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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE NÚCLEO DE DESIGN / CURSO DE DESIGN MIGUEL DE ODILON FARIAS PESSOA CARTOGRAFIA DOS USOS COMUNICACIONAIS E WEB POR DISCENTES DO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE CARUARU - PE 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

NÚCLEO DE DESIGN / CURSO DE DESIGN

MIGUEL DE ODILON FARIAS PESSOA

CARTOGRAFIA DOS USOS COMUNICACIONAIS E WEB

POR DISCENTES DO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

CARUARU - PE

2013

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Miguel de Odilon Farias Pessoa

CARTOGRAFIA DOS USOS COMUNICACIONAIS E WEB

POR DISCENTES DO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como

requisito parcial para a obtenção do título de bacharel

pelo Curso de Design do Centro Acadêmico do Agreste

(CAA) da Universidade Federal de Pernambuco, pelo

estudante Miguel de Odilon Farias Pessoa sob

orientação do Prof. Dr. Edgard Thomas Martins e co-

orientação da Prof.ª Dra. Daniella Rodrigues de Farias.

CARUARU - PE

2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Reitor: Prof. Dr. Anísio Brasileiro de Freitas Dourado

Vice-Reitor: Prof. Dr. Sílvio Romero de Barros Marques

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

Diretor: Prof. Dr. Nélio Vieira de Melo

Vice-Diretor: Prof. Dr. Osmar Veras Araújo

NÚCLEO DE DESIGN – UFPE CAA

Diretora: Profa. Dra. Ana Paula Celso de Miranda

Vice-Diretor: Prof. Dr. Edgard Thomas Martins

CURSO DE DESIGN – UFPE CAA

Diretora: Prof. Dra. Daniella Rodrigues de Farias

Vice-Diretor: Prof. Dr. Lourival Lopes Costa Filho

Catalogação na fonte:

Bibliotecária Simone Xavier CRB4 - 1242

P475c Pessoa, Miguel de Odilon Farias.

Cartografia dos usos comunicacionais e web por discentes do Centro Acadêmico do Agreste. / Miguel de Odilon Farias Pessoa. - Caruaru: O Autor, 2013.

183f.; il. ; 30 cm. Orientador: Edgar Thomas Martins Coorientação: Daniella Rodrigues de Farias Monografia (Trabalho de Conclusão de curso) – Universidade Federal de

Pernambuco, CAA, Design, 2013. Inclui referências bibliográficas 1. Design - teoria. 2. Comunicação - processos. 3. Internet. 4. Web – usuários. I.

Martins, Edgar Thomas (Orientador). II. Farias, Daniella Rodrigues de. (coorientadora). III. Título.

740 CDD (23. ed.) UFPE (CAA 2013-156)

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Miguel de Odilon Farias Pessoa

CARTOGRAFIA DOS USOS COMUNICACIONAIS E WEB

POR DISCENTES DO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como requisito parcial para

a obtenção do título de bacharel pelo

Curso de Design do Centro Acadêmico

do Agreste (CAA) da Universidade

Federal de Pernambuco

Aprovado em 20 de dezembro de 2013

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________

Prof. Dr. Eduardo Romero Lopes Barbosa

Núcleo de Design – UFPE CAA

____________________________________________________________

Profa. Dra. Glenda Gomes Cabral

Núcleo de Design – UFPE CAA

____________________________________________________________

Prof. Dr. Edgard Thomas Martins

Núcleo de Design – UFPE CAA

Orientador

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AGRADECIMENTOS

Antes de qualquer agradecimento, reconheço os milagres que DEUS fez e faz

diariamente na minha vida e na da minha família, sou grato ao criador do universo pela

vida e pela finalização de uma etapa inesquecível que se completou com o

desenvolvimento deste Trabalho de Conclusão do Curso de design no CAA.

Agradeço primeiramente à minha querida mãe Maristela Farias que em todas as

horas esteve ao meu lado, sempre me incentivando nos meus projetos e em especial

nos projetos relacionados aos estudos acadêmicos.

Agradeço a Sibele e ao meu amado filho João Miguel que se tornou um dos

maiores motivos para que eu buscasse o caminho da universidade como meta de vida.

À minha família a gratidão pelo apoio nas horas difíceis e por tudo de bom que

vivenciamos juntos nestes dias.

Aos professores e às professoras do curso de design do CAA, assim como aos

professores (a) e técnicos (a) da UFPE CAA que durante estes quatro anos da minha

graduação, nesta unidade de interiorização da universidade pública brasileira, tive a

oportunidade de trocar muitas experiências e diálogos, além de gestos fraternos

cotidianamente. Aos meus e minhas colegas estudantes que participaram comigo em

projetos que tivemos a oportunidade de desenvolver como a Rede CAA, a Múltipla –

Agência Acadêmica Multidisciplinar e o Conselho Discente do CAA no qual fui seu

primeiro presidente.

Agradeço a oportunidade de ter vivenciado projetos de extensão, iniciação a

docência e pesquisa como o PET Infoinclusão, liderado pela Dra. Anna Sartore do

Núcleo de Formação Docente, além de outros grupos que participei nestes últimos

anos na UFPE – CAA, como o SENDES, liderado pelo mestre Sílvio Diniz, assim como

o Grupo denominado, Ergonomia e Usabilidade de Produtos, Sistemas e Produção,

liderado no CAA pelo Dr. Edgard Thomas.

Agradeço a direção do CAA e em especial aos seus diretores Dr. Nélio Vieira,

Dr. Osmar Veras e ao secretário de extensão o mestre Fernando Nascimento.

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Aos coordenadores do curso de design do CAA, Dra. Daniella de Farias e Dr. Lourival

Costa assim como aos novos coordenadores, Dr. Glenda Cabral e Dr. Eduardo

Romero.

Ao representante da ADUFEPE no CAA, Ms. Dilson Cavalcanti e ao presidente

da representação sindical dos professores da UFPE, Dr. José Luiz

Aos colegas da Secretaria de Participação Social de Caruaru que me

oportunizaram um estágio em uma área inovadora que foi a participação digital em uma

gestão pública municipal, Leo Bulhões, Humberto Botão, Rafael Moreira, Louise

Caroline, Daniel Queiroz, Lino Portela e todos e todas daquela secretaria.

Ao Divanilson Galindo, que mergulhou na idéia da inovação e inclusão cultural e

digital para o agreste de Pernambuco, da forma que se integrou na luta para viabilizar

ações efetivas neste campo junto conosco.

Em especial, agradeço ao meu orientador de quem fui monitor no seu grupo de

estudos em Empreendedorismo por dois anos, o nosso mestre Edgard Thomas e a

minha co-orientadora Daniella de Farias, de quem fui monitor de seu grupo de estudos

em Design, Sociedade e Cultura por um ano.

Finalmente agradeço à Comunidade CAA por uma troca incrível de experiências

e por uma acolhida fraterna. Certamente devo ter esquecido muita gente que esteve ao

meu lado neste empreendimento acadêmico nestes últimos quatro anos e por tudo,

agradeço com meu muito obrigado e um fraterno abraço a todos e todas.

Miguel Farias.

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“ Seja fraterno (a), busque a DEUS e ao conhecimento.

Reconheça a tradição e inove. Tudo que há ou foi

realização do criador ou obra das criaturas.

Desconfie de injustiças e lute. Somos nós os

protagonistas do nosso tempo.”

Miguel Farias.

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RESUMO

No final deste trabalho você vai encontrar um infográfico, nos apêndices, que foi

o resultado quantitativo desta pesquisa. Nos resultados, fazemos considerações mais

qualitativas assim como apresentamos detalhadamente os números desta pesquisa

que realizamos com os estudantes do Centro Acadêmico do Agreste da Universidade

Federal de Pernambuco no ano de 2013.

Esta pesquisa foi pensada para entender os usos web e comunicacionais dos

estudantes do CAA para que seja a base sólida no desenvolvimento de produtos

digitais voltados aos estudantes do referido centro. Estes propósitos estão em sintonia

com a metodologia detalhada na introdução deste trabalho.

Para mostrar a relevância do nosso estudo para o campo do design buscamos

demonstrar através da reflexão e do ponto de vista de autores respeitados pela

academia a nível internacional como Manuel Castells, Rafael Cardoso, Gui Bonsiepe,

entre outros, os novos paradigmas de uma sociedade da informação em curso, a

história do design e o que é design no tempo atual.

Neste trabalho buscamos compreender, para ser base do nosso estudo, sobre a

comunicação, sobre os meios de comunicação de massa e sobre a internet.

Este trabalho se configurou a partir de um esforço prático e teórico, onde

buscamos mostrar a fundamental importância dos aspectos mais abstratos e dos

aspectos mais concretos do design.

Palavras-chave: Design, Teoria do Design, Internet, Usos web, Processos

comunicacionais, Comunidade de usuários.

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ABSTRACT

At the end of this article you'll find an infographic, in the appendices. This was the

result of quantitative research. We do more qualitative considerations and the results

we present in detail the figures in this survey with the students of the Wasteland

Academic Center of the Federal University of Pernambuco in 2013.

This research was designed to understand the uses of web and communication

students from CAA to be a solid foundation in the development of digital products

geared to students of the center. These purposes are consistent with the methodology

detailed in the introduction.

To show the relevance of our study to the field of design, we demonstrate

through reflection and the point of view of authors respected by academia internationally

as Manuel Castells, Rafael Cardoso, Gui Bonsiepe, among others. These are the new

paradigms of a society of information under way, the history of design and design that is

at the present time.

In this work we seek to understand, to be the basis of our study, about

communication, about the mass media and on the internet.

This work was configured from a practical and theoretical effort, where we seek

to show the fundamental importance of the more abstract aspects and the more

practical aspects of the design.

Keywords: Design, Design Theory, Internet, Web uses, Communicational uses Users

Community.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................13

PARTE I – INÍCIO.................................................................................17

CAPÍTULO 1 – O TEMA E AS JUSTIFICATIVAS.........................................17

1.1 Características da pesquisa...............................................................17

1.2 Objetivos .............................................................................................18

1.2.1 Objetivo Geral..................................................................................18

1.2.2 Objetivo Específico..........................................................................18

1.3 Justificativa.........................................................................................19

CAPÍTULO 2 – COMO O TRABALHO FOI DESENVOLVIDO.....................20

2.1 Método utilizado na pesquisa............................................................20

2.2 Caracterização da pesquisa, coleta e análise dos dados...............21

2.3 Procedimento e amostra....................................................................23

PARTE II - REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................26

CAPÍTULO 3 – CONTEXTUALIZAÇÃO........................................................26

3.1 A História do design a partir da revolução industrial.....................26

3.2 Marco teórico conceitual sobre o design.........................................39

3.3 Delimitação deste estudo relacionado ao design............................44

3.4 Considerações sobre a comunicação...............................................52

3.5 Do alfabeto ao hipertexto...................................................................54

3.6 A Internet: Aspectos sócio-históricos..............................................55

3.7 Tecnologia, sociedade e transformações históricas......................57

3.8 A cultura dos meios de comunicação de massa.............................58

3.9 Realidade e representação simbólica na cultura.............................59

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PARTE III - RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................61

CAPÍTULO 4 - ANÁLISE DOS DADOS......................................................61

4.1 Considerações relacionadas a pesquisa aplicada.......................61

CAPÍTULO 5 - DISCUSÃO A PARTIR DOS ESTUDOS EMPREENDIDOS

NA PESQUISA.....................................................................72

5.1 Reflexão sobre o impacto político, social e cultural da internet.72

5.2 O CAA como um nascedouro de valores e demandas por novos

produtos............................................................................................73

CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES

6.1 Considerações finais......................................................................76

PARTE IV - COMPLEMENTOS

REFERÊNCIAS.............................................................................................78

APÊNDICES................................................................................................81

APENDICE A – INFOGRÁFICOS COM DADOS DA PESQUISA............82

APENDICE B – QUESTIONÁRIO FINAL DA PESQUISA........................89

APENDICE C – QUESTIONÁRIO DO PRÉ – TESTE.............................116

APENDICE D – TRANSCRIÇÃO DE GRUPO FOCAL COM

ESTUDANTES DE DESIGN..........................................139

APENDICE E – TRANSCRIÇÃO DE GRUPO FOCAL COM

ESTUDANTES DE PEDAGOGIA...................................164

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Áreas de contribuição da metodologia de Garret (2003) nos sistemas informacionais............................................................................................15

Figura 2 – Percentual de acesso e posse de equipamentos e internet em 2013.....74

Figura 3 – Local na residência de acesso a internet em 2013.................................75 Figura 4 – Consideração do público em relação à qualidade da internet em 2013 ..................................................................................................................................76 Figura 5 – Interesse em comunicação web pelo público em 2013..........................77

Figura 6 – Objetivos nos usos das redes sociais na web pelo público pesquisado em 2013..................................................................................................78 Figura 7 – O que o público pesquisado declarou escutar sempre em 2013...........79 Figura 8 – O que o público pesquisado declarou que escutar às vezes em 2013 ..................................................................................................................................80 Figura 9 – O que o público declarou ler em 2013.....................................................80

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INTRODUÇÃO

De acordo com Castells (2008), a sociedade contemporânea – em nível

global, com suas atividades econômicas, sociais, políticas e culturais – está sendo

continuamente estruturada e reestruturada pela Internet e, pelo que se ergue em

torno dessa rede de comunicação, tais transformações têm ocorrido em uma

velocidade e profundidade bastante expressivas.

Por intermédio destas transformações, as novas tecnologias de informação e

comunicação (as TICs) têm sido um imperativo social com repercussões expressivas

nas culturas de povos em todo o mundo.

No Brasil, este fenômeno desencadeado pela popularização de tais

tecnologias – em especial as do computador e da internet – tem transformado de

forma contundente as formas de se comunicar, colaborar e aprender entre os mais

variados grupos, uma dinâmica cujas peculiaridades têm conduzido pensadores de

vários campos do saber a refletirem sobre o tema.

Neste contexto surgem questões sobre como utilizar os comportamentos que

estão relacionados a tais tecnologias – já expressivamente moldadas às culturas de

diversos segmentos da população nacional – em favor de uma possível

maximização dos processos de ensino e aprendizagem e de processos

comunicacionais de governos, empresas e organizações as mais diversas.

Mesmo diante deste contexto percebemos que, de um modo geral, o design

dos produtos digitais desenvolvidos no Brasil e disponíveis na web se apresenta sob

a perspectiva de que vêm sendo projetados, de forma contundente, por

desenvolvedores cujo foco são os aspectos tecnológicos – especialmente os que

dizem respeito aos princípios e métodos das ciências exatas. Este fato se reflete e

remete-nos, sobretudo, à necessidade de trabalhos mais voltados para a

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transdisciplinaridade e, paradoxalmente (tendo-se em vistas que esta deveria ser

uma premissa para os designers), para os próprios usuários1.

Atentos, entretanto, as necessidades deste tipo, podemos observar o

surgimento de mudanças nestas perspectivas, quando constatamos pesquisas como

as do Centro de Informática da UFPE, nas grandes áreas de Interação Humano

Computador, e na grande área de Mídia e interação. Nesta direção, percebe-se, na

atualidade, uma tendência para que sejam solicitadas equipes transdisciplinares

para o desenvolvimento de produtos digitais com ênfase em um design efetivamente

voltado aos seus usuários.

Segundo Garrett (2003), há cada vez mais a necessidade de se pensar

explicitamente no usuário, ou seja, de trazerem-se para o desenvolvimento do

produto digital (e entrelaçados entre si) os diversos saberes do design, antropologia,

administração, marketing, economia, educação, dentre outros campos demandados

pelas inúmeras peculiaridades e/ou possibilidades oriundas da relação sujeito e

objeto compreendidas em um projeto de design.

Em acordo com esta visão, a metodologia de Garrett (Idem) possui em seu

conceito central / estratégia metodológica o desenvolvimento em planos que

perpassam desde questões abstratas até a definição dos pontos concretos; neste

percurso, a determinação de todas as fases do desenvolvimento devem ser

acompanhadas de perto pelo usuário do sistema até que ocorra a conclusão do

processo.

Esta metodologia (Ibidem) apresenta dois aspectos importantes que deverão

ser configurados no processo do desenvolvimento de produtos digitais: o primeiro

diz respeito à interface que, para esta metodologia, tem a ver com a tarefa e o outro

está relacionado com o hipertexto que, na perspectiva de Garret (2003), está

vinculado à informação. Esta metodologia tem cinco etapas distintas que são: (01)

1 De acordo com relato do Dr. Alex Sandro Gomes (professor do Centro de Informática da UFPE e organizador

do Simpósio Hipertexto) em evento sobre os usos das novas tecnologias em processos educativos realizado no

Centro Acadêmico do Agreste pelo grupo de estudos e pesquisas “Educação Matemática no Agreste

Pernambucano”, em 2013.

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Estratégia; (02) Escopo; (03) Estrutura; (04) Esqueleto e (05) Superfície. Da forma

que se estrutura no gráfico abaixo e que, em seguida, explicaremos com mais

detalhes:

Figura 01 – Áreas de contribuição da metodologia de Garret (2003) nos sistemas informacionais

Este gráfico apresenta todas as partes que segundo a referida metodologia devem

ser trabalhadas para o desenvolvimento de produtos digitais.

A primeira etapa é a (01) “estratégia”: nela, o objetivo é definir o que será o

produto e qual a estratégia para o seu desenvolvimento. Esta etapa metodológica é

dividida em duas partes: a primeira definirá o objetivo do sistema, aspecto que fará

parte de uma etapa próxima deste projeto; a segunda dirige-se às necessidades dos

usuários. Nesta pesquisa buscamos nos aprofundar nesta etapa com o intuito de

entender este usuário da forma como o apresentaremos mais adiante.

A segunda etapa desta metodologia é denominada de (02) “escopo”: aqui as

necessidades dos usuários são transformadas em requisitos; é nesta etapa também

que são definidas as especificações funcionais do sistema e qual o conteúdo que

será aplicado na sua interface.

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A terceira etapa é denominada de (03) “estrutura”: a partir deste plano o

desenvolvimento do sistema sai do campo mais abstrato e se encaminha para uma

perspectiva mais concreta; nela são registradas as especificações propostas na fase

anterior, “escopo” (2) e proposto o projeto de interação que definirá como o usuário

se relacionará efetivamente com o referido sistema em desenvolvimento. Outro

aspecto demandado nesta terceira etapa é o desenvolvimento da arquitetura

informacional, que define a forma como será visualizada a informação no referido

produto digital.

A quarta etapa é o (4) “esqueleto”, nela é realizado o planejamento

informacional do produto, para tanto, faz-se necessária a realização do projeto da

interface, de modo que serão buscadas as melhores ferramentas para os usuários

do produto em desenvolvimento; será empreendido ainda o projeto de navegação,

ou seja, o desenho das ligações dos conteúdos do produto e, por fim, o projeto de

informação que é a forma como serão hierarquizadas e/ou organizadas as

informações no sistema.

A quinta etapa é denominada de (5) “superfície”: nela ocorrerá a junção das

partes desenvolvidas nas etapas anteriores para que seja, finalmente, desenvolvida

a interface visual do sistema.

Tendo-se em vistas estas orientações teórico-metodológicas, esta pesquisa

terá como foco as necessidades dos usuários que se localizam no plano “estratégia”

da metodologia proposta por Garrett (2003).

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PARTE I - INÍCIO

CAPÍTULO 1 - O TEMA E AS JUSTIFICATIVAS

1.1 Características da pesquisa

Tendo-se em vistas as questões discutidas na introdução e a forma como se

aglutinam em torno do conhecimento do usuário para o qual serão desenvolvidos

produtos digitais, procuramos investigar o modo como se materializa o uso de

produtos digitais nos processos comunicacionais comuns à comunidade do

CAA/UFPE e, assim, utilizados entre seus discentes/ usuários – em sua maioria,

jovens situados na faixa etária entre os 18 e os 24 anos.

Para tanto, fez-se necessário o mapeamento/ cartografia dos usuários destas

TICs com vistas a conhecê-los e, portanto, viabilizar o entendimento sobre a forma

como se relacionam com tais tecnologias com o intuito de (i.) facilitar e fomentar a

relação cotidiana entre ambos, (ii.) aprimorar as ferramentas já existentes e, do

mesmo modo, (iii.) obter informações que sirvam de base para o desenvolvimento

de novos produtos digitais.

Como forma de nos orientarmos ao longo desta jornada, tentamos responder

a questões tais como: (a) de que forma os estudantes têm utilizado os recursos das

TICs? (b) que tipo de recursos tecnológicos a comunidade discente tem à sua

disposição e quais os seus graus de utilização? (c) como e em que ritmo dá-se o uso

de informação e comunicação nos meios tradicionais e nas novas mídias digitais

web?

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1.2 Objetivos

1.2.1 Geral

Compreender quais são os aspectos que motivam o público alvo do estudo (os

usuários das TIC‟s no CAA) a permanecer conectado à internet sintonizado em

veículos de comunicação e investigar que peculiaridades nestes usos podem se

tornar referências para o desenvolvimento de novos produtos digitais de

comunicação, especificamente voltados para o público pesquisado.

1.2.2 Específicos

1 - Cartografar o(s) perfil(s) da comunidade de usuários da internet e das TICs

(Tecnologias de Informação e Comunicação) no contexto dos processos

comunicacionais, no CAA/UFPE.

2 - Mapear os contextos e intensidades de usos das TIC‟s

3 - Identificar quais dispositivos, canais ou sistemas de comunicação são

utilizados no cotidiano dos estudantes do CAA

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1.3 Justificativa

Além da adoção da referida metodologia voltada aos usuários dos produtos

digitais, bem como ao desenvolvimento e redesign futuro de produtos digitais

relacionados ao público pesquisado, outros aspectos nos motivam no

desenvolvimento desta pesquisa, aspectos estes que, sob a forma de fenômenos

sócio-históricos, tornaram-se relevantes e, assim, contextualizam e dão suporte a

esta e outras pesquisas que apontam para a necessidade de um contínuo estudo da

Internet, são eles: (i.) a criação e o estabelecimento a partir de 2006, no Brasil, de

uma nova área de pesquisa, a chamada Web Science; (ii.) a evolução progressiva

principalmente a partir do ano 2000 dos números de usuários da internet no Brasil,

segundo números do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da

Comunicação (CETIC.br); (iii.) os recentes movimentos sociais como os da

“Primavera Árabe” e os movimentos das ruas, a partir de junho de 2013, contra a

corrupção no Brasil que mostraram ao mundo a força da internet e que foram, sem

dúvida, amplificados e viabilizados pelas comunicações exercidas via web, em

especial, pelas redes sociais; (iv.) mudanças expressivas nas culturas, mudanças

estas fomentadas pela web que repercutiram e repercutirão na organização dos

Estados e em suas políticas, relações, educação, além de muitas outras dimensões

sociais de comunidades e nações que usam de forma plena os recursos

disponibilizados na web, fenômeno este que buscamos pesquisar – sempre na

tentativa de um olhar transdisciplinar voltado para o usuário.

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CAPÍTULO 2 - COMO O TRABALHO FOI DESENVOLVIDO

2.1 Método utilizado na pesquisa

Trazendo à luz o pensamento de Gil (1994) para conceituar metodologia em

uma perspectiva científica, demonstraremos aqui todo o percurso teórico e prático

trilhado metodologicamente, com o objetivo de garantir a fidedignidade do nosso

estudo e, assim, contribuir para a construção de conhecimentos válidos para o

desenvolvimento de uma ciência do design. Neste sentido, pode-se definir método

como “o caminho para se chegar a determinado fim e método científico como “o

conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o

conhecimento” (Ibidem, 1994. p.27).

Para chegarmos aos objetivos desta pesquisa nos ancoramos no propósito de

fazer dialogar teórica e metodologicamente diversos saberes científicos, por este

motivo, elegemos como uma de nossas referências o paradigma da complexidade;

em outras palavras levamos em consideração a complexidade de Morin (1990), que

nos apresenta o complexo que revela por um lado o mundo empírico, do incerto e

por outro lado apresenta o lógico que não evita as contradições. Na visão complexa

as contradições não são erradas, muito pelo contrário é sinal do alcance de

camadas profundas da realidade que nesta visão não são perfeitamente traduzidas

para a nossa lógica. Nesta perspectiva, se aponta para o sentido multidimensional

da realidade. Este paradigma nos apresenta um sentido de incertezas e de que não

existe um saber total. “Na visão complexa, quando se chega por vias empírico-

racionais às contradições, isto significa não um erro, mas o atingir de uma camada

profunda da realidade, [...].”(MORIN, 1990, p. 99), Este pensamento nos remete a

um campo onde não há nenhum fundamento de absoluta certeza, porém nos

impulsiona a pensar nestas condições multidimensionais levando em consideração

os diversos aspectos possíveis de serem estudados de forma complexa. Tendo-se

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em vistas este referencial epistemológico, partimos deste princípio para efetuarmos

a coleta de informações necessárias a este estudo, cuja principal característica é a

transdisciplinaridade.

2.2 Caracterização, coleta e análise de dados da pesquisa

De acordo com Mueller (2010), nas Ciências da Informação não existem

métodos ou abordagens teóricas fixas ou pré-determinadas, tal fato possibilita ao

pesquisador a utilização de diversas alternativas e estratégias, o que resulta em uma

disciplina sem percursos metodológicos rígidos e/ou obrigatórios.

Partindo desta premissa, buscamos formatar os procedimentos da pesquisa

utilizando referenciais que julgamos fundamentais para o alcance dos resultados

almejados no projeto de pesquisa, princípios estes que buscaremos explicitar a

seguir. Quanto à abordagem podemos caracterizar esta pesquisa, em acordo com

Flick (2004), como predominantemente qualitativa, mais precisamente, como uma

pesquisa social sob o viés etnometodológico, isto é, que se relaciona com o

cotidiano e as interatividades das pessoas e grupos sociais com a realidade

sociocultural.

A análise, nesta perspectiva, é focada na observação e investigação do

cotidiano dos grupos socioculturais para que haja argumentos que expliquem

através destas rotinas as representações coletivas que são expressas pelo senso

comum e de forma, muitas vezes, irracional.

Nesse método, nenhum detalhe é descartado e por mais irrelevante que

pareça, o pesquisador precisa adotar uma atitude “de indiferença etnometodológica”,

sem qualquer interpretação prévia, inclusive da perspectiva dos sujeitos da pesquisa

(Ibidem, 2004. p. 37.)

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Do mesmo modo, a realização dos grupos focais, teve como objetivo

apreender de forma mais profunda a realidade social relacionada aos usos da

Internet e das TICs pela comunidade estudada. A interpretação dos dados obtidos

por intermédio deste método foi feita a partir da fenomenologia.

Segundo Diehl e Astor (2004, p. 50) “Preconizado por Husserl, o método

fenomenológico não é dedutivo nem indutivo. Preocupa-se com a descrição direta

da experiência tal como ela é [...] O sujeito/ator é reconhecidamente importante no

processo de construção do conhecimento [...]”.

Para Castro (2000), a teoria fenomenológica parte da ideia de que a realidade

social está também no pesquisador, da forma que as subjetividades dos atores

envolvidos com a pesquisa interferem na apreensão e, mais ainda, na própria

realidade social. Por intermédio do cruzamento e diálogo entre a subjetividade do

pesquisador e do objeto – o “outro”, ou ainda, da “intersubjetividade” que caracteriza

este processo, procura-se obter uma visão mais aprofundada da realidade. Nesta

perspectiva as observações e interpretações podem ser realizadas de diferentes

formas, isto dependerá, entretanto, da qualidade da relação instaurada entre o

sujeito e o objeto e, evidentemente, do arcabouço teórico que subjaz a esta relação.

Partindo deste princípio, podemos afirmar que optamos por cruzar a

perspectiva fenomenológica com a teoria da complexidade com vistas a tentar

captar os movimentos, as comunicações e as possibilidades que emanam e se

materializam, muito embora provenientes de espaços simultaneamente reais e

imaginários, dito de outro modo, virtuais.

Partindo-se do princípio de que utilizamos o referencial de Vieira (2006), para

caracterizar a primeira fase da pesquisa no momento do pré-teste, com a utilização

dos questionários on-line via Google Drive, podemos afirmar que esta investigação,

em relação aos seus objetivos, tem um caráter “exploratório”, posto que, visa reunir

informações, dados, ideias sobre um assunto ou problema de pesquisa ainda pouco

investigado como é o caso da comunidade dos estudantes do Centro Acadêmico do

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Agreste e sua relação com a internet e as TICs (não existem estudos anteriores

sobre o referido assunto).

Já no terceiro procedimento da pesquisa com questionários curtos e objetivos

que foram enviados para os respondentes via internet, usamos uma abordagem

predominantemente quantitativa, “[...] com o objetivo de garantir resultados e evitar

distorções de análises e de interpretações” (DE DIEHL e ASTOR, 2004, p. 51) e, por

intermédio de uma técnica estatística simples.

Segundo o procedimento técnico, trata-se ainda de uma pesquisa

bibliográfica, pois foi desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído

principalmente de livros e artigos científicos (Ibidem, 2004. p. 58.).

2.3 Procedimento e amostra

(01) Realizamos inicialmente um pré-teste, aplicando um questionário para uma

amostra variada de estudantes em todas as faixas etárias, com perguntas abertas e

fechadas configuradas de forma ampla sobre o tema pesquisado, com um

questionário, ainda preliminar, com o objetivo de identificar quais seriam as

perguntas que seriam realizadas no questionário oficial de nossa pesquisa com

estudantes na faixa etária dos 18 aos 24 anos. O questionário on-line do pré-teste foi

aplicado indiscriminadamente aos estudantes dos cursos de graduação do Centro

Acadêmico do Agreste através do Google Drive e divulgados via Hotmail e

Facebook. No contexto do CAA.

De acordo com dados do site oficial da UFPE “em 2012.1 havia 3256

estudantes no CAA.” Após a realização deste questionário inicial com o referido

público pudemos ter uma amostra com aproximadamente 4,23% dos estudantes do

Centro, assim distribuídos: 68 discentes do curso de Design; 10 discentes do curso

de Matemática; 13 discentes do curso de Engenharia Civil; 08 discentes do curso de

Economia; 06 discentes do curso de Administração; 32 discentes do curso de

Pedagogia; 01 discente do curso de Engenharia de Produção; 0 discentes do curso

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de química e 0 discentes do curso de Licenciatura Intercultural, totalizando 138

respondentes ao questionário on-line nesta primeira incursão ao campo;

(02) Iniciamos a realização de grupos focais, o que de acordo com Gatti (2005),

deve-se privilegiar a seleção dos participantes segundo alguns critérios conforme o

problema em estudo. De forma que fizemos um grupo focal com estudantes dos

primeiros períodos e outro com estudantes já mais antigos na universidade onde não

levamos em conta a faixa etária dos participantes. Segundo a autora, os

participantes devem ter alguma vivência com o tema a ser discutido. Um grupo focal

é realizado com pessoas para discutir sobre um tema que está sendo pesquisado.

