JEREMIAS. JEREMIAS 12.1- 4 20.7-18 Queixas de Jeremias em formato de oração.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ JEREMIAS FERREIRA …
Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ JEREMIAS FERREIRA …
0
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANAacute
JEREMIAS FERREIRA DA COSTA
POLUICcedilAtildeO SONORA
QUE TREM Eacute ESSE NO MEU CELULAR
CURITIBA
2014
1
JEREMIAS FERREIRA DA COSTA
POLUICcedilAtildeO SONORA
QUE TREM Eacute ESSE NO MEU CELULAR
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em Ciecircncias e em Matemaacutetica Linha de Ensino e Aprendizagem de Ciecircncias Setor de Ciecircncias Exatas Universidade Federal do Paranaacute como requisito parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Educaccedilatildeo em Ciecircncias Orientador Prof Dr Sergio Camargo Co-orientadora Profordf Drordf Christiane Gioppo
CURITIBA
2014
2
3
4
AGRADECIMENTOS
A Deus que permitiu realizar um dos meus maiores sonhos que eacute fazer mestrado na UFPR e pelas portas abertas na minha vida Tem me sustentado com acircnimo alegria e disposiccedilatildeo estando comigo em todos os momentos Obrigado meu Deus por me mostrar possibilidades de ldquoir e virrdquo nos caminhos que escolhi
Agrave minha esposa Patriacutecia Barbosa Reeck da Costa que veio completar minha
vida que me amparou e compreendeu nas horas de dificuldade e que me faz muito feliz
Ao meu pai o ldquogente boardquo Telcio Ferreira da Costa e minha ldquomatildeezinhardquo Dona
Maria Lurdes por todas as oraccedilotildees e apoio que me deram para que eu conseguisse chegar ateacute aqui Agrave minha filha Julia Bogdanovicz da Costa por compreender a falta de tempo do pai pois em momentos natildeo conseguir passear andar de bicicleta ou viajar vocecirc eacute uma fonte de inspiraccedilatildeo Enfim minha gratidatildeo se estende a todos os familiares que participaram voluntaacuteria ou involuntariamente da minha vida pois de certa forma fui influenciado por vocecircs
Sou uma pessoa motivada pela Ciecircncia e entendo que a era moderna foi
caracterizada por permitir outros olhares sobre dogmas e crenccedilas possibilitando a academia gerar novos conhecimentos criticar-se e reconfigurar-se em diferentes Programas constituindo uma nova era a contemporacircnea Nesta foi criado o Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em Ciecircncias e em Matemaacutetica da UFPR para o qual fui aceito Assim agradeccedilo aos meus orientadores Dr Seacutergio Camargo e Dra Christiane Gioppo por terem me selecionado e conduzido para estar aqui agora na posiccedilatildeo de seleciona-los para dedicar minhas conquistas
A minha banca composta pelo Dr Cristiano Rodrigues de Mattos da
Universidade de Satildeo Paulo e pelo Dr Marco Aureacutelio Kalinke da Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute aleacutem de meus orientadores com os quais pude compartilhar muito mais que discussotildees de cunho teoacuterico e a todo o corpo docente do PPGECM da UFPR que participou da minha formaccedilatildeo
Aos amigos que sempre estiveram orando por mim aos colegas e Diretores
dos Coleacutegios Estaduais Professora Maria Aguiar Texieria e Paulo Leminski que contribuiram para a manutenccedilatildeo de um ambiente de trabalho e de pesquisa prazeroso tornando-se sinocircnimo de alegria prevalecendo agrave difusatildeo do conhecimento
5
PEQUENA BIOGRAFIA
Sou da cidade de Arapongas estado do Paranaacute venho de uma famiacutelia de
onze irmatildeos cresci em uma situaccedilatildeo financeira de miseacuteria em que a universidade
era algo muito distante da minha realidade Meu pai sabe apenas assinar o nome
minha matildee eacute analfabeta e meus irmatildeos nunca terminaram o Ensino Fundamental jaacute
entre as irmatildes algumas terminaram o Ensino Meacutedio
Em minha tenra infacircncia meus pais tinham consciecircncia da importacircncia da
escolarizaccedilatildeo e me matricularam em uma escola puacuteblica pois achavam que eu
precisava estudar para aprender a ler e a escrever e com isso meu futuro estaria
garantido
Em 1978 por volta dos 10 anos comecei catar papel na rua para vender e ter
uma fonte de renda Diariamente eu tinha que coletar o suficiente para atingir trecircs
metas 1ordf comprar um pedaccedilo de toucinho dele saiacutea gordura que preparava a
polenta e o torresmo era nossa carne 2ordf comprar um pacote de fubaacute 3ordf comprar
uma barra de sabatildeo para assim ter roupas limpas
No periacuteodo de colheita da lavoura (algodatildeo milho e cafeacute) trabalhava junto
com meu pai e irmatildeos como boias-frias Noacutes levantaacutevamos muito cedo agraves 4 horas
da manhatilde esperaacutevamos em um ponto o caminhatildeo que passava e nos recolhia e
levava para a fazenda onde havia colheita cerca de 100 km de distacircncia da nossa
cidade Embaixo do sol escaldante ou inverno intenso meus sonhos afloravam eu
percebi que natildeo queria aquela vida de sofrimento embora digna Meu sonho de
fazer uma faculdade crescia poreacutem diariamente me perguntava como algueacutem que eacute
financeiramente miseraacutevel poderia alcanccedilar uma vida de ecircxito e especialmente como
conseguiria pagar uma faculdade Natildeo vislumbrava nenhuma resposta ateacute que as
oportunidades para a realizaccedilatildeo dos meus sonhos comeccedilaram surgir
Com quatorze anos entrei na guarda-mirim e comecei trabalhar como Office
boy em uma faculdade privada na cidade de Arapongas Ali como em minha casa
tambeacutem ouvia o secretaacuterio os auxiliares da administraccedilatildeo as zeladoras falarem que
para ldquoser algueacutem na vidardquo tem que estudar Eu ganhava o equivalente a meio
salaacuterio miacutenimo e apesar de trabalhar dentro da faculdade tinha duacutevidas a respeito
de como continuaria meus estudos
6
Em 1990 aos vinte e dois anos conclui a Educaccedilatildeo Baacutesica e crescia a
expectativa de fazer o vestibular assim realizar meu maior sonho cursar
matemaacutetica no ensino superior Natildeo tardou e surgiu a oportunidade que tanto
esperava a diretora da faculdade na eacutepoca a senhora Neuza Wielewicki olhou em
meus olhos e perguntou se eu sonhava em fazer faculdade O que confirmei
prontamente Sabendo de meu interesse ela me ofereceu uma bolsa de estudos
para cursar matemaacutetica Com isso sem pagamento de qualquer taxa ou material
nem mesmo mensalidade eu poderia realizar meu sonho Apenas uma condiccedilatildeo me
foi imposta no ato da liberaccedilatildeo da inscriccedilatildeo para o vestibular e que natildeo poderia
reprovar em nenhuma disciplina se isso ocorresse perderia a bolsa de estudos
Em 1991 entrei no curso de graduaccedilatildeo e quatro anos depois conclui sem
nenhuma reprovaccedilatildeo Devido aos diversos momentos de descontinuidade nos
estudos na educaccedilatildeo baacutesica tive muitas dificuldades na Faculdade entretanto
sempre me dediquei para atingir meus objetivos A partir daiacute compreendi que deveria
planejar meu futuro pois jaacute havia rompido uma barreira gigante a de cursar a
faculdade Entatildeo tracei objetivos e fiz um planejamento de longo prazo que era
essencialmente constituiacutedo pelo investimento em meu processo de formaccedilatildeo
Meus pais nunca questionaram qualquer decisatildeo que eu tivesse tomado pois
em silecircncio acreditavam que esse filho venceria nos estudos e nos obstaacuteculos que
enfrentaria pela frente atingindo uma situaccedilatildeo financeira melhor e por mais que
eles natildeo verbalizassem nutriam a mesma expectativa a de que eu teria melhores
condiccedilotildees financeira que eles Assim eu me percebia centrado com autocontrole
racional e objetivo Meus pais sempre foram muito trabalhadores mas natildeo tinham
seguranccedila financeira por isso eles poderiam ver nesse filho uma possibilidade de
ascensatildeo social Aleacutem disso esperavam que meus esforccedilos trariam mais do que
recompensas financeiras mas tambeacutem constituiriam meus valores e princiacutepios A
esperanccedila de meus pais e o foco nos objetivos traccedilados me deram a certeza de que
ao terminar a faculdade teria uma das mais belas profissotildees a de professor com
habilitaccedilotildees em Matemaacutetica e Fiacutesica e a possibilidade de asceder socialmente
Depois de graduado mudei-me para Curitiba onde comecei lecionar no
regime CLT Em seguida fui aprovado em concursos para o Quadro Proacuteprio do
Magisteacuterio (QPM) do Estado do Paranaacute nas disciplinas de fiacutesica e matemaacutetica
Tornei-me professor do Ensino Fundamental e Meacutedio da Educaccedilatildeo Baacutesica e hoje
trabalho em duas escolas puacuteblicas
7
Em meu trabalho de professor por vaacuterios anos tenho recebido estudantes
estagiaacuterios de Praacutetica de Docecircncia oriundos de diversas Universidades da cidade de
Curitiba inclusive da Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) Com isso tenho
interagido com as Universidades e em 2009 o professor da disciplina de Praacutetica de
Ensino e Estaacutegio Supervisionado em Fiacutesica (II e III) da UFPR inscreveu uma
proposta para participar do Edital CAPESDEB Nordm 0022009 - Programa Institucional
de Bolsa de Iniciaccedilatildeo agrave Docecircncia ndash PIBID O projeto foi aprovado e eu selecionado
para participar na funccedilatildeo de Professor Supervisor da disciplina de Fiacutesica O
programa teve iniacutecio em 2010 e desde entatildeo estudantes da UFPR desenvolvem
projetos na aacuterea de Ensino de Fiacutesica participando ativamente da rotina do coleacutegio O
objetivo desse projeto eacute que os estudantes universitaacuterios tenham mais experiecircncia e
reflexotildees sobre a docecircncia Os participantes do programa (estudantes da
universidade professores supervisores e o coordenador de aacuterea) participam da
rotina da escola tambeacutem reuacutenem-se uma vez por semana na Universidade para
estudar assuntos relacionados agrave aprendizagem e a avaliaccedilatildeo
Para aleacutem das rotinas escolares e reuniotildees o coordenador nos motiva a fazer
pesquisas a participar de congressos nacionais e internacionais e a dar
continuidade em nossos estudos e foi nesse bojo que o Professor Seacutergio Camargo
sugeriu que me candidatasse ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em
Ciecircncias e em Matemaacutetica da UFPR Assim elaborei um projeto de estudo sobre a
Poluiccedilatildeo Sonora no ambiente escolar Para finalizar gostaria de reiterar que minha
histoacuteria de vida estaacute permeada pela ideia de traccedilar um objetivo claro e mover
esforccedilos para alcanccedilaacute-lo e tambeacutem por encontrar pessoas que atravessaram meu
caminho em diversos momentos e ofereceram oportunidades aacute realizaccedilatildeo de meus
sonhos
8
RESUMO
