UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ FERNANDO ALVES PINTO …
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
FERNANDO ALVES PINTO
MICHEL ALEXANDRE LEVANDOSKI
LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA: EXPERIMENTOS DIDÁTICOS
PARA ESTUDOS EM EFICIÊNCIA E QUALIDADE DE ENERGIA
CURITIBA
2017
FERNANDO ALVES PINTO
MICHEL ALEXANDRE LEVANDOSKI
LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA: EXPERIMENTOS DIDÁTICOS
PARA ESTUDOS EM EFICIÊNCIA E QUALIDADE DE ENERGIA
Trabalho de conclusão de Curso de Graduação apresentado a disciplina TE-105 Projeto de Graduação, do Curso Superior de Engenharia Elétrica, do Departamento Acadêmico de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Eletricista. Orientador: Prof. Dr. James Alexandre Baraniuk
CURITIBA
2017
TERMO DE APROVAÇÃO
FERNANDO ALVES PINTO
MICHEL ALEXANDRE LEVANDOSKI
LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTCA: EXPERIMENTOS DIDÁTICOS
PARA ESTUDO em EFICIÊNCIA E QUALIDADE DE ENERGIA
Trabalho de conclusão de curso, aprovado como requisito parcial à obtenção do
grau de Engenheiro Eletricista no curso de Engenharia Elétrica, Setor de Tecnologia
da Universidade Federal do Paraná, pela seguinte banca examinadora:
____________________________________________
Prof. Dr. James Alexandre Baraniuk
Orientador- Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do
Paraná, UFPR.
____________________________________________
Prof. Dr. Carlos Marcelo Pedroso
Membro - Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Paraná,
UFPR.
____________________________________________
Prof. Dr. Odilon Luís Tortelli
Membro - Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Paraná,
UFPR.
Curitiba, 27 de junho de 2017.
DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado a Jaqueline Alves Pinto e Roberto Carlos de
Oliveira Pinto, meus queridos pais, e a meu irmão Felipe Alves Pinto, por
compreensão e apoio incondicional em uma difícil jornada para superar novos
desafios e concluir mais uma importante etapa. Também dedico este trabalho
ao saudoso amigo, Wellington Mauro da Silva Pereira (In Memoriam), por ter
sido exemplo de dedicação e perseverança.
- Fernando Alves Pinto
Dedico este trabalho a meus familiares que com amor sempre me
apoiaram em todos os momentos difíceis desta jornada, em especial a minha
mãe Emilia Levandoski, aos meus irmãos Adriane e Robson, a minha esposa
Karine Pecharki, a minha sobrinha Ana Carolina, meu cunhado Ciro Correa e a
todos os amigos e colegas que sempre estiveram juntos nos momentos felizes
e tristes. Dedico o trabalho a quem não está mais aqui para ver esse dia
infelizmente, como meu querido pai Wilson José Levandoski o qual com muito
sofrimento não poderei abraçar mais, a minha amada vó Genoveva Storki e ao
colega e amigo de curso Wellington Mauro da Silva Pereira o qual perdemos ao
longo dessa jornada, que certamente estaria aqui presente hoje.
- Michel Alexandre Levandoski
AGRADECIMENTOS
A realização deste trabalho não seria possível sem a compreensão e
dedicação de todos familiares, professores, colegas e amigos que estiveram
presente neste período. Por isso, agradeço a todo o corpo docente que sempre
se esforçou ao máximo para compartilhar seus conhecimentos e experiências.
Em especial agradeço ao Professor Doutor James Alexandre Baraniuk, pelo
apoio e dedicação na orientação deste trabalho, ao professor Doutor João
Américo Vilela Junior por se dispor a colaborar com sugestões, ao Professor
Mestre Vilson Roiz Gonçalves Rebelo da Silva por sempre demonstrar apoio,
incentivo e auxiliou com seus ensinamentos e a todos envolvidos com a Exaut
Energia e Automação por grande contribuição na minha formação.
- Fernando Alves Pinto
Faço aqui o meu agradecimento a todos os professores do
departamento de elétrica, que com muita sabedoria e destreza nos passaram
um pouco do seu conhecimento ao longo de todos esses anos. Um
agradecimento especial ao nosso orientador professor Doutor James Alexandre
Baraniuk que sempre disposto nos ajudou, aos professores doutores João
Américo Vilela Junior e Mateus Duarte Teixeira, e professor Msc Vilson Roiz
Gonçalves Rebelo da Silva pela ajuda e contribuição ao longo do trabalho, aos
técnicos do laboratório do bloco de Engenharia Elétrica da UFPR, em especial
Heitor Bueno Novelli pela ajuda técnica sempre que nós precisamos. E a todos
os colegas e companheiros que sempre estiveram aqui nós ajudando ao longo
de todos esses anos.
- Michel Alexandre Levandoski
RESUMO
Hoje em dia eficiência energética, é um tema já corriqueiro em áreas que
envolvem estudos com qualquer tipo de energia, a tendência é de que estes
estudos continuem. Com avanços tecnológicos novos estudos e abordagens
serão desenvolvidas, seja por preocupações ecológicas, desperdício ou
economia de energia. Visando um laboratório que possa ser utilizado de forma
acadêmica por alunos de graduação em engenharia elétrica, este trabalho
sugere uma nova abordagem para utilização de um laboratório pouco
aproveitado.
O laboratório dispõe de bom espaço para desenvolver experimentos
práticos e embora contenha alguns bons equipamentos, este laboratório não
possui função ativa na grade curricular atual para formação dos alunos de
engenharia elétrica de UFPR. Embora estes equipamentos tenham grande
serventia para alunos desenvolverem seus experimentos e se familiarizarem
com questões atuais como eficiência energética, qualidade de energia e
geração distribuída, os equipamentos se encontram em estado de abandono e
acabam se deteriorando prejudicando em seu funcionamento.
Este laboratório contém um conjunto de motores de alta eficiência,
utilizados para o bombeamento de água fazendo parte de um sistema
composto por uma torre de aproximadamente 5 metros de altura onde estão
localizados dois reservatórios de 1000 l. Este conjunto possui um sistema de
captação de água da chuva sendo que os motores são responsáveis para
bombear água do reservatório inferior para o reservatório superior quando
necessário. Este é um sistema de reservatório exclusivo para bombeamento e
aquecimento de água, sendo que a água é captada da chuva e transferida de
um reservatório para o outro, não sendo atribuída nenhuma outra finalidade
para este sistema, como utilização desta água para banheiros ou limpeza. Ou
seja, este sistema possui única utilidade, experimentos e estudos. Assim a
questão que fica é, por que não realizar estes experimentos práticos?
Como o laboratório possui um conjunto de motores, cada um com um
tipo de acionamento, porque não testar a eficiência de cada um deles para o
bombeamento de água? Por que não estudar o impacto que cada acionamento
provoca na rede? Por que não avaliar o desempenho da bomba de calor? Por
que não avaliar um chuveiro elétrico? Aquecimento solar?
Por mais que não se encontre em perfeitas condições, o laboratório
possui instalação para que se possa ser utilizado, assim o desenvolvimento de
roteiros de experimentos para estudos sobre eficiência energética e qualidade
de energia, pode vir a ser um caminho para que este laboratório venha a ter
mais utilidade de forma acadêmica para os alunos.
Palavras-chave: Eficiência Energética. Energia Elétrica. Experimentos.
Roteiros PowerMonitor 3000. Fluke 434.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Fluxo de Energia Elétrica .................................................................. 15
Figura 2: IDEF elaborado para o presente trabalho. ........................................ 26
Figura 3: Etapas dos Projetos do PEE. ............................................................ 32
Figura 4: Módulos do PROPEE. ....................................................................... 33
Figura 5: Atividades de medição e verificação. ................................................ 36
Figura 6: Metodologia ISO 50001:2011, Plan-do-Check-Act. ........................... 37
Figura 7: Estrutura Lógica do CLP ................................................................... 40
Figura 8: CLIC02 .............................................................................................. 40
Figura 9: Diagrama de conexão CLIC02 .......................................................... 41
Figura 10: Saídas para Relés ........................................................................... 42
Figura 11: Saídas para transistores ................................................................. 42
Figura 12: Rede Modbus com dispositivos CLIC02 .......................................... 43
Figura 13: Inversor de Frequência CFW 500 ................................................... 45
Figura 14: Inversor de Frequência Altivar 31.................................................... 47
Figura 15: PowerMonitor 3000 ......................................................................... 48
Figura 16: Esquema de Ligação WYE. ............................................................ 50
Figura 17: Níveis 3 e 4 pelo menu de configurações. ...................................... 51
Figura 18: PowerMonitor 3000, Web page (a).................................................. 52
Figura 19: PowerMonitor 3000, Web page (b).................................................. 53
Figura 20: Configuração da tensão no primário dos TP's ................................. 55
Figura 21: Configuração da tensão no secundário dos TP's ............................ 55
Figura 22:Configuração da corrente no primário dos TC's ............................... 55
Figura 23: Configuração da corrente no secundário dos TC's. ........................ 55
Figura 24:Configuração do modo de conexão. ................................................ 56
Figura 25: Placa com montagem do PowerMonitor 30000 (a). ........................ 56
Figura 26: Placa de montagem do PowerMonitor 3000 (b). ............................. 57
Figura 27: Diagrama trifilar de conexão e alimentação do medidor. ................ 58
Figura 28: Esquemático de utilização do PowerMonitor 3000. ......................... 59
Figura 29: PowerMonitor 3000 com lâmpadas conectadas em estrela (Y). ..... 60
Figura 30: Tensão de linha, fase R. ................................................................. 60
Figura 31: Tensão entre fases R e S. ............................................................... 60
Figura 32: Corrente Fase R. ............................................................................. 60
Figura 33: Potencia dissipada Fase R. ............................................................. 60
Figura 34: Potencia dissipada nas três fases. .................................................. 60
Figura 35: Consumo de energia do sistema em Watts por hora. ..................... 60
Figura 36: PowerMonitor 3000 com lâmpadas conectadas em delta (Δ). ........ 61
Figura 37: Corrente Fase R. ............................................................................. 61
Figura 38: Potencia dissipada Fase R. ............................................................. 61
Figura 39: Potencia dissipada nas três fases. .................................................. 61
Figura 40: Consumo de energia do sistema em Watts por hora. ..................... 61
Figura 41: PowerMonitor 3000 com lâmpadas conectadas em delta (Δ). ........ 62
Figura 42: Corrente Fase R. ............................................................................. 62
Figura 43: Potencia dissipada Fase R. ............................................................. 62
Figura 44: Potencia dissipada nas três fases. .................................................. 62
Figura 45: Consumo de energia do sistema em Watts por hora. ..................... 62
Figura 46: Bloco T1 configurado no CLIC 02 ................................................... 64
Figura 47: Bloco T2 configurado no CLIC 02 ................................................... 64
Figura 48: Configuração de temporizador no Clic Edit. .................................... 64
Figura 49: Programação na interface “Ladder”................................................. 65
Figura 50: Programação no Clic Edit. ............................................................... 65
Figura 51: Montagem com CLIC 02 para simulação. ....................................... 66
Figura 52: Fluke 434. ....................................................................................... 67
Figura 53: Menu, Fluke 434.............................................................................. 68
Figura 54: Cablagem(a) ................................................................................... 68
Figura 55: Cablagem(b) ................................................................................... 68
Figura 56: Cablagem(c) .................................................................................... 69
Figura 57:Esquemas de Ligação ...................................................................... 69
Figura 58: Setup, Fluke 434. ............................................................................ 70
Figura 59:Conexão Fluke 434 e Computador................................................... 71
Figura 60: Config. Taxa de Transmissão, FlukeView. ...................................... 71
Figura 61: Diagrama de Fiação Básico, Fluke 434. .......................................... 72
Figura 62: Esquema de Ligação para duas luminárias. ................................... 75
Figura 63: Exemplo de resumo gerado pelo programa Dialux. ........................ 77
Figura 64: Esquemático do Ambiente do Laboratório ...................................... 78
Figura 65: Imagem do Dialux com a simulação da Iluminância. ....................... 78
Figura 66: Imagem com as medidas obtidas com o Luxímetro. ....................... 79
Figura 67: Esquemático do Ambiente do Laboratório. ..................................... 79
Figura 68: Imagem do Dialux com a simulação da Iluminância. ....................... 79
Figura 69: Medidas com Luxímetro. ................................................................. 80
Figura 70: Esquemático do Ambiente do Laboratório. ..................................... 80
Figura 71: Esquemático do Ambiente do Laboratório. ..................................... 80
Figura 72: Imagem com as medidas obtidas com o Luximetro. ....................... 81
Figura 73: Potência para duas luminárias ........................................................ 82
Figura 74: Energia para as duas luminárias. .................................................... 82
Figura 75: Funcionamento de uma bomba de calor em uma piscina. .............. 86
Figura 76: Bomba de Calor .............................................................................. 87
Figura 77: Boiler, 150 litros............................................................................... 87
Figura 78: Diagrama de Fiação Bomba de Calor ............................................. 89
Figura 79: Valores de Tensão e Corrente ........................................................ 90
Figura 80: Valores de Potência e Energia ........................................................ 90
Figura 81: Diagrama de Fiação para chuveiro. ................................................ 91
Figura 82: Medida de Temperatura, Bomba de Calor ...................................... 93
Figura 83: Conjunto de Motores, Laboratório de Eficiência .............................. 96
Figura 84: Corrente de partida ......................................................................... 98
Figura 85: Corrente de partida. ........................................................................ 98
Figura 86: Ligação para partida estrela-triângulo. ............................................ 99
Figura 87: Comportamento do torque na partida com inversor. ....................... 99
Figura 88: Ligação do motor com o inversor. ................................................. 100
Figura 89: Diagrama de Fiação, Motores. ...................................................... 102
Figura 90: Valores de potências e energia. .................................................... 103
Figura 91: Motor de 4cv partida direta. ........................................................... 104
Figura 92: Motor de 4cv partida estrela-triângulo. .......................................... 104
Figura 93: Motor de 4cv partida com inversor de frequência. ........................ 104
Figura 94: Placa de Identificação de Motor WEG ........................................... 110
Figura 95: Quadro de Energia 1, Laboratório de Eficiência ............................ 111
Figura 96: Quadro de Energia 2, Entrada do bloco. ....................................... 111
Figura 97: Afundamento de Tensão. .............................................................. 112
Figura 98: Afundamento de Tensão ............................................................... 112
Figura 99: Afundamento de Tensão ............................................................... 113
Figura 100: Quedas de tensão admitido pelo NBR 5410. .............................. 114
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Regulamentação da Lei de Eficiência Energética. .......................... 18
Quadro 2: Níveis mínimos de Eficiência Energética FLC sem invólucro .......... 18
Quadro 3: Níveis mínimos de Eficiência Energética FLC sem invólucro .......... 19
Quadro 4: Alimentação do CLIC02 ................................................................... 41
Quadro 5: Valores das iluminâncias coletadas na bancada do laboratório. ..... 82
Quadro 6: Valores medidos pelo Fluke 434. .................................................... 83
Quadro 7: Valores de tensão, corrente e frequência. ....................................... 84
Quadro 8: Valores de potência. ........................................................................ 84
Quadro 9: Valores medidos pelo Power Monitor. ............................................. 84
Quadro 10: Valores de Tensão e Corrente ...................................................... 92
Quadro 11: Valores de Potência. ..................................................................... 92
Quadro 12: Contém todos os valores medidos. ............................................... 94
Quadro 13: IDE para motores. ....................................................................... 105
Quadro 14: Tabela apresenta as classificações do PRODIST ....................... 108
Quadro 15: Afundamento de Tensão ............................................................. 112
Quadro 16: Afundamento de Tensão ............................................................. 112
Quadro 17: Afundamento de Tensão ............................................................. 113
Quadro 18: Queda de tensão (ΔV(%)). .......................................................... 113
Quadro 19: Dimensionamento de condutor por soma de potências ............... 115
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Usos finais de energia elétrica no Brasil. ......................................... 16
Gráfico 2: Posse Média de Equipamentos no Setor Residencial ..................... 16
Gráfico 3: Consumo de Energia em Indústrias Energointensivas. ................... 20
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas técnicas
AEE - Ações de Eficiência Energética
ANEEL - Agência Nacional das Águas
BEN - Balanço Energético Nacional
CGIEE - Comitê Gestor de Indicadores de Eficiência Energética
COPEL - Companhia Paranaense de Energia
EPE - Empresa de Pesquisa Energética SP
EVO - Efficiency Evaluation Organization
DIP - Afundamento de Tensão
IDE - Indicador de Desempenho Energético
IDEF - Integration Definition.
IHM - Interface Homem Máquina
kWh - quilowatt-hora
M&V - Medição e Verificação
MMA - Ministério do Meio Ambiente
MME - Ministério de Minas e energia
PEE - Programa de Eficiência Energética
P&D - Pesquisa e Desenvolvimento
PDCA - Plan-do-Check-Act
PIMVP - Protocolo Internacional de Medição e Verificação
PROCEL - Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
PRODIST - Procedimentos de Distribuição
PROPEE - Procedimento do Programa de Eficiência Energética
RCB - Relação Custo Beneficio
SAG - Afundamento de Tensão
SGE - Sistemas de Gestão de Energia
SWELL - Elevação de Tensão
TC - Transformador de Corrente
TI - Transformador de Instrumentação
TP - Transformador de Potencial
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 14
1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................... 14
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ........................................................................... 22
1.3 JUSTIFICATIVA........................................................................................ 22
1.4 OBJETIVOS ............................................................................................ 23
1.4.1 Objetivo geral .................................................................................... 23
1.4.2 Objetivos específicos ....................................................................... 23
1.5 ESTRUTURA ........................................................................................... 24
1.6 METODOLOGIA ....................................................................................... 24
1.7 PUBLICO ALVO ...................................................................................... 27
1.8 DIFERENCIAL DO PROJETO ..................................................................... 27
1.9 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 27
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................... 31
2.1 PROGRAMA DE EFICIENCIA ENERGÉTICA DA ANEEL - PEE .......................... 31
2.2 PROCEDIMENTOS DO PROGRAMA DE EFICIENCIA ENERGÉTICA – PROPEE ..... 32
2.2.1 Módulo 7 – Cálculo da Viabilidade ................................................... 33
2.2.2 Módulo 8 – Medição e Verificação dos Resultados ........................ 34
2.2.3 Diagnóstico Energético .................................................................... 34
2.2.4 Medição e Verificação (M&V) ........................................................... 34
2.2.5 Relação Custo Benefício (RCB) ....................................................... 35
2.2.6 Avaliação ex ante .............................................................................. 35
2.2.7 Avaliação ex post .............................................................................. 35
2.2.8 Sistema de Gestão de Energia (SGE) .............................................. 35
2.3 PROTOCOLO INTERNACIONAL DE MEDIÇÃO E VERIFICAÇÃO DE PERFORMANCE –
PIMVP 35
2.4 SISTEMAS DE GESTÃO DE ENERGIA - ABNT NBR ISO 50001:2011 ........... 36
3 MATERIAIS E EFICIÊNCIA EFICIENCIA ENERGÉTICA .................. 39
3.1 CLP – CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMAVEL ......................................... 39
3.1.1 Relé programável WEG CLIC02 ....................................................... 40
3.2 INVERSOR DE FREQUENCIA ..................................................................... 43
3.2.1 Inversor de Frequência WEG - CFW500 .......................................... 45
3.2.2 Inversor de Frequência Schneider - Ativar 31 ................................ 47
3.3 POWERMONITOR 3000 .......................................................................... 48
3.3.1 Sobre o PowerMonitor 3000 ............................................................. 48
3.3.2 Aplicações ......................................................................................... 49
3.3.3 Dados técnicos .................................................................................. 49
3.3.4 Estrutura do menu do PowerMonitor 3000 ..................................... 50
3.3.5 Comunicação via rede com o PowerMonitor 3000 ......................... 51
3.3.6 Configurações necessárias para o projeto ..................................... 53
3.3.7 Montagem e operação do Power Monitor 3000 .............................. 53
3.3.8 Testes Iniciais. ................................................................................... 57
3.3.9 PowerMonitor 3000 e relé programável WEG CLIC02. ................... 63
3.3.10 Cuidados ......................................................................................... 66
3.4 ANALISADOR DE ENERGIA FLUKE 434 SÉRIE II .......................................... 66
3.4.1 Sobre o Fluke 434.............................................................................. 66
3.4.2 Aplicações ......................................................................................... 67
3.4.3 Dados Técnicos ................................................................................. 68
3.4.4 Utilização ........................................................................................... 70
3.4.5 Testes Iniciais .................................................................................... 71
3.5 EXPERIMENTOS SOBRE ILUMINAÇÃO ........................................................ 73
3.5.1 Luminotécnica ................................................................................... 73
3.5.2 Software Dialux ................................................................................. 73
3.5.3 Luximetro ........................................................................................... 74
3.5.4 Procedimento a ser realizado nos Experimentos .......................... 74
3.5.5 Analise do Experimento 1 ................................................................ 77
3.5.6 Analise do Experimento 2 ................................................................ 79
3.5.7 Analise do Experimento 3 ................................................................ 80
3.5.8 Medida da Iluminância ...................................................................... 81
3.5.9 Consumo de Energia ........................................................................ 82
3.5.10 Cenário com 2 luminárias fluorescentes ..................................... 82
3.6 EXPERIMENTO AQUECIMENTO DE ÁGUA .................................................... 85
3.6.1 Bomba de Calor ................................................................................. 85
3.6.2 Procedimento Experimental ............................................................. 86
3.6.3 Materiais e equipamentos utilizados ............................................... 86
3.6.4 Procedimento para coleta de dados ................................................ 88
3.6.5 Ducha Lorenzetti (chuveiro) ............................................................. 90
3.6.6 Análise de dados ............................................................................... 92
3.6.7 Relação Custo Benefício (RCB) ....................................................... 94
3.7 EXPERIMENTO COM MOTORES ................................................................. 95
3.7.1 Roteiro sobre Acionamento de Motores ......................................... 95
3.7.2 Motores de indução trifásicos (MIT) ................................................ 96
3.7.3 Procedimento Experimental ........................................................... 100
3.7.4 Materiais e equipamentos utilizados ............................................. 100
3.7.5 Procedimento para coleta de Dados ............................................. 100
3.7.6 Análise de Dados ............................................................................ 104
4 EXPERIMENTOS SOBRE QUALIDADE DE ENERGIA ................... 106
4.1 QUALIDADE DE ENERGIA........................................................................ 106
4.1.1 Afundamento de Tensão (SAG) ..................................................... 106
4.1.2 Elevação de Tensão (SWELL) ........................................................ 107
4.2 VARIAÇÃO NA TENSÃO DA REDE ELÉTRICA ............................................. 107
4.3 PROCEDIMENTO A SER REALIZADO NO EXPERIMENTO .............................. 109
4.4 PROCEDIMENTO E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS ...................................... 109
4.5 RESULTADOS OBTIDOS ........................................................................ 111
4.5.1 Quadro de energia do Laboratório de Eficiência.......................... 112
4.5.2 Quadro de energia entrada do bloco PK. ...................................... 112
4.5.3 Quadro de energia da sala PK12.................................................... 113
4.5.4 Análise de Resultados .................................................................... 113
5 CONCLUSÂO ................................................................................... 116
BIBLIOGRAFIA A SER UTILIZADA .............................................................. 118
APENDICE A – ROTEIRO BÁSICO POWERMONITOR 3000 ...................... 123
APENDICE B – ROTEIRO BÁSICO FLUKE 434 .......................................... 129
APENDICE C – ROTEIRO AQUECIMENTO DE ÁGUA ................................ 135
APENDICE D – ROTEIRO AFUNDAMENTO DE TENSÃO .......................... 145
APENDICE E – ROTEIRO ACIONAMENTO DE MOTORES ........................ 154
APENDICE F – ROTEIRO LUMINÁRIAS ...................................................... 161
14
1 INTRODUÇÃO
1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
No início do século XX, após muitos avanços na utilização da
eletricidade, muito do que se procurava em termos de tecnologia, era
desenvolver cada vez mais equipamentos que utilizassem está forma de
energia para facilitar e melhorar a vida de todos. Com o passar do tempo, o
surgimento da iluminação gerada pela energia elétrica, ganhou espaço
substituindo sistemas antigos, máquinas e motores que facilitavam e
agilizavam os processos de produção das fábricas foram implementados,
aumentado à necessidade por uma demanda maior de energia elétrica. Por
isso, se viu a necessidade de maior geração da energia elétrica, no entanto a
energia era gerada com grande participação de fontes não renováveis, sem
consciência e preocupação ecológica.
