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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE INFORMÁTICA PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO PROPOSTA DE ESTRUTURA ANALÍTICA DE RISCOS PARA PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DISTRIBUÍDO DE SOFTWARE POR KELDJAN ALVES DE OLIVEIRA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Recife Agosto de 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE INFORMÁTICA

PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

PROPOSTA DE ESTRUTURA ANALÍTICA DE RISCOS PARA

PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DISTRIBUÍDO DE

SOFTWARE

POR

KELDJAN ALVES DE OLIVEIRA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Recife

Agosto de 2011

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Universidade Federal de Pernambuco

CENTRO DE INFORMÁTICA

PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

Keldjan Alves de Oliveira

“Proposta de Estrutura Analítica de Riscos para

Projetos de Desenvolvimento Distribuído de Software"

ORIENTADOR(A): Prof. Edson Costa de Barros Carvalho Filho, PhD CO-ORIENTADOR(A): Profa. Cristine Martins Gomes de Gusmão, Doutora

RECIFE, AGOSTO/2011

Este trabalho foi apresentado à Pós-Graduação em Ciência da Computação do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco como requisito parcial para obtenção do grau de Mestrado em Ciência da Computação.

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Catalogação na fonte Bibliotecária Jane Souto Maior, CRB4-571 Oliveira, Keldjan Alves de Proposta de estrutura analítica de riscos para projetos de desenvolvimento distribuído de software / Keldjan Alves de Oliveira - Recife: O Autor, 2011. xiv, 67 folhas : il., fig., tab. Orientador: Edson Costa de Barros Carvalho Filho. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Pernambuco. CIn, Ciência da Computação, 2011. Inclui bibliografia e apêndices. 1. Ciência da Computação. 2. Gerência de projetos. 3. Gerência de risco. 4. Identificação de risco. I. Carvalho Filho, Edson Costa de Barros (orientador). II. Título. 004 CDD (22. ed.) MEI2011 – 147

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por tudo que tem me proporcionado em minha vida.

Aos meus pais, Hosana e Luiz, os quais me apóiam e incentivam em todos

os instantes da minha vida.

À minha irmã Karla e ao marido João pelo apoio à conclusão desta outra

etapa em minha vida.

A minha co-orientadora e amiga Cristine Gusmão pela oportunidade de

trabalho e pelo suporte durante toda a jornada de elaboração desta pesquisa. Sua

inteligência, paciência e ensinamentos foram de suma importância para a

concretização desta dissertação.

Ao meu orientador Edson Carvalho que aceitou me orientar em momentos

difíceis.

Ao Júlio Venâncio pelo inestimável apoio neste trabalho e pela paciência

durante todo o trajeto. Seu apoio é intangível para este trabalho e para o grupo

PROMISE do qual somos membros.

A todos os meus colegas e amigos que de várias formas ajudaram na

conclusão deste trabalho de forma mais direta ou indiretamente.

Muito obrigado.

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“A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”

(Peter Drucker)

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VIII

Proposta de Estrutura Analítica de Riscos para Projetos de

Desenvolvimento Distribuído de Software

RESUMO

Progressivamente, projetos de software estão se tornando distribuídos

geograficamente, com interação face a face limitada entre os participantes. Estes

projetos enfrentam desafios particulares que requerem uma atenção cuidadosa em

seu gerenciamento. A identificação dos riscos e de seus fatores significa a

compreensão das origens de cada incerteza. Deve-se, portanto, buscar responder

por que as incertezas existem no ambiente e quais são as condições que

potencializam a concretização do evento estudado. Esta dissertação tem por

objetivo propor uma Estrutura Analítica de Riscos (EAR) a qual cataloga os fatores

de riscos identificados no gerenciamento de riscos em projetos de

Desenvolvimento Distribuído de Software (DDS) a fim de permitir o entendimento

da distribuição de riscos no projeto e apoiar seu gerenciamento. Para alcançar este

objetivo, um Mapeamento Sistemático de Estudos da literatura dos Fatores de

Riscos em DDS foi executado. Através do mapeamento, um total de 390 estudos

foi identificado. Destes, vinte e três (23) estudos primários foram identificados

como relevantes e classificados de acordo com a pergunta da pesquisa. A principal

contribuição deste trabalho é permitir uma melhor compreensão dos fatores de

riscos originados neste tipo específico de projeto gerando informações que possam

auxiliar na estruturação e processos das empresas que lidam com este tipo de

projeto.

Palavras-chave: Estrutura Analítica de Riscos; Identificação de Riscos;

Desenvolvimento Distribuído de Software.

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IX

Risk Breakdown Structure for Distributed Software Development

Projects

ABSTRACT

Increasingly, software projects are becoming distributed geographically, generating

limited face to face interaction among its participants. These projects face particular

challenges which require careful attention when managing them. Identifying risks

and its factors means understanding the origins of each uncertainty. This way, it is

important try to answer why uncertainties exist in the environment and what are the

conditions which potentialize the completion of the event under study. This

dissertation aims proposing a Risk Breakdown Structure (RBS) which catalogs the

factors risks identified in Risk Management for Distributed Software Development

(DSD) projects in order to allow understanding the distribution of risks in the project

and support their management. In order to achieve this goal, a Systematic Mapping

of published studies of Risk Factors in DSD was performed. By means of this

mapping, a total of 390 studies were obtained. However, only twenty-three (23)

primary studies were identified as relevant and classified according to the research

question. The main contribution of this work is allowing a better understanding of

the risk factors arisen from this specific type of project aiming generating

information that can support companies in their structures and processes when

dealing with this sort of project.

Keywords: Risk Breakdown Structure; Risk Identification; Distributed Software

Development.

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X

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Exemplo de uma Estrutura Analítica de Riscos (EAR) [PMI 2004]. .................................................. 20

Figura 2 – Modelo de Leavitt e o desenvolvimento de software [Leavitt 1964]. ............................................. 23

Figura 3 – String utilizada na base Scopus. ................................................................................................... 25

Figura 4 – Procedimento de Seleção dos Trabalhos no Mapeamento Sistemático. ......................................... 27

Figura 5 – Estrutura Analítica de Riscos Proposta.......................................................................................... 38

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XI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resumo dos conceitos adotados. ................................................................................................. 14

Tabela 2 – Estudos primários incluídos. ........................................................................................................ 28

Tabela 3 – Parte da classificação utilizada. ................................................................................................... 31

Tabela 4 – Fatores de Riscos Identificados no Mapeamento Sistemático da Literatura. ................................. 33

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XII

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior

CASP – Critical Appraisal Skills Programme

DDS – Desenvolvimento Distribuído de Software

EAR – Estrutura Analítica de Riscos

PMP – Project Management Professional

PROMISE – Process Management and Improvements in Software Engineering

RBS – Risk Breakdown Structure

SEI – Software Engineering Institute

UFPE – Universidade Federal de Pernambuco

WBS – Work Breakdown Structure

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XIII

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 1

1.1 DESENVOLVIMENTO DISTRIBUÍDO DE SOFTWARE ........................................................................ 2

1.1.1. Definições ................................................................................................................ 2

1.2 GERÊNCIA DE RISCOS ........................................................................................................... 4

1.3 PROBLEMA TRATADO........................................................................................................... 5

1.4 MOTIVAÇÃO...................................................................................................................... 6

1.5 OBJETIVOS E CONTRIBUIÇÕES ................................................................................................. 8

1.6 METODOLOGIA DO TRABALHO ............................................................................................... 8

1.6.1. Fases e Atividades .................................................................................................... 9

1.7 ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO .......................................................................................... 10

2 GERENCIAMENTO DE RISCOS NA ENGENHARIA DE SOFTWARE ............................................ 11

2.1 RISCOS E A ENGENHARIA DE SOFTWARE ................................................................................... 11

2.2 RISCO VERSUS INCERTEZA VERSUS FATORES DE RISCOS ............................................................... 13

2.3 MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS ................................................................................ 14

2.3.1. Brainstorming ........................................................................................................ 15

2.3.2. Listas de Verificação .............................................................................................. 16

2.3.3. Comparação por Analogia ...................................................................................... 16

2.3.4. Análise de Premissas .............................................................................................. 16

2.3.5. Entrevistas com Especialistas ................................................................................. 17

2.3.6. Análise Causal ........................................................................................................ 17

2.3.7. Técnica Delphi........................................................................................................ 18

2.3.8. Análise SWOT ........................................................................................................ 18

2.3.9. Estrutura Analítica de Riscos (EAR) ......................................................................... 19

2.4 O MODELO DE LEAVITT PARA OS RISCOS DE SOFTWARE .............................................................. 21

2.4.1. Riscos de Software segundo Leavitt ........................................................................ 21

2.5 RESUMO DO CAPÍTULO ....................................................................................................... 23

3 PROPOSTA DE ESTRUTURA ANALÍTICA DE RISCOS ................................................................ 24

3.1 MAPEAMENTO SISTEMÁTICO DA LITERATURA ............................................................................ 24

3.1.1. Questão da Pesquisa .............................................................................................. 25

3.1.2. Estratégia e Processo de Busca............................................................................... 25

3.1.3. Critérios de Inclusão e Exclusão e Procedimentos de Seleção................................... 28

3.1.4. Processo de Extração dos Dados ............................................................................. 28

3.2 ESTRUTURA ANALÍTICA DE RISCOS PROPOSTA .......................................................................... 33

3.2.1. Fatores de Riscos Identificados ............................................................................... 33

3.2.2. Disposição conforme Modelo de Riscos de Software de Leavitt ............................... 37

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XIV

3.3 AVALIAÇÃO DA EAR .......................................................................................................... 38

3.3.1. Primeiro Momento ................................................................................................. 39

3.3.2. Segundo Momento ................................................................................................ 41

3.4 RESUMO DO CAPÍTULO ....................................................................................................... 43

4 CONTRIBUIÇÕES E TRABALHOS FUTUROS ............................................................................. 44

4.1 PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES ................................................................................................ 44

4.2 LIMITAÇÕES ENCONTRADAS................................................................................................. 45

4.3 TRABALHOS FUTUROS ........................................................................................................ 46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................... 47

APÊNDICE A................................................................................................................................. 59

APÊNDICE B ................................................................................................................................. 60

APÊNDICE C ................................................................................................................................. 63

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1

1 INTRODUÇÃO

Ao gerenciarmos um projeto de software, o planejamento é relevante no

sentido de ser considerado como um fator primordial para o sucesso de um projeto.

Em contrapartida, o mau planejamento implica em atrasos e aumento dos custos,

ou ainda em cancelamento do projeto. Assim, o mau planejamento tem como um

resultado direto o provável insucesso do projeto em questão.

Atualmente, para obter sucesso, muitas empresas perceberam que elas

tinham de mudar a partir de empresas monolíticas, isoladas e centralizadas para

organizações diversificadas, distribuídas globalmente e cooperativas [Prikladnicki e

Yamaguti 2004, Tiako 2005]. Essa globalização propicia muitas vantagens tais

como: (i) tempo de colocação no mercado (time-to-market) reduzido, (ii) aumento

da produtividade, (iii) diminuição dos custos, (iv) aumento da qualidade, (v)

aumento da flexibilidade, (vi) melhor distribuição dos recursos, (vii) melhor

utilização das competências e (viii) acesso a novos mercados globais.

Porém, para que isso seja verdade, o projeto distribuído em locais distintos

precisa ser gerenciado com sucesso. Utilizando-se metodologias específicas a

DDS (Desenvolvimento Distribuído de Software) a probabilidade de sucesso é

maior uma vez que estes ambientes possuem características particulares que

requerem um gerenciamento diferenciado [Herbsleb e Moitra 2001]. O objetivo dos

gerentes de projetos junto aos stakeholders é realizar a entrega dos produtos e

serviços dentro das expectativas de tempo, custo e qualidade. Porém, times

distribuídos em projetos de software globais têm de lidar com novos desafios, tais

como organização do projeto, controle do progresso, comunicação diária, além do

gerenciamento das diferenças culturais.

Dessa forma, esta pesquisa tem como foco propor uma Estrutura Analítica de Riscos (EAR) em projetos distribuídos de software com o objetivo de

catalogar os fatores de riscos bem como permitir o entendimento da distribuição de

riscos no projeto e apoiar seu gerenciamento. A pesquisa busca identificar os

fatores de riscos mais comuns em projetos DDS (Desenvolvimento Distribuído de

Software) através do mapeamento da literatura existente. Espera-se que esta

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pesquisa proporcione uma melhor compreensão dos fatores de riscos originados

neste tipo específico de projeto gerando informações que possam auxiliar na

estruturação e processos das empresas que lidam com este tipo de projeto.

