UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Júlio César Nunes …ºlio... · 2017-08-30 · À Raissa Santana...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
Júlio César Nunes
Diagnóstico da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais da Microrregião de
Barbacena – Minas Gerais
VIÇOSA – MINAS GERAIS
2017
Júlio César Nunes
Diagnóstico da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais da Microrregião de
Barbacena – Minas Gerais
Trabalho de conclusão de curso apresentado à
Universidade Federal de Viçosa como parte das
exigências para a obtenção do título de Engenheiro
Agrônomo. Modalidade: trabalho científico.
Orientador: José Antônio Saraiva Grossi
Coorientador: Affonso Henrique Lima Zuin
VIÇOSA – MINAS GERAIS
2017
JÚLIO CÉSAR NUNES
Diagnóstico da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais da Microrregião de
Barbacena – Minas Gerais
Trabalho de conclusão de curso apresentado à
Universidade Federal de Viçosa como parte das
exigências para a obtenção do título de Engenheiro
Agrônomo. Modalidade: trabalho científico.
APROVADO: 20 de junho de 2017
Professor Doutor José Antônio Saraiva Grossi
Orientador
UFV
Ao Criador da beleza universal, Deus.
À doçura maior de minha vida, Vó Graça.
À maior e inesgotável fonte de amor, Mãe Rosana.
Dedico.
AGRADECIMENTOS
Ao olhar a perfeição do botão floral da roseira, ao enxergar o brilho e a diversidade de
cores e sentir a infinidade de cheiros das flores, tenho a certeza da existência de uma inteligência
maior, eis o Arquiteto do Mundo, o Princípio de Tudo e o Senhor de minha existência, Deus.
Ao chegar em casa e ver novos fios de cabelo branco na cabeça de minha vó e o passar
do tempo na pele de minha mãe, encontro sentido para minha caminhada e luta diária.
Ao despir-me dos preconceitos, das ideias prontas e da arrogância das verdades
absolutas, encontro sentido para os meus estudos.
Ao retornar algo, ainda que pequeno, a minha terra e cidade natal, encontro sentido para
desenvolver esse trabalho.
Portanto agradeço,
Ao Professor José Antônio Saraiva Grossi, pela dedicação, apoio e disponibilidade para orientar
e sugerir auspiciosos conselhos.
Ao Professor Affonso Henrique Lima Zuin, pela coorientação e presteza.
Aos meus familiares pelo apoio, credulidade, dedicação e por terem sido meu sustento e
fortaleza de todas as horas, especialmente Mãe Rosana, Vó Graça, Tio Renato, Tia Nilza, Tia
Marli, Tio Sanival e tantos outros que sempre dedicaram recursos, carinhos e atenção às minhas
causas.
À Raissa Santana Serra, pelo apoio, imensurável carinho, paciência e valiosas correções.
Ao Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa, pela liberação, compreensão e
incentivo ao meu aprimoramento intelectual.
Aos colegas de trabalho pela paciência, companheirismo e luta.
Aos amigos de Viçosa, presentes nos mais variados momentos de alegrias e tristeza, o meu
carinho e reconhecimento.
Aos amigos de Barbacena, por entenderem a ausência e dedicarem tanto carinho e receptividade
em nossos encontros.
À Universidade Federal de Viçosa por acolher-me tão bem enquanto acadêmico e servidor.
À Sua Excelência, o Povo brasileiro, mesmo estando tão vilipendiado quanto ao seu direito da
dignidade, agradeço imensamente ao compromisso com a Universidade Pública, Gratuita e de
Qualidade. E assumo publicamente, o meu empenho pessoal de colocar absolutamente tudo que
sei a serviço da promoção do bem-estar e justiça social.
RESUMO
O cultivo de flores e plantas visando a ornamentação e embelezamento de ambientes está
presente na vida da maioria das pessoas em praticamente todos os tempos. A produção de flores
e plantas ornamentais de maneira econômica é uma atividade relativamente nova no
agronegócio brasileiro. A produção, comercialização, distribuição e consumo ainda estão
concentrados no sudeste brasileiro, e Minas Gerais surge como importante estado produtor. A
microrregião de Barbacena devido suas condições de clima e a fatores imigratórios desenvolveu
a tradição e o cultivo de flores e plantas ornamentais, sobretudo àquelas espécies de clima
temperado. Mesmo sendo tradicional a atividade florícola na região e essa desempenhar,
atualmente, papel merecedor de pesquisas e levantamentos sócio econômicos, não existem
muitas informações atualizadas e concisas sobre a cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais para a microrregião. O conhecimento do estado e desenvolvimento do setor,
possibilita ao poder público e a institutos de pesquisa a proposição de políticas e soluções que
visem alavancar a atividade. O presente trabalho objetiva diagnosticar a cadeia produtiva de
flores e plantas ornamentais na microrregião de Barbacena. Entrevistas semiestruturadas foram
realizadas com participação de produtores de diferentes níveis tecnológicos, fornecedores de
insumos locais, floriculturas, supermercados e possíveis consumidores. Os resultados
reafirmam a tradição e diversidade da produção de flores e plantas ornamentais de corte na
microrregião de Barbacena. O manejo do solo, água e fitossanitário não são realizados
eficientemente e dentro de práticas modernas e integradas de produção. Os produtores não estão
organizados em torno de associações ou cooperativas, o que poderia desenvolver o papel de
fomento e organização da cadeia produtiva local. O mercado de consumo está voltado para os
Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, onde floriculturas e decoradores são os principais
compradores da produção local. O mercado consumidor final apresenta características de
consumo em datas tradicionais e não está alinhado com a produção local. A oferta de assistência
técnica contínua e o fortalecimento de um agente organizador local torna-se evidente e
necessário visando consolidar definitivamente a floricultura como agente de promoção
econômica, social e ambiental para microrregião de Barbacena – MG.
Palavras-chave: Flores de Corte, Floricultura, Desenvolvimento Local, Minas Gerais.
ABSTRACT
The cultivation of flowers and ornamental plants is present in the lives of most people at
virtually all times. The production of flowers and ornamental plants is a relatively new activity
in Brazilian agribusiness. Production, marketing, distribution and consumption are still
concentrated in Southeastern region of Brazil, and Minas Gerais emerges as an important
producer State. The microregion of Barbacena, due to its climatic conditions and immigrant
factors, has developed the tradition and cultivation of flowers and ornamental plants, especially
temperate climate species. Despite the traditional floricultural activity in the region , and its
currently role in research and socioeconomic surveys, there is scarse updated and concise
information about the production chain of flowers and ornamental plants for the micro-region.
Knowledge of the current and the development, allow the public authorities and research
institutes prepose of policies and solutions aiming to leverage the activity. The present work
aims to diagnose the productive chain of flowers and ornamental plants in the Barbacena
microregion. Semi-structured interviews were performed with the participation producers of
different technological levels, suppliers of local inputs, flower shops, supermarkets and possible
consumers. The results reaffirm the tradition and diversity of the production of flowers and
ornamental plants in the Barbacena microregion. Soil, water and phytosanitary management are
not carried out efficiently or within modern and integrated production practices. Producers are
not organized around associations or cooperatives, which could perform the role of promoting
and organizing on the local productive chain. Consumer market is focused on the State of Minas
Gerais and Rio de Janeiro, where flower shop and florist are the main buyers of the production.
The final consumer market presents increasead demand on traditional dates and is not aligned
with local production. The provision of continuous technical assistance and the strengthening
of a local organizing agent show themselves as and necessary in order to definitively
consolidate floriculture as an agent for economic, social and environmental promotion for the
microregion of Barbacena, MG.
Keywords: Cut Flowers, Floriculture, Local Development, Minas Gerais.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.: Principais espécies e grupos de plantas cultivados por categoria em nível nacional..13
Tabela 2.: Produtores, tempo de atuação, tamanho da área cultivada e mão de obra................34
Tabela 3.: Espécies produzidas de acordo com a propriedade visitada......................................36
Tabela 4.: Doenças e pragas relatadas pelos produtores visitados.............................................38
Tabela 5.: Destino da produção..................................................................................................39
Tabela 6: Principais flores e plantas ornamentais comercializadas...........................................41
Tabela 7.: Produtos encontrados para comercialização em supermercados..............................42
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1.: Média de empregos diretos por estabelecimento visitado na microrregião de
Barbacena..................................................................................................................................29
Gráfico 2.: Escolaridade dos produtores de flores e plantas ornamentais entrevistados na
microrregião de Barbacena........................................................................................................30
Gráfico 3.: Escolaridade dos funcionários dos fornecedores de insumos..................................31
Gráfico 4.: Tempo de atuação dos fornecedores de insumos da microrregião de Barbacena ..32
Gráfico 5.: Distribuição do quantitativo de funcionários por atividade realizada nos
estabelecimentos de fornecedores de insumos .........................................................................32
Gráfico 6.: Visitas realizadas pelos técnicos de campo dos fornecedores de insumos de acordo
com a atuação do estabelecimento rural ....................................................................................33
Gráfico 7.: Visitas de fornecedores, segundo o tamanho do estabelecimento rural...................34
Gráfico 8.: Categoria dos principais produtos comercializados pelos fornecedores de insumos
da microrregião de Barbacena.................................................... ...............................................35
Gráfico 9.: Acesso a informação sobre cultivo, manejo, tecnologias e novidades do mercado
florícola.....................................................................................................................................37
Gráfico 10.: Principais compradores da produção dos produtores de flores e plantas
ornamentais da microrregião de Barbacena .............................................................................41
Gráfico 11.: Principais categorias de flores e plantas ornamentais comercializadas pelas
floriculturas da microrregião de Barbacena ..............................................................................42
Gráfico 12.: Nível de renda dos consumidores entrevistados da microrregião de Barbacena ...44
Gráfico 13.: Frequência de consumo dos consumidores entrevistados ....................................45
Gráfico 14.: Disposição de consumo, em reais, por evento de compra, segundo entrevistados
da microrregião de Barbacena ..................................................................................................46
Gráfico 15: Preferência de consumo dos consumidores entrevistados de acordo com a categoria
de planta ....................................................................................................................................46
Gráfico 16.: Preferência de meio para aquisição de produtos florícolas, segundo entrevista com
consumidores da microrregião de Barbacena........................................................................... 47
Sumário
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 12
1.1 Mercado Interno da Floricultura Brasileira..................................................................... 15
1.2 Comercialização de Flores e Plantas Ornamentais ......................................................... 15
1.3 Setor Atacadista .............................................................................................................. 16
1.4 Setor Varejista ................................................................................................................. 17
1.5 Consumo ......................................................................................................................... 18
1.6 Sistemas de Cultivo ........................................................................................................ 19
1.7 Trabalho no setor produtivo ............................................................................................ 19
1.8 Dificuldade de obtenção de dados sobre a floricultura brasileira ................................... 20
1.9 Floricultura Mineira ........................................................................................................ 21
1.10 Floricultura na Região de Barbacena ............................................................................ 22
1.11 Outros Estados Produtores ............................................................................................ 23
2 QUESTÕES MOTIVADORAS ............................................................................................ 25
3 JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS ........................................................................................ 25
4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................... 26
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 27
5.1 Trabalho na Cadeia Produtiva ......................................................................................... 28
5.2 Fornecedores de Insumos ................................................................................................ 30
5.3 Produtores de Flores e Plantas Ornamentais ................................................................... 34
5.4 Varejo da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais na Microrregião de
Barbacena .............................................................................................................................. 41
5.4.1 Floriculturas ............................................................................................................. 41
5.4.2 Supermercados ......................................................................................................... 42
5.5 Mercado Consumidor ..................................................................................................... 43
6 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 48
7 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 49
8 ANEXOS.............................................................................................................................. 50
12
1 INTRODUÇÃO
A floricultura pertence ao campo da horticultura e pode ser entendida como o cultivo de
flores e plantas ornamentais para diferentes fins, desde flores de corte até espécies arbóreas
destinadas ao paisagismo (CASTRO, 1998). A produção brasileira de flores e plantas
ornamentais intensiva surge relativamente nova no cenário do agronegócio brasileiro, tornando-
se altamente promissora e promotora de um novo vetor de crescimento e desenvolvimento
socioeconômico de diferentes regiões do país. A diversidade edafoclimática do Brasil permite
a exploração de ampla variedade de espécies de plantas ornamentais em praticamente todo
território nacional. Essas características atreladas ao histórico agrícola brasileiro,
disponibilidade de terras, mão de obra, instituições de pesquisa e grande mercado consumidor
auferem condições vantajosas e propícias para crescente consolidação da floricultura nacional
( JUNQUEIRA; PEETZ, 2008).
