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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO SOLANGE MARIA MAGALHÃES DA SILVA PORTO IMPACTO DA DESNUTRIÇÃO NEONATAL E DO TREINAMENTO FÍSICO MODERADO EM MECANISMOS DE DEFESA DE RATOS ADULTOS RECIFE 2006

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

SOLANGE MARIA MAGALHÃES DA SILVA PORTO

IMPACTO DA DESNUTRIÇÃO NEONATAL E DO

TREINAMENTO FÍSICO MODERADO EM MECANISMOS DE

DEFESA DE RATOS ADULTOS

RECIFE

2006

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SOLANGE MARIA MAGALHÃES DA SILVA PORTO

IMPACTO DA DESNUTRIÇÃO NEONATAL E DO

TREINAMENTO FÍSICO MODERADO EM MECANISMOS DE

DEFESA DE RATOS ADULTOS

Dissertação apresentada para obtenção do

grau de Mestre em Nutrição do Programa de

Pós-graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Pernambuco. Área de

concentração bases experimentais da

nutrição.

Orientadora: Célia Maria Machado Barbosa de Castro

Co-orientadora: Carol Virgínia Góis Leandro

RECIFE

2006

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Porto, Solange Maria Magalhães da Silva Impacto da desnutrição neonatal e do

treinamento físico moderado em mecanismos de defesa de ratos adultos / Solange Maria Magalhães da Silva Porto. - Recife : O Autor, 2006.

99 folhas : il., fig., tab., quadros. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal

de Pernambuco. CCS. Nutrição, 2006. Inclui bibliografia e anexos. 1. Nutrição - Bases experimentais. 2. Desnutrição

neonatal - Ratos adultos - Mecanismos de defesa. 3. Treinamento físico moderado - Resposta imunológica. 4. Microbiota oral - Ratos desnutridos. 5. Células do sistema imune - Atividade e função. I. Título.

612.394 CDU (2.ed) UFPE 612.3 CDD (22.ED) BC2006-318

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Este trabalho foi realizado no

Laboratório de Fisiologia da Nutrição

Naíde Teodósio (LAFINNT) do

Departamento de Nutrição do Centro de

Ciências da Saúde em colaboração com o

Laboratório de Imunopatologia Keizo

Asami (LIKA), no Setor de Microbiologia

Clínica; e recebeu apoio financeiro da

Coordenação de Aperfeiçoamento de

Pessoal de Nível Superior (CAPES), do

Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq) e da

Fundação de Amparo à Ciência e

Tecnologia do Estado de Pernambuco

(FACEPE).

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MENSAGEM

E que a felicidade não dependa do tempo,

Nem da paisagem,

Nem da sorte, nem do dinheiro.

Dependa sim da importância que você vai dedicar

Ao nosso Deus,

A sua família

Ao nosso próximo.

Que todos nós saibamos falar, calar e acima de tudo ouvir.

Que tenhamos perseverança para conquistar nossos sonhos.

Que a magia não acabe, e a esperança seja permanente.

Certamente, o futuro nos trará coisas melhores,

Afinal nosso Deus nos guiará para que acertemos mais,

Cuidemos do próximo e de nós mesmo.

Por fim que sejamos gratos àqueles que nos ouviram, nos deram carinho, nos

ampararam e nos ajudaram a realizar alguns de nossos projetos.

E se algo não deu certo, tenha calma.

Tudo no final sempre dá certo, se ainda não deu,

É porque não chegou o final.

(Autor desconhecido)

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho:

Aos meus pais: Carlos e Regina (in memorian) por terem contribuído de

forma fundamental para minha formação como pessoa e como profissional.

Aos meus filhos: Vanessa e Eduardo por serem uma benção de Deus e

por me impulsionarem a ter coragem de enfrentar os grandes obstáculos.

A mim mesma por todo esforço desprendido, pelos caminhos que trilhei

e por todo aprendizado que adquiri, sobretudo, com as pessoas que tive o prazer de

conhecer e de conviver, as quais contribuíram para o meu crescimento pessoal e

profissional, e por sempre acreditar no meu sonho.

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AGRADECIMENTOS

Em especial, a minha orientadora e amiga Profa. Célia Maria Machado

Barbosa de Castro que aceitou o desafio da realização deste trabalho, com a qual

aprendi a me interessar por Imunologia e que me conduziu nessa jornada fascinante com

dedicação, paciência, persistência, compreensão, sutileza e sabedoria, mostrando-me os

caminhos a serem seguidos até a conclusão deste estudo.

À Profa. Carol Virgínia Góis Leandro, minha co-orientadora e amiga,

pelo incentivo, paciência e dedicação, com quem aprendi como se deve trabalhar em um

laboratório.

Ao Profo Raul Manhães-de-Castro, coordenador da pós-graduação de

Nutrição, por seu comprometimento, por sua compreensão, ética e profissionalismo, e

por ter oportunizado momentos de grande aprendizado.

Aos colegas de turma: Marco, Lisiane e Cristiane, com os quais

compartilhei momentos alegres, tristes, difíceis, prazerosos e importantes na minha

vida.

Aos colegas, estagiários e todo o pessoal dos laboratórios (LIKA e

LAFINNT) que sempre colaboraram com muita dedicação, sobrepujando alguns

contratempos, mas sem os quais seria impossível a realização deste estudo: Michelle,

Rebecca, Karla, Fátima, Juliana, Rosângela, Natália, Marcela, Rodrigo, Maiara,

Francisco, Marcelo, Bruno, Wylla Tatiana, Karla Mônica, Roberta, Rogério,

Sandra Lopes, Fernanda, Elizabeth, Sônia Marinho, Márcia, Vanuza.

Aos funcionários e professores do Departamento e da Pós-Graduação em

Nutrição da UFPE, que contribuíram das mais diversas formas na trilha deste caminho,

especialmente: Neci Nascimento, Dr. Edeones França, José Paulino, Lucia Pires,

Profa Débora, Roberto, D. Sônia e D. Lourdes, o que seria de mim sem vocês.

A todos os meus amigos que de forma direta ou indireta sempre me

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deram força, torcendo e apoiando meu sucesso, dentre eles: Émerson de Melo, Betânia

Maciel, Luciana Máximo, Maria de Jesus Araújo, Gilson Falcão e Carmelo Pina.

E, acima de tudo e de todos, a Deus, por me dar condições de enfrentar

os diversos desafios que a vida nos reserva, iluminando, guiando meu caminho e

protegendo-me.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(CAPES), por ter financiado este trabalho no âmbito do projeto: “Impacto da

desnutrição e/ou do treinamento físico moderado em mecanismos de defesa de ratos”.

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SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE QUADROS

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

ABREVIATURAS E SIGLAS

1. INTRODUÇÃO

19

2. HIPÓTESES

26

3. OBJETIVOS

27

3.1. Geral

27

3.2. Específicos

27

4. MÉTODOS

28

4.1. Animais, estado nutricional e peso corporal

28

4.2. Treinamento físico moderado

32

4.3. Microbiota oral

36

4.3.1. Coleta de material para cultura microbiológica

36

4.3.2. Bacterioscopia, semeio, isolamento e identificação bacteriana

36

4.4. Análise da série branca do sangue periférico

37

4.4.1. Obtenção das células do sangue

37

4.4.2. Leucograma

37

4.4.3. Contagem total de leucócitos

38

4.4.4. Contagem diferencial de leucócitos

39

4.5. Análise da atividade de macrófagos 40

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4.5.1. Obtenção dos macrófagos do lavado bronco-alveolar

40

4.5.2. Obtenção da cultura de macrófagos alveolares

41

4.5.3. Taxa de fagocitose de macrófagos alveolares

41

4.5.4. Produção de óxido nítrico por macrófagos alveolares

42

4.5.4.1. Construção da curva padrão

42

4.5.4.2 Processo de revelação da curva padrão e das amostras

43

4.6. Análise estatística

44

5. RESULTADOS

45

5.1. Peso corporal durante a desnutrição e a recuperação nutricional

45

5.2. Flora oral

47

5.3. Leucograma

49

5.3.1. Contagem total de leucócitos (número de células x 103/mm3)

49

5.3.2. Contagem diferencial relativa dos leucócitos ao longo do treinamento (T0 a T6)

51

5.3.3. Análise de neutrófilos e linfócitos entre os grupos N e NT

54

5.3.4. Análise de neutrófilos e linfócitos entre os grupos N e D

55

5.3.5. Contagem de neutrófilos e linfócitos entre os grupos D e DT

55

5.3.6. Contagem de neutrófilos e linfócitos do grupo N

57

5.3.7. Contagem de neutrófilos e linfócitos do grupo NT

57

5.4. Estudo da função de macrófagos alveolares

59

5.4.1. Taxa de fagocitose de macrófagos do lavado broncoalveolar (LBA)

59

5.4.2. Produção de Óxido Nítrico (NO) por macrófagos alveolares

60

6. DISCUSSÃO

63

7. CONCLUSÕES

72

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8. PERSPECTIVAS

74

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

75

10. ANEXOS

81

Publicações e trabalhos desenvolvidos durante o curso

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RESUMO

O objetivo desse estudo foi avaliar o impacto da desnutrição e do treinamento físico

moderado nos mecanismos de defesa de ratos adultos. Ratos machos Wistar foram

amamentados por mães que receberam dieta experimental durante a lactação, contendo

17% de proteína grupo nutrido ou 8% de proteína grupo desnutrido. Após o desmame,

todos foram recuperados com dieta normoprotéica, Labina, durante toda a vida. Os

animais foram mantidos em ciclo claro/escuro de 12/12 h. Aos 60 dias, metade dos

animais de cada grupo foi submetida a treinamento físico, constituindo-se os grupos:

Nutrido(N); Nutrido Treino (NT); Desnutrido (D) e Desnutrido Treino (DT). Os

animais treinados foram submetidos a programa de natação (6 semanas/5dias/semana;45

min/dia), com aumento progressivo da carga conforme o peso corporal, até atingir um

máximo de 3%. Vinte e quatro horas após o último treino, realizaram-se coletas de

sangue para contagem total e diferencial de leucócitos e, na sexta semana, realizou-se

lavado broncoalveolar no pulmão dos ratos para o isolamento de macrófagos,

empregados para avaliação da taxa de fagocitose e da produção de óxido nítrico. A

desnutrição acarretou déficit ponderal que persistiu até a idade adulta, alterou o

crescimento bacteriano, reduziu a contagem total de leucócitos, alterou a proporção

neutrófilos/linfócitos elevando o número de monócitos e alterou função macrofágica

reduzindo a taxa de fagocitose e a produção de óxido nítrico. O treinamento físico

moderado atenuou essas alterações. Estes resultados indicam que a desnutrição precoce,

por ocorrer em período crítico da formação dos sistemas de homeostase, como o imune,

mesmo após recuperação, pode alterar a resposta do hospedeiro frente aos estímulos

nocivos. Assim, o treinamento físico moderado fortalece o sistema imune, promovendo

benefícios à saúde.

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ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate the impact of malnutrition and of moderate

physical training on the mechanisms of defense of adult rats. Male Wistar rats were

breastfed by dams that received experimental diet during the nursing, containing 17% of

protein for nourished group or 8% of protein for undernourished group. After, all were

recovered with normoproteic diet, Labina, during the whole lifetime. The animals were

maintained in 12/12h dark/light cycle. By 60 days of life, half of the animals of each

group was submitted to physical training, being constituted the groups: Nourished (N);

Nourished Training (NT); Undernourished (D) and Undernourished Training (DT). The

animals of training groups were submitted to swimming program (6 weeks; 5days/week;

45min/day), with progressive increase of the load according to the corporal weight, until

reaching a maximum of 3%. Twenty-four hours after the last training, blood collections

for total and differential leukocytes counting took place and, in the sixth week,

bronchoalveolar lavage was accomplished in the rats lung for the macrophages

isolation, employed for the evaluation of phagocytosis rate and of nitric oxide

production. The malnutrition carted weight deficit that persisted until the adult age, it

alter the bacterial growth, it reduced the total counting of leukocytes, it altered the

proportion neutrophils/lymphocytes, increasing the monocytes number and it altered the

macrophagical function, reducing the phagocytosis rate and the production of nitric

oxide. The moderate physical training lessened those alterations. These results indicate

that the precocious malnutrition, for happening in critical period of the formation of the

homeostasis systems, as the immune system, even after recovery, may alter the response

of the host in face of noxious incentives. Thus, the moderate physical training

strengthens the immune system, promoting benefits to the health.

