UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese...

148
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL ANGELO ALVES DOS SANTOS ANÁLISE DA PRECISÃO E DA APLICABILIDADE DO CONSUMO DE OXIGÊNIO DE RESERVA DURANTE O EXERCÍCIO AERÓBIO CONTÍNUO NAS INTENSIDADES DE 50% A 80% DO CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO. VITÓRIA 2007

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese...

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

MIGUEL ANGELO ALVES DOS SANTOS

ANÁLISE DA PRECISÃO E DA APLICABILIDADE DO CONSUMO DE

OXIGÊNIO DE RESERVA DURANTE O EXERCÍCIO AERÓBIO

CONTÍNUO NAS INTENSIDADES DE 50% A 80% DO CONSUMO

MÁXIMO DE OXIGÊNIO.

VITÓRIA 2007

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

MIGUEL ANGELO ALVES DOS SANTOS

ANÁLISE DA PRECISÃO E DA APLICABILIDADE DO CONSUMO DE

OXIGÊNIO DE RESERVA DURANTE O EXERCÍCIO AERÓBIO

CONTÍNUO NAS INTENSIDADES DE 50% A 80% DO CONSUMO

MÁXIMO DE OXIGÊNIO.

Tese de Doutorado apresentada como exigência do Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas da Universidade Federal do Espírito Santo para obtenção do título de Doutor em Ciências Fisiológi-cas.

VITÓRIA 2007

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

Santos, Miguel Angelo Alves dos, 2007

Análise da precisão e da aplicabilidade do consumo de oxigênio de reserva durante

o exercício aeróbio contínuo nas intensidades de 50% a 80% do consumo máximo

de oxigênio. [Vitória] 2007

Xii, 157 p., 29,7 cm (UFES, D. Sc., Ciências Fisiológicas, 2007)

Tese, Universidade Federal do Espírito Santo, PPCF

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

In memoriam

Edivaldo Suzano dos Santos

Renato de Azevedo Sales

Dedico este trabalho a vocês pelo amor, carinho que eu recebi de vocês

ao longo de suas vidas.

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente ao meu orientador, Profº.Dr. José Geraldo Mill

por sua dedicação e paciência comigo durante este período em que convivemos.

A Coordenação do Programa de Pós Graduação em Ciências Fisiológicas e seus

funcionários que sempre se mostraram prestativos, me apoiaram, confiaram e me

respeitaram como pessoa.

A todos os professores e acadêmicos do Programa de Pós-Graduação em Ciências

Fisiológicas que me ajudaram ao longo desta caminhada. Em especial ao Prof. Dr

Luiz Carlos Schenberg, meu orientado no Mestrado. Minha eterna gratidão.

Também gostaria de agradecer aos membros da banca, por participarem e opinarem

neste trabalho dando sua honrosa contribuição.

Aos voluntários participantes desta pesquisa. Meu eterno agradecimento.

Aos alunos do curso de Educação Física do Centro Universitário Vila Velha (UVV):

Ingrid Parente Mattos, Poliana Peixoto Brum e Vitor Hugo Luiz da Trindade, muito

obrigado por tudo.

Agradeço o apoio da família, que sem vocês eu não chegaria até aqui. Amo muito

vocês.

Enfim, a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste

trabalho. Obrigado!

E por fim, a todas as pessoas que por um momento não consegui lembrar, sintam-se

agradecidos.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

RESUMO

O objetivo principal deste estudo foi avaliar a precisão e a aplicabilidade do consumo

de oxigênio de reserva (VO2R) na prescrição de exercício aeróbio contínuo para as

intensidades de 50%, 60%, 70% e 80% do consumo máximo de oxigênio (VO2máx).

Após a ergoespirometria foi calculada a velocidade de treino correspondente a 50%,

60%, 70% e 80% VO2R utilizando a equação proposta pelo ACSM para corrida e

caminhada em 60 voluntários (30 homens e 30 mulheres) com idade média de 23 ±

3,4 e 21,7 ± 4,1 anos, respectivamente. Após os cálculos, os voluntários realizaram

trinta minutos de exercício aeróbio contínuo (caminhada ou corrida) numa seqüência

aleatória das intensidades com intervalo de 48 horas entre as mesmas. Durante

esse período o VO2 consumido foi coletado. O VO2 coletado durante o exercício

aeróbio foi chamado de consumo de oxigênio de reserva medido (VO2Rm) com o

objetivo de comparar VO2R calculado com o VO2 consumido na mesma intensidade

de trabalho. Os critérios utilizados para a determinação da precisão da equação

foram os seguintes: a) teste “t” de Student; b) avaliação do coeficiente de correlação;

c) e pelo erro padrão da estimativa da inclinação da reta de regressão linear. Foi

utilizado como nível de significância de p< 0,05. Os dados mostraram que o VO2R e

o VO2Rm foram similares em todas as intensidades. Porém, os valores médios do

VO2R sempre foram maiores em cada intensidade estudade do que os valores do

VO2Rm (3,4%, 4,2%, 9,2% e 2,2% no grupo masculino) e (9,9%, 3,3%, 7,7% e 9,7%

no grupo feminino). Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA com

a FC a 70% da FCmáxE e 70% da FCmáxM. Os valores da FC prescritos

indiretamente, ou seja, 85% da FCmáxE e 85% da FCmáxM, subestimam em

aproximadamente 6,5% e 9,1% respectivamente a FCPCR no grupo masculino, e

5,2% no grupo feminino em relação a FCmáxM. Os valores de VO2 prescritos

indiretamente superestimam em aproximadamente 36,7% (grupo masculino) e

66,3% (grupo feminino) quando se utiliza o VO2 a 60% do consumo máximo de

oxigênio estimado (VO2máxE), e em 18% quando se utiliza o VO2 a 60% do VO2máxM

comparado com os valores do VO2 no LA, em ambos os grupos. Não houve

diferença significativa entre o VO2 no PCR e o VO2 a 80% do VO2máxM, porém o VO2

no PCR foi aproximadamente 9,2% maior no grupo masculino e 6,5% menor no

grupo feminino. Concluímos que a equação de reserva do consumo de oxigênio

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

demonstra uma boa correlação com o VO2 consumido durante o exercício aeróbio

contínuo, porém a mesmo tende a superestimar a intensidade de treinamento

aeróbio, principalmente nos indivíduos com baixa condição física. Além disso, a

utilização tanto do VO2máxE quanto da FCmáxE superestima os valores encontrados, o

que pode predispor a uma a acidose metabólica precoce, e com isso causar uma

sobrecarga no sistema cardiovascular. Estes resultados sugerem que as prescrições

adequadas das intensidades para o treinamento aeróbio são mais eficientes e

seguras quando determinada pela ergoespirometria.

Palavra chave: prescrição de exercício, freqüência cardíaca, consumo de oxigênio

máximo.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

ABSTRACT

The main objective of this study was to evaluate the accuracy and the applicability of

oxygen consumption reserve (VO2R) in the prescription of continuous aerobic

exercise for the maximal oxygen consumption (VO2max) intensities of 50%, 60%,

70%, and 80%. Following ergoespirometry, the physical training speeds

corresponding to 50%, 60%, 70%, and 80% VO2R were calculated using the

equation proposed by ACSM for running and walking in 60 volunteers – 30 males

and 30 females – aged 23 ± 3.4 and 21.7 ± 4.1 respectively. After the calculations

were done, the volunteers performed continuous aerobic exercise (running or

walking) for 30 minutes in a random sequence of the said intensities with intervals of

48 hours between them. During the exercise performance, oxygen consumption was

collected. The VO2 consumption collected during the aerobic exercise was called

measured oxygen consumption reserve (VO2Rm) for the purpose of comparing VO2R

calculations with VO2 consumption at the same exercise intensity. The criteria used

for determining the equation accuracy were the following: a) Student’s t test; b)

evaluation of the correlation coefficient; c) analysis of estimate standard error of the

inclination of the straight line of linear regression. The level of significance used was

p< 0.05. Data demonstrated that VO2R and VO2Rm were similar in all intensities.

However, the VO2R median values were always higher at each intensity studied than

those of VO2Rm (3.4%, 4.2%, 9.2%, and 2.2% in the male group and 9.9%, 3.3%,

7.7%, and 9.7 % in the female group). There was no significant difference between

the heart rate measured in the blood lactate (BL) and the heart rate at 70% of

HRmaxE and 70% of HRmaxM. The heart rate values prescribed indirectly 85% of

HRmaxE and 85% of HRmaxM underestimate the heart rate in the RCP by

approximately 6.5% (male group) and 9.1% (female group). The VO2 values

prescribed indirectly overestimate by approximately 36.7% (male group) and 66.3%

(female group) when VO2 at 60% of the estimated oxygen maximal consumption

(VO2maxE) is used and by 18% when VO2 at 60% of VO2maxM is used compared to

VO2 values in BL, both groups. There was no significant difference between VO2 in

RCP and VO2 at 80% of VO2maxM; however, VO2 in RCP was approximately 9.2%

higher in the male group and 6.5% lower in the female group. We came to the

conclusion that the oxygen consumption reserve equation demonstrates a good

correlation with the VO2 consumed during continuous aerobic exercise; however, the

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

said equation tends to overestimate the aerobic exercise intensity mainly in

individuals with poor physical condition. Moreover, the use of both VO2maxE and

HRmaxE overestimates the values found, which may predispose to a premature

metabolic acidosis, and, as a result of that, cause an overload to the cardio-vascular

system. The results suggest that adequate prescriptions of intensities for aerobic

exercising are more efficient and safer when determined by ergoespirometry.

Key-Words: prescription of exercise; heart rate; maximal oxygen consumption.

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Registro do eletrocardiograma durante a avaliação pré-

participação. 69

Figura 2- Aparelhos utilizados durante a avaliação funcional. 70

Figura 3- Registro do eletrocardiograma em repouso em um voluntá-

rio. 73

Figura 4- Medida da PA e FC em repouso. 74

Figura 5- Teste ergoespirométrico realizado na esteira ergométrica. 75

Figura 6- Marcação do LA e do PCR de um voluntário após a

ergoespirometria. 77

Figura 7- Registro do VO2, VE/VO2, VE, VE/VCO2 e R de um

voluntário durante o exercício aeróbio contínuo. 80

Figura 8- Medida do lactato sanguíneo após treinamento aeróbio. 81

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Características físicas dos voluntários. 82

Tabela 2- Respostas cardiorrespiratórias e metabólicas mensuradas

durante o teste ergoespirométrico nos grupos masculino e

feminino.

83

Tabela 3- Comparação entre o VO2máxE com o VO2máxM e entre a

FCmáxE coma FCmáxM nos grupos masculino e feminino 84

Tabela 4- Valores médios das variáveis metabólicas registradas

durante o exercício aeróbio contínuo nos grupos masculino

e feminino.

86

Tabela 5- Comparação entre o VO2R e o VO2Rm durante o exercício

aeróbio contínuo nas intensidades de 50%, 60%, 70% e

80% do VO2 máx nos grupos masculino e feminino.

87

Tabela 6- Comparação entre o VO2Re com o VO2R em diferentes

intensidades nos grupos masculino e feminino. 95

Tabela 7- Comparação entre a velocidade calculada pelo VO2R e pelo

VO2Rm nos dois grupos. 96

Tabela 8- Comparação entre a FCR e a FCm durante o exercício

aeróbio contínuo nas intensidades de 50%, 60%, 70% e

80% da FCmáxM nos grupos masculino e feminino.

98

Tabela 9 Comparação entre a FCRe e a FCm durante o exercício

aeróbio contínuo nas intensidades de 50%, 60%, 70% e

80% da FCmáxE nos grupos masculino e feminino.

101

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Relação aproximada de custo energético (em Met’s) e tipo

de atividade. 39

Quadro 2- Prescrição de exercícios de acordo com a capacidade

funcional do indivíduo. 40

Quadro 3- Comparação entre os Met’s previstos (empregando 3,5

ml/kg/min)-1 e Met’s reais (utilizando VO2 de repouso)

durante o teste de esforço

41

Quadro 4- Divisão dos grupos, conforme o desenho do quadrado

latino. 79

Quadro 5- Regressão linear entre o VO2Rm e VO2R no grupo mascu-

lino. 87

Quadro 6- Regressão linear entre o VO2Rm e VO2R no grupo feminino. 88

Quadro 7- Regressão linear entre a FCm e a FCR no grupo masculino. 97

Quadro 8- Regressão linear entre a FCm e a FCR no grupo feminino. 98

Quadro 9 Regressão linear entre a FCm e a FCRe no grupo masculino. 102

Quadro 10 Regressão linear entre a FCm e a FCRe no grupo feminino. 102

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

LISTA DE ABREVIATURAS

ADP = Adenosina difosfato

ATP = Adenosina trifosfato

CO2 = Dióxido de carbono

CP = Fosfocreatina

DC = Débito cardíaco

Dif a-vO2 = Diferença arteriovenosa de oxigênio

FC = Freqüência cardíaca

FCLA = Freqüência cardíaca no limiar anaeróbio

FCmáx = Freqüência cardíaca máxima

FCmáxE = Freqüência cardíaca máxima estimada

FCmáxM = Freqüência cardíaca máxima medida

FCPCR = Freqüência cardíaca no ponto de compensação respiratório

FCR = Freqüência cardíaca de reserva

FCRe = Freqüência cardíaca de reserva estimada

FCrep = Freqüência cardíaca de repouso

IPE = Índice de percepção de esforço

LA = Limiar anaeróbio

LDH = Lactato desidrogenase

LL = Limiar de lactato

MET = Equivalente metabólico

MSSLAC = Intensidade de máxima fase estável de lactato sanguíneo

NAD = Nicotinamida adenina dinucleotídeo

NADH = Nicotinamida adenina dinucleotídeo, forma reduzida

O2 = Oxigênio

OMS = Organização mundial de saúde

PC = Peso corporal

PCR = Ponto de compensação respiratória

PetCO2 = Pressão parcial final de dióxido de carbono

PetO2 = Pressão parcial final de oxigênio

PFK = Fosfofrutoquinase

Pi = Fosfato inorgânico

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

PO2 = Pressão parcial de oxigênio

QVRS = Qualidade de vida relacionada à saúde

VCO2 = Produção de dióxido de carbono

VE/VCO2 = Equivalente ventilatório de dióxido de carbono

VE/VO2 = Equivalente ventilatório de oxigênio

VO2 = Consumo de oxigênio

VO2 = Consumo de oxigênio

VO2LA = Consumo de oxigênio no limiar anaeróbio

VO2máx = Consumo máximo de oxigênio

VO2máxE = Consumo máximo de oxigênio estimado

VO2PCR = Consumo de oxigênio no ponto de compensação

respiratório

VO2R = Consumo de oxigênio de reserva

VO2RE = Consumo de oxigênio de reserva estimado

VS = Volume sistólico

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Regressão linear entre o VO2R com o VO2RM no grupo

masculino. 90

Gráfico 2- Regressão linear entre o VO2R com o VO2RM no grupo

feminino. 91

Gráfico 3- Comparação entre o VO2R e o VO2RM na intensidade de

50% do VO2máx no grupo masculino. 91

Gráfico 4- Comparação entre o VO2R e o VO2RM na intensidade de

60% do VO2máx no grupo masculino. 92

Gráfico 5- Comparação entre o VO2R e o VO2RM na intensidade de

70% do VO2máx no grupo masculino. 92

Gráfico 6- Comparação entre o VO2R e o VO2RM na intensidade de

80% do VO2máx no grupo masculino. 93

Gráfico 7- Comparação entre o VO2R e o VO2RM na intensidade de

50% do VO2máx no grupo feminino. 93

Gráfico 8- Comparação entre o VO2R e o VO2RM na intensidade de

60% do VO2máx no grupo feminino. 94

Gráfico 9- Comparação entre o VO2R e o VO2RM na intensidade de

70% do VO2máx no grupo feminino. 94

Gráfico 10- Comparação entre o VO2R e o VO2RM na intensidade de

80% do VO2máx no grupo feminino. 95

Gráfio 11 Regressão linear entre a velocidade calculada pelo VO2R

e pelo VO2 medido em ambos os sexos. 96

Gráfico 12- Regressão linear entre a FCM durante o exercício aeróbio

com a FCR no grupo masculino. 99

Gráfico 13- Regressão linear entre a FCM durante o exercício aeróbio

com a FCR no grupo feminino. 100

Gráfico 14- Regressão linear entre a FCM durante o exercício aeróbio

com a FCRE no grupo masculino. 103

Gráfico 15- Regressão linear entre a FCM durante o exercício aeróbio

com a FCRE no grupo feminino. 104

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Gráfico 16- Comparação entre a FC a 70% da FCmáxE e 70% da

FCmáxM com a FC no LA no grupo masculino. 105

Gráfico 17- Comparação entre a FC a 70% da FCmáxE e 70% da

FCmáxM com a FC no LA no grupo feminino. 106

Gráfico 18- Comparação entre o VO2 a 60% da VO2E e 60% do VO2M

com o VO2 no LA no grupo masculino. 107

Gráfico 19- Comparação entre o VO2 a 60% da VO2E e 60% do VO2M

com o VO2 no LA no grupo feminino. 107

Gráfico 20- Comparação entre a FC a 85% da FCmáxE e 85% da

FCmáxM com a FC no PCR no grupo masculino. 108

Gráfico 21- Comparação entre a FC a 85% da FCmáxE e 85% da

FCmáxM com a FC no PCR no grupo feminino. 109

Gráfico 22- Comparação entre o VO2 a 80% da VO2E e 80% do VO2M

com o VO2 no PCR no grupo masculino. 110

Gráfico 23- Comparação entre o VO2 a 80% da VO2E e 80% do VO2M

com o VO2 no PCR no grupo feminino. 110

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 20

2 REVISÃO DE LITERATURA 24

2.1 A atividade física, aptidão física, saúde e qualidade de vida 24

2.1.1 Relação entre aptidão física, saúde e qualidade de vida 27

2.2 Importância da prescrição de exercício aeróbio na promoção da saúde 31

2.3 Prescrição de exercício físico 36

2.3.1 Utilização do Met’s 38

2.3.2 Prescrição pelo VO2máx 40

2.3.3 Cálculos metabólicos 43

2.3.4 Prescrição pela freqüência cardíaca 47

2.3.5 prescrição pelo limiar ventilatório 49

2.3.5.1. Produção e remoção do lactato 49

2.3.5.2 Limiar anaeróbio e ponto de compensação respiratória 58

2.4 Índices fisiológicos relacionados ao controle da intensidade do

exercício aeróbio 62

3 OBJETIVO GERAL 65

3.1 Objetivo específico 65

4 HIPÓTESES DE ESTUDO 66

5 METODOLOGIA 67

5.1 Indivíduos estudados 67

5.2 Equipamentos utilizados 68

5.3 Procedimentos experimentais 71

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

5.3.1 Medidas antropométricas 71

5.3.2 Avaliação funcional 72

5.3.3 Treinamento aeróbio 78

5.4 Análise estatística 80

6 RESULTADOS 82

6.1 Características físicas dos voluntários 82

6.2 Respostas cardiorrespiratórias e metabólicas mensuradas durante o

teste ergoespirométrico 82

6.3 Comparação entre o VO2máxE com o VO2máxM e entre a FCmáxE com a

FCmáxM 84

6.4 Respostas metabólicas registradas durante o exercício aeróbio

contínuo 85

6.5 Comparação entre o VO2R com o VO2RM durante o exercício aeróbio

contínuo nas intensidades de 50%, 60%, 70% e 80% do VO2máx 85

6.6 Comparação entre o VO2RE com o VO2R em diferentes intensidades 93

6.7 Comparação entre a velocidade calculada pelo VO2R com o VO2RM

durante o exercício aeróbio contínuo nas intensidades de 50%, 60%, 70%

e 80% do VO2máx

94

6.8 Comparação entre a FC registrada durante o exercício aeróbio com a

FCR nas intensidades de 50%, 60%, 70% e 80% calculada pela FCmáxM 97

6.9 Comparação entre a FC registrada durante o exercício aeróbio com a

FCRE nas intensidades de 50%, 60%, 70% e 80% calculada pela FCmáxE 100

6.10 Comparação entre a FC a 70% da FCmáxE e 70% FCmáxM com a FC

no LA 104

6.11 Comparação entre o VO2 a 60% do VO2 estimado e 60% do VO2 106

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

mensurado com o VO2 no LA

6.12 Comparação entre a FC a 85% da FCmáxE e 85% FCmáxM com a FC

no PCR 108

6.13 Comparação entre o VO2 a 80% do VO2 estimado e 80% do VO2

mensurado com o VO2 no PCR 109

7 DISCUSSÃO 111

8 CONCLUSÃO 122

9 SUGESTÕES PARA ESTUDOS 124

10 REFERÊNCIAS 125

11 ANEXOS 143

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

1 INTRODUÇÃO

Estudos longitudinais e epidemiológicos têm demonstrado existência de correlação

entre os níveis de exercício físico e o desenvolvimento de doenças crônico-

degenerativas. O estilo de vida sedentário é um dos fatores que favorece o

surgimento de doenças como hipertensão arterial, diabetes melito, obesidade,

cardiopatias não-hipertensivas e osteoporose (JONES; EATON, 1995; LEE et al.,

1995, LEE et al., 1997; CERVATO et al., 1997; PAFFENBARGER; LEE, 1996;

RABELO et al.,1999; CURL et al.,2000; MELLO et al.,2000; FISBERG et al.,2001). A

relação torna-se inversamente proporcional quando há engajamento em programas

de exercício físico como forma preventiva ou de recuperação (POLLOCK;

WILMORE, 1993; YAZBEK; BATTISTELA, 1994; NIEMAN, 1999).

Dentro do tratamento não farmacológico para as doenças crônicas degenerativas, a

prática regular de atividade física é de fundamental importância, não só durante o

tratamento dessas doenças, como também na sua profilaxia (PAFFENBARGER;

LEE, 1996; LEE et al., 1995, LEE et al., 1997). Os objetivos de um programa de

exercícios podem variar de acordo com os interesses, necessidades e estado de

saúde do indivíduo. Devido a todos esses fatores, a prescrição está intimamente

ligada à promoção de saúde através da redução dos fatores de risco. Daí para se

atingirem os objetivos do programa de exercício físico, de maneira a não

comprometer a saúde do indivíduo, deve-se planejar cada fase do treinamento.

Entre os componentes da aptidão física relacionada à saúde, a aptidão

cardiorrespiratória tem um papel fundamental na prevenção e no tratamento não

farmacológico das doenças crônicas degenerativas. Dessa forma, é de fundamental

importância que num programa de condicionamento físico a prescrição do exercício

aeróbio seja adequadamente observada. A melhora na aptidão cardiorrespiratória é

medida pela avaliação na mudança no consumo máximo de oxigênio (VO2máx) que

está relacionada diretamente a freqüência, duração e intensidade do exercício.

Dentre esses componentes, a intensidade é o fator mais importante (ACSM, 2003;

POLLOCK; WILMORE, 1993).

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Segundo o American College of Sports Medicine - ACSM (2003), o aumento na

atividade física e na aptidão cardiorrespiratória está associado com um menor risco

de morte por coronariopatia assim como por todas as causas. Os mecanismos

fisiológicos envolvidos na melhoria do estado geral de saúde são: a atividade física

aumenta o suprimento de oxigênio ao miocárdio e melhora da contração miocárdica

e sua estabilidade elétrica (SALTIN, 1990). A atividade física eleva o diâmetro e a

capacidade dilatadora das artérias coronárias, aumenta a formação de artérias

colaterais e reduz os índices de progressão de aterosclerose da artéria coronária

(FUSTER et at., 1992; HAMBRECHT et al., 1993; KRAMSCH et al., 1981). Além

disso, altos níveis de atividade associam-se a pressões diastólica e sistólica mais

baixas, altos níveis de lipoproteínas de alta densidade e talvez baixos níveis de

lipoproteínas de baixa densidade, bem como maior sensibilidade à insulina e

tolerância à glicose (HAGBERG; BROWN, 1995; WOOD et al., 1991; MAYER-DAVIS

et al., 1998; HOLLOSZY et al., 1986). Indivíduos fisicamente ativos têm menor

probabilidade de estar acima do peso, outro fator associado ao risco maior de

cardiopatia coronariana.

O propósito da prescrição de exercícios é fornecer uma quantidade ou dose

específica de exercícios segura e eficiente. A prescrição deve estabelecer a

modalidade, a intensidade, a freqüência e a duração do exercício, buscando sempre

respeitar o incremento de cargas progressivamente. Esses passos devem ser

aplicados para todas as pessoas, independentemente da idade, capacidade

funcional e da presença ou ausência de doenças. Todo o processo de prescrição

deverá ser elaborado levando-se em consideração a história clínica do indivíduo, o

perfil de fatores de risco, as características corporais e o objetivo pessoal

(POLLOCK; WILMORE, 1993; ACSM, 2003).

As intensidades dos exercícios aeróbios e anaeróbios podem ser prescritas

baseando-se em diferentes indicadores fisiológicos como: freqüência cardíaca

máxima estimada (FCmáxE), freqüência cardíaca máxima medida (FCmáxM),

equivalente metabólico (MET), consumo máximo de oxigênio (VO2máx), pelo índice

de percepção de esforço (IPE) e pelos limiares ventilatórios: limiar anaeróbio (LA) e

ponto de compensação respiratória (PCR) (ACSM, 2003, POLLOCK; WILMORE,

1993).

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

A variação da intensidade para aumentar e manter a aptidão cardiorrespiratória é

intencionalmente ampla e reflete o fato de que indivíduos pouco aptos ou

descondicionados podem demonstrar aumentos na aptidão cardiorrespiratória com

intensidade do exercício de apenas 40 a 50% da freqüência cardíaca de reserva

(FCR) ou de 55 a 64% da freqüência cardíaca máxima (FCmáx). Por outro lado,

aqueles que já são fisicamente ativos necessitam de intensidades do exercício

dentro da variação de 70 a 85% da FCmáx ou de 60 a 80% da FCR que são

suficientes para conseguir o aprimoramento na aptidão cardiorrespiratória (ACSM,

2003).

As equações de regressões utilizadas no controle da intensidade do exercício

aeróbio por meio do consumo de oxigênio de reserva (VO2R) ou da FCR e dos

limiares de treinabilidade necessitam de uma análise crítica, pois as mesmas foram

originadas de populações estrangeiras, que de um modo geral apresentam

características de raça, neuromotoras e funcionais diferentes da população

brasileira. Devido a sua praticidade, estas regressões têm sido amplamente

utilizadas e difundidas, e muita vezes sua individualidade (especificidade) ignorada,

podendo determinar intensidades de esforço, bem diferentes daqueles

verdadeiramente almejados. Já que as respostas cardiovasculares durante o

exercício aeróbio pode sofrer alteração em função do modo do exercício e do nível

de aptidão cardiorrespiratória.

O presente estuda justifica-se pela importância que os programas de treinamento

físico vêm assumindo para a melhoria da qualidade de vida como pode ser

observado em relatos que descrevem a associação existente entre o sedentarismo e

a maior incidência de doenças degenerativas (NIEMAN, 1999; SILVEIRA et al.,

1999; RABLO et al., 1999; MELLO et al., 2000).

Além disso, tem sido pouco estudada em nossa população a relação entre a

intensidade de exercício prescrita de forma indireta, através de equações de

regressão que estimam a intensidade do exercício, por meio do consumo de

oxigênio de reserva, e os valores coletados durante diferentes intensidades de

exercício, apesar da sua utilização em larga escala nos centros de condicionamento

físico. Dessa forma, este trabalho visa investigar a validade e a aplicabilidade de

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

diferentes intensidades de treinamento aeróbio, utilizando como referência o VO2máx

medido na ergoespirometria computadorizada. Esta validação foi estabelecida pela

análise entre a equação para o cálculo do VO2R, comparada com os registros do

consumo de oxigênio (VO2) realizados nas mesmas intensidades de treinamento

medida em teste de esforço máximo. As velocidades específicas de treinamento

(caminhada ou corrida) foram calculadas conforme equações de regressão proposta

pelo ACSM (2003).

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

2 REVISÃO DE LITERATURA

Nesta sessão busca-se uma reflexão a cerca do exercício físico como promotor de

saúde, e as diferentes formas de prescrição e controle da carga de trabalho de

exercício aeróbio como um dos componentes da aptidão física num programa de

condicionamento físico.

2.1 ATIVIDADE FÍSICA, APTIDÃO FÍSICA, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA

A prática regular de atividade física tem demonstrado ser um meio muito eficiente na

profilaxia das doenças cardiovasculares e um estilo de vida ativo reduz não só a

mortalidade cardiovascular, mas também a mortalidade por todas as causas. A

Organização Mundial de Saúde (OMS, 1958) define saúde como o completo bem-

estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doenças ou

enfermidades.

Segundo Bouchard, et al. (1990) e Cramer e Spilker (1998), a saúde não se

caracteriza apenas como um estado de ausência de doenças, mas como um estado

geral de equilíbrio no indivíduo, nos diferentes aspectos e sistemas que caracterizam

o homem; biológico, psicológico, social, emocional, mental e intelectual, resultando

em sensação de bem-estar. Para esses autores, a saúde é um continuum com pólos

positivos e negativos. Os pólos positivos são associados à capacidade das pessoas

de aproveitar a vida e de superar desafios e não apenas ausência de enfermidades,

enquanto o pólo negativo é associado com a morbidade e, em seu extremo, com a

mortalidade, entendendo a primeira como um estado de saúde, resultado de uma

doença específica. Gonçalves (1998), Loudmann (1983) e Pinotti (1984), conceituam

saúde como a adaptação do indivíduo à sua realidade concreta, muito além de

equilíbrio estático de bem-estar físico, psíquico e social, abrangendo aspectos como:

moradia, nutrição, saneamento, condições de trabalho e incluindo o projeto

existencial de cada indivíduo, ou seja, a relação dinâmica do homem com seu meio

ambiente. A busca por uma melhor qualidade de vida tem sido uma constante nas

sociedades. Isto tem gerado tentativas de se estabelecer valores para o nível de

qualidade de vida, a partir de indicadores econômicos, taxas de natalidade,

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

mortalidade infantil, expectativa de vida, alfabetização, consumo alimentar, prática

de atividade física, entre outros aspectos que traduzem sua complexidade, enredada

que está com questões de ordem social, meio ambiente, educação, segurança e

promoção da saúde.

Para Ferreira (1982), qualidade significa: propriedade, atributo ou condição das

coisas ou das pessoas capaz de distingui-las das outras e de lhe determinar a

natureza. Para a OMS (1998), a definição de qualidade de vida vinculada à saúde é

considerada a percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, inserido no

contexto cultural e de valores, respeitando suas expectativas, padrões e

preocupações. Qualidade de vida pode ser vista em termos individuais, de grupos ou

de grandes populações e os domínios de qualidade de vida mais freqüentemente

descritos na literatura dividem-se em quatro categorias: a) condição física e

habilidades funcionais; b) condição psicológica e sensação de bem-estar; c)

interação social; d) fatores e condições econômicas (CRAMER; SPILKER, 1998). A

qualidade de vida pode ser delimitada em dois tipos: qualidade de vida não

relacionada à saúde e qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). A qualidade

de vida não relacionada à saúde inclui, segundo Cramer e Spilker (1998), quatro

domínios: a) interno pessoal; b) pessoal social; c) meio ambiente natural externo; e

d) meio ambiente social externo. Cada um desses domínios subdivide-se em

diferentes componentes que dependem de fatores individuais. A QVRS representa a

parte da qualidade de vida ligada diretamente à saúde do indivíduo. Fatores

externos e internos afetam a percepção, a função e a sensação de bem-estar de

uma pessoa.

