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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO
A MATEMÁTICA FINANCEIRA E O USO DA INFORMÁTICA EM EDUCAÇÃO DE NÍVEL SUPERIOR
Dissertação de Mestrado
Gerson Amorim de Castro
FLORIANÓPOLIS Dezembro de 2002
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
A MATEMÁTICA FINANCEIRA E O USO DA INFORMÁTICA EM EDUCAÇÃO DE NÍVEL SUPERIOR
Gerson Amorim de Castro
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito
parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia
de Produção.
Florianópolis
2002
A MATEMÁTICA FINANCEIRA E O USO DA INFORMÁTICA EM EDUCAÇÃO DE NÍVEL SUPERIOR
GERSON AMORIM DE CASTRO
Esta dissertação foi julgada e aprovada para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção no Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina
Florianópolis, 18 de dezembro de 2002
Prof. Ricardo de Miranda Barcia, Dr.
Coordenador do Curso
BANCA EXAMINADORA
___________________________________ ___________________________
Profa. Alice Therezinha Cybis Pereira, Ph.D. Prof. Eduardo Felix Romaneli, Dr.
Orientadora Membro
___________________________________ ___________________________
Profa. Leandra Ulbricht , M. Eng. Prof. Luiz Fernando Gonçalves
Tutora de Figueiredo, Dr.
Membro
A minha esposa, Helaíse,
pelo amor, carinho e apoio constante.
A minha querida filha Lígia.
A minha mãe, Marilia de Dirceu,
e ao meu pai, Jose, que certamente
se envaideceriam deste trabalho.
Agradecimentos
À minha orientadora,
Alice Theresinha Cybis Pereira,
pelo apoio na seleção do tema e pelas
contribuições relevantes ao longo do trabalho.
A Leandra Ulbricht, sem a qual
este trabalho não seria possível.
Aos professores das disciplinas do
curso de Mestrado em Engenharia
da Produção, pelos ensinamentos
utilizados no embasamento teórico deste trabalho.
Ao meu irmão Paulo e aos meus
familiares pelo apoio.
A todos os colegas e amigos que direta
ou indiretamente, contribuíram para a
realização deste trabalho.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 01
1.1 Problemática.................................................................................................... 01
1.2 Objetivos......................................................................................................... 02
1.2.1. Objetivo geral ............................................................................................. 02
1.2.2. Objetivos específicos...................................................................................02
1.3 Justificativa e relevância do trabalho................................................................03
1.4. Procedimentos metodológicos.............. ..........................................................03
1.5 Limitações do trabalho ....................................................................................05
1.6. Estrutura da dissertação.................................................................................05
2. O USO DA INFORMÁTICA NO ENSINO SUPERIOR DE MATEMÁTICA FINANCEIRA................................................................................................... 08
2.1. Introdução....................................................................................................... 08
2.2. Histórico do ensino da Matemática Financeira.............................................. 08
2.2.1. O uso de tabelas ........................................................................................ 09
2.2.2. O advento das calculadoras financeiras ......................................................11
2.3. A Informática no ensino superior................................................................... 14
2.3.1. O uso do computador para o ensino da Matemática Financeira............... 15
2.4. O ensino à distância........................................................................................18
2.4.1. Histórico........................................................................................................18
2.4.2. O ensino à distância ....................................................................................19
2.4.3. Objetivos do ensino à distância...................................................................19
2.4.4. Introdução ao ensino à distância da Matemática Financeira por meio
da Internet.................................................................................................... 20
2.5. Conclusão .......................................................................................................23
3. ESTUDO DE CASO ...........................................................................................25
3.1.Introdução.........................................................................................................25
3.2. Pesquisa da instrumentação utilizada em cursos de Matemática Financeira
em instituições superiores no Brasil .............................................................26
3.3. Questionário sobre a condição sócio-econômica da população......................31
3.4 Sistemas de amortização..................................................................................38
3.4.1 Introdução......................................................................................................38
3.4.2 Sistema de amortização Francês ou Price....................................................38
3.4.3 Sistema de amortização constante (SAC) ....................................................40
3.4.4 Sistema de amortização misto.......................................................................42
3.4.5 Principais aplicações dos sistemas de amortização......................................43
3.5 Exercício aplicado à amostra............................................................................44
3.5.1 Exercício resolvido.........................................................................................45
3.5.2 Exercício proposto.........................................................................................47
3.5.3 Resultados obtidos no experimento..............................................................49
3.6 Conclusão.........................................................................................................52
4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS TRABALHOS.......54
4.1 Conclusões.......................................................................................................54
4.2 Recomendações para trabalhos futuros...........................................................56
REFERÊNCIAS......................................................................................................58
APÊNDICES Apêndice A.............................................................................................................60
Apêndice B.............................................................................................................62
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 ..... Calculadora HP-12C.......................................................................13
FIGURA 2 .... O uso de calculadoras na disciplina de Matemática
Financeira........................................................................................26
FIGURA 3 .... Disponibilidade de computadores para os alunos da
Instituição.........................................................................................26
FIGURA 4 .... Utilização de computadores no ensino da Matemática
Financeira........................................................................................27
FIGURA 5 ... Percentagem de tempo em que o computador é utilizado................27
FIGURA 6..... Utilização do MS Excel no ensino da Matemática Financeira..........28
FIGURA 7..... Utilização do MS Excel nos Sistemas de Amortização....................28
FIGURA 8..... Programas específicos utilizados no ensino da
Matemática Financeira.....................................................................29
FIGURA 9..... Programas utilizados no ensino dos Sistemas de Amortização.......30
FIGURA 10....Faixa etária da população............................................................... 31
FIGURA 11....Ocupação da população durante o dia............................................32
FIGURA 12....Renda familiar da população............................................................32
FIGURA 13.... Tempo dedicado aos estudos.........................................................33
FIGURA 14.... Custeamento dos estudos................ ..............................................33
FIGURA 15.... Onde cursou o ensino médio..........................................................34
FIGURA 16.... Possui outro curso superior.............................................................34
FIGURA 17.... Possui computador. .......................................................................35
FIGURA 18.... Acesso a computador no local de trabalho. ...................................35
FIGURA 19.... Acesso à Internet............................................................................36
FIGURA 20....Utiliza o computador em seus estudos. ..........................................36
FIGURA 21....Utiliza os computadores da escola? ................................................37
FIGURA 22..... Exercício e estrutura da planilha fornecida aos alunos..................50
FIGURA 23.... Turma A: Resolução utilizando calculadoras financeiras................51
FIGURA 24.... Turma B: Resolução utilizando o MS Excel....................................51
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 ........Montante de 1, à taxa i pelo prazo n.............................................10
TABELA 2 ........Sistema Price................................................................................16
TABELA 3 ........Sistema Francês ou Price.............................................................40
TABELA 4 ........Sistema de Amortização Constante..............................................41
TABELA 5.........Sistema de Amortização Misto......................................................43
TABELA 6 ........Planilha Price................................................................................46
TABELA 7 ........Planilha SAC.................................................................................48
RESUMO
CASTRO, Gerson Amorim de. A Matemática Financeira e o uso da informática em educação de nível superior. Florianópolis, 2002, 64p. Dissertação (Mestrado
em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, 2002.
Orientadora: Alice Theresinha Cybis Pereira, Ph.D.
Defesa: 18/12/2002.
O objetivo geral do presente trabalho consistiu em analisar o uso do computador
como uma ferramenta de aprendizagem na disciplina de Matemática Financeira
em cursos superiores. Para a elaboração deste trabalho, realizou-se um
levantamento bibliográfico sobre o assunto. Abordou-se, então como eram
originalmente resolvidos os problemas sobre a matéria e como esses problemas
passaram a ser resolvidos com o advento das calculadoras financeiras. Abordou-
se ainda o uso dos computadores e da Internet no ensino dessa matéria. Após
esse levantamento, realizou-se o estudo de caso, para verificar se há vantagens
em se utilizarem planilhas eletrônicas no processo de ensino-aprendizagem dos
Sistemas de Amortização, em comparação com o uso de calculadoras financeiras.
Para tanto fizeram-se entrevistas com professores de cursos superiores que
lecionam Matemática Financeira, para verificar se e como são utilizados os
computadores no o ensino desta disciplina. Também se realizaram entrevistas
com alunos que cursavam a matéria, para verificar a possibilidade de implantar o
uso de microcomputadores no ensino dos Sistemas de Amortização. Assim,
concluiu-se pela viabilidade de utilização dos micro-computadores no ensino
dessa matéria.
Palavras-chave: ensino, Matemática Financeira, calculadoras financeiras, micro-
computadores.
ABSTRACT
The general purpose of this consists of analyzing the use of computers as a tool for
learning financial mathematics in undergraduate courses. Starting from an
extensive bibliographic review, this text goes through the way as Financial
Mathematics problems were solved before and after the use of electronic
calculators. The use of computers and sites on World Wide Web were also
analyzed. From this starting point, it was elected two ways of searching the
benefits of the use of electronic spread sheets during the learning process of
Amortization Systems. One way is by using electronic forms sent to Financial
Mathematics teachers from others undergraduate courses asking about the
advantages and how is the use of computers on their courses. The other way was
by interviewing the students who attended a Financial Mathematics course about
the advantages of the use of computers in learning Amortization Systems. Both
ways pointed out to the gain in using computers in the Amortization Systems
learning-teaching process
Key words: education, financial mathematics, financial calculators, computers.
1
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO
1.1 PROBLEMÁTICA
A Engenharia de Produção é uma área interdisciplinar que envolve vários
campos do conhecimento entre eles a matemática aplicada que, por sua vez,
abrange diferentes áreas, dentre elas a educação. No final do século XX, com
o surgimento e popularização de novas tecnologias, como os micro-
computadores, é cada vez mais comum o seu uso em sala de aula. Com o
processo de globalização por que passa o mundo, o mercado de trabalho cada
vez mais necessita de profissionais que saibam aliar o conhecimento adquirido
na escola com a utilização dessas novas tecnologias. Portanto, é necessário
que a educação, hoje, alie o conteúdo da matéria com o emprego da
informática visando assim a formar um profissional capaz de suprir as
necessidades do mercado de trabalho.
Dentre os vários tópicos da matemática que podem se beneficiar do uso
dos microcomputadores, neste trabalho será enfocado sua aplicação ao ensino
da Matemática Financeira.
O estudo da Matemática Financeira, que, a princípio, era feito com a
utilização de cálculos lineares, passou a utilizar cálculos exponenciais.
Utilizavam-se tabelas financeiras para simplificar os cálculos, mas, com o
desenvolvimento tecnológico e o surgimento das calculadoras financeiras e,
mais recentemente, dos microcomputadores, essas tabelas deixaram de ser
utilizadas no estudo da matéria.
Como no ensino da Matemática Financeira estão envolvidos diversos
cálculos, é necessário que os alunos resolvam um grande número de
exercícios para a fixação da matéria lecionada.
O surgimento das calculadoras financeiras facilitou o estudo da Matemática
Financeira, já que, com seu, uso pode-se efetuar rapidamente uma série de
cálculos que anteriormente eram muito demorados. Outra vantagem das
2
calculadoras, além de seu baixo custo, é que podem ser levadas a todos os
lugares, dando ao estudante a possibilidade de resolver os exercícios sobre a
matéria em qualquer local.
Os microcomputadores, contudo possuem programas como o de planilhas
eletrônicas que facilitam a resolução de problemas sobre a matéria. Entretanto
nem sempre é possível acessá-los em qualquer lugar. Além da possibilidade do
uso das planilhas eletrônicas, os microcomputadores têm a vantagem de
processarem dados a uma velocidade maior que a das calculadoras, de
executar cálculos repetitivos com rapidez e também de armazenar os cálculos
efetuados, podendo ainda alterar as variáveis desses cálculos para resolver
novos problemas.