Realizamos dois grupos focais com estudantes dos cursos de design e de

pedagogia; tais grupos tiveram a participação de 05 estudantes de design em um

grupo e 07 estudantes de pedagogia em outro grupo. Os encontros foram realizados

na UFPE CAA e foram filmados, o ambiente era reservado e não houve interrupção

nos trabalhos. Estes grupos focais tiveram o objetivo de contribuir para definição das

perguntas do questionário final da nossa pesquisa com nosso público alvo formado

por estudantes do CAA na faixa etária de 18 a 24 anos.

(03) Análise das discussões empreendidas nos grupos focais e das respostas

obtidas no pré-teste que serviram como base para a estruturação do questionário a

ser respondido efetivamente no desenrolar da pesquisa;

(04) Após a análise destes dados foi desenvolvido e aplicado um questionário

simplificado (vide apêndice – b na página 93) sob a forma de múltipla escolha,

também virtual, com a comunidade digital do CAA, desta vez, como supracitado, o

questionário foi construído com base nos aspecto obtidos no pré-teste da pesquisa.

Este novo questionário foi aplicado aos estudantes do CAA, desta vez àqueles

situados na faixa etária entre 18 e 24 anos, dos diversos gêneros e que interagem

por intermédio da Rede CAA, Comunidade CAA e outros grupos on-line formados

por acadêmicos do CAA na web e, por intermédio deles obtivemos as respostas de

215 estudantes, o que representa aproximadamente 6,5% do total do público

estudado e somado a isso, um maior percentual em relação ao número de

estudantes na faixa etária de 18 a 24 anos na comunidade acadêmica do CAA –

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sendo o quantitativo de respostas o seguinte: Física, 19 estudantes (9%); Química,

23 estudantes (11%); Matemática, 21 estudantes (10%); Pedagogia, 20 estudantes

(9%); Licenciatura Intercultural, 0 estudantes (0%); Administração, 30 estudantes

(14%); Economia, 21 estudantes (9%); Engenharia de Produção, 22 estudantes

(10%); Engenharia Civil, 21 estudantes (10%); Design, 38 estudantes (18%).

Como referência, trazemos os números das pessoas alcançadas pela Rede CAA

no Facebook que demonstram que 50% deste grupo é, de fato, constituído por

sujeitos situados entre os 18 e os 24 anos e levando-se em consideração os

dados da Rede CAA podemos afirmar que o público participante da pesquisa ou

amostra é em torno de 13% do público alvo.

(05) Por fim, e em paralelo à pesquisa bibliográfica, foram analisados os dados

obtidos, tendo-se como principal referência, como dito anteriormente, o

paradigma emergente da Teoria da Complexidade e a preconização de uma

transdisciplinaridade.

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PARTE II - REFERENCIAL TEÓRICO

CAPÍTULO 3 - CONTEXTUALIZAÇÃO

3.1 A história do design a partir da revolução industrial

“não se transmitem fatos, mas, apenas relatos. Se cada testemunha já tem a sua visão do incidente, matizada pelos seus conceitos e preconceitos individuais, os relatos tendem a se distorcer cada vez mais, à medida que o relator se encontra afastado do episódio original.” (CARDOSO, 2008, p. 17)

A história do design como se apresenta na citação abaixo, não possui um

marco preciso, neste sentido, o autor relata que “determinar um início histórico para

o design é uma tarefa tão fluida quanto criar uma definição para o campo”

(CARDOSO, 1998, p. 19), neste sentido, e consoante o pensamento deste autor,

escolhemos relatar o trajeto histórico do design a partir daquele que o fez

protagonista e destaque na contemporaneidade:

Para os historiadores modernistas, tudo começou no século XX (o que, partindo deles, [...]: para os alemães na Alemanha; para os americanos nos Estados Unidos. Tudo que veio antes disso, segundo aquela doutrina, eram precursores ou, na melhor das hipóteses, "Pioneiros". Para muitos historiadores mais recentes (e me incluo neste meio), o momento da cristalização do exercício profissional do design ocorreu com a primeira Revolução Industrial e a divisão sistemática de tarefas que a acompanhou, implantando de maneira definitiva a separação de trabalho manual e trabalho intelectual em algumas indústrias. (CARDOSO, 1998, p. 18, 19)

Se a história do design for contada, entretanto, no contexto do design gráfico

de acordo com Cardoso (1998), a introdução da prensa tipográfica pode ser um

ponto de partida já no século XV.

Todavia, para este autor (2008), os primeiros designers surgiram mesmo a

partir do cerne dos processos produtivos das indústrias:

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(...) e eram aqueles operários promovidos por quesitos de experiência ou habilidade a uma posição de controle e concepção, em relação às outras etapas da divisão do trabalho. A transformação dessa figura de origens operárias em um profissional liberal, divorciado da experiência produtiva de uma indústria específica e habilitado a gerar projetos de maneira genérica corresponde a um longo processo evolutivo que teve seu início na organização das primeiras escolas de design no século 19 e que continuam com a institucionalização do campo ao longo do século 20. (CARDOSO, 2008, p. 22)

Para autores como Schneider (2010), do mesmo modo, podemos ter como

gênese para a história do design a industrialização cujo início se deu ao final do

século XVIII, resultando em profundas mudanças nas questões materiais e nos

valores do Ocidente, principalmente na Europa e na América do Norte. Este recorte

não dará conta de compreender o design no mundo, porém, dará indícios do

desenvolvimento do design no mundo, dito de outro modo, estamos conscientes da

negligência do relato das histórias do desenvolvimento do design em muitos

espaços em que ao longo da história da humanidade foram desenvolvidos produtos2.

No contexto de nosso recorte histórico, destacamos a segunda metade do

século XIX que com o pleno desenvolvimento das máquinas a vapor ocasionou

transformações na produção e na cultura do tempo. Este novo modo de produção

mudou de forma radical a forma de vida; com ele foi iniciado um processo de

mudança que impactou a sociedade com o crescimento acelerado da indústria e da

economia.

Em seguida outros aspectos sócio-históricos se tornaram relevantes na

história do design: a mecanização e a divisão do trabalho, posto que, a partir deles,

a criação dos artefatos e sua feitura tornaram-se trabalhos separados; eis que surge

a atividade do projeto do produto.

2 Desde os tempos primitivos ou os tempos da Idade da Pedra, como se sabe, os homens

desenvolvem artefatos como os objetos de uso em pedras lascadas e sabemos que contar a história do design significa contar grande parte da trajetória do homem no seu percurso histórico no planeta terra o que não nos cabe aqui.

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Os dirigentes das organizações produtoras de artefatos destinavam o que

seria produzido nas máquinas aos “projetistas” ou “fazedores de amostras” –

também chamados “desenhistas” ou “modeladores” –; estes tinham, em geral, uma

formação nas escolas de desenho e/ou arte. Na realidade, a profissão do projetista

teve início no ano de 1800 (BONSIEPE, 2011) – a propósito, há uma predileção

deste pela dominação do profissional do design como projetista.

Outro aspecto significativo a ser citado na trajetória do design, sob a

perspectiva de Schneider (2010) são as exposições mundiais que se iniciaram no

século XIX em Londres em 1851, a partir destes eventos as economias nacionais

colocavam em teste os seus produtos; cada país era representado pelos seus

principais criadores.

Ainda no século XIX surgiram na Suíça escolas privadas de desenho e arte, e

em seguida, escolas técnicas especializadas, escolas politécnicas e liceus de artes e

ofícios. Neste primeiro momento relatado aqui as preocupações deste profissional

do projeto estavam relacionadas à indústria com seu processo industrial, tanto que,

de acordo com Schneider (2010, p. 19) “o engenheiro da primeira fase da era das

máquinas faz parte dos pioneiros do design industrial”; além disso, a atenção dos

designers da época também se dirigia à forma dos artefatos, algo que talvez tenha

relação com sua proximidade da arte e do artesanato – o que talvez explique o fato

de que os produtos usados no cotidiano nesta época continuaram em grande parte a

ser desenvolvidos por processos artesanais.

Schneider (2010) nos informa em sua obra dos avanços mais expressivos em

relação aos objetos de uso cotidiano que se deram, nessa época, nos EUA, em

1850 a Singer lançou a primeira máquina de costura para uso no lar; logo após o

invento da fotografia, em 1860 foi inventada a fotogravura; em 1874 veio a funcionar

em Nova York o primeiro bonde elétrico produzido em massa; em 1876, na

exposição mundial da Filadélfia, foi apresentado o primeiro telefone, e no mesmo

ano foram produzidas em série as primeiras máquinas de escrever. Foram

inventadas ainda máquinas de impressão a vapor, compositoras mecanizadas e

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máquinas para produção de papel o que viabilizou, neste contexto, o início da era da

comunicação de massas. Segundo Schneider (2010), nesta primeira fase da

produção em massa, o design dos produtos produzidos pela indústria imitava com

menos qualidade os objetos feitos de forma artesanal.

Em um segundo momento desta história do design surgiu uma crítica à

industrialização, partindo de vários grupos que trabalharam pela revalorização do

artesanato e da arte; houve nessa época movimentos que caminharam em direção

oposta ao do processo do desenvolvimento da indústria. No contexto relatado por

Schneider (2010), a industrialização criou péssimas condições de vida para uma

fatia significativa da população; os trabalhadores remunerados foram submetidos a

uma exploração da sua força de trabalho, deixando-os expostos a um processo de

miserabilidade. Formaram-se, em paralelo, um ambiente de luta de classes,

organizações proletárias de solidariedade, sindicatos e movimentos políticos

socialistas.

Surgiram também alguns movimentos reformistas como o britânico Arts and

Crafts que durante as décadas de 1860, 1870 e 1880 se opôs ao desenvolvimento

de produtos a partir do paradigma da indústria, o movimento buscava um retorno à

qualidade artesanal e teve como líder William Morris que, com sua Morris & Co, se

tornou o modelo para as guildas de artistas da época, dessa forma as artes e ofícios

tiveram um destaque expressivo. Com a produção industrial rejeitada surgiram um

artesanato e um design artesanal voltado para atender a uma elite da sociedade da

época.

Outra corrente não menos importante foi a Jugendstil que se desenvolveu,

dentre outros países, de 1890 a 1914 na França, conhecida como Art Nouveau, na

Inglaterra como Modern Style na Alemanha como Jugendstil. Em reação aos

produtos da indústria massificada, o Art Nouveau / Jungendstil colocou como

objetivo trabalhar o espaço como uma obra de arte e dentro deste espaço haveria a

necessidade de uma comunhão entre a arte e o artesanato. A primeira Guerra

Mundial trouxe o fim destes movimentos requintados.

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Outra movimentação aconteceu a partir da atuação de designers – como

Peter Behrens – que se voltaram para o desenvolvimento de produtos industriais na

chegada do século XX, em diversos lugares. Neste contexto, por exemplo, a cidade

de Chicago, nos EUA, segundo Schneider (2010), veio a tornar-se um local central

para o modernismo com a escola de Chicago: “A influência da Escola de Chicago

não se limitou à arquitetura, mas abrangeu também a decoração de interiores e o

design” (SCHNEIDER, 2010, p. 39). Neste mesmo sentido, teve importância a

Escola de Arte de Glasgow desenvolvida por arquitetos e artistas, cujo líder fora

Charles R. Mackintosh, em 1890.

Uma questão importante a ser destacada é que tanto o modernismo vienense

quanto a Escola de Arte de Glasgow fizeram parte de forma minoritária do Art

Nouveau, e seus participantes se identificavam como artistas que realizavam um

artesanato de alto nível. “Mas a singeleza e a funcionalidade de seu design

contribuíram para a superação do Jugendstil e para a criação das primeiras formas

de uma nova estética industrial” (Idem).

Já no início do século XX, em um contexto de busca para a melhoria dos

produtos da indústria de massa, estes produtos precisariam de formas com aspectos

mais artísticos, de qualidade e de simplicidade e deveriam ser acessíveis as famílias

das classes trabalhadoras. Para cuidar da tarefa de conduzir os produtos para os

objetivos desejados foi criado em 1907, por Peter Behrens, Hermann Muthesius,

Henry van de Velde, Joseph Olbrich, a Deutscher Werkbund [Liga Alemã do

Trabalho]; diferentemente do Arts and Crafts, a Werkbund aceitava a indústria, ou

seja, não existiria uma forma única para direcionar a configuração formal dos

artefatos.

Neste cenário era defendido o desenvolvimento de produtos nacionais para a

exportação com a melhor qualidade possível. Após a Primeira Guerra Mundial, a

Werkbund construiu moradias para os trabalhadores e objetos de uso no lar a

preços baratos. De 1926 a 1934 foi publicada a revista Die Form [A forma] e em

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1934, a Werkbund foi dissolvida para ser reiniciada após o término da Segunda

Guerra Mundial.

Segundo Schneider (2010), no início do século XX, surgiram movimentos

artísticos “de vanguarda” unânimes na busca por paradigmas contrários aos valores

e visões de mundo burgues; a forma industrial de massa passou para o centro das

preocupações dessas vanguardas. Esse encontro com os paradigmas industriais foi

incorporado tanto pela Werkbund tanto quanto pela Bauhaus, todavia, o design

vanguardista deste início de século, de um modo geral, ficou destinado a um grupo

pequeno. O estilo “internacional” só se verificou nas décadas de 1950, 1960, 1970.

Outra vanguarda relevante para a história do design foi o construtivismo,

derivado do cubismo e do futurismo que se relacionou muito bem com a técnica

industrial e se considerava uma cultura dos materiais. Segundo Schneider (2010), tal

movimento veio a constituir uma linguagem formal, abstrata e geométrica, que se

adequava à técnica.

Outro acontecimento fundamental e expressivo para a história do design, de

acordo com Schneider (2010) foi a Bauhaus (1919-1933), fundada pelo arquiteto

alemão Walter Gropius, com o apoio do governo estadual da Turígia, sendo de

orientação socialista.

No manifesto de fundação da Bauhaus, “Gropius exigia a unidade das artes

plásticas sob a égide da arquitetura” (SCHNEIDER, 2010, p. 64). Os artistas desta

escola seguiam um tipo de comunidade igualitária e se definiam como uma

“comunidade criativa de trabalho”, sem distinção ou hierarquias entre artistas e

artesãos. Na primeira fase, com a direção de Walter Gropius, era predominante a

orientação a uma produção individualista-artística e elitista artesanal; nos anos de

1920, aconteceu uma mudança para o funcionalismo, com parâmetros relacionados

com o grupo De Stijl. Após a mudança da Bauhaus para a cidade de Dessau em

1925, o ponto central da formação foi o design industrial e a arquitetura e sua

principal missão passou a ser a criação de objetos a preços baixos para as massas.

Quando Meyer assumiu a direção da Bauhaus a escola se afastou do

caminho artístico-elitista, orientando-se em direção a um caráter científico, o que

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levou à incorporação em seu programa da psicologia, da sociologia e da economia.

“A Bauhaus transformou-se numa escola de criação concentrada na publicidade, na

tipografia e na arquitetura (de conjuntos habitacionais populares)” (SCHNEIDER,

2010, p. 67).

Uma nova substituição acontece na escola e Mies van der Rohe assume a

direção da Bauhaus com uma proposta despolitizada. A escola se descolou da

participação social do designer e se separou do aspecto funcional, sociopolítico e

sociocultural da criação. Esta fase durou até o fechamento da Bauhaus pelos

nazistas em 1933.

Outro aspecto relevante deste recorte histórico é o design nos Estados

Unidos que teve uma história diferente, desde 1920 com uma relação direta com a

produção e com o mercado. Segundo Schneider (2010), no início dos anos 1920, os

EUA tinham seus processos tecnológicos mais desenvolvidos que as demais nações

industrializadas, Taylor (1919), o fundador da administração científica, que foi

adaptada e executada inicialmente por Henry Ford com a linha de montagem na

produção em série de automóveis, com esses conhecimentos e práticas se

possibilitou a produção em massa.

Na década de 1930 na maioria dos lares da classe média estadunidense

havia uma razoável quantidade de diferentes eletrodomésticos; neste contexto

socioeconômico, o design orientou-se pelo comportamento do consumidor e pelo

desenvolvimento tecnológico ou técnico. Nos anos 1950, a Europa teve um período

de confiança na modernidade e no progresso, o que viabilizou o retorno do “estilo

internacional” com a retomada dos conceitos da “Boa Forma” e do

“neofuncionalismo”.

Segundo Schneider (2010), no design alemão do pós-guerra houve um

distanciamento do artesanato e foi retomado o “estilo internacional”. Em 1939, o

suíço Max Bill, fundou a Escola Superior de Design da Ulm, que se norteou pela

“Boa Forma” que pode ser caracterizada como: “uma forma simples, funcional e com

material adequado, de validade atemporal, alto valor de uso, longa vida útil, boa

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compreensibilidade, processamento e tecnologia, adaptação ergonômica e

sustentabilidade ecológica.” (SCHNEIDER, 2010, p. 114).

A “Boa Forma” (Idem) tinha pretensões elevadas e excluía o mau design,

distinguindo-se dos modismos e do design de “fins comerciais” e levando em

consideração aspectos relacionados ao efeito social do design.

A Escola Superior de Design – Hochschule fur Gestaltung (HfG) – que a partir

de 1953 abriu suas portas em Ulm, sempre teve orientação anti-fascista,

internacional e democrática e passado o primeiro momento afastou-se da

perspectiva da Bauhaus, orientando-se em direção aos fundamentos científicos,

tecnológicos e metodológicos do design: “Sob a direção de T. Maldonado, a solução

puramente tecnológica de problemas passou ao primeiro plano; por sua iniciativa, a

Escola Superior de Design foi reorientada à cientificidade e à metodologia”

(SCHNEIDER, 2010, p. 118).

Outra movimentação relevante ocorrida na história do design, relatada por

Schneider (2010), ocorrera nos anos 1920 a partir do surgimento do movimento

denominado swiss style que se constituiu com os princípios do construtivismo e da

Bauhaus, e em 1930 veio a ser denominado como “Nova Tipografia”. Estes

movimentos foram considerados como estilo suíço assim como “estilo tipográfico

internacional”, nessas duas décadas o estilo teve uma força expressiva e sua

influência chegou até os anos de 1990. “O estilo suíço prestou uma importante

contribuição para o desenvolvimento do “design corporativo” e a ele basicamente

devemos o fato de as artes gráficas pouco a pouco passarem a serem entendidas

como comunicação visual (SCHNEIDER, 2010, p. 127).

Na década de 1960, segundo Schneider (2010), dois fatores foram

importantes para o desenvolvimento do design nos países industrializados no mundo

ocidental, um deles foi o crescimento da economia e da sociedade de consumo de

massa e o outro uma crítica ferrenha a esta mesma sociedade. O design industrial

não se conduziu pelos parâmetros da “Boa Forma”, houve um processo de cópia do

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funcionalismo e das referências da Ulm. Esse design foi considerado

neofuncionalismo da “Boa Forma”, que se diferenciou do “kitsch industrial ruim”.

Na década de 1970, por sua vez, as questões ambientais aparecem de forma

relevante e se refletem na teoria do design: protestava-se contra o design

dominante, o racionalismo prático do design moderno e funcionalista foram

questionados. Na Alemanha a “Teoria Crítica” da Escola de Frankfurt influenciou o

design, a sua missão social foi conduzida para outros sentidos, houve críticas em

relação à função do objeto que, para este pensamento, deveria ser limitado aos

aspectos técnicos e práticos.

Do mesmo modo, na Grã-Bretanha e, logo depois, na Itália e na Alemanha,

formaram-se movimentos radicais contra a arquitetura funcionalista e o design que

imitava o funcionalismo. Nos padrões do desenvolvimento destas cópias do

funcionalismo os objetos de uso como fogão ou lava-louças assim como tantos

outros eram desenvolvidos de forma que coubessem dentro de uma caixa sempre

igual, com elementos de controle semelhantes.

Neste vasto contexto foram formuladas as primeiras teorias pós-modernas; na

Europa, a crise do funcionalismo e do design que convergiam entre si aconteceu em

paralelo com o fim da funcionalidade visível dos objetos, pois, nos objetos

eletrônicos, a função técnica era invisibilizada. As funções simbólicas e emocionais

dos objetos eram comunicados pelas formas e a função técnica iria, aos poucos,

tornando-se invisível.

Alguns movimentos se destacaram nesta crítica ao funcionalismo produzindo

dessa forma novos paradigmas para o design, como por exemplo: as “Alternativas

da cultura pop”, o movimento hippie americano, a pop music britânica e a própria

cultura kitsch que tiveram seu status elevado. Objetos comuns, histórias em

quadrinhos, e imagens de propagandas, se tornaram arte no trabalho de artistas do

pop art.

Em 1973, iniciou-se a Global Tools, com a união de grupos, como o

Archizoom, o Grupo 9999, o Superstudio, e designers individualmente, como Ettore

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Sottsass, e as revistas Casa Bela e Rassegna. O sentido deste grupo, cuja trajetória

durou três anos, estava em constituir em Florença uma rede de oficinas para dar

apoio nos usos de materiais técnicos naturais.

De um modo geral, os movimentos considerados antidesign tiveram

expressividade nos meios de comunicação no final da década de 1960, a maioria

deles, entretanto, acabou sem grandes explicações: “As utopias do antidesign eram

mais fracas do que o poder efetivo do mercado capitalista” (SCHNEIDER, 2010, p.

143).

Os movimentos pós-modernos saíram do esquema consagrado do

funcionalismo e do modernismo, de início na arquitetura e, a partir de 1970, no

design. Movimentos do tipo do Studio Alchimia se constituíram com as bases

formuladas a partir dos movimentos radicais da década de 1960 e com inspiração na

cultura pop; não trabalhavam com a perspectiva de bom e ruim ou “Boa Forma” ou

“kitsch” e não aceitaram a relação direta de forma e função do modernismo. Além

disso, houve uma abertura para os signos sensoriais e referências emocionais que

se relacionavam com diferentes estilos de vida; do mesmo modo, a individualidade

apareceu de forma expressiva e as funções comunicativas e expressivas foram

evidenciadas. A partir daí, o design passou a ser compreendido como:

- configuração simbólica e colorida das superfícies, que passaram a ser totalmente independentes da função, bem de acordo com a máxima de Roland Barthes: “Todo objeto é um signo”; - reinterpretação das relações de uso; - citações e combinações de elementos históricos; e - emprego de ornamentos e materiais preciosos e exóticos, em oposição à concepção funcionalista e atemporal da “Boa Forma” que foi acompanhada durante três décadas pelo dogma da superação do estilo e, com isso, reprimira também a ideia de uma nova mudança estética. (SCHNEIDER, 2010, p. 144)

Outro movimento significativo que trazemos neste relato histórico do design

fora o protagonizado pelo Studio Alchimia que, segundo relata Schneider (2010), no

design pós-moderno italiano transformava artefatos simples do cotidiano com um

colorido marcante e ornamentos que eram adicionados nos objetos – a missão dos

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“Alquimistas” do grupo era trocar a funcionalidade moderna por uma funcionalidade

emocional tendo-se em vistas a concepção de que deveria existir entre o usuário e o

artefato uma relação sensorial, com peças únicas, poéticas e irônicas

confeccionadas de forma artesanal. Os projetos eram exibidos em exposições,

performances e desenhos. “No início da década de1980, o Alchimia foi o grupo de

design mais importante internacionalmente (THOMAS HAUFLE, DESIGN

SCHNELLKURS, p. 152, apud SCHNEIDER, 2010, p. 155).

Outro movimento neste contexto e em sentido diferente foi o formado pelos

designers de Memphis que caminhava no sentido contrário ao artesanal. Eles

aceitavam o consumo, a indústria e a propaganda.

Além destes a pós-modernidade foi marcada por movimentações as mais

variadas e ainda assim muitos designers neste tempo continuaram em sintonia com

o “estilo internacional”

Nos anos 80 de um modo geral o design que era reservado às elites tornou-se objeto de massa para um público mais amplo. “Num aspecto, sem dúvida, os anos 1980 foram uma “década do design”: o que hoje se costuma se sintetizar com o conceito “Novo Design” teve uma ampla, e até então inédita, repercussão nos meios de comunicação. Um verdadeiro sucesso de público e de mídia. A grande propagação da palavra “design” na linguagem cotidiana data dessa época. (SCHNEIDER, 2010, p. 164)

Em 1980 ocorreu em Linz (Áustria), o “Fórum Design”, um evento em que

foram discutidos aspectos relevantes do design e sua teoria, sobre sua história, suas

funções, e as relações entre o artefato e o usuário. Na Europa da época o design

apresentava uma grande diversidade de estilos e já não era o “estilo internacional”

que predominava.

As correntes do design neste contexto eram muitas e às vezes até opostas,

algumas das correntes foram expressivas e puristas, ironizantes e historizantes,

high-tech e artesanais, “uma „salada‟ nada dogmática de abordagens e tendências,

sem pretensões crítico-emancipatórias”. (THOMAS HAUFLE, DESIGN

SCHNELLKURS, p. 158, apud SCHNEIDER, 2010, p. 165).

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Eram algumas das características comuns do “Novo Design” os seguintes

aspectos:

- rejeição ao funcionalismo; - influências de subculturas (punk etc.) e do cotidiano; - tratamento eclético de estilos históricos; - ironia, humor e provocação; - trabalho experimental; - utilização de materiais não usuais; - formação de grupos; - desligamento da produção industrial em série; - produção de peças únicas e pequenas séries; - uso de meios de comunicação como pódio; e - transposição dos limites com a arte. (SCHNEIDER, 2010, p. 166)

O “Novo Design” se incorporou à indústria e, da mesma forma, que

outros movimentos como o punk, transformou-se em produto da cultura de massa,

tornando-se, ele mesmo, um fenômeno de moda. Entre muitos outros o “Design de

autor” se evidenciou neste período, alguns desses designers eram, inclusive,

celebrados como artistas na mídia.

Na década de 1990, por sua vez, o design direcionou-se para a sobriedade,

pois, existia uma necessidade de formas simples. Um bom exemplo foram as formas

dos automóveis que se tornaram arredondadas.

Por fim, aproximamo-nos do design na sociedade da informação, que é o

nosso foco e que tem como base a “Revolução Digital” que será tratada de forma

mais aprofundada em capítulo à frente.

Segundo Schneider (2010), um ponto bastante significativo na revolução

digital cujo advento ocorreu na década de 1980 fora o constante desenvolvimento

dos microprocessadores, da microeletrônica e, do mesmo modo, o surgimento das

redes de computadores em expansão que veio a ser denominada como internet.

Com o computador pessoal descentralizado, ocorreu uma democratização do computador. Os computadores instalaram-se em todos os lares do hemisfério norte e, na década de 1990, com o meio internet, foi lançada uma rede digital sobre o globo. Os microprocessadores introduziram a era digital. Esta não se caracteriza simplesmente pelo desenvolvimento de novos meios de comunicação, mas, sobretudo pelo fato de que diferentes meios como texto, artes gráficas, imagem, filme, som, música, estão disponíveis na mesma forma de dados, isto é, a forma digital (SCHNEIDER, 2010, p. 182)

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Esta revolução digital, segundo Schneider (2010), mudou a vida cotidiana e

tem muitas semelhanças com a Revolução Industrial e com a mecanização que

ocorreu no século XIX. De maneira semelhante a todas as mudanças provocadas a

partir da industrialização da produção e dos bens de consumo, as novas tecnologias

entraram nos lares e influenciaram a vida em seus mais diversos aspectos, tais

como a cultura, de forma geral e a arte.

Agora, porém, graças às ferramentas de controle numérico (robôs para corte a laser, prensas CNC etc.), foi novamente possível uma descentralização e uma diversificação da produção, sem que isso tivesse como consequência um aumento dos custos unitários. Sofisticados sistemas CAD E CAM, RP (rapid prototyping) e, portanto, programas digitais flexíveis para a fabricação, favoreceram a produção, a custos igualmente baixos, de pequenas quantidades de produtos com uma distinção mais dirigida aos diferentes grupos alvo, necessidades individuais e gostos. (SCHNEIDER, 2010, p. 183)

Outro aspecto relevante para a história do design (CARDOSO, 2008) é o fato

de que vivemos, na contemporaneidade, imbricados a uma grande variedade de

redes, segundo este autor, “boa parte da história do design passa pela configuração

de redes, crescentemente complexas.” (CARDOSO, 2008, p. 180).

Ao longo do século XX e no séc. XXI as redes têm não apenas se multiplicado

de maneira cada vez mais veloz, porém, do mesmo modo, aprimorado as formas

como se organizam – especialmente por intermédio de novas tecnologias –

constituindo, assim, um tipo de sociedade em que o design e o designer são

efetivamente dinâmicos e, mais que isso, protagonistas na construção da paisagem

artificial com a qual dialogamos em nossos cotidianos.

É importante frisar que muito embora tais redes evidenciem ainda mais a

relevância do design, este já vinha atuando como partícipe na construção das

interfaces que configuram o espaço em que vivemos, em particular nas grandes

cidades conforme nos relata Cardoso (2008)

Muito antes de existir a internet, as grandes cidades do mundo empenhavam-se para gerar uma malha informacional capaz de orientar quem transitasse por elas. [...] A história das grandes cidades, ao longo dos últimos séculos de modernidade, é a história da consolidação dessas redes. (CARDOSO, 2008, p. 187)

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O design cumpriu e continua a cumprir um papel relevante e fundamental em

nossas sociedades e nas redes que as constituem porque a configuração de suas

interfaces é desenvolvida por designers, sejam estes designers do campo científico,

sejam os mais variados atores sociais que desenvolvem projetos de interfaces as

mais diversas.

3.2 Marco teórico conceitual sobre o design

A intencionalidade ou o design deste texto é discutir e compartilhar nossa

reflexão sobre a prática profissional, artística e científica do campo do design na

contemporaneidade à luz dos pensadores do design.

Para iniciar e fundamentar a nossa argumentação apresentamos o diagrama

antológico de Bonsiepe (1997), que será a base da nossa construção intelectual,

apontando para o que consideramos ser o aspecto fundamental da atividade do

designer, que é a configuração de interfaces no sentido apresentado pelo pensador.

Para Bonsiepe (1997) a interface é o domínio central do design; Está na interface o

contexto principal e de maior relevância da atuação profissional do designer.