Segundo Nahas (1997), qualidade de vida é um conceito complexo,

multideterminado e que deve ser interpretado num contínuo, ou seja, qualidade de

vida pode ser considerada como resultante de um conjunto de parâmetros

individuais, sócio-culturais e ambientais que caracterizam as condições em que vive

o ser humano, uma comunidade ou uma nação. O relatório do Surgeon General of

the USA apresentado em 1996 considera como atividade física qualquer movimento

corporal com gasto energético acima dos níveis de repouso, incluindo as atividades

diárias, como se banhar, vestir-se; as atividades de trabalho, como andar, carregar;

e as atividades de lazer, como se exercitar, praticar esportes, dançar, etc.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Caspersen et al. (1985) e, posteriormente, Shephard e Balady (1999), definem

atividade física como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos

esqueléticos que resultem em gasto energético, não se preocupando com a

magnitude desse gasto de energia. Estes autores diferenciam atividade física e

exercício físico a partir da intencionalidade do movimento, considerando que o

exercício físico é um subgrupo das atividades físicas, que é planejado, estruturado e

repetitivo, tendo como propósito a manutenção ou a otimização do condicionamento

físico.

Segundo Pate (1988), a aptidão relacionada à saúde está associada à capacidade

de realizar as atividades do cotidiano com vigor e energia e demonstrar traços e

capacidades associados a um baixo risco para o desenvolvimento de doenças

crônico-degenerativas. Guedes (1996), define a aptidão física como um estado

dinâmico de energia e vitalidade que permite a cada um não apenas a realização

das tarefas do cotidiano, as ocupações ativas das horas de lazer e enfrentar

emergências imprevistas sem fadiga excessiva, mas, também, evitar o aparecimento

das funções hipocinéticas, enquanto funcionando no pico da capacidade intelectual

e sentindo uma alegria de viver. Propõe também que a aptidão física seria a

capacidade de realizar esforços físicos sem fadiga excessiva, garantindo a

sobrevivência de pessoas em boas condições orgânicas no meio ambiente em que

vivem. Os componentes da aptidão física englobam diferentes dimensões

(morfológica, funcional-motora, comportamental e fisiológica) podendo voltar-se para

a saúde e abrangendo um maior número de pessoas, valorizando as variáveis

fisiológicas como potência aeróbica máxima, força, flexibilidade e componentes da

composição corporal, podendo voltar-se para as habilidades desportivas em que as

variáveis, tais como agilidade, equilíbrio, coordenação motora, potência e

velocidade, são mais valorizadas, objetivando o desempenho desportivo

(SHEPHARD; BALADY, 1999; GUEDES, 1996; GAERTNER et al., 1991).

2.1.1- Relação entre aptidão física, saúde e qualidade de vida

Estudos epidemiológicos propõem que a prática regular de atividade física e uma

maior aptidão física estão associadas a uma menor mortalidade e melhor qualidade

de vida em população adulta (ACSM, 1998; ACSM, 2003; BLAIR et al., 1995;

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

PAFFENBARGER, 1994). Araújo e Araújo (2000), realizaram uma revisão de

literatura sobre o tema abordado, segue abaixo as principais constatações. A

associação entre essa condição e a autopercepção da qualidade de vida foi medida

em 493 pacientes com idade média de 80 anos e com boa saúde mental, que foram

entrevistados dois meses após a hospitalização por Covinsky et al. (1999). Foi

medida ainda a qualidade de vida global e quatro domínios de saúde: a) capacidade

física, b) limitação na capacidade física diária, c) sofrimento psicológico, d) nível de

dores. Nesse estudo, as correlações foram significativas e eles concluíram que, no

geral, a condição de saúde é um razoável indicador de qualidade de vida.

As evidências na relação entre QVRS e atividade física foram classificadas por

Rejeski et al. (1996), como diretas e indiretas. As evidências diretas incluem, por

exemplo, as funções sociais, físicas e emocionais. Dos 28 estudos localizados por

eles com evidências diretas na relação entre a atividade física e QVRS, dez deles

envolviam adultos assintomáticos. Os outros 18 estudos eram de pacientes

acometidos por doenças cardíacas ou pulmonares ou ainda artrites. As associações

em muitos desses estudos tendem a não ser dependente de eventuais modificações

nos indicadores da aptidão física. Mudanças positivas tendem a acontecer quando

os indivíduos passam a adotar um estilo de vida mais ativo fisicamente ou quando

eles recebem exercício físico regular como um dos componentes de seu tratamento

(REJESKI et al., 1996). Contrastando com as evidências diretas, as evidências

indiretas tratam da ligação entre atividade física e QVRS, incluindo sensação

psicológica de bem-estar, da função física, cognitiva e social e relatos de sintomas

físicos. As conclusões dos trabalhos revisados por Rejeski et al. (1996), evidenciam

uma relação positiva entre redução de níveis de ansiedade e de depressão e a

prática de atividade física que resulta em uma melhora na aptidão física dos

pacientes.

Em estudo clássico publicado por Saltin et al. (1968), observou-se que indivíduos

saudáveis, após três semanas de repouso absoluto, apresentavam uma redução

importante no consumo máximo de oxigênio, que só retornava aos níveis iniciais

após dois meses de treinamento físico. Se existe uma relação cientificamente

comprovada entre aptidão física e saúde, o impacto do sedentarismo na saúde

pública de um país deve ser objeto de grande preocupação (ACSM, 1998; BLAIR et

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

al., 1995; JOHNSON; BALLIN, 1996; NAHAS, 1998). O progresso tecnológico

ocorrido nos países desenvolvidos e industrializado tem resultado em uma

inatividade crônica das pessoas seja pelas formas de emprego e de trabalho, que

acarretam diminuição de atividade física, seja nas formas de incentivos de atividades

hipocinéticas para o uso das populações em suas horas de lazer. Nos Estados

Unidos, 25% dos adultos são inativos em seu tempo livre e estima-se que somente

56% deles realizam alguma atividade física irregular em suas horas de lazer,

contrastando com apenas um total de 19% que usa ativamente e de forma

sistemática (pelo menos três vezes por semana) o seu tempo livre (BIJNEN et al.,

1994). Mais do que 60% de adultos americanos não têm quantidade de atividade

física apropriada (FLETCHER et al., 1996), o que é lastimável do ponto de vista de

saúde pública. Essa inatividade no tempo livre não se restringe aos adultos,

alcançando também os idosos. Estudos em adultos demonstram que o risco de

morte tende a diminuir progressivamente quando o nível de dose de exercício

aumenta de um gasto energético de 500 para 3.500 Kcal (SHEPHARD; BALADY,

1999), reduzindo em 24% as mortes por causas cardiovasculares em indivíduos que

gastam mais do que 2.000 Kcal. Adultos que eram inicialmente inativos e mais tarde

aumentaram seu nível de atividade física mostraram uma redução significativa do

risco cardiovascular, comparados àqueles que se mantiveram inativos.

Em um estudo em setenta e três mil enfermeiras de meia-idade, citado por Shephard

e Balady (1999), o nível de atividade física era inversamente proporcional ao risco de

eventos cardiovasculares. Enquanto Paffenbarger et al. (1996), observaram uma

relação inversa entre os níveis habituais de atividade física e a mortalidade, Blair et

al. (1989), encontraram uma relação inversa entre os níveis de aptidão física e a

mortalidade por qualquer causa. Nessa mesma linha, Bijnen et al. (1994), a partir de

uma metanálise, observaram que o exercício reduz a mortalidade de pacientes

infartados. Os benefícios da atividade física não se restringem apenas à prevenção

primária, alcançando também a secundária (ACSM, 2003; BIJNEN et al., 1994;

FLETCHER, 1996). Em relação à prevenção secundária, indivíduos com doenças

cardiovasculares crônicas precisam de atividades rotineiras, com supervisão

apropriada e incremento progressivo (FLETCHER, 1997). Para Bijnen et al. (1994),

podemos aceitar a inter-relação entre a inatividade física e fator de risco

coronariano, dando a essa associação as seguintes características: a) excelente

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

procedência dos trabalhos consistentes que a observa, b) a relação é forte na

medida que sedentários possuem um maior risco do que indivíduos fisicamente

ativos, c) é apropriadamente seqüenciada, d) é biologicamente adequada, e) é de

associação acessível e coerente.

Para o idoso e pessoas em geral o descondicionamento é um fantasma que vai se

instalando em suas vidas ao longo dos anos, sendo o sedentarismo uma arma

mortal silenciosa. Os benefícios do condicionamento físico apropriado são enormes,

como descritos por Fletcher et al. (1996): a) melhora a densidade mineral óssea, b)

previne perda de massa óssea, c) aumenta o consumo máximo de oxigênio, d)

melhora a circulação periférica, e) aumenta a massa muscular, f) melhora o controle

da glicemia, g) melhora o perfil lipídico, h) reduz o peso corporal, i) melhora o

controle da pressão arterial, j) melhora a função pulmonar, k) melhora o equilíbrio e a

marcha, l) diminui a dependência para a atividade diária, m) melhora a auto-estima,

n) melhora a autoconfiança, o) melhora a qualidade de vida, p) diminui as quedas e

fraturas, q) diminui a mortalidade nas doenças de Parkinson, esclerose múltipla e

Alzheimer e r) ajuda a prevenir doença coronária.

Villenueve et al. (1998), examinaram a relação entre atividade física e aptidão física

e todas as causas de mortalidade, acompanhando homens e mulheres com 20 a 69

anos que participaram de levantamento de aptidão física no Canadá entre 1981 e

1988. Foram avaliados fatores de risco de 6.246 homens e 8.196 mulheres usando

técnicas de análise de regressão multivariada, tendo-se encontrado que aqueles que

gastaram mais quilocalorias por dia obtinham uma redução entre 20 e 30% na taxa

de mortalidade. Ensaios clínicos randomizados cada vez mais demonstram a relação

entre qualidade de vida, aptidão física e saúde (COVINSKY et al., 1999; BROWN et

al., 1999; DUGMORE et al., 1999). Brown et al. (1999), submeteram 900 pacientes

infartados no ano de 1999 a um questionário sobre qualidade de vida denominado

SF36, considerado o mais importante para estudos clínicos, com o objetivo de

verificar o impacto na qualidade de vida delas, tendo conseguido, de 476 deles, após

em média quatro anos de intervenção, a afirmativa de que a capacidade de trabalho

melhorou, aumentando os seus níveis de qualidade de vida. Em outro estudo, um

programa de exercício físico regular afetou favoravelmente a qualidade de vida de

124 pacientes acometidos de infarto do miocárdio e acompanhados por cinco anos,

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

tendo a mortalidade desses pacientes sido reduzida a partir da melhoria da condição

cardiorrespiratória (DUGMORE et al., 1999).

2.2 IMPORTÂNCIA DA PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIO AERÓBIO NA PROMO-ÇÃO

DA SAÚDE

O treinamento aeróbio é um dos mais importantes componentes de um programa de

atividade física. Diversos estudos têm confirmado sua importância para melhoria da

aptidão física, da composição corporal e da qualidade de vida, em função das

alterações metabólicas, cardiorrespiratórias e da possibilidade de se acumular um

gasto energético significativo em cada sessão de exercício podendo contribuir para a

diminuição os fatores de risco para doenças ligadas ao estilo de vida sedentário. A

prática regular dessa atividade proporciona importantes adaptações nos sistemas

cardiorrespiratório e neuromuscular, que melhora a eficiência da oferta de oxigênio

do ar atmosférico para a mitocôndria, melhorando assim, o rendimento em

atividades nas quais o metabolismo aeróbio é predominante. Segue abaixo algumas

evidências científicas que corroboram a importância da prática regular do exercício

aeróbio como parte de um programa de condicionamento físico

O treinamento aeróbio regular proporciona uma série de adaptações bioquímicas

que proporciona a fibra muscular desempenhar suas funções de forma mais

eficiente. Segundo Wilmore e Costill (2001), as adaptações bioquímicas podem ser

destacadas pela maior concentração de mioglobina, melhorando o fornecimento de

oxigênio para as mitocôndrias. Uma oxidação mais eficiente de glicogênio, por conta

de um aumento no tamanho das mitocôndrias e da atividade máxima das enzimas

oxidativas. Uma oxidação, também, mais eficiente dos lipídios, devendo-se

basicamente a maiores estoques lipídicos musculares encontrados em humanos

após o treinamento de endurance, contribuindo para o melhor desempenho de

endurance, com a preservação de glicogênio. As alterações nos tipos de fibras

musculares, principalmente das fibras de contração lenta (Tipo I), que em resposta

ao estímulo do treinamento de endurance tornam-se de 7% a 22% maiores em

comparação com as de contração rápida. Além disso, que pode haver uma

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

conversão das fibras do Tipo IIb (glicolíticas rápidas) para o tipo IIa (glicolíticas

oxidativas rápidas).

Peronnet et al (1982), observaram em indivíduos sedentários após treinamento

aeróbio regular aumentos de 2,5% no volume ventricular esquerdo ao fim da diástole

durante o repouso. Embora o tamanho do coração seja função do tamanho corporal

total e, também de fatores genéticos, o maior volume sistólico em repouso ao

treinamento de resistência aeróbia é atribuído ao aumento de diâmetro das câmeras

cardíacas e a expansão do volume sanguíneo total (PELLICCIA et al., 1991). O

treinamento aeróbio produz uma melhora funcional de desempenho cardíaco

durante o exercício. Observa-se um maior e mais veloz pico de enchimento

ventricular, pico de enchimento diastólico mais veloz, a complacência e a

distensibilidade maiores e o mais rápido e completo relaxamento ventricular são

fatores de aumento do volume sistólico, até mesmo em altas freqüências cardíacas

durante o exercício (ÅSTRAND et al., 2003). A melhor qualidade do relaxamento do

miocárdio permite a diminuição mais rápida da pressão ventricular, otimizando o

gradiente de pressão entre átrio e ventrículo esquerdos para promover maior

enchimento.

O aumento do enchimento diastólico e a redução da pós-carga, atribuídos à menor

resistência periférica, asseguram que o volume sistólico seja mantido ou, até

mesmo, incrementado progressivamente do exercício submáximo até o máximo, em

comparação com o coração de um sedentário (SPINA et al., 1992). Há evidências de

que o treinamento aeróbio promove alterações no tônus vascular, proporcionando

distribuição otimizada do fluxo sanguíneo coronariano, onde mais capilares são

recrutados sem mudança na densidade capilar (HEISS et al., 1976). Resultados de

estudos em animais sugerem que a maior concentração de óxido nítrico sintase

contribui para tal adaptação (SESSA et al., 1994). A queda da freqüência cardíaca

em repouso (FCrep) e sob cargas submáximas é mediada por alterações no sistema

nervoso autônomo, sobretudo por alterações no sistema intrínseco do nodo sinusal e

de miócitos do átrio direito (EKBLOM et al., 1973). Durante o exercício em indivíduos

treinados, determinada elevação de débito cardíaco requer menor incremento na

freqüência cardíaca, atribuída à manutenção do grande volume sistólico. Estudos

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

que enfocam as respostas autonômicas e endócrinas ao treinamento indicam que a

freqüência cardíaca (FC) diminui durante o exercício submáximo devido à menor FC

intrínseca, à redução na atividade simpática, à redução das catecolaminas

circulantes e ao menor tônus parassimpático (LEWIS et al., 1980; TULPPO et al.,

1998). A menor função simpática para o coração em determinada carga de trabalho

deve-se, em parte, à diminuição de sinais reflexos originários dos músculos

esqueléticos. Atribui-se tal redução ao menor acúmulo de metabólitos e à atenuação

da descarga de metaborreceptores (MOSTOUFI-MOAB et al., 1998).

São considerados os mecanismos fundamentais do incremento do tônus vagal

induzido pelo treinamento, o incremento da ativação de barorreceptores cardíacos

em repouso ao aumento do volume sanguíneo e de enchimento ventricular

(CONVERTINO et al., 1991), bem como a mudança na modulação opióide da

atividade parassimpática (ANGELOPOULOS et al. 1995). Negrão et al. (1992a),

demonstraram que o treinamento físico aeróbio resultava em bradicardia de repouso

e que o mecanismo associado a essa resposta era uma diminuição na freqüência

cardíaca intrínseca. Entretanto Gava et al., (1995), observaram que em ratos

espontaneamente hipertensos a bradicardia de repouso após treinamento físico

aeróbio, era devido à diminuição do tônus simpático.

Ratos normotensos treinados apresentam uma resposta taquicardica menor durante

a execução de exercícios físicos em mesma intensidade absoluta, quando

comparada a ratos sedentários (NEGRÃO et al., 1992b). Além disso, a resposta da

FC durante o exercício incremental é alterada devido ao treinamento físico aeróbio.

Observa-se uma menor taquicardia associada a uma menor retirada vagal e menor

intensificação simpática em ratos submetidos a treinamento aeróbio (BRUM et al.,

2004). Ratos com hipertensão arterial severa submetidos a treinamento aeróbio

crônico a 55% do VO2 pico, atenuou a hipertensão arterial, devido a redução do

débito cardíaco associada a bradicardia de repouso (VÉRAS-SILVA et al., 1997) e

redução do tônus simpático cardíaco (GAVA; VÉRAS-SILVA; NEGRÃO; KRIEGER,

1995). Segundo Silva et al. (1997) e Brum et al. (2000), ratos esponta-neamente

hipertensos submetidos a treinamento físico aeróbio, restaura a sensibilidade do

reflexo pressorreceptor e cardiopulmonar, além de aumentar a atividade aferente

pressorreceptora a variações na pressão arterial, respectiva-mente.

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Observa-se uma redução dos níveis pressóricos imediatamente após uma sessão de

exercício aeróbio contínuo, tanto em humanos (BENNETT et al., 1984; FORJAZ et

al., 2000; KAUFMAN et al., 1987) quanto em animais de laboratório (OVERTON et

al., 1988; SHYU; THOREN, 1986). A magnitude da redução da pressão arterial

depende: do nível inicial da pressão arterial, da duração da sessão, intensidade do

exercício e tipo de exercício físico (NEGRÃO; BARRETO, 2005). Segundo Hagberg

et al (2000), o treinamento aeróbio regular reduz a PA em média 7 a 10 mmHg tanto

a pressão arterial sistólica como a diastólica em indivíduos hipertensos.

Halbert et al. (1997), relataram que o treinamento físico aeróbio reduzia a pressão

arterial sistólica em 4,7 mmHg e a pressão arterial diastólica em 3,1 mmHg, quando

comparadas as de um grupo controle sem treinamento físico. Véras-Silva et al.

(1997), observaram que o treinamento aeróbio a 50% do consumo de oxigênio pico

em ratos espontaneamente hipertensos, provocou uma redução significativa na

pressão arterial sistólica, diastólica e média comparado ao grupo que treinou a 85%

do consumo de oxigênio pico.

Dunn et al. (1999), observa-se que homens e mulheres sedentários de todas as

idades que se engajam em um exercício aeróbio regular de moderada a vigorosa

intensidade, aumentos nos níveis de HDL-colesterol. Nieman et al (1993),

investigaram a associação entre o exercício aeróbio e níveis séricos de lipídios e das

lipoproteínas em mulheres idosas, com idade entre 65 e 84 anos, classificadas

mediante questionário em sedentárias e treinadas. Como resultado verificaram que

os níveis de colesterol total não foram diferentes entre os grupos sedentárias e

treinadas. A prática regular de exercício aeróbio pode proporcionar menor risco de

aterosclerose, por meio de aumento nos níveis de HDL-C e redução nos triglicerídios

plasmáticos. Muitas das alterações nas lipoproteínas podem ser atribuídas a

elevação nos níveis plasmáticos da lipoproteína lípase que podem melhorar a

utilização dos triglicerídios durante exercício aeróbio (GORDON et al.,1994).

Aellen, Hollmann e Boutellier (1993), realizaram um estudo com objetivo de observar

os efeitos de dois regimes de treinamento, abaixo e acima do limiar anaeróbio, sobre

os níveis das lipoproteínas plasmáticas. Foram estudados 45 sujeitos, sendo 16 no

grupo de alta intensidade (maior que 4 mmol de lactato), 17 no grupo de baixa

intensidade (menor que 4 mmol de lactato) e 12 no grupo controle, que treinaram

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

quatro vezes por semana em bicicleta estacionária, durante nove semanas. Como

resultado, verificaram que as concentrações de HDL-C, HDL-C2, assim como a

proporção colesterol total / HDL-C estavam maiores no grupo de baixa intensidade

que no grupo de alta intensidade. Não foram observadas modificações significativas.

2.3 PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIO FÍSICO

A prescrição de exercícios físicos é a maneira pela qual se determinam as atividades

do programa de condicionamento físico, recomendadas para um indivíduo, sendo

planejado de forma sistemática e individualizada. A prescrição de exercícios é uma

“dosagem” de exercícios que são prescritos em unidades quantificáveis de trabalho

e consiste de intensidade, freqüência, duração e modo de atividade. Além disso,

deve-se respeitar o incremento das cargas progressiva-mente A prescrição de

exercícios é estabelecida a partir dos resultados da avaliação do voluntário e de sua

história clínica. Esses passos devem ser aplicados para todas as pessoas,

independentemente da idade, capacidade funcional e da presença ou ausência de

doenças. Todo o processo de prescrição de exercício deverá ser elaborado levando-

se em consideração a história clínica do indivíduo, o seu perfil de fatores de risco,

suas características corporais e seu objetivo pessoal (POLLOCK; WILMORE, 1993;

ACSM, 2003).

Os objetivos de um programa de exercício físico variam de acordo com os

interesses, necessidades e estado de saúde do indivíduo. Na maioria das vezes, a

prescrição está ligada à melhora da aptidão física, em promover a saúde através da

redução dos fatores de risco de doenças degenerativas e em assegurar um bem-

estar durante a pratica dos exercícios físicos (McARDLE et al., 2003; ACSM, 2003).

Para se atingirem os objetivos do programa de exercício físico, de maneira a não

comprometer a saúde do indivíduo, deve-se planejar as sessões de exercício. É

justamente neste item que as intensidades não deverão ultrapassar os níveis de

adaptações propostas para aquele período do treinamento (HERRERA, 1998). As

faixas de intensidade estão ligadas ao nível de aptidão física em que se encontra o

indivíduo, o que definirá o tipo de exercício físico a ser prescrito (ACSM, 2003).

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Estabelece-se a intensidade do exercício aeróbio como um percentual da

capacidade aeróbia funcional que é mais bem refletida pelo VO2máx. Entretanto, pelo

fato de a medida direta da captação de oxigênio não ser realizada na maioria dos

locais onde existe o teste ergoespirométrico, a determinação precisa da resposta da

FC ao exercício geralmente é substituída pelas medidas do VO2 (HELLERSTEIN et

al., 1973; TAYLOR et al., 1969).

A relação do VO2 e da FC como percentual do máximo é compatível para indivíduos

sedentários, ativos, cardiopatas, atletas, homens e mulheres, assim como para as

extremidades superiores ou inferiores que se encontram exercitando. O grau de

melhora da aptidão cardiorrespiratória está relacionado à dose (carga de trabalho),

embora a relação não seja linear, sendo afetada pela idade (ÅSTRAND; RODAHL,

1980), nível de aptidão (FARDY; ILMARINEN, 1975) e predisposição genética

(ÅSTRAND; RODAHL, 1980). O índice de melhora nos homens e nas mulheres é o

mesmo (WILMORE, 1975; FARDY et al., 1976). A curva de dose/resposta desvia-se

para a direita com o aumento da aptidão. O índice de melhora é inicialmente

gradativo, crescendo mais rapidamente até uma intensidade de aproximadamente

90% do esforço máximo. A curva daí então se achata e pode assumir uma

característica de descida, representando fadiga quando o exercício é muito intenso e

o tempo de recuperação é insuficiente.

A prescrição da intensidade dos exercícios em um programa de treinamento poderá

ser determinada de várias formas. Comumente em academias ou mesmo em

centros de treinamento são utilizados os percentuais da FCmáx ou do VO2máx para se

determinar as zonas de treinamento (MEYER et al., 1999). Uma outra metodologia

empregada, principalmente na prescrição de indivíduos portadores de cardiopatias é

baseada no (MET), este método faz uso de tabelas que indicam uma relação entre o

exercício físico e a demanda energética para aquela atividade. MYERS et al. (1993),

propôs a utilização de nomograma para avaliar a capacidade de realização de

exercício aeróbio em homens por meio de MET’s, o estudo visa classificar os

indivíduos conforme seu nível de aptidão física.

2.3.1- Utilização do MET’s

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Um MET representa à quantidade de oxigênio necessária em repouso na posição

sentada e equivale aproximadamente a 3,5 ml.Kg-1.min-1. Os múltiplos desse valor

refletem os níveis respectivos de gasto energético (quadro 1). A prescrição de

exercício pelo MET’s apresenta várias limitações: a) dificuldade de considerar as

variações nos gastos energéticos entre os indivíduos de acordo com o tamanho,

condição física, habilidade motora e fatores ambientais; b) as atividades que

requerem níveis elevados de habilidade motora estão sujeitas a uma ampla variação

dos valores do MET’s; c) o elemento de competição pode alterar significativamente

os MET’s; d) o valor de 3,5 ml.Kg-1.min-1 é apenas uma média e que se deve medir o

VO2 de repouso para aumentar a precisão; e) no exercício vertical, a captação de

oxigênio em repouso parado está próximo de 4,0 ml.Kg-1.min-1.

O emprego do MET’s para prescrever exercícios pode ser aprimorado levando em

consideração o nível de condição física do praticante (quadro 2). Deve-se acres-

centar o nível de capacidade funcional a sessenta por cento (prescrição de

intensidade mínima), e o valor obtido representará a capacidade percentual mais a

funcional. Em seguida, multiplica esse valor com o nível de capacidade funcional

para obter a intensidade média de condicionamento.

Podemos, também, prescrever as intensidades do programa usando o IPE de Borg,

esta metodologia também esta relacionada a um tabela numérica de quinze pontos

(6 a 20) onde o indivíduo relata verbalmente o nível do esforço durante o exercício

físico, essa relação numérica está correlacionada com as respostas metabólicas,

ventilatórias, VO2 e a FC (ACSM, 2003). A referência de cansaço relativo é um

parâmetro que complementa a avaliação da intensidade pela FC ou até a substitui.

O quadro 3 mostra a comparação entre os valores de MET’s previstos e MET’s reais

durante o teste de esforço. Em níveis superiores de intensidade, existe uma

diferença de dois MET’s de acordo com o valor de base adotado.

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Nível MET Tipo de Atividade

3-4 Andar (3 mph)

Pedalar (6 mph)

4-5 Andar (3,5 mph)

Pedalar (8 mph)

5-6 Remo (4 mph)

Patinação (9 mph)

7-8 Jogging (5 mph)

Natação

8-9 Pedalar (13 mph)

Futebol (recreacional)

> 9 Correr (≥ 6 mph)

QUADRO 1 - RELAÇÃO APROXIMADA DE CUSTO ENERGÉTICO (EM MET’S) E TIPO DE

ATIVIDADE.

A prescrição da intensidade de treinamento pelo MET’S é recomendada

principalmente, quando o praticante de atividade física faz uso de medicação que

deprime a resposta cronotrópica ao esforço físico. A intensidade recomendada para

a maioria dos indivíduos deve estar entre 12 e 16 na escala de Borg.

Capacidade

Funcional (MET’s)a

Capacidade Percentual

mais a Funcional

Intensidade Média de

Condicionamento (MET’s)

3 60b + 3 = 63 1,90

5 60 + 5 = 65 3,25

10 60 + 10 = 70 7,0

15 60 + 15 = 75 11,25

20 60 + 20 = 80 16,0

QUADRO 2 - PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS DE ACORDO COM A CAPACIDADE FUNCIONAL DO INDIVÍDUO. a Determinada a partir do teste de esforço.

b Sessenta por cento é a prescrição de intensidade mínima.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

A determinação da intensidade para um determinado esforço pode ser feita de

várias maneiras, como demonstrado. Destacaremos aqui, a utilização do percen-tual

do VO2máx, do percentual da FCR e dos limiares ventilatórios: LA e PCR.

2.3.2 Prescrição pelo VO2máx

Durante o exercício prolongado, o desempenho físico depende da capacidade do

organismo de captar, transportar e utilizar o oxigênio, assim como da disponibilidade

de substratos energéticos. O VO2máx tem sido tradicionalmente aceito como o melhor

indicador da capacidade para o exercício prolongado. Pode-se considerar, nos dias

de hoje, o VO2máx como o meio mais fidedigno para obtenção de parâmetros para a

prescrição de programa de exercício físico aeróbio, sendo considerado a melhor

medida da condição cardiorrespiratória (DENADAI; BALIKIAN, 1995; DENADAI,

2000; MOLINARI, 2000).

Estágio mph % de

Inclinação

VO2

(ml/Kg/min)-

1

MET’s

Reais MET’s Previstos

Repouso Parado - - 4,2 1 1,2

1 2,0 0 10,4 2,5 3,0

2 2,0 3,5 12,6 3,0 3,6

3 2,0 7,0 15,8 3,7 4,5

4 2,0 10,5 19,2 4,5 5,5

5 2,0 14,0 22,2 5,2 6,3

6 2,0 17,5 25,6 6,0 7,3

7 3,0 12,5 28,7 6,8 8,2

8 3,0 15,0 32,4 7,6 9,3

9 3,0 17,5 36,5 8,6 10,4

10 3,0 20,0 40,7 9,6 11,6

QUADRO 3 - COMPARAÇÃO ENTRE OS MET’S PREVISTOS (EMPREGANDO 3,5 ml/kg/min)-1 E MET’S REAIS (UTILIZANDO VO2 DE REPOUSO) DURANTE O TESTE DE ESFORÇOa. aAdaptado de Fardy, P.S., and Hellerstein, H.K.: Comparison of continuous and intermittent multistage

exercise tests. Med Sci Sports. 10:7, 1978.

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Os valores do VO2 na população têm uma influência da carga genética. Gêmeos

idênticos apresentam valores do VO2máx semelhantes, em comparação com

gêmeos não-idênticos (LEITE, 1997). O desempenho dos indivíduos, em eventos

de alta intensidade e de duração prolongada, está ligado à utilização do oxigênio

(O2) pela musculatura do miocárdio e dos músculos esqueléticos em atividade

(LEITE, 1997; DENADAI, 1999; DENADAI, 2000). O VO2máx é definido como, "o

máximo consumo de oxigênio obtido em teste de cargas progressivas, no qual o

VO2 atinge valor máximo sem aumento adicional com carga de trabalho adicional"

(SALLES; OLIVEIRA, 2000). O consumo de oxigênio pode ser calculado pela

fórmula de Fick: VO2máx = DC x dif a-v O2. O débito cardíaco (DC) é o produto da

FC e do volume sistólico (VS) (DC = FC x VS), a diferença artério-venosa de

oxigênio (dif a-v O2) é justamente a diferença do O2 que sai do ventrículo

esquerdo e a quantidade que chega ao átrio direito (AIRES, 1999). O aumento do

DC é proporcional ao aumento da FC e do VS. Logo que um indivíduo começa a

se exercitar, há uma elevação dos dois parâmetros como forma de aumentar a

oferta de oxigênio à musculatura em atividade. Com isso, há um aumento da

extração de oxigênio pela musculatura, representando uma maior dif a-v O2

(LEITE, 1997; ACSM, 2003).

