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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA/FITOTECNIA LINEKER DE SOUSA LOPES CONDICIONAMENTO FISIOLÓGICO DE SEMENTES DE MAMONA COMO MEIO DE ATENUAR OS EFEITOS DO ESTRESSE SALINO NA GERMINAÇÃO E ESTABELECIMENTO DA PLÂNTULA FORTALEZA 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA/FITOTECNIA

LINEKER DE SOUSA LOPES

CONDICIONAMENTO FISIOLÓGICO DE SEMENTES DE MAMONA COMO

MEIO DE ATENUAR OS EFEITOS DO ESTRESSE SALINO NA

GERMINAÇÃO E ESTABELECIMENTO DA PLÂNTULA

FORTALEZA

2013

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LINEKER DE SOUSA LOPES

CONDICIONAMENTO FISIOLÓGICO DE SEMENTES DE MAMONA COMO

MEIO DE ATENUAR OS EFEITOS DO ESTRESSE SALINO NA

GERMINAÇÃO E ESTABELECIMENTO DA PLÂNTULA

Dissertação de mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em

Agronomia/Fitotecnia, da Universidade

Federal do Ceará, como requisito parcial

para obtenção do Título de Mestre em

Agronomia. Área de concentração:

Fitotecnia.

Orientador: Prof. Dr. Enéas Gomes Filho

FORTALEZA

2013

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Universidade Federal do Ceará

Biblioteca de Ciências Humanas

L854c Lopes, Lineker de Sousa.

Condicionamento fisiológico de sementes de mamona como meio de atenuar os efeitos

do estresse salino na germinação e estabelecimento da plântula / Lineker de Sousa Lopes. –

2013.

94 f. : il. color., enc. ; 30 cm.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias,

Departamento de Fitotecnia, Programa de Pós-Graduação em Agronimia/Fitotecnia,

Fortaleza, 2013.

Área de Concentração: Fisiologia de Sementes.

Orientação: Prof. Dr. Enéas Gomes Filho.

1. Ricinus communis. 2. Salinidade. 3. Condicionamento fisiológico. 4. Estresse

oxidativo. . Título.

CDD

632

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LINEKER DE SOUSA LOPES

CONDICIONAMENTO FISIOLÓGICO DE SEMENTES DE MAMONA COMO

MEIO DE ATENUAR OS EFEITOS DO ESTRESSE SALINO NA GERMINAÇÃO E

ESTABELECIMENTO DA PLÂNTULA

Dissertação de mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em

Agronomia/Fitotecnia, da Universidade

Federal do Ceará, como requisito parcial

para obtenção do Título de Mestre em

Agronomia. Área de concentração:

Fitotecnia.

Aprovada em 27/02/2013.

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Ao Pai de toda criação, Jeová.

A meus pais, Francisco José e Gêrda.

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AGRADECIMENTOS

À FUNCAP, pelo apoio financeiro com a manutenção da bolsa de mestrado.

Ao INCTsal, pelo apoio financeiro.

Ao professor Enéas Gomes Filho pela fundamental orientação, amizade, confiança e

incentivo à minha formação.

Aos professores participantes da Banca examinadora, Prof. Dr. Marlos Alves Bezerra e

Prof. Dr. Alexandre Bosco de Oliveira, pelo tempo concedido, pelo valiosas

colaborações e sugestões.

Aos professores e funcionários dos departamentos de Fitotecnia e de Bioquímica e

Biologia Molecular, que direta ou indiretamente auxiliaram na minha formação

científica.

Ao PET-Agronomia que em muito contribuiu para minha formação acadêmica durante a

graduação.

Ao meu pai, Francisco José Lopes, pela educação, incentivo, companheirismo,

sabedoria, compreensão e confiança.

À minha mãe, Maria Gêrda Araújo de Sousa Lopes, pelo esforço, educação, incentivo,

companheirismo, sabedoria e compreensão.

Aos meus avôs, Adelson Araújo e Estevão Lopes (in memorian).

Às minhas avós, Teresa Araújo e Aurelina Lopes.

À minha irmã, Alynne Lopes, pelo apoio e amizade.

À Camila Brasil, pelo amor, companheirismo e compreensão.

À Alan Martins, pela amizade.

Aos meus primos, Ygor e Iuri Alves, pela amizade e ajuda.

À Viviane Ruppenthal, Elton Marques e Franklin Aragão, pela ajuda e amizade.

Aos demais componentes do grupo de Fisiologia Vegetal: Prof. Dr. José Tarquínio

Prisco, Prof. Dr. Joaquim Enéas Filho, Alexcyane Feijão,Carlos Eduardo, Cibele

Gadelha, Daniel Oliveira, Elaine Angelim, Elton Marques, Gyedre Araújo, Jones Vidal,

Luckas Huriel, Michella Albuquerque, Nara Lídia, Nathalia Amaral, Paulo André,

Rafael Miranda, Thalita Montoril, Thiago Augusto, Valdinéia Soares e Víctor Castro

pela amizade e convivência.

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“Nenhuma grande descoberta foi

feita jamais sem um palpite ousado”

Sir Isaac Newton

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LOPES, L. S. Condicionamento fisiológico de sementes de mamona como meio de

atenuar os efeitos do estresse salino na germinação e estabelecimento da plântula.

Orientador: Enéas Gomes Filho. Fortaleza: ufc. 90f. (dissertação)

RESUMO

A mamona (Ricinus communis) é uma cultura em ascensão que precisa de técnicas de

produção adequadas à suas condições de cultivo e ao seu nicho de mercado. Essa

cultura tem sido estudada com a finalidade de melhor adequá-la às condições ambientais

do Norte e Nordeste brasileiros, regiões estas com problemas vigentes e potenciais de

salinidade. Desse modo, a caracterização dos efeitos deletérios da salinidade em

sementes e plântulas de mamona e a avaliação do uso das técnicas de condicionamento

fisiológico de sementes podem convergir em uma forma de se reduzir custos com

replantios, uniformizar a plantação e preparar as plântulas para melhor enfrentar o

estresse salino. O objetivo geral da pesquisa foi caracterizar os efeitos deletérios da

salinidade em sementes de mamona e avaliar o uso das técnicas de condicionamento

fisiológico de sementes como meio de minimizá-los. A salinidade afetou a germinação

das sementes de mamona cv. BRS-Energia apenas a partir do Ψs de -0,4 MPa de

soluções de NaCl, porém, o crescimento das plântulas foi afetado sob Ψs de -0,16 MPa.

A curva de embebição de água pelas sementes sob salinidade, mostrou-se desacelerada

com o tempo de exposição à salinidade. A atividade da enzima dismutase do superóxido

não foi afetada da salinidade, enquanto das enzimas catalase e peroxidase do ascorbato

foram responsivas à salinidade. Não foi detectada atividade da enzima peroxidase do

guaiacol nas sementes de mamona. Apesar dos osmocondicionamentos com CaCl2,

NaNO2 e PEG-6000, testados sob condições salinas, terem demonstrado bons

resultados, o condicionante com maior destaque foi o NaNO3, sendo este portanto o

mais recomendado para as sementes de mamona cv. BRS-Energia.

Palavras-chave: Ricinus communis. Salinidade. Condicionamento fisiológico. Estresse

oxidativo. Enzimas antioxidativas.

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LOPES, L. S. Priming of castor bean seeds as a means of mitigating the effects of

salt stress on germination and seedling establishment. Leader: Enéas Gomes Filho.

Fortaleza: UFC. 90f. (dissertation)

ABSTRAT

Castor bean (Ricinus communis) is a rise culture that needs production techniques

appropriate to its growth conditions and niche market. Several researches have been

conduct to adapt its development in the North and Northeast regions of the Brazil,

which are regions with increase salinity problem. Thus, the seed and seedling salinity

effects characterization and the evaluation of seed priming techniques can reduce the

replanting costs and improve emergency uniformity, preparing the plant to response the

salt stress. The overall objective of the research was to characterize the deleterious

effects of salinity on castor bean seeds and evaluate the use of the techniques of seed

priming as a means of minimizing them. Salinity affected the germination of castor

bean cv. Energy only from the osmotic potential (Ψs) of -0.4 MPa, but seedling growth

was affect under Ψs of -0.16 MPa. The water imbibition curve by the seed under salinity

was decelerate with time of exposure to salinity. The enzymatic activity of superoxide

dismutase are independent of salinity, while catalase and ascorbate peroxidase was

responsive to salinity. There were no detectable enzyme activity of guaiacol peroxidase

in the seeds of castor bean. However, despite osmopriming with CaCl2, NaNO2 and

PEG-6000, tested under saline conditions, have shown good results, most notably the

priming was NaNO3, this being the most recommended as priming to castor bean seeds.

Keywords: Ricinus communis. Salinity. Priming. Oxidative stress. Antioxidative

enzymes.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 16

2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 19

2.1. A mamona ............................................................................................................. 19

2.1.1. Cultivares de mamona ............................................................................................ 19

2.1.2. Aplicabilidade da Mamona .................................................................................... 20

2.2. Salinidade .............................................................................................................. 21

2.2.1. Salinidade na agricultura ........................................................................................ 21

2.2.2. Impacto do estresse salino sobre a cultura da mamona.......................................... 22

2.3. Estresse oxidativo.................................................................................................. 23

2.3.1. Indicadores de estresse oxidativo ........................................................................... 23

2.3.2. Atuação das ROS ................................................................................................... 24

2.3.3. Mecanismos enzimáticos de eliminação das ROS ................................................. 27

2.4. Tecnologia de sementes ........................................................................................ 29

2.4.1. Qualidade de sementes ........................................................................................... 29

2.4.2. Dormência, germinação e vigor de sementes ......................................................... 30

2.4.3. Curva de embebição ............................................................................................... 31

2.4.4. Condicionamento de sementes ............................................................................... 32

3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 35

3.1. Estratégia experimental ......................................................................................... 35

3.2. Aplicação dos tratamentos de quebra de dormência ............................................. 37

3.3. Teste de germinação .............................................................................................. 38

3.4. Índice de velocidade de germinação (IVG) .......................................................... 38

3.5. Cálculo do tempo médio de germinação (TMG) .................................................. 39

3.6. Testes de vigor ...................................................................................................... 39

3.6.1. Teste de condutividade elétrica (TCE) ................................................................... 39

3.6.2. Teste de comprimento e massa seca de plântula .................................................... 40

3.7. Determinação da umidade nos órgãos vegetais .................................................... 40

3.8. Curva de embebição .............................................................................................. 40

3.9. Determinação dos teores dos íons Na+ e K+ .......................................................... 41

3.10. Determinação de lipídios....................................................................................... 41

3.11. Extrato para determinação dos teores de H2O2, MDA e atividade enzimática ..... 41

3.12. Determinação dos teores de H2O2 ......................................................................... 42

3.13. Determinação de malondialdeído (MDA) ............................................................. 42

3.14. Determinação de enzimas antioxidantes ............................................................... 43

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3.14.1. Atividade enzimática da catalase ............................................................... 43

3.14.2. Atividade enzimática da peroxidase do ascorbato ..................................... 43

3.14.3. Atividade enzimática da peroxidase do guaiacol ...................................... 43

3.14.4. Atividade enzimática da dismutase do superóxido.................................... 44

3.15. Condicionamento fisiológico de sementes de mamona ........................................ 44

3.16. Estatística .............................................................................................................. 45

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 46

4.1. Quebra de dormência ............................................................................................ 46

4.2. Efeitos da salinidade sobre a germinação ............................................................. 48

4.3. Efeitos da salinidade sobre crescimento de plântula ............................................. 51

4.4. Efeitos da salinidade sobre a homeostase K+/Na+ ................................................. 53

4.5. Efeitos da salinidade sobre a absorção de água pelas sementes............................ 55

4.6. Efeitos da germinação e salinidade nos teores de lipídios, H2O2 e MDA............. 59

4.7. Efeitos da germinação e da salinidade na atividade das enzimas antioxidantes ... 64

4.8. Monitoramento da secagem de sementes condicionadas ...................................... 68

4.9. Avaliação dos benefícios do condicionamento fisiológico ................................... 71

4.10. Efeitos da salinidade sobre germinação de sementes osmocondicionadas ........... 74

4.11. Efeitos da salinidade sobre o crescimento das plântula oriundas de sementes

osmocondicionadas ......................................................................................................... 78

4.12. Efeitos da salinidade sobre a homeostase K+/Na+ em plântulas oriundas de

sementes osmocondicionadas ......................................................................................... 80

4.13. Considerações finais.............................................................................................. 81

5. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 83

6. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 84

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1– Tabela de conversão do Ψs com a concentração de NaCl e a condutividade

elétrica (CE).................................................................................................................... 36

Tabela 2 – Resumo do quadro de ANOVA para as variáveis percentual de germinação

(G), de sementes mortas (SM), de sementes não germinadas (SNG); índice de

velocidade de germinação (IVG) e tempo médio de germinação (TMG) de sementes de

mamona cv. BRS-Energia submetidas a tratamento para quebra de dormência............ 46

Tabela 3– Resumo do quadro de ANOVA para as variáveis percentual de germinação

(G), sementes mortas (SM), sementes não germinadas (SNG), sementes germinadas na

primeira contagem (PC) e plântulas normais (PN); índice de velocidade de germinação

(IVG) e tempo médio de germinação (TMG) de sementes de mamona submetidas a

solução salina com potenciais osmótico entre 0 e -0,8 MPa.......................................... 48

Tabela 4 – Resumo do quadro de ANOVA para as variáveis massas secas da raiz (MSR)

e do hipocótilo (MSH), relação MSR/MSH, comprimentos da raiz (CR) e do hipocótilo

(CH), e relação CR/CH de plântulas de mamona submetidas à soluções salinas com

potenciais osmótico entre 0 e -0,6 MPa.......................................................................... 51

Tabela 5 – Resumo do quadro de ANOVA para o teor dos íons de sódio (Na+) e

potássio (K+) nas raízes e hipocótilo de plântulas de mamona submetidas a soluções

salinas com potenciais osmótico entre 0 e -0,6 MPa...................................................... 54

Tabela 6 – Resumo do quadro de ANOVA para as curvas de embebição de sementes de

mamona submetidas à soluções salinas com potenciais osmótico entre 0 e -0,6

MPa................................................................................................................................. 56

Tabela 7 – Resumo do quadro de ANOVA para teor lipídico, concentração de H2O2,

peroxidação de lipídios (MDA) e atividade das enzimas catalase (CAT), peroxidase do

ascorbato (APX) e dismutase do superóxido (SOD) nas sementes de mamona semeadas

em papel germitest com água desionizada e soluções salinas com potenciais osmóticos

entre 0 e -0,6 MPa, durante a germinação...................................................................... 59

Tabela 8 – Resumo do quadro de ANOVA para as medidas de massa fresca durante o

processo de secagem das sementes de mamona condicionadas com H2O, NaCl, CaCl2,

KCl, NaNO2, NaNO3, KH2PO4, NaSiO3, PEG-6000 e H2O2......................................... 69

Tabela 9 – Resumo do quadro de ANOVA para condutividade elétrica (CE), plântulas

normais (PN), comprimento do hipocótilo (CH), comprimento da raiz (CR), relação

CR/CH, massa seca do hipocótilo (MSH), massa seca da raiz (MSR) e relação

MSR/MSH de sementes de mamona não condicionadas e condicionadas com H2O,

NaCl, CaCl2, KCl, NaNO2, NaNO3, KH2PO4, NaSiO3, PEG-6000 e H2O2................... 71

Tabela 10 – Resumo do quadro de ANOVA para as variáveis percentual de germinação

(G), de sementes mortas (SM), de sementes não germinadas (SNG), de sementes

germinadas na primeira contagem (PC) e de plântulas normais (PN); índice de

velocidade de germinação (IVG) e tempo médio de germinação (TMG) de sementes de

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mamona submetidas a osmocondicionamento germinando em condições salinas (NaCl)

com potenciais osmótico de -0,6 MPa............................................................................ 74

Tabela 11 – Resumo do quadro de ANOVA para as variáveis de crescimento de

plântulas oriundas de sementes osmocondicionadas de mamona sob condições salinas

(Ψs = -0,6 MPa) como: massa seca da raiz (MSR) e do hipocótilo (MSH), relação massa

seca da raiz/hipocótilo (MSR/MSH), comprimento da raiz principal (CR) e do

hipocótilo (CH) e relação comprimento da raiz/hipocótilo (CR/CH)............................ 78

Tabela 12 – Resumo do quadro de ANOVA para os teores de Na+, K+ e relação de K+/

Na+ na raiz e no hipocótilo de plântulas oriundas de sementes de mamona submetidas a

osmocondicionamento sob condições salinas de NaCl com Ψs igual a -0,6

MPa................................................................................................................................. 80

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Padrão trifásico de capitação de água pelas sementes durante a germinação,

Fonte: Bewley e Black (1978)........................................................................................ 32

Figura 2 – Percentual de germinação, sementes mortas e dormentes (A), índice de

velocidade de germinação (IVG) (B) e tempo médio de germinação (TMG) (C), de

sementes de mamona cv. BRS-Energia submetida a tratamentos pré-germinativos: (

) sementes intactas, ( ) sementes sem carúncula, ( ) sementes lixadas, (

) sementes que sofreram choque mecânico e ( ) sementes com aplicação de

ácido sulfúrico.................................................................................................................47

Figura 3 – Percentual de germinação de sementes de mamona cv. BRS-Energia em

soluções salinas de NaCl com potenciais osmóticos (Ψs) decrescentes......................... 49

Figura 4 – Percentual de sementes mortas (A), de sementes não germinadas (B), de

germinação na primeira contagem (C) e de plântulas normais (D), índice de velocidade

de germinação (IVG, E) e tempo médio de germinação (TMG, F) de sementes de

mamona cv. BRS-Energia em soluções salinas de NaCl com potenciais osmóticos (s)

decrescentes.................................................................................................................... 50

Figura 5 – Massa seca da raiz (MSR, A) e do hipocótilo (MSH, B), relação massa seca

da raiz/hipocótilo (MSR/MSH, C), comprimento da raiz principal (CR, D) e do

hipocótilo (CH, E) e relação comprimento da raiz/hipocótilo (CR/CH, F) de plântulas de

mamona cv. BRS-Energia com 7 dias, oriundas de sementes germinadas em soluções

salinas de NaCl com potenciais osmóticos (s) decrescentes....................................... 52

Figura 6 – Teores de Na+ na raiz (A) e no hipocótilo (B), teores de K+ na raiz (C) e no

hipocótilo (D), relação K+ / Na+ na raiz (E) e no hipocótilo (F) de plântulas de mamona

cv. BRS-Energia com ±7 dias, oriundas de sementes germinadas em soluções salinas de

NaCl com potenciais osmóticos (s) decrescentes........................................................ 54

Figura 7 – Curvas de embebição de sementes de mamona cv. BRS-Energia semeadas

em água desionizada e soluções de NaCl com potenciais osmóticos (s) de 0 MPa (A),

-0,2 MPa (B), -0,4 MPa (C) e -0,6 MPa (D)................................................................... 57

Figura 8 – Ganho de massa fresca das sementes de mamona cv. BRS-Energia com 120

(A), 132 (B), 144 (C), 156 (D), 168 (E), 180 (F), 192 (G), 204 (H), 216 (I), 228 (J), 240

(L) e 252 (M) horas de embebição em soluções salinas de NaCl com potenciais

osmóticos (s) decrescentes.......................................................................................... 58

Figura 9 – Teores de lipídios em sementes de mamona cv. BRS-Energia germinando em

soluções salinas de NaCl com potenciais osmóticos (s) entre 0 e -0,6

MPa................................................................................................................................. 60

Figura 10 – Teores de H2O2 em sementes de mamona cv. BRS-Energia germinando em

soluções salinas de NaCl com potenciais osmóticos (s) de 0 MPa (A), de -0,2 MPa

(B), de -0,4 MPa (C) e de -0,6 MPa (D), em função do tempo de

embebição....................................................................................................................... 61

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Figura 11 – Teores de H2O2 em sementes de mamona cv. BRS-Energia com 120 (A) e

180 (B) horas de germinação, Fortaleza, 2013............................................................... 61

Figura 12 – Teores de malondialdeído (MDA) em sementes de mamona cv. BRS-

Energia germinando em soluções salinas de NaCl com potenciais osmóticos (s) de 0

MPa (A), de -0,2 MPa (B), de -0,4 MPa (C) e de -0,6 MPa (D), em função do tempo de

embebição....................................................................................................................... 62

Figura 13 – Teores de malondialdeído (MDA) em sementes de mamona cv. BRS-

Energia germinando em soluções de NaCl nos Ψs entre 0 e -0,6 MPa com 60 (A), 120

(B) e 180 (C) horas após semeadura............................................................................... 63

Figura 14 – Atividade da catalase (CAT) em sementes de mamona cv. BRS-Energia

durante a germinação em soluções salinas de NaCl com potenciais osmóticos (s) de 0

MPa (A), de -0,2 MPa (B), de -0,4 MPa (C) e de -0,6 MPa (D).....................................64

Figura 15 – Atividade da enzima catalase (CAT) em sementes de mamona cv. BRS-

Energia germinando em soluções de NaCl nos Ψs entre 0 e -0,6 MPa com 24 (A), 60

(B) e 120 (C) horas de embebição.................................................................................. 66

Figura 16 – Atividade da peroxidase do ascorbato (APX) em sementes de mamona cv.

