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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ESPESSAMENTO DE LODO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA ATRAVÉS DE FLOTAÇÃO POR AR DISSOLVIDO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Pablo Weber Valcorte Santa Maria, RS, Brasil 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ESPESSAMENTO DE LODO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA ATRAVÉS DE FLOTAÇÃO POR

AR DISSOLVIDO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Pablo Weber Valcorte

Santa Maria, RS, Brasil 2014

ESPESSAMENTO DE LODO DE UMA ESTAÇÃO DE

TRATAMENTO DE ÁGUA ATRAVÉS DE FLOTAÇÃO POR

AR DISSOLVIDO

Pablo Weber Valcorte

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito

parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil

Orientador: Prof. Elvis Carissimi

Santa Maria, RS, Brasil 2014

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer aos meus pais, por todo apoio e suporte

em toda minha vida acadêmica até aqui, sempre me proporcionaram totais condições

de estudo, me apoiaram em todas as conquistas alcançadas até hoje.

Agradeço em especial minha namorada, Vanessa Lovatto Palma, por todo

carinho, amor e ajuda nessa empreitada, muitas vezes deixando de realizar suas

atividades para me apoiar.

Agradeço também ao professor Elvis Carissimi, meu orientador, por todo

suporte concedido e paciência para o desenvolvimento deste trabalho.

A todos meus familiares e amigos, que sempre me apoiaram durante toda a

faculdade, por mínima que tenha sido a ajuda sempre irei lembrar.

Agradeço também a UFSM e aos professores do curso, por todo conhecimento

passado e contribuição para a minha formação.

RESUMO

Trabalho de conclusão de curso Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Tecnologia

ESPESSAMENTO DE LODO DE UMA ESTAÇÃO DE

TRATAMENTO DE ÁGUA ATRAVÉS DE FLOTAÇÃO POR AR DISSOLVIDO

AUTOR: Pablo Weber Valcorte ORIENTADOR: Elvis Carissimi

DATA E LOCAL DA DEFESA: Santa Maria, 15 de janeiro de 2015.

A água para poder ser utilizada para o consumo humano necessita de

condições adequadas quanto aos parâmetros físico-químicos e microbiológicos para

poder ser distribuída para a população.

Um método que vem sendo estudado é o da Flotação por Ar Dissolvido (FAD),

no qual consiste a inserção de micro bolhas de ar que ao ser introduzida no processo

se adere as partículas e elevam elas até a superfície fazendo com que seja mais fácil

sua retirada e assim aumentando a eficiência do processo, juntamente a quantidade

de lodo que é gerada devido a este processo é em menor escala mas com uma

concentração maior.

O objetivo desse trabalho foi verificar que a eficiência na utilização da FAD

apresenta um espessamento maior do lodo. Foi também avaliado algumas condições

operacionais da FAD (pressão de saturação e taxa de reciclo), e realizado um

comparativo entre o adensamento do lodo por FAD e sedimentação.

De acordo com os resultados obtidos, foi possível verificar que a utilização do

processo de FAD gera uma alta quantidade de sólidos totais (concentração) no lodo

flotado em relação a amostra bruta. Foi feito uma comparação entre a FAD e a

sedimentação, na qual a FAD apresentou teor de sólidos totais em maior quantidade

do que o lodo sedimentado, e na parte líquida a turbidez medida com a FAD

apresentou valores menores em relação a parte líquida sedimentada.

Palavras-chave: Flotação por Ar dissolvido; espessamento; lodo.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11

2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 12

2.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 12

2.2 Objetivos Específicos ................................................................................ 13

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................... 13

3.1 Tratamento da água para consumo humano ............................................ 13

3.1.1 Coagulação ..................................................................................... 13

3.1.2 Floculação ....................................................................................... 13

3.1.3 Decantação ..................................................................................... 14

3.1.4 Filtração .......................................................................................... 14

3.1.5 Desinfecção .................................................................................... 15

3.1.6 Fluoretação ..................................................................................... 15

3.2 Resíduos Sólidos Gerados na Estação de Tratamento de Água .... 16

3.2.1 Caracterização Quali-quantitativa ................................................... 16

3.2.2 Processos de Adensamento de Lodos ............................................ 17

3.3 Destinação dos resíduos........................................................................... 18

3.3.1 Fabricação de materias de construção civil .................................... 18

3.3.2 Recuperação como coagulante....................................................... 20

3.3.3 Disposição em Estações de Tratamento de Efluentes .................. 20

3.4 Flotação por ar dissolvido ......................................................................... 20

3.4.1 Detalhamento da tecnologia ........................................................... 20

3.4.2 Aplicações na indústria mineral....................................................... 27

3.4.3 Potencial de aplicação no tratamento de águas e no adensamento de lodo de ETA ................................................................................................ 27

4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................... 28

4.1 Alimentação .............................................................................................. 28

4.2 Método ...................................................................................................... 28

4.2.1 Unidade Experimental – Flotação por Ar Dissolvido .................. 28

4.2.2 Sedimentação ................................................................................. 30

4.3 Análises .................................................................................................... 32

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 34

5.1 Eficiência de adensamento do lodo da ETA através do monitoramento da redução de sólidos suspensos totais ...................................... 34

5.2 Condições operacionais de flotação por ar dissolvido (Pressão de Saturação, Taxa de Reciclo) ................................................................................ 35

5.3 Comparação entre o adensamento por FAD e sedimentação ............ 35

6 CONCLUSÕES ................................................................................................ 37

7 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 38

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Distribuição do tamanho de bolhas produzidas por válvula agulha e tipo WRC. (ZABEL, 1984). ............................................................................................... 24

Figura 2 – Variações dos bocais difusores testados. (RYKAART e HAARHOFF (1995 apud MAIA 2010)) ..................................................................................................... 25

Figura 3 – Fluxograma funcionamento Saturador de Bancada ................................. 29 Figura 4 – Saturador de bancada Aquaflot S.A ......................................................... 29

Figura 5– Experimento montado com o saturador de bancada, a célula de acrílico e o agitador magnético; ................................................................................................... 30 Figura 6 – Amostra bruta – início da sedimentação .................................................. 31

Figura 7– Amostra bruta – Durante a sedimentação ................................................. 31 Figura 8 – Mufla J. PROLAB Com. De Produtos Para Laboratório Ltda. Esterilização MOD. SE 6 ................................................................................................................ 32 Figura 9 – Turbidímetro AP 2000 Policontrol ............................................................. 34

Figura 10 – Ensaio de Sedimentação ....................................................................... 36

LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Tecnologia de tratamento e características do sistema de lavagem, método de filtração e coagulantes usados nas ETAs 1, 2, 3 e 4 (Di Bernardo et al. 2002 (apud Di Bernardo et al. 2010)) ........................................................................................... 17

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Sólidos totais com pressão de 90 Psi no saturador de bancada ............. 34 Tabela 2 – Sólidos totais com taxa de recirculação em 30 % ................................... 35