Assim, por vivenciar-se o ensino dessa disciplina diariamente, procurou-se
descobrir uma forma de utilizar os microcomputadores no seu ensino e se essa
utilização seria viável, visto a instrumentalização presente nos diversos cursos
brasileiros.
1.2 OBJETIVOS 1.2.1. Objetivo Geral: Analisar o uso do computador como ferramenta de aprendizagem na
disciplina Matemática Financeira em cursos superiores.
1.2.2. Objetivos Específicos:
•
•
Realizar uma revisão bibliográfica para estabelecer um marco conceitual
para este trabalho.
Realizar entrevistas com professores de cursos de nível superior que
lecionam Matemática Financeira para verificar como e se os micro-
3
computadores são utilizados no processo de ensino-aprendizagem desta
matéria.
•
•
Realizar entrevistas com alunos do turno da noite que cursaram a
Matemática Financeira em uma instituição de nível superior para verificar se
existe possibilidade de implementar o uso de computadores no processo
de ensino-aprendizagem da matéria.
Verificar se há vantagens na utilização de planilhas eletrônicas em
comparação ao uso de calculadoras no processo ensino-aprendizagem dos
Sistemas de Amortização.
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TRABALHO Com a crescente informatização ocorrida no país nos últimos anos, hoje o
computador popularizou-se de tal maneira que está presente em quase todos
os lugares, tornando-se uma ferramenta muito útil na execução das mais
variadas tarefas do cotidiano.
Devido a essa popularização dos computadores, sabe-se que os alunos,
quando disputarem vagas no mercado de trabalho, serão avaliados quanto a
sua capacidade de utilizar softwares específicos.
Torna-se portanto, importante verificar se há vantagem em sua utilização no
ensino da Matemática Financeira, considerando que muitas instituições de
nível superior possuem computadores que, muitas vezes, são subutilizados
porque a forma de ensinar não acompanhou a evolução tecnológica ocorrida
nos últimos anos.
1.4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para a elaboração deste trabalho, executou-se uma pesquisa exploratória
que tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com
4
vista a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses, aprimorar idéias ou
descobrir intuições (GIL, 2002).
Dessa maneira, esta pesquisa teve um caráter exploratório em dois
momentos. No primeiro, por meio da pesquisa bibliográfica secundária para
o levantamento da bibliografia publicada sobre o assunto (Lakatos, 2001),
em livros, artigos e bases eletrônicas. Desta maneira executou-se então
uma pesquisa bibliográfica de autores que abordam o assunto a ser analisado
neste trabalho.
Em um segundo momento, realizou-se a pesquisa exploratória nos cursos
noturnos onde é lecionada a matéria Matemática Financeira, para verificar
como e se são utilizados microcomputadores no ensino dessa matéria. Nesta
pesquisa exploratória aplicou-se um questionário fechado, em professores
que lecionam essa matéria, para verificar suas experiências e práticas sobre
o problema pesquisado.
Realizou-se também uma pesquisa descritiva que, segundo (Gil, 2002) visa
a estudar as características de um grupo, tais como sua distribuição por idade,
sexo, procedência, nível de escolaridade. Tal pesquisa foi realizada em duas
turmas de alunos de Matemática Financeira com o objetivo de conhecer o perfil
do aluno, verificar o grau de utilização dos microcomputadores e se seria
viável sua utilização no ensino da disciplina. Efetuou-se um questionário
fechado nessas duas turmas com o objetivo de situar a amostra quanto, a sua
faixa etária, nível sócio-econômico, tempo dedicado aos estudos, acesso à
informática e sua utilização nos estudos.
Em seguida, efetuou-se o estudo de caso, que objetiva um aprofundamento
exaustivo de um assunto (GIL, 2002). Com esse enfoque, verificou-se se há
ganho em resolver um problema de Matemática Financeira sobre Sistemas de
Amortização utilizando microcomputadores em relação ao uso de calculadoras
financeiras. Selecionaram-se duas turmas que cursam Administração de Em-
presas no turno da noite e que trabalham durante o dia, visando a apurar
se as ferramentas utilizadas facilitam o aprendizado. Estas turmas foram
selecionadas também por já estarem cursando Matemática Financeira, o que,
de certa maneira, tornaria possível a aplicação do teste.
5
Para a execução do estudo de caso, foi proposto um teste a duas turmas
selecionadas com a finalidade de efetuar uma observação direta, identificando-
se a melhor ferramenta na solução do problema.
1.5 LIMITAÇÕES DO TRABALHO Dentre as limitações deste trabalho, pode-se destacar que foram
investigadas 153 faculdades e universidades de todas as regiões do Brasil que
possuíam sites na Internet, mas, infelizmente, somente 27 (cerca de 18%)
responderam a pesquisa.
Outro problema encontrado foi quanto a operacionalizar o estudo de caso
com os alunos porque alguns computadores do laboratório utilizado
apresentaram problemas quando de sua inicialização.
Também é preciso destacar que, como esse experimento foi realizado em
duas horas/aula (cerca de 90 minutos) por turma, o problema proposto não
pôde ter um grau de complexidade maior visto que os alunos não teriam tempo
hábil para desenvolvê-lo, mesmo sabendo-se que, quanto maior a
complexidade, maiores são as vantagens no uso do computador.
1.6. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO Este trabalho está estruturado conforme os capítulos descritos a seguir:
O Capítulo 1 traz:
- A introdução ao tema, colocando o problema da pesquisa quanto à
baixa fixação dos cursos noturnos mais especificamente na área da
Matemática Financeira.
- Os objetivos e a metodologia empregada.
6
O Capítulo 2 traz:
- A fundamentação teórica sobre o uso da informática em ensino
superior de Matemática Financeira.
- O ensino tradicional e sua evolução; o uso de tabelas e o advento
das calculadoras financeiras.
- O uso da informática; o uso de programas universais do tipo MS
Excel.
- Introdução de técnicas de ensino à distância via Internet.
O Capítulo 3 mostra:
- A pesquisa da instrumentação utilizada em cursos de Matemática
Financeira em outras instituições superiores no Brasil.
- O estudo de caso através da coleta de dados experimentais como
o questionário da condição sócio-cultural e econômica da
população.
- A descrição do tópico da disciplina Matemática Financeira
trabalhado na pesquisa:
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO:
. Sistema de Amortizações Constantes
. Sistema Price
. Sistema Misto
- Critérios para a escolha dos Sistemas de Amortização utilizados:
. Sistema Price : Sistema oferecido aos alunos pronto no
MS EXCEL
. Sistema de Amortizações Constantes: Sistema a ser
desenvolvido pelos alunos.
- Dados para o desenvolvimento dos Sistemas de Amortização.
- Passos utilizados no Excel para o Sistema Price e os resultados
obtidos.
- Passos a serem oferecidos para o experimento para o
desenvolvimento do Sistema de Amortizações Constantes.
- Resultado do exemplo utilizado.
7
- Resultados alcançados pela população experimental.
- Análise dos dados obtidos e seu relacionamento com as
características da população, fazendo a comparação com os
questionários de outras instituições.
O capítulo 4 traz a conclusão do trabalho e as recomendações para trabalhos
futuros, lembrando os objetivos traçados e relacionando-os com o trabalho
realizado.
A dissertação finaliza com a Bibliografia e Apêndices contendo os
questionários utilizados (cursos similares em outras instituições e para a
população abrangida no estudo).
8
CAPÍTULO 2 O USO DA INFORMÁTICA NO ENSINO SUPERIOR
DE MATEMÁTICA FINANCEIRA
2.1. INTRODUÇÃO: O estudo da Matemática Financeira, que era originalmente feito utilizando-
se cálculos lineares, passou com o tempo a ser efetuado com a utilização de
cálculos exponenciais. Para a resolução de problemas desta matéria, a
princípio eram utilizadas tabelas financeiras, que agilizavam e simplificavam os
cálculos, mas, com o surgimento das calculadoras financeiras, esses
problemas passaram a ser resolvidos mais facilmente com o uso dessa
ferramenta. Além de agilizar os cálculos, esse instrumento também conferia
maior exatidão aos cálculos financeiros.
Com o surgimento e a popularização dos computadores pessoais, o seu
uso na Matemática Financeira tem sido muito implementado, devido
principalmente ao aumento de população de dados a serem trabalhados e da
velocidade de processamento dos cálculos. Aliado ao aparecimento dos
programas de planilhas eletrônicas, que abriram a possibilidade de se
efetuarem inúmeros e repetitivos cálculos, a popularização crescente da
Internet começa a proporcionar o ensino desta matéria através da rede.
2.2. HISTÓRICO DO ENSINO DA MATEMÁTICA FINANCEIRA A partir do final da década de 1950, o surto inflacionário e seus efeitos nos
rendimentos das aplicações motivaram a adoção de exponenciais no cálculo
das operações financeiras em contraponto ao cálculo linear até então utilizado
(VIEIRA SOBRINHO, 2000). Então passou a ser comum a adoção de tabelas
que eram simplificações das tábuas de logaritmos (PUCCINI, 2000), como
9
apoio aos cálculos exponenciais, e que foram se tornando rotineiras nos
cálculos financeiros.
No final da década de 1960, com o surgimento das primeiras calculadoras
eletrônicas e a facilidade de cálculo proporcionada por elas, essas tabelas
foram gradativamente abandonadas (CAMPOS FILHO, 2001). Com a
popularização dos computadores pessoais, a partir de meados da década de
1980, sua utilização na Matemática Financeira foi bastante incrementada,
principalmente pela sua capacidade de executar um grande volume de cálculos
(SHINODA, 1998).
2.2.1. O USO DE TABELAS Antes do advento das calculadoras financeiras, o ensino de Matemática
Financeira se dava principalmente com a utilização de tabelas. Esse recurso
era bastante utilizado porque muitas das operações na capitalização composta
são de exponenciação (em função das equações envolverem diversas
operações matemáticas). Daí, soluções de equações como:
FV = PV.( 1+i )n
Onde as variáveis são:
FV = Montante obtido após a aplicação.
PV = Capital aplicado.
i = Taxa de juros em porcentagem.
n = Tempo de aplicação.
Podiam ser mais facilmente resolvidas com a utilização de tabelas como as
exemplificadas a seguir na tabela 1.
10
Tabela 1: Montante de 1, à taxa i pelo prazo n
I = 2%
n ( 1 + i )n
1 1,020000
2 1,040400
3 1,061208
4 1,082432
5 1,104081 (Mathias, 2002; p. 436)
Assim, soluções para expressões como: (1 + i )n , onde “i” é a taxa de juros
e “n” o número de períodos de aplicação, tornavam-se menos trabalhosas e
mais rotineiras. Essas tabelas então eram utilizadas em função da taxa de
juros e dos períodos de aplicação (os dois sempre relacionados aos dias,
meses, etc.). Como por exemplo:
Calcular o montante de um capital de R$ 2.000,00 aplicados por dois
meses a uma taxa de 2%ao mês.
Temos a fórmula:
FV = PV.( 1+i )n
Onde, PV = 2.000,00 i = 2%a.m. n = 2 meses
A solução é:
FV = 2.000,00.(1+2%)2
e, pela tabela, temos que a expressão:
( 1+2%)2 = 1,040400.
Portanto o calculo é:
FV = 2.000,00 . 1,040400
sendo o montante desta aplicação, R$ 2.080,00.