BRS-Energia germinando em soluções salinas de NaCl com potenciais osmóticos (s)

de 0 MPa (A), de -0,2 MPa (B), de -0,4 MPa (C) e de -0,6 MPa (D)............................ 66

Figura 17 – Atividade da peroxidase do ascorbato (APX) em sementes de mamona cv.

BRS-Energia sob Ψs entre 0 e -0,6 MPa com 180 horas de embebição........................ 67

Figura 18 – Atividade da dismutase do superóxido (SOD) em sementes de mamona cv.

BRS-Energia durante a germinação............................................................................... 67

Figura 19 – Curva de secagem das sementes de mamona após seu condicionamento com

H2O (A), NaCl (B), CaCl2 (C), KCl (D), NaNO2 (E), NaNO3 (F), KH2PO4 (G), NaSiO3

(H), PEG-6000 (I) e H2O2 (J).......................................................................................... 70

Figura 20 – Testes de vigor realizados com sementes de mamona condicionadas com

H2O, NaCl, CaCl2, KCl, NaNO2, NaNO3, KH2PO4, NaSiO3, PEG-6000 e H2O2. A,

condutividade elétrica (CE); B, plântulas normais (PN); C, comprimento do hipocótilo

(CH); D, comprimento da raiz (CR); E, relação CR/CH; F, massa seca do hipocótilo

(MSH); G, massa seca da raiz (MSR) e H, relação MSR/MSH..................................... 72

Figura 21 – Percentual de germinação de sementes osmocondicionadas de mamona sob

condições salinas (Ψs = -0,6 MPa)................................................................................. 75

Figura 22 – Percentual de sementes mortas (A), sementes não germinadas (B),

germinação na primeira contagem (PC, C) e plântulas normais (PN, D), índice de

velocidade de germinação (IVG, E) e tempo médio de germinação (TMG, F) de

sementes osmocondicionadas de mamona sob condições salinas (Ψs = -0,6 MPa)....... 77

Figura 23 – Massas secas da raiz (MSR, A) e do hipocótilo (MSH, B), relação massa

seca raiz/hipocótilo (MSR/MSH, C), comprimentos da raiz principal (CR, D) e do

hipocótilo (CH, E) e relação comprimento da raiz/hipocótilo (CR/CH, F) de plântulas

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oriundas de sementes osmocondicionadas de mamona sob condições salinas (Ψs = -0,6

MPa)............................................................................................................................... 79

Figura 24 – Teores de Na+ na raiz (A) e no hipocótilo (B), teores de K+ na raiz (C) e no

hipocótilo (D), relação K+ / Na+ na raiz (E) e no hipocótilo (F) de plântulas de mamona

cv. BRS-Energia com ±7 dias, oriundas de sementes osmocondicionadas germinadas em

soluções salinas de NaCl (s de -0,6MPa).....................................................................81

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16

1. INTRODUÇÃO

A utilização de óleos vegetais na produção de combustível renovável tem sido

uma importante iniciativa nos últimos tempos para a substituição do diesel. O biodiesel

produzido a partir de óleos vegetais foi introduzido na matriz energética brasileira

através da Lei N° 11.097 publicada no Diário Oficial da União em 13 de janeiro de

2005. De acordo com esta lei, foi fixado em 5% o percentual mínimo obrigatório de

adição do biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor final a partir de 2008.

Em setembro de 2011, o Brasil conquistou a posição de maior consumidor de

biodiesel do mundo e, atualmente, o país é o segundo maior produtor mundial, com uma

produção anual de 2,4 bilhões de metros cúbicos, estando na eminência de passar a

Alemanha, que é a maior produtora (TAGUCHI, 2012)

São muitas as espécies com potencial para fornecer óleo para a produção de

biodiesel como: algodão, amendoim, babaçu, dendê, girassol, macaúba, mamona e

pinhão-manso. Entretanto, 70% do biodiesel produzido no país ainda é proveniente do

óleo de soja, cultura de monocultivo, centralizadora de renda e sob fortes efeitos

mercadológicos, devido ao amplo uso para alimentação animal e humana (BRASIL,

2009b). No entanto, o governo brasileiro pretende tornar a mamona a principal matriz

para o programa de produção de biodiesel na região norte e nordeste, onde a cultura é

mais disseminada.

A cultura da mamona é uma promissora estratégia na inclusão social, com

fomento à participação da agricultura familiar e a formação de uma cadeia produtiva

participativa (MARCOVITCH, 2006). A inserção de culturas oleaginosas na agricultura

familiar pode representar a consolidação dessa atividade econômica, a manutenção da

segurança alimentar, a fixação do homem no campo e a autossuficiência bioenergética

do país (MORET, 2006).

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A estabilidade do preço e a garantia dos contratos firmados com as indústrias têm

feito a cultura se expandir além de Irecê/BA (região produtora mais tradicional). O

número de agricultores cultivando essa oleaginosa passou de 5 mil, em 2005, para 41,5

mil, em 2010. No estado do Ceará, onde há um programa de incentivo, já são cerca de

20 mil produtores, a maioria agricultores familiares (EMBRAPA, 2012a). Entretanto, o

Brasil atualmente importa óleo de mamona e derivados, sendo que na safra 2010/2011,

5.120 toneladas de óleo de mamona chegaram aos portos brasileiros. Assim, o Brasil

precisa se organizar para que a mamona seja uma cultura competitiva, aumentando a

produtividade, a área plantada e a diversificação dos produtos (EMBRAPA, 2012a).

As principais cultivares recomendadas para a região Nordeste são a BRS-

Nordestina, a BRS-Paraguaçu e a BRS-Energia pois apresentam um produção média de

1500 Kg ha-1 nas condições da região (EMBRAPA, 2012b). A cultivar BRS-Energia é

diferente das outras duas por ser um cultivar de ciclo curto, o que contribui para redução

de risco de cultivo na condição semiárida. No entanto, além das condições climáticas

outros fatores podem prejudicar o desenvolvimento da cultura, sendo estes bióticos

(pragas, patógenos) ou abióticos (temperatura, umidade, radiação solar, salinidade).

A salinidade é uma grande ameaça ambiental para a agricultura, em razão de

provocar distúrbios metabólicos nos órgãos vegetais desde o plantio das sementes e

durante todo desenvolvimento vegetal. No Nordeste brasileiro relata-se que,

aproximadamente, 30% da área total dos Perímetros Irrigados implantados pelo

Departamento Nacional de Obras de Contra as Secas – DNOCS no estado de

Pernambuco estão afetados por altos teores de sódio solúvel e trocável (FAGERIA;

GHEYI, 1997). Segundo esses autores, o mesmo problema é verificado no Ceará e na

Paraíba, que apresentam, respectivamente, 25 e 40% das áreas irrigadas salinizadas e/ou

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sodificadas. Assim, estratégias de manejo que visem aumentar a probabilidade de

sucesso no cultivo da mamona nessas regiões são de grande importância.

Técnicas de condicionamento fisiológico têm sido capazes de dar mais vigor às

sementes e podem ser potencialmente uma forma de reduzir custos com replantios, bem

como ser útil para uniformizar a plantação e preparar as plântulas para melhor enfrentar

estresses abióticos e bióticos (HARRIS et al., 2001). Segundo Conrath et al. (2002), um

melhor conhecimento dos mecanismos moleculares de condicionamento fisiológico será

fundamental para melhorar a capacidade das plantas de perceberem estímulos de

estresses bióticos e abióticos mais rapidamente, de modo a lidar com diferentes formas

de estresse de forma mais eficiente e de uma forma natural.

Diante do exposto, o objetivo geral da pesquisa foi caracterizar os efeitos

deletérios da salinidade na germinação das sementes e estabelecimento das plântulas de

mamona e avaliar o uso das técnicas de condicionamento fisiológico de sementes como

meio de minimizá-los.

Pretende-se especificamente nessa pesquisa:

Determinar a melhor metodologia de quebra de dormência para sementes de

mamona cv. BRS-Energia;

Caracterizar os efeitos da salinidade sobre a germinação de sementes de mamona

cv. BRS-Energia;

Determinar quais enzimas atuam no combate as espécies reativas de oxigênio

durante a germinação e quais enzimas respondem ao estresse salino;

Determinar os efeitos do condicionamento fisiológico sobre o vigor das sementes

de mamona, mesmo sob salinidade.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. A mamona

A mamoneira (Ricinus communis L.) pertence à classe das Dicotiledôneas, família

Euphorbiaceae (WEISS, 1983), é uma planta oleaginosa de relevante importância

econômica e social. É bastante tolerante à escassez de água, mas exigente em calor

e luminosidade. Está disseminada em quase todo o Nordeste brasileiro, local cujas

condições climáticas são propícias ao seu desenvolvimento e crescimento da mamoneira

(EMBRAPA, 2012b).

2.1.1. Cultivares de mamona

Existem várias cultivares de mamoneira disponíveis para o plantio em nosso

país, variando em porte, deiscência dos frutos, tipo dos cachos e outras

características. Conforme EMBRAPA (2004), a pesquisa com cultivares começou no

Estado de São Paulo, em 1937, com os trabalhos desenvolvidos pelo Instituto

Agronômico de Campinas (IAC). Com as seleções realizadas, o IAC lançou a cultivar

IAC 38, de porte anão, frutos deiscentes, ciclo de 200 dias (em média) nas condições

do Estado de São Paulo, e capacidade para produzir até mais de 2 t/ha de bagas (sistema

de sequeiro), com 41% de óleo nas sementes e de frutos deiscentes.

Em 1963, foi lançada pelo IAC a cultivar Campinas, fruto do cruzamento entre a

IAC 38 e a Cimarron, sendo precoce, ciclo de 140 a 150 dias nas condições de São

Paulo, frutos indeiscentes, produtividade semelhante à da IAC 38 e teor de óleo de 46%.

A partir do cruzamento da cultivar Campinas com o genótipo Preta foi lançada a

cultivar Guarani, em 1981, após vários ciclos de seleção individual. Essa cultivar

apresenta como características um porte médio, frutos indeiscentes, teor de óleo de

48%, e ciclo de 180 dias nas condições de São Paulo (EMBRAPA, 2011).

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Em 1974, a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) lançou no

mercado várias cultivares para as condições do Nordeste, em que as principais foram:

Sipeal 1, Sipeal 9, Sipeal 28 e Sipeal 12. Dessas, a de maior destaque foi a Sipeal 28,

de porte médio, frutos deiscentes, teor de óleo nas sementes de 47,3% e produtividade

média em condições de sequeiro de 1300 kg/ha de bagas. Em 1998 e 1999, a

EMBRAPA lançou as cultivares BRS-149 Nordestina e BRS-188 Paraguaçu para as

condições edafoclimáticas do semi-árido nordestino. Tratavam-se de cultivares

adaptadas para a cultura familiar do Nordeste, pois apresentava frutos semideiscentes,

que não liberam totalmente as sementes após maduras, facilitando a colheita manual.

Em 2007, a Embrapa algodão apresentou a variedade BRS-Energia, caracterizada

por sua precocidade no cultivo, que permite ao agricultor uma colheita de cachos na

metade de tempo previsto para a colheita das outras cultivares disponíveis no mercado.

A BRS-Energia foi fruto de uma pesquisa iniciada em 2000, com experimentos feitos na

Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte e Rondônia (EMBRAPA, 2012c).

2.1.2. Aplicabilidade da Mamona

O óleo extraído das sementes de mamona é solúvel em álcool e possui inúmeras

aplicações na indústria, sendo usado na fabricação de plásticos, fibras sintéticas, tintas,

esmaltes, entre outros (FONSECA et al., 2004). Além disso, também tem seu uso na

biomedicina, na elaboração de próteses, com destaque em cirurgias ósseas de mama e

de próstata (BDMG, 2000).

Desde a invenção do motor a diesel, em 1893, cogita-se o uso de óleos vegetais

como combustíveis. Entre muitos combustíveis alternativos para motores a diesel que

são derivados de óleos vegetais puros, misturados com óleo diesel ou álcool, o biodiesel

é a alternativa mais aceita devido ao fato das suas propriedades serem similares à do

próprio óleo diesel (YUSTE; DORADO, 2006). As características do óleo de mamona

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têm despertado interesse como uma alternativa promissora para a produção de biodiesel,

um combustível biodegradável, renovável e ecologicamente correto.

O óleo de mamona é rico em ácido ricinoléico (ácido 12-hidróxi-cis-octadeca-9-

enóico), o qual representa quase 90% do total de ácidos de graxos da semente. Essa

composição confere ao biodiesel de mamona uma excelente estabilidade à variação de

temperatura, não congelando em baixas temperaturas, e com boa estabilidade oxidativa,

já que a autoxidação depende do número e da localização de ligações duplas de

metilenos interrompidos (MOSER, 2009). Além disso, o óleo da mamona tem 30% a

mais de lubricidade que os outros óleos, podendo reduzir a emissão de diversos gases

causadores do efeito estufa, a exemplo do gás carbônico e enxofre. Conclui-se, portanto,

tratar-se de um óleo especial e com mercado garantido no mundo moderno (BELTRÃO,

2003). Em contrapartida, apresenta altos valores de massa específica e viscosidade

cinemática que limitam seu uso como biocombustível (SILVA et al., 2010).

2.2. Salinidade

2.2.1. Salinidade na agricultura

A salinidade é um problema que afeta muitas áreas irrigadas, e regiões áridas e

semiáridas, onde as chuvas são insuficientes para lixiviar o sal da zona da raiz. A

salinidade do solo reduz por definição a produtividade das culturas, já que a salinidade é

uma quantidade de sal na zona da raiz capaz de prejudicar o crescimento das plantas

(PONNAMPERUMA, 1984). De acordo com estimativas da FAO do ano de 2006,

19,5% das terras irrigadas (45 milhões de hectares) e 2,1% das não irrigadas (32

milhões de hectares) estavam afetadas pelos sais, sendo a salinização particularmente

evidente nas regiões áridas e semiáridas, atingindo cerca de 25% das áreas irrigadas

(FAO, 2006). Dados mais recentes estimam-se que 800 milhões de hectares, o que

corresponde a 6% da área terrestre do planeta, estão afetadas por sais, incluindo-se

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nessa área o semiárido nordestino (FAO, 2010). Segundo Chinnusamy, Jagerndorf e

Zhu (2005), a maioria das culturas é afetada quando a condutividade elétrica do extrato

de saturação do solo (CEes) é superior a 3 dS m-1. Mas, para outros autores, isso ocorre

quando a condutividade elétrica do extrato de saturação é igual ou superior a 2 dS m-1

(HOLANDA et al., 2010).

Solos salinos são os que possuem pH inferior a 8,5, percentagem de sódio trocável

(PST) inferior a 15% e condutividade elétrica do extrato de saturação (CEes) entre a 4

dS m-1 e 7dS m-1, e solo com CEes acima de 7 dS m-1 é considerado sálico e, letalmente

tóxico, à maioria das plantas (RICHARDS, 1954; SCHNEIDER; SPERA, 2009). É

importante destacar, que o grau das injurias causadas pela salinidade do solo dependem

da espécie vegetal, variedade, estágio de crescimento, fatores ambientais e da natureza

do sal, o que significa em si, um problema para se definir solos salinos com precisão

(TAIZ; ZEIGER, 2013).

O sal provoca três ações estressantes sobre os tecidos e órgãos das plantas

superiores: déficit hídrico, como resultado da alta concentração de íons no ambiente

radicular; estresse iônico, o qual decorre, em grande parte, de alterações nas relações

Na+/K+ e de concentração excessiva de íons que são prejudiciais ao metabolismo celular

(HORIE; SCHROEDER, 2004); e desequilíbrio nutricional, causado pelos distúrbios na

absorção ou distribuição dos nutrientes (YAHYA, 1998).

2.2.2. Impacto do estresse salino sobre a cultura da mamona

Na produção vegetal, a obtenção de altas produtividades é alcançada com a

máxima exploração do ambiente pelas plantas cultivadas. Entretanto, para que isso

aconteça é preciso haver minimização dos efeitos prejudiciais dos estresses bióticos e

abióticos, da competição por recursos como água, luz e nutrientes, tendo assim como

ponto fundamental para isso, a uniformidade de desenvolvimento das plantas.

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Como todas as outras espécies de planta, a mamona tem limites suportáveis de

salinidade. Conforme Cavalcanti et al. (2004) e Cavalcanti et al. (2005), a razão de área

foliar, a eficiência quântica do fotossistema II, a altura, o número de folhas e o diâmetro

de caule de plantas de mamona cv. BRS-149 Nordestina, com até trinta dias de

emergência, não são afetados pela salinidade da água de irrigação de até 4,7 dS m-1.