Durante o exercício dinâmico com aumento progressivo de cargas, o VO2

aumenta linearmente com os incrementos de carga, mas a concentração de

lactato sanguíneo difere pouco da de repouso até a intensidade de 40 a 70% do

VO2máx (BANG, 1936; OWLES, 1930). Até esta intensidade, a ventilação pulmonar

(VE) e a produção de dióxido de carbono (VCO2) também aumentam linearmente

com a carga de trabalho. Entretanto, acima desta intensidade, a concentração de

lactato sanguíneo começa a aumentar, enquanto a VE e a VCO2 passam a

aumentar em desproporção ao aumento do VO2.

A prescrição pelo VO2máx utiliza tabelas que fornecem informações sobre a

velocidade em Km/h ou metros/min., e o tempo gasto para ser percorrer uma

dada distância. Em geral, as intensidades preconizadas estão entre 50 a 85% do

VO2máx para indivíduos assintomáticos e entre 40 a 85 % do VO2máx para

indivíduos portadores de cardiopatias (SALLES et al., 1998; SALLES; OLIVEIRA,

2000). Desta forma, pode-se prescrever o programa de maneira individualizada

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

sem incorrer no risco de superestimar a capacidade física (RONDON et al., 1998)

ou mesmo subestimar tal capacidade (ROWELL et al., 1964). No caso de a

capacidade estar subestimada, não haveria o risco de provocar super

treinamento, que poderia acarretar micro lesões do aparelho locomotor ou

alterações no sistema imunológico (YAZBEK; BATTISTELA, 1994; NIEMAN,

1996).

SWAIN (1999), vem preconizando a utilização do VO2R para a prescrição das

intensidades de treinamento físico. Segundo o autor, o VO2R apresenta uma

relação positiva com a equação de FCR, propiciando melhor precisão na

prescrição do exercício.

A ergoespirometria computadorizada veio proporcionar um avanço importante para

o desenvolvimento de um programa de condicionamento físico, com a obtenção

dos parâmetros do teste ergoespirométrico como LA e o PCR, podemos definir as

zonas de treinamento aeróbio e anaeróbio para cada indivíduo. Com o aumento da

captação do oxigênio pelas células musculares, há um acréscimo no VO2, gerando

uma adaptação como resposta ao esforço submáximo, ou seja, uma melhora da

capacidade aeróbia, com a aproximação do PCR do VO2máx, incrementando assim

a capacidade de trabalho aeróbio do indivíduo (DENADAI, 1995; DENADAI, 2000;

RONDON et al., 1998).

Na realidade atual, a determinação do PCR é fundamental para a prescrição da

intensidade do treinamento e análise da melhora da capacidade de realizar

trabalho de resistência aeróbia. GOLLNICK et al. (1982), propuseram que os dois

parâmetros são independentes, isto é em quanto o VO2máx está ligado a fatores

cardiorrespiratórios (como o débito cardíaco máximo); o PCR está relacionado

com fatores metabólicos da musculatura (enzimas oxidativas). Desta maneira,

podemos utilizar os dados da avaliação do VO2máx obtidos pela ergoespirometria

para estabelecer a intensidade de um programa de treinamento físico (SILVA et

al., 1997).

2.3.3 Cálculos metabólicos

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

O ACSM (2003), estabelece três etapas que facilita o uso dos cálculos metabólicos

para calcular o VO2 estimado da atividade aeróbia:

Etapa 1: Conversão para unidades apropriadas.

1- Converter todos os pesos em libras (Ib) para quilogramas (Kg)

Peso corporal (Kg) = Peso corporal (Ib) / 2,2

2- Converter velocidade de milhas por hora (mph) para metros por minuto

(m/min).

Velocidade (m/min) = Velocidade (mph) x 26,8

Velocidade (Km/h) = Velocidade (m/min) x 16,7

Etapa 2: Transformar o VO2 nas unidades mais adequadas.

1. Se a atividade em questão é de sustentação de peso (andar, correr, passadas no

banco) converter para ml (kg.min)-¹.

2. Se a atividade em questão não é a sustentação de peso (ciclismo, ergômetro de

braço) converter para ml/min.

3. 3-Se a questão envolve dispêndio calórico ou perda de peso, converter para

l/min.

Uma equação metabólica considera três componentes de consumo de energia: o 1º

é o componente de repouso (R); o 2º é o componente horizontal (H) e o 3º o

componente vertical (V). A soma destes 3 componentes resulta no consumo de

energia durante uma atividade.

VO2 = R+H+V

Etapa 3: Derivação das equações metabólicas

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

a) Caminhada: apropriada para velocidades de 50 a 100 m/min (1,9 a 3,7 mph) ou

mais alta, se o indivíduo está realmente caminhando.

VO2 (ml.Kg-1.min-1) = 0,1 x V + (V x % de inclinação x 1,8) + 3,5

Onde: V é velocidade em m/min; % de inclinação em número decimal.

Durante a caminhada é necessário cerca de 0,1 ml de O2 para transportar cada Kg

de peso corporal por metro de distância horizontal percorrida. A demanda de

oxigênio para erguer o peso corporal contra a gravidade ao nível do mar é de

aproximadamente 1,8 ml por Kg de peso corporal para cada metro de distância

vertical. A captação de oxigênio de repouso, 3,5 ml.Kg-1.min-1, é acrescentada para

obter-se o custo bruto.

b) Corrida: apropriada para velocidades acima de 134 m/min (5,0 mph) ou para

velocidades de apenas 80 m/min (3 mph) se o indivíduo estiver verdadeiramente

trotando/correndo.

VO2 (ml.Kg-1.min-1) = 0,2 x V + (V x % de inclinação x 0,9) + 3,5

Onde: V é velocidade em m/min; % de inclinação em número decimal.

Durante a corrida é necessário cerca de 0,2 ml de O2 para transportar cada Kg de

peso corporal por metro de distância horizontal percorrida. A demanda de oxigênio

para erguer o peso corporal contra a gravidade ao nível do mar é de

aproximadamente 0,9 ml por Kg de peso corporal para cada metro de distância

vertical. A captação de oxigênio de repouso, 3,5 ml.Kg-1.min-1, é acrescentada para

obter-se o custo bruto

Algumas recomendações devem ser observadas durante a utilização das equações

metabólicas (ACSM, 2003):

a) O VO2 medido para determinado ritmo de trabalho é altamente reprodutível para

determinado indivíduo, entretanto a variabilidade interindividual no VO2 medido

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

pode comportar um erro padrão de estimativa de até 7%. Já que as equações

são usadas freqüentemente para predizer o VO2.

b) Essas equações são apropriadas somente para o exercício aeróbio submáximo

em estado estável. A incapacidade de conseguir um estado estável resulta em

superestimativa do VO2.

c) A exatidão dessas equações não é afetada pela maioria das influências

ambientais (calor e frio), porém as variáveis que modificam a eficiência

metabólica resultam em perda da exatidão.

d) É fundamental que o ergômetro à ser utilizado esteja adequadamente calibrado.

Após o cálculo do VO2 deve-se determinar a intensidade do exercício aeróbio

(caminhar ou correr), para tanto deve-se utilizar as seguintes equações de

regressão:

a-Caminhada: deve-se usar essa fórmula se a velocidade obtida no teste estiver

entre 50 a 100 m/min ou mais alta, se o indivíduo realmente estiver caminhando.

V (m/min) = (VO2 - 3,5 / 0,1).

b-Corrida: deve-se usar essa fórmula se a velocidade obtida no teste estiver acima

de 134 m/min. Essa equação também pode ser usada para velocidade entre 4,8 a 8

Km/h, se o indivíduo estiver realmente correndo.

V (m/min) = (VO2 - 3,5 / 0,2).

2.3.4 Prescrição pela freqüência cardíaca

Este é sem dúvida, o parâmetro mais utilizado, por ser de fácil aferição e demandar

baixo custo. Por meio de equações, pode-se estimar a FCmáx, e, através desta,

indicar a intensidade do exercício físico. As equações mais utilizadas para a

prescrição das intensidades de forma indireta são: FCmáxE = 220 – idade e FCmáxE

= 210 – (0,65 x idade) (FERNANDES, 2003). Aires (1999), recomenda que se

utilize um fator de correção para equação (220 – idade), ou seja, deve-se multiplica

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

o valor estimado por uma constante (k) que pode variar de 1,0 a 0,8 conforme o

nível de condicionamento físico do indivíduo.

A equação de Karvonen et al. (1957): FCR = FCrep + (FCmáx – FCrep) x % de

intensidade, tem sido amplamente empregada para a prescrição de treinamentos

físicos, esta equação apresenta um ponto importante para a prescrição das

diferentes intensidades que são: a utilização da FCmáx real obtida durante teste de

esforço máximo e FCrep, o que converge para o principio da individualidade

biológica. Também é possível utilizar a FCmáxE obtida por meio de equação de

estimativa (ROBERGS; ROBERTS, 1997; ACSM, 2003; FORJAZ et al., 1998).

FORJAZ et al. (1998), recomendam que para determinadas populações, como

cardiopatas, deve-se utilizar como parâmetro para a prescrição da intensidade do

exercício aeróbio, a FCmáxM em teste de esforço máximo, ou seja, considera- se

como FCmáx o ponto em que há o acometimento ou sintoma. O ACSM (2003)

recomendou como parâmetro para um programa de exercício aeróbio, os níveis de

intensidade entre 40 a 85% da FCR ou de 55 a 90% da FCmáx.

HERRERA (1998), citou que em intensidades acima de 85% da FCmáx, se está

trabalhando o consumo máximo de oxigênio. Essa melhora estaria ligada a uma

zona de transição entre a capacidade aeróbia e anaeróbia, sendo observado um

aumento nos níveis de lactato na ordem de 4 e 7 mM/I.

Estudos anteriores desenvolveram tabelas correlacionando o VO2 com a FC

durante provas de esforço (LODEREE; AMES 1976; POLLOCK; WILMORE, 1993;

ROBERGS; ROBERTS, 1997), porém os valores encontrados divergem para as

intensidades. Estudos recentes vêm demonstrando que a relação entre os

percentuais do VO2máx e os percentuais da FCR não apresenta uma boa relação;

embora exista forte relação entre o percentual do VO2R e o percentual da FCR.

(SWAIN; LEUTHOLTZ, 1997; SWAIN et al., 1998; SWAIN, 1999).

As tabelas possibilitam os ajustes necessários, quando não se tem em mãos os

dados obtidos em prova de esforço máximo (como a FCmáxM), que traga maior

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

segurança no momento da prescrição das intensidades do treinamento aeróbio

(COPLAN et al., 1986; FORJAZ et al., 1998).

2.3.5 Prescrição pelo limiar ventilatório

São três os fatores que devem ser observados como indicadores fisiológicos do

acúmulo de lactato sangüíneo: glicólise anaeróbia, hipóxia e capacidade oxidativa

muscular.

Muitos investigadores têm utilizado a dosagem sanguínea de lactato como

representativa da produção de lactato e participação da glicólise anaeróbia no

sistema de liberação de energia para o exercício. Em estudos onde as

concentrações de lactato intramuscular e sanguínea foram comparadas em teste

progressivo máximo, observou-se acúmulo intramuscular precedendo às alterações

sanguíneas, mesmo em baixas cargas de trabalho (GREEN, 1983; TESCH, 1982).

Segundo Graham (1978), o acúmulo de ácido lático não depende somente da

produção muscular, mas da liberação, distribuição e eliminação do lactato

sangüíneo. Dependendo do tempo de amostragem, a concentração de lactato

sanguíneo pode nem sempre ser representativa da concentração intramuscular, ou

seja, o momento de produção de lactato no músculo e sua liberação para o sangue

podem ser diferentes.

2.3.5.1 Produção e remoção do lactato

Muita controvérsia ainda existe sobre as reais causas do acúmulo de lactato durante

o exercício e, apesar de diversas pesquisas serem publicadas com várias

justificativas, podemos relacioná-las de modo geral, como hipóxicas e não hipóxicas

(WELTMAN, 1995). O ácido lático possui uma constante de dissociação (pK) de

aproximadamente 3,7. Entretanto, o pH muscular e sangüíneo varia de 6,8 a 7,4 ou

mais, sendo que 99% do ácido lático está presente no corpo sob a forma de ânion

lactato e íon hidrogênio. O lactato tem sido considerado como doador imediato de

energia para contração muscular (através de sua reconversão a Piruvato), como

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

fator primário da dor muscular, a causa principal do débito de oxigênio e o agente

causador da fadiga muscular, etc...(ROWELL; SHEPHERD, 1996; McARDLE et al,

1996).

Ribeiro et al. (1986a), Brooks et al. (1986) e Rusko et al. (1986), demonstraram que

a glicólise anaeróbia passa a contribuir significativamente para a liberação de

energia em intensidade acima de 70% do VO2máx. Brooks et al. (1986), utilizando

infusões de lactato marcado com radioisótopos em ratos e seres humanos,

demonstraram que a concentração de lactato sanguíneo não reflete apenas a

produção muscular, mas é o resultado do balanço entre a liberação na corrente

sanguínea e a metabolização.

Até a década de 70, muitos pesquisadores acreditavam que o acúmulo de lactato no

sangue que ocorre durante o exercício submáximo era secundário à alteração na

relação de oferta e demanda de O2 à musculatura esquelética. Vários estudos têm

demonstrado que, embora a hipóxia possa induzir a produção de lactato ela não

parece ser o principal estímulo para o acúmulo de lactato que ocorre durante o

exercício submáximo (GRAHAM, 1978; GAESSER, 1984; SKINNER, 1980).

A diminuição do fornecimento de O2 à mitocôndria leva a diminuição do estado redox

do Citoplasma, acarretando acúmulo de NADH+H+ citoplasmático (forma reduzida do

NAD) (WASSERMAN, 1986), qual modifica o ponto de equilíbrio da enzima lactato

desidrogenase (LDH) levando a formação de ácido lático, via reação do NADH+H+

com pivuvato (KATZ; SAHLIN, 1988). Em um estudo realizado por Woodson (1978),

constatou-se maior lactacidemia em indivíduos com anemia isovolumétrica em

comparação a indivíduos normais para uma mesma carga de esforço. Além disso,

anteriormente Tirnay et al. (1971), diminuiu em 15 a 20 % os locais de ligação da

hemoglobina com monóxido de carbono (CO), resultando maior acúmulo plasmático

de lactato. Segundo Yazbek Jr et al. (1994), a maior PO2 diminui a lactacidemia e a

menor PO2 aumenta a concentração de lactato.

Segundo Wasserman et al. (1986), a disponibilidade de O2 para o músculo

esquelético é o fator mais importante que determina o acúmulo de lactato. Existe

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

consenso na literatura de que o lactato é produzido durante o exercício submáximo

devido à desproporção entre a velocidade da glicólise e a taxa de oxidação

mitocondrial (HAGBERG, 1984; WASSERMAN, 1981). Durante o exercício de alta

intensidade com predomínio do metabolismo glicolítico, observa-se uma

incapacidade da mitocôndria de regenerar NAD na velocidade que NADH é

produzido no citoplasma, isso resulta na redução de piruvato para lactato para

produzir NAD (WASSERMAN, 1984).

Segundo a hipótese do limiar anaeróbio de Wasserman (1986), quando a

intensidade de exercício aumenta e mais unidades motoras são recrutadas, o

requerimento de oxigênio do músculo em contração aumenta. Numa intensidade

submáxima de exercício, a qual varia de indivíduo para indivíduo, o requerimento de

oxigênio excede o suprimento do mesmo para a célula. Como resultado, se instala a

hipóxia muscular. O insuficiente aporte de oxigênio promove a inibição da cadeia de

transporte de elétrons, que por sua vez diminui a formação aeróbica de ATP,

acarretando num acúmulo da NADH mitocondrial. Este acúmulo inibe a lançadeira

citoplasmática de NADH, aumentando sua concentração no citoplasma e diminuindo

a concentração de NAD. O aumento da relação [NADH] / [NAD] mitocondrial diminui

a atividade do Ciclo de Krebs, refletindo numa menor utilização de piruvato, e desta

forma provocando acúmulo do mesmo na mitocôndria e posteriormente no

citoplasma. No citoplasma, o piruvato torna-se o aceitador de H+ da coenzima

NADH, aumentando dessa forma a formação do lactato. Como a produção aeróbia

de ATP está reduzida, ocorre grande acúmulo de ADP e Pi, vindos da degradação

do próprio ATP e da CP. Tanto o ADP como o Pi são potentes estimuladores da via

glicolítica, que por sua vez terá sua atividade aumentada acarretando maior

produção do lactato. Esta maior produção levará ao acúmulo de lactato tanto na

célula como no sangue. Essa explicação enfatiza a taxa aumentada de produção de

lactato, dando ênfase mínima na taxa de remoção (ROWELL; SHEPHERD, 1996).

A existência ou não de um local que possua inadequado suprimento de oxigênio

durante exercício muscular submáximo pode derrubar a hipótese da hipóxia

muscular. Segundo Rowell e Shepherd, (1996), essa é a questão central no debate

sobre a validade da hipótese da hipóxia muscular. Duas principais evidências

aparecem para refutar a idéia de que é necessária hipóxia muscular para que ocorra

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

maior produção de lactato (KATZ; SAHLIN, 1988). Se a produção de lactato for

causada por limitação de O2 na cadeia de transporte de elétrons, a mesma seria

acompanhada por redução dos membros da cadeia respiratória, incluindo o NADH /

NAD+ (JÖBSIS; STAINSBY, 1968). Os mesmos autores realizaram um experimento

onde aumentaram o consumo de oxigênio do músculo gastrocnêmico,

conseqüentemente, altas taxas de lactato foram produzidas; sendo que o sinal da

técnica de superfície fluorométrica indicava oxidação de NADH / NAD+ em

comparação ao repouso. A partir destes dados, os autores concluíram que a

produção muscular de lactato não é causada por limitação de oxigênio na cadeia

respiratória.

Connett et al. (1985), usando a técnica da mioglobina criomicrospectroscópia para

obter a distribuição da PO2 muscular em repouso e durante contrações musculares,

obteve um nível crítico de PO2 mitocondrial (PO2crit) onde abaixo deste nível, o

funcionamento do citocromo aa3 é reduzido; ou seja, a capacidade de gerar ATP

pelo metabolismo oxidativo é reduzida. Em mitocôndrias isoladas, a PO2crit tem sido

estimada para ser entre 0,1 e 0,5 mmHg. Através de estimulação elétrica muscular,

numa freqüência de estimulação de 1s e 4s, não foi encontrada PO2 mitocondrial

menor que 2 mmHg durante o estado estável ou na transição do repouso para o

exercício. Essas freqüências de contrações musculares requisitaram 10 e 70% do

consumo máximo de oxigênio respectivamente. A concentração de lactato aumentou

de 1 mM em repouso para 2 mM na freqüência de 1s e para 6 mM na freqüência de

4s. Baseados nesses dados pode-se sugerir que a concentração de lactato

aumenta, mesmo com suprimento adequado de O2 à mitocôndria. Dessa forma, o

acúmulo de lactato pode ser causado por outros fatores que não a limitação de

oxigênio na cadeia de transporte de elétrons.

Segundo Brooks et al. (1980), a produção de lactato muscular, é o resultado do

desequilíbrio entre a taxa de formação de piruvato no citoplasma e sua passagem

para acetil-CoA na mitocôndria, e não da hipóxia muscular. A produção muscular de

lactato depende do mecanismo competitivo, pela lei de ação das massas por

piruvato e a NADH+ + H+ entre a enzima LDH (lactato desidrogenase) por um lado, e

a lançadeira de NADH+ + H+, o transportador mitocondrial de piruvato por outro. A

LDH está bem situada para competir favoravelmente por piruvato e NADH+ + H+

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

porque é catalizada numa reação próxima do equilíbrio, está localizada no

citoplasma, onde possui fácil acesso para seus substratos. Quando a intensidade do

exercício aumenta, a atividade glicolítica é aumentada devido à ativação de enzimas

regulatórias chaves desta via, como a fosfofrutoquinase (PFK), enzima esta que

acelera a formação de piruvato e NADH+ + H+. A aumentada formação dos

substratos da LDH, juntamente com sua presença no citoplasma aumentam a

formação de lactato (DEVLIN, 1997).

Segundo Katz e Sahlin (1988) e McArdle et al. (1996), a atividade da via glicolítica

aumentada, promove acúmulo de NADH+ + H+, devido a saturação da lançadeira

citoplasmática Glicerol-fosfato de NADH+ + H+. Nesse sentido, Wasserman (1986),

observou que maior atividade da via glicolítica promove uma formação de piruvato

maior que sua remoção e assim, por lei de ação das massas provoca a formação de

lactato. Vários fatores contribuem para maior atividade da via glicolítica: maior [Pi,

ADP]; ativação da PFK por regulação alostérica; fosforilação de enzimas; ligação à

calmodulina (KATZ e SAHLIN, 1988). Entretanto, o rápido aumento da utilização do

glicogênio muscular (glicogenólise) por ativação da glicogênio fosfo-rilase (PHOS) e

da PFK é devido a 3 fatores: locais (maiores concentrações de Ca++, ADP, AMP,

IMP e Pi) (DEVLIN, 1997), quantidade do glicogênio armazenado (maior quantidade

de glicogênio armazenado resulta numa maior utilização do mesmo) (WELTMAN,

1995) e regulação hormonal (catecolaminas ativam a enzima glicogênio fosforilase

de sua forma inativa “b” para sua forma ativa “a”.) (STAINSBY; BROOKS, 1990;

DEVLIN, 1997).

Outro componente chave da hipótese multifatorial é o progressivo aumento da

atividade simpática durante a elevação da intensidade do exercício. Segundo

Stainsby e Brooks (1990), quando a concentração de adrenalina aumenta em

combinação com a elevação da intensidade do exercício, a glicólise é estimulada,

causando aumento na produção de lactato e, ao mesmo tempo, remoção diminuída

em outros tecidos, resultando num aumento líquido de lactato sangüíneo. O

resultante aumento na concentração circulante de adrenalina pode estimular a

glicólise via ativação da fosforilase (HARGREAVES, 1995) bem como pela ativação

da PFK (PFK) (DEVLIN, 1997).

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

O sistema beta-adrenérgico é um forte estimulador da glicogenólise muscular

(HARGREAVES, 1995; WELTMAN, 1995), e infusões de adrenalina, aumenta a

lactacidemia em repouso e durante o exercício (WELTMAN, 1995). Por outro lado, o

bloqueio do receptor beta-adrenérgico resulta em diminuição da concentração de

lactato (WELTMAN, 1995). Alguns pesquisadores correlacionaram o limiar de

catecolaminas com o limiar de lactato (MAZZEO; MARSHALL, 1989; PODOLIN et al,

1991). Além disso, o sistema nervoso simpático pode ter um papel mais importante

na redistribuição do fluxo sangüíneo de tecidos inativos para o músculo em

atividade. Como resultado, o fluxo sangüíneo para áreas de remoção de lactato

como o fígado e os rins pode ser diminuído, e desta forma, reduzir a remoção do

lactato em intensidades maiores de exercício. Isso pode causar menor

gliconeogênese e oxidação do lactato, ou seja, menor remoção, contribuindo assim,

para seu maior acúmulo.

Importantes críticas têm sido relatadas às duas maiores evidências contrárias à

hipóxia muscular. Segundo Duboc et al. (1988) e Guezennec et al. (1991), o uso da

fluorometria laser tem reportado redução do NADH / NAD+ e não oxidação durante

contrações tetânicas de fibras musculares do tipo I e II de ratos, e durante

contrações estáticas de 50% e 100% da força máxima em humanos. Também a

técnica da superfície fluorométrica é incapaz de distinguir entre NADH e NADPH, ou

para distinguir entre oxidação e redução dentro da mitocôndria versus citoplasma

(KATZ; SAHLIN, 1988).

Com relação ao método da mioglobina criomicrospectroscópia, Jones (1992), tem

questionado a habilidade dessa técnica para medir a acurácia requerida para

determinar a dependência de oxigênio da função mitocondrial, pois fatores

complicantes como a reflectância interna dos cristais do gelo, a heterogeneidade da

estrutura dos cristais com estrutura celular e possíveis erros de interpretação devido

a irregularidade de superfície põem em dúvida a fidedignidade desta técnica.

Claramente, o maior ponto de discordância ainda permanece, ou seja, existe hipóxia

mitocondrial durante a realização de um exercício submáximo. Apesar disto, existe

uma concordância universal que o nível do oxigênio intramuscular diminui com o

aumento da intensidade do exercício (ROWELL; SHEPHERD, 1996). Além disso,

existem diversos trabalhos defendendo que a produção e acúmulo de lactato são

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

reduzidas durante a hiperóxia (LINNARSON et al., 1974; WELCH, 1982;

WASSERMAN, 1984).

Segundo Rowell e Shepherd (1996), a hipótese próxima do equilíbrio possui duas

partes: (1) Os dois primeiros locais da fosforilação oxidativa (citocromos 2c+++, 2c++)

são próximos do equilíbrio sob condições fisiológicas e, (2) o terceiro local da

fosforilação (citocromo c) é irreversível e taxa determinante de todo processo. A taxa

de reação do citocromo c oxidase é função da concentração de oxigênio e do

citocromo c reduzido, ambos sendo substratos para a reação. Desde que o

citocromo c (c++) é um produto da reação próxima do equilíbrio, ou seja, uma função

do estado redox intramitocondrial ([NAD] / NADH]) e do potencial de fosforilação do

citoplasma [ATP] / [ADP]+[Pi]. Sobre condições agudas, a taxa de fosforilação

oxidativa mitocondrial e o consumo de oxigênio são hipotetizados para depender de

três fatores interrelacionados. (1) Relação [NAD] / [NADH] intramito-condrial, a qual

depende da utilização do substrato e o estado do metabolismo intermediário. (2)

Relação [ATP] / [ADP]+[Pi] citoplasmática, que é determinada pela taxa de demanda

de ATP celular. (3) A concentração disponível do oxigênio molecular.

Com níveis saturados de oxigênio, um aumento na carga de trabalho muscular é

conseguido pela maior hidrólise da molécula de ATP, resultando na diminuição da

concentração do ATP e num grande aumento nas concentrações de ADP e Pi.

Como conseqüência tem-se uma redução na relação [ATP] / [ADP]+[Pi], a qual ativa

a fosforilação oxidativa mitocondrial para prover a taxa de utilização do ATP.

Dependendo da magnitude de trocas na relação [ATP] / [ADP]+[Pi], e do exato

balanço entre as várias vias energéticas, pode também existir trocas na relação

intramitocondrial de [NAD] / [NADH], tendo um papel significativo no aumento da

fosforilação oxidativa. De acordo com Rowell e Shepherd (1996), quando a PO2

declina com o aumento da intensidade do exercício, a taxa de fosforilação oxidativa

e do consumo de O2 podem ser mantidos somente através das diminuições das

relações [ATP] / [ADP]+[Pi] citoplasmática, [NAD] / [NADH] mitocondrial, ou

combinação de ambos os fatores, pois estas adaptações estimulam a cadeia de

transporte de elétrons. Esses ajustamentos para o declínio da PO2, também serão

refletidos como redução do estado redox do citocromo c, para o lado próximo do

equilíbrio da reação. É impossível separar os papeis reguladores do O2, [ATP] /

[ADP]+[Pi] citoplamático e [NAD] / [NADH] mitocondrial na hipótese do estado

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

estável próximo do equilíbrio. Entretanto, o elo central para a aumentada carga de

trabalho, declínio da PO2 e aumento na produção de lactato é a relação [ATP] /

[ADP]+[Pi] citoplasmática.

Para Rowell e Shepherd (1996), a hipótese do estado estável próximo do equilíbrio

para o controle da fosforilação oxidativa mitocondrial pode prover uma explicação

que reconcilia os pontos opostos do oxigênio disponível e a elevada concentração

de lactato durante exercício. Nessa hipótese, a diminuição da PO2 requer um baixo

potencial de fosforilação ([ATP] / [ADP]+[Pi]) para estimular determinada taxa de

fosforilação oxidativa mitocondrial. Conseqüentemente, como a intensidade de

esforço aumenta e a PO2 muscular diminui, o potencial de fosforilação pode diminuir

para estimular a síntese de ATP pela fosforilação oxidativa. Uma conseqüência

obrigatória da diminuição do potencial de fosforilação é a ativação de enzimas

glicolíticas chaves. O resultado final é a aumentada produção de lactato com

elevações na sua concentração muscular e sangüínea.

Apesar das discordâncias, sabe-se que a lactacidemia é determinada pelo balanço

entre a produção e remoção do lactato (STAINSBY; BROOKS, 1990), tendo sido

demonstrado que além do músculo esquelético, o intestino, fígado, células do

sangue e a pele são também locais de produção. Entretanto, o fígado

(neoglicogênese), o coração (oxidação) rins e o músculo esquelético são os locais

de maior remoção (WELTMAN, 1996). Segundo Stainsby e Brooks (1990), o

músculo esquelético é o principal local de remoção do lactato e, de acordo com

Mcardle et al. (1996) e Shephard e Astrand (1992), essa remoção ocorre em fibras

do tipo I do músculo que está em contração ou em músculos inativos ao exercício.

Em relação a adaptação ao treinamento Weltman (1996), cita que a redução na

concentração de lactato para uma mesma intensidade de exercício em resposta ao

treinamento é devido à menor produção , maior remoção ou a combinação de

ambos. Entretanto de acordo com Macrae et al. (1992), em exercícios submáximos,

a menor concentração de lactato encontrada na condição pós-treinamento era

devido a menor taxa de produção e a melhor remoção, sendo que em exercícios

mais intensos a menor concentração de lactato era devido a melhora na sua

remoção. Já em esforços máximos, o maior acúmulo de lactato em resposta ao

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

treinamento era devido a melhor “tolerância psicológica” bem com a melhor atividade

enzimática da via glicolítica (McARDLE et al., 2003). Apesar de muita controvérsia

sobre as causas do acúmulo de lactato durante o exercício, existe consenso na

literatura de que a partir de determinada intensidade do exercício crescente, o

mesmo começa a acumular-se, chegando a provocar exaustão caso atinja

concentrações elevadas. Entretanto, a intensidade na qual começa a ocorrer o

acúmulo de lactato denota grande controvérsia, seja em relação à nomenclatura do

fenômeno ou a sua metodologia de avaliação (WELTMAN, 1996).

O músculo esquelético é composto de dois tipos fundamentais de fibras musculares

com potenciais metabólicos diferentes. As fibras do tipo I possuem maior números

de capilares, têm capacidade oxidativa mais elevada e maior atividade da isoenzima

desidrogenase lática que favorece a oxidação de lactato a piruvato.

Já as fibras do tipo II têm maior atividade para enzimas glicolíticas e da isoenzima

desidrogenase lática que favorece a redução de piruvato para lactato. Alguns

autores têm proposto que as fibras do tipo II tenham uma maior tendência de

produzir lactato durante o exercício enquanto as fibras do tipo I poderiam oxidar o

lactato. Assim, o acúmulo de lactato durante o exercício poderia estar relacionado à

capacidade oxidativa da musculatura esquelética.

As unidades motoras do tipo I são recrutadas em exercícios de baixa intensidade.

