UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · 2019. 10. 26. · em Design, Sociedade e Cultura por um ano....
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE
NÚCLEO DE DESIGN / CURSO DE DESIGN
MIGUEL DE ODILON FARIAS PESSOA
CARTOGRAFIA DOS USOS COMUNICACIONAIS E WEB
POR DISCENTES DO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE
CARUARU - PE
2013
Miguel de Odilon Farias Pessoa
CARTOGRAFIA DOS USOS COMUNICACIONAIS E WEB
POR DISCENTES DO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como
requisito parcial para a obtenção do título de bacharel
pelo Curso de Design do Centro Acadêmico do Agreste
(CAA) da Universidade Federal de Pernambuco, pelo
estudante Miguel de Odilon Farias Pessoa sob
orientação do Prof. Dr. Edgard Thomas Martins e co-
orientação da Prof.ª Dra. Daniella Rodrigues de Farias.
CARUARU - PE
2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Reitor: Prof. Dr. Anísio Brasileiro de Freitas Dourado
Vice-Reitor: Prof. Dr. Sílvio Romero de Barros Marques
CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE
Diretor: Prof. Dr. Nélio Vieira de Melo
Vice-Diretor: Prof. Dr. Osmar Veras Araújo
NÚCLEO DE DESIGN – UFPE CAA
Diretora: Profa. Dra. Ana Paula Celso de Miranda
Vice-Diretor: Prof. Dr. Edgard Thomas Martins
CURSO DE DESIGN – UFPE CAA
Diretora: Prof. Dra. Daniella Rodrigues de Farias
Vice-Diretor: Prof. Dr. Lourival Lopes Costa Filho
Catalogação na fonte:
Bibliotecária Simone Xavier CRB4 - 1242
P475c Pessoa, Miguel de Odilon Farias.
Cartografia dos usos comunicacionais e web por discentes do Centro Acadêmico do Agreste. / Miguel de Odilon Farias Pessoa. - Caruaru: O Autor, 2013.
183f.; il. ; 30 cm. Orientador: Edgar Thomas Martins Coorientação: Daniella Rodrigues de Farias Monografia (Trabalho de Conclusão de curso) – Universidade Federal de
Pernambuco, CAA, Design, 2013. Inclui referências bibliográficas 1. Design - teoria. 2. Comunicação - processos. 3. Internet. 4. Web – usuários. I.
Martins, Edgar Thomas (Orientador). II. Farias, Daniella Rodrigues de. (coorientadora). III. Título.
740 CDD (23. ed.) UFPE (CAA 2013-156)
Miguel de Odilon Farias Pessoa
CARTOGRAFIA DOS USOS COMUNICACIONAIS E WEB
POR DISCENTES DO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como requisito parcial para
a obtenção do título de bacharel pelo
Curso de Design do Centro Acadêmico
do Agreste (CAA) da Universidade
Federal de Pernambuco
Aprovado em 20 de dezembro de 2013
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________
Prof. Dr. Eduardo Romero Lopes Barbosa
Núcleo de Design – UFPE CAA
____________________________________________________________
Profa. Dra. Glenda Gomes Cabral
Núcleo de Design – UFPE CAA
____________________________________________________________
Prof. Dr. Edgard Thomas Martins
Núcleo de Design – UFPE CAA
Orientador
AGRADECIMENTOS
Antes de qualquer agradecimento, reconheço os milagres que DEUS fez e faz
diariamente na minha vida e na da minha família, sou grato ao criador do universo pela
vida e pela finalização de uma etapa inesquecível que se completou com o
desenvolvimento deste Trabalho de Conclusão do Curso de design no CAA.
Agradeço primeiramente à minha querida mãe Maristela Farias que em todas as
horas esteve ao meu lado, sempre me incentivando nos meus projetos e em especial
nos projetos relacionados aos estudos acadêmicos.
Agradeço a Sibele e ao meu amado filho João Miguel que se tornou um dos
maiores motivos para que eu buscasse o caminho da universidade como meta de vida.
À minha família a gratidão pelo apoio nas horas difíceis e por tudo de bom que
vivenciamos juntos nestes dias.
Aos professores e às professoras do curso de design do CAA, assim como aos
professores (a) e técnicos (a) da UFPE CAA que durante estes quatro anos da minha
graduação, nesta unidade de interiorização da universidade pública brasileira, tive a
oportunidade de trocar muitas experiências e diálogos, além de gestos fraternos
cotidianamente. Aos meus e minhas colegas estudantes que participaram comigo em
projetos que tivemos a oportunidade de desenvolver como a Rede CAA, a Múltipla –
Agência Acadêmica Multidisciplinar e o Conselho Discente do CAA no qual fui seu
primeiro presidente.
Agradeço a oportunidade de ter vivenciado projetos de extensão, iniciação a
docência e pesquisa como o PET Infoinclusão, liderado pela Dra. Anna Sartore do
Núcleo de Formação Docente, além de outros grupos que participei nestes últimos
anos na UFPE – CAA, como o SENDES, liderado pelo mestre Sílvio Diniz, assim como
o Grupo denominado, Ergonomia e Usabilidade de Produtos, Sistemas e Produção,
liderado no CAA pelo Dr. Edgard Thomas.
Agradeço a direção do CAA e em especial aos seus diretores Dr. Nélio Vieira,
Dr. Osmar Veras e ao secretário de extensão o mestre Fernando Nascimento.
Aos coordenadores do curso de design do CAA, Dra. Daniella de Farias e Dr. Lourival
Costa assim como aos novos coordenadores, Dr. Glenda Cabral e Dr. Eduardo
Romero.
Ao representante da ADUFEPE no CAA, Ms. Dilson Cavalcanti e ao presidente
da representação sindical dos professores da UFPE, Dr. José Luiz
Aos colegas da Secretaria de Participação Social de Caruaru que me
oportunizaram um estágio em uma área inovadora que foi a participação digital em uma
gestão pública municipal, Leo Bulhões, Humberto Botão, Rafael Moreira, Louise
Caroline, Daniel Queiroz, Lino Portela e todos e todas daquela secretaria.
Ao Divanilson Galindo, que mergulhou na idéia da inovação e inclusão cultural e
digital para o agreste de Pernambuco, da forma que se integrou na luta para viabilizar
ações efetivas neste campo junto conosco.
Em especial, agradeço ao meu orientador de quem fui monitor no seu grupo de
estudos em Empreendedorismo por dois anos, o nosso mestre Edgard Thomas e a
minha co-orientadora Daniella de Farias, de quem fui monitor de seu grupo de estudos
em Design, Sociedade e Cultura por um ano.
Finalmente agradeço à Comunidade CAA por uma troca incrível de experiências
e por uma acolhida fraterna. Certamente devo ter esquecido muita gente que esteve ao
meu lado neste empreendimento acadêmico nestes últimos quatro anos e por tudo,
agradeço com meu muito obrigado e um fraterno abraço a todos e todas.
Miguel Farias.
“ Seja fraterno (a), busque a DEUS e ao conhecimento.
Reconheça a tradição e inove. Tudo que há ou foi
realização do criador ou obra das criaturas.
Desconfie de injustiças e lute. Somos nós os
protagonistas do nosso tempo.”
Miguel Farias.
RESUMO
No final deste trabalho você vai encontrar um infográfico, nos apêndices, que foi
o resultado quantitativo desta pesquisa. Nos resultados, fazemos considerações mais
qualitativas assim como apresentamos detalhadamente os números desta pesquisa
que realizamos com os estudantes do Centro Acadêmico do Agreste da Universidade
Federal de Pernambuco no ano de 2013.
Esta pesquisa foi pensada para entender os usos web e comunicacionais dos
estudantes do CAA para que seja a base sólida no desenvolvimento de produtos
digitais voltados aos estudantes do referido centro. Estes propósitos estão em sintonia
com a metodologia detalhada na introdução deste trabalho.
Para mostrar a relevância do nosso estudo para o campo do design buscamos
demonstrar através da reflexão e do ponto de vista de autores respeitados pela
academia a nível internacional como Manuel Castells, Rafael Cardoso, Gui Bonsiepe,
entre outros, os novos paradigmas de uma sociedade da informação em curso, a
história do design e o que é design no tempo atual.
Neste trabalho buscamos compreender, para ser base do nosso estudo, sobre a
comunicação, sobre os meios de comunicação de massa e sobre a internet.
Este trabalho se configurou a partir de um esforço prático e teórico, onde
buscamos mostrar a fundamental importância dos aspectos mais abstratos e dos
aspectos mais concretos do design.
Palavras-chave: Design, Teoria do Design, Internet, Usos web, Processos
comunicacionais, Comunidade de usuários.
ABSTRACT
At the end of this article you'll find an infographic, in the appendices. This was the
result of quantitative research. We do more qualitative considerations and the results
we present in detail the figures in this survey with the students of the Wasteland
Academic Center of the Federal University of Pernambuco in 2013.
This research was designed to understand the uses of web and communication
students from CAA to be a solid foundation in the development of digital products
geared to students of the center. These purposes are consistent with the methodology
detailed in the introduction.
To show the relevance of our study to the field of design, we demonstrate
through reflection and the point of view of authors respected by academia internationally
as Manuel Castells, Rafael Cardoso, Gui Bonsiepe, among others. These are the new
paradigms of a society of information under way, the history of design and design that is
at the present time.
In this work we seek to understand, to be the basis of our study, about
communication, about the mass media and on the internet.
This work was configured from a practical and theoretical effort, where we seek
to show the fundamental importance of the more abstract aspects and the more
practical aspects of the design.
Keywords: Design, Design Theory, Internet, Web uses, Communicational uses Users
Community.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..................................................................................................13
PARTE I – INÍCIO.................................................................................17
CAPÍTULO 1 – O TEMA E AS JUSTIFICATIVAS.........................................17
1.1 Características da pesquisa...............................................................17
1.2 Objetivos .............................................................................................18
1.2.1 Objetivo Geral..................................................................................18
1.2.2 Objetivo Específico..........................................................................18
1.3 Justificativa.........................................................................................19
CAPÍTULO 2 – COMO O TRABALHO FOI DESENVOLVIDO.....................20
2.1 Método utilizado na pesquisa............................................................20
2.2 Caracterização da pesquisa, coleta e análise dos dados...............21
2.3 Procedimento e amostra....................................................................23
PARTE II - REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................26
CAPÍTULO 3 – CONTEXTUALIZAÇÃO........................................................26
3.1 A História do design a partir da revolução industrial.....................26
3.2 Marco teórico conceitual sobre o design.........................................39
3.3 Delimitação deste estudo relacionado ao design............................44
3.4 Considerações sobre a comunicação...............................................52
3.5 Do alfabeto ao hipertexto...................................................................54
3.6 A Internet: Aspectos sócio-históricos..............................................55
3.7 Tecnologia, sociedade e transformações históricas......................57
3.8 A cultura dos meios de comunicação de massa.............................58
3.9 Realidade e representação simbólica na cultura.............................59
PARTE III - RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................61
CAPÍTULO 4 - ANÁLISE DOS DADOS......................................................61
4.1 Considerações relacionadas a pesquisa aplicada.......................61
CAPÍTULO 5 - DISCUSÃO A PARTIR DOS ESTUDOS EMPREENDIDOS
NA PESQUISA.....................................................................72
5.1 Reflexão sobre o impacto político, social e cultural da internet.72
5.2 O CAA como um nascedouro de valores e demandas por novos
produtos............................................................................................73
CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES
6.1 Considerações finais......................................................................76
PARTE IV - COMPLEMENTOS
REFERÊNCIAS.............................................................................................78
APÊNDICES................................................................................................81
APENDICE A – INFOGRÁFICOS COM DADOS DA PESQUISA............82
APENDICE B – QUESTIONÁRIO FINAL DA PESQUISA........................89
APENDICE C – QUESTIONÁRIO DO PRÉ – TESTE.............................116
APENDICE D – TRANSCRIÇÃO DE GRUPO FOCAL COM
ESTUDANTES DE DESIGN..........................................139
APENDICE E – TRANSCRIÇÃO DE GRUPO FOCAL COM
ESTUDANTES DE PEDAGOGIA...................................164
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Áreas de contribuição da metodologia de Garret (2003) nos sistemas informacionais............................................................................................15
Figura 2 – Percentual de acesso e posse de equipamentos e internet em 2013.....74
Figura 3 – Local na residência de acesso a internet em 2013.................................75 Figura 4 – Consideração do público em relação à qualidade da internet em 2013 ..................................................................................................................................76 Figura 5 – Interesse em comunicação web pelo público em 2013..........................77
Figura 6 – Objetivos nos usos das redes sociais na web pelo público pesquisado em 2013..................................................................................................78 Figura 7 – O que o público pesquisado declarou escutar sempre em 2013...........79 Figura 8 – O que o público pesquisado declarou que escutar às vezes em 2013 ..................................................................................................................................80 Figura 9 – O que o público declarou ler em 2013.....................................................80
13
INTRODUÇÃO
De acordo com Castells (2008), a sociedade contemporânea – em nível
global, com suas atividades econômicas, sociais, políticas e culturais – está sendo
continuamente estruturada e reestruturada pela Internet e, pelo que se ergue em
torno dessa rede de comunicação, tais transformações têm ocorrido em uma
velocidade e profundidade bastante expressivas.
Por intermédio destas transformações, as novas tecnologias de informação e
comunicação (as TICs) têm sido um imperativo social com repercussões expressivas
nas culturas de povos em todo o mundo.
No Brasil, este fenômeno desencadeado pela popularização de tais
tecnologias – em especial as do computador e da internet – tem transformado de
forma contundente as formas de se comunicar, colaborar e aprender entre os mais
variados grupos, uma dinâmica cujas peculiaridades têm conduzido pensadores de
vários campos do saber a refletirem sobre o tema.
Neste contexto surgem questões sobre como utilizar os comportamentos que
estão relacionados a tais tecnologias – já expressivamente moldadas às culturas de
diversos segmentos da população nacional – em favor de uma possível
maximização dos processos de ensino e aprendizagem e de processos
comunicacionais de governos, empresas e organizações as mais diversas.
Mesmo diante deste contexto percebemos que, de um modo geral, o design
dos produtos digitais desenvolvidos no Brasil e disponíveis na web se apresenta sob
a perspectiva de que vêm sendo projetados, de forma contundente, por
desenvolvedores cujo foco são os aspectos tecnológicos – especialmente os que
dizem respeito aos princípios e métodos das ciências exatas. Este fato se reflete e
remete-nos, sobretudo, à necessidade de trabalhos mais voltados para a
14
transdisciplinaridade e, paradoxalmente (tendo-se em vistas que esta deveria ser
uma premissa para os designers), para os próprios usuários1.
Atentos, entretanto, as necessidades deste tipo, podemos observar o
surgimento de mudanças nestas perspectivas, quando constatamos pesquisas como
as do Centro de Informática da UFPE, nas grandes áreas de Interação Humano
Computador, e na grande área de Mídia e interação. Nesta direção, percebe-se, na
atualidade, uma tendência para que sejam solicitadas equipes transdisciplinares
para o desenvolvimento de produtos digitais com ênfase em um design efetivamente
voltado aos seus usuários.
Segundo Garrett (2003), há cada vez mais a necessidade de se pensar
explicitamente no usuário, ou seja, de trazerem-se para o desenvolvimento do
produto digital (e entrelaçados entre si) os diversos saberes do design, antropologia,
administração, marketing, economia, educação, dentre outros campos demandados
pelas inúmeras peculiaridades e/ou possibilidades oriundas da relação sujeito e
objeto compreendidas em um projeto de design.
Em acordo com esta visão, a metodologia de Garrett (Idem) possui em seu
conceito central / estratégia metodológica o desenvolvimento em planos que
perpassam desde questões abstratas até a definição dos pontos concretos; neste
percurso, a determinação de todas as fases do desenvolvimento devem ser
acompanhadas de perto pelo usuário do sistema até que ocorra a conclusão do
processo.
Esta metodologia (Ibidem) apresenta dois aspectos importantes que deverão
ser configurados no processo do desenvolvimento de produtos digitais: o primeiro
diz respeito à interface que, para esta metodologia, tem a ver com a tarefa e o outro
está relacionado com o hipertexto que, na perspectiva de Garret (2003), está
vinculado à informação. Esta metodologia tem cinco etapas distintas que são: (01)
1 De acordo com relato do Dr. Alex Sandro Gomes (professor do Centro de Informática da UFPE e organizador
do Simpósio Hipertexto) em evento sobre os usos das novas tecnologias em processos educativos realizado no
Centro Acadêmico do Agreste pelo grupo de estudos e pesquisas “Educação Matemática no Agreste
Pernambucano”, em 2013.
15
Estratégia; (02) Escopo; (03) Estrutura; (04) Esqueleto e (05) Superfície. Da forma
que se estrutura no gráfico abaixo e que, em seguida, explicaremos com mais
detalhes:
Figura 01 – Áreas de contribuição da metodologia de Garret (2003) nos sistemas informacionais
Este gráfico apresenta todas as partes que segundo a referida metodologia devem
ser trabalhadas para o desenvolvimento de produtos digitais.
A primeira etapa é a (01) “estratégia”: nela, o objetivo é definir o que será o
produto e qual a estratégia para o seu desenvolvimento. Esta etapa metodológica é
dividida em duas partes: a primeira definirá o objetivo do sistema, aspecto que fará
parte de uma etapa próxima deste projeto; a segunda dirige-se às necessidades dos
usuários. Nesta pesquisa buscamos nos aprofundar nesta etapa com o intuito de
entender este usuário da forma como o apresentaremos mais adiante.
A segunda etapa desta metodologia é denominada de (02) “escopo”: aqui as
necessidades dos usuários são transformadas em requisitos; é nesta etapa também
que são definidas as especificações funcionais do sistema e qual o conteúdo que
será aplicado na sua interface.
16
A terceira etapa é denominada de (03) “estrutura”: a partir deste plano o
desenvolvimento do sistema sai do campo mais abstrato e se encaminha para uma
perspectiva mais concreta; nela são registradas as especificações propostas na fase
anterior, “escopo” (2) e proposto o projeto de interação que definirá como o usuário
se relacionará efetivamente com o referido sistema em desenvolvimento. Outro
aspecto demandado nesta terceira etapa é o desenvolvimento da arquitetura
informacional, que define a forma como será visualizada a informação no referido
produto digital.
A quarta etapa é o (4) “esqueleto”, nela é realizado o planejamento
informacional do produto, para tanto, faz-se necessária a realização do projeto da
interface, de modo que serão buscadas as melhores ferramentas para os usuários
do produto em desenvolvimento; será empreendido ainda o projeto de navegação,
ou seja, o desenho das ligações dos conteúdos do produto e, por fim, o projeto de
informação que é a forma como serão hierarquizadas e/ou organizadas as
informações no sistema.
A quinta etapa é denominada de (5) “superfície”: nela ocorrerá a junção das
partes desenvolvidas nas etapas anteriores para que seja, finalmente, desenvolvida
a interface visual do sistema.
Tendo-se em vistas estas orientações teórico-metodológicas, esta pesquisa
terá como foco as necessidades dos usuários que se localizam no plano “estratégia”
da metodologia proposta por Garrett (2003).
17
PARTE I - INÍCIO
CAPÍTULO 1 - O TEMA E AS JUSTIFICATIVAS
1.1 Características da pesquisa
Tendo-se em vistas as questões discutidas na introdução e a forma como se
aglutinam em torno do conhecimento do usuário para o qual serão desenvolvidos
produtos digitais, procuramos investigar o modo como se materializa o uso de
produtos digitais nos processos comunicacionais comuns à comunidade do
CAA/UFPE e, assim, utilizados entre seus discentes/ usuários – em sua maioria,
jovens situados na faixa etária entre os 18 e os 24 anos.
Para tanto, fez-se necessário o mapeamento/ cartografia dos usuários destas
TICs com vistas a conhecê-los e, portanto, viabilizar o entendimento sobre a forma
como se relacionam com tais tecnologias com o intuito de (i.) facilitar e fomentar a
relação cotidiana entre ambos, (ii.) aprimorar as ferramentas já existentes e, do
mesmo modo, (iii.) obter informações que sirvam de base para o desenvolvimento
de novos produtos digitais.
Como forma de nos orientarmos ao longo desta jornada, tentamos responder
a questões tais como: (a) de que forma os estudantes têm utilizado os recursos das
TICs? (b) que tipo de recursos tecnológicos a comunidade discente tem à sua
disposição e quais os seus graus de utilização? (c) como e em que ritmo dá-se o uso
de informação e comunicação nos meios tradicionais e nas novas mídias digitais
web?
18
1.2 Objetivos
1.2.1 Geral
Compreender quais são os aspectos que motivam o público alvo do estudo (os
usuários das TIC‟s no CAA) a permanecer conectado à internet sintonizado em
veículos de comunicação e investigar que peculiaridades nestes usos podem se
tornar referências para o desenvolvimento de novos produtos digitais de
comunicação, especificamente voltados para o público pesquisado.
1.2.2 Específicos
1 - Cartografar o(s) perfil(s) da comunidade de usuários da internet e das TICs
(Tecnologias de Informação e Comunicação) no contexto dos processos
comunicacionais, no CAA/UFPE.
2 - Mapear os contextos e intensidades de usos das TIC‟s
3 - Identificar quais dispositivos, canais ou sistemas de comunicação são
utilizados no cotidiano dos estudantes do CAA
19
1.3 Justificativa
Além da adoção da referida metodologia voltada aos usuários dos produtos
digitais, bem como ao desenvolvimento e redesign futuro de produtos digitais
relacionados ao público pesquisado, outros aspectos nos motivam no
desenvolvimento desta pesquisa, aspectos estes que, sob a forma de fenômenos
sócio-históricos, tornaram-se relevantes e, assim, contextualizam e dão suporte a
esta e outras pesquisas que apontam para a necessidade de um contínuo estudo da
Internet, são eles: (i.) a criação e o estabelecimento a partir de 2006, no Brasil, de
uma nova área de pesquisa, a chamada Web Science; (ii.) a evolução progressiva
principalmente a partir do ano 2000 dos números de usuários da internet no Brasil,
segundo números do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da
Comunicação (CETIC.br); (iii.) os recentes movimentos sociais como os da
“Primavera Árabe” e os movimentos das ruas, a partir de junho de 2013, contra a
corrupção no Brasil que mostraram ao mundo a força da internet e que foram, sem
dúvida, amplificados e viabilizados pelas comunicações exercidas via web, em
especial, pelas redes sociais; (iv.) mudanças expressivas nas culturas, mudanças
estas fomentadas pela web que repercutiram e repercutirão na organização dos
Estados e em suas políticas, relações, educação, além de muitas outras dimensões
sociais de comunidades e nações que usam de forma plena os recursos
disponibilizados na web, fenômeno este que buscamos pesquisar – sempre na
tentativa de um olhar transdisciplinar voltado para o usuário.
20
CAPÍTULO 2 - COMO O TRABALHO FOI DESENVOLVIDO
2.1 Método utilizado na pesquisa
Trazendo à luz o pensamento de Gil (1994) para conceituar metodologia em
uma perspectiva científica, demonstraremos aqui todo o percurso teórico e prático
trilhado metodologicamente, com o objetivo de garantir a fidedignidade do nosso
estudo e, assim, contribuir para a construção de conhecimentos válidos para o
desenvolvimento de uma ciência do design. Neste sentido, pode-se definir método
como “o caminho para se chegar a determinado fim e método científico como “o
conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o
conhecimento” (Ibidem, 1994. p.27).
Para chegarmos aos objetivos desta pesquisa nos ancoramos no propósito de
fazer dialogar teórica e metodologicamente diversos saberes científicos, por este
motivo, elegemos como uma de nossas referências o paradigma da complexidade;
em outras palavras levamos em consideração a complexidade de Morin (1990), que
nos apresenta o complexo que revela por um lado o mundo empírico, do incerto e
por outro lado apresenta o lógico que não evita as contradições. Na visão complexa
as contradições não são erradas, muito pelo contrário é sinal do alcance de
camadas profundas da realidade que nesta visão não são perfeitamente traduzidas
para a nossa lógica. Nesta perspectiva, se aponta para o sentido multidimensional
da realidade. Este paradigma nos apresenta um sentido de incertezas e de que não
existe um saber total. “Na visão complexa, quando se chega por vias empírico-
racionais às contradições, isto significa não um erro, mas o atingir de uma camada
profunda da realidade, [...].”(MORIN, 1990, p. 99), Este pensamento nos remete a
um campo onde não há nenhum fundamento de absoluta certeza, porém nos
impulsiona a pensar nestas condições multidimensionais levando em consideração
os diversos aspectos possíveis de serem estudados de forma complexa. Tendo-se
21
em vistas este referencial epistemológico, partimos deste princípio para efetuarmos
a coleta de informações necessárias a este estudo, cuja principal característica é a
transdisciplinaridade.
2.2 Caracterização, coleta e análise de dados da pesquisa
De acordo com Mueller (2010), nas Ciências da Informação não existem
métodos ou abordagens teóricas fixas ou pré-determinadas, tal fato possibilita ao
pesquisador a utilização de diversas alternativas e estratégias, o que resulta em uma
disciplina sem percursos metodológicos rígidos e/ou obrigatórios.
Partindo desta premissa, buscamos formatar os procedimentos da pesquisa
utilizando referenciais que julgamos fundamentais para o alcance dos resultados
almejados no projeto de pesquisa, princípios estes que buscaremos explicitar a
seguir. Quanto à abordagem podemos caracterizar esta pesquisa, em acordo com
Flick (2004), como predominantemente qualitativa, mais precisamente, como uma
pesquisa social sob o viés etnometodológico, isto é, que se relaciona com o
cotidiano e as interatividades das pessoas e grupos sociais com a realidade
sociocultural.
A análise, nesta perspectiva, é focada na observação e investigação do
cotidiano dos grupos socioculturais para que haja argumentos que expliquem
através destas rotinas as representações coletivas que são expressas pelo senso
comum e de forma, muitas vezes, irracional.
Nesse método, nenhum detalhe é descartado e por mais irrelevante que
pareça, o pesquisador precisa adotar uma atitude “de indiferença etnometodológica”,
sem qualquer interpretação prévia, inclusive da perspectiva dos sujeitos da pesquisa
(Ibidem, 2004. p. 37.)
22
Do mesmo modo, a realização dos grupos focais, teve como objetivo
apreender de forma mais profunda a realidade social relacionada aos usos da
Internet e das TICs pela comunidade estudada. A interpretação dos dados obtidos
por intermédio deste método foi feita a partir da fenomenologia.
Segundo Diehl e Astor (2004, p. 50) “Preconizado por Husserl, o método
fenomenológico não é dedutivo nem indutivo. Preocupa-se com a descrição direta
da experiência tal como ela é [...] O sujeito/ator é reconhecidamente importante no
processo de construção do conhecimento [...]”.
Para Castro (2000), a teoria fenomenológica parte da ideia de que a realidade
social está também no pesquisador, da forma que as subjetividades dos atores
envolvidos com a pesquisa interferem na apreensão e, mais ainda, na própria
realidade social. Por intermédio do cruzamento e diálogo entre a subjetividade do
pesquisador e do objeto – o “outro”, ou ainda, da “intersubjetividade” que caracteriza
este processo, procura-se obter uma visão mais aprofundada da realidade. Nesta
perspectiva as observações e interpretações podem ser realizadas de diferentes
formas, isto dependerá, entretanto, da qualidade da relação instaurada entre o
sujeito e o objeto e, evidentemente, do arcabouço teórico que subjaz a esta relação.
Partindo deste princípio, podemos afirmar que optamos por cruzar a
perspectiva fenomenológica com a teoria da complexidade com vistas a tentar
captar os movimentos, as comunicações e as possibilidades que emanam e se
materializam, muito embora provenientes de espaços simultaneamente reais e
imaginários, dito de outro modo, virtuais.
Partindo-se do princípio de que utilizamos o referencial de Vieira (2006), para
caracterizar a primeira fase da pesquisa no momento do pré-teste, com a utilização
dos questionários on-line via Google Drive, podemos afirmar que esta investigação,
em relação aos seus objetivos, tem um caráter “exploratório”, posto que, visa reunir
informações, dados, ideias sobre um assunto ou problema de pesquisa ainda pouco
investigado como é o caso da comunidade dos estudantes do Centro Acadêmico do
23
Agreste e sua relação com a internet e as TICs (não existem estudos anteriores
sobre o referido assunto).
Já no terceiro procedimento da pesquisa com questionários curtos e objetivos
que foram enviados para os respondentes via internet, usamos uma abordagem
predominantemente quantitativa, “[...] com o objetivo de garantir resultados e evitar
distorções de análises e de interpretações” (DE DIEHL e ASTOR, 2004, p. 51) e, por
intermédio de uma técnica estatística simples.
Segundo o procedimento técnico, trata-se ainda de uma pesquisa
bibliográfica, pois foi desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos (Ibidem, 2004. p. 58.).
2.3 Procedimento e amostra
(01) Realizamos inicialmente um pré-teste, aplicando um questionário para uma
amostra variada de estudantes em todas as faixas etárias, com perguntas abertas e
fechadas configuradas de forma ampla sobre o tema pesquisado, com um
questionário, ainda preliminar, com o objetivo de identificar quais seriam as
perguntas que seriam realizadas no questionário oficial de nossa pesquisa com
estudantes na faixa etária dos 18 aos 24 anos. O questionário on-line do pré-teste foi
aplicado indiscriminadamente aos estudantes dos cursos de graduação do Centro
Acadêmico do Agreste através do Google Drive e divulgados via Hotmail e
Facebook. No contexto do CAA.
De acordo com dados do site oficial da UFPE “em 2012.1 havia 3256
estudantes no CAA.” Após a realização deste questionário inicial com o referido
público pudemos ter uma amostra com aproximadamente 4,23% dos estudantes do
Centro, assim distribuídos: 68 discentes do curso de Design; 10 discentes do curso
de Matemática; 13 discentes do curso de Engenharia Civil; 08 discentes do curso de
Economia; 06 discentes do curso de Administração; 32 discentes do curso de
Pedagogia; 01 discente do curso de Engenharia de Produção; 0 discentes do curso
24
de química e 0 discentes do curso de Licenciatura Intercultural, totalizando 138
respondentes ao questionário on-line nesta primeira incursão ao campo;
(02) Iniciamos a realização de grupos focais, o que de acordo com Gatti (2005),
deve-se privilegiar a seleção dos participantes segundo alguns critérios conforme o
problema em estudo. De forma que fizemos um grupo focal com estudantes dos
primeiros períodos e outro com estudantes já mais antigos na universidade onde não
levamos em conta a faixa etária dos participantes. Segundo a autora, os
participantes devem ter alguma vivência com o tema a ser discutido. Um grupo focal
é realizado com pessoas para discutir sobre um tema que está sendo pesquisado.
