UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE … · Os estudos taxonômicos e de sistemática...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
DIRETORIA DE PESQUISA
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC : CNPq,
CNPq/AF, UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PARD, PIAD, PIBIT, PADRC E FAPESPA
RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO
Período : Janeiro/2015 a Julho/2015
( ) PARCIAL
( x ) FINAL
IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
Título do Projeto de Pesquisa (ao qual está vinculado o Plano de Trabalho ): FORMAÇÃO DE
RECURSOS HUMANOS EM SISTEMÁTICA E BIOLOGIA DE PARASITOS E VETORES
DA AMAZÔNIA
Nome do Orientador: Francisco Tiago de Vasconcelos Melo
Titulação do Orientador: Doutor
Faculdade : Ciências Biológicas
Instituto/Núcleo: Ciências Biológicas
Laboratório: Laboratório de Biologia Celular e Helmintologia “Profa Dra. Reinalda Marisa
Lanfredi”
Título do Plano de Trabalho: “DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DE NEMATÓIDES
INTESTINAIS PARASITAS DE Hypsiboas geographicus (AMPHIBIA: HYLIDAE) DA
FLORESTA NACIONAL DE CAXIUANÃ-PARÁ”
Nome do Bolsista: Carolina Maia Lima
Tipo de Bolsa: CNPQ
Introdução:
Hypsiboas geographicus (Spix, 1824) é uma espécie de anfíbio da família Hylidae que é
caracterizada por indivíduos delgados de porte médio (25 a 115mm), com membros longos, pele
geralmente lisa e discos adesivos nas pontas dos dígitos que permitem a esses animais escalarem
superfícies verticalmente (Lima et al., 2005). Os machos podem chegar a medir até 55 mm e as fêmeas
podem medir 75 mm. Apresentam uma grande variação no padrão de coloração, baseada na localidade,
o que possivelmente pode ser um complexo de espécies ( Bartllet and Bartllet 2003; Stuart et al. 2008)
Estes anuros apresentam coloração dorsal marrom- alaranjada a marrom o ventre amarelo-claro a
alaranjado na parte posterior e branco na parte anterior, enquanto que na parte superior das patas
observa-se a presença de listras claras e escuras e. A íris é dourado-alaranjada e existe uma membrana
de cor azul acima do olho ( Bartllet and Bartllet 2003).
Hypsiboas geographicus ( Spix 1824) possuem hábitos arborícolas e noturnos e é amplamente
distribuído nas áreas tropicais da América do Sul e ao leste dos Andes ,como, Bolívia, Colômbia,
Equador, Guiana Francesa, Guiana, Trinidad e Tobago, Peru, Suriname ,Venezuela e Brasil (Lima et
al. 2006; IUCN 2013; Frost 2014). No Brasil é encontrada em áreas preservadas e degradadas da
Floresta Amazônica, Cerrado, Pantanal com exceção da região costeira do estado de Alagoas ao estado
de Santa Catarina (Lima et al. 2006; Stuart et al.2008; ICUN 2013; Frost 2014) Estes anuros podem
ocorrer em diferentes habitats, são normalmente encontrados em árvores, nos ramos e galhos, ao longo
de corrégos, rios, corpos d’água lênticos (lagos), florestas primárias e savanas inundadas, sendo mais
frequente na estação chuvosa (Bartlett and Bartlett 2003; Duellman 1978; Rodríguez and Duellman
1994; Stuart et al. 2008).