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Organograma geral da distribuição dos grupos 33

QUADRO 2 Protocolo de natação 35

QUADRO 3 Construção de curva padrão para dosagem de óxido nítrico 43

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 (A) Tanque de natação (visão externa) 34

(B) Tanque de natação (visão interna) 34

FIGURA 2 Colocação de peso na cauda 34

FIGURA 3 Rato em treinamento de natação 34

FIGURA 4 Rato em controle de estresse aquático 34

FIGURA 5 Ratos em aquecimento pós-treino 34

FIGURA 6 Coleta de sangue para contagem total e diferencial de

leucócitos 24 horas seguintes a cada semana de treino 37

FIGURA 7 Hemocitômetro para contagem de leucócitos totais 38

FIGURA 8 Traqueostomia 40

FIGURA 9 Lavado coletado 40

FIGURA 10 Lavado centrifugado 40

FIGURA 11 Curva padrão 43

FIGURA 12 Efeito da desnutrição neonatal no peso corporal de rato (à

direita) após aleitamento

45

FIGURA 13 Peso corporal durante a desnutrição 46

FIGURA 14 Peso corporal durante a recuperação nutricional 47

FIGURA 15 Crescimento bacteriano segundo estado nutricional e

treinamento físico

48

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FIGURA 16 Evolução da contagem total de leucócitos em ratos adultos 50

FIGURA 17 Análise de Neutrófilos e Linfócitos entre os grupos N e NT 54

FIGURA 18 Análise de Neutrófilos e Linfócitos entre os grupos N e D 55

FIGURA 19 Análise de Neutrófilos e Linfócitos entre os grupos D e DT 56

FIGURA 20 Análise de neutrófilos e linfócitos do grupo N 57

FIGURA 21 Análise de neutrófilos e linfócitos do grupo NT 58

FIGURA 22 Análise de neutrófilos e linfócitos do grupo D 58

FIGURA 23 Análise de neutrófilos e linfócitos do grupo DT 59

FIGURA 24 Efeito da desnutrição e do treino sobre a taxa de fagocitose

em macrófagos alveolares de ratos adultos

60

FIGURA 25 Produção de óxido nítrico de macrófagos alveolares segundo

a desnutrição e o treinamento físico 61

FIGURA 26 Produção de óxido nítrico sem LPS 62

FIGURA 27 Produção de óxido nítrico com LPS 62

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Composição das dietas experimentais de caseína a 8% e a 17%, utilizada na

alimentação dos animais.

30

TABELA 2 Composição da dieta padrão LABINA (Purina do Brasil) utilizada na

alimentação dos animais.

31

TABELA 3 Total de colônias em valores absolutos. 49

TABELA 4 Efeito da desnutrição/treino na contagem diferencial dos leucócitos (%) em

ratos adultos.

53

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACTH Hormônio Adrenocorticotrófico

ANOVA Análise de variância

Cs Citocinas

CD4+; CD8+ Linfócitos imaturos duplamente marcados

CRH Corticotrofina

D Desnutrido (controle)

DT Desnutrido Treino

DT Desnutrido Treinado

GH Hormônio do crescimento

HPA Hipotálamo-pituitária-adrenal

IL Interleucinas

LBA Lavado broncoalveolar

Lc Leucócitos

LPS Lipopolissacarídio

NK Natural Killer

N Nutrido (controle)

NT Nutrido Treino

PC Peso Corporal

PMN

RPMI

Polimorfonucleares

Meio de cultura do Roswell Park Memorial Institute

SF Soro fisiológico (NaCl a 0,9%)

SI Sistema Imune

SN Sistema Nervoso

SNS Sistema Nervoso Simpático

SST Solução Salina Tamponada

TNF Fator de Necrose Tumoral

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1. INTRODUCAO

A enorme variedade de organismos que causam doenças infecciosas

pode ser agrupada em seis categorias principais: vírus, bactérias, fungos, protozoários,

helmintos e artrópodes. Cada uma destas categorias apresenta características distintas

que determinam maneiras de interação com os hospedeiros e, portanto, contribuem para

as características das doenças que os organismos causam. Entre estas propriedades estão

a constituição estrutural e molecular, as estratégias metabólicas e os processos

reprodutivos. Algumas espécies, entretanto, são positivamente benéficas à saúde do

hospedeiro. A microbiota normal, os organismos que vivem no nosso corpo sem causar

doença, é imprescindível para a proteção contra o estabelecimento de micróbios

patogênicos (MANDEL GL, DOUGLAS RG, BENNETT JE, 2005).

A microbiota endógena inclui todos os microrganismos (bactérias,

fungos, protozoários e vírus) que residem no interior ou na superfície corporal dos seres

sadios (PASTER et al, 2000). Quando o número habitual de microrganismos residentes

está muito reduzido, os invasores oportunistas podem então, se estabelecer mais

facilmente (BURTON et al, 2005).

A cavidade oral, por exemplo, apresenta uma das mais concentradas e

variadas populações microbianas, cuja localização principal está no dorso da língua, no

sulco gengival e na placa dental coronariana (LINDHE, 1992). Estima-se que a saliva

contém 108 bactérias/mL e as placas dentais, 1011 bactérias/mL (GUTIÉRREZ-PÉREZ

et al., 2004). Participam desta flora numerosos gêneros, como: Staphilococcus,

Streptococcus, Neisseria, Bacteróides, Actinomyces, Treponema, Mycoplasma e outros

(TORTORA, FUNKE, CASE, 2000; TRABULSI, 1986). Isogai et al (1985) isolaram

mais de 15 bactérias na cavidade oral de ratos, dentre estas os tipos predominantemente

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isolados na saliva, dorso da língua, mucosa bucal e sulco gengival foram: Streptococcus

ssp., Lactobacillus ssp., Veillonella ssp e Neisseria ssp.

Quando o organismo é invadido por um agente infeccioso, o sistema de

defesa local pode ser suficiente para impedir a replicação e a disseminação do agente

infeccioso, impedindo, portanto, o desenvolvimento da doença. Este mecanismo de

defesa orgânico estabelecido denomina-se de resposta imune e inclui a imunidade

natural e a imunidade adaptativa (UTHAISANGSOOK et al, 2002). Esta resposta é um

processo complexo de defesa efetivo no controle da expansão da infecção e da

erradicação do organismo invasor (PEAKMAN e VERGANI, 1997; CHANDRA,

1997).

A imunidade natural é constituída por barreiras físico-químicas (pele e

membranas mucosas); moléculas circulantes (complemento); células fagocíticas

(macrófagos e neutrófilos); célula Natural Killer (NK) e citosinas (Cs) derivadas de

macrófagos (fator de necrose tumoral (TNF), interferon-alfa, interferon-beta). Esses

elementos inatos atuam como a primeira linha de proteção e retardam o estabelecimento

da manifestação infecciosa (CHANDRA, 1997).

Os componentes da imunidade natural são inatos e não são influenciados

por contato prévio com o agente infeccioso, no entanto, a imunidade específica é

adquirida, e apresenta especificidade e memória, sendo chamada de adaptativa, por

direcionar os mecanismos da imunidade natural para as vias de entrada dos agentes

agressores, tornando-os mais capazes de eliminá-los (PEAKMAN e VERGANI, 1999).

A imunidade adaptativa acrescenta aos elementos da imunidade natural, os linfócitos B,

responsáveis pela produção de anticorpos, relacionados à imunidade humoral e os

linfócitos T, que medeiam a imunidade celular.

No sistema imune há células de altíssimo poder fagocitário, destacando-

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se os macrófagos, derivados da migração dos monócitos sanguíneos para o tecido, que

aparecem no tecido conjuntivo ou no parênquima de algum órgão, e atuam

principalmente na fagocitose (SIBILLE e REYNOLDS, 1990). Os macrófagos têm um

papel central no sistema imune, sobretudo como reguladores da homeostase e efetores

nas infecções, tumores e ferimentos, antes da ação da imunidade mediada pelas células

T e B (CELADA e NATHAN, 1994). Agem como células processadoras e

apresentadoras de antígenos sendo importantes na fase de indução de inflamação,

reorganização e reparo dos tecidos (SIBILLE e REYNOLDS, 1990).

O exercício físico, a depender de sua magnitude, parece alterar a resposta

imunológica (DRELA et al., 2004), se esta atuação é benéfica ou deletéria, poderá

depender da intensidade, da freqüência e da duração do esforço. Particularmente o

treinamento físico de intensidade moderada está associado a benefícios para a saúde

(NIEMAN, 2000) e a melhoria de muitas funções imunes, parecendo retardar ou

prevenir a incidência e a progressão de alguns tumores (SMITH et al., 1996). Há

também relatos de uma baixa incidência de infecções do trato respiratório superior em

indivíduos que se exercitavam regularmente (HEATH et al., 1991). A relação entre

exercício físico e saúde vem se consolidando nos últimos anos. Encontra-se na literatura

diversos trabalhos relacionando os efeitos do exercício físico com as funções do sistema

imunológico (NIEMAN et al, 1990a; NIEMAN et al., 1990b; FITZGERALD, 1991;

HEATH et al., 1991; BLANNING et al., 1998). Ferry et al (1993) obsevaram um

aumento no percentual de linfócitos TCD4+ em animais treinados quando comparados

aos seus pares sedentários. Em animais treinados e posteriormente inoculados com o

tumor de Walker-256, foi observado um aumento da função linfocitária e da atividade

fagocítica de macrófagos (BACURAU et al, 2000). Nascimento et al (2004) observaram

em ratos treinados (6 semanas de natação), um aumento na taxa de fagocitose de

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macrófagos. Assim, o treinamento físico de intensidade moderada parece promover

adaptações fisiológicas e imunológicas que repercutem de forma positiva no organismo,

enquanto que o treino intenso parece enfraquecê-lo (NEHLSEN – CANARELLA, 1998;

PYNE e GLEESON, 1998; PEDERSEN E HOFFMAN-GOETZ, 2000).

Há relatos sobre a influência do treinamento físico no sistema

imunológico ativado (NIEMAN, 2000). Por exemplo, Nascimento et al (2004)

observaram que a leucopenia em resposta a um estresse agudo foi atenuada em ratos

treinados (60 minutos p/dia, 5 dias/semana, durante 8 semanas). Leandro (2005)

observou também, atenuação na diminuição do percentual de linfócitos de órgãos

linfóides em resposta à contenção aguda, em ratos treinados. Os mecanismos

subjacentes parecem estar associados à adaptação de células do sistema imune

decorrente do exercício físico regular (BACURAU, 2000). As alterações ocorridas na

concentração e nas funções das células do sistema imune, não devem ser vistas

isoladamente, e sim como parte da integração entre o sistema nervoso, endócrino e

imune (PEDERSEN e HOFFMAN-GOETZ, 2000). Durante o exercício verifica-se um

aumento nas concentrações de dopamina e noradrenalina em nível cerebral. Em

conseqüência, há secreção de hormônio liberador de corticotrofina (CRH) em nível

hipotalâmico. A corticotrofina (ACTh) e as β-endorfinas são então liberadas pela

pituitária anterior. A descarga de ACTh estimula o córtex adrenal a produzir

glicocorticóides e aminas biogênicas (BRENNER et al., 1998). A ativação do Sistema

Nervoso Simpático (SNS) e os eventos seqüenciais do eixo HPA parecem possuir uma

relação intrínseca com os componentes do sistema imune, não só pela presença de

receptores hormonais em leucócitos, mas também pela relação anatômica observada

entre os três sistemas (OTTAVIANI e FRANCESCHI, 1996). As células do sistema

imune parecem possuir receptores para as β-endorfinas, catecolaminas, cortisol,

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hormônio do crescimento (GH) e diversos outros mediadores envolvidos na reação ao

estresse (GAILLARD, 1994).

