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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
ESTUDO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA DE Ocimum campechianum
Mill. E DETERMINAÇÃO DE SEU PERFIL FITOQUÍMICO
Sabrina Torres de Sousa
Dissertação
Mestrado do Departamento de Ciências
Farmacêuticas/UFPE
Orientadora: Profa. Dra. Ivone Antônia de Souza
Co-orientadora: Profa. Dra. Eulália Azevedo Ximenes
Recife – PE
2004
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
ESTUDO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA DE Ocimum campechianum Mill. E
DETERMINAÇÃO DE SEU PERFIL FITOQUÍMICO
Sabrina Torres de Sousa
Dissertação de Mestrado, submetidaao Programa de Pós-Graduação doDepartamento de CiênciasFarmacêuticas do Centro de Ciênciasda Saúde da Universidade Federalde Pernambuco, como requisito àobtenção do grau de Mestre emCiências Farmacêuticas.
Área de concentração: Produtos Naturais
Orientadora: Profa. Dra. Ivone Antônia de Souza
Co-orientadora: Profa. Dra. Eulália Azevedo Ximenes
Recife – 2004
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Reitor
AMARO HENRIQUE PESSOA LINS
Vice-Reitor
GILSON EDMAR GONÇALVES E SILVA
Pró-Reitor para Assuntos de Pesquisa e Pós-Graduação
CELSO PINTO DE MELO
Diretor do Centro de Ciências da Saúde
JOSÉ THADEU PINHEIRO
Vice-Diretor do Centro de Ciências da Saúde
MÁRCIO ANTÔNIO DE ANDRADE COELHO GUEIROS
Chefe do Departamento de Ciências Farmacêuticas
SILVANA CABRAL MAGGI
Vice-Chefe do Departamento de Ciências Farmacêuticas
ANTÔNIO RODOLFO DE FARIA
Coordenador de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas
DAVI PEREIRA DE SANTANA
Vice-Coordenador de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas
DALCI JOSÉ BRONDANI
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SABRINA TORRES DE SOUSA
ESTUDO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA DE Ocimum campechianum Mill. E
DETERMINAÇÃO DE SEU PERFIL FITOQUÍMICO
BANCA EXAMINADORA:
Membro Externo Titular
Profa. Dra. Maria do Socorro Vieira Pereira
Departamento de Biologia Molecular da Universidade Federal da Paraíba
Membros Internos Titulares
Prof. Dr. Haroudo Satiro Xavier
Departamento de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal de Pernambuco
Profa. Dra. Ivone Antônia de Souza
Departamento de Antibióticos da Universidade Federal de Pernambuco
Membro Externo Suplente
Profa. Dra. Alessandra de Albuquerque Tavares Carvalho
Departamento de Clínica e Odontologia Preventiva da Universidade Federal de
Pernambuco
Membro Interno Suplente
Profa. Dra. Jane Sheila Higino
Departamento de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal de Pernambuco
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“Mas em tudo isto somos mais que
vencedores, graças àquele que
nos amou.” (Romanos 8, 37)
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AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo seu infinito amor, que me fortalece a cada dia e me faz
perseverar.
À minha família, meu porto seguro, que esteve sempre presente com amor,
compreensão e incentivo.
Aos meus amigos, uma das maiores riquezas de minha vida, pela força
que encontrei, tantas vezes, em cada um deles.
À Profa. Ivone Antônia de Souza, pela valiosa orientação acadêmica, mas
principalmente, pela serenidade, amizade, apoio e compreensão.
À Profa. Eulália Azevedo Ximenes, pela co-orientação acadêmica, amizade
e colaboração na realização dos testes antimicrobianos.
Ao Prof. Haroudo Satiro Xavier, pelo apoio e cooperação técnica no
desenvolvimento do estudo fitoquímico.
À Profa. Jane Sheila Higino, pelo incentivo e colaboração na preparação
dos extratos.
À Profa. Maria do Carmo Alves de Lima, pelo incentivo na minha vida
acadêmica e pela amizade.
Aos amigos Elisângela Barbosa e Aldo Passilongo, pela amizade e pelo
valioso auxílio durante os ensaios farmacológicos.
Ao corpo docente do Mestrado em Ciências Farmacêuticas da UFPE, pela
colaboração durante o curso.
Aos colegas de mestrado: Ana Amélia Lira, Cristiane Rocha, Cristiano
Soares da Rocha, Eduardo Gonçalves, Francisco Jaime Júnior, Lúcia Roberta de
Souza Filizola, Roseane Maria Costa, Risonildo Cordeiro, Rosiel Santos, Simone
Bezerra, Thiago Aquino, Tereza Raquel, Valderes Almeida, Márcia Francisca, por
todos os momentos compartilhados durante o tempo que passamos juntos.
A Iguacy Duque, secretária do Mestrado, pela sua dedicação e amizade.
Ao meu pai, que não está mais entre nós, por todo amor e dedicação e
pela descoberta da profissão farmacêutica, da qual tanto se orgulhou durante sua
vida profissional.
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SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS 10
LISTA DE GRÁFICOS 11
LISTA DE QUADROS 12
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS 13
RESUMO 14
ABSTRACT 15
1- INTRODUÇÃO 16
2 – OBJETIVOS 18
Capítulo I: Estudo Farmacoquímico
1. Revisão da Literatura 19
2. Determinação do Perfil Fitoquímico 21
2.1 Material 21
2.1.1 Extratos Vegetais 21
2.1.2 Drogas e Reagentes 21
2.1.3 Equipamentos 22
2.1.4 Outros 22
2.1.5 Identificação do Material Botânico 22
2.1.6 Coleta do Material Vegetal 23
2.2 Metodologia 23
2.2.1 Preparação dos Extratos 23
2.2.2 Identificação dos Grupos de Moléculas 23
2.2.3 Pesquisa de Polifenóis 24
2.2.4 Pesquisa de Saponinas 26
2.2.5 Pesquisa de Monoterpenos e Sesquiterpenos 26
2.2.6 Pesquisa de Triterpenos e Esteróides 26
2.2.7 Pesquisa de Alcalóides 27
2.2.8 Pesquisa de Glicosídeos Iridóides 27
2.2.9 Pesquisa de Açúcares Redutores 27
2.3 Resultados e Discussão 27
2.3.1 Pesquisa de Polifenóis 28
2.3.2 Pesquisa de Saponinas 28
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2.3.3 Pesquisa de Monoterpenos e Sesquiterpenos 29
2.3.4 Pesquisa de Triterpenos e Esteróides 30
2.3.5 Pesquisa de Açúcares Redutores 30
Capítulo II: Atividade Biológica de Ocimum campechianum Mill.
1. Atividade Farmacológica 32
1.1 Revisão da Literatura 32
1.2 Atividade Antiinflamatória 34
1.2.1 Material 34
1.2.1.1 Material Vegetal 34
1.2.1.2 Animais 34
1.2.1.3 Extrato Vegetal 35
1.2.1.4 Drogas e Reagentes 35
1.2.1.5 Equipamentos e Materiais 35
1.2.2 Metodologia 35
1.3 Atividade Antitumoral 36
1.3.1 Material 36
1.3.1.1 Animais 36
1.3.1.2 Extrato Vegetal 36
1.3.1.3 Drogas e Reagentes 36
1.3.1.4 Equipamentos 37
1.3.2 Metodologia 37
1.3.2.1 Implante da Massa Tumoral 37
1.3.2.2 Testes de Inibição Tumoral 37
1.4 Estudo Histológico 38
1.5 Resultados e Discussão 38
1.5.1 Atividade Antiinflamatória 38
1.5.2 Atividade Antitumoral 40
1.5.3 Estudo Histológico 42
2. Atividade Antimicrobiana 45
2.1 Revisão da Literatura 45
2.2 Procedimento Experimental 46
2.2.1 Material 46
2.2.1.1 Extratos Vegetais 46
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9
2.2.1.2 Meios de Cultura 46
2.2.1.3 Microrganismos 47
2.2.1.4 Padrões Antimicrobianos 47
2.2.1.5 Solventes 47
2.2.1.6 Equipamentos 48
2.2.2 Metodologia 48
2.2.2.1 Método de Difusão em Agar 48
2.2.2.2 Preparação dos Extratos 48
2.2.2.3 Preparação do Padrão Antifúngico 49
2.2.2.4 Preparação dos Inóculos Microbianos 49
2.2.2.5 Semeio 50
2.2.2.6 Leitura 50
2.2.3 Resultados e Discussão 50
3 – CONCLUSÃO 51
4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 52
ANEXOS 60
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10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Folhas e Inflorescência de Ocimum campechianum Mill. 17
Figura 2 - Cromatograma mostrando polifenóis encontrados nas folhas de
Ocimum campechianum. 28
Figura 3 - Cromatograma mostrando mono e sesquiterpenos encontrados em
Ocimum campechianum. 29
Figura 4 - Cromatograma de eugenol encontrado em Ocimum campechianum. 29
Figura 5 - Cromatograma de terpenóides encontrados em Ocimum
campechianum. 30
Figura 6 - Cromatograma mostrando açúcares encontrados em Ocimum
campechianum. 30
Figura 7 - Fotomicrografia de testículos de camundongos do grupo tratado com O.
