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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em
Economia Ecológica
MAIO de 2014
2
Curso de Bacharelado em Economia Ecológica
PRESIDENTA DA REPÚBLICA
Dilma Vana Rousseff
MINISTRO DA EDUCAÇÃO
José Henrique Paim
REITOR
Professor Jesualdo Pereira Farias
VICE-REITOR
Professor Henry de Holanda Campos
PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO
Professora Denise Maria Moreira Chagas Correa
PRÓ-REITOR DE ASSUNTOS ESTUDANTIS
Professor Ciro Nogueira Filho
PRÓ-REITOR DE EXTENSÃO
Professora Márcia Maria Tavares Machado
PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO
Professor Custódio Luís Silva de Almeida
PRÓ-REITOR DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
Professor Gil de Aquino Farias
PRÓ-REITOR DE PLANEJAMENTO
Professor Ernesto da Silva Pitombeira
PRÓ-REITORA DE GESTÃO DE PESSOAS
Professor Serafim Firmo Souza Ferraz
ASSESSORIA TÉCNICO-PEDAGÓGICA/PROGRAD
Professora Bernadete de Souza Porto
Coordenadora de Projetos e Acompanhamento Curricular – COPAC
Karla Karoline Vieira Lopes
Diretora de Planejamento e Avaliação de Projetos Pedagógicos
Nacélia Lopes da Cruz
Divisão de Desenvolvimento Curricular
3
Curso de Bacharelado em Economia Ecológica
COMISSÃO RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO PROJETO
Professor Francisco Casimiro Filho (CCA) – Presidente
Professor Alcides Fernando Gussi (CCA)
Professora Eunice Maia de Andrade (CCA)
Professor Guillermo Gamarra Rojas (CCA)
Professor Julius Blum (CCA)
Professor Aécio Alves de Oliveira (FEEAC)
Professor Fabio Maia Sobral (FEAAC)
COLABORADORES NA ELABORAÇÃO DO PROJETO
Professor Agamenon Tavares de Almeida (FEAAC)
Professor André Vasconcelos Ferreira (FEAAC)
Professor Carlos Américo Leite Moreira (FEAAC)
Professor Fernando José Pires de Sousa (FEAAC)
Professor Ireleno Porto Benevides (FEAAC)
Professora Maria do Céu de Lima (CC)
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Sumário
1. APRESENTAÇÃO 6
2. JUSTIFICATIVA 12
2.1 Por que Economia Ecológica? 14
2.2 A crise ambiental é uma crise civilizatória 21
2.3 Crises econômicas mundiais e a problemática ambiental 23
3. UM BREVE HISTÓRICO DA ECONOMIA ECOLÓGICA 26
4. PRINCÍPIOS NORTEADORES 29
5. OBJETIVOS E PERFIL PEDAGÓGICO DO CURSO 33
5.1 Objetivos 33
5.2 Perfil do Curso 34
6. PERFIL DO EGRESSO E ÁREAS DE ATUAÇÃO 36
6.1 Um especialista com formação geral 36
6.2 Competências e habilidades 37
6.3 Áreas de atuação 38
7. METODOLOGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM 40
7.1 Orientação pedagógica 40
7.2 Prática docente 42
7.3 Tutoria discente 43
7.4 Pacto pedagógico 44
8. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR 46
8.1 Componentes curriculares obrigatórios 48
8.2 Trabalho de Campo Integrado 48
8.3 Trabalho de Conclusão de Curso 49
8.4 Atividades Complementares 50
8.5 Disciplinas Optativas 51
8.4 Integralização Curricular 51
9. EMENTAS DAS DISCIPLINAS 56
9.1 Componentes obrigatórios 56
9.2 Componentes Optativos 74
10. CONDIÇÕES DE OFERTA 80
10.1 Corpo docente 80
10.2 Corpo técnico-administrativo 81
10.3 Infraestrutura física 81
10.4 Núcleos interdisciplinares 83
11. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM
84
5
12. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO 85
13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS 86
14.REFERÊNCIAS NORMATIVAS 88
6
1. APRESENTAÇÃO
A natureza é o corpo inorgânico do homem... O homem vive na
natureza – significa que a natureza é seu corpo com o qual ele
deve permanecer se não quiser morrer. Porque a vida física e
espiritual do homem está presa à natureza, significa dizer
simplesmente que a natureza está conectada a si mesma, pois o
homem é parte da natureza.
.........................................................................................................
Nem sequer toda a sociedade, uma nação, mais ainda, todas as
sociedades contemporâneas juntas são proprietárias da Terra.
Somente são seus possuidores, seus usufrutuários, e devem
melhorá-la, como boni patres familias, para as gerações futuras.
(Karl Marx)
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CNUDS),
realizada no Rio de Janeiro, em junho de 2012, compõe uma longa sequência de
oportunidades históricas em que empresários, governantes, políticos, cientistas, ONGs e
movimentos sociais se encontraram para definir caminhos que criassem condições de
possibilidades para um mundo mais seguro, justo, limpo, verde e mais próspero para todos.
Ocorreu vinte anos após a Cimeira da Terra 1992, também no Rio, quando nesta foi
elaborada a Agenda 21, com a qual se propunha um repensar sobre o significado de
crescimento econômico e a necessidade de estabelecer equidade social, e sobre uma
adequada proteção aos ecossistemas.
Em junho de 2012, a Organização das Nações Unidas (ONU) reuniu novamente
governos e instituições internacionais com o intuito de estabelecer consensos sobre
medidas inteligentes que contribuíssem, efetivamente, para eliminar a pobreza e promover
empregos decentes. Outras medidas também foram sugeridas, voltadas para o uso de
energia limpa e uma utilização mais sustentável e equitativa dos recursos naturais.
Paralelamente à cúpula da ONU, ocorreu a Cúpula dos Povos, durante a qual se debateu
criticamente o modo usual de combate à pobreza, as agressões e destruição dos
ecossistemas, e as possibilidades de se construir pontes para um futuro promissor.
Em 31 de março de 2014 foi divulgado o 5º Relatório do Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC em Inglês), trazendo novas
preocupações relacionadas às mudanças climáticas e seus impactos.1 O Relatório ressalta
os efeitos sobre os recursos hídricos, em termos de quantidade e qualidade (com o aumento
1 Ver http://oquevocefariasesoubesse.blogspot.com.br/2014/03/impactos-das-mudancas-climaticas-ntra.html.
Acesso: 8 Abril 2014.
7
das concentrações de gases de efeito estufa); a redução da biodiversidade terrestre e
aquática (riscos crescentes de extinção); os impactos negativos da mudança climática na
produção agrícola (especialmente as culturas do trigo, arroz e milho, em regiões tropicais e
temperadas); os eventos recentes extremos, com ondas de calor, secas, enchentes, ciclones
e incêndios florestais que expõem alguns ecossistemas e os sistemas humanos à
variabilidade climática; o aumento da vulnerabilidade das populações que vivem em
condições de pobreza; as projeções de redução significativa da água renovável superficial e
dos recursos subterrâneos na maior parte das regiões secas subtropicais, intensificando a
competição pela água entre diferentes setores econômicos;2 os impactos sobre os sistemas
costeiros e áreas de baixa altitude com inundações e erosão costeira em virtude da elevação
do nível do mar projetado para o século XXI; a redução da biodiversidade marinha em
regiões sensíveis afetando a produtividade pesqueira e os serviços ambientais; a
acidificação oceânica com impactos substanciais, especialmente sobre os ecossistemas
marinhos polares e recifes de corais, em sua fisiologia, comportamento e dinâmica
populacional de espécies que deles dependem.
Há questões importantes que afetam mais diretamente a segurança alimentar com
a possibilidade de deslocamentos de populações humanas, conflitos violentos e
aprofundamento das desigualdades econômicas e sociais em todo o mundo. Os sinais de
desaceleração das economias podem ser percebidos em muitos países do norte e do sul, o
que torna problemática a redução da pobreza pela via do crescimento econômico.
Esta é apenas uma amostra das repercussões econômicas, sociais e ambientais,
tratadas pelo Painel, decorrentes das mudanças climáticas.
Evidentemente que os riscos gerais dos impactos da mudança climática podem
ser reduzidos, desde que sua velocidade e magnitude sejam controladas, a fim de que não
excedam os limites da capacidade de suporte ecossistemas. Daí, a necessidade urgente de
profundas transformações nos processos econômicas e de desenvolvimento tecnológico,
bem como na esfera política, para que sejam trilhados caminhos resilientes em relação ao
clima.
É nesse contexto que nasce e se justifica o Projeto Pedagógico do Curso de
Bacharelado em Economia Ecológica ora apresentado. Trata-se de uma proposta inovadora
2 Em uma entrevista ao jornal britânico The Guardian, Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial, disse
que acredita que as batalhas por alimento e água devem eclodir dentro de cinco a 10 anos, devido aos efeitos
das mudanças climáticas. Ver https://mail.google.com/mail/u/0/#inbox/145416da91fba7c7. Acesso: 8 Abril
2014.
8
que ganha importância maior ainda, pelo fato de ser uma iniciativa da Universidade
Federal do Ceará, instituição situada numa região que se caracteriza por um elevado grau
de vulnerabilidade climática que afeta as condições econômicas e sociais da vida no
semiárido. A região Nordeste encerrou o ano de 2013 com um balanço dramático dos
efeitos de uma das piores secas já ocorridas no Nordeste e no Ceará, nos últimos 40 anos, e
que se prolonga em 2104. Periodicamente, a seca contribui com efeitos importantes, ainda
que diferenciados, que agravam as bases geoambientais de seus biomas, sobretudo a
caatinga, e as condições de vida de expressivos segmentos da população nordestina.
Contudo, são efeitos que podem ser mitigados com a adoção de tecnologias sociais e
formas de organização da produção que certamente trarão benefícios socioambientais
importantes para o convívio no semiárido e demais biomas.
Com este Projeto Pedagógico, pretende-se deixar claro tanto a identidade da
formação, como o horizonte profissional e de vida a ser vislumbrado para os(as)
egressos(as). De um lado, uma formação que congrega saberes de vários campos do
conhecimento da grande área denominada Ciências da Vida, mas, para além de suas
particularidades; e, ao lado e do lado, a visão simbólica que sintetiza a imagem da Terra do
cosmo como as “nações unidas”, pois, de lá não é possível divisar, nitidamente, fronteiras
físicas ou geopolíticas. Na verdade, concretizar tal visão do espaço torna-se
responsabilidade de todos, e condição crucial para que exercitemos plenamente nossa
responsabilidade e compromisso com a vida das espécies, particularmente, das atuais e
futuras gerações de indivíduos humanos.
Portanto, é desejável que o perfil do(a) egresso permita-lhe, quando do exercício
de suas atividades, a percepção de seu lugar no mundo como cidadão e cidadã, com senso
crítico e ético. Daí a importância de uma sólida formação que contemple a compreensão
dos processos históricos que têm conformado as ações humanas voltadas para a produção
de suas condições materiais de vida em sociedade, junto com a capacidade analítica e de
intervenção prática a ser desenvolvida com conteúdos teóricos, quantitativos e qualitativos
adquiridos da pluralidade do conhecimento aqui considerada. Uma base cultural ampla,
aguda capacidade analítico-crítica e adequada comunicação oral e escrita são os
ingredientes básicos para que o(a) profissional compreenda as questões territoriais,
econômicas, sociais e ambientais no atual contexto histórico, social e político, em âmbito
local, nacional e mundial.
9
O Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Economia Ecológica,
portanto, tem por marca distintiva uma estrutura curricular interdisciplinar que incorpora
interseções e fronteiras de diversos campos do conhecimento, de modo a permitir a
compreensão das várias dimensões da realidade em que vivemos. O normativo que serviu
de base à elaboração do Projeto foi o documento elaborado pelo Grupo de Trabalho do
MEC que trata dos referencias orientadores para os bacharelados interdisciplinares e
similares (MEC, 2010).
O Curso articula conhecimentos que guardam afinidades e afirmam a
complementaridade necessária a sua natureza interdisciplinar, essenciais à formação
pretendida. Para tal, o Currículo Pleno congrega saberes e práticas das áreas de
Agronomia, Antropologia, Biologia, Ciências Econômicas, Direito, Estatística, Geografia,
História, Matemática e Termodinâmica, com caráter obrigatório ou de escolha do(a)s
aluno(a)s.
Assim, espera-se que o Curso proporcione ao(à) egresso(a) uma sólida formação
num âmbito interdisciplinar que congrega conhecimentos que têm a vida como ênfase,
bem como atenda a interesses individuais despertados ao longo de sua formação. Importa
enfatizar que é uma formação que permite confrontar a visão biocêntrica à visão
antropocêntrica, nomeadamente, a visão que valoriza a quantidade em detrimento da
qualidade e aquela em que a vida é um contínuo, e para a qual as futuras gerações, “as
crianças e as pessoas de amanhã são pessoas de verdade” (WATSON, 2010: 38-46).
Do ponto de vista formal, a integralização curricular far-se-á com base no regime
de oferta de componentes curriculares, conforme estabelecido no Projeto, os quais se
desdobram em disciplinas obrigatórias, opcionais e de livre escolha, junto com as
atividades complementares previstas, ao longo de oito semestres letivos. Os sete primeiros
serão dedicados a atividades curriculares e extracurriculares e o último semestre, à
elaboração do Trabalho de Conclusão do Curso (TCC). O misto de regime semestral com
matrícula por componente curricular terá flexibilidade para permitir a livre escolha de
disciplinas, com as quais os(as) alunos(as) possam direcionar seus interesses acadêmicos,
pessoais e profissionais, bem como as várias atividades extraclasse consideradas como
Atividades Complementares.
O TCC, sob a forma de monografia, com a devida regulamentação institucional,
além de obrigatório, é considerado crucial para a consolidação do processo de formação
interdisciplinar em Economia Ecológica. Essa atividade terá o acompanhamento de um(a)
10
Orientador(a), professor(a) do Curso ou de docentes de outros cursos da UFC, escolhido
em conformidade ao Projeto a ser desenvolvido. Como sói acontecer, o TCC será
apresentado e defendido perante uma banca composta de dois avaliadores, além do(a)
Orientador(a), podendo um destes ser especialista na área do objeto de estudo da
monografia.
A expectativa é que a demanda social pelo Curso componha-se de jovens
egressos do ensino médio, ambientalistas, gestores de políticas públicas e integrantes de
movimentos sociais, incluindo-se aqueles que fazem parte da economia solidária. Além
desses, o Bacharelado também poderá despertar o interesse de funcionários de órgãos
públicos vinculados à problemática ecológica, ou de entidades privadas, para que melhor
fundamentem suas práticas, com uma formação de nível superior. A se confirmarem essas
expectativas, do inusitado entrelaçamento entre academia, movimentos sociais e
profissionais da gestão ambiental, poder-se-á criar um ambiente acadêmico propício à troca
de experiências e saberes sobejamente importantes para um novo olhar sobre a
problemática ambiental. Desse entrelaçamento, também poderão se desenvolver projetos
de pesquisa e extensão voltados para o Ceará e a região Nordeste, viabilizando a
indissociabilidade destas atividades com o ensino.
No Centro de Ciências Agrárias (CCA) este novo Curso terá amplas condições
para a prática indissociável do ensino, da pesquisa e da extensão pela sua respeitável
história e tradição no desenvolvimento destas atividades acadêmicas. Uma história que se
inicia com a construção da Escola de Agronomia do Ceará e estruturação do Curso de
Agronomia, em 1918, e que serviu de base à criação da Universidade Federal do Ceará, em
1954, juntamente aos cursos de Direito, Medicina, Farmácia e Odontologia.
Nesta Unidade Acadêmica espera-se concretizar a formação interdisciplinar
contida no Projeto com a qual se procura questionar a racionalidade econômica e a
tecnológica dominante e evitar a fragmentação do conhecimento no trato de questões que
requerem uma visão de totalidade. As questões ambientais hoje se apresentam com
tamanha complexidade que ultrapassam as particularidades das ciências estabelecidas. Na
realidade, trata-se de uma complexidade que expressa a miríade de objetos cujo trato clama
pela interação de conhecimentos (terminologias), de procedimentos metodológicos
(investigação) e de organização de um processo de ensino-aprendizagem com o objetivo de
despertar a consciência crítica dos(as) discentes diante dos problemas que afetam a relação
sociedade-Natureza. Nunca é demais acrescentar que, na sociedade capitalista, esta relação
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orienta-se, sobremaneira, por uma lógica econômica que tem o crescimento econômico
ilimitado, sem a devida consideração da finitude da Terra.
O Bacharelado em Economia Ecológica afigura-se, portanto, como um
importante desafio para o CCA, tendo em vista a perspectiva de um novo fazer acadêmico,
diante de questões que afetam, direta ou indiretamente, todos os habitantes do Planeta.
Como se sabe, principalmente ao longo do século XX, o modo de produção e de consumo
que tem orientado as ações antrópicas vem causando importantes mudanças climáticas e
impactos socioambientais que precisam ser urgentemente estudados e ações mitigadoras
adotadas para que a humanidade tenha um futuro discernível. Estas ações, eventualmente
adotadas para corrigir impactos socioambientais, serão inócuas, caso a matriz de
causalidades continue a mesma.
Com este novo Curso, o CCA assume uma dupla responsabilidade: exercitar a
interdisciplinaridade que envolve as relações entre economia, sociedade e ambiente e
encontrar respostas para as vulnerabilidades socioeconômicas e ambientais do Brasil,
particularmente do Nordeste e do Ceará.
A interdisciplinaridade é uma resposta às exigências decorrentes da complexidade
que envolve o mundo da vida e à necessidade de que a relação sociedade-Natureza seja
orientada por princípios ecologicamente sustentáveis. As questões pertinentes às
vulnerabilidades chamam a atenção para importância de um olhar privilegiado voltado para
os biomas nordestinos (sobretudo a caatinga e a zona costeiro-marinha), como explicitação
da identidade regional do Curso.
Em síntese, o PPC em Economia Ecológica é um bacharelado interdisciplinar
com carga horária total de 3.200 horas, com seus componentes curriculares ministrados ao
longo de oito semestres, no turno vespertino-noturno. Serão ofertadas 100 vagas, sendo 50
por semestre. Os normativos que serviram de base à elaboração do Projeto encontram-se
relacionados nas Referências Normativas.
12
2. JUSTIFICATIVA
O primeiro aspecto a ser salientado é que a criação desse novo curso de
bacharelado na UFC insere-se na perspectiva de expansão responsável de vagas nas IFES,
e como resposta a demandas da sociedade por novas formações acadêmicas. Apresenta um
caráter inovador porque não segue o modelo tradicional – que tem dado visíveis sinais de
esgotamento – de uma graduação com itinerários de formação rigidamente pré-definidos,
voltada para uma profissionalização precoce – nem sempre efetiva –, dotada de uma
estrutura curricular engessada.
Desde o último quartel do século passado, vem ocorrendo um expressivo
aumento da velocidade nos processos de produção e circulação do conhecimento. Ao
mesmo tempo amplia-se a capacidade de conversão do conhecimento em tecnologias
capazes de alterar recorrentemente a visão de mundo predominante em uma mesma
geração. Contudo, isso causa preocupação diante do agravamento dos impactos
socioambientais que afetam expressivos segmentos da população humana no mundo e as
demais espécies. Não há dúvidas de que a humanidade está diante de uma complexidade
nunca dantes vivenciada. Ao lado do registro de eventos climáticos frequentes e intensos,
as tecnologias da informação também permitem perceber o aprofundamento das
desigualdades sociais e econômicas que se distribuem desigualmente no Planeta.
As estruturas curriculares tradicionais, por sua vez, não conseguem dar conta
dessa complexidade que afeta a vida de todas as espécies, pois se revelam impregnadas de
uma visão antropocêntrica, fragmentadora do conhecimento e alienada das questões
emergentes da Natureza, da sociedade, da história e da subjetividade. Há uma enorme
carência na arquitetura curricular das várias formações de graduação de um maior espaço
para uma formação geral que possibilite uma visão de totalidade da vida em sociedade.
Como consequência, a ênfase na profissionalização precoce dos discentes
acarreta a fragilização também precoce do espírito universitário. Dentro da arquitetura
curricular tradicional, importa salientar as amplas possibilidades oferecidas pelo mercado
de trabalho das profissões, a fim de justificar a razão instrumental dos saberes,
estabelecendo uma disputa entre os cursos de graduação pelo topo desta inserção.
Há, portanto, a necessidade de um desenho inovador para responder às atuais
demandas de uma formação acadêmica que permita compreender as questões econômicas e
ambientais em ganham escala planetária, como dimensões de uma totalidade social
13
historicamente determinada. A implantação deste Bacharelado em Economia Ecológica é
uma proposição alternativa aos modelos de formação das universidades que ainda
predominam no Brasil.
No sentido lato, uma estrutura curricular interdisciplinar é um espaço de
formação universitária onde é possível desenvolver um conjunto de saberes e
conhecimentos, habilidades e atitudes que possam dar sentido humano às competências
técnicas. Evidentemente, é uma formação geral que deverá ter como centralidade uma forte
base conceitual, ética e cultural nos conteúdos programáticos que irão compor os processos
interativos de ensino-aprendizagem.
Desse modo, é crucial que o Projeto garanta flexibilidade curricular, amplas
possibilidades de diálogo entre as disciplinas e liberdade para os(as) discentes escolherem
suas trajetórias de formação acadêmica. Flexibilidade e liberdade são princípios
norteadores a serem praticados para mais bem preparar os(as) egressos(as) diante dos
desafios do mundo do trabalho e da vida. Para além das condições atuais, são princípios
voltados para a elevação de sua consciência em direção a um ambiente habitável para as
gerações que virão.
O Bacharelado em Economia Ecológica é um projeto de formação em nível de
graduação que conduz a um diploma vinculado a uma área abrangente de conhecimentos
resultantes da interação dinâmica entre as fronteiras de diversos campos de saberes,
práticas, tecnologias e conhecimentos, que guardem afinidades entre seus objetos, métodos
e recursos instrumentais. Nesse sentido, o Projeto pode ser enquadrado em uma grande
área que congrega conhecimentos voltados para a vida em seu aspecto abrangente, saberes
que possibilitem ampliar as condições propícias para as espécies, dentro de um ambiente
harmonioso e sadio.
Com este Projeto espera-se proporcionar um processo de ensino-aprendizagem de
natureza interdisciplinar, a partir do diálogo entre as áreas do conhecimento e dos
componentes curriculares, juntamente a trajetórias formativas flexíveis definidas pelos(as)
discentes. Além dessa articulação mais geral, as atividades integradas, envolvendo as
disciplinas de cada semestre letivo, serão um importante componente do processo e da
concretização da interdisciplinaridade.
Como ficará demonstrado ao longo da Justificativa, não há dúvidas quanto à
importância e oportunidade de que a Instituição ofereça um curso de bacharelado
interdisciplinar com as características aqui propostas. Será uma resposta em consonância à
14
importância da UFC e ao lema que rege sua história: atenta às demandas da sociedade,
pauta-se pela busca da compreensão do universal a partir do regional. Evidentemente, ao
tempo em que percebe no regional as implicações do universal, em suas interações
dialéticas.
A elaboração do Projeto envolveu uma profunda reflexão quanto à dimensão
mundial assumida pela questão ambiental. Tem por premissa fundamental que as
reestruturações produtivas e financeiras porque passam as economias e as formas de
crescimento econômico até então adotadas pela maioria dos países, afetam fortemente o
clima, os ecossistemas em todo o mundo e as economias locais. Trata-se de um debate
acadêmico e político extremamente relevante que exige a compreensão da totalidade em se
desenrolam as ações antrópicas e suas repercussões sobre o ambiente. Daí a necessidade de
uma abordagem de caráter interdisciplinar.
Em termos concretos, o objeto de estudo deste novo campo do conhecimento não
está apenas, por exemplo, na Agronomia, na Biologia, na Economia, ou na
Termodinâmica, mas nas inter-relações entre o ecossistema global, o processo econômico,
o crescimento ilimitado e os valores culturais das sociedades contemporâneas. Em termos
abstratos, o objeto de estudo situa-se nas relações contraditórias entre a biosfera (um
sistema “quase” fechado, portanto finito), as populações humanas que nela habitam (com
seus modos culturais de produção e de vida) e o subsistema econômico (um sistema aberto,
que se pretende ilimitado).