Assim que a intensidade aumenta progressivamente, ocorre o recrutamento das

unidades do tipo IIa e mais adiante as do tipo IIb (WELTMAN, 1995; FLECK;

KRAEMER, 1997). Segundo Rowell e Shepherd (1996), a tendência para produção

de lactato pelas fibras musculares aumenta na mesma ordem do padrão de

recrutamento. Independente do tipo de contração, as fibras musculares do tipo IIa e

IIb são recrutadas em exercícios de alta intensidade, sendo essas mesmas fibras as

mais prováveis para produzir lactato. Segundo Moritani et al. (1993), existe um limiar

de fadiga eletromiográfica, o qual correlaciona-se com o padrão de recrutamento de

unidades motoras no limiar de lactato. A explicação multifatorial para o aumento da

concentração de lactato durante o exercício crescente até a exaustão, leva em

consideração diversos processos nos quais a aumentada produção, diminuta

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

remoção do lactato ou ambas, seriam responsáveis pelo acúmulo do lactato

(ROWELL; SHEPHERD, 1996).

Índices de acúmulo de ácido lático durante o exercício correlacionam-se

significativamente com os seguintes fatores: capacidade dos músculos em oxidar

piruvato in vitro, com o percentual de fibras tipo I, área relativa ocupada pelas fibras

tipo I, densidade capilar (RIBEIRO, 1995). Assim, acredita-se que um dos fatores

mais importantes do acúmulo de lactato durante o exercício submáximo é a

capacidade oxidativa da musculatura esquelética exercitada.

O produto final da glicólise anaeróbia é o ácido lático, que dissocia-se em lactato e

íon hidrogênio. O tamponamento de ácido lático resulta na formação de ácido

carbônico que, na presença da enzima anidrase carbônica, dissocia-se em CO2 e

água. Dessa forma, o resultado final do acúmulo de ácido lático é a formação de um

excesso de CO2 que, para uma efetiva compensação da acidose metabólica, deve

ser eliminado pelo sistema ventilatório (WASSERMAN et al., 1986).

2.3.5.2 Limiar anaeróbio e ponto de compensação respiratória

Wasserman et al. (1984), têm proposto que o excesso de CO2 produzido no

tamponamento do ácido lático, juntamente com a redução poderiam estimular a

ventilação por intermédios dos corpos carotídeos. Hagberg et al. (1984),

demonstraram que pacientes com deficiência da miofosforilase, não apresentam

aumento da concentração de lactato sanguíneo durante o exercício, demonstram

hiperventilação acompanhada de aumento do pH durante exercício progressivo.

Vários estudos demonstraram que o acúmulo de lactato no sangue e a

hiperventilação podem ser dissociados por estas intervenções. Entre eles destacam-

se: depleção de glicogênio (HEIGENHAUSER, 1983; HUGHES, 1982), exercício

prévio (FARREL, 1987), cicloergometria em alta velocidade (HUGHES, 1982),

alterações do equilíbrio ácido-básico (KOWALCHUCK, 1984; DAVIES, 1986),

treinamento aeróbio (GAESSER, 1985), velocidades diferentes de aumento de

cargas (HUGHSON, 1985; RIBEIRO, 1986a).

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

O aumento da VE em desproporção ao aumento da produção de CO2 que ocorre em

cargas elevadas de esforço tem sido explicado por uma marcada redução do pH.

Porém, não está claro porque tal grau de acidose metabólica seria necessário para

induzir esta resposta. Desta forma, acima do ponto em que o lactato começa a

acumular no sangue, o controle da ventilação parece depender da interação de

vários fatores: temperatura corporal, níveis de catecolaminas, hipoxemia, estímulo

do sistema nervoso central, informações que se originam nos músculos

esqueléticos, equilíbrio ácido-básico (RIBEIRO, 1986b; SKINNER, 1980;

WASSERMAN, 1981; HEIGENHAUSER, 1983; WHIPP, 1984).

Wasserman e Mcilroy (1964) e Wasserman et aI. (1986), demonstraram, de modo

inequívoco, que o transporte de O2 durante o exercício dinâmico também pode

ser medido por um outro parâmetro: o LA. O LA geralmente se correlaciona, com

o VO2máx, e corresponde ao valor submáximo de potência e VO2, onde começa a

haver uma desproporção entre o aumento da produção de ácido láctico pelo

músculo, e a sua eliminação pelos processos de captação e metabolização

celulares no fígado, músculos inativos, coração e outros tecidos do organismo.

Com o aumento da concentração de ácido láctico muscular e sangüíneo, ocorrem,

mediadas por mecanismos neuro-humorais, modificações significativas das

respostas das variáveis ventilatórias, principalmente, aumentos da VE e da

produção de CO2 (VCO2), que passam a ser de magnitudes

desproporcionalmente maiores, em relação à elevação linear da potência aplicada

e do consumo de oxigênio correspondente (DAVIS, 1985; POWERS; HOWLEY,

2000).

A grande contribuição de Wasserman et aI. (1986) foi a de associar as mudanças

de respostas ventilatórias no exercício dinâmico ao aumento de ácido láctico

muscular e sangüíneo: surgia, neste momento, na área de fisiologia do exercício,

o importante conceito de limiar anaerobiose ventilatório, como parâmetro

quantitativo de medida da capacidade aeróbia, em níveis submáximos de esforço.

Apesar de existirem na literatura grandes divergências (DAVIS, 1985), a respeito

da relação entre o LA e o início da produção do ácido láctico muscular e/ou do

respectivo aumento de sua concentração sangüínea o que dificulta a unanimidade

inequívoca, quanto à ocorrência de uma simples e única relação de causa e efeito

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

entre estas variáveis não existe a menor dúvida de que geralmente ocorre uma

boa correlação estatística entre o limiar de anaerobiose láctico (sangüíneo) e o

limiar de anaerobiose ventilatório em esforço (DAVIS, 1979; YOSHIDA et aI.,

1984).

Ressalte-se, que dentro do contexto da complexidade das relações entre a

cinética da produção, captação e metabolização do ácido láctico, nos vários

órgãos e tecidos do organismo durante o exercício dinâmico e as respectivas

modificações das variáveis ventilatórias, se inserem outras problemáticas não

resolvidas (DAVIS, 1985; BROOKS, 1991), como: 1- a importância relativa dos

vários mecanismos propostos como responsáveis pela produção do ácido láctico

muscular em níveis submáximos de esforço; 2- a existência de outros

mecanismos alternativos para explicar o LA, como ocorre na doença de McArdle

(HAGBERG et aI., 1984), em que documenta-se ausência de elevação sangüínea

e/ou muscular de ácido láctico, ou em condições patológicas e até mesmo

fisiológicas, nas quais existe uma discordância entre as curvas cinéticas do ácido

lático e das variáveis ventilatórias (HUGHSON et aI., 1982; FARRELL et al.,

1979).

Apesar de ser impossível, no estado atual dos conhecimentos, se decidir por uma

posição definitiva, a respeito das várias correntes de opiniões relativas a estes

tópicos, pode-se concluir que independente da posição assumida, também ocorre,

no ponto do LA ou próximo dele, nos músculos em atividade contrátil, uma

desproporção entre a oferta de O2 às mitocôndrias e a capacidade dele ser

aproveitado pelas cadeias enzimáticas que atuam direta ou indiretamente nas

reações piruvato-lactato e ciclo oxidativo de Krebs (DENADAI, 1995). A

possibilidade de se medir o LA no homem, por métodos ventilatórios, usando-se

procedimentos automáticos e não invasivos permitiu grandes avanços no estudo

do transporte de O2 em indivíduos sadios, e, principalmente, a caracterização das

anormalidades deste transporte em pacientes com doenças cardiorrespiratórias e

metabólicas (WASSERMAN et aI., 1986).

Com o avançar dos estudos, na respectiva área de conhecimento, foi possível

documentar-se que, no ponto correspondente ao LA, ou próximo dele, também

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

ocorrem mudanças nos padrões de resposta das variáveis em vários sistemas

biológicos (RIBEIRO, 1995; POWERS; HOWLEY, 2000). No estágio atual dos

conhecimentos, pode-se afirmar que o LA é um delimitador de dois estados

fisiológicos, substancialmente diferentes, que se manifestam em indivíduos sadios

e doentes, quando estes executam exercício dinâmico submáximo, em potências

progressivamente crescentes (ROWELL, 1968; WASSERMAN et aI., 1986).

Assim, abaixo do LA, as variáveis cardiorrespiratórias têm um comportamento

aproximadamente linear, em relação à magnitude das potências de esforço

aplicadas. Acima do LA, várias destas variáveis assumem uma resposta não-

linear durante o exercício dinâmico, bem como documenta-se, ativação de

diversos mecanismos neuro-endócrinos, relacionados aos sistemas simpático,

renina- angiotensina-aldosterona e arginina-vasopressina, que atuam em vários

segmentos dos sistemas cardiovascular e nervoso, neste último, tanto em nível

central como periférico, com a finalidade de garantir a execução do esforço em

potências constantes ou progressivamente crescentes (ROWELL, 1968;

POWERS; HOWLEY, 2000).

2.4- ÍNDICES FISIOLÓGICOS RELACIONADOS AO CONTROLE DA INTENSI-

DADE DO EXERCÍCIO AERÓBIO.

Existem vários índices fisiológicos que são utilizados não só para determinação da

performance numa atividade desportiva, como também, podem ser utilizados como

intensidade adequada para o desenvolvimento da resistência aeróbia.

Segundo Denadai (1999), os principais índices fisiológicos utilizados para a

prescrição da intensidade e controle do exercício aeróbio são: VO2máx, economia de

movimento (EM), limiar de lactato, limiar anaeróbio, intensidade de máxima fase

estável de lactato e a velocidade ou potência crítica, estes quatros último índices

estão associados à resposta do lactato durante o exercício submáximo.

O VO2máx é o índice fisiológico que melhor representa a potência aeróbia máxima (a

mais alta captação de oxigênio alcançada por um indivíduo respirando ar

atmosférico ao nível do mar, ÅSTRAND, 1980), ou seja, é uma medida da

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

quantidade máxima de energia que pode ser produzida pelo metabolismo aróbio em

uma determinada unidade de tempo.

A EM representa o custo de oxigênio para uma dada atividade submáxima. Parte da

variabilidade da EM tem sido associada a fatores antropométricos (distribuição da

massa nos segmentos), fisiológicos (tipo de fibra muscular), biomecânicos e

técnicos. Mesmo em atletas de alto nível, a EM pode variar em até 15% entre os

indivíduos (COYLE et al., 1995; MORGAN et al., 1991). A interação entre o VO2máx e

a EM proporciona a intensidade do exercício associado ao consumo máximo de

oxigênio (IVO2máx), ou seja, é a velocidade ou a potência na qual o VO2máx é atingido

durante um teste incremental (BILLAT et al., 1995).

Existe na literatura uma série de controvérsias em relação à terminologia e critérios

empregados para a identificação dos índices associados à resposta do lactato

durante o exercício aeróbio submáximo. A intensidade imediatamente anterior ao

aumento do lactato sanguíneo em relação aos valores de repouso, durante um

exercício de carga crescente é chamado de limiar de lactato (LL). Para a sua

determinação não se empregam concentrações fixas de lactato, geralmente o LL é

atingido a 40% a 70% do VO2máx e numa concentração sanguínea de lactato em

torno de 1,5 a 3mM. Kindermann et al. (1979), propõem o termo limiar aeróbio em

vez de LL, e utiliza para sua determinação uma concentração fixa de 2mM lactato

sanguíneo.

A máxima intensidade de exercício de carga constante, na qual se observa equilíbrio

entre a taxa de liberação e a de remoção do lactato sanguíneo é denominada de

intensidade de máxima fase estável de lactato sanguíneo (MSSLAC). A

determinação da MSSLAC é realizada por meio de um teste incremental, onde a

MSSLAC é obtida quando a concentração de lactato sanguíneo atinge 4mM.

Geralmente a MSSLAC é atingida numa faixa de intensidade entre 75 a 95% do

VO2máx. Segundo Denadai (1999), a MSSLAC também é chamada por outros

pesquisadores como: limiar anaeróbio, limiar anaeróbio individual e OBLA (onset

blood lactate accumulation).

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Durante o exercício com aumento progressivo de cargas, as respostas ventilatórias e

da concentração de lactato sanguíneo têm sido tradicionalmente descritas em três

fases distintas, na primeira fase a concentração de lactato sanguíneo varia pouco,

enquanto a VE e a VCO2 aumentam linearmente com o VO2 e a carga de trabalho

em intensidades baixas, já na segunda fase a concentração de lactato passa a

acumular no sangue enquanto a VE e a VCO2 aumentam desproporcionadamente

mais que o VO2 com o aumento da intensidade. Uma vez que a ventilação e VCO2

aumentam de forma semelhante por uma determinada gama de intensidade, esta

fase de esforço foi denominada por Wasserman et al. (1967) de período de

tamponamento isocápnico. Na terceira fase a concentração de lactato aumenta mais

rapidamente e a ventilação aumenta mais que a produção de CO2.

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

3 OBJETIVO GERAL

Avaliar a precisão e a aplicabilidade do VO2R na prescrição de exercício aeróbio

contínuo para as intensidades de 50%, 60%, 70% e 80% do VO2 máx.

3.1 OBJETIVO ESPECÍFICO

a) Comparar a FC registrada durante o exercício aeróbio com a FCR calculada pela

FCmáxM e FCmáxE nas intensidades de 50%, 60%, 70% e 80% do VO2máx.

b) Comparar o limite inferior da faixa de prescrição de intensidade de exercício

físico prescrito pelo ACSM, ou seja, 60% do consumo máximo de oxigênio

estimado (VO2máxE), 60% do VO2máx com o VO2 no LA e 70% da FCmáxE, 70%

FCmáxM com a FC no LA.

c) Comparar o limite superior da faixa de prescrição de intensidade de exercício

físico prescrito pelo ACSM, ou seja, 80% do VO2máxE, 80% do VO2máx com o VO2

no PCR e 85% da FCmáxE, 85% FCmáxM com a FC no PCR.

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

4 HIPÓTESE DE ESTUDO

Foram estabelecidas as seguintes hipóteses de estudo:

a) Não haverá diferença significativa entre o VO2R calculado e o coletado durante o

exercício aeróbio contínuo na intensidade de 50% do VO2máx para um p < 0,05.

b) Não haverá diferença significativa entre o VO2R calculado e o coletado durante o

exercício aeróbio contínuo na intensidade de 60% do VO2máx para um p < 0,05.

c) Não haverá diferença significativa entre o VO2R calculado e o coletado durante o

exercício aeróbio contínuo na intensidade de 70% do VO2máx para um p < 0,05.

d) Não haverá diferença significativa entre o VO2R calculado e o coletado durante o

exercício aeróbio contínuo na intensidade de 80% do VO2máx para um p < 0,05.

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

5 METODOLOGIA

Este estudo tem uma abordagem correlacional, tendo em vista avaliar a validade e a

aplicabilidade de diferentes intensidades de treinamento aeróbio, utilizando como

referência a ergoespirometria computadorizada. Esta validação será estabelecida

pela análise entre a equação para o cálculo do VO2R, comparada com os registros

do VO2 realizados nas mesmas intensidades de treinamento medida em teste de

esforço máximo. As velocidades específicas de treinamento (caminhada ou corrida)

serão calculadas conforme equações de regressão propostas pelo ACSM (2003).

5.1 INDIVÍDUOS ESTUDADOS

Foram estudados sessenta indivíduos (trinta do sexo masculino e trinta do sexo

feminino) com idade entre 18 a 25 anos, com hábitos de vida ativa. Os dados

pessoais, as características antropométricas e os hábitos de vida de cada voluntário

foram obtidos por meio de entrevista prévia com preenchimento de uma ficha de

avaliação individual (ANEXO A).

A seleção dos voluntários ocorreu de acordo com os seguintes critérios:

1-Critérios de inclusão:

a) Pessoas com idades entre 18 a 25 anos, ambos os sexos e aparentemente

saudáveis.

b) Preenchimento da ficha de consentimento para testes físicos.

c) Preenchimento da ficha de consentimento para participação da pesquisa.

2-Critério de exclusão:

a) Pessoas que faziam uso de medicamentos com influência na resposta da FC

durante o esforço.

b) Pessoas com doenças comprovadas e que comprometiam a integridade física do

praticante durante a prática do exercício físico.

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

3-Critérios de remoção:

a) Foi retirado do programa os participantes que não realizaram adequadamente os

testes e as cinco fases de treinamento.

b) Foi retirado do programa aquele praticante que ao longo do treinamento não

apresentar condições ortopédicas que comprometam a mecânica da caminhada

ou corrida.

c) Foi retirado do programa os voluntários que solicitaram espontaneamente para

sair da pesquisa.

O presente projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de

Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo (ANEXO L). Todos os

voluntários foram previamente informados a respeito dos testes e procedimentos

experimentais a serem realizados, bem como dos riscos e benefícios existentes,

após o qual assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXOS B e

C).

Os voluntários se submeteram a uma anamnese e a um exame clínico, realizados

por um médico, para descartar a existência de qualquer doença ou problema clínico

que viesse a contra-indicar sua participação no estudo. Todos eles realizaram

eletrocardiograma de repouso para afastar qualquer risco de alguma doença

cardíaca assintomática (figura 1).

5.2 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

Foram utilizados os seguintes equipamentos para obtenção dos dados (figura 2):

a) Uma balança digital (Plenna, modelo MEA-07400 – SPORT) com capacidade de

150 Kg e precisão de 100g.

b) Um estadiômetro (Sanny) compacto portátil;

c) Um plicômetro cientifico (Sanny) com precisão de 0,1 mm e tolerância de +/- 0,5

mm em 87 mm;

d) Medidor de Pressão Arterial Automático (Omron HEM 705 CP);

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

e) Um freqüêncímetro (POLAR, modelo A1);

f) Esteira ergométrica (AEGEAN modelo 6200);

g) Analisador de gases (Aerosport VO2000), acoplado ao sistema computadorizado

Ergo PC Elite , versão 2.0 (Micromed , Brasília, DF).

h) Eletrocardiógrafo digital MICROMED com 12 derivações e acoplado ao software

Ergo PC Elite.

i) Lactimetro Accutrend Lactate (Roche).

j) Lancetador Softclix II.

k) Lancetas descartáveis Accu-Chek – Softclix.

l) Fitas de lactato BM-Lactate (Roche).

m) Luvas descartáveis.

FIGURA 1- REGISTRO DO ELETROCARDIOGRAMA DURANTE A AVALIAÇÃO PRÉ-

PARTICIPAÇÃO.

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

FIGURA 2- APARELHOS UTILIZADOS DURANTE A AVALIAÇÃO FUNCIONAL.

5.3 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

O estudo foi conduzido no Laboratório de Fisiologia do Exercício do Núcleo de

Biodinâmica das Atividades Corporais do Centro Universitário Vila Velha – UVV, e

consistiram na realização da ergoespirometria, medidas antropométricas e

treinamento aeróbio contínuo.

O laboratório foi previamente preparado, de modo a permitir que a temperatura da

sala fosse mantida ao redor de 22° Celsius e a umidade relativa estivesse na faixa

de 45 a 60%. Nesta etapa também foi realizada a calibração de todos os

equipamentos utilizados na aquisição, armazenamento e processamento dos sinais

biológicos colhidos durante as sessões experimentais. O sistema de análise de O2 e

CO2 foram calibrados usando o ar ambiente como referência. Antes da coleta dos

dados e ao final dos mesmos o aparelho sofreu calibração pela empresa fabricante,

onde foi constatada nenhuma alteração da calibração no aparelho. Além disso, foi

comparada a velocidade registrada no painel da esteira com a medida pelo

comprimento do tapete da esteira, e não foi observada nenhuma diferença

significativa.

5.3.1 Medidas antropométricas

Os voluntários realizaram as seguintes medidas antropométricas: peso corporal

(PC), estatura, espessuras das dobras cutâneas tricipital, subescapular, supra-ilíaca,

e perna medial (homens) e tríceps, axilar média, coxa e perna medial (mulheres), de

acordo com os procedimentos propostos por Heyward e Stolarczyk (2000) (ANEXO

D, J e K).

Foram utilizadas as equações de regressões de PETROSKI, (1995) para cálculo da

densidade corporal e de SIRI (1961) para calcular o % de gordura (apud COSTA,

2001), ou seja:

1-Cálculo da densidade (Dens) - Homens:

Dens = 1,10726863 - 0,00081201 x (DCT+DCSUB+DCSI+DCPM) + 0,00000212 x

(DCT+DCSUB+DCSI+DCPM)2 - 0,00041761 x idade.

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Onde: DCT = dobra cutânea do tríceps; DCSUB = dobra cutânea subescapular;

DCSI = dobra cutânea supra-ilíaca; DCPM = dobra cutânea da perna.

2-Cálculo da densidade (Dens) – Mulheres:

Dens = 1,1954713 – 0,07513507 x log 10(DCAXM+DCSI+DCCOX+DCPM) –

0,00041072 x Idade.

Onde: DCAXM = dobra cutânea axilar média; DCSI = dobra cutânea supra-ilíaca;

DCCOX = dobra cutânea da coxa; DCPM = dobra cutânea da perna.

3-Cálculo do % de gordura (%G)

%G = [(4,95 / Dens) - 4,5 x 100]

5.3.2 Avaliação funcional

Os voluntários foram orientados a comparecer às sessões experimentais (teste e

treinamento) com as seguintes recomendações:

1. Não executar exercícios extenuantes por um período de 24 h antes do teste.

2. Não ingerir bebidas alcoólicas por um período de 24 h antes do teste.

3. Não ingerir alimentos ou bebidas que contenham cafeína (chocolate, chá preto,

mate, café, guaraná, etc.) no dia do teste.

4. Dormir pelo menos 8 h na noite anterior ao teste.

5. Usar roupas adequadas durante o teste.

6. Chegar ao local pelo menos 15 min de antecedência.

7. Não se alimentar por 2 h antes do teste.

8. Não fumar por 2 a 3 h antes do teste.

9. Comunicar qualquer anormalidade no estado de saúde nas 24 h anteriores ao

teste.

Ao chegar ao laboratório o voluntário era mantido em posição supina, quando então

eram realizados os procedimentos necessários para a monitorização

eletrocardiográfica do mesmo (com registro das 12 derivações padrão), como

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

tricotomia da pele, na região do tórax onde seriam colocados os eletrodos

descartáveis com gel condutor (figura 3). Após monitorização e verificação dos sinais

biológicos a serem adquiridos, o voluntário foi mantido na posição sentada em

repouso por um período de 5 minutos, com o propósito de se obter uma melhor

adaptação ao ambiente laboratorial. Procurava-se manter o máximo de silêncio e o

mínimo trânsito de pessoas na sala, para evitar qualquer tipo de perturbação ao

voluntário. Após esse período de tempo foi registrada a pressão arterial (método

oscilométrico) sempre medida no braço esquerdo em repouso na posição sentada, e

a FC por meio do frequencímetro (figura 4).

FIGURA 3- REGISTRO DO ELETROCARDIOGRAMA EM REPOUSO EM UM VOLUNTÁRIO.

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

FIGURA 4- MEDIDA DA PA E FC EM REPOUSO.

Logo após, foram realizados os testes de ergoespirometria na esteira ergométrica

utilizando o protocolo de Bruce (figura 5). Para captação do VO2 foi utilizado um

analisador de gases, que permitiu registrar momento a momento as variáveis

metabólicas até a fadiga do voluntario. A FC foi registrada durante o teste com ECG

de 3 derivações. Durante o Teste de Esforço (TE), o ar expirado foi coletado e

analisado a cada ciclo respiratório, a ventilação pulmonar foi medida por um

pneumotacógrafo e as concentrações de O2)e CO2 foram aferidas, respectivamen-te,

através de célula de zircônio e ondas de infravermelho. A partir das análises da

ventilação e das concentrações de O2 e CO2 expirados foram calculados o VO2 e a

VCO2. O consumo máximo de oxigênio medido (VO2máxM) diretamente no teste foi

considerado como o valor obtido no pico do exercício, quando o indivíduo encontra-

se em exaustão, calculado em médias de 10s. Com os dados da ergoespirometria

foram determinados também o LA e o PCR, avaliados visualmente pelo responsável

por sua condução (figura 6). O LA foi considerado no minuto de exercício em que se

observou um incremento não linear da razão de troca respiratória (RER) e os

menores valores do equivalente ventilatório de oxigênio (VE/VO2) e da pressão

parcial final de oxigênio (PetO2), isto é, antes do início do aumento progressivo

dessas respostas. O PCR foi considerado no minuto de exercício em que se

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

observou o menor valor do equivalente ventilatório de dióxido de carbono

(VE/VCO2), ou seja, antes do início do seu aumento progressivo, e o maior valor da

pressão parcial final de dióxido de carbono (PetCO2). O consumo máximo de

oxigênio foi definido como o VO2 obtido no pico do exercício, quando o indivíduo se

encontra em exaustão. A mais alta FC obtida durante a exaustão foi considerada

como FCmáxM (ANEXO I).

FIGURA 5- TESTE ERGOESPIROMÉTRICO REALIZADO NA ESTEIRA ERGOMÉTRICA.

O teste de esforço foi sempre interrompido por exaustão física e não por outras

ocorrências incluídas nos critérios de interrupção, usados pelo laboratório, ou seja:

surgimento de arritmias cardíacas freqüentes ou graves, sinais de isquemia

miocárdica no ECG ou sintomas limitantes (síncope, tontura, náuseas, etc...).

Ressalta-se que após ser atingida a velocidade de esforço pico, os voluntários

continuavam a caminhar em uma baixa velocidade (4 Km/h), por mais 5 minutos,

quando então o teste era interrompido. Este período de resfriamento evitou a

ocorrência de sintomas, como tontura e síncope, que podem surgir quando o esforço

executado, em altas potências, é subitamente interrompido na posição ortostática.

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

O VO2máxE foi calculado indiretamente a partir da velocidade e da inclinação máxima

atingida no teste ergoespirométrico, utilizando-se as fórmulas propostas pelo ACSM

(2003): VO2 (ml.O2.Kg-1.min-1) = [velocidade (m.min-1) x 0,1] + [velocidade (m.min-1) x

% inclinação x 1,8] + 3,5 ml.O2.Kg-1.min-1, equação utilizada quando o teste

ergoespirométrico for finalizado por fadiga voluntária estando o voluntário

caminhando; VO2 (ml.O2.Kg-1.min-1) = [velocidade (m.min-1) x 0,2] + [velocidade

(m.min-1) x % inclinação x 0,9] + 3,5 ml.O2.Kg-1.min-1, equação utilizada quando o

teste ergoespirométrico for finalizado por fadiga voluntária estando o voluntário

correndo. A freqüência cardíaca máxima estimada (FCmáxE) para a idade foi

calculada pela fórmula: FCmáxE = 220 – idade (anos) (MILLER et al., 1993). A FCR

foi calculada pela equação: FCR = FC rep + % de intensidade (número decimal) x

(FCmáx – FC rep). Para o cálculo da mesma foi utilizado tanto a FCmáxM quanto a

FCmáxE visando a comparação entre a FCR com a FC medida durante o exercício

aeróbio nas diferentes intensidades de treinamento.

Para comparar o limite inferior de treinabilidade de intensidade do exercício aeróbio

foram utilizadas as seguintes variáveis: a) 60% do VO2máxE, 60% do VO2máx e o VO2

no LA; b) 70% da FCmáxE, 70% FCmáxM e a FC no LA, conforme equações abaixo:

60% do VO2 estimado�VO2 = 3,5 + 0,6 (VO2máxE – 3,5)

60% do VO2 mensurado� VO2 = 3,5 + 0,6 (VO2máxM – 3,5)

70% da FCmáxE�FC = 0,7 x FCmáxE

70% FCmáxM� FC = 0,7 x FCmáxM

FC no LA�FC no menor valor do equivalente ventilatório de oxigênio (VE/VO2).

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

FIGURA 6- MARCAÇÃO DO LA E DO PCR DE UM VOLUNTÁRIO APÓS A ERGOESPIRO-METRIA.

Para comparar o limite superior de treinabilidade de intensidade do exercício aeróbio

foram utilizadas as seguintes variáveis: a) 80% do VO2máxE, 80% do VO2máx e o VO2

no PCR; b) 85% da FCmáxE, 85% FCmáxM e a FC no PCR conforme equações

abaixo:

80% do VO2 estimado�VO2 = 3,5 + 0,8 (VO2máxE – 3,5)

80% do VO2 mensurado� VO2 = 3,5 + 0,8 (VO2máxM – 3,5)

85% da FCmáxE�FC = 0,85 x FCmáxE

85% FCmáxM� FC = 0,85 x FCmáxM

FC no PCR�FC no menor valor do equivalente ventilatório de dióxido de carbono

(VE/VCO2).

5.3.3 Treinamento aeróbio

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Depois de obtido os resultados dos testes foram calculados o VO2R e a velocidade

correspondente às intensidades de 50%, 60%, 70%, 80% do VO2máx, conforme as

equações preconizadas pelo ACSM (2003). Para calcular a velocidade para corrida

foi utilizada a equação: V (m/min) = (VO2R – 3,5) / 0,2 e para caminhada: V (m/min)

= (VO2R – 3,5) / 0,1. A velocidade obtida em m/min era transformada para Km/h,

dividindo a mesma por 16,7. O VO2R foi calculado pela equação: VO2R (ml.O2.Kg-

1.min-1) = % de intensidade (número decimal) x (VO2máx - 3,5 ml.O2.Kg-1.min-1) + 3,5

ml.O2.Kg-1.min-1. Para o cálculo do mesmo foi utilizado tanto a VO2máxM quanto a

VO2máxE visando a comparação entre o VO2R e o VO2 coletado durante o exercício

aeróbio nas diferentes intensidades de treinamento.

Uma vez calculada as devidas velocidades, os voluntários realizaram 30 minutos de

atividade aeróbia contínua na esteira ergométrica em cada intensidade, com um

intervalo de recuperação de 48 horas entre as mesmas. O treinamento aeróbio

sempre ocorreu nos mesmos horários estabelecidos. O voluntário era orientado a

comparecer às sessões experimentais com traje adequado à prática de atividade

física, bem como com um calçado do tipo tênis, após ter ingerido uma refeição leve,

pelo menos duas horas antes do início das sessões de treinamento. O mesmo era

orientado a não praticar, na véspera e no dia de treinamento, atividades físicas

intensas, e também a não ingerir alimentos ou bebidas estimulantes que pudessem

influenciar as variáveis cardiovasculares e respiratórias, como chocolate, café, chá e

bebidas alcoólicas. Ao chegar ao laboratório o voluntário era mantido em posição

sentada por um período de 5 minutos com o propósito de se obter uma melhor

adaptação ao ambiente laboratorial, quando então eram realizados os

procedimentos necessários para a monitorização da FC. Procurava-se manter o

máximo de silêncio e o mínimo trânsito de pessoas na sala, para evitar qualquer tipo

de perturbação ao voluntário. Foi utilizada a média da FC de repouso das quatros

sessões de treinamento aeróbio para ser utilizada no cálculo da FCR.

A ordem das intensidades do experimento foi determinada conforme desenho do

quadrado latino e os voluntários foram divididos em 4 grupos compostos por quinze

pessoas cada, de acordo com o quadro abaixo:

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Grupos

Dias Grupo 1

Intensidade

Grupo 2

Intensidade

Grupo 3

Intensidade

Grupo 4

Intensidade

1º dia 50% 80% 70% 60%

2º dia 60% 50% 80% 70%

3º dia 70% 60% 50% 80%

4º dia 80% 70% 60% 50%

QUADRO 4- DIVISÃO DOS GRUPOS, CONFORME O DESENHO DO QUADRADO LATINO.