Após a primeira crise do petróleo na década de 1970, se viu a
necessidade da maior utilização de fontes renováveis de energia, como forma
de racionalizar o consumo de energia. No Brasil a questão sobre eficiência só
foi realmente sentido no início da década de 2000 com o início dos apagões,
deixando cidades sem energia elétrica por horas (MMA, 2014).
Se tratando da energia elétrica, a preocupação com a economia de
energia é vista de duas maneiras. Primeiro existe a preocupação em relação a
ao fluxo de energia, a relação da demanda de energia e a energia que
efetivamente está sendo gerada e está disponível para o consumo. Em
segundo lugar está o faturamento, cada vez mais industrias e até
consumidores residenciais se preocupam em reduzir os gastos monetários
relacionados a utilização de energia.
Anualmente o Ministério de Minas e Energia (MME) juntamente com a
Empresa de Pesquisa Energética (EPE), realizam o Balanço Energético
Nacional (BEN). O BEN é um relatório onde é possível verificar a matriz
energética brasileira, o fluxo de energia, para que setores diferentes fontes de
energia são destinadas e em que quantidade. Na próxima página, na figura 1,
mostra uma representação fornecida pelo BEN, de como foi destinado o
consumo de energia elétrica no Brasil para o ano de 2016.
15
Figura 1: Fluxo de Energia Elétrica
Fonte: BEN, 2016.
Na figura 1 é possível observar que o setor industrial consumiu 196,6
TWh (31,9%) de toda a energia elétrica gerada em 2016, já os setores
residencial, comercial e público totalizaram juntos 265,4 TWh (43%) do
consumo. Como estes setores empregam juntos aproximadamente 3/4 de toda
a energia elétrica disponível, eles acabam por se tornar cenários interessantes,
com grande potencial para a redução de gastos de energia elétrica.
Com base em estudo de Fedrigo (2009), o gráfico 1 representa qual é a
característica do consumo de energia elétrica nas residências no Brasil.
Levantamentos realizado por BEN (2016) podem ser relacionando com a
característica de consumo apontada por Fedrigo (2009). Considerando que o
setor residencial consumiu 131,3 TWh de energia elétrica no ano de 2016,
chegasse a conclusão que iluminação residencial consumiu aproximadamente
9,2 TWh em 2016 enquanto chuveiros consumiram aproximadamente 24,9
TWh de energia elétrica.
16
Gráfico 1: Usos finais de energia elétrica no Brasil.
Fonte: Fedrigo (2009).
Como foi destacado no gráfico 1 a iluminação e uso de chuveiros
consomem um percentual considerado no uso final de energia elétrica das
residências. Este fato é levado em consideração por Vilela Junior (2017a), que
também destacou a questão de StandBy. A respeito de iluminação, os
diferentes tipos de lâmpadas e luminárias em geral demandam baixa potência,
porém a iluminação sempre será exigida, já que os dispositivos referentes a
iluminação estão entre os mais frequentes nas residências, como representado
no gráfico 2.
Gráfico 2: Posse Média de Equipamentos no Setor Residencial
Fonte: EPE, 2014.
Em setores públicos e comerciais, a iluminação chega a representar
uma fatia maior do uso final de energia elétrica. Teixeira (2017) destacou que
17
ainda é possível ganhar dinheiro com a economia de energia, substituindo
lâmpadas fluorescentes compactas por lâmpadas LED, embora não se obtenha
um ganho tão grande comparado com a época em que lâmpadas
incandescentes começaram a ser substituídas por fluorescentes compactas.
Como apontado no estudo de Fedrigo (2009), o destino do uso final nas
residências ainda pode variar dada a região do Brasil, ficando evidente a
diferença da utilização da energia elétrica nas regiões Sul e Nordeste, e
também devido as diferentes estações do ano, verão e inverno. Consumo de
energia elétrica por refrigeradores, ares-condicionados e chuveiros sofrem
considerada alteração devido a estação do ano, enquanto ares-condicionados
e refrigeradores tem uma grande elevação no consumo durante o verão,
chuveiros consomem mais durante o inverno.
Desenvolvimento de equipamentos e implantação de sistemas que
sejam mais eficientes, acabam por melhorar o rendimento e o funcionamento
dos processos que envolvem energia elétrica. Além disso, a gestão adequada
da energia, cada vez mais está sendo vista com bons olhos, tornando objeto de
estudos e até sendo implementada por grandes empresas que já se
conscientizaram da importância de reduzir gastos de energia, por exemplo, que
aumentem a produção com o mesmo consumo ou que mantenham a produção
com o consumo menor de energia.
No ano de 2001 foi decretada a Lei de Eficiência Energética (Lei
10.295/2001). Está lei determina níveis máximos de consumo de energia, ou
níveis mínimos da relação de eficiência energética, que equipamentos e
dispositivos consumidores de energia elétrica distribuídos no Brasil devem
oferecer. Estes níveis são determinados através de indicadores, que são
elaborados através da funcionalidade específica do equipamento, rendimento e
a vida útil (EPE, 2014).
A regulamentação de equipamentos fica a cargo do Comitê Gestor de
Indicadores de Eficiência Energética (CGIEE). O CGIEE deve desenvolver
regulamentação específica, estabelecer metas indicando a evolução de níveis
a serem alcançados para cada equipamento específico regulamentado (MME,
2007). A seguir no quadro 1, estão relacionados alguns equipamentos já
regulamentados.
18
Quadro 1: Regulamentação da Lei de Eficiência Energética.
Fonte: EPE, 2014.
Os quadros 2 e 3, destacam os níveis mínimos de eficiência energética
exigidos pelo CGIEE, para lâmpadas fluorescentes compactas (FLC). Como
indicador de desempenho, o CGIEE utilizou a relação lumens por watt.
Quadro 2: Níveis mínimos de Eficiência Energética FLC sem invólucro
Fonte: MME (2010).
19
Quadro 3: Níveis mínimos de Eficiência Energética FLC sem invólucro
Fonte: MME (2010).
Os chuveiros que representam grande parte do consumo de energia
elétrica, são um grande problema, pois diferentes tecnologias como o
aquecimento a gás GLP, do ponto de vista da população, ainda possuem um
grande obstáculo a sua implementação devido ao investimento a ser realizado
e ao consumo de uma outra fonte de energia. Então a redução no consumo de
energia pelos chuveiros é lenta, já que diferentes modelos de chuveiros
elétricos oferecem pouca variação de consumo de energia, e o consumo
também se relaciona ao conforto oferecido.
Assim como no setor residencial, o setor industrial possui um grande
potencial para redução do consumo de energia. Para indústrias, o consumo de
energia pode representar a redução no custo de fabricação de diversos
acessórios, equipamentos e dispositivos. Para o fabricante, a redução em
gastos na fabricação pode representar um lucro maior na venda do produto
final, e caso haja demanda está economia pode ser utilizada como fonte para
aumentar a produção. O gráfico 3 apresenta a evolução na distribuição do
consumo de energia em diferentes segmentos de industrias energointensivas
no Brasil.
20
Gráfico 3: Consumo de Energia em Indústrias Energointensivas.
Fonte: EPE, 2014.
Os segmentos de industrias destacados no gráfico 3, são segmentos
que por natureza de operação possuem diversos processos que consomem
muita energia elétrica. Industrias deste porte possuem fornos, sistemas de
aquecimento, refrigeração, bombeamento de água e fluidos, trituradores,
fundição e muitos outros processos. Em muitos destes processos há um
grande envolvimento de maquinas e motores elétricos. Estas Máquinas e
motores, em diversos casos são maquinários antigos, que se substituídos por
equipamentos novos e de alto rendimento, podem representar uma significativa
economia de energia elétrica. Dependendo da economia de energia em pouco
tempo é possível recuperar o investimento pelos novos equipamentos.
Não necessariamente só a substituição de equipamentos seria a solução
para reduzir o consumo de energia, mas também a aquisição de dispositivos
que em conjunto com o equipamento já existente, melhore o desempenho do
sistema, como a utilização de inversores de frequência. Além dos sistemas já
mencionados, a questão de StandBy contribui para um alto consumo e
desperdício de energia nas indústrias.
Sistemas de gestão da energia, além de terem como dever analisar o
sistema como um todo e prever soluções para melhorar o desempenho
energético, como as soluções já mencionadas, em diversos casos o uso
21
racional da energia e a melhor atribuição para o uso de energia elétrica resulta
em significativa economia de energia.
Com o intuito de incentivar, orientar e determinar níveis aceitáveis de
consumo de energia, normas e certificações são desenvolvidas. Assim,
empresas e indústrias que acabam adquirindo estas certificações acabam
recebendo uma imagem de empresas limpa e sustentáveis, se destacando no
mercado. Como exemplo, existe a ISO 50001 (Sistemas de Gestão de
Energia).
Em 1985 foi criado pelo MME o Programa Nacional de Conservação de
Energia Elétrica (PROCEL). O objetivo do PROCEL é promover a
racionalização da geração e do consumo de energia elétrica, com o intuito de
eliminar desperdícios e reduzir custos assim como investimentos setoriais
(MMA, 2014). No início da década de 2000, o PROCEL desenvolveu um
programa voltado para estudo em eficiência energética. Este programa foi
desenvolvido para oferecer a universidades, a oportunidade de realizarem
estudos relacionadas a eficiência energética. Assim, algumas universidades
que se candidataram, receberam kits para estudos em três processos
industriais, sistemas de esteiras, bombeamento de água e ventilação (Teixeira,
2017).
As práticas de eficiência energética em geral, precisam ser muito
estudas e desenvolvidas, e assim, os campuses universitários por obterem
ótimos profissionais e estudantes de áreas que envolvem energia, acabam
sendo grandes oportunidades para estes estudos. Grandes laboratórios em
universidade são exemplo em todo Brasil, como os laboratórios de hidráulica e
saneamento (LEHNS) nas universidades federais do Rio Grande do Sul
(UFRG), Paraná (UFPR), Paraíba (UFPA), Mato Grosso do Sul (UFMS), o
laboratório de eficiência energética em edificações (LABEEE) da UFSC, o
laboratório de eficiência energética (LEENER) da UFJF, o grupo de estudos e
desenvolvimento de alternativas energéticas (GEDAE) da UFPA, o laboratório
de eficiência energética em sistemas motrizes (LAMOTRIZ) da UFMS, e muitos
outros.
22
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA
Este trabalho limita-se a realizar estudos e desenvolver roteiros de
experimentos sobre eficiência energética e qualidade de energia, em
equipamentos que sejam de uso comum em residências, comércio e até
industrias. Entre estes equipamentos, estão luminárias, chuveiros elétricos,
bomba de calor e bombas hidráulicas.
Estes estudos serão realizados em laboratórios do curso de engenharia
elétrica da UFPR, e para as medidas, serão utilizados o medidor de energia
PowerMonitor 3000 e o analisador de qualidade de energia Fluke 434.
O método para determinação de eficiência energética segue orientações
do Procedimento do Programa de Eficiência Energética (PROPEE) da ANEEL,
que por sua vez segue os métodos de Medição e verificação do Protocolo
Internacional de Medição e Verificação (PIMVP).
1.3 JUSTIFICATIVA
A maior contribuição do engenheiro para meio ambiente é através da
economia de energia, através de uma boa gestão energética, seja do sistema
de transmissão, geração, distribuição, do sistema industrial, comercial ou
residencial (TEIXEIRA, 2017). Um laboratório de eficiência energética bem
estruturado é importante, pois irá atender uma demanda na formação dos
alunos, sendo muito importante que os alunos se formem tendo consciência
energética dentro do cenário mundial atual (VILELA JUNIOR, 2017).
Com um laboratório de eficiência energética em condições de uso mais
didático e com roteiros de experimentos definidos, o curso de engenharia
elétrica será mais valorizado, assim abrirá mais as possibilidades para a
execução de aulas práticas. O laboratório dará oportunidade para que os
estudantes tenham contato com aspectos da engenharia pouco abordados até
o momento, e oferecerá uma melhor capacitação dos estudantes, diferenciando
estes estudantes de outros que não tiveram a oportunidade de utilização deste
tipo de laboratório.
23
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 Objetivo geral
O presente projeto é orientado pelo objetivo geral de apresentar
propostas de roteiros de experimentos em eficiência energética e em qualidade
de energia, tornando a utilização do laboratório de eficiência energética
existente do curso de engenharia elétrica da UFPR mais didático. Os
experimentos propostos têm como objetivo abordar uma visão prática sobre a
eficiência de sistemas que envolvam consumo de energia. O foco não é
apenas avaliar a eficiência do ponto de vista da potência consumida e potência
gerada, mas sim a eficiência como um aspecto geral.
Com o laboratório em boas condições de estudo os estudantes do curso
de engenharia elétrica poderão se familiarizar com técnicas e criar consciência
de como avaliar a eficiência de um sistema consumidor de energia. Assim, será
aberto um leque de oportunidades para a carreira profissional dos futuros
engenheiros, e com o passar dos anos e surgimento de novas tecnologias
terão a capacidade de avaliar qual será a tecnologia mais adequada para cada
situação.
1.4.2 Objetivos específicos
Para alcançar o objetivo geral é necessário:
a) Conhecer práticas e tecnologias abordadas em laboratórios de
eficiência energética, através de revisão teórica;
b) Realizar entrevistas e visitas técnicas em laboratórios de eficiência
energética;
c) Realizar levantamento dos itens e equipamentos existentes no
laboratório;
d) Definir os experimentos a serem explorados e desenvolver roteiros;
e) Montagem de protótipos de experimentos para realizar medições;
f) Execução prática dos experimentos;
g) Analise e verificação dos resultados obtidos;
24
1.5 ESTRUTURA
O trabalho está dividido em cinco capítulos conforme descrito a seguir.
O presente capitulo introdutório, apresenta uma visão geral a respeito da
eficiência energética, os objetivos definidos para o trabalho, metodologia e
revisão da literatura com os principais artigos selecionados.
O segundo capítulo apresenta a fundamentação teórica, apresentando
os principais aspectos para a realização deste trabalho, relacionados a
medição e verificação descritos no PROPEE e no PIMVP.
O terceiro capítulo apresenta os materiais utilizados e os experimentos
que possibilitaram realizar estudos sobre eficiência energética. Além de
descrever os experimentos em si como resultado, o terceiro capítulo também
apresenta valores das práticas realizadas e as discussões a respeito destas
medidas coletadas.
O quarto capitulo, tem um enfoque semelhante ao terceiro capitulo,
porém utiliza de mesmos materiais já apresentados no capítulo anterior. Visto
isso, o quarto capítulo apresenta um único experimento realizado sobre
qualidade de energia, sendo apresentados medidas realizadas a respeito de
afundamento de tensão (SAG). O experimento em si, seu método e suas
etapas já são uma contribuição importante do trabalho, porém o capítulo
apresenta as medidas realizadas e uma breve discussão sobre os resultados
obtidos.
O quinto capítulo apresenta as conclusões obtidas após a realização dos
experimentos e os estudos realizados nos laboratórios.
1.6 METODOLOGIA
A metodologia está dividida em 3 etapas, e para facilitar o entendimento
a figura 2 apresenta um conjunto de elementos gráficos e textuais combinados,
Integrated Definition (IDEF). Durante as duas primeiras etapas foram realizadas
a revisão teórica e desenvolvido o conjunto de requisitos sobre o assunto
tratado. Para isso foi necessário realizar busca de artigos no portal de
periódicos da CAPES, normas técnicas, teses, programas de eficiência
energética, protocolos e procedimentos sobre medição e verificação, pesquisa
25
exploratória utilizando questionários para entrevistar pesquisadores e visitas
em laboratórios. Após a seleção e leitura dos documentos, os módulos 7 e 8 do
PROPEE juntamente com o PIMVP foram definidos como base para este
trabalho, através dos objetivos destes procedimentos e protocolos de como se
aplicam, para determinação da eficiência energética de equipamentos.
A terceira e última etapa foi a fase de conclusão do trabalho, realizando
experimentos práticos com o auxílio de equipamentos de medição, obtenção de
resultados, análise, discussão e conclusão dos assuntos tratados.
Após o fechamento do trabalho, ao final do relatório serão apresentados
em forma de apêndices, roteiros dos experimentos realizados como forma de
contribuição do trabalho. Assim, estes roteiros poderão ser utilizados de forma
separadamente, sendo utilizados por professores e alunos com o intuito de
estudar eficiência energética e qualidade de energia.
27
1.7 PUBLICO ALVO
O público alvo serão os alunos e os docentes do curso de engenharia
elétrica da UFPR, assim os alunos teriam o laboratório a disposição a qualquer
momento para seus experimentos e professores para seus estudos e
pesquisas. A ideia é sugerir um modelo de utilização para laboratório de
eficiência energética do curso de engenharia elétrica da UFPR, de modo que
os alunos possam utilizar o laboratório para realizar seus experimentos por
meio de horários marcados, assim seria necessário a disponibilidade de um
técnico responsável para liberar o acesso dos estudantes e também
acompanhar a realização das atividades. Neste formato os alunos não
dependeriam do uso do laboratório restritamente ao horário de aulas, também
resolveria o problema da aquisição de muitos kits para vários experimentos ao
mesmo tempo.
1.8 DIFERENCIAL DO PROJETO
Este projeto tem como diferencial, propor uma nova abordagem para
utilização do laboratório de eficiência energética do curso de engenharia
elétrica da UFPR. O laboratório que até então vem sendo utilizado somente por
docentes com fins de pesquisa, poderá ser utilizado também pelos estudantes
com o objetivo de explorar questões relacionadas a eficiência. Assim, o curso
poderá ter um ganho enorme com o desenvolvimento de cadeiras acadêmicas
que explorem este laboratório.
1.9 REVISÃO DA LITERATURA
A energia é um assunto tratado com elevada importância, sendo
relacionada com pesquisa e desenvolvimento (P&D) e com o desenvolvimento
econômico do país. Assim órgãos públicos e intuições tomam a frente
publicando normas e procedimentos, afim de orientar em projetos relacionados
à energia. Por isso, muitas plataformas de pesquisa como do EPE, MME,
MMA, PROCEL, ANEEL e COPEL foram utilizadas, com o objetivo de se obter
o melhor conjunto de documentos que se adequem ao estudo realizado.
28
Estas instituições fornecem diversas tabelas e relatórios informativos
como o Balanço Energético Nacional (BEN) e a Projeção da Demanda de
Energia Elétrica elaborado pelo EPE.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), entre tantas
atribuições, se responsabiliza pela tradução e publicação no Brasil de diversas
normas internacionais, como é o caso da ISO 50001.
Outra fonte de informação que contribui muito para a obtenção de
documentos atualizados e relacionados ao tema, é busca por artigos
acadêmico no portal de periódicos da CAPES. Devido ao acesso disponível
pela UFPR, é possível realizar a leitura de diversos artigos buscados em base
de dados de revistas, jornais e periódicos consagrados, como Elsevir, IEEE e
OneFile Gale.
Ao todo foram selecionados 8 (oito) artigos para leitura. Em geral estes
artigos tratam de programas de eficiência energética, semelhantes ao
PROPEE. Estes artigos apresentam como foi o impacto e os resultados obtidos
com implantação destes programas para diferentes países, de que forma as
estimativas ex-ante e ex-post foram utilizadas e seus resultados.
Laquatra e Carswell (2015) avaliaram ferramentas econômicas para
medir melhorias em eficiência energética em residências. Dentre as
ferramentas estão custo e vida útil, beneficio (economia de energia), relação
custo benefício e analise do tempo de retorno. Concluem, através de exemplos,
que levar em consideração o aumento do valor da propriedade é uma adição
importante para os métodos mencionados, e erros em cálculos que determinam
os benefícios acabam atrasando investimentos em eficiência energética.
Cabrera et al (2012) avaliam dois subprogramas, do programa éco21 em
Genebra, que estimam a economia bruta. O programa eco21 oferece soluções
concretas através da formação, aconselhamento, ferramentas on-line ou
incentivos para economia de energia. São utilizadas três estimativas, a primeira
recolhe informações dos dispositivos e equipamentos a serem instalados ou
substituídos (ex-ante), a segunda realiza medição do consumo e/ou horas de
funcionamento (ex-post) e a terceira que são analise das faturas de energia
(ex-post). Através de um exemplo com amostra de 7 edifícios concluíram que
as estimativas ex-post resultaram em uma economia de energia maior do que a
prevista, porem próximas, o que consideram aceitáveis dado o tamanho da
29
amostra. Estas estimativas também são capazes de fornecer os resultados
individuais.