Contudo, ocorrem decréscimos na fitomassa da parte aérea (6,0%), na área foliar (6,6%)

e no consumo de água pelas plantas (6,3%) com o aumento unitário da condutividade

elétrica da água de irrigação (CEa). Similarmente, níveis de salinidade entre 0,8 e 4,8 dS

m-1 não afetaram o crescimento em altura das plantas de mamoneira cv. BRS-Energia

até os primeiros 50 dias após a emergência. Entretanto, níveis de salinidade iguais ou a

superiores a 4 dS m-1 após 50 dias de emergência, começaram a afetar o crescimento das

plantas, reduzindo assim suas alturas (SANTOS et al., 2010).

2.3. Estresse oxidativo

2.3.1. Indicadores de estresse oxidativo

O estresse oxidativo é definido como um aumento no nível das espécies reativas

de oxigênio (ROS, do inglês, Reactive Oxygen Species), que ocorre em função do

desequilíbrio na relação entre compostos antioxidantes e compostos oxidantes (ZHU,

2002). As ROS mais comumente encontradas são o oxigênio singleto (1O2), o peróxido

de hidrogênio (H2O2) e os radicais superóxido (•O2-) e hidroxil (HO•). Elas são

consideradas subprodutos inevitáveis do metabolismo celular aeróbico e dos processos

fotoxidativos (NOCTOR; FOYER, 1998) e sua produção ocorre principalmente nas

mitocôndrias (MØLLER, 2001), nos cloroplastos (FOYER; NOCTOR, 2000) e nos

peroxissomos (DEL RIO et al., 2002).

Os principais processos formadores de H2O2 em sementes são a β-oxidação de

lipídios (que ocorre nos glioxissomos), a atuação da enzima dismutase do superóxido,

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reduzindo o superóxido a H2O2. O superóxido é produzido nas mitocôndrias quando a

taxa de entrada de elétrons na cadeia respiratória e sua taxa de transferência não são

coordenadas, sendo os elétrons transferidos ao oxigênio pela ubiquinona parcialmente

reduzida nos complexos I e III. O superóxido também pode ser produzido no apoplasto

pela ação da enzima NADPH oxidase localizada na plasmalema (NELSON; COX,

2011).

2.3.2. Atuação das ROS

O peróxido de hidrogênio e outras ROS eram vistas unicamente como metabólitos

tóxicos para a célula. Isto porque, quando em altas concentrações, essas moléculas são

tóxicas, capazes de ocasionar danos aos diversos componentes das células, como DNA,

lipídios e proteínas (APEL; HIRT, 2004). Sob condições ótimas de crescimento, sua

produção é mantida em baixos níveis. Entretanto, sob condições adversas, como nos

estresses hídrico e salino, sua taxa de produção pode ser drasticamente aumentada

(VAIDYANATHAN et al., 2003). Porém, estudos têm demonstrado que as ROS,

especialmente o H2O2, atuam como moléculas sinalizadoras e são produzidas e

controladas pelo metabolismo, sendo benéficas a baixas concentrações e prejudiciais

quando em excesso (UCHIDA et al., 2002; GECHEV; HILLE, 2005; QUAN et al.,

2008).

As ROS possivelmente participam na sinalização celular atuando como

mensageiros secundários para a ativação de respostas aos estresses e em mecanismos de

defesa (MITTLER, 2002; MITTLER, et al., 2004). Tendo em vista o papel das ROS

nesses processos e por serem tóxicas quando em elevadas concentrações, as células

vegetais possuem pelo menos dois mecanismos para regular suas concentrações

intracelulares: um, por modulação fina, para manter seus níveis baixos e outro, para

permitir a desintoxicação celular, especialmente em condições de estresse (MITTLER,

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2002). Em função disso, as plantas desenvolveram mecanismos para manter a relação

produção/eliminação de ROS constante no interior das células (APEL; HIRT, 2004),

utilizando para isso sistemas de defesa enzimáticos e não enzimáticos (ASADA, 1999).

O peróxido de hidrogênio (H2O2) é um componente vital para o desenvolvimento,

metabolismo e homeostase de diferentes organismos (BIENERT et al., 2006). Nas

plantas, o H2O2 é uma das ROS mais estáveis, estando envolvida nos processos de

aclimatação, defesa e desenvolvimento (SLESAK et al., 2007). O H2O2 pode atuar

como um sinalizador por ter meia-vida longa quando comparada às de outras ROS, e

não ser, diferentemente, por exemplo do superóxido, um radical livre e não apresentar

carga (HALLIWELL, 2006). Dessa forma, o mesmo pode atuar como uma molécula

sinalizadora capaz de percorrer longas distâncias até o seu alvo (VRANOVÁ et al.,

2002). Além disso, canais transportadores de água na membrana plasmática, conhecidos

como aquaporinas, podem facilitar o movimento de H2O2 transmembranar (HENZLER;

STEUDEL, 2000).

De acordo com Bienert et al. (2006), o H2O2 atua nas células como um

mensageiro secundário, aumentando o fluxo de íons Ca2+ e modificando o padrão de

proteínas e de expressão gênica. Para Agarwal et al. (2005), o H2O2 produzido em

resposta à aplicação exógena de Ca2+ ou de moléculas sinalizadoras (ABA e ácido

salicílico) pode induzir a síntese ou ativação de fatores de transcrição que estão

associados à indução de várias enzimas antioxidativas.

Recentemente, Petrov e Van Breusegen (2012) afirmaram que o H2O2 interfere na

produção dos fatores de transcrição e que estes podem induzir uma reprogramação

massiva da produção de transcritos, que por sua vez podem desencadear respostas como

a defesa das plantas contra estresses ou a morte celular. Embora o H2O2 seja uma

molécula sinalizadora que afeta a transcrição, não está claro se ele atua diretamente

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como sinalizador ou se a oxidação de outras moléculas pelo mesmo é necessária para

gerar o sinal intracelular (DESIKAN et al., 2003).

O H2O2 atua como regulador de vários processos fisiológicos, como o

fortalecimento da parede celular, a senescência, a produção de fitoalexinas, a

fotossíntese, a abertura estomática e o ciclo celular. Contudo, os efeitos biológicos do

H2O2 mostram-se dependentes não apenas de sua concentração, mas também do seu

sítio de produção, do estádio de desenvolvimento da planta e da prévia exposição da

planta a outros tipos de estresse (PETROV; VAN BREUSEGEM, 2012).

O radical hidroxila causa danos ao DNA, RNA, às proteínas, lipídios e

membranas celulares do núcleo e mitocondrial. No DNA ele ataca tanto as bases

nitrogenadas quanto a desoxirribose. O ataque ao açúcar pode ser realizado por

abstração de um dos átomos de hidrogênio e quase sempre leva à rupturada cadeia de

DNA (BARREIROS et al., 2006).

A forma mais deletéria do oxigênio ao organismo é o oxigênio singleto (1O2), pois

é a causa ou o intermediário da toxicidade fotoinduzida do O2 em organismos vivos. Os

compostos naturais mais reativos frente ao 1O2 são oscarotenóides, devido as múltiplas

insaturações conjugadas. Assim, o 1O2 reage mais lentamente com os ácidos graxos que

com o β-caroteno, e quanto maior o número de insaturações presentes nos ácidos

graxos, mais rapidamente eles irão reagir. Essa reação se dá por incorporação do

oxigênio à cadeia com consequente migração da ligação dupla, formando ácidos

hidroperóxidos (BARREIROS et al., 2006).

A atuação do radical ânion superóxido (O2•–) como oxidante direto é irrelevante.

Dentre os aminoácidos, o único que sofre oxidação com o radical O2•– é a cisteína. Em

alguns casos o radical ânion O2•– age como antioxidante, reduzindo semiquinonas para

que elas possam retomar suas atividades metabólicas na célula. Um exemplo é a

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redução da ubiquinona para ubiquinol, no interior da mitocôndria. Por fim, o radical

ânion superóxido funciona como sinalizador molecular através da sua capacidade de

oxidar grupos –SH em ligações dissulfeto, podendo ativar e desativar enzimas que

contenham metionina (BARREIROS et al., 2006).

2.3.3. Mecanismos enzimáticos de eliminação das ROS

As plantas possuem mecanismos específicos para a eliminação das ROS, os quais

incluem a ativação de enzimas, como a catalase (CAT), as peroxidases e a dismutase do

superóxido (SOD), bem como aquelas que participam do ciclo ascorbato-glutationa

[peroxidase do ascorbato (APX), redutase da glutationa (GR), redutase do

monodesidroascorbato (MDHAR) e redutase do desidroascorbato (DHAR)] (FOYER;

NOCTOR, 2003).

A SOD é uma metaloproteína responsável pela dismutação do radical superóxido

em peróxido de hidrogênio e oxigênio molecular, sendo considerada a primeira linha de

defesa das plantas contra o estresse oxidativo (ALSCHER; ERTURK; HEATH, 2002).

Nas plantas superiores, a SOD apresenta-se na forma de três isoenzimas: Cu/Zn-SOD,

Mn-SOD e Fe-SOD que são classificadas de acordo com o íon metálico no grupo

prostético (ASADA, 1999; ARORA; SAIRAM; SRIVASTAVA, 2002). Além disso,

Scandalios (2002) e Ashraf (2009) afirmam que existe ainda um quarto tipo de SOD,

cujo íon metálico é o níquel (Ni).

Diversos estudos mostram que a SOD, além de participar da eliminação das ROS

geradas durante o metabolismo aeróbio, também atua na proteção contra danos

oxidativos ocasionados por estresses abióticos, em várias espécies vegetais. Em

Bruguiera parviflora, os aumentos significativos na atividade das isoenzimas da SOD,

associados com outros mecanismos de defesa, induziram a proteção oxidativa e se

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correlacionaram com a subsequente tolerância dessa espécie à salinidade (PARIDA;

DAS; MOHANTY, 2004).

Meloni et al. (2003), trabalhando com duas cultivares de algodão com tolerância

diferencial à salinidade, mostraram que a cultivar mais tolerante apresentou maior

indução do sistema enzimático antioxidativo envolvendo a SOD, a GR e a G-POD

(peroxidase do guaiacol, também conhecida como GPX), que permitiu menor dano

oxidativo, como comprovado pela menor taxa de peroxidação de lipídios de membrana,

em comparação à cultivar sensível.

O H2O2 gerado a partir da atividade da SOD pode ser tóxico e precisa ser

removido da célula em reações subsequentes. Nas plantas, as enzimas APX, CAT e

GPX são os principais reguladores dos níveis intracelulares de H2O2 (FOYER;

NOCTOR, 2003). Azevedo Neto et al. (2005), trabalhando com plantas de milho sob

condições de estresse salino, mostraram que as atividades dessas enzimas aumentaram

substancialmente no genótipo tolerante, em relação ao genótipo sensível, indicando que

sob estresse, o mecanismo removedor de H2O2 é mais eficaz no genótipo tolerante.

Além disso, esses autores afirmaram que a CAT foi a enzima removedora de H2O2 mais

importante nas folhas, enquanto a GPX foi a mais importante nas raízes.

A CAT é uma enzima tetramérica, contendo um grupo heme em cada subunidade

(HORVÁTH et al., 2002), sendo responsável pela conversão do peróxido de hidrogênio

em água e oxigênio molecular (MØLLER, 2001). Ela está localizada

predominantemente nos peroxissomos e glioxissomos, atuando na remoção do peróxido

de hidrogênio gerado durante a fotorrespiração, e nas desordens causadas na respiração

celular e β-oxidação dos ácidos graxos (XIONG; ZHU, 2002), evitando assim o

acúmulo excessivo de H2O2 nessas organelas e impedindo seu vazamento para outros

compartimentos da célula (FOYER; NOCTOR, 2000).

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Da mesma forma que a CAT, a APX desempenha um papel vital na defesa das

plantas contra o estresse oxidativo. A APX utiliza especificamente o ascorbato como

doador de elétrons na reação de eliminação do H2O2, protegendo as células contra os

efeitos nocivos dessa substância (ASADA, 1992; SHIGEOKA et al., 2002, FOYER;

NOCTOR, 2005). A APX está localizada em diversos compartimentos celulares, como

citosol, cloroplastos, glioxissomos, mitocôndrias e peroxissomos (SHIGEOKA et al.,

2002). Diferentes isoformas de APX são encontradas nas plantas, podendo ser solúveis,

como as encontradas no citosol e estroma, ou associadas às membranas, como aquelas

presentes nos microcorpos, tilacóides e mitocôndrias (ASADA, 1992).

2.4. Tecnologia de sementes

2.4.1. Qualidade de sementes

Sementes de qualidade são aquelas com capacidade de apresentarem bom

desempenho no campo, com altos níveis de germinação, sob as mais variadas

condições, originando plantas vigorosas e potencialmente produtivas no menor tempo

possível (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).

Segundo Oliveira et al. (2004), a germinação lenta e irregular, que pode chegar a

20 dias na cultura da mamona, representa uma desvantagem na competição inicial com

plantas invasoras e vulnerabilidade à estiagem durante a emergência em campo nas

principais regiões produtoras. Portanto, emergência rápida e uniforme é importante,

visto que permite a obtenção de estandes adequados, com plantas bem desenvolvidas, o

que facilitará, posteriormente, o manejo durante a colheita e processamento, com

reflexos positivos na produtividade da lavoura e no rendimento de óleo. Assim, a

utilização de sementes com alta germinação e vigor representa uma garantia aos

produtores de que terão maior probabilidade de êxito no estabelecimento do estande

adequado (DIAS et al., 2009).

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2.4.2. Dormência, germinação e vigor de sementes

A dormência pode ser definida como uma falha de uma semente intacta e

viável em germinar sob condições aparentemente favoráveis à germinação (DE

CASTRO; HILHORST, 2000). Entretanto, o impedimento estabelecido pela dormência

também pode encarado como uma estratégia benéfica, pela distribuição da germinação

ao longo do tempo, aumentando a probabilidade de sobrevivência da espécie

(FOWLER; BLANCHETTI, 2000).

As sementes de mamona apresentam germinação lenta e desuniforme

(OLIVEIRA et al., 2004), ficando por mais tempo expostas aos patógenos do solo e às

intempéries, o que resulta em estande final irregular. A irregularidade na emergência

das plântulas de mamona em campo, e também em laboratório, tem sido atribuída à

dificuldade de absorção de água pelas sementes, devido à espessura e rigidez do

tegumento ou a uma possível dormência pós-colheita (LAGO et al., 1979). Lago et al.,

(1979) ao avaliarem a qualidade fisiológica de sementes de mamona, cultivares Guarani

e IAC-38, constataram variação de 9 a 66% de sementes não germinadas.

É importante ressaltar que outros fatores influenciam a emergência das plântulas

de mamona, tais como: temperatura, umidade, características físicas do solo,

profundidade de plantio e disponibilidade de oxigênio, salinidade, presença de insetos e

patógenos (VILELA et al., 1991). A salinidade também pode contribuir para uma queda

no percentual de emergência ou na velocidade de emergência, pelo efeito de redução do

potencial osmótico do solo e também pelo efeito tóxico de seus íons.

Um dos sintomas mais claros do declínio no potencial fisiológico das sementes é a

redução na velocidade de germinação, identificada pelo aumento do tempo entre a

semeadura e o início da germinação e também entre a primeira e a última germinação de

uma população de sementes. A uniformidade, a velocidade e a porcentagem de

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emergência das plantas em campo apresentam significativos reflexos sobre a produção.

A uniformidade de desenvolvimento das plantas pode ser afetada por fatores como

compactação do solo, contato com herbicidas, profundidade e densidade de semeadura,

distribuição desuniforme de fertilizantes e pela desuniformidade de emergência de

plântulas, entre outros fatores.

2.4.3. Curva de embebição

O processo de embebição das sementes é físico, relacionado basicamente às

propriedades coloidais dos seus constituintes e às diferenças de potencial hídrico (Ѱw)

entre a semente e o meio externo. O potencial hídrico é composto pelo potencial de

pressão (Ѱp), potencial osmótico (Ѱs), potencial gravitacional (Ѱg) e o potencial

matricial (Ѱm) (BEWLEY; BLACK, 1978).

O potencial de pressão (Ѱp) numa célula ocorre porque a entrada de água aumenta

o conteúdo celular, manifestando uma pressão contraria ao fluxo de água devido a

resistência a expansão da parede celular (REICHARDT, 1985). O potencial osmótico

(Ѱs) representa à capacidade dos solutos, quando dissolvidos, de reduzir a energia livre

do sistema, enquanto o potencial matricial (Ѱm) representa a capacidade de sólidos ou

substâncias insolúveis, de reduzirem o Ѱw. O componente matricial é particularmente

importante em estágios iniciais de absorção de água pelas sementes secas, enquanto

ainda há pouca atuação do componente osmótico por não haver plena embebição da

semente (PIMENTA, 2004).

O processo de embebição de sementes foi padronizado por Bewley e Black

(1978), segundo o modelo trifásico de curva polinomial de terceiro grau onde f(x) = ax³

+ bx² + cx + d, sendo a > 0. A primeira fase é caracterizada por uma rápida embebição,

graças à diferença acentuada entre os potenciais hídricos. A segunda fase é o momento

de síntese de enzimas, DNA, mRNA, exauridos na fase I e de drásticas reduções da

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velocidade de hidratação, sendo sua ocorrência dependente da espécie estudada. Na

terceira fase, torna-se visível a retomada de crescimento do embrião pela protrusão da

raiz principal (Figura 1).

Figura 1- Padrão trifásico de capitação de água pelas sementes durante a germinação, Fonte: Bewley e

Black (1978).

2.4.4. Condicionamento de sementes

Um dos principais problemas para o uso de sementes de várias espécies vegetais é

a falta de uniformidade na germinação, pois dentro de um mesmo lote de sementes, no

processo de hidratação encontram-se indivíduos de diferentes condições fisiológicas,

originando uma germinação heterogênea (GURGEL JUNIOR et al., 2009). A

desuniformidade da germinação também decorre de condições de campo inadequadas.

Assim, técnicas recomendadas para uniformizar a germinação e emergência em campo é

o condicionamento fisiológico. Esta técnica de hidratação controlada das sementes pode

ser obtida pela embebição direta em água ou em soluções osmóticas. Além disso, tem

sido relatado que o condicionamento pode melhorar o desenvolvimento das plântulas,

conforme estudos conduzidos com alface (WURR; FELLOWS, 1984).

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O potencial fisiológico pode ser recuperado com a absorção de água pela semente

durante as fases I e II, sem permitir a protrusão radicular ou início da fase III, do

modelo trifásico de Bewley e Black (1978). A hidratação ativa a digestão das reservas e

sua translocação e assimilação, levando as sementes do lote a um estado metabólico

relativamente uniforme (BEWLEY; BLACK, 1982).