Haacute muitos anos atuo como professor do Ensino Meacutedio e ao longo desse tempo percebi a exacerbaccedilatildeo nos ruiacutedos emitidos pelos meios de transportes no entorno do Coleacutegio Simultaneamente houve grande aumento da presenccedila do Celular na sala de aula pelos estudantes especialmente para ouvir muacutesica Esses dois fatores desencadearam o presente estudo O objetivo desta dissertaccedilatildeo foi investigar Niacuteveis de ruiacutedo no entorno e na aacuterea interna ao Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira A partir do delineamento da temaacutetica central relacionada a Poluiccedilatildeo Sonora iniciei a revisatildeo de literatura selecionando quatro eventos Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica (EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias (ENPEC) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os Encontros de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) Busquei tambeacutem dissertaccedilotildees e teses publicadas no banco da CAPES realizadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo A revisatildeo de literatura me permitiu afirmar que a temaacutetica poluiccedilatildeo sonora eacute pouco discutida entre educadores e pesquisadores da aacuterea assim estabeleci dois recortes o primeiro se refere ao ruiacutedo do entorno do coleacutegio e o segundo ao volume alto utilizado para ouvir muacutesicas no Aparelho Celular por meio de fones auriculares A partir desses dois recortes estabeleci trecircs premissas e com elas constituiacute as seguintes questotildees de pesquisa 1) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMAT 2) ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no ambiente escolar 3) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) a que os estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolar Em Havendo Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) (acima do disposto na Legislaccedilatildeo e) estabelecidos nesta dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora procurei verificar 4) Se e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as normas e regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora a) oriunda do entorno da escola b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles c) as regras e normas utilizadas no CEPMAT Para balizar os recortes estabelecidos utilizei o conceito Cultura abordado por Stuart Hall (2011) o de Interaccedilatildeo Social e o de modificaccedilatildeo transformaccedilatildeo do ambiente proposto por Vigotsky (2007) bem como as mudanccedilas nas formas de interaccedilatildeo social geradas pelos novos meios de comunicaccedilatildeo (THOMPSON 2011) Para constituir os dados e fazer a triangulaccedilatildeo entre eles criei um questionaacuterio que investigou o uso do Celular no ambiente escolar realizei afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora do entorno e nos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares dos estudantes quando ouvem muacutesicas Adaptei tambeacutem um ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo que investigou a percepccedilatildeo dos estudantes sobre os sintomas de estresse na sauacutede deles A revisatildeo de literatura me fez perceber que o assunto ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute pouco discutido entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias e natildeo eacute uma preocupaccedilatildeo dos Educadores Ambientais As afericcedilotildees de niacuteveis de Pressatildeo Sonora oriundas do entorno do CEPMAT identificaram intensidade de ruiacutedo ateacute 100 dB(A) isto eacute aproximadamente 67 acima dos limites de emissatildeo de ruiacutedo para as Zonas Estruturais Educacionais estabelecidos pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que eacute de 60 dB(A) mas os estudantes nem sempre percebem o ruiacutedo do entorno como um incocircmodo e tiveram dificuldades para relacionar o ruiacutedo do traacutefego (especialmente dos trens) com algum fator de estresse
9
(tais como diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de aprendizagem e esgotamento) e natildeo percebem o ruiacutedo das composiccedilotildees como responsaacutevel por trazer zumbidos aos ouvidos No que tange agrave poluiccedilatildeo sonora a que o estudante estaacute submetido ao ouvir muacutesica utilizando fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares os dados revelaram resultados ainda mais assustadores pois 85 tecircm informaccedilatildeo de que uma exposiccedilatildeo diaacuteria a ruiacutedos intensos pode ser prejudicial agrave sauacutede auditiva mas no que tange ao uso de fones de ouvido apenas 15 responderam que tecircm conhecimento dos malefiacutecios agrave sauacutede causados pelo excesso de ruiacutedo oriundo do Celular Um dos dados mais significativos foi constatar que aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume meacutedio de 1047 dB(A) usando fones auriculares conectados ao Aparelho Celular em meacutedia por 4 horasdia Isso significa que podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo Os resultados detectaram ainda que a maioria absoluta (95) dos estudantes tem celular e o traz para o coleacutegio embora esse equipamento seja insignificativamente utilizado durante atividades didaacuteticas ao longo das aulas Aleacutem disso 98 dos estudantes pesquisados tecircm consciecircncia da proibiccedilatildeo que consta no regimento escolar referente ao uso de Celulares para fins natildeo didaacuteticos mas ainda assim eles admitiriam afrontar deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio 67 dos estudantes revelaram que natildeo percebem sintomas de estresse de natureza fiacutesica (perda de energia e zumbido na audiccedilatildeo) pelo contraacuterio um nuacutemero consideraacutevel (5250) de estudantes declarou que se concentra melhor quando ouve muacutesicas durante as tarefas escolares Outro dado interessante eacute que 3250 dos estudantes natildeo estatildeo dispostos a deixar de utilizar o Celular para ouvir muacutesica Por outro lado 15 dos estudantes jaacute percebem pelo menos um dos sintomas de stress tanto ao ouvirem muacutesica no Celular quanto ao entrarem em contato com ruiacutedos oriundos dos meios de transportes Com esses resultados pode-se depreender que compreender a importacircncia da Poluiccedilatildeo sonora na escola eacute fundamental especialmente no que tange a presenccedila e uso do Aparelho Celular na escola Ao compreender esse objeto de desejo entendemos com mais profundidade o que opera no sistema representacional da nossa cultura que constroacutei significados modifica o sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de conduta e ideias Palavras-chave Identidade Cultural Poluiccedilatildeo Sonoro-visual Ensino de Ciecircncias Percepccedilatildeo Auditiva Ambiente Escolar
10
ABSTRACT For many years I have been working as a High School teacher and over that time I realized the exacerbation in the noise emitted by urban transports in the vicinity of the School Simultaneously there was large increase in Mobiles presence in the classroom for students especially for listening music These two factors have triggered this study The aim of this master thesis was to investigate the external and internal Noise at State School Teacher Maria Aguiar Teixeira From the design of the central theme related to Noise Pollution started the literature review selecting four events The Meetings of Research in Physics Teaching (EPEF) the Research Meetings in Science Education (ENPEC) the Research Meetings on Environmental Education (EPEA) and the Technology Meetings Information and Education (TICEDUCA) Also sought Master Theses and Doctoral Dissertations published in the data of CAPES conducted by education researchers The review on the literature allowed me to conclude that the noise pollution theme is little discussed among educators and researchers thus I established two research paths the first refers to the traffic noise around school environment and the second to the high volume used to listen to music on Mobile Handset through earphones From these two paths established three premises and with them have set the following research questions 1) What are the Sound Pressure Levels (SPL) coming from the school surroundings 2) How If CEPMAT high school students use Mobile at school 3) What are the Sound Pressure Levels (SPL) that the CEPMAT students undergo when they hear music with earphones connected to Cell Phones at school Having in Sound Pressure Levels (SPL) (above provisions of legislation and set forth as Noise Pollution in this dissertation tried to check 4) If and how the CEPMAT high school students understand School Rules and the existence Sound Pollution a) coming from the school surroundings b) arising from the earphones connected to the Cell Phones and possible pollution effects on their health c) CEPMAT School rules and standards To mark the paths established used the concept Culture approached by Stuart Hall (2011) the social interaction and modification transformation of the environment proposed by Vygotsky (2007) as well as changes in the forms of social interaction generated by new media (Thompson 2011) To provide the data and make triangulation between them created a questionnaire that investigated the use of Mobile at school I performed measurements of the sound pressure levels of the surroundings and the earphones connected to the Handsets students when they hear music I adapted also a test for self-identification of some symptoms of stress that investigated the perceptions of students about the symptoms of stress in their health The literature review made me realize that the subject Sound Pollution is rarely discussed among Physics and Science Education researchers and not at all discussed among environmental education Researchers in Brazil Measurements of sound pressure levels coming from the surrounding of CEPMAT identified noise up to 100 dB (A) ie approximately 67 above the noise emission limits for Educational structural zones established by the Municipal Annual Law 106252002 that is 60 dB(A) but students do not always perceive the surrounding noise as a nuisance and had difficulty relating the traffic noise (especially trains) with some stress factor (such as decreased concentration difficulty learning and exhaustion) and do not realize the noise of the train as responsible for bringing ringing in the ears Regarding the noise pollution to which the student is subjected while listening to music using earphones connected to Cell Phones data showed somewhat scary results because 85 have information that a daily exposure to loud noise can be harmful to hearing health but
11
when it comes to the use of headphones only 15 said they are aware of the harm to health caused by excessive noise coming from of Mobile One of the most significant data was seen that approximately 95 of students surveyed listen to music on average volume of 1047 dB (A) using earphones connected to the Mobile Handset for an average of 4 hours day This means they can be putting at risk the auditory health with the possibility of irreversible hearing loss The results also found that an absolute majority (95) of the students have cell and brings them to school although this equipment is almost non used for educational activities during the lessons In addition 98 of students surveyed are aware of the prohibition contained in the school regulations concerning the use of Mobile for not teaching purposes yet they admit deliberately defy the norm established by the school 67 of students revealed that not perceive symptoms of stress of a physical nature (energy loss and tinnitus in the hearing) on the contrary a considerable number (5250) students stated that focuses better when listening to music during homework Another interesting fact is that 3250 of students are unwilling to stop using the Mobile to listen to music On the other hand 15 of the students already have at least one of the stress symptoms when they hear music in Mobile as well as when they get in touch with noise coming from veicles With these results we can conclude that understand the importance of Noise Pollution at school is fundamental especially regarding the presence and use of the Mobile Handset in school By understanding this object of desire we understand more deeply what operates in the representational system of our culture which creates meaning changes the studentsacute feeling of belonging to the group and model practics of conduct ideas