O gênero Oswaldocruzia Travassos, 1917 é representado por aproximadamente 80 espécies de
nematoides comumente encontrados parasitando o intestino delgado de anfíbios e répteis, podendo
eventualmente parasitar o estômago e intestino grosso destes hospedeiros. Estes helmintos apresentam
distribuição mundial, e atualmente, existem 39 espécies conhecidas para região Neotropical, sendo que
destas, 30 encontram-se América do Sul e nove nas ilhas do Caribe (Guerrero, 2013)
Estes nematóides pertencem a superfamília Trichostrongyloidea Cram, 1927, família
Molineidae Durette & Chabaud 1977 (Vicente et al., 1991) que incluem helmintos pequenos e
delgados, caracterizados principalmente por apresentarem cutícula com estriações longitudinais
evidentes, ausência de padrão de sinlofe e dimorfismo sexual evidente com machos apresentando uma
dilatação cuticular na porção posterior do corpo sustentada por raios musculares, denominada de bolsa
copuladora. Enquanto o gênero Oswaldocruzia enquadra espécies que apresentam a região anterior
dotada de uma cutícula cefálica dilatada, com os machos apresentando os raios da bolsa copuladora
distribuídos em um padrão 2-1-2, ausência de gubernáculo e espículos complexos dividido em 3
porções bem definidas morfologicamente recobertas por uma membrana hialina; As fêmeas
apresentam aparelho genital pós-equatorial e anfidelfo (dois úteros) e extremidade posterior
terminando por espinho cuticular (Vicente et al., 1991, Ben Slimane et al., 1996).
Justificativa:
Os anfíbios e répteis representam importantes componentes do bioma Amazônia, incluindo
espécies fossoriais, terrestres, arborícolas, sub-aquáticas e aquáticas, algumas podendo ser bastante
abundantes, e cujas espécies possuem importante papel na cadeia alimentar. Os anfíbios, em especial,
apresentam ainda muitos problemas taxonômicos, com várias espécies nominais reconhecidamente
representando complexos de espécies, constituindo um grave problema para a elaboração de políticas
públicas visando sua proteção.
Os estudos taxonômicos e de sistemática caracterizam e nomeiam todas as espécies conhecidas
sendo ferramentas indispensáveis para a pesquisa em biologia, tanto básica como aplicada. Apesar de
sempre terem sido vistos como excelentes modelos para estudos gerais de evolução, os parasitas, ainda
não instigam muito interesse da comunidade científica em geral. Portanto, apenas uma pequena fração
dos parasitas do planeta tem sido identificada, e as relações evolucionárias entre eles ainda é bem
esclarecida (Brooks & Hoberg, 2001).
A carência em estudos taxonômicos e ecológicos envolvendo a biodiversidade na Amazônia
é bastante evidente, mesmo tratando-se de taxa de vertebrados, os mais estudados e melhor conhecidos
pela ciência. Isto enfatiza a importância de estudos sobre helmintos parasitos da fauna amazônica,
pois, quando uma espécie de vertebrado é ameaçada de extinção, sua infracomunidade também está
sobre ameaça.
Vale ressaltar que o estudo de parasitos helmintos de anfíbios presentes na região amazônica
vem adicionar dados à literatura, além de propiciar um treinamento em técnicas necessárias à formação
de recursos humanos, como parasitologistas com conhecimento especial sobre a biodiversidade
amazônica.
Objetivo geral:
O plano de trabalho visa realizar a descrição morfológica de nematóides instestinais parasitas
de Hypsiboas geographicus da Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará, Brasil.
Objetivos Específicos:
Descrever os aspectos morfológicos de nematóides intestinais, utilizando técnicas de
microscopia de luz para estudo de helmintos, como: histologia e descrição estrutural e
morfométrica com uso de câmara clara.
Identificar a (s) espécie (s) de helmintos parasitas do intestino delgado de Hypsiboas
geographicus da FLONA de Caxiuanã, Pará.
Adicionar dados a diversidade de helmintos parasitos de anfíbios da amazônia oriental.
Material e Métodos:
1- OBTENÇÃO DE HOSPEDEIROS E AMOSTRAS DE PARASITOS:
Os helmintos foram obtidos a partir de espécimes de Hypsiboas geographicus coletados na
FLONA Caxiuanã, localizada no município de Melgaço no Estado do Pará, durante expedição de
coleta herpetológica realizada no período de 05 a 12 de março de 2014. Os anfíbios foram anestesiados
e eutanasiados com Tiopental sódico 2%. Os órgãos internos foram expostos após incisão abdominal
seguindo a linha mediana e acondicionados em placas de Petri contendo solução salina pH 7.2 e
analisados através de estereomicroscópio Carl Zeiss modelo 475032.