Tabela 3 – Sólidos totais após sedimentação e comparações .................................. 36 Tabela 4 – Ensaio de Turbidez .................................................................................. 37

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

CORSAN – Companhia Riograndense de Saneamento

ETA – Estação de Tratamento de Água

ETE – Estação de Tratamento de Esgoto

ETR – Estação de Tratamento de Resíduos

FAD – Flotação por Ar Dissolvido

LEMA – Laboratório para estudos para o Meio Ambiente

P0 – Peso inicial

P1 – Peso final após evaporação

P(%) – Porcentagem de eficiência em relação a amostra bruta

pH – Potencial Hidrogeniônico

RETAs – Resíduos de Estações de Tratamento de Água

SST – Sólidos Suspensos Totais

ST – Sólidos Totais

ST0 – Concentração de sólidos totais da amostra bruta

ST1 – Concentração de sólidos totais (com diferentes taxas de recirculação)

UFSM – Universidade Federal de Santa Maria

USMB – Unidade Separadora de Microbolhas

Va – Voluma da amostra

11

1 INTRODUÇÃO

A água a ser utilizada para consumo humano é captada de mananciais que são

devidamente analisados, para que a mesma atenda as condições adequadas quanto

aos parâmetros físico-químicos e microbiológicos presentes na Portaria 2914 (2011),

não atendendo essas condições deve passar por um tratamento, podendo assim ser

distribuída para a população. O sistema convencional de tratamento de água consiste

nas seguintes unidades: captação, adução, estação de tratamento, reservação e

redes de distribuição.

A captação da água pode ser realizada por meio de águas naturais de

nascentes, represas ou depósitos subterrâneos (mananciais), a água pode variar

conforme as condições locais, hidrológicas, topográficas, e no caso de depósitos

subterrâneos pode variar em função de condições hidrogeológicas.

A adução consiste em canalizações dos sistemas de abastecimento de água

que conduzem a água para as unidades que precedem a rede de distribuição. Essa

unidade pode ser classificada em três tipos: adutora por gravidade, adutora por

recalque e adutoras mistas.

Após essas duas unidades, captação e adução, a água chega na unidade de

Estação de Tratamento onde ela passa por um controle altamente minucioso para que

atenda os padrões de potabilidade.

Na Estação de Tratamento de Água (ETA) inicia o processo de tratamento da

mesma para que se torne apta para consumo humano. Os principais métodos

utilizados são: coagulação e/ou floculação, sedimentação ou flotação, filtração e

desinfecção.

Dependendo da qualidade da água de captação, combina-se as operações

unitárias de tratamento da ETA, de forma que o resultado final de qualidade de água

fique dentro dos padrões de potabilidade da água estabelecidos pelo Ministério da

Saúde. O tratamento consiste na remoção de partículas finas em suspensão e em

solução, algas e micro-organismos presentes na água bruta através do emprego de

reagentes químicos de agregação de partículas e ajuste do pH e/ou alcalinidade da

água.

Normalmente, são utilizados sais de ferro ou de alumínio, que acabam

formando coágulos pelos hidróxidos insolúveis, e, que podem ou não estar associado

12

ao uso de um polímero floculante. Esses agregados são separados nos decantadores

(ou flotadores, se for o caso), e, nos filtros em menor proporção. A fase sólida que é

separada da fase líquida, é denominada de lodo.

O lodo acumulado nos decantadores varia de 60 a 95% da quantia total de

resíduos gerados em uma estação de tratamento de água. O resíduo pode variar muito

em relação ao teor de sólidos, devido ao tipo de separação sólido-líquido, modo de

descarga e a frequência de limpeza.

Este lodo gerado no tratamento da água é um grande problema, principalmente

quando sua destinação é efetuada de maneira incorreta nos mananciais hídricos. As

Estações de Tratamento de Água (ETAs) necessitam se adaptar para a correta

destinação do lodo produzido durante o tratamento.

Dessa forma, o objetivo desse trabalho consiste em avaliar a aplicação da

Flotação por Ar Dissolvido (FAD) no espessamento do lodo removido na etapa de

sedimentação. A FAD possui uma grande aplicação no adensamento de minérios e

rejeitos de mineração, e com série de vantagens em relação a cinética, operação e

redução de custos quando comparados a processos convencionais de centrifugação,

filtração, oxidação, decantação, fluoretação e verificando fatores, concentração de

sólidos totais, adensamento do lodo, visando estabelecer uma melhora no tratamento

de água e no destino final dos resíduos referentes a mesma. Mesmo sendo uma

tecnologia conhecida, a FAD não é comumente utilizada como operação unitária para

o tratamento da água e o destino final dos resíduos referentes ao processo de

potabilização.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho foi avaliar a eficiência de espessamento de lodo

de ETA através da flotação por ar dissolvido.

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2.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos foram:

Avaliar em laboratório a eficiência de adensamento do lodo de ETA em

escala de bancada, através do monitoramento da concentração de

sólidos suspensos totais (SST);

Avaliar as condições operacionais de flotação por ar dissolvido (Pressão

de Saturação, Taxa de Reciclo);

Avaliar comparativamente o adensamento por FAD e sedimentação.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Tratamento da água para consumo humano

A água antes de ser destinada para o consumo humano necessita passar por

um tratamento para que possua os padrões de potabilidade. Atualmente o processo

de tratamento da água consiste nas seguintes etapas:

3.1.1 Coagulação

Após a água ser captada de um manancial e passar por um sistema de grades

que impede a entrada de elementos macroscópicos grosseiros (animais mortos,

folhas, etc.) no sistema. Parte das partículas está em suspensão fina, em estado

coloidal ou em solução, e por ter dimensões muito reduzidas (como a argila, por

exemplo), não se depositam, dificultando a remoção.

O processo de coagulação visa aglomerar essas partículas, aumentando o seu

volume e peso, fazendo com que a gravidade passe a agir sobre elas. Usualmente

para que ocorra o processo é adicionado cal hidratada (hidróxido de cálcio) e sulfato

de alumínio, sendo agitada rapidamente a água, as partículas de sujeira se agregam

pois ficam eletricamente desestabilizadas

3.1.2 Floculação

A floculação é uma operação unitária, que envolve apenas fenômenos físicos

de aglutinação das partículas, que constitui um conjunto de fenômenos físicos, nos

quais se tenciona, em última instância, reduzir o número de partículas suspensas e

14

coloidais presentes na massa líquida. Para que seja possível realizar a floculação,

segundo Libânio (2010), fornecem-se condições em termos de tempo e agitação para

que seja possível ocorrer os choques entre as partículas anteriormente

desestabilizadas pela ação do coagulante objetivando a formação dos flocos a serem

posteriormente removidos por sedimentação/flotação ou, nas estações de filtração

direta, nas próprias unidades de filtração.