Realizamos dois grupos focais com estudantes dos cursos de design e de
pedagogia; tais grupos tiveram a participação de 05 estudantes de design em um
grupo e 07 estudantes de pedagogia em outro grupo. Os encontros foram realizados
na UFPE CAA e foram filmados, o ambiente era reservado e não houve interrupção
nos trabalhos. Estes grupos focais tiveram o objetivo de contribuir para definição das
perguntas do questionário final da nossa pesquisa com nosso público alvo formado
por estudantes do CAA na faixa etária de 18 a 24 anos.
(03) Análise das discussões empreendidas nos grupos focais e das respostas
obtidas no pré-teste que serviram como base para a estruturação do questionário a
ser respondido efetivamente no desenrolar da pesquisa;
(04) Após a análise destes dados foi desenvolvido e aplicado um questionário
simplificado (vide apêndice – b na página 93) sob a forma de múltipla escolha,
também virtual, com a comunidade digital do CAA, desta vez, como supracitado, o
questionário foi construído com base nos aspecto obtidos no pré-teste da pesquisa.
Este novo questionário foi aplicado aos estudantes do CAA, desta vez àqueles
situados na faixa etária entre 18 e 24 anos, dos diversos gêneros e que interagem
por intermédio da Rede CAA, Comunidade CAA e outros grupos on-line formados
por acadêmicos do CAA na web e, por intermédio deles obtivemos as respostas de
215 estudantes, o que representa aproximadamente 6,5% do total do público
estudado e somado a isso, um maior percentual em relação ao número de
estudantes na faixa etária de 18 a 24 anos na comunidade acadêmica do CAA –
25
sendo o quantitativo de respostas o seguinte: Física, 19 estudantes (9%); Química,
23 estudantes (11%); Matemática, 21 estudantes (10%); Pedagogia, 20 estudantes
(9%); Licenciatura Intercultural, 0 estudantes (0%); Administração, 30 estudantes
(14%); Economia, 21 estudantes (9%); Engenharia de Produção, 22 estudantes
(10%); Engenharia Civil, 21 estudantes (10%); Design, 38 estudantes (18%).
Como referência, trazemos os números das pessoas alcançadas pela Rede CAA
no Facebook que demonstram que 50% deste grupo é, de fato, constituído por
sujeitos situados entre os 18 e os 24 anos e levando-se em consideração os
dados da Rede CAA podemos afirmar que o público participante da pesquisa ou
amostra é em torno de 13% do público alvo.
(05) Por fim, e em paralelo à pesquisa bibliográfica, foram analisados os dados
obtidos, tendo-se como principal referência, como dito anteriormente, o
paradigma emergente da Teoria da Complexidade e a preconização de uma
transdisciplinaridade.
26
PARTE II - REFERENCIAL TEÓRICO
CAPÍTULO 3 - CONTEXTUALIZAÇÃO
3.1 A história do design a partir da revolução industrial
“não se transmitem fatos, mas, apenas relatos. Se cada testemunha já tem a sua visão do incidente, matizada pelos seus conceitos e preconceitos individuais, os relatos tendem a se distorcer cada vez mais, à medida que o relator se encontra afastado do episódio original.” (CARDOSO, 2008, p. 17)
A história do design como se apresenta na citação abaixo, não possui um
marco preciso, neste sentido, o autor relata que “determinar um início histórico para
o design é uma tarefa tão fluida quanto criar uma definição para o campo”
(CARDOSO, 1998, p. 19), neste sentido, e consoante o pensamento deste autor,
escolhemos relatar o trajeto histórico do design a partir daquele que o fez
protagonista e destaque na contemporaneidade:
Para os historiadores modernistas, tudo começou no século XX (o que, partindo deles, [...]: para os alemães na Alemanha; para os americanos nos Estados Unidos. Tudo que veio antes disso, segundo aquela doutrina, eram precursores ou, na melhor das hipóteses, "Pioneiros". Para muitos historiadores mais recentes (e me incluo neste meio), o momento da cristalização do exercício profissional do design ocorreu com a primeira Revolução Industrial e a divisão sistemática de tarefas que a acompanhou, implantando de maneira definitiva a separação de trabalho manual e trabalho intelectual em algumas indústrias. (CARDOSO, 1998, p. 18, 19)
Se a história do design for contada, entretanto, no contexto do design gráfico
de acordo com Cardoso (1998), a introdução da prensa tipográfica pode ser um
ponto de partida já no século XV.
Todavia, para este autor (2008), os primeiros designers surgiram mesmo a
partir do cerne dos processos produtivos das indústrias:
27
(...) e eram aqueles operários promovidos por quesitos de experiência ou habilidade a uma posição de controle e concepção, em relação às outras etapas da divisão do trabalho. A transformação dessa figura de origens operárias em um profissional liberal, divorciado da experiência produtiva de uma indústria específica e habilitado a gerar projetos de maneira genérica corresponde a um longo processo evolutivo que teve seu início na organização das primeiras escolas de design no século 19 e que continuam com a institucionalização do campo ao longo do século 20. (CARDOSO, 2008, p. 22)
Para autores como Schneider (2010), do mesmo modo, podemos ter como
gênese para a história do design a industrialização cujo início se deu ao final do
século XVIII, resultando em profundas mudanças nas questões materiais e nos
valores do Ocidente, principalmente na Europa e na América do Norte. Este recorte
não dará conta de compreender o design no mundo, porém, dará indícios do
desenvolvimento do design no mundo, dito de outro modo, estamos conscientes da
negligência do relato das histórias do desenvolvimento do design em muitos
espaços em que ao longo da história da humanidade foram desenvolvidos produtos2.
No contexto de nosso recorte histórico, destacamos a segunda metade do
século XIX que com o pleno desenvolvimento das máquinas a vapor ocasionou
transformações na produção e na cultura do tempo. Este novo modo de produção
mudou de forma radical a forma de vida; com ele foi iniciado um processo de
mudança que impactou a sociedade com o crescimento acelerado da indústria e da
economia.
Em seguida outros aspectos sócio-históricos se tornaram relevantes na
história do design: a mecanização e a divisão do trabalho, posto que, a partir deles,
a criação dos artefatos e sua feitura tornaram-se trabalhos separados; eis que surge
a atividade do projeto do produto.
2 Desde os tempos primitivos ou os tempos da Idade da Pedra, como se sabe, os homens
desenvolvem artefatos como os objetos de uso em pedras lascadas e sabemos que contar a história do design significa contar grande parte da trajetória do homem no seu percurso histórico no planeta terra o que não nos cabe aqui.
28
Os dirigentes das organizações produtoras de artefatos destinavam o que
seria produzido nas máquinas aos “projetistas” ou “fazedores de amostras” –
também chamados “desenhistas” ou “modeladores” –; estes tinham, em geral, uma
formação nas escolas de desenho e/ou arte. Na realidade, a profissão do projetista
teve início no ano de 1800 (BONSIEPE, 2011) – a propósito, há uma predileção
deste pela dominação do profissional do design como projetista.
Outro aspecto significativo a ser citado na trajetória do design, sob a
perspectiva de Schneider (2010) são as exposições mundiais que se iniciaram no
século XIX em Londres em 1851, a partir destes eventos as economias nacionais
colocavam em teste os seus produtos; cada país era representado pelos seus
principais criadores.
Ainda no século XIX surgiram na Suíça escolas privadas de desenho e arte, e
em seguida, escolas técnicas especializadas, escolas politécnicas e liceus de artes e
ofícios. Neste primeiro momento relatado aqui as preocupações deste profissional
do projeto estavam relacionadas à indústria com seu processo industrial, tanto que,
de acordo com Schneider (2010, p. 19) “o engenheiro da primeira fase da era das
máquinas faz parte dos pioneiros do design industrial”; além disso, a atenção dos
designers da época também se dirigia à forma dos artefatos, algo que talvez tenha
relação com sua proximidade da arte e do artesanato – o que talvez explique o fato
de que os produtos usados no cotidiano nesta época continuaram em grande parte a
ser desenvolvidos por processos artesanais.
Schneider (2010) nos informa em sua obra dos avanços mais expressivos em
relação aos objetos de uso cotidiano que se deram, nessa época, nos EUA, em
1850 a Singer lançou a primeira máquina de costura para uso no lar; logo após o
invento da fotografia, em 1860 foi inventada a fotogravura; em 1874 veio a funcionar
em Nova York o primeiro bonde elétrico produzido em massa; em 1876, na
exposição mundial da Filadélfia, foi apresentado o primeiro telefone, e no mesmo
ano foram produzidas em série as primeiras máquinas de escrever. Foram
inventadas ainda máquinas de impressão a vapor, compositoras mecanizadas e
29
máquinas para produção de papel o que viabilizou, neste contexto, o início da era da
comunicação de massas. Segundo Schneider (2010), nesta primeira fase da
produção em massa, o design dos produtos produzidos pela indústria imitava com
menos qualidade os objetos feitos de forma artesanal.
Em um segundo momento desta história do design surgiu uma crítica à
industrialização, partindo de vários grupos que trabalharam pela revalorização do
artesanato e da arte; houve nessa época movimentos que caminharam em direção
oposta ao do processo do desenvolvimento da indústria. No contexto relatado por
Schneider (2010), a industrialização criou péssimas condições de vida para uma
fatia significativa da população; os trabalhadores remunerados foram submetidos a
uma exploração da sua força de trabalho, deixando-os expostos a um processo de
miserabilidade. Formaram-se, em paralelo, um ambiente de luta de classes,
organizações proletárias de solidariedade, sindicatos e movimentos políticos
socialistas.
Surgiram também alguns movimentos reformistas como o britânico Arts and
Crafts que durante as décadas de 1860, 1870 e 1880 se opôs ao desenvolvimento
de produtos a partir do paradigma da indústria, o movimento buscava um retorno à
qualidade artesanal e teve como líder William Morris que, com sua Morris & Co, se
tornou o modelo para as guildas de artistas da época, dessa forma as artes e ofícios
tiveram um destaque expressivo. Com a produção industrial rejeitada surgiram um
artesanato e um design artesanal voltado para atender a uma elite da sociedade da
época.
Outra corrente não menos importante foi a Jugendstil que se desenvolveu,
dentre outros países, de 1890 a 1914 na França, conhecida como Art Nouveau, na
Inglaterra como Modern Style na Alemanha como Jugendstil. Em reação aos
produtos da indústria massificada, o Art Nouveau / Jungendstil colocou como
objetivo trabalhar o espaço como uma obra de arte e dentro deste espaço haveria a
necessidade de uma comunhão entre a arte e o artesanato. A primeira Guerra
Mundial trouxe o fim destes movimentos requintados.
30
Outra movimentação aconteceu a partir da atuação de designers – como
Peter Behrens – que se voltaram para o desenvolvimento de produtos industriais na
chegada do século XX, em diversos lugares. Neste contexto, por exemplo, a cidade
de Chicago, nos EUA, segundo Schneider (2010), veio a tornar-se um local central
para o modernismo com a escola de Chicago: “A influência da Escola de Chicago
não se limitou à arquitetura, mas abrangeu também a decoração de interiores e o
design” (SCHNEIDER, 2010, p. 39). Neste mesmo sentido, teve importância a
Escola de Arte de Glasgow desenvolvida por arquitetos e artistas, cujo líder fora
Charles R. Mackintosh, em 1890.
Uma questão importante a ser destacada é que tanto o modernismo vienense
quanto a Escola de Arte de Glasgow fizeram parte de forma minoritária do Art
Nouveau, e seus participantes se identificavam como artistas que realizavam um
artesanato de alto nível. “Mas a singeleza e a funcionalidade de seu design
contribuíram para a superação do Jugendstil e para a criação das primeiras formas
de uma nova estética industrial” (Idem).
Já no início do século XX, em um contexto de busca para a melhoria dos
produtos da indústria de massa, estes produtos precisariam de formas com aspectos
mais artísticos, de qualidade e de simplicidade e deveriam ser acessíveis as famílias
das classes trabalhadoras. Para cuidar da tarefa de conduzir os produtos para os
objetivos desejados foi criado em 1907, por Peter Behrens, Hermann Muthesius,
Henry van de Velde, Joseph Olbrich, a Deutscher Werkbund [Liga Alemã do
Trabalho]; diferentemente do Arts and Crafts, a Werkbund aceitava a indústria, ou
seja, não existiria uma forma única para direcionar a configuração formal dos
artefatos.
Neste cenário era defendido o desenvolvimento de produtos nacionais para a
exportação com a melhor qualidade possível. Após a Primeira Guerra Mundial, a
Werkbund construiu moradias para os trabalhadores e objetos de uso no lar a
preços baratos. De 1926 a 1934 foi publicada a revista Die Form [A forma] e em
31
1934, a Werkbund foi dissolvida para ser reiniciada após o término da Segunda
Guerra Mundial.
Segundo Schneider (2010), no início do século XX, surgiram movimentos
artísticos “de vanguarda” unânimes na busca por paradigmas contrários aos valores
e visões de mundo burgues; a forma industrial de massa passou para o centro das
preocupações dessas vanguardas. Esse encontro com os paradigmas industriais foi
incorporado tanto pela Werkbund tanto quanto pela Bauhaus, todavia, o design
vanguardista deste início de século, de um modo geral, ficou destinado a um grupo
pequeno. O estilo “internacional” só se verificou nas décadas de 1950, 1960, 1970.
Outra vanguarda relevante para a história do design foi o construtivismo,
derivado do cubismo e do futurismo que se relacionou muito bem com a técnica
industrial e se considerava uma cultura dos materiais. Segundo Schneider (2010), tal
movimento veio a constituir uma linguagem formal, abstrata e geométrica, que se
adequava à técnica.
Outro acontecimento fundamental e expressivo para a história do design, de
acordo com Schneider (2010) foi a Bauhaus (1919-1933), fundada pelo arquiteto
alemão Walter Gropius, com o apoio do governo estadual da Turígia, sendo de
orientação socialista.
No manifesto de fundação da Bauhaus, “Gropius exigia a unidade das artes
plásticas sob a égide da arquitetura” (SCHNEIDER, 2010, p. 64). Os artistas desta
escola seguiam um tipo de comunidade igualitária e se definiam como uma
“comunidade criativa de trabalho”, sem distinção ou hierarquias entre artistas e
artesãos. Na primeira fase, com a direção de Walter Gropius, era predominante a
orientação a uma produção individualista-artística e elitista artesanal; nos anos de
1920, aconteceu uma mudança para o funcionalismo, com parâmetros relacionados
com o grupo De Stijl. Após a mudança da Bauhaus para a cidade de Dessau em
1925, o ponto central da formação foi o design industrial e a arquitetura e sua
principal missão passou a ser a criação de objetos a preços baixos para as massas.
Quando Meyer assumiu a direção da Bauhaus a escola se afastou do
caminho artístico-elitista, orientando-se em direção a um caráter científico, o que
32
levou à incorporação em seu programa da psicologia, da sociologia e da economia.
“A Bauhaus transformou-se numa escola de criação concentrada na publicidade, na
tipografia e na arquitetura (de conjuntos habitacionais populares)” (SCHNEIDER,
2010, p. 67).
Uma nova substituição acontece na escola e Mies van der Rohe assume a
direção da Bauhaus com uma proposta despolitizada. A escola se descolou da
participação social do designer e se separou do aspecto funcional, sociopolítico e
sociocultural da criação. Esta fase durou até o fechamento da Bauhaus pelos
nazistas em 1933.
Outro aspecto relevante deste recorte histórico é o design nos Estados
Unidos que teve uma história diferente, desde 1920 com uma relação direta com a
produção e com o mercado. Segundo Schneider (2010), no início dos anos 1920, os
EUA tinham seus processos tecnológicos mais desenvolvidos que as demais nações
industrializadas, Taylor (1919), o fundador da administração científica, que foi
adaptada e executada inicialmente por Henry Ford com a linha de montagem na
produção em série de automóveis, com esses conhecimentos e práticas se
possibilitou a produção em massa.
Na década de 1930 na maioria dos lares da classe média estadunidense
havia uma razoável quantidade de diferentes eletrodomésticos; neste contexto
socioeconômico, o design orientou-se pelo comportamento do consumidor e pelo
desenvolvimento tecnológico ou técnico. Nos anos 1950, a Europa teve um período
de confiança na modernidade e no progresso, o que viabilizou o retorno do “estilo
internacional” com a retomada dos conceitos da “Boa Forma” e do
“neofuncionalismo”.
Segundo Schneider (2010), no design alemão do pós-guerra houve um
distanciamento do artesanato e foi retomado o “estilo internacional”. Em 1939, o
suíço Max Bill, fundou a Escola Superior de Design da Ulm, que se norteou pela
“Boa Forma” que pode ser caracterizada como: “uma forma simples, funcional e com
material adequado, de validade atemporal, alto valor de uso, longa vida útil, boa
33
compreensibilidade, processamento e tecnologia, adaptação ergonômica e
sustentabilidade ecológica.” (SCHNEIDER, 2010, p. 114).
A “Boa Forma” (Idem) tinha pretensões elevadas e excluía o mau design,
distinguindo-se dos modismos e do design de “fins comerciais” e levando em
consideração aspectos relacionados ao efeito social do design.
A Escola Superior de Design – Hochschule fur Gestaltung (HfG) – que a partir
de 1953 abriu suas portas em Ulm, sempre teve orientação anti-fascista,
internacional e democrática e passado o primeiro momento afastou-se da
perspectiva da Bauhaus, orientando-se em direção aos fundamentos científicos,
tecnológicos e metodológicos do design: “Sob a direção de T. Maldonado, a solução
puramente tecnológica de problemas passou ao primeiro plano; por sua iniciativa, a
Escola Superior de Design foi reorientada à cientificidade e à metodologia”
(SCHNEIDER, 2010, p. 118).
Outra movimentação relevante ocorrida na história do design, relatada por
Schneider (2010), ocorrera nos anos 1920 a partir do surgimento do movimento
denominado swiss style que se constituiu com os princípios do construtivismo e da
Bauhaus, e em 1930 veio a ser denominado como “Nova Tipografia”. Estes
movimentos foram considerados como estilo suíço assim como “estilo tipográfico
internacional”, nessas duas décadas o estilo teve uma força expressiva e sua
influência chegou até os anos de 1990. “O estilo suíço prestou uma importante
contribuição para o desenvolvimento do “design corporativo” e a ele basicamente
devemos o fato de as artes gráficas pouco a pouco passarem a serem entendidas
como comunicação visual (SCHNEIDER, 2010, p. 127).
Na década de 1960, segundo Schneider (2010), dois fatores foram
importantes para o desenvolvimento do design nos países industrializados no mundo
ocidental, um deles foi o crescimento da economia e da sociedade de consumo de
massa e o outro uma crítica ferrenha a esta mesma sociedade. O design industrial
não se conduziu pelos parâmetros da “Boa Forma”, houve um processo de cópia do
34
funcionalismo e das referências da Ulm. Esse design foi considerado
neofuncionalismo da “Boa Forma”, que se diferenciou do “kitsch industrial ruim”.
Na década de 1970, por sua vez, as questões ambientais aparecem de forma
relevante e se refletem na teoria do design: protestava-se contra o design
dominante, o racionalismo prático do design moderno e funcionalista foram
questionados. Na Alemanha a “Teoria Crítica” da Escola de Frankfurt influenciou o
design, a sua missão social foi conduzida para outros sentidos, houve críticas em
relação à função do objeto que, para este pensamento, deveria ser limitado aos
aspectos técnicos e práticos.
Do mesmo modo, na Grã-Bretanha e, logo depois, na Itália e na Alemanha,
formaram-se movimentos radicais contra a arquitetura funcionalista e o design que
imitava o funcionalismo. Nos padrões do desenvolvimento destas cópias do
funcionalismo os objetos de uso como fogão ou lava-louças assim como tantos
outros eram desenvolvidos de forma que coubessem dentro de uma caixa sempre
igual, com elementos de controle semelhantes.
Neste vasto contexto foram formuladas as primeiras teorias pós-modernas; na
Europa, a crise do funcionalismo e do design que convergiam entre si aconteceu em
paralelo com o fim da funcionalidade visível dos objetos, pois, nos objetos
eletrônicos, a função técnica era invisibilizada. As funções simbólicas e emocionais
dos objetos eram comunicados pelas formas e a função técnica iria, aos poucos,
tornando-se invisível.
Alguns movimentos se destacaram nesta crítica ao funcionalismo produzindo
dessa forma novos paradigmas para o design, como por exemplo: as “Alternativas
da cultura pop”, o movimento hippie americano, a pop music britânica e a própria
cultura kitsch que tiveram seu status elevado. Objetos comuns, histórias em
quadrinhos, e imagens de propagandas, se tornaram arte no trabalho de artistas do
pop art.
Em 1973, iniciou-se a Global Tools, com a união de grupos, como o
Archizoom, o Grupo 9999, o Superstudio, e designers individualmente, como Ettore
35
Sottsass, e as revistas Casa Bela e Rassegna. O sentido deste grupo, cuja trajetória
durou três anos, estava em constituir em Florença uma rede de oficinas para dar
apoio nos usos de materiais técnicos naturais.
De um modo geral, os movimentos considerados antidesign tiveram
expressividade nos meios de comunicação no final da década de 1960, a maioria
deles, entretanto, acabou sem grandes explicações: “As utopias do antidesign eram
mais fracas do que o poder efetivo do mercado capitalista” (SCHNEIDER, 2010, p.
143).
Os movimentos pós-modernos saíram do esquema consagrado do
funcionalismo e do modernismo, de início na arquitetura e, a partir de 1970, no
design. Movimentos do tipo do Studio Alchimia se constituíram com as bases
formuladas a partir dos movimentos radicais da década de 1960 e com inspiração na
cultura pop; não trabalhavam com a perspectiva de bom e ruim ou “Boa Forma” ou
“kitsch” e não aceitaram a relação direta de forma e função do modernismo. Além
disso, houve uma abertura para os signos sensoriais e referências emocionais que
se relacionavam com diferentes estilos de vida; do mesmo modo, a individualidade
apareceu de forma expressiva e as funções comunicativas e expressivas foram
evidenciadas. A partir daí, o design passou a ser compreendido como:
- configuração simbólica e colorida das superfícies, que passaram a ser totalmente independentes da função, bem de acordo com a máxima de Roland Barthes: “Todo objeto é um signo”; - reinterpretação das relações de uso; - citações e combinações de elementos históricos; e - emprego de ornamentos e materiais preciosos e exóticos, em oposição à concepção funcionalista e atemporal da “Boa Forma” que foi acompanhada durante três décadas pelo dogma da superação do estilo e, com isso, reprimira também a ideia de uma nova mudança estética. (SCHNEIDER, 2010, p. 144)
Outro movimento significativo que trazemos neste relato histórico do design
fora o protagonizado pelo Studio Alchimia que, segundo relata Schneider (2010), no
design pós-moderno italiano transformava artefatos simples do cotidiano com um
colorido marcante e ornamentos que eram adicionados nos objetos – a missão dos
36
“Alquimistas” do grupo era trocar a funcionalidade moderna por uma funcionalidade
emocional tendo-se em vistas a concepção de que deveria existir entre o usuário e o
artefato uma relação sensorial, com peças únicas, poéticas e irônicas
confeccionadas de forma artesanal. Os projetos eram exibidos em exposições,
performances e desenhos. “No início da década de1980, o Alchimia foi o grupo de
design mais importante internacionalmente (THOMAS HAUFLE, DESIGN
SCHNELLKURS, p. 152, apud SCHNEIDER, 2010, p. 155).
Outro movimento neste contexto e em sentido diferente foi o formado pelos
designers de Memphis que caminhava no sentido contrário ao artesanal. Eles
aceitavam o consumo, a indústria e a propaganda.
Além destes a pós-modernidade foi marcada por movimentações as mais
variadas e ainda assim muitos designers neste tempo continuaram em sintonia com
o “estilo internacional”
Nos anos 80 de um modo geral o design que era reservado às elites tornou-se objeto de massa para um público mais amplo. “Num aspecto, sem dúvida, os anos 1980 foram uma “década do design”: o que hoje se costuma se sintetizar com o conceito “Novo Design” teve uma ampla, e até então inédita, repercussão nos meios de comunicação. Um verdadeiro sucesso de público e de mídia. A grande propagação da palavra “design” na linguagem cotidiana data dessa época. (SCHNEIDER, 2010, p. 164)
Em 1980 ocorreu em Linz (Áustria), o “Fórum Design”, um evento em que
foram discutidos aspectos relevantes do design e sua teoria, sobre sua história, suas
funções, e as relações entre o artefato e o usuário. Na Europa da época o design
apresentava uma grande diversidade de estilos e já não era o “estilo internacional”
que predominava.
As correntes do design neste contexto eram muitas e às vezes até opostas,
algumas das correntes foram expressivas e puristas, ironizantes e historizantes,
high-tech e artesanais, “uma „salada‟ nada dogmática de abordagens e tendências,
sem pretensões crítico-emancipatórias”. (THOMAS HAUFLE, DESIGN
SCHNELLKURS, p. 158, apud SCHNEIDER, 2010, p. 165).
37
Eram algumas das características comuns do “Novo Design” os seguintes
aspectos:
- rejeição ao funcionalismo; - influências de subculturas (punk etc.) e do cotidiano; - tratamento eclético de estilos históricos; - ironia, humor e provocação; - trabalho experimental; - utilização de materiais não usuais; - formação de grupos; - desligamento da produção industrial em série; - produção de peças únicas e pequenas séries; - uso de meios de comunicação como pódio; e - transposição dos limites com a arte. (SCHNEIDER, 2010, p. 166)
O “Novo Design” se incorporou à indústria e, da mesma forma, que
outros movimentos como o punk, transformou-se em produto da cultura de massa,
tornando-se, ele mesmo, um fenômeno de moda. Entre muitos outros o “Design de
autor” se evidenciou neste período, alguns desses designers eram, inclusive,
celebrados como artistas na mídia.
Na década de 1990, por sua vez, o design direcionou-se para a sobriedade,
pois, existia uma necessidade de formas simples. Um bom exemplo foram as formas
dos automóveis que se tornaram arredondadas.
Por fim, aproximamo-nos do design na sociedade da informação, que é o
nosso foco e que tem como base a “Revolução Digital” que será tratada de forma
mais aprofundada em capítulo à frente.
Segundo Schneider (2010), um ponto bastante significativo na revolução
digital cujo advento ocorreu na década de 1980 fora o constante desenvolvimento
dos microprocessadores, da microeletrônica e, do mesmo modo, o surgimento das
redes de computadores em expansão que veio a ser denominada como internet.
Com o computador pessoal descentralizado, ocorreu uma democratização do computador. Os computadores instalaram-se em todos os lares do hemisfério norte e, na década de 1990, com o meio internet, foi lançada uma rede digital sobre o globo. Os microprocessadores introduziram a era digital. Esta não se caracteriza simplesmente pelo desenvolvimento de novos meios de comunicação, mas, sobretudo pelo fato de que diferentes meios como texto, artes gráficas, imagem, filme, som, música, estão disponíveis na mesma forma de dados, isto é, a forma digital (SCHNEIDER, 2010, p. 182)
38
Esta revolução digital, segundo Schneider (2010), mudou a vida cotidiana e
tem muitas semelhanças com a Revolução Industrial e com a mecanização que
ocorreu no século XIX. De maneira semelhante a todas as mudanças provocadas a
partir da industrialização da produção e dos bens de consumo, as novas tecnologias
entraram nos lares e influenciaram a vida em seus mais diversos aspectos, tais
como a cultura, de forma geral e a arte.
Agora, porém, graças às ferramentas de controle numérico (robôs para corte a laser, prensas CNC etc.), foi novamente possível uma descentralização e uma diversificação da produção, sem que isso tivesse como consequência um aumento dos custos unitários. Sofisticados sistemas CAD E CAM, RP (rapid prototyping) e, portanto, programas digitais flexíveis para a fabricação, favoreceram a produção, a custos igualmente baixos, de pequenas quantidades de produtos com uma distinção mais dirigida aos diferentes grupos alvo, necessidades individuais e gostos. (SCHNEIDER, 2010, p. 183)
Outro aspecto relevante para a história do design (CARDOSO, 2008) é o fato
de que vivemos, na contemporaneidade, imbricados a uma grande variedade de
redes, segundo este autor, “boa parte da história do design passa pela configuração
de redes, crescentemente complexas.” (CARDOSO, 2008, p. 180).
Ao longo do século XX e no séc. XXI as redes têm não apenas se multiplicado
de maneira cada vez mais veloz, porém, do mesmo modo, aprimorado as formas
como se organizam – especialmente por intermédio de novas tecnologias –
constituindo, assim, um tipo de sociedade em que o design e o designer são
efetivamente dinâmicos e, mais que isso, protagonistas na construção da paisagem
artificial com a qual dialogamos em nossos cotidianos.
É importante frisar que muito embora tais redes evidenciem ainda mais a
relevância do design, este já vinha atuando como partícipe na construção das
interfaces que configuram o espaço em que vivemos, em particular nas grandes
cidades conforme nos relata Cardoso (2008)
Muito antes de existir a internet, as grandes cidades do mundo empenhavam-se para gerar uma malha informacional capaz de orientar quem transitasse por elas. [...] A história das grandes cidades, ao longo dos últimos séculos de modernidade, é a história da consolidação dessas redes. (CARDOSO, 2008, p. 187)
39
O design cumpriu e continua a cumprir um papel relevante e fundamental em
nossas sociedades e nas redes que as constituem porque a configuração de suas
interfaces é desenvolvida por designers, sejam estes designers do campo científico,
sejam os mais variados atores sociais que desenvolvem projetos de interfaces as
mais diversas.
3.2 Marco teórico conceitual sobre o design
A intencionalidade ou o design deste texto é discutir e compartilhar nossa
reflexão sobre a prática profissional, artística e científica do campo do design na
contemporaneidade à luz dos pensadores do design.
Para iniciar e fundamentar a nossa argumentação apresentamos o diagrama
antológico de Bonsiepe (1997), que será a base da nossa construção intelectual,
apontando para o que consideramos ser o aspecto fundamental da atividade do
designer, que é a configuração de interfaces no sentido apresentado pelo pensador.
Para Bonsiepe (1997) a interface é o domínio central do design; Está na interface o
contexto principal e de maior relevância da atuação profissional do designer.
