conclusões

O nitrogênio no tecido foliar responde positivamente a dose de 120 kg P2O5

ha-1 na Serra do Penitente e negativamente na microregião Pé de Galinha, enquanto

que o manganês demonstra comportamento inverso ao teor de nitrogênio.

A soja cultivada na Serra do Penitente apresenta maior teor de ferro e

produtividade de grãos superior a soja oriunda da microrregião Pé de Galinha.

O teor de cobre no tecido foliar é decrescente com o incremento das doses de

fósforo, para ambos locais e cultivares.

A soja convencional difere da soja transgênica, na testemunha e na dose de

120 kg P2O5 ha-1 para a variável enxofre e na dose de 120 kg P2O5 ha-1 ambas

caracterizaram o mesmo desempenho, uma redução na absorção desse nutriente.

Para os teores de cálcio e zinco, a microrregião Pé de Galinha obteve os

maiores percentuais, ao ser comparada a Serra do Penitente.

O teor dos nutrientes fósforo e potássio no tecido foliar respondem

diferentemente a adubação fosfatada e as microrregiões em ambas cultivares.

Para a variável peso de mil grãos tanto na Serra do Penitente quanto no Pé

de Galinha, a soja transgênica superou a soja convencional.

Na comparação de microrregiões, em ambas as cultivares, a Serra do

Penitente deteve os melhores resultados.

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

84

4.5 Referências

ALCÂNTARA NETO, F.; GRAVINA, G. A.; SOUZA, N. O. S.; BEZERRA, A. A. C. Adubação fosfatada na cultura da soja na microrregião do Alto Médio Gurguéia. Revista Ciência Agronômica, v. 41, n. 2, p. 266-271, abr-jun, 2010. AO, Xue; GUO, Xiao-hong; ZHU, Qian; ZHANG, Hui-jun; WANG, Hai-ying; MA Zhao-hui; HAN, Xiao-ri; ZHAO, Ming-hui; XIE, Fu-ti. Effect of Phosphorus Fertilization to P Uptake and Dry Matter Accumulation in Soybean with Different P Efficiencies. Journal of Integrative Agriculture, v.13, n. 2, p. 326-334, 2014. ARAÚJO, W. F.; SAMPAIO, R. A.; MEDEIROS, R. D. Resposta de cultivares de soja à adubação fosfatada. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v. 36, n. 02, p. 129-134, 2005. BLOOM, A.J.; MEYERHOFF, P.A.; TAYLOR, A.R.; ROST, T.L. Root Development and Absorption of Ammonium and Nitrate from the Rhizosphere. Journal of Plant Growth Regulation, Springer Verlag KG, Germany, v.21, p.416-431, 2003. BORÉM, A. Variedades transgênicas e meio ambiente: segurança ambiental das variedades comerciais. Biotecnologia, Ciência e Desenvolvimento, n. 34, jan/jun, 2005. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de sementes. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília, DF: Mapa/ACS, 2009. 395p. BROCH, D. L.; NOLLA, A.; DEL QUIQUI, E. M.; Possenti, J. C. Influência no Rendimento de Plantas de Soja pela Aplicação de Fósforo, Calcário e Gesso em um Latossolo Sob Plantio Direto. Revista Ciências Exatas e Naturais, v.10, n. 2, 2008. CAIONE, Gustavo; LANGE, Anderson; BENETT, Cleiton Gredson Sabin; FERNANDES, Francisco Maximino. Fontes de fósforo para adubação de cana-de-açúcar forrageira no Cerrado. Pesq. Agropec. Trop., Goiânia, v. 41, n. 1, p. 66-73, 2011. DEON, Magnus Dall‟Igna. Crescimento e nutrição mineral da soja submetida a excesso de P, S, K, Ca e Mg em solução nutritiva. 2007. 71f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba.

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

85

FEHR, W.R.; CAVINESS, C.E. Stages of soybean development. Ames: State University of Science and Technology, 1977. 11 p. (Special report, 80). GEMENET, D. C.; HASH, C. T.; SANOGO, M. D.; SY, O.; ZANGRE, R. G.; LEISER, W. L.; HAUSSMANN, B. I.G. Phosphorus uptake and utilization efficiency in West African pearl millet in bred lines. Field Crops Research, v. 171, p. 54–66, 2015. HENRY, A. E., CHINEDU, P. P. Cowpea (Vigna unguiculata L. Walp) response to phosphorus fertilizer under two tillage and mulch treatments. Soil & Tillage Research, v. 136, p. 70–75, 2014. JAMES, C. Global Status of Commercialized Biotech/GM Crops: 2013. ISAAA Brief. ISAAA: Ithaca, NY, n. 46, 2013 .Disponível em: http://www.isaaa.org/resources/publications/briefs/46/executivesummary/pdf/Brief%2046%20-%20Executive%20Summary%20-%20English.pdf. Acesso em 12 dez. 2014. KANG, Li-yun; YUE, Shan-chao; LI, Shi-qing. Effects of Phosphorus Application in Different Soil Layers on Root Growth, Yield, and Water-Use Efficiency of Winter Wheat Grown Under Semi-Arid Conditions. Journal of Integrative Agriculture, v. 13, n. 9, p. 2028-2039, 2014. KÖPPEN, W.; GEIGER, R. Klimate der Erde. Gotha: Verlag Justus Perthes. 1928. Wall-map 150cmx200cm. KURIHARA, C.H. Demanda de nutrientes pela soja e diagnose de seu estado nutricional. 2004. 101 f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. LANTMANN, A.F.; ROESSING, A.C.; SFREDO, G.J.; OLIVEIRA, M.C.N. de. Adubação fosfatada e potássica para sucessão soja-trigo em latossolo roxo distrófico sob semeadura direta. Londrina: Embrapa Soja, 1996. 44p. (Embrapa Soja. Circular Técnica, 15). LI, Q.; HU, Y.; CHEN, F.; WANG, J.; LIU, Z.; ZHAO, Z. Environmental controls on cultivated soybean phenotypic traits across China. Agriculture, Ecosystems and Environment, v.192, p. 12–18, 2014. LIMA, W. F.; PÍPOLO, A. E.; MOREIRA, J. U. V.; CARVALHO, C. G. P. de; PRETE, C. E. C., ARIAS, C. A. A.; OLIVEIRA, M. F. de; SOUZA, G. E. de; TOLEDO, J. F. F. de. Interação genótipo-ambiente de soja convencional e transgênica resistente a

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

86

glifosato, no Estado do Paraná. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.43, n.6, p.729-736, jun. 2008. MATTIONI, N. M.; SCHUCH, L. O. B.; VILLELA, F. A. Variabilidade espacial e efeito de atributos químicos de um latossolo na população de plantas e produtividade da cultura da soja. Revista da FZVA, Uruguaiana, v.19, n.1, p.20-32, 2013. MOREIRA, S. G.; PROCHNOW, L. I.; KIEHL, J. de C.; MARTIN NETO, L.; PAULETTI, V. Formas químicas, disponibilidade de manganês e produtividade de soja em solos sob semeadura direta. R. Bras. Ci. Solo, v.1, n.30, p.121-136, 2006. MURPHY, L. S.; ELLIS R.; ADRIANO, D. C. Phosphorus-micronutrient interaction effects on crop production. Journal of Plant Nutrition, New York, v. 3, p. 593-613, 1981. PAN, Xiang-wen, LI, Wen-bin, ZHANG, Qiu-ying, LI, Yan-hua; LIU, Ming-shan. Assessment on Phosphorus Efficiency Characteristics of Soybean Genotypes in Phosphorus-Deficient Soils. Agricultural Sciences in China, v. 7, n. 8, p. 958-969, 2008. RAIJ, B. van Fertilidade do solo e adubação. Piracicaba, Ceres/ POTAFOS, 1991. 343 p. RICHART, A.; LANA, M.C.; SCHULZ, L.; BERTONI, J. C.; BRACCINI, A. de L.. Disponibilidade de fósforo e enxofre para a cultura da soja na presença de fosfato natural reativo, superfosfato triplo e enxofre elementar. R. Bras. Ci. Solo, n.30, p.695-705, 2006. ROCHA, R. S.; SILVA , J. A. L. da; NEVES, J. A.; SEDIYAMA, T.; TEIXEIRA, R. C. Desempenho agronômico de variedades e linhagens de soja em condições de baixa latitude em Teresina-PI. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v. 43, n. 1, p. 154-162, 2012. ROGÉRIO, F., SILVA, T. R. B., SANTOS, J. I., POLETINE, J. P. Phosphorus fertilization influences grain yield and oil content in crambe, Industrial Crops and Products, v. 41, p. 266–268, 2013. ROSOLEM, C. A.; TAVARES, C. A. Sintomas de deficiência tardia de fósforo em soja. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 30, n. 02, p. 385-389, 2006. SAS INSTITUTE. SAS user's guide: statistics, version 9.1. Cary: SAS Institute, 2002.

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

87

SCHLINDWEIN, J. A.; GIANELLO, C. Doses de máxima eficiência econômica de fósforo e potássio para culturas cultivadas no sistema de Plantio Direto. Revista Plantio Direto, n. 85, p. 20-25, 2005. SEDIYAMA, T.; TEIXEIRA, R. C.; REIS, M. S. Melhoramento da soja. In: BORÉM A. Melhoramento de espécies cultivadas. Viçosa: Editora UFV, 2005. p. 553-603. SFREDO, G.J.; BORKERT, C.M.; OLIVEIRA, M.C.N. de; WOBETO, C. e ALMEIDA, J. Determinação da relação ótima entre Ca, Mg e K para a cultura da soja em solos do Paraná. In: RESULTADOS de pesquisa de soja 1991/92. Londrina, 1999a. 816 p. (Embrapa Soja. Documentos, 138). SFREDO, G. J. Soja no Brasil: Calagem, Adubação e Nutrição Mineral. EMBRAPA Documento 305 pag. 120. Embrapa Soja. Londrina. PR. Set. 2008. 148 p. SILVA, F.C. Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizantes. Brasília: Embrapa, 2009. 627p. SILVA, Francisco Nildo da; FURTINI NETO, Antônio Eduardo; CARNEIRO, Leandro Flávio; MAGALHÃES, Ciro Augusto de Souza, CARNEIRO, Daniella Nogueira Moraes. Crescimento e produção de grãos da soja sob diferentes doses e fontes de fósforo em solos distintos. Revista Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 33, n. 5, p. 1220-1227, set./out., 2009. TAVARES, Leandro Augusto Félix. Avaliação da produtividade e demanda energética de duas cultivares de soja transgênica e uma não transgênica sob efeito dos preparos de solo. 2012. 71f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, 2012. Disponível em: <http://www.pg.fca.unesp.br/Teses/PDFs/Arq0756.pdf> Acesso em: 03 jan. 2015. VALADÃO JÚNIOR, D. D.; BERGAMIN, A. C.; VENTUROSO,L. R.; SCHLINDWEIN, J. A.; CARON, B. O. Adubação fosfatada na cultura da soja em Rondônia. Scientia Agraria, v. 09, n. 03, p. 369-375, 2008.

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

88

5 Estudo 2. Efeitos da adubação fosfatada em soja convencional e transgênica

sobre parâmetros de avaliação nutricional e compostos bioativos

Resumo

A soja é uma das mais importantes culturas do mundo, contribuindo não somente como fonte de óleo e proteína, mas também de compostos bioativos. Esses compostos apresentam composição diferenciada entre convencional e transgênica como já apontado pela literatura. Nesse contexto, objetivou-se avaliar em grãos de soja convencional e transgênica, a composição química e os compostos bioativos, e, também no óleo, o perfil de ácidos graxos e os teores de tocoferois em função de diferentes doses de fósforo para duas microrregiões. Para isso, foi realizado um experimento em delineamento experimental de blocos completos casualizados arranjados em esquema bifatorial, com quatro repetições. Para o fator A foi atribuído as cultivares de soja (uma convencional, BRS Sambaíba e outra transgênica, Msoy 9144 Roundup Ready - RR); e, ao fator B as doses de fósforo (0; 60; 120 e 240 kg de P2O5 ha-1 no sulco de semeadura, na forma de Superfosfato Triplo). Tanto na microrregião Pé de Galinha quanto na Serra do Penitente a soja convencional BRS Sambaiba obteve maiores teores de β-glicosídeos, malonilglicosídeos, gliciteína, genisteína quando comparada a transgênica Msoy 9144 RR, que caracterizou maior teor de daidzeína em ambas as microrregiões. Quanto às doses, as maiores respostas foram obtidas nas isoflafonas e nos ácidos graxos para 120 e 240 Kg ha de P2O5, independente de local e cultivar. A altitude foi responsável por diferenciar as duas microrregiões, influenciando diretamente em maiores teores de proteína, lipídeo, carotenoides totais e γ -tocoferol na microrregião Serra do Penitente e, de ácido fítico e δ -tocoferol na microrregião Pé de Galinha. Estes resultados mostram a necessidade de mais estudos para aprofundar o conhecimento sobre o efeito do local de cultivo, bem como da cultivar e principalmente de doses de fósforo utilizados.