O cortisol, em pequenas quantidades, melhora a função imune, visto que

um dos papéis deste hormônio no sistema imune é o de estimular a migração de células

da medula para a circulação, assim como, dos linfonodos para os tecidos lesionados

(BRENNER et al, 1998). Entretanto, o aumento da concentração de cortisol no sangue

pode causar linfocitopenia, monocitopenia e neutrofilia em humanos (PEDERSEN e

HOFFMAN-GOETZ, 2000). Este hormônio inibe a migração de células inflamatórias

para locais lesionados, a proliferação de linfócitos, a função de macrófagos e limita a

atividade das células NK (WOODS, 1999). Além disso, parece induzir baixa na

regulação de receptores de linfócitos T e aumentar a taxa de catabolismo, reduzindo as

reservas de aminoácidos que são necessários para proliferação de linfócitos B e síntese

de imunoglobulinas (NASCIMENTO et al, 2001).

As células imunocompetentes parecem possuir não só receptores

hormonais, mas também a capacidade para produzir e secretar alguns hormônios e

neuropeptídeos (GAILLARD, 1994). A relação bidirecional entre os sistemas

neuroendócrino e imune é constituída por mensageiros liberados das células imunes

ativadas, chamados citocinas (MOLDEVEANU et al, 2001). As citocinas são pequenas

proteínas solúveis secretadas por leucócitos, e outras células, e que têm por função

mediar a resposta imune (DE CASTRO et al, 2000). A resposta local para uma infecção

ou tecido lesionado envolve a produção dessas citocinas que vão facilitar o influxo dos

vários tipos de leucócitos para a região atingida (MOLDEVEANU et al, 2001). As

citocinas têm ação mediadora no sistema imune, e no sistema neuroendócrino atuam

modificando suas funções (DE CASTRO et al, 2000). Assim, o estímulo induz as

células do sistema imune a produzirem citocinas que, em resposta, parecem atuar nos

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três níveis: hipotalâmico, pituitário e adrenal (MOLDEVEANU et al, 2000). De forma

idêntica, os diferentes tipos de células do SN (neurônios, astrócitos e microgliócitos)

também sintetizam citocinas e/ou respondem a elas (GAILLARD, 1994).

Além da atividade física, outros fatores parecem influenciar diretamente

na atuação dos componentes do sistema imune. Dentre estes, destaca-se o papel dos

nutrientes. Alguns nutrientes são necessários tanto para a função dos leucócitos como

para o fornecimento de energia para o metabolismo. Por exemplo, a glutamina e a

arginina são aminoácidos utilizados por linfócitos, macrófagos e neutrófilos, uma vez

que a metabolização desses aminoácidos pelas células imunes fornece substratos

fundamentais na formação de proteínas, purinas, pirimidinas, glicosamina e NAD+

(CURI et al, 1999). Assim, os nutrientes exercem influência sobre os diversos

componentes do sistema imunológico.

A desnutrição parece alterar alguns aspectos da resposta imunológica

(REVILLARD, 1990). Chandra (1997) aponta a desnutrição como uma das principais

causas de deficiência secundária na resposta do organismo aos agentes infecciosos. Da

mesma forma, indivíduos severamente desnutridos apresentam redução em parâmetros

da imunidade inespecífica e adaptativa (LESOURD, 1998).

A desnutrição ocorrida nos primeiros anos de vida pode gerar

conseqüências severas para o organismo (BROWN E POLLITT, 1996). Em humanos,

eventos importantes para a imunocompetência são iniciados ainda no embrião e

continuam na primeira semana de vida (GOBEL, 1996). Em ratos, a competência

imunológica também é adquirida gradualmente após o nascimento (GOBEL, 1996). Ferreira e Silva (2002) observou uma redução no recrutamento de neutrófilos para os

pulmões durante processo inflamatório em ratos adultos, submetidos à desnutrição

neonatal. Queirós-Santos (2000) observou que a desnutrição neonatal provoca na vida

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adulta, uma redução da liberação de radicais superóxido por macrófagos e deficiência

na resposta imunitária humoral. Assim, estas evidências sugerem que a desnutrição

neonatal, mesmo após um longo período de recuperação, pode comprometer os

mecanismos imunitários do organismo. Se estas alterações podem ser modificadas por

fatores ambientais, como por exemplo, a prática do exercício físico, é uma questão de

interesse.

A desnutrição no período de aleitamento pode ser um agente estressor

indutor de alterações tardias na resposta imunológica (QUEIRÓS-SANTOS, 2000).

Exercício físico pode influenciar positivamente sobre o sistema imunológico (DRELA

et al, 2004). Assim, o presente estudo pretende avaliar o impacto da desnutrição no

período de aleitamento e, posteriormente, do treinamento físico moderado nos

mecanismos de defesa após recuperação nutricional em ratos adultos. O estudo destes

aspectos em animais tem importância do ponto de vista experimental e clínico, devido à

diversidade de reações do organismo, particularmente, às eventuais seqüelas, sobre o

sistema imune, ocasionada por agressões nutricionais sofridas no período neonatal, por

ser um período de grande vulnerabilidade em decorrência da formação dos diversos

sistemas orgânicos. Este estudo em animais precocemente desnutridos permitirá

evidenciar se a prática regular de exercício físico moderado está associada à melhoria

dos mecanismos de defesa do hospedeiro, podendo retardar ou prevenir a incidência e a

progressão de doenças infecciosas.

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2. HIPÓTESES

O treinamento físico moderado contribui para a manutenção do padrão

e do crescimento bacteriano normal na cavidade oral, permite adaptações progressivas

na contagem total e diferencial de leucócitos do sangue periférico e melhora a função

de macrófagos.

A desnutrição imposta no período de aleitamento provoca no animal

adulto, modificação do padrão e do crescimento bacteriano da flora, diminuição na

concentração de leucócitos do sangue periférico e das funções das células

macrofágicas.

Em animais sedentários e submetidos à desnutrição imposta no período

de aleitamento, o treinamento físico moderado na idade adulta recupera o padrão de

normalidade da flora bacteriana, mantém a concentração de leucócitos do sangue

periférico dentro de valores de normalidade e melhora a função de macrófagos.

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3. OBETIVOS

3.1. Geral

Estudar o impacto da desnutrição neonatal e do treinamento físico moderado em

mecanismos de defesa de ratos adultos

3.2. Específicos

1. Avaliar a repercussão das dietas aplicadas sobre a evolução ponderal no

período neonatal;

2. Estudar o padrão e o crescimento das bactérias aeróbicas da microbiota normal

da cavidade oral;

3. Avaliar a evolução quantitativa e diferencial de leucócitos do sangue

periférico durante e imediatamente após o programa de treinamento físico

moderado inter e intragrupos.

4. Analisar o efeito da desnutrição e/ou do treinamento físico moderado sobre a

taxa de fagocitose e a produção de óxido nítrico de macrófagos alveolares.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Animais, estado nutricional e peso corporal

Foram utilizados 36 ratos machos, albinos, da linhagem Wistar,

provenientes da colônia do Departamento de Nutrição, da Universidade Federal de

Pernambuco. Os animais foram mantidos em biotério em gaiolas de propileno, com

tampa de arame zincado, contendo um máximo de três animais por gaiola, a uma

temperatura de 23±1oC, em ciclo claro/escuro invertido de 12 h (claro-21 a 9 h;

escuro-9 às 21h), onde tiveram acesso livre à água e à ração.

Os animais foram obtidos acasalando-se machos e fêmeas, com idade

entre 90 e 120 dias, na proporção de um macho para três fêmeas, por um período de

16 dias (HARKNESS, 1993). O diagnóstico da prenhez foi feito pela observação do

crescimento do ventre. Um dia após o nascimento, a ninhada foi padronizada em seis

filhotes machos por mãe. Este número parece conferir maior potencial lactotrófico

(FISHBECK E RASMUSSEN, 1987). Neste mesmo dia, adotado como primeiro dia

de vida do animal, as ninhadas foram divididas em dois grupos:

1) Nutrido (N) - constituído por 18 filhotes amamentados por mães

submetidas à dieta contendo 17% de proteína à base de caseína

utilizada como fonte protéica (TABELA 1);

2) Desnutrido (D) - constituído por 18 filhotes amamentados por mães

submetidas à dieta contendo 8% de proteína à base de caseína

utilizada como fonte protéica (TABELA 1).

Os animais dos dois grupos foram amamentados durante os primeiros

21 dias após o nascimento - período de aleitamento (HARKNESS, 1993). Nesse

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período foram registrados diariamente (em balança eletrônica digital – Marte, modelo

S-4000-com sensibilidade de 0,1g) os pesos corporais (PC) de cada animal, a fim de

acompanhar o peso corporal durante a manipulação nutricional. A partir do 22o dia de

vida até o final do experimento, o peso corporal era aferido uma vez por semana,

objetivando acompanhar a recuperação nutricional dos animais. Após o desmame, no

22o dia de vida, os animais foram separados de suas mães, mantidos em gaiolas

coletivas contendo 3 ratos em cada gaiola, e passaram a receber Labina (TABELA 2),

dieta adotada como padrão no Biotério, contendo 23% de proteínas mistas até o final

do experimento.

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TABELA 1. Composição da dieta Caseína a 8% e a 17%, utilizada na alimentação dos

animais

INGREDIENTES CASEÍNA A 8% CASEÍNA A 17%

Caseína 79,3g 179,3g

Mix Vitamínico 10g 10g

Mix Mineral 35g 35g

Celulose 50g 50g

Bitartarato de |Colina 2,5g 2,5g

DL-Metionina 3,0g 3,0g

Óleo de Soja 70mL 70mL

Amido de Milho 750,2g 650,2g

*Composição das dietas segundo a AIN-93G

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TABELA 2. Composição da dieta padrão LABINA (Purina do Brasil) utilizada na

alimentação dos animais.

ENRIQUECIMENTO*

(kg de ração)

ENRIQUECIMENTO*

(kg de ração)

NÍVEIS DE GARANTIA*

(%)

Vitamina A 20000UI Piridoxina 6mg Umidade

(máx)

13

Vitamina D3 6000UI Biotina 0,1mg Proteína

(min)

23

Vitamina E 30UI Colina 2000mg Extrato

Etéreo

2,5%

Vitamina K 6mg Manganês 50mg Matéria

Fibrosa

(máx)

9,0

Vitamina

B12

10mg Iodo 2mg Matéria

Mineral

(máx)

8,0

Vitamina B2 8mg Ferro 65mg Cálcio (máx) 1.8

Pantetonato

de Cálcio

24 mg Zinco 35mg Fósforo

(min)

Niacina 95mg Cobre 26mg

Tiamina 4mg Antioxidante 100mg

Ácido Fólico 0,5mg

*Composição da dieta segundo Purina do Brasil

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4.2. Treinamento físico moderado

Aos 60 dias de vida, os animais nutridos e desnutridos foram

subdivididos nos grupos: Nutrido (N); Nutrido Treino (NT); Desnutrido (D),

Desnutrido Treino (DT) (QUADRO 1). Os animais de cada grupo treino foram

submetidos a um programa de treinamento físico moderado com natação (45 min/dia,

5 dias/semana, durante 6 semanas) de acordo com o protocolo experimental de

Nascimento et al (2004) (QUADRO 2), baseado no estudo:“Efeito da L-Glutamina ou

do treinamento físico moderado sobre parâmetros imunológicos em ratos submetidos

ou não a estresse agudo”, realizado em animais com as mesmas características.

