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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL EDIFÍCIOS DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS ESTRUTURADOS EM CONCRETO, AÇO E EM ELEMENTOS MISTOS DE AÇO E CONCRETO: ANÁLISE COMPARATIVA. Tiago José dos Santos Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos como parte dos requisitos para a conclusão da graduação em Engenharia Civil Orientador: Alex Sander Clemente de Souza São Carlos 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

EDIFÍCIOS DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS ESTRUTURADOS EM CONCRETO, AÇO E EM ELEMENTOS MISTOS DE AÇO E

CONCRETO: ANÁLISE COMPARATIVA.

Tiago José dos Santos

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos como parte dos requisitos para a conclusão da graduação em Engenharia Civil Orientador: Alex Sander Clemente de Souza

São Carlos 2010

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais Gabriel e Maria, meus irmãos Fábio, Gláucia, Sandra, Gustavo e Márcia, meus sobrinhos e minha noiva Cibele, uma família verdadeiramente abençoada.

“O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução”. (Pv 1:7) “Eis que o temor do Senhor é a sabedoria e apartar-se do mal é a inteligência”. (Jó 28:28)

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AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela maravilhosa graça da vida, além da saúde necessária até o momento, para que tivesse condições de desenvolver esse trabalho. Agradeço ainda as oportunidades concedidas e por manter-se comigo, iluminando meu caminho através da sua palavra e me sustendo pela estrada que me foi proposta a caminhar. Aos meus pais pelo amor irrestrito e incondicional, carinho, companheirismo e ensinamentos concedidos a mim até o presente momento. Ao meu orientador de iniciação científica e amigo Professor Dr. Almir Sales, por me proporcionar o primeiro contato com a pesquisa, além do incentivo, confiança, apoio e ensinamentos outorgados dentro e fora da sala de aula. Ao meu orientador Professor Dr. Alex Sander Clemente de Souza pela orientação, extrema confiança e total apoio dado durante todo o período de desenvolvimento do trabalho. As amizades conquistadas na Universidade Federal de São Carlos (“Civil 06”), enfatizando eles: Carolina, Luiz Eduardo, Luis Augusto, Fernando e Matheus. Tenho e sempre terei satisfação em considerá-los como amigos. Obrigado pelo apoio durante todo o período de graduação. Aos meus colegas de república, Luiz Eduardo e Fernando pelo maravilhoso convívio, incentivo e apoio. Isto foi imprescindível para o bom desenvolvimento do trabalho. Aos meus irmãos por sempre estarem ao meu lado, apoiando-me em tudo. Por fim, mas não menos importante, à minha noiva Cibele pelo amor, carinho, companheirismo, compreensão, incentivo e alegria vivida desde o momento em que nos conhecemos. Obrigado. Todos foram e sempre serão especiais em minha vida. Agradeço a Deus pela existência de cada pessoa aqui citada.

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RESUMO

SANTOS, T. J. Edifícios de múltiplos pavimentos estruturados em concreto, aço e elementos mistos de aço e concreto: análise comparativa. São Carlos. 122p. Trabalho de conclusão de curso – Universidade Federal de São Carlos, 2010.

Dentre os sistemas estruturais existentes destaca-se o formado por elementos mistos de aço e concreto, uma vez que se apresenta como uma solução econômica e racional para o sistema estrutural de edifícios de múltiplos pavimentos. Os elementos mistos de aço e concreto são formados pela combinação de perfis de aço e concreto, sendo que esta combinação visa aproveitar as vantagens de cada material. Apesar de este sistema ser consagrado em outros países, no Brasil os estudos sobre os elementos mistos ainda são incipientes. No entanto, com a atualização da norma NBR 8800:2008 os elementos (vigas, lajes e pilares) passaram a ser abordados com maior ênfase. Com isso o interesse sobre o referido sistema cresceu, bem como os estudos relacionados ao assunto. Este trabalho visa comparar três dos sistemas estruturais existentes (concreto, aço e mistos de aço e concreto) utilizando-os na concepção estrutural de duas plantas de edifícios. Para tanto, foi realizado um estudo baseado principalmente na norma NBR 8800:2008, bem como em trabalhos disponíveis sobre o assunto. Este estudo visou melhor compreender as propriedades e o comportamento de vigas, lajes e pilares mistos. Norteado pelo estudo realizado foram elaboradas planilhas eletrônicas, tanto de dimensionamento de elementos mistos, como de levantamentos quantitativos e orçamentários, desta forma, otimizou-se o processo de dimensionamento e verificação dos elementos mistos de aço e concreto. A partir de então foi realizada uma análise comparativa, a fim de se ter parâmetros iniciais de escolha do sistema estrutural utilizados para os edifícios-exemplo. Esta análise comparativa envolveu o consumo de materiais, área livre no pavimento e custo da estrutura. Os resultados obtidos pelas análises comparativas evidenciaram bons resultados para o sistema misto, visto que se apresentou, em todas as análises, como uma solução que conseguiu se utilizar das vantagens inerentes aos dois materiais estruturais apresentados (concreto e aço) e, em um dos casos, apresentou o menor custo total da estrutura do edifício. Palavras-chave: concreto, aço, elementos mistos de aço e concreto, vigas mistas, lajes mistas, pilares mistos, análise comparativa.

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ABSTRACT

ABSTRACT

SANTOS, T. J. Buildings multiple decks structured in concrete, steel and composite elements of steel and concrete: a comparative analysis. São Carlos. 122p. Completion of course work – Federal University of São Carlos, 2010. Among the existing structural systems highlight the elements formed by composite steel and concrete as it is presented as a rational and economical solution for the structural system of buildings multiple floors. The elements of steel and concrete are formed by the combination of profiles of steel and concrete, and this combination is intended to take advantage of each material. Although this system is enshrined in other countries, in Brazil, studies on the mixed elements are still incipient. However, with the upgrade of the NBR 8800:2008 elements (beams, slabs and pillars) are now approached with more emphasis. Thus the interest on the scheme grew, as well as studies related to the subject. This paper aims to compare three of the existing structural systems (concrete, steel and composite steel and concrete) using the structural design of the two layouts. For this, a study based mainly on NBR 8800:2008, as well as jobs available on the subject. This study aimed to better understand the properties and behavior of beams, slabs and composite columns. Guided by the study were prepared spreadsheets, both of design of composite elements, such as quantitative surveys and budget, thus optimized the process of design and verification of mixed elements of steel and concrete. Since then a comparative analysis was performed in order to have the choice of initial parameters of structural system used for buildings-example. This comparative analysis involved the consumption of materials, open space and the cost of the pavement structure. The results obtained by comparative analysis showed good results for the mixed system, as it presented itself, in every analysis as a solution that was able to utilize the advantages inherent to both structural materials submitted (concrete and steel), and in one case , had the lowest total cost of the building structure. Keywords: concrete, steel, mixing elements of steel and concrete composite beams, composite slabs, composite columns, the comparative analysis.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Edifício garagem América (primeiro edifício em estrutura metálica no Brasil) (a) em construção e (b) construído................................................................................................. 8

Figura 2: (a) Estrutura com pórticos rígidos. (b) Estrutura contraventada ................................. 9 Figura 3: (a) Parede de cisalhamento. (b) Estrutura com núcleo rígido em concreto. ............... 9 Figura 4: Estrutura tubular ........................................................................................................ 10 Figura 5: Edifício Turning Torso (Suécia) construído com núcleo rígido em concreto armado.

.......................................................................................................................................... 11 Figura 6: Seções usuais de pilares mistos preenchidos ............................................................ 15 Figura 7: (a) Pilar revestido e (b) Pilar parcialmente revestido. ............................................... 15 Figura 8: Exemplo de vigas mistas. .......................................................................................... 16 Figura 9: Configuração final das vigas mistas.......................................................................... 18 Figura 10: Exemplo de laje com forma de aço incorporada (steel deck). ................................ 19 Figura 11: Esquema das vigas mistas de aço e concreto em que seu dimensionamento é (a) ou

não (b) aplicável na norma NBR 8800:2008. ................................................................... 27 Figura 12: Conector do tipo pino com cabeça tipo stud bolt. ................................................... 30 Figura 13: Laje steel deck pronta para o lançamento do concreto............................................ 31 Figura 14: Modos de colapso no estado limite último da laje mista de aço e concreto. .......... 32 Figura 15: Tabela de carga apresentada pela empresa PERFILOR. ......................................... 34Figura 16: Forças de atrito adicionais devidas a conectores tipo “pino com cabeça................ 39 Figura 17: Valores de χ em função do índice de esbeltez λ0. ................................................... 40 Figura 18: Sistema estrutural do pavimento tipo do edifício exemplo 1 (medidas em mm). ... 44 Figura 19: Forma da estrutura convencional com lajes maciças .............................................. 46 Figura 20: Sistema estrutural do pavimento tipo utilizado para o cálculo do EE1 estruturado

em elementos mistos (medidas em mm)........................................................................... 49 Figura 21: Estrutura com pórticos rígidos utilizada para o cálculo do EE1. ............................ 51 Figura 22: Comparação do consumo de concreto. ................................................................... 57 Figura 23: Comparação do consumo de Aço em forma de barras – EE1. ................................ 59 Figura 24: Comparação do consumo de Aço em forma de perfis – EE1. ................................ 61 Figura 25: Consumo de formas. ............................................................................................... 62 Figura 26: Etapas de pré-fabricação dos pilares mistos parcialmente revestidos..................... 63 Figura 27: Comparação do custo total da Estrutura da Edificação – Preço do perfil (R$2,99/kg

do aço) .............................................................................................................................. 65 Figura 28: Planta baixa do pavimento tipo do edifício exemplo 2 (EE2). ............................... 67 Figura 29: Planta baixa da cobertura do edifício exemplo 2 (EE2).......................................... 67 Figura 30: Sistema estrutural do pavimento tipo do edifício exemplo 2 (EE2). Em azul –

pilares não pertencentes aos pórticos. .............................................................................. 69 Figura 31: Nomenclatura utilizada para os elementos analisados (EE2). ................................ 70 Figura 32: Consumo do consumo de concreto (m3) – EE2 ...................................................... 79 Figura 33: Comparação do consumo de Aço (kg) – EE2. ........................................................ 80 Figura 34: Comparação do consumo de Aço em forma de barras – EE2. ................................ 81 Figura 35: Comparação do custo total da estrutura do edifício-exemplo 2. ............................. 83

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Limites de aplicabilidade da norma NBR 8800:2008 para vigas mistas .................. 26Tabela 2: Tabela

de cargas e vãos máximos para dimensionamento de lajes mistas com forma

de aço incorporada - METFORM ..................................................................................... 33Tabela 3: Limites de aplicabilidade da NBR 8800:2008 .......................................................... 37Tabela 4: Tensão de cisalhamento resistente de cálculo τRd. .................................................... 38Tabela

5: Pesos específicos, cargas acidentais, permanentes e características do vento –

edifício Albuquerque (1998) ............................................................................................ 43Tabela 6: Consumo de materiais .............................................................................................. 47Tabela 7: Índices ....................................................................................................................... 47Tabela

8: Resumo das ações consideradas para o dimensionamento do edifício exemplo 1 em

elementos mistos de aço e concreto. ................................................................................. 48Tabela 9: Seção mista parcialmente revestida dimensionada para o edifício EE1. .................. 52Tabela 10: Quantidade (kg) de aço utilizada para os pilares mistos (EE1) .............................. 53Tabela

11: Perfis escolhidos para compor as seções das vigas de aço isoladas e mistas em aço

e concreto. ......................................................................................................................... 54Tabela 12: Quantidade (kg) de aço utilizado para os perfis de vigas (EE1) ............................ 55Tabela 13: Consumo de materiais ............................................................................................ 56Tabela 14: Preço das barras de aço – GERDAU (Campinas) .................................................. 60Tabela 15: Área livre do 1 ao 10 pavimento ............................................................................ 63Tabela 16: Área livre do 11 ao 20 pavimento .......................................................................... 64Tabela 17: Custo dos itens (em R$) analisados e custo total da estrutura da edificação.......... 65Tabela 18: Resumo das ações consideradas – EE2* ................................................................ 68Tabela 19: Esforços solicitantes e perfis adotados para os pilares em aço. ............................. 71Tabela 20: Quantidade (kg) de aço utilizada nos pilares em aço do EE2*. ............................. 71Tabela

21: Esforços solicitantes máximos e seção utilizada para as vigas dos pórticos ABCD e

do pórtico 2345 ................................................................................................................. 72Tabela

22: Esforços solicitantes máximos e seção utilizada para as vigas dos pórticos ABCD e

do pórtico 2345 - (Cobertura). .......................................................................................... 72Tabela 23: Quantidade de aço (kg) utilizado nas vigas do Edifício-Exemplo 2. ..................... 73Tabela 24: Consumo de materiais – EE2 ................................................................................. 73Tabela

25: Esforços solicitantes e perfis utilizados para os pilares mistos parcialmente

revestidos - EE2. ............................................................................................................... 75Tabela

26: Quantidade (kg) de aço utilizada nos pilares mistos parcialmente revestidos do

edifício exemplo 2. ........................................................................................................... 75Tabela 27: Esforços solicitantes e perfis de aço utilizados para as vigas mistas...................... 76Tabela 28: Consumo de aço para as vigas mistas. .................................................................... 77Tabela 29: Consumo de materiais – EE2 ................................................................................. 77Tabela 30: Custo total (em R$) da estrutura do EE2 – Preço do perfil de aço R$2,99/kg. ...... 82.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1

1.1 Justificativa ............................................................................................................... 2

1.2 Objetivos .................................................................................................................... 3

1.3 Estrutura do texto ..................................................................................................... 3

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 5

2.1 ESTRUTURAS DE CONCRETO ........................................................................... 6

2.2 ESTRUTURAS METÁLICAS ................................................................................ 7

2.3 ESTRUTURAS MISTAS DE AÇO E CONCRETO ........................................... 10 2.3.1 VANTAGENS DO SISTEMA MISTO ............................................................... 13 2.3.2 PILARES MISTOS .............................................................................................. 14 2.3.3 TIPOS E CLASSIFICAÇÃO DOS PILARES MISTOS ..................................... 15 2.3.4 VIGAS MISTAS .................................................................................................. 16 2.3.5 LAJES MISTAS ................................................................................................... 18

2.4 ANÁLISE ESTRUTURAL .................................................................................... 20

3. ESTUDO DO COMPORTAMENTO E DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS MISTOS ................................................................................................................................... 23

3.1 VIGAS MISTAS ..................................................................................................... 23 3.1.1 DIMENSIONAMENTO DE VIGAS MISTAS SEGUNDO NBR 8800:2008 .... 25

3.2 LAJE MISTA .......................................................................................................... 29 3.2.1 MÉTODOS CONSTRUTIVOS (MONTAGEM E FIXAÇÃO) .......................... 29 3.2.2 DIMENSIONAMENTO DAS LAJES MISTAS SEGUNDO NBR 8800:2008 .. 31 3.2.3 DIMENSIONAMENTO DAS LAJES MISTAS SEGUNDO tabela

da metform e

perfilor. ............................................................................................................................. 33

3.3 PILARES MISTOS ................................................................................................ 35 3.3.1 DIMENSIONAMENTO DOS PILARES SEGUNDO NBR 8800:2008 ............. 36 3.3.2 CISALHAMENTO NA INTERFACE AÇO-CONCRETO ................................ 37 3.3.3 PILARES SUBMETIDOS À COMPRESSÃO AXIAL ...................................... 39 3.3.4 PILARES SUBMETIDOS À FLEXO-COMPRESSÃO ...................................... 40

4. ESTUDO DE CASO ........................................................................................................ 42

4.1 EDIFÍCIO EXEMPLO 1 (EE1) ............................................................................ 42

4.2 ELEMENTOS EM CONCRETO (EE1) .............................................................. 45

4.3 ELEMENTOS EM AÇO E MISTOS DE AÇO E CONCRETO (EE1) ............ 47

4.4 ANÁLISE COMPARATIVA DO EDIFÍCIO-EXEMPLO 1 (CONCRETO VS ELEMENTOS MISTOS DE AÇO E CONCRETO) ....................................................... 56

4.4.1 CONSUMO DE CONCRETO ............................................................................. 57 4.4.2 CONSUMO DE AÇO – Barras e Perfis ............................................................... 58 4.4.3 CONSUMO DE FORMAS .................................................................................. 62 4.4.4 CONSUMO DE STEEL DECK ........................................................................... 63 4.4.5 ÁREA LIVRE NO PAVIMENTO ....................................................................... 63 4.4.6 CONSUMO TOTAL DA ESTRUTURA DOS EDIFÍCIOS ............................... 65

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4.5 EDIFÍCIO EXEMPLO 2 (EE2) ............................................................................ 66

4.6 EDIFÍCIO ESTRUTURADO EM AÇO E ELEMENTOS MISTOS (EE2*) - PILARES EM AÇO ISOLADO. ....................................................................................... 69

4.7 ELEMENTOS MISTOS DE AÇO E CONCRETO (EE2**) – pilares mistos. . 74

4.8 ANÁLISE COMPARATIVA DO EDIFÍCIO-EXEMPLO 2 (ESTRUTURA EM aço VS ELEMENTOS MISTOS DE AÇO E CONCRETO) .................................. 78

4.8.1 CONSUMO DE CONCRETO ............................................................................. 78 4.8.2 CONSUMO DE AÇO – Perfis ............................................................................. 79 4.8.3 CONSUMO DE AÇO - Armadura ....................................................................... 81 4.8.4 CONSUMO DE STEEL DECK ........................................................................... 82 4.8.5 CONSUMO TOTAL DA ESTRUTURA DOS EDIFÍCIOS ANALISADOS ..... 82

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 84

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 87

7. APÊNDICE A: PLANILHAS ELETRÔNICAS PARA O DIMENSIONAMENTO DAS VIGAS MISTAS ...................................................................................................................... 91

8. APÊNDICE B: PLANILHAS ELETRÔNICAS PARA O DIMENSIONAMENTO DO PILAR MISTO PARCIALMENTE REVESTIDO ................................................................. 99

9. APÊNDICE C: PLANILHAS ELETRÔNICAS PARA O DIMENSIONAMENTO DE VIGAS DE AÇO ISOLADAS ................................................................................................ 111

10. APÊNDICE D: TABELA

S DIMENSIONAMENTO DAS LAJES MISTAS - METFORM ............................................................................................................................ 119

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente a busca por informações e por tecnologia é cada vez maior em todos os

setores. No setor da construção civil não é diferente, uma vez que a busca por novas

tecnologias e informações têm proporcionado meios mais racionais de construção. Dentre

os sistemas estruturais existentes estão os formados por elementos em aço que, por sua

vez, apresentam total padronização dos elementos que compõe a estrutura principal e

também a estrutura de fechamento, acelerando o processo construtivo e tornando este

sistema estrutural competitivo, pela sua elevada produtividade.

A despeito de predominar ainda a cultura de edifícios em concreto armado no Brasil

esta realidade está por mudar, uma vez que o aço vem apresentando viabilidade construtiva

e econômica para a construção de edifícios de múltiplos pavimentos. Isto se dá pelo fato de

que este sistema estrutural apresenta algumas vantagens quando comparadas com o de

concreto armado, a saber: Maior área útil, pelo fato das seções das vigas e pilares serem

mais esbeltas quando comparadas com as equivalentes em concreto; Alívio de carga nas

fundações, pois são mais leves que as estruturas equivalentes em concreto, prazo de

construção reduzido, etc.

Com vistas em se utilizar das vantagens proporcionadas pelos materiais estruturais

mais utilizados na construção civil (aço e concreto), desenvolveu-se outro tipo de sistema

estrutural, o formado por elementos mistos de aço e concreto.

As estruturas mistas são formadas pela associação de perfis de aço e concreto

estruturais, de modo que estes trabalhem em conjunto para resistir aos esforços solicitantes.

Pode-se notar a possibilidade que este sistema estrutural outorga na exploração das

melhores características de cada material, agrupando-as num só elemento. Desta forma, a

rigidez do concreto frente às forças horizontais e sua moldabilidade foram associadas à

precisão dimensional e a capacidade de vencer grandes vãos apresentadas pelo sistema

estrutural em aço.

Em comparação com o sistema estrutural de concreto armado pode-se citar que o

sistema misto: possui maior facilidade de montagem, permitem execuções em variadas

condições climáticas, alívio de carga nas fundações, baixo prazo de execução, liberdade no

projeto de arquitetura, racionalização de materiais e de mão-de-obra, redução ou até

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dispensa de formas e escoramentos, além de oferecer um canteiro de obras limpo e

acessível.

Já em comparação com o sistema estrutural em aço pode-se citar que o sistema

misto possui: menor consumo de aço, além da redução no consumo de materiais de

proteção contra incêndio e corrosão. A segunda vantagem citada deve-se ao fato que o

concreto melhora o desempenho do elemento estrutural frente às ações de corrosão e fogo.

Desta forma, os sistemas mistos apresentam vantagens significativas que devem ser

avaliadas quando na escolha da tipologia do sistema estrutural dos edifícios de múltiplos

pavimentos.

Os primeiros elementos a se utilizarem desta tecnologia foram às vigas (perfis de aço

revestidos com concreto). Apesar de esta técnica parecer recente, a utilização de estruturas

mistas data do fim do século XIX. De início o concreto era utilizado apenas para proteger os

elementos de aço do fogo e da corrosão. Mesmo com a utilização do concreto e sua

contribuição na resistência, esta era, na época, desprezada nos cálculos.

No Brasil, as primeiras construções mistas se limitavam a alguns edifícios e

pequenas pontes construídas entre os anos de 1950 e 1960. Em 1986, a NBR 8800 -

Projeto e execução de estruturas de aço de edifícios normatizaram as estruturas mistas, no

entanto, apenas abordava os elementos mistos submetidos à flexão, as vigas mistas.

A partir de então, com o aumento da produção de aço estrutural no Brasil e com a

busca de novas soluções arquitetônicas e estruturais, foram construídos vários edifícios

utilizando-se do sistema misto nos últimos anos. Outro destaque é que a nova versão da

NBR 8800:2008 contempla, em seus anexos, recomendações de projeto para lajes, vigas e

pilares mistos, portanto, percebe-se que a utilização de elementos mistos está se difundindo

e ganhará novos espaços no Brasil.

1.1 JUSTIFICATIVA

Percebe-se atualmente que a indústria da construção civil busca soluções viáveis

que propiciem aos empreendimentos durabilidade, qualidade, menor tempo de execução e

menor custo. Para tanto, pesquisas foram realizadas a fim de idealizar novos sistemas

estruturais que posteriormente fossem aplicados nos empreendimentos.

Dentre os existentes podem-se evidenciar os sistemas estruturados em concreto,

aço e aço/concreto (misto). No Brasil, percebe-se que o sistema predominante é o

tradicional em concreto. Esta inércia é fruto de uma série de motivos que restringiam a

implantação dos demais sistemas estruturais, a saber: motivos técnicos, sociais, políticos e

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econômicos. Mesmo assim, os sistemas estruturados em aço e principalmente os formados

por elementos mistos ganharam força e expandiram à medida que a demanda cresceu. Este

crescimento fora significativo, ampliando a aplicação destes sistemas nas construções de

edifícios de múltiplos pavimentos, pontes, coberturas de grandes vãos, etc.

Tendo em vista os sistemas estruturais supracitados pode-se inferir que é difícil

evidenciar imediatamente qual dos sistemas existentes, quando aplicados em um projeto,

trará maiores benefícios, tanto ao empreendimento em si quanto ao empreendedor. Para

tanto, há a necessidade de uma análise comparativa que avalie os parâmetros necessários

para embasar tal afirmação. Cabe salientar que esta comparação depende de inúmeros

fatores e que não podem ser aplicadas a todos os edifícios residenciais, comerciais e

industriais.

Assim sendo, este trabalho analisará alguns dos sistemas construtivos existentes

aplicados em um edifício de múltiplos pavimentos. Esta análise não se dará apenas sob a

perspectiva do comportamento estrutural, mas também em termos de custo e dos aspectos

construtivos.

1.2 OBJETIVOS

Pretende-se desenvolver uma análise comparativa concernente a alguns dos

sistemas construtivos existentes e utilizados na fabricação e montagens das estruturas de

edifícios de múltiplos pavimentos. Será comparado o consumo de materiais, área livre por

pavimento e custo total da estrutura do edifício. Cabe salientar que esta análise comparativa

também contemplará o comportamento estrutural e os aspectos construtivos do edifício.

Almeja-se também realizar uma revisão bibliográfica que contemple os sistemas

estruturais para edifícios, enfatizando aqueles em elementos mistos. Além disso, pretende-

se sistematizar os critérios de projeto para elementos em aço e elementos mistos. Será

utilizada a norma NBR 8800:2008.