Esland et al (2014) avaliam o impacto da estimativa ex-ante da
Estratégia do Plano de Eficiência Energética (EPEE) no setor residencial,
implementado pelo governo da Turquia. Analisam teoricamente o desempenho
de inúmeros sistemas/equipamentos consumidores de energia elétrica e para
realizar o estudo adotam diversos parâmetros como divisões socioeconômicas,
concluindo que haverá uma remodelação até o ano de 2030 reduzindo a
demanda de energia.
Webber, Gouldson e Kerr (2015) utilizam a estimativa ex-post para
avaliar os impactos da modernização e da eficiência energética doméstica em
grande escala. Sua metodologia envolve 5 passos, desenvolvimento
indicadores adaptados, medidas normalizadas da demanda de energia nas
residências, determinação dos impactos, comparação dos impactos reais
previstos e comparação entre áreas de diferentes tipos de rendas. Na
avaliação dos autores o retrofit do setor doméstico em grande escala, pode
oferecer resultados reais (ex-post) superiores aos resultados previstos (ex-
ante).
Giaccone et al (2017) realizam um estudo de casos para avaliar a
estimativa ex-post, proposto pelo plano energético em residências, na região
da Sicilia. Ações para economia de energia como isolamento térmico e
substituição de geradores de calor foram definidas. São estabelecidos três
cenários para avaliação de investimento, o potencial para economia de energia,
as circunstancias atuais e o cenário alcançável. Em conclusão a avaliação para
investimentos em eficiência energética não devem se limitar somente ao
método ex-post, porém, trata-se de um método eficaz e facilmente aplicado a
qualquer região.
Spyridaki et al (2016) através da estimativa ex-post avaliam o
desempenho a implementação de programas de eficiência energética para
edifícios na Grécia e Holanda. Destacam que ainda não houveram grandes
avanços por falta de incentivo e ações governamentais, faltando uma mudança
de cultura.
Paramova e Thollander (2016) através da estimativa ex-post avaliam o
desempenho a implementação de um programa de eficiência energética para
30
pequenas e médias empresas na Suécia. Identificam avanços e economia de
energia de diversos sistemas, como, ventilação, bombeamento, iluminação e
etc.. Também avaliam a energia usada e o potencial de economia em
diferentes tipos de industrias. Concluem que o programa em geral tem sido
bem aceito e a maioria das empresas visitadas tratam a energia como uma
questão importante, relatando que a participação em programas reduz os
obstáculos a eficiência energética.
Schwartz et al. (2014) realizaram um estudo para analisar o
comportamento do consumo de energia elétrica em residências, alegando que
o consumo deve ir além do uso de tecnologias mais eficientes, mas também
ser uma questão comportamental. Por meio da utilização de computadores, foi
permitido monitorar o consumo em tempo real, deste sistema de
gerenciamento de energia no lar. Foi realizado uma espécie de laboratório real,
em uma vizinhança contendo 7 residências. Estas residências foram
observadas por um período de 18 meses. Ao fim do estudo os autores
identificaram diversas respostas práticas e também barreiras, como a falta de
um padrão de tecnologias utilizadas nas residências e a evolução do
comportamento para reduzir consumo de energia.
Oberg, AIA Partner e IBACOS (2011) realizaram uma publicação
relacionando o projeto casa/laboratório de eficiência energética com iluminação
e seu consumo em residências. O projeto casa/laboratório de eficiência
energética é uma iniciativa da IBASCO inovation, construído para realizar
estudos e identificar tecnologias e comportamentos para redução de custos
com energia. Os autores realizaram um perfil de consumo empregado para
iluminação, e avaliaram o desempenho de diferentes luminárias passando por
CFL’s, LED’s e utilização de sistemas de controle para redução de gastos.
Além, de diversos artigos que tratam a respeito de geração distribuída,
como Jou et al. (2014) abordando sobre painéis fotovoltaicos com sistema de
armazenamento com baterias, Ferrari et al. (2013) a respeito de geração com
combustão e gases e Fu et al. (2009) que tratam sobre a utilização da exaustão
de gases da geração para aquecimento e resfriamento.
31
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Como já descrito no capítulo anterior, o trabalho visa realizar
experimentos e desenvolver roteiros com foco no estudo da eficiência
energética e qualidade de energia. Para projetos de eficiência energética
existem normas e procedimentos já estabelecidos, assim métodos já
regulamentados podem ser utilizados para a realização dos estudos.
Os estudos direcionados ao consumo de energia elétrica, serão sobre
iluminação, motores e bombas elétricas, chuveiro elétrico de passagem e
bomba de calor. O estudo a respeito qualidade de energia, será relacionado
com o acionamento de motores.
2.1 PROGRAMA DE EFICIENCIA ENERGÉTICA DA ANEEL - PEE
A respeito do setor elétrico, o PEE foi desenvolvido com a finalidade de
modificar o mercado de eficiência energética, promovendo o uso racional de
energia elétrica (EPE, 2014). Entretanto, projetos desenvolvidos para o PEE
devem tem grande importância para o mercado, apresentando viabilidade
econômica resultando em aumento da eficiência (EPE, 2014).
Os projetos estabelecidos podem ser de diferentes modos, como gestão
de energia, substituição de equipamentos, atividades educacionais e
treinamento, projetos especiais estabelecidos pelo PROPEE, além da
divulgação e própria avaliação do PEE (EPE, 2014).
A ANEEL, atualmente tem se dedicado para que recursos e projetos,
sejam melhores direcionados para áreas designadas como prioritárias, sendo
assim o objetivo para que o PEE adquira maior efetividade para a
transformação do mercado. No geral, cada projeto deverá seguir etapas
conforme apresentado na figura 3.
32
Figura 3: Etapas dos Projetos do PEE.
Fonte: ANEEL (2015).
2.2 PROCEDIMENTOS DO PROGRAMA DE EFICIENCIA ENERGÉTICA –
PROPEE
O PROPEE é um guia determinativo de procedimentos, desenvolvido
para elaboração e execução de projetos de eficiência energética regulados
pela ANEEL (ANEEL, 2015).
O PROPEE apresenta a estrutura e a forma como os projetos, critérios
de avaliação e de fiscalização e os tipos de projetos que podem ser
desenvolvidos com recursos do PEE deverão ser apresentados (ANEEL,
2015). Também especifica procedimentos a serem adotados para apropriação
dos investimentos a serem realizados e a contabilização dos custos (ANEEL,
2015). Entre os objetivos do PROPEE estão:
a) Determinar os documentos que regulamentam a aplicação dos
recursos;
b) Determinar regras e procedimentos para aplicação dos recursos;
c) Determinar as regras e procedimentos contábeis para controle
dos recursos;
33
d) Identificar e descrever as tipologias dos projetos que podem
integrar o PEE;
e) Estabelecer os critérios de aceitação ex-ante e ex-post;
f) Indicar as ações permitidas e os recursos que podem ser
aplicados aos projetos;
g) Indicar as regras para apuração dos resultados dos projetos;
h) Estabelecer as informações que deverão compor as propostas e
relatórios dos projetos;
i) Estabelecer as regras de funcionamento do Plano de Gestão
para permitir a operacionalização do programa (ANEEL, 2015).
O PROPEE é composto de 10 (dez) módulos, sendo os módulos 7 e 8
os de maior importância para este trabalho. Estes módulos abrangem inúmeros
aspectos de projetos e do programa PEE, portanto estes módulos acabam se
relacionado de diferentes modos como mostrado na figura 4 (ANEEL, 2015).
Figura 4: Módulos do PROPEE.
Fonte: ANEEL (2015).
2.2.1 Módulo 7 – Cálculo da Viabilidade
O Módulo 7 estabelece quais são os diferentes fatores e formas de
cálculo que são considerados para determinar a viabilidade de um projeto a ser
executado no âmbito do PEE, do mesmo modo como considerar outros
34
possíveis benefícios mensuráveis, além dos energéticos, que os projetos
podem oferecer (ANEEL, 2015).
2.2.2 Módulo 8 – Medição e Verificação dos Resultados
O Módulo 8 determina procedimentos para avaliar de forma confiável os
benefícios energéticos alcançados com os projetos, apresentando conceitos e
fundamentos de Medição e Verificação (M&V), relação entre o PIMVP e o PEE,
orientando no desenvolvimento das diferentes fases da M&V ao longo do
projeto do PEE (ANEEL, 2015).
2.2.3 Diagnóstico Energético
O diagnóstico energético se refere a uma avaliação contendo as
oportunidades de eficiência energética nas instalações do consumidor de
energia, sendo um relatório com as ações de eficiência energética e sua
implementação, a economia de energia, analise de viabilidade e as estratégias
de M&V a serem adotadas (ANEEL, 2015).
2.2.4 Medição e Verificação (M&V)
São práticas que envolvem a utilização de equipamentos para medição,
que tem como objetivo determinar a real economia de energia dentro de uma
instalação, por um programa de gestão de energia. Por representar a ausência
do consumo, a economia de energia não é determinada diretamente com uma
medida. A economia é determinada com a comparação dos consumos medidos
antes e depois da implementação de um projeto, sempre realizando ajustes
para adequar as alterações no uso de energia (EVO, 2012). As atividades de
M&V consiste em algumas ou todas as seguintes ações:
a) Instalação, calibração e manutenção de medidores;
b) Coleta e tratamento de dados;
c) Desenvolvimento de um método de cálculo e estimativas
aceitáveis;
d) Cálculos com os dados medidos;
35
e) Relatórios, garantia de qualidade e verificação de relatórios por
terceiros.
2.2.5 Relação Custo Benefício (RCB)
Relação entre os custos e benefícios de um projeto, leva em
consideração valores relacionados ao consumo de energia, a vida útil e o valor
gasto com a implementação do projeto (ANEEL, 2015).
2.2.6 Avaliação ex ante
É uma avaliação que pode ser realizada com valores estimados, na fase
de definição, quando se avalia o RCB baseado em análise de campo,
experiencias anteriores, cálculos de engenharia e avaliações de preços de
mercado (ANEEL, 2015).
2.2.7 Avaliação ex post
É uma avaliação realizada com valores mensurados, considerando a
economia de energia por ações de M&V e os custos gastos (ANEEL, 2015).
2.2.8 Sistema de Gestão de Energia (SGE)
São elementos que se inter-relacionam para estabelecer uma política e
objetivos energéticos, e os procedimentos para atingir os objetivos
determinados (ABNT, 2011).
2.3 PROTOCOLO INTERNACIONAL DE MEDIÇÃO E VERIFICAÇÃO DE
PERFORMANCE – PIMVP
A Efficiency Valuation Organization (EVO) desenvolveu o PIMVP, com o
objetivo de aumentar investimentos relacionados a eficiência energética e no
consumo eficiente de energia e água, na gestão da demanda e em projetos de
energia renovável (EVO, 2012).
O protocolo não é uma norma ou diretriz obrigatória, muito menos um
manual de instruções de como se realizar M&V. O PIMVP deve ser utilizado
36
como boas práticas a serem utilizadas, que estabelece boa conduta para
realizar uma boa avaliação de projetos de eficiência energética (BORGES e
SILVA, 2013).
Grande vantagem do PIMVP é justamente o fato de não apresentar
regras exclusivas para cada tipo de Ações de Eficiência Energética (AEE), pois
cada ação apresenta suas características particulares (BORGES E SILVA,
2013).
O PIMVP especifica que devem ser desenvolvidos planos de M&V para
cada projeto. Estes Planos de M&V devem identificar variáveis de influência
para todas as áreas e produzir relatórios da economia verificada (EVO, 2012).
As atividades de M&V coincidem com outras atividades do projeto como
coleta dados para identificar AEE, estabelecer linha de base energética,
comissionamento e verificação operacional das AEE’s executadas e para
sistemas de verificação para manter a economia, como mostrado na figura 5
(EVO, 2012).
Figura 5: Atividades de medição e verificação.
Fonte: EVO (2012).
2.4 SISTEMAS DE GESTÃO DE ENERGIA - ABNT NBR ISO 50001:2011
A norma ISO 50.001 foi desenvolvida e publicada em 2011, com o
objetivo de divulgar o Sistemas de Gestão de Energia (SGE) como um padrão
mundial, assim visando melhoria no desempenho energético e eficiência
(ABNT, 2011).
37
A ISO 50.001 possui a metodologia Plan-do-Check-Act (PDCA),
baseada em um ciclo de melhoria contínuo, como apresentado na figura 6
(ABNT, 2011).
Figura 6: Metodologia ISO 50001:2011, Plan-do-Check-Act.
Fonte: ABNT (2011).
Entre as fases do PDCA, a fase de planejamento determina que seja
realizada a revisão energética, levantamento da linha de base energética, o
desenvolvimento Indicadores de desempenho energético (IDE), sejam traçados
objetivos, metas e planos para se atingir a melhoria de desempenho contínuo.
Na fase seguinte (do), serão implementados os planos estabelecidos (ABNT,
2011).
Próximo passo é realizar a verificação, através de monitoramento e
medição, sendo possível averiguar as características que determinam o
desempenho energético. Por último vem a ação, onde devem ser tomadas
novas ações para que o desempenho energético e o SGE tenham melhoria
continua conforme estabelecido na metodologia (ABNT, 2011).
Uma grande contribuição da ISO 50.001 para estudos sobre eficiência, é
a sugestão do desenvolvimento de IDE’s. Através dos IDE’s é possível
38
relacionar grandezas com o consumo de energia, do mesmo modo que o
PROPEE e o PIMVP sugerem.
2.5 CONTRIBUIÇÕES DO CAPÍTULO
O presente capítulo contribui para o trabalho, apresentando métodos e
orientações que tratam a respeito do tema de eficiência energética. Para o
profissional que vai desempenhar funções relacionadas a eficiência energética,
muitos dos trabalhos relacionados são grandes obras, que na grande maioria
se faz necessário a arrecadação de recursos a conclusão destes projetos.
Relacionado com isso, neste trabalho foram apresentados alguns importantes
aspectos do PROPEE, que são essenciais para se obter a aprovação de um
projeto de eficiência energética junto a ANEEL. Com isso, alunos que visam
desempenhar este tipo de trabalho em sua carreira profissional, podem ir se
familiarizando com os procedimentos e realizar experimentos desenvolvendo
as avaliações ex-ante e/ou ex-post e o RCB.
Como estamos tratando de experimentos que envolvem consumo de
energia, o PIMVP contribui para a conscientização de que para casos distintos,
diferentes aspectos e variáveis devam ser levadas em consideração. Assim
poderão ser desenvolvidos eficientes planos de medição e verificação.
Por último, o SGE abordado pela ISO 50001 apresenta muitos aspectos
interessantes para um a gestão de energia eficiente. O principal item desta
norma que será utilizado para este trabalho, é a utilização dos IDE’s para
relacionar determinadas grandezas com o consumo de energia elétrica.
39
3 MATERIAIS E EFICIÊNCIA EFICIENCIA ENERGÉTICA
Um laboratório de Eficiência Energética é formado por um longo
conjunto de dispositivos eletrônicos e equipamentos, esses dispositivos podem
ser trabalhados de forma a estudar o efeito do uso deles em experimentos
sobre qualidade de energia e eficiência energética. Ao longo dos experimentos
realizados nos roteiros deste trabalho, foram utilizados alguns dispositivos
eletrônicos, que foram utilizados basicamente em todos os experimentos como
CLPs e inversores.
3.1 CLP – CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMAVEL
Os Controladores Lógicos Programáveis são dispositivos eletrônicos
utilizados em sistemas de automação. São dispositivos muito utilizados por ser
uteis e versáteis em sistemas de acionamentos e controle, por isso, são muito
utilizados em indústrias. Esses dispositivos permitem desenvolver e alterar a
lógica para acionamento das saídas em função das entradas (UERJ, 2013). As
grandes vantagens da utilização do CLP são:
a) Ocupa menor espaço do que outros equipamentos de lógica
programável;
b) Através da sua programação é possível fazer com que o sistema
poupe energia;
c) Podem ser utilizados mais de uma vez em sistemas elétricos
diferentes;
d) Os CLPs possuem uma lógica simples de programar;
e) Os CPLs são dispositivos muito confiáveis;
f) Podem ser utilizados em vários tipos diferentes de sistemas
elétricos de acionamentos;
g) Possui interfaces que permitem comunicação com computadores
e outros CLPs, o que facilita muito.
Os CPLs possuem uma estrutura de logica simples, que podem ser
divididas da seguinte forma, figura 7:
40
Figura 7: Estrutura Lógica do CLP
Fonte: UERJ (2013).
Tanto os sinais de entrada quando de saída dos CLPs podem ser
digitais ou analógicos, isso depende da necessidade do sistema ao qual o
dispositivo será empregado (UERJ, 2013).
3.1.1 Relé programável WEG CLIC02
O Clic 02 da WEG,é um compacto Relé Inteligente, com 44 pontos de
entrada/saída digitais, que podem ser programados em Ladder ou FBD(
Digrama de Blocos de Função) (WEG, 2010). A figura 8 apresenta um exemplo
de CLIC 02 e a rede de alimentação do CLIC02 é apresentada conforme o
quadro 4:
Figura 8: CLIC02
Fonte: Autores (2017.)
41
Quadro 4: Alimentação do CLIC02
Fonte: WEG (2010).
Como foi comentado anteriormente, o CLIC02 pode receber
programação Ladder ou FBD, a qual deve ter no máximo 300 linhas ou 260
blocos de função. A programação fica armazenada em uma memória Flash, e o
processamento possui uma velocidade de 10ms/ciclo (WEG, 2010). A
alimentação do Clic 02 é bi-volt, e feita da seguinte forma, figura 9:
Figura 9: Diagrama de conexão CLIC02
Fonte: WEG (2010).
O CLIC02 possui 4 saídas (Q1, Q2, Q3, Q4) de 12 e 24Vcc, as quais
podem ser:
42
Figura 10: Saídas para Relés
Fonte: WEG (2010).
Figura 11: Saídas para transistores
Fonte: WEG (2010).
Para atender diversas necessidades de aplicações em processos de
automação, o CLIC02 possibilita a conexão de rede, realizando troca de dados
em alta velocidade com até 8 estações, sendo recomendado distância máxima
de 100 metros (WEG, 2015).
Por meio do modo remoto é possível dobrar a quantidade de entradas e
saídas, assim é possível que o CLIC02 atue como mestre ou escravo de uma
rede Modbus (WEG, 2015).
43
Figura 12: Rede Modbus com dispositivos CLIC02
Fonte: WEG (2015).
3.2 INVERSOR DE FREQUENCIA
Inversor de frequência é um dispositivo eletrônico, usados no
acionamento, controle de velocidade de motores de indução. Através do
inversor o motor passa operar com frequências diferentes da fornecida pela
rede, pois o inversor pode operar com frequência entre 0,5 e 400Hz, o que
possibilita a variação da velocidade do motor, sem a utilização de meios
mecânicos, como, polias, válvulas e redutores (RÊGO SEGUNDO e
RODRIGUES, 2015). A utilização de inversores traz várias vantagens ao
sistema como:
a) Redução do consumo de energia: pois utilizando o inversor
para velocidade do motor, o consumo de energia torna-se menor
em comparação com outras formas de realizar a mesma tarefa,
utilizando variadores mecânicos, por exemplo;
b) Evitando acionamentos bruscos: utilizando-se de inversores de
frequência para acionar um motor, pode-se adotar a configuração
de rampa de aceleração, a qual evita a partidas bruscas, assim
44
evitando que o motor possa sofrer algum dano nos seus sistemas
de correias e correntes;
c) Aumento da vida útil do sistema: inversores de frequência
aumentam a vida dos motores e sistemas como um todo, por
além de apresentar a aceleração por rampa, apresentam também
funções de proteção, que são muito eficientes no caso de picos
de energia na rede elétrica;
d) Automatização de processos: além de controlar a velocidade
dos motores os inversores são capazes de receber vários tipos de
programação, por exemplo, de eventos automatizados, muito
uteis nas funções de temporização;
e) Baixo custo de manutenção: inversores são de fácil manuseio,
sua manutenção é simples e barata. Se utilizado de forma correta,
os inversores podem ser utilizados por longos períodos;
f) Manter o torque constante: inversores não somente controlam a
velocidade no eixo dos motores elétricos trifásicos de corrente
alternada aos quais estão submetidos, como também podem
controlar outros parâmetros muito importantes ao funcionamento
do motor, como é o caso do torque. Quando se altera a
frequência de um motor de indução trifásico, seu torque também
será alterado. Em um motor de indução o seu torque
desenvolvido é diretamente proporcional à tensão aplicada no seu
estator, e inversamente proporcional à frequência dessa tensão.
Desta forma, para se manter esses parâmetros constantes basta
fazer com que as tensões/frequências sejam constantes;
g) Melhoria do Fator de Potência; inversores de potência
naturalmente corrigem fator de potência. Apesar do motor operar
com um fator de potência baixo (fp=0,8), em dado instante o fator
de potência visto pela rede é o do inversor (fp=0,96) (RÊGO
SEGUNDO e RODRIGUES, 2015).
Inversores de frequência são constituídos de uma entrada de energia
ligada a rede comum de alimentação, podendo ser monofásica ou trifásica, e
45
uma saída aplicada ao dispositivo que se vai alimentar, no caso um motor de
indução trifásico (RÊGO SEGUNDO e RODRIGUES, 2015).
3.2.1 Inversor de Frequência WEG - CFW500
O Inversor de Frequência CFW 500 da WEG (figura 13); pode ser usado
no controle de velocidade de motores, esse controle podendo ser vetorial ou
escalar, SoftPLC (controle que agrega funções de CLP (Controle de Lógica
Programável)), e controle de acionamento de multi-bombas (WEG, 2016).
Figura 13: Inversor de Frequência CFW 500
Fonte: WEG (2016).
