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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE MEDICINA FERNANDA DE ALMEIDA AMARAL GROSSL A SÍNDROME NEFRÓTICA E SUA REPERCUSSÃO NO ÂMBITO COMPORTAMENTAL INFANTIL. Aracaju/SE 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE MEDICINA

FERNANDA DE ALMEIDA AMARAL GROSSL

A SÍNDROME NEFRÓTICA E SUA REPERCUSSÃO

NO ÂMBITO COMPORTAMENTAL INFANTIL.

Aracaju/SE

2013

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FERNANDA DE ALMEIDA AMARAL GROSSL

A SÍNDROME NEFRÓTICA E SUA REPERCUSSÃO

NO ÃMBITO COMPORTAMENTAL INFANTIL

Monografia apresentada à Universidade

Federal de Sergipe como requisito parcial à

conclusão do curso de Medicina do Centro de

Ciências Biológicas e da Saúde.

Orientador: Professor Marco Antonio

Valadares Oliveira

Aracaju/SE

2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE MEDICINA

A SÍNDROME NEFRÓTICA E SUA REPERCUSSÃO NO ÃMBITO

COMPORTAMENTAL INFANTIL

Monografia apresentada à Universidade

Federal de Sergipe como requisito parcial à

conclusão do curso de Medicina do Centro de

Ciências Biológicas e da Saúde.

Aprovado em: / /

_____________________________________________________

Autora: Fernanda de Almeida Amaral Grossl

__________________________________________________________

Orientador: Professor Marco Antonio Valadares Oliveira

_______________________________________________

Examinador

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, simplesmente por tudo, a iniciar pela preciosa graça da

vida, concedida em abundância a mim por seu incomensurável amor. Amor esse

que impulsiona todos os meus objetivos, em quaisquer âmbitos da vida, mediante a

efetivação de toda e qualquer atitude em benefício de cada ser humano. E assim,

toda ou qualquer atividade, torna-se extremamente significante, gratificante e feliz.

Agradeço aos meus pais Fernando e Elisabete, pelo amor incondicional, por

sua função primordial no meu desenvolvimento físico, mental, emocional e acima de

tudo, espiritual. Enfim, pela construção de um caráter valoroso, moldado pelas mãos

de um amor construtivo e edificante. Jamais poderia deixar de agradecer às minhas

irmãs Bruna e Nathalia, por toda a ternura, companheirismo e felicidade

incondicional por compartilharem e auxiliarem a mim em todas as conquistas.

Obrigada por tudo, amo muito vocês. Ao meu marido Daniel, pela experiência

maravilhosa e gratificante de compartilhar minha vida ao lado de alguém que atenua

qualquer melancolia e amplifica de forma maravilhosa a minha alegria, conferindo á

minha vida um sentimento verdadeiramente essencial. Amo você.

Ao vovô amoroso, á vovó encantadora, ás titias bondosas, ás minhas primas

companheiras eternas; ás minhas amigas especiais alagoanas e sergipanas, por

simplesmente conviver nesse núcleo de amor e fraternidade inexoráveis; Como sou

feliz por ser tão abençoada com a vossa presença e existência em minha vida!

A meu orientador Marco Valadares, por sua solicitude, seu conhecimento e

sabedoria inesgotáveis, além do mais importante: seu companheirismo e o

constante contentamento proporcionado por seu carisma e humildade. Ao professor

Enaldo por sua solidariedade imensa na análise dos dados estatísticos, seus

conselhos sinceros e amigos, que estarão de certa forma, sempre cravados na

mente de qualquer ser humano buscador do bem comunitário. Minha sincera

gratidão.

Enfim agradeço a todos que colaboraram com esse trabalho, ou seja, a todos

os funcionários da Universidade Federal de Sergipe para efetivação dessa pesquisa

t’ao gratificante.

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REVISÃO DE LITERATURA

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fisiopatologia da síndrome nefrótica.........................................................13

Figura 2 : Organograma de tratamento da síndrome nefrótica.................................14

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ARTIGO ORIGINAL

LISTA DE TABELAS

Tabela1: Caracterização da população estudada em relação às variáveis sócio-

demográficas.............................................................................................................60

Tabela 2: Distribuição dos escores comportamentais segundo o diagnóstico clínico.........................................................................................................................61

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Comparação da média dos escorres brutos de Ansiedade/ depressão nos três grupos clínicos ...........................................................................................58

Gráfico 2: Comparação da média dos escores brutos de Problemas de

Pensamento nos três grupos clínicos.......................................................................59

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LISTA DE ABREVIATURAS

ACTH : Hormônio adrenocorticotrófico

AF: Anemia Falciforme

CBCL: Child Behavior Checklist

CD: Córtico-dependente

CE : Corticoesteróide

CER : Corticoesteróide resistente

CR: Córtico- resistente

CRF : Hormônio liberador de corticotrofina

CsA: Ciclosporina A

DHEA : Hormônio desidroepiandrosterona

DM :Diabetes Mellitus

FANS : First Attack in Nephrotic Syndrome

g: grama

GABA: Ácido gama aminobutírico

GESF: Glomeruloesclerose segmentar focal

h: horas

HAS: Hipertensão arterial sistêmica

HU: Hospital Universitário

IgG: Imunoglobulina G

IL – 2: Interleucina- 2

IL-8: Interleucina 8

IM: Intramuscular

IPC: índice proteinúria \ creatininúria

IRC: Insuficiência Renal crônica

ISKDC: International Study of Kidney Disease in Children

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IV: intravenoso (a)

Kg: Quilograma

LCR: Líquido cefalorraquidiano

LES: Lúpus Eritematoso Sistêmico

m2- Metros quadrados

mg – Miligrama

MBG : Membrana basal glomerular

PAF: Fator ativador plaquetário

pH: potencial hidrogeniônico

SN: Síndrome nefrótica

SNC: Sistema nervoso central

SNDC: Síndrome nefrótica cortico-dependente

SN: Síndrome nefrótica

SNLM: Síndrome nefrótica de lesões mínimas

SNCS: Síndrome nefrótica córtico-sensível

TGF- beta: Fator de crescimento transformador - beta

VO: Via oral

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SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10 II. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 11

1. Síndrome nefrótica .............................................................................................. 11

2. A doença crônica e o comportamento infantil .................................................. 15

3. Os corticoesteróides e o comportamento ......................................................... 18

4. Outros fatores modificantes do comportamento ............................................. 20 5. A síndrome nefrótica e o comportamento infantil ............................................ 22

6. Referências bibliográficas .................................................................................. 26

III. NORMAS PARA PUBLICAÇÃO.......................................................................... 36

IV. ARTIGO ORIGINAL............................................................................................. 43 1. RESUMO ............................................................................................................... 44 2. ABSTRACT ........................................................................................................... 44

3. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 45

4. MÉTODOS ............................................................................................................ 47

5. RESULTADOS ...................................................................................................... 51 6. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 53

7. ANEXO 1 ............................................................................................................... 58

8. AGRADECIMENTOS ............................................................................................ 73

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 74

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I- INTRODUÇÃO

A síndrome nefrótica é uma entidade clínica caracterizada principalmente por

proteinúria decorrente de aumento da permeabilidade e consequente filtração da

membrana basal glomerular, o que proporciona consequente hipoalbuminemia.

A partir de então, pode-se suceder uma série de eventos desencadeados por

esse mecanismo, como edema, desnutrição, infecções, hipercolesterolemia,

insuficiência renal crônica, eventos tromboembólicos, distúrbios do metabolismo

ósseo (GORDILLO R, SPITZER A, 2009). Convém ressaltar que essa alteração a

nível glomerular não é revertida em sua totalidade, o que implica em sua

categorização como doença crônica.

A cronicidade de uma enfermidade proporciona um maior número de

internações para controle de suas eventuais complicações. E, assim, as crianças

acometidas por uma enfermidade desta sofrem com as hospitalizações,

procedimentos médicos dolorosos e com restrição de atividades cotidianas, que

podem acarretar efeitos adversos nas competências sociais e acadêmicas

(LEVENSON JL, 2008; PINQUART M, SHEN YH, 2011).

Alicerçado a essas características, o controle sintomático da síndrome

nefrótica (SN) se sucede mediante a aplicação da terapia com corticoesteróides às

crianças acometidas, a fim de obter remissão da proteinúria e, assim, impedir o

desencadeamento das complicações decorrentes da elevada perda de proteína

mediante a excreção urinária. Porém, apesar de eficaz, a terapêutica

imunossupressora não se encontra isenta de riscos, sendo os mesmos não somente

limitados ao âmbito clínico, abrangendo também as esferas sociais, afetivas,

cognitivas (MRAKOTSKY C et al, 2013).

Assim, a patologia em questão merece uma maior elucidação e apreciação de

sua ingerência no comportamento infantil, a começar por uma investigação acurada

de sua prevalência, preconizando o diagnóstico precoce e consequente

direcionamento de medidas promotoras da diminuição de seus efeitos no cotidiano

infantil e à consequente reinserção dos indivíduos em suas atividades corriqueiras e

de lazer.

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II- REVISÃO DE LITERATURA

1- SÍNDROME NEFRÓTICA

A síndrome nefrótica (SN) é uma alteração consequente a um aumento da

permeabilidade renal. Todavia, o mecanismo envolvido em tal evento permanece

obscuro (SHARMA A et al, 2013). Alguns estudos mais antigos (ROBSON, 1974;

CAHRIER 1981) sugerem que a neutralização de cargas na membrana basal

glomerular (naturalmente aniônica) permitiria a filtração exagerada de albumina, que

ao pH do sangue também é aniônica, ocasionando assim, uma perda maciça de

proteínas. O PAF (fator de ativação plaquetária) estaria entre os fatores catiônicos

com capacidade de interferir in vivo na negatividade do MBG, induzindo proteinúria e

perda de cargas aniônicas em animais de laboratório (SHALHOUB, 1974).

A etiologia auto-imune vem sendo estudada, e um estudo a relacionou à

exacerbação da resposta linfocitária Th2 por distúrbios das células T regulatórias,

com liberação das citocinas CD4 e CD25. O mesmo estudo sugeriu que os níveis de

linfócitos B também estariam superiores aos encontrados no grupo-controle, com

aumento de citocinas CD 19 e CD23 e a sua redução poderia prevenir

recidivas(YILDIZ B, CETIN N, KURAL N, COLAK O, 2013). Essas recidivas podem

advir da recuperação de células B, mesmo durante uso de rituximabe (supressor de

células B) (GUIGONIZ V, ET AL, 2008; KAMEI K, ET AL, 2009; PRYTULA A, 2010).