Por fim, com a realização deste estudo espera-se desenvolver o conhecimento do

aluno, conferindo-lhe maior habilidade em relação ao tema proposto.

1.3 ESTRUTURA DO TEXTO

O corpo deste trabalho de conclusão de curso foi organizado em onze capítulos. O

primeiro capítulo descreve a importância do sistema estrutural misto de aço e concreto em

meio a alguns dos sistemas estruturais existentes no mercado. Ressaltaram-se as

vantagens na utilização de elementos mistos (vigas, pilares e lajes) comparando-os com

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sistemas já consolidados, como o tradicional em concreto e o sistema estruturado em aço.

Ainda nesse capítulo foram apresentadas as justificativas e objetivos que direcionaram e

deram um escopo a este trabalho de conclusão de curso.

O Capítulo 2 identificado como “Revisão Bibliográfica” aborda o comportamento

estrutural, além das vantagens e desvantagens na utilização de lajes mistas, vigas mistas e

pilares mistos como elementos estruturais de um edifício de múltiplos pavimentos. Para

basear as afirmações citadas no decorrer do trabalho foi feito um estudo panorâmico sobre

o uso do concreto como material estrutural, bem como de algumas características

intrínsecas a este sistema estrutural. O mesmo foi feito para o aço utilizado com finalidade

estrutural. Foram abordados os sistemas estruturais comumente utilizados em edifícios de

múltiplos pavimentos (pórticos rígidos, contraventada, etc.), bem como suas vantagens e

desvantagens frente os sistemas estruturais existentes. Por fim, o capítulo 2 enfatiza o

sistema misto de aço e concreto, apresentando-o num contexto histórico nacional e mundial.

Além disso, baseado em estudos realizados por diferentes autores foram apresentados os

elementos estruturais mistos utilizados (vigas, lajes e pilares), indicando possíveis

classificações dos elementos, bem como suas aplicações em sistemas estruturais de

edifícios de vários pavimentos.

No capítulo 3 encontra-se a descrição do estudo do comportamento e

dimensionamento dos elementos mistos estudados (vigas, lajes e pilares). Para tanto, foi

utilizada a norma NBR 8800:2008.

O capítulo 4 evidenciará a descrição dos estudos de casos, bem como da

metodologia empregada que norteará o desenvolvimento deste trabalho. Será neste capítulo

descrito, com maiores detalhes, os instrumentos e procedimentos utilizados na elaboração

de planilhas de dimensionamento. Além disso, será destinado a apresentar os resultados

obtidos através das planilhas eletrônicas, tanto as de dimensionamento quanto as de

levantamento quantitativo e orçamentário. Para todos os resultados apresentados serão

tecidos comentários e discussões considerando algumas variáveis pertinentes ao assunto.

Comentários, conclusões e possíveis sugestões para novas pesquisas dentro desse

assunto serão descritos no capítulo 5.

No item 6 são relatadas as referências bibliográficas e complementares utilizadas no

decorrer deste trabalho.

Por fim, algumas das planilhas eletrônicas utilizadas serão apresentadas nos

Apêndices (itens 7, 8, 9 e 10).

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · Figura 8: Exemplo de vigas mistas..... 16 Figura 9: Configuração final das vigas mistas ... 2.1 ESTRUTURAS DE CONCRETO ...

5

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Sabe-se que o desenvolvimento das cidades trouxe consigo a aglutinação

populacional em centros urbanos, ocasionando assim a escassez dos terrenos disponíveis

que, por sua vez tornaram-se bens de grande valor. Nota-se que a valorização do terreno

não se dá apenas pela sua escassez, mas também pela sua localização estratégica. Desta

forma, estes aspectos têm norteado e condicionado a construção de edifícios cada vez mais

altos. É notável que os edifícios altos tem se tornado a característica física dos centros

urbanos.

Considerando a estrutura portante de um edifício Giongo (2007) inferiu que a

concepção desta deve-se balizar inicialmente na questão da constituição dos elementos

estruturais, ou seja, de que são constituídos os referidos elementos. Para tanto, citar-se-ão

alguns dos sistemas construtivos existentes, a saber: em concreto armado, em aço e em

elementos mistos.

Embora muitas vezes a escolha do sistema estrutural de um edifício seja influenciada

por imposições arquitetônicas, por rotinas construtivas ou ainda pela infra-estrutura da

região, cabe ao engenheiro de estruturas buscar, dentro das condições impostas, a

alternativa estrutural que garanta maior economia (ALBUQUERQUE, 1998).

Os sistemas estruturais utilizados atualmente são: em concreto, em aço e em

elementos mistos de aço e concreto.

A cultura de utilização de estruturas de concreto ainda é a predominante no Brasil,

mesmo nos dias de hoje. As estruturas dos edifícios de múltiplos pavimentos são, em sua

maioria, de concreto armado ou protendido, moldadas no local ou mesmo moldadas fora do

canteiro (pré-fabricadas).

No entanto, com a tendência do setor construtivo em aumentar o nível de

industrialização estudos verificaram a viabilidade do aço, bem como os benefícios que este

material outorgaria ao sistema como um todo. Recentemente no Brasil, este material passou

a ser utilizado nas estruturas de edifícios e, desde então atravessa um período de grande

expansão. Vários são os edifícios no país que se utilizam do sistema estrutural em aço, no

entanto, é cabível dizer que esta utilização ainda se dá em menor freqüência que o

concreto.

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · Figura 8: Exemplo de vigas mistas..... 16 Figura 9: Configuração final das vigas mistas ... 2.1 ESTRUTURAS DE CONCRETO ...

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Considerando que os dois materiais estruturais mais utilizados na construção civil, o

aço e o concreto, possuem características distintas que, por sua vez, podem proporcionar

benefícios ao edifício em si, outro sistema estrutural passou a fazer parte da lista dos

existentes, a saber: o sistema misto em aço e concreto. Pelo fato deste sistema estrutural

explorar as vantagens de cada material (aço e concreto) e direcioná-las em um único

elemento, este se difundindo está no Brasil, apresentando-se como uma competitiva solução

estrutural para o futuro próximo das construções.

2.1 ESTRUTURAS DE CONCRETO

Segundo Fajersztajn (1987) o uso de concreto armado na construção das estruturas

de edifícios está bastante difundido, já sendo considerado, na época, o sistema mais

utilizado no Brasil. Essa realidade ainda permanece nos dias atuais, ou seja, a utilização de

elementos estruturados em concreto é predominante em edifícios de múltiplos pavimentos.

Pode-se evidenciar ainda que a grande utilização de concreto não se dá apenas no

Brasil, mas também em vários países do mundo. De acordo com Cordeiro (2006) o concreto

de cimento Portland ainda é o principal material de engenharia utilizado pelo homem. Essa

grande utilização deu-se e ainda se dá pelas diversas características presentes no concreto,

tais como: elevada resistência mecânica, baixo custo, adequabilidade de formas, entre

outras. Igualmente é que algumas das características citadas tornam o concreto uma

escolha bem especificada para a confecção de diversas estruturas.

Segundo Gartner (2004) a previsão é de que são produzidos cerca de 1,7 bilhões de

toneladas de cimento anualmente no planeta. Para o autor esta quantidade é suficiente para

a produção de 6 km3 de concreto por ano, ou ao menos 1m3 de concreto por habitante.

As primeiras construções em concreto armado utilizaram-se da idéia da moldagem in

loco, atendo-se ao fato de que os equipamentos e ferramentas da época eram incipientes.

Comumente se utilizavam de lajes maciças e, posteriormente, lajes pré-moldadas.

A distância relativa entre pilares era da ordem de 4 a 5 metros. Isso porque agiam

alguns fatores limitantes, a saber: resistência do concreto, simplificações nas modelagens

da estrutura e até mesmo o comportamento do próprio sistema estrutural. Mesmo assim, as

vantagens desse sistema construtivo o fez difundir rapidamente e estudos foram realizados

a respeito desses materiais, visando melhor compreender seu comportamento estrutural.

Como forma de explicitar as vantagens inerentes deste sistema construtivo cita-se: a

capacidade de adequar às formas e concepções arquitetônicas (moldabilidade); possui

elevada resistência à maioria dos tipos de solicitação, desde que sejam bem dimensionadas

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · Figura 8: Exemplo de vigas mistas..... 16 Figura 9: Configuração final das vigas mistas ... 2.1 ESTRUTURAS DE CONCRETO ...

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e construídas; a estrutura é monolítica, proporcionando o trabalho do conjunto quando a

peça for solicitada; não necessita de mão-de-obra com elevado nível de qualificação. Além

disso, cita-se que os processos construtivos são conhecidos e bem difundidos em quase

todo o país.

No entanto, algumas restrições do sistema construtivo em concreto armado moldado

no local tais como o uso de formas e escoramentos, bem como a relativa dificuldade e

lentidão de execução acabaram por tornar este sistema construtivo menos racional que os

demais.

As inovações tecnológicas, construtivas e de informática trouxeram consigo a

evolução da resistência do concreto, bem como a possibilidade de realização de análises

mais complexas e refinadas. Além disso, foi possível o uso de novas opções estruturais

como: lajes nervuradas, protensão nas estruturas, estruturas pré-moldadas, etc. Essas

evoluções possibilitaram soluções mais arrojadas para os edifícios, diversificação das peças

de concreto e facilidade e rapidez na execução, principalmente se forem utilizados

elementos pré-moldados.

A despeito do uso do concreto como material de construção estar consolidado no

país, verifica-se que há constante busca e difusão das informações concernente a utilização

de outros sistemas construtivos, como é o caso das estruturas metálicas e as estruturas

mistas, que serão destacadas nos próximos itens.

2.2 ESTRUTURAS METÁLICAS

Concernente à estrutura metálica pode-se evidenciar que, no passado, esta era

aplicada, predominantemente, em construções comerciais. As primeiras aplicações da

estrutura metálica na construção civil data do século XVIII e desde então o aço tem

possibilitado aos profissionais da área soluções estruturais mais arrojadas, eficientes e de

alta precisão. (INABA, 2010). Associados a isso, o autor destaca que a utilização de

estruturas metálicas também confere ao sistema redução do tempo de construção, aumento

de produtividade, além da racionalização do uso de materiais e de mão-de-obra. Salienta-se

ainda o fato do sistema construtivo em aço ser um dos sistemas existentes que possui

vocação para a industrialização.

Com as afirmações supracitadas é fácil compreender que atualmente, a utilização do

aço nas estruturas de edifícios comerciais e residenciais de múltiplos pavimentos tem se

tornado freqüente.

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · Figura 8: Exemplo de vigas mistas..... 16 Figura 9: Configuração final das vigas mistas ... 2.1 ESTRUTURAS DE CONCRETO ...

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Diferente do cenário encontrado na maioria dos países desenvolvidos, em que a

construção metálica está fortemente consolidada, no Brasil ela ainda está atravessando um

período de expansão. Desde os anos 80 verifica-se o crescimento do mercado de estruturas

em aço. Para Souza (2009) a consolidação e o desenvolvimento do uso deste sistema são

de suma importância e deve ser incentivado, uma vez que pode até mesmo contribuir para o

desenvolvimento econômico e social do país.

Além de todos os benefícios já citados, citar-se-ão outras vantagens que a estrutura

metálica apresenta quando comparada com o sistema construtivo convencional em concreto

armado: Maior área útil, pelo fato das seções das vigas e pilares serem mais esbeltas

quando comparadas com as equivalentes em concreto; Alívio de carga nas fundações, pois

são mais leves que as estruturas equivalentes em concreto, etc. (INABA, 2010).

A utilização de perfis de aço tornou-se interessante à medida que apresentavam a

diminuição das cargas nas fundações (menor peso próprio), proporcionava o vencimento de

grandes vãos com baixo consumo de material, relativo ao equivalente em concreto armado.

Assim sendo, galpões industriais aderiram rapidamente a este sistema construtivo por

apresentarem características propícias a este. E não apenas os galpões, mas também

edifícios de múltiplos andares e os de pequeno porte acabaram por se utilizar desse sistema

construtivo. Como forma de exemplificar a afirmação supracitada cita-se o primeiro edifício

estruturado em aço construído no Brasil: a Garagem América, em 1957, como mostra a

Figura 1.

(a) (b)

Figura 1: Edifício garagem América (primeiro edifício em estrutura metálica no Brasil) (a) em construção e (b) construído.

Fonte: www.pauloandrade.com.br / www.metalica.com.br

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Os sistemas estruturais comumente utilizados em edifícios de múltiplos pavimentos

são: estrutura com pórticos rígidos, contraventada, com paredes de cisalhamento, com

núcleo rígido em concreto e estrutura tubular (Figura 2 a Figura 4).

(a) (b)

Figura 2: (a) Estrutura com pórticos rígidos. (b) Estrutura contraventada Fonte: CBCA (2004).

(a) (b)

Figura 3: (a) Parede de cisalhamento. (b) Estrutura com núcleo rígido em concreto. Fonte: CBCA (2004).

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Figura 4: Estrutura tubular

Fonte: CBCA (2004).

No entanto, esses arranjos estruturais são os responsáveis pela coleta e distribuição

das ações horizontais. Estas chegam aos pilares que as direcionam a fundação. Para as

ações verticais as vigas e lajes são as responsáveis por coletar e distribuir às ações para os

pilares que, por sua vez, as direcionarão até as fundações.

Cabe salientar que cada tipologia estrutural apresenta vantagens e desvantagens no

uso em edifícios de múltiplos pavimentos, cabendo ao engenheiro projetista escolher a que

melhor se adapte às condições impostas. As principais vantagens e desvantagens de cada

tipologia estão contidas no manual “Edifícios de pequeno porte estruturados em aço – CBCA

2004”.

Pelo fato dos elementos estruturados em aço serem mais esbeltos, quando

comparados com os equivalentes em concreto, pode-se afirmar que estes são mais

suscetíveis à ação do fogo que os elementos em concreto. Desta forma, alguns materiais

desde o fim do século XIX foram utilizados como materiais de revestimento, protegendo a

estrutura metálica do fogo e da corrosão. O concreto foi utilizado com esta finalidade

(FIGUEIREDO, 1998). Assim, começou-se a ter a idéia da “estrutura mista”, objeto de

destaque do próximo item.

2.3 ESTRUTURAS MISTAS DE AÇO E CONCRETO

É possível utilizar em uma mesma estrutura os dois materiais estruturais mais

empregados na construção civil, a saber, o aço e o concreto. Essa utilização conjunta pode

se dar na forma de estruturas híbridas ou estruturas mistas.

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São consideradas híbridas as estruturas compostas por subsistemas de materiais

diferentes. Como exemplo dessa afirmação cita-se um edifício estruturado em aço que

possui um núcleo rígido em concreto armado (Figura 5).

Figura 5: Edifício Turning Torso (Suécia) construído com núcleo rígido em concreto armado.

Fonte: www.constructalia.com

Uma característica interessante das estruturas híbridas é que apesar destas se

utilizarem de materiais diferentes estes trabalham de maneira independentemente,

diferentemente das estruturas mistas em que os diferentes materiais atuam em conjunto,

comportando-se como um único elemento (DE NARDIN, 2008).

As estruturas mistas podem ser definidas como as formadas pela associação de

perfis de diferentes materiais, por exemplo, aço e concreto, de modo que os estes trabalhem

conjuntamente para resistir aos esforços solicitantes. Cita-se neste caso um pilar (perfil

metálico) revestido em concreto.

O histórico da construção mista está intimamente ligado ao desenvolvimento do

concreto armado e das estruturas metálicas (MALITE, 1993). Figueiredo (1998) ressalva que

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apesar desta técnica parecer recente, a utilização de estruturas mistas data do fim do século

XIX.

Esta afirmação é confirmada por Griffis (1994) quando evidencia que as primeiras

construções mistas nos Estados Unidos datam de 1894. Neste caso, uma ponte e um

edifício construídos se utilizaram de vigas de aço revestidas com concreto, cuja finalidade

era de proteger os elementos de aço do fogo e da corrosão. Figueiredo (1998) acrescenta,

com base nestes relatos, que as estruturas mistas aço-concreto surgiram casualmente.

Até a década de 30 o concreto era utilizado nas estruturas apenas como material de

revestimento. Mesmo assim, Griffis (1994) fez questão de salientar que um grande número

de edifícios de múltiplos pavimentos foi construído entre as décadas de 20 e 30, utilizando-

se deste tipo de sistema construtivo. Apesar da utilização do concreto e sua contribuição na

resistência, esta era, na época, desprezada nos cálculos (MALITE, 2005).

A partir de então houve uma motivação por parte dos pesquisadores para o

desenvolvimento do primeiro registro de normatização de estruturas mistas, em 1930,

através do New York City Building Code. Este assunto foi, em 1944, adicionado às normas

da atual AASHTO (Figueiredo, 1998).

No Brasil, as primeiras construções mistas se limitavam a alguns edifícios e

pequenas pontes construídas entre os anos de 1950 e 1960. Em 1986, a NBR 8800 -

Projeto e execução de estruturas de aço de edifícios normatizaram as estruturas mistas, no

entanto, apenas abordava os elementos mistos submetidos à flexão, as vigas mistas

(FIGUEIREDO, 1998).

A partir de então, com o aumento da produção de aço estrutural no Brasil e com a

busca de novas soluções arquitetônicas e estruturais, foram construídos vários edifícios

utilizando-se do sistema misto nos últimos anos (MALITE, 1990).

Toledo (2009) lembra que a utilização de elementos mistos de aço e concreto foi

estimulada no país, uma vez que a NBR 8800:2008 passou a contemplar recomendações

de projetos para lajes, vigas e pilares mistos. No entanto, existem procedimentos

específicos de cálculo que a referida norma ainda não aborda, como no caso da utilização

de vigas mistas associadas às tradicionais lajes com vigotas pré-moldadas (DAVID et al.,

2005).

Percebe-se que houve um desenvolvimento e difusão do sistema misto, sendo este

fato observado tanto no Brasil quanto em outros países. Para tanto, nota-se que há

vantagens oferecidas pelo sistema misto em comparação aos sistemas estruturais que se

utilizam de concreto e aço. Estas foram destacadas por alguns autores e serão

apresentadas no tópico seguinte.

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2.3.1 VANTAGENS DO SISTEMA MISTO

Quando comparado com os sistemas convencionais que se utilizam de aço estrutural

e concreto armado, os sistemas mistos apresentam algumas vantagens. Estas foram já

citadas por alguns autores, a saber: Figueiredo (1998), Toledo (2009), Lima (2009) e Inaba

(2010) e serão delineadas nos parágrafos subseqüentes.

Em comparação com o sistema estrutural de concreto armado pode-se citar que o

sistema misto: possui maior facilidade de montagem, permitem execuções em variadas

condições climáticas, alívio de carga nas fundações, baixo prazo de execução, liberdade no

projeto de arquitetura, racionalização de materiais e de mão-de-obra, redução ou até

dispensa de formas e escoramentos, além de oferecer um canteiro de obras limpo e

acessível.

Já em comparação com o sistema estrutural em aço pode-se citar que o sistema

misto possui: menor consumo de aço, além da redução no consumo de materiais de

proteção de proteção contra incêndio e corrosão. A segunda vantagem citada deve-se ao

fato que o concreto melhora o desempenho do elemento estrutural frente às ações de

corrosão e fogo.

É interessante notar que o sistema misto preza por se utilizar das vantagens

inerentes de cada material contribuinte em sua constituição, a saber: o aço e o concreto.

Assim sendo, Griffis (1994) destaca outras vantagens proporcionadas pelas estruturas

mistas: economia de material, por se tirar proveito estrutural do elemento de proteção ao

fogo e à corrosão; atende às preferências por um ou outro material (lugares com tradição

em aço ou concreto) e, por fim o confere maior enrijecimento da estrutura de aço pelo

concreto, eliminando ou reduzindo problemas de instabilidades locais e globais.

Para que sejam exploradas as vantagens de cada sistema estrutural aço-concreto os

profissionais da área devem conhecer profundamente os dois materiais, tanto na fase de

projeto quanto na execução (LIMA, 2009).

Para Figueiredo (1998) o concreto apresenta a vantagem de compor seções mais

rígidas e de ser mais resistente ao fogo e à corrosão, em comparação com as seções

equivalentes em o aço. Já os perfis de aço apresentam a capacidade de vencer grandes

vãos, além da precisão dimensional e a possibilidade de empregar seções de menores

dimensões (INABA, 2010). Assim sendo, o sistema misto une esses dois materiais

explorando as particularidades de cada um.

Quanto à eficiência da associação aço e concreto na forma de elementos mistos

Toledo (2009) infere que esta possui forte vínculo com o tipo de solicitação a que cada

componente estará sujeito no sistema estrutural. Desta forma, é cabível inferir que é

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interessante posicionar o concreto em regiões comprimidas e o aço nas regiões em que há

tração, justamente explorando as potencialidades de cada material quando sujeito as

devidas solicitações.

Nas construções usuais os elementos que compõem o sistema estrutural misto

podem ser divididos em pilares, vigas e lajes mistas, assunto dos próximos tópicos.

2.3.2 PILARES MISTOS

Os pilares mistos de aço e concreto podem ser definidos como sendo elementos que

são sujeitos predominantemente à compressão, seja ela simples ou composta e são

constituídos de um ou mais perfis de aço estrutural passível de revestimento ou

preenchimento de concreto (TOLEDO, 2009).

Como os primeiros pilares mistos se utilizavam de concreto de baixa resistência, os

ganhos de resistência oriundos desta associação não eram considerados nos cálculos. Com

os posteriores avanços do concreto armado destinados aos edifícios de múltiplos

pavimentos este material passou a aumentar significativamente a resistência dos elementos,

seja em relação à compressão ou quanto às forças de vento, aumentando a resistência

lateral da estrutura quando comparadas às estruturas de aço equivalente. (FIGUEIREDO,

1998). Com isso a necessidade de pesquisas que esclarecessem o comportamento dos

elementos mistos veio à tona.

Diversos autores tem se dedicado ao estudo de pilares mistos com destaque para:

Malite (1994), Griffis (1994), Figueiredo (1998), De Nardin (1999), Alva (2000), Campos

(2006), Toledo (2009), entre outros.

Quanto às aplicações os pilares de aço preenchidos ou revestidos com concreto

apresentam vantagens tanto em estruturas de pequeno porte quanto em edifícios de

múltiplos andares. De acordo com Griffis (1994), os pilares mistos podem ser empregados

em galpões de armazenagem, quadras esportivas cobertas, terminais rodoviários, pavilhões

etc., cuja proteção do perfil de aço com o concreto seria uma solução desejável por motivos

não apenas estéticos, mas também de proteção contra corrosão, incêndio ou impactos de

veículos.

Em estruturas de edifícios de múltiplos pavimentos o emprego de pilares mistos é

muito variado, sendo possível utilizá-los em diversos tipos de sistemas estruturais. Como

forma de exemplificar a afirmação supracitada Figueiredo (1998) evidencia que nos Estados

Unidos um uso muito freqüente de pilares mistos é em sistemas estruturais tubulares, onde

a estrutura externa tubular, que irá resistir à todo carregamento lateral devido ao vento e à

ação sísmica, é formada por pilares mistos muito próximos.

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Outra aplicação dos pilares mistos destacada por Figueiredo (1998) é em

recuperação e reforço de estruturas. Caso o pilar inicialmente constituído de aço estrutural

precise ser reforçado, o simples revestimento de concreto outorga ao sistema considerável

ganho de resistência, enrijecendo o referido pilar. Já para o caso de pilares de concreto

armado a serem reforçados a opção de se utilizar perfis ou chapas de aço torna-se

interessante a medida que, diferentemente do reforço com o próprio concreto, não ocasiona

um aumento significativo da seção transversal, comprometendo a arquitetura da edificação.

2.3.3 TIPOS E CLASSIFICAÇÃO DOS PILARES MISTOS

Em função da disposição do concreto na seção mista é que são feitas as

classificações dos pilares. Desta forma, os pilares mistos podem ser classificados em:

pilares preenchidos, revestidos e parcialmente revestidos.

Os pilares mistos preenchidos são constituídos de perfis metálicos, comumente

tubulares ou retangulares preenchidos com concreto. Para este tipo de pilar não há a

necessidade da utilização de formas e armaduras, sendo esta a principal vantagem deste

tipo de elemento misto (Figura 6).

Figura 6: Seções usuais de pilares mistos preenchidos

Os pilares revestidos são constituídos de concreto e perfis metálicos, sendo o

primeiro o material responsável por revestir a seção transversal (Figura 7a). Já os pilares

mistos parcialmente revestidos são caracterizados pelo não envolvimento por completo da

seção metálica com o concreto (Figura 7b).

(a) (b)

Figura 7: (a) Pilar revestido e (b) Pilar parcialmente revestido.