A expressão seed enhancement é utilizada no meio industrial para nomear um

conjunto de técnicas ou processos destinados a realçar a qualidade ou beneficiar o

desempenho de lotes de sementes e/ou plântulas produzidas (TAYLOR, 1998). Não há,

ainda, uma proposta concreta para a tradução da expressão seed enhancement Marcos

Filho (2005), sugere o uso da expressão condicionamento de sementes para nominar

este conjunto de técnicas. O condicionamento fisiológico (priming) é apenas uma

técnica do condicionamento de sementes, que visa elevar o potencial fisiológico da

semente através de um pré-umedecimento.

A eficiência da técnica foi comprovada em várias espécies como alface (EIRA;

MARCOS FILHO, 1990), milho-doce (PARERA; CANTLIFFE, 1994), brócolis (JETT

et al., 1996), berinjela (TRIGO; TRIGO, 1999), algodão (QUEIROGA et al., 2011),

girassol (BARROS; ROSSETTO, 2009), cenoura (CARNEIRO et al., 1999), pimentão

(ROVERI JOSÉ et al., 2000) e cebola (CASEIRO et al., 2004).

Segundo Marcos Filho (2005), sementes de ervilha, feijão comum, milho, soja,

alface, rabanete e amendoim podem ser classificadas como espécies que apresentam

relativa pausa na embebição, deixando claro o momento da segunda fase do modelo

trifásico de Bewley e Black (1978), enquanto outras espécies como trigo, mamona,

cevada, arroz e aveia não exibem esta segunda fase tão claramente.

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A curva de embebição pode ser usada para referenciar a aplicação do

condicionamento fisiológico, indicando a quantidade de água e tempo de pré-

umedecimento a serem aplicados.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Estratégia experimental

A pesquisa foi realizada no Laboratório de Fisiologia Vegetal, localizado no

Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade Federal do Ceará.

As sementes de mamona utilizadas foram da variedade BRS-Energia safra 2011

fornecidas pela EMBRAPA Agroenergia.

O estudo das sementes de mamona foi divido em cinco etapas: (1) Quebra de

dormência; (2) Caracterização do estresse salino sobre a semente e plântula de mamona;

(3) Caracterização do perfil de lipídios, de H2O2 e de peroxidação de lipídios de

membrana durante a germinação e sob condições salinas; (4) Ação das enzimas

antioxidativas; e a (5) Ação do condicionamento fisiológico de sementes sobre os

efeitos do estresse salino.

Em todas as etapas, as sementes foram postas para germinar em câmaras de

germinação tipo BOD, com temperatura a 25±1 °C e fotoperíodo de 12 h de luz e 12 h

de escuro, em delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC).

Na primeira etapa, quebra de dormência, as sementes de mamona foram pré-

tratadas, e logo após submetidas a um teste de germinação e cálculo do índice de

velocidade de germinação (IVG) e do tempo médio de germinação (TMG) com o

objetivo de avaliar a eficiência do pré-tratamento.

Na segunda etapa, caracterização do estresse salino sobre a semente e plântula de

mamona, foram realizados teste de germinação e teste de comprimento de plântula,

cálculo do índice de velocidade de germinação (IVG) e do tempo médio de germinação

(TMG), determinação da curva de embebição, e da massa seca e da concentração de Na+

e K+ nas raízes e no hipocótilo, com o objetivo de avaliar os efeitos da salinidade sobre

a absorção de água para germinação e sobre a germinação e vigor das sementes. Para os

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tratamentos salinos foram utilizadas soluções de NaCl com Ψs de 0; -0,2; -0,4; -0;6 e -

0,8 MPa, os quais foram calculados segundo a equação de potencial osmótico de Van't

Hoff (Tabela 1).

Equação de Van't Hoff:

Ψs = -RTCsI

I = 1 + α(q-1)

Onde:

Ψs = pressão osmótica da solução (0,987 ≈ 1 atm = 0,1 Mpa);

R = constante universal dos gases perfeitos (0,08205 L atm mol-1 K-1);

T = temperatura em Kelvin (TºK = TºC + 273);

Cs = concentração do soluto (M ou mol L-1);

I = fator de correção de Van't Hoff;

α = grau de ionização;

q = número total de íons liberados na ionização de um composto (q=2 para o NaCl).

Tabela 1– Tabela de conversão do Ψs com a concentração de NaCl e a condutividade elétrica (CE)

Ψs Cloreto de sódio (NaCl) CE*

MPa g/L mM dS m-1

-0,2 2,36 40,36 4,06

-0,4 4,72 80,72 8,12

-0,6 7,08 121,09 12,19

-0,8 9,44 161,45 16,25 *Condutividade elétrica calculada a partir de um curva padrão com NaCl.

Na terceira etapa, caracterização do perfil de lipídios, de H2O2 e de peroxidação

de lipídios de membrana, foram determinados, durante a germinação e nos Ψs de 0 a -

0,6 MPa, os teores de lipídios e de H2O2, e a peroxidação de lipídios de membrana

através do teor de malondialdeído (MDA) formado na reação de oxidação lipídica. O

objetivo dessas determinações foi estabelecer os instantes de maior peroxidação dos

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lipídios de membrana e sua relação com a produção de H2O2, sendo esta consequente ou

não do processo de β-oxidação de ácidos graxos.

Na quarta etapa, ação das enzimas antioxidativas, foram feitas determinações da

atividade das enzimas catalase (CAT), peroxidase do ascorbato (APX), peroxidase do

guaiacol (GPX ou G-POD) e dismutase do superóxido (SOD), durante a germinação e

sob os Ψs de 0 a -0,6 MPa. O objetivo dessa etapa foi determinar que enzimas estão

envolvidas no combate às espécies reativas de oxigênio nas sementes de mamona e

quais delas respondem ao estresse salino.

Na quinta etapa, ação do condicionamento fisiológico de sementes sobre os

efeitos do estresse salino, as sementes de mamona foram condicionadas

fisiologicamente por 24 h com soluções de NaCl, CaCl2, KCl, NaNO2, NaNO3,

KH2PO4, NaSiO3 e PEG-6000 a Ψs de -0,2 MPa, com H2O2 a 10 mM e com H2O. Após

a aplicação dos condicionantes, as sementes foram secas em BOD com temperatura de

25±1 °C e 50% de umidade relativa até retornarem a umidade inicial.

Com essas sementes, foram realizados testes de vigor (teste de comprimento de

plântula e de condutividade elétrica (TCE)) e foram determinados o percentual de

plântulas normais e massa seca do hipocótilo e raiz, na ausência de salinidade, para se

selecionar os condicionantes que produzissem efeitos benéficos sobre as sementes de

mamona. As sementes com os condicionantes selecionados foram submetido ao Ψs de -

0,6 MPa da solução de NaCl para realização de um teste de germinação e de vigor,

sendo também realizado o cálculo do índice de velocidade de germinação (IVG) e o

tempo médio de germinação (TMG), além de se determinar os teores de Na+ e K+ com o

objetivo de se avaliar a atuação dos condicionantes selecionados em condições salinas e

selecionar o melhor dentre eles.

3.2. Aplicação dos tratamentos de quebra de dormência

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Os pré-tratamentos para quebra de dormência foram com (1) remoção da

carúncula: a carúncula de cada semente foi removida com o auxílio de um estilete,

deixando-se a micrópila; (2) escarificação do tegumento com lixa: utilizando-se uma

lixa d’água n°1 efetuou-se a escarificação nos quatro lados do tegumento (BRASIL,

2009a); (3) escarificação do tegumento por choque mecânico: utilizando-se um

recipiente hermeticamente fechado, sementes e pedrisco foram agitados a fim de

provocar choque entre eles para causar escarificação do tegumento; e (4) escarificação

química: utilizou-se o H2SO4 concentrado por um tempo de exposição de 5 min

(suficiente para amolecer o tegumento), e depois as sementes foram lavadas com água

corrente pelo mesmo tempo a que ficaram expostas ao ácido (BRASIL, 2009a).

3.3. Teste de germinação

Foram preparados 8 repetições de 50 sementes postas para germina em papel tipo

germitest umedecido com água destilada ou solução de NaCl em quantidade equivalente

a 2,5 vezes ao seu peso. Os rolos formados foram acondicionados em câmaras de

germinação tipo BOD sob condições controladas, com temperatura a 25±1 °C e

fotoperíodo de 12 h de luz e 12 h de escuro simulando as condições fotoperiódicas

encontradas próximo à linha do Equador durante todo ano. A primeira contagem foi

realizada no sétimo dia de embebição e novas contagens diárias até o décimo quarto dia

(BRASIL, 2009a), com exceção da primeira contagem realizada na quinta etapa que foi

realizada no quarto dia prevendo-se que os condicionantes pudessem acelerar o início da

germinação. Foram consideradas mortas às sementes que, ao longo do teste,

apresentavam-se necrosadas. Por outro lado, as sementes foram consideradas dormentes

quando, ao final do teste, não foram capazes de germinar. As plântulas consideradas

normais não apresentavam falta de partes ou deformações na formação de seus órgãos.

3.4. Índice de velocidade de germinação (IVG)

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O IVG foi calculado pelo somatório do número de sementes germinadas a cada

dia, dividido pelo número de dias decorridos entre a semeadura e a germinação, de

acordo com a fórmula definida por Maguire (1962).

IVG = ∑ (Gi

Ni)n

i=1 , onde

Gi = número de sementes germinadas a cada dia de contagem;

Ni = número de dias decorridos da semeadura;

n = n-ézimo tempo de contagem.

3.5. Cálculo do tempo médio de germinação (TMG)

O TMG foi calculado pelo somatório do produto do número de sementes

germinadas com o número de dias decorridos entre a semeadura e a germinação

dividido pelo somatório do número das sementes germinadas, a cada dia, através da

fórmula proposta por Labouriau (1983), sendo os resultados expressos em dias.

TMG = ∑ (Gi ∗ Ni)ni=1 ∑ Gn⁄ , onde

Gi = número de sementes germinadas a cada dia de contagem;

Ni = tempo decorrido entre o início da germinação e a n-ésima contagem;

n = n-ézimo tempo de contagem.

3.6. Testes de vigor

3.6.1. Teste de condutividade elétrica (TCE)

Cinco repetições de 10 sementes, para cada tratamento, foram pesadas e colocadas

para embeber em copos plásticos contendo 10 ml de água desionizada, sob condições

controladas à temperatura constante de 25±1 °C por 24 horas (VIEIRA;

KRZYZANOWSKI, 1999). As leituras da condutividade elétrica da solução foram

realizadas em condutivimetro AJMICRONAL, modelo AJX-515, sendo os resultados

expressos em µS cm-1 g-1 de sementes.

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3.6.2. Teste de comprimento e massa seca de plântula

Foram semeadas 10 sementes, em rolo de papel, dispostas alternadamente, com a

carúncula voltada para baixo, seguindo o mesmo procedimento do teste de germinação,

mas com avaliação, para mamona, apenas no décimo quarto dia. O princípio deste teste

considera que sementes mais vigorosas apresentam plântulas também mais vigorosas

(VIEIRA; KRZYZANOWSKI, 1999). Assim, o vigor das plântulas é avaliado por meio

do comprimento e massa seca do hipocótilo e raiz.

As medidas de comprimento foram realizadas com auxílio de paquímetro digital.

Para determinar a massa seca, as plântulas normais foram colocadas em sacos de papel

devidamente identificadas e levadas para secar em estufa com circulação forçada de ar,

regulada à temperatura de 105±2°C por 24 h.

3.7. Determinação da umidade nos órgãos vegetais

Os órgãos vegetais (hipocótilo e raiz) foram postos para secar em estufa à

temperatura de 105±2°C por 24 h. Essa determinação foi usada para cálculos de

concentração e atividade enzimática com base em massa seca (MS).

3.8. Curva de embebição

As sementes foram postas para embeber em caixas tipo Gerbox (11 cm x 11 cm x

3 cm). Cada tratamento de solução de NaCl (0; -0,2; -0,4 e -0,6 MPa) continha dez

repetições com trinta sementes. As sementes, nas caixas Gerbox, foram postas em

câmaras de germinação tipo BOD, sob condições controladas, com temperatura de 25±1

°C e fotoperíodo de 12 h de luz e 12 h de escuro.

As determinações de massa fresca se deram no início da embebição (0 h) e nos

tempos de 1 h, 3 h, 6 h, 12 h e a cada 12 h até 252 h após o início da embebição. No

momento de cada avaliação foi aferido o peso úmido de cada repetição.

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3.9. Determinação dos teores dos íons Na+ e K+

Para a determinação dos teores dos íons inorgânicos, 10 mg do pó seco de

hipocótilo e de raízes foram homogeneizados com 1,0 mL de água desionizada, em

tubos de Eppendorfs, os quais foram mantidos à temperatura ambiente de 25±3 °C,

durante 1 h, com agitações a cada 10 min. Após esse tempo, as amostras foram

centrifugadas a 3.000 x g por 15 min, à temperatura de 25°C. O sobrenadante foi

coletado e armazenado a -25°C até sua utilização, sendo o precipitado descartado. Os

teores de Na+ e K+ foram determinados segundo Malavolta, Vitti e Oliveira (1989), com

o auxílio de um fotômetro de chama [Micronal, modelo B462 (São Paulo/SP, Brasil)].

Os teores iônicos foram expressos em µmol g-1 MS.

3.10. Determinação de lipídios

Os lipídios foram extraídos quimicamente com hexano a frio. As amostras de 0,2

g de massa seca foram misturados com 10 mL de hexano por 24 h e depois por mais 20

min para remoção dos lipídios ainda junto ao macerado. A cada tempo de exposição, as

amostras foram centrifugados e os sobrenadantes colocados em um tubo de ensaio de

massa conhecida. Para determinação do teor de lipídios, deixou-se o hexano evaporar à

temperatura ambiente de 25°C, sendo os tubos novamente pesados até que o peso se

mantivesse constante. Por diferença com o peso conhecido do tubo de ensaio, estimou-

se a quantidade de lipídios extraído. O teor de lipídios foi expresso em mg g-1 de MS.

3.11. Extrato para determinação dos teores de H2O2, MDA e atividade

enzimática

Para obtenção do extrato, cinco sementes frescas, com massa aferida, foram

maceradas em almofariz de porcelana com 5 mL de tampão fosfato de potássio 0,1 M,

contendo EDTA a 0,1 mM (pH 7,0), por 10 min. Logo após, o macerado foi filtrado em

tecido de náilon de malha fina e centrifugado duas vezes a 12000 x g durante 15 min à

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6oC para se obter um sobrenadante límpido (extrato). Todas as etapas do processo de

extração foram realizadas a uma temperatura de aproximadamente 6°C. O extrato foi

armazenado em ultrafreezer, à temperatura de -80°C, até sua utilização.

3.12. Determinação dos teores de H2O2

Os teores de H2O2 foram determinados conforme Sergiev, Alexieva e Karanov

(1997). O meio de reação foi constituído de 0,5 mL de extrato; 0,5 mL de tampão

fosfato de potássio a 10 mM, pH 7; e 1 mL de KI a 1 M. A mistura foi agitada e mantida

em repouso ao abrigo da luz, à temperatura de 25°C por 60 min. Em seguida, procedeu-

se a quantificação dos teores de H2O2 através das medidas de absorbância a 390 nm,

utilizando-se uma curva padrão feita com concentrações conhecidas de H2O2. Os

resultados foram expressos em µmol g-1 MS. A MS foi estimada a partir da relação de

massa fresca e massa seca das sementes.

3.13. Determinação de malondialdeído (MDA)

Os teores de MDA foram determinados segundo Janero (1990). O MDA é um

dialdeído formado como um produto secundário durante a oxidação de ácidos graxos

poli-insaturados que, sob condições apropriadas de incubação (meio ácido e

aquecimento), condensa com o ácido tiobarbitúrio (TBA) formando produtos que

podem ser determinados por absorção no visível (532 nm). Para a determinação de

MDA, 250 µl de extrato foram adicionados a 250 µl de água e 500 µl da solução TBA-

TCA [ácido tricloroacético (TCA) a 20% em ácido tiobarbitúrico a 0,5%]. A mistura foi

aquecida por 30 min a 95oC e centrifugada a 3000 x g, durante 10 min. A quantificação

de MDA se deu a partir da diferença da absorbância não-específica (600 nm) da

específica (532 nm), usando o coeficiente de extinção molar do MDA (155 mM-1 cm-1).

Os resultados foram expressos em nmol g-1 MS.

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3.14. Determinação de enzimas antioxidantes

3.14.1. Atividade enzimática da catalase

A atividade total da CAT (CE 1.11.1.6) foi medida de acordo com Beers e Sizer

(1952), com pequenas modificações. Para o meio de reação, a 1290 L de tampão

fosfato de potássio a 0,1 M, contendo EDTA a 0,1 mM (pH 7,0) a 30°C, foram

adicionados 60 L de H2O2 a 0,5 M e 150 L do extrato enzimático. Após 1 min de

reação a atividade enzimática da CAT foi determinada por meio do desaparecimento do

H2O2, sendo mensurada a partir de leituras de absorbância em 240 nm e usando o

coeficiente de extinção molar do H2O2 (36 M-1 cm-1). Os resultados foram expressos em

mmol H2O2 g-1 MS min-1.

3.14.2. Atividade enzimática da peroxidase do ascorbato

A atividade total da APX (EC 1.11.1.1) foi determinada de acordo Nakano e

Asada (1981). Para o meio de reação, a 1100 L de tampão fosfato de potássio a 50

mM, contendo EDTA a 50 µM (pH 6,0) a 30°C, foram adicionados 300 L do extrato

enzimático, 50 L de H2O2 a 30 mM e 50 L de ácido ascórbico a 15 mM. Após 2 min

de reação, a oxidação do ácido ascórbico foi determinada medindo-se a absorbância a

290 nm e utilizando seu coeficiente de extinção molar (2,8 mM-1 cm-1). Os resultados

foram expressos em mmol H2O2 g-1 MS min-1, considerando a relação de 2 moles de

ascorbato para 1 mol de H2O2.

3.14.3. Atividade enzimática da peroxidase do guaiacol

A atividade total da GPX (EC 1.11.1.7) foi determinada tal como descrito por

Urbanek et al. (1991). Para o meio de reação, a 950 L de tampão fosfato de potássio a

0,1 M contendo EDTA a 0,1 mM (pH 7,0) a 30°C, foram adicionados 500 L de

guaiacol a 0,02 M, 500 L de H2O2 a 0,06 M e 50L do extrato enzimático. A oxidação

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do guaiacol foi determinada medindo-se a absorbância a 470 nm e utilizando seu

coeficiente de extinção molar (26,6 mM-1 cm-1).