campechianum Mill., mostrando túbulo seminífero (1), tecido intersticial e células
de Leydig (2). 43
Figura 8 - Fotomicrografia de testículos de camundongos do grupo controle,
mostrando túbulo seminífero (1), tecido intersticial e células de Leydig (2). 43
Figura 9 - Fotomicrografia do túbulo seminífero (1) e tecido intersticial com células
de Leydig (2) de camundongos do grupo tratado com O. campechianum Mill. 44
Figura 10 - Fotomicrografia do túbulo seminífero de camundongos do grupo
controle corado com HE, mostrando espermatogônias, espermatócitos,
espermátides, espermatozóides. 44
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Comparação do desenvolvimento do edema de pata induzido com
injeção subplantar de carragenina em ratos machos tratados com Indometacina,
extrato de Ocimum campechianum Mill. e Solução Salina 0,9%, por via oral. 39
Gráfico 2 - Comparação do desenvolvimento do edema de pata induzido com
injeção subplantar de carragenina em ratos machos tratados com Indometacina,
extrato de Ocimum campechianum Mill. e Solução Salina 0,9%, por via
intraperitoneal. 40
Gráfico 3 – Comparação das médias dos pesos dos tumores sarcoma 180 em
camundongos machos tratados com extrato bruto das folhas de Ocimum
campechianum Mill. e Solução Salina 0,9%, por via intraperitoneal. 41
Gráfico 4 - Comparação das médias dos pesos dos tumores carcinoma de
Ehrlich em camundongos machos tratados com extrato bruto das folhas de
Ocimum campechianum Mill. e Solução Salina 0,9%, por via intraperitoneal. 41
Gráfico 5 - Comparação do percentual de inibição tumoral apresentado pelos
grupos de camundongos portadores de sarcoma 180 e carcinoma de Ehrlich,
tratados com o extrato de Ocimum campechianum., por via intraperitoneal. 42
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12
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Substâncias encontradas em diversas espécies de Ocimum. 20
Quadro 2 - Interpretação dos cromatogramas para a pesquisa de cumarinas,
derivados cinâmicos, fenilpropanoglicosídeos e flavonóides. 24
Quadro 3 – Usos medicinais de O. campechianum Mill. em algumas regiões do
Brasil e do México. 32
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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
ATCC American Type Culture Collection0C Graus Celsius
CCB Centro de Ciências Biológicas
CCD Cromatografia em Camada Delgada
CCS Centro de Ciências da Saúde
cm2 centímetro quadrado
DAUFPE Departamento de Antibióticos da UFPE
DL50 Dose Letal Média
EPM Erro Padrão Médio
g gramas
HE Hematoxilina-Eosina
IC Isolado Clínico
kg quilograma
m metro
mg miligrama
mL mililitro
mm milímetro
nm nanômetro
Obj. objetiva
pH Potencial hidrogeniônico
ppm partes por milhão
Rf Relação de Frente
SNC Sistema nervoso central
ton. tonelada
UFC Unidade Formadora de Colônia
UFPE Universidade Federal de Pernambuco
UV Ultravioleta
β Beta
µg micrograma
µL microlitro
m micrômetro
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RESUMO
Ocimum campechianum Mill. é uma erva aromática conhecida
popularmente no Brasil como “alfavaca de cobra”. Pode ser encontrada em
Pernambuco e em outras regiões do país. Na medicina popular, é bastante
utilizada como analgésico, antipirético, diurético, estimulante e antigripal. Este
trabalho apresenta uma investigação acerca da atividade biológica e da
composição química das folhas do vegetal. Os testes para avaliação da toxicidade
aguda foram realizados através da observação de efeitos gerais sugestivos de
ações sobre o sistema nervoso central e periférico, a partir dos quais foi
determinada a DL50 que resultou em 1017,4 mg/kg de peso do animal. Um estudo
histopatológico com tecidos provenientes dos testículos dos animais, que
apresentaram cianose durante os experimentos, demonstrou não haver nenhuma
alteração do material analisado. As atividades antiinflamatória, antitumoral e
antimicrobiana também foram investigadas, resultando em uma inibição
significativa dos tumores sarcoma 180 (47,34%) e carcinoma de Ehrlich (84,86%)
e acentuada redução dos edemas na 4a hora do ensaio realizado para avaliar a
ação antiinflamatória. Com relação à atividade antimicrobiana, os extratos não se
mostraram ativos contra Staphylococus aureus, Micrococus flavus, Escherichia
coli, Enterobacter sp., Candida albicans, Candida krusei. O “screening”
cromatográfico realizado com os extratos benzênico e metanólico das folhas
permitiu detectar a presença de polifenóis (fenilpropanoglicosídeos e flavonóides),
monoterpenos e sesquiterpenos, triterpenos e esteróides, eugenol e açúcares
redutores bem como a ausência de cumarinas, derivados cinâmicos, iridóides,
proantocianidinas e leucoantocianidinas, alcalóides, saponósidos e taninos
gálicos.Zeon P
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15
ABSTRACT
Ocimum campechianum Mill is a known aromatical grass popularly in Brazil
as "snake basil". It can be found in Pernambuco and in other regions of the
country. In popular medicine, it is widely used as analgesic, antipyretic, diuretic,
stimulant and antigripal. This work presents an inquiry about biological activity and
the chemical composition of its leaves. The tests for evaluation of the acute toxicity
had been carried through the comment of suggestive general effect of action on
the central and peripherical nervous system, from which the DL50 was determined
and resulted in 1017,4 mg/kg of weight of the animal. A histopatological study with
fabrics proceeding from the testicules of the animals, that had presented cianose
during the experiments, showed no alteration of the analyzed material. The
antiinflammatory, antitumoral and antimicrobiana activities had been also
investigated, resulting in a significant inhibition of the tumors: sarcoma 180
(47,34%) and carcinoma of Ehrlich (84,86%), and accented reduction of edemas
in 4a hour of the carried essay to evaluate the anti-inflammatory action. Reffering
to the antimicrobiana activity, the extracts had not revealed asset against
Staphylococus aureus, Micrococus flavus, Escherichia coli, Enterobacter sp.,
Candida albicans, Candida krusei. Chromatographic screening carried through
with benzenic and metanolic extracts of level allowed to detect the reducing
presence of polyphenols (phenylpropane glucosides and flavonoids),
monoterpenes, sesquiterpenes, triterpenes and steroids, eugenol and sugars as
well as the coumarin absence, cinnamics derivatives, iridoids, proanthocyanidins
and leucoanthocyanidins, alkaloyds, saponosids and galic tannins.
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16
1- INTRODUÇÃO
As antigas civilizações já demonstravam bastante interesse pelo uso e
conhecimento de plantas medicinais. Os romanos usavam largamente as plantas
para a higiene e como relaxante muscular durante o banho, enquanto que os
antigos egípcios, bastante respeitados no campo da medicina, possuíam uma rica
farmacopéia baseada em vegetais (GRANDI & TRINDADE, 1989). Na Grécia
Antiga, Hipócrates já recomendava a utilização de remédios de origem vegetal
para diversos tipos de doenças (CAMPÊLO, 1990).
Uma das maiores biodiversidades vegetal da Terra encontra-se no Brasil,
sendo que pelo menos metade das espécies vegetais pode apresentar alguma
propriedade terapêutica útil à população, porém nem uma percentagem ínfima
dessas plantas foi ainda estudada (MARTINS et al., 1994). Das 120 mil espécies
distribuídas nas formações vegetais do país, apenas uma pequena parte é
aproveitada em função de suas propriedades (RIZZO, 1990).
As espécies aromáticas ou produtoras de óleos essenciais assumem
grande importância sob o aspecto econômico, devido ao valor dessas substâncias
e seus derivados. A importância desses óleos era praticamente ignorada até
1959, sendo que, em 1978, 13.300 toneladas de mercadorias classificáveis como
plantas aromáticas, óleos essenciais e derivados já eram exportados pelo Brasil,
sendo o Nordeste responsável por um percentual relevante nesse total
(CRAVEIRO, 1981).
Óleos essenciais conhecidos como “Óleos de basílico” são vastamente
utilizados como aromatizantes nos alimentos, produtos oral e dental, em
fragrâncias e em rituais tradicionais e medicamentos (SIMON et al., 1984).
A família Lamiaceae é constituída por 220 gêneros e aproximadamente
4000 espécies (HEDGE,1992) e assume grande importância econômica, pois
40% dos gêneros que a constituem são compostos por plantas com propriedades
aromáticas (LAWRENCE, 1992).
O gênero Ocimum é considerado como o mais importante entre as plantas
herbáceas, pela sua utilização em diversas áreas (KHOSLA,1993), especialmente
o O. basilicum, cujo óleo é um dos mais difundidos, sobretudo na Europa, onde é
largamente produzido. É também atualmente produzido em países como Índia (15
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17
ton.), Bulgária (7 ton.), Egito (5 ton.), Paquistão (5 ton.), Israel (2 ton.), Iugoslávia ,
EUA e Madagascar (1 ton.), Albânia (0,5 ton.), Hungria (0,3 ton.) e Argentina (0,2
ton.) (LAWRENCE, 1992).
Ocimum campechianum Mill., conhecida popularmente como alfavaca do
campo, é um arbusto de até 2 m de altura, com folhas pequenas e pecioladas,
ovadas, agudas e levemente pubescentes. Ocorre no Caribe e no Peru, sendo
encontrada também em Pernambuco e em outras regiões do Brasil (CORREA,
1978; SHULTZ, 1961, ALMEIDA & ALBUQUERQUE, 2002). Diante da
importância da espécie, que é bastante utilizada na medicina popular e rica em
óleos essenciais (CHARLES et al., 1990), procurou-se com este trabalho
investigar algumas propriedades químicas e biológicas deste vegetal.
Figura 1 – Folhas e Inflorescência de Ocimum campechianum Mill.Zeo
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2 - OBJETIVOS
GERAL
Avaliação da atividade biológica (toxicológica, microbiológica e
farmacológica) e investigação do perfil fitoquímico da espécie Ocimum
campechianum Mill.
ESPECÍFICOS
Investigar o perfil fitoquímico da espécie Ocimum campechianum Mill.,
através da análise cromatográfica;
Realizar ensaios de toxicidade aguda do extrato bruto das folhas;
Avaliar a atividade biológica (microbiológica e farmacológica) do extrato
bruto das folhas.
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Capítulo I: Estudo Farmacoquímico
1. Revisão da Literatura
Várias espécies pertencentes ao gênero Ocimum são ricas em óleos
essenciais e o principal enfoque dos estudos fitoquímicos realizados com esses
vegetais tem recaído sobre a análise desses óleos, que são secreções vegetais,
cujos constituintes químicos são compostos de baixo peso molecular, como
monoterpenos e sesquiterpenos (MOOKHERGJEE & MUSSIAN, 1979). A
associação entre o tipo de óleo e a espécie produtora é, por vezes, difícil, sendo a
análise fitoquímica do óleo importante para a taxonomia, pois torna possível situar
a espécie dentro de um grupo (MURILLO & VINÃ, 2003; LAWRENCE, 1989). De
acordo com a composição química e a origem geográfica, as espécies foram
classificadas em quatro grupos, facilitando a identificação dentro do gênero:
“EUROPA”, encontradas na Europa e América do Norte; “REUNIÃO”, originárias
das Ihas Reunião, Madagascar e Ilhas Seychelles; “CINAMATO”, provenientes da
Bulgária, Egito e Haiti; “EUGENOL”, de Java, Ilhas Seychelles, Samoa e Rússia
(CRAVEIRO, 1981).
