UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE … · 2019. 10. 25. · vi RESUMO A partir da...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
PEDRO LEIZ DE MENDONÇA PEREIRA
EESSTTUUDDOO DDAA RREEAAÇÇÃÃOO DDAA DDEESSIIDDRRAATTAAÇÇÃÃOO DDAA GGIIPPSSIITTAA EEMM MMEEIIOO AAQQUUOOSSOO
NNUUMM RREEAATTOORR DDEE BBAATTEELLAADDAA ((PPAARRRR)) PPAARRAA PPRROODDUUÇÇÃÃOO DDEE GGEESSSSOO AALLFFAA
Recife/PE
Setembro, 2012
ii
PEDRO LEIZ DE MENDONÇA PEREIRA
EESSTTUUDDOO DDAA RREEAAÇÇÃÃOO DDAA DDEESSIIDDRRAATTAAÇÇÃÃOO DDAA GGIIPPSSIITTAA EEMM MMEEIIOO AAQQUUOOSSOO
NNUUMM RREEAATTOORR DDEE BBAATTEELLAADDAA ((PPAARRRR)) PPAARRAA PPRROODDUUÇÇÃÃOO DDEE GGEESSSSOO AALLFFAA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, como requisito para a obtenção de título acadêmico de Mestre em Engenharia Química.
Área de Concentração: Reatores Químicos e Tecnologia Mineral
Orientadores: Prof. Dr. Mohand Benachour
Prof. Dr. Valdemir Alexandre dos Santos
Recife/PE
Setembro, 2012
Catalogação na fonte Bibliotecária: Rosineide Mesquita Gonçalves Luz / CRB4-1361 (BCTG)
P436e Pereira, Pedro Leiz de Mendonça. Estudo da reação da desidratação da Gipsita em meio aquoso num
Reator de Batelada (PARR) para produção de gesso alfa / Pedro Leiz de
Mendonça Pereira. – Recife: O Autor, 2012.
xvii, 75f., il., figs., gráfs., tabs.
Orientador: Prof. Dr. Mohand Benachour. Co-Orientador: Prof. Dr. Valdemir Alexandre dos Santos.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG.
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, 2012. Inclui Referências.
1. Engenharia Química. 2. Gipsita. 3. Gesso Alfa. 4. Desidratação
úmida. 5. Caracterizações. 6. Aditivos. I. Benachour, Mohand (Orientador). II. Santos, Valdemir Alexandre (Co- Orientador) III. Título.
660.2 CDD (22.ed) UFPE/BCTG-2012 / 241
iii
Pedro Leiz de Mendonça Pereira
ESTUDO DA REAÇÃO DA DESITRATAÇÃO DA GIPSITA EM MEIO
AQUOSO NUM REATOR DE BATELADA (PARR) PARA PRODUÇÃO DE
GESSO ALFA
Linha de Pesquisa: Reatores Químicos e Tecnologia Mineral
Dissertação de Mestrado apresentada ao programa de Pós-Graduação em Engenharia
Química da Universidade Federal de Pernambuco, defendida e aprovada em 05 de
setembro de 2012 pela banca examinadora constituída pelos seguintes membros:
________________________________________________ Prof. Dr. Mohand Benachour – DEQ/UFPE
________________________________________________ Prof. Dr. Valdemir Alexandre dos Santos – DEQ/UNICAP
________________________________________________ Prof. Dr. José Marcos Francisco da Silva - DEQ/UFPE
________________________________________________ Prof.Dr.Abrahão Severo Ribeiro – CEFET/PE
iv
“A mais bela coisa que podemos vivenciar é o mistério. Ele é fonte de qualquer
arte verdadeira e qualquer ciência. Aquele que desconhece esta emoção,
aquele que não pára mais para pensar e não se fascina, está como morto: seus
olhos estão fechados.”
Albert Einstein
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me acompanhado, sempre instruindo com sabedoria e pela a oportunidade de me fazer estar juntos das pessoas que amo.
Aos meus pais pela educação e por esta do meu lado sempre que eu
precisei durante todo o meu percurso de vida. A minha irmã pela força ate nos momentos que discutimos, no final
sempre acabou em abraços. Ao meu amigo (irmão) Rafael Lima, pela amizade, apoio, paciência e por
sempre estar ao meu lado. Ao Prof. Dr. Mohand Benachour, orientador do Mestrado, pelo suporte,
sugestões, críticas, orientação e pelo grande companheirismo e dedicação aos seus alunos.
Ao Dr. Luciano Peres, pela valorosa contribuição técnica durante a execução dos experimentos, e pela disponibilização dos laboratórios do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP).
Aos meus amigos Anderson França, Dayana, Ediel, Gleison, Paulo Valfredo e Sandiro por estarem comigo em grandes momentos da minha vida.
Aos companheiros do grupo de Gesso da UFPE: Abrahão Severo, Daniele de Castro, Danilo e Rafael.
vi
RESUMO
A partir da reação de desidratação da gipsita (CaSO4.2H2O) pode-se obter o
Gesso (CaSO4.1/2H2O) do tipo alfa e do tipo beta, dependendo das condições
nas quais ocorre a reação. A produção do gesso alfa é mais complexa, por
tratar-se de um produto com características de maior valor agregado e com
aplicação diferenciada. O presente trabalho visa o estudo dos aspectos
termocinéticos da reação de desidratação da gipsita para obtenção do gesso
alfa em meio aquoso, e procura trazer maiores informações sobre o processo
de formação deste material, ressaltando que os dados relacionados aos
mecanismos de formação são raros ou de pouca divulgação.Para melhor
entender os mecanismos de formação dos cristais do gesso foram realizados
ensaios experimentais analisando-se as seguintes variáveis: Temperatura da
mistura reacional /Pressão de vapor correspondente, a concentração e a
natureza dos aditivos (Anidrido Maléico, Ácido Cítrico), a velocidade do móvel
de agitação e razão mássica pó/água. O processo de calcinação da gipsita
para a obtenção de gesso alfa apresentou resultados promissores através de
análises de MEV e DRX, produzindo um gesso alfa de boa qualidade utilizando
uma pequena porcentagem de aditivo (Anidrido Maleico 0,1%). Desta forma,
conclui-se que é possível obter e comercializar o hemidrato alfa após o devido
processamento da gipsita, passando a representar uma alternativa
economicamente interessante para os produtores deste tipo de gesso.
Palavras chaves: Gipsita, Gesso alfa, Desidratação úmida, Caracterizações, Aditivos.
vii
ABSTRACT
Alpha or beta plaster (CaSO4.1/2H2O), depending on the reaction conditions,
may be obtained from gypsum (CaSO4.2H2O) dehydration Alpha plaster
production is more complex and has a differentiated employment. The present
work studies the thermokinetics of the gypsum dehydration in aqueous medium
and analyzes data related with the reaction. It is important to point out that data
related with the reaction mechanism are rate or not published. To understand
the mechanisms of the alpha plaster crystals formation, experimental reaction
were performed where the temperature of the reaction mixture, vapor pressure
corresponding to the concentration and nature of the additives (maleic
anhydride, citric acid), agitation speed and pruder mass/water ration were
analyzed. Through MEV and DRX analysis of the gypsum calcinations process
it was realized that when maleic anhydride at 0,1% in weight a high quality
alpha plaster was obtained. So, it was concluded that it is possible to obtain and
commercialize the α – hemihydrates being a possible economical alternative for
their type of plaster.
Keywords: Gypsum, Alpha Plaster, Wet Dehydration, Characterizations, Additives.
viii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ITEP - Instituto de Tecnologia de Pernambuco
MEV - Microscopia Eletrônica de Varredura
PGA - Pólo Gesseiro do Araripe
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
IGE - Indústria de Gessos Especiais
DRX - Difração de Raio-X
SÍMBOLOS
A - Fator pré-exponencial
C - Concentração do soluto na solução
CAC - Concentração Ácido Cítrico
CAM - Concentração Anidrido Maléico
E - Energia de Ativação
ΔG - Variação máxima da energia livre de Gibbs
K - Constante de Boltzman
Km - Coeficiente de transferência de massa
Kn - Constante de taxa de deformação dos núcleos
K’ - Constante de velocidade
L - Comprimento do cristal
m - Massa do cristal
N - Número dos núcleos no instante t
Nm - Velocidade de agitação
n - Ordem da reação
R - Constante dos Gases Ideais
S - Superfície do Cristal
T - Temperatura Absoluta
t - Tempo
V - Volume da solução
ix
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Microscopia eletrônica de varredura (MEV) em pastas de
alfa-hemidrato. Fonte: adaptado de Singh e Middendorf
(2007)........................................................................................ 10
FIGURA 2 - Microscopia eletrônica de varredura (MEV) em pastas de
beta-hemidrato. Fonte: adaptado de Singh e Middendorf
(2007)........................................................................................ 11
FIGURA 3 - Estudo da hidratação do alfa e beta-hemidrato, com variação
da temperatura ao longo do tempo; razão água/gesso=0,6
Fonte: adaptado de Singh e Middendorf (2007)....................... 12
FIGURA 4 - Hidratação do hemidrato em função do tempo.
Fonte: Adaptado de Singh e Middendorf (2007).......................... 13
FIGURA 5 - Processo de produção de gesso alfa (desidratação com
vapor)
Fonte: adaptado de Peres, Benachour e Santos (2008)........... 23
FIGURA 6 - Processo de produção do gesso alfa (desidratação em meio
líquido) Fonte: adaptado de Peres, Benachour, Santos
(2008)........................................................................................ 24
FIGURA 7 - Fluxograma do Reator PARR................................................... 26
FIGURA 8 - Reator PARR disponível no DEQ/UFPE................................... 27
FIGURA 9 - Micrografias de MEV – Gesso formado sem aditivo:
a°) T=120ºC/1,97atm, b°) T=130ºC/2,65atm e c°)
T=140ºC/3,54atm, sendo Nm=600 RPM e tempo operacional
de 8h......................................................................................... 27
FIGURA 10 - Analisador de umidade GEHAKA IV 200.................................. 30
FIGURA 11 - Micrografias de MEV – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico; a°) 0,10%, b°) 0,20% e c°) 0,30%, sendo Nm=600
RPM , T=120ºC/1,97atm e tempo operacional de 8h.............. 32
FIGURA 12 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,10%, sendo Nm=600 RPM, T=120°C/1,97atm e
tempo operacional de 8h........................................................... 33
x
FIGURA 13 -
Difratograma de DRX – Gesso formado gesso formado com
aditivo anidrido maléico a 0,20%, sendo Nm=600 RPM e
T=120°C/1,97atm e tempo operacional de 8h..........................
33
FIGURA 14 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,30%, sendo Nm=600 RPM e T=120°C/1,97atm e
tempo operacional de 8h........................................................... 34
FIGURA 15 - Micrografias de MEV – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico; a°) 0,10%, b°) 0,20% e c°) 0,30% , sendo Nm=600
RPM, T=130ºC/2,65atm e tempo operacional de 8h................ 35
FIGURA 16 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,10%, sendo Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e
tempo operacional de 8h........................................................... 36
FIGURA 17 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,20%, sendo Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e
tempo operacional de 8h........................................................... 37
FIGURA 18 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,30%, sendo Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e
tempo operacional de 8h........................................................... 37
FIGURA 19 - Micrografias de MEV – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico; a°) 0,10%, b°) 0,30% , sendo Nm=600 RPM,
T=140ºC/3,54atm e tempo operacional de 8h.......................... 39
FIGURA 20 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,10%, sendo Nm=600 RPM e T=140°/3,54atm e
tempo operacional de 8h........................................................... 40
FIGURA 21 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,30%, sendo Nm=600 RPM e T=140°C/3,54atm e
tempo operacional de 8h........................................................... 40
FIGURA 22 - Micrografias de MEV – Gesso formado com aditivo ácido
cítrico; a°) 0,10%, b°) 0,20% e c°) 0,30%, sendo Nm=600
RPM e T=130ºC/2,65atm e tempo operacional de 8h.............. 42
xi
FIGURA 23 -
Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo ácido
cítrico a 0,10%, sendo Nm=600 RPM e T=130°C/2,65atm e
tempo operacional de 8h...........................................................
43
FIGURA 24 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo ácido
cítrico a 0,20%, sendo Nm=600 RPM e T=130°C/2,65atm e
tempo operacional de 8h........................................................... 43
FIGURA 25 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo ácido
cítrico a 0,30%, sendo Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e
tempo operacional de 8h........................................................... 44
FIGURA 26 - Micrografias de MEV – Gesso formado a°) anidrido maléico,
b°) ácido cítrico, sendo a razão mássica aditivo/gipsita de
0,10%, Nm=600 RPM e T=130ºC/2,65atm e tempo
operacional de 8h...................................................................... 46
FIGURA 27 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,10%, sendo Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e
tempo operacional de 8h........................................................... 47
FIGURA 28 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo ácido
cítrico a 0,10%, sendo Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e
tempo operacional de 8h........................................................... 47
FIGURA 29 - Micrografias de MEV – Gesso formado a°) anidrido maléico,
b°) ácido cítrico, sendo a razão mássica aditivo/gipsita de
0,20%, Nm=600 RPM e T=130ºC/2,65atm e tempo
operacional de 8h...................................................................... 49
FIGURA 30 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,20%, sendo Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e
tempo operacional de 8h........................................................... 50
FIGURA 31 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo ácido
cítrico a 0,20%, sendo Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e
tempo operacional de 8h........................................................... 50
xii
FIGURA 32 - Micrografias de MEV – Gesso formado a°) anidrido maléico,
b°) ácido cítrico, sendo a razão mássica aditivo/gipsita de
0,30%, Nm=600 RPM e T=130ºC/2,65atm e tempo
operacional de 8h.....................................................................
FIGURA 33 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,30%, sendo Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e
tempo operacional de 8h .......................................................... 53
FIGURA 34 -
Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo ácido
cítrico a 0,30%, sendo Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e
tempo operacional de 8h...........................................................
53
FIGURA 35 - Micrografias de MEV – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a°) 120ºC/1,97atm, b°) 130ºC/2,65atm e c°)
140ºC/3,54atm, sendo Nm=600 RPM e tempo operacional de
8h.............................................................................................. 55
FIGURA 36 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,10%, sendo Nm=600 RPM e T=120°C/29psi e
tempo operacional de 8h........................................................... 56
FIGURA 37 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,10%, sendo Nm=600 RPM e T=130°C/2,65atm e
tempo operacional de 8h........................................................... 56
FIGURA 38 - Micrografias de MEV – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,20%, aº) T=120°C/1,97atm bº) T=130°C/2,65atm
sendo Nm=600 RPM e tempo operacional de 8h..................... 58
FIGURA 39 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,20%, sendo Nm=600 RPM e T=120°C/1,97atm e
tempo operacional de 8h........................................................... 59
FIGURA 40 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,20%, sendo Nm=600 RPM e T=130°C/2,65atm e
tempo operacional de 8h........................................................... 59
52
xiii
FIGURA 41 -
Micrografias de MEV – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,30%, aº) T=120°C/1,97atm. bº) T=130°C/2,65atm
cº) T=140°C/3,54atm sendo Nm=600 RPM e tempo
operacional de 8h......................................................................