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Para o caso dos pilares parcialmente revestidos (Figura 7b) pode-se notar que,

apesar do concreto preencher a região vazia no interior do perfil metálico e,

conseqüentemente, outorgar ao elemento maior resistência à compressão e ao fogo, não

protege totalmente o perfil metálico da corrosão e do fogo. Assim sendo, Figueiredo (1998)

advertiu que é necessário o uso de uma maneira alternativa de proteção.

A principal desvantagem do pilar misto revestido é que requer o uso de formas para

a concretagem, sendo dentre os três tipos de pilares citados, o mais trabalhoso concernente

à execução. No entanto, este mesmo pilar pode adquirir a forma que se desejar, pelo fato do

concreto possuir adequabilidade de formas.

Já os pilares mistos parcialmente revestidos podem ou não dispensar o uso de

formas para a concretagem. Outrossim, é que este sistema permite a pré-fabricação do pilar

misto, uma vez que o perfil metálico pode ser concretado horizontalmente.

Como vantagens no uso de pilares mistos Fabrizzi (2007) atesta que estes

apresentam como principais vantagens a esbeltez em relação aos pilares de concreto, maior

rigidez em relação aos pilares metálicos e proteção contra a corrosão e contra incêndio.

2.3.4 VIGAS MISTAS

Não obstante à importância dos estudos realizados para os pilares mistos, pesquisas

sobre o comportamento e as aplicações de vigas mistas vêm sendo desenvolvidas.

A viga mista de aço e concreto pode ser entendida como sendo o resultado da

associação de uma viga de aço solidarizada a laje de concreto ou mesmo a laje mista.

Dentre os perfis existentes o do tipo “I” é o mais utilizado, principalmente em

edifícios. Concernente às lajes Vasconcellos (2006) destaca que este sistema permite a

utilização de diversos tipos de lajes, a saber: lajes moldadas no local em concreto maciço,

tanto com a face interior plana, quanto com a forma de aço incorporada. Além destas

opções o autor destaca a possibilidade de utilização de lajes de vigotas pré-moldadas. A

Figura 8 apresenta alguns exemplos de vigas mistas.

Figura 8: Exemplo de vigas mistas.

Fonte: (DE NARDIN, 2008)

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Uma das vantagens apresentadas no uso de vigas mistas é o acréscimo de

resistência e de rigidez da viga em comparação com os perfis equivalentes em aço, o que

possibilita, por conseqüência, a redução da altura da seção dos elementos estruturais

(DAVID et al., 2005). Portanto, a evidente vantagem deste tipo de elemento frente ao

sistema que se utiliza apenas de perfis de aço está no menor consumo de aço.

Outra vantagem apresentada pelo sistema de viga mista é que, no caso em que a

forma de aço é incorporada pode-se optar pelo não escoramento da laje, elevando assim a

velocidade de construção. No entanto, Vasconcellos (2006) infere que o escoramento da

laje pode ser apropriado nos casos em que se queira limitar os deslocamentos verticais da

viga de aço na fase construtiva.

Segundo David et al. (2005) o comportamento das vigas mistas deve ser baseado na

ação conjunta entre o perfil metálico e a laje. Assim sendo, é necessário que se

desenvolvam forças longitudinais de cisalhamento. Como normalmente a aderência natural

entre a laje e a viga, bem como as forças de atrito são desconsideradas no cálculo, torna-se

necessário o uso de elementos adicionais capazes de transmitir o cisalhamento na interface

laje-viga. Estes elementos adicionais são denominados conectores de cisalhamento.

Cabe salientar neste ponto que David et al. (2005) investigaram teórica e

experimentalmente o uso de conectores de cisalhamento em vigas mistas constituídas de

perfis de aço formados à frio associados às tradicionais lajes de vigotas pré-moldadas, laje

esta muito conhecida e utilizada no país.

Os autores realizaram alguns ensaios, dentre os quais citar-se-ão: ensaios de

cisalhamento direto com os conectores de cisalhamento em perfil U formados à frio e lajes

com vigotas pré-moldadas; ensaio de flexão em vigas e avaliação influência da altura e

espessura do conector na resistência e na rigidez. Para o caso do ensaio de flexão em vigas

foram analisadas quatro (4) tipos de vigas, a saber: viga metálica (V) denominada “viga de

referência”; viga mista com laje maciça (VM1); viga mista com laje de vigotas pré-moldadas,

utilizando-se de conectores (VM2) e vigas mistas com laje de vigotas pré-moldadas (VM3),

utilizando-se de um tipo diferente de conector, quando comparada com a VM2 (Figura 9).

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Figura 9: Configuração final das vigas mistas. Fonte: (DAVID et. al. 2005)

David et al. (2005) perceberam que o ganho de resistência estava intimamente

associado à espessura do conector. Já a altura do conector, a resistência do concreto e a

armadura transversal adicional pouco influenciaram. Em suas conclusões David et al. (2005)

inferiram que o comportamento das vigas VM1 e VM2 foram semelhantes, o que foi

explicado pelo fato da Linha Neutra da VM2 estar posicionada na capa de concreto,

funcionando assim como uma laje maciça.

Outro trabalho digno de se citar é o de Tristão & Neto (2005) em que os autores

avaliaram o comportamento de conectores de cisalhamento em vigas mistas aço e concreto

com análise da resposta numérica. Além disso, Alva & Malite (2005) apresentaram um

trabalho que discutiu o dimensionamento de elementos mistos aço-concreto, segundo os

procedimentos de dimensionamento das normas EUROCODE 4 e AISC e não apenas na

NBR 8800:1986.

2.3.5 LAJES MISTAS

Laje mista é um elemento que se utiliza de formas permanentes nervuradas de aço.

A forma é utilizada inicialmente como suporte para o concreto antes da cura, bem como

para as cargas de utilização. Após a cura do concreto os dois materiais (aço e concreto)

trabalham em conjunto, solidarizando-se estruturalmente, formando assim o sistema de laje

mista. A Figura 10 evidencia a laje mista com forma de aço incorporada (steel deck).

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Figura 10: Exemplo de laje com forma de aço incorporada (steel deck).

Fonte: (Metform S/A)

Esta solidarização entre o aço e o concreto pode ser mecânica, a partir da utilização

de conectores de cisalhamento, saliências, mossas, etc. ou por atrito, sendo este gerado

pelo confinamento do concreto em formas reentrantes (GOMES, 2001). Assim sendo, é

notável verificar que o desenvolvimento dos conectores de cisalhamento contribuiu

significativamente para acelerar os avanços associados às vigas mistas.

Lima (2009) destacou algumas vantagens que as lajes mistas apresentam. Dentre

elas citar-se-ão: a dispensa do escoramento para vãos de 3m; redução de desperdício de

material; facilidade de instalação e rapidez na construção; facilidade na passagem de dutos

e de fixação de forros; redução ou eliminação da armadura de tração na região de

momentos positivos, entre outras.

No entanto, algumas desvantagens podem ser verificadas, a saber: necessidade de

utilização de forros por razões estéticas de maneira que a forma incorporada não fique à

mostra. Igualmente, há a necessidade de maior quantidade de vigas secundárias, caso não

se utilizem o sistema escorado e/ou formas de grande altura, devido a limitações dos vãos

antes da cura do concreto (LIMA, 2009).

Atualmente, vigas e treliças mistas com conectores de cisalhamento e lajes com

fôrma de aço incorporada são intensamente usadas em edifícios de múltiplos pavimentos

(FIGUEIREDO, 1998).

Considerando o estímulo do uso de lajes mistas é cabível salientar que estudos

foram realizados com vistas a entender o comportamento estrutural deste sistema. Para

exemplificar esta afirmação cita-se o trabalho de Lima (2009) que estudou “as alternativas

de sistemas de lajes para edifício em aço: estudo comparativo”. O autor utilizou-se de

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simulação numérica, com softwares como CAD-TQS (projetar estruturas de concreto,

avaliação estrutural), Mathcad para preparação de planilhas de dimensionamento de

elementos de aço e Excel para levantamento quantitativo e orçamentário. A partir de um

edifício-exemplo foram concebidas diversas opções de projeto estrutural, entre as quais:

estrutura convencional com laje maciça, laje pré-moldada, laje nervurada, laje alveolar e laje

mista tipo steel deck. Assim sendo, Lima (2009) analisou as alternativas supracitadas e as

dimensionou, considerando todas as ações atuantes, exceto a ação do vento que foi

suportada por um núcleo rígido de concreto.

O autor comparou o custo de cada um dos sistemas através do orçamento expedito

e, em suas conclusões inferiu que o sistema de laje mais econômica ficou sendo a laje mista

com steel deck MF-75, com o custo 40% menor que a opção com laje alveolar que foi a

menos favorável.

2.4 ANÁLISE ESTRUTURAL

Com uma análise estrutural adequada, podem ser determinados tanto os esforços

para verificação dos estados limites últimos quanto dos estados limites de serviço aplicáveis

a qualquer estrutura analisada. Desta forma, quanto maior a representatividade do modelo

de verificação utilizado, menor será a discrepância entre o modelo idealizado e a condição

real. (DE NARDIN, 2008).

A NBR 8800:2008 permite a análise linear, com base na geometria não deformada,

considerada como análise de primeira ordem e a análise não linear, com base na geometria

deformada, considerada análise de segunda ordem.

A norma ainda apresenta um método simplificado para considerar os efeitos de

segunda ordem (globais e locais), decorrentes dos deslocamentos horizontais da estrutura e

das imperfeições nas barras. Cabe aqui salientar que quanto à deslocabilidade da estrutura,

a norma NBR 8800:2008 apresenta o parâmetro B2, em que o parâmetro considera o

somatório das ações verticais em cada pavimento, além do somatório das forças horizontais

no andar considerado e o deslocamento horizontal relativo do andar considerado.

Para a análise do comportamento das estruturas é cabível inferir que se faz

necessário considerar a não linearidade física e geométrica das mesmas, isto porque com a

atualização da matriz de rigidez da estrutura podemos ter uma análise que mais represente

o modelo real. Considerando uma análise simplificada (PΔ) a norma NBR 8800:2008 se

utiliza de coeficientes de amplificação dos esforços de 1ª ordem, realizando assim uma

análise aproximada.

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Concernente aos procedimentos de dimensionamento e de análise estrutural

percebe-se que autores se utilizam como base as normas estrangeiras e a norma nacional

NBR 8800:2008, dependendo de que situação será analisada. Em destaque citar-se-ão dois

autores, a saber: Lima (2009) e Toledo (2009).

Quanto às ferramentas computacionais de análise podem-se citar algumas, dentre as

quais foram também utilizadas por Toledo (2009) e Lima (2009). Os aplicativos

computacionais são: MATHCAD (desenvolvimento de planilhas eletrônicas correspondentes

a cada modelo de cálculo); CAD-TQS (estruturas de concreto, avaliação estrutural) e Excel

para levantamento quantitativo e orçamentário. Existem outras ferramentas computacionais

passíveis de serem citadas, no entanto, preferiu-se citar apenas as utilizadas por Toledo

(2009) e Lima (2009), pelo fato de que algumas das citadas serão utilizadas também neste

trabalho.

Autores destacam outra ferramenta computacional de análise, o SAP 2000. Este será

um dos aplicativos utilizados neste trabalho. Cabe aqui evidenciar que este programa de

elementos finitos é capaz de efetuar análises lineares, não lineares, estáticas e dinâmicas

de modelos tridimensionais de estruturas (COMPUTERS & STRUCTURES, 1998). Sabe-se

que quando o elemento é de aço ou de concreto as propriedades geométricas e do material

são de fácil determinação.

Considerando o caso das estruturas serem mistas as propriedades dos materiais

diferem, desta forma, para se determinar as propriedades geométricas e de material será

utilizada a rigidez efetiva. Para Mohler apud Segundinho (2005) esta análise deve levar em

consideração as dimensões, módulo de elasticidade dos diferentes materiais, bem como as

dimensões dos conectores.

Segunda a norma NBR 8800:2008 se a estrutura possuir elementos estruturais

mistos de aço e concreto, na análise estrutural, os valores da rigidez à flexão e da rigidez

axial desses elementos devem ser adequadamente ajustados, considerando os efeitos de

retração e fluência do concreto, se estes forem desfavoráveis. Como exemplo a esta

afirmação cita-se que, em pilares mistos, devem ser usadas a rigidez efetiva à flexão (EI)e e

a rigidez axial efetiva à compressão (EA)e dadas pelas seguintes equações:

(EI)e = Ea Ia + 0,7*Ec,red*Ic + Es Is

(EI)e = Ea Ia + Ac *Ec,red*Ic + Es Is

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onde:

Ia é o momento de inércia da seção transversal do perfil de aço;

Aa é a área da seção transversal do perfil de aço;

Is é o momento de inércia da seção transversal da armadura do concreto;

As é a área da seção transversal da armadura do concreto;

Ic é o momento de inércia da seção transversal do concreto não-fissurado;

Ac é a área da seção transversal do concreto não-fissurado;

Ea é o módulo de elasticidade do aço estrutural;

Es é o módulo de elasticidade do aço da armadura;

Ec,red é o módulo de elasticidade reduzido do concreto.

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3. ESTUDO DO COMPORTAMENTO E DIMENSIONAMENTO DOS

ELEMENTOS MISTOS

3.1 VIGAS MISTAS

As vigas mistas de aço e concreto consistem na associação de componentes de aço

(vigas) com a laje de concreto. As vigas mistas são, segundo a norma NBR 8800:2008,

componentes simétricos em relação ao plano de flexão, podendo a parte metálica ser

constituída de um perfil I (outros perfis, como caixão ou tubular retangular, podem ser

usados, desde que sejam realizadas adaptações em algumas prescrições sugeridas pela

mesma norma) ou uma treliça, com uma laje de concreto acima de sua face superior.

Para efeito de nomenclatura a norma NBR 8800:2008 infere que, no caso de o

componente de aço da viga mista ser um perfil I, a viga recebe a denominação de viga mista

de aço e concreto de alma cheia, e no caso de ser uma treliça, de treliça mista de aço e

concreto.

Existem diversos tipos de laje previstos para a viga mista, a saber: laje maciça

moldada “in loco”, laje mista com forma de aço incorporada (steel deck) e ainda laje com

vigotas de concreto pré-moldado.

O comportamento das vigas mistas é fundamentado no “trabalho em conjunto” entre

a viga de aço e a laje de concreto, no entanto, para que isto aconteça é necessário que se

desenvolvam forças longitudinais na interface aço-concreto. Como a aderência natural entre

os referidos materiais, bem como as forças de atrito não são consideradas no cálculo, a

norma NBR 8800:2008 sugere o uso de conectores de cisalhamento entre o componente de

aço e a laje, de maneira que ambos solidarizem-se estruturalmente para resistir à flexão.

De acordo com Alva & Malite (2005) as vigas mistas apresentam vantagens

estruturais nas regiões de momento positivo, quando comparadas com as equivalentes em

aço isoladas, tendo em vista que a flambagem local da mesa (FLM), a flambagem local da

alma (FLA) e a flambagem lateral com torção (FLT) são amenizadas ou, até mesmo,

impedidas.

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Outra vantagem apresentada pelos autores na questão de utilização das vigas

mistas decorre do aumento na resistência e na rigidez pela associação dos elementos de

aço e de concreto, desta forma, pode-se pensar em reduzir a altura dos elementos

estruturais, o que trará economia no que tange ao consumo de material.

As vigas mistas podem ser do tipo: biapoiadas, contínuas e semicontínuas. Para a

norma NBR 8800:2008 as vigas biapoiadas são aquelas em que as ligações nos apoios

podem ser consideradas como rótulas. As vigas contínuas são aquelas em que o perfil de

aço e a armadura da laje tem total continuidade nos apoios internos. Já as vigas

semicontínuas são representadas por aquelas em que o perfil de aço não tem continuidade

total nos apoios internos, desta forma, pode-se concluir que possuem ligação de resistência

parcial.

As vigas mistas biapoiadas são as que conferem maior simplicidade e economia nas

ligações (Queiroz & Pimenta, 2001). As ligações são comumente feitas com cantoneiras de

alma ou chapa simples que, por sua vez, possuem pouca resistência à flexão, desta forma,

tornou-se conveniente que as vigas com este tipo de ligação sejam calculadas como

“simplesmente apoiada”.

As vigas biapoiadas possuem algumas vantagens frente às contínuas e

semicontínuas, sendo, portanto, as utilizadas com maior freqüência. Um dos fatores

contribuintes para esta tão grande utilização se dá pelo fato de que, quando a viga é

solicitada o concreto passa a trabalhar à compressão e a viga de aço à tração. Johnson

(1994) apresenta outras vantagens das vigas biapoiadas em relação às calculadas como

contínuas:

• Normalmente, apenas uma pequena parte da alma fica sujeita à compressão

e a mesa comprimida é travada pela laje; assim, a resistência da viga não é

limitada pela flambagem do perfil de aço, global ou local;

• A alma fica sujeita a estados de tensão menos severos; torna-se maior a

possibilidade de se executar furos para a passagem de dutos;

• Os momentos fletores e as forças cortantes são estatisticamente

determinados e não são influenciados pela fissuração, retração ou

deformação lenta do concreto;

• Não há interação entre os comportamentos de vãos adjacentes;

• Os momentos transmitidos aos pilares são baixos ou quase nulos;

• A fissuração do concreto é menor, já que está sujeito à tração apenas nos

apoios (devido à tendência de continuidade);

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• A análise estrutural e o dimensionamento são rápidos e simples.

Já as vigas mistas contínuas apresentam momentos fletores negativos, que sugere

tração no concreto e compressão na viga metálica. Esta é utilizada para o caso em que se

queira considerar que a continuidade sugere uma redução dos esforços e deslocamento,

bem como maior estabilidade global da estrutura (ALVA & MALITE, 2005).

Concernente ao método construtivo das vigas mistas a norma NBR 8800:2008

aborda duas situações de construção, a construção escorada e a construção não-escorada.

Na construção escorada toda a carga é resistida pelo sistema misto, desta forma, se

faz necessário que a viga seja escorada até que o concreto atinja resistência suficiente para

que o comportamento misto possa ser desenvolvido. Já no sistema não-escorado o perfil de

aço trabalha isoladamente e deve ser dimensionado para resistir às sobrecargas de

construção, a saber: peso do concreto fresco, peso dos operários, etc.

A construção não-escorada traz vantagens frente à construção escorada, tais como

agilidade no processo construtivo, etc. Em contraste, a construção escorada apresenta uma

minimização dos esforços e deslocamentos verticais da laje e da viga de aço na fase

construtiva (VASCONCELOS, 2006).

3.1.1 DIMENSIONAMENTO DE VIGAS MISTAS SEGUNDO NBR 8800:2008

O dimensionamento de uma viga mista depende de inúmeros parâmetros, sendo que

alguns são estabelecidos de acordo com a necessidade e a conveniência do projeto (ALVA

& MALITE, 2005). Dentre os parâmetros que devem ser estabelecidos, além das dimensões

dos elementos que compõe a seção transversal, estão o tipo de interação aço-concreto e o

método construtivo a ser empregado.

A norma NBR 8800:2008 deixa claro que na interação completa entre o aço e o

concreto, na região de momento positivo, os conectores situados devem ter resistência de

cálculo igual ou superior à resistência de cálculo do componente de aço à tração ou da laje

de concreto à compressão, o que for menor. Em caso contrário, ou seja, quando a

resistência de cálculo dos conectores seja inferior as duas resistências supracitadas, a

interação é dita como parcial.

Queiroz & Pimenta (2001) enfatizam que o cálculo de vigas mistas envolve a

avaliação de seu desempenho considerando-se vários estados limites relacionados com a

resistência última da seção mista; a resistência última da seção de aço durante a construção

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(caso o sistema não seja escorado); avaliação da flecha máxima do piso, seu

comportamento à vibração e o estado de fissuração sob cargas de serviço, realizando-se a

análise do elemento misto, tanto como elemento individual, quanto como parte do sistema

de piso como um todo, etc.

Com tantos itens a serem verificados a norma NBR 8800:2008 apresenta algumas

exigências referentes à aplicabilidade da referida norma, tanto para as vigas mistas de alma

cheia biapoiadas, quanto para as contínuas e semicontínuas. A Tabela 1 apresenta as

referidas exigências.

Tabela 1: Limites de aplicabilidade da norma NBR 8800:2008 para vigas mistas

Vigas Exigências

Biapoiadas

ywf

Eth *7,5≤ . Caso

ywf

Eth *76,3≤ então as vigas são

compactas e podem ser dimensionadas

usando as propriedades plásticas da

seção mista.

Semicontínuas e contínuas

Devem possuir ligação mista. Caso

yw

p

fE

th

*76,3< e

yf

f

fE

tb

*38,0≤ então as vigas são

compactas e os esforços internos podem

ser determinados por análise rígido-

plástica.

h – Altura da alma

hp – Duas vezes a distância da linha neutra plástica da seção transversal à face

interna da mesa comprimida.

tw – Espessura da alma

tf – Espessura da mesa

fy – Resistência ao escoamento do aço

E – Módulo de elasticidade

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Outra importante exigência para a aplicabilidade da NBR 8800:2008 é que o

dimensionamento das vigas mistas refere-se apenas as que possuem viga de aço isolada

com a laje de concreto sobre a mesa superior da referida viga de aço isolada, como mostra

a Figura 11a. O dimensionamento aqui descrito não é aplicável às vigas como a

apresentada na Figura 11b.

(a) (b)

Figura 11: Esquema das vigas mistas de aço e concreto em que seu dimensionamento é (a) ou não (b) aplicável na norma NBR 8800:2008.

Concernente as propriedades geométricas de uma seção mista é interessante notar

que as propriedades geométricas de uma seção em aço são de fácil determinação, uma vez

que a considera como sendo homogênea e isotrópica. O mesmo é considerado para uma

seção em concreto. Não se pode considerar, no entanto, que uma seção mista possui

mesmas propriedades geométricas que uma equivalente em concreto ou mesmo em aço.

Para obter de forma simplificada as propriedades geométricas da seção mista a

norma NBR 8800:2008 sugere a homogeneização teórica da seção formada pelo

componente de aço e pela laje de concreto com sua largura efetiva, dividindo essa largura

pela razão modular dada pela Equação 1.

CE E

E=α (1)

Onde:

E – módulos de elasticidade do aço;

Ec – módulos de elasticidade do concreto.

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Por simplificação a NBR 8800:2008 aconselha que se despreze a participação do

concreto na zona tracionada. A posição da linha neutra deve ser obtida admitindo

distribuição de tensões linear na seção homogeneizada.

Para as vigas mistas de alma cheia (perfil I) o momento de inércia também deve ser

considerado diferente do momento de inércia de uma seção equivalente em aço, por

exemplo. Desta forma, calcula-se o momento de inércia efetivo (Ief), apenas considerado nas

regiões de momento positivo (Equação 2).

( )atrhd

Rdaef IIF

QII −Σ+= * (2)

onde:

Ia - momento de inércia da seção do perfil de aço isolado;

Itr – momento de inércia da seção mista homogeneizada;

ΣQRd – somatório das forças resistentes de cálculo dos conectores de cisalhamento

situados entre a seção de momento positivo máximo e a seção adjacente de momento nulo

Fhd – força de cisalhamento de cálculo entre o componente de aço e a laje, igual ao

menor valor entre Aa*fyd e 0,85 fcd*b*tc .

Já nas regiões de momento negativo o momento de inércia efetivo considera o perfil

de aço e a armadura longitudinal contida na largura efetiva da laje de concreto.

Referente ao método construtivo das vigas mistas sabe-se da existência de dois

tipos, o sistema não escorado e o sistema escorado. A norma NBR 8800:2008 esclarece

que nas construções não escoradas, antes da cura do concreto, as vigas mistas estão

sujeitas ao peso próprio dos materiais como do concreto fresco, além da sobrecarga

construtiva, peso dos operários e equipamentos. A referida norma sugere que, neste caso, a

viga de aço isolada seja verificada à flexão e cisalhamento vertical, seguindo suas

recomendações de resistência.

Assim que o concreto atingir 75% da resistência característica (fck), submetida às

ações de cálculo atuantes no pavimento deve-se verificar a flexão da viga mista e

cisalhamento da viga de aço. O procedimento de verificação está vinculado

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fundamentalmente à posição da linha neutra (LN) na seção transversal da viga mista (LN

passando pela alma, pela mesa do perfil de aço ou pelo concreto).

Outro ponto passível de verificação é a flecha da viga mista, usando a inércia da

seção transformada, incluída à flecha residual da viga de aço.

Já para as construções escoradas, apenas as verificações após a cura do concreto

serão necessárias, uma vez que o perfil de aço praticamente não terá solicitação até a

retirada do escoramento (VASCONCELOS, 2006). Cabe evidenciar que a retirada deste

deve ser realizada após o concreto atingir 75% da resistência característica à compressão

(fck).