Óleos essenciais provenientes desse gênero apresentam diferenças
qualitativas e quantitativas na sua composição química mesmo entre exemplares
da mesma espécie, quando coletados em solos diferentes. A cânfora foi
encontrada no óleo extraído de espécimes brasileiras de Ocimum campechianum,
porém não está presente em amostras coletadas no Peru e na Índia (JORGE et
al., 1992).
A caracterização de diversidades químicas de Ocimum spp, para identificar
quimiotipos de potencial interesse econômico, tem sido estudada desde 1984
(SIMON et al., 1984).
O Quadro 1 mostra alguns componentes químicos já isolados e
identificados em espécies pertencentes ao gênero Ocimum.
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20
Quadro 1 – Substâncias encontradas em diversas espécies de Ocimum.
Espécie Principais Constituintes Químicos Referência
O. americanum metil cinamato Simon & Vieira,
2000*
O. basilicum linalol, metil chavicol, metil cinamato,
linalol, 1,8 cineol, geraniol, metil chaviol,
metil cinamato, metil eugenol
1,8 cineol, linalol, metil chavicol, metil cinamato
Guenther, 1949
Simon et al., 1990
Simon, 2000*
O.campechianum 1,8 cineol, β-cariofileno, elemenos, eugenol
1,8 cineol, β-cariofileno
eugenol, β-cariofileno, elemicina
1,8 cienol, cânfora, eugenol, sesquiterpenos
eugenol, metil eugenol e sesquiterpenos
alcalóides
Charles et al., 1990
Simon, 2000*
Silva et al., 1998
Jorge et al., 1992
Khosla et al., 1980
Coe, 1996
O. canum cânfora, limoneno
metil cinamato, linalol
cânfora, 1,8 cineol, metil cinamato, β-pireno
Xaasan, 1981
Guenther, 1949
Simon et al., 1990
O.citriodorium citral
citral, geraniol
Darrah, 1980
Simon et al., 1990
O.gratissimum eugenol
timol
eugenol, ocimeno
eugenol, timol
Sobti et al., 1982
Guenther, 1949
Simon et al., 1990
Simon, 2000*
O.kilimandscharium cânfora, limoneno, 1,8-cineol
1,8-cineol
Bekele &
Hassanali, 2001
Ntezurubanza et
al., 1984
O.sanctum eugenol, β-cariofileno
metil eugenol, β-cariofileno
eugenol, β-cariofileno, β-elemeno
Asha et al., 2001
Lawrence et al.,
1972
Simon et al., 1990
O.suave Eugenol Chogo & Crank,
1981
O.trichodon Eugenol Janssen et al.,
1989
O.viride Timol Ekundayo, 1986
*Espécies coletadas no Brasil, introduzidas e cultivadas na Universidade de Purdue nos Estados
Unidos.
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21
2. Determinação do Perfil Fitoquímico
2.1 Material
2.1.1 Extratos Vegetais
Extrato bruto benzênico das folhas – EBF (10% p/v) – utilizado para a
pesquisa de monoterpenos, sesquiterpenos, triterpenos e esteróides.
Extrato bruto metanólico das folhas – EMF (10% p/v) – utilizado para a
pesquisa de polifenóis, iridóides, saponinas, alcalóides e açucares
redutores.
2.1.2 Drogas e Reagentes
Acetato de Etila P. A (Vetec);
Acetona P. A (Merck);
Ácido Acético P. A (Merck);
Ácido Clorídrico P. A (Merck);
Ácido Fórmico P. A (Merck);
Ácido Sulfúrico P. A (Merck);
Ácido Ursólico (Extrasynthese);
Água Destilada;
Alúmen de Ferro a 1% (Merck);
Anidrido Acético P. A (Reagen);
Benzeno P. A (Merck);
n-Butanol P. A (Merck);
Cloreto de 2,3,5-trifeniltetrazólio P. A (Merck);
Clorofórmio P. A (Reagen);
Difenilborinatodeamino2etila (Merck);
Etanol P. A (Vetec);
Iodo-bismutato de Potássio;
Metanol P. A (Vetec);
Tampão Fosfato (pH = 5,0);
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22
Tolueno P. A (Merck);
Vanilina P. A (Carlo Erba);
β-Amirina (Extrasynthese);
β-Sitosterol (Extrasynthese).
2.1.3 Equipamentos
Balança analítica;
Balança semi – analítica;
Câmara Ultra-Violeta (250 – 365 nm);
Estufa;
Placa aquecedora;
Câmara fotográfica;
Bomba de vácuo;
Rotaevaporador (Buchi Instruments).
2.1.4 Outros
Borrifadores para Revelação em Cromatografia em Camada Delgada
(CCD);
Placas prontas de Gel de Sílica 60 (Merck, art. 105553);
Cubas para CCD;
Duolite S-861;
Filmes fotográficos (Kodak).
2.1.5 Identificação do Material Botânico
Uma exsicata do material vegetal foi depositada no Herbário UFP –
Geraldo Mariz do Departamento de Botânica da Universidade Federal de
Pernambuco sob o número 34868, onde foi efetuada a identificação botânica do
mesmo.
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2.1.6 Coleta do Material Vegetal
Folhas de Ocimum campechianum Mill. foram coletadas no período de
Dezembro de 2003 a Janeiro de 2004, no município de Surubim, em
Pernambuco. O material vegetal acondicionado em sacos plásticos foi levado ao
Departamento de Antibióticos e mantido em local arejado, à temperatura ambiente
(300C), até sua utilização.
2.2 Metodologia
2.2.1 Preparação dos Extratos
Para a realização destes ensaios, foram preparados dois extratos: um
metanólico e outro benzênico. A extração foi efetuada utilizando-se as folhas
frescas, que, após trituradas e pesadas, foram submetidas ao processo de
infusão, sob agitação por 30 minutos, sendo os infusos obtidos, posteriormente,
filtrados.
2.2.2 Identificação dos Grupos de Moléculas
A análise cromatográfica foi realizada através de cromatografia em
camada delgada, utilizando-se placas prontas de gel de sílica 60 Merck, art.
105553, nas quais foram aplicadas alíquotas de 15 µL dos extratos previamente
preparados. Os sistemas de desenvolvimento e reveladores foram selecionados
de acordo com o grupo de moléculas a ser pesquisado, obedecendo aos
procedimentos do Laboratório de Farmacognosia, baseados nos estudos de
Harborne (1998), Wagner (1996); Markham (1982) e Florencio e Xavier (2003).
Os grupos de moléculas investigados através dos cromatogramas obtidos
foram os seguintes: alcalóides e açúcares redutores, polifenóis (cumarinas,
flavonóides, derivados cinâmicos, fenilpropanoglicosídeos, esteróides,
proantocianidinas condensadas, leucoantocianidinas, ácido gálico e taninos
hidrolisáveis), terpenos (monoterpenos, sesquiterpenos, triterpenos, glicosídeos
de iridóides e saponinas).
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2.2.3 Pesquisa de Polifenóis
A análise destas substâncias foi dividida em três etapas, em função da
metodologia utilizada para cada classe:
1. Pesquisa de cumarinas, derivados cinâmicos, fenilpropanoglicosídeos e
flavonóides;
2. Pesquisa de proantocianidinas condensadas e leucoantocianidinas;
3. Pesquisa de taninos gálicos.
1. Cumarinas, derivados cinâmicos, fenilpropanoglicosídeos e flavonóides
Para essa pesquisa foi preparado um cromatograma, empregando-se
como sistema de eluição polar acetato de etila – ácido fórmico – ácido acético –
água (100:11:11:26 v/v) e reagente de NEU (difenilborinatodeamino2etila), como
revelador.
O cromatograma foi observado sob luz ultravioleta (UV-365 nm), antes e
depois da aplicação do revelador e os resultados foram interpretados de acordo
com o Quadro 2.
Quadro 2 - Interpretação dos cromatogramas para a pesquisa de cumarinas,derivados cinâmicos, fenilpropanoglicosídeos e flavonóides.
Moléculas Antes da revelação Após a revelação
Cumarinas Intensa fluorescência azul Sem alteração
Derivados cinâmicos Fluorescência azul-claro Intensa fluorescência azul
Fenilpropanoglicosídeos Fluorescência azul-claro Fluorescência verde-
amarelada.
Flavonóides Fluorescência marrom-
escuro
Fluorescência do laranja
ao verde-musgo*
* A coloração varia de acordo com o esqueleto e os grupos substituintes das moléculas.
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2. Proantocianidinas condensadas e leucoantocianidinas
Os cromatogramas foram obtidos utilizando-se como fase móvel acetato
de etila – ácido fórmico – ácido acético – água (100:11:11:26 v/v) e vanilina
clorídrica a 1%, como revelador. O aparecimento de manchas em vermelho vivo
com Rf de valores muito baixos representam a presença de proantocianidinas
condensadas (taninos catéquicos). As manchas das leucoantocianidinas
apresentam a mesma coloração, porém o valor do Rf é superior a 0,5 dímeros ou
entre 0,8 a 0,9 monômeros.
3. Pesquisa de taninos gálicos
A investigação de taninos gálicos foi realizada obedecendo ao protocolo
experimental proposto por Stiasny (1912) modificado por Xavier (2003).
Inicialmente, foi realizada a investigação da presença de ácido gálico, cujo padrão
foi co-cromatografado com uma alíquota do extrato de Ocimum campechianum. A
placa cromatográfica foi submetida ao sistema de eluição acetato de etila-
benzeno-ácido fórmico (10:3:1 v/v) e à revelação com Alúmen de Ferro a 1%. A
presença de ácido gálico produz uma mancha de coloração azul quase preta com
um Rf aproximadamente igual a 0,60.
Em seguida, foram preparados 5 mL de uma solução a 10 % do extrato em
água destilada, que foi submetida a tratamento hidrolítico, utilizando-se 15 mL de
formol e 5 mL de ácido clorídrico concentrado, sob refluxo e agitação por 30
minutos. O hidrolisado, depois de frio, foi submetido a uma filtração simples em
papel. O filtrado foi lavado com água destilada e cromatografado em coluna de
Duolite S-861, eliminando-se como eluato o formol e o ácido. A resina foi lavada
com acetona para desadsorção dos fenóis aí retidos e a fração acetônica
submetida a CCD, como descrito previamente para o ácido gálico. No
cromatograma, as manchas produzidas pelo ácido gálico proveniente de taninos
apresentam uma coloração mais intensa do que aquelas pertencentes ao ácido
gálico que se encontra na forma livre, caso essas duas moléculas estejam
presentes no mesmo material vegetal.