3.1.3 Decantação

Nesse momento a água não é mais agitada, para que os flocos que foram

formados na etapa anterior sejam sedimentados, separando-se da água pela força da

gravidade. A sedimentação das partículas suspensas propicia a clarificação da água

pela separação da fase sólida, que necessita ser removida periodicamente do fundo

do decantador. O lodo do fundo é conduzido para tanques de depuração. O ideal é

que ele seja transformado em adubo, em um biodigestor. A água decantada, mais

limpa, vai para o filtro de areia.

Segundo Libânio (2010), a decantação consiste na última etapa da clarificação

dentro do contexto de múltiplas barreiras no qual o tratamento de água se insere.

Dessa forma, a nomenclatura correta preconiza referir às partículas sedimentadas e

ao efluente como água decantada.

3.1.4 Filtração

Segundo Libânio (2010), a filtração constitui-se no processo que tem como

função primordial a remoção das partículas suspensas e coloidais responsáveis pela

cor, turbidez e de microrganismos presentes na água, que escoa através de um meio

filtrante, o qual pode ser composto por uma ou de várias camadas de areia de

diferentes granulometrias, carvão (antracito) ou camadas alternadas de areia e

carvão. É nessa etapa que as partículas mais finas e leves, que não foram retidas nos

decantadores são removidas da água. Esse processo é considerado como final de

remoção de impurezas na ETA, portanto é um dos responsáveis pelo cumprimento

dos padrões de potabilidade da água. Na filtração, as impurezas são retidas em um

meio filtrante, o qual necessita de manutenção, geralmente, realizada com a

introdução de água com alta velocidade ascensional. A água utilizada nesse processo

de lavagem, normalmente, retorna ao início do processo de tratamento.

15

3.1.5 Desinfecção

Todas as etapas citadas anteriormente são partes integrantes de um processo

denominado de clarificação da água. Entretanto, mesmo a água estando clarificada

pode conter microrganismos nocivos ao ser humano, podendo tornar-se um

mecanismo de transmissão de doenças. Para a destruição desses microrganismos

tem-se a etapa denominada desinfecção.

Libânio (2010) relata que é um processo onde seu objetivo é a remoção ou

destruição (inativação) de micro-organismos patogênicos presentes na água que

possam vir a causar doenças. A destruição desses micro-organismos é realizada

mediante a destruição da estrutura celular, pela interferência no metabolismo como

inativação de enzimas, pela interferência na biossíntese e no crescimento celular,

através da adição de produtos químicos denominados agentes desinfetantes.

Com relação aos vários agentes desinfetantes disponíveis atualmente no

mercado, os mais conhecidos e utilizados são os produtos à base de cloro, tais como

o cloro gasoso (Cl2(g)), o hipoclorito de sódio (NaClO(l)) solução aquosa e o hipoclorito

de cálcio (Ca(ClO)2(g)) sólido. A grande vantagem na utilização dos produtos químicos

à base de cloro é que os mesmos, quando adicionados a água, apresentam

concentrações residuais que permanecem na água até esta chegar à casa do

consumidor final, garantindo dessa forma, o padrão microbiológico da mesma.

3.1.6 Fluoretação

Sabe-se que o flúor em pequenas quantidades é benéfico a saúde. Com isso o

Ministério da Saúde Brasileiro, tornou obrigatório a sua adição nos sistemas de

abastecimentos públicos de água.

Segundo Libânio (2010) a fluoretação consiste na etapa do tratamento, na qual

se objetiva conferir, determinada concentração de fluoreto à água tratada por meio de

aplicação de compostos de flúor. A fluoretação tem por objetivo básico a redução de

incidência de cárie dentária, através da adição de produtos químicos à base de flúor

16

na água. Alguns dos produtos químicos utilizados para este fim são o fluossilicato de

sódio (sal sólido) e o ácido fluossilicato (solução líquida).

3.2 Resíduos Sólidos Gerados na Estação de Tratamento de Água

Durante o processo de tratamento da água na ETA alguns resíduos são

gerados, e quando são lançados nos cursos de água sem o devido tratamento

contribuem para a degradação do meio ambiente.

3.2.1 Caracterização Quali-quantitativa

A quantidade e qualidade dos resíduos produzidos em uma ETA dependem de:

I. Qualidade da água bruta;

II. Tecnologia de tratamento;

III. Características da coagulação: tipo e dosagem de coagulante e de

alcalinizante ou de acidificante;

IV. Uso, característica e dosagem do auxiliar de coagulação (floculação ou

filtração)

V. Uso de oxidante;

VI. Uso de carvão ativado pulverizado;

VII. Método de limpeza dos decantadores (ou flotadores)

VIII. Método de lavagem dos filtros;

IX. Habilidade dos operadores;

X. Automação de processos e operações na ETA;

XI. Reuso da água recuperada no sistema de tratamento.

Os resíduos sólidos de ETAs – RETAs, que apresentam um ciclo completo com

clarificação por decantação ou flotação são originados essencialmente nas limpezas

dos decantadores ou flotadores e nas lavagens dos filtros. No entanto, existem outras

unidades da ETA que também geram resíduos (câmaras de floculação, câmara de

pré-oxidação, de adsorção e pós-desinfecção, etc.). Em ETAs de filtração direta, os

RETAs consistem basicamente da água de lavagem dos filtros. Também, as limpezas

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de tanques de solução e de suspensão de produtos químicos consistem de resíduos

com menor frequência de ocorrência e com pequenas quantidades de material seco

mas que, devido às suas características, podem necessitar de tratamentos

específicos.

Segundo Di Bernardo et al. (2011) é fundamental o conhecimento das

variações da qualidade e a realização de ensaios de tratabilidade. Em ETAs

existentes, é possível efetuar um estudo detalhado da qualidade da água bruta, das

dosagens de produtos químicos, da qualidade da água decantada (ou flotada) e

filtrada, assim como avaliar as condições de operação das unidades de clarificação e

de filtração, e realizar ensaios visando à obtenção de parâmetros de projeto da

Estação de Tratamento de Resíduos – ETR.

Na Quadro 1 são descritos quatro tipos de ETAs com diferentes tecnologias de

tratamento e métodos de lavagem dos filtros.

Quadro 1- Tecnologia de tratamento e características do sistema de lavagem, método de filtração e coagulantes usados nas ETAs 1, 2, 3 e 4 (Di Bernardo et al.

2002 (apud Di Bernardo et al. 2010)) ETA Lavagem Método de filtração Coagulante

ETA 1 (ciclo

completo) Lavagem com ar, seguida da

lavagem com água no sentido

ascensional

Filtração de água

decantada com taxa

declinante

Cloreto

Férrico

ETA 2 (ciclo

completo)

Cloreto

Férrico

ETA 3 (ciclo

completo) Lavagem unicamente com água

no sentido ascensional

Filtração de água

decantada com taxa

constante

Sulfato de

Alumínio

ETA 4 (Filtração

direta ascendente)

Filtração direta

ascendente com taxa

constante

Sulfato de

Alumínio

3.2.2 Processos de Adensamento de Lodos

O adensamento do lodo é o processo para aumentar o teor de sólidos do lodo,

e com isso reduzir o volume (quantidade muito grande de água). Este processo pode

aumentar, por exemplo, o teor de sólidos no lodo descartado de 1% para 5%. Dessa

forma, as unidades subsequentes, tais como a digestão, desidratação e secagem,

beneficiam-se desta redução. Dentre os métodos utilizados pode ser empregado,

centrífuga, leito de secagem, leito de drenagem.