1.1 DESENVOLVIMENTO DISTRIBUÍDO DE SOFTWARE

O Desenvolvimento Distribuído de Software (DDS) consegue dividir o

trabalho espalhando as tarefas relacionadas ao desenvolvimento de software em

distintos centros de desenvolvimento. Este modelo de software tem se tornado um

modelo de negócio popular relacionado às organizações de software.

Existem várias razões que encorajam a adoção desta forma de

desenvolvimento de software como, (i) diminuição dos custos de desenvolvimento

de software em locais offshore [Nasscom-McKinsey 2002], (ii) aprimoramento

expressivo da mão-de-obra especializada em locais remotos [Carmel e Agarwal

2002] e o (iii) progresso nas tecnologias de comunicação que tem facilitado a

colaboração entre os trabalhadores distribuídos [Cairncross 1997, Carmel 1999].

Por outro lado, pesquisas existentes demonstram que o trabalho distribuído pode

levar mais tempo para finalizar do que projetos similares onde todo o trabalho é co-

localizado [Sarker e Sahay 2004].

Pesquisas anteriores sobre como a distribuição geográfica afeta as

atividades do desenvolvimento de software foram executados na Lucent

Technologies [Herbsleb e Moitra 2001]. As principais conclusões foram que a

distância afeta negativamente os custos, tempo e qualidade. Contudo, este estudo,

em particular, foi conduzido em um contexto de uma aplicação no domínio de

telecomunicação e envolveu tarefas complexas.

1.1.1. DEFINIÇÕES

A área de DDS traz diversos conceitos, porém muitas vezes são

considerados sinônimos. Com o intuito de esclarecer as diferenças, nesta pesquisa

considera-se DDS como sendo uma área geral. Contudo, quatro terminologias

podem ser destacadas: (i) Times Virtuais (Virtual Teams) [Powell et al. 2004,

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3

Gibson e Gibbs 2006]; (ii) Terceirização Offshore (Offshore Outsourcing) [Kaiser e

Hawk 2004, Pfannenstein e Tsai 2004]; (iii) Desenvolvimento Global de Software

(Global Software Development) [Herbsleb e Moitra 2001, Damian e Moitra 2006] e

(iv) Organizações Virtuais (Virtual organizations) [Bleecker 1994, Markus et al.

2000].

Time Virtual é uma terminologia comum e frequentemente utilizada em

diversos estudos [Martins et al. 2004, Hertel et al. 2005, Gillam e Oppenheim

2006,Schiller e Mandviwalla 2007, Curseu et al. 2008]. Times virtuais são times

funcionais que dependem da comunicação mediada por tecnologias enquanto

cruzam diversas fronteiras diferentes como as geográficas, temporais e

organizacionais [Martins et al. 2004]. Além disso, o termo time sugere um grupo de

indivíduos que colaboram e apresentam um alto nível de interdependência e

integração [Powell et al. 2004]. Quando times virtuais são compostos de diferentes

organizações, são conhecidos como terceirização offshore.

O conceito de Terceirização Offshore sugere uma ênfase nas transações

externas à organização. O termo offshore refere-se ao uso de representantes

externos para realizar uma ou mais atividades da organização [Dibbern et al.

2004], além de enfatizar o cruzamento das fronteiras do país.

O surgimento de organizações com grande dependência na Tecnologia da

Informação e Comunicação (TIC) e organizações independentes de empresa têm

sido caracterizadas como organizações virtuais. Organizações Virtuais são

definidas como redes flexíveis de entidades independentes e distribuídas

globalmente (pessoas ou instituições) que compartilham conhecimento e recursos

e trabalham voltadas a um objetivo comum [Ripeanu et al. 2008]. Times virtuais

são diferentes de organizações virtuais, pois são limitados a grupos com membros

distribuídos que apresentam um alto nível de interdependência e integração.

Organizações virtuais também são diferentes de terceirização offshore por serem

limitadas a transações independentes de empresa. As organizações virtuais se

inspiram particularmente no movimento de software de código aberto (open-

source) [Markus et al., 2000].

O desenvolvimento de software por colaboradores distribuídos é

conceituado por Desenvolvimento Global de Software (Global Software

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Development). Este conceito é baseado na observação que o desenvolvimento de

software está se tornando progressivamente uma tarefa multicultural, multi-

localizada e distribuída globalmente [Herbsleb e Moitra 2001]. Assim, o

Desenvolvimento Global de Software é compatível com os conceitos descritos

anteriormente. Contudo, em geral, esta definição não aparece como um conceito

definido ou claramente estabelecido como Time Virtual, Terceirização Offshore e

Organizações Virtuais.

Assim, a definição usada neste trabalho é Desenvolvimento Distribuído de

Software (DDS) o qual pode ser entendido como um Time Virtual, uma

terceirização Offshore, uma Organização Virtual e um esforço de Desenvolvimento

Global de Software. A terminologia DDS foi escolhida, uma vez que o escopo do

desenvolvimento está restrito a software e porque o time de desenvolvimento não

está necessariamente distribuído ao redor do planeta, mas num outro prédio ou

apenas numa cidade diferente.

Segundo o Guia PMBOK [PMI 2004], um projeto é um empreendimento

temporário com o objetivo de criar um produto ou serviço único. Por Temporário,

entende-se que cada projeto tem um começo e um fim bem definidos. Por Único,

entende-se que o produto ou serviço produzido é de alguma forma diferente de

todos os outros produtos ou serviços semelhantes. Já o Desenvolvimento

Distribuído de Software é para Carmel um modelo de desenvolvimento de software

onde os envolvidos em um determinado projeto estão dispersos [Carmel 1999].

Dessa forma, um Projeto de Desenvolvimento Distribuído de Software

pode ser caracterizado como um empreendimento temporário com o objetivo de

criar um produto ou serviço único cujos envolvidos estão dispersos.

1.2 GERÊNCIA DE RISCOS

É notável a crescente necessidade do uso de produtos de software pelas

organizações, sendo muitas vezes essencial à sobrevivência delas. Da mesma

forma as empresas que desenvolvem software estão sempre buscando estar

alinhadas às necessidades de negócio das organizações de modo que seus

produtos gerados atendam às necessidades dos seus clientes, dentro de restrições

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de escopo, tempo, custo e qualidade. Diante destes desafios, as empresas que

produzem software precisam gerenciar de maneira eficiente seus projetos, caso

contrário podem perder competitividade.

Dentro da área de Gerência de Projetos de Software, existem diversos

elementos a serem gerenciados. Um deles são os riscos, considerados parte

fundamental dentro da Gerência de Projetos de Software. Inclusive alguns autores

consideram que gerenciar projetos é gerenciar riscos [De Marco 1997]. Em

Engenharia de Software este argumento é válido, uma vez que projetos de

software normalmente envolvem incertezas de diversas naturezas durante todo

seu processo de desenvolvimento, normalmente relacionadas a fatores como

inovação, mudanças constantes, custos, entre outros. Além do mais, o próprio

software possui alguns atributos que contribuem para aumentar o nível de

incerteza dos projetos que visam sua construção. São eles [Brooks 1987]: i)

complexidade, ii) conformidade com o ambiente, iii) instabilidade e iv) invisibilidade.

Logo, podemos dizer que projetos de software são empreendimentos de risco.

Apesar da relevância do uso do gerenciamento de riscos de projetos de

software, dada à diversidade de abordagens e processos propostos nos últimos 20

anos – tais como [Boehm 1989, Carr et al. 1993, Karolak 1996, Charette 2001,

Kontio 2001, Gusmão 2007] –, a Gerência de Riscos acaba sendo muitas vezes

negligenciada pelas organizações que desenvolvem software. Um dos motivos

para isto é que o conceito de risco é abstrato e subjetivo, e a sua gerência não traz

nenhum resultado prático aparente de imediato [Trigo et al. 2008].

1.3 PROBLEMA TRATADO

A necessidade de entender e apoiar o gerenciamento de projetos de

desenvolvimento distribuído de software integrando o conhecimento existente e

desenvolvendo abordagens compreensíveis, estimulam o uso do gerenciamento de

riscos. Contudo, ainda que a Gerência de Riscos seja um processo saudável para

as organizações, sua utilização ainda está aquém das expectativas [Gusmão

2007].

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6

Um problema evidente também é que as abordagens de gerenciamento

de riscos tradicionais fracassam quando enfrentam os desafios inerentes aos

projetos de desenvolvimento distribuído de software. Além disto, a necessidade de

atenção no gerenciamento de riscos em ambientes distribuídos é refletida pela

quantidade significante de pesquisas recentes [Erickson e Evaristo 2006,

Prikladnicki et al. 2006, Ebert et al. 2008, Iacovou e Nakatsu 2008, Nakatsu e

Iacovou 2009].

Neste cenário, surge a pergunta: como ajudar os gerentes de projetos a identificar os riscos que incidem em projetos de desenvolvimento distribuído de software e apresentá-los de uma forma compreensível?

Em seu trabalho, Persson oferece um guia abrangente da literatura

publicada no gerenciamento distribuído de software [Persson et al. 2009]. Os

autores analisam 117 artigos a partir de várias fontes categorizando os vários

riscos identificados e construindo uma matriz de correspondência entre os riscos e

a bibliografia que descrevem as abordagens e técnicas no gerenciamento destes

riscos. Isto permitiu encontrar rapidamente qual trabalho tem uma determinada

ideia para um problema específico no gerenciamento de projeto. Contudo, a

disposição das informações poderia ser organizada mais intuitivamente para ajudar os stakeholders na identificação dos riscos.

1.4 MOTIVAÇÃO

Este trabalho foi motivado a partir da realização de entrevistas com

profissionais da área de gerenciamento de projetos em empresas do âmbito federal

de estadual em Pernambuco. Segundo Silva e Menezes, a Entrevista é a obtenção

de informações de um entrevistado, sobre determinado assunto ou problema [Silva

e Menezes 2001]. Para Lakatos e Marconi, a entrevista consiste numa conversa

face a face, através da qual se busca obter informações sobre determinado

assunto [Lakatos e Marconi 1996]. A entrevista como coleta de dados sobre um

determinado tema científico é a técnica mais utilizada no processo de trabalho de

campo.

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A preparação da entrevista é uma das etapas mais importantes da

pesquisa a qual requer tempo e exige alguns cuidados, dentre os quais se

destacam: o planejamento da entrevista focando o objetivo a ser alcançado; a

escolha do entrevistado, o qual deve ser alguém que tenha familiaridade com o

tema pesquisado; a oportunidade da entrevista, ou seja, a disponibilidade do

entrevistado em fornecer a entrevista que deverá ser marcada com antecedência

para que o pesquisador se assegure de que será recebido; as condições

favoráveis que possam garantir ao entrevistado o segredo de suas confidências e

de sua identidade e, por fim, a preparação específica que consiste em organizar o

roteiro ou formulário com as questões importantes [Lakatos e Marconi 1996].

Com o objetivo de coletar dados e informações acerca da área de

gerenciamento de riscos na prática, os benefícios e os desafios de sua

implementação, foram realizadas entrevistas com profissionais chaves que

gerenciam projetos no âmbito do Estado de Pernambuco e também na esfera

federal. O questionário utilizado como guia na entrevista está presente no

Apêndice A deste trabalho.

As entrevistas foram realizadas com dois profissionais certificados PMP

(Project Management Professional) e dois não certificados. Contudo, todos os

entrevistados possuíam mais de 3 anos gerenciando projetos e no mínimo 7 anos

trabalhando na área de Gerenciamento de Projetos de Software. As idades

variaram de 28 a 34 anos.

Com as entrevistas, foi possível verificar que a Gerência de Riscos ainda

não é aplicada formalmente nas empresas, embora sua importância seja

conhecida. Quando os riscos são levados em consideração, apenas uma forma de

identificação ad-hoc é adotada por meio de planilhas eletrônicas. Dessa forma,

nenhum profissional especializado no gerenciamento de riscos é designado dentro

das empresas em que os entrevistados trabalham. Considerando o gerenciamento

de projetos distribuídos, apenas as duas empresas federais possuem este tipo de

desenvolvimento. Contudo, a Gerência de Riscos é tratada da mesma forma ad-

hoc neste tipo ambiente. As duas demais empresas, não utilizam esta abordagem

em seus projetos não podendo ser avaliadas nesse aspecto.

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Neste cenário, evidencia-se que uma forma fácil e intuitiva de identificação

de riscos poderia auxiliar os interessados na aplicação de um processo de

gerenciamento de riscos de forma mais efetiva.

1.5 OBJETIVOS E CONTRIBUIÇÕES

O principal objetivo desta dissertação é propor uma Estrutura Analítica de

Riscos (EAR) para Projetos de Desenvolvimento Distribuído de Software visando à

identificação dos riscos que podem incidir neste tipo de ambiente.