O diagrama antológico proposto pelo pensador do nosso campo científico é

composto por três domínios e unidos por uma categoria central que são:

Primeiro temos um usuário ou agente social que quer realizar uma ação efetiva. Segundo, temos uma tarefa que o usuário quer cumprir, por exemplo: cortar pão. Terceiro, temos uma tarefa ou artefato de que o usuário precisa para realizar efetivamente a ação, uma faca, um batom. Como estes três campos heterogêneos, um corpo, um objetivo e uma ferramenta ou uma informação no caso da ação comunicativa, podem ser acoplados um ao outro? O acoplamento entre estes três campos ocorre pela interface. Temos que levar em conta que interface não é uma "coisa", mas o espaço no qual se estrutura a interação entre corpo, ferramenta [objeto ou signo] e objetivo da ação. É exatamente este o domínio central do design. (BONSIEPE, 1997, p. 12)

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Para melhor esclarecer sobre a interface trazemos o que nos informa

Bonsiepe (1997) sobre interface, “A interface revela o caráter de ferramenta dos

objetos e o conteúdo comunicativo das informações. A interface transforma objetos

em produtos. A interface transforma sinais em informação interpretável.”

(BONSIEPE, 1997, p. 12). Este é o ponto de partida para o nosso primeiro

argumento sobre o lugar da ação mais importante do design e qual o diferencial do

trabalho do designer em relação aos outros profissionais, profissionais estes,

inclusive, de campos dos saberes diversos relacionados ao projeto e a criatividade,

seja no campo artístico, tecnológico, mercadológico ou qualquer outro campo do

saber.

O segundo ponto importante que sustenta a nossa argumentação se relaciona

ao conteúdo semântico da palavra design, que apresenta uma carga elevada de

polissemia a sintetizar características da profissão que são incorporadas à palavra.

Os autores Flusser (2007), e o Cardoso (2008), nos mostram em seus escritos da

mesma forma, o caráter ambíguo da palavra design que em sua origem e no seu

sentido original já nos remetem a complexidade do seu significado. Há uma

narrativa múltipla traduzida neste nome de caráter universal, "Design." A origem e o

significado da palavra design como nos é apresentado pelos pensadores deste

campo nos permitem construir uma ideia mais clara a respeito das questões

significativas e diversificadas do design seja na dimensão teórica seja na prática.

A origem imediata da palavra está na língua inglesa, na qual o substantivo design se refere tanto à ideia de plano, desígnio, intenção, quanto à de configuração, arranjo, estrutura, (e não apenas de objetos de fabricação humana, pois é perfeitamente aceitável, em inglês, falar do design do universo ou de uma molécula). A origem mais remota da palavra está no latim designare, verbo que abrange ambos os sentidos, o de designar e ou o de desenhar. Percebe-se que do ponto de vista etimológico, o termo já contém nas suas origens uma ambiguidade, uma tensão dinâmica, entre um aspecto abstrato de conceber / projetar / atribuir e outro concreto de registrar / configurar / formar. (CARDOSO, 2008, P. 21)

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Partimos agora para a terceira questão significativa na construção de nosso

texto: existem muitas definições sobre o que é design, e desta forma, trazermos para

este contexto alguns questionamentos e perspectivas que fundamentam o nosso

entendimento sobre o design, a partir da seguinte ideia expressa por Cardoso (1998)

Existem literalmente centenas de definições, [...] O design se define por seus objetos ou por seus processos? Se o design é definido pelos objetos que produz, conforme argumenta a maioria das autoridades modernistas, então só aquelas atividades que geram uma produção de natureza industrial podem ser enquadradas na definição. Se por outro lado, a definição do design se pauta no próprio processo de projetar, então pouco importa, a rigor, a forma de produção. Esta posição foi adotada, historicamente, por grande parte dos designers anteriores ao século XX. [...] Se, por outro lado, o ato de projetar é o único fator determinante, então o que diferencia um designer de um arquiteto? Ao perguntarmos se a natureza do design se pauta em seus produtos ou processos, [...] parece ser: em ambos. (CARDOSO,1998, p. 15)

Como visto, Cardoso (1998), pensa o design relacionando os aspectos do processo

e do produto. Podemos com esta afirmação perceber que o conceito do design não

é fixo nem cristalizado em um tempo do passado; este conceito é dinâmico e se

constrói a partir da adequação com a realidade a qual se relaciona. Em uma

sociedade como a atual, da informação, com novos paradigmas, novas tecnologias

em processos de desenvolvimento contínuo, o design precisa ser pensado com o

intuito de avançar com novos conceitos a partir dos fundamentos deste novo modelo

de sociedade e cultura contemporâneas.

A ciência, a arte, a técnica, e os processos configurativos e de concepção,

sejam na perspectiva mais abstrata do pensamento e do projeto seja na perspectiva

mais concreta do registro ou da forma, é o design que configura a cultura material e

os produtos não naturais que se relacionam com as referências da atualidade e do

futuro a partir de conjunturas possibilitadas por paradigmas da produção, economia,

ciência, política, dentre outros. Entendemos que a definição do que é e para que

sirva o design se configura, portanto, a partir das interpretações da realidade, por

isso, o conceito atual do design não deve ser cristalizado no passado e sim

ancorado no presente e no futuro. Tendo-se em vistas estas considerações

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preliminares, argumentaremos trazendo e evidenciando estas ideias que se

tornaram as principais referências conceituais a partir das quais trabalharemos.

O quarto ponto que consideramos relevante para o caminho que queremos

percorrer neste texto onde descrevemos o discurso projetual e o discurso do design

que são relacionados ao seu tempo e vem mudando no percurso histórico.

Buscando pensar um discurso do design contemporâneo, precisamos perceber

como foi este discurso no decorrer da história da forma que trazemos aqui o que nos

informa o Bonsiepe (1997), Nas últimas décadas o design vem se transformando e

da mesma forma transformando o discurso projetual. Em 1950, padronização,

produtividade e racionalização. Nos anos de 1960, aparece no centro do debate a

metodologia de design e na crítica a sociedade de consumo. E o terceiro movimento

em 1970 se localizou na relação entre o design e a ciência, a tecnologia apropriada

era fundamental no discurso do design e também se criticou fortemente e pela

primeira vez, a "Boa forma" ou o "Bom design". O design começou a se pensar

dentro da sua realidade local. O quarto movimento nos anos de 1980, centrou-se no

discurso da administração de empresas e da gestão, o estilo e a forma ganharam a

centralidade do design. Os objetos de design nesta fase eram elevados ao status de

obra de arte. Nos anos de 1990 a gestão do design o meio ambiente e a

sustentabilidade são o foco central do design e do discurso projetual.

O discurso sobre o design vem se transformando no decorrer da história e é

importante perceber que o discurso sobre o design deve ser relacionado às

dimensões históricas da sua época. Uma referência para se pensar o design na

contemporaneidade são as sete teses do Bonsiepe (1997)

Proponho uma reinterpretação do design, fora do referencial da boa forma e suas tendências sociopedagógicas. Apresento esta reinterpretação em forma de sete caracterizações ou teses. Design é um domínio que pode se manifestar em qualquer área do conhecimento e práxis humana. O design é orientado ao futuro. O design está relacionado à inovação. O ato projetual introduz algo no mundo.

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O design está ligado ao corpo e ao espaço, particularmente ao espaço retinal, porém não se limitando a ele. Design visa à ação efetiva. Design está linguisticamente ancorado no campo dos juízos. Design se orienta à interação entre usuário e artefato. O domínio do design é o domínio da interface. ( BONSIEPE, 1997, p. 15)

A partir deste referencial apresentado, fundamentando a construção do nosso

conceito de design, para a nossa produção acadêmica, podemos perceber que a

interface é um ponto central e fundamental da atuação do designer e que a palavra

design tem no seu conteúdo semântico uma forte carga de polissemia que remete a

questões mais subjetivas e abstratas como conceber, atribuir e projetar, assim como

a questões mais concretas tais como; registrar, configurar, formar.

Podemos entender que no âmbito do design existe entre outros, dois

aspectos significativos, da forma que se faz necessário pensar com atenção. Um

aspecto importante que gostaríamos de destacar para pensar sobre o design na

contemporaneidade é um questionamento de Cardoso (1998), que diz o seguinte: se

design é só relacionado ao registro, ao formato, a configuração e se relaciona

apenas ao concreto então o que diferencia um design de um arquiteto?

É razoável afirmar que design vai além das questões mais concretas como a

questão do registro, da forma, ou do desenho. A amplitude do design nos parece ser

maior. Gostaríamos de ressaltar que com nossa afirmação não desmerecemos a

atividade do campo concreto do design. O segundo aspecto que acrescentamos é

tão importante quanto o primeiro, e que na medida da ampliação da complexidade

do produto se torna cada vez mais imprescindível no seu processo de

desenvolvimento, a dimensão que se relaciona ao pensar o produto, relacionando o

mesmo com seu usuário, que nos parece ser o campo fundamental da atividade do

designer na atualidade. Percebemos que durante o transcurso da história o design

teve vários discursos e buscamos refletir sobre um design relacionado ao contexto

histórico de uma nascente sociedade da informação na contemporaneidade da

maneira que defenderemos e apresentaremos no decorrer deste texto.

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3.3 Delimitação deste estudo relacionado ao design

Refletir sobre o design é pensar sobre um conjunto complexo, tanto do ponto

de vista concreto quanto do abstrato, levando em consideração o registro assim

como da mesma maneira o pensamento, percorrendo as etapas do seu

desenvolvimento; o processo de materialização, a comercialização, o uso e um

conjunto diverso das dimensões que configuram o produto.

Cada produto necessita de um conjunto de saberes, para que seja possível a

sua eficaz configuração. Na atualidade não consideramos o design apenas a

estética ou a forma. O design é o produto na sua completude, então cada projeto,

cada meta, cada plano, cada estratégia, seja do ponto de vista material ou imaterial,

necessita de saberes que se somam ao campo do saber do design para serem

configurados da maneira mais adequada levando em consideração o seu usuário.

Acreditamos que o olhar para o usuário de maneira complexa seja um grande

diferencial do campo do design em relação a outras profissões que fazem suas

atividades da mesma forma desenvolvendo projetos. O designer tem a missão de

trazer para a configuração do produto as dimensões necessárias para que o mesmo

seja configurado da melhor maneira possível e que se adeque ao cotidiano cultural,

ao uso, ao consumo e ao tempo, entre outros aspectos. Design é o campo do saber

que se relaciona com outros saberes de campos diversos com o propósito de

configurar o produto mais adequado à estratégia que se adotou para o

desenvolvimento do produto em projetação, levando em consideração as

especificidades de cada projeto de produto. Desde o plano da ideação, passando

pelo plano estratégico do produto, plano de comercialização, pelo plano do registro,

plano de testes, plano de produção, ou seja por todas as etapas da concepção da

ideia inicial ao descarte do produto, passando pela conceituação simbólica e todas

as partes que somadas de forma estratégica darão um resultado maior que a soma

das mesmas. Design é este campo do saber que interage e se inter-relaciona com

as mais variadas formas do pensar e as mais variadas formas do saber necessárias

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para as especificidades da configuração de cada produto. Fazer design, entre

inúmeras coisas, é fundamentalmente pensar nesta configuração, neste projeto que

se materializa de uma articulação de variados saberes. E nesta direção que

interpretamos a ação diferencial do design na contemporaneidade.

Analise, por exemplo, a diferença de se configurar um cartaz, um carro, um

avião e uma cadeira. Cada produto demanda um conjunto de saberes específico.

Neste contexto surge uma pergunta: O que poderíamos dizer da cultura material do

nosso tempo? Que campo do saber de forma exclusiva dará conta de tudo? O

design? O designer é o profissional que busca de forma excelente pensar e

configurar o produto. Fazer design é entender o que se quer configurar. Fazer

design e buscar se aprofundar no conhecimento sobre o produto que se demanda

projetar. Design é o campo que busca construir as inter-relações que potencializem

o produto seja o mesmo material ou imaterial. A nossa fundamentação tem base em

Bonsiepe (1997), que traz no seu pensamento o esclarecimentos sobre o termo

design da forma à seguir;

O termo "design" se refere a um potencial ao qual cada um tem acesso e que se manifesta na invenção de novas práticas da vida cotidiana. Cada um pode chegar a ser designer no seu campo de ação. E sempre se deve indicar o campo, o objeto da atividade projetual. Um empresário ou dirigente de empresa que organiza a campanha de uma maneira nova faz design sem sabê-lo. Um analista de sistemas que concebe um procedimento para reduzir o desvio de malas no tráfego aéreo faz design. Um geneticista que desenvolve um novo tipo de maçã, resistente a influências externas, faz design. Os objetos do design não se limitam aos produtos materiais. Design é uma atividade fundamental, com ramificações capilares em todas as atividades humanas; por isso, nenhuma profissão pode pretender ter o monopólio do design. ( BONSIEPE, 1997, p. 15)

Neste ponto de nossa argumentação acreditamos que nossa análise sobre o

design já tenha saído de uma interpretação superficial desta atividade tratada neste

estudo. Saímos do entendimento de que o design é uma atividade apenas do campo

do concreto que remete unicamente ao registro e a forma, sem querer tirar a

importância desta dimensão presente na ação do design, colocando o design numa

perspectiva mais ampla e enfatizando que o design é um processo de investimento

de significado nos produtos. Fazer design é pensar o produto, configurar o produto,

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registrar, trazer outros conhecimentos para aperfeiçoar o mesmo, é construir um

processo para otimizar o desenvolvimento do produto. Rafael Cardoso nos ajuda a

compreender melhor o design com a referência que se segue no nosso texto;

O design é, em última análise, um processo de investir os objetos de significados, significados estes que podem variar infinitamente de forma e de função, e é nesse sentido que ele se insere em uma ampla tradição "fetichista". (CARDOSO,1998, p. 29)

Cada produto tem suas características particulares e cada público o vê de

uma forma específica, trazendo significados diferentes até mesmo para os mesmos

produtos, há interpretações diferentes variando de público para público. Os produtos

são observados sob uma lente cultural da forma que são vistos de acordo com o que

configura a cultura em particular e de acordo com os valores de cada indivíduo. Os

aspectos simbólicos são dinâmicos e variados.

Retomando a argumentação sobre a ação principal do campo do design e sua

diferenciação em relação a outras profissões, na perspectiva dos autores

apresentados neste texto, temos uma base teórica razoavelmente sólida que nos dá

a segurança de propor a ideia e sugerir a reflexão na direção de que o design se

diferencia das artes, do artesanato, das engenharias, arquitetura, e de outras

profissões; primeiro pela necessidade que o designer tem de interagir não só com

estes saberes, mais com uma ampla gama de saberes diversos, pois de um modo

geral não se faz um produto exclusivamente com os saberes do campo do design, e

ainda propomos que se pense no design como um campo do saber com forte

tendência transdisciplinar o que podemos a partir do pensamento do Vílém Flusser,

reforçar nossa ideia;

Design significa aproximadamente aquele lugar em que arte e técnica (e consequentemente, pensamentos, valorativo e científico) caminham juntas, com pesos equivalentes, tornando possível uma nova forma de cultura. (FLUSSER, 2007, p. 184)

Em concordância com o pensamento de Cardoso (1998), acreditamos que o

papel fundamental do design e do designer está no campo das ideias, está no

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campo do artifício, está no campo do engenho, está no campo do exercício dos

processos mentais. Fazer design é entender as especificidades dos produtos e a

necessidade de diálogos transdisciplinares.

Na configuração de produtos, o papel do designer é muito mais pensar o

produto e entende-lo na sua relação com o seu usuário e se apoiar nos campos

diversos dos saberes relacionado às especificidades do mesmo para a sua

configuração dentro de um processo que se leve em conta a estratégia do design do

produto. Para que o mesmo seja desenvolvido da maneira mais eficaz tanto do

ponto de vista do empreendedor, quanto do usuário, a partir de uma estratégia

pensada com e para clientes demandantes dos serviços de designers e que visem

atender determinadas demandas identificadas e soluções de problemas.

A atividade do design caracteriza-se mais como um exercício de processos mentais (artifício/engenho) do que de processos manuais (artes aplicadas ou plásticas, propriamente ditas) e, como tanto, assemelha-se ao fetichismo, que também forja uma ligação entre o imaterial e o material sem passar necessariamente pela feitura. (CARDOSO, 1998, p. 30)

Outro aspecto importante e já caminhando para o final deste capítulo com a

nossa argumentação sobre o que é design e qual a atuação fundamental do

designer na perspectiva do nossa trabalho acadêmico, buscamos refletir sobre a

qualidade no design, ou a qualidade do produto, e consideramos que seja algo

referente a pensar em uma estratégia ou um plano que tenha uma meta. O que é o

melhor design tem a ver com o que é a estratégia. Pensar no design é pensar na

estratégia de configuração de um produto, levando em consideração as várias

relações tanto do produto, quanto em relação à sociedade e a cultura ao qual o

produto se destina. Fazer design com qualidade é fazer este tipo de ação complexa.

A essência do design ou o fator de grande relevância no design seria o ato de

pensar ou o processo mental de configuração a partir de múltiplos campos do saber.

Não seria razoável pensar em um campo que tivesse o domínio ou o monopólio do

saber para a configuração dos produtos que compõe a cultura material

contemporânea. Não conseguimos entender o design como o campo do saber que

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domina todo o conhecimento necessário para a configuração dos produtos que

compõe a paisagem artificial do planeta. Cada produto tem suas necessidades e

suas demandas. Alguns produtos demandarão o artesanato outros a engenharia.

Tudo vai depender do tipo do produto. Daí, acreditamos que o design tem sua

função maior no campo do pensar e na construção da inter-relação necessária ao

desenvolvimento do produto.

O design se configura como o foro principal para o planejamento e o desenvolvimento da maioria quase absoluta dos objetos que constituem a paisagem artificial (no sentido de não natural) do mundo moderno. Se não bastasse esse largo predomínio quantitativo do universo dos artefatos, o design ainda exerce uma influência considerável sobre a paisagem semiótica moderna, principalmente no que diz respeito à transmissão da informação por meios outros que os discursos falado, cinemático e / ou musical exceções importantes, mas, praticamente únicas (e, até certo ponto, parciais) à ubiquidade do design gráfico como processo de ordenação dos meios de comunicação. (CARDOSO, 1998, p. 22)

A questão de remeter o design ao campo do pensar o produto como aspecto

principal e fundamental da ação do design e a colocação do design com

preocupações centradas no uso relacionado a questões socioculturais são os

diferenciais deste campo em relação as engenharias da forma que nos é informado

pelo Gui Bonsiepe;

O design visa aos fenômenos de usos e da funcionalidade de uso. No centro do seu interesse se encontra a eficiência sociocultural na vida cotidiana. As categorias da engenharia, porém, não captam os fenômenos de uso, ou seja a integração aos artefatos à cultura cotidiana. Elas ocorrem ao conceito da eficiência física, acessível aos métodos das ciências exatas que não captam os fenômenos de uso, ou seja a integração dos artefatos à cultura cotidiana. (BONSIEPE, 1997, p. 17)

A partir dos pensamentos destes autores citados neste texto, identificamos

grandes contribuições para o campo do design e para um maior esclarecimento do

que venha a ser o design e qual a ação fundamental do designer na

contemporaneidade. Trazendo estes pensamentos sobre o design para a atualidade,

é possível interpretar que o design vai além da função e da forma e dos aspectos

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mais concretos que comunica a palavra “design” do ponto de vista semântico.

Pudemos refletir sobre o tema a partir da seguinte perspectiva para pensar o design

e o designer na atualidade.

Neste momento em que os avanços da informática tendem a "democratizar" cada vez mais o instrumental básico do designer - desenho, modelagem, projeção, diagramação, impressão, etc. - torna-se lícito perguntar até que ponto o profissional de design não poderá vir a ser substituído por um bom software. (CARDOSO, 1998, p. 17)

É possível compreender que na sociedade da informação o profissional de

design precisa ir além do manuseio de técnicas de representação gráfica seja ela

manual ou computadorizada. Sabe-se que há na atualidade grandes facilidades nos

usos de sistemas computacionais que dá acesso a inúmeras pessoas de diferentes

profissões ao ferramental básico para a projetação de produtos, além de que a

técnica de representação gráfica não é uma exclusividade do campo do design o

que nos leva a pensar que o design na contemporaneidade tem seu diferencial em

aspectos mais relacionados a dimensão do pensar estratégico. O discurso do design

deve ser orientado ao nosso tempo numa adequação flexível a uma realidade

mutável a uma velocidade nunca vista na história da humanidade com influência

decisiva das novas tecnologias de informação e comunicação e em especial aos

avanços da internet que transforma a cultura e sinaliza novas perspectivas de

sociedades e produtos da forma que o campo do design deve cada vez mais se

sintonizar com o nosso tempo.

Concluindo esta parte do nosso trabalho e baseado nos autores que

fundamentam nossa argumentação, temos como o nosso argumento principal o

chamamento da comunidade científica do campo do design a reflexão sobre os

aspectos que consideramos fundamentais e essenciais do design, que está na

interface, e sabendo que “a interface não é uma coisa mas um espaço no qual se

estrutura a interação entre corpo, ferramenta (que pode ser um objeto ou signo), e

objeto da ação,” (BONSIEPE, 1997, p. 12), entendemos que fazer design é levar em

consideração estas duas dimensões do design que na perspectiva polissêmica da

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palavra design, e do próprio campo do design que configura interfaces, são as

dimensões do ponto de vista partindo do pensamento, meta, da configuração ou seja

o aspecto mais abstrato, quanto do registro, ou seja dos ponto de vista mais

concreto, sem a necessidade de se passar pela feitura.

A partir destes aspectos considerados podemos compreender o que é design,

refletindo sobre o pensamento destes autores, nos aproximamos de um conceito do

que é design, que se dá a partir da necessidade e do interesse dentro de uma

estratégia de configurar um produto que seja adequado aos objetivos estratégicos

propostos na mesma. Neste contexto, pensar a qualidade do design ou em um

design adequado é pensar que estratégia vai ser adotada na configuração do

produto.

Percebemos que a ação fundamental do designer e pensar e determinar o

projeto do produto. O design busca atender a uma estratégia que se constitui com

base no que fundamenta a mesma. De acordo com a estratégia do produto é que se

pode entender quais os propósitos e quais elementos necessários para a sua

configuração e quais ou qual meta, que na maioria das vezes se faz necessário o

diálogo com determinados saberes fora do campo do design.

Pensar design é pensar de forma complexa. Pensar design é pensar no

produto e a atuação fundamental do design está em construir diferenciações,

aspectos simbólicos, significados além dos significados naturais ou os já

tradicionalmente inseridos em determinados produtos. Não cabe ao designer

colocar, por exemplo, o sentido de ver hora ou de ser relógio em um relógio ou o

sentido de relogiosidade. Cabe ao designer colocar na configuração de um relógio,

outros sentidos, como por exemplo, o sentido de status, modernidade, ou sentidos

adequados a determinadas especificidades de determinados públicos, cabe ao

design inserir sentido de sustentabilidade em um relógio ou de politicamente correto,

ou uma gama de sentidos que no seu conceito estratégico determina a configuração

do produto. Configurar, pensar, adequar as diversas relações de uso e consumo,

buscando a complementaridade da engenharia, da arte, da arquitetura, do

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artesanato e dos variados campos dos saberes para a projetação e para a

configuração e concretização da sua intenção estratégica projetada.

Fazer um design dentro de uma perspectiva científica e relacionada ao

pensamento contemporâneo do design é fazer o produto que seja adequado a uma

intencionalidade. Intencionalidade esta que é o aspecto relevante na prática do

design, é justamente configurar o sentido do produto nas suas múltiplas dimensões

se apoiando nos campos dos saberes demandados por sua especificidade para

alcançar a estratégia projetada.

Em alguns casos será necessário que o produto tenha durabilidade em outros

a efemeridade da moda é aspecto determinante. Pensar este produto variável e na

sua estratégia para o seu desenvolvimento é a atividade que diferencia o design das

variadas profissões que desenvolvem ou executam projetos. Não seria razoável

pensar o design de modo cristalizado no que se pensava sobre este campo no início

dos anos cinquenta. O design na sociedade da informação se adequa ao tempo com

transformações em sua ação e na sua teoria. O design atua de acordo com as

demandas deste tempo contemporâneo, dos consumidores e dos usuários e

principalmente das demandas do projeto estratégico do produto.

Em síntese o design se faz com base no cotidiano cultural seja para reforçá-lo seja

para mudar ou dinamizar a cultura numa perspectiva contra cultural. O designer

deve levar em consideração na sua ação as dimensões do cotidiano, ou seja, as

dimensões econômicas, políticas, empresariais, sociais e de uso. E perdoem-me, até

mesmo as dimensões espirituais. O design está a serviço da configuração de

produtos que atendam ou que busquem atender as estratégias dos demandantes

que necessitam, querem ou aspiram a criação de novos produtos sejam eles

materiais ou imateriais.

Ressaltamos que nos referimos a produto como os mais variados tipos possíveis,

tais como serviços, físicos, digitais, imagens entre outros.

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3.4 Considerações sobre a comunicação

Inicialmente faz-se necessário trazer referências sobre o que consideramos

processos comunicacionais ou, simplesmente, comunicação, para iniciarmos nossas

argumentações, entendemos, portanto, a comunicação como um processo humano

e, por conseguinte, como o resultado de competências biológicas Maturana (2001),

em interação direta e complexa Morin (1990), com as dimensões socioculturais

instituidoras das trocas de saberes/signos Geertz (1989), em grupos formais ou

informais. Neste sentido, a comunicação, “é entendida sobretudo como sendo o

transporte de ideias e emoções expressas através de um código. Ou seja,

comunicar significa essencialmente transmitir sentidos, casuais ou intencionais, de

um ponto para o outro” (SANTOS, 1992, p. 9-10).

Os seres humanos interagem por meio de processos comunicacionais – isto

é, sem dúvidas, uma condição para a sua humanidade: a inserção em uma cultura e

o manejo cognitivo e/ou afetivo de signos, dito de outro modo, o intercâmbio

constante de mensagens, imagens e sentidos. Esta dinâmica pode ser percebida em

nosso próprio cotidiano ou, se quisermos, ao nos debruçarmos sobre os processos

evolutivos relacionados ao homo sapiens sapiens demens Morin (1990).

O que sabemos da nossa trajetória no planeta estabelece uma relação direta

com a capacidade humana de se comunicar, seja através da configuração de

artefatos seja através das expressões artísticas, da escrita ao hipertexto. É inegável,

portanto, a importância da comunicação no desenvolvimento humano e, na

contemporaneidade, dos artifícios utilizados para viabilizá-la cada vez mais, a

exemplo do próprio design da comunicação que, dentro dos parâmetros científicos

e/ou acadêmicos ou em perspectivas não acadêmicas fundamentadas em diversas

fontes de saberes, tem se apresentado como um aspecto fundamental neste

contexto.

Os signos sonoros e visuais, como o tantã, o berrante, o gongo e os sinais de fumaça, foram os primeiros a serem utilizados pelo homem a fim de vencer a

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distância. A utilização desses artefatos caracteriza a tecnologia da comunicação em seus primórdios, já que, através deles a mensagem humana vence o âmbito familiar e grupal. Mas somente com a invenção da escrita, por volta do século IV antes de Cristo, é que o homem encontrou uma solução mais definitiva para o problema do alcance, já que a mensagem escrita pode ser levada de um para outro lugar. Mais do que isso, a escrita inaugura o início da história, uma vez que, sem ela, “poucos especialistas ousam fazer assertivas, e a maior parte das interpretações é tão genérica e cautelosa que quase nada revela sobre a vida na pré-história (Gontijo, 2004, p. 48).

Em suma, consideramos comunicação aqui, tudo o que diz respeito às

variadas formas de transmissão de signos ou códigos emitindo mensagens de

emissores para receptores através de variados meios.

Os signos são elementos formadores da mensagem que representam algo ou são

referentes; podemos dizer, portanto, que um signo representa alguma coisa. O signo

se divide conceitualmente em significante que é a estrutura material, sensível ou

perceptível como, por exemplo, a palavra flor que representa uma flor real. O outro

aspecto conceitual do signo é o significado que é o aspecto semântico que se refere

ao sentido do signo, ou seja, no caso da palavra flor a ideia ou mensagem acerca da

flor real. Um desenho de uma flor é um ícone. A partir da sistematização dos signos

ou códigos é possível existir linguagem que é um sistema convencionado de signos

ou códigos. A mensagem é um conjunto de signos com significados coerentes.

As pinturas nas cavernas feitas pelos homens primitivos servem como um

exemplo da ampla dimensão da comunicação protagonizada pelo homem na sua

trajetória histórica e evolutiva. É razoável afirmar que o ser humano caminha de

forma crescente no desenvolvimento e na sofisticação da comunicação a partir da

criação de canais e de um trabalho de sistematização e organização dos códigos

que utiliza. A comunicação que tratamos nesta pesquisa tem, portanto, como

característica a diversidade de tipos sendo a mesma visual, tátil, olfativa, gustativa,

interpessoal, de massa, direta, indireta, unidirecional, bidirecional, privada, pública,

dentre outras formas possíveis.

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3.5 Do alfabeto ao hipertexto

Ainda sobre a história da comunicação trazemos a referência de Castells

(2008), que nos conta que por volta dos anos 700 A.C. ocorreu um acontecimento

fundamental na Grécia que foi o desenvolvimento do alfabeto. Essa tecnologia, se

tornou a base para o desenvolvimento da filosofia e da ciência do ocidente. Dessa

forma se separou o que é falado de quem fala e possibilitando o discurso conceitual.

Este momento histórico foi preparado ao longo de aproximadamente três mil anos de

evolução da tradição oral e da comunicação não alfabética até a sociedade grega

alcançar um “espírito alfabético”, que originou a transformação qualitativa da

comunicação humana.

Segundo Castells (2008), a alfabetização só se difundiu muitos séculos mais tarde,

após a invenção e difusão da imprensa e fabricação do papel. Contudo, a nova

ordem alfabética, embora permitisse o discurso racional, separava a comunicação

escrita do sistema audiovisual de símbolos e percepções tão importantes para a

expressão plena da mente humana. Com a ascensão da escrita na escala social

foram relegados a um segundo plano os sons e as imagens sendo os mesmo

restringidos aos bastidores das artes, que lidam com as emoções e com o mundo

público das liturgias – este é um movimento mais conhecido como iconoclasmo

(Durand, 1989).

Para Castells (2008), a cultura audiovisual teve sua revanche no século XX.