O inversor assim como a maioria dos componentes eletrônicos, deve ser
instalado evitando sempre a exposição excessiva a raios solares, maresia,
chuva e umidade excessiva. Para se ter um bom desempenho deve se
proporcionar um local adequando ao equipamento (WEG, 2016), como:
a) Temperatura ao redor do equipamento de 0° até a temperatura
nominal especificada pelo fabricante;
b) Umidade relativa de 5% a 90% sem condensação;
c) Altitude de 1000m para condições normais de funcionamento, e
de 1000m a 4000m redução de corrente de 1% para cada 100m
acima de 1000m. Para altitudes de acima de 2000m deve se
reduzir a corrente 1,1% (WEG, 2016).
46
O inversor deve ser instalado na posição vertical em uma superfície
plana, em um local adequado, respeitando as recomendações citadas a acima.
Para inversores instalados dentro de painéis ou caixas metálicas, deve se
proporcionar uma exaustão adequada de ar, para que a temperatura dentro da
caixa ou painel não fique superelevada (WEG, 2016).
Como todo dispositivo eletrônico empregado em uma rede elétrica de
alimentação, o CFW 500 tem uma capacidade máxima de corrente. Para um
sistema que não possua um circuito de proteções adequadas para redes, como
fusíveis ou disjuntores o limite de corrente é de 30.000 Arms (WEG, 2016).
Basicamente, os inversores CFW 500 podem ser ligados diretamente na
rede elétrica, sem reatância de rede. Porém, deve se tomar algumas
precauções. Deve se garantir que a rede possua uma impedância que
proporcione uma queda de tensão de 1%, desta forma estará evitando danos
ao inversor e garantindo a vida útil esperada. Se a impedância de rede for
inferior ao valor estipulado, devido a transformadores e cablagem, recomenda-
se usar uma reatância de rede com o inversor (WEG, 2016).
Quando for se fizer a ligação do inversor com os motores, é de suma
importância que se use os cabos adequados, pois, desta forma estará se
evitando que o inversor cause interferência eletromagnética em outros
componentes eletrônicos, além de afetar a vida útil das bobinas e dos
rolamentos dos motores acionados pelo inversor. Muito importante se manter
os cabos usados no inversor, separados dos demais cabos utilizados no
circuito (WEG, 2016).
O inversor deve ser obrigatoriamente ligado a um terra de proteção,
desta forma, o circuito e o equipamento estarão protegidos de sobrecargas
elétricas (WEG, 2016).
O inversor pode ser programado e ajustado através da sua Interface
Homem Maquina (IHM), também através da IHM é possível a visualização dos
comandos. A IHM apresenta dois modos de operação: monitoramento e
parametrização (WEG, 2016).
Inversores como o CFW 500 da WEG, são de suma importância para
todos os sistemas elétricos e de automação, pois são capazes de executar
47
inúmeros comandos programados. Comandos que podem gerir qualquer tipo
de sistema eletrônico, como uma indústria, hospitais entre outros (WEG, 2016).
3.2.2 Inversor de Frequência Schneider - Ativar 31
Os inversores de frequência da linha Altivar 31 fabricados pela
Schneider Electric oferecem funções semelhantes as do CFW 500 além de
recursos para estratégias de controle das características de um processo em
função da variação da rotação do motor, por meio de realimentação de
variáveis configuráveis de entradas, dentre elas o controle por níveis pré-
determinados de rotação e o controle Proporcional Integral Derivativo (PID).
Figura 14: Inversor de Frequência Altivar 31.
Fonte: Autores (2017)
No inversor, é possível realizar alteração em parâmetros para controlar
da velocidade máxima do motor, assim seria possível realizar experimentos
variando a velocidade máxima do motor para estudar o rendimento em
diferentes velocidades. Para o Altivar 31 o parâmetro para máxima velocidade
é o HSP, este parâmetro pode ser acessado selecionando ENT no painel do
inversor, entrar no menu de regulagens SET e escolher HSP. A velocidade
pode ser ajustada através do potenciômetro de referência.
48
3.3 POWERMONITOR 3000
Nos roteiros elaborados neste trabalho, um dos equipamentos utilizados
para fazer medições de energia foi o Power Monitor 3000 da Allen Bradley.
3.3.1 Sobre o PowerMonitor 3000
O PowerMonitor 3000 é um dispositivo microprocessador para medida
de potência e energia elétrica (ALLEN BRADLEY, 2009a). O aparelho pode ser
conectado em sistemas trifásicos ou monofásicos, de forma direta ou com a
utilização de transformadores de instrumentação (TI’s) (ALLEN BRADLEY,
2009a). O dispositivo converte os valores instantâneos de tensão e corrente em
valores digitais, que são utilizados para cálculos de tensão, corrente, potência e
energia (ALLEN BRADLEY, 2009a). Os valores são dimensionados de acordo
com os parâmetros dos TI’s e com a configuração do modo de fiação (ALLEN
BRADLEY, 2009a). Estes valores medidos podem ser verificados acessando o
display do aparelho ou utilizando uma comunicação com um aparelho externo
(ALLEN BRADLEY, 2009a). Abaixo segue uma imagem do dispositivo
PowerMonitor 3000.
Figura 15: PowerMonitor 3000
Fonte: rockwellautomation.com (2017)
49
3.3.2 Aplicações
O dispositivo PowerMonitor 3000 possui variadas opções de utilidades.
O aparelho pode ser utilizado simplesmente como um registrador, para verificar
tensões, correntes, potências e consumo de energia, mas também pode ser
utilizado para práticas e estudos em qualidade de energia, sendo possível
analisar características como detecção de transientes, fator de carga, fator de
potência, análise de harmônicas, Sag e Swell (respectivamente o afundamento
e elevação temporariamente dos níveis de tensão) e oscilógrafo (ALLEN
BRADLEY, 2009a).
3.3.3 Dados técnicos
Para alimentação, o dispositivo requer tensão na faixa de 120 à 240 Vca
ou 125 à 250 Vdc (ALLEN BRADLEY, 2009a).
O PowerMonitor 3000 é compatível com 8 modos de conexão para
monitoramento, dentre estes modos estão conexões monofásicas, trifásicas,
com ou sem neutro, conexão em delta (método Aron) ou estrela dos TI’s e
opção sem utilização de Transformadores de Potencial (TP’s) (ALLEN
BRADLEY, 2009b).
Em sua configuração de conexão, o PowerMonitor 3000 pode ser
conectado diretamente a níveis de tensão iguais ou inferiores a 600V, a cima
de 600V devem ser utilizados TP’s, que comercialmente, contam em sua
relação de transformação, tensão nominal do secundário de 115V (ALLEN
BRADLEY, 2009a).
Na prática, na grande maioria das aplicações de monitoramento, é
exigido que a corrente do sistema de alimentação seja rebaixada para 5A
(ALLEN BRADLEY, 2009a). Em aplicações com acionamento de máquinas, ou
sistemas de aquecimento, provavelmente circulará correntes superiores a
5(cinco) ampéres por fase, visto isto, se vê a necessidade de utilização de
Transformadores de Corrente (TC’s), que rebaixem a corrente medida do
circuito para 5A nos sensores do PowerMonitor 3000. Comercialmente são
encontrados TC’s com relações 30/5, 50/5, 60/5, 75/5, 100/5, 150/5 e 200/5.
50
O dispositivo conta com uma rápida taxa de atualização de suas
medidas, sendo de 50 ms (ALLEN BRADLEY, 2009a). Abaixo segue a
representação do esquema de ligação, com a conexão WYE.
Figura 16: Esquema de Ligação WYE.
Fonte: ALLEN BRADLEY (2009b).
3.3.4 Estrutura do menu do PowerMonitor 3000
O menu de parâmetros do PowerMonitor 3000, é estruturado e dividido
em 4 níveis (ALLEN BRADLEY, 2009a). Ao ligar o aparelho, o usuário será
direcionado ao primeiro nível do menu (ALLEN BRADLEY, 2009a). Neste nível
o usuário terá a opção de escolher entre acessar o segundo nível do menu por
meio do modo display ou pelo modo programação (ALLEN BRADLEY, 2009a).
O modo display tem como função, mostrar todos os parâmetros
configurados, valores medidos, computados e registrados (ALLEN BRADLEY,
2009a). Através deste modo ainda será possível acessar os níveis 3 e a seguir
o nível 4 do menu, apenas com função de apresentar dados (ALLEN
BRADLEY, 2009a).
51
Já o modo de programação permitirá que o usuário realize configurações
no dispositivo (ALLEN BRADLEY, 2009a). Selecionando o modo programação,
será solicitada ao usuário uma senha, que por padrão é 0000 (ALLEN
BRADLEY, 2009a). Ainda no segundo nível do menu o usuário encontrará duas
opções, sendo primeira opção comandos e a segunda configurações (ALLEN
BRADLEY, 2009a). No nível 3 do menu através do modo comandos, é possível
realizar a restauração de todas as configurações e limpar todos os registros do
dispositivo (ALLEN BRADLEY, 2009a). Já pelo modo de configurações o
dispositivo fornece 9 abas de configurações, sendo que cada uma destas abas
direciona ao nível 4 do menu, fornecendo opção de configuração de inúmeros
parâmetros (ALLEN BRADLEY, 2009a). Abaixo pode ser visto parte da
estrutura do menu do aparelho.
Figura 17: Níveis 3 e 4 pelo menu de configurações.
Fonte: ALLEN BRADLEY (2009a).
3.3.5 Comunicação via rede com o PowerMonitor 3000
Por meio da interface homem máquina é possível realizar todas as
configurações necessárias, mas infelizmente o display do PowerMonitor 3000
se torna um pouco limitado para análises mais detalhadas. Através do display é
possível verificar valores instantâneos, valores médios e de pico, porém, não é
acessível um histórico de valores ao longo do tempo e visualizações gráficas.
52
Estas aplicações mais detalhadas podem ser alcançadas utilizando
comunicação com um aparelho externo (ALLEN BRADLEY, 2009a). Por
exemplo, realizando uma comunicação de rede entre o dispositivo
PowerMonitor 3000 e um computador, via “patch Cord” rj45 (ALLEN BRADLEY,
2009a). Assim, seria possível utilizar softwares como RSPower, RSPowerPlus
e RSEnergyMetrix para ler dados de formas de onda e realizar o download de
dados registrados no dispositivo, de modo a tornar mais fácil a realização de
analises por meio de gráficos e elaboração de planilhas completas com valores
das grandezas desejadas (ALLEN BRADLEY, 2009a). Infelizmente estes
softwares não possuem disponibilidade gratuita e não serão utilizados neste
trabalho.
O dispositivo também conta com acesso remoto via seu IP, o que torna
possível visualizar todos os valores disponíveis do display diretamente
navegador em um computador (ALLEN BRADLEY, 2009a). Abaixo segue do
acesso remoto via IP.
Figura 18: PowerMonitor 3000, Web page (a).
Fonte: ALLEN BRADLEY (2009a).
53
Figura 19: PowerMonitor 3000, Web page (b).
Fonte: Autores (2017).
3.3.6 Configurações necessárias para o projeto
No menu de configurações é possível acessar a aba “Basic” para
configurar o modo de ligação da fiação e os parâmetros dos TI’s (ALLEN
BRADLEY, 2009a).
Outra alteração bem útil a ser realizada, é alterar as configurações de
rede do dispositivo, para que o PowerMonitor 3000 esteja compatível com a
rede utilizada. Assim, como já mencionado anteriormente, será possível
realizar acesso remoto ao medidor. Estas alterações podem ser realizadas
acessando a aba “Native comm” no menu de configurações (ALLEN
BRADLEY, 2009a).
Como padrão de fábrica, o medidor registra valores para consumo de
energia e potência demandada em intervalos de 15 minutos, no modo de
substituição, não acumulativo (ALLEN BRADLEY, 2009a). Porém, este
parâmetro deverá ser reconfigurado de acordo com a aplicação que será
atribuída ao medidor.
3.3.7 Montagem e operação do Power Monitor 3000
Como visto anteriormente por questão de instrumentação é necessário
que sejam utilizados Transformadores de Corrente (TC’s). Os TC’s disponíveis
para utilização têm relação de transformação de 75/5 A. Enquanto que para a
54
medida de corrente se faz necessário a utilização dos TC’s, para as medidas
de tensão já não se faz necessário a utilização de transformadores de tensão
(TP’s), pois o dispositivo será empregado para medições em baixa tensão, com
níveis de 220 a 127 V, sendo que o PowerMonitor 3000 suporta níveis de
tensão de até 600V.
Tendo em vista que não serão utilizados TP’s de instrumentação,
hipoteticamente é como estejam sendo usados TP’s com relação de 1:1 V, ou
seja, a tensão no primário é igual à do secundário. Dada aplicação, basta
configurar a tensão de alimentação da conexão, tanto para o primário quanto
para o secundário. O medidor com as configurações dos TI’s pode ser visto a
seguir.
55
Figura 20: Configuração da tensão no primário dos TP's
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
Figura 21: Configuração da tensão no secundário dos TP's
Fonte: Elaborados pelos autores (2017) Figura 22:Configuração da corrente no primário dos TC's
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
Figura 23: Configuração da corrente no secundário dos TC's.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
Dado as condições do trabalho, os autores definiram em realizar
medições trifásicas. Para realizar as medições em um sistema trifásico, foi
definido utilizar o modo de conexão WYE, porém sem utilização de TC para o
neutro. Esta configuração foi escolhida pela possibilidade de se obter um
número maior de medidas, assim, tanto medidas trifásicas e monofásicas estão
disponíveis. Abaixo segue imagem do tipo de conexão.
56
Figura 24:Configuração do modo de conexão.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
De modo a tornar mais fácil e prático a o uso do dispositivo, os autores
disponibilizaram a montagem do PowerMonitor 3000 e dos TC’s de
instrumentação fixados em pequenas placas, com disponibilidade de bornes
para conexões, como pode ser visto abaixo.
Figura 25: Placa com montagem do PowerMonitor 30000 (a).
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
57
Figura 26: Placa de montagem do PowerMonitor 3000 (b).
Fonte: Autores (2017).
3.3.8 Testes Iniciais.
Os primeiros testes com o dispositivo foram realizados em laboratório,
utilizando bancadas de testes com fornecimento de tensões trifásicas. Devido a
disponibilidade, o dispositivo PowerMonitor 3000 foi alimentado em 220 Vca.
Para realização de testes utilizando o modo de conexão WYE, foi necessária
utilização de circuito de neutro, disponível nos circuitos de tomadas do
laboratório. O diagrama trifilar da conexão do equipamento, pode ser visto a
seguir.
58
Figura 27: Diagrama trifilar de conexão e alimentação do medidor.
Fonte: Autores (2017).
Para uma rápida familiarização com os equipamentos, foram realizados
testes utilizando sistema de cargas trifásicas, sendo três lâmpadas
incandescentes de 60 W/220V cada para a composição da carga. Um exemplo
de montagem pode ser visto a seguir.
60
Figura 29: PowerMonitor 3000 com lâmpadas conectadas em estrela (Y).
Fonte: Autores (2017).
Como mostrado no desenho esquemático representado acima, a carga
trifásica foi composta com 3 lâmpadas incandescentes de 60 W/220 V
conectadas em estrela (Y). Abaixo, podemos ver o desempenho das lâmpadas
com esta configuração de conexão.
Figura 30: Tensão de linha, fase R.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
Figura 31: Tensão entre fases R e S.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
Figura 32: Corrente Fase R.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
Figura 33: Potencia dissipada Fase R.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
Figura 34: Potencia dissipada nas três fases.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
Figura 35: Consumo de energia do sistema em Watts por hora.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
Para diferentes testes e comparações, a carga também pode ser
realizada com conexão em delta (Δ). Portanto, não haverá mais diferença entre
tensões de fase e tensões de linha, com as lâmpadas operando em máxima
61
potência. Este ganho de potência pode ser visto a seguir, comparando a
intensidade luminosa das lâmpadas da figura 29 com a figura 36 a seguir.
Figura 36: PowerMonitor 3000 com lâmpadas conectadas em delta (Δ).
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
O desempenho das lâmpadas conectadas em delta (Δ), podem ser
observados com imagens coletadas do display do PowerMonitor 3000.
Figura 37: Corrente Fase R.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
Figura 38: Potencia dissipada Fase R.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
Figura 39: Potencia dissipada nas três fases.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
Figura 40: Consumo de energia do sistema em Watts por hora.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
No laboratório além das lâmpadas incandescentes, temos a disposição
placas montadas com lâmpadas fluorescentes e seus reatores. Assim, um
cenário que facilmente poderia ser criado, seria a comparação do consumo de
energia, medidas de tensões, correntes e potências entre lâmpadas
incandescentes e as lâmpadas fluorescentes. Abaixo podemos ver a
montagem do experimento com lâmpadas fluorescentes conectadas em delta
(Δ) e as medidas realizadas no PowerMonitor 3000.
62
Figura 41: PowerMonitor 3000 com lâmpadas conectadas em delta (Δ).
Fonte: Elaborado pelos autores (2017). .
Figura 42: Corrente Fase R.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
Figura 43: Potencia dissipada Fase R.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
Figura 44: Potencia dissipada nas três fases.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
Figura 45: Consumo de energia do sistema em Watts por hora.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
Como já mencionado anteriormente, para testes iniciais, com carga
foram utilizados sistemas trifásicos compostos de lâmpadas incandescentes ou
fluorescentes, porém esta simples montagem é capaz de ser utilizada para
alimentar diferentes cargas, como, resistências e motores.
63
3.3.9 PowerMonitor 3000 e relé programável WEG CLIC02.
Como já apresentado anteriormente, no laboratório também temos a
disposição, relés programáveis CLIC 02 da WEG. Estes práticos CLP’s
possuem interface homem máquina (IHM) de fácil manuseio e entre muitas
outras funções, eles contam com temporizadores.
Utilizando esta ferramenta, podemos criar um cenário onde simulamos o
consumo de energia de um ambiente. Para ser mais prático, imaginamos a
utilização de uma sala de aula durante o período da manhã. Em um dia comum
de aulas, a cada manha são realizadas duas aulas por sala, sendo que cada
aula tem duração em média de 1 horas e 40 minutos e intervalo de 20 minutos
entre as aulas.
Acessando a interface “ladder” do CLIC02, é possível selecionar a opção
7 de temporizador, onde é possível configurar tempos distintos para contato de
relé aberto e contado fechado. Neste temporizador é necessário estabelecer os
dois períodos de tempo, T1 e T2, sendo que um tem início imediatamente após
o outro.
Na interface de programação “ladder”, é possível definir que tipo de
contado que a função temporizador está controlando, contato normalmente
aberto ou contato normalmente fechado. Considerando o tempo de duração de
cada aula e o intervalo entre elas, utilizamos um temporizador modo 7 com
tempo T1 de 100 minutos e T2 de 20 minutos. Deste modo empregamos T1
para o tempo de duração de cada aula e T2 para o tempo de duração do
intervalo. Abaixo podemos ver o a configuração dos períodos de tempo através
da IHM do CLIC 02 ou por simulação no software Clic Edit.
64
Figura 46: Bloco T1 configurado no CLIC 02
Fonte: Autores (2017).
Figura 47: Bloco T2 configurado no CLIC 02
Fonte: Autores (2017).
Figura 48: Configuração de temporizador no Clic Edit.
Fonte: Autores (2017).
Definidos os períodos de tempos, foi selecionado que o temporizador
controlaria um contato normalmente aberto para alimentação das lâmpadas.
Assim, quando a bobina de comando for energizada, o contado normalmente
aberto selecionado irá fechar, e alimentará as lâmpadas pelo tempo de 100
minutos. Após o término deste tempo, a bobina deixa de ser energizada
fazendo com que o contato seja aberto, mantendo este estado pelo período de
65
20 minutos. Após o termino de T2, a bobina volta a ser energizada e o contato
volta a fechar, alimentando novamente as lâmpadas pelo período de T1. Este
ciclo se repete até que o funcionamento seja interrompido manualmente.
Figura 49: Programação na interface “Ladder”.
Fonte: Autores (2017).
Figura 50: Programação no Clic Edit.
Fonte: Autores (2017).
Este exemplo foi elaborado para empregar a aplicação de controladores
lógicos programáveis, mas se o objetivo for simplesmente medir o consumo de
energia de cada aula, basta alimentar as luminárias e configurar o período de
demanda do medidor para o mesmo tempo de duração de uma aula. Assim,
66
após o período de duração de uma aula, o consumo de energia estará
registrado e amostrado no medidor.
Figura 51: Montagem com CLIC 02 para simulação.
Fonte: Autores (2017).
3.3.10 Cuidados
Com corrente aplicada ao primário do transformador de corrente (TC), o
circuito secundário do TC jamais deve ser aberto. Esta ocasião produz um nível
de tensão elevado, o que pode ser um risco tanto para danos nos
equipamentos quanto para lesões pessoais (ALLEN BRADLEY, 2009a).
3.4 ANALISADOR DE ENERGIA FLUKE 434 SÉRIE II
Nos roteiros elaborados neste trabalho, foi utilizado como equipamento
de medição de energia o Analisador de Qualidade de Energia Fluke 434.
3.4.1 Sobre o Fluke 434
O Fluke 434 é dispositivo analisador de energia. Por ser um
equipamento portátil e de fácil manuseio, acaba por ser muito utilizado para
atividades de campo relacionadas a qualidade de energia.
O Fluke 434 possui um display LCD onde é possível visualizar tabelas
com valores mensurados e também formas de ondas, diagrama vetorial e
histograma.
Da mesma forma como já foi citado no dispositivo da Allen Bradley, o
Fluke também realiza medidas tanto trifásicas como monofásica, bastando
apenas selecionar o modo de conexão no equipamento, e efetivamente
realizando a mesconexão fisicamente. Ao contrário do PowerMonitor 3000, o
67
Fluke 434 já vem equipado com seus próprios TC’s, com escala variável, e
também com várias opções ponteiras para medida de tensão.
Figura 52: Fluke 434.
Fonte: Fluke Corporation (2012).
3.4.2 Aplicações
O Fluke 434 tem uma grande variedade de aplicações, podendo ser
utilizado para:
Medidas de Tensão, Corrente e Frequência;
Sag e Swell;
Total Harmonic Distortion (THD);
Potência e Energia;
Flicker (Oscilação);
Desequilíbrio;
Transientes (Captura de formas de ondas durante distúrbios);
Irush (Corrente de Partida).
68
Figura 53: Menu, Fluke 434
Fonte: Fluke Corporation (2012).
