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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE ODONTOLOGIA DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA PARÂMETROS PERIODONTAIS E VOLUME DE FLUIDO CREVICULAR GENGIVAL EM PACIENTES EM MANUTENÇÃO PREVENTIVA E PERIÓDICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Matheus Pereira Cezar Santa Maria, RS, Brasil 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE ODONTOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA

PARÂMETROS PERIODONTAIS E VOLUME DE FLUIDO CREVICULAR

GENGIVAL EM PACIENTES EM MANUTENÇÃO PREVENTIVA E PERIÓDICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Matheus Pereira Cezar

Santa Maria, RS, Brasil

2015

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PARÂMETROS PERIODONTAIS E VOLUME DE FLUIDO CREVICULAR

GENGIVAL EM PACIENTES EM MANUTENÇÃO PREVENTIVA E

PERIÓDICA

Matheus Pereira Cezar

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação. Área de

Periodontia, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), para requisito

parcial para obtenção do grau de Cirurgião-Dentista

Orientador: Prof. Dra. Karla Zanini Kantorski

Santa Maria, RS, Brasil

2015

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Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências da Saúde

Curso de Odontologia

Departamento de Estomatologia

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,

aprova o Trabalho de Conclusão de Curso

PARÂMETROS PERIODONTAIS E VOLUME DE FLUIDO CREVICULAR

GENGIVAL EM PACIENTES EM MANUTENÇÃO PREVENTIVA E

PERIÓDICA

Elaborado por

Matheus Pereira Cezar

como requisito parcial para obtenção do grau de Cirurgião-Dentista

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________

Karla Zanini Kantorski (Presidente/Orientador)

______________________________________

Fabrício Batistin Zanatta

(Avaliador)

______________________________________

Thiago Machado Ardenghi

(Avaliador)

Santa Maria, 15 de dezembro de 2015

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AGRADECIMENTOS

Este trabalho jamais seria realizado se não fosse a existência de certas pessoas na

minha vida, as quais merecem minha mais pura gratidão.

Agradeço a Deus pela vida, pela minha saúde e por rodear-me de pessoas

admiráveis tanto em âmbito familiar como também em um contexto profissional.

A meu pai. Meu herói, meu amigo, meu maior exemplo de vida e de profissional

que almejo um dia ser. Por sempre se fazer presente em minha vida, me contemplando

com seu incomparável carinho, amor e suporte em todos os momentos desta etapa.

À minha mãe, pelo amor incondicional, por ser incansável em me fazer feliz

desde os primeiros dias de minha vida até hoje e por ser o meu porto seguro nas horas

mais difíceis, tendo a palavra certa para me reerguer e me motivar a seguir em frente.

A minha irmã por todo companheirismo e amor que me presenteia a cada novo

dia, me enchendo de orgulho ao vê-la crescendo e te tornando uma pessoa incrível.

A minha afilhada Marcela, por ser uma benção na minha vida que com seu

sorriso, mostra-me o verdadeiro sentido da vida.

A meus avós, tios, tias e primos por sempre transbordarem carinho e amor, pelas

expectativas confiadas a mim e por torcerem pelo meu sucesso.

À professora Karla por proporcionar-me acompanhar o Grupo da Periodontia

nos últimos semestres, o que teve um imensurável impacto positivo na minha formação

acadêmica, pela paciência e pelos ensinamentos a mim transmitidos,os quais levarei por

toda minha vida.

À Patrícia, pela enorme contribuição neste trabalho, sendo sempre muito

atenciosa e dedicada.

A todos os professores do curso de Odontologia da Universidade Federal de

Santa Maria, que nos últimos cinco anos foram mestres inspiradores para a realização de

uma Odontologia de excelência e acima de tudo, humana.

Por último e não menos importante, a alguns anjos que estão me olhando e

protegendo lá de cima. Todas as vezes que me lembro de vocês e do bem que me

transmitem, crio forças para superar qualquer dificuldade e ser uma pessoa melhor.

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RESUMO

Trabalho de Conclusão de Curso

Centro de Ciências da Saúde

Curso de Odontologia

Universidade Federal de Santa Maria

PARÂMETROS PERIODONTAIS E VOLUME DE FLUIDO CREVICULAR

GENGIVAL EM PACIENTES EM MANUTENÇÃO PREVENTIVA E

PERIÓDICA

AUTOR: MATHEUS PEREIRA CEZAR

ORIENTADORA: KARLA ZANINI KANTORSKI

Data e Local da Defesa: Santa Maria, 15 de dezembro de 2015.

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência dos parâmetros clínicos

periodontais inflamatórios, profundidade de sondagamem (PS) e sangramento à

sondagem (SS), em pacientes em manutenção periódica e preventiva (MPP) informam

diferentes gravidades de inflamação. Para isso, PS foi avaliada em duas categorias

(bolsas rasas ≤ 3mm e bolsas moderadas a profundas ≥ 4mm) e SS foi mensurado de

forma não dicotômica (escore 0 – ausência de SS, escore 1 – presença de ponto

sangrante, escore 2 – sangramento escoando ao longo de mais da metade da margem

gengival). Esses parâmetros foram comparados com volume de fluido crevicular

gengival (FCG) em dois sítios em cada estrato de profundidade de dentes molares e não

molares. Também foram avaliados Índice de Placa Visível (IPV), Índice de

Sangramento Gengival (ISG), Nível de inserção clínica (NIC).