A floricultura pode ser dividida em oito segmentos produtivos: plantas jovens, mudas
para jardim, tapetes de gramas, flores em vasos, folhagens em vasos, plantas para jardins, folhas
de corte e flores de corte (KAMPF, 2002). A grande diversidade e variedade de cultivos
promovem a existência de diferentes tipos e perfis de produtores, consequentemente com
diversos níveis tecnológicos.
Atualmente podem-se estabelecer paralelos em termos de semelhanças entre a
floricultura e a olericultura, sobretudo quanto a intensidade de uso do solo, cultivo protegido,
fertirrigação, uso de condicionadores e substratos. JUNQUEIRA & PEETZ, (2008) apontam a
floricultura como setor indutor da capacidade de introdução e desenvolvimento de novas
tecnologias dentro da horticultura.
No Brasil, historicamente, as raízes da floricultura encontram-se na fruticultura,
especialmente no Estado de São Paulo (Aki; Perosa, 2002). Comercialmente a floricultura
começou na década de 1950 e apenas a partir dos anos 1970 que o segmento consolida-se como
atividade produtiva, graças a criação da Cooperativa Agropecuária de Holambra, em 1972. A
fundação da Cooperativa Agrícola de Holambra por imigrantes holandeses apresenta-se como
marco divisor do negócio de flores e plantas ornamentais e o surgimento da cooperativa
possibilitou o desenvolvimento e profissionalização do setor produtivo. Fortes e consolidadas
cadeias de abastecimentos são criadas abrangendo pequenas, médias e longas distâncias. Desse
modo, flores e plantas paulistas se fizeram e até hoje encontram-se presentes nos principais
13
polos de consumo e capitais brasileiras. Portanto, o mercado consumidor paulista e do sudeste
brasileiro passou a ser indutor e formador de tendências quanto ao consumo de flores e plantas
ornamentais. Com isso, a grande riqueza da flora nacional perde espaço no mercado profissional
e durante muito tempo observa-se limitado número de espécies cultivadas comercialmente,
frente ao enorme potencial de exploração da flora brasileira.
Nos últimos anos o quadro de produção concentrada no sudeste do Brasil e o baixo
número de produtos florícolas começam a perder expressão, nota-se maior diversificação dos
produtos da floricultura e a dispersão de polos produtivos pelo território nacional. Nesse cenário
estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Distrito Federal, Ceará e estados do
Norte começam a consolidar fortes e importantes centros produtivos de flores e plantas
ornamentais (JUNQUEIRA; PEETZ, 2008). Algumas razões são apontadas como promotoras
desse novo fenômeno, tais como a necessidade de novos incrementos produtivos na pequena
propriedade rural, o desenvolvimento do trabalho de extensão rural, o acesso aos créditos por
meio de políticas governamentais, a otimização dos vetores de logística, a exigência de
consumidores por produtos mais frescos, o surgimento de novas técnicas produtivas, o acesso
ao mercado internacional, a valorização por produtos regionais, o avanço da floricultura tropical
e a introdução de novas variedades de flores e plantas ornamentais (JUNQUEIRA; PEETZ
2005a, 2006b; BRAINER; OLIVEIRA, 2007).
Existe uma grande variedade de espécies cultivadas e com interesse comercial. A tabela
abaixo apresenta as principais culturas em 2014 (Tabela 1).
Tabela 1 – Principais espécies e grupos de plantas cultivadas por categoria em nível nacional.
Categoria Principais espécies e grupos de plantas
Flores e folhagem
de corte
Alstroemeria, Lírio, Crisântemo, Rosa, Gérbera, Boca de Leão,
Lisianto, Gipsófila, Cravo, Áster, Folhagem, Orquídeas, Helicônia,
Protea e Solidago
Flores e plantas
de vaso
Antúrio, Lírio, Begônia, Kalanchoe, Kalanchoe Dobrado, Violeta,
Denphalaen, Azaleia, Rosa, Phalaenopsis, Crisântemo
Plantas
ornamentais e
para paisagismo,
exceto grama
Forração, cactos e suculentas, Raphis, Phoenix, Cyca, Podocarpus,
Buxus, Trachycarpus e arbustos diversos
Fonte: Mapeamento e Quantificação da Cadeia de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil / [coordenação e organização Marcos Fava Neves; Mairun Junqueira Alves Pinto]. – São Paulo:
OCESP, 2015.
14
1.1 Mercado Internacional da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais
Brasileiras
Em todo o mundo, o mercado internacional de flores e plantas ornamentais movimentou
aproximadamente US$ 21,765 bilhões, sendo a Holanda responsável por 50% de toda
movimentação financeira. No mercado florícola observa-se que os maiores exportadores são
também importadores. Nesse cenário, a Holanda é o segundo maior importador, perdendo
apenas para a Alemanha em números globais (SEBRAE, 2015). São registrados 171 países
exportadores, o Brasil aparece em 40º lugar no ranking de exportadores, onde responde apenas
por 0,2% do transacionado entre importação e exportação.
A atuação do Brasil no cenário internacional dá-se por meio da exportação de materiais
propagativos como bulbos, tubérculos, rizomas e mudas. Em primeiro lugar exportamos estacas
de crisântemos (Chrysanthemum spp.), mudas de violetas (Saintpaulia ionnantha), begônias
(Begonia elatior), espatifilo (Spathiphyllum sp.) e comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia sp.)
(JUNQUEIRA & PEETZ, 2011). Quanto aos bulbos, tubérculos e rizomas, os produtos mais
exportados são gladíolos (Gladiolus X Grandiflorus), amarílis (Hyppeastrum sp.), lírios
(Lilium sp.) e caladium (Caladium X Hortulanum) (TOMBOLATO et al., 2010).
A cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais brasileira está concentrada
praticamente no mercado interno, contudo o país necessita importar alguns produtos para
atender sua demanda. As importações estão concentradas basicamente em materiais destinados
à propagação vegetativa e ainda é pouco expressiva a importação de produtos destinados ao
consumo final. As condições edafoclimáticas e políticas sanitárias brasileiras fazem com que
seja interessante que empresas estrangeiras, especialmente holandesas e alemãs, utilizem filiais
no Brasil para reprodução e produção de materiais propagativos. Esse é o primeiro fator que
explica os números inerentes às importações. O segundo fator a que se pode atribuir as
importações, dá-se por meio da dependência materiais genéticos de qualidade e lançamento de
novas variedades (SEBRAE, 2015). O aumento da demanda em datas tradicionais de consumo,
a política cambial brasileira e a abundância de países exportadores vizinhos, possibilitaram a
entrada de produtos destinados ao consumo interno, especialmente rosas, cravos e
alstroemérias. Desde o ano de 2011 a balança comercial brasileira apresenta saldo comercial
negativo, fator esse provocado pela expansão do mercado interno (SEBRAE, 2015).
15
1.2 Mercado Interno da Floricultura Brasileira
O Produto Interno Bruto (PIB) da Cadeia Produtiva da Floricultura e Plantas
Ornamentais foi de R$ 4,51 bilhões de reais em 2014, levando em consideração toda parte de
produção, consumo, distribuição, comércio e exportações. A movimentação financeira por
todos os elos da cadeia produtiva atingiu os valores de R$ 10,22 bilhões de reais, contudo mais
de 60% das movimentações estão nos elos considerados depois da Fazenda. A movimentação
financeira no interior das unidades produtivas responde por 20% do montante movimentado. O
restante do percentual movimentado abarca os fornecedores de insumos, agentes facilitadores
e exportações (FERREIRA; BELO, 2015; SEBRAE, 2015).
O mercado de plantas ornamentais, paisagismo e jardinagem, concentrou 41,55% das
movimentações financeiras nos anos de 2013 e 2014, seguido pelo setor de flores e folhagens
de corte com 34,33% das movimentações e o setor de plantas envasadas respondendo por
24,12% do total movimento no mercado de flores e plantas ornamentais. Observa-se que a
melhoria de indicadores econômicos provoca aumento na participação relativa de flores e
folhagens de corte, atrelado também com a crescente capilaridade desses produtos através de
redes de supermercados e o surgimento de novas linhas de abastecimento em diferentes regiões
do país (SEBRAE, 2015). A região sudeste ainda concentra aproximadamente 83% da produção
de flores e folhagens de cortes, assim como plantas envasadas. Ressalta-se que o setor de plantas
envasadas vem sendo puxado fortemente pela produção de orquídeas. Nesse sentido existe
grande esforço e consequente sucesso dos produtores na introdução e lançamento de novas
variedades e espécies de orquídeas no mercado nacional (SEBRAE ,2015).
1.3 Comercialização de Flores e Plantas Ornamentais
O destino da produção de flores e plantas ornamentais do produtor até o consumidor
final passa por diferentes veículos de comercialização, sendo o atacado especializado, varejo
(floriculturas e autosserviços) e terceiro setor (paisagismo e decoração), os principais meios de
acesso e comercialização dos produtos florícolas (SEBRAE, 2015).
Os produtores brasileiros procuram estabelecer canais isolados de comercialização, a
exceção apenas da região de Holambra, onde historicamente os produtores de origem holandesa
herdaram a cultura cooperativista e associativista, sobretudo nos modais de comercialização.
Em termos nacionais, os principais locais de comercialização são as Ceasas localizadas nas
16
capitais estaduais e ou nas regiões metropolitanas (JUNQUEIRA; PEETZ, 2008). A baixa
adesão a associações ou cooperativas de comercialização favorece a atividade de
atravessadores, dificulta a capacidade de negociação e impede o ganho de vantagens
competitivas em termos de qualidade e preço final dos produtos florícolas.
A comercialização eficiente exige estruturação logística, nos quais os cuidados com
transporte, armazenamento, conservação, comunicação entre clientes e transferência de posse
de mercadorias são muitas vezes gargalos que impedem o avanço e modernização da atividade
de produção de flores e plantas ornamentais (SEBRAE, 2015).
1.4 Setor atacadista
O atacado pode ser entendido de duas maneiras, a primeira como espaço físico destinado
à comercialização de um ou mais produtos em grandes quantidades ou como agente de qualquer
cadeia produtiva nos quais um ou mais produtos em grande quantidade são armazenados,
classificados, manuseados e comercializados em quantidades menores, servindo de centros
formadores de preços (REYES, 2012).