3.4.3 Dados Técnicos
O Fluke 434 tem condições de operação semelhantes ao PowerMonitor
3000, podendo ser submetido a níveis de tensão de até 600V. Seu modo de
cablagem é constituído por 10 opções, podendo variar entre opções
monofásicas, bifásicas e trifásicas.
Figura 54: Cablagem(a)
Fonte: Fluke Corporation (2012)
Figura 55: Cablagem(b)
Fonte: Fluke Corporation (2012)
69
Figura 56: Cablagem(c)
Fonte: Fluke Corporation (2012)
Figura 57:Esquemas de Ligação
Fonte: Fluke Corporation (2012).
Em comparação com o PowerMonitor 3000, o Fluke possui algumas
vantagens. A Primeira delas se dá pelo Fluke possuir bateria interna, assim o
dispositivo pode ser levado a campo sem a necessidade da utilização da fonte
de alimentação, outra vantagem é pela disponibilidade dos softwares
FlukeView e PowerLog gratuitos disponível em (Fluke Corporation, 2017).
Estes softwares são muito bons para transferir dados registrados para um
computador e realizar a captura de telas, em contrapartida o display do
PowerMonitor 3000 oferece resolução maior que o display do Fluke exibindo
mais casa decimais, portanto sendo mais preciso para aplicações de baixa
potência.
70
3.4.4 Utilização
O Fluke é um dispositivo de fácil manuseio e intuitivo. Através de seus
botões é possível alterar configurações, cablagem, e selecionar a aplicação
desejada no menu de funções.
Figura 58: Setup, Fluke 434.
Fonte: Fluke Corporation (2012).
Para utilizar o Fluke 434 em conjunto com um computador, é necessário
a utilização da interface óptica RS-232, figura 59. Então é necessário ajustar a
taxa de transmissão no dispositivo Fluke 434 e no computador utilizando
FlukeView ou PowerLog para serem compatíveis. Para realizar o ajuste no
Fluke 434 deve ser acessado o Setup, com a tecla F4 – PREFERENCIA DE
USUÁRIO, em seguida RS-232, com as setas cima/baixo selecionar a taxa de
transmissão e confirmar com a tecla Enter. Para realizar o ajuste pelo
FlukeView basta abrir o programa, selecionar a porta USB utilizada e
selecionar a mesma taxa de transmissão configurada no Fluke 434, figura 60.
71
Figura 59:Conexão Fluke 434 e Computador.
Fonte: Fluke Corporation (2012).
Figura 60: Config. Taxa de Transmissão, FlukeView.
Fonte: Fluke Corporation (2012).
3.4.5 Testes Iniciais
Para realizar testes iniciais com o Fluke 434, pode-se realizar um
procedimento semelhante ao realizado o PowerMonitor 3000, sendo um
sistema trifásico com 3 lâmpadas, como ilustrado na figura 61.
73
3.5 EXPERIMENTOS SOBRE ILUMINAÇÃO
Neste roteiro será abordado o tema luminotécnica, será mostrado o
procedimento de ex post em um sistema de luminárias. Será utilizada a
instalação do laboratório de Eficiência de Eng. Elétrica da UFPR.
O objetivo desse roteiro é estudar o comportamento de luminárias no
ambiente do laboratório. Mostrar como valores simulados no Dialux e medidos
com o luxímetro podem ser próximos, porém é necessário que o catálogo
respectivo de cada luminária seja inserido no Dialux. Por fim, com o auxilio dos
medidores de energia, mostrar o consumo de cada modelo de luminária,
diferenciando o consumo de uma lâmpada fluorescente e lâmpada com Led.
3.5.1 Luminotécnica
Primeiramente, realizou-se a simulação do ambiente do laboratório no
software Dialux (DIAL, 2017), para a estimativa dos valores de iluminância nas
superfícies desejadas. A iluminância vem a ser a relação entre o fluxo luminoso
incidente numa superfície e a superfície sobre a qual este incide (LUZ, 2013),
ou seja, é a densidade de fluxo luminoso na superfície sobre a qual este incide.
A unidade é o LUX, definido como o iluminamento de uma superfície de 1 m2
recebendo de uma fonte puntiforme a 1m de distância, na direção normal, um
fluxo luminoso de 1 lúmen, uniformemente distribuído (LUZ, 2013).
Iluminância ou nível de iluminamento é o limite da razão do fluxo
luminoso recebido por uma superfície em torno de um ponto considerado a
uma certa distância de uma fonte, ou seja, é a quantidade de luz que um ponto
está recebendo, sendo essa luz medida em lux (ABNT,2013).
3.5.2 Software Dialux
O Dialux é um software para cálculo luminotécnico com interface
parecida com o AutoCAD. O Dialux aceita importação de arquivos com dados
fotométricos de fabricantes e calcula a iluminância para diversas superfícies de
trabalho, o software considera a interferência de móveis no ambiente interno ou
74
externo (BARANIUK, 2017). Neste projeto utilizou-se a versão Dialux 4.12
(DIAL, 2017).
3.5.3 Luximetro
Utilizando-se do equipamento luxímetro digital LD-550 da ICEL Manaus,
pode-se fazer medições para constar o valor de iluminância de locais internos e
externos, proporcionando medidas na unidade lux, abrangendo a faixa de 1lux
a 100000lux (ICEL MANAUS, 2008). Foi possível obter os valores reais da
iluminância, que as luminárias instaladas no laboratório estão gerando. As
medidas foram feitas com luxímetro posicionado em cima da bancada. Desta
forma, foram obtidos os valores ex post.
3.5.4 Procedimento a ser realizado nos Experimentos
O aluno deve proceder da seguinte forma para realizar os experimentos
com duas luminárias, uma luminária e refletor Led de 20W. Materiais utilizados:
Duas luminárias florescentes T5.
a) 4 Lâmpadas 28W.
b) Refletor de Led 20W.
c) Cabos para ligação.
d) Interruptor simples.
e) Analisador de Qualidade de Energia Fluke 434.
f) Medidor de Energia Power Monitor 3000 da Allen Bradley.
g) Luxímetro LD-550 da ICEL Manaus.
Os alunos deverão fazer as seguintes montagens para realizar os
experimentos.
76
Para poder fazer um comparativo entre resultados, é de suma
importância que os alunos montem uma simulação do ambiente do laboratório.
Para isso é necessário a utilização de um software, o indica é o software Dialux
4.12.
O simulador para cálculos luminotécnicos Dialux é muito simples de
usar, primeiramente deve-se importar o catálogo do fabricante das luminárias
que serão utilizadas (no caso desse experimento serão utilizadas luminárias
Lumicenter e refletor Led XL Power).
A simulação deverá ser feita respeitando as dimensões do ambiente
estudado, no caso, o Laboratório de Eficiência Energética do bloco de
Engenharia Elétrica da UFPR. As dimensões do laboratório são; 17m de
comprimento por 3m de largura e 3,20m de altura. A bancada também deve
respeitar as dimensões da bancada real, pois, as medições deverão ser feitas
em cima da bancada. Após ser desenhado o ambiente do laboratório no Dialux
com as luminárias, é necessário mandar o software calcular. Desta forma,
serão obtidos os valores de iluminância no ambiente desenhado. Para se
localizar esses valores, é necessário escolher a opção Edição em seguida
Resumo. Com isso, será possível colher os dados da simulação, figura 63.
77
Figura 63: Exemplo de resumo gerado pelo programa Dialux.
Fonte: Autores (2017).
A simulação tem de conter uma área de cálculo, deve ser escolhida a
região de trabalho, no caso a bancada. Com isso, estará se produzindo uma
malha de medição contendo pontos, os quais serão repetidos na hora de medir
com o luxímetro.
Por fim, deve se medir a luminosidade do ambiente com o luxímetro,
devem ser colhidos os dados para os três experimentos, com isso poderá se
comparar os valores de iluminância calculados pelo software, com os medidos
com o luxímetro na área bancada.
3.5.5 Analise do Experimento 1
Primeiramente, foi considerado o ambiente do Laboratório de Eficiência
Energética do bloco de Eng. Elétrica com a iluminação de duas luminárias
78
iguais. A luminária que foi utilizada é a Lumicenter Lighting Group FAA05-S228,
que está disponível no catálogo que a Lumicenter disponibiliza on-line para
download, figura 64 com esquemático do ambiente:
Figura 64: Esquemático do Ambiente do Laboratório
Fonte: Autores (2017).
Através da montagem da montagem mostrada acima, foram obtidos os
dados da iluminação do laboratório, figura 65:
Figura 65: Imagem do Dialux com a simulação da Iluminância.
Fonte: Autores (2017).
Como se pode notar, o valor da iluminância em cima da bancada obtido
pelo simulador varia de 270 a 360 lux.
Para realizar as medidas com o luxímetro é necessário que tenha pouca
luz do ambiente para não influenciar nas medidas. Por essa razão é
recomendado que as medidas ocorram a noite ou tarde, pois a pouca luz
natural ambiente, é necessário também apagar todas as luzes artificiais do
ambiente para que as medidas sejam o mais próximo possível do ambiente
simulado no Dialux. As medidas obtidas com o auxílio do luxímetro serão
mostradas na figura 66, a região marcada com pontilhado é a área com os
valores de interesse, tendo sido descartadas os valores marginais,
considerando-se somente a região de uso.
79
Figura 66: Imagem com as medidas obtidas com o Luxímetro.
Fonte: Autores (2017).
3.5.6 Analise do Experimento 2
Nesta etapa, foi realizada a simulação da iluminação do ambiente com a
presença de apenas uma luminária. A luminária utilizada, foi a Lumicenter
Lighting Group FAA05-S228. A seguir do esquemático do ambiente, figura 67.
Figura 67: Esquemático do Ambiente do Laboratório.
Fonte: Autores (2017).
Através da montagem acima, foi feita a simulação no Dialux, com isso se
obteve os dados de iluminância do projeto, figura 78:
Figura 68: Imagem do Dialux com a simulação da Iluminância.
Fonte: Autores (2017).
Pode se notar pelos cálculos do Dialux que a iluminância na bancada,
girou em torno de 240 lux.
Na figura 69, será mostrado as medidas feitas com o auxílio do
luxímetro, a região marcada com pontilhado é a área com os valores de
interesse.
80
Figura 69: Medidas com Luxímetro.
Fonte: Autores (2017).
3.5.7 Analise do Experimento 3
Por último, será usado apenas um refletor Led, para poder comparar
com as luminárias florescentes. Foi usado o refletor de Led 20W da XL Power,
ligado no mesmo lugar que as luminárias. Abaixo a figura do esquemático
produzido no Dialux, figura 70:
Figura 70: Esquemático do Ambiente do Laboratório.
Fonte: Autores (2017).
Através da montagem acima, foi feita a simulação no DiIalux, com isso
se obteve os dados de iluminância do projeto, figura 71.
Figura 71: Esquemático do Ambiente do Laboratório.
Fonte: Autores (2017).
Pode se notar pelos cálculos do Dialux que a iluminância na bancada,
resultou em valores em torno de 90 lux.
81
Na figura 72, será mostrado as medidas feitas com o auxílio do
luxímetro, a região marcada com pontilhado é a área com os valores de
interesse.
Figura 72: Imagem com as medidas obtidas com o Luximetro.
Fonte: Autores (2017).
Através das medidas coletadas com o auxílio do luxímetro para as três
situações, pode-se verificar o ex post do experimento sobre luminárias.
3.5.8 Medida da Iluminância
Após, feita a coleta de dados, é preciso avaliar o desempenho das
luminárias. Todo procedimento envolvendo iluminação interna ou externa, deve
ser baseada na norma ABNT NBR ISO/CIE 8995-1 de 2013. Está norma
substitui a norma NBR 5413/1992.
Como o ambiente estudado é um laboratório, será adotado o item 28.
Construções Educacionais da norma CIE 8995-1. Salas de aplicação e
laboratórios - 500 lux.
Com a coleta de dados finalizada, foi feito uma média com os valores de
iluminâncias em cima da bancada. Foram adotados os valores da área de
cálculo (área pontilhada presente nas figuras 66, 69 e 72). Com isso, alguns
valores foram desprezados, os valores de iluminância laterais. Quadro 5 com
as médias das iluminâncias.
82
Quadro 5: Valores das iluminâncias coletadas na bancada do laboratório.
Fonte: Autores (2017).
3.5.9 Consumo de Energia
Através da utilização do analisador de qualidade de energia Fluke 434, e
do medidor de energia Power Monitor 3000 da Allen Bradley, foram feitas
medidas para verificar o consumo de energia, para o caso de duas luminárias,
uma luminária e para o refletor de Led.
3.5.10 Cenário com 2 luminárias fluorescentes
Para se fazer a medida do consumo de energia com o Fluke 434,
quando as duas luminárias foram ligadas, ligou- se as ponteiras do 434 no
condutor de alimentação da luminária, tanto a ponteira responsável por medir a
tensão, quanto a ponteira responsável por medir a corrente.
Após serem feitas as ligações citadas a acima, foram feitas as medidas
para se verificar tensão, corrente, frequência da rede, potência da luminária e
consumo. Os valores medidos estão nas figuras 73 e 74.
Figura 73: Potência para duas luminárias
Fonte: Autores (2017).
Figura 74: Energia para as duas luminárias.
Fonte: Autores (2017).
Experimento 2 Luminárias 1 Luminária Refletor Led
Iluminância
Medido Simulado Medido Simulado Medido Simulado
294 lux 293 lux 220 lux 261 lux 47 lux 76 lux
397 lux 369 lux 197 lux 242 lux 46 lux 56 lux
290 lux 361 lux 141 lux 103 lux 33 lux 43 lux
288 lux 326 lux 185 lux 291 lux 74 lux 76 lux
333 lux 382 lux 170 lux 251 lux 61 lux 67 lux
277 lux 337 lux 106 lux 101 lux 45 lux 56 lux
Média 313 lux 344 lux 170 lux 208 lux 51 lux 62 lux
83
Nesta imagem o programa de view do Fluke 434 apresentou uma
pequena distorção na hora de mostrar os valores de kWh, kVAh e kVARh.
Com os valores de kWh é possível verificar o consumo da lâmpada, e
com isso verificar a eficiência.
Foram realizadas medidas para os outros dois casos (uma luminária e
refletor de Led); afim obter os dados para comparação. Foi construído um
quadro de valores para melhor observação. No quadro é possível verificar
valores de tensão, corrente, potência, esses três valores foram retirados
diretamente do Fluke. Já os valores de Consumo W em 1h, foram calculados.
Foi adotado o pressuposto que o consumo será continuo, dados no quadro 6.
Quadro 6: Valores medidos pelo Fluke 434.
Luminárias Tensão R (V) Corrente R (A) Potencia (W) Consumo kWh
para 1h Iluminância
Fornecida(lux)
Duas Luminárias 127,86 0,9 110 0,11 313
Uma Luminária 126,84 0,5 60 0,06 170
Led 127,64 0,2 10 0,01 51
Fonte: Autores (2017).
Também foram realizadas medidas de consumo de energia, com o
auxílio do equipamento Power Monitor 3000 da Allen Bradley. Assim como no
Fluke 434, foram realizadas medidas para os três casos (duas luminárias, uma
luminária e para o refletor Led).
O procedimento para obtenção das medidas com o medidor Allen é
semelhante ao procedimento do Fluke. Com o auxílio de um fio condutor, a
alimentação da luminária foi passada por dentro de um TC (transformador de
corrente), este TC foi ligado ao Allen, desta forma efetuando as medidas de
tensão, corrente, frequência da rede, potência da luminária e consumo, os
valores da medidos estão nos quadros 7 e 8:
84
Quadro 7: Valores de tensão, corrente e frequência.
Fonte: Autores (2017).
Quadro 8: Valores de potência.
Fonte: Autores (2017).
A coleta de dados foi repetida, substituindo as duas luminárias por
apenas uma luminária de mesmas características e para o refletor Led de 20W.
Com os valores medidos foi construído um quadro, para melhor visualização.
Neste quadro de valores estão presentes os valores de tensão, corrente e
potência, retirados diretamente do Power Monitor. Os valores coletados no
display do PowerMonitor 3000 são referentes a 5 min, que foi o tempo de
duração do experimento. Tendo o consumo de energia para 5 minutos, o
quadro a seguir foi preenchido com uma energia estimada um uma hora.
Quadro 9: Valores medidos pelo Power Monitor.
Luminárias Tensão R
(V) Corrente R
(A) Potencia
(W) Consumo (kWh)
Iluminância Fornecida (lux)
Duas Luminárias
127,97 0,915 116.2 115,432 313
Uma Luminária 130,9 0,384 50,21 49,876 170
Led 130,8 0,165 13,9 12,422 51
Fonte: Autores (2017).
85
3.6 EXPERIMENTO AQUECIMENTO DE ÁGUA
Neste roteiro será o tema bomba de calor, para a realização do
experimento foi utilizado o mecanismo de bomba de calor presente no
Laboratório de Eficiência Energética do bloco de Engenharia Elétrica da UFPR.
Este roteiro tem por objetivo estudar o comportamento de equipamentos
que fazem o aquecimento de água. Neste contexto serão estudos dois
equipamentos de comportamento, características e métodos diferentes para
aquecer a água. Primeiramente será estudado o mecanismo de aquecimento
de água por bomba de calor, medindo seu ganho de temperatura e consumo
de energia. Após será realizado o experimento com um chuveiro elétrico,
verificando o seu ganho de temperatura e consumo de energia. Após realizar
essas medidas, será feito o calculo de IDE, comparando os valores da bomba
de calor com o chuveiro.
3.6.1 Bomba de Calor
O mecanismo presente na bomba de calor, usa de um ciclo de
refrigeração para transportar o calor presente no ar ambiente para a água de
um reservatório (MALUF, 2010).
A bomba de calor possui um fluido de refrigeração em estado gasoso,
que circula por um circuito pressurizado por um compressor. Ao lado a
descarga do compressor, o fluido muito quente em estado gasoso começa a
ser resfriado entrando em contato com a agua do reservatório em um trocador
de calor, chamado de condensador, desta forma condensando em um liquido
de alta pressão e temperatura moderada. Após sair do condensador, o liquido
passa por um dispositivo o qual irá diminuir sua pressão, chamado de válvula
da expansão. Após ter a pressão diminuída, o fluido liquido passa por outro
trocador de calor, o evaporador, no qual irá em contato com o ar do ambiente
evaporar-se, desta forma conseguirá absorver o calor do ambiente. Tendo
comprido todas essas etapas, o fluido retorna ao compressor e começa-se
outro ciclo. Desta forma, a bomba é capaz de captar o calor do ar ambiente, e
conseguirá esquentar a água presente no reservatório, que pode vim a ser um
86
boiler ou costumeiramente mais usada em piscinas, como apresentado na
figura 75.
Figura 75: Funcionamento de uma bomba de calor em uma piscina.
Fonte: Maluf (2010).
3.6.2 Procedimento Experimental
Para realização do experimento é necessário contar com uma bomba de
calor devidamente instalada, por isso foi utilizado para realizar as medições
que fazem parte desse experimento, a bomba presente no Laboratório de
Eficiência.
3.6.3 Materiais e equipamentos utilizados
Bomba de calor;
Reservatório de água;
Chuveiro;
Recipiente para água de 30 litros;
Analisador de qualidade de energia Fluke 434;
Medidor de energia Power Monitor 3000 Allen Bradley;
Termopar.
Para a realização do experimento foi utilizado a bomba de calor,
conforme a figura 76, que está instalada no Laboratório de Eficiência
87
Energética. O sistema de instalação da bomba conta com um reservatório
apresentado na figura 77 de água de 150 litros, o qual se encontra na torre de
água do bloco de elétrica, a 4 metros de altura, e uma distância de 6 metros da
bomba térmica. A água utilizada durante todo o experimento é oriunda da
chuva, captada através de um sistema de calhas, as quais enchem um
reservatório de água de aproximadamente 1000 litros, que se encontra a uma
altura de 70 cm em relação ao chão. Com auxílio de motores que funcionam
como bombas, essa agua armazenada no primeiro reservatório, é bombeada
para outro reservatório, que se encontra a 5 metros de altura, no alto da torre
de água do bloco de elétrica. Esse segundo reservatório, abastece o
reservatório de 150 litros, o qual a bomba de calor irá esquentar a água ali
armazenada.
Figura 76: Bomba de Calor
Fonte: Autores (2017).
Figura 77: Boiler, 150 litros
Fonte: Autor (2017)
Para uma melhor análise dos dados obtidos da bomba de calor, será
necessário realizar outro experimento. Com o auxílio de uma ducha Lorenzetti
88
220V/4800W, será comparado o ganho de temperatura, a energia consumida e
a eficiência da bomba de calor com relação ao chuveiro.
Como foi mencionado anteriormente, será necessário avaliar o
desempenho de um chuveiro. Para se avaliar a ducha Lorenzetti, será utilizada
a estrutura disponível para instalação de chuveiros do Laboratório de Eficiência
Energética. A água que irá alimentar o chuveiro, é proveniente do reservatório
que se encontra a 5 metros de altura na torre de água do bloco de Engenharia
Elétrica.
3.6.4 Procedimento para coleta de dados
Com o auxílio do Analisador de Qualidade de Energia Fluke 434 que foi
ligado diretamente na bomba de calor, foi possível coletar os dados de tensão,
corrente, potência da bomba de calor.
90
O Fluke 434 fornece as seguintes leituras para a bomba de calor, figuras
79 e 80:
Figura 79: Valores de Tensão e Corrente
Fonte: Autores (2017)
Figura 80: Valores de Potência e Energia
Fonte: Autores (2017).
Os valores obtidos com o Fluke 434 serão usados na análise de dados,
para verificar a eficiência da bomba de calor.
3.6.5 Ducha Lorenzetti (chuveiro)
Para coletar os dados de tensão, corrente e potência do chuveiro, foi
utilizado o Power Monitor 3000. Que foi ligado da seguinte maneira com
representado na figura 81:
92
Por meio do acesso remoto do Power Monitor 3000 foi possível coletar
os seguintes valores presentes nos quadros 10 e 11:
Quadro 10: Valores de Tensão e Corrente
Fonte: Autores (2017)
Quadro 11: Valores de Potência.
Fonte: Autores (2017).
3.6.6 Análise de dados
Bombas de calor são costumeiramente mais usadas para fazer
aquecimento de piscinas, através do seu mecanismo de absorver o calor do ar
ambiente, assim deixando a água da piscina a uma temperatura mais
agradável aquém for utiliza-la. Mas, uma bomba de calor é mais eficiente do
que um chuveiro, por exemplo? Qual sistema consome menos energia para
esquentar certa quantidade de água?