18

3.2.2.1 Centrífuga

O emprego de centrífugas para a remoção de água de lodo da Estação de

Tratamento de Água é mais recente que em Estação de Tratamento de Esgoto. Nas

décadas de 1970 e 1980 foram verificados avanços nessa técnica principalmente no

que diz respeito à aplicação de polímeros para melhorar a eficiência da desidratação.

O lodo adensado usualmente é conduzido para um tanque de armazenamento,

que contém um misturador submersível ou agitador tipo turbina, a partir do qual é

bombeado por meio de bombas do tipo deslocamento positivo para uma câmara da

centrífuga, na qual recebe solução de polímero (ou em injetor na tubulação de

recalque).

3.2.2.2 Leito de Secagem

Para regiões onde a condição climática mostra-se favorável e há

disponibilidade de área física, a utilização desse método pode reduzir impactos

ambientais, diminuindo o volume de despejos, possibilitando o reuso da água livre e

minimizando perdas.

Os leitos de secagem são constituídos de tanques rasos com duas ou três

camadas de areia com diferentes granulometrias com cerca de 30 centímetros de

espessura. O sistema completo é composto de camada suporte que vai manter a

espessura do lodo uniforme e facilitar sua remoção manual, além de evitar formação

de buracos devida a movimentação sobre o leito, meio filtrante e sistema drenante.

O leito de secagem é um dos métodos de desaguamento mais antigos e ainda

muito usado no tratamento de lodos. O desaguamento ocorre devido a diversos

fatores, incluindo a evaporação e a drenagem em meio poroso.

3.3 Destinação dos resíduos

3.3.1 Fabricação de materias de construção civil

O lodo vem sendo utilizado em experimentos sobre fabricação de artefatos de

cimento (blocos, guias de sarjeta, etc.), de tijolos e blocos cerâmicos, com teores de

SST no lodo variando entre 20 e 50 %. Vem sendo estudada a hipótese alternativa de

utilizar resíduos da construção civil, após a seleção e moagem para obtenção de

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material com granulometria adequada. Em qualquer situação, é conveniente que seja

estudada a quantidade de ambos os materiais, em massa (lodo + resíduo de

construção ou + argila). Em algumas pesquisas realizadas, tem sido observado que a

porcentagem (em massa) do lodo da ETA a ser misturado com argila na fabricação

de blocos cerâmicos, dificilmente excede 10 %, devido ao fato de prejudicar as

características do produto.

No entanto, é de suma importância constatar que essa porcentagem varia

consideravelmente em função das características do lodo, as quais dependem das

características da água bruta, do tipo de coagulante e do mecanismo predominante

de coagulação.

De acordo com estudos realizados, Hoppen et al. (2003), a grande maioria dos

resultados de caracterização dos agregados e aglomerantes atendeu os limites

estabelecidos pelas normas correspondentes, exceto os referentes aos teores de

impurezas orgânicas na areia, mas que não comprometeram a qualidade do concreto

fabricado.

A elevação da temperatura observada no concreto, após a adição do lodo, foi

de apenas 1 °C, considerada baixa na influência do aumento de fissuras do concreto.

Ocorreu diminuição de 2 % no consumo de cimento quando a dosagem de lodo variou

de 0 a 3 %. A consistência do concreto, caracterizada pela medida do abatimento por

tronco de cone, apresentou uma variação expressiva comparada ao concreto em

referência, de 17 mm para a mistura com o lodo. Na resistência mecânica, o traço de

3 % apresentou valores de rupturas superiores a 26 MPa, tanto aos 7 como aos 28

dias a partir da moldagem. Comparando-se as tensões de ruptura do traço contendo

lodo com a do concreto em referência, observou-se que aos 7 dias ambos estavam

próximos, atingindo valores superiores a 26 MPa. Foi observado que aos 28 dias

ocorreu redução de aproximadamente 12 % na resistência; no entanto, ela ficou acima

de 30 MPa.

Os resultados demonstraram que ocorreu aumento no teor de absorção de

água no concreto com 3 % de lodo, o que não é bom no caso de durabilidade frente a

ambientes agressivos, pois poderá propiciar o ingresso de elementos prejudiciais ao

concreto.

20

3.3.2 Recuperação como coagulante

Esta técnica consiste na solubilização de formas de alumínio ou ferro, que

possuam potencial de coagulação, considerando o fato de que mais de 35 % dos

sólidos presentes nos lodos de ETAs são hidróxidos. A solubilização envolve

equações de equilíbrio entre o precipitado e as formas solúveis, para diferentes

condições de pH. Na maioria dos casos, o pH do lodo é reduzido a valor inferior a 2

ou superior a 10. Teoricamente, 100 % de alumínio pode ser solubilizado em pH igual

a 2; porém, a porcentagem do alumínio recuperado irá depender da eficiência do

processo de desaguamento do lodo.

Pelo processo ácido, dados existentes de instalações revelam uma eficiência

da ordem de 75 % no processo de recuperação de sulfato de alumínio.

3.3.3 Disposição em Estações de Tratamento de Efluentes

No caso de ser construído um emissário individual, que veicule os resíduos da

ETA à ETE, a concentração de SST pode ser maior que aquela geralmente estimada

quando os resíduos da ETA são lançados na rede de esgoto.

Outro aspecto importante para a programação dos ensaios está relacionado ao

volume diário de RETA em relação ao de esgoto, pois algumas cidades são

abastecidas tanto por água subterrânea quanto por água superficial, enquanto outras

possuem mais de uma ETE. Por isso, é imprescindível que seja feito um levantamento

das vazões mínimas, médias e máximas diárias de RETA e de esgoto tratado na ETE.

3.4 Flotação por ar dissolvido

3.4.1 Detalhamento da tecnologia

Segundo REALLI (2004 apud ARAÚJO 2010) as principais vantagens da

flotação em relação a sedimentação são:

O lodo produzido apresenta elevado teor de sólidos em suspensão,

precedido de unidades adicionais de espessamento de lodo;

Na maior parte dos casos requer menores dosagens de coagulantes;

21

Requer tempos de floculação da água significativamente menores em

relação a sedimentação, resultando em unidades de floculação

menores;

Pode promover arraste de substâncias voláteis porventura presentes na

água a ser tratada.

O sistema de Flotação por Ar Dissolvido (FAD) funciona a partir de um processo

onde microbolhas são geradas na câmara de saturação, da forma que essas bolhas

incorporem no interior dos flocos ou por arraste hidráulico. Esses flocos e microbolhas

apresentam uma densidade aparente menor que o meio aquoso onde se encontram,

o que garante, por empuxo, sua flotação até a superfície do flotador onde são

removidas.