3.2 LAJE MISTA

A laje mista, também chamada de laje com forma de aço incorporada consiste na

utilização de uma forma permanente nervurada de aço que, em primeiro momento, funciona

como base para o concreto antes da cura e, desta maneira, deve suportar isoladamente as

ações permanentes e a sobrecarga de construção. Concluída a cura do concreto, os dois

materiais, o concreto e a fôrma de aço, solidarizam-se estruturalmente, formando o sistema

misto. Assim, a fôrma de aço substitui a armadura positiva da laje.

Dentre as funções da forma de aço incorporada uma delas é a de contraventar a

estrutura, pode-se, portanto, inferir que as fôrmas desempenham o papel de “diafragma

horizontal”. Além disso, as formas de aço auxiliam na distribuição das deformações por

retração, evitando a fissuração demasiada do concreto. Igualmente, seu uso possibilita a

dispensa do escoramento da laje e facilita a passagem de dutos e instalações

(VASCONCELOS, 2006).

É interessante evidenciar que o comportamento misto é alcançado após a cura do

concreto. Isso porque a fôrma de aço possui saliências e reentrâncias (mossas) que

possibilitam a transmissão de tensões cisalhantes horizontais na interface aço-concreto.

Apresenta-se ainda que a aderência natural entre o aço e o concreto não é considerada

efetiva para o comportamento misto.

3.2.1 MÉTODOS CONSTRUTIVOS (MONTAGEM E FIXAÇÃO)

Concluída a montagem das vigas de aço da estrutura, prossegue-se com a

instalação dos painéis das fôrmas de aço e de seus acessórios, sempre atendendo algumas

recomendações, a saber: nivelamento da mesa superior da viga de aço, a fim de obter maior

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superfície de contato entre a forma e a viga; remoção de ferrugem, rebarbas, respingos de

solda e de oleosidades em geral; remoção da pintura e umidade nas regiões de soldagem.

Após as devidas conferências, os painéis são distribuídos sobre o vigamento

(VASCONCELOS, 2006).

Segundo o autor é comum a necessidade de ajustes e recortes nos cantos e no

contorno de pilares, para adequar a laje à geometria da edificação. Assim que realizados

todos os ajustes e o alinhamento, os painéis devem ser fixados à estrutura por intermédio de

pontos de solda bujão ou solda tampão.

Terminada a montagem da fôrma de aço, deverão ser fixados os conectores de

cisalhamento. Estes são comumente soldados à viga, com o auxílio de um equipamento de

solda, uma pistola especial controlada por um temporizador. O conector mais utilizado no

sistema de lajes e vigas mistas é o tipo pino com cabeça, conhecido como stud bolt (Figura

12).

Figura 12: Conector do tipo pino com cabeça tipo stud bolt.

Fonte: www.metform.com.br

Os conectores de cisalhamento realizam a ligação entre o elemento de aço e a laje

de concreto. Desempenham a função de absorver os esforços de cisalhamento, além de

impedir o afastamento vertical entre a laje e a viga de aço.

Segue-se após a montagem a fixação da fôrma e instalação dos conectores de

cisalhamento, a colocação das armaduras adicionais das lajes e o lançamento do concreto

(Figura 13).

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Figura 13: Laje steel deck pronta para o lançamento do concreto.

Fonte: www.metform.com.br

Vasconcelos (2006) recomenda que na fixação dos conectores deve-se evitar a

presença de umidade na soldagem do conector, desta forma, convém que a fixação dos

conectores seja feita imediatamente após a montagem da fôrma de aço, evitando o acúmulo

de água entre os painéis e a face superior das vigas de aço.

Outro item recomendado pelo autor é que os conectores não devem ser soldados por

mais de mais de um painel de fôrma.

3.2.2 DIMENSIONAMENTO DAS LAJES MISTAS SEGUNDO NBR 8800:2008

Sabe-se que o dimensionamento de lajes mistas de aço e concreto, com forma de

aço incorporada é apresentado na NBR 8800:2008, norma esta que aborda o projeto e

dimensionamento de elementos e ligações tanto metálicas quanto mistas de aço e concreto.

Para o dimensionamento de lajes mistas de aço e concreto a NBR 8800: 2008

apresenta a necessidade de verificação da forma em duas situações distintas: antes e

depois da cura do concreto. Considera-se no Estado Limite Último (ELU) que a situação

denominada “antes da cura” é atingida quando o concreto possuir um valor de resistência

menor que 75% da resistência característica (fck). Quando o concreto possuir 0,75fck ou

mais, diz-se que foi atingida a situação “depois da cura” do concreto.

Para a primeira situação (antes da cura) a forma de aço deve suportar isoladamente

as ações atuantes, as ações permanentes e sobrecargas de construção. Já a segunda

situação ocorre quando os elementos solidarizam-se estruturalmente. Neste caso a NBR

8800:2008 sugere que todo o carregamento seja sustentado pelo sistema misto aço e

concreto, ou seja, a resistência da laje mista seja tal que suporte as seguintes solicitações

de cálculo: momento fletor, cisalhamento longitudinal (esmagamento do concreto em contato

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com o conector e ruptura do conector), cisalhamento vertical e punção. Para melhor explicar

apresenta-se a Figura 14.

Figura 14: Modos de colapso no estado limite último da laje mista de aço e concreto. Fonte: Lima (2009)

A Seção I-I corresponde à região mais exposta à flexão. Para este caso se faz

necessária a verificação da resistência ao momento fletor, colapso por flexão. A seção II-II

corresponde à seção mais exposta ao cisalhamento longitudinal. Deve-se verificar a

resistência máxima atuante na laje, não provocando, contudo, a ocorrência do momento

fletor máximo. Colapso por cisalhamento longitudinal.

Seção III-III corresponde à seção mais exposta a cisalhamento à seção mais exposta

ao cisalhamento vertical, submetidas a cargas elevadas. Colapso por cisalhamento vertical.

Lima (2009) explica que este tipo de colapso pode ser determinado com o auxílio de

ensaios em que se observa o comportamento linear até que as primeiras fissuras no

concreto apareçam. Após esse limite, a laje mista apresenta um comportamento estrutural

associado às condições de transferência de cisalhamento mecânico e deslizamento.

Já para o Estado limite de serviço (ELS) verifica-se a fissuração do concreto e o

deslocamento máximo vertical que é limitado a Lf/180 ou 20mm (o que for menor). Lf é o vão

teórico da forma na direção das nervuras.

Apesar da norma NBR 8800:2008 prescrever o dimensionamento das lajes mistas

utilizaremos o catálogo da empresa METFORM para tal, desta forma dimensionaremos a

laje mista tipo steel deck para os edifícios-exemplo estudados.

Além da Metform existe outra empresa nacional que possui tabela de

dimensionamento de lajes mistas com forma de aço incorporada, a saber: a Perfilor. O

próximo item destina-se a explicar a seqüência metodológica para o dimensionamento de

lajes mistas.

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3.2.3 DIMENSIONAMENTO DAS LAJES MISTAS SEGUNDO TABELA DA METFORM E PERFILOR.

Além da Metform existe outra empresa nacional que possui Tabelas de

dimensionamento de lajes mistas com forma de aço incorporada, a saber: a Perfilor. O

próximo item destina-se a explicar a seqüência metodológica que será utilizada para o

dimensionamento de lajes mistas. Em primeira instância será utilizada uma tabela de carga

da empresa METFORM (Tabela 2).

Tabela 2: Tabela de cargas e vãos máximos para dimensionamento de lajes mistas com forma de aço incorporada - METFORM

. Suponha que seja necessário projetar uma laje de piso, apoiada em vigas de aços e

submetidas a vãos múltiplos de 2300 mm. As cargas de serviço que atuarão nesta laje

serão: 1,0 kN/m2 de revestimento e 4,0 kN/m2 de sobrecarga.

Será feita a verificação para uma laje com 140mm de altura total de concreto (75 mm

do steel deck e 65 mm do cobrimento) e com o Steel Deck MF-75 de espessura 0,80 mm.

Para esta laje não haverá a necessidade de utilização de escoramento, uma vez que

o vão de 2300 mm é inferior aos vãos máximos sem escoramento (duplos ou triplos)

relacionados na tabela de cargas, cujos valores apresentados são, respectivamente, 3100

mm e 3200 mm.

Após a cura do concreto, a carga sobreposta total a atuar na laje mista será Wd=1,0

+ 4,0 = 5,0 kN/m2. De acordo com a tabela de cargas (Tabela 2), para uma laje de altura

140mm e vão de 2300mm, a resistência da laje mista é:

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Wn= 9,35 kN/m2.

Desta forma, Wn > Wd e a laje resiste às cargas aplicadas.

Agora utilizaremos as tabelas de cargas da empresa Perfilor. Esta empresa

apresenta no site da organização 6 tipos de lajes mistas (LR-17, LR-25, LR-33, LR-40, LR-

100N, BL-60) e, para cada uma delas são apresentadas suas respectivas tabelas de cargas.

A Figura 15 apresenta o modelo da tabela de carga da empresa PERFILOR.

Figura 15: Tabela de carga apresentada pela empresa PERFILOR.

Suponha da mesma forma que seja necessário projetar uma laje de piso, apoiada em

vigas de aços e submetidas a vãos múltiplos de 2400 mm. As cargas de serviço que atuarão

nesta laje serão: 1,0 kN/m2 de revestimento e 4,0 kN/m2 de sobrecarga.

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Será feita a verificação para uma laje com 90mm de altura total de concreto (25 mm

do steel deck e 65 mm do cobrimento) e com o Steel Deck LR-25 de espessura 0,65 mm.

Para esta laje não haverá a necessidade de utilização de escoramento, uma vez que

o vão de 2300 mm é inferior ao vão máximo sem escoramento relacionado na tabela de

cargas, cujo valor é de 2450mm.

Finalizada a cura do concreto a carga atuante na laje será de Wd= 1,0 + 4,0 =

5,0kN/m2. De acordo com a tabela de carga apresentada pela empresa PERFILOR a

resistência da laje mista (Wn) é de:

Wn= 6,09 kgf/m2

Desta forma, Wn > Wd e a laje resiste às cargas aplicadas.

3.3 PILARES MISTOS

Define-se pilares mistos, de maneira geral, como elementos constituídos por um ou

mais perfis de aço, preenchidos ou revestidos total ou parcialmente de concreto.

A combinação dos dois materiais em pilares mistos propicia além da proteção ao

fogo e à corrosão, o aumento da resistência do pilar, bem como o aumento na rigidez da

estrutura aos carregamentos horizontais (VASCONCELOS, 2006).

Outro ponto destacado pelo autor é a ductilidade dos pilares mistos, os quais

apresentam um comportamento mais "dúctil" quando comparados aos pilares equivalentes

em concreto armado.

No que tange aos pilares mistos total ou parcialmente revestidos Vasconcelos (2006)

aponta alguns cuidados a serem tomados.

No caso em que a concretagem for feita com o pilar montado, o perfil de aço isolado

deve resistir às cargas aplicadas antes da cura e às sobrecargas construtivas.

Para as seções total ou parcialmente revestidas, é necessária a existência de

armaduras longitudinais e transversais, cuja finalidade é garantir a integridade do concreto.

As armaduras longitudinais podem ou não ser consideradas na resistência e na rigidez do

pilar misto. Cabe ainda apresentar que o projeto das armaduras deve atender aos requisitos

da NBR 6118.

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3.3.1 DIMENSIONAMENTO DOS PILARES SEGUNDO NBR 8800:2008

A norma NBR 8800:2008 adota o dimensionamento de pilares mistos total ou

parcialmente revestidos por método simplificado, que se baseia em três hipóteses básicas,

que serão descritas a seguir.

A primeira hipótese sugere que o aço e o concreto trabalhem de tal forma que não

haja deslizamento relativo entre os dois materiais, ou seja, mesmo quando carregados os

materiais se deformem como um único elemento. Esta é a idéia de interação total ou

completa entre o aço e o concreto. A segunda hipótese sugere que as imperfeições iniciais

devem ser coerentes com aquelas adotadas para a determinação de resistência das barras

de aço submetidas à compressão axial. Já a terceira e última hipótese infere que a perda de

estabilidade local (flambagem local) para a compressão axial e o momento fletor dos

componentes de aço não pode ser o estado limite último predominante.

A aplicação deste método simplificado é limitada a pilares mistos cuja seção

transversal tem dupla simetria e seção transversal constante ao longo do comprimento.

Além disso, o concreto que compõe a seção mista deve ser de densidade normal.

Outro item importante da restrição de aplicabilidade deste método é que o fator de

contribuição do aço dado pela Equação 3.0 deve estar compreendido entre 0,2 e 0,9, ou

seja, a contribuição do perfil de aço em relação à resistência total do pilar misto deve ser

superior a 20% e inferior a 90%.

Rdpl

yda

NfA

,

(3)

Onde

Aa – Área da seção transversal de aço;

fyd – resistência ao escoamento do aço;

Npl,Rd – Força axial de compressão resistente nominal à plastificação total

Para a NBR 8800:2008 se a contribuição do aço em relação à resistência total do

pilar misto (δ) for igual ou inferior a 0,2 o pilar deve ser dimensionado de acordo com a NBR

6118:2003, considerando-o como sendo um pilar de concreto. Caso δ for igual ou superior a

0,9 o pilar deve ser dimensionado segundo a norma NBR 8800:2008 como pilar de aço.

Alguns outros limites de aplicabilidade sugeridos pela NBR 8800:2008 estão

apresentados na Tabela 3.

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Tabela 3: Limites de aplicabilidade da NBR 8800:2008 Item Prescrição

Limite de esbeltez (esbeltez relativa) 0,2≤=e

Rplrel N

Armadura longitudinal – As – (pilares total

ou parcialmente revestidos) csc AAA %4%3,0 ≤≤

Razão largura/espessura ou

diâmetro/espessura

Seções circulares

preenchidas fE

tD 15,0≤

Seções

retangulares

preenchidas y

t

fE

tb 26,2≤

Seções com perfil I

ou H parcialmente

revestidas em

concreto

y

f

fE

tb

49,1≤

3.3.2 CISALHAMENTO NA INTERFACE AÇO-CONCRETO

A NBR 8800:2008 considera como hipótese inicial, que a força aplicada na seção

mista é distribuída igualmente entre os seus elementos, desta forma, pode-se pensar em

uma aderência tal que os dois materiais se deformem como um único elemento (interação

total ou completa). No entanto, em algumas regiões denominadas de “introdução de cargas”

(ligação pilar com viga, emendas de pilar ou base) ocorrem variações localizadas dos

esforços solicitantes ou mesmo a interrupção da armadura longitudinal, podendo romper a

aderência natural aço-concreto e fazer com que cada componente se deforme

independentemente, provocando por conseqüência o deslizamento relativo entre os dois

materiais e a perda da aderência.

Para tanto, nas regiões de introdução de cargas de pilares mistos costuma-se adotar

dispositivos mecânicos capazes de combater o deslocamento relativo e manter a interação

completa entre o aço e o concreto (TOLEDO, 2009). Um bom exemplo para esta afirmação

é o que nos dá a NBR 8800:2008 em que sugere que nas emendas e nas bases de pilar,

onde pode ocorrer redução da resistência quando houver interrupção das barras de

armaduras longitudinais, sejam previstos conectores capazes de transmitir os esforços

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solicitantes de cálculo das barras da armadura para elementos de aço adicionais que

restaurem a resistência de cálculo total do pilar misto.

Além disso, a NBR 8800:2008 sugere o uso de conectores de cisalhamento nas

regiões de introdução de cargas, a fim de garantir o fluxo de cisalhamento longitudinal entre

o perfil de aço e o concreto. Esta recomendação da NBR 8800:2008 cabe sempre que forem

excedidos os valores da tensão de cisalhamento resistente de cálculo (τ Rd). A Tabela 4

mostra os valores da resistência ao cisalhamento para as principais seções mistas.

Tabela 4: Tensão de cisalhamento resistente de cálculo τRd.

Tipo de seção transversal do pilar misto τRd (MPa)

Seção totalmente revestida com concreto 0,30

Seção tubular circular preenchida com concreto 0,55

Seção tubular retangular preenchida com concreto 0,40

Mesas de seção parcialmente revestidas com

concreto

0,20

Almas de seção parcialmente revestidas com

concreto

0,00

Fonte: NBR 8800:2008

Cabe apresentar que estas regiões de introdução de cargas não serão abordadas ao

longo deste trabalho, uma vez que se admitirá a interação completa entre os dois materiais,

mesmo com a introdução e atuação do carregamento.

Devido o uso de conectores do tipo “pino com cabeça” ligados à alma nas seções

total ou parcialmente revestidas com concreto a norma NBR 8800:2008 infere que podem

ser levados em consideração as forças de atrito decorrentes do impedimento da expansão

lateral do concreto pelas mesas adjacentes do perfil de aço. Isso ocorre porque nos perfis

do tipo I os conectores provocam esta expansão lateral do concreto que são, por sua vez,

contidas pela mesa dos perfis e, desta forma, essas forças de atrito condicionadas

proporcionam uma resistência adicional igual a μQ Rd/2 (em cada mesa e para cada linha

diagonal de conectores tipo pino com cabeça) que deve ser somada à força resistente

original dos conectores. A distância livre entre as mesas não pode exceder os valores

indicados na Figura 16.

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Figura 16: Forças de atrito adicionais devidas a conectores tipo “pino com cabeça

Fonte: NBR 8800:2008

3.3.3 PILARES SUBMETIDOS À COMPRESSÃO AXIAL

Sabe-se que a resistência à compressão simples do pilar misto é resultado da

contribuição de cada material constituinte. Com base nesta afirmação é cabível dizer que a

força axial resistente de cálculo da seção transversal à plastificação total, NRd.pl é o resultado

da soma das parcelas de contribuição de cada material (perfil de aço, concreto e armadura

longitudinal), como nos mostra a equação Y7.

RdsplRdcplRdaplRdpl NNNN ,,,,,,, ++=

Onde:

Npl,Rd = fyd*Aa Npl,c,Rd = fcd1*Ac Npl,s,Rd = fsd*As

Aa – Área da seção transversal do perfil de aço

Ac – Área da seção transversal do concreto

As – Área da seção transversal da armadura longitudinal

fcd1 = α*fcd

α = 0,95 (seções tubulares circulares preenchidas com concreto) e 0,85 (demais

seções)

Outro fato relevante é que, com a compressão axial, os pilares podem sofrer o que

se denomina de “flambagem por flexão” que pode ser entendida como sendo uma perda de

estabilidade lateral devido à flexão. Sendo assim, a norma NBR 8800:2008 estabelece que a

força resistente do pilar à compressão deve ser minorada por um fator de redução χ

referente a esta flambagem por flexão. Este fator de redução χ é função do í ndice de

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esbeltez reduzido λ0, que delimita em qual regime (elástico ou inelástico) a flambagem

ocorrerá.

RdplRd NN ,χ=

(*) Para λ0 ≤ 1,5: 2

0658,0 λχ =

(**) λ0 > 1,5: 20

877,0λ

χ =

Onde:

Npl,Rd – força axial de compressão resistente de cálculo da seção transversal à

plastificação total.

χ – é o fator de redução associado à resistência à compressão.

A norma NBR 8800:2008 apresenta ainda como representação das duas funções (* e

**) uma curva de flambagem (Figura 17), em que o fator de redução χ aparece como sendo

função do índice de esbeltez reduzido (λ0).

Figura 17: Valores de χ em função do índice de esbeltez λ0. Fonte: NBR 8800:2008

3.3.4 PILARES SUBMETIDOS À FLEXO-COMPRESSÃO

Também chamada de flexão composta a flexo-compressão nos pilares mistos se dá

quando atuam, simultaneamente ou em efeitos combinados, forças axiais de compressão e

momentos fletores em relação a um ou aos dois eixos de simetria da seção transversal.

A capacidade resistente da seção mista à flexão composta pode ser determinada

pelo método de distribuição de tensões plásticas. A norma NBR 8800:2008 aborda dois

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modelos de cálculo para dimensionamento de pilares mistos submetidos à flexo-

compressão.

O modelo de cálculo I é mais simplificado. Este faz analogia ao dimensionamento de

pilares de aço isolados submetidos aos efeitos combinados de flexão e compressão. No

entanto, para que esta analogia seja válida são utilizadas expressões de interação

Momento-Força Normal, adaptando as curvas devido à presença do concreto.

O modelo de cálculo II apresenta-se como mais rigoroso, uma vez que representa a

curva real Momento-Força normal. Cabe evidenciar que os momentos resistentes são

calculados considerando a plastificação total da seção transversal, desta forma, os materiais

trabalharão em um regime não linear.

Todas as formulações descritas na norma NBR 8800:2008 serão apresentadas em

planilhas eletrônicas, utilizando o programa MATHCAD e serão evidenciadas nos Apêndices

A e B deste trabalho.

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4. ESTUDO DE CASO

Foram analisados dois edifícios-exemplo. A partir dos edifícios-exemplos foram

concebidas algumas opções de sistemas construtivos, a saber: a estrutura convencional de

concreto armado, apresentada por Albuquerque (1998), foi dimensionada considerando os

elementos como sendo mistos de aço e concreto. Já o edifício-exemplo 2, concebido

inicialmente em estrutura metálica foi dimensionado considerando-o estruturado em

elementos mistos de aço e concreto.

4.1 EDIFÍCIO EXEMPLO 1 (EE1)

O edifício-exemplo 1 (EE1), proveniente do trabalho de Albuquerque (1998) com

finalidades residenciais, possui dois apartamentos por pavimento (cada um com área útil de

105 m2). Foi considerado em seu estudo que o edifício possui vinte pavimentos, todos iguais

ao tipo, e distância de piso a piso igual a 2,88m, resultando em uma edificação com altura

total de 57,6m. Não foi considerada a existência de outros pavimentos, tais como cobertura,

mezanino, pilotis e subsolo.

Os pesos específicos, cargas acidentais e características do vento utilizado por

Albuquerque (1998) são apresentadas na Tabela 5.

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Tabela 5: Pesos específicos, cargas acidentais, permanentes e características do vento – edifício Albuquerque (1998)

PESOS ESPECÍFICOS

Tijolos cerâmicos 13 kN/m3 Concreto Armado 25 kN/m3 Areia com umidade natural 17 kN/m3

CARGAS ACIDENTAIS Pisos residenciais (dormitório, sala, copa, cozinha e banheiro) 1,5 kN/m2

Pisos residenciais (despensa, área de serviço e lavanderia) 2,0 kN/m2

Escada sem acesso público 2,5 kN/m2 CARGAS HORIZONTAIS

Parapeitos 0,8 kN/m Balcões 0,8 kN/m

CARGAS VERTICAIS (MÍNIMA) Parapeitos 2,0 kN/m Balcões 2,0 kN/m

REVESTIMENTO + PAVIMENTAÇÃO Carga permanente 1 kN/m2

VENTO V0= 30 m/s (Fortaleza – CE) S1= 1,0

S2= 0,92 S3= 1,0

L1=25,7 m L2=14,05 m

Ca= 1,2 (direção Y, dir. principal)

Ca=1,0 (direção X, dir. secundária)

A Figura 18 apresenta a planta baixa do pavimento tipo pertencente ao edifício

exemplo 1 analisado por Albuquerque (1998).

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Figura 18: Sistema estrutural do pavimento tipo do edifício exemplo 1 (medidas em

mm). Fonte: Albuquerque (1998)

Em seu trabalho Albuquerque (1998) concebeu para o edifício mostrado na Figura 18

diversas opções para o projeto estrutural, a saber: estrutura convencional com lajes

maciças, nervuradas e pré-moldadas, estrutura com vigamento somente nas bordas (lajes

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lisas) e estrutura utilizando protensão. Cada alternativa foi analisada, dimensionada e

detalhada por inteiro, considerando lajes, vigas, pilares e fundações, levando-se em conta

todas as ações atuantes, inclusive a de vento.

4.2 ELEMENTOS EM CONCRETO (EE1)

Albuquerque (1998) baseou-se na idéia de que a estrutura convencional é aquela em

que as lajes se apóiam em vigas (tipo laje-viga-pilar). Adotou neste edifício vãos entre 3,5m

e 5m, que podem ser considerados os mais usuais para este tipo de laje. A Figura 19

apresenta a planta de formas do pavimento tipo do Edifício-exemplo 1.

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Figura 19: Forma da estrutura convencional com lajes maciças

Fonte: ALBUQUERQUE (1998)

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Para esta alternativa Albuquerque (1998) optou por utilizar diferentes resistências de

concreto, sendo fck=30MPa para as vigas e pilares e fck=20MPa para as lajes.

Os resultados relativos ao sistema escolhido estão indicados na Tabela 6 e Tabela 7.