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

89

5.1 Introdução

A produção mundial de soja em 2013 foi de 276,4 milhões de toneladas,

sendo os principais países produtores, os Estados Unidos (32,4%), Brasil (29,6%),

Argentina (17,8%) e China (4,5%) (FAO, 2015). Com uma área plantada em 2013 de

cerca de 30,7 milhões de hectares nos EUA, a soja Roundup Ready GM contribuiu

com 94% da produção, assim como no Brasil e Argentina (USDA, 2015). Cultivada

especialmente nas regiões Centro Oeste e Sul do Brasil, a soja se firmou como um

dos produtos mais destacados da agricultura nacional, expandindo para as regiões

Norte e Nordeste na década de 70. Na Região Nordeste, o Estado do Maranhão é

responsável por 29% da produção (IBGE, 2015).

A soja é uma das mais importantes culturas no mundo, contribuindo não

somente como fonte de óleo e proteína, mas também de compostos bioativos (KIM

et al., 2014). Seus potenciais benéficos para a saúde vêm sendo investigados, quer

seja pelo seu elevado teor de proteína de qualidade nutricional adequada, quer por

seu conteúdo significativo em minerais e fibras, ou ainda devido a seu teor de

compostos fenólicos ou polifenóis, que são compostos bioativos das plantas, com

diferentes estruturas químicas, apresentando extensa ação antioxidante e

consequentemente efeitos benéficos à saúde.

Os compostos boativos apresentam composição diferenciada entre soja

convencional e transgênica como já apontado pela literatura. Um estudo, por

exemplo, relatou ligações entre a aplicação de glifosato em soja transgênica e

diminuição dos níveis de ácido α-linolênico (ALA) e ferro, e aumento dos níveis de

ácido oleico (ZOBIOLE, et al., 2010). Em outro estudo, os autores relataram uma

redução de 12-14% nos níveis de fitoestrógenos em linhagens de soja transgênica

em comparação com convencionais isogênicos (LAPPÉ et al., 1998). Entretanto, o

teor de isoflavonas em soja transgênica pode ser menor ou maior quando

comparado com soja convencional (WEI; JONE; FANG, 2004). Outra correlação

importante a ser destacada é a diferença nos teores de ácido fítico encontrados na

cultivar geneticamente modificada (VMAX RR) e na VMAX convencional (MOREIRA

et al., 2012).

Além do genótipo outros fatores podem contribuir para modificar esses

compostos. Alguns estudos indicam a influência do ambiente de crescimento em

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

90

proteína, na composição de ácidos graxos, lipoxigenases, inibidor de tripsina

(CHAPMAN; ROBERTSON; BURDICK, 1976; PIPER; BOOTE, 1999; NIAN et al.,

1996; THOMAS et al., 2003; KUMAR et al., 2003; PIPOLO et al., 2004). As cultivares

de soja contem cerca de 15-20% da fração lipídica, e este acúmulo é influenciado

por condições climáticas, localização geográfica, solo e procedimentos agronômicos

(SOUZA et al., 2009; KUMAR et al., 2006).

Embora o fósforo não seja o principal elemento utilizado pela cultura da soja,

é participante de diversas reações bioquímicas e fisiológicas que culminam no

acúmulo de fitoquímicos, entre eles, o ácido fítico, responsável pelo armazenamento

de fósforo nas plantas. Raboy; Dickinson e Below, (1984) afirmaram que quanto

maior a quantidade desse elemento no solo, maiores serão os teores de ácido fítico

nos grãos de soja.

Desta forma, objetivou-se avaliar em grãos de soja convencional e

transgênica, a composição química e os compostos bioativos, e, também no óleo, o

perfil de ácidos graxos e os teores de tocoferois em função de diferentes doses de

fósforo para duas microrregiões.

5.2 Material e métodos

5.2.1 Reagentes químicos

Os reagentes β-caroteno, reagente Folin-Ciocalteu, ácido 2,2'-azinobis-3-

etilbenzotiazolina-6-sulfônico (ABTS), ácido 2-carboxílico-6-hidroxi-2,5,7,8-

tetrametilcromano (Trolox) e os ácidos caproico, caprílico, cáprico, caproleico,

láurico, dodecenoico, mirístico, miristoleico, palmítico, palmitoleico, margárico,

heptadecenoico, esteárico, oleico, linoleico, linolênico, araquídico, gadoleico,

eicosadienoico, eicosadienoico, eicosatrienoico, tetraenoico, lignocérico e nervônico

foram adquiridos da Sigma-Aldrich, St. Louis, EUA. Os reagentes utilizados nas

análises espectrofotométricas e cromatográficas foram de grau HPLC e, para as

demais análises utilizaram-se reagentes com grau de pureza para análise (p.a.).

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

91

5.2.2. Amostragem e caracterização dos grãos de soja

Os experimentos foram conduzidos a campo, na estação de cultivo 2011/12,

em áreas comerciais localizadas nas Fazendas Santa Rita (8°40‟29”S e 46°00‟34”O

e 524m de altitude) inserida na região da Serra do Penitente e Fazenda Arizona

(7°52‟48”S e 46°00‟00”O e 333m de altitude) pertencente a região denominada Pé

de Galinha, nos municípios de Tasso Fragoso e Balsas, respectivamente, ambos no

Maranhão (MA), Brasil.

O clima da região conforme a classificação de Köppen e Geiger (1928) é do

tipo Aw, tropical chuvoso, com chuvas no verão e seca no inverno. Esta

classificação é característica de duas estações bem definidas, sendo o período

chuvoso que abrange os meses de outubro a maio, propício ao cultivo de soja. O

solo da região é classificado como Latossolo Amarelo distrófico (Embrapa-CNPS,

2006). Os solos das áreas experimentais foram analisados quanto às características

químicas e físicas antes da instalação dos experimentos (Tabela 1). Os dados locais

de temperatura mínima, máxima e precipitação pluviométrica referentes ao período

de duração dos experimentos foram obtidos junto à Estação Meteorológica de

Balsas/MA distante 30 km da Fazenda Arizona e, na Estação Meteorológica da

Fazenda Parnaíba (Grupo SLC) localizada no município de Tasso Fragoso/MA,

distante 12 Km da Fazenda Santa Rita (Figura 1).

Tabela 1 - Características químicas e físicas de amostras dos solos, antes da instalação dos experimentos

Área

Complexo Sortivo

pH M.O. P1/ K

1/ Ca

2/ Mg

2/ Al

2/ H+Al

3/ SB CTC

CaCl2 g kg-1

mg dm-3

--------------------------------c mol dm-3

-------------------------

Penitente 5.0 28.3 12.6 0.14 3.21 1.56 0.0 4.07 4.91 8,98 Pé de Galinha

5.4 16.8 16.0 0.07 3.37 1.17 0.0 1.09 4.61 5,70

Área

Saturação do Complexo Sortivo Análise Granulométrica

V m Ca Mg K Areia Silte Argila Classe Textural

--------------------------- %----------------------- ---------- g Kg-1

--------

Penitente 54.6 0.0 35.7 17.4 1.5 420 90 490 Argilosa Pé de Galinha

80.9 0.0 59.1 20.5 1.3 550 60 390 Argilosa

1/ Extrator Mehlich-1.

2/ Extrator KCl 1.0 mol L

-1.

3/ Extrator Ca(OAc)2 0.5 mol L

-1, pH 7.0.

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

92

No

v/1

1

De

z/1

1

Ja

n/1

2

Fe

v/1

2

Ma

r/1

2

Ab

r/1

2Tem

pera

tura

mín

ima (

°C)

20,5

21,0

21,5

22,0

22,5

23,0

Pé de Galinha

Serra do Penitente

A

No

v/1

1

De

z/1

1

Ja

n/1

2

Fe

v/1

2

Ma

r/1

2

Ab

r/1

2Tem

pera

tura

máxim

a (

°C)

30

31

32

33

34

Pé de Galinha

Serra do Penitente

B

No

v/1

1

De

z/1

1

Ja

n/1

2

Fe

v/1

2

Ma

r/1

2

Ab

r/1

2

Pre

cip

itação (

mm

)

50

100

150

200

250

Pé de Galinha

Serra do Penitente

C

Figura 1 - Médias mensais de temperatura mínima (A) e máxima (B) e soma da precipitação

pluviométrica (mm) mensal (C), entre os meses de novembro de 2011 e abril de 2012,

nas microrregiões dos experimentos, obtidos juntamente as estações meteorológicas

de Fragoso (Serra do Penitente) e de Balsas (Pé de Galinha)/MA.

Em cada microrregião, Serra do Penitente e Pé de Galinha/MA, foi utilizado

delineamento de casualização de blocos completos em esquema bifatorial, com

quatro repetições. Para o fator A foi atribuído as cultivares de soja (uma

convencional, BRS Sambaíba e outra transgênica, Msoy 9144 Roundup Ready -

RR); e, ao fator B as doses de fósforo (0; 60; 120 e 240 kg de P2O5 ha-1 no sulco de

semeadura, na forma de Superfosfato Triplo). Sousa et al. (2002) relataram a

existência de resposta à aplicação de P até a dose de 300 kg ha-1 de P2O5, o que

evidencia, também, a baixa disponibilidade desse nutriente. As sementes das

cultivares utilizadas pertencentes à Classe Fiscalizada (S1) foram fornecidas pela

empresa multiplicadora Sementes Cajueiro (RENASEM: MA0010/2005). Ambas

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

93

cultivares, de ciclo médio, foram utilizadas por serem as mais cultivadas em lavouras

comerciais na região do estudo.

A unidade experimental foi composta por sete fileiras de 7,0 m de

comprimento, com espaçamento de 0,5 m, com 11 sementes por metro linear,

conforme especificação da cultivar, perfazendo uma população de 220.000 plantas

por hectare. A área total de cada parcela foi de 24,5 m2.

Os manejos e tratos culturais foram realizados seguindo-se as

recomendações técnicas da cultura (EMBRAPA, 2010). As sementes foram

previamente tratadas com Inoculante Líquido Masterfix Soja® (5 bilhões de bactérias

mL-1 de Bradyrhizobium japonicum), na dose de 250 mL 100 kg-1 de sementes,

inseticida Standak® na dose de 200 mL 100 kg-1 de sementes, fungicida Maxim XL®

na dose de 100 mL 100 kg-1 de sementes e herbicida pré-emergente Dual Gold® na

dose de 1,2 L ha-1.

No desenvolvimento da cultura aplicou-se inseticidas Ampligo® e Engeo

Pleno® nas dose de 100 mL ha-1, nos estádios V6, R1 e R5.1 e 200 mL ha-1, nos

estádios R1 e R5.1, respectivamente. O fungicida aplicado foi Priori Xtra®, na dose

de 300 mL ha-1, nos estádios R1 e R5.1 e para o controle de plantas daninhas pós-

emergente realizou-se controle mecânico.

A colheita foi realizada manualmente, em ambos os locais, no estádio de

desenvolvimento R8, ou seja, quando 95% das vagens apresentavam a coloração

típica de vagem madura (FEHR et al., 1977). A área útil de cada parcela foi de 15 m2

representada pelas cinco fileiras centrais de 6 m de comprimento, devido ao

descarte 0,5 m de cada extremidade da parcela. Após a colheita, as plantas da área

útil de cada parcela, estando amarradas em feixes, foram identificadas e levadas

para a trilha em trilhadeira estacionária. Os grãos de cada amostra foram coletados

separadamente, identificados e armazenados em freezer (−18 °C) até o momento da

realização das análises.