O diagrama antológico proposto pelo pensador do nosso campo científico é
composto por três domínios e unidos por uma categoria central que são:
Primeiro temos um usuário ou agente social que quer realizar uma ação efetiva. Segundo, temos uma tarefa que o usuário quer cumprir, por exemplo: cortar pão. Terceiro, temos uma tarefa ou artefato de que o usuário precisa para realizar efetivamente a ação, uma faca, um batom. Como estes três campos heterogêneos, um corpo, um objetivo e uma ferramenta ou uma informação no caso da ação comunicativa, podem ser acoplados um ao outro? O acoplamento entre estes três campos ocorre pela interface. Temos que levar em conta que interface não é uma "coisa", mas o espaço no qual se estrutura a interação entre corpo, ferramenta [objeto ou signo] e objetivo da ação. É exatamente este o domínio central do design. (BONSIEPE, 1997, p. 12)
40
Para melhor esclarecer sobre a interface trazemos o que nos informa
Bonsiepe (1997) sobre interface, “A interface revela o caráter de ferramenta dos
objetos e o conteúdo comunicativo das informações. A interface transforma objetos
em produtos. A interface transforma sinais em informação interpretável.”
(BONSIEPE, 1997, p. 12). Este é o ponto de partida para o nosso primeiro
argumento sobre o lugar da ação mais importante do design e qual o diferencial do
trabalho do designer em relação aos outros profissionais, profissionais estes,
inclusive, de campos dos saberes diversos relacionados ao projeto e a criatividade,
seja no campo artístico, tecnológico, mercadológico ou qualquer outro campo do
saber.
O segundo ponto importante que sustenta a nossa argumentação se relaciona
ao conteúdo semântico da palavra design, que apresenta uma carga elevada de
polissemia a sintetizar características da profissão que são incorporadas à palavra.
Os autores Flusser (2007), e o Cardoso (2008), nos mostram em seus escritos da
mesma forma, o caráter ambíguo da palavra design que em sua origem e no seu
sentido original já nos remetem a complexidade do seu significado. Há uma
narrativa múltipla traduzida neste nome de caráter universal, "Design." A origem e o
significado da palavra design como nos é apresentado pelos pensadores deste
campo nos permitem construir uma ideia mais clara a respeito das questões
significativas e diversificadas do design seja na dimensão teórica seja na prática.
A origem imediata da palavra está na língua inglesa, na qual o substantivo design se refere tanto à ideia de plano, desígnio, intenção, quanto à de configuração, arranjo, estrutura, (e não apenas de objetos de fabricação humana, pois é perfeitamente aceitável, em inglês, falar do design do universo ou de uma molécula). A origem mais remota da palavra está no latim designare, verbo que abrange ambos os sentidos, o de designar e ou o de desenhar. Percebe-se que do ponto de vista etimológico, o termo já contém nas suas origens uma ambiguidade, uma tensão dinâmica, entre um aspecto abstrato de conceber / projetar / atribuir e outro concreto de registrar / configurar / formar. (CARDOSO, 2008, P. 21)
41
Partimos agora para a terceira questão significativa na construção de nosso
texto: existem muitas definições sobre o que é design, e desta forma, trazermos para
este contexto alguns questionamentos e perspectivas que fundamentam o nosso
entendimento sobre o design, a partir da seguinte ideia expressa por Cardoso (1998)
Existem literalmente centenas de definições, [...] O design se define por seus objetos ou por seus processos? Se o design é definido pelos objetos que produz, conforme argumenta a maioria das autoridades modernistas, então só aquelas atividades que geram uma produção de natureza industrial podem ser enquadradas na definição. Se por outro lado, a definição do design se pauta no próprio processo de projetar, então pouco importa, a rigor, a forma de produção. Esta posição foi adotada, historicamente, por grande parte dos designers anteriores ao século XX. [...] Se, por outro lado, o ato de projetar é o único fator determinante, então o que diferencia um designer de um arquiteto? Ao perguntarmos se a natureza do design se pauta em seus produtos ou processos, [...] parece ser: em ambos. (CARDOSO,1998, p. 15)
Como visto, Cardoso (1998), pensa o design relacionando os aspectos do processo
e do produto. Podemos com esta afirmação perceber que o conceito do design não
é fixo nem cristalizado em um tempo do passado; este conceito é dinâmico e se
constrói a partir da adequação com a realidade a qual se relaciona. Em uma
sociedade como a atual, da informação, com novos paradigmas, novas tecnologias
em processos de desenvolvimento contínuo, o design precisa ser pensado com o
intuito de avançar com novos conceitos a partir dos fundamentos deste novo modelo
de sociedade e cultura contemporâneas.
A ciência, a arte, a técnica, e os processos configurativos e de concepção,
sejam na perspectiva mais abstrata do pensamento e do projeto seja na perspectiva
mais concreta do registro ou da forma, é o design que configura a cultura material e
os produtos não naturais que se relacionam com as referências da atualidade e do
futuro a partir de conjunturas possibilitadas por paradigmas da produção, economia,
ciência, política, dentre outros. Entendemos que a definição do que é e para que
sirva o design se configura, portanto, a partir das interpretações da realidade, por
isso, o conceito atual do design não deve ser cristalizado no passado e sim
ancorado no presente e no futuro. Tendo-se em vistas estas considerações
42
preliminares, argumentaremos trazendo e evidenciando estas ideias que se
tornaram as principais referências conceituais a partir das quais trabalharemos.
O quarto ponto que consideramos relevante para o caminho que queremos
percorrer neste texto onde descrevemos o discurso projetual e o discurso do design
que são relacionados ao seu tempo e vem mudando no percurso histórico.
Buscando pensar um discurso do design contemporâneo, precisamos perceber
como foi este discurso no decorrer da história da forma que trazemos aqui o que nos
informa o Bonsiepe (1997), Nas últimas décadas o design vem se transformando e
da mesma forma transformando o discurso projetual. Em 1950, padronização,
produtividade e racionalização. Nos anos de 1960, aparece no centro do debate a
metodologia de design e na crítica a sociedade de consumo. E o terceiro movimento
em 1970 se localizou na relação entre o design e a ciência, a tecnologia apropriada
era fundamental no discurso do design e também se criticou fortemente e pela
primeira vez, a "Boa forma" ou o "Bom design". O design começou a se pensar
dentro da sua realidade local. O quarto movimento nos anos de 1980, centrou-se no
discurso da administração de empresas e da gestão, o estilo e a forma ganharam a
centralidade do design. Os objetos de design nesta fase eram elevados ao status de
obra de arte. Nos anos de 1990 a gestão do design o meio ambiente e a
sustentabilidade são o foco central do design e do discurso projetual.
O discurso sobre o design vem se transformando no decorrer da história e é
importante perceber que o discurso sobre o design deve ser relacionado às
dimensões históricas da sua época. Uma referência para se pensar o design na
contemporaneidade são as sete teses do Bonsiepe (1997)
Proponho uma reinterpretação do design, fora do referencial da boa forma e suas tendências sociopedagógicas. Apresento esta reinterpretação em forma de sete caracterizações ou teses. Design é um domínio que pode se manifestar em qualquer área do conhecimento e práxis humana. O design é orientado ao futuro. O design está relacionado à inovação. O ato projetual introduz algo no mundo.
43
O design está ligado ao corpo e ao espaço, particularmente ao espaço retinal, porém não se limitando a ele. Design visa à ação efetiva. Design está linguisticamente ancorado no campo dos juízos. Design se orienta à interação entre usuário e artefato. O domínio do design é o domínio da interface. ( BONSIEPE, 1997, p. 15)
A partir deste referencial apresentado, fundamentando a construção do nosso
conceito de design, para a nossa produção acadêmica, podemos perceber que a
interface é um ponto central e fundamental da atuação do designer e que a palavra
design tem no seu conteúdo semântico uma forte carga de polissemia que remete a
questões mais subjetivas e abstratas como conceber, atribuir e projetar, assim como
a questões mais concretas tais como; registrar, configurar, formar.
Podemos entender que no âmbito do design existe entre outros, dois
aspectos significativos, da forma que se faz necessário pensar com atenção. Um
aspecto importante que gostaríamos de destacar para pensar sobre o design na
contemporaneidade é um questionamento de Cardoso (1998), que diz o seguinte: se
design é só relacionado ao registro, ao formato, a configuração e se relaciona
apenas ao concreto então o que diferencia um design de um arquiteto?
É razoável afirmar que design vai além das questões mais concretas como a
questão do registro, da forma, ou do desenho. A amplitude do design nos parece ser
maior. Gostaríamos de ressaltar que com nossa afirmação não desmerecemos a
atividade do campo concreto do design. O segundo aspecto que acrescentamos é
tão importante quanto o primeiro, e que na medida da ampliação da complexidade
do produto se torna cada vez mais imprescindível no seu processo de
desenvolvimento, a dimensão que se relaciona ao pensar o produto, relacionando o
mesmo com seu usuário, que nos parece ser o campo fundamental da atividade do
designer na atualidade. Percebemos que durante o transcurso da história o design
teve vários discursos e buscamos refletir sobre um design relacionado ao contexto
histórico de uma nascente sociedade da informação na contemporaneidade da
maneira que defenderemos e apresentaremos no decorrer deste texto.
44
3.3 Delimitação deste estudo relacionado ao design
Refletir sobre o design é pensar sobre um conjunto complexo, tanto do ponto
de vista concreto quanto do abstrato, levando em consideração o registro assim
como da mesma maneira o pensamento, percorrendo as etapas do seu
desenvolvimento; o processo de materialização, a comercialização, o uso e um
conjunto diverso das dimensões que configuram o produto.
Cada produto necessita de um conjunto de saberes, para que seja possível a
sua eficaz configuração. Na atualidade não consideramos o design apenas a
estética ou a forma. O design é o produto na sua completude, então cada projeto,
cada meta, cada plano, cada estratégia, seja do ponto de vista material ou imaterial,
necessita de saberes que se somam ao campo do saber do design para serem
configurados da maneira mais adequada levando em consideração o seu usuário.
Acreditamos que o olhar para o usuário de maneira complexa seja um grande
diferencial do campo do design em relação a outras profissões que fazem suas
atividades da mesma forma desenvolvendo projetos. O designer tem a missão de
trazer para a configuração do produto as dimensões necessárias para que o mesmo
seja configurado da melhor maneira possível e que se adeque ao cotidiano cultural,
ao uso, ao consumo e ao tempo, entre outros aspectos. Design é o campo do saber
que se relaciona com outros saberes de campos diversos com o propósito de
configurar o produto mais adequado à estratégia que se adotou para o
desenvolvimento do produto em projetação, levando em consideração as
especificidades de cada projeto de produto. Desde o plano da ideação, passando
pelo plano estratégico do produto, plano de comercialização, pelo plano do registro,
plano de testes, plano de produção, ou seja por todas as etapas da concepção da
ideia inicial ao descarte do produto, passando pela conceituação simbólica e todas
as partes que somadas de forma estratégica darão um resultado maior que a soma
das mesmas. Design é este campo do saber que interage e se inter-relaciona com
as mais variadas formas do pensar e as mais variadas formas do saber necessárias
45
para as especificidades da configuração de cada produto. Fazer design, entre
inúmeras coisas, é fundamentalmente pensar nesta configuração, neste projeto que
se materializa de uma articulação de variados saberes. E nesta direção que
interpretamos a ação diferencial do design na contemporaneidade.
Analise, por exemplo, a diferença de se configurar um cartaz, um carro, um
avião e uma cadeira. Cada produto demanda um conjunto de saberes específico.
Neste contexto surge uma pergunta: O que poderíamos dizer da cultura material do
nosso tempo? Que campo do saber de forma exclusiva dará conta de tudo? O
design? O designer é o profissional que busca de forma excelente pensar e
configurar o produto. Fazer design é entender o que se quer configurar. Fazer
design e buscar se aprofundar no conhecimento sobre o produto que se demanda
projetar. Design é o campo que busca construir as inter-relações que potencializem
o produto seja o mesmo material ou imaterial. A nossa fundamentação tem base em
Bonsiepe (1997), que traz no seu pensamento o esclarecimentos sobre o termo
design da forma à seguir;
O termo "design" se refere a um potencial ao qual cada um tem acesso e que se manifesta na invenção de novas práticas da vida cotidiana. Cada um pode chegar a ser designer no seu campo de ação. E sempre se deve indicar o campo, o objeto da atividade projetual. Um empresário ou dirigente de empresa que organiza a campanha de uma maneira nova faz design sem sabê-lo. Um analista de sistemas que concebe um procedimento para reduzir o desvio de malas no tráfego aéreo faz design. Um geneticista que desenvolve um novo tipo de maçã, resistente a influências externas, faz design. Os objetos do design não se limitam aos produtos materiais. Design é uma atividade fundamental, com ramificações capilares em todas as atividades humanas; por isso, nenhuma profissão pode pretender ter o monopólio do design. ( BONSIEPE, 1997, p. 15)
Neste ponto de nossa argumentação acreditamos que nossa análise sobre o
design já tenha saído de uma interpretação superficial desta atividade tratada neste
estudo. Saímos do entendimento de que o design é uma atividade apenas do campo
do concreto que remete unicamente ao registro e a forma, sem querer tirar a
importância desta dimensão presente na ação do design, colocando o design numa
perspectiva mais ampla e enfatizando que o design é um processo de investimento
de significado nos produtos. Fazer design é pensar o produto, configurar o produto,
46
registrar, trazer outros conhecimentos para aperfeiçoar o mesmo, é construir um
processo para otimizar o desenvolvimento do produto. Rafael Cardoso nos ajuda a
compreender melhor o design com a referência que se segue no nosso texto;
O design é, em última análise, um processo de investir os objetos de significados, significados estes que podem variar infinitamente de forma e de função, e é nesse sentido que ele se insere em uma ampla tradição "fetichista". (CARDOSO,1998, p. 29)
Cada produto tem suas características particulares e cada público o vê de
uma forma específica, trazendo significados diferentes até mesmo para os mesmos
produtos, há interpretações diferentes variando de público para público. Os produtos
são observados sob uma lente cultural da forma que são vistos de acordo com o que
configura a cultura em particular e de acordo com os valores de cada indivíduo. Os
aspectos simbólicos são dinâmicos e variados.
Retomando a argumentação sobre a ação principal do campo do design e sua
diferenciação em relação a outras profissões, na perspectiva dos autores
apresentados neste texto, temos uma base teórica razoavelmente sólida que nos dá
a segurança de propor a ideia e sugerir a reflexão na direção de que o design se
diferencia das artes, do artesanato, das engenharias, arquitetura, e de outras
profissões; primeiro pela necessidade que o designer tem de interagir não só com
estes saberes, mais com uma ampla gama de saberes diversos, pois de um modo
geral não se faz um produto exclusivamente com os saberes do campo do design, e
ainda propomos que se pense no design como um campo do saber com forte
tendência transdisciplinar o que podemos a partir do pensamento do Vílém Flusser,
reforçar nossa ideia;
Design significa aproximadamente aquele lugar em que arte e técnica (e consequentemente, pensamentos, valorativo e científico) caminham juntas, com pesos equivalentes, tornando possível uma nova forma de cultura. (FLUSSER, 2007, p. 184)
Em concordância com o pensamento de Cardoso (1998), acreditamos que o
papel fundamental do design e do designer está no campo das ideias, está no
47
campo do artifício, está no campo do engenho, está no campo do exercício dos
processos mentais. Fazer design é entender as especificidades dos produtos e a
necessidade de diálogos transdisciplinares.
Na configuração de produtos, o papel do designer é muito mais pensar o
produto e entende-lo na sua relação com o seu usuário e se apoiar nos campos
diversos dos saberes relacionado às especificidades do mesmo para a sua
configuração dentro de um processo que se leve em conta a estratégia do design do
produto. Para que o mesmo seja desenvolvido da maneira mais eficaz tanto do
ponto de vista do empreendedor, quanto do usuário, a partir de uma estratégia
pensada com e para clientes demandantes dos serviços de designers e que visem
atender determinadas demandas identificadas e soluções de problemas.
A atividade do design caracteriza-se mais como um exercício de processos mentais (artifício/engenho) do que de processos manuais (artes aplicadas ou plásticas, propriamente ditas) e, como tanto, assemelha-se ao fetichismo, que também forja uma ligação entre o imaterial e o material sem passar necessariamente pela feitura. (CARDOSO, 1998, p. 30)
Outro aspecto importante e já caminhando para o final deste capítulo com a
nossa argumentação sobre o que é design e qual a atuação fundamental do
designer na perspectiva do nossa trabalho acadêmico, buscamos refletir sobre a
qualidade no design, ou a qualidade do produto, e consideramos que seja algo
referente a pensar em uma estratégia ou um plano que tenha uma meta. O que é o
melhor design tem a ver com o que é a estratégia. Pensar no design é pensar na
estratégia de configuração de um produto, levando em consideração as várias
relações tanto do produto, quanto em relação à sociedade e a cultura ao qual o
produto se destina. Fazer design com qualidade é fazer este tipo de ação complexa.
A essência do design ou o fator de grande relevância no design seria o ato de
pensar ou o processo mental de configuração a partir de múltiplos campos do saber.
Não seria razoável pensar em um campo que tivesse o domínio ou o monopólio do
saber para a configuração dos produtos que compõe a cultura material
contemporânea. Não conseguimos entender o design como o campo do saber que
48
domina todo o conhecimento necessário para a configuração dos produtos que
compõe a paisagem artificial do planeta. Cada produto tem suas necessidades e
suas demandas. Alguns produtos demandarão o artesanato outros a engenharia.
Tudo vai depender do tipo do produto. Daí, acreditamos que o design tem sua
função maior no campo do pensar e na construção da inter-relação necessária ao
desenvolvimento do produto.
O design se configura como o foro principal para o planejamento e o desenvolvimento da maioria quase absoluta dos objetos que constituem a paisagem artificial (no sentido de não natural) do mundo moderno. Se não bastasse esse largo predomínio quantitativo do universo dos artefatos, o design ainda exerce uma influência considerável sobre a paisagem semiótica moderna, principalmente no que diz respeito à transmissão da informação por meios outros que os discursos falado, cinemático e / ou musical exceções importantes, mas, praticamente únicas (e, até certo ponto, parciais) à ubiquidade do design gráfico como processo de ordenação dos meios de comunicação. (CARDOSO, 1998, p. 22)
A questão de remeter o design ao campo do pensar o produto como aspecto
principal e fundamental da ação do design e a colocação do design com
preocupações centradas no uso relacionado a questões socioculturais são os
diferenciais deste campo em relação as engenharias da forma que nos é informado
pelo Gui Bonsiepe;
O design visa aos fenômenos de usos e da funcionalidade de uso. No centro do seu interesse se encontra a eficiência sociocultural na vida cotidiana. As categorias da engenharia, porém, não captam os fenômenos de uso, ou seja a integração aos artefatos à cultura cotidiana. Elas ocorrem ao conceito da eficiência física, acessível aos métodos das ciências exatas que não captam os fenômenos de uso, ou seja a integração dos artefatos à cultura cotidiana. (BONSIEPE, 1997, p. 17)
A partir dos pensamentos destes autores citados neste texto, identificamos
grandes contribuições para o campo do design e para um maior esclarecimento do
que venha a ser o design e qual a ação fundamental do designer na
contemporaneidade. Trazendo estes pensamentos sobre o design para a atualidade,
é possível interpretar que o design vai além da função e da forma e dos aspectos
49
mais concretos que comunica a palavra “design” do ponto de vista semântico.
Pudemos refletir sobre o tema a partir da seguinte perspectiva para pensar o design
e o designer na atualidade.
Neste momento em que os avanços da informática tendem a "democratizar" cada vez mais o instrumental básico do designer - desenho, modelagem, projeção, diagramação, impressão, etc. - torna-se lícito perguntar até que ponto o profissional de design não poderá vir a ser substituído por um bom software. (CARDOSO, 1998, p. 17)
É possível compreender que na sociedade da informação o profissional de
design precisa ir além do manuseio de técnicas de representação gráfica seja ela
manual ou computadorizada. Sabe-se que há na atualidade grandes facilidades nos
usos de sistemas computacionais que dá acesso a inúmeras pessoas de diferentes
profissões ao ferramental básico para a projetação de produtos, além de que a
técnica de representação gráfica não é uma exclusividade do campo do design o
que nos leva a pensar que o design na contemporaneidade tem seu diferencial em
aspectos mais relacionados a dimensão do pensar estratégico. O discurso do design
deve ser orientado ao nosso tempo numa adequação flexível a uma realidade
mutável a uma velocidade nunca vista na história da humanidade com influência
decisiva das novas tecnologias de informação e comunicação e em especial aos
avanços da internet que transforma a cultura e sinaliza novas perspectivas de
sociedades e produtos da forma que o campo do design deve cada vez mais se
sintonizar com o nosso tempo.
Concluindo esta parte do nosso trabalho e baseado nos autores que
fundamentam nossa argumentação, temos como o nosso argumento principal o
chamamento da comunidade científica do campo do design a reflexão sobre os
aspectos que consideramos fundamentais e essenciais do design, que está na
interface, e sabendo que “a interface não é uma coisa mas um espaço no qual se
estrutura a interação entre corpo, ferramenta (que pode ser um objeto ou signo), e
objeto da ação,” (BONSIEPE, 1997, p. 12), entendemos que fazer design é levar em
consideração estas duas dimensões do design que na perspectiva polissêmica da
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palavra design, e do próprio campo do design que configura interfaces, são as
dimensões do ponto de vista partindo do pensamento, meta, da configuração ou seja
o aspecto mais abstrato, quanto do registro, ou seja dos ponto de vista mais
concreto, sem a necessidade de se passar pela feitura.
A partir destes aspectos considerados podemos compreender o que é design,
refletindo sobre o pensamento destes autores, nos aproximamos de um conceito do
que é design, que se dá a partir da necessidade e do interesse dentro de uma
estratégia de configurar um produto que seja adequado aos objetivos estratégicos
propostos na mesma. Neste contexto, pensar a qualidade do design ou em um
design adequado é pensar que estratégia vai ser adotada na configuração do
produto.
Percebemos que a ação fundamental do designer e pensar e determinar o
projeto do produto. O design busca atender a uma estratégia que se constitui com
base no que fundamenta a mesma. De acordo com a estratégia do produto é que se
pode entender quais os propósitos e quais elementos necessários para a sua
configuração e quais ou qual meta, que na maioria das vezes se faz necessário o
diálogo com determinados saberes fora do campo do design.
Pensar design é pensar de forma complexa. Pensar design é pensar no
produto e a atuação fundamental do design está em construir diferenciações,
aspectos simbólicos, significados além dos significados naturais ou os já
tradicionalmente inseridos em determinados produtos. Não cabe ao designer
colocar, por exemplo, o sentido de ver hora ou de ser relógio em um relógio ou o
sentido de relogiosidade. Cabe ao designer colocar na configuração de um relógio,
outros sentidos, como por exemplo, o sentido de status, modernidade, ou sentidos
adequados a determinadas especificidades de determinados públicos, cabe ao
design inserir sentido de sustentabilidade em um relógio ou de politicamente correto,
ou uma gama de sentidos que no seu conceito estratégico determina a configuração
do produto. Configurar, pensar, adequar as diversas relações de uso e consumo,
buscando a complementaridade da engenharia, da arte, da arquitetura, do
51
artesanato e dos variados campos dos saberes para a projetação e para a
configuração e concretização da sua intenção estratégica projetada.
Fazer um design dentro de uma perspectiva científica e relacionada ao
pensamento contemporâneo do design é fazer o produto que seja adequado a uma
intencionalidade. Intencionalidade esta que é o aspecto relevante na prática do
design, é justamente configurar o sentido do produto nas suas múltiplas dimensões
se apoiando nos campos dos saberes demandados por sua especificidade para
alcançar a estratégia projetada.
Em alguns casos será necessário que o produto tenha durabilidade em outros
a efemeridade da moda é aspecto determinante. Pensar este produto variável e na
sua estratégia para o seu desenvolvimento é a atividade que diferencia o design das
variadas profissões que desenvolvem ou executam projetos. Não seria razoável
pensar o design de modo cristalizado no que se pensava sobre este campo no início
dos anos cinquenta. O design na sociedade da informação se adequa ao tempo com
transformações em sua ação e na sua teoria. O design atua de acordo com as
demandas deste tempo contemporâneo, dos consumidores e dos usuários e
principalmente das demandas do projeto estratégico do produto.
Em síntese o design se faz com base no cotidiano cultural seja para reforçá-lo seja
para mudar ou dinamizar a cultura numa perspectiva contra cultural. O designer
deve levar em consideração na sua ação as dimensões do cotidiano, ou seja, as
dimensões econômicas, políticas, empresariais, sociais e de uso. E perdoem-me, até
mesmo as dimensões espirituais. O design está a serviço da configuração de
produtos que atendam ou que busquem atender as estratégias dos demandantes
que necessitam, querem ou aspiram a criação de novos produtos sejam eles
materiais ou imateriais.
Ressaltamos que nos referimos a produto como os mais variados tipos possíveis,
tais como serviços, físicos, digitais, imagens entre outros.
52
3.4 Considerações sobre a comunicação
Inicialmente faz-se necessário trazer referências sobre o que consideramos
processos comunicacionais ou, simplesmente, comunicação, para iniciarmos nossas
argumentações, entendemos, portanto, a comunicação como um processo humano
e, por conseguinte, como o resultado de competências biológicas Maturana (2001),
em interação direta e complexa Morin (1990), com as dimensões socioculturais
instituidoras das trocas de saberes/signos Geertz (1989), em grupos formais ou
informais. Neste sentido, a comunicação, “é entendida sobretudo como sendo o
transporte de ideias e emoções expressas através de um código. Ou seja,
comunicar significa essencialmente transmitir sentidos, casuais ou intencionais, de
um ponto para o outro” (SANTOS, 1992, p. 9-10).
Os seres humanos interagem por meio de processos comunicacionais – isto
é, sem dúvidas, uma condição para a sua humanidade: a inserção em uma cultura e
o manejo cognitivo e/ou afetivo de signos, dito de outro modo, o intercâmbio
constante de mensagens, imagens e sentidos. Esta dinâmica pode ser percebida em
nosso próprio cotidiano ou, se quisermos, ao nos debruçarmos sobre os processos
evolutivos relacionados ao homo sapiens sapiens demens Morin (1990).
O que sabemos da nossa trajetória no planeta estabelece uma relação direta
com a capacidade humana de se comunicar, seja através da configuração de
artefatos seja através das expressões artísticas, da escrita ao hipertexto. É inegável,
portanto, a importância da comunicação no desenvolvimento humano e, na
contemporaneidade, dos artifícios utilizados para viabilizá-la cada vez mais, a
exemplo do próprio design da comunicação que, dentro dos parâmetros científicos
e/ou acadêmicos ou em perspectivas não acadêmicas fundamentadas em diversas
fontes de saberes, tem se apresentado como um aspecto fundamental neste
contexto.
Os signos sonoros e visuais, como o tantã, o berrante, o gongo e os sinais de fumaça, foram os primeiros a serem utilizados pelo homem a fim de vencer a
53
distância. A utilização desses artefatos caracteriza a tecnologia da comunicação em seus primórdios, já que, através deles a mensagem humana vence o âmbito familiar e grupal. Mas somente com a invenção da escrita, por volta do século IV antes de Cristo, é que o homem encontrou uma solução mais definitiva para o problema do alcance, já que a mensagem escrita pode ser levada de um para outro lugar. Mais do que isso, a escrita inaugura o início da história, uma vez que, sem ela, “poucos especialistas ousam fazer assertivas, e a maior parte das interpretações é tão genérica e cautelosa que quase nada revela sobre a vida na pré-história (Gontijo, 2004, p. 48).
Em suma, consideramos comunicação aqui, tudo o que diz respeito às
variadas formas de transmissão de signos ou códigos emitindo mensagens de
emissores para receptores através de variados meios.
Os signos são elementos formadores da mensagem que representam algo ou são
referentes; podemos dizer, portanto, que um signo representa alguma coisa. O signo
se divide conceitualmente em significante que é a estrutura material, sensível ou
perceptível como, por exemplo, a palavra flor que representa uma flor real. O outro
aspecto conceitual do signo é o significado que é o aspecto semântico que se refere
ao sentido do signo, ou seja, no caso da palavra flor a ideia ou mensagem acerca da
flor real. Um desenho de uma flor é um ícone. A partir da sistematização dos signos
ou códigos é possível existir linguagem que é um sistema convencionado de signos
ou códigos. A mensagem é um conjunto de signos com significados coerentes.
As pinturas nas cavernas feitas pelos homens primitivos servem como um
exemplo da ampla dimensão da comunicação protagonizada pelo homem na sua
trajetória histórica e evolutiva. É razoável afirmar que o ser humano caminha de
forma crescente no desenvolvimento e na sofisticação da comunicação a partir da
criação de canais e de um trabalho de sistematização e organização dos códigos
que utiliza. A comunicação que tratamos nesta pesquisa tem, portanto, como
característica a diversidade de tipos sendo a mesma visual, tátil, olfativa, gustativa,
interpessoal, de massa, direta, indireta, unidirecional, bidirecional, privada, pública,
dentre outras formas possíveis.
54
3.5 Do alfabeto ao hipertexto
Ainda sobre a história da comunicação trazemos a referência de Castells
(2008), que nos conta que por volta dos anos 700 A.C. ocorreu um acontecimento
fundamental na Grécia que foi o desenvolvimento do alfabeto. Essa tecnologia, se
tornou a base para o desenvolvimento da filosofia e da ciência do ocidente. Dessa
forma se separou o que é falado de quem fala e possibilitando o discurso conceitual.
Este momento histórico foi preparado ao longo de aproximadamente três mil anos de
evolução da tradição oral e da comunicação não alfabética até a sociedade grega
alcançar um “espírito alfabético”, que originou a transformação qualitativa da
comunicação humana.
Segundo Castells (2008), a alfabetização só se difundiu muitos séculos mais tarde,
após a invenção e difusão da imprensa e fabricação do papel. Contudo, a nova
ordem alfabética, embora permitisse o discurso racional, separava a comunicação
escrita do sistema audiovisual de símbolos e percepções tão importantes para a
expressão plena da mente humana. Com a ascensão da escrita na escala social
foram relegados a um segundo plano os sons e as imagens sendo os mesmo
restringidos aos bastidores das artes, que lidam com as emoções e com o mundo
público das liturgias – este é um movimento mais conhecido como iconoclasmo
(Durand, 1989).
Para Castells (2008), a cultura audiovisual teve sua revanche no século XX.
