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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA E GESTÃO DO CONHECIMENTO Alexandre Takeshi Ueno A CONCEPÇÃO DE UM MODELO DE EMPREENDEDORISMO INOVADOR BASEADO EM CONHECIMENTO: UM ESTUDO DE CASO DO PROGRAMA SINAPSE DA INOVAÇÃO Florianópolis 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA E

GESTÃO DO CONHECIMENTO

Alexandre Takeshi Ueno

A CONCEPÇÃO DE UM MODELO DE EMPREENDEDORISMO

INOVADOR BASEADO EM CONHECIMENTO: UM ESTUDO

DE CASO DO PROGRAMA SINAPSE DA INOVAÇÃO

Florianópolis

2011

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Alexandre Takeshi Ueno

A CONCEPÇÃO DE UM MODELO DE EMPREENDEDORISMO

INOVADOR BASEADO EM CONHECIMENTO: UM ESTUDO

DE CASO DO PROGRAMA SINAPSE DA INOVAÇÃO

Dissertação submetida ao Programa de Pós-graduação em Engenharia e

Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa

Catarina para a obtenção do Grau de

Mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento.

Orientador: Prof. Neri dos Santos, Dr. Coorientadora: Profª. Andréa Valéria

Steil, Dra.

Florianópolis

2011

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Catalogação na fonte elaborada pela biblioteca da Universidade Federal de Santa Catarina

U22c

Ueno, Alexandre Takeshi.

A concepção de um modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento: o estudo de caso do Programa Sinapse

da Inovação/Alexandre Takeshi Ueno; Orientador: Neri dos

Santos – Florianópolis, 2011. 220f.: il., graf., tab., 21cm.

Inclui referências.

Trabalho de conclusão de curso (dissertação) – Universidade

Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-graduação em

Engenharia e Gestão do Conhecimento, Florianópolis, 2011. 1. Gestão do Conhecimento. 2. Organizações Intensivas em

Conhecimento. 3. Empreendedorismo Inovador. I. Santos, Neri dos. II. Título.

CDU 378.1

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Alexandre Takeshi Ueno

A CONCEPÇÃO DE UM MODELO DE EMPREENDEDORISMO

INOVADOR BASEADO EM CONHECIMENTO: UM ESTUDO

DE CASO DO PROGRAMA SINAPSE DA INOVAÇÃO

Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de

―Mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento‖, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina.

Florianópolis, 31 de maio de 2011.

________________________ Prof. Paulo Maurício Selig, Dr

Coordenador do Curso

Banca Examinadora:

________________________ Prof. Roberto Carlos dos Santos Pacheco, Dr.

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________

Prof. Gregório Vavarkis, Dr. Universidade Federal de Santa Catarina

________________________ Prof. Antônio Rogério de Souza, Dr

Universidade Federal de Santa Catarina

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AGRADECIMENTOS

O resultado desta dissertação deve-se a um conjunto de pessoas de algumas organizações que possibilitaram tornar realidade esta atividade de pesquisa.

Os agradecimentos vão para o Prof. Neri dos Santos que como orientador, ajudou desde a escolha do tema de pesquisa definitivo, além de motivar na continuidade dos estudos e inspirar na criação de uma

nova visão de futuro. A Profa. Andrea Steil que como Co-orientadora, estimulou o

aprendizado sob a ótica metodológica do trabalho e também na sua percepção humana do esforço dedicado a este estudo.

Aos Profs. Gregório Vavarkis, Roberto Pacheco e Antonio

Rogério de Souza, que aceitaram participar como membros da banca, e junto com os orientadores, contribuíram decisivamente para o enriquecimento deste trabalho.

Aos amigos do EGC, em especial a Viviane Sartori, Patrícia de Sá Freire, Elizandra, Diego, Jane, Airton e Michele que me apoiaram e

incentivaram nos estudos. Os agradecimentos também se estendem ao Prof. Carlos

Alberto Schneider e ao Leandro que como dirigentes compreendem a

importância do conhecimento e possibilitaram concluir esta dissertação. Aos amigos da CERTI, em especial ao Marcos, Felipe, José e

Césare que não mediram esforços em contribuir com as informações do

Programa sinapse da inovação. As Bibliotecárias Heloísa e Cíntia pela revisão desta dissertação e orientação das formas textuais que foram de grande valor e aprendizado.

Por fim, os agradecimentos vão para quem dedico esta dissertação, a família, minha mãe Elza, meu pai Ueno e ao meu irmão

Fábio, pelo apoio e incentivo em todas as minhas decisões e ações e a Andreia pelo companheirismo, paciência e amor nesta caminhada.

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Dedico esta dissertação a minha família sempre presente e apoiadora, e

a amada Andreia por mostrar que tudo pode ser diferente se acreditarmos.

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RESUMO

Este trabalho concebe um modelo de empreendedorismo inovador

baseado em conhecimento, verificado através de um estudo de caso do Programa Sinapse da Inovação. O propósito surge de uma pesquisa exploratória inicial, caracterizando o contexto mundial discutido neste

tema de pesquisa. Este contexto é visualizado por meio de teorias que descrevem o empreendedorismo na visão de um processo inovador e na criação de novos negócios (ROCHA; BIRKINSHAW, 2007), a gestão

do conhecimento na visão da criação do conhecimento pelas organizações (NONAKA,1991, 1994) e nas organizações intensivas em

conhecimento na visão baseada em conhecimento (NONAKA, 1994; NELSON; WINTER,1982). A partir destas bases conceituais, é organizada uma estrutura metodológica de pesquisa, baseado na

pirâmide metodológica de Schreiber (2001). Nesta visão, é realizada uma revisão de literatura, resultando num conjunto de evidências que orientam a aplicação prática, gerando um esboço do modelo conceitual

inicial. Este modelo inicial e suas evidências são verificadas sob a ótica da gestão do conhecimento por um conjunto de especialistas, utilizando

a técnica Delphi de avaliação. Baseado nesta verificação, é proposto pelo método hipotético-dedutivo, o modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, seguido da verificação da hipótese

inicial de pesquisa. Este modelo então é verificado no estudo de caso do Programa Sinapse da Inovação, por meio de uma estratégia analítica sugerida por Yin (1994) que busca relações causais entre um conjunto

de evidências teóricas e empíricas que permitem verificar o modelo proposto. A pesquisa resulta na identificação dos fenômenos que governam o empreendedorismo inovador, a realidade das organizações

intensivas em conhecimento e a proposição do modelo do empreendedorismo inovador baseado em conhecimento para aplicações

futuras. Palavras-chave: Gestão do Conhecimento. Organizações Intensivas em

Conhecimento. Empreendedorismo Inovador.

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ABSTRACT

This work aims to develop a knowledge- based innovative

entrepreneurship model, verified through a case study of the Synapse of Innovation Program. The purpose arises from an initial exploratory research, characterizing the global context discussed in this research

topic. This context is viewed through theories that describe the entrepreneurial vision of an innovative and creating new business (ROCHA; BIRKINSHAW, 2007), knowledge management in the view of

knowledge creation by the organizations (NONAKA,1991, 1994) and knowledge-intensive organizations in the knowledge-based view

(NONAKA, 1994; NELSON; WINTER,1982). From these conceptual basis, is organized methodological framework of research based on methodological pyramid of Schreiber (2001). In this view, is performed

a literature review, resulting in a body of evidence that guide the practical implementation, resulting in an initial conceptual model. This initial model and its findings are verified from the perspective of

knowledge management by a team of experts using the Delphi technique for evaluation. Based on this determination, is proposed by the

hypothetical-deductive model of innovative entrepreneurship based on knowledge, followed by verification of the initial research hypothesis. This model is then verified in the case study program synapse

innovation, through an analytical strategy suggested by Yin (1994) which seeks causal relationships that allow to verify the proposed model. The research results in the identification of phenomena that

govern the innovative entrepreneurship, the reality of organizations and knowledge-intensive model of innovative entrepreneurship based on knowledge, proposed for future applications.

Keywords: Knowledge Management. Knowledge-intensive

Organizations. Innovative Entrepreneurship.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Modelo conceitual de reconhecimento da

oportunidade................................................................................. 46 Figura 2: Mapa do empreendedorismo relacionando a conceituação, disciplinas, níveis de análise e processo

empreendedor............................................................................... 48 Figura 3: Espiral do conhecimento............................................... 58 Figura 4: Trajetória do fluxo de conhecimento na empresa......... 61

Figura 5: Pirâmide metodológica................................................. 72 Figura 6: Conceitos de compreensão da natureza e organização

da ciência social............................................................................ 73 Figura 7: Etapas do método hipotético-dedutivo segundo Popper........................................................................................... 79

Figura 8: Método da revisão sistemática...................................... 82 Figura 9: Estrutura metodológica................................................. 90 Figura 10: Mapa e escopo da literatura........................................ 93

Figura 11: Estratégia de busca...................................................... 99 Figura 12: Fluxo do processo de seleção de estudos.................... 103

Figura 13: Volume dos artigos selecionados................................ 111 Figura 14: Volume dos artigos publicados................................... 113 Figura 15: Volume de publicação anual....................................... 114

Figura 16: Esboço do modelo conceitual..................................... 120 Figura 17: Esboço do modelo de relações.................................... 121 Figura 18: Fluxo básico do método Delphi.................................. 122

Figura 19: Fluxo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento............................................................................... 131 Figura 20: Método do estudo de caso...................................... 136

Figura 21: Modelo de aceleração de empreendimentos.............. 142 Figura 22: Processo de empreendedorismo inovador................. 143

Figura 23: Etapas do Programa Sinapse edição 2009.................. 144 Figura 24: Tela ilustrativa do portal Sinapse da Inovação........... 146 Figura 25: Resultados do Programa Sinapse edição 2009.......... 147

Figura 26: Tabulação final das empresas..................................... 150 Figura 27: Aplicação do método analítico.................................... 155

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Temas abordados pelo empreendedorismo inovador.. 38

Quadro 2: Temas abordados pela literatura no contexto da Gestão do Conhecimento.............................................................. 39 Quadro 3: Temas abordados pela literatura no contexto das

organizações intensivas em conhecimento.................................. 40 Quadro 4: Empreendedorismo – concepção e abordagem teórica........................................................................................... 43

Quadro 5: Fluxo e uso das teorias de gestão do conhecimento.... 54 Quadro 6: Organização das metáforas segundo a

fundamentação teórica.................................................................. 75 Quadro 7: OKA - elementos e dimensões do conhecimento........ 85 Quadro 8: Checklist de avaliação da qualidade dos estudos........ 105

Quadro 9: Escala de avaliação da qualidade dos estudos............. 106 Quadro 10: Formulário de extração de dados............................... 108 Quadro 11: Primeiros artigos........................................................ 118

Quadro 12: Definição das questões a serem aplicadas................. 124 Quadro 13: Plano de prova-fenômeno processo de inovação....... 132

Quadro 14: Plano de prova-fenômeno dos novos negócios ou organizações................................................................................. 133 Quadro 15: Indicadores dos níveis de maturidade........................ 141

Quadro 16: Evidências de verificação do modelo........................ 156

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Resultados da busca exploratória................................. 37

Tabela 2: Busca pro revisões sistemáticas.................................... 92 Tabela 3: Seleção das bases de dados........................................... 99 Tabela 4: Levantamento da literatura........................................... 100

Tabela 5: Estudo da qualidade dos artigos................................... 110 Tabela 6: Volume de publicações................................................. 112 Tabela 7: Principais anos de publicação....................................... 115

Tabela 8: Principais autores.......................................................... 116 Tabela 9: Composição da amostra................................................ 123

Tabela 10: Resultado método Delphi........................................... 127 Tabela 11: Estatística dos resultados............................................ 146 Tabela 12: Tabulação dos resultados........................................... 148

Tabela 13: Resumo das fontes de dados...................................... 151

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................... 23

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA DE PESQUISA......... 23 1.2 QUESTÃO DE PESQUISA................................................... 26

1.2.1 Hipótese.............................................................................. 28 1.3 OBJETIVOS........................................................................... 29

1.3.1 Objetivo geral.................................................................... 29

1.3.2 Objetivos específicos.......................................................... 29 1.4 JUSTIFICATIVA................................................................... 29 1.5 ESCOPO DO TRABALHO E ADERÊNCIA AO OBJETO

DA PESQUISA............................................................................ 32 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO........................................... 32

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................... 35 2.1 REVISÃO DA LITERATURA.............................................. 35

2.1.2 Pesquisa exploratória........................................................ 35

2.2 EMPREENDEDORISMO INOVADOR............................... 42 2.3 GESTÃO DO CONHECIMENTO......................................... 54

2.3.1 Teoria da criação do conhecimento................................. 57

2.3.2 Fluxo do conhecimento....................................................... 60 2.3.3 Modelos dinâmicos de conhecimento................................. 62

2.4 ORGANIZAÇÃO INTENSIVAS EM CONHECIMENTO.. 64

2.4.1 Teoria da visão baseada em conhecimento..................... 66

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS......................... 71

3.1 PIRÂMIDE METODOLÓGICA............................................ 71

3.1.2 A visão de mundo............................................................... 73

3.1.3 As teorias............................................................................ 76

3.1.4 Os métodos......................................................................... 79

3.1.5 A ferramenta...................................................................... 83

3.1.6 As aplicações...................................................................... 86

3.2 A ESTRUTURA METODOLÓGICA................................... 88

4 CONCEPÇÃO DE MODELO................................................ 91

4.1 RESULTADOS DA REVISÃO DE LITEATURA............... 91

4.1.1 Fase 0 – Identificação da necessidade de revisão............ 91

4.1.2 Fase 1 – Mapeamento e escopo da literatura.................. 92

4.1.3 Fase 2 – Questões da revisão............................................. 97

4.1.4 Fase 3 – Identificação da pesquisa................................... 98

4.1.5 Fase 4 – Seleção de estudos.............................................. 101

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4.1.6 Fase 5 – Avaliação da qualidade dos estudos.................. 104

4.1.7 Fase 6 – Extração de dados............................................... 107

4.1.8 Fase 7 – Síntese dos dados................................................. 109

4.1.9 Fase 8 – Relato e recomendações..................................... 109

4.1.9.1 Contexto e objetivos......................................................... 109 4.1.9.2 Composição das obras..................................................... 110 4.1.9.3 Volume de publicações..................................................... 111

4.1.9.4 Volume de artigos publicados.......................................... 112 4.1.9.5 Principais anos de publicação......................................... 113 4.1.9.6 Principais autores............................................................ 115

4.1.9.7 Primeiros artigos............................................................. 117

4.1.10 Fase 9 – Gerando evidência para a prática................... 118

4.2 AVALIAÇÃO DOS ESPECIALISTAS................................. 121

4.2.1 Painel de especialistas........................................................ 122

4.2.2 Questionário....................................................................... 123

4.2.3 Rodadas de aplicação........................................................ 127

4.2.4 Resultados.......................................................................... 127 4.3 PROPOSIÇÃO DO MODELO.............................................. 129

4.3.1 Verificação da hipótese..................................................... 131

4.3.2 Teste de falseamento da hipótese..................................... 134

5 ESTUDO DE CASO................................................................ 135 5.1 MÉTODO DO ESTUDO DE CASO....................................... 135

5.1.1 Etapas do método................................................................ 136

5.2 O PROGRAMA SINAPSE DA INOVAÇÃO........................ 138

5.2.1 Objetivos do programa...................................................... 139

5.2.2 Base metodológica............................................................... 139

5.2.3 Operação 2009..................................................................... 143

5.2.4 Resultados........................................................................... 146 5.3 ANÁLISE E RESULTADOS.................................................. 147

5.3.1 Coleta dos dados................................................................. 147 5.3.1.1 Princípio da multiplicidade de provas.............................. 147

5.3.1.2 Princípio da formação de base de dados.......................... 151 5.3.1.3 Princípio da cadeia de evidências..................................... 152

5.3.2 Análise e interpretação dos dados..................................... 154

5.3.2.1 Categoria Indivíduos e oportunidades.............................. 157 5.3.2.2 Categoria Processo de Inovação....................................... 157 5.3.2.3 Categoria Novos negócios ou empresas............................ 157

5.3.2.4 Categoria Ciclo de conhecimento (SECI)......................... 158 5.3.2.5 Categoria Empresas intensivas em conhecimento............ 158

5.3.2.6 Categoria Empreendedor.................................................. 159

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6 CONCLUSÕES E RECOMNEDAÇÕES.............................. 160 6.1.RECOMENDAÇÕES ............................................................ 163

REFERÊNCIAS........................................................................... 164

Apêndice A - Lista dos artigos incluídos na revisão................. 194

Apêndice B - Quadro de evidências.................................................... 206

Apêndice C - Questionário de Avaliação Delphi....................... 214

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1 INTRODUÇÃO

Este capítulo apresenta o contexto do tema pesquisa, segundo

estudos recentes e amplos que estruturam uma visão inicial sobre o empreendedorismo inovador e suas aplicações, permitindo caracterizar o problema que dá origem a esta pesquisa. O capítulo descreve ainda o

propósito deste estudo, a visão interdisciplinar da proposta e a estrutura de desenvolvimento do trabalho.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA DE PESQUISA

O panorama mundial do empreendedorismo aponta que países americanos e do oeste europeu estão posicionados na chamada economia impulsionada pela inovação, enquanto os países latino-

americanos, caribenhos e do leste europeu posicionam-se na chamada economia impulsionada pela eficiência segundo o Global Entrepreneurship Monitor Report

1 (GEM) (KELLEY; BOSMA;

AMORÓS, 2011). Enquanto a economia impulsionada pela eficiência é

caracterizada pelo desenvolvimento, industrialização e o aumento da economia de escala, predominando grandes organizações intensivas em capital, a economia impulsionada pela inovação é caracterizada pelos

negócios que são mais intensivos em conhecimento, destacando o crescimento do setor de serviços (KELLEY; BOSMA; AMORÓS, 2011).

Na economia impulsionada pela inovação, portanto, as organizações estão cada vez mais envolvidas e experimentando uma variedade de melhorias associadas à P&D e intensificando as atividades

de conhecimento, indicando que as instituições geradoras de conhecimento estão crescendo fortemente nesta economia (KELLEY;

BOSMA; AMORÓS, 2011). A relação entre inovação, conhecimento e gestão do

conhecimento é abordada na literatura através da mudança de formas de

trabalho (EDGAR et al., 2002; SHIN; LEE, 2010), métricas para a inovação (ADAMS; BESSANT; PHELPS, 2006), aprendizado organizacional (DASGUPTA; GUPTA, 2009), modelos de inovação

organizacional (CROSSAN; APAYDIN, 2010), comunidades de prática

1 GEM Global Report é um estudo anual sobre empreendedorismo, realizado

mundialmente pela escola de empreendedorismo da Babson College, utilizando survey como instrumento de pesquisa nas organizações.

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(HILDRETH, 2004) e relevância para os negócios (GURTEEN, 1998).

Esta evidência de relação é reforçada pelo GII - Global Innovation Index 2009-10 report

2 (2010, p. 09), que define a inovação

como a ―aplicação do conhecimento em uma nova forma, inicialmente para benefícios econômicos‖. O GII (2010, p. 25) reforça ainda que um dos resultados gerados pela inovação se refere aos resultados científicos

que abrangem variáveis como o ―número de patentes, o número de publicações científicas, crescimento do emprego, produtividade, taxas de empreendedorismo e trabalhadores em setores intensivos em

conhecimento‖. O GII (2010) ainda aponta que este resultado da inovação está

associado diretamente a três fatores que podem ser traduzidos como indicadores essenciais para métrica destes resultados. O primeiro fator é a criação do conhecimento, medido pelas patentes, publicações, local de

pesquisa especializada e capacidade de inovação, o segundo fator é a aplicação do conhecimento, medido pela produtividade, valor adicionado na indústria, sofisticação do processo produtivo e força de

trabalho nos serviços intensivos em conhecimento e, finalmente o terceiro fator é a exportação e emprego, medido pelo volume de alta

tecnologia exportado, ao empreendedorismo e a taxa de novos negócios. Esta realidade que associa a relação entre inovação e

empreendedorismo, pode ser observada também na literatura por

diversos autores (SHANE; VENKATARAMAN, 2000; HAGEDOORN, 1996; KURZ, 2008; WENNEKERS; THURIK, 1999; BROWN, 2007; DEJARDIN, 2010; ALVAREZ, BARNEY, YOUNG, 2010; LASSEN,

1999; DI GREGORIO, 2005; LANDSTROM, 2008; FALTIN, 1999; 1998; KURATKO; HORNSBY, 2006; HILDRETH; KIMBLE, 2004) ao citar que estes termos são historicamente debatidos e estão intimamente

inter-relacionados (SCHUMPETER, 1934). É neste contexto interdisciplinar que o conhecimento o

empreendedorismo e a inovação são abordados, e segundo Brunn (2005, p. 168) ―a geração de novos conhecimentos nas chamadas economias baseadas em conhecimento, tem tomado lugar quando as metas de

pesquisa básica e pesquisa aplicada se encontram‖. Diante deste fato, a necessidade atual das organizações foca a

permanente busca de oportunidades e ideias que estimulem a dinâmica

competitiva, materializando o termo Empreendedorismo Corporativo

2 GII Global Innovation Index 2009-10 Report é uma pesquisa realizada pelo

INSEAD com o propósito de avaliar o nível de inovação mundial e seu papel na economia do conhecimento.

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junto às organizações (CANINA; PALACIOS; DEVECE; 2010;

ALVAREZ; BARNEY; YOUNG, 2010; ANTONCIC; ZORN, 2004; RAMACHANDRAN; DEVARAJAN; RAY, 2006; ÁLVAREZ;

MERINO, 2010; SHORT et al. 2009). A aplicação deste conceito é tratada pela literatura como

Empreendedorismo Inovador, que descreve a geração e o

desenvolvimento de ideias, incorporando atividades econômicas, sociais e artísticas num contexto coerente de criatividade, especialmente em ambientes de mudança e incertezas, criando novas oportunidades

(FALTIN, 2008, 1999; KARLSSON, 2008). O empreendedorismo inovador surge então como tema recente,

discutido e experimentado desde a formação de políticas públicas (CUKIER, 2006; CAREY, 2006), na pesquisa acadêmica (REINIKAINEN; FALLAST, 2006; FILION, 2008, 1998), na formação

de competências empreendedoras (FALTIN, 1999; FILION, 1998), e nos estudos de caso (INTERNATIONAL TRADE CENTRE, 2009; ISLATEC, 2008; MILIUS; SARKIENE, 2008; AHMED, 2008).

A literatura ainda aponta que há uma interação positiva entre o empreendedorismo inovador e o crescimento econômico, destacando o

importante papel das universidades na criação do conhecimento (CARLSSON et al., 2009), o talento dos indivíduos que desenvolvem atividades empreendedoras (DEJARDIN, 2000), o uso do conhecimento

no desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços (KOLLMANN; STÖCKMANN, 2007), a cultura empreendedora principalmente nos momentos de recessão (DORNELAS et al., 2007), a

criação sistemática de valor por meio da prática (PRAAG; VERSLOOT, 2007) e a intensificação das iniciativas mundiais neste tema (CUKIER, 2006).

Este crescimento resulta nas organizações, a transformação de seus negócios tradicionais em negócios baseados em conhecimento

(GORMAN; MCCARTHY, 2005), através de uma rápida mudança em sua estrutura, estratégias de negócio, formas de gestão e relacionamento (ROSSETTI et al., 2008).

Tais mudanças atribuem características organizacionais que fortalecem a prática do empreendedorismo inovador, tanto para criar novos processos de incubação empresarial (HACKETT; DILTS, 2004;

PHIPPLE; PETERSON, 2009) como para criar novas empresas (DAVIDSSON; WIKLUND, 2001). O tema enfrenta ainda dificuldades

idênticas a qualquer empresa nascente (KAWAGOE, 2000), além das críticas da escola empreendedora clássica ao avaliar a relação sobrevivência versus crescimento (SANTARELLI; VIVARELLI, 2006).

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1.2 QUESTÃO DE PESQUISA

Esta visão da inovação sobre o empreendedorismo pode ser

atribuída a um conjunto de fatores. O primeiro destes fatores compreende aspectos comportamentais, caracterizados pelas diferenças entre as gerações de empreendedores, muitas vezes confundida com seu

envelhecimento, educação ou experiência de trabalho. O que ocorre é que as gerações são introduzidas no mundo do trabalho em diferentes tempos e, portanto, o significado do trabalho é diferente para cada

geração (FILION et al., 2010). O segundo fator é o modo de criar negócios, introduzindo a

inovação na consolidação do conceito empreendedorismo, com o propósito de buscar a criação de coisas novas e diferentes. Este modo de estudo do empreendedorismo pouco se relaciona com a visão tradicional

do empreendedor como organizador da empresa, criando uma diferença importante com o empreendedor inovador (FILION et al., 2008).

O terceiro fator é o esforço crescente no desenvolvimento de

ambientes propícios a inovação, seja nas instituições de ciência e tecnologia, no governo e principalmente nas organizações de economias

emergentes que atuam como palco dessa transformação (LI; KOZHIKODE, 2008; QUINTANA-GÁRCIA; BENAVIDES-VELASCO, 2008).

A literatura também aponta, que estes fatores relacionados a pessoas ou comportamento, ao negócio ou a inovação e ao ambiente organizacional, também estão presentes nas organizações intensivas em

conhecimento (STARBUCK, 1992; BLACKLER, 2005; KARREMAN et al., 2002; CHOO, 2006; GREY; STURDY, 2006) e representam suas principais fontes de vantagem competitiva (RAMSTAD, 2008).

Contudo, o empreendedorismo inovador nestas organizações, é de natureza predominantemente empírica, gerando conflitos permanentes

entre o ―saber‖ como parte da experiência e o ―conhecimento‖ como parte dos ativos econômicos (CHOI; LEE, 2003; HOLSAPPLE; JOSHI, 2002; SCARBROUGH, 1999; REINIKAINEN; FALLAST, 2005).

Lee et al. (2010) aponta que a lacuna em promover a inovação com base no conhecimento está em identificar, na essência, os elementos chave do sistema de negócio e das características

empreendedoras da organização. É neste contexto que surgem estratégias emergentes, criando novas formas de desenvolver o negócio

e de rever conceitos (FILION et al., 2010). Esta tendência pode ser observada no cenário mundial, através

de dois amplos estudos sobre o tema. O primeiro estudo do International

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Trade Centre (2009), aponta o empreendedorismo inovador como um

tema nascente em 18 economias em desenvolvimento, tomando como base o conhecimento e a criatividade. O segundo estudo do Islatec

(2010), apresenta a expansão da cultura do empreendedorismo inovador em oito países da União Europeia, destacando-se a transferência do conhecimento e de métodos para prática empreendedora no surgimento

de empresas de tecnologia. As iniciativas também atingem o Brasil numa abordagem ampla

conhecida como ambientes de inovação, que Labiak et al. (2009)

redefinem como ambientes de empreendedorismo inovador ao tratar o fluxo de conhecimento existente ou propícios nestes ambientes como

base para as políticas públicas. Labiak et al. (2009, p. 26) caracteriza que estes ambientes

citando: ―ambientes são formados pelas pré-incubadoras, incubadoras de empresas, parques científico e

tecnológico, cidade intensiva em conhecimento,

pólos de competitividade e sistema regional de

inovação, que possuem características comuns de interação entre universidades, centros de pesquisa e

empresas inovadoras na criação de novos negócios‖.

Schlemm & Duclós (apud Parolin & Volpato, 2008) apontam

em seu estudo, que um aspecto determinante para a alta taxa de mortalidade das empresas nascentes, é a falta de uma gestão estratégica do conhecimento capaz de oferecer alternativas de decisão para o

desenvolvimento destas empresas. Desta forma, embora a prática do empreendedorismo inovador

esteja estabelecida e ainda exista consenso do conhecimento como fator

de competitividade, a maioria das pesquisas de gestão do conhecimento neste tema, apontam para a investigação dos fatores processo,

desempenho e facilitadores de forma isolada e numa estrutura dispersa (ASSUDANI, 2009; LEE; CHOI, 2003; HOLSAPPLE; SIGN, 2001).

Este fato é também observado por diversos autores que

buscaram através de estudos, em sua maioria empíricos, a proposição de modelos fragmentados que buscam explicar as interações entre os potenciais empreendedores (REINIKAINEN; FALLAST, 2005), a

indústria e o desenvolvimento econômico (CAREY, 2010), as políticas públicas (CUCKIER, 2006), os aspectos de criatividade (NESTA,

2007), desenvolvimento de negócios (GOPAL; SHETTY, 2006; MARCH; YAGÜE, 1997), boas práticas (LEHRER, NELL; GÄRBER, 2009), estratégias e capacidades de inovação (LIU; MANOLOVA;

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EDELMAN, 2010; XIA; ROPER, 2008) e a pesquisa e desenvolvimento

(JAN; CHEN, 2006; RADOSEVIC, 2003; WATANABE; KISHIOKA; NAGAMATSU, 2004).

Outros autores abordam os modelos no contexto de um quadro de referência que buscam explicar aspectos como o comportamento do empreendedor individual e o empreendedorismo corporativo

(SCIASCIA et al, 2006), o processo de gestão da inovação neste contexto (LIU; WHITE, 2001; MICHALSKI, 2004), modelos de negócios inovadores (MALHOTRA, 2000) e a formação de

empreendimentos a partir de universidades (EUN, LEE; WU, 2006; GOMES, PLONSKI, SALERNO apud PAROLIN & VOLPATO, 2008).

Liu; Manolova e Edelman (2010) também abordam que grande parte dos estudos no contexto do empreendedorismo inovador está relacionada a um contexto já pesquisado baseados em recursos ou ativos

tangíveis. Já os recursos intangíveis como o conhecimento podem desempenhar um importante papel e até o momento, permanecem pouco explorado na orientação empreendedora.

É neste contexto de um conjunto de inciativas e carência de uma abordagem sistêmica do empreendedorismo inovador baseado em

conhecimento, que surge então o problema de pesquisa: Como conceber um modelo de empreendedorismo inovador em

organizações intensivas em conhecimento?

1.2.1 Hipótese

Para Lakatos & Marconi (2010, p. 140) a ―resposta suposta, provável e provisória‖ desta questão é um ―enunciado de relações entre

fatos e fenômenos‖ de caráter explicativo ou preditivo, compatível com o conhecimento científico e passível de verificação empírica.

Gil (2010, p. 41) corrobora com esta visão, ao apontar que além

de sugerir a explicação dos fatos, as hipóteses ―conduzem a verificação empírica que é o propósito da pesquisa científica‖.

A hipótese formulada neste estudo, busca então antecipar a ―comprovação da realidade‖, propondo uma ―resposta para o problema‖ (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 144). Sua elaboração utiliza como

fonte a ―observação‖, ―comparação com outros estudos‖ (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 159) e experiência pessoal (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 161) e é assim enunciada:

Com base nas concepções do empreendedorismo como um processo de inovação e como criador de organizações (ROCHA;

BIRKINSHAW, 2007), na teoria de criação de conhecimento na

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empresa (NONAKA, 1991) e na visão baseada no conhecimento

(NONAKA, 1991; 1994; NELSON; WINTER, 1982) é possível identificar os constructos que concebem o modelo de

empreendedorismo inovador para as organizações intensivas em conhecimento.

1.3 OBJETIVOS

Nesta seção apresenta-se os objetivos (geral e específicos)

delineados para a pesquisa em questão..

1.3.1 Objetivo Geral

Conceber um modelo de empreendedorismo inovador em

organizações intensivas em conhecimento.

1.3.2 Objetivos Específicos

a) Identificar os postulados que governam o fenômeno

empreendedorismo inovador; b) Conhecer a realidade das empresas em que o modelo

será verificado; c) Conceber o modelo de empreendedorismo inovador

com base em conhecimento;

d) Verificar o modelo proposto utilizando o estudo de caso do Programa Sinapse da Inovação.

1.4 JUSTIFICATIVA

Este estudo investiga a concepção de um modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, pois como tema nascente nas organizações, é raro encontrar estudos com esta

abordagem. As organizações em que o conhecimento é efetivo, pela

incorporação dos processos de gestão do conhecimento no contexto organizacional (SMITS; MOOR, 2004), diferenciam-se das demais organizações por apresentar o ―conhecimento como ativo mais

significante‖ que o capital e o trabalho (RYLANDER; PEPPARD, 2005, p. 04), caracterizando-se pelo alto nível de qualificação dos seus trabalhadores (STARBUCK, 1992; ALVESSON, 2000).

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Nestas organizações, em que novos conhecimentos são criados

e disseminados amplamente e, rapidamente incorporados sob forma de novas tecnologias e produtos, Nonaka (1991, p. 96) afirma que estas

―atividades, intensivas em conhecimento, caracterizam uma organização em que seu negócio é a contínua inovação‖. Esta capacidade de inovar das organizações, segundo Trott & Hoecht (apud HANDBOOK OF

RESEARCH ON KNOWLEDGE-INTENSIVE ORGANIZATIONS, 2009, p. 58) é ―altamente dependente do conhecimento acumulado construído em anos de experiência‖. A visão também é compartilhada

por Gurteen (1998, p. 06) ao mencionar que criatividade e inovação são ―partes de um processo em que o conhecimento é transformado em valor

para o negócio‖, apontando que a ―criatividade está focada na geração de ideias e a inovação propõe colocá-las em ação‖.

A fonte das ideias é para Nonaka (1994, p. 15), é resultado de

um ―diálogo permanente entre os conhecimentos explícito e tácito que direcionam a criação de novas ideias e conceitos‖.

O problema das ideias apontado por Gurteen (1998, p. 10) é que

são mal preparadas e contraditórias em sua fase inicial, necessitando serem tratadas para ―atender a uma oportunidade‖. Desta forma, a

oportunidade é considerada um conceito essencial para a prática empreendedora, e por suas características de transiência, dificuldade de detectar ou criar, é alvo de inúmeros estudos (SHORT et al., 2009).

A ―descoberta destas oportunidades e a mobilização de recursos como o conhecimento‖ compreendem sob a ―ótica do empreendedorismo inovador‖, um importante papel para promover a

inovação (FREEL; JONG, 2009, p. 875). É neste contexto que a literatura aborda o tema, sob forma de

recomendações, importância e necessidade, porém ainda carente de um

artefato que propõe uma abordagem sistêmica do assunto, apontando que este estudo é relevante para o tema proposto.

Outro aspecto que a literatura apresenta é a carência de um conceito do empreendedorismo inovador baseado em conhecimento. A abordagem refere-se às disciplinas de inovação e empreendedorismo

tratando-as de forma isolada, embora seja comum encontrar citações apontando a relevância entre ambas. Este contexto é reforçado na revisão sistemática realizada por Crossan e Apaydin (2009, p. 24) ao

identificar que ―apenas 10% de um grupo de 13.000 papers sobre o empreendedor, referia-se a inovação‖.

Os estudos neste contexto reforçam modelos de empreendedorismo corporativo, que tratam da implantação do empreendedorismo transcultural (ENGELEN; HEINEMAN; BRETTEL

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et al., 2008), da geração de receita operacional (WOLCOTT; LIPPITZ,

2007), desenvolvimento de competências (HAYTON; KELLEY, 2006), dinâmicas organizacionais (FURST, 2005), comportamento

empreendedor (KURATKO; HORNSBT, 2006) e processos empreendedores originados pela oportunidade (DREISLER, 2007).

O desenvolvimento deste tema nas organizações caminha, por

um lado, buscando melhorias incrementais em seus processos, produtos e serviços. Por outro lado, incentivam cada vez mais a expansão de atividades empresariais e o surgimento de novos negócios e

empreendimentos pela exploração das ideias e oportunidades (HAYTON; KELLEY, 2006).

A investigação proposta nesta pesquisa busca sua originalidade ao caracterizar o conceito de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, identificando o contexto em que o termo é utilizado.

Como um conceito emergente, o tema representa uma realidade existente e concreta, em muitos momentos conflitantes e até antagônicos em suas disciplinas de origem.

Desta forma, a dificuldade em tratar o tema requer uma abordagem em que o método de pesquisa é suscetível de fazer com que

duas ou mais disciplinas interajam entre si (SOMMERMAN, 2005, p. 30), e que segundo COIMBRA, ―interdisciplinar consiste num tema, objeto ou abordagem em que duas ou mais disciplinas estabelecem

vínculos entre si para se obter um conhecimento mais abrangente, unificado e diversificado‖.

Esta abordagem interdisciplinar, busca pela compreensão deste

fenômeno e a revisão do status quo, propondo uma forma de mudá-lo ao conceber e implantar um modelo e avaliá-lo segundo um estudo de caso, partindo de uma visão funcionalista da realidade, conforme o quadro de

análise de Morgan (1980) e Burrel e Morgan (1979). A pesquisa busca então, formar um corpo de conhecimento

relativo ao projeto de um artefato (modelo) e o planejamento da sua realização (concepção) a luz do conhecimento científico (BUNGE, 1985 apud CUPANI, 2006), caracterizando-a de natureza Tecnológica.

Espera-se com este estudo, criar contribuições teóricas para as teorias do empreendedorismo como um processo de inovação e do empreendedorismo como criador de novos negócios e empresas, através

do modelo do empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, além das contribuições práticas obtidas pela sua validação segundo um

estudo de caso.

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1.5 ESCOPO DO TRABALHO E ADERÊNCIA AO OBJETO DA

PESQUISA

A realização desta pesquisa propõe uma abordagem sistêmica focada na concepção de um modelo de empreendedorismo inovador, para as organizações intensivas em conhecimento. Este modelo é

avaliado nas empresas que participaram do Programa Sinapse da Inovação que será alvo do estudo de caso, permitindo avaliar a proposta com os resultados empíricos já obtidos.

A verificação do modelo é de natureza teórica, utilizando o método do estudo de caso e apoiado na técnica Delphi junto a

especialistas para avaliar os impactos da conceituação de uma situação em relação a outras, influenciando a construção de uma nova realidade (SCHEELE, 2007). Desta forma, observa-se que estudo requer uma

visão mais distinta, ao integrar objetivos, procedimentos e atividades visando à troca, o diálogo, o conhecimento conexo e não mais compartimentalizado das disciplinas (CARDOSO et al., 2008).

O problema de pesquisa envolve o estudo dos temas empreendedorismo, gestão do conhecimento e organizações intensivas

em conhecimento interagindo entre si, caracterizando vínculos que buscam obter um conhecimento mais abrangente, unificado e diversificado, provocando intercâmbios reais, recíprocos e de

enriquecimento mútuo na concepção do modelo (SOMMERMAN, 2008). Neste sentido, o ―desenvolvimento do artefato baseado nestas disciplinas, possibilita gerar novos conhecimentos‖ aliados as

necessidades intelectuais, motivacionais e emocionais que conduzem as pessoas a ação, caracterizando a interdisciplinaridade desta proposta (BRUN, 2005 p.169).

Na visão interdisciplinar desta dissertação o conhecimento é o principal fator de pesquisa e desenvolvimento de um artefato, tomando

como base teórico-metodológica, originada nas disciplinas que envolvem os temas de pesquisa abordados. Entende-se então, que o corpo de conhecimentos gerados a partir desta proposta, ao utilizar e

integrar os conceitos, métodos e técnicas das disciplinas neste processo de pesquisa, caracteriza a aderência do objeto de pesquisa ao programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

Após o capítulo introdutório, este trabalho inicia com o

Capítulo 2 que descreve a fundamentação teórica sobre o

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empreendedorismo inovador no contexto da gestão do conhecimento e

seu comportamento junto às organizações intensivas em conhecimento. O capítulo é referenciado segundo uma revisão exploratória em

cada um dos temas abordados, buscando identificar os principais tópicos atualmente citados pela literatura. Estes tópicos são organizados em categorias e descritos conforme suas características, apresentando além

da situação atual, as principais tendências no tema. Nesta etapa da pesquisa, a revisão exploratória de literatura é

conduzida com a máxima amplitude de fontes de busca, tanto em fontes

primárias como secundárias. Esta abordagem inicial é recomendada para se ―obter uma visão mais ampla sobre o tema, as discussões, críticas e as

lacunas de conhecimento existentes, permitindo organizar o tema para novas pesquisas‖ (KHAN et al., 2001, p. 06).

Com base neste mapeamento, são fundamentadas as teorias que

governam os fenômenos segundo os temas apresentados, caracterizando as abordagens teóricas dos autores, reforçando a motivação desta pesquisa.

A investigação é conduzida por meio de procedimentos metodológicos descritos no Capítulo 3, seguindo a pirâmide

metodológica de Schreiber et al. (2002). A pirâmide inicia pela visão de mundo funcionalista da realidade descrito por Morgan (1980), seguido das teorias de gestão do conhecimento, empreendedorismo inovador e

organizações intensivas em conhecimento. Utiliza como método científico o hipotético–dedutivo, a busca sistemática de literatura e a ferramenta Delphi para a concepção do modelo de empreendedorismo

inovador baseado em conhecimento. A metodologia prevê a verificação do modelo pelo método do estudo de caso aplicado no Programa Sinapse da Inovação, edição 2009 e 2010.

Este capítulo apresenta as razões do paradigma utilizado, contextualizando os temas Gestão do conhecimento segundo a teoria da

criação de valor nas empresas descrita por Nonaka, Toyama e Hirata (2008), o Empreendedorismo inovador segundo a teoria do empreendedorismo como um processos de inovação e como criador de

negócios ou organizações descritos por Rocha & Birkshaw (2007) e, finalmente as organizações intensivas em conhecimento, segundo a visão baseada em conhecimento e dos sistemas de inovação (NONAKA,

1991; 1994; OCDE, 2006; NELSON; WINTER, 1982). O método hipotético-dedutivo parte da hipótese, estruturando as

conjecturas a serem verificadas. É organizado pela busca sistemática de literatura que propõe uma pesquisa planejada e com métodos explícitos.