Tabela 6: Consumo de materiais

Elemento Volume de concreto

(m3) Aço (kg)

Área de forma (m2)

Lajes 366 18389 4234,6 Vigas 244,6 36888 3535

Pilares 206,8 21777 1872 Total 817,4 76554 9641,6

Tabela 7: Índices

Espessura média (cm)

Taxa de aço

(kg/m3)

Taxa de aço II

(kg/m2) Taxa de forma

16,09 93,66 17,07 1,9

Numa obra que se utiliza de processos construtivos convencionais em concreto

armado, existe o desperdício de alguns materiais. Segundo Inaba (2010) este

desperdício pode chegar a 25% do peso total do edifício. Considerando este fator

tem-se que o consumo de concreto será de 457,5 m3 para as lajes, 305,8 m3 para as

vigas e de 258,5 m3 para os pilares. Desta forma o consumo total de concreto para o

EE1 apresentado por Albuquerque (1998) foi de 1021,8 m3

4.3 ELEMENTOS EM AÇO E MISTOS DE AÇO E CONCRETO (EE1)

A opção de estrutura convencional em concreto com lajes maciças apresentada por

Albuquerque (1998) foi então analisada, processada e dimensionada considerando os

elementos como sendo mistos de aço e concreto. Para tanto, hipóteses iniciais foram

adotadas, sendo descritas a seguir.

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Todas as bases, exceto as dos pórticos utilizados para travamento da estrutura, são

rotuladas. Analogamente, todas as ligações exceto as dos referidos pórticos serão

rotuladas.

Para a estabilização lateral foi adotado o sistema de pórticos rígidos nas direções X

(Pórticos 1, 2) e Y (Pórticos 3 e 4), apresentados na Figura 20.

As vigas localizadas nos pórticos serão consideradas como sendo de aço isoladas e

as demais serão consideradas mistas de aço e concreto.

Por sua vez, as lajes serão consideradas como sendo mistas com forma de aço

incorporada (steel deck). Já os pilares serão considerados como sendo mistos de aço e

concreto, independente se pertencem ou não aos pórticos analisados. A Tabela 8 apresenta

o resumo das ações consideradas.

Tabela 8: Resumo das ações consideradas para o dimensionamento do edifício exemplo 1 em elementos mistos de aço e concreto.

AÇÕES PERMANENTES

Peso próprio – laje (htotal=16 cm) 3,02 kN/m2

Revestimento + Pavimentação 1 kN/m2

Alvenaria de blocos cerâmicos (e=12cm) 1,25 kN/m2

Painéis de vidro com esquadria de alumínio 1,5 kN/m2

AÇÕES VARIÁVEIS Sobrecarga de utilização (cobertura) 0,5 kN/m2

Pisos residenciais (dormitório, sala, copa, cozinha e banheiro) 1,5 kN/m2

Pisos residenciais (despensa, área de serviço e lavanderia) 2,0 kN/m2

Escada sem acesso público 2,5 kN/m2. VENTO

V0= 30 m/s (Fortaleza – CE) S1= 1,0

S2= 0,92 S3= 1,0

L1=25,7 m L2=14,05 m

Ca= 1,2 (direção Y, dir. principal)

Ca=1,0 (direção X, dir. secundária)

A Figura 20 apresenta o sistema estrutural do pavimento tipo do edifício exemplo 1

(EE1).

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Figura 20: Sistema estrutural do pavimento tipo utilizado para o cálculo do EE1 estruturado em elementos mistos (medidas em mm).

Cabe aqui salientar que esta não foi a mais eficiente das soluções estruturais

existentes para edifício em questão (EE1), no entanto, este item não faz parte do escopo do

trabalho. O escopo deste é analisar qual o sistema estrutural mais adequado para um

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determinado edifício, sendo assim, conclui-se que a solução estrutural adotada cumpre os

requisitos mínimos exigidos para atingir o objetivo deste trabalho de conclusão de curso: a

análise comparativa entre os diferentes sistemas estruturais aplicados em um mesmo

edifício.

Com as ações definidas foram estimados os carregamentos para cada elemento. A

estrutura do edifício foi processada, para tanto, utilizou-se do software de análise

(SAP2000), levando-se em consideração as devidas combinações. Cabe aqui salientar que

foi realizada uma análise bidimensional do referido edifício. Assim, todos os pórticos

apresentados na Figura 20 foram processados no SAP2000 com vistas a se obter os

esforços solicitantes necessários para o dimensionamento, tanto dos elementos em aço

isolados (vigas dos pórticos), quanto dos mistos em aço e concreto (vigas e pilares mistos).

Em suma, a partir dos esforços solicitantes obtidos pelo processamento da estrutura,

os elementos em aço e mistos de aço e concreto (vigas e pilares) foram dimensionados,

utilizando-se de planilhas eletrônicas de dimensionamento elaboradas no software

MATHCAD (apresentadas nos Apêndices A, B e C) que, por sua vez, seguiram as

recomendações da norma NBR 8800:2008. Com os dados finais de dimensionamento da

estrutura, foram coletadas informações como: consumo de materiais, área livre no

pavimento, custo da estrutura, etc. Portanto, estes dados permitiram a comparação entre os

dois sistemas construtivos (convencional em concreto e misto) aplicados separadamente em

um mesmo edifício.

Concernente as propriedades geométricas da seção mista citam-se que estas foram

obtidas por meio da homogeneização teórica da seção formada pelo componente de aço e

pela largura contribuinte em concreto, conforme recomenda a norma NBR 8800:2008.

Divide-se o valor desta largura contribuinte pela razão modular (E/Ec) em que E é o módulo

de elasticidade do aço e Ec o módiulo de elasticidade do concreto. Desta forma, “transforma-

se” a região em concreto por uma equivalente em aço e, com isso, todas as propriedades

geométricas são calculadas considerando a “seção transformada em aço”.

A Figura 21 apresenta a estrutura do edifício exemplo 1 utilizada para o

dimensionamento dos elementos. Cabe lembrar que o modelo de sistema estrutural

escolhido para a estabilização lateral do edifício foi “Estrutura com pórticos rígidos”, sendo

que nos pórticos as vigas são de aço isoladas e nas demais regiões são mistas de aço e

concreto. Já os pilares são, em sua totalidade, mistos em aço e concreto. As lajes, por sua

vez são mistas com forma de aço incorporada - “steel deck”.

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Figura 21: Estrutura com pórticos rígidos utilizada para o cálculo do EE1.

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A Tabela 9 apresenta os perfis de aço que comporão as seções mistas dos pilares

parcialmente revestidos. Cabe salientar que se preferiu variar a seção do pilar como forma

de otimizar o dimensionamento, evitando-se assim consumos desnecessários.

.

Tabela 9: Seção mista parcialmente revestida dimensionada para o edifício EE1.

Pilares Pav. Perfil Armadura

P1 1 ao 10 VS 600 x 125 8 ϕ10mm

11 ao 20 VS 500 x 86 8 ϕ8mm

P2 1 ao 10 VS 650 x 143 8 ϕ10mm

11 ao 20 VS 500 x 73 8 ϕ8mm

P3 1 ao 10 VS 750 x 157 8 ϕ12,5mm

11 ao 20 VS 600 x 125 8 ϕ10mm

P4 1 ao 10 VS 800 x 173 8 ϕ12,5mm

11 ao 20 VS 500 x 86 8 ϕ8mm

P5 1 ao 10 VS 650 x 143 8 ϕ10mm

11 ao 20 VS 500 x 73 8 ϕ8mm

P6 1 ao 10 VS 800 x 143 8 ϕ12,5mm

11 ao 20 VS 600 x 125 8 ϕ10mm

P7 1 ao 10 VS 700 x 154 8 ϕ10mm

11 ao 20 VS 700 x 105 8 ϕ10mm

P8 1 ao 10 VS 700 x 154 8 ϕ10mm

11 ao 20 VS 600 x 125 8 ϕ10mm

Os dados contidos na Tabela 9 permitiram a elaboração da Tabela 10, que apresenta

a quantidade consumida (em kg) de aço em forma de perfis que comporão as seções dos

pilares mistos parcialmente revestidos.

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Tabela 10: Quantidade (kg) de aço utilizada para os pilares mistos (EE1)

Pilares Andares Perfis Peso Unit

(kg/m)

Comp. Unit (m)

Quant. (unid)

Peso (kg)

P1 1 ao 10 VS 600 x 125 125 30 4 15000

11 ao 20 VS 500 x 86 86 30 4 10320

P2 1 ao 10 VS 650 x 143 143 30 2 8580

11 ao 20 VS 500 x 73 73 30 2 4380

P3 1 ao 10 VS 750 x 157 157 30 2 9420

11 ao 20 VS 600 x 125 125 30 2 7500

P4 1 ao 10 VS 800 x 173 173 30 1 5190

11 ao 20 VS 500 x 86 86 30 1 2580

P5 1 ao 10 VS 650 x 143 143 30 2 8580

11 ao 20 VS 500 x 73 73 30 2 4380

P6 1 ao 10 VS 800 x 143 143 30 1 4290

11 ao 20 VS 600 x 125 125 30 1 3750

P7 1 ao 10 VS 700 x 154 154 30 1 4620

11 ao 20 VS 700 x 105 105 30 1 3150

P8 1 ao 10 VS 700 x 154 154 30 2 9240

11 ao 20 VS 600 x 125 125 30 2 7500

TOTAL 108480

Conclui-se que o consumo de aço estrutural em forma de perfis que compôs as

seções mistas dos pilares foi de 108,5 toneladas, aproximadamente.

As vigas foram dimensionadas seguindo a mesma idéia apresentada para os pilares,

ou seja, a partir do processamento da estrutura no software de análise (SAP2000)

obtiveram-se os esforços solicitantes nas referidas vigas. Utilizando-se de planilhas de

dimensionamento elaboradas no software MATHCAD que, por sua vez, seguiram as

recomendações na norma NBR 8800:2008, obtiveram-se resultados que baseou a escolha

dos perfis, tanto para as vigas de aço isoladas, quanto para as que comporão a seção mista

em aço em concreto, localizadas em regiões “não-aporticadas”. Cabe salientar que as

planilhas de dimensionamento são apresentadas no Apêndice (A, B e C).

A Tabela 11 apresenta os perfis de aço adotados para todas as vigas pertencentes

ao edifício após análise realizada na planilha de dimensionamento (MATHCAD). Priorizou-

se nesta análise a padronização do dimensionamento das vigas, visando facilitar a

montagem dos referidos elementos.

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Tabela 11: Perfis escolhidos para compor as seções das vigas de aço isoladas e mistas em aço e concreto.

Vigas Perfis

V1 VS 500 x 61 V2 VS 400 x 32 V3 VS 300 x 26 V4 VS 400 x 38 V5 VS 300 x 31 V6 VS 350 x 33 V7 VS 550 x 64 V8 VS 350 x 26 V9 VS 300 x 31

V10 VS 350 x 33 V11 VS 400 x 32 V12 VS 400 x 32 V13 VS 400 x 32 V14 VS 400 x 35 V15 VS 400 x 35 V16 VS 500 x 75 V17 VS 500 x 75 V18 VS 500 x 75

Com a obtenção dos dados da Tabela 11foi possível elaborar a Tabela 12 que, por

sua vez, apresenta a quantidade (em kg) de aço utilizado para os perfis de todas as vigas do

referido edifício.

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Tabela 12: Quantidade (kg) de aço utilizado para os perfis de vigas (EE1)

Vigas Perfis Peso Unit

(kg/m) Comp.

Unit (m) Quant. (unid)

Peso (kg)

V1 VS 500 x 61 61 7,1 40 17324 V2 VS 400 x 32 32 7,1 40 9088 V3 VS 300 x 26 26 2,15 40 2236 V4 VS 400 x 38 38 7,1 40 10792 V5 VS 300 x 31 31 3,65 20 2263 V6 VS 350 x 33 31 1,35 40 1674 V7 VS 550 x 64 64 7,1 20 9088 V8 VS 350 x 26 26 2,15 20 1118 V9 VS 300 x 31 31 3,65 20 2263

V10 VS 350 x 33 33 6,2 20 4092 V11 VS 400 x 32 32 7,2 40 9216 V12 VS 400 x 32 32 5,75 40 7360 V13 VS 400 x 32 32 5,75 40 7360 V14 VS 400 x 35 35 7,2 40 10080 V15 VS 400 x 35 35 5,75 40 8050 V16 VS 500 x 75 75 7,86 20 11790 V17 VS 500 x 75 75 7,86 20 11790 V18 VS 500 x 75 75 9,68 20 14520

TOTAL 140104

Conclui-se que o total de aço consumido na forma de perfis para as vigas do referido

edifício foi de 140104 kg. Além disso, pode-se inferir que o consumo total de aço em forma

de perfis para as vigas e pilares do EE1 foi de 248,6 toneladas, apresentando uma taxa de

aço de 50 kg/m2.

A partir dos dados obtidos em cálculos anteriores elaborou-se a Tabela 13, cujo

objetivo é apresentar o consumo dos materiais consumidos para a construção da estrutura

do EE1 quando estruturado em elementos mistos de aço e concreto.

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Tabela 13: Consumo de materiais

Elementos Volume de concreto (m3)

Aço estrutural

(kg) Steel

Deck (kg) Armadura

(kg) Área de forma (m2)

Laje Mista 651,7 0 77831,6 7873,6 0 Vigas 0 140104 0 0 0

Pilares 148,69 108480 0 4295 0 Total 800,39 248584 77831,6 12168,6 0

Percebe-se na Tabela 13 que a laje mista com forma de aço incorporada “steel deck”

apresentou o maior consumo de concreto, frente ao consumo apresentado pelos pilares

mistos. Analogamente o mesmo elemento apresentou o consumo de aço (steel deck), cujo

valor excedeu 77,8 toneladas de aço.

No que tange ao consumo de aço em forma de barras (“armadura”) as lajes mistas

com forma de aço incorporada também apresentaram o maior valor, excedendo a quantia de

7,8 toneladas de aço.

Concernente às vigas mistas percebe-se que o volume de concreto consumido e a

quantidade (em kg) consumida de aço em forma de barras (armadura) foram nulos.

Primeiramente, a região do concreto colaborante para a viga mista está presente na laje, ou

seja, parte do concreto da laje mista contribui efetivamente para a capacidade resistente da

viga mista, atestando o “não consumo” de concreto por parte das vigas mistas.

Segundamente, a interação entre a laje em concreto e o perfil de aço da viga foi efetivada

com o uso de conectores de cisalhamento e não com “barras de aço”, desta forma, explica-

se o “não-consumo” de aço em forma de barras por parte das vigas mistas.

Cabe salientar que o uso de conectores de cisalhamento não fez parte do escopo

deste trabalho e, portanto, não foi abordado neste.

Os tópicos seguintes destinam-se a analisar comparativamente os dois sistemas

construtivos (concreto e misto) aplicados separadamente no EE1.

4.4 ANÁLISE COMPARATIVA DO EDIFÍCIO-EXEMPLO 1 (CONCRETO VS ELEMENTOS MISTOS DE AÇO E CONCRETO)

Para este edifício será comparado o consumo de materiais, a área livre por

pavimento e o custo total da estrutura do edifício.

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4.4.1 CONSUMO DE CONCRETO

Visando facilitar a análise comparativa de consumo de concreto segue a Figura 22. .

Figura 22: Comparação do consumo de concreto.

Pela Figura 22 constata-se que o consumo de concreto para o edifício estruturado

em concreto armado foi superior ao apresentado pelo edifício estruturado em elementos

mistos. Em termos percentuais pode-se inferir que o volume de concreto utilizado para o

edifício estruturado em elementos mistos foi 78,3% do volume de concreto utilizado no

edifício estruturado em concreto armado. Portanto, a diferença percentual entre o consumo

de concreto dos dois sistemas estruturais foi de 21,7%

Percebe-se ainda que o elemento misto responsável pelo elevado consumo de

concreto foi a laje mista com forma de aço incorporada (steel deck). Isto porque o elemento

em questão foi dimensionado considerando um vão livre sem escoramento de 3,75 m e,

com isso, a espessura total da laje mista com forma de aço incorporada passou a ser de 16

cm. No edifício em concreto armado foram utilizadas lajes maciças com espessuras

variando de 7 a 11 cm.

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Fica claro que a hipótese dada para a laje mista, considerando sem escoramento,

levou a um consumo de concreto elevado frente ao equivalente apresentado pelo edifício

estruturado em concreto armado.

É cabível inferir que, além do consumo total de concreto diferir substancialmente

entre os dois sistemas construtivos, percebe-se que, o edifício estruturado em elementos

mistos não se utilizará de formas e escoramentos, o que torna mais ágil a execução do

serviço, ou seja, ganha-se em produtividade. Além disso, a armadura utilizada nas lajes

steel deck são em forma de telas, frente às armaduras em forma de barras isoladas

utilizadas nas lajes maciças. Desta maneira, atesta-se o ganho de produtividade na

execução dos serviços necessários à construção da estrutura mista de aço e concreto.

Considerando que o concreto utilizado para ambos os edifícios possui a mesma

resistência característica (fck), slump, etc., e associando o valor de R$208,00 o metro cúbico

de concreto, que é o valor cobrado por usinas de concreto na região de Campinas – SP

(Data da cotação: 19/10/2010) chegar-se-ia ao custo de R$166.481,12 para o edifício

estruturado em elementos mistos. Já o edifício estruturado em concreto armado apresentou

o valor de R$212.524,00. Desta forma, a diferença percentual do consumo de concreto entre

os dois sistemas estruturais analisados é de 21,7%.

Outro ponto interessante é que para o edifício estruturado em concreto armado,

devido o maior consumo de concreto “moldado no local”, este apresentará um tempo de

execução da estrutura “maior” que o apresentado pelo edifício estruturado em elementos

mistos. Além disso, apresentará maior dificuldade na organização do canteiro. Isto porque

com a maior quantidade de concreto moldado no local, diminui-se a produtividade do

serviço, bem como aumenta-se a necessidade de equipamentos e estoque de materiais.

Em contrapartida, o edifício exemplo 1 estruturado em elementos mistos de aço e

concreto, além de apresentar um consumo de concreto relativamente menor, os pilares

mistos parcialmente revestidos poderão serão pré-fabricados, desta forma, diminui-se o

tempo de execução do serviço. Outrossim, com menor consumo de concreto moldado no

local, diminui-se a necessidade de equipamentos e estoque de materiais, portanto, pode-se

inferir que haverá maior facilidade em organizar o referido canteiro de obra.

4.4.2 CONSUMO DE AÇO – BARRAS E PERFIS

A fim de facilitar a análise do consumo de aço estrutural em forma de barras

apresenta-se a Figura 23.

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Figura 23: Comparação do consumo de Aço em forma de barras – EE1.

Percebe-se pela Figura 23 que os únicos elementos mistos que se utilizaram de aço

estrutural em forma de barras foram as lajes mistas e os pilares mistos, apresentando um

consumo total de aproximadamente, 12,2 toneladas. Já para o edifício em concreto armado

todos os elementos utilizaram aço estrutural em forma de barras. O consumo deste foi de,

aproximadamente, 76,5 toneladas de aço.

Quando comparado o consumo de aço utilizado entre os dois sistemas construtivos

(concreto vs elementos mistos), verifica-se que o edifício estruturado em elementos mistos

de aço e concreto consumiu cerca de 16% do total consumido pelo edifício estruturado em

concreto armado. Isto significa que a diferença percentual no consumo de aço estrutural em

forma de barras foi de 84,10%.

Em Novembro de 2010 foi feita uma cotação dos preços de barras de aço estruturais

com finalidades construtivas. A empresa escolhida foi a Gerdau, localizada na cidade de

Campinas – SP. A Tabela 14 evidencia o preço por metro de três bitolas de barras, bem

como as massas nominais das mesmas que foram utilizadas para o edifício estruturado em

elementos mistos de aço e concreto.

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Tabela 14: Preço das barras de aço – GERDAU (Campinas)

Bitola (mm)

Preço (R$/m)

Massa nominal (kg/m)

8 1,34 0,395 10 1,84 0,617

12,5 2,58 0,963 Média 1,92 0,658

Considerando a média dos preços apresentados, bem como a média das massas

nominais, tem-se que o valor médio das barras por quilograma de aço é de R$ 2,92.

Suponha-se que o aço utilizado pelos dois edifícios possua características iguais à

média apresentada na Tabela 14. Desta forma, pode-se inferir que o custo do aço

consumido para o edifício em concreto armado será de, aproximadamente, R$223,5 mil. Já

o edifício estruturado em elementos mistos apresentará um custo de R$35,5 mil, que

representa cerca de 16% do total gasto pelo edifício estruturado em concreto.

Verificou-se em análise realizada na planilha de dimensionamento de pilares mistos

(vide Apêndice C) que a seção da armadura não é alterada em função de uma alteração nos

valores dos esforços solicitantes. Isto porque o cálculo da armadura necessária leva em

consideração apenas variáveis geométricas da seção, tais como a área da região em

concreto presente no perfil misto parcialmente revestido, etc.

Além disso, apesar da norma NBR 8800:2008 apresentar como obrigatório o uso de

armadura em pilares mistos parcialmente revestidos, muitos pesquisadores estão envolvidos

na questão de atestar a viabilidade da substituição destas armaduras por fibras de aço.

Intui-se, desta forma, que análises futuras poderão comprovar a viabilidade desta

substituição, tornando o sistema misto ainda mais competitivo frente aos demais sistemas

construtivos existentes.

Outro ponto interessante é que a armadura existente na laje mista possui finalidades

específicas, como controlar a fissuração do concreto. São posicionadas na parte superior

das lajes e são colocadas em forma de telas, desta forma, ganha-se em produtividade na

execução das lajes mistas. Em contrapartida para a construção da laje maciça se faz

necessário o uso de formas e escoramentos, bem como de barras de aço isoladas.

Levando-se em consideração o tempo gasto na execução destes serviços (formas,

escoramentos e armadura) percebe-se que a laje mista apresenta facilidade de execução e,

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por conseqüência, menor tempo de execução, tornando-a competitiva frente às lajes

existentes no mercado.

Parte-se agora para a análise comparativa do consumo de aço estrutural em forma

de perfis. A Figura 24 apresenta o consumo de aço utilizado para cada um dos elementos

estruturais.

Figura 24: Comparação do consumo de Aço em forma de perfis – EE1.

Através da Figura 24 percebe-se que apenas o edifício estruturado em elementos

mistos utilizou aço em forma de perfis, apresentando um consumo total de 248,6 toneladas

de aço. Portanto, é cabível inferir que se terá um custo relativo ao perfil estrutural que não

será contabilizado no edifício estruturado em concreto armado.

Tendo como base uma cotação realizada em Novembro de 2010 na empresa

Gerdau, localizada na cidade de Campinas – SP tem-se que o custo dos perfis de aço bruto

pode variar entre R$2,90 a R$3,08 o quilograma do aço. Considerou-se então a média entre

esses valores (R$2,99/kg).

Adotando o referido valor pode-se evidenciar que o edifício estruturado em

elementos mistos apresentará um custo de R$743,3 mil referente ao uso de perfis metálicos,

valor este não contabilizado no edifício estruturado em concreto armado.

Outra cotação foi feita em uma empresa atuante no setor de estruturas metálicas,

localizada na região de Araraquara – SP. A empresa em questão se responsabiliza pela

venda dos perfis com as devidas inspeções, furações, além dos tratamentos superficiais

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contra corrosão (pintura ou galvanização). Além disso, a empresa confecciona todos os

elementos estruturais, inclusive os de ligação, cabendo ao cliente, em alguns casos, apenas

a montagem da estrutura. Isto porque a empresa também possui equipes especializadas de

montagem.

A cotação realizada no mês de Novembro de 2010 apresentou variação de valores,

sendo estes entre R$10,00 e R$19,00, dependendo do porte da obra, bem como da

complexidade dos elementos. Adotando-se a média entre os valores apresentados (R$

14,50) tem-se que o custo da estrutura do edifício 1 relativo aos perfis será de,

aproximadamente, R$3,6 milhões.

4.4.3 CONSUMO DE FORMAS

Para facilitar a análise do consumo de formas apresenta-se a Figura 25.

Figura 25: Consumo de formas.

Através da Figura 25 intui-se que o uso de formas se dará apenas no edifício

estruturado em concreto armado, apresentando um consumo total de 9641,6 m2. Uma

justificativa para tal afirmação se dá pelo fato de que os pilares parcialmente revestidos

poderão ser Pré-fabricados. Dar-se-á então uma “idéia” das etapas de pré-fabricação dos

pilares mistos de aço e concreto. Para tanto, o perfil metálico deverá estar na posição

horizontal.