Conforme o protocolo, uma sobrecarga de peso era aplicada no animal, presa por uma

liga à sua cauda (FIGURA 2). Os animais do grupo treinado foram adaptados ao

exercício. Essa adaptação incluiu aumento progressivo do tempo de treino, ou seja,

permanência na água (1o dia = 10 minutos, 2o dia = 20 minutos, 3o dia = 30 minutos,

4o dia = 40 minutos e 5o dia = 45 minutos). Após o término da adaptação (1a semana),

os animais foram submetidos ao treinamento (FIGURA 3), no horário entre 12:00 e

14:00 horas, sendo 45 minutos por dia, 5 dias por semana, durante 6 semanas, com

incremento da intensidade do esforço (sobrecarga progressiva segundo o peso

corporal – 2a semana = 1%; 3a e 4a semanas = 2%; 5a e 6a = 3%) (QUADRO 2). Para a

natação, utilizou-se um tanque com capacidade para 100 L e sistema de aquecimento

dotado de termostato para manter a temperatura da água entre 30o e 32oC (FIGURA 1-

A e B). Para controle, no mesmo período, os animais não treinados foram mantidos

numa caixa plástica, contendo água suficiente para manter apenas as patas imersas,

durante o mesmo período do grupo treinado (FIGURA 4). Todos os animais, após

saírem da água, permaneciam por 5 minutos em câmara de aquecimento (FIGURA 5).

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A manipulação dos animais em relação à dieta e ao protocolo de treinamento foi

conduzida pelo mesmo investigador.

QUADRO 1. Organograma geral da distribuição dos grupos

GRUPOS

NUTRIDO n = 18

DESNUTRIDO n = 18

NUTRIDO NÃO TREINADO

n = 9

NUTRIDOTREINADO

n = 9

DESNUTRIDONÃO TREINADO

n = 9

DESNUTRIDO TREINADO

n = 9

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FIGURA 1A Tanque de natação (visão externa)

FIGURA 1B Tanque de natação (visão interna)

FIGURA 2 Colocação de peso na cauda

FIGURA 3 Rato em treinamento de natação

FIGURA 4 Rato em controle de estresse aquático

FIGURA 5 Rato em aquecimento pós-treino

Fotografias: Barros, 2000

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QUADRO 2. Protocolo de Natação – (6 semanas, 5 dias/semana, 45 min/dia)

(Nascimento et al, 2000).

PERÍODO

DE TREINO

DIAS TEMPO

(min)

SOBRECARGA

(% PESO CORPORAL)

SEMANA 1 1o DIA 10

2o DIA 20

3o DIA 30

4o DIA 40

5o DIA 45

SEMANA 2 TODOS 45 1

SEMANA 3 TODOS 45 2

SEMANA 4 TODOS 45 2

SEMANA 5 TODOS 45 3

SEMANA 6 TODOS 45 3

(Nascimento et al, 2000)

Assim, formaram-se os grupos:

1. Nutrido não treinado (N);

2. Nutrido treinado (NT);

3. Desnutrido não treinado (D);

4. Desnutrido treinado (DT).

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4.3. Microbiota oral

4.3.1. Coleta de material para cultura

Antes de iniciar o primeiro treino, realizou-se a coleta da cavidade

oral. Cada animal era segurado na posição vertical, de modo que suas patas fossem

imobilizadas. Em seguida, coletava-se a flora bacteriana oral através de swabs

embebidos em 40 µL de solução salina de NaCl 0,9%. Este procedimento foi repetido

após o último treino.

4.3.2. Bacterioscopia, semeio, isolamento e identificação bacteriana.

Após a coleta, cada swab era colocado num tubo estéril contendo

960µl de BHI (Brain Heart Infusion), meio líquido enriquecido que permite o

crescimento bacteriano. Posteriormente, fazia-se a homogeneização de cada uma

destas amostras. Então, destes 1.000µL retirava-se, com o auxílio de alça calibrada,

1µL. Este 1µL era semeado em placas de Petri contendo Agar-sangue e Agar-Levine,

para isolamento e identificação das bactérias Gram-positivas e Gram-negativas

respectivamente. Estas placas eram incubadas em estufa bacteriológica a 37oC por 48

horas e as unidades formadoras de colônias (UFC) que cresceram foram contadas e

seus percentuais calculados. Além disso, foram confeccionadas lâminas para a

realização da coloração de Gram.

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4.4. Análise da série branca do sangue periférico

4.4.1. Obtenção das células do sangue

A cada semana (24 horas após a última sessão de treino), coletou-se

uma pequena alíquota de sangue (0,5 mL) da cauda dos animais para contagem total e

diferencial de leucócitos do sangue (FIGURA 6). No final do período de treinamento

(24 horas a seguir a última sessão de exercício), todos os animais foram anestesiados

(uretana a 10,5% e cloralose a 0,5%) e sacrificados para coleta de macrófagos

alveolares.

FIGURA 6. Coleta de sangue para contagem total e diferencial de leucócitos 24 horas seguintes a cada semana de treino.

4.4.2. Leucograma

As amostras de sangue coletadas de todos os grupos foram distribuídas

em tubos. Para realização do leucograma (contagens total e diferencial de leucócitos).

Extraiu-se 0,5 mL de sangue sendo depositado em tubo de 5 mL, previamente acrescido

de 20µL de anticoagulante (EDTA - ácido etileno diaminotetracético a 3%).

Fotografia: Barros, 2000

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4.4.3. Contagem total de leucócitos

Para contagem dos leucócitos, foi utilizada uma solução diluidora de

leucócitos, solução de TURK (ácido acético a 3%). A solução de TURK possui a

propriedade de destruir os eritrócitos e corar o núcleo dos leucócitos. Os leucócitos

foram contados em uma câmara de volume conhecido (hemocitômetro ou Câmara de

Neubauer – FIGURA 7) com auxílio do microscópio óptico (sob lente 40x de aumento).

Em seguida, realizou-se a contagem de todos os leucócitos encontrados nos quadros

marcados nas extremidades (L).

O resultado obtido utilizou a seguinte fórmula:

Leucócitos / mm3 de sangue = Lc x 20 x 10

4

Onde:

Lc = número total de leucócitos contados em 4 de mm2

4 = fator de conversão para 1 mm3

20 = fator de conversão da diluição utilizada

10 = fator de conversão para 1mm3 (profundidade da lâmina).

FIGURA 7 – Hemocitômetro para contagem de leucócitos totais

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4.4.4. Contagem diferencial de leucócitos

A contagem diferencial de leucócitos foi realizada, utilizando-se a

técnica do esfregaço sangüíneo. Esta técnica permite que os elementos celulares do

sangue, espalhados em camada única sobre a superfície de uma lâmina, quando fixados

e tratados por corantes especiais, adquiram morfologia e coloração adequadas para o

estudo microscópico detalhado e preciso. Para isto, espalha-se uma pequena gota de

sangue colocada sobre a superfície de uma das extremidades de uma lâmina e com o

auxílio de uma outra, inclinada a 45o em relação à primeira, obtém-se o esfregaço

sanguíneo.

Para a coloração utilizou-se o kit Panótico Rápido LB – Laborclin Ltda.

Este constitui um sistema de coloração diferencial dos elementos figurados do sangue,

onde as estruturas celulares são coradas nos mais diversos nuances entre o vermelho e o

azul, permitindo a identificação e a diferenciação entre elas. O kit consiste de uma

solução fixadora e duas soluções corantes.

Depois de seca, a lâmina foi examinada ao Microscópio óptico com

objetiva de 100x por imersão. A leitura foi realizada no esfregaço sanguíneo pela

contagem de 100 células. Os diferentes elementos foram contabilizados através da

utilização de um contador eletrônico da marca Kacil com teclas correspondentes a cada

tipo de célula. A partir dos dados obtidos foram calculados os valores absolutos e

relativos para cada tipo de célula.

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FIGURA 8 Traqueostomia

FIGURA 9 Lavado coletado

FIGURA 10 Lavado centrifugado

4.5. Análise da atividade de macrófagos

4.5.1. Obtenção dos macrófagos do lavado broncoalveolar (LBA)

O LBA foi obtido de acordo com a técnica usada por De Castro et al

(1995) e Bureau et al, (1997). Sob anestesia, o animal foi submetido à cirurgia para

exposição da traquéia (FIGURA 8). O LBA foi realizado, por injeção de soro

fisiológico (SF) à temperatura ambiente, através de cânula plástica inserida na traquéia.

Pela traquéia, várias alíquotas de 2 mL de SF foram injetadas e imediatamente coletadas

(FIGURA 9). Ao final, obteve-se um volume de 20 mL de LBA por cada animal.

Fotografias: Barros, 2000

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4.5.2. Obtenção da cultura de macrófagos alveolares

O LBA foi centrifugado (10 min, a 470 x g) e as células recuperadas do

precipitado (FIGURA 10, página 40). O precipitado de células obtido após

centrifugação do LBA foi ressuspendido em meio de cultura (RPMI 1640, CULTILAB)

suplementado com soro fetal bovino inativado a 3% (CULTILAB), penicilina-

100U/mL, estreptomicina-100 µg/mL e anfotericina B-0.25 µg/mL (SIGMA) em uma

densidade de 1x106 células/mL. As células, 1x106 células/mL/poço foram colocadas em

placa, com 6 poços de 35 mm de diâmetro cada, para cultura de tecido (Placas tipo

Falcon). Para adesão, as células foram mantidas na placa por 1h a 37oC em atmosfera

úmida contendo 5% CO2. As células não aderentes foram descartadas. Posteriormente,

estas células foram incubadas por mais 1 h em meio de cultura (RPMI 1640,

CULTILAB) com antibióticos e sem soro fetal bovino.

4.5.3. Taxa de fagocitose de macrófagos alveolares

Para avaliar a taxa de fagocitose foram utilizados fungos Saccharomyces sp. Os

fungos foram lavados 3 vezes com Solução Salina Tamponada (SST), contados 107

células e em seguida, os fungos foram misturados na suspensão de macrófagos (1 X

106/1 mL de meio de cultura RPMI 1640 completo) recuperados do LBA. As células

(macrófagos e fungos) foram distribuídas em lâminas para microscopia óptica e

incubados a 37ºC, em atmosfera úmida por um período de 1 hora. Após este período as

lâminas foram lavadas com SST e secadas a temperatura ambiente. Para a coloração, foi

utilizado o kit Panótico Rápido. Depois de coradas e secas a temperatura ambiente, as

lâminas foram levadas para leitura ao microscópio óptico, lidos com objetiva de 100 sob

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imersão. A taxa de fagocitose foi obtida como percentual de macrófagos que

englobaram fungo em uma contagem total de 200 células.

4.5.4. Produção de óxido nítrico por macrófagos alveolares

Uma vez a adesão celular ocorrida na placa de cultivo, cada poço foi

aspirado e lavado com 1mL de solução salina a 0,9%. Neste momento as células foram

estimuladas com LPS na dose de 10 µg/mL. As placas de cultura retornaram à estufa

para posteriores leituras em espectrofotômetro, com 24 e 48 horas.

4.5.4.1. Construção da curva padrão

Para efetuar a dosagem de óxido nítrico através da quantificação dos

níveis de nitrito e nitrato das amostras foi necessário realizar uma curva padrão

(QUADRO 3). Para a construção desta foram utilizados reagentes a base da solução de

Nitrato de sódio (NaNO2) 1mM (Solução padrão), meio de cultura RPMI 1640 e

reagente de Griess (Solução de revelação) em volumes pré-estabelecidos conforme

descrição a seguir.