Antes de cada treinamento, os sistemas de análise de O2 e CO2 foram calibrados

usando o ar ambiente e um gás com concentrações conhecidas de O2 e CO2. Foi

utilizado o analisador de gases para registrar o VO2 consumido, quociente

respiratório (R), ventilação pulmonar (VE), VE/VO2 e VE/VCO2 em cada intensida-de

do treinamento aeróbio (figura 7). Foi utilizada a média do último minuto do exercício

aeróbio para obter o VO2 consumido. O VO2 coletado durante o exercício aeróbio foi

utilizado como consumo de oxigênio de reserva medido (VO2Rm), com o objetivo de

comparar VO2R calculado com o VO2 consumido na mesma intensidade de trabalho.

Ao final do exercício aeróbio utilizando-se luvas cirúrgicas, após assepsia local com

álcool, foi realizada a punção na polpa digital dos dedos. A punção foi realizada com

a utilização de lanceta descartável. Para cada amostra, era passado algodão na

superfície desejada para retirada de possíveis gotas de suor, as quais poderiam

contaminar as amostras. Volumes de 25ul de sangue artéria-lizado foi utilizado para

determinação do lactato sanguíneo. (figura 8). Nesse período o voluntário ficava em

pé sobre a borda da esteira por trinta segundos para a coleta do sangue por uma

pipeta de 25 µl. A freqüência cardíaca foi registrada por meio de frequencímetro, e

foi considerada como FC medida durante o exercício aeróbio a média da FC entre o

vigésimo nono e o trigésimo minuto (ANEXOS E, F, G e H).

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

FIGURA 7- REGISTRO DO VO2, VE/VO2, VE, VE/VCO2 E R DE UM VOLUNTÁRIO DURANTE O

EXERCÍCIO AERÓBIO CONTÍNUO.

5.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA

A equação de VO2 foi validada por meio de uma analise de regressão. Caso

extremos (“outliers”) foram identificados e removidos da análise estatística. Os

mesmos foram definidos como os escores individuais que se afastavam a ± 3,0

desvios padrão da média da variável em questão (STEVENS, 1996). Os dados são

apresentados como média ± desvio padrão (dp). A comparação entre dois grupos foi

feita através do teste t de Student para amostras independentes. O teste t para

dados pareados foi aplicado na comparação de duas médias dentro do mesmo

grupo. Uma análise de variância (Anova) para medidas repetidas foi aplicada na

comparação de mais de duas médias dentro do mesmo grupo, seguida do teste post

hoc de Tukey para as comparações entre médias. A validação da equação de VO2

foi feita através de análise de regressão linear entre o consumo de O2 medido

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

diretamente na ergoespirometria e o VO2 estimado através de fórmulas. A melhor

reta de regressão que agrega os pontos experimentais, juntamente com o intervalo

de confiança de 95%, foi calculada pelo método dos mínimos quadrados. A análise

de regressão pressupõe que tanto a variável dependente quanto a variável

independente sejam normalmente distribuídas. Os critérios de validação utilizados

na determinação da precisão da equação de VO2R foram o coeficiente de

determinação (r2) e o erro padrão da estimativa da inclinação da reta de regressão

linear. Todas as hipóteses estatísticas foram testadas com alfa = 5%. A análise de

dados foi realizada no pacote estatístico GB-STAT v 6.5 for Windows.

FIGURA 8- MEDIDA DO LACTATO SANGUÍNEO APÓS TREINAMENTO AERÓBIO.

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

6 RESULTADOS

Os dados foram coletados de uma amostra de 60 voluntários (30 masculino e 30

feminino), com média de idade 23,0 ± 3,4 anos (sexo masculino) e 21,7 ± 4,0 anos

(sexo feminino), aparentemente saudáveis e que praticavam exercícios físicos com

regularidade. Os testes de avaliação física e as sessões de treinamento foram

realizados em sala climatizada com temperatura entre 20 a 23 ˚C e umidade relativa

do ar entre 60 a 65%.

6.1 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DOS VOLUNTÁRIOS

As características antropométricas dos voluntários encontram-se na tabela 1. De

acordo com os resultados obtidos, o percentual de gordura foi significativamente

menor no homem (15,0 ± 5,5%) do que na mulher (23,0 ± 2,7%). Os valores médios

para o PC e estatura foram 75,3 ± 12,7 e 177,6 ± 8,0 para o sexo mas-culino e 58,2

± 6,3 e 163,9 ± 5,9 para o sexo feminino, sendo todos significa-tivamente maiores no

homem do que na mulher (p < 0,05).

TABELA 1- CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DOS VOLUNTÁRIOS.

Homens (n = 30) Mulheres (n = 30)

Peso Corporal (Kg) 75,3 ± 12,7* 58,2 ± 6,3

Estatura (cm) 177,6 ± 8,0* 163,9 ± 5,9

IMC (Kg/m2) 23,6 ± 2,9* 21,5 ± 2,4

% de Gordura 15,0 ± 5,6* 23,0 ± 2,7

* p < 0,05.

6.2- RESPOSTAS CARDIORRESPIRATÓRIAS E METABÓLICAS MENSURADAS

DURANTE O TESTE ERGOESPIROMÉTRICO

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Na tabelas 2 encontram-se as características cardiorrespiratórias e metabólicas

obtidas durante o teste ergoespirométrico. O grupo masculino obteve um consumo

de oxigênio máximo significativamente 47,1% maior do que no grupo feminino (50,6

± 8,1 versus 34,4 ± 7,0). A FCmáxM e a FCmáxE foram similares em homens e

mulheres. Além disso, o equivalente metabólico máximo (M’ets máx), o consumo de

oxigênio no LA (VO2LA), o consumo de oxigênio no PCR (VO2PCR), o percentual do

consumo de oxigênio no PCR (%VO2PCR) e a freqüência cardíaca no PCR

(FCPCR) foram significativamente maiores no grupo masculino (p < 0,05).

TABELA 2- RESPOSTAS CARDIORRESPIRATÓRIAS E METABÓLICAS MENSURADAS DURANTE

O TESTE ERGOESPIROMÉTRICO NOS GRUPOS MASCULINO E FEMININO.

Masculino

(n = 30)

Feminino

(n = 30) ∆ %

VO2máx ml(Kg.min)-1 50,6 ± 8,1* 34,4 ± 7,0 47,1%

Met’s máx 14,5 ± 2,3* 9,9 ± 2,0 46,5%

R máx 1,0 ± 0,1 1,1 ± 0,1* 10%

VO2 LA ml(Kg.min)-1 26,4 ± 9,4* 17,8 ± 5,4 48,3%

%VO2 LA 51,9 ± 14,3 51,6 ± 13,8 0,6%

VO2 PCR ml(Kg.min)-1 44,5 ± 9,5* 26,0 ± 8,7 71,1%

% VO2 PCR 87,7 ± 11,1* 74,1 ± 15,5 18,3%

FCmáxM (bpm) 193,0 ± 8,9 191,0 ± 10,6 1,0%

FCLA (bpm) 134,0 ± 21,8 133,0 ± 16,6 0,8%

% FCLA 69,5 ± 10,6 70,0 ± 8,2 0,7%

FCPCR (bpm) 179,0 ± 16,8* 171,0 ± 15,2 4,7%

% FCPCR 93,0 ± 6,9 89,5 ± 6,2 3,9%

* p < 0,05. Onde: LA = limiar anaeróbio; PCR = ponto de compensação respiratória.

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

O quociente respiratório máximo (Rmáx) atingido no momento da exaustão foi

significativamente maior no grupo feminino (1,02 ± 0,1 vs 1,14 ± 0,1; p < 0,05). Em

relação ao grau de aptidão cardiorrespiratória o grupo feminino obteve a seguinte

classificação: 3,8% muito fraca, 27% fraca, 34,6 regular e 34,6 bom e o grupo

masculino: 15,6% regular, 40,6% bom e 43,8% excelente.

6.3- COMPARAÇÃO ENTRE O VO2MÁXE COM O VO2MÁXM E ENTRE A FCMÁXE

COM A FCMÁXM

As comparações entre o VO2máxE com O VO2 máxM e entre a FCmáxE com a FCmáxM

encontram-se na tabela 3. O VO2máxE foi calculado indiretamente utilizando as

fórmulas para caminhada ou corrida ACSM (2003), e a FCmáxE pela equação de

Karvonen. Observa-se que tanto no sexo masculino como no feminino o VO2máxE foi

significativamente maior (p < 0,05) do que o VO2máxM. A diferença, entretanto, entre

o valor máximo estimado e o medido foi maior no sexo feminino, onde alcançou a

cifra de 43%, em comparação com o sexo masculino, onde a diferença situou-se em

17%. A FCmáxE foi significativamente 1,6% e 3,4% maior do que a FCmáxM no grupo

masculino e feminino, respectivamente.

TABELA 3- COMPARAÇÃO ENTRE O VO2MÁXE COM O VO2MÁXM E ENTRE A FCMÁXE COM A

FCMÁXM NOS GRUPOS MASCULINO E FEMININO.

Homens (n = 30) Mulheres (n = 30)

Estimado Medido ∆ %

Estimado Medido ∆ %

VO2máx

ml(Kg.min)-1 59,5 ± 5,6* 50,6 ± 8,1 17,6% 49,1 ± 3,1* 34,4 ± 7,0 42,7%

Met’s máx 16,7 ± 1,6* 14,5 ± 2,3 15,2% 14,04 ±

0,88* 9,9 ± 2,0 41,8%

FCmáx 196,0 ± 3,5* 193,0 ± 8,9 1,6% 197,5 ± 4,9* 191,0 ± 10,6 3,4%

* p < 0,05.

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

6.4- RESPOSTAS METABÓLICAS REGISTRADAS DURANTE O EXERCÍCIO

AERÓBIO CONTÍNUO.

A velocidade de treino, o R e o lactato sanguíneo obtidos durante o exercício aeróbio

contínuo feito em intensidade fixa em relação à reserva aeróbica nos grupos

masculino e feminino estão mostrados na tabela 4. A velocidade média registrada

durante a execução do exercício aeróbio contínuo variou de 7,8 Km/h ± 0,8 a 11,4 ±

1,9 Km/h no grupo masculino (incremento de 46%) e de 6,5 ± 0,6 Km/h a 8,4 ± 0,8

Km/h no grupo feminino (incremento de 29%). Nestas diferentes intensidades o R

manteve-se estável no grupo feminino, enquanto aumentou a partir da intensidade

de 70% no grupo masculino. A concentração de lactato sanguíneo ao final da

sessão de treino sofreu incremento progressivo com o aumento da intensidade no

grupo masculino (F = 4,61; p < 0.05) e feminino (F = 3,43; p < 0.05). No grupo

masculino 100% dos voluntários realizaram o exercício aeróbio com duração de

trinta minutos nas intensidades entre 50% a 70% do VO2máx e 80,6% dos voluntários

na intensidade a 80% do VO2máx. No grupo feminino 96,7% realizaram o exercício

aeróbio com duração de trinta minutos nas intensidades de 50% e 60% do VO2máx,

93% na intensidade de 70% e 80% na intensidade de 80% do VO2máx.

6.5- COMPARAÇÃO ENTRE O VO2R COM O VO2RMEDIDO DURANTE O

EXERCÍCIO AERÓBIO CONTÍNUO NAS INTENSIDADES DE 50%, 60%, 70% E

80% DO VO2máx.

As comparações entre o VO2R com o VO2Rm para o sexo masculino e feminino

encontram-se na tabela 5 e nos gráficos 1 a 8. Para comparar o VO2R com o VO2Rm

foi realizado os seguintes procedimentos: primeiro foi determinado o VO2R utilizando

a equação: VO2R = 3,5 + %intensidade (VO2máxM – 3,5). Em seguida, foi calculada a

velocidade para a realização do exercício aeróbio contínuo correspondente a cada

intensidade de treino. Após esses procedimentos os voluntários realizaram o

exercício aeróbio por trinta minutos na esteira ergométrica e o VO2 foi coletado

nesse período.

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

TABELA 4- VALORES MÉDIOS DAS VARIÁVEIS METABÓLICAS REGISTRADAS DURANTE O

EXERCÍCIO AERÓBIO CONTÍNUO NOS GRUPOS MASCULINO E FEMINO.

% do VO2R Velocidade

(Km/h) R

Lactato

Sanguíneo

(mmol/L)

50% 7,8 ± 0,8 0,80 ± 0,10 3,0 ± 1,2

60% 8,8 ± 1,2 0,80 ± 0,10 2,7 ± 3,2

70% 10,0 ± 1,6 0,83 ± 0,10a 3,6 ± 2,1b Masculino

80% 11,4 ± 1,9 0,84 ± 0,10a,b 4,9 ± 2,9a,c

50% 6,5 ± 0,6 0,84 ± 0,10 2,0 ± 0,8

60% 7,1 ± 0,6 0,83 ± 0,10 2,9 ± 1,7a

70% 7,5 ± 0,7 0,86 ± 0,10 2,9 ± 1,7a Feminino

80% 8,4 ± 0,8 0,86 ± 0,10 3,1 ± 1,5a

Onde R = quociente respiratório. a p < 0,05 (diferença em relação a intensidade de 50%); b p < 0,05 (diferença em

relação a intensidade de 60%); c p < 0,05 (diferença em relação a intensidade de

70%).

O VO2 coletado durante o exercício aeróbio foi chamado de VO2Rm com o objetivo

de comparar VO2R calculado com o VO2 consumido na mesma intensidade de

trabalho. Analisando os dados obtidos verificou-se que o VO2R e o VO2Rm não

apresentaram diferença significativa em qualquer uma das intensidades testadas,

tanto em homens como em mulheres. Porém, os valores médios do VO2R sempre

foram maiores que os valores do VO2Rm em todas as intensidades havendo

tendência dessa diferença ser maior no sexo feminino (9,9%, 3,3%, 7,7% e 9,7%) do

que no sexo masculino (3,4%, 4,2%, 9,2% e 2,2%).

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

TABELA 5 – COMPARAÇÃO ENTRE O VO2R E O VO2RM DURANTE O EXERCÍCIO AERÓBIO

CONTÍNUO NAS INTENSIDADES DE 50%, 60%, 70% E 80% DO VO2MÁX NOS GRUPOS

MASCULINO E FEMININO.

Homens (n = 30) Mulheres (n = 30)

Calculado Medido ∆ %

Calculado Medido ∆ %

50% VO2máx

ml(Kg.min)-1 27,2 ± 4,1 26,3 ± 5,8 3,4% 18,9 ± 3,5 17,2 ± 3,6 9,9%

60% VO2máx

ml(Kg.min)-1 31,9 ± 4,9 30,6 ± 5,9 4,2% 22,0 ± 4,2 21,3 ± 4,6 3,3%

70% VO2máx

ml(Kg.min)-1 36,6 ± 5,8 33,5 ± 6,9 9,2% 25,1 ± 4,9 23,3 ± 6,2 7,7%

80% VO2máx

ml(Kg.min)-1 41,4 ± 6,6 40,5 ± 8,2 2,2% 28,2 ± 5,6 25,7 ± 5,4 9,7%

* p < 0,05.

Durante a regressão linear foi utilizado o VO2Rm como variável independente e o

VO2R como variável dependente (gráficos 9 e 10). As equações de regressões

obtidas para as diferentes intensidades e a média das regressões lineares para o

grupo masculino foram:

Intensidades Equação de Regressão

Erro Padrão

Estimado de

Beta

r r2 P

50% Y = 14.7466 + 0,4686 x [X] 0,099571 0,66* 0,42 < 0,0001

60% Y = 13.9261 + 0,5839 x [X] 0,106442 0,71* 0,49 < 0,0001

70% Y = 14.5844 + 0,6585 x [X] 0,097622 0,78* 0,61 < 0,0001

80% Y = 13.2152 + 0,6926 x [X] 0,077266 0,86* 0,72 < 0,0001

Geral Y = 9,1068 + 0,7664 x [X] 0,041448 0,86* 0,74 < 0,0001

*p < 0,05; Onde X = VO2Rmedido.

QUADRO 5- REGRESSÃO LINEAR ENTRE O VO2RM E VO2R NO GRUPO MASCULINO.

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

As equações de regressões obtidas para as diferentes intensidades e a média das

regressões lineares para o grupo feminino foram:

Intensidades Equação de Regressão

Erro Padrão

Estimado de

Beta

r r2 P

50% Y = 5,375 + 0,7867 x [X] 0,111917 0,80* 0,62 < 0,0001

60% Y = 6,0648 + 0,745 x [X] 0,110757 0,78* 0,60 < 0,0001

70% Y = 9,2604 + 0,6799 x [X] 0,079942 0,85* 0,71 < 0,0001

80% Y = 6,8857 + 0,8281 x [X] 0,125827 0,78* 0,59 < 0,0001

Geral Y = 4,973 + 0,8477 x [X] 0,046782 0,86* 0,73 < 0,0001

*p < 0,05; Onde X = VO2Rmedido.

QUADRO 6- REGRESSÃO LINEAR ENTRE O VO2RM E VO2R NO GRUPO FEMININO.

Foi observada uma correlação significativa (p < 0,05) entre o VO2R e o VO2Rm em

todas as intensidades estudadas, em ambos os grupos. O intervalo de confiança de

95% da inclação das retas gerais de regressão foi de 0,68 a 0,84 no sexo masculino

e 0,76 a 0,94 no sexo feminino. Isso demonstra que a fórmula de VO2R efetivamente

superestima os valores reais de consumo de oxigênio na faixa de intensidades

utilizadas neste estudo

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

GRÁFICO 1- COMPARAÇÃO ENTRE O VO2R E O VO2RM NA INTENSIDADE DE 50% DO VO2MÁX

NO GRUPO MASCULINO.

GRÁFICO 2- COMPARAÇÃO ENTRE O VO2R E O VO2RM NA INTENSIDADE DE 60% DO VO2MÁX

NO GRUPO MASCULINO.

50%VO2R 50%VO2M0

5

10

15

20

25

30

35

* p < 0,05

ml(K

g.min)-1

Consumo de Oxigênio

60%VO2R 60%VO2M0

5

10

15

20

25

30

35

* p < 0,05

ml(K

g.min)-1

Consumo de Oxigênio

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

GRÁFICO 3- COMPARAÇÃO ENTRE O VO2R E O VO2RM NA INTENSIDADE DE 70% DO VO2MÁX

NO GRUPO MASCULINO.

GRÁFICO 4- COMPARAÇÃO ENTRE O VO2R E O VO2RM NA INTENSIDADE DE 80% DO VO2MÁX

NO GRUPO MASCULINO.

70%VO2R 70%VO2M0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

* p < 0,05

ml(K

g.min)-1

Consumo de Oxigênio

80%VO2R 80%VO2M0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

* p < 0,05

ml(K

g.m

in)-1

Consumo de Oxigênio

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

GRÁFICO 5- COMPARAÇÃO ENTRE O VO2R E O VO2RM NA INTENSIDADE DE 50% DO VO2MÁX

NO GRUPO FEMININO.

GRÁFICO 6- COMPARAÇÃO ENTRE O VO2R E O VO2RM NA INTENSIDADE DE 60% DO VO2MÁX

NO GRUPO FEMININO.

50%VO2R 50%VO2M0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

* p < 0,05

ml(K

g.min)-1

Consumo de Oxigênio

60%VO2R 60%VO2M0,0

2,5

5,0

7,5

10,0

12,5

15,0

17,5

20,0

22,5

25,0

* p < 0,05

ml(K

g.min)-1

Consumo de Oxigênio

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

GRÁFICO 7- COMPARAÇÃO ENTRE O VO2R E O VO2RM NA INTENSIDADE DE 70% DO VO2MÁX

NO GRUPO FEMININO.

GRÁFICO 8- COMPARAÇÃO ENTRE O VO2R E O VO2RM NA INTENSIDADE DE 80% DO VO2MÁX

NO GRUPO FEMININO.

70%VO2R 70%VO2M0,0

2,5

5,0

7,5

10,0

12,5

15,0

17,5

20,0

22,5

25,0

27,5

30,0

* p < 0,05

ml(Kg.min)-1

Consumo de Oxigênio

80%VO2R 80%VO2M0,0

2,5

5,0

7,5

10,0

12,5

15,0

17,5

20,0

22,5

25,0

27,5

30,0

32,5

35,0

* p < 0,05

ml(Kg.min)-1

Consumo de Oxigênio

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Onde: ○ valores medidos e a reta de regressão, com seu intervalo de confiança de

95%, calculada pelo método dos mínimos quadrados.

GRÁFICO 9- REGRESSÃO LINEAR ENTRE O VO2R COM O VO2RM NO GRUPO MASCULINO

6.6- COMPARAÇÃO ENTRE O VO2RESTIMADO COM O VO2R EM DIFERENTES

INTENSIDADES

As comparações entre o VO2Restimado com o VO2R nos dois grupos encontram-se na

tabela 6. O VO2máxE foi calculado indiretamente utilizando as fórmulas para

caminhada ou corrida ACSM (2003), conforme velocidade obtida na esteira

ergométrica durante a ergoespirometria. O VO2Restimado calculado pelo VO2máxE foi

significativamente em média 16,8% maior do que o VO2R mensurado pela

ergoespirometria (VO2máx) nas intensidades de 50%, 60%, 70% e 80% para o sexo

masculino e 40,7% maior no grupo feminino, respectivamente (p < 0,05).

50,00

40,00

30,00

20,00

60,0050,0040,0030,0020,0010,00

VO2Rm (ml.Kg-1.min-1)

VO

2R (ml.K

g-1.m

in-1)

Y = 9,1068 + 0,7664 x X r2 = 0,74

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Onde: ○ valores medidos e a reta de regressão, com seu intervalo de confiança de

95%, calculada pelo método dos mínimos quadrados.

GRÁFICO 10- REGRESSÃO LINEAR ENTRE O VO2R COM O VO2RM NO GRUPO FEMININO

6.7- COMPARAÇÃO ENTRE A VELOCIDADE CALCULADA PELO VO2R COM O

VO2RMEDIDO DURANTE O EXERCÍCIO AERÓBIO CONTÍNUO NAS INTENSI-

DADES DE 50%, 60%, 70% E 80% DO VO2MÁX

Após a ergoespirometria foram calculadas as velocidades de treino corresponden-te

a 50%, 60%, 70% e 80% do VO2R utilizando a equação proposta pelo ACSM para

corrida e caminhada. Em seguida, os voluntários realizaram trinta minutos de

exercício aeróbio contínuo (caminhada ou corrida) numa seqüência aleatória das

intensidades.

TABELA 6- COMPARAÇÃO ENTRE O VO2RESTIMADO COM O VO2R EM DIFERENTES

INTENSIDADES NOS GRUPOS MASCULINO E FEMININO.

VO

2R (ml.K

g-1.m

in-1)

VO2Rm (ml.Kg-1.min-1)

40,00

35,00

30,00

25,00

20,00

15,00

10,00

40,0035,0030,0025,0020,0015,0010,00

Y = 4,973 + 0,8477 x X r2 = 0,73

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Homens (n = 30) Mulheres (n = 30)

Estimado Calculado ∆ %

Estimado Calculado ∆ %

50% VO2 máx

ml(Kg.min)-1 31,5 ± 2,8* 27,1 ± 4,1 16,2% 26,3 ± 1,5* 18,9 ± 3,5 39,1%

60% VO2 máx

ml(Kg.min)-1 37,1 ± 3,4* 31,8 ± 4,9 16,7% 30,9 ± 1,9* 22,0 ± 4,2 40,4%

70% VO2 máx

ml(Kg.min)-1 42,7 ± 4,0* 36,5 ± 5,7 17,0% 35,5 ± 2,2* 25,1 ± 4,9 41,4%

80% VO2 máx

ml(Kg.min)-1 48,3 ± 4,5* 41,2 ± 6,5 17,2% 40,0 ± 2,5* 28,2 ± 5,6 41,8%

* p < 0,05.

Durante esse período o VO2 consumido foi coletado (VO2Rm) e a partir dele, foi

calculado a velocidade utilizando a fórmula do ACSM. Não há diferença significativa

entre a velocidade calculada pelo VO2R com a velocidade calculada pelo VO2Rm

durante o exercício aeróbio (tabela 7 e gráfico 11). Foi observada uma correlação

significativa entre a velocidade calculada pelo VO2R e pelo VO2Rm em todas as

intensidades. No grupo masculino 100% dos voluntários realizaram o exercício

aeróbio com duração de trinta minutos nas intensidades entre 50% a 70% do VO2máx

e 80,6% dos voluntários na intensidade a 80% do VO2máx. No grupo feminino 96,7%

realizaram o exercício aeróbio com duração de trinta minutos nas intensidades de

50% e 60% do VO2máx, 93% na intensidade de 70% e 80% na intensidade de 80%

do VO2máx. Durante a regressão linear foi utilizado a velocidade calculada pelo

VO2Rm como variável independente e a velocidade calculada pelo VO2R como

variável dependente.

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

TABELA 7- COMPARAÇÃO ENTRE A VELOCIDADE CALCULADA PELO VO2R E PELO VO2RM NOS DOIS GRUPOS (N = 60).

VR50 VM50 VR60 VM60 VR70 VM70 VR80 VM80

Média (Km/h)

7,0 6,8 7,8 7,6 8,7 8,2 9,7 9,4

DP 1,1 1,3 1,4 1,5 1,9 1,9 2,3 2,6 EP 0,1 0,2 0,2 0,2 0,2 0,4 0,3 0,3 r 0,89* r2 0,8*

* p < 0,05. Onde VR = velocidade calculada pelo VO2R; VM = velocidade calculada pelo VO2Rm.

Onde: ○ valores medidos e a reta de regressão, com seu intervalo de confiança de

95%, calculada pelo método dos mínimos quadrados. Onde VR = velocidade

calculada pelo VO2R; VM = velocidade calculada pelo VO2Rm.

GRÁFICO 11- REGRESSÃO LINEAR ENTRE A VELOCIDADE CALCULADA PELO VO2R E PELO

VO2RM EM AMBOS OS SEXOS.

6.8- COMPARAÇÃO ENTRE FC REGISTRADA DURANTE O EXERCÍCIO AERÓ-

BIO COM A FCR NAS INTENSIDADES DE 50%, 60%, 70% E 80% CALCULADA

PELA FCmáxM.

VR (Km/h)

16,00

14,00

12,00

10,00

8,00

6,00

4,00

16,0014,0012,0010,008,006,004,00

VM (Km/h)

Y = 1,5128 + 0,8516 x X r2 = 0,8

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Para comparar a FC registrada durante o exercício aeróbio com a FCR mensurada

pela FCmáxM foram realizados os seguintes procedimentos: primeiro foi mensurada a

FCmáxM durante a ergoespirometria , em seguida foi calculado a FCR utilizando a

fórmula proposta por Karvonen (ACSM, 2003). Após esses procedimentos os

voluntários realizaram o exercício aeróbio por trinta minutos na esteira ergométrica,

de acordo com a velocidade calculada pelo VO2R, e a FC foi coletada nesse

período. Os dados mensurados encontram-se na tabela 8. Verificou-se que a FC

medida foi significativamente maior do que a FCR nas intensidades de 50%, 60% e

80% no grupo masculino (p < 0,05). Na intensidade de 70% apesar da FC medida

ter sido 3,4% maior do que a FCR, a diferença não foi significativa. No grupo

feminino não foi observado diferença significativa entre a FCR e a FC medida em

todas as intensidades (p < 0,05). Apesar de não haver diferença significativa a FC

medida foi em média 2,5% maior do que a FCR. Durante a regressão linear simples

foi utilizado a FC medida como variável independente e a FCR como variável

dependente (gráficos 12 e 13). Foi observada correlação significativa entre a FCR e

a FC medida na intensidade média geral nos dois grupos e a 80% da FCR.

As equações de regressões obtidas para as diferentes intensidades e a média das

regressões lineares para o grupo masculino foram:

Equação de Regressão Erro Padrão

Estimado de Beta r r2 p

50% Y = 102,5284 + 0,1993 x [X] 0,086913 0,39 0,12 0,0292

60% Y = 103,6881 + 0,2577 x [X] 0,081697 0,51 0,23 0,0037

70% Y = 105,3791 + 0,309 x [X] 0,089943 0,54 0,26 0,0018

80% Y = 125,1868 + 0,243 x [X] 0,091768 0,44 0,17 0,013

Geral Y = 54,083 + 0,6085 x [X] 0,047003 0,76* 0,57 < 0,0001

* p < 0,05; Onde X = FCM.

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

QUADRO 7- REGRESSÃO LINEAR ENTRE A FCM E A FCR NO GRUPO MASCULINO.

TABELA 8 – COMPARAÇÃO ENTRE A FCR E A FCMEDIDA DURANTE O EXERCÍCIO AERÓBIO

CONTÍNUO NAS INTENSIDADES DE 50%, 60%, 70% E 80% DA FCMÁXM NOS GRUPOS

MASCULINO E FEMININO.

Homens (n = 30) Mulheres (n = 30)

FCR FCM ∆ %

FCR FCM ∆ %

50% 129,9 ± 8,0 137,3 ± 15,6* 5,7% 131,4 ± 9,0 136,1 ± 17,4 3,6%

60% 142,2 ± 7,9 149,4 ± 15,5* 5,1% 142,9 ± 9,5 146,2 ± 21,9 2,3%

70% 154,9 ± 7,9 160,3 ± 13,8 3,4% 154,6 ± 10,2 155,0 ± 19,7 0,2%

80% 167,6 ± 8,2 174,6 ± 14,9* 4,2% 166,3 ± 10,9 172,8 ± 14,4 3,9%

* p < 0,05. Onde: FCR = freqüência cardíaca de reserva; FCM = freqüência cardíaca

medida no exercício aeróbio.

As equações de regressões obtidas para as diferentes intensidades e a média das

regressões lineares para o grupo feminino foram:

Equação de Regressão Erro Padrão

Estimado de Beta r r2 p

50% Y = 95,3863 + 0,2644 x [X] 0,083609 0,51 0,24 0,0037

60% Y = 114,8368 + 0,1919 x [X] 0,073517 0,44 0,17 0,0144

70% Y = 110,2802 + 0,286 x [X] 0,08182 0,55 0,28 0,0016

80% Y = 80,9897 + 0,4938 x [X] 0,107794 0,65 0,41 < 0,0001

Geral Y = 69,9008 + 0,5173 x [X] 0,045746 0,72* 0,52 < 0,0001

* p < 0,05; Onde X = FCM

QUADRO 8- REGRESSÃO LINEAR ENTRE A FCM E A FCR NO GRUPO FEMININO.

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Onde: ○ valores medidos e a reta de regressão, com seu intervalo de confiança de

95%, calculada pelo método dos mínimos quadrados. Onde FCR = freqüência

cardíaca de reserva; FCM = freqüência cardíaca medida.

GRÁFICO 12- REGRESSÃO LINEAR ENTRE A FC MEDIDA DURANTE O EXERCÍCIO AERÓBIO

COM A FCR NO GRUPO MASCULINO.

200,00

180,00

160,00

140,00

120,00

100,00

180,00160,00140,00120,00

FCR (bpm)

FCM (bpm)

Y = 54,083 + 0,6085 x X r2 = 0,57

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Onde: ○ valores medidos e a reta de regressão, com seu intervalo de confiança de

95%, calculada pelo método dos mínimos quadrados. Onde FCR = freqüência

cardíaca de reserva; FCM = freqüência cardíaca medida.

GRÁFICO 13- REGRESSÃO LINEAR ENTRE A FC MEDIDA DURANTE O EXERCÍCIO AERÓBIO

COM A FCR NO GRUPO FEMININO.

6.9- COMPARARAÇÃO ENTRE A FC REGISTRADA DURANTE O EXERCÍCIO

AERÓBIO COM A FCRESTIMADA NAS INTENSIDADES DE 50%, 60%, 70% E 80%

CALCULADA PELA FCmáxE.