FIGURA 42 -
Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,30%, sendo Nm=600 RPM e T=120°C/1,97atm e
tempo operacional de 8h...........................................................
62
FIGURA 43 Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,30%, sendo Nm=600 RPM e T=130°C/2,65atm e
tempo operacional de 8h...........................................................
62
FIGURA 44 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,30%, sendo Nm=600 RPM e T=140°C/3,54atm e
tempo operacional de 8h........................................................... 63
FIGURA 45 - Micrografias de MEV – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,10%, aº) 600RPM..bº) 800RPM, sendo
T=120°C/1,97atm e tempo operacional de 8h.......................... 64
FIGURA 46 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,10%, sendo Nm=600 RPM e T=120°C/1,97atm e
tempo operacional de 8h........................................................... 65
FIGURA 47 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,10%, sendo Nm=800 RPM e T=120°C/1,97atm e
tempo operacional de 8h...........................................................
9
66
FIGURA 48 - Micrografias de MEV – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,30%, aº) 600RPM..bº) 800RPM, sendo
T=120°C/1,97atm e tempo operacional de 8h..........................
9
67
FIGURA 49 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,30%, sendo Nm=600 RPM e T=120°C/1,97atm e
tempo operacional de 8h...........................................................
9
68
FIGURA 50 - Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido
maléico a 0,30%, sendo Nm=800 RPM e T=120°C/1,97atm e
tempo operacional de 8h...........................................................
9
69
61
xiv
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Quantificação do teor de Água de Cristalização em ausência
de aditivo a Nm=600 RPM e tempo operacional de 8h.............. 29
TABELA 2 - Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da
razão mássica anidrido maléico/gipsita, a Nm=600 RPM,
T=120°C/1,97atm e tempo operacional de 8h.......................... 31
TABELA 3 - Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da
razão mássica anidrido maléico/gipsita, a Nm=600 RPM e
T=130°C/2,65atm e tempo operacional de 8h.......................... 35
TABELA 4 - Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da
razão mássica anidrido maléico /gipsita, a Nm=600 RPM,
T=140°C/3,54atm e tempo operacional de 8h.......................... 38
TABELA 5 - Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da
razão mássica ácido cítrico/gipsita, a Nm=600 RPM,
T=130°C/2,65atm e um tempo operacional de 8h....................
4
41
TABELA 6 - Quantificação do teor de água de cristalização em função da
natureza do aditivo, na razão mássica aditivo/gipsita de
0,10%, Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e um tempo
operacional de 8h......................................................................
4
45
TABELA 7 - Quantificação do teor de água de cristalização em função da
natureza do aditivo, na razão mássica aditivo/gipsita de
0,20%, Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e um tempo
operacional de 8h......................................................................
4
48
TABELA 8 - Quantificação do teor de água de cristalização em função da
natureza do aditivo, na razão mássica aditivo/gipsita de
0,30%, Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e um tempo
operacional de 8h......................................................................
4
51
4
xv
TABELA 9 -
Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da
temperatura /pressão de vapor com adição de aditivo
anidrido maléico de 0,1%, a Nm=600 RPM e um tempo
operacional de 8h......................................................................
TABELA 10 - Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da
temperatura /pressão de vapor com adição de aditivo
anidrido maléico de 0,2%, a Nm=600 RPM e tempo
operacional de 8h...................................................................... 5
TABELA 11 - Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da
temperatura /pressão de vapor com adição de aditivo
anidrido maléico de 0,3%, a Nm=600 RPM e um tempo
operacional de 8h......................................................................
6
60
TABELA 12 - Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da
velocidade de agitação com adição de aditivo anidrido
maléico de 0,1%, T=120°C/1,97atm e um tempo operacional
de 8h.........................................................................................
6
64
TABELA 13 - Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da
velocidade de agitação com adição de aditivo anidrido
maléico de 0,3%, T=120°C/1,97atm e um tempo operacional
de 8h.........................................................................................
7
67
TABELA 14 - Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da
razão mássica pó/água, com adição de aditivo anidrido
maléico de 0,1%, T=120°C/1,97atm, a Nm=600 RPM e um
tempo operacional de 8h...........................................................
8
70
54
57
xvi
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................. VI
ABSTRACT………………………………………………………………....... VII
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS................................................. VIII
SÍMBOLOS............................................................................................. VIII
LISTA DE FIGURAS............................................................................... IX
LISTA DE TABELAS.............................................................................. XIV
1. INTRODUÇAO.................................................................................... 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................... 5
2.1 Gipsita......................................................................................... 5
2.2 Histórico e utilização da Gipsita................................................... 6
2.3 Produção de gesso no Brasil....................................................... 7
2.4 Obtenção do gesso por desidratação térmica............................. 7
2.5 Diferenciação entre o gesso alfa e o gesso beta......................... 9
2.6 Mecanismo de formação e crescimento do cristal de gesso-.... 13
2.7 Elementos sobre a cristalização em solução............................... 14
2.8 Aspectos Cinéticos................................................................... 15
2.9 Nucleação dos cristais................................................................. 17
2.10 Crescimento dos Cristais........................................................... 18
2.11 Plantas para fabricação do gesso alfa...................................... 22
3. MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................. 25
3.1 Unidade de Reator PARR............................................................ 25
3.2 Métodos....................................................................................... 27
3.2.1Água de Cristalização ......................................................... 27
3.2.2 Microscopia Eletrônica de Varredura – MEV..................... 28
3.2.3 Difratograma de Raio-X – DRX.......................................... 28
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................... 29
4.1 Efeito da concentração e da natureza do Aditivo......................... 29
4.1.1 Estudo da reação em ausência de aditivo............................ 29
4.1.2 Estudo da reação em presença do aditivo Anidrido
Maléico....................................................................................................
31
xvii
4.1.3 Estudo da reação em presença do aditivo Ácido Cítrico.... 41
4.1.4 Comparação dos efeitos da natureza dos aditivos............... 44
4.2 Efeito da temperatura da reação.................................................. 54
4.3 Efeito da velocidade de Rotação do móvel de agitação
mecânica ................................................................................................
63
4.4 Efeito da razão mássica Pó/Água................................................ 69
5. CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS................................................... 71
5.1 Conclusões.................................................................................... 71
5.2 Sugestões para Trabalhos Futuros............................................... 72
6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. 73
1. INTRODUÇAO
O mineral gipsita é o sulfato de cálcio dihidratado (CaSO4∙2H2O), que
ocorre em diversas regiões do mundo apresentando um amplo e diversificado
campo de utilizações. O grande interesse pela gipsita é atribuído a uma
característica peculiar que consiste na facilidade de desidratação e reidratação.
A gipsita perde 3/4 da água de cristalização durante o processo de calcinação,
convertendo-se a um sulfato de cálcio hemidrato (CaSO4∙1/2H2O), e quando
misturado com água, pode ser moldado e trabalhado antes de endurecer e
adquirir a consistência mecânica da forma reidratada e estável (BALTAR;
BASTOS; LUZ, 2008).
Em processos “secos”, em uma faixa de temperatura de 120 a 180C, a
gipsita é desidratada em hemidrato- ou gesso- (CaSO4.½H2O). A
transformação se efetiva com eliminação de água a baixas pressões de vapor e
formação de cristais de estrutura aberta. Em processos “úmidos”, com variação
de temperatura entre 120 e 160ºC e altas pressões de vapor de água, a gipsita
é desidratada em hemidrato- ou gesso-. Uma transformação cuidadosa e
lenta permite a obtenção de cristais de forma alongada-prismática ou de
bastão. Porém, se o processo de transformação é rápido, cristais
principalmente de forma acicular ou de agulha são produzidos, o gesso-
assim obtido é de baixa qualidade.
Quimicamente, não há diferenças entre a forma e do gesso, mas em
virtude da conformação e do tamanho dos cristais a superfície específica
apresentada pelo hemidrato- é menor que do hemidrato-. Ainda com relação
ao gesso-, o gesso- adquire uma consistência com uma quantidade de água
de mistura substancialmente menor e produz peças de maior densidade
(menor porosidade) e de maiores resistências mecânicas à compressão e à
flexão.
Industrialmente, o gesso- é empregado em confecção de moldes para
utilizar na indústria cerâmica, carga para papel convencional e reciclado,
moldes para proteção de peças de museu, molduras, ataduras cirúrgicas e
moldes odontológicos. Todavia, essas aplicações são relativamente novas o
que explicaria a restrita literatura consagrada aos processos reacionais de
1
2
produção de gesso- comparado ao do gesso- cujas aplicações são bem
antigas, particularmente na área da construção. A procura do gesso- vem
crescendo nestas últimas décadas devido às propriedades tecnológicas que ele
apresenta, principalmente, sua facilidade para ser trabalhado e as suas altas
resistências mecânicas.
A demanda de mercado supera a oferta e o valor agregado do gesso-
se encontra alto, em torno de 10 US$/kg enquanto o gesso- apresenta o valor
de 50 US$/tonelada em média (BENACHOUR; PERES; SANTOS, 2008).
O Arranjo Produtivo Local (APL)-Gesso do Araripe-PE para a produção de
gesso e seus derivados no País, com participação de 94% da produção total
brasileira, alcançou um reconhecimento internacional em relação à qualidade
de seus produtos o que tem justificado a introdução dos produtos do Araripe na
Pauta de Importações da AGEX/PROJEX. Todavia, algumas observações
importantes justificam o desenvolvimento e adequação desses produtos no
mercado interno e externo como, por exemplo:
- as empresas no Brasil que fabricam gesso alfa são poucas e a Indústria
de Gessos Especiais - IGE (Araripina-PE) é a única empresa no Brasil com
equipamentos de alta tecnologia (Alemã) para a produção de gesso alfa por via
úmida, processo mais promissor visto que o gesso alfa formulado é de melhor
qualidade com produção e produtividade maiores que daqueles obtidas por via
seca;
- os gessos tipo IV e V (gesso odontológico) produzidos no Brasil a partir
de gesso alfa oriundo principalmente do processo por via seca, são ainda
considerados de baixa qualidade pelo mercado interno;
- os gessos dentais tipo IV e V apresentam um maior valor agregado por
conta de seu desempenho e dos preços dos materiais similares disponíveis no
mercado;
- crescimento da demanda do uso do gesso dental tipo IV e V pelo
mercado interno e externo, devido às exigências dos ortodontistas e protéticos
que cada vez mais procuram um gesso dental de alta resistência á
compressão, com maior precisão geométrica; baixa expansão e boa fluidez
para manipulação.
3
Os gessos dentais tipo I, II e III são os tipos produzidos no Brasil há mais
de 20 anos em alta escala com boa aceitação; os tipo IV e V, são gessos
especiais, de alta precisão e qualidade e que até 5 anos atrás, eram
importados dos Estados-Unidos e Alemanha que já produzem um gesso alfa de
alta qualidade.
Atualmente existem no mercado brasileiro gessos tipo IV e V, nacional e
importado. A grande maioria dos fornecedores nacionais compra o gesso alfa
da Alemanha e dos Estados-Unidos e realizam as misturas no Brasil,
adicionando, corantes e aditivos para obter o produto desejado.
A tecnologia de produção do gesso- é sofisticada e as informações
disponíveis raras. A natureza dos aditivos especiais, incorporados para a
melhoria das propriedades mecânicas do gesso- e o mecanismo de ação
deles no processo reacional da desidratação da gipsita são de pouca
divulgação visto os óbvios impactos econômicos envolvidos na comercialização
deste material, de aplicação nobre em especial na área de saúde (odontologia
e ortopedia).
Com o desenvolvimento de cristais que confere ao gesso dental uma
característica de boa fluidez, baixa expansão e alta resistência, sem a
utilização de fluidificantes e aditivos que encarecem o produto, pode-se
formular um gesso especial alfa, com menos custo, maior competitividade e
qualidade no mercado.
Estudos fundamentais de termocinética e dos fenômenos de aditivação
em processo de produção do gesso- por via úmida, se tornam imprescindíveis
no alcance dessa tecnologia que, hoje, é do domínio de um círculo reduzido de
países.
Uma tecnologia dominada e um processo de aditivação controlado podem
garantir um aumento da produção e da produtividade com redução do custo do
gesso-·, lhe conferindo uma alta competitividade no contexto de um mercado
globalizado.
O presente trabalho de pesquisa trata do estudo do processo de produção
de gesso-, em escala de laboratório, com análise dos aspectos termocinéticos
da reação de desidratação da gipsita em meio aquoso utilizando para isso um
reator do tipo batelada PARR. Procurou-se avaliar o efeito da
4
temperatura/pressão de vapor correspondente, da concentração e da natureza
dos aditivos, da agitação mecânica e da razão mássica água/pó sobre a
conversão da gipsita, as características e a qualidade de gesso alfa formulado.
5
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Gipsita
Os depósitos de gipsita têm sua origem, em geral, devido à precipitação
do sulfato de cálcio contido em águas marinhas submetidas à evaporação
(PEREIRA, 1973), os depósitos mais importantes de gipsita do Brasil
encontram-se na Região do Araripe em Pernambuco.
Segundo Angelleri e seus colaboradores (1982), pode-se encontrar o
minério de gipsita sob três formas: selenita (forma bem cristalina e
transparente), alabastro (variedade maciça, translúcida) e o espato-cetim
(variedade fibrosa, opaca). As minas de gipsita podem conter um percentual de
anidrita natural (anidrita I), outras variedades de anidrita podem ser produzidas
com a desidratação térmica da gipsita. A anidrita II (beta-anidrita), que é a
forma relativamente insolúvel, é produzida pela desidratação da gipsita em
altas temperaturas (1 hora a 900oC) e a anidrita III (gama-anidrita), que é a
forma relativamente solúvel, é produzida pela desidratação da gipsita em
temperaturas não tão elevadas (1 hora a 140-200oC) sendo esta última
bastante instável frente a umidade passando facilmente a hemidrato
(ANGELLERI et al., 1983).
A gipsita é um minério pouco solúvel em água e solúvel em HCl (2M). É
um dos minérios de dureza mais baixa (riscado pela unha) só perdendo para o
talco (MgO). ANGELLERI e seus colaboradores (1982) citam as seguintes
propriedades do mineral gipsita, Composição Química: CaO (32,5%), SO3-
(46,6%), H2O (20,9%); Densidade:2,30 a 2,37 g/cm3.
Comercialmente, o minério de gipsita é considerado puro quando se
compõe basicamente de sulfato de cálcio dihidratado contendo 79,0% de
sulfato de cálcio e 21,0% de água de cristalização.