O objeto da estrutura proposta é agrupar os fatores de riscos identificados

na literatura com a finalidade de auxiliar os gerentes de projeto na identificação dos

riscos.

Desta forma, para o alcance efetivo deste objetivo principal desenvolveu-

se:

1. Entrevistas com profissionais chaves da esfera estadual e federal.

2. Um mapeamento sistemático da literatura.

3. Criação da EAR.

4. Avaliação da EAR desenvolvida.

Com a estrutura criada espera-se aprimorar a identificação de riscos em

estágios mais iniciais do desenvolvimento de software em ambiente distribuídos

reduzindo perdas e possíveis falhas.

1.6 METODOLOGIA DO TRABALHO

Essa seção irá apresentar a metodologia utilizada para conseguir finalizar

a pesquisa com sucesso, mostrando os passos com seus respectivos objetivos.

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1.6.1. FASES E ATIVIDADES

A metodologia de pesquisa adotada para esta dissertação de mestrado foi,

primeiramente, a revisão bibliográfica para conhecer o estado atual da Gerência de

Riscos nos projetos de desenvolvimento distribuído de software. Esta fase foi

importante para decisão do tema a ser desenvolvido na pesquisa. O passo

seguinte foi realizar entrevistas com gerentes de projetos de empresas do âmbito

estadual e federal. Esta atividade foi importante para identificar como a disciplina

de Gerência de Riscos é tratada e percebida por esses profissionais de forma a

criar um ambiente mais seguro no desenvolvimento de seus projetos.

Com estes insumos, foi desenvolvido um estudo mais detalhado acerca do

dos fatores de riscos que surgem no desenvolvimento distribuído de software. O

estudo foi dividido em 6 fases, conforme detalhamento a seguir:

Fase 1 – Estudo inicial: Esta fase contemplou revisão bibliográfica e

estudo do estado da arte do gerenciamento de riscos através de buscas manuais,

leitura de artigos e documentos acadêmicos, como dissertações e teses.

Fase 2 – Entrevistas: Realização de entrevistas com profissionais chaves

da área de gerenciamento de projetos das esferas estadual e federal, com o

objetivo de identificar a percepção dos mesmos sobre como está sendo tratada a

Gerência de Riscos em algumas empresas no Brasil.

Fase 3 – Estudo detalhado: Com base nos achados obtidos nas fases 1 e

2, um mapeamento sistemático da literatura foi realizado. A finalidade estava em

identificar trabalhos que abordam a identificação de fatores de riscos que incidem

ambientes de desenvolvimento distribuídos de software.

Fase 4 – Criação da EAR: Esta fase promoveu o compilamento das

informações coletadas em uma árvore de Fatores de Riscos culminando na criação

da EAR agrupando todos os fatores inter-relacionados.

Fase 5 – Avaliação da EAR: Aplicação de avaliações não presenciais

junto a profissionais da área de gerenciamento de projetos e pesquisadores no

âmbito acadêmico para avaliar a relevância e qualidade da EAR.

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1.7 ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO

Este documento está organizado em quatro capítulos. Após este capítulo

introdutório, os capítulos subsequentes foram estruturados da seguinte forma:

Capítulo 2 – Gerenciamento de Riscos na Engenharia De Software

Apresenta os riscos na Engenharia de Software e apresenta os conceitos

de riscos, fator de risco e incerteza obtidos na literatura. Este capítulo também

mostra os principais métodos de identificação de riscos que podem ser utilizados

na Gerência de Riscos além da EAR. Por fim, o modelo de Leavitt utilizado na

organização da EAR proposta é apresentado junto à sua visão de riscos.

Capítulo 3 – Proposta de Estrutura Analítica de Riscos

Este capítulo discute a metodologia de Mapeamento Sistemático adotado

na condução do trabalho e apresenta a construção da EAR proposta junto a seu

resultado. No final, as avaliações realizadas na EAR proposta são relatadas junto

às suas considerações.

Capítulo 4 – Contribuições e Trabalhos Futuros

Este capítulo final apresenta as conclusões, principais contribuições

identificadas, limitações e perspectivas de progresso da estrutura proposta.

Ao final da dissertação, as referências bibliográficas utilizadas na

construção deste trabalho e os apêndices desenvolvidos foram disponibilizados.

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2 GERENCIAMENTO DE RISCOS NA ENGENHARIA DE SOFTWARE

Risco é um tema que possui uma ampla literatura, abrangendo diversas

áreas como ciências econômicas, matemática e administração financeira. A

maioria dos sistemas desenvolvidos ainda apresenta atrasos no desenvolvimento,

custos acima do planejado e funcionalidades aquém das expectativas devido a

riscos inesperados, não planejados ou simplesmente ignorados mesmo com a

adoção das novas tecnologias, modelos de processos, técnicas, métodos e

ferramentas disponíveis [Rios 2005]. A gerência de projetos, em especial, a

Gerência de Riscos, procura monitorar todo o processo de desenvolvimento do

software identificando riscos, suas probabilidades de manifestação, estimando os

prejuízos e orientando quanto aos procedimentos a serem adotados.

O objetivo deste capítulo, através das próximas seções, é apresentar os

riscos na Engenharia de Software na seção 2.1. Ainda, permite definir os conceitos

de riscos, incerteza, fator de risco e oportunidade na seção 2.2. Na Seção 2.3

métodos de identificação de riscos são tratados. Na Seção 2.4, a estrutura para

identificação de riscos utilizada neste trabalho é apresentada. Por fim, na seção 2.5

é apresentado o modelo de Leavitt [Leavitt 1964] utilizado na organização da EAR

proposta.

2.1 RISCOS E A ENGENHARIA DE SOFTWARE

O Risco na área de software foi representado de forma sistemática por

Barry W. Boehm, em 1988, através do Modelo Espiral [Boehm et al 2004], cujo

princípio é ser incremental e dirigido à análise de riscos. O desenvolvimento

incremental é uma estratégia para a obtenção de progresso em pequenos passos,

pela divisão de um problema em subproblemas e a posterior combinação das

soluções encontradas.

Atualmente, a área que trata riscos na Engenharia de Software evoluiu,

passando de uma análise dentro das fases do modelo de desenvolvimento de

software para se tornar uma gerência que permeia todos os processos do ciclo de

vida do software [Gusmão 2007].

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Hall define que os riscos de software podem ser caracterizados como [Hall

1998]:

Riscos de Projeto de Software. Define os parâmetros

operacionais, organizacionais e contratuais do desenvolvimento de

software. Inclui limites de recursos, interfaces, relacionamentos com

fornecedores ou restrições de contratos.

Riscos de Processo de Software. Relacionam-se os problemas

técnicos e de gerenciamento. Nos procedimentos de gerência

podem-se encontrar riscos em atividades como: planejamento,

definição e contratação de equipe de trabalho, garantia de

segurança e configuração de gerência. Nos procedimentos técnicos,

podem-se encontrar riscos nas atividades: análise de requisitos,

projeto, codificação e testes, por exemplo.

Riscos de Produto de Software. Contém as características

intermediárias e finais do produto. Estes tipos de riscos têm origens

nos requisitos de estabilidade do produto, desempenho,

complexidade de codificação e especificação de testes.

Muitas classificações são encontradas na literatura relacionada à Gerência

de Projetos [Carr et al 1993, Sommerville 2003, PMI 2009], uma delas é o uso de

taxonomia de riscos (Taxonomy-Based Risk Identification) como a apresentada

pelo Instituto de Engenharia de Software (SEI - Software Engineering Institute)

onde os riscos são classificados dentro de categorias para melhor entendimento de

sua natureza. Alguns estudos e abordagens na literatura, que tratam a área de

Gerência de Riscos, evoluíram, ou mesmo adaptaram, as categorias de riscos

inicialmente apresentadas na taxonomia proposta pelo SEI [Costa et al 2005,

Gusmão et al 2005, Webster et al 2005].

As categorias de riscos favorecem a identificação dos riscos em um

ambiente promovendo uma classificação e organização dos riscos identificados em

grupos lógicos.

De forma geral, nos modelos de processos de gerenciamento de riscos é

solicitada à definição das categorias ou classes de riscos (classificações) de

acordo com as características do ambiente de desenvolvimento em questão.

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2.2 RISCO VERSUS INCERTEZA VERSUS FATORES DE RISCOS

O Guia PMBOK (Project Management Body of Knowledge) [PMI 2004]

define um risco de projeto como um evento ou condição incerta que, se ocorrer,

terá um efeito positivo ou negativo sobre pelo menos um objetivo do projeto, como

tempo, custo, escopo ou qualidade. O objetivo da Gerência de Riscos do projeto é

aumentar a probabilidade e o impacto dos eventos positivos e diminuir a

probabilidade e o impacto dos eventos negativos no projeto.

O Instituto de Engenharia de Software (SEI) define risco como a

possibilidade de sofrer perdas nos objetivos do projeto como impactar na qualidade

do produto final, atrasar cronograma, aumentar custos ou mesmo falhar o projeto.

Considerando que a noção de risco associada à possibilidade de dano,

perda ou estrago é de conhecimento claro e direto, alguns autores definem risco

como resultados que, embora não certos possuem probabilidades quantificáveis

pela experiência ou dados estatísticos e para a qual é possível fazer uma

estimativa [Knight 1921; Marshall 2002]. Já incerteza é a impossibilidade de

quantificar adequadamente o resultado considerando a ausência de experiências

ou ocorrências anteriores [Gusmão 2007].

De acordo com Schmidt [Schmidt et al 2001], um fator de risco pode ser

definido como uma condição que pode gerar uma séria ameaça a finalização com

sucesso de um projeto de desenvolvimento de software.

Brasiliano [Brasiliano 2009] define fator de risco como a origem ou causa

de cada perigo. Já perigo é definido como a origem da perda. Por exemplo,

incêndio de uma caixa de papelão é um perigo cujos riscos podem ser as

condições de armazenagem, carga de incêndio e cultura de funcionários. Em

outras palavras, podemos considerar que os Fatores de Riscos são condições

"certas", "concretas" existentes na organização que irão potencializar ou facilitar a

ocorrência ou concretização de uma incerteza – o perigo.

O gerenciamento de riscos de projeto tem como meta principal o

afastamento das incertezas relacionadas aos riscos direcionando os projetos para

oportunidades. Outra forma de tratamento dos riscos é listar fatores de riscos os

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quais são variáveis que podem tornar-se riscos em um baixo, médio ou alto grau

de incidência no ambiente [Gusmão 2007].

Ao longo deste trabalho, os conceitos adotados como base são

apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 – Resumo dos conceitos adotados.

Elemento Conceito

Risco

Resultados não certos que possuem probabilidade quantificável.

Fator de Risco

Condição que pode gerar uma séria ameaça a finalização com sucesso de um projeto

Incerteza Impossibilidade de quantificar adequadamente o resultado

Assim, conforme apresentando na Tabela 1, o conceito de Risco utilizado

nesta dissertação é entendido como resultados não certos que possuem uma

probabilidade expressa através de um valor e Incerteza como a impossibilidade de

quantificar tais resultados. Já Fator de Riscos é utilizado como uma condição que

pode criar uma ameaça que impacta na finalização com sucesso de um projeto.

2.3 MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS

Atualmente, diversos métodos disponíveis na literatura permitem a

identificação de riscos [Boehm 1991; Higuera 1994; Moynihan 1997; Machado

2002; Pressman 2006]. O guia PMBOK [PMI 2004] referencia alguns destes

métodos que incluem Brainstorming, listas de verificação (checklist), comparação

por analogia, análise de premissas, decomposição, técnicas de diagramação,

técnica Delphi, revisão de documentação (plano e modelo de projeto) e entrevistas.

Esta Seção define quais os principais métodos de identificação de riscos

utilizados atualmente incluindo o uso da EAR. Contudo, este trabalho restringe-se

a proposição de uma EAR apenas.

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2.3.1. BRAINSTORMING

Brainstorming é uma técnica de geração de ideias em grupo que se divide

em duas fases: (1) fase criativa, onde os participantes apresentam o maior número

possível de ideias (2) fase crítica, onde cada participante defende sua ideia com o

objetivo de convencer os demais membros do grupo. Na segunda fase são filtradas

as melhores ideias, permanecendo somente aquelas aprovadas pelo grupo.

A técnica é composta de quatro regras básicas: (1) As críticas devem ser

banidas – a avaliação das ideias deve ser guardada para momentos posteriores;

(2) A geração livre de ideias deve ser encorajada; (3) Foco na quantidade – quanto

maior o número de ideias, maiores as chances de se ter ideias válidas; (4)

Combinação e aperfeiçoamento de ideias geradas pelo grupo.