11
Essas tabelas, apesar de simplificarem um pouco os cálculos, não
resolviam a contento alguns problemas como, por exemplo, quando havia
períodos não inteiros de aplicação e/ou taxas de juros não inteiras. Nesse
caso, era comum adotar a proporcionalidade entre dois períodos, obtendo-se
assim uma razoável aproximação do valor exato. Por exemplo, no problema
acima, se o capital fosse aplicado por um mês e meio, teríamos então
para n = 1 a expressão ( 1+i )n = 1,020000
e, para n = 2 a expressão ( 1+i )n = 1,040400.
Dai: ( 1,020000 + 1,040400) / 2 = 1,030200
e, o montante FV = 2000,00 x 1,030200
e, FV = R$ 2.060,40 enquanto o valor exato seria R$ 2.060,29.
Havia também tabelas onde eram fornecidos fatores para cálculo de
prestações em função da taxa de juros e do número de pagamentos. Entre
essas, talvez a mais utilizada fosse a “TABELA PRICE“ (PEREIRA, 1965),
entretanto os problemas com taxas de juros e períodos não inteiros persistiam.
2.2.2. O ADVENTO DAS CALCULADORAS FINANCEIRAS A partir do final da década de 1960, estes problemas foram em parte
resolvidos com o surgimento das primeiras calculadoras eletrônicas, que, a
principio, só efetuavam as quatro operações. Somente na década de 1970,
surgiram calculadoras mais complexas, que efetuavam uma gama maior de
operações, destacando-se as fabricadas pela Hewlett Packard, Texas
Instruments, Sharp, e outras. Logo após, surgiram as calculadoras científicas e
as financeiras, as primeiras voltadas para a área de ciências exatas, por
exemplo HP-25, HP-11C e as segundas para a área financeira, por exemplo
HP-38C, HP-12C, HP-17B, Texas BA-II, BA-55, Sharp EL- 5102, EL 735, etc.
Com o advento dessas últimas, o seu uso tornou o ensino mais dinâmico já
que havia funções para a resolução dos problemas específicos dessa matéria.
De acordo com Campos Filho (2001 p.9):
12
Em 1976, cursando o mestrado em Administração Financeira,
voltei a estudar Matemática Financeira, como disciplina opcional,
na qual nos foi ensinado raciocinar financeiramente, antes de
efetuar qualquer cálculo financeiro. Foi amor à primeira vista, que
permanece até hoje. Na época o mercado financeiro não estava tão
desenvolvido como hoje e alguns cálculos mágicos que eram feitos
causavam inveja aos verdadeiros mágicos. Estavam tornando-se
populares as calculadoras financeiras. Tínhamos, então, a com-
binação perfeita, raciocínio financeiro mais a ferramenta, a
calculadora, para quantificar o raciocínio previamente desenvolvido.
Uma das calculadoras financeiras mais populares no Brasil é a HP-12C.
Em função dessa popularidade, a maioria dos livros sobre o assunto é
direcionada para o uso dessa calculadora. Conforme Shinoda (1998 p.13):
não se deve negligenciar a utilidade dos recursos das calculadoras
financeiras, particularmente da HP-12C, que, além de programável
(como poucas) e portátil (como todas), é a mais popular na sua
categoria (o que a torna prontamente disponível em qualquer
ambiente de negócios).
Apesar dessa preferência, há calculadoras que adotam a mesma simbologia e
são igualmente úteis (PUCCINI, 2000).
Essas outras calculadoras resolvem diretamente, através de teclas
financeiras “n“, “i“, “PV”, “PMT’ e “FV“ (definidas abaixo), os principais
problemas de matemática financeira que envolvem pagamento único e séries
de pagamentos iguais, calculados no regime de capitalização composta. Essas
teclas têm o seguinte significado:
n : número de períodos financeiros, ou, alternativamente, número de
pagamentos.
i : taxa de juros expressa em porcentagem.
PV : (present value), valor atual ou capital inicial.
PMT : (payment), valor dos pagamentos ou, alternativamente, valor das
prestações.
13
FV : (future value), valor futuro ou montante.
Então, por exemplo, a tecla FV representa a expressão FV = PV. ( 1+i )n,
bastando, portanto, digitar os valores da taxa de juros na calculadora e
pressionar a tecla “i “, repetindo-se a mesma operação para o capital e para o
período de aplicação. Logo após, basta pressionar a tecla FV que o cálculo
será efetuado.
Figura 1: Calculadora HP-12C, representando na primeira linha no canto esquerdo as
principais teclas financeiras ( n, i, PV, PMT e FV ) – (The Museum of HP Calculators, 2001).
Com essas teclas, as calculadoras financeiras passaram também a agilizar
cálculos com número de períodos de aplicação e/ou taxas de juros não
inteiras, simplificando e aumentando a precisão dos cálculos financeiros.
14
2.3. A INFORMÁTICA NO ENSINO SUPERIOR A informática e a automação criaram um grande cenário de competição
internacional. É de se perceber que, em todo o mundo, a sobrevivência
econômica está ligada, como jamais esteve, à competência da mão-de-obra.
Deixar-se ficar para trás não é opção razoável. Com o capital
internacionalizado, a escolha de onde aplicá-lo dependerá muito mais do perfil
educacional de um povo do que dos velhos fatores geográficos.
Portanto, nessa época de globalização, de sucessivas crises econômicas,
tem-se de buscar alternativas para um melhor desempenho profissional. Para
isso, nada melhor do que adequar a educação ao desenvolvimento
tecnológico, já que uma educação eficaz, acompanhada pelo desenvolvimento
tecnológico, virou condição prevalente do desenvolvimento econômico
(MORAN, 1995).
As introduções de novas tecnologias na educação não mudam
necessariamente a relação pedagógica. Elas não substituem o professor, mas
modificam algumas de suas funções. Para Moran (1995), o professor se
transforma no estimulador da curiosidade do aluno por conhecer, por
pesquisar, por buscar informação mais relevante, para, num segundo
momento, coordenar o processo de apresentação dos resultados pelos
alunos. Já Hawkins (1995) defende uma modificação não só nos métodos
utilizados pelo professor, mas por toda a entidade educacional. É necessária
uma mudança na estrutura educacional e nas relações entre os membros
dessas entidades.
Segundo Niskier (1993), nada modifica o papel da escola como espaço de
educação formal. É indispensável o contato professor - aluno para suprir o lado
pessoal do conhecimento e a troca de experiências. Qualquer tentativa de
utilização da tecnologia educacional deve ser integrada a um processo
abrangente que, em nenhum aspecto, diminui a importância da escola.
Sabe-se hoje que, pela sua capacidade de processar um grande volume de
operações em um curto espaço de tempo, os computadores pessoais são
15
cada vez mais utilizados para cálculos repetitivos, que são comuns na
Matemática Financeira.
2.3.1. O USO DO COMPUTADOR PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA FINANCEIRA Com o meteórico desenvolvimento tecnológico vivenciado a partir da
década de 1980 e a proliferação e popularização da utilização do computador
pessoal, seu uso na Matemática Financeira tem sido muito implementado
devido principalmente ao aumento de população de dados a serem trabalhados
e da velocidade de processamento dos cálculos. No entanto, os programas
mais vigorosos advêm de empresas de software de penetração global, por
agregarem maior densidade de cálculos e interfaces visuais, e ao mesmo
tempo maior versatilidade (SHINODA, 1998).
No ensino da Matemática Financeira através de computadores, há
programas que simplesmente reproduzem a calculadora HP-12C, mostrando
uma interface máquina-usuário mais “amigável” aos que usualmente trabalham
com calculadora, como é o caso do programa $12C++ da Wave Software. Tal
programa nada mais é do que uma reprodução da calculadora HP-12C para
uso em computadores, onde é reproduzida no monitor, a face interativa da
calculadora com todas as suas funções. Esse programa traz adicionalmente o
auxílio visual da utilização das teclas e das operações financeiras executáveis,
que, na calculadora, estavam inseridas no manual do usuário. Desse modo,
torna o aprendizado mais facilitado. Sua utilização no ensino da matéria é
importante, já que os alunos podem visualizar cada passo a ser dado em suas
calculadoras e seus manuais para a solução dos problemas, bem como
solucionar esses problemas com o uso desse programa (SHINODA, 1998).
Outro programa similar ao $12C++ é o BizWiz da Calc Tech, Inc.. Nesse
último, além das funções da HP-12C, também foram incluídas algumas funções
adicionais como, por exemplo, a que apaga apenas o último algarismo digitado
de um número e a do logaritmo na base dez. Em linhas gerais, esse programa
16
traz a mesma lógica de operação da HP-12C podendo até mesmo ser utilizado
o manual da calculadora para o seu emprego (SHINODA, 1998).
Como o estudo da Matemática Financeira via computadores se dá,
muitas vezes, através de planilhas eletrônicas, existe semelhança com as
planilhas manuais, nas quais o número de colunas excedia em muito o número
de linhas. Programas atualmente clássicos, como o MS Excel, lançam mão
desse sistema, (HARVEY, 1994). Em relação às calculadoras, esse programa
traz, além de trabalhar com um grande número de dados, maiores facilidades
no estudo dos sistemas de amortizações. Os sistemas de amortização são
séries de pagamentos constantes, de média e longa duração, onde as
operações de empréstimo são analisadas período por período, no que diz
respeito ao pagamento dos juros e à devolução do principal, que é denominada
amortização.
Tabela 2: Sistema Price
VALOR DO PRINCIPAL R$ 1.000,00
TAXA MENSAL DE JUROS 8,00%
PRAZO DO FINANCIAMENTO 4
ORDEM SALDO DEVEDOR AMORTIZAÇÃO MENSAL
JUROS VALOR DA PRESTAÇÃO
0 R$ 1.000,00 R$ 122,00
1 R$ 778,08 R$ 221,92 R$ 80,00 R$ 301,92
2 R$ 538,40 R$ 239,67 R$ 62,25 R$ 301,92
3 R$ 279,56 R$ 258,85 R$ 43,07 R$ 301,92
4 R$ 0,00 R$ 279,56 R$ 22,36 R$ 301,92
Soma R$ 1.000,00 R$ 207,68 R$ 1.207,68 (Puccin i , 2000, p. 369)
17
A tabela 2 representa um financiamento de R$ 1.000,00 a ser pago pelo
Sistema de Amortização Price em 4 prestações mensais de R$ 301,92 à taxa
de 8,00%a.m.
Pelas suas características, como o longo prazo de pagamento e os cálculos
repetitivos (Vieira Sobrinho, 2000), o ensino dos sistemas de amortização pode
ser efetuado com a utilização de planilhas eletrônicas. Segundo Shinoda (1998,
p.13), a utilização da planilha eletrônica MS Excel é prática comum em
empresas e em instituições financeiras sempre que uma atividade implique o
processamento de um grande volume de cálculos financeiros repetitivos ou a
simulação de situações envolvendo simultaneamente múltiplas variáveis.
Apesar do potencial das planilhas eletrônicas no ensino da Matemática
Financeira, sua utilização ainda é muito restrita já que a maioria dos livros
sequer menciona a possibilidade de sua utilização (FARIA, 2000; CAMPOS
FILHO, 2001). Há os que direcionam parcialmente a utilização das planilhas
eletrônicas como Puccini (2000) que apresenta um capítulo específico sobre
sua utilização em alguns tópicos da matéria. Existem também os que, apesar
de desenvolverem o estudo da matéria através de fórmulas e das calculadoras
financeiras, direcionam também o ensino da matéria para usuários do “MS
Excel”, como Shinoda (1998), que, junto com o livro, fornece um disquete com
exercícios a serem ser resolvidos com a utilização da planilha eletrônica.
Assim, problemas sobre cálculos de juros, taxas de juros, série de
pagamentos, sistemas de amortização e outros podem ser resolvidos com a
utilização desse recurso.
