UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS ... · Com o objetivo de investigar a atividade...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
PATRÍCIA GEORGINA GARCIA DO NASCIMENTO
OBTENÇÃO DE DERIVADOS DO ÁCIDO LITOCÓLICO E SUAS ATIVIDADES
ANTIMICROBIANAS
FORTALEZA
2012
PATRÍCIA GEORGINA GARCIA DO NASCIMENTO
OBTENÇÃO DE DERIVADOS DO ÁCIDO LITOCÓLICO E SUAS ATIVIDADES
ANTIMICROBIANAS
Dissertação submetida à Coordenação do
Programa de Pós-Graduação em Química, da
Universidade Federal do Ceará, como requisito
parcial para a obtenção do Título de Mestre em
Química.
Área de Concentração: Química Orgânica
Orientadora: Profª. Dra. Telma Leda Gomes de
Lemos
Co-Orientadora: Prof. Dra. Gilvandete Maria
Pinheiro Santiago
FORTALEZA
2012
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca de Ciências e Tecnologia
N197o Nascimento, Patrícia Georgina Garcia do.
Obtenção de derivados do ácido litocólico e suas atividades antimicrobianas / Patrícia Georgina
Garcia do Nascimento. – 2012. 116 f. : il. color., enc. ; 30 cm.
Mestrado (Dissertação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciência, Departamento de
Química Orgânica e Inorgânica, Mestrado em Química, Fortaleza, 2012.
Área de Concentração: Química Orgânica.
Orientação: Profa. Dra. Telma Leda Gomes de Lemos.
Coorientação: Profa. Dra. Gilvandete Maria Pinheiro Santiago.
1. Ácido litocólico. 2.Derivados. 3. Anti-infecciosos. I. Título.
CDD 547
RESUMO
Esse trabalho descreve a obtenção de oito derivados do ácido litocólico, bem como, suas
atividades antimicrobianas. O interesse pela utilização do ácido litocólico como material de
partida na preparação de derivados surgiu pelo fato do mesmo sendo bastante estudado com o
objetivo de descobrir novas atividades biológicas e tais estudos terem apresentado bons
resultados. Nesse trabalho, o ácido litocólico foi submetido a modificações moleculares nas
posições C-3 e/ou C-24 do esqueleto esteroidal. A série foi preparada utilizando química
convencional e apresentando bons rendimentos. Com o objetivo de investigar a atividade
antimicrobiana dos compostos, foram realizados testes com as bactérias Escherichia coli,
Staphylococcus aureus, Bacillus cereus e Pseudomonas aeruginosa, tento alguns deles
apresentado resultados bastante significativos. O ácido litocólico e seus derivados foram
caracterizados por métodos espectroscópicos de IV, RMN 1H, RMN
13C-BB e RMN
13C-
DEPT e por espectrometria de massa, bem como comparação com dados descritos na
literatura.
Palavras-chave: ácidos biliares, ácido litocólico, derivados, atividade antimicrobiana.
ABSTRACT
This paper describes obtaining eight lithocholic acid derivatives, as well as inhibitory activity.
Interest in the use of lithocholic acid as starting material for the preparation of derivatives
arose because of it being widely studied in order to discover new biological activities and
such studies have shown good results. In this work it was used for the synthesis of a series of
derivatives with modifications at the C-3 and/or C-24 of the steroid skeleton. The series was
prepared using simple chemical and showed good yields. Aiming to investigate the
antibacterial activity of the same and its derivatives, aiming to structure-activity relationships,
tests were performed with bacteria Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Bacillus cereus
and Pseudomonas aeruginosa, try some of them presented significant results. And lithocholic
acid derivatives were characterized by spectroscopic IR, 1H NMR,
13C-BB NMR and
13C-
DEPT NMR and mass spectrometry as well as comparison with data in the literature and
described constitute the body of the dissertation.
Keywords: bile acids, lithocholic acid, derivatives, antimicrobial activity.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01 - Núcleo básico dos esteróides ....................................................................... 17
Figura 02 - Vitamina D .................................................................................................. 17
Figura 03 - Testosterona ................................................................................................ 17
Figura 04 - Aldosterona ................................................................................................. 17
Figura 05 - Telocinobufagina ......................................................................................... 17
Figura 06 - Diosgenina ................................................................................................... 17
Figura 07 - Solasodina ................................................................................................... 18
Figura 08 - Colesterol .................................................................................................... 18
Figura 09 - Ácido Quenocólico ...................................................................................... 18
Figura 10 - Ácido Cólico ............................................................................................... 18
Figura 11 - Ácido Litocólico .......................................................................................... 18
Figura 12 - Ácido Desoxicólico ..................................................................................... 18
Figura 13 - Ácido Ursodesoxicólico .............................................................................. 19
Figura 14 - Estrutura do ácido litocólico ....................................................................... 29
Figura 15 - Esquema reacional de obtenção dos derivados do ácido litocólico .......... 32
Figura 16 - Estrutura do 3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de metila ................................. 34
Figura 17 - Estrutura do 3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de etila .................................... 35
Figura 18 - Estrutura do 3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de isopropila ........................... 36
Figura 19 - Estrutura do ácido 3α-acetoxi-5β-colano-24-óico ...................................... 37
Figura 20 - Estrutura do 3α-acetoxi-5β-colano-24-oato de metila ................................. 38
Figura 21 - Estrutura do 3α-acetoxi-5β-colano-24-oato de etila .................................... 39
Figura 22 - Estrutura do ácido 3-oxo-5β-colano-24-óico ............................................ 41
Figura 23 - Estrutura do ácido 3α-formiloxi-5β-colano-24-óico .................................. 42
Figura 24 - Reação de esterificação de AL .................................................................... 53
Figura 25 - Reação de acetilação de AL, AL(a) e AL(b) ............................................... 56
Figura 26 - Reação de oxidação de AL .......................................................................... 59
Figura 27 - Reação de formilação de AL ....................................................................... 60
Figura 28 - Espectro na região do IV de AL (KBr) ....................................................... 72
Figura 29 - Espectro de massa (EM-ESI(-)) de AL ....................................................... 72
Figura 30 - Espectro de RMN 1H (500 MHz, CD3OD) de AL ...................................... 73
Figura 31 - Expansão do espectro de RMN 1H (500 MHz, CD3OD) de AL ................. 73
Figura 32 - Espectro de RMN 13
C - BB (125 MHz, CD3OD) de AL ............................ 74
Figura 33 - Expansão do espectro de RMN 13
C - BB (125 MHz, CD3OD) de AL ....... 74
Figura 34 - Espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CD3OD) de AL ................................. 75
Figura 35 - Espectro na região do IV de AL(a) (KBr) ................................................... 76
Figura 36 - Espectro de massa (EM-APCI(+)) de AL(a) ............................................... 76
Figura 37 - Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(a) .................................... 77
Figura 38 - Expansão do espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(a) ............... 77
Figura 39 - Espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(a) .......................... 78
Figura 40 - Expansão do espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(a) ..... 78
Figura 41 - Espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CDCl3) de AL(a) .............................. 79
Figura 42 - Espectro na região do IV de AL(b) (KBr) ................................................... 81
Figura 43 - Espectro de massa (EM-APCI(+)) de AL(b)................................................ 81
Figura 44 - Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(b) ................................... 82
Figura 45 - Expansão do espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(b) ............... 82
Figura 46 - Espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(b) .......................... 83
Figura 47- Expansão do espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(b) ...... 83
Figura 48 - Espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CDCl3) de AL(b) .............................. 84
Figura 49 - Espectro na região do IV de AL(c) (KBr) ................................................... 86
Figura 50 - Espectro de massa (EM-APCI(+)) de AL(c)................................................ 86
Figura 51 - Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(c) .................................... 87
Figura 52 - Expansão do espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(c) ............... 87
Figura 53 - Espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(c) .......................... 88
Figura 54 - Expansão do espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(c) ..... 88
Figura 55 - Espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CDCl3) de AL(c) .............................. 89
Figura 56 - Espectro na região do IV de AL-04 (KBr) .................................................. 91
Figura 57 - Espectro de massa (EM-ESI(-)) de AL-04 .................................................. 91
Figura 58 - Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL-04 ................................... 92
Figura 59 - Expansão do espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL-04 .............. 92
Figura 60 - Espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL-04 ......................... 93
Figura 61 - Espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CDCl3) de AL-04 ............................. 93
Figura 62 - Espectro na região do IV de AL(a)-04 (KBr) ............................................. 95
Figura 63 - Espectro de massa (EM-ESI(+)) de AL(a)-04.............................................. 95
Figura 64 - Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(a)-04............................... 96
Figura 65 - Expansão do espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(a)-04.......... 96
Figura 66 - Espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(a)-04........................ 97
Figura 67 - Expansão do espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(a)-04... 97
Figura 68 - Espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CDCl3) de AL(a)-04.......................... 98
Figura 69 - Espectro na região do IV de AL(b)-04 (KBr) ............................................. 100
Figura 70 - Espectro de massa (EM-ESI(+)) de AL(b)-04............................................. 100
Figura 71 - Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(b)-04............................... 101
Figura 72 - Expansão do espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(b)-04.......... 101
Figura 73 - Espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(b)-04....................... 102
Figura 74 - Expansão do espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(b)-04.. 102
Figura 75 - Espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CDCl3) de AL(b)-04.......................... 103
Figura 76 - Espectro na região do IV de AL-05 (KBr) .................................................. 105
Figura 77 - Espectro de massa (EM-ESI(-)) de AL-05 .................................................. 105
Figura 78 - Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL-05 ................................... 106
Figura 79 - Expansão do espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL-05 .............. 106
Figura 80 - Espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL-05 ......................... 107
Figura 81 - Expansão do espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL-05 .... 107
Figura 82 - Espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CDCl3) de AL-05 ............................. 108
Figura 83 - Espectro na região do IV de AL-06 (KBr) .................................................. 110
Figura 84 - Espectro de massa (EM-ESI(-)) de AL-06 .................................................. 110
Figura 85 - Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL-06 ................................... 111
Figura 86 - Expansão do espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL-06 .............. 111
Figura 87 - Espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL-06 ......................... 112
Figura 88 - Expansão do espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL-06 .... 112
Figura 89 - Espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CDCl3) de AL-06 ............................. 113
Figura 90 - Expansão do espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CDCl3) de AL-06 ........ 113
Figura 91 - Estrutura do ácido litocólico e seus derivados .......................................... 115
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 - Derivados do ácido litocólico e seus registros na literatura ........................ 25
Tabela 02 - Padrão de hidrogenação dos carbono determinados através da análise
comparativa entre os espectros de RMN 13
C-BB e DEPT 135° de AL ..........................
30
Tabela 03 - Dados de RMN 1H e
13C de AL(a) - CDCl3 ................................................ 80
Tabela 04 - Dados de RMN 1H e
13C de AL(b) - CDCl3 ............................................... 85
Tabela 05 - Dados de RMN 1H e
13C de AL(c) - CDCl3 ................................................ 90
Tabela 06 - Dados de RMN 1H e
13C de AL-04 - CDCl3 ............................................... 94
Tabela 07 - Dados de RMN 1H e
13C de AL(a)-04 - CDCl3 .......................................... 99
Tabela 08 - Dados de RMN 1H e
13C de AL(b)-04 - CDCl3 .......................................... 104
Tabela 09 - Dados de RMN 1H e
13C de AL-05 - CDCl3 ............................................... 109
Tabela 10 - Dados de RMN 1H e
13C de AL-06 - CDCl3 ............................................... 114
Tabela 11 - Dados de RMN 13
C do ácido litocólico e seus derivados ......................... 116
Tabela 12 - Concentração inibitória mínima (CIM) das substâncias ............................. 43
Tabela 13 - Atividade moduladora por contato direto do AL ........................................ 44
Tabela 14 - Atividade moduladora por contato direto do AL(a) .................................... 45
Tabela 15 - Atividade moduladora por contato direto do AL(b) ................................... 45
Tabela 16 - Atividade moduladora por contato direto do AL(c) .................................... 46
Tabela 17 - Atividade moduladora por contato direto do AL(a)-04 .............................. 46
Tabela 18 - Atividade moduladora por contato direto do AL(b)-04............................... 47
Tabela 19 - Atividade moduladora por contato direto do AL-05 ................................... 47
Tabela 20 - Atividade moduladora por contato direto do AL-06 ................................... 48
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Ac2O Anidrido Acético
AcOEt Acetato de Etila
AMI Amicacina
APCI Ionização Química à Pressão Atmosférica
BHI Brain Heart Infusion
C Carbono
CC Coluna Cromatográfica
CCD Cromatografia em Camada Delgada
CD3OD Metanol deuterado
CDCl3 Clorofórmio deuterado
CENAUREM Centro Nordestino de Aplicação e Uso da ressonância Magnética Nuclear
CH2Cl2 Diclorometano
CIM Concentração Inibitória Mínima
d Dubleto
DEPT Distortionless Enhancement by Polazation Transfer
DMAP Dimetilamina piridina
DMSO Dimetil sulfóxido
EMAR Espectrometria de massa de alta resolução
EM-APCI(+) Espectrometria de Massas com Ionização Química à Pressão Atmosférica
em modo positivo
EM-IES Espectrometria de Massas com Ionização por Electrospray
EM-IES(-) Espectrometria de massas com ionização por electrospray em modo
negativo
EM-IES(+) Espectrometria de massas com ionização por electrospray em modo
positivo
ESI Ionização por Electrospray
EtOH Etanol
GEN Gentamicina
H2SO4 Ácido Sulfúrico
HCO2H Ácido Fórmico
Hex Hexano
Hz Hertz
IV Infravermelho
KBr Brometo de Potássio
LEMANOR Laboratório de Espectrometria de Massa do Nordeste
m Multipleto
m/z Relação Massa/Carga
MeOH Metanol
MHz MegaHertz
Na2CO3 Carbonato de Sódio
Na2SO4 Sulfato de Sódio
NEO Neomicina
p.f Ponto de fusão
PCC Clorocromato de Piridínio
Pi Piridina
PPM Partes por milhão
q Quarteto
RMN 13
C Ressonância Magnética Nuclear de Carbono-13
RMN 1H Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio
s Singleto
t Tripleto
UFC Universidade Federal do Ceará
UFC Unidade formadora de colônias
URCA Universidade Regional do Cariri
UV Ultravioleta
LISTA DE SÍMBOLOS
% Porcentagem
°C Grau Celsius
µg Microgramas
µL Microlitros
cm Centímetro
Da Daltons
g Gramas
h Hora
J Constante de Acoplamento
L Litros
MG Miligrama
min Minutos
mL Mililitro
mmol Milimol
nm Nanômetro
Ɵ Ângulo de nutação
α Rotação Óptica
δ Deslocamento Químico
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 17
2 OBJETIVOS ............................................................................................ 22
2.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 22
2.2 Objetivos Específicos ................................................................................ 22
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................. 24
3.1 Ácidos Biliares .......................................................................................... 24
3.2 Transformações químicas do ácido litocólico ........................................... 25
3.3 Atividade Antimicrobiana ......................................................................... 26
3.4 Resistência Microbiana ............................................................................. 27
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................ 29
4.1 Identificação Estrutural do ácido litocólico (AL) .................................. 29
4.2 Transformações químicas do ácido litocólico ........................................... 31
4.2.1 Obtenção dos derivados esterificados ....................................................... 33
4.2.1.1 Síntese do 3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de metila (AL(a)) ..................... 33
4.2.1.2 Síntese do 3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de etila (AL(b)) ........................ 34
4.2.1.3 Síntese do 3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de isopropila (AL(c)) .............. 35
4.2.2 Obtenção dos derivados acetilados ........................................................... 36
4.2.2.1 Síntese do ácido 3α-acetoxi-5β-colano-24-óico (AL-04) .......................... 36
4.2.2.2 Síntese do 3α-acetoxi-5β-colano-24-oato de metila (AL(a)-04) ............... 37
4.2.2.3 Síntese do 3α-acetoxi-5β-colano-24-oato de etila (AL(b)-04) .................. 38
4.2.3 Obtenção do derivado oxidado ................................................................. 40
4.2.3.1 Síntese do ácido 3-oxo-5β-colano-24-óico (AL-05) .................................. 40
4.2.4 Obtenção do derivado formilado .............................................................. 41
4.2.4.1 Síntese do ácido 3α-formiloxi-5β-colano-24-óico (AL-06) ....................... 41
4.3 Avaliação Antimicrobiana ......................................................................... 42
4.3.1 Atividade Antimicrobiana e Concentração Inibitória Mínima ................. 43
4.3.2 Avaliação da atividade moduladora por contato direto ........................... 44
5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ................................................ 50
5.1 Materiais Utilizados .................................................................................. 50
5.2 Métodos Cromatográficos ......................................................................... 50
5.2.1 Colunas Cromatográficas (CC) ................................................................ 50
5.2.2 Cromatografia em Camada Delgada (CCD) ............................................ 50
5.3 Métodos Espectrométricos e Espectroscópicos ......................................... 51
5.3.1 Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) .................... 51
5.3.2 Espectrometria de Massas (EM) ............................................................... 52
5.3.3 Espectroscopia na Região de Absorção do Infravermelho ....................... 52
5.4 Métodos Físicos ......................................................................................... 52
5.4.1 Ponto de Fusão .......................................................................................... 52
5.4.2 Rotação Óptica [α]D .................................................................................. 52
5.5 Obtenção dos derivados do Ácido Litocólico ........................................... 53
5.5.1 Preparação de AL(a), AL(b) e AL(c) ........................................................ 53
5.5.2 Preparação de AL-04, AL(a)-04 e AL(b)-04 ............................................. 56
5.5.3 Preparação de AL-05 ................................................................................ 59
5.5.4 Preparação de AL-06 ................................................................................ 60
5.6 Atividade Antimicrobiana ......................................................................... 61
5.6.1 Avaliação Antimicrobiana ......................................................................... 61
5.6.1.1 Atividade antimicrobiana e Concentração Inibitória Mínima .................. 61
5.6.1.2 Avaliação da atividade moduladora por contato direto ........................... 62
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 64
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. 66
ANEXOS .................................................................................................. 72
Capítulo 1 - Introdução 17
__________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
1 INTRODUÇÃO
Os esteroides representam uma classe de compostos que contêm uma estrutura
básica de 17 átomos de carbono dispostos em quatro anéis condensados com um grupo metila
entre os anéis AB e outro entre os anéis CD (Fig. 01). Eles incluem uma vasta gama de
substâncias químicas com importante papel na fisiologia humana, dentre os quais estão a
vitamina D (Fig. 02), os hormônios sexuais, dentre os quais se destaca a testosterona (Fig.