A meta do brainstorming é obter uma lista abrangente de riscos do projeto.

A equipe do projeto normalmente realiza o brainstorming, frequentemente com um

conjunto multidisciplinar de especialistas que não fazem parte da equipe. Ideias

sobre os perigos, riscos e fatores de riscos do projeto são geradas sob a liderança

de um facilitador.

O Brainstorming é popular por uma série de razões, dentre as quais

podemos citar que todos se sentem envolvidos com a oportunidade de

compartilhar suas opiniões abertamente. A técnica permite aos envolvidos usar a

criatividade, além de encorajar o trabalho em equipe criando um senso de

responsabilidade compartilhada sobre os resultados. Brasiliano reforça a utilização

do Brainstorming para identificar e listar os perigos (as incertezas) da organização

em seu método de análise de risco [Brasiliano 2009].

Contudo, existem alguns pontos que podem levar à sua ineficiência, como

por exemplo, a dificuldade de conseguir as pessoas corretas para participar

podendo levar a falta de consideração de riscos importantes e a imposição da

visão de indivíduos poderosos podendo também inibir a contribuição dos demais.

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2.3.2. LISTAS DE VERIFICAÇÃO

Listas de verificação (checklists) são geralmente usadas para identificar os

riscos associados a um processo e para assegurar a concordância entre as

atividades desenvolvidas e os procedimentos operacionais padronizados. Através

deste método, diversos aspectos do sistema são analisados por comparação com

uma lista de itens pré-estabelecidos, criada com base em processos similares,

objetivando descobrir e documentar possíveis deficiências do sistema.

Contudo, algumas desvantagens estão associadas à impossibilidade de

listar todos os riscos e a limitação da identificação aos itens pertencentes à lista do

usuário (categorias e fatores de risco).

Em seu trabalho, Barry Boehm fornece uma tabela que lista os 10 riscos

mais prováveis que podem resultar na falha de um projeto de desenvolvimento de

software [Boehm 1991].

2.3.3. COMPARAÇÃO POR ANALOGIA

Este método tem por base a comparação entre projetos, identificando

projetos similares para a efetiva comparação de acordo com os critérios

determinados.

É um método de simples aplicação, mas devido à subjetividade na

determinação das características para a comparação entre projetos, possui

dependência na análise e interpretação dos dados históricos e no nível de

detalhamento descrito.

2.3.4. ANÁLISE DE PREMISSAS

Além dos riscos envolvidos na execução de um projeto, existem os riscos

associados às hipóteses e premissas utilizadas na definição do plano de projeto e

no próprio ambiente organizacional. Estas premissas são identificadas e validadas

ao longo do desenvolvimento, como forma de prevenção dos riscos (imprecisão,

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inconsistência, incompletude), evitando a execução de um projeto baseado em

premissas irreais [PMI 2004].

2.3.5. ENTREVISTAS COM ESPECIALISTAS

A entrevista com especialistas é um método de coleta de informações,

utilizada no levantamento e na identificação de riscos. Inicialmente os especialistas

são identificados, selecionados, a agenda é criada e o questionário é desenvolvido.

A aplicação dos questionários pode ser desenvolvida através de

entrevistas individuais ou da formação de grupos focais (formados por profissionais

com perfis similares e existe a figura do facilitador para coletar as informações

definidas) [Victoria et al. 2000]. Grupo focal é uma forma de identificação de

conteúdos através de entrevistas coletivas muito utilizadas nas ciências humanas.

Os grupos são formados por profissionais com perfis similares e existe a figura do

facilitador para coletar as informações definidas.

A vantagem deste método é a obtenção de diversas visões de riscos,

dentro do contexto escolhido, pela participação de profissionais de perfis e

experiências distintas. Entre as desvantagens pode-se associar a criação do

questionário, não limitando as respostas dos entrevistados, e a forte dependência

existente entre entrevistado e entrevistador.

2.3.6. ANÁLISE CAUSAL

Este método é baseado na análise entre um efeito e sua possível causa

para que seja identificada a origem do risco. Entre os métodos que empregam a

análise causal estão: Diagrama de Causa e Efeito, também conhecido com

Espinha de Peixe (fishbone) ou Diagrama de Ishikawa [Brasiliano 2009], e a

técnica dos 6 W´s (Who, Why, What, Whichway, Wherewithal, When) [De Marco

1997].

Ambos os métodos estão descritos no Guia PMBOK [PMI 2004], na fase

de identificação de riscos, porém Elaine Hall os endereça na atividade de análise

de riscos, uma vez que têm por base a análise das lições aprendidas [Hall 1998].

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2.3.7. TÉCNICA DELPHI

Esta técnica é utilizada quando existe a necessidade de obter o consenso

sobre determinado assunto, entre um grupo de especialistas. É uma variação dos

grupos focais, onde especialistas são identificados, mas participam anonimamente

[Victoria et al 2000]. Um facilitador usa um questionário para levantar idéias sobre

os riscos mais importantes de um projeto em questão.

As respostas são apresentadas e circulam entre o grupo para que sejam

inseridos comentários, caso desejem. O consenso é atingido através de diversas

rodadas. Ao final um grupo de riscos avaliados e aprovados pelo grupo é

apresentado e consolidado. Como vantagem desta técnica, tem-se a redução dos

desvios nos dados e o equilíbrio mantido entre as influências dos especialistas

[PMI 2004]. Como desvantagem, igualmente a entrevista com especialistas, tem

dependência direta com as questões apresentadas (questionário), limitando a troca

de idéias.

2.3.8. ANÁLISE SWOT

A análise SWOT (Strength, Weakness, Opportunity and Threats) está mais

voltada para uma avaliação organizacional do que para um projeto individualmente

[Brasiliano 2009; PMI 2009; Heldman 2005]. Dessa forma, como o acrônimo

especifica, é uma análise que procura aferir questões positivas e negativas da

organização através dos pontos fortes e fracos encontrados.

A finalidade é identificar na organização onde existem vulnerabilidades e

como potencializar e fortalecer determinado tipo de atividade realizada com

perfeição. Como exemplo, pode-se citar uma situação em que uma organização

desenvolvedora de software tem em seu histórico de atuação, sucesso em projetos

de desenvolvimento, mas fracassos em projetos de montagem de laboratórios.

Ora, se um novo projeto a ser executado é para montar um laboratório, o impacto

dos riscos associados às atividades para execução deste projeto têm maiores

consequências para a organização. De imediato devem ser tratados os pontos

falhos neste cenário [Gusmão 2005].

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No trabalho de Brasiliano [Brasiliano 2009], a análise SWOT foi adaptada

para a área de Gestão de Riscos e sua utilização tem por objetivo ranquear

fraquezas, oportunidades, ameaças e forças: os fatores facilitadores dos perigos

identificados.

2.3.9. ESTRUTURA ANALÍTICA DE RISCOS (EAR)

Risco é uma dimensão complexa dos projetos que surge de diversas

fontes e tem um amplo escopo de efeitos possíveis, mas pode ser controlado de

forma apropriada se for identificado de forma apropriada.

No processo de identificação de riscos, várias técnicas podem ser usadas,

porém as técnicas mais comuns tendem a gerar uma lista de riscos pouco

estruturada que em muitos casos não ajuda diretamente os gerentes de projetos.

Contudo, alguns autores avançaram na estruturação de riscos além de apenas

listar os tipos de riscos enfrentados no projeto [Hillson 2002].

A EAR (Estrutura Analítica de Riscos) ou RBS (Risk Breakdown Structure)

foi descrita pela primeira vez por David Hillson como uma ferramenta útil para

estruturar o processo de risco [Hillson et al. 2006]. A estrutura é um agrupamento

orientado à origem do risco, que organiza de forma estruturada, classifica e define

a exposição aos riscos identificados do projeto ou negócio. Cada nível

descendente representa uma definição mais detalhada dos fatores de riscos para o

projeto [Hillson 2002]. Assim, ela é uma estrutura hierárquica de fontes de riscos

potenciais.

Identificam-se como seus principais benefícios e uso a identificação dos

riscos, avaliação dos riscos, comparação de alternativas, relato dos riscos e

também obtenção de lições para projetos futuros através do uso da EAR como

uma estrutura comum para projetos similares [Hillson et al. 2006]. Esta estrutura é

semelhante à Estrutura Analítica do Projeto (EAP) [PMI 2004]. A Figura 1

apresenta um exemplo desta estrutura listando categorias e subcategorias nas

quais os riscos podem surgir em um projeto típico.

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Figura 1 – Exemplo de uma Estrutura Analítica de Riscos (EAR) [PMI 2004].

Existem diversas abordagens para a classificação em uma EAR dos riscos

identificados. Algumas abordagens propõem um conceito genérico de

categorização dos riscos de forma a empregá-los em projetos de qualquer área de

negócio. Outras abordagens são orientadas à indústria oferecendo uma lista de

categorias pré-definidas relacionadas ao negócio central para tipos específicos de

projetos.

Embora uma EAR genérica possa parecer útil, a estrutura geralmente não

inclui o escopo completo dos possíveis riscos para cada projeto. Dessa forma, uma

alternativa mais comum é produzir uma EAR específica relacionando uma dada

indústria ou os tipos de projetos realizados por uma organização em particular.

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2.4 O MODELO DE LEAVITT PARA OS RISCOS DE SOFTWARE

Na literatura são identificados alguns trabalhos sobre aplicações da teoria

da organização nos estudos de desenvolvimento de software [Swanson e Beath

1990; Saarinen e Vepsalainen 1993; Nidumolu 1994]. Contudo, nenhum destes

trabalhos examina em detalhes as fontes e formas de riscos de software, nem os

conteúdos das intervenções sugeridas nas situações de desenvolvimento.

O modelo de sistemas abertos de Leavitt de troca organizacional [Leavitt

1964] é bastante usado em classificação na literatura de gerenciamento. O uso

deste modelo é motivado por várias razões, como, por exemplo:

1. Ter sido originalmente desenvolvido na teoria organizacional como uma

tentativa de atingir uma síntese das principais dimensões e dinâmicas de

mudança organizacional. Procurou-se a cobrir todas as principais escolas da

teoria e simultaneamente eliminar as suas diferenças.

2. Ser suficientemente amplo, levando em conta os aspectos mais essenciais

no desenvolvimento de software que estão no foco das abordagens de

gestão de riscos de software.

3. Possuir virtudes de um bom modelo organizacional: é simples e

razoavelmente bem definido para ser aplicado na classificação de fontes de

riscos.

4. Poder ser estendido para acomodar novas dimensões, se surgir essa

necessidade [Rockart e Scott 1984; Yetton et al 1994].

2.4.1. RISCOS DE SOFTWARE SEGUNDO LEAVITT

O modelo de Leavitt define a organização como um sistema complexo

onde quatro variáveis interagem: tarefas, atores, tecnologia e estrutura. A visão de

riscos de software a partir do modelo de Leavitt pode ter o seu surgimento a partir

da interação entre essas variáveis que estão definidas a seguir.

Tarefa - correspondem às atividades fim de uma organização ou às

operações que levam à produção de bens e serviços. Leavitt usa o termo Tarefa

para descrever a razão de viver da organização. No desenvolvimento de software

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uma tarefa é normalmente definida através dos artefatos e funcionalidades do

processo, ie. uma tarefa de desenvolvimento diz “O QUE” o software deve realizar

e “COMO”. Várias tarefas relacionadas a funcionalidades que aumentam a

exposição ao risco têm sido identificadas: tamanho da tarefa, complexidade,

incerteza da tarefa, a estabilidade da tarefa, a ambiguidade e a existência da

descrição da tarefa.

Estrutura - Está ligada aos processos organizacionais, aos sistemas de

comunicação organizacionais e ao fluxo dos processos de trabalho. Por Estrutura,

Leavitt denota sistemas de comunicação e sistemas de fluxo de trabalho. Embora

não torne explícito, Leavitt denota estrutura a dimensão padronizada, ie. valores e

normas, e a dimensão comportamental, ie. padrões reais de comportamento

conforme atores se comunicam, exercem autoridade ou trabalham.

Ator - São todas as pessoas que estão envolvidas na realização das

tarefas organizacionais. Atores representam indivíduos ou grupos de stakeholders

que podem promover demandas ou se beneficiar do desenvolvimento do software.

Atores incluem clientes, gerentes, mantenedores, desenvolvedores e usuários.

Exemplos fatores de riscos de software relacionados a atores são: deficiências

pessoais, falta de compromisso e conhecimento, diferenças entre stakeholders,

expectativas erradas, crenças erradas, profissionais não éticos, troca de

funcionários, políticas pessoais e oportunismo.