Com a crescente informatização nas instituições de ensino superior, nos
últimos anos, os computadores começaram também a ser utilizados no ensino
à distância, como será mostrado a seguir.
18
2.4. O ENSINO À DISTÂNCIA 2.4.1. HISTÓRICO
Experiências com educação à distância iniciaram-se a partir do final do
século dezenove, porém, é a partir da década de 1960 devido a
democratização da sociedade e ao desenvolvimento de novas tecnologias de
comunicação é que a educação à distância vem sendo implantada mais
rapidamente (PRETI, 1996). Devido a urgência da formação escolar, a
necessidade de atualização permanente e da impossibilidade de prover salas
de aula em cada lugar onde elas são solicitadas e necessárias, foram fatores
predominantes para sua rápida implantação em vários paises (LANDIM, 1997).
Na Europa, o Parlamento reconheceu sua importância ao adotar a
Resolução sobre as Universidades Abertas em 1987 e ao desenvolver
programas comunitários a partir de 1991 (PRETI, 1996).
Na China, a televisão cultural universitária oferece desde 1997, cursos à
distância, enquanto a Austrália é o país que mais desenvolve programas de
ensino a distancia integrados com as universidades presenciais (PRETI, 1996).
No Brasil, o governo federal cria na década de 1970 a Fundação Centro
Brasileiro de Televisão, que na década de 1980 passaria a se denominar
FUNTEVE, que começa a produzir programas educativos em parceria com
canais de radio e Televisão (PRETI, 1996). Começa então, apesar de toda a
discussão entre o ensino presencial ou à distância, sua implantação para
solucionar a falta de instrução e de educação da maioria da população
(LANDIM, 1997).
Atualmente, discute-se muito o ensino presencial ou não presencial, mas,
para Moran (1994), ambos têm vantagens e desvantagens e se combinados
oferecem melhores resultados. Assim, torna-se necessário introduzir novas
formas de ensino/aprendizagem, tanto presenciais como não presenciais.
19
2.4.2 O ENSINO À DISTÂNCIA
O ensino à distância basicamente pode ser definido como não presencial
ou remoto (LANDIM, 1997). Pode ser entendido também como um conjunto de
métodos, recursos e técnicas colocados à disposição de estudantes com
motivação e maturidades suficientes para que, através da auto-aprendizagem,
possam obter conhecimentos a qualquer nível (PRETI,1996).
Se na educação presencial existe o contato direto entre o aluno e o
professor, no ensino à distância este contato se dá de forma indireta. Enquanto
no ensino presencial o educador através do encontro com o educando, tem o
papel de transmissor do saber, organizando os conteúdos e o ambiente onde
se dará o processo ensino/aprendizagem, na educação à distância os
conteúdos devem organizados de tal maneira que o educando possa aprender
sem a presença do educador. Assim apesar do educador não estar presente, o
material estruturado leva incorporado em si, o educador (LANDIM, 1997).
Entre as várias modalidades de ensino à distância, destacam-se
(LANDIM, 1997):
- Programas educacionais de televisão, que podem ser transmitidos ao
vivo durante as aulas ou gravados para utilização posterior.
- Kits de vídeo ou de texto, que podem ser adquiridos e utilizados tanto
nas salas de aula como nas residências.
- Sistemas de vídeo e audioconferência.
- Redes de computadores (Internet, redes privadas, etc.)
2.4.3 OBJETIVOS DO ENSINO À DISTÂNCIA
Segundo Landim (1997), os principais objetivos do ensino à distância são:
- Democratizar o acesso à educação – Promovendo a oferta da educação
a todos, a igualdade de oportunidade educativa e a permanência do
aluno em seu meio cultural. - Propiciar uma aprendizagem autônoma – Com a implementação de uma
20
aprendizagem relacionada às experiências do aluno sendo o professor
seu orientador e facilitador.
- Promover um ensino inovador e de qualidade – Inovando na sistemática
e nos recursos didáticos utilizados, na comunicação bidirecional como
uma garantia de aprendizagem inovadora e dinâmica, na elaboração
de todo recurso didático por especialistas em cada assunto e nas
freqüentes avaliações na instituição.
- Incentivar a educação permanente – Com a promoção de atividades
de extensão educacional e cultural e na oferta de estratégias para a
reciclagem e o aperfeiçoamento profissionais.
- Reduzir custos – Os altos custos iniciais são compensados com a
economia de escala sendo que, sua rentabilidade situa-se em cerca
de 50% dos gastos efetuados no sistema de ensino tradicional.
O ensino à distância, assim, enfatiza o uso de diversas tecnologias de
comunicação e informação, no desenvolvimento profissional e humano, abrindo
um leque de opções interativas. Isso permite a verdadeira democratização do
saber. Essas opções interativas se concretizam pelo uso de mídias variadas,
que minimizam os custos e facilitam o acesso geográfico (MORAN, 1994).
2.4.4. INTRODUÇÃO AO ENSINO À DISTÂNCIA DA MATEMÁTICA FINANCEIRA POR MEIO DA INTERNET A Internet é um sistema de dimensões gigantescas que abrange todo o
mundo e que tem potencialidades surpreendentes. Fisicamente, pode ser
definida como um conjunto de interligações voluntárias entre redes. Suporta
milhões de documentos, recursos, bases de dados e uma variedade de
métodos de comunicação. A Internet foi concebida para uso militar. Durante a
guerra fria, com medo do perigo nuclear, cientistas criaram uma rede de
acesso não hierarquizada, para poderem sobreviver em caso de uma guerra
21
nuclear. Ao ser implantada nas universidades, criaram-se inúmeras formas de
comunicação não previstas inicialmente (CHASSOT, 1998).
A Internet pode ajudar o professor a preparar melhor a sua aula, a ampliar
as formas de lecionar, a modificar o processo de avaliação e de comunicação
com o aluno e com os seus colegas. O grande avanço neste campo da
preparação de aula está na possibilidade de consulta a colegas conhecidos e
desconhecidos, a especialistas, de perguntar e obter respostas sobre dúvidas,
métodos, materiais, estratégias de ensino-aprendizagem. O papel do professor
não é o de somente coletar a informação, mas de trabalhá-la, de escolhê-la,
confrontando visões, metodologias e resultados (PRETI,1996).
A utilização da Internet nas escolas pode ser vista como uma extensão da
utilização de outras mídias no passado e no presente. Muitos professores
utilizam jornais e revistas nas disciplinas de Estudos Sociais, de Português,
para desenvolver a capacidade de interpretação e a habilidade do aluno para
selecionar assuntos de interesse. Agora, os professores podem utilizar a
Internet para realizar atividades semelhantes mas com muito mais potencial. É
possível atingir um maior nível de interatividade e uma maior integração,
utilizando, por exemplo, a introdução de animação integrada com áudio e texto.
Os professores podem também levar os alunos a utilizarem a Internet para
auxiliar o estudo de culturas diferentes, discutir e debater problemas sociais,
consultar cientistas e autores, procurar informação sobre assuntos específicos,
colaboração em pesquisas e publicar artigos (MORAN, 2000).
Para que seja possível a utilização da Internet no aprimoramento
educacional, é necessário que os professores cumpram uma série de pré-
requisitos. É necessário empenho a longo prazo, pois, como defende Landim
(1997), se, na educação presencial o educador mediatiza os conteúdos, agora
os conteúdos mediatizam a relação professor-aluno, já que ambos somente se
conectam com os conteúdos, um para “tratá-los” e o outro para aprendê-los.
Também é preciso ultrapassar obstáculos técnicos e assimilar uma série de
informações. Os professores não só precisam de conhecimento geral sobre
computadores e redes, mas também de uma noção da estrutura da Internet e
de como os outros professores a têm usado. O professor deve adquirir cultura
22
tecnológica para desmistificar essa ferramenta e se tornar o assistente da
construção do conhecimento através dessa tecnologia. É preciso ainda que os
professores estejam à vontade com a utilização e potencialidade da Internet
para poder guiar os alunos no novo mundo da informação, ajudando-os a
construir e adquirir novos conhecimentos de forma que eles comecem a
utilizar a Internet da maneira mais eficiente, não se limitando a navegar
nela (MORAN, 2000).
Um outro ponto a ser considerado é que a Internet é uma rede anárquica,
onde é possível dizer e publicar qualquer coisa sem resposta crítica ou controle
editorial sobre o conteúdo. Assim, outro problema que surge é que qualquer
informação, depois de já ter passado por várias pessoas pode mudar de
conteúdo. Existem informações na Internet que, mesmo este não sendo seu
objetivo, já se encontram distorcidas, longe da realidade. Portanto, o acesso
ilimitado à Internet pode deturpar a informação, em vez de a enriquecer. Como
sugere Postman (1996), a tecnologia aumenta o suprimento de informação e,
quando esse suprimento aumenta, acaba por pressionar mecanismos de
controle sobre essa informação.
Com o surgimento e popularização da Internet, nos últimos anos surgiram
várias páginas na rede sobre Matemática Financeira. Algumas delas contêm
cursos à distância, com o fornecimento de apostilas, nas quais os alunos têm
acesso à teoria e a exemplos de aplicação da matéria. Dentre elas pode-se
citar:
● http://sites.uol.com.br/rick.machado/engenhar.html (2001), que fornece a
possibilidade de copiar uma boa apostila com os principais tópicos da
matéria.
● http://www.matematicafinanceira.hpg.com.br/ (2001), que dá uma visão
genérica sobre a matéria, porém sem profundidade.
● http://www.angelfire.com/az/matematica/ (2001), curso à distância
sobre a matéria com a possibilidade de tirar dúvidas da matéria via
correio-eletrônico.
23
Outras já incluem tópicos com a resolução de exercícios, via calculadoras
financeiras, com explicações passo a passo sobre a introdução dos dados nas
calculadoras como, por exemplo:
● http://www.credere.hpg.com.br/matfin1.htm#top (2001), curso à
distância com o uso da calculadora HP-12C
● http://www.financeira.hpg.com.br (2001), página que ensina a
programação na calculadora HP-12C, oferece planilhas eletrônicas
para cálculos financeiros e tira dúvidas através do correio eletrônico.
Existem também, as que utilizam planilhas eletrônicas tipo MS Excel, na
resolução dos mais variados tópicos sobre a matéria, das quais podemos citar:
● http://usuarios.cmg.com.br/~pschwind/ (2001), página que fornece
muitos tópicos sobre a utilização da HP-12C, MS Excel, bibliografia, etc.
Possui ainda um aplicativo que efetua os cálculos financeiros.
● http://www.mat.ufmg.br/~regi/topicos/matfin.html (2001), página com os
pontos principais da matéria, aplicativos para solução de problemas
mais planilhas eletrônicas, etc.
Há ainda as que prestam consultoria a problemas específicos da matéria
como, por exemplo:
● http://www.juroreal.com.br (2001), cálculos financeiros e que tem um
aplicativo onde podem ser calculadas as taxas de juros reais de uma
compra em prestações constantes.
Pelas páginas visitadas, pode-se perceber que já é possível utilizar a
internet como ferramenta para o auxílio no aprendizado da Matemática
Financeira.