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A ferramenta Delphi é referenciada por um questionário,

orientado pelas dimensões sugeridas pelo método Organizational Knowledge Assessment (OKA), do Banco mundial (FONSECA;

FRESNEDA, 2010) a ser aplicado na concepção do modelo. O emprego da técnica utiliza a combinação do Delphi

tradicional, utilizando um questionário de pesquisa e do Delphi

conference que permite avaliar em tempo real os resultados dos grupos. O capítulo 4 apresenta os resultados obtidos por meio dos

procedimentos metodológicos, tanto na forma quantitativa quanto na

qualitativa, atendendo os objetivos específicos estabelecidos nesta pesquisa. Será ainda apresentada, a interpretação destes resultados

seguindo a metodologia, com o propósito de formar a base de conhecimento necessária para concepção do modelo. Ao final do capítulo é proposto o modelo de Empreendedorismo inovador baseado

em conhecimento, os constructos e sua dinâmica junto às organizações intensivas em conhecimento.

O modelo então concebido é inserido no contexto do estudo de

caso do Programa Sinapse da Inovação como discutido no Capítulo 5, que apresenta as ações, o método empírico utilizado e os resultados

obtidos. O estudo de caso é conduzido segundo a referência de Petigrew (1997) ao apontar os propósitos analíticos deste método. Neste contexto, o ―estudo de caso busca incialmente identificar os padrões de processo e

compará-lo ao caso em estudo, definindo mecanismos que reproduzem estes padrões observados‖ (PETTIGREW, 1997, p. 339) com o propósito de estabelecer uma base inicial para a ―generalização

científica‖. Desta forma, a verificação do modelo proposto, pode ser vista pela ótica destes autores, como um resultado significativo por avaliar o impacto da concepção de uma situação sobre outras e a

influência das diversas construções da realidade pelos especialistas (LINSTONE; TUROFF, 2002).

Os protocolos de pesquisa e os instrumentos de pesquisa são também apresentados e disponibilizados para evidência da verificação.

Por fim, no Capítulo 6 são apresentadas as considerações finais

que retratam os aspectos encontrados para a realização desta pesquisa, segundo o feedback sugerido na pirâmide metodológica de Schreiber et al. (2000) em todas as suas camadas, as contribuições teóricas e

empíricas observadas na pesquisa, e as necessidades de revisão e recomendações futuras.

A parte final da dissertação apresenta a bibliografia utilizada nesta pesquisa, seguida pelos anexos que contém os instrumentos utilizados e os resultados tabulados.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As bases teóricas da pesquisa são apresentadas neste capítulo,

com o propósito de identificar as abordagens tratadas na literatura sobre o empreendedorismo inovador a gestão de conhecimento e as organizações intensivas em conhecimento.

A discussão apresentada neste capítulo permite identificar diversos temas tratados pela literatura sobre o empreendedorismo inovador, como um tema de pesquisa interdisciplinar e contemporâneo.

Este conjunto de temas orienta as teorias que caracterizam estes fenômenos, fundamentando a abordagem proposta nesta dissertação.

2.1 REVISÃO DA LITERATURA

A revisão de literatura inicial desta pesquisa é apresentada na forma exploratória utilizando apenas a busca sistemática de literatura, com o propósito de identificar outros estudos baseados em revisões

sistemáticas. Esta estratégia busca identificar estudos completos e organizados sob uma visão estruturada e contextualizada com análises e

interpretações relevantes para o esta pesquisa.

2.1.2 Pesquisa exploratória

A pesquisa conduzida nesta dissertação parte de um conjunto de

bibliografias identificadas na literatura, com o propósito de obter maior familiaridade com o problema identificado no tema de pesquisa.

Segundo Gil (2010) a pesquisa do tipo exploratória visa além de

explicitar o problema, suportar a construção das hipóteses como passo inicial de toda pesquisa. Desta forma, foi utilizado o procedimento da pesquisa bibliográfica utilizando como fonte os materiais publicados em

periódicos especializados, focando principalmente os artigos. Este procedimento utiliza inicialmente as bases eletrônicas

multidisciplinares do Periódico Capes3, que é considerado segundo o

Portal da Capes, ―um modelo de consórcio de bibliotecas único no mundo‖ para prover acesso às produções científicas pelas instituições de

pesquisa.

3 Periódico Capes - é uma biblioteca virtual que reúne e disponibiliza a

instituições de ensino e pesquisa no Brasil, por meio da democratização do

acesso online à informação científica internacional de alto nível. http://www.periodicos.capes.gov.br, acessado em 08/05/2010.

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De forma complementar, foram coletados outros materiais

relacionado ao tema de maneira não estruturada, incluindo documentos sugeridos, artigos disponibilizados, documentos internos, troca de

informação com os especialistas do Programa Sinapse da Inovação e empreendedores.

A pesquisa foi então organizada utilizando o sistema de busca

avançada do Periódico Capes, junto às bases multidisciplinares pelas características dos temas abordados.

As palavras chave utilizadas na busca, compuseram para os

temas abordados, a seguintes estratégias:

Empreendedorismo Inovador: Resultados combinados para "Todos os campos=("innovative

entrepreneurship") E Todos os campos=("systematic review") OU Todos os campos=("literature review") OU Todos os campos=(meta*)"

Gestão do conhecimento: Resultados combinados para "Todos os campos=("knowledge

management") E Todos os campos=("systematic review") OU Todos os campos=("literature review") OU Todos os campos=(meta*)"

Organizações intensivas em conhecimento: Resultados combinados para "Todos os campos=(knowledge

intensive organization) E Todos os campos=("systematic review") OU

Todos os campos=("literature review") OU Todos os campos=(meta*)" Os resultados da busca são então organizados conforme a tabela

1:

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Tabela 1: Resultados da busca exploratória.

Áreas da Pesquisa Gestão do

Conhecimento

Organizações

Intensivas em

Conhecimento

Empreendedorismo

Inovador

Periódico Capes

a) Estudos Recuperados 267 232 236

b) Estudos Relevantes 23 31 20

Fontes aleatórias

a) Estudos Recuperados 312 219 249

b) Estudos selecionados 74 35 108

Total de Estudos 97 66 128

Fonte: Adaptado pelo autor de Periódico Capes, disponível em:

http://www.periodicos.capes.gov.br/ , acessado em 18/05/2001 e fontes aleatórias.

A pesquisa resultou em um total de 291 estudos que foram utilizados nesta pesquisa exploratória inicial, como forma de ―proporcionar uma visão geral, do tipo aproximativo‖ sobre os temas

abordados, ―especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado‖ (GIL, 2010, p. 27).

Tais estudos foram avaliados e organizados em grupos que

caracterizam os temas abordados na literatura encontrada, criando um compêndio de fatos que segundo Marconi e Lakatos (2010), precisam

estar classificados segundo princípios ou teorias para produzir a ciência. A relação entre os fatos e teorias e vice versa, sob a ótica da

ciência, acontece à medida que uma ―observação empiricamente

verificada‖ (fato) relacionado a outros fatos e sua ordenação refere-se a uma teoria (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 99).

Desta forma, são apresentados nos quadros 1, 2 e 3, os

resultados da pesquisa exploratória enquanto fatos, seguido nos subcapítulos, a relação com as teorias de cada tema estudado.

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Empreendedorismo Inovador

Temas Autores

Processo criativo para formação

de novos negócios e geração da

inovação

Hackett e Dills (2004); Whipple e Peterson (2009);

Hayward et al. (2009); Montuori (2005); Turcan et

al. (2009); Allan e Madden (2002); Rossetti et al.

(2008); Reinikainen e Fallast (2006) ; Gorman e

Mccarthy (2005); Sim e Duffy (2004); Kawagoe

(2000); Davidsson e Wiklund (2001); Santarelli e

Vivarelli (2007).

Modelos de empreendedorismo fortalecendo a criação e a relação

entre empreendimentos internos e

externos a organização

Engelen, Heinemann e Brettel (2008); Hayton e

Kelley (2006); Brizek (2003); Kuratko e Hornsby

(2006); Furst (2005); Tseng (2010); Pozzebon;

Pinsonneault (2003); Wolcott e Lippitz (2007);

Dreisler (2007); Milius e Sarkiene (2008);

Dimitratos et al. (2010); Opora Russia (2006).

Relação de instituições

empreendedoras com ciência,

academia e indústria, região e país.

Eliasson e Henrekson (2004); Soogard (2007);

Verheul et al. (2002); Praag e Versloot (2007);

Dejardin (2000); Dornelas, Postigo e Setuain

(2005); Carlsson et al. (2009); Landström (2005);

Quéré (2003); Cukier (2006); Bercovitz e

Feldmann (2005); Hsu, Roberts e Eesley (2006);

Oliveira et al. (2006); Filion et al. (2008);

Anprotec (2009).

Busca competitiva de oportunidades e

internacionalização de negócios

Canina, Palacios e Devece (2010); Alvarez, Barney e Young (2010); Antoncic e Zorn (2004);

Ramachandran, Devarajan e Ray (2006); Álvarez e

Merino (2010); Short et al. (2009).

Empreendedorismo como

estratégia de inovação e

crescimento

Lee (2006); Scheepers, Hough e Bloom (2008);

Kollmann e Stöckmann (2007); Kelley et al.

(2002); Michalski (2004); Lassen (2007); Kraus

(2009); Bowen, Rostami e Steel (2009);

Hagedoorn (1996); Lee (2009); Baumol (2007);

Ibrahim, Fallah e Reilly (2008); Bignetti (2002);

Lu e Chen (2010); Gopal e Shetty (2007); Anokhin

et al. (2009); Kuratko (2010); International Trade

Centre (2009); Audretsch et al. (2007); Dew;

Sarasvathy (2007); Carey (2006); Knudson et al.

(2004); ACS (2010); Jabeen (2010).

Empreendedorismo criando meios

de fortalecer a estratégia organizacional

Barringer e Bluedorn (1999); Sciascia et al.

(2006); Kariv, Filion e Borges (2010); Liu,

Manolova e Edelman (2009); Matthews, Schenkel

e Hechavarria (2009); Pies, Beckmann e Hielscher

(2009).

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39

Mecanismo de investimento via

Capital de risco Hill (2005); Santos, Marinho e Mac-Allister

(2009); Petty e Gruber (2009); Linde e Prasad

(2000).

Estrutura de pesquisa para o

empreendedorismo e inovação

Cooper (2003); Landstrom (2008); Gazeta

Mercantil (2009); Sharma e Chrisman (1999);

Parolin e Volpato (2008); Veciana (1999); Aldrich

e Martinez (2001).

Educação e o comportamento empreendedor nas ações

Vu (2008); Bouchard (2002); Ucbasaran et al.

(2009); Douglas et al. (2010); Hyytinen;

Ilmakunnas (2006); March e Yague (1997); Bönte,

Falck e Heblich (2007); Weber (2008); Gellner e

Werner (2006); Dutta, Li e Merenda (2009); Faltin

(1999); Zheng e Kelley (2009); Nandram e

Samsom (2006); Esade MBA Business Review

(2004); National Endowment for Science

Technology and the Arts (2007).

Empreendedorismo como

mecanismo de políticas públicas

Pfirrmann (2007); Buck, Middleton e Walker

(2004); Nijkamp (2003); Mcmillan e Woodruff (2002).

Empreendedorismo no

crescimento econômico

Terjesen, ACS e Audretsch (2010); Baez e

Abolafia (2002); Hagedoorn (1996); Carlsson,

ACS, Audretsch e Braunerhjelm (2009); Faltin (2001); Carey (2006); Bosma e Levie (2009).

Quadro 1: Temas abordados pelo empreendedorismo inovador. Fonte: Elaborado pelo autor com base na revisão de literatura.

Gestão do Conhecimento

Temas Autores

Modelos aplicados de Gestão do

Conhecimento nas organizações

Cho e Egan (2009); Maheshwari (2006); Meier,

(2010); Orzano et al. (2008); Pee e Kankanhalli,

(2009); Ortiz-Laverde, Baragano e Domínguez

(2003); Meyer; Sugiyama (2007); Guizzardi,

(2006); Santos (2005); Hashmi, Zrimec e

Lajovic (2009).

Ambientes de Gestão do

Conhecimento

Jensen e Webster (2009); Apostolou, Abecker e

Mentzas (2007); Nonaka e Krogh (2009);

Nonaka e Konno (1998)

Estratégias de Gestão do Conhecimento para mudanças

organizacionais

Shoham e Perry (2008); Keelan (2003);

Graebe (2005); Ekionea (2008); Saito, Umemoto e Ikeda (2007); Haggie e Kingston

(1999); Peszynski, Cooper e Molla (2009);

Akhter (2003); Gottschalk (2005); Dubois e

Wilkerson (2008).

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40

Cases e boas práticas de Gestão do

Conhecimento

Gabby et al. (2003); Lee (2002); Cox (2006);

Misra (2007); Santos (2001); Jennex (2005);

Castillo e Abraham (2008); Ash et al. (2010);

Armario, Horrillo e Robles (2009); Asian

Productivity Organization (2004; 2007; 2008).

GC e inovação criando mudanças para organização

Chapman et al. (2002); Shin e Lee (2010); Adams, Bessant e Phelps (2006); Dasgupta e

Gupta (2009); Crossan e Apaydin (2010);

European Commission Directorate-General for

Enterprise (2004); Hildreth (2004); Gurteen

(1998).

Evidências de Gestão do

Conhecimento na competitividade empresarial

Sandars e Heller (2004); Armstrong et al.

(2007); Bergeron (2003); Nazareno (2006);

Dalkir (2005); Dobbins et al. (2010).

Processos e sistemas de Gestão do

Conhecimento para as organizações

Mengis e Eppler (2008); Hatala e Lutta (2009);

Thorpe et al. (2005); Haug (2010); Rashman,

Withers e Hartley (2009); Contandriopoulos et

al. (2010); Nonaka (1994); Stenmark (2002);

Christensen e Bukh (2009); Accorsi e Costa

(2008); Nissen (2006); Volmink et al. (2004);

Kazi (2007).

Técnicas e ferramentas de Gestão do Conhecimento nas atividades

internas

Witherell et al. (2009); Cabral et al. (2009);

Levett e Guenov (2000); Apostolou e Mentzas

(2003); Bhatt (2001); Kankanhalli e Tan (2005);

Sharp (2006); Rao (2005); Asian Productivity

Organization (2005); Sabrii (2007).

Papel da Gestão do Conhecimento no contexto organizacional

Alvares e Batista (2007); Biggiero (2007); Uren

et al. (2005); Spender e Scherer (2007);

Baskerville e Dulipovici (2006); Rowley (2006);

Jennex (2007); Leidner, Alavi e Kayworth

(2006); Stankosky (2005); Gherardi (2006);

Wallace, Fleet e Downs (2010); Patil et al.

(2010); Bocquet e mothe (2010); Boden et al.,

(2009); Melick et al. (2004); Ilic (2010).

Gestão do Conhecimento como ferramentas de negócio

Wiig (1999); Handzic, Lagumdzija e Celjo

(2008); Leask et al. (2008); Asian Productivity

Organization (2010); Cen-European Committee

for Standardization (2004); Ghani (2009); Asian

Productivity Organization (2007).

Quadro 2: Temas abordados pela literatura no contexto da Gestão do Conhecimento.

Fonte: Elaborado pelo autor com base na revisão de literatura.

Organizações Intensivas em conhecimento

Temas Autores

Processos de conhecimento nas

organizações

Zhang e Xie (2006); Costanzo et al. (2009);

Koong (2010); Mäki (2008); Nonaka, Toyama e

Hirata (2008).

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41

Modelos de infraestrutura do

conhecimento

Dummer (2010); Gil e Modrego (2009);

Mandreol e Martoglia (2010); Piccoli, Ahmad e

Ives (2000); Burkhard (2005); Kerins e

Richards (2008); Kane, Ragsdell e Oppenheim

(2006); Nakamori, Wierzbicki e Zhu (2010);

Apostolou, Karapiperis e Stojanovic (2008);

Ramstad (2008).

Ambientes para agregação de valor conhecimento na organização

Oliveira e Fortunato (2008); Cohen (2008);

Hemert e Nijkamp (2008); Moje (2008);

Agapova (2010); Dobrinsky (2009); Moos e

Azevedo (2009); Gold, Seuring e Beske (2009);

Rossetti et al. (2008); Asian Development Bank

(2008); Skerlavaj, Dimovski e Desouza (2010);

Makani e Marche (2010); Federação dos

Municípios Canadianos (2006); OECD (2003);

Jetter et al. (2006); Ogiwara et al. (2010);

Easterbay-Smith e Lyles (2006).

Conhecimento como base para inovação e competitividade

Shin e Lee (2010); Fleuren, Wiefferink e

Paulussen (2004); Gurteen (1998); Kozminski e

Kociatkiewicz (2009); Rodriguez, Dahlman e

Salmi (2008); Harorimana (2010); Choo

(1996); OECD (2006).

Processos e técnicas de criação,

compartilhamento e uso do

conhecimento

Lin (2005); Lai e Liu (2007); Vorakulpipat e

Rezgui (2009); Kirchner, Razmerita e Sudzina

(2009); Zhang, Li e Shi (2005); Deng (2007);

Menkhoff et al. (2006); Soini (2008).

Contexto e relevância da Gestão do Conhecimento nas organizações

Carlucci e Schiuma (2004); Sudoh (2006);

Wildridge et al. (2004); Praag e Versloot

(2007); Smits e Moor (2004); Silva e Ferreira

(2009); Gonzalez, Martins e Toledo (2009);

Dobrai e Farkas (2009); Mäki (2008).

Estratégias de Gestão do

Conhecimento nas organizações Daley et al. (2010); Xia (2010); Renshaw e

Krishnaswamy (2009); Foss (2005).

Estudos de caso nas organizações de conhecimento

Franzoni (2006); Grey e Sturdy (2009);

Ogiwara (2009); Talisayon (2008); Grey e

Sturdy (2006).

Papel dos trabalhadores do

conhecimento nas organizações

Fuller e Unwin (2010); Tovstiga (1999);

Alvesson (1999); Jorgensen, Becker e Mathews

(2009); Boland, Tenkasi e Maheshwari (1994).

Relação das organizações de conhecimento com o ambiente

Mcgrath (2010); Zack e Michael (2003); Vuori

(2005); Starbuck (1992); Rylander (2005).

Quadro 3: Temas abordados pela literatura no contexto das organizações

intensivas em conhecimento. Fonte: Elaborado pelo autor com base na revisão de literatura.

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2.2 EMPREENDEDORISMO INOVADOR

O empreendedorismo como área de pesquisa é um campo

recente de estudo, com cerca de duas décadas e meia e com desafios de grande importância através da economia do conhecimento (LANDSTRÖM, 2008). A relevância destas mudanças para Landström

(2008, p. 301) pode ser atribuída à medida que ―recursos intangíveis como o conhecimento, a expertise e o capital social‖ são a base de desenvolvimento dessa sociedade.

Nesta economia, a inovação desempenha um papel fundamental na criação e uso do conhecimento tornando-se um direcionador do

crescimento econômico (LANDSTRÖM, 2008, p. 302). Landström (2008, p. 305) caracteriza estas décadas em três

fases de desenvolvimento, a ―fase emergente‖, a ―fase de crescimento‖ e

a ―fase de domínio‖. Na fase emergente, ou década de 80, as pesquisas sobre o empreendedorismo são caracterizadas por um ―forte vínculo com a sociedade‖, o ―individualismo‖ é predominante e os ―pioneiros‖

no tema surgem com uma ―abordagem pragmática‖, ―direcionados a exploração e a orientação prática‖. Na ―fase de crescimento‖, ou década

de 90, as pesquisas apresentam ―forte vínculo com o tema‖ de estudo, a ―infraestrutura social predomina‖ e os estudos passam a ser mais ―fragmentados‖ com uma perspectiva mais ―direcionada ao empirismo‖

e ―orientado a formação de políticas‖, numa abordagem mais ―multidisciplinar‖. Já na última década, ou ―fase de domínio‖, as pesquisas apresentam ―forte relação com o domínio‖ de estudo,

predominando o ―desenvolvimento cognitivo‖, a ―segmentação e o surgimento de círculos de pesquisa‖ direcionados por ―teorias e orientação baseada no conhecimento‖, numa ―abordagem tradicional da

ciência‖ que busca ―explorar o conhecimento‖. Estas características atuais são enfatizadas por Alvarez e

Merino (2010, p. 02), ao apontar que a área de ―estudo do empreendedorismo ainda busca por uma teoria moderna sobre o empreendedorismo e que as teorias originadas nas pesquisas continuam

apresentando uma falta de consenso sobre o que constitui uma nova teoria‖ e ―geralmente não são aceitas‖.

Segundo Alvarez e Merino (2010), o empreendedorismo está

relacionado a fenômenos empreendedores que retratam a natureza das oportunidades, a natureza dos indivíduos e a natureza da tomada de

decisão. Estes fenômenos são também apontados por Shane e

Venkataraman (2000) ao enfatizarem que não existe um conjunto único

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de fenômenos que restringem o domínio conceitual do

empreendedorismo, mas de configurações, como por exemplo, pequenos negócios ou novas empresas.

A esses fenômenos são associados diversas teorias como pode ser observado por Rocha e Birkinshaw (2007) ao apontar o empreendedorismo como concepções sobre o empreendedor como

indivíduo, processo de inovação, criação de novos negócios, empreendedorismo corporativo, pequenos negócios, estratégia de entrada e como processo de novas criações, representando as várias

faces do empreendedorismo que justificam seu estudo por diversas disciplinas. No estudo, os autores organizaram um roteiro que apresenta

a relação entre as concepções do empreendedorismo e as abordagens teóricas relacionadas e apresentadas no quadro 4.

Concepção Disciplinas/Teorias

Empreendedor Econômica (CANTILLON, 1931; KNIGHT, 1921); Psicologia (MCLELLAND, 1961)

Inovação Econômica (SCHUMPETER, 1934), Economia

Evolucionária (NELSON; WHITE, 1982)

Criação de negócio ou

organização

Sociologia (GARTNER, 1989; REYNOLDS;

WHITE, 1997), Ecologia da população (HANNAN; FREEMAN, 1977, 1989)

Empreendedorismo

Corporativo ou Intra-empreendedorismo

Estratégia (BURGELMAN, 1983; DRUCKER,

1985; STEVENSON; JARILLO, 1990)

Empresas de pequeno e médio porte

Econômica (BROCK; EVANS, 1989) Economia de pequenos negócios.

Entrada

Economia Industrial (GEROSKI, 1995),

Economia evolucionária (WINTER, 1984), Ecologia da população (HANNAN; FREEMAN,

1977, 1989)

Destruição criativa Economia, Ecologia da população (HANNAN; FREEMAN, 1977, 1989)

Quadro 4: Empreendedorismo – concepção e abordagem teórica.

Fonte: Traduzido de Rocha e Birkinshaw (2007, p. 212).

As concepções descritas por Rocha e Birkinshaw (2007)

relacionam várias dimensões de estudo na área do empreendedorismo

que compreendem desde o indivíduo até as organizações. A visão é também compartilhada e ampliada por Davidsson e

Wiklund (2009, p. 132) ao resumirem os trabalhos de Shane e sua

contribuição ao apresentar os ―principais aspectos ou componentes do

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fenômeno empreendedorismo - indivíduo, a oportunidade, o contexto

organizacional, o ambiente e o processo empreendedor, gerando resultados diversos‖.

Estas dimensões de abordagem, nem sempre são descritas de forma explícita nas pesquisas sobre o empreendedorismo. Neste caso, muitos autores tendem a adotar como pressupostos de suas pesquisas, a

―relação com a natureza da oportunidade e a natureza do empreendedor‖ (ALVAREZ; MERINO, 2010, p. 03).

Ambas as relações são tradicionalmente fundamentadas pelas

teorias do empreendedorismo sob duas abordagens, a primeira sob a forma de sistemas econômicos relacionando a dependência econômica

com as oportunidades prospectadas e a segunda forma, sob a perspectiva do indivíduo em relacionar as ações dos empreendedores (MCMULLEN; SHEPHERD, 2006, p. 132). Os referidos autores

apontam a complementariedade desses pressupostos e Alvarez; Barney e Young (2010, p. 26) corroboram ao afirmar que as ―oportunidades são fenômenos subjetivos para leis invariáveis da natureza‖, e que a ―tarefa

do empreendedor individual é descobrir estas leis‖. Este processo de ―busca e descoberta‖ tem seu caminho

desenhado pela literatura clássica do empreendedorismo (PARK, 2005, p. 739). Para que estes fenômenos existam, Eckhardt e Shane (2003, p.337) afirmam que ―as pessoas não devem concordar com o valor dos

recursos existentes, mas acreditar que esses recursos, utilizados segundo um modelo particular de significado-fim, podem gerar resultados maiores daqueles explorados na forma tradicional‖

Esta abordagem mais completa do estudo do empreendedorismo é descrito por Gartner (1985 apud PARK, 2005) ao propor o estudo deste tema pela interação dos fatores que vão além do empreendedor e

da organização, mas também com os fatores de ambiente e o processo atual de criação de empresas.

Para Cha e Bae (2010, p.31) o processo empreendedor da criação de um novo negócio ou empresa inicia quando uma ―oportunidade é descoberta ou criada pelos empreendedores‖. O

―empreendedorismo neste conceito é um processo inovativo‖, pois segundo os autores, os empreendedores ―criam soluções que consistem de novos produtos e serviços‖ (CHA; BAE, 2010, p. 32).

Desta forma, o empreendedorismo concebido como um processo de inovação bem como o empreendedorismo concebido como

a criação de novas empresas, remete ao quadro 1 proposto por Rocha e Birkinshaw (2007) e que constitui a fundamentação do empreendedorismo inovador proposto neste trabalho.

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Ambas as concepções são originadas na descoberta da

oportunidade, tema que por si é amplamente estudado na literatura do empreendedorismo, tanto sob a ―perspectiva construcionista quanto pela

perspectiva evolucionária‖, descrita por Alvarez; Barney e Young (2010, p. 27).

Segundo Alvarez; Barney e Young (2010, p. 27), a perspectiva

construcionista de ―formação da oportunidade assume o indivíduo interpretando o fenômeno‖, o conjunto de ―dados ou recursos, dando-lhes um significado que difere de outras interpretações‖, ―criando

realidades que moldam suas ações‖. Na perspectiva evolucionária, os ―indivíduos começam a agir

segundo uma variação cega e através de uma abordagem de tentativas e erros‖, as ―ações são selecionadas ou refutadas baseadas no ambiente ou cultura que incorpora esta variação‖ (ALVAREZ; BARNEY; YOUNG

2010, p. 28). A contribuição das perspectivas reflete a descoberta da

oportunidade que pode ser vista como um ―processo de combinação

interativa dos componentes: pessoas, tecnologia e ambiente que resulta numa inovação de mercado‖ (PARK, 2005, p. 740).

O autor ainda descreve que estes componentes são representados pelo empreendedor (pessoa), a tecnologia e o conhecimento e experiência da empresa (ambiente), ―gerando como

resultado da interação destes elementos, novos produtos inovadores‖ (PARK, 2005, p. 740). A figura 1 representa esta visão.

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Figura 1: Modelo conceitual de reconhecimento da oportunidade.

Fonte: Park (2005, p. 747).

Neste modelo Park (2005, p. 741-742) descreve o

empreendedor com um papel fundamental na criação de novos

empreendimentos, ao descrever que em ―mercados ainda pouco explorados, a visão do empreendedor é um dos fatores‖, dentre a ―motivação, senso de alerta e a experiência‖, que impacta diretamente

no ―sucesso de mercado dos novos empreendimentos‖. O segundo elemento do modelo é o conhecimento e a

experiência, que segundo a perspectiva empreendedora são descritos como ―fatores que provêm a capacidade de explorar novas oportunidades de mercado, pela transformação de ideias em

empreendimentos rentáveis‖ (PARK, 2005, p. 743). O autor ainda enfatiza que o conhecimento como recurso da empresa é um processo interativo de conhecimentos de várias fontes (PARK, 2005, p. 744).

Neste modelo, o aspecto mais relevante do conhecimento é a ―capacidade deste ativo em promover a inovação e criar novos mercados‖. Esta capacidade de ―aprender, adaptar, sobreviver e crescer

é observado à medida que surgem organizações que detém o conhecimento como diferencial competitivo, experiência gerencial e

infraestrutura organizacional, a exemplo empresas como a Microsoft, Apple e Intel‖ (PARK, 2005, p. 746)

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Esta visão também é corroborada por Santos, Marinho e Mac-

Allister (2009) ao citarem que nessas empresas, os ativos de conhecimento elevam cada vez mais o seu valor, citando:

Hoje em dia, empresas baseadas no conhecimento

valem muito mais que seus ativos podem representar. Algumas empresas valem de três a

quatro vezes mais. Este gap entre os ativos da

empresa e seu valor real só pode ser explicado pelos ativos intelectuais. [...] conhecimento

armazenado e o potencial de seus funcionários.

(SANTOS, MARINHO; MAC-ALLISTER 2009, p. 112).

Finalmente, o último elemento do modelo é a tecnologia que

precisa ser compreendida tanto em sua origem como na forma em que é selecionada, desenvolvida e alinhada com a oportunidade de mercado

(PARK, 2005, p. 744). A proposta de Park (2005) ao modelar o processo de

reconhecimento da oportunidade como forma de criar a inovação, pode

ser vista empiricamente pelo estudo de Stovall (2009) que avaliou a inovação empreendedora de empresas com estratégias similares.

Stovall (2009, p. 48) investiga a estratégia de desenvolvimento

de produtos nestas empresas, por meio de um processo que ―inicia na geração de ideias e do plano de desenvolvimento do conceito, até seu

desenvolvimento e comercialização‖. O resultado da pesquisa aponta que a ―taxa de sucesso das empresas com um processo de desenvolvimento de produtos desta natureza‖ é superior as empresas

essencialmente empreendedoras (STOVALL, 2009, p. 52). Desta forma, a apresentação do processo empreendedor pode

ser organizado segundo o framework proposto por Rocha e Birkinshaw

(2007, p. 213), apresentado na figura 2, que integra os ―diferentes fenômenos implícitos nos trabalhos teóricos e empíricos do empreendedorismo‖, sob diferentes perspectivas que contribuem para a

―clareza epistemológica‖ (construção de teorias), metodológica (teste de teorias) e níveis de política (implementação)‖.

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Figura 2: Mapa do empreendedorismo relacionando a conceituação, disciplinas,

níveis de análise e processo empreendedor.

Fonte: Traduzido e adaptado de Rocha e Birkinshaw (2007, p. 214).

Segundo Rocha e Birkinshaw (2007, p. 211), esta variedade de

concepções e suas disciplinas relacionadas, remete a uma visão interdisciplinar do empreendedorismo, para se obter um ―senso comum

de atributos que relacionam os diversos fenômenos empreendedores‖. Esta visão pode ser percebida no framework proposto pelos

autores, ao relacionar as concepções do empreendedorismo,

(apresentadas ao centro da figura em blocos azuis), as disciplinas ou teorias (apresentas pelas elipses externas) em diferentes níveis de análise (apresentado pela seta nível) e sua posição nas etapas do processo

empreendedor (apresentado pela seta processo). Estas concepções do empreendedorismo envolvem a descoberta, estudo e a utilização da

oportunidade pelos empreendedores num determinado contexto, resultando na inovação (apresentado na linha tracejada em azul que parte da inovação).

A criação de empresas pelos empreendedores está relacionada a pequenos negócios (apresentado como MPE) ou seu fechamento, já a

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combinação deste evento com a entrada de novos negócios na indústria,

cria a chamada, agitação, representado pela destruição criativa tratada por Shumpeter (1934). Por fim, Rocha e Birkinshaw (2007, p. 215)

descrevem que a ―grande minoria experimenta altas taxas de crescimento ou abrem o capital – IPO, com a ajuda de capitalistas de risco‖.

Na concepção do empreendedorismo como o indivíduo, o autor apresenta o empreendedor como fenômeno básico e unidade de análise das abordagens econômica, psicológica e estratégica do

empreendedorismo, representando a raiz do processo empreendedor. Esta visão é enfatizada por outros autores (MCMULLEN;

SHEPHERD, 2006, ALVAREZ; BARNEY; YOUNG, 2010; DAVIDSSON; WIKLUND, 2009; ECKHARDT; SHANE, 2003) ao apontarem o empreendedor com um importante papel na criação da

oportunidade. Rocha e Birkinshaw (2007) apresentam uma discussão sobre a

teoria econômica relacionada ao empreendedor através de três escolas

clássicas estudas. A primeira escola, a Alemã, representada por Schumpeter, enfatiza o empreendedorismo como inovação; a escola

Asutríaca, representada por Kirzner, que enfatiza o papel do empreendedor em restaurar o equilíbrio através da percepção e uso das oportunidades rentáveis; e, a escola neoclássica ou de Chicago,

representada por Knight e Shultz, que defendem um papel menor do empreendedor numa relação direta entre expectativas de práticas futuras de preço com as receitas esperadas.

Sob a ótica da teoria econômica, Rocha e Birkinshaw (2007, p. 218) descrevem o empreendedor como a ―personificação de uma função específica para equilibrar o mercado através da percepção e uso das

oportunidades‖. Segundo o autor, o foco dos economistas sobre o empreendedor e seu papel, é um caminho promissor no estabelecimento

de modelos, assim como no avanço do campo do empreendedorismo , implicando na introdução de variáveis como capital social e o pensamento de grupo, na análise do processo empreendedor e seus

resultados. A literatura ainda descreve outros estudos sobre o

empreendedor individual enfatizando o comportamento empreendedor, a

geração de ideias pelos indivíduos e a oportunidade como tema central. Os estudos que tratam do comportamento empreendedor para a

criação de novos negócios abrangem temas que envolvem o empreendedor desenvolvendo um negócio a partir de uma empresa (VU, 2008; DOUGLAS et al., 2010; ESADE MBA BUSINESS REVIEW,

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2004), aspectos comportamentais como motivação, liderança e

autonomia (BOUCHARD, 2002), ao otimismo (UCBASARAN; et al., 2009), ao perfil do empreendedor e suas ações motivadoras

(HYYTINEN; ILMAKUNNAS, 2006; MARCH; YAGUE, 1997; NANDRAM; SAMSOM, 2006; BÖNTE; FALCK; HEBLICH, 2007) e as competências necessárias para a aprendizagem do empreendedorismo

(FALTIN, 1999; ZHENG; KELLEY, 2009; NESTA, 2007). Já os estudos que tratam da geração de ideias e opções

alternativas de trabalho, descrevem o empreendedor individual segundo

aspectos de internacionalização de suas atividades que tem se tornado uma característica que desperta a atenção de líderes, governos e

academia (TERJESEN; AUDRETSCH, 2010). Outro aspecto estudado é a modelagem comportamental de indivíduos por meio da teoria do bom senso, junto a organizações burocráticas (BAEZ; ABOLAFIA; 2002).

A discussão sobre o empreendedor individual avança para as teorias econômicas. Como apontado por Hagedoorn (1996) ao revisar as obras de Schumpeter, apontando que não há uma simples dicotomia

entre o antigo – o empreendedor como a personificação da inovação, e o novo – o empreendedor como direcionador da inovação nas empresas,

mas que o entendimento da dinâmica da inovação precisa ser revista sob a ótica teórica.

A revisão teórica sob uma perspectiva histórica pode ser

observada no estudo de Carlsson et al. (2009) que relacionou o crescimento econômico à criação do conhecimento e o empreendedorismo. Nesta revisão, os autores apontam o papel das

universidades e centros de pesquisa na orientação prática para geração de atividades econômicas e novos empreendimentos.

Carey (2006) reforça esta visão do empreendedor, criando uma

distinção entre o empreendedor replicador que cria seu negócio para reforçar a economia atual e o empreendedor inovador, que conferem

uma nova saúde a economia pela introdução de novos serviços e produtos.

Sob a ótica da geração e desenvolvimento de ideias, Faltin

(2001) sugere a formação de uma cultura do empreendedorismo inovador, alinhado com os valores da sociedade para o aumento das oportunidades e sua chance de sucesso no mercado.

O estudo da oportunidade como tema central da concepção do empreendedorismo como indivíduo, é tratado por Canina, Palacius e

Devee (2010) por meio da teoria de rede como forma de expandir o nível de pesquisa do indivíduo para a organização.

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Outros autores como Alvarez, Barney e Young (2010) e Short

et al. (2009) apontam o tema oportunidade como a grande pergunta ainda a ser respondida. Enfatizam também que o campo do

empreendedorismo trata cada vez mais de um conjunto de teorias que abordam o conceito da oportunidade e seus desafios para as organizações.

Esta relação entre o indivíduo e a oportunidade, foi inicialmente criticada por Shane e Venkataraman (2000, p. 217) ao descrever que o empreendedorismo tornou-se um ―amplo rótulo em que uma miscelânea

de pesquisas se insere‖. Os autores apontam que o problema de abordagem, consiste em

compreender o ―empreendedorismo envolvendo o nexus de dois fenômenos: a presença da oportunidade lucrativa e da presença dos

empresários‖ (SHANE; VENKATARAMAN, 2000, p. 218). A visão

de Shane e Venkataraman (2000, p. 220) considera outros elementos que descrevem a ―qualidade e a variação‖ das oportunidades e o papel dos indivíduos no processo de descoberta, estudo e utilização dessas

oportunidades e ―não apenas sob a ótica econômica, mas também sob a ótica social e cognitiva do ser humano‖.

A aplicação deste framework, resultou na teoria do nexus

oportunidade-indivíduo que mais tarde Sarason et al. (2006) complementam sob a perspectiva da visão estruturada baseada na teoria,

possibilitando criar novas ideias na abordagem tradicional do empreendedorismo. Sarason et al. (2006, p. 289), a proposição desta abordagem estruturada é tornar o ―nexus oportunidade-indivíduo, tema

central no campo de domínio‖, uma vez que a abordagem permite a ―co-evolução entre o empreendedor e o sistema social, enfatizando um tema único de pesquisa e não mais abordagens independentes‖.

A teoria da estruturação do processo empreendedor é proposto por Sarason et al. (2006, p. 292) como um ―mecanismo de co-criação que envolve interações recursivas entre empreendedor e oportunidade

num ciclo de interdependência estrutura/agente‖. Nesta teoria, os ―empreendedores com conhecimento são empoderados para atuarem

sobre as oportunidades, e para refletirem sobre as ações que conduzem ao reforço, modificação e criação de novas oportunidades‖.

Embora a teoria estruturante complemente a teoria do nexus

oportunidade indivíduo, tanto Sarason, Dean e Dillard (2006) quanto Shane e Venkataraman (2000) corroboram ao enfatizarem que o papel do empreendedor é apoiar a criação de oportunidades, que são

reconhecidas pelo sucesso na criação de novos empreendimentos ou organizações.

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A perspectiva organizacional da oportunidade foi observada

empiricamente por Antoncic e Zorn (2004) ao identificarem ações de estímulo à detecção das oportunidades pelos indivíduos, influenciando

positivamente as atividades empreendedoras internas. A expansão das atividades empreendedoras, é apresentado de

forma contraditória por Ramachandran, Devarajan e Ray (2006) ao

destacarem que a medida que a organização entra na fase de crescimento, as habilidades para identificar e explorar as oportunidades de forma inovadora decrescem. Isto pode ser explicado, pois, segundo o

autor, nas organizações maduras, as atividades de identificação das oportunidades para estímulo a inovação, encontram barreiras naturais no

desenho dessas organizações. Esta visão pode ser empiricamente constatada no estudo de

Alvarez e Merino (2010). Os referidos autores identificam que numa

organização em fase de internacionalização, os indivíduos tendem a desprender menor esforço e tempo para identificação da oportunidade, influenciando diretamente a capacidade de decisão.

A intensidade com que a literatura aborda a oportunidade no contexto da concepção do empreendedorismo como indivíduo, pode ser

observada no framework de Rocha e Birkinshaw (2007) como a primeira etapa do processo empreendedor que o autor denomina de concepção/geração de ideias conforme a figura 2.

Na etapa seguinte, descrita como ―modo de organização‖, a concepção do empreendedorismo como processo de inovação caracteriza a inovação como fenômeno central da abordagem econômica

do empreendedorismo (ROCHA; BIRKINSHAW, 2007, p. 221). Um dos pioneiros que contribuíram nesta visão, segundo Rocha e Birkinshaw (2007), foi Schumpeter que teorizou a inovação sob a ótica

do desenvolvimento econômico. Shcumpeter descreveu que o empreendedor inovador descobre e explora as oportunidades, criando

combinações, que para Wennekers e Thurik (1999) são denominadas empresas.

Wennekers e Thurik (1999, p. 34) apresentam que há um amplo

conjunto de ―perspectivas econômicas sobre o empreendedorismo, tanto quanto o número de variáveis e conceitos que conectam o tema ao crescimento econômico‖.

A revisão crítica de Moricochi e Gonçalvez (1994, p. 30) demonstra a teoria de desenvolvimento econômico de Schumpeter, que

descreve que a ―compreensão da inovação se dá pela introdução de um novo bem ou método, a abertura de um novo mercado, a descoberta de uma nova fonte de matéria prima e a reorganização da indústria‖.

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Nesse aspecto, à medida que as novas técnicas e sistemas

produtivos são demandados, os inovadores buscam cada vez mais no sistema de crédito um meio de financiar as inovações, criando o

rompimento do equilíbrio estacionário inicialmente teorizado por Schumpeter (MORICOCHI; GONÇALVEZ, 1994, p. 31).