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

94

5.2.3 Análises dos grãos

5.2.3.1 Composição centesimal

A composição centesimal foi determinada, com a realização das análises de

umidade por método gravimétrico; cinzas por gravimetria após incineração da

amostra; fibra bruta por digestão ácida e alcalina; lipídeos (extrato etéreo em

Soxhlet); proteína em método micro-Kjeldahl com utilização do fator 6,25 para

conversão do nitrogênio em teor proteico e carboidratos por diferença, subtraindo de

100 a soma dos valores obtidos de umidade, proteína, lipídeos, cinzas e fibra bruta

(AOAC, 1995).

5.2.3.2 Teor de compostos fenólicos totais

A extração foi realizada segundo método descrito Mira et al., (2009). Para

essa etapa, 2 g de grãos macerados foram adicionados em 10 mL de metanol, com

posterior agitação por 10 min e centrifugação a 7.600 rpm por 15 min (Centrifuge

Eppendorf 5430 R, Hamburg, Alemanha). O processo foi repetido sequencialmente

com 10 e 5 mL de metanol, os sobrenadantes foram coletados e unidos, totalizando

um volume de 25 mL de extrato. O teor de compostos fenólicos foi determinado pelo

método Folin-Ciocalteu (SHAHIDI; NACZK, 1995). Para a reação, 100 µL do extrato

metanólico foram adicionados a 400 µL de água destilada e 250 µL de reagente

Folin-Ciocalteu (1N). Após 8 minutos foram adicionados 1,25 mL de carbonato de

sódio (Na2CO3) a 7%. A mistura foi colocada em repouso à temperatura ambiente

durante 2 h. O sobrenadante foi medido no comprimento de onda de 725 nm

utilizando um espectrofotômetro Ultrospec 2000 UV-visível (Amersham Biosciences,

Cambridge, Reino Unido). Os resultados foram expressos em mg de equivalentes de

ácido gálico (GAE) por 100 g de peso seco da amostra.

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

95

5.2.3.3 Teor de ácido fítico

Foram pesados 0,015 gramas de grãos moídos em microtubos Eppendorf®,

após foi adicionado 1,5mL de HCl (0,2 mol L-1), seguido de agitação por 30 minutos

a 25°C e centrifugação a 17.200 rpm por 15 minutos (Centrifuge Eppendorf 5430 R,

Hamburg, Alemanha). Em 0,5 mL do sobrenadante foi adicionado 1 mL de cloreto

férrico (FeCl3), após as amostras foram levadas a 100 °C durante 30 min e

posteriormente, centrifugadas em 3000 x g durante 15 minutos. A reação foi

realizada em 0,5 mL do sobrenadante adicionando 0,75 mL de bipiridina. A leitura foi

realizada em espectrofotômetro no comprimento de onda de 519 nm (HAUG;

LANTZSCH, 1983). Os resultados foram expressos em mg de ácido fítico hidrato de

sal dissódico por 100 mL-1.

5.2.3.4 Teor de isoflavonas

As amostras foram extraídas com 80% de metanol aquoso (20: 1 v / w), sob

agitação durante 2 h a 4 °C, de acordo com Genovese e Lajolo (2001). Os

homogeneizados foram filtrados através de papel de filtro Whatman n°. 06 e

concentrados em evaporador rotativo (Rotavapor RE 120, Buchi, Flawil, Suécia) em

≤40 °C até a eliminação de metanol O volume dos extratos foi ajustado para 5 mL

com metanol de grau HPLC, e alíquotas foram filtradas através de uma unidade de

filtro de 0,22 um PTFE (politetrafluoretileno, Millipore Ltda., Bedford, MA, EUA) para

a injeção no HPLC. A separação e quantificação das isoflavonas foi realizada com

coluna C18 Sinergia, 4 μ RP fusão (de 25 cm x 4,6 mm Dl) (Phenomenex, Torrance,

CA, EUA) e um sistema Hewlett Packard 1100 equipado com auto-amostrador,

detector de matriz de diodos, e software ChemStation (Agilent Technologies, Palo

Alto, CA, EUA). Os solventes de eluição foram: A, água:acetonitrila:ácido acético

(95: 5: 0,1) e B, acetonitrila: ácido acético (99,9: 0,1). O gradiente de solvente foi o

mesmo utilizado por Genovese e Lajolo (2001), a uma taxa de fluxo de 1 mL min-1.

Os eluentes foram monitorizados a 255 e 320 nm, e as amostras foram injetadas em

duplicata. A identificação foi feita com base no tempo de retenção e espectros em

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

96

comparação com padrões conhecidos, e a quantificação foi baseada em calibração

externa. As isoflavonas foram comparadas a 12 padrões de LC Laboratories

(Woburn, MA, EUA). A calibração foi efetuada por injeção dos padrões por três

vezes em cinco concentrações diferentes (R2≥0.999). O teor de isoflavonas foi

expresso em mg 100 g -1 de peso seco de amostra.

5.2.3.5 Capacidade antioxidante (ABTS)

A atividade antioxidante foi determinada pelo método do radical ABTS

segundo Re et al., (1999). Adicionou-se 0,1 mL (100 μL) do extrato em tubo de

Falcon® de 15 mL e a este 3,9 mL (3900 μL) da solução diluída de ABTS com

absorbância 0,700±0,05 nm. A mistura foi agitada em vortex, e após 6 minutos foi

realizada a leitura em espectrofotômetro a 734 nm, com aparelho zerado com álcool

etílico. A atividade antioxidante foi expressa em mg de equivalente ao trolox por 100

gramas de peso seco de amostra.

5.2.4 Análises do óleo

5.2.4.1 Índice de qualidade

Para avaliar a qualidade dos óleos determinou-se a acidez, o índice de

peróxidos e índice de iodo. A determinação da acidez foi realizada segundo o

método da AOCS (Ca 5a - 40, 1998), sendo os resultados expressos em percentual

de ácido oleico. A determinação do índice de peróxido foi realizada segundo a

AOCS (Cd8-53, 1998), expressando-se em meq.gO2 kg-1 de amostra. A

determinação do índice de iodo foi realizada segundo o método descrito na AOCS,

(1995), expressando os resultados em g I2 por 100 gramas.

Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

97

5.2.4.2 Perfil de ácidos graxos

A análise de ácidos graxos foi realizada segundo método descrito por

Hartman e Lago (1973), adicionando à amostra 500 μL de KOH 0,1 N, que

permaneceu em banho-maria (60 ºC por 2 horas). Após a amostra esfriar, foi

adicionado na mesma, 1,5 mL de H2SO4 1 M, e posteriormente levadas novamente

ao banho-maria (60 oC a 2 horas). Após o resfriamento da amostra, acrescentou-se

2 mL de hexano, com posterior agitação dos tubos e coleta de 1 mL da fase de

hexano, que contém os ésteres metílicos de ácidos graxos. Foi injetado 1 μL desta

fase em cromatógrafo gasoso-CG (Perkin Elmer Clarus500), provido com detector

FID, coluna capilar (Phenomenex) com fase líquida constituída de 5 % de fenil e 95

% de dimetilpolisiloxano e com dimensões 15 m x 0,32 mm x 0,1 μm. Os dados

foram adquiridos e processados com auxílio do software Clarus 500. Utilizou-se

gradiente de temperatura, com temperatura inicial da coluna de 90 °C, mantida por 1

minuto; após, passar para 160 °C com incremento linear de 12 °C min-1, mantida por

3,5 minutos; seguindo a 190 °C com incremento linear de 1,2 °C min-1; e finalmente

a 230 °C com incremento linear de 15 °C min-1, mantida por 15 minutos. O injetor e o

detector foram mantidos na temperatura de 230 °C e 240 °C, respectivamente.

Utilizou-se o nitrogênio como gás de arraste a 1,5 mL m-1. Os ácidos graxos foram

identificados pela comparação com os tempos de retenção dos padrões de ésteres

metílicos contendo os ácidos caproico, caprílico, cáprico, caproleico, láurico,

dodecenoico, mirístico, miristoleico, palmítico, palmitoleico, margárico,

heptadecenoico, esteárico, oleico, linoleico, linolênico, araquídico, gadoleico,

eicosadienoico, eicosadienoico, eicosatrienoico, tetraenoico, lignocérico e nervônico.

O teor de cada ácido graxo nas amostras foi calculado de acordo com a área de

cada um dos picos obtidos nos cromatogramas, multiplicadas por 100 e dividido pela

área total de ácidos graxos da amostra, sendo os resultados expressos em

percentagem.

Page 98: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

98

5.2.4.3 Carotenoides totais

Foram pesadas 2,5 gramas de óleo em balão volumétrico de 10 mL,

completando o volume com uma solução de isooctano:etanol (3:1). Após os balões

foram cobertos com papel alumínio e em seguida foi realizada a leitura em

espectrofotômetro no comprimento de onda de 450 nm (ZAMBIAZI, 1997). Os

resultados foram expressos em mg β Caroteno 100g-1 da amostra de óleo.

5.2.4.4 Tocoferois

Para a determinação dos níveis de alfa (α), gama (γ) e delta (δ) tocoferóis foi

utilizada a adaptação da metodologia segundo Chen e Bergman (2005) e Pestana et

al., (2008). Foram pesados 150 mg de óleo em balão volumétrico de 5 mL, o volume

foi completado com isopropanol HPLC. Após centrifugação, uma alíquota de 10 μL

do sobrenadante foi injetada num cromatógrafo líquido Shimadzu Alta Eficiência

(HPLC-Shimadzu SLC-10AVP) com injetor automático, bomba quaternária e

detector de fluorescência operando com 290 nm de excitação e 330 nm de emissão,

equipado com uma coluna de fase reversaShimPack CLC-ODS (5 µm, 4,6 x 150

mm) com fase estacionária de octadecilo, temperatura 25 °C com fluxo de 1,0 mL

min-1. A separação foi efetuada utilizando um sistema de eluição de gradiente com

uma fase móvel constituída por metanol, acetonitrila e isopropanol, com uma fase

inicial de 40:50:10, respectivamente, mudando a proporção para 10 minutos de

funcionamento, para 65:30:5. Aos 12 minutos, voltou à proporção inicial de solvente

para dar tempo total de análise de 15 minutos. A identificação dos compostos foi

realizada por padrões cromatográficos, por comparação dos tempos de retenção, ao

passo que a quantificação foi realizada por integração das áreas obtidas (ClassVp

software) e interpolando com as respectivas curvas de calibração para cada

composto individual identificado (α, Υ e δ) . Os resultados foram expressos em mg

tocoferol 100g-1 óleo.

Page 99: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

99

5.2.5 Análise multivariada

A análise de componentes principais (PCA) foi extraída a partir de uma matriz

de correlação. Dessa forma, a informação contida nas variáveis originais foi

projetada em um número menor de variáveis subjacentes chamadas de

Componentes Principais (PCAs). O critério para descarte de variáveis (PCAs)

utilizado foi recomendado por Jolliffe (2002), esse critério estabelece que se deve

reter um número de componentes principais que contemple pelo menos, entre 70 e

90% da variação total. Após a seleção do número de PCAs, foram obtidos os seus

respectivos autovalores, com seus correspondentes autovetores. O procedimento

gráfico adotado foi o biplot, a partir dos escores e das cargas dos componentes

principais selecionados. (SAS Institute, 2002).

5.3 Resultados e discussão

Na tabela 2 constam as médias e os erros padrões de cada variável

dependente avaliada, considerando as diferentes cultivares e doses de fósforo.

Para explicar a distribuição dos grupos foi necessário um menor número de

componentes principais em função da quantidade de altas e/ou médias correlações

entre as variáveis dependentes, fator esse que é variável em função da população

estudada (MANLY, 2004). Portanto, de acordo com a regra de Jolliffe (2002) apenas

os dois primeiros PCs foram utilizados nas análises por contemplarem 70% da

variação.

Page 100: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

100

Tabela 2 - Variáveis dependentes avaliadas no grão e no óleo de cultivares de soja convencional BRS Sambaiba e transgênica Msoy 9144 em função de diferentes doses de fósforo para a microrregião Pé de galinha/MA.