Em primeiro lugar com o filme e o rádio, depois com a televisão, superando a

influência da comunicação escrita nos corações e nas almas da maioria das

pessoas. Esta tensão entre a enobrecida comunicação alfabética e a comunicação

sensorial não meditativa determinam a frustração dos intelectuais com relação à

influência da televisão, que ainda domina a crítica da comunicação de massa.

Segundo Castells (2008), outra transformação tecnológica de dimensões históricas

similares ao surgimento do alfabeto ocorreu 2.700 anos depois, ou seja, a integração

de vários modos de comunicação em uma rede interativa, a formação de um

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hipertexto e uma metalinguagem que, pela primeira vez, integram em um mesmo

sistema a modalidade escrita, oral e audiovisual da comunicação humana.

Para Castells (2008), esse novo sistema ainda não está totalmente instalado, e seu

desenvolvimento acontecerá em ritmo e distribuição geográfica irregulares nos

próximos anos, no entanto é certo que se desenvolverá e abarcará pelo menos as

atividades dominantes e os principais segmentos da população de todo o planeta.

Ele já existe de modo fragmentado, de um novo sistema de mídia, nos sistemas de

telecomunicações que se alteram rapidamente, nas redes de interação já formadas

na internet, na imaginação das pessoas, nas políticas dos governos e nas

pranchetas dos escritórios das empresas.

Este estudo sobre os processos comunicacionais tem como contexto e, podemos

dizer, eixo, a internet, e é por este motivo que focalizaremos a nossa argumentação

sobre este tema a partir de agora.

3.6 A internet: Aspectos sócio-históricos

De acordo com Castells (2008), a sociedade em nível global com suas

atividades econômicas, sociais, políticas e culturais está sendo continuamente

estruturada e reestruturada pela Internet e, pelo que se ergue em torno dessa rede

de comunicação, pode-se afirmar que estas transformações têm se realizado em

uma velocidade expressiva. Há quem considere, inclusive, que estamos, de um

modo geral, frente a uma nova etapa do desenvolvimento humano e o aspecto de

maior relevância neste contexto é, de fato, a internet.

No Brasil, a internet já é acessada por mais da metade de sua população, ou

seja, mais de cem milhões de usuários, segundo os números da http://www.cetic.br/,

além da quantidade de telefones ter, em muito, superado o número da população

brasileira; todas estas condições elevam o Brasil ao patamar de um dos maiores

mercados do mundo com participação expressiva no universo da comunicação web,

o que se constitui em novas possibilidades de desenvolvimento e de

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empreendimentos, em especial, voltados para web o que aqui chamaremos de

startups.

Para um melhor entendimento sobre o que é a internet, faz-se necessário,

entretanto, recorrer à história ressaltando alguns aspectos e conceitos a ela

relacionados.

A internet surgiu, no contexto da Guerra Fria – a partir de iniciativas do

governo estadunidense dentro do ambiente militar e de quatro universidades

americanas – como estratégia para lidar com os conflitos insurgentes entre a

potência capitalista e a potência comunista e o risco elevado de um conflito nuclear.

Nestas circunstâncias, a internet surgiu da ideia de se criar um sistema de

comunicação que fosse impossível de se destruir a partir de um centro ou núcleo

central de comando, como era o caso dos meios de comunicação de massa; era

fundamental a manutenção das comunicações para a sobrevivência do Estado.

Criou-se, então, um sistema cujo design estratégico deu suporte ao comando a partir

de vários pontos, ou seja, uma rede de computadores de comando, descentralizada,

e, por intermédio da qual, de qualquer parte, poderia ser emitida uma mensagem.

Dito de outro modo, de qualquer parte do planeta poderia desencadear-se processos

comunicacionais através da web.

Muito embora, a essência da internet fosse a autodefesa e a estratégia para a

manutenção das comunicações relevantes aos EUA em possíveis adversidades,

algumas poucas universidades americanas começaram a se interligar o que fez com

que, em seguida, este sistema saísse do controle estadunidense e fosse

incorporado pela iniciativa privada.

Esta foi, de forma muito breve, a dinâmica que levou à consolidação de um sistema

de comunicação novo que chegou à dimensão que conhecemos hoje, partindo dos

Estados Unidos e se espalhando por quase todos os espaços geográficos de forma

irregular, com essa gigantesca rede de oportunidades e influências culturais no

planeta, cujas transformações têm tido reflexos na política e no comportamento de

cidadãos em relação às instâncias de poder estabelecidas.

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Segundo Castells (2008), a democracia está sendo promovida na internet

mediante experimentos de participação eletrônica dos cidadãos, como o programa

PEN – organizado pela cidade de Santa Mônica, Califórnia – por meio do qual os

cidadãos debatem questões públicas e transmitem suas opiniões ao governo. Este

programa apresentado é um dos exemplos da influência da internet na cultura e, em

especial, na política.

Podemos apresentar iniciativas e outros exemplos, de gênero semelhante,

aqui no Brasil como o Gabinete Digital do Rio Grande do Sul

(http://gabinetedigital.rs.gov.br/), uma iniciativa governamental que usa a internet

para a ampliação da democracia ou mesmo as recentes manifestações de junho de

2013, assim como, outras iniciativas, no mundo,como a campanha on-line de Barack

Obama em 2008; o movimento “Primavera Árabe”, em 2010 que se iniciou na

Tunísia, e se estendeu para todo o Norte da África e Oriente Médio; e, em 2011, o

movimento “Ocupem Wall Street” nos Estados Unidos, dentre outros exemplos

possíveis, demonstrações claras do poder da internet na cultura contemporânea.

3.7 Tecnologia, sociedade e transformações históricas

Mannuel Castells (2008), traz em seu livro “A sociedade em Rede” reflexões

que servirão ao nosso estudo em relação à internet e aos seus usuários, dentre elas

a informação de que na década de 1970 um novo paradigma tecnológico,

organizado com base na tecnologia da informação, veio a ser constituído,

principalmente nos Estados Unidos: a interação complexa entre um segmento

específico da sociedade americana a economia e a geopolítica mundiais; por

intermédio deste novo padrão, concretizaram-se novos estilos de produção,

comunicação, gerenciamento e vida que vieram a disseminar-se pelo globo, tendo

como trajetos as infinitas redes da web.

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Segundo Castells (2008), este mesmo grande progresso tecnológico dos anos 1970

pode ser relacionado à cultura da liberdade, inovação individual e iniciativa

empreendedora oriundas dos campi estadunidenses ainda na década de 1960.

Para Castells (2008), a potencialidade de integração de sistemas a partir da internet

com o hipertexto e o uso de sons, imagens e textos na internet em tempo real ou em

outras dimensões do tempo como, por exemplo, o “tempo atrasado” ou

simplesmente no tempo escolhido pelo usuário em uma rede mundial, acessível e

com preços baixos, tem mudado de forma expressiva o modelo de comunicação

global. Para Castells (2008), a cultura é mediada e configurada através da

comunicação, da forma que as culturas com seus sistemas de crenças, valores

sobre a vida, sobre as relações e sobre a própria existência, além dos códigos

historicamente produzidos, são transformados pela internet e continuarão a sê-lo de

forma ainda mais profunda no futuro.

3.8 A cultura dos meios de comunicação de massa

Para Castells (2008), a difusão da televisão nas três décadas após a Segunda

Guerra Mundial (em épocas diferentes e com intensidade variável, dependendo do

país). Não levou os outros meios como o rádio e o jornal a sumirem ou decretarem

falência, mas se reorganizaram em torno da TV. O radio perdeu audiência e receita

e muitos outros aspectos, porém continuou imbatível na sua penetrabilidade e

flexibilidade e se manteve. Os livros continuaram exercendo seu status e consolidou

sua posição de destaque.

A TV caracterizada como a grande mídia ou meio de comunicação de massa

tinha e tem como característica a emissão de mensagem única ou semelhante e ao

mesmo tempo de um emissor ou de alguns emissores centralizados no caso do

Brasil as mensagens são normalmente emitidas do sudeste do país, principalmente

do Rio de Janeiro ou de São Paulo, e destinada para milhões de telespectadores ou

receptores. Por conta desta característica do meio de comunicação de massa de um

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modo geral as mensagens são configuradas para atender o denominador comum

mais baixo. O que acarreta em uma TV de baixa qualidade em relação ao seu

conteúdo. Este fenômeno da baixa qualidade do conteúdo também se repetiu nos

Estados Unidos devido possivelmente a este modelo massivo de comunicação,

visando atender uma média do gosto da audiência. Até 1980 segundo Castells

(2008), A maior parte das televisões governamentais também se guiavam pelo

padrão do mais baixo denominador comum.

Outro aspecto relevante é que o conceito de cultura de massa originário da

sociedade de massa foi expressão relacionada ao sistema de mídia que se deu a

partir do controle da nova tecnologia de comunicação eletrônica exercida por

governos e oligopólios empresariais. O que a TV representou segundo Castells

(2008), foi o fim da Galáxia de Gutenberg, ou seja, de um sistema de comunicação

essencialmente dominado pela mente tipográfica e pela ordem do alfabeto fonético.

3.9 Realidade e representação simbólica na cultura

Para Castells (2008), A cultura se constitui através de processos

comunicacionais, que são essencialmente realizados a partir da produção e

consumo de signos, o que fica claro que não há separação entre “realidade” e

representação simbólica. Nas sociedades humanas existe um ambiente simbólico

atuando em seu meio.

Muito se fala que o que está na internet está no campo da virtualidade, o que

se considera distante em um outro paradigma diferente da realidade. Castells

(2008), trás uma reflexão sobre o que é real e o que é simbólico. Nós somos o que

simbolizamos, a partir do momento que simbolizamos via internet estamos sendo

reais, não é o fato de estarmos nos comunicando via internet que deixamos de ser

reais e passamos a ser virtuais. São pessoas reais que estão na virtualidade da

internet. Esta nova cultura é real. Virtual é o sistema de comunicação. As pessoas

continuam reais.

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Nesse sentido percebe-se que o que há de novo na internet é o que é

organizado pela integração eletrônica de variados tipos de comunicação, do

tipográfico, ao sensorial, não é a indução à realidade virtual, mas a construção da

realidade virtual.

“Virtual é o que existe na prática, e “real” é o que existe de fato. Dessa forma a

realidade, como é vivida, sempre foi virtual porque sempre é percebida através de

símbolos. Todas as realidades são comunicadas pelos símbolos. Segundo Castells

(2008), na comunicação interativa humana, em todos os meios, todos os símbolos

são, de certa forma, deslocados em relação ao sentido semântico que lhes são

atribuídos. De alguma maneira a realidade é percebida na dimensão do virtual.

O que realmente é relevante neste novo sistema de comunicação, baseado na

integração em rede digitalizada de múltiplos modos de comunicação, é sua

capacidade de inclusão, de todas as expressões culturais. Para a sociedade, a

comunicação eletrônica (tipográfica, audiovisual ou mediada por computadores) é

simplesmente comunicação.

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PARTE III - RESULTADOS E DISCUSSÃO

CAPÍTULO 4 - ANÁLISE DOS DADOS

4.1 Considerações relacionadas a esta pesquisa

Pesquisamos em um grupo expressivo de estudantes do CAA, os usos em

seus processos comunicacionais dentro e fora do Centro Acadêmico do Agreste.

Com os resultados das investigações iniciais realizadas com estudantes de todas as

faixas etárias montamos um questionário para a captação de respostas entre o

público alvo e majoritário no centro que é formado por jovens na faixa etária dos 18

aos 24 anos, deste modo, aplicamos mais um questionário para um total de 215

estudantes pertencentes a 09 dos 10 cursos do CAA – Centro Acadêmico do

Agreste – com exceção, portanto, dos alunos da Licenciatura Intercultural, Formado

por 12 tribos indígenas pernambucanas, da forma que chegamos aos seguintes

números e análises:

Quanto às questões sociais e econômicas, constatamos primeiramente que a

grande maioria pertence às classes populares, sendo expressivo o fato de que 49%

dos estudantes declarou ter renda familiar mensal de 2 a 4 salários mínimos e que

29% deles disse ter renda familiar inferior a 2 salários mínimos -- juntos os dois

grupos totalizaram 78% do público pesquisado.

Outro dado importante para a nossa análise e que complementa o anterior é a

declaração de 53% dos pesquisados de que mora em áreas suburbanas e 6% deles

na zona rural. A grande maioria dos entrevistados é de municípios do interior de

Pernambuco: 41% vive nos centros de cidades do interior do próprio Estado, e uma

minoria residem em Recife que é a capital do estado.

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Em relação à realidade da educação superior no contexto familiar dos

discentes do CAA, 44% deles informa que poucos em suas famílias tiveram uma

formação universitária e 36% dentre eles declara ser o primeiro na família a cursar

uma graduação.

(i.) Em relação ao gênero, 53% se declara do gênero “masculino”, 46% do

gênero “feminino” e 02% como “outros”, apesar disso, apenas 10% dos

homens acessa sites constituídos exclusivamente para homens e 5%

das mulheres acessa sites constituídos exclusivamente para mulheres;

o restante transita pela web sem preocupações quanto a possíveis

especificidades relacionáveis aos gêneros. Ainda no contexto das

relações sociais, 73% do público são solteiros, 11% tem relações

estáveis, 8% tem relacionamentos sérios e 5% são casados.

(ii.) Quanto à ocupação: 17% dos discentes trabalham e 32% dos

estudantes pesquisados tem como principal ocupação o estudo; 14%

do total participam de projetos de extensão e 12% participam de

projetos de pesquisa.

(iii.) Em relação ao entretenimento, 20% dos entrevistados se identificam

com o estilo musical Pop Rock que somado aos outros estilos a ele

vinculados contabilizam 36% dos participantes; um outro grupo

expressivo é o dos que se identificam com a música popular brasileira

que representa 18% das opções musicais elencadas na pesquisa

(iv.) 22% do grupo edita um blog pessoal, ou seja, são emissores de

mensagens além de receptores. Outros dados extremamente

importantes estão relacionados aos recursos tecnológicos disponíveis

e utilizados por este público:

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(v.) 82% do público investigado tem computador, contudo, 18% desta

população ainda não o possui; 76% possui netbook ou notebook e 24%

não possui o referido dispositivo.

(vi.) Quanto ao local de acesso à web: 84% acessam de casa, 07% do

trabalho e 06% da Universidade.

(vii.) Em relação à leitura no computador, 33% dos participantes respondeu

que não gosta de ler no computador, 30% declarou que gosta de ler

em PDF e 22% declarou sua preferência por hipertextos3.

(viii.) O que os discentes leem: 61% Livros, 14% Blogs, 07% revistas, dentre

outros.

(ix.) 95% dos pesquisados possui um celular e 05% não tem; quanto ao

smartphone, 54% não possui o equipamento contra 46% que possui.

86% não possui um tablet e 14% deles possui um tablet.

(x.) 02% dos entrevistados declarou ter comprado seu computador para

adentrar nas redes sociais enquanto 74% declarou que adquiriu seu

computador para utilizá-lo na universidade com fins

predominantemente acadêmicos.

(xi.) 96% declara ter internet em casa e apenas 4% declara não tê-la em

sua residência.

3 Para ler textos o meio preferido é o livro com 53% da preferência dos usuários e em seguida vem o

computador com 38%.

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(xii.) Fica caracterizada a existência dos computadores de uso comum

quando lemos os números em relação ao tempo e local de acesso da

web: 48% acessa diariamente do seu quarto no seu próprio

computador, 34% acessa diariamente em computador de uso coletivo

na sala de casa. 01% do público entrevistado ainda acessa a web

diariamente das lan houses.

(xiii.) Quanto à qualidade da internet acessada em suas casas, 59%

considera boa, ou seja, declara que usa todos os sistemas de vídeo e

hipertextos de forma satisfatória; 27% do público respondente a

considera razoável, pois, mesmo que de forma aquém da ideal

consegue resolver o que precisa através da web; 07% considera ótima

e 06% péssima.

(xiv.) Quanto aos usos comunicacionais mais expressivos, temos o seguinte

quadro: 88% em atividades acadêmicas; 83% para assuntos pessoais;

83% para navegação em redes sociais; 63% para buscar notícias; 60%

para assistir ou baixar vídeos; 44% para participar de grupos ou

comunidades; 39% para integrar grupos de discussão; 29% para

usufruir da rádio na internet.

(xv.) Quanto ao que buscam nas redes sociais: 23% comunicação com os

colegas, 18% diversão, 15% conhecimento, 15% relacionamento,

dentre outras.

(xvi.) Quanto à credibilidade atribuída à web verificada por intermédio de

solicitação para que dessem uma nota entre 0 a 10 aos serviços

prestados pela web, obtivemos o seguinte: 28% credita a nota 7,0; 22%

a nota 5,0; 19% a nota 6,0.

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(xvii.) Em relação ao que consideram negativo na web: 12% Informações

falsas, 11% spam, 9% lentidão na web, 8% conteúdos

preconceituosos, dentre outros.

(xviii.) As preferências temáticas buscadas na web, de um modo geral, foram

as seguintes: 14% informações acadêmicas, 12% notícias, 12% humor,

10% tecnologia, 9% música, 9% educação.

(xix.) Outra questão significativa do uso dos dispositivos pelos estudantes se

refere ao acesso à web via celular: 35% acessa a web via celular, 34%

acessa às vezes, 7% acessa sempre e 23% não acessa a web via

celular. Perguntamos também o que acessam via celular e tivemos as

seguintes respostas, 157 dos 215 acessam o Facebook, 113 e-mail,

108 o Google, 87 o Whatsapp, 61 o Instagram, 61 o Youtube.

Perguntamos o que os mesmos acessam pelo computador e as

respostas foram do mais acessado ao menos acessado na seguinte

ordem, Facebook, e-mail, Google, Whatsapp, Instagram, Youtube, PDF

e música. Não houve diferenças entre o que foi acessado via

computador ou via celular, isto é, os sistemas acessados pela maioria

parecem ser os mesmos

(xx.) Sobre o tempo gasto diariamente na internet ficou evidenciado que

31% despende entre 2 e 4 horas; 22% até 2 horas; 21% entre 4 a 8

horas e 13% fica o dia todo conectado na web.

(xxi.) O contexto de uso da web: 33% nos estudos, 30% no lazer e na

pesquisa 18% e 26% participam de fóruns na web.

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(xxii.) Os principais programas computacionais utilizados são: Word 67%,

Power Point 12%, Coreldraw 10% e Excel 10%.

(xxiii.) Quanto às dificuldades encontradas no manuseio de computadores,

internet e demais sistemas: 74% afirma dominar estas novas

tecnologias; 23% relata alguma dificuldade, porém, acredita que pode

superá-la; 03% tem dificuldades e expressa não querer superá-las4.

(xxiv.) Sobre a necessidade de auxílio na realização de tarefas, obtivemos as

seguintes respostas: 49% não pede ajuda, 26% acessa sozinhos, 22%

pede ajuda aos colegas e 3% pede ajuda ao professor.

(xxv.) Das atividades desenvolvidas pelos professores via web, dentre outras

respostas, as mais expressivas foram: 40% envio de e-mail, 18%

conteúdo via web e 16% grupos em redes sociais entre outros.

Sobre a relação deste público com as mídias tradicionais, obtivemos as seguintes

informações:

09% assiste a telejornais na TV; 07% assiste às séries; 06% indica assistir ao Jornal

Hoje (TV Globo); Programas populares líderes de audiência como os que

abordam a questão da violência não foram citados.

Sobre o que é escutado pelos discentes do CAA, seja nas mídias tradicionais ou nas

novas mídias: o Mp3 é sempre escutado por uma parcela expressiva do público de

55%; a rádio FM é escutada às vezes, por 38% ou quase nunca por 26%; o podcast

nunca é escutado por 56%, escutado às vezes por 11% e sempre por 3%; o CD e o

DVD são escutados às vezes por 51% e sempre por 22%. A música é,

4 Observamos a existência de um grupo minoritário, que de certa forma, rejeita estas novas

tecnologias o que poderia vir a ser um aspecto interessante para novas pesquisas na área.

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preferencialmente, ouvida no celular por 77%, sempre escutam música no

computador 68% e, 33% nunca escuta rádio na web. É clara, portanto, a preferência

deste público por ouvir música no Mp3, no celular e no computador. Em relação ao

tempo semanal destinado à TV o grupo com mais destaque é o que raramente

assiste TV com 33% dos entrevistados.

Por fim, quanto à relação de ensino e aprendizagem no contexto das novas

tecnologias e o uso destas na sala de aula por professores e alunos: 68% informou

que não há o uso efetivo do computador em sala de aula. Quanto à interação do

professor com o aluno após a aula, via web, 64% evidenciou pouca interação.

Além do infográfico que se encontra nos apêndices deste trabalho, apresentamos

abaixo, aspectos relevantes em gráficos, com os resultados desta pesquisa:

A figura 2 abaixo mostra o quantitativo dos equipamentos que os estudantes

pesquisados tem acesso:

Figura 2 – Percentual de acesso e posse de equipamentos e internet em 2013.

O gráfico da figura 2 demonstra que a grande maioria do público

pesquisado tem acesso a internet em casa e que a maioria possuem

equipamentos para receberem conteúdos via web.

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Notebook

Celular

Smartphone

Tablet

Internet em casa Internet em casa

Tablet

Smartphone

Celular

Notebook

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A figura 3 mostra que parte do público acessa a internet do seu quarto e

que uma outra parte menor acessa em espaços coletivos da casa como a

sala. No total a grande maioria acessa a internet de casa.

0

20

40

60

80

100

48% 34% 82%

48% Acessam diariamente noseu quanto

34% Acessam diariamente emespaços coletivos em sua casa

82% Acessam diariamente emcasa

Figura 3 – Local na residência de acesso a internet em 2013.

Este gráfico nos mostra o acesso diário à web a partir da residência do

público pesquisado.

Este gráfico da figura 4 abaixo mostra como o público considera

a web que acessa em casa:

59% do público considera a internetde casa boa

27% do público considera a internetde casa mais ou menos

Figura 4 – Consideração do público em relação a qualidade da internet em 2013.

A maioria do público segundo nos mostra o gráfico considera a internet que

acessa em casa como boa.

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O gráfico da figura 5 mostra os tipos de comunicações que interessam

ao público pesquisado:

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

88% 83% 60% 39%

88% Comunicaçõesacadêmicas

83% Comunicaçõespessoais

83% Comunicão emRedes Sociais

63% Notícias

60% Vídeos na web

44% Participação emgrupos e comunidades

39% Participam degrupos de discursão

23% Escutam rádioweb

Figura 5 – interesse em comunicação web pelo público em 2013.

Estes tipos de comunicações apresentadas neste gráfico foram as mais

expressivas que os pesquisados indicaram

São apresentados no gráfico da figura 6 abaixo os objetivos nos usos nas

redes sociais pelo público pesquisado que são;

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Comunicação

10% Oportunidades

13% Trabalho

15% Conecimento

18% Diversão

38% comunicação comcolegas

Figura 6 – Objetivos nos usos das redes sociais na web pelo público pesquisado em 2013.

O gráfico apresenta os principais usos comunicacionais nas redes sociais

pelo público alvo apresentados na pesquisa.

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O gráfico da figura 7 abaixo apresenta o que o público pesquisado prefere

escutar em ordem dos mais escutados para os menos escutados;

77% Música nocelular

68% Música nocomputador

55% MP3

22% CD e CVD

Figura 7 – O que o público pesquisado declarou escuta sempre em 2013.

O gráfico apresenta a preferência dos pesquisados da forma que

percebemos que às novas mídias são preferidas para escutar músicas.

Os pesquisados informam que 51% escutam às vezes CD e DVD, 38%

às vezes o rádio e 11% às vezes podcast, o que nos mostra o gráfico a

baixo:

51% CD e DVD ásvezes

38% Rádio àsvezes

11% Podcast ásvezes

Figura 8 – O que o público pesquisado declarou que escuta às vezes em 2013

O gráfico a cima nos mostra o que o público escuta apenas às vezes.

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O gráfico a baixo nos mostra o que o público pesquisado comumente lê;

61% Livro

14% Blog

7% Revista

5% Jornal impresso

Figura 9 – O que o público declarou ler em 2013.

O gráfico apresenta o livro de forma expressiva e em seguida o blog

entre outros meios utilizados para leitura pelo público pesquisado.

Para uma análise mais completa e de forma simplificada dos dados desta pesquisa

indicamos a leitura do infográfico que se encontra nos apêndices deste trabalho.

Tendo-se em vistas as informações acima elencadas, podemos considerar a

comunidade de discentes do CAA altamente conectada e, não obstante as

limitações financeiras sob as quais ainda vivem, possuidora de uma larga

experiência e intimidade com as novas tecnologias e/ou com os dispositivos

comunicacionais disponíveis no mercado, neste sentido, há um alto índice de usos

dos diversos sistemas e aparelhos relacionados às TICs. Outro aspecto expressivo é

o interesse na web em questões relacionadas ao universo acadêmico, de modo que

podemos afirmar que há um cenário favorável para o desenvolvimento de produtos

comunicacionais relacionados à internet que possam ser acessados pelos vários

dispositivos existentes e em uso pela comunidade pesquisada.

Muito embora falemos de uma comunidade – a dos discentes do Centro

Acadêmico do Agreste – há em seu bojo uma variedade de perfis de usuários, com

grupos específicos que navegam por um tempo expressivo na web e que confirma a

abertura a produtos digitais que levem, de fato, em consideração tais peculiaridades.

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CAPÍTULO 5 - DISCUSSÃO A PARTIR DOS ESTUDOS EMPREENDIDOS NA

PESQUISA

5.1 Reflexão sobre o impacto político, social e cultural da internet

Até bem pouco tempo, aqui no Brasil, vivíamos diante de um oligopólio que

decidia que informação transmitir e como esta informação seria conduzida para a

massa, formada pela grande maioria do povo brasileiro, oligopólio este que ainda é

comandado por um pequeno grupo de empresários que detêm o comando dos

meios de comunicação eletrônica de massa no Brasil; durante estes últimos

sessenta anos, foi o maior entrave para a comunicação livre entre a população

brasileira.

A internet, particularmente no Brasil, contribuiu decisivamente para quebrar a

hegemonia na comunicação da Rede Globo e dos meios de comunicação de massa

e em especial o veículo TV. Particularmente a Globo perdeu o quase monopólio da

influência predominante na configuração da cultura brasileira que exerceu

fortemente a partir da segunda metade do Séc. XX. Há bem pouco tempo atrás, no

Brasil o que era belo era o que estava na Globo, o ideal de felicidade era o ideal de

felicidade que se apresentava nas novelas e no conteúdo audiovisual

predominantemente televisivo.

Existem muitos indícios – tanto nos dados analisados pela nossa pesquisa

quanto pela interpretação de muitos estudiosos sobre a temática – que nos levam a

perceber que a internet no início do século XXI tira da televisão o lugar de

centralidade na vida cotidiana na contemporaneidade, especialmente entre os mais

jovens. Temos um forte indício que a geração nascida após a década de 1990,

especialmente os nascidos após 1993, marco da chegada da internet no Brasil, são

expressivamente influenciados pela internet, de modo particular, a geração Z, que

segundo a revista Veja, engloba os nascidos em meados da década de 1980, e que

são pessoas que vai da internet para o telefone, do telefone para o vídeo e retorna

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novamente à internet. Da forma que sua maneira de pensar é influenciada desde o

berço pelo mundo complexo e veloz que a tecnologia engendrou. Neste sentido, há

um grande indício de que essas novas gerações não são influenciadas

hegemonicamente pelos veículos de comunicação de massa, elas estão muito mais

conectadas à web e às novas mídias do que aos meios tradicionais de comunicação;

muitos até não assistem televisão ou rádio. Grande parte dos mais jovens não se

identificam com a grande mídia – aqui me refiro aos que tem acesso à internet, pois,

infelizmente, próximo de cinquenta por cento da população brasileira não tem

acesso à internet.

Quanto aos jovens com acesso à internet, é possível imaginar que eles podem até

assistir a TV e ao rádio assim como assistir filmes e novelas na televisão, porém, as

mesmas já não são as únicas fontes de informação para estas novas gerações nem

mesmo os canais de comunicação simbolicamente hegemônicos para o público

referido nesta pesquisa. Este grupo social já não credita a estes veículos de

comunicação de massa a fidedignidade nas suas fontes, ou seja, não lhes atribui de

forma imediata a verdade.

5.2 O CAA como nascedouro de valores e demandas por novos produtos

Percebe-se na leitura das informações da pesquisa aqui empreendida,

especialmente no que diz respeito ao interesse da referida comunidade por obter

dados relacionados ao contexto universitário, a valorização e a consolidação de

valores – em grande número de jovens das camadas populares do interior do Estado

– relacionados ao ensino e à pesquisa, ou seja, ao universo acadêmico.

Este fato pode vir não somente provocar uma reação em cadeia partindo do

cerne de cada uma destas famílias, mas, gerar novas demandas nestes grupos –

em boa parte deles, cujos atores nunca vivenciaram uma experiência universitária –

inaugurando novas culturas e, sobretudo, a ruptura com antigos valores e a abertura

para visões de mundo diferentes.

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Neste sentido, em meio à escassez da renda da grande maioria dos

discentes, pode-se perceber que a aquisição de equipamentos tecnológicos como

computadores, dentre outros, tem uma forte relação com as demandas geradas pela

própria universidade.

O grupo pesquisado além de muitas horas conectado, utiliza uma gama

considerável de recursos comunicacionais, é um público com intimidade com as

novas tecnologias, porém, ainda sintonizado com as mídias tradicionais, leitor de

livros, telespectador de programas de TV e usuário de mídias distintas. Percebemos,

do mesmo modo, que esta comunidade tem grande intimidade com produtos

comunicacionais diversos, utiliza os principais sistemas web e os principais

programas computacionais, é um grupo dinâmico e ativo nas redes sociais, boa

parte do grupo é, inclusive, editor de conteúdos para a web.

A grande maioria desta comunidade não tem problemas com as novas

tecnologias, assimilando rapidamente os novos sistemas e, mesmo aqueles que

declararam dificuldades com as novas tecnologias, demonstraram o interesse em

superá-las devido ao reconhecimento da importância destes novos meios.

Podemos também observar que está em curso uma nova dinâmica cultural

que pode ser remetida às novas demandas oriundas, em sua maioria, da inserção

destes indivíduos no contexto acadêmico; este fato talvez explique a desvalorização,

no seio desta comunidade, dos programas de violência que se firmaram na grande

mídia. Dito de outro modo, os dados nos revelam que o interesse desse público se

concentra em torno do conhecimento, da cultura, do humor, da diversão, dos seus

interesses acadêmicos entre outros.