Esta posição da inovação em alterar o estado de equilíbrio e

criar um movimento econômico, corrobora a visão de Wennekers e Thurik (1999) que propõe o posicionamento da inovação e a competição como conectores intermediários entre o empreendedorismo e o

crescimento econômico. As diversas revisões e críticas sobre as teorias econômicas são

citadas por Prim (2009, p. 48). O referido autor aponta que ―além das implicações econômicas e políticas, a inovação ocorre principalmente dentro das organizações numa perspectiva evolucionária‖ descrita pelos

teóricos Nelson e Winter (2000) que abordam a organização como criadora de suas próprias inovações com base nas rotinas organizacionais.

Nesta perspectiva, o pensamento da visão evolucionária traz uma nova forma de compreender a importância do conhecimento neste

contexto. Uma vez que os ―economistas incorporam a ideia da produção em massa e da economia em escala, a abordagem evolucionária confere uma nova dinâmica econômica‖ ao considerar o papel do conhecimento

em gerar atividades inovadoras (LANDSTROM, 2008, p. 307). A importância do conhecimento é também enfatizada por

Eckhardt e Shane (2003, p. 342) ao compreenderem que ―novos

conhecimentos criam novas oportunidades para os empreendedores inovarem‖.

Segundo Eckhardt e Shane (2003), a incorporação do

conhecimento ao empreendedorismo influencia fortemente a definição de seus termos, conceitos, modelos e métodos uma vez que o

empreendedorismo como área de pesquisa, é sensível as mudanças sociais e ainda não há uma identidade própria definida.

É neste contexto das teorias, que o empreendedorismo inovador

é fundamentado neste trabalho, ressaltando a oportunidade e o indivíduo como idealizadores de novas organizações, negócios e a própria inovação, provenientes do conhecimento.

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2.3 GESTÃO DE CONHECIMENTO

A gestão do conhecimento como área de pesquisa, já descreve

um ―conjunto de teorias organizadas a partir de campos de estudos distintos que lhe conferem legitimidade e reconhecimento como campo científico‖ (BASKERVILLE; DULIPOVICI, 2006, p. 84).

Ao conjunto destas teorias, os autores propõem um quadro que organiza os propósitos da gestão do conhecimento, as teorias fundamentais, as teorias derivadas e as teorias chaves aplicadas à gestão

do conhecimento como descreve o quadro 5.

Quadro 5: Fluxo e uso das teorias de gestão do conhecimento. Propósito

aplicado

em

Gestão do

Conhecim

ento

Fundament

ação teórica

Teorias chaves

desenhadas a

partir desta

fundamentação

Teorias chaves de

Gestão do

Conhecimento

desenvolvidas

Exemplos de teorias

como aplicadas em

Gestão do

Conhecimento

Racionaliz

ação

Economia da

informação

Capital intectual,

Propriedade

intelectual

Economia do

conhecimento, Rede e

clusters de

conhecimento, ativos

do conhecimento,

Spillovers do

conhecimento, gestão

de continuidade

Tordoir (1995),

Inkpe & Tsang

(2005), Teece

(2000), Foray

(2004), Beazley et al

(2002)

Gestão

estratégica

Competências

Chave,

Capacidades

dinâmicas

Dumbsizing, alianças

de conhecimento,

estratégia de

conhecimento,

marketplace de

conhecimento,

capacidade de

conhecimento

Conner & Prahalad

(1996), Eisenber

(1997), Inkpen &

Dinur (1998),

Conner&Prahalad

(1996), Kafentzis et

al. (2004),

Baskerville& Pries-

Heje (1999)

Definição

de

processo

Cultura

Organizacio

nal

Valores culturais,

poder, controle e

confiança

Cultura do

conhecimento

Graham&Pizzo

(1996), De long &

Fahey (2000)

Estrutura

organizacion

al

Organizações

orientado a metas

Organizações do

conhecimento

Starbuck (1997),

Dyer & Nobeoka

(2000)

Comportame

nto

organizacion

al

Criatividade

organizacional,

inovação,

aprendizado

organizacional,

memória

organizacional

Criação do

conhecimento,

codificação do

conhecimento,

transferência e uso do

conhecimento

Nonaka &

Taqueuchi (1995),

Nonaka & toyama

(2003), Wiig (1995),

Hansen et al. (1999),

Markus (2001)

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Inteligência

artificial

Sistemas baseado

em

conhecimento,

mineração de

dados.

Infraestrutura do

conhecimento,

arquitetura do

conhecimento,

descoberta do

conhecimento

Davenport et al.

(1998), O´Leary

(1998b), Zhuge

(2002), Fayyad et al.

(1996), Shaw et al.

(2001)

Avaliação

Gestão da

qualidade

Gestão de risco,

benchmarking

Capital de

conhecimento,

framework qualitativo

Glazer (1998),

Jordan&Jones

(1997),

King&Zeithaml(200

3)

Métrica de

desempenho

organizacion

al

Métrica de

desempenho

financeiro

Índices de

desempenho

Ahn&Chang (2004),

Chang Lee et al

(2005)

Fonte: Traduzido e adaptado pelo autor de Baskerville e Dulipovici, (2006, p.

87).

Segundo Baskerville e Dulipovici (2006, p. 86), a construção das teorias de gestão do conhecimento pode ser observada sob uma abordagem exploratória da literatura, identificando o ―propósito de

aplicação das teorias existentes no contexto da gestão do conhecimento e, a partir daí, a evolução para novas teorias‖.

Os propósitos de aplicação na gestão do conhecimento são

definidos pelos autores por meio da Racionalização, Definição de processo e Avaliação que iniciam o fluxo de desenvolvimento das

teorias. No propósito de Racionalização, as teorias fundamentais

identificadas pelos autores partem da economia da informação e da

gestão estratégica como base de criação para as teorias sobre o capital intelectual, a propriedade intelectual, as competências essenciais e as capacidades dinâmicas. Estas teorias fundamentam as teorias chaves da

gestão do conhecimento, apontada pelos autores como a economia do conhecimento, rede de conhecimento, ativos do conhecimento, spillover do conhecimento e gestão da continuidade.

Já no propósito de Definição do processo, os autores apontam que as teorias fundamentais são formadas por dois grupos, o

organizacional que trata da cultura, comportamento e estrutura, e outro grupo de sistemas que tratam da Inteligência artificial.

No grupo das teorias sobre a organização, essas teorias

fundamentais originam novas teorias sobre os valores culturais, poder, metas organizacionais, criatividade, inovação, aprendizado e memória organizacional. Já no grupo da teoria da inteligência artificial, esta

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origina a teoria dos sistemas baseados em conhecimento e na mineração

de dados. A aplicação destas teorias para a gestão do conhecimento dá

origem as teorias da cultura do conhecimento, organizações do conhecimento e dos processos de criação, codificação, transferência e uso do conhecimento. E no aspecto de sistemas, originam as teorias

sobre infraestrutura do conhecimento, arquitetura e descoberta do conhecimento.

Por fim, os autores apontam que no propósito de Avaliação, as

teorias fundamentais compreendem a gestão da qualidade e as métricas de desempenho organizacional, originando as teorias de gestão de risco,

benchmarking e métricas de desempenho financeiro. A aplicação destas teorias para a gestão do conhecimento dá origem aos índices de desempenho explorados pela literatura.

É neste contexto de importância do conhecimento que Baskerville e Dulipovici (2006, p. 90) descrevem a gestão do conhecimento como um processo que integra pelo menos quatro teorias,

a seguir citadas: A primeira teoria aplicada à organização na

formação de uma cultura do conhecimento. A

segunda teoria no desenvolvimento de estruturas organizacionais. A terceira teoria baseada no

comportamento organizacional como fonte das

teorias de inovação, aprendizagem e memória

relacionadas à criação e codificação do conhecimento. A quarta teoria baseada em sistemas

que provêm apoio de infraestrutura.

(BASKERVILLE; DULIPOVICI, 2006, p. 90) O quadro proposto por Baskerville e Dulipovici (2006), corrobora

com Landström (2008) à medida que aponta a teoria da criação,

codificação, transferência e uso do conhecimento, desenvolvida a partir da teoria fundamental do comportamento organizacional ao considerar o processo de inovação.

Eckhardt e Shane (2003) enfatizam ainda a capacidade de inovação pelos empreendedores, ao apontar o conhecimento no papel de

criação de novas oportunidades. Desta forma, a criação do conhecimento constitui a teoria de

base que fundamenta a gestão do conhecimento descrita neste trabalho,

relacionando o empreendedor, a oportunidade, a organização e a inovação na investigação dos constructos que definem o modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento.

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2.3.1 Teoria da criação do conhecimento

A teoria clássica da empresa criadora do conhecimento proposto

por Nonaka (1991) aponta um conjunto de atividades de criação e disseminação do conhecimento através da organização, que é incorporado em novos produtos e tecnologias que mantém o negócio em

contínua inovação. A criação do novo conhecimento é percebida como a recriação

da empresa sob um processo permanente de renovação pessoal e

organizacional. O empreendedor é visto, neste contexto, como o trabalhador do conhecimento que possui o comportamento necessário

para este processo de transformação. Neste processo, a criação do conhecimento na empresa está relacionada com os ideais dos indivíduos e que isto diz respeito a ideias (NONAKA, 1991).

Neste contexto de mudanças, Nonaka (1994) propõe o paradigma da criação do conhecimento ao sugerir que a visão tradicional do processamento de informações para solução de problemas

considera a organização sob uma visão estática. O paradigma sugere que a dinâmica das organizações pode ser representado pelas suas

características de inovação, que é compreendida segundo um processo em que a organização cria e define seus problemas e desenvolve novos conhecimentos para resolvê-los (NONAKA, 1994).

Este processo é conceitualmente definido por Nonaka (1994, p. 15), como um ―diálogo contínuo entre conhecimento tácito e explícito que orienta a criação de novas ideias e conceitos‖.

A distinção entre estes dois tipos de conhecimento pode ser observada por Nonaka (1994, p. 16) sob uma ótica prática ao definir que ―o conhecimento tácito envolve elementos cognitivos e técnicos [...]

enquanto o conhecimento explícito é discreto ou digital‖. Os elementos cognitivos do conhecimento tácito dizem respeito

às perspectivas em que os indivíduos percebem e constróem a sua visão de mundo, enquanto os elementos técnicos envolvem a experiência e habilidades aplicadas num contexto específico (NONAKA, 1994).

A conversão desses conhecimentos, segundo Nonaka (1994, p. 17) acontece em duas dimensões: ―a epistemológica que atribui ao indivíduo a criação do conhecimento e a ontológica que trata da

interação entre os conhecimentos e sua evolução‖. Nesta dimensão, a interação social provê um fórum permanente de criação do

conhecimento e o desenvolvimento de novas ideias. Classicamente, a proposição deste processo de conversão do

conhecimento dá forma à ―espiral de criação do conhecimento

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organizacional‖, apresentando quatro fenômenos da conversão do

conhecimento: a socialização (tácito para o tácito), externalização (tácito para o explícito), combinação (explícito para o explícito), e a

internalização (explícito para o tácito), como proposto por Nonaka (1994, p. 20) representado na figura 3.

Figura 3: Espiral do conhecimento.

Fonte: Nonaka (1994, p. 20).

A literatura apresenta uma ampla discussão em que a espiral do

conhecimento é a principal fundamentação. As abordagens contemplam desde sistemas como a intranet utilizada na externalização do conhecimento tácito (STENMARK, 2002), no uso e aquisição do

conhecimento pelas pequenas e médias empresas, estimulando o empreendedorismo e a exploração das oportunidades (THORPE et al., 2005), no aproveitamento da dinâmica de conversão do conhecimento

para a geração do fluxo de conhecimento organizacional (NISSEN, 2006) e nos métodos de cocriação e compartilhamento do conhecimento

para aplicação prática (KAZI; WOHLFART; WOLF, 2007). Outras abordagens práticas também são tratadas por autores

como Mengis e Eppler (2008) ao explorarem as regras de gestão para

conversação face a face na perspectiva do conhecimento, e de Accorsi e Costa (2008) ao apresentarem o conceito Peer-to-Peer de compartilhamento utilizado na computação, como forma colaborativa de

criação do conhecimento para estimular o ambiente ba.

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A abordagem avança para a investigação da gestão do

conhecimento aplicado na criação e compartilhamento do conhecimento em projetos (CHRISTENSEN; BURH, 2009), o aprendizado

organizacional no setor público (RASHMAN; WITHERS; HARTLEY, 2009) e o compartilhamento da informação nas redes sociais, partindo do indivíduo para os grupos e organizações (HATALA, 2009).

De forma mais recente a abordagem busca explorar o processo de conversão do conhecimento nas organizações inseridas no contexto político (CONTANDRIOPOULOS et al., 2010), e até mesmo

questionando o uso do termo conhecimento tácito, quando visto sob uma aplicação específica na configuração de produtos (HAUG, 2010).

Nonaka e Krogh (2009) reforçam a controvérsia existente nos últimos 15 anos de literatura sobre o papel do conhecimento tácito na teoria da criação do conhecimento organizacional. As contribuições da

pesquisa neste campo revelam que a compreensão da teoria requer duas premissas: ―os conhecimentos tácito e explícito são conceitualmente distintos ao longo do continuum e que a conversão do conhecimento

explica a interação entre o conhecimento tácito e explícito‖. (NONAKA; KROGH, 2009, p. 636, grifo do autor). Com base nestas

premissas, Nonaka e Krogh (2009) sistematizam e argumentam os principais pontos de controvérsia através de aspectos que fundamentam seu estudo.

O primeiro aspecto está na compreensão da verdade na teoria, que ―corresponde ao pragmatismo epistemológico e resulta de processos em que as pessoas justificam suas crenças na organização‖ (NONAKA;

KROGH, 2009, p. 640), permitindo que a teoria adote um conceito mais amplo do conhecimento, incluindo o conhecimento tácito e explícito.

O segundo e o terceiro aspecto dizem respeito ao

―conhecimento tácito e explícito serem distintos ao longo do continuum, apontando que estes podem ser acolhidos pela teoria‖ (NONAKA;

KROGH, 2009, p. 641) e terem valor para a ciência da organização. O quarto, quinto e sexto aspecto dizem respeito à clarificação

da conversão do conhecimento, à medida que se observa a distinção

entre o conhecimento tácito e explícito, empiricamente evidenciados na ciência da organização. Contudo, em se tratando do conhecimento tácito e sua relação com a prática social do conhecimento organizacional,

ainda há um desafio para teoria da criação do conhecimento à medida que a conversão do conhecimento exerce um papel crítico para explicar

a teoria. Isto é evidenciado ao se questionar os resultados da conversão do conhecimento relacionados à prática social, considerando um campo recente e carente de novos estudos (NONAKA; KROGH, 2009).

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2.3.2 Fluxo do conhecimento

A noção de fluxo proposto por Nonaka (1994) através da espiral

do conhecimento é complementado por Nissen e Levitt (2002), ao inserir a dimensão do ciclo de vida do conhecimento com o propósito de descrever como o conhecimento flui numa organização.

A dinâmica deste modelo associa ao ciclo de conversão do conhecimento de Nonaka (1994) também conhecido como Socialização, Externalização, Combinação e Internalização (SECI), mais ―seis fases

que descrevem o fluxo contínuo do conhecimento na organização: 1) criação, 2) organização, 3) formalização, 4) distribuição, 5) aplicação, e

6) evolução‖ (NISSEN; LEVITT, 2002, p. 07). A fase de criação é representada pelo conhecimento gerado na

organização iniciando o ciclo de vida, relacionado à aquisição e captura

do conhecimento. A segunda fase é relacionada à organização, ao mapeamento e a agregação do conhecimento como no caso dos repositórios. A terceira fase refere-se aos mecanismos de explicitação do

conhecimento em termos de armazenamento e codificação. A quarta fase foca a distribuição do conhecimento pela organização em termos de

transferência e acesso. As últimas duas fases referem-se à melhoria e evolução do conhecimento refletindo o aprendizado da organização (NISSEN; LEVITT, 2002).

A terceira dimensão pode ser observada na figura 4, através do eixo ciclo de vida (CVGC) que contém as seis fases descritas e sua relação com o modelo SECI. Neste modelo, Nissen e Levitt (2002)

sugerem a presença de dois vetores (K, V) que representam a criação e evolução do conhecimento respectivamente.

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Figura 4: Trajetória do fluxo de conhecimento na empresa.

Fonte: Traduzido e adaptado de Nissen e Levitt (2002, p. 09).

A ênfase na dinâmica do fluxo de conhecimento como tratado por Nonaka (1991; 1994) e Nissen e Levitt (2002) é complementado por Nonaka, Toyama e Hirata (2008, p. 26) ao enfatizar que idealmente o

conhecimento criado na espiral ―aumenta em quantidade e qualidade à medida que é transferido do indivíduo para o grupo e do grupo para a organização‖. Portanto, é necessário que capacitadores mantenham o

ciclo de conversão permanentemente. Conforme Nonaka, Toyama e Hirata (2008, p. 26) propõem,

esses capacitadores estão associados com a ―relação da organização com as pessoas, entre pessoas e destas com o ambiente [...] em permanente síntese da abstração com a experiência atual‖.

Desta forma, a interação dinâmica com o ambiente quando organicamente combinam e sintetizam estes fatores para a criação do conhecimento, pode atualizar a gestão baseada no conhecimento

(NONAKA, TOYAMA, HIRATA, 2008).

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2.3.3 Modelos dinâmicos de conhecimento

O modelo SECI de conversão do conhecimento, proposto por

Nonaka (1994) ao representar a dinâmica de criação do conhecimento na organização, é considerado no contexto de outros elementos que compõem o modelo de processo da empresa baseada no conhecimento

(NONAKA, TOYAMA, HIRATA, 2008). Estes elementos conforme apresentado por Nonaka, Toyama e

Hirata (2008), compreendem a visão do conhecimento e os objetivos,

pelo qual o SECI é orientado, o espaço ba que contextualiza o SECI, os ativos de conhecimento que representam as entradas e saídas do SECI e

o ambiente que representa o ecossistema de conhecimento. A visão do conhecimento descreve o quadro ideal futuro a ser

alcançado, criando um significado para o passado e o presente. Os

objetivos são os mecanismos concretos como os conceitos, ações e metas que orientam o processo de criação do conhecimento, relacionando com o processo de diálogo (síntese de pensamento) e

prática (síntese de ação). O espaço ba é definido como ―contexto compartilhado e em movimento em que o conhecimento é

compartilhado e criado [...], é o fundamento da atividade de criação do conhecimento‖. (NONAKA; TOYAMA; HIRATA, 2008, p. 34).

Os ativos de conhecimento representam tanto a saída do

processo de criação do conhecimento quanto a entrada na criação de novos conhecimentos, compartilhados no ecossistema da empresa que constituem os trabalhadores do conhecimento, clientes e fornecedores,

contribuindo para a geração do valor corporativo. Neste ecossistema, o conhecimento está incorporado nos diversos atores, e como um organismo vivo, estabelece relações entre as diversas fontes de

conhecimento transcendendo os limites da empresa na criação de novos conhecimentos (NONAKA, TOYAMA e HIRATA, 2008).

À medida que novos conhecimentos são criados, as pessoas buscam continuamente compreender o que está acontecendo ao seu redor, neste sentido Choo (2006) complementa Nonaka (1991, 1994)

observando que ―as organizações precisam ter habilidades em transformar o conhecimento tácito em explícito para promoverem a inovação‖ (CHOO, 2006, p. 335).

A visão de Choo (2006) em construir uma realidade com significado é materializado no modelo Sensemaking, que busca

compreender o papel das pessoas nas organizações em construir e explorar estas realidades orientadas para a ação. ―A chave para a inovação consiste em liberar o conhecimento tácito dos membros da

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organização‖. (CHOO, 2006, p. 338). Desta forma, com os sinais do

ambiente, a organização pode mobilizar o conhecimento e a expertise de seus membros e promover continuamente o aprendizado e a inovação

(CHOO, 2006). Outros modelos de Gestão do conhecimento também apontam

como parte de seu processo, a criação do conhecimento, corroborando

ao modelo primórdio de Nonaka (1991; 1994). Este grupo de modelos pode ser observado por Rastogi (2000),

que atribui a criação do conhecimento através da pesquisa e

desenvolvimento, experimentação, lições aprendidas, pensamento criativo e inovação.

Já o modelo de Heisig (2001) descreve a criação do conhecimento como uma habilidade em compartilhar informações e criar conexões entre ideias num processo de aprendizagem e

comunicação. Para McElroy (2002) a criação do conhecimento é vista como um processo de produção e entendida como sinônimo da organização que aprende. Wiig (1993) ainda destaca que o papel da

criação, acumulação, desenvolvimento e uso do conhecimento exercem papel importante para a ação da empresa. A criação do conhecimento

em sua visão pode ainda acontecer através de projetos de pesquisa e desenvolvimento e ações individuais bem como pela importação de novos conhecimentos através de transferência tecnológica, ou

intercâmbio de pessoas entre departamentos. Por fim, o conhecimento para Wiig (1993) pode também ser criado pela observação do mundo real, através de visitas e observações sobre a mudança nos processos.

Embora a discussão dos modelos e teorias tenham uma característica mais tática e operacional, relacionado às atividades de criação, captura, desenvolvimento e uso, a gestão do conhecimento

exerce um papel fundamental nas empresas em prover apoio em sua performance com ações sustentadas e de sucesso (WIIG, 1997). Dentre

estas funções, Wiig (1997) aponta a promoção da criação do conhecimento e inovação praticada por todos baseado no aprendizado organizacional como forma de prover competitividade. Outro aspecto

enfatizado é a ―criação, governança e acompanhamento futuro e de longo prazo das atividades baseadas em conhecimento e suas estratégias‖. (WIIG, 1997, p. 403).

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2.4 ORGANIZAÇÕES INTENSIVAS EM CONHECIMENTO

O estudo das organizações intensivas em conhecimento tem

apresentado na literatura um amplo campo de pesquisa que inclui atores não acadêmicos, decorrente da sua natureza complexa e do conjunto de disciplinas que o tema aborda (JENNINGS; JENNINGS;

GREENWOOD, 2009). Devido a esta abrangência, o entendimento sobre as organizações intensivas em conhecimento, pode ser analisado a partir de duas dimensões de abordagem do tema: a visão

tecno/econômica e a visão social/ética (JENNINGS, JENNINGS E GRENWOOD, 2009).

Muito do entendimento dessas visões está na ―concepção da organização de forma geral‖. Enquanto a perspectiva social/ética abrange aspectos como ―funcionalista, social-funcionalista, psicologia

social ou modelos político-econômicos‖, a perspectiva tecno/econômica abrange aspectos como ―equipamentos, ferramentas, linhas de montagem [...], tecnologia da informação, paper, e redes [...]‖

(JENNINGS; JENNINGS; GRENWOOD, 2009, p. 05). Embora estas distintas visões apontem as preferências de estudo

pelos autores, há também diversos termos que se relacionam ao tema como Knowledge-creating company (NONAKA, 1994), Knowing organization (CHOO, 1996), Knowledge-intensive firm (STARBUCK,

1992; ALVESSON, 1993; BOLAND; TENKASI, MAHESHWARI, 1994; GRANT, 1996; SPENDER, 1996; NICKERSON; ZENGER, 2004; RYLANDER; PEPPARD, 2005; JORGENSEN; BECKER;

MATHEWS, 2009), Knoweldge-intensive organization (SMITS; MOOR, 2004; ZHANG; LI; SHI, 2005; APOSTOLOU; KARAPIPERIS; STOJANOVIC; 2008; MÄKI, 2008; JENNINGS;

JENNINGS; GREENWOOD, 2009; KETTUNEN, 2009), Knowledge-based organization (ZACK, 2003) e mais recente o termo Knowledge-

intensive service (VUORI, 2005; OECD, 2006). Nestes diversos termos abordados na literatura, percebe-se que

o conhecimento é foco em todas as abordagens e que, segundo Jennings,

Jennings e Greenwood (2009) e Nonaka (1994), a essência do conhecimento consiste em produzi-lo segundo a interação tácito/explícito na organização.

Neste ciclo de evolução do conhecimento do indivíduo para a organização, autores como Zhang, Li e Shi (2005) consideram que a

essência do conhecimento na organização está na transferência, compartilhamento e utilização do conhecimento produzido.

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A transferência do conhecimento é também referenciada por

Sveiby (2001, p. 348) ao sugerir que a relação entre as estruturas externas e internas da organização e sua competência individual permite

descrever ―nove modos de transferir o conhecimento, que criam valor para a organização. [...] melhorando a capacidade de ação das pessoas, tanto internamente quanto externamente a organização‖.

Esta perspectiva é empiricamente verificada por Mäki (2008, p. 816) ao identificar que ―valor é adicionado ao conhecimento pela sua pesquisa e utilização‖, favorecendo a criação e manutenção do fluxo de

conhecimento. Um dos valores criado por este fluxo é apontado por Kettunen

(2009), como a capacidade das organizações intensivas em conhecimento proverem suporte às inovações como meio de atender as estratégias organizacionais e criar vantagem competitiva.

A visão da criação de valor pelo conhecimento é também corroborado por Alvesson (1993, p. 998), porém, alertando que ―conhecimento contém uma valor simbólico tão forte que pode

facilmente criar preconceitos quando discutidos [...]‖. O volume da literatura é relatado no estudo empírico de

Rylander e Peppard (2005, p. 4), ao apresentar que o conceito de intensidade do conhecimento ―começa a ser amplamente utilizado e constitui uma categoria de estudo das organizações no contexto da

pesquisa acadêmica‖. Percebe-se, desta forma, que uma organização intensiva em

conhecimento, para se distinguir das outras organizações, requer

maiores estudos à medida que o significado de ―intensivo em conhecimento‖ envolve o ―conhecimento humano, prática reflexiva, e interação homem/tecnologia que são características centrais de todas as

organizações‖ (JENNINGS; JENNINGS; GREENWOOD, 2009, p. 6). Esta percepção é também sugerida por Zack (2003, p. 67) ao

alertar que há uma incompreensão nas abordagens das organizações baseadas em conhecimento, decorrente que a ―maioria das organizações, é, por definição, baseada em conhecimento‖.

Todavia, em contraposição à generalização de Jennings, Jennings e Grenwood (2009), Starbuck (1992) aponta a intensividade do conhecimento, fazendo analogia aos economistas ao analisar a

organização como uma firma. Desta forma, a visão do processo numa firma intensiva em

capital aponta como inputs de produção — devido à disponibilidade de recursos, o capital como fator de maior importância.

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Analogamente numa firma intensiva em conhecimento, o fator

conhecimento predomina em maior grau de importância à medida que a força de trabalho está comprometida principalmente com trabalhos de

natureza intelectual (STARBUCK, 1992). A discussão da visão baseada em conhecimento é oriunda da

visão baseada em recursos (SVEIBY, 2001; CURADO, 2006; FOSS,

2005) que atribui ao ―recurso individual, sua unidade de análise quando compreendido como fonte de vantagem competitiva‖. (FOSS, 2005, p. 63).

Foss (2005) ainda reforça que na perspectiva da firma como um conjunto de recursos heterogêneos na visão baseada em recursos, sua

emergência como teoria dominante de estratégia-conteúdo, não abordam o empreendedorismo e a inovação neste contexto, considerando o equilíbrio sua base de fundamentação.

2.4.1 Teoria da Visão baseada em conhecimento

A visão baseada em conhecimento parte da visão baseada em recursos, ao ―reconhecer as mudanças econômicas fundamentais geradas

pelo conhecimento acumulado e disponibilizado nas duas últimas décadas‖, tornando-se um ativo gerador de vantagens não apenas competitivas, mas sustentáveis (CURADO, 2006).

Segundo Curado (2006, p. 06), esse reconhecimento se dá pelas capacidades complementares que a visão baseada em conhecimento traz ao ―reconfigurar, redirecionar, transformar, dar forma e integrar o

conhecimento central, a recursos externos, estratégias e outros ativos‖. Com base nessas capacidades que, ao serem combinadas,

apresentam características únicas, as organizações absorvem novos

conhecimentos externos combinando-os com os conhecimentos internos, criando novos conhecimentos (CURADO, 2006; NONAKA, 1991;

1994; SVEIBY, 2001) aplicados a solução de problemas, (NICKERSON; ZENGER, 2004) que são recombinados com os conhecimentos pré-existentes e exclusivos (CURADO, 2006).

Esse processo permanente de evolução das organizações, em que o conhecimento é um fator chave, toma como base a teoria econômica evolucionária de Nelson e Winter (1982; 2005), que ao

contrário da visão ortodoxa baseadas em regras de decisão, propõe uma evolução do comportamento da firma através de rotinas internas que se

adéquam ao ambiente externo (mercado), permitindo à organização adquirir um novo comportamento.

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Esta visão é justificada por Nelson e Winter (1982) ao descrever

que as rotinas são termos que classificam os comportamentos previsíveis de negócios para formação de estratégias que tratam problemas não

convencionais nas empresas. Desta forma, a mudança e adaptação são tratadas pela teoria evolucionária, ao reconhecer que ―nem todos os comportamentos de negócios seguem padrões regulares e previsíveis‖ e

que, portanto, influenciam as decisões (NELSON; WINTER, 1982, p. 15).

Tais mudanças de rotina induzidas pelas decisões são definidas

por Nelson e Winter (1982, p. 128) como ―inovações‖, embora comumente ―tratado como ideias opostas, rotina e inovação possuem um

estreito relacionamento (conhecimento)‖, à medida que as experiências acumuladas nas rotinas criam então as mudanças de comportamento ou inovações.

Neste contexto de conhecimento e comportamento, Grant (1996, p. 109) propõe a teoria da firma como ―concepções e modelos de negócios empresariais que explicam e preveem sua estrutura e

comportamento‖. A firma é conceituada neste contexto, como uma ―instituição que produz bens e serviços, pois elas criam condições para

que os indivíduos possam integrar seus conhecimentos especializados‖. (GRANT, 1996, p. 111). Esta interpretação da firma é corroborada por Choo (1996) ao descrever que as rotinas conferem significado aos

eventos, apontando para as pessoas da organização, o ―contexto de ação organizacional, incluindo o processo de decisão e a construção do conhecimento‖ (CHOO, 1996, p. 337).

Grant (1996) e Choo (1996) tomam como base os princípios de conversão do conhecimento proposto por Nonaka (1994), ao reforçar a dinâmica de interação entre os conhecimentos tácito e explícito.

Spender (1996) complementa esta visão, apontando que o gerenciamento do conhecimento é a base da teoria da firma, porém

distintas da visão baseada em recursos (SVEIBY, 2001; CURADO, 2006; FOSS, 2005) e da visão evolucionária (NELSON; WINTER, 1982), propondo a abordagem de um sistema dinâmico de atividades

baseadas no conhecimento. Partindo deste entendimento, a teoria do conhecimento da firma

proposto por Spender (1996, p.54) é capaz de ―sustentar o meio termo

entre ideias de criatividade empreendedora e as mudanças sociais e tecnológicas determinadas externamente‖.

Percebe-se neste processo de mudança e criação, que a abordagem de sistemas, sobre a teoria da firma corrobora com o pensamento de Von Bertalanffly (1950; 1975), ao descrever que a teoria

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geral dos sistemas, trata de teorias conceituais que criam meios de

aplicação na realidade empírica e que estes sistemas, interagem com o meio em que se inserem.

Nesta visão de sistemas abordados por Spender (1996) e Von Bertalanffly (1950; 1975) e da inovação abordada por Nelson e Winter (1982), a literatura apresenta o conceito de ―sistemas de inovação‖

descrito por Cristensen, Schibany e Vinding (2000, p. 02) que aborda a colaboração entre firmas em sua essência, descrevendo:

O conceito de um "sistema de inovação", que têm

sido amplamente utilizado na literatura sobre inovação na última década, é, portanto,

profundamente enraizado na crença de que a

inovação é um processo interativo onde os agentes e organizações comunicam, cooperam e

estabelecem relacionamentos de longo prazo. O

conceito de sistema de inovação tem sido utilizado tanto em um sentido amplo e sentido

restrito, este último principalmente denotando a infra-estrutura de conhecimento e instituições

diretamente relevantes para as inovações, e a

antiga, englobando também o funcionamento de um conjunto mais amplo de instituições da

economia, bem como instituições informais.

Sobre esses critérios de colaboração e inovação, Christensen,

Shibany e Vinding (2000) apontam, através de resultados empíricos, que

há uma relação direta entre o tamanho da firma e a inovação em produto. Nos seis países pesquisados, os autores observam que as grandes firmas tendem a serem mais inovadoras no desenvolvimento de

seus produtos, a medida que seus colaboradores criam relações interpessoais que favorecem crescentes parcerias externas e portanto a colaboração.

Na opinião de Rossetti et al. (2008), ao ampliar a visão sobre a organização, pode-se perceber que são necessários novas formas de

gestão, estruturas, estratégias e relacionamento que criem mudanças nas organizações, ―conduzindo a novas teorias e práticas de gestão do conhecimento‖ (ROSSETTI et al., 2008, p. 62).

O desafio das organizações, neste contexto, pode ser observado no estudo da OCDE (2006), que aponta a influência do conhecimento na inovação, através de processos colaborativos de atendimento a

demandas e oportunidades de mercado. Neste sentido, a mobilização das

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habilidades da organização vai além de suas capacidades internas,

envolvendo habilidades variadas, desde as técnicas até as comportamentais.

Esse caráter multidimensional da inovação requer um processo colaborativo permanente que resulta na geração de novas ideias, conhecimentos e aprendizado numa abordagem que é resultante da

interseção de várias disciplinas (OCDE, 2006). Esta visão concorda com a análise sistemática de Crossan e Apaydin (2009), ao propor um modelo multidimensional da inovação organizacional, que permite

avaliar a capacidade de inovação e resultados da firma. Neste modelo, Crossan e Apaydin (2009) apresentam duas dimensões da inovação

identificadas na literatura; a dimensão processo e a dimensão resultado. A dimensão processo busca responder o como, utilizando como uma de suas fontes internas a ideação (natureza tácita) e orientado segundo a

disponibilidade de conhecimentos e recursos. Já na dimensão resultado, embora ainda não definida, busca responder ao ―o que‖ gerando inovações como uma nova firma (natureza explícita).

A perspectiva criada pela multidimensionalidade da inovação (CROSSAN; APAYDIN, 2009) e de ser influenciada pelo conhecimento

(OECD, 2006), fortalece a visão de Zack (2003, p. 67) empiricamente pesquisada, ao apontar que para uma organização ser intensiva em conhecimento deve considerar quatro características ―resumidas como

processo, lugar, propósito e perspectiva‖. O processo refere-se ao uso do conhecimento existente

adquirido pela experiência passada e da colaboração que permite criar

novos conhecimentos e aprendizados. O lugar se relaciona com os limites da organização; à medida que as interações entre as pessoas ocorrem e os conhecimentos são produzidos, os limites apresentam-se

cada vez mais difusos. O propósito está relacionado com a estratégia de conhecimento, considerado como recurso chave dessas organizações

para criar a agilidade e flexibilidade como medida de desempenho. Por fim, a perspectiva refere-se ao ponto de vista do conhecimento, que utiliza o conhecimento e o aprendizado como critério para potencial

ação (ZACK, 2003). A intensidade de conhecimento com que as organizações vêm

lidando, pode ser apontada na pesquisa teórico empírica de Dobrai e

Farkas (2009), pelo surgimento de setores intensivos em conhecimento como o setor de serviços.

A contribuição neste campo de pesquisa é referenciado por Manhães (2010) ao propor um método de design de serviços, considerando que conhecimentos podem ser criados a partir da rede de

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valores e propor novos serviços. Neste setor, os serviços intensivos em

conhecimento são considerados como fontes de conhecimento para outras organizações que requerem conhecimentos não disponíveis para

realização de seu negócio (DOBRAI; FARKAS, 2009).

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo apresenta a metodologia utilizada na pesquisa,

orientado pela pirâmide metodológica de Schreiber et al. (2000). A abordagem adotada para fins desta dissertação busca uma

visão estruturada que orienta a pesquisa para a concepção do modelo de

empreendedorismo inovador baseado em conhecimento. A estruturação, tal qual a prática de desenvolvimento de um

software, é apresentada em camadas conforme proposto por Schreiber et

al. (2000) e adaptado para este trabalho. No decorrer do capítulo é discutida a contribuição metodológica

de cada etapa, propondo ao final, uma estrutura de execução da pesquisa.

3.1 A PIRÂMIDE METODOLÓGICA

A proposta metodológica de Schreiber et al. (2000) é formulada

para o desenvolvimento de sistemas de conhecimento4, que

analogamente representam as mesmas características observadas no

tema abordado por esta dissertação. Tais características lidam com a complexidade do tema e o

desafio apresentado na proposta, ao se identificar diversas visões de

mundo sobre o empreendedorismo inovador, uma variedade de teorias formuladas, a amplitude de métodos desenvolvidos, as ferramentas derivadas e um amplo conjunto de aplicações, como se pode observar no

capítulo 2. Neste cenário, o esforço em buscar a unificação destes

conceitos, teorias e métodos numa abordagem orientada para a

concepção de um modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento resultou na escolha da pirâmide metodológica como

modelo de orientação desta pesquisa. A necessidade de uma nova abordagem metodológica, abordada

na área de engenharia de software pela introdução do conhecimento no

desenvolvimento de sistemas, permitiu desenhar a ―pirâmide metodológica, que é composta de cinco camadas, em que cada camada consecutiva é construída sobre a camada anterior‖ (SCHREIBER et al.,

2000, p. 14), e pode ser observada na figura 5.

4 Sistema de conhecimento é um software que contém um volume significante

de conhecimento em forma declarativa explícita (SPEEL et al., 2002).

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Figura 5: Pirâmide metodológica.

Fonte: Traduzido e adaptado pelo autor de Schreiber et al. (2000, p. 14).

Estas camadas são estruturadas, segundo Schreiber et al. (2000) e Speel (2002), a partir da camada de base ou visão de mundo, que

caracteriza a abordagem ou ―slogans‖ da engenharia do conhecimento e demais atividades relacionadas a engenharia de software. A camada da teoria dá forma à visão de mundo através de conceitos e modelos de

abordagem que são caracterizados pelos métodos na forma de processos, ciclos de vida e técnicas de identificação. Os métodos são, então, implementados na camada de ferramentas, que descreve os ambientes de

implementação, para então serem experimentados na camada de uso ou aplicação através dos estudos de caso. Nesta última camada desenha-se

o fluxo de feedback para as camadas anteriores. Percebe-se na construção do método, que a camada de base da

pirâmide exerce um papel importante que é enfatizado por Speel (2002,

p. 02) ao descrever que ―a pedra fundamental da metodologia é sua visão de mundo‖.

Esta percepção é complementada por Schreiber et al. (2000, p.

15), ao descrever que ―uma vez que a visão de mundo muda, os fundamentos caem sob uma abordagem, e o momento é oportuno para uma mudança de paradigma‖.

Desta forma, a abordagem metodológica proposta nesta dissertação busca contribuir na organização dos elementos dispersos na

pirâmide e na apresentação de uma nova abordagem sobre o tema Empreendedorismo Inovador, decorrente das mudanças globais como observado no capítulo introdutório.

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3.1.2 A visão de mundo

Observa-se no estudo do empreendedorismo inovador, que um

conjunto de publicações de natureza tanto teórica quanto empírica toma forma à medida que a inovação, conhecimento e empreendedorismo são cada vez mais presentes e inter-relacionados nas organizações como

visto na contextualização do tema de pesquisa. Nesta realidade, pode-se perceber um paradigma que é definido

como uma ―visão de mundo que se refere a um conjunto de crenças

relacionadas ou suposições básicas, ou uma postura sobre a natureza e a organização do mundo‖. (KHUN, 2007, p. 156). Para Morgan (1980, p.

606) a visão do paradigma no sentido teórico é descrito como ―uma visão implícita ou explícita da realidade‖.

Tais visões são organizadas segundo uma estrutura apresentada

por Burrel e Morgan (1979), em níveis descritos como os Paradigmas que representam formas alternativas de estudo da realidade, as Metáforas que dão base para as pesquisas e, as Atividades de solução de

quebra-cabeças que operacionalizam as metáforas e concentram as pesquisas e discussões das ciências sociais, como ilustrado na figura 6. Figura 6: Conceitos de compreensão da natureza e organização da ciência

social.

Fonte: Traduzido pelo autor de Burrel e Morgan (1979); Morgan (1980).

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Segundo Morgan (1980), toda realidade pode ser constituída

por mais de uma metáfora para se compreender a natureza do paradigma. Esta forma de compreensão simbólica, ou metafórica,

representa um ―processo de comparação, substituição e interação para construção de um novo significado‖ (MORGAN, 1980, p. 610).

Na contextualização apresentada no capítulo introdutório desta

dissertação, percebe-se por analogia, que a literatura apresenta um conjunto de estudos organizados em três grupos fundamentais. No primeiro grupo de estudos, o enfoque é sobre as ―estruturas e

tecnologias na definição das características organizacionais‖, no segundo grupo o enfoque é sobre a ―relação entre a organização e o

meio ambiente e como sobrevivem‖ e no terceiro grupo pode-se identificar o enfoque na ―competição e seleção das organizações ao invés da adaptação ao ambiente‖ (MORGAN, 1980, p. 614-616).

Tais metáforas podem ser simbolizadas na visão de Morgan (1980), segundo os grupos percebidos, definindo-se para o primeiro grupo a metáfora da máquina que constitui uma estrutura formada por

diversos elementos inter-relacionados. No segundo grupo a metáfora do organismo, que apoia a ideia de sistemas conectados que compartilham

o mesmo objetivo e foco. O terceiro grupo pela metáfora da ecologia populacional que enfatiza a ideia dos sistemas adaptáveis.