Vinte e cinco pacientes (17 mulheres e 8 homens) com idade média de 55.28 anos

em MPP da Clínica de Periodontia da Universidade Federal de Santa Maria foram

avaliados por amostra de conveniência. Tais pacientes apresentaram níveis baixos de

IPV (14.79%) ISG (6.22%), indicando um bom controle de higiene oral. Análises

estatísticas univariada e multivariada foram realizadas para verificar a associação dos

parâmetros clínicos periodontais e o FCG. A primeira indicou efeitos de todos os

parâmetros clínicos (PS, SS, NIC e tipo de dente) sobre o volume de fluido crevicular

gengival, enquanto na segunda, ao mesmo tempo em que PS, NIC e tipo de dente

tiveram uma sutil redução de efeito sobre o volume de FCG (de 38% para 33%, 81%

para 62% e 25% para 14%, respectivamente), apenas o tipo de Sangramento à

Sondagem perdeu relevância estatística sobre o volume de fluido.

Palavras-chaves: Sangramento à Sondagem. Fluido Crevicular Gengival, Inflamação.

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ABSTRACT

Graduation Monograph Dentistry Course

Federal University of Santa Maria

PERIODONTAL PARAMETERS AND GINGIVAL CREVICULAR FLUID

VOLUME IN PACIENTS IN A PERIODIC AND PREVENTIVE

MAINTENANCE AUTHOR: MATHEUS PEREIRA CEZAR

ADVISOR: KARLA ZANINI KANTORSKI

The aim of this study was to evaluate the influence of periodontal clinical

inflammatory parameters, probing depth (PD) and bleed on probing (BoP), in patients in

periodic preventive maintenance (PPM) informed different inflammatory degrees.

Therefore, probing depth was evaluated dichotomously (shallow pockets ≤ 3mm and

moderate to deep pockets ≥ 4mm) and BoP was measured in a non dichotomy way

(score 0 – absence of BoP, score 1- presence of a bleeding point, score 2- bleed flowing

through gingival margin). These parameters were compared to crevicular gingival fluid

volume in two sites of each depth category of molars and non molars teeth. Were also

evaluated visible plaque index (VPI), gingival bleeding index (GBI) and clinical

attachment level (CAL).

Twenty five patients (17 women and 8 men) with mean age 55.28 years in PPM

from Periodontic Clinic of Universidade Federal of Santa Maria were evaluated by

convenience sampling. Such patients presented low index of VPI (14.79%) and GBI

(6.22%), showing a good oral hygiene control. Statistical analysis univariable and

multivariable were done to verify association between clinical periodontal parameters

and CGF. The first one indicated effects of all clinical parameters (PD, BoP, CAL and

tooth type) on CGF volume, while in the second one, at the same time that PD, BoP and

tooth type had a gentle effect reduction on CGF volume (from 38% to 33%, 81% to

62% and 25% to 14%, respectively), the kind of BoP lost statistical significance on

volume of fluid.

Keywords: Bleeding on Probing, Gingival Crevicular Fluid. Inflammation

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LISTA DE ANEXOS

Anexo A—Folha de Rosto.............................................................................................01

Anexo B—Folha de Aprovação....................................................................................03

Anexo C—Resumo.........................................................................................................05

Anexo D—Abstract........................................................................................................06

Anexo E—Lista de Tabelas...........................................................................................25

Anexo F—Entrevista.....................................................................................................28

Anexo G—Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.........................................30

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SUMÁRIO

ARTIGO

1- Introdução...............................................................................................09

2- Objetivos................................................................................................11

3- Material e Métodos.................................................................................12

3.1 – Desenho Experimental....................................................................12

3.2 – Sujeitos............................................................................................12

3.3 – Métodos de Avaliação.....................................................................12

3.4 – Reprodutibilidade e Mensuração....................................................13

3.5 – Considerações Éticas.......................................................................14

3.6 – Análise Estatística...........................................................................14

4- Resultados..............................................................................................15

5- Discussão................................................................................................19

6- Conclusão...............................................................................................21

7- Referências Bibliográficas.....................................................................22

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1 INTRODUÇÃO

Enquanto diversos autores têm afirmado que o volume de fluido crevicular

gengival (FCG) é uma ferramenta objetiva para avaliar a inflamação gengival (LÖE et

al., 1967; SOLISGAFFAR et al., 1980; NOWICKI et al., 1981; DEINZER et al., 2000;

HATPOGLU et al., 2007; PINTO et al., 2013), outros pesquisadores têm mostrado fraca

associação entre volume de FCG e escores clínicos e histológicos de inflamação

gengival (HANCOCK et al., 1979; VILLELA et al., 1987), e têm falhado em observar

correlação entre volume de FCG e severidade de inflamação (HANCOCK et al., 1979).

Alguns estudos demonstraram que o volume de FCG aumenta com a severidade

da doença periodontal na ordem: saúde < gengivite < periodontite (VILLELA et al.,

1987; SMITH et al. 1992; HATPOGLU et al., 2007). Entretanto, ampla taxa de

distribuição volumétrica de FCG com sobreposições proeminentes entre diferentes

condições clinicas periodontais foram observadas (HATPOGLU et al., 2007).