03), os hormônios adrenocorticais, tais como a aldosterona (Fig. 04), os cardioativos (Fig. 05),
as sapogeninas (Fig. 06), alguns alcalóides (Fig. 07, p. 18), os esteróis, tais como o colesterol
(Fig. 08, p. 18) e os ácidos biliares (Fig. 09, 10, 11 e 12, p. 18) (KLYNE, 1957). Alguns
esteroides como, por exemplo, os anti-inflamatórios esteroidais, são produzidos através da
síntese orgânica com a finalidade médico-terapêutica.
Figura 01 - Núcleo básico dos esteróides.
A B
C D1
2
3
45
6
7
89
10
11
12
13
14 15
16
17
18
19
Figura 02 - Vitamina D Figura 03 - Testosterona Figura 04 - Aldosterona
OH
O
HH
H
O
HO
O
HH
O
H
OH
HO
H
Figura 05 - Telocinobufagina Figura 06 - Diosgenina
O
HO
H
HH
H
HO
OH
OHHO
H
H
OH
O
O
H
Capítulo 1 - Introdução 18
__________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 07 - Solasodina Figura 08 - Colesterol
HH
HO
H
HO
HO
HHH
H
HN
H
Os ácidos biliares, principais componentes do suco biliar, fazem parte do grupo
dos esteroides e apresentam um substituinte com cinco átomos de carbono no carbono 17
(QIAO et al., 2012). São sintetizados no fígado e são considerados produtos do catabolismo
do colesterol (EL KIHEL et al., 2008). Possuem a função fisiológica de ajudar na digestão de
lipídios e a reabsorção de vitaminas lipofílicas (VALKONEN et al., 2008).
O ácido quenocólico (Fig. 09) e o ácido cólico (Fig. 10) são classificados como
ácidos biliares primários do suco biliar humano, sendo secretados para o intestino auxiliando
a absorção de nutrientes lipossolúveis. No intestino, os ácidos biliares primários são
convertidos em ácidos biliares secundários, tais como ácido litocólico (Fig. 11) e ácido
desoxicólico (Fig. 12), que são reabsorvidos pelo intestino e retornam de volta para o fígado
(SUN et al., 2008).
Figura 09 - Ácido Quenocólico Figura 10 - Ácido Cólico
OH
O
OH
H
HHO
H
H
OH
O
OH
H
HHO
H
H
OH
Figura 11 - Ácido Litocólico Figura 12 - Ácido Desoxicólico
OH
O
H
HHO
H
H
OH
OH
O
H
HHO
H
H
Capítulo 1 - Introdução 19
__________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Diversas atividades farmacológicas são relatadas para os ácidos biliares. Pode-se
mencionar a utilização do ácido ursodesoxicólico (Fig. 13) para a prevenção de distúrbios
gastrointestinais em pacientes com vários tipos de câncer. Outra forma de utilização consiste
no acoplamento de ácidos biliares com moléculas já utilizadas no tratamento convencional do
câncer através de ligações covalentes. Por esta razão, vários derivados de ácidos biliares
sintéticos têm sido desenvolvidos (EL KIHEL et al., 2008).
Figura 13 - Ácido Ursodesoxicólico
OH
O
OH
H
HHO
H
H
O ácido litocólico (Fig. 11, p. 18), um dos principais ácidos biliares excretados
pelos mamíferos, é produzido a partir da desidroxilação no carbono 7 do anel B do esqueleto
esteroidal do ácido quenocólico (Fig. 09, p. 18), por bactérias no cólon (EL KIHEL et al.,
2008). Apresenta como todos os ácidos biliares, um núcleo tetracíclico rígido e uma cadeia
lateral flexível no carbono 17, além de uma hidroxila no carbono 3 (BHATTARAI et al.,
1997).
Vários artigos têm relatado a síntese de derivados do ácido litocólico
(MIZUSHINA et al., 2004; VALKONEN et al., 2008; BELLINI et al., 1991) com o objetivo
de descobrir novas moléculas biologicamente ativas. Tais estudos têm apresentado bons
resultados, citando-se como exemplos o efeito antiproliferativo e pró-apoptótica em linhas
celulares de cancro humano (EL KIHEL et al., 2008) e a utilização destes como inibidores de
proteassoma (DANG et al., 2011).
Nos últimos tempos, a resistência frente aos antimicrobianos consiste em um sério
problema de saúde. Isso acontece pelo uso indiscriminado de tais quimioterápicos,
dificultando o controle de espécie de bactérias de interesse médico-sanitário (BACCARO et
al., 2002).
Bactérias patogênicas como Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermes,
Salmonella sp., Salmonella enteritidis sorotipo Typhi e Salmonella enteritidis sorotipo
Typhimurium, já apresentam cepas resistentes aos antibióticos convencionais, tornando a sua
presença em alimentos e estabelecimentos comerciais uma ameaça potencial à saúde
Capítulo 1 - Introdução 20
__________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
(BACCARO et al., 2002; GAYOSO et al., 2007; RAPINI et al., 2004; MANTILLA et al.,
2008; RIBEIRO et al., 2006).
Desta forma, este trabalho teve como objetivo a obtenção de derivados do ácido
litocólico e a avaliação da atividade antimicrobiana do ácido litocólico e de seus derivados.
Capítulo 2 - Objetivos 22
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Utilizar o ácido litocólico, um esteróide biliar, como material de partida na obtenção de
derivados e posterior avaliação de suas atividades antimicrobianas.
2.2 Objetivos Específicos
Obter derivados do ácido litocólico através de transformações químicas na posição C-3 e
C-24 do esqueleto esteroidal;
Caracterizar os produtos obtidos por métodos espectroscópicos usuais, tais como IV,
RMN 1H, RMN
13C, EM;
Avaliar a atividade antimicrobiana do ácido litocólico e de seus derivados.
Capítulo 3 - Revisão Bibliográfica 24
__________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Ácidos Biliares
Os ácidos biliares apresentam 24 átomos de carbono em suas estruturas, com um,
dois ou três grupos hidroxila e uma cadeia lateral com um grupo carboxílico terminal. São
compostos anfipáticos. Assim, esses compostos possuem uma parte polar e outra apolar e
podem atuar como agentes emulsificadores no intestino, ajudando na preparação dos
triacilgliceróis, e de outros compostos lipídicos da dieta, para a degradação pelas enzimas
digestivas pancreáticas (QIAO et al., 2012; EL KIHEL et al., 2008; VALKONEN et al.,
2008).
São compostos potencialmente citotóxicos, derivados dos esteroides, sintetizados
pelos hepatócitos e segregados nos canalículos biliares. Constituem componentes orgânicos
mais abundantes do suco biliar e são produzidos no fígado, a partir do colesterol através de
várias reações catalisadas por enzimas. Durante a colestase, os ácidos biliares acumulam-se
no fígado e na circulação sistêmica, atingindo concentrações tóxicas. Este acúmulo é capaz de
causar necrose, apoptose e fibrose do hepatócito, contribuindo para a patogênese das doenças
colestáticas e para o desenvolvimento de insuficiência e de cirrose hepática (PIRES;
COLAÇO, 2004). São excretados no suco biliar após conjugação com glicina e taurina, sendo
subsequentemente reabsorvidos no intestino. Os ácidos biliares que escapam da reabsorção
são convertidos em ácidos biliares secundários pela microflora intestinal (ADACHI et al.,
2005).
Os principais ácidos biliares sintetizados no fígado dos mamíferos são derivados
hidroxilados de um núcleo comum, o ácido 5β-colanoíco. Os ácidos biliares primários são o
ácido cólico (3α,7α,12α-trihidroxi-5β-colanoíco) e o ácido quenodesoxicólico (3α,7α-
dihidroxi-5β-colanoíco). No cólon, os ácidos biliares primários podem ser metabolizados pela
flora bacteriana em ácidos biliares secundários. Uma alteração comum é a 7α-desidroxilação
do ácido quenodesoxicólico e do cólico que resultam na formação de ácido litocólico (3α-
monohidroxi-5β-colanoíco) e desoxicólico (3α,12α-dihidroxi-5β-colanoíco), respectivamente.
Os ácidos biliares terciários, o ursodesoxicólico e o sulfolitocólico são produzidos no intestino
ou no fígado a partir dos secundários (PIRES; COLAÇO, 2004).
Nos humanos, os ácidos biliares mais abundantes são o ácido cólico (35%) e
quenodesoxicólico (35%), com menor quantidade de ácido desoxicólico (24%) e traços de
litocólico e ursodesoxicólico (PIRES; COLAÇO, 2004).
Capítulo 3 - Revisão Bibliográfica 25
__________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
A função fisiológica dos ácidos biliares é ajudar na digestão e absorção de lipídios
e vitaminas lipofílicas. A elevada especificidade e capacidade do sistema de transporte de
ácido biliar constituem a base do esforço da pesquisa para a elaboração de drogas conjugadas
com ácidos biliares para tecido ou órgão específico. Os ácidos biliares e seus derivados
possuem várias aplicações, agindo como opiáceos não-analgésicos, antivirais, antifúngicos e
como agentes sensibilizadores de bactérias Gram-negativas para os antibióticos e
radiofármacos (VALKONEN et al., 2008).
3.2 Transformações químicas do ácido litocólico
Alguns derivados sintéticos do ácido litocólico encontram-se descritos na
literatura, os quais tiveram suas atividades biológicas avaliadas em modelos variados,
indicando a potencialidade dessas substâncias como fonte de novas moléculas bioativas. A
Tabela 01 mostra a obtenção de derivados do ácido litocólico a partir do ano 2000.
Tabela 01 - Derivados do ácido litocólico e seus registros na literatura.
Derivados Referência
O
HH
HO
H
H
O
DANG et al., 2011
MIZUSHINA et al., 2004
NAHAR; TURNER, 2003
SHAIKH et al., 2006
O
HH
HO
H
H
O
DANG et al., 2011
SHAIKH et al., 2006
SHAIKH; MALDAR; LONIKAR, 2003
OH
HH
O
H
H
OO
ADACHI et al., 2005
BÜLBÜL et al., 2002
EL KIHEL et al., 2008
FELFÖLDI et al., 2005
HORIE et al., 2008
ISHIZAWA et al., 2008
MANSELL et al., 2009
NAHAR; TURNER, 2004
SHAIKH; MALDAR; LONIKAR, 2003
Capítulo 3 - Revisão Bibliográfica 26
__________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
O
HH
O
H
H
OO
ISHIZAWA et al., 2008
MANSELL et al., 2009
MIZUSHINA et al., 2004
O
HH
O
H
H
OO
NAHAR; TURNER, 2004
OH
HH
H
H
O
O
DEO; BANDIERA, 2009
NAHAR; TURNER, 2003
NAHAR; TURNER, 2004
OH
HH
O
H
H
O
H
O
BABU; MAITRA, 2005
CHATTOPADHYAY; PANDEY, 2006
ISHIZAWA et al., 2008
3.3 Atividade Antimicrobiana
Desde a antiguidade, o homem utiliza as plantas para tratar doenças infecciosas e,
até hoje, algumas delas são incluídas como parte do tratamento de várias enfermidades
(RIOS; RÉCIO, 2005).
Os produtos naturais vegetais são considerados pela população uma alternativa
para aliviar e, até mesmo, curar processos infecciosos e constituem uma importante fonte de
novos compostos biologicamente ativos (BASTOS, 2007).
O desenvolvimento de agentes antimicrobianos foi um dos grandes sucessos da
medicina no século XX. Desde a descoberta, por acaso, da penicilina por Alexander Fleming
em 1928, um arsenal de agentes antimicrobianos tem sido desenvolvido. O avanço da
indústria farmacêutica levou ao surgimento de diversos antimicrobianos, com espectro de
ação cada vez mais amplo. Apesar da disponibilização de novos antimicrobianos, o ritmo de
desenvolvimento de resistência microbiana aos diferentes patógenos, Gram-positivos e Gram-
negativos, representa um constante desafio terapêutico e, dessa forma, a seleção de
antibióticos eficazes tem se tornado uma tarefa difícil e desafiadora (ROSSI; ANDREAZZI,
2005).
Capítulo 3 - Revisão Bibliográfica 27
__________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
3.4 Resistência Microbiana
A partir de 1950, quando os antimicrobianos passaram a ser amplamente
utilizados, iniciou-se o fenômeno de resistência microbiana. Desde então, o problema de
resistência aos antimicrobianos passou a representar uma preocupação considerável em saúde
pública (RAPINI et al., 2004).
A resistência aos antimicrobianos é um fenômeno genético relacionado à
existência de genes contidos no microorganismo que codificam diferentes mecanismos
bioquímicos que impedem a ação dos fármacos. Uma bactéria é considerada resistente a um
determinado antibiótico quando é capaz de crescer, in vitro, na presença da concentração
inibitória mínima que esse fármaco atinge no sangue (TAVARES, 1996). A resistência a
fármacos é um dos casos mais bem documentados de evolução biológica e um sério problema
tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento (DUARTE, 2006).
