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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA LUDMILA CRUZ DOS SANTOS PIETRA ALEXIA LIMA DOS SANTOS AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA DA FRAÇÃO HEXÂNICA DA ENTRECASCA DE Maytenus rigida Mart. São Cristóvão-SE 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA

LUDMILA CRUZ DOS SANTOS

PIETRA ALEXIA LIMA DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA DA FRAÇÃO HEXÂNICA DA

ENTRECASCA DE Maytenus rigida Mart.

São Cristóvão-SE

2017

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LUDMILA CRUZ DOS SANTOS

PIETRA ALEXIA LIMA DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA DA FRAÇÃO HEXÂNICA DA

ENTRECASCA DE Maytenus rigida Mart.

São Cristóvão-SE

2017

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Departamento de Farmácia da Universidade

Federal de Sergipe, como requisito para obtenção

do título de Bacharel em Farmácia.

Área de concentração: Ciências da Saúde.

Orientador: Prof. Dr. Charles dos Santos Estevam.

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LUDMILA CRUZ DOS SANTOS

PIETRA ALEXIA LIMA DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA DA FRAÇÃO HEXÂNICA DA

ENTRECASCA DE Maytenus rigida Mart.

Data da defesa: 31/05/2017

Nota final: _____

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

Prof. Dr. Charles dos Santos Estevam

Orientador

Universidade Federal de Sergipe - UFS

___________________________________________

Prof. Dr. Samuel Bruno dos Santos

1º Examinador

Universidade Federal de Sergipe – UFS

___________________________________________

Prof. Dra. Kelly Cristina dos Santos Teixeira

2º Examinador

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Departamento de Farmácia da Universidade Federal

de Sergipe, como requisito para obtenção do título

de Bacharel em Farmácia.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos à Deus pela vida, por iluminar nosso caminho e pela capacidade que nos deu de

desenvolver este trabalho e concluir mais uma etapa de nossas vidas. O Senhor é TOP!

Aos nossos pais (José dos Santos, Marluce Cruz, Sônia Cristina, Kelber José e a avó,

Aparecida Ferreira), pelo apoio e palavras de conforto e incentivo nos momentos mais tensos.

Aos nossos familiares, e irmãos (Pablo Rodrigo, Uriel Lucas, Pablo José e Pâmela Cruz), por

acreditarem em nós e em nossos sonhos, pelo apoio e paciência, pelas conversas (muitas

vezes sem sentido) nos momentos de pausa quando a mente já não trabalhava tão bem;

obrigada por serem nossa base e porto seguro e por nos oferecerem o melhor de vocês sempre.

Amamos vocês. E tudo vira família!

Ao Prof. Dr. Charles dos Santos Estevam, pela paciência, orientação e ombro amigo, não só

durante o desenvolvimento deste trabalho, como também por todo o tempo em que nos

acolheu em seu laboratório de pesquisa durante toda a graduação (uma vida!), chegamos tão

miúdas e medrosas frente a um vasto conhecimento que hoje respeitamos e damos tanto valor.

Ao Prof. Dr. Samuel Bruno, nosso co-orientador, por sua amizade, apoio e conselhos.

Ao Prof. Dr. Antônio Santos Dias, pela amizade, puxões de orelha e ensinamentos, por ser um

exemplo para nós. Você foi singular para a nossa formação acadêmica e crescimento pessoal.

À Prof. Andréa Shan e a toda família do Laboratório de Química de Produtos naturais e

Bioquímica, pelo companheirismo e partilha do saber, cada um contribuiu muito para o nosso

aprendizado e crescimento profissional. As nossas amigas Andressa da Silva, Melina Vieira e

Karina Mota, que apesar de nossas diferenças e de estarmos em cursos diferentes, nossa

amizade foi além do laboratório e dos portões da universidade, são muitos “eitas”, mas cada

um deles vale a pena com vocês. À Clívia Rolemberg, Kelly Cristina, Clisiane Carla, que se

tornaram mais que companheiras de trabalho, cooperando quando necessário e sempre com

muita alegria a nos oferecer, vocês fazem parte disso.

Aos amigos de curso (Guilherme, Wesley, Yamaara, Ingrid e Daniely), melhor, amigos da

vida, que fizeram e THANKS GOD! ainda fazem parte do nosso dia a dia, compartilhando os

conhecimentos, dificuldades, alegrias e porque não tristezas. Nosso muito obrigada. Empatia

bateu e ficou por aqui!

Por fim a todos aqueles que de uma forma direta ou indiretamente contribuíram para que esse

momento se tornasse realidade. Muito obrigada!