No entanto, alguns parâmetros alteram a eficiência do sistema, no caso das

microbolhas, uma variável importante de controle e operação de uma unidade FAD, a

quantidade de microbolhas é alterada de maneira drástica pela vazão de recirculação

e pela pressão no interior da câmara de saturação, MAIA (2010). Esse parâmetro é

de suma importância já que ele está relacionado a eficiência do sistema e no custo de

operação nas estações.

Segundo HAARHOFF (2010 apud ARAUJO 2007) primeiro uso relatado do

processo de Flotação por Ar Dissolvido (FAD) foi na década de 1920 por (ADKA e

Sveen-Pedersen), na Finlândia.

O emprego do sistema de flotação por ar dissolvido vem sendo utilizado em

grande escala nos últimos 50 anos. No entanto, ainda há muitas lacunas para serem

preenchidas havendo necessidade de pesquisas para otimização do processo

ESCHER (2011), bem como aumento do nível de segurança e qualidade, aumentando

a eficiência na clarificação, diminuição do tempo de floculação, e também na questão

de custos de investimento e operação.

Segundo REALLI (1991) o processo de flotação pode separar sólidos ou

líquidos de uma fase líquida através da introdução no sistema de pequenas bolhas de

ar que ao se aderirem à superfície dos flocos tende a aumentar seu empuxo. Com

isso provoca há ascensão dos flocos em direção à superfície, acumulando-se na parte

superior da zona de separação do tanque de flotação, podendo assim serem retirados

na forma de lodo.

No entanto, para a FAD ter um desempenho satisfatório é necessário um pré-

tratamento da água, e para isso REALLI e PATRIZZI (2007) afirmaram que para um

22

bom desempenho no tratamento é necessária uma coagulação apropriada,

respeitando os valores apropriados de pH e dosagens de coagulante, além de uma

adequada floculação.

EDZWALD et al. (1992) pesquisaram os resultados de diferentes tempos de

floculação, sendo os estudos realizados em escala de bancada e escala piloto. Nos

ensaios em escala de bancada, utilizando-se água sintética e natural, foram testados

três diferentes tempos de floculação: 5, 10 e 20 minutos. Nestes ensaios os valores

de turbidez (< 1,0 NTU) que são considerados os melhores foram encontrados para

tempo de mistura igual a 20 minutos.

Nos ensaios que foram realizados em escala piloto não foi utilizado a

floculação, na presença de uma câmara de floculação (tempo igual a 8 minutos) e na

presença de duas câmaras de floculação (tempo igual a 16 minutos). Nos dois casos

foram obtidos valores mais do que satisfatórios de remoção de turbidez (0,4 a 0,5 NTU

na utilização da FAD e menor que 1 NTU na utilização da FAD combinada com a

filtração) tanto para tempos de floculação de 8 e 16 minutos.

Segundo EDZWALD et al. (1999 apud MAIA 2010), resultados obtidos em

função do tempo de floculação mostraram uma boa relação no desempenho FAD

(escala piloto) com alta carga hidráulica e baixos tempos de floculação (5 a 10

minutos).

A geração de microbolhas também é um fator a ser estudado no processo de

FAD, uma vez que influenciará na eficiência de remoção das partículas em

suspensão. Visto que, a geração de microbolhas é um fator importante deve-se

observar alguns elementos a serem considerados, como o tipo de câmara de

saturação do lodo, a pressão de operação, a vazão de recirculação, temperatura da

água, e as características do bocal adotado para despressurização da água saturada.

Conforme todos os fatores citados anteriormente de maneira satisfatória, torna

a operação da FAD um método eficaz, que consiste em um sistema de alta taxa e que

confere grande potencial ao processo de clarificação.

Para a formação das microbolhas utilizadas no processo, inicialmente satura-

se a água com ar à alta pressão na câmara de saturação e então transfere-se através

de um bocal redutor de pressão para a câmara de flotação onde o ar inicialmente

saturado no meio líquido aparece na forma de microbolhas, onde essas colidem com

as partículas que estão previamente coaguladas e floculadas.

23

REALLI (1991) destaca que a distribuição do tamanho das bolhas geradas em

uma unidade de FAD está relacionada basicamente a taxa de aglutinação, referente

a isso relata que o fenômeno da aglutinação depende da taxa de colisão entre as

bolhas, além das características de suas superfícies e do líquido em torno das

mesmas (tensão superficial do líquido, rigidez das paredes das bolhas e dupla

camada). O mesmo autor ainda comenta que, para resultados alcançarem a melhor

eficiência a faixa para o tamanho das microbolhas usualmente utilizada é entre 10 a

120 μm, estabelecendo um diâmetro médio das bolhas de 40 a 60 μm.

Segundo LEPPINEN e DALZIEL (2004 apud MAIA 2010) elaboraram um

estudo a respeito da distribuição dos tamanhos das bolhas geradas pela FAD dentro

dos tanques de flotação de duas estações de tratamento de água. As medições foram

realizadas introduzindo-se verticalmente um tubo de acrílico em diferentes

profundidades dentro dos tanques. Uma bomba foi utilizada para retirar as amostras,

as quais foram fotografadas com auxílio de uma câmera digital e armazenadas em um

computador para posterior tratamento das imagens obtidas.

Por meio desse estudo foi possível analisar a ação dos “clusters” (aglomerado

de bolhas), os quais agem como filtros, constituindo o meio primário de remoção de

flocos durante a FAD. Os ensaios indicaram tamanhos de bolhas na faixa de 16 a 350

μm.

Conforme relato dos autores, os “clusters” são promovidos pelas menores

bolhas geradas, essas possuem uma velocidade de ascensão menor que as maiores.

Com a formação dos “clusters”, esses adquirem altas velocidades de ascensão, sendo

capazes de dominar o escoamento e as flutuações turbulentas e assim, ascender à

camada de lodo.

No caso, das bolhas maiores (>200 μm) são excluídas dos “clusters”, devido à

presença de uma velocidade ascensional de cisalhamento que promove uma força

hidrodinâmica, a qual age em todas as bolhas e que é proporcional à área superficial

dessas. Com isso, as maiores forças geradas acabam agindo nas maiores bolhas

fazendo com que ocorra a separação dos aglomerados.

MORUZZI (2005) investigou a distribuição do tamanho das microbolhas de ar

em sistemas FAD, submetido a diferentes condições e misturas (taxa de aplicação

superficial na zona de contato de 25, 40 e 60 m/h e tempo de detenção de 1,10x10 -2;

1,70x10-2 e 2,5x10-2 h), pH (6,0; 6,25; 6,50; 6,75), taxa de recirculação (5, 10 e 20 %)

e dosagem de coagulante (0 e 2,25 mg Al+3/L). Os ensaios foram realizados em

24

instalação especialmente concebida (USMB – Unidade Separadora de Microbolhas)

visando à captura de imagens em movimento e não interferindo nas características

originais das microbolhas. Os materiais empregados no ensaio também constituíam

de uma câmera digital, conjunto de lentes de ampliação e plano de laser.