Em análises por sítios, VILLELLA et al., 1987 verificaram correlações

significantes entre volume de FCG e profundidade de sondagem, e entre volume de

FCG e escores de IG tanto em pacientes com gengivite como com periodontite.

Entretanto, quando as análises foram ajustadas para profundidade de sondagem, a

correlação de volume de FCG e escore de IG não foi significante em pacientes com

periodontite e, apenas uma correlação marginal foi verificada em pacientes com

gengivite. GRIFFITHS et al., 1992 , utilizando um modelo linear generalizado,

demonstrou que os principais fatores associados com a variação de volume de FCG

foram caracterísicas dos sujeitos e dos sítios, mais do que qualquer associação com

variáveis clínicas. Evidências posteriores sugeriram que maior volume de fluido é

observado em dentes multirradiculares, quando comparados com dentes unirradiculares

(OZKAVAF et al., 2000; HATIPOGLU et al., 2007), e que a presença e a força de

associação com variaveis clínicas, como IG e profundidade de sondagem e volume de

FCG dependem do tipo de dente analisado (OZKAVAF et al., 2000).

O método mais utilizado para coletar amostras de FCG é o método

intracrevicular (GRIFFITHS, 2013). Este método pode ser subdividido dependendo se a

tira de papel absorvente é inserida na entrada do sulco ou bolsa periodontal (LÖE &

HOLM-PEDERSON, 1965), ou se a tira é inserida até que mínima resistência seja

detectada (BRILL, 1962). Em bolsas rasas ou sulcos saudáveis, provavelmente ambas

metodologias traduzam resultados similares. Porém, em bolsas profundas, a dimensão

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do espaço crevicular é maior o qual pode afetar a quantidade de volume de FCG

coletado. Portanto, comparações entre resultados de estudos que utilizaram diferentes

métodos de avaliação para o volume de FCG podem não serem apropriadas

principalmente em pacientes com periodontite.

A relação entre volume de FCG e condição periodontal clínica não está

completamente entendida. Isto pode ser atribuído a diversos fatores, incluindo tipo de

dente, efeito gravitacional, características associada ao sujeito (GRIFFITHS et al., 1992)

e diferente métodos de coleta e tempo de amostragens de FCG. Todos esses fatores

parecem ter alguma contribuição na variação volumétrica entre sítios e podem

confundir a real associação entre volume de FCG e condição clínica periodontal.

Assim, nenhum estudo avaliou o potencial do volume de FCG para o

diagnóstico de formas destrutivas da doença periodontal ou da inflamação no fundo da

bolsa. Sangramento à Sondagem (SS) é uma mensuração clínica de inflamação no fundo

da bolsa periodontal (NEWBURN, 1996; VAN DER WEIJDEN et al., 1994), O SS tem

sido associado com alterações clínicas e microbiológicas consequências das doenças

periodontais (SOCRANSKY et al., 1991), e com presença de biofilme subgengival e

calculo subgengival (CHECCI et al., 2009). Além disso, SS é um parâmetro clinico

importante durante a fase de manutenção periodontal por ser utilizado como fator de

prognóstico para a atividade da doença (CLAFFEY & EGELBERG, 1995). A ausência

de SS tem mostrado ser um bom indicador de estabilidade da inserção periodontal

(LANG et al., 1990), e sua presença tem um valor preditivo moderado para futura perda

de inserção (LANG et al., 1986).

Portano, o objetivo desse estudo foi avaliar a associação entre volume de

FCG e parâmetros clínicos periodontais em pacientes com periodontite usando modelo

multinível considerando dente como primeiro nível de unidade de análise e sujeito

como segundo nível de unidade de análise.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

- verificar como parâmetros clínicos periodontais e tipo de dente influenciam no

volume de fluído crevicular gengival.

2.2 Objetivos Específicos

- verificar se um ponto de sangramento a sondagem reflete uma inflamação

subgengival menos expressiva do que sangramento a sondagem escoando ao longo da

margem gengival utilizando o volume de fluido crevicular gengival como parâmetro

para a gravidade de inflamação.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Desenho experimental

O delineamento do estudo foi transversal.

3.2 Sujeitos

A amostra de conveniência foi constituída por um senso de sujeitos com

periodontite, tratados na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Santa

Maria (UFSM), e que entraram em manutenção periodontal no período de setembro de

2014 a março de 2015. Tais pacientes necessitavam ter realizado ao menos uma

manutenção periódica e preventiva e a última ser realizada num intervalo de 90 a 100

dias antes de serem realizados os exames. Após o esclarecimento e assinatura

consentimento livre e esclarecido, história médica do sujeito foi revisada e os seguintes

critérios de exclusão foram utilizados: xerostomia, gravidez, diabetes melitus, uso de

anti-inflamatórios ou antibióticos nos últimos três meses, necessidade de profilaxia

antibiótica para procedimentos dentários.