Variáveis dependentes

Pé de Galinha

BRS Sambaiba Msoy 9144

0 60 120 240 1/ 0 60 120 240

No grão de soja

Umidade (%) 8.04±0.11 7.66±0.20 7.92±0.11 8.13±0.04 8.01±0.11 7.97±0.11 7.89±0.05 7.66±0.42 Cinza (%) 5.57±0.59 5.13±0.06 4.83±0.19 5.01±0.06 5.12±0.08 5.06±0.04 5.87±0.74 4.98±0.03 Fibra (%) 6.29±0.21 6.34±0.53 6.47±0.30 6.30±0.14 6.96±0.21 6.05±0.07 6.66±0.25 6.41±0.23 Lipídeo (%) 22.40±0.71 21.57±0.42 21.61±0.61 23.18±0.25 20.74±0.13 22.19±0.50 22.12±0.82 21.79±0.66 Proteína (%) 38.66±0.40 36.98±0.79 38.67±0.31 37.23±0.30 37.66±0.06 36.59±0.43 38.88±0.35 36.44±0.48 Carboidrato (%) 19.04±0.97 22.31±0.80 20.50±0.61 20.15±0.55 21.51±0.33 22.14±0.28 18.58±1.26 22.71±0.52 Fenólicos totais (mg 100g

-1) 2697±124.50 2283±91.29 2350±69.97 2179±47.98 2510±83.19 2437±60.02 2574±61.78 2672±46.71

Ácido fítico (mg 100g-1

) 4466±13.93 4383±219.64 4662±42.04 4349±151.6 4525±426.88 4753±4.95 4779±116.56 4609±100.43 β-glicosídeos* 67.39±0.87 75.43±0.53 69.74±0.33 69.11±0.65 59.28±0.57 61.80±0.07 64.61±0.54 65.07±0.27 Malonilglicosídeos* 31.13±0.68 33.26±0.27 32.80±0.08 30.51±0.31 25.76±0.36 28.25±0.32 28.53±0.35 28.40±0.25 Acetilglicosídeos Agliconas* 12.12±0.30 11.16±0.39 12.00±0.04 11.61±0.22 11.57±0.28 11.94±0.20 11.91±0.23 11.17±0.43 Daidzeína* 35.74±0.41 42.88±0.41 37.42±0.52 37.42±0.53 48.25±0.63 52.96±0.55 56.15±0.95 56.46±1.50 Gliciteína* 11.87±0.42 10.21±0.24 11.42±0.25 11.33±0.33 6.93±0.70 7.99±0.21 6.77±0.12 7.16±0.59 Genisteína* 64.57±0.42 68.63±0.05 63.79±0.48 63.45±0.42 53.97±0.32 56.06±0.93 57.58±0.39 56.87±0.72 ABTS (mg 100g

-1) 255.17±23.6 237.28±7.64 220.44±4.30 229.6±9.13 238.68±10.43 272.65±23.1 256.63±1.47 309.22±12.2

No óleo de soja

Índice de acidez (%) 0.87±0.07 0.87±0.06 0.93±0.04 0.87±0.02 1.08±0.08 1.09±0.09 1.09±0.03 1.08±0.12 Índice de peróxido 0.34±0.02 0.32±0.06 0.36±0.04 0.30±0.04 0.38±0.06 0.35±0.05 0.34±0.06 0.35±0.04 Índice de iodo 8.69±0.61 9.40±0.09 9.21±0.30 9.53±0.10 9.40±0.11 9.55±0.06 9.70±0.02 9.48±0.05 Ácido palmítico 16:0 (%) 12.02±0.47 10.30±0.16 11.27±0.17 10.33±0.12 13.55±1.30 10.51±0.006 12.33±1.54 10.66±0.09 Ácido esteárico 18:0 (%) 2.86±0.16 3.45±0.001 2.62±0.12 3.48±0.03 3.31±0.30 3.42±0.03 3.31±0.27 3.44±0.02 Ácido oleico 18:1 (%) 20.01±3.48 25.73±0.85 24.34±0.85 26.46±0.51 9.99±8.64 26.70±0.06 18.20±8.53 26.88±0.75 Ácido linoleico 18:2 (%) 58.71±2.49 54.23±0.66 55.53±0.78 53.73±0.36 65.46±6.15 53.44±0.09 59.56±6.20 53.07±0.60 Ácido linolênico 18:3 (%) 6.40±0.44 6.28±0.16 6.23±0.01 6.00±0.07 7.25±0.68 5.94±0.002 6.60±0.63 5.95±0.09 Ácido Graxo Saturado (%) 14.88±0.62 13.75±0.16 13.89±0.06 13.80±0.08 16.86±1.60 13.93±0.03 15.64±1.70 14.10±0.07 Ácido Graxo Insaturado (%) 85.12±0.62 86.24±0.16 86.10±0.06 86.20±0.08 82.71±1.84 86.07±0.03 84.36±1.70 85.90±0.07 Carotenoides totais (mg 100mL

-1) 13.87±1.27 16.32±0.57 14.94±0.54 18.25±0.20 14.93±0.46 18.45±0.73 14.68±0.16 14.96±1.99

δ- tocoferol 31.34±0.57 38.30±0.87 32.24±0.44 37.29±1.31 31.89±0.37 37.89±1.11 31.85±0.28 38.11±1.65 γ- tocoferol 73.76±0.81 76.73±0.25 73.72±0.49 73.94±1.54 72.62±1.02 74.74±1.02 72.78±0.75 77.27±2.19 α - tocoferol 0.55±0.25 0.00±0.00 1.61±0.09 0.00±0.00 2.00±0.39 0.00±0.00 2.14±0.12 0.00±0.00 1/

Adubação (Kg ha P2O5) * Isoflavonas. alfa (α), gama (γ) e delta (δ).

Page 101: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

101

Tabela 3 - Variáveis dependentes avaliadas no grão e no óleo de cultivares de soja convencional BRS Sambaiba e transgênica Msoy 9144 em função de diferentes doses de fósforo para a microrregião Serra do Penitente/MA.

Variáveis dependentes

Serra do Penitente

BRS Sambaiba Msoy 9144

0 60 120 240 1/ 0 60 120 240

No grão de soja

Umidade (%) 8.05±0.02 7.73±0.18 8.20±0.19 7.71±0.10 7.84±0.16 8.11±0.20 8.06±0.17 7.92±0.22 Cinza (%) 4.80±0.07 4.83±0.09 4.73±0.09 4.51±0.11 4.68±0.11 4.71±0.11 4.97±0.06 4.82±0.05 Fibra (%) 6.28±0.16 6.46±0.02 6.50±0.14 6.34±0.11 6.35±0.17 6.17±0.07 6.36±0.05 6.10±0.06 Lipídeo (%) 22.66±0.57 24.82±0.40 22.59±0.42 24.37±0.33 23.06±0.21 24.08±0.34 22.13±0.21 23.85±0.10 Proteína (%) 38.60±0.17 38.41±0.64 38.96±0.19 38.23±0.16 39.86±0.06 38.21±0.06 38.03±0.50 38.96±0.02 Carboidrato (%) 19.58±0.97 17.72±0.88 18.98±0.05 18.80±0.39 18.18±0.20 18.69±0.58 20.43±0.56 18.32±0.04 Fenólicos totais (mg 100g

-1) 2413±60.35 2078±77.03 2464±77.32 2221±22.74 2467±49.28 2450±52.59 2580±123.88 2104±107.38

Ácido fítico (mg 100g-1

) 3125±355.9 3056±163.88 3445±185.00 3472±38.57 3802±16.90 3493±128.54 3965±186.67 3769±52.40 β-glicosídeos* 67.41±0.94 77.24±0.59 76.39±0.14 75.89±0.20 59.40±0.62 64.77±0.36 67.22±1.05 68.47±0.28 Malonilglicosídeos* 32.21±0.38 35.41±0.24 36.78±0.18 36.94±0.56 25.63±1.77 29.79±1.58 32.61±0.17 27.79±0.33 Acetilglicosídeos Agliconas* 11.21±0.42 11.75±0.35 11.53±0.53 11.35±0.48 11.58±0.53 11.52±0.44 11.39±0.34 11.33±0.30 Daidzeína* 37.77±0.62 45.18±0.27 44.34±0.62 43.00±0.40 48.02±0.93 54.29±0.14 57.10±0.52 58.02±0.27 Gliciteína* 11.36±0.56 11.68±0.43 11.40±0.44 11.31±0.43 7.88±1.13 7.98±0.85 7.62±0.62 7.48±0.75 Genisteína* 66.04±0.28 70.45±0.36 74.49±0.82 71.25±0.76 57.74±1.74 61.03±0.15 60.87±1.12 62.73±0.74 ABTS (mg 100g

-1) 242.53±2.2 238.65±16.3 254.16±6.95 250.13±5.4 254.75±7.59 254.41±8.47 248.14±5.40 220.48±9.62

No óleo de soja

Índice de acidez (%) 0.72±0.03 0.69±0.01 0.67±0.02 0.68±0.01 0.68±0.03 0.71±0.005 0.66±0.01 0.47±0.23 Índice de peróxido 0.26±0.18 0.69±0.04 0.82±0.08 0.61±0.09 0.78±0.09 0.58±0.15 0.74±0.15 0.49±0.09 Índice de iodo 9.53±0.03 9.38±0.06 9.48±0.06 9.52±0.07 9.61±0.12 9.45±0.18 9.33±0.04 9.36±0.28 Ácido palmítico 16:0 (%) 11.38±0.19 10.98±0.06 11.07±0.22 11.16±0.14 11.20±0.16 11.31±0.24 11.28±0.10 11.19±0.12 Ácido esteárico 18:0 (%) 2.79±0.04 3.86±0.28 3.16±0.37 3.29±0.22 3.07±0.27 3.07±0.27 2.72±0.03 3.55±0.02 Ácido oleico 18:1 (%) 27.53±0.98 23.80±0.21 26.15±1.23 24.63±0.58 26.40±1.64 24.77±0.87 27.79±0.53 22.69±0.73 Ácido linoleico 18:2 (%) 52.51±0.96 54.83±0.13 53.37±0.90 54.64±0.39 53.07±1.24 54.77±0.88 52.15±0.40 55.80±0.57 Ácido linolênico 18:3 (%) 5.77±0.27 6.51±0.26 6.23±0.17 6.25±0.15 6.24±0.23 6.07±0.29 6.04±0.08 6.75±0.04 Ácido Graxo Saturado (%) 14.17±0.23 14.84±0.35 14.23±0.15 14.46±0.10 14.28±0.17 14.38±0.15 14.00±0.06 14.74±0.11 Ácido Graxo Insaturado (%) 85.82±0.23 85.15±0.35 85.76±0.15 85.53±0.10 85.71±0.17 85.61±0.15 85.99±0.06 85.25±0.11 Carotenoides totais (mg 100mL

-1) 15.32±0.84 18.68±0.56 17.30±0.58 20.71±0.96 16.75±0.99 20.44±0.17 17.13±1.48 19.17±1.02

δ- tocoferol 32.25±0.80 33.00±1.66 30.84±0.19 33.83±0.16 29.55±0.42 33.54±0.89 29.32±0.57 32.82±0.89 γ- tocoferol 83.69±2.10 81.40±0.26 81.74±0.69 85.69±2.74 79.86±0.38 79.38±0.55 79.05±0.96 78.42±1.77 α - tocoferol 5.89±0.47 1.86±1.86 5.61±1.65 0.00±0.00 4.69±0.65 0.00±0.00 3.45±0.33 0.00±0.00 1/

Adubação (Kg ha P2O5) * Isoflavonas. alfa (α), gama (γ) e delta (δ).

Page 102: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

102

Na microrregião Pé de Galinha os dois primeiros componentes principais

explicaram 71,5% da variação total, o PC1 e o PC2 foram responsáveis por 45,5% e

26%, respectivamente, o que possibilitou a plotagem dos escores e das cargas dos

componentes referentes a cada cultivar e diferentes doses de fósforo (Figura 2A).

Verificou-se a formação de grupos distintos, mostrando a diferenciação entre as

cultivares de soja convencional BRS Sambaiba e transgênica Msoy 9144.

Analisando os autovetores correspondentes ao componente principal 1, os

quais são o resultado do carregamento das variáveis originais sobre esta

componente e representam uma medida da relativa importância de cada variável,

destacaram-se β-glicosídeos (-0.20), ácido palmítico (16:0) (0.28), ácido oleico (18:1)

(-0.27), ácido linoleico (18:2) (0.27), ácido linolênico (18:3) (0.25), total saturado

(0.27) e insaturado (-0.27), delta-tocoferol (-0.23) e alfa-tocoferol (0.25). Já na PC2,

malonilglicosídeos (-0.23), daidzeína (0.32), gliciteína (-0.30), genisteína (-0.25),

ABTS (0,28) e acidez (0.29), também contribuíram para essa diferenciação. Os

maiores teores de β-glicosídeos, malonilglicosídeos, gliciteína, genisteína foram

observados na cultivar convencional BRS Sambaiba e, daidzeína, ABTS e índice de

acidez na transgênica Msoy 9144 (Tabela 2 e Figura 2A).