A analogia dessas três metáforas ―criam significados de visões

da organização e seu funcionamento‖, podendo ser utilizadas de forma funcionalista ao criar diferentes abordagens, tentando ―captar e articular aspectos de uma realidade‖ para um paradigma comum. (MORGAN,

1980, p. 616). Com base nessas metáforas, Morgan (1980, p. 607) faz

referência ao nível Atividades de solução de quebra-cabeças,

observando que é ―possível neste nível, identificar muitos tipos de pesquisa que procuram operacionalizar as implicações detalhadas da

metáfora‖. O capítulo introdutório faz menção à contextualização do

empreendedorismo inovador, citando estudos recentes sobre o tema,

contribuindo para a formação da visão de mundo abordada nesta dissertação.

Desta forma, percebe-se que há um conjunto de estudos que

caracterizam de forma simplificada, a natureza de cada uma das três metáforas e são organizados com base nos temas apresentados pelos

quadros 1, 2 e 3 do capítulo 2 que descrevem as visões sobre o empreendedorismo inovador, a gestão do conhecimento neste contexto e as organizações intensivas em conhecimento, ilustrado no quadro 6.

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Quadro 6: Organização das metáforas segundo a fundamentação teórica.

Máquina Metáforas

Organismo

Ecologia

Populacional T

emas

Processo criativo para

formação de novos negócios e

geração da inovação

Modelos de empreendedorismo

fortalecendo a criação e a relação

entre empreendimentos internos e

externos a organização

Busca competitiva

de oportunidades e

internacionalização

de negócios

Modelos aplicados de Gestão

do Conhecimento nas

organizações

Relação de instituições

empreendedoras com ciência,

academia e indústria, região e país.

Evidências de

Gestão do

Conhecimento na

competitividade

empresarial

Processos de conhecimento

nas organizações

Contexto e relevância da Gestão

do Conhecimento nas organizações

Ambientes de gestão do

conhecimento

Estudos de caso nas organizações

de conhecimento

Modelos de infraestrutura do

conhecimento

Relação das organizações de

conhecimento com o ambiente

Ambientes para agregação de

valor conhecimento na

organização

Estratégias de Gestão do

Conhecimento nas organizações

Empreendedorismo como

estratégia de inovação e

crescimento

Papel da Gestão do Conhecimento

no contexto organizacional

Processos e técnicas de

criação, compartilhamento e

uso do conhecimento

Papel dos trabalhadores do

conhecimento nas organizações

Gestão do Conhecimento

como ferramentas de negócio

Estratégias de Gestão do

Conhecimento para mudanças

organizacionais

Estrutura de pesquisa para o

empreendedorismo e inovação

Cases e boas práticas de Gestão do

Conhecimento

Empreendedorismo no

crescimento econômico

Conhecimento como base para

inovação e competitividade

Técnicas e ferramentas de

Gestão do Conhecimento nas

atividades internas

Gestão do Conhecimento e

inovação criando mudanças para

organização

Processos e sistemas de

Gestão do Conhecimento para

as organizações.

Empreendedorismo criando meios

de fortalecer a estratégia

organizacional

Educação e o comportamento

empreendedor nas ações

Empreendedorismo como

mecanismo de políticas públicas

Fonte: Elaborado pelo autor baseado em Morgan 1980.

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Percebe-se neste quadro que os estudos concentram-se na metáfora do organismo, explorando a relação da organização com o

ambiente numa abordagem concreta e objetiva como apontado pelos estudos de caso e boas práticas, com o propósito de criar novos conhecimentos empíricos orientados à aplicação prática.

Desta forma, a pesquisa proposta nesta dissertação parte destes entendimentos sobre paradigma que segundo Morgan (1980), pode ser explicado pela visão de mundo funcionalista da realidade. Neste

paradigma, ―pressupõe-se que a sociedade tem existência concreta e real e um caráter sistêmico orientado a produzir um estado de coisas

ordenado e regulado‖. (MORGAN, 1980, p. 608). Neste processo de pesquisa, segundo Morgan (1980), o

pesquisador se utiliza do rigor e do método científico, afastando-se da

cena estudada, criando uma abordagem objetiva sem julgamento de valor, mas com o propósito de se obter um conhecimento empírico útil.

Esse caráter objetivo é apresentado por Burrel e Morgan (1979,

p. 17) na visão funcionalista, que se caracteriza por buscar explicações ―racionais sobre os assuntos sociais [...] pragmático em orientação,

frequentemente orientado para o problema e envolvido em prover soluções práticas‖.

Com esta abordagem, a pesquisa desenvolvida nesta visão de

mundo, busca formar um corpo de conhecimento relativo ao projeto de um artefato (modelo) e o planejamento da sua realização, operação, ajuste, manutenção e monitoração, a luz do conhecimento científico

(BUNGE, 1985 apud CUPANI, 2006), caracterizando-a de natureza Tecnológica.

3.1.3 As teorias

A abordagem dos temas Empreendedorismo inovador, Gestão do conhecimento e Organizações intensivas em conhecimento, foi discutida através dos fatos apresentados pela contextualização do tema e

nas teorias apresentadas na fundamentação teórica desta dissertação. Esta relação entre teorias e fatos é vista por Marconi e Lakatos

(2010) como intrínsecas e que constituem um conjunto de princípios,

conceitos e regras dentre outros, que se organizam formando um instrumento científico que contribui para o desenvolvimento da ciência.

O papel da teoria em relação aos fatos é descrito por Marconi e Lakatos (2010, p. 100-103) como um conjunto de características assim apresentados:

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Orienta os objetos da ciência delimitando as amplitudes

dos fatos a serem estudados, focando os fenômenos mais importantes contidos.

Oferece um sistema de conceitos para conceituação e

classificação de fatos empiricamente verificados, sistematizando e explicando os fenômenos em estudo.

Resume o conhecimento sobre o que já se conhece do objeto estudado através das generalizações empíricas e

das inter-relações de afirmações comprovadas.

Prevê fatos com base em outros fatos e relações já existentes, estabelecendo uniformidade geral que

ultrapassa as observações imediatas.

Indica lacunas de conhecimento à medida que o resumo dos fatos aponta fatos ainda não observados ou relações

ainda insatisfatoriamente explicadas. Desta forma, as teorias utilizadas como referência para abordar

os temas de estudo desta dissertação, são assim apresentadas:

Tema Empreendedorismo inovador – Teorias do empreendedorismo como um processo de inovação, e do empreendedorismo como criador de novos negócios

segundo Rocha e Birskinshaw (2007), e a teoria do nexus oportunidade-indivíduo (SHANE, 2003; SARASON; DEAN, DILLARD, 2006).

Tema Gestão do conhecimento – Teoria da criação de conhecimento da firma proposto por Nonaka (1991), observando as proposições de Baskerville e Dulipovici (2006) ao descrever que a gestão do conhecimento

reúne teorias sobre a formação de uma cultura organizacional, desenvolvimento de estruturas

organizacionais, comportamento organizacional e infraestrutura de apoio.

Tema Organização Intensiva em conhecimento – Teoria do conhecimento da Firma (NONAKA, 1991;

SPENDER, 1996;) Teoria da economia Evolucionária (NELSON; WINTER, 1982), Visão baseada em

conhecimento (SVEIBY, 2001; 2003; CURADO, 2006; NICKERSON; ZENGER, 2004).

Neste conjunto de teorias são abordadas através de fatos

predominantemente empíricos descritos na contextualização do tema, ao apresentar os estudos do Global Entrepreneurship Monitor Report

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(GEM) (KELLEY; BOSMA; AMORÓS, 2011), do Global Innovation

Index 2009-10 Report (GII) e da literatura discutida no capítulo introdutório desta dissertação.

Neste contexto, o papel dos fatos em relação à teoria é descrito por Marconi e Lakatos (2010, p. 104-107) por um conjunto de características assim apresentadas:

Inicia a teoria à medida que um conjunto de fatos observados e descritos pode gerar enunciados e teorias importantes para a ciência.

Reformula e rejeita teorias que não abrangem novos fatos principalmente pela continuidade das atividades de pesquisa.

Redefine e esclarece teorias, pois se novos fatos

focarem e afirmarem em pormenores o que a teoria afirma em termos gerais, isto leva a redefinição da teoria.

Clarifica os conceitos contidos nas teorias à medida que os fatos descobertos e analisados pela pesquisa buscam esclarecer os conceitos contidos nas teorias.

Além destas considerações, Marconi e Lakatos (2010) introduzem o conceito de hipótese na definição da teoria, complementando as definições que envolvem a explicação de fenômeno

num amplo grau de abstração da teoria e sua busca na identificação das relações entre os fatos de forma sistemática, tornando-os previsíveis.

Desta forma, as características explicativas e preditivas da

teoria podem ser definidas como ―um conjunto de hipóteses indutivas e dedutivas, um sistema em que algumas hipótese válidas (deduzíveis)

estão comprovadas e, quase nenhuma está não comprovada‖. (MARCONI; LAKATOS, 2010).

Para Gil (2010) as teorias possuem importância fundamental na

investigação científica, fornecendo um sistema de conceitos e definições que ajudam na construção da hipótese, exercendo um papel metodológico na pesquisa.

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3.1.4 Os métodos

O processo de pesquisa descrito por Hughes (1980) busca

descobrir algo sobre o mundo que para serem consideradas descobertas, requerem a aplicação de um método que possa produzir conhecimento.

A relevância dos métodos como meio de produção do

conhecimento, pode ser observada por Wallace (1971, apud HUGHES, 1980) ao descrever que os métodos científicos propõem preceitos passíveis de concordância, anulando a visão individual do pesquisador.

O uso de um método adequado permite que o conhecimento gerado e cientificamente válido, crie novas visões de mundo (HUGHES, 1980).

Conforme Gil (2010, p. 08) propõe, os métodos científicos podem ser entendidos como um ―conjunto de procedimentos intelectuais e teóricos adotados para se atingir o conhecimento‖. A visão é também

compartilhada por Marconi e Lakatos (2010, p. 45) ao analisar diferentes conceitos sobre métodos, apontando características incorporadas que o descrevem como ―regras de êxito‖, ―caminhos

seguro e econômico para atingir o objetivo‖, ―conjunto de procedimentos ordenados e racionais de um conhecimento válido‖ e um

meio de ―facilitar a apresentação de problemas científicos e a comprovação de hipóteses‖. Desta forma, Gil (2010) busca organizar os métodos abordados em literatura, para proporcionar as bases

metodológicas da investigação. Neste grupo, os métodos científicos são classificados e

relacionados com suas correntes filosóficas, definidos como o dedutivo

(racionalismo), indutivo (empirismo), hipotético-dedutivo (neopositivismo), dialético (materialismo dialético) e fenomenológico (fenômeno) (GIL, 2010). Dentre os métodos citados, selecionou-se o

método hipotético- dedutivo como guia desta investigação, pois segundo Marconi e Lakatos (2010, p. 72), este método ―defende o aparecimento

em primeiro lugar, do problema e da conjectura, que serão testados pela observação e experimentação‖. A discussão deste método é abordada por Marconi e Lakatos (2010) e Gil (2010) baseando-se nos estudos de

Popper e representado nas etapas descritas na figura 7.

Figura 7: Etapas do método hipotético-dedutivo segundo Popper.

Fonte: Traduzido pelo autor de Marconi e Lakatos (2010, p. 74).

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Segundo Popper (1975 apud Marconi e Lakatos, 2010) e Gil (2010) o problema surge de conflitos entre expectativas e teorias

existentes e quando não há conhecimentos suficientes para explicar um fenômeno. A solução proposta se dá na forma de conjecturas que são testadas buscando falsear a hipótese.

Neste método, Gil (2010) descreve que a tentativa de falseamento se dá por evidências empíricas e se a hipótese não é falseada, tem-se então a corroboração não definitiva da hipótese até que

um novo fato a invalide. Para Marconi e Lakatos (2010, p. 77) as tentativas de falseamento consistem em ―tornar falsas as consequências

deduzidas ou derivadas das hipóteses, mediante o modus tollens‖. O modus tollens ou ―negação do consequente‖ é uma forma de

argumento dedutivo denominado de argumentos condicionais válidos,

composta pela premissa de uma condicional e outra premissa que nega o consequente desta condicional (MARCONI; LAKATOS, 2010). A regra descrita por Marconi e Lakatos (2010) aponta para a lógica: Se p,

então q. Ora, não – q. Então, não – p. Essa estrutura pode ser exemplificada utilizando o seguinte exemplo:

Se a água ferver, então a temperatura alcança

1000.

Ora, a temperatura não alcançou 1000.

Então a água não ferverá (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 66).

A pesquisa proposta nesta dissertação, parte da carência que se observa na literatura sobre um modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, e propõe com base na observação, uma

hipótese orientada nas teorias da gestão do conhecimento, do empreendedorismo inovador e das organizações intensivas em conhecimento.

Decorrente da natureza aplicada desta pesquisa, que segundo Silva e Menezes (2001) busca criar conhecimentos para aplicação

prática, as tentativas de falseamento da hipótese acontecem segundo os levantamentos obtidos na abordagem quantitativa e qualitativa do problema.

Enquanto a pesquisa quantitativa busca expressar em números as informações passíveis de classificação e análise, a pesquisa de qualitativa busca interpretar os fenômenos e atribuir um significado a

eles (SILVA; MENEZES, 2001).

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As abordagens quantitativa e qualitativa são também

caracterizadas de forma distinta por Marconi e Lakatos (2010, p. 269), ao reforçar que no método quantitativo são ―utilizados amostras amplas

e com informações numéricas‖ com tratamento estatístico, e no método qualitativo as ―amostras são reduzidas‖ distinguindo-se pela ―forma de coleta e análise dos dados‖.

Estas características estão presentes no método da revisão sistemática de literatura e amplamente difundida na medicina, com o propósito de verificar onde os efeitos na saúde são consistentes e onde

podem variar, segundo os estudos da Cochrane handbook (CLARKE, 2001; HIGGINS, 2008) e CDR Report (KHAN et al., 2001).

A revisão sistemática da literatura na medicina é utilizada para ―prover informações sobre a efetividade das intervenções, através da identificação, avaliação e síntese de um volume ingerenciável de

pesquisas‖ (KAHN et al., 2001, p. 03). Neste contexto, a revisão sistemática busca reunir toda a

―evidência empírica que se enquadra nos critérios de elegibilidade pré-

especificados, para responder uma pergunta de investigação específica‖ e através da explicitação do método, reduzir o viés da pesquisa para

assegurar resultados mais confiáveis (HIGGINS, 2008). A realização da revisão sistemática de literatura, pode ainda ser

utilizada em conjunto com a meta-análise segundo Khan et al. (2001),

Higgins (2008) e Clarke (2001) ao descreverem que a meta análise corresponde a técnicas estatísticas que integram os diversos estudos obtidos como resultados da mesma questão.

A execução do método, segundo esta visão, é adaptada para fins desta dissertação, sob a abordagem da busca sistemática de literatura, pois considera-se tanto a carência de um método específico de revisão

sistemática da literatura para a área de gestão do conhecimento, como pelas inadequações da aplicação, quando visto sob a ótica da saúde.

Assim, foi utilizado nesta dissertação, o método da revisão de literatura, segundo o procedimento da busca sistemática como aplicado por Brow (2007) que adaptou o método original de Khan et al (2001) para a

revisão das teorias econômicas do empreendedorismo. A busca sistemática segue o modelo da NHS Centre for Reviews

and Dissemination (2001), que estrutura o modelo de condução do

método em três estágios: o de planejamento da revisão, o da condução da revisão e disseminação dos resultados, como demonstra a figura 8.

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Figura 8: Método da revisão sistemática.

Fonte: Traduzido pelo autor de CDR Report Number 2 (2001) e adaptado de

Brow (2007).

Cada estágio do método é formado segundo Khan et al. (2001), por um conjunto de fases que descrevem as atividades a serem executadas, inicialmente proposto de forma consecutiva mas que pode

variar durante a revisão. O estágio I ― Planejamento da revisão, inicia com a avaliação

da necessidade da revisão (fase 0), com o propósito de avaliar se já não

existem revisões realizadas e outras pesquisas que dupliquem o esforço sobre a mesma questão. A fase do mapeamento e escopo da literatura

(fase 1) permite identificar aquilo que é sabido e as lacunas ainda

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existentes sobre o tema de estudo auxiliando na formulação das questões

de revisão. A formulação destas questões (fase 2) auxilia a definir o protocolo pelo qual o estudo identificará, avaliará e reunirá evidências

(GLANVILLE; SOWDEN, 2001; KHAN; POPAY; KLEIJNEN; 2001; KHAN et al., 2001; BROWN, 2007).

O estágio II – Condução da revisão, inicia com base no

protocolo de revisão, identificando os estudos relevantes a serem utilizados na pesquisa, a forma de coleta e documentação do processo de busca (fase 3). Na seleção dos estudos (fase 4) é avaliado o potencial

dos estudos relevantes a serem acessados pela relevância da questão de revisão, utilizando-se de critérios, palavras chave, restrições e outras

referências. Os estudos selecionados são então avaliados segundo a qualidade (fase 5) quanto ao viés, efetividade e validade interna e externa ao tema de pesquisa. Decorrente da seleção dos estudos, os

dados são extraídos (fase 6) segundo as características e resultados destes estudos, por meio de métodos e ferramentas específicas. Os dados extraídos são então sintetizados (fase 7) segundo abordagens

qualitativas da evidência complementado por análises quantitativas. (GLANVILLE, 2001; KHAN; KLEIJNEN, 2001; KHAN et al., 2001)

O estágio III – Relato e disseminação, descreve de forma suscinta os resultados encontrados (fase 8), seus métodos, análises e implicações para a revisão , focando a disseminação do estudo na forma

de estratégias de implementação prática (fase 9) a luz das evidências contidas na revisão (KHAN; POPAY; KLEIJNEN, 2001; WILSON et al., 2001).

Percebe-se ainda que com a proposição do método da revisão da literatura, segundo buscas sistemáticas, os resultados gerados além de buscar respostas aos objetivos específicos descritos nesta dissertação,

contribuem ainda na identificação dos constructos que caracterizam o empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, criando bases

para geração de evidências aplicado no teste de falseamento da hipótese como referenciado no método hipotético-dedutivo.

3.1.5 A ferramenta

A abordagem da técnica Delphi foi realizada com o propósito

de se obter o modelo final do empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, tomando como base o modelo inicial obtido pelas

observações dos fenômenos empreendedorismo inovador, gestão do conhecimento e organizações intensivas em conhecimento como discutido nos capítulos introdutório e de fundamentação.

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A escolha desta técnica como ferramenta metodológica, deve-se

as características apontadas por Linstone e Turoff (2002) ao descrever que o processo Delphi busca um consenso entre um grupo de

especialistas, através de um questionário desenhado para se acordar sobre questões de natureza complexa, como percebido neste estudo.

O exercício Delphi pode ser realizado segundo duas formas: a

primeira denominada Conventional Delphi, utilizando um monitor que aplica um questionário ao grupo e com base nas respostas geradas, o monitor resume e constroi um novo questionário a ser aplicado. A

segunda forma denominada Real-tune Delphi ou Delphi Conference substitui o monitor por recursos computacionais de comunicação,

eliminando o tempo de execução das rodadas (LINSTONE; TUROFF, 2002).

Os critérios de aplicação da técnica seguem as recomendações

de Linstone e Turoff (2002) e considera quatro fases citadas a seguir: A primeira fase compreendida pela exploração do

tema em discussão, em que cada indivíduo

contribui com informação adicional a questão. A segunda fase envolve o processo de buscar um

entendimento de como o grupo observa a questão

[...], e se há um significante desacordo, que é explorado na terceira fase para trazer as razões

subjacentes para evoluí-las. A última fase, uma evolução final ocorre quando toda a informação

previamente obtida é inicialmente analisada e

aprimorada com o retorno das considerações (LINSTONE; TUROFF, 2002, p. 05).

O questionário de apoio na aplicação da técnica Delphi, segue a

observação de Gil (2010) ao descrever que o instrumento traduz os objetivos da pesquisa em questões específicas, cujos resultados testam a hipótese elaborada no planejamento da pesquisa.

Sua construção considera aspectos como a ―constatação de sua eficácia para verificação dos objetivos, determinação da forma e do conteúdo das questões, quantidade e ordenação das questões, construção

das alternativas, apresentação do questionário e pré-teste do questionário‖. (GIL, 2010, p. 121).

A referência utilizada na construção deste que questionário toma como base a metodologia de avaliação do conhecimento organizacional (OKA), desenvolvida e aplicada pelo Banco mundial

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para introduzir a gestão do conhecimento nos países (FONSECA;

FRESNEDA, 2010). O método OKA utiliza três elementos: Pessoas, Processos e

Sistemas que organizam entre si 14 dimensões do conhecimento, que ao serem avaliados, traduzem a maturidade da organização para a gestão do conhecimento (FONSECA; FRESNEDA, 2010), representado no

quadro 7.

Quadro 7: OKA - Elementos e dimensões do conhecimento.

Pessoa

Cultura e incentivos

as atitudes culturais implícitas e explícitas, as

crenças e incentivos que existem dentro da

organização para formar, criar e apoiar o uso dos

ativos intelectuais (incluindo conhecimento) para

alcançar as suas metas

Identificação e criação do

conhecimento

a capacidade da organização e seus stakeholders

para identificar e criar conhecimento (e outros

ativos intelectuais), especialmente, aqueles que

contribuem para a organização atingir suas metas

Compartilhamento do

conhecimento

a capacidade da organização e seus stakeholders

para compartilhar ativos intelectuais que permitam

à organização alcançar suas metas

Comunidades de prática e times do conhecimento

identificar a existência, a natureza e o envolvimento de pessoas na empresa que possam,

efetivamente influenciar na solução de problemas

e permitir que a organização alcance suas metas

Conhecimento e aprendizado a existência e capacidade da organização para

construir capital humano por meio de treinamento

ou outras atividades dirigidas para o

aprimoramento do conhecimento;

Processo

Liderança e Estratégia

a adoção e execução da gestão do conhecimento

como um princípio gerencial pelos líderes da

organização;

Fluxo do conhecimento

como o conhecimento e outros ativos intelectuais fluem na organização. Inclui a captura, o

armazenamento e a disseminação.

Operacionalização do

conhecimento

a capacidade da organização para integrar e aplicar

o conhecimento nos seus negócios e processos

operacionais (incluindo o desenvolvimento de

novos produtos, marketing, e outros). Esse é,

essencialmente, o feedback da aplicação do

conhecimento nos negócios, e consequentemente, os resultados para a organização

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Alinhamento

o grau em que os objetivos do Programa de Gestão

do Conhecimento e seus resultados satisfazem ou

realizam objetivos e metas da organização.

Métricas e monitoração a capacidade da organização em medir a si mesma

levando em consideração o gerenciamento dos

ativos intelectuais, bem como monitorar e

identificar melhores práticas, informações

externas, e aprendizado que possam melhorar e gerar valor para a organização.

Sistemas

Infraestrutura de tecnologia de GC

a existência e capacidade da infra-estrutura tecnológica que permitam a gestão do

conhecimento e o compartilhamento de melhores

práticas.

Infraestrutura de acesso ao

conhecimento

a capacidade e infra-estrutura existente que

permitam que os stakeholders acessem e

compartilhem os ativos intelectuais da organização

nos seus sistemas, ou com outras pessoas

Gestão de conteúdo tipos de ferramentas a organização produz ou executa para gerenciar o conteúdo e a informação

Infraestrutura do ambiental

de GC

A natureza, desenho, e capacidade do programa de

GC estar dentro da empresa envolvendo pessoas,

unidades, grupos etc.

Fonte: Traduzido e adaptado por Fonseca e Fresneda (2010).

O questionário elaborado com base nesta referência envolve ainda as considerações apresentadas nas teorias do empreendedorismo e das características das atividades intensivas em conhecimento, criando

uma versão adaptada que atende a premissa de Gil (2010). O instrumento é apresentado no Apêndice C – Questionário de Avaliação

Delphi.

3.1.6 As aplicações

A estrutura da pirâmide metodológica de Schreiber et al.

(2001), converge para esta última camada que propõe o uso através de

estudos de caso, de toda a pesquisa desenvolvida e do modelo proposto. O método do estudo de caso utilizado nesta dissertação tem

como propósito ―permitir obter um conhecimento amplo e detalhado de

um objeto‖ (GIL, 2010, p. 58), neste caso considerando o fenômeno

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empreendedorismo inovador e o Programa Sinapse da Inovação5.

Esta visão é corroborada por Yin (2005 apud GIL, 2010) ao apontar que o estudo de caso é um estudo empírico, utilizado dentre

outros propósitos, para explorar as situações reais em que os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos.

Dada a natureza interdisciplinar do tema de pesquisa, a

realização do estudo de caso toma como premissa os resultados do estágio III da revisão de literatura – Relato e disseminação, ao enfatizar na fase 9 – Geração de evidências para a prática, que a disseminação

deve ir além da distribuição de resultados como peça de informação, mas oferecer uma estratégia de implementação prática destes resultados

como sugerido por Wilson et al. (2001). O caráter do processo de pesquisa estratégica, para Pettigrew

(1992), é organizado em pressupostos que orientam as pesquisas tanto

teóricas quanto empíricas, que simplificadamente descrevem que o processo de estudo acontece em níveis de análise, há necessidade de uma interconexão temporal, consideração do papel na explanação do

contexto e ação, criação de uma visão holística complementar a visão linear e uma conexão com o local de explicação dos resultados.

Neste contexto, a visão estratégica do estudo de caso é reforçada por Pettigrew e Whipp (1991) ao proporem uma abordagem integrada em três dimensões: o Contexto que trata dos ambientes

internos e externos em que a estratégia é desdobrada, o Processo que caracteriza a implementação e a gestão da mudança e o Conteúdo que trata dos objetivos, propósitos e metas da estratégia.

O contexto interno refere-se a fatores incorporados na organização como estrutura, cultura, poder e características políticas. No contexto externo a organização são exemplificados os setores da

indústria, economia, política e social. Os processos dão forma aos padrões observados, e são vistos como uma permanente busca dos

mecanismos mais adequados e, o conteúdo que discorre sobre o problema e os temas de pesquisa, os dados disponíveis e a natureza dos pesquisadores envolvidos (PETTIGREW, 1997).

Este modelo processual de análise é descrito por Pettigrew (1997) como um mecanismo no qual os indivíduos e as organizações desenvolvem e implementam atividades estratégicas.

Desta forma, o estudo de caso torna-se um instrumento analítico

5 Programa Sinapse da Inovação é um programa orientado para transformação

de ideias inovadoras, a partir de universidades e centros de pesquisa, em empreendimentos com alto potencial de inovação (SOUZA et al., 2009; 2010)

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que busca padrões de processo, forma e características, comparando um

caso a outro caso. Busca outros mecanismos que formatam os processos observados e como os orientam, além de que o processo de indução e

dedução no reconhecimento de padrões é próximo (PETTIGREW, 1997).

Embora as etapas de desenvolvimento do estudo de caso ainda

não sejam consenso entre os pesquisadores, segundo Yin (2001), elas podem ser organizadas de uma forma ampla e passam a orientar o estudo de caso desta dissertação como segue:

Formulação do problema; descrita na contextualização do tema no capítulo introdutório: Como conceber um

modelo de empreendedorismo inovador para as organizações intensivas em conhecimento?

Definição da unidade-caso; Será realizado apenas no

Programa Sinapse da Inovação edição 2009 e 2010, pelas características peculiares que envolvem o mecanismo e proximidade do pesquisador.

Elaboração do protocolo; tomado como referência o próprio procedimento metodológico desta pesquisa.

Coleta de dados; Utiliza como base o relatório de apresentação dos resultados do Programa Sinapse da

Inovação, através de dados estatísticos elaborados a partir de cada representante.

Análise dos dados; Predominantemente qualitativa,

através de evidências comparativas em quadros de análise.

Elaboração do relatório; considerado no capítulo de recomendações finais desta dissertação, incorporando

as observações colhidas na análise dos dados.

Ao final, o estudo de caso permite criar ainda um conjunto adicional de informações empíricas que reforçam a verificação do modelo proposto pelo teste complementar da hipótese, e os resultados

são apresentados.

3.2 A ESTRUTURA METODOLÓGICA

O estudo de caso aplicado na verificação do modelo, por meio

do Programa Sinapse da Inovação (SOUZA et al., 2009) e a ferramenta

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Delphi (LINSTONE; TUROFF, 2002), apoiada no questionário baseado

no método OKA do Banco mundial (FONSECA; FRESNEDA, 2010), permite propor através dos métodos hipotético-dedutivo (MARCONI;

LAKATOS, 2010) e da busca sistemática de literatura (CLARKE, 2001; HIGGINS, 2008; KHAN et al., 2001), um modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento.

Este modelo é suportado por um conjunto de teorias sobre o empreendedorismo inovador (ROCHA, BIRKINSHAW, 2007; ECKHARDT; SHANE (2003); SARASON; DEAN; DILLARD, 2006),

a gestão de conhecimento (NONAKA, 1991; 1994; BASKERVILLE; DULIPOVICI, 2006; LANDSTRÖM, 2008; NISSEN; LEVITT, 2002;

NONAKA, TOYAMA, HIRATA, 2008) e as organizações intensivas em conhecimento (ZACK, 2003; NELSON; WINTER, 1982; STARBUCK, 1992; CHOO, 2006; SPENDER, 1996; ALVESSON,

2004; SVEIBY, 2001, 2003; CURADO, 2006; NICKERSON; ZENGER, 2004) que corroboram com o paradigma atual do tema de pesquisa.

O reflexo para a pirâmide metodológica de Schreiber et al (2000) é a estruturação das principais referências utilizadas nesta

dissertação, segundo uma organização pragmática de abordagem da pesquisa.

A estrutura metodológica pode então ser observada segundo as

referências destes autores, ilustrada na figura 9.

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Figura 9: Estrutura metodológica.

Fonte: Adaptado de Schreiber (2002).

A estrutura metodológica utilizada na condução desta

dissertação, é complementada pelo feedback que resume as

considerações finais em cada camada da pirâmide metodológica, e recomendações futuras para evolução desta pesquisa.

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4 CONCEPÇÃO DO MODELO

O capítulo apresenta os resultados obtidos com a aplicação dos

métodos e ferramentas, que se apoiam na visão de mundo e nos princípios teóricos segundo a pirâmide metodológica de Schreiber et al (2000).

São apresentados, na discussão, os resultados das avaliações quantitativas obtidos na revisão de literatura, bem como uma interpretação destes resultados numa abordagem qualitativa.

Os resultados são avaliados segundo os princípios teóricos observados na fundamentação, para então serem verificados pelos

especialistas envolvidos diretamente no Programa Sinapse da Inovação, buscando um consenso nestes pressupostos.

Ao final, é proposto o modelo de empreendedorismo inovador

baseado em conhecimento, respondendo o objetivo C da proposta.

4.1 RESULTADOS DA REVISÃO DE LITERATURA

A aplicação da revisão de literatura nesta dissertação, segue as

nove fases propostas pela NHS Centre for Reviews and Dissemination (2001), segundo a adaptação realizada para esta pesquisa e a seguir apresentada.

4.1.1 Fase 0 – Identificação da necessidade de revisão

A busca pela necessidade de revisão é apontada por Brown (2007), como uma etapa prévia a revisão de literatura para se determinar

o que exatamente foi feito ou os estudos que mais se aproximam do tema de pesquisa.

Glanville e Sowden (2001) complementam esta descrição,

enfatizando a necessidade para se otimizar a pesquisa e evitar esforços duplicados.

Desta forma, utiliza-se a base de periódico Capes como fonte de pesquisa inicial, por reunir bases multidisciplinares características do objeto de estudo e da área de pesquisa.

Realizou-se inicialmente a busca sistemática da literatura na identificação de outras revisões sistemáticas exatas ou similares, através dos termos e operadores que compõe o caminho: ―innovative

entrepreneurship‖ E "knowledge management" E "knowledge intensive organization" E "systematic review" OU "systematic analysis". Todos

os termos utilizam aspas para corresponder ao termo exato de busca.

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92

Utilizou-se como procedimento operacional, a ―Metabusca‖ do

periódico Capes, associado a ―Busca avançada‖, ―Bases indicadas‖ e a área de conhecimento ―Multidisciplinar‖, gerando um conjunto de

periódicos que foram avaliados segundo o seu título e abstract, resultando na tabela 2:

Tabela 2: Busca por revisões sistemáticas.

Base de Dados Busca

por

Estudos

Recuperado

s

Estudos

relevantes Tipo de Base

Academic Search

Premier - ASP (EBSCO)

"T

odos

os

cam

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nnovat

ive

entr

epre

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Todos

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org

aniz

atio

n)

E T

odos

os

cam

pos=

(syst

emat

ic r

evie

w)"

0 0 Referenciais com

resumos, Textos

completos

Cambridge Journals

Online 28 0 Textos completos

Highwire Press 0 0 Textos completos

Nature (NPG) 12 0 Textos completos

Oxford Journals (Oxford

University Press) 30 0 Textos completos

SciELO.ORG Icon: brasil

0 0 Textos completos

Science (AAAS) 0 0 Textos completos

ScienceDirect (Elsevier) 30 0 Textos completos

SpringerLink

(MetaPress) 30 0 Textos completos

Wiley Online Library 30 0 Textos completos

Fonte: Elaborado pelo autor em 18/11/2010 e atualizado em 09/05/2011 a partir de Metabusca do Periódico Capes.

Observa-se na tabela 2 que, a análise da literatura disponível apresenta ausência de estudos no tema de pesquisa, justificando-se a necessidade de uma revisão da literatura (GLANVILLE; SOWDEN,

2001).

4.1.2 Fase 1 – Mapeamento e escopo da literatura

A pesquisa exploratória conduzida na fundamentação teórica desta dissertação identificou um conjunto de 291 estudos que foram analisados e agrupados em 31 temas nas abordagens do

empreendedorismo inovador, da gestão do conhecimento e das

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93

organizações intensivas em conhecimento.

Pode-se observar que os grupos apresentados nos quadros 1,2 e 3, do capítulo 2, apresentam estudos cujos temas podem ser encontrados

em uma ou mais áreas de pesquisa, porém não se identificam estudos convergentes as três áreas simultaneamente como observado no mapa apresentado na figura 10: Figura 10: Mapa e escopo da literatura.

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos quadros 1, 2 e 3.

Esta abordagem aponta que o mapeamento da literatura identifica os temas dominantes numa área de pesquisa e sua

sobreposição, gerenciando a heterogeneidade do conhecimento nessas áreas de estudo (BROWN, 2007).

Na primeira sobreposição das áreas do Empreendedorismo inovador e da Gestão do conhecimento, identificam-se três temas em

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94

comum que reúnem estudos sobre os modelos de empreendedorismo, os

processos e sistemas e as políticas públicas. O tema modelos de empreendedorismo busca fortalecer a

relação das organizações entre seus elementos internos e externos. Pode-se observar neste enfoque, estudos sobre o empreendedorismo transcultural (ENGELEN; HEINEMANN; BRETTEL, 2008;

DIMITRATOS et al., 2010; OPORA RUSSIA, 2006) , atividades como inovação em produto, processo, desenvolvimento de empreendimentos, dinâmicas organizacionais e modelos de negócio (HAYTON; KELLEY,

2006; BRIZEK, 2003; KURATKO; HORNSBY, 2006; FURST, 2005), modelos híbridos de métricas em GC (TSENG, 2010), a utilização de

teorias na condução dos estudos empíricos (POZZEBON; PINSONNEAULT, 2003), o comportamento das organizações inovadoras e o crescimento das pequena e médias empresas

(WOLCOTT; LIPPITZ, 2007; DREISLER, 2007; MILIUS; SARKIENE, 2008).

Em termos de processos e sistemas, predominam os estudos

sobre os processos de criação e compartilhamento do conhecimento e suas teorias (CONTANDRIOPOULOS et al., 2010; CHRISTENSEN,;

BUKH, 2009; ACCORSI; COSTA, 2008; NISSEN,2006; VOLMINK et al., 2004; KAZI, 2007; HATALA; LUTTA, 2009; THORPE et al., 2005; MENGIS; EPPLER, 2008; NONAKA, 1994), sistemas de

configuração de produto (HAUG, 2010), aprendizagem organizacional (RASHMAN; WITHERS; HARTLEY, 2009) e sistemas intranet (STENMARK, 2002).

O tema políticas públicas é visto sob a ótica da criação de políticas públicas a partir de mecanismos como o empreendedorismo e a gestão do conhecimento, apresentando-se estudos sobre seu papel no

desenvolvimento da democracia e novas políticas de apoio (PFIRRMANN, 2007; BUCK; MIDDLETON; WALKER, 2004), novos

ambientes urbanos de inovação (NIJKAMP, 2003) e a criação de novos negócios em economias emergentes (MCMILLAN; WOODRUFF, 2002).

Na segunda sobreposição das áreas de pesquisa da Gestão do conhecimento e das Organizações intensivas em conhecimento, identificam-se temas relacionados a mudanças organizacionais, contexto

e relevância para as organizações, modelos aplicados, ambientes de agregação de valor, inovação e competitividade, e trabalhadores do

conhecimento. No tema mudanças organizacionais encontrou-se estudos que

apoiam a estratégia de Gestão do Conhecimento como principal fator de

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95

mudança nas organizações (GRAEBE, 2005; EKIONEA, 2008; SAITO;

UMEMOTO; IKEDA, 2007; HAGGIE; KINGSTON, 1999; PESZYNSKI; COOPER; MOLLA, 2009; GOTTSCHALK, 2005;

DUBOIS; WILKERSON, 2008), outros estudos apontam a relação entre a GC e a gestão organizacional (SHOHAM; PERRY, 2008; AKHTER, 2003) e identificou-se um estudo associando a Gestão do Conhecimento

com tendências de negócios (KEELAN, 2003). Na literatura sobre o contexto e relevância para as organizações,

identificou-se estudos sobre os processos de Gestão do Conhecimento

nas organizações e sua efetividade (MÄKI, 2008; SMITS; MOOR, 2004; CARLUCCI; SCHIUMA, 2004; WILDRIDGE et al., 2004;

DOBRAI; FARKAS, 2009;), redes de conhecimento (SUDOH, 2006, GONZALEZ; MARTINS; TOLEDO, 2009) e discussões sobre o valor do empreendedorismo (PRAAG; VERSLOOT, 2007) e a teoria da

firma (SILVA; FERREIRA, 2009). No tema modelos aplicados, os estudos abordam a preocupação

dos autores na aplicação dos modelos de Gestão do Conhecimento em

áreas cognitivas focando o ser humano (GUIZZARDI, 2006) e sua capacidade de ação e aprendizado (CHO; EGAN, 2009). Identificou-se

ainda, estudos que tratam dos processos e métodos de gestão do conhecimento organizacional (ORZANO et al, 2008; SANTOS,2005; HASHMI; ZRIMEC; LAJOVIC, 2009; ORTIZ-LAVERDE;

BARAGANO; DOMÍNGUEZ, 2003), a modelagem do conhecimento como ativo (MAHESHWARI, 2006; MEYER; SUGIYAMA, 2007), modelos para parcerias (MEIER, 2010) e modelos de maturidade da

Gestão do Conhecimento focando processos, pessoas e tecnologias (PEE; KANKANHALLI, 2009).

No tema ambientes de agregação de valor, identificou-se uma

diversidade de estudos que enfatizam o ambiente de conhecimento focado a prática e sua dinâmica (OLIVEIRA; FORTUNATO, 2008;

COHEN, 2008; MOJE, 2008; MOOS; AZEVEDO, 2009;), os fatores de sucesso nesses ambientes, incluindo recursos (HEMERT; NIJKAMP, 2008; AGAPOVA, 2010; DOBRINSKY, 2009; GOLD; SEURING;

BESKE, 2009;), a visão da organização baseada em conhecimento (ROSSETTI et al., 2008; ASIAN DEVELOPMENT BANK, 2008;), redes e tipologias de organizações (ŠKERLAVAJ; DIMOVSKI;

DESOUZA, 2010; MAKANI; MARCHE, 2010;) e estudos que são guias práticos de GC (Federação dos Municípios Canadianos, 2006;

OECD, 2003; JETTER et al., 2006; OGIWARA et al., 2010; EASTERBAY-SMITH; LYLES, 2006).

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96

No tema inovação e competitividade, identificou-se

basicamente dois conjuntos de estudos, o primeiro tratando dos tipos de inovações relacionadas a atividades intensivas em conhecimento (SHIN;

LEE, 2010; OECD, 2006) e o segundo apontando o conhecimento como base para inovação (FLEUREN; WIEFFERINK; PAULUSSEN, 2004; GURTEEN, 1998; KOZMINSKI; KOCIATKIEWICZ, 2009;

RODRIGUEZ; DAHLMAN; SALMI, 2008; HARORIMANA, 2010; CHOO, 1996;).

Por fim, o tema trabalhadores do conhecimento, enfatiza o

papel desempenhado por esse perfil nas organizações intensivas em conhecimento, abordando-se a formação desses profissionais (FULLER;

UNWIN, 2010; BOLAND; TENKASI; MAHESHWARI, 1994) e sua importância no contexto organizacional (TOVSTIGA, 1999; ALVESSON, 1999; JORGENSEN; BECKER; MATHEWS, 2009;).

Na terceira sobreposição das áreas Organizações intensivas em conhecimento e do Empreendedorismo inovador, identificam-se temas associados ao crescimento econômico, processos de conhecimento e

estrutura de pesquisa nas organizações, processos e técnicas de GC e os estudos de caso.

O crescimento econômico apresenta uma visão do empreendedorismo através da criação do conhecimento (HAGEDOORN, 1996), da geração e desenvolvimento de ideias

(CARLSSON et al., 2009;FALTIN, 2001) e do seu papel nas organizações globais (TERJESEN; ACS; AUDRETSCH, 2010; BAEZ; ABOLAFIA, 2002; CAREY, 2006; BOSMA; LEVIE, 2009).