Os sujeitos elegíveis para o presente estudo, deveriam apresentar perda de

inserção clínica interproximal ≥ 3mm em dois ou mais dentes não adjacentes

(TONETTI & CLAFFEY, 2005), possuir dois sítios proximais com perda de inserção

clínica e sangramento à sondagem (SS) em cada categoria de profundidade a sondagem

(PS): PS de 1 a 3 mm, e PS≥ 4 mm. Todos os dentes presentes foram avaliados quanto a

elegibilidade com a exceção da distal do último dente de cada arco e terceiros molares.

3.3 Métodos de Avaliação

Os parâmetros clínicos avaliados foram Índice de Placa Visível (IPV)

(AINAMO & BAY, 1975), Índice de Sangramento Gengival (ISG) (AINAMO & BAY,

1975), PS, NIC, supuração à sondagem, e SS. Estes parâmetros foram avaliados em seis

sítios em cada dente (mesiovestibular, vestibular, distovestibular, mesiolingual, lingual

e distolingual) através de sondagem manual (CP15 UNC, Neumar, São Paulo, SP,

Brasil).

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PS foi definido como a distância da margem gengival ao fundo da bolsa/sulco.

NIC foi definido como a distância da junção cemento-esmalte ao fundo da bolsa/sulco.

Mensurações de NIC e PS foram feitas em milímetros e arredondados para o próximo

número inteiro. SS foi registrado 15 segundos após mensuração de PS e categorizado

em 0 (sítios sem sangramento), 1 (sítios com pequeno ponto de sangramento), ou 2

(sítios com fluxo de sangramento através da margem gengival) (LÖE et al., 1998,

adaptado).

O volume de Fluido Crevicular Gengival (FCG) foi avaliado em quatro

sítios interproximais em cada indivíduo. Estes sítios deveriam ter perda de inserção

clínica e SS positivo (escore 1 ou 2). Dois sítios interproximais com essas

características deveriam ter PS de 1-3mm, um sítio localizado na superfície de um dente

molar e outro sítio localizado na superfície interproximal de um dente não molar; e

outros dois sítios deveriam ter PS≥ 4 mm, um localizado na superfície interproximal de

um dente molar e outro localizado na superfície interproximal de um dente não molar.

Quando dois ou mais sítios com a mesma classificação estavam presentes, o FCG foi

coletado no sítio mais anterior e no sítio mais posterior. Na ausência de dentes molares

ou não molares os pacientes não foram excluídos do estudo.

FCG foi coletado de acordo com o método definido por BRILL, 1962 após

serem realizados todos os exames clínicos, cerca de 30 minutos após SS. O FCG foi

coletado após isolamento da área com rolos de algodão para minimizar o risco de

contaminação com saliva, e placa supragengival foi removida com auxílio de uma

sonda. Após secagem suave prévia com jato de ar, FCG foi coletado utilizando fitas de

papeis absorventes padronizadas (Periopaper strips, OraFlow, New York, USA), as

quais foram inseridas dentro das bolsas até encontrar resistência por 30 segundos. Em

seguida, as fitas foram colocadas entre sensores de um Periotron 8000 (OraFlow) para

registrar a quantidade de fluido crevicular obtido, em unidades de Periotron. Amostras

com evidências de sangramento foram excluídas.

A quantidade de FCG e os parâmetros clínicos foram avaliados ao menos

noventa dias e no máximo seis meses após a última consulta de manutenção.

3.4 Reprodutibilidade de Mensuração

Um clínico experiente (K.Z.K) treinou um examinador (A.P.R.) para

avaliar os parâmetros clínicos IPV, ISG e SS e outro (P.C.P) para realizar a coleta

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clínica de FCG e a determinação eletrônica do volume. Primeiro, o clínico experiente

apresentou os índices aos examinadores e quaisquer dúvidas foram respondidas. A

seguir, o clínico experiente demonstrou os índices em 10 indivíduos. Os examinadores

realizaram os exames sob supervisão. Calibragem intra-examinador (A.P.R.) foi

realizado para PS e NIC utilizando 10 pacientes por exame duplicados em 1 semana. A

reprodutibilidade foi testada usando o teste Kappa (LANDIS & KOCH, 1977). Valores

Kappa foram 0.93 e 0.88 para PS e NIC, respectivamente.

3.5 Considerações Éticas

Os pacientes avaliados assinaram um termo de consentimento livre e

esclarecido. O estudo foi realizado de acordo com a Declaração de Helsinki e aprovado

pelo Comitê de ética da UFSM.

3.6 Análise Estatística

Foi realizada uma análise descritiva utilizando a média, desvio padrão e

frequência de distribuição para variáveis categóricas, através da plataforma Stata.

Regressão multinível de Poisson foi utilizada para verificar a associação de FCG com

escores de SS. As análises foram realizadas com nível de significância de 5%.

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4 RESULTADOS

Os dados referentes as características demográficas e clínicas dos indivíduos

avaliados no presente estudo estão apresentados na Tabela 1.

Tabela 1. Características demográficas e clínicas dos indivíduos (n=25).

Dados demográficos

Gênero Feminino 17

Masculino 8

Idade* 55.28 (8.08)

Status de Fumo

Fumantes 5

Ex fumantes 2

Nunca fumantes 18

Dados clínicos

Número de dentes* 22 (4.33)

IPV* 15.03(14.81)

ISG* 6.39(7.48)

SS*

SS 46.10(20.67)

SS1 32.41(11.25)

SS2 13.69(12.73)

PS* 3.07(1.21)

NIC* 3.95 (1.71)

Volume de

FCG*

80.84 (48.24)

*Média e desvio padrão.