2.5. CONCLUSÃO
Verificou-se que, no ensino da Matemática Financeira, era comum, a
princípio, o uso de tabelas para resolução dos mais variados problemas com o
intuito de agilizar os cálculos. Posteriormente, com o surgimento das
calculadoras financeiras, essas passaram a ter uma importante participação no
24
processo de ensino/aprendizado dessa matéria. Constatou-se que elas, além
de simplificarem e agilizarem a solução de problemas, ainda aumentaram a
precisão dos cálculos financeiros. Mais recentemente, com o advento e
posterior popularização dos computadores pessoais, com sua capacidade de
processar um grande número de dados, aliado ao surgimento de programas
tipo “MS Excel”, esses começam a desempenhar um papel crescente no
estudo dessa matéria. Problemas que exigem um enorme volume de cálculos
financeiros repetitivos podem ser executados rapidamente com os programas
de planilhas eletrônicas. Assim, com seu uso, tornou-se possível efetuar
rapidamente várias simulações de financiamentos que envolvem múltiplas
variáveis. Verificou-se, portanto, que o uso dessa tecnologia pode agilizar o
processo de ensino-aprendizagem da matéria, tanto como ferramenta pelo
ensino à distância como no ensino presencial, apesar de poucos autores
abordarem essa possibilidade de utilização.
25
CAPÍTULO 3 ESTUDO DE CASO
3.1. INTRODUÇÃO Apesar da crescente utilização e popularização dos microcomputadores,
constata-se que apenas alguns autores fazem menção ao seu uso no ensino
da Matemática Financeira. Tendo em vista esse quadro, torna-se necessário
verificar como está sendo utilizada a informática para o ensino da Matemática
Financeira nas instituições de ensino superior brasileiro.
Para tanto, realizou-se uma pesquisa, em 2001, direcionada a instituições
que têm páginas de acesso via Internet (o que demonstra algum grau de
informatização) e que oferecem cursos noturnos onde é ministrada essa
matéria. Foram enviados, 153 questionários (apêndice A) via Internet a
diversas faculdades e universidades de todas as regiões do Brasil. Dessas
somente 27 responderam.
A seguir, verificar-se-á se o uso dessa ferramenta pode auxiliar no processo
de fixação da matéria, principalmente nos Sistemas de Amortização, por alunos
de cursos noturnos, que, a principio, não dispõem de muito tempo para se
dedicar aos estudos.
Com este propósito, foi realizado um questionário (apêndice B) sobre a
condição sócio-cultural e econômica de uma população composta de 85
alunos que cursaram em 2001 Matemática Financeira no curso noturno de
Administração de Empresas do Instituto João Alfredo de Andrade, que possuía
557 alunos naquela época. Esta escolha deveu-se ao fato de que eles
estavam cursando a disciplina curricular e eram alunos de um mesmo
professor. Esse fator é relevante, uma vez que diminui a variabilidade, pois
professores diferentes têm metodologias de trabalho diferentes, o que poderia
influenciar os resultados dessa pesquisa. Nesses questionários, foram obtidos
os seguintes resultados.
26
3.2. PESQUISA DA INSTRUMENTAÇÃO UTILIZADA EM CURSOS DE MATEMÁTICA FINANCEIRA EM INSTITUIÇÕES SUPERIORES NO BRASIL
Para verificar o grau de utilização de calculadoras no ensino da matéria,
apurou-se que 100% dos entrevistados permitem que os alunos utilizem
calculadoras financeiras em suas tarefas.
Ao indagar se direcionam seus cursos para o uso das calculadoras em
detrimento do ensino com fórmulas e/ou tabelas, obteve-se, conforme a figura
2:
VOCÊ DIRECIONA O CURSO PARA O USO DE CALCULADORAS?
62%
38%SIMNÃO
Figura 2: O uso de calculadoras na disciplina de Matemática Financeira.
Apesar de 62% dos professores direcionarem a disciplina para o uso de
calculadoras financeiras, 86% dos alunos têm a sua disposição computadores
na instituição (conforme a figura 3).
EXISTE DISPONIBILIDADE DE COMPUTADORES PARA O USO DOS ALUNOS DESTA
INSTITUIÇÃO?14%
86%
SIMNÃO
Figura 3: Disponibilidade de computadores para os alunos da instituição.
27
Nas instituições em que os alunos têm acesso a computadores (86% do
total), apurou-se que 48% dos professores os utilizavam no ensino de
Matemática Financeira (conforme a figura 4).
VOCÊ UTILIZA COMPUTADORES NO ENSINO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA?
48%52%
SIMNÃO
Figura 4: Utilização de computadores no ensino da Matemática Financeira.
Ao serem questionados sobre o percentual de tempo em que esse recurso
é utilizado, verificou-se que, em 50% das instituições, o tempo médio de
aplicação variava de 20 a 40% (conforme a figura 5).
QUAL É A PERCENTAGEM DE TEMPO EM QUE VOCÊ UTILIZA ESTE RECURSO?
40%50%
10%0%
0%10%20%30%40%50%60%
MENOS DE 20% 20% A 40% 40% A 60% MAIS DE 60%
Figura 5: Percentagem de tempo em que o computador é utilizado.
28
Quanto à utilização do programa MS Excel no ensino de Matemática
Financeira (conforme a figura 6), verificou-se que ele é aplicado por 33% dos
professores.
VOCÊ UTILIZA O MS EXCEL NO ENSINO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA?
33%
67%
SIMNÃO
Figura 6: Utilização do MS Excel no ensino da Matemática Financeira.
Sobre a utilização do programa MS Excel no ensino dos Sistemas de
Amortização (conforme a figura 7), verificou-se que o percentual de aplicação é
o mesmo, 33%.
VOCÊ UTILIZA O MS EXCEL NOS SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO?
33%
67%
SIMNÃO
Figura 7: Utilização do MS Excel nos Sistemas de Amortização
29
Quanto à utilização de algum programa específico no ensino de Matemática
Financeira, apurou-se (conforme a figura 8) que 44% utilizam programas
baseados na calculadora HP-12C. A HP-12C pode efetuar cálculos financeiros,
como já se viu anteriormente, enquanto que, no MS Excel, como os resultados
são obtidos através de cálculos efetuados a partir de tabelas, existe a facilidade
de visualização de todos os dados do problema.
PROGRAMAS ESPECÍFICOS UTILIZADOS NO ENSINO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA
29%
44%
27%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
APENAS O MS EXCEL HP-12C EXCEL E HP-12C
Figura 8: Programas específicos utilizados no ensino da Matemática Financeira.
Obs. HP-12C refere-se a programas tipo $12C++.
Quanto à utilização de algum programa específico no ensino dos Sistemas
de Amortização, verificou-se (conforme a figura 9) que 67% utilizam programas
baseados na calculadora HP-12C.
30
QUE PROGRAMAS ESPECÍFICOS VOCÊ UTILIZA NO ENSINO DOS SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO?
33%
67%
MS EXCELHP-12C
Figura 9: Programas utilizados no ensino dos Sistemas de Amortização.
Obs. HP-12C refere-se a programas tipo $12C++.
Assim, conforme os dados coletados no questionário, podemos concluir
que, apesar da pouca ênfase dada nos livros ao seu uso, no ensino da
Matemática Financeira a utilização das calculadoras financeiras é uma
realidade, visto que, além de ter seu uso permitido, a maioria dos entrevistados
que responderam à pesquisa direcionam seus cursos para o emprego das
calculadoras.
Verificou-se também que o acesso aos microcomputadores pelos alunos é
alto, mas, apesar desta facilidade, seu uso no ensino da matéria como um todo
ainda é restrito.
Quanto ao uso de programas no ensino da matéria em geral, é dada
preferência aos programas sobre a calculadora HP-12C.
Para o ensino dos Sistemas de Amortização, apurou-se que também é dada
preferência aos programas sobre a HP-12C em detrimento ao de planilhas
eletrônicas tipo MS Excel.
Com a popularização das calculadoras financeiras aliada à facilidade de
efetuar cálculos, existe a preferência quanto ao uso de programas baseados
31
nelas. Essa preferência em relação ao MS Excel, apesar de ele ser uma
poderosa ferramenta de cálculo e da facilidade de visualização dos resultados,
dá-se pela mobilidade que a calculadora proporciona em relação ao
computador, já que ela pode ser levada a qualquer lugar, o que nem sempre é
possível com o computador.
3.3. QUESTIONÁRIO SOBRE A CONDIÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA DA POPULAÇÃO
No segundo questionário (apêndice B), aplicado para apurar dados sobre a
condição sócio-cultural e econômica de uma população composta de 85
alunos que cursaram Matemática Financeira no curso noturno de
Administração de Empresas em 2001, foram obtidos os seguintes resultados. Quanto à faixa etária da população, verificou-se (conforme figura 10) que a
maioria (42,35%) da população tinha idades que variavam de 18 a 23 anos.
FAIXA ETÁRIA
42,35%
24,71%
17,65%15,29%
18 à 23 anos 24 à 29 anos 30 à 35 anos Mais de 35 anosANOS
PER
CEN
TUA
L
Figura 10: Faixa etária da população.
32
Quanto à ocupação dos alunos durante o dia, verificou-se que, (conforme figura
11) 93% exercem alguma atividade durante o dia e que a maioria (56%)
trabalha 8 horas diárias.
OCUPAÇÃO DURANTE O DIA
não trabalha
8 horas diárias
6 horas diárias
4 horas diárias
9 horas diárias
Mais que 9 horas diárias
Figura 11: Ocupação da população durante o dia.
Sobre a renda familiar, verificou-se, (conforme figura 12), que 58,83% têm
renda familiar maior ao equivalente a 8 salários mínimos.
11,76% 14,12% 15,29%
58,83%
até 4 salários mínimos 4 a 6 salários mínimos6 a 8 salários mínimos mais de 8 salários mínimos
Figura 12: Renda familiar da população.
33
Quando indagados sobre o tempo em que se dedicavam (figura 13) aos
estudos, 37,64% afirmaram que estudam apenas para as provas. Entretanto,
apurou-se que 25,88% estudam de 4 a 6 horas e 23,53% de 2 a 4 horas
apenas nos finais de semana.
TEMPO DEDICADO AOS ESTUDOS
3,53%
4,71%
1,18%
1,18%
23,53%
25,88%
37,64%
2,35%
1 hora todos os dias
2 horas todos os dias
4 horas todos os dias
5 horas todos os dias
De 2 a 4 horas somente nos finais de semana
De 4 a 6 horas somente nos finais de semana
somente para as provas
não estuda
Figura 13: Tempo dedicado aos estudos.
Quando perguntados sobre quem custeia os estudos (figura 14), a maioria
(58%) dos entrevistados afirmou que os estudos eram pagos por eles mesmos.
OS ESTUDOS SÃO CUSTEADOS:
58,82%
17,65%
18,82%
4,71%
Pelo aluno
Por parentes
Parte pelo aluno eparte porparentesOutros ( FIES,Empresa, etc.)
Figura 14: Custeamento dos estudos.
34
Da população entrevistada, cursaram o ensino médio em escolas públicas
60%, enquanto que 35% em escolas particulares (figura 15).
ONDE VOCÊ CURSOU O ENSINO MÉDIO?
60%
35%
5%
ESCOLA PÚBLICA
ESCOLAPARTICULAR
PARTEPARTICULAR EPARTE PÚBLICA
Figura 15: Onde cursou o ensino médio.
A maior parte da população (89,41%) é composta de pessoas que nunca
haviam cursado um curso superior, conforme consta na figura 16.
POSSUI OUTRO CURSO SUPERIOR?
89,41%
8,24% 2,35%
NÃO
POSSUIINCOMPLETOPOSSUICOMPLETO
Figura 16: Possui outro curso superior.
Apurou-se também que da população entrevistada a maioria possui
computador, enquanto apenas 33% não o possuem (figura 17).
35
VOCÊ POSSUI COMPUTADOR?
33%
67%
SIMNÃO
Figura 17: Possui computador.
Também a maioria (79%) tem acesso a computador no local de trabalho
(figura 18).
VOCÊ POSSUI ACESSO A COMPUTADOR EM SEU TRABALHO?
79%
21%
SIMNÃO
Figura 18: Acesso a computador no local de trabalho.