Em muitos países da Europa também é bastante encontrada a gipsita
sintética obtida a partir dos gases de combustão de carvão mineral impregnado
de SO2, em colunas de lavagem onde passa, em contracorrente, um leite de
cal (Ca(OH)2), dando origem ao sulfato de cálcio dihidratado (gipsita sintética)
(BENACHOUR; PERES; SANTOS, 2008).
6
2.2 Histórico e utilização da Gipsita
O conhecimento mais antigo sobre o gesso vai a cerca de 5000 anos
atrás, no Egito, onde foi vislumbrada a possibilidade de seu uso na fabricação
de tijolos. Durante séculos, o gesso foi usado de maneira limitada e
principalmente para fins ornamentais, sem alcançar maiores aplicações, devido
ao seu tempo de pega (endurecimento) considerado pequeno (de 25 a 30
minutos).
Por volta do ano de 1755, na França, o gesso teve sua natureza química
analisada e a partir daquele ano ocorreu um aumento gradual de sua utilização.
Desse acontecimento é que se originou a denominação comercial de gesso de
Paris ("Plaster of Paris"), uma vez que foi na região parisiense que teve inicio a
exploração sistemática de um grande depósito de gipsita. Em fins do Século
XIX, por volta de 1885, o desenvolvimento de um método industrial para
retardar a pega do gesso acarretou numa revolução na indústria gesseira, por
permitir seu uso na construção civil e na fabricação de placas pré-moldadas
para tetos e divisórias.
Hoje a gipsita apresenta uma infinidade de aplicações, dentre elas:
fabricação de cimento, corretivo para solos, emprega-se gipsita moída como
carga para papel, na fabricação de tintas, discos, pólvora, botões e fósforos e
no acabamento de tecidos de algodão. Também pode ser empregada como
distribuidor e carga em inseticidas, é adicionada a água empregada na
fabricação de cerveja quando se deseja aumentar sua "dureza". A gipsita
calcinada é intensamente aplicada na indústria da construção civil, além de
também ser utilizada na confecção de moldes para as indústrias metalúrgicas e
de plásticos, em moldes artísticos, cerâmicos, ortopédicos e dentários. Por sua
resistência ao fogo emprega-se gipsita calcinada na mineração de carvão para
vedar as lâmpadas, engrenagem, e áreas onde há perigo de explosão de
gases. Isolantes acústicos podem ser obtidos pela adição de material poroso
ao gesso (PEREIRA, 1973).
A indústria de construção civil é a maior consumidora de produtos onde
a gipsita é utilizada (PEREIRA, 1973). Nos Estados Unidos a calcinação da
gipsita para emprego na construção civil começou em 1835, mas esta
aplicação só se desenvolveu por volta de 1885, com a descoberta de um
7
método comercial para retardar o tempo de pega do gesso. A produção dos
Estados Unidos representa cerca de 17,3% da produção mundial, enquanto
que o Brasil, representa apenas 1,5% (LYRA; AMARAL; DANTAS, 2007).
2.3 Produção de gesso no Brasil
Atualmente, o Brasil possui a sexta posição na produção de cimento, o
que indica que nós construímos muito, enquanto que a produção de gesso
ainda é bastante reduzida com relação ao potencial de nossas reservas de
Gipsita (PERES, BENACHOUR, SANTOS, 2008). A produção mundial de
gipsita chega a 103 milhões de toneladas/ano, enquanto que a produção
brasileira chega a 1 milhão de toneladas/ano sendo que 94% desta produção
ocorre no estado de Pernambuco, na Região do Araripe, localizada entre os
estados do Ceará, Piauí e Pernambuco sendo que este último é o estado com
maiores reservas conhecidas (PERES, BENACHOUR, SANTOS, 2008). O Pólo
Gesseiro do Araripe é constituído pelas seguintes cidades: Araripina, Trindade,
Ipubi, Bodocó, Ouricuri sendo que a cidade de Araripina detém a maior
produção da região.
Três empresas multinacionais que são as maiores produtoras de gesso
do mundo possuem unidades no Brasil. A Lafarge possui uma unidade em
operação no Brasil em Petrolina-PE, enquanto que a Knauf e a BPB estão se
instalando na região sudeste do Brasil. A maior empresa brasileira produtora de
gesso é a Supergesso S/A localizada no Pólo Gesseiro do Araripe.
2.4 Obtenção do gesso por desidratação térmica
Segundo Santos (1996) e Daligand (1985) quando se aquece o minério
de gipsita, de 20 a 1250⁰C, podemos obter cinco fases do sulfato de cálcio:
a) Na temperatura ambiente tem-se o minério de gipsita (sulfato de cálcio
dihidratado);
b) Em temperaturas de 100⁰C tem-se início a desidratação da gipsita para
formação dos hemidratos alfa ou beta, a formação de um ou do outro irá
depender das condições de operação. A esta temperatura a cinética da reação
é muito lenta, sendo assim em processos industriais, a velocidade requerida de
8
produção é conseguida trabalhando-se em uma faixa de temperatura entre 140
e 160⁰C (SANTOS, 1996);
CaSO4∙2H2O CaSO4∙ 1/2H2O + 1,5 H2O (Eq.01)
c) Quando a temperatura de 200⁰C é alcançada o hemidrato perde quase toda
a sua água de cristalização e obtém-se uma anidrita solúvel (instável),
denominada anidrita III. A anidrita solúvel, de fórmula CaSO4∙H2O, indica que
este produto pode conter água de cristalização, embora em baixo teor
(CINCOTTO; AGOPYAN; FLORINDO, 1988), variando entre 0,11 a 0,06. Este
tipo de anidrita confere ao gesso uma redução em suas propriedades
mecânicas, devido às condições adversas em que é formada no processo
(excesso de temperatura). Sendo muito reativa, transforma-se em hemidrato
com a umidade do ar (DALIGAND, 1985):
CaSO4.1/2H2O CaSO4.H2O + (1-)∙1/2H2O (Eq.02)
Sendo a produção de anidrita, às vezes, possível diretamente da gipsita
(SANTOS, 1996):
CaSO4∙2H2O CaSO4∙H2O + (1-)∙2H2O (Eq.03)
d) A transformação de Anidrita III em II ocorre para o beta-hemidrato, quando a
temperatura alcança 350⁰C (SANTOS, 1996), e para o alfa-hemidrato, quando
a temperatura do sólido calcinado atinge 220⁰C (DALIGAND, 1985);
CaSO4. H2O CaSO4 + ∙H2O (Eq.04)
HEXAGONAL ORTORRÔMBICA
9
A anidrita II, ou anidrita insolúvel, pode ser obtida de 350 a 800⁰C. Entre
700 e 800⁰C, é denominada de gesso “calcinado até a morte”. Sua calcinação
entre 400 e 500⁰C, produz uma anidrita utilizada como um dos constituintes
dos gessos de construção, principalmente o gesso de revestimento de parede,
por conferir resistências especiais à erosão e à compressão para a mistura final
(SANTOS, 1996).
e) Quando se calcina o minério de gipsita acima de 800⁰C (SANTOS, 1996) ou
à 1230⁰C, a anidrita II transforma-se em anidrita I, que é bastante similar a
anidrita natural encontrada no minério de gipsita, com hidratação
extremamente difícil (DALIGAND, 1985);
CaSO4 II CaSO4 I (Eq.05)
ORTORRÔMBICA CÚBICA DE FACES
CENTRADAS
f) Quando se atinge temperaturas de calcinação acima de 1250⁰C, tem-se a
decomposição da anidrita I em óxido de cálcio e anidrido sulfúrico (DALIGAND,
1985);
CaSO4 I CaO + SO2 + 1/2O2 (Eq.06)
2.5 Diferenciação entre o gesso alfa e o gesso beta
Dependendo do processo de produção, o hemidrato a ser produzido
poderá possuir duas formas diferentes: alfa e beta. Normalmente, a forma alfa
é produzida por métodos úmidos, enquanto que a forma beta é produzida por
via seca, utilizando para as duas formas, o sulfato de cálcio dihidratado como
matéria prima (SINGH; MIDDENDORF, 2007).
As formas alfa e beta do hemidrato reagem de modos diferentes quando
misturados com a água, assim como os produtos obtidos a partir destas duas
10
formas apresentam diferenças em relação as suas características mecânicas.
Quando a mesma razão água/gesso é utilizada na hidratação das formas alfa e
beta-hemidratos, os produtos obtidos a partir da forma alfa irão apresentar
maiores resistências. Segundo Singh e Middendorf (2007), a formação dos
cristais destas duas formas difere apenas no tamanho, e no arranjo dos
cristais.
As Figuras 1 e 2 apresentam a microscopia eletrônica de varredura
(MEV) realizada em pastas (alfa e beta), mostrando que a forma alfa-hemidrato
apresenta cristais com melhor formação (maiores, mais afiados e mais
transparentes), absorvem menos água do que a forma beta-hemidrato, pois
possui menor área superficial. Na forma beta-hemidrato os cristais apresentam-
se menores, com partículas semelhantes a escamas, sem formação pré-
definida, apresentando maior absorção de água para atingir uma pasta com
consistência igual à forma alfa-hemidrato, pois possui maior área superficial
(SINGH; MIDDENDORF, 2007).
Figura 1 – Microscopia eletrônica de varredura (MEV) em pastas de alfa-hemidrato.
Fonte: adaptado de Singh e Middendorf (2007).
11
Figura 2– Microscopia eletrônica de varredura (MEV) em pastas de beta-hemidrato.
Fonte: adaptado de Singh e Middendorf (2007).
A hidratação dos hemidratos alfa e beta possuem comportamentos
semelhantes, porém com algumas diferenças: o período de indução do alfa-
hemidrato é mais curto quando comparado ao beta-hemidrato, que
subseqüentemente se hidrata mais rápido devido a sua área superficial
(SINGH; MIDDENDORF, 2007). A Figura 3 apresenta a variação de
temperatura em função do tempo, para a hidratação de dois hemidratos (alfa e
beta), utilizando a mesma razão água/gesso= 0,6.
12
Figura 3 – Estudo da hidratação do alfa e beta-hemidrato, com variação da
temperatura ao longo do tempo; razão água/gesso=0,6
Fonte: adaptado de Singh e Middendorf (2007).
Singh e Middendorf (2007) ressaltaram que, o sulfato de cálcio constitui
grupos de ligações inorgânicas que tem sido utilizado pelo homem desde os
tempos ancestrais. A reação mais comum deste tipo de grupo trata-se da
adição de água (líquido) ao sulfato de cálcio hemidrato (CaSO4∙0,5H2O) para a
formação do dihidratado (CaSO4∙2H2O).
A Figura 4 apresenta uma forma geral da cinética de reação do tipo
sigmoidal que identifica três regiões: um período de indução, um período de
aceleração e um período de reação lenta ou conclusão da hidratação.
Gesso beta
•Gesso alfa
13
Figura 4– Hidratação do hemidrato em função do tempo.
Fonte: Adaptado de Singh e Middendorf (2007).
2.6 Mecanismo de formação e crescimento do cristal de gesso-
Nos últimos anos, reconheceu-se que a possibilidade de aproveitamento
da técnica de produção do gesso por via úmida, através da desidratação da
gipsita em água, é bastante ampla. Alguns fatores são decisivos no sucesso do
emprego do gesso como aglutinante, dentre eles, pode-se citar a natureza da
gipsita utilizada, a temperatura de desidratação e o tamanho e forma das
partículas hemidratadas.
Um mecanismo de transformação da gipsita em meio aquoso em
hemidrato é proposto por SATAVA (1967; 1974) cuja desidratação de um único
cristal de gipsita sob condições hidrotérmicas foi observada por microscopia.
Constate-se que no inicio do processo, embriões ou núcleos do hemidrato
se formam na superfície do cristal do dihidrato, na direção não paralela ao eixo
normal da seção do cristal da gipsita de forma cílindrica. Contudo, à medida
que os núcleos crescem formando os cristais do hemidrato, estes, por sua vez,
crescem e de forma paralela ao eixo da seção da partícula de gipsita primária.
O mecanismo da reação de desidratação da gipsita em meio aquoso ocorre de
forma topoquímica, ou seja, da superfície do grão de gipsita para seu interior,
enquanto ocorre o crescimento simultâneo dos cristais do hemidrato. Na etapa
final do processo, observa-se que à medida que os cristais de hemidrato
14
crescem, sacrificam os cristais do dihidratado residuais que se dissolvem,
enquanto que o transporte de massa ocorre na fase líquida.
A desidratação de monocristais de gipsita requer temperaturas superiores
a 117OC. Acima desta temperatura a superfície da gipsita é mais solúvel que o
hemidrato (SATAVA, 1974). Se o cristal de gipsita for suficientemente grande
(pelo menos 1mm), resultando assim uma superfície de contato pequena com a
água, um cristal compacto de hemidrato é formado não havendo a dissolução
completa do cristal primário (SATAVA, 1971; 1967). Neste caso, apenas a
reação topoquímica é importante e cristais de gesso beta podem ser formados,
apresentando uma forma de agulha. A preparação de um gesso de alta
qualidade requer partículas de hemidrato não porosos. A desidratação
topoquímica resulta em pseudomorfos porosos das partículas iniciais do
dihidratado com uma grande área superficial. As propriedades do gesso
formado são similares aquelas do material preparado pelo processo a seco
(alta relação água/gesso e baixas resistências).
Propriedades de gesso dependem em grande parte das características da
microestrutura, tais como morfologia de cristal e tamanho, propriedades juntas
de matriz e da estrutura do poro (Baohong Guan,2010)
2.7 Elementos sobre a cristalização em solução
Estudos de cristalização em soluções aquosas ou não aquosas são de
grande interesse. Isto se deve a incidência deste fenômeno na natureza e seu
longo uso em vários processos industriais. A cristalização em solução é um
processo complexo que envolve vários estágios para formação dos cristais. A
cristalização inclui a preparação das soluções supersaturadas, a formação dos
núcleos dos cristais ou embriões, o crescimento dos cristais e a recristalização.
Cada uma destas etapas é afetada por numerosos fatores, sendo assim, a
cinética global do processo de cristalização função de muitas variáveis. Os
principais fatores se resumem na temperatura, o grau de supersaturação da
solução, o nível de agitação, a composição da fase líquida e a natureza e o teor
das impurezas presentes na solução.
15
2.8 Aspectos Cinéticos
A cristalização ou a transformação de fases líquido-sólido envolve duas
etapas: a de nucleação, caracterizada pelo aparecimento de pequenas regiões
com arranjo ordenado de átomos (no caso de metais) ou moléculas (para
outros materiais); e a de crescimento, onde estas regiões, após se
estabilizarem como núcleos da nova fase, crescem formando cristais
(ASKELANO, 1984; WUNOERLlCH, 1976).