Concreta-se um dos lados do perfil (Figura 26a) e, quando o concreto possuir

resistência adequada, “vira-se” o perfil metálico, finalizando a concretagem no lado faltante

(Figura 26b).

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(a) (b)

Figura 26: Etapas de pré-fabricação dos pilares mistos parcialmente revestidos

Outro ponto que justifica o não-uso de formas para o edifício estruturado em

elementos mistos de aço e concreto é que o sistema estrutural foi aqui tratado como não-

escorado, portanto, não se faz necessário o uso de formas e escoramentos para as vigas

mistas e lajes mistas.

Lima (2009) apresentou em seu trabalho um valor de R$15,26 o metro quadrado de

madeirit plastificado. Considerando que toda a forma seja constituída apenas do madeirit

especificado tem-se que o custo de forma será de, aproximadamente R$147,1 mil.

4.4.4 CONSUMO DE STEEL DECK

Verifica-se que o consumo de steel deck foi de, aproximadamente 77,8 toneladas de

aço. Lima (2009) apresentou em seu trabalho um valor de R$41,25 o metro quadrado da

forma de aço. Considerando este valor tem-se que o custo total da forma de aço será de,

aproximadamente R$2,19 milhões.

4.4.5 ÁREA LIVRE NO PAVIMENTO

Neste item serão comparadas as áreas ocupadas por cada pilar em concreto e por

cada pilar misto parcialmente revestido. Os resultados das duas análises são apresentados

nas Tabela 15 e Tabela 16.

Tabela 15: Área livre do 1 ao 10 pavimento

Pilar Pilar em concreto Área (cm2) PMPR Área (cm2)

Redução (%)

1 30 x 80 2400 VS 600 x 125 1800 25 2 35 x 80 2800 VS 650 x 143 1950 30,36 3 30 x 120 3600 VS 750 x 157 2400 33,33 4 30 x 80 2400 VS 800 x 173 2560 -6,67 6 30 x 120 3600 VS 800 x 143 2560 28,89 8 25 x 90 2250 VS 700 x 154 2240 0,44

* PMPR - Pilar Misto Parcialmente Revestido

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Constata-se pela Tabela 15 que os pilares mistos conferem uma redução na área

ocupada e, com isso, ganha-se área útil passível de utilização. Dentre os pilares analisados

o que apresentou maior redução na área útil foi o pilar 2, apresentando uma redução de

30,36% em relação à área ocupada pelo pilar equivalente em concreto.

A soma da área ocupada por todos os pilares mistos foi de 17700 cm2 frente aos

35900 cm2 ocupados pelos pilares em concreto. Tem-se então um ganho de área livre de

18200 cm2, que representa um ganho percentual de 50,7% de área livre, levando em

consideração a área ocupada pelos pilares em concreto. A Tabela 16 apresenta a área livre

do pavimento, considerando do 11 ao 20 pavimento.

Tabela 16: Área livre do 11 ao 20 pavimento

Pilar Pilar em concreto Área (cm2) PMPR Área (cm2)

Redução (%)

1 30 x 80 2400 VS 500 x 86 1250 47,92 2 35 x 80 2800 VS 500 x 73 1250 55,36 3 30 x 120 3600 VS 600 x 125 1800 50 4 30 x 80 2400 VS 500 x 86 1250 47,92 6 30 x 120 3600 VS 600 x 125 1800 50 8 25 x 90 2250 VS 600 x 125 1800 20

* PMPR - Pilar Misto Parcialmente Revestido

Novamente se verifica que a maior redução da área ocupada ocorreu no pilar 2, cuja

redução foi de 55,36%. A soma da área ocupada por todos os pilares mistos foi de 12640

cm2 frente aos 35900 cm2 ocupados pelos pilares em concreto. Assim, obtém-se um ganho

de área livre de 23260 cm2, que representa um ganho percentual de 64,8% de área livre,

levando em consideração a área ocupada pelos pilares em concreto.

Conclui-se a idéia atestando que a utilização de pilares mistos de aço e concreto

outorga um ganho de área útil total de 41,5 m2, quando comparados com os pilares

equivalentes em concreto, considerando todo o edifício. O próximo item destina-se a

descrição e análise comparativa do edifício-exemplo 2.

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4.4.6 CONSUMO TOTAL DA ESTRUTURA DOS EDIFÍCIOS

Com o intuito de se comparar o custo total da estrutura dos dois edifícios somar-se-

ão os custos de todos os elementos analisados. A Tabela 17 destina-se a apresentar os

custos de cada item orçado para os edifícios em análise. Considera-se para esta Tabela que

o preço do perfil de aço foi de R$2,99/kg do aço.

Tabela 17: Custo dos itens (em R$) analisados e custo total da estrutura da edificação.

Edifícios Concreto Aço - Perfil (R$2,99/kg)

Aço - Barras

Steel deck Formas Total

Estr. Concreto 212524,00 0 223537,7 0 147131 583192,7 Estr. Mista 166481,12 743266,16 35532,31 219450 0 1164729,59

Com os dados das Tabela 17 construiu-se a Figura 27 que apresenta de forma

gráfica a comparação do consumo (em R$) dos itens analisados para o edifício estruturado

em concreto e o estruturado em elementos mistos de aço e concreto.

Figura 27: Comparação do custo total da Estrutura da Edificação – Preço do perfil (R$2,99/kg do aço)

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Para o edifício estruturado em elementos mistos em aço e concreto considerou-se o

custo do consumo de concreto, aço em forma de barras, aço em forma de perfis e steel

deck, chegando-se ao custo total de R$1,16 milhões.

Já para o edifício estruturado em concreto foi considerado o consumo de concreto

(estimou-se 25% de perda deste material), armadura em forma de barras e formas de

madeira, apresentando o custo total de R$540,7 mil.

Com isso, a diferença percentual entre os custos das estruturas foram de 49,9%. Isto

significa que o custo total da estrutura mista foi o dobro do custo total apresentado pelo

edifício em concreto armado.

Cabe salientar que não foi contabilizado o custo do escoramento para o edifício em

concreto, desta forma, as diferenças percentuais entre os sistemas construtivos analisados

diminuirão. Além disso, as formas não são compostas apenas de madeirit plastificado, mas

também de sarrafos, caibros, etc, sendo que estes materiais, exceto o madeirit, não foram

contabilizados e seus custos não foram computados neste trabalho. Com isso é possível

afirmar que uma análise mais aprimorada dos custos destes materiais deve ser feita, a fim

de se comparar com maior propriedade os dois sistemas estruturais aplicados

separadamente neste edifício.

Apesar da grande diferença em termos de custo de materiais, deve-se enfatizar que

o custo da mão-de-obra precisa ser contabilizado, para se obter resultados mais próximos à

realidade.

Intui-se que o número reduzido de funcionários para a montagem da estrutura mista,

somado ao tempo reduzido de montagem da mesma conferem à estrutura mista maior

produtividade e, por conseqüência, competitividade diante do sistema estrutural em concreto

armado.

O próximo item destina-se a apresentar, analisar e dimensionar o edifício exemplo 2.

4.5 EDIFÍCIO EXEMPLO 2 (EE2)

O edifício-exemplo 2 (EE2) teve sua arquitetura e sistema estrutural pré-definidos na

disciplina “Construções Metálicas II”, ministrada para o curso de Engenharia Civil, na

Universidade Federal de São Carlos. Nesta disciplina o EE2 foi estruturado em aço. Foram

estimadas as cargas em cada pavimento considerando não apenas as ações verticais, mas

também as horizontais devidas ao vento. A Figura 30 e a Figura 31 apresentam a planta

baixa do pavimento tipo e a cobertura do Edifício exemplo 2 (EE2).

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67

Figura 28: Planta baixa do pavimento tipo do edifício exemplo 2 (EE2).

Figura 29: Planta baixa da cobertura do edifício exemplo 2 (EE2).

O edifício analisado possui 30 m de comprimento e 18 m de largura. Além disso,

possui 8 pavimentos que, para facilitar os cálculos, 7 pavimentos foram considerados como

sendo iguais ao tipo e o último pavimento como sendo a cobertura. Cabe inferir que o pé

direito considerado foi de 3 m. Como hipóteses iniciais adotaram-se que:

Todas as bases foram rotuladas, exceto as pertencentes aos pórticos utilizados para

travamento da estrutura, que serão engastadas.

Para a estabilização lateral do edifício adotou-se o sistema de pórticos rígidos nos

eixos X (Pórticos 2345) e Y (Pórtico ABCD).

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As vigas localizadas nos pórticos foram consideradas como sendo de aço isolada e

as demais foram consideradas mistas.

Por sua vez, as lajes foram consideradas como sendo mistas com forma de aço

incorporada (steel deck). Já os pilares foram considerados como sendo de aço isolados.

Este edifício foi chamado de EE2* denotando que, neste sistema construtivo as lajes

e vigas foram estruturadas como sendo elementos mistos de aço e concreto. Já os pilares e

as vigas de pórtico foram dimensionados como sendo de aço isolados.

A Tabela 18 apresenta o resumo das ações consideradas.

Tabela 18: Resumo das ações consideradas – EE2*

AÇÕES PERMANENTES

Peso próprio – laje (hforma=14cm) 2,55 kN/m2 Revestimento + Pavimentação 1 kN/m2 Capa (5cm) 1,25 kN/m2 Alvenaria de blocos cerâmicos (e=12cm) 1,25 kN/m2 Painéis de vidro com esquadria de alumínio 1,5 kN/m2 Divisórias internas em painéis pré-moldados 0,5 kN/m2

AÇÕES VARIÁVEIS Sobrecarga de utilização (cobertura) 0,5 kN/m2 Sobrecarga de utilização (escritório) 2,0 kN/m2

VENTO V0= 40 m/s (São Carlos – SP) S1= 1,0

S2= 0,96 S3= 1,0

L1=30 m L2=18 m

Ca= 1,23 (direção Y, dir. principal)

Ca=0,95 (direção X, dir. secundária)

Com as ações supracitadas foi possível determinar os carregamentos em cada

elemento. Levantados os carregamentos passou-se a utilizar a ferramenta de análise

SAP2000, a fim de obter os esforços solicitantes que serviram de base para o

dimensionamento dos elementos em aço (vigas de pórticos e pilares) e os mistos em aço e

concreto (vigas e lajes).

Cabe aqui evidenciar que a análise realizada foi bidimensional, desta forma, todos os

pórticos foram processados no SAP200 e dimensionados, bem como os elementos mistos

de aço e concreto não pertencentes aos pórticos (vigas mistas). Para todos os

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dimensionamentos realizados foram utilizadas planilhas eletrônicas confeccionadas no

software MATHCAD, sendo estas apresentadas nos Apêndices (A, B e C).

A Figura 30 apresenta o sistema estrutura adotado para o edifício exemplo 2.

Figura 30: Sistema estrutural do pavimento tipo do edifício exemplo 2 (EE2). Em azul –

pilares não pertencentes aos pórticos.

4.6 EDIFÍCIO ESTRUTURADO EM AÇO E ELEMENTOS MISTOS (EE2*) - PILARES EM AÇO ISOLADO.

Quando dimensionados os elementos em aço e misto, a escolha do perfil obedeceu

alguns critérios. Levou-se em consideração o perfil que conferisse economia, resistindo aos

esforços solicitantes, no entanto, priorizou-se a padronização das seções, a fim de facilitar a

montagem dos elementos.

A Figura 31 apresenta a nomenclatura dos elementos pertencentes aos pórticos.

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70

Figura 31: Nomenclatura utilizada para os elementos analisados (EE2).

A Tabela 19 apresenta os valores dos esforços obtidos nos pilares, bem como os

perfis utilizados quando dimensionados em aço.

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Tabela 19: Esforços solicitantes e perfis adotados para os pilares em aço.

Pilares Pavim. Normal N (kN)

Momento M (KNm) Perfil

base topo

P1 1 ao 4 1253,01 94,11 44,96 CS 350 x 89 5 ao 8 720,55 77,59 67,83 CS 350 x 89

P2 1 ao 4 2046,95 311,3 26,68 CS 350 x 135 5 ao 8 1232,27 141,3 121,5 CS 350 x 89

P3 1 ao 4 2975,81 0 0 CS 350 x 119 5 ao 8 1382,6 0 0 CS 350 x 89

P4 1 ao 4 3093,29 0 0 CS 350 x 119 5 ao 8 1387,46 0 0 CS 350 x 89

Com a obtenção dos dados da Tabela 20 foi possível elaborar a Tabela 20 que, por

sua vez, apresenta a quantidade (em kg) de aço utilizado para os perfis dos pilares em aço

isolados.

Tabela 20: Quantidade (kg) de aço utilizada nos pilares em aço do EE2*.

Pilares Andares Perfis Peso Unit.

(kg/m)

Comp. Unit. (m)

Quant. (unid)

Peso (kg)

P1 1 ao 4 CS 350x89 89 12 4 4272 5 ao 8 CS 350x89 89 12 4 4272

P2 1 ao 4 CS 350x135 135 12 12 19440 5 ao 8 CS 350x89 89 12 12 12816

P3 1 ao 4 CS 350x119 119 12 4 5712 5 ao 8 CS 350x89 89 12 4 4272

P4 1 ao 4 CS 350x119 119 12 4 5712 5 ao 8 CS 350x89 89 12 4 4272

TOTAL 60768

Verifica-se, pela Tabela 21 que a quantidade (em kg) de aço utilizada para compor a

seção dos pilares foi de, aproximadamente, 60,8 toneladas.

A Tabela 21 apresenta os esforços solicitantes e os perfis adotados para compor a

seção de aço isoladas das vigas de pórtico, bem como as vigas mistas localizadas nas

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regiões “não-aporticadas”. Priorizou-se nesta análise a padronização da escolha dos perfis,

visando facilitar a montagem dos referidos elementos.

Tabela 21: Esforços solicitantes máximos e seção utilizada para as vigas dos pórticos ABCD e do pórtico 2345

Vigas Normal Nsd (kN)

Cortante V (kN)

Mom. fletor Msd (KN*m) Perfil

V34 48,3 6,72 129,39 VS 350 x 38 V42 26,21 127,58 273,88 CVS 350 x 73 V43 11,99 88,09 155,28 CVS 350 x 73 V47 1,11 45,7 82,45 VS 350 x 28 V40 43,65 48,15 66,91 VS 350 x 28 V48 40,13 51,34 83,46 VS 350 x 28 V56 16,73 43,6 49,02 VS 350 x 28

Considerando a mesma idéia foram dimensionadas as vigas que não fazem parte do

pórtico (rotuladas). Foi utilizada uma planilha elaborada no software MATHCAD para a

verificação de cada uma das vigas, seguindo recomendações da NBR 8800:2008. A Tabela

22 apresenta os esforços máximos obtidos, bem como a seção adotada para cada uma das

vigas analisadas. As vigas analisadas foram: Viga de borda do pavimento TIPO (VBT); Viga

intermediária do pavimento Tipo (VIT); Viga de escada do pavimento tipo (VET); Viga de

borda de cobertura (VBC); Viga intermediária de cobertura (VIC); Viga do reservatório (VR).

Tabela 22: Esforços solicitantes máximos e seção utilizada para as vigas dos pórticos ABCD e do pórtico 2345 - (Cobertura).

Vigas Mom. fletor (KN*m) Perfil

VBT 97,09 VS 350 x 26 VIT 137,09 VS 350 x 26 VET 202,88 VS 350 x 33 VBC 63,1 VS 350 x 28 VIC 97,61 VS 350 x 28 VR 259,63 VS 350 x 33

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Com os dados supracitados apresenta-se a Tabela 23, cuja intenção é evidenciar o

consumo de aço (em kg) utilizado nos pilares do edifício. As Tabelas 24 e 25 apresentam a

quantidade de aço utilizado nos pilares e vigas do edifício, desta forma apresentar-se-á a

taxa de aço por metro quadrado (kg/m2).

Tabela 23: Quantidade de aço (kg) utilizado nas vigas do Edifício-Exemplo 2.

Andares Perfis Peso Unit

(kg/m) Comp.

Unit (m) Quant. (unid)

Peso (kg)

1 ao 4 CVS 350x73 73 6 16 7008 1 ao 4 VS 350x38 38 6 8 1824 5 ao 8 VS 350x28 28 6 24 4032 1 ao 7 VS 350x26 26 6 238 37128 1 ao 8 VS 350x33 33 6 48 9504

8 VS 350x28 28 6 34 5712

TOTAL 65208

Conclui-se que a quantidade de aço consumida para compor as seções das vigas de

aço isoladas e mistas foi de 65,2 toneladas. Com isto, infere-se que o consumo total de aço

na forma de perfis foi de, aproximadamente 126 toneladas e a taxa de aço do edifício

apresentou o valor de 29,16 kg/m2.

A partir dos dados obtidos em cálculos anteriores elaborou-se a Tabela 24, cujo

objetivo é apresentar o consumo dos materiais consumidos para a construção da estrutura

do EE2 quando estruturado em aço e elementos mistos de aço e concreto.

Tabela 24: Consumo de materiais – EE2

Elementos Volume de concreto

(m3)

Aço estrutural

(kg) Steel Deck

(kg) Armadura

(kg)

Laje Mista 442,28 0 63201,6 5227,2 Vigas 0 65208 0 0

Pilares 0 60768 0 0 Total 442,28 125976 63201,6 5227,2

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Percebe-se na Tabela 25 que, no sistema construtivo escolhido para o edifício,

apenas a laje mista apresentou consumo de concreto, visto que os pilares são de aço

isolados. Comentário análogo ao quesito consumo de armadura.

Os tópicos seguintes destinam-se a analisar o EE2 quando estruturado em

elementos mistos (pilares, lajes e vigas) e em aço isolados (vigas de pórtico).

4.7 ELEMENTOS MISTOS DE AÇO E CONCRETO (EE2**) – PILARES MISTOS.

Para o dimensionamento do EE2** foram adotadas as seguintes hipóteses:

Adotou-se a mesma estabilização lateral apresentada na Figura 32, ou seja, sistema

de pórticos rígidos nos eixos X - Pórticos 2345 e Y - Pórtico ABCD.

As bases pertencentes aos pórticos serão engastadas e as demais serão rotuladas.

Todas as vigas serão consideradas mistas, exceto as dos pórticos rígidos. Estas

serão consideradas como sendo vigas de aço isoladas.

A laje adotada foi idêntica a anterior (laje com forma de aço incorporada - steel deck).

Todos os pilares serão considerados como sendo mistos de aço e concreto.

Percebe-se então que o único elemento pertencente ao EE2** que difere do EE2*

são os pilares mistos, uma vez que no EE2* estes foram tratados como sendo de aço

isolados.

A metodologia empregada para a obtenção dos resultados esperados foi análoga ao

que foi feito para o EE2* cujos pilares foram estruturados em aço. Foram consideradas as

mesmas ações presentes na Tabela 18 para estimar o carregamento dos elementos

analisados.

Utilizando-se do mesmo software de análise (SAP2000 – estruturas mistas de aço e

concreto e estruturas de aço) processaram-se as estruturas com os referidos

carregamentos. Além disso, a análise realizada também foi bidimensional. Com o

processamento de todos os pórticos em questão obtiveram-se os esforços solicitantes que

atuavam em cada elemento processado. Com o auxílio das planilhas eletrônicas elaboradas

no MATHCAD (planilhas eletrônicas de dimensionamento de elementos mistos de aço e

concreto e elementos em aço) foram dimensionados os elementos (vigas de aço isoladas,

vigas mistas e pilares mistos).

Assim, através de todos os dados obtidos foram levantados os consumos de

materiais, as cargas nas fundações (reação de apoio nas fundações) e os custos das

estruturas dos sistemas construtivos aplicados separadamente em uma mesma tipologia de

planta de edifício.

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No decorrer das análises percebe-se que foi utilizada a ferramenta computacional

Excel, com finalidades quantitativas e orçamentárias, assim como nos exemplos anteriores.

Elaborou-se uma comparação de quantitativos de custos, a fim de que esta possa

servir como referência inicial aos projetistas, ao elaborar um anteprojeto.

Por fim, com base nas análises e estudos comparativos desenvolvidos no decorrer

do trabalho, foram elaboradas conclusões pertinentes ao assunto em questão. A Tabela 25

apresenta os esforços solicitantes e perfis utilizados para os pilares mistos de aço e

concreto.

Tabela 25: Esforços solicitantes e perfis utilizados para os pilares mistos parcialmente revestidos - EE2.

Pilares Pavimentos Normal N (kN)

Mom. M (KN*m) Perfil Armadura

base topo

P1 1 ao 4 1400.61 186,6 146,4 CS 250 x 43 8 ϕ 6,3mm 5 ao 8 893,31 65,22 55,35 CS 250 x 43 8 ϕ 6,3mm

P2 1 ao 4 1992,16 101,3 91,83 CS 250 x 43 8 ϕ 6,3mm 5 ao 8 1182,79 70,51 55,14 CS 250 x 43 8 ϕ 6,3mm

P3 1 ao 4 2982,11 0 0 CS 250 x 76 8 ϕ 6,3mm 5 ao 8 1385,75 0 0 CS 250 x 43 8 ϕ 6,3mm

P4 1 ao 4 3099,59 0 0 CS 250 x 79 8 ϕ 6,3mm 5 ao 8 1390,61 0 0 CS 250 x 43 8 ϕ 6,3mm

Tendo-se em mãos os perfis de aço que comporão a seção mista pode inferir a

quantidade de aço em forma de perfis utilizada no edifício exemplo 2. Estes dados podem

ser visualizados na Tabela 26.

Tabela 26: Quantidade (kg) de aço utilizada nos pilares mistos parcialmente revestidos do edifício exemplo 2.

Pilares Andares Perfis Peso Unit (kg)

Comp. Unit (m)

Quant. (unid)

Peso (kg)

P1 1 ao 4 CS 250x43 43 12 4 2064 5 ao 8 CS 250x43 43 12 4 2064

P2 1 ao 4 CS 250x43 43 12 12 6192 5 ao 8 CS 250x43 43 12 12 6192

P3 1 ao 4 CS 250x76 76 12 4 3648 5 ao 8 CS 250x43 43 12 4 2064

P4 1 ao 4 CS 250x79 79 12 4 3792 5 ao 8 CS 250x43 43 12 4 2064

TOTAL 28080

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Portanto, verifica-se que a quantidade de aço consumida pelos pilares mistos foi de

28 toneladas.

Considerou-se que as vigas de pórtico seriam de aço isoladas e as demais seriam

mistas de aço e concreto. Tendo-se em mãos os esforços solicitantes da estrutura de aço

processada no programa SAP 2000 as vigas mistas de aço e concreto foram pré-

dimensionadas. Em seguida, processou-se a mesma estrutura considerando os elementos

como mistos de aço e concreto, utilizando a idéia homogeneização de seção, apresentada

pela norma NBR 8800:2008. Com os esforços solicitantes obtidos no processamento da

estrutura, uma análise foi feita através das planilhas de vigas mistas confeccionadas no

software MATHCAD. Desta forma, obteve-se a dimensão de cada elemento considerando

como misto de aço e concreto. A Tabela 27 apresenta as seções de aço escolhidas que

comporão as vigas de aço isoladas (pórticos) e mistas de aço e concreto.

Tabela 27: Esforços solicitantes e perfis de aço utilizados para as vigas mistas.

Vigas Normal Nsd (kN)

Cortante Vsd (kN)

Mom. fletor Msd (KNm)

Seção escolhida

V34 28,63 162,2 338,74 VS 450 x 80 V42 15,82 144,98 320,1 VS 450 x 71 V43 18,43 129,87 273,26 VS 450 x 60 V47 28,14 79,87 120,21 VS 450 x 51 V40 63,89 38,77 28,37 VS 400 x 32 V48 61,93 50,41 68,82 VS 400 x 32 V56 26,58 41,04 45,13 VS 400 x 32

Os perfis utilizados para as vigas de borda do pavimento TIPO (VBT); Vigas

intermediária do pavimento Tipo (VIT); Vigas de escada do pavimento tipo (VET); Vigas de

borda de cobertura (VBC); Vigas intermediária de cobertura (VIC); Vigas do reservatório

(VR) foram mantidos, uma vez que os esforços solicitantes não diferiram de maneira

significativa, quando comparados com os esforços solicitantes do edifício em aço.

A Tabela 28 apresenta o consumo de aço para as vigas mistas que serão utilizadas

no edifício em questão.

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Tabela 28: Consumo de aço para as vigas mistas.

Andares Perfis Peso Unit

(kg/m) Comp.