O setor atacadista de flores e plantas ornamentais plenamente estabelecido e
formalizado está concentrado em cerca de 90% no Estado de São Paulo, onde são encontrados
os principais atacados como Cooperativa Veiling Holambra (Holambra), CEAGESP (São
Paulo), Mercado Permanente de Flores e Plantas Ornamentais da Ceasa Campinas (Campinas),
Floranet / Cooperflora (Holambra) (JUNQUEIRA; PEETZ, 2008). Os modelos vigentes de
atacado atualmente podem ser divididos em leilões, contratos de intermediação,
comercialização virtual, centrais de abastecimentos público ou privados, atacadista de linha,
Garden centers e atacadista cash and carry. Além de figuras como Broker (intermediário entre
cooperativas e clientes), comissionados, transportadores e representantes comerciais
(TORRES, 2015). Importante destaque deve ser dado aos atacadistas de linha devido a
penetração em pequenas propriedades e a capilaridade ao longo de toda cadeia de produção.
Os atacadistas possuem fundamental importância na cadeia produtiva, haja vista a
pulverização produtiva e o tamanho dos produtores em geral, exercendo a função de
disseminação de flores e plantas ornamentais (OCESP, 2015).
17
1.5 Setor Varejista
Atualmente existem iniciativas de encurtamento de distâncias entre agente produtores e
consumidores, tanto em termos espaciais como também através de políticas locais de
valorização da produção e comercialização mais justa. Contudo, o varejo ainda é o principal
canal de comercialização de flores e plantas ornamentais, dividido em varejo tradicional, varejo
online, Garden centers, varejo supermercadistas ou autosserviços e o terceiro setor
representado por paisagistas e decoradores. Junqueira e Peetz (2008) apontam que o Brasil
possui mais de 20 mil pontos de vendas, de modo que o Estado de São Paulo concentra
aproximadamente 50% do total de lojas. O varejo é o setor da cadeia produtiva que emprega o
maior número de trabalhadores, respondendo pelo total de 120 mil trabalhadores, onde cada
ponto de venda possui, em média, 5,71 funcionários (IBRAFLOR, 2015).
O varejo sazonal, apesar de não entrar em dados oficiais, merece atenção. Caracterizado
por trabalhadores informais ou oriundos da cadeia produtiva que em épocas específicas como
finados, dia das mães e namorados vendem flores nas redondezas de cemitérios, ruas,
aglomerações populares e casas noturnas. Não foram encontrados dados oficiais sobre o
tamanho desse segmento informal, contudo observa-se a movimentação e presenças desses
agentes em praticamente todas as cidades brasileiras.
O setor de autosserviços, caracterizado em suma por supermercados de médio a grande
porte, apresenta-se em franca expansão. Vários fatores são atribuídos ao crescimento desse
segmento, tais como a mudança dos hábitos de consumo, incremento de renda dos brasileiros,
a redução da idade da população economicamente ativa, possibilidade de ações de marketing,
diversificação da oferta de produtos, comodidade para realização da compra e o consumo por
impulso (JUNQUEIRA; PEETZ, 2008).
Garden centers constituem o modelo de varejo mais amplo e que agrega características
interessantes como a oferta de serviços de paisagistas, decoradores, designers de interiores e
jardineiros. Além de praticar a venda de insumos em geral, mobiliário para casa e jardim,
ferramentas, irrigação, oferecendo aos clientes praticidade, conforto e conveniência quanto a
estacionamento e serviços (JUNQUEIRA; PEETZ, 2008).
18
O varejo online destinado ao mercado de flores e plantas ornamentais é relativamente
novo e pouco estruturado no Brasil. O negócio está altamente concentrado na mão de poucas
empresas, exigindo especialização e sobretudo profissionalização para o ingresso de novos
atores nesse cenário de comércio. O sucesso desses empreendimentos dá-se por meio de
parcerias com floriculturas tradicionais que realizam propriamente dito o serviço de entrega das
encomendas e que possuem o estoque de produtos. Outra característica importante desse novo
segmento é a possibilidade de agregação de valor aos pedidos, por meio da venda de itens
acessórios como chocolates, pelúcias, cartões e pequenas lembranças. Esse segmento possui
amplas condições de aumento e participação no setor varejista, contudo os picos de venda ainda
concentram-se nas datas tradicionais de venda (JUNQUEIRA; PEETZ, 2008).
1.6 Consumo
O mercado consumidor brasileiro deve ser analisado e entendido sob a ótica dos países
em desenvolvimento, onde são predominantes características como o baixo consumo per capita,
pequeno número de compradores frequentes, fidelidade a produtos tradicionais e concentração
de compras em datas específicas (JUNQUEIRA; PEETZ, 2008).
O consumo de produtos florícolas está altamente associado com conjuntura econômica
do país, nível de renda da população, classe social e questões de gênero. O consumo até a década
de 1940 era restrito aos níveis domésticos, praticado de maneira extensiva e muito incipiente
(OCESP, 2015). Nos anos de 1950 a 1980, o país sofre uma expressiva explosão demográfica,
intensa industrialização, formação de grandes centros urbanos e consideráveis taxas de
crescimento, todas essas características promovem forte e consistente aumento no consumo e
demanda por produtos da cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais. A consolidação do
setor de serviços e o surgimento da demanda profissional são fatores que contribuem
positivamente para a expansão do consumo interno (TSUBOI; TSURUSHIMA, 2009).
Contudo os anos de 1980 a 1990 são marcados pela drástica redução do consumo e a taxa de
crescimento perde fôlego, configura-se nesses anos inflação galopante, desestabilização da
moeda e perda do poder de compra da massa salarial. Dos anos de 1990 até os atuais observa-
se estabilização da demanda em mercados consumidores tradicionais e moderado aumento em
novos mercados consumidores, representados por cidades de porte médio e mercados tidos
como marginalizados.
19
O consumo médio anual do brasileiro com produtos oriundos da cadeia produtiva de
flores e plantas ornamentais, segundo SEBRAE (2015) está em R$ 26,27, consumo considerado
baixo em comparação com países em condições semelhantes ao Brasil. Desse total consumido,
a compra por produtos de paisagismo e jardinagem responde por 41,55%, flores e folhagens de
corte 34,33% e por último 24,12% por plantas envasadas. Existe uma acentuada discrepância
entre o estado de maior e menor consumo per capita, diferença essa explicada por razões
socioculturais, históricas, logísticas e distribuição de renda. Essas diferenças entre estados e o
relativo baixo consumo de flores e plantas ornamentais, colocam o Brasil em posição
estratégica, frente ao largo mercado consumidor em latência a ser explorado.
1.7 Sistemas de Cultivo
Estimativas conservadoras mostram que no Brasil 67% a 70% das áreas destinadas ao
cultivo de flores e plantas ornamentais estão a céu aberto. Essas áreas são ocupadas por plantas
destinadas ao paisagismo, jardinagem, culturas arbóreas, arbustos e espécies de maior
rusticidade. Os cultivos protegidos por estufas ocupam de 28% a 30% do total da área, sendo
cultivadas flores de corte de clima temperado (rosas, lírio, cravos e lisianthus) e flores tropicais
mais tecnificadas (antúrios e orquídeas). As flores e folhagens envasadas dividem espaço dentro
do percentual do cultivo protegido. Os cultivos realizados sob telados respondem por 3% a 5%
das áreas comerciais, estando espalhados pelas regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste do país,
onde são cultivadas flores e folhagens tropicais (antúrios, orquídeas, samambaias, avencas e
aráceas em geral) (SEBRAE, 2015).
Do total da área cultivada por flores e plantas ornamentais no Brasil, a área destinada a
produção de mudas representa 50,4%, flores e folhagens envasadas 16,3%, flores de corte
28,8%, folhagens de corte 2,6% e 1,9% para outros produtos da floricultura (GRAZIANO,
2002).
1.8 Trabalho no setor produtivo
Dados publicados pelo Ibraflor (2015) apontam para existência de 8.248 produtores de
flores e plantas ornamentais em todo território nacional, ocupando 14.992 hectares cultivados,
onde as propriedades apresentam tamanho médio de 1,8 hectares. Os resultados apresentados
em 2015 pelo Ibraflor superam o número de 5.152 produtores publicados por (JUNQUEIRA;
20
PEETZ, 2008) e os 9000 hectares cultivados apontados por (KIYUNA et al., 2002),
demonstrando significativa evolução do número de produtores e da área plantada.
A atividade de produção responde pela geração, em média, de 5,23 empregos/ha,
equivalendo a 9,42 empregos diretos por unidade produtiva, haja vista a média de 1,8 hectares
por estabelecimento rural.
O varejo, atacado e distribuição respondem por 5,71 empregos por ponto de venda. Em
número totais, considerando produção, varejo, atacado e distribuição, são gerados 215.818
empregos diretos (IBRAFLOR, 2015). Graziano (2002) apontava que 94,4% da massa
trabalhadora era considerada permanente, de modo que 81,3% era contratada e 18,7% formada
pelo trabalho familiar. Dados esses que corroboram a importância social e econômica do setor.
Outro dado relevante mostra que 70% a 80% da mão de obra empregada é composta por
trabalhadores do sexo feminino, fator esse destoante de outros segmentos do agronegócio
brasileiro (OCESP, 2015). E que nos leva a concluir que a floricultura possui forte potencial de
empoderamento, geração de renda e empregabilidade para o público feminino no meio rural.
1.9 Dificuldade de obtenção de dados sobre a floricultura brasileira
Diversos autores apontam dificuldades de obtenção de dados reais que expressem com
propriedade a realidade da floricultura brasileira. Muitos são os entraves apresentados, tais
como imprecisões nas estatísticas oficiais, números conflitantes, falta de periodicidade na coleta
e publicação dos dados. A falta de sistematização e padronização da coleta de dados ocasiona
conflitos que invariavelmente refletem em dificuldades de interpretação das reais dimensões do
setor produtivo. A metodologia adotada por órgãos oficiais como o IBGE e analistas de
mercado levam a discrepâncias quanto aos números obtidos. O IBGE considera em suas
pesquisas todos os produtores que auferem alguma renda com a venda de flores, enquanto
analistas de mercado consideram apenas que efetivamente estão integrados em uma cadeia
produtiva (JUNQUEIRA; PEETZ, 2008; BUAINAIN; BATALHA, 2007; KIYUNA et al,
2004).
As principais ações sistematizadas e que abrangem pesquisas sobre as dimensões da
cadeia produtiva estão localizadas normalmente nas regiões tradicionalmente produtoras e com
maior concentração de estabalecimentos voltados para o negócio, desse modo, os dados oficiais
expressam a realidade apenas dessas regiões. Sendo assim, estatisticas e análises mais
21
profundas de novos polos produtivos e seus respectivos números são ainda mais escassas, e
normalmente as existentes foram frutos de esforços localizados de organizações locais e ou
governos estaduais (SEBRAE, 2015; JUNQUEIRA; PEETZ, 2008).
1.10 Floricultura Mineira
O estado de Minas Gerais é um importante polo produtor de flores e plantas
ornamentais. Sua floricultura pode ser considerada diversificada, haja vista a diversidade de
produtos florícolas produzidos. Contudo, especial destaque deve ser dado a produção de flores
de corte, mudas e plantas para paisagismos e jardinagem, movimentando aproximadamente 170
milhões de reais (SEBRAE, 2015). O cultivo estende-se por 645 hectares em 130 municípios,
com aproximadamente 576 produtores (OCESP, 2015).
Em grande maioria, os produtores são pequenos, com baixo capital de investimento,
predomínio de tecnologia inferior a estados como São Paulo e incipiente cultura associativista.
Não existe no Estado nenhuma cooperativa organizadora e condutora da produção (OCESP,
2015).
Os produtores estão distribuidos da seguinte maneira pelo Estado, Zona da Mata
(35,40%); Central (16,20%); Sul (14,50%); Vale do Jequitinhonha/Mucuri (8,20%); Centro-
Oeste (7,30%); Norte (4,70%); Alto Paranaíba (3,70%); Triângulo (3,70%); Vale do Rio Doce
(3,50%); e Noroeste (2,80%) (SEBRAE, 2015).