Quantidades crescentes da solução padrão foram adicionadas ao RPMI

1640 para se obter oito (08) soluções de diferentes concentrações. Abaixo as

quantidades pré-estabelecidas foram:

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QUADRO 3 – Construção de curva padrão para dosagem de óxido nítrico

Solução padrão de nitrito de sódio a 1mM (µL)

Meio de cultura RPMI 1640 (µL)

0 1000 2 998 5 995 10 990 25 975 50 950 75 925 100 900

4.5.4.2. Processo de revelação da curva padrão e das amostras

A confecção da curva padrão (FIGURA 11) ocorreu nos momentos das

coletas das amostras, e as leituras tanto das amostras quanto da curva padrão foram

efetuadas após o período de incubação, de 24 horas.

Para o procedimento das leituras, em espectrofotômetro, utilizou-se um

comprimento de onda de 550 nm. Em seguida, foram retirados 500µL de cada solução

da curva padrão e a mesma quantidade de amostras dos sobrenadantes das culturas de

células e misturados a 500µL da solução de revelação, para então, após 10 minutos ser

realizada a leitura. No grupo controle as células não receberam tratamento com o LPS.

Neste grupo havia apenas 2mL de RPMI 1640 e 500µL solução de revelação.

FIGURA 11 - Curva padrão

Fotografia: Barros, 2000

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44

A determinação espectrofotométrica dos níveis de nitrito e nitrato da

curva padrão, assim como daqueles liberados nas amostras experimentais foram

registradas em absorvância. A partir da determinação dos valores da curva padrão foi

possível converter os valores de todas as amostras e assim determinar a quantidade de

nitrito e nitrato liberados pelas células dos animais dos diferentes grupos.

4.6. Análise Estatística

Para a análise estatística os dados obtidos foram classificados, através do

teste de Kolmogorov-Smirnov como de distribuição normal (dados paramétricos) e não

normal (dados não paramétricos).

Na comparação entre dois grupos (N e D) foi utilizado o teste t de

Student para os dados paramétricos.

Para a comparação entre os diferentes grupos (N, NT, D e DT), foi

empregada a análise de variância ANOVA seguido do teste de Tukey para os dados

paramétricos. Para os dados não paramétricos, foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis,

seguido do teste de Dunn.

A significância estatística foi considerada, admitindo-se um nível crítico

de 5%, em todos os casos.

Este estudo foi aprovado pela Comissão de Ética em Experimentação

Animal do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco e

seguiu as normas sugeridas pelo Comitê Brasileiro de Experimentação Animal

(COBEA).

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45

5. RESULTADOS

5.1. Peso corporal durante a desnutrição e a recuperação nutricional

Nos primeiros dias de vida, os pesos (g) corporais dos grupos Nutrido

(N) e Desnutrido (D), expressos em mediana, valores máximos e mínimos, foram,

praticamente semelhantes. A partir do 5o dia até o 21o dia pós-natal, os valores dos

pesos corporais, em gramas, do grupo Desnutrido (33,6:42,8-27,2) foram menores

(p<0,001) do que os do grupo Nutrido (52,5:56,3-24,0). (FIGURA 12).

0

10

20

30

40

50

60

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

N

D

PESO

Pes

o (g

)

Dias de vida

*

***************

*

FIGURA 12. Acompanhamento do peso corporal durante a desnutrição dos grupos: N e D. Valores expressos em mediana, valores máximos e mínimos. *=p<0,05

Aos 60 dias de vida, período em que os animais iniciaram o treino,

cada grupo foi subdividido em 2, constituindo-se os grupos: Nutrido (N), Nutrido

Treino (NT), Desnutrido (D) e Desnutrido Treino (DT). Essa diferença (mediana,

valores máximos e mínimos dos pesos corporais dos animais) apresentou-se reduzida

(p<0,05) nos grupos D (248,2:290,2-220,2) e DT (281,3:293,9-251,5) quando

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comparados aos grupos N (306,2:319,4-219,5) e NT (286,7:310,4-235,3) (FIGURA

13). Contudo, o grupo D comparado ao grupo N, apresentou redução (p<0,05) do peso

corporal ate os 105 dias de vida, período que coincide com o final do treino. Os

animais dos grupos D (325,6:359,3-290,4) e DT (327,9:348,4-290,4) mantiveram o

peso menor (p<0,05) em relação àqueles dos grupos N (349,5:375,6-285,7) e NT

(347,7:398,9-316,5). (FIGURA 13)

0

100

200

300

400

21 60 105

N

NT

D

DT

PESO CORPORAL

Pes

o (g

)

Tempo (dias)

*

*

*

FIGURA 13.Acompanhamento do peso corporal durante a recuperação nutricional. Aos 60 dias os grupos N e D foram subdivididos em: N, NT, D e DT. Valores expressos em mediana, valores máximos e mínimos. *=p<0,05

FIGURA 14. Efeito da desnutrição neonatal no peso corporal de rato (à direita) após aleitamento.

Fotografia: Deiró, 2004.

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5.2. Microbiota oral

Antes do início do treinamento, após análise do material coletado dos

ratos em todos os grupos, foi observado que a microbiota oral era composta por

menor número de bactérias no grupo N (4,2 x 106±1,0 x 106) do que no grupo D (7,4

x 106±1,2 x 106), teste t, (p=0,026).

Ao final do treinamento, após análise entre 2 grupos, utilizando o teste

t, não se observou alteração no crescimento bacteriano entre os grupos: N (3,8 x

106±2,1 x 106) e NT (2,5 x 106±1,7 x 106), p=0,193; N (3,8 x 106±2,1 x 106) e D (2,7

x 106±1,1 x 106), p=0,226 e D (2,7 x 106±1,1 x 106) e DT (1,1 x 106±1,1 x 106), p=

0,858.

Estudo pormenorizado para detectar diferenças no crescimento

bacteriano entre os grupos, apenas para os grupos de animais nutridos e desnutridos

evidenciou-se diferença no crescimento bacteriano, teste de Tukey (p<0,05). (FIGURA 15)

FIGURA 15. Crescimento bacteriano segundo estado nutricional e treinamento físico. *=p<0,05

CRESCIMENTO BACTERIANO

0,01,02,03,04,05,06,07,08,09,0

T0 T6

Tempo (semanas)

Nº d

e ba

ctér

ias

x 10

6 / m

L

N

NT

D

DT

*

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Segundo a ordem das freqüências, as bactérias aeróbias encontradas

foram: Bacillus sp., Corynebacterium sp., Enterococcus sp., Staphylococcus aureus,

Streptococcus viridans, Staphylococcus coagulase negativo, Staphylococcus

saprophyticcus, Citrobacter, Escherichia coli e Pseudomonas. (Tab. 4), destas 70%

foram bactérias gram-positivas e 30% bactérias gram-negativas. As bactérias gram-

negativas foram observadas apenas no grupo NT em T6.

Quanto ao número de eventos as bactérias mais freqüente foram o Bacillus sp

e Streptococcus viridans, que apresentaram 57 eventos e a menos freqüente foi a

Enterococcus com 4 eventos.

TABELA 3. Total de colônias em valores absolutos.

GRUPOS/TEMPO

BACTÉRIAS NUTRIDO NUTRIDO

TREINO DESNUTRIDO DESNUTRIDO

TREINO

T0 T6 T0 T6 T0 T6 T0 T6

Gram positivo

Bacillus sp 10 9 9 8 3 7 5 6

Corynebacterium sp 1 2 1 4 1 0 2 1

Enterococcus 1 1 2 0 -- -- -- --

S. aureus 3 2 6 4 5 4 3 2

S. g viridans 9 8 8 7 6 7 6 6

S.coag.neg 6 6 5 1 6 3 4 3

S.saprophyticcus 4 0 1 2 -- -- 0 1

Gram negativo

Citrobacter -- -- 0 1 -- -- -- --

E. coli -- -- 0 1 -- -- -- --

Pseudomonas -- -- 0 1 -- -- -- --

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5.3. Leucograma

5.3.1. Contagem total de leucócitos (número de células x 103/mm3)

O número total de leucócitos, expressos em mediana, valores máximos e

mínimos foram comparados entre os grupos segundo o estado nutricional e o

treinamento, comparando-se as semanas de treino sempre ao tempo zero (T0).

No T0, o numero total de leucócitos foi similar entre os grupos N

(10,9:13,9-8,3), NT (10,4:11,8-8,8), e DT (10,7:13,9-8,9). Contudo o grupo D

(9,4:11,8-4,3) apresentou redução (p<0,001) em relação aos outros grupos.

No entanto, após a quarta semana de treino (T4), o grupo DT

(16,0:19,8-8,3) apresentou valores maiores (p=<0,05) em comparação ao grupo D

(9,4:11,8-4,3). A partir da quinta semana (T5) os grupos N (14,5:28,9-10,4), NT

(16,3:23,4-10,1) e DT (14,9:19,2-10,4) apresentaram valores mais elevados (p=<0,05)

quando comparados ao grupo D (9,4:11,8-4,3) em T0. Ao final do período de

treinamento (T6), o grupo DT (13,5:28,5-11,9) obteve maior contagem total de

leucócitos (p=<0,05) que D (9,4:11,8-4,3) em T0. (FIGURA 16).

0

4

8

12

16

20

0 1 2 3 4 5 6

N

NT

D

DT

LEUCÓCITOS TOTAIS

No d

e cé

lula

s x

103 /

mm

3

Tempo (semanas)

***

FIGURA 16. Contagem total de leucócitos em ratos adultos nos grupos: N, NT, D e DT. O sangue foi obtido 1 hora antes do início do primeiro treino (T0), e 24 horas após o 5o dia de treino em cada semana. Os valores estão expressos em mediana, valores máximos e mínimos. Teste KRUSKAL-WALLIS, seguido de DUNN. (p< 0,05).

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5.3.2. Contagem diferencial relativa dos leucócitos ao longo do treinamento (T0 a

T6)

Na tabela 4, estão demonstrados os resultados da contagem diferencial

dos leucócitos (%) que foram expressos em mediana, valores máximos e mínimos,

durante o período de treino (seis semanas), para cada grupo.

Na comparação intergrupos durante o período de treino, verificou-se

que na quarta semana (T4), os valores dos neutrófilos do grupo DT (24,5:34,0-16,0)

mostraram-se mais elevados que os valores do grupo D (16,0:29,0-14,0) em T0. Na

quinta semana (T5) o grupo NT (27,5:38,0-16,0) apresentou-se com valores mais

elevados do que os do grupo N (19,0:25,0-12,0) no mesmo período. O mesmo foi

verificado entre esses grupos na sexta semana (T6), NT (27,5:36,0-10,0) e N

(13,0:24,0-6,0).

Entre os grupos, no período de treinamento, não foram observadas

diferenças nos valores de eosinófilos, exceto, na quinta semana (T5) onde o grupo NT

(5,0:7,0-3,0) mostrou valores mais elevados em relação aos demais grupos, durante a

mesma fase do treino.

Os valores dos linfócitos do grupo D (74,0:80,0-60,0) antes do treino

não diferiram em relação ao grupo N (70,0:80,0-67,0). Todavia, na segunda semana

(T2) o grupo NT (75,5:86,0-58,0) mostrou valores mais elevados que o grupo N

(68,0:76,0-56,0) sem treinamento. Na quarta semana (T4), os valores do grupo DT

(67,5:75,0-56,0) foram inferiores aos do grupo D (72,0:81,0-64,0) sem treinamento e

na sexta semana (T6), o grupo NT (62,5:81,0-53,0) obteve valores mais reduzidos que

os do grupo N (78,0:88,0-63,0). Resultados semelhantes foram obtidos também em

T6, em relação ao grupo D (67,0:74,0-59,0) em comparação ao grupo N (78,0:88,0-

63,0).

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Os valores dos monócitos não diferiram na comparação intergrupos,

durante as semanas de treino. Entretanto, durante a terceira semana (T3), o grupo NT

(7,0:10,0-2,0) apresentou valores mais elevados que os do grupo N (3,0:9,0-2,0) e na

quinta semana (T5), o grupo DT (8,0:10,0-4,0) apresentou valores maiores em

comparação ao grupo D (5,0:9,0-3,0) sem treinamento. (TABELA 4).