Os helmintos observados no intestino delgado foram isolados e fixados em etanol 70% a 60°C
para os procedimentos de microscopia de luz e em glutaraldeído 2,5% em tampão cacodilato 0,1M
contendo 3,5% de sacarose, pH 7.2 para análise em microscopia eletrônica de varredura.
2- MICROSCOPIA DE LUZ
Os helmintos fixados em AFA foram processados segundo Amato et al. (1991) para observação
e obtenção dos parâmetros morfométricos por microscopia de luz. A análise morfométrica dos
helmintos foi feita em microscópio BX41 acoplado com camara clara, sendo medidos pelo menos 10
espécimes de cada espécie estudada. Os desenhos foram realizados em câmara clara. Para a
identificação de helmintos foram utilizados catálogos, chaves de identificação, livros e artigos
científicos. As estruturas de caráter taxonômico foram analisadas e mensuradas, e serão apresentados
da seguinte forma: Média ± desvio padrão (maior e menor valor observado). Os valores apresentados
encontram-se em micrometros, quando não, de acordo com o indicado.
RESULTADOS :
Trichostrongyloidea Cram, 1927
Molineidae -Desset & Chabaud, 1977
Oswaldocruzia sp.
Hospedeiro: Hypsiboas geographicus (Anura: Hylidae)
Sítio de Infecção: Intestino Delgado
Localidade: Floresta Nacional de Caxiuanã (1°47'32.3"S, 51°26'02.5"W)
Descrição geral (Figuras 1, 2 e 3) : Os nematódeos encontrados são vermes pequenos e delgados que
apresentam dimorfismo sexual com machos geralmente medindo dois terços do comprimento da
fêmea; Apresentam cabeça com vesícula cefálica dilatada na qual é dividida em duas partes: uma
anterior mais larga e outra posterior mais estreita; Cutícula com fina estriação transversal e linhas
longitudinais; Esôfago claviforme; poro excretor localizado no final do esôfago; anel nervoso e
deirídeos situados na região posterior do corpo, entre o poro excretor e a cabeça. Fêmeas com vulva
localizada na região pós-equatorial do corpo, não saliente com aparelho genital anfidelfo (dois úteros)
e ovos em mórula no útero; Extremidade posterior terminando por um espinho cuticular e ânus
levemente saliente; Apresentam 28 e 58 cristas a nível do esôfago e meio do corpo respectivamente;
Machos apresentam bolsa copuladora grande sustentado por raios com lobo dorsal triangular. A bolsa
copuladora é do tipo III e com padrão de distribuição dos raios 2-1-2. Apresentam dois espículos
iguais, complexos, esclerotizados, recobertos por uma membrana hialina. Os espiculo são divididos em
três porções que são diferenciadas pela sua morfologia. A porção interno-dorsal ao espículo é
denominada de calçadeira (shoe); a porção externo-lateral que possui três processos principais e dois
bifurcados, totalizando cinco processos terminais, denominada lâmina(blade); a porção interno-ventral
apresenta dois processos principais é denominada garfo(fork) e bifurca em aproximadamente 20% do
comprimento total do espiculo.
Fêmeas: Vesícula cefálica: 50,32±6,51 (41,55; 61,03); Anel nervoso: 225,97±56,53 (183,11;354,54);
Poro excretor: 313,14±25,89 (261,03. 354,54); Esôfago 425,89±25,42 (397,4; 479,22) ;
Ânus:104,35±39,99 (75,32; 183,11) Ovos- largura : 32,32±2,35 (28,57;35,71 ); Ovos-
Comprimento:51,24±7,09 (41,62; 65,45 ) ; Vulva situada a: 2995±357,27 (2346,66; 3400;) mm da
região posterior; Largura a nível da vulva: 129,13±18,29 (112,33;160) Vestíbulo : 322,17±45,4
(280;410,66) e comprimento total : 10,2±0,99(8,4.11,4)mm (milímetros).