A obtenção de formas sólidas de um composto é frequentemente levada
a cabo por cristalização em solução ou a partir de fundidos. Classicamente, o
processo de cristalização é descrito em dois passos, nucleação e crescimento
dos cristais, com a forma física resultante a ser a consequência da relação
cinética entre estes dois processos elementares.
A Teoria Clássica da Nucleação (CNT) é a teoria mais simples e mais
amplamente usada que descreve o processo de nucleação. Embora a CNT
tenha sido originalmente derivada da condensação do vapor em líquido,
também tem sido empregue “por analogia” para explicar a precipitação de
cristais a partir de soluções sobressaturadas e fundidos. A descrição
termodinâmica deste processo foi desenvolvida até ao final do século XIX por
Gibbs, que definiu a variação da energia (∆G) como a soma da variação da
energia livre para a transformação de fase (∆GV) e a variação da energia livre
para a formação da superfície (∆GS).
A taxa de nucleação (I), que é igual ao número de núcleos formados por
unidade de tempo e por unidade de volume, é expressa na forma da equação
de Arrhenius como:
(01)
Onde A é o fator pré-exponencial, E é a energia de ativação para a
transformação líquido-sólido, k a constante de Boltzmann e T a temperatura
absoluta (ERDEMIR, MANRICH, 2009).
A nucleação pode ocorrer por dois mecanismos: o homogêneo e o
heterogêneo. Na nucleação homogênea, as flutuações espontâneas na
densidade do líquido permitem a formação da forma sólida mais estável,
16
enquanto a nucleação heterogênea é impulsionada por impurezas ou pela
superfície de contacto com o líquido. A nucleação heterogênea é o mecanismo
predominante em processos industriais. Os processos de nucleação dependem
basicamente de dois fatores: a supersaturação do meio e a tensão interfacial. A
supersaturação é tida como a medida de forças termodinâmicas que levam à
formação da fase sólida, enquanto a tensão interfacial é uma medida
termodinâmica do trabalho reversível necessário para aumentar a interface
entre o líquido e o soluto.
Estes fatores são pontos a serem considerados na cristalização, uma
vez que deles depende a taxa de crescimento de um determinado cristal e dos
seus diferentes polimorfos. Ressalta-se também a importância de um estudo
detalhado do papel de cada solvente e impureza presente no processo de
cristalização, pois estes têm influência direta na possível formação de
polimorfos durante a purificação do material.
A nucleação envolve a formação de agregados de moléculas que
excederam um tamanho crítico e são, portanto, estáveis. Uma vez que o núcleo
cristalino se formou, este começa a crescer pela incorporação de outras
moléculas, no cristal em crescimento. A velocidade de crescimento de um
cristal é diretamente proporcional ao sobrearrefecimento, sobressaturação e
inversamente proporcional à viscosidade da solução. Quanto mais alta é a
viscosidade, mais difícil se torna a troca de matéria entre a fase líquida e a
superfície do cristal e mais lento será seu crescimento. Devido à interações
atrativas entre os cristais, os grandes cristais que podem ser observados
durante a cristalização são normalmente formados por pequenos cristais
unidos por ligações fracas. A morfologia dos cristais é determinada por
condições internas e externas. A cinética de cristalização depende da
velocidade de formação do núcleo, bem como da velocidade de crescimento
dos cristais. O tamanho e a forma dos cristais dependem da relação entre
estes dois fatores. Normalmente, o arrefecimento lento resulta em cristais
grandes, enquanto que o arrefecimento rápido produz cristais menores.
A forma cristalina resultante do processo de cristalização pode variar
com o grau de supersaturação. A temperatura pode ser considerada como a
segunda variável mais importante que afeta o resultado da cristalização num
sistema polimórfico. O solvente, os aditivos (e impurezas), a interface e o pH
17
foram classificados como fatores secundários que afetam o processo de
cristalização, principalmente através do seu efeito no grau de supersaturação,
Em suma, para aumentar a probabilidade de descobrir todas as formas
relevantes, o espaço de variáveis que contribui para a diversidade de formas
sólidas deve ser abrangido o mais amplamente possível (BERNSTEIN, 2008).
2.9 Nucleação dos cristais
A formação dos cristais respondem as mesmas leis que quantificam
qualquer fenômeno de aparição de uma nova fase. A aparição espontânea de
uma nova fase ocorre quando o sistema se encontra em estado de não
equilíbrio, ou que a ruptura de equilíbrio seja suficiente para permitir a
formação de uma nova fase.
A formação dessa nova fase é associada à aparição de núcleos ou
embriões de volume bem definido e uma camada separando a nova fase da
fase inicial residual. O teor mínimo da nova fase capaz de independência
própria pode ser chamado de núcleo ou embrião. Ele é o centro de
cristalização da nova fase.
Na cristalização em solução, a formação de núcleos ocorre somente em
soluções supersaturadas. Chamam-se soluções supersaturadas aquelas que
apresentam concentração de sólido maior que da solução saturada. Todavia, a
definição de núcleo é sujeita a discordância, segundo Kuznetsov (1953), o
núcleo é um cristal de dimensão muito pequena. Outros investigadores
(Christiansen, 1954) não consideram o núcleo como sendo um cristal, mas
como um complexo estável de íons em molécula estável apto para um
crescimento posterior.
Contudo, independente da sua estrutura inicial, a formação do núcleo
obedece a certas leis gerais. Estas incluem a relação entre o grau de
supersaturação da solução e o número de núcleos formados por unidade de
tempo e por unidade de volume, ou seja, a taxa de formação dos núcleos.
A Taxa de formação dos núcleos é dada pela seguinte expressão:
dt
dN
V
1rN
(02)
18
Sendo: N = número de núcleos,
t = tempo,
V =volume da solução onde ocorre a cristalização
Quando o grau de supersaturação da solução aumenta, a taxa de
formação dos núcleos aumenta e o núcleo se torna de tamanho maior
(Kuzhekov, 1953; White e Frost, 1954). Outros fatores podem, também, afetar
a taxa de formação dos núcleos, eles se compõem essencialmente do grau de
agitação e da presença de impurezas na solução.
As dimensões do núcleo dependem da natureza do soluto presente na
solução e das condições de cristalização. O núcleo é considerado uma
partícula cujo tamanho atinge uma dimensão mínima qualificada de crítica.
Partículas de dimensões menores que o valor críticos encontram-se dissolvidas
ou dissociadas em suas componentes da estrutura original.
Leis quantificando a taxa de formação de núcleos foram desenvolvidas
em meios chamados de “puros” (ausência de impurezas). A velocidade de
formação dos núcleos, nestas condições pode ser apresentada por uma lei
análoga a lei cinética de reação química, ou seja:
Sendo: kN= constante de taxa de formação dos núcleos
n= ordem da reação
c=concentração do soluto na solução
2.10 Crescimento dos Cristais
O crescimento dos cristais envolve dois principais processos: a difusão
das partículas até a superfície do cristal crescente, e a incorporação destes na
rede da estrutura do cristal. O segundo processo pode ser dividido em vários
estágios: a adsorção das partículas na superfície, sua migração ao longo da
superfície e, finalmente, uma incorporação à rede do cristal (Volmer, 1939).
Dependendo da etapa controladora, a taxa de crescimento é descrita por uma
das várias equações relativas a cada uma das etapas envolvidas no processo
global de crescimento dos cristais. Assim, a taxa de crescimento se encontra
nNN Ckr
(03)
19
influenciada pelos mesmos fatores que afetam o processo de nucleação. Esses
fatores incluem principalmente a temperatura, o grau de agitação da solução, a
presença de impurezas, o nível da supersaturação e a viscosidade. Muitas
equações diferentes podem ser encontradas na literatura que utilizam inúmeros
fatores diferentes, porém, todas essas equações se baseiam em um processo
que tem início com a formação de um núcleo esférico (SHELBY,1997;
ZARZYCKI.1991)
A taxa de crescimento dos cristais pode ser expressa de diferentes
maneiras. Pode ser apresentada como função do tempo de uma dimensão
linear, superfície, volume ou massa do cristal. Assim, escreve-se:
- A taxa linear de crescimento dos cristais:
Sendo: L=comprimento do cristal
- A taxa de crescimento de superfície
Sendo: S=superfície do cristal
- A taxa de crescimento do volume
Sendo: V= volume do cristal
dt
dLrL
dt
dSrS
dt
dVrV
(04)
(05)
(06)
20
- A taxa de crescimento da massa
Sendo: m= massa do cristal
A velocidade de crescimento dos cristais é, muitas vezes, assimilada a
um crescimento linear. Entende-se que o deslocamento das diferentes faces do
cristal ocorre com um ângulo de 90º em relação ao plano da face, ou seja, a
movimentação das faces do cristal se faz de modo paralelo. Todavia, em
muitos casos, as taxas de crescimento individual das diferentes faces do cristal
são diferentes.
A taxa de crescimento dos cristais pode ser avaliada por várias técnicas.
Elas são constituídas essencialmente pelo método de medição da
condutividade elétrica da solução, as observações óticas do crescimento dos
cristais e a avaliação do crescimento da massa do cristal por pesagem (Tappe
et al., 1961).
A dependência complexa da velocidade de crescimento dos cristais de
vários fatores resultou no desenvolvimento de várias teorias. Das principais,
pode-se citar: a teoria da difusão e a teoria termodinâmica de GIBBS-Volmer
(Kuznetsov, 1953).
A presença de um cristal num meio de uma solução supersaturada induz
a formação de uma camada ao redor da partícula. A concentração da
substância cristalizante varia, segundo a teoria da difusão, através da
espessura do filme da concentração C, igual a concentração do soluto na
solução, à concentração Co que representa a solubilidade máxima da
substância cristalizante, para uma determinada temperatura, na superfície do
cristal.
dt
dmrm (07)
21
A taxa de crescimento é, muitas vezes, avaliada pela seguinte equação:
Sendo S=superfície do cristal
km= coeficiente de transferência de massa
A teoria termodinâmica de GIBBS-Volmer é baseada na consideração
que o processo de crescimento do cristal ocorre camada por camada. De
acordo com a teoria de crescimento dos cristais de Volmer (1954), supõe-se a
existência de uma camada de adsorção de espessura fina na interface
líquido/sólido. A camada se forma de modo seguinte: partículas de substância
cristalizante perdem uma parte da energia quando atingem a interface do
cristal. Após atingir a superfície, elas possuem, ainda, certo movimento na
superfície. Essa migração das partículas na superfície o cristal é análoga às
moléculas do gás em sistema bidimensional. Considera-se que um equilíbrio
entre camada de adsorção e a solução se estabelece instantaneamente.
A taxa de crescimento do cristal é controlada pela velocidade de captura
das partículas da camada de adsorção para a estrutura da rede do cristal.
Colisões entre partículas na camada de adsorção resultam a formação de
núcleos bidimensionais. De acordo com a teoria de GIBBS a formação dos
núcleos bidimensionais conduz a variação da energia livre. O valor máximo
desta pode ser relacionado com a taxa linear de crescimento dos cristais pela
equação seguinte:
Sendo: k’ = constante de velocidade
T=temperatura absoluta
G= variação máxima da energia livre de Gibbs
R=constante dos gases ideais
)CoC(kSdt
dmm
RT
G
L e'kr
(08)
(09)
22
2.11 Plantas para fabricação do gesso alfa
O hemidrato alfa, obtido com a calcinação em autoclave, passa por uma
modificação na estrutura cristalina do gesso resultando em um produto mais
homogêneo. Como conseqüência, após a mistura com água, obtém-se um
produto com maior resistência mecânica e menor consistência. Essa última
característica possibilita a trabalhabilidade da mistura com uma menor relação
água/gesso. Dentre as principais aplicações do gesso alfa estão: (1)
bandagens de alta resistência; (2) matrizes para indústria cerâmica; (3)
indústria de modelagem (usados por artistas plásticos); (4) ortopedia; (5)
odontologia e (6) indústria automobilística. O gesso odontológico pode ser do
tipo III ou do tipo IV. Esse último, um produto mais nobre, obtido a partir de
aditivos e que se caracteriza por uma menor consistência, maior resistência
mecânica e menor expansão (BALTAR; BASTOS; LUZ, 2004).
Atualmente se produz o gesso alfa através de dois processos: o primeiro
por aquecimento da gipsita em autoclaves (sob pressão de vapor), e o segundo
por aquecimento da gipsita em meio líquido (PERES; BENACHOUR; SANTOS,
2008). A seguir, uma descrição sucinta dos principais processos de produção
do gesso alfa:
a) Produção de gesso com vapor: a produção do gesso alfa utilizando
vapor consiste basicamente na britagem do minério para redução de seu
tamanho, na alimentação do autoclave aquecido com vapor, onde ocorre a
reação de desidratação, a secagem do gesso britado, a moagem e estocagem
do gesso alfa (BENACHOUR; PERES; SANTOS, 2008).
A Figura 5 apresenta um fluxograma de produção de gesso alfa
utilizando o vapor na desidratação das pedras de gipsita. As pedras são
colocadas sobre os vagões, e transportadas para dentro de um autoclave.
23
Figura 5 – Processo de produção de gesso alfa (desidratação com vapor)
Fonte: adaptado de Peres, Benachour e Santos (2008).
b) Produção de gesso em meio líquido: a produção do gesso alfa em meio
líquido consiste basicamente na moagem da gipsita, imersão em água para
maceração, bombeamento para um reator fechado e aquecido com camisa de
vapor onde se processa a reação de desidratação. A suspensão do gesso alfa
é centrifugada e secada. Em seguida, o gesso é moído e transferido para um
silo de estocagem. O mais importante no processo de produção de gesso alfa,
é que os seus cristais podem ter formatos predefinidos. Assim são obtidas
pastas de alta fluidez e peças de gesso com alto desempenho mecânico
(BENACHOUR; PERES; SANTOS, 2008).
A Figura 6 apresenta um fluxograma de produção do gesso alfa em meio
líquido.
Moagem
Secagem Desidratação lavagem
Gipsita
Silo de gesso
Alfa
Gesso Alfa
Vapor
24
Figura 6 – Processo de produção do gesso alfa (desidratação em meio líquido)
Fonte: adaptado de Peres, Benachour, Santos (2008).
25
3 MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo do processo de calcinação da gipsita por via úmida, foi
realizado na UFPE, sob pressão, em um reator laboratorial tipo PARR para
produção de um gesso alfa especial, identificando, inicialmente, num conjunto
de aditivos usados na prática industrial o aditivo ideal favorecendo o fenômeno
de formação dos cristais. Perfis de conversão da gipsita em função do tempo
foram elaborados com duas (02) velocidades de agitação (Nm): 600 e 800RPM;
três (03) temperaturas/pressões (T): 120ºC/1,97atm, 130ºC/2,65atm e
140oC/3,54atm, aditivos: ácido cítrico e anidrido maléico com concentrações:
0,1, 0,2 e 0,3% (proporção mássica) e relação pó/água de 10/90. Em cada
experimento, foram coletadas amostras, sendo cada amostra lavada com
álcool etílico anidro, evitando que o gesso formado reaja com a água livre e
volte à forma dihidratada inicial, filtrada a vácuo, e, posteriormente, secada em
um forno de microondas (potência máxima de 1050 W) operando com uma
potência de 50% do valor máximo durante 3 min.