Para comparar a FC registrada durante o exercício aeróbio com a FCRestimada (FCRe)

foram realizados os seguintes procedimentos: primeiro foi calculada a FCmáxE

utilizando a equação de Karvonen (FCmáxE = 220 – idade). Em seguida foi calculada

200,00

180,00

160,00

140,00

120,00

100,00

180,00160,00140,00120,00

FCR (bpm)

FCM (bpm)

Y = 69,9008 + 0,5173 x X r2 = 0,52

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

a FCRe para as intensidades de 50% a 80% utilizando os valores da FCmáxE. Após

esses procedimentos os voluntários realizaram o exercício aeróbio por trinta minutos

na esteira ergométrica, de acordo com a velocidade calculada pelo VO2R, e a FC foi

mensurada nesse período. Os dados obtidos encontram-se na tabela 9. Verificou-se

que não houve diferença significativa entre a FC medida e a FCRe em todas as

intensidades no grupo masculino (p < 0,05), apesar da FC medida ser em média

2,8% maior do que a FCRe.

TABELA 9 – COMPARAÇÃO ENTRE A FCRESTIMADA COM A FCMEDIDA DURANTE O EXERCÍCIO

AERÓBIO CONTÍNUO NAS INTENSIDADES DE 50%, 60%, 70% E 80% DA FCMÁXE NOS GRUPOS

MASCULINO E FEMININO.

Homens (n = 30) Mulheres (n = 30)

FCRE FCM ∆ %

FCRE FCM ∆ %

50% 131,9 ± 5,5 137,3 ± 15,6* 4,1% 135,4 ± 5,1 136,1 ± 17,4 0,5%

60% 144,6 ± 4,8 149,4 ± 15,5* 3,3% 147,9 ± 4,7 146,2 ± 21,9 -1,2%

70% 157,8 ± 4,1 160,3 ± 13,8 1,6% 160,2 ± 4,5 155,0 ± 19,7 -3,3%

80% 170,9 ± 3,6 174,6 ± 14,9* 2,2% 172,7 ± 4,5 172,8 ± 14,4 0,06%

* p < 0,05. Onde: FCRE = freqüência cardíaca de reserva estimada; FCM =

freqüência cardíaca medida no exercício aeróbio.

No grupo feminino também não houve diferença significativa entre a FC medida e a

FCRe em todas as intensidades (p < 0,05), apesar da FC medida ser 0,5% maior do

que a FCRe na intensidade de 50%, 1,2% e 3,3% menor nas intensidades de 60% e

70%. Durante a regressão linear simples foi utilizado a FC medida como variável

independente e a FCRe como variável dependente (gráficos 14 e 15).

As equações de regressões obtidas para as diferentes intensidades e a média das

regressões lineares para o grupo masculino foram:

Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Equação de Regressão Erro Padrão

Estimado de Beta r r2 p

50% Y = 116,3338 + 0,1136 x [X] 0,061401 0,32 0,07 0,0745

60% Y = 124,1636 + 0,1371 x [X] 0,051228 0,44 0,17 0,0121

70% Y = 135,6117 + 0,1383 x [X] 0,048571 0,47 0,19 0,008

80% Y = 166,1839 + 0,0268 x [X] 0,044774 0,11 0 0,5535

Geral Y = 66,4315 + 0,5461 x [X] 0,047068 0,72* 0,52 < 0,0001

* p < 0,05; Onde: X = FCM

QUADRO 9- REGRESSÃO LINEAR ENTRE A FCM E A FCRE NO GRUPO MASCULINO.

As equações de regressões obtidas para as diferentes intensidades e a média das

regressões lineares para o grupo feminino foram:

Equação de Regressão

Erro Padrão

Estimado de

Beta

r r2 p

50% Y = 126,6082 + 0,0646 x [X] 0,054307 0,22 0,01 0,2442

60% Y = 145,6452 + 0,0152 x [X] 0,040327 0,07 0 0,7092

70% Y = 151,812 + 0,0543 x [X] 0,042139 0,24 0,02 0,2077

80% Y = 159,8249 + 0,0747 x [X] 0,057596 0,24 0,02 0,2051

Geral Y = 94,8341 + 0,3883 x [X] 0,047522 0,60* 0,36 < 0,0001

* p < 0,05; Onde: X = FCM

QUADRO 10- REGRESSÃO LINEAR ENTRE A FCM E A FCRE NO GRUPO FEMININO.

Page 98: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Onde: ○ valores medidos e a reta de regressão, com seu intervalo de confiança de

95%, calculada pelo método dos mínimos quadrados. Onde FCRE = freqüência

cardíaca de reserva estimada; FCM = freqüência cardíaca medida.

GRÁFICO 14- REGRESSÃO LINEAR ENTRE A FC MEDIDA DURANTE O EXERCÍCIO AERÓBIO

COM A FCRE NO GRUPO MASCULINO.

6.10- COMPARAÇÃO ENTRE A FC A 70% DA FCmáxE E 70% FCmáxM COM A FC

NO LA.

Ao comparar o limite inferior de treinabilidade do exercício aeróbio utilizando como

parâmetros 70% da FCmáxE, 70% da FCmáxM e a FCLA, não observou-se diferença

significativa entre esses índices de controle de intensidade do exercício aeróbio nos

grupos masculino e feminino.

200,00

180,00

160,00

140,00

120,00

100,00

180,00170,00160,00150,00140,00130,00120,00

FCRE (bpm)

FCM (bpm)

Y = 66,4315 + 0,5561 x X r2 = 0,52

Page 99: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

Onde: ○ valores medidos e a reta de regressão, com seu intervalo de confiança de

95%, calculada pelo método dos mínimos quadrados. Onde FCRE = freqüência

cardíaca de reserva estimada; FCM = freqüência cardíaca medida.

GRÁFICO 15- REGRESSÃO LINEAR ENTRE A FC REGISTRADA DURANTE O EXERCÍCIO

AERÓBIO COM A FCRESTIMADA NO GRUPO FEMININO.

Foi observada correlação significativa entre a FCRE e a FC medida somente na

intensidade média geral nos dois grupos. Os resultados obtidos encontram-se nos

gráficos 16 e 17. A FC a 70% da FCmáxE foi 3,6% maior do que a FCLA e 2,4%

maior do que a 70% da FcmáxM no grupo masculino. No grupo feminino a FC a 70%

da FCmáxE foi respectivamente 3,3% maior do que a FCLA e a 70% da FCmáxM.

200,00

180,00

160,00

140,00

120,00

100,00

180,00170,00160,00150,00140,00130,00120,00

FCRE (bpm)

FCM (bpm)

Y = 94,8341 + 0,3883 x X r2 = 0,36

Page 100: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

GRÁFICO 16- COMPARAÇÃO ENTRE A FC A 70% DA FCMÁXE E 70% FCMÁXM COM A FC NO LA

NO GRUPO MASCULINO.

GRÁFICO 17- COMPARAÇÃO ENTRE A FC A 70% DA FCMÁXE E 70% FCMÁXM COM A FC NO LA

NO GRUPO FEMININO.

FCLA FC70%FCmáxE FC70%FCmáxM0

20

40

60

80

100

120

140

160

* p<0,05 (diferença entre a FCLA e a 70% da FCmáxE e a 70% FCmáxM)# p<0,05 (diferença entre a 70% FCmáxE e 70% FCmáxM)

Bpm

Limite Inferior de Treinabilidade

FCLA FC70%FCmáxE FC70%FCmáxM0

20

40

60

80

100

120

140

160

* p<0,05 (diferença entre a FCLA e a 70% da FCmáxE e a 70% FCmáxM)# p<0,05 (diferença entre a 70% FCmáxE e 70% FCmáxM)

Bpm

Limite Inferior de Treinabilidade

Page 101: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

6.11- COMPARAÇÃO ENTRE O VO2 A 60% DO VO2 ESTIMADO E 60% DO VO2

MENSURADO COM O VO2 NO LA.

Ao comparar o limite inferior de treinabilidade do exercício aeróbio utilizando como

parâmetros 60% do VO2máxE, 60% do VO2máxM e o VO2LA, observou-se diferença

significativa entre esses índices de controle de intensidade do exercício aeróbio nos

grupos masculino e feminino. Os resultados obtidos encontram-se nos gráficos 18 e

19. No grupo masculino, o VO2LA foi significativamente 36,7% menor do que o VO2

a 60% do VO2máxE e 17,6% menor do que a 60% do VO2máxM. Além disso, o VO2 a

60% do VO2máxE foi significativamente 16,3% maior do que 60% do VO2máxM. No

grupo feminino, o VO2LA foi significativamente 66,3% menor do que o VO2 a 60% do

VO2máxE e 18% menor do que a 60% do VO2máxM. Além disso, o VO2 a 60% do

VO2máxE foi significativamente 40,9% maior do que a 60% do VO2máxM.

GRÁFICO 18- COMPARAÇÃO ENTRE O VO2 A 60% DO VO2 ESTIMADO E 60% DO VO2

MENSURADO COM O VO2 NO LA NO GRUPO MASCULINO.

VO2LA 60%VO2máxE 60%VO2máxM0

5

10

15

20

25

30

35

40

* p<0,05 (diferença entre o VO2LA e a 60% do VO

2máxE e a 60% VO

2máxM)

# p<0,05 (diferença entre 60% VO2máxE e 60%VO

2máxM)

#

*

*

ml(K

g.min)-1

Limite Inferior de Treinabilidade

Page 102: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

GRÁFICO 19- COMPARAÇÃO ENTRE O VO2 A 60% DO VO2 ESTIMADO E 60% DO VO2

MENSURADO COM O VO2 NO LA NO GRUPO FEMININO.

6.12- COMPARAÇÃO ENTRE A FC A 85% DA FCmáxE E 85% FCmáxM COM O A FC

NO PCR.

Ao comparar o limite superior de treinabilidade do exercício aeróbio utilizando como

parâmetros 85% da FCmáxE, 85% da FCmáxM e FCPCR, observou-se diferença

significativa entre esses índices de controle de intensidade do exercício aeróbio nos

grupos masculino e feminino. Os resultados obtidos encontram-se nos gráficos 20 e

21. No grupo masculino, a FCPCR foi significativamente 6,5% maior do que a FC a

85% da FCmáxE e 9,1% maior do que a 85% da FCmáxM. Além disso, a FC a 85% da

FCmáxE foi significativamente 2,4% maior do que a FC a 85% da FCmáxM. No grupo

feminino, a FCPCR foi significativamente 5,2% maior do que a FC a 85% da FCmáxM.

A FC a 85% da FCmáxE foi significativamente 3,6% maior do que a FC a 85% da

FCmáxM.

VO2LA 60% VO2máxE 60 % VOmáxM0

5

10

15

20

25

30

35

#*

*

* p<0,05 (diferença entre o VO2LA e a 60% do VO

2máxE e a 60% VO

2máxM)

# p<0,05 (diferença entre 60% VO2máxE e 60%VO

2máxM)

ml(K

g.min)-1

Limite Inferior de Treinabilidade

Page 103: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

GRÁFICO 20- COMPARAÇÃO ENTRE A FC A 85% DA FCMÁXE E 85% FCMÁXM COM A FC NO PCR

NO GRUPO MASCULINO.

GRÁFICO 21- COMPARAÇÃO ENTRE A FC A 85% DA FCMÁXE E 85% FCMÁXM COM A FC NO PCR

NO GRUPO FEMININO.

FCPCR FC85%FCmáxE FC85%FCmáxM0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

* p<0,05 (diferença entre a FCPCR e a 85% FCmáxE e a 85% FCmáxM)# p<0,05 (diferença entre a 85% FCmáxE e 85%FCmáxM)

#

**Bpm

Limite Superior de Treinabilidade

FCPCR FC85%FCmáxE FC85%FCmáxM0

20

40

60

80

100

120

140

160

180 #*

* p<0,05 (diferença entre a FCPCR e a 85% FCmáxE e a 85% FCmáxM)# p<0,05 (diferença entre a 85% FCmáxE e 85%FCmáxM)

Bpm

Limite Superior de Treinabilidade

Page 104: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

6.13- COMPARAÇÃO ENTRE O VO2 A 80% DO VO2 ESTIMADO E 80% DO VO2

MENSURADO COM O VO2 NO PCR.

Ao comparar o limite superior de treinabilidade do exercício aeróbio utilizando como

parâmetro 80% do VO2máxE, 80% do VO2máxM e o VO2PCR, observou-se diferença

significativa entre esses índices de controle da intensidade do exercício aeróbio nos

grupos masculino e feminino. Os resultados obtidos encontram-se nos gráficos 22 e

23. No grupo masculino o VO2 a 80% do VO2máxE foi significati-vamente 16,4% maior

do que o VO2 a 80% do VO2máxM. Não houve diferença significativa entre o VO2PCR

e o VO2 a 80% do VO2máxE, apesar do mesmo ter sido 6,6% menor. Também não foi

observado diferença significativa entre o VO2 no PCR e a 80% do VO2máxM, apesar

do mesmo ter sido 9,2% maior. No grupo feminino, o VO2 a 80% do VO2máxE foi

significativamente 49,8% maior do que o VO2PCR e 40,7% maior do que o VO2 a

80% do VO2máxM. Não houve diferença significativa entre o VO2PCR e o VO2 a 80%

do VO2máxM, apesar do VO2 a 80% do VO2máxM ter sido 6,5 maior.

GRÁFICO 22- COMPARAÇÃO ENTRE O VO2 A 80% DO VO2 ESTIMADO E 80% DO VO2

MENSURADO COM O VO2 NO PCR NO GRUPO MASCULINO.

VO2PCR 80%VO2máxE 80%VO2máxM0

10

20

30

40

50

60

* p<0,05 (diferença entre o VO2PCR e a 80% do VO

2máxE e a 80% VO

2máxM)

# p<0,05 (diferença entre 80% VO2máxE e 80% VO

2máxM)

#

ml(K

g.min)-1

Limite Superior de Treinabilidade

Page 105: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

GRÁFICO 23- COMPARAÇÃO ENTRE O VO2 A 80% DO VO2 ESTIMADO E 80% DO VO2

MENSURADO COM O VO2 NO PCR NO GRUPO FEMININO.

VO2PCR 80% VO2máxE 80% VO2máxM0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

* p<0,05 (diferença entre o VO2PCR e a 80% do VO

2máxE e a 80% VO

2máxM)

# p<0,05 (diferença entre 80% VO2máxE e 80% VO

2máxM)

#

*

ml(K

g.min)-1

Limite Superior de Treinabilidade

Page 106: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

7 DISCUSSÃO

A melhora na aptidão cardiorrespiratória é medida pela avaliação na mudança no

VO2máx que está relacionada diretamente a freqüência, duração e intensidade do

exercício. Dentre esses componentes, a intensidade é o fator mais importante

(ACSM, 2003; POLLOCK; WILMORE, 1993). As equações de regressões utilizadas

no controle da intensidade do exercício aeróbio por meio da reserva do consumo de

oxigênio (VO2R) ou da FCR e dos limiares de treinabilidade necessitam de uma

análise crítica, pois as mesmas foram originadas de populações estrangeiras, que de

um modo geral apresentam características de raça, neuromotoras e funcionais

diferentes da população brasileira. Sendo assim, o objetivo principal desse estudo foi

avaliar a precisão e a aplicabilidade do VO2R e da FCR durante o exercício aeróbio

contínuo nas intensidades de 50%, 60%, 70% e 80% do VO2 máx.

Os valores médios de VO2máx apresentados nesse estudo são classificados pela

American Heart Association, como bom para o grupo masculino e normal para o

grupo feminino. O VO2máxE calculado pela fórmula do ACSM foi significativa-mente

17,6% maior no grupo masculino e 42,7% maior no feminino, comparado com o

VO2máx medido diretamente pela ergoespirometria. Essa discrepância não pode ser

atribuída ao protocolo utilizado durante o teste ergométrico, pois tanto o protocolo

utilizado para determinação do VO2máxE pelo ACSM, quanto nesse estudo tiveram

uma condição de equilíbrio (steady state) nos estágios. Myers et al. (1991),

submeteu 41 pacientes a 6 diferentes protocolos, 3 em esteira (Bruce, Balke e

rampa) e 3 em cicloergômetros (25 Watts, 50 Watts por estágio e rampa). Em todos

os protocolos, rampa ou não, o VO2máxE foi maior que o medido. Porém, Barbosa e

Sobral Filho (2003), submeteram 1840 pacientes de 4 a 79 anos a um teste

ergométrico em rampa, e observaram que o VO2máx médio alcançado foi superior ao

previsto em ambos os sexos e todas as faixas etárias, sem diferenças significativas

apenas nas crianças e adolescentes do sexo feminino. Porém, o VO2máx previsto e

alcançado no pico do esforço foram calculados pelas fórmulas do ACSM e não pela

medida direta do consumo de oxigênio máximo. Entretanto, segundo RONDON, et

al. (1998), o nível de condição física pode influenciar nos resultados finais obtidos.

Eles observaram que o consumo de oxigênio estimado pela fórmula do ACSM foi

Page 107: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

maior em indivíduos de baixa condição física que em indivíduos de moderada

condição física (36% versus 18%, respectivamente). Observamos que a

discrepância entre os resultados de consumo de oxigênio estimado pela fórmula do

ACSM foi maior no grupo com menor condição física (feminino) que no grupo com

maior condição física (masculino). A diferença obtida (17,6% no grupo masculino –

boa condição física e 42,7% no grupo feminino – baixa condição física), corrobora o

estudo anterior. A freqüência cardíaca máxima prevista para a idade foi

significativamente 1,6% e 3,4% maior do que a freqüência cardíaca máxima medida,

no grupo masculino e feminino, respectivamente, apesar de todas as avaliações

terem sido interrompidas por cansaço físico intenso. A maioria dos voluntários não

tinha o hábito de se exercitarem regularmente na esteira ergométrica, dessa forma, é

possível que a fadiga muscular local possa ter influenciado o momento da

interrupção do teste ergoespirométrico em indivíduos não adaptados ao ergômetro

em que este teste é realizado.

Ao VO2R com o VO2Rm na mesma intensidade de trabalho durante o exercício

aeróbio contínuo com duração de trinta minutos, não foi observado diferença

significativa em todas as intensidades estudadas nos grupos masculino e feminino (p

< 0,05). Porém, os valores médios do VO2R foram maiores em média (4,7% no

grupo masculino e 7,6% no grupo feminino) que os valores do VO2Rm. O consumo

de oxigênio medido para determinado ritmo de trabalho é altamente reprodutível,

entretanto a variabilidade interindividual no consumo de oxigênio medido, segundo o

ACSM (2003) comporta um erro padrão de estimativa de até ± 7%. Já que as

equações são usadas freqüentemente para predizer o consumo de oxigênio, a

variância de um valor previsto é muito maior que o erro padrão da estimativa, ou

seja, o intervalo da previsão é maior que o intervalo de confiança. Os valores obtidos

por Montoye et al (1985) para caminhada e Ruiz e Sherman (1999) para corrida

estão abaixo do erro padrão estimado pelo ACSM.

Essa maior diferença no grupo feminino pode ser devido ao menor nível de aptidão

cardiorrespiratório, pois o erro padrão de estimativa da inclinação das retas de

regressão obtido no nosso estudo foram de 0,041 e 0,047 nos grupos masculino e

feminino, respectivamente. Swain et al. (1994), verificaram que o nível de aptidão

aeróbia modifica a relação entre o %VO2máx versus %FCmáx. Nesse estudo, os

Page 108: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

indivíduos com maior aptidão aeróbia, apresentaram durante exercício submáximo

(40 – 80% do VO2máx) um % da FCmáx maior do que os indivíduos de menor aptidão,

para um dado %VO2max. Diversos têm verificado que as repostas fisiológicas ao

exercício (submáximo e máximo) podem depender da interação entre o tipo de

exercício (corrida versus ciclismo) e o estado de treinamento (CAPUTO et al., 2003).

Londeree et al. (1995), verificaram que a relação %VO2max versus %FCmáx pode ser

diferente entre os exercícios com (corrida) e sem sustentação (ciclismo) do peso

corporal. O que poderia predispor uma intensificação do metabolismo anaeróbio,

cuja acidose é compensada pela ativação do sistema tampão e bicarbonato em

intensidades mais baixas (McARDLE, et al., 1996). Segundo o ACSM (2003), a

exatidão dessas equações não é afetada pela maioria das influências ambientais

(calor e frio), e sim, pelas variáveis que modificam a eficiência metabólica.

Observou-se uma correlação significativa entre o VO2R e o VO2Rm no grupo

masculino e no grupo feminino (0,86) para todas as intensidades (p < 0,05). Ruiz e

Sherman (1999), encontram uma correlação de 0,77 na avaliação da eficácia das

equações metabólicas do ACSM para estimar o consumo de oxigênio na corrida. O

ACSM (1998), recomenda a utilização do VO2R para a prescrição das intensidades

principalmente para pessoas com um nível baixo de condição física. Swain (1999),

propõe a utilização do VO2R para a prescrição das intensidades para indivíduos

sedentários. Brawner et al. (2002), recomenda a utilização do VO2R para a

prescrição das intensidades para indivíduos com doença cardíaca. O nosso trabalho

demonstra que a prescrição de exercício aeróbio utilizando o VO2R tende a

superestimar o consumo de oxigênio, principalmente para os indivíduos de menor

condição física. Esse fato pode não ter grande importância para indivíduos ativos

saudáveis, mas ao contrário, pode ter implicações clínicas para indivíduos

sedentários e iniciantes, e principalmente, para portadores de doenças

cardiovasculares que pode ser submetido a um estresse metabólico e cardiovascular

inadequados.

Ao comparar a FCR calculada pela FCmáxM no teste ergométrico com a FC medida

na mesma intensidade de trabalho durante o exercício aeróbio contínuo com

duração de trinta minutos, observou-se que a FC medida foi significati-vamente

maior do que a FCR nas intensidades de 50%, 60% e 80% no grupo masculino (p <

0,05). Na intensidade de 70% apesar da FC medida ter sido 3,4% maior do que a

Page 109: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

FCR, a diferença não foi significativa. Mikko et al. (1998), descreve que indivíduos

com uma capacidade mais elevada do condicionamento físico apresentam uma

modulação vagal significativamente mais alta, dessa forma quanto maior a condição

cardiorrespiratória maior é a tendência da equação da FCR em subestimar a

capacidade física do indivíduo. No grupo feminino não se observou diferença

significativa entre a FCR e a FC medida em todas as intensidades (p < 0,05). Apesar

de não haver diferença significativa a FC medida foi em média 2,5% maior do que a

FCR. Foi verificado que a equação da FCR tende a subestimar os valores da FC

registradas durante o exercício aeróbio contínuo no grupo masculino (melhor aptidão

cardiorrespiratória). Este comportamento é coerente com os resultados relatados por

Belman e Gaesser (1991), Swain e Leutholtz (1997) e Swain et al. (1998). O ponto

divergente encontrado entre este estudo e o de Swain et al. (1998), está na

correlação encontrada. Em seu estudo Swain et al. (1998), encontrou correlação de r

= 0,99 com uma intercessão significativa e diferente de 0 (p < 0,05), enquanto que

no presente estudo, não foram encontradas correlações tão altas ( r = 0,39 à 0,54 no

grupo masculino e r = 0,44 à 0,65 no grupo feminino). Tal diferença deveu-se,

possivelmente, ao objetivo do experimento, onde este procurou verificar a relação

entre as diferentes intensidades para a prescrição do treinamento aeróbio, enquanto

Swain e Leutholtz (1997) e Swain et al. (1998), teve como objetivo correlacionar

todos os valores percentuais do VO2máx com os percentuais da FCR. Resultados

similares ao nosso também foram encontrados por Barbosa (2001), ao realizar as

mesmas comparações. Além disso, a média de idade da amostra estudada por

Swain e Leutholtz (1997) foi de 30 ± 1,0 anos e Swain et al. (1998), foi de 26 ± 1,0

anos, em comparação a 23,0 ± 3,4 (sexo masculino) e 21,7 ± 4,0 (sexo feminino),

neste estudo, essas diferenças são fatores relevantes que podem influenciar os

resultados. Vale ressaltar que ao correlacionar os valores da FC medida em todas as

intensidades com a FCR, observou-se uma correlação significativa em ambos os

grupos. Entretanto, no grupo feminino não se observou diferença significativa entre a

FCR e a FC medida em todas as intensidades. Esse resultado pode ser devido ao

menor nível de condição física observada nesse grupo. Uma acidose metabólica

precoce em intensidade menor durante o exercício aeróbio contínuo, e

conseqüentemente, uma maior FC, ou pela influência dos aspectos da

termorregulação (desvio cardiovascular), citado por Coyle e Alonso (2001) pode ter

influenciado na resposta da FC durante o exercício aeróbio, visto que nos dois

Page 110: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

grupos a FC medida foi maior que a FCR. Estudo realizado por Sacknoff et al. (1994)

relata que o treinamento físico afeta a variabilidade da freqüência cardíaca.

Goldsmith et al. (1992), relataram um maior predomínio do sistema parassimpático

em indivíduos treinados em relação a indivíduos sedentários. Yamamoto et al.

(1991) e Breuer et al. (1993), observaram diminuição do controle nervoso

parassimpático no coração até o limiar anaeróbio e aumento do controle nervoso

simpático em intensidade acima do limiar anaeróbio. A hiperventilação e a

vasodilatação periférica (RIMOLDI, et al., 1992), além das alterações intrínsecas ao

músculo cardíaco (BERNARDI, et al., 1990), podem também modular a FC durante o

exercício. Segundo Brandão et al. (1993), a velocidade de enchimento e

esvaziamento ventricular esquerdo já no limiar anaeróbio aumentava

significativamente demonstrando que, a partir de um certo ponto do exercício, os

períodos destinados às fases diastólica e sistólica são drasticamente reduzidos. Um

outro ponto pode ter influenciado na resposta cardiorrespiratória, segundo Ichiro et

al. (1998), estaria ligado aos proprioceptores nas articulações e à estimulação do

sistema vestibular para a manutenção do equilíbrio, levando à variação na

freqüência cardíaca em intensidades mais baixas. Essa hipótese é levantada em

virtude de muitos indivíduos não serem habituados a se exercitarem em esteira.

Barros (1996) e Negrão e Barreto (1998), as descargas aferentes das terminações

nervosas, localizadas na musculatura, provocam ações reflexas de ajuste

cardiovascular durante o exercício físico. As possíveis terminações envolvidas

seriam fibras de pequeno diâmetro dos grupos III e IV aferentes originadas na

musculatura, podendo ser ativadas, mecanicamente e/ou metabolicamente, tendo

uma relação com a intensidade e o nível da atividade metabólica na musculatura.

Segundo Negrão e Barreto (1998), durante o exercício físico, terminações nervosas

sensíveis às modificações metabólicas (metabolorreceptores musculares) modulam

o aumento da resposta simpática eferente, desta forma, aumentando a resistência

vascular periférica nas regiões inativas. Ao comparar a resposta da FCRe calculada

pela FCmáxE não observou-se diferença significativa tanto no grupo masculino

quanto no feminino entre a FCRe e a FC medida em todas as intensidades de

treinamento. A presente investigação demonstra que em todas as condições

estudadas, independente da condição física, a prescrição de intensidade de

exercício físico para um programa de condicionamento físico baseada na FCmáxE

Page 111: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

forneceu valores significativamente maiores superestimando assim, a intensidade

adequada de treinamento físico.

Segundo o ACSM (2003), para a maioria dos indivíduos condicionados as

intensidades dentro da variação de 70 a 85% da FCmáx ou de 60 a 80% da FCR são

suficientes para conseguir aprimorar a aptidão cardiorrespiratória. Porém, a relação

entre a intensidade de exercício prescrita de forma indireta, e a intensidade

estabelecida pelos limiares ventilatórios é pouca investigada, ou seja, o quanto os

limites inferiores de prescrição e os superiores propostos pelo ACSM são efetivos

para representar o início da intensificação do metabolismo anaeróbio e o início de

descompensação da acidose metabólica, respectivamente. Baseado nessa

afirmação comparamos o limite inferior da faixa de prescrição de intensidade de

exercício físico prescrito pelo ACSM, ou seja, 60% do VO2máxE, 60% do VO2máx com

o VO2 no LA e 70% da FCmáxE, 70% FCmáxM com a FC no LA, assim como, o limite

superior da faixa de prescrição de intensidade de exercício físico prescrito pelo

ACSM, ou seja, 80% do VO2máxE, 80% do VO2máx com o VO2 no PCR e 85% da

FCmáxE, 85% FCmáxM com a FC no PCR.

Ao comparar o limite inferior de treinabilidade do exercício aeróbio utilizando como

parâmetros 70% da FCmáxE, 70% da FCmáxM e a FCLA, não observou-se diferença

significativa entre esses índices de controle de intensidade do exercício aeróbio no

grupo masculino e no feminino. Rondon et al. (1998), realizaram teste ergoespiro-

métrico progressivo até a exaustão em 47 homens (30 ± 5 anos), divididos em dois

subgrupos, de acordo com a velocidade da esteira durante o teste (4 ou 5 mph) e a

capacidade física medida: baixa condição física e moderada condição física. Eles

observaram que a FC a 70% da FCmáxM e a 70% da FCmáxE apresentou valor

significativamente maior que a FCLA (12 e 15%, respectiva-mente). Esse resultado

contraditório pode ser devido ao tipo protocolo utilizado durante o teste

ergoespirométrico. Foi utilizado nesse estudo o protocolo de rampa, em que não

permite um equilíbrio das respostas cardiorrespiratórias, uma vez que os

incrementos ocorriam a cada 1 minuto. Além disso, a média de idade da amostra

estudada por Rondon et al. (1998), foi de 30 ± 5 anos, enquanto a média de idade de

nosso estudo foi de 23,0 ± 3,4 (sexo masculino) e 21,7 ± 4,0 (sexo feminino), essas

diferenças são fatores relevantes que podem influenciar os resultados. No nosso

Page 112: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

estudo a FC a 70% da FCmáxE foi 3,6% maior no grupo masculino e 3,3% no

feminino, do que a FC no FCLA. Resultado semelhante foi encontrado por Rondon

et al. (1998), em que a FCmáxE foi 3% (4 mph) e 2% (5 mph) maior que os valores da

FCmáxM. A presente investigação demonstra que em todas as condições estudadas

(limite inferior e superior de treinabilidade para prescrição da intensidade do

exercício aeróbio utilizando percentual da freqüência cardíaca), independente da

condição física, a prescrição de intensidade de exercício físico para um programa de

treinamento aeróbio baseada na FCmáxE forneceu valores significativamente maiores

que os valores obtidos a partir da FCmáxM. Vale ressaltar que a FCmáxE apresenta

erros que são ampliados à medida que a idade aumenta.