Tabela. Efeito da desnutrição/treino na contagem diferencial dos leucócitos (%) em ratos adultos, entre os grupos: Nutrido (N), Nutrido Treino (NT), Desnutrido (D) e Desnutrido Treino (DT), durante o período de treino Valores expressos em medianas, valores máximos e mínimos. Comparação entre a contagem diferencial relativa dos leucócitos, Teste de Kruskal-Wallis, seguido do Teste de Dunn. * = p < 0,05.Tabela. Efeito da desnutrição/treino na contagem diferencial dos leucócitos (%) em ratos adultos, entre os grupos: Nutrido (N), Nutrido Treino (NT), Desnutrido (D) e Desnutrido Treino (DT), durante o período de treino Valores expressos em medianas, valores máximos e mínimos. Comparação entre a contagem diferencial relativa dos leucócitos, Teste de Kruskal-Wallis, seguido do Teste de Dunn. * = p < 0,05.

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TABELA 4. Efeito da desnutrição/treino na contagem diferencial dos leucócitos (%) em ratos adultos, entre os grupos: Nutrido (N), Nutrido Treino (NT), Desnutrido (D) e Desnutrido Treino (DT), durante o período de treino Valores expressos em medianas, valores máximos e mínimos. Comparação entre a contagem diferencial relativa dos leucócitos, Teste de Kruskal-Wallis, seguido do Teste de Dunn. * = p < 0,05. LEUCÓCITOS DIFERENCIAIS TEMPO CÉLULAS GRUPOS T0 T1 T2 T3 T4 T5 T6 SEGMENTADOS N 20,0 (11 - 24) 20,0 (15 - 23) 21,0 (16 - 34) 19,0 (13 - 27) 22,0 (10 - 35) 19,0 (12 - 25) 13,0 (6 - 24)* NT 20,0 (13 - 22) 20,0 (12 - 36) 18,0 (11 - 34) 19,5 (13 - 30) 23,0 (14 - 42) 27,5 (16 - 38)* 27,5 (10 - 36)* D 16,0 (14 - 29)* 22,0 (10 - 32) 21,0 (13 - 28) 18,0 (13 - 29) 20,0 (10 - 25) 23,0 (10 - 36) 24,0 (16 - 34) DT 20,5 (10 - 27) 21,5 (15 - 28) 21,0 (12 - 29) 20,0 (15 - 30) 24,5 (16 - 34)* 23,5 (9 - 37) 22,0 (17 - 37) EOSINÓFILOS N 3,0 (2 - 6) 3,0 (2 - 6) 2,0 (1 - 7) 3,0 (2 - 7) 2,0 (2 - 8) 3,0 (2 - 6) 2,0 (1 - 6) NT 3,5 (2 - 8) 4,0 (2 - 6) 3,5 (1 - 6) 2,0 (1 - 5) 2,5 (2 - 4) 5,0 (3 - 7)* 4,0 (2 - 5) D 4,0 (2 - 6) 4,0 (1 - 6) 3,0 (2 - 8) 3,0 (2 - 7) 4,0 (2 - 8) 4,0 (2 - 7) 4,0 (3 - 6) DT 4,0 (1 - 7) 4,5 (2 - 5) 3,0 (2 - 6) 2,5 (2 - 8) 2,5 (2 - 8) 3,0 (2 - 4) 4,0 (3 - 8) LINFÓCITOS N 70,0 (67 - 80) 72,0 (67 - 75) 68,0 (56 - 76) 73,0 (62 - 79) 73,0 (54 - 83) 75,0 (65 - 80) 78,0 (63 - 88)* NT 70,0 (68 - 76) 70,5 (53 - 80) 75,5 (58 - 86)* 69,5 (62 - 80) 67,5 (52 - 81) 65,0 (54 - 75) 62,5 (53 - 81)* D 74,0 (60 - 80)* 70,0 (61 - 84) 69,0 (64 - 80) 70,0 (63 - 82) 72,0 (64 - 81) 69,0 (57 - 84) 67,0 (59 - 74) DT 70,0 (56 - 82) 68,5 (60 - 77) 71,0 (61 - 75) 68,5 (60 - 80) 67,5 (56 - 75) 67,0 (50 - 82) 69,5 (52 - 76) MONÓCITOS N 5,0 (3 - 8) 4,0 (2 - 8) 6,0 (2 - 9) 3,0 (2 - 9)* 5,0 (2 - 9) 4,0 (2 - 7) 5,0 (3 - 9) NT 5,5 (4 - 8) 6,0 (2 - 8) 3,0 (2 - 7) 7,0 (2 - 10)* 6,0 (3 - 9) 4,0 (2 - 7) 6,0 (2 - 10) D 4,0 (3 - 7) 5,0 (3 - 8) 5,0 (2 - 10) 6,0 (2 - 12) 5,0 (2 - 9) 5,0 (3 - 9) 5,0 (2 - 6) DT 4,0 (3 - 9) 5,5 (3 - 10) 6,0 (2 - 8) 6,5 (3 - 12) 4,5 (2 - 8) 8,0 (4 - 10)* 4,5 (2 - 8)

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As Figuras 17, 18 e 19 demonstram a análise da contagem diferencial dos leucócitos

(%) de cada grupo durante todo o período de treinamento.

5.3.3. Análise percentual de neutrófilos e linfócitos entre os grupos N e NT

Na sexta semana, os valores dos neutrófilos do grupo NT (27,5:36,0-10,0)

apresentaram-se mais elevados em relação ao grupo N (13,0:24,0-6.0) e os valores dos

linfócitos do grupo NT (62,5:81,0-53,0) mostraram-se mais reduzidos quando comparados ao

grupo N (78,0:88,0-63,0). FIGURA 17.

0

20

40

60

80

100

0 1 2 3 4 5 6

N/NL/NN/NTL/NT

CONTAGEM DIFERENCIAL Neutrófilos e Linfócitos

No d

e cé

lula

s co

ntad

as (%

)

Tempo (semanas)

*

*

FIGURA 17. Comparação entre Neutrófilos do grupo Nutrido (N/NT) e Neutrófilos do grupo Nutrido Treino (N/NT- T) e entre Linfócitos do grupo Nutrido (L/NT) e Linfócitos do grupo Nutrido Treino (L/NT- T). Valores expressos em mediana, valores máximos e mínimos. Teste KRUSKAL-WALLIS, seguido de DUNN. (*=p<0,05).

3.4. Análise percentual de neutrófilos e linfócitos entre os grupos N e D

Os valores dos neutrófilos do grupo D (24,0:34,0-16,0), na sexta semana,

mostraram-se elevados quando comparados aos do grupo N (13,0:24,0 - 6,0). No mesmo

período, os valores dos linfócitos do grupo D (67,0:59,0-74,0) apresentaram-se reduzidos

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em relação aos do grupo N (78,0:63,0-88,0). (FIGURA 18)

0

25

50

75

100

0 1 2 3 4 5 6

N/NL/NN/DL/D

No de

célu

las

cont

adas

(%

)CONTAGEM DIFERENCIAL

Neutrófilos e Linfócitos

Tempo (semanas)

*

*

FIGURA 18. Comparações entre os valores de neutrófilos e de linfócitos nos grupam N e D. Valores expressos em mediana, valores máximos e mínimos. Teste KRUSKAL-WALLIS, seguido de DUNN.(*=p<0,05).

5.3.5. Análise percentual de neutrófilos e linfócitos entre os grupos D e DT

Na quarta semana (T4), os valores de neutrófilos do grupo DT (24,5:34,0-

16,0) apresentaram-se elevados em relação ao grupo D (20,0:25,0-10,0) 0-16,0). Nessa

mesma semana, o grupo DT (67,5:75,0-56,0) apresentou valores de linfócitos inferiores aos

do grupo D (72,0:81,0-64,0). (FIGURA. 19).

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0

20

40

60

80

100

0 1 2 3 4 5 6

N/D

L/D

N/DT

L/DTN

o de

célu

las

cont

adas

(%)

CONTAGEM DIFERENCIAL Neutrófilos e Linfócitos

Tempo (semanas)

*

*

FIGURA 19. Comparações entre os valores de neutrófilos e de linfócitos nos grupos D e DT. Valores expressos em mediana, valores máximos e mínimos. Teste KRUSKAL-WALLIS, seguido de DUNN.(*=p<0,05).

As figuras 20, 21, 22 e 23 referem-se à contagem diferencial de leucócitos (%) intragrupo: N, NT, D e DT. Valores expressos em mediana, valores máximos e mínimos em todo o período de treino (T0-T6). Teste KRUSKAL-WALLIS, seguido de DUNN.(p<0,05).

5.3.6. Avaliação (intragrupo) do percentual de neutrófilos e de linfócitos do grupo N

em todo período de treino (T0-T6).

Na comparação observa-se que os valores dos neutrófilos mostraram-se

reduzidos em T6 (13,0:24,0-6,0) quando comparados ao T0 (20,0:24,0-11,0). Os valores de

linfócitos em T6 (78,0:88,0-63,0) apresentaram-se mais elevados em comparação ao T0

(70,0:80,0-67,0). (FIGURA 20)

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20

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0 1 2 3 4 5 6

N/N

L/N

No d

e cé

lula

s co

ntad

as

(%)

CONTAGEM DIFERENCIAL Neutrófilos e Linfócitos

Tempo (semanas)

*

*

FIGURA 20. Contagem diferencial de Neutrófilos (N) e Linfócitos (L) do grupo N. Valores expressos em mediana, valores máximos e mínimos. Teste KRUSKAL-WALLIS, seguido de DUNN. (*=p<0,05).

5.3.7. Avaliação (intragrupo) do percentual de neutrófilos e de linfócitos do grupo NT

em todo período de treino (T0-T6).

Os valores dos neutrófilos apresentaram-se mais elevados em T5 (27,6: 38,0-16,0) e

em T2 (18,0:34,0-11,0). Os valores dos linfócitos mostraram-se elevados em T2 (75,5:86,0-

58,0) e reduzidos em T6 (62,5:81,0-53,0). (FIGURA 21).

0

20

40

60

80

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0 1 2 3 4 5 6

N/NT

L/NT

No d

e cé

lula

s co

ntad

as (%

)

CONTAGEM DIFERENCIAL Neutrófilos e Linfócitos

Tempo (semanas)

*

*

FIGURA 21. Análise de Neutrófilos e Linfócitos do grupo NT. Valores expressos em medianas, valores máximos e mínimos. Teste KRUSKAL-WALLIS, seguido de DUNN. (*=p<0,05).

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5.3.8. Avaliação (intragrupo) do percentual de neutrófilos e de linfócitos do grupo D

em todo período de treino (T0-T6).

Neste grupo os valores dos neutrófilos apresentaram-se elevados em T6 (24,0:34,0-

16,0) e reduzidos em T0 (16,0:29,0-14,0). Os valores de Linfócitos em T6 (67,0:74,0-59,0)

mostraram-se reduzidos e em T0 (74,0:80,0-60,0) elevados. (FIGURA 22).

0

20

40

60

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100

0 1 2 3 4 5 6

N/D

L/D

CONTAGEM DIFERENCIALNeutrófilos e Linfócitos

Tempo (semanas)

*

*

FIGURA 22. Contagem diferencial de Neutrófilos (N) e Linfócitos (L) do grupo D. Valores expressos em medianas, valores máximos e mínimos. Teste KRUSKAL-WALLIS, seguido de DUNN. (*=p<0,05).

5.3.9. Avaliação (intragrupo) do percentual de neutrófilos e de linfócitos do grupo DT

em todo período de treino (T0-T6).