Para verificar qual sistema de aquecimento resultou em um maior ganho
de temperatura e menor consumo energético, foi necessário medir a
temperatura da água na saída da bomba de calor e no chuveiro. Para realizar a
medida de temperatura, foi utilizado o multímetro digital, na função termômetro
com o termopar. O termopar foi ligado na saída da água do quente, desta
forma evitando perdas de calor para canos e contato de com água, conforme
figura 82.
93
Figura 82: Medida de Temperatura, Bomba de Calor
Fonte: Autores (2017).
Na realização das medidas no chuveiro, foi necessário utilizar-se de um
recipiente para captar água do chuveiro e um termopar para medir a
temperatura da água que saiu do chuveiro. A medida da temperatura foi
realizada imediatamente após a água sair do chuveiro, desta forma evitando
perdas de calor para o ar.
Para se avaliar qual sistema é mais eficiente, chuveiro ou bomba de
calor foi usado o método IDE (Indicador de Desempenho Energético (Wh/l°C)),
o qual deve ser calculado seguindo a Eq(1):
��� =�������(��ℎ)
������(�) ∗ (��������� �����(°�) − ����������� �������(°�) (1)
94
O valor de IDE pode ser interpretado da seguinte forma, quanto menor
ele for mais eficiente é o sistema, pois ele indica que quanto mais baixo for o
valor menos energia ele está consumindo.
No quadro 12 encontram-se os valores medidos com o auxílio do Fluke
434, termopar e os valores calculados de IDE.
Quadro 12: Contém todos os valores medidos.
Método de aquecimento
Tensão (V)
Corrente (A)
Consumo (Wh)
Temperatura (°C) Volume (l)
IDE (Wh/l°C)
Inicial Final Gradiente
Bomba de calor (5min)
223,5 6,23 116 18 22 4 150 0,193
Bomba de calor (10min)
223,5 7,92 294 18 26 8 150 0,245
Chuveiro (10min)
216.97 11,73 353,33 28 36 8 50 0,883
Fonte: Autores (2017).
3.6.7 Relação Custo Benefício (RCB)
Para realizar cálculos de custo benefício devem ser levados em
consideração o preço total do sistema (equipamentos e instalação) e o
rendimento do equipamento, definido por meio do IDE estabelecido. Assim,
pode-se realizar a comparação entre a bomba de calor e um chuveiro elétrico
para aquecer água a um mesmo gradiente de temperatura.
Independente dos valores iniciais e finais de temperatura da água para
os casos do chuveiro e da bomba de calor, as duas tecnologias elevaram a
temperatura a um mesmo gradiente, então estima-se que para condições
iniciais iguais os dois equipamentos chegariam a mesma temperatura final,
mantendo seus IDE’s. Como apresentado no quadro 12, a bomba de calor
mostrou possuir rendimento aproximadamente 3,6 vezes melhor que o chuveiro
para se elevar um litro de água em um grau Celsius.
Considerando uma aplicação residencial, para avaliar e comparar o
desempenho das duas tecnologias, deve-se avaliar o mesmo tempo para a
utilização de um banho. A bomba de calor consumiria 294 Wh para elevar a
água a mesma temperatura que o chuveiro poderá elevar, porém a água é
reservada mantendo o consumo fixo em 294 Wh. O chuveiro porem, terá seu
consumo correspondente ao tempo de utilização.
95
O preço do quilowatt hora (kWh) varia de concessionaria para
concessória. No estado do Paraná para o grupo B, a Copel tem como base o
preço unitário do kWh em R$ 0,64 (Copel, 2017). Assim, considerando que o
tempo de duração de um banho é aproximadamente de 15 minutos e utilize 75 l
de água, o chuveiro elétrico consumiria 0,53 kWh totalizando R$ 0,34 e para
dois banhos totalizando 150 l, R$ 0,68. A de bomba calor gastaria R$ 0,188
para os mesmos 150 l.
O valor do sistema para a bomba de calor é composto por
aproximadamente R$ 6.440,00 do trocador de calor Maxtemp 18, R$ 1.300,00
para o reservatório térmico Aquamec e R$ 1.500,00 de instalação e mão de
obra, totalizando R$ 9.240,00. O valor do chuveiro não será levado em
consideração, estamos considerando o chuveiro como um sistema atual e que
já está pago.
Em um ambiente em que uma familia utilizasse alguma destas
tecnologias para 4 banhos diarios, o chuveiro elétrico representaria um gasto
de R$ 496,4 anual, enquanto que a bomba de calor apenas R$ 137,24.
Para o cenário estabelecido, pode ser notado que a bomba de calor
representaria uma economia de R$ 359,16 anualmente, porem relacionando
com o gasto total da bomba de calor seriam necessários mais de 25 anos para
que o valor investido fosse compensado pela economia. Assim, considerando o
tempo muito elevado e o tempo de vida util dos equipamentos, a bomba de
calor não justificaria essa troca de tecnologia, e não seria possivel reaver o
investimento para a bomba de calor.
Mas vale salientar que apenas foi realizado um exemplo para cálculo de
RCB, pois a bomba de calor e chuveiro elétrico possuem aplicações diferentes.
3.7 EXPERIMENTO COM MOTORES
3.7.1 Roteiro sobre Acionamento de Motores
Neste roteiro será abordado o tema acionamento de motores de indução
trifásicos, para a realização do experimento foi utilizado o conjunto de motores
presentes no Laboratório de Eficiência Energética do bloco de Engenharia
Elétrica da UFPR, conforme representado na figura 83.
96
O objetivo desse roteiro é medir os valores de energia consumidos por
motores de indução trifásicos para fazer o bombeamento de água de um
reservatório para outro, mostrando como cada tipo de ligação pode influenciar
no desempenho dos motores e se um motor que possui uma potência maior é
mais eficiente do que motores com potências menores. Com os valores
medidos, será feito um calculo de IDE para cada caso, mostrando qual motor e
qual tipo de ligação se mostrou mais eficiente.
Figura 83: Conjunto de Motores, Laboratório de Eficiência
Fonte: Autores (2017)
3.7.2 Motores de indução trifásicos (MIT)
Motores de indução trifásicos (MIT) se caracterizam por serem máquinas
com excitação única. Tais máquinas sejam equipadas tanto com enrolamento
de campo, como um enrolamento de armadura, normalmente a fonte de
energia é conectada ao enrolamento de campo (TORO, 1999). As correntes
que circulam pelo enrolamento de armadura surgiram por indução, o cria uma
distribuição ampere-condutor que interagem com a distribuição de campo para
97
criar torque (TORO,1999). A frequência da corrente induzida no condutor é
relacionada com a velocidade do rotor a qual está conectada, já a frequência
da corrente da armadura é relacionada com a distribuição da ampere-condutor
da distribuição de campo. Através dessas condições a máquina indução é
capaz de produzir torque abaixo da velocidade de operação síncrona, desta
forma é classificada como maquina assíncrona (TORO,1999).
Motores de indução apresentam- se ultimamente como boas alternativas
para acionamentos controlados, pois apresentam algumas características que
lhes dão vantagens sobre motores de corrente continua, como: motores de
indução são mais baratos que motores CC, manutenção dos motores mais
simples, consomem menos energia para acelerar e frenar, são mais velozes
com isso geram potências maiores. A grande desvantagem dos MIT em
relação aos CC, é que os motores trifásicos de indução têm dependência entre
fluxo e a tensão do estator, o que não ocorre em motores CC com excitação
independente, este fato limita a faixa de variação do motor quando controlado
por variação da tensão do estator (CASTRO, 2012).
O grande trunfo do MIT é sua simplicidade, robustez, baixo custo de
fabricação e boas características de funcionamento. Todas características são
resultantes do fato do rotor ser uma unidade alto suficiente que não necessita
de conexões externas. O nome motor de indução se dá ao fato de se serem
induzidas correntes alternadas no seu rotor, pelo campo girante produzido
pelas bobinas do estator (HENRIQUE, 2014).
Os motores de indução trifásico, possuem os seguintes métodos de
partida: direta, estrela-triângulo, série-paralela, chave compensadora,
eletrônica, por resistor, por reator primário, partida com frequência variável
(VILELA JUNIOR, 2017b).
No experimento no laboratório os motores estavam sujeitos a três
características de partida: direta, estrela-triângulo e com inversor (frequência
variável). Por isso, será explicado melhor os três métodos de partida em
sequência.
Partida direta: O método mais indicado de partida tem como
característica elevada corrente de partida, figura 84. O que pode causar queda
de tensão na rede de alimentação, por isso exige que o sistema de proteção
98
contatores e cabos seja bem elaborado, o que gere custos (VILELA JUNIOR,
2017b).
Figura 84: Corrente de partida
Fonte: Vilela Junior (2017).
Partida Estrela-Triângulo: Tem por característica a utilização em
aplicações cujo ás cargas tem conjugado baixos ou partidas a vazio. O motor
deve possuir 6 terminais, a corrente reduz de √3 e o conjugado de partida
ficam reduzidos a 33% e dupla tensão com a segunda tensão √3 maior que a
primeira (VILELA JUNIOR, 2017b), figura 85 e 86:
Figura 85: Corrente de partida.
Fonte: Vilela Junior (2017b).
99
Figura 86: Ligação para partida estrela-triângulo.
Fonte: Vilela Junior (2017b).
Partida com Inversor de Frequência: O inversor tem como
característica variar simultaneamente a tensão de alimentação e a frequência
durante a aceleração do motor, de forma que, a tensão e a frequência
permaneçam constantes. Assim, é possível obter um alto torque numa ampla
faixa de frequência (VILELA JUNIOR, 2017b), figuras 87 e 88:
Figura 87: Comportamento do torque na partida com inversor.
Fonte: Vilela Junior (20).
100
Figura 88: Ligação do motor com o inversor.
Fonte: Vilela Junior (20).
3.7.3 Procedimento Experimental
Para realização do experimento é necessário contar com um conjunto de
motores devidamente instalados, por isso foi utilizado para realizar as
medições que fazem parte desse experimento, os motores de 10cv com partida
direta, o motor de 4cv com partida direta, o motor de 4cv com partida estrela-
triângulo e o motor de 4cv com partida com inversor, presentes no Laboratório
de Eficiência.
3.7.4 Materiais e equipamentos utilizados
a) Motor WEG de 10cv partida direta;
b) Motor WEG de 4cv partida direta;
c) Motor WEG de 4cv partida estrela-triângulo;
d) Motor WEG de 4cv partida com inversor;
e) 2 Reservatórios de água de 1000 litros;
f) Régua para medir nível da água;
g) Analisador de qualidade de energia Fluke 434.
3.7.5 Procedimento para coleta de Dados
O experimento se deu da seguinte forma, um por um cada motor foi
ligado para verificar o consumo de energia para bombear água do reservatório
de água da chuva, abastecido com água da chuva de 1000 litros localizado na
parte inferior da torre de água, localizada no bloco de Engenharia Elétrica da
101
UFPR, até o reservatório de 1000 litros, localizado na parte superior da torre, a
distância dos dois reservatórios é de aproximadamente 4 metros.
Primeiramente foi ligado o motor de 10cv, e foi deixado que ele bombeasse a
água do reservatório localizado mais abaixo da torre de água para o
reservatório localizado na parte superior da torre, não foi deixado ele
bombeador toda a água do reservatório, pois a muita sujeira no fundo do
reservatório, o que poderia prejudicar na medida. Enquanto, o motor estava
ligado foi deixado o Fluke 434 em funcionamento para medir o consumo de
energia. O Fluke foi ligado diretamente no quadro de energia do laboratório
figura 89, desta forma foi possível verificar o consumo de energia do motor, e
os valores medidos podem ser verificados na figura 90.
103
Figura 90: Valores de potências e energia.
Fonte: Autores (2017).
Com o auxílio da régua, foi medido o tamanho da coluna de água que o
motor de 10cv bombeou. Através da equação (1) pode se calcular quantos
litros de água foram bombeados.
������ = ���. ℎ. 1000
A experiência foi repetida para o motor de 4cv partida direta, 4cv partida
estrela-triângulo e 4cv partida com inversor de frequência. Assim se torna
possível verificar quantos litros de água esses motores poderiam bobear no
mesmo tempo de funcionamento. Os valores medidos pelo Fluke 434 para
potência e consumo de energia estão nas figuras 91, 92 e 93 respectivamente.
(1)
104
Figura 91: Motor de 4cv partida direta.
Fonte: Autores (2017).
Figura 92: Motor de 4cv partida estrela-triângulo.
Fonte: Autores (2017).
Figura 93: Motor de 4cv partida com inversor de frequência.
Fonte: Autores (2017).
3.7.6 Análise de Dados
A seguir foi feito uma tabela para melhor compreensão dos valores
medidos, tanto de energia consumida como para o volume de água bombeada
de um reservatório para o outro.
105
Quadro 13: IDE para motores.
Motor Tempo de
funcionamento (seg)
Energia consumida
(kWh)
Volume bombeado (l)
IDE (Wh/l)
10cv partida direta
109 10,85 540 20,09
4cv partida direta
109 3,23 145,4 22,21
4cv partida Y-Δ 109 3,28 140,22 23,39
4cv partida com inversor
109 1,94 93,48 20,75
Fonte: Autores (2017).
Com os resultados do quadro 13 é possível verificar qual motor e
método de partida se mostra mais eficiente. Entre os motores de 4cv, é
possível notar que a bomba em conjunto com um inversor de frequência,
represento um consumo de energia menor do que os motores com partida
direta e partida em estrela triângulo. No entanto, pode ser observado que por
mais que o consumo pelo motor de 10cv tenha sido maior, este motor bombeou
um volume muito grande água, representando entre estas 4 opções o melhor
indicador de desempenho energético.
Uma importante observação que pode ser realizada, é que entre
motores iguais, o motor que estava em conjunto com um inversor de frequência
se mostrou mais eficiente, assim seria possível projetar que a aquisição de um
inversor de frequência para o motor de 10cv poderia tornar ainda melhor o
rendimento desta maquina, que mesmo em partida direta possui o melhor
rendimento.
106
4 EXPERIMENTOS SOBRE QUALIDADE DE ENERGIA
O seguinte roteiro tem por objetivo estudar os efeitos do acionamento de
um motor de 10cv na rede elétrica do bloco de Eng. Elétrica da UFPR.
Mostrando que quando se aciona um motor em uma rede mal dimensionada
pode provocar uma série de distúrbios que podem danificar aparelhos e
componentes eletrônicos. Serão abordados os distúrbios SAG e SWELL, e
mostrar com a ajuda do FLUKE 434 os efeitos desse acionamento na tensão
da rede do bloco, serão coletadas medidas, para maior compreensão dos
distúrbios que os referidos acionamentos podem causar. Após colhidos esses
dados, será verificado na norma se os afundamentos ou sobre-elevações de
tensão encontram-se dentro da norma reguladora.
4.1 QUALIDADE DE ENERGIA
O assunto qualidade de energia está cada vez mais presente em
empresas de energia e consumidores em um contexto geral. Por isso, se faz
cada vez mais necessário, estudar os distúrbios que podem afetar, ou até
mesmo comprometer a rede elétrica em geral. Pois, está cada vez mais
presente em sistemas elétricos equipamentos e dispositivos sensíveis a
mudanças nos padrões de suprimento elétrico. Por esse motivo, é necessário
estudar distúrbios que afetam a rede elétrica, e tentar minimiza-los.
Os impactos do acionamento de um motor indução de partida direta na
rede elétrica, podem ser avaliados através de diversas maneiras. Porém,
engenheiros estão interessados em ferramentas e métodos práticos para
minimizar os efeitos desses distúrbios na rede (MORAIS, 2010).
4.1.1 Afundamento de Tensão (SAG)
Afundamento de tensão (SAG) é caracterizado quando o valor eficaz da
tensão for igual 0,1 pu ou inferior a 0,9 pu, com duração superior ou igual a um
ciclo e inferior a três minutos (ANEEL, 2016). Os afundamentos de tensão
podem ser causados por acionamentos de grandes motores, correntes de Irush
de transformadores e faltas ou defeitos na rede elétrica dos distribuidores de
107
energia. Esses distúrbios de tensão podem causar danos em dispositivos
eletrônicos que fazem parte de inúmeros equipamentos, como computadores e
máquinas (ROCHA, 2011).
4.1.2 Elevação de Tensão (SWELL)
A elevação de tensão (SWELL) se caracteriza quando o aumento do
valor eficaz da tensão for superior a 1,1 pu, e duração superior ou igual a um
ciclo e inferior a 3 minutos (ANEEL, 2016). Elevações na tensão são causadas
por faltas monofásicas (curto-circuito fase-terra) no sistema da rede elétrica. A
fase em curto tem a tensão reduzida enquanto as outras duas tem a sua
tensão elevada. A elevação da tensão pode causar danos em equipamentos e
máquinas, pois podem causar o desligamento de supressores de tensão, o que
pode causar perdas de inúmeras formas (ROCHA, 2011).
4.2 VARIAÇÃO NA TENSÃO DA REDE ELÉTRICA
As Variações de Tensão de Curta Duração (VTCD), podem ser definidas
de acordo com o módulo 8 do PRODIST da ANEEL, como desvios
significativos no valor eficaz da tensão em curtos intervalos de tempo, podendo
ser classificadas dependendo da duração da paralização como momentânea
ou temporária. Essa variação no fornecimento de energia, pode ser
denominada como interrupção, afundamento ou elevação da tensão, isso
dependendo da variação da amplitude da tensão, quadro 14 apresenta as
classificações:
108
Quadro 14: Tabela apresenta as classificações do PRODIST
Fonte: PRODIST (2016).
Esses afundamentos de tensão são muito comuns em sistemas elétricos
industriais. A partida de motores demanda uma grande quantidade de energia,
com isso gera um grande pico de corrente na partida do motor para magnetizar
o núcleo, e conseguir tirar o rotor da inercia, acelerando a máquina até atingir a
velocidade de operação (DECKMANN, 2017). Com o passar de um intervalo de
tempo, o afundamento vai diminuindo até a tensão se estabilizar novamente.
Esse tempo pode variar muito, no caso das medições realizadas nesse
experimento, foi um intervalo na casa dos segundos.
Há inúmeras maneiras de se reduzir os efeitos do acionamento de
motores na rede elétrica, dessa maneira evitando distúrbios que possam
causar algum dano ao sistema. No caso do afundamento de tensão que foi
verificado nesse experimento, para se reduzir o impacto da partida do motor de
10cv, deve-se limitar a corrente, o que no caso pode prolongar o tempo que o
motor levará para acelerar até a velocidade de operação. Pode-se também,
reduzir a impedância série do alimentador, o que gerará a troca de disjuntores
e cabos (DECKMANN, 2017). Em caso exclusivo de motores CA, a outras
maneiras para se atenuar os transitórios de partida, que é a utilização de
dispositivos para limitar a corrente de partida, como por exemplo:
109
a) Transformadores com derivações, para se usar na partida com tensão
reduzida;
b) Trocar a partida de Y para Δ nominal;
c) Partida com motor a vazio, após a partida aplicar a carga;
d) Usar motor auxiliar para partida;
e) No caso de motor com rotor bobinado, usar reostato de partida de rotor;
f) Soft-starter;
g) Inversor de frequência;
h) Conversor composto por tiristores.
Todos os métodos são eficazes, porem nem sempre podem ser
utilizados, seja por custo elevado, seja porque o motor não permite ou porque a
carga vem acoplada, desta forma impedindo a partida a vazio (DECKMANN,
2017).
4.3 PROCEDIMENTO A SER REALIZADO NO EXPERIMENTO
O aluno deverá proceder da seguinte forma para avaliar os efeitos do
acionamento do motor na rede elétrica do bloco.
4.4 PROCEDIMENTO E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
Para a realização do experimento sobre afundamento de tensão, o aluno
deverá contar com um motor devidamente instalado. Por isso, será utilizado o
motor de WEG de 10cv, instalado no laboratório de Eficiência Energética do
bloco de Eng. Elétrica da UFPR. A figura 94 apresenta as características
técnicas do motor WEG de 10cv.
110
Figura 94: Placa de Identificação de Motor WEG
Fonte: Autores (2017).
Para se medir o comportamento do acionamento do motor a rede
elétrica, foi utilizado o medir de qualidade de energia Fluke 434, o qual já foi
citado anteriormente. Primeiramente, foi ligado o Fluke 434 no quadro de
energia presente no laboratório de eficiência energética, do mesmo modo já
representando anteriormente na figura 89 do capitulo 3.7.5.
As ponteiras do Fluke, foram conectadas diretamente na entrada de
alimentação do quadro para avaliar o afundamento de tensão provocado pelo
acionamento do motor.
Em sequência foram repetidas as medidas de afundamento de tensão
no quadro geral do bloco (presente na entrada do primeiro andar do bloco PK),
e no quadro de alimentação da sala/laboratório PK12. As ligações feitas para
se realizar as medidas com o Fluke no quadro geral e no quadro da sala PK12,
foram semelhantes as que foram realizadas no quadro do laboratório de
eficiência. Desta forma, é possível verificar se o distúrbio que afetou o quadro
de alimentação do laboratório se propagou por toda a rede a qual ele está
conectado. As figuras 95 e 96 os momentos em que as medidas foram
coletadas.
111
Figura 95: Quadro de Energia 1, Laboratório de Eficiência
Fonte: Autores (2017)
Figura 96: Quadro de Energia 2, Entrada do bloco.
Fonte: Autores (2017).
4.5 RESULTADOS OBTIDOS
Para se realizar as medições, foi usado a função DIP e SWELL do
analisador de qualidade de energia Fluke 434. Com essa função é possível
verificar afundamento da tensão (SAG) ou elevação da tensão (SWELL).
Através das medições realizadas com o Fluke 434, foram obtidos os
seguintes resultados para o quadro de energia do laboratório de eficiência, o
quadro de energia da entrada do bloco PK e para o quadro de tomadas da sala
112
PK-12. Estes resultados podem ser vistos nas imagens a seguir e no quadro
18.
4.5.1 Quadro de energia do Laboratório de Eficiência
Figura 97: Afundamento de Tensão.
Fonte: Autores (2017).
Quadro 15: Afundamento de Tensão
Fonte: Autores (2017).