3.14.4. Atividade enzimática da dismutase do superóxido

A atividade total da SOD (EC 1.15.1.1) foi determinada medindo a sua

capacidade para inibir a redução fotoquímica do azul de nitrotetrazólio (NBT), como

descrito por Giannopolitis e Ries (1977). Para o meio de reação, a 1000 L de tampão

fosfato de potássio a 0,05 M (pH 7,8), contendo EDTA a 0,1 mM e metionina a 19,5

mM, foram adicionados 50 L do extrato enzimático, 150 L de NBT a 750 µM e 300

L de riboflavina a 10 µM. A reação foi conduzida a 25°C numa câmara iluminada

com duas lâmpadas fluorescentes de 20 W, por 15 min. Uma unidade de atividade da

SOD (U) foi definida como a quantidade de enzima necessária para causar uma inibição

de 50% da taxa de fotorredução do NBT, sendo as leituras espectrofotométricas

realizadas a 560 nm . Os resultados foram expressos em U g-1 MS.

3.15. Condicionamento fisiológico de sementes de mamona

O condicionamento foi realizado com água desionizada, soluções salinas de NaCl,

CaCl2, KCl, NaNO2, NaNO3, NaSiO3, KH2PO4 no Ψs de -0,2 MPa, calculado pela

equação de Van't Hoff, e conferido com o auxílio de um osmômetro (Wescor Vapor

Pressure 5500), solução de PEG-6000 a Ψs igual -0,2 MPa, conforme Villela et al.

(1991) e com peróxido de hidrogênio na concentração de 10 mM (GORDIM et al.,

2012).

Para o condicionamento, as sementes foram deixadas em papel germitest

embebido com soluções dos condicionantes por 24 h a 25±1 °C. Em seguida, as

sementes foram postas em sacos de papel para secar até a umidade inicial em câmera de

germinação tipo BOD a 25±1 °C.

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45

3.16. Estatística

Os dados foram submetidos um teste de normalidade (teste de Shapiro-wilk) antes

serem submetidos à análise de variância (ANOVA). Os testes de médias usados

variaram de acordo com as cinco etapas descritas no item 3.1. Na primeira etapa foi

aplicado o teste de Tukey para as variáveis com teste F significativo a 5%. Nas etapas 2,

3 e 4 foi aplicado análise de regressão para as variáveis com teste F significativo a 5%,

assim como na quinta etapa para se fazer as curvas de secagem. Na quarta etapa também

foi realizado correlação linear de Pearson entre o H2O2 e o MDA. Na etapa 5, foi

aplicado o teste de Scott-Knott, teste F significativo a 5%, para a seleção realizada pelo

teste de comprimento da plântula e teste de condutância elétrica, em vista da abundância

de tratamentos. Para as demais variáveis da quinta etapa foram aplicados o teste de

Tukey para as variáveis com teste F significativo a 5%. O software utilizado para a

análise estatística foram o Sisvar (FERREIRA, 2011).

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46

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Quebra de dormência

Os tratamentos pré-germinativos para quebra da dormência de sementes de

mamona diferiram quanto ao percentual de germinação, de sementes não germinadas,

ao índice de velocidade de germinação (IVG) e ao tempo médio de germinação (TMG)

(Tabela 2).

Tabela 2 – Resumo do quadro de ANOVA para as variáveis percentual de germinação (G), de sementes

mortas (SM), de sementes não germinadas (SNG); índice de velocidade de germinação (IVG) e tempo

médio de germinação (TMG) de sementes de mamona cv. BRS-Energia submetidas a tratamento para

quebra de dormência

Fonte de variação G.L.

Quadrado Médio

G SM SNG IVG TMG

Tratamento 3 320,06** 1,23ns 293,75** 11,96** 2,17**

Resíduo 12 21,43 1,47 21,38 0,46 0,91

CV (%) 6,07 92,66 20,66 7,16 7,42 * p < 0,05; ** p < 0,01; ns p> 0,05

Conforme os resultados obtidos não há dormência nas sementes de mamona cv.

BRS-Energia, as sementes de mamona cv. BRS-Energia apresentaram, em média, 78%

de germinação e 21% de sementes não germinadas (Figura 2A).

O tratamento pré-germinativo com a aplicação de choque mecânico foi prejudicial

à germinação, reduzindo-a em 16% (Figura 2A). Enquanto o ácido sulfúrico foi letal à

germinação das sementes (Figura 2A). Sousa et al. (2009) verificaram que a

escarificação com ácido sulfúrico apresentou tendência de reduzir o percentual de

germinação das sementes de mamona var. Al-Guarany, Mirante e Cafeista. Apesar de

outros autores relatarem eficácia do uso de imersão em ácido sulfúrico para superar a

impermeabilidade tegumentar em sementes de espécies florestais (LOPES et al., 1998;

SMIDERLE; SOUSA, 2003), nas sementes de mamona, o contato com o ácido sulfúrico

foi notadamente danoso.

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47

Figura 2 – Percentual de germinação, sementes mortas e dormentes (A), índice de velocidade de

germinação (IVG) (B) e tempo médio de germinação (TMG) (C), de sementes de mamona cv. BRS-

Energia submetida a tratamentos pré-germinativos: ( ) sementes intactas, ( ) sementes sem

carúncula, ( ) sementes lixadas, ( ) sementes que sofreram choque mecânico e ( )

sementes com aplicação de ácido sulfúrico.

As sementes que sofreram pré-tratamento com choque mecânico foram as que

apresentaram maior percentual de sementes não germinadas e menor IVG (Figura 2A,

2B). Estes resultados podem ser resultado de microdanos que inviabilizaram o

desenvolvimento do embrião.

As sementes sem carúncula apresentaram melhor qualidade fisiológica. Apesar do

percentual de germinação dessas sementes não diferir das sementes intactas, as

sementes sem carúncula germinaram mais rapidamente, sendo o IVG 21% maior e o

TMG 14% menor que os das sementes intactas (Figura 2).

Segundo Sousa et al. (2009), a retirada da carúncula e a escarificação com ácido

sulfúrico em sementes de mamona não aumentou a percentagem de germinação das

Pré-tratamentos

%

0

20

40

60

80

100

aa

a

b

b b b b

bb b

a

Pré-tratamentos

IVG

0

3

6

9

12

15

Pré-tratamentos

TM

G (

dia

)

0

3

6

9

12

15

b

a

ab

c

ab

cb

a

A

B C

c c

Germinação Sementes mortas Sementes dormentesa

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48

variedades Al-Guarany, Mirante e Cafeista. Já em sementes de mamona cv. Al-Guarany

os pré-tratamentos com lixa e com a remoção da carúncula foram capazes de reduzir o

percentual de dormência (MENDES et al., 2009). Entretanto como mostra a Figura 2A,

os pré-tratamentos germinativos não reduziram, estatisticamente, o percentual de

sementes de mamona cv. BRS-Energia não germinadas. Devido a tais resultados os

demais ensaios foram conduzidos com sementes intactas.

4.2. Efeitos da salinidade sobre a germinação

Conforme apresentado na tabela 3, a salinidade afetou a qualidade fisiológica das

sementes de mamona. Além da dormência, a germinação é afetada pelo ambiente de

germinação. A salinidade é uma fonte de estresse ambiental sobre as sementes de

diversas espécies, inclusive a mamona (SEVERINO et al., 2012). As sementes de

mamona cv. BRS-Energia tiveram uma redução no percentual de germinação em função

da redução do Ψs, através da adição de NaCl na solução de germinação (Figura 3). Essa

redução da germinação era esperada pois o estresse salino atua prejudicando a absorção

de água e favorecendo a entrada excessiva de íons nas células (BRACCINI et al., 1996).

Tabela 3– Resumo do quadro de ANOVA para as variáveis percentual de germinação (G), sementes

mortas (SM), sementes não germinadas (SNG), sementes germinadas na primeira contagem (PC) e

plântulas normais (PN); índice de velocidade de germinação (IVG) e tempo médio de germinação (TMG)

de sementes de mamona submetidas a solução salina com potenciais osmótico entre 0 e -0,8 MPa

Fonte de

variação G.L.

Quadrado Médio

G SM SNG PC PN IVG TMG

Tratamento 4 4012,7** 3* 3805,7** 5337,5** 4343,3** 90,77** 11,31**

Resíduo 15 49,73 0,73 49,93 32,93 62,53 0,90 1,36

CV (%) 13,16 171,27 15,40 14,00 15,75 13,42 13,53 * p < 0,05; ** p < 0,01; ns p > 0,05

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49

Figura 3 – Percentual de germinação de sementes de mamona cv. BRS-Energia em soluções salinas de

NaCl com potenciais osmóticos (Ψs) decrescentes.

A mamona cv. BRS-Energia não sofreu nenhum efeito deletério sobre a

germinação até o Ψs de –0,4 MPa correspondente à concentração de 80 mM de NaCl.

Isso foi similar ao que ocorreu com Apuleia leiocarpa (HENICKA et al., 2006). Em

potencias não provocados por salinidade outras espécies apresentam menor tolerância

ao efeito osmótico como as leguminosas da savana africana Combretum apiculatum,

Colophospermum mopane, Acacia karroo e Acacia tortilis, que apresentam uma

redução da germinação a partir de Ψs de -0,3 MPa (CHOINSKY; TUOHY, 1993). Por

outro lado, outras plantas apresentam de maior tolerância ao efeito osmótico como

Prosopis juliflora, uma leguminosa da caatinga, que chega a tolerar Ψs de -1,6 MPa sem

quaisquer prejuízos à germinação (PEREZ; NASSIF, 1995).

As sementes germinadas em soluções de NaCl com Ψs entre 0 e -0,4 MPa não

apresentaram mortalidade ao final do teste de germinação (Figura 4A). O máximo

percentual de germinação e o mínimo percentual de sementes não germinadas foram

obtidos com uso de solução de NaCl a Ψs de -0,2 MPa (Figuras 3, 4B). Além disso,

quando as sementes foram postas para germinar sob Ψs até -0,4 MPa o percentual de

s (MPa)

-0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0

Ger

min

açã

o

(%)

0

20

40

60

80

100

Y=-214,29X2**

-86,93X**

+70,26**

R2

=0,9681

^

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50

germinação na 1° contagem, o percentual de plântulas normais e o IVG foram iguais ou

superiores, enquanto o TMG foi igual ou inferior ao de sementes postas para germinar a

Ψs de 0 MPa (Figura 4C, 4D, 4E, 4F). Entretanto, as sementes de mamona cv. BRS-

Energia se mostraram melhor qualidade fisiologica quando postas para germinar em

solução de NaCl a Ψs entre -0,1 e -0,2 MPa (Figura 4C, 4E).

Figura 4 – Percentual de sementes mortas (A), de sementes não germinadas (B), de germinação na

primeira contagem (C) e de plântulas normais (D), índice de velocidade de germinação (IVG, E) e tempo

médio de germinação (TMG, F) de sementes de mamona cv. BRS-Energia em soluções salinas de NaCl

com potenciais osmóticos (s) decrescentes.

Gordin et al., (2012) concluiu que a exposição ao NaCl reduz o poder germinativo

das sementes de niger desde uma mínima redução no Ψs de -0,1 MPa. No caso das

s (MPa)

-0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0

TM

G

(Dia

s)

0

3

6

9

12

B

Sem

ente

s d

orm

ente

s

(%)

0

20

40

60

80

100

A

Sem

ente

s m

ort

as

(%)

-1

0

1

2

3

4

C

con

tagem

(%)

0

20

40

60

80

D

Plâ

ntu

las

norm

ais

(%)

0

20

40

60

80

s (MPa)

-0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0

IVG

0

3

6

9

12

E F

^Y=6,25X

2*+2,75X

ns+0,1

ns

R2

=0,9667

Y=208,04X2**

+84,18X**

+29,64**

R2

=0,9658

^Y=-191,96X

2**-63,32X

**+70,94

**

R2

=0,9402

Y=-755,21X3**

-1008,93X2**

-238,18X**

+67,04**

R2

=0,9494

^Y=-50,03X

3**-86,13X

2**-24,98X

**+9,74

**

R2

=0,9501

Y=71,59X3**

-80,48X2**

+17,37X*+7,27

**

R2

=0,7766

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51

sementes de mamona cv. BRS-Energia o poder germinativo só passou a ser afetados a

partir de -0,4 MPa.

Deve-se destacar que o tratamento de salinidade de -0,8 MPa foi excluído dos

experimentos conseguintes em vista da baixa germinação (±10%) e número plântulas

normais (±1%) nessas condições (Figuras 3, 4D).

4.3. Efeitos da salinidade sobre crescimento de plântula

A salinidade alterou o crescimento e o acúmulo de matéria seca das partes

estudadas das plântulas de mamona (Tabela 4). A salinidade trouxe contribuição

positiva até o Ψs de -0,2 MPa, mas abaixo desse valor os níveis de salinidade passaram

a reduzir o acúmulo de matéria seca ou crescimento das plântulas de mamona (Figura

5). Essa tendência de redução do crescimento com o aumento da CE também foi

observada em plântulas de pinhão-manso submetidas à solução de NaCl (ANDRÉO-

SOUZA et al., 2010).

Tabela 4 – Resumo do quadro de ANOVA para as variáveis massas secas da raiz (MSR) e do hipocótilo

(MSH), relação MSR/MSH, comprimentos da raiz (CR) e do hipocótilo (CH), e relação CR/CH de

plântulas de mamona submetidas à soluções salinas com potenciais osmótico entre 0 e -0,6 MPa

Fonte de

variação G.L.

Quadrado Médio

MSR MSH MSR/MSH CR CH CR/CH

Tratamento 3 65,30** 392,99** 1,11** 625,21** 949,29** 417,02**

Resíduo 11 1,78 3,15 0,11 8,31 5,09 2,26

CV (%) 21,63 12,16 51,26 42,80 43,59 72,4 * p < 0,05; ** p < 0,01; ns p > 0,05

O estresse salino moderado limitam o crescimento e o desenvolvimento das

plantas e a produtividade das culturas, mas em casos extremos podem levar à planta à

morte (SOBHANIAN et al. 2011). De modo geral, as plântulas de mamona cv. BRS-

Energia passaram a sofrer efeitos de estresse salino moderado a partir de um Ψs de -

0,16 MPa.

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52

O crescimento da raiz teve como ponto crítico (Ψs onde os efeitos da salinidade

passam a ser deletérios, levando em conta a condição controle, Ψs = 0 MPa) o Ψs de -

0,31 MPa tanto para o acúmulo de massa seca quanto para o crescimento longitudinal

da raiz principal (CR) (Figura 5A, 5D). Enquanto isso, o hipocótilo teve como ponto

crítico para o acúmulo de massa seca (MSH) e para o crescimento longitudinal (CH) os

Ψs de -0,23 e -0,16 MPa, respectivamente (Figura 5B, 5E). O órgão da plântula de

mamona cv. BRS-Energia mais sensível às reduções de Ψs com NaCl foi o hipocótilo.

Entre o Ψs -0,4 e -0,6 MPa a redução no CH foi 1,2 vezes maior que a redução no CR e

a redução da MSH foi 1,4 vezes maior que a da MSR (Figura 5C, 5F).

Figura 5 – Massa seca da raiz (MSR, A) e do hipocótilo (MSH, B), relação massa seca da raiz/hipocótilo

(MSR/MSH, C), comprimento da raiz principal (CR, D) e do hipocótilo (CH, E) e relação comprimento

MS

H

(mg

)

0

6

12

18

24

30

MS

R

(mg

)

0

3

6

9

12

15

MS

R /

MS

H

0,0

0,6

1,2

1,8

2,4C

R

(cm

)

0

3

6

9

12

s (MPa)

-0,6 -0,4 -0,2 0,0

CH

(cm

)

0

2

4

6

8

s (MPa)

-0,6 -0,4 -0,2 0,0

CR

/ C

H

0

2

4

6

8

BA

C D

E F

Y=-246,29X3**

-265,43X2**

-58,96X**

+7,58**

R2

=1

Y=-402,97X3**

-432,13X2**

-79,21X*+21,44

**

R2

=1

Y=6,46X2*

+2,02Xns

+0,42**

R2

=0,9224

^Y=-187,8X

3**-191,66X

2**-41,82X

**+7,05

**

R2

=1

Y=-85,75X3**

-91,23X2**

-12,63X**

+7,32**

R2

=1

^Y=-85,58X

3**-53,28X

2**-10,04X

**+0,99

**

R2

=1

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53

da raiz/hipocótilo (CR/CH, F) de plântulas de mamona cv. BRS-Energia com 7 dias, oriundas de

sementes germinadas em soluções salinas de NaCl com potenciais osmóticos (s) decrescentes.

A relação MSR/MSH em condições controle (Ψs = 0 MPa) foi igual a 0,42

(Figura 5C). Com a redução do Ψs até -0,16 MPa houve uma redução nessa relação de

até 37,5% resultante de aumentos na MSH em maior proporção que os aumentos na

MSR. Entre os Ψs de -0,16 e -0,23 MPa, o maior acúmulo relativo de massa seca passou

a ser na raiz e após o Ψs de -0,23 MPa a MSH passou a ser inferior à condição controle

assim como a MSR a partir de -0,31 MPa. Portanto, admite-se como aceitável apenas as

variações de 0,26 a 0,42 na relação MSR / MSH entre os Ψs de 0 e -0,23 MPa por não

haver numa redução no acúmulo de matéria seca das plântulas (Figura 5C). A variação

de 0,99 a 1,58 na relação CR / CH é admissível entre o intervalo de 0 e -0,16 MPa, pois

tanto o CR quanto o CH foram iguais ou superiores aos da condição controle (Figura

5E).

Resultados similares foram obtidos por Azevedo Neto e Tabosa (2000) e Carvalho

et al. (2012), que verificaram maior sensibilidade à salinidade no crescimento da parte

aérea das plântulas de milho e soja, respectivamente, enquanto as raízes mantiveram seu

desenvolvimento. A preservação das raízes pode ser vantajosa, já que as plantas com

maior expansão do sistema radicular possuem tendência de serem mais resistentes aos

efeitos do estresse hídrico, ao proporcionar condições para o desenvolvimento da planta

e posterior recuperação da parte aérea, uma vez que a regulação da expansão foliar

durante o período de exposição ao estresse osmótico ocorre em função da quantidade de

água presente nas raízes (TOORCHI et al., 2009).

4.4. Efeitos da salinidade sobre a homeostase K+/Na+

A salinidade afetou o acúmulo dos íons Na+ e K+ nos órgãos estudados das

plântulas (Tabela 5). Conforme a Figura 6A, 6B, quanto menor o Ψs maior foi o

acúmulo de Na+ nos órgãos das plântulas de mamona. No entanto, as raízes das

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54

plântulas atingiram sua máxima capacidade acumulativa de Na+ (947,1 µmol g-1 de MS)

a um Ψs de -0,46 MPa. No hipocótilo, o teor de Na+ aumentou linearmente à medida

que o Ψs diminuiu, atingindo no Ψs de -0,6 MPa um aumento de 40 vezes em relação ao

controle (Ψs = 0 MPa).