Neste sentido, os números são claros e precisos ao revelar-nos que estamos

em meio a um rico cenário, próspero em ideias, valores e visões de mundo, muitos

deles oriundos da complexa dinâmica de oposição, complementaridade e

concorrência (MORIN 1990) do contexto universitário frente às novas mídias, de

modo que podemos supor, inclusive, a instauração em curso de um refinamento do

consumo e uso dos produtos comunicacionais por este público.

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Este contexto explica ainda a manutenção e/ou valorização de alguns meios

como o próprio livro, do hipertexto e das possibilidades relacionadas às novas

tecnologias – nos parece que, de forma expressiva, estes estudantes se identificam

com o livro físico e os números da pesquisa nos mostram claramente a posição de

destaque do livro para a comunidade aqui estudada.

Observa-se ainda que, neste contexto, no caminho inverso ao dos

estudantes, estão os docentes que, de acordo com as informações fornecidas pelos

discentes ainda não estão fazendo de forma satisfatória o uso das novas tecnologias

nos processos comunicacionais inseridos no contexto acadêmico. Os números desta

pesquisa nos demonstram claramente a necessidade premente da criação de

políticas para repensar os usos dos recursos comunicacionais oportunizados pelas

novas e tradicionais mídias para que seja favorecido os objetivos institucionais do

Centro Acadêmico do Agreste da UFPE - CAA.

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CAPÍTULO 6 – CONSIDERAÇÕES

6.1 Considerações finais

Tratamos neste estudo além dos aspectos, referentes aos processos

configurativos do design de produtos, do conceito sobre o design e de sua história,

do cotidiano na contemporaneidade, da comunicação de massa e de um novo tipo

de comunicação que se inaugura com a internet.

Fizemos um estudo e reflexão sobre o dia a dia, do comum, de algo que todos

conhecem e por tudo isso, é que nos desafiamos a configurar uma leitura das

transformações e das oportunidades neste processo social em curso, abrindo

espaço para atitudes empreendedoras voltadas ao conhecimento e o uso estratégico

do design e das novas Tecnologias de Informação e Comunicação e em especial os

negócios mediados pela internet e computadores a partir do design de produtos

digitais.

Na perspectiva empreendedora e no design um aspecto demandado e

fundamental é a transdisciplinaridade, sendo a mesma a melhor base para o

desenvolvimento de produtos e estratégias para este novo mercado ou

possivelmente novo tempo, influenciado pela web. Acreditamos que a

transdisciplinaridade, e o conhecimento são capazes de fazer com que o produto

tenha uma configuração adequada e eficaz. A transdisciplinaridade, traz para

qualquer produto ou empreendimento, a excelência e a qualidade desejada para a

otimização dos processos de projetação, produção, comercialização, uso ou

consumo e finalmente o descarte ou redesign, e todas as etapas da vida do produto,

possibilitando o sucesso das organizações na complexa sociedade da informação

em curso na contemporaneidade, se configurando internamente e em torno da

internet.

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Acreditamos com base no referencial teórico apresentado neste estudo que

com a finalização desta etapa, onde pesquisamos as necessidades dos usuários,

poderemos a partir das análises destes dados iniciar a fase de pensar como será o

design do produto que desenvolveremos para este público estudado neste projeto

de pesquisa. Dessa forma finalizamos esta etapa deste trabalho de pesquisa que se

desdobrará em outras fazes do desenvolvimento de produtos voltados para o

referido público pesquisado.

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PARTE IV - COMPLEMENTOS

REFERÊNCIAS

BONSIEPE, Gui. Design: do material ao digital. 1. ed. LBDI: Florianópolis, 1997.

BONSIEPE, Gui.. Design, cultura e sociedade. 2. ed. Edgard Blucher: São Paulo,

2011.

CARDOSO, Rafael. Uma introdução a história do design. 3. Ed. Edgard Blucher: São

Paulo, 2008.

CASTELLS, Manuel. A sociedade em redes: A era da informação: Economia,

sociedade e cultura. 11.ed. Paz da Terra: São Paulo, 2008.

CETIC. Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da

Comunicação no Brasil. Disponível em

<http://cetic.br/usuarios/tic/index.htm>. Acesso em 21/11/2013

CIN. CENTRO DE INFORMÁTICA – UFPE. Pesquisa: Sobre as pesquisas.

Disponível em:

<http://www2.cin.ufpe.br/site/secao.php?s=4&c=55> Acesso em: 1 de out. 2013.

COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL. Dimensões e características

da Web brasileira: um estudo do .gov.br. S.l: Comitê Gestor da Internet no

Brasil, 2010. 93 p. Disponível em:

<http://www.cgi.br/publicacoes/pesquisas/govbr/cgibr-nicbr-censoweb-govbr-

2010.pdf>. Acesso em: 25 out. 2013.

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79

DIEHL, Astor Antônio; TATIM, Denise Carvalho, Pesquisa em ciências sociais

aplicadas: métodos e técnicas. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário.

Lisboa: Presença, 1989.

FLICK, U. Uma introdução à pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Bookman, 2004.

FLÜSSER, Vilém. O mundo codificado: por uma filosofia do design e da

comunicação: Vilém Flusser, organizado por Rafael Cardoso. 1. ed. Cosac Naify:

São Paulo, 2007.

GARRET, J. The elements of user experience: User-centered design for the web.

New York: Aiga, 2003. 189 p.

GARRET, J. The elements of user experience: Additional Resources. Disponível

em:<http://www.jjg.net/elements/resources> Acesso em: 15 out. 2013.

GATTI, Bernadete Angelina. Grupo focal na pesquisa em ciências sociais e

humanas. ed. Liber Livro: Brasília – DF, 2005.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4.ed. São Paulo:

Atlas, 1994. 207 p.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo:

Atlas, 2007. 175 p.

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80

GONTIJO, Silvana. O livro de ouro da comunicação. São Paulo: Ediouro, 2004.

MATURANA, H. R.; VARELA, F. J. A árvore do conhecimento: as bases biológicas

da compreensão humana. Trad. Humberto Mariotti e Lia Diskin. São Paulo:

Pala Athenas, 2001.

MORIN, Edgard. Introdução ao Pensamento Complexo. 2. ed. Lisboa: Instituto

Piaget, 1990.

MUELLER, Suzana P. M. A pesquisa em ciência da informação no contexto das

ciências Sociais. Anais da ANCIB. Rio de Janeiro: IBICT/UFRJ, 1997

______. Pesquisa sobre o uso das tecnologias da informação e da

comunicação no Brasil: TIC domicílios e TIC empresas 2011. São Paulo:

Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2012. Disponível em:

<http://op.ceptro.br/cgi-bin/cetic/tic-domicilios-e-empresas-2011.pdf>. Acesso

em: 17 out. 2013.

SANTOS, José Rodrigues. O que é a Comunicação. Difusão Cultural: Lisboa, 1992.

SCHNEIDER, Beat. Design – Uma introdução: o design no contexto social, cultural e

econômica. 1. ed. Edgard Blucher: São Paulo, 2010.

UFPE. UFPE em números. Disponível em:

<http://www.ufpe.br/ufpenova/index.php?option=com_content&view=article&id=59&It

emid=191>. Acesso em: 30 set. 2013.

VIEIRA, M. M. F.; ZOUAIN, D. M. Pesquisa Qualitativa em Administração. 2. ed.

Rio de Janeiro: FGV, 2006.

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APÊNDICES

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APENDICE A - INFOGRÁFICOS COM DADOS COLETADOS NA PESQUISA

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APENDICE B - QUESTIONÁRIO FINAL DA PESQUISA

Formulário principal da pesquisa, aplicado a 215 estudantes de 18 a 24 anos

do Centro Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco.

Pesquisa sobre o uso das TICs pelos estudantes universitários na UFPE CAA.

CARTOGRAFIA DOS USOS DA WEB EM PROCESSOS COMUNICACIONAIS POR

DISCENTES DO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

*Obrigatório

A1. Sexo ou (identidade) *

Masculino

Feminino

Outro

A2. Qual é aproximadamente a sua renda familiar? *

A família aqui se refere ao núcleo principal, pai, mãe, irmãos.

Esta pergunta é obrigatória

A3. Qual o seu curso na UFPE CAA? *

Física

Química

Matemática

Pedagogia

Licenciatura Intercultural

Administração

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Economia

Engenharia de Produção

Engenharia Civil

Design

A4. Como é o local que você mora? *

Subúrbio na cidade

Centro da cidade

Zona rural

A5. Qual o seu estado civil? *

Sou casado (a)

Sou solteiro (a)

Tenho uma relação estável há algum tempo

Sou divorciado (a)

Tenho algumas relações ao mesmo tempo

Estou recente em um relacionamento sério

Eu apenas fico com pessoas sem compromisso

Não tenho relacionamento amoroso nem pretendo no momento

A6. Qual a sua ocupação principal? *

O que você faz atualmente?

Apenas estudo, vou às aulas da graduação e faço minhas provas

para me formar

Além de estudar eu participo de projeto de extensão

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Além de estudar eu participo de projeto de pesquisa

Além de estudar participo de movimentos políticos

Além de estudar sou empreendedor

Além de estudar trabalho em um emprego

Além de estudar faço estágio

Além de estudar sou voluntário em uma ONG

Além de estudar sou voluntário em uma organização comunitária

Além de estudar participo de movimentos sociais

Além de estudar sou artista

Além de estudar participo de movimentos culturais

A7. Qual a sua religião ? *

Católico

Espírita

Evangélico

Ateu

Não tenho religião, acredito em Deus

Não tenho religião e sou cristão

Sou cristão

Budista

Candomblé ou religiões de matriz africana

Religião relacionada a matriz indígena

Outra

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A8. Você percebe ou usa plataformas ou sistemas web para mulheres ou para

homens?*

Você nota que existem sistemas feitos para mulheres e sistemas feitos para

homens? Você utiliza os sistemas que sejam para homens ou próprios para

mulheres?

Eu sou homem e acesso sites para homens.

Eu sou homem e acesso sites sem me preocupar se é de homem ou de mulher.

Sou mulher e acesso sites femininos.

Sou mulher e acesso todos os tipos de sites sem me preocupar se são feitos

para mulheres ou homens.

A9 . Qual a cidade que você mora? *

A10. Qual o seu estilo musical preferido? *

Rock Nacional

Pop Rock

Heavy Metal

Hardcore

Punk Rock

Emo

Rock Progressivo

Grunge

Jazz

Axé Music

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MPB

Música Erudita

Música pop

Pagode

Reggae

Samba

Sertanejo

Techno

Música Eletrônica

Brega

Forró eletrônico

Forró pé de serra

Coco de roda

Afoxé

Tecnobrega

Funk

Outros

A12 - Você é fundador de algum blog ou outro tipo de plataforma de conteúdo

na web ?*

Sim

Não

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A13 - Na sua família quantas pessoas tem educação superior? *

Como é a formação acadêmica e universitária da sua família?

Todos os adultos maiores de 18 anos da minha família estão formados ou estão

em formação

Muito poucos adultos da minha família tiveram formação universitária ou estão

na universidade

A maioria dos meus familiares em idade adulta já estão formados ou estão na

universidade

Eu sou o primeiro da família que estou tendo a oportunidade de ter uma

formação universitária

B1. Você tem computador em casa? *

Não tenho computador em minha casa

Sim. Eu tenho computador em minha casa

B3. Você possui notebook ou netbook? *

Sim

Não

B4. Você possui celular? *

Sim

Não

B5. Você possui smartphone? *

Sim

Não

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B6. Você possui tablet? *

Sim

Não

B8. Por que você adquiriu o computador? *

Qual o motivo mais relevante?

Para acessar o Facebook e para entrar nas redes sociais

Para poder digitar, pesquisar e fazer os trabalhos da Universidade

Ganhei de presente (que sorte!!)

Para desenvolvimento de trabalhos comerciais diversos

B9 - Você tem acesso a internet em casa? *

Não tenho acesso a internet em minha casa.

Sim, Eu tenho acesso a internet na minha casa.

C1. Como você acessa por mais tempo o computador e a web ?

Acesso por mais tempo diariamente na sala da minha casa

Acesso por mais tempo diariamente na universidade

Acesso por mais tempo diariamente no meu trabalho

Acesso por mais tempo diariamente na lan house

Acesso por mais tempo diariamente no meu quarto

Acesso por mais tempo diariamente no meu escritório

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C2. Como você considera a internet que você tem na sua casa?

Considero de péssima qualidade pois não consigo ver vídeos nem usar coisas

simples como o Facebook

Considero mais ou menos pois consigo usar o Facebook e Hotmail, porém vejo

vídeos com muita dificuldade

Considero boa pois apesar das limitações da minha internet consigo fazer o que

desejo na web, vejo vídeos relativamente bem

Considero ótima pois vejo tudo que quero na web com rapidez e alta qualidade

de som e imagem

C3. Em relação a leitura na internet. Qual aspecto você considera mais

positivo. *

Gosto de ler livros virtuais na web

Prefiro ver figuras e imagens

Gosto de ler textos longos

Prefiro ler textos curtos como o do twitter

Prefiro ler apenas as partes do texto que tenho interesse e buscar mais

informações em outras páginas.da web

Não gosto de ler no computador

Gosto de ler coisas em formato de PDF no computador

C4 - Que tipo de comunicação você faz na web ?

Comunico-me com meus amigos sobre coisas pessoais

Comunico-me com professores sobre aspectos acadêmicos

Comunico-me com colegas sobre assuntos acadêmicos

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Comunico-me com pessoas desconhecidas sobre temas do meu interesse

Participo de grupos de discussão sobre temas do meu interesse

Leio blogs sobre assuntos interessantes

Participo de redes sociais

Participo de grupos ou comunidade na web

Informo-me através das redes sociais

Informo-me através de portais de notícias

Faço vídeos e publico no YouTube

Publico página, blog ou site na web

Escuto podcast

Colaboro com informações em algum canal web

Assisto Web TV

Vejo vídeos na web

Escuto música na web

Escuto rádio na internet

C5 - Você acredita no que vê na web ? Dê uma nota em relação a credibilidade

que você tem na web ? *

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Pouca credibilidade

Selecione um valor no intervalo

de 1,Pouca credibilidade, a

10,Muita credibilidade.

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C6 - O que você prefere na web ? *

Humor

Debates

Entrevistas

Informações acadêmicas

Política

Música

Informações profissionais

Empreendedorismo

Educação

Arte

Diversão

Cultura

Tecnologia

Notícias

Esportes

Assuntos relacionados a violência

Games

Assuntos relacionados a TV

Startups e empreendedorismo digital

Sobre tecnologia

Sobre a internet

Ferramentas web

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C7 - Você acessa a web via celular ? *

Sim

Não

Às vezes

Sempre

C8 - Por quanto tempo você assiste vídeo na web ? *

Mais de uma hora uma vez por semana

Mais de duas horas uma vez por semana

Mais de quatro horas uma vez por semana

Mais de uma hora mais de duas vezes por semana

Mais de duas horas e mais de duas vezes por semana

Mais de quatro horas e mais de duas vezes por semana

Não assisto vídeo na web

Outra resposta.

Assisto raramente vídeo na internet

C9 - O que você acessa via celular na web ? *

Pornografia

Facebook

Blogs

e-mail

Vídeo conferência

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100

Nada. Não acesso web via celular

Twitter

Instagram

Foursquare

Google

Portais de notícias

Textos em PDF

Sites de humor

Whatsapp

Site de design

Site de arte

YouTube

Shazam

Wikipedia

Skype

Música

Blogs sobre Política local

Blogs de Política nacional

Vagalume

Filmes históricos

Testes sobre assuntos acadêmicos

Google maps

sites de conteúdos especializados sobre o que estudo na universidade

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101

Rede CAA

Assuntos relacionados a minha cidade

Google +

Orkut

Hangout

Vídeo cast

Podcast

Outros

C10 - O que você acessa na web pelo seu computador ? *

Pornografia

Facebook

Blogs

e-mail

Video conferência

Nada. Não acesso web via celular

Twitter

Instagram

Foursquare

Google

Portais de notícias

Textos em PDF

Sites de humor

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102

Whatsapp

Site de design

Site de arte

YouTube

Shazam

Wikipedia

Skype

Música

Blogs sobre Política local

Blogs de Política nacional

Vagalume

Filmes históricos

Testes sobre assuntos acadêmicos

Google maps

sites de conteúdos especializados sobre o que estudo na universidade

Rede CAA

Assuntos relacionados a minha cidade

Google +

Orkut

Hangout

Vídeo cast

Podcast

Revistas

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103

Livros

Artigos acadêmicos

Sites educativos

Séries

Filmes

Jogos

Tutoriais

The Pirate Bay ou outros baixadores de arquivos na web

Last FM

Rádio normal na web

TV normal na web

Tumbir

Chat

ITunes

Séries on line

Sites de viagens e turismo

9pag.com

4cham.org

MSN

Outros

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104

C11 - Você tem dificuldade no uso das novas tecnologias web ou web mobile?

Tenho dificuldades porém vou superar estas com perseverança nos estudos

destas plataformas pois sei da importância destas ferramentas na atualidade.

Tenho dificuldades e não tenho interesse em supera-las

Não tenho dificuldades com às TICs. Domino estas novas tecnologias e

rapidamente aprendo os programas e sistemas

C13 - Em quanto tempo e como você usa a web ? *

Não uso a internet.

Uso diariamente em torno de até duas horas por dia.

Uso diariamente de duas a quatro horas por dia.

Uso diariamente entre quatro e oito horas por dia

Uso diariamente de oito a doze horas por dia.

Uso diariamente mais de doze horas por dia

Uso sempre que posso o dia todo. Faço outras coisas e fico sempre conectado

na web.

Tenho um horário para ver meus e-mails e coisas do meu interesse e depois

passo o dia todo conectado fazendo outras coisas.

Uso apenas de segunda a sexta na universidade para fins acadêmicos

Raramente uso a web.

Só uso por extrema necessidade para fazer trabalhos da universidade.

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105

C14 - Quando você usa a web existe a possibilidade de pedir auxílio na

realização das tarefas do site que você acessa a alguma pessoa ? *

Sim eu posso solicitar ajuda a meu professor

Sim eu peço ajuda a meu colega de trabalho

Sim eu peço ajuda a meu colega de universidade

Não eu acesso normalmente sozinho e não tenho ninguém para me ajudar

Não normalmente não peço ajuda a ninguém

C12 - O que você considera negativo na experiência da navegação web? *

Não vejo nada de negativo na web

Informações falsas ou sem credibilidade

Spam

Excesso de informações

Falta de privacidade

Conteúdos preconceituosos e discriminatórios

Pornografia

Propaganda

Vulnerabilidade em relação a dados pessoais

Conexão lenta.

Conteúdo de baixo nível do Facebook

Perde-se muito tempo nas redes sociais

Distanciamento das pessoas reais pelo uso da web

Simplificação das palavras na web. Uma deformação da língua portuguesa

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106

Sistemas muito complexos e difíceis de serem usados

Outros problemas graves no uso da web

Sites com música que se iniciam sem a autorização do usuário,

Excesso de liberdade na web

Ser viciante principalmente o Facebook

Mudanças repentinas nos sites

C15 - Qual o objetivo no seu uso das redes sociais ? *

Diversão

Trabalho

Adquirir conhecimentos

Estabelecer relacionamentos

Buscar oportunidades

Comunicação com colegas

Outros

C16 - Onde você acessa a web com maior frequência ? *

Em que local você acessa por mais tempo a web ?

Em casa

No escritório

No trabalho

Na universidade

Na lan house

Na casa de amigos

Outros lugares

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107

C17 - Você frequenta algum fórum na web *

Sim

Não

C18 - Caso você use uma rede social diferente das citadas indique aqui a rede

social que você usa no seu cotidiano.

C19 - Em que contexto você mais usa a web ? *

Para que você usa em mais tempo a web ?

Lazer

Estudos

Pesquisas

Trabalho

Relações interpessoais

Conversas com amigos

Outros

D1. Que programa computacional você mais utiliza no seu cotidiano

acadêmico? *

Word

Powerpoint

Excel

Photoshop

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108

Movie Maker

Outlook

N Vivo

Coreldraw

Photopaint

In design

Audaces

Autocad

3D Max

Illustrator

Dreamweaver

Fireworks

Premiere Pró

After Effects

D2 - Caso o programa computacional usado no seu cotidiano acadêmico não

esteja na lista acima indique aqui.

E1 - Que tipo de conteúdo audiovisual você tem assistido na mídia tradicional

atualmente.

O que você gosta de assistir e tem assistido ultimamente?

Telejornais na TV

Programas jornalísticos na rádio AM

Programas jornalísticos na Rádio FM

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109

Jornal Hoje - Rede Globo

Altas Horas - Rede Globo

Pânico na TV - Band

Novelas da Globo

Todas as novelas de todos os canais

Programas de humor inteligente

O mundo segundo os Brasileiros - Band

Canal Livre - Band

Agora é tarde - Band

The Big Bang Theory - CBS (Série)

Caldeirão do Hulk - Rede Globo

Esquenta - Rede Globo

Jô Soares - Rede Globo

Futebol

Fantástico - Rede Globo

Globo Esporte - Rede Globo

Jornal Nacional - Rede Globo

Globo Reportes - Rede Globo

CQC - Band

Programas jornalísticos de polícia e violência

TV escola

Assisto a TV Brasil

Assisto a TV PE

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110

Séries

Filmes na TV aberta

Esquadrão da moda - SBT

Mais Você - Rede Globo

Mix TV

NE TV - Rede Globo

Sem Meias Palavras - TV Jornal

Cardinot aqui na Clube - TV Clube

Plantão 1-9-0 - TV Jornal

Chaves - SBT

Bem estar - Rede Globo

Chuva de arroz - GNT

Os Simpsons - Rede Globo

Vídeo Show - Rede Globo

Programa Vitória em Cristo

Outros

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111

E2 - O que você escuta? *

Escuto

sempre

Nunca

escuto

Escuto às

vezes

Quase

nunca

escuto

Mp3

Rádio FM

Podcast

CD ou DVD

Música no celular

Música no computador

Web Rádio

E3 - O que você lê na mídia tradicional: Jornais e revistas. Que tipo de mídia

você lê ? Qual jornal ou revista ? *

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112

E4 - Que tipo de conteúdo audiovisual de mídia você prefere? *

Debates

Documentários

Entrevistas

Talk shows

E5 - Quanto tempo por semana você assiste TV? *

Assisto TV por mais de 02 horas por semana

Assisto TV por mais de 06 horas por semana

Assisto TV por mais de 12 horas por semana

Assisto TV por mais de 20 horas por semana

Não assisto TV

Raramente assisto TV

E6 - O que mais comumente você ler? *

Jornal impresso

Revista

Livro

Almanaque

Revista em quadrinho

Blogs

Não costumo ler

Raramente leio

Outros

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E7 - Que meio você mais utiliza para ler textos ? *

Livros

Computador

Tablet

Celular

Outros

F1 - Você leva o seu computador para aula ? *

Sim

Não

F2 - Os professores interagem com os alunos via web após as aulas ? *

Sim

Não

Raramente

Só tem um professor que interage com os alunos na web

São poucos os professores que interagem com os alunos via web

Quase todos os professores interagem com os alunos via web

Alguns interagem via web com os alunos porém de forma insatisfatória

A maioria dos professores interagem via web com os alunos de forma

satisfatória

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F3 - Os seus professores oferecem oportunidades em ajudá-los na

manipulação do próprio computador e dos softwares necessários para a

execução de suas atividades acadêmicas? *

Seu curso exige de você alguma habilidade em lidar com o computador e seus

recursos? Você sente ou já sentiu alguma dificuldade em lidar com o computador

e/ou algum software para fins acadêmicos?

Não, os professores não ajudam nesta questão do uso dos programas e

computadores

Sim, porém de forma insatisfatória.

Sim, os professores auxiliam satisfatoriamente os alunos no uso dos programas

e softwares computacionais

F4 - O seu professor interage com os computadores dos alunos durante as

aulas ? *

Sim

Não

Raramente

F5 - Que atividades são mais desenvolvidas pelos professores via web para o

desenvolvimentos das aulas na universidade. *

Desenvolvimento de blog

Desenvolvimento de grupos em redes sociais

Criação da listas de e-mail

Discussões em fóruns

Web conferências

Compartilhamento de conteúdos via web

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115

Construção de trabalhos acadêmicos de forma colaborativa com o Google Docs

Indicação de vídeos do YouTube através de envio de links via web

Envio de e-mails

Indicação de conteúdos via web de TV, Rádio ou jornal.

Disponibilização de livros digitais na web e recomendação de leituras

Indicação de sites para pesquisas na web

F6 - Algum dos seus professores já utilizou o celular em alguma prática

educativa no seu curso? *

Sim algumas vezes

Não

Poucas vezes

Sempre

Raramente

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116

APENDICE C - QUESTIONÁRIO DO PRÉ-TESTE

Pesquisa sobre o uso das TICs pelos estudantes universitários na UFPE CAA.

Pesquisa sobre o impacto da instalação da Universidade no Agreste de Pernambuco

no uso das TICs, Tecnologias de Informação e Comunicação pelos estudantes

universitários.

*Obrigatório

A1. Qual a sua faixa etária? *

Até 17 anos

De 18 a 24 anos

De 25 a 44

Mais de 45 anos

A2. Sexo *

Masculino

Feminino

Outro

A3. Qual é aproximadamente a sua renda familiar? *

A4. Qual o seu curso na UFPE CAA? *

A5. Qual a cidade que você mora? *

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Qual a sua cidade atualmente ?

A6. Como é o local que você mora? *

Subúrbio na cidade

Centro da cidade

Zona rural

A7. Qual foi a sua entrada na UFPE CAA? *

Você entrou na UFPE CAA em 2010.1, 2009.2, 2011.1, qual foi a sua entrada?

A8. Qual o seu estado civil? *

Sou casado

Sou solteiro

Tenho uma relação estável há algum tempo

Sou divorciado

Tenho algumas relações ao mesmo tempo

Estou recente em um relacionamento sério

Eu apenas fico com pessoas sem compromisso

Não tenho relacionamento amoroso nem pretendo no momento

A9. Qual a sua ocupação principal? *

O que você faz atualmente?

Apenas estudo, vou às aulas da graduação e faço minhas provas para me

formar

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118

Além de estudar eu participo de projeto de extensão

Além de estudar eu participo de projeto de pesquisa

Além de estudar participo de movimentos políticos

Além de estudar sou empreendedor

Além de estudar trabalho em um emprego

Além de estudar faço estágio

Além de estudar sou voluntário em uma ONG

Além de estudar sou voluntário em uma organização comunitária

Além de estudar participo de movimentos sociais

Além de estudar sou artista

Além de estudar participo de movimentos culturais

A10. Qual a sua religião ? *

Católico

Espírita

Evangélico

Ateu

Não tenho religião mais acredito em Deus

Não tenho religião e sou cristão

Sou cristão

Budista

Outros

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A11. Você tem preferência esportiva por alguma modalidade. *

Com que esporte você se identifica?

A12. Qual ou quais os estilos musicais de sua preferência *

Rock Nacional

Pop Rock

Heavy Metal

Hardcore

Punk Rock

Emo

Rock Progressivo

Grunge

Jazz

Axé Music

MPB

Música Erudita

Música pop

Pagode

Reggae

Samba

Sertanejo

Techno

Música Eletrônica

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Brega

Forró eletrônico

Forró pé de serra

Coco de roda

Afoxé

Outros

A14 - Você é fundador de algum blog ou outro tipo de plataforma de conteúdo

na web ?*

Sim

Não

B1. Você tem computador em casa? *

Não tenho computador em minha casa

Sim. Eu já tinha antes de entrar na universidade

Sim e adquiri depois de entrar na universidade

B2. Desde quando possui computador pessoal? *

Tenho um computador de uso familiar que fica na sala da minha casa a menos

de um ano

Tenho um computador pessoal a mais de um ano

Tenho meu computador pessoal de dois a três anos

Tenho meu computador pessoal de três a cinco anos

Tenho meu computador pessoal a mais de seis anos

Não tenho um computador pessoal

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B3. Você possui notebook ou netbook? *

Sim a menos de um ano

Sim já tenho de um a três anos

Não tenho notebook

Já tenho a mais de três anos

B4. Você possui celular? *

Sim a menos de um ano

Sim tenho. Já faz de um a três anos

Não tenho Celular

Sim já tenho a mais de três anos

B5. Você possui smartphone? *

Sim a menos de um ano

Sim tenho. Já faz de um a três anos

Não tenho smartphone

Sim tenho smartphone a mais de três anos

B6. Você possui tablet? *

Sim a menos de um ano

Sim tenho. Já faz de um a três anos

Não tenho tablet

Sim tenho meu tablet a mais de três anos

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B7. Se você adquiriu seu computador depois de entrar na universidade

assinale uma das alternativas abaixo:

Adquiri no mesmo ano que entrei

Adquiri após um ano na universidade

Adquiri após dois anos na universidade

Adquiri após três anos na universidade

Adquiri após quatro anos na universidade

B8. Por que você adquiriu o computador? *

Para acessar o Facebook e para entrar nas redes sociais

Para pode digitar os trabalhos da Universidade

Ganhei de presente (que sorte!!)

Para fazer os trabalhos do curso

Para pesquisar sobre assuntos do meu curso

Para desenvolvimento de trabalhos diversos

B9 - Você tem acesso a internet em casa? *

C1. Como você acessa por mais tempo o computador e a web ? *

Acesso por mais tempo diariamente na sala da minha casa

Acesso por mais tempo diariamente na universidade

Acesso por mais tempo diariamente no meu trabalho

Acesso por mais tempo diariamente na lan house

Acesso por mais tempo diariamente no meu quarto

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Acesso por mais tempo diariamente no meu escritório

C2. Como você considera a internet que você tem na sua casa? *

Considero de péssima qualidade pois não consigo ver vídeos nem usar coisas

simples como o Facebook.

Considero mais ou menos pois consigo usar o Facebook e Hotmail, porém vejo

vídeos com muita dificuldade.

Considero boa pois apesar das limitações da minha internet consigo fazer o que

desejo na web, vejo vídeos relativamente bem e uso com tranquilidade a minha

internet.

Considero ótima pois vejo tudo que quero na web com rapidez e alta qualidade

de som e imagem.