IPV: índice de placa visível, ISG: índice de sangramento gengival, SS: sangramento a sondagem, PS:

profundidade de sondagem, NIC: nível de inserção clínica, FCG: fluído crevicular gengival.

IPV, ISG e SS: porcentagem, PS e NIC: em milímetros, Volume de FCG: em unidades de periotron.

25 pacientes em manutenção periódica e preventiva foram avaliados. Desses, 17

eram mulheres e 8 homens com idades variando de 42 aos 71 anos. A maioria dos

pacientes (69.23%) nunca foram fumantes. A porcentagem média de IPV e ISG nesses

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indivíduos foi de 15.03e 6.39, respectivamente, indicando um bom controle de placa da

amostra. O percentual médio de SS nos indivíduos foi de 46.10%, o que denota muita

inflamação subgengival quando se refere a pacientes tratados e em controle periódico e

preventivo.

As características clínicas dos sítios em que o volume de FCG foi avaliado estão

apresentadas na Tabela 2. O volume de FCG foi coletado em 116 sítios, com baixos

escores de placa visível e gengivite. . Dos sítios avaliados que apresentavam SS,

,54.31% foi SS pontual e41.38% foi SS abundante.

Tabela 2. Características clínicas periodontais dos sítios em que o volume de FCG foi

mensurado (n=116).

IPV*

ISG* SS*

95.69%

PS# NIC# Volume de

FCG#

SS1 SS2

24.14% 6,9% 54,31% 41,38% 4.15 (1.79) 5.36 (2.7) 80.84 (48.24)

IPV: índice de placa visível, ISG: índice de sangramento gengival, SS: sangramento a sondagem, PS:

profundidade de sondagem, NIC: nível de inserção clínica, FCG: fluído crevicular gengival.

*frequência de distribuição.

# média (desvio padrão).

IPV, ISG e SS: porcentagem, PS e NIC: em milímetros, Volume de FCG: em unidades de periotron

A Tabela 3 apresenta os valores médios da volume de FCG de acordo com as

categorias de SS, PS, NIC e tipo de dente. Nestes dados podemos verificar a alta

variabilidade de volume de FCG nas diferentes categorias de parâmetros clínicos e tipo

de dente, conforme desvios padrões apresentados.

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Tabela 3. Volume médio de FCG de acordo com os estratos de PS, SS, NIC e tipo de

dente.

n (%) Volume de FCG

PS PS rasa (≤3 mm) 53 (45.6%) 66.3 (38.3)

PS profunda (≥4 mm) 63 (54.3%) 93.0 (52.4)

SS 1 63 (56.7%) 78.8 (49.5)

2 48 (43.3%) 82.6 (46.6)

NIC

Leve (≤3 mm) 30 (25.8%) 57.1 (38.1)

Moderada (4-6 mm) 56 (48.2%) 81.0 (43.6)

Severa (≥7 mm) 30 (25.8%) 104.2 (54.9)

Tipo de Dente Não molares 68 (58.6%) 73.8 (45.7)

Molares 48 (41.3%) 90.7 (50.4)

SS: sangramento a sondagem, PS: profundidade de sondagem, NIC: nível de inserção clínica, FCG:

fluído crevicular gengival.

No modelo de regressão de Poisson foi verificada significante variação no

volume de FCG entre os indivíduos indicando a necessidade da análise multinível sendo

o indivíduo o segundo nível. Os dados demonstraram que aproximadamente 14% do

volume médio de FCG está associado ao indivíduo e não as variáveis associadas aos

sítios estudadas no modelo desse estudo.

A Tabela 4 apresenta as análises univariadas e multivariadas do efeito dos

parâmetros clínicos (SS, PS, NIC e tipo de dente) no volume de FCG. No modelo

univariado, todas as variáveis apresentaram efeito significante (p<0.05). Sítios com SS

abundante apresentaram uma média de FCG 19% maior em relação aos sítios com

sangramento pontual (RR 1,19, 1,13-1,26). Áreas com PS profundas mostraram

aumento de 38% nas médias de FCG quando comparado às bolsas ≤3 mm. Nesse

mesmo contexto, sítios perda de inserção severa apresentaram média de FCG 81%

maior do que sítios com perda de inserção leve.

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Tabela 4. Análise univariável e multivariável do efeito de parâmetros clínicos no

volume de FCG.

Variáveis n (%) Univariável Multivariável

95% IC RR Valor P 95% IC RR Valor P

Sangramento à

Sondagem

SS1 63 (56.7%)

SS2 48 (43.3%) 1.13-1.25 1.19 0.000 0.91-1.02 0.96 0.27

Profundidade de

Sondagem

1-3mm 53 (45.6%) -

≥4 mm 63 (54.3%) 1.32-1.44 1.38 0.000 1.26-1.40 1.33 0.000

Nível de inserção

Clínica

1-3 mm 30 (25.8%) -

4-6 mm 56 (48.2%) 1.37-1.55 1.46 0.000 1.28-1.47 1.37 0.000

≥7 mm 30 (25.8%) 1.69-1.94 1.81 0.000 1.49-1.76 1.62 0.000

Tipo de dente

Não molares 68 (58.6%) -

Molares 48 (41.3%) 1.19-1.30 1.25 0.000 1.09-1.20 1.14 0.000

IC: intervalo de confiança; RR: razão de taxas, calculada como a razão das médias aritméticas

de volume de FCG entre expostos e não expostos. IPV: índice de placa visível, ISG: índice de

sangramento gengival, SS: sangramento a sondagem, PS: profundidade de sondagem, NIC: nível de

inserção clínica, FCG: fluído crevicular gengival.