O genótipo influencia significativamente no teor e na composição de

isoflavonas em grãos de soja (WANG; MURPHY, 1994; HOECK et al, 2000; LEE et

al., 2003). Assim, a determinação de perfis de isoflavona em diferentes variedades

de soja tem tornado-se objeto de estudos, com a finalidade de selecionar genótipos

que têm melhores características promotoras a saúde. A maioria destes estudos

vem de países que são os maiores exportadores de soja no mercado mundial, como

os EUA, Brasil, Argentina, China e Índia. Variedades de soja norte-americanas têm

altos níveis no teor de isoflavona total, com genisteína e suas conjugadas como

formas predominantes de isoflavonas. Xu e Chang (2008) relataram que o teor de

isoflavona total em 30 genótipos de soja (da Dakota do Norte - região Minnesota)

variou entre 118 e 286 mg 100g-1 de grão, dos quais 69% representavam genisteína

e suas formas conjugadas. Nove genótipos americanos da Virgínia com teor de

isoflavona total variando de 250 a 320 mg 100g-1 de grão, foram compostos por 75-

84% de malonil genistina (CHUNG et al., 2008). O estudo sobre 15 variedades de

soja Coreana mostraram, no entanto, que o teor total de isoflavona dos genótipos foi

significativamente superior quando comparado a outros países, variando 188-949

mg 100g-1 de grão (LEE et al., 2003a). A análise de isoflavonas individuais na soja

Page 103: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

103

da China e Coreia demonstrou que o genótipo chinês apresentou quantidades de

isoflavonas mais elevadas do que o coreano (LEE et al., 2007).

Genótipos brasileiros apresentaram concentrações de isoflavonas

consideravelmente mais baixas em comparação com americanos e coreanos, de

acordo com o estudo realizado por Genovese et al. (2005). Eles relataram que o teor

de isoflavonas totais em 13 genótipos brasileiros variou entre 57 e 188 mg 100g de

grão-1. Da mesma forma, reduzido teor de isoflavonas totais em genótipos brasileiros

foram encontrados por Ribeiro et al. (2007). Dentro da faixa dos genótipos

brasileiros, mas muito abaixo do teor de isoflavonas dos genótipos americanos e

coreanos está o genótipo do Equador com 68 mg de isoflavona total 100g de grão-1

(GENOVESE; DAVILA; LAJOLO, 2006). Nessa mesma faixa de valor, estão os

grãos de soja Indianos, com teor de isoflavona total médio de 76 mg 100g de grão-1

(DEVI et al., 2009).

A ampla gama de valores de isoflavonas deve-se às diferenças significativas

em relação aos genótipos de soja explorados, mas também pode refletir diferenças

em função das condições de cultivo (BALISTEIRO; ROMBALDI; GENOVESE, 2013),

bem como variações dos métodos de determinação de isoflavonas entre os estudos.

Quanto à comparação do perfil metabólico entre soja convencional e sua

transgênica isogênica produzidas em iguais condições demonstrou que em mais de

40 compostos analisados, incluindo as isoflavonas, alguns dos metabólitos

detectados não mudaram, enquanto outros mostram diferenças quantitativas

significativas entre soja convencional e transgênica, em que o composto 4-hidroxi-L-

treonina parece não estar presente na soja transgênica em comparação com a

convencional (GARCÍA-VILLALBA et al., 2008).

Observando a separação das doses na microrregião Pé de Galinha para

cultivar BRS Sambaíba, 0 e 120 Kg ha de P2O5 formaram um grupo e as variáveis

responsáveis pela diferenciação foram acetilglicosídeos agliconas, gliciteína,

genisteína e ácido palmítico (16:0). Enquanto que 60 e 240 Kg ha de P2O5 formaram

outro grupo e, carotenoides totais, delta-tocoferol e ácido esteárico (18:0)

caracterizaram essas doses. Na cultivar transgênica Msoy 9144 as variáveis

responsáveis por diferenciar a dose 0 Kg ha de P2O5 das demais foram β-

glicosídeos, malonilglicosídeos, daidzeína, genisteína, índice de iodo, todas essas

variáveis apresentaram os menores teores nessa dose, e consequentemente, a

menor capacidade antioxidante. O elevado teor de fibra foi à característica mais

Page 104: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

104

marcante na diferenciação dessa dose. Já na dose 120 Kg ha de P2O5, o maior teor

de proteína diferenciou essa dose em relação às demais. Enquanto as doses 60 e

240 Kg ha de P2O5 foram semelhante quanto às características de carboidrato e

delta-tocoferol, ambas apresentaram os maiores teores desses compostos, o que

resultou em maior capacidade antioxidante (Tabela 2 e Figura 2A).

O aumento da atividade da vitamina E (tocoferol) em culturas oleaginosas

economicamente importantes, tais como soja, está sendo o foco dos estudos,

acarretando assim maior valor nutritivo dessas culturas. Nesse estudo observou-se

que a dose 240 Kg ha de P2O5 possibilitou acréscimos no teor de δ - tocoferol na

cultivar de soja transgênica e este composto foi responsável pela capacidade

antioxidante. Cultivares de soja transgênica conseguem melhoria na biossíntese de

tocoferóis, esse fato foi observado no teor de α - tocoferol em grãos de soja

transgênica que sofreram a sobre-expressão do gene γ - tocoferol metiltransferase,

o que resultou em aumento de 41 vezes no teor de α - tocoferol, ao ser comparado

com grãos de soja tipo selvagem (LEE et al., 2011).

Os dois primeiros componentes principais na microrregião Serra do Penitente

explicaram 71,7% da variação total, onde o PC1 e o PC2 foram responsáveis por

46% e 25,7%, respectivamente (Figura 2B). As cultivares apresentaram o mesmo

comportamento observado na microrregião Pé de Galinha, ou seja, ocorreu

diferenciação entre soja convencional BRS Sambaiba e transgênica Msoy 9144, a

partir da formação de grupos distintos conforme observado na Figura 2B. Analisando

os autovetores correspondentes à PC1 destacaram-se fenóis totais (0,29), ácido

oleico (18:1) (0,29), total saturado (-0.29) e insaturado (0.29) e na PC2, ácido fítico (-

0.28), β-glicosídeos (0.25), malonilglicosídeos (0.31), daidzeína (-0.34), gliciteína

(0.37), genisteína (0.31) e γ - tocoferol (0.33), em que todos contribuíram com suas

cargas para diferenciação das cultivares. A cultivar convencional BRS Sambaiba

caracterizou os maiores teores de β-glicosídeos, malonilglicosídeos, gliciteína,

genisteína e γ - tocoferol. Entretanto, o maior teor de ácido fítico e daidzeína foi

verificado na cultivar transgênica Msoy 9144 (Tabela 3 e Figura 2B).

Quanto às doses, para ambas as cultivares, não ocorreu formação de grupos.

Para cultivar convencional BRS Sambaiba, os maiores teores significativos para a

dose de 120 Kg ha de P2O5 foram observados em fenóis totais, genisteína e

peróxido; e, na dose de 240 Kg ha de P2O5 nos carotenoides totais,

malonilglicosídeos e δ -tocoferol. Enquanto que na cultivar transgênica Msoy 9144 a

Page 105: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

105

dose 120 Kg ha de P2O5 caracterizou os maiores teores para fenóis totais, ácido

fítico, malonilglicosídeos e ácido oleico (18:1); e, a dose 240 Kg ha de P2O5 para β-

glicosídeos, daidzeína, genisteína, ácido esteárico (18:0), ácido linoleico (18:2) e

ácido linolênico (18:3) (Tabela 3 e Figura 2B).

Quanto à composição dos ácidos graxos saturados e insaturados, a literatura

corrobora com os resultados obtidos nesse trabalho, enfatizando as diferenças entre

cultivares convencionais e transgênicas em diferentes locais (MILINSKI et al., 2007;

GALÃO et al., 2014).

As proporções dos metabólitos, principalmente de isoflavonas, não foram às

mesmas em um genótipo quando submetido a diferentes localidades

(microrregiões). Isso ocorre em função do efeito ambiental e climático característico

de cada microrregião. A localidade Serra do Penitente apresenta maior altitude que

Pé de Galinha e da mesma forma, concentrou maior precipitação entre os meses de

fevereiro a abril, maior registro de temperaturas máximas durante todo o período de

execução do experimento e menores temperaturas mínimas no mês de fevereiro

(Figura 1). O local de cultivo, juntamente com o genótipo da semente e o

ano, podem afetar o conteúdo de isoflavonas em soja (HOECK et al., 2000; XU;

CHANG, 2008). Entretanto, ocorre relato de que o fator ano afeta o conteúdo de

isoflavonas mais do que a local ou genótipo (LEE et al., 2003). Também, sugere-se

que parte dos efeitos atribuídos a anos e locais refletem as diferenças de

temperaturas que ocorrem durante o desenvolvimento da semente, como resultado

da data de plantio (Tsukamoto et al., 1995), fato esse observado nesse trabalho, em

que o mês de fevereiro teve as maiores variações de temperatura, período esse, em

que a semente está se desenvolvendo (Figura 1). Assim, a diversidade de teores de

isoflavonas depende de fatores climáticos desconhecidos, fatores ambientais e da

variação genética que a semente carrega.

Adicionalmente, sabe-se que a composição dos grãos de plantas cultivadas

em temperaturas mínimas mais baixas apresenta alta concentração de lipídeos e de

proteína (LI et al., 2014). Fato que ocorreu para as sementes cultivadas na Serra do

Penitente (Figura 1), que obteve os maiores percentuais para essas variáveis

(Tabela 2).

Ao realizar a análise de forma conjunta observou-se que as duas

microrregiões estudadas apresentaram comportamento diferenciado quanto às

características avaliadas, fato esse visualizado na Figura 1C. Os dois primeiros

Page 106: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

106

componentes principais explicaram 75% da variação total, onde o PC1 e o PC2

foram responsáveis por 47% e 28%, respectivamente. As variáveis que foram

determinantes para a separação dos grupos com seus respectivos autovetores

foram lipídeos (-0.23), carotenoides totais (-0,21), ácido fítico (0.24), índice de acidez

(0.24) e γ - tocoferol (-0.26) para PC1 e, proteína (0.34), carboidrato (-0.33), índice

de peróxido (0.21) e delta-tocoferol (-0.35) na PC2. Os maiores teores de proteína,

lipídeo, carotenoides totais, índice de peróxido e γ - tocoferol foram observados na

microrregião Serra do Penitente (Tabelas 2 e 3 e Figura 2C). Enquanto que a

microrregião Pé de Galinha apresentou maiores teores, principalmente, de ácido

fítico e δ –tocoferol.

Figura 2 - Plotagem dos escores e das cargas da PC1 -PC2 referente às variáveis dependentes analisadas de forma separada para cada microrregião, Pé de Galinha (A) e Serra do Penitente (B), considerando as cultivares de soja convencional BRS Sambaiba (BRS) e transgênica Msoy 9144 (Msoy) submetidas a diferentes doses de fósforo (0, 60, 120 e 240 Kg ha de P2O5)

e de forma conjunta (C) mostrando a separação das microrregiões.

Page 107: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

107

5.4 Conclusões

Tanto na microrregião Pé de Galinha quanto na Serra do Penitente a soja

convencional BRS Sambaiba teve maiores teores de β-glicosídeos,

malonilglicosídeos, gliciteína, genisteína quando comparada a transgênica Msoy

9144 RR, que caracterizou maior teor de daidzeína em ambas as microrregiões.

Quanto às doses, as maiores respostas foram obtidas nas isoflafonas e nos

ácidos graxos para 120 e 240 Kg ha de P2O5, independente de local e cultivar.

A altitude foi responsável por diferenciar as duas microrregiões, influenciando

diretamente em maiores teores de proteína, lipídeo, carotenoides totais e γ -tocoferol

na microrregião Serra do Penitente e, de ácido fítico e δ - tocoferol na microrregião

Pé de Galinha. Estes resultados mostram a necessidade de mais estudos para

aprofundar o conhecimento sobre o efeito do local de cultivo, bem como da cultivar e

principalmente de doses de fósforo utilizados.