Dos entrevistados que possuem computador ou que têm acesso ao
computador em seu local de trabalho, 84,71% afirmaram ter acesso à Internet
(figura 19).
36
VOCÊ TEM ACESSO À INTERNET?
84,71%
15,29%
SIMNÃO
Figura 19: Acesso à Internet.
Verificou-se que da população que possui computador ou que tem acesso
ao computador em seu local de trabalho, a maioria (74,12%), às vezes, utiliza o
computador em seus estudos (figura 20).
VOCÊ UTILIZA O COMPUTADOR EM SEUS ESTUDOS?
20,00%
74,12%
5,88%
sempre as vezes nunca
Figura 20: Utiliza o computador em seus estudos.
Quando indagados se utilizam os computadores da escola (figura 21),
apenas 13% afirmaram que os utilizavam.
37
VOCÊ UTILIZA OS COMPUTADORES DA ESCOLA?
13%
87%
SIMNÃO
Figura 21: Utiliza os computadores da escola.
Pelos dados coletados, pode-se constatar que a maioria dos alunos
pesquisados estão na faixa etária entre 18 e 29 anos, em sua maioria
trabalham o dia todo e têm boa renda familiar. A maior parte da população
pesquisada só estuda nos finais de semana ou para as provas, custeia seus
estudos, cursou o ensino médio em escolas públicas e não possui outro curso
superior. Possuem computador em casa e/ou no local de trabalho e têm acesso
à Internet.
Constata-se pelo questionário que os alunos têm pouco tempo para dedicar
aos estudos e que, apesar de a maioria ter acesso aos computadores e à
Internet, pouco utilizam desses recursos em seus estudos.
Verificou-se, portanto, que a maior parte da população pesquisada tem
algum conhecimento sobre a utilização de microcomputadores.
O objetivo deste é o de verificar se esse aluno pode desenvolver planilhas
de Sistema de Amortização, utilizando um microcomputador e se há vantagem
em termos de aprendizado na sua utilização em comparação às planilhas
desenvolvidas via calculadora. Assim vamos, a seguir, discorrer um pouco
sobre os principais sistemas de amortização e, depois apresentar os resultados
de um exercício proposto aos alunos. Esse exercício foi proposto para uma
38
turma de 41 alunos desenvolver um sistema de amortização com auxílio do
MS Excel e para uma turma de 44 alunos desenvolvê-lo pelo método
tradicional, utilizando calculadoras financeiras.
3.4 SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO 3.4.1 INTRODUÇÃO
Os Sistemas de Amortização são processos financeiros pelos quais uma
dívida é paga por meio de prestações de tal maneira que, ao término do prazo
estipulado o débito seja liquidado. Essas prestações são compostas de duas
partes: a amortização, que é a devolução do capital emprestado, e os juros
correspondentes ao saldo do empréstimo ainda não amortizado. Assim, PRESTAÇÃO = AMORTIZAÇÃO + JUROS.
Essa separação permite um melhor acompanhamento da devolução do
capital e dos juros pagos em qualquer etapa do financiamento. Os Sistemas de
Amortização mais usados são o Sistema Francês, também conhecido como
Sistema PRICE, Sistema de Amortização Constante (S.A.C.) e o Sistema
Misto. Além dos sistemas citados acima, é comum que instituições financeiras
criem sistemas não convencionais, adequados a características do mercado ou
de seus clientes.
3.4.2 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS OU PRICE
Esse sistema é denominado de Sistema Francês pelo fato de ter sido
utilizado primeiro na França no século XIX (SAMANEZ, 2001). Caracteriza-se
pelo pagamento da dívida em prestações iguais periódicas e sucessivas. Como
os juros incidem sobre o saldo devedor, este decresce à medida que as
39
prestações são pagas. Assim, os juros são decrescentes e a amortização da
dívida crescente.
O Sistema Francês também é conhecido como Sistema Price, em
homenagem ao economista inglês Richard Price, que incorporou a teoria do
juro composto às amortizações de empréstimos no século XVIII (SAMANEZ,
2001). Nesse sistema, a taxa de juros é dada em um período maior que o das
prestações (taxa nominal), e o cálculo das prestações, amortizações e juros é
feito considerando a taxa proporcional ao período a que se referem as
prestações.
Para exemplificar, pode-se supor um empréstimo de R$ 100.000,00 a ser
pago em 4 parcelas mensais à taxa de 12%a.a. Assim tem-se:
Saldo devedor, PV= R$ 100.000,00
Número de parcelas, n = 4
Taxa de juros, i = 12%a.a. : 12 (meses) = 1%a.m. : 100 = 0,01a.m.
Cálculo do valor das prestações, PMT:
PMT = PV . ( 1+i )n – 1 i . ( 1 + i )n
PMT = 100.000,00 .
( 1 + 0,01 )4 - 1
0,01 x ( 1 + 0,01)4
PMT = R$ 25.628,10
Determinado o valor das prestações, pode-se então elaborar a planilha a
seguir:
40
Tabela 3: Sistema Francês ou Price
VALOR DA DÍVIDA R$ 100.000,00
TAXA MENSAL DE JUROS 12,00%a.a.=1%a.m.
NÚMERO DE PRESTAÇÕES 4
N SALDO DEVEDOR AMORTIZAÇÃO MENSAL
JUROS VALOR DA PRESTAÇÃO
0 R$ 100.000,00 R$ 122,00
1 R$ 75.371,90 R$ 24.628,10 R$ 1.000,00 R$ 25.628,10
2 R$ 50.497,51 R$ 24.874,39 R$ 753,71 R$ 25.628,10
3 R$ 25.374,38 R$ 25.123,13 R$ 504,97 R$ 25.628,10
4 R$ 0,00 R$ 25.374,38 R$ 253,74 R$ 25.628,10
Os cálculos para a determinação dos juros, da amortização e do saldo
devedor são:
- Juros = Saldo devedor x Taxa de juros
- Amortização = Prestação – Juros
- Saldo devedor após a amortização = Saldo devedor anterior – Amortização
3.4.3 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)
No Sistema de Amortização Constante o saldo devedor é devolvido em
amortizações de igual valor. Procedendo dessa maneira, obtêm-se prestações
decrescentes ao contrário do Sistema PRICE, onde as prestações são iguais
(SAMANEZ, 2001). Para exemplificar, repetira-se o exemplo utilizado no
Sistema Price onde um empréstimo de R$ 100.000,00 deverá der pago em 4
parcelas mensais considerando uma taxa efetiva de 1%a.m.. Assim tem-se:
41
Saldo devedor, PV= R$ 100.000,00
Número de parcelas, n = 4
Taxa de juros, i = 1%a.m. : 100 = 0,01a.m.
O cálculo da amortização será:
Amortização = PV n
Amortização = 100.000,00
4
Amortização = R$ 25.000,00
Determinado o valor das amortizações, pode-se então elaborar a planilha a
seguir:
Tabela 4: Sistema de Amortização Constante (SAC)
VALOR DO PRINCIPAL R$ 100.000,00
TAXA MENSAL DE JUROS 1,00%
PRAZO DO FINANCIAMENTO 4
N SALDO DEVEDOR AMORTIZAÇÃO MENSAL
JUROS VALOR DA PRESTAÇÃO
0 R$ 100.000,00 R$ 122,00
1 R$ 75.000,00 R$ 25.000,00 R$ 1.000,00 R$ 26.000,00
2 R$ 50.000,00 R$ 25.000,00 R$ 750,00 R$ 25.750,00
3 R$ 25.000,00 R$ 25.000,00 R$ 500,00 R$ 25.500,00
4 R$ 0,00 R$ 25.000,00 R$ 250,00 R$ 25.250,00
42
Os cálculos para determinarmos os juros, a prestação e saldo devedor são:
- Juros = Saldo devedor x Taxa de juros
- Prestação = Amortização + Juros
- Saldo devedor após a amortização = Saldo devedor anterior – Amortização
3.4.4 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO
No Sistema de Amortização Misto, o valor da prestação é obtido pela média
aritmética entre os valores das prestações obtidos no Sistema PRICE e no
Sistema de Amortizações Constantes nas mesmas condições de taxa de juros
e prazo de pagamento PUCCINI (2000). Procedendo dessa maneira, tem-se
um sistema onde as amortizações são crescentes e as prestações
decrescentes.
Para exemplificá-lo repetira-se o mesmo exemplo anterior. Temos, então:
Saldo devedor, PV= R$ 100.000,00
Número de parcelas, n = 4
Taxa de juros, i = 1%a.m. : 100 = 0,01a.m.
Teremos, então, a planilha a seguir:
43
Tabela 5: Sistema de Amortização Misto
VALOR DA DÍVIDA R$ 100.000,00
TAXA MENSAL DE JUROS 1%a.m.
NÚMERO DE PRESTAÇÕES 4
N SALDO DEVEDOR AMORTIZAÇÃO MENSAL
JUROS VALOR DA PRESTAÇÃO
0 R$ 100.000,00
1 R$ 75.185,95 R$ 24.814,05 R$ 1.000,00 R$ 25.814,05
2 R$ 50.248,75 R$ 24.937,20 R$ 751,85 R$ 25.689,05
3 R$ 25.187,18 R$ 25.061,57 R$ 502,48 R$ 25.564,05
4 R$ 0,00 R$ 25.187,18 R$ 251,87 R$ 25.439,05
Os cálculos para determinarmos os juros, a prestação, a amortização e
saldo devedor são:
- Juros = Saldo devedor x Taxa de juros
- Prestações = Prestação PRICE + Prestação SAC 2
- Amortização = Prestação – Juros
- Saldo devedor após a amortização = Saldo devedor anterior – Amortização
3.4.5 PRINCIPAIS APLICAÇÕES DOS SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
Apresentaram-se os sistemas de amortização mais utilizados no mercado
financeiro em geral. No Sistema PRICE, as prestações são constantes durante
44
toda a duração do empréstimo e o valor das amortizações cresce com o
decorrer do tempo enquanto os juros caem. No Sistema de Amortizações
Constantes, a amortização, por ser constante, durante todo o empréstimo,
proporciona, além de juros decrescentes, prestações também decrescentes.
Quanto ao Sistema Misto, onde nem as prestações nem as amortizações são
constantes, os juros e as prestações, se comparadas ao SAC, não caem tão
rapidamente e têm valor superior. Se comparado ao Sistema PRICE,
verificamos que só há queda no valor das prestações a partir da metade do
financiamento, sendo que os juros só caem a partir desse momento com o
aumento do valor das amortizações (SAMANEZ, 2001).
O Sistema Price é muito utilizado tanto no setor financeiro quanto no de
capitais, enquanto o SAC e o Misto são mais utilizados pelo Sistema Financeiro
da Habitação (VIEIRA SOBRINHO, 2000).
3.5 EXERCÍCIO APLICADO À AMOSTRA Foi apresentado às duas turmas um exercício resolvido sobre o Sistema
Price, com os passos necessários para o desenvolvimento de uma planilha do
MS Excel. O objetivo era que os alunos construíssem através desse programa
uma planilha para um exercício sobre o Sistema de Amortizações Constantes.
A escolha por esses dois sistemas em detrimento do Sistema Misto foi baseada
no fato de que este é uma mistura do Price com o de Amortizações Constantes
como se mostrou anteriormente. É preciso salientar ainda que, o exercício
proposto não teve um grau de complexidade elevado, já que, as turmas teriam
cerca de 90 minutos para desenvolverem as planilhas e se, o exercício fosse
complexo o tempo poderia não ser suficiente para resolve-lo. A seguir,
apresentar-se-á o exercício resolvido e os passos necessários para a
confecção dessa planilha bem como o exercício proposto.