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Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas

do homem foram conquistadas do que parecia impossível”

Charles Chaplin

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RESUMO

O uso de plantas medicinais para fins terapêuticos vem aumentando no decorrer do tempo, isto,

promove a inserção de novas substâncias no mercado farmacêutico para utilização em

enfermidades humanas, ressaltando aquelas causadas por microrganismos. Atualmente a saúde

pública vem enfrentando obstáculos com o aumento da resistência bacteriana agravando-se

pelas dificuldades na descoberta de novos fármacos. Maytenus rigida Mart., é uma planta

conhecida popularmente como “Bom-nome”, pertence à família Celastraceae e seu gênero,

Maytenus, é considerado pantropical. Usada na medicina popular, é empregada nos casos de

dores em geral, infecções e inflamações. Este estudo buscou identificar os principais

constituintes químicos, bem como avaliar a atividade antimicrobiana e citotóxica da fração

hexânica de M. rigida. A prospecção fitoquímica foi analisada a partir de um conjunto de

reações colorimétricas e de precipitação. Observou-se a presença de grupos de metabólitos do

tipo flavonoides e triterpenóides encontrados na fração utilizada. Para a avaliação citotóxica foi

realizado o ensaio de MTT utilizando a linhagem celular de macrófagos J774. A viabilidade

das células tratadas foi superior a 75%, demonstrando ausência de efeito citotóxico. A atividade

antimicrobiana foi avaliada por determinação dos halos de inibição através do método de

difusão em ágar Mueller-Hinton, e a concentração inibitória mínima por turvação dos caldos de

cultura. Com base nesses ensaios, verificou-se que a fração utilizada apresentou atividade

antimicrobiana para Staphylococcus aureus, Escherichia coli e Enterobacter aerogenes, com

halos de inibição de 9 mm, 14 mm e 15 mm respectivamente. Os experimentos foram feitos em

triplicata, analisados por Análise de variância (ANOVA), seguido de pós teste Tukey (p<0,05).

Assim, a fração hexânica apresentou metabólitos secundários que corroboram para um

potencial efeito à atividade antimicrobiana e biológica, além de favorecer significativamente a

viabilidade dos macrófagos J774.

Palavras-chave: Maytenus rigida Mart., atividade antimicrobiana, fração hexânica,

citotoxicidade.

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ABSTRACT

The use of medicinal plants for therapeutic purposes has been increasing over time, this,

promotes the insertion of new substance in the pharmaceutical market for the use in human

diseases, highlighting those caused by microorganisms. Currently the public health come facing

obstacles with the increase of bacterial resistance aggravated by the difficulties in discovering

new drugs. Maytenus rigida Mart., is a plant popularly known by "Bom-nome", belongs to the

Celastraceae family and its gender, Maytenus, is considered pantropical. Used in folk medicine,

is employed in cases of pain in general, infections and inflammation. This study looked for

identify the main chemical constituents, as well as evaluate the antimicrobial and cytotoxic

activity of the hexanic fraction of the specie Maytenus rígida Mart. The phytochemical

prospection was analyzed from a set of colorimetric and precipitation reactions. The presence

of groups of flavonoid and triterpenoid type metabolites found in the fraction used. For the

cytotoxic analysis the MTT assay was performed using the J774 macrophages cell line. The

viability of the treated cells was above 75%, demonstrating the absence of cytotoxic effect. The

antimicrobial activity was evaluated by determination of the inhibition halos (millimeters) by

the method of diffusion in Mueller-Hinton agar, and the minimum inhibitory concentration by

turbidity of the culture broths. Based on these test, it was verified that the fraction used showed

antimicrobial activity for Staphylococcus aureus, Escherichia coli and Enterobacter aerogenes,

with inhibition halos of 9 mm, 14 mm and 15 mm respectively. The experiments was done in

triplicate, analyzed by Analysis of Variance (ANOVA) followed by Tukey post test (p<0,05).

Thereby, the hexanic fraction, shown secondary metabolites that corroborate to a potential

effect to the antimicrobial and biologic activity, besides favoring significantly (p < 0,05) the

viability of the macrophages J774.

Keywords: Maytenus rigida Mart., antimicrobial activity, hexanic fraction, cytotoxicity.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Detecção colorimétrica de antocianinas, antocianidinas e

flavonoides................................................................................................................................4

TABELA 2. Detecção colorimétrica de leucoantocianidinas, catequinas e

flavononas.................................................................................................................................5

TABELA 3. Constituintes químicos presentes na fração hexânica da entrecasca de Maytenus

rigida Mart................................................................................................................................9

TABELA 4. Dados do Dimetilsufóxido (veículo) e da fração hexânica da entrecasca de

Maytenus rigida sobre a viabilidade celular em macrófagos

J774...........................................................................................................................................10

TABELA 5. Atividade antimicrobiana da fração hexânica da entrecasca de Maytenus rigida...

...................................................................................................................................................12

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LISTA DE ABREVIATURAS

ANOVA: Análise de Variância

BHI: Brain Heart Infusion

CHCL3: Clorofórmio

DMSO: Dimetilsufóxido

DO: Densidade ótica

EHE: Extrato hidroetanólico

ELISA: Enzyme Linked Immunosorbent Assay (Ensaio Imunoenzimático)

FHX: Fração hexânica

FeCL3: Cloreto férrico

H2SO4: Ácido sulfúrico

HCl: Ácido clorídrico

MIC: Concentração inibitória mínima

MTT: 3-(4,5-Dimethyl-2-thiazolyl)-2,5-diphenyltetrazolium Bromide (Brometo de 3-(4,5-

dimetiltiazol-2-il)2,5-diifeniltetrazólio)