Keywords Identity Noise Pollution Science Education Perception Environment
12
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 - (A) MAPA DA REGIAtildeO (B) FACHADA DO COLEacuteGIO
ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR
TEIXEIRA
27
FIGURA 02 - (A) OcircNIBUS BIARTICULADO (B) OcircNIBUS LIGEIRINO NO
CORREDOR LESTE
28
FIGURA 03 - (3A e 3B) PISTAS EM FRENTE AO COLEacuteGIO COM
TRAacuteFEGO INTENSO E CIRCULACcedilAtildeO DE CAMINHOtildeES
28
FIGURA 04 - (4A e 4B) FOTO AEacuteREA DE 1957 DO BAIRRO (B) FOTO
AEacuteREA DE 2008 DO BAIRRO LOCALIZANDO O
COLEacuteGIO
29
FIGURA 05 - (A e B) LINHA FEacuteRREA EM FRENTE AO COLEacuteGIO 29
FIGURA 06 - (A) VILA OFICINAS NO CAJURU NA DEacuteCADA DE 50 E B)
VILA OFICINAS CAJURU NOS DIAS DE HOJE
30
FIGURA 07 - REDE INTEGRADA DE TRANSPORTES PUacuteBLICO DE
CURITIBA EM 2003
112
13
LISTA DE QUADROS
QUADRO 01 - EPEF REALIZADOS DE 1986 ATEacute 2012 38
QUADRO 02 - ENPEC REALIZADOS DE 1997 ATEacute 2013 40
QUADRO 03 - EPEAs REALIZADOS DE 2001 A 2013 41
QUADRO 04 - TICEDUCA REALIZADOS DE 2010 A 2012 43
QUADRO 05 - LEVANTAMENTO DAS DIVERSAS EDICcedilOtildeES DOS EPEF
ENPEC EPEA E TICEDUCA NO PERIacuteODO DE 1986 A
2013
44
QUADRO 06 - RESUMO DOS EVENTOS REALIZADOS DE 1986 A
2013
45
QUADRO 07 - ARTIGOS SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 46
QUADRO 08 - ARTIGOS SOBRE TECNOLOGIAS MOacuteVEIS 50
QUADRO 09 - LEVANTAMENTO NO BANCO DE TESES DA CAPES
INDICANDO ANO NUacuteMERO TOTAL DE TRABALHOS
PUBLICADOS
55
QUADRO 10 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA EM (NPS) PERMITIDOS
EM AacuteREAS RESIDENCIAIS E ESCOLARES
70
14
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 01 - VOCEcirc POSSUI UM TELEFONE CELULAR 79
GRAacuteFICO 02 - VOCEcirc TRAZ O TELEFONE CELULAR PARA A
ESCOLA
80
GRAacuteFICO 03 - QUANTO TEMPO VOCEcirc USA O TELEFONE CELULAR
AO LONGO DO DIA PARA QUALQUER DE SUAS
FUNCcedilOtildeES
81
GRAacuteFICO 04 - QUAIS AS FUNCcedilOtildeES DO TELEFONE CELULAR QUE
VOCEcirc UTILIZOU NA SALA DE AULA SEM RELACcedilAtildeO
COM A APRENDIZAGEM
82
GRAacuteFICO 05 - NA SALA DE AULA VOCEcirc ALGUMA VEZ JAacute UTILIZOU O
TELEFONE CELULAR PARA AJUDAR NA SUA
APRENDIZAGEM
83
GRAacuteFICO 06 - QUANTO VOCEcirc GASTA EM MEacuteDIA EM CREacuteDITOS POR
MEcircS
84
GRAacuteFICO 07 - VOCEcirc SABIA QUE O REGIMENTO ESCOLAR PROIacuteBE O
USO DO TELEFONE CELULAR NA SALA DE
AULA
85
GRAacuteFICO 08 - VOCEcirc JAacute OUVIU DIZER QUE O TELEFONE CELULAR
PODE TRAZER PROBLEMAS PARA
AUDICcedilAtildeO
86
GRAacuteFICO 09 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS
ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS
QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES
CONECTADOS AO APARELHO CELULAR
103
GRAacuteFICO 10 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO Agrave
POLUICcedilAtildeO SONORA NO ENTORNO DO CEPMAT
125
GRAacuteFICO 11 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES SOBRE OS EFEITOS
DA POLUICcedilAtildeO SONORA EXTERNA AO
CEPMAT
129
70
15
GRAacuteFICO 12 - IMPACTOS CAUSADOS PELOS TRENS CARROS E
OcircNIBUS AOS ESTUDANTES
131
GRAacuteFICO 13 - INCOcircMODOS CAUSADOS POR RUIacuteDOS AOS
ESTUDANTES
133
GRAacuteFICO 14 - INCOcircMDO CAUSADO PELA MUacuteSICA OUVIDA NO FONE
AURICULAR CONECTADO AO APARELHO
CELULAR
138
GRAacuteFICO 15 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO AOS
SINTOMAS DE ESTRESSE DEFLAGRADOS POR
OUVIR MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES LIGADOS
A APARELHOS CELULARES
140
GRAacuteFICO 16 - SINTOMAS DO ESTRESSE E DIFICULDADES DE
CONCENTRACcedilAtildeO NAS AVALIACcedilOtildeES
142
GRAacuteFICO 17 - PERCEPCcedilAtildeO DE ALGUNAS SINTOMAS DE
ESTRESSE
144
GRAacuteFICO 18 - O ESTRESSE DO DIA A DIA E A FELICIDADE DE OUVIR
MUacuteSICA NO CELULAR
147
GRAacuteFICO 19 - PARTICIPACcedilAtildeO DA COMUNIDADE ESCOLAR NA
CONSTRUCcedilAtildeO DO REGIMENTO ESCOLAR
152
16
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 - RESULTADO DO TESTE DE FISCHER PARA
ASSOCIACcedilAtildeO DAS QUESTOtildeES 1 E 2
88
TABELA 02 - RESUTLADO DO TESTE QUI-QUADRADO PARA
ASSOCIACcedilOtildeES DAS QUESTOtildeES 3 E 4
89
TABELA 03 - LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO E
INTERMITENTE
97
TABELA 04 - AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)
ORIUNDOS DO EXTERIOR DO CEPMAT E MEDIDOS NO
INTERIOR
100
TABELA 05 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO
CEPMAT EM SALAS DE AULA
102
17
LISTA DE SIGLAS
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ALL America Latina Logiacutestica ABRAPEC Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisa e Ensino de Ciecircncias CEPMAT Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira CLT Consolidaccedilatildeo das Leis Trabalhistas CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente dB(A) Decibeacuteis EFT Revista Educaccedilatildeo Formaccedilatildeo amp Tecnologias ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa e Educaccedilatildeo em Ciecircncias EPEA Encontro de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental EPEF Encontro de pesquisa e Ensino de Fiacutesica IBAPE Instituto Brasileiro de Alto Desempenho IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IPDA Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo IPPUC Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba ISO Organizaccedilatildeo Internacional para Padronizaccedilatildeo Leq Niacutevel de Ruiacutedo Equivalente Contiacutenuo (dB) MP3 Moving Picture Audio Layer-3 MTb Ministeacuterio do Trabalho NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora NBR Norma Brasileira Regulamentadora NR Norma Regulamentadora OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo PIBID Programa Institucional de Bolsas de Iniciaccedilatildeo agrave Docecircncia PPP Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico PROEJA Programa de Integraccedilatildeo da Educaccedilatildeo Profissional ao Ensino
Meacutedio na Modalidade de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos QPM RFFSA
Quadro Proacuteprio do Magisteacuterio Rede Ferroviaacuteria Federal SA
RVPSC Rede de Viaccedilatildeo Paranaacute Santa Catarina SBF Sociedade Brasileira de Fiacutesica SBO Sociedade Brasileira de Otologia SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciecircncia SEEDPR Secretaria do Estado de Educaccedilatildeo do Paranaacute UFPR Universidade Federal do Paranaacute UFSCAR Universidade Federal de Satildeo Carlos UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a
Cultura UIDEF TCLE TIC
Unidade de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento em Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo da Universidade de Lisboa Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo
TICEDUCA Encontro Internacional de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e Educaccedilatildeo
ZE-E Zona Especial Educacional
18
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 21
1 INCOcircMODOS INCIAIS 25
11 O COLEacuteGIO E AS MUDANCcedilAS NA PAISAGEM URBANA DO BAIRRO AO
LONGO DOS UacuteLTIMOS 50 ANOS 26
12 OS APARELHOS CELULARES E O COLEacuteGIO 31
2 REVISAtildeO DA LITERATURA SOBRE A TEMAacuteTICA POLUICcedilAtildeO SONORA E O USO DO
APARELHO CELULAR 36
21 EPEF ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FIacuteSICA 37
22 ENPEC ndash ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO EM
CIEcircNCIAS 39
23 EPEA ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 41
24 TICEDUCA ndash TECNOLOGIAS E EDUCACcedilAtildeO 42
25 SELECcedilOtildeES DE ARTIGOS NOS EVENTOS 43
26 ARTIGOS RELACIONADOS Agrave POLUICcedilAtildeO SONORA 46
27 ARTIGOS RELACIONADOS COM TECNOLOGIA MOacuteVEL 49
28 PROJETOS QUE UTILIZAM O APARELHO CELULAR COMO FERRAMENTA
DE ENSINO 54
29 RESUMO DAS DISSERTACcedilOtildeES E TESES LOCALIZADAS NO BANCO DE TESES
DA CAPES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 55
210 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 62
3 PERSPECTIVAS CULTURAIS E AS ALTERACcedilOtildeES NAS PERCEPCcedilOtildeES
ESPACcedilO-TEMPORAIS SOBRE SOM E RUIacuteDO 64
31 CULTURAS E IDENTIDADES NA POacuteS-MODERNIDADE 65
32 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA NAS RUAS DO ENTORNO DO COLEacuteGIO 69
33 INTERACcedilOtildeES SOCIAIS TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE ESCOLAR 71
34 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 76
4 O USO DO CELULAR E AS PERCEPCcedilOtildeES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 76
41 CORRELACcedilAtildeO ENTRE QUESTOtildeES 87
42 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO91
5 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA ORIUNDOS DO ENTORNO0020DO CEPMAT E NOS
FONES AURICULARES CONETADOS AOS APARELHOS CELULARES DOS
ESTUDANTES DO ENSINO MEacuteDIO QUANDO OUVEM MUacuteSICA 93
51 SINTOMATOLOGIAS CARACTERIacuteSTICAS DA PAIR 95
52 ORIENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA DO INSTRUMENTO 97
19
521 O Equipamento 97
522 Procedimento 98
53 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)
EMITIDOS PELOS MEIOS DE TRANSPORTES DO ENTORNO DO
CEPMAT 100
54 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)
EMITIDOS NOS FONES AURICULARES CONECTADOS NO APARELHO
CELULAR 102
55 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS 104
56 SINTESE DA SECcedilAtildeO 107
6 POLUICcedilAtildeO SONORA E AS PERCEPCcedilOtildeES DOS ESTUDANTES DE ALGUNS
SINTOMAS DE ESTRESSE 109
61 O CRESCIMENTO DA CIDADE E O AUMENTO DO RUIacuteDO AMBUIENTE 110
62 OS SINTOMAS DE ESTRESSE E A PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES 115
63 ORIENTACcedilOtildeES METODOLOacuteGICAS DO INSTRUMENTO 120
64 PARTICIPANTES 123
65 CONSTITUICcedilAtildeO DOS DADOS 123
66 ANAacuteLISE DE DADOS 124
661 Parte 1 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio 125
6611 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I1 E I2 126
6612 CONSIDERACcedilOtildeES 126
662 Parte 2 Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede
dos estudantes 128
6621 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I3 I4 e I5 130
6622 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I6 I7 e I8 132
6623 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I9 I10 e I11 134
6624 CONSIDERACcedilOtildeES 135
663 Parte 3 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
Conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes 138
6631 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I12 I13 e I14 139
6632 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I15 I16 e I17 141
6633 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I18 I19 e I20 143
6634 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I21 I22 e I23 145
6635 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I24 I25 e I26 148
6636 CONSIDERACcedilOtildeES 148
664 Parte 4 O uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento Escolar 152
6641 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I27 I28 e I29 153
20
6642 CONSIDERACcedilOtildeES 154