45
3.5.1 EXERCÍCIO RESOLVIDO
Foi desenvolvido o seguinte exercício sobre o Sistema Price:
Faça a planilha de um empréstimo de R$ 200.000,00 a ser pago em 5 parcelas
mensais à taxa nominal de 48,00%a.a. pelo Sistema Price.
Como apresentado anteriormente, esse sistema é caracterizado pelo
pagamento da dívida em prestações iguais periódicas e sucessivas e pela
utilização da taxa de juros proporcional ao período a que se referem as
prestações. Portanto a resolução deste problema deve seguir os seguintes
passos:
1- Temos que, PV= R$ 200.000,00, n = 5, i = 48%a.a.
2- A taxa deve ser dividida por 12. Então, i = 48% :12 = 4%a.m.
3- O valor de cada prestação será calculado pela fórmula:
PMT = PV . ( 1+i )n – 1 i . ( 1 + i )n
PMT = 200.000,00 .
( 1 + 0,04 )5 – 1
0,04 x ( 1 + 0,04)5
PMT = R$ 44.925,42
4- O cálculo dos juros é: Juros = Saldo devedor x Taxa de juros
5- O cálculo da amortização é: Amortização = Prestação – Juros
6- Saldo devedor após a amortização = Saldo devedor anterior – Amortização
46
Esses cálculos, quando efetuados no MS Excel produzem, a seguinte
planilha:
Tabela 6: Planilha Price
C D E F G
9 VALOR DA DÍVIDA R$200.000,00 10 TAXA MENSAL DE JUROS (%) 4% 11 NÚMERO DE PRESTAÇÕES 5 12 13 VALOR DA 14 n SALDO DEVEDOR
AMORTIZAÇÃO MENSAL JUROS PRESTAÇÃO
15
16 0 R$200.000,00 R$122,00 17 1 R$163.074,58 R$36.925,42 R$8.000,00 R$44.925,42 18 2 R$124.672,14 R$38.402,44 R$6.522,98 R$44.925,42 19 3 R$84.733,60 R$39.938,54 R$4.986,88 R$44.925,42 20 4 R$43.197,52 R$41.536,08 R$3.389,34 R$44.925,42 21 5 R$ 0.00 R$43.197,52 R$1.727,90 R$44.925,42
Os passos utilizados para a introdução das fórmulas no MS Excel foram:
1- Cálculo do valor das prestações (G17 à G21) pode ser feito através da
expressão abaixo:
=ARREDONDAR.PARA.BAIXO($G$9/((((1+($G$10))^$G$11)- 1)/(((1+($G$10))^$G$11)*($G$10)));2)
Onde: - ARREDONDAR.PARA.BAIXO: Despreza valores após a segunda
casa decimal (;2). - $G$9, $G$10 e $G$11: Faz o valor dessas células ser absoluto
quando a fórmula é copiada para outra célula.
Essa fórmula foi inserida na célula G17 e, posteriormente, copiada para as
células G18, G19, G20 e G21.
47
2- O saldo devedor na célula D16 é a cópia do valor digitado na célula G9
(=G9) e os saldos apresentados nas células D17, D18, D19 e D20 são obtidos
pela subtração do saldo devedor anterior pela amortização do período.
3- Os juros (F17) são obtidos pela multiplicação da taxa de juros (G10) pelo
saldo devedor do período anterior através da seguinte expressão,
=ARREDONDAR.PARA.BAIXO(($G$10*D16);2) que é copiada para as células
F18, F19, F20 e F21.
4- A amortização (E17 à E21) é obtida pela subtração da prestação (G17 à
G21) pelos juros (F17 à F21) de cada período.
5- As células D16 à D20, E17 à E21, F17 à F21, G17 à G21 e G9 estão no
formato moeda.
6- A célula G10 está no formato %.
Na elaboração dessa planilha, não foram utilizadas as funções financeiras
já existentes no MS Excel, visto que o objetivo é o de que os alunos
desenvolvam uma planilha do Sistema de Amortizações Constantes, onde não
é possível utilizar tais funções.
3.5.2 EXERCÍCIO PROPOSTO Foi proposto aos alunos o seguinte exercício sobre o Sistema de
Amortizações Constantes:
Faça a planilha de um empréstimo de R$ 200.000,00 a ser pago em 5
parcelas mensais à taxa nominal de 4,00%a.m. pelo Sistema de Amortizações
Constantes. Como apresentado anteriormente, esse sistema é caracterizado
pelo valor constante das amortizações durante toda a duração do empréstimo.
Portanto a resolução deste problema deve seguir os seguintes passos:
1- Tem-se que PV= R$ 200.000,00, n = 5, i = 4%a.m.
2- O valor da amortização é calculado pela fórmula:
48
Amortização = Principal n
Amortização = 200.000,00 = R$ 40.000,00
5
3- O cálculo dos juros é: Juros = Saldo devedor x Taxa de juros
4- O cálculo da prestação é: Prestação = Amortização + Juros
5- Saldo devedor após a amortização = Saldo devedor anterior – Amortização
Esses cálculos, quando efetuados no MS Excel, produzem a seguinte
planilha:
Tabela 7: Planilha SAC.
C D E F G
9 VALOR DA DÍVIDA R$200.000,00 10 TAXA MENSAL DE JUROS (%) 4% 11 NÚMERO DE PRESTAÇÕES 5 12
13
14 n SALDO DEVEDOR AMORTIZAÇÃO
MENSAL JUROS VALOR
DAPRESTAÇÃO 15
16 0 R$200.000,00 R$122,00 17 1 R$160.000,00 R$40.000,00 R$8.000,00 R$48.000,00 18 2 R$120.000,00 R$40.000,00 R$6.400,00 R$46.400,00 19 3 R$80.000,00 R$40.000,00 R$4.800,00 R$44.800,00 20 4 R$40.000,00 R$40.000,00 R$3.200,00 R$43.200,00 21 5 R$ 0.00 R$40.000,00 R$1.600,00 R$41.600,00
Os passos utilizados para a introdução das fórmulas no MS Excel foram:
49
1- Cálculo do valor da amortização (E17 à E21) pode ser feito através da
expressão a seguir:
=ARREDONDAR.PARA.BAIXO(($G$9/$C$21);2) Onde: - ARREDONDAR.PARA.BAIXO: Despreza valores após a segunda
casa decimal (;2). - $G$9 e $C$21: Faz o valor dessas células ser absoluto quando a
fórmula é copiada para outra célula.
Essa fórmula foi inserida na célula E17 e, posteriormente copiada para as
células E18, E19, E20 e E21.
2- O saldo devedor na célula D16 é a cópia do valor digitado na célula G9
(=G9), e os saldos apresentados nas células D17, D18, D19 e D20 são
obtidos pela subtração do saldo devedor anterior pela amortização do período.
3- Os juros (F17)são obtidos pela multiplicação da taxa de juros (G10) pelo
saldo devedor do período anterior através da seguinte expressão,
=ARREDONDAR.PARA.BAIXO(($G$10*D16);2) que é copiada para as células
F18, F19, F20 e F21.
4- As prestações (G17 à G21) são obtidas pela adição da amortização (E17 à
E21) com os juros (F17 à F21) de cada período.
5- As células D16 à D20, E17 à E21, F17 à F21, G17 à G21 e G9 estão no
formato moeda.
6- A célula G10 está no formato %.
3.5.3 RESULTADOS OBTIDOS NO EXPERIMENTO Após apresentar-se a resolução do Sistema Price via calculadora para a
turma A e via MS Excel para a turma B, foi solicitado, após uma explicação
sobre o Sistema de Amortizações Constantes, que as turmas A e B
desenvolvessem o exercício com o uso de calculadoras e do MS Excel
respectivamente. É preciso esclarecer que todos os alunos envolvidos no
experimento tinham algum conhecimento sobre o MS Excel, entretanto os
50
microcomputadores e também o MS Excel não são freqüentemente utilizados
pelos alunos durante o curso, ao contrário das calculadoras, que têm uso
intenso. É preciso salientar ainda que o tempo dado para os alunos resolverem
o problema foi o mesmo (cerca de 90 minutos) e que o professor não tirou
dúvidas dos alunos, mas apenas evitou que houvesse troca de informações
entre eles. Finalmente, lembramos que o exercício a ser resolvido não poderia
ter um grau de complexidade muito alto, pois haveria o risco de os alunos não
o terminarem no tempo estipulado. Para a resolução do exercício, foi fornecida
aos alunos a estrutura da planilha já pronta, conforme a figura abaixo.
EXERCÍCIO: ALUNO(A): Faça a planilha de um empréstimo de R$ 200.000,00 a ser pago em 5 parcelas mensais à taxa de 4,00%a.m. pelo Sistema de Amortizações Constantes. Principal Taxa de juros (%) n prestação n SALDO DEVEDOR AMORTIZAÇÃO JUROS PRESTAÇÃO 0 1 2 3 4 5 Figura 22: Exercício e estrutura da planilha fornecida aos alunos.
Para os alunos que iriam desenvolver a planilha no MS Excel, as células já
estavam com formato de moeda.
Os resultados obtidos foram:
TURMA A:
Dos 44 alunos que deveriam desenvolver o sistema utilizando as
calculadoras financeiras, apurou-se que 34 alunos (79,5%) conseguiram
51
desenvolver a contento a planilha solicitada e que 10 alunos (20,5%) não
conseguiram desenvolve-la (figura 23).
TURMA A: RESOLUÇÃO UTILIZANDO CALCULADORAS
79,5%
20,5%
DESENVOLVERAM APLANILHA
NÃODESENVOLVERAM APLANILHA
Figura 23: Turma A: Resolução utilizando calculadoras financeiras.
TURMA B:
Dos 41 alunos que deveriam desenvolver o sistema utilizando o MS Excel,
apurou-se que 33 alunos (80,5%) conseguiram desenvolver a planilha
solicitada e que 8 alunos (19,5%) não conseguiram desenvolve-la (figura 24).
TURMA B: RESOLUÇÃO UTILIZANDO O MS EXCEL
80,5%
19,5%
DESENVOLVERAM APLANILHA
NÃO DESENVOLVERAMA PLANILHA
Figura 24: Turma B: Resolução utilizando o MS Excel.
52
3.6 CONCLUSÃO
Verificou-se que existe uma larga utilização das calculadoras no ensino da
Matemática Financeira e que, apesar de a maioria dos alunos terem acesso
aos microcomputadores, seu uso ainda não é privilegiado no ensino da
matéria. Também no ensino dos Sistemas de Amortização existe a preferência
pelo uso das calculadoras ou de programas de computador que reproduzem a
calculadora HP-12C e que a utilização de programas de planilhas eletrônicas
tipo MS Excel ainda é restrito.
Sobre a população pesquisada, verificou-se que a maioria dos alunos estão
na faixa etária entre 18 e 29 anos, trabalham oito horas diárias e têm boa
renda familiar. Verificou-se também que dedicam pouco tempo aos estudos,
que custeiam seus estudos, que cursaram o ensino médio em escolas públicas
e não possuem outro curso superior. Possuem microcomputador em casa e/ou
no local de trabalho, e têm acesso à Internet. Apurou-se também que, apesar
de utilizarem às vezes os computadores em seus estudos, essa ferramenta não
é muito utilizada na escola.
Quanto ao experimento realizado, verificou-se que os resultados da
resolução dos exercícios com o uso de calculadoras ou com a utilização do MS
Excel foram praticamente os mesmos, 79,5% para os que resolveram com a
calculadora e 80,5% para os que utilizaram o MS Excel. Pode-se concluir,
pelos resultados obtidos, que é viável o ensino dos sistemas de Amortização
via planilhas eletrônicas, desde que o aluno tenha algum conhecimento dessa
ferramenta.