Page 108: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

108

5.5 Referências

AOCS. Official Methods and Recommended Practices of the American Oil Chemists Society. 5. ed., Champaign, v. 1-2, 1998. AOCS. Official Methods and Recommended Practices of the American Oil Chemists Society. 3. ed. Champaign, v. 1-2, 1995. BALISTEIRO, D. M.; ROMBALDI, C. V.; GENOVESE, M. I. Protein, isoflavones, trypsin inhibitory and in vitro antioxidant capacities: Comparison among conventionally and organically grown soybeans. Food Research International, v. 51, p. 8–14, 2013. CHAPMAN, G.W; ROBERTSON, J.A.; BURDICK, D., Chemical composition and lipoxygenase activity in soybeans as affected by genotype and environment. Journal of the American Oil Chemists Society, v. 53, p. 54–56, 1976. CHEN, M.H.; BERGMAN, C.J. A rapid procedure for analysing rice bran tocopherol, tocotrienol and g-oryzanol contents. Journal of Food Composition and Analysis, v.18, p.139–151, 2005. CHUNG, H.; HOGAN, S.; ZHANG, L.; RAINEY, K.; ZHOU, K. Characterisation and comparison of antioxidant properties and bioactive components of Virginia Soybeans. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v.56, n. 23, p. 11515-11519, 2008. DEVI, M.K.A.; GONDI, M.; SAKTHIVELU, G.; GIRIDHAR, P.; RAJASEKARAN, T.; RAVISHANKAR, G.A. Functional attributes of soybean seeds and products, with reference to isoflavone content and antioxidant activity. Food Chemistry, v. 114, n. 3, p. 771-776, 2009. EMBRAPA. Tecnologias de produção de soja: Região Central do Brasil 2011. Londrina: Embrapa Soja: Embrapa Cerrados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2010. 255p. Sistemas de Produção, 14. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa do Solo. Sistema brasileiro de classificação de solos. 2.ed. Rio de Janeiro, Embrapa Solos, 2006. 306p.

Page 109: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

109

FAO - FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. Base de dados estatísticos – Faostat Agriculture. 2012. Disponível em: <http://www.fao.org.br>. Acesso em: 05 jan. 2015. FEHR, W.R.; CAVINESS, C.E. Stages of soybean development. Ames: State University of Science and Technology, 1977. 11 p. (Special report, 80). GALÃO, O. F.; CARRÃO-PANIZZI, M. C.; MANDARINO, J. M. G.; SANTOS JÚNIOR, O. O.; MARUYAMA, S. A.; FIGUEIREDO, L. C.; BONAFE, E. G.; VISENTAINER, J. V.. Differences of fatty acid composition in Brazilian genetic and conventional soybeans (Glycine max (L.) Merrill) grown in different regions. Food Research International, v. 62, p. 589–594, 2014. GARCIA, J .R.; PARRILLA, E. A.; ROSA, L. A.; MERCADO, G. M.; DUENEZ, B. H. Valoración de la capacidad antioxidante y actividad polifenol oxidasa en duraznos de diferentes áreas de producción. In: SIMPOSIO IBERO-AMERICANO DE VEGETAIS FRESCOS CORTADOS, 1., 2006, San Pedro, SP. Anais…San Pedro, SP, 2006. p. 111 – 116. GENOVESE, M.I.; DAVILA, J.; LAJOLO, F.M. Isoflavones in processed soybean products from Ecuador. Brazilian Archives of Biology and Technology, v. 49, n. 5, p.853-859, 2006. GENOVESE, M.I.; HASSIMOTTO, N.M.A.; LAJOLO, F.M. Isoflavone profile and antioxidant activity in Brazilian soybean varieties. Food Science and Technology International, v. 11, n. 3, 2005. GENOVESE, M. I.; LAJOLO, F. M. Determinação de isoflavonas em derivados de soja. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 21, p. 86-93, 2001. HARTMAN, L.; LAGO, R. C. A. Rapid preparation of fatty acid methyl from lipids. Laboratory Practice, London, v. 22, n. 3, p. 475-473, 1973. HAUG, W.; LANTZSCH, H.J. Sensitive method for the rapid determination of phytate in cereals and cereal products. Journal Science Food Agriculture, v.34, p.1423-1426, 1983. HOECK, J.A.; FEHR, W.R.; MURPHY, P.A.; WELKE, G.A. Influence of genotype and environment on isoflavone contents of soybean. Crop Sci. v. 40, p. 48–51, 2000.

Page 110: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

110

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção Agrícola Mundial – Culturas temporárias e Permanentes. 2012. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/> Acesso em: 05 jan. 2015. JOLLIFFE, I.T. Principal Component Analysis, 2 ed. New York: Springer-Verlag. 2002. 487p. KIM, J. K.; KIM, E.-H.; PARK, I.; YU, B.-R.; LIM, J.D.; LEE Y.-S.; LEE, J.-H.; KIM, S.-H.; CHUNG, I.-M.Isoflavones profiling of soybean [Glycine max (L.) Merrill] germplasms and their correlations with metabolic pathways. Food Chemistry, v. 153, p. 258–264, 2014. KÖPPEN, W.; GEIGER, R. Klimate der Erde. Gotha: Verlag Justus Perthes. 1928. Wall-map 150cmx200cm. KUMAR, V.; RANI, A.; SOLANKI, S.; HUSSAIN, S.M.. Influence of growing environment on the biochemical composition and physical characteristcs of soybean seed. Journal of Food Composition and Analysis, v. 19, p. 188–195, 2006. KUMAR, V.; RANI, A.; TINDWANI, C.; JAIN, M. Lipoxygenase isozymes and trypsin inhibitor activities in soybean as influenced by growing location. Food Chemistry, v. 81, p. 79–83, 2003. LAPPÉ, M. A., BAILEY, E. B., CHILDRESS, M. S., SETCHELL, K. D. R. Alterations in clinically important phytoestrogens in genetically modified, herbicide-tolerant soybeans. Journal of Medicinal Food, v. 1, p. 241–245, 1998. LEE, K.; YI, B.-Y.; KIM, K.-H.; KIM, J.-B.; SUH, S.-C.; WOO, H.-J.; SHIN, K.-S.; KWEON, S. –J. Development of efficient transformation protocol for soybean (Glycine max L.) and characterization of transgene expression after Agrobacterium-mediated gene transfer. Journal of the Korean Society for Applied Biological Chemistry, v. 54, p. 37–45, 2011. LEE, Y.W.; KIM, J.D.; ZHENG, J.; ROW, K.H. Comparisons of isoflavones from Korean and Chinese soybean and processed products. Biochemical Engineering Journal, v. 36, n. 1, p. 49–53, 2007. LEE, S.J.; YAN, W.; AHN, J.K; CHUNG, I.M. Effects of year, site, genotype and their interactions on various soybean isoflavones. Field Crops Research, v. 81, n. 2-3, p. 181-192, 2003.

Page 111: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

111

LEE, S.J.; AHN, J.K.; KIM, S.H.; KIM, J.T.; HAN, S.J.; JUNG. M.Y.; CHUNG, I.M. Variation in isoflavones of soybean cultivars with location and storage duration. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 51, n. 11, p. 3382-3389, 2003a. LI, Q.; HU, Y.; CHEN, F.; WANG, J.; LIU, Z.; ZHAO, Z. Environmental controls on cultivated soybean phenotypic traits across China. Agriculture, Ecosystems and Environment, v.192, p. 12–18, 2014. MANLY, B.F.J. Multivariate statistical methods: a primer. London: Chapman and Hall, 1988. 159p. MILINSKI, M. C.; VISENTAINER, J. V.; MARTIN, C. A.; ARIAS, C. A. A.; MATSUSHITA, M.; SOUZA, N. E. Proximate composition and fatty acids profile of Brazilian conventional and transgenic soybeans (Glycine max (L.) Merrill) cultivars. Electronic Journal of Environmental Agricultural and Food Chemistry, v. 6, p. 1905–1911, 2007. MIRA, N. V. M. de; MASSARETTO, I. L.; PASCUAL, C. de S. C. I.; MARQUEZ, U. M.L. Comparative study of phenolic compounds in different Brazilian rice (Oryza sativa L.) genotypes. Journal of Food Composition and Analysis, v. 22, n. 5, p. 405–409, 2009. MOREIRA, A. A.; MANDARINO, J. M. G.; NEVES-SOUZA, R. D. das; LEITE, R. S.; OLIVEIRA, M. A. Teor de ácido fítico em cultivares de soja cultivados em diferentes regiões dos estados do Paraná e São Paulo. Alim. Nutr., Araraquara, v. 23, n. 3, p. 393-398, jul./set., 2012. NIAN, H.; WANG, J.L.; YANG, Q.K.; CHEN, Yi; LAN, X.Y.; CHUI, Y.G. Effect of ecological environments on fatty acid content in seeds of various soybean cultivars. Soybean Science, v. 15, n. 1, p. 35–41, 1996. PESTANA, V.R.; ZAMBIAZI, R.C.; MENDONÇA, C.R.; BRUSCATTO, M.H.; LERMA-GARCIA, M.J.; RAMIS-RAMOS, G. Quality Changes and Tocopherols andγ-Orizanol Concentrations in Rice Bran Oil During the Refining Process. Journal of the American Oil Chemists' Society, v.85, p.1013–19, 2008. PIPER, E.L.; BOOTE, K.J. Temperature and cultivars effects on soybean seed oil protein concentrations. Journal of the American Oil Chemists Society, v. 76, n. 10, p. 1233–1241, 1999.

Page 112: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

112

PIPOLO, A.E.; SINCLAIR, T.R.; CAMARA, T.M.S. Effects of temperature on oil and protein concentration in soybean seeds cultured in vitro. Annals of Applied Biology, v. 144, n. 1, p. 71–76, 2004. RABOY, V.; DICKINSON, D. B.; BELOW, F. E. Variation in seed total phosphorus, phytic acid, zinc, calcium, magnesium, and protein among lines of Glycine max and G. soja. Crop Sci., Madison, v. 24, n. 3, p. 431-434, 1984. RE, R.; PELLEGRINI, N.; PROTEGGENTE, A.; PANNALA, A.; YANG, M.; RICEEVANS, C. Antioxidant activity applying an improved ABTS radical cation decolorization assay. Free Radical Biology & Medicine, v.26, p.1231-1237, 1999. RIBEIRO, M.L.L.; MANDARINO, J.M.G.; CARRAO-PANIZZI, M.C.; OLIVIERA, M.C.N.; CAMPO, C.B.H.; NEPOMUCENO, A.L.; IDA, E.I. Isoflavone content and β - glucosidase activity in soybean cultivars of different maturity groups. Journal of Food Composition and Analysis, v.20, n.1, p. 19-24, 2007. SAS INSTITUTE. SAS user's guide: statistics, version 9.1. Cary: SAS Institute, 2002. SHAHIDI, F.; NACZK, M. Methods of analysis and quantification of phenolic compounds. In: Food Phenolic: Sources, Chemistry, Effects and Applications. Shahidi, F., Naczk, M. (Eds.). Lancaster: Technomic Publishing Company, p. 287-293, 1995. SOUSA, D.M.G. de; LOBATO, E.; REIN, T.A. Adubação com fósforo. In: SOUSA, D.M.G. de; LOBATO, E. (Ed.). Cerrado: correção do solo e adubação. Planaltina: Embrapa Cerrados, p.147-168, 2002. SOUZA, L. C. F.; ZANON, G. D.; PEDROSO, F. F.; ANDRADE, L. H. L. Teor de proteína e de óleo nos grãos de soja em função do tratamento de sementes e aplicação de micronutrientes. Ciência e Agrotecnologia, 33, 1586–1593, 2009. TSUKAMOTO, C.; SHIMADA, S.; IGITA, K.; KUDOU, S.; KOKUBUN, M.; OKUBO, K.; KITAMURA, K. Factors affecting isoflavone content in soybean seeds: Changes in isoflavones, saponins, and composition of fatty acids at different temperatures during seed development. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 43, n. 5, 1995.