Nos últimos anos, também tem sido proposto que alterações no perfil de

citocinas e quimiocinas em pacientes com SN podem contribuir para proteinúria e

lesão glomerular (ARAYA, 2006). Admite-se que células T sensibilizadas por

antígenos, induza uma maior atividade de IL-2, exacerbando a resposta imune.

Outra citocina frequentemente associada é o fator de crescimento e transformação

(TGF-beta) (AUGUST P, 2003; LIU Y, 2006), que possui funções fibrogênicas e pró-

inflamatórias ao nível dos rins.

A síndrome compreende características como proteinúria maciça [+3 ou +4 no

exame de urina ou acima de 50 mg/kg/dia, ou ainda 40mg/m2/h, ou 3.5g/24h/1.73 m2

ou índice proteinúria/creatininúria (IPC) acima de 2,0], albumina < 2.5 g\dia).

Habitualmente, percebe-se hipercolesterolemia e edema (Colesterol total igual ou

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acima de 240 mg; Triglicerídeos igual ou acima de 200 mg%) (HOLMBERG C et al,

2004).

É uma das mais comuns doenças renais pediátricas, sendo sua incidência

em torno de 2-7 casos em 100.000 crianças por ano e a prevalência de 16 casos por

100.000 crianças (EDDY AA, SYMONS JM, 2003; VALENTINE RP, SMOYER WE,

2006). Em crianças, a síndrome nefrótica primária ou idiopática (SNI) representa

90% dos casos diagnosticados antes dos 10 anos de idade e 50% dos que se

apresentam após essa idade. A grande maioria dos casos abrange crianças de um a

seis anos de idade, sendo bastante incomum a patologia ser apresentada antes de

um ano de idade (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE 2012). Apesar de menos

frequente, a avaliação inicial deve afastar a presença de causas secundárias, como

doenças sistêmicas, infecções, neoplasias e uso de medicamentos. Geralmente, as

crianças apresentam uma forma idiopática, com padrão histológico de apagamento

difuso de podócitos visíveis à microscopia eletrônica e alterações mínimas à

microscopia óptica, sendo então diferenciada em: padrão histológico de lesões

mínimas, glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) ou proliferação mesangial.

Uma grande parcela responde à corticoterapia, mas recidivas ocorrem, em até 70%

dos casos (ISKDC, 1978). Essa melhor resposta está associada à prevalência dos

casos de lesões mínimas (SNLM) (mais comum em menores de 5 anos), o que não

ocorre nos casos de GESF; mais associado a uma pior resposta terapêutica. (BAQI

N, SINGH A, 1998). Aproximadamente 80% das crianças com resistência aos

corticoesteróides mostram padrão de GESF em biópsia renal, enquanto o

remanescente pode apresentar lesões mínimas ou proliferação mesangial nos

estágios precoces (SGAMBAT K, BANKS M, MOUDGIL A et al, 2013).

Os grupos minoritários que necessitam ser submetidos a biópsia renal

correspondem a :

1-Indivíduos não responsivos ao tratamento com prednisona oral por 8

semanas ou à prednisona oral por 4 semanas concomitante a pulsoterapia com

metilprednisona intravenosa (3 a 6 pulsos em dias alternados);

2-Com apresentação no primeiro ano de vida [ maior incidência de GESF].

3-Naqueles que apresentam comorbidades associadas (Hipertensão Arterial

Sistêmica (HAS) ,Diabetes Mellitus (DM) , Insuficiência Renal Crônica(IRC).

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4-Em pacientes com mais de 8 anos, quando a possibilidade de Síndrome

nefrótica por lesões mínimas (SNLM) é menor, podendo-se optar pelo tratamento

inicial para avaliar sensibilidade ao corticosteroide ou biopsiá-los inicialmente.

Adolescentes devem ser biopsiados precocemente, já que a probabilidade de não

apresentar padrão de SNLM aumenta substancialmente (Fogo AB, 2008).

A sequência de eventos fisiopatológicos da SN ocorre da seguinte maneira,

conforme fluxograma abaixo:

Extraído de :

http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/2472/sindrome_nefrotica.htm

1- Lesão de membrana basal glomerular

2- Perda de proteína plasmática (albumina)

3.1 Hipoalbuminemia, levando a diminuição na pressão oncótica, e

posteriormente ao edema generalizado, ativando sistema renina-angiotensina-

aldosterona, ocasionado a retenção de sódio e água e posterior edema.

3.2 A perda de proteínas plasmáticas ocasiona a síntese de lipoproteínas,

proporcionando a ocorrência de hiperlipidemia.

A terapia da SN primária consiste basicamente de imunomoduladores e

imunossupressores como pilar central de sua essência, sendo a estratégia

terapêutica intimamente dependente do grau de alterações histológicas (SEIGNEUX

S, MARTIN PY, 2009) conforme modelo básico explicitado a seguir (Figura 1). Nos

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casos resistentes à terapêutica com os imunossupressores mais amplamente

utilizados, novos estudos mostram resultados com inibidores da calcineurina

(PLANK C, BANKS M, HOKEL F et al, 2011), micofenolato mofetil (GIBSON D,

TRACHTMAN K, HASKEL F e al, 2011; MAGNASCO A, RAVANI P, EDEFONTI A et

al, 2011) e rituximab (PRYTULA A, IIJIMA K, KAMEI K et al, 2010), que podem

induzir remissão parcial ou total de proteinúria em 25-50% dos casos, porém, seus

riscos devem ser considerados (SGAMBAT K, BANKS M, MOUDGIL A et al, 2013).

Figura 1: Organograma terapêutico da SNLM

Fonte: GORDILLO R, SPITZER A, 2009.

A SN também se configura como uma enfermidade entremeada por

complicações inerentes, destacando a insuficiência renal aguda, eventos

tromboembólicos, infecções e redução da densidade mineral óssea, o que requer

eventual hospitalização para sua contenção. Baseado no que foi exposto, percebe-

se que a ocorrência de eventos adversos decorrentes de sua terapêutica

imunossupressora é real. Assim, ambas as situações se constituem como

interventores magnificentes na deterioração do lazer infantil e de suas atividades

Prednisona diária por 6 semanas seguida por

6 semanas em dias alternados

Recidiva após 3 meses e/ou infrequente recidivas

Prednisona diária até remissão de proteinúria por 3 dias, seguida por 6

semanas em dias alternados

Frequentes recidivas e/ou toxicidade esteroidal

Ciclofosfamida ( 8-12 semanas)

Recidivas frequentes

Ciclosporina

Recidiva em menos de 3 meses ou enquanto ocorre

a terapia em dias alternados

Prednisona diária até remissão da proteinúria por 3 dias seguidos seguido por 3 meses em dias

alternados

Frequentes recidivas e/ou toxicidade renal

Ciclofosfamida ( 8-12 semanas)

Recidivas frequentes

Ciclosporina

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cotidianas, contribuindo, com isso, para um possível comprometimento na saúde

mental infantil.

2. COMPORTAMENTO INFANTIL E DOENÇA CRÔNICA

O comportamento deve ser visto como um aspecto constitutivo da espécie

humana e como uma relação entre organismo e ambiente, ou seja, constitui em

atividade desenvolvida por um indivíduo mediante um determinado estímulo

proveniente do meio que o circunda. Um comportamento é definido como

``alterado´´ quando difere do padrão de normalidade adotado por uma determinada

comunidade segundo faixa etária específica. Assim, o ser apresenta alguma

dificuldade em lidar com os fatos de seu ambiente psicossocial e, como resposta a

determinado estímulo, as atitudes são manifestas por atos de agressividade, euforia

e agitação, ou ainda, de retração social, depressão e ansiedade.

A doença crônica atua como estimulante às referidas alterações e assim,

torna-se imprescindível compreendê-la em sua magnitude. Assim, ela tem sido

definida como perturbações de saúde que persistem por uma longa duração,

podendo perpetuar-se por toda uma vida (EISER, 1990). O seu manejo consiste em

terapêutica específica e de suporte, onde o alívio temporário e a consequente

melhoria na qualidade de vida constituem seu alicerce principal, porém não levam a

uma cura definitiva (PERRIN E SHONKOFF, 2000).

Estudos epidemiológicos mostram que aproximadamente 15% das crianças

padecem de alguma enfermidade crônica (VAN DER LEE, MOKKINK,

GROOTENHUIS, HEYMANS E OFFRINGA, 2007), o que constitui por si, um grande

fator de risco para distúrbios comportamentais. Alguns achados em literatura

afirmam que crianças portadoras de doenças crônicas sofrem com as

hospitalizações, procedimentos médicos dolorosos e com restrição de atividades

cotidianas, o que podem acarretar efeitos adversos nas competências sociais e

acadêmicas (LEVENSON JL, 2008; PINQUART M, SHEN YH, 2011). Um estudo

concluiu que elevados níveis de problemas comportamentais internos e gerais são

observados em quase todas as doenças crônicas, enquanto o tipo específico de

alteração comportamental se consolida a depender da enfermidade em questão

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(PINQUART M, TEUBERT D, 2012; BLACKMANA JÁ, CONAWAYB MR, 2013).

Afirma também que crianças doentes cronicamente são de alto risco para problemas

que afetam aprendizado, comportamento e bem-estar emocional, que podem se

manifestar de maneira introspectiva, como ansiedade, depressão e isolamento

social, ou de maneira extrospectiva mediante atos de agressividade, delinquência ou

quaisquer outros que venham a promover certo desequilíbrio nas relações

interpessoais e na estrutura social de uma comunidade (E.G., BARLOW E ELLARD,

2006).

Associado a todos esses fatores, a dor crônica, quer seja intrínseca à

patologia ou por ação medicamentosa, aumenta os escores de avaliação em dores

somáticas, constituindo desordem introspectiva (ACHENBACH,1991). Um grande

exemplo de doença que expressa tal realidade é a anemia falciforme, pois desde

cedo, os portadores de anemia falciforme já sofrem com os efeitos das crises

álgicas, infecções e outras urgências significativas, que, invariavelmente, aumentam

o número de hospitalizações e diminuem as horas dispensadas à escola e às

demais atividades produtivas (MANTI P GIANNAKOPOULOS G, GIOUROUKOU et

al, 2013; -23). E assim, comportamentos de isolamento social e depressão tornam-

se presentes de forma significativa. Um estudo efetivado no Brasil, em 2011,

mostrou alta frequência de comportamentos depressivos nas crianças com anemia

falciforme (CASTRO EK, 2007). Tais achados serão posteriormente debatidos no

artigo em questão.