A seguir são apresentadas importantes considerações adicionais para mais bem
fundamentar a razão de ser do Projeto proposto.
2.1 Por que Economia Ecológica?
O que estaria, então, a justificar um bacharelado em Economia Ecológica?
Em primeiro lugar, prende-se à constatação óbvia de que as condições materiais,
sociais e culturais de existência da humanidade sempre estiveram incrustadas na Natureza.
O que talvez não seja óbvio é aceitar que há limites biogeofísicos ao crescimento da
produção material, cujo ritmo pode comprometer a resiliência dos vários sistemas 4. Diante
de tal fato inexorável, e sendo a Natureza o corpo inorgânico do Homem e das demais
espécies, é necessário aprofundar o conhecimento sobre este suporte vital e as relações
entre as sociedades humanas e seu respectivo meio natural. Esta é a visão biocêntrica ou
bioeconômica da formação interdisciplinar contida no Projeto.
15
Desse modo, trata-se de uma perspectiva que não é considerada pela
particularidade de nenhum dos campos do conhecimento. Em geral, o aparato teórico e
prático das ciências estabelecidas serve apenas para justificar ações antrópicas que estão na
base de desigualdades que se distribuem desigualmente no mundo. Ademais, direta ou
indiretamente, justificam o crescimento econômico ilimitado e os mecanismos de mercado
como caminho e meio principal para a resolução de problemas que afligem a humanidade.
Em geral, aceitam acriticamente que “o mundo é uma aglomeração de mercadorias,
terrenos privados e montes de lixo; nesse meio, um setor “público” deplorável,
reiteradamente subordinado aos interesses do capital” (HAUG, 1996.) para propor
corretivos de menor resistência.
Segundo Georgescu (2008: 111):
Não é preciso acrescentar o que quer que seja para nos convencer de que os mecanismos
do mercado não podem, no futuro, proteger a humanidade das crises ecológicas, nem
repartir os recursos de maneira ótima entre as gerações, mesmo que nos esforçássemos
por fixar preços “justos”. O único meio de proteger as gerações vindouras, pelo menos
do consumo excessivo de recursos durante a abundância atual, é reeducarmo-nos de
maneira a sentirmos alguma simpatia pelos seres humanos futuros da mesma maneira
que estamos interessados no bem-estar dos nossos “vizinhos” contemporâneos.
Georgescu (2008: 67-70) também faz uma séria advertência como respostas aos
mitos disseminados pelo pensamento político e econômico hegemônico. Dentre estes,
destacam-se a loucura do Homem em seu impulso para acreditar que está acima de todas as
espécies e que seu poder não conhece limites. Este impulso leva a humanidade a aceitar
que a inteligência humana encontrará novas fontes de energia e novos meios de fazê-las
funcionar em seu proveito. O ilustre pensador romeno também acentua nosso
desconhecimento sobre as causas da extinção das espécies no passado, nem mesmo
daquelas que estão sob nossos olhos. Para ele, a Biologia de modo geral ainda tem muito
terreno para caminhar e descobrir quanto ao nascimento, envelhecimento e
desaparecimento das espécies. A visão bioeconômica de Georgescu permite acrescentar
que há muito que fazer para reduzir nosso gigantesco desconhecimento sobre as complexas
interações da diversidade dos ecossistemas.
Diante do desconhecimento e da incerteza quanto às consequências das ações
antrópicas sobre o ambiente, não há porque não adotar a precaução como orientação a ser
seguida. Nesse sentido, para mais bem conhecer essas consequências, impõe-se um
enfoque teórico-metodológico interdisciplinar aberto, tendo por perspectiva a superação da
fragmentação das ciências e a importância de se ir além do patamar da simples
16
complementaridade entre campos do saber científico. Como passo inicial, para dar conta da
complexidade, que é a problemática das relações entre ambiente, sociedade e economia, é
preciso desenvolver uma espécie de pluralismo metodológico interdisciplinar, conjugado a
uma visão de totalidade que nenhuma ciência isolada proporciona.
Como primeira aproximação, a “gestão da sustentabilidade” (NAREDO, 1992,
apud Saar van Haudermeiren, 1998: 97) pode ser pensada como princípio orientador do
objetivo da nova formação. Como um corolário, o estudo e a valoração (qualitativa e
quantitativa) da insustentabilidade seria outra maneira de apresentar este princípio. Com tal
perspectiva, há que se considerar os aspectos sociais, econômicos e políticos que
perpassam as relações entre o Homem e a Natureza. Assim, e por sua pretensão
interdisciplinar (e até mesmo transdisciplinar), o Curso deverá concretizar um diálogo de
alto nível com as grandes áreas das Ciências Humanas, das Ciências Naturais e das
Ciências Agrárias.
O diálogo apontado deverá contribuir no sentido de uma percepção mais aguda de
que a humanidade vive nos limites da biosfera. Desta se apropria de matéria, energia e
serviços ambientais, e lhe devolve resíduos de elevada entropia, ou seja, energia e matéria
dissipada. E que esses resíduos afetam a capacidade de suporte da Terra.
Um pressuposto adicional – e fundamental – para a Economia Ecológica é que a
biosfera contém a sociedade que, por sua vez, contém a economia. O pensamento que
prevalece não admite que a economia seja um subsistema da sociedade, e menos ainda um
subsistema da biosfera. Claramente, é uma concepção de mundo antropocêntrica, em que a
economia é “o” sistema; a sociedade e a biosfera, subsistemas.
A Economia Ecológica reconhece a importância dos serviços ambientais para as
funções dos ecossistemas e sua íntima vinculação com a biodiversidade, e que há uma
circularidade profunda entre serviços ambientais e biodiversidade. Os ecossistemas,
embora sejam auto-organizáveis, requerem um mínimo crucial de diversificação de
espécies animais e vegetais. Assim se criam as condições ambientais para a absorção de
luz solar e “produção” dos serviços ambientais vitais à manutenção da produtividade
biológica de que necessita todas as espécies. A biodiversidade é crucial para manter e
desenvolver a capacidade de recomposição (suporte) dos ecossistemas em resposta a
perturbações oriundas de fatores externos, incluindo-se as ações antrópicas. Resiliência é a
denominação dada a essa capacidade de suporte (capacidades de recomposição). A
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biodiversidade, por sua vez, assegura a resiliência dos ecossistemas e garante a
sustentabilidade ecológica.
Na perspectiva da “gestão da sustentabilidade”, emerge a questão relacionada à
possibilidade de contornar ou não os conflitos entre crescimento econômico ilimitado e os
limites biofísicos que são próprios dos vários ecossistemas. São conflitos que se devem à
crescente extração e transformação de recursos renováveis e não renováveis e da crescente
carga de resíduos que é despejada no ambiente, oriundos da produção de bens e serviços,
de sua circulação e do consumo pessoal de mercadorias.
Evidentemente, esta não é uma discussão puramente econômica, relacionada a
efeitos indesejáveis (externalidades negativas), gerados pela produção e o consumo, que
seriam resolvidos com taxas, compensações ou subsídios. Antes de tudo, as afetações
causadas ao ambiente não são passíveis de valoração completa e precisa, menos ainda com
preços de mercado. A contabilidade ambiental é sempre incompleta.
Desse modo, encontra-se em questão o dogma antropocêntrico da substituição do
“capital” natural e do “capital” humano (conhecimento, tecnologia) pelo capital produzido
pelo homem. Claramente, tal peripécia não é possível, pois as duas últimas modalidades
resultam, direta ou indiretamente, da primeira (o “capital” natural).
Do mesmo modo que a crítica ao paradigma do crescimento econômico e às
alardeadas vantagens do comércio internacional,3 o estudo do bem-estar individual e social
não pode ficar restrito a condicionamentos estritamente econômicos, como faz o
pensamento econômico e político hegemônico. Para além da ênfase sobre a dimensão
material do bem-estar, situam-se as dimensões culturais e aquelas relacionadas aos
chamados serviços ambientais proporcionados pela Natureza, vale repetir.
São inúmeras e complexas as questões tratadas pela Economia Ecológica. Há
questionamentos à mensuração de riqueza (PIB), aos conceitos de “sustentabilidade fraca”
e “sustentabilidade forte” (DALY e FARLEY, 2004). Interessam os problemas
relacionados ao crescimento econômico e aos limites biofísicos; os significados de
decrescimento; a crítica aos métodos de mensuração do bem-estar social. No mundo de
3 Neste século XXI, o Brasil vem se notabilizando como exportador de mercadorias diretamente baseadas em
recursos naturais. Segundo PORTO e MARTINEZ-ALLIER (2007), “os produtos do agronegócio, da
mineração e da siderurgia, setores de especial relevância na exportação brasileira” têm “por de trás de cada
tonelada exportada vidas humanas, recursos naturais e ecossistemas afetados”. Para o pensamento político
neoliberal estas questões são secundárias, pois o mais importante é a contribuição do comércio internacional
para o crescimento econômico. Os autores concluem que, as dimensões econômicas do comércio
internacional têm estreitas relações com aquelas de natureza ética, política, ecológica e sanitária.
18
hoje afloram questões relacionadas à justiça ambiental, racismo ambiental, ecologia para
os pobres e o crescente passivo ambiental. Questionam-se os direitos de propriedade, a
atual gestão dos recursos naturais, a política ambiental e a perda de biodiversidade.
Ganham importância os indicadores que explicitem o tamanho da pegada ecológica
(medida em termos de terra bioprodutiva ou de emissão de CO2), o balanço energético e a
valoração de impactos socioambientais.
A interdisciplinaridade aqui proposta, por ser um campo aberto, fundamentado
em várias áreas do conhecimento que privilegiam a vida das espécies, incorpora essas e
outras preocupações ao contrapor o sentido corriqueiro de sustentabilidade econômica à
sustentabilidade ambiental. Como se trata da vida, não se pode deixar de levar em
consideração as relações entre as gerações atuais e futuras, o que traz mais um complicador
para os gestores públicos e privados na elaboração de políticas econômicas, sociais e
ambientais.
De um lado, as futuras gerações, por não existirem, não têm nenhuma ingerência
sobre o legado de acertos ou equívocos das atuais gerações. De outro, é importante
considerar as incertezas e a ignorância quanto aos efeitos sobre os vários ecossistemas,
decorrentes de decisões tomadas no presente. Daí a necessidade de prudência. E, diante da
ignorância e do elevado grau de incerteza, e pelo fato de os modelos econométricos,
tecnocráticos e mecanicistas4 não serem capazes de dar respostas consistentes, impõe-se a
orientação pela visão biocêntrica com a incorporação das dimensões ambiental, política e
social, quando da abordagem dos problemas econômicos.
A complexidade com que se defronta a humanidade está para além do mercado.
Para a Economia Ecológica as preferências individuais (de consumidores e produtores) e a
busca continuada da máxima lucratividade, terão que ser reexaminados, pois não podem
ser os únicos determinantes do que será produzido. O significado de liberdade individual
(livre escolha) terá que ser reinterpretado à luz de considerações ecológicas, em
contraposição à ordem econômica da maximização da satisfação (subjetiva) individual, do
lucro e da produção sem limites. A cultura do consumismo, que respalda a visão
antropocêntrica da vida, também precisa ser questionada.
4 Para Georgescu (2008: 68), “Esta abordagem conduziu a uma proliferação de exercícios com “lápis e
papel” e a modelos econométricos cada vez mais complicados servindo apenas, com muita frequência, para
mascarar as questões mais fundamentais.” Conclui dizendo que: “A verdade é que o processo econômico não
é um processo isolado e independente”.
19
Evidentemente, o modelo hegemônico de produção de mercadorias exige que
tudo ocorra de acordo com uma única racionalidade: o que um indivíduo quer, é aquilo que
está disposto a pagar para obter ou ganhar. Interessa igualar benefícios marginais a custos
marginais; tudo é reduzido a um programa matemático de otimização – um neologismo
que corresponde à tradução direta de “optimization”. Na realidade, o que um indivíduo está
disposto a pagar depende da quantia que possui (poder de compra), e não de seus desejos,
cujo atendimento restringe-se, efetivamente, a esta quantia. De qualquer maneira, nas
sociedades ocidentais o importante é estimular a cultura do consumismo.
Nesse ambiente econômico, o ótimo é orientado por determinada lógica
econômica que não se coaduna à lógica dos ecossistemas e à existência de uma sociedade
humana em que prevaleçam princípios igualitários de justiça social e ambiental. A lógica
econômica que domina o mundo da vida é aquela que promete resultados monetários
tentadores. Para isso, desenvolvem-se mecanismos com os quais se possam dar vazão ao
crescimento ilimitado do dinheiro, sem a devida consideração às restrições biofísicas. É
claro que o dinheiro pode crescer ilimitadamente; a produção material, não. Daí o
desencontro entre a realidade (riqueza) e a ficção (finanças).
Não é preciso que se tenha a sensibilidade humana aguçada. Um pequeno
esforço, no sentido da elevação da consciência ecológica, será suficiente para perceber que
com este bacharelado interdisciplinar abre-se um campo do conhecimento profundamente
fértil. Por sua natureza interdisciplinar, é preciso alcançar o patamar da
transdisciplinaridade, tendo em vista encerrar o longo período de separação entre campo e
cidade, entre a economia, a Natureza e a sociedade, cujos resultados, em termos de
destruição de ecossistemas e de desigualdades sociais, são por demais evidentes.
Para continuar vivendo na Terra, a espécie humana terá que se desprender de suas
posições reducionistas e empreender a busca de um saber transdisciplinar de modo a
compreender profundamente a estrutura e funcionamento dos ecossistemas. Como se sabe,
as atividades econômicas não ficam restritas apenas ao uso de recursos naturais, pois
alcançam e afetam os ecossistemas existentes. Dependendo da amplitude dos efeitos sobre
a capacidade de suporte destes ecossistemas, essas atividades podem ameaçar o futuro da
humanidade.
20
Não seria demasiado dizer que é preciso superar o reducionismo inerente à
valoração crematística5 dos recursos naturais e das relações sociais. A ampliação de
perspectiva sugere a necessidade de que economia, sociedade e ambiente formem uma
unidade com a adoção da lógica vital inerente aos fluxos de energia (origem, acumulação e
uso) e a capacidade da Terra de absorver resíduos. Evidentemente, sem nunca esquecer que
a espécie humana é apenas uma dentre muitas. A interdisciplinaridade proposta tem como
um de seus objetivos reunificar as esferas da economia, da política, da cultura e do
ambiente, de modo que sejam percebidas como necessárias ao desenvolvimento
ecologicamente sustentável de todas as espécies vivas.
A decisão de elaborar este Projeto também resultou de estímulos decorrentes da
constatação de processos de degradação a que têm sido submetidos os biomas brasileiros,
em geral. De um lado, as denúncias dos povos tradicionais da floresta amazônica diante da
ameaça da devastação para a ampliação da fronteira do negócio agrícola e de mineração;
de outro, o processo de exploração a que vem sendo submetido o cerrado; e, mais ainda, a
realidade mais próxima do processo de degradação e desertificação do semiárido
nordestino. Ao lado desses processos, o crescimento do volume de recursos para a
construção de uma infraestrutura capaz de atrair novas indústrias para a região Nordeste,
com suas repercussões sobre os ecossistemas onde se instalarem.
De um lado, o clamor das várias cúpulas paralelas aos eventos oficiais, e mesmo
as conferências nacionais e internacionais, chamando a atenção para os efeitos econômicos
e sociais das mudanças climáticas e para a degradação dos ecossistemas existentes no
Planeta. De outro, como pano de fundo mais imediato, os conflitos sociais e ambientais
causados pelas ações antrópicas, voltadas para os interesses econômicos governamentais e
privados, que causam degradação aos biomas brasileiros. Diante desses estímulos, chegou-
se à conclusão de quão importante é criar um espaço acadêmico onde se possam
desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão nesta nova área do conhecimento.
5 A valoração crematística significa a busca incessante da produção e da apropriação privada da riqueza
produzida, orientada pela maximização da rentabilidade, mesmo que em detrimento das necessidades do
Homem e do ambiente.
21
2.2 A crise ambiental é uma crise civilizatória
A preocupação ecológica tem ganhado espaço nas várias cúpulas, nacionais e
internacionais. Pode-se destacar dois momentos importantes registrados na primeira
metade do século XX:
1) a Carta de Atenas (1933), redigida por um grupo de arquitetos, já caracteriza
algumas cidades como a imagem do caos, sem condições de satisfazer as
necessidades vitais de seus habitantes;
2) no Brasil (1934), realiza-se a 1ª Conferência Brasileira de Proteção à Natureza;
a ONU, que fora criada em 1945, realiza a Conferência Científica das Nações
Unidas sobre a Conservação e a Utilização de Recursos (1949).
No início dos anos de 1960, a publicação do livro da brilhante bióloga Rachel
Carlson, Primavera silenciosa (1962), que denuncia o uso de DDT e outros agrotóxicos,
foi um registro literário-científico marcante. Ainda na década de 1960, surgiu o Clube de
Roma, uma entidade que congregava cientistas de diversas áreas preocupados com o futuro
da humanidade.
Nos anos de 1970, a discussão sobre a questão ecológica ganha uma dimensão
mais ampla. Em 1971, nasce o Greenpeace; no ano de 1972, o Clube de Roma publica o
relatório denominado Os limites do crescimento, elaborado por um grupo de cientistas do
Massachusetts Institute of Technology. Em junho desse mesmo ano, realiza-se a
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo. Esta
Conferência chamou a atenção das nações para o fato de que a ação humana estava
degradando seriamente a Natureza, e criando severos riscos para o bem-estar e para a
própria sobrevivência humana. No entanto, a Conferência foi marcada por uma visão
antropocêntrica de mundo, desconsiderando o fato de que a espécie humana é apenas uma
parte da grande teia ecológica que rege a vida na Terra. Em 15 de dezembro de 1972 foi
criado o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), com o objetivo
de coordenar as ações internacionais da ONU de proteção aos ecossistemas e de promoção
do desenvolvimento sustentável.
O ano de 1983 registrou a criação da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente
e Desenvolvimento; e em 1987 foi publicado o relatório, Nosso futuro comum. O Relatório
Brundtland já apontava o aumento da degradação dos solos e a expansão de áreas de
desertificação, bem como a poluição do ar e a devastação de florestas.
22
Os anos de 1990 foram marcados por um salto expressivo da consciência
ecológica, à escala mundial. Entre 3 e 14 de junho de 1992 realiza-se, no Rio de Janeiro, a
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD),
que ficou conhecida como “Cúpula da Terra”. A realização da CNUMAD (Rio-92 ou Eco-
92) chamou a atenção para a dimensão global do problema. É o marco de um momento de
definição para a humanidade. Explicita-se o dilema mais profundo para a humanidade:
permanecer produzindo nos moldes adotados até então – aprofundando as desigualdades
dentro e entre os países – ou alterar profundamente o modelo de crescimento econômico,
de modo a eliminar a fome e a miséria e garantir um ambiente ecológico saudável para as
gerações atuais e futuras.
Na Conferência Rio-92, houve o reconhecimento explícito do entrelaçamento das
crises econômicas, sociais, políticas e ecológicas que se espargiam pelo mundo. Naquela
ocasião foi assinado o documento que ficou conhecido por Agenda 21, numa referência ao
século XXI. Com a Agenda, contudo, adiavam-se as ações concretas que ela mesma
propunha para a década seguinte. Outras conferências ocorreram no restante da década,
com destaque para a Conferência sobre Mudança Climática (Berlim, 1995), dando origem
a tratados sobre Mudanças Climáticas (Kyoto, 1997; Buenos Aires, 1998; e Haia, 2000).
Como acontecimento significativo da última década do século XX, em março de
2000 foi publicado o documento “Carta da Terra”.6 Trata-se de um complexo e audacioso
documento que contempla as diversas dimensões do Homem em sua interação com a
Natureza. Tornou-se uma espécie de código de ética de caráter mundial, pois enfatiza a
Terra e a vida; bem como a cooperação e solidariedade entre todos os povos que habitam o
Planeta. A Carta da Terra tornou-se uma leitura obrigatória para estudiosos(as) que
pretendem aprofundar os conhecimentos sobre os impactos socioeconômicos e ecológicos
das ações antropogênicas sobre a biosfera.
E o que dizer da primeira década do século XXI? Infelizmente o debate
restringiu-se à necessidade de quantificar a redução da emissão de CO2, com a assinatura
de protocolos de intenção. O protocolo Kyoto de 1997 foi ratificado em 1999, para
somente entrar em vigor em 2005. Nesses protocolos constam compromissos para a
redução da emissão dos gases que agravam o efeito-estufa, considerados como causas
antrópicas do aquecimento global. De acordo com os compromissos assinados, os países-
membros (principalmente os desenvolvidos) teriam que reduzir a emissão de gases do
6 The Earth Charter, em www.EarthCharter.org.
23
efeito estufa (GEE) em, pelo menos, 5,2% ao ano, comparativamente aos níveis de
1990, no período entre 2008 e 2012. A primeira década do século XXI também ficou
marcada por catástrofes devastadoras: exacerbação de fenômenos climáticos e geológicos
(enchentes, secas, terremotos, tsunamis, tufões, ciclones, desertificação), que ceifaram
centenas de milhares de vidas.
Os eventos e acontecimentos apenas sumarizados são uma pequena demonstração
de quão urgente é dedicar uma detida atenção à questão ambiental, a fim de romper com o
marasmo que vem acometendo gestores públicos e pesquisadores, principalmente desde os
anos de 1990. Evidentemente que o debate sobre processos de desertificação em áreas do
semiárido nordestino, também se encaixa nesse contexto mais amplo dos efeitos das
variações climáticas.
Em síntese, pode-se dizer que em todos os momentos e eventos sumarizados há
algo em comum: inarredavelmente, a humanidade está diante de uma crise civilizatória que
ameaça a vida no Planeta.
A UFC não poderia ficar alheia a esse debate. O Centro de Ciências Agrárias,
pela sua respeitável história, tem amplas condições para levar adiante um projeto com a
envergadura que é a criação do Curso de Bacharelado em Economia Ecológica. A questão
da degradação ambiental, que é universal, pode muito bem ser compreendia a partir da vida
no bioma caatinga, que é o regional, sem esquecer as determinações universais que nele
recaem.
2.3 Crises econômicas mundiais e a problemática ambiental
Os vários aspectos já apontados nos itens anteriores reforçam mais ainda a
conclusão de que este Projeto Pedagógico não poderá ficar subsumido à condição de
simples extensão de qualquer área do conhecimento particular. Ao contrário, o Curso
proposto, por ser portador de uma dinâmica inovadora, deverá desenvolver-se como uma
nova área de estudos, pesquisa e extensão, orientada por determinada interdisciplinaridade
que proporcione uma visão de totalidade dos processos econômicos e suas consequências
pessoais, sociais e ambientais.
Hoje, não há como negar as estreitas relações entre as manifestações do processo
de crise inerente às economias capitalistas e as desigualdades socioeconômicas e
ambientais que se distribuem desigualmente no mundo. São questões que merecem
24
redobrada atenção, pois as disputas interestatais, na arena geopolítica contemporânea das
relações internacionais, podem acentuar a degradação do Planeta e seus efeitos sociais.
A degradação ambiental que afeta o mundo de hoje é incomparavelmente
superior à ocorrida até à primeira revolução industrial. O dado sobre a emissão de gases de
efeito estufa falam por si.7 Para além das diferenças quantitativas, a qualidade da
degradação ameaça seriamente a sobrevivência da espécie humana. Antes, o medo da
escassez levava a colapsos localizados (como foi o caso da Ilha de Páscoa); hoje, os
problemas ambientais que resultam da tendência à superprodução de mercadorias e do
consumismo ganham amplitude planetária. Rigorosamente, não se trata de uma crise
ecológica, pois o Planeta continuará, mesmo sem a espécie humana.