Em todos os resultados obtidos, a distribuição do tamanho de microbolhas de

ar mostrou valores de diâmetros coerentes com os encontrados na literatura, ou seja,

10 a 120 μm.

O mecanismo de despressurização é outro fator de importância no processo de

formação de microbolhas, em virtude disso ZABEL (1984 apud MAIA 2010) analisou

alguns tipos de mecanismos de liberação da recirculação tais como válvulas agulha e

bocais patenteados que influenciam no tamanho das microbolhas.

Conforme pode-se observar na Figura 1, que no caso dos dois bocais

estudados, o tamanho das microbolhas se concentra na faixa de 10 a 120 μm.

Figura 1 - Distribuição do tamanho de bolhas produzidas por válvula agulha e tipo WRC. (ZABEL, 1984).

Conjuntamente o autor relata que o ar deve ser liberado próximo ao ponto onde

a vazão de recirculação é misturada com a água floculada a fim de minimizar a perda

de bolhas resultante da coalescência. Para que haja uma liberação do ar dissolvido

eficiente, a pressão deve ser reduzida de forma rápida e devendo o dispositivo estar

sob condições de alta turbulência. No entanto, a velocidade do fluxo de água

recirculada que deixa o mecanismo de liberação de ar deve ser baixa o suficiente para

evitar a quebra dos flocos.

25

Segundo RYKAART e HAARHOFF (1995 apud MAIA 2010), os autores

analisaram a distribuição do tamanho das bolhas em três diferentes variações de

bocais de injeção de ar na FAD. Os ensaios que foram realizados pelos mesmos foram

empregados câmara de saturação (com recheio e eficiência entre 70 e 80 %), coluna

de flotação em acrílico transparente (diâmetro de 200 mm e TAS de 10 m/h) e bocais

em escala real. A pressão de saturação utilizada para os ensaios foi de 2,0 e 5,0 atm.

Conforme a Figura 2 podemos observar as variações dos bocais empregadas

nos ensaios.

Figura 2 – Variações dos bocais difusores testados. (RYKAART e HAARHOFF (1995 apud MAIA 2010))

Por meio da Figura 2 é possível constatar que o experimento 1 foi realizado

com bocal reto e único, com uma superfície de contato posicionada em diferentes

distâncias na saída do canal (5, 10, 15 e 20 mm). Por meio desse ensaio foram

concluídas as seguintes premissas: que na pressão de 2,0 atm, a distância entre a

superfície de contato e saída do bocal não tem efeito significante no diâmetro médio

da bolha, diferentemente do ensaio realizado à pressão de 5,0 atm, o qual é possível

verificar uma grande diminuição no tamanho das microbolhas abaixo da distância de

10 mm. A fração de macro bolhas é menor que 3 % para a pressão de 2,0 atm e

aumenta linearmente com a distância da superfície para a pressão de 5,0 atm. No

caso referente a superfície de contato muito próxima do bocal (5 mm), a energia

cinética é bruscamente dissipada, diminuindo a coalescência entre as bolhas.

Referente ao experimento 2 foi analisado a ausência e a presença de uma

curvatura no interior do bocal difusor. Com isso foi possível verificar que a presença

26

de uma curvatura diminui a fração das macro bolhas, devido à quebra destas em seu

interior.

No último experimento, o número três, foi examinado um bocal difusor com e

sem uma saída em forma de cone. Foi averiguado que a presença desta saída reduz

o tamanho médio das bolhas (principalmente na pressão de 5,0 atm) e a fração de

macro bolhas (para as duas pressões). Nota-se que a pressão de saturação age

concomitantemente com outros parâmetros, sendo que a pressão influencia na

concentração de gases capazes de dissolver no meio líquido.

Para que o equipamento tenha um resultado satisfatório, a unidade de geração

de microbolhas possui uma grande importância pois o processo de flotação está

diretamente ligado à geração de bolhas em número suficiente e com distribuição de

tamanhos adequados.

Para REALLI (1991), uma unidade convencional de geração de microbolhas

possui fundamentalmente de um conjunto moto-bomba para a pressurização da água

de recirculação, uma câmara de saturação que recebe o ar comprimido de um

compressor e um dispositivo de despressurização.

Um pré-requisito para uma boa eficiência do processo é a produção de ar em

quantidade suficiente, alguns estudos realizados recentemente focaram na

quantidade necessária de ar para arrastar efetivamente os flocos em suspensão

aceitam a faixa de 8 a 10 mg/L para a maioria das aplicações destinadas a clarificação

da água.

No entanto, o sistema de saturação de ar demanda um alto custo de energia

do processo de flotação, portanto, devido a esse fato é de suma importância reavaliar

o projeto de sistemas de recirculação para minimizar os custos operacionais e

proporcionar o máximo de desempenho do equipamento.

Atualmente, várias tecnologias vêm sendo trabalhadas com o intuito de

substituir a câmara de saturação por outro mecanismo que produza as microbolhas a

fim de melhorar sua eficiência e otimizar os custos operacionais.

HAN et. al. (2007 apud MAIA 2010) estudaram a utilização de um gerador de

bolhas com baixa taxa de consumo de energia, que possuía as funções de uma bomba

de recirculação, compressor e tanque de pressão simultaneamente. Segundo os

autores, o mecanismo apresenta a possibilidade de produzir bolhas de tamanhos

desejados, sendo necessárias mudanças nas condições de operação e na estrutura

interna da câmara de mistura.

27

3.4.2 Aplicações na indústria mineral

O processo de flotação tem sido utilizado por mais de um século em operações

de mineração para separar materiais valiosos a partir dos minérios escavados.

O processo utilizado na mineração começa com a mistura de minérios

finamente moídos com água em um tanque ou célula. Um reagente é utilizado para

melhorar as propriedades dos compostos hidrofóbicos e para separá-los a partir de

substâncias residuais que são mais hidrofílicas. A mistura é agitada com a finalidade

de assegurar uma dispersão uniforme.

A mineração utiliza o método de flotação até mesmo com o intuito de separação

dos diversos tipos de compostos, incluindo sulfetos, silicatos, fosfatos, carvão e

minério de ferro. Reagentes ou surfactantes são cuidadosamente escolhidos para

produzir exatamente o efeito desejado na separação de um minério ou de uma

combinação de minérios. Muitos fatores afetam a qualidade da separação, e isto

abrange a taxa de flutuação, o tamanho das partículas de minério, a densidade da

mistura de água e a quantidade de ar usada.

3.4.3 Potencial de aplicação no tratamento de águas e no adensamento de lodo de ETA

A utilização do processo de flotação no adensamento de lodo de ETA vem

sendo amplamente estudada, pois conforme foi visto no decorrer do trabalho há um

ganho de eficiência.

A vida útil depende da manutenção, da fiscalização do processo construtivo e

da variação das condições ambientais, há também que se analisar o consumo de

energia pois, quanto mais energia consumir o processo maior será o custo de

operação, portanto, busca-se um consumo baixo.