Essa rápida evolução da resistência aos antimicrobianos e a alarmante
desaceleração no desenvolvimento de novos fármacos, despertam atenção para a busca por
substâncias antimicrobianas derivadas de plantas (KEITH; BORISY; STOCKWEL, 2005),
como também para a associação de antimicrobianos sintéticos com produtos naturais,
incluindo óleos essenciais e extratos vegetais, na tentativa de ampliar seu espectro de ação e
minimizar os efeitos indesejáveis (SALVAT et al., 2001; SHIN; PYUN, 2004; SOUSA et al.,
2010).
Os produtos naturais têm sido fontes valiosas para o desenvolvimento desses
novos compostos, permitindo a descoberta de agentes terapêuticos não somente para tratar
doenças infecciosas, mas também para tratar o câncer, imunodeficiência e outras (CLARDY;
WALSH, 2004). Extratos e óleos essenciais de plantas mostraram-se eficientes no controle do
crescimento de uma ampla variedade de microrganismos, incluindo fungos filamentosos,
leveduras e bactérias (SANTOS et al., 2011).
Diante da crescente resistência aos antimicrobianos, torna-se necessário o estudo
de novos produtos com propriedades antimicrobianas para serem utilizadas no combate a
esses microorganismos.
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 29
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Identificação Estrutural do ácido litocólico (AL)
O ácido litocólico (Fig. 14) é um sólido branco amorfo, solúvel em MeOH, com
ponto de fusão na faixa de 168 - 170 °C e rotação óptica [α]D20
= +36,2 (c 0,01, MeOH). A
análise do referido composto através de CCD apresentou uma mancha de coloração azulada
após revelação com solução de vanilina em ácido perclórico e etanol. Este foi denominado de
AL.
O espectro de absorção na região do infravermelho (IV) em KBr (Fig. 28, anexo
A, p. 72) de AL, apresentou uma banda larga em 3277 cm-1
, característica de deformação
axial de ligação O-H de álcool e uma banda em 2560 cm-1
, característica de deformação axial
de ligação O-H de ácido carboxílico; duas bandas intensas em 2926 e 2861 cm-1
, relativas às
deformações axiais de ligação Csp3-H de alifático; uma absorção intensa e centrada em 1701
cm-1
, associada à presença de deformação axial de ligação C=O de ácido carboxílico; uma
banda fina em 1213 cm-1
de deformação axial de ligação Csp3-O de ácido carboxílico e outra
banda em 1070 cm-1
de deformação axial de ligação Csp3-O de álcool. Também foram
observadas absorções das deformações angulares de CH2 e CH3 em 1448 e 1367 cm-1
,
respectivamente.
O espectro de massa de alta resolução de AL, obtido através da ionização por
eletrospray (ESI) (Fig. 29, anexo A, p. 72) no modo negativo, forneceu o pico correspondente
ao íon molecular em m/z 375,2937 [M-H]-, correspondente à molécula desprotonada,
condizente com a fórmula molecular C24H40O3.
Figura 14 - Estrutura do ácido litocólico
OH
HH
HO
H
H
O
No espectro de RMN 1H [500 MHz, CD3OD] (Fig. 30, anexo A, p. 73) de AL
observou-se sinais múltiplos na região δH 0,70 - 2,04, atribuídos a átomos de hidrogênio
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 30
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
ligados a carbonos sp3
metílicos, metilênicos e metínicos característicos dos esqueletos
esteroídicos. Os sinais simples em δH 0,70 e 0,97 foram atribuídos aos hidrogênios dos dois
grupos metila ligados a átomos de carbono não hidrogenados, enquanto o dubleto em δH 0,96
(d, J = 5,3 Hz, 3H), foi atribuído aos hidrogênios do grupo metila ligado ao átomo de carbono
metínico; um sinal em δH 3,54 - 3,56 (m, 1H, H-3), foi atribuído ao hidrogênio ligado ao
carbono oxigenado C-3 e dois multipletos em δH 2,19 - 2,24 (m, 1H, H-23) e δH 2,31 - 2,34
(m, 1H, H-23) foram atribuídos a hidrogênios diastereotópicos ligados ao carbono 23.
O espectro de RMN 13
C-BB [125 MHz, CD3OD] (Fig. 32, anexo A, p. 74) de AL
apresentou sinais correspondentes a 24 átomos de carbono. Uma comparação do espectro de
RMN 13
C totalmente desacoplado, com o espectro de RMN 13
C-DEPT 135° [125 MHz,
CD3OD] (Fig. 34, anexo A, p. 75), permitiu identificar a presença de três carbonos metílicos
em δC 24,11, 18,93 e 12,66, onze carbonos metilênicos e sete carbonos metínicos. Os três
sinais restantes foram identificados como carbonos não hidrogenados, sendo um característico
de carbono carbonílico (δC 178,3) (Tabela 02). Verificou-se que o carbono em δC 72,58
tratava-se de um carbono metínico sp3 oxigenado (carbono carbinólico), o que confirmou a
estrutura do ácido litocólico.
Tabela 02 - Padrão de hidrogenação dos carbonos determinados através da análise
comparativa entre os espectros de RMN 13
C-BB e DEPT 135° de AL.
C CH CH2 CH3 Fórmula molecular
178,3 (C=O) 72,58 (C-O) 41,69 24,11
44,07 58,07 37,33 18,93
35,84 57,63 36,66 12,66
43,70 32,47
42,04 32,17
37,40 31,35
36,85 29,37
28,52
27,82
25,42
22,11
3 C 7 CH 11 CH2 3 CH3 C24H40O3
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 31
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
4.2 Transformações químicas do ácido litocólico
Foram obtidos oito derivados de AL, com o objetivo da avaliação de suas
atividades antimicrobianas, bem como a obtenção de dados espectroscópicos de RMN 1H e
13C como fonte de consulta. A partir da observação da estrutura do ácido litocólico, as reações
foram programadas para modificações envolvendo o carbono oxigenado C-3 e/ou o carbono
da carboxila C-24. Dentre as reações programadas, optou-se pela esterificação, acetilação,
oxidação e formilação (Fig. 15, p. 32).
Todos os derivados sintetizados tiveram como material de partida o ácido
litocólico e, portanto, os dados espectroscópicos obtidos para esses produtos se assemelham
bastante àqueles do precursor (Item 4.1). Dessa forma, visando simplificar a apresentação dos
dados espectroscópicos de cada produto obtido, as análises dos espectros foram focadas nas
características que possibilitaram definir inequivocamente as transformações químicas
observadas e as diferenças em relação aos materiais de partida.
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 32
____________________________________________________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 15 - Esquema reacional de obtenção dos derivados do ácido litocólico
OH
O
H
HHO
H
H
CH3OHH2SO4
CH3CH2OHH2SO4
OHH2SO4
O
O
HO
O
HO
O
H
PCC
(CH3CO)2Opi/DMAP
HCOOHHClO4
HO
O
HO
HOH
O
(CH3CO)2Opi/DMAP
(CH3CO)2O
pi/DMAP
O
O
H
HO
H
HO
O
O
H
HO
H
HO
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 33
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
4.2.1 Obtenção dos derivados esterificados
O tratamento de AL com alcoóis na presença de H2SO4, conforme descrição no
item 5.5.1, conduziu à formação dos derivados esterificados AL(a) (Fig. 16, p. 34), AL(b)
(Fig. 17, p. 35) e AL(c) (Fig. 18, p. 36). As reações foram realizadas de acordo com a
metodologia descrita por Narasimhan et al. (2003), nas quais o H2SO4 promove a protonação
da carbonila do ácido litocólico e o metanol atua como nucleófilo na reação de substituição.
4.2.1.1 Síntese do 3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de metila (AL(a))
O composto se apresentou como sólido branco amorfo (961,1 mg, 92,29% de
rendimento), solúvel em CHCl3, com ponto de fusão na faixa de 110 - 112 °C (lit. p.f. = 115 -
117 °C) (NAHAR; TURNER, 2003) e rotação óptica [α]D20
= +25,5 (c 0,01, CHCl3). O
referido composto, que através de análise em CCD mostrou uma mancha de coloração
azulada após revelação com solução de vanilina em ácido perclórico e etanol, foi denominado
de AL(a) e identificado através de técnicas espectroscópicas.
No espectro na região do infravermelho (IV) em KBr (Fig. 35, anexo B, p. 76) de
AL(a) (Fig. 16, p. 34), observou o aparecimento da banda de absorção em 1712 cm-1
,
característica de deformação axial de C=O de éster. O espectro de RMN de 1H [300 MHz,
CDCl3] (Fig. 37, anexo B, p. 77) de AL(a) apresentou como principal diferença em relação ao
do ácido litocólico, a presença do singleto intenso em δH 3,66 (s, 3H, OCH3), atribuído aos
hidrogênios do grupo metoxila. No espectro de RMN 13
C-BB [75 MHz, CDCl3] (Fig. 39,
anexo B, p. 78), a presença dos sinais em δC 51,63 e em δC 174,95, atribuídos respectivamente
aos carbonos dos grupos metoxila e carbonila, confirmaram a formação do derivado
esterificado, e estão de acordo com os dados relatados na literatura (ARANDA; FETIZON;
TAYEB, 1987).
O espectro de massa de alta resolução de AL(a) obtido através da ionização
química a pressão atmosférica (APCI) (Fig. 36, anexo B, p. 76) no modo positivo, forneceu o
pico correspondente ao íon molecular em m/z 373,3112 [M-H2O]+, condizente com a fórmula
molecular C25H42O3.
A análise dos dados de RMN 1H e RMN
13C dispostos na Tabela 03 (anexo B, p.
80) e em comparação com dados espectrais descritos na literatura (ARANDA; FETIZON;
TAYEB, 1987), permitiram identificar o produto esterificado denominado de AL(a), como
3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de metila (Fig. 16, p. 34).
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 34
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 16 - Estrutura do 3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de metila
O
HH
HO
H
H
O
4.2.1.2 Síntese do 3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de etila (AL(b))
O composto se apresentou como sólido branco amorfo (873,3 mg, 81,06% de
rendimento), solúvel em CHCl3, com ponto de fusão na faixa de 81 - 83 °C (lit. p.f. = 90 - 91
°C) (DANG, 2011) e rotação óptica [α]D20
= +25,7 (c 0,01, CHCl3). O referido composto
através de análise em CCD mostrou uma mancha de coloração azulada após revelação com
solução de vanilina em ácido perclórico e etanol, foi denominado de AL(b) e identificado
através de técnicas espectroscópicas.
A identificação de AL(b) (Fig. 17, p. 35) como produto da reação foi confirmada
pelo aparecimento das bandas de deformação axial de C=O em 1732 cm-1
e Csp3-O entre 1239
e 1171 cm-1
observado no espectro de absorção na região do infravermelho (IV) em KBr (Fig.
42, anexo C, p. 81), a banda de deformação axial de OH livre em 3302 cm-1
sugeriu a
presença da hidroxila em C-3. O espectro de RMN de 1H [300 MHz, CDCl3] (Fig. 44, anexo
C, p. 82) obtido para AL(b) apresentou como principal diferença em relação ao ácido
litocólico a presença de um quarteto referente aos hidrogênios ligados ao carbono metilênico
em δH 4,07 (q, 2H, J = 7,1 Hz) e um tripleto intenso em δH 1,22 (t, 3H, J = 7,1 Hz) referente
aos três hidrogênios ligados ao carbono metílico, do grupo etoxila. No espectro de RMN 13
C-
BB [75 MHz, CDCl3] (Fig. 46, anexo C, p. 83), a presença do sinal em δC 174,54 atribuído ao
carbono carbonílico e dos sinais em δC 14,46 e em δC 60,36 referentes aos carbonos metílico e
metilênico do grupo etoxila, respectivamente, confirmaram a formação do derivado
esterificado.
O espectro de massa de alta resolução de AL(b) obtido através da ionização
química a pressão atmosférica (APCI) (Fig. 43, anexo C, p. 81) no modo positivo, forneceu o
pico correspondente ao íon molecular em m/z 387,3266 [M-H2O]+, condizente com a fórmula
molecular C25H44O3.
A análise dos dados de RMN 1H e RMN
13C dispostos na Tabela 04 (anexo C, p.
85) e a comparação com dados espectrais descritos na literatura (ARANDA; FETIZON;
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 35
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
TAYEB, 1987), permitiram identificar o produto esterificado denominado de AL(b), como
3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de etila (Fig. 17).
Figura 17 - Estrutura do 3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de etila
O
HH
HO
H
H
O
4.2.1.3 Síntese do 3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de isopropila (AL(c))
O composto obtido se apresentou como sólido branco amorfo (901,67 mg, 80,78%
de rendimento), solúvel em CHCl3, com ponto de fusão na faixa de 78 - 80 °C e rotação
óptica [α]D20
= +23,8 (c 0,01, CHCl3). O referido composto por análise em CCD mostrou uma
mancha de coloração azulada após revelação com solução de vanilina em ácido perclórico e
etanol, foi denominado de AL(c) e identificado através de técnicas espectroscópicas.
A identificação de AL(c) (Fig. 18, p. 36) como produto da reação foi confirmada
pelo aparecimento das bandas de deformação axial de C=O em 1729 cm-1
e Csp3-O entre 1252
e 1107 cm-1
observado no espectro de absorção na região do infravermelho (IV) em KBr (Fig.
49, anexo D, p. 86). O espectro de RMN de 1H [300 MHz, CDCl3] (Fig. 51, anexo D, p. 87)
obtido para AL(b) apresentou como principal diferença em relação ao ácido litocólico a
presença de um sinal referente ao hidrogênio ligado ao carbono metínico oxigenado em δH
4,95 - 5,03 (m, 1H) e um sinal intenso em δH 1,21 (d, 6H, J = 6,2 Hz) referente aos seis
hidrogênios ligados aos carbonos metílicos, atribuídos aos hidrogênios do grupo isopropila.
No espectro de RMN 13
C-BB [75 MHz, CDCl3] (Fig. 53, anexo D, p. 88), a presença do sinal
em δC 174,04 atribuído ao carbono carbonílico e dos sinais em δC 22,04 referente a dois
carbonos metílicos idênticos e em δC 67,49 referente a um carbono sp3
metínico oxigenado,
atribuídos aos carbonos do grupo isopropila, confirmaram a formação do derivado
esterificado.
O espectro de massa de alta resolução de AL(c) obtido através da ionização
química a pressão atmosférica (APCI) (Fig. 50, anexo D, p. 86) no modo positivo, forneceu o
pico correspondente ao íon molecular em m/z 401,3435 [M-H2O]+, condizente com a fórmula
molecular C27H46O3.
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 36
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
A análise dos dados de RMN 1H e RMN
13C dispostos na Tabela 05 (anexo D, p.
91), permitiram identificar o produto esterificado denominado de AL(c), como 3α-hidroxi-5β-
colano-24-oato de isopropila (Fig. 18). É válido acrescentar que não existem relatos na
literatura para este derivado.
Figura 18 - Estrutura do 3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de isopropila
O
HH
HO
H
H
O
4.2.2 Obtenção dos derivados acetilados
O tratamento do AL, AL(a) e AL(b) com (CH3CO)2/DMAP, na presença de
piridina à temperatura ambiente conforme descrito no item 5.5.2, conduziu à formação dos
derivados acetilado AL-04 (Fig. 19, p. 37), AL(a)-04 (Fig. 20, p. 38) e AL(b)-04 (Fig. 21, p.
39). A reação foi realizada segundo metodologia descrita por Bandeira et al. (2007), na qual o
DMAP agiu como ativador da carbonila do anidrido acético e a hidroxila do ácido litocólico
atuou como nucleófilo na reação de substituição.
4.2.2.1 Síntese do ácido 3α-acetoxi-5β-colano-24-óico (AL-04)
O composto se apresentou como um sólido branco amorfo (555,20 mg, 96,22% de
rendimento), solúvel em CHCl3, com ponto de fusão na faixa de 156 - 158 °C (lit. p.f. = 167
°C) (EL KIHEL et al., 2008) e rotação óptica [α]D20
= +41,6 (c 0,01, CHCl3). O referido
composto por análise em CCD mostrou uma mancha de coloração azulada após revelação
com solução de vanilina em ácido perclórico e etanol, foi denominado de AL-04 e
identificado através de técnicas espectroscópicas.