Machos
Vesícula cefálica: 44,2±6,8(50;3,57); Anel nervoso: 156,2±24,8(116,2;198,7); Poro excretor 246,3±42
(160;291); Esôfago 367,5±24,2(338,9;422); Espiculo: 157,43± 7,2(150,6; 170,1;); Cone genital
7,9±2,1 (6,5;10,38); Comprimento total: 4,5± 0,6( 3,8;5,4) Comprimento no meio do corpo:
109,84±20,99(90,9;145,5); Bifurcação do garfo : 21,44±3,21(18;28).
Figura 1- Microscopia de luz de nematoides fêmeas encontrados parasitando intestino delgado de Hypsiboas
geographicus da FLONA de caxianã.. A- visão lateral da região anterior com setas indicando a vesícula cefálica
e o anel nervoso ( Barra= 20µm). B- visão lateral da região anterior com seta indicando o poro excretor (Barra=
20µm). C- extremidade posterior da fêmea com seta indicando o ânus e no canto superior esquerdo destacando
o espinho caudal (Barra= 20 µm) D- Aparelho genital anfidelfo (vestíbulo) (Barra=50 µm) E-ovos em mórula
no útero (Barra= 50µm) F- região anterior da fêmea destacando o esôfago (Barra=100µm)
A B F
C
E
Figura 2- Microscopia de luz do macho. A- Bolsa copuladora do tipo III com seta indicando a sobreposição dos
raios 6 e 8 (Barra= 20µm). B- visão anterior do macho (Barra´=20µm). C- setas indicando lobo triangular com
os raios envoltos por uma membrana hialina (Barra= 20µm). D- setas indicando os dois espiculos iguais e
esclerotizados (Barra= 20µm)
B
3
4
5
8 6
A
D C
2
B A
D
c
g
lâ
Figura 3-Espículo esquerdo retirado do macho. A- visão ventral das três porções do espiculo; c= calçadeira; lâ=
lâmina; g= garfo (Barra=A=B=C=D=50µm) B- lâmina retirada do espículo , mostrando os seu 5 processos
terminais. C- setas indicando os 3 processos principais da lâmina
C
DISCUSSÃO:
Os nematoides estudados apresentam características morfológicas que foram diagnosticadas pertencentes
ao gênero Oswaldocruzia Travassos,1917. Segundo Ben Slimane et al., 1996 a presença de vesícula
cefálica na extremidade anterior, esôfago claviforme, estrias longitudinais, gubernaculo ausente nos
machos, bolsa copuladora grande sustentado por raios com lobo dorsal triangular, espículos divididos em
três porcões cobertos por uma membrana hialina, fêmeas com aparelho reprodutor anfidelfo com vulva
localizada na região pós equatorial e espinho caudal fazem a diagnose do gênero. Para fazer o diagnóstico
da espécie, a análise do tipo de bolsa copuladora e da morfologia do espiculo é essencial. A bolsa pode ser
de três tipos: I, II e III que são diferenciadas pela disposição e origem dos raios 6 e 8.
Segundo Ben Slimane et al., 1996 a bolsa do tipo I é considerada a mais primitiva entre elas, com o raio 8
um pouco mais distante do raio 6, sem sobreposição. A bolsa do tipo II caracteriza-se pelo raio 6 sobrepor
o raio 8 na sua região mediana e a bolsa do tipo III há a sobreposição do raio 6 em quase toda seu
comprimento.
O nematoide analisado possui bolsa copuladora do tipo III. Dentre as espécies descritas para a região
neotropical, 12 apresentam bolsa do tipo III: O.anolisi Barus and Coy Otero,1968; O.bainae Ben Slimane
and Durtte-Desset,1996; O.brevispicula Moravec and Kaiser, 1995; O.cassonei Ben Slimane and Durette-
Desset,1996;O.chaubaudi Ben Slimane and Durette-Desset,1996;O.chambrieri Ben Slimane and Durette-
Desset,1993;O.jeanbarti Ben Slimane ,Durette-Desset and Chabaud,1995;O.leinteixerai Perez-
Vigueras,1938; O.petterae Ben Slimane and Durette-Desset,1996; O.subauriacularis (Rudolphi,1819)
Travassos,1917;O.taranchoni Ben Slimane and Durette-Desset,1995;O.tcheprakovae Ben Slimane and
Durette-Desset,1996 e O.albareti Ben Slimane and Durette-Desset,1996
Caracteres mensurados Oswaldocruzia sp.