67 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 156
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 159
71 APONTAMENTOS OBTIDOS A PARTIR DA ANAacuteLISE DOS DADOS 160
711 A Poluiccedilatildeo Sonora e o entorno do CEPMAT 160
712 O uso do Aparelho Celular 163
713 Poluiccedilatildeo Sonora Gerada pelos Fones auriculares e Autoidentificaccedilatildeo Alguns
Sintomas de Estresse 165
72 ALGUMAS POSSIBILIDADES 168
73 SUGESTOtildeES DE ACcedilOtildeES MITIGATOacuteRIAS DA POLUICcedilAtildeO SONORA PARA O
ENTORNO E O INTERIOR DO CEPMAT 170
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 172
ANEXOS 184
ANEXO I - LEI 106252002 185
ANEXO II - NR 15 ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES INSALUBRES 197
ANEXO III ndash ANAacuteLISE CRIacuteTICA E PARECER SOBRE O ldquoTESTE PARA AUTO
IDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSErdquo 200
ANEXO IV - FOTO DECIBELIacuteMETRO 207
ANEXO V - NBR 10151 208
ANEXO VI - NBR 10152 212
ANEXO VII - NBR133691995 216
ANEXO VIII - PLANTA BAIXA ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT PLANTA BAIXA
ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT 219
ANEXO IX - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO CEPMAT
220
ANEXO X - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE OUVIDO
CONECTADOS AO APARELHO CELULAR 226
APEcircNDICES 232
APEcircNDICE I - PESQUISA SOBRE CELULAR NA ESCOLA 233
APEcircNDICE II - TESTES DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE
ESTRESSE 235
APEcircNDICE III ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 237
21
INTRODUCcedilAtildeO
Esta dissertaccedilatildeo comeccedilou a ser gestada em minha atuaccedilatildeo como professor
de Fiacutesica e Matemaacutetica do Ensino Meacutedio em dois Coleacutegios Puacuteblicos na cidade de
Curitiba Ao longo de minhas atividades na docecircncia percebi aspectos dos coleacutegios
e da sala de aula que comeccedilaram a me trazer alguns incocircmodos perturbaccedilotildees e
acabaram desestabilizando minha zona de conforto Chamaram a atenccedilatildeo de tal
forma que decidi iniciar esta dissertaccedilatildeo explicitando o contexto em que o estudo
sobre poluiccedilatildeo sonora surgiu e os dois recortes que estabeleci Primeiramente
apresento o coleacutegio sua localizaccedilatildeo e a mudanccedila que o bairro sofreu ao longo dos
anos no que se refere agrave paisagem urbana das circunvizinhanccedilas e a problemaacutetica do
ruiacutedo1 das vias e do trem no entorno da escola Estamos inseridos em uma
sociedade que natildeo se difere das demais sociedades ocidentais no que tange aos
problemas urbanos contemporacircneos A escola estaacute imersa em problemas
ambientais causados pelo crescimento desordenado dos centros urbanos A
degradaccedilatildeo ambiental o aumento da violecircncia urbana a pobreza e as dificuldades
relacionadas ao aumento traacutefego motorizado satildeo alguns exemplos (SOUZA 2005)
Para Levi (1990) esses problemas nascem da relaccedilatildeo entre os humanos e a
natureza e da forma como estatildeo sendo apresentados hoje parece natildeo ter soluccedilatildeo
uma vez que retroalimentam uma crise contiacutenua e crescente que eacute social cultural
poliacutetica econocircmica ecoloacutegica etc
A poluiccedilatildeo sonora estaacute entre as vaacuterias manifestaccedilotildees de agressatildeo
socioambiental e traz uma seacuterie de prejuiacutezos agrave sauacutede humana De acordo com Brasil
(2006) alguns sintomas que podem detectar se o organismo estaacute (ou natildeo) sendo
afetado pela poluiccedilatildeo sonora satildeo alteraccedilatildeo da qualidade do sono alteraccedilatildeo da
percepccedilatildeo e da compreensatildeo de fala modificaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca
acompanhada de sudorese diminuiccedilatildeo da capacidade de desempenho de tarefas
1 A Lei Ordinaacuteria Municipal 10625 (CURITIBA 2002) que dispotildee sobre ruiacutedos urbanos define som
ruiacutedo e poluiccedilatildeo sonora como SOM vibraccedilatildeo acuacutestica capaz de provocar sensaccedilotildees auditivas RUIacuteDO som capaz de causar perturbaccedilatildeo ao sossego puacuteblico ou efeitos psicoloacutegicos e fisioloacutegicos negativos em seres humanos e animais POLUICcedilAtildeO SONORA emissatildeo de som ou ruiacutedo que seja direta ou indiretamente ofensivo ou nocivo agrave sauacutede agrave seguranccedila e ao bem-estar da coletividade ou transgrida as disposiccedilotildees fixadas nesta lei A totalidade da lei pode ser vista no Anexo I desta dissertaccedilatildeo
22
psicomotoras reaccedilatildeo muscular contraccedilatildeo do abdocircmen e do estocircmago alteraccedilatildeo da
funccedilatildeo intestinal lesotildees teciduais dos rins e do fiacutegado aumento da produccedilatildeo de
hormocircnios da tireoide e da produccedilatildeo de adrenalina aumento da produccedilatildeo
corticotroacutefica queda da resistecircncia a doenccedilas infecciosas disfunccedilatildeo no sistema
reprodutor contraccedilatildeo dos vasos sanguiacuteneos dilataccedilatildeo das pupilas irritabilidade
ansiedade e insocircnia Considerando tais sintomas delimito o primeiro recorte deste
estudo ao ruiacutedo no entorno do coleacutegio
O segundo recorte eacute intriacutenseco a problemaacutetica cotidiana dos estudantes
relacionada ao volume alto utilizado para ouvir muacutesicas no Aparelho Celular por
meio de fones auriculares Os equipamentos de telefonia Celular invadiram a sala de
aula de forma enviesada natildeo pelas matildeos das autoridades governamentais nem por
iniciativa da escola mas pela via dos proacuteprios estudantes que os levam
desrespeitando inclusive normas internas estabelecidas pelo Projeto Poliacutetico
Pedagoacutegico da instituiccedilatildeo ainda que possamos consideraacute-las anacrocircnicas
Os incocircmodos trazidos em relaccedilatildeo aos sonsruiacutedospoluiccedilatildeo sonora tanto
causada pelos meios de transportes quanto oriundos das muacutesicas ouvidas em fones
auriculares conectados ao Aparelho Celular foram medidos analisados e discutidos
e a estrutura deste trabalho estaacute dividida em sete seccedilotildees a saber
Na primeira seccedilatildeo apresento os incocircmodos iniciais que datildeo o contexto da
pesquisa considerando as mudanccedilas na paisagem urbana ao longo dos uacuteltimos
cinquenta anos resultando em estudos sobre a poluiccedilatildeo sonora do entorno do
Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira - CEPMAT Considero tambeacutem
que o crescimento exponencial do nuacutemero de usuaacuterios de Aparelhos Celulares se
tornou uma questatildeo difiacutecil de ser gerenciada em sala de aula Assim justifico o
problema e estabeleccedilo as questotildees da pesquisa Apresento as lacunas no
conhecimento produzido ateacute entatildeo no que concerne aos problemas de poluiccedilatildeo
sonora sua relaccedilatildeo com o processo de urbanizaccedilatildeo e os usos do Aparelho Celular
para fins natildeo didaacuteticos entatildeo estabeleccedilo os objetivos desta investigaccedilatildeo
Na segunda seccedilatildeo apresento a revisatildeo de literatura sobre o tema Poluiccedilatildeo
Sonora em quatro eventos da aacuterea Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica
(EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias (ENPEC) os
Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os Encontros de
Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) Aleacutem dos quatro eventos
tambeacutem pesquisei no banco de dissertaccedilotildees e teses da CAPES e em projetos que
23
utilizam o Celular como ferramenta de apoio ao ensino Para todos busquei
trabalhos que tivessem as seguintes palavras chaves Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente
Escolar Ruiacutedo e Som publicadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo
Na terceira seccedilatildeo busquei em alguns pensadores explicaccedilotildees sobre as
mudanccedilas que ocorreram na sociedade contemporacircnea e que deram aporte teoacuterico
aos trecircs argumentos propostos nesta dissertaccedilatildeo a saber
Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos
indiviacuteduos com o ambiente foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de
sociedade moderna
Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o
ambiente a partir de outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal
modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e
seus impactos na sauacutede
O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si
modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante
sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo
Na quarta seccedilatildeo relato a investigaccedilatildeo sobre os usos do Aparelho Celular no
ambiente escolar uma vez que os estudantes parecem consumir intensivamente
essa Tecnologia e estatildeo atentos aos uacuteltimos lanccedilamentos de Aparelhos Celulares
existentes no mercado A partir da investigaccedilatildeo analisei e avaliei os usos do Celular
e as percepccedilotildees dos estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora causada pelo uso de fones
auriculares ligados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica respondendo a questatildeo
de pesquisa nuacutemero dois
Na quinta seccedilatildeo respondi a primeira e a terceira questotildees de pesquisa desta
dissertaccedilatildeo Essas questotildees foram construiacutedas em uma sequecircncia loacutegica de
compreensatildeo da informaccedilatildeo no entanto a apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos resultados
foram realizadas a partir da discussatildeo de cada instrumento de coleta de dados
separadamente ou seja o questionaacuterio que investigou o uso do Celular no ambiente
escolar (seraacute apresentado na quarta seccedilatildeo) a afericcedilatildeo dos niacuteveis de pressatildeo sonora
tanto no interior do CEPMAT quanto nos fones auriculares conectados aos
Aparelhos Celulares dos estudantes ao ouvir muacutesicas (seratildeo apresentados na quinta
seccedilatildeo) e o ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo (seraacute
apresentado na sexta seccedilatildeo) Portanto reitero que a apresentaccedilatildeo dos resultados
24
da questatildeo de pesquisa dois foi realizada antes da apresentaccedilatildeo dos resultados da
questatildeo de pesquisa um Esta por sua vez foi respondida a partir dos dados do
mesmo instrumento e seraacute apresentada na quinta seccedilatildeo
Na sexta seccedilatildeo tratei da percepccedilatildeo da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e dos efeitos dessa poluiccedilatildeo na
sauacutede dos estudantes e finalmente das normas estabelecidas no Regimento
Escolar do CEPMAT
Na seacutetima seccedilatildeo fiz consideraccedilotildees sobre esta pesquisa a partir da criaccedilatildeo de
uma matriz de anaacutelise que incluiu os instrumentos utilizados listei perspectivas para
outros (novos) estudos e sugestotildees de accedilotildees mitigatoacuterias para a Poluiccedilatildeo Sonora a
que o CEPMAT estaacute submetido
25
1 INCOcircMODOS INICIAIS
A ideia de pesquisar o tema Poluiccedilatildeo Sonora surgiu em funccedilatildeo de meus
incocircmodos como professor de Fiacutesica no Ensino Meacutedio Durante o periacuteodo que
leciono as aulas satildeo geralmente perturbadas por ruiacutedos externos do traacutefico intenso
de carros ocircnibus caminhotildees trens etc Esses ruiacutedos se acentuam quando satildeo