Tecnologia - Está ligada ao conjunto de elementos capazes de resolver os

problemas na organização de forma direta. Por exemplo, a técnicas de

mensuração da produtividade, sistemas computacionais e computadores. Leavitt

também chama a atenção que existem “algumas incertezas sobre a ligação entre

estrutura e tecnologia”. De acordo com o conceito de “invenções para resolução de

problemas” foi incluído métodos tecnológicos, ferramentas e infraestrutura para

desenvolver e programar sistemas de software. Estas tecnologias podem criar

riscos consideráveis especialmente se elas são não confiáveis, ineficientes, não-

padronizadas, incompatíveis ou têm limitações funcionais.

O alinhamento estratégico entre Tecnologia da Informação e o negócio,

pelo modelo de Leavitt, se dá por meio da definição das quatro variáveis,

interagindo entre si. Por isso, para atingir-se o alinhamento, não bastaria a sua

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definição, mas deve ser levado em consideração que elas são interdependentes,

onde a modificação de itens em uma das variáveis poderia causar modificações

em uma ou em todas as demais. O modelo de Leavitt é apresentado na Figura 2.

Figura 2 – Modelo de Leavitt e o desenvolvimento de software [Leavitt 1964].

Dessa forma, a conexão entre o modelo de Leavitt e o conceito de riscos

de software pode ser definida da seguinte forma: uma mudança em qualquer

componente do modelo de Leavitt nos processos de desenvolvimento de sistemas

pode criar distúrbios que em condições extremas podem levar à falha do software.

2.5 RESUMO DO CAPÍTULO

Este capítulo teve a finalidade de apresentar os riscos na Engenharia de

Software, além de delinear os conceitos de riscos, incerteza, fator de risco e

oportunidade obtidos na literatura. Também, foram apresentados os principais

métodos de identificação de riscos que podem ser utilizados na Gerência de

Riscos incluindo EAR. Por fim, o modelo de Leavitt utilizado na organização da

EAR proposta é apresentado junto à sua visão de riscos.

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3 PROPOSTA DE ESTRUTURA ANALÍTICA DE RISCOS

De acordo com Webster e Watson, o objetivo básico do estudo da literatura

é conseguir um resultado completo focado em conceitos [Webster e Watson 2002].

Assim, duas tarefas importantes são decidir como identificar a literatura relevante e

como estruturar conceitualmente a análise [Weill e Olson 1989; Mathiassen et al.

2007]. Então, a análise deve resultar finalmente em uma síntese e avaliação fortes

[Webster e Watson 2002].

Este capítulo discute a metodologia utilizada para conduzir a pesquisa e a

Estrutura Analítica de Riscos proposta junto aos resultados alcançados. A Seção

3.1 apresenta a etapa inicial composta pelo mapeamento sistemático que foi

conduzido na pesquisa. A Seção 3.2 apresenta a construção da EAR proposta. Por

fim, a Seção 3.3 relata as avaliações realizadas na EAR proposta e as

considerações.

3.1 MAPEAMENTO SISTEMÁTICO DA LITERATURA

O mapeamento sistemático, também conhecido como revisão de escopo,

envolve uma pesquisa da literatura para determinar quais os tipos de estudo que

direcionam a questão da revisão sistemática da literatura que têm sido realizados,

onde eles foram publicados, em quais bancos de dados foram organizados, quais

os tipos de saídas que eles foram avaliados e em quais populações [Roberts e

Petticrew 2006].

Segundo Kitchenham e Charters, o mapeamento sistemático fornece uma

visão geral da área de pesquisa para estabelecer se existem evidências da área

sobre um tópico e fornece uma indicação da quantidade de evidências

[Kitchenham e Charters 2007]. Os resultados do estudo de mapeamento podem

identificar áreas adequadas à condução de Revisões Sistemáticas da Literatura e

também áreas onde estudos primários são mais apropriados.

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3.1.1. QUESTÃO DA PESQUISA

O problema central desta pesquisa pode ser definido pela seguinte

pergunta: “como ajudar os gerentes de projetos a identificar os riscos que incidem em projetos de desenvolvimento distribuído de software e apresentá-los de uma forma compreensível?”

Baseado nesta ideia, este trabalho buscou identificar na literatura os

trabalhos que definem ou tratam os fatores de riscos que surgem em ambientes

DDS – Desenvolvimento Distribuído de Software. Assim, a pesquisa baseou-se na

identificação dos fatores de riscos que pudesse ser extraídos a partir dos projetos

de desenvolvimento distribuídos de software nos últimos 10 anos.

3.1.2. ESTRATÉGIA E PROCESSO DE BUSCA

A construção da string de busca utilizada na biblioteca digital selecionada

Scopus [Scopus 2011] seguiu a estratégia definida por Kitchenham que identifica

as principais palavras-chaves a partir das perguntas de pesquisa, e utiliza o

conector OR para combinar sinônimos e termos alternativos de cada palavra-chave

e o conector AND para combinar as palavras-chave [Kitchenham 2006].

O processo de extração foi realizado através de uma pesquisa por

trabalhos relevantes na base Scopus. Como resultado da estratégia e restrições

da ferramenta de busca Scopus, a string de busca apresentada na Figura 3 foi

obtida.

Figura 3 – String utilizada na base Scopus.

A pesquisa foi limitada a publicações datadas a partir do ano 2001 ou

posteriores, uma vez que este trabalho visa complementar os trabalhos existentes

de identificação de riscos a exemplo da identificação de riscos baseado em

taxonomia proposta pelo SEI (Software Engineering Institute) [Carr et al. 1993].

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26

Foram recuperados 390 estudos primários que, mais adiante, foram restritos aos

trabalhos onde os fatores de riscos poderiam surgir dos seus resumos. Neste

passo inicial, apenas título, palavras-chave e resumos foram levados em

consideração. A área de pesquisa também se restringiu a trabalhos apenas da

subárea computação.

A Figura 4 apresenta o fluxo de trabalho (workflow) adotado na

identificação dos trabalhos encontrados na literatura. Este fluxo foi modelado na

ferramenta Bizagi disponível gratuitamente na internet [Bizagi 2011]. Abaixo, é

descrito cada passo do fluxo de trabalho:

1. Pesquisar na web através da fonte listada – Este primeiro passo

compreendeu aplicar a string de busca na base de dados escolhida.

Neste trabalho, foi utilizada a base de dados Scopus devido a sua

abrangência e coleta em bases como, por exemplo, IEEE Xplore [IEEE

Xplore 2011], Biblioteca Digital da ACM [ACM 2011], SpringerLink

[SpringerLink 2011] e JATIT [JATIT 2011].

2. Salvar para fazer a triagem – Uma vez que os trabalhos estivessem

acessíveis através do portal da CAPES (Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior), estes arquivos eram

salvos localmente em um disco rígido para a triagem subseqüente

conforme os critérios adotados à aceitação ou recusa do trabalho. Caso

algum trabalho não estivesse acessível pelo portal da CAPES, o

trabalho era descartado.

3. Ler título e ler resumo – Uma vez que os trabalhos estavam salvos

localmente, seu título e resumo eram lidos e conforme apresentassem

fatores de riscos relevantes ao desenvolvimento de DDS, o trabalho

estava elegível para uma leitura completa. Caso o trabalho não

estivesse escrito em Português ou Inglês, o trabalho era descartado.

4. Ler texto completo – Uma vez filtrados pelos resumos e títulos, os

trabalhos eram lidos completamente. Caso o título ou resumo não

apresentasse uma abordagem explícita sobre fatores de riscos em

DDS, o trabalho era descartado.

5. Classificar o estudo e extrair as informações sintetizando-as –

Neste passo os trabalhos eram classificados de acordo com o modelo

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27

de Leavitt e sintetizados de acordo com seus Fatores de Riscos

abordados. A Seção 3.1.4 descreve os detalhes de como essa

classificação foi realizada.

6. Gravar todas as informações em um template – Com a finalidade de

organizar as informações extraídas, os Fatores de Riscos eram salvos

e dispostos numa planilha eletrônica conforme exemplo na Tabela

3Tabela .

7. Contabilizar os estudos relevantes – O passo final deste

Mapeamento da Literatura foi contabilizar os estudos relevantes à

criação da EAR.

Figura 4 – Procedimento de Seleção dos Trabalhos no Mapeamento Sistemático.

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28

3.1.3. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO E PROCEDIMENTOS

DE SELEÇÃO

A inclusão de um trabalho no mapeamento sistemático se dá pela sua

relevância em relação às questões investigadas [Trigueiro et al. 2011]. Neste

trabalho, os critérios de inclusão adotados pelo estudo foram os seguintes:

Critérios de Inclusão: (1) O trabalho está escrito em inglês ou português;

(2) o trabalho apresenta fatores de riscos em projetos de desenvolvimento

distribuído de software; (3) o trabalho deve estar disponível na internet; (4) o

trabalho deve estar em formato eletrônico; e (5) o trabalho deve estar acessível

através do portal da CAPES.

Critérios de Exclusão: (1) O trabalho não pode ser uma apresentação de

slides; (2) o trabalho não pode ser duplicado; (3) o trabalho não apresenta fatores

de riscos relacionados à questão da pesquisa; e (4) o trabalho não esteja

relacionado à Engenharia de Software.

3.1.4. PROCESSO DE EXTRAÇÃO DOS DADOS

É importante enfatizar que apenas trabalhos que estavam claramente fora

do escopo foram excluídos nesta fase, mantendo todos os estudos primários em

potencial para a análise posterior. O conjunto final de estudos primários somou 28

trabalhos dos quais apenas 23 apresentavam fatores de riscos relacionados à

DDS. Este conjunto final está apresentado na Tabela 2Tabela .

Tabela 2 – Estudos primários incluídos.

ID Título Ano Referência Tipo do Trabalho Fonte

1 Software risks and mitigation in global software development

2010 [Khan e Ghayyur 2010] Artigo Journal of Theoretical and Applied

Information Technology

2

A rule-based model for customized risk identification in distributed software development projects

2010 [Lamersdorf et al. 2010]

Conference Paper

Proceedings - 5th International Conference on Global Software

Engineering, ICGSE 2010

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29

3

Knowledge transfer in IT offshore outsourcing projects: An analysis of the current state and best practices

2010 [Betz et al. 2010] Conference Paper

Proceedings - 5th International Conference on Global Software

Engineering, ICGSE 2010

4 A new perspective on GDSD risk management; Agile risk management

2010 [Mudumba e Lee 2010]

Conference Paper

Proceedings - 5th International Conference on Global Software

Engineering, ICGSE 2010

5

Limitations and measures in outsourcing projects to geographically distributed offshore teams

2010 [Akhbar e Hassan 2010]

Conference Paper

Proceedings 2010 International Symposium on Information Technology - System Development and Application

and Knowledge Society, ITSim'10

6 Project risk differences between virtual and co-located teams

2010 [Reed e Knight 2010] Artigo

Journal of Computer Information Systems

7 Virtual software team project management 2010 [Casey 2010] Artigo Journal of the Brazilian Computer

Society

8

A multi-criteria distribution model for global software development projects

2010 [Lamersdorf e Münch 2010] Artigo

Journal of the Brazilian Computer Society

9

Distributed software development projects: Work breakdown approaches to overcome key coordination challenges

2010 [Mohan e Fernandez 2010]

Conference Paper

ISEC'10 - Proceedings of the 2010 India Software Engineering Conference

10 Risk analysis of global software development and proposed solutions

2010 [Yu L. e Mishra 2010] Artigo Automatika

11

Risk identification and mitigation processes for using scrum in global software development: A conceptual framework

2009 [Hossain et al. 2009]

Conference Paper

Proceedings - Asia-Pacific Software Engineering Conference, APSEC

12 Cross-cultural risk assessment model 2009

[Wattanapokasin e Rivepiboon 2009]

Conference Paper

2009 International Conference on Signal Processing Systems, ICSPS 2009

13

Risks and safeguards for the requirements engineering process in global software development

2009 [Lopez et al. 2009]

Conference Paper

Proceedings - 2009 4th IEEE International Conference on Global

Software Engineering, ICGSE 2009

14

An empirical approach for the assessment of scheduling risk in a large globally distributed industrial software project

2009 [Avritzer e Lima 2009]

Conference Paper

Proceedings - 2009 4th IEEE International Conference on Global

Software Engineering, ICGSE 2009

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30

15

A coordination risk analysis method for multi-site projects: Experience report

2009 [Bass et al. 2009] Conference Paper

Proceedings - 2009 4th IEEE International Conference on Global

Software Engineering, ICGSE 2009

16

A comparative study of important risk factors involved in offshore and domestic outsourcing of software development projects: A two-panel Delphi study

2009 [Nakatsu e Iacovou 2009]

Artigo Information and Management

17

A framework for supporting management in distributed information systems development

2008 [Ralyté et al. 2008]

Conference Paper

Proceedings of the 2nd International Conference on Research Challenges in

Information Science, RCIS 2008

18

Towards a multi-criteria development distribution model: An analysis of existing task distribution approaches

2008 [Gruber 2008] Conference Paper

Proceedings - 2008 3rd IEEE International Conference Global

Software Engineering, ICGSE 2008

19

Project outcome predictions: Risk barometer based on historical data

2007 [Smite 2007] Conference Paper

Proceedings - International Conference on Global Software Engineering, ICGSE

2007

20 Managing risk in offshore systems development 2007 [Sakthivel 2007] Review Communications of the ACM

21 Project management within virtual software teams

2006 [Casey e Richardson 2006]

Conference Paper

Proceedings - 2006 IEEE International Conference on Global Software

Engineering, ICGSE 2006

22

Making connections: An intercultural virtual team project in professional communication

2005 [Andrews e Starke-Meyerring 2005]

Conference Paper

IEEE International Professional Communication Conference

23 Trust in virtual teams: Towards an integrative model of trust formation

2004 [Hung et al. 2004]

Conference Paper

Proceedings of the Hawaii International Conference on System Sciences

O processo de extração dos fatores de riscos foi organizado através de

uma planilha eletrônica que agrupou os 23 trabalhos em colunas e dispôs os

fatores de riscos identificados em linhas conforme o exemplo da Tabela 3Tabela .