Os cultivos de flores de cortes estão localizados na região Centro-sul e mudas e plantas
ornamentais para jardinocultura na Zona da Mata mineira. Os municípios de Barbacena e
Andradas são considerados dois grandes polos produtores de rosas. Esses municípios, devido
suas características de clima ameno e temperaturas de 18 ºC a 25ºC, apresentam condições
favoráveis com cultivo da roseira (BARBOSA et al, 2009). Ainda sobre a floricultura de corte,
destaca-se a produção de gérbera, áster, gipsófila, tango, gladíolo e crisântemos (LANDGRAF;
PAIVA, 2005).
O cultivo de flores envasadas apresenta-se muito pouco expressivo no Estado,
respondendo apenas por 0,55% do total produzido. Observa-se que o uso de tecnologias e
cultivo protegido estão associados às condições locais de clima e às espécies cultivadas. Desse
modo, a região Centro-sul configura-se como região de predomínio de cultivo protegido e
22
regiões produtoras de mudas e plantas ornamentais para jardim estão inseridas em áreas de
predominância de cultivo a céu aberto ou telados (SEBRAE, 2015)
1.11 Floricultura na Região de Barbacena
O município mineiro de Barbacena pertence a mesorregião do Campos da Vertentes,
que por sua vez está inserida como cidade polo da microrregião de Barbacena compreendendo
uma população de 219.556 habitantes divididos em dozes municípios: Alfredo Vasconcelos,
Antônio Carlos, Barbacena, Barroso, Capela Nova, Caranaíba, Carandaí, Desterro do Melo,
Ibertioga, Ressaquinha, Santa Bárbara do Tugúrio e Senhora dos Remédios (IBGE, 2008).
Barbacena destaca-se em sua microrregião, sendo considerada principal polo
econômico, social e político. Com população estimada em 135.829 habitantes, sua economia
baseia-se na agricultura e comércio. Seu clima tropical de altitude, com temperatura média
anual de 18 ºc e precipitação média anual de 1.400 mm favorecem o cultivo de espécies de
clima temperado, tais como flores de corte e frutas mediterrâneas (IBGE, 2016). A cidade é
conhecida nacionalmente e internacionalmente como tradicional produtora de rosas, recebendo
alcunha de “Cidade das Rosas”.
A produção de rosas tem origem com a imigração de alemães em 1948, que enxergaram
o Brasil como possibilidade de reconstruir suas vidas, em decorrência da crise econômica que
atingia a Europa no pós guerra (SANTOS, 1994). Os imigrantes começaram a trabalhar em
lavouras de famílias tradicionais de Barbacena. Muitos possuíam histórico de trabalho com
flores e plantavam algumas espécies de maneira extensiva nas propriedades que trabalhavam
em Barbacena. Com o passar dos anos e já possuindo terras próprias, a atividade começa a
profissionalizar e a produção atinge expressão econômica (RESENDE; TOLEDO, 2014).
As condições de clima e localização são consideradas estratégicas para o
desenvolvimento da floricultura na microrregião de Barbacena. O município está localizado a
160 km de Belo Horizonte, 280 km do Rio de Janeiro e 528 km de São Paulo, possuindo fácil
acesso pela rodovia federal 040 e 265 (IBGE, 2008). A produção ganha forte notoriedade a
partir da década de 1960, onde 97 produtores fundam a Cooperativa União Barbacenense dos
Floricultores (Uniflor) em 1967. Nesse mesmo ano surge a Festa das Rosas, evento com intuito
de promover e divulgar a produção de flores, sobretudo rosas do município. Em 1970 a
23
cooperativa atendia a grandes demandas do mercado interno e externo, onde 80% da produção
era destinada exclusivamente a exportação para a Alemanha. Contudo em 1976 com a produção
e exportação em ritmos acelerados, diversos calotes advindos de importadores alemães levaram
a dissolução de Uniflor e consequente quebra de muitos floricultores, de modo que, o número
foi reduzido a apenas 13 produtores (RESENDE; TOLEDO, 2014).
Depois de três anos, em 1979, a cidade recebe investimento de produtores alemães que
em Antônio Carlos, cidade localizada a 10 km do centro de Barbacena, fundam a Brasil
Flowers. Empresa multinacional que em seu auge produtivo empregava diretamente 900
pessoas e gerava indiretamente 3000 postos de trabalho. Voltada praticamente toda para o
mercado externo sua produção empregava elevados níveis tecnológicos. No final da década de
1980 devido a turbulência econômica do Brasil e a forte depreciação dos preços do botão de
rosa no mercado europeu, a sustentabilidade econômica da Brasil Flowers começa a fracassar
em 1989 a floricultura em Barbacena sofre grande declínio com o encerramento das atividades
da empresa de capital alemão (RESENDE; TOLEDO, 2014).
Em decorrência do acúmulo de conhecimento e familiaridade com a produção de flores,
um grupo de 15 produtores com o fomento e organização da prefeitura municipal fundaram, no
início do ano 2000, Associação Barbacenense de Produtores de Rosas e Flores
(ABARFLORES). Tendo como principal objetivo o fortalecimento e desenvolvimento da
atividade florícola na microrregião de Barbacena. Parcerias com instituições públicas como
Sebrae, Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Escola Agrotécnica Federal de Barbacena
(EAFB) e a Empresa Mineira de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER) foram
estabelecidas, favorecendo melhorias nas condições de negociação de compra de insumos e
venda de produtores. Houve a introdução de novas variedades de rosas patenteadas e a
regularização do pagamento de royalties de algumas variedades já cultivadas. Barbacena reúne
condições históricas, geográficas, climáticas e políticas que asseguram sua posição de destaque
no cenário nacional e internacional da cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais
(RESENDE; TOLEDO, 2014).
1.12 Outros Estados Produtores
Em todo Brasil, dez estados produtores, liderados por São Paulo, respondem 98,5% do
valor da produção de flores e plantas ornamentais, são eles: São Paulo, Minas Gerais, Paraná,
24
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia e Ceará
(KIYUNA et al, 2004).
São Paulo é o principal Estado produtor, comercializador e distribuidor de praticamente
todos os produtos da cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais. O Estado responde por
mais de 50% de toda movimentação de produtos e valores da cadeia produtiva. Contudo, sua
produção está concentrada nos municípios de Atibaia, Holambra, Mogi das Cruzes, Ibiúna,
Guararema, Registro, São Paulo, Suzano, Limeira, Mogi-Mirim, Nazaré Paulista, Campinas,
Juquiá e Jacareí. O atacado de flores e plantas ornamentais no Brasil está concentrado em cerca
de 90% no Estado de São Paulo, por meio da Cooperativa Veiling Holambra (Holambra),
seguida da CEAGESP (São Paulo), pelo Mercado Permanente de Flores e Plantas Ornamentais
da Ceasa Campinas (Campinas), Floranet e Cooperflora (Holambra). (SEBRAE, 2015;
JUNQUEIRA; PEETZ, 2008).
O Estado do Rio Grande do Sul é a unidade da federação com maior consumo per capita
de produtos florícolas, contudo é observado defasagem entre a produção e o consumo interno,
fator esse que favorece competitivamente produtores locais. Suas condições climáticas
favorecem o cultivo de espécies de clima temperado (BUAINAIN; BATALHA, 2007).
A floricultura paranaense está associada a colonização alemã, onde o cultivo de flores
surgiu como alternativa de renda em pequenas propriedades rurais, segundo dados de 2007 o
estado contava com 160 produtores (BUAINAIN; BATALHA, 2007).
Santa Catarina apresenta-se como terceiro maior produtor, com 900 hectares cultivados
e mais de 300 produtores. Grande parte da produção é voltado para o cultivo de plantas
ornamentais para jardins e paisagismo. O clima temperado possibilita o cultivo de espécies de
corte com elevada qualidade (BUAINAIN; BATALHA, 2007).
O Rio de Janeiro produz apenas 20% do total consumido, sendo o restante abastecido
por São Paulo e Minas Gerais. Sua produção está concentrada no cultivo de orquídeas e
bromélias. Não existe nenhum mercado forte e centralizador da produção, os produtores estão
dispersos, pouco organizados e a assistência técnica configura-se incipiente (BUAINAIN;
BATALHA, 2007).
25
Devido à crescente descentralização da floricultura paulista e a inúmeros incentivos
públicos realizados por meio de governos nordestinos, a floricultura nos estados do nordeste
começa a desenvolver-se de maneira acentuada. Sobretudo o cultivo de flores tropicais e flores
de corte. Na Bahia, o principal entrave está na comercialização. O Estado do Ceará,
seguramente apresenta o melhor desenvolvimento do setor produtivo dentre os estados
nordestino. Haja vista que hoje o principal exportador de rosas cortadas é o Ceará, a área planta
em 2006 superava 260 hectares. Existe forte cooperação entre poder público, Sebrae e iniciativa
privada para o desenvolvimento da floricultura local (SEBRAE, 2015; JUNQUEIRA &
PEETZ, 2008; BUAINAIN; BATALHA, 2007).
2 QUESTÕES MOTIVADORAS
A questão abordada neste trabalho trata-se do diagnóstico da cadeia produtiva de flores
e plantas ornamentais na microrregião de Barbacena, sobretudo quanto ao seu desenvolvimento
e organização dos elos produtivos. Portanto ao final desde trabalho pretende-se verificar às
seguintes questões:
1- A cadeia produtiva de Flores e Plantas Ornamentais na Microrregião de Barbacena está
consolidada e desenvolvida.
2- A produção está diversificada em diferentes espécies de flores e plantas ornamentais.
3- Os produtores adotam práticas de manejo e condução da produção adequadamente.
4- Os produtores estão envolvidos coletivamente com a produção e o desenvolvimento da
cadeia produtiva.
3 JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS
O poder público, iniciativa privada e agentes de pesquisa necessitam de informações
atualizadas e representativas sobre o estado de desenvolvimento de qualquer atividade
produtiva visando estudos, intervenção, acompanhamento e implantação de políticas públicas.
A microrregião de Barbacena é conhecida nacionalmente e internacionalmente como polo
produtor de flores e plantas ornamentais, contudo não existem dados recentes e concisos sobre
o real estado da cadeia produtiva. Portanto, objetiva-se com o presente estudo diagnosticar e
caracterizar a cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais, sob os aspectos de fornecedores
26
de insumos, produtores, espécies cultivadas, entraves, oportunidades, distribuidores, comércio
e consumidores.
4 MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo foi desenvolvido na microrregião de Barbacena que compreende
doze municípios: Alfredo Vasconcelos, Antônio Carlos, Barbacena, Barroso, Capela Nova,
Caranaíba, Carandaí, Desterro do Melo, Ibertioga, Ressaquinha, Santa Bárbara do Tugúrio,
Senhora dos Remédios (IBGE, 2008).
Para o desenvolvimento do trabalho foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com
gerentes de lojas agropecuárias, produtores rurais de flores e plantas ornamentais, gerentes de
floriculturas, supermercados e consumidores escolhidos aleatoriamente. As visitas e entrevistas
foram realizadas durante o mês de maio de 2017. Os questionários continham perguntas que
visavam levantar informações sobre o perfil do entrevistado, padrão de consumo, características
da propriedade ou estabelecimento e informações inerentes ao desenvolvimento da atividade.
Foram realizados pré-testes com os questionários buscando adequar as perguntas e a linguagem
utilizada.
Antes de iniciar as atividades de campo, conversas foram estabelecidas com técnicos do
escritório local da Emater-MG dos munícipios de Barbacena e Alfredo Vasconcelos. Essas
conversas serviram como norteador das propriedades e lojas a serem público do presente
trabalho. A ocasião possibilitou coleta de informações sobre a organização dos produtores,
número de produtores e distribuição pelo território.