Segundo alguns autores, como Heinzer, a reação individual de uma criança

ao perceber-se como portadora de uma patologia crônica dependerá de fatores

intrínsecos à mesma (e.g., limitações físicas e sociais ocasionadas, diagnóstico

precoce ou tardio, prognóstico, gravidade, visibilidade e origem genética);

relacionados à singularidade do indivíduo em sua totalidade (e.g., idade, gênero,

temperamento e personalidade); e relacionados ás relações interpessoais, com

destaque preponderante da família nesse âmbito (e.g., estrutura familiar, habilidades

de comunicação e solução de problemas). A rotina da família muda com constantes

visitas ao médico, medicações e hospitalizações (HAMLET & cols., 1992) e os

recursos psicológicos familiares interferem substancialmente na adaptação da

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criança à doença, inclusive mais que o comportamento individual (WALLANDER &

VARNI, 1998).

A família pode atenuar os efeitos negativos da doença, promovendo para a

criança um ambiente promovedor do seu envolvimento em atividades sociais.

(CASTRO EK, PICCININI CA, 2002). Convém ressaltar que mães de crianças

cronicamente enfermas necessitam compartilhar sentimentos afetivos e precisam ser

encorajadas em sua habilidade materna. Segundo algumas mães, uma importante

atividade a ser efetuada pelo profissional de saúde consistiria em promover grupos

compostos por pais e mães que compartilham a mesma experiência (PELLETIER,

1994).

Dependendo do estágio de desenvolvimento cognitivo, a criança apresenta sua

concepção de doença, o que está diretamente relacionado à sua percepção dos

sintomas, sua reação emocional frente à doença, sua experiência de dor e

desconforto, sua aceitação de cuidados médicos (BERRY, HAYFORD & ROSS,

1993; GOLDMAN & cols., 1991). Aquelas que ainda não possuem essa percepção

clara atribuem ao médico a figura de alguém assustador, principalmente as crianças

menores. Em um trabalho realizado, crianças saudáveis entre 4 e 6 anos, percebiam

a doença como extrínseca, não se sentiam culpadas por sua manifestação e a

maioria delas acreditava que a doença iria curar-se por ela mesma num curto

espaço de tempo( GOLDMAN & cols., 1991).

Por outro lado, crianças entre 6-12 anos, com um discernimento mais

evidente de sua doença, parecem ter mais habilidade de tomar o lugar do outro e

entender suas dificuldades em situações arbitrárias comparativamente às crianças

saudáveis (STERLING E FRIEDMAN, 1996).

Torna-se necessário que os profissionais de saúde estejam atentos aos

aspectos que transcendem a cura física da enfermidade, pois sem uma visão

totalitária sobre sua evolução e da interação da criança com as figuras significativas

que a cercam, o êxito do tratamento pode ficar comprometido (CASTRO EK&

PICCININI CA, 2002).

Assim, torna-se primordial que estes profissionais de saúde, baseados no

modelo biopsicossocial de saúde, salientem a profunda repercussão da doença no

bem-estar mental, social e emocional da criança, em sua magnitude (CASTRO EK,

2007). Além disso, uma relação harmoniosa entre a criança, a família e os

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profissionais de saúde facilita a tomada de consciência sobre a amplitude e a

gravidade da enfermidade bem como sua aderência ao tratamento.

Convém ressaltar a importância que deve ser dedicada ao cuidado sócio-

afetivo individual de cada criança, a fim de que intervenções preventivas e curativas

possam remodelar, ainda que de maneira ínfima, a qualidade de vida da mesma.

3 – CORTICOESTERÓIDES E COMPORTAMENTO

Há poucos estudos elucidativos atuais a respeito do mecanismo

fisiopatogênico dos corticoesteróides sobre o comportamento. Porém, alguns

estudos propuseram a intervenção dos mesmos nas funções cerebrais, mediante

interação com o genoma e com membranas celulares. Eles atravessam a membrana

celular e penetram no núcleo celular dos neurônios, concentrados em região

hipocampal, em área septal e amígdala, conhecida como área retentora emocional

humana mediante a ligação com receptor esteroide-específico, formando o CER

(complexo receptor-esteróide), que se liga à cromatina e regula a transcrição

gênica(COWEN PJ, 2002).

Eles também atuam em alterações a níveis enzimáticos e na atividade pré e

pós-sináptica, modificando as concentrações de receptores serotoninérgicos e

adrenérgicos alfa-2 e beta-29 (WOLKOWITZ OM, REUS VI, 1999). Por outro lado,

não há, até o presente momento, conhecimento de como os corticoesteróides

exercem efeitos sobre os receptores serotoninérgicos (CHAOULOFF F, 1995). Há

também mecanismos de interação com membranas celulares e com receptores de

membrana, como o ácido gama aminobutírico (GABA) (ALHEIRA E BRASIL, 2005).

O cortisol aparece no segundo momento da resposta ao estresse, sendo o

primeiro composto por liberação de catecolaminas, hormônio liberador de

corticotrofina (CRF) e hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). As suas ações podem

ser moduladoras (permissivas, supressivas e estimulantes) e preparativas. As ações

moduladoras permissivas estão presentes antes do evento estressor e consiste em

preparar mecanismos de defesa ao estressor, e independem de concentração do

corticoide induzido pelo estresse (SALPOSKY RM, 2000).

As ações moduladoras supressivas manifestam-se mais tardiamente e

dependem da concentração do hormônio induzido pelo estresse, e compreendem a

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prevenção de uma resposta exacerbada. As ações moduladoras estimulantes são

antagônicas às supressivas e, assim, consistem no estímulo á resposta estressora

do hormônio (SALPOSKY RM, 2000). Apesar de essencial na reação aguda ao

estresse, níveis cronicamente elevados podem influenciar negativamente na

funcionalidade mental (DINAM TC, 1994).

Segundo Zobel et al. (19), há relação entre hipercortisolemia e aumento da

concentração de CRF no líquido cefalorraquidiano (LCR) em pacientes deprimidos, o

que sugere que há uma desregulagem no feedback negativo realizado pelo cortisol

endógeno.

Por outro lado, a administração de glicocorticóides a pacientes com função

suprarrenal normal produz, habitualmente, uma leve elevação do humor, às vezes

euforia, irritabilidade, aumento da atividade motora, insônia e psicose (MURPHY BE,

1991; WADA K, 2001). Segundo alguns estudos, sintomas maníacos estariam

correlacionados com uso agudo de corticóides e sua administração prolongada

estaria mais relacionada a sintomas depressivos, com relação dose-efeito.(

PATTEN & NEUTEL ,2000; SIROIS, 2003; WADA, 2001). Para Rouchel et al.,

menos de 2% dos pacientes que receberam doses menores do que 40 mg/dia de

prednisona desenvolveram alterações psiquiátricos, em contraposição à 4-6% dos

que receberam de 41 a 80 mg\dia e 18,4% dos que foram submetidos a doses

superiores á 80 mg\dia. A hipoalbuminemia também parece ser outro fator de risco

associado ao surgimento de sintomas psicóticos em pacientes usuários de

glicocorticoides com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) (CHAU & MOK, 2003).

Alguns estudos foram realizados, visando confirmação do efeito da

terapêutica com corticoesteróide no comportamento humano. Um estudo realizado

no Egito em crianças com SN demonstrou significativas taxas de ansiedade,

depressão e aumento da agressividade em todas as crianças durante altas doses de

corticoesteróides (NEHAUS TJ, LANGLOIS V, LICH TC, 2010). Outro estudo, agora

efetivado em crianças com doença inflamatória intestinal, investigou os efeitos

agudos dos corticoesteróides na memória, nas funções executivas, emocionais e

comportamentais(MRAKOTSKY C et al, 2013).

A redução da dose de corticóide ainda é o tratamento de primeira escolha

para transtornos psiquiátricos secundários a essas drogas. No entanto, alguns

pacientes que necessitam de uso crônico de corticoides, podem se utilizar de

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algumas medicações, como o haloperidol; que é o mais utilizado para controlar a

maioria das reações psíquicas produzidas por corticóides, por sua versatilidade no

modo de administração, facilitando o ajuste a situações clínicas agudas e

subagudas(SIROIS F, 2003). Medicamentos, como o hormônio precursor da

testosterona, o desidroepiandrosterona (DHEA) cetoconazol e outros constituem

alternativas em estudo, com atenuação de efeitos dos glicocorticoides (ALHEIRA E

BRASIL, 2005)

Diante do que foi explicitado e da íntima associação dos corticoesteróides

com transtornos de humor, convém ressaltar a necessidade de um diagnóstico

precoce para proporcionar alternativas promotoras viáveis à minimização do

sofrimento psíquico, especialmente no que concerne a indivíduos córtico-

dependentes.

4 - OUTROS FATORES MODIFICANTES DE COMPORTAMENTO

É sabido que disfunções comportamentais estão intimamente relacionadas á

combinação entre fatores genéticos e fatores ambientais (BOCK J, GROSS M,

2005). Associado à predisposição genética, fatores psicológicos epigenéticos e

experiências socio-emocionais interferem substancialmente nas sinapses neuronais,

afetando a funcionalidade do circuito límbico pré-frontal, essencial à competência

intelectual e emocional. A primeira e mais importante experiência emocional consiste

no desenvolvimento da união consolidada ao nascimento com a figura materna ou

parental. Quando tardiamente exposto a um ambiente adequadamente enriquecido

nos âmbitos sociais e emocionais, os circuitos neuronais podem ser inábeis, o que

pode resultar em anormalidades encontradas em crianças desprovidas do mesmo.

Roedores e macacos desprovidos da interação supracitada apresentam reduzida

inervação de fibras dopaminérgicas em regiões subcorticais, como o corpo estriado

e a substância negra (MARTIN LJ, 1991) no córtex pré-frontal, incluindo giro

cingulado e giro denteado, com maior densidade em fibras dopaminérgicas no

núcleo accumbens (GOS T, 2006).

