UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

CURSO DE BACHARELADO EM EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA

EWERTON THIAGO PEREIRA DE LIMA

PODE A INTENSIDADES DOS EXERCIacuteCIOS COM PESOS MODULAR A

MAGNITUDE DA DOSE-RESPOSTA DE VARIAacuteVEIS MENTAIS COMO HUMOR E

ANSIEDADE EM JOVENS ADULTOS DO SEXO MASCULINO

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

NUacuteCLEO DE EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA E CIEcircNCIA DO ESPORTE

CURSO DE BACHARELADO EM EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA

EWERTON THIAGO PEREIRA DE LIMA

PODE A INTENSIDADES DOS EXERCIacuteCIOS COM PESOS MODULAR A

MAGNITUDE DA DOSE-RESPOSTA DE VARIAacuteVEIS MENTAIS COMO HUMOR E

ANSIEDADE EM JOVENS ADULTOS DO SEXO MASCULINO

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

2016

TCC apresentado ao Curso de Bacharelado em Educaccedilatildeo Fiacutesica da Universidade Federal de Pernambuco Centro Acadecircmico de Vitoacuteria como requisito para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Educaccedilatildeo Fiacutesica Orientador Leonardo de Sousa Fortes

Catalogaccedilatildeo na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE ndash Biblioteca Setorial do CAV Bibliotecaacuteria Ana Ligia Feliciano dos Santos ndash CRB-42005

L732e Lima Ewerton Thiago Pereira de

Pode a intensidades dos exerciacutecios com pesos modular a magnitude da dose-

resposta de variaacuteveis mentais como humor e ansiedade em jovens adultos do

sexo masculino Ewerton Thiago Pereira de Lima - Vitoacuteria de Santo Antatildeo

2016

38 f il fig tab

Orientador Leonardo de Sousa Fortes

TCC (Bacharelado em Educaccedilatildeo Fiacutesica) ndash Universidade Federal de

Pernambuco CAV Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Fiacutesica 2016

Inclui bibliografia e anexos

1 Treinamento de resistecircncia 2 Ansiedade 3 Temperamento I Fortes

Leonardo de Sousa (Orientador) II Tiacutetulo

79641 CDD (23ed) BIBCAVUFPE-0822016

EWERTON THIAGO PEREIRA DE LIMA

PODE A INTENSIDADES DOS EXERCIacuteCIOS COM PESOS MODULAR A

MAGNITUDE DA DOSE-RESPOSTA DE VARIAacuteVEIS MENTAIS COMO HUMOR E

ANSIEDADE EM JOVENS ADULTOS DO SEXO MASCULINO

TCC apresentado ao Curso de Bacharelado em Educaccedilatildeo Fiacutesica da Universidade Federal de Pernambuco Centro Acadecircmico de Vitoacuteria como requisito para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Educaccedilatildeo Fiacutesica

Aprovado em 08072016

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Profordm Dr Leonardo de Sousa Fortes (Orientador)

Universidade Federal de Pernambuco

_________________________________________ Profordm Edil de Albuquerque Rodrigues Filho

Universidade Federal de Pernambuco

_________________________________________

Profordm Saulo Fernandes Melo de Oliveira Universidade Federal de Pernambuco

AGRADECIMENTOS

Eacute impossiacutevel resumir e citar tudo aquilo que de seu modo me fez chegar ateacute

aqui Mas agradeccedilo em primeiro lugar a Deus por estar sempre comigo me fazer

seguir em frente e enfrentar as tantas dificuldades que surgiram no caminho sem

me deixar desistir Aos meus pais Isael e Socircnia pelo amor e por contribuiacuterem em

minha formaccedilatildeo desde meu nascimento por fazerem sempre o possiacutevel para que

meus estudos fossem prioridade ajudando com tudo o que estava ao alcance e por

muitas vezes irem aleacutem para me proporcionar o melhor Agradeccedilo ainda por nossa

primeira visita ao coleacutegio e pelas lembranccedilas alegres que guardamos daquele dia

Aos meus irmatildeos Neto e Felipe por todas as brigas e carinhos pelos empreacutestimos

sem autorizaccedilotildees e tambeacutem as minhas cunhadas Jeacutessica e Alexsandra por todo

apoio externado A minha amada sobrinha Sofia pelos inuacutemeros gestos de amor

demonstrados e gargalhadas contagiantes em minha chegada Aos familiares pelas

oraccedilotildees e apoio especialmente minhas avoacutes Alice e Severina A Salles irmatilde que a

vida me concedeu desde muito cedo sendo a responsaacutevel por apresentar o Coleacutegio

DAMAS minha escola da feacute na qual fui agraciado com os melhores ensinamentos

Ao amigo Joaquim Lira pelo incentivo constante aos meus estudos Ao meu

orientador da pesquisa monitoria e extensatildeo Professor Dr Leonardo de Sousa

Fortes pela oportunidade orientaccedilatildeo dedicaccedilatildeo disponibilidade paciecircncia pelas

criacuteticas que contribuiacuteram para o meu crescimento como pessoa e principalmente

pela amizade construiacuteda durante a graduaccedilatildeo Agradeccedilo tambeacutem aos Professores

Saulo Oliveira e Edil de Albuquerque que aceitaram compor minha banca

avaliadora obrigado por tantos ensinamentos

Aos voluntaacuterios deste estudo que abriram matildeo do seu tempo para que fosse

possiacutevel a realizaccedilatildeo de minha pesquisa sem eles nada disso seria possiacutevel eles

foram a peccedila fundamental para a concretizaccedilatildeo deste estudo A esta universidade

direccedilatildeo e professores pelo incentivo e despertar do senso criacutetico qυе oportunizaram

а janela de novos horizontes eivado pеlа confianccedila na eacutetica Ao terceirizados da

limpeza e seguranccedila teacutecnicos е estagiaacuterios especialmente todos que fazem a

BIBCAV vale destacar as chefas Giane Rose Ana e Jaci por diariamente estarem

desempenhando suas funccedilotildees da melhor maneira e pela companhia A todo meu

grupo de pesquisa ldquoGEPAEErdquo pelo compartilhamento do conhecimento cientiacutefico e

companheirismo durante as coletas Aos membros do Movimenta CAV Osmar

Deisy e Rayanny pela disponibilidade A minha Coordenadora Geral do DAEF

Laiane por ser acima de tudo presente Aos seletos amigos que carrego na vida e

digo sem medo faccedilo questatildeo de tecirc-los Jefferson Lili Mara Guilia Wagner Juacutelia

Ithalo Igor Fabio Barba Bruna Gustavo Amannda Paulinha Dega Fulga

Anderson Jardi Hugo Grimauro Cleide Alane Gizele Pedro Douglas Tayna

Diego Siandro Walter Saulo Deissy Geraldo Yuri Lilyan Wedson Wedja

Camila Andressa Allyson Robson Taiti Fran Philipe Ninhos Rafael Patriacutecia

Rapha Anderson Paloma A Elayne pelas lembranccedilas mais desastradas ligaccedilotildees

mais demoradas e ansioliacuteticas Aos amigos que pelas circunstacircncias natildeo

conseguimos nos encontrar frequentemente e natildeo foram citados mas que desde

meu ingresso na graduaccedilatildeo estiveram comigo nas tomadas de decisotildees acertos e

frustraccedilotildees Aos que reclamavam incansavelmente dos vaacutecuos recebidos nas redes

sociais e de minha ausecircncia meu muito obrigado por insistirem no contato e

confirmar que ldquoquem eacute amigo mesmo e sabe que eacute amigo natildeo precisa

verfalarescrever todos os dias nem toda semana nem todo mecircs pra saber que o

outro estaacute laacute agrave disposiccedilatildeo para o que for necessaacuteriordquo

Aos demais amigos que fiz na faculdade pela amizade que perpassa as

diferenccedilas pelo carinho que levaremos das lembranccedilas e pela saudade que jaacute se

faz presente dos melhores anos de minha vida A todos que compartilharam do meu

sonho dedico essa vitoacuteria com profunda gratidatildeo e respeito

ldquoDUC IN ALTUM rdquo

RESUMO

O objetivo do trabalho foi analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do

treinamento com pesos (TP) sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em

adultos jovens Foram selecionados 30 participantes do sexo masculino de forma

natildeo probabiliacutestica com idade entre 18 e 30 anos Todos os voluntaacuterios

apresentaram experiecircncia com TP de seis meses ininterruptos No iniacutecio da

pesquisa foram coletados dados antropomeacutetricos para determinaccedilatildeo da massa

estatura e densidade corporal A forccedila muscular foi determinada por meio do teste

de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs) A sessatildeo de treinamento com pesos foi

constituiacuteda por 4 exerciacutecios 2 multiarticulares e 2 monoarticulares Os participantes

responderam 2 questionaacuterios (BRUMS e STAI) antes e apoacutes (30 minutos) as

sessotildees de TP para analisar o estado de humor e ansiedade respectivamente aleacutem

de responder imediatamente a cada set e apoacutes a sessatildeo a escala de OMINI-RES

para medir a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo (PSE) Foi identificada reduccedilatildeo dos

escores da STAI-S tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05)

quanto 80 de 1RM (F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01) Foi

encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo 80 de 1RM (F(2 28)=3491

p=001 d=07) ao passo que o natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2

28)=208 p=032 d=01) sendo apontada diferenccedila estatisticamente significante

entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=4278 p=001 d=08) Os resultados

permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com pesos foi capaz de

aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos do sexo

masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de 80 de

1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houveram diferenccedilas

significativas comparadas ao poacutes-testes E ansiedade parece ser reduzida poreacutem

sem diferenccedila estatiacutestica

Palavras-chave Treinamento com pesos Estado de humor Ansiedade Percepccedilatildeo

subjetiva do esforccedilo

ABSTRACT

The objective was to analyze the acute effect of different intensities of weight training

(PT) on the emotional responses of anxiety and mood in young adults We selected

30 male participants of non-probabilistic way aged between 18 and 30 years All

volunteers had experience with TP six consecutive months At the beginning of the

study were collected anthropometric data to determine the weight height and body

density Muscle strength was determined by testing the maximum 4-10 repeats

(MRs) The training session with weights consisted of 4 years 2 and 2

multiarticulares monoarticulars Participants answered 2 - questionnaires (BRUMS

and STAI) before and after (30 minutes) TP sessions to analyze the state of mood

and anxiety respectively and immediately respond to each set and after the session

the omni-RES scale to measure the perception of effort It has been identified

reduction of STAI-S scores both as 50 of 1RM (F (2 28) = 626 p = 001 d = 05)

and 80 of 1RM (F (2 28) = 879 p = 001 d = 0 5) with no statistically significant

difference between the conditions in the post-test (F (2 28) = 196 p = 028 d = 01)

It was found increased in negative mood condition 80 of 1RM (F (2 28) = 3491 p

= 001 d = 07) while the negative mood did not change in the condition of 50 1RM

(F (2 28) = 208 p = 032 d = 01) and pointed to a statistically significant difference

between the conditions in the post-test (F (2 28) = 4278 p = 001 d = 08) The

results showed that a single training session with weights was able to significantly

increase the negative mood in young adult male sex experienced in weight training

with intensity of 80 of 1RM In the condition of 50 of 1RM for mood no significant

difference compared to the post-tests And anxiety seems to be reduced but without

significant differences

Keywords Weight training Mood Anxiety perceived exertion

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos 14

22 Ansiedade 14

23 Estado de humor 16

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 RESULTADOS 25

7 CONCLUSAtildeO 29

REFEREcircNCIAS 30

ANEXO A ndash ESCALA DE HUMOR DE BRUMS 34

ANEXO B ndash QUESTIONAacuteRIO DE ANSIEDADE (STAI) 35

ANEXO C ndash ESCALA DE PERCEPCcedilAtildeO SUBJETIVA DO ESFORCcedilO 36

APEcircNDICE A ndash DADOS DEMOGRAacuteFICOS 37

APEcircNDICE B ndash FICHA DE PRESCRICcedilAtildeO DO TREINO 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O treinamento com pesos (TP) eacute indubitavelmente uma das praacuteticas mais

populares de treinamento fiacutesico (LOPES et al 2014) Ressalta-se que o resultado

esperado no programa de TP depende das adaptaccedilotildees e interaccedilatildeo de diversas

variaacuteveis (volume intensidade velocidade repouso tipo de accedilatildeo muscular e

frequecircncia) (BIRD TARPENNING MARINO 2005) A crescente demanda pelo TP

tem incentivado a procura por paracircmetros bem estabelecidos para prescriccedilatildeo de

exerciacutecios (PEREIRA GOMES 2003) O American College of Sports Medicine

(ACSM) recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

para adultos (ACSM1998) As intensidades desses exerciacutecios podem modular a

magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas humor e ansiedade

A ansiedade eacute conceituada como um estado emocional que surge em

resposta agrave maneira como o individuo avalia ou interpreta uma situaccedilatildeo seja em

momentos de perigo real ou imaginaacuterio desencadeando sintomas como frio no

estocircmago opressatildeo no peito palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva dor de cabeccedila

eou falta de ar (GAMA et al2008) Em niacuteveis habituais trata-se de um fenocircmeno

fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do organismo em circunstacircncias de perigo

Contudo quando a ansiedade eacute excedente ao inveacutes de contribuir desencadeia a

falecircncia da capacidade adaptativa (BENUTE et al2009) Pode-se classificar a

ansiedade em ansiedade-traccedilo e ansiedade-estado A primeira refere-se a uma

disposiccedilatildeo pessoal e relativamente estaacutevel o indiviacuteduo responde com ansiedade a

ocasiotildees estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como

mais ou menos ameaccediladoras dependendo das experiecircncias pessoais vividas No

caso da ansiedade-estado trata-se de um estado emocional transitoacuterio

caracterizado por sentimentos subjetivos de tensatildeo e que variam de intensidade ao

longo do tempo (SPIELBERGER GORSUCH LUSHENE1979) O humor por sua

vez pode ser definido como um estado emocional ou afetivo que diz respeito ao

conjunto de sentimentos positivos e negativos que variam em intensidade e duraccedilatildeo

(NEVES 2013) Parece que o humor pode ser alterado em razatildeo das cargas de

treinamento fiacutesico (LANE et al 2004)

Os benefiacutecios psicoloacutegicos provocados pela praacutetica de exerciacutecios encontram-

se muito difundido por profissionais da sauacutede meios de comunicaccedilotildees e

pesquisadores denotando a importacircncia social e acadecircmica do tema (WERNECK

13

2011) Pode-se afirmar a partir da literatura cientifica que ocorrem alteraccedilotildees na

ansiedade e no humor de indiviacuteduos que satildeo submetidos a um programa de

treinamento fiacutesico a depender de seu caraacuteter e intensidade O controle das variaacuteveis

agudas como duraccedilatildeo intensidade e velocidade de execuccedilatildeo do movimento pode

contribuir na elaboraccedilatildeo de um programa de TP que por sua vez aperfeiccediloaraacute o

controle da magnitude da ansiedade eou humor Vale destacar que o exerciacutecio

fiacutesico tem se tornado uma alternativa natildeo farmacoloacutegica econocircmica saudaacutevel e de

maior adesatildeo na prevenccedilatildeo e tratamento de distuacuterbios psicoloacutegicos e na promoccedilatildeo

da sauacutede mental (WERNECK 2011) A hipoacutetese eacute que uma uacutenica sessatildeo de TP com

intensidade de 50 (1RM) tem a capacidade de reduzir o niacutevel de ansiedade-

estado e ateacute melhorar Enquanto que uma sessatildeo a 80 (1RM) direciona a

deterioraccedilatildeo do estado ou aumento da ansiedade No que diz respeito ao TP

pressupotildee-se que caso confirmada a hipoacutetese o controle das variaacuteveis agudas

acrescentaraacute positivamente no processo de prescriccedilatildeo de exerciacutecios como

prevenccedilatildeo e tratamento dos transtornos de ansiedade e humor Permitindo os

profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica prescrever exerciacutecios visando uma otimizaccedilatildeo nas

caracteriacutesticas psicoloacutegicas

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

O TP eacute uma das modalidades mais praticadas de exerciacutecio fiacutesico atualmente

por indiviacuteduos de diferentes grupos etaacuterios tanto do sexo masculino quanto feminino

e com diferentes niacuteveis de condicionamento fiacutesico Pode-se perceber uma

superlotaccedilatildeo nas academias em vaacuterios horaacuterios para a realizaccedilatildeo desta praacutetica

Esse fato pode ser facilmente explicado pelos inuacutemeros benefiacutecios e tratando

especificamente dos exerciacutecios com pesos evidecircncias cientiacuteficas (HURLEY

HAGBERG 1998) respaldam adaptaccedilotildees que incluem desde importantes

modificaccedilotildees morfoloacutegicas neuromusculares fisioloacutegicas alteraccedilotildees sociais e

comportamentais (DIAS et al 2005) A cobranccedila dos adeptos ao TP quanto agrave

obtenccedilatildeo de resultados junto aos programas de treinos personalizados exige ao

profissional de educaccedilatildeo fiacutesica estruturar os exerciacutecios respeitando os princiacutepios do

treinamento fiacutesico aleacutem de empregar o controle de diversas variaacuteveis como accedilotildees

musculares nuacutemero de seacuteries e repeticcedilotildees intensidade velocidade de execuccedilatildeo do

movimento intervalo seleccedilatildeo e ordem dos exerciacutecios e frequecircncia semanal de

maneira periodizada (BIRD TARPENNING MARINO 2005)

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos

O ACSM e os Centros de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC)

recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

(ACSM1998) como uma ferramenta importante na prevenccedilatildeo e tratamento de

diferentes tipos de doenccedilas (NOBREGA et al 1999) e na manutenccedilatildeo da qualidade

de vida relativa agrave sauacutede (PEREIRA GOMES 2007) Por outro lado estudos mostram

que o TP tambeacutem pode afetar a sauacutede mental especificamente quando realizado de

forma extenuante (PELUSO ANDRADE 2005) A compreensatildeo dos efeitos agudos

do TP sobre a sauacutede mental portanto tem o potencial de influenciar em vaacuterios

aspectos principalmente no que concerne a intensidade desse exerciacutecio que por

sua vez iraacute modular a magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas

humor e ansiedade

22 Ansiedade

15

As pressotildees de uma sociedade moderna tecnoloacutegica e competitiva satildeo

fatores de grande valor no desenvolvimento da ansiedade Nos dias atuais o

desenvolvimento tecnoloacutegico assim como as pressotildees sociais poliacuteticas e

econocircmicas tecircm colaborado para o acreacutescimo de problemas mentais de ordem

emocional (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 FISHER 1990) A ansiedade pode ser

conceituada como um estado emocional que passa a existir em resposta agrave forma

como o indiviacuteduo julga ou interpreta um momento seja em situaccedilatildeo de perigo em

seu cotidiano ou fruto de sua imaginaccedilatildeo Ela podem desencadear uma seacuterie de

sintomas com alteraccedilotildees comportamentais e fisioloacutegicas como apreensatildeo

nervosismo tensatildeo frio no estocircmago palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva falta de

ar cefaleia tremores e vertigens (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 GAMA et al

2008) Poreacutem nem toda ansiedade deve ser considerada prejudicial (BERTEacute

JUacuteNIOR 2004) Dependendo da ocasiatildeo ou intensidade a ansiedade pode ser

beneacutefica ou tornar-se patoloacutegica depreciando o estado psicoloacutegico do indiviacuteduo Em

niacuteveis normais trata-se de um fenocircmeno fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do

organismo em situaccedilotildees de perigo No entanto Benute et al (2009) coloca que

quando a ansiedade eacute excessiva ao inveacutes de cooperar gera a falecircncia da

capacidade adaptativa

ldquoAtualmente as discussotildees apresentam definiccedilotildees e conceitos de ansiedade

tanto como um sintoma quanto como uma patologia que envolve aspectos

multifatoriais de caraacuteter somaacutetico ou cognitivordquo (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007

sem paginaccedilatildeo) Segundo Spielberger Gorsuch Lushene (1979) e Weinberg

Gould (2001) podemos classificar a ansiedade em duas ansiedade-traccedilo e

ansiedade-estado A ansiedade-traccedilo refere-se a uma disposiccedilatildeo pessoal

relativamente estaacutevel onde o individuo responde com ansiedade a condiccedilotildees

estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como mais ou

menos ameaccediladoras dependendo de suas experiecircncias A ansiedade-estado faz

referencia a um estado emocional transitoacuterio em constante alteraccedilatildeo caracterizado

por sentimentos desagradaacuteveis de tensatildeo e apreensatildeo percebidas de forma

consciente e subjetiva amenizados pelas habilidades de enfrentamento adquiridas

O surgimento de um estado de ansiedade envolve um conjunto de ocorrecircncias

internas que podem estar ligada a estiacutemulos externos Qualquer estiacutemulo interno

ou externo analisado cognitivamente pelo individuo como ameaccedilador evocaraacute

uma resposta de ansiedade-estado (SPIELBERGER 2003)

16

23 Estado de humor

O estado de humor pode ser entendido como um estado psicoloacutegico

composto por sentimentos positivos e negativos que transita entre dois polos

extremos um eufoacuterico e outro apaacutetico alterado de acordo com as situaccedilotildees (VIEIRA

et al 2010) sendo considerado um indicador do bem-estar psicoloacutegico

(WERNECK 2003) ou ainda como um ldquoconjunto de sentimentos transitoacuterios por

natureza que se diferenciam em intensidade e duraccedilatildeo e na maioria das vezes

compotildee mais de uma emoccedilatildeordquo (LANE TERRY 2000 p 16) O humor reflete os

estados emocionais que possuem caraacuteter somaacutetico modulado por fatores externos

que satildeo percebidos de forma consciente (WEINBERG GOULD 2008) O humor ou

estado de acircnimo pode ainda ser definido como o tocircnus afetivo do indiviacuteduo que

modifica a forma de percepccedilatildeo das experiecircncias reais ampliando ou minimizando o

impacto destas (DALGALARRONDO 2000) e para Vieira et al (2010) eacute a disposiccedilatildeo

afetiva fundamental

24 Exerciacutecio Fiacutesico Treinamento com pesos e Variaacuteveis mentais

A literatura jaacute elucida pesquisas que demostram a relaccedilatildeo e efeitos do

exerciacutecio fiacutesico e treinamento com pesos com as variaacuteveis mentais (ARAUacuteJO

MELLO LEITE 2007) Contudo ainda natildeo haacute um consenso entre os achados e as

recomendaccedilotildees para a praacutetica (WERNECK et al 2005) bem como a resposta para

qual seria o melhor tipo de treinamento intensidade seacuteries repeticcedilotildees duraccedilatildeo

intervalo e frequecircncia dos exerciacutecios Eacute perceptiacutevel a escassez de estudos que

relatam os efeitos agudos do TP sobre a ansiedade e humor especificamente e em

sua maioria trazem resultados de exerciacutecios aeroacutebio (BUCKWORTH DISHMAN

2002) eou satildeo com protocolos de exerciacutecios combinados Os resultados parecem

ser contraditoacuterios quando analisado os efeitos psicoloacutegicos de sessotildees agudas

(WERNECK et al 2010)

Tharion et al (1991) e Arent Alderman Landers (2000) mostram que o TP

de baixa intensidade promovem melhoria no humor e Focht Koltyn (1999)

evidenciam reduccedilatildeo na ansiedade e autores como Raglin Turner Eksten (1993)

17

natildeo encontraram nenhuma alteraccedilatildeo Em contrapartida os exerciacutecios de alta

intensidade tambeacutem estiveram associados agraves melhorias no estado de humor

(BARTHOLOMEW HERRING OacuteCONNOR 1999) decreacutescimos (THARION et al

1991) ou nenhuma variaccedilatildeo no humor (RAGLIN JS TURNER PE EKSTEN 1993)

18

3 OBJETIVOS

Objetivo geral

Analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do TP sobre as respostas afetivas

de ansiedade e humor em adultos jovens

Objetivo especiacutefico

Verificar o efeito agudo do TP sobre a Percepccedilatildeo Subjetiva de Esforccedilo

Relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor em

jovens adultos do sexo masculino

19

4 METODOLOGIA

Delineamento experimental

Trata-se de um estudo experimental do tipo cross-over desenvolvido com

jovens adultos do sexo masculino Foi recomendado que os participantes

mantivessem suas dietas alimentares cotidianas No entanto natildeo deveriam realizar

atividades fiacutesicas no decorrer da pesquisa O estudo foi conduzido em 2 etapas

A etapa 1 consistiu na realizaccedilatildeo dos testes de prediccedilatildeo de 1RM ateacute a falha

concecircntrica Cada tentativa respeitando o tempo de descanso de trecircs a cinco

minutos para uma nova aplicaccedilatildeo Nesta etapa tambeacutem foram realizadas avaliaccedilotildees

antropomeacutetricas Adotou-se o miacutenimo de roupas durante mensuraccedilatildeo da massa

corporal estatura e dobras cutacircneas

Na etapa 2 procedimento subsequente foi constituiacuteda pelas sessotildees de TP

Os participantes foram submetidos a uma sessatildeo utilizando 50 de 1RM e outra

sessatildeo (48h de intervalo) com 80 de 1RM conduzidas randomicamente (sorteio)

Imediatamente apoacutes cada set de exerciacutecio foram aplicadas a Escala de OMINI ndash

RES para verificar a PSE nos exerciacutecios Todos os participantes responderam 30

min antes e 30 min apoacutes a realizaccedilatildeo da sessatildeo de treino os questionaacuterios de

ansiedade e humor (STAI e BRUMS) ambos convertidos para escala analoacutegica

visual

20

Figura 1 - Delineamento experimental da investigaccedilatildeo

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nos procedimentos metodoloacutegicos

Participantes

Foram selecionados 36 voluntaacuterios de forma natildeo probabiliacutestica com

experiecircncia previa de 6 meses ininterrupto que natildeo faziam uso de suplementos ou

faacutermacos que otimizem o ganho de forccedila Sendo todos recrutados do sexo

masculino com idade entre 18 e 30 anos Apoacutes receber informaccedilatildeo sobre os

procedimentos aos quais seriam submetidos durante o periacuteodo da pesquisa eles

assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) Os procedimentos

adotados neste estudo atenderam agraves normas da Resoluccedilatildeo 46612 do Conselho

Nacional de Sauacutede para pesquisas em seres humanos aprovado pelo comitecirc de

eacutetica em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CAE

47571415900005208)

Cross-over

21

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos 6 participantes por natildeo terem participado de todas as

sessotildees de treino da pesquisa

Instrumentos

Testes de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs)

A forccedila muscular foi determinada por meio do teste de 4-10 RMs Utilizaram-

se as equaccedilotildees de Epley (1995) [1RM = (00333 x reps) x carga submaacutexima + carga

submaacutexima)] e Adams (1998) [1RM = carga submaacutexima [100 ndash (2 x reps)] x 100]

para predizer os valores de 1RM para exerciacutecios de membros inferiores e

superiores respectivamente conforme elucidado no estudo de Menecircses et al

(2013) Os exerciacutecios realizados foram puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps

pulley e leg press 45o Para cada exerciacutecio foram concedidas ateacute duas tentativas

para o teste de 4-10 RMs com intervalo de trecircs a cinco minutos entre as tentativas e

os exerciacutecios Salienta-se que as tentativas de 4-10 RMs foram procedidas na

mesma sessatildeo ateacute a falha concecircntrica e encorajamentos verbais foram oferecidos

durante a mensuraccedilatildeo Adotou-se 50 da carga prevista para o aquecimento

entre10-15 repeticcedilotildees

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES)

A escala de OMINI-RES eacute um instrumento que teve sua validade estudada

tanto em crianccedilas quanto em adultos (SILVA et al2011) e ateacute idosos (BRITO et al

2001) na realizaccedilatildeo de diferentes tipos de atividades tais como TP exerciacutecio em

cicloergocircmetro caminhada e subida em escadas (ROBERTSON et al 2000) O

OMINIS-RES foi utilizado para medir a percepccedilatildeo do esforccedilo a cada set

Imediatamente apoacutes a realizaccedilatildeo do exerciacutecio foi apresentada a escala para o

avaliado pudesse indicar seu estado Ademais foi apresentada a escala de OMNI 30

minutos apoacutes a sessatildeo de TP com a premissa de que o participante indicasse a

percepccedilatildeo de intensidade da sessatildeo Em seguida este valor foi multiplicado pelo

22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

REFEREcircNCIAS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

NUacuteCLEO DE EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA E CIEcircNCIA DO ESPORTE

CURSO DE BACHARELADO EM EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA

EWERTON THIAGO PEREIRA DE LIMA

PODE A INTENSIDADES DOS EXERCIacuteCIOS COM PESOS MODULAR A

MAGNITUDE DA DOSE-RESPOSTA DE VARIAacuteVEIS MENTAIS COMO HUMOR E

ANSIEDADE EM JOVENS ADULTOS DO SEXO MASCULINO

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

2016

TCC apresentado ao Curso de Bacharelado em Educaccedilatildeo Fiacutesica da Universidade Federal de Pernambuco Centro Acadecircmico de Vitoacuteria como requisito para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Educaccedilatildeo Fiacutesica Orientador Leonardo de Sousa Fortes

Catalogaccedilatildeo na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE ndash Biblioteca Setorial do CAV Bibliotecaacuteria Ana Ligia Feliciano dos Santos ndash CRB-42005

L732e Lima Ewerton Thiago Pereira de

Pode a intensidades dos exerciacutecios com pesos modular a magnitude da dose-

resposta de variaacuteveis mentais como humor e ansiedade em jovens adultos do

sexo masculino Ewerton Thiago Pereira de Lima - Vitoacuteria de Santo Antatildeo

2016

38 f il fig tab

Orientador Leonardo de Sousa Fortes

TCC (Bacharelado em Educaccedilatildeo Fiacutesica) ndash Universidade Federal de

Pernambuco CAV Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Fiacutesica 2016

Inclui bibliografia e anexos

1 Treinamento de resistecircncia 2 Ansiedade 3 Temperamento I Fortes

Leonardo de Sousa (Orientador) II Tiacutetulo

79641 CDD (23ed) BIBCAVUFPE-0822016

EWERTON THIAGO PEREIRA DE LIMA

PODE A INTENSIDADES DOS EXERCIacuteCIOS COM PESOS MODULAR A

MAGNITUDE DA DOSE-RESPOSTA DE VARIAacuteVEIS MENTAIS COMO HUMOR E

ANSIEDADE EM JOVENS ADULTOS DO SEXO MASCULINO

TCC apresentado ao Curso de Bacharelado em Educaccedilatildeo Fiacutesica da Universidade Federal de Pernambuco Centro Acadecircmico de Vitoacuteria como requisito para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Educaccedilatildeo Fiacutesica

Aprovado em 08072016

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Profordm Dr Leonardo de Sousa Fortes (Orientador)

Universidade Federal de Pernambuco

_________________________________________ Profordm Edil de Albuquerque Rodrigues Filho

Universidade Federal de Pernambuco

_________________________________________

Profordm Saulo Fernandes Melo de Oliveira Universidade Federal de Pernambuco

AGRADECIMENTOS

Eacute impossiacutevel resumir e citar tudo aquilo que de seu modo me fez chegar ateacute

aqui Mas agradeccedilo em primeiro lugar a Deus por estar sempre comigo me fazer

seguir em frente e enfrentar as tantas dificuldades que surgiram no caminho sem

me deixar desistir Aos meus pais Isael e Socircnia pelo amor e por contribuiacuterem em

minha formaccedilatildeo desde meu nascimento por fazerem sempre o possiacutevel para que

meus estudos fossem prioridade ajudando com tudo o que estava ao alcance e por

muitas vezes irem aleacutem para me proporcionar o melhor Agradeccedilo ainda por nossa

primeira visita ao coleacutegio e pelas lembranccedilas alegres que guardamos daquele dia

Aos meus irmatildeos Neto e Felipe por todas as brigas e carinhos pelos empreacutestimos

sem autorizaccedilotildees e tambeacutem as minhas cunhadas Jeacutessica e Alexsandra por todo

apoio externado A minha amada sobrinha Sofia pelos inuacutemeros gestos de amor

demonstrados e gargalhadas contagiantes em minha chegada Aos familiares pelas

oraccedilotildees e apoio especialmente minhas avoacutes Alice e Severina A Salles irmatilde que a

vida me concedeu desde muito cedo sendo a responsaacutevel por apresentar o Coleacutegio

DAMAS minha escola da feacute na qual fui agraciado com os melhores ensinamentos

Ao amigo Joaquim Lira pelo incentivo constante aos meus estudos Ao meu

orientador da pesquisa monitoria e extensatildeo Professor Dr Leonardo de Sousa

Fortes pela oportunidade orientaccedilatildeo dedicaccedilatildeo disponibilidade paciecircncia pelas

criacuteticas que contribuiacuteram para o meu crescimento como pessoa e principalmente

pela amizade construiacuteda durante a graduaccedilatildeo Agradeccedilo tambeacutem aos Professores

Saulo Oliveira e Edil de Albuquerque que aceitaram compor minha banca

avaliadora obrigado por tantos ensinamentos

Aos voluntaacuterios deste estudo que abriram matildeo do seu tempo para que fosse

possiacutevel a realizaccedilatildeo de minha pesquisa sem eles nada disso seria possiacutevel eles

foram a peccedila fundamental para a concretizaccedilatildeo deste estudo A esta universidade

direccedilatildeo e professores pelo incentivo e despertar do senso criacutetico qυе oportunizaram

а janela de novos horizontes eivado pеlа confianccedila na eacutetica Ao terceirizados da

limpeza e seguranccedila teacutecnicos е estagiaacuterios especialmente todos que fazem a

BIBCAV vale destacar as chefas Giane Rose Ana e Jaci por diariamente estarem

desempenhando suas funccedilotildees da melhor maneira e pela companhia A todo meu

grupo de pesquisa ldquoGEPAEErdquo pelo compartilhamento do conhecimento cientiacutefico e

companheirismo durante as coletas Aos membros do Movimenta CAV Osmar

Deisy e Rayanny pela disponibilidade A minha Coordenadora Geral do DAEF

Laiane por ser acima de tudo presente Aos seletos amigos que carrego na vida e

digo sem medo faccedilo questatildeo de tecirc-los Jefferson Lili Mara Guilia Wagner Juacutelia

Ithalo Igor Fabio Barba Bruna Gustavo Amannda Paulinha Dega Fulga

Anderson Jardi Hugo Grimauro Cleide Alane Gizele Pedro Douglas Tayna

Diego Siandro Walter Saulo Deissy Geraldo Yuri Lilyan Wedson Wedja

Camila Andressa Allyson Robson Taiti Fran Philipe Ninhos Rafael Patriacutecia

Rapha Anderson Paloma A Elayne pelas lembranccedilas mais desastradas ligaccedilotildees

mais demoradas e ansioliacuteticas Aos amigos que pelas circunstacircncias natildeo

conseguimos nos encontrar frequentemente e natildeo foram citados mas que desde

meu ingresso na graduaccedilatildeo estiveram comigo nas tomadas de decisotildees acertos e

frustraccedilotildees Aos que reclamavam incansavelmente dos vaacutecuos recebidos nas redes

sociais e de minha ausecircncia meu muito obrigado por insistirem no contato e

confirmar que ldquoquem eacute amigo mesmo e sabe que eacute amigo natildeo precisa

verfalarescrever todos os dias nem toda semana nem todo mecircs pra saber que o

outro estaacute laacute agrave disposiccedilatildeo para o que for necessaacuteriordquo

Aos demais amigos que fiz na faculdade pela amizade que perpassa as

diferenccedilas pelo carinho que levaremos das lembranccedilas e pela saudade que jaacute se

faz presente dos melhores anos de minha vida A todos que compartilharam do meu

sonho dedico essa vitoacuteria com profunda gratidatildeo e respeito

ldquoDUC IN ALTUM rdquo

RESUMO

O objetivo do trabalho foi analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do

treinamento com pesos (TP) sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em

adultos jovens Foram selecionados 30 participantes do sexo masculino de forma

natildeo probabiliacutestica com idade entre 18 e 30 anos Todos os voluntaacuterios

apresentaram experiecircncia com TP de seis meses ininterruptos No iniacutecio da

pesquisa foram coletados dados antropomeacutetricos para determinaccedilatildeo da massa

estatura e densidade corporal A forccedila muscular foi determinada por meio do teste

de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs) A sessatildeo de treinamento com pesos foi

constituiacuteda por 4 exerciacutecios 2 multiarticulares e 2 monoarticulares Os participantes

responderam 2 questionaacuterios (BRUMS e STAI) antes e apoacutes (30 minutos) as

sessotildees de TP para analisar o estado de humor e ansiedade respectivamente aleacutem

de responder imediatamente a cada set e apoacutes a sessatildeo a escala de OMINI-RES

para medir a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo (PSE) Foi identificada reduccedilatildeo dos

escores da STAI-S tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05)

quanto 80 de 1RM (F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01) Foi

encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo 80 de 1RM (F(2 28)=3491

p=001 d=07) ao passo que o natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2

28)=208 p=032 d=01) sendo apontada diferenccedila estatisticamente significante

entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=4278 p=001 d=08) Os resultados

permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com pesos foi capaz de

aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos do sexo

masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de 80 de

1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houveram diferenccedilas

significativas comparadas ao poacutes-testes E ansiedade parece ser reduzida poreacutem

sem diferenccedila estatiacutestica

Palavras-chave Treinamento com pesos Estado de humor Ansiedade Percepccedilatildeo

subjetiva do esforccedilo

ABSTRACT

The objective was to analyze the acute effect of different intensities of weight training

(PT) on the emotional responses of anxiety and mood in young adults We selected

30 male participants of non-probabilistic way aged between 18 and 30 years All

volunteers had experience with TP six consecutive months At the beginning of the

study were collected anthropometric data to determine the weight height and body

density Muscle strength was determined by testing the maximum 4-10 repeats

(MRs) The training session with weights consisted of 4 years 2 and 2

multiarticulares monoarticulars Participants answered 2 - questionnaires (BRUMS

and STAI) before and after (30 minutes) TP sessions to analyze the state of mood

and anxiety respectively and immediately respond to each set and after the session

the omni-RES scale to measure the perception of effort It has been identified

reduction of STAI-S scores both as 50 of 1RM (F (2 28) = 626 p = 001 d = 05)

and 80 of 1RM (F (2 28) = 879 p = 001 d = 0 5) with no statistically significant

difference between the conditions in the post-test (F (2 28) = 196 p = 028 d = 01)

It was found increased in negative mood condition 80 of 1RM (F (2 28) = 3491 p

= 001 d = 07) while the negative mood did not change in the condition of 50 1RM

(F (2 28) = 208 p = 032 d = 01) and pointed to a statistically significant difference

between the conditions in the post-test (F (2 28) = 4278 p = 001 d = 08) The

results showed that a single training session with weights was able to significantly

increase the negative mood in young adult male sex experienced in weight training

with intensity of 80 of 1RM In the condition of 50 of 1RM for mood no significant

difference compared to the post-tests And anxiety seems to be reduced but without

significant differences

Keywords Weight training Mood Anxiety perceived exertion

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos 14

22 Ansiedade 14

23 Estado de humor 16

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 RESULTADOS 25

7 CONCLUSAtildeO 29

REFEREcircNCIAS 30

ANEXO A ndash ESCALA DE HUMOR DE BRUMS 34

ANEXO B ndash QUESTIONAacuteRIO DE ANSIEDADE (STAI) 35

ANEXO C ndash ESCALA DE PERCEPCcedilAtildeO SUBJETIVA DO ESFORCcedilO 36

APEcircNDICE A ndash DADOS DEMOGRAacuteFICOS 37

APEcircNDICE B ndash FICHA DE PRESCRICcedilAtildeO DO TREINO 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O treinamento com pesos (TP) eacute indubitavelmente uma das praacuteticas mais

populares de treinamento fiacutesico (LOPES et al 2014) Ressalta-se que o resultado

esperado no programa de TP depende das adaptaccedilotildees e interaccedilatildeo de diversas

variaacuteveis (volume intensidade velocidade repouso tipo de accedilatildeo muscular e

frequecircncia) (BIRD TARPENNING MARINO 2005) A crescente demanda pelo TP

tem incentivado a procura por paracircmetros bem estabelecidos para prescriccedilatildeo de

exerciacutecios (PEREIRA GOMES 2003) O American College of Sports Medicine

(ACSM) recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

para adultos (ACSM1998) As intensidades desses exerciacutecios podem modular a

magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas humor e ansiedade

A ansiedade eacute conceituada como um estado emocional que surge em

resposta agrave maneira como o individuo avalia ou interpreta uma situaccedilatildeo seja em

momentos de perigo real ou imaginaacuterio desencadeando sintomas como frio no

estocircmago opressatildeo no peito palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva dor de cabeccedila

eou falta de ar (GAMA et al2008) Em niacuteveis habituais trata-se de um fenocircmeno

fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do organismo em circunstacircncias de perigo

Contudo quando a ansiedade eacute excedente ao inveacutes de contribuir desencadeia a

falecircncia da capacidade adaptativa (BENUTE et al2009) Pode-se classificar a

ansiedade em ansiedade-traccedilo e ansiedade-estado A primeira refere-se a uma

disposiccedilatildeo pessoal e relativamente estaacutevel o indiviacuteduo responde com ansiedade a

ocasiotildees estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como

mais ou menos ameaccediladoras dependendo das experiecircncias pessoais vividas No

caso da ansiedade-estado trata-se de um estado emocional transitoacuterio

caracterizado por sentimentos subjetivos de tensatildeo e que variam de intensidade ao

longo do tempo (SPIELBERGER GORSUCH LUSHENE1979) O humor por sua

vez pode ser definido como um estado emocional ou afetivo que diz respeito ao

conjunto de sentimentos positivos e negativos que variam em intensidade e duraccedilatildeo

(NEVES 2013) Parece que o humor pode ser alterado em razatildeo das cargas de

treinamento fiacutesico (LANE et al 2004)

Os benefiacutecios psicoloacutegicos provocados pela praacutetica de exerciacutecios encontram-

se muito difundido por profissionais da sauacutede meios de comunicaccedilotildees e

pesquisadores denotando a importacircncia social e acadecircmica do tema (WERNECK

13

2011) Pode-se afirmar a partir da literatura cientifica que ocorrem alteraccedilotildees na

ansiedade e no humor de indiviacuteduos que satildeo submetidos a um programa de

treinamento fiacutesico a depender de seu caraacuteter e intensidade O controle das variaacuteveis

agudas como duraccedilatildeo intensidade e velocidade de execuccedilatildeo do movimento pode

contribuir na elaboraccedilatildeo de um programa de TP que por sua vez aperfeiccediloaraacute o

controle da magnitude da ansiedade eou humor Vale destacar que o exerciacutecio

fiacutesico tem se tornado uma alternativa natildeo farmacoloacutegica econocircmica saudaacutevel e de

maior adesatildeo na prevenccedilatildeo e tratamento de distuacuterbios psicoloacutegicos e na promoccedilatildeo

da sauacutede mental (WERNECK 2011) A hipoacutetese eacute que uma uacutenica sessatildeo de TP com

intensidade de 50 (1RM) tem a capacidade de reduzir o niacutevel de ansiedade-

estado e ateacute melhorar Enquanto que uma sessatildeo a 80 (1RM) direciona a

deterioraccedilatildeo do estado ou aumento da ansiedade No que diz respeito ao TP

pressupotildee-se que caso confirmada a hipoacutetese o controle das variaacuteveis agudas

acrescentaraacute positivamente no processo de prescriccedilatildeo de exerciacutecios como

prevenccedilatildeo e tratamento dos transtornos de ansiedade e humor Permitindo os

profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica prescrever exerciacutecios visando uma otimizaccedilatildeo nas

caracteriacutesticas psicoloacutegicas

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

O TP eacute uma das modalidades mais praticadas de exerciacutecio fiacutesico atualmente

por indiviacuteduos de diferentes grupos etaacuterios tanto do sexo masculino quanto feminino

e com diferentes niacuteveis de condicionamento fiacutesico Pode-se perceber uma

superlotaccedilatildeo nas academias em vaacuterios horaacuterios para a realizaccedilatildeo desta praacutetica