A estrutura de AL-04 (Fig. 19, p. 37) foi confirmada através da análise do
espectro de absorção na região do infravermelho (IV) em KBr (Fig. 56, anexo E, p. 91) onde
se observou o desaparecimento da banda de deformação de OH livre em 3277 cm-1
e o
aparecimento da banda de deformação axial de C=O de éster em 1732 cm-1
. No espectro de
RMN de 1H [300 MHz, CDCl3] (Fig. 58, anexo E, p. 92) observou-se o deslocamento do sinal
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 37
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
em δH 3,54 - 3,56 (m, 1H, H-3), atribuído a H-3 no ácido litocólico, para δH 4,67 - 4,77 (m,
1H, H-3) em AL-04, devido à desproteção induzida pela carbonila e o aparecimento de um
singleto intenso em δH 2,03 (s, 3H, AcO) referente aos hidrogênios ligado ao carbono metílico
do grupo acetato. A formação do produto também foi confirmada a partir dos dados obtidos
do espectro de RMN de 13
C-BB [75 MHz, CDCl3] (Fig. 60, anexo E, p. 93), no qual a
presença dos sinais em δC 170,94 e δC 21,66 foram atribuídos, respectivamente, aos carbonos
carbonílico e metílico do grupo acetato (EL KIHEL et al., 2008).
O espectro de massa de alta resolução de AL-04 obtido através da ionização por
eletrospray (ESI) (Fig. 57, anexo E, p. 91) no modo negativo, forneceu o pico correspondente
ao íon molecular em m/z 417,3051 [M-H]-, correspondente a molécula desprotonada,
condizente com a fórmula molecular C26H42O4.
A análise dos dados de RMN 1H e RMN
13C dispostos na Tabela 06 (anexo E, p.
94) e em comparação com dados espectrais descritos na literatura (EL KIHEL et al., 2008),
permitiram identificar o produto denominado de AL-04, como ácido 3α-acetoxi-5β-colano-
24-óico (Fig. 19).
Figura 19 - Estrutura do ácido 3α-acetoxi-5β-colano-24-óico
OH
OH
HH
O
O
H
4.2.2.2 Síntese do 3α-acetoxi-5β-colano-24-oato de metila (AL(a)-04)
O composto se apresentou como um sólido branco cristalino (113 mg, 97,07% de
rendimento), solúvel em CHCl3, com ponto de fusão na faixa de 122,9 - 123,9 °C (lit. p.f. =
132 °C) (OSAWA, 1962) e rotação óptica [α]D20
= +41,3 (c 0,01, CHCl3). O referido
composto por análise em CCD mostrou uma mancha de coloração azulada após revelação
com solução de vanilina em ácido perclórico e etanol, foi denominado de AL(a)-04 e
identificado através de técnicas espectroscópicas.
A estrutura de AL(a)-04 (Fig. 20, p. 38) foi confirmada através da análise do
espectro de absorção na região do infravermelho (IV) em KBr (Fig. 62, anexo F, p. 95) onde
se observou o desaparecimento da banda de deformação de OH livre em 3277 cm-1
e o
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 38
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
aparecimento das bandas de deformação axial de C=O e Csp3-O de éster em 1730 cm-1
e 1245
cm-1
, respectivamente. No espectro de RMN de 1H [300 MHz, CDCl3] (Fig. 64, anexo F, p.
96) observou-se o deslocamento do sinal em δ 3,58 - 3,63 (m, 1H, H-3), atribuído a H-3 no
3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de metila AL(a), para δ 4,65 - 4,76 (m, 1H, H-3) em AL(a)-
04, devido à desproteção induzida pela carbonila, e o aparecimento de um singleto intenso em
δ 2,01 (s, 3H, AcO) referente aos hidrogênios metílicos do grupo acetato. A estrutura do
produto também foi confirmada pela presença dos sinais em δ 170,82 e em δ 21,64 no
espectro de RMN de 13
C-BB [75 MHz, CDCl3] (Fig. 66, anexo F, p. 97), que foram atribuídos
aos carbonos carbonílico e metílico do grupo acetato (EL KIHEL et al., 2008).
O espectro de massa de alta resolução de AL(a)-04 obtido através da ionização
por eletrospray (ESI) (Fig. 63, anexo F, p. 95) no modo positivo, forneceu o pico
correspondente ao íon molecular em m/z 455,3144 [M+Na]+, referente ao aduto de sódio,
condizente com a fórmula molecular C27H44O4.
A análise dos dados de RMN 1H e RMN
13C dispostos na Tabela 07 (anexo F, p.
99) e a comparação com dados espectrais descritos na literatura (EL KIHEL et al., 2008),
permitiram identificar o produto denominado de AL(a)-04, como 3α-acetoxi-5β-colano-24-
oato de metila (Fig. 20).
Figura 20 - Estrutura do 3α-acetoxi-5β-colano-24-oato de metila
O
OH
HO
H HO
4.2.2.3 Síntese do 3α-acetoxi-5β-colano-24-oato de etila (AL(b)-04)
O composto se apresentou como um sólido branco cristalino (107,5 mg, 91,19%
de rendimento), solúvel em CHCl3, com ponto de fusão na faixa de 93,4 - 95,1 °C (lit. p.f. =
95 - 98 °C) (CHANG et al., 1957) e rotação óptica [α]D20
= +37,06 (c 0,00623, CHCl3). O
referido composto que por análise em CCD mostrou uma mancha de coloração azulada após
revelação com solução de vanilina em ácido perclórico e etanol, foi denominado de AL(b)-04
e identificado através de técnicas espectroscópicas.
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 39
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
A estrutura de AL(b)-04 (Fig. 21) foi confirmada através da análise do espectro
de absorção na região do infravermelho (IV) em KBr (Fig. 69, anexo G, p. 100) onde se
observou o desaparecimento da banda de deformação de OH livre em 3277 cm-1
e o
aparecimento das bandas de deformação axial de C=O e Csp3-O de éster em 1736 cm-1
e 1241
cm-1
, respectivamente. No espectro de RMN de 1H [300 MHz, CDCl3] (Fig. 71, anexo G, p.
101) observou-se o deslocamento do sinal em δH 3,57 - 3,65 (m, 1H, H-3), atribuído a H-3 no
3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de etila AL(b), para δH 4,66 - 4,77 (m, 1H, H-3) em AL(b)-
04, devido à desproteção induzida pela carbonila e o aparecimento de um singleto intenso em
δH 2,02 (s, 3H, AcO) referente aos hidrogênios metílicos do grupo acetato. A formação do
produto também foi confirmada a partir dos dados obtidos do espectro de RMN de 13
C-BB
[75 MHz, CDCl3] (Fig. 73, anexo G, p. 102), no qual a presença dos sinais em δC 170,81 e δC
21,63 foram atribuídos, respectivamente, aos carbonos carbonílico e metílico do grupo acetato
(EL KIHEL et al., 2008).
O espectro de massa de alta resolução de AL(b)-04 obtido através da ionização
por eletrospray (ESI) (Fig. 70, anexo G, p. 100) no modo positivo, forneceu o pico
correspondente ao íon molecular em m/z 469,3312 [M+Na]+, referente ao aduto de sódio,
condizente com a fórmula molecular C28H46O4.
A análise dos dados de RMN 1H e RMN
13C dispostos na Tabela 08 (anexo G, p.
104) e em comparação com dados espectrais descritos na literatura (EL KIHEL et al., 2008),
permitiram identificar o produto denominado de AL(b)-04, como 3α-acetoxi-5β-colano-24-
oato de etila (Fig. 21).
Figura 21 - Estrutura do 3α-acetoxi-5β-colano-24-oato de etila
O
OH
HO
H HO
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 40
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
4.2.3 Obtenção do derivado oxidado
A oxidação do ácido litocólico empregando-se PCC como agente oxidante foi
realizada conforme item 5.5.3 e seguiu a metodologia descrita por Albuquerque (2007). A
reação resultou na obtenção do derivado AL-05 (Fig. 22, p. 41).
4.2.3.1 Síntese do ácido 3-oxo-5β-colano-24-óico (AL-05)
O produto da oxidação se apresentou como sólido branco amorfo (149,8 mg, 37%
de rendimento), solúvel em CHCl3, com ponto de fusão na faixa de 121 - 123 °C (lit. p.f. =
122 - 123 °C) (NAHAR; TURNER, 2003) e rotação óptica [α]D20
= +28,1 (c 0,01, CHCl3). O
referido composto que por análise em CCD mostrou uma mancha de coloração azulada após
revelação com solução de vanilina em ácido perclórico e etanol, foi denominado de AL-05 e
identificado através de técnicas espectroscópicas.
O espectro de absorção na região do infravermelho (IV) em KBr (Fig. 76, anexo
H, p. 105) obtido para AL-05 (Fig. 22, p. 41) apresentou bandas de deformação axial de C=O
de cetonas em 1698 cm-1
, e em comparação com o espectro de IV de AL, pôde-se verificar o
desaparecimento de uma banda larga na região de hidroxila em 3277 cm-1
. A análise dos
espectros de RMN 1H [300 MHz, CDCl3] (Fig. 78, anexo H, p. 106) e de
13C-BB [75 MHz,
CDCl3] (Fig. 80, anexo H, p. 107) possibilitou a confirmação da oxidação da hidroxila em C-
3, a partir do desaparecimento do sinal referente a H-3 em δH 3,54 - 3,56 (m, 1H, H-3),
presente no espectro do precursor AL e surgimento do sinal em δC 213,88, referente ao
carbono carbonílico de cetona. Os demais sinais apresentam valores de deslocamento químico
semelhantes àqueles relatados por Nahar e Turner (2003) para a mesma substância.
O espectro de massa de alta resolução de AL-05 obtido através da ionização por
eletrospray (ESI) (Fig. 77, anexo H, p. 105) no modo negativo, forneceu o pico
correspondente ao íon molecular em m/z 373,2793 [M-H]-, referente a molécula desprotonada,
condizente com a fórmula molecular C24H38O3.
A análise dos dados de RMN 1H e RMN
13C dispostos na Tabela 09 (anexo H, p.
109) e em comparação com dados espectrais descritos na literatura (NAHAR; TURNER,
2003), permitiram identificar o produto reacional oxidado denominado de AL-05, como ácido
3-oxo-5β-colano-24-óico (Fig. 22, p 41).
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 41
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 22 - Estrutura do ácido 3-oxo-5β-colano-24-óico
OH
OH
HH
OH
4.2.4 Obtenção do derivado formilado
A reação de formilação foi realizada usando como reagente uma mistura de
HCO2H/HClO4, conforme descrito no item 5.5.4 e seguindo a metodologia descrita por
Lemos e Mcchesney (1990). A reação resultou na obtenção do derivado AL-06 (Fig. 23, p.
42).
4.2.4.1 Síntese do ácido 3α-formiloxi-5β-colano-24-óico (AL-06)
O composto obtido se apresentou como sólido branco amorfo (227 mg, 92,28%
de rendimento), solúvel em CHCl3, com ponto de fusão na faixa de 128 - 130 °C (lit. p.f. =
127 - 128°C) (CHATTOPADHYAY; PANDEY, 2006) e rotação óptica [α]D20
= +38,5 (c
0,01, CHCl3). O referido composto que através de análise em CCD mostrou uma mancha de
coloração azulada após revelação com solução de vanilina em ácido perclórico e etanol, foi
denominado de AL-06 e identificado através de técnicas espectroscópicas.
A estrutura de AL-06 (Fig. 23, p. 42) foi confirmada pela análise do espectro de
absorção na região do infravermelho (IV) em KBr (Fig. 83, anexo I, p. 110) onde se observou
o desaparecimento da banda de deformação de OH livre em 3277 cm-1
e o aparecimento das
bandas de deformação axial de C=O em 1718 cm-1
e Csp3-O entre 1250 e 1180 cm-1
. No
espectro de RMN de 1H [300 MHz, CDCl3] (Fig. 85, anexo I, p. 101) observou-se o
deslocamento do sinal em δH 3,57 - 3,65 (m, 1H, H-3), atribuído a H-3 no ácido litocólico,
para δH 4,81 - 4,86 (m, 1H, H-3) em AL-06, devido à desproteção induzida pela carbonila, e
o aparecimento de um singleto intenso em δH 8,03 (s, 1H, HC=O) referente ao hidrogênio
ligado ao carbono do grupo formiato. A formação do produto também foi confirmada a partir
dos dados obtidos do espectro de RMN de 13
C-BB [75 MHz, CDCl3] (Fig. 87, anexo I, p.
112), no qual a presença do sinal em δC 161,05 foi atribuído ao carbono carbonílico do grupo
formiato (BABU; MAITRA, 2005).
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 42
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
O espectro de massa de alta resolução de AL-06 obtido através da ionização por
eletrospray (ESI) (Fig. 84, anexo I, p. 110) no modo negativo, forneceu o pico correspondente
ao íon molecular em m/z 403,2885 [M-H]-, referente a molécula desprotonada, condizente
com a fórmula molecular C25H40O4.
A análise dos dados de RMN 1H e RMN
13C dispostos na Tabela 10 (anexo I, p.
114) e em comparação com dados espectrais descritos na literatura (BABU; MAITRA, 2005),
permitiram identificar o produto reacional formilado denominado de AL-06, como ácido 3α-
formiloxi-5β-colano-24-óico (Fig. 23).
A partir dos dados de RMN 13
C do ácido litocólico e de seus derivados, construiu-
se uma tabela (Tabela 11, anexo J, p. 116) para efeito de comparação e registro desses dados
na literatura. As respectivas estruturas encontram-se na Figura 91, anexo I, p. 115.
Figura 23 - Estrutura do ácido 3α-formiloxi-5β-colano-24-óico
OH
OH
HH
OH
O
H
4.3 Avaliação Antimicrobiana
Após a síntese e caracterização dos derivados do ácido litocólico, os mesmos
foram submetidos à avaliação microbiológica. Os testes foram realizados no Departamento de
Química Biológica da Universidade Regional do Cariri (URCA) - Ceará, no Laboratório de
Pesquisas de Produtos Naturais, sob a supervisão do Prof. Dr. José Galberto Martins da Costa.
Os derivados foram avaliados quanto à sua capacidade antibacteriana e efeito
modulador com antibióticos aminoglicosídicos frente a bactérias patogênicas Gram (+),
linhagens padrão S. aureus ATCC 12692, B. cereus ATCC 33018 e multirresistente S. aureus
(Sa358), e Gram (-), E. coli ATCC 25922, P. aeruginosa. ATCC 15442 e multirresistente E.
coli (Ec 27).
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 43
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
4.3.1 Atividade antimicrobiana e Concentração Inibitória Mínima
Os resultados mostrados na Tabela 12 representam a concentração inibitória
mínima (CIM), do ácido litocólico e seus derivados, definida como a menor concentração das
substâncias capaz de inibir o crescimento de bactérias, como indicado pela coloração da
resazurina.
Tabela 12 - Concentração inibitória mínima (CIM) das substâncias.
Bactérias utilizadas
CIM S. aureus S. aureus E. coli E. coli B. cereus P.
aeruginosa
μg/mL (ATCC
12692) (Sa 358) (ATCC 25922) (Ec 27) (ATCC 33018)
(ATCC
15442)
AL 512 512 512 512 512 512
AL(a) 512 ≥1024 512 256 256 512
AL(b) 512 ≥1024 256 256 512 512
AL(c) 512 ≥1024 256 512 ≥1024 ≥1024
AL-04 ≥1024 ≥1024 ≥1024 ≥1024 ≥1024 ≥1024
AL(a)-04 512 ≥1024 512 512 512 512
AL(b)-04 128 ≥1024 256 256 512 512
AL-05 256 512 512 256 512 256
AL-06 16 256 128 32 32 64
CIM: Concentração Inibitória Mínima
De acordo com os resultados apresentados na Tabela 12, verificou-se que a
substância AL-06 (ácido 3α-formiloxi-5β-colano-24-óico) (Fig. 23, p. 42) mostrou os
melhores resultados, apresentando atividade inibitória para todas as linhagens com uma CIM
≤ 256 µg/mL. Para E. coli (Ec 27) e B. cereus observou-se uma CIM de 32 µg/mL, e para S.
aureus (ATCC 12692) representando o resultado mais significativo, uma CIM de 16 µg/mL.