A diminuição progressiva da plasticidade cerebral durante o intercurso da

vida acentua esse defasado circuito cerebral. A psicoterapia pode ajudar a corrigir

esses circuitos, embora constitua um desafio em cérebros com reduzida

plasticidade, especialmente porque algumas sinapses neuronais se tornam

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´´irreversíveis´´ durante a infância e praticamente resistentes às intervenções

terapêuticas (BRAUN K & BOCK J, 2011).

Os fatores de risco familiares para alterações emocionais e comportamentais

incluem maus-tratos sobre a criança, rejeição parental, prática disciplinar

inconsistente ou severa, conflitos familiares, ausência de suporte familiar, distúrbios

mentais presentes em familiares e abuso de substâncias nocivas (CIRULLI F, 2009;

AGID O, 2000; DRAYER N, 1999; FURUKAWA TA, 1999; RUTTER M, 1991)..

Outros fatores devem ser levados em conta, como o crescente número de famílias

desprovidas da estrutura tradicional (pai, mãe e filhos).

Em um estudo realizado com crianças portadoras de síndrome Nefrótica

córtico-sensível (SNCS), os achados sugeriram que crianças com SNCS de famílias

não-tradicionais teriam mais recidivas comparadas àquelas com estrutura familiar

tradicional.

Enquanto for presumido que todas as recaídas devam ser tratadas de modo

semelhante, é possível que a criança constituinte de um lar não-tradicional seja

tratada de forma mais precoce no que concerne à proteinúria, incapacitando assim a

remissão espontânea e aparentando relapsos mais frequentes. Porém, o exemplo

abrange centros terciários de cuidados à saúde e representa apenas os casos mais

desafiadores; casos menos dificultosos são avaliados por atenção médica primária.

Estudos mais abrangentes e prospectivos são essenciais à confirmação desses

resultados preliminares e ao estabelecimento direcionado da ação.

Sobremodo, convém ressaltar que mais recidivas promovem maior taxa de

complicações e mais efeitos colaterais esteroidais. Nefrologistas e provedores da

atenção básica de saúde devem estar cientes dos possíveis efeitos exercidos pela

estrutura familiar. O aumento da frequência ambulatorial para monitorizar regimes

terapêuticos, de visitas domiciliares, a manutenção do contato telefônico ou

mediante correspondências escritas, e um melhor direcionamento dos regimes

terapêuticos constituem meios adequados de suporte a crianças com SNCS,

provenientes de famílias desprovidas da estrutura familiar tradicional (SOLIDAY E &

LAND MB, 2001).

Reconhecer que a saúde mental e a física são indivisíveis é crucial

(PRINCE M, 2007). A depressão materna e a ausência de estímulo psicossocial

afeta o desenvolvimento cognitivo e socioemocional. A integridade da saúde mental

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infantil alicerçada a outros cuidados primários, concernentes à Pediatria, assim

como o manejo concomitante da doença infantil e programas promotores da saúde

materna e infantil, podem beneficiar os âmbitos físico e mental simultaneamente.

Porém, convém ressaltar que outros agentes exercem importante função em

promover a sanidade psíquica, incluindo educação, cuidado social e justiça criminal.

A privatização da saúde mental em países pobres e o inadequado financiamento

tem agravado a dificuldade de desenvolvimento assistencial (EISENBERG, 2009).

Assim, a promoção da integridade psicológica da criança e do adolescente é um

desafio mundial, mas potencialmente gratificante. Evidências sugerem que a

intervenção precoce provê benefícios socioeconômicos e clínicos a longo prazo,

mediante a prevenção do princípio das anormalidades mentais e sua posterior

evolução para cronicidade (KIELING C &HENNINGHAM HB, 2011).

5. SÍNDROME NEFRÓTICA E O COMPORTAMENTO INFANTIL

A SN é um dos distúrbios renais mais comuns na população pediátrica, onde

aproximadamente 90% dos casos ocorrem devido à desregulação imunológica

sensível à terapia glicorticoesteroidiana. Porém, 70% dos casos sofrem uma recidiva

(BAGGA A & MANTAN M, 1995). Entretanto, os benefícios terapêuticos estão

associados a efeitos colaterais significativos, como retardo mental, obesidade,

hirsutismo, catarata, embora os efeitos neuropsicológicos sejam frequentemente

depreciados. Poucos estudos contendo uma pequena amostra têm elucidado esta

complicação em nefróticos (HALL AS,2003; SOLIDAY E,1999; MEHTA M,1995),

preponderando assim uma escassez literária concernente ao referido tema entre

diferentes subgrupos de pacientes submetidos a tratamento esteroidal durante

períodos variáveis de tempo.

Em artigo publicado pela Universidade de Oxford, em 2010, o objetivo era

diferenciar e quantificar as dimensões das referidas anormalidades comportamentais

em três subgrupos [primeiro ataque, poucas recidivas (<2 em um período de 6

meses e < 4 em um período de 12 meses) e recidivas frequentes ( 2 ou mais crises

em 6 meses ou 4 ou mais crises em 12 meses] ou córtico-dependentes (> ou =2

recidivas após regime alternante ou ainda dentro de 14 dias de sua cessação) , além

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da elucidar a íntima relação entre dose-efeito no âmbito comportamental individual.

As crianças foram submetidas a terapia com prednisona e posteriormente avaliadas.

Em todas as faixas etárias, o estudo encontrou claras evidências a respeito

das mudanças em todas as dimensões comportamentais avaliadas, e cuja extensão

é amplamente determinada pela duração e persistência da patologia e do

tratamento. Queixas somáticas e isolamento social mostraram-se comuns no

momento do diagnóstico ou início do tratamento, ocasionados pela doença ainda

não tratada, em sua singularidade. Após completar o primeiro ano da terapêutica, os

distúrbios pioraram significativamente, com destaque para o aumento da labilidade

emocional e agressividade, em especial naquelas crianças com a síndrome córtico-

dependente e recidivantes crônicas (MISHRA OP, 2011).

O Child Behavior Checklist (CBCL) usado no referido estudo, é uma

ferramenta validada e amplamente utilizada para esse propósito, demonstrando

excelente reprodutibilidade e universalidade. Hall et al. encontraram um significativo

aumento em anormalidades comportamentais, principalmente no que concerne ao

comportamento agressivo e ao déficit de atenção, encontrado em 12 crianças

submetidas ao tratamento esteroidal (HALL AS,2003). Soliday et al. encontraram

escores anormais de ansiedade, depressão e comportamento agressivo em cinco de

sete crianças com SNI. Mehta et al. observaram traços depressivos, ansiosos ou

hiperativos, queixas somáticas, isolamento social e pobreza no rendimento escolar

em 10% das 70 crianças estudadas. Garotos tenderam a ser mais hiperativos e

agressivos.

Receptores esteroidais estão localizados perpassando toda a região

hipocampal e amigdaliana, aréas intrinsecamente envolvidas na regulação de

comportamento, memória e temperamento. Altos níveis de exposição aos

corticoesteróides deixam os neurônios hipocampais mais vulneráveis a uma

variedade de distúrbios metabólicos. A dose cumulativa de prednisona mostrou-se

como grande preditora de anormalidades comportamentais nos diversos âmbitos,

destacando a agressividade. Crianças com SNI podem estar particularemente

sauscetíveis aos efeitos colaterais esteroidais devido ao aumento de níveis séricos

de prednisona durante o período de hipoalbuminemia (SOLIDAY E, 1999).

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Porém, convém ressaltar a importância de outros mecanismos que poderiam

também estar envolvidos, como a reação psicológica da criança a uma condição

patológica crônica, envolvendo a necessidade de medicação contínua, a

monitorização ponderal e da proteinúria e o contato frequente com profissionais da

saúde e a coleta regular de sangue. Além disso, crianças entre 6-15 anos sentem-se

incomodadas com a contínua preocupação de seus genitores concernentes à sua

enfermidade. Eles costumam supervalorizar a doença e a consequência direta

geralmente implica na interrupção das atividades escolares e cotidianas (HALL AS,

2003; STUART FA, 2005). Com o passar do tempo, as crianças se conscientizam de

suas alterações físicas, incluindo o inevitável aspecto ´´cushingóide´´ e reduzem as

suas atividades, o que modifica as interações sociais. Assim, uma abordagem

multifatorial deve ser destinada às alterações referidas, não limitadas em seu âmbito

único à terapêutica empregada e sua dose.

Esses estudos acrescentaram uma importante perspectiva na discussão que

concerne à terapêutica mais adequada em crianças com SN. A significativa

alteração no âmbito comportamental infantil induzida por uso de altas doses de

prednisona e outras mudanças percebidas em pacientes com manutenção do

tratamento esteroidal a longo prazo argumentam a favor de busca de novas

alternativas terapêuticas ao se tratar de indivíduos constantemente recidivados.

Assim, a monitorização comportamental deve ser efetivada precocemente no curso

da terapia e parentes devem ser aconselhados e conscientizados, a fim de auxiliar

na adaptação e na promoção de qualidade de vida adequada aos seus

descendentes.

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34

I. NORMAS PARA PUBLICAÇÃO

Pediatric Nephrology

1- General

Pediatric Nephrology will consider the publication of original manuscripts

dealing with clinical investigation of relevance to the broad field of pediatric

nephrology. However, we are no longer able to consider manuscripts of only regional

interest. Pediatric Nephrology is a clinical journal and pure basic science papers will

no longer be considered. Letters to the editor are considered if they refer to a

manuscript published by the Journal. Brief reports are considered, but we no longer

publish novel mutations of well characterized genes without a novel phenotype.

The journal publishes Teaching Reviews with self-assessment questions that

are of broader scope than traditional reviews.

The journal also reviews important new developments or controversial issues

in the field through invited contributions from recognized authorities.

All manuscripts are subject to peer review.

2. Legal requirements

All manuscripts must be contributed solely to Pediatric Nephrology and not be

under consideration for publication elsewhere. All studies must be documented

completely by reference to the literature and a thorough description of the

experimental methods. Substantive portions of any manuscript must not have been

published elsewhere except in abstract form.

Authors wishing to include figures or text passages that have already been

published elsewhere are required to obtain permission from the copyright owner(s)

and to include evidence that such permission has been granted when submitting their

papers. Any material received without such evidence will be assumed to originate

from the authors.