Esse fato pode ser facilmente explicado pelos inuacutemeros benefiacutecios e tratando

especificamente dos exerciacutecios com pesos evidecircncias cientiacuteficas (HURLEY

HAGBERG 1998) respaldam adaptaccedilotildees que incluem desde importantes

modificaccedilotildees morfoloacutegicas neuromusculares fisioloacutegicas alteraccedilotildees sociais e

comportamentais (DIAS et al 2005) A cobranccedila dos adeptos ao TP quanto agrave

obtenccedilatildeo de resultados junto aos programas de treinos personalizados exige ao

profissional de educaccedilatildeo fiacutesica estruturar os exerciacutecios respeitando os princiacutepios do

treinamento fiacutesico aleacutem de empregar o controle de diversas variaacuteveis como accedilotildees

musculares nuacutemero de seacuteries e repeticcedilotildees intensidade velocidade de execuccedilatildeo do

movimento intervalo seleccedilatildeo e ordem dos exerciacutecios e frequecircncia semanal de

maneira periodizada (BIRD TARPENNING MARINO 2005)

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos

O ACSM e os Centros de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC)

recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

(ACSM1998) como uma ferramenta importante na prevenccedilatildeo e tratamento de

diferentes tipos de doenccedilas (NOBREGA et al 1999) e na manutenccedilatildeo da qualidade

de vida relativa agrave sauacutede (PEREIRA GOMES 2007) Por outro lado estudos mostram

que o TP tambeacutem pode afetar a sauacutede mental especificamente quando realizado de

forma extenuante (PELUSO ANDRADE 2005) A compreensatildeo dos efeitos agudos

do TP sobre a sauacutede mental portanto tem o potencial de influenciar em vaacuterios

aspectos principalmente no que concerne a intensidade desse exerciacutecio que por

sua vez iraacute modular a magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas

humor e ansiedade

22 Ansiedade

15

As pressotildees de uma sociedade moderna tecnoloacutegica e competitiva satildeo

fatores de grande valor no desenvolvimento da ansiedade Nos dias atuais o

desenvolvimento tecnoloacutegico assim como as pressotildees sociais poliacuteticas e

econocircmicas tecircm colaborado para o acreacutescimo de problemas mentais de ordem

emocional (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 FISHER 1990) A ansiedade pode ser

conceituada como um estado emocional que passa a existir em resposta agrave forma

como o indiviacuteduo julga ou interpreta um momento seja em situaccedilatildeo de perigo em

seu cotidiano ou fruto de sua imaginaccedilatildeo Ela podem desencadear uma seacuterie de

sintomas com alteraccedilotildees comportamentais e fisioloacutegicas como apreensatildeo

nervosismo tensatildeo frio no estocircmago palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva falta de

ar cefaleia tremores e vertigens (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 GAMA et al

2008) Poreacutem nem toda ansiedade deve ser considerada prejudicial (BERTEacute

JUacuteNIOR 2004) Dependendo da ocasiatildeo ou intensidade a ansiedade pode ser

beneacutefica ou tornar-se patoloacutegica depreciando o estado psicoloacutegico do indiviacuteduo Em

niacuteveis normais trata-se de um fenocircmeno fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do

organismo em situaccedilotildees de perigo No entanto Benute et al (2009) coloca que

quando a ansiedade eacute excessiva ao inveacutes de cooperar gera a falecircncia da

capacidade adaptativa

ldquoAtualmente as discussotildees apresentam definiccedilotildees e conceitos de ansiedade

tanto como um sintoma quanto como uma patologia que envolve aspectos

multifatoriais de caraacuteter somaacutetico ou cognitivordquo (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007

sem paginaccedilatildeo) Segundo Spielberger Gorsuch Lushene (1979) e Weinberg

Gould (2001) podemos classificar a ansiedade em duas ansiedade-traccedilo e

ansiedade-estado A ansiedade-traccedilo refere-se a uma disposiccedilatildeo pessoal

relativamente estaacutevel onde o individuo responde com ansiedade a condiccedilotildees

estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como mais ou

menos ameaccediladoras dependendo de suas experiecircncias A ansiedade-estado faz

referencia a um estado emocional transitoacuterio em constante alteraccedilatildeo caracterizado

por sentimentos desagradaacuteveis de tensatildeo e apreensatildeo percebidas de forma

consciente e subjetiva amenizados pelas habilidades de enfrentamento adquiridas

O surgimento de um estado de ansiedade envolve um conjunto de ocorrecircncias

internas que podem estar ligada a estiacutemulos externos Qualquer estiacutemulo interno

ou externo analisado cognitivamente pelo individuo como ameaccedilador evocaraacute

uma resposta de ansiedade-estado (SPIELBERGER 2003)

16

23 Estado de humor

O estado de humor pode ser entendido como um estado psicoloacutegico

composto por sentimentos positivos e negativos que transita entre dois polos

extremos um eufoacuterico e outro apaacutetico alterado de acordo com as situaccedilotildees (VIEIRA

et al 2010) sendo considerado um indicador do bem-estar psicoloacutegico

(WERNECK 2003) ou ainda como um ldquoconjunto de sentimentos transitoacuterios por

natureza que se diferenciam em intensidade e duraccedilatildeo e na maioria das vezes

compotildee mais de uma emoccedilatildeordquo (LANE TERRY 2000 p 16) O humor reflete os

estados emocionais que possuem caraacuteter somaacutetico modulado por fatores externos

que satildeo percebidos de forma consciente (WEINBERG GOULD 2008) O humor ou

estado de acircnimo pode ainda ser definido como o tocircnus afetivo do indiviacuteduo que

modifica a forma de percepccedilatildeo das experiecircncias reais ampliando ou minimizando o

impacto destas (DALGALARRONDO 2000) e para Vieira et al (2010) eacute a disposiccedilatildeo

afetiva fundamental

24 Exerciacutecio Fiacutesico Treinamento com pesos e Variaacuteveis mentais

A literatura jaacute elucida pesquisas que demostram a relaccedilatildeo e efeitos do

exerciacutecio fiacutesico e treinamento com pesos com as variaacuteveis mentais (ARAUacuteJO

MELLO LEITE 2007) Contudo ainda natildeo haacute um consenso entre os achados e as

recomendaccedilotildees para a praacutetica (WERNECK et al 2005) bem como a resposta para

qual seria o melhor tipo de treinamento intensidade seacuteries repeticcedilotildees duraccedilatildeo

intervalo e frequecircncia dos exerciacutecios Eacute perceptiacutevel a escassez de estudos que

relatam os efeitos agudos do TP sobre a ansiedade e humor especificamente e em

sua maioria trazem resultados de exerciacutecios aeroacutebio (BUCKWORTH DISHMAN

2002) eou satildeo com protocolos de exerciacutecios combinados Os resultados parecem

ser contraditoacuterios quando analisado os efeitos psicoloacutegicos de sessotildees agudas

(WERNECK et al 2010)

Tharion et al (1991) e Arent Alderman Landers (2000) mostram que o TP

de baixa intensidade promovem melhoria no humor e Focht Koltyn (1999)

evidenciam reduccedilatildeo na ansiedade e autores como Raglin Turner Eksten (1993)

17

natildeo encontraram nenhuma alteraccedilatildeo Em contrapartida os exerciacutecios de alta

intensidade tambeacutem estiveram associados agraves melhorias no estado de humor

(BARTHOLOMEW HERRING OacuteCONNOR 1999) decreacutescimos (THARION et al

1991) ou nenhuma variaccedilatildeo no humor (RAGLIN JS TURNER PE EKSTEN 1993)

18

3 OBJETIVOS

Objetivo geral

Analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do TP sobre as respostas afetivas

de ansiedade e humor em adultos jovens

Objetivo especiacutefico

Verificar o efeito agudo do TP sobre a Percepccedilatildeo Subjetiva de Esforccedilo

Relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor em

jovens adultos do sexo masculino

19

4 METODOLOGIA

Delineamento experimental

Trata-se de um estudo experimental do tipo cross-over desenvolvido com

jovens adultos do sexo masculino Foi recomendado que os participantes

mantivessem suas dietas alimentares cotidianas No entanto natildeo deveriam realizar

atividades fiacutesicas no decorrer da pesquisa O estudo foi conduzido em 2 etapas

A etapa 1 consistiu na realizaccedilatildeo dos testes de prediccedilatildeo de 1RM ateacute a falha

concecircntrica Cada tentativa respeitando o tempo de descanso de trecircs a cinco

minutos para uma nova aplicaccedilatildeo Nesta etapa tambeacutem foram realizadas avaliaccedilotildees

antropomeacutetricas Adotou-se o miacutenimo de roupas durante mensuraccedilatildeo da massa

corporal estatura e dobras cutacircneas

Na etapa 2 procedimento subsequente foi constituiacuteda pelas sessotildees de TP

Os participantes foram submetidos a uma sessatildeo utilizando 50 de 1RM e outra

sessatildeo (48h de intervalo) com 80 de 1RM conduzidas randomicamente (sorteio)

Imediatamente apoacutes cada set de exerciacutecio foram aplicadas a Escala de OMINI ndash

RES para verificar a PSE nos exerciacutecios Todos os participantes responderam 30

min antes e 30 min apoacutes a realizaccedilatildeo da sessatildeo de treino os questionaacuterios de

ansiedade e humor (STAI e BRUMS) ambos convertidos para escala analoacutegica

visual

20

Figura 1 - Delineamento experimental da investigaccedilatildeo

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nos procedimentos metodoloacutegicos

Participantes

Foram selecionados 36 voluntaacuterios de forma natildeo probabiliacutestica com

experiecircncia previa de 6 meses ininterrupto que natildeo faziam uso de suplementos ou

faacutermacos que otimizem o ganho de forccedila Sendo todos recrutados do sexo

masculino com idade entre 18 e 30 anos Apoacutes receber informaccedilatildeo sobre os

procedimentos aos quais seriam submetidos durante o periacuteodo da pesquisa eles

assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) Os procedimentos

adotados neste estudo atenderam agraves normas da Resoluccedilatildeo 46612 do Conselho

Nacional de Sauacutede para pesquisas em seres humanos aprovado pelo comitecirc de

eacutetica em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CAE

47571415900005208)

Cross-over

21

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos 6 participantes por natildeo terem participado de todas as

sessotildees de treino da pesquisa

Instrumentos

Testes de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs)

A forccedila muscular foi determinada por meio do teste de 4-10 RMs Utilizaram-

se as equaccedilotildees de Epley (1995) [1RM = (00333 x reps) x carga submaacutexima + carga

submaacutexima)] e Adams (1998) [1RM = carga submaacutexima [100 ndash (2 x reps)] x 100]

para predizer os valores de 1RM para exerciacutecios de membros inferiores e

superiores respectivamente conforme elucidado no estudo de Menecircses et al

(2013) Os exerciacutecios realizados foram puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps

pulley e leg press 45o Para cada exerciacutecio foram concedidas ateacute duas tentativas

para o teste de 4-10 RMs com intervalo de trecircs a cinco minutos entre as tentativas e

os exerciacutecios Salienta-se que as tentativas de 4-10 RMs foram procedidas na

mesma sessatildeo ateacute a falha concecircntrica e encorajamentos verbais foram oferecidos

durante a mensuraccedilatildeo Adotou-se 50 da carga prevista para o aquecimento

entre10-15 repeticcedilotildees

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES)

A escala de OMINI-RES eacute um instrumento que teve sua validade estudada

tanto em crianccedilas quanto em adultos (SILVA et al2011) e ateacute idosos (BRITO et al

2001) na realizaccedilatildeo de diferentes tipos de atividades tais como TP exerciacutecio em

cicloergocircmetro caminhada e subida em escadas (ROBERTSON et al 2000) O

OMINIS-RES foi utilizado para medir a percepccedilatildeo do esforccedilo a cada set

Imediatamente apoacutes a realizaccedilatildeo do exerciacutecio foi apresentada a escala para o

avaliado pudesse indicar seu estado Ademais foi apresentada a escala de OMNI 30

minutos apoacutes a sessatildeo de TP com a premissa de que o participante indicasse a

percepccedilatildeo de intensidade da sessatildeo Em seguida este valor foi multiplicado pelo

22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

REFEREcircNCIAS

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31

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Catalogaccedilatildeo na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE ndash Biblioteca Setorial do CAV Bibliotecaacuteria Ana Ligia Feliciano dos Santos ndash CRB-42005

L732e Lima Ewerton Thiago Pereira de

Pode a intensidades dos exerciacutecios com pesos modular a magnitude da dose-

resposta de variaacuteveis mentais como humor e ansiedade em jovens adultos do

sexo masculino Ewerton Thiago Pereira de Lima - Vitoacuteria de Santo Antatildeo

2016

38 f il fig tab

Orientador Leonardo de Sousa Fortes

TCC (Bacharelado em Educaccedilatildeo Fiacutesica) ndash Universidade Federal de

Pernambuco CAV Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Fiacutesica 2016

Inclui bibliografia e anexos

1 Treinamento de resistecircncia 2 Ansiedade 3 Temperamento I Fortes

Leonardo de Sousa (Orientador) II Tiacutetulo

79641 CDD (23ed) BIBCAVUFPE-0822016

EWERTON THIAGO PEREIRA DE LIMA

PODE A INTENSIDADES DOS EXERCIacuteCIOS COM PESOS MODULAR A

MAGNITUDE DA DOSE-RESPOSTA DE VARIAacuteVEIS MENTAIS COMO HUMOR E

ANSIEDADE EM JOVENS ADULTOS DO SEXO MASCULINO

TCC apresentado ao Curso de Bacharelado em Educaccedilatildeo Fiacutesica da Universidade Federal de Pernambuco Centro Acadecircmico de Vitoacuteria como requisito para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Educaccedilatildeo Fiacutesica

Aprovado em 08072016

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Profordm Dr Leonardo de Sousa Fortes (Orientador)

Universidade Federal de Pernambuco

_________________________________________ Profordm Edil de Albuquerque Rodrigues Filho

Universidade Federal de Pernambuco

_________________________________________

Profordm Saulo Fernandes Melo de Oliveira Universidade Federal de Pernambuco

AGRADECIMENTOS

Eacute impossiacutevel resumir e citar tudo aquilo que de seu modo me fez chegar ateacute

aqui Mas agradeccedilo em primeiro lugar a Deus por estar sempre comigo me fazer

seguir em frente e enfrentar as tantas dificuldades que surgiram no caminho sem

me deixar desistir Aos meus pais Isael e Socircnia pelo amor e por contribuiacuterem em

minha formaccedilatildeo desde meu nascimento por fazerem sempre o possiacutevel para que

meus estudos fossem prioridade ajudando com tudo o que estava ao alcance e por

muitas vezes irem aleacutem para me proporcionar o melhor Agradeccedilo ainda por nossa

primeira visita ao coleacutegio e pelas lembranccedilas alegres que guardamos daquele dia

Aos meus irmatildeos Neto e Felipe por todas as brigas e carinhos pelos empreacutestimos

sem autorizaccedilotildees e tambeacutem as minhas cunhadas Jeacutessica e Alexsandra por todo

apoio externado A minha amada sobrinha Sofia pelos inuacutemeros gestos de amor

demonstrados e gargalhadas contagiantes em minha chegada Aos familiares pelas

oraccedilotildees e apoio especialmente minhas avoacutes Alice e Severina A Salles irmatilde que a

vida me concedeu desde muito cedo sendo a responsaacutevel por apresentar o Coleacutegio

DAMAS minha escola da feacute na qual fui agraciado com os melhores ensinamentos

Ao amigo Joaquim Lira pelo incentivo constante aos meus estudos Ao meu

orientador da pesquisa monitoria e extensatildeo Professor Dr Leonardo de Sousa

Fortes pela oportunidade orientaccedilatildeo dedicaccedilatildeo disponibilidade paciecircncia pelas

criacuteticas que contribuiacuteram para o meu crescimento como pessoa e principalmente

pela amizade construiacuteda durante a graduaccedilatildeo Agradeccedilo tambeacutem aos Professores

Saulo Oliveira e Edil de Albuquerque que aceitaram compor minha banca

avaliadora obrigado por tantos ensinamentos

Aos voluntaacuterios deste estudo que abriram matildeo do seu tempo para que fosse

possiacutevel a realizaccedilatildeo de minha pesquisa sem eles nada disso seria possiacutevel eles

foram a peccedila fundamental para a concretizaccedilatildeo deste estudo A esta universidade

direccedilatildeo e professores pelo incentivo e despertar do senso criacutetico qυе oportunizaram

а janela de novos horizontes eivado pеlа confianccedila na eacutetica Ao terceirizados da

limpeza e seguranccedila teacutecnicos е estagiaacuterios especialmente todos que fazem a

BIBCAV vale destacar as chefas Giane Rose Ana e Jaci por diariamente estarem

desempenhando suas funccedilotildees da melhor maneira e pela companhia A todo meu

grupo de pesquisa ldquoGEPAEErdquo pelo compartilhamento do conhecimento cientiacutefico e

companheirismo durante as coletas Aos membros do Movimenta CAV Osmar

Deisy e Rayanny pela disponibilidade A minha Coordenadora Geral do DAEF

Laiane por ser acima de tudo presente Aos seletos amigos que carrego na vida e

digo sem medo faccedilo questatildeo de tecirc-los Jefferson Lili Mara Guilia Wagner Juacutelia

Ithalo Igor Fabio Barba Bruna Gustavo Amannda Paulinha Dega Fulga

Anderson Jardi Hugo Grimauro Cleide Alane Gizele Pedro Douglas Tayna

Diego Siandro Walter Saulo Deissy Geraldo Yuri Lilyan Wedson Wedja

Camila Andressa Allyson Robson Taiti Fran Philipe Ninhos Rafael Patriacutecia

Rapha Anderson Paloma A Elayne pelas lembranccedilas mais desastradas ligaccedilotildees

mais demoradas e ansioliacuteticas Aos amigos que pelas circunstacircncias natildeo

conseguimos nos encontrar frequentemente e natildeo foram citados mas que desde

meu ingresso na graduaccedilatildeo estiveram comigo nas tomadas de decisotildees acertos e

frustraccedilotildees Aos que reclamavam incansavelmente dos vaacutecuos recebidos nas redes

sociais e de minha ausecircncia meu muito obrigado por insistirem no contato e

confirmar que ldquoquem eacute amigo mesmo e sabe que eacute amigo natildeo precisa

verfalarescrever todos os dias nem toda semana nem todo mecircs pra saber que o

outro estaacute laacute agrave disposiccedilatildeo para o que for necessaacuteriordquo

Aos demais amigos que fiz na faculdade pela amizade que perpassa as

diferenccedilas pelo carinho que levaremos das lembranccedilas e pela saudade que jaacute se

faz presente dos melhores anos de minha vida A todos que compartilharam do meu

sonho dedico essa vitoacuteria com profunda gratidatildeo e respeito

ldquoDUC IN ALTUM rdquo

RESUMO

O objetivo do trabalho foi analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do

treinamento com pesos (TP) sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em

adultos jovens Foram selecionados 30 participantes do sexo masculino de forma

natildeo probabiliacutestica com idade entre 18 e 30 anos Todos os voluntaacuterios

apresentaram experiecircncia com TP de seis meses ininterruptos No iniacutecio da

pesquisa foram coletados dados antropomeacutetricos para determinaccedilatildeo da massa

estatura e densidade corporal A forccedila muscular foi determinada por meio do teste

de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs) A sessatildeo de treinamento com pesos foi

constituiacuteda por 4 exerciacutecios 2 multiarticulares e 2 monoarticulares Os participantes

responderam 2 questionaacuterios (BRUMS e STAI) antes e apoacutes (30 minutos) as

sessotildees de TP para analisar o estado de humor e ansiedade respectivamente aleacutem

de responder imediatamente a cada set e apoacutes a sessatildeo a escala de OMINI-RES

para medir a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo (PSE) Foi identificada reduccedilatildeo dos

escores da STAI-S tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05)

quanto 80 de 1RM (F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01) Foi

encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo 80 de 1RM (F(2 28)=3491

p=001 d=07) ao passo que o natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2

28)=208 p=032 d=01) sendo apontada diferenccedila estatisticamente significante

entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=4278 p=001 d=08) Os resultados

permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com pesos foi capaz de

aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos do sexo

masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de 80 de

1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houveram diferenccedilas

significativas comparadas ao poacutes-testes E ansiedade parece ser reduzida poreacutem

sem diferenccedila estatiacutestica

Palavras-chave Treinamento com pesos Estado de humor Ansiedade Percepccedilatildeo

subjetiva do esforccedilo

ABSTRACT

The objective was to analyze the acute effect of different intensities of weight training

(PT) on the emotional responses of anxiety and mood in young adults We selected

30 male participants of non-probabilistic way aged between 18 and 30 years All

volunteers had experience with TP six consecutive months At the beginning of the

study were collected anthropometric data to determine the weight height and body

density Muscle strength was determined by testing the maximum 4-10 repeats

(MRs) The training session with weights consisted of 4 years 2 and 2

multiarticulares monoarticulars Participants answered 2 - questionnaires (BRUMS

and STAI) before and after (30 minutes) TP sessions to analyze the state of mood

and anxiety respectively and immediately respond to each set and after the session

the omni-RES scale to measure the perception of effort It has been identified

reduction of STAI-S scores both as 50 of 1RM (F (2 28) = 626 p = 001 d = 05)

and 80 of 1RM (F (2 28) = 879 p = 001 d = 0 5) with no statistically significant

difference between the conditions in the post-test (F (2 28) = 196 p = 028 d = 01)

It was found increased in negative mood condition 80 of 1RM (F (2 28) = 3491 p

= 001 d = 07) while the negative mood did not change in the condition of 50 1RM

(F (2 28) = 208 p = 032 d = 01) and pointed to a statistically significant difference

between the conditions in the post-test (F (2 28) = 4278 p = 001 d = 08) The

results showed that a single training session with weights was able to significantly

increase the negative mood in young adult male sex experienced in weight training

with intensity of 80 of 1RM In the condition of 50 of 1RM for mood no significant

difference compared to the post-tests And anxiety seems to be reduced but without

significant differences

Keywords Weight training Mood Anxiety perceived exertion

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos 14

22 Ansiedade 14

23 Estado de humor 16

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 RESULTADOS 25

7 CONCLUSAtildeO 29

REFEREcircNCIAS 30

ANEXO A ndash ESCALA DE HUMOR DE BRUMS 34

ANEXO B ndash QUESTIONAacuteRIO DE ANSIEDADE (STAI) 35

ANEXO C ndash ESCALA DE PERCEPCcedilAtildeO SUBJETIVA DO ESFORCcedilO 36

APEcircNDICE A ndash DADOS DEMOGRAacuteFICOS 37

APEcircNDICE B ndash FICHA DE PRESCRICcedilAtildeO DO TREINO 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O treinamento com pesos (TP) eacute indubitavelmente uma das praacuteticas mais

populares de treinamento fiacutesico (LOPES et al 2014) Ressalta-se que o resultado

esperado no programa de TP depende das adaptaccedilotildees e interaccedilatildeo de diversas

variaacuteveis (volume intensidade velocidade repouso tipo de accedilatildeo muscular e

frequecircncia) (BIRD TARPENNING MARINO 2005) A crescente demanda pelo TP

tem incentivado a procura por paracircmetros bem estabelecidos para prescriccedilatildeo de

exerciacutecios (PEREIRA GOMES 2003) O American College of Sports Medicine

(ACSM) recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

para adultos (ACSM1998) As intensidades desses exerciacutecios podem modular a

magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas humor e ansiedade

A ansiedade eacute conceituada como um estado emocional que surge em

resposta agrave maneira como o individuo avalia ou interpreta uma situaccedilatildeo seja em

momentos de perigo real ou imaginaacuterio desencadeando sintomas como frio no

estocircmago opressatildeo no peito palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva dor de cabeccedila

eou falta de ar (GAMA et al2008) Em niacuteveis habituais trata-se de um fenocircmeno

fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do organismo em circunstacircncias de perigo

Contudo quando a ansiedade eacute excedente ao inveacutes de contribuir desencadeia a

falecircncia da capacidade adaptativa (BENUTE et al2009) Pode-se classificar a

ansiedade em ansiedade-traccedilo e ansiedade-estado A primeira refere-se a uma

disposiccedilatildeo pessoal e relativamente estaacutevel o indiviacuteduo responde com ansiedade a

ocasiotildees estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como

mais ou menos ameaccediladoras dependendo das experiecircncias pessoais vividas No

caso da ansiedade-estado trata-se de um estado emocional transitoacuterio

caracterizado por sentimentos subjetivos de tensatildeo e que variam de intensidade ao

longo do tempo (SPIELBERGER GORSUCH LUSHENE1979) O humor por sua

vez pode ser definido como um estado emocional ou afetivo que diz respeito ao

conjunto de sentimentos positivos e negativos que variam em intensidade e duraccedilatildeo

(NEVES 2013) Parece que o humor pode ser alterado em razatildeo das cargas de

treinamento fiacutesico (LANE et al 2004)

Os benefiacutecios psicoloacutegicos provocados pela praacutetica de exerciacutecios encontram-

se muito difundido por profissionais da sauacutede meios de comunicaccedilotildees e

pesquisadores denotando a importacircncia social e acadecircmica do tema (WERNECK

13

2011) Pode-se afirmar a partir da literatura cientifica que ocorrem alteraccedilotildees na

ansiedade e no humor de indiviacuteduos que satildeo submetidos a um programa de

treinamento fiacutesico a depender de seu caraacuteter e intensidade O controle das variaacuteveis

agudas como duraccedilatildeo intensidade e velocidade de execuccedilatildeo do movimento pode

contribuir na elaboraccedilatildeo de um programa de TP que por sua vez aperfeiccediloaraacute o

controle da magnitude da ansiedade eou humor Vale destacar que o exerciacutecio

fiacutesico tem se tornado uma alternativa natildeo farmacoloacutegica econocircmica saudaacutevel e de

maior adesatildeo na prevenccedilatildeo e tratamento de distuacuterbios psicoloacutegicos e na promoccedilatildeo

da sauacutede mental (WERNECK 2011) A hipoacutetese eacute que uma uacutenica sessatildeo de TP com

intensidade de 50 (1RM) tem a capacidade de reduzir o niacutevel de ansiedade-

estado e ateacute melhorar Enquanto que uma sessatildeo a 80 (1RM) direciona a

deterioraccedilatildeo do estado ou aumento da ansiedade No que diz respeito ao TP

pressupotildee-se que caso confirmada a hipoacutetese o controle das variaacuteveis agudas

acrescentaraacute positivamente no processo de prescriccedilatildeo de exerciacutecios como

prevenccedilatildeo e tratamento dos transtornos de ansiedade e humor Permitindo os

profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica prescrever exerciacutecios visando uma otimizaccedilatildeo nas

caracteriacutesticas psicoloacutegicas

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

O TP eacute uma das modalidades mais praticadas de exerciacutecio fiacutesico atualmente

por indiviacuteduos de diferentes grupos etaacuterios tanto do sexo masculino quanto feminino

e com diferentes niacuteveis de condicionamento fiacutesico Pode-se perceber uma

superlotaccedilatildeo nas academias em vaacuterios horaacuterios para a realizaccedilatildeo desta praacutetica

Esse fato pode ser facilmente explicado pelos inuacutemeros benefiacutecios e tratando

especificamente dos exerciacutecios com pesos evidecircncias cientiacuteficas (HURLEY

HAGBERG 1998) respaldam adaptaccedilotildees que incluem desde importantes

modificaccedilotildees morfoloacutegicas neuromusculares fisioloacutegicas alteraccedilotildees sociais e

comportamentais (DIAS et al 2005) A cobranccedila dos adeptos ao TP quanto agrave

obtenccedilatildeo de resultados junto aos programas de treinos personalizados exige ao

profissional de educaccedilatildeo fiacutesica estruturar os exerciacutecios respeitando os princiacutepios do

treinamento fiacutesico aleacutem de empregar o controle de diversas variaacuteveis como accedilotildees

musculares nuacutemero de seacuteries e repeticcedilotildees intensidade velocidade de execuccedilatildeo do

movimento intervalo seleccedilatildeo e ordem dos exerciacutecios e frequecircncia semanal de

maneira periodizada (BIRD TARPENNING MARINO 2005)

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos

O ACSM e os Centros de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC)

recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

(ACSM1998) como uma ferramenta importante na prevenccedilatildeo e tratamento de

diferentes tipos de doenccedilas (NOBREGA et al 1999) e na manutenccedilatildeo da qualidade

de vida relativa agrave sauacutede (PEREIRA GOMES 2007) Por outro lado estudos mostram

que o TP tambeacutem pode afetar a sauacutede mental especificamente quando realizado de

forma extenuante (PELUSO ANDRADE 2005) A compreensatildeo dos efeitos agudos

do TP sobre a sauacutede mental portanto tem o potencial de influenciar em vaacuterios

aspectos principalmente no que concerne a intensidade desse exerciacutecio que por

sua vez iraacute modular a magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas

humor e ansiedade

22 Ansiedade

15

As pressotildees de uma sociedade moderna tecnoloacutegica e competitiva satildeo

fatores de grande valor no desenvolvimento da ansiedade Nos dias atuais o

desenvolvimento tecnoloacutegico assim como as pressotildees sociais poliacuteticas e

econocircmicas tecircm colaborado para o acreacutescimo de problemas mentais de ordem

emocional (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 FISHER 1990) A ansiedade pode ser

conceituada como um estado emocional que passa a existir em resposta agrave forma

como o indiviacuteduo julga ou interpreta um momento seja em situaccedilatildeo de perigo em

seu cotidiano ou fruto de sua imaginaccedilatildeo Ela podem desencadear uma seacuterie de

sintomas com alteraccedilotildees comportamentais e fisioloacutegicas como apreensatildeo

nervosismo tensatildeo frio no estocircmago palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva falta de

ar cefaleia tremores e vertigens (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 GAMA et al

2008) Poreacutem nem toda ansiedade deve ser considerada prejudicial (BERTEacute

JUacuteNIOR 2004) Dependendo da ocasiatildeo ou intensidade a ansiedade pode ser

beneacutefica ou tornar-se patoloacutegica depreciando o estado psicoloacutegico do indiviacuteduo Em

niacuteveis normais trata-se de um fenocircmeno fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do

organismo em situaccedilotildees de perigo No entanto Benute et al (2009) coloca que

quando a ansiedade eacute excessiva ao inveacutes de cooperar gera a falecircncia da

capacidade adaptativa

ldquoAtualmente as discussotildees apresentam definiccedilotildees e conceitos de ansiedade

tanto como um sintoma quanto como uma patologia que envolve aspectos

multifatoriais de caraacuteter somaacutetico ou cognitivordquo (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007

sem paginaccedilatildeo) Segundo Spielberger Gorsuch Lushene (1979) e Weinberg

Gould (2001) podemos classificar a ansiedade em duas ansiedade-traccedilo e

ansiedade-estado A ansiedade-traccedilo refere-se a uma disposiccedilatildeo pessoal

relativamente estaacutevel onde o individuo responde com ansiedade a condiccedilotildees

estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como mais ou

menos ameaccediladoras dependendo de suas experiecircncias A ansiedade-estado faz

referencia a um estado emocional transitoacuterio em constante alteraccedilatildeo caracterizado

por sentimentos desagradaacuteveis de tensatildeo e apreensatildeo percebidas de forma

consciente e subjetiva amenizados pelas habilidades de enfrentamento adquiridas

O surgimento de um estado de ansiedade envolve um conjunto de ocorrecircncias

internas que podem estar ligada a estiacutemulos externos Qualquer estiacutemulo interno

ou externo analisado cognitivamente pelo individuo como ameaccedilador evocaraacute

uma resposta de ansiedade-estado (SPIELBERGER 2003)

16

23 Estado de humor

O estado de humor pode ser entendido como um estado psicoloacutegico

composto por sentimentos positivos e negativos que transita entre dois polos

extremos um eufoacuterico e outro apaacutetico alterado de acordo com as situaccedilotildees (VIEIRA

et al 2010) sendo considerado um indicador do bem-estar psicoloacutegico

(WERNECK 2003) ou ainda como um ldquoconjunto de sentimentos transitoacuterios por

natureza que se diferenciam em intensidade e duraccedilatildeo e na maioria das vezes

compotildee mais de uma emoccedilatildeordquo (LANE TERRY 2000 p 16) O humor reflete os

estados emocionais que possuem caraacuteter somaacutetico modulado por fatores externos

que satildeo percebidos de forma consciente (WEINBERG GOULD 2008) O humor ou

estado de acircnimo pode ainda ser definido como o tocircnus afetivo do indiviacuteduo que

modifica a forma de percepccedilatildeo das experiecircncias reais ampliando ou minimizando o

impacto destas (DALGALARRONDO 2000) e para Vieira et al (2010) eacute a disposiccedilatildeo

afetiva fundamental

24 Exerciacutecio Fiacutesico Treinamento com pesos e Variaacuteveis mentais

A literatura jaacute elucida pesquisas que demostram a relaccedilatildeo e efeitos do

exerciacutecio fiacutesico e treinamento com pesos com as variaacuteveis mentais (ARAUacuteJO

MELLO LEITE 2007) Contudo ainda natildeo haacute um consenso entre os achados e as

recomendaccedilotildees para a praacutetica (WERNECK et al 2005) bem como a resposta para

qual seria o melhor tipo de treinamento intensidade seacuteries repeticcedilotildees duraccedilatildeo

intervalo e frequecircncia dos exerciacutecios Eacute perceptiacutevel a escassez de estudos que

relatam os efeitos agudos do TP sobre a ansiedade e humor especificamente e em

sua maioria trazem resultados de exerciacutecios aeroacutebio (BUCKWORTH DISHMAN

2002) eou satildeo com protocolos de exerciacutecios combinados Os resultados parecem

ser contraditoacuterios quando analisado os efeitos psicoloacutegicos de sessotildees agudas

(WERNECK et al 2010)

Tharion et al (1991) e Arent Alderman Landers (2000) mostram que o TP

de baixa intensidade promovem melhoria no humor e Focht Koltyn (1999)

evidenciam reduccedilatildeo na ansiedade e autores como Raglin Turner Eksten (1993)

17

natildeo encontraram nenhuma alteraccedilatildeo Em contrapartida os exerciacutecios de alta

intensidade tambeacutem estiveram associados agraves melhorias no estado de humor

(BARTHOLOMEW HERRING OacuteCONNOR 1999) decreacutescimos (THARION et al

1991) ou nenhuma variaccedilatildeo no humor (RAGLIN JS TURNER PE EKSTEN 1993)

18

3 OBJETIVOS

Objetivo geral

Analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do TP sobre as respostas afetivas

de ansiedade e humor em adultos jovens

Objetivo especiacutefico

Verificar o efeito agudo do TP sobre a Percepccedilatildeo Subjetiva de Esforccedilo

Relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor em

jovens adultos do sexo masculino

19

4 METODOLOGIA

Delineamento experimental

Trata-se de um estudo experimental do tipo cross-over desenvolvido com

jovens adultos do sexo masculino Foi recomendado que os participantes

mantivessem suas dietas alimentares cotidianas No entanto natildeo deveriam realizar

atividades fiacutesicas no decorrer da pesquisa O estudo foi conduzido em 2 etapas

A etapa 1 consistiu na realizaccedilatildeo dos testes de prediccedilatildeo de 1RM ateacute a falha

concecircntrica Cada tentativa respeitando o tempo de descanso de trecircs a cinco

minutos para uma nova aplicaccedilatildeo Nesta etapa tambeacutem foram realizadas avaliaccedilotildees

antropomeacutetricas Adotou-se o miacutenimo de roupas durante mensuraccedilatildeo da massa

corporal estatura e dobras cutacircneas

Na etapa 2 procedimento subsequente foi constituiacuteda pelas sessotildees de TP

Os participantes foram submetidos a uma sessatildeo utilizando 50 de 1RM e outra

sessatildeo (48h de intervalo) com 80 de 1RM conduzidas randomicamente (sorteio)

Imediatamente apoacutes cada set de exerciacutecio foram aplicadas a Escala de OMINI ndash

RES para verificar a PSE nos exerciacutecios Todos os participantes responderam 30

min antes e 30 min apoacutes a realizaccedilatildeo da sessatildeo de treino os questionaacuterios de

ansiedade e humor (STAI e BRUMS) ambos convertidos para escala analoacutegica

visual

20

Figura 1 - Delineamento experimental da investigaccedilatildeo

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nos procedimentos metodoloacutegicos

Participantes

Foram selecionados 36 voluntaacuterios de forma natildeo probabiliacutestica com

experiecircncia previa de 6 meses ininterrupto que natildeo faziam uso de suplementos ou

faacutermacos que otimizem o ganho de forccedila Sendo todos recrutados do sexo

masculino com idade entre 18 e 30 anos Apoacutes receber informaccedilatildeo sobre os

procedimentos aos quais seriam submetidos durante o periacuteodo da pesquisa eles

assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) Os procedimentos

adotados neste estudo atenderam agraves normas da Resoluccedilatildeo 46612 do Conselho

Nacional de Sauacutede para pesquisas em seres humanos aprovado pelo comitecirc de

eacutetica em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CAE

47571415900005208)

Cross-over

21

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos 6 participantes por natildeo terem participado de todas as

sessotildees de treino da pesquisa

Instrumentos

Testes de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs)

A forccedila muscular foi determinada por meio do teste de 4-10 RMs Utilizaram-

se as equaccedilotildees de Epley (1995) [1RM = (00333 x reps) x carga submaacutexima + carga

submaacutexima)] e Adams (1998) [1RM = carga submaacutexima [100 ndash (2 x reps)] x 100]

para predizer os valores de 1RM para exerciacutecios de membros inferiores e

superiores respectivamente conforme elucidado no estudo de Menecircses et al

(2013) Os exerciacutecios realizados foram puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps

pulley e leg press 45o Para cada exerciacutecio foram concedidas ateacute duas tentativas

para o teste de 4-10 RMs com intervalo de trecircs a cinco minutos entre as tentativas e

os exerciacutecios Salienta-se que as tentativas de 4-10 RMs foram procedidas na

mesma sessatildeo ateacute a falha concecircntrica e encorajamentos verbais foram oferecidos

durante a mensuraccedilatildeo Adotou-se 50 da carga prevista para o aquecimento

entre10-15 repeticcedilotildees

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES)

A escala de OMINI-RES eacute um instrumento que teve sua validade estudada

tanto em crianccedilas quanto em adultos (SILVA et al2011) e ateacute idosos (BRITO et al

2001) na realizaccedilatildeo de diferentes tipos de atividades tais como TP exerciacutecio em

cicloergocircmetro caminhada e subida em escadas (ROBERTSON et al 2000) O

OMINIS-RES foi utilizado para medir a percepccedilatildeo do esforccedilo a cada set

Imediatamente apoacutes a realizaccedilatildeo do exerciacutecio foi apresentada a escala para o

avaliado pudesse indicar seu estado Ademais foi apresentada a escala de OMNI 30

minutos apoacutes a sessatildeo de TP com a premissa de que o participante indicasse a

percepccedilatildeo de intensidade da sessatildeo Em seguida este valor foi multiplicado pelo

22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

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EWERTON THIAGO PEREIRA DE LIMA

PODE A INTENSIDADES DOS EXERCIacuteCIOS COM PESOS MODULAR A

MAGNITUDE DA DOSE-RESPOSTA DE VARIAacuteVEIS MENTAIS COMO HUMOR E

ANSIEDADE EM JOVENS ADULTOS DO SEXO MASCULINO

TCC apresentado ao Curso de Bacharelado em Educaccedilatildeo Fiacutesica da Universidade Federal de Pernambuco Centro Acadecircmico de Vitoacuteria como requisito para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Educaccedilatildeo Fiacutesica

Aprovado em 08072016

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Profordm Dr Leonardo de Sousa Fortes (Orientador)

Universidade Federal de Pernambuco

_________________________________________ Profordm Edil de Albuquerque Rodrigues Filho

Universidade Federal de Pernambuco

_________________________________________

Profordm Saulo Fernandes Melo de Oliveira Universidade Federal de Pernambuco

AGRADECIMENTOS

Eacute impossiacutevel resumir e citar tudo aquilo que de seu modo me fez chegar ateacute

aqui Mas agradeccedilo em primeiro lugar a Deus por estar sempre comigo me fazer

seguir em frente e enfrentar as tantas dificuldades que surgiram no caminho sem

me deixar desistir Aos meus pais Isael e Socircnia pelo amor e por contribuiacuterem em

minha formaccedilatildeo desde meu nascimento por fazerem sempre o possiacutevel para que

meus estudos fossem prioridade ajudando com tudo o que estava ao alcance e por

muitas vezes irem aleacutem para me proporcionar o melhor Agradeccedilo ainda por nossa

primeira visita ao coleacutegio e pelas lembranccedilas alegres que guardamos daquele dia

Aos meus irmatildeos Neto e Felipe por todas as brigas e carinhos pelos empreacutestimos

sem autorizaccedilotildees e tambeacutem as minhas cunhadas Jeacutessica e Alexsandra por todo

apoio externado A minha amada sobrinha Sofia pelos inuacutemeros gestos de amor

demonstrados e gargalhadas contagiantes em minha chegada Aos familiares pelas

oraccedilotildees e apoio especialmente minhas avoacutes Alice e Severina A Salles irmatilde que a

vida me concedeu desde muito cedo sendo a responsaacutevel por apresentar o Coleacutegio

DAMAS minha escola da feacute na qual fui agraciado com os melhores ensinamentos

Ao amigo Joaquim Lira pelo incentivo constante aos meus estudos Ao meu

orientador da pesquisa monitoria e extensatildeo Professor Dr Leonardo de Sousa

Fortes pela oportunidade orientaccedilatildeo dedicaccedilatildeo disponibilidade paciecircncia pelas

criacuteticas que contribuiacuteram para o meu crescimento como pessoa e principalmente

pela amizade construiacuteda durante a graduaccedilatildeo Agradeccedilo tambeacutem aos Professores

Saulo Oliveira e Edil de Albuquerque que aceitaram compor minha banca

avaliadora obrigado por tantos ensinamentos

Aos voluntaacuterios deste estudo que abriram matildeo do seu tempo para que fosse

possiacutevel a realizaccedilatildeo de minha pesquisa sem eles nada disso seria possiacutevel eles

foram a peccedila fundamental para a concretizaccedilatildeo deste estudo A esta universidade

direccedilatildeo e professores pelo incentivo e despertar do senso criacutetico qυе oportunizaram