O mundo também assiste a uma crise econômica e financeira que perdura desde
2008. A impressão geral é que tudo está fora de controle e que o sistema está prestes a
atingir seus limites econômicos, ecológicos e energéticos. Que esta crise eleva os custos
sociais, ambientais e políticos, não há dúvidas. Mas, ainda não se pode dizer que o sistema
está na iminência de sua débâcle. Talvez seja mais realista dizer que a sociedade capitalista
encontra-se em franco declínio, em virtude da insegurança que se generaliza, da perda de
confiança nos políticos em ato, da redução de liberdade em virtude do aumento da
repressão estatal. Como consequência, generaliza-se a sensação da baixa efetividade social
e econômica dos serviços públicos e da democracia representativa.
A sociedade capitalista encontra-se profundamente acometida de inúmeras
doenças próprias do trabalho e das inúmeras dissociações. E ainda, que as perspectivas não
são nada alvissareiras como querem as personas que estão diretamente envolvidas com a
postergação do sistema.8
7 Conforme o relatório do IPCC de 2013, a concentração dos GEE (gases de efeito estufa que incluem o
dióxido de carbono-CO2, metano-CH4 e óxido nitroso-N2O), vem aumentando, desde 1750, como
consequência das atividades antrópicas. As concentrações desses gases excedem os níveis pré-industriais em
cerca de 40%, 150% e 20%, respectivamente, e são substancialmente maiores do que as concentrações
registradas em núcleos de gelo durante os últimos 800 mil anos. 8 O analista político norte-americano, Thom Hartmann, autor do livro The crash of 2016, em entrevista
recente, (Ver Globonews, Milênio de 10/fevereiro/2014.), afirmou que o processo de concentração e
centralização do capital que ocorre nos USA, que se iniciou na era Reagan, tem sido responsável pela crise
financeira que afeta atualmente a sede do império do sistema. Segundo o autor, como as regras do mercado
de derivativos não se alteraram, a crise deverá se estender até 2016. A cifra fictícia que gira neste mercado é
algo inimaginável que atinge a casa dos 1,2 quatrilhão de dólares (20 vezes o PIB mundial).
Outro dado que sintetiza a “saúde” das sociedades capitalistas está mostrado no relatório Governar para as
Elites, Sequestro democrático e desigualdade econômica, da ONG Oxfam Intermón, publicado em 19/01/14,
registra que 85 indivíduos humanos são donos de uma quantia equivalente à “riqueza” de 3,57 bilhões de
pobres no mundo.
25
O sistema ainda tem forças suficientes para causar estragos com o pretexto da
necessidade de crescimento econômico como único caminho para corrigir as distorções por
ele mesmo geradas. Guerras pelo controle de recursos fósseis, disseminação de OGM
(organismos geneticamente modificados), utilização de agrotóxicos em larga escala,
produção de vírus para vender vacinas; repressão institucionalizada etc. A “cegueira” (José
Saramago) e a “servidão moderna” enjaulam a humanidade, alimentando e postergando a
missão civilizacional do capital. Pelo menos já não é necessário dedicar esforços para
demonstrar a natureza antivida que marca o capitalismo, e sim reafirmar que de suas
entranhas espera-se mais degradação ambiental.
A crença na tecnologia como panaceia para todos os males tem sofrido reveses,
embora importantes avanços tenham sido obtidos, mesmo que estimulados pelo lucro
privado. Os efeitos dos avanços científico-técnicos alcançados têm sofrido golpes severos
de uma consciência ecológica que acende de maneira intensa e ajuda a perceber suas
consequências sobre a saúde física e psíquica dos indivíduos, e sobre a capacidade de
suporte do Planeta.
26
3. UM BREVE HISTÓRICO DA ECONOMIA ECOLÓGICA
Em 1989, surge a Economia Ecológica com o intuito de apresentar uma nova
proposta que considere a economia como subsistema da natureza. De fato, este novo
campo do conhecimento começou a ser estruturado em 1987, quando na conferência
realizada em Barcelona, veio à tona a insatisfação de economistas e cientistas naturais no
que se refere à utilização dos recursos da Natureza. Contudo, a criação da Sociedade
Internacional de Economia Ecológica, em 1989, é considerada o marco do surgimento
deste novo campo do conhecimento.
Pode-se dizer que a Economia Ecológica ganha status de campo do conhecimento
com as contribuições independentes de Kenneth E. Boulding, Herman E. Daly, Robert
Ayres, Allen Kneese e, principalmente, de Nicholas Georgescu Roegen, que viria a ser
considerado o pai da Economia Ecológica. Este pensador denominava este novo campo
por Bioeconomia. O princípio norteador era a ideia de que a Natureza é um limite externo
para o processo econômico e os danos causados pela utilização acelerada dos bens comuns
são irreversíveis. O pensamento de Georgescu contrapunha-se ao que apregoava a
economia convencional, pois chamava a atenção para a necessidade de que os limites
impostos pelo ambiente fossem respeitados. Daí surge a Economia Ecológica,
apresentando uma forma diferente de funcionamento da economia que levasse em conta o
ambiente e seus limites.
Na história do pensamento econômico Nicholas Georgescu Roegen (1906-1994)
destacou-se por fazer questionamentos sobre os fundamentos da economia neoclássica. Ao
seu lado estava Joseph A. Schumpeter, economista consagrado das primeiras décadas do
século XX, que tentava explicar o mecanismo de mudança no capitalismo de maneira
oposta aos rumos que a economia estava levando no período. O apoio de Schumpeter foi
crucial para o desenvolvimento do trabalho de Georgescu.
Assim, no ano de 1966 Georgescu preparou uma coletânea de seus artigos
escritos entre os anos de 1936 e 1960, intitulada Analytical Economics. A introdução de
referida coletânea extrapolou barreiras epistemológicas para além das fronteiras da
economia. Como resultado importante, chegou à conclusão de que muitas questões com as
quais os economistas se deparavam não eram específicas apenas da economia, mas
vinculavam-se às ciências físicas. Georgescu procurou mostrar na introdução de seu
trabalho que a utilização de números não era suficiente para as mudanças nos sistemas.
27
Neste mesmo trabalho fez uma de suas críticas mais importantes à economia neoclássica,
comparando o processo econômico vigente, como um fenômeno da física mecânica.
O livro mais importante escrito por Georgescu é intitulado de The Entropy Law
and the Economic Process, que confere ao seu autor a característica de ser o estudioso que
mais contribuiu para a construção da Economia Ecológica. A referida obra apresenta a
diferença existente entre a física mecânica, apreciada pela economia neoclássica, e a
segunda lei da termodinâmica, a lei da entropia, que é considerada pelo autor como
evolucionária e serve como base para a Economia Ecológica.
A Economia Ecológica procura adotar uma postura diferenciada da economia
convencional, buscando uma forma de interação sustentável entre o sistema econômico e o
ambiente. Os teóricos desta nova proposta de economia concluem que a eficiência da
relação entre economia e ambiente natural só será possível se a economia desvincular-se
do preceito de que é uma disciplina independente das demais. Desse modo, a Economia
Ecológica encontra na interdisciplinaridade uma nova forma de perceber como os seres
interagem com o ambiente. Daí a importância das ciências naturais e agrárias, bem como
da Geografia, da Antropologia, dentre outras, para compor um campo de pesquisa
interdisciplinar.
Esta natureza interdisciplinar da Economia Ecológica marca sua diferença da
economia convencional, ecologia convencional, e sua pretensão de ser um campo
transdisciplinar. Ao mesmo tempo, incorpora os conceitos desses campos, reconhecendo,
contudo, suas limitações para dar conta das complexas inter-relações entre economia,
sociedade e ambiente. Com tal pretensão, a Economia Ecológica terá que ir além da
simples “composição” entre economia e ecologia, fazendo uso das ferramentas
metodológicas das ciências sociais, naturais e humanísticas.
O campo de pesquisa da Economia Ecológica é tão amplo que pode envolver
questões relacionadas aos direitos da Terra, conflitos ambientais, direitos dos povos
tradicionais, e justiça ambiental. É uma nova maneira de perceber as relações entre o
processo econômico e o ambiente em que se desenrola. Sua grande virtude é trazer para o
centro da discussão assuntos pertencentes a distintos campos do conhecimento, procurando
mostrar a necessidade de uma grande área, ou novo paradigma, que muito bem poderia ser
denominado de Ciência da Vida.
Os escritos de Georgescu chamaram a atenção para problemas atuais e
apresentaram vias para solucionar os impasses. No entanto, por mais importante que tenha
28
sido seu trabalho, Georgescu faleceu praticamente no anonimato. Desta forma, o pai da
Economia Ecológica e sua obra passaram despercebidos dentro da economia.
29
4. PRINCÍPIOS NORTEADORES
O Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Economia Ecológica, como
já enfatizado, tem por base uma interdisciplinaridade que possibilita a necessária visão de
totalidade e que permite perceber a riqueza das múltiplas determinações sociais,
econômicas e ambientais que atravessam a história da humanidade até o presente.
A natureza interdisciplinar do Curso prende-se à necessidade de um pensamento
crítico, para além dos reducionismos metodológicos que grassam no isolamento das
ciências estabelecidas. Não se trata da pura e simples justaposição de conhecimentos, ou
aplicação de ferramentas existentes aos problemas ambientais. Mas sim, compreender a
dialética das relações entre a economia e os problemas ambientais que decorrem das ações
humanas, quando da produção de suas condições materiais de existência em sociedade.
No rol das chamadas Ciências Humanas, a escolha da interdisciplinaridade recai
sobre a Antropologia, a Economia, a Geografia e a História. Nesses campos há importantes
progressos que poderão dar conta das complexas determinações da vida em sociedade. No
campo das Ciências Exatas e das Ciências Naturais, as contribuições da Termodinâmica9 e
da Biologia são cruciais para esse debate interdisciplinar. No âmbito das Ciências
Agrárias, as disciplinas que tratam de questões relacionadas aos biomas do Nordeste,
desertificação e recuperação de áreas degradadas, planejamento de recursos naturais,
estudos sobre os serviços ambientais e a valoração de impactos, dentre outras, servirão de
marcas da preocupação e identificação do Curso com a realidade econômica, social e
ambiental da região onde está inserido. A Matemática e a Estatística terão importância
como disciplinas instrumentais para a compreensão dos modelos que se propõem explicar a
problemática inerente aos ecossistemas.
Com essa perspectiva interdisciplinar, o Bacharelado em Economia Ecológica
tem um olhar biocêntrico voltado para o futuro, desde as condições do presente, com seu
fardo histórico decorrente das ações humanas praticadas nos diversos contextos
socioeconômicos vivenciados pela humanidade. Tem a vida como premissa fundante,
expressa pelo reconhecimento das realidades biofísicas na base do funcionamento dos
sistemas econômicos.
Em virtude da complexidade do objeto de estudo deste novo campo do
conhecimento, espera-se ter um profissional com formação abrangente. Ao mesmo tempo,
9 Segundo Georgescu-Roegen, op. cit., “[...] de todos os ramos das ciências físicas e químicas, a
termodinâmica é a única em que a vida tem importância. ” Daí porque é um ramo que interessa, de perto, à
Economia Ecológica.
30
um profissional que disponha de uma base teórica e instrumental específica e de
componentes éticos e estéticos voltados para a elevação de uma consciência ecológica
transformadora. E que esta formação possibilite ao estudante o desenvolvimento de sua
capacidade intelectiva e que nele forje um profissional que possa atuar com discernimento
e aprender continuamente com autonomia intelectual.
O princípio da formação geral que orienta o Projeto tem por intencionalidade
formar um profissional com sensibilidade e capacidade de diálogo que possa fazer uma
leitura interdisciplinar e multidimensional dos fenômenos socioeconômicos e ambientais e
adequado encaminhamento de ações transformadoras. Esse diálogo poderá contribuir para
inspirar novos enfoques teórico-metodológicos.
Por fim, mas de importância fundamental, a articulação entre teoria e prática é um
princípio a ser perseguido sistematicamente, como uma exigência decorrente da
complexidade do objeto de estudo da Economia Ecológica. Esse princípio norteador exige
flexibilidade da organização curricular, coadjuvada por atividades de campo
interdisciplinares e por metodologias que estimulem a curiosidade científica do(a)
estudante no processo de ensino-aprendizagem.
A pesquisa (bibliográfica e empírica) e as atividades de campo, desde o início da
formação, servirão como um elemento crucial para articular teoria e prática no âmbito da
interdisciplinaridade do Curso. A produção do conhecimento, mediante a pesquisa e a
extensão, será o critério privilegiado para avaliação do ensino-aprendizagem. Nesse
processo é importante que o estreitamento entre teoria e prática se dê mediante o contato
do discente com a realidade socioeconômica e ambiental do Ceará, desde o início da
formação acadêmica, vale repetir.
As atividades de campo, além de favorecerem as vinculações entre teoria e
prática, serão muito importantes para a integração de conteúdos de diversas disciplinas.
Outras atividades, como debates, seminários, palestras, vídeos e filmes, reunindo
professores e estudantes, poderão também ser utilizados para dar conta dessa integração de
conteúdos de diferentes disciplinas.
Por ser uma proposta que contempla interseções e “fronteiras” de várias áreas do
conhecimento, espera-se formar profissionais que venham a se tornar elaboradores (teoria)
e gestores de políticas públicas (prática) conscientes (senso crítico transformador) de que
oikos + logos (teoria) associado à oikos + nomos (prática) tem um significado profundo
que nos remete à própria existência da vida na Terra (visão biocêntrica). Daí porque é
31
preciso olhar criticamente o modo de produção e de consumo prevalecente. As relações
entre biosfera, sociedade e economia, portanto, afiguram-se como objeto de estudo a ser
privilegiado por esse novo campo do conhecimento, como já frisado.
A interdisciplinaridade proposta busca interações entre as ciências que tratam de
Ecologia, das leis da Termodinâmica e aqueles ramos do conhecimento que focam as
relações sociais e territoriais, no rol mais amplo das Ciências Humanas, junto com o
conhecimento contemplado pelas Ciências Agrárias que tratam das questões relacionadas
ao ambiente físico regional.
Em síntese, podem-se arrolar os seguintes princípios10
que orientaram a
elaboração do Projeto Pedagógico em Economia Ecológica como segue:
1. Formação acadêmica geral alicerçada em teorias, metodologias e práticas que
fundamentam as relações entre ambiente, sociedade e economia.
2. Formação baseada na interdisciplinaridade e no diálogo entre as áreas de
conhecimento e os componentes curriculares.
3. Trajetórias formativas na perspectiva da flexibilização curricular.
4. Permanente revisão das práticas educativas tendo em vista o caráter dinâmico e
interdisciplinar da produção de conhecimentos na área de Economia Ecológica.
5. Prática integrada da pesquisa e extensão articulada ao currículo, priorizando o
contato do(a) discente com a realidade socioeconômica e ambiental do Ceará.
6.Estímulo à mobilidade acadêmica e intercâmbio com instituições nacionais e
internacionais.
7. Reconhecimento, validação e certificação de conhecimentos, competências
e habilidades adquiridas em outras formações ou contextos como Atividades
Complementares.
8. Estímulo à iniciativa individual ou coletiva para o desenvolvimento do
senso crítico, autonomia intelectual, espírito inventivo e inovador voltada para
a elaboração de políticas mitigadoras de impactos socioambientais no Brasil, e
especialmente no Nordeste.
10
Os princípios aqui apresentados seguem de perto os referenciais orientadores para a elaboração de projetos
de bacharelados interdisciplinares e similares, do Grupo de Trabalho instituído pela Portaria SESU/MEC, Nº
383 de 12 de abril de 2010.
32
5. OBJETIVOS E PERFIL PEDAGÓGICO DO CURSO
5.1 Objetivos
Como primeira especificidade do Bacharelado em Economia Ecológica pretende-
se uma formação da qual resulte um profissional com elevada consciência ecológica, capaz
de compreender criticamente os princípios e fundamentos que envolvem os significados de
“desenvolvimento sustentável”. Espera-se que, na eventual condição de elaborador e gestor
de políticas públicas de desenvolvimento socioeconômico, tenha profundo respeito aos
biomas e à cultura local, sempre cioso de que as intervenções humanas provocam
desequilíbrios sociais e ecossistêmicos. E que tenha fundamentos para compreender que as
ações antrópicas afetam a biocapacidade da Terra e que, por este motivo, o tempo de
recomposição dos ecossistemas terá que ser respeitado. Assim procedendo, estará
contribuindo para o bem viver atual e deixar um legado saudável para as futuras gerações.
Com essa perspectiva, o Curso deverá demonstrar que as inter-relações entre as
nações, mesmo com suas diferentes formações históricas e culturais, permitem perceber
que vivemos todos sob a proteção do mesmo corpo inorgânico sem o qual não há
possibilidade da vida em sociedade, seja esta capitalista ou de qualquer outra ordem
econômica e política. A biosfera é a casa comum de todas as espécies; e o que chamamos
de Natureza, continuará existindo, mesmo sem o Homem.
Diante de tal pressuposto vital, nosso lugar no mundo, nos atos gerais e
específicos da produção econômica, requer uma compreensão crítica quanto à interação
metabólica que se estabelece historicamente entre Homem e Natureza. Por toda a história
da humanidade, as relações sociais de produção também marcam a forma como os
ecossistemas têm sido tratados. A escala das “agressões” altera-se de acordo com a
finalidade atribuída à produção. Se for apenas para atender a necessidades humanas reais
da vida em sociedade, a escala das agressões é reduzida; se for para além destas
necessidades, visando à acumulação de riqueza, estas agressões ganham magnitudes mais
expressivas.
Nesse sentido, e tendo em vista as inter-relações entre ambiente, sociedade e
economia, o primeiro objetivo específico do Curso é contribuir para o entendimento das
formações históricas e socioeconômicas, a partir das quais se estruturou a atual repartição
da riqueza e utilização dos recursos naturais, e suas repercussões sobre os ecossistemas do
Planeta. Desta evolução, espera-se fomentar o debate sobre o atual contexto da
33
mundialização econômico-financeira no qual a crise econômica e a crise ecológica
resultam da mesma matriz causal. Trata-se do modo como reproduzimos nossas condições
materiais de vida que acentua a separação entre Natureza e sociedade, entre campo e
cidade, ignorando a Natureza, como se desta não fizessem parte a cidade e a sociedade.
O segundo objetivo específico é fornecer conteúdos teóricos e práticos que
permitam formar um profissional com capacidade de seleção e de análise crítica das
informações disponíveis, com procedimentos metodológicos adequados a uma tomada
responsável de decisões. Um fato que não pode passar despercebido é que o volume de
informações cresce diretamente com os problemas que afetam a humanidade, que, por sua
vez, se defronta com um ambiente (social e natural) em constante transformação,
ameaçado de esgarçamento e de degradação. Nesse ambiente de inter-relacionamento
global, em que as novas tecnologias da informação estão cada vez mais disseminadas, a
formação de um profissional voltado para a Economia Ecologia não pode dispensar a
inclusão de novas formas de produção de informações e metodologias que venham
contribuir para a compreensão das interações entre ambiente, sociedade e economia.
Como síntese, pode-se dizer que o objetivo geral do Curso é formar um
profissional com elevada consciência ecológica e sólida formação teórico-prática, voltado
para a realidade brasileira, e ao mesmo tempo capaz de compreender sua contextualização
ao processo histórico e social da expansão do capitalismo no mundo. E ainda, um
profissional com condições intelectuais de aliar os conhecimentos das várias áreas da
formação contidas no Currículo Pleno e fazer as necessárias inter-relações entre os
fenômenos econômicos e o ambiente, nos momentos de seu exercício profissional.
5.2 Perfil do Curso
Tendo em vista os princípios que orientaram a elaboração do PPC em Economia
Ecológica, o perfil da formação pretendida tem os seguintes atributos:
1. Compromisso com o estudo da realidade territorial brasileira, fundamentado
em uma sólida formação teórica interdisciplinar, histórica e instrumental;
2. Pluralismo metodológico, em coerência à natureza do objeto de estudo da
Economia Ecológica;
3. Ênfase nas inter-relações dos fenômenos econômicos, sociais e ambientais no
contexto em que se desenrolarem; e
34
4. Estímulos ao desenvolvimento de atitudes de prudência, respeito às culturas
locais e responsabilidade socioambiental no exercício profissional.
O Curso, além de compreender uma área do conhecimento que se constrói em
estreita vinculação com as diversas áreas do conhecimento já comentadas, não pode ficar
imune a influências de fatores normativos e éticos. Por isso, propõe-se a formar um
profissional com competências que lhe permita perceber a complexidade das
determinações dos fenômenos socioeconômicos, políticos e ambientais, cuja análise dá
lugar a diferentes formas de abordagem e de interpretação.
Desse modo, o perfil pedagógico do Curso expressa uma formação humanística
que incorpora, transversalmente, conhecimentos de Filosofia e Antropologia, ao lado de
uma sólida formação teórica, histórica e instrumental com a qual se espera que sejam
explicitadas e compreendidas as relações fundamentais entre ambiente, sociedade e
economia. Do ponto de vista prático, esse cabedal de conteúdos deverá concretizar-se num
profissional capaz de elaborar políticas públicas ambientais e se tornar um gestor
consciente das limitações biofísicas pertinentes a estas mesmas políticas.
Em sua estruturação, o Curso afirma o compromisso com o estudo da realidade
socioespacial, econômica, política e ambiental brasileira, sem perder de vista as
contradições sociais, econômicas, políticas e ecológicas que se processam à escala
mundial, e suas conexões que se rebatem sobre o País. Em particular, terá um olhar
privilegiado voltado para os biomas nordestinos (sobretudo a caatinga e a zona costeiro-
marinha), como definição de sua identidade regional. Os significados de “desenvolvimento
sustentável” terão essa realidade ecológica como território privilegiado de observação,
pesquisa e extensão, e de avaliação crítica das políticas públicas para ela direcionadas.
35
6. PERFIL DO EGRESSO E ÁREAS DE ATUAÇÃO
A justificativa, os princípios norteadores e o perfil geral da formação sugerem
que o(a) egresso(a) irá adquirir competências e aptidões que lhes permitam compreender as
questões científicas, técnicas, sociais e políticas que se situam no entorno da Economia
Ecológica. A expectativa é que o(a) profissional deste novo campo do conhecimento seja
capaz de assimilar informações, tenha flexibilidade intelectual e sólida consciência
socioambiental indispensável ao enfrentamento de situações com que se deparar.
Evidentemente, fica difícil separar o perfil e os objetivos do Curso, do perfil
profissional que se pretende com o Curso. Não poderia ser diferente, pois a formação
proposta não poderia ser uma simples abstração ou expressão da vontade subjetiva de seus
proponentes. Em particular, os princípios norteadores já antecipam que tipo de profissional
se pretende formar. Ademais, o delineamento do perfil também sugere as possíveis áreas
de sua atuação
6.1 Um especialista com formação geral
Deve ter ficado claro que a complexidade do objeto de estudo da Economia
Ecológica exige uma formação abrangente, em virtude da especificidade que caracteriza
este objeto. Este especialista em Economia Ecológica deverá defrontar-se com interfaces
entre ambiente, sociedade e economia, daí porque terá que se apropriar de conteúdos de
várias áreas do conhecimento. Além dos conteúdos teóricos e instrumentais previstos no
Projeto, a formação também contempla componentes éticos e estéticos voltados para
elevação da consciência ecológica dos indivíduos em sociedade. Da perspectiva
interdisciplinar do Curso, espera-se formar um indivíduo com uma sólida formação teórica
e técnica com capacidade intelectiva de perceber a totalidade socioeconômica e ambiental
onde estiver atuando.
O Curso está estruturado para proporcionar ao(à) egresso(a) habilidades
necessárias a um competente desempenho profissional nas tarefas específicas de sua
formação, seja no setor público ou no setor privado. Nesse sentido, deverá capacitá-lo para
elaborar diagnósticos e estudos de natureza socioeconômica e ambiental, de forma objetiva
e crítica, a fim de que possa contribuir para soluções adequadas.