Além da vantagem de se obter uma melhor estética no trabalho, há também
o fato de que, ao utilizar essa ferramenta para confeccionar a planilha, na
realidade ele constrói uma planilha genérica que pode ser utilizada para a
rápida solução de outros problemas desse sistema. Para isso basta, apenas,
acrescentar ou retirar linhas de acordo com o número de parcelas do
empréstimo, copiando e colando as fórmulas da linha anterior, e alterar os
valores do principal, da taxa de juros e do número das parcelas. Finalmente,
53
pode-se salientar que a utilização das planilhas eletrônicas capacita o aluno a
um mercado de trabalho onde seu uso é cada vez mais intenso
.
54
CAPÍTULO 4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS TRABALHOS
4.1 CONCLUSÕES Com a crescente globalização por que passa o mundo, o mercado de
trabalho carece de profissionais capazes de aliar o conhecimento adquirido na
escola à utilização de novas tecnologias. Portanto, é necessário que a
educação, hoje, alie o conteúdo da matéria ao uso da informática, visando a
formar profissionais capazes de suprir as necessidades do mercado de
trabalho.
Sob essa perspectiva, com vista a alcançar o objetivo geral estabelecido
neste trabalho, foi realizado um estudo sobre a utilização do microcomputador
no processo ensino-aprendizagem da Matemática Financeira em cursos
superiores.
Ao realizar este trabalho, apurou-se que, se a princípio o ensino de
Matemática Financeira utilizava tabelas para resolução dos mais variados
problemas com o intuito de agilizar os cálculos, tais tabelas foram praticamente
abandonadas com o surgimento das calculadoras financeiras. As calculadoras
proporcionavam maior velocidade e precisão na resolução dos cálculos.
Com o surgimento e posterior popularização dos microcomputadores, com
sua capacidade de processar um grande número de dados aliados ao
surgimento de programas tipo “MS Excel”, esses começam a desempenhar um
papel crescente no estudo dessa matéria. Tais programas permitiram aumentar
ainda mais a velocidade de resolução dos problemas da matéria, bem como
solucionar problemas de maior complexidade e principalmente os que
demandavam maior número de cálculos repetitivos, como o dos Sistemas de
Amortização, de uma maneira mais simples.
Apurou-se também que, o ensino à distância de Matemática Financeira,
apesar das inúmeras vantagens de sua utilização, ainda é incipiente nas
instituições de ensino. Pois a maioria dos autores pesquisados neste trabalho
55
não fazem nenhuma abordagem a esta modalidade de ensino da Matemática
Financeira.
Ao efetuar a pesquisa exploratória nos cursos onde é lecionada a disciplina
Matemática Financeira, em instituições de ensino superior brasileiro, verificou-
se que, apesar da pouca ênfase que é dada nos livros sobre o uso das
calculadoras financeiras, a maioria dos entrevistados direciona o ensino da
matéria para seu uso. Verificou-se também que, apesar do acesso dos alunos
aos microcomputadores ser elevado, sua utilização no ensino da matéria ainda
é restrito. Constatou-se ainda que os programas mais utilizados são sobre a
calculadora HP-12C. Quanto ao MS Excel, apurou-se que, mesmo sendo uma
poderosa ferramenta, seu uso ainda não é intenso no ensino da matéria.
Ao efetuar a pesquisa com o grupo de alunos, constatou-se que a maioria
dos entrevistados ou possuem microcomputadores ou têm acesso a eles em
seu local de trabalho. Apesar disto, utilizam pouco os microcomputadores,
tanto em seus estudos, como na escola. Portanto, face à popularização desta
ferramenta, conclui-se que é possível aumentar sua utilização em sala de aula.
Investigou-se, no estudo de caso, se esse grupo de alunos poderiam
desenvolver planilhas de Sistema de Amortização utilizando um micro-
computador, e se haveria vantagem, em termos de aprendizado, na sua
utilização em comparação às planilhas desenvolvidas via calculadora.
Verificou-se que, apesar de o índice de resolução dos que utilizaram a
calculadora, ter ficado próximo ao dos que utilizaram o MS Excel, pode-se
concluir que esta apresenta uma série de vantagens, tais como melhor estética
do trabalho e maior velocidade de resolução visto que, ao confeccionar uma
planilha, na realidade constrói-se uma planilha genérica para resolução de
outros problemas sobre o mesmo Sistema de Amortização. Para tanto, basta
adaptá-la aos diversos parâmetros do outro exercício. Pode-se ressaltar
também que, ao utilizar as planilhas eletrônicas o aluno torna-se mais
capacitado a utilizá-lo no mercado de trabalho, onde seu uso é cada vez mais
intenso.
É preciso destacar ainda que, se o exercício fosse com planilhas mais
extensas, provavelmente os resultados obtidos seriam diferenciados dos
56
obtidos em favor da planilha eletrônica, já que quanto maior a complexidade,
maiores são as vantagens no uso do computador.
Assim, conclui-se que, apesar das vantagens da utilização das calculadoras
no ensino da matéria, como a de que podem ser levadas a todos os lugares, os
computadores por sua capacidade de processar grande quantidade de dados a
uma velocidade maior que as calculadoras, aliada a facilidade de efetuar-se
cálculos repetitivos com rapidez, é uma importante ferramenta, que pode e
deve ser cada vez mais implementada no processo de ensino/aprendizagem da
Matemática Financeira.
4.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS Recomenda-se, para futuras pesquisas, um trabalho que investigue o
ensino de todos os tópicos da Matemática Financeira (a partir do Sistema de
Capitalização Composto) com o uso exclusivo do MS Excel para uma turma
em contraponto com outra em que só fosse utilizada a calculadora financeira.
Esse trabalho poderia enfocar alguns aspectos importantes, tais como as
dificuldades encontradas pelos professores, as vantagens e desvantagens de
se utilizar a calculadora ou o MS Excel e o aproveitamento dos alunos, entre
outros.
Recomenda-se um trabalho que investigue as vantagens em mesclar o
ensino à distância com o ensino presencial de Matemática Financeira. Este
trabalho poderia enfocar como se daria o ensino da matéria através de um
ambiente virtual de aprendizagem com a utilização de ferramentas tipo MS
Excel.
Finalmente, recomenda-se investigar se há vantagens em se abandonar o
uso das calculadoras em sala de aula e utilizar exclusivamente o MS Excel no
processo de ensino/aprendizagem de Matemática Financeira. Esse trabalho
poderia investigar alguns aspectos importantes, tais como as dificuldades
encontradas pelos professores, as vantagens e desvantagens de se utilizar
57
exclusivamente o MS Excel e o aproveitamento e as dificuldades encontradas
pelos alunos.
58
REFERÊNCIAS
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HP12C, HP19BII, HP 17BII, HP10B. São Paulo: Atlas, 2001.
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Educação. São Leopoldo : Unisinos, 1998.
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Makron Books, 2000.
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2002.
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1994.
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Revista TB, 120 : 57/70, 1995.
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considerações. Rio de Janeiro, s/n, 1997.
LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho
científico. São Paulo: Atlas, 2001.
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de Janeiro : Revista Tecnologia Educacional, vol.23, n.126, 1995.
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Centro de Educação À Distância, Rio de Janeiro, ano 1, n. 5, out./nov./dez.
1994. p. 1-3.
59
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tecnologias e mediação pedagógica. São Paulo : Papirus Editora, 2000.
MATHIAS, Washington Franco, GOMES, José Maria. Matemática Financeira.
São Paulo: Atlas, 2002.
NISKIER, Arnaldo. Tecnologia educacional : uma visão política. Petrópolis :
Vozes, 1993.
PEREIRA, Mário Geraldo. Plano Básico de amortização pelo sistema francês e
respectivo fator de conversão. Tese (Doutorado em Ciências Econômicas) –
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POSTMAN, Neil. Tecnopólio : a rendição da cultura à tecnologia. São Paulo:
Nobel, 1996.
PRETI, Oreste (ORG.). Educação à distância: inícios e indícios de um
percurso, NEAD/IE-UFMT,Cuiabá, UFMT,1996.
PUCCINI, Abelardo de Lima. Matemática Financeira objetiva e aplicada. Rio de
Janeiro : LTC, 2000.
SAMANEZ, Carlos Patrício. Matemática Financeira : aplicações à análise de
investimentos. São Paulo : Prentice Hall, 2001.
SHINODA, Carlos. Matemática Financeira para usuários do Excel. São Paulo:
Atlas, 1998.
VIEIRA SOBRINHO, José Dutra. Matemática Financeira. São Paulo: Atlas,
2000.
60
APÊNDICE A QUESTIONÁRIO ENVIADO ÀS INSTITUIÇÕES DE ENSINO
SUPERIOR
1- Você permite que seus alunos utilizem calculadoras financeiras em suas
tarefas?
( ) Sim ( ) Não
2- Você direciona seu curso para o uso das calculadoras financeiras em
detrimento do ensino clássico com o uso de fórmulas e/ou tabelas?
( ) Sim ( ) Não
3- Existe disponibilidade de computadores para uso dos alunos nessa
instituição?
( ) Sim ( ) Não
4- Caso a resposta da questão anterior tenha sido afirmativa, você utiliza
computadores no ensino de Matemática Financeira?
( ) Sim ( ) Não
5- Caso a resposta da questão anterior tenha sido afirmativa, durante o curso
você utiliza esse recurso?
( ) Menos de 20% do tempo disponível.
( ) Entre 20% e 40% do tempo disponível.
( ) Entre 40% e 60% do tempo disponível
( ) Mais de 60% do tempo disponível
6- Você utiliza o MS Excel no ensino de Matemática Financeira?
( ) Sim ( ) Não
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7- Você utiliza o MS Excel no ensino dos Sistemas de Amortização?
( ) Sim ( ) Não
8- Você utiliza algum programa específico durante o ensino de Matemática
Financeira, qual?
9- Você utiliza algum programa específico durante o ensino dos Sistemas de
Amortização, qual?
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APÊNDICE B QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS
Marque apenas uma das alternativas.
1- Qual é sua idade:
a) De 18 a 23 anos.
b) De 24 a 29 anos.
c) De 30 a 35 anos.
d) Mais de 35 anos.
2- Você trabalha?
a) Não
b) Sim, 8 horas diárias
c) Sim, 6 horas diárias
d) Sim, horas diárias
3- Qual é sua renda familiar mensal?
a) Até 4 Salários Mínimos.
b) De 4 a 6 Salários Mínimos.
c) De 6 a 8 Salários Mínimos.
d) Mais de 8 Salários Mínimos.
4- Você dedica a seus estudos:
a) Todos os dias, horas.
b) Somente nos fins de semana, horas.
c) Somente paras as provas.
d) Nunca.
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5- Seus estudos são pagos por:
a) Você mesmo.
b) Seus familiares.
c) Parte por você, parte por familiares.
d) Outros (Empresa, FIES, etc.).
6- Onde você cursou o ensino médio?
a) Escola pública.
b) Escola particular.
c) Parte na particular e parte na pública.
7- Você possui outro curso superior?
a) Não.
b) Sim, incompleto.
c) Sim, completo.
8- Você possui computador em casa?
a) Sim.
b) Não.
9- Você possui acesso a computador em seu local de trabalho?
a) Sim.
b) Não.
10- Caso as respostas das perguntas 8 e/ou 9 sejam afirmativas, você possui
acesso à Internet?
a) Sim.
b) Não.
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11- Caso as respostas das perguntas 8 e/ou 9 sejam afirmativas, você utiliza o
computador em seus estudos?
a) Sempre.
b) Às vezes.
c) Nunca.
12- Você utiliza o computador da faculdade em seus estudos?
a) Sim.
b) Não.