No tema processos de conhecimento, os estudos apresentam discussões sobre processos colaborativos (ZHANG; XIE, 2006;), pesquisa e planejamento para uso do conhecimento (COSTANZO et al.,

2009; KOONG, 2010; MÄKI, 2008;) e gestão do fluxo de conhecimento (NONAKA; TOYAMA; HIRATA, 2008).

A estrutura de pesquisa nas organizações é também tratada nos estudos, apontando o empreendedorismo como um novo campo acadêmico que cria bases para inovação fora dos centros acadêmicos

(COOPER, 2003; LANDSTROM, 2008; Gazeta Mercantil, 2009), a busca por uma terminologia e identidade do empreendedorismo inovador (SHARMA; CHRISMAN, 1999; PAROLIN; VOLPATO,

2008), o aumento das atividades empreendedoras do conhecimento (ALDRICH; MARTINEZ, 2001) e a pesquisa do fenômeno de criação

de empresas (VECIANA, 1999;). Nos processos e técnicas de Gestão do Conhecimento

identificou-se estudos sobre as etapas da gestão do conhecimento,

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97

enfatizando a criação do conhecimento por combinação (MENKHOFF

et al., 2006;) e as formas de compartilhamento do conhecimento (LAI; LIU, 2007; KIRCHNER; RAZMERITA; SUDZINA, 2009; ZHANG;

LI; SHI, 2005; DENG, 2007; SOINI, 2008). Outras abordagens sobre as técnicas aplicadas aos processos de Gestão do Conhecimento também foram identificadas (LIN, 2005; VORAKULPIPAT; REZGUI, 2009;).

Finalmente no tema estudo de caso, obteve-se um conjunto de obras que tratam da aplicação do estudo de caso em organizações (OGIWARA, 2009; TALISAYON, 2008; GREY; STURDY, 2006,

2009) e aplicações específicas no estudo do processo de transferência de tecnologia (FRANZONI, 2006).

Percebe-se que as três sobreposições apresentam temas e estudos que para o propósito desta dissertação, entende-se como ainda fragmentados e carentes de uma abordagem sistêmica no tema

investigado.

4.1.3 Fase 2 – Questões da revisão

A visão do mapeamento e escopo de literatura complementa a

contextualização do tema, reforçando e justificando a questão anteriormente proposta, e que serve como referência para a revisão da

literatura. Este processo é essencial segundo o NHS CRD Report N

o4, 2

th

Edition (2001), pois especifica e explicita a natureza do problema,

descritos claramente através da formulação da pergunta. Apresenta-se a necessidade da pesquisa detalhada, para

corroborar com a precisão da questão proposta que conduzirá a pesquisa

(KHAN; POPAY; KLEIJNEN, 2001). Desta forma, a questão da revisão enunciada no capítulo

introdutório, é corroborada neste protocolo que orienta a revisão da

literautra como segue:

Como conceber um modelo de empreendedorismo inovador em organizações intensivas em conhecimento?

Esta questão pode ainda ser entendida através de sub-questões mais específicas provendo significado para informação segundo o CDR´s guidance for undertaking reviews in health care (2009) e que

representam os propósitos específicos que orientam a investigação, assim enunciadas:

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98

Objetivo a: Quais os fenômenos que governam o

fenômeno empreendedorismo inovador? (Capítulo 2)

Objetivo b: Como é a realidade das empresas em que o modelo será verificado? (Capítulo 5)

Objetivo c: Como conceber o modelo de empreendedorismo inovador com base em conhecimento? (Capítulo 4)

Objetivo d: Como verificar o modelo proposto utilizando

o estudo de caso do Programa Sinapse da Inovação? (Capítulo 5)

4.1.4 Fase 3 – Identificação da Pesquisa

A identificação da literatura, busca formar uma lista de estudos relevantes para responder a questão de pesquisa (BROWN, 2007), utilizando-se uma estratégia de busca que é essencial para a revisão, e

que permite relacionar a validade dos estudos a esta forma de busca. (NHS CRD Report N

o4, 2

th Edition, 2001).

A estratégia de busca é definida segundo a questão de pesquisa,

identificando-se como unidade de análise, as organizações intensivas em conhecimento e como variável da pesquisa, a concepção do modelo de

empreendedorismo inovador. Tanto o empreendedorismo inovador quanto as organizações

intensivas em conhecimento são estudados à luz da gestão do

conhecimento, pois se considera que a concepção do modelo toma o conhecimento como premissa de pesquisa nesta abordagem interdisciplinar.

O processo de construção desta estratégia deve-se às orientações de Glanville (2001, p. 04) ao apontar que esta etapa é ―[...]

interativa, realizada através de uma série de avaliações de buscas, discussões dos resultados de busca com o time de revisão, e a consulta de especialistas da área [...]‖.

Como resultado deste processo, identificou-se a ordem dos termos de busca que apresentam ser o mais sensitivo

6 para a

identificação dos estudos relevantes (GLANVILLE, 2001). Neste caso,

o termo Empreendedorismo inovador adquire um caráter mais amplo, e que representa o tema em que será proposto o modelo. O termo Gestão

6 Sensibilidade é a porção de artigos relevantes identificados por uma estratégia

expressa como percentual de todos os artigos relevantes sobre um tópico (GLANVILLE, 2001).

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99

do conhecimento pelo qual o método será baseado representa a essência

para a aplicação nas Organizações intensivas em conhecimento. A estratégia de busca elaborada para condução desta busca

sistemática é representada conforme a figura 11.

Figura 11: Estratégia de busca.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

Baseado nesta estratégia realizou-se a busca da literatura no portal de periódico da CAPES, com o propósito de selecionar as principais fontes de pesquisa a serem utilizadas nesta revisão.

As palavras chaves utilizadas foram definidas e os operadores de busca foram incluídos, estruturando o caminho: ―innovative entrepreneurship‖ E "knowledge management" E "knowledge intensive

organization", resultando na tabela 3.

Tabela 3: Seleção das bases de dados.

Base de Dados Busca por Estudos Recuperados

Wiley Online Library

"Todos

os

cam

pos=

(innovat

ive

entr

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rship

) E

Todos

os

cam

pos=

(know

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man

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E T

odos

os

cam

pos=

(know

ledge

inte

nsi

ve

org

aniz

atio

n)"

30

ScienceDirect 30

Highwire Press 30

SpringerLink 30

Cambridge Journals 30

Oxford Journals 25

Nature (NPG) 12

Fonte: Base de Periódico Capes, busca realizada em 18/11/2010 e atualizada em 13/05/2011.

A prática da revisão de literatura aponta que ―o ideal para a

maioria das revisões sistemáticas é incluir todas as evidências relevantes

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100

disponíveis‖ (CDR´s guidance for undertaking reviews in health care,

2009, p. 12). Desta forma, procedeu-se a busca dos estudos relevantes nas

sete bases apontadas pelo periódico Capes, devido as suas particularidades operacionais, utilizando a mesma estratégia de busca e palavras chave.

Os resultados podem ser observados na tabela 4:

Tabela 4: Levantamento da literatura.

Base de Dados Busca por Estudos

Recuperados

Wiley Online

Library

innovative entrepreneurship in All Fields AND

knowledge management in All Fields AND

knowledge intensive organizations in All Fields 1378

ScienceDirect ALL(innovative entrepreneurship) and knowledge

management and knowledge intensive organizations 1588

Highwire Press (innovative entrepreneurship) (knowledge

management) (knowledge intensive organizations ) 844

SpringerLink innovative entrepreneurship AND knowledge

management AND knowledge intensive

organizations' with no filters 1189

Cambridge

Journals

innovative entrepreneurship AND knowledge

management AND knowledge intensive

organizations ) 1273

Oxford

Journals

My search criteria: innovative entrepreneurship (any

words in title) knowledge management (any words

in title or abstract) knowledge intensive (any words

anywhere in article)

24

Nature (NPG) innovative entrepreneurship AND knowledge

management AND knowledge intensive

organizations 12

FONTE: Elaborado pelo autor a partir de Wiley Online Library (http://onlinelibrary.wiley.com), Science Direct (http://www.sciencedirect.com),

Highwire Press (http://highwire.stanford.edu), SpringerLink (http://www.springerlink.com), Cambridge Journals

(http://journals.cambridge.org); Oxford Journals

(http://services.oxfordjournals.org), Nature (NPG) (http://www.nature.com).

Identificou-se um total de 6.308 estudos nas sete bases investigadas, e corroborando Glanville (2001) ao apontar que as bases eletrônicas não devem ser a única fonte de pesquisa, considerou-se nesse

processo, a pesquisa exploratória realizada nos capítulos 1 e 2, resultando um total de 6.599 ―estudos potencialmente relevantes‖ (NHS CRD Report N

o4, 2

th Edition, 2001).

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101

4.1.5 Fase 4 – Seleção de estudos

A seleção dos estudos potenciais que respondem as questões da

revisão pode ser vista como um processo que utiliza critérios pré-determinados com o propósito de reduzir os vieses ou opiniões do

pesquisador, ao incluir ou excluir os estudos na revisão (NHS CRD Report N

o4, 2

th Edition, 2001).

Para a seleção dos estudos nas bases de dados, é recomendado

que a decisão seja inicialmente baseada no título e nos abstracts, para que se evite o excesso de inclusão neste momento. Neste sentido, considera-se ainda a inclusão de estudos que aparentam satisfazer os

critérios, ou cuja avaliação do título e abstract não seja conclusiva, e requeiram uma avaliação detalhada para a decisão (CDR´s guidance for

undertaking reviews in health care, 2009). Desta forma, utilizou-se os seguintes critérios de inclusão:

Critério 1 - Palavras chaves no título ou no abstract: considera-se todos os estudos com pelo menos 1 das

palavras chaves no título e/ou nos abstracts.

Critério 2 - Publicações tipo artigo: considera-se todos os estudos classificados como artigo, publicados em

journals e magazines.

Critério 3 - Pesquisa do tipo qualitativa, quantitativa ou empírica: considera-se todos os artigos de natureza quali

e/ou quantitativa e para o estudo empírico, verifica-se os resultados comparativos apresentados.

Critério 4 - Artigos relacionando o empreendedorismo inovador nas organizações intensivas em conhecimento:

considera-se todos os artigos com as palavras chave ―innovative entrepreneurship E Knowledge

management‖ ou ―innovative entrepreneurship E ―knowledge intensive organization‖ identificados no corpo de texto do artigo.

Critério 5 - Artigos na Língua Inglesa: considera-se todos os artigos com corpo de texto em inglês.

Critério 6 - Exclusão de artigos duplicados: considera-se todos os artigos com o mesmo corpo de texto.

O início do processo organiza os potenciais estudos em quadros de análise, contendo o título e o abstract (quando disponível), a partir dos estudos potencialmente relevantes identificados nas bases de dados

eletrônicas.

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102

Tais estudos são verificados com base no critério 1 – palavras

chaves no título ou abstract, utilizando-se do procedimento de busca: search: ―innovative entrepreneurship OU ―Knowledge management‖

OU ―knowledge intensive organization‖ entre aspas para identificação exata do termo.

Neste grupo, separou-se aqueles estudos sem maiores

informações relevantes para posterior verificação, resultando no conjunto de estudos com texto completo recuperados e acessados para elegibilidade.

A este conjunto foram acrescentados estudos apontados pelos especialistas do Programa Sinapse da Inovação, que será alvo do estudo

de caso no próximo capítulo, bem como os estudos identificados na pesquisa exploratória dos capítulos 1 e 2 desta dissertação.

Aplicou-se a avaliação do critério 2 - Publicações tipo artigo,

excluindo-se todos os estudos tipo ―não artigos‖ e aqueles artigos sem o texto completo para verificação. A aplicação do critério 3 - Pesquisa do tipo qualitativa, quantitativa ou empírica, excluiu todos os estudos

unicamente conceituais, bem como todos aqueles de discussão secundária. Deste grupo resultante, aplicou-se o critério 4 - Artigos

relacionando o empreendedorismo inovador nas organizações intensivas em conhecimento, excluindo-se todos os artigos em que os temas são tratados de forma isolada.

A avaliação dos estudos resultantes segundo o critério 5 - Artigos na Língua Inglesa identificou os artigos com título e/ou abstracts na língua inglesa, porém com texto em língua de origem

finlandesa, suéca e árabe, russa e chinesa e desta forma foram excluídas da análise não se considerando os seus resumos na verificação. Isto se deve a ―dificuldade de tradução ou interpretação‖ e embora possa inferir

viés na seleção, a maioria dos estudos estrangeiros incluídos na verificação, contribui somente na precisão de estatísticas tornando a

exclusão com pouco efeito para esta pesquisa (NHS CRD Report No4, 2

th

Edition, 2001, p. 03). O processo finaliza com a verificação pelo critério 6 - Exclusão

de artigos duplicados, para identificação dos artigos únicos no conjunto de todas as publicações, desconsiderando-se as reedições dos mesmos artigos. Segundo o CDR´s guidance for undertaking reviews in health

care (2009, p. 25) as revisões apontam uma taxa de publicações duplicadas entre 1,4% a 28% e nesta pesquisa, considera-se dentro desta

faixa. Os resultados são estruturados conforme o fluxo de seleção ilustrado na figura 12:

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103

Figura 12: Fluxo do processo de seleção de estudos.

Fonte: Adaptado pelo autor de CDR´s guidance for undertaking reviews in health care (2009, p. 26).

Estudos potencialmente

relevantes identificados e

rastreados nas bases

eletrônicas

(n = 6.308)

Excluídos com base nos títulos

e abstracts(n= 4.973)

Inviável obtenção de

informações para avaliação

detalhada

(n= 432)

Textos completos

recuperados e acessados

para elegibilidade

(n = 903)

Excluídos

Estudos identificados

com especialistas(n=863)

(n=5) Não artigos

Estudos identificados

na pesquisa

exploratória

(n= 87)

(n=291) Sem relação entre os temas

(n=527)

Discussão secundária

(n=249)

Língua não inglesa

(n= 74)

Duplicados

(n=08)

Publicações que atendem

os critérios de inclusão

(n=254)

Bases de dados

(n=161)

Exploratória

(n=93)

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104

4.1.6 Fase 5 – Avaliação da qualidade dos estudos

A avaliação da qualidade dos estudos é utilizada para ―limitar o

viés na condução da revisão de literatura, obter insight das comparações potenciais, e orientar a interpretação dos achados‖ (COCHRANE

HANDBOOK FOR SYSTEMATIC REVIEWS OF INTERVENTIONS 4.2.6, 2006, p. 79).

Sua utilização nos estágios da revisão cria uma base de

informações e recomendações práticas que definem o grau de inferência nas avaliações conforme o NHS CRD Report N

o4, 2

th Edition (2001).

A condução da avaliação acontece de duas formas; a primeira

utilizando um checklist e a segunda por meio de uma escala numérica que estabelece um ranking para cada estudo conforme orientado pelo

CDR´s guidance for undertaking reviews in health care (2009). O checklist é considerado um meio confiável de avaliar os

estudos, segundo uma estrutura padronizada existente ou a ser criada. Já

o uso das escalas numéricas é criticado na literatura e não recomendadas, segundo o CDR´s guidance for undertaking reviews in health care (2009).

Desta forma, a avaliação da qualidade dos estudos utilizados nesta dissertação, toma como base a construção de um checklist que não

é numericamente pontuado como nas escalas numéricas, ao envolver avaliações com base em ferramentas estatísticas de análise.

A elaboração do instrumento de avaliação da qualidade toma

como base o Critical Reading Checklist adaptado de Kirszner e Mandell (1992) e do Journal of construction Enginnering and Management (1992), Vol 18, p.1-2, extraído da

http://unilearning.uow.edu.au/reading/2b.html, que recomenda este conjunto de questões para qualquer tipo de pesquisa com revisão crítica.

Observa-se que a utilização deste checklist é evidenciada pelo

Critical Reading Initiative da St. Catherine University (http://minerva.stkate.edu/Academic/cri.nsf/pages/tipstools), pela

Liverpool Hope University (http://www.hope.ac.uk/docman/reading/critical-reading-checklist/details-2.html) e pela The Chicago Schoool

(http://ego.thechicagoschool.edu/s/843/index.aspx?sid=843&gid=14&pgid=927), como guia de orientação nas suas atividades de pesquisa.

Este instrumento é utilizado na avaliação dos estudos no critério

3 - Pesquisa do tipo qualitativa, quantitativa ou empírica, e no critério 4 - Artigos relacionando o empreendedorismo inovador nas organizações

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105

intensivas em conhecimento, com o propósito de avaliar o título, o

abstract e o corpo do texto em cada artigo. O quadro 8 apresenta o instrumento de avaliação da qualidade

dos estudos aplicados nesta dissertação.

Quadro 8: Checklist de avaliação da qualidade dos estudos.

Objetivos 1. O autor explicita os objetivos no artigo?

2. O autor evidencia a abordagem de estudo?

3.

O autor considera as perspectivas internas e externas do

objeto de estudo?

Relevância da literatura 4. O autor considera outros pontos de vista no artigo?

5. O autor cita outros autores de relevância no tema?

6. O autor aponta evidências para sustentar o estudo?

7. O autor apresenta teorias que fundamentam o estudo?

8. O autor descreve os resultados obtidos no estudo?

9. O autor utiliza razões fundamentadas cientificamente?

10. O autor apresenta fatos de impacto para a sociedade atual?

Força do artigo 11. O autor simplifica ideias complexas?

12. O autor faz generalizações não fundamentadas?

13.

O autor apresenta modelos teóricos, ferramentas ou

proposições no artigo?

14. O autor apresenta limitações, restrições em sua pesquisa?

15. O autor distorce as ideias ou as apresenta fora de contexto?

16. O autor faz críticas aos estudos atuais no tema de pesquisa?

17.

O autor apresenta ilustrações que representam as propostas

do artigo?

18. O autor apresenta um equilíbrio no conteúdo do artigo?

19. O autor faz inferências razoáveis no artigo?

20. O autor apresenta resultados consistentes com os objetivos?

21. O autor apresenta resultados passíveis de verificação?

Teorias e conceitos 22. O autor discute teorias e conceitos no artigo?

23. O autor apresenta as teorias e conceitos?

24.

O autor relaciona as teorias e conceitos com evidências

práticas?

Contribuições 25.

O autor propõe novos modelos, teorias, revisões de

literatura no artigo?

26. O autor propõe novas áreas de pesquisa?

27.

O autor apresenta novos insights que alimentas novos

modos de pensar?

28.

O autor apresenta fundamentação teórica relacionada à

prática?

29.

O autor propõe novas contribuições a partir de outras

contribuições?

Fonte: Adaptado pelo autor a partir de Kirszner e Mandell (1992); Journal of

construction Enginnering and Management (1992).

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106

A avaliação dos estudos acontece de forma individual em cada

grupo de análise, utilizando-se de um quadro de pontuação adaptado de Brown (2007, p. 37) que é composto pelos elementos de avaliação e os

níveis de pontuação. Os elementos de avaliação são descritos pela natureza da

literatura, Clareza da teoria, Objetividade da aplicação, contribuição

para os objetivos da pesquisa e a força do artigo. Os níveis de pontuação são organizados em quatro estágios apresentados no quadro 9.

Quadro 9: Escala de avaliação da qualidade dos estudos.

Elementos Níveis

0 -

Ausência 1 - Baixo 2 - Médio 3 - Alto

4 -Não se

aplica

Natureza da

literatura

sem

informação

para esta

avaliação

literatura é

inadequada,

autores pouco

conhecidos

entendimento

básico sobre o

tópico

discutido

apresenta obras

relevantes na

área do

conhecimento

este elemento

não se

aplica ao

artigo

Clareza da

teoria

sem

informação

para esta

avaliação

teorias

difusas, sem

conceito

claro

teorias

conceituadas e

o autor

constroi sobre

elas mas com gaps evidentes

apresenta

teorias claramente

definidas,

explicita as

lacunas entre as

teorias

este

elemento não se

aplica ao

artigo

Objetividade da

aplicação

sem

informação

para esta

avaliação

aplicação

sem

evidência objetiva,

generalizaçõe

s sem

fundamento

apresenta

conexão entre

teoria e aplicação,

porém sem

conceitos

claros

apresenta

resultados

embasados nas

teorias e

conceitos, cria

novas teorias

este

elemento

não se aplica ao

artigo

Contribuiçã

o para os objetivos

da pesquisa

sem

informação para esta

avaliação

baixa

contribuição

no tema, avanços não

reportados

claramente

utiliza ideia de

outros,

conhecimento produzido

como

resultado

apresenta novas

formas de

pensar, preenche gaps

de

conhecimento

este

elemento

não se aplica ao

artigo

Força do

artigo

sem

informação

para esta

avaliação

simplificação

demasiada de

temas

complexos,

avanços não

claros

apresenta

limitações das

teorias e de

outros autores

apresenta um

conjunto com modelos, teorias

e conceitos

relacionados

este

elemento

não se aplica ao

artigo

Fonte: Adaptado pelo autor de Brown (2007).

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107

Os resultados obtidos na avaliação da qualidade dos estudos são

detalhados na fase 8 – Relato e recomendações, com base na utilização dos critérios 3 e 4.

4.1.7 Fase 6 – Extração de dados

Esta fase objetiva extrair as informações contendo características e os achados relevantes dos estudos incluídos, utilizando-

se de formulários padronizados de extração que são planejados para serem aplicados durante o processo de revisão, provendo consistência no procedimento (CDR´S GUIDANCE FOR UNDERTAKING

REVIEWS IN HEALTH CARE, 2009; NHS CRD REPORT NO4, 2TH EDITION, 2001).

A construção deste formulário segue a orientação do CDR´s guidance for undertaking reviews in health care (2009, p. 30-31), adaptado para a questão da revisão e ao tema de pesquisa desta

dissertação. O instrumento contém algumas informações gerais de

identificação do estudo em análise, como nome, referências, data,

abstracts e detalhes do artigo. As informações específicas são extraídas segundo os objetivos, população e suas características, metodologias,

teorias, modelos, resultados e pontuação na avaliação da qualidade do estudo (NHS CRD REPORT N.4, 2TH EDITION, 2001).

Ao final são apresentadas as razões pelo qual o estudo foi

incluído e as notas finais. O instrumento elaborado é apresentado a seguir, no quadro 10,

utilizando um dos 254 estudos avaliados para a formação dos

formulários de extração.

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108

Quadro 10: Formulário de extração de dados.

Identificador 217

Título AModel of Organisational Knowledge Management Maturity Based on People, Process, and Technology

Autor(es) Pee, L., G.; Kankanhalli, A.

Journal publicado Journal of Information & Knowledge Management, Vol. 8, No.

2 (2009) 79–99

Tema Gestão do Conhecimento

Objetivos Propor um modelo de maturidade de gestão do conhecimento,

baseado em outros modelos.

População O artigo apresenta modelos de gestão do conhecimento, modelos

de maturidade e modelos de capacidades, avaliando a correlação

entre os modelos e os seus níveis de maturidade.

Aspectos chave

Estudo de caso é um método de verificação do modelo. Modelos

de maturidade contribuem na identificação de elementos de GC.

O modelo é uma ferramenta de diagnóstico e pode orientar

pesquisas acadêmicas e práticas em Gestão do conhecimento.

Abstract

As organizações estão investindo cada vez mais em iniciativas

de gestão do conhecimento (KM) para promover o

compartilhamento, aplicação e criação de conhecimentos para a

vantagem competitiva. Para orientar e avaliar o progresso de

iniciativas de GC nas organizações, modelos de processos foram

propostos, mas uma abordagem coerente que tenha sido testado

empiricamente está faltando. Com base na teoria do ciclo de

vida, esse artigo compara e integra os modelos existentes para propor um Modelo de Maturidade Genérico (G-KMMM). G-

KMMM abrange os estágios de definição, gerenciamento e

otimização que são diferenciados em termos de suas

características relacionadas com as pessoas, processos e aspectos

tecnológicos da Gestão do conhecimento. Para facilitar a

validação empírica e aplicação, uma ferramenta de avaliação de

acompanhamento também é desenvolvida. Como uma primeira

validação da proposta do G-KMMM, um estudo de caso de uma organização de sistema de unidade multi-informações de uma

grande universidade pública foi realizada. Os resultados indicam

que o G-KMMM pode ser uma ferramenta de diagnóstico útil

para avaliar e orientar a implementação da gestão do

conhecimento nas organizações

Palavras-Chave Gestão do Conhecimento, modelagem da maturidade, estudo de

caso

Pontuação na

avaliação do estudo

de qualidade

4

Razões da inclusão

Modelos de maturidade estão relacionados à base da pesquisa.

Há relação entre os temas gestão do conhecimento e organizações intensivas em conhecimento. O estudo de caso

relaciona as áreas criando uma aplicação prática.

Fonte: Adaptado pelo autor de CDR´s guidance for undertaking reviews in health care, 2009; NHS CRD Report no4, 2th edition, 2001; Brown (2007).

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109

4.1.8 Fase 7 – Síntese dos dados

A fase da síntese é descrita pelo NHS CRD Report No4, 2

th

Edition (2001) como a descrição resumida dos dados extraídos dos estudos, utilizando-se de abordagens não quantitativa seguida da

qualitativa que pode ser complementado de forma quantitativa se apropriado. A abordagem não quantitativa tabula as características de todos os estudos, resumindo os achados que são descritos

qualitativamente. A análise quantitativa é utilizada formalmente com o emprego

de técnicas estatísticas com o propósito de avaliar a distribuição dos

resultados e a combinação dos estudos, criando consistência no significado das conclusões (CDR´S GUIDANCE FOR

UNDERTAKING REVIEWS IN HEALTH CARE, 2009). A abordagem utilizada nesta dissertação avalia os resultados de

forma não quantitativa ao tabular os dados obtidos. Os resultados são

reportados na próxima fase.

4.1.9 Fase 8 – Relato e recomendações

A descrição dos resultados é apresentada nesta fase, adaptando-se as recomendações do NHS CRD Report N

o4, 2

th Edition (2001) com

o propósito de apresentar os resultados parciais da revisão.

4.1.9.1 Contexto e objetivos

O objetivo da revisão conduzida nesta pesquisa procurou

identificar os constructos que orientam a concepção de um modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento a ser aplicado nas organizações intensivas em conhecimento.

Inicialmente apresenta-se os resultados da avaliação de qualidade dos artigos demonstrados na tabela 5.

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110

Tabela 5: Estudo da qualidade dos artigos

Estudo da qualidade dos artigos

Elementos Média Final

Natureza da literatura 2,0

Clareza da teoria 2,5

Objetividade da aplicação 1,5

Contribuição para os objetivos da pesquisa 2,0

Força do artigo 1,5

Média Geral 1,9

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

A tabulação dos dados segundo o formulário de extração de dados, avaliando o grau de qualidade do estudo segundo as atribuições de valores; 0-Ausência, 1 - Baixo, 2 – Médio 3 - Alto, 4 - Não se aplica,

em todos os 254 artigos incluídos na revisão. Observa-se que no quadro, que a Clareza das teorias nos artigos

adquiriu maior pontuação (2,5) considerado um nível intermediário entre médio e alto. A Natureza da literatura e a Contribuição para os objetivos da pesquisa (2,0) representam valores considerados médio na

escala de avaliação e a Objetividade de aplicação e a Força do artigo ficam com a pontuação média entre baixo e médio na avaliação.

Desta forma, a aplicação dos critérios de avaliação nos 254

artigos, resulta em uma média (1,9) que se aproxima do grau médio de qualidade dos artigos.

4.1.9.2 Composição das obras

As obras selecionadas para a revisão de litaratura apresentam

uma distribuição compreendida entre os resultados originados na pesquisa exploratória e aqueles originados nas bases de dados como ilustrado no fluxo de seleção dos estudos, conforme demonstra a figura

13.

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111

Figura 13: Volume dos artigos selecionados.

Fonte: (http://journals.cambridge.org; http://highwire.stanford.edu;

http://www.oxfordjournals.org/; http://www.sciencedirect.com/;

http://www.springerlink.com/; http://onlinelibrary.wiley.com; http://scholar.google.com.br).

Deste conjunto, identificou-se 93 artigos provenientes da

primeira fonte, seguido pela base Cambridge journals com dois artigos, da base Highware Press com 26 artigos, da base Nature (NPG) sem artigos identificados, da base Oxford Journals com 27 artigos, da

Science Direct com 87 artigos, da SpringlerLink com 14 artigos e da Wiley Online Library com cinco artigos.

A representatividade dos estudos identificados nas bases eletrônicas é de 63% ou 161 artigos do total de 254 artigos selecionados.

A apresentação dos artigos incluídos na revisão é apresentada

no apêndice A – Lista dos artigos incluídos na revisão, desta dissertação.

4.1.9.3 Volume de publicações

Observa-se no conjunto de artigos selecionados, a predominância de estudos no tema empreendedorismo inovador (41,78%), seguido pelo conjunto de estudos que tratam ao mesmo tempo

do empreendedorismo inovador, da gestão do conhecimento e das organizações intensivas em conhecimento (31,86%) e finalmente pelo

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112

conjunto de estudos que reúnem ao mesmo tempo o empreendedorismo

inovador e a gestão de conhecimento (26,36%).

Tabela 6: Volume de publicações.

Vo

lum

e d

e

pu

bli

caçõ

es

Exp

lora

tóri

a

Cam

bri

dg

e

Journ

als

Hig

hw

ire

Pre

ss

Nat

ure

Ox

ford

Journ

als

Sci

ence

Dir

ect

Sp

ring

er

Lin

k

Wil

ey

On

line

Lib

rary

To

tal

% T

ota

l

Empreendedorismo Inovador

56 1 3 0 1 31 11 3 106 41,78

Empreendedor

ismo Inovador e Gestão do

Conhecimento

19 1 14 0 12 19 2 0 67 26,36

Empreendedor

ismo Inovador

e Gestão do

Conhecimento e

Organizações

intensivas em

conhecimento

18 0 9 0 14 37 1 2 81 31,86

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de (http://journals.cambridge.org;

http://highwire.stanford.edu; http://www.oxfordjournals.org/; http://www.sciencedirect.com/; http://www.springerlink.com/;

http://onlinelibrary.wiley.com; http://scholar.google.com.br).

4.1.9.4 Volume de artigos publicados

Na análise dos estudos, identificou-se o volume de artigos publicados nas duas últimas décadas, compondo os perfis de publicação

segundo os temas investigados e apresentados na figura 14.

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113

Figura 14: Volume dos artigos Publicados.

Fonte: (http://journals.cambridge.org; http://highwire.stanford.edu; http://www.oxfordjournals.org/; http://www.sciencedirect.com/;

http://www.springerlink.com/; http://onlinelibrary.wiley.com;

http://scholar.google.com.br).

Em todos os temas observa-se o crescimento do número de publicações, principalmente no período compreendido entre 1998 a

2008. Neste período, destaca-se o incremento de publicações no tema empreendedorismo inovador seguido pelos temas empreendedorismo inovador, gestão do conhecimento e organizações intensivas em

conhecimento simultaneamente. No tema empreendedorismo inovador e gestão do conhecimento

tratado de forma simultânea nos artigos, observa-se um crescimento

menos acentuado no mesmo período. Percebe-se ainda no ano de 2008, um crescimento acentuado

nas publicações em que o tema das organizações intensivas em

conhecimento é explorado, evidenciando neste mesmo ano, uma redução de publicações tratando apenas no tema empreendedorismo

inovador.

4.1.9.5 Principais anos de publicação

Observa-se, pela figura 15, períodos característicos das

últimas duas décadas de publicações sobre os temas de pesquisa como ilustrado na figura 15.

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114

Figura 15: Volume de publicação anual.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

O primeiro período compreendido entre 1990 a 1998 apresenta um volume de 12 publicações identificadas. O segundo período de 1999 a 2001 com 24 artigos identificados. O terceiro período entre 2002 a

2005 com 68 publicações e finalmente o quarto período, compreendido entre 2006 a 2010, com a predominância de 150 artigos publicados.

Neste período, destaca-se o ano de 2009 com o maior volume

de publicações das últimas duas décadas, com 37 artigos publicados.

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115

A participação do volume de publicações pode ser observada na

tabela 7, destacando-se o quarto período com maior número de publicações que representam juntas, 59,06% de todo o volume de

artigos selecionados para esta pesquisa.

Tabela 7 – Principais anos de publicação.

Ano n. publicações % publicações 1990 1 0,39%

1991 0 0,00%

1992 1 0,39%

1993 1 0,39%

1994 5 1,97%

1995 1 0,39%

1996 1 0,39%

1997 1 0,39%

1998 1 0,39%

1999 8 3,15%

2000 8 3,15%

2001 8 3,15%

2002 16 6,30% 2003 17 6,69%

2004 18 7,09%

2005 17 6,69%

2006 24 9,45%

2007 29 11,42%

2008 32 12,60%

2009 37 14,57%

2010 28 11,02%

Total 254 100,00%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de (http://journals.cambridge.org;

http://highwire.stanford.edu; http://www.oxfordjournals.org/; http://www.sciencedirect.com/; http://www.springerlink.com/;

http://onlinelibrary.wiley.com; http://scholar.google.com.br).

4.1.9.6 Principais autores

Identifica-se no conjunto de artigos selecionados, uma homogeneidade de autores publicando nos temas de pesquisa.

O volume médio de publicações por autor é de dois artigos e representa menos que 1% no conjunto de artigos selecionados.

A organização da tabela 8 é baseada nos autores principais com

mais de 1 publicação no conjunto de estudos e observa-se que os artigos são recentes, concentrando em quase sua totalidade na última década.

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116

Desta tabela, identifica-se o primeiro artigo de 1994 do Nonaka

(1994) intitulado A Dynamic Theory of Organizational Knowledge Creation que discute o processo de criação do conhecimento na

organização, por meio da convesrsão entre o conhecimento tácito e explícito. A base fundamental do artigo é a compreensão de que a inovação é também um processo em que os problemas são criados e

definidos na organização que busca desenvolver novos conhecimentos para solucioná-los (NONAKA, 1994).

Dentre os artigos mais recentes, destaca-se o de Hänkanson

(2010), intitulado The firm as an epistemic community: the knowledge-based view revisited que argumenta sobre a firma como uma

organização cognitiva, que depende dos parceiros de troca e dos seus conhecimentos tácitos para governar os processos de conhecimento.

Tabela 8: Principais autores.

Autores Título do artigo Ano Total %

Total

ACS, Z., J.;

AMOROS, J., E.

Entrepreneurship and

competitiveness dynamics in Latin America

2008 2 0,79%

ACS, Z., J. High-Impact Entrepreneurship 2010

ANTONCIC, B.;

ZORN, O.;

The Mediating Role of Corporate

Entrepreneurship in the

Organizational Support-Performance Relationship: An

Empirical Examination

2004

2 0,79%

ANTONCIC, B.;

PRODAN, I.

Alliances, corporate technological

entrepreneurship and firm performance: Testing a model on

manufacturing firms

2007

AUDRETSCH, D. B.;

LEHMANN, E., E.;

WARNING, S.

University spillovers and new firm

location 2005

2 0,79% AUDRETSCH, D. B; DAGNINO, G., B.;

FARACI, R.;

HOSKISSON, R.

New frontiers in entrepreneurship: Strategy, Governance and

Evolution

2007

DOSI, G.;

MALERBA, F.;

TEECE, D.

Twenty years after Nelson and

Winter's An Evolutionary Theory of Economic Change: a preface on

knowledge, the nature of

organizations and the patterns of

organizational changes

2003 2 0,79%

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117

DOSI, G.;

MALERBA, F.;

RAMELLO, G., B.;

SILVA, F.

Information, appropriability, and

the generation of innovative

knowledge four decades after

Arrow and Nelson: an introduction

2006

HÄKANSON, L. Creating knowledge: the power

and logic of articulation 2007

2 0,79%

HÁKANSON, L.

The firm as an epistemic

community: the knowledge-based view revisited

2010

LANDSTRÖM, H.; Pioneers in entrepreneurship

research 2005

2 0,79%

LANDSTROM, H.

A missing link in our understanding of the knowledge

economy

2008

LEE, S., M. An enterprise-wide knowledge

management system infrastructure 2002

2 0,79%

LEE, S., M.;

Corporate Entrepreneurship

Characteristics and Organizational

Innovativeness of Large

Enterprises in Thailand

2006

NONAKA, I.

A Dynamic Theory of

Organizational Knowledge

Creation

1994

2 0,79%

NONAKA, I.;

KROGH, G., V.

Tacit Knowledge and Knowledge Conversion: Controversy and

Advancement in Organizational

Knowledge Creation Theory

2009

ZAHRA, S., A.;

VELDE, E., V.;

LARRAÑETA, B.

Knowledge conversion capability and the performance of corporate

and university spin-offs

2007

2 0,79% ZAHRA, S., A.;

GEDAJLOVIC, E.;

NEUBAUM, D., O.;

SHULMAN, J., M.

A typology of social entrepreneurs:

Motives, search processes and

ethical challenges

2009

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

4.1.9.7 Primeiros artigos

Os primeiros artigos identificados na seleção destacam a discussão sobre a organização como entidade inovadora (VRAKKING,

1990), e da teoria de criação do conhecimento organizacional (NONAKA, 1994).

O artigo de Vrakking (1990) discute a relação entre a teoria e a prática de consultoria na gestão das organizações, por meio da interação entre recursos humanos e tecnologia.

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118

No segundo artigo Nonaka (1994) a discussão fundamenta o

modelo de conversão do conhecimento no papel da criação do conhecimento organizacional.

Nas discussões sobre as organizações intensivas em conhecimento apresenta-se os artigos de Starbuck (1992) intitulado Learning by knowledge-intensive firms e de Alvesson (1993) intitulado

Organizations as rhetoric: knowledge-intensive firms and the struggle with ambiguity.

No primeiro artigo, Starbuck que discute as diversas

interpretações e entendimentos sobre as organizações intensivas em conhecimento, ao apontar que os significados de intensidade estão

relacionados com as definições de conhecimento utilizadas. O segundo artigo discute o papel do trabalho baseado no

conhecimento frente à visão funcional das organizações, destacando as

novas qualidades dos trabalhadores neste perfil de organização. O resumo é apresentado no quadro 11.

Quadro 11: Primeiros artigos.

Título Autor Ano

The innovative organization VRAKKING, W.J. 1990

Learning by knowledge-intensive firms STARBUCK, W.H. 1992

Organizations as rhetoric: knowledge-

intensive firms and the struggle with

ambiguity

ALVESSON, M. 1993

A Dynamic Theory of Organizational

Knowledge Creation NONAKA, I. 1994

Fonte: elaborado pelo autor, 2011.

4.1.10 Fase 9 – Gerando evidência para prática

Nesta fase, a orientação da NHS CRD Report No4, 2

th Edition

(2001) aponta para o processo de disseminação dos achados na revisão e

sua contribuição para a prática. Desta forma, a interpretação dos resultados obtidos na revisão é

apresentada como forma de evidenciar artigos para identificar premissas na geração do modelo.

Estruturou-se um quadro de evidências que apontam as

discussões sobre os temas relacionados ao empreendedorismo inovador baseado em conhecimento. O quadro organiza as evidências

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119

identificadas nos artigos da revisão, organizando-os com base na

fundamentação teórica discutida no capítulo 2. Esta organização classifica os artigos segundo as concepções do

empreendedorismo como processo de inovação, criação de novos negócios e da relação indivíduo – oportunidade (ROCHA; BIRKINSHAW, 2007). A segunda classificação é realizada sob a ótica

da teoria da criação do conhecimento na organização (NONAKA, 1994), avaliando basicamente as evidências segundo o modelo SECI. A terceira classificação é apoiada na Visão baseada em conhecimento

(NONAKA, 1994; NELSON; WINTER, 1982) segundo as atividades intensivas em conhecimento e os sistemas de inovação. O quadro

detalhado é apresentado no apêndice B – Quadro de evidências, referenciando os artigos classificados.

Baseado no quadro de evidências e nas relações identificadas no

capítulo de fundamentação propõe-se um esboço preliminar do modelo conceitual em duas etapas.

A primeira etapa refere-se ao modelo conceitual que integra a

visão de Bhatt (2001) e Pee e Kankanhalli (2009) ao apontar a gestão do conhecimento na organização como resultado da interação entre

pessoas, técnicas ou processos e tecnologias. Esta abordagem é complementada por NA Ubon e Kimble

(2002) ao inserir a relevância das estruturas organizacionais neste

contexto pelo uso intensivo de ferramentas de TI, no apoio tanto a criação de novos empreendimentos quanto as empresas organizadas nos sistemas de inovação como ilustrada na figura 16.

A segunda etapa refere às relações estabelecidas no modelo conceitual, com base nas citações e na fundamentação teórica identificadas na literatura e apresentadas na figura 17.

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120

Figura 16: Esboço do modelo conceitual.

Fonte: Elaborado pelo autor, baseado nas citações, 2011.

Com base nestas premissas, é realizada a verificação por

especialistas com o propósito de buscar um consenso para a elaboração

do artefato e será discutido na próxima seção.

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121

Figura 17: Esboço do modelo de relações.

Fonte: Elaborado pelo autor, baseado nas citações, 2011.

4.2 AVALIAÇÃO DOS ESPECIALISTAS

Segundo o modelo conceitual, são identificados os elementos

iniciais, fundamentados nas teorias que interagem segundo a literatura,

compondo o esboço do mapa inicial de relações. Decorrente das características de um problema complexo, sem

ainda um abordagem similar anteriormente identificada, Linstone e

Turoff (2002, p. 04) sugerem a aplicação do método Delphi que envolve ―julgamentos subjetivos sobre uma base coletiva‖.