Ao confrontar o VO2 a 60% do VO2máxE, 60% do VO2máxM com o VO2LA, observou-

se diferença significativa entre esses índices de controle de intensidade do exercício

aeróbio nos grupos masculino e feminino. Os valores de VO2 prescritos

indiretamente superestimam em aproximadamente 36,7% quando se utiliza o VO2 a

60% do VO2máxE, e 17,6% em relação a 60% do VO2máxM no grupo masculino. Já no

grupo feminino os valores de VO2 prescritos indiretamente superestimam em

aproximadamente 66,3% quando se utiliza o VO2 a 60% do VO2máxE e 18% em

relação ao 60% do VO2máxM. O VO2 a 60% do VO2máxE foi 16,3% e 40,9% maior que

o VO2máxM, para o sexo masculino e feminino, respectivamente. Esses resultados

demonstram que a prescrição indireta da intensidade do exercício aeróbio estimado

em 60% do VO2máxE e 60% do VO2máxM predispõe o praticante a uma intensidade de

exercício em que já ocorre uma intensificação do metabolismo anaeróbio, cuja

acidose é compensada pela ativação do sistema tampão e bicarbonato de sódio

(SKINNER; McLELLAN, 1980), principalmente quando se utiliza percentual do

VO2máxE. Durante o exercício dinâmico com aumento progressivo de cargas, o

consumo de oxigênio aumenta linearmente com os incrementos de carga, mas a

concentração de lactato sanguíneo difere pouco da de repouso até intensidade de

40 a 70% do consumo de oxigênio máximo (BANG, 1936; OWLES, 1930). O VO2LA

tanto no grupo masculino quanto no feminino foi atingido em aproximadamente 52%

do VO2máx. Wasserman (1984), tem proposto que, em intensidade de esforço em que

ocorre aumento da concentração de lactato sanguíneo (40 a 70% do VO2máx), a

glicólise anaeróbia seria ativada para suplementar a liberação de energia para a

realização do exercício. Porém, Ribeiro et al. (1986a), Rusko (1986) e Brooks (1986)

Page 113: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

afirmam que, para o organismo como um todo, a glicólise anaeróbia somente

contribui significativamente para a liberação de energia em intensidades acima de

70% do VO2máx.

A concentração sanguínea de lactato variou de 2,7 ± 1,2 a 4,9 ± 2,9 mmol no grupo

masculino a 2,0 ± 0,8 a 3,1 ± 1,5 mmol no grupo feminino durante o exercício

aeróbio contínuo. As respostas metabólicas e ventilatórias ao exercício em estado

de equilíbrio relativo aos limiares estão bem estudadas (WASSERMAN, et al., 1967;

RIBEIRO et al., 1986a; RUSKO et al., 1986). Em intensidades baixas de exercício

prolongado de carga constante, a concentração de lactato sanguíneo aumenta nos

primeiros minutos de esforço, podendo voltar aos valores de repouso conforme o

exercício continua (OWLES, 1930). Em intensidades moderadas, a concentração de

lactato sanguíneo pode manter-se elevada e, durante exercício intenso ocorre um

acúmulo contínuo de lactato no sangue. Hermunsen e Stensvold (1972), observaram

que a porcentagem do VO2máx em que estas alterações nas concentrações de

lactato ocorrem durante o exercício em estado de equilíbrio variava entre diferentes

indivíduos. Em intensidade abaixo do primeiro limiar, a concentração de lactato

sanguíneo varia pouco em relação ao repouso, enquanto a ventilação mantém-se

estável. Em intensidade entre o primeiro e segundo limiar, a concentração

sanguínea de lactato aumenta, porém mantém-se estável ou diminui com a

continuação do exercício. A ventilação também mantém-se estável nestas

intensidades. Em intensidades de esforço acima do segundo limiar, tanto a

concentração de lactato sanguíneo quanto a ventilação aumentam

progressivamente, ocorrendo a fadiga precoce. As respostas cardiovasculares ao

exercício também modificam-se em intensidade acima do ponto que o lactato passa

a acumular no sangue, incluindo maior aumento da pressão arterial (GLEIM et al.,

1984), menor aumento da freqüência cardíaca (CONCONI et al., 1982; RIBEIRO et

al., 1985), fração de ejeção (BOUCHER et al., 1985) e taxa máxima de enchimento

do ventrículo esquerdo (CLAUSELL et al., 1993).

Ao comparar o limite superior de treinabilidade do exercício aeróbio utilizando como

parâmetros 85% da FCmáxE, 85% da FCmáxM e a FCPCR, observou-se diferença

significativa entre esses índices de controle de intensidade do exercício aeróbio no

grupo masculino e feminino. Os valores da FC prescritos indiretamente, ou seja,

Page 114: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

85% da FCmáxE e 85% da FCmáxM, subestimam em aproximadamente 6,5% e 9,1%

respectivamente a FCPCR no grupo masculino, e 5,2% no grupo feminino em

relação a FCmáxM. Não houve diferença significativa entre a FCmáxE e a FCPCR no

grupo feminino. Entretanto, a FC a 85% da FCmáxE foi 2,4% maior no grupo

masculino e 3,6% maior no grupo feminino do que a FCmáxM. O ACSM (2003),

preconiza como limite superior de intensidade para o exercício aeróbio FC a 90% da

FCmáxM. A FC atingida no PCR foi a 89,5% da FCmáxM no grupo feminino e 93% no

grupo masculino. Dessa forma, a prescrição de exercício aeróbio utilizando como

referência 85% da FCmáxE e 85% da FCmáxM, em ambos os grupos, não ultrapassou

o limite de uma acidose metabólica compensada, independente da condição física

do praticante. Apesar de indivíduos no grupo masculino ter atingido valor de lactato

sanguíneo maior do que 4 mmol. Vale ressaltar que exercitar-se a uma mesma

intensidade absoluta de esforço, porém com concentrações mais elevadas de

lactato, pode gerar uma acidose metabólica precoce, e com isso, ocorrer uma menor

utilização de lipídios (RIBEIRO et al., 1986a), maior depleção de glicogênio

(BROOKS, 1986) e fadiga. De acordo com esses princípios fisiológicos, limiares de

lactato e ventilatórios correlacionam-se fortemente com o desempenho físico em

diversos eventos de média e longa duração, constituindo os principais fatores de

previsão para a capacidade para o trabalho prolongado (COYLE et al., 1988).

Não houve diferença significativa ao comparar o VO2 no PCR com o VO2 a 80% do

VO2máxE e o VO2máxM no grupo masculino, porém o VO2 a 80% do VO2máxE foi 16,4%

maior que o VO2 a 80% do VO2máxM. Entretanto, apesar de não haver diferença

significativa o VO2 no PCR foi 6,6% menor que o VO2 a 80% do VO2máxE e 9,2%

maior do que o VO2 a 80% do VO2máxM. Já no grupo feminino, o VO2 a 80% do

VO2máxE foi significativamente 49,8% maior do que o VO2PCR e 40,7% maior do que

o VO2 a 80% do VO2máxM. Não houve diferença significativa entre o VO2PCR e o

VO2 a 80% do VO2máxM, apesar do VO2 no PCR ter sido 6,5% menor que o VO2 a

80% do VO2máxM. Resultado semelhante foi encontrado por Rondon et al. (1998),

onde os indivíduos com moderada condição física não apresentou diferença

significativa entre o VO2 no PCR e o VO2 a 70% do VO2máx. Dessa forma, a

prescrição indireta da intensidade do treinamento aeróbio pelo percentual do

consumo máximo de oxigênio não ultrapassa o limite de uma acidose metabólica

compensada, apesar da prescrição pelo percentual do VO2máxE tende a

Page 115: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

superestimar as respostas metabólicas, principalmente nos indivíduos com menor

condição física.

Page 116: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

8 CONCLUSÃO

O presente estudo teve como finalidade verificar a precisão e a acurácia das

fórmulas do ACSM para determinação da intensidade do treinamento aeróbio e a

comparação entre a determinação indireta da intensidade pelo teste ergométrico

com os limiares ventilatórios. Não foi observado diferença significativa entre o VO2R

e o VO2 consumido na mesma intensidade de trabalho, em ambos os sexos. Porém

os valores do VO2R foram maiores do que o VO2Rm (4,7% no grupo masculino e

7,6% no grupo feminino. Dessa forma, a fórmula do VO2R tende a suprestimar a

intensidade do treinamento, que pode ter grande implicação clínica para indivíduos

sedentários e iniciantes, e principal-mente para portadores de doenças

cardiovasculares. Assim, é necessário utilizar a equação de regressão proposta para

corrigir as distorções da fórmula inicial, e com isso identificar a verdadeira

intensidade de treinamento aeróbio. A FCM durante o exercício aeróbio foi

significativamente maior do que a FCR no grupo masculino nas intensidades de

50%, 60% e 80%. Entretanto, no grupo feminino não foi observado diferença

significativa entre a FCR e a FCM em todas as intensidades. Assim a equação da

freqüência cardíaca de reserva pode subestimar a intensidade de treino no indivíduo

com maior aptidão cardiorrespiratória. Em relação aos limiares mais adequados para

o aumento da aptidão cardiorrespiratória, ou seja, 70 a 85% da FCmáx e 60 a 80% do

VO2máx, de acordo com os resultados pesquisados podemos concluir que: a) não há

diferença significativa entre a FC medida no LA e a FC a 70% da FCmáxE e a 70% da

FCmáxM; b) os valores da FC prescritos indiretamente subestimam em

aproximadamente 6,5% a FC no PCR quando se utiliza a FC a 85% da FCmáxE no

grupo masculino e 9,1% e 5,2% em relação a FC a 85% da FCmáxM nos grupos

masculino e feminino, respectivamente; c) os valores de VO2 prescritos

indiretamente superestimam em aproximadamente 36,7% (grupo masculino) e

66,3% (grupo feminino) quando se utiliza o VO2 a 60% do VO2máxE e 18% em

relação a 60% do VO2máxM comparado com os valores do VO2 no LA; d) não há

diferença significativa entre o VO2 no PCR e o VO2 a 80% do VO2máxM, porém o VO2

no PCR foi aproximadamente 9,2% maior no grupo masculino e 6,5% menor no

grupo feminino. Dessa forma a utilização de fórmulas para determinação indireta da

intensidade do exercício aeróbio deve levar em consideração o nível de condição

Page 117: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

física do praticante, pois as respostas fisiológicas observadas nesse estudo variaram

em função do estado de treinamento e da familiarização do praticante com o

ergômetro. A utilização tanto do VO2máxE quanto da FCmáxE tende a superestimar os

valores encontrados, principalmente nos indivíduos com baixa condição física. O que

pode predispor a acidose metabólica precoce, e com isso causar uma sobrecarga no

sistema cardiovascular. Estes resultados sugerem que as prescrições adequadas

das intensidades para o treinamento aeróbio são mais eficientes e seguras quando

determinada pela ergoespirometria. Pois, esses limiares fornecem de forma não

invasiva e com grande precisão, as intensidades de exercício em que predominam o

metabolismo aeróbio e anaeróbio.

Page 118: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

9 SUGESTÕES PARA ESTUDOS

I. Analisar o comportamento do VO2R e da FCR em outros subgrupos, ou seja,

diferentes faixas etárias, percentual de gordura, estado de saúde e da aptidão

cardiorrespiratória, como forma de desenvolver novas equações e objetivando a

individualização da prescrição adequada da intensidade do exercício aeróbio.

II. Investigar a influencia da economia de movimento da corrida em relação as

respostas da FCmáx e o VO2máx em indivíduos não adaptados e adaptados ao

treinamento em esteira ergométrica.

III. Comparar os limiares de treinabilidade de intensidade de treinamento aeróbio

sugeridos pelo ACSM, com as respostas ventilatórias da ergoespirometria em

diferentes subgrupos (faixa etária, percentual de gordura, estado de saúde e da

aptidão cardiorrespiratória).

IV. Verificar a influência do exercício sem sustentação do peso corporal (ciclismo) na

relação entre o VO2R com o VO2 coletado e entre a FCR com a FC medida em

diferentes intensidades durante o exercício aeróbio contínuo.

Page 119: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

10 REFERÊNCIAS

ACSM Position Stand: The recommended quantity and quality of exercise for

developing and maintaining cardiorespiratory and muscular fitness, and flexibility in

healthy adults. Med Sci Sports Exerc, p. 975-991, 1998.

ACSM, Diretrizes do ACSM para testes de esforço e sua prescrição. 6.ed., Rio

de Janeiro, Guanabara, 2003.

AELLEN, R.; HOLLMANN, W; BOUTELLIER, V. Effects of aerobic and anaerobic

training om plasma lipoproteins. International Journal of Sports Medicine, v. 14, p.

396-400, 1993.

AIRES, M.M. Fisiologia. 2. ed., Rio de Janeiro, Guanabara, 1999.

ANGELOPOULOS, T.J. et al. Endogenous opioids may modulate catecholamine

secretion during high intensity exercise. Eur J Appl Physiol Occup Physiol, v. 70,

p. 195-199, 1995.

ARAÚJO, D.S.M.S; SOARES, C.G. Aptidão física, saúde e qualidade de vida

relacionada à saúde. Ver Brás Méd Esporte, v. 6, p. 194-203, 2000.

ÅSTRAND, P. et al. Textbook of work physiology; physiological bases of exercise.

4a ed, Human Kinetics, 2003.

ÅSTRAND, P.; RODAHL, K. Tratado de fisiologia do exercício. 2. ed., Rio de

Janeiro, Interamericana, 1980.

BANG, O. The lactate content of the blood during and after exercise in man. Scand

Arch Physiol, v. 74 (Suppl), p. 51-52, 1936.

BARBOSA, F.B. Precisão da equação de freqüência cardíaca de reserva na

prescrição de treinamento aeróbio em universitários. 2001. 62 f. Dissertação

(Mestrado em Educação Física) – Programa de Pós-Graduação em Educação

Física, Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2001.

BARBOSA, O.; SOBRAL FILHO, D.C. Uma nova proposta para orientar a velocidade

e inclinação no protocolo em rampa na esteira ergométrica. Arq Bras Cardiol, v. 81,

p. 42-47, 2003.

BARROS, T.L.N. Função cardiorrespiratória no exercício. São Paulo, Atheneu,

1996.

BELMAN, M.J.; GAESSER, G.A. Exercise training below and above the lactate

threshold in the elderly. Med Sci Sports Exerc, v. 23, p. 562-568, 1991.

Page 120: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

BENNETT, T.; et al. Post-exercise reduction of blood pressure in hypertensive men

is not due to acute impairment of barroreflex function. Clin Sci, v. 67, p. 97-103,

1984.

BERNARDI, L. et al. Evidence for an intrinsic mechanism regulating heart rate

variability in the transplanted and the intact heart during submaximal dynamic

exercise? Cardiovasc Res, v. 24, p. 968-981, 1990.

BIJNEN, F.C.H.; CASPERSEN, C.; MOSTERD, W.L. Physical inactivity as a risk

factor for coronary heart disease: a WHO and International Society and Federation of

Cardiology position statement. Bull World Health Organization, v. 72, p. 1-4, 1994.

BILLAT, V. et al. Hipoxémie et temps limite à la vitesse aérobie maximale chez des

coureurs de fond. Can J Appl Physiol, v. 20, p. 102-111, 1995.

BLAIR, S.N.; et al. Physical fitness and all-cause mortality. A prospective study of

healthy men and women. JAMA, v. 262, p. 2395-2401, 1989.

BLAIR, S.N.; KOHL, H.W.; BARLOW, C.E.; PAFFENBARGER, R.S.Jr; GIBBONS,

L.W.; MACERA, C.A. Changes in physical fitness and all-cause mortality: a

prospective study of healthy and unhealthy men. JAMA, v. 273, p. 1093-1098, 1995.

BOUCHARD, C; SHEPHARD, R.J.; STEPHENS, T.; SUTTON, J.R.; McPHERSON,

B.D. Exercise, fitness, and health: the consensus statement. In: Bouchard C,

Shephard RJ, Stephens T, Sutton JR, McPherson BD (org.) Exercise, Fitness, and

Health: A Consensus of Current Knowledge. Champaign, Human Kinetics, p. 3-28,

1990.

BOUCHER, C.A. et al. Left ventricular function before and after reaching the

anaerobic threshold. Chest, v. 87, p. 145-150, 1985.

BRANDÃO, M.U.P. et al. Left ventricular function dynamic exercise in untrained and

moderately trained subjects. J Appl Physiol, v. 75, p. 1989-1995, 1993.

BRAWNER, C.A.; KETEYLAN, S.J.; EHRMAN, J.K. The relationship of heart rate

reserve to VO2 reserve in patients with heart disease. Med Sci Sports Exerc, v. 34,

p. 418-422, 2002.

BREUER, H.W.M. et al. Heart rate variability and circulating catecholamine during

steady state exercise in healthy volunteers. Br Heart J, v. 70, p. 144-149, 1993.

BROOKS, G.A. Current concepts in lactate exchange. Med Sci Sports Exerc, v. 23,

p. 895-906, 1991.

BROOKS, G.A. Lactate production under fully aerobic conditions: the lactate shuttle

during rest and exercise. Fed. Poc, v. 45, p. 2924-2929, 1986.

Page 121: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

BROOKS, G.A. Lactate production under fully aerobic conditions: the lactate shuttle

during rest and exercise. Fed Proc, v. 45, p. 2924-2929, 1986.

BROOKS, G.A.; GAESSER, G.A. End point of lactate and glucose metabolism after

exhausting exercise. J.Appl.Physiol, v. 49, p. 1057-1069, 1980.

BROWN, N.; MELVILLE, M.; GRAY, D.; YOUNG, T.; MUNRO, J.; SKENE, A.M.; et

al. Quality of life four years after acute myocardial infarction: short form-36 scores

compared with a normal population. Heart, v. 81, p. 32-358, 1999.

BRUM, P.C. et al. Adaptações agudas e crônicas do exercício físico no sistema

cardiovascular. Revista Paulista de Educação Física, v. 18, p. 21-31, 2004.

BRUM, P.C. et al. Exercise training increases barorecptor gain-sensitivy in normal

and hypertensive rats. Hypertension, v. 36, p. 1018-1022, 2000.

CAPUTO, F. et al. Indexes of power and aerobic capacity obtained in cycle

ergometry and treadmill running: comparisons between sedentary, runners, cyclists

and triathletes. Rev Bras Med Esporte, v. 25, p. 1077-1081, 2003.

CASPERSEN, C.J.; POWELL, K.F.; CHRISTENSON, G.M. Physical activity, exercise

and physical fitness: definitions and distinctions for health-related research. Public

Health Rep, v. 100, p. 100-126, 1985.

CERVATO, A.M.; MAZZILI, R.N.; MARUCCI, M.F. Dieta habitual e fatores de risco

para doenças cardiovasculares. Rev de Saúde Pública, v. 31, n. 3, p. 227-235,

1997.

CLAUSELL, N.; LUDWIG, E.; NARRO, F.; RIBEIRO, J.P. Response of left ventricular

diastolic filling to graded exercise relative to the lactate threshold. Eur J Appl

Physiol, v. 67, p. 222-225, 1993.

CONCONI, F. et al. Determination of the anaerobic threshold by non invasive field

test for runners. J Appl Physiol, v. 52, p. 869-873, 1982.

CONNETT, R.J.; GAYESKI, T.E.J.; HONING, C.R. Energy sources in fully aerobic

rest-work transitions: a new role for glycolysis. Am.J.Physiol, H922-H29, 1985.

CONVERTINO, V.A. et al. Elevated central venous pressure: A consequence of

exercise training induced hypervolemia? Am J Physiol, v. 260, p. R273-R277, 1991.

COPLAN, N.L.; GILBERT, W.; NICHOLAS, J.A. Using exercise respiratory

measusrements to compare methods of exercise prescription. Am J. Cardiol. v. 58,

n. 9, p. 832-836, 1986.

Page 122: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

COPLAN, N.L.; GLEIM, G.W.; NICHOLAS, J.A. Evaluation of 85% predicted maximal

heart rate and end point for diagnostic exercise testing. Am Heart J., V. 122, p.

1790-1791, 1991.

COSTA, R.F. Composição corporal: teoria e prática da avaliação. 1. ed., São

Paulo, Manole, 2001.

COVINSKY, K.E.; WU, A.W.; LANDFELD, C.S.; CONNORS, A.F.Jr; PHILLIPS, R.S.;

TSEVAT, J.; et al. Health status versus quality of life in older patients: does the

distinction matter? Am J Med, v. 106, p. 435440, 1999.

COYLE, E.F. et al. Physiological factors determining endurance performance ability.

Exerc Sport Sci Rev, v. 23, p. 25-63, 1995.

COYLE, E.F.; COGGIN, A.R.; HOPPER, M.K.; WALTERS, T.J. Determinants of

endurance in well framed cychsts. J Appl Physiol, v. 64, p. 2622-2630, 1988.

COYLE, E.F.; GONZÁLEZ-ALONSO, J. Cardiovascular drift during prolonged

exercise: new perspectives. Exercise Sports Sci Rev, v. 29, p. 88-92, 2001.

CRAMER, J.A.; SPILKER, B. Quality of Life and Pharmacoeconomics: An

Introduction. Philadelphia: Lippincott-Raven, 1998.

CURL, W.W. Aging and exercise: are they compatible in women? Clin Orthop, v.

372, p. 151-158, 2000.

DAVIES, S.T.; et al. Effect of respiratory alkalosis during exercise on blood lactate. J

Appl Physiol, v. 61, p. 948-52, 1986.

DAVIS, J.A. Anaerobic threshold: reviw at the concept and directions for future

research. Med. Sci. Sports Exerc., v. 17, p. 6-18, 1985.

DAVIS, J.A.; FRANK, M.H.; WHIPP, B.J.; WASSERMAN, K. Anaerobic threshold

alteration caused by endurance training in middle-aged men. J. Appl. Physiol., v.

46, p. 1039-1046, 1979.

DENADAI, B.S. Avaliação aeróbia: determinação indireta da resposta do lactato

sanguíneo. 1. ed., Rio Claro, Motrix, 2000.

DENADAI, B.S. Índices fisiológicos de avaliação aeróbia: conceitos e aplicações.

1. ed., Ribeirão Preto, B.S.D., 1999.

DENADAI, B.S. Limiar anaeróbio considerações fisiológicas e metodológicas.

Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, v. 1, n. 2, p. 74-88, 1995.

DENADAI, B.S.; BALIKIAN, P.J. Relação entre limiar anaeróbio e performance no

short triathlon. Revista Paulista de Educação Física, v. 9, p. 10-15 , 1995.

DEVLIN, T.M. Textbook of Biochemistry, Wiley-Liss ed. 4a ed, 1997.

Page 123: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

DUBOC, D. et al. In situ NADH laser fluorimetry of rat fast and slow twitch muscles

during tetanus. J.Appl.Physiol, v. 64, p. 2692-2695, 1988.

DUGMORE, L.D.; TIPSON, R.J.; PHILLIPS, M.H.; FLINT, F.J.; STENTIFORD, N.H.;

BONE, M.F.; et al. Changes in cardiorespiratory fitness, psychological wellbeing,

quality of life, and vocational status following a 12-month cardiac exercise

rehabilitation programme. Heart, v. 81, p. 359-366, 1999.

DUNN, A.L. et al. Comparison of lifestyle and structured interventions to increase

physical activity and cardiorespiratory fitness.: A randomized trial. JAMA, v. 281, p.

327-334, 1999.

EKBLOM, B. et al. Physical training, bradycardia and autonomic nervous system.

Scand J Clin Lab Invest, v. 32, p. 251-256, 1973.

FARDY, P.S.; ILMARINEN, J. Evaluating the effects and feasibility of on at work

stairclimbing intervention program for men. Med Sci Sports, v. 7, p. 91-97, 1975.

FARDY, P.S.;HRITZ, M.G.; HELLERSTEIN, H.K. Cardiac responses during women’s

intercollegiate volleyball and physical fitness changes from a season of competition.

J. Sports Med Phys Fitness, v. 16, p. 291-298, 1976.

FARREL, S.W.; YVY, J.L. Lactate acidosis and the increase in VE/VO2 during

incremental exercise. J Appl Physiol, v. 62, p. 1551-1555, 1987.

FARRELL, P.A.; WILMORE, J.H.; COYE, E.F.; BILLING, J.E.; COSTILL, D.L. Plasma

lactate accumulation and distance running performance. Med. Sci. Sports Exerc., v.

11, p. 338-344,1979.

FERNANDES, J.F. A prática da avaliação física. 2ª edição, Rio de Janeiro, Shape,

2003.

FERREIRA, A.B.H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 1. ed., Rio de Janeiro,

Nova Fronteira, 1982.

FISBERG, R.M.; STELLA, R.H.; LATORRE, M.R.D.O. Perfil lipídico de estudantes de

nutrição e a sua associação com atores de risco para doenças cardiovasculares. Arq

Bras Cardiol, v, 76, n. 2, p. 137-142, 2001.

FLECK, S.J., KRAEMER, W.J. Designing resistence training programs. Human

kinetics, 2.ª ed. 1997.

FLETCHER, G.F. How to implement physical activity in primary and secondary

prevention: a statement for healthcare professionals from the Task Force on Risk

Reduction, American Heart Association. Circulation, v. 96, p. 355-357, 1997.

Page 124: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

FLETCHER, G.F.; BALADY, G.; BLAIR, S.N.; BLUMENTHAL, J.; CASPERSEN, C.;

CHAITMAN, B.; et al. Statement on exercise: benefits and recommendation for

physical activity programs for all Americans. Circulation, v. 94, p. 857-862, 1996.

FORJAZ, C.L. et al. Exercício físico regular e seus benefícios para o coração.

Âmbito Medicina Esportiva, v.4, p. 30-38, 1998.

FORJAZ, C.L. et al. Factors affecting post-exercise hypotension in normotensive and

hypertensive humans. Blood Press Monit, v. 5, p. 255-262, 2000.

FUSTER V.; BADIMON L.; BADIMON J.J.; et al. The pathogenesis of coronary artery

disease and the acute coronary syndromes. N Engl J Med, v. 326, p. 242-250, p.

310-318, 1992.

GAERTNER, P.H.; FIROR, W.B.; EDOUARD, L.I. Physical inactivity among

physicians. Can Med Assoc J., v. 144, p. 1253-1256, 1991.

GAESSER, G.A.; BROOKS, G.A. Metabolic bases of the excess post exercise

oxygen consumpition : a review. Med Sci Sports Exercise, v. 16, p. 29-43, 1984.

GAESSER, G.A.; POOLE, D.C.; GARDER, B.P. Dissociation between VO2 max and

ventilatory threshold responses to endurance training. Eur J Appl Physiol, v. 53, p.

242-247, 1985.

GAVA, N.S. et a. Low-intensity exercise training attenuates cardiac beta-adrenergic

tone during exercise in spontaneously hypertensive rats. Hypertension, v. 26, p.

1129-1133 1995.

GLEIM, G.W. et al. Plasma osmolality volume and rennin activity at the anaerobic

threshold. J Appl Physiol, v. 54, p. 57-63, 1984.

GOLDSMITH, R. et al. Comparison of 24-hour parasympathetic activity in endurance-

trained and untrained young men. J Am Coll Cardiol, v. 20, p. 552-558, 1992.

GOLLNICK, P.D.; et al. Of skeletal muscle oxidative enzyme enhancement with

endurance raining. Clinical Physiology, v. 2, p. 1-12, 1982.

GONÇALVES, A.; GONÇALVES, N.N.S. Saúde e doença – conceitos básicos.

Revista Brasileira de Ciência e Movimento, n. 2, v. 2, p. 48-56, 1998.

GORDON, P.M. et al. The acute effects of exercise intensity on HDL-C metabolism.

Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 26, p. 671-677, 1994.

GRAHAM, T. Oxygen delivery and blood and muscle lactate changes during

muscular activity. Can J Sports Sci, v. 3, p. 153-159, 1978.

GREEN, H.J.; HUGHSON, R.L. Anaerobic threshold, blood lactate and muscle

metabolism in progressive exercise. J Appl Physiol, v. 54, p. 1032-1038, 1983.

Page 125: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

GUEDES, D.P. Atividade física, aptidão física e saúde. In: Carvalho T, Guedes

DP, Silva JG (orgs.). Orientações Básicas sobre Atividade Física e Saúde para

Profissionais das Áreas de Educação e Saúde. Brasília: Ministério da Saúde e

Ministério da Educação e do Desporto, 1996.

GUEZENNEC, C.Y. et al. In situ NADH laser fluorimetry during muscle contraction in

humans. Eur.J.Appl.Physiol, v. 63, p. 36-42, 1991.

HAGBERG, J.M. et al. The role of exercise training in the treatment of hypertension:

an update. Sports Med, v. 30, 193-206, 2000.

HAGBERG, J.M. The physiological implications of the lactate threshold. Int J Sports

Med, v. 5, p. 106-109, 1984.

HAGBERG, J.M.; BROWN, M.D. Does exercise training play a role in the treatment

of essential hypertension? J Cardiovasc Risk, v. 2, p. 296-302, 1995.

HALBERT, J.A.; SILAGY, C.A.; FINUCANE, P. The effectiveness of exercise training

in lowering blood pressure: a meta-analysis of randomized controlled trials of 4

weeks or longer. J Hum Hypertens, v. 11, p. 641-649, 1997.

HAMBRECHT, R.; NIEBAUER, J.; MARBURGER, C.; et al. Various intensities of

leisure time physical activity in patients with coronary artery disese: Effects on

cardiorespiratory fitness and progression of coronary atherosclerotic lesions. J Am

Coll Cardiol, v. 22, p. 468-477, 1993.

HARGREAVES, M. Exercise metabolism. ed. Human Kinetics Publishers, inc. ,

1995.

HEIGENHAUSER, G.J.F.; SUTTON, J.R.; JONES, N. Effect of glycogen depletion on

the ventilatory response exercise. J Appl Physiol, v.54, p. 470-474, 1983.

HELLERSTEIN, H.K. et al. Principles of exercise prescription for normals and

cardiac subjects. In Exercise testing and exercise training in coronary heart

disease. Edited by J.P. Naughton, H.K. Hellerstein, and I.C. Mohler, Orlando, Fla,

Academic Press, 1973.

HERMUMSEN, L.; STENSVOLD, I. Production and removal of lactate during

exercise in man. Acta Physiol Scand, v. 86, p. 191-201, 1972.

HERRERA, B.J. Areas funcionales de entrenamiento, formação continuada.

Archivos de Medicina del Depuorte, XV, v. 63, p. 61-63, 1998.

HOLLOSZY, J.O.; SCHULTZ, J.; KUSNIERKIEWICZ, J.; et al. Effects of exercise on

glucose tolerance and insulin resistance. Acta Med Scand, v. 711 (Suppl), p. 55-65,

1986.

Page 126: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

HUGHES, E.F.; TUMER, S.C.; BROOKS, G. Effect of glycogen depletion and

pedaling speed on anaerobic thereshold. J Appl Physiol, v. 52, p. 1598-1609, 1982.

HUGHSON, R.L.; GREEN, H.J. Blood acid-base and lactate relationships studied by

ramp work tests. Med. Sci. Sports Exerc., v. 14, p. 297-302, 1982.

HUGSON, R.L.; GREEN, H.J. Blood acid base and lactate relatioships studied by

ramp work tests. Med Sci Sports Exercise, v. 14, p. 297-302, 1985.

ICHIRO, K.S.; RYUSHI, M.T.; AIHARA, T.; ARITA, H. Dynamics of human

cardiorespiratory responses to standing on one leg with eyes closed. Eur J Physiol,

v. 77, p. 60-65, 1998.

JÖBSIS, F.F.; STAINSBY, W.N. Oxidation of NADH during contractions of circulated

mammaliam skeletal muscle. Resp.Physiol, v. 4, p. 292-300, 1968.

JOHNSON, J.M.; BALLIN, S.D. Surgeon general’s report on physical activity and

health is hailed as a historic step toward a healthier nation. Circulation, v. 94, p. 20-

45, 1996.

JONES, D.A.; RUTHERFORD, O.M.; PARKER, D.F. Physiological changes in

skeletal muscle as a result of strenght training. Q. J. Exp. Physiol, v. 74, p. 233-56,

1989.