Em primeiro lugar com o filme e o rádio, depois com a televisão, superando a
influência da comunicação escrita nos corações e nas almas da maioria das
pessoas. Esta tensão entre a enobrecida comunicação alfabética e a comunicação
sensorial não meditativa determinam a frustração dos intelectuais com relação à
influência da televisão, que ainda domina a crítica da comunicação de massa.
Segundo Castells (2008), outra transformação tecnológica de dimensões históricas
similares ao surgimento do alfabeto ocorreu 2.700 anos depois, ou seja, a integração
de vários modos de comunicação em uma rede interativa, a formação de um
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hipertexto e uma metalinguagem que, pela primeira vez, integram em um mesmo
sistema a modalidade escrita, oral e audiovisual da comunicação humana.
Para Castells (2008), esse novo sistema ainda não está totalmente instalado, e seu
desenvolvimento acontecerá em ritmo e distribuição geográfica irregulares nos
próximos anos, no entanto é certo que se desenvolverá e abarcará pelo menos as
atividades dominantes e os principais segmentos da população de todo o planeta.
Ele já existe de modo fragmentado, de um novo sistema de mídia, nos sistemas de
telecomunicações que se alteram rapidamente, nas redes de interação já formadas
na internet, na imaginação das pessoas, nas políticas dos governos e nas
pranchetas dos escritórios das empresas.
Este estudo sobre os processos comunicacionais tem como contexto e, podemos
dizer, eixo, a internet, e é por este motivo que focalizaremos a nossa argumentação
sobre este tema a partir de agora.
3.6 A internet: Aspectos sócio-históricos
De acordo com Castells (2008), a sociedade em nível global com suas
atividades econômicas, sociais, políticas e culturais está sendo continuamente
estruturada e reestruturada pela Internet e, pelo que se ergue em torno dessa rede
de comunicação, pode-se afirmar que estas transformações têm se realizado em
uma velocidade expressiva. Há quem considere, inclusive, que estamos, de um
modo geral, frente a uma nova etapa do desenvolvimento humano e o aspecto de
maior relevância neste contexto é, de fato, a internet.
No Brasil, a internet já é acessada por mais da metade de sua população, ou
seja, mais de cem milhões de usuários, segundo os números da http://www.cetic.br/,
além da quantidade de telefones ter, em muito, superado o número da população
brasileira; todas estas condições elevam o Brasil ao patamar de um dos maiores
mercados do mundo com participação expressiva no universo da comunicação web,
o que se constitui em novas possibilidades de desenvolvimento e de
56
empreendimentos, em especial, voltados para web o que aqui chamaremos de
startups.
Para um melhor entendimento sobre o que é a internet, faz-se necessário,
entretanto, recorrer à história ressaltando alguns aspectos e conceitos a ela
relacionados.
A internet surgiu, no contexto da Guerra Fria – a partir de iniciativas do
governo estadunidense dentro do ambiente militar e de quatro universidades
americanas – como estratégia para lidar com os conflitos insurgentes entre a
potência capitalista e a potência comunista e o risco elevado de um conflito nuclear.
Nestas circunstâncias, a internet surgiu da ideia de se criar um sistema de
comunicação que fosse impossível de se destruir a partir de um centro ou núcleo
central de comando, como era o caso dos meios de comunicação de massa; era
fundamental a manutenção das comunicações para a sobrevivência do Estado.
Criou-se, então, um sistema cujo design estratégico deu suporte ao comando a partir
de vários pontos, ou seja, uma rede de computadores de comando, descentralizada,
e, por intermédio da qual, de qualquer parte, poderia ser emitida uma mensagem.
Dito de outro modo, de qualquer parte do planeta poderia desencadear-se processos
comunicacionais através da web.
Muito embora, a essência da internet fosse a autodefesa e a estratégia para a
manutenção das comunicações relevantes aos EUA em possíveis adversidades,
algumas poucas universidades americanas começaram a se interligar o que fez com
que, em seguida, este sistema saísse do controle estadunidense e fosse
incorporado pela iniciativa privada.
Esta foi, de forma muito breve, a dinâmica que levou à consolidação de um sistema
de comunicação novo que chegou à dimensão que conhecemos hoje, partindo dos
Estados Unidos e se espalhando por quase todos os espaços geográficos de forma
irregular, com essa gigantesca rede de oportunidades e influências culturais no
planeta, cujas transformações têm tido reflexos na política e no comportamento de
cidadãos em relação às instâncias de poder estabelecidas.
57
Segundo Castells (2008), a democracia está sendo promovida na internet
mediante experimentos de participação eletrônica dos cidadãos, como o programa
PEN – organizado pela cidade de Santa Mônica, Califórnia – por meio do qual os
cidadãos debatem questões públicas e transmitem suas opiniões ao governo. Este
programa apresentado é um dos exemplos da influência da internet na cultura e, em
especial, na política.
Podemos apresentar iniciativas e outros exemplos, de gênero semelhante,
aqui no Brasil como o Gabinete Digital do Rio Grande do Sul
(http://gabinetedigital.rs.gov.br/), uma iniciativa governamental que usa a internet
para a ampliação da democracia ou mesmo as recentes manifestações de junho de
2013, assim como, outras iniciativas, no mundo,como a campanha on-line de Barack
Obama em 2008; o movimento “Primavera Árabe”, em 2010 que se iniciou na
Tunísia, e se estendeu para todo o Norte da África e Oriente Médio; e, em 2011, o
movimento “Ocupem Wall Street” nos Estados Unidos, dentre outros exemplos
possíveis, demonstrações claras do poder da internet na cultura contemporânea.
3.7 Tecnologia, sociedade e transformações históricas
Mannuel Castells (2008), traz em seu livro “A sociedade em Rede” reflexões
que servirão ao nosso estudo em relação à internet e aos seus usuários, dentre elas
a informação de que na década de 1970 um novo paradigma tecnológico,
organizado com base na tecnologia da informação, veio a ser constituído,
principalmente nos Estados Unidos: a interação complexa entre um segmento
específico da sociedade americana a economia e a geopolítica mundiais; por
intermédio deste novo padrão, concretizaram-se novos estilos de produção,
comunicação, gerenciamento e vida que vieram a disseminar-se pelo globo, tendo
como trajetos as infinitas redes da web.
58
Segundo Castells (2008), este mesmo grande progresso tecnológico dos anos 1970
pode ser relacionado à cultura da liberdade, inovação individual e iniciativa
empreendedora oriundas dos campi estadunidenses ainda na década de 1960.
Para Castells (2008), a potencialidade de integração de sistemas a partir da internet
com o hipertexto e o uso de sons, imagens e textos na internet em tempo real ou em
outras dimensões do tempo como, por exemplo, o “tempo atrasado” ou
simplesmente no tempo escolhido pelo usuário em uma rede mundial, acessível e
com preços baixos, tem mudado de forma expressiva o modelo de comunicação
global. Para Castells (2008), a cultura é mediada e configurada através da
comunicação, da forma que as culturas com seus sistemas de crenças, valores
sobre a vida, sobre as relações e sobre a própria existência, além dos códigos
historicamente produzidos, são transformados pela internet e continuarão a sê-lo de
forma ainda mais profunda no futuro.
3.8 A cultura dos meios de comunicação de massa
Para Castells (2008), a difusão da televisão nas três décadas após a Segunda
Guerra Mundial (em épocas diferentes e com intensidade variável, dependendo do
país). Não levou os outros meios como o rádio e o jornal a sumirem ou decretarem
falência, mas se reorganizaram em torno da TV. O radio perdeu audiência e receita
e muitos outros aspectos, porém continuou imbatível na sua penetrabilidade e
flexibilidade e se manteve. Os livros continuaram exercendo seu status e consolidou
sua posição de destaque.
A TV caracterizada como a grande mídia ou meio de comunicação de massa
tinha e tem como característica a emissão de mensagem única ou semelhante e ao
mesmo tempo de um emissor ou de alguns emissores centralizados no caso do
Brasil as mensagens são normalmente emitidas do sudeste do país, principalmente
do Rio de Janeiro ou de São Paulo, e destinada para milhões de telespectadores ou
receptores. Por conta desta característica do meio de comunicação de massa de um
59
modo geral as mensagens são configuradas para atender o denominador comum
mais baixo. O que acarreta em uma TV de baixa qualidade em relação ao seu
conteúdo. Este fenômeno da baixa qualidade do conteúdo também se repetiu nos
Estados Unidos devido possivelmente a este modelo massivo de comunicação,
visando atender uma média do gosto da audiência. Até 1980 segundo Castells
(2008), A maior parte das televisões governamentais também se guiavam pelo
padrão do mais baixo denominador comum.
Outro aspecto relevante é que o conceito de cultura de massa originário da
sociedade de massa foi expressão relacionada ao sistema de mídia que se deu a
partir do controle da nova tecnologia de comunicação eletrônica exercida por
governos e oligopólios empresariais. O que a TV representou segundo Castells
(2008), foi o fim da Galáxia de Gutenberg, ou seja, de um sistema de comunicação
essencialmente dominado pela mente tipográfica e pela ordem do alfabeto fonético.
3.9 Realidade e representação simbólica na cultura
Para Castells (2008), A cultura se constitui através de processos
comunicacionais, que são essencialmente realizados a partir da produção e
consumo de signos, o que fica claro que não há separação entre “realidade” e
representação simbólica. Nas sociedades humanas existe um ambiente simbólico
atuando em seu meio.
Muito se fala que o que está na internet está no campo da virtualidade, o que
se considera distante em um outro paradigma diferente da realidade. Castells
(2008), trás uma reflexão sobre o que é real e o que é simbólico. Nós somos o que
simbolizamos, a partir do momento que simbolizamos via internet estamos sendo
reais, não é o fato de estarmos nos comunicando via internet que deixamos de ser
reais e passamos a ser virtuais. São pessoas reais que estão na virtualidade da
internet. Esta nova cultura é real. Virtual é o sistema de comunicação. As pessoas
continuam reais.
60
Nesse sentido percebe-se que o que há de novo na internet é o que é
organizado pela integração eletrônica de variados tipos de comunicação, do
tipográfico, ao sensorial, não é a indução à realidade virtual, mas a construção da
realidade virtual.
“Virtual é o que existe na prática, e “real” é o que existe de fato. Dessa forma a
realidade, como é vivida, sempre foi virtual porque sempre é percebida através de
símbolos. Todas as realidades são comunicadas pelos símbolos. Segundo Castells
(2008), na comunicação interativa humana, em todos os meios, todos os símbolos
são, de certa forma, deslocados em relação ao sentido semântico que lhes são
atribuídos. De alguma maneira a realidade é percebida na dimensão do virtual.
O que realmente é relevante neste novo sistema de comunicação, baseado na
integração em rede digitalizada de múltiplos modos de comunicação, é sua
capacidade de inclusão, de todas as expressões culturais. Para a sociedade, a
comunicação eletrônica (tipográfica, audiovisual ou mediada por computadores) é
simplesmente comunicação.
61
PARTE III - RESULTADOS E DISCUSSÃO
CAPÍTULO 4 - ANÁLISE DOS DADOS
4.1 Considerações relacionadas a esta pesquisa
Pesquisamos em um grupo expressivo de estudantes do CAA, os usos em
seus processos comunicacionais dentro e fora do Centro Acadêmico do Agreste.
Com os resultados das investigações iniciais realizadas com estudantes de todas as
faixas etárias montamos um questionário para a captação de respostas entre o
público alvo e majoritário no centro que é formado por jovens na faixa etária dos 18
aos 24 anos, deste modo, aplicamos mais um questionário para um total de 215
estudantes pertencentes a 09 dos 10 cursos do CAA – Centro Acadêmico do
Agreste – com exceção, portanto, dos alunos da Licenciatura Intercultural, Formado
por 12 tribos indígenas pernambucanas, da forma que chegamos aos seguintes
números e análises:
Quanto às questões sociais e econômicas, constatamos primeiramente que a
grande maioria pertence às classes populares, sendo expressivo o fato de que 49%
dos estudantes declarou ter renda familiar mensal de 2 a 4 salários mínimos e que
29% deles disse ter renda familiar inferior a 2 salários mínimos -- juntos os dois
grupos totalizaram 78% do público pesquisado.
Outro dado importante para a nossa análise e que complementa o anterior é a
declaração de 53% dos pesquisados de que mora em áreas suburbanas e 6% deles
na zona rural. A grande maioria dos entrevistados é de municípios do interior de
Pernambuco: 41% vive nos centros de cidades do interior do próprio Estado, e uma
minoria residem em Recife que é a capital do estado.
62
Em relação à realidade da educação superior no contexto familiar dos
discentes do CAA, 44% deles informa que poucos em suas famílias tiveram uma
formação universitária e 36% dentre eles declara ser o primeiro na família a cursar
uma graduação.
(i.) Em relação ao gênero, 53% se declara do gênero “masculino”, 46% do
gênero “feminino” e 02% como “outros”, apesar disso, apenas 10% dos
homens acessa sites constituídos exclusivamente para homens e 5%
das mulheres acessa sites constituídos exclusivamente para mulheres;
o restante transita pela web sem preocupações quanto a possíveis
especificidades relacionáveis aos gêneros. Ainda no contexto das
relações sociais, 73% do público são solteiros, 11% tem relações
estáveis, 8% tem relacionamentos sérios e 5% são casados.
(ii.) Quanto à ocupação: 17% dos discentes trabalham e 32% dos
estudantes pesquisados tem como principal ocupação o estudo; 14%
do total participam de projetos de extensão e 12% participam de
projetos de pesquisa.
(iii.) Em relação ao entretenimento, 20% dos entrevistados se identificam
com o estilo musical Pop Rock que somado aos outros estilos a ele
vinculados contabilizam 36% dos participantes; um outro grupo
expressivo é o dos que se identificam com a música popular brasileira
que representa 18% das opções musicais elencadas na pesquisa
(iv.) 22% do grupo edita um blog pessoal, ou seja, são emissores de
mensagens além de receptores. Outros dados extremamente
importantes estão relacionados aos recursos tecnológicos disponíveis
e utilizados por este público:
63
(v.) 82% do público investigado tem computador, contudo, 18% desta
população ainda não o possui; 76% possui netbook ou notebook e 24%
não possui o referido dispositivo.
(vi.) Quanto ao local de acesso à web: 84% acessam de casa, 07% do
trabalho e 06% da Universidade.
(vii.) Em relação à leitura no computador, 33% dos participantes respondeu
que não gosta de ler no computador, 30% declarou que gosta de ler
em PDF e 22% declarou sua preferência por hipertextos3.
(viii.) O que os discentes leem: 61% Livros, 14% Blogs, 07% revistas, dentre
outros.
(ix.) 95% dos pesquisados possui um celular e 05% não tem; quanto ao
smartphone, 54% não possui o equipamento contra 46% que possui.
86% não possui um tablet e 14% deles possui um tablet.
(x.) 02% dos entrevistados declarou ter comprado seu computador para
adentrar nas redes sociais enquanto 74% declarou que adquiriu seu
computador para utilizá-lo na universidade com fins
predominantemente acadêmicos.
(xi.) 96% declara ter internet em casa e apenas 4% declara não tê-la em
sua residência.
3 Para ler textos o meio preferido é o livro com 53% da preferência dos usuários e em seguida vem o
computador com 38%.
64
(xii.) Fica caracterizada a existência dos computadores de uso comum
quando lemos os números em relação ao tempo e local de acesso da
web: 48% acessa diariamente do seu quarto no seu próprio
computador, 34% acessa diariamente em computador de uso coletivo
na sala de casa. 01% do público entrevistado ainda acessa a web
diariamente das lan houses.
(xiii.) Quanto à qualidade da internet acessada em suas casas, 59%
considera boa, ou seja, declara que usa todos os sistemas de vídeo e
hipertextos de forma satisfatória; 27% do público respondente a
considera razoável, pois, mesmo que de forma aquém da ideal
consegue resolver o que precisa através da web; 07% considera ótima
e 06% péssima.
(xiv.) Quanto aos usos comunicacionais mais expressivos, temos o seguinte
quadro: 88% em atividades acadêmicas; 83% para assuntos pessoais;
83% para navegação em redes sociais; 63% para buscar notícias; 60%
para assistir ou baixar vídeos; 44% para participar de grupos ou
comunidades; 39% para integrar grupos de discussão; 29% para
usufruir da rádio na internet.
(xv.) Quanto ao que buscam nas redes sociais: 23% comunicação com os
colegas, 18% diversão, 15% conhecimento, 15% relacionamento,
dentre outras.
(xvi.) Quanto à credibilidade atribuída à web verificada por intermédio de
solicitação para que dessem uma nota entre 0 a 10 aos serviços
prestados pela web, obtivemos o seguinte: 28% credita a nota 7,0; 22%
a nota 5,0; 19% a nota 6,0.
65
(xvii.) Em relação ao que consideram negativo na web: 12% Informações
falsas, 11% spam, 9% lentidão na web, 8% conteúdos
preconceituosos, dentre outros.
(xviii.) As preferências temáticas buscadas na web, de um modo geral, foram
as seguintes: 14% informações acadêmicas, 12% notícias, 12% humor,
10% tecnologia, 9% música, 9% educação.
(xix.) Outra questão significativa do uso dos dispositivos pelos estudantes se
refere ao acesso à web via celular: 35% acessa a web via celular, 34%
acessa às vezes, 7% acessa sempre e 23% não acessa a web via
celular. Perguntamos também o que acessam via celular e tivemos as
seguintes respostas, 157 dos 215 acessam o Facebook, 113 e-mail,
108 o Google, 87 o Whatsapp, 61 o Instagram, 61 o Youtube.
Perguntamos o que os mesmos acessam pelo computador e as
respostas foram do mais acessado ao menos acessado na seguinte
ordem, Facebook, e-mail, Google, Whatsapp, Instagram, Youtube, PDF
e música. Não houve diferenças entre o que foi acessado via
computador ou via celular, isto é, os sistemas acessados pela maioria
parecem ser os mesmos
(xx.) Sobre o tempo gasto diariamente na internet ficou evidenciado que
31% despende entre 2 e 4 horas; 22% até 2 horas; 21% entre 4 a 8
horas e 13% fica o dia todo conectado na web.
(xxi.) O contexto de uso da web: 33% nos estudos, 30% no lazer e na
pesquisa 18% e 26% participam de fóruns na web.
66
(xxii.) Os principais programas computacionais utilizados são: Word 67%,
Power Point 12%, Coreldraw 10% e Excel 10%.
(xxiii.) Quanto às dificuldades encontradas no manuseio de computadores,
internet e demais sistemas: 74% afirma dominar estas novas
tecnologias; 23% relata alguma dificuldade, porém, acredita que pode
superá-la; 03% tem dificuldades e expressa não querer superá-las4.
(xxiv.) Sobre a necessidade de auxílio na realização de tarefas, obtivemos as
seguintes respostas: 49% não pede ajuda, 26% acessa sozinhos, 22%
pede ajuda aos colegas e 3% pede ajuda ao professor.
(xxv.) Das atividades desenvolvidas pelos professores via web, dentre outras
respostas, as mais expressivas foram: 40% envio de e-mail, 18%
conteúdo via web e 16% grupos em redes sociais entre outros.
Sobre a relação deste público com as mídias tradicionais, obtivemos as seguintes
informações:
09% assiste a telejornais na TV; 07% assiste às séries; 06% indica assistir ao Jornal
Hoje (TV Globo); Programas populares líderes de audiência como os que
abordam a questão da violência não foram citados.
Sobre o que é escutado pelos discentes do CAA, seja nas mídias tradicionais ou nas
novas mídias: o Mp3 é sempre escutado por uma parcela expressiva do público de
55%; a rádio FM é escutada às vezes, por 38% ou quase nunca por 26%; o podcast
nunca é escutado por 56%, escutado às vezes por 11% e sempre por 3%; o CD e o
DVD são escutados às vezes por 51% e sempre por 22%. A música é,
4 Observamos a existência de um grupo minoritário, que de certa forma, rejeita estas novas
tecnologias o que poderia vir a ser um aspecto interessante para novas pesquisas na área.
67
preferencialmente, ouvida no celular por 77%, sempre escutam música no
computador 68% e, 33% nunca escuta rádio na web. É clara, portanto, a preferência
deste público por ouvir música no Mp3, no celular e no computador. Em relação ao
tempo semanal destinado à TV o grupo com mais destaque é o que raramente
assiste TV com 33% dos entrevistados.
Por fim, quanto à relação de ensino e aprendizagem no contexto das novas
tecnologias e o uso destas na sala de aula por professores e alunos: 68% informou
que não há o uso efetivo do computador em sala de aula. Quanto à interação do
professor com o aluno após a aula, via web, 64% evidenciou pouca interação.
Além do infográfico que se encontra nos apêndices deste trabalho, apresentamos
abaixo, aspectos relevantes em gráficos, com os resultados desta pesquisa:
A figura 2 abaixo mostra o quantitativo dos equipamentos que os estudantes
pesquisados tem acesso:
Figura 2 – Percentual de acesso e posse de equipamentos e internet em 2013.
O gráfico da figura 2 demonstra que a grande maioria do público
pesquisado tem acesso a internet em casa e que a maioria possuem
equipamentos para receberem conteúdos via web.
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Notebook
Celular
Smartphone
Tablet
Internet em casa Internet em casa
Tablet
Smartphone
Celular
Notebook
68
A figura 3 mostra que parte do público acessa a internet do seu quarto e
que uma outra parte menor acessa em espaços coletivos da casa como a
sala. No total a grande maioria acessa a internet de casa.
0
20
40
60
80
100
48% 34% 82%
48% Acessam diariamente noseu quanto
34% Acessam diariamente emespaços coletivos em sua casa
82% Acessam diariamente emcasa
Figura 3 – Local na residência de acesso a internet em 2013.
Este gráfico nos mostra o acesso diário à web a partir da residência do
público pesquisado.
Este gráfico da figura 4 abaixo mostra como o público considera
a web que acessa em casa:
59% do público considera a internetde casa boa
27% do público considera a internetde casa mais ou menos
Figura 4 – Consideração do público em relação a qualidade da internet em 2013.
A maioria do público segundo nos mostra o gráfico considera a internet que
acessa em casa como boa.
69
O gráfico da figura 5 mostra os tipos de comunicações que interessam
ao público pesquisado:
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
88% 83% 60% 39%
88% Comunicaçõesacadêmicas
83% Comunicaçõespessoais
83% Comunicão emRedes Sociais
63% Notícias
60% Vídeos na web
44% Participação emgrupos e comunidades
39% Participam degrupos de discursão
23% Escutam rádioweb
Figura 5 – interesse em comunicação web pelo público em 2013.
Estes tipos de comunicações apresentadas neste gráfico foram as mais
expressivas que os pesquisados indicaram
São apresentados no gráfico da figura 6 abaixo os objetivos nos usos nas
redes sociais pelo público pesquisado que são;
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Comunicação
10% Oportunidades
13% Trabalho
15% Conecimento
18% Diversão
38% comunicação comcolegas
Figura 6 – Objetivos nos usos das redes sociais na web pelo público pesquisado em 2013.
O gráfico apresenta os principais usos comunicacionais nas redes sociais
pelo público alvo apresentados na pesquisa.
70
O gráfico da figura 7 abaixo apresenta o que o público pesquisado prefere
escutar em ordem dos mais escutados para os menos escutados;
77% Música nocelular
68% Música nocomputador
55% MP3
22% CD e CVD
Figura 7 – O que o público pesquisado declarou escuta sempre em 2013.
O gráfico apresenta a preferência dos pesquisados da forma que
percebemos que às novas mídias são preferidas para escutar músicas.
Os pesquisados informam que 51% escutam às vezes CD e DVD, 38%
às vezes o rádio e 11% às vezes podcast, o que nos mostra o gráfico a
baixo:
51% CD e DVD ásvezes
38% Rádio àsvezes
11% Podcast ásvezes
Figura 8 – O que o público pesquisado declarou que escuta às vezes em 2013
O gráfico a cima nos mostra o que o público escuta apenas às vezes.
71
O gráfico a baixo nos mostra o que o público pesquisado comumente lê;
61% Livro
14% Blog
7% Revista
5% Jornal impresso
Figura 9 – O que o público declarou ler em 2013.
O gráfico apresenta o livro de forma expressiva e em seguida o blog
entre outros meios utilizados para leitura pelo público pesquisado.
Para uma análise mais completa e de forma simplificada dos dados desta pesquisa
indicamos a leitura do infográfico que se encontra nos apêndices deste trabalho.
Tendo-se em vistas as informações acima elencadas, podemos considerar a
comunidade de discentes do CAA altamente conectada e, não obstante as
limitações financeiras sob as quais ainda vivem, possuidora de uma larga
experiência e intimidade com as novas tecnologias e/ou com os dispositivos
comunicacionais disponíveis no mercado, neste sentido, há um alto índice de usos
dos diversos sistemas e aparelhos relacionados às TICs. Outro aspecto expressivo é
o interesse na web em questões relacionadas ao universo acadêmico, de modo que
podemos afirmar que há um cenário favorável para o desenvolvimento de produtos
comunicacionais relacionados à internet que possam ser acessados pelos vários
dispositivos existentes e em uso pela comunidade pesquisada.
Muito embora falemos de uma comunidade – a dos discentes do Centro
Acadêmico do Agreste – há em seu bojo uma variedade de perfis de usuários, com
grupos específicos que navegam por um tempo expressivo na web e que confirma a
abertura a produtos digitais que levem, de fato, em consideração tais peculiaridades.
72
CAPÍTULO 5 - DISCUSSÃO A PARTIR DOS ESTUDOS EMPREENDIDOS NA
PESQUISA
5.1 Reflexão sobre o impacto político, social e cultural da internet
Até bem pouco tempo, aqui no Brasil, vivíamos diante de um oligopólio que
decidia que informação transmitir e como esta informação seria conduzida para a
massa, formada pela grande maioria do povo brasileiro, oligopólio este que ainda é
comandado por um pequeno grupo de empresários que detêm o comando dos
meios de comunicação eletrônica de massa no Brasil; durante estes últimos
sessenta anos, foi o maior entrave para a comunicação livre entre a população
brasileira.
A internet, particularmente no Brasil, contribuiu decisivamente para quebrar a
hegemonia na comunicação da Rede Globo e dos meios de comunicação de massa
e em especial o veículo TV. Particularmente a Globo perdeu o quase monopólio da
influência predominante na configuração da cultura brasileira que exerceu
fortemente a partir da segunda metade do Séc. XX. Há bem pouco tempo atrás, no
Brasil o que era belo era o que estava na Globo, o ideal de felicidade era o ideal de
felicidade que se apresentava nas novelas e no conteúdo audiovisual
predominantemente televisivo.
Existem muitos indícios – tanto nos dados analisados pela nossa pesquisa
quanto pela interpretação de muitos estudiosos sobre a temática – que nos levam a
perceber que a internet no início do século XXI tira da televisão o lugar de
centralidade na vida cotidiana na contemporaneidade, especialmente entre os mais
jovens. Temos um forte indício que a geração nascida após a década de 1990,
especialmente os nascidos após 1993, marco da chegada da internet no Brasil, são
expressivamente influenciados pela internet, de modo particular, a geração Z, que
segundo a revista Veja, engloba os nascidos em meados da década de 1980, e que
são pessoas que vai da internet para o telefone, do telefone para o vídeo e retorna
73
novamente à internet. Da forma que sua maneira de pensar é influenciada desde o
berço pelo mundo complexo e veloz que a tecnologia engendrou. Neste sentido, há
um grande indício de que essas novas gerações não são influenciadas
hegemonicamente pelos veículos de comunicação de massa, elas estão muito mais
conectadas à web e às novas mídias do que aos meios tradicionais de comunicação;
muitos até não assistem televisão ou rádio. Grande parte dos mais jovens não se
identificam com a grande mídia – aqui me refiro aos que tem acesso à internet, pois,
infelizmente, próximo de cinquenta por cento da população brasileira não tem
acesso à internet.
Quanto aos jovens com acesso à internet, é possível imaginar que eles podem até
assistir a TV e ao rádio assim como assistir filmes e novelas na televisão, porém, as
mesmas já não são as únicas fontes de informação para estas novas gerações nem
mesmo os canais de comunicação simbolicamente hegemônicos para o público
referido nesta pesquisa. Este grupo social já não credita a estes veículos de
comunicação de massa a fidedignidade nas suas fontes, ou seja, não lhes atribui de
forma imediata a verdade.
5.2 O CAA como nascedouro de valores e demandas por novos produtos
Percebe-se na leitura das informações da pesquisa aqui empreendida,
especialmente no que diz respeito ao interesse da referida comunidade por obter
dados relacionados ao contexto universitário, a valorização e a consolidação de
valores – em grande número de jovens das camadas populares do interior do Estado
– relacionados ao ensino e à pesquisa, ou seja, ao universo acadêmico.
Este fato pode vir não somente provocar uma reação em cadeia partindo do
cerne de cada uma destas famílias, mas, gerar novas demandas nestes grupos –
em boa parte deles, cujos atores nunca vivenciaram uma experiência universitária –
inaugurando novas culturas e, sobretudo, a ruptura com antigos valores e a abertura
para visões de mundo diferentes.
74
Neste sentido, em meio à escassez da renda da grande maioria dos
discentes, pode-se perceber que a aquisição de equipamentos tecnológicos como
computadores, dentre outros, tem uma forte relação com as demandas geradas pela
própria universidade.
O grupo pesquisado além de muitas horas conectado, utiliza uma gama
considerável de recursos comunicacionais, é um público com intimidade com as
novas tecnologias, porém, ainda sintonizado com as mídias tradicionais, leitor de
livros, telespectador de programas de TV e usuário de mídias distintas. Percebemos,
do mesmo modo, que esta comunidade tem grande intimidade com produtos
comunicacionais diversos, utiliza os principais sistemas web e os principais
programas computacionais, é um grupo dinâmico e ativo nas redes sociais, boa
parte do grupo é, inclusive, editor de conteúdos para a web.
A grande maioria desta comunidade não tem problemas com as novas
tecnologias, assimilando rapidamente os novos sistemas e, mesmo aqueles que
declararam dificuldades com as novas tecnologias, demonstraram o interesse em
superá-las devido ao reconhecimento da importância destes novos meios.
Podemos também observar que está em curso uma nova dinâmica cultural
que pode ser remetida às novas demandas oriundas, em sua maioria, da inserção
destes indivíduos no contexto acadêmico; este fato talvez explique a desvalorização,
no seio desta comunidade, dos programas de violência que se firmaram na grande
mídia. Dito de outro modo, os dados nos revelam que o interesse desse público se
concentra em torno do conhecimento, da cultura, do humor, da diversão, dos seus
interesses acadêmicos entre outros.