Quanto aos fornecedores de insumos foram realizadas visitas e entrevistas em 7 lojas
agropecuárias, baseando no tamanho das lojas, localização e nível de penetração desses
estabelecimentos no meio rural da microrregião de Barbacena. A escolha foi estabelecida em
lojas que sabidamente possuem técnicos de campo, trabalham com grande variedade de tipos
de insumos e estão localizadas às margens de rodovias ou possuem fácil acesso para os
produtores.
A escolha dos produtores a serem visitados foi feita através de critérios como tamanho
da propriedade, níveis de produção, diversidade de espécies produzidas, localização e facilidade
de acesso. Desse modo, foram realizadas 10 visitas em propriedades de diferentes tamanhos.
27
Optou-se por escolher três propriedades consideradas de grande porte acima de 7 hectares
cultivados, três de médio porte entre 3 a 6,9 hectares cultivados e quatro propriedades
consideradas de pequenas com até 2,9 hectares cultivadas. Priorizou-se produtores que são
considerados referências para atividades na região e que possuem variedades de cultivos. Foram
visitadas três propriedades no munícipio de Alfredo Vasconcelos –MG, 6 propriedades em
Barbacena – MG e uma propriedade na cidade de Antônio Carlos – MG.
As floriculturas escolhidas foram as cinco principais e tradicionais do município de
Barbacena. Todas as floriculturas estão localizadas na região central da cidade ou em bairros
muito próximos ao centro. São estabelecimentos devidamente registrados como floriculturas e
estão situados há bastante tempo no comércio de Barbacena.
Foram visitadas três redes de supermercados no município de Barbacena e escolheu-se
supermercados que possuem mais de uma loja na cidade, que estão integrados em redes com
lojas em outras cidades do estado e que possuem fácil acesso aos consumidores.
Os consumidores foram escolhidos aleatoriamente entre pessoas que transitavam perto
ou no interior das lojas agropecuárias, floriculturas e supermercados visitados. Não houve
direcionamento quanto a idade e sexo dos entrevistados. Desse modo, em três dias, 40 pessoas
foram entrevistadas.
O método utilizado para análise dos resultados é qualitativo e a estatísticas descritiva.
Entendeu-se ser essa a maneira mais adequada para avaliar valores, atitudes, características e
atributos da cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais na microrregião de Barbacena.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A microrregião de Barbacena, composta por 12 municípios, apresenta segundo a
Emater, Sindicato Rural e produtores de flores tradicionais, aproximadamente 50 a 60
floricultores que produzem flores e plantas ornamentais de maneira contínua em suas
propriedades. A região é tradicionalmente conhecida como centro produtor de produtos
florícolas, contudo, conforme apresentado em revisão bibliográfica, a dinâmica da produção
passou por diferentes ciclos de expansão e retração quanto a dimensão da produção,
organização e desenvolvimento. A cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais na
28
microrregião de Barbacena, envolve a geração de emprego e renda na área rural e urbana da
microrregião.
5.1 Trabalho na Cadeia Produtiva
A produção de flores e plantas ornamentais é responsável pela geração de emprego e
renda na microrregião de Barbacena, haja vista que foram visitados 25 estabelecimentos entre
fornecedores de insumos, produtores, floriculturas e supermercados, totalizando a geração de
226 empregos diretos. O gráfico 1 apresenta a distribuição percentual dos empregos, segundo
atividade da cadeia produtiva.
Gráfico 1: Média de empregos diretos por estabelecimento visitado na Microrregião de
Barbacena.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017
Os resultados demonstram a importância da produção de flores da microrregião para a
manutenção do emprego no campo e cidade. Quanto aos supermercados, foi questionado o
número de funcionários do estabelecimento que trabalhavam o tempo todo ou parte do tempo
com flores, organizando, repondo mercadoria e cuidando da apresentação e manutenção das
mercadorias. Os funcionários das lojas agropecuárias dedicam-se ao atendimento de outras
demandas do agronegócio, mas veremos adiante que muitos também estão empenhados na
cadeia de flores e plantas ornamentais. Todos os produtores entrevistados responderam que a
principal atividade produtiva de suas propriedades está no cultivo de flores e plantas
ornamentais, desse modo foram contabilizados somente aqueles trabalhadores envolvidos em
alguma etapa da produção.
4,0
11,5
2,0
12,1
Floriculturas
Produtores
Supermercados
Lojas Agropecuárias
- 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0
Média de Empregos Diretos por Estabelecimento
29
A escolaridade dos produtores rurais e fornecedores de insumos também foi alvo de
pesquisa, haja vista que por meio do nível de escolaridade pode-se inferir o impacto e a
abordagem do processo de comunicação e transferência de tecnologia entre os agentes da cadeia
produtiva.
Gráfico 2.: Escolaridade dos produtores de flores e plantas ornamentais entrevistados na
microrregi
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
As lojas agropecuárias locais, que configuram-se como os principais fornecedores de
insumos para os estabelecimentos agropecuários da microrregião de Barbacena, contam com
excelente quadro de funcionários quanto à qualificação, haja vista que 87% dos funcionários
possuem formação inerente ao agronegócio. Sob o ponto de vista de formação, as lojas
agropecuárias podem servir como fonte disseminadora de informações e soluções quanto aos
aspectos técnicos da produção.
56%33%
11%
Escolaridade dos Produtores
Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino Superior
30
Gráfico 3.: Escolaridade dos Funcionários dos Fornecedores de Insumos
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
5.2 Fornecedores de Insumos
O presente estudo levantou a atuação dos fornecedores de insumos locais da
microrregião de Barbacena. Foram realizadas visitas e entrevistas em sete lojas agropecuárias,
baseando no tamanho das lojas, localização e nível de penetração desses estabelecimentos no
meio rural da microrregião de Barbacena. A escolha foi estabelecida em lojas que sabidamente
possuem técnicos de campo, trabalham com grande variedade de tipos de insumos e estão
localizadas às margens de rodovias ou possuem fácil acesso para os produtores.
O tempo de atuação das lojas agropecuárias é fator decisivo quanto ao vínculo
estabelecido entre produtores e fornecedores, a confiança estabelecida entre as partes favorece
a troca de informações, a incorporação de novas tecnologias e o acesso às principais demandas
quanto ao fornecimento de insumo. O gráfico abaixo demonstra o tempo de atuação desses
estabelecimentos no comércio local.
13%
74%
9%
4%
Escolaridade dos Fornecedores de Insumos
Agronômo Técnico em Agropecuária
Ensino Médio Outro Superior
31
Gráfico 4 .: Tempo de atuação dos fornecedores de insumos da microrregião de Barbacena
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
É importante frisar a questão do vínculo entre produtor e fornecedor de insumo, pois
como veremos adiante, o produtor sofre de enorme carência de assistência técnica pública ou
consultores privados. Portanto a principal fonte de dispersão de novidades e informações
técnicas está a cargo de lojas agropecuárias. E essa atividade de assistência técnica, ainda que
informal, possui relevância quanto ao desenvolvimento do meio rural. Desse modo, as lojas
possuem entre seus quadros de funcionários a divisão apresentada pelo gráfico 5.
Gráfico 5.: Distribuição do quantitativo de funcionário por atividade realizada nos
estabelecimentos fornecedores de insumos
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
14%
14%
29%
43%
Tempo de Atuação das Lojas Agropecuária Locais
menos de 2 anos
entre 2,1 anos a 5
anos
entre 5,1 anos a 10
anos
acima de 10 anos
68%
32%
Divisão por atividade realizada
Loja Campo
32
O quantitativo apresentado mostra que na pesquisa realizada 32% dos funcionários das
lojas agropecuárias, que no caso representa 27 pessoas, realizam de fato visitas nas propriedades
agrícolas da microrregião de Barbacena. Quando questionado a essas pessoas, que de fato, vão
a campo sobre às principais visitas realizadas de acordo com o segmento de atuação desses
estabelecimentos, o resultado obtido (Gráfico 6) está de acordo com as atividades mais
significativas que compõe o agronegócio da microrregião.
Gráfico 6.: Visitas realizadas pelos técnicos de campo dos fornecedores de insumos de acordo
com a atuação do estabelecimento rural
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Olericultores são prioritariamente visitados pelos fornecedores de insumos, essa
tendência deve-se em primeiro lugar pelo maior número de olericultores frente aos floricultores
e fruticultores da região. Segundo a intensidade de consumo de insumos em termos de volumes
totais é maior na olericultura, em detrimento ao menor ciclo das culturas, diversidade de
espécies e área cultivada. Terceiro fator que explica a situação está inexistência de um portfólio
de produtos específico para a produção de flores e plantas ornamentais, tais como maturadores,
reguladores de crescimento, conservantes e plásticos especiais.
O tamanho médio das propriedades visitadas pelos fornecedores, também foi alvo desse
diagnóstico. Conforme gráfico a seguir.
100%
50%
50%
67%
33%
Olericultores
Fruticultores
Floricultores
Produtores de grãos
Outras atividades rurais
0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%
Principais visitas de acordo com a atuação do
estabelecimento rural
33
Gráfico 7.: Visitas dos fornecedores de insumos segundo tamanho do estabelecimento rural da
microrregião de Barbacena.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017
Os resultados demonstram que a totalidade dos fornecedores de insumos visitam
propriedades com tamanho superior a 10 hectares e que apenas 29% dos fornecedores vão a
estabelecimento rurais menores que 3 hectares. A associação do tamanho da área da propriedade
com o volume de insumos demandados não correlaciona-se proporcionalmente, haja vista que
a floricultura, de modo geral, demanda elevada quantidade de insumos, em termos de
quantidade e valores absolutos, por pequenas unidades de área. Os resultados obtidos,
certamente demonstram a falta de percepção dos fornecedores quanto ao potencial de
exploração desse segmento, onde pequenas propriedades podem movimentar volumosos
recursos.
A categoria de produtos que expressam as principais vendas dos fornecedores de
insumos está apresentada no gráfico 8. Observa-se a expressão do segmento de agrotóxicos e
fertilizantes, denota-se portanto que a agronegócio da microrregião ainda está na era da
dependência do insumo. Por meio das visitas aos floricultores, e conforme veremos adiante,
existe consumo exagerado de agrotóxicos. Certamente favorecido pela falta de assistência
técnica livre do interesse de venda, conscientização do manejo de pragas e a adoção de meios
alternativos de controle de pragas e doenças. Soma-se a esse fator a exigência de metas de
produtos a serem vendidos pelos funcionários de campo. A atual conjuntura favorece o uso
muitas vezes exacerbado de agrotóxicos.
29%
43%
57%
100%
Menores que 3 hectares
Maiores que 3 e menores que 5
hectares
Maiores que 5 e menores que 10
hectares
Maiores que 10 hectares
0% 50% 100% 150%
Visitas realizadas de acordo com tamanho da propriedade
34
Gráfico 8.: Categoria dos principais produtos comercializados pelos fornecedores de insumos
da microrregião de Barbacena
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Dentro de uma lógica de preocupação ambiental e atenuação dos impactos da
exploração produtiva do agronegócio, foi perguntado aos fornecedores de insumos sobre a
existência e disponibilização para venda de produtos considerados biológicos, 57% dos
logradores agrícolas disseram que não comercializam nenhum produto de natureza biológica.
Esse dado torna-se ainda pior, quando o produtor foi questionado sobre o uso e eficiência desses
produtos em seus cultivos.
5.3 Produtores de Flores e Plantas Ornamentais
Os produtores de flores e plantas ornamentais na microrregião de Barbacena, possuem
considerável tempo de atuação na atividade, em média, 24,9 anos dedicados ao cultivo. O
tamanho médio da área cultivada está em 4,12 hectares com flores e ou plantas ornamentais. A
tabela 2 apresenta os resultados obtidos com os questionários aplicados.