O objetivo da metodologia é obter um consenso construído

sobre opiniões de especialistas, utilizando um questionário em rodadas sucessivas até que o consenso seja obtido (LINSTONE; TUROFF,

2002; SACKMAN, 1974; BROWN, 1968). Scheele (2002, apud LISTONE; TUROFF, 2002) descreve a

aplicação do método Delphi como um processo de construção de uma

realidade, segundo as opiniões dos especialistas em cada rodada. A utilização da técnica Delphi é amplamente utilizada na

literatura em aplicações variadas e, no contexto do programa de

Engenharia e Gestão do Conhecimento, Neves (2010), Thiesen (2009) e Santos (2010) empregam a técnica com os objetivos igualmente

variados.

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122

A verificação do modelo é aplicada por Neves (2010) ao propor

um modelo de compartilhamento do conhecimento ambiental e na mesma lógica, Thiesen (2009) utiliza a técnica na verificação do método

de construção de cenários prospectivos baseados em gestão do conhecimento.

A utilização da técnica por Santos (2010) é desenhada para

verificar a consistência no modelo proposto e com base em seus resultados, propor o modelo final de gestão para promover a criação e compartilhamento das comunidades de prática.

A forma de aplicação intermediária da técnica Delphi nesta dissertação segue a mesma lógica de aplicação utilizada por Santos

(2010), buscando verificar a consistência do modelo conceitual do empreendedorismo inovadora baseado em conhecimento proposto.

O processo de aplicação do método Delphi segue basicamente

as etapas de definição dos especialistas, formulação do questionário, rodadas de aplicação e encaminhamento dos resultados, como ilustrado na figura 18.

Figura 18: Fluxo básico do método Delphi.

Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em Linstone e Turoff (2002).

4.2.1 Painel de Especialistas

A formação do quadro de especialistas segue as recomendações de Linstone e Turoff (2002, p. 4) ao enfatizar que a ―heterogeneidade dos participantes devem ser preservadas para assegurar a validade dos

resultados‖. O volume mínimo de especialistas recomendado por Linstone e

Turoff (2010) é de 10 (dez) sem limite definido para um volume máximo, pois se considera uma verificação de natureza qualitativa.

Para esta dissertação, o universo da pesquisa é compreendido

em amplas áreas de estudo que envolve o empreendedorismo inovador, a gestão do conhecimento e as organizações intensivas em conhecimento.

Segundo este universo, Gil (2010, p. 89) aponta para a necessidade da amostragem neste tipo de pesquisa, pois é impossível

considerar o universo em sua totalidade.

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123

Para efeitos desta pesquisa, a amostragem foi definida pela

composição dos especialistas desenvolvedores do modelo sinapse e os empreendedores contemplados nas rodadas do Programa Sinapse da

Inovação nas edições de 2009 e 2010. A edição 2009 do programa aprovou 61 empreendedores que se

encontram em fase de desenvolvimento, na edição 2010 do programa

foram aprovados mais 50 empreendedores e, finalmente o quadro foi complementado com cinco especialistas do programa ilustrado abaixo. Os perfis dos empreendedores é apresentado no cápítulo5.

Tabela 9: Composição da amostra.

Origem Quantidade

Programa Sinapse da Inovação 2009 61

Programa Sinapse da Inovação 2010 50

Especialistas do Sinapse 5

Total 116

Fonte: Elaborado pelo autor a partir do Relatório Sinapse (2009), e resultados

2010.

4.2.2 Questionário

A elaboração do questionário segue as orientações de Gil (2010), ao propor as questões na forma fechada, em que os respondentes selecionam uma das alternativas apresentadas. A escolha das perguntas

é baseada na premissa inicial desta dissertação, focando a gestão do conhecimento como contexto de investigação.

Com a finalidade de ―prevenir deformações‖ (GIL, 2010, p.128) no questionário, são excluídas perguntas de caráter normativo relativo a questões pessoais e outras de natura religiosa e econômica.

As alternativas propostas no questionário seguem a recomendação de Gil (2010) ao recomendar duas categorias extremas e duas intermediárias. Desta forma, estabelece o seguinte padrão de

pontuação: 4 - Totalmente 3 - Parcialmente

2 – Não concordo 1 – Não sei

Este padrão é considerado no instrumento, uma média que relaciona as informações obtidas na pesquisa com as respostas específicas de cada pergunta.

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124

A base de elaboração do questionário aplicado nesta pesquisa

utiliza das dimensões que orientam o método OKA – Organizational Knowledge Assesment (FONSECA; FRESNEDA, 2010), adaptando-se

para o instrumento em questão. Os elementos pessoas, processos e tecnologia são apresentados

método OKA, desdobrando-se em 14 dimensões é utilizado como guia

para a geração das questões de pesquisa.

Quadro 12: Definição das questões a serem aplicadas. Dimensões OKA – Organizational

Knowledge Assessment Questões

Pessoa

Cultura e

incentivos

as atitudes culturais

implícitas e explícitas, as

crenças e incentivos que

existem dentro da

organização para formar,

criar e apoiar o uso dos

ativos intelectuais (incluindo

conhecimento) para alcançar

as suas metas

1 Os empreendedores da organização

(sócios fundadores, colaboradores)

entendem o que é gestão do

conhecimento?

2 Há um entendimento que o

conhecimento é um ativo chave na

organização?

3 A geração de ideias e o seu

desenvolvimento é uma prática

cultural da organização?

Identificação e

criação do

conhecimento

a capacidade da organização

e seus

stakeholders para identificar

e criar conhecimento (e

outros ativos intelectuais),

especialmente, aqueles que

contribuem para a

organização atingir suas

metas

4 A experiência da organização

contribui na criação de novas

oportunidades de negócio?

5 As competências internas dos

gestores e a sua experiência prévia

estimulam os empreendedores a gerar

novos conhecimentos para

atendimento dos objetivos

organizacionais?

Compartilhamento

do conhecimento

a capacidade da organização

e seus stakeholders para

compartilhar ativos

intelectuais que permitam à

organização alcançar suas

metas

6 O desenvolvimento das ideias

depende de trocas de conhecimento

entre os empreendedores internos e os

parceiros externos?

7 O compartilhamento e uso do

conhecimento favorece a inovação

nos produtos(bens ou serviços)?

Comunidades de

prática e times do

conhecimento

identificar a existência, a

natureza e o envolvimento

de pessoas na empresa que

possam, efetivamente

influenciar na solução de

problemas e permitir que a

organização alcance suas

metas

8 Os empreendedores envolvidos no

projeto, constroem soluções

colaborativas que influenciam nos

resultados?

9 Qual a facilidade de um

empreendedor modificar seu processo

de negócio?

Conhecimento e a existência e capacidade da 10 Com qual frequência as pessoas

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125

aprendizado organização para construir

capital humano por meio de

treinamento ou outras

atividades dirigidas para o

aprimoramento do

conhecimento;

são estimuladas a exercitar seus

conhecimentos e experiências?

11 Como o aprendizado é estimulado

na organização?

Processo

Liderança e

Estratégia

a adoção e execução da

gestão do conhecimento

como um princípio gerencial

pelos líderes da organização;

12 Como as lideranças utilizam a

gestão do conhecimento nas práticas

organizacionais?

13 Qual o grau de estímulo das

lideranças na incorporação do

processo de criação,

compartilhamento e uso do

conhecimento na rotina diária?

Fluxo do

conhecimento

como o conhecimento e

outros ativos intelectuais

fluem na organização. Inclui

a captura, o armazenamento

e a disseminação.

14 Qual o grau de influência das

políticas internas da organização, no

processo de captura do conhecimento?

15 Qual a efetividade do

armazenamento do conhecimento pela

organização?

16 Qual a efetividade da disseminação

do conhecimento pela organização?

Operacionalização

do conhecimento

a capacidade da organização

para integrar e

aplicar o conhecimento nos

seus negócios e processos

operacionais (incluindo o

desenvolvimento de novos

produtos, marketing, e

outros). Esse é,

essencialmente, o feedback

da aplicação do

conhecimento nos negócios,

e consequentemente, os

resultados para a

organização

17 A estrutura organizacional

existente, permite a integração do

conhecimento aos processos de

negócio (desenvolvimento de

produtos, novos processos, vendas,

etc)?

18 As práticas organizacionais

(políticas, procedimentos, práticas

culturais) mesmo que informais,

favorecem mudanças para

incorporação de um fluxo de

conhecimento?

Alinhamento

o grau em que os objetivos

do Programa de Gestão do

Conhecimento e seus

resultados satisfazem ou

realizam objetivos e metas

da organização.

19 Qual o grau de alinhamento entre

as estratégias e os objetivos da

organização?

20 Qual o grau em que iniciativas ou

programas de Gestão do

Conhecimento refletem o objetivo da

organização?

21 As práticas de gestão do

conhecimento permitem a

organização alavancar novos

recursos?

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126

Métricas e

monitoração

a capacidade da organização

em medir a si mesma

levando em consideração o

gerenciamento dos ativos

intelectuais, bem como

monitorar e identificar

melhores práticas,

informações externas, e

aprendizado que possam

melhorar e gerar valor para a

organização.

22 Qual a efetividade das métricas de

produção intelectual (publicações e

patentes) nos produtos (bens e

serviços) em desenvolvimento ou já

desenvolvidos?

23 O monitoramento das práticas, das

informações externas e dos ambientes

competitivos agregam valor para as

ideias em desenvolvimento?

Sistemas

Infraestrutura de

tecnologia de GC

a existência e capacidade da

infra-estrutura tecnológica

que permitam a gestão do

conhecimento e o

compartilhamento de

melhores práticas.

24 Qual a capacidade da infra-

estrutura tecnológica dar suporte nos

processos de gestão da organização?

25 Que tipos de sistemas de TI podem

capturar o conhecimento e disseminá-

lo na organização?

Infraestrutura de

acesso ao

conhecimento

a capacidade e infra-

estrutura existente que

permitam que os

stakeholders acessem e

compartilhem os ativos

intelectuais da organização

nos seus sistemas, ou com

outras pessoas

26 Qual o potencial de uso dos

softwares de navegação para melhorar

a comunicação entre as pessoas?

Gestão de

conteúdo

tipos de ferramentas a

organização produz ou

executa para gerenciar o

conteúdo e a informação

27 Quais os sistemas de gestão do

conteúdo mais utilizados pela sua

organização?

28.Qual o propósito dos conteúdos

mais utilizados na sua organização?

Suporte e gestão

do ambiente de

GC

A natureza, desenho, e

capacidade do programa de

GC estar dentro da empresa

envolvendo pessoas,

unidades, grupos etc.

29 Quais os incentivos abaixo, mais

motivam as pessoas em compartilhar

conhecimento e construir ideias no

seu ambiente organizacional?

30 Qual a relevância de um programa

de Gestão do conhecimento ser

internalizado na sua organização?

Fonte: Adaptado pelo autor de Fonseca e Fresneda (2010, p. 06).

A construção do instrumento aconteceu em conjunto a equipe de especialistas do Sinapse, pré-validando as questões. Utilizou-se para

a aplicação do instrumento, a forma eletrônica do google forms, apresentado no apêndice C – Formulário Delphi e também disponível no

endereço eletrônico: <https://spreadsheets.google.com/viewform?Formk ey=dDlpVDVHSE5RMU8yUWR1anpTYkEzc1E6MQ>., com o objetivo de coletar e tabular os dados de forma automática.

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127

4.2.3 Rodadas de Aplicação

Na aplicação do questionário, adotou-se como procedimento

operacional, o encaminhamento do formulário aos 116 participantes, para serem respondidos no período entre 12/05/2011 à 21/05/2011, buscando-se a convergência do método.

4.2.4 Resultados

A compilação dos resultados revelou um total de 39 formulários

respondidos, representando 33,62% do total. Este percentual deve-se ao

tempo de resposta e o retardo da divulgação oficial dos resultados da edição 2010 do programa sinapse.

A amostragem revelou que as respostas obtidas na categoria Totalmente, representam uma parcela significativa (67%) das respostas obtidas em comparação com a categoria Parcialmente (14%), a categoria

Não Concordo (12%) e a categoria Não sei (8%), adotando-se a convergência do método já nesta primeira rodada.

O critério de convergência utilizado nesta pesquisa, é baseado

no consenso de opiniões dos especialistas (LINSTONE; TUROFF, 2002), atribuído a categoria Totalmente.

A tabela 10 ilustra os resultados tabulados. Tabela 10: Resultado método Delphi.

Questões

Tota

lmen

te

Parcia

lmen

te

Não

con

cord

o

Não s

ei

Pes

soa

s

1. Os empreendedores da organização (sócios fundadores,

colaboradores) entendem o que é gestão do conhecimento? 78% 13% 2% 7%

2. Há um entendimento que o conhecimento é o ativo chave

da organização? 93% 5% 2% 0%

3. A geração de ideias e o seu desenvolvimento é uma

prática cultural da organização? 87% 12% 0% 1%

4. A experiência da organização contribui na criação de

novas oportunidades de negócio? 52% 15% 21% 12%

5. As competências internas dos gestores e a sua experiência

prévia estimulam os empreendedores a gerar novos

conhecimentos para atendimento dos objetivos

organizacionais?

61% 12% 22% 5%

6. O desenvolvimento das ideias depende de trocas de

conhecimento entre os empreendedores internos e os

parceiros externos?

91% 8% 1% 0%

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7. O compartilhamento e uso do conhecimento favorece a

inovação nos produtos(bens ou serviços)? 28% 22% 26% 14%

8. Os empreendedores envolvidos no projeto, constróem

soluções colaborativas que influenciam nos resultados? 31% 23% 25% 21%

9. Qual a facilidade de um empreendedor modificar seu

processo de negócio? 84% 15% 1% 0%

10. Com qual frequência as pessoas são estimuladas a

exercitar seus conhecimentos e experiências? 29% 22% 23% 26%

11. Como o aprendizado é estimulado na organização? 38% 22% 18% 22%

Pro

cess

os

12. Como as lideranças utilizam a gestão do conhecimento

nas práticas organizacionais? 41% 25% 22% 12%

13. Qual o grau de estímulo das lideranças na incorporação

do processo de criação, compartilhamento e uso do

conhecimento na rotina diária?

38% 19% 24% 19%

14. Qual o grau de influência das políticas internas da

organização, no processo de captura do conhecimento? 60% 20% 20% 0%

15. Qual a efetividade do armazenamento do conhecimento

pela organização? 37% 29% 8% 26%

16. Qual a efetividade da disseminação do conhecimento

pela organização? 82% 15% 0% 3%

17. A estrutura organizacional existente permite a integração

do conhecimento aos processos de negócio

(desenvolvimento de produtos, novos processos, vendas,

etc)?

98% 0% 0% 2%

18. As práticas organizacionais (políticas, procedimentos,

práticas culturais) mesmo que informais, favorecem

mudanças para incorporação de um fluxo de conhecimento?

31% 29% 27% 13%

19. Qual o grau de alinhamento entre as estratégias e os

objetivos da organização? 98% 0% 0% 2%

20. Qual o grau em que iniciativas ou programas de Gestão

do Conhecimento refletem o objetivo da organização? 29% 26% 27% 18%

21. As práticas de gestão do conhecimento permitem a

organização alavancar novos recursos? 32% 28% 16% 24%

22. Qual a efetividade das métricas de produção intelectual

(publicações e patentes) nos produtos (bens e serviços) em

desenvolvimento ou já desenvolvidos?

46% 25% 24% 5%

23. O monitoramento das práticas, das informações externas

e dos ambientes competitivos agregam valor para as ideias

em desenvolvimento?

97% 0% 3% 0%

Sis

tem

as

24. Qual a capacidade da infra-estrutura tecnológica dar

suporte nos processos de gestão da organização? 89% 0% 11% 0%

25. Qual a relevância dos repositórios de informações para

uso no desenvolvimento de suas ideias? 93% 0% 7% 0%

26. Qual o potencial de uso dos softwares de navegação para

melhorar a comunicação entre as pessoas?

100

% 0% 0% 0%

27. Quais os sistemas de gestão do conteúdo mais utilizados

pela sua organização?

100

% 0% 0% 0%

28. Qual o propósito dos conteúdos mais utilizados na sua

organização? 93% 0% 7% 0%

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129

29. Quais os incentivos abaixo, mais motivam as pessoas em

compartilhar conhecimento e construir ideias no seu

ambiente organizacional?

82% 12% 6% 0%

30. Qual a relevância de um programa de Gestão do

conhecimento ser internalizado na sua organização? 78% 16% 3% 3%

Média Total 67% 14% 12% 8%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir do Formulário Delphi.

Observa-se pelo resultado que no elemento Pessoas, destaca-se

o entendimento que o conhecimento é um ativo chave da organização (93%) e que o desenvolvimento de ideias depende de trocas de conhecimento entre os empreendedores internos e os parceiros externos

(91%), seguido pela ênfase na geração de ideias e seu desenvolvimento como uma prática cultural da organização.

No elemento Processos identifica-se a existência de integração do conhecimento aos processos de negócio como no desenvolvimento de produtos, novos processos, vendas, dentre outros (98%) e o

alinhamento de estratégias aos objetivos da organização (98%), seguido da importância de monitorar práticas e informações externas dos ambientes competitivos para agregação de valor das ideias em

desenvolvimento. No elemento Sistemas é preponderante o uso de softwares de

navegação para melhorar a comunicação entre as pessoas (100%) e o uso de sistemas baseados em internet para a gestão de conteúdo (100%), seguido da relevância dos repositórios de informações como fonte de

ideias (93%) e a utilização dos conteúdos para o processo de tomada de decisão nas organizações (93%).

4.3 PROPOSIÇÃO DO MODELO A definição de modelo utilizado nesta dissertação segue o

Euroean Guide to good Pratice in Knowledge Management – Part 5: KM Terminology (2004) que define:

Modelo de Gestão do conhecimento: Descreve a

maioria dos fatores essenciais (ativos, pessoas, processos, ferramentas) influenciando o sucesso

ou o fracasso da iniciativa de gestão do

conhecimento e suas relações interdependentes. Tipicamente, um modelo é construído sobre uma

figura representativa que serve de aide-mémoire

(lista) para implementação da gestão do conhecimento na organização, auxiliando os

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130

usuários a posicionar iniciativas individuais de

gestão do conhecimento num contexto mais amplo

(European Guide to good Pratice apud Knowledge Management, part 5: KM Terminology, 2004, p.

11).

Nesta visão, o modelo de empreendedorismo inovador para as

organizações intensivas em conhecimento proposto nesta dissertação, é em essência, um modelo de gestão do conhecimento aplicado para práticas empreendedoras.

Desta forma, com base na verificação do modelo conceitual descrito na subseção anterior e nos resultados obtidos a partir dos

estudos incluídos na revisão, pode-se identificar um conjunto de constructos que complementam a proposição inicial do modelo.

Nesta visão, a investigação reforça o indivíduo como

empreendedor apontando as práticas individuais daquele que organiza e desenvolve um negócio (VU, 2008), seus indicadores (TIJSSEN, 2006) e a convergência entre teorias e indivíduos que competem buscando

oportunidades (CANINA; PALACIOS; DEVECE, 2010). Outro aspecto reforçado diz respeito às ideias ou ao fluxo de

ideias formadas pelo empreendedor, como um determinante da criação do conhecimento (SESHADRI; SHAPIRA, 2003), expandindo-se até mesmo para a área social (SEN, 2006).

Identifica-se ainda o papel dos modelos de negócio como modelos (BADEN-FULLER; MORGAN, 2010) com o propósito de se estudar outros modelos de inovação (SENKER, 1995) a forma como

criam e fortalecem clusters de conhecimento (PINCH et al., 2003). O modelo de negócio suporta ainda a orientação de outros

modelos voltado a uma cultura de empreendedorismo (DODD, 2002) e a

orientação empreendedora (TIJSSEN, 2006), nos processos como a internacionalização (CASILLAS et al., 2008), nos estudos de modelos

corporativos (WOLCOTT; LIPPITZ, 2007) até o desenvolvimento econômico (WONG; HO; SINGH, 2007).

A visão do indivíduo como empreendedor, das ideias e dos

modelos de negócio como modelos, são discutidos no contexto da formação das oportunidades (ALVAREZ; BARNEY; YOUNG, 2010), em que o conhecimento é seu elemento de descoberta (SHANE, 2000)

para o desenvolvimento de novos produtos (PARK, 2005), para a ação empreendedora (DREISLER, 2007) e até mesmo a criação de novas

oportunidades (TANG; KACMAR; BUSENITZ, 2010).

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131

Nesta visão do processo proposto por Rocha e Birkinshaw

(2007) ao conceber o empreendedorismo como um processo de inovação (DEBROUX, 2000) e a criação de novos negócios ou

organizações (MCGEE; DOWLING, 1994), é fortalecido a necessidade de um sistema de suporte a estas atividades, como os Angels Investors (LINDE; PRASAD, 2000), venture capitals (KEUSCHNIGG;

NIELSEN, 2003; DUSHNITSKY; LENOX, 2005; WRIGHT et al., 2006; ANTONELLI; TEUBAL, 2008), e os chamados Corporate Venture capital (WEBER; WEBER, 2007).

Tais constructos possibilitaram a revisão do modelo conceitual inicial, relacionando-os no contexto de um modelo de

empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, respondendo ao objetivo C desta dissertação, representado pela figura 19.

Figura 19: Modelo do empreendedorismo inovador baseado em conhecimento.

Fonte: Elaborado pelo autor, baseado na pesquisa.

4.3.1 Verificação da Hipótese A proposição do modelo permite observar um conjunto de

variáveis relacionadas e fundamentadas nas discussões presentes nesta dissertação, com o propósito de verificar a hipótese inicial de pesquisa.

O plano de prova para a verificação da hipótese segue o

método de concordância positiva descrito por Marconi e Lakatos (2010, p. 282), ao postular que ―quando dois ou mais casos de determinado

fenômeno têm uma e somente uma condição em comum, essa condição

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132

pode ser considerada como a causa (ou o efeito) do fenômeno em

questão‖. Desta forma, a aplicação do método sobre a hipótese inicial, é

analisada sobre a ótica de dois fenômenos; o empreendedorismo como processo de inovação e do empreendedorismo como criação de um novo negócio ou organização.

Cada fenômeno é avaliado segundo variáveis definidas nas situações identificadas no Capítulo 2, Quadro 1 – Temas abordados pelo empreendedorismo inovador, permitindo identificar a causa provável

deste fenômeno como ilustrado nos quadros 13 e 14.

Quadro 13: Plano de prova – fenômeno processo de inovação.

Situação: Busca competitiva de oportunidades e

internacionalização de negócios

Pro

du

z

Empreendedorismo

como processo de

inovação

Variáveis:

Competitividade internacionalização estratégia

Situação: Empreendedorismo como estratégia de inovação

e crescimento

Pro

du

z Empreendedorismo

como processo de

inovação Variáveis: Emprendedorismo crescimento estratégia

Situação: Empreendedorismo criando meios de fortalecer a

estratégia organizacional

Pro

du

z Empreendedorismo

como processo de

inovação Variáveis: Emprendedorismo meios estratégia

Situação: Mecanismo de investimento via Capital de risco

Pro

du

z Empreendedorismo

como processo de

inovação Variáveis:

Mecanismo recurso estratégia

Situação: Estrutura de pesquisa para o empreendedorismo e

inovação

Pro

du

z Empreendedorismo

como processo de

inovação Variáveis:

Estrutura inovação estratégia

Situação: Educação e o comportamento empreendedor nas

ações

Pro

du

z Empreendedorismo

como processo de

inovação

Variáveis:

Meios ações estratégia

Fonte: Adaptado pelo autor de Marconi e Lakatos (2010).

Com base neste método pode se concluir que a causa provável

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133

para o fenômeno do empreendedorismo como processo de inovação é a

variável estratégia identificada nas situações apresentadas. O Quadro a seguir apresenta a avaliação do fenômeno novos

negócios ou organizações, de forma idêntica ao apresentado no quadro anterior, buscando identificar as variáveis presentes nas situações apresentadas.

Quadro 14: Plano de prova – fenômeno novos negócios ou organizações.

Situação: Processo criativo para formação de

novos negócios e geração da inovação

Pro

du

z Empreendedorismo como criação de novos

negócios ou

organizações Variáveis:

Processo Criatividade Relação

Situação: Modelos de empreendedorismo

fortalecendo a criação e a relação entre

empreendimentos internos e externos a

organização.

Pro

du

z

Empreendedorismo

como criação de novos negócios ou

organizações

Variáveis:

Modelo Geração Relação

Situação: Relação de instituições

empreendedoras com ciência, academia e

indústria, região e país.

Pro

du

z

Empreendedorismo

como criação de novos negócios ou

organizações Variáveis:

Áreas Instituições Relação

Situação: Empreendedorismo no crescimento

econômico

Pro

du

z

Empreendedorismo

como criação de novos

negócios ou

organizações Variáveis:

Empreendedorismo Crescimento Relação

Fonte: Adaptado pelo autor de Marconi e Lakatos (2010).

Com base neste método pode se identificar que a variável

relação é comum ao fenômeno do empreendedorismo como criação de novos negócios ou organizações apresentando segundo Marconi e Lakatos (2010), a provável causa deste fenômeno.

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134

4.3.2 Teste de falseamento da hipótese

Na aplicação do método hipotético-dedutivo, a última etapa

consiste no teste de falseamento da hipótese conforme descrito por Marconi e Lakatos (2010).

A aplicação do modus tolles ou negação do consequente,

previsto nesta pesquisa, objetiva segundo Marconi e Lakatos (2010, p. 77) ―falsear as consequências deduzidas ou derivadas das hipóteses [...] quanto mais falseáveis for uma conjectura, mais científica será [ ! ] essas

conjecturas altamente informativas é que interessam a ciência‖. A aplicação do modus tolles aponta:

a) Se houver oportunidade, então o empreendedorismo

inovador se manifesta na forma de Processo de inovação

Se não há processo de inovação, Então não há oportunidade.

b) Se houver oportunidade, então o empreendedorismo inovador se manifesta na forma de criação de novos

negócios ou organizações. Se não há criação de novos negócios ou organizações, Então não há oportunidade

Observa-se que em ambas as situações, o quadro de evidências

detalhado no apêndice B – Quadro de evidências, referencia os artigos

que apresentam evidências que tornam falsas as conjecturas derivadas da hipótese inicial.

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135

5 ESTUDO DE CASO

Este capítulo apresenta o estudo de caso realizado no Programa

Sinapse da Inovação, com o propósito de verificar o modelo teórico apresentado no capítulo anterior.

A abordagem metodológica é detalhada nesta etapa, segundo a

orientação de Pettigrew (1997) e as recomendações de Yin (1994, 2001, 2005) que propõe etapas amplas para realização do estudo de caso como discutido no capítulo 3.

O Programa Sinapse da Inovação é apresentado juntamente com os dados coletados nas empresas contempladas na edição 2009, que

serão utilizados como base de análise, atingindo o objetivo (b) da pesquisa.

Ao final descrevem-se os resultados obtidos com a análise,

contribuindo para a verificação do modelo do empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, atendendo o objetivo (d) desta proposta de dissertação.

5.1 MÉTODO DO ESTUDO DE CASO

O estudo de caso segundo Marconi e Lakatos (2010) e Gil

(2010) é uma metodologia qualitativa que permite o estudo aprofundado

de um determinado caso, reunindo informações que descrevem a natureza complexa de um fenômeno.

Para Yin (2005) a utilização do método do estudo de caso é

recomendada quando a forma da questão de pesquisa refere-se ao ―como, porque‖ e não há necessidade de controle sobre eventos temporais, focando os acontecimentos contemporâneos tratados nesta

dissertação. Nesta perspectiva, Cesar (2011) apresenta uma discussão

corroborando com Yin (2005), ao complementar que a seleção do método do estudo de caso é também atribuída a natureza das situações que conferem baixo controle pelo pesquisador, bem como a

incapacidade de aplicação de um estudo experimental devido a complexidade dos fenômenos sociais envolvidos.

Embora a utilização do método seja identificada na literatura

por diversos autores como Leidner, Alavi e Kayworth (2006), Park (2004); Sciascia et al (2006) e Geenhuizen e Soetanto (2006), existem

críticas sobre o método que são resumidas por Gil (2010) como a ―falta de rigor metodológico‖, ―dificuldade de generalização‖ e o ―tempo destinado a pesquisa‖.

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136

Contudo, observa-se que a utilização do método do estudo de

caso na literatura, corrobora com a observação de Pye e Pettigrew (2006, p. 583) ao apontar que as ―pesquisas acadêmicas tem

recentemente enfatizado mais os processos e práticas orientados a teorização‖.

Esta visão é também compartilhada por Pettigrew (1997) e

Cesar (2011), apontando que muito das críticas são provenientes do entendimento do estudo de caso como relatos históricos.

Dentre algumas de suas características, Yin (2005) observa que

neste tipo de investigação, o estudo de caso:

enfrenta uma situação tecnicamente única em que haverá muito mais variáveis de interesse do que

pontos de dados [...]. [...] baseia-se em diversas fontes de evidências [...] beneficiando-se do

desenvolvimento prévio de proposições teóricas

[...]. (YIN, 2005, p. 33).

Desta forma, decorrente das características apresentadas pela literatura e a proposição desta pesquisa, define-se o método do estudo de caso como meio de verificação do modelo proposto.

5.1.1 Etapas do método

A aplicação do método de estudo de caso segue as etapas

propostas por Yin (2005, p.72) apresentadas como; ―Definição e

planejamento‖, ―Preparação, coleta e análise‖ e ―Análise e conclusão‖, adaptados para o contexto da pesquisa, conforme a figura 20.

Figura 20: Método do estudo de caso.

Fonte: Traduzido e adaptado pelo autor de Yin (2005).

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137

O modelo teórico é referenciado pela proposta do modelo de

empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, desenvolvido no capítulo 4 em atendimento ao objetivo (c), resultante do processo de

pesquisa desta dissertação. A utilização do modelo teórico na fase inicial é considerada por

Yin (2001) uma das estratégias para análise de dados a partir de

modelos previamente elaborados, justificando-se este posicionamento em contraposição a perspectiva da generalização em busca de uma nova teoria.

A etapa seguinte descreve a seleção do caso ou unidade caso a ser estudada, indicando a modalidade de uso tipo ―instrumental‖ que

segundo Stake (2000, apud YIN, 2005) caracteriza-se pelo interesse do pesquisador em utilizar o caso como suporte para atingir objetivos estabelecidos, sem interesse profundo no caso em si.

Nesta visão, a definição do número de casos é o próximo passo para avaliar se o estudo é feito em caso único ou múltiplo, definido conforme a área de aplicação (YIN, 2005).

Observa-se segundo as recomendações de Yin (2005), que os casos múltiplos são mais frequentes na área da pesquisa social

decorrentes da busca por generalizações das teorias. Assim, em função das características que o estudo de caso propõe nesta dissertação e o propósito de verificação do modelo, selecionou-se a modalidade de caso

único para fins desta pesquisa. Desta forma, o estudo de caso do Programa Sinapse da

Inovação atende as características propostas por Yin (2005, p.62-63) ao

ser realizado como caso único, considerando-se que o ―caso em estudo é raro‖, com ―poucas situações semelhantes‖, representando o ―caso decisivo ao se testar uma teoria‖ (modelo), apresentar um ―caráter

revelador‖ e finalmente, possibilitar o ―pesquisador observar o fenômeno antes inacessível para a investigação científica‖.

A etapa seguinte do método envolve a elaboração de um protocolo de coleta de dados, que descreve o procedimento, instrumentos e regras, aumentando a confiança na investigação do

estudo de caso (YIN, 1994). Nesta dissertação, considera-se o protocolo de coleta de dados,

o procedimento e o instrumento já utilizado no Programa Sinapse da

Inovação, apresentado em detalhes no Relatório de Suporte a Consolidação de Empresas Nascentes – Operação: SC2009

(SCHNEIDER; SOUZA, 2010). O procedimento utilizado no âmbito da avaliação do programa,

apresentado aqui de forma simplificada é baseado na visita da equipe

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138

técnica do programa em todos os 61 empreendimentos contemplados,

utilizando-se de um instrumento de coletas de dados, apresentado no Anexo IX - Questionário de Suporte ao desenvolvimento de produto,

p.159–162 do referido relatório. A interação posterior via ―web ou presenciais‖ permitiu a

tabulação e a consolidação dos dados coletados de cada empresa

contemplada no programa (SCHNEIDER; SOUZA, 2010). Assim, esta pesquisa utiliza esta base como referência para a análise dos dados no estudo de caso.

O relatório aponta no procedimento de coleta de dados, a utilização de fontes internas (empreendedores) e externas (dados do

programa) para avaliar as empresas, respeitando o primeiro princípio da coleta de dados: múltiplas fontes de evidência (YIN, 2001). Este princípio é baseado em ―fontes de múltiplas provas, isto é, provas de

duas ou mais fontes convergindo sobre o mesmo conjunto de factos e descobertas‖. (YIN, 1994, p. 96).

Outro aspecto apresentado no relatório é a metodologia

utilizada que permite coletar os dados segundo um padrão que pode ser tratado por sistemas computacionais. Assim, o procedimento respeita o

segundo princípio da coleta de dados: formação de uma base de dados no decorrer do estudo (YIN, 2001). Este princípio refere-se a ―uma base de dados do estudo de caso, isto é, uma assembleia formal de provas

distintas do relatório final do estudo de caso‖. (YIN, 1994, p. 96). O aspecto final da coleta referido no documento refere-se ao

conjunto de evidências descritas em cada resultado de avaliação das

empresas, respeitando-se o terceiro princípio da coleta de dados: elaboração de uma cadeia de evidências (YIN, 2001)

Este princípio refere-se à formação de ―uma cadeia de provas,

isto é, elos explícitos entre as questões perguntadas, dados recolhidos, e conclusões tiradas‖. (YIN, 1994, p. 97).

O estudo de caso é conduzido na etapa seguinte, utilizando este conjunto de dados previamente coletados pelo Programa Sinapse da Inovação, para identificar as evidências que conduzem a verificação do

modelo. Por fim, é realizada a análise das evidências e as discussões

sobre os resultados obtidos neste estudo de caso.

5.2 O PROGRAMA SINAPSE DA INOVAÇÃO

O programa nasce da oportunidade gerada pelas ideias de

negócio inovadores em criar empreendimentos que fortaleçam a cultura

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139

empreendedora local, por meio de um processo que conduz a

transformação do conhecimento em novas soluções ou inovações, a partir das pesquisas realizadas nas instituições científicas e tecnológicas,

como descrito no Relatório final Sinapse; Operação 2009 (SCHNEIDER; SOUZA, 2010).

A apresentação dos dados estatísticos de 2010 não está

disponível e, portanto, não foram incluídas no contexto desta pesquisa.

5.2.1 Objetivos do programa

O desenho do programa busca criar novas empresas ou novas

tecnologias que possam ser utilizadas por empresas existentes, a partir do conhecimento gerado por estudantes, pesquisadores e professores destas instituições como apresentado por Schneider e Souza (2010).

Dentre os objetivos do programa citam-se:

a) Ampliar o surgimento de empreendimentos inovadores e fortalecer a cultura

do empreendedorismo inovador em uma região.

b) Desafiar o potencial de criatividade das Universidades e Centros de Pesquisa, estimulando

a geração de ideias de produtos e processos inovadores.

c) Contribuir para a ampliação da

performance das Incubadoras de Empresas, articulando empreendedores com ideias

inovadoras. d) Estimular o Desenvolvimento Regional,

induzindo a geração de emprego e renda por meio

de novas empresas inovadoras (SCHNEIDER; SOUZA, 2010).

O relatório ainda descreve que o potencial do programa vai além da formação de ideias de produtos inovadores, mas de transformar este potencial em ações para a formação contínua de negócios

inovadores que forme uma cultura de inovação local induzindo a formação de novos perfis profissionais.

5.2.2 Base metodológica

A fundamentação do Programa Sinapse da Inovação é baseada no artigo Modelo de Aceleração do desenvolvimento de Empresas de Base

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Tecnológica: da Geração da Ideia à Consolidação do Negócio

apresentado por Fiates et al. (2008) que propõe um modelo de desenvolvimento de empresas baseados em estudos de casos de sucesso

das empresas incubadas no Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas (CELTA).

O modelo discute aspectos que envolvem o processo

empreendedor na ―descoberta da oportunidade‖, nas atividades que conduzem a ―criação e ao desenvolvimento da organização‖, fundamentado pelas ―teorias do desenvolvimento organizacional em

estágios, a teoria da economia industrial, a teoria da ecologia populacional e teorias alternativas‖ (FIATES et al., 2008, p. 55-56)

O resultado é a proposição de um modelo de desenvolvimento que tomam como base a incubação de empresas

7, organizado em

estágios e dimensões que compõe um modelo de maturidade,

suportando ações de planejamento, orientação e consolidação das empresas de base tecnológica segundo Fiates et al. (2008).

A cada estágio associam-se cinco dimensões de análise

compreendidas entre o empreendedor, a organização, o produto, o capital e ao mercado.

Cada uma destas dimensões pode ser vista de forma simplificada descritas a seguir.

a) Dimensão Empreendedor – foca no indivíduo as ações

empreendedoras, responsáveis pela criação e exploração de novas oportunidades.

b) Dimensão Organização – visto como resultado do

processo empreendedor e promotora do desenvolvimento local.

c) Dimensão Produto – entendido como elemento central no

desenvolvimento da organização, envolvendo desde sua concepção até a comercialização no mercado.

d) Dimensão Capital – relacionado ao crescimento organizacional e a manutenção das atividades empreendedoras.

7 Incubação de empresas - Processo de apoio ao desenvolvimento de pequenos

empreendimentos ou empresas nascentes e promoção de condições específicas, através do qual empreendedores podem desfrutar de instalações físicas, de

ambiente instrucional e de suporte técnico e gerencial no início e durante as etapas de desenvolvimento do negócio (ANPROTEC; SEBRAE, 2011, p. 59).

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141

e) Dimensão Mercado – orienta o desenvolvimento dos

produtos e cria uma dinâmica na organização (FIATES et al., 2008).

Associado as dimensões e estágios, são propostos sete níveis de maturidade que aponta os indicadores simplificadamente apresentado no quadro abaixo.

Quadro 15: Indicadores dos níveis de maturidade.

Fonte: Fiates et al. (2008, p. 58).

A estrutura que organiza e relaciona os estágios, as dimensões e

os níveis de maturidade, pode ser observada na figura 21, ilustrando o modelo de aceleração de empreendimentos de base tecnológica.

Neste modelo, são apresentados 05 dimensões que compreendem o empreendedor, o produto, o capital, o mercado e a gestão que organizam em 07 etapas. As etapas de cada dimensão, estabelecem

níveis de maturidade que orientam os estágios do desenvolvimento Empresarial desde sua fase de ideias (sinapse), passando pelos estágios de planejamento do projeto (pré-incubação), desenvolvimento do

empreendimento (incubação) e a liberação do empreendimento para o mercado (consolidação).

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142

Figura 21: Modelo de aceleração de empreendimentos.

Fonte: Fiates et al. (2008, p. 59) .

Tomando como base este modelo, e os objetivos e justificativas

que fundamentam o programa, Schneider e Souza (2010) apresentam o desenho do processo de empreendedorismo inovador, identificando as ações do Programa Sinapse da Inovação ilustrada na figura 22.

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143

Figura 22: Processo do empreendedorismo inovador.

Fonte: Programa Sinapse da Inovação, 2011.

5.2.3 Operação 2009

A realização da operação 2009 do programa realizou-se entre os

dias 04/05 de 2010 a 30/12/2010 nas oito Mesorregiões do Estado de Santa Catarina, e é descrita por Schneider e Souza (2010) por meio de ações que organizam o fluxo de operação em três etapas.

A primeira etapa abrange a divulgação do programa e as inscrições oferecidas aos participantes, culminando na primeira seleção de ideias. A segunda etapa dá continuidade ao desenvolvimento destas

ideias através de projetos de empreendimentos, com suporte de capacitação, finalizando com a consolidação do projeto.

Estes projetos são então selecionados segundo um comitê ad-hoc e os projetos eleitos encaminhados em forma de proposta a FINEP/FAPESC.

Tais propostas são então avaliadas na terceira etapa do programa, sendo então selecionadas para receberem apoio financeiro e capacitação intensiva para início de seus empreendimentos, encerrando

do processo. A figura 23 apresenta estas etapas.

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144

Figura 23: Etapas do Programa Sinapse edição 2009.

Fonte: Relatório final Sinapse; Operação 2009 (SCHNEIDER; SOUZA, 2010)

O detalhamento de cada uma destas etapas é descrito no Relatório da operação SC 2009, como segue:

Na Etapa 1 - Inscrição e Avaliação de IDEIAS

Inovadoras os candidatos a empreendedores apresentam suas ideias de forma clara,

evidenciando qual o PROBLEMA/OPORTUNIDADE e qual a

SOLUÇÃO proposta, descrevendo ainda qual o

DIFERENCIAL da ideia de negócio. Os critérios de avaliação para a primeira seleção [...] são: grau

de inovação, estágio de maturidade e potencial de mercado do produto/processo.

Conforme descrito posteriormente são também

sugeridas temáticas e oportunidades das mesorregiões, bem como são propostos desafios

pertinentes às características econômicas e sócio-

ambientais das Mesorregiões. O objetivo é que as ideias sejam estimuladas pelos

desafios gerando assim, o desenvolvimento regional. São selecionadas, para a etapa seguinte,

200 Ideias de todo o Estado, de forma que

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145

nenhuma mesorregião tivesse mais de 30% das

ideias aprovadas nesta etapa.