No modelo multivariável, o efeito do SS sobre o volume de FCG

(RR=0.96) perdeu significância estatística. As demais variáveis permaneceram

significantes, embora o tamanho de seus efeitos terem sofrido alterações em relação ao

modelo univariado.

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19

5 DISCUSSÃO

Os resultados demonstraram que o volume de FCG apresentou associação

significante com profundidade de sondagem, nível de inserção clínica e tipo de dente.

Em oposição, nenhuma associação foi verificada entre volume de FCG e sangramento a

sondagem pontual ou abundante.

Esses resultados podem indicar que o volume de FCG quando coletado pela

técnica de Brill, em que a tira de papel é inserida no sulco ou bolsa até encontrar

resistência, possa estar mais associado a área amostrada do que as características

inflamatórias locais. Entretanto, nós ainda não avaliamos como a ausência de

sangramento a sondagem irá influenciar no volume de FCG. Talvez o fato de termos

comparado apenas SS pontual com SS abundante tenha enviesado o real papel do SS no

volume de FCG. Outro aspecto a considerar, é que o modelo não incluiu variáveis como

presença de placa e sangramento gengival. Como trata-se de resultados parciais ainda

necessitamos preencher a amostra com indivíduos com maior variação nesses

parâmetros a fim de estabelecer um modelo mais completo.

Um resultado interessante foi o papel do indivíduo no volume de FCG, o que

ratificou os resultados de GRIFFITHS et al., 1992. As variáveis individuais que

poderiam explicar essa associação ainda precisam ser investigadas.

Uma vez que a manutenção preventiva e periódica é uma etapa fundamental no

tratamento periodontal, necessitamos de uma correta interpretação de como os achados

clínicos podem refletir na atividade inflamatória do hospedeiro para que seja possível

optar pela melhor conduta clínica.

Pacientes com histórico de doença periodontal que resultam em extensas

destruições teciduais necessitam de maior atenção para que seja mantida a saúde clinica

periodontal, uma vez que a perda de inserção é o fator que tem maior influência no

volume de FCG do que outros parâmetros. Sítios com perda de inserção clínica medias

e severas têm médias de aumento de volume de FCG 37% e 62% maiores do que locais

com perdas de inserção leves, respectivamente.

Além disso, a análise de bolsas médias e profundas mostra uma média de 33%

mais volume de FCG do que em bolsas rasas. Pela técnica aplicada ser a de inserção do

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papel absorvente no sulco/bolsa até ser encontrada resistência (BRILL, 1962), tal

diferença de tamanho de papel absorvente introduzidos em cada extensão de bolsa pode

justificar diferentes volumes de fluidos coletados, visto que quanto maior a bolsa, maior

vascularização e permeabilidade de FCG (HATIPOGLU et al., 2007; GOODSON,

2003), assim como em bolsas profundas a maior possibilidade da existência subclinica

de bactérias subgengivais, sejam elas remanescentes ou incipientes, pode justificar

alguma inflamação existente, ou seja, maior volume de FCG.

Em relação ao tipo de dente em que o FCG foi coletado em diferentes estratos de

PS, na análise univariada, assim como na análise multivariada, notamos que este

parâmetro clínico interfere diretamente no volume médio de FCG (SMITH et al., 1992),

sendo 14% maior em molares do que em não molares. Sabendo-se que áreas proximais

que apresentam inflamação na face mesial ou distal do dente vizinho são mais

suscetíveis ao aumento de volume de FCG (HATIPOGLU et al., 2007), sítios proximais

de molares podem ser de maneira geral afetados pelo possível difícil acesso à

higienização pelo paciente. Outro fator favorável aos dentes posteriores em relação aos

anteriores em relação a aumento de volume de FCG refere-se à própria anatomia de

molares, como: maior área radicular interproximal, possibilidade de maiores

irregularidades radiculares e vascularização abundante (HATIPOGLU et al., 2007;

GOODSON, 2003). Além disso, outra condição anatômica de suma importância e

restrita a molares que pode interferir no volume de FCG, é a presença de furca nesse

tipo de dente. O NIC médio dos pacientes avaliados é de 4.22mm e tal mensuração

corresponde clinicamente a uma região próxima à furca, em molares. Além disso, o fato

de a média de volume de FCG aumentar a medida que a perda de inserção cresce,

acontece, provavelmente pelo fato de sítios que já apresentaram destruição em tecidos

de suporte serem mais propensos a desenvolverem um processo inflamatório

novamente.