Oswaldocruzia
chabaudi Ben Slimane
and Durette-
Desset,1996
Oswaldocruzia albareti
Ben Slimane and
Durette-Desset,1996
Oswaldocruzia bainae
Ben Slimane and
Durette-Desset,1996
Oswaldocruzia
cassonei Ben Slimane
and Durette-
Desset,1996
Oswaldocruzia
lenteixerai Vigueras,
1938
Macho Fêmea Macho Fêmea Macho Fêmea Macho Fêmea Macho Fêmea Macho Fêmea
Comprimento do espículo 150 – 170 – 175 – 190 – 190 – 125 – 180 –
Terminação da lâmina do espículo 5 Processos
–
5
Processos –
4
Processos –
Bifurcada,
numerosos
processos –
Espatular/
Spatulate –
Numerosos
Processos –
Bifurcação do garfo 19% – 20% – 25% – 17% – 23% – –
Tipo da bolsa copuladora Tipo III Tipo III Tipo III Tipo III Tipo III Tipo III
Aleta cefálica Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente
Comprimento do esôfago 339 – 422 (367) 397 – 479 520 560 400 510 530 540 380 480 340 300
Comprimento da vesícula cefálica 28,6 – 50 (44) 41,5 – 61,3 80 80 85 95 75 90 50 65 92 85
Distância do anel nervoso 116,23 – 199(156) 183 – 354 220 200 170 210 190 190 130 160 155 155
Distância do poro excretor ao ápice 159 – 291(246) 261 – 354 410 390 410 450 380 370 210 270 360 320
Distância da vulva à extremidade
posterior (mm) – 2,346 – 3,400 – 3,500 – 4,650 – 4,150 – 2,850 – 2,8
Comprimento do vestíbulo – 280 – 410 – 390 – 400 – 380 – 220 – 270
Comprimento da cauda – 75,3 - 183 – 160 – 195 – 160 – 120 – 240
Comprimento dos ovos – 41 – 65 – 90 – 90 – 70 – 70 – 88
Largura dos ovos – 28,5 – 35,7 – 50 – 40 – 50 – 50 – 45
Comprimento total (mm) 4 – 5,45 (4,5) 8,46 – 11,38 6,9 10,7 7,7 11,4 7,1 12,3 4,2 9,2 7,5- 8 6,9
Hospedeiro Hypsiboas geographicus Hyla boas Bufa marinus Anolis chrysolepis Eleutherodactylus
lanthanites
Eleutherodactylus
portoricensis
Localidade FLONA de Caxiuanâ San Paulo, Equador Equador, Guiana
Francesa San Pablo, Equador San Pablo, Equador Cupey, Porto Rico
Caracteres mensurados Oswaldocruzia sp.