28

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Alimentação

Foram utilizados 10 Litros da amostra do lodo da Estação de Tratamento de

Água (ETA) da CORSAN (Companhia Riograndense de Saneamento) de Santa Maria

– RS proveniente do tanque de contenção, ou seja, o lodo já havia saído do

decantador e posteriormente iria para a centrífuga.

4.2 Método

Para o desenvolvimento deste trabalho foram utilizadas as instalações da

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), conjuntamente com o Laboratório para

Estudos para o Meio Ambiente (LEMA-DESA).

4.2.1 Unidade Experimental – Flotação por Ar Dissolvido

Foi utilizado um equipamento de flotação por ar dissolvido em escala de

bancada com capacidade de 2 L, produzido pela empresa Aquaflot S.A.

O saturador de bancada ligado a um compressor, o qual injeta ar comprimido

no interior do saturador para que a água de abastecimento público na qual ele foi

preenchido fosse saturada. A pressão era controlada por meio de um manômetro de

fábrica contido no saturador e pela válvula de controle, a qual podia ser controlada a

quantidade de ar que saia do saturador para regular a pressão.

Após a água ser saturada na pressão desejada, a válvula de saída é aberta e

a água entra em contato com a amostra. Ainda o saturador apresenta uma válvula de

segurança, no caso, de a pressão aumentar de forma rápida e não conseguir ser

controlada, a válvula de segurança abre liberando a pressão.

Conforme a Figura 3 demonstrada na forma de um fluxograma pode-se verificar

o funcionamento do saturador de banca.

29

Figura 3 – Fluxograma funcionamento Saturador de Bancada

Figura 4 – Saturador de bancada Aquaflot S.A

Os estudos de flotação em bancada foram realizados com o preenchimento de

4 litros de água de abastecimento público e saturado com pressões variando de 90

Psi (aproximadamente 0,62 Mpa) à 50 Psi durante 15 minutos.

Com a água saturada e a pressão permanecendo constante era adicionada na

célula de acrílico 1 litro da amostra de lodo coletada da ETA, sob constante agitação

Saturador de

Bancada

Entrada de Ar

Comprimido

Entrada água

abastecimento público

Saída da água saturada

Válvula de

Segurança

Manômetro

Válvula de

Controle

30

por meio de um agitador magnético LOGEN Mini Stirrer Modelo: LSA63-BIV-C, série

8600, desligava-se a agitação magnética e abria-se a válvula agulha de saída da água

saturada que ao entrar em contato com a amostra o nível da célula de acrílico

aumentava e era fechada a válvula de saída no momento em que atingisse a taxa de

recirculação requerida (10, 20 e 30%).

Figura 5– Experimento montado com o saturador de bancada, a célula de acrílico e o agitador magnético;

4.2.2 Sedimentação Para o ensaio de sedimentação foram utilizados 5 litros de amostras de lodo

coletadas da ETA, onde estas foram anteriormente agitada e posteriormente

colocadas em provetas com um litro da amostra bruta, após foi acionado um

cronômetro no qual eram feitas medições de 10 minutos de intervalo, onde eram

anotadas alturas referentes a variação na turbidez da amostra.

31

Figura 6 – Amostra bruta – início da sedimentação

Pode-se observar pela Figura 5 que ao decorrer do ensaio é visível a diferença

na turbidez da água conforme o tempo vai transcorrendo.

Figura 7– Amostra bruta – Durante a sedimentação

32

O ensaio foi encerrado no transcorrer de 2 horas devido não haver mais

diferenças nas medições dos intervalos citados anteriormente.

4.3 Análises

A eficiência do processo de espessamento do lodo foi monitorada através do

teor de sólidos totais tanto no lodo bruto como no flotado. A metodologia de análise

dos sólidos totais seguiu o Standard Methods for the Water and Wastewater Treatment

(APHA, 2012). Os cadinhos com as amostras do lodo (antes e após flotação) foram

colocados em uma mufla onde ficaram durante 1 hora à 500°C, após isso os mesmos

eram retirados e colocados na estufa (J. PROLAB Com. De Produtos Para Laboratório

Ltda. Esterilização MOD. SE 6) a 100°C durante 1 hora até temperatura constante.

Figura 8 – Mufla J. PROLAB Com. De Produtos Para Laboratório Ltda. Esterilização MOD. SE 6

Após isso as amostras eram colocadas em dessecadores para que qualquer

umidade que ainda estivesse nos cadinhos fosse eliminada.

Para a análise de sólidos totais a metodologia empregada foi a citada

anteriormente, foi utilizada conforme a equação (1):

𝑆𝑇 =

(𝑃1 − 𝑃0). 106

𝑉𝑎

(1)

Onde:

ST = Concentração de Sólidos Totais (mg/L);

33

P1 = Peso final após evaporação (g);

P0 = Peso inicial (g);

Va = Volume da amostra (mL).

Para o cálculo da eficiência no processo de flotação foi realizada da seguinte

maneira, pegou-se a concentração de sólidos totais da amostra bruta e adotou-se

como 100 %, e para cada taxa de recirculação com a concentração de sólidos totais

dividia-se da concentração da amostra bruta e calculava-se a porcentagem conforma

a equação (2):

𝑇𝑥(%) =

(𝑆𝑇1 − 𝑆𝑇0)

(𝑆𝑇0)𝑥100

(2)

Onde:

Tx(%) = Taxa de Adensamento;

ST1 = Concentração de sólidos totais (com diferentes taxas de recirculação);

ST0 = Concentração de sólidos totais da amostra bruta.

Além da análise de sólidos totais após a flotação, foi realizado também o ensaio

de turbidez da amostra bruta e após o processo de flotação, com o intuito de comparar

com a amostra bruta sedimentada que será citada posteriormente.

Outros fatores foram analisados também, para demonstrar a eficiência do

processo de flotação por ar dissolvido, foi efetuado o ensaio de sedimentação, na qual

5 amostras brutas com 1 litro cada foram colocadas em provetas para que os sólidos

sedimentassem, ao mesmo tempo por meio de um cronômetro era anotado em um

intervalo de 10 minutos a altura que se encontrava a diferença na turbidez da amostra

bruta.

Após esse processo, foi coletado a amostra na parte superior onde a mesma

se encontrava menos turva para ser realizado o ensaio de turbidez, por meio do

Turbidímetro AP 2000 da Policontrol, que foi anteriormente calibrado conforme

especificações do manual.