Apesar de este trabalho apresentar resultados parciais, nossa amostra foi

suficiente para indicar que SS não reflete diretamente o volume de FCG. Assim como

PS, NIC e tipo de dente são fatores com relação estatisticamente significativa sobre o

volume de FCG. Entretanto, uma amostra incluindo um novo perfil de paciente será

avaliada para que seja esclarecida a correlação entre SS e volume de FCG.

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6 CONCLUSÃO

A partir do presente estudo, infere-se que o volume de Fluido Crevicular

Gengival tem associação com parâmetros clínicos periodontais, como profundidade de

sondagem, perda de inserção e tipo de dente, sendo maior em molares do que em não

molares. Entretanto, o tipo de sangramento à sondagem não apresentou associação com

o volume de FCG.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Características demográficas e clínicas dos indivíduos (n=25).

Dados demográficos

Gênero Feminino 17

Masculino 8

Idade* 55.28 (8.08)

Status de Fumo

Fumantes 5

Ex fumantes 2

Nunca fumantes 18

Dados clínicos

Número de dentes* 22 (4.33)

IPV 15.03(14.81)

ISG 6.39(7.48)

SS

SS 46.10(20.67)

SS1 32.41(11.25)

SS2 13.68(12.73)

PS* 3.07(1.21)

NIC* 3.95 (1.71)

Volume de FCG* 80.84 (48.24)

*Média e desvio padrão.

IPV: índice de placa visível, ISG: índice de sangramento gengival, SS: sangramento a sondagem, PS:

profundidade de sondagem, NIC: nível de inserção clínica, FCG: fluído crevicular gengival.

Fumantes foram considerados aqueles que fumavam ao menos 3 cigarros por dia. Ex-fumantes foram

considerados os pacientes que relataram ter parado de fumar ao menos 6 meses antes do exame.

IPV, ISG e SS: porcentagem, PS e NIC: em milímetros, Volume de FCG: em unidades de periotron

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Tabela 2. Características clínicas periodontais dos sítios em que o volume de FCG foi mensurado

(n=116).

IPV*

ISG* SS*

95.69%

PS# NIC# Volume de

FCG#

SS1 SS2

24.14% 6,9% 54,31% 41,38% 4.15 (1.79) 5.36 (2.7) 80.84 (48.24)

IPV: índice de placa visível, ISG: índice de sangramento gengival, SS: sangramento a sondagem, PS:

profundidade de sondagem, NIC: nível de inserção clínica, FCG: fluído crevicular gengival.

*frequência de distribuição.

# média (desvio padrão).

IPV, ISG e SS: porcentagem, PS e NIC: em milímetros, Volume de FCG: em unidades de periotron

Tabela 3. Volume médio de FCG de acordo com os estratos de PS, SS, NIC e tipo de dente.

n (%) Volume de FCG

PS PS rasa (≤3 mm) 53 (45.6%) 66.3 (38.3)

PS profunda (≥4 mm) 63 (54.3%) 93.0 (52.4)

SS 1 63 (56.7%) 78.8 (49.5)

2 48 (43.3%) 82.6 (46.6)

NIC

Leve (≤3 mm) 30 (25.8%) 57.1 (38.1)

Moderada (4-6 mm) 56 (48.2%) 81.0 (43.6)

Severa (≥7 mm) 30 (25.8%) 104.2 (54.9)

Tipo de Dente Não molars 68 (58.6%) 73.8 (45.7)

Molares 48 (41.3%) 90.7 (50.4)

SS: sangramento a sondagem, PS: profundidade de sondagem, NIC: nível de inserção clínica, FCG:

fluído crevicular gengival.

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Tabela 4. Análise univariável e multivariável do efeito de parâmetros clínicos no volume de FCG.

Variáveis n (%) Univariável Multivariável

95% IC ß Valor P 95% IC ß Valor P

Sangramento à

Sondagem

SS1 63 (56.7%)

SS2 48 (43.3%) 1.13-1.25 1.19 0.000 0.91-1.02 0.96 0.27

Profundidade de

Sondagem

1-3mm 53 (45.6%) -

≥4 mm 63 (54.3%) 1.32-1.44 1.38 0.000 1.26-1.40 1.33 0.000

Nível de inserção

Clínica

1-3 mm 30 (25.8%) -

4-6 mm 56 (48.2%) 1.37-1.55 1.46 0.000 1.28-1.47 1.37 0.000

≥7 mm 30 (25.8%) 1.69-1.94 1.81 0.000 1.49-1.76 1.62 0.000

Tipo de dente

Não molares 68 (58.6%) -

Molares 48 (41.3%) 1.19-1.30 1.25 0.000 1.09-1.20 1.14 0.000

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ENTREVISTA

Paciente:

Idade: Data de nascimento:_____/_____/__________

Gênero: ( ) M ( ) F

Endereço:

Telefones para contato:

Hábitos de escovação

Qual a freqüência com que você realiza escovação dos dentes?.........................................

Que tipo de escova usa? Macia (.....) Média (.....) Dura (.....)

Você usa: fio (.......) escova interdental (......) escova unitufo (......)

Com que freqüência? ..........................................................................................................

Faz uso de dentifrício? Qual? .............................................................................................

Faz uso de alguma solução para bochecho? Qual? .............................................................

Você usa bochecho com que objetivo? ...............................................................................

Apresenta sangramento gengival? ......................................................................................