Oswaldocruzia
petterae Ben Slimane
and Durette-
Desset,1996
Oswaldocruzia
tcheprakovae Ben
Slimane and Durette-
Desset,1996
Oswaldocruzia
tarachoni Ben Slimane
and Durette-
Desset,1995
Oswaldocruzia
chambrieri Ben
Slimane and Durette-
Desset,1993
Macho Fêmea Macho Fêmea Macho Fêmea Macho Fêmea Macho Fêmea
Comprimento do espículo 150 – 170 – 140 – 130 – 175 – 190 –
Terminação da lâmina do espículo 5 Processos –
6
Processos – Bifurcada – Espatulada –
Numerosos
Processos –
Bifurcação do garfo 19% – 21% – 28% – 18% – 30% –
Tipo da bolsa copuladora Tipo III Tipo III Tipo III Tipo III Tipo III
Aleta cefálica Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente
Comprimento do esôfago 339 – 422 397 – 479 470 510 370 400 405 390 470
Comprimento da vesícula cefálica 28,6 – 50 41,5 – 61,3 65 80 50 50 80 90 65 60
Distância do anel nervoso 116,23 - 199 183 – 354 330 200 140 150 180 180 175 160
Distância do poro excretor ao ápice 159 – 291 261 - 354 350 350 230 280 370 370 290 250
Distância da vulva à extremidade
posterior (mm) – 2,346 – 3,400 – 3,1 – 2,6 – 2,3 – 1,85
Comprimento do vestíbulo – 280 - 410 – 240 – 180 – 240 – 235
Comprimento da cauda – 75,3 - 183 – 180 – 140 – 175 – 115
Comprimento dos ovos – 41 – 65 – 70 – 70 – 85 – 90
Largura dos ovos – 28,5 – 35,7 – 50 – 40 – 40 – 60
Comprimento total (mm) 4 – 5,45 8,46 – 11,38 5 9 3,6 7,3 6,4 7,35 5,4 6,5
Hospedeiro Hypsiboas geographicus Leptodactylus
pentadacylus
Eleutherodactylus
altamazonicus Bufo marinus Bufo typhonius
Localidade FLONA de Caxiuanâ San Pablo, Equador San Pablo, Equador Pernambuco, Brasil San Pablo, Equador
Dentre essas espécies apenas quatro parasitam a família Hylidae : O.albareti
parasitando Hypsiboas calcaratus,Hypsiboas fasciatus e Hypsiboas geographicus,
O.chaubaudi parasitando Hypsiboas boans, Hypsiboas fasciatus e Hypsiboas
geographicus, O.subauricularis parasitando Hypsiboas faber e Hypsiboas
mesophaea e O.leixenterai. Porém O.subauricularis juntamente com O.anolisi,
O.brevispucula, O jeambarti se diferenciam facialmente de Oswaldocruzia sp por
apresentarem aleta cefálica, característica não encontrada no nematoide estudado.
Oswaldocruzia sp se difenrencia das demais espécies da região neotropical em
relação ao comprimento total do macho, no qual é menor, com variação de 4 – 5,45
milímetros. Mas se assemelha com oswaldocruzia chaubadi, oswaldocruzia albareti
e oswaldocruzia cassonei em relação ao comprimento total da fêmea com variação
de 8,46-11,38 milímetros.
Em relação a distância da vulva a extremidade posterior oswaldocruzia sp apresenta
variação de 2,346-3,400 milímetros e assemelha-se a o.chaubadi com comprimento
de 3,5 milímetros e o.peterae com 3,1 milímetros. Adicionalmente o comprimento
do vestíbulo(280-410) também é mais semelhante a o.chaubadi, o.albareti e
o.bainae com 390, 400 e 380 respectivamente.
Em relação ao comprimento da cauda Oswaldocruzia sp possui uma variação de 75-
183 com uma média de 160, sendo assim , assemelha-se mais a O.chaubadi- 160;
O.bainae-160; O.taranchoni-175 e O.peterae-180.
O tamanho do espiculo e a sua morfologia são caracteres de maior importância
taxonômica assim como o tipo de bolsa. Dentre as espécies do tipo de bolsa III e
ausência de aleta cefálica Oswaldocruzia sp apresentou espiculo semelhantes a
Oswaldocruzia chaubaudi e Oswaldocruzia albareti e oswaldocruzia peterae.
Oswaldocruzia chaubadi e oswaldocruzia albareti são espécies bastante parecidas
em relação a medidas morfométricas porém se diferenciam em relação a morfologia
da lâmina com 4 processos para o.albareti e 5 processos para o.chaubaudi.
O espiculo de oswaldocruzia sp apresenta a bifurcação do garfo em cerca de 21%
do comprimento do espiculo; 5 processos terminais da lâmina e comprimento com
variação de 150-170 µm. Se diferencia de oswaldocruzia albareti em relação aos
processos terminais da lâmina, com 4 processos e comprimento total de 190 µm. Se
assemelha a o.peterae no comprimento do espiculo com 175 µm porém se diferencia
em relação a morfologia da lamina na qual é espatular.