Desse modo, espera-se que o(a) profissional em Economia Ecológica seja capaz
de selecionar e analisar criticamente as informações disponíveis – e capaz de produzir
36
outras informações e conhecimentos, utilizando-se dos instrumentos de pesquisa
disponíveis ou de outros que venha a produzir. Ademais, que seja capaz de dialogar com
profissionais de diferentes campos do conhecimento e jamais deixar de considerar os
saberes das comunidades, dos povos tradicionais e dos movimentos sociais, atuando de
forma cooperativa no trato das questões que envolvam análises de impactos
socioeconômicos e ambientais. Em síntese, o perfil profissional que se pretende do(a)
egresso(a) é aquele de um especialista em questões pertinentes às relações entre ambiente,
sociedade e economia, capaz de dialogar com outros sujeitos envolvidos em processos
pertinentes aos impactos que ameacem a vida no Planeta.
6.2 Competências e habilidades
O Curso propõe-se a formar pessoal de nível superior, com responsabilidade
profissional para atuar como formulador e gestor de políticas voltadas para um
desenvolvimento socioeconômico ecologicamente sustentável, seja no setor público ou no
setor privado. Para isso, tem por marca uma abordagem interdisciplinar que possibilita uma
postura metodológica crítica com relação ao paradigma vigente de crescimento econômico
ilimitado e às formas de consumo que contribuem para acirrar o problema do
acondicionamento, transporte e destinação de resíduos líquidos e sólidos que degradam os
diversos subsistemas ecológicos.
Assim sendo, o(a) egresso(a) deverá ser um(a) profissional com perfil
diferenciado, com habilidades específicas e conhecimentos abrangentes e diversificados
que adquira, pelo menos, as seguintes competências e habilidades:
1. Aptidão para o debate sobre as questões locais, nacionais e as transformações
mundiais, que envolvam impactos socioeconômicos e ambientais;
2. Sólida formação técnica, humanística e ética, indispensável ao exercício de
suas atividades no campo interdisciplinar da Economia Ecológica;
3. Sensibilidade diante das desigualdades sociais e capaz de reconhecer a
diversidade dos saberes e as diferenças étnico-culturais
4. Habilidade para desenvolver raciocínios logicamente consistentes e elaborar
análises críticas como elementos básicos para a tomada de decisões em relação
aos aspectos de natureza socioeconômica e ambiental com os quais se
defrontarem;
37
5. Condições intelectuais para a leitura e compreensão de textos e documentos
relacionados à economia e suas relações com o ambiente;
6. Domínio de metodologias e conceitos fundamentais de Economia Ecológica a
serem utilizados quando da elaboração de estudos e relatórios sobre impactos
socioeconômicos e ambientais decorrentes de projetos públicos ou privados de
investimento;
7. Capacidade para atuar com discernimento e aprender continuamente, com
autonomia intelectual e compromisso social, de modo a contribuir para que as
gerações atuais e futuras tenham um ambiente propício à vida; e
8. Desenvoltura para atuar em equipes de empresas de consultoria, de órgãos
governamentais ou de outras organizações, desenvolvendo estudos e pesquisas,
elaborando pareceres técnicos no campo da avaliação e análise ambiental,
identificando impactos sobre os ambientes natural e social, gerados por processos
tecnológicos, complexos produtivos, projetos viários relacionados à circulação de
mercadorias e à mobilidade humana.
6.3 Áreas de atuação
Em um mundo cada vez mais complexo, tudo leva a admitir que o mercado de
trabalho demande um profissional com elevado nível de especialização, porém com uma
formação abrangente que lhe garanta relativa facilidade de comunicação oral e escrita.
Como se sabe, a especialização decorre da divisão técnica do trabalho, o que elimina a
possibilidade de uma formação abrangente. O perfil inovador contido no Bacharelado em
Economia Ecológica, contudo, cria condições para romper com esta separação. Com tal
característica, espera-se que o espectro das áreas de atuação seja alargado.
Com alguma razoabilidade é possível listar, mesmo que preliminarmente, as
seguintes atividades e áreas de atuação profissional, no setor público ou no setor privado:
►Ensino e pesquisas acadêmicas voltadas para a Economia Ecológica;
►Planejamento socioeconômico e ambiental;
►Estudos e pesquisas sobre impactos socioeconômicos e ambientais decorrentes
de projetos de investimento públicos ou privados, ou decorrentes de complexos
produtivos em funcionamento;
38
►Elaboração de políticas de gestão ambiental de resíduos sólidos e líquidos;
►Estudos para o combate da desertificação e recuperação de áreas degradadas do
semiárido;
►Consultoria de órgãos governamentais, de empresas privadas, ONG's ou outras
organizações, para o estudo de impactos socioeconômicos e ambientais; e
►Análise de relatórios e estudos sobre impactos socioeconômicos e ambientais.
A expectativa é que a natureza abrangente e as especificidades da formação
forneçam ao(à) egresso(a) melhores condições para atuar nas diversas áreas de sua possível
inserção, de interagir com outros profissionais, comunidades, povos tradicionais e
movimentos sociais.
O importante é que o Curso propicie a formação de um(a) profissional que seja
capaz de selecionar e analisar criticamente as informações disponíveis e de dialogar
cooperativamente com outros sujeitos. No lugar da arrogância proporcionada pela posse do
saber, a troca de conhecimentos, tal como exigem as formas de coevolução entre Homem e
Natureza.
39
7. METODOLOGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
O processo de ensino-aprendizagem transcorrerá com base em metodologias que
potencializem o caráter interdisciplinar da formação. As práticas educativas a serem
adotadas deverão ser permanentemente avaliadas em encontros nos quais estarão presentes
docentes e discentes vinculados às disciplinas de cada semestre letivo.
O objetivo dessas reuniões é identificar as dificuldades relacionadas às
metodologias de ensino e à apropriação dos conteúdos das disciplinas pelos discentes. A
intenção é transformar esses encontros em momentos de avaliação coletiva sem a
preocupação com a atribuição de valores individualizados, seja ao trabalho de cada docente
em si, seja ao rendimento escolar do conjunto do corpo discente. Importa, sobretudo,
avaliar o processo de ensino e a apropriação de conhecimentos, para identificar a
necessidade ou não de mudanças das práticas pedagógicas, inclusive de conteúdo das
disciplinas vis-à-vis os objetivos da formação. O formato e a periodicidade dos encontros
serão detalhados pelo Colegiado do Curso.
Desse modo, como o foco é a criação de um ambiente acadêmico que favoreça a
uma maior efetividade do processo de ensino-aprendizagem, as propostas metodológicas
contemplam: orientação pedagógica, prática docente, tutoria discente e um pacto
pedagógico a ser “celebrado” entre docentes e discentes.
7.1 Orientação pedagógica
Em virtude da natureza interdisciplinar, a orientação pedagógica terá que ser
inovadora de modo a propiciar um processo de ensino-aprendizagem apoiado em uma
estrutura voltada para um melhor atendimento ao aluno e à aluna como um ser capaz de
pensar criticamente.
Como primeira orientação geral, considera-se que o processo de formação não
pode estar baseado apenas na transmissão oral de conhecimentos – que é um sistema
eficiente (com baixos custos), mas não tão eficaz (em termos de retenção dos conteúdos
das disciplinas ministradas). A instituição de ensino deve estimular e proporcionar
condições para a criação de um ambiente acadêmico em que a(o) aluna(o) seja parte ativa e
vivencie problemas e situações, pesquisando, de modo a se apropriar dos conhecimentos
transmitidos e refletir criticamente sobre a ciência estabelecida. É uma pedagogia que
40
procura “reinventar” metodologias e conhecimentos com implicações diretas sobre o corpo
docente envolvido no processo de formação.
Nesse sentido, é fundamental que todas as disciplinas ministradas tenham a
pesquisa (bibliográfica ou empírica) como meio principal para a avaliação do aprendizado,
junto com trabalho de campo integrado, que envolve professores e disciplinas do
respectivo semestre. Adicionalmente, será estimulado o engajamento dos discentes em
projetos de extensão que congreguem estudantes de outros Cursos, e que tratem de
problemáticas correlatas, a fim de potencializar a articulação entre teoria e prática.
É evidente que esse esforço de integração entre ensino, pesquisa e extensão
deverá exigir mais dedicação do corpo docente e discente. Em assim sendo, torna-se
necessário também “educar os educadores”, para que se envolvam efetivamente no
desenvolvimento de um ambiente que favoreça a vivência dessa pedagogia.
Em resumo, podem se adotar as seguintes orientações pedagógicas gerais:
►Propiciar um processo de ensino-aprendizagem apoiado em uma estrutura voltada para
dar um melhor acompanhamento pedagógico ao aluno e à aluna;
►Estimular o desenvolvimento intelectual do(a) discente, considerando sua capacidade de
pensar criticamente;
►Incentivar o estudo da problemática brasileira, sem deixar de considerar que esta
realidade faz parte do complexo ecológico planetário e de um sistema econômico que
envolve todas as nações do mundo;
►Criar um ambiente acadêmico consentâneo à formação de um(a) profissional que se
torne capaz de selecionar e analisar criticamente as informações socioeconômicas e
ambientais disponíveis e de dialogar cooperativamente com profissionais de diferentes
ramos do conhecimento, com as comunidades, povos tradicionais e movimentos sociais;
►Estimular e proporcionar condições para que se tenha um ambiente acadêmico em que
a(o) aluna(o) seja parte ativa e vivencie problemas e situações, pesquisando, de modo a
apreender os conhecimentos transmitidos e refletir criticamente sobre o conhecimento
estabelecido;
►Criar uma cultura pedagógica com a qual as disciplinas ministradas tenham a pesquisa
(bibliográfica ou empírica) e a extensão como instrumentos para a avaliação do
processo de ensino-aprendizagem;
41
►Fazer o acompanhamento do desempenho acadêmico-curricular, sob a forma de tutoria,
a fim de que o(a) aluno(a) tenha um melhor aproveitamento nos estudos, identifique
suas dificuldades e deficiências e seja orientado no momento da escolha das áreas de
estudo, pesquisa e extensão mais adequadas a seus interesses e habilidades;
►Realizar palestras, debates e conferências presenciais ou virtuais, sobre temas correlatos
ao Curso, com convidados de instituições de ensino superior, de órgãos públicos,
entidades não governamentais ou do segmento empresarial;
►Estimular à formação de grupos de estudos (salas de leitura), grupos de pesquisas
(laboratórios) e grupos de extensão que congreguem docentes e discentes;
►Realizar encontros sistemáticos (“rodas de conversas”) de docentes e discentes, que
favoreçam a troca de informações sobre novas referências bibliográficas, eventos
científicos, conflitos socioambientais. Esses momentos devem ser um meio para
enriquecer a complementaridade dos conteúdos ministrados nas diversas disciplinas,
eventualmente com a participação de profissionais que estejam envolvidos na
elaboração, execução de projetos ou com intervenções que afetem o ambiente;
►Realizar encontros sistemáticos com docentes e discentes, para avaliar o Curso, o
processo de ensino-aprendizagem e as necessidades de reformulação de conteúdos
curriculares e disciplinas e metodologias de ensino;
►Proporcionar condições para a publicação de livros, artigos e textos didáticos de
docentes ou artigos em coautoria com discentes; e
►Criar uma página eletrônica, relacionada à Economia Ecológica, que contenha matérias
diversas, links e espaço para uma revista virtual do Curso.
7.2 Prática docente
Dentro da perspectiva interdisciplinar aqui proposta, é necessário que o corpo
docente seja portador de uma formação teórica, histórica e cultural voltada para a
compreensão do funcionamento das economias modernas e de suas implicações sobre a
biodiversidade do Planeta e as dinâmicas territoriais. Essa exigência se deve à
complexidade do objeto de estudo e, consequentemente, do perfil profissional do(a)
egresso(a) do Curso. Para os(as) docentes torna-se imprescindível certo conhecimento de
conceitos e instrumentos analíticos das áreas que compõem a interdisciplinaridade contida
neste Projeto.
42
Ademais, caberá ao corpo docente uma conduta consentânea a um(a) educador(a)
responsável e preparado(a) para trabalhar com os educandos princípios humanísticos,
éticos e estéticos que contribuam para o entendimento do contexto sociopolítico, cultural,
econômico e ambiental em que vivemos. Com essa conduta, espera-se estimular no(a)
egresso(a) a capacidade de se relacionar cooperativamente com seus pares, com
profissionais de outras áreas do conhecimento e outros sujeitos, quando dos momentos de
enfrentamento de problemas socioeconômicos e ambientais concretos.
O processo de “educação dos educadores” poderá envolver, além da formação
pedagógica, voltada para o desempenho de suas funções, inclusive a de tutor, as seguintes
ações, ou outras que vierem a ser definidas:
►Incentivar o corpo docente para que se qualifique em nível de pós-graduação stricto
sensu ou em programas de pós-doutorado, na área da Economia Ecológica;
►Estimular o corpo docente para que realize palestras, debates e conferências e faça
pronunciamentos nos vários meios de comunicação locais sobre a problemática da
Economia Ecológica;
►Organizar um espaço institucional de debates para a apresentação de Teses, Dissertações
e resultados de pesquisas em Economia Ecológica do corpo docente e discente,
inclusive fazendo uso da TV-UFC e da FM-Universitária; e
►Incentivar a publicação de livros, artigos e textos didáticos de docentes, individuais ou
em coautoria, inclusive com discentes.
7.3 Tutoria discente
Trata-se de um “acompanhamento de proximidade” voltado para a orientação
acadêmica, ao longo de todo o período da formação, organizada sob a forma de tutoria de
um conjunto de alunas(os) para cada docente. O(A) tutor(a) não coincidirá,
necessariamente, com o(a) orientador(a) do Trabalho de Conclusão do Curso (TCC). A
escolha do orientador do TCC, no entanto, poderá ser facilitada com a divulgação das áreas
de estudo e das linhas de interesse de pesquisa de cada docente. São informações que
poderão facilitar as decisões dos(as) alunos(as) quando da definição de seus projetos de
pesquisa e na escolha dos(as) orientadores(as) e de possíveis coorientadores(as).
Como parte do “acompanhamento de proximidade”, cada tutor deverá estimular a
participação dos(as) alunos(as) nas jornadas acadêmicas inseridas no calendário
43
institucional. Outras formas de participação poderão ser organizadas com a finalidade de
avaliar as condições de funcionamento do Curso, resultados alcançados e trocas de
experiências pedagógicas, bem como para propor mudanças necessárias ao aprimoramento
das atividades acadêmicas, ou mesmo do Currículo do Curso. Esses encontros envolvendo
tutores(as) e discentes permitirão uma reflexão coletiva particular sobre os sentidos de um
fazer acadêmico competente.
Evidentemente que, com a tutoria, cada docente terá uma fonte primária de
informações relevantes para a avaliação dos conteúdos da formação e do processo de
ensino-aprendizagem. Isso, porque, em virtude do contato direto com discentes
matriculados em várias disciplinas, o caráter mais restrito e informal do acompanhamento
poderá facilitar a obtenção das impressões e a avaliação dos estudantes relacionadas a seu
crescimento intelectual e a sua compreensão do objeto de estudo da Economia Ecológica.
7.4 Pacto pedagógico
A “celebração” de um pacto pedagógico entre docentes e discentes é importante
para criar condições que favoreçam ao desenvolvimento da criatividade acadêmica e à
recriação de práticas pedagógicas. Antes de tudo, significa uma afirmação de compromisso
para aperfeiçoar o processo de ensino-aprendizagem. Este processo envolve a pluralidade e
a complexidade dos conteúdos ministrados, o desenvolvimento da capacidade de abstração
dos discentes, a contextualização do conhecimento e a articulação entre teoria e prática
necessária para dar conta da compreensão dos objetos de estudo que envolvem o campo da
Economia Ecológica, na particularidade de cada disciplina.
Ensinar, aprender e avaliar, esta é a tríade focal do pacto pedagógico, cuja marca
permanente é a dúvida epistemológica para enfrentar os desafios da contemporaneidade. A
capacidade de compreender o local e o global, e de distinguir a aparência da essência, são
elementos cruciais para o desfazimento de fetiches e mitos e, principalmente, para
contribuir no sentido da organização de uma ordem socioeconômica, política e ecológica
mais justa e humanizada.
O pacto pedagógico não é um contrato formal e rígido, mas uma espécie de
“acordo” quanto ao horizonte pretendido com as disciplinas ministradas. A minuta do
pacto inclui, pelo menos, a apresentação pelo(a) professor(a) e discussão com os(as)
estudantes sobre os seguintes pontos:
44
(1) Os objetivos da disciplina;
(2) A metodologia de ensino a ser praticada;
(3) A bibliografia básica e complementar;
(4) A pesquisa científica como instrumento privilegiado de avaliação; e
(5) As expectativas dos discentes e avaliação da disciplina.
Esses são os componentes mínimos da minuta do pacto pedagógico a serem
explicitados, logo no primeiro dia de cada período letivo. Quando da apresentação do
conteúdo programático, é importante que o(a) Professor(a) mostre de maneira clara o lugar
de sua disciplina no contexto da integralização curricular, bem como sua contribuição
particular para a compreensão de questões ambientais e econômicas que afetam a
sociedade. É um momento importante para que os(as) estudantes exponham suas
expectativas quanto à temática e ao domínio dos pré-requisitos basilares para a
compreensão do que será discutido e do que se espera como aprendizagem. No final, o
pacto deverá prever uma avaliação da metodologia de ensino e do conteúdo ministrado.
45
8. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
Ao longo de oito semestres (4 anos), a carga horária do Curso totaliza o mínimo
de 3.200 horas-aulas, o que corresponde a 200 créditos. Esta carga horária atende à
exigência da Resolução CNE/CES Nº 2, de 18 de junho de 2007, em seu Art. 2, Inciso III e
item “c”, do Conselho Nacional de Educação/Ministério da Educação, que dispõe sobre
carga horária mínima e procedimentos relativos à integralização e duração dos cursos de
graduação, bacharelados, na modalidade presencial.
De acordo com a Resolução Nº 14/2007 do CEPE/UFC, o tempo normal de
duração do curso é de quatro anos (oito semestres) e o tempo o tempo máximo é o
somatório do tempo normal mais 50% do mesmo, ou seja, seis anos (doze semestres). Ao
cabo do período máximo estabelecido, o aluno ou a aluna entrará em processo de
desligamento, conforme as normas da UFC. O educando do curso de Economia Ecológica
poderá cursar no mínimo 12 créditos e no máximo 32 créditos por semestre letivo.
O Curso será ofertado para o turno vespertino-noturno, com duas entradas anuais
de 50 (cinquenta) discentes, selecionados(as) de acordo com a regulamentação de acesso
da UFC. Como regra geral, as disciplinas serão ofertadas no período noturno, mas, em
virtude de especificidades, algumas serão ofertadas no período da tarde.
Os princípios norteadores anteriormente apresentados perpassam as áreas que
congregam o conjunto das disciplinas obrigatórias, opcionais e de escolha livre, atividades
interdisciplinares e atividades complementares que integralizam a estrutura curricular,
conforme apresentado no Quadro 1.
Quadro 1 – Demonstrativo da distribuição da carga horária do Curso de Bacharelado em
Economia Ecológica, por tipo de componente curricular.
Componentes curriculares Créditos Carga
horária
% da Carga
horária total
Disciplinas obrigatórias 106 1.696 53
Disciplinas optativas (das quais 512 horas poderão
ser cursadas em disciplinas optativas livres) 52 832 26
Trabalho de campo integrado 10 160 5
Trabalho de conclusão de curso 20 320 10
Atividades complementares 12 192 6
Carga horaria Total 200 3.200 100
46
Tomando por base as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Ciências
Econômicas do MEC (Resolução n° 4, de 13 de julho de 2007), os conteúdos curriculares
obrigatórios foram agrupados nas seguintes Unidades Curriculares:
I - Formação Básica e Geral;
II - Formação Teórico-Quantitativa;
III - Formação Teórico-Histórica; e
IV – Formação Teórico-Prática.
É importante frisar que, embora as Unidades Curriculares tenham a mesma
denominação adotada para os campos de formação das DCN do Curso de Ciências
Econômicas, o caráter interdisciplinar, e até mesmo transdisciplinar, da Economia
Ecológica demarca diferenças substanciais da estruturação daquele Curso.
Fundamentalmente, trata-se da diferença paradigmática e, portanto, do objeto de estudo
que caracteriza o campo da Economia Ecológica, conforme amplamente argumentado na
Justificativa.
Cada unidade curricular compõe-se de disciplinas ou de atividades cujos
conteúdos obrigatórios expressam momentos da formação. Houve o cuidado de estruturar
as unidades curriculares de tal modo a tornar perceptível o caminho da integralização
curricular, tanto para docentes como para discentes.
Os conteúdos da unidade de Formação Básica e Geral contêm uma base
conceitual e metodológica que permite situar o(a) estudante na problemática da Economia
Ecológica. Este momento da formação já demarca a percepção de que as ações humanas
ocorrem num contexto socioambiental limitado e chama a atenção para a necessidade de
uma gestão sustentável dos bens comuns.
A Formação Teórico-Quantitativa contempla o debate mais específico da
formação no contexto mais amplo da problemática ambiental. Do ponto de vista teórico, os
conteúdos discutidos envolvem questões que se situam no local e para além dele. Para isso,
as disciplinas desta unidade curricular estão organizadas de tal modo que o(a) estudante
perceba que o econômico, o social e o ambiental são dimensões afetadas por ações
antrópicas em qualquer lugar onde ocorrerem.
A unidade curricular Formação Teórico-Histórica resgata a constituição da
Economia Ecológica, desde o debate iniciado pelos economistas clássicos até à crítica à
47
elaboração que fizeram sobre a relação entre economia, sociedade e ambiente. Além do
debate teórico mais específico, relacionado a evolução do pensamento econômico
ecológico, contempla os processos históricos da evolução das sociedades humanas em sua
relação com o ambiente. Evidentemente, ganha destaque a formação do território brasileiro
como particularidade da formação socioeconômica geral.
Por último, a unidade curricular que trata da Formação Teórico-Prática,
corresponde a um conjunto de conteúdos obrigatórios de natureza prática. São ferramentas
metodológicas que preparam o(a) estudante para o diálogo com profissionais de outras
áreas e possibilitam sua profissionalização específica onde estiver atuando. Nesta unidade
curricular estão incluídas atividades de campo integradoras da formação, bem como a
elaboração do trabalho de conclusão de curso como requisito obrigatório para a conclusão
do bacharelado em Economia Ecológica.
8.1 Componentes curriculares obrigatórios
A integralização do Curso será efetivada com base num sistema seriado semestral
e matrícula por componente curricular, observando-se os limites de créditos
institucionalmente estabelecidos e os pré-requisitos eventualmente exigidos. São 24 (vinte
e quatro) disciplinas obrigatórias, mais as atividades curriculares relacionadas ao Trabalho
de Campo Integrado (cinco atividades de campo), ao Trabalho de Conclusão de Curso e as
Atividades complementares, totalizando 148 créditos (2.368 horas).
8.2 Trabalho de Campo Integrado (TCI)
Trata-se de atividades interdisciplinares obrigatórias, integradoras da formação,
voltadas para fortalecer as vinculações entre teoria e prática, delas fazendo parte a
observação, coleta de dados e sistematização de pesquisa de campo, fundamentais para a
consolidação do conhecimento ministrado em sala de aula e adquirido durante as
atividades.
O contato com a realidade socioeconômica e ambiental será concretizado por
visitas (registradas em relatórios) a projetos e empreendimentos reconhecidos como
socioambientalmente impactantes e visitas a comunidades e populações tradicionais, onde
existiram ou existam conflitos ambientais. Dessas atividades de campo poderão surgir
48
futuros projetos de pesquisa e de extensão a serem definidos em conjunto com as
comunidades.
Como se trata de uma atividade integradora de disciplinas, na primeira metade do
semestre letivo em que o TCI for ofertado serão realizadas reuniões preparatórias,
envolvendo discentes e docentes, para definir a programação e metodologia a ser adotada,
e os territórios onde as atividades se desenvolverão.
Este componente curricular será ofertado desde o segundo até o sexto semestre.
Para o total de cinco TCI, o Projeto estabelece uma carga horaria total de 160 horas (10
créditos), sendo 32 horas (2 créditos) para cada momento (semestre). A coordenação das
atividades de campo ficará formalmente sob a responsabilidade de um docente que esteja
ministrando disciplina do respectivo semestre, em regime de rodízio, cabendo-lhe a carga
horária – correspondente a dois créditos – no plano de trabalho individual.