4.5.2 Quadro de energia entrada do bloco PK.
Figura 98: Afundamento de Tensão
Fonte: Autores (2017).
Quadro 16: Afundamento de Tensão
Fonte: Autores (2017)
113
4.5.3 Quadro de energia da sala PK12.
Figura 99: Afundamento de Tensão
Fonte: Autores (2017).
Quadro 17: Afundamento de Tensão
Fonte: Autores (2017)
Quadro 18: Queda de tensão (ΔV(%)).
Fases
Lab. Eficiência Quadro Geral Sala PK12
Tensão no
Quadro 1
(V)
Tensão
mínima na
Partida do
Motor (V)
e(%)
Tensão no
Quadro 2
(V)
Tensão
mínima na
Partida do
Motor (V)
e(%)
Tensão no
Quadro 3
(V)
Tensão mínima
na Partida do
Motor (V)
e(%)
Fase R 125,36 117,08 6,60 127,38 122,06 4,17 128,24 123,1 4,00
Fase S 125,18 116,63 6,83 126,93 122,29 3,65 128,44 123,04 4,20
Fase T 125,74 118,22 5,98 126,98 122,07 3,86 128,66 123,55 3,97
Fonte: Autores (2017).
4.5.4 Análise de Resultados
Dispositivos eletrônicos são muito sensíveis a quedas de tensão, por
isso é necessário manter padrões para que não ocorram prejuízos com perdas
de aparelhos e máquinas (CREDER, 2008).
A norma NBR 5410 admite que instalações alimentadas diretamente por
um ramal de baixa tensão, a partir da rede de distribuição elétrica de baixa
tensão fornecida pela concessionária de energia admitem uma queda de
114
tensão de 5%. Já instalações alimentadas por subestação diretamente, a partir
de uma instalação de alta tensão ou que tenham fonte própria, admitem uma
queda de 7% (CREDER, 2008). A figura 100 ilustra melhor a norma:
Figura 100: Quedas de tensão admitido pelo NBR 5410.
Fonte: CREDER (2008).
Verificando os valores de queda de tensão (e(%)), presentes no quadro
18, as quedas de tensão nos quadros de alimentação estão dentro dos limites
permitidos pela norma 5410. Com isso, não se faz necessário fazer o
redimensionamento dos cabos de alimentação.
Caso esses valores de queda de tensão, estivessem fora dos limites
permitidos pela norma 5410, a forma de se dimensionar os cabos seria, através
da equação 2:
� = 2��
�(% )� �∗ (p ∗ �) (2)
Onde:
S= Seção do condutor em mm2;
p= potência consumida em watts;
p= resistividade do cobre = �
��
����∗���
�;
l= comprimento em metros, para circuitos trifásicos é necessário
multiplicar por √�
�= 0,866;
e%= queda de tensão percentual de 100;
V= 127 ou 220 V.
115
Um novo condutor também pode ser determinado por valores tabelados,
como indica o quadro 19:
Quadro 19: Dimensionamento de condutor por soma de potências
Fonte: CREDER (2008).
Estes estudos de qualidade de energia podem ser muito significativos.
Partindo do pressuposto que grandes quedas de tensões ou quedas acima do
limite de tempo permitido afetam o desempenho de diversos equipamentos
como computadores e iluminação, o assunto poderia ser expandido e novas
discussões poderiam ser abordadas.
Por exemplo, em um cenário em que o fornecimento de energia
estivesse em seu limite mínimo de 117 V, mais um percentual de afundamento
de tensão como detectado na sala PK 12 de 4,2%, poderia afetar algum
equipamento? Desligar algum computador? Reduzir o nível de iluminância de
um ambiente abaixo do estabelecido por norma? Técnicas de acionamentos
resolveriam o problema? Soft Starter? Inversor de frequência? A utilização de
inversor resolveria a questão de afundamento de tensão, mas geraria outros
problemas de qualidade de energia, como o desenvolvimento de harmônicas?
116
5 CONCLUSÂO
No estudo apresentado, foi tratado a respeito da uma reformulação para
utilização de um laboratório que envolve assuntos como eficiência energética,
qualidade de energia e até mesmo geração distribuída. O laboratório em
questão, pertence ao curso de Engenharia Elétrica da UFPR.
Com o desenvolver do trabalho, foi visto que apesar do laboratório se
encontrar em condições desfavoráveis para utilização, ele contém alguns
equipamentos importantes e de boa qualidade para realizar estudos, porém, o
laboratório carece de reparos e manutenção.
O departamento conta com três dispositivos completos para realizar
medidas elétricas, o Analisador de Energia Fluke 434 e dois medidores
PowerMonitor 3000. Estes aparelhos por possuírem grande variedade de
aplicações, acabam proporcionando inúmeras oportunidades para execução de
experimentos.
Uma questão importante a ser observada, é sempre estar a tendo com
erros de medidas e cálculos. Sempre se faz necessário que se tenha a
preocupação com a configuração dos equipamentos e que sempre sejam
realizadas as conexões do modo correto, observado o sentido dos sensores e
sempre ter cuidado para não cometer inversão de fases, como medida de
corrente em uma fase e a tensão de outra.
Também vale salientar a importância da aferição dos equipamentos de
medição. Como os experimentos se baseiam em se realizar medidas de
grandezas elétricas, é muito importante que estes aparelhos estejam
calibrados, para que as medidas sejam realizadas de modo correto, mantendo
o confiabilidade dos experimentos e a precisão necessária para se obter os
resultados dos experimentos.
Com o Fluke 434 e o PowerMonitor 3000 somados aos equipamentos
em funcionamento que laboratório dispõem, como sistema de armazenamento,
bombeamento e aquecimento de água, diferentes métodos para partida de
motores e painéis fotovoltaicos, acaba por disponibilizar uma ótima
oportunidade para execução de boas aulas práticas e experimentais.
117
Algumas questões importantes ainda poderiam ser tratadas, como
manutenção nas instalações elétricas do laboratório, limpeza e manutenção
dos equipamentos e aquisição de equipamentos de baixo orçamento como
Wattímetros, bancadas e sensores.
Com o material disponível foi possível realizar estudos envolvendo
eficiência em iluminação, aquecimento de água por chuveiro elétrico de
passagem e bomba de calor, bombeamento de água e afundamento de tensão.
O método para estudo de eficiência energética envolveu elaboração de IDE’s e
o procedimento para se obter o RCB.
Através dos experimentos estudados, foram elaborados roteiros para
estes estudos. Portanto, assim que houver interesse por parte dos
responsáveis na utilização deste laboratório, práticas para bons estudos já
estão documentadas, ofertando aos alunos uma nova oportunidade de estudo
além das áreas já abordadas pelo curso.
A utilização do laboratório para realização deste trabalho foi satisfatória
para a formação dos autores, pela riqueza de equipamentos fornecidos e pelo
tema abordo. Por fim vale destacar que apesar dos autores terem se envolvido
com uma quantidade satisfatória de experimentos, o laboratório fornece
estrutura para abordar novos temas, principalmente relacionados a geração
distribuída, como os painéis fotovoltaicos disponíveis no laboratório, e
qualidade de energia, como estudos relacionados a harmônicas, afundamentos
causados pela geração dos painéis fotovoltaicos e o Flicker disponível pelo
Fluke 434.
118
BIBLIOGRAFIA A SER UTILIZADA
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO 50001 – Sistemas de Gestão de Energia – Requisitos com Orientação para Uso. ABNT NBR ISO 50001:2011. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
ANEEL - AGENCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Manual 2008 Do Programa De Eficiência Energética. Brasília: ANEEL, 2008.
ANEEL - AGENCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Procedimento do Programa de Eficiência Energética - PROPEE. Brasília: ANEEL, 2015.
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123
APENDICE A – ROTEIRO BÁSICO POWERMONITOR 3000
SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENG. ELETRICA DISCIPLINA DE LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Roteiro Básico para utilização do PowerMonitor 3000
Este roteiro abordará utilização básica com o PowerMonitor 3000,
envolvendo as configurações do equipamento, a instalação e medidas de
tensão, corrente, potência e energia, utilizando lâmpadas na sala PK-12 bloco
de Engenharia Elétrica da UFPR.
Objetivos
Apresentar ao aluno o Medidor de Energia Power Monitor 3000 da Allen
Bradley.
Coletar medidas de tensão, corrente, fator de potência, potência e
frequência da rede elétrica.
Fazer a comunicação do equipamento com o computador, para transferir
os dados coletados.
Acessar o equipamento remotamente, configurando-o com a ajuda de
um modem a uma rede de internet.
Montagem do equipamento.
Primeiro passo a se seguir é verificar e anotar a relação de
transformação dos TC’s e em seguida pode-se iniciar a montagem e as
conexões conforme a figura 1. Os cabos indicados na cor azul, são cabos já
124
fixados no equipamento, representando a conexão dos terminais secundários
dos TC’s ao PowerMonitor 3000 e os terminais de tensão e alimentação aos
bornes da placa. Os cabos representados na cor verde, são cabos referentes
as tensões para alimentação do medidor, que pode ser 127/220V, e para os
sensores de tensão na carga. Por último os cabos representados na cor
vermelha, serão os cabos utilizados para alimentação das cargas, sendo cada
lâmpada em uma fase e um neutro, formando uma carga conectada em Y.
126
Importante notar que os cabos utilizados para alimentação das cargas
devem ser passados pelo centro dos TC’s, sendo utilizado como enrolamento
primário para os TC’s, forçando uma corrente no terminal secundário
estabelecida pela relação de transformação dos TC’s, que será tratada no
medidor.
Configuração do equipamento.
Ao ligar o PowerMonitor 3000 será necessário realizar algumas
configurações, para isto utilize as setas cima/baixo para navegar, tecla Enter
para confirmar e Esc para voltar.
Em primeiro momento haverá duas opções, DISPLAY e PROGRAM,
acesse PROGRAM. Depois de acessar o menu de PROGRAM selecione o
tópico BASIC, neste item será possível entrar com os parâmetros dos TC’s,
TP’s e modo de conexão.
Figura 2101:Estrutura do menu de programação
Fonte: Autores (2017)
Para Aplicações em baixa tensão não é necessário a utilização de TP’s,
por isso, nos parâmetros PT.PRIM e PT.SEC configure a tensão diretamente
conectada (220V). Em CT.PRIM deve ser inserido a corrente anotada do
127
primário dos TC’s (75A) e CT.SEC a corrente de secundário (5A). Ainda nas
configurações básicas deve-se realizar a configuração do modo de conexão, vá
em WIRE MODE selecione a opção WYE.
Após estas configurações serem realizadas, utilize a tecla Esc duas
vezes para retornar ao primeiro nível, mas desta vez seleciona a opção
DISPLAY. Na opção DISPLAY será possível visualizar as medidas desejadas
de tensão, corrente, potência e energia. Acesse cada uma delas e preencha o
quadro 1.
Quadro 1: Valores coletados do PowerMonitor 3000
Fase Tensão (V) Corrente (A) Potencia (W) Energia (Wh)
R S T N
R
S
T
Fonte: Autores (2017).
Acesso Remoto
Para obter o acesso remoto e coletar os dados utilizando um navegador
desejado em um computador, deve-se utilizar um “patch Cord” rj45 no
PowerMonitor 3000 para conectar o medidor e o computador desejado a uma
mesma rede. Assim, será necessário a utilização de um modem e para facilitar,
deve-se utilizar a rede já configurada modem.
Para identificar o IP do modem, basta ligar e conectar o computador a
esse modem, seja via wireless ou por cabo rj45. Abra o “prompt de comando” e
digite “ipconfig” e de Enter. A rede configurada do modem será identificada
como Gateway Padrão, como mostrado na imagem 2:
128
Figura 3: Prompt de Comando
Fonte: Autores (2017).
No exemplo da figura 2 o Gateway Padrão foi 172.31.0.3, agora basta
configurar um IP no medidor apenas alterandoapenas o ultimo digito, por
exemplo, 172.31.0.7.
Atenção, estes endereços IP’s representam apenas um exemplo,
para cada caso deve-se seguir o procedimento e verificar os IP’s
particulares.
Para configurar o endereço IP no medidor, retorne ao nível PROGRAM,
mas desta vez acesse NATIVE COMM. e em seguida PROTOCOL. Em
PROTOCOL os 4 primeiros itens representam exatamente a sequência dos
parâmetros de IP. Então para o exemplo criado a cima basta inserir 172 no
primeiro parâmetro, 31 no segundo, 0 no terceiro e 7 no quarto parâmetro.
Feito isso basta digitar no navegador o número de IP configurado no medidor,
assim será possível realizar o acesso remoto e realizar a coleta de novos
dados, como na figura 3.
129
Figura 4: PowerMonitor 3000, Web page (b).
Fonte: Autores (2017).
Refaça as medidas para os valores coletados na Web page.
Quadro 1: Valores coletados do PowerMonitor 3000
Fase Tensão (V) Corrente (A) Potencia (W) Energia (Wh)
R S T N
R
S
T
Fonte: Autores (2017).
129
APENDICE B – ROTEIRO BÁSICO FLUKE 434
SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENG. ELETRICA DISCIPLINA DE LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Roteiro Básico para utilização do Fluke 434
Este roteiro abordará utilização básica com o Fluke 434, envolvendo as
configurações do equipamento, a instalação e medidas de tensão, corrente,
potência e energia, utilizando lâmpadas na sala PK-12 bloco de Engenharia
Elétrica da UFPR.
Objetivos
Apresentar ao aluno o Analisador de Qualidade de Energia Fluke 434.
Coletar medidas de tensão, corrente, fator de potência, potência e
frequência da rede elétrica.
Fazer a comunicação do equipamento com o computador, para transferir
os dados coletados.
Montagem do equipamento.
Primeiro passo a se seguir é iniciar a montagem e as conexões
conforme a figura 1. Os cabos representados na cor vermelha, serão os cabos
utilizados para alimentação das cargas, sendo cada lâmpada em uma fase e
um neutro, formando uma carga conectada em Y. Os cabos indicados na cor
preta, são os cabos que representam as ponteiras relacionadas a fase R,
sendo a superior destinada para tensão onde será utilizada uma ponteiro tipo
130
“jacaré” e o cabo mais abaixo destinado para corrente, utilizando o TC de
núcleo partido. Seguindo a mesma orientação da fase R os cabos vermelhos
representam a fase S, os cabos azuis a fase T e os cabos cinzas para o neutro.
132
Importante notar que os cabos utilizados para alimentação das cargas
devem ser passados pelo centro dos TC’s, sendo utilizado como enrolamento
primário para os TC’s, forçando uma corrente no terminal secundário
estabelecida pela relação de transformação dos TC’s, que será tratada no
medidor.
Configuração do equipamento.
O Fluke é um dispositivo de fácil manuseio e intuitivo. Através de seus
botões é possível alterar configurações, cablagem, e selecionar a aplicação
desejada no menu de funções. Para realizar medidas de tensão e corrente
basta acessar o menu e selecionar VOLT/AMP/HZ, e POTENCIA E ENERGIA
para as demais medidas como mostrado na figura 2:
Figura 2: Potência e Energia
Fonte: Autores (2017)
No quadro 1 preencha os valores medidos no display do Fluke.
Quadro 1: Valores coletados no Fluke 434.
Fase Tensão (V) Corrente (A) Potencia (W) Energia (Wh)
R S T N
R
S
T
Fonte: Autores (2017).
133
Comunicação
Para utilizar o Fluke 434 em conjunto com um computador, é necessário
a utilização da interface óptica RS-232, figura 3. Então é necessário ajustar a
taxa de transmissão no dispositivo Fluke 434 e no computador utilizando
FlukeView ou PowerLog para serem compatíveis. Para realizar o ajuste no
Fluke 434 deve ser acessado o Setup, com a tecla F4 – PREFERENCIA DE
USUÁRIO, em seguida RS-232, com as setas cima/baixo selecionar a taxa de
transmissão e confirmar com a tecla Enter. Para realizar o ajuste pelo
FlukeView basta abrir o programa, selecionar a porta USB utilizada e
selecionar a mesma taxa de transmissão configurada no Fluke 434, figura 4.
Figura 3: Conexão Fluke 434 e Computador.
Fonte: Fluke Corporation (2012).
Figura 4: Config. Taxa de Transmissão, FlukeView.
Fonte: Fluke Corporation (2012).
134
Após a comunicação estabelecida será possível utilizar as ferramentas
Display Instrument Screen, Display Voltage and Current Waveform,Dislay
Tremd, Display Spectrum e Display Dataset para obter as imagens do display
no computador.
135
APENDICE C – ROTEIRO AQUECIMENTO DE ÁGUA
SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENG. ELETRICA DISCIPLINA DE LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Roteiro sobre o experimento com Bomba de Calor
Neste roteiro será o tema bomba de calor, para a realização do
experimento foi utilizado o mecanismo de bomba de calor presente no
Laboratório de Eficiência Energética do bloco de Engenharia Elétrica da UFPR.
Objetivos
Estudar o funcionamento do equipamento de aquecimento bomba de
calor, verificando se é possível a bomba esquentar a água, a uma
temperatura maior que a temperatura ambiente.
Medir o consumo de energia e medir o ganho de temperatura da bomba
de calor e do chuveiro para coletar dados para realizar cálculos de IDE.
Como funciona a Bomba de Calor?
O mecanismo presente na bomba de calor, usa de um ciclo de
refrigeração para transportar o calor presente no ar ambiente para a água de
um reservatório (MALUF, 2010).
A bomba de calor possui um fluido de refrigeração em estado gasoso,
que circula por um circuito pressurizado por um compressor. Ao lado a
descarga do compressor, o fluido muito quente em estado gasoso começa a
ser resfriado entrando em contato com a agua do reservatório em um trocador
de calor, chamado de condensador, desta forma condensando em um liquido
de alta pressão e temperatura moderada. Após sair do condensador, o liquido
passa por um dispositivo o qual irá diminuir sua pressão, chamado de válvula
136
da expansão. Após ter a pressão diminuída, o fluido liquido passa por outro
trocador de calor, o evaporador, no qual irá em contato com o ar do ambiente
evaporar-se, desta forma conseguirá absorver o calor do ambiente. Tendo
comprido todas essas etapas, o fluido retorna ao compressor e começa-se
outro ciclo. Desta forma, a bomba é capaz de captar o calor do ar ambiente, e
conseguirá esquentar a água presente no reservatório, que pode vim a ser um
boiler ou costumeiramente mais usada em piscinas, como apresentado na
figura 1.
Figura 1: Esquema de funcionamento de uma bomba de calor.
Fonte: Maluf (2010).
Procedimento Experimental
Para realização do experimento é necessário contar com uma bomba de
calor devidamente instalada, por isso foi utilizado para realizar as medições
que fazem parte desse experimento, a bomba presente no Laboratório de
Eficiência.
Cuidados
*Esse experimento será realizado com equipamento em níveis de
tensão de 220/127 V e acionamento do equipamento no quadro de geral
do laboratório, por isso os alunos só deverão prosseguir com o
experimento se estiverem sobre supervisão de algum técnico responsável
ou professor gestor da matéria.
137
Materiais e equipamentos utilizados
Bomba de calor;
Reservatório de água;
Chuveiro;
Recipiente para água de 30 litros;
Analisador de qualidade de energia Fluke 434;
Medidor de energia Power Monitor 3000 Allen Bradley;
Termopar.
Para a realização do experimento foi utilizado a bomba de calor,
conforme a figura 2, que está instalada no Laboratório de Eficiência Energética.
O sistema de instalação da bomba conta com um reservatório apresentado na
figura 3 de água de 150 litros, o qual se encontra na torre de água do bloco de
elétrica, a 4 metros de altura, e uma distância de 6 metros da bomba térmica. A
água utilizada durante todo o experimento é oriunda da chuva, captada através
de um sistema de calhas, as quais enchem um reservatório de água de
aproximadamente 1000 litros, que se encontra a uma altura de 70 cm em
relação ao chão. Com auxílio de motores que funcionam como bombas, essa
agua armazenada no primeiro reservatório, é bombeada para outro
reservatório, que se encontra a 5 metros de altura, no alto da torre de água do
bloco de elétrica. Esse segundo reservatório, abastece o reservatório de 150
litros, o qual a bomba de calor irá esquentar a água ali armazenada.
138
Figura 2: Bomba de Calor
Fonte: Autores (2017).
Figura 3: Boiler, 150 litros
Fonte: Autor (2017).
Para uma melhor análise dos dados obtidos da bomba de calor, será
necessário realizar outro experimento. Com o auxílio de uma ducha Lorenzetti
220v/4800w, será comparado o ganho de temperatura, a energia consumida e
a eficiência da bomba de calor com relação ao chuveiro.
Como foi mencionado anteriormente, será necessário avaliar o
desempenho de um chuveiro. Para se avaliar a ducha Lorenzetti, será utilizada
a estrutura disponível para instalação de chuveiros do Laboratório de Eficiência
Energética. A água que irá alimentar o chuveiro, é proveniente do reservatório
que se encontra a 5 metros de altura na torre de água do bloco de Engenharia
Elétrica.
Coleta e Análise de dados para a Bomba de Calor
139
Com o auxílio do Analisador de Qualidade de Energia Fluke 434 que
deverás ser ligado diretamente na bomba de calor, será possível coletar os
dados de tensão, corrente, potência da bomba de calor.
141
Os valores de tensão (V), corrente (A), potência (kW) e consumo (kWh)
da bomba de calor devem ser anotados no quadro 1, presente no final do
roteiro. No quadro 1, também dever anotado o ganho de temperatura da bomba
de calor, o qual deverá ser medido na saída da água da bomba com o auxílio
do multímetro, com a função termômetro (figura 5). A medida deve ser
realizada diretamente na saída de água quente desta forma, evita-se perdas de
calor para canos e entrada de água fria no reservatório. Deve-se anotar valor
de temperatura da água fria (água antes de passar pela bomba de calor), e da
temperatura do ar ambiente.