AL-06 mostrou potencial para uso como desinfetante e conservante de alimentos
(microrganismos deteriorantes) e contra bactérias patogênicas (DEVILIEGHERE;
VERMEIREN; DEBEVERE, 2004), já que B. cereus é causador de gastrenterites de origem
alimentar (FANCO; LANDGRAF, 2011) e produtora de toxinas (ACHESON, 2000)
encontradas facilmente como contaminante em alimentos crus e processados, vegetais, entre
outros (GHELARDI et al., 2002). Por outro lado, S. aureus é responsável por um dos tipos
mais freqüentes de intoxicação alimentar, comumente veiculada pelo leite e derivados
(SANTOS; GENIGEORGIS, 1981). A substância AL(a) (3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 44
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
metila) (Fig. 16, p. 34) mostrou-se eficaz contra as linhagens Gram-positivas e Gram-
negativas testadas, apresentando atividade inibitória para as cepas de E. coli multirresistente e
B. cereus e AL-05 (ácido 3-oxo-5β-colano-24-óico) (Fig. 22, p. 41) apresentou atividade
inibitória para cepas multirresistente E. coli, P. aeruginosa e S. aureus (ATCC 12692).
Observou-se que a substância AL-04 (ácido 3α-acetoxi-5β-colano-24-óico) (Fig.
19, p. 37) não foi capaz de inibir o crescimento de nenhuma linhagem, considerando a CIM ≥
1024 µg/mL.
4.3.2 Avaliação da atividade moduladora por contato direto
Somente as amostras que apresentaram CIM menor ou igual a 512 µg/mL foram
submetidas aos ensaios de modulação com antibióticos aminoglicosídicos. A Tabela 13
mostra os resultados da atividade moduladora do AL por contato direto.
Tabela 13 - Atividade moduladora do AL por contato direto.
AMI: Amicacina; GEN: Gentamicina; NEO: Neomicina
Na análise dos resultados da Tabela 13, observou-se que AL (ácido litocólico)
(Fig. 14, p. 29) potencializou a atividade de todos os antibióticos testados frente à linhagem E.
coli (ATCC 25922), comparado com a CIM do antibiótico na ausência da substância. Já na
interação com a linhagem S. aureus (ATCC 12692), AL não demonstrou uma ação sinérgica
sobre a atividade da gentamicina e neomicina e para a amicacina houve uma redução da CIM
de 50% (Tabela 04).
BACTÉRIAS
MIC µg/mL
Antibiótico Antibiótico + AL
AMI GEN NEO AMI (%)
inibição GEN
(%)
inibição NEO
(%)
inibição
S. aureus
(ATCC 12692) 64 64 64 32 50% 64 0,0 64 0,0
E. coli
(ATCC 25922) 32 64 512 8 75% 32 50% 128 75%
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 45
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Tabela 14 - Atividade moduladora do AL(a) por contato direto.
AMI: Amicacina; GEN: Gentamicina; NEO: Neomicina
Na análise dos resultados apresentados na Tabela 14, observou-se que AL(a) (3α-
hidroxi-5β-colano-24-oato de metila) (Fig. 16, p. 34) potencializou a atividade dos
antibióticos quando testado frente à linhagem E. coli (Ec 27), redução de 50 - 75% na CIM
quando comparado com o do antibiótico na ausência da substância. Por outro lado, na
interação com a linhagem B. cereus (ATCC 33018) AL(a) demonstrou uma ação antagônica
sobre a atividade da amicacina e neomicina (Tabela 14).
Tabela 15 - Atividade moduladora do AL(b) por contato direto.
AMI: Amicacina; GEN: Gentamicina; NEO: Neomicina
Na análise dos resultados obtidos (Tabela 15), observou-se que AL(b) (3α-
hidroxi-5β-colano-24-oato de etila) (Fig. 17, p. 35) potencializou a atividade dos antibióticos
amicacina e neomicina frente à linhagem E. coli (Ec 27) com redução da CIM de 50% para
ambas. Já na interação com a linhagem E. coli (ATCC 25922) AL(b) demonstrou uma ação
antagônica sobre a atividade da amicacina, aumentando o valor da CIM de 16 para 32 µg/mL,
e para neomicina houve uma potencialização, reduzindo o valor da CIM de 512 para 256
µg/mL (Tabela 15).
BACTÉRIAS
MIC µg/mL
Antibiótico Antibiótico + AL(a)
AMI GEN NEO AMI (%)
inibição GEN
(%)
inibição NEO
(%)
inibição
E. coli
(Ec 27) 32 128 32 16 50% 64 50% 8 75%
B. cereus
(ATCC 33018) 16 64 16 32 - 64 0,0 32 -
BACTÉRIAS
MIC µg/mL
Antibiótico Antibiótico + AL(b)
AMI GEN NEO AMI (%)
inibição GEN
(%)
inibição NEO
(%)
inibição
E. coli
(ATCC 25922) 16 64 512 32 - 64 0,0 256 50%
E. coli
(Ec 27) 128 64 128 64 50% 64 0,0 64 50%
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 46
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Tabela 16 - Atividade moduladora do AL(c) por contato direto.
AMI: Amicacina; GEN: Gentamicina; NEO: Neomicina
A Tabela 16 apresenta os resultados obtidos para AL(c) (3α-hidroxi-5β-colano-
24-oato de isopropila) (Fig. 18, p. 36). Observou-se que o mesmo potencializou a atividade
dos antibióticos amicacina e neomicina quando testado frente à linhagem S. aureus (ATCC
12692) quando comparado com a CIM do antibiótico na ausência da substância. Já na
interação com a linhagem E. coli (ATCC 25922) AL(c) demonstrou uma ação antagônica
sobre a atividade da amicacina, sendo que o valor da CIM aumentou de 16 para 32 µg/mL,
entretanto para a gentamicina houve uma potencialização, reduzindo o valor da CIM de 64
para 32 µg/mL (Tabela 16).
Tabela 17 - Atividade moduladora do AL(a)-04 por contato direto.
AMI: Amicacina; GEN: Gentamicina; NEO: Neomicina
A partir dos resultados da Tabela 17, observou-se que AL(a)-04 (3α-acetoxi-5β-
colano-24-oato de metila) (Fig. 20, p. 38) potencializou a atividade dos antibióticos amicacina
e neomicina quando testado frente à linhagem S. aureus (ATCC 12692), quando comparado
com a CIM do antibiótico na ausência da substância. Já na interação com a linhagem E. coli
(ATCC 25922) AL(a)-04 demonstrou uma ação antagônica sobre a atividade da gentamicina,
sendo que o valor da CIM aumentou de 32 para 64 µg/mL. Entretanto para a neomicina houve
BACTÉRIAS
MIC µg/mL
Antibiótico Antibiótico + AL(c)
AMI GEN NEO AMI (%)
inibição GEN
(%)
inibição NEO
(%)
inibição
S. aureus
(ATCC 12692) 128 64 256 64 50% 64 0,0 64 75%
E. coli
(ATCC 25922) 16 64 256 32 - 32 50% 256 0,0
BACTÉRIAS
MIC µg/mL
Antibiótico Antibiótico + AL(a)-04
AMI GEN NEO AMI (%)
inibição GEN
(%)
inibição NEO
(%)
inibição
S. aureus
(ATCC 12692) 128 64 256 64 50% 64 0,0 128 50%
E. coli
(ATCC 25922) 32 32 256 32 0,0 64 - 128 50%
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 47
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
uma potencialização, reduzindo o valor da CIM de 256 para 128 µg/mL (50%) (Tabela 17, p.
46).
Tabela 18 - Atividade moduladora do AL(b)-04 por contato direto.
AMI: Amicacina; GEN: Gentamicina; NEO: Neomicina
Analisando os resultados da Tabela 18, observou-se que o AL(b)-04 (3α-acetoxi-
5β-colano-24-oato de etila) (Fig. 21, p. 39) potencializou apenas a atividade do antibiótico
neomicina, para ambas as linhagens S. aureus (ATCC 12692) e E. coli (ATCC 25922), sendo
os valor da CIM de 128 para 64 µg/mL, e de 256 para 128 µg/mL respectivamente, ou seja
em 50% (Tabela 18).
Tabela 19 - Atividade moduladora do AL-05 por contato direto.
AMI: Amicacina; GEN: Gentamicina; NEO: Neomicina
Na análise dos resultados exibidos na Tabela 19, observou-se que o AL-05 (ácido
3-oxo-5β-colano-24-óico) (Fig. 22, p. 41) potencializou a atividade dos antibióticos amicacina
e neomicina quando testado frente à linhagem S. aureus (ATCC 12692) quando comparado
com o CIM do antibiótico na ausência da substância, sendo que para a neomicina o valor foi
bastante significativo com redução da CIM de 256 para 8 µg/mL (97%). Na interação com a
linhagem P. aeruginosa (ATCC 15442), AL-05 demonstrou uma ação sinérgica sobre a
atividade da amicacina, com redução da CIM de 64 para 16 µg/mL, já para a neomicina houve
BACTÉRIAS
MIC µg/mL
Antibiótico Antibiótico + AL(b)-04
AMI GEN NEO AMI (%)
inibição GEN
(%)
inibição NEO
(%)
inibição
S. aureus
(ATCC 12692) 64 64 128 64 0,0 64 0,0 64 50%
E. coli
(ATCC 25922) 16 64 256 16 0,0 64 0,0 128 50%
BACTÉRIAS
MIC µg/mL
Antibiótico Antibiótico + AL-05
AMI GEN NEO AMI (%)
inibição GEN
(%)
inibição NEO
(%)
inibição
S. aureus
(ATCC 12692) 32 64 256 16 50% 64 0,0 8 97%
P. aeruginosa
(ATCC 15442) 64 64 8 16 75% 64 0,0 32 -
Capítulo 4 - Resultados e Discussão 48
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
um aumento do valor da CIM de 8 para 32 µg/mL representando um efeito antagônico
(Tabela 19, p. 47).
Tabela 20 - Atividade moduladora do AL-06 por contato direto.
AMI: Amicacina; GEN: Gentamicina; NEO: Neomicina
Na análise dos resultados demonstrados na Tabela 20, observou-se que AL-06
(ácido 3α-formiloxi-5β-colano-24-óico) (Fig. 23, p. 42) potencializou a atividade dos
antibióticos quando testado frente à linhagem P. aeruginosa (ATCC 15442), com resultados
bastante significativos, quando comparado com a CIM do antibiótico na ausência da
substância, podendo destacar a neomicina com redução da CIM de 8 para 0,5 µg/mL (94%) e
a amicacina com redução da CIM de 16 para 4 µg/mL (75%). Já na interação com a linhagem
S. aureus (ATCC 12692) AL-06 não demonstrou ação sinérgica sobre a atividade dos
aminoglicosídicos (Tabela 20).
BACTÉRIAS
MIC µg/mL
Antibiótico Antibiótico + AL-06
AMI GEN NEO AMI (%)
inibição GEN
(%)
inibição NEO
(%)
inibição
S. aureus
(ATCC 12692) 32 64 8 32 0,0 64 0,0 8 0,0
P. aeruginosa
(ATCC 15442) 16 64 8 4 75% 32 50% 0,5 94%
Capítulo 5 - Procedimento Experimental 50
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
5 PROCEDIMENTO EXPERIEMENTAL
5.1 Materiais Utilizados
O ácido litocólico, utilizado como material de partida nas reações foi de
procedência SIGMA®. Os alcoóis utilizados nas reações de esterificação foram de grau
CLAE/Spectro de procedência TEDIA®. Anidrido acético, ácido fórmico, ácido perclórico e
ácido sulfúrico foram de procedência VETEC®
. DMAP e PCC utilizados são de procedência
ALDRICH®
. Piridina, diclorometano e acetona foram de qualidade P.A. e procedência
SYNTH®, bem como os solventes utilizados nos tratamentos das reações e colunas
cromatográficas. Carbonato de sódio (Na2CO3), sulfato cúprico (CuSO4.5H2O) e sulfato de
sódio anidro (Na2SO4) foram de procedência VETEC®.
5.2 Métodos Cromatográficos
5.2.1 Colunas Cromatográficas (CC)
Na execução das análises cromatográficas de adsorção em coluna utilizou-se gel
de sílica 60 comum (0,063-0,200 mm; 70-230 mesh) da marca VETEC®. As dimensões das
colunas cromatográficas (comprimento e diâmetro) variaram de acordo com as quantidades de
amostras e solventes utilizados.
Na eluição foram utilizados solventes de qualidade P.A. (SYNTH®), tais como
hexano (Hex), diclorometano (CH2Cl2), acetato de etila (AcOEt) e metanol (MeOH), puros ou
em misturas binárias, em ordem crescente de gradiente de polaridade.
5.2.2 Cromatografia em Camada Delgada (CCD)
As análises cromatográficas em camada delgada (CCD) foram efetuadas em gel
de sílica G60 da VETEC® sobre suporte de vidro e em gel de sílica 60 F254 (2-25 µm, camada
de 250 µm) sobre poliéster T-6145 da Merck®.
As placas foram cortadas nas dimensões apropriadas para cada análise. As
amostras foram aplicadas com o auxílio de um tubo capilar à uma altura de aproximadamente
0,9 cm, com uma distância de aproximadamente 0,3 cm de uma amostra para outra; em
seguida foram eluídas em cuba com uso de eluente apropriado.
Capítulo 5 - Procedimento Experimental 51
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
As revelações das substâncias nas cromatoplacas analíticas foram realizadas por
imersão em solução de vanilina (C8H8O3; C = 5g/100mL) em ácido perclórico (HClO4)
0,75M/100mL de etanol, seguido de aquecimento em soprador térmico HL-500, da Steinel à
aproximadamente 150° C, durante alguns segundos.
Na eluição foram utilizados os solventes de qualidade P.A. (SYNTH®): hexano
(Hex), diclorometano (CH2Cl2), acetato de etila (AcOEt) e metanol (MeOH), puros ou em
misturas binárias, em ordem crescente de gradiente de polaridade.
A remoção dos solventes das frações resultantes das cromatografias foi realizada
em evaporador rotatório BÜCHI “Waterbath” Modelo B-480 e R-114, sob pressão reduzida.
5.3 Métodos Espectrométricos e Espectroscópicos
Os espectros apresentados neste trabalho foram obtidos em aparelhos pertencentes
ao Departamento de Química Orgânica e Inorgânica da Universidade Federal do Ceará, em
Centro Nordestino de Aplicação e Uso da Ressonância Magnética Nuclear
(CENAUREM/UFC).
5.3.1 Espectroscopia de Ressonância magnética Nuclear (RMN)
Os espectros de ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN 1H) e de
carbono 13 (RMN 13
C) unidimensionais e bidimensionais foram obtidos em espectrômetro
Bruker modelo Avance DRX-300 e Avance DRX-500, operando na freqüência de hidrogênio
a 300 MHz e 500 MHz, e na freqüência de carbono a 75 MHz e a 125 MHz, respectivamente.
As amostras foram dissolvidas nos solventes deuterados clorofórmio (CDCl3) e
metanol (CD3OD) para a obtenção dos espectros. Os deslocamentos químicos (δ) foram
expressos em partes por milhão (ppm) e referenciados para RMN 1H pelo pico do hidrogênio
pertencente à fração não deuterada do solvente de clorofórmio (δ 7,27) e de metanol (δ 3,31).