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2.2.4 Pesquisa de Saponinas
Neste ensaio, foi preparada uma solução do extrato bruto em água, a qual
sofreu intensa agitação manual, observando-se então as suas características
afrogênicas. A presença de saponósidos promove a formação de espuma de
forma abundante e persistente, durante pelo menos 1 hora e deve ser confirmada
através de CCD, utilizando-se uma fase móvel polar e vanilina sulfúrica ou
anisaldeído como revelador.
2.2.5 Pesquisa de Monoterpenos e Sesquiterpenos
Uma alíquota do extrato foi submetida a CCD, utilizando-se tolueno-
acetato de etila (97:3 v/v) como sistema eluente. A revelação foi efetuada com
aplicação de soluções etanólicas de ácido sulfúrico a 5% e de vanilina a 2% e
posterior aquecimento em estufa a 1000C, durante 3 minutos. Ao reagirem com a
vanilina sulfúrica, moléculas terpênicas com baixo peso molecular, formam
manchas com coloração predominantemente entre o azul e o violeta.
2.2.6 Pesquisa de Triterpenos e Esteróides
A pesquisa dessas moléculas foi efetuada através de uma adaptação da
reação de Liebermann-Burchard à CCD (HARBORNE, 1998; SHARMA &
DAWRA, 1991). A fase móvel utilizada foi tolueno-acetato de etila (90:12) e as
placas cromatográficas foram reveladas utilizando-se o reagente de Liebermann-
Burchard (solução clorofórmica adicionada de anidrido acético e ácido sulfúrico
concentrado), seguido de aquecimento a 1000C em estufa, durante 5 minutos.
Manchas com colorações que variam do azul esverdeado (esteróides) ao
castanho avermelhado (triterpenos) são produzidas por essas moléculas em
presença do revelador (HASHIMOTO, 1970), quando observadas sob luz visível.
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2.2.7 Pesquisa de Alcalóides
O cromatograma foi submetido à fase móvel polar acetato de etila-ácido
fórmico-ácido acético-água (100:11:11:26 v/v), utilizando-se o reagente de
Dragendorff (iodo-bismutato de potássio) como revelador. O surgimento de
manchas com coloração laranja forte caracteriza a presença de alcalóides.
2.2.8 Pesquisa de Glicosídeos Iridóides
Algumas moléculas desse grupo (glicosídeos de monoterpenos
modificados, do tipo asperulina, aucubina e monoproteína) produzem uma
coloração violácea ao reagirem com vanilina sulfúrica (HARBORNE, 1998). A
cromatografia foi realizada, utilizando-se acetato de etila-ácido fórmico-ácido
acético-água (100:11:11:26 v/v) como fase móvel polar e aplicação de vanilina
sulfúrica, seguida de aquecimento a 1000C, durante 5 minutos, para a revelação.
2.2.9 Pesquisa de Açúcares Redutores
Alíquotas do extrato metanólico foram utilizadas para preparação dos
cromatogramas, que foram submetidos à fase móvel butanol-tampão fosfato, pH =
5,0 – acetona (4:1:5 v/v). A revelação foi realizada com solução metanólica a 4%
de cloreto de trifeniltetrazólio, seguida de aquecimento a 1000C, durante 5
minutos (RUSSEL, 1983). O aparecimento de manchas com coloração vermelho-
sangue indica a existência de açúcares redutores.
2.3 Resultados e Discussão
Análises cromatográficas do “Screening” Fitoquímico das Folhas de
Ocimum campechianum Mill.
Após a realização das análises cromatográficas dos extratos brutos
(benzênico e metanólico) das folhas de Ocimum campechianum, foram
identificados os seguintes grupos de moléculas:
Triterpenóides e esteróides: ácido ursólico
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Monoterpenóides
Sesquiterpenóides
Eugenol
Polifenóis: fenilpropanoglicosídeos e flavonóides
Açucares redutores
2.3.1 Pesquisa de Polifenóis
No cromatograma, observado à luz ultravioleta (365 nm), manchas com
fluorescência laranja revelaram a presença de flavonóides e a existência de
fenilpropanoglicosídeos foi caracterizada pelo surgimento de manchas com
fluorescência verde como mostra a Figura 2. Manchas com forte fluorescência
azul pertencentes ás cumarinas não foram encontradas, indicando ausência
dessas moléculas.
Figura 2 – Cromatograma mostrando polifenóis encontrados nas folhas de Ocimumcampechianum, sob luz ultravioleta.
2.3.2 Pesquisa de Saponinas
Durante o ensaio de afrogenicidade (via úmida), a formação de espuma foi
escassa e pouco persistente. Para confirmação do resultado, foi realizada uma
cromatografia, que demonstrou ausência de saponinas.
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2.3.3 Pesquisa de Monoterpenos e Sesquiterpenos
Essas moléculas são terpenóides de baixo peso molecular e sua presença
foi evidenciada pelo aparecimento de várias manchas com Rf de valores
diferentes, conforme observado na Figura 3.
Figura 3 – Cromatograma mostrando mono e sesquiterpenos encontrados em Ocimumcampechianum.
A formação de uma mancha de fluorescência amarela sugere a presença
de eugenol. A existência dessa molécula foi confirmada através de uma co-
cromatografia realizada utilizando-se alíquotas de extratos de cravo da índia (1-
padrão) e de O. campechianum (2), havendo o aparecimento de duas manchas
com coloração e Rf semelhantes, como mostra a Figura 4.
Figura 4 - Cromatograma de eugenol encontrado em Ocimum campechianum.
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2.3.4 Pesquisa de Triterpenos e Esteróides
Para a investigação dessas moléculas foram utilizados padrões de ácido
ursólico (1), β – sitosterol (2) e β – amirina (3) que foram co-cromatografados com
uma alíquota do extrato. A presença de ácido ursólico foi evidenciada pelo
aparecimento de uma mancha semelhante à do padrão, como pode ser
observado na Figura 5.
Figura 5 – Cromatograma de terpenóides encontrados em Ocimum campechianum.
2.3.5 Pesquisa de Açúcares Redutores
Manchas de coloração vermelha, observadas na placa cromatográfica
(Figura 6), indicam a presença de açucares redutores nas folhas do vegetal.
Figura 6 - Cromatograma mostrando açúcares encontrados em Ocimum campechianum.(1) – EMF; (2) – EMF; (3) – padrão de glicose.
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Iridóides, alcalóides, cumarinas, derivados cinâmicos, proantocianidinas,
leucoantocinidinas, taninos gálicos e saponinas não foram encontrados, conforme
foi observado nos cromatogramas obtidos.
A presença de terpenóides, como monoterpenos e sesquiterpenos, e de
eugenol, confirma o que está descrito na literatura quanto à composição química
dos óleos essenciais extraídos do vegetal (JORGE et al., 1992; KHOSLA et al.,
1980).
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Capítulo II: Atividade Biológica de Ocimum campechianum Mill.
1. Atividade Farmacológica
1.1 Revisão da Literatura
Tendo em vista a sua importância econômica, o gênero Ocimum tem sido
bastante estudado sob vários aspectos, inclusive quanto à atividade biológica de
suas espécies.
No Brasil, várias espécies de Ocimum são popularmente utilizadas para
tratar gripe, febre e problemas estomacais e ainda como analgésicos e
estimulantes (CORREA, 1984).
Investigações sobre a etnofarmacologia de Ocimum campechianum Mill.
revelaram que essa espécie é bastante utilizada na medicina popular de algumas
regiões do Brasil e do México, conforme demonstra o Quadro 3.
Quadro 3 – Usos medicinais de O. campechianum Mill. em algumas regiões do Brasil edo México.
Localidade Partes
Utilizadas
Formas de
Preparação
Usos Medicinais Referência
Caxiuanã-
Amazônia
folhas banho gripe Andrade et al.,
2003
Região do Vale do
Ribeira-São Paulo
folhas infusão bronquite, tosse e
infecções em geral
Stasi et al.,
2002
Pernambuco - - febre, distúrbios
intestinais, cefaléia,
gripe, como
diurético
Albuquerque,
1997
Yucatán, Oaxaca e
Veracruz
(México)
- -
afecções
gastrintestinais e
dermatológicas
Heinrich et al.,
1998
Oaxaca, Puebla
and Veracruz
(México)
folhas infusão limpeza de feridas e
diarréia
Zamora-
Martinez & Póla,
1992
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O eugenol, principal constituinte químico de várias plantas pertencentes a
este gênero, é um líquido volátil com ação analgésica, antisséptica e anestésica
local, bastante usado na odontologia (THE MERCK INDEX,1996).
O extrato etanólico das folhas de Ocimum sanctum prolongou o tempo da
perda dos reflexos induzida por pentobarbital em ratos e reduziu o tempo e a
severidade de eletrochoques e convulsões induzidas por pentilenotetrazol
(SAKINA et al., 1990). O óleo essencial desse vegetal causou diminuição da
pressão sanguínea, quando administrado em cães anestesiados, e também o
aumento do tempo de coagulação sanguínea em ratos e do sono barbitúrico
induzido em camundongos (SINGH et al., 2001).
Extratos aquosos e metanólicos, obtidos a partir de O. sanctum, inibiram
inflamações agudas e crônicas, e promoveram ações analgésicas e antipiréticas
em ratos (GODHWANI et al., 1987).
Ratos tratados com o extrato acetônico de O. sanctum, por via tópica,
durante 15 dias, apresentaram redução de tumores (PRASHAR & KUMAR, 1995).
O óleo obtido das sementes foi administrado em camundongos albinos Swiss
(100 mL/kg de peso corpóreo), reduzindo significativamente tumores do tipo
fibrosarcomas induzidos na região da coxa dos animais (PRAKASH & GUPTA,
2000).