8.3 Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
O Projeto pedagógico do bacharelado em Economia Ecológica prevê a elaboração
de um trabalho de conclusão de curso (TCC), que deverá ser feito na forma de monografia,
centrado em determinada área teórico-prática ou de formação profissional do curso, como
exigência para a conclusão do Curso. Este trabalho será desenvolvido em duas etapas: a
princípio, no sétimo semestre ou penúltimo semestre do curso, o(a) aluno(a) cursará uma
disciplina intitulada Projeto de Pesquisa, com 8 créditos, em que será instruído(a) sobre as
bases metodológicas para a redação do seu trabalho, em sua área de interesse, sendo
orientado(a) a produzir um trabalho com qualidade textual, dentro do formato estabelecido
nas normas posteriormente aprovadas pelo Colegiado do Curso. O(A) aluno(a) também
será orientado(a) na preparação da apresentação do tema desenvolvido, numa seção de
seminários de projetos, o qual poderá ser parte do seu TCC.
No segundo momento, no oitavo semestre ou último semestre do Curso, o(a)
aluno(a) será matriculado na atividade intitulada Trabalho de Conclusão de Curso, com 20
créditos, sob a responsabilidade do professor regente da disciplina, instituído pelo
colegiado e tendo como colaboradores os professores do curso de Economia Ecológica.
O(A) aluno(a) deverá preparar o trabalho de conclusão de curso e submetê-lo a uma banca
de examinadora, a ser sugerida em comum acordo com o orientador, em sessão de
apresentação pública, seguida da arguição pelos demais membros da banca examinadora.
49
O(A) aluno(a) receberá as orientações técnico-científicas gerais sobre a
construção do TCC do professor regente, e orientações específicas do professor orientador,
designado pelo Coordenador do Curso em comum acordo com o discente. O trabalho de
conclusão de curso seguirá as normas regulamentares que serão aprovadas a posteriori
pelo colegiado do curso de Economia Ecológica.
A banca examinadora será constituída do professor orientador (presidente) e mais
dois professores de áreas afins da UFC. Na impossibilidade de compor a banca com estes
dois docentes, poderão fazer parte dela, profissionais de nível superior, que desenvolvam
suas atividades profissionais na área ligada ao TCC, de outras instituições, organizações
não governamentais ou empresas. A aprovação do Trabalho de conclusão de curso se dará
com obtenção de nota mínima 7,0 (sete), o que confere ao aluno a aprovação na atividade.
Cada componente da banca deverá receber do aluno uma cópia do TCC em
conformidade com o Manual de Normas de Trabalhos Acadêmicos da UFC, no mínimo 15
dias antes da data da defesa.
8.4 Atividades Complementares
As Atividades Complementares, por sua vez, têm por objetivo proporcionar ao
estudante a busca de possibilidades que ampliem seu cabedal cultural e contribuir para sua
autonomia intelectual. Elas constituem um conjunto de atividades pedagógico-didáticas
que permitem, no âmbito do currículo, a articulação entre teoria e prática e a
complementação dos saberes e habilidades necessárias, a serem desenvolvidas durante o
período de formação do bacharel em Economia Ecológica.
O aproveitamento da carga horária referente às atividades complementares ficará
a cargo da Coordenação do Curso, mediante a devida comprovação, de acordo a Resolução
Nº. 07/CEPE, de 17 de julho de 2005, do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE)
da UFC e de normatizações específicas aprovadas pelo Colegiado Curso, conforme
previsto no Art. 3º da Resolução supra referida. A carga obrigatória para as Atividades
Complementares a ser cumprida por cada discente é de 192 horas, o que corresponde a 6%
do total.
De acordo com a supracitada Resolução, são consideradas atividades
complementares: iniciação à docência, à pesquisa e à extensão; atividades artístico-
culturais e esportivas; atividades de participação e/ou organização de eventos; experiências
50
ligadas à formação profissional; produção técnica e/ou científica; vivências de gestão; e
outras atividades.
Os alunos devem encaminhar solicitação da integralização de atividades
complementares à Coordenação do Curso de Economia Ecológica com os comprovantes
de participação nas atividades desenvolvidas. Caberá a Coordenação avaliar o desempenho
do aluno nas atividades complementares, emitindo conceito satisfatório ou insatisfatório e
estipulando a carga horária a ser aproveitada, conforme definido nas normas
regulamentares que serão elaboradas, apreciadas e aprovadas pelo colegiado do curso e
publicadas a posteriori, com o respectivo limite de carga horária para cada grupo de
atividades.
8.5 Disciplinas Optativas
O educando do curso de Economia Ecológica para integralizar seu currículo
deverá cursar 832 horas-aula (52 créditos). As optativas serão escolhidas dentre as
elencadas no Projeto do Curso, de acordo com os interesses pessoais e profissionais do(a)
estudante, preferencialmente, com a orientação do Tutor(a). Disciplinas optativas poderão
ser criadas de acordo com as demandas sociais e históricas da área de Economia
Ecológica.
Dentro dessa carga horária, o estudante poderá cursar até 512 horas-aula (32
créditos) de disciplinas livres. Estas disciplinas serão escolhidas pelos discentes, de acordo
com suas preferências, em quaisquer áreas que venham a lhes interessar, nos demais cursos
da UFC, de outras IES no Brasil ou no exterior, utilizando-se da mobilidade acadêmica.
As disciplinas optativas deverão ser ofertadas pelo Curso, a partir do terceiro
semestre. Cabe ao estudante escolher a disciplina a ser cursada, observando os pré-
requisitos da mesma, se houver.
8.6 Integralização curricular
No Quadro 2, a seguir, encontram-se o número de créditos e a carga horária de
cada disciplina obrigatória (segundo as Unidades Curriculares), os créditos referentes à
Trabalho de Campo Integrado, às disciplinas optativas (do Curso e Livres) e às atividades
complementares.
51
Quadro 2 - Unidades Curriculares e disciplinas obrigatórias do curso de bacharelado em
Economia Ecológica
Unidades Curriculares e Disciplinas
Créditos
Carga-
Horária
% do
Total
Total Geral 200 3.200 100
I – Formação Geral 26 416 13
1) Antropologia Econômica 4
2) Direito Ambiental 4
3) Ecologia 4
4) Economia e Entropia 4
5) Espaço Brasileiro 4
6) Introdução à Economia Ecológica 6
II – Formação Teórico-Quantitativa 36 576 18
1) Agricultura e Ambiente 4
2) Estatística para a Economia Ecológica 6
3) Matemática para a Economia Ecológica 6
4) Mundialização do Capital e Financeirização da Natureza 4
5) Poluição Ambiental 4
6) Regionalização e Economia do Nordeste 4
7) Sistemas Agroalimentares, Soberania e Segurança Alimentar 4
8) Serviços Ambientais e Valoração de Impactos 4
III – Formação Teórico-Histórica 16 256 8
1) Crítica à Economia Política e Natureza 4
2) Economia Política e Natureza 4
3) Formação do Território Brasileiro 4
4) Formação Socioeconômica Geral 4
IV – Formação Teórico-Prática: 58 928 29
1) Cartografia Social 4
2) Geoprocessamento 4
3) Metodologia e Prática de Pesquisa 4
4) Planejamento e Gestão de Projetos Socioambientais 4
5) Projeto de Pesquisa 8
6) Recuperação de Áreas Degradadas 4
7) Trabalho de Campo Integrado (TCI) 10
8) Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) 20
A) Disciplinas Optativas (das quais 512 horas poderão ser
cursadas em disciplinas optativas livres ou 16 % da carga horária
total do curso)
52 832 26
B) Atividades Complementares (AC) 12 192 6
Na sequência, o Quadro 3 apresenta a distribuição das disciplinas por semestre
letivo. Esta é uma sugestão de trajetória curricular, dentre outras, que seria cumprida no
tempo padrão de quatro anos. Como se pode observar, Trabalho de Campo Integrado será
ofertada a partir do segundo, até o sexto semestre. As disciplinas optativas do Curso serão
ofertadas do terceiro ao sétimo semestre, sem qualquer pré-requisito formal.
52
Quadro 3 - Distribuição das Disciplinas por semestre letivo
Disciplinas / Semestre Créditos Carga Horária
Teórica Prática
1º) Semestre: 18
1) Antropologia 4 64
2) Ecologia 4 64
3) Formação Socioeconômica Geral 4 64
4) Introdução à Economia Ecológica 6 96
2º) Semestre: 20
1) Economia Política e Natureza 4 64
2) Espaço Brasileiro 4 64
3) Matemática para a Economia Ecológica 6 96
4) Metodologia e Prática de Pesquisa 4 32 32
5) Trabalho de Campo Integrado I 2 32
3º) Semestre: 22
1) Crítica à Economia Política e Natureza 4 64
2) Economia e Entropia 4 64
3) Formação do Território Brasileiro 4 64
4) Trabalho de Campo Integrado II 2 32
5) OP-1 4
6) OP-2 4
4º) Semestre: 24
1) Agricultura e Ambiente 4 32 32
2) Estatística para a Economia Ecológica 6 64 32
3) Poluição Ambiental 4 32 32
4) Trabalho de Campo Integrado III 2 32
5) OP-3 4
6) OP-4 4
5º) Semestre: 22
1) Cartografia Social 4 64
2) Geoprocessamento 4 32 32
3) Serviços Ambientais e Valoração de Impactos 4 64
4) Trabalho de Campo Integrado IV 2 32
5) OP-5 4
6) OP-6 4
6º) Semestre: 22
1) Mundialização do Capital e Financeirização da Natureza 4 64
2) Sistemas Agroalimentares, Soberania e Segurança Alimentar 4 64
3) Planejamento e Gestão de Projetos Socioambientais 4 64
4) Trabalho de Campo Integrado V 2 32
5) OP-7 4
6) OP-8 4
7º) Semestre: 28
1) Direito Ambiental 4 64
2) Regionalização e Economia do Nordeste 4 64
3) Projeto de Pesquisa 8 64 64
4) OP-9 4
5) OP-10 4
6) OP-11 4
53
Quadro 3 - Distribuição das Disciplinas por semestre letivo (Cont.)
8º) Semestre: 32 480 32
1) Recuperação de Áreas Degradadas 4 32 32
2) Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) 20 320
3) OP-12 4
4) OP-13 4
Atividades Complementares (AC) 12 192
Total 200
3.200
Por fim, no Quadro 4, encontram-se as disciplinas obrigatórias com os
respectivos pré-requisitos. Como se pode observar, há uma considerável flexibilidade da
organização curricular que permite alterações de trajetória que possam melhor se
adequarem aos discentes. Mais especificamente, os pré-requisitos existentes são
estritamente necessários em função da sequência de conteúdos de disciplinas que se
complementam. Para as disciplinas optativas, de escolha livre e atividades complementares
não há qualquer pré-requisito.
Quadro 4 - Disciplinas obrigatórias que compõem a matriz curricular do curso de
graduação em Economia Ecológica por semestre e os seus respectivos pré-
requisitos
Disciplinas por semestre Pré-requisitos
1º) Semestre: 1) Antropologia
2) Ecologia
3) Formação Socioeconômica Geral
4) Introdução à Economia Ecológica
--
--
--
--
2º) Semestre: 1) Economia Política e Natureza
2) Espaço Brasileiro
3) Matemática para a Economia Ecológica
4) Metodologia e Prática de Pesquisa
5) Trabalho de Campo Integrado I
Introdução à Economia Ecológica
--
Ecologia
Introdução à Economia Ecológica
--
3º) Semestre:
1) Crítica à Economia Política e Natureza
2) Economia e Entropia
3) Formação do Território Brasileiro
4) Trabalho de Campo Integrado II
5) OP-1
6) OP-2
Economia Política e Natureza
--
--
--
--
--
54
Quadro 4 - Disciplinas obrigatórias que compõem a matriz curricular do curso de
graduação em Economia Ecológica por semestre e os seus respectivos pré-
requisitos (Cont.)
4º) Semestre: 1) Agricultura e Ambiente
2) Estatística para a Economia Ecológica
3) Poluição Ambiental
4) Trabalho de Campo Integrado III
5) OP-3
6) OP-4
Ecologia
--
--
--
--
--
5º) Semestre: 1) Cartografia Social
2) Geoprocessamento
3) Serviços Ambientais e Valoração de Impactos
4) Trabalho de Campo Integrado IV
5) OP-5
6) OP-6
--
--
--
--
--
--
6º) Semestre: 1) Mundialização do Capital e Financeirização da Natureza
2) Planejamento e Gestão de Projetos Socioambientais
3) Sistemas Agroalimentares, Soberania e Segurança
Alimentar
4) Trabalho de Campo Integrado V
5) OP-7
6) OP-8
--
--
--
--
--
--
--
7º) Semestre: 1) Direito Ambiental
2) Projeto de Pesquisa
3) Regionalização e Economia do Nordeste
4) OP-9
5) OP-10
--
Metodologia e Prática de Pesquisa
--
--
--
8º) Semestre: 1) Recuperação de Áreas Degradadas
2) Trabalho de Conclusão do Curso (TCC)
3) OP-11
4) OP-12
5) OP-13
--
Projeto de Pesquisa
--
--
--
Atividades Complementares (AC) --
55
9. EMENTAS DAS DISCIPLINAS
As condições de produção do conhecimento alteram-se dinamicamente como
decorrência de processos sociais e históricos que trazem novas problemáticas e objetos de
estudo correlatos. A Economia Ecológica, em particular, por ser um campo do
conhecimento que se caracteriza pela interdisciplinaridade, e por interfaces situadas na
fronteira do conhecimento estabelecido, é susceptível a revisões teórico-metodológicas
exigidas pela realidade, ou outras que por ventura ocorrerem no espectro desta mesma
interdisciplinaridade. Daí a necessidade de redobrada atenção e avaliação crítica das
abordagens praticadas e, por consequência, a necessidade de revisão de disciplinas e
conteúdos ministrados.
Assim, o Projeto deve ser sistemática e continuamente repensado, em suas bases
epistemológicas, bem como em suas referências bibliográficas. Desse modo, é sempre
aconselhável que, nas “rodas de conversas” previstas nas estratégias pedagógicas, ocorram
debates sobre as bases teórico-conceituais de cada disciplina, contemplando as mais
recentes atualizações de abordagens, de publicações e de possibilidades metodológicas. No
Quadro 5 são apresentados os componente curriculares obrigatórios e optativos por
departamento de oferta. Vale salientar que dado a flexibilidade da matriz curricular do
curso de Economia Ecológica, a maior parte da carga horária em componentes curriculares
optativos destina-se a componentes curriculares optativos livres, não sendo portanto
listados no referido Quadro.
Quadro 5 – Componentes curriculares obrigatórios e optativos por departamento de oferta
Componentes curriculares Centro/Departamento
Obrigatórios
Antropologia Coordenação do curso – EcoEco
Ecologia CC/Depto de Biologia
Formação Socioeconômica Geral Coordenação do curso – EcoEco
Introdução à Economia Ecológica Coordenação do curso – EcoEco
Economia Política e Natureza Coordenação do curso – EcoEco
Espaço Brasileiro Coordenação do curso – EcoEco
Matemática para a Economia Ecológica CCA/Depto. de Economia Agrícola
Metodologia e Prática de Pesquisa Coordenação do curso – EcoEco
Trabalho de Campo Integrado I Coordenação do curso – EcoEco
Crítica à Economia Política e Natureza Coordenação do curso – EcoEco
Economia e Entropia Coordenação do curso – EcoEco
Formação do Território Brasileiro Coordenação do curso – EcoEco
Trabalho de Campo Integrado II Coordenação do curso – EcoEco
Agricultura e Ambiente CCA/Depto. de Ciências do Solo
56
Estatística para a Economia Ecológica CCA/Depto. de Economia Agrícola
Poluição Ambiental CCA/ Depto. de Ciências do Solo
Trabalho de Campo Integrado III Coordenação do curso – EcoEco
Cartografia Social Coordenação do curso – EcoEco
Geoprocessamento CCA/Depto de Engenharia Agrícola
Serviços Ambientais e Valoração de Impactos Coordenação do curso – EcoEco
Trabalho de Campo Integrado IV Coordenação do curso – EcoEco
Mundialização do Capital e Financeirização da
Natureza
Coordenação do curso – EcoEco
Sistemas Agroalimentares, Soberania e Segurança
Alimentar
CCA/Coordenação do curso – EcoEco
Planejamento e Gestão de Projetos Socioambientais CCA/ Coordenação do curso – EcoEco
Trabalho de Campo Integrado V CCA/ Coordenação do curso – EcoEco
Direito Ambiental CCA/Depto de Engenharia Agrícola
Regionalização e Economia do Nordeste CCA/ Coordenação do curso – EcoEco
Projeto de Pesquisa CCA/ Coordenação do curso – EcoEco
Recuperação de Áreas Degradadas CCA/Depto de Engenharia Agrícola e Depto
de Ciências do Solo
Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) CCA/Coordenação do curso – EcoEco
Optativos
1) Economia da Tecnologia do Capital CCA/ Coordenação do curso – EcoEco
2) Mudanças Climáticas CCA/ Coordenação do curso – EcoEco
3) Espaço Agrário, Modos de Vida e Relações
de Poder
CCA/ Coordenação do curso – EcoEco
4) Pensamento Econômico Ecológico
Contemporâneo
CCA/ Coordenação do curso – EcoEco
5) Populações Tradicionais, Direitos Humanos e
Políticas Públicas
CCA/ Coordenação do curso – EcoEco
6) Valoração Econômica e Avaliação dos
Impactos Ambientais
CCA/Depto de Economia Agrícola
A seguir, encontram-se listadas as ementas das disciplinas obrigatórias, incluindo
o conteúdo geral de Trabalho de Campo Integrado, com as respectivas bibliografias
básicas.
9.1 Componentes Obrigatórios
1) Antropologia Econômica
Ementa: O objeto da Antropologia Econômica. Correntes teóricas. Sistemas econômicos não mercantis.
A troca nas sociedades primitivas. A especificidade e a historicidade de categorias de análise:
mercado, propriedade, excedente, mercadoria, dinheiro, capital, salário e cálculo econômico. O
capitalismo como ordem cultural e simbólica. A dimensão cultural das coisas e das
mercadorias. A dádiva nas sociedades modernas. Etnografias do capitalismo contemporâneo.
Bibliografia Básica:
CARVALHO, Edgar A. (1973). (Org.) Antropologia Econômica. São Paulo: Editora Ciências
Humanas.
KUPER, Adam. (2002). Cultura: visão dos antropólogos. São Paulo, Ed. USC.
CLASTRES, Pierre (2004). Arqueologia da Violência. São Paulo: Cosac & Naify.
57
DEMONIO, Lucien et al 1976. A antropologia econômica: correntes e problemas.
Lisboa: Edições 70.
FIRTH, Raymond (ed.) (1974). Temas de Antropologia Econômica. México: Fondo de
Cultura Econômica.
GODELIER. Maurice (2011). O enigma do dom. Rio de Janeiro: civilização Brasileira.
MALINOWSKI, Bronislaw (1976). Argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Abril.
MAUSS, Marcel (2003). O ensaio sobre a dádiva In: Sociologia e Antropologia. São Paulo:
Cosac & Naify.
POLANYI, Karl (2000). A Grande Transformação. Rio de Janeiro: Editora Campus.
SAHLINS, Marshall (2003). Cultura e Razão Prática. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2003.
KOPYTOFF, Igor. “A biografia cultural das coisas: a mercantilização como processo”.
APPADURAI, Arjun. (Org.) (2008). A vida social das coisas: as mercadorias sob uma
perspectiva cultural. Niterói, Ed. da Universidade Federal Fluminense.
2) Ecologia
Ementa: Ecologia, ecossistemas, cadeias e redes alimentares. Estrutura trófica. Pirâmides ecológicas.
Fatores limitantes. Dinâmica das populações. Interações ecológicas. Conceitos de habitat e
nicho ecológico. Estrutura das comunidades e sucessão. Princípios de fluxo de energia.
Energia e diversidade. Modelos de fluxo de energia em diferentes ecossistemas. Estudo dos
principais ecossistemas costeiros quanto a sua origem, formação, estrutura biótica e abiótica.
Análise de aspectos da dinâmica de estuários, manguezais, costas rochosas e arenosas, e
recifes de coral. Aplicações de ecologia.
Bibliografia Básica: BEGON, M. e HARPER, J. Fundamentos em Ecologia. 2ª ed. São Paulo-SP: Editora Artmed,
2006.
DAJOZ, R. Princípios de Ecologia. 7ª ed. São Paulo: Editora Artmed, 2005.
LABOURIAU, Maria Léa Salgado. História Ecológica da Terra. 2ª ed. rev. São Paulo-SP:
Edgard Blücher, 1994.
RICKLEFS, E. A Economia da Natureza. 5ª ed. Rio de Janeiro-RJ: Editora Guanabara-
Koogan, 2003.
3) Formação Socioeconômica Geral
Ementa: A economia na antiguidade clássica. Modo de produção feudal e a transição para o
capitalismo. Estado absolutista. Acumulação primitiva e expansão comercial. Antigo sistema
colonial e a revolução industrial inglesa. Expansão capitalista na França, Alemanha, Japão e
Estados Unidos. Imperialismo.
Bibliografia Básica: CASTRO, Josué de, BUCK, Pearl S. e ORR, Lord John Boyd. Geopolítica da fome: ensaio
sobre os problemas de alimentação e de população do mundo. 6ª Edição. São Paulo-SP:
Brasiliense, 1961.
DOBB, Maurice Herbert. A Evolução do Capitalismo. São Paulo-SP: Abril Cultural, 1983.
ENGELS, Friedrich. A dialética da natureza. 5ª Edição. São Paulo-SP: Paz e Terra, 1991.
HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro-RJ: ZAHAR EDITORES,
1981.
4) Introdução à Economia Ecológica
Ementa: O Projeto Pedagógico do Curso de Economia Ecológica. A Economia como ciência: evolução,
objeto, método e limites. Os paradigmas das Ciências Econômicas: clássico, marxista e
58
neoclássico. A natureza do objeto de estudo da Economia Ecológica. O funcionamento linear
do sistema capitalista: recursos naturais finitos, crescimento econômico ilimitado e produção
de resíduos. Estrutura do sistema econômico capitalista: Estado, produção de mercadorias,
mercado, dinheiro, capital e trabalho. Economia Internacional: fluxos de bens e serviços, de
capitais e de recursos naturais. Características gerais do processo de evolução recente da
economia capitalista: globalização, reestruturação produtiva e financeirização do capital. Os
problemas econômicos, sociais e ecológicos do Brasil contemporâneo.
Bibliografia Básica: ALIER, Joan M. Da economia ecológica ao ecologismo popular. Blumenau: Edifurb, 1998.
CAMARGO, Ana Luiza de Brasil. Desenvolvimento Sustentável – Dimensões e desafios. 5ª
Edição Campinas-SP: Papirus, 2010.
GEORGESCU-ROEGEN, Nicholas. “O Decrescimento: entropia, ecologia, economia”.
Lisboa: Instituto Piaget, 2008.
JAMIESON, Dale. “Ética e Meio Ambiente: uma introdução”. São Paulo: Senac São Paulo,
2010.
MERICO, Luiz F. K. Introdução à Economia Ecológica. 2ª Edição Blumenau: Edifurb, 2002.
MENIN, Delza de Freitas. Ecologia de A à Z – Pequeno Dicionário de Ecologia. Porto Alegre:
L&PM Editores S/A, 2000.
PILLET, Gonzague. Economia Ecológica: Introdução à Economia do Ambiente e dos
Recursos Naturais. Lisboa: Instituto Piaget, 1993.
VEIGA, José Eli da. Desenvolvimento Sustentável: o desafio do século XXI. Rio de |Janeiro:
Garamond, 2010.
5) Economia Política e Natureza
Ementa: Fisiocracia: natureza, riqueza e mercado. Smith: Iluminismo e submissão da Natureza.