Os testes necessários para a caracterização dos materiais produzidos
foram realizados nos laboratórios do Instituto de Tecnologia de Pernambuco –
ITEP, envolvendo principalmente a medição do teor de água de cristalização e
a elaboração das micrografias de Microscopia Eletrônica de Varredura – MEV e
dos difratogramas de Difração de Raio-X – DRX.
3.1 Unidade de Reator PARR
A Figura 7 mostra o fluxograma do reator utilizado (PARR).
O reator PARR (Figura 8) é um sistema de tipo batelada,
mecanicamente agitado, de capacidade de 2L com controle simultâneo da
pressão e da temperatura e da velocidade de agitação. A sua confecção com
aço inox permitiu a realização dos ensaios em altos valores da temperatura da
mistura reacional/pressão do vapor correspondente. Embora o reator tenha
capacidade de 2 L, somente 1,3 L podem ser utilizados conforme orientação do
fabricante. Utilizou-se a proporção de 10% gipsita e 90% água em relação à
capacidade útil do reator para os experimentos
26
Figura 7 : Fluxograma do Reator PARR.
E1 = Alimentador
S1 = Válvula de purga do reator
S2 = Saída da Amostra por Pressão
V1 = Válvula de Ar Comprimido
V2 = Válvula de recuperação das Amostras
V3 = Válvula de Alívio
M = Agitador
I = Indicador de Temperatura, Pressão e Velocidade de Agitação
27
Figura 8: Reator PARR disponível no DEQ/UFPE.
3.2 Métodos
3.2.1 Água de Cristalização
Na determinação do Grau de hidratação (água livre) colocou-se uma
amostra do material a temperatura constante de 200 °C numa termo-balança
conforme a Figura 9.
Figura 9 – Analisador de umidade GEHAKA IV 200.
28
3.2.2 Microscopia Eletrônica de Varredura - MEV
Com objetivo de acompanhar as modificações ocorridas nos cristais,
pequenas frações de corpos de prova foram analisadas em um microscópio
eletrônico de varredura (FEI – Modelo QUANTA 200F), à baixo vácuo. As
amostras foram colocadas nos porta-amostra e envolvidas por uma fita dupla-
face de carbono, para melhora a condutividade, antes de serem analisadas. As
micrografias foram elaboradas no Instituto de Tecnologia de Pernambuco –
ITEP.
3.2.3 Difração de Raio-X
Com o objetivo de identificar as substâncias cristalinas, pequenas
quantidades de amostras foram analisadas através do DRX. Um difratograma
consiste de um registro da intensidade de raios difratados versus o dobro do
ângulo de difração (2θ). Como o comprimento de onda da radiação-X é
conhecido, é possível, através da lei de Bragg, determinar os valores dos d’s
(espaçamento interpolar) para cada pico ou banda de difração. Nos trabalhos
de determinação qualitativa de fases cristalinas, a prática comum é gerar um
espectro com ângulo (2θ) variando de 2° a 110°, sendo as intensidades
registradas em porcentagem da relação entre a raia mais intensa (100%) com
os demais picos da fase. Os difratogramas foram concebidos no Instituto de
Tecnologia de Pernambuco – ITEP.
29
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A seguir estão apresentados e discutidos os resultados obtidos na
desidratação da gipsita em meio aquoso avaliando-se o efeito da concentração
e da natureza do aditivo, a temperatura da reação (T)/Pressão de vapor
correspondente (P) e a velocidade do móvel mecânico de agitação (Nm) e
razão mássica pó/água sobre a conversão da gipsita, quantificada pelo valor do
teor de água de cristalização, e as características e qualidade do gesso
formulado, identificadas por meio da elaboração das micrografias de
Microscopia Eletrônica de Varredura e os difratogramas de Difração de Raio-X.
4.1 Efeito da concentração e da natureza do Aditivo
4.1.1 Estudo da reação em ausência de aditivo
Numa primeira aproximação experimental, na ausência de aditivo
(concentração do aditivo nula), foram realizados ensaios de desidratação
úmida da gipsita para as temperaturas/pressões de reação de 120ºC/1,97atm,
130ºC/2,65atm e 140ºC/3,54atm mantendo-se constante, em todos os
experimentos, a velocidade de agitação em 600 RPM e razão mássica água/pó
em 90/10. Foram obtidos os seguintes resultados para o teor de água de
cristalização após um tempo operacional de 8h, sendo estes evidenciados na
Tabela 01.
Tabela 01: Quantificação do teor de Água de Cristalização em ausência de aditivo a
Nm=600 RPM e tempo operacional de 8h.
Temperatura (ºC)/Pressão de
vapor correspondente (atm)
Teor de Água de
Cristalização (%)
120/1,97 20,47
130/2,65 10,26
140/3,54 15,99
30
A faixa desejada de água de cristalização para obter um gesso de boa
qualidade encontra-se entre 4,2 e 6,2%. Pela análise da Tabela 01, observa-se
que os resultados não foram satisfatórios, já que estes se encontram acima do
limite estabelecido. Todavia, nota-se que o valor de grau de cristalização com
emprego da temperatura/pressão de 130ºC/2,65atm foi de 10,26%, sendo
aquele que mais se aproximou do teor ideal de formação de um gesso, porém
com presença de uma quantidade ainda considerável de gipsita não
desidratada.
A Figura 10 ilustra as micrografias de microscopia eletrônica de varredura
(MEV) das amostras sintetizadas nas três condições de temperatura/pressão
de vapor estudadas.
(a) (b) (c)
Figura 10: Micrografias de MEV – Gesso formado sem aditivo: a°) T=120ºC/1,97atm,
b°) T=130ºC/2,65atm e c°) T=140ºC/3,54atm, sendo Nm=600 RPM e tempo operacional de 8h.
Analisando as micrografias da Figura 10, tudo indica que há formação de
um gesso de tipo beta visto a heterogeneidade da morfologia, na forma e na
organização da estrutura, apresentada pelos cristais do sólido reacional.
Verifica-se então com a ausência de um aditivo adequado, mesmo operando
em condições de temperatura/pressão de vapor correspondente da fase
aquosa, não há formação de gesso de tipo alfa.
31
4.1.2 Estudo da reação em presença do aditivo Anidrido Maléico
O estudo do efeito da adição do aditivo maléico sobre a conversão da
gipsita e as características do gesso formulado foi realizado adotando
temperaturas/pressões de reação de 120°C/1,97atm, 130°C/2,65atm e
140°C/3,54atm, razões mássicas aditivo/gipsita de 0,10%; 0,20% e 0,30% e
tempo operacional de 8h, sendo a velocidade de rotação do agitador mantida
em 600 RPM em todos os ensaios.
a°) Resultados obtidos na temperatura/pressão de 120°C/1,97atm
A Tabela 2 mostra os resultados obtidos para o teor de água de
cristalização, após um tempo operacional de 8h, na presença do aditivo
anidrido maléico e na temperatura/pressão de 120°C/1,97atm.
Tabela 2: Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da razão mássica
anidrido maléico/gipsita, a Nm=600 RPM, T=120°C/1,97atm e tempo operacional de 8h.
Razão mássica Aditivo
Anidrido Maléico/Gipsita (%)
Teor de Água de
Cristalização (%)
0,10 6,33
0,20 6,30
0,30 6,27
Pela análise da Tabela 2, observa-se que os resultados foram
satisfatórios, já que estes se encontram próximos dos limites estabelecidos.
A Figura 11 mostra a microscopia eletrônica de varredura (MEV) das
amostras contendo como aditivo anidrido maléico a 0,10%; 0,20% e 0,30% na
temperatura/pressão de reação de 120ºC/1,97atm e no tempo operacional de
8h.
32
(a) (b) (c)
Figura 11: Micrografias de MEV – Gesso formado com aditivo anidrido maléico; a°) 0,10%, b°)
0,20% e c°) 0,30%, sendo Nm=600 RPM , T=120ºC/1,97atm e tempo operacional de 8h.
Ao analisar as Figura 11, considerando a forma e a organização da
estrutura dos cristais formados, evidencia-se que há formação de gesso de tipo
alfa na condição do uso do aditivo anidrido maléico e que a concentração deste
não afeta significativamente a forma e o tamanho dos cristais formados.
A caracterização mineralógicas do gesso realizadas pela técnica de
difração de raios X (DRX), para identificação das substâncias cristalinas é
apresentada através dos difratogramas nas Figuras 12, 13 e 14,
respectivamente para as razões mássicas anidrido maléico/gipsita de 0,10%;
0,20% e 0,30% na temperatura/pressão de reação de 120°C/1,97atm e no
tempo operacional de 8h.
Ao serem analisadas por difração de raios-X, as substâncias cristalinas
apresentam picos com intensidade característica que é função do ângulo de
incidência dos raios X. Através destes picos é possível determinar que
substâncias estejam presentes na amostra. A identificação dos minerais foi
feita de acordo com a base de dados da tabela Power Difraction File (ICDD,
1995).
As Figuras 12,13 e 14 apresentam as caracterizações mineralógicas do
produto final da reação de desidratação da gipsita realizada pela técnica de
difração de raios X (DRX), para identificação das substâncias cristalinas.
33
0 10 20 30 40 50 60
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
A
(B,A
)
B
B
B
BB
B
BBB
B
B
B
B
2,86
3,05
1,67
1,70
1,73
1,85
1,91
2,00
2,12
2,14
2,19
2,222,
272,34
2,71
2,81
3,00
3,47
4,29
4,37
6,03
Inte
nsid
ade
(cps
)
2 (graus)
Figura 12: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,10%, sendo
Nm=600 RPM, T=120°C/1,97atm e tempo operacional de 8h.
0 10 20 30 40 50 60
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
A
(B,A
)
B
B
B
BB
B
BBB
B
B
B
B
2,86
3,05
1,67
1,70
1,73
1,85
1,91
2,00
2,12
2,14
2,19
2,222,
272,34
2,71
2,81
3,00
3,47
4,29
4,37
6,03
Inte
nsid
ade
(cps
)
2 (graus)
Figura 13: Difratograma de DRX – Gesso formado formado com aditivo anidrido maléico a
0,20%, sendo Nm=600 RPM e T=120°C/1,97atm e tempo operacional de 8h.
B = Bassanita
A = Anidrita
B = Bassanita
A = Anidrita
34
0 10 20 30 40 50 60
-500
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
A (B,A
)(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
B
B
BBB
BB
B
B
B
B
B
G
1,60
1,671,
69
1,74
1,85
1,89
1,91
2,00
2,09
2,14
2,19
2,21
2,27
2,34
2,71
2,82
3,00
3,05
3,47
4,30
4,37
6,00
7,56
Inte
nsid
ade
(cps
)
2 (graus)
Figura 14: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,30%, sendo
Nm=600 RPM e T=120°C/1,97atm e tempo operacional de 8h.
É importante observar a coincidência dos picos do gesso em diferentes
concentrações de Anidrido Maléico. Isso se dá devido à perda de água e,
consequente mudança de fase da gipsita, como também para bassanita.
Nos difratogramas do gesso alfa pode se constatar que a principal fase
cristalina é a bassanita (CaSO4.0,5H2O) .
A Figura 14 mostra um pequeno pico característico de gipsita (G)
evidenciando que a calcinação não foi realizada completamente após 8 horas
de operação.
b°) Resultados obtidos na temperatura/pressão de 130°c/2,65atm
A Tabela 3 mostra a influência da concentração do aditivo anidrido
Maléico sobre o teor de água de cristalização, após um tempo operacional de
8h, na temperatura/pressão de 130ºC/2,65atm.
B = Bassanita
A = Anidrita
G = Gipsita
35
Tabela 03: Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da razão mássica
anidrido maléico/gipsita, a Nm=600 RPM e T=130°C/2,65atm e tempo operacional de 8h.
Razão mássica Aditivo
Anidrido Maléico/Gipsita (%)
Teor de Água de Cristalização
(%)
0,10 6,31
0,20 6,28
0,30 6,29
De forma análoga a Tabela 2 pode-se concluir com a análise da Tabela
03 que os resultados foram também satisfatórios, já que estes se encontram
próximos dos limites estabelecidos.
A Figura 15 mostra a microscopia eletrônica de varredura (MEV) das
amostras contendo aditivo anidrido maléico a 0,10%, 0.20% e 0,30% à
temperatura/pressão de 130ºC/2,65atm e no tempo operacional de 8h.
(a) (b) (c)
Figura 15: Micrografias de MEV – Gesso formado com aditivo anidrido maléico; a°) 0,10%, b°)
0,20% e c°) 0,30% , sendo Nm=600 RPM, T=130ºC/2,65atm e tempo operacional de 8h.
Ao analisar a Figura 15 pode-se concluir que não existe a nível
morfológico diferença significativa no tamanho das partículas quando se muda
os níveis de concentração (0,1%, 0,2% e 0.3%) do anidrido maléico na
temperatura/pressão de 130°C/2,65atm e no tempo operacional de 8h,
36
resultado semelhante daquele obtido com a temperatura/pressão de reação de
120°C/1,97atm para o mesmo tempo de reação de 8h.
As caracterizações mineralógicas do produto final da reação de
desidratação da gipsita realizada pela técnica de difração de raios X (DRX),
para identificação das substâncias cristalinas são apresentadas através dos
difratogramas nas Figuras 16,17 e 18.
0 10 20 30 40 50 60
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
B(B
,A)
(B,A
)
B
(B,A
)
B
B(B
,A)
BABB
B
(B,A
)
B
B
1,6
71,6
91,7
41,7
5
1,8
5
1,9
1
2,0
0
2,1
22,1
42,1
9
2,2
72,3
4
2,7
12,8
1
2,9
9
3,4
7
4,3
7
6,0
3
Inte
nsid
ad
e (
cp
s)
2 (graus)
Figura 16: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,10%, sendo
Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e tempo operacional de 8h.
B = Bassanita
A = Anidrita
37
0 10 20 30 40 50 60
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
A B
B
BB
B
B
BB
B
(B,A
)
B
B
1,6
91
,70
1,7
4
1,8
5
1,9
1
2,0
02,1
22
,14
2,1
92
,222,2
82
,35
2,7
22
,81
3,0
0
3,4
9
4,4
2
6,0
3
Inte
nsid
ad
e (
cp
s)
2 (graus)
Figura 17: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,20%, sendo
Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e tempo operacional de 8h.