Na2SO4: Sulfato de sódio

NaOH: Hidróxido de sódio

OMS: Organização Mundial da Saúde

SUS: Sistema Único de Saúde

TSB: Caldo tríptico de soja

UFS: Universidade Federal de Sergipe

VC: Viabilidade celular

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1

2. METODOLOGIA ................................................................................................................... 3

2.1. Coleta e Identificação do Material Vegetal ..................................................................... 3

2.2. Preparo do Extrato ........................................................................................................... 3

2.3. Prospecção Fitoquímica para Classes de Metabólitos Secundários ................................. 3

2.3.1. Teste para Fenóis e Taninos ................................................................................. 3

2.3.2. Teste para Antocianinas, Antocianidinas e Flavonoides ...................................... 4

2.3.3. Teste para Leucoantocianidinas, Catequinas e Flavononas.................................. 4

2.3.4. Teste para Esteroides e Triterpenoides (Liebermann-Buchard) ........................... 5

2.3.5. Teste para Saponinas ............................................................................................ 5

2.3.6. Teste para Alcaloides............................................................................................ 6

2.4. Análise de Citotoxicidade ................................................................................................ 6

2.4.1. Viabilidade Celular de Macrófagos J774 ............................................................. 6

2.5. Atividade Antimicrobiana ................................................................................................ 7

2.5.1. Teste de Difusão em Ágar .................................................................................... 7

2.5.2. Concentração Inibitória Mínima (MIC) ............................................................... 8

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................... 8

3.1. Prospecção Fitoquímica ................................................................................................... 8

3.2. Análise de Citotoxicidade .............................................................................................. 10

3.3. Atividade Antimicrobiana .............................................................................................. 11

4. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 13

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 14

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1. INTRODUÇÃO

O uso de plantas medicinais, na maioria das vezes é o principal recurso terapêutico para

algumas comunidades. A utilização de plantas com a finalidade de obtenção da cura e

tratamento de diversas doenças remete aos tempos mais remotos, e permanece até o presente.

A procura por substâncias bioativas tem tido destaque nas instituições de pesquisa brasileiras

tendo em vista que o Brasil dispõe de uma ampla biodiversidade em sua flora, contando com

cerca de 13% da diversidade florística global (SILVA; DUARTE; VIEIRA, 2014).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define planta medicinal como sendo todo e

qualquer vegetal, que possui em um ou mais órgãos, substâncias que podem ser utilizadas com

fins terapêuticos ou que sejam percursores de fármacos semi-sintéticos. A utilização de

produtos naturais para o tratamento de doenças é uma prática que vêm sendo promovida por

instituições de saúde (SANTOS et al., 2011). A utilização destes tem sido preconizada uma vez

que a saúde pública vem enfrentando obstáculos quanto ao aumento da resistência bacteriana,

agravando-se pelas dificuldades na descoberta de novas substâncias antimicrobianas.

As plantas produzem substâncias denominadas de metabólitos secundários. Essas

substâncias desempenham diversas funções biológicas no vegetal, como proteção contra

predadores, fornecimento de cor e proteção à radiação solar (DEWICK, 2002). Além disso, as

classes dos metabólitos secundários, tais como cumarinas, flavonoides, alcaloides e terpenóides

promovem uma gama de atividades biológicas, como ação antitumoral, anti-inflamatória,

antibacteriana, antiparasitária, antiviral, entre outras (COUTINHO et al., 2009; MIDDLETON

et al., 2000; VUNDA et al., 2012). Logo, pode-se destacar a importância das plantas medicinais

para o desenvolvimento de pesquisas farmacológicas, sendo possível encontrar novas

substâncias que possam atuar como agentes terapêuticos ou servir como matéria-prima na

produção dos mesmos (WHO, 1998). Vale ressaltar que o interesse das plantas como recurso

terapêutico está além do intuito de desenvolver medicamentos fitoterápicos, relacionando-se

também ao ato de registrar o material vegetal de acordo com sua utilização dentro de uma

comunidade, sua função no contexto da medicina tradicional, bem como a incorporação do

material na rede de saúde pública, principalmente na atenção primária à saúde no setor do

Sistema Único de Saúde (SUS) (BITTENCOURT et al., 2002; PIRES et al., 2014).

Sabendo que a importância do uso de plantas medicinais vai além da medicina

tradicional, a espécie escolhida para este trabalho foi a Maytenus rigida Mart., pertencente à

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família Celastraceae, sendo coletada no estado de Sergipe. Essa família compreende 85 gêneros

e é composta por mais de 900 espécies dispostas em regiões tropicais e subtropicais em todo o

mundo, e estas possuem um longo histórico de uso na medicina popular, principalmente na

América do Sul (JOLY, 1993). No Brasil a família Celastraceae é representada por três gêneros:

Maytenus Juss., Austroplenckia Lund. e Franhofera Mart. O gênero Maytenus apresenta

distribuição pantropical, e é também o maior e mais diversificado da família Celastraceae, tendo

40% das suas espécies no Brasil, sendo este composto por espécies de porte arbóreo, arbustivo

e subarbustivo (CARVALHO-OKANO; LEITÃO FILHO, 2004). Além disso, as espécies deste

gênero são ricas em metabólitos bioativos da classes dos terpenos ou isoprenóides

(GUTIEERREZ et al., 2007), aos quais são atribuídos diversas atividade biológicas, tais como

antimalária (MUREGI et al., 2007; MUTHAURA et al., 2007), anti-inflamatória e antioxidante

(BRUNNI et al., 2006; BUFFA et al., 2004; VELLOSA et al., 2006).