A espécie que mais se assemelha é oswaldocruzia chaubadi com comprimento do
espiculo de 175 µm , 5 processos terminais da lâmina e bifurcação do garfo em
cerca de 20% do tamanho do espiculo.
Tanto Oswaldocruzia chubaudi quanto oswaldocruzia albareti possuem como
hospedeiro Hypsiboas geographicus.
CONCLUSÃO:
Comparando as medidas morfometricas e a morfologia do espículo do nematóide
encontrado parasitando Hypsiboas geographicus da FLONA de Caxiuanã nos
permitem classificá-los como Oswaldocruzia chaubadi.
REFERÊNCIAS:
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BEN SLIMANE, B.; CHABAUD, A.G. & DURETTE-DESSET. Les Nématodes
Trichostrongylina parasites d’Amphibiens et de Reptiles: problèmes taxonomiques,
phylétiques et biogéographiques. Systematic Parasitology 35: 179-206. 1996.
GUERRERO, R. Two new species of Oswaldocruzia (Nematoda: Trichostrongylina:
Molineoidea) parasites of the cane toad Rhinella marina (Amphibia: Anura) from Peru.
Acta Parasitologica, 58(1), 30-36. 2013
PUBLICAÇÕES:
Os resultados preliminares do presente trabalho foram apresentados no II SIMPÓSIO
DE MORFOFISIOLOGIA DA AMAZÔNIA, que ocorreu nos dias 26 a 28 de
Novembro de 2014 na Universidade Federal do Pará em Belém-PA
DIFICULDADES:
As atividades referentes a microscopia eletrônica de varredura, originalmente
incluídas na metodologia do projeto, não puderam ser realizadas devido a problemas
técnicos nos microscópios eletrônicos de varredura do Museu Paraense Emilio Goeldi e
do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Pará.
PARECER DO ORIENTADOR:
A bolsista não apresentou desempenho satisfatório durante o desenvolvimento
de suas atividades, não demonstrando muito interesse pelo assunto e pouca assiduidade
as atividades de seu projeto, assim como as demais atividades de pesquisa do
laboratório. Na minha opinião a discente não apresenta perfil necessário para continuar
a desenvolver pesquisa em Parasitologia-Helmintologia.
Adicionalmente, a bolsista me entregou um relatório parcial e final
insatisfatórios, por muitas vezes não seguindo as sugestões e proposições que o
orientador fez e entregando em prazos que impossibilitaram a leitura e correção
adequada do mesmo.
DATA : 10/08/2015
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ASSINATURA DO ORIENTADOR
FICHA DE AVALIAÇÃO DE RELATÓRIO DE BOLSA DE INICIAÇÃO
CIENTÍFICA
O AVALIADOR DEVE COMENTAR, DE FORMA RESUMIDA, OS
SEGUINTES ASPECTOS DO RELATÓRIO :
1. O projeto vem se desenvolvendo segundo a proposta aprovada? Se ocorreram
mudanças significativas, elas foram justificadas?
2. A metodologia está de acordo com o Plano de Trabalho?
3. Os resultados obtidos até o presente são relevantes e estão de acordo com os
objetivos propostos?
4. O plano de atividades originou publicações com a participação do bolsista?
Comentar sobre a qualidade e a quantidade da publicação. Caso não tenha sido gerada
nenhuma, os resultados obtidos são recomendados para publicação? Em que tipo de
veículo?
5. Comente outros aspectos que considera relevantes no relatório
6. Parecer Final:
Aprovado ( )
Aprovado com restrições ( ) (especificar se são mandatórias ou recomendações)
Reprovado ( )
7. Qualidade do relatório apresentado: (nota 0 a 5) _____________
Atribuir conceito ao relatório do bolsista considerando a proposta de plano, o
desenvolvimento das atividades, os resultados obtidos e a apresentação do relatório.
Data : _____/____/_____.
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Assinatura do(a) Avaliador(a)