Neste sentido, os números são claros e precisos ao revelar-nos que estamos
em meio a um rico cenário, próspero em ideias, valores e visões de mundo, muitos
deles oriundos da complexa dinâmica de oposição, complementaridade e
concorrência (MORIN 1990) do contexto universitário frente às novas mídias, de
modo que podemos supor, inclusive, a instauração em curso de um refinamento do
consumo e uso dos produtos comunicacionais por este público.
75
Este contexto explica ainda a manutenção e/ou valorização de alguns meios
como o próprio livro, do hipertexto e das possibilidades relacionadas às novas
tecnologias – nos parece que, de forma expressiva, estes estudantes se identificam
com o livro físico e os números da pesquisa nos mostram claramente a posição de
destaque do livro para a comunidade aqui estudada.
Observa-se ainda que, neste contexto, no caminho inverso ao dos
estudantes, estão os docentes que, de acordo com as informações fornecidas pelos
discentes ainda não estão fazendo de forma satisfatória o uso das novas tecnologias
nos processos comunicacionais inseridos no contexto acadêmico. Os números desta
pesquisa nos demonstram claramente a necessidade premente da criação de
políticas para repensar os usos dos recursos comunicacionais oportunizados pelas
novas e tradicionais mídias para que seja favorecido os objetivos institucionais do
Centro Acadêmico do Agreste da UFPE - CAA.
76
CAPÍTULO 6 – CONSIDERAÇÕES
6.1 Considerações finais
Tratamos neste estudo além dos aspectos, referentes aos processos
configurativos do design de produtos, do conceito sobre o design e de sua história,
do cotidiano na contemporaneidade, da comunicação de massa e de um novo tipo
de comunicação que se inaugura com a internet.
Fizemos um estudo e reflexão sobre o dia a dia, do comum, de algo que todos
conhecem e por tudo isso, é que nos desafiamos a configurar uma leitura das
transformações e das oportunidades neste processo social em curso, abrindo
espaço para atitudes empreendedoras voltadas ao conhecimento e o uso estratégico
do design e das novas Tecnologias de Informação e Comunicação e em especial os
negócios mediados pela internet e computadores a partir do design de produtos
digitais.
Na perspectiva empreendedora e no design um aspecto demandado e
fundamental é a transdisciplinaridade, sendo a mesma a melhor base para o
desenvolvimento de produtos e estratégias para este novo mercado ou
possivelmente novo tempo, influenciado pela web. Acreditamos que a
transdisciplinaridade, e o conhecimento são capazes de fazer com que o produto
tenha uma configuração adequada e eficaz. A transdisciplinaridade, traz para
qualquer produto ou empreendimento, a excelência e a qualidade desejada para a
otimização dos processos de projetação, produção, comercialização, uso ou
consumo e finalmente o descarte ou redesign, e todas as etapas da vida do produto,
possibilitando o sucesso das organizações na complexa sociedade da informação
em curso na contemporaneidade, se configurando internamente e em torno da
internet.
77
Acreditamos com base no referencial teórico apresentado neste estudo que
com a finalização desta etapa, onde pesquisamos as necessidades dos usuários,
poderemos a partir das análises destes dados iniciar a fase de pensar como será o
design do produto que desenvolveremos para este público estudado neste projeto
de pesquisa. Dessa forma finalizamos esta etapa deste trabalho de pesquisa que se
desdobrará em outras fazes do desenvolvimento de produtos voltados para o
referido público pesquisado.
78
PARTE IV - COMPLEMENTOS
REFERÊNCIAS
BONSIEPE, Gui. Design: do material ao digital. 1. ed. LBDI: Florianópolis, 1997.
BONSIEPE, Gui.. Design, cultura e sociedade. 2. ed. Edgard Blucher: São Paulo,
2011.
CARDOSO, Rafael. Uma introdução a história do design. 3. Ed. Edgard Blucher: São
Paulo, 2008.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em redes: A era da informação: Economia,
sociedade e cultura. 11.ed. Paz da Terra: São Paulo, 2008.
CETIC. Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da
Comunicação no Brasil. Disponível em
<http://cetic.br/usuarios/tic/index.htm>. Acesso em 21/11/2013
CIN. CENTRO DE INFORMÁTICA – UFPE. Pesquisa: Sobre as pesquisas.
Disponível em:
<http://www2.cin.ufpe.br/site/secao.php?s=4&c=55> Acesso em: 1 de out. 2013.
COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL. Dimensões e características
da Web brasileira: um estudo do .gov.br. S.l: Comitê Gestor da Internet no
Brasil, 2010. 93 p. Disponível em:
<http://www.cgi.br/publicacoes/pesquisas/govbr/cgibr-nicbr-censoweb-govbr-
2010.pdf>. Acesso em: 25 out. 2013.
79
DIEHL, Astor Antônio; TATIM, Denise Carvalho, Pesquisa em ciências sociais
aplicadas: métodos e técnicas. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário.
Lisboa: Presença, 1989.
FLICK, U. Uma introdução à pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Bookman, 2004.
FLÜSSER, Vilém. O mundo codificado: por uma filosofia do design e da
comunicação: Vilém Flusser, organizado por Rafael Cardoso. 1. ed. Cosac Naify:
São Paulo, 2007.
GARRET, J. The elements of user experience: User-centered design for the web.
New York: Aiga, 2003. 189 p.
GARRET, J. The elements of user experience: Additional Resources. Disponível
em:<http://www.jjg.net/elements/resources> Acesso em: 15 out. 2013.
GATTI, Bernadete Angelina. Grupo focal na pesquisa em ciências sociais e
humanas. ed. Liber Livro: Brasília – DF, 2005.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4.ed. São Paulo:
Atlas, 1994. 207 p.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2007. 175 p.
80
GONTIJO, Silvana. O livro de ouro da comunicação. São Paulo: Ediouro, 2004.
MATURANA, H. R.; VARELA, F. J. A árvore do conhecimento: as bases biológicas
da compreensão humana. Trad. Humberto Mariotti e Lia Diskin. São Paulo:
Pala Athenas, 2001.
MORIN, Edgard. Introdução ao Pensamento Complexo. 2. ed. Lisboa: Instituto
Piaget, 1990.
MUELLER, Suzana P. M. A pesquisa em ciência da informação no contexto das
ciências Sociais. Anais da ANCIB. Rio de Janeiro: IBICT/UFRJ, 1997
______. Pesquisa sobre o uso das tecnologias da informação e da
comunicação no Brasil: TIC domicílios e TIC empresas 2011. São Paulo:
Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2012. Disponível em:
<http://op.ceptro.br/cgi-bin/cetic/tic-domicilios-e-empresas-2011.pdf>. Acesso
em: 17 out. 2013.
SANTOS, José Rodrigues. O que é a Comunicação. Difusão Cultural: Lisboa, 1992.
SCHNEIDER, Beat. Design – Uma introdução: o design no contexto social, cultural e
econômica. 1. ed. Edgard Blucher: São Paulo, 2010.
UFPE. UFPE em números. Disponível em:
<http://www.ufpe.br/ufpenova/index.php?option=com_content&view=article&id=59&It
emid=191>. Acesso em: 30 set. 2013.
VIEIRA, M. M. F.; ZOUAIN, D. M. Pesquisa Qualitativa em Administração. 2. ed.
Rio de Janeiro: FGV, 2006.
81
APÊNDICES
82
APENDICE A - INFOGRÁFICOS COM DADOS COLETADOS NA PESQUISA
83
84
85
86
87
88
89
APENDICE B - QUESTIONÁRIO FINAL DA PESQUISA
Formulário principal da pesquisa, aplicado a 215 estudantes de 18 a 24 anos
do Centro Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco.
Pesquisa sobre o uso das TICs pelos estudantes universitários na UFPE CAA.
CARTOGRAFIA DOS USOS DA WEB EM PROCESSOS COMUNICACIONAIS POR
DISCENTES DO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE
*Obrigatório
A1. Sexo ou (identidade) *
Masculino
Feminino
Outro
A2. Qual é aproximadamente a sua renda familiar? *
A família aqui se refere ao núcleo principal, pai, mãe, irmãos.
Esta pergunta é obrigatória
A3. Qual o seu curso na UFPE CAA? *
Física
Química
Matemática
Pedagogia
Licenciatura Intercultural
Administração
90
Economia
Engenharia de Produção
Engenharia Civil
Design
A4. Como é o local que você mora? *
Subúrbio na cidade
Centro da cidade
Zona rural
A5. Qual o seu estado civil? *
Sou casado (a)
Sou solteiro (a)
Tenho uma relação estável há algum tempo
Sou divorciado (a)
Tenho algumas relações ao mesmo tempo
Estou recente em um relacionamento sério
Eu apenas fico com pessoas sem compromisso
Não tenho relacionamento amoroso nem pretendo no momento
A6. Qual a sua ocupação principal? *
O que você faz atualmente?
Apenas estudo, vou às aulas da graduação e faço minhas provas
para me formar
Além de estudar eu participo de projeto de extensão
91
Além de estudar eu participo de projeto de pesquisa
Além de estudar participo de movimentos políticos
Além de estudar sou empreendedor
Além de estudar trabalho em um emprego
Além de estudar faço estágio
Além de estudar sou voluntário em uma ONG
Além de estudar sou voluntário em uma organização comunitária
Além de estudar participo de movimentos sociais
Além de estudar sou artista
Além de estudar participo de movimentos culturais
A7. Qual a sua religião ? *
Católico
Espírita
Evangélico
Ateu
Não tenho religião, acredito em Deus
Não tenho religião e sou cristão
Sou cristão
Budista
Candomblé ou religiões de matriz africana
Religião relacionada a matriz indígena
Outra
92
A8. Você percebe ou usa plataformas ou sistemas web para mulheres ou para
homens?*
Você nota que existem sistemas feitos para mulheres e sistemas feitos para
homens? Você utiliza os sistemas que sejam para homens ou próprios para
mulheres?
Eu sou homem e acesso sites para homens.
Eu sou homem e acesso sites sem me preocupar se é de homem ou de mulher.
Sou mulher e acesso sites femininos.
Sou mulher e acesso todos os tipos de sites sem me preocupar se são feitos
para mulheres ou homens.
A9 . Qual a cidade que você mora? *
A10. Qual o seu estilo musical preferido? *
Rock Nacional
Pop Rock
Heavy Metal
Hardcore
Punk Rock
Emo
Rock Progressivo
Grunge
Jazz
Axé Music
93
MPB
Música Erudita
Música pop
Pagode
Reggae
Samba
Sertanejo
Techno
Música Eletrônica
Brega
Forró eletrônico
Forró pé de serra
Coco de roda
Afoxé
Tecnobrega
Funk
Outros
A12 - Você é fundador de algum blog ou outro tipo de plataforma de conteúdo
na web ?*
Sim
Não
94
A13 - Na sua família quantas pessoas tem educação superior? *
Como é a formação acadêmica e universitária da sua família?
Todos os adultos maiores de 18 anos da minha família estão formados ou estão
em formação
Muito poucos adultos da minha família tiveram formação universitária ou estão
na universidade
A maioria dos meus familiares em idade adulta já estão formados ou estão na
universidade
Eu sou o primeiro da família que estou tendo a oportunidade de ter uma
formação universitária
B1. Você tem computador em casa? *
Não tenho computador em minha casa
Sim. Eu tenho computador em minha casa
B3. Você possui notebook ou netbook? *
Sim
Não
B4. Você possui celular? *
Sim
Não
B5. Você possui smartphone? *
Sim
Não
95
B6. Você possui tablet? *
Sim
Não
B8. Por que você adquiriu o computador? *
Qual o motivo mais relevante?
Para acessar o Facebook e para entrar nas redes sociais
Para poder digitar, pesquisar e fazer os trabalhos da Universidade
Ganhei de presente (que sorte!!)
Para desenvolvimento de trabalhos comerciais diversos
B9 - Você tem acesso a internet em casa? *
Não tenho acesso a internet em minha casa.
Sim, Eu tenho acesso a internet na minha casa.
C1. Como você acessa por mais tempo o computador e a web ?
Acesso por mais tempo diariamente na sala da minha casa
Acesso por mais tempo diariamente na universidade
Acesso por mais tempo diariamente no meu trabalho
Acesso por mais tempo diariamente na lan house
Acesso por mais tempo diariamente no meu quarto
Acesso por mais tempo diariamente no meu escritório
96
C2. Como você considera a internet que você tem na sua casa?
Considero de péssima qualidade pois não consigo ver vídeos nem usar coisas
simples como o Facebook
Considero mais ou menos pois consigo usar o Facebook e Hotmail, porém vejo
vídeos com muita dificuldade
Considero boa pois apesar das limitações da minha internet consigo fazer o que
desejo na web, vejo vídeos relativamente bem
Considero ótima pois vejo tudo que quero na web com rapidez e alta qualidade
de som e imagem
C3. Em relação a leitura na internet. Qual aspecto você considera mais
positivo. *
Gosto de ler livros virtuais na web
Prefiro ver figuras e imagens
Gosto de ler textos longos
Prefiro ler textos curtos como o do twitter
Prefiro ler apenas as partes do texto que tenho interesse e buscar mais
informações em outras páginas.da web
Não gosto de ler no computador
Gosto de ler coisas em formato de PDF no computador
C4 - Que tipo de comunicação você faz na web ?
Comunico-me com meus amigos sobre coisas pessoais
Comunico-me com professores sobre aspectos acadêmicos
Comunico-me com colegas sobre assuntos acadêmicos
97
Comunico-me com pessoas desconhecidas sobre temas do meu interesse
Participo de grupos de discussão sobre temas do meu interesse
Leio blogs sobre assuntos interessantes
Participo de redes sociais
Participo de grupos ou comunidade na web
Informo-me através das redes sociais
Informo-me através de portais de notícias
Faço vídeos e publico no YouTube
Publico página, blog ou site na web
Escuto podcast
Colaboro com informações em algum canal web
Assisto Web TV
Vejo vídeos na web
Escuto música na web
Escuto rádio na internet
C5 - Você acredita no que vê na web ? Dê uma nota em relação a credibilidade
que você tem na web ? *
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Pouca credibilidade
Selecione um valor no intervalo
de 1,Pouca credibilidade, a
10,Muita credibilidade.
98
C6 - O que você prefere na web ? *
Humor
Debates
Entrevistas
Informações acadêmicas
Política
Música
Informações profissionais
Empreendedorismo
Educação
Arte
Diversão
Cultura
Tecnologia
Notícias
Esportes
Assuntos relacionados a violência
Games
Assuntos relacionados a TV
Startups e empreendedorismo digital
Sobre tecnologia
Sobre a internet
Ferramentas web
99
C7 - Você acessa a web via celular ? *
Sim
Não
Às vezes
Sempre
C8 - Por quanto tempo você assiste vídeo na web ? *
Mais de uma hora uma vez por semana
Mais de duas horas uma vez por semana
Mais de quatro horas uma vez por semana
Mais de uma hora mais de duas vezes por semana
Mais de duas horas e mais de duas vezes por semana
Mais de quatro horas e mais de duas vezes por semana
Não assisto vídeo na web
Outra resposta.
Assisto raramente vídeo na internet
C9 - O que você acessa via celular na web ? *
Pornografia
Blogs
Vídeo conferência
100
Nada. Não acesso web via celular
Foursquare
Portais de notícias
Textos em PDF
Sites de humor
Site de design
Site de arte
YouTube
Shazam
Wikipedia
Skype
Música
Blogs sobre Política local
Blogs de Política nacional
Vagalume
Filmes históricos
Testes sobre assuntos acadêmicos
Google maps
sites de conteúdos especializados sobre o que estudo na universidade
101
Rede CAA
Assuntos relacionados a minha cidade
Google +
Orkut
Hangout
Vídeo cast
Podcast
Outros
C10 - O que você acessa na web pelo seu computador ? *
Pornografia
Blogs
Video conferência
Nada. Não acesso web via celular
Foursquare
Portais de notícias
Textos em PDF
Sites de humor
102
Site de design
Site de arte
YouTube
Shazam
Wikipedia
Skype
Música
Blogs sobre Política local
Blogs de Política nacional
Vagalume
Filmes históricos
Testes sobre assuntos acadêmicos
Google maps
sites de conteúdos especializados sobre o que estudo na universidade
Rede CAA
Assuntos relacionados a minha cidade
Google +
Orkut
Hangout
Vídeo cast
Podcast
Revistas
103
Livros
Artigos acadêmicos
Sites educativos
Séries
Filmes
Jogos
Tutoriais
The Pirate Bay ou outros baixadores de arquivos na web
Last FM
Rádio normal na web
TV normal na web
Tumbir
Chat
ITunes
Séries on line
Sites de viagens e turismo
9pag.com
4cham.org
MSN
Outros
104
C11 - Você tem dificuldade no uso das novas tecnologias web ou web mobile?
Tenho dificuldades porém vou superar estas com perseverança nos estudos
destas plataformas pois sei da importância destas ferramentas na atualidade.
Tenho dificuldades e não tenho interesse em supera-las
Não tenho dificuldades com às TICs. Domino estas novas tecnologias e
rapidamente aprendo os programas e sistemas
C13 - Em quanto tempo e como você usa a web ? *
Não uso a internet.
Uso diariamente em torno de até duas horas por dia.
Uso diariamente de duas a quatro horas por dia.
Uso diariamente entre quatro e oito horas por dia
Uso diariamente de oito a doze horas por dia.
Uso diariamente mais de doze horas por dia
Uso sempre que posso o dia todo. Faço outras coisas e fico sempre conectado
na web.
Tenho um horário para ver meus e-mails e coisas do meu interesse e depois
passo o dia todo conectado fazendo outras coisas.
Uso apenas de segunda a sexta na universidade para fins acadêmicos
Raramente uso a web.
Só uso por extrema necessidade para fazer trabalhos da universidade.
105
C14 - Quando você usa a web existe a possibilidade de pedir auxílio na
realização das tarefas do site que você acessa a alguma pessoa ? *
Sim eu posso solicitar ajuda a meu professor
Sim eu peço ajuda a meu colega de trabalho
Sim eu peço ajuda a meu colega de universidade
Não eu acesso normalmente sozinho e não tenho ninguém para me ajudar
Não normalmente não peço ajuda a ninguém
C12 - O que você considera negativo na experiência da navegação web? *
Não vejo nada de negativo na web
Informações falsas ou sem credibilidade
Spam
Excesso de informações
Falta de privacidade
Conteúdos preconceituosos e discriminatórios
Pornografia
Propaganda
Vulnerabilidade em relação a dados pessoais
Conexão lenta.
Conteúdo de baixo nível do Facebook
Perde-se muito tempo nas redes sociais
Distanciamento das pessoas reais pelo uso da web
Simplificação das palavras na web. Uma deformação da língua portuguesa
106
Sistemas muito complexos e difíceis de serem usados
Outros problemas graves no uso da web
Sites com música que se iniciam sem a autorização do usuário,
Excesso de liberdade na web
Ser viciante principalmente o Facebook
Mudanças repentinas nos sites
C15 - Qual o objetivo no seu uso das redes sociais ? *
Diversão
Trabalho
Adquirir conhecimentos
Estabelecer relacionamentos
Buscar oportunidades
Comunicação com colegas
Outros
C16 - Onde você acessa a web com maior frequência ? *
Em que local você acessa por mais tempo a web ?
Em casa
No escritório
No trabalho
Na universidade
Na lan house
Na casa de amigos
Outros lugares
107
C17 - Você frequenta algum fórum na web *
Sim
Não
C18 - Caso você use uma rede social diferente das citadas indique aqui a rede
social que você usa no seu cotidiano.
C19 - Em que contexto você mais usa a web ? *
Para que você usa em mais tempo a web ?
Lazer
Estudos
Pesquisas
Trabalho
Relações interpessoais
Conversas com amigos
Outros
D1. Que programa computacional você mais utiliza no seu cotidiano
acadêmico? *
Word
Powerpoint
Excel
Photoshop
108
Movie Maker
Outlook
N Vivo
Coreldraw
Photopaint
In design
Audaces
Autocad
3D Max
Illustrator
Dreamweaver
Fireworks
Premiere Pró
After Effects
D2 - Caso o programa computacional usado no seu cotidiano acadêmico não
esteja na lista acima indique aqui.
E1 - Que tipo de conteúdo audiovisual você tem assistido na mídia tradicional
atualmente.
O que você gosta de assistir e tem assistido ultimamente?
Telejornais na TV
Programas jornalísticos na rádio AM
Programas jornalísticos na Rádio FM
109
Jornal Hoje - Rede Globo
Altas Horas - Rede Globo
Pânico na TV - Band
Novelas da Globo
Todas as novelas de todos os canais
Programas de humor inteligente
O mundo segundo os Brasileiros - Band
Canal Livre - Band
Agora é tarde - Band
The Big Bang Theory - CBS (Série)
Caldeirão do Hulk - Rede Globo
Esquenta - Rede Globo
Jô Soares - Rede Globo
Futebol
Fantástico - Rede Globo
Globo Esporte - Rede Globo
Jornal Nacional - Rede Globo
Globo Reportes - Rede Globo
CQC - Band
Programas jornalísticos de polícia e violência
TV escola
Assisto a TV Brasil
Assisto a TV PE
110
Séries
Filmes na TV aberta
Esquadrão da moda - SBT
Mais Você - Rede Globo
Mix TV
NE TV - Rede Globo
Sem Meias Palavras - TV Jornal
Cardinot aqui na Clube - TV Clube
Plantão 1-9-0 - TV Jornal
Chaves - SBT
Bem estar - Rede Globo
Chuva de arroz - GNT
Os Simpsons - Rede Globo
Vídeo Show - Rede Globo
Programa Vitória em Cristo
Outros
111
E2 - O que você escuta? *
Escuto
sempre
Nunca
escuto
Escuto às
vezes
Quase
nunca
escuto
Mp3
Rádio FM
Podcast
CD ou DVD
Música no celular
Música no computador
Web Rádio
E3 - O que você lê na mídia tradicional: Jornais e revistas. Que tipo de mídia
você lê ? Qual jornal ou revista ? *
112
E4 - Que tipo de conteúdo audiovisual de mídia você prefere? *
Debates
Documentários
Entrevistas
Talk shows
E5 - Quanto tempo por semana você assiste TV? *
Assisto TV por mais de 02 horas por semana
Assisto TV por mais de 06 horas por semana
Assisto TV por mais de 12 horas por semana
Assisto TV por mais de 20 horas por semana
Não assisto TV
Raramente assisto TV
E6 - O que mais comumente você ler? *
Jornal impresso
Revista
Livro
Almanaque
Revista em quadrinho
Blogs
Não costumo ler
Raramente leio
Outros
113
E7 - Que meio você mais utiliza para ler textos ? *
Livros
Computador
Tablet
Celular
Outros
F1 - Você leva o seu computador para aula ? *
Sim
Não
F2 - Os professores interagem com os alunos via web após as aulas ? *
Sim
Não
Raramente
Só tem um professor que interage com os alunos na web
São poucos os professores que interagem com os alunos via web
Quase todos os professores interagem com os alunos via web
Alguns interagem via web com os alunos porém de forma insatisfatória
A maioria dos professores interagem via web com os alunos de forma
satisfatória
114
F3 - Os seus professores oferecem oportunidades em ajudá-los na
manipulação do próprio computador e dos softwares necessários para a
execução de suas atividades acadêmicas? *
Seu curso exige de você alguma habilidade em lidar com o computador e seus
recursos? Você sente ou já sentiu alguma dificuldade em lidar com o computador
e/ou algum software para fins acadêmicos?
Não, os professores não ajudam nesta questão do uso dos programas e
computadores
Sim, porém de forma insatisfatória.
Sim, os professores auxiliam satisfatoriamente os alunos no uso dos programas
e softwares computacionais
F4 - O seu professor interage com os computadores dos alunos durante as
aulas ? *
Sim
Não
Raramente
F5 - Que atividades são mais desenvolvidas pelos professores via web para o
desenvolvimentos das aulas na universidade. *
Desenvolvimento de blog
Desenvolvimento de grupos em redes sociais
Criação da listas de e-mail
Discussões em fóruns
Web conferências
Compartilhamento de conteúdos via web
115
Construção de trabalhos acadêmicos de forma colaborativa com o Google Docs
Indicação de vídeos do YouTube através de envio de links via web
Envio de e-mails
Indicação de conteúdos via web de TV, Rádio ou jornal.
Disponibilização de livros digitais na web e recomendação de leituras
Indicação de sites para pesquisas na web
F6 - Algum dos seus professores já utilizou o celular em alguma prática
educativa no seu curso? *
Sim algumas vezes
Não
Poucas vezes
Sempre
Raramente
116
APENDICE C - QUESTIONÁRIO DO PRÉ-TESTE
Pesquisa sobre o uso das TICs pelos estudantes universitários na UFPE CAA.
Pesquisa sobre o impacto da instalação da Universidade no Agreste de Pernambuco
no uso das TICs, Tecnologias de Informação e Comunicação pelos estudantes
universitários.
*Obrigatório
A1. Qual a sua faixa etária? *
Até 17 anos
De 18 a 24 anos
De 25 a 44
Mais de 45 anos
A2. Sexo *
Masculino
Feminino
Outro
A3. Qual é aproximadamente a sua renda familiar? *
A4. Qual o seu curso na UFPE CAA? *
A5. Qual a cidade que você mora? *
117
Qual a sua cidade atualmente ?
A6. Como é o local que você mora? *
Subúrbio na cidade
Centro da cidade
Zona rural
A7. Qual foi a sua entrada na UFPE CAA? *
Você entrou na UFPE CAA em 2010.1, 2009.2, 2011.1, qual foi a sua entrada?
A8. Qual o seu estado civil? *
Sou casado
Sou solteiro
Tenho uma relação estável há algum tempo
Sou divorciado
Tenho algumas relações ao mesmo tempo
Estou recente em um relacionamento sério
Eu apenas fico com pessoas sem compromisso
Não tenho relacionamento amoroso nem pretendo no momento
A9. Qual a sua ocupação principal? *
O que você faz atualmente?
Apenas estudo, vou às aulas da graduação e faço minhas provas para me
formar
118
Além de estudar eu participo de projeto de extensão
Além de estudar eu participo de projeto de pesquisa
Além de estudar participo de movimentos políticos
Além de estudar sou empreendedor
Além de estudar trabalho em um emprego
Além de estudar faço estágio
Além de estudar sou voluntário em uma ONG
Além de estudar sou voluntário em uma organização comunitária
Além de estudar participo de movimentos sociais
Além de estudar sou artista
Além de estudar participo de movimentos culturais
A10. Qual a sua religião ? *
Católico
Espírita
Evangélico
Ateu
Não tenho religião mais acredito em Deus
Não tenho religião e sou cristão
Sou cristão
Budista
Outros
119
A11. Você tem preferência esportiva por alguma modalidade. *
Com que esporte você se identifica?
A12. Qual ou quais os estilos musicais de sua preferência *
Rock Nacional
Pop Rock
Heavy Metal
Hardcore
Punk Rock
Emo
Rock Progressivo
Grunge
Jazz
Axé Music
MPB
Música Erudita
Música pop
Pagode
Reggae
Samba
Sertanejo
Techno
Música Eletrônica
120
Brega
Forró eletrônico
Forró pé de serra
Coco de roda
Afoxé
Outros
A14 - Você é fundador de algum blog ou outro tipo de plataforma de conteúdo
na web ?*
Sim
Não
B1. Você tem computador em casa? *
Não tenho computador em minha casa
Sim. Eu já tinha antes de entrar na universidade
Sim e adquiri depois de entrar na universidade
B2. Desde quando possui computador pessoal? *
Tenho um computador de uso familiar que fica na sala da minha casa a menos
de um ano
Tenho um computador pessoal a mais de um ano
Tenho meu computador pessoal de dois a três anos
Tenho meu computador pessoal de três a cinco anos
Tenho meu computador pessoal a mais de seis anos
Não tenho um computador pessoal
121
B3. Você possui notebook ou netbook? *
Sim a menos de um ano
Sim já tenho de um a três anos
Não tenho notebook
Já tenho a mais de três anos
B4. Você possui celular? *
Sim a menos de um ano
Sim tenho. Já faz de um a três anos
Não tenho Celular
Sim já tenho a mais de três anos
B5. Você possui smartphone? *
Sim a menos de um ano
Sim tenho. Já faz de um a três anos
Não tenho smartphone
Sim tenho smartphone a mais de três anos
B6. Você possui tablet? *
Sim a menos de um ano
Sim tenho. Já faz de um a três anos
Não tenho tablet
Sim tenho meu tablet a mais de três anos
122
B7. Se você adquiriu seu computador depois de entrar na universidade
assinale uma das alternativas abaixo:
Adquiri no mesmo ano que entrei
Adquiri após um ano na universidade
Adquiri após dois anos na universidade
Adquiri após três anos na universidade
Adquiri após quatro anos na universidade
B8. Por que você adquiriu o computador? *
Para acessar o Facebook e para entrar nas redes sociais
Para pode digitar os trabalhos da Universidade
Ganhei de presente (que sorte!!)
Para fazer os trabalhos do curso
Para pesquisar sobre assuntos do meu curso
Para desenvolvimento de trabalhos diversos
B9 - Você tem acesso a internet em casa? *
C1. Como você acessa por mais tempo o computador e a web ? *
Acesso por mais tempo diariamente na sala da minha casa
Acesso por mais tempo diariamente na universidade
Acesso por mais tempo diariamente no meu trabalho
Acesso por mais tempo diariamente na lan house
Acesso por mais tempo diariamente no meu quarto
123
Acesso por mais tempo diariamente no meu escritório
C2. Como você considera a internet que você tem na sua casa? *
Considero de péssima qualidade pois não consigo ver vídeos nem usar coisas
simples como o Facebook.
Considero mais ou menos pois consigo usar o Facebook e Hotmail, porém vejo
vídeos com muita dificuldade.
Considero boa pois apesar das limitações da minha internet consigo fazer o que
desejo na web, vejo vídeos relativamente bem e uso com tranquilidade a minha
internet.
Considero ótima pois vejo tudo que quero na web com rapidez e alta qualidade
de som e imagem.
C3. Em relação a leitura na internet. Quais aspecto você considera positivo. *
Gosto de ler livros virtuais na web
Prefiro ver figuras e imagens
Gosto de ler textos longos
Prefiro ler textos curtos como o do twitter
Prefiro ler apenas as partes do texto que tenho interesse e buscar mais
informações em outras páginas sobre o que está me interessando
Não gosto de ler no computador
Gosto de ler coisas em formato de PDF
Só busco o que me interessa nas páginas da web. Faço uma leitura dinâmica e
vou direto ao que procuro. Não perco tempo lendo o que não me interessa. Fico
navegando pulando de página em página e apenas lendo o que me interessa. O
que não me interessa eu nem leio ou observo com atenção.