Unit (m) Quant. (unid)

Peso (kg)

1 ao 4 VS 450x60 60 6 8 2880 1 ao 4 VS 450x71 71 6 8 2880 1 ao 4 VS 450x80 80 6 8 3840 5 ao 8 VS 450x51 51 6 24 7344 1 ao 7 VS 350x26 26 6 238 37128 1 ao 8 VS 350x33 33 6 48 9504

8 VS 350x28 28 6 34 5712

TOTAL 69288

Conclui-se que o consumo de aço para as vigas mistas foi de 69,2 toneladas. Desta

forma, o consumo total de aço foi de, aproximadamente 9,7 toneladas e a taxa de aço para

o edifício em questão foi de 22,54 kg/m².

A partir dos dados obtidos em cálculos anteriores elaborou-se a Tabela 29, cujo

objetivo é apresentar o consumo dos materiais consumidos para a construção da estrutura

do EE2 quando estruturado em aço e elementos mistos de aço e concreto.

Tabela 29: Consumo de materiais – EE2

Elementos Volume de concreto

(m3)

Aço estrutural

(kg) Steel Deck

(kg) Armadura

(kg)

Laje Mista 442,28 0 63201,6 5227,2 Vigas 0 69288 0 0

Pilares 32,42 28080 0 1128,9 Total 474,7 97368 63201,6 6356,1

Pela Tabela 29 percebe-se que a laje mista foi o elemento responsável pelo maior

consumo de concreto (474,7m3) comparado ao apresentado pelos pilares mistos (32,42m3).

Analogamente, o referido elemento foi o responsável pelo maior consumo de aço em forma

de barras (5,2 toneladas de aço), frente ao consumo apresentado pelos pilares mistos em

aço e concreto (1,13 toneladas de aço).

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78

No quesito consumo de aço estrutural em forma de perfis tem-se que as vigas foram

os elementos que apresentaram o maior consumo (69,2 toneladas de aço). Já os pilares

apresentaram um consumo de, aproximadamente, 28 toneladas de aço.

O consumo de steel deck foi idêntico ao apresentado na Tabela 25– EE2 (63,2

toneladas).

Os tópicos seguintes destinam-se a analisar comparativamente os dois casos do

EE2, como evidenciado a seguir. Para tanto, usar-se-ão as nomenclatura já apresentadas

para o edifício exemplo 2.

EE2* - edifício estruturado em elementos mistos (lajes e vigas) e em aço isolados

(pilares e vigas de pórtico).

EE2** - edifício estruturado em elementos mistos (pilares, lajes e vigas) e em aço

isolados (vigas de pórtico).

4.8 ANÁLISE COMPARATIVA DO EDIFÍCIO-EXEMPLO 2 (ESTRUTURA EM AÇO VS ELEMENTOS MISTOS DE AÇO E CONCRETO)

Para este edifício será comparado o consumo de materiais, bem como o custo total

da estrutura do edifício.

4.8.1 CONSUMO DE CONCRETO

. Visando facilitar a análise do consumo de concreto foi elaborada a Figura 32 que

apresenta o consumo de concreto em cada elemento analisado.

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79

Figura 32: Consumo do consumo de concreto (m3) – EE2

Para os dois casos analisados foi utilizada a mesma laje mista, explicando o idêntico

consumo de concreto nos referidos elementos. As vigas mistas não utilizaram concreto, uma

vez que o concreto que contribui para a resistência da viga está presente nas lajes. Já os

pilares mistos consumiram 32,42 m3, concreto este não contabilizado na estrutura em aço

isolado. Portanto, houve uma diferença de 32,42 m3 no consumo total de concreto, quando

comparado o consumo apresentado pelo EE2* e EE2**.

Tendo como base a cotação realizada em Novembro de 2010 em uma usina

produtora de concreto na região de Campinas – SP (R$208,00 o m3 de concreto), tem-se

que o custo do concreto para o edifício estruturado em elementos mistos (EE2**) foi de

R$98,7 mil. Já o EE2* apresentou um custo de R$92,0 mil. Em termos percentuais a

diferença entre o custo do concreto foi de 6,83%.

4.8.2 CONSUMO DE AÇO – PERFIS

Para facilitar a análise comparativa do consumo de aço em forma de perfis foi

elaborada a Figura 33, que apresenta o consumo de aço em forma de perfis em cada

elemento estrutural do EE2.

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Figura 33: Comparação do consumo de Aço (kg) – EE2.

Considerando a Figura 35 (vigas) verifica-se que o edifício estruturado em elementos

mistos (69,2 toneladas) apresentou um consumo de aço ligeiramente maior que o

apresentado pelo edifício estruturado em aço (65,2 toneladas). Talvez porque com a

estrutura mista o peso próprio dos pilares foi maior que o equivalente em aço e, com isso, os

esforços solicitantes nas vigas foram maiores que os apresentados para as vigas de aço

isoladas que, por conseqüência, apresentaram perfis mais “pesados” para compor as vigas.

Além disso, foram priorizadas seções de pilares mistos que conferissem maior área livre no

pavimento e, desta forma, diminuindo-se as seções de pilares as seções das vigas de

pórticos aumentaram, mantendo-se a rigidez do pórtico.

A diferença percentual do consumo de aço para as vigas dos dois edifícios

analisados foi de 5,89%.

Os pilares mistos de aço e concreto apresentaram um consumo de aço na forma de

perfis de 28 toneladas. Já os pilares de aço isolados apresentaram um consumo de 60,8

toneladas de aço, ou seja, tem-se uma economia de, aproximadamente 32,7 toneladas de

aço, o que denota “menores custos”. Em termos percentuais esta diferença foi de 53,8% em

relação à quantidade consumida pelos pilares em aço isolados.

Em relação à quantidade total de aço consumida verifica-se que o edifício

estruturado em elementos mistos consome 97,3 toneladas de aço, frente a 126 toneladas de

aço apresentadas para o edifício, cujos pilares foram de aço isolados. Isto significa que a

diferença percentual do consumo de aço entre os dois edifícios foi de 22,7.

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Considerando a cotação realizada na Gerdau, localizada na cidade de Campinas –

SP, no mês de Novembro de 2010 (R$2,99 o kg de aço) o custo do aço utilizado foi de

R$291,1 mil para o edifício misto frente aos R$376,7 mil consumidos para o edifício

estruturado em aço.

4.8.3 CONSUMO DE AÇO - ARMADURA

Para facilitar a análise comparativa do consumo de aço em forma de perfis foi

elaborada a Figura 34, que apresenta o consumo de aço em forma de perfis em cada

elemento estrutural do EE2.

Figura 34: Comparação do consumo de Aço em forma de barras – EE2.

Pelo fato dos dois casos de edifícios apresentados (misto e aço) utilizarem a mesma

tipologia de laje mista, tem-se que o consumo de armadura por parte deste elemento

também será igual (5,2 toneladas de aço). Desta forma, a diferença no consumo final de aço

em forma de barras ficou por conta dos pilares mistos que, por sua vez, apresentaram o

consumo de, 1,13 toneladas de aço.

Considerando a cotação feita na Gerdau (Campinas – SP) cujo valor foi de R$4,45 o

kg de aço de bitola 6,3mm, tem-se que o custo total para o edifício estruturado em

elementos mistos será de R$28,3 mil. Já o edifício estruturado em aço apresentará um custo

de R$23,3 mil e, portanto, a diferença percentual será de 17,8%.

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4.8.4 CONSUMO DE STEEL DECK

As lajes mistas adotadas foram idênticas para ambos os edifícios analisados

(estruturado em elementos mistos e estruturado em aço) e, desta forma, apresentaram o

mesmo consumo de forma de aço, cujo valor foi de 6,3 toneladas de aço.

Considerando o custo estipulado por Lima (2009) para a forma de aço (R$41,25 o

m2) tem-se que o custo das lajes de ambos os edifícios será de R$178,2 mil.

4.8.5 CUSTO TOTAL DA ESTRUTURA DOS EDIFÍCIOS ANALISADOS

Com o intuito de se comparar o custo total da estrutura dos dois edifícios somar-se-

ão os custos de todos os elementos analisados. A Tabela 30 apresenta o resumo do custo

total da edificação para os casos analisados (EE2 * e EE2 * *), quando o preço do perfil é de

R$2,99/kg do aço.

Tabela 30: Custo total (em R$) da estrutura do EE2 – Preço do perfil de aço R$2,99/kg.

Edifícios Concreto Aço - Perfil

(R$2,99/kg) Aço -

Barras Steel deck Total

EE2 * 91994,24 376668,24 23261,04 178200,00 670123,52 EE2 * * 98737,60 291130,32 28284,65 178200,00 596352,57

LEGENDA

* EE2 estruturado em elementos mistos (lajes e vigas) e em aço isolados (pilares e

vigas de pórtico).

* * EE2 estruturado em elementos mistos (pilares, lajes e vigas) e em aço isolados

(vigas de pórtico).

Com os dados da Tabela 30 tornou-se possível a elaboração da Figura 35, que

apresenta o resumo dos custos dos itens analisados, levando em consideração o preço do

perfil metálico (R$2,99).

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Figura 35: Comparação do custo total da estrutura do edifício-exemplo 2.

Para o edifício estruturado em elementos mistos em aço e concreto considerou-se o

custo do consumo de concreto, aço em forma de barras, aço em forma de perfis e steel

deck, chegando-se ao custo total de R$596,4 mil quando o preço do aço em forma de perfis

for R$2,99/kg do aço.

Já para o edifício estruturado em aço foi considerado o consumo de concreto, aço

em forma de perfis, aço em forma de barras e steel deck, apresentando o custo total de

R$670,1 mil, com isso, a diferença percentual entre os custos das estruturas foram de 11%.

Em suma, apesar do EE2** apresentar, para alguns materiais, um consumo

ligeiramente superior ao equivalente do edifício EE2*, tem-se que, em linhas gerais, o

edifício em que os pilares foram mistos (EE2**) apresentou-se mais competitivo que o

edifício estruturado em aço. A veracidade desta afirmação pode ser confirmada verificando o

custo total da estrutura da edificação (Figura 35), pois o sistema misto apresentou menor

custo total da estrutura frente ao apresentado pelo edifício em aço.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando a comparação dos sistemas construtivos (concreto vs misto) para o

edifício exemplo 1 nota-se que o EE1 estruturado em concreto apresentou maior consumo

de concreto frente ao estruturado em elementos mistos, no entanto, esta diferença não foi

significativa, visto que no estruturado em elementos mistos foi utilizada uma laje com forma

de aço incorporada “steel deck” com altura total de 16cm. Já no edifício estruturado em

concreto armado foram utilizadas lajes maciças com espessuras variando entre 7 a 11cm.

Com isso, o volume de concreto utilizado no edifício estruturado em elementos mistos foi de

78,3% do que seria consumido pelo estruturado em concreto.

A escolha desta laje foi baseada no critério de estrutura não escorada, ou seja,

optou-se pelo não escoramento das lajes e das vigas. Considerando alguns pontos como

menor tempo de execução, facilidade na montagem (maior produtividade), necessidade de

equipes de montagem com número de funcionários reduzidos, comparadas às frentes de

trabalho para edifícios tradicionais em concreto armado, verifica-se que o edifício

estruturado em elementos mistos apresentou-se como uma boa escolha dentre os sistemas

construtivos existentes.

Torna-se claro que para o EE1 a laje mista adotada (sem escoramento) levou a um

consumo elevado de concreto, inviabilizando a solução mista para este caso. Isto releva o

fato de que a solução estrutural adotada para o EE1 estruturado em elementos mistos não

foi a melhor dentre as existentes. Além disso, o edifício estruturado em elementos mistos

apresenta um consumo elevado de aço na forma de perfis e, desta forma, a estrutura mista

apresentou-se onerosa, frente à equivalente em concreto. Contudo, outras vantagens

apresentadas pelo sistema misto o tornam competitivo frente ao sistema construtivo em

concreto armado.

Sabe-se que numa obra que se utiliza de processos construtivos convencionais em

concreto armado, existe o desperdício de alguns materiais. Segundo Inaba (2010) este

desperdício pode chegar a 25% do peso total do edifício. Em contrapartida, a estrutura mista

possibilita a adoção de sistemas industrializados, fazendo com que o desperdício seja

sensivelmente reduzido.

Com esta idéia em vista tentou-se estipular para o caso do edifício estruturado em

concreto armado um desperdício de 25% do concreto utilizado. Mesmo assim a estrutura

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mista apresentou o dobro do custo total apresentado pelo EE1 estruturado em concreto

armado, enfatizando sua inviabilidade para este caso.

A estrutura mista possibilita a pré-fabricação de alguns elementos (pilares mistos e

os perfis de aço dos pilares e vigas), portanto, pode-se inferir que há uma melhor

organização do canteiro, devida a minimização ou ausência de grandes depósitos de areia,

brita, cimento, madeiras e ferragens, desta forma, reduzirá também o inevitável desperdício

desses materiais. Este ambiente limpo com menor geração de entulho oferece ainda

melhores condições de segurança ao trabalhador, contribuindo para a redução dos

acidentes na obra.

Os elementos mistos ainda podem apresentar menores prazos de execução, frente

aos apresentados por uma estrutura equivalente em concreto. Isto é perceptível pelo fato de

que os serviços inerentes a construção da estrutura em concreto moldado no local ainda é

bastante suscetível aos fenômenos naturais. Já para o sistema misto a montagem dos

elementos não é afetada pela ocorrência de chuvas, por exemplo.

Cabe salientar que, em função da maior velocidade de execução da obra, haverá um

ganho adicional pela ocupação antecipada do imóvel e pela rapidez no retorno do capital

investido.

Outro dado interessante em salientar é que as seções dos pilares e vigas ( de aço

isolado ou aço e concreto) são mais “esbeltas” que as equivalentes em concreto, resultando

em melhor aproveitamento do espaço interno e aumento da área útil. Como comparado

anteriormente verificou-se que houve um ganho de área útil de 1,82m2 para cada um dos

pavimentos entre 1 a 10 e de 2,33m2 para os pavimentos 11 a 20.

Em suma, apesar de “aparentemente” mais oneroso o sistema em estruturas mistas

de aço e concreto apresentou-se competitivo em relação ao sistema tradicional em concreto

armado, visto que oferece vantagens que “compensam” o custo apresentado pela estrutura.

Quanto à comparação realizada entre o EE2* e o EE2** verificou-se que houve

relativa diferença no consumo de concreto, uma vez que, no EE2* os pilares mistos também

se utilizam de concreto. Esta diferença foi de, aproximadamente 32,42 m3 de concreto que

simboliza um custo adicional de R$6,7 mil. Em contrapartida o EE2** utilizou-se de pilares

mistos e, com isso o consumo de aço estrutural em forma de perfis diminuiu

substancialmente (23%), uma das razões pelas quais o EE2** apresentou um custo total da

estrutura inferior ao que o EE2* apresentou.

Portanto, a estrutura mista apresentou-se para o edifício exemplo 2 como uma

solução que conseguiu se utilizar das vantagens inerentes aos dois materiais estruturais

apresentados (concreto e aço), apresentando-se menos “onerosa” que a solução estrutural

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em aço isolado. O revestimento parcial dos pilares outorgou maior rigidez aos referidos

elementos e, com isso, possibilitou o uso de perfis metálicos com menor relação massa por

unidade de comprimento (kg/m). Além disso, o revestimento parcial em pilares mistos

sugere a idéia de maior proteção contra corrosão e incêndio, fato este não verificado em

EE2*, cujos pilares foram de aço isolados.

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7. APÊNDICE A: PLANILHAS ELETRÔNICAS PARA O

DIMENSIONAMENTO DAS VIGAS MISTAS

Dimensionamento de barras comprimidas NBR-8800(2008) Perfil I soldado

1 Dados de entrada - VS 550X100 (PORTICO X)

1.1 - geometria da seção

largura da mesa bf 250:= mm

altura total d 550:= mm

Espessura da mesa tf 19:= mm

Espessura da alma tw 6.3:= mm

1.2 - Propriedades mecânicas do aço - kN/cm2

fy 25:= fu 40:= fr 0.3fy:= E 20000:= G 8000:= kN

cm2

1.3 - Comprimentos e coeficientes de flambagem

Kx 1:= Ky 1:= Kt 1:=

Lx 705:= Ly 705:= Lt 705:= cm

1.4 - Comprimentos destravados e vão

Lb 00:= cm

1.4 - Solicitações de cálculo

Momento Msdx 65890:= kNcm

Normal : Nsd 7.08:= kN

1.5 Coeficientes de equivalência de momentos fletores

Cmx 1:= Cmy 1:=

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2 Determinação das propriedades geométricas da seção

h d 2 tf⋅−:= h 512= mm

A 2 bf⋅ tf⋅ h tw⋅+( ) 0.01⋅:= A 127.26= cm2

Ix 10 4− 2bf tf3⋅

12⋅ 2 bf⋅ tf⋅

h2

tf2

+

2⋅+

tw h3⋅12

+

⋅:= Ix 74040.75= cm4

Iy 10 4− 2bf3 tf⋅

12⋅

tw3 h⋅12

+

⋅:= Iy 4948.98= cm4

rx IxA

:= rx 24.12= cm

ry IyA

:= ry 6.24= cm

It 13

bf tf3⋅ bf tf3⋅+ h tw3⋅+( )⋅ 10 4−⋅:= It 118.58= cm4

CwIy( ) d

10tf10

2⋅

4:= Cw 3488550.87= cm6

yo 0:= xo 0:= wx Ixd20

:= wx 2692.39= cm3

3 Verificação da compressão

3.1 Flambagem Local

3.1.1 Flambagem Local da mesa

seção grupo 4 - Elemento AL

E 20000= λ

bf2 tf⋅

:= λ 6.58=

λp 0.64Efykc

0.5⋅:=

kc

kc 4

htw

0.5:= kc 0.444=

kc 0.35 kc 0.35<if

0.763 kc 0.763>if

kc otherwise

:=

kc 0.444= λp 0.64Efykc

0.5⋅:= λp 12.06=

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93

Qs 1 λ λp≤if

1.415 0.65λfy

kc E⋅⋅− 0.64

Efykc

⋅ λ< 1.17Efykc

≤if

0.9E kc⋅

fy λ( )2⋅λ 1.17

Efykc

>if

:=

Qs 1=

3.1.2 Flambagem local alma

seção grupo 2 - Elemento AA

λhtw

:= λ 81.27=

λp 1.49Efy

0.5⋅:= λp 42.14=

σ fy:= Tensão máx na seção igual ao escomamento (a favor da segurança)

bef h λ λp≤if

1.91 tw⋅Eσ

⋅ 10.34htw

⋅−

⋅ λ λp>if

:=

bef 300.07= mm

Aef A λ λp≤if

A 1100

h bef−( ) tw⋅− λ λp>if

:= Aef 113.9= cm

Qa AefA

:= Qa 0.9=

Parâmetro de flambagem local para a seção

Q Qa Qs⋅:= Q 0.9=

3.2 Flambagem global

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94

λo Q NplNe

0.5:=

NplNpl

Npl A fy⋅:= Npl 3181.4= kN

Flambagem por flexão em x

Nex 3.14( )2 E Ix⋅

Kx Lx⋅( )2⋅:= Nex 29375.27= kN

Flambagem por flexão em y

Ney 3.14( )2 E Iy⋅

Ky Ly⋅( )2⋅:= Ney 1963.48= kN

Flambagem por torção

ro rx2 ry2+ xo2+ yo2+( )0.5:= ro 24.91= cm

Nez 1

ro2

3.14( )2 E⋅ Cw⋅

Kt Lt⋅( )2

G It⋅+

⋅:= Nez 3758.14= kN

Ne min Nex Ney, Nez, ( ):= Ne 1963.48= 7kN

caso "Flambagem por flexão em X" Ne Nexif

"Flambagem por flexão em Y" Ne Neyif

"Flambagem por flexo-torção" Ne Nezif

:=

caso "Flambagem por flexão em Y"=

λo Q NplNe

0.5:= λo 1.204=

χ 0.658λo 2λo 1.5≤if

0.877

λo 2λo 1.5>if

:=

χ 0.545=

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95

3.2.1 Normal resitente de cálculo - compressão

Nrd χ Q⋅ A⋅ fy⋅( )1.1

:= Nrd 1410.79= kN

VerificaçãoN if Nsd Nrd≤( ) "OK", "Não OK", [ ]:=

NsdNrd

0.01= VerificaçãoN "OK"=

3.3 Estados Limites de serviço

Esbeltez máxima = 200

λx Kx Lx⋅rx

:= λx 29.23=

λy Ky Ly⋅ry

:= λy 113.05=

VerELSx if λx 200<( ) Ok, naoOK, [ ]:= Ok VerELSx Ok→

VerELSy if λy 200<( ) Ok, naoOK, [ ]:= Ok VerELSy Ok→

4 Verificação da Flexão em X

4.1 Flambagem Local

4.1.1 Flambagem Local da mesa

λbf

2 tf⋅:= λ 6.58=

fr 7.5=

λp 0.38Efy

:= λp 10.75=

λr 0.95E

fy fr−kc

⋅:= kc 4

htw

:= kc 0.444=

kc 0.35 kc 0.35<if

0.763 kc 0.763>if

kc otherwise

:=

kc 0.444= λr 0.95E

fy fr−kc

⋅:= λr 21.39=

momento de proporcionalidade Mr wx fy fr−( )⋅:= Mr 47116.84= kNcm

momento de plastificação Mpl 1.12wx fy⋅:= Mpl 75386.94= kNcm

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96

momento resistente nominal para flambagem local da mesa

Mrkm Mpl λ λp<if

Mpl Mpl Mr−( ) λ λp−λr λp−

⋅− λp λ< λr≤if

0.9 E⋅ kc⋅ wx⋅

λ2

λ λr>if

:=

Mrkm 75386.94= kNcm

4.1.2 Flambagem local alma

λhtw

:= λ 81.27=

λp 3.76Efy

⋅:= λp 106.35=

λr 5.7Efy

⋅:= λr 161.22=

momento de proporcionalidade Mr wx fy( )⋅:= Mr 67309.77= kNcm

momento de plastificação Mpl 1.12wx fy⋅:= Mpl 75386.94= kNcm

Mrka Mpl λ λp<if

Mpl Mpl Mr−( ) λ λp−λr λp−

⋅− λp λ< λr≤if

"'viga esbeltas" λ λr>if

:=

Mrka 75386.94= kNcm

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97

4.2 Flambagem lateral com torção - FLT

λLbry

:= λ 0=

λp 1.76Efy

0.5:= λp 49.78=

momento de proporcionalidade Mr wx fy fr−( )⋅:= Mr 47116.84= kNcm

momento de plastificação Mpl 1.12wx fy⋅:= Mpl 75386.94= kNcm

β1 fy fr−( )wxE It⋅

:= β1 0.02= β1 0.02:=

λr 1.38 Iy It⋅ry It⋅ β1⋅

1 127 Cw⋅ β1 2⋅

Iy++⋅:= λr 141.79=

Determinação de Cb Cb 1:=

Mrkflt Mpl λ λp<if

Cb Mpl Mpl Mr−( ) λ λp−λr λp−

⋅−

⋅ λp λ< λr≤if

π2Cb E⋅ Iy⋅

Lb2

CwIy

1 0.039Lb2

Cw⋅+

⋅⋅ λ λr>if

:=

λ 0=

λp 49.78=

λr 141.79=

Mrkflt if Mrkflt Mpl>( ) Mpl, Mrkflt, [ ]:=

Mrkflt 75386.94= kNcm

4.3 Momento Rsistente de cálculo

Mrka 75386.94= kNcm

Mrkm 75386.94= kNcm

Mrkflt 75386.94= kNcm

Mrd min Mrka Mrkm, Mrkflt, ( )1.1

:= Mrd 68533.58= kNcm

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98

4.3.1 Verificação resistência ao momento fletor

Msdx 65890= kNcm Mrd 68533.58=

VerificaçãoM if Msdx Mrd≤ "OK", "Não OK", ( ):=

MsdxMrd

0.96= VerificaçãoM "OK"=

5 Verificação das Equações de interação

NsdNrd

0.01=

Int NsdNrd

89

MsdxMrd

+NsdNrd

0.2≥if

Nsd2Nrd

MsdxMrd

+NsdNrd

0.2<if

:=

Int 0.96=

VerificaçãoFC if Msdx Mrd≤ "OK", "Não OK", ( ):=

VerificaçãoFC "OK"=

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99

8. APÊNDICE B: PLANILHAS ELETRÔNICAS PARA O

DIMENSIONAMENTO DO PILAR MISTO PARCIALMENTE REVESTIDO

Verificação de Pilares Mistos parcialmente revestidos segundo NBR-8800(2008)