Para o RMN 13
C, o padrão foi o pico central do tripleto em δ 77,23 para o clorofórmio e do
septeto em δ 49,1 para o metanol deuterado.
As multiplicidades dos sinais de hidrogênio nos espectros de RMN ¹H foram
indicadas segundo a convenção: s (singleto), t (tripleto), d (dubleto), q (quarteto) e m
(multipleto).
O padrão de hidrogenação dos carbonos em RMN 13
C foi determinado através da
utilização da técnica DEPT (Distortionless Enhancement by Polarization Transfer), com
Capítulo 5 - Procedimento Experimental 52
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
ângulo de nutação (Ɵ) de 135°, com CH e CH3 com amplitude em oposição aos CH2, sendo
descrito conforme a convenção: C (carbono não hidrogenado), CH (carbonos metínicos), CH2
(carbono metilênicos) e CH3 (carbonos metílicos). Os carbonos não hidrogenados foram
caracterizados pela comparação dos espectros de RMN 13
C DEPT 135° e RMN ¹³C BB (Broad
Band).
5.3.2 Espectrometria de Massa (EM)
Os espectros de massa de alta resolução foram obtidos através da ionização por
eletrospray (ESI) ou ionização química a pressão atmosférica (APCI) em espectrômetro de
massa modelo LCMS-IT-TOF (225-07100-34) SHIMADZU, pertencente ao Laboratório de
Espectrometria de Massa do Nordeste (LEMANOR-DQOI-UFC).
5.3.3 Espectroscopia na Região de Absorção do Infravermelho (IV)
Os espectros de absorção na região do infravermelho (IV) foram obtidos em
espectrômetro Perckin Elmer, modelo FT-IR SPECTRUM 100, utilizando-se pastilhas de
brometo de potássio (KBr) como suporte para as substâncias a serem analisadas.
5.4 Métodos Físicos
5.4.1 Ponto de Fusão (pf)
Os pontos de fusão foram determinados em equipamento de microdeterminação
digital da Mettler Toledo provido de uma estação de aquecimento FP82HT, uma central de
processamento FP90 e acoplada a um microscópio óptico monocular. As determinações foram
realizadas a uma velocidade de aquecimento de 2°C/min e não foram corrigidas.
5.4.2 Rotação Óptica [α]D
As rotações ópticas foram determinadas em polarímetro digital Perkin Elmer
modelo 341. As medidas foram feitas em um comprimento de onda de 589 nm e a
temperatura de 20°C, utilizando uma cubeta de 1 mL.
Capítulo 5 - Procedimento Experimental 53
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
5.5 Obtenção dos derivados do ácido litocólico
5.5.1 Preparação de AL(a), AL(b) e AL(c)
Figura 24 - Reação de esterificação de AL
i, ii e iii
H2SO4
i: MeOH - AL(a); R: CH3
ii: EtOH - AL(b); R: CH2CH3
iii: Isopropanol - AL(c); R: CH(CH3)2
HO
OH
H
H
HH
O
HO
O
H
H
HH
O
R
AL (1,0 g, 2,7 mmol) foi inicialmente dissolvido em uma mistura de 150 mL dos
diferentes alcoóis (metanol, etanol ou isopropanol) e 1 mL de ácido sulfúrico concentrado. As
diferentes soluções foram submetidas a refluxo sob agitação magnética durante 24 horas
(Figura 24). Após esse período o solvente foi evaporado, seguido da adição de água (100 mL)
e extração com diclorometano (3 x 30 mL). As fases orgânicas foram lavadas com solução de
carbonato de sódio 20% (3 x 60 mL) e secadas com sulfato de sódio anidro. Após filtração, o
solvente foi removido em rotaevaporador sob pressão reduzida. Os produtos brutos obtidos
foram submetidos à cromatografia em coluna de gel de sílica, utilizando como eluente hexano
: Acetato de etila (8 : 2), fornecendo sólidos amorfos brancos, que foram denominados AL(a)
(961,1 mg, 92,29%), AL(b) (873,3 mg, 81,06%) e AL(c) (901,67 mg, 80,78%). Os compostos
foram identificados através da análise de seus dados espectroscópicos (IV, EM, RMN 1H e
RMN 13
C) e por comparação com dados espectrais descritos na literatura (ARANDA;
FETIZON; TAYEB, 1987).
Dados Físicos do 3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de metila (AL(a))
Sólido branco amorfo
Fórmula molecular: C25H42O3
Massa molar [M-H2O]+: 373,3112 g/mol
Capítulo 5 - Procedimento Experimental 54
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Espectroscopia de absorção na região do IV (KBr, cm-1
) - 3517,88; 2932,44; 2861,26;
1711,68; 1443,71; 1384,09; 1238,88.
Rotação Óptica: [α]D20
= +25,5 (c 0,01; CHCl3)
Espectroscopia de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) - δ (Integração, Multiplicidade e
Constante de Acoplamento): 3,58 - 3,63 (m, 1H, H-3β); 2,18 - 2,26 (m, 1H, H-23); 2,30 -
2,40 (m, 1H, H-23); 3,65 (s, 3H, OCH3); 0,63 (s, 3H, H-18); 0,91 (s, 3H, H-19); 0,89 (d, J =
5,37, 3H, H-21).
Espectroscopia de RMN 13
C (125 MHz, CDCl3) - δ (Correlação estrutural): 34,79 (C-10);
42,96 (C-13); 174,95 (C-24); 72,08 (CH-3); 42,34 (CH-5); 36,08 (CH-8), 40,68 (CH-9); 56,72
(CH-14); 56,20 (CH-17); 35,58 (CH-20); - (CH2-1); 30,78 (CH2-2); 36,70 (CH2-4); 27,41
(CH2-6); 26,63 (CH2-7); 21,04 (CH2-11); 40,40 (CH2-12); 24,41 (CH2-15); 28,38 (CH2-16);
31,29 (CH2-22); 31,23 (CH2-23); 12,24 (CH3-18); 23,57 (CH3-19); 18,47 (CH3-21); 51,63
(OCH3).
Dados Físicos do 3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de etila (AL(b))
Sólido branco amorfo
Fórmula molecular: C26H44O3
Massa molar [M-H2O]+: 387,3266 g/mol
Espectroscopia de absorção na região do IV (KBr, cm-1
) - 3302,34; 2925,27; 2863,58;
1732,51; 1446,59; 1366,10; 1239,28.
Rotação Óptica: [α]D20
= +25,7 (c 0,01; CHCl3)
Espectroscopia de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) - δ (Integração, Multiplicidade e
Constante de Acoplamento): 3,57 - 3,65 (m, 1H, H-3β); 2,14 - 2,24 (m, 1H, H-23); 2,28 -
2,38 (m, 1H, H-23); 4,07 (q, J = 7,11 Hz, 2H, OCH2); 1,22 (t, J = 7,11 Hz, 3H, CH3); 0,63 (s,
3H, H-18); 0,91 (s, 3H, H-19); 0,89 (d, J = 4,56 Hz, 3H, H-21).
Espectroscopia de RMN 13
C (125 MHz, CDCl3) - δ (Correlação estrutural): 34,79 (C-10);
42,95 (C-13); 174,54 (C-24); 72,03 (CH-3); 42,33 (CH-5); 36,07 (CH-8), 40,67 (CH-9); 56,72
Capítulo 5 - Procedimento Experimental 55
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
(CH-14); 56,20 (CH-17); 35,55 (CH-20); 35,58 (CH2-1); 30,75 (CH2-2); 36,66 (CH2-4); 27,41
(CH2-6); 26,63 (CH2-7); 21,04 (CH2-11); 40,39 (CH2-12); 24,41 (CH2-15); 28,37 (CH2-16);
31,54 (CH2-22); 31,21 (CH2-23); 60,36 (OCH2); 12,24 (CH3-18); 23,58 (CH3-19); 18,48
(CH3-21); 14,45 (CH3).
Dados Físicos do 3α-hidroxi-5β-colano-24-oato de isopropila (AL(c))
Sólido branco amorfo
Fórmula molecular: C27H46O3
Massa molar [M-H2O]+: 401,3435 g/mol
Espectroscopia de absorção na região do IV (KBr, cm-1
) - 3300,38; 2927,53; 2864,51;
1729,43; 1447,09; 1373,22; 1252,04.
Rotação Óptica: [α]D20
= +23,8 (c 0,01; CHCl3)
Espectroscopia de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) - δ (Integração, Multiplicidade e
Constante de Acoplamento): 3,56 - 3,67 (m, 1H, H-3β); 2,11 - 2,22 (m, 1H, H-23); 2,25 -
2,33 (m, 1H, H-23); 4,94 - 5,03 (m, 1H, OCH); 1,21 (d, J = 6,24 Hz, 6H, 2CH3); 0,63 (s, 3H,
H-18); 0,91 (s, 3H, H-19); 0,89 (d, J = 4,98 Hz, 3H, H-21).
Espectroscopia de RMN 13
C (125 MHz, CDCl3) - δ (Correlação estrutural): 34,76 (C-10);
42,92 (C-13); 174,04 (C-24); 72,01 (CH-3); 42,30 (CH-5); 36,04 (CH-8), 40,63 (CH-9); 56,69
(CH-14); 56,19 (CH-17); 35,50 (CH-20); 67,49 (OCH); 35,55 (CH2-1); 30,71 (CH2-2); 36,63
(CH2-4); 27,39 (CH2-6); 26,61 (CH2-7); 21,01 (CH2-11); 40,37 (CH2-12); 24,38 (CH2-15);
28,36 (CH2-16); 31,85 (CH2-22); 31,21 (CH2-23); 12,21 (CH3-18); 23,56 (CH3-19); 18,45
(CH3-21); 22,04 (2CH3).
Capítulo 5 - Procedimento Experimental 56
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
5.5.2 Preparação de AL-04, AL(a)-04 e AL(b)-04
Figura 25 - Reação de acetilação de AL, AL(a) e AL(b)
Ac2O
AL-04; R: HAL(a)-04; R: CH3
AL(b)-04; R: CH2CH3
HO
O
H
H
HH
O
R
O
O
H
H
HH
O
R
Opi/DMAP
AL (500 mg, 1,33 mmol), AL(a) (105,1 mg, 0,27 mmol) e AL(b) (106,8 mg, 0,26
mmol) foram dissolvidos em uma mistura de anidrido acético (4 mL) e piridina (2 mL) e em
seguida, adicionou-se alguns cristais de DMAP, conforme esquema reacional apresentado na
Figura 25. A mistura foi agitada à temperatura ambiente por 24 horas. Decorrido esse período,
a mistura reacional foi tratada com solução saturada de sulfato de cobre e em seguida extraída
com acetato de etila. A fase orgânica foi lavada com água destilada (3 x 20 mL) e seca com
Na2SO4 anidro e concentrada em rotaevaporador sobre pressão reduzida. Os produtos brutos
foram submetidos à cromatografia em coluna de gel de sílica eluída com hexano : acetato de
etila (8 : 2). Os sólidos brancos cristalinos obtidos foram denominados AL-04 (555,20 mg,
96,22%), AL(a)-04 (113 mg, 97,07%) e AL(b)-04 (107,5 mg, 91,19%) e caracterizados por
técnicas espectroscópicas (IV, EM, RMN 1H e RMN
13C) e os dados espectroscópicos
obtidos estão de acordo com os descritos na literatura (EL KIHEL et al., 2008).
Dados Físicos do Ácido 3α-acetoxi-5β-colano-24-óico (AL-04)
Sólido branco amorfo
Fórmula molecular: C26H42O4
Massa molar [M-H]-: 417,3051 g/mol
Espectroscopia de absorção na região do IV (KBr, cm-1
) - 2923,77; 2868,89; 1731,89;
1707,58; 1449,68; 1375,68; 1244,23.
Capítulo 5 - Procedimento Experimental 57
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Rotação Óptica: [α]D20
= +41,6 (c 0,01; CHCl3)
Espectroscopia de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) - δ (Integração, Multiplicidade e
Constante de Acoplamento): 4,67 - 4,77 (m, 1H, H-3β); 2,20 - 2,31 (m, 1H, H-23); 2,35 -
2,45 (m, 1H, H-23); 2,03 (s, 3H, AcO); 0,65 (s, 3H, H-18); 0,93 (s, 3H, H-19); 0,91 (d, J =
4,26 Hz, 3H, H-21).
Espectroscopia de RMN 13
C (125 MHz, CDCl3) - δ (Correlação estrutural): 34,80 (C-10);
42,97 (C-13); 180,32 (C-24); 170,94 (C=O); 74,66 (CH-3); 42,12 (CH-5); 36,02 (CH-8),
40,65 (CH-9); 56,71 (CH-14); 56,22 (CH-17); 35,52 (CH-20); 30,99 (CH2-1); 26,54 (CH2-2);
35,26 (CH2-4); 27,24 (CH2-6); 26,85 (CH2-7); 21,05 (CH2-11); 40,37 (CH2-12); 24,39 (CH2-
15); 28,37 (CH2-16); 31,22 (CH2-22); 32,47 (CH2-23); 12,26 (CH3-18); 23,54 (CH3-19);
18,46 (CH3-21); 21,66 (AcO).
Dados Físicos do 3α-acetoxi-5β-colano-24-oato de metila (AL(a)-04)
Sólido branco cristalino
Fórmula molecular: C27H44O4
Massa molar [M+Na]+: 455,3144 g/mol
Espectroscopia de absorção na região do IV (KBr, cm-1
) - 2929,04; 2865,97; 1730,02;
1435,76; 1376,56; 1244,88.
Rotação Óptica: [α]D20
= +41,3 (c 0,01; CHCl3)
Espectroscopia de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) - δ (Integração, Multiplicidade e
Constante de Acoplamento): 4,65 - 4,76 (m, 1H, H-3β); 2,15 - 2,25 (m, 1H, H-23); 2,29 -
2,39 (m, 1H, H-23); 2,01 (s, 3H, AcO); 3,65 (s, 3H, OCH3); 0,63 (s, 3H, H-18); 0,91 (s, 3H,
H-19); 0,89 (d, J = 6,00 Hz, 3H, H-21).
Espectroscopia de RMN 13
C (125 MHz, CDCl3) - δ (Correlação estrutural): 34,78 (C-10);
42,94 (C-13); 174,92 (C-24); 170,82 (C=O); 74,59 (CH-3); 42,10 (CH-5); 36,00 (CH-8),
40,62 (CH-9); 56,70 (CH-14); 56,21 (CH-17); 35,56 (CH-20); 31,21 (CH2-1); 26,52 (CH2-2);
35,24 (CH2-4); 27,22 (CH2-6); 26,83 (CH2-7); 21,03 (CH2-11); 40,35 (CH2-12); 24,38 (CH2-
Capítulo 5 - Procedimento Experimental 58
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
15); 28,37 (CH2-16); 31,25 (CH2-22); 32,45 (CH2-23); 12,23 (CH3-18); 23,52 (CH3-19);
18,46 (CH3-21); 21,64 (AcO); 51,64 (OCH3).
Dados Físicos do 3α-acetoxi-5β-colano-24-oato de etila (AL(b)-04)
Sólido branco cristalino
Fórmula molecular: C28H46O4
Massa molar [M+Na]+: 469,3312 g/mol
Espectroscopia de absorção na região do IV (KBr, cm-1
) - 2930,73; 2865,39; 1735,95;
1449,44; 1376,72; 1241,52.
Rotação Óptica: [α]D20
= +37,06 (c 0,00623; CHCl3)
Espectroscopia de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) - δ (Integração, Multiplicidade e
Constante de Acoplamento): 4,66 - 4,77 (m, 1H, H-3β); 2,14 - 2,25 (m, 1H, H-23); 2,28 -
2,38 (m, 1H, H-23); 4,08 (q, J = 6,00 Hz, 2H, OCH2); 1,22 (t, J = 6,00 Hz, 3H, CH3); 2,02 (s,
3H, AcO); 0,64 (s, 3H, H-18); 0,92 (s, 3H, H-19); 0,90 (d, J = 6,00 Hz, 3H, H-21).