Na Etapa 2 - Capacitação dos Empreendedores e

Elaboração do Projeto de Empreendimento as Ideias

selecionadas na primeira etapa devem ser

apresentadas com um maior grau de detalhamento. Esta etapa consta de duas atividades: (i) Capacitação

dos empreendedores em um curso de 24 horas e (ii)

Elaboração do projeto de empreendimento, de acordo

com formulário/metodologia especificamente desenvolvida para o programa (utilizando

ferramentas web interativas – WIKI).

A segunda seleção [...] foi realizada por especialistas

convidados, que atribuem notas segundo critérios que consideram: (i) Grau de Inovação do

produto/processo; (ii) Estágio de desenvolvimento

do produto/processo; (iii) Potencial de Mercado do

produto/processo; (iv) Capacidade da Equipe de implementar o projeto; (v) Viabilidade técnica e

econômica do produto/processo.

Como resultado desta etapa são selecionadas as 100

melhores propostas, que estão aptas a submeter o projeto à FAPESC, conforme critérios contidos em

Chamada Pública lançada pela mesma (Anexo 1).

Na Etapa 3 - Encaminhamento à Pré-incubação dos

Empreendimentos os empreendedores são orientados ao processo de pré-incubação pelas diferentes

incubadoras das mesorregiões, parceiras do

programa. Este processo engloba as seguintes ações: (i) Constituição formal da Empresa ou Contrato de

Transferência de Tecnologia; (ii) Apresentação da

proposta ao Edital FINEP/FAPESC [...] (iii) Seleção

dos 60 melhores projetos para financiamento com até R$ 50.000,00. (SCHNEIDER; SOUZA, 2010, p.10)

Para a gestão da operação o relatório aponta para a formação de comitês regionais de operação para cada mesorregião, segundo uma estrutura Padrinho – Coordenadores.

No aspecto operacional de interação entre os participantes e o programa, Schneider e Souza (2010, p. 13) apresentam um portal de ―interação entre os participantes (proponentes e visitantes) e a

comunicação entre a coordenação do Programa, os comitês regionais (responsáveis por cada uma das Mesorregiões) e os participantes‖.

Uma das telas da ferramenta é ilustrada na figura 24:

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146

Figura 24: Tela ilustrativa do portal Sinapse da Inovação.

Fonte: Programa Sinapse da Inovação, 2011.

5.2.4 Resultados

Os resultados obtidos com a operação 2009 segundo o Relatório

Final Sinapse – Operação 2009 (2010) aponta para um conjunto de 1174 ideias cadastradas e mais de 57 mil acessos ao portal.

Estas ideias foram geradas pelos 1632 proponentes cadastrados

que atribuíram 9432 votos a estas ideias na primeira etapa do programa, ilustrado na tabela 11.

Tabela 11: Estatística dos resultados.

Fonte: Relatório final Sinapse; Operação 2009 (SCHNEIDER; SOUZA, 2010).

O resultado final do programa pode ser observado na figura 25, destacando o maior número de ideias aprovadas (18) na mesorregião da

grande Florianópolis.

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147

Figura 25: Resultados do Programa Sinapse edição 2009.

Fonte: Relatório final Sinapse; Operação 2009 (SCHNEIDER; SOUZA, 2010).

5.3 ANÁLISE E RESULTADOS

A apresentação dos resultados do estudo de caso segue as

orientações de Yin (1993, 2001) simplificadas por Cesar (2011) ao apontar as fases: a) a base teórica de trabalho e o protocolo de coleta dos dados; b) a realização do estudo de caso; c) análise e interpretação dos

dados segundo o modelo proposto.

5.3.1 Coleta dos dados

Os dados utilizados nesta pesquisa são coletados segundo as

orientações de Yin (1994) segundo os princípios da multiplicidade de provas, formação de uma base de dados para o estudo e a construção de

uma cadeia de evidências que comprove a relação com o modelo proposto.

5.3.1.1 Princípio da multiplicidade de provas

Como citado anteriormente, utilizou-se como primeira fonte de dados, o relatório Suporte a Consolidação de produtos inovadores de

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148

Empresas Nascentes – Operação: SC 2009, que reúne os dados

coletados em cada uma das 61 empresas contempladas no Programa Sinapse da Inovação.

Os dados são apresentados neste relatório, segundo um padrão que descreve inicialmente os dados das empresas e da tecnologia, seguida da avaliação segundo o modelo de aceleração de

empreendimentos apresentados na figura 21. Para cada empresa é identificado um perfil gráfico que

evidencia o seu posicionamento segundo os níveis de maturidade,

estágios e dimensões apresentado no modelo. Com o propósito de se trabalhar com uma fonte representativa

para a avaliação no estudo de caso, os dados de cada empresa foram então tabulados segundo os indicadores apresentados na tabela 12, resultando no conjunto representativo das 61 empresas, a seguir

apresentado.

Tabela 12: Tabulação dos resultados.

PENTAGRAMA EMPRESAS SINAPSE OP-SC-2009

Empresas Gestão Mercado Capital Produto Empreendedor

1 3 3 4 4 2

2 3 3 5 4 4

3 4 4 4 5 4

4 3 4 4 5 2

5 3 4 4 4 3

6 3 4 4 4 5

7 4 2 5 4 3

8 3 3 5 1 1

9 4 2 5 4 5

10 3 3 5 4 4

11 3 3 5 4 5

12 4 5 5 4 5

13 3 3 4 4 4

14 3 4 4 5 2

15 2 3 4 3 1

16 1 1 4 3 2

17 3 3 4 5 2

18 4 2 5 3 2

19 4 5 5 5 3

20 4 5 4 5 3

21 3 4 4 5 4

22 4 4 5 5 4

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23 2 2 4 3 4

24 3 5 5 4 5

25 3 2 4 5 4

26 4 4 4 4 5

27 3 3 4 4 4

28 3 2 4 3 1

29 3 5 5 5 4

30 4 3 4 4 4

31 4 4 4 5 5

32 3 5 5 3 5

33 4 4 4 3 4

34 3 4 4 4 5

35 5 4 5 4 5

36 5 4 5 5 5

37 4 5 4 5 5

38 4 2 5 4 5

39 5 5 5 4 5

40 4 2 4 5 2

41 3 4 4 4 5

42 3 3 4 5 2

43 4 2 5 4 4

44 5 2 5 4 4

45 4 2 4 5 4

46 4 4 5 5 4

47 2 2 4 2 3

48 3 2 4 5 4

49 4 4 4 5 5

50 2 2 4 4 2

51 3 4 4 5 4

52 4 4 4 5 4

53 4 4 4 4 4

54 4 2 5 4 4

55 3 4 5 5 4

56 2 2 4 2 4

57 3 2 4 4 2

58 3 2 4 4 4

59 4 2 5 4 5

60 4 5 5 4 5

61 2 3 4 2 2

MEDIA 3 3 4 4 4

Modelo de Potencial Sinapse Protótipo Inovador

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Negócio Cliente Alfa

Fonte: Dados tabulados pelo autor de Relatório Suporte à consolidação de Produtos Inovadores de Empresas Nascentes; Operação: SC-2009.

Observa-se que esta tabulação permite obter os indicadores

médios das empresas analisadas, apontando na dimensão Gestão, o indicador Modelo de negócio. Para a dimensão Mercado, o indicador Potencial cliente. Para a dimensão Capital, o indicador ideia de custo.

Para a dimensão Produto, o indicador protótipo alfa e na dimensão empreendedor, o indicador Inovador.

A figura 26 ilustra o resultado da tabulação.

Figura 26: Tabulação final das empresas.

Nota: Elaborado pelo autor, baseado nos dados coletados, 2011.

A segunda fonte de dados utilizada neste estudo de caso é o conjunto de artigos selecionados para a revisão de literatura,

apresentado no apêndice A – Lista dos artigos incluídos na revisão. A terceira fonte de evidências é o resultado de estudo Delphi

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151

aplicado para a verificação de consistências do modelo conceitual.

5.3.1.2 Princípio da formação da base dados

A base de dados formada reúne então estas três fontes de dados tabuladas, tanto teoricamente definida, como no caso do quadro de

referências, quanto empiricamente definida, como no caso dos dados das visitas nas empresas e da consulta aos especialistas pelo método Delphi.

A base de dados então pode ser evidenciada de forma

simplificada, segundo os resultados obtidos de cada fonte, conforme ilustra a tabela 13:

Tabela 13: Resumo das fontes de dados.

Primeira Fonte: Tabulação dos dados das empresas

Tabulação dos dados das empresas

Gestão Mercado Capital Produto Empreendedor

MEDIA 3 3 4 4 4

Modelo de

Negócio

Potencial

Cliente Sinapse Protótipo Alfa Inovador

Segunda Fonte: Artigos da Revisão de Literatura

Lista dos artigos incluídos na revisão

ID Título Autor Ano

1 The innovative organization VRAKKING,

W.J. 1990

2 Learning by knowledge-intensive firms STARBUCK,

W.H. 1992

3 Organizations as rhetoric: knowledge-

intensive ALVESSON, M. 1993

... ... ... ... ... ...

254 Waves of Knowledge Management: The

Flow between Explicit and Tacit Knowledge

STEVENS, R., H.;

MILLAGE, J.;

CLARK, S.

2010

Terceira Fonte: Prática Delphi

Estudo Delphi

Questões Totalmente Parcialmente Não concordo Não sei

Pessoas 61% 15% 13% 10%

Processo 57% 18% 14% 10%

Sistemas 91% 4% 5% 0%

Média 67% 14% 12% 8%

Fontes: Elaborado pelo autor a partir de: Primeira fonte: Relatório Suporte à

consolidação de Produtos Inovadores de Empresas Nascentes; Operação: SC-

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152

2009; Segunda fonte: apêndice A – Lista dos artigos incluídos na revisão;

terceira fonte: Tabela 6 – Resultado método Delphi.

5.3.1.3 Princípio da cadeia de evidências

Cadeia de evidência 1:

O indicador modelo de negócios identificado na dimensão gestão aponta para um fator essencial as empresas, tanto como resultado

de uma cultura empreendedora como para o desenvolvimento de processos e novos modelos de desenvolvimento (DODD, 2002; TIJSSEN, 2006; CASILLAS et al., 2008; WONG; HO; SINGH, 2007).

Cadeia de evidência 2:

O indicador potencial de cliente visto na dimensão mercado representa para as empresas o primeiro grande desafio na

comercialização do seu produto. As pessoas da organização têm consciência segundo o estudo Delphi, que o desenvolvimento da ideias depende das trocas de conhecimento entre o ambiente interno e externo

à organização (91% favorável). Os processos apresentam alinhamento entre estratégia e objetivos da organização (98% favorável) e o monitoramento de práticas e informações externas do ambiente

competitivo agregam valor para as ideias em desenvolvimento (97%favorável).

A evidência é corroborada na literatura por Free e Jong (2009)

ao discutirem a novidade no mercado e a competência na busca de uma rede de inovação. Para Jaw, Lo e Lin (2009) a orientação de mercado e

o esforço de atualização da inovação são determinantes no desenvolvimento de novos serviços.

Cadeia de evidência 3: O indicador Sinapse (apoio financeiro recebido do programa)

na dimensão Capital, revela a importância do programa no fomento as ideias, apontando segundo o Delhpi, que a estrutura organizacional

existente permite a integração do conhecimento aos processos de negócio (98% favorável). A discussão na literatura avança para outros tipos de apoios como o capital de risco (Venture Capital), destacando as

políticas de ganho pelas empresas nascentes (KEUSCHNIGG; NIELSEN, 2003), o valor criado na empresa pelo investimento de risco

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153

e a relação com as taxas de inovação (DUSHNITSKY; LENOX, 2005),

a propriedade intelectual nos investimentos de risco (LUO; KOPUT; POWELL, 2009) e o investimento de risco nas empresas nascentes em

universidades (WRIGHT et al., 2006). Cadeia de evidência 4:

O indicador Protótipo Alfa na dimensão Produto aponta que as

ideias estão se materializando ou haviam sido desenvolvidas nessas

empresas. Segundo o Delphi a geração de ideias e o seu desenvolvimento é uma prática cultural na organização (87% favorável),

e a gestão do conhecimento favorece a inovação nos produtos (bens ou serviços) (28% favorável). A efetividade das métrica de produção intelectual (publicações e patentes) nos produtos em desenvolvimento

ou desenvolvidos é alta (46% favorável) e a estrutura organizacional permite a integração do conhecimento aos processos de negócio (desenvolvimento de produtos, novos processos, vendas) (98%

favorável). A literatura aponta para discussões de políticas de

desenvolvimento de produtos intensivos em conhecimento (BELUSSI, 1999), o reconhecimento da oportunidade e a inovação em produtos em empresas nascentes de tecnologia (PARK, 2004), o desenvolvimento de

produtos cooperados (DOWLING; HELM, 2005), o conhecimento tecnológico para o desempenho da inovação em produto (ZHANG et al, 2008) e o problema do conhecimento tácito no desenvolvimento de

configuradores de produto (HAUG, 2010). Cadeia de evidência 5:

O indicador Inovador na dimensão Empreendedor aponta o

perfil dos empreendedores nas empresas, diferenciando-se do perfil de empresarial tradicional.

O estudo Delphi aponta que o empreendedor tem entendimento

do conhecimento como ativo chave na organização (93% favorável), os empreendedores envolvidos no projeto, constroem soluções colaborativas que influenciam resultados (31% favorável) e o

aprendizado é estimulado por meio de atualização externa (38% favorável). As competências internas dos gestores e sua experiência

prévia estimulam os empreendedores a gerar novos conhecimentos (61% favorável).

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154

A literatura evidencia o fato por meio da discussão do papel do

empreendedor na formação das oportunidades estratégicas (ÁLVAREZ; MERINO, 2010), a gestão de teorias entre o indivíduo e a organização

na pesquisa empreendedora (CANINA; PALACIOS; DEVECE, 2010), o papel dos cientistas nas universidades envolvidas em práticas comerciais (JAIN; GEORGE; MALTARICH, 2009) e o

empreendedorismo corporativo individual (VU, 2008).

5.3.2 Análise e interpretação dos dados

Nesta etapa do estudo de caso, Yin (1994) propõe a análise

através da categorização, tabulação ou recombinação de provas orientada a proposições da pesquisa.

O uso de estratégias analíticas gerais é recomendado, decorrente de definições incompletas de técnicas anteriormente trabalhadas, e ainda hoje não há uma forma sistematizada de desenvolvimento da análise

(YIN, 1994). Dentre as estratégias gerais de análise, esta dissertação utiliza a

estratégia descrita por Yin (1994, p.126), de ―Confiar em proposições

teóricas‖ que ―levaram ao estudo de caso‖ que se baseia em identificar evidências de relações causais na proposição da teoria, neste caso

representada pelo modelo proposto. Desta forma, baseado no modelo proposto e nas relações

identificadas verificadas no modelo conceitual, estabeleceu-se um

quadro de análise composto pela cadeia de evidências e o conjunto de categorias que se baseiam no quadro de evidências apresentado no apêndice B – Quadro de evidências, ilustrado na figura 27.

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155

Figura 27: Aplicação do método analítico.

Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em Yin (1994).

Esta referência cria bases para construção do instrumento de

análise, identificando as relações causais que conferem qualidade ao trabalho (Yin, 1994) permitindo verificar o modelo proposto.

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Quadro 16: Evidências de verificação do modelo.

Categorias Cadeias de Evidência

Cadeia de

Evidência

1

Cadeia de

Evidência

2

Cadeia de

Evidência 3

Cadeia de

Evidência

4

Cadeia de

Evidência 5

Modelo de

Negócio Mercado Capital Produto

Empreended

or Indivíduo e

a

oportunida

de

Debroux,

2000 Park, 2004

Faltin, 2001

Processo

de

inovação

Dushnitsky;

lenox, 2005

Ponds;

Oort;Frenk

en, 2009

Haug, 2009

Criador de

novos

negócios

ou

organizaçõ

es

Kawagoe,

2000

Keuschnigg;

Nielsen,

2003

Stam at al,

2006

SECI Senker,

1995

Young; Sapienza;

Baumer,20

03

Weber;

weber, 2007

Atividades

intensivas

em

conhecimento

Vuori,

2005

Muller;

Dolloreux, 2008

Maskell,

2001

Antonelli,

2008

Belussi,

1999

Sistemas

de

inovação

Carayannis; Von

Zedtwitz,

2000

Tsaia et al, 2008

Jaw, Lo; Lin, 2009

Freel; Jong,

2009

Dowling;

Helm, 2005

Avlonitis;

Salavou,

2007

Fontes: Elaborado pelo autor, Apendice – B: Quadro de evidências, citações da pesquisa.

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5.3.2.1 Categoria Indivíduos e oportunidades

A relação de causas identificadas neste quadro é evidenciado ao

pelas evidências empíricas do indivíduo na formação de oportunidades, concebendo modelos de negócios como apresentado por Debroux (2000) ao discutir o estímulo à renovação da indústria Japonesa no pós-

guerra, estimulando o empreendedorismo interno na criação de novas oportunidades e formação de uma cultura empreendedora.

A visão do indivíduo como criador de uma oportunidade é

explorada ainda por Park (2004) ao descrever o processo de descoberta da oportunidade e seu papel na geração da inovação no mercado. Para

Faltin (2001) a discussão é apresentada na formação de uma cultura empreendedora sugerindo a visão de um empreendedor que cria seu próprio trabalho, de forma criativa e integrada.

5.3.2.2 Categoria Processo de Inovação

O processo de inovação é evidenciado ao se tratar do capital refletido na discussão de Dushnitsky e Lenox, (2005) sobre a criação de

valor da empresa pelo capital de risco, apresentado uma relação entre processo de investimento e o valor gerado na empresa.

O processo de inovação ainda é discutido por Ponds, Oort e

Frenken, (2009) ao descrever a relação universidade-indústria e seu papel na formação de redes de empresas do conhecimento. Outra evidência nesta questão é oferecida por Haug (2009) ao discutir a falsa

ilusão do conhecimento tácito nos configuradores de produtos.

5.3.2.3 Categoria Novos negócios ou empresas

A criação de novos negócios ou empresas é evidenciada ao se

tratar do modelo de negócios que Kawagoe (2000) discute ao apresentar os problemas de desenvolvimento das empresas nascentes japonesas, pela falta de uma política baseada em modelos consistentes de negócio.

Nesta categoria, Keuschnigg e Nielsen (2003) apresentam evidências ao discutir a política de taxas do capital de risco para as empresas nascentes. Stam et al. (2006) evidencia esta relação ao apontar

que empreendedores ambiciosos contribuem mais para a criação de novos negócios e o crescimento da economia que empreendedores

tradicionais.

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158

5.3.2.4 Categoria Ciclo de Conhecimento (SECI)

Ao se analisar a categoria do ciclo de conhecimento (SECI),

observa-se que é evidenciado ao se tratar de modelos negócios, discutido por Senke (1995) ao avaliar o papel do conhecimento tácito na inovação em especial no processo de codificação, avaliados na indústria

de biotecnologia. A relação com mercado é também evidenciado empiricamente

nesta categoria por Young, Sapienza e Baumer (2001), ao discutir a

criação de valor do conhecimento numa relação comprador-vendedor e sua flexibilidade interorganizacional.

O capital (cadeia de evidência 3) é também relacionado a esta categoria, apresentado na discussão de Weber e Weber, 2007 ao apresentar o capital social sob um novo conceito – relational fit, e sua

influencia entre empresas de capital de risco e outra empresas inovadoras.

5.3.2.5 Categoria Empresas intensivas em conhecimento

Na categoria empresas intensivas em conhecimento, a relação com o modelo de negócio é evidenciado por Vuori (2005) ao discutir o modelo das organizações de serviço intensivas em conhecimento, sob o

conceito de ecossistemas de negócio. Mueller e Doloreux (2008) corrobram esta visão ao apresentar

uma análise sobre estudos empíricos em serviços intensivos em

negócios do conhecimento. Nesta categoria, o mercado é evidenciado por Maskell (2001)

ao discutir a teoria baseada em conhecimento do aglomerado geográfico

de empresas, como forma de criar conhecimento que melhorem a atratividade econômica destes aglomerados.

A categoria é evidenciada pelo capital ao na relação discutida por Antonelli e Teubal (2008) sobre os direitos de propriedade intensiva em conhecimento a evolução do capitalismo de risco identificado em

economias de transição. Ao se tratar de produto, a categoria é evidenciada por Bellusi

(1999) ao discutir na literatura empírica, as políticas de

desenvolvimento para os sistemas locais de produção.

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5.3.2.6 Categoria Empreendedor

Na categoria sistemas de inovação, os modelos de negócio são

discutidos por Carayannis e Von Zedtwitz, (2000) ao apresentar as melhores práticas que caracterizam redes de incubadoras reais-virtuais na aceleração do processo empreendedor. De forma semelhante, Tsaia

(2008) discute modelos de co-evolução das incubadoras em Taiwan. A referência sobre o mercado nesta categoria é apresentado por

Jaw, Lo e Lin, (2009) na discussão sobre o esforço de inovação no

desenvolvimento de novos serviços orientados a mercado. E visão complementar, Free e Jong (2009) discutem a necessidade da busca de

competência nas redes de inovação decorrente das novidades de mercado.

O desenvolvimento de produtos nesta categoria é apresentado

por Dowling e Helm (2005) ao estudar empresas empreendedoras e identificar o sucesso no desenvolvimento de produtos cooperados.

Por fim, ao se discutir o empreendedor nesta categoria,

Avlonitis e Salavou, (2007) enfatizam a orientação empreendedora nas pequenas e médias empresas e sua capacidade de inovação e

desempenho.

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160

6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A pesquisa proposta nesta dissertação, orientou a concepção de

um modelo de empreendedorismo inovador em organizações intensivas em conhecimento, com base nas concepções do empreendedorismo como um processo de inovação e como criador de organizações

(ROCHA; BIRKINSHAW, 2007), na teoria de criação de conhecimento na empresa (NONAKA, 1991) e na visão baseada no conhecimento (NONAKA, 1991; 1994; NELSON; WINTER, 1982).

Identificou-se que estas concepções do empreendedorismo, governam o fenômeno do empreendedorismo inovador baseando-se nos

estudos do Global Entrepreneurship Monitor Report (GEM) (KELLEY; BOSMA; AMORÓS, 2011) e do Global Innovation Index 2009-10 report (2010). Neste sentido, a pesquisa apontou que a

realidade das empresas avaliadas para verificação do modelo, apontou que os empreendedores possuem familiaridade com os termos gestão do conhecimento, inovação e empreendedorismo. Isto pode ser observado

com o resultado do questionário aplicado junto as empresas obtendo-se 67% das respostas na categoria Totalmente.

Baseados no conhecimento prévio dos empreendedores e na busca sistemática de literatura, foi possível identificar os constructos que compõe o modelo e suas relações, possibilitando propor uma

concepção do modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento.

Desta forma, conclui-se neste capítulo, que a dissertação atinge

os objetivos geral e específicos propondo uma resposta a questão de pesquisa, segundo a hipótese construída e enunciada.

No capítulo 2, o mapeamento inicial de literatura possibilitou

formar quadros sobre o empreendedorismo inovador, a gestão do conhecimento e as organizações intensivas em conhecimento, discutidas

com base nas teorias que os fundamentam. Nas teorias que criam as concepções do empreendedorismo

(ROCHA; BIRKINSHAW, 2007) observa-se que a inovação surge no

processo de reconhecimento da oportunidade (Park, 2005), envolvendo o indivíduo no processo de descoberta e da lucratividade da oportunidade (SHANE; VENKATARAMAN, 2000).

Nesta relação entre o empreendedor e a oportunidade, Eckhardt e Shane (2003) apontam o papel do conhecimento na geração da

inovação, discutido nos ciclos de criação e conversão do conhecimento (NONAKA, 1991).

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161

A capacidade das organizações em criar, transferir e

compartilhar conhecimentos provendo suporte a inovação, é apontado por Kettunem (2009) como a fonte de criação da vantagem competitiva

dessas organizações. Conclui-se portanto, que a fundamentação teórica apresentada

neste capítulo, permite construir uma visão do empreendedorismo

inovador baseado em conhecimento como forma de promover a inovação e a competitividade das organizações.

No Capítulo 3, foi apresentado os procedimentos metodológicos

segundo a Pirâmide metodológica de Schreiber et al (2000), observando-se que a visão de mundo como base da pirâmide, define um

conjunto de metáforas segundo a fundamentação teórica do capítulo 2, permitindo criar uma visão do paradigma vigente - funcionalista no tema de pesquisa.

A aplicação da revisão exploratória de literatura segundo o procedimento de uma busca sistemática, aponta para a necessidade de procedimentos mais intensos na área de gestão do conhecimento que

permitam estabelecer uma metodologia, que considere uma área interdisciplinar, para aplicação futura de uma revisão sistemática de

literatura. A utilização da técnica Delphi permitiu conhecer melhor a

realidade das empresas e dos especialistas envolvidos na pesquisa,

criando convergência nos resultados da pesquisa. Conclui-se neste capítulo, que os procedimentos adotados nesta

dissertação, criaram um caminho de construção e atendimento dos

objetivos propostos na pesquisa, integrando o contexto do tema abordado no capitulo 1 e a fundamentação teórica elaborada no capítulo 2.

No capítulo 4 pode-se observar nos resultados da revisão, a lacuna encontrada no escopo da literatura, que aborde simultaneamente

os temas empreendedorismo inovador, gestão do conhecimento e organizações intensivas em conhecimento.

Com base nesta lacuna, identificou-se um conjunto de artigos

que possibilitaram a proposição de um esboço conceitual do artefato a ser concebido. Este esboço foi então submetido aos especialistas para uma verificação, que permitiram propor o modelo de empreendedorismo

inovador baseado em conhecimento. O uso do método da revisão de literatura seguindo a orientação

do NHS CRD Report n.4, 2th edition (2001), apresentou relativa dificuldade, pois a metodologia é desenhada para a área médica que possuem características e condições de diagnóstico clínico que se

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162

adéquam a este método. Boas práticas de uso desta metodologia

começam a surgir e difundem seus resultados amplamente, apontando uma tendência no uso deste método.

Para fins desta dissertação, o painel de revisão foi concebido pelos especialistas do Programa Sinapse da Inovação e os contemplados no programa.

A recomendação de um segundo pesquisador para interação na seleção dos estudos primários contribui em muito no processo de pesquisa, entretanto para esta dissertação, este fato é considerado como

um fator limitante. Conclui-se neste capítulo, que o modelo proposto pode ser

compreendido como um quadro de referência que cria uma nova abordagem para o tema de pesquisa, gerando alternativas de transformação das oportunidades em novos negócios, processos de

inovação e sistemas de inovação, através da proposição de valor que os modelos de negócio possibilitam gerar.

No capitulo 5 foi utilizado o Programa Sinapse da Inovação

como estudo de caso para o modelo proposto. O programa em si concebido empiricamente e aplicado em todo o estado Catarinense,

apontou o potencial empreendedor local em gerar novos empreendimentos.

O emprego do método do estudo de caso, foi realizado

considerando caso único que resultou em um conjunto de evidências que permitiram identificar relações causais com o quadro de referência.

A concepção do modelo de empreendedorismo inovador

baseado em conhecimento, revela que existem evidências teóricas e empíricas que fundamentam sua proposição e verificação como apresentado neste capítulo.

A aplicação do método do estudo de caso contribui de forma sistêmica na construção de um conjunto de fatos lógicos, segundo a

orientação de Yin (1994, 2001, 2005) identificando relações causais que possibilitam o reconhecimento de padrões (PETTIGREW, 1997).

No estudo de caso apresentado nesta dissertação, os dados

relativos a operação 2010 do Programa Sinapse da Inovação não foram utilizados, decorrente do atraso na divulgação dos resultados oficiais do programa, inviabilizando seu uso.

Verifica-se neste capítulo que o modelo através do método do estudo de caso, apresenta o "como, e o porque" apontados por Yin

(2005) para descrever a natureza complexa de um fenômeno. Finalmente, conclui-se que a pesquisa contribuiu para lacuna

de conhecimento identificada no capítulo 2, entre as áreas do

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empreendedorismo, da gestão do conhecimento e das organizações

intensivas em conhecimento, por meio da concepção de um modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento.

6.1 RECOMENDAÇÕES

A aplicação do modelo proposto junto às organizações

intensivas em conhecimento, permite fortalecer iniciativas como o Programa Sinapse da Inovação no estímulo a formação de uma cultura não somente empreendedora e inovadora, mas baseada no conhecimento

como ativo intrínseco as atividades inovativas. Recomenda-se que a aplicação do modelo seja ainda

aprimorada em novas pesquisas sobre o tema, aprofundando a investigação sobre o reconhecimento de padrões pode meio de outras técnicas.

Sugere-se que novas verificações teóricas e empíricas sejam empreendidas para que possam, em algum momento, sugerir generalizações sobre o tema, contribuindo na construção de uma nova

teoria.

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ZHANG, W. J.; XIE, S. Q. Agent Technology for collaborative process planing: a review. Int J Adv Manuf Technol, London, v. 32, p.315-325, 16 mar. 2006.

ZHENG, Xin; KELLEY, Donna. Entrepreneurial orientation,

entrepreneurial learning process and firm performance: evidence from a transition economy. Frontiers of Entrepreneurship Research, v. 29, n. 19, 2009.

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193

APÊNDICES

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194

Apêndice A - Lista dos artigos incluídos na revisão

Lista dos artigos incluídos na revisão

ID Título Autor Ano

1 The innovative organization VRAKKING, W.J. 1990

2 Learning by knowledge-intensive firms STARBUCK, W.H. 1992

3 Organizations as rhetoric: knowledge-

intensive ALVESSON, M. 1993

4

Supporting knowledge diversity in

knowledge intensive firms: A new

frontier for informationa System Design

BOLAND, R.,J.; TENKASI, R.,V.;

MAHESHWARI, A., K.; 1994

5 University-related science parks —

‗seedbeds‘ or ‗enclaves‘ of innovation? FELSENSTEIN, D. 1994

6 Information, Knowledge, Vision and

Theories of the Firm FRANSMAN, M. 1994

7

Using R&D cooperative arrangements

to leverage managerial experience: A

study of technology-intensive new

ventures

MCGEE, J., E.; DOWLING, M., J. 1994

8 A Dynamic Theory of Organizational

Knowledge Creation NONAKA, I. 1994

9 Tacit Knowledge and Models of

Innovation SENKER, J. 1995

10 Innovation and Entrepreneur ship:

Schumpeter Revisited HAGEDOORN, J. 1996

11

A recent exploratory insight on the

profile of the innovative entrepreneur:

conclusions from a cross-tabs analysis

MARCH, I.; YAGUE, R., M. 1997

12 Adaptive Entrepreneurship and the

Economic Development of Hong Kong YU, T., F., L. 1998

13

The evolution of the industrial

organisation of the production of

knowledge

ANTONELLI, C. 1999

14

Policies for the development of

knowledge-intensive local production

systems

BELUSSI, F. 1999

15

Policies for the development of

knowledge-intensive local production

systems

BELUSSI, F. 1999

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195

16 Competencies for Innovative

Entrepreneurship FALTIN, G. 1999

17 Knowledge Search in International

Cooperative Ventures SHENKAR, O.; LI, J. 1999

18

Profiling the knowledge worker in the

knowledge-intensive organization:

Emerging roles

TOVSTIGA, G. 1999

19 Entrepreneurship as a Scientific

Research Programme VECIANA, J., M.; 1999

20 Linking Entrepreneurship and Economic

Growth WENNEKERS, S.; THURIK, R. 1999

21 Knowledge management in academia: A

proposed framework PICCOLI, G.; AHMAD, R.; IVES, B. 2000

22 Proactive Behavior in Organizations CRANT, J., M. 2000

23 The role of the venture business culture

in the renewal of Japanese industry DEBROUX, P. 2000

24 Business start-ups in japan: problems

and policies KAWAGOE, Y., I., M. 2000

25 Venture Support Systems Project: Angel

Investors LINDE; L.; PRASAD, A. 2000

26 Knowledge, Innovative Activities and

Industrial Evolution MALERBA, F.; ORSENIGO, L. 2000

27

The Structure of Problem-solving

Knowledge and the Structure of

Organizations

MARENGO, L.; DOSI, G.;

LEGRENZI, P.; PASQUALI, C. 2000

28 Prior Knowledge and the Discovery of

Entrepreneurial Opportunities SHANE, S. 2000

29

Levels of Analysis in Entrepreneurship

Research: Current Research Practice and

Suggestions for the Future

DAVIDSSON, P.; WIKLUND, J.; 2001

30

Many are Called, but Few are Chosen:

An Evolutionary Perspective for the

study of Entrepreneurship

ALDRICH, H., E.; MARTINEZ, A., A.; 2001

31

Knowledge management in

organizations: examining the interaction

between technologies, techniques, and

people

BHATT, G., D. 2001

32

Knowledge

Spillovers

and Local

Innovation

Systems: A

Critical

Survey

BRESCHI,

S.;

LISSONI, F.

2001

33 Creating a Culture of Innovative

Entrepreneurship FALTIN, G. 2001

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196

34

Explaining innovative efforts of SMEs.

An exploratory survey among SMEs in

the mechanical and electrical

engineering sector in The Netherlands

KEIZER, J., A.; DIJKSTRA, L.;

HALMAN, J., I., M. 2001

35 Home base and knowledge management in international ventures

KUEMMERLE, W. 2001

36 Towards a Knowledge-based Theory of

the Geographical Cluster MASKELL, P. 2001

37

The Assimilation of Knowledge

Platforms in Organizations: An

Empirical Investigation

PURVIS, R., L.; SAMBAMURTHY,

V.; ZMUD, R., W. 2001

38

Mainstreaming corporate

entrepreneurship: leadership at every

level of organizations

ALLAN R. COHEN, A., R; MADDEN,

E., A. 2002

39

Startup size and the mechanisms of

external learning: increasing opportunity

and decreasing ability?

ALMEIDA, P.; DOKKO, G.;

ROSENKOPF, L. 2002

40 O Processo de Inovação em Empresas

Intensivas em Conhecimento BIGNETTI, L., P. 2002

41

Corporate Entrepreneurship: Lessons

from the Field, Blind Spots and

Beyond...

BOUCHARD, V. 2002

42 Local Knowledge : Innovation in the

Networked Age BROWN, J., S.; DUGUID, P. 2002

43

The Reality of the Global, Digital

Workplace: Innovation

in Knowledge Management

EDGAR, W. B.; CHAPMAN, M.;

MOULTON, M. E.; ROGERS, A., E.;

DOBBINS, J., D.;

2002

44 Metaphors and meaning A grounded

cultural model of us entrepreneurship DODD, S., D. 2002

45

Developmental financial institutions as

technology policy instruments:

implications for innovation and

entrepreneurship in emerging economies

GEORGE, G.; PRABHU, G., N. 2002

46 Network-based research in

entrepreneurship A critical review HOANG, H.; ANTONCIC, B. 2002

47

Corporate entrepreneurship through

radical innovation: key organization and

initiative level mechanisms

KELLEY, D.; NECK, H., M.;

O'CONNOR, G., C.; PAULSON, A. 2002

48 An enterprise-wide knowledge

management system infrastructure LEE, S., M. 2002

49

Offshore knowledge incubation: the

"third path" for embedding R&D labs in

foreign systems of innovation

LEHRER, M.; ASAKAWA, K. 2002

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197

50 Technological Regimes and Sources of

Entrepreneurship MARSILI, O. 2002

51 The Central Role of Entrepreneurs in

Transition Economies MCMILLAN, J.; WOODRUFF, C. 2002

52

From a corporate venture to an

independent company: a base for a

taxonomy for corporate spin-off firms

PARHANKANGAS, A.; ARENIUS, P. 2002

53

The development of university spin-

offs: early dynamics of technology

transfer and networking

PEREZ, M., P.; SANCHEZ, A., M. 2002

54

Science-industry relationships in france:

entrepreneurship and innovative

institutions

QUÉRÉ, M.; 2003

55 The networked business incubator—

leveraging entrepreneurial agency? BOLLINGTOFT, A.; ULHOI, J., P. 2003

56

Architecting gloCal (global-local), real-

virtual incubator networks (G-RVINs)

as catalysts and accelerators of

entrepreneurship in transitioning and

developing economies: lessons learned

and best practices from current

development and business incubation

practices

CARAYANNIS, E., G.; VON

ZEDTWITZ, M. 2003

57

Twenty years after Nelson and Winter's

An Evolutionary Theory of Economic

Change: a preface on knowledge, the

nature of organizations and the patterns

of organizational changes

DOSI, G.; MALERBA, F.; TEECE, D. 2003

58

Knowledge without Goals? Evaluation

of Knowledge Management

Programmes

HELLSTRÖM, T.; JACOB, M. 2003

59 Start-ups, venture capitalists, and the

capital gains tax KEUSCHNIGG, C.; NIELSEN, S., B. 2003

60 Tax policy, venture capital, and

entrepreneurship KEUSCHNIGG, C.; NIELSEN, S., B. 2003

61 Knowledge Processes: On Overview of

the Principal Models

ORTIZ-LAVERDE, A., M., O.;

BARAGANO, A., F.; DOMÍNGUEZ,

J., M., S.

2003

62

Knowledge management enablers,

processes, and organizational

performance: An integrative view and

empirical examination

LEE, H.; CHOI, B. 2003

63

Valuing Internal vs. External

Knowledge Explaining the Preference

for Outsiders

MENON, T.; PFEFFER, J. 2003

64 Science parks and incubators:

observations, synthesis and future

PHAN, P., H.; SIEGEL, D., S.;

WRIGHT, M. 2003

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198

research

65

From 'industrial districts' to 'knowledge

clusters': a model of knowledge

dissemination and competitive

advantage in industrial agglomerations

PINCH, S.; HENRY, N.; JENKINS, M.;

TOLLMAN, S. 2003

66

From 'industrial districts' to 'knowledge

clusters': a model of knowledge

dissemination and competitive

advantage in industrial agglomerations

PINCH, S.; HENRY, N.; JENKINS, M.;

TOLLMAN, S. 2003

67

The flow of ideas and timing of

evaluation as determinants of

knowledge creation

SESHADRI, S.; SHAPIRA, Z. 2003

68

Learning-by-Hiring: When Is Mobility

More Likely to Facilitate Interfirm

Knowledge Transfer?

SONG, J.; ALMEIDA, J.; WU, G. 2003

69

The Affordable Resources strategy and

the Milieux Embeddedness strategy as

alternative approaches to facilitating

innovation in a

knowledge-intensive industry

WILLOUGHBY, K., W. 2003

70

The influence of flexibility in buyer-

seller relationships on the

productivity of knowledge

YOUNG, G.; SAPIENZA, H.;

BAUMER, D. 2003

71 What is a knowledge-based

organization? ZACK, MICHAEL, H. 2003

72 Rethinking the Knowledge-Based

Organization ZACK, MICHAEL, H. 2003

73

The Mediating Role of Corporate

Entrepreneurship in the Organizational

Support-Performance Relationship: An

Empirical Examination

ANTONCIC, B.; ZORN, O.; 2004

74

An exploratory study on the emergence

of management control systems:

formalizing human resources in small

growing firms

DAVILA, T. 2004

75

William J. Baumol: An Entrepreneurial

Economist on the Economics of

Entrepreneurship

ELIASSON, G.; HENREKSON, M.; 2004

76

Corporate Entrepreneurship: An insight

into organizational structures and

behaviors that encourage entrepreneurial

culture

ESADE MBA BUSINESS REVIEW 2004

77 Innovation Management and the

Knowledge-Driven Economy

European Commission Directorate-

general for Enterprise 2004

78 A systematic Review of Business

Incubation research HACKETT, S., M.; DILLS, D., M. 2004

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199

79 Knowledge Networks: Innovation

Through Communities of Practice HILDRETH, P., M. 2004

80 Stimulating innovation through

corporate venture bases HUSTED, K.; VINTERGAARD, C. 2004

81 Entrepreneurship and innovation in the

agri-food system

KNUDSON, W.; WYSOCKI, A.;

CHAMPAGNE, J.; PETERSON, H., C. 2004

82

Corporate diversification: identifying

new businesses systematically in the

diversified firm

LICHTENTHALER, E. 2004

83 Knowledge Reuse for Innovation MAJCHRZAK, A.; COOPER, L., P.;

NEECE, O., E. 2004

84

Ecological entrepreneurship: sustainable

development in local communities

through quality food production and

local branding

MARSDEN, T.; SMITH, E. 2004

85

Opportunity recognition and product

innovation in entrepreneurial hi-tech

start-ups: a new perspective and

supporting case study

PARK, J., S. 2004

86 Networking and innovation: a

systematic review of the evidence

PITTAWAY, L.; ROBERTSON, M.;

MUNIR, K.; DENYER, D.; NEELY, A. 2004

87

University start-up formation and

technology licensing with firms that go

public: a resource-based view of

academic entrepreneurship

POWERS, J., B.; MCDOUGALL, P., P. 2004

88

Improving the implementation of

evidence-based pratice: a KM

perspective

SANDARS, J.; HELLER, R.; 2004

89 Knowledge transformers: A link

between learning and creativity SIM, S., K.; DUFFY, A., H., B. 2004

90 Patterns of knowledge flows and MNE

innovative performance YAMIN, M.; OTTO, J. 2004

91 Case Studies in Knowledge

Management JENNEX, M., E. 2005

92 University spillovers and new firm

location

AUDRETSCH, D., B.; LEHMANN, E.,

E.; WARNING, S. 2005

93

Entpreprenerial Universities and

Technology Transfer: A Conceptual

Framework for Understanding

Knowledge-Based Economic

Development

BERCOVITZ, J.; FELDMANN, M. 2005

94 Exploring the role of proximity in SME

knowledge-acquisition DAVENPORT, S. 2005

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200

95

Product development success through

cooperation: A study of entrepreneurial

firms

DOWLING, M.; HELM, R. 2005

96 When does corporate venture capital

investment create firm value? DUSHNITSKY, G.; LENOX, M., J. 2005

97

When do incumbents learn from

entrepreneurial ventures? Corporate

venture capital and investing firm

innovation rates

DUSHNITSKY, G.; LENOX, M., J. 2005

98

An exploration of corporate

entrepreneurship: venturing signatures

and their underlying dynamics

FURST, M., R 2005

99

Ethnic Entrepreneurship and Ethnic

Identity: A Case Study among the

Liangshan Yi (Nuosu) in China

HEBERER, T. 2005

100

Knowledge Management Metrics: A

Review and Directions for Future

Research

KANKANHALLI, A.; TAN, B., C., T. 2005

101 Pioneers in entrepreneurship research LANDSTRÖM, H.; 2005

102 Firm networks and firm development:

The role of the relational mix

LECHNER, C.; DOWLING, M.;

WELPE, I. 2005

103

Literature Review As Creative Inquiry :

Reframing Scholarship as a Creative

Process

MONTUORI, A.; 2005

104

What Really is a Knowledge-Intensive

Firm?