а janela de novos horizontes eivado pеlа confianccedila na eacutetica Ao terceirizados da

limpeza e seguranccedila teacutecnicos е estagiaacuterios especialmente todos que fazem a

BIBCAV vale destacar as chefas Giane Rose Ana e Jaci por diariamente estarem

desempenhando suas funccedilotildees da melhor maneira e pela companhia A todo meu

grupo de pesquisa ldquoGEPAEErdquo pelo compartilhamento do conhecimento cientiacutefico e

companheirismo durante as coletas Aos membros do Movimenta CAV Osmar

Deisy e Rayanny pela disponibilidade A minha Coordenadora Geral do DAEF

Laiane por ser acima de tudo presente Aos seletos amigos que carrego na vida e

digo sem medo faccedilo questatildeo de tecirc-los Jefferson Lili Mara Guilia Wagner Juacutelia

Ithalo Igor Fabio Barba Bruna Gustavo Amannda Paulinha Dega Fulga

Anderson Jardi Hugo Grimauro Cleide Alane Gizele Pedro Douglas Tayna

Diego Siandro Walter Saulo Deissy Geraldo Yuri Lilyan Wedson Wedja

Camila Andressa Allyson Robson Taiti Fran Philipe Ninhos Rafael Patriacutecia

Rapha Anderson Paloma A Elayne pelas lembranccedilas mais desastradas ligaccedilotildees

mais demoradas e ansioliacuteticas Aos amigos que pelas circunstacircncias natildeo

conseguimos nos encontrar frequentemente e natildeo foram citados mas que desde

meu ingresso na graduaccedilatildeo estiveram comigo nas tomadas de decisotildees acertos e

frustraccedilotildees Aos que reclamavam incansavelmente dos vaacutecuos recebidos nas redes

sociais e de minha ausecircncia meu muito obrigado por insistirem no contato e

confirmar que ldquoquem eacute amigo mesmo e sabe que eacute amigo natildeo precisa

verfalarescrever todos os dias nem toda semana nem todo mecircs pra saber que o

outro estaacute laacute agrave disposiccedilatildeo para o que for necessaacuteriordquo

Aos demais amigos que fiz na faculdade pela amizade que perpassa as

diferenccedilas pelo carinho que levaremos das lembranccedilas e pela saudade que jaacute se

faz presente dos melhores anos de minha vida A todos que compartilharam do meu

sonho dedico essa vitoacuteria com profunda gratidatildeo e respeito

ldquoDUC IN ALTUM rdquo

RESUMO

O objetivo do trabalho foi analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do

treinamento com pesos (TP) sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em

adultos jovens Foram selecionados 30 participantes do sexo masculino de forma

natildeo probabiliacutestica com idade entre 18 e 30 anos Todos os voluntaacuterios

apresentaram experiecircncia com TP de seis meses ininterruptos No iniacutecio da

pesquisa foram coletados dados antropomeacutetricos para determinaccedilatildeo da massa

estatura e densidade corporal A forccedila muscular foi determinada por meio do teste

de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs) A sessatildeo de treinamento com pesos foi

constituiacuteda por 4 exerciacutecios 2 multiarticulares e 2 monoarticulares Os participantes

responderam 2 questionaacuterios (BRUMS e STAI) antes e apoacutes (30 minutos) as

sessotildees de TP para analisar o estado de humor e ansiedade respectivamente aleacutem

de responder imediatamente a cada set e apoacutes a sessatildeo a escala de OMINI-RES

para medir a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo (PSE) Foi identificada reduccedilatildeo dos

escores da STAI-S tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05)

quanto 80 de 1RM (F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01) Foi

encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo 80 de 1RM (F(2 28)=3491

p=001 d=07) ao passo que o natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2

28)=208 p=032 d=01) sendo apontada diferenccedila estatisticamente significante

entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=4278 p=001 d=08) Os resultados

permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com pesos foi capaz de

aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos do sexo

masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de 80 de

1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houveram diferenccedilas

significativas comparadas ao poacutes-testes E ansiedade parece ser reduzida poreacutem

sem diferenccedila estatiacutestica

Palavras-chave Treinamento com pesos Estado de humor Ansiedade Percepccedilatildeo

subjetiva do esforccedilo

ABSTRACT

The objective was to analyze the acute effect of different intensities of weight training

(PT) on the emotional responses of anxiety and mood in young adults We selected

30 male participants of non-probabilistic way aged between 18 and 30 years All

volunteers had experience with TP six consecutive months At the beginning of the

study were collected anthropometric data to determine the weight height and body

density Muscle strength was determined by testing the maximum 4-10 repeats

(MRs) The training session with weights consisted of 4 years 2 and 2

multiarticulares monoarticulars Participants answered 2 - questionnaires (BRUMS

and STAI) before and after (30 minutes) TP sessions to analyze the state of mood

and anxiety respectively and immediately respond to each set and after the session

the omni-RES scale to measure the perception of effort It has been identified

reduction of STAI-S scores both as 50 of 1RM (F (2 28) = 626 p = 001 d = 05)

and 80 of 1RM (F (2 28) = 879 p = 001 d = 0 5) with no statistically significant

difference between the conditions in the post-test (F (2 28) = 196 p = 028 d = 01)

It was found increased in negative mood condition 80 of 1RM (F (2 28) = 3491 p

= 001 d = 07) while the negative mood did not change in the condition of 50 1RM

(F (2 28) = 208 p = 032 d = 01) and pointed to a statistically significant difference

between the conditions in the post-test (F (2 28) = 4278 p = 001 d = 08) The

results showed that a single training session with weights was able to significantly

increase the negative mood in young adult male sex experienced in weight training

with intensity of 80 of 1RM In the condition of 50 of 1RM for mood no significant

difference compared to the post-tests And anxiety seems to be reduced but without

significant differences

Keywords Weight training Mood Anxiety perceived exertion

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos 14

22 Ansiedade 14

23 Estado de humor 16

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 RESULTADOS 25

7 CONCLUSAtildeO 29

REFEREcircNCIAS 30

ANEXO A ndash ESCALA DE HUMOR DE BRUMS 34

ANEXO B ndash QUESTIONAacuteRIO DE ANSIEDADE (STAI) 35

ANEXO C ndash ESCALA DE PERCEPCcedilAtildeO SUBJETIVA DO ESFORCcedilO 36

APEcircNDICE A ndash DADOS DEMOGRAacuteFICOS 37

APEcircNDICE B ndash FICHA DE PRESCRICcedilAtildeO DO TREINO 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O treinamento com pesos (TP) eacute indubitavelmente uma das praacuteticas mais

populares de treinamento fiacutesico (LOPES et al 2014) Ressalta-se que o resultado

esperado no programa de TP depende das adaptaccedilotildees e interaccedilatildeo de diversas

variaacuteveis (volume intensidade velocidade repouso tipo de accedilatildeo muscular e

frequecircncia) (BIRD TARPENNING MARINO 2005) A crescente demanda pelo TP

tem incentivado a procura por paracircmetros bem estabelecidos para prescriccedilatildeo de

exerciacutecios (PEREIRA GOMES 2003) O American College of Sports Medicine

(ACSM) recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

para adultos (ACSM1998) As intensidades desses exerciacutecios podem modular a

magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas humor e ansiedade

A ansiedade eacute conceituada como um estado emocional que surge em

resposta agrave maneira como o individuo avalia ou interpreta uma situaccedilatildeo seja em

momentos de perigo real ou imaginaacuterio desencadeando sintomas como frio no

estocircmago opressatildeo no peito palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva dor de cabeccedila

eou falta de ar (GAMA et al2008) Em niacuteveis habituais trata-se de um fenocircmeno

fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do organismo em circunstacircncias de perigo

Contudo quando a ansiedade eacute excedente ao inveacutes de contribuir desencadeia a

falecircncia da capacidade adaptativa (BENUTE et al2009) Pode-se classificar a

ansiedade em ansiedade-traccedilo e ansiedade-estado A primeira refere-se a uma

disposiccedilatildeo pessoal e relativamente estaacutevel o indiviacuteduo responde com ansiedade a

ocasiotildees estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como

mais ou menos ameaccediladoras dependendo das experiecircncias pessoais vividas No

caso da ansiedade-estado trata-se de um estado emocional transitoacuterio

caracterizado por sentimentos subjetivos de tensatildeo e que variam de intensidade ao

longo do tempo (SPIELBERGER GORSUCH LUSHENE1979) O humor por sua

vez pode ser definido como um estado emocional ou afetivo que diz respeito ao

conjunto de sentimentos positivos e negativos que variam em intensidade e duraccedilatildeo

(NEVES 2013) Parece que o humor pode ser alterado em razatildeo das cargas de

treinamento fiacutesico (LANE et al 2004)

Os benefiacutecios psicoloacutegicos provocados pela praacutetica de exerciacutecios encontram-

se muito difundido por profissionais da sauacutede meios de comunicaccedilotildees e

pesquisadores denotando a importacircncia social e acadecircmica do tema (WERNECK

13

2011) Pode-se afirmar a partir da literatura cientifica que ocorrem alteraccedilotildees na

ansiedade e no humor de indiviacuteduos que satildeo submetidos a um programa de

treinamento fiacutesico a depender de seu caraacuteter e intensidade O controle das variaacuteveis

agudas como duraccedilatildeo intensidade e velocidade de execuccedilatildeo do movimento pode

contribuir na elaboraccedilatildeo de um programa de TP que por sua vez aperfeiccediloaraacute o

controle da magnitude da ansiedade eou humor Vale destacar que o exerciacutecio

fiacutesico tem se tornado uma alternativa natildeo farmacoloacutegica econocircmica saudaacutevel e de

maior adesatildeo na prevenccedilatildeo e tratamento de distuacuterbios psicoloacutegicos e na promoccedilatildeo

da sauacutede mental (WERNECK 2011) A hipoacutetese eacute que uma uacutenica sessatildeo de TP com

intensidade de 50 (1RM) tem a capacidade de reduzir o niacutevel de ansiedade-

estado e ateacute melhorar Enquanto que uma sessatildeo a 80 (1RM) direciona a

deterioraccedilatildeo do estado ou aumento da ansiedade No que diz respeito ao TP

pressupotildee-se que caso confirmada a hipoacutetese o controle das variaacuteveis agudas

acrescentaraacute positivamente no processo de prescriccedilatildeo de exerciacutecios como

prevenccedilatildeo e tratamento dos transtornos de ansiedade e humor Permitindo os

profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica prescrever exerciacutecios visando uma otimizaccedilatildeo nas

caracteriacutesticas psicoloacutegicas

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

O TP eacute uma das modalidades mais praticadas de exerciacutecio fiacutesico atualmente

por indiviacuteduos de diferentes grupos etaacuterios tanto do sexo masculino quanto feminino

e com diferentes niacuteveis de condicionamento fiacutesico Pode-se perceber uma

superlotaccedilatildeo nas academias em vaacuterios horaacuterios para a realizaccedilatildeo desta praacutetica

Esse fato pode ser facilmente explicado pelos inuacutemeros benefiacutecios e tratando

especificamente dos exerciacutecios com pesos evidecircncias cientiacuteficas (HURLEY

HAGBERG 1998) respaldam adaptaccedilotildees que incluem desde importantes

modificaccedilotildees morfoloacutegicas neuromusculares fisioloacutegicas alteraccedilotildees sociais e

comportamentais (DIAS et al 2005) A cobranccedila dos adeptos ao TP quanto agrave

obtenccedilatildeo de resultados junto aos programas de treinos personalizados exige ao

profissional de educaccedilatildeo fiacutesica estruturar os exerciacutecios respeitando os princiacutepios do

treinamento fiacutesico aleacutem de empregar o controle de diversas variaacuteveis como accedilotildees

musculares nuacutemero de seacuteries e repeticcedilotildees intensidade velocidade de execuccedilatildeo do

movimento intervalo seleccedilatildeo e ordem dos exerciacutecios e frequecircncia semanal de

maneira periodizada (BIRD TARPENNING MARINO 2005)

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos

O ACSM e os Centros de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC)

recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

(ACSM1998) como uma ferramenta importante na prevenccedilatildeo e tratamento de

diferentes tipos de doenccedilas (NOBREGA et al 1999) e na manutenccedilatildeo da qualidade

de vida relativa agrave sauacutede (PEREIRA GOMES 2007) Por outro lado estudos mostram

que o TP tambeacutem pode afetar a sauacutede mental especificamente quando realizado de

forma extenuante (PELUSO ANDRADE 2005) A compreensatildeo dos efeitos agudos

do TP sobre a sauacutede mental portanto tem o potencial de influenciar em vaacuterios

aspectos principalmente no que concerne a intensidade desse exerciacutecio que por

sua vez iraacute modular a magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas

humor e ansiedade

22 Ansiedade

15

As pressotildees de uma sociedade moderna tecnoloacutegica e competitiva satildeo

fatores de grande valor no desenvolvimento da ansiedade Nos dias atuais o

desenvolvimento tecnoloacutegico assim como as pressotildees sociais poliacuteticas e

econocircmicas tecircm colaborado para o acreacutescimo de problemas mentais de ordem

emocional (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 FISHER 1990) A ansiedade pode ser

conceituada como um estado emocional que passa a existir em resposta agrave forma

como o indiviacuteduo julga ou interpreta um momento seja em situaccedilatildeo de perigo em

seu cotidiano ou fruto de sua imaginaccedilatildeo Ela podem desencadear uma seacuterie de

sintomas com alteraccedilotildees comportamentais e fisioloacutegicas como apreensatildeo

nervosismo tensatildeo frio no estocircmago palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva falta de

ar cefaleia tremores e vertigens (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 GAMA et al

2008) Poreacutem nem toda ansiedade deve ser considerada prejudicial (BERTEacute

JUacuteNIOR 2004) Dependendo da ocasiatildeo ou intensidade a ansiedade pode ser

beneacutefica ou tornar-se patoloacutegica depreciando o estado psicoloacutegico do indiviacuteduo Em

niacuteveis normais trata-se de um fenocircmeno fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do

organismo em situaccedilotildees de perigo No entanto Benute et al (2009) coloca que

quando a ansiedade eacute excessiva ao inveacutes de cooperar gera a falecircncia da

capacidade adaptativa

ldquoAtualmente as discussotildees apresentam definiccedilotildees e conceitos de ansiedade

tanto como um sintoma quanto como uma patologia que envolve aspectos

multifatoriais de caraacuteter somaacutetico ou cognitivordquo (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007

sem paginaccedilatildeo) Segundo Spielberger Gorsuch Lushene (1979) e Weinberg

Gould (2001) podemos classificar a ansiedade em duas ansiedade-traccedilo e

ansiedade-estado A ansiedade-traccedilo refere-se a uma disposiccedilatildeo pessoal

relativamente estaacutevel onde o individuo responde com ansiedade a condiccedilotildees

estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como mais ou

menos ameaccediladoras dependendo de suas experiecircncias A ansiedade-estado faz

referencia a um estado emocional transitoacuterio em constante alteraccedilatildeo caracterizado

por sentimentos desagradaacuteveis de tensatildeo e apreensatildeo percebidas de forma

consciente e subjetiva amenizados pelas habilidades de enfrentamento adquiridas

O surgimento de um estado de ansiedade envolve um conjunto de ocorrecircncias

internas que podem estar ligada a estiacutemulos externos Qualquer estiacutemulo interno

ou externo analisado cognitivamente pelo individuo como ameaccedilador evocaraacute

uma resposta de ansiedade-estado (SPIELBERGER 2003)

16

23 Estado de humor

O estado de humor pode ser entendido como um estado psicoloacutegico

composto por sentimentos positivos e negativos que transita entre dois polos

extremos um eufoacuterico e outro apaacutetico alterado de acordo com as situaccedilotildees (VIEIRA

et al 2010) sendo considerado um indicador do bem-estar psicoloacutegico

(WERNECK 2003) ou ainda como um ldquoconjunto de sentimentos transitoacuterios por

natureza que se diferenciam em intensidade e duraccedilatildeo e na maioria das vezes

compotildee mais de uma emoccedilatildeordquo (LANE TERRY 2000 p 16) O humor reflete os

estados emocionais que possuem caraacuteter somaacutetico modulado por fatores externos

que satildeo percebidos de forma consciente (WEINBERG GOULD 2008) O humor ou

estado de acircnimo pode ainda ser definido como o tocircnus afetivo do indiviacuteduo que

modifica a forma de percepccedilatildeo das experiecircncias reais ampliando ou minimizando o

impacto destas (DALGALARRONDO 2000) e para Vieira et al (2010) eacute a disposiccedilatildeo

afetiva fundamental

24 Exerciacutecio Fiacutesico Treinamento com pesos e Variaacuteveis mentais

A literatura jaacute elucida pesquisas que demostram a relaccedilatildeo e efeitos do

exerciacutecio fiacutesico e treinamento com pesos com as variaacuteveis mentais (ARAUacuteJO

MELLO LEITE 2007) Contudo ainda natildeo haacute um consenso entre os achados e as

recomendaccedilotildees para a praacutetica (WERNECK et al 2005) bem como a resposta para

qual seria o melhor tipo de treinamento intensidade seacuteries repeticcedilotildees duraccedilatildeo

intervalo e frequecircncia dos exerciacutecios Eacute perceptiacutevel a escassez de estudos que

relatam os efeitos agudos do TP sobre a ansiedade e humor especificamente e em

sua maioria trazem resultados de exerciacutecios aeroacutebio (BUCKWORTH DISHMAN

2002) eou satildeo com protocolos de exerciacutecios combinados Os resultados parecem

ser contraditoacuterios quando analisado os efeitos psicoloacutegicos de sessotildees agudas

(WERNECK et al 2010)

Tharion et al (1991) e Arent Alderman Landers (2000) mostram que o TP

de baixa intensidade promovem melhoria no humor e Focht Koltyn (1999)

evidenciam reduccedilatildeo na ansiedade e autores como Raglin Turner Eksten (1993)

17

natildeo encontraram nenhuma alteraccedilatildeo Em contrapartida os exerciacutecios de alta

intensidade tambeacutem estiveram associados agraves melhorias no estado de humor

(BARTHOLOMEW HERRING OacuteCONNOR 1999) decreacutescimos (THARION et al

1991) ou nenhuma variaccedilatildeo no humor (RAGLIN JS TURNER PE EKSTEN 1993)

18

3 OBJETIVOS

Objetivo geral

Analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do TP sobre as respostas afetivas

de ansiedade e humor em adultos jovens

Objetivo especiacutefico

Verificar o efeito agudo do TP sobre a Percepccedilatildeo Subjetiva de Esforccedilo

Relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor em

jovens adultos do sexo masculino

19

4 METODOLOGIA

Delineamento experimental

Trata-se de um estudo experimental do tipo cross-over desenvolvido com

jovens adultos do sexo masculino Foi recomendado que os participantes

mantivessem suas dietas alimentares cotidianas No entanto natildeo deveriam realizar

atividades fiacutesicas no decorrer da pesquisa O estudo foi conduzido em 2 etapas

A etapa 1 consistiu na realizaccedilatildeo dos testes de prediccedilatildeo de 1RM ateacute a falha

concecircntrica Cada tentativa respeitando o tempo de descanso de trecircs a cinco

minutos para uma nova aplicaccedilatildeo Nesta etapa tambeacutem foram realizadas avaliaccedilotildees

antropomeacutetricas Adotou-se o miacutenimo de roupas durante mensuraccedilatildeo da massa

corporal estatura e dobras cutacircneas

Na etapa 2 procedimento subsequente foi constituiacuteda pelas sessotildees de TP

Os participantes foram submetidos a uma sessatildeo utilizando 50 de 1RM e outra

sessatildeo (48h de intervalo) com 80 de 1RM conduzidas randomicamente (sorteio)

Imediatamente apoacutes cada set de exerciacutecio foram aplicadas a Escala de OMINI ndash

RES para verificar a PSE nos exerciacutecios Todos os participantes responderam 30

min antes e 30 min apoacutes a realizaccedilatildeo da sessatildeo de treino os questionaacuterios de

ansiedade e humor (STAI e BRUMS) ambos convertidos para escala analoacutegica

visual

20

Figura 1 - Delineamento experimental da investigaccedilatildeo

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nos procedimentos metodoloacutegicos

Participantes

Foram selecionados 36 voluntaacuterios de forma natildeo probabiliacutestica com

experiecircncia previa de 6 meses ininterrupto que natildeo faziam uso de suplementos ou

faacutermacos que otimizem o ganho de forccedila Sendo todos recrutados do sexo

masculino com idade entre 18 e 30 anos Apoacutes receber informaccedilatildeo sobre os

procedimentos aos quais seriam submetidos durante o periacuteodo da pesquisa eles

assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) Os procedimentos

adotados neste estudo atenderam agraves normas da Resoluccedilatildeo 46612 do Conselho

Nacional de Sauacutede para pesquisas em seres humanos aprovado pelo comitecirc de

eacutetica em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CAE

47571415900005208)

Cross-over

21

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos 6 participantes por natildeo terem participado de todas as

sessotildees de treino da pesquisa

Instrumentos

Testes de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs)

A forccedila muscular foi determinada por meio do teste de 4-10 RMs Utilizaram-

se as equaccedilotildees de Epley (1995) [1RM = (00333 x reps) x carga submaacutexima + carga

submaacutexima)] e Adams (1998) [1RM = carga submaacutexima [100 ndash (2 x reps)] x 100]

para predizer os valores de 1RM para exerciacutecios de membros inferiores e

superiores respectivamente conforme elucidado no estudo de Menecircses et al

(2013) Os exerciacutecios realizados foram puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps

pulley e leg press 45o Para cada exerciacutecio foram concedidas ateacute duas tentativas

para o teste de 4-10 RMs com intervalo de trecircs a cinco minutos entre as tentativas e

os exerciacutecios Salienta-se que as tentativas de 4-10 RMs foram procedidas na

mesma sessatildeo ateacute a falha concecircntrica e encorajamentos verbais foram oferecidos

durante a mensuraccedilatildeo Adotou-se 50 da carga prevista para o aquecimento

entre10-15 repeticcedilotildees

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES)

A escala de OMINI-RES eacute um instrumento que teve sua validade estudada

tanto em crianccedilas quanto em adultos (SILVA et al2011) e ateacute idosos (BRITO et al

2001) na realizaccedilatildeo de diferentes tipos de atividades tais como TP exerciacutecio em

cicloergocircmetro caminhada e subida em escadas (ROBERTSON et al 2000) O

OMINIS-RES foi utilizado para medir a percepccedilatildeo do esforccedilo a cada set

Imediatamente apoacutes a realizaccedilatildeo do exerciacutecio foi apresentada a escala para o

avaliado pudesse indicar seu estado Ademais foi apresentada a escala de OMNI 30

minutos apoacutes a sessatildeo de TP com a premissa de que o participante indicasse a

percepccedilatildeo de intensidade da sessatildeo Em seguida este valor foi multiplicado pelo

22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

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AGRADECIMENTOS

Eacute impossiacutevel resumir e citar tudo aquilo que de seu modo me fez chegar ateacute

aqui Mas agradeccedilo em primeiro lugar a Deus por estar sempre comigo me fazer

seguir em frente e enfrentar as tantas dificuldades que surgiram no caminho sem

me deixar desistir Aos meus pais Isael e Socircnia pelo amor e por contribuiacuterem em

minha formaccedilatildeo desde meu nascimento por fazerem sempre o possiacutevel para que

meus estudos fossem prioridade ajudando com tudo o que estava ao alcance e por

muitas vezes irem aleacutem para me proporcionar o melhor Agradeccedilo ainda por nossa

primeira visita ao coleacutegio e pelas lembranccedilas alegres que guardamos daquele dia

Aos meus irmatildeos Neto e Felipe por todas as brigas e carinhos pelos empreacutestimos

sem autorizaccedilotildees e tambeacutem as minhas cunhadas Jeacutessica e Alexsandra por todo

apoio externado A minha amada sobrinha Sofia pelos inuacutemeros gestos de amor

demonstrados e gargalhadas contagiantes em minha chegada Aos familiares pelas

oraccedilotildees e apoio especialmente minhas avoacutes Alice e Severina A Salles irmatilde que a

vida me concedeu desde muito cedo sendo a responsaacutevel por apresentar o Coleacutegio

DAMAS minha escola da feacute na qual fui agraciado com os melhores ensinamentos

Ao amigo Joaquim Lira pelo incentivo constante aos meus estudos Ao meu

orientador da pesquisa monitoria e extensatildeo Professor Dr Leonardo de Sousa

Fortes pela oportunidade orientaccedilatildeo dedicaccedilatildeo disponibilidade paciecircncia pelas

criacuteticas que contribuiacuteram para o meu crescimento como pessoa e principalmente

pela amizade construiacuteda durante a graduaccedilatildeo Agradeccedilo tambeacutem aos Professores

Saulo Oliveira e Edil de Albuquerque que aceitaram compor minha banca

avaliadora obrigado por tantos ensinamentos

Aos voluntaacuterios deste estudo que abriram matildeo do seu tempo para que fosse

possiacutevel a realizaccedilatildeo de minha pesquisa sem eles nada disso seria possiacutevel eles

foram a peccedila fundamental para a concretizaccedilatildeo deste estudo A esta universidade

direccedilatildeo e professores pelo incentivo e despertar do senso criacutetico qυе oportunizaram

а janela de novos horizontes eivado pеlа confianccedila na eacutetica Ao terceirizados da

limpeza e seguranccedila teacutecnicos е estagiaacuterios especialmente todos que fazem a

BIBCAV vale destacar as chefas Giane Rose Ana e Jaci por diariamente estarem

desempenhando suas funccedilotildees da melhor maneira e pela companhia A todo meu

grupo de pesquisa ldquoGEPAEErdquo pelo compartilhamento do conhecimento cientiacutefico e

companheirismo durante as coletas Aos membros do Movimenta CAV Osmar

Deisy e Rayanny pela disponibilidade A minha Coordenadora Geral do DAEF

Laiane por ser acima de tudo presente Aos seletos amigos que carrego na vida e

digo sem medo faccedilo questatildeo de tecirc-los Jefferson Lili Mara Guilia Wagner Juacutelia

Ithalo Igor Fabio Barba Bruna Gustavo Amannda Paulinha Dega Fulga

Anderson Jardi Hugo Grimauro Cleide Alane Gizele Pedro Douglas Tayna

Diego Siandro Walter Saulo Deissy Geraldo Yuri Lilyan Wedson Wedja

Camila Andressa Allyson Robson Taiti Fran Philipe Ninhos Rafael Patriacutecia

Rapha Anderson Paloma A Elayne pelas lembranccedilas mais desastradas ligaccedilotildees

mais demoradas e ansioliacuteticas Aos amigos que pelas circunstacircncias natildeo

conseguimos nos encontrar frequentemente e natildeo foram citados mas que desde

meu ingresso na graduaccedilatildeo estiveram comigo nas tomadas de decisotildees acertos e

frustraccedilotildees Aos que reclamavam incansavelmente dos vaacutecuos recebidos nas redes

sociais e de minha ausecircncia meu muito obrigado por insistirem no contato e

confirmar que ldquoquem eacute amigo mesmo e sabe que eacute amigo natildeo precisa

verfalarescrever todos os dias nem toda semana nem todo mecircs pra saber que o

outro estaacute laacute agrave disposiccedilatildeo para o que for necessaacuteriordquo

Aos demais amigos que fiz na faculdade pela amizade que perpassa as

diferenccedilas pelo carinho que levaremos das lembranccedilas e pela saudade que jaacute se

faz presente dos melhores anos de minha vida A todos que compartilharam do meu

sonho dedico essa vitoacuteria com profunda gratidatildeo e respeito

ldquoDUC IN ALTUM rdquo

RESUMO

O objetivo do trabalho foi analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do

treinamento com pesos (TP) sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em

adultos jovens Foram selecionados 30 participantes do sexo masculino de forma

natildeo probabiliacutestica com idade entre 18 e 30 anos Todos os voluntaacuterios

apresentaram experiecircncia com TP de seis meses ininterruptos No iniacutecio da

pesquisa foram coletados dados antropomeacutetricos para determinaccedilatildeo da massa

estatura e densidade corporal A forccedila muscular foi determinada por meio do teste

de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs) A sessatildeo de treinamento com pesos foi

constituiacuteda por 4 exerciacutecios 2 multiarticulares e 2 monoarticulares Os participantes

responderam 2 questionaacuterios (BRUMS e STAI) antes e apoacutes (30 minutos) as

sessotildees de TP para analisar o estado de humor e ansiedade respectivamente aleacutem

de responder imediatamente a cada set e apoacutes a sessatildeo a escala de OMINI-RES

para medir a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo (PSE) Foi identificada reduccedilatildeo dos

escores da STAI-S tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05)

quanto 80 de 1RM (F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01) Foi

encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo 80 de 1RM (F(2 28)=3491

p=001 d=07) ao passo que o natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2

28)=208 p=032 d=01) sendo apontada diferenccedila estatisticamente significante

entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=4278 p=001 d=08) Os resultados

permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com pesos foi capaz de

aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos do sexo

masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de 80 de

1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houveram diferenccedilas

significativas comparadas ao poacutes-testes E ansiedade parece ser reduzida poreacutem

sem diferenccedila estatiacutestica

Palavras-chave Treinamento com pesos Estado de humor Ansiedade Percepccedilatildeo

subjetiva do esforccedilo

ABSTRACT

The objective was to analyze the acute effect of different intensities of weight training

(PT) on the emotional responses of anxiety and mood in young adults We selected

30 male participants of non-probabilistic way aged between 18 and 30 years All

volunteers had experience with TP six consecutive months At the beginning of the

study were collected anthropometric data to determine the weight height and body

density Muscle strength was determined by testing the maximum 4-10 repeats

(MRs) The training session with weights consisted of 4 years 2 and 2

multiarticulares monoarticulars Participants answered 2 - questionnaires (BRUMS

and STAI) before and after (30 minutes) TP sessions to analyze the state of mood

and anxiety respectively and immediately respond to each set and after the session

the omni-RES scale to measure the perception of effort It has been identified

reduction of STAI-S scores both as 50 of 1RM (F (2 28) = 626 p = 001 d = 05)

and 80 of 1RM (F (2 28) = 879 p = 001 d = 0 5) with no statistically significant

difference between the conditions in the post-test (F (2 28) = 196 p = 028 d = 01)

It was found increased in negative mood condition 80 of 1RM (F (2 28) = 3491 p

= 001 d = 07) while the negative mood did not change in the condition of 50 1RM

(F (2 28) = 208 p = 032 d = 01) and pointed to a statistically significant difference

between the conditions in the post-test (F (2 28) = 4278 p = 001 d = 08) The

results showed that a single training session with weights was able to significantly

increase the negative mood in young adult male sex experienced in weight training

with intensity of 80 of 1RM In the condition of 50 of 1RM for mood no significant

difference compared to the post-tests And anxiety seems to be reduced but without

significant differences

Keywords Weight training Mood Anxiety perceived exertion

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos 14

22 Ansiedade 14

23 Estado de humor 16

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 RESULTADOS 25

7 CONCLUSAtildeO 29

REFEREcircNCIAS 30

ANEXO A ndash ESCALA DE HUMOR DE BRUMS 34

ANEXO B ndash QUESTIONAacuteRIO DE ANSIEDADE (STAI) 35

ANEXO C ndash ESCALA DE PERCEPCcedilAtildeO SUBJETIVA DO ESFORCcedilO 36

APEcircNDICE A ndash DADOS DEMOGRAacuteFICOS 37

APEcircNDICE B ndash FICHA DE PRESCRICcedilAtildeO DO TREINO 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O treinamento com pesos (TP) eacute indubitavelmente uma das praacuteticas mais

populares de treinamento fiacutesico (LOPES et al 2014) Ressalta-se que o resultado

esperado no programa de TP depende das adaptaccedilotildees e interaccedilatildeo de diversas

variaacuteveis (volume intensidade velocidade repouso tipo de accedilatildeo muscular e

frequecircncia) (BIRD TARPENNING MARINO 2005) A crescente demanda pelo TP

tem incentivado a procura por paracircmetros bem estabelecidos para prescriccedilatildeo de

exerciacutecios (PEREIRA GOMES 2003) O American College of Sports Medicine

(ACSM) recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

para adultos (ACSM1998) As intensidades desses exerciacutecios podem modular a

magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas humor e ansiedade

A ansiedade eacute conceituada como um estado emocional que surge em

resposta agrave maneira como o individuo avalia ou interpreta uma situaccedilatildeo seja em

momentos de perigo real ou imaginaacuterio desencadeando sintomas como frio no

estocircmago opressatildeo no peito palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva dor de cabeccedila

eou falta de ar (GAMA et al2008) Em niacuteveis habituais trata-se de um fenocircmeno

fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do organismo em circunstacircncias de perigo

Contudo quando a ansiedade eacute excedente ao inveacutes de contribuir desencadeia a

falecircncia da capacidade adaptativa (BENUTE et al2009) Pode-se classificar a

ansiedade em ansiedade-traccedilo e ansiedade-estado A primeira refere-se a uma

disposiccedilatildeo pessoal e relativamente estaacutevel o indiviacuteduo responde com ansiedade a

ocasiotildees estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como

mais ou menos ameaccediladoras dependendo das experiecircncias pessoais vividas No

caso da ansiedade-estado trata-se de um estado emocional transitoacuterio

caracterizado por sentimentos subjetivos de tensatildeo e que variam de intensidade ao

longo do tempo (SPIELBERGER GORSUCH LUSHENE1979) O humor por sua

vez pode ser definido como um estado emocional ou afetivo que diz respeito ao

conjunto de sentimentos positivos e negativos que variam em intensidade e duraccedilatildeo

(NEVES 2013) Parece que o humor pode ser alterado em razatildeo das cargas de

treinamento fiacutesico (LANE et al 2004)

Os benefiacutecios psicoloacutegicos provocados pela praacutetica de exerciacutecios encontram-

se muito difundido por profissionais da sauacutede meios de comunicaccedilotildees e

pesquisadores denotando a importacircncia social e acadecircmica do tema (WERNECK

13

2011) Pode-se afirmar a partir da literatura cientifica que ocorrem alteraccedilotildees na

ansiedade e no humor de indiviacuteduos que satildeo submetidos a um programa de

treinamento fiacutesico a depender de seu caraacuteter e intensidade O controle das variaacuteveis

agudas como duraccedilatildeo intensidade e velocidade de execuccedilatildeo do movimento pode

contribuir na elaboraccedilatildeo de um programa de TP que por sua vez aperfeiccediloaraacute o

controle da magnitude da ansiedade eou humor Vale destacar que o exerciacutecio

fiacutesico tem se tornado uma alternativa natildeo farmacoloacutegica econocircmica saudaacutevel e de

maior adesatildeo na prevenccedilatildeo e tratamento de distuacuterbios psicoloacutegicos e na promoccedilatildeo

da sauacutede mental (WERNECK 2011) A hipoacutetese eacute que uma uacutenica sessatildeo de TP com

intensidade de 50 (1RM) tem a capacidade de reduzir o niacutevel de ansiedade-

estado e ateacute melhorar Enquanto que uma sessatildeo a 80 (1RM) direciona a

deterioraccedilatildeo do estado ou aumento da ansiedade No que diz respeito ao TP

pressupotildee-se que caso confirmada a hipoacutetese o controle das variaacuteveis agudas

acrescentaraacute positivamente no processo de prescriccedilatildeo de exerciacutecios como

prevenccedilatildeo e tratamento dos transtornos de ansiedade e humor Permitindo os

profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica prescrever exerciacutecios visando uma otimizaccedilatildeo nas

caracteriacutesticas psicoloacutegicas

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

O TP eacute uma das modalidades mais praticadas de exerciacutecio fiacutesico atualmente

por indiviacuteduos de diferentes grupos etaacuterios tanto do sexo masculino quanto feminino

e com diferentes niacuteveis de condicionamento fiacutesico Pode-se perceber uma

superlotaccedilatildeo nas academias em vaacuterios horaacuterios para a realizaccedilatildeo desta praacutetica

Esse fato pode ser facilmente explicado pelos inuacutemeros benefiacutecios e tratando

especificamente dos exerciacutecios com pesos evidecircncias cientiacuteficas (HURLEY

HAGBERG 1998) respaldam adaptaccedilotildees que incluem desde importantes

modificaccedilotildees morfoloacutegicas neuromusculares fisioloacutegicas alteraccedilotildees sociais e

comportamentais (DIAS et al 2005) A cobranccedila dos adeptos ao TP quanto agrave

obtenccedilatildeo de resultados junto aos programas de treinos personalizados exige ao

profissional de educaccedilatildeo fiacutesica estruturar os exerciacutecios respeitando os princiacutepios do

treinamento fiacutesico aleacutem de empregar o controle de diversas variaacuteveis como accedilotildees

musculares nuacutemero de seacuteries e repeticcedilotildees intensidade velocidade de execuccedilatildeo do

movimento intervalo seleccedilatildeo e ordem dos exerciacutecios e frequecircncia semanal de

maneira periodizada (BIRD TARPENNING MARINO 2005)

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos

O ACSM e os Centros de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC)

recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

(ACSM1998) como uma ferramenta importante na prevenccedilatildeo e tratamento de

diferentes tipos de doenccedilas (NOBREGA et al 1999) e na manutenccedilatildeo da qualidade

de vida relativa agrave sauacutede (PEREIRA GOMES 2007) Por outro lado estudos mostram

que o TP tambeacutem pode afetar a sauacutede mental especificamente quando realizado de

forma extenuante (PELUSO ANDRADE 2005) A compreensatildeo dos efeitos agudos

do TP sobre a sauacutede mental portanto tem o potencial de influenciar em vaacuterios

aspectos principalmente no que concerne a intensidade desse exerciacutecio que por

sua vez iraacute modular a magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas

humor e ansiedade

22 Ansiedade

15

As pressotildees de uma sociedade moderna tecnoloacutegica e competitiva satildeo

fatores de grande valor no desenvolvimento da ansiedade Nos dias atuais o

desenvolvimento tecnoloacutegico assim como as pressotildees sociais poliacuteticas e

econocircmicas tecircm colaborado para o acreacutescimo de problemas mentais de ordem

emocional (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 FISHER 1990) A ansiedade pode ser

conceituada como um estado emocional que passa a existir em resposta agrave forma

como o indiviacuteduo julga ou interpreta um momento seja em situaccedilatildeo de perigo em

seu cotidiano ou fruto de sua imaginaccedilatildeo Ela podem desencadear uma seacuterie de

sintomas com alteraccedilotildees comportamentais e fisioloacutegicas como apreensatildeo

nervosismo tensatildeo frio no estocircmago palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva falta de

ar cefaleia tremores e vertigens (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 GAMA et al

2008) Poreacutem nem toda ansiedade deve ser considerada prejudicial (BERTEacute

JUacuteNIOR 2004) Dependendo da ocasiatildeo ou intensidade a ansiedade pode ser

beneacutefica ou tornar-se patoloacutegica depreciando o estado psicoloacutegico do indiviacuteduo Em

niacuteveis normais trata-se de um fenocircmeno fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do

organismo em situaccedilotildees de perigo No entanto Benute et al (2009) coloca que

quando a ansiedade eacute excessiva ao inveacutes de cooperar gera a falecircncia da

capacidade adaptativa

ldquoAtualmente as discussotildees apresentam definiccedilotildees e conceitos de ansiedade

tanto como um sintoma quanto como uma patologia que envolve aspectos

multifatoriais de caraacuteter somaacutetico ou cognitivordquo (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007

sem paginaccedilatildeo) Segundo Spielberger Gorsuch Lushene (1979) e Weinberg

Gould (2001) podemos classificar a ansiedade em duas ansiedade-traccedilo e

ansiedade-estado A ansiedade-traccedilo refere-se a uma disposiccedilatildeo pessoal

relativamente estaacutevel onde o individuo responde com ansiedade a condiccedilotildees

estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como mais ou

menos ameaccediladoras dependendo de suas experiecircncias A ansiedade-estado faz

referencia a um estado emocional transitoacuterio em constante alteraccedilatildeo caracterizado

por sentimentos desagradaacuteveis de tensatildeo e apreensatildeo percebidas de forma

consciente e subjetiva amenizados pelas habilidades de enfrentamento adquiridas

O surgimento de um estado de ansiedade envolve um conjunto de ocorrecircncias

internas que podem estar ligada a estiacutemulos externos Qualquer estiacutemulo interno

ou externo analisado cognitivamente pelo individuo como ameaccedilador evocaraacute

uma resposta de ansiedade-estado (SPIELBERGER 2003)

16

23 Estado de humor

O estado de humor pode ser entendido como um estado psicoloacutegico

composto por sentimentos positivos e negativos que transita entre dois polos

extremos um eufoacuterico e outro apaacutetico alterado de acordo com as situaccedilotildees (VIEIRA

et al 2010) sendo considerado um indicador do bem-estar psicoloacutegico

(WERNECK 2003) ou ainda como um ldquoconjunto de sentimentos transitoacuterios por

natureza que se diferenciam em intensidade e duraccedilatildeo e na maioria das vezes

compotildee mais de uma emoccedilatildeordquo (LANE TERRY 2000 p 16) O humor reflete os

estados emocionais que possuem caraacuteter somaacutetico modulado por fatores externos

que satildeo percebidos de forma consciente (WEINBERG GOULD 2008) O humor ou

estado de acircnimo pode ainda ser definido como o tocircnus afetivo do indiviacuteduo que

modifica a forma de percepccedilatildeo das experiecircncias reais ampliando ou minimizando o

impacto destas (DALGALARRONDO 2000) e para Vieira et al (2010) eacute a disposiccedilatildeo

afetiva fundamental

24 Exerciacutecio Fiacutesico Treinamento com pesos e Variaacuteveis mentais

A literatura jaacute elucida pesquisas que demostram a relaccedilatildeo e efeitos do

exerciacutecio fiacutesico e treinamento com pesos com as variaacuteveis mentais (ARAUacuteJO

MELLO LEITE 2007) Contudo ainda natildeo haacute um consenso entre os achados e as

recomendaccedilotildees para a praacutetica (WERNECK et al 2005) bem como a resposta para

qual seria o melhor tipo de treinamento intensidade seacuteries repeticcedilotildees duraccedilatildeo

intervalo e frequecircncia dos exerciacutecios Eacute perceptiacutevel a escassez de estudos que

relatam os efeitos agudos do TP sobre a ansiedade e humor especificamente e em

sua maioria trazem resultados de exerciacutecios aeroacutebio (BUCKWORTH DISHMAN

2002) eou satildeo com protocolos de exerciacutecios combinados Os resultados parecem

ser contraditoacuterios quando analisado os efeitos psicoloacutegicos de sessotildees agudas

(WERNECK et al 2010)

Tharion et al (1991) e Arent Alderman Landers (2000) mostram que o TP

de baixa intensidade promovem melhoria no humor e Focht Koltyn (1999)

evidenciam reduccedilatildeo na ansiedade e autores como Raglin Turner Eksten (1993)

17

natildeo encontraram nenhuma alteraccedilatildeo Em contrapartida os exerciacutecios de alta

intensidade tambeacutem estiveram associados agraves melhorias no estado de humor