C3. Em relação a leitura na internet. Quais aspecto você considera positivo. *

Gosto de ler livros virtuais na web

Prefiro ver figuras e imagens

Gosto de ler textos longos

Prefiro ler textos curtos como o do twitter

Prefiro ler apenas as partes do texto que tenho interesse e buscar mais

informações em outras páginas sobre o que está me interessando

Não gosto de ler no computador

Gosto de ler coisas em formato de PDF

Só busco o que me interessa nas páginas da web. Faço uma leitura dinâmica e

vou direto ao que procuro. Não perco tempo lendo o que não me interessa. Fico

navegando pulando de página em página e apenas lendo o que me interessa. O

que não me interessa eu nem leio ou observo com atenção.

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C4 - Que tipo de comunicação você faz na web ? *

Comunico-me com meus amigos sobre coisas pessoais

Comunico-me com professores sobre aspectos acadêmicos

Comunico-me com colegas sobre assuntos acadêmicos

Comunico-me com pessoas desconhecidas sobre temas do meu interesse

Participo de grupos de discussão sobre temas do meu interesse

Leio blogs sobre assuntos interessantes

Participo de redes sociais

Participo de grupos ou comunidade na web

Informo-me através das redes sociais

Informo-me através de portais de notícias

Faço vídeos e publico no YouTube

Publico página, blog ou site na web

Escuto webcast

Colaboro com informações em algum canal web

Assisto webtv

Vejo vídeos na web

Escuto música na web

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C5 - Você acredita no que vê na web ? Dê uma nota em relação a credibilidade

que você tem na web ? *

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Pouca credibilidade

Selecione um valor no intervalo

de 1,Pouca credibilidade, a

10,Muita credibilidade.

C6 - O que você prefere na web ? *

Humor

Debates

Entrevistas

Informações acadêmicas

Política

Música

Informações profissionais

Empreendedorismo

Educação

Arte

Diversão

Cultura

Tecnologia

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C7 - Você acessa a web via celular ? *

Sim

Não

Às vezes

Sempre

C8 - Por quanto tempo você assiste vídeo na web ? *

Mais de uma hora uma vez por semana

Mais de duas horas uma vez por semana

Mais de quatro horas uma vez por semana

Mais de uma hora mais de duas vezes por semana

Mais de duas horas e mais de duas vezes por semana

Mais de quatro horas e mais de duas vezes por semana

Não assisto vídeo na web

Outra resposta.

Assisto raramente vídeo na internet

C9 - O que você acessa via celular na web ? *

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127

C10 - Caso você se comunique na web de alguma forma que você considera

interessante nos informe escrevendo na caixa de texto.

C11 - O que você considera uma grande novidade na web ? *

C12 - Você tem dificuldade no uso das novas tecnologias web ou web mobile?*

Tenho dificuldades porém vou superar estas com perseverança nos estudos

destas plataformas pois sei da importância destas ferramentas na atualidade.

Tenho dificuldades e não tenho interesse em supera-las

Não tenho dificuldades com às TICs. Domino estas novas tecnologias e

rapidamente aprendo os programas e sistemas

C13 - O que você acessa na web ? *

C14 - Que sistemas web você utiliza para o seu lazer ? *

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C15 - O que você considera negativo na experiência da navegação web? *

C16 - Qual a sua avaliação em relação ao novo site do SIGA *

Não gostei das mudanças do SIGA

Gostei muito do novo SIGA

Ainda estou me adaptando as mudanças porém estou gostando das mudanças

Não estou conseguindo utilizar o SIGA com as mudanças.

Outra resposta.

C17 - Em quanto tempo e como você usa a web ? *

Não uso a internet.

Uso diariamente em torno de até duas horas por dia.

Uso diariamente de duas a quatro horas por dia.

Uso diariamente entre quatro e oito horas por dia

Uso diariamente de oito a doze horas por dia.

Uso diariamente mais de doze horas por dia

Uso sempre que posso o dia todo. Faço outras coisas e fico sempre conectado

na web.

Tenho um horário para ver meus e-mails e coisas do meu interesse e depois

passo o dia todo conectado fazendo outras coisas.

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Uso apenas de segunda a sexta na universidade para fins acadêmicos

Raramente uso a web.

Só uso por extrema necessidade para fazer trabalhos da universidade.

C18 - Quando você usa a web existe a possibilidade de pedir auxílio na

realização das tarefas do site que você acessa a alguma pessoa ? *

Sim eu posso solicitar ajuda a meu professor

Sim eu peço ajuda a meu colega de trabalho

Sim eu peço ajuda a meu colega de universidade

Não eu acesso normalmente sozinho e não tenho ninguém para me ajudar

Não normalmente não peço ajuda a ninguém

C19 - Qual o objetivo no seu uso das redes sociais ? *

Diversão

Trabalho

Adquirir conhecimentos

Estabelecer relacionamentos

Buscar oportunidades

Comunicação com colegas

Outros

C20 - Onde você acessa a web com maior frequência ? *

Em que local você acessa por mais tempo a web ?

Em casa

No escritório

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No trabalho

Na universidade

Na lan house

Na casa de amigos

Outros lugares

C21 - Você frequenta algum fórum na web *

Sim

Não

C22 - Quais as redes sociais usadas por você? *

Google+

Facebook

Twitter

Orkut

MSN

Skype

Outras

C23 - Caso você use uma rede social diferente das citadas indique aqui a rede

social que você usa no seu cotidiano.

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C24 - Em que contexto você mais usa a web ? *

Para que você usa em mais tempo a web ?

Lazer

Estudos

Pesquisas

Trabalho

Relações interpessoais

Conversas com amigos

Outros

D1. Que programas computacionais você utiliza no seu cotidiano acadêmico? *

Word

Powerpoint

Excel

Photoshop

Movie Maker

Outlook

N Vivo

Coreldraw

Photopaint

In design

Audaces

Autocad

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3D Max

Illustrator

Dreamweaver

Fireworks

Premiere Pró

After Effects

D2 - Caso o programa computacional usado no seu cotidiano acadêmico não

esteja na lista acima indique aqui.

E1 - Qual o seu programa de televisão preferido na TV brasileira?

E2 - O que você escuta? *

Escuto

sempre

Nunca

escuto

Escuto às

vezes

Quase

nunca

escuto

Mp3

Rádio

Webcast

CD ou DVD

Música no celular

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Escuto

sempre

Nunca

escuto

Escuto às

vezes

Quase

nunca

escuto

Música no computador

E3 - O que você lê na mídia tradicional: Jornais e revistas. Que tipo de mídia

você lê ? Qual jornal ou revista ? *

E4 - O que interessa a você nas mídias tradicionais *

Assisto Não

assisto

Assisto às

vezes

Assisto

diariamente

Novelas

Programas de auditório

Programas jornalísticos

Programas de humor

Programas de debates

Programas educativos

Documentários

Desenho animado

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Assisto Não

assisto

Assisto às

vezes

Assisto

diariamente

Outros

E5 - Quanto tempo por semana você assiste TV ? *

Assisto TV por mais de 02 horas por semana

Assisto TV por mais de 06 horas por semana

Assisto TV por mais de 12 horas por semana

Assisto TV por mais de 20 horas por semana

Não assisto TV

Raramente assisto TV

E6 - O que comumente você ler ? *

Jornal impresso

Revista

Livro

Almanaque

Revista em quadrinho

Blogs

Não costumo ler

Raramente leio

Outros

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E7 - Que meio você mais utiliza para ler textos ? *

Livros

Computador

Tablet

Celular

Outros

F1 - Você leva o seu computador para aula ? *

Sim

Não

F2 - Os professores interagem com os alunos via web após as aulas ? *

Sim

Não

Raramente

Só tem um professor que interage com os alunos na web

São poucos os professores que interagem com os alunos via web

Quase todos os professores interagem com os alunos via web

Alguns interagem via web com os alunos porém de forma insatisfatória

A maioria dos professores interagem via web com os alunos de forma

satisfatória

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F3 - Os seus professores oferecem oportunidades em ajudá-los na

manipulação do próprio computador e dos softwares necessários para a

execução de suas atividades acadêmicas? *

Seu curso exige de você alguma habilidade em lidar com o computador e seus

recursos? Você sente ou já sentiu alguma dificuldade em lidar com o computador

e/ou algum software para fins acadêmicos?

Não, os professores não ajudam nesta questão do uso dos programas e

computadores

Sim, porém de forma insatisfatória.

Sim, os professores auxiliam satisfatoriamente os alunos no uso dos programas

e softwares computacionais

F4 - O seu professor interage com os computadores dos alunos durante as

aulas ? *

Sim

Não

Raramente

F5 - Que atividades são desenvolvidas pelos professores via web para o

desenvolvimentos das aulas na universidade. *

Desenvolvimento de blog

Desenvolvimento de grupos em redes sociais

Criação da listas de e-mail

Discussões em fóruns

Web conferências

Compartilhamento de conteúdos via web

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Construção de trabalhos acadêmicos de forma colaborativa com o Google Docs

Indicação de vídeos do YouTube através de envio de links via web

Envio de e-mails

Indicação de conteúdos via web de TV, Rádio ou jornal.

Disponibilização de livros digitais na web e recomendação de leituras

Indicação de sites para pesquisas na web

F6 - Algum dos seus professores já utilizou o celular em alguma prática

educativa no seu curso na UFPE CAA? *

Sim algumas vezes

Não

Poucas vezes

Sempre

Raramente

F7 - Você gosta da ideia do celular, do smartphone, do tablete, ou seja dos

dispositivos móveis, como sistemas de integração das mídias podendo ser

uma alternativa poderosa para a democratização e universalização do acesso a

educação ? *

Sim, gosto da ideia da educação móvel

Não, tecnologia é apenas modismo

Sim, gosto da ideia dos dispositivos móveis na educação. Porém acredito que o

conteúdo ainda é mais importante do que a forma que a informação é apresentada

aos estudantes.

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F8 - Você acredita que os sistemas web e os sistemas móveis de apoio aos

processos de ensino aprendizagem podem banalizar e desvalorizar a

educação? *

Sim, estas ferramentas banalizam e desvalorizam a educação

Estas novas tecnologias só tem a acrescentar nos processos de ensino

aprendizagem

O uso destas tecnologias tendem a desvalorizar o trabalho dos professores

Tenho muita dificuldade no uso destas tecnologias e prefiro os métodos

tradicionais de ensino

F9 - Existe alguma coisa relacionada a educação que você acessa via celular

na web ? O Que ? *

F10 - O que você utiliza da web para auxiliar os seus estudos na

universidade?*

F11 - Qual site educativo você acessa com frequência ? *

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F12 - Que sistemas web você utiliza para pesquisas acadêmicas *

F13 - Você já fez algum curso técnico de informática ou de especialização fora

da UFPE para suprir alguma demanda de disciplinas do seu curso? *

Qual foi o curso ? Escreva abaixo o curso que você fez ?

F14 - Você tem vontade de fazer algum curso na área de informática? Informe

qual curso você teria interesse de fazer? *

APENDICE D – TRANSCRIÇÃO DO GRUPO FOCAL COM ESTUDANTES DE

DESIGN

Transcrições dos grupos focais

Grupo focal com estudantes de design com estudantes já próximos do final do curso

e idades variadas.

Obs: Os nomes citados são apenas ilustrativos não correspondendo

necessariamente aos nomes reais dos participantes do grupo focal.

Miguel (Mediador/pesquisador) – EU QUERIA SABER COMO VOCÊS

CONHECERAM A INTERNET, COMO VOCÊS SE DEPARARAM COM A

INTERNET?

Elaine: A primeira vez que, não que eu tive contato direto, mas que ouvi falar em

internet , eu estava no segundo grau, que era segundo grau ainda; acho que em 96

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Deniltton – no ensino fundamental, na sétima ou oitava série.

Luciana – também no fundamental

Pedro ...eu sei que é bem recente porque quando eu fui estagiar na receita federal,

não tinha internet ainda, em 87, só tinha fora do país.. O primeiro curso de

informática que fiz foi DOS, nem tinha o Windows ainda., Depois chegou o

Windows, depois de muito tempo é que se falou em internet, mas tudo era muito

caro, depois foi popularizando isso, mas a dificuldade para ter computador era

muita, depois é que foi popularizando isso, mas faz muito pouco tempo

Cláudio- não lembro exatamente quando foi, quando fiquei diante de um computador

com internet, mas eu lembro que foi na lan house que era a novidade da época,

você pagava um preço para conhecer um produto novo. Não tínhamos computador

no colégio , na época do nível médio. me lembro que nem sabia prá que servia,

como funcionava, como ligava, como desligava. Hoje é bem natural, mas na época

era a coisa mais nova que existia. Eu não conhecia nada, não sabia nada

Denilton – você tinha o Orkut, e era o tal

Luciana – prá mim também, a internet começou prá mim porque todo mundo tinha

um Orkut e eu não tinha ainda aí eu fui para a lan house fazer o Orkut e a maioria de

todos os trabalhos eram copiados do Google,a gente copiava igualzinho e

mandava....

Elaine - hoje quando se conhece alguém, pergunta logo, qual o seu face?

antigamente quando começou o Orkut também era assim,

Pedro – é bem recente não é? Eu lembro que o pessoal reclamava muito porque a

única coisa que se navegava . era o IG e se dizia que o Ig demorava, mas era o

único gratuito, depois... mas faz bem pouco tempo

Cláudio – uma das características mais particulares da internet é exatamente essa

questão de ser pontual por que não faz tanto tempo que surgiu... tem o Facebook e

o twiter que teve um período de maior popularidade mas Facebook que é a rede

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social de mais popularidade é o top a rede social mais popular , mas os dois são

praticamente da mesma forma, não sei

Pedro - não é a questão da navegação de ser mais fácil com o face do que com o

Orkut?

Cláudio- é mas a plataforma é a mesma aquela questão de uma foto, um texto, os

dois são praticamente o mesmo

Elaine - só que eu acho que no face tudo é mais propagado, mais rápido, numa

velocidade maior

Elaine – eu acho que no face, as notícias são mais propagadas, com uma

velocidade maior, no face voce pega notícias que estão passando agora, uma

novela

Denilton – no Orkut você mandava um scrap e esperava uns cinco minutos, naquela

ansiedade, não sabia se a pessoa estava on line e ficava ali aguardando. Gastava o

tempo todo na lan house

Elaine – na internet você pega notícia que está passando agora, a novela, tudo que

está acontecendo está ali

Pedro - é tudo uma questão de velocidade, quanto mais velocidade, mais facilidade

a pessoa tem e desses aí, qual o pessoal usa no telefone?

Claudio - todos

Pedro - desses aí, quem foi o primeiro que o pessoal usou no telefone?

Denilton – eu acho que foi o Facebook, eu acho

Cláudio – não, foi o MSN acho, porque eu me lembro que antes de toda essa onda,

era o MSN até antes do Facebook

Denilton – tem o caso também das manifestações no Brasil que surgiram nas redes

sociais. No twiter passou semanas e semanas com tecs e mais tecs.

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Pedro – eu passei até lá agora,

MIGUEL – O QUE MUDOU COM A INTERNET. COMO ERA ANTES E COMO É

AGORA?

Pedro – informação mais rápida a velocidade

Luciana –Você se aproxima de tudo está sempre informado

Denilton – o principal é você ficava limitado ao jornal, à televisão,que jogam só o

que eles querem. Agora não!

Pedro - eu li um trabalho a respeito da TV, explicando que a mídia que a gente

conhece hoje em dia está com os dias contados e o desespero dessas grandes

mídias como a Rede Globo eles já sentiram isso e estão correndo, mas não têm

condição, eles não têm credibilidade junto à população, que está correndo para a

internet, que é acessível para todo mundo, ficou barato, computador com facilidade

de pagamento que você pode dividir em tantas vezes todo mundo tem em casa.

Também tem a questão da veracidade dos fatos que estão sendo veiculados. Tem

pessoas que têm credibilidade, como por exemplo Paulo Henrique Amorim, que tem

um blog, não sei se é blog, mas ele tem credibilidade. Ele coloca as informações, o

pessoal acredita. .aí tem alguns grupos que estão assumindo esse perfil, aí o

pessoal está fugindo da mídia tradicional e se garantindo mais na internet porque é

muita coisa com imagem e para manipular a imagem é mais complicado e quando

várias pessoas que navegam colocam a mesma informação, como a questão da

Primavera Árabe, quer dizer, muitas coisas que aqueles países não queriam, tudo foi

articulado. No Egito, no norte da África e agora na Síria, muitas coisas que os

governos querem esconder e com as facilidades dos equipamentos, que são muito

pequenos, a informação chega em todos os cantos. Então quer dizer: dá mais

credibilidade

Elaine – mais veracidade

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Pedro – porque são cenas reais. Por exemplo, o caso do Iraque, de um homem que

estava socorrendo uma pessoa e helicópteros americanos atiraram e .morreram dois

repórteres da Reuters e outras pessoas, que estavam inclusive desarmadas. Então

quer dizer: isso aí está até derrubando governo. Isso quer dizer que está

derrubando governos. Isto quer dizer que a democratização total da informação. É

esse perfil que atrai cada vez mais pessoas, até pessoas idosas que não tinham

afinidade com a internet. Que tem Facebook também quer saber

Elaine – minha mãe, que tem Facebook, compartilha, etc.

Pedro – tem gente que através da internet conhece gente, viaja, se hospeda na

casa, quer dizer: está de uma forma que o mundo está se conhecendo de uma

forma bem simples

Cláudio – acredito que as pessoas partem de uma prerrogativa : informação/

é.poder. Houve um tempo que você sentava frente à sua televisão e era apenas

telespectadora, apenas recebia a informação. Hoje você participa ativamente por

exemplo, como o Denilson afirmou, o protesto começou nas redes sociais, as

pessoas se acharam capazes de fazer alguma coisa, sem esperar que alguma coisa

acontecesse (Pedro citou a música de Vandré” Quem sabe faz a hora, não espera

acontecer) . As pessoas acabam participando porque têm uma missão

Elaine – acabou com a inércia

Cláudio- acredito que é por isso que elas participam ativamente e aí está o que

significa a mudança provocada pela internet, de acordo com a facilidade de

informação as pessoas.têm direito de ter a informação mas não tinham acesso.

Agora elas sabem o que está acontecendo no congresso, numa emissora de TV, na

sua prefeitura, no bairro, na cidade, na sua comunidade e isso vai fazer com elas

participem ativamente. A mudança de antes e depois da internet é isso: a facilidade

de informação. Agora, tem muita banalização na internet porque se eu posso abrir

um blog, baseado em que aquelas informações são verídicas ou não?

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Como existe na música, qualquer pessoa pode gravar um single, fazer sucesso,

jogar um vídeo na internet, conhecer todas as emissoras de TV, bombar e ser uma

estrela sem nenhum fundamento artístico, sem nenhum conteúdo, fazer sucesso e

virar um modismo. Existe a banalização exacerbada que a internet possibilitou.

Nisso eu acredito!

Se por um lado a internet democratizou, sem limite,(não que eu seja contra) porque

não tem um filtro. As pessoas não têm consciência de produzir algo com qualidade

para aquele meio. Produz-se tudo, de qualquer forma, sem nenhum respeito, sem

qualidade. Quantas vezes vocês não viram alguém denegrindo a imagem de alguém

ou alguém fazendo piada com algo que não é engraçado

Denilton - e com milhões de acessos

Cláudio – e o pior de tudo é que alguém criou isso e milhões de pessoas entraram e

compartilharam e os posts são preconceitos racistas, homofóbicos, como por

exemplo aquela imagem da mulher que é negra, está numa bacia achando que está

numa piscina, já está ridicularizando a questão da pobreza e ela se torna uma

personagem engraçado de algo que não é engraçado é uma realidade. As pessoas

não têm as mesmas condições de vida e se torna engraçado o que não tem graça.

Pedro – eu estava vendo um documentário no youtube sobre “o que o Brasil quer

esconder sobre a escravidão” . O Brasil foi o país que mais recebeu escravos no

mundo. Recebeu 10 vezes mais que os Estados Unidos, mas a coisa aqui era tão

selvagem contra os escravos que a maior parte morria e a vida útil do escravo era

de 20 anos, uma coisa absurda. É um documentário feito por pessoas de fora,

legendado, mostrando o que é a situação hoje então eu postei com relação a esses

movimentos aí uma empresa francesa que descreveu melhor o que estava

acontecendo com esses movimentos aí. Falou que era uma nova classe média que

estava aparecendo, que quer o seu espaço e não aceita a imposição do jeito que ela

está, de cima prá baixo e essa empresa francesa foi a que melhor expressou o que

está acontecendo Até certo ponto têm razão quando dizem que antes a maioria das

pessoas eram alheias a muita coisa e agora não. Nas universidades as pessoas

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estão estimuladas a estudar, o método hoje no Brasil não é mais aquele decoreba,

que você estava acostumado no mercado hoje, se você quiser chegar lá tem que

botar o pessoal prá pensar e com estes novos métodos, o pessoal se viu donos de

valores, exigindo seu espaço. É por isso que tanta gente aderiu. Muitos viviam com

aquele grito preso na garganta e disseram: não agora a gente vai cobrar o que é

nosso. Foi muito interessante a abordagem que eles fizeram e eu gostei muito

MIGUEL – QUANDO VOCÊS COMPRARAM O PRIMEIRO EQUIPAMENTO DE

VOCÊS, ERA UM OBJTO MUITO CARO, FOI DIFÍCIL DE COMPRAR. EU QUERIA

QUE VOCÊS FALASSEM DA AQUISÇÃO DESSE PRIMEIRO COMPUTADOR.

Pedro- o meu era usado foi nos anos 90 eu comprei até uma impressora cujo nome

não lembro, que usava aqueles disquetes grandes e rodava um editor de texto de

nome word... e um programa de desenhos bem simples, mas eu só usava o editor

de textos que eu usei durante muito tempo porque não tinha internet

Denilson – prá falar a verdade eu adquiri quando entrei na universidade assim que

passei no vestibular, comprei logo porque sabia que ia precisar. Eu estava gastando

muito dinheiro com lan aí eu tive que comprar.um computador.

Elaine – na verdade eu usava o da minha mãe. Eu não tinha computador e quando

eu entrei na universidade comprei esse aqui (apontou)

Luciana – O meu foi minha irmã que comprou. Eu não lembro nada! Só me lembro

que imprimia meus trabalhos porque tinha a impressora junto. Não tinha internet

Quando cheguei na faculdade tive que comprar um notebook

Cláudio – quem tinha televisão era rico, quem tinha carro era rico, quem tinha

computador era rico! Para que eu tivesse acesso a computador demorou muito. Foi

no finalzinho do ensino médio, 2005 mais ou menos.

Pedro: no governo Lula, que derrubou as tarifas e facilitou prá todo mundo comprar

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Cláudio -. 2005 foi meu primeiro emprego e meu primeiro investimento comprar um

computador, justamente por essa necessidade de estudar, pesquisar, imprimir. Já

existia a internet que era muito caro, era algo assim inaccessível, não era tão

popular como hoje, que você compra um plano paga R$ 30,00 por mês, podia até

existir nas grandes cidades, mas lá em Pesqueira não existia nada do tipo, mas foi

uma experiência fantástica porque a partir da internet você se vê no mundo, as

enormes possibilidades,a aprender a digitar, o que é um editor de texto, tudo que

você pode fazer como cortar, recortar, colar e você tem medo de fazer algo fora do

comum prá não danificar

Elaine – Não sei se todo mundo teve a dificuldade que algumas pessoas de nossa

geração teve. Acho interessante a facilidade que vocês têm para utilizar o

computador. No início eu escrevia primeiro no papel para depois passar para o

computador. Depois você vai aprendendo o macete, o jeitinho, mas eu tive esse

bloqueio no início.

Pedro – meu bloqueio nem era com o computador, era com a máquina de escrever.

Eu fazia manuscrito, depois fazia na máquina, por conta daquelas correções que

vocês faz. Quando eu peguei meu primeiro computador, e ainda hoje eu faço assim,

saio colocando tudo que está na minha cabeça sobre o que pretendo fazer, coloco

tudo que tenho direito aí quando eu vejo que coloquei todos os pontos, eu volto e

saio arrumando tudo. É assim que eu faço

Denilton – o papel prá mim é fundamental. Escrevo tudo no papel e depois passo

para o computador

Pedro – já hoje eu faço tudo direto na máquina quando era máquina de escrever

agora no computador vou direto .Em 85 eu fiz um curso aqui em Caruaru e eu fiz e

porque antes, quem quisesse fazer um curso tinha que ir para Recife. Tinha uma

sala com ar condicionado, que era o melhor que tinha, daqueles que o teclado e o

computador era tudo junto e botava o disquete em pé tinha uma televisão e tinha um

lá que eles não usavam mais, que tinha as letrinhas verdes. Não sei se vocês se

lembram (risadas)

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Depois foram aparecendo os outros, mas a facilidade de você ir digitando tudo.

Depois fiz outros cursos e recebi certificados de todos os que fui fazendo.

Elaine - era interessante fazer esses cursos dava um certo status para você colocar

no seu currículo, para entregar numa empresa onde você fosse trabalhar. Um curso

com um certificado

Cláudio – era básico, você tinha que ter um curso de informática

Luciana – eu nunca terminei um curso de informática. Eu fiz 3 cursos de informática

básica, sem terminar nenhum. Eu não tinha paciência de jeito nenhum,

MIGUEL – POR FALAR NISSO, COMO VOCÊS APRENDERAM USAR O

COMPUTADOR A USAR A INRERNET?

Claudio – eu aprendi com os amigos,

Outros Denilton e Luciana – vasculhando, mexendo...

Cláudio – foi bem intuitivo

Luciana – pouquíssimas vezes eu fui sozinha para a lan house, porque sempre era

muita gente

Claudio é sempre assim, a gente aprende com os amigos, mas depois é intuitivo

quando a gente tem o primeiro contato, vai mexendo, vendo como faz e como

desfaz

Pedro – eu fiz curso. Sempre tem curso depois desse primeiro e quando apareceu o

curso em caruaru, a gente errava, mas fazia.

Elaine – eu lembro de uma coisa: eram duas pessoas para cada computador porque

era muita gente e o computador era muito caro

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MIGUEL – AGORA GOSTARIA QUE VOCÊS FIZESSEM UMA AVALIAÇÃO DE

COMO NÓS USAMOS OS RECURSOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO A

TECNOLOGIA O USO DOS COMPUTADORES NO PROCESSO

ENSINO/APRENDIZAGEM AQUI NA UNIVERSIDADE? É UTILIZADO NÃO É,,

QUE COISA BACANA É FEITA, É BOM É RUIM. QUERIA QUE VOCÊS

AVALIASSEM. ESSE USO DAS FERRAMENTAS NO ENSINO DO DESIGN

Pedro – no meu trabalho eu uso mais texto extraídos de órgãos oficiais. Agora aqui

na universidade é assim: você vai fazer um trabalho sobre um determinado assunto,

como por exemplo o Prof. Manuel diz assim como se todo mundo soubesse e diz:

“faça ,. Muitos programas gráficos que a gente não está acostumado. Tudo bem tem

gente que entra aqui na Universidade e já trabalha com programas gráficos, mas

nem todos. Aqui na Universidade não tem um suporte para que aprendamos. Muita

gente não está preparado para isso e a dificuldade que senti foi essa. Porque você

habituado ao editor de texto, de enviar uma peça pela internet, mas aqui não jogam

você dentro d‟água sem saber se você sabe nadar ou não. O professor diz: você tem

que fazer isso e fala um vocabulário que você não entende então como você vai se

adequar a uma disciplina daquela sem um preparo . aqui na universidade você

pergunta para que aquela disciplina e simplesmente respondem que é para trabalhar

com gráfico

Elaine – você faz o vestibular, mas não tem um pré requisito para saber como agir.

As primeiras cadeiras é assim: quando você vai tem que saber no mínimo o corel e

mesmo que você não tenha mexido, nas primeiras cadeiras você vai usar até o fim.

Cláudio – é exatamente isso que eu vejo.

Denilton- verdade, você entra no curso,de início paga as cadeiras obrigatórias e

ainda exige muito que você tenha domínio de desenho. Quando chega no terceiro

período, que você tem que usar o autocad, você que nunca desenhou em 2D, como

vai fazer em 3D, sem um conhecimento mínimo. Meus amigos acham que deveria

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ter uma cadeira para que você aprendesse a mexer no programa e não ter uma

cadeira para jogar o trabalho e você se virar lá.

Elaine e Pedro –Exatamente como se você viesse para a universidade, com anos de

programa desse tipo.Isso atrapalha muita gente!

Pedro – tem gente que trabalha com isso há muito tempo e já tem essa

facilidade.mas o resto...,

Denilton – Olha um exemplo, nas matérias que tem 2D e 3D muita gente foge por

que ninguém sabe mexer nas ferramentas e nós não temos um apoio. Não devia ser

para jogar um trabalho e você se virar.eu mesmo só vou pagar essas cadeira lá para

o sétimo período

Pedro - exatamente

Elaine – Eu tenho vontade de aprender, mas você entra numa cadeira sem

conhecimento da ferramenta nem da matéria, como se você já tivesse amplo

conhecimento do assunto e da ferramenta e você entrar e saber que vai ter que

produzir bem que poderia ter uma espaço do tempo para que aprendêssemos o

programa , para ser reprovado depois, como você disse ...

Denilton – o ranking cai...

Luciana – sem contar também que é meio incoerente, por exemplo, como a questão

de moda, tem as disciplinas que você aprende a mexer na máquina, para poder

desenvolver o produto. Por que não você aprender o programa para poder

desenvolver seja lá o que for

Elaine – mesmo que fosse paralelo, que fosse noutro horário, tivessem esses cursos

paralelos e talvez contar só como carga horária...

Pedro – pois é teria acesso, sim porque estes estudantes que fazem estágio ou são

monitores, teriam em determinados dias e horários, para que quem tem dificuldade

com essas ferramentas, vir para se familiarizar e realmente aprender, porque nas

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aulas a pessoa sabe o que vai fazer, mas aí fica aquele negócio, joga e cara na

disciplina e nada...

Elaine – Por exemplo, em design tem muitos trabalhos em grupo que se divide o

grupo. Você sabe mexer no programa, então você faz a parte, os outros ficam cada

um com uma parte diferente, mas geralmente um ou dois é que vai mexer naquele

programa e os outros não aprendem. Então no final, aquele estudante que não fez

aquela parte está formado de uma forma consistente, que tenha base? Talvez ele

tenha dado boas ideias naquilo ali, quisesse projetar bem e não tem a habilidade,

não tem acesso ao conhecimento.

Pedro – quando você cai no mercado, o pessoal não está interessado no currículo

não. O mercado pede que você faça tal coisa...