Page 113: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

113

THOMAS, J.M.G.; BOOTE, K.J.; ALLEN, L.H.; GALLO-MEAGHER, M.; DAVIS, J.M.; Elevated temperature and carbon dioxide effects on soybean seed composition and transcript abundance. Crop Science , v.43, p. 1548–1557, 2003. USDA . National Agricultural Statistics Service. 2013.. Disponível em: < http://www.ers.usda.gov/data-products/adoption-of-genetically-engineered-crops-in-the-us.aspx. >.Acesso em: 05 jan. 2015. WANG, H., MURPHY, P.A. Isoflavone content in comercial soybean foods. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v.42, p. 1666-1673, 1994. WEI, Q. K., JONE, W. W., FANG, T. J. Study on isoflavones isomers contents in Taiwan‟s soybean and GM soybean. Journal of Food and Drug Analysis, v.12, p. 324–331, 2004. XU, B.; CHANG, S.K. Characterization of phenolic substances and antioxidant properties of food soybeans grown in the North Dakota-Minnesota Region. Journal of Agricultural and Food Chemistry. v.56, n. 19, 2008. ZAMBIAZI, R.Z. The role of endogenous lipid components on vegetable oil stability. ManiItoba/Canadá, 1997. 304p. Tese (Doutorado em Fisiologia), Food as end Nutritional Sciences Interdepartmental Program, University of Manitoba. ZOBIOLE, L. H. S., BONINI, E. A., OLIVEIRA, R. S. de, KREMER, R. J., FERRARESE, O. Glyphosate affects lignin content and amino acid production in glyphosateresistant soybean. Acta Physiologiae Plantarum, v. 32, p. 831–837, 2010.

Page 114: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

114

6 Conclusões gerais

A soja convencional e transgênica respondem diferentemente a adubação

fosfatada e as condições edafoclimáticas quanto ao acúmulo de nutrientes na folha e

na produtividade e peso de mil grãos.

As doses de fósforo apresentam comportamento diferenciado em relação às

variáveis avaliadas, com variações em função das microrregiões e das cultivares

utilizadas.

A altitude responsável por diferenciar as duas microrregiões, influencia

diretamente em maiores teores de componentes de interesses agroindustrial, como

lipídeos e proteínas.

Page 115: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

115

7 Referências gerais

ADOM, K. K.; LIU, R. H. Antioxidant activity of grains. Journal of Agriculture and Food Chemistry, v. 50, n. 21, p. 6182–6187, 2002. ARAÚJO, M.M. de; SANTOS, R.V. dos; Vital, A. de F.M. et al. Uso do fósforo em gramíneas e leguminosas cultivadas em neossolo do semiárido. Agropecuária Científica no Semiárido, Patos, v.6, p.40-46, 2010. ARAÚJO, M. R. S. Expansão da fronteira agrícola nos cerrados piauienses, (des)territorialização e os desafios para o desenvolvimento territorial: o caso do município de Bom Jesus. 2006. 188 f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) - Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2006. ARAÚJO, W. F.; SAMPAIO, R. A.; MEDEIROS, R. D. Resposta de cultivares de soja à adubação fosfatada. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v. 36, n. 02, p. 129-134, 2005. ASADA. K.; KASAI, Z. Formation of myo-inositol and phytin in ripening rice grain. Plant and Cell Physiology, v.3, p.397, 1962. ÁVILA, M. R.; BRACCINI, A. de L.; SOUZA, C. G. M. de; Mandarino, J. M. G. Bazo, G. L.; Cabral, Y. C. F. Physiological quality, content and activity of antioxidants in soybean seeds artificially aged. Revista Brasileira de Sementes, vol. 34, n. 3 p. 397 - 407, 2012. ÁVILA, M. R.; ALBRECHT, L. P. Isoflavonas e a qualidade das sementes de soja. Informativo Abrates, v. 20, n.1, 2, p. 15 - 29, 2010.

Page 116: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

116

BAU, H.M.; VILLAUME, C.H.; MÉJEAN, L. Effects of soybean (Glycine max) germination on biologically active components, nutritional values of seeds, and biological characteristics in rats. Nahrung, v.44, n.1, p.S2-S6, 2000. BOHN, L., Meyer, A.S.;Rasmussen, S.K..Phytate: impact on environment and human nutrition. A challenge for molecular breeding. J Zhej Uni Sci. B, n. 9, p. 165-191, 2008. BOLLAND, M.D.A., GILKES, R.J. The relative effectiveness of superphosphate and rock phosphate for soils where vertical and lateral leaching of phosphorus occurs. Nutrient Cycling in Agroecosystems, v.51, p. 139–153, 1998. BONIN, E.; SARTOR, S. Avaliação da atividade antioxidante do ácido fítico e do farelo de arroz em linguiça de frango. 2011. 59f. Trabalho de Conclusão de Curso - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Paraná. CARRÃO-PANIZZI, M.C.; SIMÃO, A.S.; KIKUCHI, A. Efeitos de genótipos, ambientes e de tratamentos hidrotérmicos na concentração de isoflavonas agliconas em grãos de soja. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.38, n.8, p.897-902, 2003. CHAPMAN, G.W., ROBERTSON, J.A., BURDICK, D. Chemical composition and lipoxygenase activity in soybeans as affected by genotype and environment. Journal of the American Oil Chemists’ Society, n.53, p.54–56, 1976. CHEYNIER, V. Polyphenols in foods are more complex than often thought. American Journal of Clinical Nutrition, v. 81, supl., p. 223S-229S, 2005. COELHO, C. M. M.; SANTOS, J. C. P.; TSAI, S. M.; VITORELLO, V. A. Seed phytate content and phosphorus uptake and distribution in dry bean genotypes. Braz. J. Plant Physiol., 14(1):51-58, 2002. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB). Acompanhamento da safra brasileira de grãos Safra 2014/15, n.4 - Quarto Levantamento, Brasília, v.2, p. 1-90, 2015. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/15_01_09_09_00_21_boletim_graos_janeiro_2015.pdf>. Acesso em: 18 jan. 2015. CORDEIRO, D.S.; SFREDO, G.J.; BORKERT, C.M.; SARRUGE, J.R.; PALHANO, J.B.; CAMPO, R.J. Calagem, adubação e nutrição mineral. In: EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Soja. Ecologia, manejo e adubação da soja. Londrina, 1979. p.19-49. (EMBRAPA-CNPSo. Circular Técnica, 2).

Page 117: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

117

CORRÊA, J. C; MAUAD, M; ROSOLEM, C. A. Fósforo no solo e desenvolvimento de soja influenciados pela adubação fosfatada e cobertura vegetal. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 39, n.12, p. 1231-1237, 2004. COUTINHO, E.L.M. et al. Eficiência agronômica de fertilizantes fosfatados para a cultura da soja. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 26, n. 09, p. 1393-1399, 1991. DALL´AGNOL, A.; LAZAROTTO, J. J.; HIRAKURI, M. H. Desenvolvimento, Mercado e Rentabilidade da Soja Brasileira. Paraná: Embrapa Soja, 2010. 20 p. (Embrapa Soja. Comunicado Técnico, 74). DOST, K.; TOKUL, O. Determination of phytic acid in wheat and wheat products by reverse phase high performance liquid chromatography. Analytica Chimica Acta, v. 558, n. 1/2, p. 22-27, 2006. ERDMAN JR, J. W. Oilseed phytates:Nutritional implications. Journal of the American Oil Chemists Society, Chicago, v.56, n.8, p.736-741, 1979. FAO - FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. Base de dados estatísticos – Faostat Agriculture. 2012. Disponível em: <http://www.fao.org.br>. Acesso em: 05 jan. 2015. FEIL, B. Phytic acid. Journal of New Seeds, v.3, p.1–35, 2001. FELIX, M. A.; CANNIATTI-BRAZACA, S. G. Disponibilidade de ferro in vitro de graos de soja tostados por diferentes tratamentos. Ciencia e Tecnologia de Alimentos, v. 28, 2008. FIGUEIREDO, Leila Aparecida. Nutrição nitrogenada (15N) em soja convencional e transgênica sob aplicação do herbicida glifosato. 2009. 83f. (Dissertação (Mestrado – Programa de Pós-Graduação em Ciências. Área de Concentração: Energia Nuclear na Agricultura e no Ambiente) – Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo. Piracicaba. FILGUEIRAS, C.T.; SOARES, A.L.; SHIMOKOMAKI, M. et al. Avaliação da atividade antioxidante do ácido fítico de germe de milho. Química Nova, v.32, n.7, p.1787-1791, 2009.

Page 118: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

118

FRANZINI, I.V. Eficiência de uso de fósforo por cultivares de arroz e de feijoeiro e da fixação biológica de nitrogênio por cultivares de feijoeiro. 2010. 188f. Tese (Doutorado em Ciências). Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Universidade de São Paulo, 2010. GARCIA, J .R.; PARRILLA, E. A.; ROSA, L. A.; MERCADO, G. M.; DUENEZ, B. H. Valoración de la capacidad antioxidante y actividad polifenol oxidasa en duraznos de diferentes áreas de producción. In: SIMPOSIO IBERO-AMERICANO DE VEGETAIS FRESCOS CORTADOS, 1., 2006, San Pedro, SP. Anais…San Pedro, SP, 2006. p. 111 – 116. GARCÍA, M.C., TORRE, M., MARINA, M.L., LABORDA, F. Composition and characterization of soybean and related products. Critical Reviews in Food. Science and Nutrition, v.37, p.361-391, 1997. GRAF, E.; EATON, J.W. Antioxidant functions of phytic acid. Free Radical Biology and Medicine, v.8, p.61-69, 1990. GORDON, B. Adubação com manganês em soja convencional e soja resistente ao glifosato.Informações Agronômicas, n. 117, p.6-7, 2007. GRYNSPAN, F., CHERYAN, M. Phytate-calcium interactions with soy protein. Journal of the American Oil Chemist’s Society, Champaign, v.66, n.1, p.93-97, 1989. GUARESCHI, R. F.; GAZOLLA, P. R.; SOUCHIE, E. L.; ROCHA, A. C. da Adubação fosfatada e potássica na semeadura e a lanço antecipada na cultura da soja cultivada em solo de Cerrado. Semina: Ciências Agrárias, v. 29, n. 04, p. 769-774, 2008. HARLAND, B.F.; MORRIS, E.R. Phytate: a good or bad food component. Nutrition Research, v.15, p.733–754, 1995. HEANEY, R.P., WEAVER, C.M., FITZSIMMONS, M.L. Soybean phytate content: effect on calcium absorption. American Journal of Clinical Nutrition, Bethesda, v.53, n.3-4, p.745-747, 1991b. HURRELL, R.F.; REDDY, M.B.; JUILLERAT, M.A.; COOK, J.D. Degradation of phytic acid in cereal porridges improves iron absorption by human subjects. American Journal of Clinical Nutrition, v.77, p.1213– 1219, 2003.

Page 119: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

119

JAWORSKI, Jan; CAHOON, E. B. Industrial oils from transgenic plants. Current Opinion in Plant Biology, v. 6, p. 178–184, 2003. KAMATH, V. G.; CHANDRASHEKAR, A.; RAJINI, P. S. Antiradical properties of sorghum (Sorghum bicolor L. Moench) flour extracts. Journal of cereal science, v. 40, n. 3, p. 283-288, 2004. KIM, J. K.; KIM, E.-H.; PARK, I.; YU, B.-R.; LIM, J.D.; LEE Y.-S.; LEE, J.-H.; KIM, S.-H.; CHUNG, I.-M.Isoflavones profiling of soybean [Glycine max (L.) Merrill] germplasms and their correlations with metabolic pathways. Food Chemistry, v. 153, p. 258–264, 2014. KIMANI, J.M.; DERERA, J. Combining ability analysis across environments for some traits in dry bean (Phaseolus vulgaris L.) under low and high soil phosphorus conditions. Euphytica, n.166, p.1-13, 2009. KUMAR, V., RANI, A., TINDWANI, C., JAIN, M. Lipoxygenase isozymes and trypsin inhibitor activities in soybean as influenced by growing location. Food Chemistry, n. 81, p.79–83, 2003. LEE, S.H.; PARK, H.J.; CHUN, H.K.; CHO, S.Y.; CHO, S.M.; LILLEHOJ, H.S. Dietary phytic acid lowers the blood glucose level in diabetic KK mice. Nutrition Research, v.26, p.474- 479, 2006. LEE, T.T.T.; WANG, M.M.C.; HOU, R.C.W.; CHEN, L.J.; SU, R.C.; WANG, C.S.; TZEN, J.T.C. Enhanced methionine and cysteine levels in transgenic rice seeds by the accumulation of sesame 2S albumin. Bioscience, Biotechnology, and Biochemistry, v.67, n.8, p.1699-1705, 2003. LEITÃO, F. O.; MEDEIROS, J. X. DE; THOMÉ, K. M.; CARVALHO, J. M. DE; BRISOLA, M. V. Cultivo de soja transgênica no Estado de Mato Grosso: fatores propulsores e limitativos. Rev. de Economia Agrícola, São Paulo, v. 57, n. 1, p. 61-74, jan./jun. 2010. LIENER, I.E. Implications of antinutritional components in soybean foods. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, v.34, n.1, p.31-67, 1994. LIU, K. Soybeans: chemistry, technology, and utilization. New York: Chapman & Hall, ITP. 1997. 532p.