As toxicidades aguda e sub-crônica do óleo essencial de Ocimum
gratissimum foram investigadas através da administração de uma emulsão (4%
v/v) em ratos e camundongos, pelas vias intraperitoneal e oral. Durante os
ensaios, foi observado um efeito sedativo dose-dependente e significativas
alterações bioquímicas, hematológicas e histopatológicas (ORAFIDIYA et al.,
2004). O óleo essencial obtido das folhas mostrou efeitos antinociceptivos,
quando administrados por via oral em camundongos albinos Swiss (RABELO et
al., 2003).
Em estudos realizados na Colômbia, extratos das folhas, caule e raiz de O.
campechianum foram capazes de promover 24% de neutralização in vitro do
efeito hemorrágico produzido pelo veneno de B. atrox (OTERO et al., 2000).
Significativa diminuição da freqüência cardíaca foi observada em ratos, após a
administração de extratos brutos das folhas (40 mL/kg) de Ocimum
campechianum (RIBEIRO et al., 1986).
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Extratos hidroalcoólicos (50:50, v/v) das folhas de O. campechianum
apresentaram efeitos diuréticos significativos, quando administrados oralmente
(40 mL/kg) em ratas Wistar (RIBEIRO et al., 1988).
Várias espécies de Ocimum foram ainda estudadas, demonstrando
atividades antiulcerogênica, anti-HIV, inseticida e nematicida (AKHTAR &
MUHAMMAD, 1989; AYISI & NYADEDZOR, 2003; BHATNAGAR et al., 1993;
CHATTERJEE et al., 1982).
1.2 Atividade Antiinflamatória
1.2.1 Material
1.2.1.1 Material Vegetal
Nos ensaios realizados para determinação da atividade biológica, foram
utilizadas folhas obtidas de espécimes adultos, coletadas no período
compreendido entre Janeiro e Março de 2003, no município de Surubim,
Pernambuco.
O material coletado foi acondicionado em sacos plásticos e depositado em
local arejado, para secagem e conservação à temperatura ambiente (300C),
sendo assim mantidos até sua utilização.
As folhas secas foram pesadas e submetidas à maceração com solvente
hidroalcoólico (70%), durante 7 dias. O produto foi então filtrado, eliminando-se,
posteriormente, o solvente, através de evaporação a vácuo, para obtenção do
extrato bruto, que foi solubilizado em solução salina 0,9% para a realização dos
ensaios de toxicidade aguda e determinação da DL50 (cf. ANEXO A),
antiinflamatório e antitumoral.
1.2.1.2 Animais
Para a realização deste ensaio, foram selecionados ratos Wistar machos
(Rattus norvegicus), com faixa etária de 60 dias e pesos entre 200 e 320 g, todos
provenientes do Biotério do Departamento de Antibióticos – UFPE. Divididos em
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grupos de seis, os animais, mantidos em condições controladas de iluminação
(ciclo 12 horas claro/escuro) e temperatura (25 ± 20C), receberam água ad libitum,
sendo privados de alimento por um período de 18 horas antes do experimento.
1.2.1.3 Extrato Vegetal
Extrato bruto hidroalcoólico (70%) das folhas – EHF (10% p/v).
1.2.1.4 Drogas e Reagentes
Cloreto de Sódio a 0,9% (salina);
Carragenina (Sigma-Aldrich);
Indometacina (Merck Sharp & Dohme);
Tween 80 (Merck).
1.2.1.5 Equipamentos e Materiais
Plestimômetro (Ugo Basile Itália Modelo 7150);
Cronômetro;
Balança semi-analítica;
Balança analítica.
1.2.2 Metodologia
Para a indução do edema, foi utilizado 0,1 mL de carragenina a 1%, que foi
injetado na região subplantar da pata esquerda posterior dos animais
pertencentes aos grupos controle, padrão e teste (WINTER et al., 1962). Antes da
injeção de carragenina e 30 minutos após, foram medidos os volumes das patas.
Em seguida, procedeu-se à administração do extrato de Ocimum campechianum
(100 mg/kg) nos animais do grupo teste, de Indometacina (10 mg/kg) nos animais
do grupo padrão e de solução salina 0,9% no grupo controle. Posteriormente, os
volumes das patas continuaram sendo medidos em intervalos constantes de uma
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hora com o auxílio de um pletismômetro (Ugo Basile Itália Modelo 7150), durante
um período de 6 horas.
Neste experimento, foram utilizadas as vias de administração oral e
intraperitoneal, tanto para a Indometacina como para o extrato testado.
O cálculo da redução percentual do volume da pata foi realizado através
de seguinte fórmula:
% de inibição do edema = (Vc – Vt/Vc) × 100
onde:
Vc = média do aumento do volume das patas dos animais do grupo
controle;
Vt = média do aumento do volume das patas dos animais do grupo teste
Os resultados observados nos grupos teste, padrão e controle foram
comparados entre si.
1.3 Atividade Antitumoral
1.3.1 Material
1.3.1.1 Animais
Para a investigação da atividade antitumoral, foram utilizados
camundongos albinos Swiss machos (Mus musculus), com aproximadamente 60
dias de idade e pesos entre 30 e 40 g, divididos em grupos de seis. Os animais
foram mantidos sob condições controladas de iluminação (ciclo claro/escuro de 12
horas cada) e temperatura de 25 ± 30C, em gaiolas de polipropileno. Eles
receberam alimentação específica e água ad libitum.
1.3.1.2 Extrato Vegetal
Extrato bruto hidroalcoólico (70%) das folhas – EHF (10% p/v).
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1.3.1.3 Drogas e Reagentes
Cloreto de Sódio a 0,9% (salina);
Tween 80 (Merck);
Garamicina – 80 mg (Schering-Plough).
1.3.1.4 Equipamentos
Balança semi-analítica;
Balança analítica.
1.3.2 Metodologia
1.3.2.1 Implante da Massa Tumoral
Para o transplante dos tumores (sarcoma 180 e carcinoma de Ehrlich), a
massa tumoral retirada de um animal doador, após remoção do material
necrosado, foi fragmentada e colocada em solução antibiótica. Um fragmento
tumoral de cerca de 3 mm de diâmetro foi introduzido subcutaneamente na região
axilar do animal receptor (STOCK et al., 1955; KOMIYAMA & FUNAYAMA, 1992).
1.3.2.2 Testes de Inibição Tumoral
Para cada experimento, os animais transplantados foram divididos em dois
grupos: teste e controle. O grupo teste foi tratado com o extrato de Ocimum
campechianum, sendo administradas doses de 100 mg/kg de peso do animal
diariamente por via intraperitoneal, durante 8 dias. A quimioterapia experimental
teve início 48 horas após o transplante dos tumores. Ao término do tratamento,
todos os animais foram pesados e sacrificados, sendo os tumores retirados,
dissecados e pesados, para a observação de suas características macroscópicas
A inibição tumoral foi calculada segundo a fórmula abaixo
TWI% = C – T.100 C
onde:
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TWI% = % de inibição tumoral
C = média dos pesos dos tumores dos animais do grupo controle
T = média dos pesos dos tumores dos animais do grupo teste
Os ensaios foram realizados conforme metodologia descrita por Geran et
al. (1972).
1.4 Estudo Histológico
Camundongos albinos Swiss pertencentes aos grupos teste e controle do
ensaio realizado para determinação da atividade antitumoral contra sarcoma 180
foram selecionados para uma investigação histológica dos testículos, que
apresentaram cianose durante o experimento.
Os animais, após terem sido anestesiados, foram colocados em decúbito
dorsal e submetidos a toracolaparotomia mediana. Em seguida, foram
perfundidos por via transcardíaca com uma solução salina (0,85%) e depois com
uma solução fixadora de formol (10%).
Dos animais sacrificados, foram retirados os testículos, que foram cortados
em pequenos fragmentos e imersos em solução de formol a 10%, no qual
permaneceram em temperatura ambiente durante 24 horas, segundo a
metodologia adaptada de Santiago (1991).
Após fixação, as peças foram lavadas e processadas para inclusão em
parafina. Em seguida, foram cortadas com 7m de espessura e coradas pela
técnica de Hematoxilina-Eosina (MICHALANY, 1980) e observadas em
microscopia óptica.
1.5 Resultados e Discussão
1.5.1 Atividade Antiinflamatória
Os animais tratados com Indometacina e com o extrato de Ocimum
campechianum Mill., por via oral, apresentaram diminuição no volume dos
edemas, quando comparados aos animais do grupo controle. Essa redução, no
entanto, foi significativa 4 horas após a administração do extrato, quando houve
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um pico máximo de inibição dos edemas, conforme pode ser observado no
Gráfico 1. Nesta hora, o extrato promoveu maior redução do volume dos edemas
do que a Indometacina.
O Gráfico 2 mostra que houve redução do volume dos edemas nos ratos
tratados com Indometacina e com o extrato, por via intraperitoneal. Esses
resultados foram significativos, quando comparados aos do grupo controle, na 4a
hora após administração do extrato, que promoveu uma inibição mais acentuada
do que a Indometacina.
Gráfico 1 – Comparação do desenvolvimento do edema de pata induzido com injeçãosubplantar de carragenina em ratos machos tratados com Indometacina, extrato deOcimum campechianum Mill. e Solução Salina 0,9%, por via oral. Os valores representama média do volume dos edemas (mL) EPM (Erro Padrão Médio). Resultadossignificativos na 4a hora, quando comparado ao grupo controle, para p < 0,05 (ANOVAseguida do teste t de Student).
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
T0 T1 T2 T3 T4 T5 T6
TEMPO (horas)
VO
LU
ME
MÉ
DIO
DO
ED
EM
A (
mL
)
Controle
Padrão
Tratado
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Gráfico 2 - Comparação do desenvolvimento do edema de pata induzido com injeçãosubplantar de carragenina em ratos machos tratados com Indometacina, extrato deOcimum campechianum Mill. e Solução Salina 0,9%, por via intraperitoneal. Os valoresrepresentam a média do volume dos edemas (mL) EPM (Erro Padrão Médio).Resultados significativos na 4a hora, quando comparado ao grupo controle, para p < 0,05(ANOVA seguida do teste t de Student).
1.5.2 Atividade Antitumoral
O extrato foi testado contra dois tipos de tumores: sarcoma 180 e
carcinoma de Ehrlich, apresentando resultados significativos em ambos os testes.