Cláudio - exatamente

Pedro – aí começam as suas frustrações, quando sai daqui você chega no mercado

cai numa situação dessas. Como por exemplo, no de confecção, o pessoal diz: faça

uma peça naquela máquina e se a pessoa não souber e só sabe costurar numa

determinada máquina e não souber na outra, vai perder o emprego. A mesma coisa

pode acontecer com um recém formado no curso de design. Chega numa empresa,

cada um faz a sua parte, ninguém vai dar dica a você, você tem que chegar e fazer

ninguém vai fazer por você e aí?

Elaine – e acontece muita gente passar o curso todo até o final sem saber e sem ter

o domínio das ferramentas necessárias. E aí, o que vai ser desse profissional que se

formou na Universidade Federal de Pernambuco?

Denilton = ele não é culpado, ele entrou num curso, achando uma coisa e o curso

não apresentou as cadeiras que mostrassem a ele como mexer num programa aí

ele se forma sem saber, vai para o mercado...

Elaine – e como é que ele como um incapaz se formou? Como pode?

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Denilton – o problema é que o curso desses programas é caríssimo. Autocad é

caríssimo, custa R$ 190,00 é caríssimo!

Elaine – Autocad é o programa que eu tenho mais dificuldade

Pedro – e é o que mais você vê sendo utilizado. Na construção civil só é usado o

Autocad.

Cláudio – o discurso de vocês evidencia uma questão, que acredito todo mundo

concorda, que o uso de tecnologia nas disciplinas do professor para os alunos é

extremamente restrito. Acho que pouca coisa gente além de live line, de

computador, a gente vê o computador e o professor fala como se você já soubesse

trabalhar a ferramenta

Elaine – e assim, apenas com a indicação de um tutorial. Basta a indicação de um

tutorial prá você faze, mas nem sempre é assim.r

Denilton .- nem sempre tem tutorial prá tudo, o efeito que você quer, nem sempre vai

ter...

Pedro – tem ferramenta no editor de texto que você se pergunta e tem isso? É uma

ferramenta que você mexe há uma porção de tempo e você não conhece tudo, . Por

exemplo no word tem coisas que eu leio que é possível, depois eu pergunto a um

amigo meu aí ele explica. Eu tinha um trabalho para fazer com Sofia aí disse que

tinha uma forma de fazer e ela explicou. Eu sabia que podia mas não estava

lembrado como. Agora tu imagina um programa desses que você mexe com 3D,

quer dizer às vezes você conhece uma parte, mas um colega lhe explica que você

pode fazer assim... e você faz o rodeio maior do mundo para simplificar e aí você

sente a dificuldade. Um 3D, por exemplo, tem muita coisa por trás

Acho que foi contigo (Miguel) que eu estava conversando uma vez sobre um cara

que veio aqui e ensinou alguma coisa sobre um desses programas gráficos que o

pessoal ficou surpreso com a facilidade que o cara tinha com outras ferramentas que

o pessoal aqui desconhecia. É exatamente isso, se o pessoal começasse a

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socializar esse conhecimento seria bom prá todo mundo, porque uns sabem e outros

não.

Eu preparei, fiz um rascunho de um trabalho de Daniela aí falei pro Artur, bom, o

trabalho é assim Mandei prá ele e quando ele devolveu era exatamente o que eu

tinha dito, só que eu não sabia fazer. O Artur fez e até melhorou, dentro de minha

ideia, mas ele já trabalha com Isso..Arthur trabalha com isso ele desistiu por conta

de uma irregularidade contra a pessoa dele aqui na faculdade.

MIGUEL – O QUE O USO DA INTERNET O PROFESSOR TEM FEITO MAIS

CONCRETAMENTE PARA QUE ESTAS FERRAMENTAS SEJAM ACESSÍVEIS

AOS ESTUDANTES EM SALA DE AULA PARA CONTRUBUIR COM OS

ESTUDANTES PARA USO DE BLOGS, DE E-MAILS. O QUE ELES ESTÃO

USANDO. DE VERDADE MESMO, O QUE ELES ESTÃO USANDO PARA O USO

DA INFORMÁTICA QUESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, DOS

COMPUTADORES, DA COMUNICAÇÃO ONLINE.

Pedro – e-mails

Luciana – na disciplina e-marketing, eu não paguei não mas você pagou

Cláudio - é, os professores têm incentivado muito o uso da internet porque o

material é enviado por e-mail. Está acontecendo muito o grupo do Facebook onde

geralmente para cada disciplina está se criando um grupo onde são veiculadas

todas as informações se vai ter aula, cronograma, material, referência bibliográfica,

enfim, têm investido nisso. Na cadeira de e-marketing, que eu paguei com Sílvio ,foi

todo um projeto ligado ao web design. Pegar uma empresa do mercado que

sobrevivia sem o mercado virtual e criar para essa empresa, todo um projeto de

marketing, publicidade, design, para que ela se destaque no mercado virtual, que foi

muito interessante. De todas as cadeiras que paguei, foi a que mais exigiu e a que

mais incentivou nessa área de informática, de conhecimento tecnológico, porque

não é só abrir uma loja, é você criar um conceito de a que aquela loja existe num

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lugar onde você não pode pegar, você tem que convencer alguém, pelo que ele está

vendo, da forma que ele está vendo e convencer de que aquele produto vale a pena

ele comprar. Existe na internet gente que ainda não confia em comprar,apesar de

existirem grandes sites, porque não sabe se o produto vai chegar, falta

credibilidade, aí se divulga muito mais do que o produto que está sendo vendido...

Pedro – é porque tem muitas empresas que,,,

Cláudio – não cumprem com o prazo, não cumprem com a proposta

Pedro – aí se divulga muito mais do que o produto que está sendo vendido...

Eliane – eu tive problemas, não com a empresa, mas com os correios para entregar

isso. Cheguei lá prá reclamar que não tinha sido entregue e eles disseram que já

tinha sido. Então pedi que eles me mostrassem o documento com a assinatura do

recebimento e eles desconversaram que eu tinha que ligar prá um telefone, prá

passar a informação que não tinha recebido o produto porque eles não podiam me

mostrar, não podiam comprovar isso...então realmente fica uma coisa insegura

entendeu? E você fica com medo

Pedro - é porque a gente está habituado chega lá, pega essa mercadoria aqui ,

olhei, gostei aí pago a você e eu levo na hora (Elaine – justamente) quer dizer: não

tenho expectativa de receber alguma coisa. A expectativa é ali. Você já pegou e já

saiu. Quer dizer, falta seriedade nessas empresas e os correios também deixam

muito a desejar.

Cláudio – até porque você não está vendendo um produto na internet, está

vendendo um conceito, um desejo, algo simbólico, porque uma coisa é chegar na

loja, confortável, tá legal vou levar. outra coisa é você ver na internet, bonito, bem

iluminado, bem elaborado, maquiado, às vezes tem no rodapé: imagem meramente

ilustrativa

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MIGUEL - COMO VOCÊS ESTÃO O COMPUTADOR E A INTERNET HOJE .

VOCÊS USAM PRÁ QUE?

CLÁUDIO- eu estou utilizando prá praticamente tudo . Tanto na minha vida pessoal,

na minha relação com os amigos, para conversar com os amigos porque existem as

redes sociais para trocar ideias e adquirir informação, também como na questão do

trabalho. Todos os trabalhos até agora pelos quais passei, usei maciçamente o

computador, cada qual numa função diferente, mas para atender pessoas com o

mesmo fim. E na questão da vida acadêmica, eu fico observando que na vida

acadêmica é absolutamente impossível estar aqui sem um computador. Você

precisa pesquisar, às vezes você não tem acesso a comprar um livro, você pode

baixar um livro, tirar xerox e ter acesso ao conhecimento.

O seu plano de conhecimento mesmo, de ir buscar na internet e de estar antenado

co m o que está acontecendo porque as mensagens são muito rápidas e naquele

meio. Então eu uso tanto no pessoal, como no trabalho, como na questão de

estudos e adquirindo informação.

Elaine – no meu trabalho, no meu dia a dia eu não uso porque a saúde pública não é

informatizada. Quando você vê assim um computador numa instituição de saúde,

não passa nem da administração, nem da recepção o que e não quer dizer assim

necessário ou não lá dentro. É necessário se você tivesse fichas dos pacientes,

facilitaria muito, saber o que se passa lá dentro até para integrar os serviços dentro

do próprio ambiente de trabalho. É uma coisa que fica a desejar. Agora, a primeira

coisa que faço quando chego na minha casa, quando venho do meu trabalho é ligar

o computador para saber o que está acontecendo na faculdade, o que está

acontecendo com a minha família porque tem pessoas distantes em outras cidades,

mas assim, é primordial, é essencial para estudar, para pesquisar, prá estágios,

tudo, tudo...

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Denilton - eu uso para finalidades sociais, para interagir com meus amigos, se vai ter

aula se não vai ter, uso para trabalho acadêmico, trabalho pessoal e uso também

assim como rotina: logo de manhã, vou abrir tal site, tal site, Facebook, prá ver o que

está acontecendo. Todo dia sigo o mesmo processo e é uma coisa assim quase

automática. Faz parte já.

Luciana – parece até exagero, mas eu não vejo minha vida sem internet. Em tudo.

Na internet você pode reivindicar seus direitos você sabe o que está acontecendo

no mundo, vendo o que está acontecendo com sua família e sem contar que ela é

totalmente ligada, principalmente nos dias de hoje, na vida acadêmica, nos projetos

de pesquisa, tem vários projetos de pesquisa que foca na internet, principalmente

em relação à moda. Não me imagino não sem internet

Pedro - hoje na minha profissão a gente é obrigado porque os processos são

digitalizados .Na Justiça do Trabalho os processos só virtuais. Em papel, só os

antigos. Quer dizer: você tem que ter uma assinatura digital na justiça do trabalho e

na justiça federal . na justiça comum ainda não, mas logo logo... Tudo que você vai

consultar hoje em dia é muito fácil, antecedentes criminais, tem uma série de coisas

assim que você consegue na internet e antes você pagava. Tinha que ir a Recife,

agora você baixa, tal e você vê se a pessoa tem processos em outros estados, é

muito prático e pesquisar também por questões pessoais, descobri que no youtube

tem muitos documentários e hoje mesmo assisti dois muito bons mesmo. Aqui na

universidade mesmo, eu só me restringia a isso,mas agora eu vejo que tenho que

me conectar direto e não tenho como fugir disso e fazer como faz o Denilton, ter

uma programação para em determinado momento acessar e ver isso e ver aquilo

que eu não faço. Às vezes as coisas passam. Eu uso para algumas coisas, mas eu

devo usar para mais coisas, tanto essa questão aqui na universidade, mas no meu

trabalho é imprescindível.

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MIGUEL – SE VOCÊS PUDESSEM ELENCAR ALGUMAS COISAS PARA SEREM

TRABALHADAS COM A INFORMAÇÃO, A COMUNICAÇÃO, A INTERNET,

COMPUTADOR, DENTRO DA UNIVERSIDADE, COMO VOCÊS FARIAM, COMO

VOCÊS MEXERIAM NESSE PROCESSO DE ENSINOQAPRENDIZAGEM

DENTRO DA UNIVERSIDADE. VOCÊS ACHAM QUE O COMPUTADOR E A

INTERNET PODE SE ENCAIXAR DENTRO DA UNIVERSIDADE. GOSTARIA QUE

VOCÊS FIZESSEM UMA AVALIAÇÃO SOBRE ISSO.

CLÁUDIO – Acho que antes de mais nada todo mundo tem que ter acesso, por que

não adianta a universidade dizer, por exemplo, que as aulas vão ser todas virtuais,

quando nem todo mundo tem acesso e acesso sem fazer sacrifício, tem como você

estar lá, tem uma qualidade bacana, a informação vai ser passada prá você? eu

acho que no primeiro momento é verificar isso, fazer um mapeamento das pessoas

que têm acesso e as que não têm acesso, qual seria a alternativa para ter acesso. E

antes de mais nada acho que as aulas poderiam ser um pouco mais criativas, já que

existe esse mundo de possibilidades, o mundo virtual, que permite que você saia um

pouco do real ,prá fazer imaginar, estimular sua criatividade, já que a criatividade é

a peça chave para o designer. Não existe designer sem criatividade pois todos os

trabalhos que a gente vem fazendo, por mais metódico que seja exige de você uma

criatividade, para montar a informação, para apresentar a informação, acho que as

coisas poderiam ser montadas de forma mais criativa específica para o nosso curso,

o curso de design. Não sei como se adequaria para os demais cursos, não sei qual o

foco de pedagogia, o foco de economia, o foco de administração, mas tanto os

professores como a organização da universidade poderiam investir na questão de

como os professores podem fazer com que as aulas não sejam tão chatas,

principalmente aquelas que têm muita teoria e investir e possam passar aquilo

usando essas ferramentas, quais as alternativas, quais as metodologias.

Pedro – dentro do que você está dizendo, eu acho assim dar um curso grátis de

algumas atividades, por exemplo, você vai projetar algum móvel, por exemplo, aí um

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curso de marcenaria eu acho extremamente necessário, um curso grátis da internet,

por exemplo porque aí você sabe se aquele projeto seu é possível ou não. Não

adianta você dizer que vai montar essa estrutura aqui e o profissional dizer não dá

não por isso e isso, acho que a universidade devia disponibilizar esses cursos em

vídeo porque ai você vai entrar numa área que você conhece pouco, mas é uma

coisa que te atrai. Quer dizer, você vai buscar. A universidade deveria disponibilizar

tanto esses cursos para mexer Autocad em vídeo, já que se não quiser colocar

monitor ou estagiário, tivesse na internet porque aí você saberia . está lá o link e

você ia acessar e escolher o curso que quisesse e você iria fazer normalmente. Não

só essa questão de curso, como também (é curso também), para mexer em

programas que a gente vai usar.acho que é uma coisa que a universidade devia

disponibilizar. Em casa mesmo você ouvia a explicação, não entendeu, volta e fica

até melhor porque na sala de aula a gente pergunta uma coisa uma, duas vezes, o

professor já fica meio assim e você nota que...em vídeo não porque você volta e vê

de novo, aí você entende e tira a dúvida. Quando você está lendo e não entende,

você não volta e lê novamente? Aí se tivesse isso disponível prá gente podia ser um

dos caminhos prá resolver estas questões de dificuldades que a gente tem nas aulas

que já se utiliza a tecnologia.

Elaine – eu acho que uma alternativa seria a interação deste educador , em horários

alternados e paralelos, de alunos que sabem um pouco mais que os outros, e que

aquilo ali entrasse no currículo dele como uma espécie de monitoria, como tem no

curso de Eduardo, de desenho de observação que ele faz em conjunto com o

professor. Aquilo ali é instigante porque nem sempre um curso que você está vendo

ali na internet, tem todas as manhas (Pedro:: macete tradicional) e às vezes tem

caminhos mais simples ali que uma pessoa que entende daquilo ali vai facilitar, prá

você tirar dúvidas, coisas do tipo. Um tipo de acompanhamento tipo do que você

(Pedro) propôs. Uma pessoa que tivesse uma disponibilidade, à parte do que você

do que você está estudando em casa, talvez ele não fosse dar aquela atenção

integral, mas fosse um tira-dúvidas sobre o que você aprendeu.

Pedro – é isso é importante

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Denilton - uma amiga minha do curso de matemática aqui da UFPe estava falando

que monitoria em determinadas cadeiras, ela pode vir de segunda a quinta feira

porque tem monitoria. Mas ela tem e quem não tem monitoria? E a gente tem

monitoria de que? Por exemplo, você quer mexer no Autocad e fazer um projeto de

sustentabilidade. Como é que você vai fazer um projeto se você não sabe nem o

que é um Autocad! Muita gente sai do segundo período de uma cadeira complexa

que não sabe de nada, reprova. Porque não vai ter curso para informá-lo, orientá-lo,

para mostrar como se faz.

Luciana – eu acho que aqui principalmente, não sei os outros cursos, mas colocando

design, informação tem, está jogando muita coisa, acho que material a gente tem.

Acho que o que a gente precisa é estudo sobre isso. A gente estava pesquisando

sobre isso, sobre a influência do Facebook e a questão da moda dentro do próprio

Facebook e dentro dos vários aplicativos de celulares sobre a moda e concluiu-se

que a gente não precisa estar vestindo a roupa para saber o que é moda, eu acho

que a gente precisa é de projetos, de estudos que façam a gente entender se pela

semiótica, porque é tudo muito aleatório. Eu acho que agente precisa de estudos, de

projetos , de informação do professor e que os alunos estejam mais conectados.

MIGUEL – QUE FERRAMENTAS DA WEB OU COISAS DA WEB PODERÍAMOS

TRAZER PARA A SALA DE AULA. PODE DIZER NOMES, QUALQUER COISA

QUE SEJA DE INTERÊSSE DE VOCÊS. SEJA BLOG, SEJA FACEBOOK, SEJA

UM CANAL DE FERRAMENTAS, O STREAM, QUALQUER

COISA.INTERESSANTE NA INTERNET

Luciana - fashionista, que foi sobre o meu artigo. Fashionista é um aplicativo do

Facebook que você vai colocando roupas, vai colocando roupas . é um monte de

petiz, são meninas, adolescentes, que vão colocando roupas. Você não as

conhece. Elas vão colocando roupas, elas são de diferentes tipos, você não sabe se

são pobres ou ricas e elas vão colocando roupas e você sabe o estilo delas, você

sabe que ela curte rock, você sabe tudo delas e ali elas só compartilham roupas.

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Como você sabe o estilo delas, apenas você tem que fazer estudos sobre uma

pessoa, sobre a moda, só no perfil dela e você faz o estudo sobre a moda só no

perfil dela. Não fala em vulnerabilidade, eu estou falando agora, mas quando você

sabe do estilo da pessoa, do perfil dela que você conhece pelo perfil do fashionista

dela.

Cláudio – isso se restringe somente a moda ou é uma questão comportamental?

Luciana – porque moda é comportamento né?

Cláudio – eu não tenho assim uma ferramenta

Pedro – eu também não

Cláudio – porque eu uso o tradicional, não uso nada além do convencional, não

tenho em mente uma ferramenta x prá gente debater sobre ela como alternativa

porque eu acho que toda e qualquer ferramenta é válida, até mesmo como o e-mail

é válido da forma como é usado e que tem salvado muita gente que mora em outra

cidade e vai dar uma viagem perdida porque aconteceu algum evento, porque eu

acho que toda e qualquer ferramenta é bem válida porque a internet facilita essa

comunicação porque às vezes não se pode ligar

Denilton – o Facebook, quando você está fazendo um trabalho em grupo com

pessoas de outras cidades, que você fica enviando partes do trabalho para você

juntar

Pedro – agora uma coisa assim que eu gostei e estou gostando de mexer, porque

me atrai é o youtube, porque tem muitos documentários, muitos vídeos e acho que

coisas daqui podemos colocar lá porque quem não viu aquilo está disponível ali

quantas vezes você quiser . eu estava vendo um curso de marcenaria que estava

mostrando umas formas de junção de madeira, explicando tudo direitinho e você

aprende. De vez em quando volto prá ver de novo, não tem como você não

aprender.

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Cláudio – eu já pensei de as aulas serem gravadas mas teria que ter um canal

oficial para onde fosse este material. Eu já pensei nisso. É uma ferramenta porque

às vezes você falta a aula (Elaine: legal) e não tem como recuperar. Às vezes você

pode conseguir o que foi anotado, mas o que foi oral, que é o que realmente fica,

você perdeu.

Elaine – eu penso assim: se existir uma cadeira como a de Tony, que eu paguei, de

materiais e produtos, para desenvolver um modelo de baixa e alta complexidade, as

aulas pelo menos as básicas, aquelas do início, porque senão você vai entrar na

cadeira e pelo youtube você já vai saber a cadeira, também não é assim, não é

legal, você faltar e vai ter a aula. Eu acho assim: as aulas básicas principalmente, o

passo a passo daquilo ali, mesmo que sejam intercalados e que você veja a

necessidade de realmente estar lá, e você pode ver as experiências de cada

pessoa, um trabalho que fulano desenvolveu, como foi feito, como começou, como

foi o final tá entendendo? Prá você ter a ideia do que é. Daquilo ali e para você

aprender com as experiências das pessoas, porque geralmente a gente troca as

experiências na própria sala. Poucas pessoas você conhece que pagou aquela

cadeira ali e também é uma das falhas que acho é quando você vai optar por uma

cadeira, você fica numa dúvida e você não sabe se aquilo é legal ou não e você

pergunta a uma pessoa, pergunta a outra, uma gostou a outra não gostou. Eu acho

que é muito difícil você escolher uma cadeira aqui.. com esses vídeos que o Pedro

estava falando você vai ter uma noção, pelo menos algumas aulas daquela cadeira

e você usar aquilo ali para você escolher se você quer pagar, se você não quer.,

Um resumo, isso, como disse o Denilton e que também vai ajudar.

Pedro – Tem muita coisa assim, pessoas de fora, porque a proposta das

universidades é que haja uma interação, ou seja compartilhar com a sociedade o

conhecimento que se desenvolve aqui dentro porque é uma forma de retribuir à

sociedade os impostos que ela paga e financia toda a nossa estrutura aí pessoas de

fora teriam acesso também a essas informações e até se comunicar com a gente

para tirar dúvidas e até estimularia para receber estagiários, prá transferir essa

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tecnologia para o pessoal, hoje em dia, como essa questão da disciplina, você vai

pagar uma disciplina e como é que isso?

Elaine – você fica na dúvida. Bom eu não sei se eles iam concordar com uma rede

aberta como o youtube, porque aí todo mundo pegava as aulas e quem não

conseguiu ter acesso pelo vestibular, vai fazer o curso completo sem prestar

vestibular. Se não for assim, pelo menos uma rede interna, o que facilitaria muito

Pedro – facilitaria bastante. Só esse negócio de mexer em programa, seria uma mão

na roda porque você paga tal disciplina, você tem que saber isso. Você vai e

começa a mexer e quando for pagar a cadeira você chega de uma forma mais leve e

você consegue desenvolver sem estar perdendo tempo.

Elaine – algumas podem até anotar como a solução do problema os grupos, mas

você está dentro da disciplina e você está trocando ideias com quem está com

dúvidas igual a você, não é verdade? Não é com quem já fez a disciplina completa,

já passou, já teve a sua nota e tal.eu acho que falta facilitar a informação porque a

ementa quando você lê para, não é nada do que esperava. Isso acontece muito e às

vezes você se vê no meio de uma cadeira e ser obrigada a sair,aliás, a pagar ela

até o final só para não ter um prejuízo, mas não vai fazer o que queria, o que gosta.

Pedro – é feito aqueles manuais de equipamentos eletrônicos. Você lê, mas não

consegue entender aí aparece alguma pessoa que já mexe e diz: é assim. uma

coisa tão simples que você se aborrece. É um texto deste tamanho, que você lê, e o

pessoal usa tanta linguagem técnica que quando chega no fim está pior do que

quando começou a ler. Às vezes criança faz: é assim ó... e você vai ver que é uma

coisa tão simples e o cara complica tanto. A gente vê muito;.

Elaine- às vezes através de um vídeo , através de uma conversa você , por exemplo,

eu conheci você através de um momento de uma conversa. Pedro é legal, é um bom

amigo, às vezes você pode avaliar até um professor se você vai ter afinidade com

aquele professor, o comportamento dele na sala, o entrosamento, pessoas que já

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pagaram aquela cadeira se gostaram da interação entre ele e a turma, se você quer

mesmo entrar naquilo ali né? Uma experiência...acho que seria válido.

MIGUEL – VOCÊS ESCUTAM MUITO RÁDIO?

Pedro – não, não tenho tempo.

Cláudio – eu era viciado em rádio. Hoje não, pela falta de tempo, mas eu lembro que

era minha rotina. Como o Denilton corre e abre o Facebook, eu corria e ligava o

rádio, antes de escovar os dentes, antes de tomar café, era a primeira coisa: ligar o

rádio, que ficava ligado até... Lembro que eu colecionava músicas naquelas fitas

cassetes que eu colecionava para ter acesso àquelas músicas. Hoje eu estava

escutando. As rádios são totalmente diferentes, na época que eu escutava, existia

uma diversidade muito bacana, agora é rádio prá Rock, rádio prá MPB, rádio prá

Forró, rádio prá Reggae, mas eu me lembro que havia uma diversidade que passava

MPB, Rock, Na época que eu escutava era tudo misturado, mas agora é limitado e a

questão não é que seja forró, nem que o forró seja ruim, mas você deixa de

conhecer outras coisas e limita. O que a gente sabe é que existe uma banalização

que tem ganhado a mídia é a banalização, sem a mínima preocupação com

qualidade, sem estimular o pensamento

Pedro: mas isso é intencional

Claúdio – Eu sei que é só prá vender!

Elaine – Prá manter a sociedade alienada, acredito nisso

Cláudio – não acredito que seja algo involuntário.

MIGUEL – QUANTO TEMPO VOCÊS ESCUTAM DE RÁDIO POR DIA?

Pedro – eu não ouço rádio

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Cláudio – eu não ouço rádio

Elaine – eu escuto rádio no trajeto para o trabalho.

Pedro – quando estou no trabalho, coloco Cd ou escuto o site Vagalume

Cláudio – até porque a rádio não está legal e na internet você escuta seu estilo, a

música que você gosta e não é obrigado a escutar aquilo que você não gosta.

MIGUEL – NINGUÉM ESCUTA PODCAST?

Elaine – o rádio prá mim ainda traz as primeiras notícias da manhã

Pedro – ah sim, no trajeto do trabalho porque quando você liga a internet, aparecem

aqueles sites de notícias

MIGUEL – E PODCAST?

Pedro – o que é isso?

MIGUEL – NINGUÉM ESCUTA PODCAST

Cláudio – é uma banda?

MIGUEL – E TELEVISÃO?

Pedro – televisão... fico tanto tempo sem ver. Às vezes ligo para me atualizar, mas

só internet mesmo. Às vezes quando passa um filme que eu me interesso, eu

assisto, mas eu prefiro um genérico que eu assisto quantas vezes quiser.

Denilton – eu assisto filmes, seriados,

MIGUEL – NA TV PAGA?

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Denilton – não na TV aberta mesmo. A televisão prá mim funciona mesmo como

pano de fundo. Eu estou na internet ou fazendo um trabalho e ela está lá atrás

APENDICE E – GRUPO FOCAL COM ESTUDANTES DE PEDAGOGA

Transcrições dos grupos focais

Grupo focal com estudantes de pedagogia, realizado com estudantes dos períodos

iniciais.

Obs: Os nomes citados são apenas ilustrativos não correspondendo

necessariamente aos nomes reis dos participantes do grupo focal.

MIGUEL - (Mediador/pesquisador) Como vocês conheceram a internet, como

vocês se depararam com essa ferramenta, queria que vocês dissessem o

tempo que vocês conheceram a internet ?

... eu acho que fazem uns 6 a 8 anos e os primeiros contatos foram mais por

curiosidade depois por necessidade aí comecei sem saber, mexendo e descobrindo

as coisas. Depois com a entrada na faculdade, por necessidade, algumas coisas me

foram apresentadas por pessoas que sabiam e as outras foi mesmo mexendo

Eu queria saber a idade, para saber o tempo que vocês começaram

...eu acho que com uns 12 ou 13 anos.

Cícera - eu acho que na sétima série, mais ou menos uns cinco a seis anos, por

curiosidade também e depois trabalhos da escola, essas coisas

Adriano – no meu caso, a internet surgiu assim num curso de informática mesmo. Eu

tinha assim uns 18 anos e estava terminando o segundo grau, então foi muito tarde

mesmo, mas eu comecei a usar a internet a meu favor A professora enchia o

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quadro todinho, eu achava o nome do texto e copiava todinho e mostrava a

professora e dizia vou fazer a prova. ..............

Todo mundo estava lá copiando e eu lendo já com o texto na mão e isso me ajudou

a ganhar tempo

Jeferson – eu conheci a internet em 2004, eu estava na oitava série e tinha 14 nos.

Eu estudava numa escola de referência e lá tinha aula de informática que abrangia

o uso da internet e utilização do computador.

Kelly – o meu primeiro contato eu estava na sexta série e estava com 12 anos e

também foi na lan house para fazer trabalhos. Umas amigas me chamaram e eu

usava para diversão e para fazer trabalhos.

Adriel – no meu caso, meu primeiro contato com a internet, não faz muito tempo,

creio que faz uns cinco anos, prá questão de entretenimento, diversão naquela febre

do Orkut, todo mundo criando o seu e eu queria criar o meu. Depois eu fiz um curso

básico, aí eu fui me aproximando mais e mais e também para desenvolver alguns

trabalhos da escola, trabalhos no word, excel, etc., enfim, hoje eu digo com

sinceridade, que sou muito dependente como todos aqui. A gente é muito

dependente da internet, pelo fato da gente estar aqui sempre fazendo trabalhos,

pesquisas.

Vanusa – no meu caso, acho que há uns 10 ou 11 anos, eu estava na terceira ou

quarta série, meu pai mexia muito no computador e lá em casa era aquela internet

discada, eu comecei a mexer, ia atrás de joguinhos, de botar roupinhas em boneca

aí depois eu comecei mais a usar na escola prá trabalhos. No início mesmo foi mais

entretenimento.

Camila – meu primeiro contato eu tinha mais ou menos uns nove anos, não dez,

onze anos e foi mais por necessidade. Também assim, a febre do Orkut que eu

também tinha, depois fui tentando descobrir as coisas, algumas o pessoal ensinou,

outras fui tentar descobrir, pesquisar, desenrolar.

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Adriano – a internet quando peguei pela primeira vez,o professor disse: vocês vão

criar o email de vocês. Então a primeira coisa que fiz foi criar o Hotmail e o

Messenger. Todo mundo tinha Messenger, depois surgiu o Orkut e eu encontrei

gente que eu pensava que não existia mais, ... em São Paulo. Aqui no Campus do

Agreste eu fui o primeiro a começar a usar o Facebook na minha turma. Então no

Facebook, não tinha ninguém lá. Eu dizia vamos usar o Facebook e o pessoal dizia

“não gosto não. Só tem aquela cor azul”. Aí com o tempo você percebe que era

muito mais fácil de ser utilizado. Você abre e está tudo lá. O que o pessoal está

fazendo, o que curtiu, tudo. No Orkut não, então era mais fácil saber o que o pessoal

estava fazendo, no Facebook. Se o cara curtiu um trabalho qualquer coisa tá tudo lá.

Camila – e agora tem aquele negócio da carinha. Fulano está sentindo alguma coisa

e aparece a carinha. Como você está se sentindo você bota lá e todo mundo fica

sabendo

Na opinião de vocês o que mudou com a internet? O que era antes e o que é agora?