Os valores dos neutrófilos apresentam-se elevados em T4 (24,5:34,0-16,0) e

reduzidos em T0 (20,5:27,0-10,0). Os linfócitos não tiveram alteração dos seus valores em

todo o período de treinamento. (FIGURA 23).

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0

20

40

60

80

100

0 1 2 3 4 5 6

N/DTL/DT

CONTAGEM DIFERENCIAL Neutrófilos e Linfócitos

No de

célu

las

cont

adas

(%)

Tempo (semanas)

*

FIGURA 23. Contagem diferencial de Neutrófilos (N) e Linfócitos (L) do grupo DT. Valores expressos em medianas, valores máximos e mínimos. Teste KRUSKAL-WALLIS, seguido de DUNN. (*=p<0,05)

5.4. Estudo da função de macrófagos alveolares

5.4.1. Taxa de fagocitose de macrófagos do lavado broncoalveolar (LBA)

A taxa de fagocitose de macrófagos alveolares do LBA foi determinada

através do percentual de células (macrófagos) que fagocitaram os fungos (Saccharomyces

sp.). Todos os grupos: N, NT, D e DT foram comparados, durante o período de treinamento

(T0-T6). Valores expressos em medianas, valores máximos e mínimos. Teste KRUSKAL-

WALLIS, seguido de DUNN.

Os animais do grupo D (26,0:30,0-17,0) apresentaram valores menores

(p<0,005) quando comparados ao grupo N (30,0:34,0-28,0) . O treinamento promoveu

aumento (p<0,001) da taxa de fagocitose no grupo NT (38,0:48,0-29,0) em relação ao grupo

N (30,0:34,0-28,0). Este aumento também foi verificado no grupo DT (31,0:37,0-23,0) em

comparação ao D (26,0:30,0-17,0). (FIGURA 24).

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FIGURA 24. Efeito da desnutrição neonatal e do treinamento sobre a taxa de fagocitose em macrófagos alveolares de ratos adultos. Grupos: N, NT, D e DT. Teste KRUSKAL-WALLIS, seguido de DUNN. Valores expressos em mediana, valores máximos e mínimos. (*=p<0,05).

5.4.2. Produção de Óxido Nítrico (NO) por macrófagos alveolares

Produção de NO intergrupos estimulados ou não com LPS, avaliada durante

todo o período de treino (T0-T6). Valores (µmols/mL) expressos em Média ± Erro Padrão

(EP).

Os grupos que não foram tratados com LPS, constituíram-se da seguinte

forma: Nutrido sem LPS (N S/LPS), Nutrido Treino sem LPS (NT S/LPS), Desnutrido sem

LPS (D S/LPS) e Desnutrido Treino sem LPS (DT S/LPS). Na comparação intergrupos, em

relação aos que não foram estimulados com LPS, o NT liberou uma quantidade de NO mais

elevada quando comparado ao N. Entretanto entre os grupos D e DT, a produção foi menor

em DT que em D. Contudo entre os grupos D e N, a produção de NO foi praticamente

semelhante (FIGURA 25).

Os grupos que receberam tratamento com LPS foram, assim, constituídos:

Nutrido com LPS (N C/LPS), Nutrido Treino com LPS (NT C/LPS), Desnutrido com LPS

(D C/LPS) e Desnutrido Treino com LPS (DT C/LPS). Ao se comparar esses grupos entre

0

10

20

30

40

50

NNTDDT

Grupos

FAGOCITOSE

Taxa

de

fago

cito

se (%

)

(28-

34)

(29-

48)

(17-

30)

(23-

37)

*

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si, em relação aos que foram estimulados com LPS, o NT liberou uma quantidade de NO

maior que o N. Entretanto entre os grupos D e DT, a produção de NO não foi alterada.

Todavia, a produção nesses grupos (D e DT), foi inferior à do grupo N. (FIGURA 26).

O LPS serviu como estímulo sendo, portanto, o controle positivo. O grupo

N/LPS produziu mais (96,4±3,6) NO (p<0,001) que o grupo N S/LPS (82,4±3,4) (FIGURA

27). A produção de NO do grupo Nutrido Treino e tratado com LPS (107,5±1,9) foi maior

que no grupo Nutrido e tratado com LPS (96,4±3,6) (FIGURA 27). Ambos, mostraram-se

com produção mais elevada em relação ao grupo Nutrido e sem tratamento com LPS

(82,4±3,4). Nos animais desnutridos, o treinamento físico não alterou a produção de NO dos

macrófagos após tratamento com o LPS. Nos grupos: D (84,5±3,6) e DT (84,6±4,7) tratados

com LPS a quantidade de NO produzida foi semelhante entre os dois grupos. (FIGURA 27).

0

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NNTDDT

ÓXIDO NÍTRIICO S/LPS

Prod

ução

de

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o (µ

mo/

mL) **

Grupos

FIGURA 25. Produção de óxido nítrico sem LPS por macrófagos alveolares. Grupos: Nutrido sem LPS (N S/LPS), Nutrido Treino sem LPS (NT S/LPS), Desnutrido sem LPS (D S/LPS) e Desnutrido Treino sem LPS (DT S/LPS). Valores expressos em média ± EP. Teste ANOVA, seguido de TUKEY (p=0,05).

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NNTDDT

ÓXIDO NÍTRICO C/LPS

Prod

ução

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óxid

o ní

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mol

/mL)

**

Grupos

FIGURA 26. Produção de óxido nítrico com LPS por macrófagos alveolares. Grupos: Nutrido com LPS (N C/LPS), Nutrido Treino com LPS (NT C/LPS), Desnutrido com LPS (D C/LPS) e Desnutrido Treino com LPS (DT C/LPS). Valores expressos em média ± EP. Teste ANOVA, seguido de TUKEY (p=0,05).

0

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N S/LPSN C/LPSNT C/LPSD C/LPSDT C/LPS

ÓXIDO NÍTRICO

Grupos

Prod

ução

de

óxid

o ní

tric

o (µ

mol

/mL)

**

FIGURA 27. Produção de óxido nítrico por macrófagos alveolares segundo a desnutrição e o treinamento físico após estímulo com LPS. Grupos: Nutrido sem LPS (N S/LPS), Nutrido com LPS (N C/LPS), Nutrido Treino com LPS (NT C/LPS), Desnutrido com LPS (D C/LPS) e Desnutrido Treino com LPS (DT C/LPS). Valores expressos em média ± EP. Teste ANOVA, seguido de TUKEY (p=0,05).

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6. DISCUSSÃO

No presente estudo, utilizou-se modelo de desnutrição imposta no período

de aleitamento, seguida de recuperação nutricional, com todas as avaliações sendo

realizadas na vida adulta do animal. Assim, nesse estudo, a desnutrição ocorrida

precocemente causou déficit no peso corpóreo, levando ao retardo da evolução ponderal no

período de aleitamento. Estes dados corroboram com aqueles obtidos por Queirós-Santos

(2000); Wanderley (2001); Lopes (2001) e Ferreira e Silva (2002), que empregaram a dieta

básica regional (DBR), deficiente em todos os seus constituintes (TEODÓSIO et al, 1990)

como modelo experimental de desnutrição. Apesar dos diferentes modelos experimentais de

desnutrição usados, neste e nos estudos supracitados, a deficiência de proteínas (caseína)

utilizada foi suficiente para causar desnutrição. A dieta de caseína a 8% usada no presente

estudo é caracterizada como hipoprotéica, e provoca alteração no teor protéico do leite de

lactantes que a ingere. Este parece ser um fator determinante na gênese de seus efeitos

deletérios observados na prole.

A desnutrição ocorrida neste período também afetou o peso corporal dos

animais na idade adulta. Inclusive, a oferta da dieta equilibrada (Labina) a partir do

desmame, parece não ter sido eficiente em recuperar a deficiência de peso originada ainda

na amamentação. Esses resultados estão em concordância àqueles de Barreto-Medeiros

(1998); Queirós-Santos (2000); Wanderley (2001) e Ferreira e Silva (2002), os quais

verificaram a permanência do déficit ponderal em animais de até 90 dias de idade,

verificando permanência do déficit ponderal. Tais resultados ainda estão de acordo com os

de Katz e Davies (1982) e Rotta et al (1988), que também encontraram redução do peso

corporal verificada, inclusive, até a idade adulta. Portanto, o uso de dieta hipoprotéica a

base de proteína animal (caseína) na concentração de 8%, por lactantes durante o período de

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aleitamento, modificou o teor protéico do leite materno e levou a ocorrência de déficit

ponderal dos filhotes tanto no período de lactação quanto na idade adulta após recuperação.

Os estudos relacionados à desnutrição precoce são escassos, sobretudo

aqueles que avaliam os efeitos da restrição protéica no período de lactação (PINE et al,

1994). Alguns autores relatam alteração na concentração protéica do leite por restrição do

suprimento de aminoácidos necessários para a síntese de proteína do leite (GRIGOR et al,

1987). Neste estudo, o período no qual a agressão nutricional foi conduzida é caracterizado

por um intenso processo de crescimento e desenvolvimento orgânicos, o que demanda

aumento das necessidades de calorias e proteínas. (BROW e POLLITI, 1996). Os efeitos da

restrição protéica durante o período de aleitamento foram demonstrados em ratos desde o

quarto dia de vida pós-natal (JOHNSON et al, 1991; REYNOLDS et al, 1992). De modo

similar, os resultados obtidos neste trabalho também demonstraram redução do ganho de

peso durante o aleitamento a partir do quinto dia de vida pós-natal quando as mães

receberam dieta experimental hipoprotéica.

Em relação à análise da microbiota da cavidade oral dos animais, neste estudo,

o grupo Desnutrido (D), antes do período de treinamento apresentou maior número de

bactérias quando comparado ao grupo Nutrido (N). Esta elevação pode ter sido conseqüente a

manipulação nutricional sofrida no período de aleitamento. A microbiota oral sofre alterações

significativas decorrentes de modificações sofridas nos fatores externos, ou aqueles

relacionados ao hospedeiro e ou às bactérias (LINDHE, 1992; TOTTI et al., 1996; KOLLER

et al., 2000b; DARBY e CURTIS, 2001; PASTER et al, 2001; GUTIÉRREZ-PÉREZ et al.,

2004; SOCRANSKY e HAFFAJEE, 2005).

A desnutrição precoce sofrida no grupo de animais pesquisados pode ter sido

um dos fatores que levou a alteração na composição dessa microbiota. A maioria destes

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microrganismos que compõem a microbiota pode ser encontrada na cavidade oral de

indivíduos saudáveis.

Portanto, em conseqüência de alterações em determinados fatores, podem

ocorrer desequilíbrio entre a microbiota e o hospedeiro. Tal fato predispõe a instalação de

processos inflamatórios e/ou infecciosos (SWARTZ; GIBBONS; SOCRANSKY, 1996;

MARCOTTE; LAVOIE, 1998; TORTORA; FUNKE; CASE, 2000; RODRIGUES;

NEWMAN, 2002; YE et al., 2003). Apesar de neste trabalho ter havido manutenção

qualitativa do padrão de normalidade da microbiota em todos os grupos pesquisados,

observou-se uma maior quantidade de bactérias no grupo de animais desnutridos e isto pode

proporcionar desequilíbrio entre as bactérias da microbiota e o hospedeiro. Totti et al (1996),

Yao; Lamont; Leu (1996), Chow (2000) e Darby; Curtis (2001) afirmaram que são vários os

fatores que contribuem para mudanças na composição da microbiota como: determinadas

características genéticas e raciais, idade, maturidade do sistema imune, dieta, puberdade,

erupção dos dentes decíduos e permanentes, higiene oral, cárie, enfermidade periodontal ou

infecção, diminuição do fluxo salivar e uso de medicações. O treinamento físico moderado foi

inábil para reverter essa alteração quantitativa da microbiota.