Malthus: a naturalização como justificativa para as diferenças sociais. Ricardo: a lei dos
rendimentos decrescentes e o estado estacionário. Jevons e os fundamentos da Economia
Política. O individualismo metodológico em Menger. Walras: o objeto e a divisão da
Economia Política e Social. Marshall: a substância da Economia. Bens econômicos e bens não
econômicos, segundo Menger. A teoria do valor utilidade na obra de Jevons. Os fatores da
produção e a lei dos rendimentos em Marshall. A Economia Ambiental de Pigou e a Economia
dos Recursos Naturais de Hotelling.
Bibliografia Básica: JEVONS, William Stanley. A Teoria da Economia Política. 2ª Ed., São Paulo: Nova Cultural,
1987.
MALTHUS, T. R. Princípios de Economia Política e Considerações sobre sua Aplicação
Prática. Ensaio sobre a população. São Paulo-SP: Abril Cultural, 1983.
MARSHALL, Alfred. Princípios de Economia: tratado introdutório. São Paulo: Abril Cultural,
1982.
MENGER, Carl. Princípios de Economia Política. 2ª Ed., São Paulo: Nova Cultural, 1987.
PILLET, Gonzague. Economia Ecológica: introdução à economia do ambiente e dos recursos
naturais. Lisboa: Instituto Piaget, 1993.
RICARDO, David. Princípios de Economia Política e Tributação. São Paulo: Abril Cultural,
1982.
VIVIEN, Franck-Dominique. Economia e Ecologia. São Paulo: Senac, 2011.
6) Espaço Brasileiro
Ementa: A biosfera e seus grandes domínios paisagísticos. Ecossistemas da América do Sul e suas
inserções no território brasileiro. Panorama das características geoambientais: biomas,
59
domínios morfoclimáticos e ecossistemas brasileiros. As diversidades de suas feições
ecossistêmicas, estruturas e dinâmicas ambientais, formas de uso e ocupação. Unidades de
conservação e alternativas de manejo dos ecossistemas brasileiros: a gestão dos ecossistemas e
das unidades de conservação no Nordeste brasileiro.
Bibliografia Básica: AB’SABER, Aziz Nacib. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades
paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.
BIGARELLA, João José, BECKER, Rosemari Dora e SANTOS, Gilberto Friedenreich
dos. Estrutura e origem das paisagens tropicais e subtropicais. Florianópolis-SC: Ed. da UFSC,
1994.
CARLOS, A. F. A, SOUZA, M. J. L. de, SPOSITO, M. E. B. (Org.) A Produção do Espaço
Urbano: agentes e processos, escalas e desafios. São Paulo-SP: Contexto, 2011.
BRASIL. Diretrizes para visitação em Unidades de Conservação. Ministério do Meio
Ambiente, Brasília, 2006.
BRASIL. SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. MMA: Brasília,
DF, 2004.
CARVALHO, C. V., RIZZO, H. G. A Zona Costeira brasileira: subsídios para uma avaliação
ambiental. Brasília, MMA, 1994.
COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Relatório
Nosso Futuro Comum. CMMD: Rio de Janeiro, 1991.
FIGUEIREDO, J. Educação Ambiental Dialógica e Representações Sociais da Água em
Cultura Sertaneja Nordestina: uma contribuição à consciência ambiental em Irauçuba-CE
(Brasil). 2003. Tese de Doutorado em Ciências Biológicas, Ecologia e Educação Ambiental –
Universidade Federal de São Carlos – UFSCar: São Carlos-SP, 2003.
GONÇALVES, C. W. P. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
MATEO, J., SILVA, E. V. & CAVALCANTI, A. P. B. Geoecologia das Paisagens. EDUFC:
Fortaleza, 2007.
MORAES, Antônio Carlos Robert. Contribuições para a gestão da zona costeira do Brasil:
elementos para uma geografia do litoral brasileiro. EDUSP, Hucitec, São Paulo, 1999.
12) ROSS, J. L. S. Ecogeografia do Brasil: subsídios para planejamento ambiental. São Paulo:
Oficina de textos, 2006.
SANTOS, M., RIBEIRO, A. C. T. A urbanização brasileira. São Paulo: Hucitec, 1993.
7) Matemática para a Economia Ecológica
Ementa: Função e Derivada. Derivadas da soma, diferença, produto e quociente de Funções reais de
uma variável. Derivadas de funções compostas (regra da cadeia). Derivadas de Funções
polinomiais, algébricas e trigonométricas. Integral Indefinida. Integral Definida e Teorema
Fundamental do Cálculo. Derivada da Função logaritmo natural. Derivada da Função
exponencial natural. Aplicações à Ecologia: 1) Modelos populacionais para uma espécie:
exponencial, logístico e de Gompertz. 2) Modelos para interações populacionais: clássico
predador-presa, modelos de competição, modelos de mutualismo.
Bibliografia Básica: KOT, Mark. Elements of Mathematical Ecology. New York: Cambridge University Press,
2001.
STEWART, James, Cálculo, Vol. 1. São Paulo-SP: Thomson Pioneira, 2001.
60
8) Metodologia e Prática de Pesquisa
Ementa: O lugar da ciência no mundo dos valores e da experiência vivida. A pesquisa como modo de
conhecer e de aprender. A produção de conhecimento e as perspectivas teórico-metodológicas.
Teoria da Complexidade. A pesquisa e suas etapas. Métodos, técnicas e instrumentos da
pesquisa. Investigação e exposição dos resultados. A dimensão ética na produção do
conhecimento científico.
Bibliografia Básica: ESTEBAN, Maria P. S. Pesquisa qualitativa em educação: fundamentos e tradições. Tradução
Miguel Cabrera. Porto Alegre: AMGH, 2010.
GATTI, Bernadete A. Grupo Focal na pesquisa em ciências sociais e humanas. Brasília: Líber
Livro, Série Pesquisa em Educação, 2005.
GONDIM, Linda M. O; LIMA, J. C. A Pesquisa como artesanato intelectual: considerações
sobre método e bom senso. São Carlos, EDUFSCAR, 2006 MARX, Karl. Contribuição à crítica da economia política. Tradução Maria Helena Barreiro
Alves. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
______. Grundrisse:manuscritos econômicos filosóficos de 1857-1858: esboços de uma crítica
da economia política. Trad. Mari Duayer, Nélio Schneider (colaboração Alice H. Verner e
Rudiger Hoffman). São Paulo: Boitempo; Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2011.
KOSIK, Karel. Dialética do Concreto. 4a.
ed. Tradução de Célia Neves e Alderico Toríbio. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
MARTINS, José de Souza (Org.). Henri Lefebvre e o retorno à dialética. São
Paulo: Hucitec, 1996.
MILLS, C. Wright. Sobre o artesanato intelectual e outros ensaios. Rio de Janeiro: Zahar,
2009.
MORIN, Edgard, La méthode 6, Éthique. Paris: Seuil, 2004.
OLIVEIRA, M. B. (2008). Neutralidade da ciência, desencantamento do mundo e controle da
natureza, Scientia e Studia 6 (1), 97–116.
THIOLLENT, Michel. Crítica Metodológica, investigação social e enquete operária. São
Paulo, Editora Polis, 1982, cap. 2 e 3; textos 3, 4 e 5.
______. Metodologia da Pesquisa-Ação. 4a Ed. São Paulo: Cortez, 1989.
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
9) Trabalho de Campo Integrado I
Ementa: Trabalho de Campo Integrado: planejamento colaborativo, execução do plano de atividades,
relacionado aos seguintes temas: alternativas de manejo dos ecossistemas brasileiros,
especialmente do semiárido e litoral do Ceará; gestão dos recursos naturais e ambientais;
Políticas públicas e conflitos territoriais no campo e na cidade.
Bibliografia Básica: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15287: projetos de pesquisa
– apresentação. Rio de janeiro, 2011.
BRASIL. SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. MMA: Brasília,
DF, 2004.
CARVALHO, C. V., RIZZO, H. G. A Zona Costeira brasileira: subsídios para uma avaliação
ambiental. Brasília, MMA, 1994.
COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Relatório
Nosso Futuro Comum. CMMD: Rio de Janeiro, 1991.
GEERTZ, Clifford. “Uma descrição densa: por uma teoria interpretativa da cultura”.
In: ______. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. p. 13-41.
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GONÇALVES, C. W. P. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
KOSIK, Karel. Dialética do concreto. Trad. NEVES, Célia; TORÍBIO, Alderico. 8ª
reimpressão. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2010.
MORAES, Antônio Carlos Robert. Contribuições para a gestão da zona costeira do Brasil:
elementos para uma geografia do litoral brasileiro. EDUSP, Hucitec, São Paulo, 1999.
SEVERINO, Antonio J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2002.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da Pesquisa-Ação. 4a edição. São Paulo: Cortez, 1989.
VENTURI, Luís A. Bittar (Org.) PRATICANDO GEOGRAFIA: técnicas de campo e
laboratório. São Paulo: Oficina de Textos, 2005.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ. Guia de Normalização de Trabalhos Acadêmicos
da Universidade Federal do Ceará. Disponível em:
<http://pt.calameo.com/read/001848523bf6ac6366464>. Acesso em: 31 agosto de 2013.
10) Crítica à Economia Política e Natureza
Ementa: A crítica da Economia Política como exposição do método científico marxiano. Mercadoria,
valor e dinheiro em Marx. Dinheiro como nexo social geral: crise ecológica e das relações
sociais. Alienação da Natureza e do Homem. O metabolismo entre Homem, Natureza e
Sociedade. Acumulação ilimitada de capital e as consequências socioeconômicas e ambientais.
A análise de sustentabilidade em Marx.
Bibliografia Básica: ALIER, Joan M. Da economia ecológica ao ecologismo popular. Blumenau: Edifurb, 1998.
FOSTER, John Bellamy. A Ecologia de Marx: materialismo e natureza. 2. Ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2010.
GUATTARI, Félix. As Três Ecologias. 21. Ed. Campinas, SP: Papirus, 2011.
LATOUCHE, Serge. Pequeno tratado do decrescimento sereno. São Paulo: WMF Martins
Fontes, 2009.
LEFF, Enrique. Ecologia, Capital e Cultura: a territorialização da racionalidade ambiental.
Petropólis, RJ: Vozes, 2009. (Coleção Educação Ambiental).
MARX, Karl. Manuscritos Econômico-Filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2009.
___________. Grundrisse: manuscritos de 1857-1858: esboços da crítica da economia política.
São Paulo: Boitempo; Rio de Janeiro: UFRJ, 2011.
MUSTO, Marcello. Foundations of the Critique of Political Economy 150 Years Later.
Londres, New York: Routledge, 2010.
11) Economia e Entropia
Ementa: História do conceito de crescimento econômico: a Economia Neoclássica e a redução do
problema econômico a escolhas alternativas. Keynesianismo: o crescimento como fator a ser
impulsionado pelo Estado. Modelos de crescimento e os limites da Natureza. Bases
epistemológicas: Sadi Carnot e a “lei de entropia”. Ilya Prigogine: a “termodinâmica da vida”
e a “flecha do tempo”. Edgar Morin: ciência como “teoria da complexidade”. Capra e as
“conexões ocultas”. Georgescu-Roegen, crítica e proposição: a) a crítica à economia
convencional: o esquecimento do tempo; b) entropia como conceito central da bioeconomia.
Frederick Soddy: riqueza real, riqueza virtual e dívida.
Bibliografia Básica: CECHIN, Andrei A Natureza como limite da economia: a Contribuição de Nicholas
Georgescu-Roegen. Troféu Cultura Econômica, São Paulo-SP: SENAC, 2012.
DALY, Herman E. A economia ecológica e o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro-RJ:
62
AS-PTA, 1991.
GEORGESCU-ROEGEN, Nicholas. Ensayos Bioeconómicos. Madrid-ES: Los Libros de la
Catarata, 2007.
GEORGESCU-ROEGEN, Nicholas. The entropy law and the economic process. Cambridge,
Massachusetts: Harvard University, 1971.
12) Formação do Território Brasileiro
Ementa: Noções e conceitos fundamentais ao estudo da relação sociedade-espaço. Território e
identidade nacional (povoamento, formação do mercado nacional e o papel do Estado).
Sociedade, capital e Estado. Apropriação territorial no Brasil. Do rural ao Urbano: mundo do
trabalho, dinâmica demográfica e migrações. Regionalização e regionalismos. Políticas
públicas e conflitos territoriais no campo e na cidade.
Bibliografia Básica: ANDRADE, Manoel Correia de. A Terra e o Homem no Nordeste. 2ª ed. São Paulo:
Brasiliense, 1975.
_______ . Estado, Capital e Industrialização no Nordeste. Rio de Janeiro: ZAHAR, 1981.
________. O Nordeste e a Questão Regional. São Paulo: Ática, 1988.
BECKER, Bertha. Geopolítica da Amazônia: A Nova Fronteira de Recursos. Rio de Janeiro:
ZAHAR, 1982.
CANO, Wilson. Desequilíbrios Regionais e Concentração Industrial no Brasil: 1930 - 1970.
CARLOS, Ana Fani A. A condição espacial. São Paulo: Contexto, 2011.
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Nacional, 1986.
GONÇALVES, C. W. P. Amazônia, Amazônias. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2005.
GONDIM, Neide. A invenção da Amazônia. São Paulo: Marco Zero, 1994.
HAESBAERT, R. Des-territorialização e identidade. Niterói, EDUF, 1997.
MARTINS, José de Souza. Não há terra para plantar neste verão. 2ª Ed. Petrópolis: Vozes,
1988.
MORAES, A. C. R. Território e História no Brasil. São Paulo: Hucitec, 2002.
OLIVEIRA, Ariovaldo U. Amazônia: Monopólio, Expropriação e conflitos. 3ª ed. Campinas:
Papirus, 1990 (Série Educando). 38
OLIVEIRA, Francisco. Elegia para uma Re(li)gião. 3ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981
(Estudos sobre o Nordeste, V. 1).
13) Trabalho de Campo Integrado II
Ementa: Trabalho de Campo Integrado: planejamento colaborativo, execução do plano de atividades,
relacionado aos seguintes temas: Modelos de crescimento e os limites da Natureza;
Acumulação ilimitada de capital e as consequências socioeconômicas e ambientais. A análise
de sustentabilidade em Marx
Bibliografia Básica: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15287: projetos de pesquisa
– apresentação. Rio de janeiro, 2011.
CECHIN, Andrei A Natureza como limite da economia: a Contribuição de Nicholas
Georgescu-Roegen. Troféu Cultura Econômica, São Paulo-SP: SENAC, 2012.
DALY, Herman E. A economia ecológica e o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro-RJ:
AS-PTA, 1991.
LEFF, Enrique. Ecologia, Capital e Cultura: a territorialização da racionalidade ambiental.
Petropólis, RJ: Vozes, 2009. (Coleção Educação Ambiental).
GEERTZ, Clifford. “Uma descrição densa: por uma teoria interpretativa da cultura”.
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In: ______. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. p. 13-41.
GUATTARI, Félix. As Três Ecologias. 21. Ed. Campinas, SP: Papirus, 2011.
KOSIK, Karel. Dialética do concreto. Trad. NEVES, Célia; TORÍBIO, Alderico. 8ª
reimpressão. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2010.
LATOUCHE, Serge. Pequeno tratado do decrescimento sereno. São Paulo: WMF Martins
Fontes, 2009.
MARX, Karl. Manuscritos Econômico-Filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2009.
SEVERINO, Antonio J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2002.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da Pesquisa-Ação. 4a edição. São Paulo: Cortez, 1989.
VENTURI, Luís A. Bittar (Org.) PRATICANDO GEOGRAFIA: técnicas de campo e
laboratório. São Paulo: Oficina de Textos, 2005.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ. Guia de Normalização de Trabalhos Acadêmicos
da Universidade Federal do Ceará. Disponível em:
<http://pt.calameo.com/read/001848523bf6ac6366464>. Acesso em: 31 agosto de 2013.
14) Agricultura e Ambiente
Ementa:
Conceito de Fertilidade do Solo. Propriedades do solo relacionadas com a fertilidade. Textura
do solo, estrutura do solo, armazenamento de água no solo, fluxo de água através do solo,
perda de água do solo e disponibilidade de água para as plantas. Elementos essenciais para as
plantas. Agroecossistemas – mudanças no ambiente necessárias para a produção de alimentos.
Recursos necessários para a produção de alimentos (Solo, água, energia e nutrientes). Manejo
e Dinâmica da matéria orgânica e de nutrientes em agroecossistemas. Ciclos agrícolas e
alimentares de nutrientes. Controle populacional dentro do sistema de produção agrícola
(microrganismos, insetos, plantas espontâneas e culturas agrícolas). Degradação de recursos
locais e externos em sistemas de produção agrícola. Agroecologia: conceitos, bases e
princípios. Práticas agrícolas e de conservação do solo com princípios agroecológicos
adequadas às condições do semiárido brasileiro.
Bibliografia:
ALTIERI, M. Agroecologia: bases científicas para uma agricultura sustentável. Rio de Janeiro:
Expressão Popular, 2012. 400p. ISBN 9788577431915
BRADY, Nyle C.; WEIL, Ray R. Elementos da natureza e propriedades dos solos. 3. ed. Porto
Alegre, RS: Bookman, 2013. 685 p. ISBN 9788565837743 (broch.).
ALTIERI, M. A. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. 2. ed. Porto
Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2000. 114 p. ISBN 85-7025-538-1
COLLETE, L. et al. Save and Grow – A Policymaker’s Guide to the Sustainable
Intensification of Smallholder Crop Production. Rome: FAO, 2011. 112p. Disponível em:
http://www.fao.org/docrep/014/i2215e/i2215e.pdf ISBN 978-92-5-106871-7
GLIESSMAN S. R. Agroecologia: Processos ecológicos em agricultura sustentável. Editora
UFRGS, 2005. 658p.
FAO. 2011. The state of the world's land and water resources for food and agriculture
(SOLAW) - Managing systems at risk. Food and Agriculture Organization of the United
Nations, Rome and Earth scan, London.
Disponível em: http://www.fao.org/docrep/017/i1688e/i1688e.pdf FAO ISBN: 978-92-5-
106614-0
15) Estatística para a Economia Ecológica
Ementa: Introdução à Probabilidade: variáveis aleatórias e distribuição de probabilidade. Estatística
Descritiva: medidas de posição e dispersão. Formulação e testes de Hipóteses. Delineamentos
64
experimentais e amostrais. Análise de dados: regressão, análise de variância, análise de dados
categoriais e análise multivariada.
Bibliografía Básica: 1) ELLISON, Aaron M. e GOTELLI, Nicholas J. Princípios de Estatística em Ecologia. Porto
Alegre-RS: Editora Artmed, 2010.
2) PIRES, Inácio J. B. A pesquisa sob o enfoque da estatística. Fortaleza-CE: Banco do
Nordeste do Brasil, 2006.
16) Poluição Ambiental
Ementa:
Poluição e contaminação de ecossistemas. Origem e fontes de poluição. Legislação ambiental.
Estudo de Impacto Ambiental - EIA/RIMA. Rede de interação de impactos. Atividade
agrícola e meio ambiente. Origem e natureza dos resíduos orgânicos. Tratamento e reciclagem
de resíduos sólidos. Tratamento e reciclagem de resíduos líquidos. Métodos físicos, químicos
e biológicos na avaliação de resíduos.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ANDREOLI, V. C., LARA, I. A. & FERNANDES, F. Reciclagem de biosólidos. FINEP,
1989. 288p.
APHA, AWWA, WPCF. Standard Methods for Examination of Water and Wastewater. 22nd
Ed. 2012.
BAIRD. C.; CANN, M. 2011. Química Ambiental, 4ª ed. Porto Alegre: Bookman. 844p.
Banco do Nordeste. Manual de Impactos Ambientais - Orientação Básica Sobre Aspectos
Ambientais de Atividades Produtivas. Fortaleza, 1999.
BOTELHO, C. G. Controle da Poluição em Áreas Rurais. ESAL, Lavras, 1987, 319 p.
DERISIO, J. C. Introdução ao Controle de Poluição Ambiental. CETESB, São Paulo, 1992,
201p.
LIMA, L. M. Q. Lixo: tratamento e biorremediação. São Paulo, Hemus, 3ª ed. 2004. 265p.
MANAHAN, S. E. 2008. Fundamentals of Environmental Chemistry, 3a
ed. Florida: Lewis
Publishers. 1264p.
MELO, I. S.; AZEVEDO, J. L. de. 1997. Microbiologia ambiental. Embrapa, Centro
Nacional de Pesquisa de Monitoramento e Avaliação de Impacto Ambiental. Eds. MELO, I. S;
AZEVEDO, J. L 440p.
O’NEILL, P. 1998. Environmental chemistry. Chapman & Hall. London. 3rd
. ed. 284 pp.
ODUM, H. T (Ed). 2000. Heavy metals in the environment. Using wetlands for their removal.
Lewis Publisher. New York. 344 p.
RASKIN, I. & ENSLEY, B. D. (Eds). 2000. Phytoremediation of toxic metals. Using plants to
clean up the environment. John Willey & Sons, Inc. New York. 303 pp.
ROCHA, J. C., ROSA, A. H., CARDOSO, A. A. 2009. Introdução à Química Ambiental,
Porto Alegre: Editora Artmed 2ª Ed. 256p.
SPARKS, D. 2003. Environmental Soil chemistry. 2nd
Ed. Elsevier Science. 352p.
STEGMANN, R.; BRUNNER, G.; CALMANO, W. & Matz, G (Eds.) 2001. Treatment of
contaminated soil. Springer. Berlin. 658 pp.
TAN, K. H. 1998. Principles of soil chemistry. Marcel Dekker, Inc. New York. 521 p.
VAITSMAN, Enilce Pereira; VAITSMAN, Delmo S. Química & meio ambiente: ensino
contextualizado. Rio de Janeiro: Interciência, 2006. 252 p. (Interdisciplinar).
VIVO, B. de; BELKLIN, H.; LIMA, A. 2008. Environmental Geochemistry Site
Characterization, Data Analysis and Case Histories. (Elsevier). The Netherlands. 429p.
65
17) Trabalho de Campo Integrado III
Ementa: Trabalho de Campo Integrado: planejamento colaborativo, execução do plano de atividades,
relacionado aos seguintes temas: Práticas agrícolas e de conservação do solo com princípios
agroecológicos adequadas às condições do semiárido brasileiro; Atividade agrícola e meio
ambiente.
Bibliografia Básica:
ALTIERI, M. Agroecologia: bases científicas para uma agricultura sustentável. Rio de
Janeiro: Expressão Popular, 2012. 400p. ISBN 9788577431915
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15287: projetos de pesquisa
– apresentação. Rio de janeiro, 2011.
BANCO DO NORDESTE. Manual de Impactos Ambientais - Orientação Básica Sobre
Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas. Fortaleza, 1999.
BOTELHO, C. G. Controle da Poluição em Áreas Rurais. ESAL, Lavras, 1987, 319 p.
GEERTZ, Clifford. “Uma descrição densa: por uma teoria interpretativa da cultura”.
In: ______. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. p. 13-41.
GLIESSMAN S. R. Agroecologia: Processos ecológicos em agricultura sustentável. Editora
UFRGS, 2005. 658p
KOSIK, Karel. Dialética do concreto. Trad. NEVES, Célia; TORÍBIO, Alderico. 8ª
reimpressão. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2010.
SEVERINO, Antonio J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2002.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da Pesquisa-Ação. 4a edição. São Paulo: Cortez, 1989.
VENTURI, Luís A. Bittar (Org.) PRATICANDO GEOGRAFIA: técnicas de campo e
laboratório. São Paulo: Oficina de Textos, 2005.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ. Guia de Normalização de Trabalhos Acadêmicos
da Universidade Federal do Ceará. Disponível em:
<http://pt.calameo.com/read/001848523bf6ac6366464>. Acesso em: 31 agosto de 2013.
18) Cartografia Social
Ementa: Histórico e evolução da cartografia temática. Sistemas Geodésicos de Referência. Sistema de
coordenadas. Coordenadas obtidas em trabalho de campo. Projeções cartográficas. Uso de
escalas. Principais componentes de uma carta topográfica. Leitura, interpretação e utilização
de carta topográfica, imagens de satélite e aérea. Metodologias e técnicas para elaboração de
mapas temáticos. Mapeamentos participativos em territórios tradicionais no campo e na
cidade.