34

Figura 9 – Turbidímetro AP 2000 Policontrol

Conjuntamente com a coleta da amostra coletada citada anteriormente, foi

coletada a parte sedimentada localizada no fundo das provetas para realização de

análise de sólidos totais para comparação com o método de flotação por ar dissolvido.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Eficiência de adensamento do lodo da ETA através do monitoramento da

redução de sólidos suspensos totais

Após realizado o ensaio de flotação por ar dissolvido e feita as análises de

sólidos totais, cujos resultados podem ser observados conforme a Tabela 1:

Tabela 1 – Sólidos totais com pressão de 90 Psi no saturador de bancada

AMOSTRA RECIRCULAÇÃO ST

(mg/L)

TAXA DE ADENSAMENTO

(%)

1 0% 2560 PADRÃO

2 10% 6440 152 %

3 20% 8520 233 %

4 30% 8760 242 %

Conforme Tabela 1, observa-se que a quantidade de sólidos totais aumenta

consideravelmente em relação a amostra 1 (amostra bruta), nessa tabela consta a

pressão de 90 Psi e somente foi variada a taxa de recirculação, observa-se que a

eficiência representada pela coluna porcentagem (%) foi na média de 209 % melhor,

35

ou seja, há um aumento na concentração de sólidos em relação a amostra bruta nessa

faixa.

Com isso, o lodo flotado que fica na superfície da amostra possui uma alta

concentração de sólidos totais, acarretando uma menor concentração do mesmo na

parte líquida que seguirá para o próximo processo de tratamento da água.

5.2 Condições operacionais de flotação por ar dissolvido (Pressão de Saturação, Taxa de Reciclo)

Conforme Tabela 1, pode-se observar que conforme o aumenta a taxa de

recirculação aumenta a concentração de sólidos totais após o processo de FAD.

Tabela 2 – Sólidos totais com taxa de recirculação em 30 %

AMOSTRA PRESSÃO (Psi) ST

(mg/L)

TAXA DE ADENSAMENTO

(%)

1 80 17930 600 %

2 70 14770 477 %

3 60 12160 375 %

4 50 10500 310 %

Na Tabela 2, a taxa de recirculação foi mantida constante, em 30 %, devido ao

ensaio anterior apresentar uma maior concentração de sólidos totais nessa faixa, foi

variado somente a pressão de saturação, de 50 à 80 Psi, e pode-se observar que

conforme a pressão aumentava a quantidade de sólidos totais também aumentava.

Com isso, a pressão que apresentou o melhor resultado foi a de 80 Psi, a qual

demonstrou ser 600 % melhor que a amostra bruta.

5.3 Comparação entre o adensamento por FAD e sedimentação

Conforme citado anteriormente, durante o processo de sedimentação da

amostra bruta foram anotados valores referentes a altura onde era possível perceber

a diferença na turbidez da amostra, com esses valores foi elaborado um gráfico onde

pode-se observar que conforme o tempo a altura referente a “clarificação” do

sedimentado diminui da amostra bruta.

36

Figura 10 – Ensaio de Sedimentação

Foi realizada também a coleta do sedimentado e feita a análise de sólidos totais

da sedimentação para comparação com a realizada utilizando o método de flotação

por ar dissolvido, conforme apresentado na tabela abaixo o teor de sólidos totais da

amostra bruta sedimentada podemos observar que é inferior ao processo de flotação

por ar dissolvido e superior a amostra bruta pura sem nenhum método sendo

empregado.

Tabela 3 – Sólidos totais após sedimentação e comparações

AMOSTRA ST

(mg/L)

PORCENTAGEM EM RELAÇÃO A

AMOSTRA BRUTA (%)

TEMPO DECORRIDO DURANTE A

SEDIMENTAÇÃO

PORCENTAGEM EM RELAÇÃO A

FAD (%)

TEMPO DECORRIDO DURANTE A

FAD

1 5400 111% 100 min 30% 8,4 s

2 2630 3% 110 min 15% 8,9 s

3 5130 100% 110 min 29% 7,6 s

4 2620 2% 100 min 15% 7,5 s

5 6180 141% 100 min 34% 7,9 s

Podemos observar que em relação à amostra bruta o processo de

sedimentação apresenta um aumento na quantidade de sólidos totais. No entanto,

não são valores constantes. Já em relação ao processo de flotação por ar dissolvido

o máximo valor alcançado não ultrapassa os 35 % do obtido utilizando a FAD.

28

29

30

31

32

33

34

35

36

37

0 20 40 60 80 100 120

Alt

ura

(cm

)

Tempo (min)

Amostra 1

Amostra 2

Amostra 3

Amostra 4

Amostra 5

37

Para demonstrar outra eficiência do processo de flotação por ar dissolvido, foi

efetuado o ensaio de turbidez da amostra após passar pelo processo de sedimentação

em comparativo com a FAD, a taxa de recirculação empregada para todas as

pressões analisadas foi de 30 %, devido ter apresentado um melhor resultado nos

ensaios de sólidos totais.

Tabela 4 – Ensaio de Turbidez

TURBIDEZ APÓS SEDIMENTAÇÃO (NTU)

PRESSÃO UTILIZADA

NA FAD(Psi)

TURBIDEZ APÓS A FAD (NTU)

127 50 105

124 60 103

120 70 98,6

121 80 98,1

116 90 96,6

6 CONCLUSÕES

Conforme os resultados apresentados no decorrer deste trabalho, foi possível

demonstrar que ao ser empregado o processo de flotação por ar dissolvido apresentou

resultados satisfatórios em relação a amostra bruta ou amostra sedimentada,

mostrando assim ter um potencial para ser utilizado no processo de adensamento de

lodo de ETA.

Por meio dos ensaios realizados e dos resultados obtidos, pode-se observar

que há uma eficiência no adensamento do lodo da ETA por meio do processo de FAD,

por meio do monitoramento da redução de sólidos suspensos totais, ou seja, há uma

menor quantidade de lodo gerado mas com maior concentração de sólidos totais no

lodo e consequentemente uma menor concentração na amostra líquida.

As condições operacionais avaliadas, a pressão de saturação, pode-se

observar que há uma pressão na qual o resultado é consideravelmente maior em

relação as outras pressões, no caso, 80 Psi. Na taxa de reciclo, pode-se observar que

conforme aumentava-se a taxa de reciclo, aumentava-se a concentração de sólidos

totais no lodo flotado, ou seja, com o aumento da quantidade de bolhas de ar injetada

na amostra bruta aumentava-se a concentração de sólidos totais no lodo.

A comparação realizada entre o adensamento por FAD e por sedimentação,

demonstrou que a eficiência do processo de FAD é alta, visto que, seu tempo para

38

realização é muito menor comparada ao da sedimentação e também por apresentar

resultados mais satisfatórios, seu teor de sólidos suspensos totais foi maior.

7 REFERÊNCIAS

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Wastewater. 22th ed. Washington D.C.: American Public Health Association, 2012,

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tratamento de água passaúna em matriz de concreto com dosagem de 3 %.

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39

LIBÂNIO, M. Fundamentos de qualidade e tratamento de água. Campinas,

SP: Editora Átomo, 2010.

MAIA, K. A. Influência da velocidade de entrada na zona de contato na

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Engenharia de São Carlos. Dissertação Mestrado – Universidade de São Paulo, 2010.

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Universidade de São Paulo, 2005

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São Carlos, 1991. Tese de Doutorado em Hidráulica e Saneamento – Universidade

de São Paulo, 1991.

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