(BARTHOLOMEW HERRING OacuteCONNOR 1999) decreacutescimos (THARION et al

1991) ou nenhuma variaccedilatildeo no humor (RAGLIN JS TURNER PE EKSTEN 1993)

18

3 OBJETIVOS

Objetivo geral

Analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do TP sobre as respostas afetivas

de ansiedade e humor em adultos jovens

Objetivo especiacutefico

Verificar o efeito agudo do TP sobre a Percepccedilatildeo Subjetiva de Esforccedilo

Relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor em

jovens adultos do sexo masculino

19

4 METODOLOGIA

Delineamento experimental

Trata-se de um estudo experimental do tipo cross-over desenvolvido com

jovens adultos do sexo masculino Foi recomendado que os participantes

mantivessem suas dietas alimentares cotidianas No entanto natildeo deveriam realizar

atividades fiacutesicas no decorrer da pesquisa O estudo foi conduzido em 2 etapas

A etapa 1 consistiu na realizaccedilatildeo dos testes de prediccedilatildeo de 1RM ateacute a falha

concecircntrica Cada tentativa respeitando o tempo de descanso de trecircs a cinco

minutos para uma nova aplicaccedilatildeo Nesta etapa tambeacutem foram realizadas avaliaccedilotildees

antropomeacutetricas Adotou-se o miacutenimo de roupas durante mensuraccedilatildeo da massa

corporal estatura e dobras cutacircneas

Na etapa 2 procedimento subsequente foi constituiacuteda pelas sessotildees de TP

Os participantes foram submetidos a uma sessatildeo utilizando 50 de 1RM e outra

sessatildeo (48h de intervalo) com 80 de 1RM conduzidas randomicamente (sorteio)

Imediatamente apoacutes cada set de exerciacutecio foram aplicadas a Escala de OMINI ndash

RES para verificar a PSE nos exerciacutecios Todos os participantes responderam 30

min antes e 30 min apoacutes a realizaccedilatildeo da sessatildeo de treino os questionaacuterios de

ansiedade e humor (STAI e BRUMS) ambos convertidos para escala analoacutegica

visual

20

Figura 1 - Delineamento experimental da investigaccedilatildeo

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nos procedimentos metodoloacutegicos

Participantes

Foram selecionados 36 voluntaacuterios de forma natildeo probabiliacutestica com

experiecircncia previa de 6 meses ininterrupto que natildeo faziam uso de suplementos ou

faacutermacos que otimizem o ganho de forccedila Sendo todos recrutados do sexo

masculino com idade entre 18 e 30 anos Apoacutes receber informaccedilatildeo sobre os

procedimentos aos quais seriam submetidos durante o periacuteodo da pesquisa eles

assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) Os procedimentos

adotados neste estudo atenderam agraves normas da Resoluccedilatildeo 46612 do Conselho

Nacional de Sauacutede para pesquisas em seres humanos aprovado pelo comitecirc de

eacutetica em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CAE

47571415900005208)

Cross-over

21

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos 6 participantes por natildeo terem participado de todas as

sessotildees de treino da pesquisa

Instrumentos

Testes de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs)

A forccedila muscular foi determinada por meio do teste de 4-10 RMs Utilizaram-

se as equaccedilotildees de Epley (1995) [1RM = (00333 x reps) x carga submaacutexima + carga

submaacutexima)] e Adams (1998) [1RM = carga submaacutexima [100 ndash (2 x reps)] x 100]

para predizer os valores de 1RM para exerciacutecios de membros inferiores e

superiores respectivamente conforme elucidado no estudo de Menecircses et al

(2013) Os exerciacutecios realizados foram puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps

pulley e leg press 45o Para cada exerciacutecio foram concedidas ateacute duas tentativas

para o teste de 4-10 RMs com intervalo de trecircs a cinco minutos entre as tentativas e

os exerciacutecios Salienta-se que as tentativas de 4-10 RMs foram procedidas na

mesma sessatildeo ateacute a falha concecircntrica e encorajamentos verbais foram oferecidos

durante a mensuraccedilatildeo Adotou-se 50 da carga prevista para o aquecimento

entre10-15 repeticcedilotildees

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES)

A escala de OMINI-RES eacute um instrumento que teve sua validade estudada

tanto em crianccedilas quanto em adultos (SILVA et al2011) e ateacute idosos (BRITO et al

2001) na realizaccedilatildeo de diferentes tipos de atividades tais como TP exerciacutecio em

cicloergocircmetro caminhada e subida em escadas (ROBERTSON et al 2000) O

OMINIS-RES foi utilizado para medir a percepccedilatildeo do esforccedilo a cada set

Imediatamente apoacutes a realizaccedilatildeo do exerciacutecio foi apresentada a escala para o

avaliado pudesse indicar seu estado Ademais foi apresentada a escala de OMNI 30

minutos apoacutes a sessatildeo de TP com a premissa de que o participante indicasse a

percepccedilatildeo de intensidade da sessatildeo Em seguida este valor foi multiplicado pelo

22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

REFEREcircNCIAS

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31

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companheirismo durante as coletas Aos membros do Movimenta CAV Osmar

Deisy e Rayanny pela disponibilidade A minha Coordenadora Geral do DAEF

Laiane por ser acima de tudo presente Aos seletos amigos que carrego na vida e

digo sem medo faccedilo questatildeo de tecirc-los Jefferson Lili Mara Guilia Wagner Juacutelia

Ithalo Igor Fabio Barba Bruna Gustavo Amannda Paulinha Dega Fulga

Anderson Jardi Hugo Grimauro Cleide Alane Gizele Pedro Douglas Tayna

Diego Siandro Walter Saulo Deissy Geraldo Yuri Lilyan Wedson Wedja

Camila Andressa Allyson Robson Taiti Fran Philipe Ninhos Rafael Patriacutecia

Rapha Anderson Paloma A Elayne pelas lembranccedilas mais desastradas ligaccedilotildees

mais demoradas e ansioliacuteticas Aos amigos que pelas circunstacircncias natildeo

conseguimos nos encontrar frequentemente e natildeo foram citados mas que desde

meu ingresso na graduaccedilatildeo estiveram comigo nas tomadas de decisotildees acertos e

frustraccedilotildees Aos que reclamavam incansavelmente dos vaacutecuos recebidos nas redes

sociais e de minha ausecircncia meu muito obrigado por insistirem no contato e

confirmar que ldquoquem eacute amigo mesmo e sabe que eacute amigo natildeo precisa

verfalarescrever todos os dias nem toda semana nem todo mecircs pra saber que o

outro estaacute laacute agrave disposiccedilatildeo para o que for necessaacuteriordquo

Aos demais amigos que fiz na faculdade pela amizade que perpassa as

diferenccedilas pelo carinho que levaremos das lembranccedilas e pela saudade que jaacute se

faz presente dos melhores anos de minha vida A todos que compartilharam do meu

sonho dedico essa vitoacuteria com profunda gratidatildeo e respeito

ldquoDUC IN ALTUM rdquo

RESUMO

O objetivo do trabalho foi analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do

treinamento com pesos (TP) sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em

adultos jovens Foram selecionados 30 participantes do sexo masculino de forma

natildeo probabiliacutestica com idade entre 18 e 30 anos Todos os voluntaacuterios

apresentaram experiecircncia com TP de seis meses ininterruptos No iniacutecio da

pesquisa foram coletados dados antropomeacutetricos para determinaccedilatildeo da massa

estatura e densidade corporal A forccedila muscular foi determinada por meio do teste

de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs) A sessatildeo de treinamento com pesos foi

constituiacuteda por 4 exerciacutecios 2 multiarticulares e 2 monoarticulares Os participantes

responderam 2 questionaacuterios (BRUMS e STAI) antes e apoacutes (30 minutos) as

sessotildees de TP para analisar o estado de humor e ansiedade respectivamente aleacutem

de responder imediatamente a cada set e apoacutes a sessatildeo a escala de OMINI-RES

para medir a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo (PSE) Foi identificada reduccedilatildeo dos

escores da STAI-S tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05)

quanto 80 de 1RM (F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01) Foi

encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo 80 de 1RM (F(2 28)=3491

p=001 d=07) ao passo que o natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2

28)=208 p=032 d=01) sendo apontada diferenccedila estatisticamente significante

entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=4278 p=001 d=08) Os resultados

permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com pesos foi capaz de

aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos do sexo

masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de 80 de

1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houveram diferenccedilas

significativas comparadas ao poacutes-testes E ansiedade parece ser reduzida poreacutem

sem diferenccedila estatiacutestica

Palavras-chave Treinamento com pesos Estado de humor Ansiedade Percepccedilatildeo

subjetiva do esforccedilo

ABSTRACT

The objective was to analyze the acute effect of different intensities of weight training

(PT) on the emotional responses of anxiety and mood in young adults We selected

30 male participants of non-probabilistic way aged between 18 and 30 years All

volunteers had experience with TP six consecutive months At the beginning of the

study were collected anthropometric data to determine the weight height and body

density Muscle strength was determined by testing the maximum 4-10 repeats

(MRs) The training session with weights consisted of 4 years 2 and 2

multiarticulares monoarticulars Participants answered 2 - questionnaires (BRUMS

and STAI) before and after (30 minutes) TP sessions to analyze the state of mood

and anxiety respectively and immediately respond to each set and after the session

the omni-RES scale to measure the perception of effort It has been identified

reduction of STAI-S scores both as 50 of 1RM (F (2 28) = 626 p = 001 d = 05)

and 80 of 1RM (F (2 28) = 879 p = 001 d = 0 5) with no statistically significant

difference between the conditions in the post-test (F (2 28) = 196 p = 028 d = 01)

It was found increased in negative mood condition 80 of 1RM (F (2 28) = 3491 p

= 001 d = 07) while the negative mood did not change in the condition of 50 1RM

(F (2 28) = 208 p = 032 d = 01) and pointed to a statistically significant difference

between the conditions in the post-test (F (2 28) = 4278 p = 001 d = 08) The

results showed that a single training session with weights was able to significantly

increase the negative mood in young adult male sex experienced in weight training

with intensity of 80 of 1RM In the condition of 50 of 1RM for mood no significant

difference compared to the post-tests And anxiety seems to be reduced but without

significant differences

Keywords Weight training Mood Anxiety perceived exertion

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos 14

22 Ansiedade 14

23 Estado de humor 16

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 RESULTADOS 25

7 CONCLUSAtildeO 29

REFEREcircNCIAS 30

ANEXO A ndash ESCALA DE HUMOR DE BRUMS 34

ANEXO B ndash QUESTIONAacuteRIO DE ANSIEDADE (STAI) 35

ANEXO C ndash ESCALA DE PERCEPCcedilAtildeO SUBJETIVA DO ESFORCcedilO 36

APEcircNDICE A ndash DADOS DEMOGRAacuteFICOS 37

APEcircNDICE B ndash FICHA DE PRESCRICcedilAtildeO DO TREINO 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O treinamento com pesos (TP) eacute indubitavelmente uma das praacuteticas mais

populares de treinamento fiacutesico (LOPES et al 2014) Ressalta-se que o resultado

esperado no programa de TP depende das adaptaccedilotildees e interaccedilatildeo de diversas

variaacuteveis (volume intensidade velocidade repouso tipo de accedilatildeo muscular e

frequecircncia) (BIRD TARPENNING MARINO 2005) A crescente demanda pelo TP

tem incentivado a procura por paracircmetros bem estabelecidos para prescriccedilatildeo de

exerciacutecios (PEREIRA GOMES 2003) O American College of Sports Medicine

(ACSM) recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

para adultos (ACSM1998) As intensidades desses exerciacutecios podem modular a

magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas humor e ansiedade

A ansiedade eacute conceituada como um estado emocional que surge em

resposta agrave maneira como o individuo avalia ou interpreta uma situaccedilatildeo seja em

momentos de perigo real ou imaginaacuterio desencadeando sintomas como frio no

estocircmago opressatildeo no peito palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva dor de cabeccedila

eou falta de ar (GAMA et al2008) Em niacuteveis habituais trata-se de um fenocircmeno

fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do organismo em circunstacircncias de perigo

Contudo quando a ansiedade eacute excedente ao inveacutes de contribuir desencadeia a

falecircncia da capacidade adaptativa (BENUTE et al2009) Pode-se classificar a

ansiedade em ansiedade-traccedilo e ansiedade-estado A primeira refere-se a uma

disposiccedilatildeo pessoal e relativamente estaacutevel o indiviacuteduo responde com ansiedade a

ocasiotildees estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como

mais ou menos ameaccediladoras dependendo das experiecircncias pessoais vividas No

caso da ansiedade-estado trata-se de um estado emocional transitoacuterio

caracterizado por sentimentos subjetivos de tensatildeo e que variam de intensidade ao

longo do tempo (SPIELBERGER GORSUCH LUSHENE1979) O humor por sua

vez pode ser definido como um estado emocional ou afetivo que diz respeito ao

conjunto de sentimentos positivos e negativos que variam em intensidade e duraccedilatildeo

(NEVES 2013) Parece que o humor pode ser alterado em razatildeo das cargas de

treinamento fiacutesico (LANE et al 2004)

Os benefiacutecios psicoloacutegicos provocados pela praacutetica de exerciacutecios encontram-

se muito difundido por profissionais da sauacutede meios de comunicaccedilotildees e

pesquisadores denotando a importacircncia social e acadecircmica do tema (WERNECK

13

2011) Pode-se afirmar a partir da literatura cientifica que ocorrem alteraccedilotildees na

ansiedade e no humor de indiviacuteduos que satildeo submetidos a um programa de

treinamento fiacutesico a depender de seu caraacuteter e intensidade O controle das variaacuteveis

agudas como duraccedilatildeo intensidade e velocidade de execuccedilatildeo do movimento pode

contribuir na elaboraccedilatildeo de um programa de TP que por sua vez aperfeiccediloaraacute o

controle da magnitude da ansiedade eou humor Vale destacar que o exerciacutecio

fiacutesico tem se tornado uma alternativa natildeo farmacoloacutegica econocircmica saudaacutevel e de

maior adesatildeo na prevenccedilatildeo e tratamento de distuacuterbios psicoloacutegicos e na promoccedilatildeo

da sauacutede mental (WERNECK 2011) A hipoacutetese eacute que uma uacutenica sessatildeo de TP com

intensidade de 50 (1RM) tem a capacidade de reduzir o niacutevel de ansiedade-

estado e ateacute melhorar Enquanto que uma sessatildeo a 80 (1RM) direciona a

deterioraccedilatildeo do estado ou aumento da ansiedade No que diz respeito ao TP

pressupotildee-se que caso confirmada a hipoacutetese o controle das variaacuteveis agudas

acrescentaraacute positivamente no processo de prescriccedilatildeo de exerciacutecios como

prevenccedilatildeo e tratamento dos transtornos de ansiedade e humor Permitindo os

profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica prescrever exerciacutecios visando uma otimizaccedilatildeo nas

caracteriacutesticas psicoloacutegicas

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

O TP eacute uma das modalidades mais praticadas de exerciacutecio fiacutesico atualmente

por indiviacuteduos de diferentes grupos etaacuterios tanto do sexo masculino quanto feminino

e com diferentes niacuteveis de condicionamento fiacutesico Pode-se perceber uma

superlotaccedilatildeo nas academias em vaacuterios horaacuterios para a realizaccedilatildeo desta praacutetica

Esse fato pode ser facilmente explicado pelos inuacutemeros benefiacutecios e tratando

especificamente dos exerciacutecios com pesos evidecircncias cientiacuteficas (HURLEY

HAGBERG 1998) respaldam adaptaccedilotildees que incluem desde importantes

modificaccedilotildees morfoloacutegicas neuromusculares fisioloacutegicas alteraccedilotildees sociais e

comportamentais (DIAS et al 2005) A cobranccedila dos adeptos ao TP quanto agrave

obtenccedilatildeo de resultados junto aos programas de treinos personalizados exige ao

profissional de educaccedilatildeo fiacutesica estruturar os exerciacutecios respeitando os princiacutepios do

treinamento fiacutesico aleacutem de empregar o controle de diversas variaacuteveis como accedilotildees

musculares nuacutemero de seacuteries e repeticcedilotildees intensidade velocidade de execuccedilatildeo do

movimento intervalo seleccedilatildeo e ordem dos exerciacutecios e frequecircncia semanal de

maneira periodizada (BIRD TARPENNING MARINO 2005)

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos

O ACSM e os Centros de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC)

recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

(ACSM1998) como uma ferramenta importante na prevenccedilatildeo e tratamento de

diferentes tipos de doenccedilas (NOBREGA et al 1999) e na manutenccedilatildeo da qualidade

de vida relativa agrave sauacutede (PEREIRA GOMES 2007) Por outro lado estudos mostram

que o TP tambeacutem pode afetar a sauacutede mental especificamente quando realizado de

forma extenuante (PELUSO ANDRADE 2005) A compreensatildeo dos efeitos agudos

do TP sobre a sauacutede mental portanto tem o potencial de influenciar em vaacuterios

aspectos principalmente no que concerne a intensidade desse exerciacutecio que por

sua vez iraacute modular a magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas

humor e ansiedade

22 Ansiedade

15

As pressotildees de uma sociedade moderna tecnoloacutegica e competitiva satildeo

fatores de grande valor no desenvolvimento da ansiedade Nos dias atuais o

desenvolvimento tecnoloacutegico assim como as pressotildees sociais poliacuteticas e

econocircmicas tecircm colaborado para o acreacutescimo de problemas mentais de ordem

emocional (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 FISHER 1990) A ansiedade pode ser

conceituada como um estado emocional que passa a existir em resposta agrave forma

como o indiviacuteduo julga ou interpreta um momento seja em situaccedilatildeo de perigo em

seu cotidiano ou fruto de sua imaginaccedilatildeo Ela podem desencadear uma seacuterie de

sintomas com alteraccedilotildees comportamentais e fisioloacutegicas como apreensatildeo

nervosismo tensatildeo frio no estocircmago palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva falta de

ar cefaleia tremores e vertigens (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 GAMA et al

2008) Poreacutem nem toda ansiedade deve ser considerada prejudicial (BERTEacute

JUacuteNIOR 2004) Dependendo da ocasiatildeo ou intensidade a ansiedade pode ser

beneacutefica ou tornar-se patoloacutegica depreciando o estado psicoloacutegico do indiviacuteduo Em

niacuteveis normais trata-se de um fenocircmeno fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do

organismo em situaccedilotildees de perigo No entanto Benute et al (2009) coloca que

quando a ansiedade eacute excessiva ao inveacutes de cooperar gera a falecircncia da

capacidade adaptativa

ldquoAtualmente as discussotildees apresentam definiccedilotildees e conceitos de ansiedade

tanto como um sintoma quanto como uma patologia que envolve aspectos

multifatoriais de caraacuteter somaacutetico ou cognitivordquo (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007

sem paginaccedilatildeo) Segundo Spielberger Gorsuch Lushene (1979) e Weinberg

Gould (2001) podemos classificar a ansiedade em duas ansiedade-traccedilo e

ansiedade-estado A ansiedade-traccedilo refere-se a uma disposiccedilatildeo pessoal

relativamente estaacutevel onde o individuo responde com ansiedade a condiccedilotildees

estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como mais ou

menos ameaccediladoras dependendo de suas experiecircncias A ansiedade-estado faz

referencia a um estado emocional transitoacuterio em constante alteraccedilatildeo caracterizado

por sentimentos desagradaacuteveis de tensatildeo e apreensatildeo percebidas de forma

consciente e subjetiva amenizados pelas habilidades de enfrentamento adquiridas

O surgimento de um estado de ansiedade envolve um conjunto de ocorrecircncias

internas que podem estar ligada a estiacutemulos externos Qualquer estiacutemulo interno

ou externo analisado cognitivamente pelo individuo como ameaccedilador evocaraacute

uma resposta de ansiedade-estado (SPIELBERGER 2003)

16

23 Estado de humor

O estado de humor pode ser entendido como um estado psicoloacutegico

composto por sentimentos positivos e negativos que transita entre dois polos

extremos um eufoacuterico e outro apaacutetico alterado de acordo com as situaccedilotildees (VIEIRA

et al 2010) sendo considerado um indicador do bem-estar psicoloacutegico

(WERNECK 2003) ou ainda como um ldquoconjunto de sentimentos transitoacuterios por

natureza que se diferenciam em intensidade e duraccedilatildeo e na maioria das vezes

compotildee mais de uma emoccedilatildeordquo (LANE TERRY 2000 p 16) O humor reflete os

estados emocionais que possuem caraacuteter somaacutetico modulado por fatores externos

que satildeo percebidos de forma consciente (WEINBERG GOULD 2008) O humor ou

estado de acircnimo pode ainda ser definido como o tocircnus afetivo do indiviacuteduo que

modifica a forma de percepccedilatildeo das experiecircncias reais ampliando ou minimizando o

impacto destas (DALGALARRONDO 2000) e para Vieira et al (2010) eacute a disposiccedilatildeo

afetiva fundamental

24 Exerciacutecio Fiacutesico Treinamento com pesos e Variaacuteveis mentais

A literatura jaacute elucida pesquisas que demostram a relaccedilatildeo e efeitos do

exerciacutecio fiacutesico e treinamento com pesos com as variaacuteveis mentais (ARAUacuteJO

MELLO LEITE 2007) Contudo ainda natildeo haacute um consenso entre os achados e as

recomendaccedilotildees para a praacutetica (WERNECK et al 2005) bem como a resposta para

qual seria o melhor tipo de treinamento intensidade seacuteries repeticcedilotildees duraccedilatildeo

intervalo e frequecircncia dos exerciacutecios Eacute perceptiacutevel a escassez de estudos que

relatam os efeitos agudos do TP sobre a ansiedade e humor especificamente e em

sua maioria trazem resultados de exerciacutecios aeroacutebio (BUCKWORTH DISHMAN

2002) eou satildeo com protocolos de exerciacutecios combinados Os resultados parecem

ser contraditoacuterios quando analisado os efeitos psicoloacutegicos de sessotildees agudas

(WERNECK et al 2010)

Tharion et al (1991) e Arent Alderman Landers (2000) mostram que o TP

de baixa intensidade promovem melhoria no humor e Focht Koltyn (1999)

evidenciam reduccedilatildeo na ansiedade e autores como Raglin Turner Eksten (1993)

17

natildeo encontraram nenhuma alteraccedilatildeo Em contrapartida os exerciacutecios de alta

intensidade tambeacutem estiveram associados agraves melhorias no estado de humor

(BARTHOLOMEW HERRING OacuteCONNOR 1999) decreacutescimos (THARION et al

1991) ou nenhuma variaccedilatildeo no humor (RAGLIN JS TURNER PE EKSTEN 1993)

18

3 OBJETIVOS

Objetivo geral

Analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do TP sobre as respostas afetivas

de ansiedade e humor em adultos jovens

Objetivo especiacutefico

Verificar o efeito agudo do TP sobre a Percepccedilatildeo Subjetiva de Esforccedilo

Relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor em

jovens adultos do sexo masculino

19

4 METODOLOGIA

Delineamento experimental

Trata-se de um estudo experimental do tipo cross-over desenvolvido com

jovens adultos do sexo masculino Foi recomendado que os participantes

mantivessem suas dietas alimentares cotidianas No entanto natildeo deveriam realizar

atividades fiacutesicas no decorrer da pesquisa O estudo foi conduzido em 2 etapas

A etapa 1 consistiu na realizaccedilatildeo dos testes de prediccedilatildeo de 1RM ateacute a falha

concecircntrica Cada tentativa respeitando o tempo de descanso de trecircs a cinco

minutos para uma nova aplicaccedilatildeo Nesta etapa tambeacutem foram realizadas avaliaccedilotildees

antropomeacutetricas Adotou-se o miacutenimo de roupas durante mensuraccedilatildeo da massa

corporal estatura e dobras cutacircneas

Na etapa 2 procedimento subsequente foi constituiacuteda pelas sessotildees de TP

Os participantes foram submetidos a uma sessatildeo utilizando 50 de 1RM e outra

sessatildeo (48h de intervalo) com 80 de 1RM conduzidas randomicamente (sorteio)

Imediatamente apoacutes cada set de exerciacutecio foram aplicadas a Escala de OMINI ndash

RES para verificar a PSE nos exerciacutecios Todos os participantes responderam 30

min antes e 30 min apoacutes a realizaccedilatildeo da sessatildeo de treino os questionaacuterios de

ansiedade e humor (STAI e BRUMS) ambos convertidos para escala analoacutegica

visual

20

Figura 1 - Delineamento experimental da investigaccedilatildeo

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nos procedimentos metodoloacutegicos

Participantes

Foram selecionados 36 voluntaacuterios de forma natildeo probabiliacutestica com

experiecircncia previa de 6 meses ininterrupto que natildeo faziam uso de suplementos ou

faacutermacos que otimizem o ganho de forccedila Sendo todos recrutados do sexo

masculino com idade entre 18 e 30 anos Apoacutes receber informaccedilatildeo sobre os

procedimentos aos quais seriam submetidos durante o periacuteodo da pesquisa eles

assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) Os procedimentos

adotados neste estudo atenderam agraves normas da Resoluccedilatildeo 46612 do Conselho

Nacional de Sauacutede para pesquisas em seres humanos aprovado pelo comitecirc de

eacutetica em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CAE

47571415900005208)

Cross-over

21

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos 6 participantes por natildeo terem participado de todas as

sessotildees de treino da pesquisa

Instrumentos

Testes de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs)

A forccedila muscular foi determinada por meio do teste de 4-10 RMs Utilizaram-

se as equaccedilotildees de Epley (1995) [1RM = (00333 x reps) x carga submaacutexima + carga

submaacutexima)] e Adams (1998) [1RM = carga submaacutexima [100 ndash (2 x reps)] x 100]

para predizer os valores de 1RM para exerciacutecios de membros inferiores e

superiores respectivamente conforme elucidado no estudo de Menecircses et al

(2013) Os exerciacutecios realizados foram puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps

pulley e leg press 45o Para cada exerciacutecio foram concedidas ateacute duas tentativas

para o teste de 4-10 RMs com intervalo de trecircs a cinco minutos entre as tentativas e

os exerciacutecios Salienta-se que as tentativas de 4-10 RMs foram procedidas na

mesma sessatildeo ateacute a falha concecircntrica e encorajamentos verbais foram oferecidos

durante a mensuraccedilatildeo Adotou-se 50 da carga prevista para o aquecimento

entre10-15 repeticcedilotildees

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES)

A escala de OMINI-RES eacute um instrumento que teve sua validade estudada

tanto em crianccedilas quanto em adultos (SILVA et al2011) e ateacute idosos (BRITO et al

2001) na realizaccedilatildeo de diferentes tipos de atividades tais como TP exerciacutecio em

cicloergocircmetro caminhada e subida em escadas (ROBERTSON et al 2000) O

OMINIS-RES foi utilizado para medir a percepccedilatildeo do esforccedilo a cada set

Imediatamente apoacutes a realizaccedilatildeo do exerciacutecio foi apresentada a escala para o

avaliado pudesse indicar seu estado Ademais foi apresentada a escala de OMNI 30

minutos apoacutes a sessatildeo de TP com a premissa de que o participante indicasse a

percepccedilatildeo de intensidade da sessatildeo Em seguida este valor foi multiplicado pelo

22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

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RESUMO

O objetivo do trabalho foi analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do

treinamento com pesos (TP) sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em

adultos jovens Foram selecionados 30 participantes do sexo masculino de forma

natildeo probabiliacutestica com idade entre 18 e 30 anos Todos os voluntaacuterios

apresentaram experiecircncia com TP de seis meses ininterruptos No iniacutecio da

pesquisa foram coletados dados antropomeacutetricos para determinaccedilatildeo da massa

estatura e densidade corporal A forccedila muscular foi determinada por meio do teste

de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs) A sessatildeo de treinamento com pesos foi

constituiacuteda por 4 exerciacutecios 2 multiarticulares e 2 monoarticulares Os participantes

responderam 2 questionaacuterios (BRUMS e STAI) antes e apoacutes (30 minutos) as

sessotildees de TP para analisar o estado de humor e ansiedade respectivamente aleacutem

de responder imediatamente a cada set e apoacutes a sessatildeo a escala de OMINI-RES

para medir a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo (PSE) Foi identificada reduccedilatildeo dos

escores da STAI-S tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05)

quanto 80 de 1RM (F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01) Foi

encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo 80 de 1RM (F(2 28)=3491

p=001 d=07) ao passo que o natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2

28)=208 p=032 d=01) sendo apontada diferenccedila estatisticamente significante

entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=4278 p=001 d=08) Os resultados

permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com pesos foi capaz de

aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos do sexo

masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de 80 de

1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houveram diferenccedilas

significativas comparadas ao poacutes-testes E ansiedade parece ser reduzida poreacutem

sem diferenccedila estatiacutestica

Palavras-chave Treinamento com pesos Estado de humor Ansiedade Percepccedilatildeo

subjetiva do esforccedilo

ABSTRACT

The objective was to analyze the acute effect of different intensities of weight training

(PT) on the emotional responses of anxiety and mood in young adults We selected

30 male participants of non-probabilistic way aged between 18 and 30 years All

volunteers had experience with TP six consecutive months At the beginning of the

study were collected anthropometric data to determine the weight height and body

density Muscle strength was determined by testing the maximum 4-10 repeats

(MRs) The training session with weights consisted of 4 years 2 and 2

multiarticulares monoarticulars Participants answered 2 - questionnaires (BRUMS

and STAI) before and after (30 minutes) TP sessions to analyze the state of mood

and anxiety respectively and immediately respond to each set and after the session

the omni-RES scale to measure the perception of effort It has been identified

reduction of STAI-S scores both as 50 of 1RM (F (2 28) = 626 p = 001 d = 05)

and 80 of 1RM (F (2 28) = 879 p = 001 d = 0 5) with no statistically significant

difference between the conditions in the post-test (F (2 28) = 196 p = 028 d = 01)

It was found increased in negative mood condition 80 of 1RM (F (2 28) = 3491 p

= 001 d = 07) while the negative mood did not change in the condition of 50 1RM

(F (2 28) = 208 p = 032 d = 01) and pointed to a statistically significant difference

between the conditions in the post-test (F (2 28) = 4278 p = 001 d = 08) The

results showed that a single training session with weights was able to significantly

increase the negative mood in young adult male sex experienced in weight training

with intensity of 80 of 1RM In the condition of 50 of 1RM for mood no significant

difference compared to the post-tests And anxiety seems to be reduced but without

significant differences

Keywords Weight training Mood Anxiety perceived exertion

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos 14

22 Ansiedade 14

23 Estado de humor 16

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 RESULTADOS 25

7 CONCLUSAtildeO 29

REFEREcircNCIAS 30

ANEXO A ndash ESCALA DE HUMOR DE BRUMS 34

ANEXO B ndash QUESTIONAacuteRIO DE ANSIEDADE (STAI) 35

ANEXO C ndash ESCALA DE PERCEPCcedilAtildeO SUBJETIVA DO ESFORCcedilO 36

APEcircNDICE A ndash DADOS DEMOGRAacuteFICOS 37

APEcircNDICE B ndash FICHA DE PRESCRICcedilAtildeO DO TREINO 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O treinamento com pesos (TP) eacute indubitavelmente uma das praacuteticas mais

populares de treinamento fiacutesico (LOPES et al 2014) Ressalta-se que o resultado

esperado no programa de TP depende das adaptaccedilotildees e interaccedilatildeo de diversas

variaacuteveis (volume intensidade velocidade repouso tipo de accedilatildeo muscular e

frequecircncia) (BIRD TARPENNING MARINO 2005) A crescente demanda pelo TP

tem incentivado a procura por paracircmetros bem estabelecidos para prescriccedilatildeo de

exerciacutecios (PEREIRA GOMES 2003) O American College of Sports Medicine

(ACSM) recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

para adultos (ACSM1998) As intensidades desses exerciacutecios podem modular a

magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas humor e ansiedade

A ansiedade eacute conceituada como um estado emocional que surge em

resposta agrave maneira como o individuo avalia ou interpreta uma situaccedilatildeo seja em

momentos de perigo real ou imaginaacuterio desencadeando sintomas como frio no

estocircmago opressatildeo no peito palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva dor de cabeccedila

eou falta de ar (GAMA et al2008) Em niacuteveis habituais trata-se de um fenocircmeno

fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do organismo em circunstacircncias de perigo

Contudo quando a ansiedade eacute excedente ao inveacutes de contribuir desencadeia a

falecircncia da capacidade adaptativa (BENUTE et al2009) Pode-se classificar a

ansiedade em ansiedade-traccedilo e ansiedade-estado A primeira refere-se a uma

disposiccedilatildeo pessoal e relativamente estaacutevel o indiviacuteduo responde com ansiedade a

ocasiotildees estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como

mais ou menos ameaccediladoras dependendo das experiecircncias pessoais vividas No

caso da ansiedade-estado trata-se de um estado emocional transitoacuterio

caracterizado por sentimentos subjetivos de tensatildeo e que variam de intensidade ao

longo do tempo (SPIELBERGER GORSUCH LUSHENE1979) O humor por sua

vez pode ser definido como um estado emocional ou afetivo que diz respeito ao

conjunto de sentimentos positivos e negativos que variam em intensidade e duraccedilatildeo

(NEVES 2013) Parece que o humor pode ser alterado em razatildeo das cargas de

treinamento fiacutesico (LANE et al 2004)

Os benefiacutecios psicoloacutegicos provocados pela praacutetica de exerciacutecios encontram-

se muito difundido por profissionais da sauacutede meios de comunicaccedilotildees e

pesquisadores denotando a importacircncia social e acadecircmica do tema (WERNECK

13

2011) Pode-se afirmar a partir da literatura cientifica que ocorrem alteraccedilotildees na

ansiedade e no humor de indiviacuteduos que satildeo submetidos a um programa de

treinamento fiacutesico a depender de seu caraacuteter e intensidade O controle das variaacuteveis

agudas como duraccedilatildeo intensidade e velocidade de execuccedilatildeo do movimento pode

contribuir na elaboraccedilatildeo de um programa de TP que por sua vez aperfeiccediloaraacute o

controle da magnitude da ansiedade eou humor Vale destacar que o exerciacutecio

fiacutesico tem se tornado uma alternativa natildeo farmacoloacutegica econocircmica saudaacutevel e de

maior adesatildeo na prevenccedilatildeo e tratamento de distuacuterbios psicoloacutegicos e na promoccedilatildeo

da sauacutede mental (WERNECK 2011) A hipoacutetese eacute que uma uacutenica sessatildeo de TP com

intensidade de 50 (1RM) tem a capacidade de reduzir o niacutevel de ansiedade-

estado e ateacute melhorar Enquanto que uma sessatildeo a 80 (1RM) direciona a

deterioraccedilatildeo do estado ou aumento da ansiedade No que diz respeito ao TP

pressupotildee-se que caso confirmada a hipoacutetese o controle das variaacuteveis agudas

acrescentaraacute positivamente no processo de prescriccedilatildeo de exerciacutecios como

prevenccedilatildeo e tratamento dos transtornos de ansiedade e humor Permitindo os

profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica prescrever exerciacutecios visando uma otimizaccedilatildeo nas

caracteriacutesticas psicoloacutegicas

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

O TP eacute uma das modalidades mais praticadas de exerciacutecio fiacutesico atualmente

por indiviacuteduos de diferentes grupos etaacuterios tanto do sexo masculino quanto feminino

e com diferentes niacuteveis de condicionamento fiacutesico Pode-se perceber uma

superlotaccedilatildeo nas academias em vaacuterios horaacuterios para a realizaccedilatildeo desta praacutetica

Esse fato pode ser facilmente explicado pelos inuacutemeros benefiacutecios e tratando

especificamente dos exerciacutecios com pesos evidecircncias cientiacuteficas (HURLEY

HAGBERG 1998) respaldam adaptaccedilotildees que incluem desde importantes

modificaccedilotildees morfoloacutegicas neuromusculares fisioloacutegicas alteraccedilotildees sociais e

comportamentais (DIAS et al 2005) A cobranccedila dos adeptos ao TP quanto agrave

obtenccedilatildeo de resultados junto aos programas de treinos personalizados exige ao

profissional de educaccedilatildeo fiacutesica estruturar os exerciacutecios respeitando os princiacutepios do

treinamento fiacutesico aleacutem de empregar o controle de diversas variaacuteveis como accedilotildees

musculares nuacutemero de seacuteries e repeticcedilotildees intensidade velocidade de execuccedilatildeo do

movimento intervalo seleccedilatildeo e ordem dos exerciacutecios e frequecircncia semanal de

maneira periodizada (BIRD TARPENNING MARINO 2005)

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos

O ACSM e os Centros de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC)

recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

(ACSM1998) como uma ferramenta importante na prevenccedilatildeo e tratamento de

diferentes tipos de doenccedilas (NOBREGA et al 1999) e na manutenccedilatildeo da qualidade

de vida relativa agrave sauacutede (PEREIRA GOMES 2007) Por outro lado estudos mostram

que o TP tambeacutem pode afetar a sauacutede mental especificamente quando realizado de

forma extenuante (PELUSO ANDRADE 2005) A compreensatildeo dos efeitos agudos

do TP sobre a sauacutede mental portanto tem o potencial de influenciar em vaacuterios

aspectos principalmente no que concerne a intensidade desse exerciacutecio que por

sua vez iraacute modular a magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas

humor e ansiedade

22 Ansiedade

15

As pressotildees de uma sociedade moderna tecnoloacutegica e competitiva satildeo

fatores de grande valor no desenvolvimento da ansiedade Nos dias atuais o

desenvolvimento tecnoloacutegico assim como as pressotildees sociais poliacuteticas e

econocircmicas tecircm colaborado para o acreacutescimo de problemas mentais de ordem

emocional (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 FISHER 1990) A ansiedade pode ser

conceituada como um estado emocional que passa a existir em resposta agrave forma

como o indiviacuteduo julga ou interpreta um momento seja em situaccedilatildeo de perigo em

seu cotidiano ou fruto de sua imaginaccedilatildeo Ela podem desencadear uma seacuterie de

sintomas com alteraccedilotildees comportamentais e fisioloacutegicas como apreensatildeo

nervosismo tensatildeo frio no estocircmago palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva falta de

ar cefaleia tremores e vertigens (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 GAMA et al

2008) Poreacutem nem toda ansiedade deve ser considerada prejudicial (BERTEacute

JUacuteNIOR 2004) Dependendo da ocasiatildeo ou intensidade a ansiedade pode ser

beneacutefica ou tornar-se patoloacutegica depreciando o estado psicoloacutegico do indiviacuteduo Em

niacuteveis normais trata-se de um fenocircmeno fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do

organismo em situaccedilotildees de perigo No entanto Benute et al (2009) coloca que

quando a ansiedade eacute excessiva ao inveacutes de cooperar gera a falecircncia da

capacidade adaptativa

ldquoAtualmente as discussotildees apresentam definiccedilotildees e conceitos de ansiedade

tanto como um sintoma quanto como uma patologia que envolve aspectos

multifatoriais de caraacuteter somaacutetico ou cognitivordquo (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007

sem paginaccedilatildeo) Segundo Spielberger Gorsuch Lushene (1979) e Weinberg

Gould (2001) podemos classificar a ansiedade em duas ansiedade-traccedilo e

ansiedade-estado A ansiedade-traccedilo refere-se a uma disposiccedilatildeo pessoal

relativamente estaacutevel onde o individuo responde com ansiedade a condiccedilotildees

estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como mais ou

menos ameaccediladoras dependendo de suas experiecircncias A ansiedade-estado faz

referencia a um estado emocional transitoacuterio em constante alteraccedilatildeo caracterizado

por sentimentos desagradaacuteveis de tensatildeo e apreensatildeo percebidas de forma

consciente e subjetiva amenizados pelas habilidades de enfrentamento adquiridas

O surgimento de um estado de ansiedade envolve um conjunto de ocorrecircncias

internas que podem estar ligada a estiacutemulos externos Qualquer estiacutemulo interno

ou externo analisado cognitivamente pelo individuo como ameaccedilador evocaraacute

uma resposta de ansiedade-estado (SPIELBERGER 2003)

16

23 Estado de humor

O estado de humor pode ser entendido como um estado psicoloacutegico

composto por sentimentos positivos e negativos que transita entre dois polos

extremos um eufoacuterico e outro apaacutetico alterado de acordo com as situaccedilotildees (VIEIRA

et al 2010) sendo considerado um indicador do bem-estar psicoloacutegico

(WERNECK 2003) ou ainda como um ldquoconjunto de sentimentos transitoacuterios por

natureza que se diferenciam em intensidade e duraccedilatildeo e na maioria das vezes

compotildee mais de uma emoccedilatildeordquo (LANE TERRY 2000 p 16) O humor reflete os

estados emocionais que possuem caraacuteter somaacutetico modulado por fatores externos

que satildeo percebidos de forma consciente (WEINBERG GOULD 2008) O humor ou

estado de acircnimo pode ainda ser definido como o tocircnus afetivo do indiviacuteduo que

modifica a forma de percepccedilatildeo das experiecircncias reais ampliando ou minimizando o

impacto destas (DALGALARRONDO 2000) e para Vieira et al (2010) eacute a disposiccedilatildeo

afetiva fundamental

24 Exerciacutecio Fiacutesico Treinamento com pesos e Variaacuteveis mentais

A literatura jaacute elucida pesquisas que demostram a relaccedilatildeo e efeitos do

exerciacutecio fiacutesico e treinamento com pesos com as variaacuteveis mentais (ARAUacuteJO

MELLO LEITE 2007) Contudo ainda natildeo haacute um consenso entre os achados e as

recomendaccedilotildees para a praacutetica (WERNECK et al 2005) bem como a resposta para

qual seria o melhor tipo de treinamento intensidade seacuteries repeticcedilotildees duraccedilatildeo

intervalo e frequecircncia dos exerciacutecios Eacute perceptiacutevel a escassez de estudos que

relatam os efeitos agudos do TP sobre a ansiedade e humor especificamente e em

sua maioria trazem resultados de exerciacutecios aeroacutebio (BUCKWORTH DISHMAN

2002) eou satildeo com protocolos de exerciacutecios combinados Os resultados parecem

ser contraditoacuterios quando analisado os efeitos psicoloacutegicos de sessotildees agudas

(WERNECK et al 2010)

Tharion et al (1991) e Arent Alderman Landers (2000) mostram que o TP

de baixa intensidade promovem melhoria no humor e Focht Koltyn (1999)

evidenciam reduccedilatildeo na ansiedade e autores como Raglin Turner Eksten (1993)

17

natildeo encontraram nenhuma alteraccedilatildeo Em contrapartida os exerciacutecios de alta

intensidade tambeacutem estiveram associados agraves melhorias no estado de humor

(BARTHOLOMEW HERRING OacuteCONNOR 1999) decreacutescimos (THARION et al

1991) ou nenhuma variaccedilatildeo no humor (RAGLIN JS TURNER PE EKSTEN 1993)

18

3 OBJETIVOS

Objetivo geral

Analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do TP sobre as respostas afetivas

de ansiedade e humor em adultos jovens

Objetivo especiacutefico

Verificar o efeito agudo do TP sobre a Percepccedilatildeo Subjetiva de Esforccedilo

Relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor em

jovens adultos do sexo masculino

19

4 METODOLOGIA

Delineamento experimental

Trata-se de um estudo experimental do tipo cross-over desenvolvido com

jovens adultos do sexo masculino Foi recomendado que os participantes

mantivessem suas dietas alimentares cotidianas No entanto natildeo deveriam realizar

atividades fiacutesicas no decorrer da pesquisa O estudo foi conduzido em 2 etapas

A etapa 1 consistiu na realizaccedilatildeo dos testes de prediccedilatildeo de 1RM ateacute a falha

concecircntrica Cada tentativa respeitando o tempo de descanso de trecircs a cinco

minutos para uma nova aplicaccedilatildeo Nesta etapa tambeacutem foram realizadas avaliaccedilotildees

antropomeacutetricas Adotou-se o miacutenimo de roupas durante mensuraccedilatildeo da massa

corporal estatura e dobras cutacircneas

Na etapa 2 procedimento subsequente foi constituiacuteda pelas sessotildees de TP

Os participantes foram submetidos a uma sessatildeo utilizando 50 de 1RM e outra

sessatildeo (48h de intervalo) com 80 de 1RM conduzidas randomicamente (sorteio)

Imediatamente apoacutes cada set de exerciacutecio foram aplicadas a Escala de OMINI ndash

RES para verificar a PSE nos exerciacutecios Todos os participantes responderam 30

min antes e 30 min apoacutes a realizaccedilatildeo da sessatildeo de treino os questionaacuterios de

ansiedade e humor (STAI e BRUMS) ambos convertidos para escala analoacutegica

visual

20

Figura 1 - Delineamento experimental da investigaccedilatildeo

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nos procedimentos metodoloacutegicos

Participantes

Foram selecionados 36 voluntaacuterios de forma natildeo probabiliacutestica com

experiecircncia previa de 6 meses ininterrupto que natildeo faziam uso de suplementos ou

faacutermacos que otimizem o ganho de forccedila Sendo todos recrutados do sexo

masculino com idade entre 18 e 30 anos Apoacutes receber informaccedilatildeo sobre os

procedimentos aos quais seriam submetidos durante o periacuteodo da pesquisa eles

assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) Os procedimentos

adotados neste estudo atenderam agraves normas da Resoluccedilatildeo 46612 do Conselho

Nacional de Sauacutede para pesquisas em seres humanos aprovado pelo comitecirc de

eacutetica em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CAE

47571415900005208)

Cross-over

21

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos 6 participantes por natildeo terem participado de todas as

sessotildees de treino da pesquisa

Instrumentos

Testes de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs)

A forccedila muscular foi determinada por meio do teste de 4-10 RMs Utilizaram-

se as equaccedilotildees de Epley (1995) [1RM = (00333 x reps) x carga submaacutexima + carga

submaacutexima)] e Adams (1998) [1RM = carga submaacutexima [100 ndash (2 x reps)] x 100]

para predizer os valores de 1RM para exerciacutecios de membros inferiores e

superiores respectivamente conforme elucidado no estudo de Menecircses et al

(2013) Os exerciacutecios realizados foram puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps

pulley e leg press 45o Para cada exerciacutecio foram concedidas ateacute duas tentativas

para o teste de 4-10 RMs com intervalo de trecircs a cinco minutos entre as tentativas e

os exerciacutecios Salienta-se que as tentativas de 4-10 RMs foram procedidas na

mesma sessatildeo ateacute a falha concecircntrica e encorajamentos verbais foram oferecidos

durante a mensuraccedilatildeo Adotou-se 50 da carga prevista para o aquecimento

entre10-15 repeticcedilotildees

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES)

A escala de OMINI-RES eacute um instrumento que teve sua validade estudada

tanto em crianccedilas quanto em adultos (SILVA et al2011) e ateacute idosos (BRITO et al

2001) na realizaccedilatildeo de diferentes tipos de atividades tais como TP exerciacutecio em

cicloergocircmetro caminhada e subida em escadas (ROBERTSON et al 2000) O

OMINIS-RES foi utilizado para medir a percepccedilatildeo do esforccedilo a cada set

Imediatamente apoacutes a realizaccedilatildeo do exerciacutecio foi apresentada a escala para o

avaliado pudesse indicar seu estado Ademais foi apresentada a escala de OMNI 30

minutos apoacutes a sessatildeo de TP com a premissa de que o participante indicasse a

percepccedilatildeo de intensidade da sessatildeo Em seguida este valor foi multiplicado pelo

22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

REFEREcircNCIAS

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ABSTRACT

The objective was to analyze the acute effect of different intensities of weight training

(PT) on the emotional responses of anxiety and mood in young adults We selected

30 male participants of non-probabilistic way aged between 18 and 30 years All

volunteers had experience with TP six consecutive months At the beginning of the

study were collected anthropometric data to determine the weight height and body

density Muscle strength was determined by testing the maximum 4-10 repeats

(MRs) The training session with weights consisted of 4 years 2 and 2

multiarticulares monoarticulars Participants answered 2 - questionnaires (BRUMS

and STAI) before and after (30 minutes) TP sessions to analyze the state of mood

and anxiety respectively and immediately respond to each set and after the session

the omni-RES scale to measure the perception of effort It has been identified

reduction of STAI-S scores both as 50 of 1RM (F (2 28) = 626 p = 001 d = 05)

and 80 of 1RM (F (2 28) = 879 p = 001 d = 0 5) with no statistically significant

difference between the conditions in the post-test (F (2 28) = 196 p = 028 d = 01)

It was found increased in negative mood condition 80 of 1RM (F (2 28) = 3491 p

= 001 d = 07) while the negative mood did not change in the condition of 50 1RM

(F (2 28) = 208 p = 032 d = 01) and pointed to a statistically significant difference

between the conditions in the post-test (F (2 28) = 4278 p = 001 d = 08) The

results showed that a single training session with weights was able to significantly

increase the negative mood in young adult male sex experienced in weight training

with intensity of 80 of 1RM In the condition of 50 of 1RM for mood no significant

difference compared to the post-tests And anxiety seems to be reduced but without

significant differences

Keywords Weight training Mood Anxiety perceived exertion

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos 14

22 Ansiedade 14

23 Estado de humor 16

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 RESULTADOS 25

7 CONCLUSAtildeO 29

REFEREcircNCIAS 30

ANEXO A ndash ESCALA DE HUMOR DE BRUMS 34

ANEXO B ndash QUESTIONAacuteRIO DE ANSIEDADE (STAI) 35

ANEXO C ndash ESCALA DE PERCEPCcedilAtildeO SUBJETIVA DO ESFORCcedilO 36

APEcircNDICE A ndash DADOS DEMOGRAacuteFICOS 37

APEcircNDICE B ndash FICHA DE PRESCRICcedilAtildeO DO TREINO 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O treinamento com pesos (TP) eacute indubitavelmente uma das praacuteticas mais

populares de treinamento fiacutesico (LOPES et al 2014) Ressalta-se que o resultado

esperado no programa de TP depende das adaptaccedilotildees e interaccedilatildeo de diversas

variaacuteveis (volume intensidade velocidade repouso tipo de accedilatildeo muscular e

frequecircncia) (BIRD TARPENNING MARINO 2005) A crescente demanda pelo TP

tem incentivado a procura por paracircmetros bem estabelecidos para prescriccedilatildeo de

exerciacutecios (PEREIRA GOMES 2003) O American College of Sports Medicine

(ACSM) recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

para adultos (ACSM1998) As intensidades desses exerciacutecios podem modular a

magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas humor e ansiedade

A ansiedade eacute conceituada como um estado emocional que surge em

resposta agrave maneira como o individuo avalia ou interpreta uma situaccedilatildeo seja em

momentos de perigo real ou imaginaacuterio desencadeando sintomas como frio no

estocircmago opressatildeo no peito palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva dor de cabeccedila

eou falta de ar (GAMA et al2008) Em niacuteveis habituais trata-se de um fenocircmeno

fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do organismo em circunstacircncias de perigo

Contudo quando a ansiedade eacute excedente ao inveacutes de contribuir desencadeia a

falecircncia da capacidade adaptativa (BENUTE et al2009) Pode-se classificar a

ansiedade em ansiedade-traccedilo e ansiedade-estado A primeira refere-se a uma

disposiccedilatildeo pessoal e relativamente estaacutevel o indiviacuteduo responde com ansiedade a

ocasiotildees estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como

mais ou menos ameaccediladoras dependendo das experiecircncias pessoais vividas No

caso da ansiedade-estado trata-se de um estado emocional transitoacuterio

caracterizado por sentimentos subjetivos de tensatildeo e que variam de intensidade ao

longo do tempo (SPIELBERGER GORSUCH LUSHENE1979) O humor por sua

vez pode ser definido como um estado emocional ou afetivo que diz respeito ao

conjunto de sentimentos positivos e negativos que variam em intensidade e duraccedilatildeo

(NEVES 2013) Parece que o humor pode ser alterado em razatildeo das cargas de

treinamento fiacutesico (LANE et al 2004)

Os benefiacutecios psicoloacutegicos provocados pela praacutetica de exerciacutecios encontram-

se muito difundido por profissionais da sauacutede meios de comunicaccedilotildees e

pesquisadores denotando a importacircncia social e acadecircmica do tema (WERNECK

13

2011) Pode-se afirmar a partir da literatura cientifica que ocorrem alteraccedilotildees na

ansiedade e no humor de indiviacuteduos que satildeo submetidos a um programa de

treinamento fiacutesico a depender de seu caraacuteter e intensidade O controle das variaacuteveis

agudas como duraccedilatildeo intensidade e velocidade de execuccedilatildeo do movimento pode

contribuir na elaboraccedilatildeo de um programa de TP que por sua vez aperfeiccediloaraacute o

controle da magnitude da ansiedade eou humor Vale destacar que o exerciacutecio

fiacutesico tem se tornado uma alternativa natildeo farmacoloacutegica econocircmica saudaacutevel e de

maior adesatildeo na prevenccedilatildeo e tratamento de distuacuterbios psicoloacutegicos e na promoccedilatildeo

da sauacutede mental (WERNECK 2011) A hipoacutetese eacute que uma uacutenica sessatildeo de TP com

intensidade de 50 (1RM) tem a capacidade de reduzir o niacutevel de ansiedade-

estado e ateacute melhorar Enquanto que uma sessatildeo a 80 (1RM) direciona a

deterioraccedilatildeo do estado ou aumento da ansiedade No que diz respeito ao TP

pressupotildee-se que caso confirmada a hipoacutetese o controle das variaacuteveis agudas

acrescentaraacute positivamente no processo de prescriccedilatildeo de exerciacutecios como

prevenccedilatildeo e tratamento dos transtornos de ansiedade e humor Permitindo os

profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica prescrever exerciacutecios visando uma otimizaccedilatildeo nas

caracteriacutesticas psicoloacutegicas

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

O TP eacute uma das modalidades mais praticadas de exerciacutecio fiacutesico atualmente

por indiviacuteduos de diferentes grupos etaacuterios tanto do sexo masculino quanto feminino

e com diferentes niacuteveis de condicionamento fiacutesico Pode-se perceber uma

superlotaccedilatildeo nas academias em vaacuterios horaacuterios para a realizaccedilatildeo desta praacutetica

Esse fato pode ser facilmente explicado pelos inuacutemeros benefiacutecios e tratando

especificamente dos exerciacutecios com pesos evidecircncias cientiacuteficas (HURLEY

HAGBERG 1998) respaldam adaptaccedilotildees que incluem desde importantes

modificaccedilotildees morfoloacutegicas neuromusculares fisioloacutegicas alteraccedilotildees sociais e

comportamentais (DIAS et al 2005) A cobranccedila dos adeptos ao TP quanto agrave

obtenccedilatildeo de resultados junto aos programas de treinos personalizados exige ao

profissional de educaccedilatildeo fiacutesica estruturar os exerciacutecios respeitando os princiacutepios do

treinamento fiacutesico aleacutem de empregar o controle de diversas variaacuteveis como accedilotildees

musculares nuacutemero de seacuteries e repeticcedilotildees intensidade velocidade de execuccedilatildeo do

movimento intervalo seleccedilatildeo e ordem dos exerciacutecios e frequecircncia semanal de

maneira periodizada (BIRD TARPENNING MARINO 2005)

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos

O ACSM e os Centros de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC)

recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

(ACSM1998) como uma ferramenta importante na prevenccedilatildeo e tratamento de

diferentes tipos de doenccedilas (NOBREGA et al 1999) e na manutenccedilatildeo da qualidade

de vida relativa agrave sauacutede (PEREIRA GOMES 2007) Por outro lado estudos mostram

que o TP tambeacutem pode afetar a sauacutede mental especificamente quando realizado de

forma extenuante (PELUSO ANDRADE 2005) A compreensatildeo dos efeitos agudos

do TP sobre a sauacutede mental portanto tem o potencial de influenciar em vaacuterios

aspectos principalmente no que concerne a intensidade desse exerciacutecio que por

sua vez iraacute modular a magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas

humor e ansiedade

22 Ansiedade

15

As pressotildees de uma sociedade moderna tecnoloacutegica e competitiva satildeo

fatores de grande valor no desenvolvimento da ansiedade Nos dias atuais o

desenvolvimento tecnoloacutegico assim como as pressotildees sociais poliacuteticas e

econocircmicas tecircm colaborado para o acreacutescimo de problemas mentais de ordem

emocional (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 FISHER 1990) A ansiedade pode ser

conceituada como um estado emocional que passa a existir em resposta agrave forma

como o indiviacuteduo julga ou interpreta um momento seja em situaccedilatildeo de perigo em

seu cotidiano ou fruto de sua imaginaccedilatildeo Ela podem desencadear uma seacuterie de

sintomas com alteraccedilotildees comportamentais e fisioloacutegicas como apreensatildeo

nervosismo tensatildeo frio no estocircmago palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva falta de

ar cefaleia tremores e vertigens (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 GAMA et al

2008) Poreacutem nem toda ansiedade deve ser considerada prejudicial (BERTEacute

JUacuteNIOR 2004) Dependendo da ocasiatildeo ou intensidade a ansiedade pode ser

beneacutefica ou tornar-se patoloacutegica depreciando o estado psicoloacutegico do indiviacuteduo Em

niacuteveis normais trata-se de um fenocircmeno fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do

organismo em situaccedilotildees de perigo No entanto Benute et al (2009) coloca que

quando a ansiedade eacute excessiva ao inveacutes de cooperar gera a falecircncia da

capacidade adaptativa

ldquoAtualmente as discussotildees apresentam definiccedilotildees e conceitos de ansiedade

tanto como um sintoma quanto como uma patologia que envolve aspectos

multifatoriais de caraacuteter somaacutetico ou cognitivordquo (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007

sem paginaccedilatildeo) Segundo Spielberger Gorsuch Lushene (1979) e Weinberg

Gould (2001) podemos classificar a ansiedade em duas ansiedade-traccedilo e

ansiedade-estado A ansiedade-traccedilo refere-se a uma disposiccedilatildeo pessoal

relativamente estaacutevel onde o individuo responde com ansiedade a condiccedilotildees

estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como mais ou

menos ameaccediladoras dependendo de suas experiecircncias A ansiedade-estado faz

referencia a um estado emocional transitoacuterio em constante alteraccedilatildeo caracterizado

por sentimentos desagradaacuteveis de tensatildeo e apreensatildeo percebidas de forma

consciente e subjetiva amenizados pelas habilidades de enfrentamento adquiridas

O surgimento de um estado de ansiedade envolve um conjunto de ocorrecircncias

internas que podem estar ligada a estiacutemulos externos Qualquer estiacutemulo interno

ou externo analisado cognitivamente pelo individuo como ameaccedilador evocaraacute

uma resposta de ansiedade-estado (SPIELBERGER 2003)

16

23 Estado de humor

O estado de humor pode ser entendido como um estado psicoloacutegico

composto por sentimentos positivos e negativos que transita entre dois polos

extremos um eufoacuterico e outro apaacutetico alterado de acordo com as situaccedilotildees (VIEIRA

et al 2010) sendo considerado um indicador do bem-estar psicoloacutegico

(WERNECK 2003) ou ainda como um ldquoconjunto de sentimentos transitoacuterios por

natureza que se diferenciam em intensidade e duraccedilatildeo e na maioria das vezes

compotildee mais de uma emoccedilatildeordquo (LANE TERRY 2000 p 16) O humor reflete os

estados emocionais que possuem caraacuteter somaacutetico modulado por fatores externos

que satildeo percebidos de forma consciente (WEINBERG GOULD 2008) O humor ou

estado de acircnimo pode ainda ser definido como o tocircnus afetivo do indiviacuteduo que

modifica a forma de percepccedilatildeo das experiecircncias reais ampliando ou minimizando o

impacto destas (DALGALARRONDO 2000) e para Vieira et al (2010) eacute a disposiccedilatildeo

afetiva fundamental

24 Exerciacutecio Fiacutesico Treinamento com pesos e Variaacuteveis mentais

A literatura jaacute elucida pesquisas que demostram a relaccedilatildeo e efeitos do

exerciacutecio fiacutesico e treinamento com pesos com as variaacuteveis mentais (ARAUacuteJO

MELLO LEITE 2007) Contudo ainda natildeo haacute um consenso entre os achados e as

recomendaccedilotildees para a praacutetica (WERNECK et al 2005) bem como a resposta para

qual seria o melhor tipo de treinamento intensidade seacuteries repeticcedilotildees duraccedilatildeo

intervalo e frequecircncia dos exerciacutecios Eacute perceptiacutevel a escassez de estudos que

relatam os efeitos agudos do TP sobre a ansiedade e humor especificamente e em

sua maioria trazem resultados de exerciacutecios aeroacutebio (BUCKWORTH DISHMAN

2002) eou satildeo com protocolos de exerciacutecios combinados Os resultados parecem

ser contraditoacuterios quando analisado os efeitos psicoloacutegicos de sessotildees agudas

(WERNECK et al 2010)

Tharion et al (1991) e Arent Alderman Landers (2000) mostram que o TP

de baixa intensidade promovem melhoria no humor e Focht Koltyn (1999)

evidenciam reduccedilatildeo na ansiedade e autores como Raglin Turner Eksten (1993)

17

natildeo encontraram nenhuma alteraccedilatildeo Em contrapartida os exerciacutecios de alta

intensidade tambeacutem estiveram associados agraves melhorias no estado de humor

(BARTHOLOMEW HERRING OacuteCONNOR 1999) decreacutescimos (THARION et al

1991) ou nenhuma variaccedilatildeo no humor (RAGLIN JS TURNER PE EKSTEN 1993)

18

3 OBJETIVOS

Objetivo geral

Analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do TP sobre as respostas afetivas

de ansiedade e humor em adultos jovens

Objetivo especiacutefico

Verificar o efeito agudo do TP sobre a Percepccedilatildeo Subjetiva de Esforccedilo

Relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor em

jovens adultos do sexo masculino

19

4 METODOLOGIA

Delineamento experimental

Trata-se de um estudo experimental do tipo cross-over desenvolvido com

jovens adultos do sexo masculino Foi recomendado que os participantes

mantivessem suas dietas alimentares cotidianas No entanto natildeo deveriam realizar

atividades fiacutesicas no decorrer da pesquisa O estudo foi conduzido em 2 etapas

A etapa 1 consistiu na realizaccedilatildeo dos testes de prediccedilatildeo de 1RM ateacute a falha

concecircntrica Cada tentativa respeitando o tempo de descanso de trecircs a cinco

minutos para uma nova aplicaccedilatildeo Nesta etapa tambeacutem foram realizadas avaliaccedilotildees

antropomeacutetricas Adotou-se o miacutenimo de roupas durante mensuraccedilatildeo da massa

corporal estatura e dobras cutacircneas

Na etapa 2 procedimento subsequente foi constituiacuteda pelas sessotildees de TP

Os participantes foram submetidos a uma sessatildeo utilizando 50 de 1RM e outra

sessatildeo (48h de intervalo) com 80 de 1RM conduzidas randomicamente (sorteio)

Imediatamente apoacutes cada set de exerciacutecio foram aplicadas a Escala de OMINI ndash

RES para verificar a PSE nos exerciacutecios Todos os participantes responderam 30

min antes e 30 min apoacutes a realizaccedilatildeo da sessatildeo de treino os questionaacuterios de

ansiedade e humor (STAI e BRUMS) ambos convertidos para escala analoacutegica

visual

20

Figura 1 - Delineamento experimental da investigaccedilatildeo

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nos procedimentos metodoloacutegicos

Participantes

Foram selecionados 36 voluntaacuterios de forma natildeo probabiliacutestica com

experiecircncia previa de 6 meses ininterrupto que natildeo faziam uso de suplementos ou

faacutermacos que otimizem o ganho de forccedila Sendo todos recrutados do sexo

masculino com idade entre 18 e 30 anos Apoacutes receber informaccedilatildeo sobre os

procedimentos aos quais seriam submetidos durante o periacuteodo da pesquisa eles

assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) Os procedimentos

adotados neste estudo atenderam agraves normas da Resoluccedilatildeo 46612 do Conselho

Nacional de Sauacutede para pesquisas em seres humanos aprovado pelo comitecirc de

eacutetica em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CAE

47571415900005208)

Cross-over

21

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos 6 participantes por natildeo terem participado de todas as

sessotildees de treino da pesquisa

Instrumentos

Testes de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs)

A forccedila muscular foi determinada por meio do teste de 4-10 RMs Utilizaram-

se as equaccedilotildees de Epley (1995) [1RM = (00333 x reps) x carga submaacutexima + carga

submaacutexima)] e Adams (1998) [1RM = carga submaacutexima [100 ndash (2 x reps)] x 100]

para predizer os valores de 1RM para exerciacutecios de membros inferiores e

superiores respectivamente conforme elucidado no estudo de Menecircses et al

(2013) Os exerciacutecios realizados foram puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps

pulley e leg press 45o Para cada exerciacutecio foram concedidas ateacute duas tentativas

para o teste de 4-10 RMs com intervalo de trecircs a cinco minutos entre as tentativas e

os exerciacutecios Salienta-se que as tentativas de 4-10 RMs foram procedidas na

mesma sessatildeo ateacute a falha concecircntrica e encorajamentos verbais foram oferecidos

durante a mensuraccedilatildeo Adotou-se 50 da carga prevista para o aquecimento

entre10-15 repeticcedilotildees

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES)

A escala de OMINI-RES eacute um instrumento que teve sua validade estudada

tanto em crianccedilas quanto em adultos (SILVA et al2011) e ateacute idosos (BRITO et al

2001) na realizaccedilatildeo de diferentes tipos de atividades tais como TP exerciacutecio em

cicloergocircmetro caminhada e subida em escadas (ROBERTSON et al 2000) O

OMINIS-RES foi utilizado para medir a percepccedilatildeo do esforccedilo a cada set

Imediatamente apoacutes a realizaccedilatildeo do exerciacutecio foi apresentada a escala para o

avaliado pudesse indicar seu estado Ademais foi apresentada a escala de OMNI 30

minutos apoacutes a sessatildeo de TP com a premissa de que o participante indicasse a

percepccedilatildeo de intensidade da sessatildeo Em seguida este valor foi multiplicado pelo

22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

REFEREcircNCIAS

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SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos 14

22 Ansiedade 14

23 Estado de humor 16

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 RESULTADOS 25

7 CONCLUSAtildeO 29

REFEREcircNCIAS 30

ANEXO A ndash ESCALA DE HUMOR DE BRUMS 34

ANEXO B ndash QUESTIONAacuteRIO DE ANSIEDADE (STAI) 35

ANEXO C ndash ESCALA DE PERCEPCcedilAtildeO SUBJETIVA DO ESFORCcedilO 36

APEcircNDICE A ndash DADOS DEMOGRAacuteFICOS 37

APEcircNDICE B ndash FICHA DE PRESCRICcedilAtildeO DO TREINO 38

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O treinamento com pesos (TP) eacute indubitavelmente uma das praacuteticas mais

populares de treinamento fiacutesico (LOPES et al 2014) Ressalta-se que o resultado

esperado no programa de TP depende das adaptaccedilotildees e interaccedilatildeo de diversas

variaacuteveis (volume intensidade velocidade repouso tipo de accedilatildeo muscular e

frequecircncia) (BIRD TARPENNING MARINO 2005) A crescente demanda pelo TP

tem incentivado a procura por paracircmetros bem estabelecidos para prescriccedilatildeo de

exerciacutecios (PEREIRA GOMES 2003) O American College of Sports Medicine

(ACSM) recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

para adultos (ACSM1998) As intensidades desses exerciacutecios podem modular a

magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas humor e ansiedade

A ansiedade eacute conceituada como um estado emocional que surge em

resposta agrave maneira como o individuo avalia ou interpreta uma situaccedilatildeo seja em

momentos de perigo real ou imaginaacuterio desencadeando sintomas como frio no

estocircmago opressatildeo no peito palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva dor de cabeccedila

eou falta de ar (GAMA et al2008) Em niacuteveis habituais trata-se de um fenocircmeno

fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do organismo em circunstacircncias de perigo

Contudo quando a ansiedade eacute excedente ao inveacutes de contribuir desencadeia a

falecircncia da capacidade adaptativa (BENUTE et al2009) Pode-se classificar a

ansiedade em ansiedade-traccedilo e ansiedade-estado A primeira refere-se a uma

disposiccedilatildeo pessoal e relativamente estaacutevel o indiviacuteduo responde com ansiedade a

ocasiotildees estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como

mais ou menos ameaccediladoras dependendo das experiecircncias pessoais vividas No

caso da ansiedade-estado trata-se de um estado emocional transitoacuterio

caracterizado por sentimentos subjetivos de tensatildeo e que variam de intensidade ao

longo do tempo (SPIELBERGER GORSUCH LUSHENE1979) O humor por sua

vez pode ser definido como um estado emocional ou afetivo que diz respeito ao

conjunto de sentimentos positivos e negativos que variam em intensidade e duraccedilatildeo

(NEVES 2013) Parece que o humor pode ser alterado em razatildeo das cargas de

treinamento fiacutesico (LANE et al 2004)

Os benefiacutecios psicoloacutegicos provocados pela praacutetica de exerciacutecios encontram-

se muito difundido por profissionais da sauacutede meios de comunicaccedilotildees e

pesquisadores denotando a importacircncia social e acadecircmica do tema (WERNECK

13

2011) Pode-se afirmar a partir da literatura cientifica que ocorrem alteraccedilotildees na

ansiedade e no humor de indiviacuteduos que satildeo submetidos a um programa de

treinamento fiacutesico a depender de seu caraacuteter e intensidade O controle das variaacuteveis

agudas como duraccedilatildeo intensidade e velocidade de execuccedilatildeo do movimento pode

contribuir na elaboraccedilatildeo de um programa de TP que por sua vez aperfeiccediloaraacute o

controle da magnitude da ansiedade eou humor Vale destacar que o exerciacutecio

fiacutesico tem se tornado uma alternativa natildeo farmacoloacutegica econocircmica saudaacutevel e de

maior adesatildeo na prevenccedilatildeo e tratamento de distuacuterbios psicoloacutegicos e na promoccedilatildeo

da sauacutede mental (WERNECK 2011) A hipoacutetese eacute que uma uacutenica sessatildeo de TP com

intensidade de 50 (1RM) tem a capacidade de reduzir o niacutevel de ansiedade-

estado e ateacute melhorar Enquanto que uma sessatildeo a 80 (1RM) direciona a

deterioraccedilatildeo do estado ou aumento da ansiedade No que diz respeito ao TP

pressupotildee-se que caso confirmada a hipoacutetese o controle das variaacuteveis agudas

acrescentaraacute positivamente no processo de prescriccedilatildeo de exerciacutecios como

prevenccedilatildeo e tratamento dos transtornos de ansiedade e humor Permitindo os

profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica prescrever exerciacutecios visando uma otimizaccedilatildeo nas

caracteriacutesticas psicoloacutegicas

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

O TP eacute uma das modalidades mais praticadas de exerciacutecio fiacutesico atualmente

por indiviacuteduos de diferentes grupos etaacuterios tanto do sexo masculino quanto feminino

e com diferentes niacuteveis de condicionamento fiacutesico Pode-se perceber uma

superlotaccedilatildeo nas academias em vaacuterios horaacuterios para a realizaccedilatildeo desta praacutetica

Esse fato pode ser facilmente explicado pelos inuacutemeros benefiacutecios e tratando

especificamente dos exerciacutecios com pesos evidecircncias cientiacuteficas (HURLEY

HAGBERG 1998) respaldam adaptaccedilotildees que incluem desde importantes

modificaccedilotildees morfoloacutegicas neuromusculares fisioloacutegicas alteraccedilotildees sociais e

comportamentais (DIAS et al 2005) A cobranccedila dos adeptos ao TP quanto agrave

obtenccedilatildeo de resultados junto aos programas de treinos personalizados exige ao

profissional de educaccedilatildeo fiacutesica estruturar os exerciacutecios respeitando os princiacutepios do

treinamento fiacutesico aleacutem de empregar o controle de diversas variaacuteveis como accedilotildees

musculares nuacutemero de seacuteries e repeticcedilotildees intensidade velocidade de execuccedilatildeo do

movimento intervalo seleccedilatildeo e ordem dos exerciacutecios e frequecircncia semanal de

maneira periodizada (BIRD TARPENNING MARINO 2005)

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos

O ACSM e os Centros de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC)

recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

(ACSM1998) como uma ferramenta importante na prevenccedilatildeo e tratamento de

diferentes tipos de doenccedilas (NOBREGA et al 1999) e na manutenccedilatildeo da qualidade

de vida relativa agrave sauacutede (PEREIRA GOMES 2007) Por outro lado estudos mostram

que o TP tambeacutem pode afetar a sauacutede mental especificamente quando realizado de

forma extenuante (PELUSO ANDRADE 2005) A compreensatildeo dos efeitos agudos

do TP sobre a sauacutede mental portanto tem o potencial de influenciar em vaacuterios

aspectos principalmente no que concerne a intensidade desse exerciacutecio que por

sua vez iraacute modular a magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas

humor e ansiedade

22 Ansiedade

15

As pressotildees de uma sociedade moderna tecnoloacutegica e competitiva satildeo

fatores de grande valor no desenvolvimento da ansiedade Nos dias atuais o

desenvolvimento tecnoloacutegico assim como as pressotildees sociais poliacuteticas e

econocircmicas tecircm colaborado para o acreacutescimo de problemas mentais de ordem

emocional (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 FISHER 1990) A ansiedade pode ser

conceituada como um estado emocional que passa a existir em resposta agrave forma

como o indiviacuteduo julga ou interpreta um momento seja em situaccedilatildeo de perigo em

seu cotidiano ou fruto de sua imaginaccedilatildeo Ela podem desencadear uma seacuterie de

sintomas com alteraccedilotildees comportamentais e fisioloacutegicas como apreensatildeo

nervosismo tensatildeo frio no estocircmago palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva falta de

ar cefaleia tremores e vertigens (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 GAMA et al

2008) Poreacutem nem toda ansiedade deve ser considerada prejudicial (BERTEacute

JUacuteNIOR 2004) Dependendo da ocasiatildeo ou intensidade a ansiedade pode ser

beneacutefica ou tornar-se patoloacutegica depreciando o estado psicoloacutegico do indiviacuteduo Em

niacuteveis normais trata-se de um fenocircmeno fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do

organismo em situaccedilotildees de perigo No entanto Benute et al (2009) coloca que

quando a ansiedade eacute excessiva ao inveacutes de cooperar gera a falecircncia da

capacidade adaptativa

ldquoAtualmente as discussotildees apresentam definiccedilotildees e conceitos de ansiedade

tanto como um sintoma quanto como uma patologia que envolve aspectos

multifatoriais de caraacuteter somaacutetico ou cognitivordquo (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007

sem paginaccedilatildeo) Segundo Spielberger Gorsuch Lushene (1979) e Weinberg

Gould (2001) podemos classificar a ansiedade em duas ansiedade-traccedilo e

ansiedade-estado A ansiedade-traccedilo refere-se a uma disposiccedilatildeo pessoal

relativamente estaacutevel onde o individuo responde com ansiedade a condiccedilotildees

estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como mais ou

menos ameaccediladoras dependendo de suas experiecircncias A ansiedade-estado faz

referencia a um estado emocional transitoacuterio em constante alteraccedilatildeo caracterizado

por sentimentos desagradaacuteveis de tensatildeo e apreensatildeo percebidas de forma

consciente e subjetiva amenizados pelas habilidades de enfrentamento adquiridas

O surgimento de um estado de ansiedade envolve um conjunto de ocorrecircncias

internas que podem estar ligada a estiacutemulos externos Qualquer estiacutemulo interno

ou externo analisado cognitivamente pelo individuo como ameaccedilador evocaraacute

uma resposta de ansiedade-estado (SPIELBERGER 2003)

16

23 Estado de humor

O estado de humor pode ser entendido como um estado psicoloacutegico

composto por sentimentos positivos e negativos que transita entre dois polos

extremos um eufoacuterico e outro apaacutetico alterado de acordo com as situaccedilotildees (VIEIRA

et al 2010) sendo considerado um indicador do bem-estar psicoloacutegico

(WERNECK 2003) ou ainda como um ldquoconjunto de sentimentos transitoacuterios por

natureza que se diferenciam em intensidade e duraccedilatildeo e na maioria das vezes

compotildee mais de uma emoccedilatildeordquo (LANE TERRY 2000 p 16) O humor reflete os

estados emocionais que possuem caraacuteter somaacutetico modulado por fatores externos

que satildeo percebidos de forma consciente (WEINBERG GOULD 2008) O humor ou

estado de acircnimo pode ainda ser definido como o tocircnus afetivo do indiviacuteduo que

modifica a forma de percepccedilatildeo das experiecircncias reais ampliando ou minimizando o

impacto destas (DALGALARRONDO 2000) e para Vieira et al (2010) eacute a disposiccedilatildeo

afetiva fundamental

24 Exerciacutecio Fiacutesico Treinamento com pesos e Variaacuteveis mentais

A literatura jaacute elucida pesquisas que demostram a relaccedilatildeo e efeitos do

exerciacutecio fiacutesico e treinamento com pesos com as variaacuteveis mentais (ARAUacuteJO

MELLO LEITE 2007) Contudo ainda natildeo haacute um consenso entre os achados e as

recomendaccedilotildees para a praacutetica (WERNECK et al 2005) bem como a resposta para

qual seria o melhor tipo de treinamento intensidade seacuteries repeticcedilotildees duraccedilatildeo

intervalo e frequecircncia dos exerciacutecios Eacute perceptiacutevel a escassez de estudos que

relatam os efeitos agudos do TP sobre a ansiedade e humor especificamente e em

sua maioria trazem resultados de exerciacutecios aeroacutebio (BUCKWORTH DISHMAN

2002) eou satildeo com protocolos de exerciacutecios combinados Os resultados parecem

ser contraditoacuterios quando analisado os efeitos psicoloacutegicos de sessotildees agudas

(WERNECK et al 2010)

Tharion et al (1991) e Arent Alderman Landers (2000) mostram que o TP

de baixa intensidade promovem melhoria no humor e Focht Koltyn (1999)

evidenciam reduccedilatildeo na ansiedade e autores como Raglin Turner Eksten (1993)

17

natildeo encontraram nenhuma alteraccedilatildeo Em contrapartida os exerciacutecios de alta

intensidade tambeacutem estiveram associados agraves melhorias no estado de humor

(BARTHOLOMEW HERRING OacuteCONNOR 1999) decreacutescimos (THARION et al

1991) ou nenhuma variaccedilatildeo no humor (RAGLIN JS TURNER PE EKSTEN 1993)

18

3 OBJETIVOS

Objetivo geral

Analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do TP sobre as respostas afetivas

de ansiedade e humor em adultos jovens

Objetivo especiacutefico

Verificar o efeito agudo do TP sobre a Percepccedilatildeo Subjetiva de Esforccedilo

Relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor em

jovens adultos do sexo masculino

19

4 METODOLOGIA

Delineamento experimental

Trata-se de um estudo experimental do tipo cross-over desenvolvido com

jovens adultos do sexo masculino Foi recomendado que os participantes

mantivessem suas dietas alimentares cotidianas No entanto natildeo deveriam realizar

atividades fiacutesicas no decorrer da pesquisa O estudo foi conduzido em 2 etapas

A etapa 1 consistiu na realizaccedilatildeo dos testes de prediccedilatildeo de 1RM ateacute a falha

concecircntrica Cada tentativa respeitando o tempo de descanso de trecircs a cinco

minutos para uma nova aplicaccedilatildeo Nesta etapa tambeacutem foram realizadas avaliaccedilotildees

antropomeacutetricas Adotou-se o miacutenimo de roupas durante mensuraccedilatildeo da massa

corporal estatura e dobras cutacircneas

Na etapa 2 procedimento subsequente foi constituiacuteda pelas sessotildees de TP

Os participantes foram submetidos a uma sessatildeo utilizando 50 de 1RM e outra

sessatildeo (48h de intervalo) com 80 de 1RM conduzidas randomicamente (sorteio)

Imediatamente apoacutes cada set de exerciacutecio foram aplicadas a Escala de OMINI ndash

RES para verificar a PSE nos exerciacutecios Todos os participantes responderam 30

min antes e 30 min apoacutes a realizaccedilatildeo da sessatildeo de treino os questionaacuterios de

ansiedade e humor (STAI e BRUMS) ambos convertidos para escala analoacutegica

visual

20

Figura 1 - Delineamento experimental da investigaccedilatildeo

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nos procedimentos metodoloacutegicos

Participantes

Foram selecionados 36 voluntaacuterios de forma natildeo probabiliacutestica com

experiecircncia previa de 6 meses ininterrupto que natildeo faziam uso de suplementos ou

faacutermacos que otimizem o ganho de forccedila Sendo todos recrutados do sexo

masculino com idade entre 18 e 30 anos Apoacutes receber informaccedilatildeo sobre os

procedimentos aos quais seriam submetidos durante o periacuteodo da pesquisa eles

assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) Os procedimentos

adotados neste estudo atenderam agraves normas da Resoluccedilatildeo 46612 do Conselho

Nacional de Sauacutede para pesquisas em seres humanos aprovado pelo comitecirc de

eacutetica em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CAE

47571415900005208)

Cross-over

21

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos 6 participantes por natildeo terem participado de todas as

sessotildees de treino da pesquisa

Instrumentos

Testes de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs)

A forccedila muscular foi determinada por meio do teste de 4-10 RMs Utilizaram-

se as equaccedilotildees de Epley (1995) [1RM = (00333 x reps) x carga submaacutexima + carga

submaacutexima)] e Adams (1998) [1RM = carga submaacutexima [100 ndash (2 x reps)] x 100]

para predizer os valores de 1RM para exerciacutecios de membros inferiores e

superiores respectivamente conforme elucidado no estudo de Menecircses et al

(2013) Os exerciacutecios realizados foram puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps

pulley e leg press 45o Para cada exerciacutecio foram concedidas ateacute duas tentativas

para o teste de 4-10 RMs com intervalo de trecircs a cinco minutos entre as tentativas e

os exerciacutecios Salienta-se que as tentativas de 4-10 RMs foram procedidas na

mesma sessatildeo ateacute a falha concecircntrica e encorajamentos verbais foram oferecidos

durante a mensuraccedilatildeo Adotou-se 50 da carga prevista para o aquecimento

entre10-15 repeticcedilotildees

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES)

A escala de OMINI-RES eacute um instrumento que teve sua validade estudada

tanto em crianccedilas quanto em adultos (SILVA et al2011) e ateacute idosos (BRITO et al

2001) na realizaccedilatildeo de diferentes tipos de atividades tais como TP exerciacutecio em

cicloergocircmetro caminhada e subida em escadas (ROBERTSON et al 2000) O

OMINIS-RES foi utilizado para medir a percepccedilatildeo do esforccedilo a cada set

Imediatamente apoacutes a realizaccedilatildeo do exerciacutecio foi apresentada a escala para o

avaliado pudesse indicar seu estado Ademais foi apresentada a escala de OMNI 30

minutos apoacutes a sessatildeo de TP com a premissa de que o participante indicasse a

percepccedilatildeo de intensidade da sessatildeo Em seguida este valor foi multiplicado pelo

22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

REFEREcircNCIAS

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12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O treinamento com pesos (TP) eacute indubitavelmente uma das praacuteticas mais

populares de treinamento fiacutesico (LOPES et al 2014) Ressalta-se que o resultado

esperado no programa de TP depende das adaptaccedilotildees e interaccedilatildeo de diversas

variaacuteveis (volume intensidade velocidade repouso tipo de accedilatildeo muscular e

frequecircncia) (BIRD TARPENNING MARINO 2005) A crescente demanda pelo TP

tem incentivado a procura por paracircmetros bem estabelecidos para prescriccedilatildeo de

exerciacutecios (PEREIRA GOMES 2003) O American College of Sports Medicine

(ACSM) recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

para adultos (ACSM1998) As intensidades desses exerciacutecios podem modular a

magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas humor e ansiedade

A ansiedade eacute conceituada como um estado emocional que surge em

resposta agrave maneira como o individuo avalia ou interpreta uma situaccedilatildeo seja em

momentos de perigo real ou imaginaacuterio desencadeando sintomas como frio no

estocircmago opressatildeo no peito palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva dor de cabeccedila

eou falta de ar (GAMA et al2008) Em niacuteveis habituais trata-se de um fenocircmeno

fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do organismo em circunstacircncias de perigo

Contudo quando a ansiedade eacute excedente ao inveacutes de contribuir desencadeia a

falecircncia da capacidade adaptativa (BENUTE et al2009) Pode-se classificar a

ansiedade em ansiedade-traccedilo e ansiedade-estado A primeira refere-se a uma

disposiccedilatildeo pessoal e relativamente estaacutevel o indiviacuteduo responde com ansiedade a

ocasiotildees estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como

mais ou menos ameaccediladoras dependendo das experiecircncias pessoais vividas No

caso da ansiedade-estado trata-se de um estado emocional transitoacuterio

caracterizado por sentimentos subjetivos de tensatildeo e que variam de intensidade ao

longo do tempo (SPIELBERGER GORSUCH LUSHENE1979) O humor por sua

vez pode ser definido como um estado emocional ou afetivo que diz respeito ao

conjunto de sentimentos positivos e negativos que variam em intensidade e duraccedilatildeo

(NEVES 2013) Parece que o humor pode ser alterado em razatildeo das cargas de

treinamento fiacutesico (LANE et al 2004)

Os benefiacutecios psicoloacutegicos provocados pela praacutetica de exerciacutecios encontram-

se muito difundido por profissionais da sauacutede meios de comunicaccedilotildees e

pesquisadores denotando a importacircncia social e acadecircmica do tema (WERNECK