The signatures of all contributing authors are required on the Consent of

Authorship form and should accompany each submission. The Consent of

Authorship form is available below.

Consent of Authorship form (pdf, 208 kB)

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35

Manuscripts submitted for publication must contain a statement to the effect

that all human studies have been approved by the appropriate ethics committee and

have therefore been performed in accordance with the ethical standards laid down in

the 1964 Declaration of Helsinki. It should also be stated clearly in the text that all

persons gave their informed consent prior to their inclusion in the study. Details that

might disclose the identity of the subjects under study should be omitted. Masking of

the eye region is not considered adequate protection.

Studies involving animals must have the approval of the animal ethics

committee of the institution and be conducted in accordance with standards such as

the NIH Guide to the Care and Use of Laboratory Animals. The manuscript should

contain a statement to this effect.

3- Editorial procedure

Manuscripts must be written in English. Authors are urged to seek assistance

if they are not writing in their native language. Pediatric Nephrology is a signatory

journal to the “Uniform Requirements for Manuscripts submitted to Biomedical

Journals” issued by the International Committee for Medical Journal Editors

(http://www.icmje.org).

Rapid communications of high scientific importance are accepted for

accelerated review and publication. Clear concise reporting is highly desirable. A

manuscript not accepted as a Rapid communication may be considered for

publication as an original article.

Original articles should contain no more than 8 printed journal pages (One

journal page is equivalent to 3 double-spaced, typed pages, Arial 12 font), no more

than 12 authors (unless it is a multicenter study, then all author affiliations will be

available in a footnote or online), less than 50 references and less than 8 tables and

figures.

Brief reports of no more than 1500 words pertaining to clinical topics will be

considered for publication. These submissions should have no more than 6 authors

and be organized and prepared in the same manner as a full-length manuscript. A

brief report but should cite no more than 15 references and contain no more than one

figure or table.

Editorial commentaries provide information and discussion on new findings

and current questions. Editorial Commentaries generally span 3–5 printed pages

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE€¦ · A síndrome nefrótica é uma entidade clínica caracterizada principalmente por proteinúria decorrente de aumento da permeabilidade e consequente

36

including possible figures and a list of approximately 20 key references. However,

exceptions will be considered.

Reviews provide a comprehensive overview of state-of-the-art knowledge in a

defined area and emphasize new questions, conceptions and future research

directions. Subheadings in the text are encouraged. Reviews are generally limited to

8 printed pages, including figures, tables and references. References should not

normally exceed 50.

Educational reviews are of broader scope than traditional reviews. They

should limited to 8 printed pages, including figures, tables and references.

Subheadings in the text are encouraged. References would not normally exceed 50.

They should also contain 5 multiple choice questions with answers.

Letters to the editors must be brief as possible not more than one printed

page. It should begin with the reason for writing and should refer to a manuscript

previously published by the Journal. At most it should have 2 authors and 3

references. It should not have a figure.

A Clinical Quiz will provide the quiz and the answer separately. It should be

limited to 3 to 4 printed pages in total.

4- Manuscript preparation

Manuscripts should be arranged in the following order: Title page, abstract,

key words, introduction, methods, results, discussion, acknowledgements,

references, tables, figure legends, figures.

To help you prepare your manuscript, Springer offers a template that can be

used with Winword 7 (Windows 95), 97, 2000 and Word for Macintosh. The template

is available via browser at ftp://ftp.springer.de/pub/Word/journals

4.1Title page

The title should not exceed 90 characters and should not contain

abbreviations. At the discretion of the editors, an exception to this rule may be

granted, in which case the abbreviation must be defined in the first sentence of the

abstract. The title page should contain the full names of all authors and complete

contact information of the corresponding author.

4.2 Abstract

An abstract of no more than 200 words in length should accompany each

manuscript. It should be divided into the following categories:

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37

Background ; Methods; Results; Conclusions.

For Brief reports the abstract should contain the following categories:

Background

Case-Diagnosis/Treatment

Conclusions

It must be acceptable for use without revision by abstracting journals.

4.3 Keywords

Five to seven key words, preferably terms not used in the title, should be

supplied following the abstract.

4.4 Length of paper

Concise reporting is encouraged.

4.5 Abbreviations, nomenclature, and symbols

Abbreviations should be defined at first mention in the abstract and again in

the main body of the text and used consistently thereafter. Abbreviations should be

strictly limited to those in common usage. Generic names should be indicated for all

drugs; use of the proprietary name is permissible only when the generic name has

been used first.

4.6 Measurement units

Laboratory values should be described in metric mass units. The international

system of units (SI units) can be provided in parentheses immediately after metric

units.

4.7 Footnotes

Footnotes to the text are numbered consecutively; those to tables should be

indicated by superscript lowercase letters (or asterisks for significance values and

other stylistic data).

4.8 References

References should be numbered consecutively in order of their appearance in

the text and listed in numerical order. Journal titles should be abbreviated according

to the Index Medicus.

The list of references should only include works that are cited in the text and

that have been published or accepted for publication (“in press”). Personal

communications or unpublished data cannot be included in the reference list, but

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38

they should be mentioned in the text in parentheses including a date. Permission

must be submitted when citing a personal communication.

References with correct punctuation should be styled as follows:

Journals:

Halevy R, Smolkin V, Bykov S, Chervinsky L, Sakran W, Koren A (2004)

Power Doppler ultrasonography in the diagnosis of acute childhood pyelonephritis.

Pediatr Nephrol 19:987-991

Books:

Though there are exceptions, citing book chapters is discouraged.

Grindley MF (1968) Manual of histologic and special staining techniques, 2nd

edn. Blakiston, New York, pp 47-48

A paper published online but not (yet) in print can be cited using the Digital

Object Identifier (DOI). The DOI should be added at the end of the reference in

question.

Example: Davin JC, Merkus MP (2004) Levamisole in steroid-sensitive

nephrotic syndrome of childhood: the lost paradise? Pediatr Nephrol DOI

10.1007/s00467-004-1615-9

4.9 Illustrations and tables

All figures and tables should be cited in the text and each numbered

consecutively throughout. Lowercase letters should be used to identify figure parts. If

illustrations are supplied with uppercase labeling, lowercase letters will still be used

in the figure legends and citations. Lettering should be large enough to withstand any

reduction necessary to conform to the journal format. Figures will be adjusted to

match either column width (8.6 cm) or page width (17.6 cm) or to be 13.1 cm in width

with the legend at the side. The maximum length is 23.6 cm including legend.

The preferred figure formats are EPS for vector graphics exported from a

drawing program and TIFF for halftone illustrations. EPS files must always contain a

preview in TIFF of the figure. The file name (one file for each figure) should include

the figure numbers. Legends should not be included in the figure file.

Resolution: Scanned line drawings should be digitized with a minimum

resolution of 800 dpi relative to the final figure size. For digital halftones, 300 dpi is

usually sufficient.

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39

Color illustrations: Store color illustrations as RGB (8 bits per channel) in TIFF

format.

Vector graphics: Fonts used in the vector graphic must be included. Please do

not draw with hairlines. The minimum line width is 0.2 mm (i.e., 0.567pt) relative to

the final size.

Figure legends

Figure legends should be written on a separate page and should not be

included in the figure file. They must be brief, include any magnifications and not

repeat information given in the text.

Tables

Tables should have a title and a legend explaining any abbreviation used in

that table. Footnotes to tables should be indicated by superscript lowercase letters

(or asterisks for significance values and other statistical data).

Color illustrations

Color illustrations are accepted and are free of charge.

5. Submission

All manuscripts must be submitted online. You may log directly onto the

EditorialManager-site at the Link below and upload your manuscript following the on-

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EditorialManager

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reviewing and overall publication times. All manuscripts are subject to copy editing.

Assistance is available from the Pediatric Nephrology editorial offices:

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Linda Bridges-Halcomb, Managing Editor

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University of Texas Southwestern Medical Center

5323 Harry Hines Boulevard

Dallas, TX 75390-9063, USA

e-mail: [email protected]

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Lesley Rees, MD., Co editor

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40

Joseph Laycock, Managing Editor

Renal Office, Department of Nephrology

Gt Ormond St Hospital for Children NHS Trust

London WC1N 3JH, UK

e-mail: [email protected]

Tel +44-20-7905-2695

Fax +44-20-7905-2133

6. Open Choice Publication

In addition to the normal publication process (whereby an article is submitted

to the journal and access to that article is granted to customers who have purchased

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Open Choice, whereby articles receive all the benefits of a regular subscription-

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7. Proofreading

Authors should make their proof corrections on a printout of the pdf file

supplied, checking that the text is complete and that all tables and figures have been

included. After online publication, further changes can only be made in the form of an

Erratum, which will be hyperlinked to the article. The author is entitled to formal

corrections only. Substantial changes in content, e.g. new results, corrected values,

title and authorship are not allowed without approval of the responsible editor.

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41

II. ARTIGO ORIGINAL

Pediatric Nephrology

A síndrome nefrótica e sua repercussão no âmbito

comportamental infantil.

A síndrome nefrótica e sua repercussão no âmbito comportamental infantil.

Fernanda de A. A. Grossl1, Marco A. V. Oliveira2.

1. Acadêmica de Medicina da Universidade Federal de Sergipe

2.Professor Assistente do Departamento de Medicina da Universidade Federal

de Sergipe CNPq Lattes Marco

Endereço para correspondência: [email protected]

[email protected]

Fernanda de A. Amaral Grossl

Rua Pedro Mandarino, 350, Condomínio Mar Mediterrâneo, Edifício Creta apt.

104. CEP: 49035-630, Bairro Coroa do Meio, Aracaju -SE.

Telefone: (79) 8839-8430 / (82) 9669- 2100.