Adriel – eu penso que a internet trouxe a praticidade que o cotidiano exige. Hoje em

dia as coisas são muito rápidas, muito instantâneas. Imagine que a gente tem que,

por exemplo, digitar trabalhos numa máquina de datilografia, ou então

transcrevendo. Então eu acho que a internet trouxe a necessidade instantânea que o

dia a dia exige da gente.

Vanusa – eu acho assim, facilitou a pesquisa porque a gente tinha que estar

buscando nos livros, procurando no dicionário e a gente procurando na internet, tudo

que a gente quer a gente encontra na hora

Camila – até assim pergunta de ... quem nunca fez uma pergunta daquelas

provinhas na internet? Você joga a pergunta e acha a resposta na hora. Tudo ficou

muito mais prático, ele encontra pessoas que nem lembrava que existiam mais,

torna mais próximo das pessoas

Jeferson – a internet aproximou, como no caso dele e no caso da maioria. Eu tenho

assim amigos que estudaram comigo que moram na Espanha e eu tenho contato,

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converso, então é essa questão de aproximação mesmo e de facilitação de nosso

cotidiano do nosso dia a dia. Principalmente aqui na universidade.

Kelly – eu acredito que a internet trouxe uma nova cultura digital, ela trouxe também

um lado bom e um lado ruim porque nem todos estão incluídos e por isso houve

exclusão na sociedade. Claro que ainda está muito avançado, todo mundo pode ir

numa lan house, só que ainda existe um grande número de pessoas que não

manuseiam, que não utiliza e quem não utiliza fica excluída.

Adriel – eu queria pegar um pouco da fala de Kelly para falar de um fato negativo

que a internet também trouxe. Se por um lado ela aproxima as pessoas como

Jeferson falou, por outro como Kelly falou ela marginaliza, porque exclui uma certa

parte das pessoas, também eu penso que ela aproximou as pessoas virtualmente,

mas esse contato pessoal, se a gente analisar a gente perdeu muito, porque muitas

vezes , por exemplo eu moro aqui, minha família é de Belo Jardim e eu fico aqui em

Caruaru, dois três meses sem nem ir em casa. Quando eu estou com saudade de

minha mãe eu ligo prá ela, ela não tem Facebook, mas eu ligo prá ela e tal, ou seja,

se a tecnologia aproximou de uma forma, distanciou de outra.

Adriano – dentro de casa mesmo, muitas vezes é mais agradável conversar com

uma pessoa no Facebook do que com uma pessoa que está perto. Por exemplo,

minha mãe está aqui e eu estou falando com uma pessoa no Facebook e aquela

pessoa está mais perto de mim do que minha mãe.

Todos concordaram

Kelly –isto não é um ponto bom. Não é um ponto positivo porque vai quebrando

aquele laço familiar e vai distanciando as pessoas. Eu acredito, claro, tem o lado

positivo, mas o negativo também

Adriel - Sem a gente falar também nos escândalos que estouram aí na internet.

Fulano tirou a roupa e mostrou não sei o que e mostra lá a foto. Tudo isso também,

a gente tendo Facebook ou Twitter ou o que quer que seja, acaba esquecendo que

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aquilo ali é publico e você acaba expondo coisas muito pessoais e acaba se

constrangendo depois

Opiniões entre eles

Adriel – pode ser até que dê sorte, jogar brilhos, mas tem gente que está fazendo

por brincadeira. Joga brilho de tudo quanto é jeito prá ver se dá ibope e você ser

chamado para um programa, e se por um lado pode lhe dar sucesso, por outro pode

acabar com a sua reputação.

Todos concordaram

Adriano – uma coisa se pode perceber é que a internet, ela acaba te controlando.

Você não tem nada prá fazer então vai para a internet não tem o que fazer no dia

então vai prá lá. O vicio da internet você não percebe, mas está lá o dia todo.

Discussão entre eles

Adriano – são nove da manhã, daqui a pouco são nove da noite e você nem percebe

Camila – antigamente quando não tinha internet, a gente andava de bicicleta,

passeava com uma amiga, ia na pracinha, conversava na calçada, hoje em dia não.

Conversar no face, no twiter, no celular, aí você passa o tempo todo ligado na

internet.

Adriano falou dos jogos e disse: ninguém mais joga na rua

Todos concordaram

Kelly – eu acredito

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MIGUEL - Quando vocês compraram o primeiro computador como foi essa

aquisição? Foi barato, em que época aconteceu essa compra desse primeiro

computador?

Camila – o meu foi quando eu tive contato com a internet. Minha mãe comprou, não

foi tão barato, mas não era uma coisa absurda. Era um computador de mesa com o

monitor que tinha uma barriga atrás, quando eu tinha mais ou menos 10 11 anos. Eu

passei um bocado de tempo com ele, que era ótimo e fazia tudo que eu queria.

Depois eu troquei por notebook porque eu não morava aqui e prá viajar não podia

trazer o coitado, o bichinho, então eu troquei pelo notebook em 2009, antes da

universidade, aí o coitado está lá estragado e tem que comprar outro..

... faz uns 3, três anos e meio, aí quando eu entrei na universidade, pela quantidade

de textos, e para facilitar, comprei um notebook. Agora quero outro. Agora

computador comprei há uns 3, 3 anos e meio mais ou menos

Cícera – minha aquisição foi ano passado, pela necessidade da universidade

mesmo, porque você sem um computador aqui, você não sobrevive. Mas antes era

na lan house. Tudo que precisava era na lan house mesmo

Adriano – eu gastei muito dinheiro com lan house. Meu primeiro computador eu

comprei com um ano depois que eu comecei a trabalhar porque minha família nunca

teve condições financeiras para comprar um e já estava na universidade. Prestei

concurso, e passei no vestibular e me orgulho muito disso, e foi a primeira coisa

que eu fiz. Juntar dinheiro para comprar um computador. Comprei como o dela,

aquele da barriga grande e prá mim foi uma grande novidade, passava o dia todo só

que as coisas andaram muito rapidamente, comprei o meu, aquele modelo antigo, aí

apareceu um LCD e agora eu comprei um notebook há uma dois anos, mas

infelizmente eles são mais vulneráveis do que os outros computadores. Apresentam

defeitos ...

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Camila - o meu também, ele tem uns 4 anos mas o bichinho já caiu, ele só vive no

carregador e não pode sair da tomada senão... porque minha prima derrubou, o

outro mexe, tem nada não...

Adriano – hoje eu tenho um notebook que só pega na tomada como e dela e

também comprei um tablet, um iphone porque tem recursos e é mais fácil de

carregar. Eu acabei dependente da tecnologia porque eu quero ficar antenado e

tenho contato com outras pessoas de outros estados de Recife, Alagoas, Paraíba,

pessoas que trabalham no ramo da escola de libras, que é o que eu faço. Então se

eu não tiver tecnologia o que é que eu faço? Fico fora do ar

Camila – ontem mesmo, não anteontem, se eu não tivesse conectada pelo

Facebook, eu não saberia que não ia ter aula, ontem não, anteontem.

Adriano – já aconteceu de eu ter vindo para a faculdade, não ter aula e por não estar

conectado no Facebook eu não vi. Hoje em dia, quando estou no meu trabalho, meu

Facebook fica aberto o dia todo mesmo que eu não faça nada. De vez em quando

dou uma olhada e volto para o trabalho. De meia em meia hora dou uma olhada e

volto para o trabalho. O engraçado é o seguinte: no telefone quando chega uma

mensagem ele apita né? No Facebook não. Devia ter um toque de mensagem, devia

ter isso.

Jeferson – meu primeiro computador foi em 2008 não foi tão barato, mas também

não foi tão caro e eu o utilizo até hoje, mas eu pretendo comprar um notebook.

Minha irmã tem um tablete, que é do governo do estado, que das escolas de

referência. Meu computador eu comprei uns dois anos antes de entrar na

universidade

Kelly – meu computador tem uns dois anos, imediatamente quando entrei na

universidade. Aí eu estava sem internet e o computador só não resolvia e tudo eu

tinha que ir na lan house e a gente perde muita coisa, então agora botei na internet

e estou conectada.

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Adriel – no meu caso fazem poucos meses que eu comprei o meu notebook e antes

quando eu precisava fazer alguma coisa eu ia na lan house. Faz pouco tempo, muito

pouco tempo e eu já estava na universidade.

Vanusa – no meu caso fazem 11 anos meu pai tinha trocado um vídeo cassete na

ocasião, a gente ainda passou um ano com ele, mas depois comprou outro, depois

mais dois computadores, agora a gente está com um Led, eu tenho um netbook que

ganhei do governo do estado e tenho um notebook

Como vocês aprenderam a mexer no computador, na internet?

Adriel – espontaneamente

Todos falaram ao mesmo tempo: assim vai volta, desmancha o que fez, ...

Adriel – no meu caso eu aprendi primeiro mexendo, depois fiz um curso básico para

adquirir uma base melhor de como pesquisar

Vanusa – eu comecei com meu pai. Eu tinha 7 anos e Como eu não sabia mexer ia

lá perguntava, mas para aprender mesmo, tive orientação

Adriano – eu acho o seguinte: prá gente mexer em tecnologia depende de sua

geração. Por exemplo, eu tenho 29 anos e quando comprei o meu iPhone há 4 anos

e eu tinha ele até ano passado. Meu sobrinho de 3 anos me disse: tirei uma foto sua.

Prá ele foi tão fácil e eu demorei mais de um mês para conseguir descobrir as

funções e ele achou rapidinho a ferramenta de tirar foto, ou seja, se eu pegar um

notebook e deixar meu sobrinho que hoje tem 5 anos mexer, eu tenho certeza de

que ele vai descobrir coisas a mais do que eu sei. Porque prá mim, na idade dele,

era interessante um carrinho prá ele não, o legal é um computador .isso é que é

legal prá ele, pra geração dele. Hoje, quem tem 70 anos de idade, não quer nem

saber de computador. A minha mãe, por exemplo, não sabe ligar DVD e ela já tem

há mais de 5 anos e não sabe mexer nele. A tecnologia é facilidade conforme a

geração da pessoa.

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Jeferson – meu primeiro contato com a internet foi assim naturalmente. Eu

pessoalmente aprendi e após fiz um curso básico de informática.

Kelly – já eu aprendi com pessoas me ensinando porque eu fiz um curso básico de

informática gratuito, mas o professor só sabia contar a história da vida dele, aí no

caso o que ele estava me ensinando eu já sabia e o que eu queria aprender ele

dizia: mais prá frente vai ter essa aula. Excel mesmo não teve, só ficou no Windows

e contando a história da vida dele só. Terminou o curso e eu aprendi com as outras

pessoas.

MIGUEL - Eu queria que vocês fizessem uma avaliação de como usamos a

tecnologia da informação no processo ensino aprendizagem aqui na

universidade. Se é utilizado se não é. Os usos positivos os negativos. Queria

que vocês fizessem uma avaliação desse processo no ensino aprendizagem

aqui na universidade.

... eu vejo como positivo. O pessoal da minha turma fica todo mundo conectado.

Minha sala parece uma lan house. Todo mundo com seu notebook. Se tem alguma

resenha, algum trabalho para apresentar aí alguém comenta que não entendeu

então alguém vai lá no Facebook e diz qual o livro que vai te ajudar. “Lê tal resenha”

e envia o livro, porque antes se fosse para apresentar o livro a outra pessoa, teria

que pegar o livro e demoraria porque às 2 horas da manhã ninguém vai estar

levando livro. Se prepara o trabalho e pede a alguém para dar uma opinião a

respeito do assunto . eu vejo como muito positivo, principalmente para o nosso

curso, pela quantidade de livros que a gente lê e quantidade de textos que

produzimos.

Camila – eu concordo com ela. A quantidade de informação que a gente tem que

adquirir e que deve estar atento, é muito útil. Muitas vezes a gente tem vários

exercícios para fazer e a gente pergunta fulana não entendi essa pergunta e ela diz

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não, pergunta a fulana que ela fez e existe uma partilha. É muito bom é bem

utilizado

Cícera - dependendo das orientações que os professores botam no quadro, sempre

tem alguém que vai lá tira foto e posta. Ninguém copia

Camila – ou então o professor manda por e-mail . posta no e-mail, posta no face aí

fica tudo mais fácil.

Jeferson – ou seja, facilitou a vida do estudante, do professor para as atividades,

pois o prazo é curto, então a rede social incluindo o mecanismo da informação

ajudou e muito nesse ensino aprendizagem

Kelly – e até para nos informarmos de congresso, para participar, que os

professores estão sempre postando, convidando e às vezes com tanta correria, com

tantos trabalhos e projetos para fazer se a pessoa não estiver dando uma olhadinha

no Facebook , a pessoa acaba perdendo, porque às vezes estamos tão apressados,

tão carregados que a gente nem olha o mural e à noite, a gente antes de dormir vai

lá, dá uma olhadinha e fica sabendo de tudo. Faz a inscrição rapidinho pelo e-mail e

facilita muito. 28.16

Adriano – os grupos que foram colocados no Facebook facilitaram bastante em

termos de coleta porque pelo fato de aqui na universidade termos colegas de várias

cidades não dá para fazer um trabalho em grupo, fica difícil e através do face fica

fácil você postar textos, arquivos e você pode estudar também o que facilita muito a

nossa vida

Vanusa – tem a discussão quando você tem alguma dúvida num texto você pede a

opinião de alguém pode debater. Eu me lembro que num email para o grupo, você

junta todo mundo e lá você pode debater. Mas é tudo muito bom, mas você tem que

ter um esclarecimento para você não chegar na aula sem ter entendido o texto que a

professora passou. Você está lá no grupo conversando e pergunta sobre as partes

que você não entendeu. Prá mim é útil

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Camila - essencial

Adriel – só complementando o que vocês disseram sobre a correia do dia a dia e

como é útil essa comunicação que a internet traz prá gente é tão importante porque

nós não precisamos estar atrás da comunicação ela chega prá gente, na nossa casa

(alguém: no nosso celular). Então eu penso que é muito positiva essa questão

O que os professores fazem de concreto para tornar mais accessíveis estas

ferramentas? Estas tecnologias de informação e comunicação na aula são utilizadas

pelos professores através de blogs, e-mails, o que realmente funciona na aula com

essas tecnologia de informação e comunicação?

Camila - o e-mail essencialmente. A professora mostra um slide e ninguém quer

mais copiar ou tira a foto e posta no face ou então a professora manda pelo e-mail

Vanusa – o PRAC, ela sempre DESENVOLVE atividade, ela coloca orientação para

memorial, sempre no e-mail, porque tem sempre alguém que não consegue acessar

o PRAC...-

Jeferson - numa eletiva que eu participei, aliás nós participamos, a gente debatia

os assuntos daquela aula ao longo da semana no grupo, através do Facebook. Foi

muito interessante, bastante proveitoso e todo mundo participava. Foi muito

proveitoso.

Adriano – eu participei de um curso de extensão de ciência, com a professora Ana

Sartori. Tinha a aula presencial e à distancia. Eram 30 horas presenciais e 30 à

distância. Foi desenvolvido um blog. Ela dava um texto e vinham os debates das

várias opiniões. Foi muito rico e proveitoso porque logo no início. Trabalhamos numa

plataforma colocando nossa opinião e ouvíndo a opinião de outros colegas e ela

colocava a opinião dela e o que ela queria que fosse debatido. Depois outro

professor começou a usar o Orkut com uma interface e agora nós estamos

adaptando o Orkut para trabalhar como plataforma educativa. O face, Orkut blogs,

podem ser adaptados para nós . tudo isso facilita a integração entre alunos e

professores, mas os professores têm que estar abertos às novas tecnologias,

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existem alguns que não gostam de usar quando eu entrei aqui no campus, existia

muita resistência por parte de alguns professores, principalmente em relação ao

Facebook, tanto é que nos nossos laboratórios era bloqueado o acesso ao

Facebook e agora se começou a permitir.

Kelly – uma coisa que observei também é que os professores indicam sites como o

sielo, o capes, para dar entrada nos trabalhos nos projetos

Eu queria saber como vocês estão usando a internet. Como é o seu dia em relação

a internet que vocês descrevessem como é que se dá o seu uso de internet no dia a

dia.

Kelly – o meu uso é sempre quando posso porque meu tempo é bem corrido

mesmo com trabalho, família, universidade e várias coisas.

Jeferson – eu uso todos os dias, de manhã, tarde e noite, mas eu não fico o dia todo

e quase sempre off line, pela questão de comunicação com os colegas, se tem aula

se não tem, trabalhos que a gente tem que fazer e entregar se tem aula senão tem e

tudo é feito pelo Facebook.

Adriel – no meu caso eu entro mais à noite quando eu volto da universidade, mas

não é todo dia porque quando a coisa aperta mesmo aí a gente não tem tempo de

ver essas coisas não . mas não é constantemente que eu uso a internet não

Kelly – principalmente porque quando a gente entra na internet, no Facebook, a hora

voa. A gente vai dar uma olhadinha e se for conversar com alguém aí sim e como o

Jeferson estava dizendo ele fica off line porque se ele ficar on line tem muita gente

para conversar e se perde muito tempo.

Adriel – é muito atrativa a dinâmica da internet. Ela acaba lhe atraindo tanto que o

tempo passa e você passa 5, 6 horas e você não se dá conta.

Camila – meu celular passa 24 horas conectado e tudo que se passa eu olho. Não é

que eu fique olhando o tempo todo, mas de vez em quando eu olho, sempre vejo se

alguém diz alguma coisa, sempre recebendo um what‟s, alguma coisa, mas é todo

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dia, toda hora, todo momento. Quando eu acordo é a primeira coisa que eu olho. É

triste.

Adriano – no meu caso, o Facebook é tão dinâmico que a todo instante tem uma

coisa rolando o tempo todo às vezes o assunto serve prá mim, às vezes minha irmã

está com um problema e prá não gastar o crédito, basta usar o Facebook. O meu

notebook fica ligado o dia todo no trabalho. Eu faço histórico. Eu trabalho na

secretaria administrativa e eu estou lendo o histórico e tenho que olhar o Facebook

porque se eu não olhar me dá uma coisa aqui e se eu olhei beleza, continuo o

trabalho

... eu acho que eu gasto por dia umas 10 horas porque seis é no trabalho e quando

eu chego da faculdade às 11 horas eu entro na internet. Se eu passar um dia sem

internet eu fico meio perturbada eu ligo prá saber se publicaram alguma coisa

Camila – e o pior é quando eu passo o dia sem internet ou sem celular é horrível

quando você está em algum canto que não tem área . eu fui uma vez para o sítio,

não tinha área e eu fiquei falando mainha vamos embora? Por favor eu preciso falar

com o povo e nada. É muito triste a gente ficar sem falar com o povo

Adriano – posso dar uma sugestão de leitura para tanta ênfase com a internet?

Vocês já ouviram falar no livro Pedagogia dos Monstros? Thomaz .. da Silva. Ele fala

muito sobre tecnologia, fala sobre a geração que não é mais a mesma... que nós

não somos mais aqueles seres humanos sapiens, sapiens, nós somos sapiens,

sapiens e alguma coisa mais. (risos) estamos evoluindo...

Vanusa – eu não gosto de passar muito tempo em redes sociais , nem mesmo na

internet. Eu gosto mesmo é de achar livros e ficar lendo no netbook. Eu tenho um

netbook, mas não sou de ficar muito tempo na internet procurando coisas ou rede

social. Não tenho paciência

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MIGUEL - E como você faz?

Vanusa – eu faço assim: às vezes eu vou na UOL e vejo as novidades. Eu abro mais

o Facebook para olhar as novidades, aí eu abro todo dia. Quando eu chego da

universidade eu abro prá ver a aula de amanhã, vejo se tem algum texto prá fazer,

alguma coisa prá estudar. Mas durante o dia assim, eu gosto mais de ler, de baixar

livros e ficar lendo no computador.

Adriano –quando eu quero ler notícias, eu leio jornal de papel mesmo ou vou para

um portal do Google, do Yahoo, da Folha de São Paulo,

MIGUEL - Se você pudesse elencar algumas coisas das tecnologias da

informação e comunicação, o que vocês usariam para melhorar as aulas aqui

na universidade? Uma ferramenta, um aplicativo que vocês podem sugerir.

Camila - Acho que o Wi Fi daqui podia melhorar. É ruim viu? (risos) era bem melhor

o professores mandarem para casa, na sala...

Todos falaram também sobre o sinal do celular que também é muito ruim

Adriel – acho que nós deveríamos usar mais o laboratório de informática porque

muitas vezes a gente vem e se depara com a porta na cara, não tem ninguém e eu

acho que os professores deviam interagir mais com essa questão do laboratório

para utilizarmos mais. A gente sabe que por mais que a tecnologia esteja perto da

gente, nós sabemos que muitas pessoas não sabem nem digitar um texto. Então

essa aproximação com o laboratório de informática, também ajudaria a essas

pessoas a se aproximar mais das tecnologias

(verdade)

Adriano – há já muito tempo não temos uma disciplina de educação e tecnologia

;...........Eu mesmo trabalho de manhã e de tarde, estou aqui à noite e não tenho

tempo para estar em outro espaço para atender às lições de tecnologia, teria que ser

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aqui mesmo dentro da universidade. Não que eu não saiba nada, mas eu sei que

sempre há uma coisa nova para aprender. Está tudo assim e ninguém consegue

acompanhar nada. Antes eu só conhecia o vinil, depois veio o CD, depois o DVD e

agora o Bluray, que já está na internet, em HD ou seja, você não pode acompanhar

assim.

MIGUEL - Eu queria saber nomes de aplicativos, de ferramentas que vocês

identificam e que poderiam ser utilizados no processo ensino/aprendizagem?

tem algum site, alguma ferramenta interessante?

Adriano - acho que deveriam ser utilizados o site da scielo... esses sites das

universidades. Teria que ser rotineiro que fosse mostrado na sala de aula

explicando: é assim que se usa isso, quando você, procura um texto explicar como

se acha nas plataformas, porque a gente fica assim: onde procura isso?

Camila – tem uma professora que disse ser muito fácil usar o PRAC, mas ninguém

conseguiu porque a gente não teve como aprender isso. Não teve nem como

mostrar na sala aí é aquela coisa: esse tipo de aplicativo, esse tipo de blog, salas de

discussão, assim a gente poderia discutir na sala sobre textos, trabalhos tudo...

Adriel – me fugiu agora o nome que é um banco de teses e dissertações. Já

aconteceu de professores nos pedirem para pesquisar trabalhos na AMPED e a

gente ficar boiando. Sem saber como procura se procura se por ano, se pelo nome

do autor, então a gente fica sem saber como e seria mais importante que fossem

mais divulgados estes sites, estes aplicativos prá gente tomar conhecimento.

Adriano – um professor diz assim: vá no SCIELO e pesquise um determinado

assunto e ninguém consegue encontrar. Depois diz, vá no site da AMBED, ninguém

acha, porque de fato a interface destes sites não são conhecidas por nós é familiar

prá ele que passou por todos os processos científicos. Bom seria que quando eles

dissessem abram tal coisa em tal site, eles abram a internet, mostrem a ferramenta

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e expliquem está aqui, aqui, ensinando passo a passo prá gente, porque a gente

não teve esclarecimento.

(diversos comentários entre eles)

... no próximo vou dizer quero uma explicação para isso porque não tenho

conhecimento como mexer

Jeferson – mas tem professor que é complicado. Não responde.

... ou demora a responder...

Jeferson – demora e não responde

(comentários)

Camila – tem professor que joga a responsabilidade para o monitor. Monitor também

estudo, não responde, dá resposta errada, quem ensina não responde, é a questão

de ajudar, de dar orientação dos aplicativos que eles sabem usar também.

Adriano – eu tinha apenas um e-mail e usava prá tudo. A professora mandou um e-

mail prá mim que foi publicado depois de 40 e-mail. Esse eu não vi e eu disse que

não tinha recebido. Ela foi olhar e o e-mail estava na terceira página. Então é bom

que a gente tenha um e-mail para tal atividade ou seja: eu estou em tal período e é

bom que a gente tenha um e-mail para este período aqui. Eu tenho 5 e-mails

graduação, pós, etc...

MIGUEL - Vocês escutam rádio? Quantas horas por dia e o que vocês

escutam?

Kelly – eu escuto a Rádio Liberdade

Jeferson – é difícil eu escutar rádio. Às vezes na hora do almoço, de vez em quando.

é mais internet mesmo, televisão...rádio é mais difícil.

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Cícera – antes eu passava o dia todo e escutava mais a Jovem Pan, mas agora

procuro todas as novidades de música na internet já baixo e escuto pelo

celular.desde que eu entrei na faculdade não assisto mais.

... no período da greve, todo dia, todo dia escutava a Jovem Pan. Escutava o

lançamento de músicas e ia buscar na internet. Mas depois, desde que entrei na

faculdade, mesmo tendo a Jovem Pan lá, eu não escuto mais hora nenhuma.

Camila – eu escuto assim: minha mãe acorda às 6 e meia da manhã e a primeira

coisa que elas faz é ligar o rádio, deste tamanhinho, aí ela já me acorda com rádio e

eu já me acordo com rádio, aí eu escuto rádio, as notícias, morreu fulano e por aí,

mas só isso, o resto é fone, internet e por aí...

Vanuza – eu chego a escutar 2 horas de rádio por dia. Uma quando vou correr fico

escutando a Rádio Liberdade e à noite quando vou para casa ... também escuto

mais ou menos 1 hora a Rádio Liberdade

Adriel – eu escuto cerca de uma hora por dia, pela manhã, para ficar por dentro das

primeiras notícias do dia e tudo mais e às vezes no final de semana quando estou

sem fazer nada, mas eu escuto muito rádio.

Adriano – quando tem feriado, quando não tem aula, é claro que eu vou ouvir rádio

não escuto rádio, simplesmente porque tenho muita coisa para fazer, aí eu boto uma

música para escutar, um DVD ou um CD. Quando eu ouvia rádio era ao meio dia ou

de noite depois das 10 horas. Agora hoje em dia eu não ouço rádio às vezes fulano

dia passou na rádio isso, isso e isso e eu digo que interessante!

Camila – eu só escuto rádio de manhã, que é quando minha mãe me acorda.

MIGUEL - E TV, quantas horas assistem e o que vêm na TV?

Camila – nenhuma

,,, - nenhuma

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Cícera – eu não tenho vida social. Nenhuma. Não escuto rádio, não vejo TV só

estudo.

... – as notícias que acontecem, pelo menos uma ou duas vezes por semana, eu

entro num site de notícias para ver o que aconteceu no planeta, mas tipo nem

passar em frente a TV e se eu passar eu nem olho.

Cícera – por exemplo, o Protesto, acho que o todo já saiu desse protesto e eu fiquei

alienada. Não vi nada

... eu acompanhava porque no Facebook todo mundo publicou

Camila – eu chego cedo em casa. Apesar de sair tarda da faculdade, eu chego cedo

em casa, assisto um pedacinho da novela e dependendo do programa eu ainda

assisto. Se não tiver aula eu assisto todas as novelas . se for final de semana e eu

não tiver realmente nada para fazer eu assisto tudo. Eu gosto muito de televisão.

Minha mãe diz: sai de frente da televisão meninas, mas é como ela disse quando

está muito cheio eu não sei o que é televisão, não sei nem o que é. A vida social às

vezes complica.

Adriano – esse negócio da assistir televisão foi uma coisa que eu nunca mais fiz. Eu

comecei a trabalhar 8 horas por dia então prá acompanhar um programa, novela,

seriado, é missão impossível. Eu não tenho tempo e se eu for assistir uma novela eu

não vou entender

Risos e comentários

Kelly – durante a semana eu não tenho tempo para TV porque se eu for assistir, eu

atraso tudo aí no caso, só final de semana mesmo . nos sábados à noite e nos

domingos à noite também. À tarde eu sempre saio vou na casa de um familiar ou

então

Jeferson – a programação que eu assisto é mais noticiário, alguns seriados que

passam porque a nossa vida corrida e dar aula na academia não deixa brecha para

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televisão . no Facebook o contato com os colegas sim, mas televisão nós nos

afastamos muito

Adriel – no meu caso, a televisão eu ouço todos os dias, mas somente pra não me

sentir só dentro de casa. Não acontece isso?

Camila – acontece. Por exemplo, eu não durmo sem a televisão estar ligada. É

triste!

Adriel – pois é o meu caso. Ligo a televisão. Está lá ligada, mas eu não estou

assistindo, fico fazendo algum trabalho e quando vou dormir, programo ela, pronto.

Só durmo com ela ligada.

Camila – eu não programo. Só durmo com ela ligada prá quando eu acordar ela

estar ligada, porque quando está desligada é porque todo mundo já acordou e

desligam, mas eu só durmo com ela realmente ligada.

MIGUEL - Escuta Podcast?

Todos: nunca ouvi falar

MIGUEL - E web TV

Todos conhecem mas ninguém assiste

Vanuza – eu assisto mais séries, às vezes quando passa alguma coisa que me

interessa eu assisto, mas eu gosto mais de séries.

Camila – eu assistia jogo nos domingos com os meninos quando a gente trabalhava.

Vanuza – eu assisto na quarta e no domingo, que são os dias de jogo.

Adriano – eu baixo o arquivo na internet e assisto. Eu gosto mais de seriados do que

de filmes às vezes são interessantes, falam sobre drama, etc.

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MIGUEL - Eu queria saber o que vocês acessam na web?

Camila – rede social, pesquisa prá trabalho, sites de baixar músicas,

Vanuza – eu gosto muito do youtube, uma banda, série que gosto de estar

acompanhando

Adriano – eu gosto muito de desenho porque sou desenhista também ... pego um e

desenho tudo, porque eu gosto de desenhar. Agora no meu trabalho, pesquiso sobre

linguagem de sinais, educação, essas questões. Na questão social é somente rede

social Facebook Orkut, tem uma série

MIGUEL - EU quero saber exatamente o nome das coisas que vocês acessam

Camila – face, ask, instagram, twiter, Youtube, netlog, caboing mp3, Hotmail, gmail,

Wikipedia,

MIGUEL - E video o que vocês acessam?

Camila – youtube a manhã inteira porque eu trabalho numa loja e a gente tem que

estar botando música aí a gente assiste vídeos, daí passa para vídeos engraçados

aí pronto sai misturando e a gente passa a manhã inteira rindo.

MIGUEL - O que vocês leem?

Kelly – gosto de ler Paulo Freire, textos acadêmicos,

(falaram todos ao mesmo tempo)

Vocês gostam de programas de debates?

Todos gostam (falaram ao mesmo tempo) na moral, altas horas ....