Tabela 5 – Resumo do quadro de ANOVA para o teor dos íons de sódio (Na+) e potássio (K+) nas raízes e

hipocótilo de plântulas de mamona submetidas a soluções salinas com potenciais osmótico entre 0 e -0,6

MPa

Fonte de

variação G.L.

Quadrado Médio

Raiz Hipocótilo

Na+ K+ K+/Na+ Na+ K+ K+/Na+

Tratamento 3 632054** 73447** 13,7** 174683** 3920,94** 65,28**

Resíduo 11 1394,11 9129,78 0,018 1512,97 597,60 0,89

CV (%) 6,06 21,97 7,4 15,45 13,50 33,52

* p < 0,05; ** p < 0,01; ns p > 0,05

Figura 6 – Teores de Na+ na raiz (A) e no hipocótilo (B), teores de K+ na raiz (C) e no hipocótilo (D),

relação K+ / Na+ na raiz (E) e no hipocótilo (F) de plântulas de mamona cv. BRS-Energia com ±7 dias,

oriundas de sementes germinadas em soluções salinas de NaCl com potenciais osmóticos (s)

decrescentes.

C

K+

(µm

ol

g-1

MS

)

0

400

500

600

700

B

Na+

(µm

ol

g-1

MS

)0

200

400

600

800

1000

A

Na+

(µm

ol

g-1

MS

)

0

300

600

900

1200

1500

s (MPa)

-0,6 -0,4 -0,2 0,0

K+

/ N

a+

0

2

4

6

8

s (MPa)

-0,6 -0,4 -0,2 0,0

K+

/ N

a+

0

2

4

6

8

E F

^Y=-4282,03X

2**-3902,59X

**+57,94

**

R2

=0,9748

^Y=-850,41X

**+12,76

ns

R2

=0,9860

^Y=145,99X

3**-180,21X

2**+69,5X

**+8,8

**

R2

=1

^Y=61,75X

3**+81,27X

2**+32,39X

**+4,32

**

R2

=1

^Y=1611,71X

2**+463X

ns+363,05

**

R2

=0,9884

^Y=421,8X

2*-152,27X

ns+170,60

**

R2

=0,9188

D

K+

(µm

ol

g-1

MS

)

0

100

200

300

400

^Y=421,8X

2*-152,27X

ns+170,60

**

R2

=0,9188

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55

O teor do íon K+ foi reduzido em cerca de 9% nas raízes e 8% no hipocótilo nos

Ψs de -0,14 e -0,18 MPa, respectivamente (Figura 6C, 6D). Exposição a Ψs menores

provocaram acúmulo de K+ nas plântulas de mamona, sendo do teor de K+ tornou-se

maior que o da condição controle a Ψs de -0,29 nas raízes e -0,36 MPa no hipocótilo.

Essa reposta de compartimentalização de K+ no hipocótilo de mamona difere da redução

nos níveis de K+ na parte aérea de plântula de Suaeda salsa (SONG et al., 2008). O

aumento no teor de K+ pode ser resultado de uma tentativa tardia de ajuste osmótico nas

células desse órgão para manutenção da absorção de água, pois sob potencial osmótico

inferior a -0,4 MPa o influxo de água passa a ser mais desacelerado com mas

intensidade (Figuras 6C, 6D, 7). Entretanto, isso pode também ser efeito da

concentração iônica causada pela redução do crescimento das plântulas (Figura 5). Da

mesma maneira, isto também pode ter ocorrido com o Na+, ou seja, parte do aumento

em seu teor pode não ser apenas devido ao influxo de Na+, mas também ser

consequência da redução do crescimento das plântulas pela salinidade (Figuras 5, 6A,

6B).

A relação K+ / Na+ nas raízes e hipocótilo caiu, vertiginosamente, com a redução

do Ψs de 0 MPa para -0,2 MPa, em consequência da alta absorção de Na+ (Figura 6E,

6F). A Ψs inferiores a -0,2 MPa, houve pequenas variações em ambas as relações K+ /

Na+, não sobrepujando o valor de 2.

4.5. Efeitos da salinidade sobre a absorção de água pelas sementes

A análise de variância para as curvas de embebição das sementes de mamona

mostrou que a absorção de água variou com a salinidade (P < 0,01) e com o tempo de

embebição (P < 0,01) e houve interação significativa entre essas duas fontes de variação

(P < 0,01) (Tabela 6). As curvas de embebição não diferiram inicialmente, mas a partir

de 108 horas de embebição foram observadas divergências na massa de água absorvida

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56

(Tabela 6, Figura 7). Em parte, isso se deve porque o Ψm é o maior responsável pela

absorção inicial de água pela semente e, com o passar do tempo, é que o potencial

osmótico assume a responsabilidade pelo fluxo de água do ambiente para a semente

(NONOGAKI; CHEN; BRAFORD, 2007). Segundo Hasegawa et al. (2000), plantas

cultivadas sob estresse salino, absorvem menos água devido terem menor capacidade de

ajustamento osmótico e, como consequência, têm seu crescimento e desenvolvimento

prejudicados.

Tabela 6 – Resumo do quadro de ANOVA para as curvas de embebição de sementes de mamona

submetidas à soluções salinas com potenciais osmótico entre 0 e -0,6 MPa

Fonte de

variação

G.L.

Quadrado

Médio

Massa fresca

Salinidade (S) 3 0,148448**

Tempo (T) 24 0,139922**

S x T 72 0,006417**

S / 0h 3 0ns

S / 1h 3 0,001304ns

S / 3h 3 0,001693ns

S / 6h 3 0,002958ns

S / 12h 3 0,001269ns

S / 24h 3 0,005056ns

S / 36h 3 0,004944ns

S / 48h 3 0,004792ns

S / 60h 3 0,003568ns

S / 72h 3 0,005436ns

S / 84h 3 0,006392ns

S / 96h 3 0,016550ns

S / 108h 3 0,031344ns

S / 120h 3 0,048145**

S / 132h 3 0,099109**

S / 144h 3 0,134580**

S / 156h 3 0,170922**

S / 168h 3 0,275835**

S / 180h 3 0,294480**

S / 192h 3 0,342410**

S / 204h 3 0,386110**

S / 216h 3 0,560261**

S / 228h 3 0,770868**

S / 240h 3 0,933924**

S / 252h 3 1,130545**

T/ 0 MPa 24 1,446836**

T/ -0,2 MPa 24 0,587753**

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57

T/ -0,4 MPa 24 0,371084**

T/ -0,6 MPa 24 0,349136**

Resíduo 900 0,017887

CV (%) 2,65 * p < 0,05; ** p < 0,01; ns p> 0,05

A curva de embebição padrão (Ψs = 0 MPa) das sementes de mamona cv. BRS-

Energia não apresentou uma clara distinção entre as três fases do modelo de Bewley e

Black (1978), pois não houve retração na absorção de água como característico na fase

II do modelo (Figura 7A). As sementes apresentaram, na realidade, uma taxa de

absorção de água constante de 1,08 mg de água h-1 ao logo da germinação, o que já era

esperado para sementes dessa espécie de acordo com Marcos Filho (2005).

Figura 7 – Curvas de embebição de sementes de mamona cv. BRS-Energia semeadas em água

desionizada e soluções de NaCl com potenciais osmóticos (s) de 0 MPa (A), -0,2 MPa (B), -0,4 MPa

(C) e -0,6 MPa (D).

As curvas de embebição em função dos Ψs das soluções de NaCl não

apresentaram distinções absortivas entre as fases I e II e nenhuma aceleração na

Teo

r d

e á

gu

a (

%)

0

4

5

6

7

Teo

r d

e á

gu

a (

%)

0

4

5

6

7

Tempo (h)

0 50 100 150 200 250

Teo

r d

e á

gu

a (

%)

0

4

5

6

Tempo (h)

0 50 100 150 200 250

Teo

r d

e á

gu

a (

%)

0

4

5

6

BA

C D

Y= 0,004487X**

+4,6908**

R2

=0,9699

^Y= -1E

-5X

2**+0,0049X

**+4,665

**

R2

=0,9306

^

^Y= -1,3E

-5X

2**+4,961E

-3X

**+4,6697

**

R2

=0,9006

Y= -1,3E-5

X2**

+0,0050X**

+4,6651**

R2

=0,8831

^

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58

absorção no início da fase III (Figuras 7B, 7C, 7D) como é característico à fase

(Bewley; Black, 1978). As sementes em condições salinas absorveram água de acordo

com uma função quadrática com o tempo de embebição. Isso resulta em uma absorção

com velocidade uniformemente desacelerada, em que as sementes embebidas no meio

com Ψs de -0,2 MPa apresentou aceleração de -4 mg h-² e aquelas com Ψs de -0,4 e -0,6

MPa uma aceleração de -6 mg h-² (Figura 7B, 7C, 7D).

Após o início da fase III, marcado pelo momento da protrusão radicular (168h no

Ψs de 0 MPa, 156h no Ψs de -0,2 MPa, 204h no Ψs de -0,4 MPa e 240h no Ψs de -0,6

MPa), as sementes embebidas sob as condições controle (Ψs = 0 MPa) apresentaram

massa fresca (MF) cada vez maiores com o tempo de embebição, enquanto as sementes

que foram expostas à salinidade apresentaram MF inferiores àquelas do controle e sem

tendência de crescimento com passar do tempo de germinação (Figura 7, 8).

Figura 8 – Ganho de massa fresca das sementes de mamona cv. BRS-Energia com 120 (A), 132 (B), 144

(C), 156 (D), 168 (E), 180 (F), 192 (G), 204 (H), 216 (I), 228 (J), 240 (L) e 252 (M) horas de embebição

em soluções salinas de NaCl com potenciais osmóticos (s) decrescentes.

s (MPa)

-0,6 -0,4 -0,2 0,0

Teo

r d

e á

gu

a (

%)

0

4

5

6

s (MPa)

-0,6 -0,4 -0,2 0,0

s (MPa)

-0,6 -0,4 -0,2 0,0

Teo

r d

e á

gu

a (

%)

0

4

5

6

Teo

r d

e á

gu

a (

%)

0

4

5

6

Teo

r d

e á

gu

a (

%)

0

4

5

6

Teo

r d

e á

gu

a (

%)

0

4

5

6

Teo

r d

e á

gu

a (

%)

0

4

5

6

Teo

r d

e á

gu

a (

%)

0

4

5

6

7

Teo

r d

e á

gu

a (

%)

0

4

5

6

7

A B C

D E F

G H I

J L M

Y= 0,2386X**

+5,1644**

R2

=0,7880

^ Y= 1,1248X2*

+1,0026X**

+5,2642**

R2

=0,9949

^Y= 1,3388X

2*+1,1828X

**+5,3072

**

R2

=0,9976

^

Y= 1,0711X2*

+1,1106X**

+5,3624**

R2

=0,9972

^Y= 1,8456X

2**+1,6592X

**+5,4221

**

R2

=0,9996

^Y= 1,2212X

2*+1,3872X

**+5,4601

**

R2

=1

^

Y= 1,4661X2**

+1,5464X**

+5,5085**

R2

=0,9995

^ Y= 1,6634X2**

+1,6484X**

+5,5544**

R2

=1

^Y= 2,0976X

2**+2,0943X

**+5,6464

**

R2

=0,9988

^

Y= 2,5476X2**

+2,5002X**

+5,7385**

R2

=0,9961

^Y= 2,8568X

2**+2,7790X

**+5,7981

**

R2

=0,9961

^Y= 3,2806X

2**+3,1283X

**+5,8582

**

R2

=0,9966

^

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59

4.6. Efeitos da germinação e salinidade nos teores de lipídios, H2O2 e MDA

Alterações significativas nos teores de lipídios, de H2O2 e de MDA foram

observadas em função do tempo após a semeadura (Tabela 7). Por outro lado, a

salinidade alterou apenas os teores de H2O2 (Tabela 7).

Tabela 7 – Resumo do quadro de ANOVA para teor lipídico, concentração de H2O2,

peroxidação de lipídios (MDA) e atividade das enzimas catalase (CAT), peroxidase do

ascorbato (APX) e dismutase do superóxido (SOD) nas sementes de mamona semeadas

em papel germitest com água desionizada e soluções salinas com potenciais osmóticos

entre 0 e -0,6 MPa, durante a germinação

Fonte de

variação G.L.

Quadrado Médio

Lipídios H2O2 MDA CAT APX SOD

Salinidade (S) 3 1949,91ns 0,078* 0,213ns 2,988** 0,174** 3623,54ns

Tempo (T) 4 10942,04* 1,604** 31,263** 33,849** 1,539** 46200,71**

S x T 12 846,31ns 0,128** 2,135** 2,639** 0,119** 1720,08ns

S / 0h - 0ns 0ns 0ns 0ns -

S / 24h - 0,022ns 0,119ns 1,301* 0,018ns -

S / 60h - 0,040ns 1,752* 3,669** 0,024ns -

S / 120h - 0,161** 3,064** 7,841** 0,027ns -

S / 180h - 0,369** 3,818** 0,733ns 0,580** -

T/ 0 MPa - 0,128** 8,945** 5,165** 0,028ns -

T/ -0,2 MPa - 0,653** 8,537** 13,729** 0,777** -

T/ -0,4 MPa - 0,483** 10,640** 17,48** 0,495** -

T/ -0,6 MPa - 0,726** 9,546** 5,39** 0,594** -

Resíduo 80 3517,22 0,022 0,568 0,440 0,020 1372,45

CV (%) 14,98 26,69 31,79 24,99 16,65 15,13

* p < 0,05; ** p < 0,01; ns p > 0,05

Durante a germinação de sementes das mamona ocorreram alterações nos teores

lipídicos da semente (Figura 9). Nas primeiras 24 h de embebição houve um aumento

nos teores de lipídios das sementes de 17,8%, e entre 80 h e 160 h de embebição o

aumento estimado no teor lipídico foi de aproximadamente 30% nas sementes de

mamona, independentemente do nível de salinidade (Figura 9). O acúmulo de lipídios

antes da protrusão da radícula, como ocorrido entre 80 h e 160 h de embebição, foi

também relatado por Lopes et al. (2013) em embrião e endosperma de Jatropha curcas

L..

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60

Figura 9 – Teores de lipídios em sementes de mamona cv. BRS-Energia germinando em

soluções salinas de NaCl com potenciais osmóticos (s) entre 0 e -0,6 MPa.

A redução dos teores de lipídios nas sementes de mamona nos períodos de

germinação entre 24 h e 80 h de embebição ocorreu concomitantemente com a

formação de H2O2 (Figura 9, 10). Tais resultados sugerem a participação da β-oxidação

de ácidos graxos com produção de H2O2 na promoção do estresse oxidativo.

Durante a germinação, houve acúmulo de H2O2 no intervalo entre 40 h e 160 h de

embebição em todas as condições de s estudadas (Figura 10). O peróxido de

hidrogênio pode provocar danos a macromoléculas como proteínas e lipídios, se estiver

em excesso.

Tempo (h)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180

Lip

ídeo

s

(mg

g-1

de

MS

)

0

350

400

450

500

Y= -5E-6

X4**

+1,8E-3

X3**

-0,19X2**

+6,43X**

+35976**

R2

=1

^

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61

Figura 10 – Teores de H2O2 em sementes de mamona cv. BRS-Energia germinando em soluções salinas

de NaCl com potenciais osmóticos (s) de 0 MPa (A), de -0,2 MPa (B), de -0,4 MPa (C) e de -0,6 MPa

(D), em função do tempo de embebição.

A salinidade não alterou o teor de H2O2 até 120h de embebição (Tabela 7). O teor

de H2O2 em sementes com 120 h de embebição foi levemente aumentado no s de -0,2

MPa e é reduzido no s de -0,6 MPa. Com 180 h de embebição, os teores de H2O2 mais

altos foram nos s de 0 e -0,4 MPa (Figura 10, 11).

Figura 11 – Teores de H2O2 em sementes de mamona cv. BRS-Energia com 120 (A) e 180 (B) horas de

germinação, Fortaleza, 2013.

Tempo (h)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

H2O

2

(m

ol

g-1

MS

)

0,0

0,5

1,0

1,5

H2O

2

(m

ol

g-1

MS

)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

Tempo (h)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

H2O

2

(m

ol

g-1

MS

)

0,0

0,5

1,0

1,5

H2O

2

(m

ol

g-1

MS

)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

A B

C D

^Y= -2E

-6X

3**+3,92E

-4X

2**-0,0209X

**+0,5118

**

R2

=0,8492

Y=-1E-6

X3**

+2,44E-4

X2**

-0,0162X**

+0,4956**

R2

=0,9316

^

Y= -1E-6

X3**

+1,41E-4

X2**

-0,0083Xns

+0,4172**

R2

=0,9811

^Y= -1E

-6X

3**+2,28E

-4X

2**-0,0138X

**+0,452

**

R2

=0,9928

^

s (MPa)

-0,6 -0,4 -0,2 0,0

H2O

2

(m

ol

g-1

MS

)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

s (MPa)

-0,6 -0,4 -0,2 0,0

H2O

2

(m

ol

g-1

MS

)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

Y= -3,0896X2**

-1,3677X*+0,8756

**

R2

=0,8988

^Y= 44,29X

3**+40,25X

2**+9,06X

**+1,2

**

R2

=1

^A B

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62

Os danos de membrana expressos pelos teores de MDA foram menores nas

primeiras 24 h de embebição nas sementes de mamona sob Ψs entre 0 e -0,6 MPa

(Figura 12). A redução no teor de MDA nas primeiras 24 h coincidiu com a redução no

teor de H2O2 nesse mesmo intervalo. Também observou-se aumento conjunto nos teores

de H2O2 e MDA entre 24 h até aproximadamente160 h de embebição para os Ψs de 0 a -

0,6 MPa (Figuras 9, 12). Em sementes de mamona cv. BRS-Energia, foi confirmado

uma intima relação entre peroxidação de lipídios de membrana e seu oxidante, sendo

observada correlação positiva de 70% (P < 0,01) entre H2O2 e MDA.

Figura 12 – Teores de malondialdeído (MDA) em sementes de mamona cv. BRS-Energia germinando em

soluções salinas de NaCl com potenciais osmóticos (s) de 0 MPa (A), de -0,2 MPa (B), de -0,4 MPa (C)

e de -0,6 MPa (D), em função do tempo de embebição.

Nos tempos de 60 h e 120 h de embebição, as sementes nos Ψs menores

apresentaram menores teores de MDA (Figuras 13A, 13B), mas com 180 h de

embebição houve uma inversão, sendo a maior peroxidação de lipídios observada nas

sementes nos mesmos Ψs, isto é, sob mais alta salinidade (Figura 13C).