As espécies da família Celastraceae são estudas não somente por conta da diversidade

de atividades biológicas, mas também pela ampla distribuição espacial, sua composição

química e a complexidade de seus metabólitos secundários, destacando-se os triterpenos

pentacíclicos (SILVA; DUARTE; VIEIRA, 2014). Silva, Duarte e Vieira (2014) relataram que

as espécies Maytenus ilicifolia e Maytenus aquifolium, ambas nativas do Brasil e utilizadas pela

medicina popular, são usadas em infusão aquosa para o tratamento úlceras e problemas

gastrointestinais. A espécie do gênero Maytenus rigida, também nativa do Brasil, é conhecida

popularmente como "Bom-homem", "Bom-nome", "Cabelo-de-negro", "Casca grossa" e "Pau-

de-colher", se apresenta como uma árvore de pequeno porte e sua entrecasca é popularmente

empregada nos casos de dores em geral, infecções e inflamações (AGRA et al., 2008; MOTA;

ALBUQUERQUE, 2002). O extrato etanólico das cascas de M. rigida apresenta atividade anti-

inflamatória, antiulcerogênica e antidiarreica (SANTOS et al., 2007).

Levando em consideração o pouco relato de ensaios na literatura sobre a espécie M.

rigida Mart. quanto ao seu potencial biológico e a importância do conhecimento sobre esse

assunto, bem como a necessidade de investigação da composição química e toxicidade do

vegetal, fora sua utilização na medicina popular, o objetivo do presente estudo foi avaliar a

atividade biológica, compreendendo a análise citotóxica e antimicrobiana, além do perfil

fitoquímico da fração hexânica da entrecasca do vegetal. A justificativa para escolha desta

espécie é a presença de metabólitos do tipo terpenóides e flavonoides, aos quais são atribuídos

uma série de atividades biológicas, destacando-se a ação antimicrobiana.

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2. METODOLOGIA

2.1. Coleta e Identificação do Material Vegetal

Foram coletados 2,5 Kg da entrecasca de Maytenus rigida, em 21 de julho de 2015, no

povoado Olho D’Água Do Casado, localizado a 09º38´31´´S e 37º47´18´´W, no município de

Canindé do São Francisco, Sergipe - Brasil. Um espécime do material foi depositado e

registrado no herbário da Universidade Federal de Sergipe sob o número 00767, e a

identificação botânica foi realizada pelo Professor Doutor Carlos Dias da Silva Júnior do

Departamento de Biologia da própria universidade.

2.2. Preparo do Extrato

Foram separados 2,3 Kg da entrecasca do vegetal e posto para secagem em estufa de

circulação e renovação de ar a 37ºC até peso constante. Logo após, o material foi reduzido a pó

com auxílio de um moinho de facas, e posteriormente foi submetido à extração por maceração

exaustiva em etanol 90% durante 5 dias. O extrato foi filtrado e concentrado em evaporador

rotatório sob pressão reduzida para eliminação do solvente e obtenção do extrato hidroetanólico

(EHE) da entrecasca de Maytenus rigida. Parte do extrato hidroetanólico foi dissolvida em

solução de Metanol/Água (2:3) e submetida a extração líquido-líquido com solventes para

obtenção de frações, um dos solventes utilizado para extração foi o solvente hexano. A fração

hexânica (FHX) obtida foi levada a evaporador rotatório para eliminação do solvente.

2.3. Prospecção Fitoquímica para Classes de Metabólitos Secundários

A prospecção foi realizada com a fração hexânica de Maytenus rigida, conforme Matos

(2009), tendo como objetivo detectar a ocorrência dos constituintes químicos presentes na

amostra. Para isto, foram utilizados 10 mg da fração hexânica, dissolvidos em etanol, 3 mL do

extrato diluído foi distribuído em 7 tubos de ensaio para realização dos testes descritos a seguir.

2.3.1. Teste para Fenóis e Taninos

Esse teste baseia-se na capacidade do grupo dos taninos de se complexar com íons

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metálicos formando precipitados, e do cloreto de ferro em oxidar os fenóis. Ao tubo de ensaio

contendo a fração hexânica foram adicionadas três gotas de solução alcoólica de cloreto férrico

(FeCl3) 1 mol.L-1, depois de agitar foi observado qualquer variação de cor e/ou formação de

precipitado escuro abundante. Como controle da reação foi utilizada uma amostra contendo

somente água e FeCl3. O surgimento de cor variando entre azul e vermelha é indicativo da

presença de fenóis, enquanto a formação de precipitado azul escuro indica a presença de taninos

pirogálicos (taninos hidrolisáveis) e de cor verde, a presença de taninos flobabênicos (taninos

condensados ou catéquicos).