Espectroscopia de RMN 13
C (125 MHz, CDCl3) - δ (Correlação estrutural): 34,77 (C-10);
42,93 (C-13); 174,49 (C-24); 170,81 (C=O); 74,59 (CH-3); 42,10 (CH-5); 36,00 (CH-8),
40,61 (CH-9); 56,69 (CH-14); 56,22 (CH-17); 35,53 (CH-20); 31,20 (CH2-1); 26,51 (CH2-2);
35,23 (CH2-4); 27,22 (CH2-6); 26,82 (CH2-7); 21,03 (CH2-11); 40,34 (CH2-12); 24,37 (CH2-
15); 28,36 (CH2-16); 31,52 (CH2-22); 32,45 (CH2-23); 60,34 (OCH2); 12,22 (CH3-18); 23,51
(CH3-19); 18,46 (CH3-21); 14,44 (CH3); 21,63 (AcO).
Capítulo 5 - Procedimento Experimental 59
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
5.5.3 Preparação de AL-05
Figura 26 - Reação de oxidação de AL
PCC
AL-05; R: H
HO
O
H
H
HH
O
R
O
O
H
H
HH
O
R
Em um balão de fundo redondo, clorocromato de piridínio (PCC) (600 mg, 2,78
mmol) foi adicionado às soluções de AL (406 mg, 1,08 mmol) em acetona (6,0 mL) e
diclorometano (4,0 mL). Após 24 horas sob agitação à temperatura ambiente, a mistura
reacional foi concentrada em rotaevaporador sob pressão reduzida. O produto bruto foi
purificado por coluna de gel de sílica eluída com hexano : acetato de etila (1 : 1), fornecendo
o derivado oxidado, denominado AL-05 (149,8 mg, 37%), que se apresentou como sólido
branco amorfo. O mesmo foi caracterizado por técnicas espectroscópicas (IV, EM, RMN 1H e
RMN 13
C) e os dados espectroscópicos obtidos estão de acordo com os descritos na literatura
(NAHAR; TURNER, 2003).
Dados Físicos do Ácido 3-oxo-5β-colano-24-óico (AL-05)
Sólido branco amorfo
Fórmula molecular: C24H38O3
Massa molar [M-H]-: 373,2793 g/mol
Espectroscopia de absorção na região do IV (KBr, cm-1
) - 2926,10; 2879,55; 1698,57;
1447,39; 1376,90.
Rotação Óptica: +28,1 (c 0,01; CHCl3)
Espectroscopia de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) - δ (Integração, Multiplicidade e
Constante de Acoplamento): 2,21 - 2,30 (m, 1H, H-23); 2,32 - 2,44 (m, 1H, H-23); 0,67 (s,
3H, H-18); 1,00 (s, 3H, H-19); 0,91 (d, J = 6,3 Hz, 3H, H-21).
Capítulo 5 - Procedimento Experimental 60
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Espectroscopia de RMN 13
C (125 MHz, CDCl3) - δ (Correlação estrutural): 213,88 (CH-
3); 35,07 (C-10); 42,99 (C-13); 180,26 (C-24); 44,51 (CH-5); 35,49 (CH-8), 40,94 (CH-9);
56,62 (CH-14); 56,16 (CH-17); 35,73 (CH-20); 37,38 (CH2-1); 37,20 (CH2-2); 42,53 (CH2-4);
25,96 (CH2-6); 26,81 (CH2-7); 21,39 (CH2-11); 40,25 (CH2-12); 24,35 (CH2-15); 28,33 (CH2-
16); 31,22 (CH2-22); 30,94 (CH2-23); 12,28 (CH3-18); 22,83 (CH3-19); 18,45 (CH3-21).
5.5.4 Preparação de AL-06
Figura 27 - Reação de formilação de AL
HCOOH
AL-06; R: H
HO
O
H
H
HH
O
R
O
O
H
H
HH
O
R
O
H
HClO4
À solução de AL (229 mg, 0,608 mmol) em ácido fórmico (2 mL), adicionou-se
ácido perclórico concentrado (20 gotas). A mistura foi mantida sob agitação em banho maria a
60°C por 4 horas. Decorrido esse período, a mistura reacional foi mantida sob agitação
magnética e resfriada em banho de gelo. Em seguida, adicionou-se anidrido acético (1 mL) e
um pequeno volume de água destilada, sendo obtido precipitado. O sólido branco amorfo
obtido foi denominado AL-06 (227 mg, 92,28%), e caracterizado por técnicas
espectroscópicas (IV, EM, RMN 1H e RMN
13C) e os dados espectroscópicos obtidos estão de
acordo com os descritos na literatura (BABU; MAITRA, 2005).
Dados Físicos do Ácido 3α-formiloxi-5β-colano-24-óico (AL-06)
Sólido branco amorfo
Fórmula molecular: C25H40O4
Massa molar [M-H]-: 403,2885 g/mol
Espectroscopia de absorção na região do IV (KBr, cm-1
) - 2936,87; 2866,73; 1718,03;
1704,53; 1448,96; 1379,88; 1249,99.
Capítulo 5 - Procedimento Experimental 61
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Rotação Óptica: [α]D20
= +38,5 (c 0,01; CHCl3)
Espectroscopia de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) - δ (Integração, Multiplicidade e
Constante de Acoplamento): 8,03 (s, 1H, HC=O); 4,81 - 4,86 (m, 1H, H-3β); 2,20 - 2,30 (m,
1H, H-23); 2,34 - 2,43 (m, 1H, H-23); 0,65 (s, 3H, H-18); 0,93 (s, 3H, H-19); 0,91 (d, J = 7,38
Hz, 3H, H-21).
Espectroscopia de RMN 13
C (125 MHz, CDCl3) - δ (Correlação estrutural): 34,78 (C-10);
42,96 (C-13); 180,60 (C-24); 74,64 (CH-3); 42,12 (CH-5); 36,00 (CH-8), 40,67 (CH-9); 56,67
(CH-14); 56,17 (CH-17); 35,50 (CH-20); 161,05 (HC=O); 30,96 (CH2-1); 26,51 (CH2-2);
35,17 (CH2-4); 27,19 (CH2-6); 26,84 (CH2-7); 21,05 (CH2-11); 40,33 (CH2-12); 24,38 (CH2-
15); 28,35 (CH2-16); 31,24 (CH2-22); 32,43 (CH2-23); 12,26 (CH3-18); 23,52 (CH3-19);
18,45 (CH3-21).
5.6 Atividade Antimicrobiana
5.6.1 Avaliação Antimicrobiana
5.6.1.1 Atividade antimicrobiana e Concentração inibitória mínima
A atividade antibacteriana das amostras foi avaliada através do método de
microdiluição, com base no documento M7-A6 do NCCLS (NCCLS, 2003). No ensaio foram
utilizadas três linhagens de bactérias Gram negativas e três Gram positivas, sendo estas
linhagens padrão e isolados clínicos multirresistentes: Escherichia coli (27), obtidos (a partir
de escarro) e Staphylococcus aureus (358) de ferida cirúrgica.
Previamente aos testes, as cepas bacterianas foram ativadas em meio Brain Hear
Infusion Broth (BHI 3,8%) para o crescimento bacteriano (24 h, 35 ± 2ºC). Após este
subcultivo, o inóculo foi padronizado a partir de uma suspensão bacteriana a uma
concentração final de aproximadamente 1 x 108 UFC/mL (0,5 unidades de turbidez
nefelométrica- escala McFarland). Em seguida, esta suspensão foi diluída a 1 x 106 UFC/mL
em caldo BHI a 10%. Volumes de 100 μL foram adicionados e então homogeneizados nos
poços de uma placa de microdiluição acrescido de diferentes concentrações das amostras,
resultando num inóculo final de 5 x 105 UFC/mL (HADACEK; GREGER, 2000; NCCLS,
2002; VILJOEN et al., 2003).
Capítulo 5 - Procedimento Experimental 62
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
As amostras foram diluídas em água destilada e dimetilsulfóxido (DMSO) a uma
concentração de 1.024 µg/mL. Outras diluições seriadas foram realizadas através da adição de
caldo BHI para alcançar uma concentração final no intervalo de 512 a 8 µg/mL. Todos os
experimentos foram realizados em triplicata e as placas de microdiluição foram incubadas a
35 ± 2 º C por 24 h. A atividade antibacteriana foi detectada através do método colorimétrico
pela adição de 25 μL de solução de resazurina (0,01%) após o período de incubação
(SALVAT et al., 2001). A concentração inibitória mínima (CIM) foi definida como a menor
concentração das substâncias capaz de inibir o crescimento de bactérias, como indicado pela
coloração da resazurina.
5.6.1.2 Avaliação da atividade moduladora por contato direto
Para avaliar as amostras como potencializadoras da resistência de antibióticos da
classe dos aminoglicosídeos tais como neomicina, gentamicina e amicacina, foram
selecionadas as linhagens bacterianas que apresentaram CIMs ≤ 512 µg/mL. O teste de
modulação foi realizado na presença e na ausência das substâncias através de microdiluição
em triplicata.
Inóculos bacterianos (MIC/8) em BHI a 10% foram distribuídos em placas de
microdiluição seguido da adição de 100 µL das soluções de antibióticos (1.024 µg/mL)
seguido de diluições seriadas (1:2). As microplacas foram incubadas a 35 ± 2 º C por 24 h e a
leitura dos resultados foram obtidos de acordo como descrito anteriormente (SAGDIÇ, 2005).
Capítulo 6 - Considerações Finais 64
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir de reações químicas simples e utilizando reagentes comercialmente
disponíveis, foi possível obter seis derivados do ácido litocólico, com modificação no carbono
C-3 e/ou C-24 do esqueleto esteroidal.
Foram obtidos três derivados com modificação no C-3, (um acetilado, um oxidado
e um formilado), três derivados com modificação no C-24, (ésteres com grupamento metila,
etila e isopropila, sendo o último relatado pela primeira vez na literatura) e dois derivados
com modificação em C-3 e C-24 ao mesmo tempo (acetilado em C-3 e esterificado em C-24).
Todas as reações apresentaram bons rendimentos e os produtos foram devidamente
caracterizados por técnicas espectroscópicas de IV, RMN de 1H,
13C-BB e
13C-DEPT e
espectrometria de massa.
O ácido litocólico e seus derivados foram submetidos à atividade antimicrobiana,
observando-se bons resultados, exceto pelo oxidado. Com relação à avaliação da concentração
inibitória mínima, AL foi ativo frente a todas as cepas multirresistente com CIM de 512
µg/mL. Por outro lado, AL(a), AL(b), AL(a)-04 e AL(b)-04 não se mostraram ativos frente a
cepa S. aureus (Sa 358) com CIM ≥ 1024 µg/mL. AL(c) foi ativo frente a cepa de S. aureus
(ATCC 12692) e E. coli (Ec 27) com CIM de 512 µg/mL e a cepa E. coli (ATCC 25922) com
CIM de 256 µg/mL. AL-05 apresentou ação antimicrobiana frente a todas as cepas com CIM
variando de 512 a 256 µg/mL. Já AL-06, demonstrou ser o mais eficiente frente a todas as
cepas multirresistente, especialmente para B.cereus (ATCC 33018) e E. coli (Ec27), com CIM
de 32 µg/mL, e para S. aureus (ATCC 12692), com CIM de 16 µg/mL.
Apesar das substâncias não apresentarem atividade inibitória frente a todas as
linhagens patogênicas testadas, esses resultados são promissores e indicam que os mesmos
possuem atividade antimicrobiana oferecendo dessa forma, uma importante contribuição para
ampliar o conhecimento biológico das substâncias.
Vale ressaltar que o derivado AL-06 (Ácido 3α-formil-5β-colano-24-óico)
apresentou resultados promissores frente as bactérias testadas com CIM em alguns casos mais
eficientes que os antibióticos padrões avaliados.
Referências Bibliográficas 66
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
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137-143, 2003.