Bibliografia Básica: ACSELRAD, H. (Org.) Cartografia Social e Dinâmicas Territoriais: marcos para o debate. Rio
de Janeiro: UFRJ, IPPUR, 2010.
VERDEJO, M.E Revisão e adaptação: (Revisão e adaptação: Décio Coltrim e Ladjane
Ramos). Diagnóstico rural participativo – Guia Prático DRP. Brasília: MDA/SAF/DATER,
2006.
Instituto Nova Cartografia Social. Nova Cartografia Social da Amazônia.
Disponível em:
<http://www.novacartografiasocial.com/index.php?option=com_content&view=article&id=19
&Itemid=27>.
FUNDAÇÃO IBGE. Noções Básicas de Cartografia.
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia>.
GIRARDI, Eduardo. P. Atlas da Questão Agrária.
Disponível em: <http://www2.fct.unesp.br/nera/atlas/>. Acesso em: 24 agosto de 2013.
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LIS/ICICT/Fiocruz. Mapa de conflitos envolvendo injustiça ambiental e Saúde no Brasil.
Disponível em: http://www.conflitoambiental.icict.fiocruz.br/. Acesso em: 26 de agosto de
2013.
FITZ, Paulo Roberto. Geoprocessamento sem complicação. Oficina de textos. São Paulo.
2008.
19) Geoprocessamento
Ementa: Definição de GIS. Projeções Cartográficas. Estrutura Geral de um SIG. Representação
Computacional de Dados Geográficos. Integração de Dados em SIG. Sistema de
Posicionamento Global (GPS). Bancos de Dados Espaciais. Sensoriamento Remoto.
Integração Sensoriamento Remoto – SIG. Programas Computacionais Aplicados.
Bibliografia Básica:
ASSAD, E. D. & Sana, E. E. Sistema de Informações Geográficas: Aplicações na Agricultura.
EMBRAPA, 1998, 434p.
BONHAM-CARTER G. F. Geographic Information System for Geoscientists: Modelling
with GIS, Pergamon/Elsevier Sci. Inc. Tarrytown, NY, 1997, 398 p.
BURROUGH, P. A. Principles of Geographical Information Systems for Land Resources
Assessment. Claredon Press – Oxford, 1993, 194p.
CAMARA, G., Davis, C. Monteiro, A. M. V. Introdução à Ciência da Geoinformação.
Disponível em: <http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/introd/index.html>, Acesso em 27 mar
2014.
MENDES, C. A. B. & Cirilo, J. A. Geoprocessamento em Recursos Hídricos: Princípios,
Integração e Aplicação. ABRH, 2001, 536p.
MOREIRA, M.A. Fundamentos do Sensoriamento Remoto e Metodologias de Aplicação,
Editora UFV, 4ª. Edição, 2013, 422p.
20) Serviços Ambientais e Valoração de Impactos
Ementa:
Ciclos biogeoquímicos: carbono, oxigênio, nitrogênio, hidrológico e cálcio. Agentes e
processos de interferência, degradação e dano ambiental. Biodiversidade, Serviços Ambientais
e Sociedade. Licenciamento ambiental brasileiro e avaliação de impactos ambientais: Estudo
de Impactos Ambientais - EIA/RIMA, Metodologias de Avaliação e Monitoramento.
Avaliação Econômica de Impactos Ambientais: danos ambientais causados por projetos de
investimento e pela exploração de recursos naturais. Plano de Recuperação de Áreas
Degradadas - PRAD.
Bibliografia Básica:
ACSELRAD, H. A duração das cidades. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
ANTONIO S. B. C., GUERRA, J. T. Avaliação e perícia ambiental. Rio de Janeiro: Bertrand,
1999.
DONAIRE, D. Gestão ambiental na empresa. São Paulo: Atlas, 1995.
GORE, A. A Terra em balanço. São Paulo: Augustus, 1993.
GOUDIE, A. The human impact on the natural environment. Oxford: Basil Blackwell, 1990.
IBAMA. Avaliação de Impacto Ambiental. Brasília, 1995.
LAWRENCE, D. Environmental Impact Assessment: Practical solutions to recurrent
problems. New York: John Willey. 2003.
LEIS, H. A modernidade insustentável, Petrópolis: Vozes, 1999.
Manual de Avaliação de Impactos Ambientais. Curitiba: SEMA / IAP / GTZ, 1995.
Manual de Impactos Ambientais. Fortaleza: Banco do Nordeste, 1999.
MARCONDES, M. J. Cidade e meio ambiente – revendo conceitos. São Paulo: Studio Nobel,
1999.
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MMA 2008, Pagamentos por serviços ambientais: perspectivas para a Amazônia Legal. Sven
Wunder, Jan Börner, Marcos Rügnitz Tito e Lígia Pereira.
MOTA, S. Urbanização e Meio ambiente. Rio de Janeiro: ABES, 2003.
MÜLLER, A. C. Hidrelétricas, Meio Ambiente e Desenvolvimento. São Paulo: Makron
Books, 1995.
PNUD - Guia Metodológica de Capacitación en Gestión Ambiental Urbana, Santiago, 1997.
RODRIGUES, G. S. Avaliação de impactos ambientais em projetos de pesquisa. Jaguariúna:
Embrapa, 1998.
SACHS, I. Ecodesenvolvimento: crescer sem destruir. São Paulo: Vértice, 1986.
SANCHES, L. H. Avaliação de impacto ambiental - Conceitos e métodos. Oficina de Textos,
2006.
TOMASI, L. R. A degradação do meio ambiente. São Paulo, Nobel, 1977.
TOMASI, L. R. Estudo de Impacto Ambiental. São Paulo: CETESB, 1993.
TOMMASI, L.C. Avaliação de Impacto Ambiental. São Paulo: CETESB. 1994.
Universidade, 1995.
VERDUM, M. MEDEIROS, R. M. V. Relatório de impacto ambiental. 3.ed. Porto Alegre:
Editor
WESTMAN, W. E. Ecology, impact assessment and environmental planning. New York: J.
Wiley, 1985.
http://www.iqsc.usp.br/iqsc/servidores/docentes/pessoal/mrezende/arquivos/EDUC-AMB-
Ciclos-Biogeoquimicos.pdf
21) Trabalho de Campo Integrado IV
Ementa: Trabalho de Campo Integrado: planejamento colaborativo, execução do plano de atividades,
relacionado aos seguintes temas: elaboração de mapas temáticos; Mapeamentos participativos
em territórios tradicionais no campo e na cidade; Geoprocessamento; Avaliação Econômica de
Impactos Ambientais: danos ambientais causados por projetos de investimento e pela
exploração de recursos naturais.
Bibliografia Básica: LIS/ICICT/Fiocruz. Mapa de conflitos envolvendo injustiça ambiental e Saúde no Brasil.
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22) Mundialização do Capital e Financeirização da Natureza
Ementa: Regime de acumulação fordista (RAF): “compromisso produtivista” em detrimento da
Natureza. Energia fóssil e a crise do modelo fordista. Mundialização e emergência de um
Regime de Acumulação de Dominância Financeira. Debate centro-periferia na América
Latina: impactos ambientais e reprimarização de estruturas produtivas. Dominância financeira
e busca incessante de novas “‘áreas competitivas”: apropriação de recursos naturais e
deslocamento de plantas industriais poluentes para a periferia. Crise do capital, crise ecológica
e a ilusão do desenvolvimentismo.
Bibliografia Básica: ARRIGHI, Giovanni. A ilusão do desenvolvimentismo. Petrópolis: Vozes, 1998.
CHESNAIS, François. A finança mundializada. Campinas-SP: Boitempo, 2005.
CHESNAIS, François e SERFATTI, Claude. Ecologia e condições físicas de reprodução
social: alguns fios condutores marxistas in: Crítica Marxista. Campinas-SP: Boitempo, 2003.
BÉGUERY, Michel. A exploração dos oceanos: a economia do futuro. São Paulo – Rio de
Janeiro: Difel, 1979.
PINTO, João Roberto (2012), Ambientalização dos bancos e financeirização da natureza,
Brasília-DF: Rede Brasil, 2012.
RIFKIN, Jeremy. A terceira revolução industrial, São Paulo-SP: M. Books, 2012.
YOUNG, Carlos Eduardo e LUSTOSA, Maria Cecília. A questão ambiental no esquema
centro periferia. Niterói-RJ: Economia, 2003.
23) Planejamento e Gestão de Projetos Socioambientais
Ementa: Planejamento socioambiental. A dialética socioespacial e seus fundamentos teórico-
metodológicos. A perspectiva multiescalar das questões socioambientais. (In)sustentabilidade
ambiental. Metodologias de planejamento participativo. Diagnóstico e zoneamento integrados
para o planejamento e gestão territorial compartilhada.
Bibliografia Básica: ACSELRAD, Henri (Org.). Cartografias sociais e territórios. Rio de Janeiro-RJ: UFRJ/IPPUR,
2008.
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AGENDA 21 brasileira: bases para discussão. Brasília: MMA/PNUD – 2000.
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1995.
BENJAMIM, César e ARAÚJO, Tânia Bacelar de. Brasil: Reinventar o Futuro. Rio de
Janeiro-RJ: Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro, 1995.
CARLOS, A. F. A; SOUZA, M. J. L. de; SPOSITO, M. E. B. (Org.) A Produção do Espaço
Urbano: agentes e processos, escalas e desafios. São Paulo-SP: Contexto, 2011.
FRANCO, M. A. R. Planejamento Ambiental para cidade sustentável. SP: Ed. Annablume /
FAPESP, 2001.
GALIAZZI, Maria do Carmo; FREITAS, José Vicente de. (Org.) Metodologias Emergentes de
Pesquisa em Educação Ambiental. 2ª. Ed. Ijuí-RS: Editora Unijuí, 2007.
Governo do Estado do Ceará. Proposta de Reestruturação Espacial. Fortaleza-CE, SEPLAN,
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características geográficas. Rio de Janeiro-RJ: Bertrand Brasil, 2009.
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Econômico para a Região Nordeste. Brasília-DF: MMA, 2001.
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gestão das cidades. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
SOUZA, M. J. N. de. (Coord.). Diagnóstico e Macrozoneamento Ambiental do Estado do
Ceará. Vol. 3. Relatório Técnico FCPC/SEMACE. Fortaleza-CE: PRODETUR. 1998.
24) Sistemas Agroalimentares, Soberania e Segurança Alimentar
Ementa: Espaço agrário brasileiro: terra, trabalho e modos de vida. Campesinato, agricultura familiar e
Agrohidronegócio. Os sistemas agroalimentares e suas múltiplas escalas de produção,
comercialização e consumo. As organizações multilaterais e a internacionalização das cadeias
produtivas industriais. Oligopolização do sistema alimentar: papel das corporações, cadeias e
complexos agroalimentares. Direitos Humanos e Direito Humano à Alimentação Adequada:
histórico, tendências e perspectivas. Estratégias de Soberania Alimentar e Nutricional:
políticas públicas, tecnologias sociais e o direito ao consumo de alimentos saudáveis.
Bibliografia Básica: CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Agricultura e abastecimento alimentar –
Políticas públicas e mercado agrícola. Brasília: CONAB, 2009. (1a. parte)
ERBER, F. As convenções de desenvolvimento no Governo Lula. Revista de Economia
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GRISA, C. Políticas públicas para a agricultura familiar no Brasil: produção e
institucionalização das ideias. R. Janeiro, CPDA/UFRRJ, 2012, cap. 4 (Tese de Doutorado).
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valor, cadeias integradas e circuitos regionais. Ensaios FEE, 25(1), 2004, 299:322.
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sócio-produtiva no meio rural na ótica do desenvolvimento territorial sustentável. In: Leite, S.
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DF, IICA, 2013, 57-88. (Série DRS, 19)
MALUF, R. O novo contexto internacional do abastecimento e da segurança alimentar. In:
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liberalização. Campinas (SP), Instituto de Economia/ UNICAMP, 2000. p. 37- 63.
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MEIRELLES, L. Soberania alimentar e a construção de mercados locais para produtos da
agricultura familiar. Boletim Informativo. Centro Ecológico – Núcleo Litoral Norte: Dom
Pedro de Alcântara (RS). v. 1, ed. 1, out. 2008.
MEIRELLES, L. Soberania alimentar, agroecologia e mercados locais. Revista Agriculturas:
experiências em agroecologia: AS-PTA – Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura
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MDS/Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, 2011.
WILKINSON, J. O futuro do sistema alimentar. S. Paulo, Ed. HUCITEC, 1989.
WILKINSON, J. A agricultura familiar face ao novo padrão de competitividade do sistema
agroalimentar na América Latina. In: Wilkinson, J. Mercados, rede e valores. P. Alegre, Ed.
UFRGS, 2008, 151:170.
25) Trabalho de Campo Integrado V
Ementa: Trabalho de Campo Integrado: planejamento colaborativo, execução do plano de atividades,
relacionado aos seguintes temas: Diagnóstico e zoneamento integrados para o planejamento e
gestão territorial compartilhada; Estratégias de Soberania Alimentar e Nutricional: políticas
públicas, tecnologias sociais e o direito ao consumo de alimentos saudáveis.
Bibliografia Básica:
ARAÚJO, G. H. de S. ALMEIDA, J. R. e GUERRA, A. J. T. Gestão Ambiental de Áreas
Degradadas. Rio de Janeiro-RJ: Editora Bertrand Brasil, 2005. 320p
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– apresentação. Rio de janeiro, 2011.
BELIK, W.; MALUF, R. S. (org.). Abastecimento e segurança alimentar: os limites da
liberalização. Campinas (SP), Instituto de Economia/ UNICAMP, 2000. p. 37- 63.
GEERTZ, Clifford. “Uma descrição densa: por uma teoria interpretativa da cultura”.
In: ______. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. p. 13-41.
KOSIK, Karel. Dialética do concreto. Trad. NEVES, Célia; TORÍBIO, Alderico. 8ª
reimpressão. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2010.
MALUF, Renato S. Segurança Alimentar e Nutricional. Petrópolis: Vozes, 2007.
MDS. Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - 2012/2015. Brasília (DF),
MDS/Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, 2011.
MEIRELLES, L. Soberania alimentar e a construção de mercados locais para produtos da
agricultura familiar. Boletim Informativo. Centro Ecológico – Núcleo Litoral Norte: Dom
Pedro de Alcântara (RS). v. 1, ed. 1, out. 2008.
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MEIRELLES, L. Soberania alimentar, agroecologia e mercados locais. Revista Agriculturas:
experiências em agroecologia: AS-PTA – Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura
Alternativa, v. 1, n. 0, p. 11-14, set. 2004.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Avaliação da Metodologia de Zoneamento Ecológico-
Econômico para a Região Nordeste. Brasília-DF: MMA, 2001.
SEVERINO, Antonio J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2002.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da Pesquisa-Ação. 4a edição. São Paulo: Cortez, 1989.
VENTURI, Luís A. Bittar (Org.) PRATICANDO GEOGRAFIA: técnicas de campo e
laboratório. São Paulo: Oficina de Textos, 2005.
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da Universidade Federal do Ceará. Disponível em:
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26) Direito Ambiental
Ementa: A evolução histórica das questões ambientais. A Constituição Federal de 1988 e a proteção ao
ambiente. Regras constitucionais específicas sobre meio ambiente. Ecologia e meio ambiente.
A crise ambiental. O movimento ecológico. Ecodesenvolvimento e desenvolvimento
sustentável. Biodiversidade. Direito ambiental. Conceito. Fontes. Princípios. O Direito, os
recursos ambientais e o desenvolvimento. Direito ambiental brasileiro: sede constitucional e
relevância. Direito ambiental comparado. O Sistema Nacional do Meio Ambiente.
Licenciamento ambiental. Áreas de preservação permanente. Zoneamento ambiental. A
Política Nacional de Recursos Hídricos. Aspectos jurídicos da poluição. Proteção da zona
costeira. Patrimônio cultural e tombamento. Dano ecológico: responsabilidade, reparação e
meios processuais para defesa ambiental. A tutela administrativa e judicial do meio ambiente.
Bibliografia Básica: ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 12. ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2009.
BRASIL. Constituição Federal, Coletânea de Legislação de Direito Ambiental / Organizadora
Odete Medauar. Editora Revista dos Tribunais. 6ª ed. São Paulo, 2007.
CARVALHO, Carlos Gomes de. Introdução ao direito ambiental. São Paulo, Editora Letras&
Letras, 2001.
FIORILLO, Celso Antonio. Curso de direito ambiental brasileiro. 12. ed. SP. Saraiva 2011.
FIGUEIREDO, Guilherme José Povin de. Curso de Direito Ambiental – interesses difusos,
natureza e propriedade. Rio de Janeiro. Gazeta Juris. 2006.
FREITAS, Wladimir Passos de. A constituição federal e a efetividade das normas ambientais.
2. ed. São Paulo: Editora Revista dos tribunais, 2002.
MACHADO, Paulo Afonso Leme. Direito ambiental brasileiro. 19. ed. São Paulo. Malheiros,
2011.
MILARÉ, Édis. Direito do ambiente: doutrina, jurisprudência, glossário. 4. ed. São Paulo.
Editora Revista dos Tribunais, 2006.
MUKAI, Toshio. Direito ambiental sistematizado. 6. ed. Rio de Janeiro. Forense, 2007.
SILVA, José Afonso. Direito ambiental constitucional. 9 ed. São Paulo. Malheiros Editores,
2011.
SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de direito ambiental. 9 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
TRENNEPOHL, Terence Dorneles. Manual de Direito Ambiental. 5 ed. São Paulo: Saraiva,
2011.
27) Projeto de Pesquisa
Ementa: Elaboração do projeto de pesquisa para o trabalho de conclusão do Curso, orientada por um(a)
72
Professor(a) do Curso ou de congêneres da UFC; bases metodológicas para a redação do
projeto de pesquisa.
Bibliografia básica
COSTA, M.A.F.; COSTA, M.F.B. Metodologia da pesquisa: conceitos e técnicas. 2. ed.
Rio de Janeiro, RJ: Interciência, 2009.
ESTEBAN, Maria P. S. Pesquisa qualitativa em educação: fundamentos e tradições. Tradução
Miguel Cabrera. Porto Alegre: AMGH, 2010.
FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 5. ed. revista e atualizada pela norma ABNT
14724, de 30/12/2005. São Paulo: Saraiva, 2006.
KOCHE, J.C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e iniciação à
pesquisa. 28. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
MARCONI, M. A; LAKATOS, E.M. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São
Paulo, SP: Atlas, 2010.
RÚDIO, F.V. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 31. ed. Petrópolis: Vozes,
2003.
28) Regionalização e Economia do Nordeste
Ementa: Análise conceitual de Espaço, Região e Economia Regional. Patrimônios, bens de uso comum
e serviços ambientais. Teorias e Modelos de Desenvolvimento Regional. Metodologias para o
estudo de biomas. Fundamentos ecológicos dos biomas do Nordeste. Implicações
socioeconômicas dos modelos de desenvolvimento. Globalização, inserção internacional e
disparidades regionais e de renda. Metodologias para o estudo das atividades produtivas
associadas aos biomas do Nordeste. Produção econômica, políticas públicas e perspectivas de
convivência nos biomas do Nordeste.
Bibliografia Básica: ANDRADE, M. Correia de. A Terra e o Homem no Nordeste: São Paulo: Brasiliense, 1973 (3ª
ed., Caps. II e V)
OLIVEIRA, Francisco. Elegia para uma Re(li)gião. São Paulo: Paz e Terra, 1977, 2a ed. (Cap.
2, item 1; e caps. 4, 5 e 6)
FURTADO, Celso. “Documento do GTDN”. In Revista Econômica do Nordeste. Fortaleza:
BNB, v. 28, n.4, p. 387-432, outubro-dezembro de 1997.
ARAÚJO, T. Bacelar. "A Questão Regional e a Questão Nordestina", in TAVARES, M.
Conceição (Org.), Celso Furtado e o Brasil, São Paulo, Perseu Abramo, 2000.
FERREIRA, Carlos Maurício de C. “Espaço, Regiões e Economia Regional”. In: HADDAD,
Paulo R. (org.). Economia regional: teorias e métodos de análise. Fortaleza: BNB, ETENE,
1989.
CAVALCANTE, Luiz Ricardo M. T. “Produção Teórica em Economia Regional: Uma
Proposta de Sistematização”. Revista Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos, Vol. 2, No.1
(2008) (http://www.revistaaber.com.br/index.php/aber/article/viewFile/1/3. Acessado em
12/02/11.)
LIMA, Ana C. da Cruz; SIMÕES, Rodrigo F. Teorias do desenvolvimento regional e suas
implicações de política econômica no pós-guerra: o caso do Brasil. Belo Horizonte:
UFMG/Cedeplar, 2009 (Texto para Discussão 358).
OLIVEIRA, Francisco de. As contradições do ao: globalização, nação, região, metropolização.
In: DINIZ, C. C. & CROCCO, M. (org.). Economia Regional e Urbana. Contribuições
Teóricas Recentes. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006. (Book economia regional).
SANTOS, M. O retorno do território, em Observatório Social de América Latina. Ano 6, no.
16 (junho 2005). Buenos Aires: CLACSO, 2005.
HARVER, David. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2005 (Caps. V e
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VIII).
SCHAEFFER-NOVELLI, Y. Perfil dos ecossistemas litorâneos brasileiros, com especial
ênfase sobre o sistema manguezal. Instituto Oceanográfico, São Paulo, 7, 1-16, 1989.
29) Recuperação de Áreas Degradadas
Ementa: Conceituação e caracterização de área degradada. Atividades de degradação de ambientes.
Objetivos da recuperação de áreas degradadas. Condições edafoclimáticas para a RAD.
Princípios de ecologia aplicados aos processos de RAD. Principais estratégias de RAD.
Avaliação e monitoramento de processos de RAD. Noções sobre EIA, RIMA e PRAD.
Aspectos políticos e de legislação sobre RAD. Linhas de pesquisas em RAD.
Bibliografia Básica: MARTINS, S. V. Recuperação de áreas degradadas: ações em áreas de preservação
permanente, voçorocas, taludes rodoviários e de mineração. 3ª ed. Viçosa, MG: Editora
Aprenda Fácil, 2013. v. 1. 264p. ISBN: 9788562032028.
MARTINS, S. V. Recuperação de matas ciliares. 2. ed. Viçosa: Aprenda Fácil. Editora, 2007.
v. 1. 255p. ISBN: 9788576012238.
URBANSKA, K. M.; WEBB N. R.; EDWARDS, P. J. (Ed.) Restoration Ecology and
Sustainable Development. Cambridge University, 2000, 413 p. ISBN-10: 052159989X,
ISBN-13: 978-0521599894.
30) Trabalho de Conclusão do Curso (TCC)
Ementa: Orientações metodológicas gerais para o estudo e elaboração do trabalho de conclusão de curso
(TCC); Atividade que se desenvolve sob a orientação de um(a) Professor(a) do Curso e que
será defendido diante de uma banca com mais dois componentes, além do(a) Orientador(a).
Bibliografia básica
COSTA, M.A.F.; COSTA, M.F.B. Metodologia da pesquisa: conceitos e técnicas. 2. ed.
Rio de Janeiro, RJ: Interciência, 2009.
ESTEBAN, Maria P. S. Pesquisa qualitativa em educação: fundamentos e tradições. Tradução
Miguel Cabrera. Porto Alegre: AMGH, 2010.
FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 5. ed. revista e atualizada pela norma ABNT
14724, de 30/12/2005. São Paulo: Saraiva, 2006.
GATTI, Bernadete A. Grupo Focal na pesquisa em ciências sociais e humanas. Brasília: Líber
Livro, Série Pesquisa em Educação, 2005.
GONDIM, Linda M. O; LIMA, J. C. A Pesquisa como artesanato intelectual: considerações
sobre método e bom senso. São Carlos, EDUFSCAR, 2006 KOCHE, J.C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e iniciação à
pesquisa. 28. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
KOSIK, Karel. Dialética do Concreto. 4a.
ed. Tradução de Célia Neves e Alderico Toríbio. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 1986
MARCONI, M. A; LAKATOS, E.M. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São
Paulo, SP: Atlas, 2010.
MARTINS, José de Souza (Org.). Henri Lefebvre e o retorno à dialética. São
Paulo: Hucitec, 1996.