0 10 20 30 40 50 60
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
A
(B,A
)
B
B
B
B
B
BB
B
B
B
1,6
81
,69
1,7
21,7
3
1,8
5
1,9
1
2,0
0
2,1
32
,19
2,2
72
,34
2,7
12
,81
3,0
0
3,4
6
4,4
0
6,0
3
Inte
nsid
ad
e (
cp
s)
2 (graus)
Figura 18: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,30%, sendo
Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e tempo operacional de 8h.
B = Bassanita
A = Anidrita
B = Bassanita
A = Anidrita
38
Nas amostras do gesso alfa, pode-se observar a predominância de picos
característicos da bassanita CaSO4.0,5H2O , mineral na fórmula de sulfato de
cálcio hemidratado, ou seja, composto por meia molécula de água.
c°) Resultados obtidos na temperatura/pressão de 140°C/3,54atm
A influência da concentração do aditivo anidrido maléico sobre o teor de
água de cristalização a uma temperatura/pressão de 140ºC/3,54atm é
mostrada na Tabela 4.
Tabela 04: Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da razão mássica
anidrido maléico /gipsita, a Nm=600 RPM, T=140°C/3,54atm e tempo operacional de 8h.
Razão mássica Aditivo
Anidrido Maléico/Gipsita (%)
Teor de Água de Cristalização
(%)
0,10 6,82
0,30 6,30
Ao observa a Tabela 4 verifica-se uma pequena diminuição no teor da
água de cristalização, a 0,1% obteve-se 6,82% de água de cristalização
enquanto a 0,3% obteve-se 6,30%.
A Figura 19 mostra a microscopia eletrônica de varredura (MEV) das
amostras contendo o aditivo anidrido maléico a 0,1% e 0,3%, na
temperatura/pressão de 140ºC/3,54atm e tempo operacional de 8h.
39
(a) (b)
Figura 19: Micrografias de MEV – Gesso formado com aditivo anidrido maléico; a°) 0,10%, b°)
0,30% , sendo Nm=600 RPM, T=140ºC/3,54atm e tempo operacional de 8h.
Ao analisar a Figura 19 constate-se que não existe a nível morfológico
diferença significativa no tamanho das partículas quando se muda os níveis de
concentração (0,1% e 0.3%) do anidrido maléico.
As Figuras 20 e 21 mostram as caracterizações mineralógicas do
produto final da reação de desidratação da gipsita realizada pela técnica de
difração de raios X (DRX).
40
0 10 20 30 40 50 60
-500
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
A (B,A
)(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
B
B
BBB
BB
B
B
B
B
B
G
1,60
1,671,
69
1,74
1,85
1,89
1,91
2,00
2,09
2,14
2,19
2,21
2,27
2,34
2,71
2,82
3,00
3,05
3,47
4,30
4,37
6,00
7,56
Inte
nsid
ade
(cps
)
2 (graus)
Figura 20: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,10%, sendo
Nm=600 RPM e T=140°/3,54atm e tempo operacional de 8h.
0 10 20 30 40 50 60
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
(B,A
)
(B,A
) (B,A
)
(B,A
)
A
(B,A
)
BB
B
B
BB
B
B
BB
BB
B
1,6
81
,69
1,7
41
,75
1,8
4
1,9
1
2,0
0
2,1
22
,14
2,1
9
2,2
72
,342,7
12
,81
3,0
03
,05
3,4
8
4,3
7
6,0
3
Inte
nsid
ad
e (
cp
s)
2 (graus)
Figura 21: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,30%, sendo
Nm=600 RPM e T=140°C/3,54atm e tempo operacional de 8h.
B = Bassanita
A = Anidrita
G = Gipsita
B = Bassanita
A = Anidrita
41
Ao analisar os difratogramas de DRX, obtidos com aditivo maléico na
temperatura/pressão de 140ºC/3,54atm, constata-se as verificações são
semelhantes daquelas anunciadas na caraterização mineralógica das amostras
sintetizadas na condição de temperatura/pressão de reação de 120 ºC/1,97atm
e 130 ºC/2,65atm.
4.1.3 Estudo da reação em presença do aditivo Ácido Cítrico
O estudo do efeito da adição do aditivo ácido cítrico sobre a conversão
da gipsita e as características do gesso formulado foi realizado adotando a
temperatura/pressão de reação de 130°C/2,65atm e razão mássica
aditivo/gipsita de 0,10%; 0,20% e 0,30%, sendo o tempo operacional de 8h e a
velocidade de rotação do agitador de 600 RPM em todos os ensaios
experimentais.
A influência da concentração de aditivo ácido cítrico sobre o teor de
água de cristalização, após um tempo operacional de 8h, na
temperatura/pressão de 130ºC/2,65atm e velocidade de agitação de 600RPM é
mostrada na Tabela 5.
Tabela 05: Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da razão mássica
ácido cítrico/gipsita, a Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm.e um tempo operacional de 8h.
Razão mássica Aditivo
Ácido Cítrico /Gipsita (%)
Teor de Água de Cristalização
(%)
0,10 10,80
0,20 9,84
0,30 6,43
Ao observar a Tabela 5, conclui-se que existe um efeito significativo do
aumento da concentração do ácido cítrico sobre o teor de água de
cristalização: com 0,1% de concentração do aditivo obteve-se 10,80 % de água
42
de cristalização enquanto com 0,3% de concentração do aditivo obteve-se
6,43% de água de cristalização.
A microscopia eletrônica de varredura (MEV) das amostras contendo o
aditivo ácido cítrico a 0,1%, 0,2% 0,3%, à temperatura/pressão de
130ºC/2,65atm no tempo operacional de 8h e na velocidade de agitação de
600RPM é mostrada na Figura 22.
(a) (b) (c)
Figura 22: Micrografias de MEV – Gesso formado com aditivo ácido cítrico; a°) 0,10%, b°)
0,20% e c°) 0,30%, sendo Nm=600 RPM e T=130ºC/2,65atm e tempo operacional de 8h.
Ao analisar a Figura 22, evidencia-se que os cristais de gesso alfa não
são identificados com uso do aditivo ácido cítrico, independentemente da sua
concentração. O que se obtêm são os cristais de gesso beta devido à
heterogeneidade da forma e da estrutura por estes apresentadas.
A técnica de difração de raios X (DRX), para identificação das
substâncias cristalinas é apresentada através dos difratogramas nas Figuras
23, 24 e 25.
43
0 10 20 30 40 50 60
-500
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
(B,A
)
(B,A
)(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
A
B
BB
B
BBBBB
B
B
B
G
1,6
91
,70
1,7
41
,76
1,8
51
,87
1,9
12
,002
,09
2,1
22
,19
2,1
92
,22
2,3
5
2,4
9
2,7
22
,82
3,0
0
3,4
9
3,5
2
6,0
3
7,6
9
Inte
nsi
da
de
(cp
s)
2 (graus)
Figura 23: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo ácido cítrico a 0,10%, sendo
Nm=600 RPM e T=130°C/2,65atm e tempo operacional de 8h.
0 10 20 30 40 50 60
-500
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
B
BBB
BBBB
B
B
A
AA
AAAA
(B,A
)
BB
A
A
B
G
1,6
5
1,6
7
1,7
31,7
51
,79
1,8
1
1,8
71
,91
2,0
0
2,0
92
,14
2,1
92
,21
2,2
72
,33
2,4
8
2,6
9
2,7
12
,82
2,8
63
,00
3,0
7
3,4
9
3,8
04,2
94
,62
6,0
3
7,6
0Inte
nsi
da
de
(cp
s)
2 (graus)
Figura 24: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo ácido cítrico a 0,20%, sendo
Nm=600 RPM e T=130°C/2,65atm e tempo operacional de 8h.
B = Bassanita
A = Anidrita
G = Gipsita
B = Bassanita
A = Anidrita
G = Gipsita
44
0 10 20 30 40 50 60
-500
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
B (B.A
)
(B.A
)
(B.A
)
(B.A
)
BB
BABBB
(B,G
)(B,G
)
(B,G
)
(B,G
)
(B,G
)
B
G
1,6
91
,70
1,7
41
,76
1,8
61
,88
1,9
1
2,0
0
2,0
92
,13
2,1
52
,19
2,2
22
,28
2,3
5
2,4
9
2,7
32
,82
2,8
83
,01
3,5
7
4,3
1
7,5
6
Inte
nsi
da
de
(cp
s)
2 (graus)
Figura 25: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo ácido cítrico a 0,30%, sendo
Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e tempo operacional de 8h.
Nas amostras do gesso alfa, pode-se observar a predominância de picos
característicos da bassanita CaSO4.0,5H2O , mineral na fórmula de sulfato de
cálcio hemihidratado, ou seja, composto por meia molécula de água.
A presença de traços de anidrita CaSO4, (marcadores A) pode ser um
indicativo de que a temperatura possa ser ligeiramente superior àquela onde a
bassanita é estável.
A presença de traços de gipsita, (marcadores G) pode ser um indicativo
de que a calcinação não foi realizada completamente após um tempo de
reação de 8 horas.
4.1.4 Comparação dos efeitos da natureza dos aditivos
a°) Resultados obtidos na temperatura/pressão de 130°C/2,65atm e
razão mássica aditivo/gipsita de 0,10%
A Tabela 6 mostra a influência da natureza do aditivo sobre a água de
cristalização a uma razão mássica aditivo/gipsita de 0,10%,
B = Bassanita
A = Anidrita
G = Gipsita
45
temperatura/pressão de 130°C/2,65atm tempo operacional de 8h e velocidade
de agitação de 600rpm.
Tabela 6: Quantificação do teor de água de cristalização em função da natureza do aditivo, na
razão mássica aditivo/gipsita de 0,10%, Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e um tempo
operacional de 8h.
Natureza do aditivo-Razão mássica
Aditivo/gipsita (%)
Teor de Água de Cristalização
(%)
Anidrido Maléico-0,10% 6,31
Ácido Cítrico-0,10% 10,80
Ao observar a Tabela 6, conclui-se que existe um efeito significativo da
natureza do aditivo sobre o teor de água de cristalização, assim foram obtidos
teores de água de cristalização com Anidrido maléico e ácido cítrico de 6,31%
e 10,80%, respectivamente, sendo às demais condições operacionais
idênticas. Com o elevado teor de água de cristalização quantificado com a
amostra contendo ácido cítrico fica evidente a desidratação da gipsita não foi
completa e enquanto com a amostra contendo anidrido maléico alcançou-se
um teor de água de cristalização muito próximo daquele que é normalmente
registrado para o gesso (6,2%) significando a formação do hemidrato nas
aquelas condições operacionais.
A Figura 26 mostra as micrografias de microscopia eletrônica de
varredura (MEV) das amostras contendo aditivo anidrido maléico e ácido cítrico
de razão mássica aditivo/gipsita de 0,10% a 130ºC/2,65atm e na velocidade de
agitação de 600RPM e no tempo operacional de 8h.
46
(a) (b)
Figura 26: Micrografias de MEV – Gesso formado a°) anidrido maléico, b°) ácido cítrico, sendo
a razão mássica aditivo/gipsita de 0,10%, Nm=600 RPM e T=130ºC/2,65atm e tempo
operacional de 8h.
Ao analisar a Figura 26, evidencia-se claramente a diferença morfológica
existente quando se muda a natureza do aditivo. Cristais de gesso alfa são
identificados na amostra contendo anidrido maléico, contudo não se registra a
presença de cristais de gesso alfa na amostra contendo Ácido Cítrico.
As caracterizações mineralógicas do produto final da reação de
desidratação da gipsita realizada pela técnica de difração de raio-X (DRX),
mostra difratogramas, Figuras 27 e 28, que apresentam picos característicos
idênticos, independentemente da natureza do aditivo.
47
0 10 20 30 40 50 60
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
A
(B,A
)
B
B
B
BB
B
BB
B
B
B
B
B
2,8
6
3,0
5
1,6
71
,70
1,7
3
1,8
5
1,9
1
2,0
02,1
22
,14
2,1
92
,222,2
72,3
4
2,7
12
,81
3,0
0
3,4
7
4,2
94
,37
6,0
3
Inte
nsid
ad
e (
cp
s)
2 (graus)
Figura 27: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,10%, sendo
Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e tempo operacional de 8h.
0 10 20 30 40 50 60
-500
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
(B,A
)
(B,A
)(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
A
B
BB
B
BBBBB
B
B
B
G
1,6
91
,70
1,7
41
,76
1,8
51
,87
1,9
12
,002
,09
2,1
22
,19
2,1
92
,22
2,3
5
2,4
9
2,7
22
,82
3,0
0
3,4
9
3,5
2
6,0
3
7,6
9
Inte
nsi
da
de
(cp
s)
2 (graus)
Figura 28: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo ácido cítrico a 0,10%, sendo
Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e tempo operacional de 8h.
B = Bassanita
A = Anidrita
G = Gipsita
B = Bassanita
A = Anidrita
48
Em ambas as Figuras observar-se a predominância de picos
característicos da bassanita CaSO4.0,5H2O e a presença de traços de anidrita
CaSO4, (marcadores A indicando de que a temperatura possa ser ligeiramente
superior àquela onde a bassanita é estável).
A presença de traços de gipsita é evidenciada na Figura 28,
(marcadores G) ao qual pode ser um indicativo de que a calcinação não foi
realizada completamente num tempo operacional de 8 horas.
b°) Resultados obtidos na temperatura/pressão de 130°C/2,65atm e
razão mássica aditivo/gipsita de 0,20%
A Tabela 7 mostra a influência da natureza do aditivo sobre a água de
cristalização a uma razão mássica aditivo/gipsita de 0,20%,
temperatura/pressão de 130°C/2,65atm, tempo operacional de 8h e velocidade
de agitação de 600rpm.
Tabela 7: Quantificação do teor de água de cristalização em função da natureza do aditivo, na
razão mássica aditivo/gipsita de 0,20%, Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e um tempo
operacional de 8h.
Natureza do aditivo-Razão mássica
Aditivo/gipsita (%)
Teor de Água de Cristalização
(%)
Anidrido Maléico/-0,20% 6,28
Ácido Cítrico-0,20% 9,84
Ao analisar a Tabela 7, conduziu-se as mesmas conclusões alcançadas
com aplicação de uma razão mássica aditivo/gipsita de 0,10% (Tabela 6), a
saber: existe um efeito significativo da natureza do aditivo sobre o teor de água
de cristalização, com obtenção de teores de água de cristalização com anidrido
maléico e ácido cítrico de 6,28% e 9,84%, respectivamente, sendo às demais
condições operacionais idênticas. Outrossim, o elevado teor de água de
cristalização quantificado com a amostra contendo ácido cítrico indica que a
reação de desidratação da gipsita não foi completa e com a amostra contendo
49
anidrido maléico registrou-se um teor de água de cristalização muito próximo
daquele que é normalmente característico do gesso (6,2%) ou seja, o sólido
reacional é constituído praticamente do hemidrato nas aquelas condições
operacionais.