Figura 5: Medida de Temperatura, Bomba de Calor
Fonte: Autores (2017)
142
Coleta e Análise de dados para o chuveiro
Para coletar os dados de tensão, corrente e potência do chuveiro, foi
utilizado o Power Monitor 3000. Que foi ligado da seguinte maneira com
representado na figura 6:
144
Através do Power Monitor 3000 deve ser coletado os valores de tensão
(V), corrente (A), potência (kW) e consumo (kWh, este valor de consumo é
mostrado diretamente no display) do chuveiro devem ser anotados no quadro
1, presente no final do roteiro. No quadro 1, também dever anotado o ganho de
temperatura do chuveiro, o qual deverá ser medido na saída da água do
chuveiro com o auxílio do multímetro, com a função termômetro, a medida deve
ser realizada diretamente na saída, para se evitar perda de calor da água para
o ar ambiente. Deve-se anotar valor de temperatura da água fria (água antes
de ligar o chuveiro), e da temperatura do ar ambiente.
Para se avaliar qual sistema é mais eficiente, chuveiro ou bomba de
calor deve se usar o método IDE (Indicador de Desempenho Energético
(Wh/l°C)), o qual deve ser calculado seguindo a Eq(1):
��� =�������(���)
������(�)∗(��������� �����(°�)������������ �������(°�)
O valor de IDE pode ser interpretado da seguinte forma, quanto menor
ele for mais eficiente é o sistema, pois ele indica que quanto mais baixo for o
valor menos energia ele está consumindo.
Quadro 1: Tabela contém todos os valores medidos
Método de aquecimento
Tensão (V)
Corrente (A)
Consumo (KWh)
Temperatura (°C) Volume (l)
IDE (Wh/l°C)
Inicial Final Gradiente
Bomba de calor (5min)
150
Bomba de calor (10min)
150
Chuveiro (5min)
30
Fonte: Autores (2017).
(1)
145
APENDICE D – ROTEIRO AFUNDAMENTO DE TENSÃO
SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENG. ELETRICA DISCIPLINA DE LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
ROTEIRO SOBRE AFUNDAMENTO DE TENSÃO (SAG)
O seguinte roteiro tem por objetivo estudar os efeitos do acionamento de
um motor de 10cv na rede elétrica do bloco de Eng. Elétrica da UFPR. Serão
coletadas medidas, para maior compreensão dos distúrbios que o referido
acionamento pode causar.
* Esse experimento será realizado com equipamento em níveis de
tensão de 220/127 V e acionamento do equipamento no quadro de geral
do laboratório, por isso os alunos só deverão prosseguir com o
experimento se estiverem sobre supervisão de algum técnico responsável
ou professor gestor da matéria.
Objetivos
Verificar quais efeitos acionamentos de motores podem causar na rede
elétrica do bloco.
Demonstrar um entendimento sobre os vários tipos de distúrbios da
tensão nas redes elétricas de distribuição que podem afetar a operação
de um equipamento elétrico sensível.
Medir os distúrbios (SAG e SWELL) e verificar se os efeitos deles na
rede elétrica estão dentro da norma da ANEEL.
146
Afundamento de Tensão (SAG)
Afundamento de tensão (SAG) é caracterizado quando o valor eficaz da
tensão for igual 0,1 pu ou inferior a 0,9 pu, com duração superior ou igual a um
ciclo e inferior a três minutos (ANEEL, 2016). Os afundamentos de tensão
podem ser causados por acionamentos de grandes motores, correntes de
inrush de transformadores e faltas ou defeitos na rede elétrica dos
distribuidores de energia. Esses distúrbios de tensão podem causar danos em
dispositivos eletrônicos que fazem parte de inúmeros equipamentos, como
computadores e máquinas (ROCHA, 2011).
Elevação de Tensão (SWELL)
A elevação de tensão (SWELL) se caracteriza quando o aumento do
valor eficaz da tensão for superior a 1,1 pu, e duração superior ou igual a um
ciclo e inferior a 3 minutos (ANEEL, 2016). Elevações na tensão são causadas
por faltas monofásicas (curto-circuito fase-terra) no sistema da rede elétrica. A
fase em curto tem a tensão reduzida enquanto as outras duas tem a sua
tensão elevada. A elevação da tensão pode causar danos em equipamentos e
máquinas, pois podem causar o desligamento de supressores de tensão, o que
pode causar perdas de inúmeras formas (ROCHA, 2011).
Procedimento e Equipamentos utilizados
Para a realização do experimento sobre afundamento de tensão, o aluno
deverá contar com um motor devidamente instalado. Por isso, será utilizado o
motor de WEG de 10cv, instalado no laboratório de Eficiência Energética do
bloco de Eng. Elétrica da UFPR. A figura 1 apresenta as características
técnicas do motor WEG de 10cv.
147
Figura 1: Placa de Identificação de Motor WEG
Fonte: Autores (2017)
Para estudar o comportamento do acionamento do motor, será utilizado
o medidor de qualidade de energia Fluke 434, o qual já foi citado
anteriormente. Primeiramente, foi ligado o Fluke 434 no quadro de energia
presente no laboratório de eficiência energética, pois o motor de 10cv estava
recebendo alimentação proveniente desse quadro, figuras 2 e 3:
149
Figura 3: Quadro de Energia 1, Laboratório de Eficiência
Fonte: Autores (2017)
Resultados Obtidos
A forma de onda, os valores de tensão máxima e mínima obtidos com o
acionamento do motor de 10cv devem ser desenhados ou colados nos quadros
1,2 e 3. Lembrando que devem ser medidos os valores de SAG e SWELL nos
três locais indicados no roteiro, para poder compreender de uma melhor forma
os efeitos do acionamento do motor de 10cv na rede elétrica do bloco de
Engenharia Elétrica.
150
Quadro 1: Forma de onda resultante do acionamento do motor de 10cv, Q1.
Quadro 2: Forma de onda resultante do acionamento do motor de 10cv, Q2.
Quadro 3: Forma de onda resultante do acionamento do motor de 10cv, Q3
151
No quadro 4 devem ser anotados os valores de tensão medidos nos
quadros de alimentação antes de se acionar o motor, e os valores referentes
ao afundamento de tensão:
Quadro 4: Valores tensão medidos nas três fases dos quadros de alimentação.
Fases
Lab. Eficiência Quadro Geral Sala PK12
Tensão no
Quadro 1
(V)
Tensão
mínima na
Partida do
Motor (V)
e(%)
Tensão no
Quadro 2
(V)
Tensão
mínima na
Partida do
Motor (V)
e(%)
Tensão no
Quadro 3
(V)
Tensão mínima
na Partida do
Motor (V)
e(%)
Fase R
Fase S
Fase T
Análise de Resultados
Dispositivos eletrônicos são muito sensíveis a quedas de tensão, por
isso é necessário manter padrões para que não ocorram prejuízos com perdas
de aparelhos e máquinas (CREDER, 2008).
A norma NBR 5410 admite que instalações alimentadas diretamente por
um ramal de baixa tensão, a partir da rede de distribuição elétrica de baixa
tensão fornecida pela concessionária de energia admitem uma queda de
tensão de 5%. Já instalações alimentadas por subestação diretamente, a partir
de uma instalação de alta tensão ou que tenham fonte própria, admitem uma
queda de 7% (CREDER, 2008). A figura 3 ilustra melhor a norma:
Figura 4: Quedas de tensão admitida pela NBR 5410.
Fonte: CREDER (2008).
152
Com o auxílio do responsável pelo laboratório verifique o diâmetro do
cabo utilizado no quadro de alimentação do Laboratório de Eficiência
Energética, e faça o dimensionamento de um novo quadro, que em teoria
possa diminuir o impacto do acionamento do motor de 10cv.
Caso esses valores de queda de tensão, estejam fora dos limites
permitidos pela norma 5410, deve se dimensionar os novos cabos, através da
equação 1:
� = 2��
�(% )� � ∗ (p ∗ �) (1)
Onde:
S= Seção do condutor em mm2;
p= potência consumida em watts;
p= resistividade do cobre = �
��
����∗���
�;
l= comprimento em metros, para circuitos trifásicos é necessário
multiplicar por √�
�= 0,866;
e%= queda de tensão percentual de 100;
V= 127 ou 220 V;
O dimensionamento de um novo condutor pode ser realizado com
valores tabelados, como apresentado no quadro 5:
154
APENDICE E – ROTEIRO ACIONAMENTO DE MOTORES
SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENG. ELETRICA DISCIPLINA DE LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Roteiro sobre Acionamento de Motores
Neste roteiro será abordado o tema acionamento de motores de indução
trifásicos, para a realização do experimento foi utilizado o conjunto de motores
presentes no Laboratório de Eficiência Energética do bloco de Engenharia
Elétrica da UFPR.
Objetivos
Medir os valores de tensão, corrente e potência para todos os motores.
Verificar qual o tipo de acionamento e motor é mais eficiente para
bombear água de um reservatório para o outro.
Mostrar como o tipo de ligação pode influenciar no desempenho de
motores de indução.
Verificar o conceito de IDE para cada motor.
Motores de indução trifásicos (MIT)
Motores de indução trifásicos (MIT) se caracterizam por serem máquinas
com excitação única. Tais máquinas sejam equipadas tanto com enrolamento
de campo, como um enrolamento de armadura, normalmente a fonte de
energia é conectada ao enrolamento de campo (TORO, 1999). As correntes
que circulam pelo enrolamento de armadura surgiram por indução, o cria uma
distribuição ampere-condutor que interagem com a distribuição de campo para
criar torque (TORO,1999). A frequência da corrente induzida no condutor é
155
relacionada com a velocidade do rotor a qual está conectada, já a frequência
da corrente da armadura é relacionada com a distribuição da ampere-condutor
da distribuição de campo. Através dessas condições a máquina indução é
capaz de produzir torque abaixo da velocidade de operação síncrona, desta
forma é classificada como maquina assíncrona (TORO,1999).
Motores de indução apresentam- se ultimamente como boas alternativas
para acionamentos controlados, pois apresentam algumas características que
lhes dão vantagens sobre motores de corrente continua, como: motores de
indução são mais baratos que motores CC, manutenção dos motores mais
simples, consomem menos energia para acelerar e frenar, são mais velozes
com isso geram potências maiores. A grande desvantagem de motores MIT em
relação aos CC, é que os motores trifásicos de indução têm dependência entre
fluxo e a tensão do estator, o que não ocorre em motores CC com excitação
independente, este fato limita a faixa de variação do motor quando controlado
por variação da tensão do estator (CASTRO, 2012).
O grande trunfo do MIT é sua simplicidade, robustez, baixo custo de
fabricação e boas características de funcionamento. Todas características são
resultantes do fato do rotor ser uma unidade alto suficiente que não necessita
de conexões externas. O nome motor de indução se dá ao fato de se serem
induzidas correntes alternadas no seu rotor, pelo campo girante produzido
pelas bobinas do estator (HENRIQUE, 2014).
Os motores de indução trifásico, possuem os seguintes métodos de
partida: direta, estrela-triângulo, série-paralela, chave compensadora,
eletrônica, por resistor, por reator primário, partida com frequência variável
(VILELA JUNIOR, 2017b).
Procedimento Experimental
Para realização do experimento é necessário contar com um conjunto de
motores devidamente instalados, por isso foi utilizado para realizar as
medições que fazem parte desse experimento, os motores de 10cv com partida
direta, o motor de 4cv com partida direta, o motor de 4cv com partida estrela-
triângulo e o motor de 4cv com partida com inversor, presentes no Laboratório
de Eficiência.
156
Materiais e equipamentos utilizados
a) Motor WEG de 10cv partida direta;
b) Motor WEG de 4cv partida direta;
c) Motor WEG de 4cv partida estrela-triângulo;
d) Motor WEG de 4cv partida com inversor;
e) 2 Reservatórios de água de 1000 litros;
f) Régua para medir nível da água;
g) Analisador de qualidade de energia Fluke 434.
Procedimento para coleta de Dados
O experimento deve ser realizado da seguinte forma, um por um cada
motor foi ligado para verificar o consumo de energia para bombear água do
reservatório de água da chuva, abastecido com água da chuva de 1000 litros
localizado na parte inferior da torre de água, localizada no bloco de Engenharia
Elétrica da UFPR, até o reservatório de 1000 litros, localizado na parte superior
da torre, a distância dos dois reservatórios é de aproximadamente 4 metros.
Primeiramente deve ser ligado o motor de 10cv, e deixar que ele bombeie a
água do reservatório localizado mais abaixo da torre de água para o
reservatório localizado na parte superior da torre, não se deve bombear toda a
água do reservatório, pois a muita sujeira no fundo do reservatório, o que
poderia prejudicar na medida. Enquanto, o motor estiver ligado deve-se deixar
o Fluke 434 em funcionamento para medir o consumo de energia, o Fluke deve
ser ligado diretamente no quadro de energia do laboratório figura 1, desta
forma é possível verificar o consumo de energia do motor.
158
Com o auxílio de uma régua, deve-se medir o tamanho da coluna de
água que o motor de 10cv irá bombear, através da equação (1) pode se
calcular quantos litros de água foram bombeados, o valor de litros de água
deverá ser preenchido no quadro 5, presente no final do roteiro.
������ = ���. ℎ. 1000
* Esse experimento será realizado com equipamento em níveis de
tensão de 220/127 V e acionamento do equipamento no quadro de geral
do laboratório, por isso os alunos só deverão prosseguir com o
experimento se estiverem sobre supervisão de algum técnico responsável
ou professor gestor da matéria.
Análise de Dados
Nos quadros a seguir devem ser colocados os prints das telas do Fluke
434 para o acionamento dos 4 motores:
Quadro 1: Potências e energia consumida para o motor de 10cv partida direta
(1)
159
Quadro 2: Potências e energia consumida para o motor de 4cv partida direta
Quadro 3: Potências e energia consumida para o motor de 4cv partida estrela-triângulo.
Quadro 4: Potências e energia consumida para o motor de 4cv partida com inversor de frequência.
A seguir deve ser e preenchida a tabela para melhor compreensão dos
valores medidos, tanto de energia consumida como de litros bombeados de um
reservatório de água para o outro.
160
Quadro 5: Valores medidos de energia com o auxílio do fluxo e litros bombeados calculados com o auxílio da Eq(1).
Motor Tempo de funcionamento
(seg) Energia consumida
(kWh) Volume bombeado
(l)
IDE (Wh/l)
10cv partida direta
4cv partida direta
4cv partida Y-Δ
4cv partida com inversor
Fonte: Autores (2017).
Com os resultados da tabela 1 verificar qual motor e método de partida é
mais eficiente para bombear água de um reservatório para outro.
161
APENDICE F – ROTEIRO LUMINÁRIAS
SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENG. ELETRICA DISCIPLINA DE LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Roteiro sobre Luminotécnica Opção I
Neste roteiro será abordado o tema luminotécnica, será mostrado o
procedimento de ex post em um sistema de luminárias. Deverá ser utilizada a
instalação do laboratório de Eficiência de Eng. Elétrica da UFPR.
Observação: As medições no laboratório devem ser realizadas no período
noturno ou fim de tarde para minimizar os efeitos da luz natural, que podem
influenciar nas medidas.
Objetivos
Criar prática de operação com simuladores e medidores de energia.
Comparar valores de luminância simulados no Dialux e valores medidos
com o luxímetro no laboratório.
Estudar o consumo de energia para 2 lâmpadas, uma lâmpada e refletor
Led. Verificar corrente e tensão para cada caso.
Software Dialux
O Dialux é um software para cálculo luminotécnico com interface
parecida com o AutoCAD. O Dialux aceita importação de arquivos com dados
fotométricos de fabricantes e calcula a iluminância para diversas superfícies de
trabalho, o software considera a interferência de móveis no ambiente interno ou
externo (BARANIUK, 2017). Neste projeto utilizou-se a versão Dialux 4.12.,
disponível em https://www.dial.de/en/dialux/download/?no_cache=1.
162
Com o software devidamente instalado, deverá ser simulado o ambiente
do laboratório, respeitando as dimensões, objetos presentes, altura a qual as
luminárias serão instaladas e plano de trabalho (nível da bancada).
Simulado o ambiente, deve clicar na opção CALCULAR do software,
após ir na opção RESUMO para se verificar os valores calculados de
iluminância.
Materiais utilizados:
Duas luminárias florescentes T5.
4 Lâmpadas 28W.
Refletor de Led 20W.
Cabos para ligação.
Interruptor simples.
Equipamentos utilizados para medição:
Medidor de Energia Power Monitor 3000 da Allen Bradley.
Luxímetro LD-550 da ICEL Manaus.
Multímetro.
Montagem
As lâmpadas devem ser colocadas devidamente da forma correta nas
luminárias, o professor ou técnico do laboratório podem ajudar em algum caso
de dúvida. Após a montagem das luminárias, deve se instalar as mesmas no
local adequado do laboratório.
Após montagem com as luminárias ser finalizadas, deve se coletar os
dados reais com o auxílio do Power Monitor 3000.
Montagem com o Power Monitor
O Power Monitor deve ser instalado da seguinte forma:
164
Procedimento Experimental e Análise de Dados
Após montagem ser finaliza, deve se acender a luminárias e com o
auxílio do PowerMonitor 3000 deverão ser recolhidos os valores de tensão,
corrente, frequência da rede, potência da luminária e consumo (o qual é
fornecido diretamente no display do medidor). Os valores devem ser anotados
para preencher quadro 1.
A experiência deve ser repetida substituindo as duas luminárias por
apenas uma luminária, que por final deve ser substituída pelo refletor Led de
20W.
Quadro 1: Quadro deve ser preenchido com valores obtidos na leitura do medidor Power Monitor 3000 e dados recolhidos no software Dialux.
Luminárias Tensão R (V) Corrente R (A) Potencia (W) Consumo
(kWh) Iluminância
Fornecida(lux)
Duas Luminárias
Uma Luminária
Led
Fonte: Autores (2017).
No quadro 1, há uma coluna (Iluminância medida em lux) a qual deverá
ser medida com o auxílio do Luxímetro LD-550 da ICEL Manaus (disponível no
departamento de Eng. Elétrica). Deve-se fazer medidas em pontos em cima da
bancada de trabalho. Deve se coletar 6 medidas e preencher a tabela 1 e se
fazer a média das iluminâncias dos três casos.
Quadro 2: Valores das iluminâncias coletadas na bancada do laboratório
Fonte: Autores (2017).
Os valores simulados deverão ser preenchidos em casa, com o auxílio
do DIALUX. Assim será possível comparar os valores medidos no laboratório
com o auxílio do luxímetro, com os valores simulados pelo software.
Experimento 2 Luminárias 1 Luminária Refletor Led
Iluminância
Medido Simulado Medido Simulado Medido Simulado
Média
166
APENDICE G – ROTEIRO LUMINÁRIAS 2
SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENG. ELETRICA DISCIPLINA DE LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Roteiro sobre Luminotécnica Opção II
Neste roteiro será abordado o tema luminotécnica, será mostrado o
procedimento de ex post em um sistema de luminárias. Deverá ser utilizada a
instalação do laboratório de Eficiência de Eng. Elétrica da UFPR.
Observação: As medições no laboratório devem ser realizadas no período
noturno ou fim de tarde para minimizar os efeitos da luz natural, que podem
influenciar nas medidas.
Objetivos
Criar prática de operação com simuladores e medidores de energia.
Comparar valores de luminância simulados no Dialux e valores medidos
com o luxímetro no laboratório.
Estudar o consumo de energia para 2 lâmpadas, uma lâmpada e refletor
Led. Verificar corrente e tensão para cada caso.
Software Dialux
O Dialux é um software para cálculo luminotécnico com interface
parecida com o AutoCAD. O Dialux aceita importação de arquivos com dados
fotométricos de fabricantes e calcula a iluminância para diversas superfícies de
trabalho, o software considera a interferência de móveis no ambiente interno ou
externo (BARANIUK, 2017). Neste projeto utilizou-se a versão Dialux 4.12.,
disponível em https://www.dial.de/en/dialux/download/?no_cache=1.
167
Com o software devidamente instalado, deverá ser simulado o ambiente
do laboratório, respeitando as dimensões, objetos presentes, altura a qual as
luminárias serão instaladas e plano de trabalho (nível da bancada).
Simulado o ambiente, deve clicar na opção CALCULAR do software,
após ir na opção RESUMO para se verificar os valores calculados de
iluminância.
Materiais utilizados:
Duas luminárias florescentes T5.
4 Lâmpadas 28W.
Refletor de Led 20W.
Cabos para ligação.
Interruptor simples.
Equipamentos utilizados para medição:
Analisador de Qualidade de Energia Fluke 434.
Luximetro LD-550 da ICEL Manaus.
Multímetro.
Montagem
As lâmpadas devem ser colocadas devidamente da forma correta nas
luminárias, o professor ou técnico do laboratório podem ajudar em algum caso
de dúvida. Após a montagem das luminárias, deve se instalar as mesmas no
local adequado do laboratório.
Após montagem com as luminárias ser finalizadas, deve se coletar os
dados reais com o auxílio do Fluke 434.
-Montagem com o Power Monitor
O Fluke 434 deve ser instalado da seguinte forma:
169
Procedimento Experimental e Análise de Dados
Após montagem ser finaliza, deve se acender a luminárias e com o
auxílio do Fluke 434 deverão ser recolhidos os valores de tensão, corrente,
frequência da rede, potência da luminária e consumo (o qual é fornecido
diretamente no display do medidor). Os valores devem ser anotados para
preencher quadro 1.
A experiência deve ser repetida substituindo as duas luminárias por
apenas uma luminária, que por final deve ser substituída pelo refletor Led de
20W.
Quadro 1: Quadro deve ser preenchido com valores obtidos na leitura do medidor Power Monitor 3000 e dados recolhidos no software Dialux.
Luminárias Tensão R (V) Corrente R (A) Potencia (W) Consumo kWh Iluminância
Fornecida(lux)
Duas Luminárias
Uma Luminária
Led
Fonte: Autores (2017).
No quadro 1, há uma coluna (Iluminância medida em lux) a qual deverá
ser medida com o auxílio do Luxímetro LD-550 da ICEL Manaus (disponível no
departamento de Eng. Elétrica). Deve-se fazer medidas em pontos em cima da
bancada de trabalho. Deve se coletar 6 medidas e preencher o quadro 2 e se
fazer a média das iluminâncias dos três casos.
Quadro 2: Valores das iluminâncias coletadas na bancada do laboratório
Fonte: Autores (2017).
Os valores simulados deverão ser preenchidos em casa, com o auxílio
do DIALUX. Assim será possível comparar os valores medidos no laboratório
com o auxílio do luxímetro, com os valores simulados pelo software.
Experimento 2 Luminárias 1 Luminária Refletor Led
Iluminância
Medido Simulado Medido Simulado Medido Simulado
Média