124
C4 - Que tipo de comunicação você faz na web ? *
Comunico-me com meus amigos sobre coisas pessoais
Comunico-me com professores sobre aspectos acadêmicos
Comunico-me com colegas sobre assuntos acadêmicos
Comunico-me com pessoas desconhecidas sobre temas do meu interesse
Participo de grupos de discussão sobre temas do meu interesse
Leio blogs sobre assuntos interessantes
Participo de redes sociais
Participo de grupos ou comunidade na web
Informo-me através das redes sociais
Informo-me através de portais de notícias
Faço vídeos e publico no YouTube
Publico página, blog ou site na web
Escuto webcast
Colaboro com informações em algum canal web
Assisto webtv
Vejo vídeos na web
Escuto música na web
125
C5 - Você acredita no que vê na web ? Dê uma nota em relação a credibilidade
que você tem na web ? *
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Pouca credibilidade
Selecione um valor no intervalo
de 1,Pouca credibilidade, a
10,Muita credibilidade.
C6 - O que você prefere na web ? *
Humor
Debates
Entrevistas
Informações acadêmicas
Política
Música
Informações profissionais
Empreendedorismo
Educação
Arte
Diversão
Cultura
Tecnologia
126
C7 - Você acessa a web via celular ? *
Sim
Não
Às vezes
Sempre
C8 - Por quanto tempo você assiste vídeo na web ? *
Mais de uma hora uma vez por semana
Mais de duas horas uma vez por semana
Mais de quatro horas uma vez por semana
Mais de uma hora mais de duas vezes por semana
Mais de duas horas e mais de duas vezes por semana
Mais de quatro horas e mais de duas vezes por semana
Não assisto vídeo na web
Outra resposta.
Assisto raramente vídeo na internet
C9 - O que você acessa via celular na web ? *
127
C10 - Caso você se comunique na web de alguma forma que você considera
interessante nos informe escrevendo na caixa de texto.
C11 - O que você considera uma grande novidade na web ? *
C12 - Você tem dificuldade no uso das novas tecnologias web ou web mobile?*
Tenho dificuldades porém vou superar estas com perseverança nos estudos
destas plataformas pois sei da importância destas ferramentas na atualidade.
Tenho dificuldades e não tenho interesse em supera-las
Não tenho dificuldades com às TICs. Domino estas novas tecnologias e
rapidamente aprendo os programas e sistemas
C13 - O que você acessa na web ? *
C14 - Que sistemas web você utiliza para o seu lazer ? *
128
C15 - O que você considera negativo na experiência da navegação web? *
C16 - Qual a sua avaliação em relação ao novo site do SIGA *
Não gostei das mudanças do SIGA
Gostei muito do novo SIGA
Ainda estou me adaptando as mudanças porém estou gostando das mudanças
Não estou conseguindo utilizar o SIGA com as mudanças.
Outra resposta.
C17 - Em quanto tempo e como você usa a web ? *
Não uso a internet.
Uso diariamente em torno de até duas horas por dia.
Uso diariamente de duas a quatro horas por dia.
Uso diariamente entre quatro e oito horas por dia
Uso diariamente de oito a doze horas por dia.
Uso diariamente mais de doze horas por dia
Uso sempre que posso o dia todo. Faço outras coisas e fico sempre conectado
na web.
Tenho um horário para ver meus e-mails e coisas do meu interesse e depois
passo o dia todo conectado fazendo outras coisas.
129
Uso apenas de segunda a sexta na universidade para fins acadêmicos
Raramente uso a web.
Só uso por extrema necessidade para fazer trabalhos da universidade.
C18 - Quando você usa a web existe a possibilidade de pedir auxílio na
realização das tarefas do site que você acessa a alguma pessoa ? *
Sim eu posso solicitar ajuda a meu professor
Sim eu peço ajuda a meu colega de trabalho
Sim eu peço ajuda a meu colega de universidade
Não eu acesso normalmente sozinho e não tenho ninguém para me ajudar
Não normalmente não peço ajuda a ninguém
C19 - Qual o objetivo no seu uso das redes sociais ? *
Diversão
Trabalho
Adquirir conhecimentos
Estabelecer relacionamentos
Buscar oportunidades
Comunicação com colegas
Outros
C20 - Onde você acessa a web com maior frequência ? *
Em que local você acessa por mais tempo a web ?
Em casa
No escritório
130
No trabalho
Na universidade
Na lan house
Na casa de amigos
Outros lugares
C21 - Você frequenta algum fórum na web *
Sim
Não
C22 - Quais as redes sociais usadas por você? *
Google+
Orkut
MSN
Skype
Outras
C23 - Caso você use uma rede social diferente das citadas indique aqui a rede
social que você usa no seu cotidiano.
131
C24 - Em que contexto você mais usa a web ? *
Para que você usa em mais tempo a web ?
Lazer
Estudos
Pesquisas
Trabalho
Relações interpessoais
Conversas com amigos
Outros
D1. Que programas computacionais você utiliza no seu cotidiano acadêmico? *
Word
Powerpoint
Excel
Photoshop
Movie Maker
Outlook
N Vivo
Coreldraw
Photopaint
In design
Audaces
Autocad
132
3D Max
Illustrator
Dreamweaver
Fireworks
Premiere Pró
After Effects
D2 - Caso o programa computacional usado no seu cotidiano acadêmico não
esteja na lista acima indique aqui.
E1 - Qual o seu programa de televisão preferido na TV brasileira?
E2 - O que você escuta? *
Escuto
sempre
Nunca
escuto
Escuto às
vezes
Quase
nunca
escuto
Mp3
Rádio
Webcast
CD ou DVD
Música no celular
133
Escuto
sempre
Nunca
escuto
Escuto às
vezes
Quase
nunca
escuto
Música no computador
E3 - O que você lê na mídia tradicional: Jornais e revistas. Que tipo de mídia
você lê ? Qual jornal ou revista ? *
E4 - O que interessa a você nas mídias tradicionais *
Assisto Não
assisto
Assisto às
vezes
Assisto
diariamente
Novelas
Programas de auditório
Programas jornalísticos
Programas de humor
Programas de debates
Programas educativos
Documentários
Desenho animado
134
Assisto Não
assisto
Assisto às
vezes
Assisto
diariamente
Outros
E5 - Quanto tempo por semana você assiste TV ? *
Assisto TV por mais de 02 horas por semana
Assisto TV por mais de 06 horas por semana
Assisto TV por mais de 12 horas por semana
Assisto TV por mais de 20 horas por semana
Não assisto TV
Raramente assisto TV
E6 - O que comumente você ler ? *
Jornal impresso
Revista
Livro
Almanaque
Revista em quadrinho
Blogs
Não costumo ler
Raramente leio
Outros
135
E7 - Que meio você mais utiliza para ler textos ? *
Livros
Computador
Tablet
Celular
Outros
F1 - Você leva o seu computador para aula ? *
Sim
Não
F2 - Os professores interagem com os alunos via web após as aulas ? *
Sim
Não
Raramente
Só tem um professor que interage com os alunos na web
São poucos os professores que interagem com os alunos via web
Quase todos os professores interagem com os alunos via web
Alguns interagem via web com os alunos porém de forma insatisfatória
A maioria dos professores interagem via web com os alunos de forma
satisfatória
136
F3 - Os seus professores oferecem oportunidades em ajudá-los na
manipulação do próprio computador e dos softwares necessários para a
execução de suas atividades acadêmicas? *
Seu curso exige de você alguma habilidade em lidar com o computador e seus
recursos? Você sente ou já sentiu alguma dificuldade em lidar com o computador
e/ou algum software para fins acadêmicos?
Não, os professores não ajudam nesta questão do uso dos programas e
computadores
Sim, porém de forma insatisfatória.
Sim, os professores auxiliam satisfatoriamente os alunos no uso dos programas
e softwares computacionais
F4 - O seu professor interage com os computadores dos alunos durante as
aulas ? *
Sim
Não
Raramente
F5 - Que atividades são desenvolvidas pelos professores via web para o
desenvolvimentos das aulas na universidade. *
Desenvolvimento de blog
Desenvolvimento de grupos em redes sociais
Criação da listas de e-mail
Discussões em fóruns
Web conferências
Compartilhamento de conteúdos via web
137
Construção de trabalhos acadêmicos de forma colaborativa com o Google Docs
Indicação de vídeos do YouTube através de envio de links via web
Envio de e-mails
Indicação de conteúdos via web de TV, Rádio ou jornal.
Disponibilização de livros digitais na web e recomendação de leituras
Indicação de sites para pesquisas na web
F6 - Algum dos seus professores já utilizou o celular em alguma prática
educativa no seu curso na UFPE CAA? *
Sim algumas vezes
Não
Poucas vezes
Sempre
Raramente
F7 - Você gosta da ideia do celular, do smartphone, do tablete, ou seja dos
dispositivos móveis, como sistemas de integração das mídias podendo ser
uma alternativa poderosa para a democratização e universalização do acesso a
educação ? *
Sim, gosto da ideia da educação móvel
Não, tecnologia é apenas modismo
Sim, gosto da ideia dos dispositivos móveis na educação. Porém acredito que o
conteúdo ainda é mais importante do que a forma que a informação é apresentada
aos estudantes.
138
F8 - Você acredita que os sistemas web e os sistemas móveis de apoio aos
processos de ensino aprendizagem podem banalizar e desvalorizar a
educação? *
Sim, estas ferramentas banalizam e desvalorizam a educação
Estas novas tecnologias só tem a acrescentar nos processos de ensino
aprendizagem
O uso destas tecnologias tendem a desvalorizar o trabalho dos professores
Tenho muita dificuldade no uso destas tecnologias e prefiro os métodos
tradicionais de ensino
F9 - Existe alguma coisa relacionada a educação que você acessa via celular
na web ? O Que ? *
F10 - O que você utiliza da web para auxiliar os seus estudos na
universidade?*
F11 - Qual site educativo você acessa com frequência ? *
139
F12 - Que sistemas web você utiliza para pesquisas acadêmicas *
F13 - Você já fez algum curso técnico de informática ou de especialização fora
da UFPE para suprir alguma demanda de disciplinas do seu curso? *
Qual foi o curso ? Escreva abaixo o curso que você fez ?
F14 - Você tem vontade de fazer algum curso na área de informática? Informe
qual curso você teria interesse de fazer? *
APENDICE D – TRANSCRIÇÃO DO GRUPO FOCAL COM ESTUDANTES DE
DESIGN
Transcrições dos grupos focais
Grupo focal com estudantes de design com estudantes já próximos do final do curso
e idades variadas.
Obs: Os nomes citados são apenas ilustrativos não correspondendo
necessariamente aos nomes reais dos participantes do grupo focal.
Miguel (Mediador/pesquisador) – EU QUERIA SABER COMO VOCÊS
CONHECERAM A INTERNET, COMO VOCÊS SE DEPARARAM COM A
INTERNET?
Elaine: A primeira vez que, não que eu tive contato direto, mas que ouvi falar em
internet , eu estava no segundo grau, que era segundo grau ainda; acho que em 96
140
Deniltton – no ensino fundamental, na sétima ou oitava série.
Luciana – também no fundamental
Pedro ...eu sei que é bem recente porque quando eu fui estagiar na receita federal,
não tinha internet ainda, em 87, só tinha fora do país.. O primeiro curso de
informática que fiz foi DOS, nem tinha o Windows ainda., Depois chegou o
Windows, depois de muito tempo é que se falou em internet, mas tudo era muito
caro, depois foi popularizando isso, mas a dificuldade para ter computador era
muita, depois é que foi popularizando isso, mas faz muito pouco tempo
Cláudio- não lembro exatamente quando foi, quando fiquei diante de um computador
com internet, mas eu lembro que foi na lan house que era a novidade da época,
você pagava um preço para conhecer um produto novo. Não tínhamos computador
no colégio , na época do nível médio. me lembro que nem sabia prá que servia,
como funcionava, como ligava, como desligava. Hoje é bem natural, mas na época
era a coisa mais nova que existia. Eu não conhecia nada, não sabia nada
Denilton – você tinha o Orkut, e era o tal
Luciana – prá mim também, a internet começou prá mim porque todo mundo tinha
um Orkut e eu não tinha ainda aí eu fui para a lan house fazer o Orkut e a maioria de
todos os trabalhos eram copiados do Google,a gente copiava igualzinho e
mandava....
Elaine - hoje quando se conhece alguém, pergunta logo, qual o seu face?
antigamente quando começou o Orkut também era assim,
Pedro – é bem recente não é? Eu lembro que o pessoal reclamava muito porque a
única coisa que se navegava . era o IG e se dizia que o Ig demorava, mas era o
único gratuito, depois... mas faz bem pouco tempo
Cláudio – uma das características mais particulares da internet é exatamente essa
questão de ser pontual por que não faz tanto tempo que surgiu... tem o Facebook e
o twiter que teve um período de maior popularidade mas Facebook que é a rede
141
social de mais popularidade é o top a rede social mais popular , mas os dois são
praticamente da mesma forma, não sei
Pedro - não é a questão da navegação de ser mais fácil com o face do que com o
Orkut?
Cláudio- é mas a plataforma é a mesma aquela questão de uma foto, um texto, os
dois são praticamente o mesmo
Elaine - só que eu acho que no face tudo é mais propagado, mais rápido, numa
velocidade maior
Elaine – eu acho que no face, as notícias são mais propagadas, com uma
velocidade maior, no face voce pega notícias que estão passando agora, uma
novela
Denilton – no Orkut você mandava um scrap e esperava uns cinco minutos, naquela
ansiedade, não sabia se a pessoa estava on line e ficava ali aguardando. Gastava o
tempo todo na lan house
Elaine – na internet você pega notícia que está passando agora, a novela, tudo que
está acontecendo está ali
Pedro - é tudo uma questão de velocidade, quanto mais velocidade, mais facilidade
a pessoa tem e desses aí, qual o pessoal usa no telefone?
Claudio - todos
Pedro - desses aí, quem foi o primeiro que o pessoal usou no telefone?
Denilton – eu acho que foi o Facebook, eu acho
Cláudio – não, foi o MSN acho, porque eu me lembro que antes de toda essa onda,
era o MSN até antes do Facebook
Denilton – tem o caso também das manifestações no Brasil que surgiram nas redes
sociais. No twiter passou semanas e semanas com tecs e mais tecs.
142
Pedro – eu passei até lá agora,
MIGUEL – O QUE MUDOU COM A INTERNET. COMO ERA ANTES E COMO É
AGORA?
Pedro – informação mais rápida a velocidade
Luciana –Você se aproxima de tudo está sempre informado
Denilton – o principal é você ficava limitado ao jornal, à televisão,que jogam só o
que eles querem. Agora não!
Pedro - eu li um trabalho a respeito da TV, explicando que a mídia que a gente
conhece hoje em dia está com os dias contados e o desespero dessas grandes
mídias como a Rede Globo eles já sentiram isso e estão correndo, mas não têm
condição, eles não têm credibilidade junto à população, que está correndo para a
internet, que é acessível para todo mundo, ficou barato, computador com facilidade
de pagamento que você pode dividir em tantas vezes todo mundo tem em casa.
Também tem a questão da veracidade dos fatos que estão sendo veiculados. Tem
pessoas que têm credibilidade, como por exemplo Paulo Henrique Amorim, que tem
um blog, não sei se é blog, mas ele tem credibilidade. Ele coloca as informações, o
pessoal acredita. .aí tem alguns grupos que estão assumindo esse perfil, aí o
pessoal está fugindo da mídia tradicional e se garantindo mais na internet porque é
muita coisa com imagem e para manipular a imagem é mais complicado e quando
várias pessoas que navegam colocam a mesma informação, como a questão da
Primavera Árabe, quer dizer, muitas coisas que aqueles países não queriam, tudo foi
articulado. No Egito, no norte da África e agora na Síria, muitas coisas que os
governos querem esconder e com as facilidades dos equipamentos, que são muito
pequenos, a informação chega em todos os cantos. Então quer dizer: dá mais
credibilidade
Elaine – mais veracidade
143
Pedro – porque são cenas reais. Por exemplo, o caso do Iraque, de um homem que
estava socorrendo uma pessoa e helicópteros americanos atiraram e .morreram dois
repórteres da Reuters e outras pessoas, que estavam inclusive desarmadas. Então
quer dizer: isso aí está até derrubando governo. Isso quer dizer que está
derrubando governos. Isto quer dizer que a democratização total da informação. É
esse perfil que atrai cada vez mais pessoas, até pessoas idosas que não tinham
afinidade com a internet. Que tem Facebook também quer saber
Elaine – minha mãe, que tem Facebook, compartilha, etc.
Pedro – tem gente que através da internet conhece gente, viaja, se hospeda na
casa, quer dizer: está de uma forma que o mundo está se conhecendo de uma
forma bem simples
Cláudio – acredito que as pessoas partem de uma prerrogativa : informação/
é.poder. Houve um tempo que você sentava frente à sua televisão e era apenas
telespectadora, apenas recebia a informação. Hoje você participa ativamente por
exemplo, como o Denilson afirmou, o protesto começou nas redes sociais, as
pessoas se acharam capazes de fazer alguma coisa, sem esperar que alguma coisa
acontecesse (Pedro citou a música de Vandré” Quem sabe faz a hora, não espera
acontecer) . As pessoas acabam participando porque têm uma missão
Elaine – acabou com a inércia
Cláudio- acredito que é por isso que elas participam ativamente e aí está o que
significa a mudança provocada pela internet, de acordo com a facilidade de
informação as pessoas.têm direito de ter a informação mas não tinham acesso.
Agora elas sabem o que está acontecendo no congresso, numa emissora de TV, na
sua prefeitura, no bairro, na cidade, na sua comunidade e isso vai fazer com elas
participem ativamente. A mudança de antes e depois da internet é isso: a facilidade
de informação. Agora, tem muita banalização na internet porque se eu posso abrir
um blog, baseado em que aquelas informações são verídicas ou não?
144
Como existe na música, qualquer pessoa pode gravar um single, fazer sucesso,
jogar um vídeo na internet, conhecer todas as emissoras de TV, bombar e ser uma
estrela sem nenhum fundamento artístico, sem nenhum conteúdo, fazer sucesso e
virar um modismo. Existe a banalização exacerbada que a internet possibilitou.
Nisso eu acredito!
Se por um lado a internet democratizou, sem limite,(não que eu seja contra) porque
não tem um filtro. As pessoas não têm consciência de produzir algo com qualidade
para aquele meio. Produz-se tudo, de qualquer forma, sem nenhum respeito, sem
qualidade. Quantas vezes vocês não viram alguém denegrindo a imagem de alguém
ou alguém fazendo piada com algo que não é engraçado
Denilton - e com milhões de acessos
Cláudio – e o pior de tudo é que alguém criou isso e milhões de pessoas entraram e
compartilharam e os posts são preconceitos racistas, homofóbicos, como por
exemplo aquela imagem da mulher que é negra, está numa bacia achando que está
numa piscina, já está ridicularizando a questão da pobreza e ela se torna uma
personagem engraçado de algo que não é engraçado é uma realidade. As pessoas
não têm as mesmas condições de vida e se torna engraçado o que não tem graça.
Pedro – eu estava vendo um documentário no youtube sobre “o que o Brasil quer
esconder sobre a escravidão” . O Brasil foi o país que mais recebeu escravos no
mundo. Recebeu 10 vezes mais que os Estados Unidos, mas a coisa aqui era tão
selvagem contra os escravos que a maior parte morria e a vida útil do escravo era
de 20 anos, uma coisa absurda. É um documentário feito por pessoas de fora,
legendado, mostrando o que é a situação hoje então eu postei com relação a esses
movimentos aí uma empresa francesa que descreveu melhor o que estava
acontecendo com esses movimentos aí. Falou que era uma nova classe média que
estava aparecendo, que quer o seu espaço e não aceita a imposição do jeito que ela
está, de cima prá baixo e essa empresa francesa foi a que melhor expressou o que
está acontecendo Até certo ponto têm razão quando dizem que antes a maioria das
pessoas eram alheias a muita coisa e agora não. Nas universidades as pessoas
145
estão estimuladas a estudar, o método hoje no Brasil não é mais aquele decoreba,
que você estava acostumado no mercado hoje, se você quiser chegar lá tem que
botar o pessoal prá pensar e com estes novos métodos, o pessoal se viu donos de
valores, exigindo seu espaço. É por isso que tanta gente aderiu. Muitos viviam com
aquele grito preso na garganta e disseram: não agora a gente vai cobrar o que é
nosso. Foi muito interessante a abordagem que eles fizeram e eu gostei muito
MIGUEL – QUANDO VOCÊS COMPRARAM O PRIMEIRO EQUIPAMENTO DE
VOCÊS, ERA UM OBJTO MUITO CARO, FOI DIFÍCIL DE COMPRAR. EU QUERIA
QUE VOCÊS FALASSEM DA AQUISÇÃO DESSE PRIMEIRO COMPUTADOR.
Pedro- o meu era usado foi nos anos 90 eu comprei até uma impressora cujo nome
não lembro, que usava aqueles disquetes grandes e rodava um editor de texto de
nome word... e um programa de desenhos bem simples, mas eu só usava o editor
de textos que eu usei durante muito tempo porque não tinha internet
Denilson – prá falar a verdade eu adquiri quando entrei na universidade assim que
passei no vestibular, comprei logo porque sabia que ia precisar. Eu estava gastando
muito dinheiro com lan aí eu tive que comprar.um computador.
Elaine – na verdade eu usava o da minha mãe. Eu não tinha computador e quando
eu entrei na universidade comprei esse aqui (apontou)
Luciana – O meu foi minha irmã que comprou. Eu não lembro nada! Só me lembro
que imprimia meus trabalhos porque tinha a impressora junto. Não tinha internet
Quando cheguei na faculdade tive que comprar um notebook
Cláudio – quem tinha televisão era rico, quem tinha carro era rico, quem tinha
computador era rico! Para que eu tivesse acesso a computador demorou muito. Foi
no finalzinho do ensino médio, 2005 mais ou menos.
Pedro: no governo Lula, que derrubou as tarifas e facilitou prá todo mundo comprar
146
Cláudio -. 2005 foi meu primeiro emprego e meu primeiro investimento comprar um
computador, justamente por essa necessidade de estudar, pesquisar, imprimir. Já
existia a internet que era muito caro, era algo assim inaccessível, não era tão
popular como hoje, que você compra um plano paga R$ 30,00 por mês, podia até
existir nas grandes cidades, mas lá em Pesqueira não existia nada do tipo, mas foi
uma experiência fantástica porque a partir da internet você se vê no mundo, as
enormes possibilidades,a aprender a digitar, o que é um editor de texto, tudo que
você pode fazer como cortar, recortar, colar e você tem medo de fazer algo fora do
comum prá não danificar
Elaine – Não sei se todo mundo teve a dificuldade que algumas pessoas de nossa
geração teve. Acho interessante a facilidade que vocês têm para utilizar o
computador. No início eu escrevia primeiro no papel para depois passar para o
computador. Depois você vai aprendendo o macete, o jeitinho, mas eu tive esse
bloqueio no início.
Pedro – meu bloqueio nem era com o computador, era com a máquina de escrever.
Eu fazia manuscrito, depois fazia na máquina, por conta daquelas correções que
vocês faz. Quando eu peguei meu primeiro computador, e ainda hoje eu faço assim,
saio colocando tudo que está na minha cabeça sobre o que pretendo fazer, coloco
tudo que tenho direito aí quando eu vejo que coloquei todos os pontos, eu volto e
saio arrumando tudo. É assim que eu faço
Denilton – o papel prá mim é fundamental. Escrevo tudo no papel e depois passo
para o computador
Pedro – já hoje eu faço tudo direto na máquina quando era máquina de escrever
agora no computador vou direto .Em 85 eu fiz um curso aqui em Caruaru e eu fiz e
porque antes, quem quisesse fazer um curso tinha que ir para Recife. Tinha uma
sala com ar condicionado, que era o melhor que tinha, daqueles que o teclado e o
computador era tudo junto e botava o disquete em pé tinha uma televisão e tinha um
lá que eles não usavam mais, que tinha as letrinhas verdes. Não sei se vocês se
lembram (risadas)
147
Depois foram aparecendo os outros, mas a facilidade de você ir digitando tudo.
Depois fiz outros cursos e recebi certificados de todos os que fui fazendo.
Elaine - era interessante fazer esses cursos dava um certo status para você colocar
no seu currículo, para entregar numa empresa onde você fosse trabalhar. Um curso
com um certificado
Cláudio – era básico, você tinha que ter um curso de informática
Luciana – eu nunca terminei um curso de informática. Eu fiz 3 cursos de informática
básica, sem terminar nenhum. Eu não tinha paciência de jeito nenhum,
MIGUEL – POR FALAR NISSO, COMO VOCÊS APRENDERAM USAR O
COMPUTADOR A USAR A INRERNET?
Claudio – eu aprendi com os amigos,
Outros Denilton e Luciana – vasculhando, mexendo...
Cláudio – foi bem intuitivo
Luciana – pouquíssimas vezes eu fui sozinha para a lan house, porque sempre era
muita gente
Claudio é sempre assim, a gente aprende com os amigos, mas depois é intuitivo
quando a gente tem o primeiro contato, vai mexendo, vendo como faz e como
desfaz
Pedro – eu fiz curso. Sempre tem curso depois desse primeiro e quando apareceu o
curso em caruaru, a gente errava, mas fazia.
Elaine – eu lembro de uma coisa: eram duas pessoas para cada computador porque
era muita gente e o computador era muito caro
148
MIGUEL – AGORA GOSTARIA QUE VOCÊS FIZESSEM UMA AVALIAÇÃO DE
COMO NÓS USAMOS OS RECURSOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO A
TECNOLOGIA O USO DOS COMPUTADORES NO PROCESSO
ENSINO/APRENDIZAGEM AQUI NA UNIVERSIDADE? É UTILIZADO NÃO É,,
QUE COISA BACANA É FEITA, É BOM É RUIM. QUERIA QUE VOCÊS
AVALIASSEM. ESSE USO DAS FERRAMENTAS NO ENSINO DO DESIGN
Pedro – no meu trabalho eu uso mais texto extraídos de órgãos oficiais. Agora aqui
na universidade é assim: você vai fazer um trabalho sobre um determinado assunto,
como por exemplo o Prof. Manuel diz assim como se todo mundo soubesse e diz:
“faça ,. Muitos programas gráficos que a gente não está acostumado. Tudo bem tem
gente que entra aqui na Universidade e já trabalha com programas gráficos, mas
nem todos. Aqui na Universidade não tem um suporte para que aprendamos. Muita
gente não está preparado para isso e a dificuldade que senti foi essa. Porque você
habituado ao editor de texto, de enviar uma peça pela internet, mas aqui não jogam
você dentro d‟água sem saber se você sabe nadar ou não. O professor diz: você tem
que fazer isso e fala um vocabulário que você não entende então como você vai se
adequar a uma disciplina daquela sem um preparo . aqui na universidade você
pergunta para que aquela disciplina e simplesmente respondem que é para trabalhar
com gráfico
Elaine – você faz o vestibular, mas não tem um pré requisito para saber como agir.
As primeiras cadeiras é assim: quando você vai tem que saber no mínimo o corel e
mesmo que você não tenha mexido, nas primeiras cadeiras você vai usar até o fim.
Cláudio – é exatamente isso que eu vejo.
Denilton- verdade, você entra no curso,de início paga as cadeiras obrigatórias e
ainda exige muito que você tenha domínio de desenho. Quando chega no terceiro
período, que você tem que usar o autocad, você que nunca desenhou em 2D, como
vai fazer em 3D, sem um conhecimento mínimo. Meus amigos acham que deveria
149
ter uma cadeira para que você aprendesse a mexer no programa e não ter uma
cadeira para jogar o trabalho e você se virar lá.
Elaine e Pedro –Exatamente como se você viesse para a universidade, com anos de
programa desse tipo.Isso atrapalha muita gente!
Pedro – tem gente que trabalha com isso há muito tempo e já tem essa
facilidade.mas o resto...,
Denilton – Olha um exemplo, nas matérias que tem 2D e 3D muita gente foge por
que ninguém sabe mexer nas ferramentas e nós não temos um apoio. Não devia ser
para jogar um trabalho e você se virar.eu mesmo só vou pagar essas cadeira lá para
o sétimo período
Pedro - exatamente
Elaine – Eu tenho vontade de aprender, mas você entra numa cadeira sem
conhecimento da ferramenta nem da matéria, como se você já tivesse amplo
conhecimento do assunto e da ferramenta e você entrar e saber que vai ter que
produzir bem que poderia ter uma espaço do tempo para que aprendêssemos o
programa , para ser reprovado depois, como você disse ...
Denilton – o ranking cai...
Luciana – sem contar também que é meio incoerente, por exemplo, como a questão
de moda, tem as disciplinas que você aprende a mexer na máquina, para poder
desenvolver o produto. Por que não você aprender o programa para poder
desenvolver seja lá o que for
Elaine – mesmo que fosse paralelo, que fosse noutro horário, tivessem esses cursos
paralelos e talvez contar só como carga horária...
Pedro – pois é teria acesso, sim porque estes estudantes que fazem estágio ou são
monitores, teriam em determinados dias e horários, para que quem tem dificuldade
com essas ferramentas, vir para se familiarizar e realmente aprender, porque nas
150
aulas a pessoa sabe o que vai fazer, mas aí fica aquele negócio, joga e cara na
disciplina e nada...
Elaine – Por exemplo, em design tem muitos trabalhos em grupo que se divide o
grupo. Você sabe mexer no programa, então você faz a parte, os outros ficam cada
um com uma parte diferente, mas geralmente um ou dois é que vai mexer naquele
programa e os outros não aprendem. Então no final, aquele estudante que não fez
aquela parte está formado de uma forma consistente, que tenha base? Talvez ele
tenha dado boas ideias naquilo ali, quisesse projetar bem e não tem a habilidade,
não tem acesso ao conhecimento.
Pedro – quando você cai no mercado, o pessoal não está interessado no currículo
não. O mercado pede que você faça tal coisa...