MARX, Karl. Contribuição à crítica da economia política. Tradução Maria Helena Barreiro
Alves. São Paulo: Martins Fontes, 2011
MILLS, C. Wright. Sobre o artesanato intelectual e outros ensaios. Rio de Janeiro: Zahar,
2009.
MORIN, Edgard, La méthode 6, Éthique. Paris: Seuil, 2004.
74
OLIVEIRA, M. B. (2008). Neutralidade da ciência, desencantamento do mundo e controle da
natureza, Scientia e Studia 6 (1), 97–116
RÚDIO, F.V. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 31. ed. Petrópolis: Vozes,
2003.
THIOLLENT, Michel. Crítica Metodológica, investigação social e enquete operária. São
Paulo, Editora Polis, 1982, cap. 2 e 3; textos 3, 4 e 5.
______. Metodologia da Pesquisa-Ação. 4a Ed. São Paulo: Cortez, 1989.
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995
9.2 Componentes Optativos
A lista de disciplinas optativas do Curso apresentada a seguir, poderá ser
ampliada de acordo com as necessidades sinalizadas pela realidade socioeconômica e
ambiental, interesses de discentes e a disponibilidade do corpo docente.
1) Economia da Tecnologia do Capital
A contradição central do sistema do capital em Marx. Mudanças técnico-produtivas e
organizacionais, desenvolvimento do capital e o processo de qualificação-desqualificante.
Acumulação de capital e crescimento econômico: emprego, desemprego e salários. A lei da
tendência decrescente da taxa de lucro e a contradição central. Tendências e contradições
sociais, econômicas e ecológicas da expansão capitalista no mundo.
Bibliografia Básica: GOUVERNEUR, Jacques. Les Fondements de L'Économie Capitaliste - Introduction à
l'analyse économique marxiste du capitalisme contemporain, 2ème
édition refondue et
augmentée, 1995, L'Harmattan, Paris - Contradictions, Bruxelles. Especificamente, o capítulo
VII traduzido e que se encontra à disposição por meios eletrônicos.
MARX, Karl. Manuscritos Econômico-Filosóficos, Martin Claret, São Paulo, 2003.
MARX, Karl. El Capital, tradução de Pedro Scarón, Siglo Veintiuno Editores, 5ª edição,
1979.
MARX, Karl. Elementos fundamentales para la crítica de la economia política (Grundrisse)
1857~1858, volumen 2, Siglo Veintiuno Editores, 10ª edición, 1985.
MARX, Karl. Consequências sociais do avanço tecnológico, Coleção Ciências Sociais -
Série Materialismo Histórico, Volume 1.
MUSTO, Marcello. Karl Marx's Grundrisse - Foundations of the critique of polical economy
150 years later, Routled Frontiers of political Economy
OLIVEIRA, Aécio Alves de, Teoria do valor e distribuição em Marx (digitado), Fortaleza,
março de 2010.
OLIVEIRA, Aécio Alves de. Textos Didáticos Nº 2 e Nº 3 (digitados).
SENNETT, Richard (2003). A corrosão do caráter – Consequências pessoais do trabalho no
novo capitalismo, Record, Rio de Janeiro.
2) Mudanças Climáticas
Ementa:
Caracterização e elementos do Clima: umidade, pressão atmosférica e temperatura. Fatores
do Clima: latitude, altitude, maritimidade, correntes marítimas e massas de ar. História
geológica da Terra (4,5 bilhões de anos): Hadeano, Arqueano, Proterozoico e Fanerozoico. O
75
éon Fanerozoico (543 milhões de anos): Paleozoico, Mesozoico e Cenozoico. A era
Cenozoica (65 milhões de anos): Paleogeno e Neogeno. O período Neogeno (23 milhões de
anos): Mioceno, Pilioceno, Pleistoceno e Holoceno (12 mil anos). O Antropoceno: um ponto
no tempo e as interações do Homem com a Terra. Mudança climática: o solo, os mares e a
atmosfera. Atividades humanas, biodiversidade e aquecimento global.
Bibliografia Básica:
ADAS, Melhem. O Interior da Terra - Rochas, Eras Geológicas e a Deriva dos Continentes.
Ediouro Publicações, s/d.
GALVINCIO, Josicleda D. Mudanças Climáticas e impactos ambientais. Editora UFPE, s/d,
IPCC – Relatórios: AR-1, AR-2, AR-3, AR-4 e AR-5.
LOPES, Fernando Giachini e FUJIHARA, Marco A. Sustentabilidade e Mudanças
Climáticas. São Paulo: Editora Senac Geral, 2009.
MARIN, Aldrin Martin Perez. O Interior da Terra - Rochas, Eras Geológicas e a Deriva dos
Continentes. Ediouro, s/d.
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Desertificação e Mudanças Climáticas no
Semiárido Brasileiro. Editores: Ricardo da Cunha Correia Lima, Arnóbio de Mendonça e
Barreto Cavalcante. Campina Grande: Instituto Nacional do Semiárido-INSA, PB, 2011.
3) Espaço Agrário, Modos de Vida e Relações de Poder
Conceitos fundamentais a análise da relação sociedade-espaço. A questão agrária. A
realidade agrária brasileira e sua complexidade. Os movimentos sociais e a luta por direitos.
Políticas públicas, produção associada e autogestão.
Bibliografia Básica: ANDRADE, Manoel Correia de. A Terra e o Homem no Nordeste. 2ª ed. São Paulo:
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CALDART, Roseli Salete et al. (Org.) Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro:
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reimpressão. São Paulo: EDUSP, 2006. - (Coleção Milton Santos; 1)
4) Pensamento Econômico Ecológico Contemporâneo
Ementa: Carnot e a Entropia. Podolinsky e a análise ecoenergética. Ratzel: Escola Geográfica Alemã e
o conceito de economia destrutiva. O documento “Limites do Crescimento” e os limites do
planeta. Kenneth Boulding: da “economia do cowboy” a “economia do astronauta”. Herman
76
Daly: economia no âmbito das ciências da vida. Georgescu-Roegen: bioeconomia como único
caminho para a humanidade. A economia ambiental: soluções pelo mercado. Martínez-Allier:
a economia política ecológica. Serge Latouche: o decrescimento em oposição à acumulação
ilimitada. Marx e a crítica à lógica insaciável do capital. Bellamy Foster: a dialética Homem-
Natureza.
Bibliografia Básica: CECHIN, Andrei A Natureza como limite da economia: a Contribuição de Nicholas
Georgescu-Roegen. Troféu Cultura Econômica, São Paulo-SP: SENAC, 2012.
CECHIN, Andrei e VEIGA, José Eli da. O fundamento central da Economia Ecológica, in:
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MEADOWS, Donella, RANDERS, Jorgen e MEDOWS, Dennis, Limites do Crescimento.
Rio de Janeiro-RJ: Qualitymark Editora Ltda., 2008
5) Populações Tradicionais, Direitos Humanos e Políticas Públicas
Ementa:
Natureza, cultura e sociedade. Cosmovisão africana: valores civilizatórios africanos presentes
na cultura brasileira Teorias sobre a relação Homem-ambiente. Identidades, direitos humanos e
políticas públicas. Etnografias das comunidades e povos tradicionais (indígenas, quilombolas,
atingidos por projetos de investimentos etc.). Aportes dos africanos à formação social e
cultural do Brasil e do Ceará. Conflitos territoriais, lutas e resistências.
Bibliografia Básica:
ACSELRAD, H. Conflitos Ambientais revelam onde o desenvolvimento emperra. Justiça
Ambiental, Rio de Janeiro, Ano 1, n. 02, p. 02-03, nov. 2003.
ARCO-VERDE, Yvelise Freitas de Souza. Prefácio. In Cadernos Temáticos - História e
cultura afro-brasileira e africana: educando para as relações étnico-raciais. Curitiba: SEED-
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Brasília: Câmara dos Deputados, edições Câmara, 2012
BRASIL, Lei n° 9.985, de 18 de Julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e
VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder
Executivo, Brasília, DF, 18 jul., 2000.
BRASIL. Decreto nº 6040, de 07 de fevereiro de 2007. Política Nacional de Desenvolvimento
Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Diário Oficial da República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, 8 fev. 2007. Disponível em:
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CEARÁ. Lei nº 14.950, de 27 de junho de 2011. Institui o Sistema Estadual de Unidades de
Conservação do Ceará, SEUC, e dá outras providências. Diário Oficial do Estado, Poder
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2002. Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.
LOUREIRO, C. F. B; AZAZIEL, M; FRANÇA, M. Educação ambiental e conselho em
unidade de Conservação: aspectos teóricos e metodológicos. Rio de Janeiro: IBASE/Instituto
Terra Azul, PNT, 2007.
MORAES, A. C. R. Contribuições para a Gestão da Zona Costeira do Brasil. São Paulo:
Hucitec, 1999.
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40141999000200008&lng=en&nrm=iso
http://pt.scribd.com/doc/184906586/Henyo-Trindade-BARRETO-FILHO-Da-Nacao-ao-
Planeta-Atraves-da-Natureza-uma-tentativa-de
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-71832006000100003&script=sci_arttext
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69092004000200003&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
93132004000200004&lng=en&nrm=iso
6) Valoração Econômica e Avaliação dos Impactos Ambientais
Ementa: Conceitos básicos de ecologia e economia: recursos naturais e biodiversidade;
classificação de recursos naturais; diversidade biológica, serviços e funções do ecossistema;
Teoria econômica e alocação dos recursos; falhas de mercado, política e institucional;
conceitos e métodos de valoração econômica; critérios de tomada de decisão: avaliação de
impactos ambientais; análise custo-benefício; e outros critérios de tomada de decisão.
Bibliografia Básica:
DALY, H.; FARLEY, J. Economia ecológica: princípios e aplicações. Editora e Política,
Instituto Piaget, 2004.
FAUCHEUX, S.; NÖEL, J. Economia dos recursos naturais e do meio ambiente. Instituto
Piaget, 1995.
FREEMAN III, A.M. The measurement environmental and resource values: theory and
methods. Washington, D.C., Resource for the Future, 1992.
MAY, P.H.; LUSTOSA, M.C.; VINHA, V. da. Economia do meio ambiente: teoria e
prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
MBURU, J. (editor) Economic valuation and environmental assessment – Training
Manual, IUCN/BIOTA/ZEF Bonn, 2009.
MOTTA, Ronaldo Seroa da. Manual para valoração econômica de recursos naturais. Ed.
IBAMA/MMA, 1998.
MUELLER, C.C. Os economistas e as relações entre o sistema econômico e o meio
ambiente. Ed. UnB: Finatec, 2007
PEARCE, D.; TURNER, R. K. Economics of natural resources and the environmental.
John Hopkings University Press. Baltimore, 1990.
PERMAN, R.; MA, Yue; McGILVRAY, J.; COMMON, M. Natural resource and
environmental economics. 3a. Edição, Pearson, 2003.
RANDALL, Allan. Resource economics: an economic approach to natural resource
environmental policy. John Wiley e Sons, New York, 2a edição, 1987, 434 p.
TIETENBERG, Tom. Environmental and natural eesource economics, 4th ed., Happer
Collins, New York, 1996.
UNEP. The use of economic instruments for environmental and natural resource
management – Training resource manual. 1a. ed., 2009.
78
10. CONDIÇÕES DE OFERTA
10.1 Corpo Docente
Um traço diferenciador deste novo Curso está na criação de um núcleo docente
estruturante interdisciplinar. Para além da Coordenação, os professores e as professoras
que ministrarem as disciplinas obrigatórias comporão o Colegiado do Curso. Isso permitirá
uma melhor organicidade para o processo de ensino-aprendizagem e entre as disciplinas
dos vários Campos da Formação. Com o núcleo estruturante, espera-se corrigir o
isolamento e a fragmentação que se observa no modelo de organização das unidades
curriculares que compõem formalmente as coordenações de cursos.
Como se trata de um novo Curso, provavelmente inédito no sistema federal de
ensino superior brasileiro, – e não apenas isto –, mas de uma nova área do conhecimento
a ser iniciada na UFC, é necessário detalhar as reais necessidades de docentes, para sua
implantação. Essas necessidades foram dimensionadas, levando em consideração as
disciplinas que compõem o conjunto das disciplinas obrigatórias do Curso. O Curso
contará com a colaboração de docentes do Departamento de Teoria Econômica
(DTE/FEAAC), do Departamento de Geografia (CC) e do Departamento de História (CH),
como colaboradores, ministrando disciplinas obrigatórias e optativas, sem prejuízos para as
atividades docentes de suas Unidades Acadêmicas de origem.
No Quadro 6, a seguir, encontra-se uma distribuição das disciplinas obrigatórias,
segundo os docentes diretamente vinculados ao Curso. A partir da constatação de
disciplinas sem docentes, dimensionou-se o total de novas vagas para seleção de
professores efetivos.
Quadro 6 – Disciplinas e Docentes por semestre letivo
Disciplinas Nome / Departamento
1º) Semestre:
1) Antropologia Econômica
2) Ecologia
3) Formação Socioeconômica Geral
4) Introdução à Economia Ecológica
2º) Semestre:
1) Espaço Brasileiro
2) Economia Política e Natureza
3) Formação do Território Brasileiro
4) Metodologia e Prática de Pesquisa
Alcides Gussi: CCA
Departamento de Biologia
Carlos Américo Leite Moreira: FEAAC
Fabio M. Sobral/Aécio A. Oliveira: FEAAC
S/D
Fabio M. Sobral/André Vasconcelos Ferreira:
FEAAC
Maria do Céu de Lima: CC
Maria do Céu de Lima: CC
79
Quadro 6 – Disciplinas e Docentes por semestre letivo (cont.)
3º) Semestre:
1) Crítica à Economia Política e Natureza
2) Economia e Entropia
3) Matemática para a Economia Ecológica
4º) Semestre:
1) Agricultura e Ambiente
2) Estatística para a Economia Ecológica
3) Poluição Ambiental
5º) Semestre:
1) Cartografia Social
2) Serviços Ambientais e Valoração de Impactos
3) Geoprocessamento
6º) Semestre:
1) Planejamento e Gestão de Projetos Socioambientais
2) Mundialização do Capital e Financeirização da Natureza
3) Sistemas Agroalimentares, Soberania e Segurança Alimentar
7º) Semestre:
1) Direito Ambiental
2) Regionalização e Economia do Nordeste
8º) Semestre:
1) Recuperação de Áreas Degradadas
Aécio A. Oliveira/Fabio M. Sobral: FEAAC
Aécio A. Oliveira/Fabio M. Sobral: FEAAC
Francisco Casimiro Filho: CCA
Julius Blum: CCA
Patrícia Verônica Pinheiro Sales Lima: CCA
Vânia Felipe Freire Gomes/Maria Eugenia
Ortiz Escobar: CCA
Maria do Céu de Lima: CC
Rogério C. P. Araújo/Guillermo Gamarra
Rojas: CCA
Adunias dos Santos Teixeira: CCA
S/D
Carlos Américo Leite Moreira: FEAAC
Maria do Céu de Lima: CC
Renato Silvio da Frota Ribeiro: CCA
Fernando J. Pires de Sousa: FEAAC
S/D
S/D: sem docente.
80
10.1.1 Disciplinas sem Docentes
A partir do Quadro 5 é possível dimensionar as necessidades de professores, em
função das disciplinas obrigatórias sem indicação de docentes. Desse modo, têm-se as
seguintes disciplinas:
2º) Semestre: 1) Espaço Brasileiro
6º) Semestre: 1) Planejamento e Gestão de Projetos Socioambientais
8º) Semestre: 1) Recuperação de Áreas Degradadas
10.1.2 Programação de Concursos Públicos
Com base na listagem das disciplinas que se encontram sem professores, foi
dimensionado o total de 3 (três) vagas para serem preenchidas por concurso, conforme a
definição das áreas a seguir:
►Concurso no 1º semestre de funcionamento
Setor de Estudos: Espaço Brasileiro
►Concurso no 2º semestre de funcionamento
Setor de Estudos: Planejamento, Gestão de Projetos Socioambientais
►Concurso no 3º semestre de funcionamento
Setor de Estudos: Recuperação de Áreas Degradadas
10.2 Corpo Técnico-Administrativo
A Coordenação do Curso precisará contar com o apoio de um bolsista, pela
manhã, e de um técnico-administrativo no período tarde-noite.
10.3 Infraestrutura física
O Curso de Bacharelado de Economia Ecológica deverá funcionar nas
dependências do Centro de Ciências Agrárias (CCA), no Campus do Pici. A infraestrutura
física existente é suficiente para atender as necessidades de salas de aula, sala para a
81
Coordenação do Curso, gabinetes para o corpo docente, salas para o funcionamento de
grupos de estudo e pesquisa, laboratório de informática e auditórios.
10.3.1 Salas de Aula
As atuais dependências do CCA dispõem de 27 salas de aula com recursos de
multimídia e acesso à internet. Em fase de construção, um novo bloco didático deverá
acomodar mais 8 salas de aula com capacidade para 40 alunos cada uma. Da maneira como
está organizado, o Bacharelado em Economia Ecológica deverá ocupar apenas 8 salas de
aula, a partir do quarto ano de funcionamento. Como o Curso é predominantemente
noturno, poderá desfrutar de toda a infraestrutura disponível.
10.3.2 Laboratórios de informática
O CCA dispõe de 1 laboratório de informática, equipado com 21
microcomputadores. Será utilizado tanto no apoio às disciplinas que necessitarem de seus
recursos, como também para os(as) alunos(as) em suas atividades de pesquisa, preparação
de relatórios, monografias e consultas via internet.
10.3.3 Bibliotecas Setoriais
O Campus do Pici dispõe da biblioteca de Ciências e Tecnologia, uma setorial de
Economia Rural; e no campus do Benfica, as bibliotecas da Faculdade de Economia e do
Centro de Humanidades. Em todas há um importante acervo diversificado que poderá
atender as necessidades de consultas relacionadas aos conteúdos curriculares do Curso.
Todos os acervos encontram-se informatizados e integram o Sistema de Automação
PERGAMUM, que compõe o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará.
Esse serviço está disponível, via Internet, no portal da UFC (www.ufc.br), que possibilita o
acesso aos periódicos científicos no sítio da CAPES. Há que se considerar, ainda, as
bibliotecas setoriais dos demais cursos da UFC que fazem parte da interdisciplinaridade do
Projeto.
10.3.4 Auditórios
O CCA dispõe de 6 (seis) auditórios equipados com recursos de audiovisuais e
acesso à internet, adequados à realização de aulas magnas, palestras e conferências.
82
10.3.5 Recursos para as atividades de campo
Além de equipamentos adequados às atividades de ensino-pesquisa, o Curso
demandará outros recursos materiais e financeiros para a realização das atividades
relacionadas ao Trabalho de Campo Integrado. Esses recursos referem-se a transporte e
diárias de docentes, discentes e motoristas, quando de deslocamentos para as atividades de
campo.
10.4 Núcleos Interdisciplinares
Trata-se de núcleos que deverão funcionar como um lugar de encontros para
estudos, discussões temáticas, extensão e pesquisas. Um espaço profícuo de debates e
críticas que gerem novos conhecimentos que permitam uma melhor compreensão do
mundo em que vivemos. No NATECS estarão docentes e discentes de graduação e de pós-
graduação, e demais interessados em participarem de suas atividades.
83
11. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM
O acompanhamento e a avaliação do processo de ensino-aprendizagem deverão
estar centrados em metodologias que potencializem o caráter interdisciplinar da
formação. O dia a dia do processo será acompanhado pela atividade de tutoria, em reuniões
mensais entre tutores e discentes, conforme previsto no item 7 do Projeto. Os resultados
dessas reuniões serão levados para os encontros semestrais. Além das reuniões da atividade
de tutoria, haverá o momento em que as práticas pedagógicas deverão ser objeto de
avaliação, em encontros nos quais estarão presentes docentes e discentes vinculados às
disciplinas de cada semestre letivo. O formato e a periodicidade dos encontros serão
detalhados pelo Colegiado do Curso. Em princípio, pode-se ter uma reunião de avaliação
antes do encerramento de cada semestre letivo.
O objetivo desses encontros é identificar dificuldades relacionadas às
metodologias de ensino e à apropriação dos conteúdos das disciplinas pelos discentes. A
intenção é transformá-los em momentos de avaliação coletiva sem a preocupação com a
atribuição de valores individualizados, seja ao trabalho de cada docente em si, seja ao
rendimento escolar do conjunto do corpo discente. Importa, sobretudo, avaliar o processo
de ensino e a apropriação de conhecimentos, para identificar a necessidade ou não de
mudanças das práticas pedagógicas, inclusive de conteúdo das disciplinas vis-à-vis os
objetivos da formação. Em termos concretos, as orientações pedagógicas gerais (ver pp.
40-45) poderão servir como critérios objetivos a serem adotados para o acompanhamento e
a avaliação do processo de ensino-aprendizagem. O foco é a criação de um ambiente
acadêmico que favoreça a uma maior efetividade do processo de ensino-aprendizagem.
Para tal, as condições materiais com as quais se desenvolvem as atividades acadêmicas, e
que são oferecidas pela Instituição, também deverão ser avaliadas.
Com base nas orientações pedagógicas contidas no Projeto, a avaliação do
processo de ensino-aprendizagem deverá ocorrer antes do término de cada semestre letivo.
As pautas principais dessas reuniões deverão ser organizadas de modo que se tenha uma
avaliação das condições gerais de funcionamento do Curso, das relatorias das tutorias, dos
componentes curriculares ministrados e das práticas pedagógicas adotadas. Como produto
desses momentos, serão elaborados relatórios sistematizados os quais deverão conter
elementos que permitam identificar carências e apontar sugestões para corrigi-las.
84
12. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO
As propostas metodológicas contemplam: orientação pedagógica, prática
docente, tutoria discente e um pacto pedagógico a ser “celebrado” entre docentes e
discentes. São dimensões do fazer cotidiano que envolvem discentes e docentes que
deverão gerar informações fundamentais, tanto para a avaliação do processo de ensino-
aprendizagem como para o acompanhamento e avaliação do projeto pedagógico.
As reuniões entre discentes e tutores e os encontros semestrais para a avaliação
do processo de ensino-aprendizagem, devem ser vistos, também, como parte do processo
de acompanhamento da implementação do projeto pedagógico. A expectativa é que esta
mesma dinâmica de acompanhamento gere elementos de avaliação e propostas de
eventuais mudanças que se fizerem necessárias para atender o perfil e os objetivos do
Curso.
Em cada semestre, nos encontros sistemáticos, envolvendo a Coordenação,
docentes, discentes e técnico-administrativos, serão produzidos documentos importantes
que servirão para avaliar o Curso, inclusive para apontar eventuais necessidades de
reformulação de componentes curriculares. Evidentemente, como se trata de um novo
bacharelado, esses documentos serão o registro de sua história para fundamentar futuras
eventuais reformulações do Projeto. Por isso, a primeira avaliação do Projeto Pedagógico
deverá ocorrer após a conclusão da primeira turma. Daí em diante, a cada dois anos de
funcionamento, uma avaliação mais consistente do projeto pedagógico exigirá novos
elementos e indicadores pertinentes às formas de inserção e de atuação profissional do(a)
egresso(a). Para tanto, é importante manter um cadastro atualizado dos(as) egressos(as)
para futuras pesquisas sobre sua inserção profissional.
As avalições semestrais do processo de ensino-aprendizagem, junto com a análise
das informações relacionadas às formas de inserção no mercado de trabalho, forneceriam
os fundamentos para uma eventual redefinição dos objetivos e do perfil profissional
idealmente projetado.
85
13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS
1) AB'SÁBER, Aziz (2006). Escritos Ecológicos. 2ª Edição, Lazuli Editora, São Paulo, SP.
2) BARREIRA, Francisco (2004). O Impasse Ecológico e o Terrorismo do Capital. Litteris
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13) HAUG, Wolfgang Fritz, Crítica da estética da mercadoria (1997). Tradução de Erlon
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para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômicas. Orientadora: Prof.ª Maria
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14. REFERÊNCIAS NORMATIVAS
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Acompanhamento Curricular. Orientações e Reflexões para (Re)Elaboração dos Projetos
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