2.3.2. Teste para Antocianinas, Antocianidinas e Flavonoides

O teste baseia-se na capacidade dos esqueletos flavônicos de mudarem de cor por

ressonância eletrônica com equilíbrio ácido-base. Para o ensaio foram necessários três tubos de

ensaio. Um dos tubos foi acidificado a pH 3 com ácido clorídrico (HCl) 3 mol.L-1 e os outros

dois tubos foram alcalinizados a pH 8,5 e 11 com hidróxido de sódio (NaOH) 1 mol.L-1. A

observação de qualquer mudança da coloração da solução foi analisada conforme descrito na

Tabela 1.

Tabela 1. Detecção colorimétrica de antocianinas, antocianidinas e flavonoides

Cor

Constituintes pH = 3 pH = 8,5 pH = 11

Antocianidinas e

antocianinas

Vermelha Lilás Azul-púrpura

Flavonas, flavonois e

xantonas

- - Amarela

Chalconas e auronas Vermelha - Vermelho-

púrpuro

Flavononóis - - Vermelho-

laranja

Fonte: Matos, 2009.

2.3.3. Teste para Leucoantocianidinas, Catequinas e Flavononas

O teste baseia-se na possibilidade de levar a hidrólise dos O-heterosídeos flavônicos por

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temperatura. As hidrólises alcalinas e ácidas facilitam a identificação dos núcleos flavônicos.

Para este ensaio, acidificou-se um tubo com a amostra por adição de HCl 3 mol.L-1 até pH 1-3

e alcalinizou-se outro tubo com NaOH 1 mol. L-1 até pH 11. Os tubos foram aquecidos

cuidadosamente com auxílio de uma lamparina. A observação de qualquer mudança na

coloração foi comparada com os tubos correspondentes utilizados no teste anterior, sendo a

intepretação dos resultados feita com base na Tabela 2.

Tabela 2. Detecção colorimétrica de leucoantocianidinas, catequinas e flavononas

Constituintes

Cor

Meio Ácido Meio Alcalino

Leucoantocianidinas Vermelha -

Catequinas (taninos catéquicos) Pardo-amarelada -

Flavononas - Vermelho-laranja

Fonte: Matos, 2009.

2.3.4. Teste para Esteroides e Triterpenoides (Liebermann-Buchard)

Este teste é utilizado para averiguar a presença de núcleo esteroidal ou triterpenoidal.

Para este ensaio foram utilizados 10 mL de uma solução contendo a fração hexância em béquer

e, foi deixada para secar em banho-maria. Extraiu-se o resíduo seco do béquer por três vezes

com porções de 1-2 mL de clorofórmio (CHCL3). A solução clorofórmica foi filtrada em um

pequeno funil fechado com algodão coberto com alguns miligramas de sulfato de sódio

(NA2SO4) anidro para um tubo de ensaio seco. Adicionou-se 1mL de anidrido acético e agitou-

se suavemente. Foi acrescentado três gotas de ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado, agitou-se

e foi observado se ocorria o desenvolvimento de cores. A coloração azul seguida de verde

permanente é um indicativo à presença de esteroides livres, enquanto a cor parda à vermelha

indica triterpenoides pentacíclicos livres.

2.3.5. Teste para Saponinas

Este teste baseia-se no fato de que os heterosídeos saponosídeos (saponinas) tem

propriedades detergentes e surfactantes e, quando tratados com HCl e aumento de temperatura,

sofrem hidrólise, precipitam as agliconas e perdem suas propriedades detergentes. Foi usado

neste ensaio os resíduos insolúveis em clorofórmio, separados no teste anterior, o material foi

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solubilizado em água destilada e filtrado em um tubo de ensaio. Agitou-se fortemente o tubo

com a solução por 2-3 minutos e foi observado a formação de espuma. O aparecimento de

espuma persistente e abundante indica a presença de saponinas. Para confirmação da presença

do metabólito, adicionou-se 2 mL de HCl concentrado ao conteúdo do tudo de ensaio que foi

colocado imerso em banho-maria por 1 hora. Posteriormente, neutralizou-se, resfriando e

agitando. A presença de precipitado e a não formação de espuma confirma a presença de

saponina.

2.3.6. Teste para Alcaloides

Este teste baseia-se na precipitação de alcaloides ao interagir com o reagente

Dragendorff. Este reagente consiste numa solução de iodeto de bismuto de potássio, em ácido

diluído. Quando em contato com a amostra que contém alcaloides e compostos nitrogenados,

formam precipitados. A solução apresenta mudança de coloração que varia de amarela à

vermelha alaranjada. O precipitado é obtido através da formação de um complexo entre o átomo

de bismuto e os grupamentos aminas presentes nos compostos a serem analisados. Foi diluída

uma pequena quantidade a fração hexânica, transferiu-se para o tubo de ensaio e foram

adicionadas 3 gotas de Dragendorff observando o resultado.