Sarcoma 180
Como pode ser observado no Gráfico 3, houve significativa inibição
tumoral no grupo de animais tratados com o extrato de Ocimum campechianum,
quando comparado ao grupo controle.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
T0 T1 T2 T3 T4 T5 T6
TEMPO (horas)
VO
LU
ME
MÉ
DIO
DO
ED
EM
A (
mL
)
CONTROLE
PADRÃO
TRATADO
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41
0,74169
0,42963
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
GRUPOS DE ANIMAIS
MÉ
DIA
DO
S P
ES
OS
DO
S T
UM
OR
ES
(g
)Grupo co ntro leGrupo tratado
Gráfico 3 – Comparação das médias dos pesos dos tumores sarcoma 180 emcamundongos machos tratados com extrato bruto das folhas de Ocimum campechianumMill. e Solução Salina 0,9%, por via intraperitoneal. Resultados significativos, quandocomparado ao grupo controle, para p < 0,05 (teste t de Student).
Carcinoma de Ehrlich
A inibição tumoral observada nos animais tratados com o extrato foi
bastante significativa em relação aos animais do grupo controle (Gráfico 4).
1,469
0,2668
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
GRUPOS DE ANIMAIS
MÉ
DIA
DO
S P
ES
OS
DO
S T
UM
OR
ES
(g
)
Grupo co ntro leGrupo tratado
Gráfico 4 - Comparação das médias dos pesos dos tumores carcinoma de Ehrlich emcamundongos machos tratados com extrato bruto das folhas de Ocimum campechianumMill. e Solução Salina 0,9%, por via intraperitoneal. Resultados significativos, quandocomparado ao grupo controle, para p < 0,05 (t de Student).
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O extrato, no entanto, foi mais ativo contra o carcinoma de Ehrlich, que
apresentou maior índice de inibição, quando comparado ao sarcoma 180, como
demonstra o Gráfico 5.
81,84%
42,07%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
CARCINOMA DEEHRLICH
SARCOMA 180
GRUPOS DE ANIMAIS TRATADOS
INIB
IÇÃ
O T
UM
OR
AL
(%)
Gráfico 5 – Comparação do percentual de inibição tumoral apresentado pelos grupos decamundongos portadores de sarcoma 180 e carcinoma de Ehrlich, tratados com o extratode Ocimum campechianum. Resultados significativos, quando comparado ao grupocontrole, para p < 0,05 (ANOVA seguida do teste t de Student).
1.5.3 Estudo Histológico
Análise dos aspectos morfológicos dos testículos de camundongos
tratados com extrato das folhas de Ocimum campechianum Mill.
Na análise histológica dos testículos, foi observada a presença de uma
cápsula fibrosa (túnica albugínea) preservada, recobrindo os túbulos seminíferos
(Figura 7), com aspecto semelhante ao do grupo controle (Figura 8).Zeon P
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Figura 7 - Fotomicrografia de testículos de camundongos do grupo tratado com O.campechianum Mill., mostrando túbulo seminífero (1), tecido intersticial e células de Leydig(2) corado com HE. Obj. 10×.
Figura 8 - Fotomicrografia de testículos de camundongos do grupo controle, mostrandotúbulo seminífero (1), tecido intersticial e células de Leydig (2) corado com HE. Obj. 10×.
Internamente, o epitélio estratificado dos túbulos seminíferos que
resguarda as células germinativas (espermatogônia, espermatócito, espermatides
e espermatozóides) e células não germinativas (célula de Sertoli) aparentemente
não apresentou alteração morfológica, assim como as respectivas células (Figura
9). O tecido e as células intersticiais (células de Leydig) também mostraram uma
morfologia com aspecto provavelmente normal semelhante ao grupo controle
(Figura 10).
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Figura 9 - Fotomicrografia do túbulo seminífero (1) e tecido intersticial com células deLeydig (2) de camundongos do grupo tratado com O. campechianum Mill. corado com HE.Obj. 20×.
Figura 10 - Fotomicrografia do túbulo seminífero de camundongos do grupo controlecorado com HE, mostrando espermatogônias (1), espermatócitos (2), espermátides (3),espermatozóides (4).
A ação de Ocimum campechianum Mill. não apresentou influência na
organização estrutural das peças analisadas. A topografia dos testículos dos
animais tratados com Ocimum campechianum Mill. não mostrou nenhuma
alteração na morfologia das gônadas.
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2. Atividade Antimicrobiana
2.1 Revisão da Literatura
Várias espécies do gênero Ocimum apresentam na composição de seus
óleos essenciais substâncias biologicamente ativas de caracter fungicida
(REUVENI et al., 1984) e bactericida (NTEZURUBANZA et al., 1984).
O óleo essencial de O. gratissimum foi testado “in vitro” sobre fungos
filamentosos responsáveis por dermatites humanas e demonstrou possuir ação
fungicida (LIMA et al., 1993). Extratos de O. gratissimum mostraram-se eficazes
contra Trichophyton rubrum e T. mentagrophytes (NWOSU & OKAFOR, 1995).
A ação fungicida de óleos essenciais de O. gratissimum foi comparada
com a de fungicidas sintéticos e foi constatado uma atividade direcionada para
Candida albicans, Sporothrix schenkii, Epidermophyton cresens, Microsporum
gypsum e Tricophyton mentagrophytes, bem como bactérias Gram-positivas e
Gram-negativas (SINHA & GULATI, 1990).
Óleos essenciais extraídos das partes aéreas de Ocimum basilicum L.
mostraram significativa atividade antimicrobiana contra isolados clínicos
multiresistentes pertencentes aos gêneros Staphylococus, Enterococus e
Pseudomonas, microrganismos que apresentam sérias dificuldades terapêuticas
devido ao seu alto nível de resistência (OPALCHENOVA & OBRESHKOVA,
2003).
Extratos alcoólico e aquoso de Ocimum sanctum foram testados contra
patógenos entéricos e Candida albicans, mostrando ampla zona de inibição em
torno dos discos. O extrato alcoólico foi mais ativo contra Vibrio cholerae, já o
extrato aquoso mostrou maior ação frente a Klebisella, E. Coil, Proteus e
Staphylococcus aureus (GEETA et al., 2001).
Quatro espécies de Ocimum foram testadas quanto à atividade
antimicrobiana. Óleos essenciais de O. canum, O. gratissimum, O. trichodon e O.
suave foram ativos contra Escherichia coli, Bacillus subtilis, Staphylococus aureus
e Trichophyton mentagrophytes (JANSSEN et al., 1989).
Através da realização de ensaios “in vitro”, foi constatada a atividade
antimicrobiana de óleos essenciais obtidos das folhas de O. campechianum Mill.
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contra B. subitilis, S. aureus, M. luteus, E. coli, S. marcescens e A. oryzae
(CARVALHO et al., 1999). Extratos metanólicos e aquosos das folhas desse
vegetal foram ativos contra Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa e
Salmonella typhi em concentrações superiores a 2 mg/mL e contra as formas
tripomastigotas de Trypanosoma cruzi, a 500 ppm (NAVARRO et al., 2003).
2.2 Procedimento Experimental
2.2.1 Material
2.2.1.1 Extratos Vegetais
Extrato bruto hidroalcoólico (70%) das folhas – EHF (10% p/v);
Extrato bruto hidroalcoólico (80%) das folhas – EHF (50% p/v);
Extrato bruto metanólico das folhas – EMF (10% p/v);
Extrato bruto com acetato de etila das folhas – EAEF (10% p/v);
Extrato bruto benzênico das folhas – EBF (10% p/v).
2.2.1.2 Meios de Cultura
Bactérias:
Ágar Mueller - Hinton (Oxoid) – utilizado para a manutenção e determinação
da atividade antibacteriana.
Caldo Mueller - Hinton (Oxoid) – utilizado para a preparação dos inóculos
bacterianos.
Fungos:
Ágar Sabouraud (Vetec) - utilizado para a manutenção e determinação da
atividade antifúngica.
Caldo Sabouraud (Vetec) - utilizado para a preparação dos inóculos fúngicos.
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2.2.1.3 Microrganismos
Para a investigação da atividade antimicrobiana, foram utilizadas bactérias
Gram positivas, Gram negativas e fungos leveduriformes pertencentes ao gênero
Candida.
Cocos Gram positivos: Staphylococus aureus-ATCC 6538;
Staphylococus aureus-IC 133;
Staphylococus aureus-IC 155;
Micrococus flavus-DAUFPE 06.
Bacilos Gram negativos: Escherichia coli-DAUFPE 84;
Enterobacter sp.-IC 06.
Fungos Leveduriformes: Candida albicans-DAUFPE 1007;
Candida krusei-DAUFPE 1002.
2.2.1.4 Padrões Antimicrobianos
Cetoconazol (potência: 1000 µg/mL);
Discos de Norfloxacina com 30 µg (DMD).
2.2.1.5 Solventes
Acetato de Etila P. A (Vetec);
Água destilada;
Benzeno P. A (Merck);
Clorofórmio P. A (Labsynth);
Etanol P. A (Vetec);
Metanol P. A (Vetec);
Propileno Glicol P. A (Vetec).
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2.2.1.6 Equipamentos
Alça de platina;
Autoclave;
Balança analítica;
Capela de fluxo laminar;
Estufa bacteriológica;
Forno de microondas;
Micropipetas automáticas;
Swabs esterilizados.
2.2.2 Metodologia
2.2.2.1 Método de Difusão em Agar
Para a determinação da atividade antimicrobiana dos extratos de O.
campechianum Mill., foi utilizado o Método de Difusão em Meio Sólido (BAUER &
KIRBY, 1966), através do qual é possível determinar se o microrganismo é
sensível ou resistente a uma determinada substância numa concentração
conhecida (MOURA et al., 1992). Essa metodologia baseia-se na inibição do
crescimento de um microrganismo semeado na superfície do meio de cultura
sólido. Esta inibição é avaliada de acordo com um halo formado em torno de um
disco de papel de filtro impregnado com a droga.
2.2.2.2 Preparação dos Extratos
Extrato bruto hidroalcoólico (70%) das folhas – EHF (10%p/v)
O extrato hidroalcoólico (70%) das folhas secas, obtido através de
maceração, após filtração, foi submetido à evaporação para eliminação do
solvente. Em seguida, foram pesados em balança analítica, 500 mg do mesmo e
dissolvidos em 5 mL de clorofórmio, obtendo-se uma solução de concentração
100 mg/mL.
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Extrato bruto hidroalcoólico (80%) das folhas – EHF (50% p/v);
As folhas, depois de pesadas, foram submetidas à maceração, utilizando-
se solvente hidroalcoólico (80%), e posterior filtração, para obtenção do extrato a
ser testado.