A Figura 29 mostra as micrografias de microscopia eletrônica de
varredura (MEV) das amostras contendo aditivo anidrido maléico e ácido cítrico
de razão mássica aditivo/gipsita de 0,20% a 130ºC/2,65atm e na velocidade de
agitação de 600RPM e no tempo operacional de 8h.
(a) (b)
Figura 29: Micrografias de MEV – Gesso formado a°) anidrido maléico, b°) ácido cítrico, sendo
a razão mássica aditivo/gipsita de 0,20%, Nm=600 RPM e T=130ºC/2,65atm e tempo
operacional de 8h.
Ao analisar a Figura 29, conduziu-se as mesmas conclusões alcançadas
com aplicação de uma razão mássica aditivo/gipsita de 0,10% (Figura 26), a
saber: uma diferença morfológica é observada quando se muda a natureza do
aditivo, cristais de gesso alfa são identificados na massa completa da amostra
contendo anidrido maléico e os mesmos cristais de gesso alfa não são
registrados na amostra contendo ácido cítrico.
As caracterizações mineralógicas do produto final da reação de
desidratação da gipsita realizada pela técnica de difração de raio-X (DRX),
mostradas nos difratogramas, Figuras 30 e 31, que apresentam picos
característicos idênticos, independentemente da natureza do aditivo.
50
0 10 20 30 40 50 60
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
A B
B
BB
B
B
BB
B
(B,A
)
B
B
1,6
91
,70
1,7
4
1,8
5
1,9
1
2,0
02,1
22
,14
2,1
92
,222,2
82
,35
2,7
22
,81
3,0
0
3,4
9
4,4
2
6,0
3
Inte
nsid
ad
e (
cp
s)
2 (graus)
Figura 30: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,20%, sendo
Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e tempo operacional de 8h.
0 10 20 30 40 50 60
-500
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
B
BBB
BBBB
B
B
A
AA
AAAA
(B,A
)
BB
A
A
B
G
1,6
5
1,6
7
1,7
31,7
51
,79
1,8
1
1,8
71
,91
2,0
0
2,0
92
,14
2,1
92
,21
2,2
72
,33
2,4
8
2,6
9
2,7
12
,82
2,8
63
,00
3,0
7
3,4
9
3,8
04,2
94
,62
6,0
3
7,6
0Inte
nsi
da
de
(cp
s)
2 (graus)
Figura 31: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo ácido cítrico a 0,20%, sendo
Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e tempo operacional de 8h.
B = Bassanita
A = Anidrita
B = Bassanita
A = Anidrita
G = Gipsita
51
Ao analisar os difratogramas de DRX, obtidos com aditivo maléico e
ácido cítrico 130ºC/2,65atm, constata-se as verificações são semelhantes
daquelas anunciadas nas Figuras 27 e 28.
C°) Resultados obtidos na temperatura/pressão de 130°C/2,65atm e
razão mássica aditivo/gipsita de 0,30%
A Tabela 8 mostra a influência da natureza do aditivo sobre a água de
cristalização a uma razão mássica aditivo/gipsita de 0,30%, temperatura de
130°C/39psi, tempo operacional de 8h e velocidade de agitação de 600rpm.
Tabela 8: Quantificação do teor de água de cristalização em função da natureza do aditivo, na
razão mássica aditivo/gipsita de 0,30%, Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e um tempo
operacional de 8h.
Natureza do aditivo-Razão mássica
Aditivo/gipsita (%)
Teor de Água de Cristalização
(%)
Anidrido Maléico-0,30% 6,29
Ácido Cítrico-0,30% 6,43
Ao analisar a Tabela 8, evidencia-se que existe um efeito pouco
significativo da natureza do aditivo sobre o teor de água de cristalização, com
obtenção de teores de água de cristalização com anidrido maléico e ácido
cítrico de 6,29% e 6,43%, respectivamente, sendo às demais condições
operacionais idênticas. Outrossim, o teor de água de cristalização, quantificado
com a amostra contendo ácido cítrico e com a amostra contendo anidrido
maléico registrou-se um valor que fica muito próximo daquele que é
normalmente característico do gesso (6,2%) ou seja, o sólido reacional nas
duas amostras é constituído praticamente do hemidrato nas aquelas condições
operacionais, independentemente da natureza do aditivo, porém um gesso de
tipo diferente, conforme o aditivo usado, diferença na natureza do gesso obtido
evidenciada pela elaboração de micrografias de microscopia eletrônica de
varredura (MEV) (Figura 32).
52
(a) (b)
Figura 32: Micrografias de MEV – Gesso formado a°) anidrido maléico, b°) ácido cítrico, sendo
a razão mássica aditivo/gipsita de 0,30%, Nm=600 RPM e T=130ºC/2,65atm e tempo
operacional de 8h.
Ao analisar a Figura 32, evidencia-se claramente a diferença morfológica
existente quando se muda a natureza do aditivo. Na amostra contendo anidrido
maléico, cristais de gesso alfa são identificados devido a sua morfologia,
enquanto na amostra contendo ácido cítrico, a forma e estrutura desorganizada
dos cristais formulados indicam a obtenção de gesso de tipo beta.
As Figuras 33 e 34 mostra a técnica de difração de raio-X (DRX), que
apresentam picos característicos idênticos, independentemente da natureza do
aditivo.
53
0 10 20 30 40 50 60
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
(B,A
)
(B,A
) (B,A
)
(B,A
)
A
(B,A
)
BB
B
BBB
B
B
BB
BB
B
1,6
81
,69
1,7
41
,75
1,8
4
1,9
1
2,0
0
2,1
22
,14
2,1
9
2,2
72
,342,7
12
,81
3,0
03
,05
3,4
8
4,3
7
6,0
3
Inte
nsi
da
de
(cp
s)
2 (graus)
Figura 33: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,30%, sendo
Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e tempo operacional de 8h.
0 10 20 30 40 50 60
-500
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
B (B.A
)
(B.A
)
(B.A
)
(B.A
)
BB
BABBB
(B,G
)(B,G
)
(B,G
)
(B,G
)
(B,G
)
B
G
1,6
91
,70
1,7
41
,76
1,8
61
,88
1,9
1
2,0
0
2,0
92
,13
2,1
52
,19
2,2
22
,28
2,3
5
2,4
9
2,7
32
,82
2,8
83
,01
3,5
7
4,3
1
7,5
6
Inte
nsid
ad
e (
cp
s)
2 (graus)
Figura 34: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo ácido cítrico a 0,30%, sendo
Nm=600 RPM, T=130°C/2,65atm e tempo operacional de 8h.
B = Bassanita
A = Anidrita
B = Bassanita
A = Anidrita
G = Gipsita
54
Em ambas as Figuras observar-se a predominância de picos
característicos da bassanita CaSO4.0,5H2O e a presença de traços de anidrita
CaSO4, (marcadores A indicando de que a temperatura possa ser ligeiramente
superior àquela onde a bassanita é estável).
A presença de traços de gipsita é evidenciada na Figura 34,
(marcadores G) ao qual pode ser um indicativo de que a calcinação não foi
realizada completamente num tempo operacional de 8 horas.
4.2 Efeito da temperatura da reação
a°) Resultados obtidos na razão mássica anidrido maléico/gipsita de
0,10%
A Tabela 9 mostra a influência da temperatura/pressão de vapor
correspondente sobre o teor de água de cristalização a uma razão mássica
anidrido maléico/gipsita de 0,1%, no tempo operacional de 8h e na velocidade
de agitação de 600 RPM.
Tabela 9: Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da temperatura
/pressão de vapor com adição de aditivo anidrido maléico de 0,1%, a Nm=600 RPM e um
tempo operacional de 8h.
Temperatura (°C)/Pressão de vapor
(atm)
Teor de Água de Cristalização
(%)
120°C/1,97atm 6,33
130°C/2,65atm 6,31
Ao observa a Tabela 9 verifica-se que existe um efeito pouco
significativo da natureza do aditivo sobre o teor de água de cristalização, com
anidrido maléico em diferentes temperaturas e pressões.
A Figura 35 mostra a microscopia eletrônica de varredura (MEV) das
amostras contendo o aditivo anidrido maléico a 0,1% à temperatura/pressão de
55
120ºC/1,97atm e 130ºC/2,65atm, no tempo operacional de 8h e na velocidade
de agitação de 600RPM.
(a) (b)
Figura 35: Micrografias de MEV – Gesso formado com aditivo anidrido maléico
a°) 120ºC/1,97atm e b°) 130ºC/2,65atm, sendo Nm=600 RPM e tempo
operacional de 8h.
Ao analisar a Figura 35, evidencia-se que não existe a nível morfológico
diferença significativa no tamanho das partículas quando se altera os valores
Temperatura/pressão de vapor correspondente (120ºC/1,97atm e
130ºC/2,65atm) fixando a razão mássica anidrido maléico/gipsita a 0,1%.
As caracterizações mineralógicas do produto final da reação de
desidratação da gipsita realizada pela técnica de difração de raios X (DRX),
para identificação das substâncias cristalinas é apresentada através dos
difratogramas nas Figuras 36 e 37.
56
0 10 20 30 40 50 60
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
A
(B,A
)
B
B
B
BB
B
BBB
B
B
B
B
2,8
6
3,0
5
1,6
71
,70
1,7
3
1,8
5
1,9
1
2,0
02,1
22
,14
2,1
92
,222,2
72,3
4
2,7
12
,81
3,0
0
3,4
7
4,2
94
,37
6,0
3
Inte
nsi
da
de
(cp
s)
2 (graus)
Figura 36: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,10%, sendo
Nm=600 RPM e T=120°C/1,97atm e tempo operacional de 8h.
0 10 20 30 40 50 60
0
500
1000
1500
2000
2500
3000(B
,A)
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
A
(B,A
)
B
B
B
B
B
BB
B
B
B
1,68
1,69
1,72
1,73
1,85
1,91
2,00
2,13
2,192,
272,
342,71
2,81
3,00
3,46
4,40
6,03
Inte
nsid
ade
(cps
)
2 (graus)
Figura 37: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,10%,
sendo Nm=600 RPM e T=130°C/2,65atm e tempo operacional de 8h.
B = Bassanita
A = Anidrita
B = Bassanita
A = Anidrita
57
Ao analisar as Figuras acima conclui-se que existe uma predominância
de picos característicos da bassanita CaSO4.0,5H2O , mineral na fórmula de
sulfato de cálcio hemidrado.
b°) Resultados obtidos na razão mássica anidrido maléico/gipsita de
0,20%
A influência da temperatura/pressão de vapor correspondente
(120ºC/1,97atm e 130ºC/2,65atm sobre o teor de água de cristalização, após
um tempo operacional de 8h, a uma razão mássica anidrido maléico/gipsita de
0,2% e na velocidade de agitação de 600RPM é apresentada na Tabela 10.
Tabela 10: Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da temperatura
/pressão de vapor com adição de aditivo anidrido maléico de 0,2%, a Nm=600 RPM e tempo
operacional de 8h.
Temperatura (°C)/Pressão de vapor
(atm)
Teor de Água de Cristalização
(%)
120°C/1.97atm 6,30
130°C/2,65atm 6,28
Ao observar a Tabela 10, percebe-se que não existe uma diferença
significativa nos teores de água de cristalização na faixa de
temperatura/pressão de vapor correspondente abordada e nas condições
operacionais estudadas.
A microscopia eletrônica de varredura (MEV) das amostras contendo
aditivo (Anidrido Maléico) a 0,20% à temperatura/pressão de 120ºC/1,97atm e
130ºC/2,65atm, no tempo operacional de 8h e na velocidade de agitação de
600RPM é mostrada na Figura 38.
58
(a) (b)
Figura 38: Micrografias de MEV – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,20%, aº)
T=120°C/1,97atm bº) T=130°C/2,65atm sendo Nm=600 RPM e tempo operacional de 8h.
Ao analisar a Figura 38 constate-se que não existe a nível morfológico
diferença significativa no tamanho das partículas quando se muda os níveis de
Temperatura/pressão (120ºC/1,97atm e 130ºC/2,65atm) fixando-se a razão
mássica anidrido maléico/gipsita a 0,2%, a velocidade de agitação a 600RPM e
o tempo operacional de 8h.
As Figuras 39 e 40 apresentam as caracterizações mineralógicas
mineralógicas do produto final da reação de desidratação da gipsita realizada
pela técnica de difração de raios X (DRX), para identificação das substâncias
cristalinas.
59
0 10 20 30 40 50 60
-500
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
A
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
B
B
B
BB
B
B
BB
B
(B,A
)
B
1,6
91,7
0
1,7
41
,75
1,8
5
1,9
1
2,0
0
2,1
22
,14
2,1
92
,232
,282,3
5
2,7
22
,82
3,0
03
,05
3,4
9
4,4
0
6,0
3
Inte
nsi
da
de
(cp
s)
2 (graus)
Figura 39: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,20%, sendo
Nm=600 RPM e T=120°C/1,97atm e tempo operacional de 8h.
0 10 20 30 40 50 60
0
500
1000
1500
2000
2500
3000(B
,A)
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
A
(B,A
)
B
B
B
B
B
BB
B
B
B
1,6
81
,69
1,7
21,7
3
1,8
5
1,9
1
2,0
0
2,1
32
,19
2,2
72
,34
2,7
12
,81
3,0
0
3,4
6
4,4
0
6,0
3
Inte
nsi
da
de
(cp
s)
2 (graus)
Figura 40: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,20%, sendo
Nm=600 RPM e T=130°C/2,65atm e tempo operacional de 8h.
B = Bassanita
A = Anidrita
B = Bassanita
A = Anidrita
60
Nos difratogramas do gesso alfa verifica-se a presença de picos
característicos do mineral bassanita (CaSO4.0,5H2O) .
c°) Resultados obtidos na razão mássica anidrido maléico/gipsita de
0,30%
A influência da temperatura/pressão de vapor correspondente
(120ºC/21,97atm, 130ºC/2,65atm e 140ºC/3,54atm) sobre o teor de água de
cristalização, após um tempo operacional de 8h, a uma razão mássica anidrido
maléico/gipsita de 0,3% e na velocidade de agitação de 600RPM é
apresentada na Tabela 11.
Tabela 11: Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da temperatura
/pressão de vapor com adição de aditivo anidrido maléico de 0,3%, a Nm=600 RPM e um
tempo operacional de 8h.
Temperatura (°C)/Pressão de vapor
(atm)
Teor de Água de Cristalização
(%)
120°C/1,97atm 6,27
130°C/2,65atm 6,29
140°C/3,54atm 6,30
Analisando a Tabela 11, evidencia-se que não um efeito significativo da
temperatura/pressão de vapor correspondente sobre o teor de água de
cristalização nas condições operacionais estudadas, resultado semelhante
daquele obtido com a razão mássica anidrido maléico/gipsita de 0,20%.
Ressalta-se também que os valores do teor de água de cristalização
alcançados com uso da razão mássica anidrido maléico/gipsita de 0,20% e
0,30% são praticamente iguais, independentemente da condição
temperatura/pressão de vapor correspondente estudada.