2.4. Análise de Citotoxicidade

2.4.1. Viabilidade Celular de Macrófagos J774

A viabilidade das células J774 (2 x 104 células) foi avaliada em triplicata após 24 horas

de exposição contínua à fração hexânica (FHX) da Maytenus rigida e medida através do ensaio

colorimétrico de redução do MTT (3-(4,5-Dimethyl-2-thiazolyl)-2,5-diphenyltetrazolium

Bromide) a formazan, conforme Mosmann (1983). Segundo este ensaio, a quantidade de

formazan produzido é proporcional ao número de células viáveis. Após a aderência celular em

placa de 96 poços, o meio de cultura foi substituído posteriormente por 200 μL de meio de

cultura contendo a fração diluída em dimetilsulfóxido (DMSO) na concentração de 0,075%. As

concentrações testadas da FHX foram 30, 100 e 300 μg.mL-1. Em seguida, a placa foi incubada

por 24 h. Decorrido este tempo, o meio de cultura foi substituído por 200 μL de uma solução a

0,5mg.mL-1 do corante MTT, previamente filtrado em membrana milipore de 0,22 μm. Diante

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disso, a placa foi incubada por 3 horas, para que ocorresse a redução do MTT à formazan. Após

este período, todo o sobrenadante foi cuidadosamente aspirado e 200 μL de DMSO foram

adicionados em cada poço para a solubilização do formazan. Posteriormente, todo o conteúdo

foi transferido para uma nova placa e encaminhada ao leitor de ELISA (Enzyme Linked

Immunosorbent Assay) com absorbância ajustada a 570 nm. Para análise, os resultados foram

normalizados de acordo com a equação abaixo, na qual VC corresponde à viabilidade celular e

DO refere-se à densidade ótica:

% VC = [DO (células tratadas) − DO (branco)/DO (controle) − DO (branco)] × 100.

2.5. Atividade Antimicrobiana

Os testes de susceptibilidade microbiana pelo método de difusão em ágar Mueller-Hinton

(CLSI, 2003) e determinação da Concentração Inibitória Mínima (MIC) foram realizados em

triplicata para cada microrganismo em ambos os testes, sendo as cepas padrões de

microrganismos gram positivos Staphylococcus aureus (ATCC 25 923), Enterococcus durans,

Enterococcus hirae (SS1225/ IAL 03/10), e microrganismos gram negativos Klebsiella

pneumoniae (ATCC 700603), Escherichia coli (ATCC 25922) e Enterobacter aerogenes

(ATCC 13 048). A atividade antimicrobiana foi avaliada pela determinação dos halos de

inibição em milímetros, sendo a interpretação dos resultados seguidas conforme SANTOS et

al., (2011), onde os halos de inibição formados foram comparados com a tabela de referência,

levando os microrganismos a serem classificados em relação a determinado agente como

resistente, com zona de inibição igual e/ou inferior a 8 mm, intermediário, de 9 a 15 mm de

zona de inibição, e sensível, entre 15 a 25 mm.

2.5.1. Teste de Difusão em Ágar

O teste foi realizado pelo método de Bauer et al., (1996), utilizando culturas overnight

(35º C ±2) em 5 mL de caldo tripticase soja (TSB), reajustados para padrão 0,5 de Mac Farland,

onde 100 foram inoculados em placas de Petri contendo 4 mm de Ágar Mueller-Hinton (pH 7,2

– 7,4) previamente solidificado. Posteriormente, discos de papel filtro com 6 mm de diâmetro,

postos sobre a superfície do meio contendo os microrganismos, foram impregnados com 20 μL

do extrato vegetal em diferentes concentrações, no caso refere-se à fração hexânica de Maytenus

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rigida Mart. Os reagentes usados na dissolução do extrato foram utilizados como controle

negativo (CLSI, 2003), enquanto o antimicrobiano gentamicina 10 μg/mL - 120 μg/mL com

atividade conhecida para cepas padrão ATCC, refere-se ao controle positivo.

2.5.2. Concentração Inibitória Mínima (MIC)

A concentração inibitória mínima foi determinada para cada microrganismo no qual o

extrato vegetal apresentou atividade antimicrobiana, ressaltando que todos os ensaios foram

realizados em triplicata. Culturas bacterianas desenvolvidas em caldo BHI por 6 horas a 35º C

±2 e diluídas a 108 UFC/mL foram inoculadas em tubos contendo caldo TSB, com diferentes

concentrações do extrato, feitas por diluição seriada 1:2. Seguida a incubação de 24 horas a 37º

C, observou-se a ocorrência de turvação dos caldos de culturas para determinação da

concentração inibitória mínima (OSTROSKY et al., 2008), ou seja, a menor concentração capaz

de inibir o crescimento de microrganismos.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Prospecção Fitoquímica

A triagem fitoquímica é o ensaio inicial e qualitativo para tomar conhecimento dos

constituintes presentes na amostra vegetal, a partir disso pode-se avaliar as classes de

metabólitos presentes, designando através de estudos na literatura à qual atividade biológica as

substâncias são responsáveis. As informações de metabólitos secundários coletadas em uma

triagem fitoquímica são importantes para o desenvolvimento de pesquisas, por exemplo, pois

pode-se chegar ao isolamento de princípios ativos viáveis no desenvolvimento de novos

fármacos (SILVA et al., 2010). Diante disso foi realizada a prospecção fitoquímica da fração

hexânica da entrecasca de M. rigida, a qual apresentou os compostos químicos expostos na

Tabela 3.

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Tabela 3. Constituintes químicos presentes na fração hexânica da entrecasca de Maytenus

rigida Mart.