13

2011) Pode-se afirmar a partir da literatura cientifica que ocorrem alteraccedilotildees na

ansiedade e no humor de indiviacuteduos que satildeo submetidos a um programa de

treinamento fiacutesico a depender de seu caraacuteter e intensidade O controle das variaacuteveis

agudas como duraccedilatildeo intensidade e velocidade de execuccedilatildeo do movimento pode

contribuir na elaboraccedilatildeo de um programa de TP que por sua vez aperfeiccediloaraacute o

controle da magnitude da ansiedade eou humor Vale destacar que o exerciacutecio

fiacutesico tem se tornado uma alternativa natildeo farmacoloacutegica econocircmica saudaacutevel e de

maior adesatildeo na prevenccedilatildeo e tratamento de distuacuterbios psicoloacutegicos e na promoccedilatildeo

da sauacutede mental (WERNECK 2011) A hipoacutetese eacute que uma uacutenica sessatildeo de TP com

intensidade de 50 (1RM) tem a capacidade de reduzir o niacutevel de ansiedade-

estado e ateacute melhorar Enquanto que uma sessatildeo a 80 (1RM) direciona a

deterioraccedilatildeo do estado ou aumento da ansiedade No que diz respeito ao TP

pressupotildee-se que caso confirmada a hipoacutetese o controle das variaacuteveis agudas

acrescentaraacute positivamente no processo de prescriccedilatildeo de exerciacutecios como

prevenccedilatildeo e tratamento dos transtornos de ansiedade e humor Permitindo os

profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica prescrever exerciacutecios visando uma otimizaccedilatildeo nas

caracteriacutesticas psicoloacutegicas

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

O TP eacute uma das modalidades mais praticadas de exerciacutecio fiacutesico atualmente

por indiviacuteduos de diferentes grupos etaacuterios tanto do sexo masculino quanto feminino

e com diferentes niacuteveis de condicionamento fiacutesico Pode-se perceber uma

superlotaccedilatildeo nas academias em vaacuterios horaacuterios para a realizaccedilatildeo desta praacutetica

Esse fato pode ser facilmente explicado pelos inuacutemeros benefiacutecios e tratando

especificamente dos exerciacutecios com pesos evidecircncias cientiacuteficas (HURLEY

HAGBERG 1998) respaldam adaptaccedilotildees que incluem desde importantes

modificaccedilotildees morfoloacutegicas neuromusculares fisioloacutegicas alteraccedilotildees sociais e

comportamentais (DIAS et al 2005) A cobranccedila dos adeptos ao TP quanto agrave

obtenccedilatildeo de resultados junto aos programas de treinos personalizados exige ao

profissional de educaccedilatildeo fiacutesica estruturar os exerciacutecios respeitando os princiacutepios do

treinamento fiacutesico aleacutem de empregar o controle de diversas variaacuteveis como accedilotildees

musculares nuacutemero de seacuteries e repeticcedilotildees intensidade velocidade de execuccedilatildeo do

movimento intervalo seleccedilatildeo e ordem dos exerciacutecios e frequecircncia semanal de

maneira periodizada (BIRD TARPENNING MARINO 2005)

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos

O ACSM e os Centros de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC)

recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

(ACSM1998) como uma ferramenta importante na prevenccedilatildeo e tratamento de

diferentes tipos de doenccedilas (NOBREGA et al 1999) e na manutenccedilatildeo da qualidade

de vida relativa agrave sauacutede (PEREIRA GOMES 2007) Por outro lado estudos mostram

que o TP tambeacutem pode afetar a sauacutede mental especificamente quando realizado de

forma extenuante (PELUSO ANDRADE 2005) A compreensatildeo dos efeitos agudos

do TP sobre a sauacutede mental portanto tem o potencial de influenciar em vaacuterios

aspectos principalmente no que concerne a intensidade desse exerciacutecio que por

sua vez iraacute modular a magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas

humor e ansiedade

22 Ansiedade

15

As pressotildees de uma sociedade moderna tecnoloacutegica e competitiva satildeo

fatores de grande valor no desenvolvimento da ansiedade Nos dias atuais o

desenvolvimento tecnoloacutegico assim como as pressotildees sociais poliacuteticas e

econocircmicas tecircm colaborado para o acreacutescimo de problemas mentais de ordem

emocional (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 FISHER 1990) A ansiedade pode ser

conceituada como um estado emocional que passa a existir em resposta agrave forma

como o indiviacuteduo julga ou interpreta um momento seja em situaccedilatildeo de perigo em

seu cotidiano ou fruto de sua imaginaccedilatildeo Ela podem desencadear uma seacuterie de

sintomas com alteraccedilotildees comportamentais e fisioloacutegicas como apreensatildeo

nervosismo tensatildeo frio no estocircmago palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva falta de

ar cefaleia tremores e vertigens (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 GAMA et al

2008) Poreacutem nem toda ansiedade deve ser considerada prejudicial (BERTEacute

JUacuteNIOR 2004) Dependendo da ocasiatildeo ou intensidade a ansiedade pode ser

beneacutefica ou tornar-se patoloacutegica depreciando o estado psicoloacutegico do indiviacuteduo Em

niacuteveis normais trata-se de um fenocircmeno fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do

organismo em situaccedilotildees de perigo No entanto Benute et al (2009) coloca que

quando a ansiedade eacute excessiva ao inveacutes de cooperar gera a falecircncia da

capacidade adaptativa

ldquoAtualmente as discussotildees apresentam definiccedilotildees e conceitos de ansiedade

tanto como um sintoma quanto como uma patologia que envolve aspectos

multifatoriais de caraacuteter somaacutetico ou cognitivordquo (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007

sem paginaccedilatildeo) Segundo Spielberger Gorsuch Lushene (1979) e Weinberg

Gould (2001) podemos classificar a ansiedade em duas ansiedade-traccedilo e

ansiedade-estado A ansiedade-traccedilo refere-se a uma disposiccedilatildeo pessoal

relativamente estaacutevel onde o individuo responde com ansiedade a condiccedilotildees

estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como mais ou

menos ameaccediladoras dependendo de suas experiecircncias A ansiedade-estado faz

referencia a um estado emocional transitoacuterio em constante alteraccedilatildeo caracterizado

por sentimentos desagradaacuteveis de tensatildeo e apreensatildeo percebidas de forma

consciente e subjetiva amenizados pelas habilidades de enfrentamento adquiridas

O surgimento de um estado de ansiedade envolve um conjunto de ocorrecircncias

internas que podem estar ligada a estiacutemulos externos Qualquer estiacutemulo interno

ou externo analisado cognitivamente pelo individuo como ameaccedilador evocaraacute

uma resposta de ansiedade-estado (SPIELBERGER 2003)

16

23 Estado de humor

O estado de humor pode ser entendido como um estado psicoloacutegico

composto por sentimentos positivos e negativos que transita entre dois polos

extremos um eufoacuterico e outro apaacutetico alterado de acordo com as situaccedilotildees (VIEIRA

et al 2010) sendo considerado um indicador do bem-estar psicoloacutegico

(WERNECK 2003) ou ainda como um ldquoconjunto de sentimentos transitoacuterios por

natureza que se diferenciam em intensidade e duraccedilatildeo e na maioria das vezes

compotildee mais de uma emoccedilatildeordquo (LANE TERRY 2000 p 16) O humor reflete os

estados emocionais que possuem caraacuteter somaacutetico modulado por fatores externos

que satildeo percebidos de forma consciente (WEINBERG GOULD 2008) O humor ou

estado de acircnimo pode ainda ser definido como o tocircnus afetivo do indiviacuteduo que

modifica a forma de percepccedilatildeo das experiecircncias reais ampliando ou minimizando o

impacto destas (DALGALARRONDO 2000) e para Vieira et al (2010) eacute a disposiccedilatildeo

afetiva fundamental

24 Exerciacutecio Fiacutesico Treinamento com pesos e Variaacuteveis mentais

A literatura jaacute elucida pesquisas que demostram a relaccedilatildeo e efeitos do

exerciacutecio fiacutesico e treinamento com pesos com as variaacuteveis mentais (ARAUacuteJO

MELLO LEITE 2007) Contudo ainda natildeo haacute um consenso entre os achados e as

recomendaccedilotildees para a praacutetica (WERNECK et al 2005) bem como a resposta para

qual seria o melhor tipo de treinamento intensidade seacuteries repeticcedilotildees duraccedilatildeo

intervalo e frequecircncia dos exerciacutecios Eacute perceptiacutevel a escassez de estudos que

relatam os efeitos agudos do TP sobre a ansiedade e humor especificamente e em

sua maioria trazem resultados de exerciacutecios aeroacutebio (BUCKWORTH DISHMAN

2002) eou satildeo com protocolos de exerciacutecios combinados Os resultados parecem

ser contraditoacuterios quando analisado os efeitos psicoloacutegicos de sessotildees agudas

(WERNECK et al 2010)

Tharion et al (1991) e Arent Alderman Landers (2000) mostram que o TP

de baixa intensidade promovem melhoria no humor e Focht Koltyn (1999)

evidenciam reduccedilatildeo na ansiedade e autores como Raglin Turner Eksten (1993)

17

natildeo encontraram nenhuma alteraccedilatildeo Em contrapartida os exerciacutecios de alta

intensidade tambeacutem estiveram associados agraves melhorias no estado de humor

(BARTHOLOMEW HERRING OacuteCONNOR 1999) decreacutescimos (THARION et al

1991) ou nenhuma variaccedilatildeo no humor (RAGLIN JS TURNER PE EKSTEN 1993)

18

3 OBJETIVOS

Objetivo geral

Analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do TP sobre as respostas afetivas

de ansiedade e humor em adultos jovens

Objetivo especiacutefico

Verificar o efeito agudo do TP sobre a Percepccedilatildeo Subjetiva de Esforccedilo

Relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor em

jovens adultos do sexo masculino

19

4 METODOLOGIA

Delineamento experimental

Trata-se de um estudo experimental do tipo cross-over desenvolvido com

jovens adultos do sexo masculino Foi recomendado que os participantes

mantivessem suas dietas alimentares cotidianas No entanto natildeo deveriam realizar

atividades fiacutesicas no decorrer da pesquisa O estudo foi conduzido em 2 etapas

A etapa 1 consistiu na realizaccedilatildeo dos testes de prediccedilatildeo de 1RM ateacute a falha

concecircntrica Cada tentativa respeitando o tempo de descanso de trecircs a cinco

minutos para uma nova aplicaccedilatildeo Nesta etapa tambeacutem foram realizadas avaliaccedilotildees

antropomeacutetricas Adotou-se o miacutenimo de roupas durante mensuraccedilatildeo da massa

corporal estatura e dobras cutacircneas

Na etapa 2 procedimento subsequente foi constituiacuteda pelas sessotildees de TP

Os participantes foram submetidos a uma sessatildeo utilizando 50 de 1RM e outra

sessatildeo (48h de intervalo) com 80 de 1RM conduzidas randomicamente (sorteio)

Imediatamente apoacutes cada set de exerciacutecio foram aplicadas a Escala de OMINI ndash

RES para verificar a PSE nos exerciacutecios Todos os participantes responderam 30

min antes e 30 min apoacutes a realizaccedilatildeo da sessatildeo de treino os questionaacuterios de

ansiedade e humor (STAI e BRUMS) ambos convertidos para escala analoacutegica

visual

20

Figura 1 - Delineamento experimental da investigaccedilatildeo

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nos procedimentos metodoloacutegicos

Participantes

Foram selecionados 36 voluntaacuterios de forma natildeo probabiliacutestica com

experiecircncia previa de 6 meses ininterrupto que natildeo faziam uso de suplementos ou

faacutermacos que otimizem o ganho de forccedila Sendo todos recrutados do sexo

masculino com idade entre 18 e 30 anos Apoacutes receber informaccedilatildeo sobre os

procedimentos aos quais seriam submetidos durante o periacuteodo da pesquisa eles

assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) Os procedimentos

adotados neste estudo atenderam agraves normas da Resoluccedilatildeo 46612 do Conselho

Nacional de Sauacutede para pesquisas em seres humanos aprovado pelo comitecirc de

eacutetica em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CAE

47571415900005208)

Cross-over

21

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos 6 participantes por natildeo terem participado de todas as

sessotildees de treino da pesquisa

Instrumentos

Testes de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs)

A forccedila muscular foi determinada por meio do teste de 4-10 RMs Utilizaram-

se as equaccedilotildees de Epley (1995) [1RM = (00333 x reps) x carga submaacutexima + carga

submaacutexima)] e Adams (1998) [1RM = carga submaacutexima [100 ndash (2 x reps)] x 100]

para predizer os valores de 1RM para exerciacutecios de membros inferiores e

superiores respectivamente conforme elucidado no estudo de Menecircses et al

(2013) Os exerciacutecios realizados foram puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps

pulley e leg press 45o Para cada exerciacutecio foram concedidas ateacute duas tentativas

para o teste de 4-10 RMs com intervalo de trecircs a cinco minutos entre as tentativas e

os exerciacutecios Salienta-se que as tentativas de 4-10 RMs foram procedidas na

mesma sessatildeo ateacute a falha concecircntrica e encorajamentos verbais foram oferecidos

durante a mensuraccedilatildeo Adotou-se 50 da carga prevista para o aquecimento

entre10-15 repeticcedilotildees

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES)

A escala de OMINI-RES eacute um instrumento que teve sua validade estudada

tanto em crianccedilas quanto em adultos (SILVA et al2011) e ateacute idosos (BRITO et al

2001) na realizaccedilatildeo de diferentes tipos de atividades tais como TP exerciacutecio em

cicloergocircmetro caminhada e subida em escadas (ROBERTSON et al 2000) O

OMINIS-RES foi utilizado para medir a percepccedilatildeo do esforccedilo a cada set

Imediatamente apoacutes a realizaccedilatildeo do exerciacutecio foi apresentada a escala para o

avaliado pudesse indicar seu estado Ademais foi apresentada a escala de OMNI 30

minutos apoacutes a sessatildeo de TP com a premissa de que o participante indicasse a

percepccedilatildeo de intensidade da sessatildeo Em seguida este valor foi multiplicado pelo

22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

REFEREcircNCIAS

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13

2011) Pode-se afirmar a partir da literatura cientifica que ocorrem alteraccedilotildees na

ansiedade e no humor de indiviacuteduos que satildeo submetidos a um programa de

treinamento fiacutesico a depender de seu caraacuteter e intensidade O controle das variaacuteveis

agudas como duraccedilatildeo intensidade e velocidade de execuccedilatildeo do movimento pode

contribuir na elaboraccedilatildeo de um programa de TP que por sua vez aperfeiccediloaraacute o

controle da magnitude da ansiedade eou humor Vale destacar que o exerciacutecio

fiacutesico tem se tornado uma alternativa natildeo farmacoloacutegica econocircmica saudaacutevel e de

maior adesatildeo na prevenccedilatildeo e tratamento de distuacuterbios psicoloacutegicos e na promoccedilatildeo

da sauacutede mental (WERNECK 2011) A hipoacutetese eacute que uma uacutenica sessatildeo de TP com

intensidade de 50 (1RM) tem a capacidade de reduzir o niacutevel de ansiedade-

estado e ateacute melhorar Enquanto que uma sessatildeo a 80 (1RM) direciona a

deterioraccedilatildeo do estado ou aumento da ansiedade No que diz respeito ao TP

pressupotildee-se que caso confirmada a hipoacutetese o controle das variaacuteveis agudas

acrescentaraacute positivamente no processo de prescriccedilatildeo de exerciacutecios como

prevenccedilatildeo e tratamento dos transtornos de ansiedade e humor Permitindo os

profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica prescrever exerciacutecios visando uma otimizaccedilatildeo nas

caracteriacutesticas psicoloacutegicas

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

O TP eacute uma das modalidades mais praticadas de exerciacutecio fiacutesico atualmente

por indiviacuteduos de diferentes grupos etaacuterios tanto do sexo masculino quanto feminino

e com diferentes niacuteveis de condicionamento fiacutesico Pode-se perceber uma

superlotaccedilatildeo nas academias em vaacuterios horaacuterios para a realizaccedilatildeo desta praacutetica

Esse fato pode ser facilmente explicado pelos inuacutemeros benefiacutecios e tratando

especificamente dos exerciacutecios com pesos evidecircncias cientiacuteficas (HURLEY

HAGBERG 1998) respaldam adaptaccedilotildees que incluem desde importantes

modificaccedilotildees morfoloacutegicas neuromusculares fisioloacutegicas alteraccedilotildees sociais e

comportamentais (DIAS et al 2005) A cobranccedila dos adeptos ao TP quanto agrave

obtenccedilatildeo de resultados junto aos programas de treinos personalizados exige ao

profissional de educaccedilatildeo fiacutesica estruturar os exerciacutecios respeitando os princiacutepios do

treinamento fiacutesico aleacutem de empregar o controle de diversas variaacuteveis como accedilotildees

musculares nuacutemero de seacuteries e repeticcedilotildees intensidade velocidade de execuccedilatildeo do

movimento intervalo seleccedilatildeo e ordem dos exerciacutecios e frequecircncia semanal de

maneira periodizada (BIRD TARPENNING MARINO 2005)

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos

O ACSM e os Centros de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC)

recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

(ACSM1998) como uma ferramenta importante na prevenccedilatildeo e tratamento de

diferentes tipos de doenccedilas (NOBREGA et al 1999) e na manutenccedilatildeo da qualidade

de vida relativa agrave sauacutede (PEREIRA GOMES 2007) Por outro lado estudos mostram

que o TP tambeacutem pode afetar a sauacutede mental especificamente quando realizado de

forma extenuante (PELUSO ANDRADE 2005) A compreensatildeo dos efeitos agudos

do TP sobre a sauacutede mental portanto tem o potencial de influenciar em vaacuterios

aspectos principalmente no que concerne a intensidade desse exerciacutecio que por

sua vez iraacute modular a magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas

humor e ansiedade

22 Ansiedade

15

As pressotildees de uma sociedade moderna tecnoloacutegica e competitiva satildeo

fatores de grande valor no desenvolvimento da ansiedade Nos dias atuais o

desenvolvimento tecnoloacutegico assim como as pressotildees sociais poliacuteticas e

econocircmicas tecircm colaborado para o acreacutescimo de problemas mentais de ordem

emocional (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 FISHER 1990) A ansiedade pode ser

conceituada como um estado emocional que passa a existir em resposta agrave forma

como o indiviacuteduo julga ou interpreta um momento seja em situaccedilatildeo de perigo em

seu cotidiano ou fruto de sua imaginaccedilatildeo Ela podem desencadear uma seacuterie de

sintomas com alteraccedilotildees comportamentais e fisioloacutegicas como apreensatildeo

nervosismo tensatildeo frio no estocircmago palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva falta de

ar cefaleia tremores e vertigens (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 GAMA et al

2008) Poreacutem nem toda ansiedade deve ser considerada prejudicial (BERTEacute

JUacuteNIOR 2004) Dependendo da ocasiatildeo ou intensidade a ansiedade pode ser

beneacutefica ou tornar-se patoloacutegica depreciando o estado psicoloacutegico do indiviacuteduo Em

niacuteveis normais trata-se de um fenocircmeno fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do

organismo em situaccedilotildees de perigo No entanto Benute et al (2009) coloca que

quando a ansiedade eacute excessiva ao inveacutes de cooperar gera a falecircncia da

capacidade adaptativa

ldquoAtualmente as discussotildees apresentam definiccedilotildees e conceitos de ansiedade

tanto como um sintoma quanto como uma patologia que envolve aspectos

multifatoriais de caraacuteter somaacutetico ou cognitivordquo (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007

sem paginaccedilatildeo) Segundo Spielberger Gorsuch Lushene (1979) e Weinberg

Gould (2001) podemos classificar a ansiedade em duas ansiedade-traccedilo e

ansiedade-estado A ansiedade-traccedilo refere-se a uma disposiccedilatildeo pessoal

relativamente estaacutevel onde o individuo responde com ansiedade a condiccedilotildees

estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como mais ou

menos ameaccediladoras dependendo de suas experiecircncias A ansiedade-estado faz

referencia a um estado emocional transitoacuterio em constante alteraccedilatildeo caracterizado

por sentimentos desagradaacuteveis de tensatildeo e apreensatildeo percebidas de forma

consciente e subjetiva amenizados pelas habilidades de enfrentamento adquiridas

O surgimento de um estado de ansiedade envolve um conjunto de ocorrecircncias

internas que podem estar ligada a estiacutemulos externos Qualquer estiacutemulo interno

ou externo analisado cognitivamente pelo individuo como ameaccedilador evocaraacute

uma resposta de ansiedade-estado (SPIELBERGER 2003)

16

23 Estado de humor

O estado de humor pode ser entendido como um estado psicoloacutegico

composto por sentimentos positivos e negativos que transita entre dois polos

extremos um eufoacuterico e outro apaacutetico alterado de acordo com as situaccedilotildees (VIEIRA

et al 2010) sendo considerado um indicador do bem-estar psicoloacutegico

(WERNECK 2003) ou ainda como um ldquoconjunto de sentimentos transitoacuterios por

natureza que se diferenciam em intensidade e duraccedilatildeo e na maioria das vezes

compotildee mais de uma emoccedilatildeordquo (LANE TERRY 2000 p 16) O humor reflete os

estados emocionais que possuem caraacuteter somaacutetico modulado por fatores externos

que satildeo percebidos de forma consciente (WEINBERG GOULD 2008) O humor ou

estado de acircnimo pode ainda ser definido como o tocircnus afetivo do indiviacuteduo que

modifica a forma de percepccedilatildeo das experiecircncias reais ampliando ou minimizando o

impacto destas (DALGALARRONDO 2000) e para Vieira et al (2010) eacute a disposiccedilatildeo

afetiva fundamental

24 Exerciacutecio Fiacutesico Treinamento com pesos e Variaacuteveis mentais

A literatura jaacute elucida pesquisas que demostram a relaccedilatildeo e efeitos do

exerciacutecio fiacutesico e treinamento com pesos com as variaacuteveis mentais (ARAUacuteJO

MELLO LEITE 2007) Contudo ainda natildeo haacute um consenso entre os achados e as

recomendaccedilotildees para a praacutetica (WERNECK et al 2005) bem como a resposta para

qual seria o melhor tipo de treinamento intensidade seacuteries repeticcedilotildees duraccedilatildeo

intervalo e frequecircncia dos exerciacutecios Eacute perceptiacutevel a escassez de estudos que

relatam os efeitos agudos do TP sobre a ansiedade e humor especificamente e em

sua maioria trazem resultados de exerciacutecios aeroacutebio (BUCKWORTH DISHMAN

2002) eou satildeo com protocolos de exerciacutecios combinados Os resultados parecem

ser contraditoacuterios quando analisado os efeitos psicoloacutegicos de sessotildees agudas

(WERNECK et al 2010)

Tharion et al (1991) e Arent Alderman Landers (2000) mostram que o TP

de baixa intensidade promovem melhoria no humor e Focht Koltyn (1999)

evidenciam reduccedilatildeo na ansiedade e autores como Raglin Turner Eksten (1993)

17

natildeo encontraram nenhuma alteraccedilatildeo Em contrapartida os exerciacutecios de alta

intensidade tambeacutem estiveram associados agraves melhorias no estado de humor

(BARTHOLOMEW HERRING OacuteCONNOR 1999) decreacutescimos (THARION et al

1991) ou nenhuma variaccedilatildeo no humor (RAGLIN JS TURNER PE EKSTEN 1993)

18

3 OBJETIVOS

Objetivo geral

Analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do TP sobre as respostas afetivas

de ansiedade e humor em adultos jovens

Objetivo especiacutefico

Verificar o efeito agudo do TP sobre a Percepccedilatildeo Subjetiva de Esforccedilo

Relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor em

jovens adultos do sexo masculino

19

4 METODOLOGIA

Delineamento experimental

Trata-se de um estudo experimental do tipo cross-over desenvolvido com

jovens adultos do sexo masculino Foi recomendado que os participantes

mantivessem suas dietas alimentares cotidianas No entanto natildeo deveriam realizar

atividades fiacutesicas no decorrer da pesquisa O estudo foi conduzido em 2 etapas

A etapa 1 consistiu na realizaccedilatildeo dos testes de prediccedilatildeo de 1RM ateacute a falha

concecircntrica Cada tentativa respeitando o tempo de descanso de trecircs a cinco

minutos para uma nova aplicaccedilatildeo Nesta etapa tambeacutem foram realizadas avaliaccedilotildees

antropomeacutetricas Adotou-se o miacutenimo de roupas durante mensuraccedilatildeo da massa

corporal estatura e dobras cutacircneas

Na etapa 2 procedimento subsequente foi constituiacuteda pelas sessotildees de TP

Os participantes foram submetidos a uma sessatildeo utilizando 50 de 1RM e outra

sessatildeo (48h de intervalo) com 80 de 1RM conduzidas randomicamente (sorteio)

Imediatamente apoacutes cada set de exerciacutecio foram aplicadas a Escala de OMINI ndash

RES para verificar a PSE nos exerciacutecios Todos os participantes responderam 30

min antes e 30 min apoacutes a realizaccedilatildeo da sessatildeo de treino os questionaacuterios de

ansiedade e humor (STAI e BRUMS) ambos convertidos para escala analoacutegica

visual

20

Figura 1 - Delineamento experimental da investigaccedilatildeo

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nos procedimentos metodoloacutegicos

Participantes

Foram selecionados 36 voluntaacuterios de forma natildeo probabiliacutestica com

experiecircncia previa de 6 meses ininterrupto que natildeo faziam uso de suplementos ou

faacutermacos que otimizem o ganho de forccedila Sendo todos recrutados do sexo

masculino com idade entre 18 e 30 anos Apoacutes receber informaccedilatildeo sobre os

procedimentos aos quais seriam submetidos durante o periacuteodo da pesquisa eles

assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) Os procedimentos

adotados neste estudo atenderam agraves normas da Resoluccedilatildeo 46612 do Conselho

Nacional de Sauacutede para pesquisas em seres humanos aprovado pelo comitecirc de

eacutetica em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CAE

47571415900005208)

Cross-over

21

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos 6 participantes por natildeo terem participado de todas as

sessotildees de treino da pesquisa

Instrumentos

Testes de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs)

A forccedila muscular foi determinada por meio do teste de 4-10 RMs Utilizaram-

se as equaccedilotildees de Epley (1995) [1RM = (00333 x reps) x carga submaacutexima + carga

submaacutexima)] e Adams (1998) [1RM = carga submaacutexima [100 ndash (2 x reps)] x 100]

para predizer os valores de 1RM para exerciacutecios de membros inferiores e

superiores respectivamente conforme elucidado no estudo de Menecircses et al

(2013) Os exerciacutecios realizados foram puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps

pulley e leg press 45o Para cada exerciacutecio foram concedidas ateacute duas tentativas

para o teste de 4-10 RMs com intervalo de trecircs a cinco minutos entre as tentativas e

os exerciacutecios Salienta-se que as tentativas de 4-10 RMs foram procedidas na

mesma sessatildeo ateacute a falha concecircntrica e encorajamentos verbais foram oferecidos

durante a mensuraccedilatildeo Adotou-se 50 da carga prevista para o aquecimento

entre10-15 repeticcedilotildees

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES)

A escala de OMINI-RES eacute um instrumento que teve sua validade estudada

tanto em crianccedilas quanto em adultos (SILVA et al2011) e ateacute idosos (BRITO et al

2001) na realizaccedilatildeo de diferentes tipos de atividades tais como TP exerciacutecio em

cicloergocircmetro caminhada e subida em escadas (ROBERTSON et al 2000) O

OMINIS-RES foi utilizado para medir a percepccedilatildeo do esforccedilo a cada set

Imediatamente apoacutes a realizaccedilatildeo do exerciacutecio foi apresentada a escala para o

avaliado pudesse indicar seu estado Ademais foi apresentada a escala de OMNI 30

minutos apoacutes a sessatildeo de TP com a premissa de que o participante indicasse a

percepccedilatildeo de intensidade da sessatildeo Em seguida este valor foi multiplicado pelo

22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

REFEREcircNCIAS

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14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

O TP eacute uma das modalidades mais praticadas de exerciacutecio fiacutesico atualmente

por indiviacuteduos de diferentes grupos etaacuterios tanto do sexo masculino quanto feminino

e com diferentes niacuteveis de condicionamento fiacutesico Pode-se perceber uma

superlotaccedilatildeo nas academias em vaacuterios horaacuterios para a realizaccedilatildeo desta praacutetica

Esse fato pode ser facilmente explicado pelos inuacutemeros benefiacutecios e tratando

especificamente dos exerciacutecios com pesos evidecircncias cientiacuteficas (HURLEY

HAGBERG 1998) respaldam adaptaccedilotildees que incluem desde importantes

modificaccedilotildees morfoloacutegicas neuromusculares fisioloacutegicas alteraccedilotildees sociais e

comportamentais (DIAS et al 2005) A cobranccedila dos adeptos ao TP quanto agrave

obtenccedilatildeo de resultados junto aos programas de treinos personalizados exige ao

profissional de educaccedilatildeo fiacutesica estruturar os exerciacutecios respeitando os princiacutepios do

treinamento fiacutesico aleacutem de empregar o controle de diversas variaacuteveis como accedilotildees

musculares nuacutemero de seacuteries e repeticcedilotildees intensidade velocidade de execuccedilatildeo do

movimento intervalo seleccedilatildeo e ordem dos exerciacutecios e frequecircncia semanal de

maneira periodizada (BIRD TARPENNING MARINO 2005)

21 Recomendaccedilotildees sobre o treinamento com pesos

O ACSM e os Centros de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC)

recomenda que o TP seja parte integrante de um programa de aptidatildeo fiacutesica

(ACSM1998) como uma ferramenta importante na prevenccedilatildeo e tratamento de

diferentes tipos de doenccedilas (NOBREGA et al 1999) e na manutenccedilatildeo da qualidade

de vida relativa agrave sauacutede (PEREIRA GOMES 2007) Por outro lado estudos mostram

que o TP tambeacutem pode afetar a sauacutede mental especificamente quando realizado de

forma extenuante (PELUSO ANDRADE 2005) A compreensatildeo dos efeitos agudos

do TP sobre a sauacutede mental portanto tem o potencial de influenciar em vaacuterios

aspectos principalmente no que concerne a intensidade desse exerciacutecio que por

sua vez iraacute modular a magnitude da dose-resposta de variaacuteveis mentais dentre elas

humor e ansiedade

22 Ansiedade

15

As pressotildees de uma sociedade moderna tecnoloacutegica e competitiva satildeo

fatores de grande valor no desenvolvimento da ansiedade Nos dias atuais o

desenvolvimento tecnoloacutegico assim como as pressotildees sociais poliacuteticas e

econocircmicas tecircm colaborado para o acreacutescimo de problemas mentais de ordem

emocional (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 FISHER 1990) A ansiedade pode ser

conceituada como um estado emocional que passa a existir em resposta agrave forma

como o indiviacuteduo julga ou interpreta um momento seja em situaccedilatildeo de perigo em

seu cotidiano ou fruto de sua imaginaccedilatildeo Ela podem desencadear uma seacuterie de

sintomas com alteraccedilotildees comportamentais e fisioloacutegicas como apreensatildeo

nervosismo tensatildeo frio no estocircmago palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva falta de

ar cefaleia tremores e vertigens (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 GAMA et al

2008) Poreacutem nem toda ansiedade deve ser considerada prejudicial (BERTEacute

JUacuteNIOR 2004) Dependendo da ocasiatildeo ou intensidade a ansiedade pode ser

beneacutefica ou tornar-se patoloacutegica depreciando o estado psicoloacutegico do indiviacuteduo Em

niacuteveis normais trata-se de um fenocircmeno fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do

organismo em situaccedilotildees de perigo No entanto Benute et al (2009) coloca que

quando a ansiedade eacute excessiva ao inveacutes de cooperar gera a falecircncia da

capacidade adaptativa

ldquoAtualmente as discussotildees apresentam definiccedilotildees e conceitos de ansiedade

tanto como um sintoma quanto como uma patologia que envolve aspectos

multifatoriais de caraacuteter somaacutetico ou cognitivordquo (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007

sem paginaccedilatildeo) Segundo Spielberger Gorsuch Lushene (1979) e Weinberg

Gould (2001) podemos classificar a ansiedade em duas ansiedade-traccedilo e

ansiedade-estado A ansiedade-traccedilo refere-se a uma disposiccedilatildeo pessoal

relativamente estaacutevel onde o individuo responde com ansiedade a condiccedilotildees

estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como mais ou

menos ameaccediladoras dependendo de suas experiecircncias A ansiedade-estado faz

referencia a um estado emocional transitoacuterio em constante alteraccedilatildeo caracterizado

por sentimentos desagradaacuteveis de tensatildeo e apreensatildeo percebidas de forma

consciente e subjetiva amenizados pelas habilidades de enfrentamento adquiridas

O surgimento de um estado de ansiedade envolve um conjunto de ocorrecircncias

internas que podem estar ligada a estiacutemulos externos Qualquer estiacutemulo interno

ou externo analisado cognitivamente pelo individuo como ameaccedilador evocaraacute

uma resposta de ansiedade-estado (SPIELBERGER 2003)

16

23 Estado de humor

O estado de humor pode ser entendido como um estado psicoloacutegico

composto por sentimentos positivos e negativos que transita entre dois polos

extremos um eufoacuterico e outro apaacutetico alterado de acordo com as situaccedilotildees (VIEIRA

et al 2010) sendo considerado um indicador do bem-estar psicoloacutegico

(WERNECK 2003) ou ainda como um ldquoconjunto de sentimentos transitoacuterios por

natureza que se diferenciam em intensidade e duraccedilatildeo e na maioria das vezes

compotildee mais de uma emoccedilatildeordquo (LANE TERRY 2000 p 16) O humor reflete os

estados emocionais que possuem caraacuteter somaacutetico modulado por fatores externos

que satildeo percebidos de forma consciente (WEINBERG GOULD 2008) O humor ou

estado de acircnimo pode ainda ser definido como o tocircnus afetivo do indiviacuteduo que

modifica a forma de percepccedilatildeo das experiecircncias reais ampliando ou minimizando o

impacto destas (DALGALARRONDO 2000) e para Vieira et al (2010) eacute a disposiccedilatildeo

afetiva fundamental

24 Exerciacutecio Fiacutesico Treinamento com pesos e Variaacuteveis mentais

A literatura jaacute elucida pesquisas que demostram a relaccedilatildeo e efeitos do

exerciacutecio fiacutesico e treinamento com pesos com as variaacuteveis mentais (ARAUacuteJO

MELLO LEITE 2007) Contudo ainda natildeo haacute um consenso entre os achados e as

recomendaccedilotildees para a praacutetica (WERNECK et al 2005) bem como a resposta para

qual seria o melhor tipo de treinamento intensidade seacuteries repeticcedilotildees duraccedilatildeo

intervalo e frequecircncia dos exerciacutecios Eacute perceptiacutevel a escassez de estudos que

relatam os efeitos agudos do TP sobre a ansiedade e humor especificamente e em

sua maioria trazem resultados de exerciacutecios aeroacutebio (BUCKWORTH DISHMAN

2002) eou satildeo com protocolos de exerciacutecios combinados Os resultados parecem

ser contraditoacuterios quando analisado os efeitos psicoloacutegicos de sessotildees agudas

(WERNECK et al 2010)

Tharion et al (1991) e Arent Alderman Landers (2000) mostram que o TP

de baixa intensidade promovem melhoria no humor e Focht Koltyn (1999)

evidenciam reduccedilatildeo na ansiedade e autores como Raglin Turner Eksten (1993)

17

natildeo encontraram nenhuma alteraccedilatildeo Em contrapartida os exerciacutecios de alta

intensidade tambeacutem estiveram associados agraves melhorias no estado de humor

(BARTHOLOMEW HERRING OacuteCONNOR 1999) decreacutescimos (THARION et al

1991) ou nenhuma variaccedilatildeo no humor (RAGLIN JS TURNER PE EKSTEN 1993)

18

3 OBJETIVOS

Objetivo geral

Analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do TP sobre as respostas afetivas

de ansiedade e humor em adultos jovens

Objetivo especiacutefico

Verificar o efeito agudo do TP sobre a Percepccedilatildeo Subjetiva de Esforccedilo

Relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor em

jovens adultos do sexo masculino

19

4 METODOLOGIA

Delineamento experimental

Trata-se de um estudo experimental do tipo cross-over desenvolvido com

jovens adultos do sexo masculino Foi recomendado que os participantes

mantivessem suas dietas alimentares cotidianas No entanto natildeo deveriam realizar

atividades fiacutesicas no decorrer da pesquisa O estudo foi conduzido em 2 etapas

A etapa 1 consistiu na realizaccedilatildeo dos testes de prediccedilatildeo de 1RM ateacute a falha

concecircntrica Cada tentativa respeitando o tempo de descanso de trecircs a cinco

minutos para uma nova aplicaccedilatildeo Nesta etapa tambeacutem foram realizadas avaliaccedilotildees

antropomeacutetricas Adotou-se o miacutenimo de roupas durante mensuraccedilatildeo da massa

corporal estatura e dobras cutacircneas

Na etapa 2 procedimento subsequente foi constituiacuteda pelas sessotildees de TP

Os participantes foram submetidos a uma sessatildeo utilizando 50 de 1RM e outra

sessatildeo (48h de intervalo) com 80 de 1RM conduzidas randomicamente (sorteio)

Imediatamente apoacutes cada set de exerciacutecio foram aplicadas a Escala de OMINI ndash

RES para verificar a PSE nos exerciacutecios Todos os participantes responderam 30

min antes e 30 min apoacutes a realizaccedilatildeo da sessatildeo de treino os questionaacuterios de

ansiedade e humor (STAI e BRUMS) ambos convertidos para escala analoacutegica

visual

20

Figura 1 - Delineamento experimental da investigaccedilatildeo

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nos procedimentos metodoloacutegicos

Participantes

Foram selecionados 36 voluntaacuterios de forma natildeo probabiliacutestica com

experiecircncia previa de 6 meses ininterrupto que natildeo faziam uso de suplementos ou

faacutermacos que otimizem o ganho de forccedila Sendo todos recrutados do sexo

masculino com idade entre 18 e 30 anos Apoacutes receber informaccedilatildeo sobre os

procedimentos aos quais seriam submetidos durante o periacuteodo da pesquisa eles

assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) Os procedimentos

adotados neste estudo atenderam agraves normas da Resoluccedilatildeo 46612 do Conselho

Nacional de Sauacutede para pesquisas em seres humanos aprovado pelo comitecirc de

eacutetica em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CAE

47571415900005208)

Cross-over

21

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos 6 participantes por natildeo terem participado de todas as

sessotildees de treino da pesquisa

Instrumentos

Testes de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs)

A forccedila muscular foi determinada por meio do teste de 4-10 RMs Utilizaram-

se as equaccedilotildees de Epley (1995) [1RM = (00333 x reps) x carga submaacutexima + carga

submaacutexima)] e Adams (1998) [1RM = carga submaacutexima [100 ndash (2 x reps)] x 100]

para predizer os valores de 1RM para exerciacutecios de membros inferiores e

superiores respectivamente conforme elucidado no estudo de Menecircses et al

(2013) Os exerciacutecios realizados foram puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps

pulley e leg press 45o Para cada exerciacutecio foram concedidas ateacute duas tentativas

para o teste de 4-10 RMs com intervalo de trecircs a cinco minutos entre as tentativas e

os exerciacutecios Salienta-se que as tentativas de 4-10 RMs foram procedidas na

mesma sessatildeo ateacute a falha concecircntrica e encorajamentos verbais foram oferecidos

durante a mensuraccedilatildeo Adotou-se 50 da carga prevista para o aquecimento

entre10-15 repeticcedilotildees

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES)

A escala de OMINI-RES eacute um instrumento que teve sua validade estudada

tanto em crianccedilas quanto em adultos (SILVA et al2011) e ateacute idosos (BRITO et al

2001) na realizaccedilatildeo de diferentes tipos de atividades tais como TP exerciacutecio em

cicloergocircmetro caminhada e subida em escadas (ROBERTSON et al 2000) O

OMINIS-RES foi utilizado para medir a percepccedilatildeo do esforccedilo a cada set

Imediatamente apoacutes a realizaccedilatildeo do exerciacutecio foi apresentada a escala para o

avaliado pudesse indicar seu estado Ademais foi apresentada a escala de OMNI 30

minutos apoacutes a sessatildeo de TP com a premissa de que o participante indicasse a

percepccedilatildeo de intensidade da sessatildeo Em seguida este valor foi multiplicado pelo

22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

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15

As pressotildees de uma sociedade moderna tecnoloacutegica e competitiva satildeo

fatores de grande valor no desenvolvimento da ansiedade Nos dias atuais o

desenvolvimento tecnoloacutegico assim como as pressotildees sociais poliacuteticas e

econocircmicas tecircm colaborado para o acreacutescimo de problemas mentais de ordem

emocional (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 FISHER 1990) A ansiedade pode ser

conceituada como um estado emocional que passa a existir em resposta agrave forma

como o indiviacuteduo julga ou interpreta um momento seja em situaccedilatildeo de perigo em

seu cotidiano ou fruto de sua imaginaccedilatildeo Ela podem desencadear uma seacuterie de

sintomas com alteraccedilotildees comportamentais e fisioloacutegicas como apreensatildeo

nervosismo tensatildeo frio no estocircmago palpitaccedilotildees transpiraccedilatildeo excessiva falta de

ar cefaleia tremores e vertigens (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007 GAMA et al

2008) Poreacutem nem toda ansiedade deve ser considerada prejudicial (BERTEacute

JUacuteNIOR 2004) Dependendo da ocasiatildeo ou intensidade a ansiedade pode ser

beneacutefica ou tornar-se patoloacutegica depreciando o estado psicoloacutegico do indiviacuteduo Em

niacuteveis normais trata-se de um fenocircmeno fisioloacutegico responsaacutevel pela adaptaccedilatildeo do

organismo em situaccedilotildees de perigo No entanto Benute et al (2009) coloca que

quando a ansiedade eacute excessiva ao inveacutes de cooperar gera a falecircncia da

capacidade adaptativa

ldquoAtualmente as discussotildees apresentam definiccedilotildees e conceitos de ansiedade

tanto como um sintoma quanto como uma patologia que envolve aspectos

multifatoriais de caraacuteter somaacutetico ou cognitivordquo (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007

sem paginaccedilatildeo) Segundo Spielberger Gorsuch Lushene (1979) e Weinberg

Gould (2001) podemos classificar a ansiedade em duas ansiedade-traccedilo e

ansiedade-estado A ansiedade-traccedilo refere-se a uma disposiccedilatildeo pessoal

relativamente estaacutevel onde o individuo responde com ansiedade a condiccedilotildees

estressantes e tecircm a tendecircncia de perceber situaccedilotildees diferentes como mais ou

menos ameaccediladoras dependendo de suas experiecircncias A ansiedade-estado faz

referencia a um estado emocional transitoacuterio em constante alteraccedilatildeo caracterizado

por sentimentos desagradaacuteveis de tensatildeo e apreensatildeo percebidas de forma

consciente e subjetiva amenizados pelas habilidades de enfrentamento adquiridas

O surgimento de um estado de ansiedade envolve um conjunto de ocorrecircncias

internas que podem estar ligada a estiacutemulos externos Qualquer estiacutemulo interno

ou externo analisado cognitivamente pelo individuo como ameaccedilador evocaraacute

uma resposta de ansiedade-estado (SPIELBERGER 2003)