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31

Tabela 3 – Parte da classificação utilizada.

CLASSIFICAÇÃO [Nakatsu e Iacovou 2009] [Bass et al. 2009]

[Ralyté. et al. 2008]

FATOR DE RISCO RESULTANTE

TAREFA (objetivos e artefatos)

Falta de especificação precisa e detalhada

Alocação da Funcionalidade não clara

Formalidade e transparência das tarefas

Funcionalidade entrelaçadas

Acoplamento das Tarefas

Requisitos não funcionais

Tratamentos dos requisitos não funcionais

Incerteza sobre os requisitos funcionais

Dúvida nos requisitos funcionais

ESTRUTURA (organização do

projeto e disposição

institucional)

Diferença de Fuso-horário Fuso-horário

Distância temporal

Distância Temporal

Diferenças de Leis

Diferenças nas Leis

Distância geográfica

Distância geográfica

Distância Geográfica

Processos de desenvolvimento divergentes

Divergências no processo de desenvolvimento

Barreiras da língua

Habilidades linguísticas

Diferenças da língua

ATOR (usuários, gerentes e designers)

Diferenças culturais

Diferenças na cultura nacional e coorporativa

Diferenças socioculturais

Diferenças socioculturais

Experiência em projetos distribuídos

Experiência no domínio do projeto

Distância do conhecimento

Distância do conhecimento

TECNOLOGIA (ferramentas de

desenvolvimento e plataforma

técnica)

Falta de tecnologias de segurança adequadas (e.g., firewalls, criptografia, etc.)

Infraestrutura de TI/Telecom inadequadas

Inadequação das tecnologias de segurança

Ferramentas de desenvolvimento incompatíveis

Ambiente de desenvolvimento divergentes

Diferença de plataformas de trabalho

Incompatibilidade Tecnológica

A Tabela exemplifica o processo de organização utilizado para agrupar os

fatores de risco através de 3 dos 23 trabalhos que foram triados para a

identificação destes fatores. Por exemplo, o fator de risco Distância Temporal

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32

resulta da identificação nos trabalhos de Nakatsu, Bass e Ralyté. Já o fator de risco

Diferenças da Língua é identificado apenas em Nakatsu e Bass. Estes fatores de

riscos elencados a partir dos 23 trabalhos identificados foram organizados

conforme os elementos propostos no modelo de Leavitt.

Os fatores de riscos relacionados à Tarefa foram agrupados com relação

aos objetivos, artefatos e funcionalidades provenientes dos projetos de DDS. Na

Tabela , tem-se Formalidade e Transparência das Tarefas e Dúvida nos Requisitos Funcionais como exemplos de fatores de riscos que influenciam neste

tipo de projeto. Com a divisão e distribuição das tarefas em locais diferentes,

dúvidas nos requisitos funcionais podem surgir por falta de formalidade e

transparência gerando estes fatores de riscos.

Os fatores de riscos relacionados à Estrutura foram agrupados com

relação aos processos organizacionais, disposição da instituição e organização do

projeto. Na Tabela Tabela , Distância Temporal e Distância Geográfica são

fatores de riscos que se aplicam a esta definição, pois podem gerar esperar

improdutivas ou aumentar os custos com viagens.

Os fatores de riscos relacionados a Ator foram agrupados com relação a

todas as pessoas que estão envolvidas na realização das tarefas organizacionais

(stakeholders), eg. usuários, gerentes e designers. Na Tabela Tabela , Diferenças da Língua e Diferenças Socioculturais são fatores de riscos que se adéquam a

esta classificação, pois estão relacionados às características de grupos específicos

dos stakeholders.

Os fatores de riscos relacionados à Tecnologia foram agrupados com

relação ao conjunto de elementos tecnológicos capazes de resolver os problemas

na organização, eg. computadores e meio de comunicação. Na Tabela Tabela ,

Inadequação das Tecnologias de Segurança e Incompatibilidade Tecnológica

são fatores de riscos adequados a esta classificação, pois tratam de quais

ferramentas são utilizadas na organização e como as tecnologias relacionadas à

segurança podem impactar negativamente o projeto que estão sendo utilizadas.

Com relação à quantidade de fatores de riscos identificados no trabalho,

podemos ressaltar os seguintes fatores como mais comuns: Distância Temporal

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33

teve identificação em 14 trabalhos, Distância Cultural em 13 trabalhos, Distância Linguística 11 trabalhos, Distância do Conhecimento em 8 trabalhos, Dúvida

nos Requisitos Funcionais e Distância Geográfica em 7 trabalhos. Os demais

fatores de riscos estavam presentes em trabalhos cuja quantidade não passavam

de 5 trabalhos simultâneos.

3.2 ESTRUTURA ANALÍTICA DE RISCOS PROPOSTA

Esta seção apresenta a Estrutura Analítica de Riscos resultante do

mapeamento sistemático realizado neste trabalho.

3.2.1. FATORES DE RISCOS IDENTIFICADOS

Através do processo de extração apresentado na Seção 3.1.4, foi criada a

Tabela Tabela 4 que apresenta os fatores de riscos que foram identificados

juntamente com as indicações de cada nível de riscos (baixo, médio e alto) que

também ajudam na análise futura dos riscos proposta no PMBOK [PMI 2004].

Tabela 4 – Fatores de Riscos Identificados no Mapeamento Sistemático da Literatura.

Tarefa

ID d

o Fa

tor

Fatores de Riscos

Indicação de Risco Baixo

Indicação de Risco Médio Indicação de Risco Alto

1 Formalidade e Transparência das tarefas

As atividades de cada local estão bem definidas

Alguns locais necessitam ter suas atividades explicitamente alocadas

As atividades dos locais estão sobrepostas com quase nenhuma organização modularizada.

2 Tratamento dos Requisitos Não-Funcionais

As restrições de segurança, desempenho e disponibilidade são conhecidas e capturadas de forma efetiva

A maioria das restrições são conhecidas, porém algumas precisam de uma maior atenção.

Existem restrições de segurança, desempenho e disponibilidade que impactam diretamente o projeto desenvolvido

3 Dúvida nos requisitos funcionais

A equipe entende a funcionalidade e não tem dúvidas na tarefa a ser executada

A equipe possui dúvidas isoladas na tarefa a ser executada

A equipe não consegue compreender bem a tarefa a ser executada

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4 Acoplamento das tarefas

Quase não existe necessidade de coordenação entre os locais de desenvolvimento

Existe uma certa necessidade de coordenação entre os locais de desenvolvimento

Existe uma necessidade significativa para coordenar os locais de desenvolvimento

5 Criticidade da tarefa

Falhas na tarefa são bem toleradas, permitindo o seu conserto.

Algumas falhas podem impactar momentaneamente o projeto, mas não encerram o projeto

As falhas encontradas ameaçam o sucesso do projeto

6 Complexidade da tarefa

Não há grande necessidade de documentação da tarefa por ser de fácil compreensão

É recomendado documentar a funcionalidade para parte do seu desenvolvimento

A tarefa em si possui um nível de detalhamento que precisa ser documentado para que se possa entender seus relacionamentos.

7 Estabilidade dos requisitos

Os requisitos raramente mudam

Os requisitos eventualmente mudam

Os requisitos mudam freqüentemente

Estrutura

8 Distancia temporal

Os fusos horários não causam nenhum problema de coordenação

Os fusos horários requerem um tratamento restrito para algumas localidades

Existem muitos fusos-horários que impactam negativamente o desenvolvimento do projeto

9 Diferença nas leis

As leis são similares As leis diferem um pouco, mas o projeto pode ser desenvolvido sem problemas

As leis possuem diferenças que podem causar a finalização do projeto

10 Distância geográfica

Distância entre os locais não é significativa para causar problemas

Distância entre os locais é grande, porém os impactos se restringem a casos pequenos e isolados

Distância significativa entre os locais causando diversos problemas, eg. Problemas de comunicação e custos de locomoção

11 Divergências no processo de desenvolvimento

Os processos nas diferentes localidades não variam, uma vez que todos utilizam o mesmo padrão

Os processos variam, mas possuem um padrão parcialmente comum

Os processos são diferentes em todas as localidades envolvidas

12 Maturidade do processo

O nível de maturidade do processo entre os locais são iguais com os trabalhos alinhados aos objetivos de negócio da empresa

O nível de maturidade dos processos nos locais distribuídos é semelhante com pouca variação

Existem diferentes maturidades do processo e inconsistências no trabalho realizado considerando os diversos locais distribuídos

13 Quantidade de locais de distribuição

O projeto está distribuído em poucos locais

O projeto está distribuído em alguns locais

O projeto está distribuído em vários locais

Ator 14 Diferenças

socioculturais Ética e normas são similares nos locais de desenvolvimento

Ética e normas possuem algumas variações nos locais de desenvolvimento

Ética e normas são divergentes nos locais de desenvolvimento

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35

15 Diferenças culturais de trabalho

As pessoas compartilham e entendem as informações nos locais distribuídos

As pessoas conhecem as diferenças culturais entre os locais distribuídos e se comunicam sem problemas significantes

As pessoas não conhecem as diferenças culturais e possuem diferente entendimento de conceitos

16 Diferenças da língua

As pessoas falam a mesma língua e possuem regras de comunicação iguais

As pessoas utilizam um língua comum e possuem regras de comunicação similares

As pessoas se comunicam em línguas diferentes entre si com regras de comunicação distintas

17 Distância do conhecimento

Não existem lacunas de conhecimento entre os locais distribuídos

Algumas especificações são criadas com erros devido a falta de conhecimento específico

Existem grandes problemas relacionados às habilidades necessárias ao desenvolvimento do projeto nos locais distribuídos

18 Transferência do conhecimento

Os conhecimentos gerados são compartilhados e integrados nos locais distribuídos

Existem conhecimentos pontuais que não são compartilhados e integrados

Os conhecimentos ficam isolados em cada local distribuído

19 Relacionamento pessoal

As pessoas se relacionam pessoalmente

As pessoas as vezes se relacionam pessoalmente

As pessoas não se relacionam pessoalmente

20 Motivação da equipe

A equipe está motivada para trabalhar de forma distribuída

Parte da equipe está motivada a trabalhar num ambiente distribuído

A equipe não está motivada a interagir neste tipo de ambiente

21 Experiência no domínio do projeto

A equipe tem experiência anterior no domínio do projeto

A equipe possui parte do conhecimento necessário ao desenvolvimento das funcionalidades

O domínio do projeto é totalmente novo para os participantes envolvidos

22 Falta de confiança

Existe sinergia e relacionamento físico entre as equipes

Existe um certo relacionamento físico entre as equipes distribuídas

Existem rivalidades entre as equipes distribuídas e receio de contatos

Tecnologia

23 Inadequação das tecnologias de segurança

Os dados do projeto são inteligíveis apenas para os membros envolvidos no projeto protegidos por restrições de acesso

Existem algumas restrições de acesso às informações para os participantes do projeto

Os dados dos projetos podem ser compreendidos por qualquer pessoa interessada havendo falta de padrão nas restrições de acesso

24 Incompatibilidade tecnológica

Todas as localidades utilizam os mesmos hardware e software no desenvolvimento do projeto

Existem algumas divergências entre as ferramentas de desenvolvimento do projeto

Cada localidade usa a ferramenta de sua escolha no desenvolvimento do projeto

25 Adequação das ferramentas de apoio

As ferramentas de apoio utilizadas no desenvolvimento correspondem às expectativas de utilização em projetos distribuídos

Algumas exceções não correspondem às expectativas de utilização em projetos distribuídos

Ferramentas chaves para apoio no desenvolvimento do projeto são aquém do desempenho esperado

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36

26 Canal de comunicação

A rede é confiável e possui uma capacidade adequada para comunicação entre as equipes

A rede geralmente está disponível com uma capacidade de comunicação disponível adequada

A rede é instável com restrições na capacidade de comunicação entre as equipes distribuídas

Como no desenvolvimento de software tradicional, a Tarefa possui fatores

de risco em projetos de DSD, porém com razões ligeiramente diferentes. Quando o

projeto é dividido e distribuídos em distintos locais dúvidas nos requisitos

funcionais podem surgir devido a falta de formalidade e transparência ou seu

propósito [Smite 2007; Nakatsu e Iacovou 2009; Bass et al. 2009; Lamersdorf et al.