Constituintes Químicos Fração Hexânica

Alcaloides -

Antocianidinas -

Antocianinas -

Catequinas +

Chalconas e Auronas -

Esteroides -

Fenóis -

Flavanonas +

Flavanonóis +

Flavonas +

Flavonoides +

Flavonóis -

Leucoantocianidinas -

Quinonas -

Saponinas -

Taninos +

Triterpenóides pentacíclicos livres +

Xantonas + O sinal (+) indica a presença do metabólito, enquanto o sinal (-) indica ausência do metabólito.

Nota-se a presença de metabólitos como taninos, xantonas, compostos do tipo

triterpenóides, e do grupo dos flavonoides. A literatura mostra que a espécie Maytenus ilicifolia,

pertencente à família Celastraceae, a qual a M. rigida também faz parte, apresentou na

composição química do seu extrato compostos do tipo taninos, terpenos e flavonoides

(COLACITE, 2015). As atividades biológicas de alguns desses compostos são pouco

conhecidas, como por exemplo, os terpenos; nessa classe há diversas estruturas diferentes que

levam a compostos distintos e, consequentemente a atividades farmacológicas em potencial

(ROBERTS, 2007).

A fração hexânica de M. rigida apresentou importantes compostos, dentre eles os

taninos, que são metabólitos que apresentam como característica a sua capacidade de

complexação com moléculas e macromoléculas, além de agir no sequestro de radicais livres

permitindo uma série de aplicações farmacológicas, entre elas o controle de bactérias, insetos e

fungos (JESUS; CUNHA, 2012). A fração em estudo apresentou compostos do grupo dos

flavonoides, que estão associados a algumas atividades biológicas, como atividade

antibacteriana, aintinflamatória, antioxidante e diurética (FERNANDES et al., 2005). Vale

destacar que a busca preliminar por metabólitos secundários, mesmo que de forma qualitativa,

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auxiliam na interpretação de resultados para ensaios biológicos. A positividade em

determinadas atividades biológicas pode estar associada com o sinergismo dos compostos

presentes no produto natural.

3.2. Análise de Citotoxicidade (in vitro)

Neste estudo, a fração hexânica de M. rigida, favoreceu de maneira significativa

(p<0,05) a viabilidade dos macrófagos J774 em todas as concentrações testadas 30, 100 e 300

µg.mL-1 (Tabela 4) quando comparadas com as células não tratadas utilizadas como controles.

Percebe-se também que o veículo utilizado não interferiu nos resultados, visto que não houve

diferença significativa entre ele e a fração hexânica.

Tabela 4. Dados do Dimetilsufóxido (veículo) e da fração hexânica da entrecasca de Maytenus

rigida sobre a viabilidade celular em macrófagos J774.

Amostras Concentração Viabilidade Celular

Dimetilsufóxido (DMSO) – Veículo 0,075% 98,218 ± 1,442 (98%)

Fração Hexânica

30 µg/mL

100 µg/mL

300 µg/mL

99,083 ± 2,856

(99%)

101,527 ± 0,779

(101%)

104,454 ± 2,110

(104%) Os dados os quais refere-se à viabilidade celular foram expostos em média ± desvio padrão da média.

As concentrações testadas apresentaram níveis de viabilidade celular acima de 75%,

quase não apresentando morte celular, ou seja, a fração hexânica não diminuiu a viabilidade

dos macrófagos J774 em 75%, sendo que esse valor não é considerado citotóxico para uma

amostra vegetal segundo Ribeiro et al., (2012). Diante do exposto, pode-se afirmar que a fração

hexânica de M. rigida não apresenta toxicidade à linhagem de macrófagos J774.

Em outros estudos com plantas do mesmo gênero foram observados comportamentos

semelhantes. No trabalho de Colacite, (2015) foi usado suspensão de hemácias para análise

citotóxica do extrato de Maytenus ilicifolia, sendo observada baixa toxicidade em

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concentrações de 1000 µg.mL-1 e 500 µg.mL-1 visto que, não ocorreu lise total das células.

Enquanto no estudo de Hurtado et al. (2015) foi analisado a genotoxicidade do extrato alcoólico

da entrecasca de Maytenus guianensis em células meristemáticas de Allium cepa, e os resultados

revelaram baixa genotoxicidade em concentrações de até 200 µg.mL-1. Em outro estudo com a

mesma espécie, porém com o método colorimétrico do MTT em células de hepatocarcinoma

(HepG2), Hurtado et al. (2016), observou que nenhuma amostra da entrecasca apresentou

toxicidade. Fivelman et al. (2004) explica que quando os compostos são administrados com

outras substâncias, é possível a ocorrência de efeitos sinérgicos, que podem resultar em efeitos

diferentes do observado ao utilizar compostos isolados, podendo diminuir a toxicidade, ou

causar o efeito inverso.

Apesar do ensaio de citotoxicidade do presente estudo com a fração hexânica de M.

rigida não ter apresentado efeito citotóxico, a investigação da toxicidade em maiores

concentrações da amostra ou de outros extratos se faz necessária, pois a maioria das plantas

pode ser tóxica quando utilizada em doses elevadas (KALEGARI et al., 2011). Atrelado a isso,

a prática do uso de plantas medicinais sem devida orientação pode-se tornar perigosa, devido à

composição química variável e sua possível toxicidade.