Demais extratos
Os extratos metanólico, benzênico e de acetato de etila foram obtidos a
partir das folhas, através do processo de infusão, sob agitação por 30 minutos, e
posterior filtração. Alíquotas destas soluções foram reservadas para investigação
da atividade antimicrobiana.
2.2.2.3 Preparação do Padrão Antifúngico
Solução de Cetoconazol a 1000 µg/mL foi utilizada como padrão
antifúngico e discos de papel de filtro padronizados foram saturados com esta
solução de modo a obter discos com uma concentração de 20 µg.
Discos de Norfloxacina (DMD) contendo 30 µg foram utilizados como
padrão antimicrobiano.
2.2.2.4 Preparação dos Inóculos Microbianos
A partir das culturas mantidas sob refrigeração foram preparadas culturas
em Caldos Mueller – Hinton ou Sabouraud. Os inóculos foram então incubados a
370C por 24 horas. Em seguida, foi realizada a padronização dos inóculos pela
comparação da cultura suspensa em água destilada esterilizada com uma
suspensão padrão correspondente a 0,5 da escala de Mac Farland (MURRAY et
al., 1995), o que equivale a 108 unidades formadoras de colônias (UFC/mL).
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2.2.2.5 Semeio
Após padronização, as suspensões de micorganismos foram semeadas
sobre os meios sólidos de Mueller-Hinton ou de Sabouraud por esgotamento,
utilizando-se swabs esterilizados. Discos de papel com 6 mm de diâmetro e peso
de 30 ± 4 cm2 foram saturados com os extratos de Ocimum campechianum ou
com o padrão antimicrobiano. Após eliminação do solvente, estes discos foram
depositados sobre a superfície dos meios previamente semeados. As placas
foram incubadas a 370C por 24 horas (ACAR et al., 1996 & COURVALIN et al.,
1985).
2.2.2.6 Leitura
Após o período de incubação, foram realizadas as leituras dos diâmetros
dos halos de inibição em torno dos discos contendo os extratos ou os padrões,
utilizando-se, para isso, uma régua milimetrada.
2.2.3 Resultados e Discussão
Os extratos de O. campechianum foram testados com o objetivo de
verificar sua atividade antimicrobiana. Após a leitura dos halos de inibição, foi
observado que os extratos não foram ativos frente aos microrganismos testados.
O padrão Cetoconazol apresentou halos de inibição em torno dos discos
de 35 mm e 40 mm para Candida albicans DAUFPE 1007 e Candida krusei 1002,
respectivamente. Os halos produzidos pelo padrão Norfloxacina foram os
seguintes:
Staphylococus aureus-ATCC 6538 – 23 mm
Staphylococus aureus-IC 133 – 23 mm
Staphylococus aureus-IC 155 – 20 mm
Micrococus flavus-DAUFPE 06 – 16 mm
Escherichia coli-DAUFPE 84 – 20 mm
Enterobacter sp.-IC 06 – 23 mm
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3 - CONCLUSÃO
Os ensaios realizados contribuíram para o conhecimento das atividades
biológicas (toxicológica, farmacológica e antimicrobiana) e identificação do perfil
fitoquímico de O. campechianum Mill.
De acordo com os resultados obtidos no estudo farmacoquímico, foi
observada a presença de eugenol, monoterpenos e sesquiterpenos, triterpenóides
e esteróides, polifenóis (fenilpropanoglicosídeos e flavonóides) e açucares
redutores. Iridóides, alcalóides, cumarinas, derivados cinâmicos,
proantocianidinas, leucoantocinidinas, taninos gálicos e saponinas não se
mostraram presentes nos cromatogramas obtidos.
A avaliação da toxicidade aguda permitiu a observação de várias reações
nos animais, como: tremores, piloereção, contorções abdominais e efeitos sobre a
respiração. A DL50 resultante neste ensaio foi de 1017,4 mg/kg de peso do animal,
sabendo-se que, até a dose 625 mg/kg, o extrato bruto hidroalcoólico (70%) das
folhas não provocou morte de nenhum animal, quando administrado por via
intraperitoneal.
O extrato hidroalcoólico (70%) apresentou atividade antiedematogênica
significativa 4 horas após sua administração pelas vias intraperitoneal e oral,
causando redução do volume dos edemas de pata em ratos machos,
caracterizando atividade antiinflamatória. Apresentou também significativo efeito
antitumoral frente aos tumores sarcoma 180 e carcinoma de Ehrlich, quando
administrados em camundongos machos por via intraperitoneal.
A análise dos aspectos morfológicos dos tecidos dos testículos de
camundongos tratados com extrato das folhas de Ocimum campechianum Mill.
para determinação da atividade antitumoral demonstrou não haver alterações
significativas na organização estrutural do material analisado.
Vários extratos de O. campechianum foram testados contra algumas
espécies de fungos e bactérias para a investigação de sua atividade
antimicrobiana, mas não se mostraram ativos frente aos microrganismos testados.
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4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXOS
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ANEXO A - Artigo enviado para publicação – Revista Brasileira de Ciências
da Saúde
Avaliação da Toxicidade Aguda e Determinação da DL50 do Extrato das
Folhas de Ocimum campechianum Mill.
Evaluation of the Acute Toxicity and Determination of the LD50 of the
Extract of the Leaves of Ocimum campechianum Mill.
Sabrina Torres de Sousa1
Ivone Antônia de Souza2
Eulália Azevedo Ximenes3
Jane Sheila Higino4
Aldo César Passilongo da Silva5
Elisângela Christianne Barbosa da Sliva6
1. Aluna do Curso de Mestrado em Ciências Farmacêuticas. Departamento de
Ciências Farmacêuticas/CCS/UFPE. Av. João de Barros, n.633, apt0 1104, Ed.
Carpina, Boa Vista, CEP-50100-020,. Recife-PE, Brasil, [email protected].
2. Profa. Dra. do Departamento de Antibióticos. CCB/UFPE.
3. Profa. Dra. do Departamento de Antibióticos. CCB/UFPE.
4. Profa. Dra. do Departamento de Farmácia. CCS/UFPE.
5. Aluno do Curso de Mestrado em Ciências Farmacêuticas. Departamento de
Ciências Farmacêuticas/CCS/UFPE.
6. Aluna do Curso de Mestrado em Ciências Farmacêuticas. Departamento de
Ciências Farmacêuticas/CCS/UFPE.
Instituição onde o trabalho foi desenvolvido: Universidade Federal de Pernambuco
Apoio financeiro: CAPES
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Resumo
Ocimum campechianum Mill. é um arbusto pertencente ao gênero
Ocimum, rico em óleos essenciais constituídos por substâncias biologicamente
ativas, que apresentam atividades antimicrobiana e analgésica. O objetivo deste
trabalho foi determinar a toxicidade aguda do estrato bruto hidroalcoólico (70%)
das folhas de Ocimum campechianum, avaliando-se parâmetros gerais de
toxicidade (mortes, tremores, lacrimejamento, piloereção, ptose, contorções
abdominais, efeitos sobre a respiração, movimentação e tônus muscular). Foram
utilizadas doses intermediárias entre 625 e 3000 mg/kg por via intraperitoneal em
camundongos adultos machos (n=6). As principais reações observadas nos
animais foram tremores, piloereção, contorções abdominais, e efeitos sobre a
respiração. A DL50 encontrada foi de 1017,4 mg/kg de peso do animal. Os
resultados permitiram concluir que doses do extrato estudado acima de 625
mg/kg apresentaram toxicidade aguda em camundongos, quando administradas
por via intraperitoneal.
Palavras-chave: Ocimum campechianum, toxicidade aguda, extrato
hidroalcoólico.
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Abstract
Ocimum campechianum Mill. is a shrub that concern to genus Ocimum,
rich in essential oils composed for biologically-active substances that present
antimicrobial and analgesic activities. The aim of this work was performed to
determine the acute toxicity of the hydro-alchoolic crude extract of Ocimum
campechianum leaves by the evaluation of general toxicity parameters (mortality
rate, tremor, lacrimation, piloerection, ptosis, writhing and effects on respiration,
movement and muscular tonus). Intermediates doses among 625 e 3000 mg/kg
were utilized by intraperitoneal route and administered to male adult mice (n=6).
The principals effects observed were tremors, piloerection, writhing and effects on
respiration. The LD50 found corresponded to 1017,4 mg/kg. According to the
obtained results it can be concluded that doses of the studied extract above 625
mg/kg presented acute toxicity in mice when administered by intraperitoneal
routes.
Key Words: Ocimum campechianum, acute toxicity, hydro-alchoolic extract .
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INTRODUÇÃO
O gênero Ocimum é considerado um dos mais importantes dentre os 220
constituintes da família Lamiaceae, devido à riqueza de suas espécies em óleos
essenciais (SIMON, 1990), que são secreções vegetais bastante ricas em
compostos biologicamente ativos (CHATTERJEE et al., 1982; REUVENI et al.,
1984; NTEZURUBANZA et al., 1984).
Óleos essenciais extraídos de várias espécies pertencentes a este gênero
têm apresentado atividades antiinflamatória, antitumoral, analgésica e fungicida
(GODHWANI et al., 1987; PROSHAR & KUMAR, 1995; CRAVEIRO et al. 1981;
LIMA et al., 1993).
A espécie demonstrou possuir atividades alucinogênicas (PINKLEY, 1969),
sugerindo possuir ação sobre o sistema nervoso central.
Quando se pretende estudar as ações terapêuticas de qualquer
substância, é de suma importância a investigação de sua toxicidade, com a
realização de testes em animais, antes de administrá-la ao homem (DALE, 2000).
As doses tóxicas de uma substância podem promover efeitos imediatos ou
no decorrer de alguns dias, podendo também causar óbito de 50% dos animais do
grupo (DL50) utilizado no ensaio. Quando se administra um composto, os seus
efeitos são observados pelas reações comportamentais, através de sinais e
sintomas de intoxicação.
A DL50 é um parâmetro utilizado para expressar a toxicidade de uma droga.
É possível ainda se determinar as doses consideradas efetivas que se
correlacionam com aquelas que irão determinar o índice terapêutico (IT) para
aumentar a margem de segurança.