71%
43%
29%
43%
29%
29%
Agrotóxicos
Fertilizantes
Material Propagativo
Ferramentas
Embalagens
Material de Irrigação
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
Categoria de principais produtos comercializados
35
Tabela 2.:Produtores, tempo de atuação, tamanho da área cultivada e perfil da mão de obra.
Produtor Tempo de atuação
(anos) Área cultivada
(hectares)
Mão de Obra
Contratada
Mão de Obra
Familiar
1 20 0,2 0 2
2 52 5 8 2
3 19 2 3 1
4 10 3 8 4
5 13 1 0 3
6 22 2 2 2
7 20 7 16 1
8 40 8 31 1
9 35 9 25 1
10 18 4 3 2
Média 24,9 4,12 9,6 1,9
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
O tempo médio de atuação dos floricultores na atividade é um fator que mais uma vez
denota o tradicionalismo de microrregião de Barbacena no cultivo de flores e plantas
ornamentais. A questão do tempo é importante, pois demonstra certa estabilidade quanto a
permanência do produtor na atividade produção, frente aos desafios passados e futuros que
podem colocar em risco a continuidade do empreendimento agrícola. A área cultivada na região
está acima da média nacional, segundo Ibraflor 2015, onde o tamanho médio dos cultivos era
de 1,8 hectares. Contudo o emprego médio de mão de obra por unidade de área está abaixo dos
valores apontando pelo Ibraflor 2015, o instituto aponta 5,23 empregos por hectare, enquanto a
média observada pelo presente estudo mostra a geração de 2,79 empregos/há. Ressalta-se a
utilização da mão de obra familiar, sobretudo naquelas propriedades consideradas pequenas e
médias. Esses valores reforçam a importância socioeconômica da produção de flores e plantas
ornamentais para microrregião de Barbacena, como promotora de empregos e fixação do
homem rural.
O meio de acesso a informação, novidades, novos produtos e tecnologias foi outro
aspecto levantado por esse estudo. O conhecimento dessa informação permite conhecer os
principais veículos de comunicação, avaliar a existência e eficiência de políticas de Assistência
Técnica e Extensão Rural – ATER e estimar a penetração desses meios no contexto produtivo
local. O gráfico 9 apresenta os resultados obtidos.
36
Gráfico 9.: Acesso a informações sobre cultivo, manejo, tecnologia e novidades do mercado
florícola.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017
A troca de informações entre floricultores e a assistência técnica difusa oferecida pelas
lojas agropecuárias configuram-se como os principais de meios de acesso a informação e
difusão do conhecimento. A internet também exerce papel de destaque no processo de acesso
ao conhecimento e difusão de novidades do setor. Alguns produtores relataram participar de
excursões e viagens técnicas a feiras e empresas que promovem eventos de divulgação de
produtos e novas tecnologias. Os grandes produtores locais, inclusive relataram a ida ao exterior
em busca de novas variedades e novidades para suas áreas de atuação.
Quanto aos aspectos da produção, a totalidade dos produtores entrevistas produzem
flores de corte, dois produtores produzem folhagem de corte (Hera e Murta) e dois produzem
também mudas para consumo próprio e venda a terceiros. A tabela a seguir apresenta as
espécies produzidas por cada produtor entrevistado.
30%
0%
0%
60%
40%
Internet, livros, revistas
Televisão, rádio, jornal
Palestras, encontros comunitários
Por meio de outros floricultores
Visitas técnicas, assistência
técnica
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
Acesso a informações da atividade
37
Tabela 3.: Espécies produzidas nas propriedades visitadas da Microrregião de Barbacena
Produtor Espécies cultivadas
1 Rosa, Tango, Áster, Crisântemo
2 Alstroémerias, Gerbera, Lisianthus, Boca de leão, Gypsophila
3 Rosa, Copo de leite
4 Tango, Áster
5 Gérbera, Tango, Áster
6 Áster, Tango, Girassol, Era, Aspargo, Murta
7 Gypson, Áster, Tango
8 Rosa
9 Rosa
10 Áster, Tango, Girassol, Hera, Aspargo, Murta
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Conforme a tabela acima, 13 espécies diferentes são cultivadas microrregião de
Barbacena, 40% dos logradouros cultivam Rosas, 60% cultivam Áster e Tango, 20% cultivam
Gérberas e as outras espécies são cultivadas por apenas um dos produtores entrevistados. Nota-
se grande variedade de espécies cultivadas, fator que corrobora positivamente para a formação
de redes mais sólidas de negócios, vendas, transporte e consequentemente desperta interesse de
decoradores e floriculturas.
Essas características, até aqui apresentadas, favorecem a consolidação de redes de
negócios mais elaboradas e coesas. Contudo, conforme levantado com os produtores, a
ABARFLORES está desativada e nenhum dos entrevistados participam atualmente de qualquer
que seja organização associativa ou cooperativa.
Quanto aos materiais de propagação utilizados na manutenção e renovação dos cultivos,
percebeu-se durante a pesquisa forte resistência a responder sobre a origem dos materiais
utilizados. Alguns produtores reclamaram sobre problemas inerentes ao pagamento de
Royalties e regularização do cultivo de variedades protegidas pela Lei de Proteção de Cultivares
– LPC. Contudo os produtores dedicados ao cultivo de rosas responderam que adquirem as
mudas em estádio de plantio de outros produtores, a exceção de um produtor que produz a
própria muda desde o início do processo de produção e ainda comercializa para terceiros.
Entre os dez produtores entrevistados 80% utilizam cultivo protegido, predomina a
utilização de madeira como estrutura principal em 62,5% dos cultivos protegidos, o restante
38
utiliza o aço galvanizado como material principal. A utilização de madeira demonstra certo
atraso tecnológico e exige manutenções mais periódicas, ocasionando menor tempo de vida útil
do plástico de cobertura. As casas de vegetação feitas totalmente de madeira possuem menor
pé direto em comparação às estruturas que utilizam aço, segundo relato dos produtores a menor
altura compromete a qualidade das espécies cultivadas. Provocando maior incidência de pragas
e doenças. A construção de estruturas em aço demanda significativo aporte de capital, o que
limita o uso desse material e certamente dificulta a expansão do cultivo protegido para as áreas
cultivadas em céu aberto. A existência de associação, cooperativa ou organização de alguns
produtores, certamente possibilitaria a diluição dos custos de implantação e manutenção desse
modelo de cultivo.
Quando questionados sobre o manejo de correção e adubação das áreas cultivadas, 50%
dos produtores entrevistados afirmaram que não fazem análise de solo, apesar de todos
adotarem algum tipo de adubação mineral e orgânica. A aplicação de calcário é feita em 60%
das propriedades, e não existe nenhum tipo de correção no restante das propriedades visitadas.
Adubação mineral ou orgânica em 60% das propriedades visitadas é feita semanalmente,
contudo não obedecem os resultados das análises de solo. Apenas um produtor afirmou ter
realizado nos últimos três anos análise foliar no cultivo da roseira.
A falta ou manejo adequado da correção e adubação do solo apresenta-se como fator
primordial e prioritário na gestão e administração dos estabelecimentos rurais. O consumo de
fertilizantes e corretivos utilizados no cultivo de flores e plantas ornamentais é elevado haja
vista a extração e demanda por nutrientes dessas espécies. A aplicação desses insumos de
maneira irracional provoca inúmeros prejuízos ou perdas, tanto financeiras, quanto em termos
de ataque de pragas e doenças, consequentemente reduzido a qualidade do produto final. A
adoção do manejo adequado de fertilidade e nutrição de plantas não exige grandes esforços
financeiros ou desafios técnicos, basta a presença e acompanhamento continuado por parte de
pessoas capacitadas para esse fim.
O manejo da água também foi outro assunto abordado pelo presente diagnóstico, todas
as propriedades visitadas utilizam a irrigação durante todo o ano. Portanto, especial atenção
deveria ser dada por parte dos produtores, contudo a realidade mostra-se diferente dessa
necessidade. A irrigação localizada está presente na totalidade dos cultivos, onde 60% das
propriedades utilizam a microaspersão e 40% o gotejamento. Nenhum produtor entrevistado
39
relatou a existência do controle de lâmina aplicada ou qualquer que seja a maneira de avaliação
da quantidade aplicada. A necessidade da aplicação está baseada no costume e conforme o
período do dia, segundo afirmação de todos os produtores.
A ocorrência de pragas e doenças, assim como o manejo utilizado para o controle foi
outro aspecto levantado por essa pesquisa. Predominantemente, as doenças relatadas são de
natureza fúngica, com exceção dos cultivos de rosas onde todos os produtores relatam
problemas e medidas de controle em desfavor da Agrobacterium spp., também conhecida como
doença das galhas. A única medida de controle alternativo ao químico e biológico, relatada
pelos produtores, concerne ao manejo da agrobactéria onde podas e vaporização do solo são
utilizadas visando atenuar a presença e os prejuízos da doença das galhas. Quanto às pragas é
praticamente unânime o relato da presença e prejuízo em decorrência do aparecimento de tripes,
ácaros e mosca branca. A tabela 4 apresenta as doenças e pragas relatadas pelos produtores
entrevistados.
Tabela 4.: Doenças e pragas de ocorrência nas propriedades visitadas, relatadas pelos
produtores da Microrregião de Barbacena
Produtor Doenças Relatadas Pragas Relatadas
1 Ferrugem, Mofo Tripes, Ácaro 2 Mancha Roxa, Mofo, Pinta Preta, Oídio Tripes, Ácaro 3 Pinta Preta, Botrytis, Agrobactéria Tripes, Mosca branca 4 Mancha Roxa, Pinta Preta, Botrytis Tripes, Ácaro 5 Ferrugem Mosca branca
6 Ferrugem, Mofo, Oídio Tripes, Ácaro e Mosca
branca 7 Ferrugem, Mídio Tripes, Mosca branca 8 Pinta Preta, Botrytis, Agrobactéria Tripes, Ácaro 9 Pinta preta, Mancha Roxa, Botrytis, Agrobactéria Tripes, Ácaro
10 Mancha Roxa, Mofo, Pinta Preta, Oídio, Botrytis Tripes, Ácaro Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
O uso de controle químico foi relatado em todas as propriedades visitadas, apenas 30%
disseram que utilizam ou utilizaram controle biológico. Observa-se forte resistência quanto ao
uso do controle biológico, muitos relatam a ineficiência e desconfiança quanto à eficácia desse
modo controle. Durante o decorrer da conversa percebe que muitos aplicaram de maneira
equivocada ou em conjunto com controle químico. Mais uma vez a inexistência de
acompanhamento técnico contínuo configura-se como barreira no processo de incorporação e
40
desenvolvimento de novas técnicas de manejo, consequentemente resultando em
desinformação, danos econômicos e ambientais.
O destino da produção e sua distribuição foram os aspectos finais levantados por essa
pesquisa dentro do elo produtor da cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais. Os
principais compradores da produção, assim como às cidades destino seguem explicitados na
tabela e gráfico a seguir.