JONES, T.F.; EATON, C.B. Exercise prescription. Am Fam Physician, 52 (2): 543-

50, 553-5, 1995.

KARVONEN M.J.; KENTAL, E.; MUSTALA, O. The effects of on heart rate a

longitudinal study. Ann Med Exp Bio Fenn, v. 35, p. 307-315, 1957.

KATZ, A., SAHLIN, K. Regulation of lactic acid production during exercise. J. Appl.

Physiol, v. 65, p. 509-518, 1988.

KAUFMAN, F.L. et l. Effect of exercise on recovery blood pressure in normotensive

and hypertensive subjets. Med Sci Sports Exerc, v. 19, p. 17-20, 1987.

KINDERMANN, W. et al. The significance of the aerobic-anaerobic transition for

determination of work load intensities during endurance training. Eur J. Appl.

Physiol, v. 42, p. 25-34, 1979.

KOWALCHUCK, J.M.; HEIGENHAUSER, G.J.; JONES, N. Effect of pH on

metabolism and cardiorespiratory responses during progressive exercise. J Appl

Physiol, v. 57, p. 1558-1563, 1984.

KRAMSCH, D.M.; ASPEN, A.J.; ABRAMOWITZ, B.M.; et al. Reduction of coronary

atherosclerosis by moderate conditioning exercise in monkeys on an atherogenic

diet. N Engl J Med, v. 305, p. 1483-1489, 1981.

Page 127: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

LEE, I.M.; HSIEH, C.C.; PAFFENBARGER, R.S. Exercise intensity and longevity in

men. The Harvad Alumni Health Study. JAMA, v.19, p. 1179-1184, 1995.

LEE, I.M.; PAFFENBARGER, R.S.; HENNEKENS, C.H. Physical activity, physical

fitness and longevity. Aging , v. 9, (2), p.2-11, 1997.

LEITE, P.F. Manual de cardiologia desportiva, exercício e o coração. 1ª edição,

Belo Horizonte, Livraria e Editora Saúde Ltda (Health), 1997.

LEWIS, S.F. et al. Non-autonomic component in bradycardia of endurance trained

men at rest and during exercise. Acta Physiol Scand, v. 109, p. 297-305, 1980.

LINNARSON, D.; KARLSSON, J.; FAGRAEUS, N.; SALTIN, B. Muscle metabolites

and oxygen deficit with exercise inhypoxia and hyperoxia. J.Appl.Physiol, v. 36, p.

399-402, 1974.

LODEREE, B.R.; AMES, A.S. Trend analysis of the %VO2max-HR regression.

Medicine and Science in Sport, v. 8, p. 122-125, 1976.

LODEREE, B.R. et al. %VO2máx versus %HRmax regression for six modes of

exercise. Med Sci Sports Exrc, v. 27, p. 458-461, 1995.

LOUDMANN, J. Medicina não é saúde. As verdadeiras causas da doença e da

morte. 1ª edição, Rio de Janeiro, Achimé, 1983.

MACRAE, H.S.; DENNIS, S.; BOSCH,A. N.; NOAKES, T.D. Effects of training on

lactate production and removal during progressive exercise in humans.

J.Appl.Physiol, v. 72, p. 1649-1656, 1992.

MAYER-DAVIS, E.J.; D”AGOSTINO R. Jr; KARTER, A.J.; et al. Intensity and amount

of physical activity in relation to insulin sensitivity: The insulin resistance

atherosclerosis study. JAMA, v. 279, p. 666-674, 1998.

MAZZEO, R.S., MARSHALL. P. Influence of plasma catecholamine on the lactate

thrshold during graded exercise. J.Apll.Physiol, v. 67, p.1319-1322, 1989.

McARDLE, W.D.; KATCH, F.I.; KATCH, V.L. Fisiologia do exercício, energia,

nutrição e desempenho humano. 5ª edição, Rio de Janeiro, Guanabara, 2003.

MCARDLE, W.P.; KATCH, F.I.; KATCH, V.L. Exercise physiology, energy,

nutrition and humam performance. Williams&Wilkins, 4.ª ed, 1996.

MELLO, M.T.; FERNANDEZ, A.C.; TUFIK, S. Levantamento epidemiológico da

prática de atividade física na cidade de São Paulo. Rev Bras Med Esporte, v. 6, p.

119-124, 2000.

Page 128: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

MEYER, T.; GABRIEL, H.H.W.; KINDERMANN, W. Is determination of exercise

intensites as percentages of VO2max or Hrmax adequate? Med Sci Sports Exerc, v.

31, n. 9, 1342-1345, 1999.

MIKKO, P.T. et al. Vagal modulation of heart rate during exercise: effects of age and

physical fitness. Am J Physiol, v. 274, p. H424-H429, 1998.

MILLER, W.C.; WALLACE, J.P.; EGGERT, K.E. Predictng max HR and the HR VO2

relationship for exercise prescription in obesity. Med Sci Sports Exerc. v. 25, p.

1077-1081, 1993.

MOLINARI, B. Avaliação médica e física para atletas e praticantes de atividade

física. 1ª edição, São Paulo, Editora Roca, 2000.

MONTOYE, H.T. et al. The oxygen requirement for horizontal and grade walking on a

motor driven treadmill. Med Sci Sports Exerc, v. 17, p. 640-645, 1985.

MORGAN, D.W. et al. Variability in running economy and mechanics among trained

male runners. Med Sci Sports Exerc, v. 23, p. 378-383, 1991.

MORITANI, T.; TAKAISHI, T.; MATSUMOTO, T. Determination of maximal power

output at neuromuscular fatigue threshold. J.Appl.Physiol, v. 74, p. 1729-34, 1993.

MOSTOUFI-MOAB, S. et al. Forearm training reduces the exercise pressor reflex

during ischemic rhythmic handgrip. J Appl Physiol, v. 84, p. 277-283, 1998.

MYERS J.M.C.K.; et al. Nomogram based on metaboic equivalents and age for

assessing aerobic exercise capacity in men J Am Coll Cardiol, v. 22, n. 1, p. 175-

182, 1993.

MYERS, J.; et al. Comparison of the ramp versus Standard exercise protocols. J Am

Coll Cardiol, v. 17, p. 1334-1342, 1991.

NAHAS, M.V. Atividade física como fator de qualidade de vida. Memórias do

Congresso Mundial de Educação Física – AIESEP, p. 361-368, 1997.

NEGRÃO, C.E. et al. Vagal and sympathetic controls of the heart rate during

exercise in sedentary and trained rats. Brazilian Journal of Medical and Biological

Research, v. 25, p. 1045-1052, 1999a.

NEGRÃO, C.E. et al. Vagal function impairment after exercise training. Journal of

Applied Physiology, v. 72, p. 1749-1753, 1999b.

NEGRÃO, C.E.; BARRETO, A.C.P. Cardiologia do exercício: do atleta ao

cardiopata. São Paulo, Manole, 2005.

Page 129: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

NEGRÃO, C.E.; BARRETO, A.C.P. Efeito do treinamento físico na insuficiência

cardíaca: implicações autonômicas, hemodinâmicas e metabólicas. Rev SOCESP, v.

8, p. 273-284, 1998.

NIEMAN, D.C. et al. Physical activity and serum lipids and lipoproteins in elderly

women. Journal Amerian of Society Ger, v, 41, p. 1339-1344, 1993.

NIEMAN, D.C. Exercício e saúde. 1ª ed., São Paulo, Manole, 1999.

NIEMAN, D.C. The immune response to prolonged cardiorespiratory exercise.

American Journal of Sports Medicine, v. 24, S98-S103, 1996.

OVERTON, J.M. et al. Reductions in blood pressure after acute exercise by

hypertensive rats. J Appl Physiol, v. 64, p. 748-752, 1988.

OWLES, W.H. Alterations in the lactic acid content of the blood as a result of light

exercise and associated changes in the CO2 combining power of the blood and in the

alveolar CO2 pressure. J. Physiol, v. 69, p. 214-237, 1930.

PAFFENBARGER, R.S.; LEE, I.M. Physical activity and fitness for health and

longevity. Rev Q Exer Sport, v. 67 (3 Suppl), S 11-28, 1996.

PAFFENBARGER, R.S.Jr. Forty years of progress: physical activity, health, and

fitness. In: American College of Sports Medicine 40th Anniversary Lectures, 1994.

PATE, R.R. The evolving definition of physical fitness. Quest, v. 40, p. 174-179,1988.

Pelliccia, A. et al. The upper limit of physiologic cardiac hypertrophy in highly trained elite athletes. N. Engl. J. Méd, v. 324, p. 295-301, 1991. Peronnet, J. et al. Skeletal muscle and cardiac changes with training in patients with

angina pectoris. Am J Physiol Heart Circ Physiol,; v. 243 p. H830-H836, 1982.

PINOTTI, J. A doença da saúde: por uma política da saúde no Brasil. 1ª edição,

Campinas, Unicamp 1984.

PODOLIN, D.A.; MUNGER, P.A.; MAZZEO, R.S. Plasma catecholamines and lactate

response during graded exercise with varied glycogen conditions. J.Appl.Physiol, v.

71, p. 1427-33, 1991.

POLLOCK, M.L.; WILMORE, J.H. Exercício na saúde e na doença: avaliação e

prescrição para prevenção e reabilitação. 2. ed., Rio de Janeiro, Medsi, 1993.

POWERS, S.K.; HOWLEY, E.T. Fisiologia o exercício: teoria e aplicação ao

condicionamento físico e ao desempenho. 3ª edição, São Paulo, Manole, 2000.

RABELO, L.M.; VIANA, R.M.; FISBERG, M. Fatores de risco para doenças

aterosclerótica em estudantes de uma Universidade Privada de São Paulo – Brasil.

Arq Bra Cardiol, v. 72, p. 569-574, 1999.

Page 130: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

REJESKI, W.J.; BRAWLEY, L.R.; SHUMAKER, S.A. Physical activity and

healthrelated quality of life. Exerc Sport Sci Rev, v. 24, p. 71-108, 1996.

RIBEIRO, J.P. et al. Effect of different incremental exercise protocols on the

determination of lactate and ventilatory thresholds. Braz J Med Biol Res, v.19, p.

109-117, 1986b.

RIBEIRO, J.P. et al. Heart rate break point may coincide with the anaerobic and not

the aerobic threshold. Int J Sports Med, v. 6, p. 220-224, 1985.

RIBEIRO, J.P. et al. Metabolic and ventilatory responses to steady state execise

relative to lactate thresholds. Eur J Appl Phisiol, v. 55, p. 215-221, 1986a.

RIBEIRO, J.P. Limiares metabólicos e ventilatórios durante o exercício. Arq Bras

Cardiol., v. 64, p. 171-181, 1995.

RIMOLDI O.; et al. Analysis of neural mechanisms accompanying different intensities

of dynamic exercise. Chest, v. 10 (suppl), p. 226-230, 1992.

ROBERGS, R.A; ROBERTS, S.O. Exercise physiology, exercise, performance

and clinical applicatons. 1. ed., Mosby-Yaer book, Inc, 1997.

RONDON, M.U.P.B et al. Comparação entre a prescrição da intensidade de

treinamento físico baseada na avaliação ergométrica convencional e na

ergoespirometria. Arq Bras Cardiol, v. 70, p. 159-166, 1998.

RONDON, M.U.P.B. et al. Comparação entre a prescrição de intensidade de

treinamento físico baseada na avaliação ergométrica convencional e na

ergospirométrica. Arq Bras Cardiol, v. 70, n. 3, p. 159-166, 1998.

RONDON, M.U.P.B. et al. Comparação entre a prescrição de treinamento físico

baseada na avaliação ergométrica convencional e na ergoespirometria. Arq.

Brasileiro de Cardiologia, v. 70, n. 3, p. 159-166, 1998.

ROWELL, L.B.; BRENGELMANN, G.L.; BACKNON, J.R.; TWISS, R.D.; KUSUMI, F.

Splanchnic blood flow and metabolism in heat-stressed humans. J. Appl. Physiol.,

v. 24, p. 475-484, 1968.

ROWELL, L.B.; SHEPHERD, J.T. Handbook of Physiology, Section12: Exercise:

Regulation and integration of multipli systems. Oxford University Press, p.616-648,

1996.

ROWELL, L.B.; TAYLOR, H.L.; WANG, Y. Limitations to prediction of maximal

oxygen intake. J Appl Physiol, v. 19, n. 5, p. 919-927, 1964.

Page 131: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

RUIZ, A.; SHERMAN, N.W. An evaluation of the accuracy of the American College of

Sports Medicine metabolic equation for estimating the oxygen cost of running. J

Strength Cond Res, v. 13, p. 219-223, 1999.

RUSKO, H.; et al. Muscle metabolism, blood lactate and oxygen uptake in steady

state exercise at aerobic and anaerobic thresholds. Eur J Appl Phisiol, v. 55, p.

181-186, 1986.

SACKNOFF, D.M. et al. Effect of athletic training on heart rate variability. J App

Physiol, v. 127, p. 1275-1278, 1994.

SALLES, A.F.; BARROS,T.N.; MARTINEZ, E.E. Respostas cardiorrespiratórias

durante exercício em portadores de transplante cardíaco. Análise ergoespirométri-ca

comparativa com indivíduos normais. Arq. Brasileiro de Cardiologia, v. 70, n.1, p.

15-18, 1998.

SALLES, A.F.; OLIVEIRA, J.A. Adaptações ao exercício pós-transplante cardíaco.

Arq. Brasileiro de Cardiologia, v. 75, n. 1, p. 79-84, 2000.

SALTIN, B. Cardiovascular and pulmonary adaptation to physical activity, in

Bouchard C, Shephard RJ, Stephens T, et al (eds): Exercise, Fitness, and Health: A

Consensus of Current Knowledge. Champaigan IL: Human Kinetics Books, 1990, p.

187-203.

SALTIN, B.; BLOMQVIST, G.; MITCHELL, J.H.; JOHNSON, R.L.Jr; WILDENTHAL,

K.; CHAPMAN, C.B. Response after bed rest and after training. Circulation, v.38 (5

suppl), p. 1-7, 1968.

SESSA, W.C. et al. Chronic exercise in dogs increases coronary vascular nitric oxide

production and endothelial cell nitric synthase gene expression. Circ Res, v. 74, p.

349-353, 1994.

SHEPHARD, R.J.; ASTRAND, P.-O. Endurance in sport. The encyclopaedia of

sports medicine, COI, 1992.

SHEPHARD, R.J.; BALADY, G. Exercise as cardiovascular therapy. Circulation, v.

99, p. 963-972, 1999.

SHYU, B.C.; THOREN, P. Circulatory events following spontaneous muscle exercise

in normotensive and hypertensive rats. Acta Physiol Scand, v. 128, p. 515-524,

1986.

SILVA, P.R.S.; YAZBEK, P.J.; BASTTISTELA, L.R. Ergoespirometria computadori-

zada ou calorimetria indireta: Um método não-invasivo de crescente valorização na

Page 132: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

avaliação cardiorrespiratória ao exercício, parte II. Âmbito Medicina Desportiva, v.

30, n. 3, p. 19-32, 1997.

SILVEIRA, J.R.; MARTINS, R.C.A.; DANTAS, E.H.M. Os efeitos da atividade física

na prevenção da hipertensão. Rev Bras Med Esporte, v. 5, n. 2, p. 66-72, 1999.

SKINNER, J.S.; McLELLAN, T.H. The transition from aerobic to anaerobic

metabolism. Res Quarterly Exrerc Sport, v. 51, p. 234-248, 1980.

SKINNER, J.S.; MCLELLAN, W. The transmition from aerobic to anaerobic exercise.

Res Quart, v. 49, p. 351-362, 1980.

SPINA, R.J. et al. Exercise training prevents decline in stroke volume during exercise

in young healthy subjects. J Appl Physiol, v. 72, p. 2458-2462, 1992.

STAINSBY, W.N. , BROOKS, G.A. Control of lactate metabolism in contracting

muscles and during exercise. Exercise and sports sciences reviews, Williams &

Wilkins,Baltimore, 1990

SWAIN, D.P. VO2 reserve: A new method for exercise prescription. ACSM Health &

Fitness Jornal, v. 3, n. 5, p. 10-13, 1999.

SWAIN, D.P.; LEUTHOLTZ, B.C. Heart rate reserve is equivalet to %VO2 reserve,

not to %VO2max. Med Sci Sports Exerc, v. 29, n. 3, p. 410-414, 1997.

SWAIN, D.P.; LEUTHOLTZ, B.C.; BRANCH, J.D. Relationship between % heart rate

reserve and % VO2 reserve in treadmil exercise. Med Sci Sports Exerc, v. 30, p.

318-321, 1998.

SWAIN et al. Target heart rates for the development of cardiorrespiratory fitness.

Med Sci Sports Exerc, v. 26, p. 112-116, 1994.

TAYLOR, H.L.; HASKELL, W.; FOX, SM.; BLACKBUM, H. Exercise tests: a

summary of procedures and concepts of stress testing for cardiovascular

diagnosis electrocardiography. In Measurement in exercise electrocardiography.

Edited by H. Blackbum, Springfield III, Charles C. Thomas, 1969.

TESCH, P.; DANIELS, W.L.; SHARP, D.S. Lactate accumulation in muscle and blood

during submaximal exercise. Acta Phisiol Scand, v. 114, p. 441-446, 1982.

TIRNAY, S.; DUJARDIN, J.; DEROANNE, R.; PETIT, J.M. Muscular exercise during

intoxication by carbon monoxide. J.Appl.Physiol, v. 31, p. 573-575, 1971.

TULPPO, M.P. et al. Vagal modulation of heart rate during exercise: effects of age

and physical fitness. Am J Physiol, v. 274, p. H424-H429, 1998.

Page 133: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

VÉRAS-SILVA, A.S. et al. Low-intensity exercise training decreases cardiac output

and hypertension in spontaneously hypertensive rats. American Journal of

Physiology: Heart and Circulatory Physiology, v. 273, p. H2627-H2631, 1997.

VILLENEUVE, P.J.; MORRISON, H.I.; CRAIG, C.L.; SCHAUBEL, D.E. Physical

activity, physical fitness, and risk of dying. Epidemiology, v. 9, p. 626-631, 1998.

WASSERMAN, K. The anaerobic threshold measurement to evaluate exercise

performance. Am.Ver.Respir.Dis, v. 129, (suppl.), p. S35-S40, 1984

WASSERMAN, K. The anaerobic threshold measurement to evalute exercise

performance. Am Rev Dis, v. 129, p. S35-S40, 1984.

WASSERMAN, K.; BEAVER, W.L.; WHIPP, B.J. Mechanisms and patterns of blood

lactate increase during exercise in men. Med Sci Sports Exercise, v. 3, p. 344-352,

1986.

WASSERMAN, K.; DAVIS,J.A.; WHIPP, B.J. Respiratory physiology of exercise:

metabolism, gas exchange, and ventilatory control. International Review of

Physiology, Respiratory Physiology III, v. 23, p. 149-211, 1981.

WASSERMAN, K.; HANSEN, J.E.; SUE, D.Y.; WHIPP, B.J. Principles of exercise

testing and interpretation. Lea & Febiger, Philadelphia, 1986.

WASSERMAN, K.; KESSEL, A.L.V.; BURTON, G.G. Interaction of physiological

mechanisms during exercise. J. Appl. Physiol., v. 22, p. 71-85, 1967.

WASSERMAN, K.; MCILROY, M.B. Detecting the threshold of anaerobic metabolism

in cardiac patients during exercise. American Journal of Cardiology, v. 4, p. 844-

852, 1964.

WASSERMAN, K.; WHIPP, B.J.; KOYAL, S.N.; BEAVER, W.I. Anaerobic threshold

and respiratory gas exchange during exercise. J. Appl. Physiol., v. 35, p. 236-245,

1973.

WELCH, H.G. Hyperoxia and human performance:a brief review. Med.Sci.Sports

Exercise, v. 14, p. 253-62, 1982.

WELTAM, A. The blood lactate response to exercise. Human Kinetics, Monograph

n.º4, 1995

WHIPP, B.J.; WARD, S.A.; WASSERMAN, K. Ventilatory responses to exercise and

their control in man. Am Ver Respir Dis, v. 129 p. S17-S20, 1984.

WHO. The first ten years of the World Health Organization. Palais des Nations,

geneva, Switzerland. Constitution o the World Health Organization, 1958.

Page 134: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

WILMORE, J.H. Inferiority of the female athlete: Myth or reality? Sport Med Bull, v.

10, p. 7-11, 1975.

WILMORE, J.H.; COSTILL, D.L. Fisiologia do esporte e do exercício. 2ª edição, São

Paulo, Manole, 2001.

WOOD, P.D.; STEFANICK, M.L.; WILLIAMS, P.T. et al. The effects on plasma

lipoproteins of a prudent weight-reducing diet, with or without exercise, in over-weight

men and women. N Engl J Med, v. 325, p. 461-466, 1991.

WOODSON, R.D.; WILLS, R.E.; LENFANT, C. Effect of acute and established

anemia on O2 transport at rest, submaximal and maximal work. J.Apll. Physiol, v.

44, p. 36-43,1978.

YAMAMOTO, Y.; HUGHSON, R.L.; PETERSON, J.C. Autonomic control of heart rate

during exercise studied by heart rate variability spectral analysis. J Appl Physiol, v.

71, p. 1136-1142, 1991.

YAZBEK, P.J.; BATTISTELLA, L.R. Do atleta ao transplantado, condiciona-mento

físico. São Paulo, SAVIER: Associação Paulista de Medicina, 1994.

YOSHIDA, T. Effect of exercise duration during incremental exercise on the

determination of anaerobic threshold and the onset of blood lactate accumulation.

Eur. J. Appl. Physiol, v. 53, p. 196-199, 1984.

Page 135: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

ANEXOS

Page 136: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

ANEXO A - Questionário dos Fatores de Risco da DAC

Atividade física regular é divertida e saudável e cada vez mais pessoas estão

começando a exercita-se a cada dia. Fazer atividades físicas é muito seguro para a

maioria das pessoas. Mas algumas pessoas deveram consultar-se com o seu

médico antes de iniciarem ou aumentarem a prática de atividades físicas.

Se você está planejando está mais apto fisicamente do que está agora ,

comece respondendo as questões abaixo.

Por favor leia estas questões cuidadosamente e responda cada uma

honestamente. Marque sim ou não.

1-Idade:

a-Homen >45 anos�( )Sim ( )Não.

b-Mulheres >55 anos�( )Sim ( )Não ou com menopausa prematura, sem tera-

pia de reposição de estrogênio.

2-História Familiar:

a-Infarto do miocárdio, revascularização coronariana ou morte súbita antes dos 55

anos de idade no pai ou outro parente de primeiro grau (filho ou irmão)�( )Sim (

)Não.

b- Infarto do miocárdio, revascularização coronariana ou morte súbita antes dos 65

anos de idade na mãe ou outro parente de primeiro grau (filha ou irmã)�( )Sim (

)Não.

3-Tabagismo:

a-( )Sim ( )Não.

b-Ou aqueles que deixaram de fumar nos últimos seis meses ( )Sim ( )Não.

4-Hipertensão:

a-PAS≥140 mmHg ( )Sim ( )Não e/ou PAD≥90 mmHg ( )Sim ( )Não.

Page 137: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

b-Ou sob medicação anti-hipertensiva ( )Sim ( )Não.

5-Hipercolesterolemia:

a-Colesterol total >200 mg/dl ( )Sim ( )Não.

b-HDL <40 mg/dl ( )Sim ( )Não.

c-LDL > 130 mg/dl ( )Sim ( )Não.

d-Ou sob medicação destinada a reduzir o nível de lipídios ( )Sim ( )Não.

6-Diabetes Mellitus:

a-Glicose sanguínea em jejum ≥110 mg/dl ( )Sim ( )Não.

7-Obesidade:

a-IMC ≥ 30 Kg/m2 ( )Sim ( )Não.

b-Circunferência da cintura > 94 homens ( )Sim ( )Não.

c-Circunferência da cintura > 80 mulheres ( )Sim ( )Não.

8-Estilo de Vida:

a-Sedentário ( )Sim ( )Não.

9-Fator Protetor:

a-HDL > 60mg/dl ( )Sim ( )Não.

Page 138: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

NÚCLEO DE BIODINÂMICA DAS ATIVIDADES CORPORAIS

NUBAC

ANEXO B - Declaração de Consentimento para Realização dos Testes Físicos 1-Explicação do Teste de Esforço Você irá executar um teste de esforço numa bicicleta ergométrica ou numa esteira rolante. A intensidade do exercício irá começar facilmente e será aumentada progressivamente, dependendo do seu nível de aptidão. Nós podemos parar o teste em qualquer momento, devido a sinais de fadiga, ou você pode parar quando quiser, devido à sensação de fadiga ou desconforto.

2-Riscos e Desconfortos Existe a possibilidades de certas alterações ocorrerem durante o teste. Elas incluem resposta atípica da pressão arterial, desmaios, arritmias cardíacas e, em casos raros, ataque do coração e morte. Todo esforço deverá ser feito para minimizar estas ocorrências através de exames preliminares e pela observação durante o teste. Pessoal treinado está à disposição e é imprescindível para lidar com situações não-usuais que possam surgir.

3-Benefícios a serem Esperados Os resultados obtidos de um teste de esforço podem ajudar na avaliação de qual tipo de atividade física você deve iniciar sem riscos ou quase sem eles.

4-Questionamentos

Se você tiver qualquer dúvida ou pergunta, por favor nos pergunte, para explicações adicionais.

5-Liberdade de Consentimento

A permissão para realizar este teste de esforço é voluntária. Você está livre para negar este consentimento se assim desejar.

Eu li estas regras e entendi os procedimentos dos testes que irei executar. Estou de acordo em participar deste teste.

___________________________

Assinatura do Aluno

Data________________________Testemunha_______________________

Page 139: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

ANEXO C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Eu_____________________________________________portador da identidade número_______________________ venho por meio deste comprovar minha participação voluntária no projeto de pesquisa “ANÁLISE DA PRECISÃO E DA APLICABILIDADE DO CONSUMO DE OXIGÊNIO DE RESERVA DURANTE O EXERCÍCIO AERÓBIO CONTÍNUO NAS INTENSIDADES DE 50% A 80% DO CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO”. Estou ciente que visitarei o Laboratório de Fisiologia do Exercício em cinco dias diferentes. Em minha primeira visita, responderei um questionário de PAR-Q e de Fatores de Risco para Doença Arterial Coronariana, com o objetivo de identificar uma possível contra-indicação para a prática de atividade física. Também serão aferidos a massa corporal, a estatura, o percentual de gordura, a pressão arterial e a freqüência cardíaca de repouso e, serei submetido a um teste de esforço máximo para estabelecimento da potência aeróbia. Nas visitas seguintes, realizarei exercício aeróbio (caminhada ou corrida) em quatro intensidades diferentes. A coleta de dados durante a execução do exercício aeróbio terá duração aproximada de trinta minutos. Durante a mesma, serei monitorizado com um frequencímetro (medidor de freqüência cardíaca) desde o início até o fim da sessão. Nesse período também serão coletados o oxigênio consumido e o gás carbônico produzido, por meio de uma máscara higienizada adequadamente. Ao final da sessão será coletada uma amostra de sangue por uma lanceta descartável utilizada em um dedo da mão. Após minha participação nesse estudo, receberei um laudo explicativo contendo os resultados de minhas avaliações. Qualquer dúvida que possa surgir antes, durante ou após, será esclarecida pelo professor envolvido no estudo. Caso algum fator que ofereça risco a minha saúde seja detectado antes ou durante a coleta de dados deste estudo, minha participação será interrompida e receberei as informações (encaminhamento às especialidades médicas mais adequadas) para que possa identificar a causa dos problemas apresentados. Estou ciente também que posso abandonar este estudo a qualquer momento, sem que nenhuma implicação recaia sobre mim, além de concordar para fins científicos com a utilização das informações obtidas nesse estudo, certo de que minha identidade será mantida em sigilo.

Vitória________de______________________2006

_________________________________________ (Voluntário)

_________________________________________

(Testemunha)

Page 140: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

ANEXO D - Ficha Antropométrica Nome__________________________________________________

Data___________________ Avaliador_____________________

Temperatura_______________ Umidade Relativa______________

Massa Corporal_________________ Estatura______________________

FICHA CINEANTROPOMÉTRICA

Perimetria Diâmetros D. Cutâneas Bioimpedância BD RÁDIO TRC %Gorg. BE ÚMERO SUB PGC ABD FÊMUR TRX PMM ABE T.T. BIC TMB TIM T.A.P. AXM H2O(l) TEM B.A. SUP H2O(PC) AB B.I. ABD H2O(MM) QUA B.T. COX Resistência CD B.M. PER Reatância CE A.T.C. Atual Alvo PD ENV. %G %G PE C.M.S. PT PT C.M.I. PG PG PMM PMM TM TM Peso ↓

Vila Velha, ____de______________de 200__

_____________________________ (Avaliador)

Page 141: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

ANEXO E - Ficha de Controle do Exercício Aeróbio

Grupo 01

INTENSIDADES 50% 60% 70% 80%

Velocidade

FC Rep.

PA Rep.

Lactato Rep.

Temperatura

U.R.

Atividade

Duração

FC Exercício

VO2

R

Lactato Exerc.

Observações_________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

_____________________________________________________________

Page 142: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

ANEXO F - Ficha de Controle do Exercício Aeróbio

Grupo 02

INTENSIDADES 80% 50% 60% 70%

Velocidade

FC Rep

PA Re.

Lactato Rep.

Temperatura

U.R.

Atividade

Duração

FC Exercício

VO2

R

Lactato Exerc.

Observações_________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

_____________________________________________________________

Page 143: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

ANEXO G - Ficha de Controle do Exercício Aeróbio

Grupo 03

INTENSIDADES 70% 80% 50% 60%

Velocidade

FC Rep.

PA Rep.

Lactato Rep.

Temperatura

U.R.

Atividade

Duração

FC Exercício

VO2

R

Lactato Exerc.

Observações_________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

_____________________________________________________________

Page 144: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

ANEXO H - Ficha de Controle do Exercício Aeróbio

Grupo 04

INTENSIDADES 60% 70% 80% 50%

Velocidade

FC Rep.

PA Rep.

Lactato Rep.

Temperatura

U.R.

Atividade

Duração

FC Exercício

VO2

R

Lactato Exerc.

Observações_________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

_____________________________________________________________

Page 145: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

ANEXO I - Teste de Bruce

Nome:____________________________________________________________

Data____________ Data de Nasc: ____________ FC de Repouso___________

PA de Repouso________ Temperatura________ Umidade Relativa ___________

FC Max Prevista____________ VO2 Max Previsto___________

Estágio T (min) Vel.

(Km/h) % Inc. FC (bpm)

1 0 – 3 2,7 10

2 3 – 6 4,0 12

3 6 – 9 5,5 14

4 9 – 12 6,7 16

5 12 – 15 8,0 18

6 15 – 18 8,8 20

7 18 – 21 9,6 22

VO2 máx FC máx

VO2 LA FC LA

% VO2 LA % FC LA

VO2 PCR FC PCR

%VO2 PCR %FC PCR

Page 146: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

ANEXO J – Local e Medição das Dobras Cutâneas no Grupo Masculino

Page 147: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

ANEXO K – Local e Medição das Dobras Cutâneas no Grupo Feminino

Page 148: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO MIGUEL …portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_3247_Tese Miguel Alves dos... · Não houve diferença significativa entre a FC medida no LA

ANEXO L – Folha de Aprovação do Comitê de Ética