- (Re)Framing Research in the

―Knowledge Economy‖

RYLANDER, A 2005

105 Entrepreneurship as a source of path

dependency STABER, U. 2005

106

Using knowledge within small and

medium-sized firms: A systematic

review of the evidence

THORPE, R.; HOLT,R.,

MAcPHERSON, A., PITTAWAY,L.; 2005

107

Knowledge-Intensive Service

Organizations as

Agents in a Business Ecosystem

VUORI, E.,K. 2005

108 Innovation management measurement:

A review

ADAMS, R.; BESSANT, J.,; PHELPS,

R.; 2006

109

The Two Faces of Entrepreneurship,

Part 1: Replicative Entrepreneurs Serve

Growing Population

CAREY, W., P. 2006

110

The Two Faces of Entrepreneurship,

Part 2: Innovative Entrepreneurs Bring

New Wealth to the Economy

CAREY, W., P. 2006

111 The Role of Knowledge in Business

Start-up Activity CLERCQ, D.; ARENIUS, P. 2006

112

Inertia in Japanese Organizations:

Knowledge Management Routines and

Failure to Innovate

COLLINSON, S.; WILSON, D., C. 2006

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201

113

Information, appropriability, and the

generation of innovative knowledge four

decades after Arrow and Nelson: an

introduction

DOSI, G.; MALERBA, F.; RAMELLO,

G., B.; SILVA, F. 2006

114

Entrepreneurial Signaling via

Education: A Success Factor in

Innovative Start-Ups

GELLNER, U., B.; WERNER, A.; 2006

115 Bad company? The ambiguity of

personal knowledge networks GRABHER, G.; IBERT, O. 2006

116

Historicising knowledge-intensive

organizations: the case of Bletchley

Park 1939-1945

GREY, C.; STURDY, A. 2006

117 Entrepreneurs from Technology-Based

Universities: Evidence from MIT

HSU, D., H.; ROBERTS, E., B.;

EESLEY, C., E. 2006

118 In Search of New Knowledge: Its

Origins and Destinations KOO, J. 2006

119

Corporate Entrepreneurship

Characteristics and Organizational

Innovativeness of Large Enterprises in

Thailand

LEE, S., M.; 2006

120

Knowledge, learning and small firm

growth: A systematic review of the

evidence

MACPHERSON, A.; HOLT, R. 2006

121

Exploring the knowledge filter: How

entrepreneurship and university-industry

relationships drive economic growth

MUELLER, P. 2006

122 The Spirit of Entrepreneurship: Beyond

Limitations NANDRAM, S., S.; SAMSOM, K., J. 2006

123

Innovative Small and Medium-Sized

Entrepreneurship: Challenges of

Development

OPORA RUSSIA 2006

124 What is the best policy for innovative

entrepreneurship?

PIERGIOVANNI, R.; SANTARELLI,

E. 2006

125

The geography of learning and

knowledge acquisition among Asian

latecomers

POON, J., P., H.; HSU, J., Y.;

JEONGWOOK, S. 2006

126

A platform for innovative

entrepreneurship and European

innovation education, experiences from

PDP, PIP and FLPD

REINIKAINEN, M., T.; FALLAST, M. 2006

127

Re-thinking corporate entrepreneurship

and venturing: a case study in the italian

food industry

SCIASCIA, S.; DE VITA, R.;

ALBERTI, F.; POLI, A. 2006

128 Ashoka's big idea: Transforming the

world through social entrepreneurship SEN, P. 2006

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202

129 High-Growth Entrepreneurs, Public

Policies, and Economic Growth

STAM, E.; SUDDLE, K.; HESSELS, J.;

STEL, A., V. 2006

130

Universities and industrially relevant

science: Towards measurement models

and indicators of entrepreneurial

orientation

TIJSSEN, R., J., W. 2006

131 University spin-out companies and

venture capital

WRIGHT, M.; LOCKETT, A.;

CLARYSSE, B.; BINKS, M. 2006

132

Entrepreneurship and Growth: The Need

to Combine Micro and Macro

Perspectives

SOOGARD, V. 2007

133

Alliances, corporate technological

entrepreneurship and firm performance:

Testing a model on manufacturing firms

ANTONCIC, B.; PRODAN, I. 2007

134 New frontiers in entrepreneurship:

Strategy, Governance and Evolution

AUDRETSCH, D.; DAGNINO, G., B.;

FARACI, R.; HOSKISSON, R. 2007

135

Entrepreneurial orientation of SMEs,

product innovativeness, and

performance

AVLONITIS, G., J.; SALAVOU, H., E. 2007

136

Urban competitiveness in the knowledge

economy: Universities as new planning

animateurs

BENNEWORTH, P.; HOSPERS, G.; J. 2007

137 Demography and Innovative

Entrepreneurship

BÖNTE, W.; FALCK, O.; HEBLICH,

S. 2007

138 Accounting for the horizontal

organization: A review essay CHENHALL, R., H. 2007

139

A sharing-driven continuous-learning

approach to knowledge management in

knowledge-intensive small firms

DENG, P., S. 2007

140 Innovations, Stakeholders &

Entrepreneurship DEW, N.; SARASVATHY, S., D. 2007

141

BEPART Case - Aarhus:

Entrepreneurship - From Opportunity to

Action -The Entrepreneurial Process

DREISLER, P. 2007

142

Innovative competence, exploration and

exploitation: The influence of

technological diversification

GARCÍA, C., Q.; VELASCO, C., A., B. 2007

143

The competitive advantage of early and

rapidly internationalising SMEs in the

biotechnology industry: A knowledge-

based view

GASSMANN, O.; KEUPP, M., M. 2007

144 Creating knowledge: the power and

logic of articulation HÄKANSON, L. 2007

145

Hands-On Knowledge Co-Creation and

Sharing: Practical Methods

&Techniques

KAZI, A., S.; WOHLFART, L.;

WOLF, P. 2007

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203

146 Corporate entrepreneurship KOLLMANN, T.; STÖCKMANN, C. 2007

147

Corporate Entrepreneurship: An

Empirical Study of the Importance of

Strategic Considerations in the Creation

of Radical Innovation

LASSEN, A., H. 2007

148

Relationships between knowledge

inertia, organizational learning and

organization innovation

LIAO, S.; FEI, W., C.; LIU, C., T. 2007

149

A stage model of knowledge

management: an empirical investigation

of process and effectiveness

LIN, H., F. 2007

150

Technology Entrepreneurs' Human

Capital and Its Effects on Innovation

Radicalness

MARVEL, M., R.; LUMPKIN, G., T. 2007

151 On the way to creativity: Engineers as

intrapreneurs in organizations

MENZEL, H., C.; AALTIO, I.; ULIJN,

J., M. 2007

152 Innovative entrepreneurship in the UK National Endowment for Science

Technology and the Arts 2007

153

Looking beyond resources: Exploring

the importance of entrepreneurship to

firm-level competitive advantage in

technologically

intensive industries

NEWBERT, S.; GOPALAKRISHNAN,

S.; KIRCHHOFF, B., A. 2007

154 What is the value of entrepreneurship?

A review of recent research

PRAAG, C., M., V.; VERSLOOT, P.,

H.; 2007

155 Entrepreneurship turnover and

endogenous returns to ability SAMI, H.; CRIFO, P. 2007

156 Entrepreneurship and the process of

firms' entry, survival and growth SANTARELLI, E.; VIVARELLI, M. 2007

157

Corporate venture capital as a means of

radical innovation: Relational fit, social

capital, and knowledge transfer

WEBER, B.; WEBER, C. 2007

158 The Four Models of Corporate

Entrepreneurship WOLCOTT, R., C.; LIPPITZ, M., J. 2007

159

Towards an ''Entrepreneurial

University'' Model to Support

Knowledge-Based Economic

Development: The Case of the National

University of Singapore

WONG, P., K.; HO, Y., P.; SINGH, A. 2007

160

Knowledge conversion capability and

the performance of corporate and

university spin-offs

ZAHRA, S., A.; VELDE, E., V.;

LARRAÑETA, B. 2007

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204

161 Entrepreneurship and competitiveness

dynamics in Latin America ACS, Z., J.; AMOROS, J., E. 2008

162

Longitudinal analysis of

entrepreneurship and competitiveness

dynamics in Latin America

AMOROS, J., E. ; CRISTI, O. 2008

163 Knowledge-intensive property rights

and the evolution of venture capitalism ANTONELLI, C. 2008

164

Pecuniary knowledge externalities: the

convergence of directed technological

change and the emergence of innovation

systems

ANTONELLI, C. 2008

165 On Managing Users' Attention in

Knowledge-Intensive Organizations

APOSTOLOU, D.; KARAPIPERIS, S.;

STOJANOVIC, N. 2008

166

University-industry knowledge and

technology transfer in Switzerland:

What university scientists think about

co-operation with private enterprises

ARVANITIS, S.; KUBLI, U.;

WOERTER, M. 2008

167 Small enterprises, large firms,

productivity growth and wages BAUMOL, W., J. 2008

168

Sources of innovation and industry-

university interaction: Evidence from

Spanish firms

BLASCO, A., S.; CAROD, J., M., A. 2008

169 Creating University Spin-Offs: A

Science-Based Design Perspective

BURG, E., V.; ROMME, A., G., L.;

GILSING, V., A.; REYMEN, I., M., J. 2008

170

An integrative model of the role of

knowledge in the internationalization

process

CASILLAS, MORENO, A., M.;

ACEDJ., C.; O, F., J.; GALLEGOA, M.,

A.; RAMOSA, E.

2008

171 Entrepreneurial aspirations, motivations,

and their drivers

HESSELS, J.; GELDEREN, M., V.;

THURIK, R. 2008

172

Novelty and new firm performance: The

case of employment systems in

knowledge-intensive service

organizations

JENNINGS, J., E.; JENNINGS, P., D.;

GREENWOOD, R. 2008

173

An empirical investigation of

knowledge management and innovative

performance: The case of alliances

JIANG, X.; LI, Y. 2008

174

Entrepreneurial Ventures in Higher

Education : Analysing Organizational

Growth

JONES, O.; MACPHERSON, A.;

WOOLLARD, D. 2008

175

Exploring knowledge management to

organizational performance outcomes in

a transitional economy

KIESSLING, T., S.; RICHEY, R., G.;

MENG, J.; DABIC, M. 2008

Page 208: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAbtd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2011/10/Alexandre_Takeshi_Ueno.… · a técnica Delphi de avaliação. ... resulting in an initial conceptual

205

176 Walls and bridges: knowledge spillover

between 'superdutch' architectural firms KLOOSTERMAN, R., C. 2008

177 Why are some entrepreneurs more

innovative than others? KOELLINGER, P. 2008

178 A missing link in our understanding of

the knowledge economy LANDSTROM, H. 2008

179

Exploring and exploiting knowledge -

Research on knowledge processes in

knowledge-intensive organizations

MÄKI, E. 2008

180

A knowledge management approach to

organizational competitive advantage:

Evidence from the food sector

MASSA, S.; TESTA, S. 2008

181 Entrepreneurship Training for

Innovative Start-Ups: The KTC Case MILIUS, P.; SARKIENE, J. 2008

182 Location, control and innovation in

knowledge-intensive industries MUDAMBI, R. 2008

183 What we should know about

knowledge-intensive business services MULLER, E.; DOLOREUX, D. 2008

184 Corporate venturing and value creation:

A review and proposed framework

NARAYANAN, V., K.; YANG, Y.;

ZAHRAC, S., A. 2008

185

Entrepreneurial Orientation and

Business Performance: An Assessment

of Past Research and Suggestions for the

Future

RAUCH, A.; WIKLUND, J.;

LUMPKIN, G., T.; FRESE, M. 2009

186

Knowledge management as a

mechanism for technological and

organizational change management in

Israeli universities

SHOHAM, S.; PERRY, M.; 2008

187

Managing information and distributing

knowledge in a knowledge-intensive

business environment

SOINI, J. 2008

188 The Entrepreneurship - Development

Nexus STOUGH, R., R. 2008

189

The co-evolution of business incubation

and national innovation systems in

Taiwan

TSAIA, F., S.; HSIEH, L., H., Y.;

FANG, S., C.; LIN, J., L. 2008

190

When is the whole bigger than the sum

of its parts? Bundling knowledge stocks

for innovative sucess

TZABBAR, D.; AHARONSON, B., S.;

AMBURGEY, T., L.; AL-LAHAM, A. 2008

191 Individual Corporate Entrepreneurship VU, J. 2008

Page 209: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAbtd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2011/10/Alexandre_Takeshi_Ueno.… · a técnica Delphi de avaliação. ... resulting in an initial conceptual

206

192

What contributes to the enhanced use of

customer, competition and technology

knowledge for product innovation

performance? A survey of multinational

industrial companies' subsidiaries

operating in China

ZHANG, Scott HOENIG, J., Z.;

BENEDETTO, A., D.; LANCIONI, R.,

A.; PHATAK, A.

2008

193

Knowledge management and innovation

strategy: The challenge for latecomers

in emerging economies

LI, J.; KOZHIKODE, R.; K. 2008

194

The Challenges of Collaborative

Knowledge Creation in Open Innovation

Teams

A.A.M., E., C., J.; BIEMANS, V., H.,

JA.; ONNO, M., M. 2009

195

Designing Integrative Knowledge

Management Systems: Theoretical

Considerations and Practical

Applications

ARDICHVILI, A.; YOON, S. 2009

196

Knowledge creation, entrepreneurship,

and economic growth: a historical

review

CARLSSON, B.; ACS, B., Z., J.;

AUDRETSCH, D., B.;

BRAUNERHJELM, P.

2009

197

Organizing community-based research

knowledge between universities and

communities: lessons learned

CARRASCO, F., I.; ALCALA, P.; R. 2009

198

Knowledge Management in

Perspectives: An Analysis of Project

Management in Two Companies

CHRISTENSEN, K., S.; BUKH, P., N. 2009

199 Factors Critical to Knowledge

Management Success CONLEY, C., A.; ZHENG, W. 2009

200

Innovation in Organizations : A Review

of the Role of Organizational Learning

and Knowledge Management

DASGUPTA, M.; GUPTA, R., K. 2009

201 Market novelty, competence-seeking

and innovation networking FREEL, M.; JONG, J., P., J. 2009

202

Academic spin-offs at different ages: A

case study in search of key obstacles to

growth

GEENHUIZEN, M., V.; SOETANTO,

D., P. 2009

203 Urban economics and entrepreneurship GLAESER, E., L.; ROSENTHAL, S.,

S.; STRANGE, W., C. 2009

204

Historicising knowledge-intensive

organizations: The case of Bletchley

Park

GREY, C.; STURDY, A. 2009

205 Beyond hubris: How highly confident

entrepreneurs rebound to venture again

HAYWARD, M., LA.; FORSTER, W.,

R.; SARASVATHY, S., D.;

FREDRICKSON, B., L.

2009

206

Academics or entrepreneurs?

Investigating role identity modification

of university scientists involved in

commercialization activity

JAIN, S.; GEORGE, G.; MALTARICH,

M. 2009

Page 210: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAbtd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2011/10/Alexandre_Takeshi_Ueno.… · a técnica Delphi de avaliação. ... resulting in an initial conceptual

207

207

The determinants of new service

development: Service characteristics,

market orientation, and actualizing

innovation effort

JAW, C.; LO, J., Y.; LIN, Y., H. 2009

208 Knowledge management: does capture impede creation?

JENSEN, P., H.; WEBSTER, E. 2009

209

Human Resource Management and

Innovation: What are Knowledge-

Intensive Firms Doing?

Jorgensen, F.; Becker, K.; Matthews, J. 2009

210

Does external knowledge sourcing

matter for innovation? Evidence from

the Spanish manufacturing industry

JURADO, J., V.; GRACIA, A., G.;

LUCIO, I., F. 2009

211

The role of innovative global

institutions in linking knowledge and

action

KERKHOFF, L., V.; Szlezak, N., A. 2009

212

Strategic Corporate Entrepreneurship -

A Case Study on the Basis of the

Configuration Approach

KRAUS, S. 2009

213

Intellectual capital or signal? The effects

of scientists on alliance formation in

knowledge-intensive industries

LUO, X., R.; KOPUT, K., W.;

POWELL, W., W. 2009

214

Tacit Knowledge and Knowledge

Conversion: Controversy and

Advancement in Organizational

Knowledge Creation Theory

NONAKA, I.; KROGH, G., V. 2009

215 The crash of the knowledge economy PAGANO, U.; ROSSI, M., R. 2009

216 Sustainability-driven entrepreneurship:

Principles of organization design PARRISH, B., D. 2009

217

A Model of Organizational Knowledge

Management Maturity Based on People,

Process, and Technology

PEE, L., G.; KANKANHALLI, A. 2009

218 The Meaning of Entrepreneurship: A

Modular Concept PENEDER, M. 2009

219 "This deal is dead!" a longitudinal study

of VC decision making PETTY, J., S.; GRUBER, M.; 2009

220

Innovation, spillovers and university-

industry collaboration: an extended

knowledge production function

approach

PONDS, R.; OORT, F., V.; FRENKEN,

K. 2009

221

Drivers of innovativeness and

performance for innovative SMEs in

South Korea: Mediation of learning

orientation

RHEE, J.; PARK, T.; LEE, H. 2009

222 Capital de risco e financiamento ao

empreendedorismo inovador

SANTOS, R., S; MARINHO, F., S;

MAC-ALLISTER, M. 2009

Page 211: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAbtd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2011/10/Alexandre_Takeshi_Ueno.… · a técnica Delphi de avaliação. ... resulting in an initial conceptual

208

223

The Concept of "Opportunity" in

Entrepreneurship Research: Past

Accomplishments and Future

Challenges

SHORT, J., C.; JR, D., J., K.; SHOOK,

C., L.; IRELAND, R., D. 2009

224 Bringing back: the culture of

entrepreneurship WHIPPLE, T.; PETERSON, B., J. 2009

225

A typology of social entrepreneurs:

Motives, search processes and ethical

challenges

ZAHRA, S., A.; GEDAJLOVIC, E.;

NEUBAUM, D., O.; SHULMAN, J., M. 2009

226

Entrepreneurial orientation,

Entrepreneurial learning process and

firm performance: evidence from a

transition economy

ZHENG, X.; KELLEY, D., J. 2009

227 High-Impact Entrepreneurship ACS, Z., J. 2010

228

Debates in Entrepreneurship:

Opportunity Formation and Implications

for the Field of Entrepreneurship

ALVAREZ, S., A.; BARNEY, J., B.;

YOUNG, S., L.; 2010

229

The role of the entrepreneur in

identifying international expansion as a

strategic opportunity

ÁLVAREZ, V., S.; MERINO, T., G. 2010

230 Network practices and entrepreneurial

growth

ANDERSON, A., R.; DODD, S., D.;

JACK, S. 2010

231

Josh Lerner: recipient of the 2010

Global Award for Entrepreneurship

Research

BRAUNERHJELM, P.; PARKER, S.,

C. 2010

232

Investigating the factors that diminish

the barriers to university-industry

collaboration

BRUNEEL, J.; D'ESTE, P.; SALTER,

A. 2010

233

Management theories linking individual

and organizational level analysis in

entrepreneurship research

CANINA, L.; PALACIOS, D.;

DEVECE, C.; 2010

234

The entrepreneurial journey: From

entrepreneurial intent to opportunity

realization

CHA, M., S.; BAE, Z., T. 2010

235

A multi dimensional framework of

organizational Innovation: A systematic

review of the literature

CROSSAN, M., M.; APAYDIN, M.; 2010

236

An integrated approach towards

sustainable entrepreneurship -

Experience from the TEST project in

transitional economies

DE PALMA, R.; DOBES, V. 2010

237 Winning the business case for

knowledge management DESOUZA, K., C. 2010

238 Business Models as Models BADEN-FULLER, C..; MORGAN, M.,

S. 2010

Page 212: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAbtd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2011/10/Alexandre_Takeshi_Ueno.… · a técnica Delphi de avaliação. ... resulting in an initial conceptual

209

239

Strategic Orientations in Management

Literature: Three Approaches to

Understanding the Interaction between

Market, Technology, Entrepreneurial

and Learning Orientations

HAKALA, H. 2010

240 The firm as an epistemic community:

the knowledge-based view revisited HÁKANSON, L. 2010

241

The ilusion of tacit knowledge as the

great problem in the development of

product configurators

HAUG,A. 2010

242

Location decisions of knowledge-based

entrepreneurs: Why some Catalan

KISAs choose to be rural?

LAFUENTE, E.; VAILLANT, Y.;

SERAROLS, C. 2010

243

Co-opetition, distributor's

entrepreneurial orientation and

manufacturer's knowledge acquisition:

Evidence from China

LI, Y.; LIU, Y.; LIU, H. 2010

244 Success factors of knowledge

management in temporary organizations LINDNER, F.; WALD, A. 2010

245

Towards a typology of knowledge-

intensive organizations: Determinant

factors

MAKANI, J.; MARCHE, S. 2010

246

Spatial agglomeration of multinational

enterprises: the role of information

externalities and knowledge spillovers

MARIOTTI, S.; PISCITELLO, L.;

ELIA, S. 2010

247

Thinking Differently about

Knowledge-Intensive Firms:

Insights from Early Medieval Irish

Monasticism

McGrath, P. 2010

248 Alfred Chandler and knowledge

management within the firm MOWERY, D., C. 2010

249

Creating Value in the Modern

Organization: The Role of Leveraging

Technology

PINKHAM, B., C.; PICKEN, J., C.;

DESS, G., G. 2010

250

Patterns and structures of intra-

organizational learning networks within

a knowledge-intensive organization

ŠKERLAVAJ, M.; DIMOVSKI, V.;

DESOUZA, K., C. 2010

251 Creativity, chaos and knowledge

management SMITH, S.; PAQUETTE, S. 2010

252 Entrepreneurial alertness in the pursuit

of new opportunities

TANG, J.; KACMAR, K., M.;

BUSENITZ, L. 2010

253

Innovative path dependence: Making

sense of product and service innovation

in path dependent innovation processes

THRANE, S.; BLAABJERG, S.;

MØLLER, R., H. 2010

Page 213: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAbtd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2011/10/Alexandre_Takeshi_Ueno.… · a técnica Delphi de avaliação. ... resulting in an initial conceptual

210

254

Waves of Knowledge Management: The

Flow between Explicit and Tacit

Knowledge

STEVENS, R., H.; MILLAGE, J.;

CLARK, S. 2010

Page 214: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAbtd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2011/10/Alexandre_Takeshi_Ueno.… · a técnica Delphi de avaliação. ... resulting in an initial conceptual
Page 215: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAbtd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2011/10/Alexandre_Takeshi_Ueno.… · a técnica Delphi de avaliação. ... resulting in an initial conceptual

206

Apêndice B – Quadro de evidências

Quadro de evidências

A concepção do empreendedorismo

segundo Rocha e Birkinshaw

(2007), como concepções do:

Título Autor Ano

Ind

ivíd

uo e

a o

portu

nid

ad

e

High-Impact Entrepreneurship ACS, Z., J. 2010

Debates in Entrepreneurship: Opportunity

Formation and Implications for the Field of

Entrepreneurship

ALVAREZ, S., A.; BARNEY, J., B.;

YOUNG, S., L.; 2010

The role of the entrepreneur in identifying

international expansion as a strategic

opportunity

ÁLVAREZ, V., S.; MERINO, T., G. 2010

Management theories linking individual and

organizational level analysis in

entrepreneurship research

CANINA, L.; PALACIOS, D.; DEVECE, C.; 2010

The entrepreneurial journey: From

entrepreneurial intent to opportunity realization CHA, M., S.; BAE, Z., T. 2010

Entrepreneurial alertness in the pursuit of new

opportunities TANG, J.; KACMAR, K., M.; BUSENITZ, L. 2010

The Concept of "Opportunity" in

Entrepreneurship Research: Past

Accomplishments and Future Challenges

SHORT, J., C.; JR, D., J., K.; SHOOK, C., L.;

IRELAND, R., D. 2009

Page 216: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAbtd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2011/10/Alexandre_Takeshi_Ueno.… · a técnica Delphi de avaliação. ... resulting in an initial conceptual

207

Process

o d

e i

novação

Strategic Orientations in Management

Literature: Three Approaches to Understanding

the Interaction between Market, Technology,

Entrepreneurial and Learning Orientations

HAKALA, H. 2010

Innovative path dependence: Making sense of

product and service innovation in path

dependent innovation processes

THRANE, S.; BLAABJERG, S.; MØLLER,

R., H. 2010

Innovation in Organizations : A Review of the

Role of Organizational Learning and

Knowledge Management

DASGUPTA, M.; GUPTA, R., K.; 2009

Academics or entrepreneurs? Investigating role

identity modification of university scientists

involved in commercialization activity

JAIN, S.; GEORGE, G.; MALTARICH, M. 2009

Entrepreneurial orientation, Entrepreneurial

learning process and firm performance:

evidence from a transition economy

ZHENG, X.; KELLEY, D., J. 2009

Entrepreneurship and competitiveness

dynamics in Latin America ACS, Z., J.; AMOROS, J., E. 2008

A knowledge management approach to

organizational competitive advantage: Evidence

from the food sector

MASSA, S.; TESTA, S. 2008

Knowledge management as a mechanism for

technological and organizational change

management in Israeli universities

SHOHAM, S.; PERRY, M.; 2008

Page 217: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAbtd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2011/10/Alexandre_Takeshi_Ueno.… · a técnica Delphi de avaliação. ... resulting in an initial conceptual

208

A platform for innovative entrepreneurship and

European innovation education, experiences

from PDP, PIP and FLPD

REINIKAINEN, M., T.; FALLAST, M. 2006

A systematic Review of Business Incubation

research HACKETT, S., M.; DILLS, D., M. 2004

Architecting gloCal (global-local), real-virtual

incubator networks (G-RVINs) as catalysts and

accelerators of entrepreneurship in transitioning

and developing economies: lessons learned and

best practices from current development and

business incubation practices

CARAYANNIS, E., G.; VON ZEDTWITZ,

M. 2003

Using R&D cooperative arrangements to

leverage managerial experience: A study of

technology-intensive new ventures

MCGEE, J., E.; DOWLING, M., J. 1994

Cria

dor d

e n

ovos

negócio

s ou

organ

izações

Business Models as Models BADEN-FULLER, C.,.; MORGAN, M., S. 2010

Academic spin-offs at different ages: A case

study in search of key obstacles to growth GEENHUIZEN, M., V.; SOETANTO, D., P. 2009

Innovation, spillovers and university-industry

collaboration: an extended knowledge

production function approach

PONDS, R.; OORT, F., V.; FRENKEN, K. 2009

University-industry knowledge and technology

transfer in Switzerland: What university

scientists think about co-operation with private

enterprises

ARVANITIS, S.; KUBLI, U.; WOERTER,

M. 2008

Page 218: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAbtd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2011/10/Alexandre_Takeshi_Ueno.… · a técnica Delphi de avaliação. ... resulting in an initial conceptual

209

Creating University Spin-Offs: A Science-

Based Design Perspective

BURG, E., V.; ROMME, A., G., L.;

GILSING, V., A.; REYMEN, I., M., J. 2008

Entrepreneurial Ventures in Higher Education :

Analysing Organizational Growth

JONES, O.; MACPHERSON, A.;

WOOLLARD, D. 2008

Entrepreneurship Training for Innovative Start-

Ups: The KTC Case MILIUS, P.; SARKIENE, J. 2008

The co-evolution of business incubation and

national innovation systems in Taiwan

TSAIA, F., S.; HSIEH, L., H., Y.; FANG, S.,

C.; LIN, J., L. 2008

Entrepreneurs from Technology-Based

Universities: Evidence from MIT

HSU, D., H.; ROBERTS, E., B.; EESLEY, C.,

E. 2006

University spin-out companies and venture

capital

WRIGHT, M.; LOCKETT, A.; CLARYSSE,

B.; BINKS, M. 2006

University spillovers and new firm location AUDRETSCH, D., B.; LEHMANN, E., E.;

WARNING, S. 2005

When does corporate venture capital investment

create firm value? DUSHNITSKY, G.; LENOX, M., J. 2005

Page 219: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAbtd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2011/10/Alexandre_Takeshi_Ueno.… · a técnica Delphi de avaliação. ... resulting in an initial conceptual

210

A teoria da criação do

conhecimento proposto por

Nonaka (1994).

SE

CI

Success factors of knowledge management in

temporary organizations LINDNER, F.; WALD, A. 2010

The Challenges of Collaborative Knowledge

Creation in Open Innovation Teams

A.A.M., E., C., J.; BIEMANS, V., H., JA.;

ONNO, M., M. 2009

Knowledge creation, entrepreneurship, and

economic growth: a historical review

CARLSSON, B.; ACS, B., Z., J.;

AUDRETSCH, D., B.; BRAUNERHJELM,

P.

2009

Knowledge management: does capture impede

creation? JENSEN, P., H.; WEBSTER, E. 2009

Knowledge conversion capability and the

performance of corporate and university spin-

offs

ZAHRA, S., A.; VELDE, E., V.;

LARRAÑETA, B. 2007

Exploring the role of proximity in SME

knowledge-acquisition DAVENPORT, S. 2005

A Model of Organisational Knowledge

Management Maturity Based on People,

Process, and Technology

PEE, L., G.; KANKANHALLI, A. 2009

Page 220: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAbtd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2011/10/Alexandre_Takeshi_Ueno.… · a técnica Delphi de avaliação. ... resulting in an initial conceptual

211

Visão baseada em conhecimento

(Nonaka, 1994; Nelson;Winter,

1982)

Ati

vid

ad

es

inte

nsi

vas

em

con

hecim

en

to

Location decisions of knowledge-based

entrepreneurs: Why some Catalan KISAs

choose to be rural?

LAFUENTE, E.; VAILLANT, Y.;

SERAROLS, C. 2010

Investigating the factors that diminish the

barriers to university-industry collaboration BRUNEEL, J.; D'ESTE, P.; SALTER, A. 2010

The firm as an epistemic community: the

knowledge-based view revisited HÁKANSON, L. 2010

Thinking Differently about

Knowledge-Intensive Firms:

Insights from Early Medieval Irish

Monasticism

McGrath, P. 2010

Patterns and structures of intra-organizational

learning networks within a knowledge-intensive

organization

ŠKERLAVAJ, M.; DIMOVSKI, V.;

DESOUZA, K., C. 2010

Historicising knowledge-intensive

organizations: The case of Bletchley Park GREY, C.; STURDY, A. 2009

Human Resource Management and Innovation:

What are Knowledge-

Intensive Firms Doing?

Jorgensen, F.; Becker, K.; Matthews, J. 2009

Page 221: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAbtd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2011/10/Alexandre_Takeshi_Ueno.… · a técnica Delphi de avaliação. ... resulting in an initial conceptual

212

Does external knowledge sourcing matter for

innovation? Evidence from the Spanish

manufacturing industry

JURADO, J., V.; GRACIA, A., G.; LUCIO,

I., F. 2009

Intellectual capital or signal? The effects of

scientists on alliance formation in knowledge-

intensive industries

LUO, X., R.; KOPUT, K., W.; POWELL, W.,

W. 2009

Tacit Knowledge and Knowledge Conversion:

Controversy and Advancement in

Organizational Knowledge Creation Theory

NONAKA, I.; KROGH, G., V. 2009

Knowledge-intensive property rights and the

evolution of venture capitalism ANTONELLI, C. 2008

Towards an ''Entrepreneurial University'' Model

to Support Knowledge-Based Economic

Development: The Case of the National

University of Singapore

WONG, P., K.; HO, Y., P.; SINGH, A. 2007

Historicising knowledge-intensive

organizations: the case of Bletchley Park 1939-

1945

GREY, C.; STURDY, A. 2006

Page 222: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAbtd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2011/10/Alexandre_Takeshi_Ueno.… · a técnica Delphi de avaliação. ... resulting in an initial conceptual

213

Sis

tem

as

de i

novação

A multi dimensional framework of

organizational Innovation: A systematic review

of the literature

CROSSAN, M., M.; APAYDIN, M.; 2010

Co-opetition, distributor's entrepreneurial

orientation and manufacturer's knowledge

acquisition: Evidence from China

LI, Y.; LIU, Y.; LIU, H. 2010

Spatial agglomeration of multinational

enterprises: the role of information externalities

and knowledge spillovers

MARIOTTI, S.; PISCITELLO, L.; ELIA, S. 2010

Drivers of innovativeness and performance for

innovative SMEs in South Korea: Mediation of

learning orientation

RHEE, J.; PARK, T.; LEE, H. 2009

Pecuniary knowledge externalities: the

convergence of directed technological change

and the emergence of innovation systems

ANTONELLI, C. 2008

Sources of innovation and industry-university

interaction: Evidence from Spanish firms BLASCO, A., S.; CAROD, J., M., A. 2008

An empirical investigation of knowledge

management and innovative performance: The

case of alliances

JIANG, X.; LI, Y. 2008

From 'industrial districts' to 'knowledge

clusters': a model of knowledge dissemination

and competitive advantage in industrial

agglomerations

PINCH, S.; HENRY, N.; JENKINS, M.;

TOLLMAN, S. 2003

Knowledge Spillovers and Local Innovation

Systems: A Critical Survey BRESCHI, S.; LISSONI, F. 2001

Page 223: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAbtd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2011/10/Alexandre_Takeshi_Ueno.… · a técnica Delphi de avaliação. ... resulting in an initial conceptual

214

Apêndice C – Questionário de Avaliação Delphi

Se tiver problemas para visualizar este formulário, você poderá

preenchê-lo on-line: https://spreadsheets.google.com/viewform?formkey=dDlpVDVHSE5RMU8yUWR1anpTYkEzc1E6MQ

Empreendedorismo Inovador - Questionário de avaliação Este questionário tem como objetivo, avaliar o Programa Sinapse da Inovação tomando como base o seu elemento fundamental: o

conhecimento. O questionário é parte de uma pesquisa no contexto do Empreendedorismo Inovador, das Organizações Intensivas em

Conhecimento e da Gestão do Conhecimento, realizado na forma de um mestrado junto ao Departamento de Engenharia e Gestão do Conhecimento da UFSC. Ele utiliza como base os elementos Pessoas,

Processos e Sistemas organizados segundo o modelo OKA - Organizational Knowledge Assessment, desenvolvido pelo Banco Mundial na avaliação de seus empreendimentos. As respostas são de

natureza anônima, e não há menção nem identificação de nenhuma das empresas e/ou empreendedores na pesquisa. Os resultados (da

compilação e uma cópia da dissertação) serão encaminhados aos empreededores, tão logo colaborem com a pesquisa. As questões são de múltipla escolha e o tempo estimado para resposta é de 20 min. Ao

iniciar a avalição, complete o questionário até sua conclusão para salvar as respostas. **O PRAZO PARA RESPOSTA FOI PRORROGADO E FINALIZA EM 21/05/2011. Desde já agradecemos a participação e

desejamos sucesso nos empreendimentos! 1. Os empreendedores da organização (sócios fundadores,

colaboradores) entendem o que é gestão do conhecimento?

( ) Totalmente

( ) Parcialmente

( ) Não conhecem

( ) Desconhecem totalmente

2. Há um entendimento que o conhecimento é o ativo chave da organização?

( ) Plenamente

( ) Parcialmente

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( ) Há outros ativos mais importantes

( ) Não sei responder 3. A geração de ideias e o seu desenvolvimento é uma prática cultural da organização?

( ) É prática rotineira

( ) Exporadicamente

( ) Não é prática

( ) Não sei 4. A experiência da organização contribui na criação de novas oportunidades de negócio?

( ) Totalmente

( ) Parcialmente

( ) A organização é nova e possui pouca experiência

( ) Em nada contribui 5. As competências internas dos gestores e a sua experiência prévia estimulam os empreendedores a gerar novos conhecimentos para

atendimento dos objetivos organizacionais?

( ) Plenamente

( ) Parcialmente

( ) Nada contribui

( ) Não sei

6. O desenvolvimento das ideias depende de trocas de conhecimento entre os empreendedores internos e os parceiros externos?

( ) Totalmente

( ) Parcialmente

( ) Nada contribui

( ) Não sei

7. O compartilhamento e uso do conhecimento favorece a inovação nos produtos(bens ou serviços)?

( ) Totalmente

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( ) Parcialmente

( ) Nada contribui

( ) Não sei 8. Os empreendedores envolvidos no projeto, constróem soluções colaborativas que influenciam nos resultados?

( ) Sempre

( ) As vezes

( ) Nunca

( ) Não sei 9. Qual a facilidade de um empreendedor modificar seu processo de negócio?

( ) Muito Fácil

( ) Fácil

( ) Pouco fácil

( ) Difícil 10. Com qual frequência as pessoas são estimuladas a exercitar seus conhecimentos e experiências?

( ) Sempre, é um processo natural

( ) Quando necesário

( ) As vezes

( ) Nunca 11. Como o aprendizado é estimulado na organização?

( ) Via capacitação externa

( ) Atividades internas de capacitação

( ) Sob demanda

( ) Não há estímulo 12. Como as lideranças utilizam a gestão do conhecimento nas práticas organizacionais?

( ) Estímulo na criação e compartilhamento do conhecimento

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( ) Apenas no uso e disseminação do conhecimento

( ) Não se utiliza

( ) Nenhuma das alternativas anteriores 13. Qual o grau de estímulo das lideranças na incorporação do processo de criação, compartilhamento e uso do conhecimento na rotina diária?

( ) Alto grau

( ) Médio grau

( ) Baixo grau

( ) Sem estímulo 14. Qual o grau de influência das políticas internas da organização, no processo de captura do conhecimento?

( ) Determinante

( ) Parcialmente determinante

( ) Pouco determinante

( ) Não influencia 15. Qual a efetividade do armazenamento do conhecimento pela organização?

( ) Total

( ) Parcial

( ) Pouco efetivo

( ) Sem efetividade 16. Qual a efetividade da disseminação do conhecimento pela

organização?

( ) Total

( ) Parcial

( ) Pouco efetivo

( ) Sem efetividade 17. A estrutura organizacional existente, permite a integração do

conhecimento aos processos de negócio (desenvolvimento de produtos, novos processos, vendas, etc)?

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( ) Totalmente

( ) Parcialmente

( ) Pouco

( ) Nenhum 18. As práticas organizacionais (políticas, procedimentos, práticas culturais) mesmo que informais, favorecem mudanças para incorporação

de um fluxo de conhecimento?

( ) Totalmente

( ) Parcialmente

( ) Pouco

( ) Nenhum 19. Qual o grau de alinhamento entre as estratégias e os objetivos da

organização?

( ) Total

( ) Parcial

( ) Pouco

( ) Nenhum 20. Qual o grau em que iniciativas ou programas de Gestão do

Conhecimento refletem o objetivo da organização?

( ) Alto

( ) Médio

( ) Baixo

( ) Nenhum

21. As práticas de gestão do conhecimento permitem a organização alavancar novos recursos?

( ) Totalmente

( ) Parcialmente

( ) Pouco

( ) Nenhum

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22. Qual a efetividade das métricas de produção intelectual (publicações

e patentes) nos produtos (bens e serviços) em desenvolvimento ou já desenvolvidos?

( ) Efetivo

( ) Pouco efetivo

( ) Não efetivo

( ) Não sei responder 23. O monitoramento das práticas, das informações externas e dos ambientes competitivos agregam valor para as ideias em

desenvolvimento?

( ) Totalmente

( ) Parcialmente

( ) Pouco

( ) Não agrega 24. Qual a capacidade da infra-estrutura tecnológica dar suporte nos

processos de gestão da organização?

( ) Total

( ) Parcial

( ) Pouco

( ) Nenhum

25. Qual a relevância dos repositórios de informações para uso no desenvolvimento de suas ideias?

( ) Alta

( ) Media

( ) Baixa

( ) Nenhuma

26. Qual o potencial de uso dos softwares de navegação para melhorar a comunicação entre as pessoas?

( ) Alto

( ) Médio

( ) Baixo

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( ) Nenhum

27. Quais os sistemas de gestão do conteúdo mais utilizados pela sua organização?

( ) Sistemas baseado em internet

( ) Sistemas próprios

( ) Não uso

( ) Não sei responder 28. Qual o propósito dos conteúdos mais utilizados na sua organização?

( ) Tomada de decisão

( ) Definição de estratégias

( ) Comunicação

( ) Resolução problemas específicos

29. Quais os incentivos abaixo, mais motivam as pessoas em compartilhar conhecimento e construir ideias no seu ambiente organizacional?

( ) Reconhecimento

( ) Relacionamento

( ) Premiação

( ) Outros 30. Qual a relevância de um programa de Gestão do conhecimento ser

internalizado na sua organização?

( ) Alta

( ) Média

( ) Baixa

( ) Nenhuma [Enviar]

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