3.3. Atividade Antimicrobiana

No presente estudo, a fração hexânica da entrecasca de M. rigida apresentou atividade

antimicrobiana, conforme pode ser observado na (Tabela 5). O método de difusão usado para

análise antimicrobiana, consiste em colocar a amostra (FHX) em discos de papel, e estes em

contato com o meio de cultura sólido inoculado previamente com o microrganismo. Após o

período de incubação, o diâmetro do halo de inibição é medido, obtendo de forma qualitativa o

resultado da sensibilização do microrganismo à amostra (SANTOS et al., 2011). Como critério

de medidas para determinar o valor do halo de inibição e classificar a suscetibilidade do

microrganismo à amostra, Santos et al. (2011) sugeriu o seguinte padrão: diâmetro do halo de

inibição do crescimento ≥ 15mm é considerado sensível; 9 a 15mm (intermediário) e ≤ 8mm

(resistente).

É possível observar na Tabela 5 que ocorreu resistência apenas para os microrganismos

Enterococcus durans e Klebsiella pneumoniae, gram positivo e gram negativo,

respectivamente. Ambos apresentaram halos de inibição de crescimento igual ou inferior a

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8mm. Para os outros microrganismos testados, os resultados obtidos mostram um potencial

efeito antimicrobiano de M. rigida.

Tabela 5. Atividade antimicrobiana da fração hexânica da entrecasca de Maytenus rigida.

Fração Hexânica

Microrganismos Diâmetro de Halo de

Inibição de

Crescimento (mm)

Concentração Inibitória

Mínima (MIC) - mg.mL-1

Staphylococcus aureus 9,00 ± 0,82 4 mg.mL-1

Escherichia coli 14,00 ± 3,32 0,25 mg.mL-1

Enterococcus durans 7,67 ± 1,32 4 mg.mL-1

Enterobacter aerogenes 15,67 ± 1,44 0,125 mg.mL-1

Klebsiella pneumoniae 8,00 ± 1,20 4 mg.mL-1

Dados referente ao diâmetro do halo de inibição expresso em média ± desvio padrão da média, enquanto a menor

concentração capaz de inibir o crescimento dos microrganismos mostra-se em mg.mL-1.

A atividade antimicrobiana pode ser atribuída à presença de metabólitos secundários do

grupo dos flavonoides, por sua capacidade de se complexar com proteínas solúveis e

extracelulares, e também com a parede celular das bactérias (COELHO et al., 2003), além da

presença dos triterpenos pentacíclicos livres, pertencentes à classe dos terpenóides. Essas

substâncias são provenientes do metabolismo secundário das plantas, que nelas tem a

funcionalidade de defesa ou atração (SIMÕES, 2007). Há vários componentes químicos

capazes de inibir o crescimento microbiano, porém, compostos como taninos e flavonoides são

considerados os principais responsáveis pelo potencial antimicrobiano (COLACITE, 2015).

Os resultados obtidos para a fração hexânica de M. rigida sendo sensível para os

microrganismos E. coli com diâmetro de halo de inibição de crescimento igual a 14 mm, na

concentração mínima de 0,25 mg.mL-1 e E. aerogenes com halo de inibição igual a 15,67 mm,

na concentração mínima de 0,125 mg.mL-1, divergem de Santos et al. (2011), que em seu estudo

mostrou que o extrato bruto da mesma espécie não apresentou resultados positivos para a

espécie E. coli, o qual mostrou-se resistente, porém apresentou sensibilidade à S. aureus com

diâmetro de halo de inibição de crescimento variando de 8-13 mm, numa concentração mínima

de 400 mg.mL-1. Essa divergência pode ser atribuída à presença ou ausência de alguns grupos

de metabólitos secundários, que pode variar de acordo com o tamanho e idade da planta, tempo

de coleta, parte coletada, época e local de coleta (BLANK et al., 2007).

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4. CONCLUSÃO

Os resultados obtidos no presente trabalho mostram que a fração hexânica da entrecasca

de Maytenus rigida Mart. apresenta atividades biológicas em potencial. Na análise citotóxica,

foi observada ausência de efeitos citotóxicos para as concentrações de 30 µg/mL, 100 µg/mL e

300 µg/mL frente à linhagem J774 de macrófagos. Quanto ao ensaio antimicrobiano a fração

hexânica apresentou atividade positiva para os microrganismos Staphylococcus aureus,

Escherichia coli e Enterobacter aerogenes, com considerável inibição do crescimento

bacteriano para os dois últimos. O efeito antimicrobiano observado pode ser atribuído à

presença de metabólitos secundários do tipo flavonoides, taninos e terpenóides, encontrados

nos testes qualitativos da triagem fitoquímica.

Diante disso, se faz necessário mais estudos voltados às atividades biológicas das

plantas medicinais, incluindo a espécie Maytenus rigida, visto que esta apresentou efeito

antimicrobiano e baixa toxicidade nas concentrações utilizadas. O conhecimento acerca desta

espécie pode representar novas possibilidades quanto à formulação de produtos com ação

antimicrobiana, e fornecer bases para o consumo seguro à população.

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