Cláudio - exatamente
Pedro – aí começam as suas frustrações, quando sai daqui você chega no mercado
cai numa situação dessas. Como por exemplo, no de confecção, o pessoal diz: faça
uma peça naquela máquina e se a pessoa não souber e só sabe costurar numa
determinada máquina e não souber na outra, vai perder o emprego. A mesma coisa
pode acontecer com um recém formado no curso de design. Chega numa empresa,
cada um faz a sua parte, ninguém vai dar dica a você, você tem que chegar e fazer
ninguém vai fazer por você e aí?
Elaine – e acontece muita gente passar o curso todo até o final sem saber e sem ter
o domínio das ferramentas necessárias. E aí, o que vai ser desse profissional que se
formou na Universidade Federal de Pernambuco?
Denilton = ele não é culpado, ele entrou num curso, achando uma coisa e o curso
não apresentou as cadeiras que mostrassem a ele como mexer num programa aí
ele se forma sem saber, vai para o mercado...
Elaine – e como é que ele como um incapaz se formou? Como pode?
151
Denilton – o problema é que o curso desses programas é caríssimo. Autocad é
caríssimo, custa R$ 190,00 é caríssimo!
Elaine – Autocad é o programa que eu tenho mais dificuldade
Pedro – e é o que mais você vê sendo utilizado. Na construção civil só é usado o
Autocad.
Cláudio – o discurso de vocês evidencia uma questão, que acredito todo mundo
concorda, que o uso de tecnologia nas disciplinas do professor para os alunos é
extremamente restrito. Acho que pouca coisa gente além de live line, de
computador, a gente vê o computador e o professor fala como se você já soubesse
trabalhar a ferramenta
Elaine – e assim, apenas com a indicação de um tutorial. Basta a indicação de um
tutorial prá você faze, mas nem sempre é assim.r
Denilton .- nem sempre tem tutorial prá tudo, o efeito que você quer, nem sempre vai
ter...
Pedro – tem ferramenta no editor de texto que você se pergunta e tem isso? É uma
ferramenta que você mexe há uma porção de tempo e você não conhece tudo, . Por
exemplo no word tem coisas que eu leio que é possível, depois eu pergunto a um
amigo meu aí ele explica. Eu tinha um trabalho para fazer com Sofia aí disse que
tinha uma forma de fazer e ela explicou. Eu sabia que podia mas não estava
lembrado como. Agora tu imagina um programa desses que você mexe com 3D,
quer dizer às vezes você conhece uma parte, mas um colega lhe explica que você
pode fazer assim... e você faz o rodeio maior do mundo para simplificar e aí você
sente a dificuldade. Um 3D, por exemplo, tem muita coisa por trás
Acho que foi contigo (Miguel) que eu estava conversando uma vez sobre um cara
que veio aqui e ensinou alguma coisa sobre um desses programas gráficos que o
pessoal ficou surpreso com a facilidade que o cara tinha com outras ferramentas que
o pessoal aqui desconhecia. É exatamente isso, se o pessoal começasse a
152
socializar esse conhecimento seria bom prá todo mundo, porque uns sabem e outros
não.
Eu preparei, fiz um rascunho de um trabalho de Daniela aí falei pro Artur, bom, o
trabalho é assim Mandei prá ele e quando ele devolveu era exatamente o que eu
tinha dito, só que eu não sabia fazer. O Artur fez e até melhorou, dentro de minha
ideia, mas ele já trabalha com Isso..Arthur trabalha com isso ele desistiu por conta
de uma irregularidade contra a pessoa dele aqui na faculdade.
MIGUEL – O QUE O USO DA INTERNET O PROFESSOR TEM FEITO MAIS
CONCRETAMENTE PARA QUE ESTAS FERRAMENTAS SEJAM ACESSÍVEIS
AOS ESTUDANTES EM SALA DE AULA PARA CONTRUBUIR COM OS
ESTUDANTES PARA USO DE BLOGS, DE E-MAILS. O QUE ELES ESTÃO
USANDO. DE VERDADE MESMO, O QUE ELES ESTÃO USANDO PARA O USO
DA INFORMÁTICA QUESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, DOS
COMPUTADORES, DA COMUNICAÇÃO ONLINE.
Pedro – e-mails
Luciana – na disciplina e-marketing, eu não paguei não mas você pagou
Cláudio - é, os professores têm incentivado muito o uso da internet porque o
material é enviado por e-mail. Está acontecendo muito o grupo do Facebook onde
geralmente para cada disciplina está se criando um grupo onde são veiculadas
todas as informações se vai ter aula, cronograma, material, referência bibliográfica,
enfim, têm investido nisso. Na cadeira de e-marketing, que eu paguei com Sílvio ,foi
todo um projeto ligado ao web design. Pegar uma empresa do mercado que
sobrevivia sem o mercado virtual e criar para essa empresa, todo um projeto de
marketing, publicidade, design, para que ela se destaque no mercado virtual, que foi
muito interessante. De todas as cadeiras que paguei, foi a que mais exigiu e a que
mais incentivou nessa área de informática, de conhecimento tecnológico, porque
não é só abrir uma loja, é você criar um conceito de a que aquela loja existe num
153
lugar onde você não pode pegar, você tem que convencer alguém, pelo que ele está
vendo, da forma que ele está vendo e convencer de que aquele produto vale a pena
ele comprar. Existe na internet gente que ainda não confia em comprar,apesar de
existirem grandes sites, porque não sabe se o produto vai chegar, falta
credibilidade, aí se divulga muito mais do que o produto que está sendo vendido...
Pedro – é porque tem muitas empresas que,,,
Cláudio – não cumprem com o prazo, não cumprem com a proposta
Pedro – aí se divulga muito mais do que o produto que está sendo vendido...
Eliane – eu tive problemas, não com a empresa, mas com os correios para entregar
isso. Cheguei lá prá reclamar que não tinha sido entregue e eles disseram que já
tinha sido. Então pedi que eles me mostrassem o documento com a assinatura do
recebimento e eles desconversaram que eu tinha que ligar prá um telefone, prá
passar a informação que não tinha recebido o produto porque eles não podiam me
mostrar, não podiam comprovar isso...então realmente fica uma coisa insegura
entendeu? E você fica com medo
Pedro - é porque a gente está habituado chega lá, pega essa mercadoria aqui ,
olhei, gostei aí pago a você e eu levo na hora (Elaine – justamente) quer dizer: não
tenho expectativa de receber alguma coisa. A expectativa é ali. Você já pegou e já
saiu. Quer dizer, falta seriedade nessas empresas e os correios também deixam
muito a desejar.
Cláudio – até porque você não está vendendo um produto na internet, está
vendendo um conceito, um desejo, algo simbólico, porque uma coisa é chegar na
loja, confortável, tá legal vou levar. outra coisa é você ver na internet, bonito, bem
iluminado, bem elaborado, maquiado, às vezes tem no rodapé: imagem meramente
ilustrativa
154
MIGUEL - COMO VOCÊS ESTÃO O COMPUTADOR E A INTERNET HOJE .
VOCÊS USAM PRÁ QUE?
CLÁUDIO- eu estou utilizando prá praticamente tudo . Tanto na minha vida pessoal,
na minha relação com os amigos, para conversar com os amigos porque existem as
redes sociais para trocar ideias e adquirir informação, também como na questão do
trabalho. Todos os trabalhos até agora pelos quais passei, usei maciçamente o
computador, cada qual numa função diferente, mas para atender pessoas com o
mesmo fim. E na questão da vida acadêmica, eu fico observando que na vida
acadêmica é absolutamente impossível estar aqui sem um computador. Você
precisa pesquisar, às vezes você não tem acesso a comprar um livro, você pode
baixar um livro, tirar xerox e ter acesso ao conhecimento.
O seu plano de conhecimento mesmo, de ir buscar na internet e de estar antenado
co m o que está acontecendo porque as mensagens são muito rápidas e naquele
meio. Então eu uso tanto no pessoal, como no trabalho, como na questão de
estudos e adquirindo informação.
Elaine – no meu trabalho, no meu dia a dia eu não uso porque a saúde pública não é
informatizada. Quando você vê assim um computador numa instituição de saúde,
não passa nem da administração, nem da recepção o que e não quer dizer assim
necessário ou não lá dentro. É necessário se você tivesse fichas dos pacientes,
facilitaria muito, saber o que se passa lá dentro até para integrar os serviços dentro
do próprio ambiente de trabalho. É uma coisa que fica a desejar. Agora, a primeira
coisa que faço quando chego na minha casa, quando venho do meu trabalho é ligar
o computador para saber o que está acontecendo na faculdade, o que está
acontecendo com a minha família porque tem pessoas distantes em outras cidades,
mas assim, é primordial, é essencial para estudar, para pesquisar, prá estágios,
tudo, tudo...
155
Denilton - eu uso para finalidades sociais, para interagir com meus amigos, se vai ter
aula se não vai ter, uso para trabalho acadêmico, trabalho pessoal e uso também
assim como rotina: logo de manhã, vou abrir tal site, tal site, Facebook, prá ver o que
está acontecendo. Todo dia sigo o mesmo processo e é uma coisa assim quase
automática. Faz parte já.
Luciana – parece até exagero, mas eu não vejo minha vida sem internet. Em tudo.
Na internet você pode reivindicar seus direitos você sabe o que está acontecendo
no mundo, vendo o que está acontecendo com sua família e sem contar que ela é
totalmente ligada, principalmente nos dias de hoje, na vida acadêmica, nos projetos
de pesquisa, tem vários projetos de pesquisa que foca na internet, principalmente
em relação à moda. Não me imagino não sem internet
Pedro - hoje na minha profissão a gente é obrigado porque os processos são
digitalizados .Na Justiça do Trabalho os processos só virtuais. Em papel, só os
antigos. Quer dizer: você tem que ter uma assinatura digital na justiça do trabalho e
na justiça federal . na justiça comum ainda não, mas logo logo... Tudo que você vai
consultar hoje em dia é muito fácil, antecedentes criminais, tem uma série de coisas
assim que você consegue na internet e antes você pagava. Tinha que ir a Recife,
agora você baixa, tal e você vê se a pessoa tem processos em outros estados, é
muito prático e pesquisar também por questões pessoais, descobri que no youtube
tem muitos documentários e hoje mesmo assisti dois muito bons mesmo. Aqui na
universidade mesmo, eu só me restringia a isso,mas agora eu vejo que tenho que
me conectar direto e não tenho como fugir disso e fazer como faz o Denilton, ter
uma programação para em determinado momento acessar e ver isso e ver aquilo
que eu não faço. Às vezes as coisas passam. Eu uso para algumas coisas, mas eu
devo usar para mais coisas, tanto essa questão aqui na universidade, mas no meu
trabalho é imprescindível.
156
MIGUEL – SE VOCÊS PUDESSEM ELENCAR ALGUMAS COISAS PARA SEREM
TRABALHADAS COM A INFORMAÇÃO, A COMUNICAÇÃO, A INTERNET,
COMPUTADOR, DENTRO DA UNIVERSIDADE, COMO VOCÊS FARIAM, COMO
VOCÊS MEXERIAM NESSE PROCESSO DE ENSINOQAPRENDIZAGEM
DENTRO DA UNIVERSIDADE. VOCÊS ACHAM QUE O COMPUTADOR E A
INTERNET PODE SE ENCAIXAR DENTRO DA UNIVERSIDADE. GOSTARIA QUE
VOCÊS FIZESSEM UMA AVALIAÇÃO SOBRE ISSO.
CLÁUDIO – Acho que antes de mais nada todo mundo tem que ter acesso, por que
não adianta a universidade dizer, por exemplo, que as aulas vão ser todas virtuais,
quando nem todo mundo tem acesso e acesso sem fazer sacrifício, tem como você
estar lá, tem uma qualidade bacana, a informação vai ser passada prá você? eu
acho que no primeiro momento é verificar isso, fazer um mapeamento das pessoas
que têm acesso e as que não têm acesso, qual seria a alternativa para ter acesso. E
antes de mais nada acho que as aulas poderiam ser um pouco mais criativas, já que
existe esse mundo de possibilidades, o mundo virtual, que permite que você saia um
pouco do real ,prá fazer imaginar, estimular sua criatividade, já que a criatividade é
a peça chave para o designer. Não existe designer sem criatividade pois todos os
trabalhos que a gente vem fazendo, por mais metódico que seja exige de você uma
criatividade, para montar a informação, para apresentar a informação, acho que as
coisas poderiam ser montadas de forma mais criativa específica para o nosso curso,
o curso de design. Não sei como se adequaria para os demais cursos, não sei qual o
foco de pedagogia, o foco de economia, o foco de administração, mas tanto os
professores como a organização da universidade poderiam investir na questão de
como os professores podem fazer com que as aulas não sejam tão chatas,
principalmente aquelas que têm muita teoria e investir e possam passar aquilo
usando essas ferramentas, quais as alternativas, quais as metodologias.
Pedro – dentro do que você está dizendo, eu acho assim dar um curso grátis de
algumas atividades, por exemplo, você vai projetar algum móvel, por exemplo, aí um
157
curso de marcenaria eu acho extremamente necessário, um curso grátis da internet,
por exemplo porque aí você sabe se aquele projeto seu é possível ou não. Não
adianta você dizer que vai montar essa estrutura aqui e o profissional dizer não dá
não por isso e isso, acho que a universidade devia disponibilizar esses cursos em
vídeo porque ai você vai entrar numa área que você conhece pouco, mas é uma
coisa que te atrai. Quer dizer, você vai buscar. A universidade deveria disponibilizar
tanto esses cursos para mexer Autocad em vídeo, já que se não quiser colocar
monitor ou estagiário, tivesse na internet porque aí você saberia . está lá o link e
você ia acessar e escolher o curso que quisesse e você iria fazer normalmente. Não
só essa questão de curso, como também (é curso também), para mexer em
programas que a gente vai usar.acho que é uma coisa que a universidade devia
disponibilizar. Em casa mesmo você ouvia a explicação, não entendeu, volta e fica
até melhor porque na sala de aula a gente pergunta uma coisa uma, duas vezes, o
professor já fica meio assim e você nota que...em vídeo não porque você volta e vê
de novo, aí você entende e tira a dúvida. Quando você está lendo e não entende,
você não volta e lê novamente? Aí se tivesse isso disponível prá gente podia ser um
dos caminhos prá resolver estas questões de dificuldades que a gente tem nas aulas
que já se utiliza a tecnologia.
Elaine – eu acho que uma alternativa seria a interação deste educador , em horários
alternados e paralelos, de alunos que sabem um pouco mais que os outros, e que
aquilo ali entrasse no currículo dele como uma espécie de monitoria, como tem no
curso de Eduardo, de desenho de observação que ele faz em conjunto com o
professor. Aquilo ali é instigante porque nem sempre um curso que você está vendo
ali na internet, tem todas as manhas (Pedro:: macete tradicional) e às vezes tem
caminhos mais simples ali que uma pessoa que entende daquilo ali vai facilitar, prá
você tirar dúvidas, coisas do tipo. Um tipo de acompanhamento tipo do que você
(Pedro) propôs. Uma pessoa que tivesse uma disponibilidade, à parte do que você
do que você está estudando em casa, talvez ele não fosse dar aquela atenção
integral, mas fosse um tira-dúvidas sobre o que você aprendeu.
Pedro – é isso é importante
158
Denilton - uma amiga minha do curso de matemática aqui da UFPe estava falando
que monitoria em determinadas cadeiras, ela pode vir de segunda a quinta feira
porque tem monitoria. Mas ela tem e quem não tem monitoria? E a gente tem
monitoria de que? Por exemplo, você quer mexer no Autocad e fazer um projeto de
sustentabilidade. Como é que você vai fazer um projeto se você não sabe nem o
que é um Autocad! Muita gente sai do segundo período de uma cadeira complexa
que não sabe de nada, reprova. Porque não vai ter curso para informá-lo, orientá-lo,
para mostrar como se faz.
Luciana – eu acho que aqui principalmente, não sei os outros cursos, mas colocando
design, informação tem, está jogando muita coisa, acho que material a gente tem.
Acho que o que a gente precisa é estudo sobre isso. A gente estava pesquisando
sobre isso, sobre a influência do Facebook e a questão da moda dentro do próprio
Facebook e dentro dos vários aplicativos de celulares sobre a moda e concluiu-se
que a gente não precisa estar vestindo a roupa para saber o que é moda, eu acho
que a gente precisa é de projetos, de estudos que façam a gente entender se pela
semiótica, porque é tudo muito aleatório. Eu acho que agente precisa de estudos, de
projetos , de informação do professor e que os alunos estejam mais conectados.
MIGUEL – QUE FERRAMENTAS DA WEB OU COISAS DA WEB PODERÍAMOS
TRAZER PARA A SALA DE AULA. PODE DIZER NOMES, QUALQUER COISA
QUE SEJA DE INTERÊSSE DE VOCÊS. SEJA BLOG, SEJA FACEBOOK, SEJA
UM CANAL DE FERRAMENTAS, O STREAM, QUALQUER
COISA.INTERESSANTE NA INTERNET
Luciana - fashionista, que foi sobre o meu artigo. Fashionista é um aplicativo do
Facebook que você vai colocando roupas, vai colocando roupas . é um monte de
petiz, são meninas, adolescentes, que vão colocando roupas. Você não as
conhece. Elas vão colocando roupas, elas são de diferentes tipos, você não sabe se
são pobres ou ricas e elas vão colocando roupas e você sabe o estilo delas, você
sabe que ela curte rock, você sabe tudo delas e ali elas só compartilham roupas.
159
Como você sabe o estilo delas, apenas você tem que fazer estudos sobre uma
pessoa, sobre a moda, só no perfil dela e você faz o estudo sobre a moda só no
perfil dela. Não fala em vulnerabilidade, eu estou falando agora, mas quando você
sabe do estilo da pessoa, do perfil dela que você conhece pelo perfil do fashionista
dela.
Cláudio – isso se restringe somente a moda ou é uma questão comportamental?
Luciana – porque moda é comportamento né?
Cláudio – eu não tenho assim uma ferramenta
Pedro – eu também não
Cláudio – porque eu uso o tradicional, não uso nada além do convencional, não
tenho em mente uma ferramenta x prá gente debater sobre ela como alternativa
porque eu acho que toda e qualquer ferramenta é válida, até mesmo como o e-mail
é válido da forma como é usado e que tem salvado muita gente que mora em outra
cidade e vai dar uma viagem perdida porque aconteceu algum evento, porque eu
acho que toda e qualquer ferramenta é bem válida porque a internet facilita essa
comunicação porque às vezes não se pode ligar
Denilton – o Facebook, quando você está fazendo um trabalho em grupo com
pessoas de outras cidades, que você fica enviando partes do trabalho para você
juntar
Pedro – agora uma coisa assim que eu gostei e estou gostando de mexer, porque
me atrai é o youtube, porque tem muitos documentários, muitos vídeos e acho que
coisas daqui podemos colocar lá porque quem não viu aquilo está disponível ali
quantas vezes você quiser . eu estava vendo um curso de marcenaria que estava
mostrando umas formas de junção de madeira, explicando tudo direitinho e você
aprende. De vez em quando volto prá ver de novo, não tem como você não
aprender.
160
Cláudio – eu já pensei de as aulas serem gravadas mas teria que ter um canal
oficial para onde fosse este material. Eu já pensei nisso. É uma ferramenta porque
às vezes você falta a aula (Elaine: legal) e não tem como recuperar. Às vezes você
pode conseguir o que foi anotado, mas o que foi oral, que é o que realmente fica,
você perdeu.
Elaine – eu penso assim: se existir uma cadeira como a de Tony, que eu paguei, de
materiais e produtos, para desenvolver um modelo de baixa e alta complexidade, as
aulas pelo menos as básicas, aquelas do início, porque senão você vai entrar na
cadeira e pelo youtube você já vai saber a cadeira, também não é assim, não é
legal, você faltar e vai ter a aula. Eu acho assim: as aulas básicas principalmente, o
passo a passo daquilo ali, mesmo que sejam intercalados e que você veja a
necessidade de realmente estar lá, e você pode ver as experiências de cada
pessoa, um trabalho que fulano desenvolveu, como foi feito, como começou, como
foi o final tá entendendo? Prá você ter a ideia do que é. Daquilo ali e para você
aprender com as experiências das pessoas, porque geralmente a gente troca as
experiências na própria sala. Poucas pessoas você conhece que pagou aquela
cadeira ali e também é uma das falhas que acho é quando você vai optar por uma
cadeira, você fica numa dúvida e você não sabe se aquilo é legal ou não e você
pergunta a uma pessoa, pergunta a outra, uma gostou a outra não gostou. Eu acho
que é muito difícil você escolher uma cadeira aqui.. com esses vídeos que o Pedro
estava falando você vai ter uma noção, pelo menos algumas aulas daquela cadeira
e você usar aquilo ali para você escolher se você quer pagar, se você não quer.,
Um resumo, isso, como disse o Denilton e que também vai ajudar.
Pedro – Tem muita coisa assim, pessoas de fora, porque a proposta das
universidades é que haja uma interação, ou seja compartilhar com a sociedade o
conhecimento que se desenvolve aqui dentro porque é uma forma de retribuir à
sociedade os impostos que ela paga e financia toda a nossa estrutura aí pessoas de
fora teriam acesso também a essas informações e até se comunicar com a gente
para tirar dúvidas e até estimularia para receber estagiários, prá transferir essa
161
tecnologia para o pessoal, hoje em dia, como essa questão da disciplina, você vai
pagar uma disciplina e como é que isso?
Elaine – você fica na dúvida. Bom eu não sei se eles iam concordar com uma rede
aberta como o youtube, porque aí todo mundo pegava as aulas e quem não
conseguiu ter acesso pelo vestibular, vai fazer o curso completo sem prestar
vestibular. Se não for assim, pelo menos uma rede interna, o que facilitaria muito
Pedro – facilitaria bastante. Só esse negócio de mexer em programa, seria uma mão
na roda porque você paga tal disciplina, você tem que saber isso. Você vai e
começa a mexer e quando for pagar a cadeira você chega de uma forma mais leve e
você consegue desenvolver sem estar perdendo tempo.
Elaine – algumas podem até anotar como a solução do problema os grupos, mas
você está dentro da disciplina e você está trocando ideias com quem está com
dúvidas igual a você, não é verdade? Não é com quem já fez a disciplina completa,
já passou, já teve a sua nota e tal.eu acho que falta facilitar a informação porque a
ementa quando você lê para, não é nada do que esperava. Isso acontece muito e às
vezes você se vê no meio de uma cadeira e ser obrigada a sair,aliás, a pagar ela
até o final só para não ter um prejuízo, mas não vai fazer o que queria, o que gosta.
Pedro – é feito aqueles manuais de equipamentos eletrônicos. Você lê, mas não
consegue entender aí aparece alguma pessoa que já mexe e diz: é assim. uma
coisa tão simples que você se aborrece. É um texto deste tamanho, que você lê, e o
pessoal usa tanta linguagem técnica que quando chega no fim está pior do que
quando começou a ler. Às vezes criança faz: é assim ó... e você vai ver que é uma
coisa tão simples e o cara complica tanto. A gente vê muito;.
Elaine- às vezes através de um vídeo , através de uma conversa você , por exemplo,
eu conheci você através de um momento de uma conversa. Pedro é legal, é um bom
amigo, às vezes você pode avaliar até um professor se você vai ter afinidade com
aquele professor, o comportamento dele na sala, o entrosamento, pessoas que já
162
pagaram aquela cadeira se gostaram da interação entre ele e a turma, se você quer
mesmo entrar naquilo ali né? Uma experiência...acho que seria válido.
MIGUEL – VOCÊS ESCUTAM MUITO RÁDIO?
Pedro – não, não tenho tempo.
Cláudio – eu era viciado em rádio. Hoje não, pela falta de tempo, mas eu lembro que
era minha rotina. Como o Denilton corre e abre o Facebook, eu corria e ligava o
rádio, antes de escovar os dentes, antes de tomar café, era a primeira coisa: ligar o
rádio, que ficava ligado até... Lembro que eu colecionava músicas naquelas fitas
cassetes que eu colecionava para ter acesso àquelas músicas. Hoje eu estava
escutando. As rádios são totalmente diferentes, na época que eu escutava, existia
uma diversidade muito bacana, agora é rádio prá Rock, rádio prá MPB, rádio prá
Forró, rádio prá Reggae, mas eu me lembro que havia uma diversidade que passava
MPB, Rock, Na época que eu escutava era tudo misturado, mas agora é limitado e a
questão não é que seja forró, nem que o forró seja ruim, mas você deixa de
conhecer outras coisas e limita. O que a gente sabe é que existe uma banalização
que tem ganhado a mídia é a banalização, sem a mínima preocupação com
qualidade, sem estimular o pensamento
Pedro: mas isso é intencional
Claúdio – Eu sei que é só prá vender!
Elaine – Prá manter a sociedade alienada, acredito nisso
Cláudio – não acredito que seja algo involuntário.
MIGUEL – QUANTO TEMPO VOCÊS ESCUTAM DE RÁDIO POR DIA?
Pedro – eu não ouço rádio
163
Cláudio – eu não ouço rádio
Elaine – eu escuto rádio no trajeto para o trabalho.
Pedro – quando estou no trabalho, coloco Cd ou escuto o site Vagalume
Cláudio – até porque a rádio não está legal e na internet você escuta seu estilo, a
música que você gosta e não é obrigado a escutar aquilo que você não gosta.
MIGUEL – NINGUÉM ESCUTA PODCAST?
Elaine – o rádio prá mim ainda traz as primeiras notícias da manhã
Pedro – ah sim, no trajeto do trabalho porque quando você liga a internet, aparecem
aqueles sites de notícias
MIGUEL – E PODCAST?
Pedro – o que é isso?
MIGUEL – NINGUÉM ESCUTA PODCAST
Cláudio – é uma banda?
MIGUEL – E TELEVISÃO?
Pedro – televisão... fico tanto tempo sem ver. Às vezes ligo para me atualizar, mas
só internet mesmo. Às vezes quando passa um filme que eu me interesso, eu
assisto, mas eu prefiro um genérico que eu assisto quantas vezes quiser.
Denilton – eu assisto filmes, seriados,
MIGUEL – NA TV PAGA?
164
Denilton – não na TV aberta mesmo. A televisão prá mim funciona mesmo como
pano de fundo. Eu estou na internet ou fazendo um trabalho e ela está lá atrás
APENDICE E – GRUPO FOCAL COM ESTUDANTES DE PEDAGOGA
Transcrições dos grupos focais
Grupo focal com estudantes de pedagogia, realizado com estudantes dos períodos
iniciais.
Obs: Os nomes citados são apenas ilustrativos não correspondendo
necessariamente aos nomes reis dos participantes do grupo focal.
MIGUEL - (Mediador/pesquisador) Como vocês conheceram a internet, como
vocês se depararam com essa ferramenta, queria que vocês dissessem o
tempo que vocês conheceram a internet ?
... eu acho que fazem uns 6 a 8 anos e os primeiros contatos foram mais por
curiosidade depois por necessidade aí comecei sem saber, mexendo e descobrindo
as coisas. Depois com a entrada na faculdade, por necessidade, algumas coisas me
foram apresentadas por pessoas que sabiam e as outras foi mesmo mexendo
Eu queria saber a idade, para saber o tempo que vocês começaram
...eu acho que com uns 12 ou 13 anos.
Cícera - eu acho que na sétima série, mais ou menos uns cinco a seis anos, por
curiosidade também e depois trabalhos da escola, essas coisas
Adriano – no meu caso, a internet surgiu assim num curso de informática mesmo. Eu
tinha assim uns 18 anos e estava terminando o segundo grau, então foi muito tarde
mesmo, mas eu comecei a usar a internet a meu favor A professora enchia o
165
quadro todinho, eu achava o nome do texto e copiava todinho e mostrava a
professora e dizia vou fazer a prova. ..............
Todo mundo estava lá copiando e eu lendo já com o texto na mão e isso me ajudou
a ganhar tempo
Jeferson – eu conheci a internet em 2004, eu estava na oitava série e tinha 14 nos.
Eu estudava numa escola de referência e lá tinha aula de informática que abrangia
o uso da internet e utilização do computador.
Kelly – o meu primeiro contato eu estava na sexta série e estava com 12 anos e
também foi na lan house para fazer trabalhos. Umas amigas me chamaram e eu
usava para diversão e para fazer trabalhos.
Adriel – no meu caso, meu primeiro contato com a internet, não faz muito tempo,
creio que faz uns cinco anos, prá questão de entretenimento, diversão naquela febre
do Orkut, todo mundo criando o seu e eu queria criar o meu. Depois eu fiz um curso
básico, aí eu fui me aproximando mais e mais e também para desenvolver alguns
trabalhos da escola, trabalhos no word, excel, etc., enfim, hoje eu digo com
sinceridade, que sou muito dependente como todos aqui. A gente é muito
dependente da internet, pelo fato da gente estar aqui sempre fazendo trabalhos,
pesquisas.
Vanusa – no meu caso, acho que há uns 10 ou 11 anos, eu estava na terceira ou
quarta série, meu pai mexia muito no computador e lá em casa era aquela internet
discada, eu comecei a mexer, ia atrás de joguinhos, de botar roupinhas em boneca
aí depois eu comecei mais a usar na escola prá trabalhos. No início mesmo foi mais
entretenimento.
Camila – meu primeiro contato eu tinha mais ou menos uns nove anos, não dez,
onze anos e foi mais por necessidade. Também assim, a febre do Orkut que eu
também tinha, depois fui tentando descobrir as coisas, algumas o pessoal ensinou,
outras fui tentar descobrir, pesquisar, desenrolar.
166
Adriano – a internet quando peguei pela primeira vez,o professor disse: vocês vão
criar o email de vocês. Então a primeira coisa que fiz foi criar o Hotmail e o
Messenger. Todo mundo tinha Messenger, depois surgiu o Orkut e eu encontrei
gente que eu pensava que não existia mais, ... em São Paulo. Aqui no Campus do
Agreste eu fui o primeiro a começar a usar o Facebook na minha turma. Então no
Facebook, não tinha ninguém lá. Eu dizia vamos usar o Facebook e o pessoal dizia
“não gosto não. Só tem aquela cor azul”. Aí com o tempo você percebe que era
muito mais fácil de ser utilizado. Você abre e está tudo lá. O que o pessoal está
fazendo, o que curtiu, tudo. No Orkut não, então era mais fácil saber o que o pessoal
estava fazendo, no Facebook. Se o cara curtiu um trabalho qualquer coisa tá tudo lá.
Camila – e agora tem aquele negócio da carinha. Fulano está sentindo alguma coisa
e aparece a carinha. Como você está se sentindo você bota lá e todo mundo fica
sabendo
Na opinião de vocês o que mudou com a internet? O que era antes e o que é agora?