Instituição: Universidade Federal de Sergipe – Aracaju-SE

Declaração de conflito de interesse: “Nada a declarar”

Número total de palavras do texto: tem que ser até 24 páginas em espaço

duplo

Número total de palavras do resumo: 200

Número total de Tabelas/ Figuras: até 8

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42

1. RESUMO

Introdução: A síndrome nefrótica (SN) tem sido associada a alterações

comportamentais. Esse estudo objetivou avaliar primariamente a frequência de

alterações comportamentais em crianças com síndrome nefrótica e secundariamente

analisar os diversos fatores associados às mesmas, concernentes ou não ao seu

espectro clínico. Métodos: Foi realizado um estudo transversal analítico, no qual

foram incluídos pacientes com idade entre 4 a 18 anos incompletos, internados e/ou

atendidos a nível ambulatorial, diagnosticados com síndrome Nefrótica e dois grupos

compostos por crianças com anemia falciforme e crianças sem enfermidade crônica,

mediante aplicação de um questionário denominado CBCL 4-18(Child Behavior

Checklist/4-18 anos) aos seus cuidadores no período de outubro de 2012 a maio de

2013. Resultados: Ao comparar os três grupos, os pacientes com síndrome

nefrótica obtiveram maior prevalência de ansiedade/depressão (p=0,0001) e

problemas de pensamento (p=0,01); enquanto aqueles com anemia falciforme

obtiveram maiores índices de queixas somáticas (p=0,004) e isolamento social

(p=0,002). Todavia, a significância de tais achados se consolidou em decorrência da

disparidade de médias ao comparar pareadamente indivíduos sem doença crônica

com cada grupo doente respectivamente; fato esse que não foi observado ao

comparar da mesma forma os dois grupos doentes entre si. Conclusões: A doença

crônica constitui por si, uma forte ingerência no âmbito comportamental e a

síndrome nefrótica, por se configurar como tal, necessita de uma maior atenção no

sentido de se atenuar seus efeitos na qualidade de vida do enfermo.

Palavras-chave: comportamento infantil; síndrome nefrótica

corticoesteróides; doença crônica e comportamento.

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2. ABSTRACT

Background: The nephrotic syndrome (NS) has been linked to behavioral

changes, whether due to therapy with corticosteroids or inherent to its chronicity. This

study was undertaken to investigate behavioral changes in children with NS and its

factors associated, concerning or not to its clinical spectrum. Methods: The study

included patients aged 4-18 years, being 33 patients with NS, and two groups

consisting of 33 children with sickle cell anemia (SCA)and 37 individuals without

chronic disease. The Child Behavior Checklist/4-18 years was administered to their

caregivers. Results: When comparing all groups, patients with NS had higher

prevalence of anxiety / depression (p = 0.0001) and thought problems (p = 0.01),

while those with SCA had higher rates of somatic complaints (p = 0.004) and social

withdrawal (p = 0.002).However, the significance of these findings is strengthened

due to the disparity of means when comparing individuals without chronic disease

with each sick group respectively; this fact was not observed when comparing the

two sick groups. Conclusions: Chronic illness itself exerts a strong intervention on

behavioral scope and the NS, up becoming as such, needs more allusive

appreciation that mitigate their effects in quality of the patient life.

Keywords: Child Behavior; nephrotic syndrome, corticosteroids, chronic

disease and behavior.

3. INTRODUÇÃO

A síndrome nefrótica (SN) primária na criança caracteriza-se pela presença

de edema em graus variados; proteinúria maciça (proteinúria qualitativa com +3 e +4

no exame de urina ou proteinúria quantitativa>50mg/kg/dia); hipoalbuminemia (<

2,5g/dl) e hipercolesterolemia (> 200mg%) [1]

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A SN afeta 2-3 novas crianças por cada 100.000 e é a patologia renal mais

comum na população pediátrica após as anormalidades congênitas do trato urinário

e desordens císticas [2]. O pico de apresentação ocorre por volta dos 2 anos de

idade e 70%-80% dos casos ocorrem em crianças com menos de 6 [2-3].

Em crianças, a SN idiopática ou primária representa 90% dos casos que

ocorrem antes dos 10 anos de idade e 50% dos casos que se apresentam após os

10 anos de idade. Apesar de menos frequentes, a avaliação inicial deve afastar a

presença de causas secundárias como doenças sistêmicas, infecções, neoplasias e

medicamentos [4] A maioria das crianças acometidas tem de um a seis anos de

idade apresenta remissão da proteinúria pelo tratamento com corticoesteróide.

Assim, a síndrome nefrótica em criança é classificada como sensível ou

resistente ao esteróide [5]. A sensibilidade ao esteróide é mais frequentemente

associada com lesões mínimas histológicas e detém um prognóstico mais favorável,

enquanto os resistentes à terapêutica estão frequentemente associados a

glomeruloesclerose segmentar focal (GESF) e a um grande risco de progressão à

doença renal crônica terminal[6]. Aproximadamente 80 % das crianças têm GESF na

biópsia renal, enquanto o restante apresenta lesões mínimas ou proliferação

mesangial nos estágios iniciais [7]. Nesses casos de resistência, a terapia atual com

inibidores de calcineurina [8], micofenolato mofetil [9,10] e rituximab [10,11] pode

induzir remissão completa ou parcial em 25-50% dos casos, mas seus riscos devem

ser considerados [7]. Alguns pacientes sensíveis aos esteróides podem desenvolver

resistência posteriormente e são frequentemente tratados com medicações

imunossupressoras tóxicas [12].

A biópsia renal, usualmente, não é realizada nos pacientes que respondem ao

tratamento e sua indicação está limitada aos seguintes casos:

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• Presença da SN no primeiro ano de vida;

• Resistência ao tratamento com corticosteróide;

• Associação da SN com insuficiência renal e/ou hipertensão arterial [13]

Paralelamente aos sintomas físicos da patologia explicitada em questão, a

doença crônica infantil pode ser vista como um estressor complexo, em que se

somam as hospitalizações, as vivências de dor, as manipulações médicas, os

remédios, as restrições em algumas atividades e temores[14]. A hospitalização pode

ter consequências imediatas para algumas crianças, como o aparecimento de

comportamentos agressivos, pesadelos, mudanças na conduta, medo de separar-se

de seus pais [15]. Assim, torna-se primordial ao profissional assistente, baseado no

modelo biopsicossocial de saúde, salientar a profunda repercussão da doença no

bem-estar mental, social e emocional da mesma em sua magnitude [16].

Alicerçado a esse fato, estudos foram efetivados demonstrando que a

terapêutica da doença, essencialmente pelo uso de corticoesteróides, pode acarretar

consigo uma série de efeitos adversos no âmbito comportamental, que serão

posteriormente debatidos. Uma potencial relação da dose cumulativa de prednisona

e comportamentos individuais também tem sido estudada [17]. Na esfera clínica,

atenuar o tratamento prolongado com corticoesteróides deve constituir uma meta

constante no seguimento de crianças com SN [18].

Assim, deve-se salientar a importância expressiva da análise comportamental,

emocional e social das crianças acometidas, considerando a gama de fatores

determinantes de sua alteração, visando melhorias na atuação do médico como

agente de promoção do bem-estar geral da criança.

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4- MÉTODOS:

Efetivou-se um estudo transversal observacional analítico, em que foi

analisado um grupo com 33 crianças ou adolescentes com idade compreendida

entre 4 e 18 anos incompletos de forma consecutiva, com diagnóstico clínico de

síndrome nefrótica (nessa pesquisa denominada grupo G1) e que fossem

acompanhadas no ambulatório de Nefrologia Pediátrica do Hospital Universitário da

Universidade Federal de Sergipe ou que estivessem internados no mesmo período,

e cujo responsável legal aceitou participar da pesquisa através do preenchimento do

termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (Anexo A), abrangendo o período

entre novembro de 2012 e junho de 2013. Para análise um pouco mais objetiva,

ainda que considerada a subjetividade do tema, os respectivos cuidadores das

crianças acometidas foram submetidos a 120 itens do questionário CBCL 4-18 [Child

Behavior Checklist 4-18] (Anexo C). O questionário remete a um ou mais problemas

comportamentais da criança nos últimos 6 meses, analisando os seguintes domínios

psicossomáticos: Isolamento, Queixas Somáticas, Ansiedade/Depressão, Problemas

Sociais, Problemas de Pensamento, Problemas de Atenção, Comportamento

Delinquente e Comportamento Agressivo. O cuidador (a) assinalou 2, se aquele

comportamento fosse muito frequente no seu filho, 1, se o mesmo ocorresse

algumas vezes e 0, se nunca ocorresse. Outro questionário constituído por questões

relacionadas ao âmbito demográfico-social e à síndrome nefrótica também foi

aplicado ( Anexo B).

A fim de obter melhor acurácia à investigação em questão, sugeriu-se o

estudo de mais dois grupos-controle. Um deles foi composto por 33 crianças

portadoras de anemia falciforme (nesse estudo, denominado G2), escolha justificada

pela cronicidade da doença e à inaplicabilidade do uso de corticoesteróides para seu

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controle, valorizando ou subestimando a influência de ambas como fator de risco

primordial ao comportamento patológico. O outro grupo consistiu em amostra com

37 crianças desprovidas de enfermidade crônica (nesse estudo denominado G3),

avaliando assim a importância dos critérios sócio-demográficos como fundamentais

ou não na aquisição das alterações psíquicas. Foram exclusos: crianças e

adolescentes com transtorno psiquiátrico ou doença neurológica de

comprometimento mental ou com outras doenças crônicas que possam influenciar

substancialmente no comportamento infantil.

4.3.1: VARIÁVEL ESTUDADA

A- DIAGNÓSTICO:

Os indivíduos foram divididos primordialmente segundo o diagnóstico clínico

em: pacientes portadores de SN (grupo em estudo– G1); pacientes portadores de

anemia falciforme (grupo-controle_ G2) e indivíduos sem doença crônica (grupo-

controle_ G3).

4.3.2- CO-VARIÁVEIS ESTUDADAS:

Para caracterização dos grupos componentes da amostra previamente

classificada conforme diagnóstico clínico, utilizamos algumas co-variáveis, como:

gênero, idade, cor (caucasiana e não-caucasiana), profissão da mãe e do pai,

escolaridade e renda familiar; os quatro últimos, segundo critérios do IBGE. O

informante também foi categorizado como: mãe, pai e outro.

Concernente ao âmbito afetivo familiar, distinguimos a amostra quanto à

composição do núcleo familiar residente com a criança\adolescente (pai e mãe,

apenas pai, apenas mãe e outra), quanto à relação familiar parental (ótima, boa,

regular e ruim), ao número de filhos da mãe, e quanto à oferta ou não de suporte

afetivo à criança por seus parentes.

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Os aspectos clínicos da SN foram caracterizados em: tempo de doença em

anos, uso ou não atual de corticoesteróides, efetivação ou não de biópsia renal e

número de internações (nenhuma; entre 1-4; 5-9; 10-20;>20 internações).