Anexos 72
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
ANEXOS
ANEXO A - Dados espectrométrico e espectroscópicos da substância AL
Figura 28 - Espectro na região do IV de AL (KBr)
Figura 29 - Espectro de massa (EM-ESI(-)) de AL
OH
HH
H
H
O
HO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 73
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 30 - Espectro de RMN 1H (500 MHz, CD3OD) de AL
Figura 31 - Expansão do espectro de RMN 1H (500 MHz, CD3OD) de AL
OH
HH
H
H
O
HO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
OH
HH
H
H
O
HO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 74
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 32 - Espectro de RMN 13
C - BB (125 MHz, CD3OD) de AL
Figura 33 - Expansão do espectro de RMN 13
C - BB (125 MHz, CD3OD) de AL
OH
HH
H
H
O
HO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
OH
HH
H
H
O
HO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 75
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 34 - Espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CD3OD) de AL
OH
HH
H
H
O
HO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 76
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
ANEXO B - Dados espectrométrico e espectroscópicos da substância AL(a)
Figura 35 - Espectro na região do IV de AL(a) (KBr)
Figura 36 - Espectro de massa (EM-APCI(+)) de AL(a)
O
HH
HO
H
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 77
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 37 - Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(a)
Figura 38 - Expansão do espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(a)
O
HH
HO
H
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
O
HH
HO
H
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 78
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 39 - Espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(a)
Figura 40 - Expansão do espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(a)
O
HH
HO
H
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
O
HH
HO
H
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 79
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 41 - Espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CDCl3) de AL(a)
O
HH
HO
H
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 80
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Tabela 03 - Dados de RMN 1H e
13C de AL(a) - CDCl3
δC δH *δC *δH
C
10 34,79 - 34,6
13 42,96 - 42,7
24 174,95 - 174,5
CH
3 72,08 3,58 - 3,63 (m, 1H, H-3β) 71,7 1,82 (s, 1H, 3-OH)
5 42,34 42,1
8 36,08 35,8
9 40,68 40,4
14 56,72 56,5
17 56,20 55,9
20 35,58 35,4
CH2
1 35,5
2 30,78 30,5
4 36,70 36,5
6 27,41 27,2
7 26,63 26,4
11 21,04 20,8
12 40,40 40,2
15 24,41 24,2
16 28,38 28,2
22 31,29 31,0
23 31,23 2,17 - 2,26 (m, 1H, H-23)
2,30 - 2,40 (m, 1H, H-23) 31,0
CH3
18 12,24 0,63 (s, 3H, 18-Me) 12,0 0,63 (s, 3H, 18-Me)
19 23,57 0,91 (s, 3H, 19-Me) 23,4 0,92 (s, 3H, 19-Me)
21 18,47 0,89 (d, J = 5,37, 3H, 21-Me) 18,3 0,92 (d, 3H, 21-Me)
OCH3 51,63 3,65 (s, 3H, CO2CH3) 51,4 3,62 (s, 3H, CO2CH3)
*(ARANDA; FETIZON; TAYEB, 1987)
Anexos 81
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
ANEXO C - Dados espectrométrico e espectroscópicos da substância AL(b)
Figura 42 - Espectro na região do IV de AL(b) (KBr)
Figura 43 - Espectro de massa (EM-APCI(+)) de AL(b)
O
HH
HO
H
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 82
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 44 - Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(b)
Figura 45 - Expansão do espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(b)
O
HH
HO
H
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
O
HH
HO
H
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 83
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 46 - Espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(b)
Figura 47 - Expansão do espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(b)
O
HH
HO
H
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 84
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 48 - Espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CDCl3) de AL(b)
O
HH
HO
H
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 85
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Tabela 04 - Dados de RMN 1H e
13C de AL(b) - CDCl3
δC δH
C
10 34,79 -
13 42,95 -
24 174,54 -
CH
3 72,03 3,57 - 3,65 (m, 1H, H-3β)
5 42,33
8 36,07
9 40,67
14 56,72
17 56,20
20 35,55
CH2
1 35,58
2 30,75
4 36,66
6 27,41
7 26,63
11 21,04
12 40,39
15 24,41
16 28,37
22 31,54
23 31,21 2,14 - 2,24 (m, 1H, H-23); 2,28 - 2,38 (m, 1H, H-23)
OCH2 60,36 4,07 - 4,14 (q, J = 7,11 Hz, 2H, CO2CH2)
CH3
18 12,24 0,63 (s, 3H, 18-Me)
19 23,58 0,91 (s, 3H, 19-Me)
21 18,48 0,89 (d, J = 4,56 Hz, 3H, 21-Me)
CH3 14,45 1,22 - 1,26 (t, J = 7,11 Hz, 3H)
Anexos 86
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
ANEXO D - Dados espectrométrico e espectroscópicos da substância AL(c)
Figura 49 - Espectro na região do IV de AL(c) (KBr)
Figura 50 - Espectro de massa (EM-APCI(+)) de AL(c)
O
HH
HO
H
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 87
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 51 - Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(c)
Figura 52 - Expansão do espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(c)
O
HH
HO
H
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
O
HH
HO
H
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 88
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 53 - Espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(c)
Figura 54 - Expansão do espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(c)
O
HH
HO
H
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 89
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 55 - Espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CDCl3) de AL(c)
O
HH
HO
H
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 90
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Tabela 05 - Dados de RMN 1H e
13C de AL(c) - CDCl3
δC δH
C
10 34,76 -
13 42,92 -
24 174,04 -
CH
3 72,01 3,56 - 3,67 (m, 1H, H-3β)
5 42,30
8 36,04
9 40,63
14 56,69
17 56,19
20 35,50
OCH 67,49 4,94 - 5,03 (m, 1H, CO2CH)
CH2
1 35,55
2 30,71
4 36,63
6 27,39
7 26,61
11 21,01
12 40,37
15 24,38
16 28,36
22 31,85
23 31,21 2,11 - 2,22 (m, 1H, H-23); 2,25 - 2,33 (m, 1H, H-23)
CH3
18 12,21 0,63 (s, 3H, 18-Me)
19 23,56 0,91(s, 3H, 19-Me)
21 18,45 0,89 (d, J = 4,98 Hz, 3H, 21-Me)
2CH3 22,04 1,21 (d, J = 6,24 Hz, 6H)
Anexos 91
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
ANEXO E - Dados espectrométrico e espectroscópicos da substância AL-04
Figura 56 - Espectro na região do IV de AL-04 (KBr)
Figura 57 - Espectro de massa (EM-ESI(-)) de AL-04
OH
HH
O
H
H
OO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 92
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 58 - Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL-04
Figura 59 - Expansão do espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL-04
OH
HH
O
H
H
OO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
OH
HH
O
H
H
OO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 93
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 60 - Espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL-04
Figura 61 - Espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CDCl3) de AL-04
OH
HH
O
H
H
OO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
OH
HH
O
H
H
OO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 94
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Tabela 06 - Dados de RMN 1H e
13C de AL-04 - CDCl3
δC δH *δC *δH
C
10 34,80 - 34,5 -
13 42,97 - 42,7 -
24 180,32 - 180,2 -
C=O 170,94 - 170,7 -
CH
3 74,66 4,67 - 4,77 (m, 1H, H-3β) 74,4 4,68 - 4,76 (m, 1H, H-3)
5 42,12 41,8
8 36,02 35,7
9 40,65 40,3
14 56,71 56,4
17 56,22 55,9
20 35,52 35,3
CH2
1 30,99 30,8
2 26,54 26,3
4 35,26 35,0
6 27,24 26,9
7 26,85 26,5
11 21,05 20,8
12 40,37 40,1
15 24,39 24,1
16 28,37 28,1
22 31,22 31,2
23 32,47 2,20 - 2,31 (m, 1H, H23)
2,35 - 2,45 (m, 1H, H23) 32,2
CH3
18 12,26 0,65 (s, 3H, 18-Me) 12,0 0,65 (s, 3H, 18-Me)
19 23,54 0,93 (s, 3H, 19-Me) 23,3 0,93 (s, 3H, 19-Me)
21 18,46 0,91 (d, J= 4,26 Hz, 3H, 21-Me) 18,2 0,92 (d, J= 5,4 Hz, 3H, 21-Me)
AcO 21,66 2,03 (s, 3H, COCH3) 21,4 2,03 (s, 3H, COCH3)
*(EL KIHEL et al., 2008)
Anexos 95
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
ANEXO F - Dados espectrométrico e espectroscópicos da substância AL(a)-04
Figura 62 - Espectro na região do IV de AL(a)-04 (KBr)
Figura 63 - Espectro de massa (EM-ESI(+)) de AL(a)-04
O
HH
O
H
H
OO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 96
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 64 - Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(a)-04
Figura 65 - Expansão do espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(a)-04
O
HH
O
H
H
OO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
O
HH
O
H
H
OO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 97
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 66 - Espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(a)-04
Figura 67 - Expansão do espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(a)-04
O
HH
O
H
H
OO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 98
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 68 - Espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CDCl3) de AL(a)-04
O
HH
O
H
H
OO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 99
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Tabela 07- Dados de RMN 1H e
13C de AL(a)-04 - CDCl3.
δC δH
C
10 34,7775 -
13 42,9367 -
24 174,9228 -
C=O 170,8191 -
CH
3 74,5888 4,65 - 4,76 (m, 1H, H-3β)
5 42,0993
8 35,9955
9 40,6238
14 56,7025
17 56,2098
20 35,5575
CH2
1 31,2065
2 26,5185
4 35,2410
6 27,2192
7 26,8300
11 21,0333
12 40,3499
15 24,3753
16 28,3722
22 31,2563
23 32,4543 2,15 - 2,25 (m, 1H, H-23); 2,29 - 2,39 (m, 1H, H-23)
CH3
18 12,2298 0,63 (s, 3H, 18-Me)
19 23,5230 0,91 (s, 3H, 19-Me)
21 18,4632 0,89 (d, J = 6,00 Hz, 3H, 21-Me)
AcO 21,6419 2,01 (s, 3H, AcO)
OCH3 51,6434 3,65 (s, 3H, OCH3)
Anexos 100
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
ANEXO G - Dados espectrométrico e espectroscópicos da substância AL(b)-04
Figura 69 - Espectro na região do IV de AL(b)-04 (KBr)
Figura 70 - Espectro de massa (EM-ESI(+)) de AL(b)-04
O
HH
O
H
H
OO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 101
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 71 - Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(b)-04
Figura 72 - Expansão do espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL(b)-04
O
HH
O
H
H
OO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 102
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 73 - Espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(b)-04
Figura 74 - Expansão do espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL(b)-04
O
HH
O
H
H
OO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
O
HH
O
H
H
OO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 103
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 75 - Espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CDCl3) de AL(b)-04
O
HH
O
H
H
OO
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 104
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Tabela 08 - Dados de RMN 1H e
13C de AL(b)-04 - CDCl3.
δC δH
C
10 34,7735 -
13 42,9325 -
24 174,4875 -
C=O 170,8073 -
CH
3 74,5859 4,66 - 4,77 (m, 1H, H-3β)
5 42,0951
8 35,9935
9 40,6167
14 56,6958
17 56,2268
20 35,5362
CH2
1 31,1988
2 26,5141
4 35,2331
6 27,2153
7 26,8244
11 21,0270
12 40,3459
15 24,3672
16 28,3597
22 31,5245
23 32,4483 2,14 - 2,28 (m, 1H, H-23); 2,30 - 2,38 (m, 1H, H-23)
OCH2 60,3391 4,08 (q, J = 6,00 Hz, 2H, OCH2)
CH3
18 12,2199 0,64 (s, 3H, 18-Me)
19 23,5149 0,92 (s, 3H, 19-Me)
21 18,4669 0,90 (d, J = 6,00 Hz, 3H, 21-Me)
AcO 21,6330 2,02 (s, 3H, AcO)
CH3 14,4434 1,22 (t, J = 6,00 Hz, 3H, CH3)
Anexos 105
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
ANEXO H - Dados espectrométrico e espectroscópicos da substância AL-05
Figura 76 - Espectro na região do IV de AL-05 (KBr)
Figura 77 - Espectro de massa (EM-ESI(-)) de AL-05
OH
HH
H
H
O
O
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 106
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 78 - Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL-05
Figura 79 - Expansão do espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL-05
OH
HH
H
H
O
O
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
OH
HH
H
H
O
O
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 107
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 80 - Espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL-05
Figura 81 - Expansão do espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL-05
OH
HH
H
H
O
O
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
OH
HH
H
H
O
O
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 108
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 82 - Espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CDCl3) de AL-05
OH
HH
H
H
O
O
1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 109
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Tabela 09 - Dados de RMN 1H e
13C de AL-05 - CDCl3
δC δH *δC *δH
C
3 213,88 - 203,8
10 35,07 - 35,2
13 42,99 - 43,1
24 180,26 - 180,1
CH
5 44,51 44,6
8 35,49 35,6
9 40,94 41,1
14 56,62 56,7
17 56,16 56,3
20 35,73 35,8
CH2
1 37,38 37,5
2 37,20 37,3
4 42,53 42,6
6 25,96 26,1
7 26,81 26,9
11 21,39 21,5
12 40,25 40,3
15 24,35 24,4
16 28,33 28,4
22 31,22 31,2
23 30,94 2,21 - 2,30 (m, 1H, H-23)
2,32 - 2,44 (m, 1H, H-23) 31
CH3
18 12,28 0,67 (s, 3H, 18-Me) 12,4 0,68 (s, 3H, 18-Me)
19 22,83 1,00 (s, 3H, 19-Me) 22,9 1,01 (s, 3H, 19-Me)
21 18,45 0,91 (d, J = 6,3 Hz, 3H, 21-Me) 18,5 0,92 (d, J = 6,1 Hz, 3H, 21-Me)
*(NAHAR; TURNER, 2003)
Anexos 110
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
ANEXO I - Dados espectrométrico e espectroscópicos da substância AL-06
Figura 83 - Espectro na região do IV de AL-06 (KBr)
Figura 84 - Espectro de massa (EM-ESI(-)) de AL-06
OH
HH
O
H
H
O
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 111
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 85 - Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL-06
Figura 86 - Expansão do espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de AL-06
OH
HH
O
H
H
O
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
OH
HH
O
H
H
O
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 112
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 87 - Espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL-06
Figura 88 - Expansão do espectro de RMN 13
C - BB (75 MHz, CDCl3) de AL-06
OH
HH
O
H
H
O
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
OH
HH
O
H
H
O
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 113
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Figura 89 - Espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CDCl3) de AL-06
Figura 90 - Expansão do espectro de RMN 13
C - DEPT 135o (CDCl3) de AL-06
OH
HH
O
H
H
O
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
OH
HH
O
H
H
O
H
O1
2
3
4
5
6
10
7
8
14
15
9
1112
1316
19
18
17 20
21
22
2324
Anexos 114
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Tabela 10 - Dados de RMN 1H e
13C de AL-06 - CDCl3
δC δH *δC *δH
C
10 34,78 34,55
13 42,96 42,72
24 180,60 180,29
CH
3 74,64 4,81 - 4,86 (m, 1H, H-3β) 74,42 4,88 - 4,81 (m, 1H)
5 42,12 41,88
8 36,00 35,70
9 40,67 40,42
14 56,67 56,43
17 56,17 55,92
20 35,50 35,28
HC=O 161,05 8,03 (s, 1H, HC=O) 160,84 8,03 (s, 1H)
CH2
1 30,96 30,73
2 26,51 26,28
4 35,17 34,94
6 27,19 26,95
7 26,84 26,61
11 21,05 20,82
12 40,33 40,09
15 24,38 24,15
16 28,35 28,14
22 31,24 30,98
23 32,43 2,20 - 2,30 (m, 1H, H-23)
2,34 - 2,43 (m, 1H, H-23) 32,18 2,44 - 2,19 (m, 2H)
CH3
18 12,26 0,65 (s, 3H, 18-Me) 12,03 0,64 (s, 3H)
19 23,52 0,93 (s, 3H, 19-Me) 23,29 0,93 (s, 3H)
21 18,45 0,91 (d, J = 7,38 Hz, 3H, 21-Me) 18,22 0,92 (d, J = 6,6 Hz, 3H)
*(BABU; MAITRA, 2005)
Anexos 115
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
ANEXO J - Dados do Ácido Litocólico e seus derivados
Figura 91 - Estrutura do ácido litocólico e seus derivados
OH
O
H
HHO
H
H
OH
O
H
HO
H
H
O
OH
O
H
H
H
H
O
O
O
H
H
H
H
HO
O
O
H
HHO
H
H
OH
O
H
O
H
H
H
O
H
O
O
H
HHO
H
H
AL
AL-04 AL(a)
AL-05
AL(b)
AL-06
AL(c)
O
O
H
HO
H
H
O
AL(a)-04
O
O
H
HO
H
H
O
AL(b)-04
Anexos 116
___________________________________________________________________________ Nascimento, P.G.G.
Tabela 11 - Dados de RMN 13
C do ácido litocólico e seus derivados
AL AL(a) AL(b) AL(c) AL-04 AL(a)-04 AL(b)-04 AL-05 AL-06
C
10 35,84 34,79 34,79 34,76 34,80 34,78 34,77 35,07 34,78
13 44,07 42,96 42,95 42,92 42,97 42,93 42,93 42,99 42,96
24 178,30 174,95 174,54 174,04 180,32 174,92 174,49 180,26 180,60
C=O - - - - 170,94 170,82 170,81 213,88 -
CH
3 72,58 72,08 72,03 72,01 74,66 74,59 74,58 - 74,64
5 43,70 42,34 42,33 42,30 42,12 42,10 42,09 44,51 42,12
8 37,40 36,08 36,07 36,04 36,02 36,00 35,99 35,49 36,00
9 42,04 40,68 40,67 40,63 40,65 40,62 40,61 40,94 40.67
14 58,07 56,72 56,72 56,69 56,71 56,70 56,69 56,62 56,67
17 57,63 56,20 56,20 56,19 56,22 56,21 56,22 56,16 56,17
20 36,85 35,58 35,55 35,50 35,52 35,56 35,53 35,73 35,50
HC=O - - - - - - - 161,05
OCH - - - 67,49 - - - -
CH2
1 36,66 35,58 35,55 30,99 31,20 31,20 37,38 30,96
2 31,35 30,78 30,75 30,71 26,54 26,52 26,51 37,20 26,51
4 37,33 36,70 36,66 36,63 35,26 35,24 35,23 42,53 35,17
6 28,52 27,41 27,41 27,39 27,24 27,22 27,21 25,96 27,19
7 27,82 26,63 26,63 26,61 26,85 26,83 26,82 26,81 26,84
11 22,11 21,04 21,04 21,01 21,05 21,03 21,03 21,39 21,05
12 41,69 40,40 40,39 40,37 40,37 40,35 40,34 40,24 40,33
15 25,42 24,41 24,41 24,38 24,39 24,37 24,37 24,35 24,38
16 29,37 28,38 28,37 28,36 28,37 28,37 28,36 28,33 28,35
22 32,47 31,29 31,54 31,85 31,22 31,25 31,52 31,22 31,24
23 32,17 31,23 31,21 31,21 32,47 32,45 32,45 30,94 32,43
OCH2 - - 60,36 - - - 60,34 - -
CH3
18 12,66 12,24 12,24 12,21 12,26 12,23 12,22 12,28 12,26
19 24,11 23,57 23,58 23,56 23,54 23,52 23,51 22,83 23,52
21 18,93 18,47 18,48 18,45 18,46 18,46 18,46 18,45 18,45
AcO - - - - 21,66 21,64 21,63 - -
OCH3 - 51,63 - - - 51,64 - - -
CH3 - - 14,45 22,04 - - 14,44 - -