Adriel – eu penso que a internet trouxe a praticidade que o cotidiano exige. Hoje em
dia as coisas são muito rápidas, muito instantâneas. Imagine que a gente tem que,
por exemplo, digitar trabalhos numa máquina de datilografia, ou então
transcrevendo. Então eu acho que a internet trouxe a necessidade instantânea que o
dia a dia exige da gente.
Vanusa – eu acho assim, facilitou a pesquisa porque a gente tinha que estar
buscando nos livros, procurando no dicionário e a gente procurando na internet, tudo
que a gente quer a gente encontra na hora
Camila – até assim pergunta de ... quem nunca fez uma pergunta daquelas
provinhas na internet? Você joga a pergunta e acha a resposta na hora. Tudo ficou
muito mais prático, ele encontra pessoas que nem lembrava que existiam mais,
torna mais próximo das pessoas
Jeferson – a internet aproximou, como no caso dele e no caso da maioria. Eu tenho
assim amigos que estudaram comigo que moram na Espanha e eu tenho contato,
167
converso, então é essa questão de aproximação mesmo e de facilitação de nosso
cotidiano do nosso dia a dia. Principalmente aqui na universidade.
Kelly – eu acredito que a internet trouxe uma nova cultura digital, ela trouxe também
um lado bom e um lado ruim porque nem todos estão incluídos e por isso houve
exclusão na sociedade. Claro que ainda está muito avançado, todo mundo pode ir
numa lan house, só que ainda existe um grande número de pessoas que não
manuseiam, que não utiliza e quem não utiliza fica excluída.
Adriel – eu queria pegar um pouco da fala de Kelly para falar de um fato negativo
que a internet também trouxe. Se por um lado ela aproxima as pessoas como
Jeferson falou, por outro como Kelly falou ela marginaliza, porque exclui uma certa
parte das pessoas, também eu penso que ela aproximou as pessoas virtualmente,
mas esse contato pessoal, se a gente analisar a gente perdeu muito, porque muitas
vezes , por exemplo eu moro aqui, minha família é de Belo Jardim e eu fico aqui em
Caruaru, dois três meses sem nem ir em casa. Quando eu estou com saudade de
minha mãe eu ligo prá ela, ela não tem Facebook, mas eu ligo prá ela e tal, ou seja,
se a tecnologia aproximou de uma forma, distanciou de outra.
Adriano – dentro de casa mesmo, muitas vezes é mais agradável conversar com
uma pessoa no Facebook do que com uma pessoa que está perto. Por exemplo,
minha mãe está aqui e eu estou falando com uma pessoa no Facebook e aquela
pessoa está mais perto de mim do que minha mãe.
Todos concordaram
Kelly –isto não é um ponto bom. Não é um ponto positivo porque vai quebrando
aquele laço familiar e vai distanciando as pessoas. Eu acredito, claro, tem o lado
positivo, mas o negativo também
Adriel - Sem a gente falar também nos escândalos que estouram aí na internet.
Fulano tirou a roupa e mostrou não sei o que e mostra lá a foto. Tudo isso também,
a gente tendo Facebook ou Twitter ou o que quer que seja, acaba esquecendo que
168
aquilo ali é publico e você acaba expondo coisas muito pessoais e acaba se
constrangendo depois
Opiniões entre eles
Adriel – pode ser até que dê sorte, jogar brilhos, mas tem gente que está fazendo
por brincadeira. Joga brilho de tudo quanto é jeito prá ver se dá ibope e você ser
chamado para um programa, e se por um lado pode lhe dar sucesso, por outro pode
acabar com a sua reputação.
Todos concordaram
Adriano – uma coisa se pode perceber é que a internet, ela acaba te controlando.
Você não tem nada prá fazer então vai para a internet não tem o que fazer no dia
então vai prá lá. O vicio da internet você não percebe, mas está lá o dia todo.
Discussão entre eles
Adriano – são nove da manhã, daqui a pouco são nove da noite e você nem percebe
Camila – antigamente quando não tinha internet, a gente andava de bicicleta,
passeava com uma amiga, ia na pracinha, conversava na calçada, hoje em dia não.
Conversar no face, no twiter, no celular, aí você passa o tempo todo ligado na
internet.
Adriano falou dos jogos e disse: ninguém mais joga na rua
Todos concordaram
Kelly – eu acredito
169
MIGUEL - Quando vocês compraram o primeiro computador como foi essa
aquisição? Foi barato, em que época aconteceu essa compra desse primeiro
computador?
Camila – o meu foi quando eu tive contato com a internet. Minha mãe comprou, não
foi tão barato, mas não era uma coisa absurda. Era um computador de mesa com o
monitor que tinha uma barriga atrás, quando eu tinha mais ou menos 10 11 anos. Eu
passei um bocado de tempo com ele, que era ótimo e fazia tudo que eu queria.
Depois eu troquei por notebook porque eu não morava aqui e prá viajar não podia
trazer o coitado, o bichinho, então eu troquei pelo notebook em 2009, antes da
universidade, aí o coitado está lá estragado e tem que comprar outro..
... faz uns 3, três anos e meio, aí quando eu entrei na universidade, pela quantidade
de textos, e para facilitar, comprei um notebook. Agora quero outro. Agora
computador comprei há uns 3, 3 anos e meio mais ou menos
Cícera – minha aquisição foi ano passado, pela necessidade da universidade
mesmo, porque você sem um computador aqui, você não sobrevive. Mas antes era
na lan house. Tudo que precisava era na lan house mesmo
Adriano – eu gastei muito dinheiro com lan house. Meu primeiro computador eu
comprei com um ano depois que eu comecei a trabalhar porque minha família nunca
teve condições financeiras para comprar um e já estava na universidade. Prestei
concurso, e passei no vestibular e me orgulho muito disso, e foi a primeira coisa
que eu fiz. Juntar dinheiro para comprar um computador. Comprei como o dela,
aquele da barriga grande e prá mim foi uma grande novidade, passava o dia todo só
que as coisas andaram muito rapidamente, comprei o meu, aquele modelo antigo, aí
apareceu um LCD e agora eu comprei um notebook há uma dois anos, mas
infelizmente eles são mais vulneráveis do que os outros computadores. Apresentam
defeitos ...
170
Camila - o meu também, ele tem uns 4 anos mas o bichinho já caiu, ele só vive no
carregador e não pode sair da tomada senão... porque minha prima derrubou, o
outro mexe, tem nada não...
Adriano – hoje eu tenho um notebook que só pega na tomada como e dela e
também comprei um tablet, um iphone porque tem recursos e é mais fácil de
carregar. Eu acabei dependente da tecnologia porque eu quero ficar antenado e
tenho contato com outras pessoas de outros estados de Recife, Alagoas, Paraíba,
pessoas que trabalham no ramo da escola de libras, que é o que eu faço. Então se
eu não tiver tecnologia o que é que eu faço? Fico fora do ar
Camila – ontem mesmo, não anteontem, se eu não tivesse conectada pelo
Facebook, eu não saberia que não ia ter aula, ontem não, anteontem.
Adriano – já aconteceu de eu ter vindo para a faculdade, não ter aula e por não estar
conectado no Facebook eu não vi. Hoje em dia, quando estou no meu trabalho, meu
Facebook fica aberto o dia todo mesmo que eu não faça nada. De vez em quando
dou uma olhada e volto para o trabalho. De meia em meia hora dou uma olhada e
volto para o trabalho. O engraçado é o seguinte: no telefone quando chega uma
mensagem ele apita né? No Facebook não. Devia ter um toque de mensagem, devia
ter isso.
Jeferson – meu primeiro computador foi em 2008 não foi tão barato, mas também
não foi tão caro e eu o utilizo até hoje, mas eu pretendo comprar um notebook.
Minha irmã tem um tablete, que é do governo do estado, que das escolas de
referência. Meu computador eu comprei uns dois anos antes de entrar na
universidade
Kelly – meu computador tem uns dois anos, imediatamente quando entrei na
universidade. Aí eu estava sem internet e o computador só não resolvia e tudo eu
tinha que ir na lan house e a gente perde muita coisa, então agora botei na internet
e estou conectada.
171
Adriel – no meu caso fazem poucos meses que eu comprei o meu notebook e antes
quando eu precisava fazer alguma coisa eu ia na lan house. Faz pouco tempo, muito
pouco tempo e eu já estava na universidade.
Vanusa – no meu caso fazem 11 anos meu pai tinha trocado um vídeo cassete na
ocasião, a gente ainda passou um ano com ele, mas depois comprou outro, depois
mais dois computadores, agora a gente está com um Led, eu tenho um netbook que
ganhei do governo do estado e tenho um notebook
Como vocês aprenderam a mexer no computador, na internet?
Adriel – espontaneamente
Todos falaram ao mesmo tempo: assim vai volta, desmancha o que fez, ...
Adriel – no meu caso eu aprendi primeiro mexendo, depois fiz um curso básico para
adquirir uma base melhor de como pesquisar
Vanusa – eu comecei com meu pai. Eu tinha 7 anos e Como eu não sabia mexer ia
lá perguntava, mas para aprender mesmo, tive orientação
Adriano – eu acho o seguinte: prá gente mexer em tecnologia depende de sua
geração. Por exemplo, eu tenho 29 anos e quando comprei o meu iPhone há 4 anos
e eu tinha ele até ano passado. Meu sobrinho de 3 anos me disse: tirei uma foto sua.
Prá ele foi tão fácil e eu demorei mais de um mês para conseguir descobrir as
funções e ele achou rapidinho a ferramenta de tirar foto, ou seja, se eu pegar um
notebook e deixar meu sobrinho que hoje tem 5 anos mexer, eu tenho certeza de
que ele vai descobrir coisas a mais do que eu sei. Porque prá mim, na idade dele,
era interessante um carrinho prá ele não, o legal é um computador .isso é que é
legal prá ele, pra geração dele. Hoje, quem tem 70 anos de idade, não quer nem
saber de computador. A minha mãe, por exemplo, não sabe ligar DVD e ela já tem
há mais de 5 anos e não sabe mexer nele. A tecnologia é facilidade conforme a
geração da pessoa.
172
Jeferson – meu primeiro contato com a internet foi assim naturalmente. Eu
pessoalmente aprendi e após fiz um curso básico de informática.
Kelly – já eu aprendi com pessoas me ensinando porque eu fiz um curso básico de
informática gratuito, mas o professor só sabia contar a história da vida dele, aí no
caso o que ele estava me ensinando eu já sabia e o que eu queria aprender ele
dizia: mais prá frente vai ter essa aula. Excel mesmo não teve, só ficou no Windows
e contando a história da vida dele só. Terminou o curso e eu aprendi com as outras
pessoas.
MIGUEL - Eu queria que vocês fizessem uma avaliação de como usamos a
tecnologia da informação no processo ensino aprendizagem aqui na
universidade. Se é utilizado se não é. Os usos positivos os negativos. Queria
que vocês fizessem uma avaliação desse processo no ensino aprendizagem
aqui na universidade.
... eu vejo como positivo. O pessoal da minha turma fica todo mundo conectado.
Minha sala parece uma lan house. Todo mundo com seu notebook. Se tem alguma
resenha, algum trabalho para apresentar aí alguém comenta que não entendeu
então alguém vai lá no Facebook e diz qual o livro que vai te ajudar. “Lê tal resenha”
e envia o livro, porque antes se fosse para apresentar o livro a outra pessoa, teria
que pegar o livro e demoraria porque às 2 horas da manhã ninguém vai estar
levando livro. Se prepara o trabalho e pede a alguém para dar uma opinião a
respeito do assunto . eu vejo como muito positivo, principalmente para o nosso
curso, pela quantidade de livros que a gente lê e quantidade de textos que
produzimos.
Camila – eu concordo com ela. A quantidade de informação que a gente tem que
adquirir e que deve estar atento, é muito útil. Muitas vezes a gente tem vários
exercícios para fazer e a gente pergunta fulana não entendi essa pergunta e ela diz
173
não, pergunta a fulana que ela fez e existe uma partilha. É muito bom é bem
utilizado
Cícera - dependendo das orientações que os professores botam no quadro, sempre
tem alguém que vai lá tira foto e posta. Ninguém copia
Camila – ou então o professor manda por e-mail . posta no e-mail, posta no face aí
fica tudo mais fácil.
Jeferson – ou seja, facilitou a vida do estudante, do professor para as atividades,
pois o prazo é curto, então a rede social incluindo o mecanismo da informação
ajudou e muito nesse ensino aprendizagem
Kelly – e até para nos informarmos de congresso, para participar, que os
professores estão sempre postando, convidando e às vezes com tanta correria, com
tantos trabalhos e projetos para fazer se a pessoa não estiver dando uma olhadinha
no Facebook , a pessoa acaba perdendo, porque às vezes estamos tão apressados,
tão carregados que a gente nem olha o mural e à noite, a gente antes de dormir vai
lá, dá uma olhadinha e fica sabendo de tudo. Faz a inscrição rapidinho pelo e-mail e
facilita muito. 28.16
Adriano – os grupos que foram colocados no Facebook facilitaram bastante em
termos de coleta porque pelo fato de aqui na universidade termos colegas de várias
cidades não dá para fazer um trabalho em grupo, fica difícil e através do face fica
fácil você postar textos, arquivos e você pode estudar também o que facilita muito a
nossa vida
Vanusa – tem a discussão quando você tem alguma dúvida num texto você pede a
opinião de alguém pode debater. Eu me lembro que num email para o grupo, você
junta todo mundo e lá você pode debater. Mas é tudo muito bom, mas você tem que
ter um esclarecimento para você não chegar na aula sem ter entendido o texto que a
professora passou. Você está lá no grupo conversando e pergunta sobre as partes
que você não entendeu. Prá mim é útil
174
Camila - essencial
Adriel – só complementando o que vocês disseram sobre a correia do dia a dia e
como é útil essa comunicação que a internet traz prá gente é tão importante porque
nós não precisamos estar atrás da comunicação ela chega prá gente, na nossa casa
(alguém: no nosso celular). Então eu penso que é muito positiva essa questão
O que os professores fazem de concreto para tornar mais accessíveis estas
ferramentas? Estas tecnologias de informação e comunicação na aula são utilizadas
pelos professores através de blogs, e-mails, o que realmente funciona na aula com
essas tecnologia de informação e comunicação?
Camila - o e-mail essencialmente. A professora mostra um slide e ninguém quer
mais copiar ou tira a foto e posta no face ou então a professora manda pelo e-mail
Vanusa – o PRAC, ela sempre DESENVOLVE atividade, ela coloca orientação para
memorial, sempre no e-mail, porque tem sempre alguém que não consegue acessar
o PRAC...-
Jeferson - numa eletiva que eu participei, aliás nós participamos, a gente debatia
os assuntos daquela aula ao longo da semana no grupo, através do Facebook. Foi
muito interessante, bastante proveitoso e todo mundo participava. Foi muito
proveitoso.
Adriano – eu participei de um curso de extensão de ciência, com a professora Ana
Sartori. Tinha a aula presencial e à distancia. Eram 30 horas presenciais e 30 à
distância. Foi desenvolvido um blog. Ela dava um texto e vinham os debates das
várias opiniões. Foi muito rico e proveitoso porque logo no início. Trabalhamos numa
plataforma colocando nossa opinião e ouvíndo a opinião de outros colegas e ela
colocava a opinião dela e o que ela queria que fosse debatido. Depois outro
professor começou a usar o Orkut com uma interface e agora nós estamos
adaptando o Orkut para trabalhar como plataforma educativa. O face, Orkut blogs,
podem ser adaptados para nós . tudo isso facilita a integração entre alunos e
professores, mas os professores têm que estar abertos às novas tecnologias,
175
existem alguns que não gostam de usar quando eu entrei aqui no campus, existia
muita resistência por parte de alguns professores, principalmente em relação ao
Facebook, tanto é que nos nossos laboratórios era bloqueado o acesso ao
Facebook e agora se começou a permitir.
Kelly – uma coisa que observei também é que os professores indicam sites como o
sielo, o capes, para dar entrada nos trabalhos nos projetos
Eu queria saber como vocês estão usando a internet. Como é o seu dia em relação
a internet que vocês descrevessem como é que se dá o seu uso de internet no dia a
dia.
Kelly – o meu uso é sempre quando posso porque meu tempo é bem corrido
mesmo com trabalho, família, universidade e várias coisas.
Jeferson – eu uso todos os dias, de manhã, tarde e noite, mas eu não fico o dia todo
e quase sempre off line, pela questão de comunicação com os colegas, se tem aula
se não tem, trabalhos que a gente tem que fazer e entregar se tem aula senão tem e
tudo é feito pelo Facebook.
Adriel – no meu caso eu entro mais à noite quando eu volto da universidade, mas
não é todo dia porque quando a coisa aperta mesmo aí a gente não tem tempo de
ver essas coisas não . mas não é constantemente que eu uso a internet não
Kelly – principalmente porque quando a gente entra na internet, no Facebook, a hora
voa. A gente vai dar uma olhadinha e se for conversar com alguém aí sim e como o
Jeferson estava dizendo ele fica off line porque se ele ficar on line tem muita gente
para conversar e se perde muito tempo.
Adriel – é muito atrativa a dinâmica da internet. Ela acaba lhe atraindo tanto que o
tempo passa e você passa 5, 6 horas e você não se dá conta.
Camila – meu celular passa 24 horas conectado e tudo que se passa eu olho. Não é
que eu fique olhando o tempo todo, mas de vez em quando eu olho, sempre vejo se
alguém diz alguma coisa, sempre recebendo um what‟s, alguma coisa, mas é todo
176
dia, toda hora, todo momento. Quando eu acordo é a primeira coisa que eu olho. É
triste.
Adriano – no meu caso, o Facebook é tão dinâmico que a todo instante tem uma
coisa rolando o tempo todo às vezes o assunto serve prá mim, às vezes minha irmã
está com um problema e prá não gastar o crédito, basta usar o Facebook. O meu
notebook fica ligado o dia todo no trabalho. Eu faço histórico. Eu trabalho na
secretaria administrativa e eu estou lendo o histórico e tenho que olhar o Facebook
porque se eu não olhar me dá uma coisa aqui e se eu olhei beleza, continuo o
trabalho
... eu acho que eu gasto por dia umas 10 horas porque seis é no trabalho e quando
eu chego da faculdade às 11 horas eu entro na internet. Se eu passar um dia sem
internet eu fico meio perturbada eu ligo prá saber se publicaram alguma coisa
Camila – e o pior é quando eu passo o dia sem internet ou sem celular é horrível
quando você está em algum canto que não tem área . eu fui uma vez para o sítio,
não tinha área e eu fiquei falando mainha vamos embora? Por favor eu preciso falar
com o povo e nada. É muito triste a gente ficar sem falar com o povo
Adriano – posso dar uma sugestão de leitura para tanta ênfase com a internet?
Vocês já ouviram falar no livro Pedagogia dos Monstros? Thomaz .. da Silva. Ele fala
muito sobre tecnologia, fala sobre a geração que não é mais a mesma... que nós
não somos mais aqueles seres humanos sapiens, sapiens, nós somos sapiens,
sapiens e alguma coisa mais. (risos) estamos evoluindo...
Vanusa – eu não gosto de passar muito tempo em redes sociais , nem mesmo na
internet. Eu gosto mesmo é de achar livros e ficar lendo no netbook. Eu tenho um
netbook, mas não sou de ficar muito tempo na internet procurando coisas ou rede
social. Não tenho paciência
177
MIGUEL - E como você faz?
Vanusa – eu faço assim: às vezes eu vou na UOL e vejo as novidades. Eu abro mais
o Facebook para olhar as novidades, aí eu abro todo dia. Quando eu chego da
universidade eu abro prá ver a aula de amanhã, vejo se tem algum texto prá fazer,
alguma coisa prá estudar. Mas durante o dia assim, eu gosto mais de ler, de baixar
livros e ficar lendo no computador.
Adriano –quando eu quero ler notícias, eu leio jornal de papel mesmo ou vou para
um portal do Google, do Yahoo, da Folha de São Paulo,
MIGUEL - Se você pudesse elencar algumas coisas das tecnologias da
informação e comunicação, o que vocês usariam para melhorar as aulas aqui
na universidade? Uma ferramenta, um aplicativo que vocês podem sugerir.
Camila - Acho que o Wi Fi daqui podia melhorar. É ruim viu? (risos) era bem melhor
o professores mandarem para casa, na sala...
Todos falaram também sobre o sinal do celular que também é muito ruim
Adriel – acho que nós deveríamos usar mais o laboratório de informática porque
muitas vezes a gente vem e se depara com a porta na cara, não tem ninguém e eu
acho que os professores deviam interagir mais com essa questão do laboratório
para utilizarmos mais. A gente sabe que por mais que a tecnologia esteja perto da
gente, nós sabemos que muitas pessoas não sabem nem digitar um texto. Então
essa aproximação com o laboratório de informática, também ajudaria a essas
pessoas a se aproximar mais das tecnologias
(verdade)
Adriano – há já muito tempo não temos uma disciplina de educação e tecnologia
;...........Eu mesmo trabalho de manhã e de tarde, estou aqui à noite e não tenho
tempo para estar em outro espaço para atender às lições de tecnologia, teria que ser
178
aqui mesmo dentro da universidade. Não que eu não saiba nada, mas eu sei que
sempre há uma coisa nova para aprender. Está tudo assim e ninguém consegue
acompanhar nada. Antes eu só conhecia o vinil, depois veio o CD, depois o DVD e
agora o Bluray, que já está na internet, em HD ou seja, você não pode acompanhar
assim.
MIGUEL - Eu queria saber nomes de aplicativos, de ferramentas que vocês
identificam e que poderiam ser utilizados no processo ensino/aprendizagem?
tem algum site, alguma ferramenta interessante?
Adriano - acho que deveriam ser utilizados o site da scielo... esses sites das
universidades. Teria que ser rotineiro que fosse mostrado na sala de aula
explicando: é assim que se usa isso, quando você, procura um texto explicar como
se acha nas plataformas, porque a gente fica assim: onde procura isso?
Camila – tem uma professora que disse ser muito fácil usar o PRAC, mas ninguém
conseguiu porque a gente não teve como aprender isso. Não teve nem como
mostrar na sala aí é aquela coisa: esse tipo de aplicativo, esse tipo de blog, salas de
discussão, assim a gente poderia discutir na sala sobre textos, trabalhos tudo...
Adriel – me fugiu agora o nome que é um banco de teses e dissertações. Já
aconteceu de professores nos pedirem para pesquisar trabalhos na AMPED e a
gente ficar boiando. Sem saber como procura se procura se por ano, se pelo nome
do autor, então a gente fica sem saber como e seria mais importante que fossem
mais divulgados estes sites, estes aplicativos prá gente tomar conhecimento.
Adriano – um professor diz assim: vá no SCIELO e pesquise um determinado
assunto e ninguém consegue encontrar. Depois diz, vá no site da AMBED, ninguém
acha, porque de fato a interface destes sites não são conhecidas por nós é familiar
prá ele que passou por todos os processos científicos. Bom seria que quando eles
dissessem abram tal coisa em tal site, eles abram a internet, mostrem a ferramenta
179
e expliquem está aqui, aqui, ensinando passo a passo prá gente, porque a gente
não teve esclarecimento.
(diversos comentários entre eles)
... no próximo vou dizer quero uma explicação para isso porque não tenho
conhecimento como mexer
Jeferson – mas tem professor que é complicado. Não responde.
... ou demora a responder...
Jeferson – demora e não responde
(comentários)
Camila – tem professor que joga a responsabilidade para o monitor. Monitor também
estudo, não responde, dá resposta errada, quem ensina não responde, é a questão
de ajudar, de dar orientação dos aplicativos que eles sabem usar também.
Adriano – eu tinha apenas um e-mail e usava prá tudo. A professora mandou um e-
mail prá mim que foi publicado depois de 40 e-mail. Esse eu não vi e eu disse que
não tinha recebido. Ela foi olhar e o e-mail estava na terceira página. Então é bom
que a gente tenha um e-mail para tal atividade ou seja: eu estou em tal período e é
bom que a gente tenha um e-mail para este período aqui. Eu tenho 5 e-mails
graduação, pós, etc...
MIGUEL - Vocês escutam rádio? Quantas horas por dia e o que vocês
escutam?
Kelly – eu escuto a Rádio Liberdade
Jeferson – é difícil eu escutar rádio. Às vezes na hora do almoço, de vez em quando.
é mais internet mesmo, televisão...rádio é mais difícil.
180
Cícera – antes eu passava o dia todo e escutava mais a Jovem Pan, mas agora
procuro todas as novidades de música na internet já baixo e escuto pelo
celular.desde que eu entrei na faculdade não assisto mais.
... no período da greve, todo dia, todo dia escutava a Jovem Pan. Escutava o
lançamento de músicas e ia buscar na internet. Mas depois, desde que entrei na
faculdade, mesmo tendo a Jovem Pan lá, eu não escuto mais hora nenhuma.
Camila – eu escuto assim: minha mãe acorda às 6 e meia da manhã e a primeira
coisa que elas faz é ligar o rádio, deste tamanhinho, aí ela já me acorda com rádio e
eu já me acordo com rádio, aí eu escuto rádio, as notícias, morreu fulano e por aí,
mas só isso, o resto é fone, internet e por aí...
Vanuza – eu chego a escutar 2 horas de rádio por dia. Uma quando vou correr fico
escutando a Rádio Liberdade e à noite quando vou para casa ... também escuto
mais ou menos 1 hora a Rádio Liberdade
Adriel – eu escuto cerca de uma hora por dia, pela manhã, para ficar por dentro das
primeiras notícias do dia e tudo mais e às vezes no final de semana quando estou
sem fazer nada, mas eu escuto muito rádio.
Adriano – quando tem feriado, quando não tem aula, é claro que eu vou ouvir rádio
não escuto rádio, simplesmente porque tenho muita coisa para fazer, aí eu boto uma
música para escutar, um DVD ou um CD. Quando eu ouvia rádio era ao meio dia ou
de noite depois das 10 horas. Agora hoje em dia eu não ouço rádio às vezes fulano
dia passou na rádio isso, isso e isso e eu digo que interessante!
Camila – eu só escuto rádio de manhã, que é quando minha mãe me acorda.
MIGUEL - E TV, quantas horas assistem e o que vêm na TV?
Camila – nenhuma
,,, - nenhuma
181
Cícera – eu não tenho vida social. Nenhuma. Não escuto rádio, não vejo TV só
estudo.
... – as notícias que acontecem, pelo menos uma ou duas vezes por semana, eu
entro num site de notícias para ver o que aconteceu no planeta, mas tipo nem
passar em frente a TV e se eu passar eu nem olho.
Cícera – por exemplo, o Protesto, acho que o todo já saiu desse protesto e eu fiquei
alienada. Não vi nada
... eu acompanhava porque no Facebook todo mundo publicou
Camila – eu chego cedo em casa. Apesar de sair tarda da faculdade, eu chego cedo
em casa, assisto um pedacinho da novela e dependendo do programa eu ainda
assisto. Se não tiver aula eu assisto todas as novelas . se for final de semana e eu
não tiver realmente nada para fazer eu assisto tudo. Eu gosto muito de televisão.
Minha mãe diz: sai de frente da televisão meninas, mas é como ela disse quando
está muito cheio eu não sei o que é televisão, não sei nem o que é. A vida social às
vezes complica.
Adriano – esse negócio da assistir televisão foi uma coisa que eu nunca mais fiz. Eu
comecei a trabalhar 8 horas por dia então prá acompanhar um programa, novela,
seriado, é missão impossível. Eu não tenho tempo e se eu for assistir uma novela eu
não vou entender
Risos e comentários
Kelly – durante a semana eu não tenho tempo para TV porque se eu for assistir, eu
atraso tudo aí no caso, só final de semana mesmo . nos sábados à noite e nos
domingos à noite também. À tarde eu sempre saio vou na casa de um familiar ou
então
Jeferson – a programação que eu assisto é mais noticiário, alguns seriados que
passam porque a nossa vida corrida e dar aula na academia não deixa brecha para
182
televisão . no Facebook o contato com os colegas sim, mas televisão nós nos
afastamos muito
Adriel – no meu caso, a televisão eu ouço todos os dias, mas somente pra não me
sentir só dentro de casa. Não acontece isso?
Camila – acontece. Por exemplo, eu não durmo sem a televisão estar ligada. É
triste!
Adriel – pois é o meu caso. Ligo a televisão. Está lá ligada, mas eu não estou
assistindo, fico fazendo algum trabalho e quando vou dormir, programo ela, pronto.
Só durmo com ela ligada.
Camila – eu não programo. Só durmo com ela ligada prá quando eu acordar ela
estar ligada, porque quando está desligada é porque todo mundo já acordou e
desligam, mas eu só durmo com ela realmente ligada.
MIGUEL - Escuta Podcast?
Todos: nunca ouvi falar
MIGUEL - E web TV
Todos conhecem mas ninguém assiste
Vanuza – eu assisto mais séries, às vezes quando passa alguma coisa que me
interessa eu assisto, mas eu gosto mais de séries.
Camila – eu assistia jogo nos domingos com os meninos quando a gente trabalhava.
Vanuza – eu assisto na quarta e no domingo, que são os dias de jogo.
Adriano – eu baixo o arquivo na internet e assisto. Eu gosto mais de seriados do que
de filmes às vezes são interessantes, falam sobre drama, etc.
183
MIGUEL - Eu queria saber o que vocês acessam na web?
Camila – rede social, pesquisa prá trabalho, sites de baixar músicas,
Vanuza – eu gosto muito do youtube, uma banda, série que gosto de estar
acompanhando
Adriano – eu gosto muito de desenho porque sou desenhista também ... pego um e
desenho tudo, porque eu gosto de desenhar. Agora no meu trabalho, pesquiso sobre
linguagem de sinais, educação, essas questões. Na questão social é somente rede
social Facebook Orkut, tem uma série
MIGUEL - EU quero saber exatamente o nome das coisas que vocês acessam
Camila – face, ask, instagram, twiter, Youtube, netlog, caboing mp3, Hotmail, gmail,
Wikipedia,
MIGUEL - E video o que vocês acessam?
Camila – youtube a manhã inteira porque eu trabalho numa loja e a gente tem que
estar botando música aí a gente assiste vídeos, daí passa para vídeos engraçados
aí pronto sai misturando e a gente passa a manhã inteira rindo.
MIGUEL - O que vocês leem?
Kelly – gosto de ler Paulo Freire, textos acadêmicos,
(falaram todos ao mesmo tempo)
Vocês gostam de programas de debates?
Todos gostam (falaram ao mesmo tempo) na moral, altas horas ....