Tempo (h)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

MD

A

(nm

ol

g-1

MS

)

0,0

1,5

3,0

4,5

Tempo (h)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

MD

A

(nm

ol

g-1

MS

)

0,0

1,5

3,0

4,5

MD

A

(

nm

ol

g-1

MS

)

0,0

1,5

3,0

4,5

6,0

MD

A

(

nm

ol

g-1

MS

)

0,0

1,5

3,0

4,5

6,0

A B

C DY= 1,26E-4

X2**

-72,68E-4

Xns

+1,51765**

R2

=0,9420

^Y= -2E

-6X

3*+6,94E

-4X

2**-0,0416X

*+1,7413

**

R2

=0,9977

^

Y= -3E-6

X3**

+8,703E-4

X2**

-0,043X*+1,6276

**

R2

=0,9543

^Y= -4E

-6X

3**+9,24E

-4X

2**-0,0297X

ns+1,5844

**

R2

=0,9278

^

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63

Figura 13 – Teores de malondialdeído (MDA) em sementes de mamona cv. BRS-Energia germinando em

soluções de NaCl nos Ψs entre 0 e -0,6 MPa com 60 (A), 120 (B) e 180 (C) horas após semeadura.

A acumulação de MDA, um produto da peroxidação lipídica em plantas expostas

a condições ambientais adversas, é avaliado como um indicador de confiança da

formação de radicais livres nos tecidos. O MDA tem sido utilizado como um bom

indicador da gravidade da lesão causada às células durante o estresse oxidativo

(SAIRAM et al. 2002). Assim, por meio dos teores de MDA formados pode-se dizer

que o estresse oxidativo foi maior entre 60 h e 140 h de germinação das sementes de

MD

A

(nm

ol

g-1

MS

)

1,5

3,0

4,5

s (MPa)

-0,6 -0,4 -0,2 0,0

MD

A

(n

mol

g-1

MS

)

0,0

1,5

3,0

4,5

MD

A

(nm

ol

g-1

MS

)

0,0

1,5

3,0

4,5

6,0

A

B

C

Y= 7,961667X2*

+6,29475X**

+2,665267**

R2

=0,9893

^

Y=2,730775X**

+4,079245**

R2

=0,9736

^

Y= -2,911583X**

+2,779292**

R2

=0,8881

^

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64

mamona (Figura 12A) e que a salinidade só induziu maior estresse oxidativo após a

germinação das sementes (180 h) (Figura 13C).

4.7. Efeitos da germinação e da salinidade na atividade das enzimas antioxidantes

Alterações significativas nas atividades das enzimas catalase (CAT), peroxidase

do ascorbato (APX) e dismutase do superóxido (SOD) foram observadas em função do

tempo após a semeadura (Tabela 7). Por outro lado, a salinidade alterou as atividades

das enzimas CAT e APX (Tabela 7). Não foi detectada atividade da enzima peroxidase

do guaiacol (GPX) nas sementes de mamona.

A atividade da enzima catalase (CAT) aumentou com o passar do tempo até 120 h

de embebição independentemente do Ψs, mas com intensidades que variaram segundo o

Ψs a que as sementes foram expostas (Figura 14).

Figura 14 – Atividade da catalase (CAT) em sementes de mamona cv. BRS-Energia durante a germinação

em soluções salinas de NaCl com potenciais osmóticos (s) de 0 MPa (A), de -0,2 MPa (B), de -0,4 MPa

(C) e de -0,6 MPa (D).

Tempo (h)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

CA

T

(mm

ol

H2O

2 g

-1 M

S m

in-1

)

0

2

4

6

CA

T

(mm

ol

H2O

2 g

-1 M

S m

in-1

)

0

2

4

6

8

Tempo (h)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

CA

T

(mm

ol

H2O

2 g

-1 M

S m

in-1

)

0

2

4

6

CA

T

(mm

ol

H2O

2 g

-1 M

S m

in-1

)

0

2

4

6

8

A B

C D

Y=-1,28E-4

X2**

+0,339X**

+1,155639**

R2

=0,9830

^Y= -4E

-6X

3**+7,7E

-4X

2**-0,0097X

ns+1,594

**

R2

=0,8335

^

Y= -4E-6

X3**

+8,1E-4

X2**

+0,0013Xns

+1,2084**

R2

=0,9996

^ Y= -2E-6

X3**

+5,44E-4

X2**

-0,0161Xns

+1,4464**

R2

=0,8496

^

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65

Nos Ψs de 0 e -0,6 MPa este aumento foi de ±100%, assim a atividade da CAT,

passou a ser de 3,4 mmol H2O2 g-1 MS min-1. Nos Ψs intermediários de -0,2 e -0,4 MPa

a atividade da CAT chegou a atingir o valor de 5,4 mmol H2O2 g-1MS min-1. Assim o

aumento relativo na atividade no Ψs de -0,4 MPa chegou a ser de 350% enquanto no Ψs

de -0,2 MPa o aumento foi de apenas 200%.

No primeiro terço da germinação (60 h após a semeadura), a atividade da CAT foi

superior nas sementes na ausência de NaCl (Figura 15B). No tempo de 120 h, a

atividade da CAT foi mais ativa nos Ψs intermediários a 0 e -0,6 MPa (Figura 15C).

Após a protrusão (180h), a atividade da CAT, que vinha em queda, passou a ser igual

em todos os Ψs, com atividade de 2,75 mmol H2O2 g-1MS min-1 (Figura 14).

CA

T

(mm

ol

H2O

2 g

-1 M

S m

in-1

)

0

2

4

6

s (MPa)

-0,6 -0,4 -0,2 0,0

CA

T

(mm

ol

H2O

2 g

-1 M

S m

in-1

)

0

2

4

6

CA

T

(mm

ol

H2O

2 g

-1 M

S m

in-1

)

0

2

4

6

8

A

B

C

Y= 94,38X3**

+77,6246X2**

+14,88X**

+2,874**

R2

=1

^

Y= -67,697X3**

-64,954X2**

-14,838X**

+1,723**

R2

=1

^

Y= -24,6416X2**

-15,1715X**

+3,318602**

R2

=0,9989

^

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66

Figura 15 – Atividade da enzima catalase (CAT) em sementes de mamona cv. BRS-Energia germinando

em soluções de NaCl nos Ψs entre 0 e -0,6 MPa com 24 (A), 60 (B) e 120 (C) horas de embebição.

A atividade da peroxidase do ascorbato (APX) não variou, significativamente,

durante a germinação das sementes em ausência de NaCl (Figura 16A). Nessas

sementes, a atividade ficou em torno de 0,75 mmol H2O2 g-1 MS min-1. Por outro lado,

nas sementes germinando sob condições salinas (Figuras 16B, 16C, 16D) e com até 120

h desde a semeadura, a atividade da APX aumentou cerca de 30% em relação ao

controle, mas não chegou a diferir significamente da atividade da APX nas sementes na

ausência de sal. No entanto, no intervalo entre 120h e 180 h houve um intenso aumento

na atividade da APX (cerca de 44%) nas sementes germinando sob condições salinas,

deferindo-as assim das sementes na ausência de sal quanto a atividade da APX (Figuras

16 e 17).

Figura 16 – Atividade da peroxidase do ascorbato (APX) em sementes de mamona cv. BRS-Energia

germinando em soluções salinas de NaCl com potenciais osmóticos (s) de 0 MPa (A), de -0,2 MPa (B),

de -0,4 MPa (C) e de -0,6 MPa (D).

Tempo (h)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

AP

X

(mm

ol

H2O

2 g

-1 M

S m

in-1

)

0,0

0,5

1,0

1,5

Tempo (h)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

AP

X

(mm

ol

H2O

2 g

-1 M

S m

in-1

)

0,0

0,5

1,0

1,5

AP

X

(mm

ol

H2O

2 g

-1 M

S m

in-1

)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

B

C D

Y= 37E-6

X2**

-0,0021Xns

+0,7106**

R2

=0,9807

Y= 0,0072X2**

-0,000349Xns

+0,68097**

R2

=0,9363

^Y= 28E

-6X

2**-0,001X

ns+0,65417

**

R2

=0,9987

^

AP

X

(mm

ol

H2O

2 g

-1 M

S m

in-1

)

0,0

0,5

1,0

1,5

A

Y= 0,75

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67

As alterações na atividade da CAT e da APX se deram, possivelmente, em

resposta ao aumento de H2O2 provocado pela germinação e salinidade (Tabela 7,

Figuras 10, 14, 16).

Figura 17 – Atividade da peroxidase do ascorbato (APX) em sementes de mamona cv. BRS-Energia sob

Ψs entre 0 e -0,6 MPa com 180 horas de embebição.

A atividade da dismutase do superóxido (SOD) não foi alterada pela salinidade,

embora tenha variado com o tempo de germinação (Tabela 7). Nas primeiras 60 h após

a semeadura, houve uma redução em atividade da SOD, mas esta voltou ao patamar

inicial de atividade nas próximas 80 h (140h) (Figura 18).

Figura 18 – Atividade da dismutase do superóxido (SOD) em sementes de mamona cv. BRS-Energia

durante a germinação.

A SOD, enzima envolvida na eliminação do superóxido, esteve ativa durante a

germinação das sementes de mamona, diferentemente do observado em outras espécies

s (MPa)

-0,6 -0,4 -0,2 0,0

AP

X

(mm

ol

H2

O2

g-1

MS

min

-1)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

Y= -22,46X3**

-24,523X2**

-7,56X**

+0,827**

R2

=1

^

Tempo (h)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

SO

D

(

U g

-1 M

S)

0

100

200

300

400

Y= -2,4E-4

X3**

+0,069X2**

-4,949X**

+291,96**

R2

=0,9809

^

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68

como espinafre e Picea omorika, onde a SOD não está ativamente envolvida na

germinação de suas sementes (CHEN; ARORA, 2011; PRODANOVIĆ et al., 2007)

O aumento na atividade da SOD entre 60 e 120 h após a semeadura foi

acompanhado por aumento na atividade da CAT entre 60 e 120 h e na atividade de APX

entre 60 e 140 h nas sementes sob condições salinas (Figuras 14, 16). Provavelmente,

isso se deve ao fato do H2O2 ser um subproduto da atividade da SOD na prevenção ao

dano celular, tendo que ser logo eliminado, dada a sua toxidade, por conversão a H2O

em reações subsequentes envolvendo APX, GPX, e CAT, que regulam os níveis de

H2O2 em plantas (WANG et al., 2009).

O acúmulo de H2O2 entre 24 h e 80 h (Figura 10) foi, provavelmente, induzido

pela β-oxidação de ácidos graxos, que pode ter ocorrido neste mesmo intervalo (Figura

9), por ser um subproduto da reação (NELSON; COX, 2011). A redução do superóxido

pela SOD pode também ter contribuído para o acúmulo de H2O2 a partir de 60 h de

embebição, bem como ter sido a razão do acúmulo dessa ROS entre 80 h e 160 h de

embebição (Figura 18). É interessante observar que este acúmulo em H2O2 foi

acompanhado por aumentos das atividades da CAT e APX. Com até 120 h de

embebição, a CAT teve sua atividade intensamente elevada, enquanto a APX se

apresentou mais ativa apenas em sementes sob salinidade, após 120 h de embebição

(Figuras 14,16). A catalase e a peroxidase são enzimas chaves para a eliminação do

H2O2 produzido nas células em resultado da alta atividade da SOD (APEL; HIRT

2004).

4.8. Monitoramento da secagem de sementes condicionadas

As condições de secagem foram apropriadas para causar alterações significativas

na massa fresca (MF) das sementes de mamona condicionadas ao longo do tempo de

secagem (Tabela 8).

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69

Tabela 8 – Resumo do quadro de ANOVA para as medidas de massa fresca durante o processo de

secagem das sementes de mamona condicionadas com H2O, NaCl, CaCl2, KCl, NaNO2, NaNO3, KH2PO4,

NaSiO3, PEG-6000 e H2O2

Fonte de variação G.L. Quadrado Médio

H2O NaCl CaCl2 KCl NaNO2

Tempo 4 7120,5** 5924,86** 5491,7** 6604,9** 5801,66**

Resíduo 20 161,7 63,88 193,96 120,32 219,46

CV (%) 3,41 2,19 3,73 2,83 3,9

Fonte de variação G.L. Quadrado Médio

NaNO3 KH2PO4 NaSiO3 PEG H2O2

Tempo 4 6508,26** 5136,14** 5480,66** 4325,04** 7103,24**

Resíduo 20 83,24 449,62 88,02 111,12 98,12

CV (%) 2,45 5,58 2,46 2,87 2,6 * p < 0,05; ** p < 0,01; ns p > 0,05

Durante o processo de condicionamento fisiológico, a secagem das sementes por

24h após a aplicação dos condicionantes foi suficiente para que as sementes retornassem

a umidade das sementes não condicionadas (Figura 19). As sementes de mamona

secaram conforme o modelo quadrático, com exceção apenas das sementes

condicionadas com KH2PO4, que secaram a uma taxa constante de 3,24 mg de MF h-1

(Figura 19G).

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70

Figura 19 – Curva de secagem das sementes de mamona após seu condicionamento com H2O (A), NaCl

(B), CaCl2 (C), KCl (D), NaNO2 (E), NaNO3 (F), KH2PO4 (G), NaSiO3 (H), PEG-6000 (I) e H2O2 (J).

Tempo de secagem (h)

0 6 12 18 24

Ma

ssa F

resc

a (

MF

)

(mg

)

0

300

350

400

Tempo de secagem (h)

0 6 12 18 24

Ma

ssa F

resc

a (

MF

)

(mg

)

0

300

350

400

Ma

ssa F

resc

a (

MF

)

(mg

)

0

300

350

400

Ma

ssa F

resc

a (

MF

)

(mg

)

0

300

350

400

Ma

ssa F

resc

a (

MF

)

(mg

)

0

300

350

400

Ma

ssa F

resc

a (

MF

)

(mg

)

0

300

350

400

Ma

ssa F

resc

a (

MF

)

(mg

)

0

300

350

400

Ma

ssa F

resc

a (

MF

)

(mg

)

0

350

400

450

Ma

ssa F

resc

a (

MF

)

(mg

)

0

300

350

400

450

Ma

ssa F

resc

a (

MF

)

(mg

)

0

300

350

400

450

A B

C D

E F

G H

I J

Y= 17,2E-2X2**

-7,9X**

+430,88**

R2

=0,9943

^Y= 15,5E-2X

2**-7,16X

**+418,22

**

R2

=0,9939

^

Y= 13,5E-2X2**

-6,591X**

+423,75**

R2

=0,9966

^ Y= 16,4E-2X2**

-7,57X**

+443,53**

R2

=0,9876

^

Y= 15,4E-2X2**

-7,1X**

+431,95**

R2

=0,9880

^Y= 14,7E-2X

2**-7,19X

**+427,54

**

R2

=0,9988

^

Y= -3,24X**

+418,84**

R2

=0,9127

^Y= 12,8E-2X

2**-6,439X

**+431,3

**

R2

=0,9968

^

Y= 11,9E-2X2**

-5,84X**

+411,56**

R2

=0,9967

^ Y= 13,9E-2X2**

-7,19X**

+437,29**

R2

=0,9965

^

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71

4.9. Avaliação dos benefícios do condicionamento fisiológico

Após a aplicação dos condicionantes foram realizados testes de vigor que

revelaram que somente a massa seca das raízes de plântulas de sementes condicionadas

não diferiram entre si e nem das plântulas de sementes não condicionadas (Tabela 9).

Tabela 9 – Resumo do quadro de ANOVA para condutividade elétrica (CE), plântulas normais (PN),

comprimento do hipocótilo (CH), comprimento da raiz (CR), relação CR/CH, massa seca do hipocótilo

(MSH), massa seca da raiz (MSR) e relação MSR/MSH de sementes de mamona não condicionadas e

condicionadas com H2O, NaCl, CaCl2, KCl, NaNO2, NaNO3, KH2PO4, NaSiO3, PEG-6000 e H2O2

Fonte de variação G.L.

Quadrado Médio

CE PN CH CR

Tratamento 10 1055,42** 505,81* 49,11* 105,63**

Resíduo 44 49,49 201,81 20,80 33,51

CV (%) 11,11 29,71 52,46 48,88

Fonte de variação

G.L.

Quadrado Médio

CR / CH MSH MSR MSR / MSH

Tratamento 10 3,23** 1630,68** 143,66ns 0,026**

Resíduo 44 1,20 248,83 89,43 0,004

CV (%) 67,48 12,73 22,03 18,72 * P < 0,05; ** P < 0,01; ns P > 0,05

A CE do exsudato das sementes condicionadas diferiram das sementes não

condicionadas, sem diferença entre os tratamentos condicionantes (Figura 20A). Amaral

e Peske (1984) e Basavarajappa et al. (1991) destacaram a relação entre a qualidade

fisiológica das sementes com a estruturação de membranas e lixiviação de substâncias.

No entanto, não foi possível diferir a qualidade das sementes osmocondicionadas por

meio do teste de CE, pois todas as sementes apresentam valores similares (Figura 20A).

Isso pode implicar que a organização do sistema de membranas das sementes de

mamona não depende do tipo de sal ou do Ψs utilizado no condicionamento, mas apenas

da absorção de água, ou seja, do hidrocondicionamento. Resultado semelhante ocorreu

em sementes de alface condicionadas, e segundo os autores, o teste de condutividade

elétrica pode ser útil na avaliação de sementes condicionadas, porém apenas indica um

aumento de vigor dessas em relação a testemunha (RODRIGUES et al., 2012).

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72

Figura 20 – Testes de vigor realizados com sementes de mamona condicionadas com

H2O, NaCl, CaCl2, KCl, NaNO2, NaNO3, KH2PO4, NaSiO3, PEG-6000 e H2O2. A,

condutividade elétrica (CE); B, plântulas normais (PN); C, comprimento do hipocótilo

(CH); D, comprimento da raiz (CR); E, relação CR/CH; F, massa seca do hipocótilo

(MSH); G, massa seca da raiz (MSR) e H, relação MSR/MSH.

Con

trol

e

H2O

NaC

l

CaC

l2K

Cl

NaN

O2

NaN

O3

KH

2PO

4

Na2

SiO3

PEG

-600

0

H2O

2

MS

R /

MS

H

0,00

0,25

0,50

0,75

Con

trol

e

H2O

NaC

l

CaC

l2K

Cl

NaN

O2

NaN

O3

KH

2PO

4

Na2

SiO3

PEG

-600

0

H2O

2

MS

R

(mg

)

0

25

50

75

MS

H

(mg

)

0

50

100

150

CR

/ C

H

0

1

2

3

CH

(cm

)

0

6

12

18

CR

(cm

)

0

6

12

18

a

b b

aa

a

b b ba

b

b

ab a a a

bb

a

b

a

b

aa

bb b

b aa

a

b

CE

(S

cm

-1 g

-1 M

S)

0

30

60

90

120a

b

bb b b b

b b b b

PN

(%)

0

25

50

75

100

aa

bb

b

b bb

bb

b

b

cc c

b b

a

a

b

cc

a

a a a

a a

a

a

aa

a

aa

cc

bb

b b b bb

A B

C D

E F

G H

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73

O teste de condutividade elétrica não é adequado para se realizar uma comparação

entre sementes condicionadas e as não condicionadas visto que durante o

condicionamento há liberação de uma parcela do exsudato, sendo assim difícil

apresentar a parcela da redução da CE que é devido a uma organização do sistema de

membrana e a que se deve a perda de eletrólitos no período de condicionamento.