Os oito domínios do CBCL (isolamento social, queixas somáticas,

ansiedade/depressão, problemas sociais, problemas de pensamento, problemas de

atenção, comportamento delinquente e comportamento agressivo) foram analisados

mediante a soma dos escores brutos obtidos nos itens do questionário referentes à

cada domínio, comparando os três grupos citados. A totalidade de escores de cada

um dos domínios pode ser assim reproduzida: isolamento social-18 pontos; queixas

somáticas-18 pontos; ansiedade/depressão-28 pontos; problemas sociais-16 pontos;

problemas de pensamento-14 pontos; problemas de atenção-22 pontos;

comportamento delinquente-26 pontos e comportamento agressivo-40 pontos.

Para avaliar a influência ou efeito do diagnóstico na composição dos diversos

domínios comportamentais, levando em conta o ajuste para idade e sexo, uma vez

que existiam diferenças entre as médias de idade do diagnóstico e da distribuição da

frequência de masculino e feminino, optou-se por utilizar um modelo linear geral,

considerando como variável resposta-dependente os domínios, como fator o

diagnóstico e como co-variáveis idade e gênero.

4.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Após a coleta das informações, os dados foram armazenados em planilhas do

programa SPSS versão 17.0 para WindowsR. Na seqüência, eles foram analisados

através do programa SPSS para WindowsR versão 17.0.

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49

As variáveis numéricas ou quantitativas foram descritas como médias e

desvio padrão ou mediana e quartis, conforme a conveniência. As variáveis

categóricas foram sumarizadas como frequências simples e relativas.

A comparação das variáveis quantitativas foi feita mediante o teste t de

Student para amostras independentes, enquanto para avaliar a associação das

variáveis categóricas utilizou-se o teste qui-quadrado ou exato de Fisher, quando

mais adequado. Os pressupostos de normalidade foram avaliados por meio do teste

de Kolmogorov-Smirnov. O nível de significância adotado foi de 0,05 e os testes de

hipótese bicaudais.

Para comparação entre os três grupos, realizou-se análise de variância

(ANNOVA) com pós-teste de Tukey. Na análise descritiva, foi utilizado o blogspot

com o eixo vertical representando o escore obtido em cada domínio comportamental

e o eixo horizontal representando os grupos em estudo.

3.5 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

A pesquisa utilizou os dados obtidos mediante submissão ao questionário

CBCL (Child Behavior Checklist), em que os cuidadores(a) responderam a 120 itens

nele contidos, concernente às atitudes comportamentais de seu filho (a). Esse

trabalho não acarretou riscos, nem gastos adicionais aos sujeitos, tampouco

qualquer penalidade ou interrupção da assistência ao paciente. Além disso, o

anonimato do paciente foi respeitado. O projeto foi submetido à apreciação pela

Plataforma Brasil, com número de aprovação CAAE (Certificado de Apresentação

para Apreciação Ética): 08277412.6.0000.0058. Os pais de todas as crianças

incluídas no estudo assinaram o TCLE, autorizando participação dessas na

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pesquisa. Além disso, o termo de consentimento foi requerido para os adolescentes

com idade superior a 14 anos.

4. RESULTADOS

A amostra constituiu-se de 103 pacientes, dos quais 68(66%) eram do gênero

masculino (Tabela 2). A idade variou de 4-18 anos, obtendo-se média de 9,4±4,0.

Em sua composição, selecionaram-se 33 crianças para G1 (32%), 33 crianças para

G2 (32%) e 37 crianças para G3. Referente à profissão materna, apenas 9,8% das

mães atuavam em profissão qualificada, enquanto 38,2% exerciam profissão não-

qualificada e 52% não trabalhavam. A renda familiar divergiu de forma que 85,3%

das famílias possuíam até 3 salários mínimos (Tabela 1), contrapondo 9,8% de

famílias com 3-5 salários mínimos e apenas 4,9% com 5-10 salários mínimos. A mãe

foi a principal informante, constituindo 78,4% dos casos; em detrimento de 18,5% e

apenas 2% em que outro informante (avó, tia e prima) e o pai se apresentaram como

tal, respectivamente.

Reminiscente à esfera afetiva familiar, constatou-se que 53 famílias

continham núcleo familiar tradicional (Tabela 1), 41,7% eram compostas apenas por

mãe, 4,9% apenas por pai e 1,9% divergiam das formas anteriores. Além disso, 67%

dos informantes referiram suporte afetivo à criança por todos os membros do núcleo

familiar. A relação familiar foi considerada ótima em 46,6% dos casos, boa, regular e

ruim em 31,1%, 18,4% e 4% da amostra, respectivamente (Tabela 1).

Alusivo aos aspectos clínicos da doença, os indivíduos de G1 e G2 obtiveram

uma média de tempo de doença em torno de 4(DP±2) e 4(DP±3), respectivamente.

Apenas 3,1% das crianças de G2 e 12,1% das crianças de G1 nunca se internaram,

respectivamente, contrariando 69,4% das crianças de G3. Aproximadamente 69,7%

das crianças de G1 se internaram até 5 vezes, enquanto 28,1% e 30,6% de G2 e G3

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expuseram a mesma característica. Um valor de 5-10 internações esteve presente

em 18,2% e 15,6% da amostra de G1 e G2, respectivamente; uma quantia de 10-20

internações se fez presente em 21,9% de G2 enquanto 31,3% desse mesmo grupo

vivenciou mais que 20 internações hospitalares. O uso atual de CE nas crianças

com SN abrangeu 93,9% das respostas, em contraposição á biópsia renal, presente

em apenas 21,7% das crianças acometidas.

Observou-se influência da idade (p<0,0001) na composição dos domínios:

isolamento social e comportamento agressivo; enquanto o diagnóstico (p=0,001)

exerceu ação semelhante nos quesitos: Ansiedade e Depressão, problemas de

pensamento e Comportamento agressivo. O gênero não exerceu intervenção

significativa em nenhum campo.

A amostra apresentou uma maior expressividade nas esferas

comportamentais: comportamento agressivo (10,9±7,5), seguida de

Ansiedade/Depressão (6,7±3,9) contrapondo a ínfima expressão em: Problemas de

Pensamento (1,1±1,6).

Assim, percebe-se a maior prevalência (p<0,05) de isolamento social e

queixas somáticas em G2, comparativamente à G1 e G3. Por outro lado, a SN

apresentou maior frequência (p<0,05) no que concerne aos âmbitos:

ansiedade/depressão e problemas de pensamento em detrimento daquela

encontrada nos dois grupos-controles (Tabela 2).

A amostra total apresentou uma maior expressividade nas esferas

comportamentais: Comportamento Agressivo (10,9±7,5), seguida de

Ansiedade/Depressão (6,7 ±3,9), contrapondo a ínfima expressão em Problemas de

Pensamento (Média: 1,1 com DP±1,6).

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Assim, percebe-se a maior prevalência (p<0,05) de Isolamento social e

Queixas Somáticas em G2, comparativamente à G1 e G3. Por outro lado, a SN

apresentou maior frequência (p<0,05) no que concerne aos âmbitos:

ansiedade/depressão e problemas de pensamento em detrimento daquela

encontrada nos dois grupos-controles (Tabela 2).

Ao comparar de forma pareada G2 com G3, verificou-se maior ocorrência de

queixas somáticas (diferença de médias dos escores= 2,076 com p=0,008), maior

presença de comportamentos indicativos de isolamento social (Diferença de média

dos escores= 1,442 com p= 0,021) e de ansiedade/depressão (Diferença de média

dos escores=2,478 com p=0,015) em G2.(Tabela 2)

Em contrapartida, G1 mostrou maior prevalência em relação a G3, de

alterações comportamentais correspondentes aos domínios: ansiedade/ depressão

(Diferença de média dos escores=3,132 com p=0,015) e problemas de pensamento

(Diferença de média dos escores=1,231 e p=0,002). Não houve diferença entre G1 e

G2 referente à média de escores brutos em quaisquer domínios (Tabela 2).

5. DISCUSSÃO

Ao comparar os três grupos, observou-se em G1, uma maior média

significativa de escores brutos relacionados às seguintes esferas comportamentais:

ansiedade/ depressão e problemas de pensamento. Ao efetivar o método

comparativo pareado, essa superioridade de G1, concernente a ocorrência de

eventos comportamentais adversos referentes aos itens acima expressos, obteve

significância quando comparado ao G3.

Corroborando esse resultado, ainda que parcialmente, um estudo realizado

na Índia comparando o comportamento das crianças componentes das diversas

categorias clínicas da SN entre si e com um grupo-controle de crianças saudáveis,

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mostrou que as crianças acometidas, independente do espectro clínico da doença,

apresentaram médias mais elevadas nos escores referentes a todos os domínios do

CBCL, em comparação ao grupo-controle, de maneira diretamente proporcional à

dose cumulativa de prednisona [17].

Outro estudo comparativo entre crianças com SN e o grupo controle divergiu

no que se refere aos campos comportamentais, prevalecendo queixas somáticas e

isolamento social nos indivíduos do primeiro grupo, mas a mesma conclusão não se

aplicou às esferas ansiedade/depressão ou problemas externos [19]

Por outro lado, G2 apresentou maior média de escore bruto, comparada à dos

outros dois grupos, concernente aos itens: queixas somáticas e isolamento social.

Porém, ao destrinchar essa análise geral para a pareada, observou-se novamente

que a significância dessas alterações se consolidou durante a comparação com o

grupo G3, adicionada à maior média obtida no item ansiedade/depressão quando

comparada isoladamente com G3.

Um estudo efetivado no Brasil, em 2011, mostrou alta frequência de

comportamentos depressivos nas crianças com anemia falciforme [20]. Em 1976,

Kumar et al. compararam um grupo de crianças portadoras de anemia falciforme e

outro sem doenças crônicas, descobrindo que o primeiro grupo apresentava mais

comportamentos de esquiva social e menores índices de autoconceito do que o

grupo controle [21].