Neste estudo, a ordem das freqüências das bactérias aeróbias encontradas foi:

Bacillus sp., Corynebacterium sp., Enterococcus sp., Staphylococcus aureus, Streptococcus

viridans, Staphylococcus coagulase negativo, Staphylococcus saprophyticcus, Citrobacter,

Escherichia coli e Pseudomonas. Destas, 70% foram de bactérias gram-positivas e 30% de

bactérias gram-negativas. Tais percentuais indicam que a prevalência encontrada para as

bactérias foi a mesma encontrada na microbiota normal para todos os grupos. Estes dados são

concordantes com outros estudos (KOLLER ET AL., 2000) que referem até 80% de bactérias

gram-positivas na microbiota normal da cavidade oral. Quanto ao número de eventos a

bactéria mais freqüente foi o Bacillus sp. e Streptococcus viridans que apresentaram 57

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eventos e a menos freqüente foi a Enterococcus com 4 eventos. Estes dados são semelhantes

aos observados em outros trabalhos (RODRIGUES e NEWMAN, 2002; SOCRANSKY e

HAFFAJEE; 2005; TORTORA et al, 2000; PASTER et al, 2001; YE et al, 2003). De acordo

com Trabulsi (1986) a microbiota da cavidade oral é muito diversificada e estima-se que a

saliva contém em torno de 108 bactérias/mL. Neste estudo, os resultados encontrados sobre o

crescimento bacteriano foram menores, na ordem de 106/mL e este achado, provavelmente,

pode ser explicado pelo fato de não ter sido incluída a pesquisa de bactérias anaeróbias.

Eventos importantes para a imunocompetência são iniciados ainda no embrião

e continuam durante a primeira semana de vida (GOBEL, 1996). Esse período é marcado pela

rápida expansão da população de leucócitos e formação de órgãos linfóides (KLASING,

1998). Do ponto de vista experimental, a desnutrição provoca alterações estruturais e

funcionais no sistema nervoso (PICANÇO-DINIZ, et al, 1998) podendo alterar os elementos

que estruturam o eixo HPA participantes da resposta imune (BOXWELL et al, 1995).

O sistema imune é o sistema de defesa orgânico e os leucócitos são as suas

células efetoras. A contagem total e diferencial dessas células no sangue periférico pode

demonstrar, de forma indireta, o seu estado de ativação. No presente estudo, o número total de

leucócitos foi comparado entre os grupos e intragrupo, segundo o estado nutricional e o

treinamento físico. Antes de iniciar o treino, o número total de leucócitos apresentou redução

apenas no grupo de animais que sofreram de desnutrição no período neonatal. O treinamento

na idade adulta foi benéfico uma vez que, proporcionou aumento na contagem total de

leucócitos tanto para os animais do grupo nutridos como para os animais do grupo

desnutridos.

Quanto à contagem diferencial dos leucócitos antes de iniciar o treinamento, os

animais do grupo submetido à desnutrição neonatal tinham os valores de neutrófilos reduzidos

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e houve aumento do número destas células após o treinamento, aproximando-se de valores

mais compatíveis com a condição de animais nutridos ao longo da vida. (TABELA 4)

Para os linfócitos, antes do treino, os valores no grupo de animais desnutridos

foram maiores em relação aos demais grupos. Porém, na quarta, quinta e sexta semanas, após

o início do treinamento físico, o grupo de animais desnutridos e submetidos ao treinamento

tinham valores reduzidos e esta condição é condizente com a de animais nutridos. Antes do

inicio do treinamento os valores dos monócitos foram semelhantes entre todos os grupos.

Após o treinamento, os valores dessas células mostraram-se mais elevados no grupo de

animais desnutridos em relação aos outros grupos.

A desnutrição precoce mesmo seguida de um longo período de recuperação

nutricional provoca na vida adulta, alteração no número e os tipos das células de defesa do

organismo. Este dado pode contribuir para uma falha na resposta de defesa. Segundo Chandra

(1997), a desnutrição deixa ineficaz a resposta do hospedeiro no combate aos agentes

infecciosos. O treinamento protegeu os animais dessas alterações demonstrando valores

compatíveis aos do padrão de normalidade ao final do período de treino. Nos animais

treinados ocorreram alterações adicionais no percentual de leucócitos do sangue. Essa

modificação do número total de leucócitos em resposta ao treino, corrobora com os estudos de

Kim et al (2003) com ratos submetidos ao treino moderado durante 8 semanas, acarretaram

alteração na concentração de células imunes. Na contagem diferencial de

leucócitos, o treino provocou um aumento dos neutrófilos, enquanto que os valores dos

linfócitos apresentaram-se reduzidos, sobretudo após cinco semanas de treino nos grupos NT

e DT. Também neste mesmo período, os valores dos eosinófilos e dos monócitos, mostraram-

se elevados.

O impacto da desnutrição precoce revelou alterações na contagem total e

diferencial de leucócitos, assim como na atividade e função destas células. A desnutrição

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reduz a imunidade em geral, sobretudo, provoca alterações no pulmão, comprometendo a

função dos macrófagos alveolares. Chandra (1989) observou que a desnutrição modifica

diferentes etapas do processo fagocítico (migração e aderência celular), principalmente em

neutrófilos e macrófagos ativados. Todavia, vale ressaltar que as agressões nutricionais

podem comprometer os mecanismos efetores imunes dependentes da ativação de macrófagos.

Com relação à função dos fagócitos, a deficiência nutricional imposta na

lactação reduziu a taxa de fagocitose em ratos adultos. Nesse estudo, a atividade fagocítica de

macrófagos alveolares de ratos treinados foi alterada, evidenciando-se valores mais elevados

para o grupo nutrido e treinado. Estes resultados discordam dos de Woods et al (2000) ao

realizarem um estudo com macrófagos peritoniais de ratos treinados. Por outro lado,

concordam com os achados de Bacurau et al (2000) ao verificarem aumento da atividade

fagocítica de macrófagos peritoniais de ratos após treino moderado em tapete rolante (8

semanas, 5 dias/sem, 60 min/dia a 60% do VO2 máx.). Nascimento et al (2004) utilizando

outro tipo de treinamento físico, animais submetidos à natação (45 min/dia, durante 6

semanas), também observou aumento na atividade fagocítica de macrófagos alveolares

(estimulados com fungos). Os resultados encontrados podem estar relacionados às variáveis

experimentais envolvidas no estudo, tais como: protocolo experimental de treino utilizado, ao

tipo de célula estudada, ao tipo de estímulo empregado e ao tempo de cultura dos macrófagos

(FEHR et al, 1989).

O treinamento, no entanto promoveu aumento dessa taxa nos grupos de

animais nutridos e desnutridos. Existem fortes evidências de que o exercício físico promove

melhorias nos mecanismos fisiológicos e benefícios à saúde (NIEMAN, 2000), sobretudo o

treinamento físico de intensidade moderada que induz melhora na dinâmica e na função de

células imunes (NEHLSEN – CANARELLA, 1998; PYNE E GLEESON, 1998; PEDERSEN

e HOFFMAN-GOETZ, 2000). O exercício físico pode promover alterações transitórias e

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persistentes nos sistemas fisiológicos dependentes da intensidade, duração, freqüência e

esforço realizado (PEDERSEN e HOFFMAN-GOETZ, 2000), essas alterações quando

transitórias, retornam aos valores basais em 24h após o esforço.

No sistema imune, dois mecanismos parecem estar associados ao exercício

físico regular: alteração nas populações e alteração na função de células imunocompetentes

(PEDERSEN e HOFFMAN-GOETZ, 2000). Segundo Nieman (2000), os efeitos positivos do

exercício físico crônico moderado no sistema imune são apenas percebidos quando este

sistema é ativado. Contudo, em longo prazo, considera-se proteção a infecções,

imunodepressão induzida por estresse e por doenças crônico-degenerativas (PEDERSEN e

HOFFMAN-GOETZ, 2000). Bacurau et al (2000) demonstraram que o treinamento físico

pode retardar a proliferação de tumores induzidos quimicamente, tumores implantados e

tumores espontâneos.

Avaliando-se a função dos fagócitos através de um outro parâmetro, produção

de óxido nítrico por células estimuladas com LPS, uma vez que o LPS é uma endotoxina

liberada a partir da parede de bactérias gram-negativas e ótimo estimulador de macrófagos,

neste estudo, observou-se que o grupo de animais nutridos produziu mais óxido nítrico

quando comparado a produção das células dos animais desnutridos. O treinamento físico

aumentou a produção de óxido nítrico no grupo de nutridos tratados com LPS. Porém, nos

animais desnutridos, o treinamento físico não alterou a produção de óxido nítrico dos

macrófagos após tratamento com o LPS.

Vale salientar a importância da adequação nutricional durante os períodos

críticos do desenvolvimento às necessidades dos sistemas que interagem mutuamente como o

sistema imune, o sistema nervoso e o sistema endócrino. Todos estes são muito susceptíveis à

deficiência de nutrientes.

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As conseqüências da desnutrição são diversas e multifatoriais, sendo assim, os

mecanismos que influenciam o sistema imune implicam numa tarefa complexa e bastante

discutível (Queirós-Santos, 2000). De acordo com Scrimshaw e Sangiovanni (1997) a

imunidade inespecífica e a mediada por células são sensíveis à deficiência de nutrientes. É

bem conhecida a depressão da imunidade celular durante a desnutrição (CHANDRA, 1992).

Estes dados sugerem fortemente que o treinamento físico como modulador da

resposta imune atenua significativamente a intensidade das respostas orgânicas à situação de

desnutrição, uma vez que alterou os parâmetros imunes avaliados, dando algum tipo de

proteção imunitária. As células do sistema imunológico parecem apresentar mecanismos

adaptativos que permitem a melhoria da sua funcionalidade em resposta ao exercício físico

regular e de intensidade moderada.

Os estudos que relacionam o impacto da desnutrição precoce sobre os

mecanismos de defesa orgânicos são escassos, fazem-se necessários mais estudos

complementares para avaliar ou esclarecer aspectos que não foram contemplados nesta

pesquisa.

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70

7. CONCLUSÕES

A desnutrição no período de lactação seguida de recuperação nutricional

acarreta na vida adulta do animal:

. Redução do peso corporal a partir do 5o dia de vida pós-natal mantendo-se

até a vida adulta.

. Alteração da microbiota oral com aumento da quantidade de bactérias,

porém, não havendo interferência no padrão de normalidade dos tipos de bactérias,

prevalecendo os eventos referentes às bactérias aeróbias gram-positivas.

. Alteração na contagem das células sanguíneas, com redução do número

total de leucócitos e neutrófilos e elevação do número de linfócitos.

. Alteração da função das células fagocitárias, com redução da atividade

fagocítica e da produção de óxido nítrico.

O treinamento físico moderado:

. Não teve efeito sobre a microbiota dos animais nutridos.

. Promoveu recuperação nutricional mais rápida nos animais desnutridos.

. Elevou o número total de leucócitos tanto nos animais nutridos quanto nos

animais desnutridos precocemente.

. Nos desnutridos, aumentou neutrófilos mais tardiamente e esse aumento foi

mais intenso. Nos nutridos, houve elevação do número de eosinófilos e de monócitos,

porém, essa situação não foi encontrada na desnutrição.

. Melhorou a função dos macrófagos com normalização da atividade

fagocítica, porém, não da produção de óxido nítrico.

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PERSPECTIVAS

O presente estudo suscitou o interesse para investigações adicionais sobre a

desnutrição precoce e o exercício físico leve, intenso, agudo e crônico.

Estas situações poderão ser estudadas avaliando-se:

Produção de superóxido pelas células fagocitárias;

Índice de adesividade dessas células;

Análise de subpopulações linfocitárias;

Análise da microbiota oral de ratos neonatos e idosos;

Glicogênio muscular e ácido lático nas diferentes situações de treinamento;

Analise da concentração de hormônios envolvidos no eixo HPA como

corticosterona e hormônio do crescimento.

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10. ANEXOS

Publicações e trabalhos desenvolvidos

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