Tem sensibilidade nos dentes? ...........................................................................................

Sente mau gosto na boca? ...................................................................................................

Sente mau hálito? ................................................................................................................

Alguém já comentou a respeito do seu hálito? ...................................................................

Alergias

Tem alergia a algum medicamento, substância?.................................................................

História Médica

Está atualmente em tratamento médico?.............................................................................

Está tomando algum medicamento?....................................................................................

Fez uso de algum medicamento nos últimos 6 meses?..............Qual?................................

História Odontológica

Quando fez o ultimo tratamento odontológico?..................................................................

Já fez tratamento de raspagem com anestesia?...........................há quanto tempo?............

Onde fez este tratamento?....................................................................................................

Fumo

É fumante?...........................................................................................................................

Há quanto tempo?................................................................................................................

Quantos cigarros/dia?..........................................................................................................

EX-fumantes: há quanto tempo deixou o hábito? .......................................Quanto tempo

fumou?.................................. Quantos cigarros/dia fumava?..............................................

Diabetes

Tem diabetes? Alguém em sua família é diabético?...........................................................

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Condições sócio-econômicas

Qual é a renda da sua família?......................................................,,,..... salários mínimos.

Qual é seu grau de escolaridade?.........................................................................................

Qual o grau de escolaridade do chefe da sua família?.........................................................

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Ciências da Saúde, Curso de Odontologia

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu _________________________________________________________estou sendo

convidado a participar de um estudo denominado “CORRELAÇÃO ENTRE

PARÂMETROS PERIODONTAIS E VOLUME DE FLUIDO CREVICULAR

GENGIVAL EM PACIENTES EM MANUTENÇÃO PERIÓDICA E PREVENTIVA”

cujo objetivo é verificar a correlação entre parâmetros periodontais (utilizado no

diagnóstico da doença periodontal) e o volume de fluido crevicular gengival visando

validar o índice gengival estratificado.

Esta pesquisa justifica-se pelo fato de que a validação deste índice (sangramento a

sondagem estratificado) possibilitará um melhor entendimento sobre a avaliação dos

parâmetros inflamatórios periodontais (da gengiva), bem como auxiliará para um

diagnóstico, plano de tratamento e prognóstico mais sensíveis e precisos, favorecendo o

estabelecimento da saúde periodontal.

A minha participação neste estudo será no sentido de permitir a avaliação da minha

boca, onde serão anotados dados sobre o quanto de placa há sobre meus dentes, se

ocorre sangramento após uma sonda ser passada sobre a margem da gengiva, o quanto a

sonda entra entre o dente e a gengiva, se ocorre sangramento da gengiva nesse momento

e será medido o volume de fluido crevicular gengival do interior da bolsa periodontal

(entre o dente e a gengiva).

Se durante os exames da minha boca for detectada alguma necessidade de tratamento,

serei encaminhado para tratamento odontológico no Curso de Odontologia da

Universidade Federal de Santa Maria. Não terei nenhum custo ou benefício financeiro

ao participar desta pesquisa.

Durante minha participação no estudo, posso sentir-me cansado e sentir algum

desconforto próprio dos exames realizados, como: sangramento da gengiva, dor e

sensibilidade. No entanto, estou ciente de que os examinadores tentarão diminuir ao

máximo estes imprevistos.

Estou ciente de que minha privacidade será respeitada, ou seja, meu nome ou qualquer

outro dado ou elemento que possa, de qualquer forma, me identificar, será mantido em

sigilo.

Também fui informado de que posso me recusar a participar do estudo, ou retirar meu

consentimento e sair da pesquisa a qualquer momento, mesmo durante o exame e/ou

tratamento, sem precisar justificar, não sofrendo qualquer prejuízo à assistência que

venho recebendo.

Os pesquisadores envolvidos com o referido projeto são: alunos do curso de graduação

em Odontologia, Matheus Pereira Cezar (55) 96249084 e Ana Paula Pereira Reiniger

(55) 97263112; os professores da disciplina de Periodontia, Karla Zanini Kantorski (55)

91593232 e Carlos Heitor Cunha Moreira (55) 91064673 e a aluna de mestrado do

Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas Patrícia Cabral Passos (55)

99771976.

É garantido o livre acesso a todas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o

estudo e suas consequências, enfim, tudo o que eu queira saber antes, durante e depois

da minha participação. E, se de meu interesse, de ser mantido atualizado sobre os

resultados parciais das pesquisas.

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Enfim, tendo sido orientado quanto ao teor de todo o aqui mencionado e compreendido

a natureza e o objetivo do já referido estudo, manifesto meu livre consentimento em

participar, estando totalmente ciente de que não há nenhum valor econômico, a receber

ou a pagar, por minha participação.

Santa Maria, ___ de______________ de 201__.

______________________________________________________________

Assinatura do sujeito da pesquisa

_______________________________________________________________

Assinatura do pesquisador responsável

Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em

contato:

- Matheus Pereira Cezar (55) 9624-9084

- Comitê de Ética em Pesquisa - CEP-UFSM

Av. Roraima, 1000 - Prédio da Reitoria – 7º andar – Campus Universitário – 97105-900

– Santa Maria-RS - tel.: (55) 32209362 - email: [email protected]