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MATERIAL E MÉTODOS
Folhas de Ocimum campechianum foram coletadas no município de
Surubim do estado de Pernambuco. O material botânico seco foi triturado, pesado
e submetido ao processo de maceração, utilizando-se solvente hidroalcoólico a
70%. O produto resultante foi filtrado e o solvente foi eliminado por evaporação a
vácuo, obtendo-se 15,76 g de extrato bruto.
Camundongos albinos Swiss machos (Mus musculus), com faixa etária de
60 dias e pesos entre 25 e 35g, foram selecionados e divididos em grupos de seis
animais. Mantidos em gaiolas de polipropileno, em temperatura de 25 ± 30C e
condições controladas de iluminação (ciclo claro/escuro de 12 horas cada), os
animais receberam água ad libitum e foram privados de alimento por 12 horas
antes do experimento.
A via de administração utilizada foi a intraperitoneal e os extratos foram
solubilizados em solução fisiológica a 0,9% para obtenção das doses desejadas.
Para a realização da investigação da toxicidade aguda, foi utilizada a
metodologia preconizada por Karber e Behrens (1964). O ensaio foi dividido em
duas fases: preliminar e definitiva. Na fase preliminar, foram administradas doses
crescentes entre 625 e 3000 mg/kg de peso do animal com o objetivo de se
determinar a maior dose que não apresenta letalidade (D1) e a menor dose capaz
de provocar morte de 100 % dos animais do grupo (D2). Com base nos dados da
etapa preliminar, os animais receberam doses crescentes entre D1 e D2, com a
finalidade de se determinar a DL50 (dose letal para 50% de um grupo de animais),
concluindo-se a fase definitiva. Os animais ficaram sob observação durante 2
horas após a administração de cada dose, realizando-se anotações a cada 10
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minutos, sendo, a partir de então, acompanhados periodicamente durante 48
horas.
A DL50 foi calculada utilizando-se a seguinte fórmula:
DL50 = Df - ∑(a.b)/n
Onde:
Df = dose mínima capaz de matar todos os animais
a = diferença entre duas doses consecutivas
b = média de animais mortos entre duas doses consecutivas
n = número total de animais por lote
RESULTADOS
No quadro 1 estão relacionadas as doses que apresentaram efeitos mais
significativos durante a fase preliminar.
Os efeitos estimulantes permaneceram durante, aproximadamente, 40
minutos após administração do extrato, quando foi verificado o aparecimento dos
efeitos depressores.
Concluída a etapa preliminar do estudo de toxicidade, foi iniciada a fase
definitiva, a partir da qual foi possível calcular a DL50 e construir a curva dose-
resposta da letalidade do extrato vegetal testado. Foram então administradas
doses intermediárias entre 625 e 3000 mg/kg, calculadas de acordo com uma
progressão geométrica de razão 1,2. Os efeitos tóxicos resultantes desta última
etapa podem ser conferidos no quadro 2, onde estão relacionadas as doses mais
relevantes.
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A partir dos dados encontrados em ambas as etapas, foi calculada a DL50,
que resultou em 1017,4 mg/kg de peso do animal.
A curva dose-resposta, construída a partir dos resultados provenientes do
ensaio realizado, está representada na figura 1, mostrando que doses acima de
2687,4 mg/kg foram capazes de matar 100% dos animais.
DISCUSSÃO
As reações comportamentais verificadas a partir dos efeitos causados
pelas doses administradas foram sugestivas de ação sobre o sistema nervoso,
tanto em nível central como periférico.
As substâncias que atuam no sistema nervoso central podem agir
estimulando-o ou inibindo-o. As ações estimulantes são provocadas por drogas
capazes de bloquear a inibição ou causar excitação neuronal direta, através de
três mecanismos: aumento da liberação do transmissor ou do seu tempo de ação,
labilização da membrana pós-sináptica ou redução do tempo de recuperação
sináptica. Drogas que atuam levando à redução na quantidade de transmissor
liberado pelo impulso nervoso, bem como à depressão geral da resposta pós-
sináptica e do movimento iônico promovem depressão do SNC (GILMAN et al.,
1996).
As reações de excitabilidade, movimentos esteriotipados, tremores,
movimentos circulares foram freqüentemente observadas com as diversas doses
testadas, sugerindo a presença de compostos estimulantes do SNC. Efeitos
característicos de ações depressoras também foram observados, sendo os mais
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comuns sonolência e acomodação, o que ocorreu aproximadamente 40 minutos
após administração do extrato.
A atuação das drogas no sistema nervoso periférico ocorre através da
interação com os receptores ou da interferência na síntese, recaptação ou
liberação de seus neurotransmissores (DALE, 2000). Dentre os efeitos em nível
periférico, foram observadas alterações nos sistemas vascular e digestivo.
A determinação de uma dose terapêutica segura é de suma importância
para o uso de uma droga. Através da DL50, é possível calcular o índice terapêutico
de uma substância, fornecendo alguma idéia da margem de segurança no uso da
mesma (DALE, 2000). Determinada a DL50 do extrato vegetal estudado, pode-se
estimar uma dose adequada para realização do estudo de sua atividade biológica.
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Quadro 1 - Efeitos toxicológicos e letalidade relacionados às doses administradas
na fase preliminar.
EFEITOS OBSERVADOSDose
(mg/kg) ESTIMULANTES DEPRESSORES OUTROS EFEITOS
625
Aumento da freqüência
respiratória, agressividade,
piloereção, tremores,
movimento de vibrissas,
excitabilidade, ereção de
cauda, movimentos
esteriotipados, convulsão.
Diminuição da freqüência
respiratória, alteração do
sistema músculo-
esquelético (deambulação
difícil), alteração de marcha.
Contorções, espasmos,
reações de fuga,
levantamento de
membros anteriores,
fotofobia, excreção fecal
(diarréia), diurese.
1000
Aumento da freqüência
respiratória, agressividade,
discreta piloereção, tremores
finos, excitabilidade, ereção de
cauda, movimentos
esteriotipados, emissão de
ruídos, saltos, postura em
garra.
Alteração de marcha,
prostração, sonolência,
arrastamento da cauda.
Diurese, excreção fecal
com muco, espasmos,
fotofobia, reação de fuga,
equilíbrio sobre as patas
posteriores, reações de
fuga, contorções, irritação
ao redor da boca. Houve
óbito de apenas um
animal.
1500
Aumento da freqüência
respiratória, excitabilidade,
piloereção, ereção de cauda,
movimento de vibrissas,
postura em garra.
Alteração de marcha
(marcha lenta), diminuição
da freqüência respiratória,
sonolência.
Espasmos, diurese
contorções, palidez,
reação de fuga.
Ocorreram quatro óbitos,
alteração da coordenação
motora.
3000
Aumento da freqüência
respiratória, excitabilidade,
piloereção, ereção de cauda,
movimentos circulares,
movimentos esteriotipados,
agressividade, tremores finos,
saltos, postura em garra.
Alteração de marcha,
abaixamento dos membros
posteriores, sonolência.
Lacrimejamento,
espasmos, distensão
abdominal, diurese
(observada apenas em
um dos animais),
contorções, palidez,
perda de líquido
intersticial, edema das
faces, excreção fecal
(fezes pastosas),
escurecimento dos olhos.
Morreram seis animais.
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Quadro 2 - Efeitos toxicológicos e letalidade relacionados às doses administradas
na fase definitiva.
EFEITOS OBSERVADOSDose
(mg/kg) ESTIMULANTES DEPRESSORES OUTROS EFEITOS
900
Aumento da freqüênciarespiratória, piloereção,excitabilidade, ereção decauda, movimentosesteriotipados.
Diminuição da freqüênciarespiratória, sonolência.
Contorções, fotofobia,diurese, palidez. Apenas umanimal morreu.
950
Aumento da freqüênciarespiratória, piloereção,excitabilidade, ereção decauda, movimentosesteriotipados.
Diminuição da freqüênciarespiratória, sonolência.
Diurese, excreção fecal commuco, fotofobia, contorções,edema de focinho, palidez,exoftalmia, rompimentocapilar ao longo da cauda.Houve óbito de doisanimais.
1080
Aumento da freqüênciarespiratória, excitabilidade,piloereção, ereção decauda, movimentosesteriotipados, movimentode vibrissas.
Alteração de marcha,sonolência, diminuição dafreqüência respiratória,acomodação.
Contorções, excreção fecal,exoftalmia, escurecimentodos testículos, levantamentode membros anteriores.Morreram três animais.
1555,2
Aumento da freqüênciarespiratória, tremores finosexcitabilidade, piloereção,ereção de cauda,movimentos esteriotipados,movimento de vibrissas,movimentos circulares,saltos.
Alteração de marcha,diminuição da freqüênciarespiratória, abaixamento demembros posteriores, perdada coordenação motora.
Espasmos, contorções,palidez, reação de fuga,excreção fecal,escurecimento dostestículos. Ocorreram quatroóbitos.
1866,24
Aumento da freqüênciarespiratória, excitabilidade,piloereção, ereção decauda, movimentosesteriotipados, movimentoscirculares.
Alteração de marcha,abaixamento de membrosposteriores, acomodação.
Espasmos, contorçõesabdominais intensas efreqüentes, palidez,excreção fecal (fezespastosas), edema defocinho, dificuldade paradefecar, excreção nasal,diurese, distensãoabdominal, rompimentocapilar ao longo da cauda,escurecimento dostestículos. Cinco animaismorreram.
2687,4
Aumento da freqüênciarespiratória, excitabilidade,piloereção, ereção decauda, movimentosesteriotipados, movimentode vibrissas.
Sonolência, dispnéia, perdada coordenação motora.
Contorções abdominais,exoftalmia, diurese,escurecimento dostestículos, levantamento demembros anteriores.Morreram todos os animais.
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Fig. 1. Curva dose-resposta da toxicidade da O. Campechianum Mill.
0
20
40
60
80
100
2,6 2,8 3 3,2 3,4 3,6
Log da Dose
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De: rebrasa
Para: [email protected]
Data: 11/05/2004 09:18
Assunto: Artigo da Rebrasa
Sabrina Torres de Sousa,
recebemos o seu trabalho pelos Correios. Está faltando o disquete
com o artigo. Mande-nos urgente (caixa postal correta 5131). Enquanto
isso, o seu artigo está na avaliação para posterior contato informando
os consertos a serem feitos para publicação.
Henrique Gil
Editor da Rebrasa
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