Page 120: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

120

LIU, Z.H.; CHENG, F.; ZHANG, G. Grain phytic acid content in japonica rice as affected by cultivar and environment and its relation to protein content. Food Chemistry, v.89, n.1, p.49-52, 2005a. MALAVOLTA, E. Manual de química agrícola: adubos e adubação. 3.ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1981. 596p. MARTINEZ, A. P. C.; MARTINEZ, P. C. C.; SOUZA, M. C.; CANNIATTI BRAZACA, S. G. Alterações químicas em grãos de soja com a germinação. Cienc. Tecnol. Aliment., Campinas, n.31, p.23-30, jan.-mar. 2011. MARTINO, Hércia Stampini Duarte. Fatores antinutricionais e biodisponibilidade de minerais em soja geneticamente modificada. 2001. 111f. Tese (Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. MELO, E. A.; MARCOS FILHO, J.; GUERRA, N. B. Characterization of antioxidant compounds in aqueous coriander extract (Coriandrum sativum L.). LWT Food Science and Technology, v. 38, p. 15-19,2005. MINIHANE, A.M.; RIMBACH, G. Iron absorption and the iron binding and anti-oxidant properties of phytic acid. International Journal of Food Science and Technology, v. 37, p.741-748, 2002. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Cultura da soja Disponível em: < http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/soja>. Acesso em: 15 de jan. 2015. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Cultura da soja Disponível em: < http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/soja>. Acesso em: 11 de mar. 2013. MOLTOCARO, R.C.R. Guandu e micorriza no aproveitamento do fosfato natural pelo arroz em condições de casa-de-vegetação. 2007. 49f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia da Produção Agrícola) – Pós-Graduação – IAC. MORAIS, A.A.C. SILVA, A.L. Soja: suas aplicações. Rio de Janeiro: Médica e Científica, MDSI., 1996. 259p. NIAN, H., WANG, J.L., YANG, Q.K., CHEN, YI, LAN, X.Y., CHUI, Y.G., NIAN, H., WANG, J.L., YANG, Q.K., CHEN, Y., LAN, X.Y., CHUI, Y.G. Effect of ecological

Page 121: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

121

environments on fatty acid content in seeds of various soybean cultivars. Soybean Science, n.15, v.1, p.35–41, 1996. NICHOLSON, R.L.; HAMMERSCHMIDT, R. Phenolic compounds and their role in disease resistence. Annual Review of Phytopathology, v.30, p.369-389, 1992. NOVAIS, F. R.; ALVAREZ, V. H.; BARROS, N. F de.; FONTES, R. L.; CANTARUTTI, R. B.; NEVES, J. C. L. Fertilidade do solo. Viçosa: SBCS, 2007. 1017 p. OLIVEIRA JÚNIOR, A. de; PROCHNOW, L. I.; KLEPKER, D. Soybean yield in response to application of phosphate rock associated with triple superphosphate. Sci. Agric. (Piracicaba, Braz.), v.68, n.3, p.376-385, mai./jun. 2011. OLIVEIRA JUNIOR, A.; PROCHNOW, L. I; KLEPKER, D. Eficiência agronômica de fosfato natural reativo na cultura da soja. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 43, n. 05, p. 623-631, 2008 PALUDZYSZYN FILHO, E.; KIIHL, R. A. de S.; ALMEIDA, L. A. Desenvolvimento de cultivares de soja na região Norte e Nordeste do Brasil. In: ARANTES, N. E.; SOUZA, P. I. de M. de (Ed.). Cultura da soja nos cerrados. Piracicaba: Potafos, 1993. p. 255-266. PELAEZ, V.; ALBERGONI, L.;GUERRA, M. P. Soja transgênica versus soja convencional: uma análise comparativa de custos e benefícios. Cadernos de Ciência e Tecnologia, Brasília, v. 21, n. 2, p.279-309, maio/ago. 2004. PESKE, F. B.; BAUDET, L.; PESKE, S. T. Produtividade de plantas de soja Provenientes de Sementes Tratadas Com Fósforo. Revista Brasileira de Sementes, vol. 31, nº 1, p.095-101, 2009. PETTER, F. A.; PACHECO, L. P.; ALCÂNTARA NETO, F.; SANTOS, G. G. Respostas de cultivares de soja à adubação nitrogenada tardia em solos de cerrado. Revista Caatinga, v. 25, p. 67-72, 2012. PIAIA, F. L.; REZENDE, P. M.; FURTINI NETO, A. E.; FERNANDES, L. A.; CORRÊA, J. B. Eficiência da adubação fosfatada com diferentes fontes e saturações por bases na cultura da soja [Glycine max (l.) merrill]. Ciência e Agrotecnologia, v. 26, n. 3, p. 488-499, 2002.

Page 122: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

122

PIPER, E.L., BOOTE, K.J. Temperature and cultivars effects on soybean seed oil protein concentrations. Journal of the American Oil Chemists’ Society, n.76, v.10, p.1233–1241, 1999. PIPOLO, A.E., SINCLAIR, T.R., CAMARA, T.M.S. Effects of temperature on oil and protein concentration in soybean seeds cultured in vitro. Annals of Applied Biology, n.144, v. 1, p.71–76, 2004. RABOY, V. Myo-Inositol-1,2,3,4,5,6-hexakisphosphate. Phytochemistry, v.64, n.6, p.1033-1043, 2003. REDDY, N. R.; SATHE, S. K.; SALUNKHE, D. K. Phytates in legumes and cereals. Advances in Food Research, San Diego, v.28, p.1-92, 1982. REZENDE, P. M.; GRIS, C. F.; CARVALHO, J. G.; GOMES, L. L.; BOTTINO, L. Adubação foliar. I. Épocas de aplicação´de fósforo na cultura da soja. Ciência e Agrotecnologia, v. 29, n. 06, p. 1105-1111, 2005. ROESSING, A. C.; LAZZAROTTO, J. J. Soja transgênica no Brasil: situação atual e perspectivas para os próximos anos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, 53., 2005, Ribeirão Preto. Anais... Brasília: SOBER, 2005. ROSTAGNO, M.A.; PALMA, M.; BARROSO, C.G. Pressurized liquid extraction of isoflavones from soybeans. Analytica Chimica Acta, v. 522, p. 169–177, 2004. SAHA, S.; GUPTA, A.; MAHAJAN, V.; KUNDU, S.; GUPTA, H.S. Physicochemical and Nutritional Attributes In 20 Black Soybean Lines (Glycine Max L.) of Himalayan Region, India. Journal of Food Quality, n. 31, p. 79–95, 2008. SANCHEZ, P.H.; SALINAS, J.G. Low imput technology for monaging Oxisols and ultisols in tropical America. Adv. Agronomy, Madison, n.34, p.279-406, 1981. SANTOS, E. A.; KLIEMANN, H. J. Disponibilidade de fósforo de fosfatos naturais em solos de cerrado e sua avaliação por extratores químicos. Pesquisa Agropecuária Tropical, v. 35, n. 02, p. 139-146, 2005. SCHAHTMAN, D. P.; REID, R. J.; AYLING, S. M. Phosphorus uptake by plants: From Soil to Cell. Plant Physiology, v. 116, p. 447-453, 1998.

Page 123: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

123

SFREDO, G. J. Soja no Brasil: Calagem, Adubação e Nutrição Mineral. EMBRAPA Documento 305 pag. 120. Embrapa Soja. Londrina. PR. Setembro. 2008. 148 p. Disponível em: <http://www.cnpso.embrapa.br/download/Doc305.pdf> Acesso em: 15/01/2013. SHAMSUDDIN, A.M. VUCENIK, L.; COLE, K.E. IP6: a novel anti-cancer agent. Life Sciences, v.61, p.343-354, 1997. SILVA, F.C. Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizantes. Brasília: Embrapa, 2009. 627p. SILVA, M. S.; NAVES, M. M. V.; OLIVEIRA, R. B. DE; LEITE, O. DE S. M. Composição química e valor proteico do resíduo de soja em relação ao grão de soja. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 26, n. 3, p. 571-576, 2006. SILVA, M.R.; SILVA, M.A.A.P. Fatores antinutricionais: inibidores de proteases e lecitinas. Revista de Nutrição, Campinas, v.13, n.1, p. 3-9, jan/abr., 2000. SILVEIRA, P. M. dA; ZIMMERMANN, F. J. P.; SILVA, S. C. da; CUNHA, A. A. da. Amostragem e variabilidade espacial de características químicas de um latossolo submetido a diferentes sistemas de preparo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v. 35, n. 10, p. 2057-2064, 2000. SOUSA, C.M.M.; SILVA, H.R.; VIEIRA JR, G.M. et al. Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais. Química Nova, v.30, p.351-355, 2007. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 4ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 819p. TANAKA, R. T.; MASCARENHAS, H. A. A. Soja, nutrição, correção do solo e adubação. Campinas: Fundação Cargill, 1992. 60 p. THOMAS, J.M.G., BOOTE, K.J., ALLEN, L.H., GALLO-MEAGHER, M., DAVIS, J.M. Elevated temperature and carbon dioxide effects on soybean seed composition and transcript abundance. Crop Science, n.43, p.1548–1557, 2003. TORRE, M., RODRIGUEZ, A.R., SAURA-CALIXTO, F. Effects of dietary fiber and phytic acid on mineral availability. CRC Critical Reviews in Food Science and Nutrition, Boca Raton, v.1, n.1, p.1-22, 1991.

Page 124: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

124

VLAHAKIS, C.; HAZEBROEK, J. Phytosterol accumulation in canola, sunflower, and soybean oils: effects of genetics, planting location, and temperature. Journal of the American Oil Chemists Society, Chicago, v.77, n.1, p.49-53, 2000. VENTIMIGLIA, L. A.; COSTA, J. A.; THOMAS, A. L.; PIRES, J. L. F. Potencial de rendimento da soja em razão da disponibilidade de fósforo no solo e dos espaçamentos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 34, n. 02, p. 195-199, 1999. VERGHESE, M.; RAO, D.R.; CHAWAN, C.B.; WALKER, L.T.; SHACKELFORD, L. Anticarcinogenic effect of phytic acid (IP6): apoptosis as a possible mechanism of action. LWT Food Science and Technology, v.39, p.1093-1098, 2006. WANG, H., MURPHY, P.A. Isoflavone content in comercial soybean foods. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v.42, p. 1666-1673, 1994. WATANABE, R. T.; FIORETTO, R. A.; FONSECA, I. B. da; SEIFERT, A. L.; SANTIAGO, D. C.; CRESTE, J. E.; HARADA, A.; CUCOLOTTO, M. Produtividade da cultura da soja em função da densidade populacional e da porcentagem de cátions (Ca, Mg e K) no complexo sortivo do solo. Semina: Ciências Agrárias, v. 26, n. 04, p. 477-484, 2005. WILKINSON, J.; PESSANHA, L. Transgênicos e a competitividade brasileira face aos desafios de novas formas de coordenação nas cadeias de grãos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, 53., Ribeirão Preto, 2005. Anais... Brasília: SOBER, 2005. YE, C.H.; ZHENG, Y.F.; WANG, S.Q.; XI, T.F., LI, Y.D. In vitro corrosion and biocompatibility study of phytic acid modified WE43 magnesium alloy. Applied Surface Science, v. 258, p. 3420– 3427, 2012. YORK, J.D. Regulation of nuclear processes by inositol polyphosphates. Biochimica et Biophysica Acta (BBA) - Molecular and Cell Biology of Lipids, v.1761, n.5-6, p.552-559, 2006. YORK, J.D.; ODOM, A.R.; MURPHY, R. et al. A phospholipase C-dependent inositol polyphosphate kinase pathway required for efficient messenger RNA export. Science, v.285, n.542, p.96-100, 1999. ZHOU, K.; SU, L.; YU, L. Phytochemicals and antioxidant properties in wheat bran. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 52, n. 20, p. 6108– 6114, 2004.

Page 125: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese... · carregou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse de meu

125

ZHOU, J.R., ERDMAN, J.W. Phytic acid in health and disease. CRC Critical

Reviews in Food Science and Nutrition, Boca Raton, v.35, n.6, p.495-508, 1995.