A microscopia eletrônica de varredura (MEV) das amostras contendo
aditivo (Anidrido Maléico) a 0,30% à temperatura/pressão de 120ºC/1,97atm,
61
temperatura de 130ºC/2,65atm e temperatura de 140ºC/3,54atm no tempo
operacional de 8h e na velocidade de agitação de 600RPM são mostradas na
Figura 41.
(a) (b) (c)
Figura 41: Micrografias de MEV – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,30%, aº)
T=120°C/1,97atm. bº) T=130°C/2,65atm cº) T=140°C/3,54atm sendo Nm=600 RPM e tempo
operacional de 8h.
Ao analisar a Figura 41 percebe-se que não existe a nível morfológico
diferença significativa no tamanho das partículas quando se muda os níveis de
Temperatura/pressão (120ºC/1,97atm, 130ºC/2,65atm e 140ºC/3,54atm)
fixando a razão mássica anidrido maléico/gipsita a 0,30% e velocidade de
agitação de 600RPM. Contudo, evidencia a presença de filamentos de gesso
beta na temperatura de 140ºC/3,54atm.
A técnica de difração de raios X (DRX), para identificação das
substâncias cristalinas é apresentada através dos difratogramas nas Figuras
42, 43 e 44.
62
0 10 20 30 40 50 60
0
1000
2000
3000
4000
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
A
B
B
BB
B
B
B
B
B
(B,A
)B
1,6
71,7
01
,74
1,8
5
1,9
1
2,0
02,1
32
,14
2,2
32,2
72,3
5
2,7
22
,82
3,0
13
,05
3,4
8
4,4
0
6,0
3
Inte
nsi
da
de
(cp
s)
2 (graus)
Figura 42: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,30%, sendo
Nm=600 RPM e T=120°C/1,97atm e tempo operacional de 8h.
0 10 20 30 40 50 60
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
B(B
,A)
(B,A
)
B
(B,A
)
B
B(B
,A)
BABB
B
(B,A
)
B
B
1,6
71,6
91
,74
1,7
5
1,8
5
1,9
1
2,0
0
2,1
22
,14
2,1
9
2,2
72
,34
2,7
12
,81
2,9
9
3,4
7
4,3
7
6,0
3
Inte
nsi
da
de
(cp
s)
2 (graus)
Figura 43: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,30%, sendo
Nm=600 RPM e T=130°C/2,65atm e tempo operacional de 8h.
B = Bassanita
A = Anidrita
B = Bassanita
A = Anidrita
63
0 10 20 30 40 50 60
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
(B,A
)
(B,A
) (B,A
)
(B,A
)
A
(B,A
)
BB
B
BBB
B
B
BB
BB
B
1,6
81
,69
1,7
41
,75
1,8
4
1,9
1
2,0
0
2,1
22
,14
2,1
9
2,2
72
,342,7
12
,81
3,0
03
,05
3,4
8
4,3
7
6,0
3
Inte
nsi
da
de
(cp
s)
2 (graus)
Figura 44: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,30%, sendo
Nm=600 RPM e T=140°C/3,54atm e tempo operacional de 8h.
Nas Figuras 42, 43 e 44 observa-se que a principal fase cristalina é a
bassanita (CaSO4.0,5H2O) .
4.3 Efeito da velocidade de Rotação do móvel de agitação mecânica
a°) Resultados obtidos na razão mássica anidrido maléico/gipsita de
0,10% e temperatura/pressão de vapor de 120ºC/1,97atm
A Tabela 12 mostra a influência da rotação sobre a água de cristalização
a uma concentração do aditivo anidrido maleico 0,1%, temperatura de
120°C/29psi.
A Tabela 12 mostra a influência da velocidade de rotação do móvel de
agitação mecânica sobre o teor de água de cristalização a uma razão mássica
anidrido maléico/gipsita de 0,1%, no tempo operacional de 8h e na
temperatura/pressão de vapor de 120ºC/1,97atm.
B = Bassanita
A = Anidrita
64
Tabela 12: Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da velocidade de
agitação com adição de aditivo anidrido maléico de 0,1%, T=120°C/1,97atm e um tempo
operacional de 8h.
Velocidade de agitação (RPM) Teor de Água de Cristalização
(%)
600 6,33
800 6,34
Pela análise da Tabela 12, constate-se que não houve um efeito
significativo da velocidade de agitação sobre o teor de água de cristalização e
que os valores deste último se encontram próximos dos limites estabelecidos
para a formulação de um hemidrato (6,2%). Os resultados mostram também
que a velocidade de agitação de 600RPM é suficiente para permitir uma
suspensão uniforme das partículas de gipsita com disponibilização completa de
toda área das partículas sólidas para contato com a fase líquida.
A microscopia eletrônica de varredura (MEV) das amostras contendo
aditivo (Anidrido Maléico) a 0,10%, no tempo operacional de 8h e nas
velocidades de agitação de 600RPM e 800RPM é mostrada na Figura 45.
(a) (b)
Figura 45: Micrografias de MEV – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,10%, aº)
600RPM..bº) 800RPM, sendo T=120°C/1,97atm e tempo operacional de 8h.
65
A análise da Figura 45 permite evidenciar que não há efeito significativo da
velocidade de agitação, na faixa estudada, sobre a morfologia e o tamanho dos
cristais de gesso alfa formulados. Tudo indica que a velocidade de rotação de
600RPM é já suficiente para oferecer condições de reação em meio aquoso
adequadas e reprodutíveis para produção de gesso alfa.
A técnica de difração de raios X (DRX) são apresentadas nas Figuras 46
e 47, ao qual mostram as caracterizações mineralógicas do produto final da
reação de desidratação da gipsita.
0 10 20 30 40 50 60
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
A
(B,A
)
B
B
B
BB
B
BB
B
B
B
B
B
2,8
6
3,0
5
1,6
71
,70
1,7
3
1,8
5
1,9
1
2,0
02,1
22
,14
2,1
92
,222,2
72,3
4
2,7
12
,81
3,0
0
3,4
7
4,2
94
,37
6,0
3
Inte
nsi
da
de
(cp
s)
2 (graus)
Figura 46: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,10%,
sendo Nm=600 RPM e T=120°C/1,97atm e tempo operacional de 8h.
B = Bassanita
A = Anidrita
66
0 10 20 30 40 50 60
0
500
1000
1500
2000
2500
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)(B
,A)
A
(B,A
)
B
B
B
B
B
BB
B
B
B
1,6
1
1,6
91
,70
1,7
4
1,8
5
1,9
11
,96
2,0
02,1
32
,14
2,1
92
,23
2,2
7
2,3
5
2,7
12
,81
3,0
0
3,4
6
4,4
0
6,0
3
Inte
nsi
da
de
(cp
s)
2 (graus)
Figura 47: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,10%,
sendo Nm=800 RPM e T=120°C/1,97atm e tempo operacional de 8h.
A leitura dos difratogramas permite concluir que não houve uma
alteração dos picos característicos, com ocorrência do mineral bassanita,
composto por 0,5 moléculas de água.
b°) Resultados obtidos na razão mássica anidrido maléico/gipsita de
0,30% e temperatura/pressão de vapor de 120ºC/1,97atm
A Tabela 13 mostra a influência da velocidade de rotação do móvel de
agitação mecânica sobre o teor de água de cristalização a uma razão mássica
anidrido maléico/gipsita de 0,3%, no tempo operacional de 8h e na
temperatura/pressão de vapor de 120ºC/1,97atm.
B = Bassanita
A = Anidrita
67
Tabela 13: Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da velocidade de
agitação com adição de aditivo anidrido maléico de 0,3%, T=120°C/1,97atm e um tempo
operacional de 8h.
Velocidade de agitação (RPM) Teor de Água de Cristalização
(%)
600 6,27
800 6,37
Pela análise da Tabela13, confirma-se as observações efetuadas com
uso da razão mássica aditivo/gipsita de 0,10%, a saber: não há efeito
significativo da velocidade de agitação sobre o teor de água de cristalização e
que os valores deste último se encontram próximos dos limites estabelecidos
para a produção de gesso (6,2%).
A microscopia eletrônica de varredura (MEV) das amostras contendo
aditivo (Anidrido Maléico) a 0,30%, no tempo operacional de 8h e nas
velocidades de agitação de 600RPM e 800RPM é mostrada na Figura 48.
(a) (b)
Figura 48: Micrografias de MEV – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,30%, aº)
600RPM..bº) 800RPM, sendo T=120°C/1,97atm e tempo operacional de 8h.
68
Ao analisar a Figura 48, confirma-se também as observações feitas com
uso da razão mássica aditivo/gipsita de 0,10%, a saber: não efeito significativo
da velocidade de agitação sobre a morfologia e o tamanho dos cristais de
gesso alfa produzidos.
As Figuras 49 e 50 mostram as caracterizações mineralógicas do
produto final da reação de desidratação da gipsita realizadas pela técnica de
difração de raios X (DRX), para identificação das substâncias cristalinas são
apresentadas através dos difratogramas abaixo.
0 10 20 30 40 50 60
0
500
1000
1500
2000
2500
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)(B
,A)
A
(B,A
)
B
B
B
B
B
BB
B
B
B
1,6
1
1,6
91
,70
1,7
4
1,8
5
1,9
11
,96
2,0
02,1
32
,14
2,1
92
,23
2,2
7
2,3
5
2,7
12
,81
3,0
0
3,4
6
4,4
0
6,0
3
Inte
nsi
da
de
(cp
s)
2 (graus)
Figura 49: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,30%,
sendo Nm=600 RPM e T=120°C/1,97atm e tempo operacional de 8h
B = Bassanita
A = Anidrita
69
0 10 20 30 40 50 60
0
1000
2000
3000
4000
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
(B,A
)
A
B
B
BB
B
B
B
B
B
(B,A
)B
1,6
71,7
01
,74
1,8
5
1,9
1
2,0
02,1
32
,14
2,2
32,2
72,3
5
2,7
22
,82
3,0
13
,05
3,4
8
4,4
0
6,0
3
Inte
nsid
ad
e (
cp
s)
2 (graus)
Figura 50: Difratograma de DRX – Gesso formado com aditivo anidrido maléico a 0,30%,
sendo Nm=800 RPM e T=120°C/1,97atm e tempo operacional de 8h
Nos difratogramas acima verificam-se que não houve uma alteração dos
picos característicos, com ocorrência do mineral bassanita.
4.4 Efeito da razão mássica Água/Pó
A Tabela 14 mostra a influência da relação Água/Pó sobre a água de
cristalização a uma razão mássica anidrido maléico/gipsita de 0,1%, no tempo
operacional de 8h, na temperatura/pressão de vapor de 120ºC/1,97atm e na
velocidade de agitação de 600RPM.
B = Bassanita
A = Anidrita
70
Tabela 14: Quantificação do teor de Água de Cristalização em função da razão
mássica pó/água, com adição de aditivo anidrido maléico de 0,1%, T=120°C/1,97atm, a
Nm=600 RPM e um tempo operacional de 8h.
Relação Água/Pó Água de Cristalização (%)
90/10 6,53
80/20 6,67
70/30 6,62
60/40 7,05
50/50 7,12
Ao analisar a Tabela 14 verifica-se um valor de teor de água de
cristalização nas razões 90/10, 80/20 e 70/30 são praticamente iguais, todavia
observe-se um aumento leve do teor da água de cristalização quando foi
utilizada a razão mássica pó/água de 60/40 e 50/50.
Foram realizados experimentos com razão mássica pó/água de 40/60,
porém não se conseguiu manter a mistura sólido/líquido no estado de
suspensão uniforme. Obteve-se uma pasta sólida dura sem condição nenhuma
de giro por parte do agitador mecânico. A razão pó/água de 40/60 foi então
descartada do plano de execução dos ensaios experimentais desenvolvidos
neste trabalho.
71
5 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS
5.1 Conclusões
A produção do gesso alfa por via úmida em reator tipo PARR, em
ausência de aditivos, não foi observada, obteve-se exclusivamente cristais de
gesso beta, sendo a temperatura/pressão de reação de 130°C/2,65atm mais
adequada para a formação do hemidrato beta O uso ácido cítrico se mostrou
eficiente para a formulação do gesso beta, porém sem obtenção ainda do
gesso alfa. A adição do anidrido maléico promoveu um melhor resultado com
formulação de cristais de gesso alfa, sendo o tamanho e a forma destes últimos
independentes da concentração do aditivo usada, de 0,1; 0,2 e 0,3 %. A
velocidade agitação de 600RPM se mostrou suficiente para oferecer condições
adequadas e reprodutíveis para o desenvolvimento do processo de produção
de gesso alfa em meio aquoso.
O efeito do anidrido maléico se revelou muito mais importante que do
ácido cítrico na conversão da gipsita em gesso em meio aquoso.
As análises observadas pela MEV mostram a nível morfológico as
diferenças existentes entre gesso alfa, utilizando o aditivo anidrido maleico e
gesso beta utilizando ácido cítrico.
Em relação às amostras analisados por DRX, as diferenças nas
concentrações de anidrido maléico submetida a aquecimento em
temperatura/pressão de 120ºC/1,97atm, 130ºC/2,65atm, 140ºC/3,54atm
durante 8 horas, não houve uma alteração dos picos característicos, com
ocorrência do mineral bassanita, composto por 0,5 moléculas de água.
Contudo foi verificada em algumas análises de DRX a presença de gipsita ao
qual pode ser um indicativo de que a calcinação não foi realizada
completamente após um período de reação de 8 horas.
Não foi possível fazer uma comparação dos resultados obtidos com a
literatura, pois, a tecnologia de produção do gesso- é sofisticada e as
informações disponíveis são raras. A natureza dos aditivos (anidrido maléico e
ácido cítrico), incorporados para a melhoria das propriedades mecânicas do
gesso-, e o mecanismo de ação deles no processo reacional da desidratação
da gipsita são de pouca divulgação.
72
5.2. Sugestões para trabalhos futuros
Dentro das sugestões para trabalhos futuros na produção de gesso alfa
em meio aquoso, pode-se citar:
- Estudar o efeito da maceração da gipsita com pré-etapa da reação de
desidratação do dihidrato;
- Avaliar a influência da natureza e da granulometria da gipsita;
- Testar outros aditivos principalmente: anidrido ftalíco, cloreto de cálcio,
ácido succínico e succianato de sódio;
- Realizar outras caracterizações do gesso formulado, tais como: o
tempo de pega, resistência a flexão e compressão, analise granulométrica,
consistência, coeficiente de dilatação na hidratação e dureza superficial;
- Elaborar um modelo cinético para a reação de desidratação úmida da
gipsita;
- Estender a matéria-prima para produção de hemidrato alfa a partir de
Resíduos de gesso da Construção e Demolição–RCD.
73
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