As sementes condicionadas com NaNO3 e PEG-6000 apresentaram maior

percentual de plântulas normais (Figura 20B). Excetuando-se os condicionantes CaCl2,

KCl, NaNO2 e PEG-6000 que mantiveram o comprimento do hipocótilo (CH) similar ao

das plântulas de sementes não condicionadas, os demais condicionadores tiveram

efeitos negativos sobre o CH (Figura 20C). O comprimento das raízes (CR) das

plântulas foi maior nas plântulas condicionadas com H2O, CaCl2, KCl, NaNO2, NaSiO3

e H2O2 (Figura 20D). Nenhum condicionante trouxe significativo prejuízo ao

comprimento das raízes (Figura 20D).

Trigo et al. (1999) e Srinivasan et al. (1999) obtiveram incrementos no

comprimento da raiz primária em cebola e em plântulas de mostarda com o

osmocondicionamento das sementes. Conforme observado em sementes condicionadas

de Cuminum syminum L. com PEG-6000, mesmo em baixo Ψs, assim como em

mamona este condicionador não traz prejuízos ao comprimento da raiz (RAHIMI,

2013).

A manutenção da relação CR/CH ocorreu em plântulas de sementes

condicionadas, com CaCl2, KCl e NaNO2, em que houve aumento tanto no CR como no

CH (Figura 20E). Também as condicionadas com NaNO3 e PEG-6000 mantiveram a

relação CR/CH apesar da pequena redução no CR e um pequeno aumento no CH,

respectivamente.

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74

Apesar de nenhum condicionante ter alterado o acúmulo de massa seca da raiz

(MSR) em relação ao controle (Figura 20G), houve aumento no acúmulo de massa seca

do hipocótilo (MSH) pelos condicionantes NaNO3 e PEG-6000 (Figura 20F),

consequente redução na relação MSR/MSH com esse condicionantes (Figura 20H).

A partir dos resultados dos efeitos dos condicionantes no desenvolvimento das

plântulas de mamona cv. BRS-Energia foram selecionados quatro deles (CaCl2, NaNO2,

NaNO3 e PEG-6000) para serem testados sob condições de salinidade com Ψs de -0,6

MPa. Esses condicionantes podem ser divididos em dois grupos segundo seus modos de

ação. O grupo I, formado por CaCl2 e NaNO2, atua sobre o alongamento das raízes sem

trazer prejuízos ao desenvolvimento do hipocótilo (Figura 20C, 20D) e o grupo II,

formado por NaNO3 e PEG-6000, atua aumentando o acúmulo de massa seca do

hipocótilo e, consequentemente, reduzindo a relação MSR/MSH, além de favorecer um

maior número de plântulas normais (Figura 20B, 20F, 20H).

4.10. Efeitos da salinidade sobre germinação de sementes osmocondicionadas

Os condicionantes testados apresentaram diferenças significativas, sob salinidade,

quanto ao percentual de germinação, de sementes germinadas na primeira contagem

(1°C), de sementes mortas, de sementes não germinadas e de plântulas normais, e

quanto ao índice de velocidade de germinação (IVG) e o tempo médio de germinação

(TMG) (Tabela 10).

Tabela 10 – Resumo do quadro de ANOVA para as variáveis percentual de germinação (G), de sementes

mortas (SM), de sementes não germinadas (SNG), de sementes germinadas na primeira contagem (PC) e

de plântulas normais (PN); índice de velocidade de germinação (IVG) e tempo médio de germinação

(TMG) de sementes de mamona submetidas a osmocondicionamento germinando em condições salinas

(NaCl) com potenciais osmótico de -0,6 MPa

Fonte de

variação

G.L. Quadrado Médio

G SM SNG PC PN IVG TMG

Tratamento 4 1083,15** 31,4** 1160,35** 139,90** 781,85** 73,38** 19,07**

Resíduo 35 52,54 4,68 54,94 2,66 71,68 1,22 0,31

CV (%) 13,65 47,06 17,52 50,65 18,53 14,26 7

* P < 0,05; ** P < 0,01; ns P > 0,05

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75

Os condicionantes aumentaram o percentual de germinação das sementes de

mamona sob salinidade (Ψs de -0,6MPa) em pelo menos 50% (Figura 21). Isso pode ser

resultado da ação osmótica dos condicionantes, favorecendo o influxo de água pela

redução do potencial osmótico celular. O condicionante NaNO3 apresentou o melhor

percentual de germinação contribuindo para o aumento de quase 90% na germinação.

Figura 21 – Percentual de germinação de sementes osmocondicionadas de mamona sob

condições salinas (Ψs = -0,6 MPa).

Atia et al. (2009), com o uso de KNO3 obteve acréscimos de 35% e 330% na

percentagem de germinação de sementes de Crithmum maritimum semeadas em meio

contendo NaCl a 100 mM e 200 mM, respectivamente. Efeitos positivos na germinação

com o uso de sais nitrogenados também foram documentados em halófitas, como

Atriplex griffithii (KHAN et al., 2000), Zygophyllum simplex L. (KHAN et al., 2002) e

Suaeda salsa (LI et al., 2005), assim como em espécies pouco tolerantes como Lactuca

sativa (HENDRICKS et al., 1974) e Avena fátua (MCINTYRE et al., 1996).

Segundo Atia et al. (2009), o aumento do percentual de germinação causado pelo

condicionamento com KNO3 ou NaNO3 se deve a ação do íon NO3-, o qual alivia a

dormência secundária, por decrescer os níveis de ABA na semente (ALI-RACHEDI et

Con

trole

CaC

l

NaN

O

NaN

O

PEG 6

000

Ger

min

açã

o

(%)

0

20

40

60

80

100

c

abb

aab

2 2 3

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76

al., 2004). Além disso, o NO3- pode atuar como receptor de elétrons, reduzindo-se a

nitrito no interior das sementes, reoxidando o NADPH e aumentando a disponibilidade

de NADP+ para a redução pelas desidrogenases do ciclo da pentose fosfato. Esse

processo, segundo Copeland e Mc Donald (1995), está envolvido na superação de

dormência e o íon NO3- também tem capacidade de aliviar o efeito osmótico típico da

salinidade.

Na figura 22 são mostradas algumas variáveis relacionadas com a qualidade da

germinação das sementes condicionadas com CaCl2, NaNO2, NaNO3 e PEG-6000, e sob

condições salinas (Ψs=-0,6 MPa).Como pode ser observado, o percentual de sementes

mortas não foi significativamente diferente entre as sementes condicionadas e as não

condicionadas (Figura 22A). Entretanto os tratamentos com CaCl2 e NaNO3 foram

responsáveis por um redução de 47% no percentual de sementes não germinadas (Figura

22B). O alto percentual de sementes de mamona não germinadas sob salinidade,

possivelmente, está relacionada com a inibição da germinação, provocada pelo ABA,

pois segundo Zhang et al. (2006) os níveis de ABA são acrescidos em resposta ao

estresse hídrico e salino em um processo de sinalização celular, que abrange a

percepção e transdução do estresse, além de regular a expressão gênica de enzimas

chave para a biossíntese e catabolismo do ABA.

O percentual de plântulas normais aumentou 79% quando as sementes foram

tratadas com NaNO3. Entretanto, quando as sementes foram condicionados com CaCl2 e

PEG-6000 os percentuais de plântulas normais não diferiram significamente daquele

condicionado com o NaNO3 (Figura 22D).

Houve clara superioridade na velocidade de germinação e na primeira contagem

de germinação, realizada no quarto dia de embebição, das sementes de mamona

condicionadas com NaNO3. As sementes não condicionadas apresentaram apenas um

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77

percentual de germinação correspondente a 3,5% do percentual de germinação obtido

com sementes condicionadas com NaNO3 (Figura 22C). Em resposta a ação do NaNO3

o IVG passou de 3,5 para 11,86 e houve uma redução de 3,6 dias no TMG (Figura 22E,

22F). Atia et al. (2009) observou que o íon NO3- , oriundo dos sais de NaNO3 e KNO3,

aumentou o IVG tanto das sementes sem estresse quanto nas com estresse salino (NaCl

a 100 mM).

Figura 22 – Percentual de sementes mortas (A), sementes não germinadas (B), germinação na primeira

contagem (PC, C) e plântulas normais (PN, D), índice de velocidade de germinação (IVG, E) e tempo

médio de germinação (TMG, F) de sementes osmocondicionadas de mamona sob condições salinas (Ψs =

-0,6 MPa).

PN

(%)

0

20

40

60

80

PC

(%)

0

4

8

12

16

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s m

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b

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a

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A B

C D

E F

2 2 3 2 2 3

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78

De modo geral, os dois grupos de condicionantes diferiram entre si pelo fato do

grupo II (NaNO3 e PEG-6000) ter apresentado, em média, IVG 36% maior e TMG, em

média, de 1,8 dias menor em relação aos condicionantes do grupo I (CaCl2 e NaNO2)

(Figura 22E, 22F). No grupo I, os efeitos do CaCl2 diferenciaram-se dos do NaNO2 no

fato das sementes condicionadas com CaCl2 apresentarem menor percentual de

sementes não germinadas (Figura 22B) e, em contraponto, um maior percentual de

sementes mortas que as condicionadas com NaNO2 (Figura 22A). No grupo II, os

efeitos do NaNO3 diferenciaram-se dos do PEG-6000 pelo fato deste não ter aumentado

significamente o percentual de germinação na primeira contagem e consequentemente

possuir um IVG menor 3,4 e um TMG maior em 15 h (Figura 22C, 22E, 22F).

4.11. Efeitos da salinidade sobre o crescimento das plântula oriundas de

sementes osmocondicionadas

Os condicionantes testados causaram diferenças significativas no acúmulo de

massa seca e no crescimento longitudinal das plântulas de mamona sob salinidade

(Tabela 11).

Tabela 11 – Resumo do quadro de ANOVA para as variáveis de crescimento de plântulas oriundas de

sementes osmocondicionadas de mamona sob condições salinas (Ψs = -0,6 MPa) como: massa seca da

raiz (MSR) e do hipocótilo (MSH), relação massa seca da raiz/hipocótilo (MSR/MSH), comprimento da

raiz principal (CR) e do hipocótilo (CH) e relação comprimento da raiz/hipocótilo (CR/CH)

Fonte de

variação G.L.

Quadrado Médio

MSR MSH MSR/MSH CR CH CR/CH

Tratamento 4 108,62** 525,78** 0,000241** 148,46** 31,04** 54,66**

Resíduo 35 4,41 10,95 0,000011 5,58 0,76 8,02

CV (%) 11,46 12,44 10,49 39,32 45,93 69,77 * p < 0,05; ** p < 0,01; ns p > 0,05

Nas plântulas de mamona foram observadas reduções de 92,2% na MSR e de 97%

na MSH no Ψs igual a -0,6 MPa (Figura 5A, 5B). Sendo um possível motivo ação da

salinidade em afetar a germinação, diminuindo o teor de nitrogênio das sementes, o que

limita o crescimento do embrião (ATIA et al., 2009). As sementes condicionadas

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79

apresentaram de modo geral plântulas com efeitos salinos minorados (Figura 23). O

acúmulo de massa seca foi maior, nas sementes condicionadas com NaNO3 e PEG-

6000. Estes condicionantes, em média, foram capazes de reduzir 40% dos efeitos da

salinidade sobre MSR e 23% dos efeitos sobre MSH (Figuras 5A, 5B, 23A, 23B). O íon

NO3- é assimilado após a sua redução a NH4

+ pelas enzimas redutase do nitrato e do

nitrito, sintetase da glutamina, sintase do glutamato e outras enzimas, o que leva à

produção de aminoácidos, compostos de nitrogênio e, consequentemente, promoção do

crescimento (ATIA et al., 2009). No entanto, o efeito benéfico sobre o crescimento deve

ser devido a outro motivo já que no condicionamento com PEG-6000 não houve

fornecimento do íon NO3-.

Figura 23 – Massas secas da raiz (MSR, A) e do hipocótilo (MSH, B), relação massa seca raiz/hipocótilo

(MSR/MSH, C), comprimentos da raiz principal (CR, D) e do hipocótilo (CH, E) e relação comprimento

MS

R /

MS

H

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

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(cm

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000

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3

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A B

C D

E F

2 2 3 2 2 3

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da raiz/hipocótilo (CR/CH, F) de plântulas oriundas de sementes osmocondicionadas de mamona sob

condições salinas (Ψs = -0,6 MPa).

Os efeitos da salinidade sobre o comprimento da raiz foram reduzidos 38% pelos

condicionantes NaNO3, PEG-6000 e CaCl2, e os efeitos sobre o comprimento do

hipocótilo amenizados 29% pelo PEG-6000 e 25% pelo NaNO3 (Figuras 5D, 5E, 23D,

23E). Esses resultados foram concordantes com os encontrados por Abdelgabir et al.

(2012) om o condicionante KNO3 (fornecedor do íon NO3-), que promoveu o

crescimento longitudinal das raízes de plântulas de Jatropha curcas L..

4.12. Efeitos da salinidade sobre a homeostase K+/Na+ em plântulas oriundas de

sementes osmocondicionadas

O acúmulo de Na+ nas raízes não foi afetado pelos osmocondicionantes, enquanto

no hipocótilo o acúmulo de Na+ foi afetado (Tabela 12). Além disso, apesar de haver

diferença significativa entre as sementes osmocondicionadas, estas sementes não

diferiram das sementes não condicionadas (Tabela 12, Figura 24B). Pode-se assim

perceber que os efeitos do osmocondicionamento não estão ligados a um impedimento

de absorção ou exclusão de Na+ dos tecidos vegetais.

Tabela 12 – Resumo do quadro de ANOVA para os teores de Na+, K+ e relação de K+/ Na+ na raiz e no

hipocótilo de plântulas oriundas de sementes de mamona submetidas a osmocondicionamento sob

condições salinas de NaCl com Ψs igual a -0,6 MPa

Fonte de variação G.L.

Quadrado Médio

Raiz Hipocótilo

Na+ K+ K+/Na+ Na+ K+ K+/Na+

Tratamento 4 13723ns 49175** 0,045** 6880* 5432** 0,0091ns

Resíduo 35 17400 6375 0,002 1856 986 0,0034

CV (%) 11,22 12,12 8,05 10,62 11,79 8,89 * p < 0,05; ** p < 0,01; ns p > 0,05

Os teores de K+ na raiz e hipocótilo de plântulas de mamona foram maiores em

condições de estresse salino, independente do condicionamento, uma vez que os níveis

de K+ na raiz e no hipocótilo em plântulas oriundas de sementes germinadas em meio

isento de sal foram de 365,75 e 174,33 µmol g-1 de MS, respectivamente. (Figura 6C,

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81

6D). Em relação às sementes não condicionadas, as sementes condicionadas com CaCl2,

NaNO3 e PEG-6000 apresentaram menor teor de K+, na raiz, enquanto apenas o

condicionante NaNO3 foi capaz de reduzir o teor de K+ no hipocótilo (Figura 24C,

24D). Isso só mostra que a translocação de K+ para as raízes e para o hipocótilo é uma

consequência negativa da salinidade sobre a condição celular das plântulas de sementes

não condicionadas.

Figura 24 – Teores de Na+ na raiz (A) e no hipocótilo (B), teores de K+ na raiz (C) e no hipocótilo (D),

relação K+ / Na+ na raiz (E) e no hipocótilo (F) de plântulas de mamona cv. BRS-Energia com ±7 dias,

oriundas de sementes osmocondicionadas germinadas em soluções salinas de NaCl (s de -0,6MPa).

4.13. Considerações finais

Apesar da ação benéfica apresentada por todos os osmocondicionamentos testados

sob condições salinas, foi valido destacar o condicionante NaNO3 com base nos

K+

(µm

ol

g-1

MS

)0

200

400

600

800

K+

(µm

ol

g-1

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)

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200

400

600

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000

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0,4

0,8

1,2

1,6

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a a

a a aa

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b b b

a aba

bab

a ab

b b

A B

C D

E F

2 2 3 2 2 3

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resultados obtidos serem superiores aos demais condicionantes. Assim o NaNO3 é o

mais indicado para amenizar os efeitos do estresse salino, devendo ser alvo de estudo

com o objetivo de se esclarecer detalhes de seus modos de ação e com isso se traçar

estratégias para potencializar seus efeitos benéficos.

O aumento do acúmulo de massa seca no hipocótilo e o favorecimento do maior

número de plântulas normais em sementes germinadas a Ψs igual 0 MPa e a Ψs igual -

0,6 Mpa contribuição para aumento de quase 90% na germinação, redução de 47% no

percentual de sementes não germinadas, aumento de 79% de plântulas normais, quase

triplicação do IVG e reduz de 3,6 dias no TMG, além de reduzir os efeitos da salinidade

sobre CR (38%), MSR (40%), CH (25%) e MSH (23%), assim como os efeitos sobre a

translocação de K+ para o hipocótilo e raízes, foram os efeitos benéficos produzidos

pelo osmocondicionamento com NaNO3 a Ψs de -0,2 MPa por 24h sob temperatura de

25±1 °C, umidade de 99% e fotoperíodo de 12 h luz/ 12 h escuro.

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83

5. CONCLUSÕES

A remoção da carúncula das sementes de mamona cv. BRS-Energia é indicada por

facilitar a entrada de água, reduzindo o TMG e elevando o IVG.

A salinidade afetou a germinação das sementes apenas a partir do potencial

osmótico de -0,4 MPa, no entanto o crescimento das plântulas foi afetado sob Ψs de -

0,16 MPa, sendo o hipocótilo o órgão da plântula de mamona cv. BRS-Energia mais

sensível à salinidade.

A curva de embebição de sementes de mamona cv. BRS-Energia não exibiu

claramente a segunda fase do modelo de Bewley e Black (1978), apresentando

embebição sob salinidade desacelerada com o tempo de exposição ao NaCl.

Houve um acúmulo de lipídios antes da protrusão da radícula, entre 80 h e 160 h

de embebição, capaz de elevar em 30% o teor de óleo na semente.

Em sementes de mamona cv. BRS-Energia foi observada correlação positiva de

70% entre H2O2 e MDA. Além disso, constatou-se que a atividade da SOD não foi

influenciada pela salinidade, enquanto atividade da CAT e da APX foram responsivas à

salinidade. Não foi detectada atividade da peroxidase do guaiacol (GPX) nas sementes

de mamona.

Dentre os osmocondicionadores testados sob condições salinas, o NaNO3 foi o

que apresentou melhores resultados para melhorar a qualidade fisiológica das sementes

de mamona cv. BRS-Energia.

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6. REFERÊNCIAS

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