16

23 Estado de humor

O estado de humor pode ser entendido como um estado psicoloacutegico

composto por sentimentos positivos e negativos que transita entre dois polos

extremos um eufoacuterico e outro apaacutetico alterado de acordo com as situaccedilotildees (VIEIRA

et al 2010) sendo considerado um indicador do bem-estar psicoloacutegico

(WERNECK 2003) ou ainda como um ldquoconjunto de sentimentos transitoacuterios por

natureza que se diferenciam em intensidade e duraccedilatildeo e na maioria das vezes

compotildee mais de uma emoccedilatildeordquo (LANE TERRY 2000 p 16) O humor reflete os

estados emocionais que possuem caraacuteter somaacutetico modulado por fatores externos

que satildeo percebidos de forma consciente (WEINBERG GOULD 2008) O humor ou

estado de acircnimo pode ainda ser definido como o tocircnus afetivo do indiviacuteduo que

modifica a forma de percepccedilatildeo das experiecircncias reais ampliando ou minimizando o

impacto destas (DALGALARRONDO 2000) e para Vieira et al (2010) eacute a disposiccedilatildeo

afetiva fundamental

24 Exerciacutecio Fiacutesico Treinamento com pesos e Variaacuteveis mentais

A literatura jaacute elucida pesquisas que demostram a relaccedilatildeo e efeitos do

exerciacutecio fiacutesico e treinamento com pesos com as variaacuteveis mentais (ARAUacuteJO

MELLO LEITE 2007) Contudo ainda natildeo haacute um consenso entre os achados e as

recomendaccedilotildees para a praacutetica (WERNECK et al 2005) bem como a resposta para

qual seria o melhor tipo de treinamento intensidade seacuteries repeticcedilotildees duraccedilatildeo

intervalo e frequecircncia dos exerciacutecios Eacute perceptiacutevel a escassez de estudos que

relatam os efeitos agudos do TP sobre a ansiedade e humor especificamente e em

sua maioria trazem resultados de exerciacutecios aeroacutebio (BUCKWORTH DISHMAN

2002) eou satildeo com protocolos de exerciacutecios combinados Os resultados parecem

ser contraditoacuterios quando analisado os efeitos psicoloacutegicos de sessotildees agudas

(WERNECK et al 2010)

Tharion et al (1991) e Arent Alderman Landers (2000) mostram que o TP

de baixa intensidade promovem melhoria no humor e Focht Koltyn (1999)

evidenciam reduccedilatildeo na ansiedade e autores como Raglin Turner Eksten (1993)

17

natildeo encontraram nenhuma alteraccedilatildeo Em contrapartida os exerciacutecios de alta

intensidade tambeacutem estiveram associados agraves melhorias no estado de humor

(BARTHOLOMEW HERRING OacuteCONNOR 1999) decreacutescimos (THARION et al

1991) ou nenhuma variaccedilatildeo no humor (RAGLIN JS TURNER PE EKSTEN 1993)

18

3 OBJETIVOS

Objetivo geral

Analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do TP sobre as respostas afetivas

de ansiedade e humor em adultos jovens

Objetivo especiacutefico

Verificar o efeito agudo do TP sobre a Percepccedilatildeo Subjetiva de Esforccedilo

Relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor em

jovens adultos do sexo masculino

19

4 METODOLOGIA

Delineamento experimental

Trata-se de um estudo experimental do tipo cross-over desenvolvido com

jovens adultos do sexo masculino Foi recomendado que os participantes

mantivessem suas dietas alimentares cotidianas No entanto natildeo deveriam realizar

atividades fiacutesicas no decorrer da pesquisa O estudo foi conduzido em 2 etapas

A etapa 1 consistiu na realizaccedilatildeo dos testes de prediccedilatildeo de 1RM ateacute a falha

concecircntrica Cada tentativa respeitando o tempo de descanso de trecircs a cinco

minutos para uma nova aplicaccedilatildeo Nesta etapa tambeacutem foram realizadas avaliaccedilotildees

antropomeacutetricas Adotou-se o miacutenimo de roupas durante mensuraccedilatildeo da massa

corporal estatura e dobras cutacircneas

Na etapa 2 procedimento subsequente foi constituiacuteda pelas sessotildees de TP

Os participantes foram submetidos a uma sessatildeo utilizando 50 de 1RM e outra

sessatildeo (48h de intervalo) com 80 de 1RM conduzidas randomicamente (sorteio)

Imediatamente apoacutes cada set de exerciacutecio foram aplicadas a Escala de OMINI ndash

RES para verificar a PSE nos exerciacutecios Todos os participantes responderam 30

min antes e 30 min apoacutes a realizaccedilatildeo da sessatildeo de treino os questionaacuterios de

ansiedade e humor (STAI e BRUMS) ambos convertidos para escala analoacutegica

visual

20

Figura 1 - Delineamento experimental da investigaccedilatildeo

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nos procedimentos metodoloacutegicos

Participantes

Foram selecionados 36 voluntaacuterios de forma natildeo probabiliacutestica com

experiecircncia previa de 6 meses ininterrupto que natildeo faziam uso de suplementos ou

faacutermacos que otimizem o ganho de forccedila Sendo todos recrutados do sexo

masculino com idade entre 18 e 30 anos Apoacutes receber informaccedilatildeo sobre os

procedimentos aos quais seriam submetidos durante o periacuteodo da pesquisa eles

assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) Os procedimentos

adotados neste estudo atenderam agraves normas da Resoluccedilatildeo 46612 do Conselho

Nacional de Sauacutede para pesquisas em seres humanos aprovado pelo comitecirc de

eacutetica em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CAE

47571415900005208)

Cross-over

21

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos 6 participantes por natildeo terem participado de todas as

sessotildees de treino da pesquisa

Instrumentos

Testes de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs)

A forccedila muscular foi determinada por meio do teste de 4-10 RMs Utilizaram-

se as equaccedilotildees de Epley (1995) [1RM = (00333 x reps) x carga submaacutexima + carga

submaacutexima)] e Adams (1998) [1RM = carga submaacutexima [100 ndash (2 x reps)] x 100]

para predizer os valores de 1RM para exerciacutecios de membros inferiores e

superiores respectivamente conforme elucidado no estudo de Menecircses et al

(2013) Os exerciacutecios realizados foram puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps

pulley e leg press 45o Para cada exerciacutecio foram concedidas ateacute duas tentativas

para o teste de 4-10 RMs com intervalo de trecircs a cinco minutos entre as tentativas e

os exerciacutecios Salienta-se que as tentativas de 4-10 RMs foram procedidas na

mesma sessatildeo ateacute a falha concecircntrica e encorajamentos verbais foram oferecidos

durante a mensuraccedilatildeo Adotou-se 50 da carga prevista para o aquecimento

entre10-15 repeticcedilotildees

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES)

A escala de OMINI-RES eacute um instrumento que teve sua validade estudada

tanto em crianccedilas quanto em adultos (SILVA et al2011) e ateacute idosos (BRITO et al

2001) na realizaccedilatildeo de diferentes tipos de atividades tais como TP exerciacutecio em

cicloergocircmetro caminhada e subida em escadas (ROBERTSON et al 2000) O

OMINIS-RES foi utilizado para medir a percepccedilatildeo do esforccedilo a cada set

Imediatamente apoacutes a realizaccedilatildeo do exerciacutecio foi apresentada a escala para o

avaliado pudesse indicar seu estado Ademais foi apresentada a escala de OMNI 30

minutos apoacutes a sessatildeo de TP com a premissa de que o participante indicasse a

percepccedilatildeo de intensidade da sessatildeo Em seguida este valor foi multiplicado pelo

22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

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16

23 Estado de humor

O estado de humor pode ser entendido como um estado psicoloacutegico

composto por sentimentos positivos e negativos que transita entre dois polos

extremos um eufoacuterico e outro apaacutetico alterado de acordo com as situaccedilotildees (VIEIRA

et al 2010) sendo considerado um indicador do bem-estar psicoloacutegico

(WERNECK 2003) ou ainda como um ldquoconjunto de sentimentos transitoacuterios por

natureza que se diferenciam em intensidade e duraccedilatildeo e na maioria das vezes

compotildee mais de uma emoccedilatildeordquo (LANE TERRY 2000 p 16) O humor reflete os

estados emocionais que possuem caraacuteter somaacutetico modulado por fatores externos

que satildeo percebidos de forma consciente (WEINBERG GOULD 2008) O humor ou

estado de acircnimo pode ainda ser definido como o tocircnus afetivo do indiviacuteduo que

modifica a forma de percepccedilatildeo das experiecircncias reais ampliando ou minimizando o

impacto destas (DALGALARRONDO 2000) e para Vieira et al (2010) eacute a disposiccedilatildeo

afetiva fundamental

24 Exerciacutecio Fiacutesico Treinamento com pesos e Variaacuteveis mentais

A literatura jaacute elucida pesquisas que demostram a relaccedilatildeo e efeitos do

exerciacutecio fiacutesico e treinamento com pesos com as variaacuteveis mentais (ARAUacuteJO

MELLO LEITE 2007) Contudo ainda natildeo haacute um consenso entre os achados e as

recomendaccedilotildees para a praacutetica (WERNECK et al 2005) bem como a resposta para

qual seria o melhor tipo de treinamento intensidade seacuteries repeticcedilotildees duraccedilatildeo

intervalo e frequecircncia dos exerciacutecios Eacute perceptiacutevel a escassez de estudos que

relatam os efeitos agudos do TP sobre a ansiedade e humor especificamente e em

sua maioria trazem resultados de exerciacutecios aeroacutebio (BUCKWORTH DISHMAN

2002) eou satildeo com protocolos de exerciacutecios combinados Os resultados parecem

ser contraditoacuterios quando analisado os efeitos psicoloacutegicos de sessotildees agudas

(WERNECK et al 2010)

Tharion et al (1991) e Arent Alderman Landers (2000) mostram que o TP

de baixa intensidade promovem melhoria no humor e Focht Koltyn (1999)

evidenciam reduccedilatildeo na ansiedade e autores como Raglin Turner Eksten (1993)

17

natildeo encontraram nenhuma alteraccedilatildeo Em contrapartida os exerciacutecios de alta

intensidade tambeacutem estiveram associados agraves melhorias no estado de humor

(BARTHOLOMEW HERRING OacuteCONNOR 1999) decreacutescimos (THARION et al

1991) ou nenhuma variaccedilatildeo no humor (RAGLIN JS TURNER PE EKSTEN 1993)

18

3 OBJETIVOS

Objetivo geral

Analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do TP sobre as respostas afetivas

de ansiedade e humor em adultos jovens

Objetivo especiacutefico

Verificar o efeito agudo do TP sobre a Percepccedilatildeo Subjetiva de Esforccedilo

Relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor em

jovens adultos do sexo masculino

19

4 METODOLOGIA

Delineamento experimental

Trata-se de um estudo experimental do tipo cross-over desenvolvido com

jovens adultos do sexo masculino Foi recomendado que os participantes

mantivessem suas dietas alimentares cotidianas No entanto natildeo deveriam realizar

atividades fiacutesicas no decorrer da pesquisa O estudo foi conduzido em 2 etapas

A etapa 1 consistiu na realizaccedilatildeo dos testes de prediccedilatildeo de 1RM ateacute a falha

concecircntrica Cada tentativa respeitando o tempo de descanso de trecircs a cinco

minutos para uma nova aplicaccedilatildeo Nesta etapa tambeacutem foram realizadas avaliaccedilotildees

antropomeacutetricas Adotou-se o miacutenimo de roupas durante mensuraccedilatildeo da massa

corporal estatura e dobras cutacircneas

Na etapa 2 procedimento subsequente foi constituiacuteda pelas sessotildees de TP

Os participantes foram submetidos a uma sessatildeo utilizando 50 de 1RM e outra

sessatildeo (48h de intervalo) com 80 de 1RM conduzidas randomicamente (sorteio)

Imediatamente apoacutes cada set de exerciacutecio foram aplicadas a Escala de OMINI ndash

RES para verificar a PSE nos exerciacutecios Todos os participantes responderam 30

min antes e 30 min apoacutes a realizaccedilatildeo da sessatildeo de treino os questionaacuterios de

ansiedade e humor (STAI e BRUMS) ambos convertidos para escala analoacutegica

visual

20

Figura 1 - Delineamento experimental da investigaccedilatildeo

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nos procedimentos metodoloacutegicos

Participantes

Foram selecionados 36 voluntaacuterios de forma natildeo probabiliacutestica com

experiecircncia previa de 6 meses ininterrupto que natildeo faziam uso de suplementos ou

faacutermacos que otimizem o ganho de forccedila Sendo todos recrutados do sexo

masculino com idade entre 18 e 30 anos Apoacutes receber informaccedilatildeo sobre os

procedimentos aos quais seriam submetidos durante o periacuteodo da pesquisa eles

assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) Os procedimentos

adotados neste estudo atenderam agraves normas da Resoluccedilatildeo 46612 do Conselho

Nacional de Sauacutede para pesquisas em seres humanos aprovado pelo comitecirc de

eacutetica em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CAE

47571415900005208)

Cross-over

21

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos 6 participantes por natildeo terem participado de todas as

sessotildees de treino da pesquisa

Instrumentos

Testes de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs)

A forccedila muscular foi determinada por meio do teste de 4-10 RMs Utilizaram-

se as equaccedilotildees de Epley (1995) [1RM = (00333 x reps) x carga submaacutexima + carga

submaacutexima)] e Adams (1998) [1RM = carga submaacutexima [100 ndash (2 x reps)] x 100]

para predizer os valores de 1RM para exerciacutecios de membros inferiores e

superiores respectivamente conforme elucidado no estudo de Menecircses et al

(2013) Os exerciacutecios realizados foram puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps

pulley e leg press 45o Para cada exerciacutecio foram concedidas ateacute duas tentativas

para o teste de 4-10 RMs com intervalo de trecircs a cinco minutos entre as tentativas e

os exerciacutecios Salienta-se que as tentativas de 4-10 RMs foram procedidas na

mesma sessatildeo ateacute a falha concecircntrica e encorajamentos verbais foram oferecidos

durante a mensuraccedilatildeo Adotou-se 50 da carga prevista para o aquecimento

entre10-15 repeticcedilotildees

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES)

A escala de OMINI-RES eacute um instrumento que teve sua validade estudada

tanto em crianccedilas quanto em adultos (SILVA et al2011) e ateacute idosos (BRITO et al

2001) na realizaccedilatildeo de diferentes tipos de atividades tais como TP exerciacutecio em

cicloergocircmetro caminhada e subida em escadas (ROBERTSON et al 2000) O

OMINIS-RES foi utilizado para medir a percepccedilatildeo do esforccedilo a cada set

Imediatamente apoacutes a realizaccedilatildeo do exerciacutecio foi apresentada a escala para o

avaliado pudesse indicar seu estado Ademais foi apresentada a escala de OMNI 30

minutos apoacutes a sessatildeo de TP com a premissa de que o participante indicasse a

percepccedilatildeo de intensidade da sessatildeo Em seguida este valor foi multiplicado pelo

22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

REFEREcircNCIAS

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31

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17

natildeo encontraram nenhuma alteraccedilatildeo Em contrapartida os exerciacutecios de alta

intensidade tambeacutem estiveram associados agraves melhorias no estado de humor

(BARTHOLOMEW HERRING OacuteCONNOR 1999) decreacutescimos (THARION et al

1991) ou nenhuma variaccedilatildeo no humor (RAGLIN JS TURNER PE EKSTEN 1993)

18

3 OBJETIVOS

Objetivo geral

Analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do TP sobre as respostas afetivas

de ansiedade e humor em adultos jovens

Objetivo especiacutefico

Verificar o efeito agudo do TP sobre a Percepccedilatildeo Subjetiva de Esforccedilo

Relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor em

jovens adultos do sexo masculino

19

4 METODOLOGIA

Delineamento experimental

Trata-se de um estudo experimental do tipo cross-over desenvolvido com

jovens adultos do sexo masculino Foi recomendado que os participantes

mantivessem suas dietas alimentares cotidianas No entanto natildeo deveriam realizar

atividades fiacutesicas no decorrer da pesquisa O estudo foi conduzido em 2 etapas

A etapa 1 consistiu na realizaccedilatildeo dos testes de prediccedilatildeo de 1RM ateacute a falha

concecircntrica Cada tentativa respeitando o tempo de descanso de trecircs a cinco

minutos para uma nova aplicaccedilatildeo Nesta etapa tambeacutem foram realizadas avaliaccedilotildees

antropomeacutetricas Adotou-se o miacutenimo de roupas durante mensuraccedilatildeo da massa

corporal estatura e dobras cutacircneas

Na etapa 2 procedimento subsequente foi constituiacuteda pelas sessotildees de TP

Os participantes foram submetidos a uma sessatildeo utilizando 50 de 1RM e outra

sessatildeo (48h de intervalo) com 80 de 1RM conduzidas randomicamente (sorteio)

Imediatamente apoacutes cada set de exerciacutecio foram aplicadas a Escala de OMINI ndash

RES para verificar a PSE nos exerciacutecios Todos os participantes responderam 30

min antes e 30 min apoacutes a realizaccedilatildeo da sessatildeo de treino os questionaacuterios de

ansiedade e humor (STAI e BRUMS) ambos convertidos para escala analoacutegica

visual

20

Figura 1 - Delineamento experimental da investigaccedilatildeo

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nos procedimentos metodoloacutegicos

Participantes

Foram selecionados 36 voluntaacuterios de forma natildeo probabiliacutestica com

experiecircncia previa de 6 meses ininterrupto que natildeo faziam uso de suplementos ou

faacutermacos que otimizem o ganho de forccedila Sendo todos recrutados do sexo

masculino com idade entre 18 e 30 anos Apoacutes receber informaccedilatildeo sobre os

procedimentos aos quais seriam submetidos durante o periacuteodo da pesquisa eles

assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) Os procedimentos

adotados neste estudo atenderam agraves normas da Resoluccedilatildeo 46612 do Conselho

Nacional de Sauacutede para pesquisas em seres humanos aprovado pelo comitecirc de

eacutetica em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CAE

47571415900005208)

Cross-over

21

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos 6 participantes por natildeo terem participado de todas as

sessotildees de treino da pesquisa

Instrumentos

Testes de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs)

A forccedila muscular foi determinada por meio do teste de 4-10 RMs Utilizaram-

se as equaccedilotildees de Epley (1995) [1RM = (00333 x reps) x carga submaacutexima + carga

submaacutexima)] e Adams (1998) [1RM = carga submaacutexima [100 ndash (2 x reps)] x 100]

para predizer os valores de 1RM para exerciacutecios de membros inferiores e

superiores respectivamente conforme elucidado no estudo de Menecircses et al

(2013) Os exerciacutecios realizados foram puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps

pulley e leg press 45o Para cada exerciacutecio foram concedidas ateacute duas tentativas

para o teste de 4-10 RMs com intervalo de trecircs a cinco minutos entre as tentativas e

os exerciacutecios Salienta-se que as tentativas de 4-10 RMs foram procedidas na

mesma sessatildeo ateacute a falha concecircntrica e encorajamentos verbais foram oferecidos

durante a mensuraccedilatildeo Adotou-se 50 da carga prevista para o aquecimento

entre10-15 repeticcedilotildees

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES)

A escala de OMINI-RES eacute um instrumento que teve sua validade estudada

tanto em crianccedilas quanto em adultos (SILVA et al2011) e ateacute idosos (BRITO et al

2001) na realizaccedilatildeo de diferentes tipos de atividades tais como TP exerciacutecio em

cicloergocircmetro caminhada e subida em escadas (ROBERTSON et al 2000) O

OMINIS-RES foi utilizado para medir a percepccedilatildeo do esforccedilo a cada set

Imediatamente apoacutes a realizaccedilatildeo do exerciacutecio foi apresentada a escala para o

avaliado pudesse indicar seu estado Ademais foi apresentada a escala de OMNI 30

minutos apoacutes a sessatildeo de TP com a premissa de que o participante indicasse a

percepccedilatildeo de intensidade da sessatildeo Em seguida este valor foi multiplicado pelo

22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

REFEREcircNCIAS

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31

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18

3 OBJETIVOS

Objetivo geral

Analisar o efeito agudo de diferentes intensidades do TP sobre as respostas afetivas

de ansiedade e humor em adultos jovens

Objetivo especiacutefico

Verificar o efeito agudo do TP sobre a Percepccedilatildeo Subjetiva de Esforccedilo

Relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor em

jovens adultos do sexo masculino

19

4 METODOLOGIA

Delineamento experimental

Trata-se de um estudo experimental do tipo cross-over desenvolvido com

jovens adultos do sexo masculino Foi recomendado que os participantes

mantivessem suas dietas alimentares cotidianas No entanto natildeo deveriam realizar

atividades fiacutesicas no decorrer da pesquisa O estudo foi conduzido em 2 etapas

A etapa 1 consistiu na realizaccedilatildeo dos testes de prediccedilatildeo de 1RM ateacute a falha

concecircntrica Cada tentativa respeitando o tempo de descanso de trecircs a cinco

minutos para uma nova aplicaccedilatildeo Nesta etapa tambeacutem foram realizadas avaliaccedilotildees

antropomeacutetricas Adotou-se o miacutenimo de roupas durante mensuraccedilatildeo da massa

corporal estatura e dobras cutacircneas

Na etapa 2 procedimento subsequente foi constituiacuteda pelas sessotildees de TP

Os participantes foram submetidos a uma sessatildeo utilizando 50 de 1RM e outra

sessatildeo (48h de intervalo) com 80 de 1RM conduzidas randomicamente (sorteio)

Imediatamente apoacutes cada set de exerciacutecio foram aplicadas a Escala de OMINI ndash

RES para verificar a PSE nos exerciacutecios Todos os participantes responderam 30

min antes e 30 min apoacutes a realizaccedilatildeo da sessatildeo de treino os questionaacuterios de

ansiedade e humor (STAI e BRUMS) ambos convertidos para escala analoacutegica

visual

20

Figura 1 - Delineamento experimental da investigaccedilatildeo

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nos procedimentos metodoloacutegicos

Participantes

Foram selecionados 36 voluntaacuterios de forma natildeo probabiliacutestica com

experiecircncia previa de 6 meses ininterrupto que natildeo faziam uso de suplementos ou

faacutermacos que otimizem o ganho de forccedila Sendo todos recrutados do sexo

masculino com idade entre 18 e 30 anos Apoacutes receber informaccedilatildeo sobre os

procedimentos aos quais seriam submetidos durante o periacuteodo da pesquisa eles

assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) Os procedimentos

adotados neste estudo atenderam agraves normas da Resoluccedilatildeo 46612 do Conselho

Nacional de Sauacutede para pesquisas em seres humanos aprovado pelo comitecirc de

eacutetica em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CAE

47571415900005208)

Cross-over

21

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos 6 participantes por natildeo terem participado de todas as

sessotildees de treino da pesquisa

Instrumentos

Testes de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs)

A forccedila muscular foi determinada por meio do teste de 4-10 RMs Utilizaram-

se as equaccedilotildees de Epley (1995) [1RM = (00333 x reps) x carga submaacutexima + carga

submaacutexima)] e Adams (1998) [1RM = carga submaacutexima [100 ndash (2 x reps)] x 100]

para predizer os valores de 1RM para exerciacutecios de membros inferiores e

superiores respectivamente conforme elucidado no estudo de Menecircses et al

(2013) Os exerciacutecios realizados foram puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps

pulley e leg press 45o Para cada exerciacutecio foram concedidas ateacute duas tentativas

para o teste de 4-10 RMs com intervalo de trecircs a cinco minutos entre as tentativas e

os exerciacutecios Salienta-se que as tentativas de 4-10 RMs foram procedidas na

mesma sessatildeo ateacute a falha concecircntrica e encorajamentos verbais foram oferecidos

durante a mensuraccedilatildeo Adotou-se 50 da carga prevista para o aquecimento

entre10-15 repeticcedilotildees

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES)

A escala de OMINI-RES eacute um instrumento que teve sua validade estudada

tanto em crianccedilas quanto em adultos (SILVA et al2011) e ateacute idosos (BRITO et al

2001) na realizaccedilatildeo de diferentes tipos de atividades tais como TP exerciacutecio em

cicloergocircmetro caminhada e subida em escadas (ROBERTSON et al 2000) O

OMINIS-RES foi utilizado para medir a percepccedilatildeo do esforccedilo a cada set

Imediatamente apoacutes a realizaccedilatildeo do exerciacutecio foi apresentada a escala para o

avaliado pudesse indicar seu estado Ademais foi apresentada a escala de OMNI 30

minutos apoacutes a sessatildeo de TP com a premissa de que o participante indicasse a

percepccedilatildeo de intensidade da sessatildeo Em seguida este valor foi multiplicado pelo

22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

REFEREcircNCIAS

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31

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19

4 METODOLOGIA

Delineamento experimental

Trata-se de um estudo experimental do tipo cross-over desenvolvido com

jovens adultos do sexo masculino Foi recomendado que os participantes

mantivessem suas dietas alimentares cotidianas No entanto natildeo deveriam realizar

atividades fiacutesicas no decorrer da pesquisa O estudo foi conduzido em 2 etapas

A etapa 1 consistiu na realizaccedilatildeo dos testes de prediccedilatildeo de 1RM ateacute a falha

concecircntrica Cada tentativa respeitando o tempo de descanso de trecircs a cinco

minutos para uma nova aplicaccedilatildeo Nesta etapa tambeacutem foram realizadas avaliaccedilotildees

antropomeacutetricas Adotou-se o miacutenimo de roupas durante mensuraccedilatildeo da massa

corporal estatura e dobras cutacircneas

Na etapa 2 procedimento subsequente foi constituiacuteda pelas sessotildees de TP

Os participantes foram submetidos a uma sessatildeo utilizando 50 de 1RM e outra

sessatildeo (48h de intervalo) com 80 de 1RM conduzidas randomicamente (sorteio)

Imediatamente apoacutes cada set de exerciacutecio foram aplicadas a Escala de OMINI ndash

RES para verificar a PSE nos exerciacutecios Todos os participantes responderam 30

min antes e 30 min apoacutes a realizaccedilatildeo da sessatildeo de treino os questionaacuterios de

ansiedade e humor (STAI e BRUMS) ambos convertidos para escala analoacutegica

visual

20

Figura 1 - Delineamento experimental da investigaccedilatildeo

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nos procedimentos metodoloacutegicos

Participantes

Foram selecionados 36 voluntaacuterios de forma natildeo probabiliacutestica com

experiecircncia previa de 6 meses ininterrupto que natildeo faziam uso de suplementos ou

faacutermacos que otimizem o ganho de forccedila Sendo todos recrutados do sexo

masculino com idade entre 18 e 30 anos Apoacutes receber informaccedilatildeo sobre os

procedimentos aos quais seriam submetidos durante o periacuteodo da pesquisa eles

assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) Os procedimentos

adotados neste estudo atenderam agraves normas da Resoluccedilatildeo 46612 do Conselho

Nacional de Sauacutede para pesquisas em seres humanos aprovado pelo comitecirc de

eacutetica em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CAE

47571415900005208)

Cross-over

21

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos 6 participantes por natildeo terem participado de todas as

sessotildees de treino da pesquisa

Instrumentos

Testes de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs)

A forccedila muscular foi determinada por meio do teste de 4-10 RMs Utilizaram-

se as equaccedilotildees de Epley (1995) [1RM = (00333 x reps) x carga submaacutexima + carga

submaacutexima)] e Adams (1998) [1RM = carga submaacutexima [100 ndash (2 x reps)] x 100]

para predizer os valores de 1RM para exerciacutecios de membros inferiores e

superiores respectivamente conforme elucidado no estudo de Menecircses et al

(2013) Os exerciacutecios realizados foram puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps

pulley e leg press 45o Para cada exerciacutecio foram concedidas ateacute duas tentativas

para o teste de 4-10 RMs com intervalo de trecircs a cinco minutos entre as tentativas e

os exerciacutecios Salienta-se que as tentativas de 4-10 RMs foram procedidas na

mesma sessatildeo ateacute a falha concecircntrica e encorajamentos verbais foram oferecidos

durante a mensuraccedilatildeo Adotou-se 50 da carga prevista para o aquecimento

entre10-15 repeticcedilotildees

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES)

A escala de OMINI-RES eacute um instrumento que teve sua validade estudada

tanto em crianccedilas quanto em adultos (SILVA et al2011) e ateacute idosos (BRITO et al

2001) na realizaccedilatildeo de diferentes tipos de atividades tais como TP exerciacutecio em

cicloergocircmetro caminhada e subida em escadas (ROBERTSON et al 2000) O

OMINIS-RES foi utilizado para medir a percepccedilatildeo do esforccedilo a cada set

Imediatamente apoacutes a realizaccedilatildeo do exerciacutecio foi apresentada a escala para o

avaliado pudesse indicar seu estado Ademais foi apresentada a escala de OMNI 30

minutos apoacutes a sessatildeo de TP com a premissa de que o participante indicasse a

percepccedilatildeo de intensidade da sessatildeo Em seguida este valor foi multiplicado pelo

22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

REFEREcircNCIAS

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BRITO A F et al O uso da escala de OMNI-RES em idosas hipertensas Estud Interdicipl Envelhece Porto Alegre v16 n1 p111-125 jan 2011

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31

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DIAS R M R et alImpacto de oito semanas de treinamento com pesos sobre a forccedila muscular de homens e mulheres Rev Bras Med Esporte Satildeo Paulo v11 n4 p224-228 2005

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20

Figura 1 - Delineamento experimental da investigaccedilatildeo

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nos procedimentos metodoloacutegicos

Participantes

Foram selecionados 36 voluntaacuterios de forma natildeo probabiliacutestica com

experiecircncia previa de 6 meses ininterrupto que natildeo faziam uso de suplementos ou

faacutermacos que otimizem o ganho de forccedila Sendo todos recrutados do sexo

masculino com idade entre 18 e 30 anos Apoacutes receber informaccedilatildeo sobre os

procedimentos aos quais seriam submetidos durante o periacuteodo da pesquisa eles

assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) Os procedimentos

adotados neste estudo atenderam agraves normas da Resoluccedilatildeo 46612 do Conselho

Nacional de Sauacutede para pesquisas em seres humanos aprovado pelo comitecirc de

eacutetica em pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CAE

47571415900005208)

Cross-over

21

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos 6 participantes por natildeo terem participado de todas as

sessotildees de treino da pesquisa

Instrumentos

Testes de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs)

A forccedila muscular foi determinada por meio do teste de 4-10 RMs Utilizaram-

se as equaccedilotildees de Epley (1995) [1RM = (00333 x reps) x carga submaacutexima + carga

submaacutexima)] e Adams (1998) [1RM = carga submaacutexima [100 ndash (2 x reps)] x 100]

para predizer os valores de 1RM para exerciacutecios de membros inferiores e

superiores respectivamente conforme elucidado no estudo de Menecircses et al

(2013) Os exerciacutecios realizados foram puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps

pulley e leg press 45o Para cada exerciacutecio foram concedidas ateacute duas tentativas

para o teste de 4-10 RMs com intervalo de trecircs a cinco minutos entre as tentativas e

os exerciacutecios Salienta-se que as tentativas de 4-10 RMs foram procedidas na

mesma sessatildeo ateacute a falha concecircntrica e encorajamentos verbais foram oferecidos

durante a mensuraccedilatildeo Adotou-se 50 da carga prevista para o aquecimento

entre10-15 repeticcedilotildees

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES)

A escala de OMINI-RES eacute um instrumento que teve sua validade estudada

tanto em crianccedilas quanto em adultos (SILVA et al2011) e ateacute idosos (BRITO et al

2001) na realizaccedilatildeo de diferentes tipos de atividades tais como TP exerciacutecio em

cicloergocircmetro caminhada e subida em escadas (ROBERTSON et al 2000) O

OMINIS-RES foi utilizado para medir a percepccedilatildeo do esforccedilo a cada set

Imediatamente apoacutes a realizaccedilatildeo do exerciacutecio foi apresentada a escala para o

avaliado pudesse indicar seu estado Ademais foi apresentada a escala de OMNI 30

minutos apoacutes a sessatildeo de TP com a premissa de que o participante indicasse a

percepccedilatildeo de intensidade da sessatildeo Em seguida este valor foi multiplicado pelo

22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

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5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

REFEREcircNCIAS

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31

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21

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos 6 participantes por natildeo terem participado de todas as

sessotildees de treino da pesquisa

Instrumentos

Testes de 4-10 repeticcedilotildees maacuteximas (RMs)

A forccedila muscular foi determinada por meio do teste de 4-10 RMs Utilizaram-

se as equaccedilotildees de Epley (1995) [1RM = (00333 x reps) x carga submaacutexima + carga

submaacutexima)] e Adams (1998) [1RM = carga submaacutexima [100 ndash (2 x reps)] x 100]

para predizer os valores de 1RM para exerciacutecios de membros inferiores e

superiores respectivamente conforme elucidado no estudo de Menecircses et al

(2013) Os exerciacutecios realizados foram puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps

pulley e leg press 45o Para cada exerciacutecio foram concedidas ateacute duas tentativas

para o teste de 4-10 RMs com intervalo de trecircs a cinco minutos entre as tentativas e

os exerciacutecios Salienta-se que as tentativas de 4-10 RMs foram procedidas na

mesma sessatildeo ateacute a falha concecircntrica e encorajamentos verbais foram oferecidos

durante a mensuraccedilatildeo Adotou-se 50 da carga prevista para o aquecimento

entre10-15 repeticcedilotildees

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES)

A escala de OMINI-RES eacute um instrumento que teve sua validade estudada

tanto em crianccedilas quanto em adultos (SILVA et al2011) e ateacute idosos (BRITO et al

2001) na realizaccedilatildeo de diferentes tipos de atividades tais como TP exerciacutecio em

cicloergocircmetro caminhada e subida em escadas (ROBERTSON et al 2000) O

OMINIS-RES foi utilizado para medir a percepccedilatildeo do esforccedilo a cada set

Imediatamente apoacutes a realizaccedilatildeo do exerciacutecio foi apresentada a escala para o

avaliado pudesse indicar seu estado Ademais foi apresentada a escala de OMNI 30

minutos apoacutes a sessatildeo de TP com a premissa de que o participante indicasse a

percepccedilatildeo de intensidade da sessatildeo Em seguida este valor foi multiplicado pelo

22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

REFEREcircNCIAS

ACSM American College of Sports Medicine Position Stand on The Recommended Quantity and Quality of Exercise for Developing and Maintaining Cardiorespiratory and Muscular Fitness and Flexibility in Adults Med Sci Sports Exerc Cham v 30 n 6 p 975-991 1998

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31

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22

tempo de duraccedilatildeo da duraccedilatildeo para indicar a percepccedilatildeo da carga da sessatildeo

conforme meacutetodo PSE-sessatildeo criado por Foster et al (2001) Essa escala possui

aleacutem de descritores verbais ilustraccedilotildees descritivas posicionadas ao longo da

escala constituiacuteda por categorias que vatildeo de 0 a 10 0 eacute o equivalente a nenhum

movimento e 10 um esforccedilo muscular maacuteximo

Escala de Humor de Brunel (BRUMS)

A escala de Humor de Brunel foi utilizada para avaliar o estado humor

(ROHLFS et al 2008) O instrumento conteacutem 24 itens que compotildeem seis

subescalas raiva confusatildeo mental depressatildeo fadiga tensatildeo e vigor Cada

subescala conteacutem quatro itens Raiva (irritado zangado mal-humorado com raiva)

Confusatildeo (indeciso confuso inseguro desorientado) Depressatildeo (desanimado

deprimido triste infeliz) Fadiga (esgotado exausto cansado sonolento) Tensatildeo

(apavorado tenso ansioso preocupado) e Vigor (animado com disposiccedilatildeo alerta

com energia) (GIARDIN WILLHELM SIKILERO 2015)Os avaliados responderam

com base na pergunta ldquoComo vocecirc se sente agorardquo de acordo com a escala likert de

4 pontos (0 = nunca 1= Um pouco 2 = Moderadamente 3 = Bastante e 4 =

Extremamente) Com a soma das respostas de cada subescala obtem-se um

escore que pode variar de 0 a 16 (ROHLFS et al 2008) As subescalas tensatildeo

depressatildeo raiva fadiga e confusatildeo mental satildeo consideradas os fatores negativos

do humor sendo ldquovigorrdquo o uacutenico considerado o como fator positivo (FORTES et

al2014) O distuacuterbio total de humor (DTH) eacute calculado pela soma dos fatores

negativos subtraindo o escore do fator positivo

Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI)

A versatildeo curta do Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) foi utilizada

para avaliar a ansiedade O instrumento foi validado para a populaccedilatildeo brasileira por

Fioravanti (2011) O STAI conteacutem 12 itens em escala do tipo Likert de pontos

(absolutamente natildeo = 1 Um pouco = 2 Bastante = 3 e Muitiacutessimo = 4) No

presente estudo utilizamos apenas as subescalas de ansiedade-estado (SATAI-S)

que refere-se a como o avaliado se sente naquele momento Quando maior o

escore maior a ansiedade

23

Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

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31

DE SAacute Clodoaldo Antocircnio et al Treinamento concomitante afeta o ganho de forccedila mas natildeo a hipertrofia muscular e o desempenho de endurance Rev Educ FisUEM Maringaacute v 24 n 3 p 453-464 2013

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FORTES L S et al Comportamento de checagem corporal e treinamento com pesos uma investigaccedilatildeo com mulheres Rev bras ativ fiacutes sauacutede Satildeo Paulo v19 n 6 p721-731 nov 2014

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Percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da sessatildeo)

O meacutetodo baseado na percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo (PSE da

sessatildeo) proposto por Foster et al 2001 foi utilizado para monitorar a carga interna

do treinamento multiplicado o escore da PSE indicado pelo participante na escala

OMINI-RES pelo tempo total de duraccedilatildeo da sessatildeo (em minutos) Para o caacutelculo da

carga mecacircnica de cada sessatildeo multiplicou-se o nuacutemero de series x nuacutemero de

repeticcedilotildees x carga a 50 e 80 (1RM) de cada exerciacutecio

Antropometria

Para a determinaccedilatildeo da massa corporal e estatura foram utilizados uma

balanccedila portaacutetil e um estadiocircmetro As medidas foram coletadas pelo mesmo

avaliador em horaacuterios preacute-estabelecidos no momento de adesatildeo agrave pesquisa O

iacutendice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da seguinte foacutermula IMC =

massa corporal (kg)estatura (m)sup2 A densidade corporal foi determinada por meio da

teacutecnica de espessura das dobras cutacircneas de acordo com o protocolo de Jackson e

Pollock (1978) sendo utilizadas as dobras cutacircneas triciptal subescapular e peitoral

Utilizaram-se os procedimentos descritos pela The International Society for the

Advancement of Kinanthropometry Para os caacutelculos da Percentagem de Gordura

(G) foi utilizada a equaccedilatildeo de prediccedilatildeo proposta por Siri (1961)

Sessatildeo de TP

Foram realizadas duas sessotildees de TP sendo randomizada a intensidade adotada

em cada uma delas Uma com intensidade a 50 de 1RM e a outra (48h de

intervalo) com 80 de 1RM Os exerciacutecios realizados seguiram de forma

padronizada na seguinte ordem Puxada nuca extensatildeo do joelho triacuteceps pulley e

leg press 45o Os participantes realizaram o aquecimento com seacuteries entre 15 e 20

repeticcedilotildees com 50 da carga prevista para cada sessatildeo Em todos os casos os

intervalos de recuperaccedilatildeo entre as seacuteries e os exerciacutecios foram de 120 segundos

24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

REFEREcircNCIAS

ACSM American College of Sports Medicine Position Stand on The Recommended Quantity and Quality of Exercise for Developing and Maintaining Cardiorespiratory and Muscular Fitness and Flexibility in Adults Med Sci Sports Exerc Cham v 30 n 6 p 975-991 1998

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BARTHOLOMEW John B et al Psychological States Following Resistance Exercise of Different Workloads J Appl Sport Psychol Champaign v13 n4 p399-410 jul 2001

BENUTE G R G et al Abortamento espontacircneo e provocado ansiedade depressatildeo e culpa Rev Assoc Med Bras Satildeo Paulo v55 n3 p322-327 2009 BERGER Bonnie G OWEN David R Relation of low and moderate intensity exercise with acute mood change in college joggers Percept Mot Skills United States v87 n2 p611-621 out 1998

BIRD S P TARPENNING K M MARINO F E Designing Resistance Training Programmes to Enhance Muscular Fitness A Review of the Acute Programme Variables Sports Med Switzerland v35 n10 p841-851 jul 2005

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31

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DIAS R M R et alImpacto de oito semanas de treinamento com pesos sobre a forccedila muscular de homens e mulheres Rev Bras Med Esporte Satildeo Paulo v11 n4 p224-228 2005

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24

(LIMA et al2006) A velocidade de execuccedilatildeo dos exerciacutecios foi controlada por

metrocircnomo sendo utilizada a cadecircncia de 40bpm (FORTES et al 2014)

Anaacutelise dos dados

Foi conduzido o teste Shapiro Wilk para avaliar a distribuiccedilatildeo dos dados Em

caso de violaccedilatildeo parameacutetrica os dados foram convertidos em escores z afim de

transformaacute-los em distribuiccedilatildeo normal Em seguida foram utilizadas teacutecnicas

parameacutetricas Utilizou-se a anaacutelise multivariada (MANCOVA) de medidas repetidas

para comparar o baseline (preacute-teste) e o poacutes-teste da BRUMS e STAI em razatildeo da

intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Salienta-se que a idade o

IMC o G e a carga mecacircnica foram controlados nesta anaacutelise O t de student

dependente foi utilizado para comparar a percepccedilatildeo subjetiva do esforccedilo da sessatildeo

avaliada pela escala de OMNI-RES adotando-se o meacutetodo de Foster et al (2001)

em razatildeo da intensidade de exerciacutecio realizada (50 vs 80 de 1RM) Todos os

dados foram tratados no software SPSS 210 adotando-se niacutevel de significacircncia de

5

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

REFEREcircNCIAS

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ADAMS G M Exercise physiology laboratory manual Boston McGraw-Hill 1998

ARAUacuteJO S R C D MELLO M T D LEITE J R Transtorno de ansiedade e exerciacutecio fiacutesico Rev Bras Psiquiatr Satildeo Paulo v 29 n 2 p 164-171 2000

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ARENT S M LANDERS D M ETNIER J L The Effects of Exercise on Mood in Older Adults A Meta-Analytic Review J Aging Phys Act United States v8 n4 407-430 oct 2000

BARTHOLOMEW J B The effect of resistance exercise on manipulated preexercise mood states for male exercisers J Sport Exerc Psychol Champaign v21 n1 p39-45 mar 1999

BARTHOLOMEW John B et al Psychological States Following Resistance Exercise of Different Workloads J Appl Sport Psychol Champaign v13 n4 p399-410 jul 2001

BENUTE G R G et al Abortamento espontacircneo e provocado ansiedade depressatildeo e culpa Rev Assoc Med Bras Satildeo Paulo v55 n3 p322-327 2009 BERGER Bonnie G OWEN David R Relation of low and moderate intensity exercise with acute mood change in college joggers Percept Mot Skills United States v87 n2 p611-621 out 1998