2010; Mudumba e Lee 2010; Betz et al. 2010; Akhbar e Hassan 2010; Khan e

Ghayyur 2010]. Com a distribuição das tarefas, também pode ocorrer o aumento

de comunicação e integração entre os locais de distribuição devido ao

acoplamento das tarefas [Lamersdorf e Münch 2010; Lamersdorf et al. 2010].

Fatores de riscos também são relacionados à Estrutura que agrupa

dimensões temporais, geográficas e colaborativas em ambientes de DDS. A

distância geográfica complica o monitoramento do progresso das equipes,

enfraquece relações sociais, além de aumentar os custos com viagens e restringir

contatos face a face [Smite 2007; Ralyté et al. 2008; Nakatsu e Iacovou 2009; Bass

et al. 2009; Betz et al. 2010; Lopez et al. 2009; Khan e Ghayyur 2010]. A distância

temporal aumenta a complexidade de planejamento e causando esperas

improdutivas e atrasos em respostas, além de complicar configurações de horas

[Sakthivel 2007; Ralyté et al. 2008; Nakatsu e Iacovou 2009; Bass et al. 2009;

Lamersdorf e Münch 2010; Mudumba e Lee 2010; Hossain et al. 2009; Casey

2010].

Na distribuição geográfica, diversos problemas considerando os Atores

podem surgir uma vez que os stakeholders não necessariamente utilizam a mesma

língua e cultura organizacionais [Ralyté et al. 2008; Nakatsu e Iacovou 2009; Bass

et al. 2009; Wattanapokasin e Rivepiboon 2009; Mudumba e Lee 2010; Lamersdorf

et al. 2010; Betz et al. 2010; Akhbar e Hassan 2010; Reed e Knight 2010]. A falta

de interação entre os participantes face a face, também podem gerar problemas na

transferência do conhecimento adquirido, experiência no domínio do projeto, além

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37

da falta de confiança [Hung et al. 2004; Ralyté et al. 2008; Lopez et al. 2009;

Mohan e Fernandez 2010; Lamersdorf e Münch 2010; Khan e Ghayyur 2010].

Diversos problemas em projetos de DDS surgem a partir da Tecnologia.

Problemas de segurança podem surgir causando a falha do projeto como, por

exemplo, falta de criptografia e padrão de acesso às informações nas diversas

localidades [Nakatsu e Iacovou 2009, Bass et al. 2009, Lamersdorf e Münch 2010].

A capacidade e confiabilidade do canal de comunicação também assumem um

papel importante uma vez que este fator pode gerar uma baixa eficiência além de

ser critico para o sucesso deste tipo de projeto [Hossain et al. 2009; Lamersdorf et

al. 2010; Akhbar e Hassan 2010]. Na colaboração entre estes locais, a

incompatibilidade de tecnologias utilizada no desenvolvimento é provadamente um

fator crucial para o sucesso do projeto [Hossain et al. 2009; Nakatsu e Iacovou

2009; Bass et al. 2009; Mudumba e Lee 2010; Khan e Ghayyur 2010].

3.2.2. DISPOSIÇÃO CONFORME MODELO DE RISCOS DE SOFTWARE

DE LEAVITT

A Estrutura Analítica de Riscos (EAR) foi criada para auxiliar os gerentes

de projetos na identificação mais cedo dos riscos imediatos. Sua estruturação

segue a ideia de uma Estrutura Analítica de Projetos (EAP), contudo a EAR é

orientada às fontes de riscos ao contrário da orientação da EAP que é orientada a

artefatos.

No trabalho desenvolvido, criamos uma EAR dos fatores de riscos para

projetos de desenvolvimento distribuído de software utilizando a visão de riscos de

software de Leavitt o qual define os riscos que podem surgir da interação entre

Ator, Tarefa, Estrutura e Tecnologia, conforme Seção 2.5.1.

A estrutura da Figura 5 organiza os 26 fatores de riscos em níveis

descendentes conforme o foco definido no modelo de Leavitt. É importante

destacar que os fatores dispostos nesta EAR têm o objetivo de ajudar os gerentes

na identificação dos fatores de riscos provenientes de ambientes de DDS. Dessa

forma, outros fatores comuns a ambientes co-localizados não foram foco deste

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38

trabalho, embora alguns dos fatores de riscos identificados, como os de Tarefa, por

exemplo, sejam comuns a ambos ambientes.

O ponto mais importante desta EAR na Figura 5 é apresentar os 26 fatores

de riscos agrupados na Tabela 4Tabela de uma forma concisa e simples. Isto

facilita a consulta dos Fatores de Riscos e possibilita uma visão geral de quais

fatores incidem no projeto de DDS gerenciado na organização.

Figura 5 – Estrutura Analítica de Riscos Proposta.

3.3 AVALIAÇÃO DA EAR

Os grupos para avaliação visam a uma discussão informal e de tamanho

reduzido, com o propósito de obter informações de caráter qualitativo. Apesar da

importância destes grupos salienta-se que os mesmos não são úteis para

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39

inferências precisas a respeito de toda a população. Contudo, de acordo com

sociólogo Theodore Mills, entende-se que os pequenos grupos não são

microssistemas isolados do sistema social, mas são microcosmos das sociedades

maiores com as mesmas características societárias, o que, em essência, possibilita

tirar conclusões mais abrangentes [Mills 1968]. Assim, tratar de questões por meio

de pequenos grupos é usar o pequeno universo como referência para se pensar as

grandes questões.

A coleta de dados através da metodologia qualitativa tem como diretriz

basear-se na tendência de formar opiniões com a intenção de colher dados a partir

da leitura focada em um trabalho específico. Com a realização sistemática dos

grupos de avaliação, emerge a possibilidade de identificar tendências e padrões na

percepção daquilo que temos como nosso objetivo principal.

A ideia inicial para a avaliação deste trabalho era realizar uma avaliação da

EAR e sua adequação, juntamente com profissionais especialistas da área de

gerenciamento de projetos, utilizando uma adaptação da formação Grupo Focal.

Esta avaliação seria dividida em duas fases: uma virtual e outra presencial.

Contudo, o resultado virtual foi muito homogêneo o que resultaria numa avaliação

presencial semelhante. Dado que reunir todos esses profissionais também se

mostrou uma tarefa difícil, optou-se por fazer outra avaliação virtual de acordo com

os critérios de qualidade propostos pelo CASP (Critical Appraisal Skills

Programme) [CASP 2011].

Dessa forma, a avaliação da EAR proposta neste trabalho foi conduzida

em dois momentos distintos: i) um virtual com profissionais especialistas da área

de Gerência de Projetos e ii) outro virtual com especialistas na área de

Gerenciamento de Riscos dentro da academia. A seguir, cada um desses

momentos é descrito detalhadamente.

3.3.1. PRIMEIRO MOMENTO

O objetivo desta etapa foi permitir aos participantes avaliarem

individualmente a EAR por meio de critérios pré-definidos em questionário

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40

disponível através da internet. O questionário utilizado nesta etapa encontra-se no

Apêndice B deste trabalho.

A equipe de especialistas escolhida para esta etapa da avaliação foi

composta por três (3) profissionais certificados PMP (Project Management

Professional) junto a três (3) outros que não eram certificados. Os profissionais

certificados eram todos mestres. Já o grupo dos profissionais não certificados

possuía dois (2) com o título de mestre em Ciências da Computação e um (1) é

mestrando em Engenharia da Computação.

Com a primeira etapa da avaliação foi possível verificar que a estrutura é

clara e ajuda na identificação dos riscos em ambientes DDS. Contudo, foi

questionada a abrangência da EAR. Neste sentido, o trabalho continua adequado,

pois a EAR proposta visa focar o desenvolvimento distribuído de software e não

todas as formas de gestão de negócio que se necessitam neste tipo de ambiente.

Os principais pontos positivos destacados nesta avaliação foram que o

modelo proposto está claro, conciso e autoexplicativo, além de abranger diversos

fatores inerentes ao Desenvolvimento Distribuído de Software.

Os principais pontos de melhoria destacados nesta avaliação foram:

“Outras dimensões deveriam ser consideradas” – De certo modo sim.

Porém este trabalho visa complementar estruturas existentes, como a

identificação de riscos baseado em taxonomia proposta pelo SEI [Carr et

al. 1993], baseando-se no mapeamento sistemático da literatura. Assim,

com o escopo bem definido, espera-se que o trabalho tenha atingido seu

propósito com sucesso.

“Alguns dos seus fatores são aplicáveis não apenas a DDS, mas

também em outros tipos de projetos” – Este trabalho teve foco em DDS,

porém alguns estudos presentes na literatura apresentaram fatores de

riscos que assumiam papel importante mesmo não sendo exclusivos aos

ambientes de Desenvolvimento Distribuído de Software.

O resultado desta etapa foi importante, pois não gerou modificações de

impacto na EAR que continuou a mesma apresentada na Figura 5.

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41

3.3.2. SEGUNDO MOMENTO

Para avaliar especificamente a qualidade da EAR proposta, seis (6)

especialistas na área de Gerenciamento de Riscos dentro da academia fizeram

uma análise de forma independente, de acordo com nove (9) critérios definidos no

formulário de avaliação da qualidade anexo no Apêndice C. Estes critérios foram

propostos pelo Critical Appraisal Skills Programme (CASP) [CASP 2011] como

forma de avaliar a qualidade das pesquisas qualitativas, seguindo a orientação dos

princípios de boas práticas na condução de pesquisa empírica em engenharia de

software. O grupo de especialistas foi composto de três (3) mestres e três (3)

mestrandos.

Três grandes questões relacionadas a rigor, credibilidade e relevância

foram levadas em consideração quando foi realizada esta avaliação:

Rigor: Uma abordagem completa e apropriada tem sido aplicada nos

métodos de pesquisa principais no estudo?

Credibilidade: as conclusões são bem apresentadas e significativas?

Relevância: o quão úteis são as descobertas para o pesquisador e sua

pesquisa?

O questionário subdivide-se em duas partes: a primeira sendo sobre

Questões de Rastreamento onde são relacionados à qualidade do trabalho,

objetivos e contexto. Já a segunda, nomeada como Detalhamento, está

relacionada às três questões descritas anteriormente (rigor, credibilidade e

relevância). O formulário de avaliação de qualidade está disponível no Apêndice C

deste trabalho.

Com relação às Questões de Rastreamento, todos os 6 especialistas

concordam com a estrutura criada e adequação da metodologia adotada em sua

criação. Os participantes concordaram com a relevância, importância e objetivo da

EAR.

Com relação ao Detalhamento, abaixo é mostrado as conclusões a partir

de cada questão:

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42

Relevância da EAR e suas justificativas (A EAR está adequada para

resolver os motivos do seu desenvolvimento?) - obteve 100% de concordância por

parte dos 6 especialistas e nenhum comentário adicional foi fornecido.

Amostragem junto à definição dos Fatores de Risco (A estratégia de

recrutamento foi adequada aos objetivos da EAR?) – obteve 100% de

concordância por parte dos 6 especialistas e um especialista apenas comentou

que requisitos não-funcionais poderiam ser considerados mais abrangentes que

apenas segurança, desempenho e disponibilidade.

Coleta dos Dados (Os dados foram colhidos de forma a proporcionar a

construção da EAR?) – Apenas 1 especialista discordou comentando que o

documento não justificava o método de coleta que foi escolhido.