realizados testes de frenagem e motores para a manutenccedilatildeo das composiccedilotildees
feacuterreas em frente ao coleacutegio
Aleacutem dos ruiacutedos externos percebi que nos uacuteltimos anos houve grande
aumento de estudantes que possuem Aparelhos Celulares e que gostam de ouvir
muacutesica em volume muito acima do esperado assim me questionava qual o niacutevel de
ruiacutedos que estes estudantes estatildeo ouvindo muacutesica Por diversas vezes solicitei
durante as aulas para que os estudantes desligassem ou tirassem os fones
auriculares dos ouvidos e prestassem atenccedilatildeo agraves aulas pois essas atitudes
poderiam prejudicar tanto a concentraccedilatildeo quanto a audiccedilatildeo devido ao volume alto
Assim iniciei alguns estudos isolados sobre o tema Em um deles (COSTA GIOPPO
e CAMARGO 2012) fizeram um levantamento sobre o uso do Celular na escola
Este mostrou que para 94 dos estudantes o Celular eacute levado para a escola como
se fizesse parte do material escolar A funccedilatildeo mais utilizada eacute a comunicaccedilatildeo por
mensagens e natildeo estaacute relacionada com a aprendizagem Poreacutem o que chamou
atenccedilatildeo foi o fato de que os estudantes ouvem muacutesica com fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular vaacuterias horas por dia Desta forma confirmaram
meus incocircmodos iniciais
A partir desse ponto optei por uma linha de pesquisa investigativa com o
intuito de evidenciar a situaccedilatildeo do CEPMAT no tocante a poluiccedilatildeo sonora externa
gerada pelos meios de transportes e interna oriunda dos fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica
Minha impressatildeo inicial eacute que haacute poluiccedilatildeo sonora e que os estudantes natildeo
percebem seus efeitos nem tecircm consciecircncia de que tais efeitos aparecem apoacutes um
certo tempo de exposiccedilatildeo variando de pessoa para pessoa
O excesso de ruiacutedos tanto aqueles gerados pelos meios de transportes
quanto os provenientes dos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica satildeo
26
caracteriacutesticos da sociedade contemporacircnea e por isso satildeo naturalizados
deixando de ser percebidos o que pode trazer prejuiacutezos significativos para a sauacutede
auditiva dos estudantes com destaque para o ambiente escolar que sofre com os
ruiacutedos externos dos meios de transportes e atualmente com os ruiacutedos internos
oriundos dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular Altos Niacuteveis de
Pressatildeo Sonora (NPS) podem prejudicar as condiccedilotildees auditivas e ateacute mesmo
comprometer o desempenho escolar
A poluiccedilatildeo sonora causada pelos meios de transportes natildeo atinge todos os
coleacutegios da mesma forma depende da localizaccedilatildeo da escola e tambeacutem de cada
sala de aula aleacutem de outros fatores mas o uso do Aparelho Celular conectado ao
fone auricular para ouvir muacutesica pode se transformar em um dos maiores problemas
de sauacutede auditiva no Brasil pois segundo a Sociedade Brasileira Otologia (SBO
2012) o volume alto de um fone auricular pode trazer prejuiacutezos permanentes como
surdez precoce
A poluiccedilatildeo sonora pode trazer seacuterios danos agrave sauacutede humana e
sorrateiramente tem invadido o ambiente escolar tornando-se um inimigo sutil e
imperceptiacutevel pois os estudantes estatildeo acostumados com ela Eacute necessaacuterio que
tanto professores quanto estudantes comunidade local e sauacutede puacuteblica levem a
seacuterio os efeitos da poluiccedilatildeo sonora para a sauacutede fiacutesica e mental dos estudantes
minimizando impactos no processo de ensino e de aprendizagem
11 O COLEacuteGIO E AS MUDANCcedilAS NA PAISAGEM URBANA DO BAIRRO AO
LONGO DOS UacuteLTIMOS CINQUENTA ANOS
O Ginaacutesio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira foi criado no ano de
1959 pelo Decreto Estadual nordm 25950 (PARANAacute 1959) para atender ao excesso de
demanda da Escola Estadual Repuacuteblica Oriental do Uruguai Em junho de 1972
foram inauguradas as atuais instalaccedilotildees e um novo Decreto Estadual no 3062
(PARANAacute1977) apud (ZANOTTO 2010 p8) alterou o nome da instituiccedilatildeo para
Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino Fundamental e Meacutedio
A partir de 2005 o coleacutegio passou a ofertar tambeacutem a Educaccedilatildeo Profissional com
27
cursos de Secretariado e Informaacutetica e a Resoluccedilatildeo 7012006 de (PARANAacute 2006)
alterou novamente o nome do Coleacutegio que passou a se chamar Colegio Estadual
Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino Fundamental Meacutedio e Profissional
Depois disso os cursos Teacutecnicos foram ampliados e agora incluem Secretariado
Informaacutetica (Integrado Subsequente e PROEJA) e Administraccedilatildeo
O Coleacutegio localiza-se no Bairro Capatildeo da Imbuia o nome originou-se devido
ao fato de existir nesse lugar um capatildeo ldquoilha de matordquo de formato redondo com
vegetaccedilatildeo mista de gramiacuteneas arbustos e aacutervores isolada no campo em que
predominava a imbuia uma aacutervore tiacutepica da regiatildeo que produz madeira de lei e foi
excessivamente utilizada para a construccedilatildeo de moacuteveis e artefatos de alta resistecircncia
agraves intempeacuteries (ZANOTTO 2010)
O bairro tem uma aacuterea de 115520 hectares e conta atualmente com duas
instituiccedilotildees Estaduais de ensino duas escolas Municipais e o Centro de
Capacitaccedilatildeo Guido viaacuterio E de acordo com o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico o
CEPMAT encontra-se em local privilegiado com excelente acessibilidade
(ZANOTTO 2010)
Na figura 1 vecirc-se o mapa da regiatildeo (A) e a fachada do coleacutegio (B)
1A 1B
FIGURA 1 - (A) MAPA DA REGIAtildeO (B) FACHADA DO COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA FONTES (A) FERNANDES (2012) (B) O AUTOR (2012)
De 1952 para caacute o crescimento exponencial da cidade tornou o acesso ao
centro da cidade raacutepido e faacutecil fazendo com que tal percurso seja realizado em
pouco mais de 10 minutos pois na rua em frente o Coleacutegio estaacute o corredor leste
para os ocircnibus (Figuras 2A e 2B) Neste haacute duas linhas de transporte coletivo que
vecircm da aacuterea metropolitana em direccedilatildeo a regiatildeo central da cidade e a novecentos
28
metros do Coleacutegio encontra-se um terminal de ocircnibus o terminal do Capatildeo da
Imbuia
2A 2B FIGURA 2 - (A) OcircNIBUS BIARTICULADO (B) OcircNIBUS LIGEIRINHO NO CORREDOR LESTE
FONTES (2A) E (2B) O AUTOR (2012)
Dos lados da via expressa onde circulam os ocircnibus haacute tambeacutem mais duas
vias para circulaccedilatildeo de carros motos e caminhotildees somando seis pistas de traacutefego
(Figuras 3A e 3B) Aleacutem disso haacute duas paradas de ocircnibus com embarque e
desembarque haacute menos de 100 metros do Coleacutegio
3A 3B
FIGURA 3 - (3A E 3B) PISTAS EM FRENTE AO COLEacuteGIO COM TRAacuteFEGO INTENSO E CIRCULACcedilAtildeO DE CAMINHOtildeES
FONTES (3A) E (3B) O AUTOR (2012)
O terminal de ocircnibus por sua vez trouxe para a rua e o bairro uma demanda
antes inexistente transformando antigas moradias em pequenos e diferentes
comeacutercios que aumentaram substancialmente o traacutefego na regiatildeo Duas fotos
aeacutereas tiradas em diferentes datas mostram a mudanccedila na paisagem urbana do
bairro (Figura 4A e 4B)
29
4A 4B FIGURA 4 - (A) FOTO AEacuteREA DE 1957 DO BAIRRO (B) FOTO AEacuteREA DE 2008 DO BAIRRO LOCALIZANDO O COLEacuteGIO FONTE (A) IPPUC (1957) (B) IPPUC (2008)
Aleacutem das pistas para carros e ocircnibus haacute tambeacutem uma estrada de ferro por
onde circula boa parte das mercadorias e produccedilatildeo agriacutecola que chegam e saem
dos Portos de Paranaguaacute e Antonina no Paranaacute sendo Paranaguaacute um dos maiores
portos do paiacutes (Figura 5 A e B)
5A 5B FIGURA 5 - (A E B) LINHA FEacuteRREA EM FRENTE AO COLEacuteGIO FONTE O AUTOR (2012)
A estrada de Ferro hoje tem seu principal terminal no Bairro Boqueiratildeo antes
disso o principal era a Estaccedilatildeo Central de Trens no bairro Rebouccedilas hoje
desativado Segundo Melo (2008) neste bairro funcionavam tambeacutem as oficinas de
30
manutenccedilatildeo dos trens da Rede Ferroviaacuteria (RFFSA) ateacute a deacutecada de 1950 mas o
paacutetio jaacute natildeo suportava todo o movimento da estaccedilatildeo e das oficinas entatildeo o nuacutecleo
formado pelos funcionaacuterios que atuavam em diversos setores da carpintaria agrave
relojoaria foi deslocado do Bairro Rebouccedilas para o Cajuru a Vila Ferroviaacuteria
comeccedilou a ser construiacuteda a partir de 1945 no bairro Cajuru e foi chamada de Vila
Novas Oficinas da Rede de Viaccedilatildeo Paranaacute ndash Santa Catarina (RVPSC) Aleacutem da Vila
Ferroviaacuteria o projeto tambeacutem incluiacutea oficinas de locomotivas e vagotildees e oficinas
para veiacuteculos a motor (MELO 2008)
O mesmo autor ressaltou ainda que a mudanccedila do Nuacutecleo foi uma manobra
articulada pelos gestores da cidade de cunho essencialmente poliacutetico cujo objetivo
era manter a imagem de Curitiba criada na deacutecada de 1930 de cidade acolhedora e
civilizada e uma oficina de trem em um bairro central denegria esta imagem
6A 6B FIGURA 6 - (A) VILA OFICINAS NO CAJURU NA DEacuteCADA DE 50 E B) VILA OFICINAS CAJURU NOS DIAS DE HOJE FONTE (A) E (B) NOGUEIRA (2011)
Assim a Vila Novas Oficinas e o Coleacutegio surgiram na mesma eacutepoca e
provavelmente o Coleacutegio eacute resultante da demanda da nova vila que resultou em um
aumento populacional na regiatildeo ao longo dos anos fazendo com que a pacata rua
recebesse intensa circulaccedilatildeo de carros motos ocircnibus e trens em frente ao Coleacutegio
o que gerou inuacutemeros problemas em especial agravequeles vinculados ao aumento da
intensidade de ruiacutedo que se tornou exacerbados nos horaacuterios em que o movimento
aumenta dificultando sobremaneira as aulas que ocorrem nas salas que tecircm janelas
voltadas para a rua
31
O problema do aumento da intensidade do ruiacutedo no entorno do Coleacutegio pode
ser tratado pelo aspecto da poluiccedilatildeo sonora Uma das formas de poluiccedilatildeo ambiental
que vecircm se agravando nas cidades exigindo que pensemos sobre ela e sobre seus
efeitos na qualidade de vida dos cidadatildeos O Coleacutegio natildeo poderia se furtar da
averiguaccedilatildeo da existecircncia dessa poluiccedilatildeo que pode atingir os estudantes O
aumento da intensidade do ruiacutedo neste caso estaacute vinculado ao desenvolvimento
urbano e as mudanccedilas na paisagem da cidade e se constatada a poluiccedilatildeo sonora
entatildeo pode haver consequecircncias para a populaccedilatildeo escolar Portanto a partir do
contexto do coleacutegio da mudanccedila na paisagem urbana do bairro e do aumento
percebido na intensidade do ruiacutedo identifico duas premissas deste estudo
sintetizadas a seguir
Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos
indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade
moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo
espaccedilo-temporal
Os meios de transportes tecircm juntamente com outros aspectos da
modernidade causado alteraccedilatildeo na relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o
ambiente a partir de outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal
modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos a poluiccedilatildeo sonora e
seus impactos na sauacutede
A partir dessas duas premissas estabeleccedilo o primeiro recorte para o estudo
desenvolvido ao longo desta dissertaccedilatildeo o da poluiccedilatildeo sonora oriunda do entorno
do Coleacutegio
12 OS APARELHOS CELULARES E O COLEacuteGIO
Natildeo bastassem os problemas externos relacionados a intensidade de ruiacutedo
dos ocircnibus automoacuteveis dos trens e do proacuteprio Coleacutegio internamente com seus
estudantes sinais apitos palmas e tudo o que faz parte da cultura escolar haacute
tambeacutem outras questotildees que precisam ser consideradas entre elas estaacute o
crescimento exponencial do nuacutemero de usuaacuterios de Aparelhos Celulares que tornou-
se uma questatildeo difiacutecil de ser gerenciada em sala de aula No Coleacutegio haacute cerca de
32
1950 estudantes matriculados nos periacuteodos matutino vespertino e noturno e no
Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico (PPP) consta que a comunidade escolar eacute ampla e de
classe meacutedia a media-baixa ou seja os estudantes satildeo oriundos de classes
trabalhadoras (ZANOTTO 2010)
O uso de Aparelho Celular eacute frequente trazido para o Coleacutegio tendo
transformado o ambiente escolar em um espaccedilo de disputa de poder com
professores desse modo cresce o nuacutemero de estudantes que inserem o Celular
entre seus materiais escolares Por ser moacutevel ele vem deslocando praacuteticas antigas
criando e tecendo novos usos em aprendizagens natildeo formais a que ldquosomos
submetidos desde que nascemosrdquo (OLIVEIRA 2001 p7) No entanto no ensino
formal a situaccedilatildeo eacute diferente pois embora o Aparelho Celular faccedila parte do cotidiano
escolar esta tem apresentado dificuldades para acompanhar e aplicar as
tecnologias do mundo contemporacircneo ao processo de ensino e de aprendizagem
Durante as aulas sinto um grande incocircmodo em relaccedilatildeo ao uso natildeo didaacutetico
dos Aparelhos Celulares pelos estudantes de forma que minha percepccedilatildeo inicial foi
a de que aleacutem de atrapalhar o andamento das atividades o Celular pode exacerbar a
poluiccedilatildeo sonora e talvez causar danos irreversiacuteveis a audiccedilatildeo Ao consultar a
viabilidade do uso de Celulares no interior da escola deparei-me com o PPP que
em seu Preacircmbulo enfatiza a necessidade de um esforccedilo conjunto e vontade
poliacutetica do coletivo escolar para redimensionar accedilotildees no interior da escola com
vistas agrave qualidade de ensino garantia de acesso e permanecircncia com sucesso de
nossos estudantes (ZANOTTO 2010 p 13)
Localizei tambeacutem no Regimento Escolar menccedilatildeo a proibiccedilatildeo relativa ao uso
de componentes eletrocircnicos que natildeo fazem parte do material escolar chamados de
ldquomaterial de natureza estranhardquo pelo Regimento (ZANOTTO 2011 p68-69)
conforme mencionado no Artigo 176
II- eacute vetado ao aluno ocupar-se durante o periacuteodo de aula de atividades contraacuterias ao processo pedagoacutegico IV ndash trazer para o estabelecimento de ensino material de natureza estranha ao estudo helliphellip XIII ndash utilizar-se de aparelho eletrocircnicos na sala de aula que natildeo estejam vinculados ao processo de ensino e aprendizagem
33
O uso frequente do Celular sua presenccedila efetiva no Coleacutegio e a contradiccedilatildeo
da proibiccedilatildeo imposta pelo Regimento Escolar delineiam a terceira e uacuteltima premissa
desta dissertaccedilatildeo
O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si
modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante
sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo
Com esta premissa estabeleccedilo o segundo recorte da problemaacutetica abordada
nesta dissertaccedilatildeo O uso natildeo didaacutetico do Aparelho Celular como fonte de poluiccedilatildeo
sonora no interior do ambiente escolar
Resumindo os problemas ambientais neste Coleacutegio em especiacutefico satildeo de
duas ordens externos ao coleacutegio decorrentes do crescimento urbano do entorno
com consequente intensificaccedilatildeo do traacutefego na frente do Coleacutegio o que levou a um
aumento dos niacuteveis de pressatildeo sonora gerando uma percepccedilatildeo de poluiccedilatildeo sonora
e internos ao coleacutegio a partir de minha dificuldade pessoal de lidar com o uso natildeo
didaacutetico que os estudantes fazem do Aparelho Celular
A partir dos dois recortes iniciais considerei que seria fundamental discutir
aspectos da poluiccedilatildeo sonora externa e interna ao Coleacutegio A ideia de analisar a
existecircncia ou natildeo de sons em alta intensidade capaz de produzir poluiccedilatildeo sonora
me permitiu acima de tudo ter um olhar atento para o crescente universo
tecnoloacutegico que invade a escola
Diante das trecircs premissas expostas nos dois recortes elencados coloco as
seguintes questotildees de pesquisa
1) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriunda do entorno do
CEPMAT
2) ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular
no ambiente escolar
3) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os estudantes do
CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones
auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolar
34
Havendo Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) acima do disposto na Legislaccedilatildeo e
estabelecidos nesta dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora verificar
4) Se e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as
normas e regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo
Sonora
a) oriundas do entorno da escola
b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os
possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles
c) as regras e normas utilizadas no CEPMAT
A partir das respostas as questotildees de pesquisa 1 a 4 elenquei nas
consideraccedilotildees algumas possibilidades didaacuteticas que podem ajudar a perceber e
prevenir a poluiccedilatildeo sonora externa eou aquela oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares
Para responder a primeira e a terceira questatildeo de pesquisa me propus a
aferir os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) (a) Oriundos do entorno do Coleacutegio (b) a
que os estudantes do CEPMAT estatildeo submetidos quando usam fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica
Esses Niacuteveis foram aferidos por um aparelho de mediccedilatildeo de niacuteveis de
pressatildeo sonora (popularmente conhecido como decibeliacutemetro) Usei como
paracircmetros a NR 152 e seus anexos (ABNT 1978) que regulamentam os limites de
toleracircncia a que as pessoas podem ser expostas para Niacuteveis de Pressatildeo Sonoras
Contiacutenuas ou Intermitentes juntamente com a Lei Ordinaacuteria Municipal
106253(CURITIBA 2002) que dispotildee sobre ruiacutedos urbanos e estabelece as Zonas
Sensiacuteveis agrave Ruiacutedo ou Zonas de Silecircncio4
Para responder a segunda questatildeo de pesquisa me propus a (a) Criar
validar e aplicar aos Estudantes do CEPMAT um questionaacuterio fechado para
investigar usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar verificar as primeiras
2 A NR 15 pode ser visualizada no anexo II desta dissertaccedilatildeo 3 A Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 encontra-se no anexo I desta dissertaccedilatildeo conforme
mencionado anteriormente 4Com base nas definiccedilotildees de Ruiacutedo e Poluiccedilatildeo Sonora dispostos na Lei Ordinaacuteria Municipal
106252002 e tambeacutem na definiccedilatildeo de Zonas de Silecircncio disposta na mesma lei estabeleci nesta dissertaccedilatildeo valores limites entre Ruiacutedo e Poluiccedilatildeo Sonora quais sejam seratildeo considerados RUIacuteDOS os valores menores ou iguais a 60 dB(A) e seratildeo considerados POLUICcedilAtildeO SONORA valores maiores ou iguais a 61 dB(A) Embora a ABNT 10152 fixe como niacuteveis de ruiacutedo compatiacuteveis com o conforto acuacutestico para salas de aula e laboratoacuterios entre 40-50 dB(A) e para bibliotecas entre 35-45 dB(A)
35
percepccedilotildees dos estudantes sobre os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva
relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e regras do Regimento
Escolar do Coleacutegio pesquisado
Para responder a quarta e uacuteltima questatildeo de pesquisa me propus a adaptar
de Lautert Chaves e Moura (1999) e aplicar um Teste aos estudantes CEPMAT
que dei o nome de ldquoAutoidentificaccedilatildeo de Alguns Sintomas de Estresserdquo para
investigar (a) as percepccedilotildees dos estudantes sobre a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora
oriunda do entorno do Coleacutegio os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do
Coleacutegio na sauacutede deles (b) as percepccedilotildees dos estudantes sobre a existecircncia de
Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares
e usados no ambiente escolar (c) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares na sauacutede deles (d) o Regimento
Escolar
A partir da afericcedilatildeo dos Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) externo (oriundos do
entorno) e interno (oriundos do Aparelho Celular) ao Coleacutegio dos usos dos
Aparelhos Celulares no ambiente escolar e das percepccedilotildees dos estudantes sobre
Poluiccedilatildeo Sonora comparada aos niacuteveis de auto-estresse detectados nos estudantes
me proponho a considerar algumas possibilidades de uso didaacutetico de Aparelhos
Celulares nos conteuacutedos de Acuacutestica da disciplina de fiacutesica
36
2 REVISAtildeO DA LITERATURA SOBRE A TEMAacuteTICA POLUICcedilAtildeO SONORA E O
USO DO APARELHO CELULAR
Meus incocircmodos iniciais descritos na segunda seccedilatildeo conduziram ao
delineamento da pesquisa com o tema Poluiccedilatildeo Sonora A partir da construccedilatildeo das
questotildees iniciei uma revisatildeo de literatura sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora no ambiente
escolar e oriundo dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular isolada ou
conjuntamente Para tanto selecionei quatro eventos Os Encontros de Pesquisa em
Ensino de Fiacutesica (EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
(ENPEC) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os
Encontros de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) aleacutem de projetos
e do banco de Teses da CAPES
Os Encontros do EPEF ENPEC e EPEA foram selecionados porque publicam
trabalhos de pesquisa em ensino e aprendizagem de conteuacutedos cientiacuteficos tanto na
aacuterea de Fiacutesica (EPEF ENPEC) bem como as demais aacutereas das Ciecircncias Naturais
(ENPEC) assim como em materiais educativos alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica tecnoloacutegica
e abordagens CTS e Ensino de Ciecircncias Tecnologias da Informaccedilatildeo e
Comunicaccedilatildeo e ensino das Ciecircncias Naturais O ENPEC tem tambeacutem uma linha de
trabalhos que vinculam Educaccedilatildeo em Sauacutede e Ensino de Ciecircncias Os Encontros do
EPEA reuacutenem trabalhos de produccedilatildeo cientiacutefica e de pesquisa em Educaccedilatildeo
Ambiental Jaacute os encontros do TICEDUCA publicam pesquisas em Tecnologias de
Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo aplicadas agrave educaccedilatildeo Nesse sentido as quatro
conferecircncias abarcam os recortes que me propus a discutir Os eventos de Ensino
de Ciecircncias Fiacutesica de Educaccedilatildeo Ambiental e de Tecnologia trazem pesquisas
recentes sobre o tema e podem pontuar os novos interesses e lacunas na aacuterea
aleacutem disso muitos artigos publicados nos eventos passam para as revistas
cientiacuteficas com poucas alteraccedilotildees por esse motivo considerei desnecessaacuterio incluir
tambeacutem pesquisas em revistas dessas aacutereas
A seguir faccedilo uma breve caracterizaccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo de cada evento
para em seguida discorrer sobre a forma de seleccedilatildeo dos artigos publicados
37
21 EPEF ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FIacuteSICA
Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica satildeo organizados pela SBF e
ocorrem a cada dois anos desde 1986 O principal objetivo desses encontros eacute ter
um foacuterum especiacutefico para a discussatildeo da pesquisa stricto sensu visando agrave aumentar
compreensotildees de problemas relacionados ao Ensino de Fiacutesica e abrir caminhos
para soluccedilotildees alternativas similarmente a outros encontros de aacutereas da Fiacutesica
(NARDI 1990)
Antes dos EPEF jaacute havia no Brasil os Simpoacutesios Nacionais de Ensino de
Fiacutesica que surgiram em 1970 e eram focados em relatos de experiecircncias didaacuteticas
descriccedilatildeo de produccedilatildeo e uso de equipamentos didaacuteticos Mas os fiacutesicos que se
dedicavam a pesquisa em ensino buscaram outros espaccedilos para discussatildeo de seus
projetos de pesquisa no sentido stricto
Nos EPEF grupos de pesquisadores com produccedilatildeo acadecircmica sobre ensino e
aprendizagem de Fiacutesica no Brasil divulgam suas pesquisas Esses pesquisadores
muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela organizaccedilatildeo e ediccedilatildeo de revistas criaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo de eventos Eles tambeacutem elaboram e levam agrave cabo projetos e
ministram cursos de formaccedilatildeo continuada e cursos de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu e
strictu sensu em Educaccedilatildeo em Ciecircncias atuando em instituiccedilotildees de educaccedilatildeo
baacutesica e superior no paiacutes e orientam dissertaccedilotildees e teses e procurando ateacute mesmo
reconstituir os caminhos percorridos no estabelecimento da aacuterea de Ensino de
Fiacutesica
Nas treze ediccedilotildees do EPEF ao longo desses vinte e seis anos foram
encontradas 896 comunicaccedilotildees orais e 385 pocircsteres totalizando 1281 trabalhos e
desses apenas um artigo seraacute analisado no item 25 deste capiacutetulo Um resumo dos
diversos EPEF realizados ateacute o momento pode ser observado no quadro 1
38
QUADRO 1 - EPEF REALIZADOS DE 1986 ATEacute 2012
FONTE O AUTOR (2014)
EPEF LOCAL PERIODO PART COM ORAL POSTERES
ART LOC
APOIOS
I Curitiba 21 - 254
1986
30 12 Natildeo informado
00 CAESCNPq FAPESPFAPERJ
II Satildeo Paulo 17 - 229
1988 50 50 Natildeo informado
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
III Porto Alegre 3110 - 0411
1990 80 13 32
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
IV Florianoacutepolis 26 - 2805
1994 130 94 36
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
V Aacuteguas de Lindoacuteia 02 - 609
1996 112 Natildeo localizado Natildeo localizado
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
VI Florianoacutepolis 26 - 3010
1998 141 93 35
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
VII Florianoacutepolis 27 - 3103
2000 194 105 56
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
VIII Aacuteguas de Lindoacuteia 05 - 806
2002 150 78 36
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
IX Jaboticatuba 26 - 2910
2004 247 84 42
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
X Londrina 15 - 1908
2006 140 68 25
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
XI Curitiba 21 - 2410
2008 181 123 36
01
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
XII Aacuteguas de Lindoacuteia 24 - 2810
2010 166 90 32
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
XIII Foz do Iguaccedilu 07 - 1006
2012 340 136 55
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
TOTAL - - 1951 946 385
01 -
39
22 ENPEC ndash ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO EM
CIEcircNCIAS
Os Encontros Nacionais de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias satildeo
organizados pela Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
(ABRAPEC) De acordo com o siacutetio eletrocircnico essa eacute uma associaccedilatildeo de caraacuteter
cientiacutefico educacional fundada em 29 de novembro de 1997 cuja finalidade eacute a
promoccedilatildeo divulgaccedilatildeo e socializaccedilatildeo da pesquisa por meio da realizaccedilatildeo de
encontros de pesquisa e de escolas de formaccedilatildeo de pesquisadores em Educaccedilatildeo
em Ciecircncias junto a entidades nacionais e internacionais de educaccedilatildeo pesquisa e
fomento
As primeiras discussotildees para a criaccedilatildeo de uma associaccedilatildeo de pesquisa em
Educaccedilatildeo em Ciecircncias ocorreram apoacutes o I Encontro Nacional de Pesquisa em
Educaccedilatildeo em Ciecircncias o ENPEC realizado em Aacuteguas de Lindoacuteia-SP em novembro
de 1997 Dois anos depois durante o II ENPEC realizado em Valinhos-SP
constituiu-se a associaccedilatildeo que permanece realizando encontros bianuais Aleacutem dos
encontros a ABRAPEC publica artigos de pesquisa os quais envolvem a educaccedilatildeo
em Ciecircncias na Revista Brasileira de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
Nas nove ediccedilotildees do ENPEC apresentaram-se 3225 Comunicaccedilotildees orais e
2108 pocircsteres perfazendo um total de 5333 trabalhos sendo que destes apenas
quatro trabalhos foram localizados conforme abordarei mais adiante no item 26
deste capiacutetulo
Um resumo dos diversos ENPEC realizados ateacute o momento pode ser
observado no quadro 2
40
ENPEC LOCAL PERIacuteODO PARTIC COM ORAL POcircSTERES
ART LOC
APOIOS
I Aacuteguas de Lindoacuteia 27 - 2909
1997 135 15 106
00
Natildeo informado
II Valinhos 01 - 0409
1999 171 22 106
00
Natildeo informado
III Atibaia 07 - 1011
2001 234 123 110
00
CNPqFUNDESP UNESPBAURU
IV Bauru 25 - 2911
2003 500 192 259
00
CNPqFUNDESP UNESPBAURU
V Bauru 2911 - 0312
2005 739 378 360
01
CNPqFUNDESP UNESPBAURU
VI Florianoacutepolis 2911 - 0212
2007 768 405 264
02
CNPqCAPES
VII Florianoacutepolis 08 - 1311
2009 723 382 341
00
CNPqCAPES
VIII Campinas 05 - 0911
2011 1253 736 462
00
CNPqCAPES
IX Aacuteguas de Lindoacuteia 10 - 1311
2013 1200 972 100
01
CNPqCAPES LAPEQUFRJ
TOTAL - - 5723 3225 2108
04 -
QUADRO 2 - ENPEC REALIZADOS DE 1997 ATEacute 2013 FONTE O AUTOR (2014)
41
23 EPEA ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
O EPEA foi constituiacutedo a partir de um programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo e de um
grupo de pesquisa o Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos
Naturais e Educaccedilatildeo da UFSCar e o Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciecircncias e
Educaccedilatildeo Ambiental do Laboratoacuterio Interdisciplinar de Formaccedilatildeo do Educador da
Faculdade de Filosofia Ciecircncias e Letras de Ribeiratildeo PretoUSP O programa e o
grupo de pesquisa organizam Encontros bianuais de Pesquisa em Educaccedilatildeo
Ambiental (EPEAs) para reunir trabalhos de produccedilatildeo cientiacutefica e de pesquisa em
Educaccedilatildeo Ambiental
Um resumo dos diversos EPEA realizados ateacute o momento pode ser
observado no quadro 3 a seguir
EPEA LOCAL PERIODO PARTIC COM
ORAL
POSTERES ART
LOC APOIOS
I Rio Claro 04 - 07092001 Natildeo
informado 76
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
II Rio Claro 27 - 30072003 Natildeo
informado 72
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
III Rio Claro 10 - 13072005 Natildeo
informado 73
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
IV Rio Claro 12 - 15072007 Natildeo
informado 87
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
V Satildeo
Carlos
3011 -
02122009
Natildeo
informado 89
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
VI Ribeiratildeo
Preto 04 - 07092011
Natildeo
informado 88
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
VII Rio Claro 07 - 10072013 Natildeo
informado 112
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
TOTAL - - - 597 - 00 -
QUADRO 3 - EPEAS REALIZADOS DE 2001 A 2013
FONTE O AUTOR (2014)
Considerando as sete ediccedilotildees dos EPEA foram apresentadas 597 trabalhos
oriundos de 22 unidades federativas incluindo o Distrito Federal natildeo houve
nenhum trabalho apresentado com o tema da poluiccedilatildeo sonora confirmando que o
tema natildeo foi discutido mas que merece atenccedilatildeo dos pesquisadores pois problemas
ambientais aliados agrave reflexatildeo sobre as relaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas sociais e
culturais que envolvem de modo integrado os humanos e os demais componentes
42
da natureza estatildeo cada vez mais presentes nos diferentes encontros internacionais
e nacionais sobre o meio ambiente (RINK MEGID NETO 2009)
24 TICEDUCA - TECNOLOGIAS E EDUCACcedilAtildeO
O I TICEDUCA ndash I Encontro Internacional de Tecnologia de Informaccedilatildeo e
Comunicaccedilatildeo (TIC) e Educaccedilatildeo foi uma iniciativa do Instituto de Educaccedilatildeo da
Universidade de Lisboa em articulaccedilatildeo com a Revista Educaccedilatildeo Formaccedilatildeo amp
Tecnologias e com a Unidade de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento em Educaccedilatildeo e
Formaccedilatildeo da Universidade de Lisboa
O evento foi constituiacutedo por um grupo de pesquisadores da Universidade de
Lisboa que entendeu que as questotildees relacionadas agraves TIC ganharam pertinecircncia e
atenccedilatildeo porque podem ser integradas nas atividades de estudantes e professores
importando conhecer como satildeo usadas O TICEDUCA se propocircs a trazer para o
centro das discussotildees a reflexatildeo sobre o potencial que eacute atribuiacutedo agraves tecnologias de
informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo fator de inovaccedilatildeo e mudanccedila da escola (COSTA 2010
piii)
Portanto tendo como ponto de partida trabalhos de diferentes realidades
locais nacionais e internacionais os Encontros Internacionais de TIC e Educaccedilatildeo
assumem como principais objetivos
Proporcionar um espaccedilo para divulgaccedilatildeo de praacuteticas inovadoras nas escolas e em contextos de formaccedilatildeo e aprendizagem
Analisar a investigaccedilatildeo na aacuterea
Discutir trabalhos em desenvolvimento e a utilizaccedilatildeo criativa e inovadora das TIC
Refletir sobre os modos mais adequados para documentaccedilatildeo comunicaccedilatildeo e disseminaccedilatildeo destas praacuteticas
Propiciar praacuteticas de identificaccedilatildeo intervenccedilatildeo e investigaccedilatildeo como contribuiccedilatildeo para plena utilizaccedilatildeo dos recursos digitais disponiacuteveis dentro e fora da escola (COSTA 2010 piii)
Os TICEDUCA satildeo direcionados a investigadores professores educadores e
outros profissionais ligados agrave formaccedilatildeo e ao ensino e aprendizagem com as TIC