Gráfico 10.: Principais compradores da produção de flores e plantas ornamentais dos
produtores da microrregião de Barbacena
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Tabela 5.: Principais localidades para onde é destinada a produção dos produtos florícolas da
Microrregião de Barbacena
Destino da produção Cidades
Microrregião Barbacena
Estado
Belo Horizonte, Lavras, São João Del Rei, Juiz
de Fora, Cataguases, Muriaé, Viçosa, Ponte
Nova
Interestadual Rio de Janeiro
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Na comercialização da produção ainda pode-se observar a presença de atravessadores,
a atuação desses está voltada para os pequenos produtores, sendo que esses agentes são
prepostos dos grandes floricultores. Com exceção de apenas um floricultor que vende
especificamente rosas para o CEASA Minas, nenhum outro produtor vende sua produção para
80%
70%
20%
10%
Floriculturas
Decoradores
Atravessadores
Ceasa
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Compradores da Produção
41
o mercado atacadista. Os produtores detêm a distribuição e entrega da produção para os
compradores, sendo que maioria são floriculturas e decoradores. A entrega é realizada
isoladamente, por meio de veículos furgões ou caminhonetes próprias. Os produtores relatam
satisfação quanto a venda para floricultores e decoradores, contudo eles atribuem dificuldades
em estabelecerem padrões uniformes de classificação visando o mercado atacadista. A falta de
uma unidade técnica capaz de organizar e direcionar a produção quanto à qualidade,
regularização de oferta e produtores, furta dos produtores a oportunidade melhores condições
de preços e competitividade dentro da cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais.
5.4 Varejo da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais na Microrregião de
Barbacena
5.4.1 Floriculturas
A levantamento realizado junto às floriculturas consistiu na aplicação de questionários
aos gerentes ou responsáveis pelo estabelecimento comercial. Foram visitadas cinco
floriculturas, todas localizadas no município de Barbacena – MG. Os estabelecimentos estão
localizados no centro da cidade ou em bairros centrais.
Todas as floriculturas visitadas apresentam ampla oferta de produtos e diversidade de
flores e plantas ornamentais. Quando questionadas sobre as principais categorias de produtos
comercializados em termos de volume de vendas, destaca-se a folhagens envasadas e buquês
de flores. O gráfico abaixo representa as respostas obtidas, a pergunta admitia mais de uma
resposta.
Gráfico 11: Principais categorias de flores e plantas ornamentais comercializadas nas
floriculturas da microrregião de Barbacena.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
20%
60%
40%
60%
Flores de cortes
Buquês
Flores envasadas
Folhagens envasadas
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
Categorias de Produtos Comercializados
42
O preço médio do buquê com 12 rosas está em R$ 75,20 reais. Os preços entre quatro
floriculturas giram entre R$ 78,00 a R$ 85,00 reais, contudo, uma floricultura comercializa o
buquê a R$ 50,00 reais. Esse último estabelecimento pertence à família de um grande produtor
de rosas da microrregião, justificando desse modo a gigantesca diferença de preço. É unânime
entre as floriculturas que o principal público que adquire buquês são homens com
aparentemente mais de 30 anos, a aquisição de outras plantas divide-se entre homens e mulheres
de diferentes idades. As principais flores e plantas comercializadas estão apresentadas na tabela
abaixo.
Tabela 6.: Principais flores e plantas ornamentais comercializadas
Categoria Principais espécies e grupos de plantas
Flores de corte Crisântemo, Rosa, Gérbera e Áster
Flores e plantas de
vaso
Antúrio, Lírio, Begônia, Kalanchoe, Kalanchoe Dobrado, Violeta, Azaleia,
Rosa, Phalaenopsis, Crisântemo
Folhagens
envasadas Samambaias, cactos, Raphis, Avencão, Zamioculca, Suculentas
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Quanto a origem das flores de corte, a totalidade comercializada é oriunda da
microrregião de Barbacena. Todas as flores e folhagens envasadas são provenientes de São de
Paulo e são entregues por meio de entregadores que fazem linhas de entregas próprias
regularmente.
Em questão à flutuação do volume vendido, todas as floriculturas relataram significativo
aumento durante as datas tradicionais de maior venda, contudo a principal data em volume de
venda de buquês, onde 60% apontam, está no dia dos namorados.
5.4.2 Supermercados
A visita aos supermercados foi orientada pelo levantamento das espécies
comercializadas, modo de disposição dos produtos e fornecedores. A tabela cinco aponta os
principais produtos comercializados, nenhum supermercado comercializa flores cortadas,
ofertando somente produtos envasados. Todos os produtos comercializados são produzidos no
estado de São Paulo, devido aos supermercados estarem ligados em redes que agrupam muitas
lojas, essas próprias possuem rotas definidas de compra no Mercado das Flores em Campinas-
SP e distribuição pela cadeia de lojas que compõe a rede supermercadista.
43
Tabela 7.: Produtos encontrados para comercialização em supermercados
Categoria Principais espécies e grupos de plantas
Flores e plantas
de vaso
Antúrio, Lírio, Begônia, Kalanchoe, Kalanchoe Dobrado, Violeta,
Azaleia, Rosa, Phalaenopsis, Crisântemo
Folhagens
envasadas Samambaias, cactos, Raphis, Avencão, Zamioculca, Suculentas
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Os supermercados visitados alocam grande parte dos produtos florícolas logo na
entrada, favorecendo a compra por impulso e aproveitando a beleza e diversidade dos produtos
para o próprio embelezamento das lojas. Uma pequena parte dos produtos a serem
comercializados são colocados próximos a seção de hortifruti, contudo não existe local
específico para alocação, estando os vasos dispostos aleatoriamente entre as gôndolas.
5.5 Mercado Consumidor
O mercado consumidor talvez seja o principal elo da cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais pois os produtos dessa cadeia envolvem questões e sensações de natureza subjetiva
e não compõe os itens de primeira necessidade das pessoas. Desse modo, a percepção, aceitação
e desejo pela compra de flores e plantas ornamentais sofre influência de tendências e estilos
que mudam constantemente com o tempo, tal como a moda.
O presente levantamento entrevistou aleatoriamente 40 pessoas que transitavam
próximas às floriculturas, lojas agropecuárias, supermercados e centro do município de
Barbacena. Os entrevistados responderam quanto estado civil, escolaridade, nível de renda,
preferências de compra. Quanto ao estado civil houve a predominância de pessoas casadas,
48%, seguida com 32% de pessoas que disseram estar namorando e 20% solteiras. Quanto à
formação, 57% possuem ensino médio completo, 28% ensino superior e 15% ensino
fundamental. O nível de renda dos entrevistado está expresso no gráfico abaixo:
44
Gráfico 12.: Nível de renda dos consumidores entrevistados da microrregião de Barbacena
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
O estado civil, escolaridade e nível de renda são informações importantes que
invariavelmente refletem no perfil de consumo dos entrevistados, quanto aos produtos e
volumes consumidos. Esses dados podem ser trabalhados por meio de ações de marketing,
estabelecimento de público consumidor e constituição do portfólio de produtos a ser oferecidos.
Os resultados mostram predominância de níveis de renda e escolaridade que permitem o
consumo de produtos florícolas, contudo de maneira mais dispersa e pouco continuada.
Observou-se que quanto maior o nível de escolaridade e renda, mais regular e contínuo o
consumo, e consequentemente maior despendimento de recursos na compra desses produtos.
Renda e escolaridade são fatores que possibilitam o desenvolvimento do mercado e incremento
de novidades que necessariamente dependem do despendimento de capital para a
sustentabilidade do negócio.
23%
28%33%
13%5%
Nível de Renda
R$ 900 reais R$ 901 a R$1800
R$ 1801,00 a R$2700,00 R$ 2701,00 a R$ 4500,00
Acima de R$ 4501,00
45
Gráfico 13.: Frequência de consumo dos consumidores entrevistados
Fonte: Dados da pesquisa, 2017
Entre os entrevistados, 38% consome produtos florícolas anualmente, coincidindo com aquela
parcela que possui renda de R$ 1801,00 a R$ 2700,00. Aqueles 5% que afirmaram consumir
semanalmente estão abarcados pela parcela que possui renda superior a R$ 4501,00. Os dados
demonstram a clara relação direta entre renda e consumo de produtos florícolas, motivada
certamente, ao fato de flores e plantas ornamentais não pertencerem a categorias de itens de
primeira ou segunda necessidade.
Quando perguntados sobre a compra independente de datas tradicionais ou com intuito
de presentear alguém, 85% dos entrevistados afirmaram que não compraria nenhum tipo de
espécie flores ou plantas ornamentais.
Quanto ao despendimento de dinheiro para a compra de flores ou plantas ornamentais
por evento de compra, os entrevistados apresentaram as seguintes respostas (Gráfico 14).
5%
15%
23%
38%
20%
Frequência de Consumo
Semanal Mensal Trimestral Anual Nunca
46
Gráfico 14.: Disposição de consumo, em reais, por evento de compra, segundo entrevistados
da microrregião de Barbacena
Fonte: Dados da pesquisa, 2017
Dentre os entrevistados, 40% está disposto a consumir R$21,00 a R$ 50,00 por evento
de compra, seguidos por 30% com disposição para consumir de R$ 51,00 a R$ 70,00 reais.
Mais uma vez pode-se associar a parcela de 5% que dispõe a consumir mais de R$ 150,00,
àquela com nível de renda acima dos R$ 4501,00.
Os entrevistados foram questionados quanto a preferência de produtos a serem
consumidos, o (Gráfico 15) apresenta o resultado obtido.
Gráfico 15.: Preferência de consumo dos consumidores entrevistados de acordo com a
categoria de planta
Fonte: Dados da pesquisa, 2007.
13%
40%30%
10%
3% 5%
Disposição de Consumo por Evento de Compra
Até 20 reais 21 a 50 reais 51 a 70 reais
71 a 100 reais 101 a 150 reais Acima de 150 reais
25%
55%
0% 20%
Preferência de Consumo
Flores de corte Flores envasadas
Folhagens de corte Folhagens envasadas
47
Nota-se que 55% dos entrevistados preferem consumir flores envasadas, seguidas de
flores de corte e folhagens envasadas. Nenhum entrevistado citou o desejo, ao menos, de
consumir de maneira direita folhagens de corte. Quanto ao meio de acesso esses produtos o
gráfico...apresenta o desejo dos consumidores
Gráfico 16.: Preferência de meio para aquisição de produtos florícolas, segundo entrevista
com consumidores da microrregião de Barbacena.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Percebe-se que os consumidores em 45% das entrevistas disseram preferir
supermercados para aquisição de flores e plantas ornamentais, seguidos das floriculturas
tradicionais. A inferência possível nesse caso está na mudança contínua dos padrões de
consumo, nos quais as pessoas possuem pouco tempo para descolamentos e preferem
concentrar suas compras em um único local.
O presente estudo buscou mensurar a percepção ambiental dos consumidores, assim como
colocá-lo como agente fomentador das questões ambientais. Diante disso foi perguntado se os
mesmos estariam dispostos a pagar mais caro por produtos florícolas sabendo que o mesmo foi
produzido com baixo uso de produtos químicos, mão de obra bem remunerada e conservando
o meio ambiente, 68% responderam que estariam dispostos.
30%
45%
5%
20%
Preferência de meio de aquisição
Floricultura
tradicionais
Supermercados
Garden centers
Floriculturas online,
aplicativos
48
6 CONCLUSÃO
A produção de flores e plantas ornamentais na Microrregião de Barbacena é tradicional
e envolve significativo número de trabalhadores no campo e nas cidades. O setor desempenha
singular papel de gerador de emprego e renda para os municípios que compõe a microrregião.
Muitos produtores e trabalhadores lidam com o cultivo durante décadas, com sucessivas fases
de expansão e declínio da atividade na região. Contudo, a cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais na região não apresenta-se bem desenvolvida quanto aos aspectos técnico-
agronômicos e os seus elos produtivos não estão totalmente interligados.