Antes da análise comparativa pareada entre crianças do G1 e do G2, devem-

se estabelecer primeiramente suas diferenças, reminiscentes aos seus respectivos

espectros clínicos. A SN se caracteriza por menor número de internações que a AF,

porém se caracteriza por sua terapêutica corticoesteroidiana. Assim, convém

ressaltar o seu efeito comportamental, explicitado em um estudo realizado no Egito

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em crianças com SN, demonstrando significativos problemas de ansiedade,

depressão e aumento da agressividade em todas as crianças com SN durante altas

doses de Corticoesteróides [22]. Outro estudo, agora efetivado em crianças com

doença inflamatória intestinal, investigou os efeitos nocivos agudos dos

corticoesteróides na memória, nas funções executivas, emocionais e

comportamentais [23]. Por outro lado, desde cedo, os portadores de AF já sofrem

com os efeitos das crises álgicas, infecções e outras urgências significativas, que,

invariavelmente, aumentam o número de hospitalizações e diminuem as horas

dispensadas à escola e às demais atividades produtivas [24-27].

Estabelecidas as divergências, o método comparativo pareado demonstrou

que G1 e G2 não diferiam entre si significativamente do ponto de vista estatístico em

nenhum dos domínios. Assim, não se pode presumir, com base nesse estudo, a

preponderância do uso de CE na SN sobre o número de internações e maior déficit

na qualidade de vida da anemia falciforme como determinante das anormalidades

comportamentais ou vice-versa.

Todavia, a SN e a anemia falciforme apresentam a cronicidade como

característica comum e as mesmas apresentaram uma superioridade na média dos

escores brutos referentes aos domínios que obtiveram significância estatística.

Assim, tal atributo deve ser relevado como importante predisponente às variantes

comportamentais.

Tal fato se consolida perante diversos achados em literatura, afirmando que

crianças portadoras de doenças crônicas sofrem com as hospitalizações,

procedimentos médicos dolorosos e com restrição de atividades cotidianas, que

podem acarretar efeitos adversos nas competências sociais e acadêmicas [28,29].

Um estudo concluiu que elevados níveis de problemas comportamentais internos e

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gerais são observados em quase todas as doenças crônicas, enquanto o tipo

específico de alteração comportamental se consolida a depender da enfermidade

em questão [30]. Afirma também que crianças doentes cronicamente são de alto

risco para problemas que afetam aprendizado, comportamento e bem-estar

emocional. Uma atenção dedicada a essas comorbidades resultará em incremento

na qualidade de vida e promoção de uma melhor aderência às recomendações

médicas e assim, aperfeiçoará o controle da doença.

Algumas limitações devem ser ressaltadas na efetivação do estudo em

questão, a considerar primeiramente a sua subjetividade, visto que sua difícil

mensuração remete unicamente à confiabilidade da informação delegada pelo

relator, passível de distorção em sua composição. Outra limitação que merece

destaque consiste na ínfima disponibilidade de tempo disposta pelos informantes

para responder aos questionários, apesar do mesmo requerer pouco mais de 10

minutos para ser respondido com a devida reflexão inerente à sua complexidade.

Convém ressaltar a heterogeneidade dos grupos referentes a algumas co-variáveis,

o que implica per si, em alterações sobremodo significativas no âmbito

comportamental. Contudo, a homogeneidade estrita poderia limitar o n

consideravelmente. A dose medicamentosa de prednisona na SN também poderia

ser investigada e imposta como categoria correlativa, entretanto, a análise de

prontuário poderia tornar-se primordial à aquisição dessa informação, visto a

dificuldade inerente à sua obtenção por parte da população menos esclarecida.

Assim, a considerar a cronicidade e a terapêutica da SN e sua consequente

repercussão no campo comportamental, um destaque mais expressivo deve ser

concedido à atenuação de seus efeitos nocivos no cotidiano da criança. A atuação

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do médico como integrante do modelo biopsicossocial torna-se essencial na

promoção do bem-estar infantil em sua magnitude.

6. CONCLUSÃO:

Esse estudo demonstrou maior prevalência de distúrbios comportamentais em

crianças acometidas por alguma enfermidade crônica, quando comparadas aos

indivíduos sem doença crônica. A SN se configura como tal e quer seja mediante

essa característica ou à sua terapêutica, ou ainda por seus outros aspectos

constitutivos, a criança acometida mostrou-se mais ansiosa/depressiva e com mais

distúrbios de pensamento em relação à população saudável. Assim, torna-se

primordial a promoção da saúde mental pelo médico, mediante implantação de

meios de triagem para detecção de eventuais anormalidades comportamentais.

Todavia, essa atuação deve ser conjunta à família, reminiscente à compreensão da

dinâmica familiar e social em sua amplitude, a fim de melhor direcionar o diagnóstico

e a intervenção necessária ao aprimoramento da qualidade de vida dos indivíduos

acometidos.

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Figura 1: Análise comparativa dos escores de problemas de pensamento segundo diagnósticos clínicos

Figura 1: Análise comparativa dos escores de ansiedade e depressão segundo diagnósticos clínicos

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Tabela 1: Caracterização da população estudada em relação às variáveis sócio-demográficas

Variáveis G1 G2 G3 Total P

Gênero masculino (%) 60,6% 54,5% 81,1% 66% 0,047

Idade (média± desvio padrão)

9,7± 3,8 10,9± 4,6 7,8± 2,8 9,4± 4 0,002

Renda familiar<3 salários mínimos (%)

93,8% 97% 67,6% 84,5% 0,004

Reside com pai e mãe (%)

51,5% 39,4% 62,2% 51,45% 0,047

Recebe suporte afetivo dos pais (%)

78,8% 51,5% 64,9% 65% 0,067

Relação familiar ótima ou boa (%)

81,9% 75,7% 75,6% 77,8% 0,248

Tempo de doença em anos

4,1± 3,1 8,0± 4,9 * * <0,0001

Número de internações > 5

18,2% 74,8% * * <0,0001

* Os itens mencionados não se aplicam

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Tabela 2: Análise dos escores comportamentais segundo diagnóstico clínico

*G2 versus G3 (p=0,021); † G2 versus G3 (p=0,008); ‡G2 versus G3 (p=0,015)

§G1 versus G3 (p=0,001); || G1 versus G3 (p=0,002)

VARIÁVEIS

G1

G2

G3 p

Isolamento social

3,7±2,3

4,8±2,6

2,6±2,4

0.002*

Queixas somáticas

3,8±3,8

5,1±2,7

2,8±1,9

0,004†

Ansiedade/depressão

8±4,3

7,4±3,3

4,8±3,5

0,001‡§

Problemas sociais

2,3±1,9

2,3±2,0

2,1±1,9

0,775

Problemas de pensamento

1,8±2,2

0,9±1,2

0,6±1,2

0,01||

Problemas de atenção 4,5±3,5

4,6±2,9

4,4±3,3

0,981

Comportamento delinquente 2,4±2,4

2,3±1,8

3,3±3,4

0,207

Comportamento agressivo

11,9±9,0

9,9 ±6,3

10,9±7,2

0,581

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7. ANEXOS:

ANEXO A UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE – UFS

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS

DEPARTAMENTO DE MEDICINA - DME

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TÍTULO DA PESQUISA: “A síndrome nefrótica e sua repercussão no âmbito

comportamental infantil”

Essas informações estão sendo fornecidas para sua participação voluntária neste estudo, que visa avaliar à síndrome nefrótica e sua repercussão no âmbito comportamental infantil.

É garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo para o (a) senhor (a).

As informações obtidas serão analisadas em conjunto com as de outros profissionais, não sendo divulgada a sua identificação. Todo participante tem o direito de ser mantido atualizado sobre os resultados finais da pesquisa. Não haverá despesas por parte do participante em qualquer fase da pesquisa. Também não há compensação financeira relacionada à sua participação. O pesquisador tem o compromisso de utilizar os dados e o material coletado somente para esta pesquisa.

Acredito ter sido suficientemente informado(a) a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim descrevendo o estudo “A síndrome nefrótica e sua repercussão no âmbito comportamental infantil”.

Eu discuti com o médico Marco Antonio Valadares Oliveira sobre minha decisão em participar nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os seus propósitos, os procedimentos a serem realizados, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo no meu atendimento neste serviço.

Telefone de contato do pesquisador Marco Antonio Valadares Oliveira: (79) 3231-0547;

9852-6203 __________________________________ Assinatura do participante/ representante legal Data: ____/____/____ Somente para o responsável pelo projeto:

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Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido deste paciente ou representante legal para participação neste estudo. _______________________________ Assinatura do responsável pelo estudo Data: ___/___/___

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12) Exerce profissão: ( ) Qualificada (categorias 1 - 3):________

( ) Não qualificada (categorias 4 - 9):________

( ) Atualmente desempregado

Parte II: Dados pessoais:

13) Número de pessoas na habitação: ___________

14) Familiares que moram com a criança:

_____________________________________________________________________

15) Relação de parentesco com o cuidador (a): _______________

16) A criança recebe suporte afetivo de todos os membros do núcleo familiar: Sim ( ) Não ( )

17) Caso a resposta anterior seja não, de quem a criança não recebe esse apoio? Pai ( ) Mãe

( ) Irmão (a) ( ) Madrasta ( ) Padrasto ( ) Outro ( )_________

18) Os pais estão casados? Sim ( ) Não ( )

19)

Caso a resposta anterior seja não, como você considera a relação entre ambos?

Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Não sabe informar ( )

20) Como você considera a relação interpessoal entre os membros da família da criança?

Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Não sabe informar ( )

Parte III: Antecedentes materno-infantis:

21) Gestações maternas: _____ Partos: _____ Abortos: _____

22) Posição na prole: ______

23) Idade gestacional da criança ao seu nascimento (em semanas): __________

24) Peso ao nascimento (em gramas): __________

25) Comprimento ao nascimento (em cm): __________

26) Perímetro cefálico ao nascimento (em cm): __________

27) Tipo de parto: ( ) Vaginal ( ) Fórceps ( ) Cesárea ( )

Parte IV: Questionário de avaliação clínica e ambiental: 28) Quando descobriu a doença? _________________________

29) Realiza a terapia com corticoesteróides? Sim ( ) Não ( )

30) Responde bem á terapia? Sim ( ) Não ( )

31) Já foi submetido (a) a uma biópsia renal? Sim ( ) Não ( )

32) Em algum momento, a doença foi tratada e retornou? Sim ( ) Não ( )

33) Se sim, quantas vezes, isso ocorreu? 1 ( ) 2( ) 3 ( ) Mais de 3 vezes ( )