BIRD S P TARPENNING K M MARINO F E Designing Resistance Training Programmes to Enhance Muscular Fitness A Review of the Acute Programme Variables Sports Med Switzerland v35 n10 p841-851 jul 2005

BRITO A F et al O uso da escala de OMNI-RES em idosas hipertensas Estud Interdicipl Envelhece Porto Alegre v16 n1 p111-125 jan 2011

BUCKWORTH J DISHMAN R K Exercise psychology Champaign Human Kinetics 2002

DALGALARRONDO P A Afetividade e suas alteraccedilotildees In______ Psicopatologia e Semiologia Psiquiaacutetrica Porto Alegre Artes Meacutedicas 2000 p100-111

31

DE SAacute Clodoaldo Antocircnio et al Treinamento concomitante afeta o ganho de forccedila mas natildeo a hipertrofia muscular e o desempenho de endurance Rev Educ FisUEM Maringaacute v 24 n 3 p 453-464 2013

DIAS R M R et alImpacto de oito semanas de treinamento com pesos sobre a forccedila muscular de homens e mulheres Rev Bras Med Esporte Satildeo Paulo v11 n4 p224-228 2005

DISHMAN R K SALLIS J F ORENSTEIN D D R The determinants of physical activity and exercise Public Health Rep Washington v100 n2 p158ndash171 marapr 1985

EPLEY B Poundage chart Lincoln NE University of Nebraska 1995

FIORAVANTI Bastos et al Development and validation of a short-form version of the Brazilian state-trait anxiety inventory Psicol Reflex Crit Porto Alegre v24 n3 p485-494 jan 2011

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FOCHT B C KOLTYN K F Influence of resistance exercise of different intensities on state anxiety and blood pressure Med Sci Sports Exerc Cham v31 n3 p456-63 mar 1999

FORTES L S et al Comportamento de checagem corporal e treinamento com pesos uma investigaccedilatildeo com mulheres Rev bras ativ fiacutes sauacutede Satildeo Paulo v19 n 6 p721-731 nov 2014

FOSTER C et al A new approach to monitoring exercise training J Strength Cond Res Champaign v15 n1 p109-115 2001

GAMA M M A et al Ansiedade-traccedilo em estudantes universitaacuterios de Aracajuacute (SE) Trends Psychiatry Psychother Porto Alegre v30 n1 p19-24 2008 GARVIN A W KOLTYN K F MORGAN W P Influence of acute physical activity and relaxation on state anxiety and blood lactate Int J Sports Med Newark v18 n6 p470-476 1997 GIARDIN A R WILLHELM F F SIKILERO R S Efeito de diferentes programas de atividade fiacutesica na fase de abstinecircncia do tratamento de dependentes de crack Clin Biomed Res Porto Alegre v35 n2 p92-98 2015 HURLEY B F HAGBERG J M Optimizing health in older persons aerobic or strength training Exerc Sport Sci Rev New York v26 p61-89 1998 JACKSON A S POLLOCK M L Generalized equations for predicting body density of men Br J Nutr Cambridge New York v40 p497-504 1978 LANE A M et al Mood responses to athletic performance in extreme environments J Sports Sci London v22 n10 p886-897 2004

25

5 RESULTADOS

Os dados descritivos da amostra no preacute-teste [(idade carga mecacircnica IMC

G STAI-S (meacutedia das duas condiccedilotildees) e BRUMS (meacutedia das duas condiccedilotildees)]

estatildeo contidos na Tabela 1 A consistecircncia interna revelada para o STAI-S no preacute

teste foi 066 para a condiccedilatildeo 501RM e 062 para 801RM A consistecircncia interna

da BRUMS no preacute-teste foi 085 para a condiccedilatildeo 501RM e 083 para 801RM

Tabela 1 ndash Valores descritivos (meacutediadesvio padratildeo) das variaacuteveis da pesquisa

Variaacuteveis Meacutedia Desvio Padratildeo

STAI-S 1406 251

BRUMS 9876 1264

Idade (anos) 2186 325

IMC (kgmsup2) 2451 214

Percentual de gordura () 2031 615

Carga mecacircnica 501RM (ua) 1183633 278083

Carga mecacircnica 801M (ua) 1308770 280401

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os resultados demonstraram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80

de 1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a STAI-S (F(4 26)=299602 p=001)

conforme apresenta a Tabela 2 Foi identificada reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=626 p = 001 d = 05) quanto 80 de 1RM

(F(2 28)=879 p=001 d = 05) sem diferenccedila estatisticamente significante entre as

condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2 28)=196 p=028 d=01)

Os achados revelaram interaccedilatildeo significante entre situaccedilatildeo (50 e 80 de

1RM) e tempo (preacute e poacutes-teste) para a BRUMS (F(4 26)=264387 p=001) conforme

indicado pela Tabela 2 Foi encontrado aumento do humor negativo na condiccedilatildeo

80 de 1RM (F(2 28)=3491 p=001 d=07) ao passo que o humor negativo natildeo

alterou na condiccedilatildeo 50 de 1RM (F(2 28)=208 p=032 d=01) sendo apontada

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

REFEREcircNCIAS

ACSM American College of Sports Medicine Position Stand on The Recommended Quantity and Quality of Exercise for Developing and Maintaining Cardiorespiratory and Muscular Fitness and Flexibility in Adults Med Sci Sports Exerc Cham v 30 n 6 p 975-991 1998

ACSM American College of Sports Medicine Progression Models in Resistance Training for Healthy Adults Med Sci Sports Exerc Cham v 41 n 3 p687-708 mar 2009

ADAMS G M Exercise physiology laboratory manual Boston McGraw-Hill 1998

ARAUacuteJO S R C D MELLO M T D LEITE J R Transtorno de ansiedade e exerciacutecio fiacutesico Rev Bras Psiquiatr Satildeo Paulo v 29 n 2 p 164-171 2000

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BENUTE G R G et al Abortamento espontacircneo e provocado ansiedade depressatildeo e culpa Rev Assoc Med Bras Satildeo Paulo v55 n3 p322-327 2009 BERGER Bonnie G OWEN David R Relation of low and moderate intensity exercise with acute mood change in college joggers Percept Mot Skills United States v87 n2 p611-621 out 1998

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BUCKWORTH J DISHMAN R K Exercise psychology Champaign Human Kinetics 2002

DALGALARRONDO P A Afetividade e suas alteraccedilotildees In______ Psicopatologia e Semiologia Psiquiaacutetrica Porto Alegre Artes Meacutedicas 2000 p100-111

31

DE SAacute Clodoaldo Antocircnio et al Treinamento concomitante afeta o ganho de forccedila mas natildeo a hipertrofia muscular e o desempenho de endurance Rev Educ FisUEM Maringaacute v 24 n 3 p 453-464 2013

DIAS R M R et alImpacto de oito semanas de treinamento com pesos sobre a forccedila muscular de homens e mulheres Rev Bras Med Esporte Satildeo Paulo v11 n4 p224-228 2005

DISHMAN R K SALLIS J F ORENSTEIN D D R The determinants of physical activity and exercise Public Health Rep Washington v100 n2 p158ndash171 marapr 1985

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FORTES L S et al Comportamento de checagem corporal e treinamento com pesos uma investigaccedilatildeo com mulheres Rev bras ativ fiacutes sauacutede Satildeo Paulo v19 n 6 p721-731 nov 2014

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GAMA M M A et al Ansiedade-traccedilo em estudantes universitaacuterios de Aracajuacute (SE) Trends Psychiatry Psychother Porto Alegre v30 n1 p19-24 2008 GARVIN A W KOLTYN K F MORGAN W P Influence of acute physical activity and relaxation on state anxiety and blood lactate Int J Sports Med Newark v18 n6 p470-476 1997 GIARDIN A R WILLHELM F F SIKILERO R S Efeito de diferentes programas de atividade fiacutesica na fase de abstinecircncia do tratamento de dependentes de crack Clin Biomed Res Porto Alegre v35 n2 p92-98 2015 HURLEY B F HAGBERG J M Optimizing health in older persons aerobic or strength training Exerc Sport Sci Rev New York v26 p61-89 1998 JACKSON A S POLLOCK M L Generalized equations for predicting body density of men Br J Nutr Cambridge New York v40 p497-504 1978 LANE A M et al Mood responses to athletic performance in extreme environments J Sports Sci London v22 n10 p886-897 2004

26

diferenccedila estatisticamente significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste (F(2

28)=4278 p=001 d=08)

Ressalta-se que a idade (F(1 29)=215 p=026) o IMC (F(1 29)=164 p=032) o

G (F(1 29)=188 p=030) e a carga mecacircnica (F(1 29)=104 p=031) natildeo

demonstraram colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-S

Tabela 2 ndash Meacutedia e erro padratildeo dos escores da STAI-S e BRUMS em razatildeo da

fase (preacute e poacutes-teste) e condiccedilatildeo (50 vs 80 de 1RM)

Variaacutevel 50 de 1RM 80 de 1RM

Preacute-teste Poacutes-teste Preacute-teste Poacutes-teste

STAI-S 1406 plusmn046

1296 plusmn027

1466 plusmn037 1330 plusmn042

BRUMS 9876 plusmn230 9780 plusmn179 9846 plusmn234 10146 plusmn193

Nota plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste plt005 em relaccedilatildeo ao poacutes-teste na condiccedilatildeo 50 de 1RM

Fonte LIMA E T P 2016

Nota Elaborado pelo autor baseado nas anaacutelises dos dados

Os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a PSE-

sessatildeo entre as condiccedilotildees (50 vs 80 de 1RM) (F(2 28)=11672 p=001 d=09)

salientando a maior carga interna percebida para a condiccedilatildeo 80 de 1RM

27

6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

REFEREcircNCIAS

ACSM American College of Sports Medicine Position Stand on The Recommended Quantity and Quality of Exercise for Developing and Maintaining Cardiorespiratory and Muscular Fitness and Flexibility in Adults Med Sci Sports Exerc Cham v 30 n 6 p 975-991 1998

ACSM American College of Sports Medicine Progression Models in Resistance Training for Healthy Adults Med Sci Sports Exerc Cham v 41 n 3 p687-708 mar 2009

ADAMS G M Exercise physiology laboratory manual Boston McGraw-Hill 1998

ARAUacuteJO S R C D MELLO M T D LEITE J R Transtorno de ansiedade e exerciacutecio fiacutesico Rev Bras Psiquiatr Satildeo Paulo v 29 n 2 p 164-171 2000

ARENT S M et al Dose-Response and Mechanistic Issues in the Resistance Training and Affect Relationship J Sport Exerc Psychol Champaign v 27 n1 92- 110 mar 2005

ARENT S M LANDERS D M ETNIER J L The Effects of Exercise on Mood in Older Adults A Meta-Analytic Review J Aging Phys Act United States v8 n4 407-430 oct 2000

BARTHOLOMEW J B The effect of resistance exercise on manipulated preexercise mood states for male exercisers J Sport Exerc Psychol Champaign v21 n1 p39-45 mar 1999

BARTHOLOMEW John B et al Psychological States Following Resistance Exercise of Different Workloads J Appl Sport Psychol Champaign v13 n4 p399-410 jul 2001

BENUTE G R G et al Abortamento espontacircneo e provocado ansiedade depressatildeo e culpa Rev Assoc Med Bras Satildeo Paulo v55 n3 p322-327 2009 BERGER Bonnie G OWEN David R Relation of low and moderate intensity exercise with acute mood change in college joggers Percept Mot Skills United States v87 n2 p611-621 out 1998

BIRD S P TARPENNING K M MARINO F E Designing Resistance Training Programmes to Enhance Muscular Fitness A Review of the Acute Programme Variables Sports Med Switzerland v35 n10 p841-851 jul 2005

BRITO A F et al O uso da escala de OMNI-RES em idosas hipertensas Estud Interdicipl Envelhece Porto Alegre v16 n1 p111-125 jan 2011

BUCKWORTH J DISHMAN R K Exercise psychology Champaign Human Kinetics 2002

DALGALARRONDO P A Afetividade e suas alteraccedilotildees In______ Psicopatologia e Semiologia Psiquiaacutetrica Porto Alegre Artes Meacutedicas 2000 p100-111

31

DE SAacute Clodoaldo Antocircnio et al Treinamento concomitante afeta o ganho de forccedila mas natildeo a hipertrofia muscular e o desempenho de endurance Rev Educ FisUEM Maringaacute v 24 n 3 p 453-464 2013

DIAS R M R et alImpacto de oito semanas de treinamento com pesos sobre a forccedila muscular de homens e mulheres Rev Bras Med Esporte Satildeo Paulo v11 n4 p224-228 2005

DISHMAN R K SALLIS J F ORENSTEIN D D R The determinants of physical activity and exercise Public Health Rep Washington v100 n2 p158ndash171 marapr 1985

EPLEY B Poundage chart Lincoln NE University of Nebraska 1995

FIORAVANTI Bastos et al Development and validation of a short-form version of the Brazilian state-trait anxiety inventory Psicol Reflex Crit Porto Alegre v24 n3 p485-494 jan 2011

FISHER S The causes and control of anxiety Br J Hosp Med Dulwich Road v44 n3 p194-197 1990

FOCHT B C KOLTYN K F Influence of resistance exercise of different intensities on state anxiety and blood pressure Med Sci Sports Exerc Cham v31 n3 p456-63 mar 1999

FORTES L S et al Comportamento de checagem corporal e treinamento com pesos uma investigaccedilatildeo com mulheres Rev bras ativ fiacutes sauacutede Satildeo Paulo v19 n 6 p721-731 nov 2014

FOSTER C et al A new approach to monitoring exercise training J Strength Cond Res Champaign v15 n1 p109-115 2001

GAMA M M A et al Ansiedade-traccedilo em estudantes universitaacuterios de Aracajuacute (SE) Trends Psychiatry Psychother Porto Alegre v30 n1 p19-24 2008 GARVIN A W KOLTYN K F MORGAN W P Influence of acute physical activity and relaxation on state anxiety and blood lactate Int J Sports Med Newark v18 n6 p470-476 1997 GIARDIN A R WILLHELM F F SIKILERO R S Efeito de diferentes programas de atividade fiacutesica na fase de abstinecircncia do tratamento de dependentes de crack Clin Biomed Res Porto Alegre v35 n2 p92-98 2015 HURLEY B F HAGBERG J M Optimizing health in older persons aerobic or strength training Exerc Sport Sci Rev New York v26 p61-89 1998 JACKSON A S POLLOCK M L Generalized equations for predicting body density of men Br J Nutr Cambridge New York v40 p497-504 1978 LANE A M et al Mood responses to athletic performance in extreme environments J Sports Sci London v22 n10 p886-897 2004

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6 DISCUSSAtildeO

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito agudo de diferentes

intensidades do TP sobre as respostas afetivas de ansiedade e humor em adultos

jovens do sexo masculino Evidencias tecircm demostrado respostas parecidas na

reduccedilatildeo da ansiedade estado sem apresentar diferenccedilas significativas (WERTZ

KOLTYN MORGAN 1997) Por outro lado OConnor et al (1993) observaram

reduccedilatildeo significativa no estado de ansiedade entre 90 e 120 min apoacutes uma sessatildeo

de TP menos intensiva No presente estudo os resultados encontrados

demonstraram na sessatildeo aguda do exerciacutecio uma reduccedilatildeo dos escores da STAI-S

tanto na condiccedilatildeo 50 de 1RM quanto 80 de 1RM sem diferenccedila estatisticamente

significante entre as condiccedilotildees no poacutes-teste Pode-se destacar ainda que a

aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios poacutes-teste nas duas situaccedilotildees seguiram o tempo de 30

min apoacutes finalizaccedilatildeo do treino

Focht e Koltyn (1998) explicam que eacute possiacutevel que a ambiguidade nos

estudos possa ser um resultado de diferenccedilas na metodologia desde os estudos

que apresentam reduccedilotildees significativas no estado de ansiedade ou natildeo apresentam

de acordo com periacuteodos de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio empregados entre 1 h ou

menos Vaacuterios investigadores tecircm limitado o seu periacuteodo de avaliaccedilatildeo poacutes-exerciacutecio

para 45 minutos (Bartholomew et al 2001) o que para Arent et al (2005) pode natildeo

ser um periacuteodo de tempo suficiente para se observar mudanccedilas em estados

psicoloacutegicos com TP Deste modo eacute possiacutevel observar neste estudo um avanccedilo nos

delineamento experimental de forma que na literatura natildeo satildeo encontradas variaacuteveis

referentes ao tipo de exerciacutecio carga mecacircnica nuacutemero de seacuteries repeticcedilotildees

duraccedilatildeo intervalo e PSE Objetivando elucidar aspectos ainda obscuros nas

variaacuteveis mentais pelas quais o TP promove melhoria dos sintomas que satildeo

promissores em termos de sauacutede puacuteblica (ARAUacuteJO MELLO LEITE 2007) Neste

aspecto os achados encontrados indicam que ainda eacute preciso outros estudos para

elucidar a prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos objetivando a reduccedilatildeo da ansiedade

Entretanto na sessatildeo de TP com 80 de 1RM foi encontrado aumento do humor

negativo corroborando resultados encontrados por Berger e Owen (1992) para

aumentos de efeito negativo de apoacutes episoacutedios de maior intensidade de exerciacutecio

havendo elevaccedilotildees significativas na perturbaccedilatildeo do humor evidentes apoacutes a sessatildeo

de 1RM 80 Ao passo que o humor negativo natildeo foi alterado na condiccedilatildeo 50 de

28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

duas condiccedilotildees poreacutem sem diferenccedila estatiacutestica no poacutes-teste

30

REFEREcircNCIAS

ACSM American College of Sports Medicine Position Stand on The Recommended Quantity and Quality of Exercise for Developing and Maintaining Cardiorespiratory and Muscular Fitness and Flexibility in Adults Med Sci Sports Exerc Cham v 30 n 6 p 975-991 1998

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28

1RM nesta pesquisa Condiccedilatildeo essa que vai de encontro com a conclusatildeo dos

estudos de Arauacutejo Mello Leite (2007) que inferem que sessotildees agudas de

exerciacutecio promovem alteraccedilotildees significativas no estado de humor independente do

tipo e da intensidade do esforccedilo realizado Ao considerar o raacutepido crescimento da

magnitude da populaccedilatildeo que participa TP como uma conduta de sauacutede estes

resultados podem possuir implicaccedilotildees importantes para a sauacutede puacuteblica Por

exemplo os resultados encontrados por Dishman Sallis e Orenstein (1985) sugerem

que os benefiacutecios psicoloacutegicos associados com efeitos agudos do TP podem ser

independentes do niacutevel de experiecircncia do indiviacuteduo com a modalidade elucidada em

seu estudo onde o TP esteve associado a benefiacutecios de humor semelhantes para

iniciantes e praticantes experientes Contudo ainda natildeo encontramos na literatura

um consenso sobre as alteraccedilotildees no estado de humor induzidas pelo exerciacutecio

poreacutem sabe-se que diferentes mecanismos psicoloacutegicos fisioloacutegicos hormonais e

neuroloacutegicos bem como aqueles ligados ao contexto e ao local onde se pratica o

exerciacutecio podem estar envolvidos (PETRUZZELLO et al 1991)

Podemos destacar como positivo nesta pesquisa o controle das variaacuteveis de

prescriccedilatildeo do treinamento aleacutem da utilizaccedilatildeo da Escala de percepccedilatildeo subjetiva do

esforccedilo onde os achados indicaram diferenccedila estatisticamente significante para a

PSE-sessatildeo entre as condiccedilotildees salientando a maior carga interna percebida para a

condiccedilatildeo 80 de 1RM Assim como o uso da escala analoacutegica visual para

diminuiccedilatildeo do efeito aprendizagem que segundo Fortes et al (2014) pode ocorrer

na escala likert com medidas repetidas O fato do experimento ser realizado no

proacuteprio ambiente de uma academia tambeacutem deve ser notado por se aproximar o

maacuteximo da realidade dos espaccedilos que os participantes frequentam Ressalta-se que

ao relacionar as variaacuteveis antropomeacutetricas com a ansiedade e o humor como a

carga mecacircnica natildeo demonstrou colinearidade com os escores da BRUMS e STAI-

S

Quanto as limitaccedilotildees do estudo destaca-se sinais cerebrais variabilidade da

frequecircncia cardiacuteaca niacutevel de concentraccedilatildeo de cortisol lactato sanguiacuteneo natildeo foram

avaliados durante as sessotildees de TP assim como limitaccedilatildeo da faixa etaacuteria sexo e

tamanho da amostra

29

7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

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7 CONCLUSAtildeO

Os resultados permitiram concluir que uma uacutenica sessatildeo de treinamento com

pesos foi capaz de aumentar significativamente o humor negativo em jovens adultos

do sexo masculinos experientes em treinamento com pesos com intensidade de

80 de 1RM Na condiccedilatildeo de 50 de 1RM para o humor natildeo houve diferenccedila

significativas comparadas ao poacutes-testes E a ansiedade parece ser reduzida nas

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DE SAacute Clodoaldo Antocircnio et al Treinamento concomitante afeta o ganho de forccedila mas natildeo a hipertrofia muscular e o desempenho de endurance Rev Educ FisUEM Maringaacute v 24 n 3 p 453-464 2013

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BARTHOLOMEW J B The effect of resistance exercise on manipulated preexercise mood states for male exercisers J Sport Exerc Psychol Champaign v21 n1 p39-45 mar 1999

BARTHOLOMEW John B et al Psychological States Following Resistance Exercise of Different Workloads J Appl Sport Psychol Champaign v13 n4 p399-410 jul 2001

BENUTE G R G et al Abortamento espontacircneo e provocado ansiedade depressatildeo e culpa Rev Assoc Med Bras Satildeo Paulo v55 n3 p322-327 2009 BERGER Bonnie G OWEN David R Relation of low and moderate intensity exercise with acute mood change in college joggers Percept Mot Skills United States v87 n2 p611-621 out 1998

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DALGALARRONDO P A Afetividade e suas alteraccedilotildees In______ Psicopatologia e Semiologia Psiquiaacutetrica Porto Alegre Artes Meacutedicas 2000 p100-111

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DE SAacute Clodoaldo Antocircnio et al Treinamento concomitante afeta o ganho de forccedila mas natildeo a hipertrofia muscular e o desempenho de endurance Rev Educ FisUEM Maringaacute v 24 n 3 p 453-464 2013

DIAS R M R et alImpacto de oito semanas de treinamento com pesos sobre a forccedila muscular de homens e mulheres Rev Bras Med Esporte Satildeo Paulo v11 n4 p224-228 2005

DISHMAN R K SALLIS J F ORENSTEIN D D R The determinants of physical activity and exercise Public Health Rep Washington v100 n2 p158ndash171 marapr 1985

EPLEY B Poundage chart Lincoln NE University of Nebraska 1995

FIORAVANTI Bastos et al Development and validation of a short-form version of the Brazilian state-trait anxiety inventory Psicol Reflex Crit Porto Alegre v24 n3 p485-494 jan 2011

FISHER S The causes and control of anxiety Br J Hosp Med Dulwich Road v44 n3 p194-197 1990

FOCHT B C KOLTYN K F Influence of resistance exercise of different intensities on state anxiety and blood pressure Med Sci Sports Exerc Cham v31 n3 p456-63 mar 1999

FORTES L S et al Comportamento de checagem corporal e treinamento com pesos uma investigaccedilatildeo com mulheres Rev bras ativ fiacutes sauacutede Satildeo Paulo v19 n 6 p721-731 nov 2014

FOSTER C et al A new approach to monitoring exercise training J Strength Cond Res Champaign v15 n1 p109-115 2001

GAMA M M A et al Ansiedade-traccedilo em estudantes universitaacuterios de Aracajuacute (SE) Trends Psychiatry Psychother Porto Alegre v30 n1 p19-24 2008 GARVIN A W KOLTYN K F MORGAN W P Influence of acute physical activity and relaxation on state anxiety and blood lactate Int J Sports Med Newark v18 n6 p470-476 1997 GIARDIN A R WILLHELM F F SIKILERO R S Efeito de diferentes programas de atividade fiacutesica na fase de abstinecircncia do tratamento de dependentes de crack Clin Biomed Res Porto Alegre v35 n2 p92-98 2015 HURLEY B F HAGBERG J M Optimizing health in older persons aerobic or strength training Exerc Sport Sci Rev New York v26 p61-89 1998 JACKSON A S POLLOCK M L Generalized equations for predicting body density of men Br J Nutr Cambridge New York v40 p497-504 1978 LANE A M et al Mood responses to athletic performance in extreme environments J Sports Sci London v22 n10 p886-897 2004

31

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EPLEY B Poundage chart Lincoln NE University of Nebraska 1995

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LIMA Fernando Vitor et al Analysis of two training programs with different rest periods between series based on guidelines for muscle hypertrophy in trained individuals Rev Bras Med Esporte Satildeo Paulo v12 n4 p175-78 julago 2006

LOPES C R et al Efeito do intervalo entre sessotildees de exerciacutecio de forccedila sobre o desempenho neuromuscular Rev Bras Med Esporte Satildeo Paulo v20 n5 p 402-405 oct 2014

MENESES A L et al Validade das equaccedilotildees preditivas de uma repeticcedilatildeo maacutexima varia de acordo com o exerciacutecio realizado em adultos jovens treinados Rev Bras Ativ Fiacutes Sauacutede Pelotas v18 n1 p95-104 2013

NEVES C M et al Comportamentos alimentares em ginastas de elite associaccedilatildeo com o perfeccionismo e o estado de humor Rev Educ FisUEM Maringaacute v 24 n3 p359-369 2013 NOBREGA A C L et al Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia atividade fiacutesica e sauacutede no idoso Rev Bras Med Esporte Satildeo Paulo v5 n6 p207-211 dec 1999

OCONNOR P J C X State anxiety and ambulatory BP following resistance exercise in females Med Sci Sports v25 n4 p516-521 1993 PELUSO M A M ANDRADE L H S G Physical activity and mental health the association between exercise and mood Clinics Satildeo Paulo v60 p61-70 2005 PEREIRA Marta Inez Rodrigues GOMES Paulo Sergio Chagas Efeito do treinamento contra-resistecircncia isotocircnico com duas velocidades de movimento sobre os ganhos de forccedila Rev Bras Med Esporte Niteroacutei v13 n2 p91-96 apr 2007 PETRUZZELLO S J et al A meta-analysis on the anxiety-reducing effects of acute and chronic exercise Sports Med Switzerland v11 p 143ndash182 1991

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SILVA Andreacute Calil et al Escalas de Borg e OMINI na prescriccedilatildeo de exerciacutecio em cicloergocircmetro Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum Florianoacutepolis v13 n2 p117-123 fev 2011

33

SIRIW E Body composition from fluid spaces and density analysis of methods Nutr London v 9 n 5 p 480-492 Sep-Oct 1993

SPIELBERGER C D GORSUCH R L LUSHENE R E Inventaacuterio de ansiedade traccedilo-estado IDATE - Manual Rio de Janeiro CEPA 1979

SPIELBERGER C GORSUCH R L LUSHENE R E Inventaacuterio de ansiedade traccedilo-estado Rio de Janeiro CEPA 1979

THARION W J et al Effects of different weight training routines on mood state J Appl Sports Sci Res Lincoln v5 n2 p60-65 1991 VIEIRA Lenamar Fiorese et al Estado de humor e desempenho motor um estudo com atletas de voleibol de alto rendimento Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum Florianoacutepolis v10 n1 p62-68 janmar 2008

WEINBERG R S GOULD D Fundamentos da psicologia do esporte e do exerciacutecio Porto Alegre Artmed 2001

WERNECK F Z Efeitos psicofisioloacutegicos agudos do exerciacutecio aeroacutebio e contra-resistecircncia em diferentes intensidades 2003 152f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Universidade Gama Filho Rio de Janeiro 2003 WERNECK F Z et al Mecanismos de Melhoria do Humor apoacutes o Exerciacutecio revisitando a hipoacutetese das endorfinas R bras Ci e Mov Florianoacutepolis v13 n2 p135-144 2005 WERNECK Francisco Zacoron Niacutevel de atividade fiacutesica e estado de humor em adolescentes Psic Teor e Pesq Brasiacutelia v27 n2 p189-193 abrjun 2011

33

SIRIW E Body composition from fluid spaces and density analysis of methods Nutr London v 9 n 5 p 480-492 Sep-Oct 1993

SPIELBERGER C D GORSUCH R L LUSHENE R E Inventaacuterio de ansiedade traccedilo-estado IDATE - Manual Rio de Janeiro CEPA 1979

SPIELBERGER C GORSUCH R L LUSHENE R E Inventaacuterio de ansiedade traccedilo-estado Rio de Janeiro CEPA 1979

THARION W J et al Effects of different weight training routines on mood state J Appl Sports Sci Res Lincoln v5 n2 p60-65 1991 VIEIRA Lenamar Fiorese et al Estado de humor e desempenho motor um estudo com atletas de voleibol de alto rendimento Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum Florianoacutepolis v10 n1 p62-68 janmar 2008

WEINBERG R S GOULD D Fundamentos da psicologia do esporte e do exerciacutecio Porto Alegre Artmed 2001

WERNECK F Z Efeitos psicofisioloacutegicos agudos do exerciacutecio aeroacutebio e contra-resistecircncia em diferentes intensidades 2003 152f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Universidade Gama Filho Rio de Janeiro 2003 WERNECK F Z et al Mecanismos de Melhoria do Humor apoacutes o Exerciacutecio revisitando a hipoacutetese das endorfinas R bras Ci e Mov Florianoacutepolis v13 n2 p135-144 2005 WERNECK Francisco Zacoron Niacutevel de atividade fiacutesica e estado de humor em adolescentes Psic Teor e Pesq Brasiacutelia v27 n2 p189-193 abrjun 2011

34

ANEXO A ndash ESCALA DE HUMOR DE BRUMS

Escala de Humor de BRUMS

Nome ________________________________________________ Idade ______________

Abaixo estaacute uma lista de palavras que descrevem sentimentos Por favor leia tudo atenciosamente Em

seguida marque em cada linha um TRACcedilO (perpendicular) que melhor descreve COMO VOCEcirc SE SENTE

AGORA Tenha certeza de sua resposta para cada questatildeo antes de assinalar

NadaExtremamente

1 Apavorado ________________________________________________

2 Animado __________________________________________________

3 Confuso __________________________________________________

4 Esgotado __________________________________________________

5 Deprimido __________________________________________________

6 Desanimado __________________________________________________

7 Irritado __________________________________________________

8 Exausto __________________________________________________

9 Inseguro __________________________________________________

10 Sonolento __________________________________________________

11 Zangado __________________________________________________

12 Triste __________________________________________________

13 Ansioso __________________________________________________

14 Preocupado __________________________________________________

15 Com disposiccedilatildeo __________________________________________________

16 Infeliz __________________________________________________

17 Desorientado __________________________________________________

18 Tenso __________________________________________________

19 Com Raiva __________________________________________________

20 Com energia __________________________________________________

21 Cansado __________________________________________________

22 Mal Humorado __________________________________________________

23 Alerta __________________________________________________

24 Indeciso ___________________________________________________

35

ANEXO B ndash QUESTIONAacuteRIO DE ANSIEDADE (STAI)

QUESTIONAacuteRIO Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) ndash versatildeo curta

Nome__________________________________________ Idade________

PARTE I

Leia cada afirmativa abaixo e marque em cada linha um TRACcedilO (perpendicular) que melhor indique

como vocecirc se sente AGORA neste momento Natildeo gaste muito tempo numa uacutenica afirmaccedilatildeo mas

tente dar uma resposta que mais se aproxima de como vocecirc se sente NESTE MOMENTO

AVALIACcedilAtildeO

Absolutamente natildeoMuitiacutessimo

1 ndash Sinto-me calmo (a) ________________________________________

2 ndash Estou tenso (a) ________________________________________

3 - Sinto-me agrave vontade ________________________________________

4 ndash Sinto-me nervoso (a) ________________________________________

5 ndash Sinto-me descontraiacutedo (a) ________________________________________

6 ndash Estou preocupado (a) ________________________________________

PARTE II

Leia cada afirmativa abaixo e marque em cada linha um TRACcedilO (perpendicular) que melhor indique

como vocecirc GERALMENTE se sente Natildeo gaste muito tempo numa uacutenica afirmaccedilatildeo mas tente dar

uma resposta que mais se aproxima de como vocecirc se sente GERALMENTE

AVALIACcedilAtildeO

1 ndash Sou calmo(a) ponderado(a) e senhor(a) de mim mesmo(a)

Quase nuncaQuase Sempre ________________________________________

2 ndash Preocupo-me demais com coisas sem importacircncia

Quase nuncaQuase Sempre ________________________________________

3 ndash Sinto-me seguro(a)

Quase nuncaQuase Sempre ________________________________________

4 ndash Fico tenso(a) e perturbado(a) quando penso em meus problemas do momento

Quase nuncaQuase Sempre ________________________________________

5 ndash Sinto-me nervoso(a) e inquieto(a)

Quase nuncaQuase Sempre ________________________________________

6 ndash Tomo decisotildees facilmente

Quase nuncaQuase Sempre ________________________________________

36

ANEXO C ndash ESCALA DE PERCEPCcedilAtildeO SUBJETIVA DO ESFORCcedilO

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES) of perceived exertion

37

APEcircNDICE A ndash DADOS DEMOGRAacuteFICOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

NUacuteCLEO DE EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA E CIEcircNCIA DO ESPORTE

EFEITOS AGUDOS DO TREINAMENTO COM PESOS SOBRE O ESTADO DE HUMOR E

ANSIEDADE EM JOVENS DO SEXO MASCULINO

DADOS DEMOGRAacuteFICOS Nordm______

Nome

Data de Nasc _______________ Idade _____ Peso ________ Estatura____________ Etnia _____________ IMC __________

Endereccedilo ___________________________________________________ Nordm______

Bairro ______________________________ Cidade_________________UF______ Fone________________________ WhatsApp______________________________ Email _______________________________________________________________ Tempo de praacutetica de treinamento com peso _________ ano s e ________ meses Sessotildees por semana Horas de treino do dia ( ) 2 vezes _____h_____min____s ( ) 3 vezes ( ) 4 - 5 vezes ( ) 5 ou mais vezes

Disponibilidade para participar da pesquisa ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite _____________________________________________________________________

Dobras cutacircneas ______ Triacuteceps ______ Subescapular ______ Peitoral

Testes Repeticcedilotildees Maacuteximas

Exerciacutecio 1 sessatildeo 2 sessatildeo 3 sessatildeo

38

APEcircNDICE B ndash FICHA DE PRESCRICcedilAtildeO DO TREINO

Prescriccedilatildeo dos treinos

Data _________________ Turno ________________________________________

Exerciacutecios Sets Repeticcedilotildees Carga 50 PSE

PSE

Imediatamente apoacutes 15 min apoacutes 30 min apoacutes

Data _________________ Turno _______________________________________

Exerciacutecios Sets Repeticcedilotildees Carga 80 PSE

PSE

Imediatamente apoacutes 15 min apoacutes 30 min apoacutes

35

ANEXO B ndash QUESTIONAacuteRIO DE ANSIEDADE (STAI)

QUESTIONAacuteRIO Brazilian State-Trait Anxiety Inventory (STAI) ndash versatildeo curta

Nome__________________________________________ Idade________

PARTE I

Leia cada afirmativa abaixo e marque em cada linha um TRACcedilO (perpendicular) que melhor indique

como vocecirc se sente AGORA neste momento Natildeo gaste muito tempo numa uacutenica afirmaccedilatildeo mas

tente dar uma resposta que mais se aproxima de como vocecirc se sente NESTE MOMENTO

AVALIACcedilAtildeO

Absolutamente natildeoMuitiacutessimo

1 ndash Sinto-me calmo (a) ________________________________________

2 ndash Estou tenso (a) ________________________________________

3 - Sinto-me agrave vontade ________________________________________

4 ndash Sinto-me nervoso (a) ________________________________________

5 ndash Sinto-me descontraiacutedo (a) ________________________________________

6 ndash Estou preocupado (a) ________________________________________

PARTE II

Leia cada afirmativa abaixo e marque em cada linha um TRACcedilO (perpendicular) que melhor indique

como vocecirc GERALMENTE se sente Natildeo gaste muito tempo numa uacutenica afirmaccedilatildeo mas tente dar

uma resposta que mais se aproxima de como vocecirc se sente GERALMENTE

AVALIACcedilAtildeO

1 ndash Sou calmo(a) ponderado(a) e senhor(a) de mim mesmo(a)

Quase nuncaQuase Sempre ________________________________________

2 ndash Preocupo-me demais com coisas sem importacircncia

Quase nuncaQuase Sempre ________________________________________

3 ndash Sinto-me seguro(a)

Quase nuncaQuase Sempre ________________________________________

4 ndash Fico tenso(a) e perturbado(a) quando penso em meus problemas do momento

Quase nuncaQuase Sempre ________________________________________

5 ndash Sinto-me nervoso(a) e inquieto(a)

Quase nuncaQuase Sempre ________________________________________

6 ndash Tomo decisotildees facilmente

Quase nuncaQuase Sempre ________________________________________

36

ANEXO C ndash ESCALA DE PERCEPCcedilAtildeO SUBJETIVA DO ESFORCcedilO

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES) of perceived exertion

37

APEcircNDICE A ndash DADOS DEMOGRAacuteFICOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

NUacuteCLEO DE EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA E CIEcircNCIA DO ESPORTE

EFEITOS AGUDOS DO TREINAMENTO COM PESOS SOBRE O ESTADO DE HUMOR E

ANSIEDADE EM JOVENS DO SEXO MASCULINO

DADOS DEMOGRAacuteFICOS Nordm______

Nome

Data de Nasc _______________ Idade _____ Peso ________ Estatura____________ Etnia _____________ IMC __________

Endereccedilo ___________________________________________________ Nordm______

Bairro ______________________________ Cidade_________________UF______ Fone________________________ WhatsApp______________________________ Email _______________________________________________________________ Tempo de praacutetica de treinamento com peso _________ ano s e ________ meses Sessotildees por semana Horas de treino do dia ( ) 2 vezes _____h_____min____s ( ) 3 vezes ( ) 4 - 5 vezes ( ) 5 ou mais vezes

Disponibilidade para participar da pesquisa ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite _____________________________________________________________________

Dobras cutacircneas ______ Triacuteceps ______ Subescapular ______ Peitoral

Testes Repeticcedilotildees Maacuteximas

Exerciacutecio 1 sessatildeo 2 sessatildeo 3 sessatildeo

38

APEcircNDICE B ndash FICHA DE PRESCRICcedilAtildeO DO TREINO

Prescriccedilatildeo dos treinos

Data _________________ Turno ________________________________________

Exerciacutecios Sets Repeticcedilotildees Carga 50 PSE

PSE

Imediatamente apoacutes 15 min apoacutes 30 min apoacutes

Data _________________ Turno _______________________________________

Exerciacutecios Sets Repeticcedilotildees Carga 80 PSE

PSE

Imediatamente apoacutes 15 min apoacutes 30 min apoacutes

36

ANEXO C ndash ESCALA DE PERCEPCcedilAtildeO SUBJETIVA DO ESFORCcedilO

OMNI-Resistance Exercise Scale (OMNI-RES) of perceived exertion

37

APEcircNDICE A ndash DADOS DEMOGRAacuteFICOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

NUacuteCLEO DE EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA E CIEcircNCIA DO ESPORTE

EFEITOS AGUDOS DO TREINAMENTO COM PESOS SOBRE O ESTADO DE HUMOR E

ANSIEDADE EM JOVENS DO SEXO MASCULINO

DADOS DEMOGRAacuteFICOS Nordm______

Nome

Data de Nasc _______________ Idade _____ Peso ________ Estatura____________ Etnia _____________ IMC __________

Endereccedilo ___________________________________________________ Nordm______

Bairro ______________________________ Cidade_________________UF______ Fone________________________ WhatsApp______________________________ Email _______________________________________________________________ Tempo de praacutetica de treinamento com peso _________ ano s e ________ meses Sessotildees por semana Horas de treino do dia ( ) 2 vezes _____h_____min____s ( ) 3 vezes ( ) 4 - 5 vezes ( ) 5 ou mais vezes

Disponibilidade para participar da pesquisa ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite _____________________________________________________________________

Dobras cutacircneas ______ Triacuteceps ______ Subescapular ______ Peitoral

Testes Repeticcedilotildees Maacuteximas

Exerciacutecio 1 sessatildeo 2 sessatildeo 3 sessatildeo

38

APEcircNDICE B ndash FICHA DE PRESCRICcedilAtildeO DO TREINO

Prescriccedilatildeo dos treinos

Data _________________ Turno ________________________________________

Exerciacutecios Sets Repeticcedilotildees Carga 50 PSE

PSE

Imediatamente apoacutes 15 min apoacutes 30 min apoacutes

Data _________________ Turno _______________________________________

Exerciacutecios Sets Repeticcedilotildees Carga 80 PSE

PSE

Imediatamente apoacutes 15 min apoacutes 30 min apoacutes

37

APEcircNDICE A ndash DADOS DEMOGRAacuteFICOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

NUacuteCLEO DE EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA E CIEcircNCIA DO ESPORTE

EFEITOS AGUDOS DO TREINAMENTO COM PESOS SOBRE O ESTADO DE HUMOR E

ANSIEDADE EM JOVENS DO SEXO MASCULINO

DADOS DEMOGRAacuteFICOS Nordm______

Nome

Data de Nasc _______________ Idade _____ Peso ________ Estatura____________ Etnia _____________ IMC __________

Endereccedilo ___________________________________________________ Nordm______

Bairro ______________________________ Cidade_________________UF______ Fone________________________ WhatsApp______________________________ Email _______________________________________________________________ Tempo de praacutetica de treinamento com peso _________ ano s e ________ meses Sessotildees por semana Horas de treino do dia ( ) 2 vezes _____h_____min____s ( ) 3 vezes ( ) 4 - 5 vezes ( ) 5 ou mais vezes

Disponibilidade para participar da pesquisa ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite _____________________________________________________________________

Dobras cutacircneas ______ Triacuteceps ______ Subescapular ______ Peitoral

Testes Repeticcedilotildees Maacuteximas

Exerciacutecio 1 sessatildeo 2 sessatildeo 3 sessatildeo

38

APEcircNDICE B ndash FICHA DE PRESCRICcedilAtildeO DO TREINO

Prescriccedilatildeo dos treinos

Data _________________ Turno ________________________________________

Exerciacutecios Sets Repeticcedilotildees Carga 50 PSE

PSE

Imediatamente apoacutes 15 min apoacutes 30 min apoacutes

Data _________________ Turno _______________________________________

Exerciacutecios Sets Repeticcedilotildees Carga 80 PSE

PSE

Imediatamente apoacutes 15 min apoacutes 30 min apoacutes

38

APEcircNDICE B ndash FICHA DE PRESCRICcedilAtildeO DO TREINO

Prescriccedilatildeo dos treinos

Data _________________ Turno ________________________________________

Exerciacutecios Sets Repeticcedilotildees Carga 50 PSE

PSE

Imediatamente apoacutes 15 min apoacutes 30 min apoacutes

Data _________________ Turno _______________________________________

Exerciacutecios Sets Repeticcedilotildees Carga 80 PSE

PSE

Imediatamente apoacutes 15 min apoacutes 30 min apoacutes