LEGENDA

___ Dados de entrada

___ Dados de saída (Resultados)

1 Esforços atuantes

Força solicitante Nsd 11369.9:= kN

Momento nas bases Msd topo( ) 158962:= kNcm

Msd base( ) 271381:= kNcm

Momento fletor solicitante Msdx 0:= kNcm

Msdy 0:= kNcm

Comprimento do pilar L 300:= cm

2 Propriedades da seção transversal

2.1 - Seção de aço

Largura da mesa bf 500:= mm

Altura total d 500:= mm

Espessura da mesa tf 31.5:= mm

Espessura da alma tw 19:= mm

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100

2.2 - Propriedades mecanicas do aço

Resistência ao escoamento fy 27.5:= kN/cm2

Módulo de Elasticidade Es 20500:= kN/cm2

Coeficiente de segurança γa 1.1:=

Resistência de cálculo fyd fyγa

:= fyd 25= kN/cm2

Área da seção de aço h d 2.tf−:= Aa 2 bf tf( ) htw( )+[ ] 0.01⋅:=

Aa 398.03= cm2

2.3 Momento de Inércia da seção do perfil de aço (I)

Iax 10 4− 2bf tf3⋅

12⋅ 2 bf⋅ tf⋅

h2

tf2

+

2⋅+

tw h3⋅12

+

⋅:= Iax 186324.08= cm4

Iay 10 4− 2bf3 tf⋅

12⋅

tw3 h⋅12

+

⋅:= Iay 65649.98= cm4

2.4 Módulo de resistência plástico (Z)

Wx Iax 20⋅d

:= Zpax 8286:= cm3

Wy Iay 20⋅bf

:= Zpay 3977:= cm3

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101

2.5 Seção da armadura

Número de barras: nb 8:=

Diâmetro da armadura φb 12.50:= mm

Cobrimento c 25:= mm

Coeficiente de segurança γs 1.15:=

Resistência ao escoamento fys 50:= kN/cm2 Sendo fysd fys

γs:=

Área mínima de aço Ac h bf tw−( )⋅ 0.01⋅:= Asmin 0.003 Ac⋅:=

Asmin 6.31= cm2

Área da seção de armadura Asi πφb 2

0.01⋅4

⋅:= Asi 1.23= cm2

As Asi nb⋅:= As 9.82= cm2

Area if As Asmin≥( ) "Suficiente", "Insuficiente", [ ]:=

Area "Suficiente"=

2.6 Distância das barras ao eixos

ex1 0.1 c tw2

+φb

2+

⋅:=

ex1 4.08= cm

ex2 0.1bf2

c−φb

2−

⋅:= ey 0.1

d2

tf− c−φb

2−

⋅:=

ex2 21.88= cm ey 18.73= cm

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102

2.7 Momento de inércia da seção transversal da armadura do concreto (Is)

Isxi π

φb2

4

410 4−⋅ ey2 Asi⋅+:= Isxi 430.4= cm4

Isx Isxi nb⋅:= Isx 3443.22= cm4

Isy1 π

φb2

4

4

10 4−⋅ ex12 Asi⋅+:= Isy1 20.5= cm4

Isy2 π

φb2

4

410 4−⋅ ex22 Asi⋅+:= Isy2 587.35= cm4

Desta forma temos que:

Isy nb2

Isy1 Isy2+( ):= Isy 2431.38= cm4

2.8. Módulo de resistência plástico da seção de armadura do concreto (Z)

Zpsx nb Asi⋅ ey⋅:= Zpsx 183.83= cm3

Zpsy nb2

Asi⋅ ex1⋅nb2

Asi⋅ ex2⋅+:= Zpsy 127.38= cm3

3.0 Seção de concreto

α 0.85:= ρ 2.5:=

Área de concreto Ac h bf tw−( )⋅ 10 2−⋅:= Ac 2101.97= cm2

Resistência do concreto fck 2:= kN

cm2

Módulo de Elasticidade Ec 2500:= kN

cm2

Coeficiente de segurança γc 1.4:=

Resistência de cálculo fcd fckγc

:= fcd 1.43= kN

cm2

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103

3.1 Momento de inércia do concreto (Ic)

Icx 10 4−

bf tw−2

h3⋅

12

⋅ 2⋅:= Icx 334509.26= cm4

Icy 2

bf tw−2

3h⋅

12

tw2

bf tw−( )4

+

2 bf tw−( )2

h

+

10 4−⋅:=

Icy 455183.36= cm4

3.2 Módulo de resistência plástico do concreto (Zpc)

Zpcx bf d2⋅4

10 3−⋅ Zpax− Zpsx−:= Zpcx 22780.17= cm3

Zpcy bf2 d⋅4

10 3−⋅ Zpay− Zpsy−:= Zpcy 27145.62= cm3

3.3 Avaliação da Rigidez à flexão

Para o eixo x

Ieqx bf 10 1−⋅d 10 1−⋅( )3

12:=

Eeqx Es Iax⋅ Ec Icx⋅+ Es Isx⋅+( )Ieqx

:=

Eeqx 9074.89= Eeqx Ieqx⋅ 4726502663.5= kN

cm2

Para o eixo y

Ieqy d 10 1−⋅bf 10 1−⋅( )3

12:=

Eeqy Es Iay⋅ Ec Icy⋅+ Es Isy⋅+( )Ieqy

:=

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104

Eeqy 4864.56= Eeqy Ieqy⋅ 2533626220.34= kN

cm2

4 Avaliação da resistência à compressão

NplRk Aa fy⋅ α Ac⋅ fck⋅− As fys⋅+:= NplRk 7863.35= kN

4.1 Rigidez efetiva à compressão Nsd 11369.9=

NGsd 0.6 Nsd⋅:= NGsdNsd

0.6= NGsd 6821.94=

Ecred Ec

1 ρNGsdNsd

⋅+:= Assim Ecred 1000=

kN

cm2

Elefx Es Iax⋅ 0.6 Ecred⋅ Icx⋅+ 0.5Es Isx⋅+:= Elefx 4055642092.3=

Elefy Es Iay⋅ 0.6 Ecred⋅ Icy⋅+ 0.5Es Isy⋅+:= Elefy 1643856205.79=

4.2 Força crítica de flambagem

Para o eixo x: Ncrx π2 Elefx

L2⋅:= Ncrx 444750.92= kN

Para o eixo y: Ncry π2 Elefy

L2⋅:= Ncry 180269= kN

Nrdpl Aa fyd⋅ α Ac⋅ fcd⋅+ As fysd⋅+:= Nrdpl 12929.99= kN

5 Limites de aplicabilidade

5.1 Esbeltez relativa (λrel)

λrel deve ser menor ou igual a 2,0

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105

Esbeltez limite λlim 2.0:=

Para o eixo x: λx NplRkNcrx

:= λx 0.13= kN

esbeltezx if λx λlim< "OK", "Não", ( ):= esbeltezx "OK"=

Para o eixo y: λy NplRkNcry

:= λy 0.21= kN

esbeltezy if λy λlim< "OK", "Não", ( ):= esbeltezy "OK"=

5.2 Fator de contribuição do aço (δ)

δ Aa fydNrdpl

⋅:= δ 0.77=

δ 0.2_Dimensionar como pilar de concreto≤

δ 0.9_Dimensionar como pilar de aço≥

resultado1 if δ 0.2≤ "Não usar a NBR 8800:2008", "*", ( ):= resultado1 "*"=

resultado2 if δ 0.9≥ "Dimensionar como pilar de AÇO", "*", ( ):= resultado2 "*"=

resultado3 if 0.2 δ< 0.9< "OK pilar misto", "*", ( ):=

resultado3 "OK pilar misto"=

5.3 Área da seção transversal da armadura longitudinal

Arealong1 if 0.003 Ac⋅ As≤ "OK", "Não", ( ):= Arealong1 "OK"=

Arealong2 if As 0.04 Ac⋅≤ "OK", "Não", ( ):= Arealong2 "OK"=

6 Flambagem Local dos elementos de aço

limite 1.49Esfy

⋅:= limite 40.68= bftf

15.87=

Flambagem_local if bftf

limite< "Não Ocorre", "Sim",

:=

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106

Flambagem_local "Não Ocorre"=

7 Resistência à compressão simples do pilar misto

Para o eixo x: χ1x 0.658λx2:= χ1x 0.99=

χ2x 0.877

λx 2:= χ2x 49.6=

χx if λx 1.5≤ χ1x, χ2x, ( ):= χx 0.99=

Resistência Nrdx Nrdpl χx⋅:= Nrdx 12834.66= kN

Para o eixo y: χ1y 0.658λy 2:= χ1y 0.98=

χ2y 0.877

λy 2:= χ2y 20.11=

χy if λy 1.5≤ χ1y, χ2y, ( ):= χy 0.98=

Resistência Nrdy Nrdpl χy⋅:= Nrdy 12696.07= kN

Assim Nrd if Nrdx Nrdy<( ) Nrdx, Nrdy, [ ]:=

Nrd 12696.07= kN Nsd 11369.9=

Perfil if Nrd Nsd>( ) "OK", "Não OK", [ ]:= Perfil "OK"=

8 Resistência à flexo-compressão do pilar misto

8.1 Determinação dos pontos da curva de iteração

Momento fletor máximo resistente de plastificação de cálculo (MmaxRdpl)

MmaxRdplx Zpax fyd⋅ 0.5 Zpcx⋅ fcd⋅+ Zpsx fys⋅+:=

MmaxRdplx 232613.16= kN cm⋅

MmaxRdply Zpay fyd⋅ 0.5 Zpcy⋅ fcd⋅+ Zpsy fys⋅+:=

MmaxRdply 125183.82= kN cm⋅

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107

8.2 Verificação da linha neutra

Para o eixo x:

hnx1 Ac α⋅ fcd⋅ As 2 fyd⋅ α fcd⋅−( )⋅−[ ]0.2 bf⋅ α fcd⋅( )⋅ 0.2 tw⋅ 2 fyd⋅ α fcd⋅−( )⋅+

:=

hnx2 Ac α⋅ fcd⋅ As 2 fyd⋅ α fcd⋅−( )⋅− bf tw−( ) d 2 tf⋅−( )⋅ 0.01⋅[ ] 2 fyd⋅ α fcd⋅−( )+[ ]0.2 bf⋅ α fcd⋅( )⋅ 0.2 bf⋅ 2 fyd⋅ α fcd⋅−( )⋅+

:=

hnx hnx1 hnx1 d2

tf−

≤if

hnx2 d2

tf−

0.1⋅ hnx2<

d2

0.1⋅≤if

:=

hnx 6.76= cm

Para o eixo y:

hny1 Ac α⋅ fcd⋅ As 2 fysd⋅ α fcd⋅−( )⋅−[ ]0.2 d⋅ α fcd⋅( )⋅ 0.2 d⋅ 2 fyd⋅ α fcd⋅−( )⋅+

:=

hny2 Ac α⋅ fcd⋅ As 2 fysd⋅ α fcd⋅−( )⋅− tw 2 tf⋅ d−( )⋅ 0.01[ ] 2 fyd⋅ α fcd⋅−( )+[ ]0.2 d⋅ α fcd⋅( )⋅ 0.4 tf⋅ 2 fyd⋅ α fcd⋅−( )⋅+

:=

hny hny1 hny1 tw2

0.1⋅≤if

hny2 tw2

0.1⋅ hny2<

bf2

0.1⋅≤if

:=

hny 0.34= cm

8.3 Módulos plásticos para a região com altura de hn

Para o eixo x:

Zpanx 0.1 tw⋅ hnx2⋅ hnx hnx1if

0.1 bf⋅ hnx2 bf tw−( ) d 2 tf⋅−( )2

4⋅

10 3−⋅− hnx hnx2if

:=

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108

Zpanx 86.77= cm3

Zpsnx nb Asi⋅ ey⋅:= Zpsnx 183.83= cm3

Zpcnx 0.1 bf⋅ hnx2⋅( ) Zpanx− Zpsnx−:= Zpcnx 2012.9= cm3

Para o eixo y:

Zpany 0.1 d⋅ hny2⋅ hny hny1if

0.1 tf⋅ hny2 d 2 tf⋅−( ) tw2⋅4

10 3−⋅− hny hny2if

:=

Zpany 5.85= cm3

Zpsny nb2

Asi⋅ ex1⋅nb2

Asi⋅ ex2⋅+:= Zpsny 127.38= cm3

Zpcny 0.1 d⋅ hny2⋅( ) Zpany− Zpsny−:= Zpcny 127.38−= cm3

8.4 Momento fletor resistente de plastificação de cálculo

MRdplx Zpax Zpanx−( ) fyd⋅ α 0.5⋅ Zpcx Zpcnx−( )⋅ fcd⋅+ Zpsx Zpsnx−( ) fysd⋅+:=

MRdplx 217589.37= kN cm⋅

MRdply Zpay Zpany−( ) fyd⋅ α 0.5⋅ Zpcy Zpcny−( )⋅ fcd⋅+ Zpsy Zpsny−( ) fysd⋅+:=

MRdply 115837.3= kN cm⋅

9 Flexão e compressão combinadas

Para o eixo x

Mdx 0.8 MmaxRdplx⋅:= Mdx 186090.53= kN cm⋅

Mcx 0.9 MRdplx⋅:= Mcx 195830.43= kN cm⋅

Mdx if Mdx Mcx< Mcx, Mdx, ( ):= Mdx 195830.43= kN cm⋅

Para o eixo y

Mdy 0.8 MmaxRdply⋅:= Mdy 100147.05= kN cm⋅

Mcy 0.9 MRdply⋅:= Mcy 104253.57= kN cm⋅

Mdy if Mdy Mcy< Mcy, Mdy, ( ):= Mdy 104253.57= kN cm⋅

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109

9.1 Modelo I

Modelo1 NsdNrd

89

MsdxMRdplx

MsdyMRdply

+

⋅+

NsdNrd

0.2≥if

Nsd2 Nrd⋅

89

MsdxMRdplx

MsdyMRdply

+

+

NsdNrd

0.2<if

:=

Nsd 11369.9= NsdNrd

0.9= Nrd 12696.07=

Modelo1 0.9=

Modelo_1 if Modelo1 1.0≤ "OK", "Não OK", ( ):=

Modelo_1 "OK"=

Modelo_1 if Modelo1 1.0≤ "OK", "Não OK", ( ):=

9.2 Modelo II: Diagrama com vários trechos de reta

Nc 0.95 fck⋅Acγc

⋅:=

Para o eixo x

µx 1 2NsdNc

⋅MdxMcx

1−

⋅+ 0 Nsd≤ 0.5 Nc⋅<if

1MdxMcx

2NsdNc

1−

⋅MdxMcx

+ 0.5 Nc⋅ Nsd< Nc<if

1Nsd Nc−( )

Nrdpl Nc−−

Nsd Nc≥if

:=

µx 0.15=

Para o eixo y

µy 1 2NsdNc

⋅MdyMcy

1−

⋅+ 0 Nsd≤ 0.5 Nc⋅<if

1MdyMcy

2NsdNc

1−

⋅MdyMcy

+ 0.5 Nc⋅ Nsd< Nc<if

1Nsd Nc−( )

Nrdpl Nc−−

Nsd Nc≥if

:=

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110

µy 0.15=

Momento fletor considerando imperfeições ao longo do pilar

Para o eixo x

Mxisd Nsd L⋅( )

200 1NsdNcrx

⋅:= Mxisd 17502.29= kN cm⋅

Mtotalx Msdx Mxisd+:= Mtotalx 17502.29= kN cm⋅

Para o eixo y

Myisd 0:=

Mtotaly Msdy Myisd+:= Mtotaly 0= kN cm⋅

Mtotalxµx Mcx⋅

Mtotalyµy Mcy⋅

+ 0.58=

Modelo2 if Mtotalxµx Mcx⋅

Mtotalyµy Mcy⋅

+ 1.0≤ "OK", "Não OK",

:=

Modelo2 "OK"=

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111

9. APÊNDICE C: PLANILHAS ELETRÔNICAS PARA O

DIMENSIONAMENTO DE VIGAS DE AÇO ISOLADAS

Dimensionamento das vigas de pórticos NBR-8800(2008) Perfil I soldado

1 Dados de entrada V34 - VS 450X80 (PORTICO ABCD)

1.1 - geometria da seção

largura da mesa bf 200:= mm

altura total d 400:= mm

Espessura da mesa tf 19:= mm

Espessura da alma tw 6.3:= mm

1.2 - Propriedades mecanicas do aço - kN/cm2

fy 25:= fu 40:= fr 0.3fy:= E 20000:= G 8000:= kN

cm2

1.3 - Comprimentos e coeficientes de flambagem

Kx 1:= Ky 1:= Kt 1:=

Lx 600:= Ly 600:= Lt 600:= cm

1.4 - Comprimentos destravados e vão

Lb 00:= cm

1.4 - Solicitações de cálculo

Momento Msdx 33874.00:= kNcm

Normal : Nsd 28.63:= kN

1.5 Coeficientes de equivalência de momentos fletores

Cmx 1:= Cmy 1:=

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112

2 Determinação das propriedades geométricas da seção

h d 2 tf⋅−:= h 362= mm

A 2 bf⋅ tf⋅ h tw⋅+( ) 0.01⋅:= A 98.81= cm2

Ix 10 4− 2bf tf3⋅

12⋅ 2 bf⋅ tf⋅

h2

tf2

+

2⋅+

tw h3⋅12

+

⋅:= Ix 30093.94= cm4

Iy 10 4− 2bf3 tf⋅

12⋅

tw3 h⋅12

+

⋅:= Iy 2534.09= cm4

rx IxA

:= rx 17.45= cm

ry IyA

:= ry 5.06= cm

It 13

bf tf3⋅ bf tf3⋅+ h tw3⋅+( )⋅ 10 4−⋅:= It 94.47= cm4

CwIy( ) d

10tf10

2⋅

4:= Cw 919626.74= cm6

yo 0:= xo 0:= wx Ixd20

:= wx 1504.7= cm3

3 Verificação da compressão

3.1 Flambagem Local

3.1.1 Flambagem Local da mesa

seção grupo 4 - Elemento AL

E 20000= λ

bf2 tf⋅

:= λ 5.26=

λp 0.64Efykc

0.5⋅:=

kc

kc 4

htw

0.5:= kc 0.528=

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113

kc 0.35 kc 0.35<if

0.763 kc 0.763>if

kc otherwise

:=

kc 0.528= λp 0.64Efykc

0.5⋅:= λp 13.15=

Qs 1 λ λp≤if

1.415 0.65λfy

kc E⋅⋅− 0.64

Efykc

⋅ λ< 1.17Efykc

≤if

0.9E kc⋅

fy λ( )2⋅λ 1.17

Efykc

>if

:=

Qs 1=

3.1.2 Flambagem local alma

seção grupo 2 - Elemento AA

λhtw

:= λ 57.46=

λp 1.49Efy

0.5⋅:= λp 42.14=

σ fy:= Tensão máxima na seção igual ao escoramento (a favor da segurança)

bef h λ λp≤if

1.91 tw⋅Eσ

⋅ 10.34htw

⋅−

⋅ λ λp>if

:=

bef 283.38= mm

bef h λ λp≤if

1.91 tw⋅Eσ

⋅ 10.34htw

⋅−

⋅ λ λp>if

:=

bef 283.38= mm

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114

Aef A λ λp≤if

A 1100

h bef−( ) tw⋅− λ λp>if

:= Aef 93.85= cm

Qa AefA

:= Qa 0.95=

Parâmetro de flambagem local para a seção

Q Qa Qs⋅:= Q 0.95=

3.2 Flambagem global

λo Q NplNe

0.5:=

Npl

Npl A fy⋅:= Npl 2470.15= kN

Flambagem por flexão em x

Nex 3.14( )2 E Ix⋅

Kx Lx⋅( )2⋅:= Nex 16484.13= kN

Flambagem por flexão em y

Ney 3.14( )2 E Iy⋅

Ky Ly⋅( )2⋅:= Ney 1388.06= kN

Flambagem por torção

ro rx2 ry2+ xo2+ yo2+( )0.5:= ro 18.17= cm

Nez 1

ro2

3.14( )2 E⋅ Cw⋅

Kt Lt⋅( )2

G It⋅+

⋅:= Nez 3814.07= kN

Ne min Nex Ney, Nez, ( ):= Ne 1388.06= 7kN

caso "Flambagem por flexão em X" Ne Nexif

"Flambagem por flexão em Y" Ne Neyif

"Flambagem por flexo-torção" Ne Nezif

:=

caso "Flambagem por flexão em Y"=

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λo Q NplNe

0.5:= λo 1.3=

χ 0.658λo 2λo 1.5≤if

0.877

λo 2λo 1.5>if

:=

χ 0.493=

3.2.1 Normal resitente de cálculo - compressão

Nrd χ Q⋅ A⋅ fy⋅( )1.1

:= Nrd 1051.31= kN

VerificaçãoN if Nsd Nrd≤( ) "OK", "Não OK", [ ]:=

NsdNrd

0.03= VerificaçãoN "OK"=

3.3 Estados Limites de serviço

Esbeltez máxima = 200

λx Kx Lx⋅rx

:= λx 34.38=

λy Ky Ly⋅ry

:= λy 118.48=

VerELSx if λx 200<( ) Ok, naoOK, [ ]:= Ok VerELSx Ok→

VerELSy if λy 200<( ) Ok, naoOK, [ ]:= Ok VerELSy Ok→

4 Verificação da Flexão em X

4.1 Flambagem Local

4.1.1 Flambagem Local da mesa

λbf

2 tf⋅:= λ 5.26=

fr 7.5=

λp 0.38Efy

:= λp 10.75=

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λr 0.95E

fy fr−kc

⋅:= kc 4

htw

:= kc 0.528=

kc 0.35 kc 0.35<if

0.763 kc 0.763>if

kc otherwise

:=

kc 0.528= λr 0.95E

fy fr−kc

⋅:= λr 23.33=

momento de proporcionalidade Mr wx fy fr−( )⋅:= Mr 26332.2= kNcm

momento de plastificação Mpl 1.12wx fy⋅:= Mpl 42131.52= kNcm

momento resistente nominal para flambagem local da mesa

Mrkm Mpl λ λp<if

Mpl Mpl Mr−( ) λ λp−λr λp−

⋅− λp λ< λr≤if

0.9 E⋅ kc⋅ wx⋅

λ2

λ λr>if

:=

Mrkm 42131.52= kNcm

4.1.2 Flambagem local alma

λhtw

:= λ 57.46=

λp 3.76Efy

⋅:= λp 106.35=

λr 5.7Efy

⋅:= λr 161.22=

momento de proporcionalidade Mr wx fy( )⋅:= Mr 37617.43= kNcm

momento de plastificação Mpl 1.12wx fy⋅:= Mpl 42131.52= kNcm

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Mrka Mpl λ λp<if

Mpl Mpl Mr−( ) λ λp−λr λp−

⋅− λp λ< λr≤if

"'viga esbeltas" λ λr>if

:=

Mrka 42131.52= kNcm

4.2 Flambagem lateral com torção - FLT

λLbry

:= λ 0=

λp 1.76Efy

0.5:= λp 49.78=

momento de proporcionalidade Mr wx fy fr−( )⋅:= Mr 26332.2= kNcm

momento de plastificação Mpl 1.12wx fy⋅:= Mpl 42131.52= kNcm

β1 fy fr−( )wxE It⋅

:= β1 0.01= β1 0.02:=

λr 1.38 Iy It⋅ry It⋅ β1⋅

1 127 Cw⋅ β1 2⋅

Iy++⋅:= λr 126.59=

Determinação de Cb Cb 1:=

Mrkflt Mpl λ λp<if

Cb Mpl Mpl Mr−( ) λ λp−λr λp−

⋅−

⋅ λp λ< λr≤if

π2Cb E⋅ Iy⋅

Lb2

CwIy

1 0.039Lb2

Cw⋅+

⋅⋅ λ λr>if

:=

λ 0=

λp 49.78=

λr 126.59=

Mrkflt if Mrkflt Mpl>( ) Mpl, Mrkflt, [ ]:=

Mrkflt 42131.52= kNcm

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4.3 Momento Rsistente de cálculo

Mrka 42131.52= kNcm

Mrkm 42131.52= kNcm

Mrkflt 42131.52= kNcm

Mrd min Mrka Mrkm, Mrkflt, ( )1.1

:= Mrd 38301.38= kNcm

4.3.1 Verificação resistência ao momento fletor

Msdx 33874= kNcm

VerificaçãoM if Msdx Mrd≤ "OK", "Não OK", ( ):=

MsdxMrd

0.88= VerificaçãoM "OK"=

5 Verificação das Equações de interação

NsdNrd

0.03=

Int NsdNrd

89

MsdxMrd

+NsdNrd

0.2≥if

Nsd2Nrd

MsdxMrd

+NsdNrd

0.2<if

:=

Int 0.9=

VerificaçãoFC if Msdx Mrd≤ "OK", "Não OK", ( ):=

VerificaçãoFC "OK"=

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10. APÊNDICE D: TABELAS DIMENSIONAMENTO DAS LAJES

MISTAS - METFORM

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