Os cultivos estão concentrados somente na produção de flores e folhagens de corte, onde
são plantadas 14 diferentes espécies. A venda da produção destina-se ao setor varejista, entre
floriculturas e decoradores de cidades de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
A condução das culturas não adota rigores e padrões agronômicos ideais, haja vista, a
pouca aderência dos produtores a análise de solo, manejo de adubação e nutrição de plantas,
manejo fitossanitário e manejo da irrigação. Todas essas práticas são realizadas, entretanto de
maneira deficitária ou exageradas.
Os produtores da microrregião não estão envolvidos em associações ou cooperativas
verdadeiramente ativas e atuantes. Não existe nenhum ente público ou privado desenvolvendo
catalisador ou promotor da cadeia produtiva. A assistência técnica e extensão rural não existe
sob aspectos públicos ou por meio da contratação direta e específica pelos produtores.
A produção não está organizada quanto ao atendimento de novas demandas, prospecção
de mercado, modernização dos cultivos, introdução de novas variedades e desenvolvimento da
cadeia.
O mercado consumidor local não apresenta-se diferente do mercado de consumo
nacional, as floriculturas não atentaram quanto a melhor racionalização e promoção do
potencial produtivo da microrregião de Barbacena. Os grandes supermercados da região não
absorvem nada da produção local.
O presente diagnóstico aponta a necessidade de revitalizar a produção de flores e plantas
ornamentais na microrregião de Barbacena, sobretudo quanto aos aspectos políticos e
49
organizacionais da produção. Existe forte de demanda e necessidade de assistência técnica
especializada e contínua, a consolidação e fortalecimento de associação ou cooperativa seria o
caminho ideal para a modernização, expansão e promoção da atividade produtiva.
A introdução de novos cultivos, variedades, modernização das instalações, criação de
redes de compra e venda de produtos, acesso a novos mercados e clientes; além do
desenvolvimento de uma marca regional seriam caminhos para consolidar a floricultura como
vetor de desenvolvimento econômico, social e ambiental da microrregião de Barbacena.
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Flores e plantas ornamentais do Brasil: volume 1 - o mercado brasileiro de flores e plantas
51
ornamentais. Brasília, DF: SEBRAE, 2015. Disponível em:
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SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - SEBRAE.
Flores e plantas ornamentais do Brasil: volume 2 - série estudos mercadológicos. Brasília,
DF:SEBRAE,2015.Disponível em:
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TOMBOLATO, A. F. C.; UZZO, R. P.; JUNQUEIRA, A. H.; PEETZ, M. da S.; STANCATO,
G. C.; ALEXANDRE, M. A. V. Bulbosas ornamentais no Brasil. Revista Brasileira de
Horticultura Ornamental, Campinas v.16, n. 2, p.127-138, 2010.
TORRES, D. F. U. Análise prospectiva para o setor atacadista de flores e plantas
ornamentais no Brasil e suas tecnologias da informação e comunicação. 2015. Dissertação
(Mestrado) – Centro de Estudos e Pesquisas em Agronegócios, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Porto Alegre, Brasil.
TSUBOI, Nobuhiro; TSURUSHIMA, Hisao. Introdução à história da indústria de flores e
plantas ornamentais no Brasil. São Paulo: Comissão Editorial da História da Indústria de
Flores no Brasil, 2009.
8 ANEXOS
Questionário
Produtor
Da identificação
1- Qual o nome do senhor?
2- Qual cargo que ocupa na propriedade?
3- Qual endereço da propriedade?
Do perfil
4- Qual o seu tempo de atuação com a produção de flores ou plantas ornamentais?
5- Você exerce outra atividade remunerada?
6- Qual sua escolaridade
a) Ensino Fundamental
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b) Ensino Médio
c) Ensino superior
7- Quais fontes de informações você utiliza para a condução de suas atividades?
a) Internet, livros, revistas
b) Televisão, rádio, jornal
c) Palestras, encontros comunitários
d) Por meio de amigos produtores
e) Visitas técnicas, extensão rural
Da Caracterização da Atividade
8- Qual a principal atividade da propriedade?
4.1 Quais outras atividades?
4.2 Qual a principal fonte de renda?
9- Qual (is) são as categorias de plantas cultivadas
( ) Flores de corte
( ) Folhagens de corte
( ) Flores envasadas
( ) Folhagens envasadas
( ) Plantas ornamentais para paisagismo
( ) Mudas. Quais?
10- O senhor participa de alguma associação ou cooperativa?
Da Produção
11- Quais são espécies produzidas na propriedade?
12- Qual o tamanho da propriedade
6.1 Caracterização
( ) terras arrendadas
( ) terras próprias
( ) meeiros
13- Tamanho da área destinada a produção por espécie de planta.
14- Quantidade de funcionários contratados pela propriedade?
15- O senhor utiliza mão de obra familiar? Quantas pessoas?
16- Contratação temporária? Quando?
17- O senhor recebe assistência Técnica
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( ) Público – a) Emater b) Universidades c)Empresas Junior
( ) Privada – a) Contrato direto b) Associação ou cooperativa
( ) Revendas ou lojas agropecuárias
( ) nenhuma
18- O senhor recebe visitas de revendedores ou lojas agropecuárias? Cite as cidades.
a) Locais
b) Estado
c) Fora do Estado
19- De onde são seus fornecedores de Insumos? Cite as cidades.
a) Locais
b) Estado
c) Fora do Estado
20- Qual sistema de cultivo empregado
a) Protegido. Qual estrutura? Quais espécies?
b) Céu Aberto. Quais espécies?
21- Como o senhor obtém as mudas
a) Próprias
b) Compra de terceiros. De onde?
22- O senhor realiza análise de solo? Qual frequência?
23- O senhor realiza calagem? Qual frequência?
24- O senhor realiza adubação? Qual frequência?
25- O senhor realiza irrigação
a) Qual sistema?
b) Controle de lâmina? Como?
c) Qual frequência?
26- Como é feito o controle de plantas invasoras?
a) Químico
b) Manual
c) Outro método?
27- Quais são os principais problemas fitossanitários
a) Doenças. Quais?
b) Pragas. Quais?
28- Quais são os principais métodos de controle
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a) Químico
b) Cultural
c) Biológico – Caso afirmativo, foi eficiente? Utilizaria outras vezes?
Da Comercialização e Distribuição
29- Vendas diretas ao consumidor final são realizadas?
Valores?
30- Quais são os principais compradores da produção?
a) Floriculturas
b) Decoradores
c) Atacado (Ex. CEASA)
d) Supermercados
e) Atravessadores
31- Quais são os destinos da produção? Cite cidades.
a) Local
b) Estadual
c) Fora do Estado
32- Quais os principais meios de entrega da produção?
a) Retirada na propriedade
b) Entrega direta ao comprador
c) Transportador (terceiro)
Questionário
Lojas agropecuárias
Da identificação
1- Qual o nome do senhor?
2- Qual o cargo que ocupa no estabelecimento?
3- Qual a Localização/Endereço do estabelecimento?
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Da caracterização
4- Quantos funcionários trabalham na loja?
5- Quantos funcionários trabalham no campo?
6- Qual o perfil dos funcionários
a) Agrônomo
b) Técnicos em agropecuária
c) Ensino médio
d) Curso superior? Qual?
7- Qual o principal público assistido
a) Agricultores
b) Pecuaristas
8- Possui exclusividade de vendas? Qual (is)?
Da atividade
9- Possui funcionários em revendas, assistência e extensão?
10- Principal público atendido
a) Olericultores
b) Floricultores
c) Fruticultores
d) Produtores de grãos
e) Pecuaristas
11- Tamanho médio das propriedades visitadas?
a) Menores que 3 hectares
b) Menores que 5 hectares
c) Menores que 10 hectares
d) Maiores que 20 hectares
12- Principal categoria de produtos vendidos
a) Agrotóxicos e agroquímicos
b) Adubos e corretivos
c) Sementes e ou material propagativo
d) Substratos
e) Ferramentas
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f) Material destinado a irrigação
13- Possui produtos destinados a produção de flores (Plásticos, produtos químicos,
materiais de poda, pós-colheita)?
14- Possui produtos destinados ao controle biológico? Quais?
15- Qual aceitação percebida pelos produtores?
Questionário
Floriculturas
Da identificação
1- Qual o seu nome?
2- Qual cargo exercido pelo senhor (a)?
3- Qual a localização/endereço da loja?
Da caracterização
4- Quanto funcionários a loja possui? (homens e mulheres).
5- Quais são os principais produtos comercializados?
6- Quais são os principais produtos não florícolas comercializados?
7- A loja possui homepage e ou redes sociais?
8- A loja atende pelo whatsapp?
Da atividade
9- Qual gênero dos principais clientes
a) Homens
b) Mulheres
10- Dos clientes qual o principal perfil
a) Homens abaixo de 30 anos
b) Mulheres abaixo de 30 anos
c) Homens acima de 30 anos
d) Mulheres acima de 30 anos
11- Qual data comemorativa apresenta o maior número de vendas
a) Dia dos namorados
b) Dia das mães
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c) Finados
d) Natal
12- Qual o principal fornecedor de flores e ou folhagens de corte?
13- Qual o principal fornecedor de flores e ou folhagens de vaso?
14- Qual o preço médio de um buquê de 12 rosas?
Questionário
Consumidor
Da identificação
1- Nome
2- Cidade
3- Idade
Do perfil
4- Estado civil
a) Solteiro
b) Casado
c) Namorando
5- Escolaridade
a) Nenhuma
b) Fundamental incompleto
c) Fundamental completo
d) Médio completo
e) Médio incompleto
f) Superior incompleto
g) Superior completo
6- Situação quanto ao trabalho.
a) Desempregado
b) Empregado
c) Aposentado
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7- Nível de renda
a) R$ 900 reais
b) R$ 901 a R$1800
c) R$ 1801,00 a R$2700,00
d) R$ 2701,00 a R$ 4500,00
e) Acima de R$ 4501,00
8- Você consome flores com qual frequência?
a) Semanal
b) Mensal
c) Trimestral
d) Anual
e) Nunca
9- Você compra flores independente de datas comemorativas ou para presentear alguém
(consumo próprio).
a) Sim
b) Não
10- Qual dessas datas você compraria flores
a) Dia das mães
b) Dia dos namorados
c) Finados
d) Natal
11- Quanto você gastaria no máximo com a compra de flores
a) Até 20 reais
b) 21 a 50 reais
c) 51 a 70 reais
d) 71 a 100 reais
e) 101 a 150 reais
f) Acima de 150 reais
12- Qual categoria de plantas você prefere ou preferiria comprar
a) Flores de Corte
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b) Flores envasadas
c) Folhagens de corte
d) Folhagens de envasadas
13- Em qual local você prefere ou preferiria comprar flores
a) Floriculturas tradicionais
b) Floriculturas online
c) Supermercados
d) Garden centers
e) Realizar pedidos por meio de aplicativos ou whatsapp.
14- Você estaria disposto a pagar mais caro por um produto florícola sabendo que ele foi
produzido na sua região
a) Sim
b) Não
15- Você estaria disposto a pagar mais caro por um produto florícola sabendo que o
mesmo foi produzido com baixo uso de produtos químicos, mão de obra bem
remunerada e conservando o meio ambiente
a) Sim
b) Não
Questionário
Supermercados
Da identificação
1- Nome
2- Localização
3- Cargo do responsável pelas informações
Da caracterização
4- O supermercado comercializa Flores e ou Plantas Ornamentais?
5- Principais produtos vendidos?
6- Principais fornecedores?
7- Quantos pontos de disposição do produtos florícolas dentro da loja?
8- Existe sessão específica?
9- Associação com outros produtos? Quais?
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10- Local de disposição
a) Entrada da loja
b) Próximo aos caixas
c) Próximo de hortifrúti
d) Outro local? Qual?
11- Qual a origem dos produtos comercializados?
12- Algum produto é adquirido na microrregião de Barbacena?