Reflexividade (A relação entre o pesquisador e a EAR foi considerada de

forma adequada?) – 3 especialistas discordaram comentando que o documento

não apresentava claramente uma análise crítica do seu próprio papel, o viés

potencial e a influência durante a formulação das questões de pesquisa.

Resultados (Há uma declaração clara dos resultados?) – 4 especialistas

discordaram comentando que o documento não apresentava conclusões explícitas

nem discussão das limitações.

Valor da EAR (A EAR tem valor para pesquisa ou prática?) – obteve 100%

de concordância por parte dos 6 especialistas.

Conforme descrito, todas as discordâncias que ocorreram nesta etapa da

avaliação restringiram-se a problemas relacionados à documentação resumida. O

documento foi criado de forma sucinta a partir desta dissertação onde não incluía

os principais pontos discordados como analise de viés e resultados explicitamente.

Este documento foi resumido com o intuito de obter uma adesão completa dos

avaliadores com relação aos pontos principais da análise da EAR como, por

exemplo, Relevância e Amostragem.

Contudo, os pontos discordados estão presentes na dissertação permitindo

que a EAR possa ser avaliada com sucesso de acordo com os critérios definidos

pelo CASP com relação à Relevância, Rigor e Credibilidade.

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43

3.4 RESUMO DO CAPÍTULO

O principal objetivo deste capítulo foi discutir a metodologia de

Mapeamento Sistemático utilizado na condução da pesquisa, além de apresentar a

construção da EAR proposta junto a seu resultado. Por fim, foram relatadas as

avaliações realizadas na EAR proposta junto às suas considerações.

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4 CONTRIBUIÇÕES E TRABALHOS FUTUROS

Este capítulo apresenta as principais contribuições identificadas a partir do

trabalho desenvolvido na Seção 4.1. A Seção 4.2. descreve as limitações

encontradas. Por fim, a Seção 4.3 discute alguns trabalhos futuros que podem ser

desenvolvidos a partir desta dissertação.

4.1 PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES

Este trabalho mapeou os trabalhos recentes que identificam fatores de

riscos na área de desenvolvimento distribuído de software. Como resultado, foi

obtido uma EAR que tenta ajudar os gerentes de projetos e stakeholders na

identificação dos riscos neste tipo de ambiente.

Para a organização da EAR proposta, era necessário um modelo

organizacional de desenvolvimento e riscos de software que fosse simples, porém

suficientemente rico. Dessa forma, o modelo de Leavitt foi utilizado se adaptando

perfeitamente aos conceitos utilizados neste trabalho.

O mapeamento da literatura foi relatado o que torna mais fácil para outros

pesquisadores avaliar o trabalho realizado além de facilitar a sua evolução.

Considerando-se os 23 trabalhos encontrados na literatura, os demais

trabalhos acadêmicos e as buscas manuais, não foi identificado nenhum trabalho

que apresentasse uma EAR específica a ambientes de DDS. Estes trabalhos

apenas abordam fatores de riscos isoladamente ou, no máximo, inter-relacionaram

alguns. Neste sentido, este trabalho possui uma característica de apoio relevante a

projetos neste tipo específico de ambiente.

O trabalho foi avaliado qualitativamente através da ferramenta de análise

crítica para pesquisa qualitativa do CASP [CASP 2011] visando ajudar a tornar

conhecimento obtido em prática. Além disso, o trabalho também foi avaliado por

profissionais de empresas que lidam diariamente com o gerenciamento de

projetos.

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Essa etapa de avaliação foi importante, pois demonstra que o objetivo de

ajudar os gerentes de projetos a identificar os riscos que incidem em projetos de

desenvolvimento distribuído de software e apresentá-los de uma forma

compreensível, proposto inicialmente neste trabalho, foi atingido.

Embora alguns pontos de melhorias tenham sido alertados durante a

primeira avaliação, esta etapa foi importante, pois não gerou modificações na EAR

que continuou a mesma. Já na segunda avaliação, verifica-se que todos os pontos

de melhoria levantados foram devido ao fornecimento da documentação resumida.

Contudo, as considerações realizadas nesta etapa foram todas consideradas ao

longo da escrita desta dissertação.

4.2 LIMITAÇÕES ENCONTRADAS

Com relação ao mapeamento sistemático da literatura, uma limitação foi a

estratégia de pesquisa adotada. Os dados foram extraídos por apenas um

pesquisador, que configura uma ameaça [Kitchenham e Charters 2007]. Contudo,

esta fase foi supervisionada pela co-orientadora do pesquisador para reduzir os

viés e as ameaças.

A realização do processo de busca apenas na base Scopus também

representa uma limitação na aplicação da metodologia, porém a capacidade de

busca cruzada em várias bases de dados a partir desta ferramenta respalda sua

relevância e escolha de utilização neste trabalho.

Embora tenha sido dedicado certo tempo para identificar as palavras-

chaves relevantes à pesquisa, estudos relevantes que usem termos diferentes

podem ter sido omitidos. Alguns estudos recentes podem ter sido omitidos também

devido à falta de catalogação destes.

Já a EAR proposta poderia ter sido avaliada de uma forma mais

controlada. Mais participantes poderiam ter avaliado, contudo por restrições de

tempo, esta atividade pode ser realizada futuramente.

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Outra limitação com relação aos participantes das análises foi que apenas

alguns deles trabalharam efetivamente com projetos distribuídos na prática. Isso

representa uma limitação importante que deve ser destacada.

4.3 TRABALHOS FUTUROS

Os resultados alcançados neste trabalho permitirão outros pesquisadores

evoluir ou até mesmo refinar a EAR proposta e facilitar a aplicação da disciplina de

Gerência de Riscos em ambientes de desenvolvimento distribuído de software. É

importante ampliar o Mapeamento Sistemático para outras bases com a finalidade

de contribuir com a EAR apresentada confirmando suas conclusões e resultados.

Um trabalho que está sendo definido é a criação de um protocolo único de

pesquisa dentro do grupo PROMISE (Process Management and Improvements in

Software Engineering) [PROMISE 2011] no Centro de Informática da UFPE

(Universidade Federal de Pernambuco). Este protocolo de pesquisa será adotado

como metodologia específica para a construção de árvores de fatores de riscos

dentro do grupo de pesquisa PROMISE.

Outro trabalho futuro é que a estrutura proposta nesta dissertação pode ser

utilizada junto a outros trabalhos complementando outras estruturas de

identificação de riscos que não possui foco em projetos de DDS, como por

exemplo, o questionário baseado em taxonomia proposta pelo SEI [Carr et al.

1993].

Aplicar a EAR em um ambiente real para avaliar a sua eficácia neste

ambiente mostrando sua relevância na prática também pode ser definido como um

trabalho importante a ser desenvolvido.

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APÊNDICE A

Este apêndice tem a finalidade de disponibilizar o guia utilizado na entrevista dos

profissionais chaves que atuam como gerente de projetos em empresas estaduais

e federais.

Guia para a entrevista para mapeamento da

maturidade da empresa com relação à Gerência de Riscos

Entrevistado: Posição: Empresa: Formação: Tempo de atuação no mercado (como gerente): Faixa Etária: Começar com uma rápida conversa sobre:

• Qual o entendimento do entrevistado sobre Riscos? • Por que eles acontecem?

1) A empresa tem ciência e trata direta ou indiretamente os Riscos sobre os projetos? Utiliza alguma técnica para identificação, análise e controle dos riscos? 2) A empresa tem algum projeto que utilize metodologias ágeis no desenvolvimento dos projetos? Se sim, qual a forma que utilizam para tratar os riscos? Quais atividades relacionadas à Gerência de Riscos são praticadas? 3) Existe algum processo definido para o gerenciamento de riscos? 4) É utilizada alguma ferramenta na Gerência de Riscos? Qual? 5) Existem profissionais especializados no gerenciamento de riscos na empresa? Quantos? 6) Como são gerenciados os riscos distribuídos em múltiplos projetos ou em projetos distribuídos da empresa?

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APÊNDICE B

Este apêndice tem a finalidade de disponibilizar o questionário utilizado na

avaliação virtual da EAR proposta neste trabalho por profissionais especialista em

Gerência de Projetos.

1. Na sua opinião, o modelo proposto por Leavitt utilizado na construção da EAR é suficientemente abrangente por levar em consideração os aspectos mais essenciais no desenvolvimento de software?

Concordo

Concordo parcialmente

Indiferente

Discordo Comentários:

2. A Estrutura Analítica de Riscos criada para Projetos de Desenvolvimento Distribuído de Software está clara?

Concordo

Concordo parcialmente

Indiferente

Discordo Comentários

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3. Os fatores de riscos listados ajudariam você na identificação de riscos para um Projeto de Desenvolvimento Distribuído de Software?

Concordo

Concordo parcialmente

Indiferente

Discordo Comentários:

4. Quais os pontos positivos que você identifica na abordagem desta EAR na identificação dos fatores de riscos?

5. Quais os pontos de melhoria que você identifica na abordagem desta EAR na identificação dos fatores de riscos?

6. Quais fatores de riscos mapeados você NÃO acredita serem relevantes na

identificação de riscos em projeto distribuídos de desenvolvimento de software?

Nenhum dos fatores é irrelevante.

Criticidade da tarefa

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Distancia temporal

Diferença nas leis

Distância geográfica

Divergências no processo de desenvolvimento

Maturidade do processo

Quantidade de locais de distribuição

Transferência do conhecimento

Distância do conhecimento

Diferenças socio-culturais

Diferenças culturais de trabalho

Diferenças da língua

Relacionamento pessoal

Motivação da equipe

Falta de confiança

Formalidade e Transparência das tarefas

Tratamento dos Requisitos Não-Funcionais

Dúvida nos requisitos funcionais

Acoplamento da tarefa

Estabilidade dos requisitos

Inadequação das Tecnologias de segurança

Incompatibilidade tecnológica

Adequação das ferramentas de apoio

Canal de comunicação

Complexidade da tarefa

Experiência no domínio do projeto

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APÊNDICE C

Este apêndice tem a finalidade de disponibilizar o questionário utilizado na

avaliação virtual qualitativa da EAR por especialistas na área de Gerenciamento de

Riscos dentro da academia.

1. Qual o seu nome?

2. A EAR está clara? -------------------------------------------------------------- Considere o seguinte: - A estrutura é relevante - Por que a estrutura é importante - Qual o objetivo da EAR

Sim

Não

Comentários:

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3. A metodologia de Mapeamento Sistemático é adequada? -------------------------------------------------------------- Considere o seguinte: - A natureza da estrutura criada

Sim

Não

Comentários:

4. [EAR Apropriada] A EAR está adequada para resolver os motivos do seu desenvolvimento?

-------------------------------------------------------------- Considere o seguinte: -A EAR foi justificada

Sim

Não

Comentários:

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5. [Amostragem] A estratégia de recrutamento foi adequada aos objetivos da EAR? -------------------------------------------------------------- Considere o seguinte: -Os fatores são definidos e explicados com precisão

-Os fatores são representativos de uma população definida

Sim

Não

Comentários:

6. [Coleta de Dados]

Os dados foram colhidos de forma a proporcionar a construção da EAR? -------------------------------------------------------------- Considere o seguinte: - Está claro como os dados foram coletados

- O pesquisador justificou os métodos que foram escolhidos - O pesquisador deixou os métodos explícitos - O formulário de dados é claro

Sim

Não

Comentários:

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7. [Reflexividade: relações de parceria de investigação/reconhecimento de viés do pesquisador] A relação entre o pesquisador e a EAR foi considerada de forma adequada? -------------------------------------------------------------- Considere o seguinte:

- O pesquisador analisou criticamente seu próprio papel, o viés potencial e a influência durante a formulação das questões de pesquisa, o recrutamento da amostra, coleta de dados e análise e seleção e dados para apresentação - Como o pesquisador respondeu a eventos durante o estudo e se

considerou implicações de quaisquer alterações no desenvolvimento da EAR

Sim

Não

Comentários:

8. [Resultados]

Há uma declaração clara dos resultados? -------------------------------------------------------------- Considere o seguinte: - As conclusões são explícitas

- Há uma discussão adequada das provas a favor e contra o desenvolvimento da EAR - O pesquisador discutiu a credibilidade da EAR - As limitações do estudo são discutidas explicitamente - A EAR é discutida em relação à questão de pesquisa - As conclusões são justificadas pelos resultados

Sim

Não

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Comentários:

9. [Valor da EAR] A EAR tem valor para pesquisa ou prática? --------------------------------------------------------------

Considere o seguinte: - O pesquisador discutiu a contribuição da EAR para o conhecimento existente ou compreensão dos fatores de riscos identificados - A pesquisa identifica novas áreas onde a pesquisa é necessária

Sim

Não

Comentários:

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