Satildeo espaccedilos de encontro destinados tambeacutem as empresas relacionadas com a
produccedilatildeo de conteuacutedos ou com outros processos de suporte agrave aprendizagem e agrave
formaccedilatildeo (COSTA 2010)
43
Um resumo dos congressos TICEDUCA realizados ateacute o momento pode ser
observado no quadro 4 a seguir
TICEDUCA
LOCAL PERIODO PART COM ORAL
POST ART LOC
APOIOS
I Portugal Lisboa
18 - 20112010 392 97 44
01
Microsoft iTEC WEQDA Optimus CETI
II Portugal Lisboa
3011 - 212 2012 346 249 36
06
Microsoft iTEC WEQDA Optimus CETI
TOTAL - - 738 346 80 07 -
QUADRO 4 - TICEDUCA REALIZADOS DE 2010 ATEacute 2012 FONTE O AUTOR (2014)
Considerando as duas ediccedilotildees do evento e os 426 trabalhos apresentados
entre comunicaccedilotildees orais localizei sete artigos que mencionaram os Aparelhos
Celulares conforme abordarei no item a seguir
25 SELECcedilOtildeES DE ARTIGOS NOS EVENTOS
Com intuito de selecionar artigos publicados nas diversas ediccedilotildees desses
eventos busquei em acervos pessoais de vaacuterios pesquisadores e em diversas
instituiccedilotildees na forma de CD-ROM ou materiais impressos com as atas Eacute importante
notar que os siacutetios eletrocircnicos dos eventos natildeo tecircm todas as ediccedilotildees
disponibilizadas o que dificulta sobremaneira a pesquisa pois poucas atas estatildeo
disponiacuteveis na internet
Apoacutes localizar todas as atas iniciei a busca pelos artigos procedendo da
seguinte forma fiz uma leitura flutuante dos tiacutetulos dos artigos para selecionar as
palavras-chave dos trabalhos apresentados na forma de comunicaccedilatildeo oral e paineacuteis
A palavra-chave selecionada para uma primeira leitura flutuante do artigo em si foi a
seguinte poluiccedilatildeo sonora no ambiente escolar
Como a seleccedilatildeo desse material foi feita de forma abrangente sempre que
algum tiacutetulo gerasse duacutevidas sobre o conteuacutedo e as palavras-chave natildeo fossem
reconhecidas passei a ler os resumos dos trabalhos e quando o material tratava da
44
temaacutetica Poluiccedilatildeo Sonora acessei o documento completo para ter certeza do
assunto tratado Por fim restou o seguinte Um artigo do EPEF quatro artigos do
ENPEC nenhum artigo do EPEA sete artigos TICEDUCA conforme o quadro 5
EPEF ENPEC EPEA TICEDUCA
ANO
Ed
TRAB APRES
ART LOC
Ed
TRAB APRES
ART LOC
Ed
TRAB APRES
ART LOC
Ed
TRAB APRES
ART LOC
1986 I 12 00
1988 II 50
00
1990 III 45 00
1994 IV 130 00 1996 V Natildeo
Loc 00
1997 I 121 00
1998 VI 128 00
1999 II 131 00
2000 VII 161 00
2001 III 233 00 I 76 00
2002 VIII 114 00
2003 IV 451 00 II 72 00
2004 IX 126 00
2005 V 738 01 III 73 00
2006 X 93 00
2007 VI 669 02 IV 87 00
2008 XI 159 01
2009 VII 723 00 V 89 00
2010 XII 122 00 I 141 01
2011 VIII 1198 00 VI 88 00
2012 XIII 191 00 II 285 06
2013 IX 1072 01 VII 112 00
TOTAL
13 1281 01 09 5333 04 07 597 00 02 426 07
QUADRO 5 - LEVAMENTO DAS DIVERSAS EDICcedilOtildeES DOS EPEF ENPEC EPEA E TICEDUCA NO PERIODO DE 1986 A 2013 FONTE O AUTOR (2014)
Dos 7637 trabalhos publicados em 31 ediccedilotildees dos quatro eventos desde 1986
ateacute 2013 (vinte e sete anos) localizei apenas 12 trabalhos com os temas da poluiccedilatildeo
sonora e do Aparelho Celular ou seja apenas 014 do total
45
Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica (EPEF) e em Educaccedilatildeo em
Ciecircncias (ENPEC) satildeo dois eventos de grande importacircncia na pesquisa da aacuterea no
Brasil e apenas cinco trabalhos foram localizados nesses dois eventos sendo que
em um deles meus orientadores e eu somos autores
No TICEDUCA o foco central eacute o uso da tecnologia na Educaccedilatildeo Por isso os
trabalhos localizados referiam-se especialmente ao uso do Celular como ferramenta
de ensino e natildeo a poluiccedilatildeo sonora Ainda assim apenas sete trabalhos foram
localizados
No entanto a maior surpresa foi natildeo ter localizado no EPEA nenhum trabalho
sobre poluiccedilatildeo sonora esta natildeo parece ter sido uma preocupaccedilatildeo dos
pesquisadores da aacuterea ambiental mesmo que o problema da poluiccedilatildeo sonora tatildeo
presente na sociedade contemporacircnea ou seja cada vez mais significativo na vida
das pessoas especialmente para sauacutede dos estudantes Nesse sentido a revisatildeo da
literatura mostra a lacuna existente em estudos com essa temaacutetica corroborando
com a necessidade de avanccedilos
Um resumo dos eventos e nuacutemero de artigos selecionados em cada evento
foi sistematizado no quadro 6
Nordm TRABALHOS PUBLICADOS
Nordm DE EDICcedilOtildeES Nordm DE TRABALHOS LOCALIZADOS
EPEF 1281 13 01
ENPEC 5333 09 04
EPEA 597 07 00
TICEDUCA 426 02 07 TOTAL 7637 31 12
QUADRO 6 - RESUMO DOS EVENTOS REALIZADOS DE 1986 A 2013 FONTE O AUTOR (2014)
A partir desse levantamento preliminar passo a anaacutelise dos artigos
encontrados Esta anaacutelise foi dividida em dois grupos a saber artigos relacionados
agrave poluiccedilatildeo sonora e artigos relacionados ao uso do Aparelho Celular em atividades
educativas Tendo em vista que a proposta desta dissertaccedilatildeo eacute a interface entre os
dois temas a anaacutelise dos artigos nos eventos foi realizada com o intuito de localizar
pesquisas na aacuterea que pudessem subsidiar aspectos de aprofundamento teoacuterico e
metodoloacutegico para o meu estudo
26 ARTIGOS RELACIONADOS Agrave POLUICcedilAtildeO SONORA
46
Um conjunto de cinco artigos foi localizado neste Grupo Temaacutetico Os artigos
foram publicados ente 2005 e 2013 sendo quatro deles no ENPEC (um na Vordf
ediccedilatildeo dois na VIordf e um na IXordf) e somente um artigo foi localizado no EPEF
publicado em 2008 na XIordf ediccedilatildeo Interessante observar que dos cinco artigos trecircs
satildeo dos mesmos autores O que reduz significativamente a abrangecircncia de
pesquisadores interessados no tema e nos permite concluir que este foi o tema de
uma dissertaccedilatildeo de mestrado ou tese de doutorado assim orientador e orientada
fatiaram a pesquisa em vaacuterios pedaccedilos apresentados separadamente O quarto
artigo eacute de minha autoria com os orientadores Um resumo dos artigos localizados
neste grupo temaacutetico encontra-se no Quadro 7
ANO TITULO DO ARTIGO NOME DOS AUTORES
PALAVRA-CHAVE
EVENTO
2005 Poluiccedilatildeo sonora na fiacutesica do ensino meacutedio construindo uma proposta
Souza Silva Garavelli Maroja Ricardo
Poluiccedilatildeo Sonora
V ENPEC
2007(a) Fiacutesica para uma sauacutede auditiva Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora
VI ENPEC
2007(b) Educaccedilatildeo para uma discriminaccedilatildeo auditiva
Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora
VI ENPEC
2008 Fiacutesica e Poluiccedilatildeo Sonora Uma proposta de dinacircmica do perfil conceitual
Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora
XI EPEF
2013 Uso do Aparelho Celular por estudantes do ensino meacutedio para ouvir muacutesica um prazer perigoso
Costa Gioppo Camargo
Poluiccedilatildeo Sonora
IX ENPEC
QUADRO 7 - ARTIGOS SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA FONTE O AUTOR (2013)
A poluiccedilatildeo sonora pode ser estudada pelo aspecto do mal-estar causado pelo
excesso de ruiacutedos ou pela forma como afeta a sauacutede humana fiacutesica ou psicoloacutegica
foi essa a abordagem dos artigos localizados a partir da palavra-chave Poluiccedilatildeo
Sonora Em seguida passo a descrever tais artigos
O objetivo da pesquisa de Souza et al (2005) foi produzir uma reflexatildeo que
transformasse os conhecimentos fiacutesicos apreendidos por licenciandos em
conhecimentos escolares ao longo de uma disciplina de Estaacutegio Supervisionado A
pesquisa teve trecircs etapas na primeira os autores aplicaram um questionaacuterio aberto
a alunos do Ensino Meacutedio para verificar que conhecimentos aqueles alunos
possuiacuteam a respeito da Poluiccedilatildeo Sonora O intuito era relacionar conhecimentos
fiacutesicos do tema com o cotidiano Com as informaccedilotildees obtidas no questionaacuterio
desenvolveram uma sequencia didaacutetica com dez aulas
47
A sequecircncia didaacutetica incluiu aspectos histoacutericos do tema desde o processo de
industrializaccedilatildeo e crescimento cientiacutefico e tecnoloacutegico do final do seacuteculo XIX ateacute o
uso abusivo de aparatos tecnoloacutegicos Os autores trataram do tema a partir de um
enfoque interdisciplinar incluindo conteuacutedos da Fiacutesica e anaacutelises de notiacutecias de
jornal enfatizaram tambeacutem o papel do professor-pesquisador e reflexivo Apoacutes a
reelaboraccedilatildeo da sequecircncia didaacutetica aplicaram-na a uma classe do Ensino Meacutedio e
coletaram registros escritos e trabalhos dos estudantes
As conclusotildees mostraram que transformar um saber cientiacutefico em um saber a
ser ensinado eacute uma tarefa muito difiacutecil mas o conteuacutedo de ondas sonoras
relacionado ao da poluiccedilatildeo sonora eacute importante no processo de produccedilatildeo do
conhecimento escolar e que os professores precisam criar estrateacutegias que
relacionem conhecimentos e saberes teacutecnicos e cientiacuteficos a outros saberes como
os do cotidiano relacionando-os agrave cultura vivencial dos estudantes
Em trecircs trabalhos publicados Bastos e Mattos (2007a 2007b 2008)
mostraram que a partir de enfoques interdisciplinares os conhecimentos da fiacutesica
sobre Poluiccedilatildeo Sonora podem contribuir com a Educaccedilatildeo em Sauacutede para promover
uma vida mais saudaacutevel
Destacaram que aproximaccedilotildees entre toacutepicos da Fiacutesica e da Fonoaudiologia
podem auxiliar na discussatildeo de aspectos da sauacutede auditiva Isso porque os
estudantes expotildeem sua orelha interna5 - sem consciecircncia dos perigos para a
audiccedilatildeo- a alta intensidade sonora disponiacutevel em equipamentos de som portaacuteteis
(MP3 MP4 ipod walkman etc) frequentemente utilizados na sala de aula
Os autores fundamentaram sua pesquisa nos conceitos de perfil conceitual e
interdisciplinaridade Para eles eacute necessaacuterio buscar interdependecircncias entre
diversas aacutereas de conhecimento para abordar problemas da realidade relevantes
para os alunos sem separaacute-los do contexto em que surgem Isso ajudaria os
estudantes a enfrentar problemas do mundo em que vivem o que pode se dar por
meio da complexificaccedilatildeo do conhecimento do cotidiano
Desta forma identificaram quatro hipoacuteteses de integraccedilatildeo do conhecimento
cotidiano 1ordm) hipoacutetese da compatibilidade 2ordm) hipoacutetese da substituiccedilatildeo 3ordm) hipoacutetese
da independecircncia ndash coexistecircncia 4ordm) hipoacutetese da integraccedilatildeo ndash enriquecimento do
conhecimento cotidiano No trabalho Bastos e Mattos (2007a) adotaram a quarta
5 A nova nomenclatura anatocircmica substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo no entanto no Protocolo (BRASIL 2006) os dois termos aparecem com o mesmo significado
48
hipoacutetese a ldquoda integraccedilatildeordquo enriquecimento do conhecimento cotidiano que se refere
agrave transformaccedilatildeo dos conhecimentos que datildeo suporte ao conhecimento escolar
Nesse sentido construiacuteram e aplicaram atividades curtas de multi-abordagem e
delineadas em trecircs etapas exploraccedilatildeo introduccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de conceitos
Os pesquisadores investigaram os conceitos preacutevios de Poluiccedilatildeo Sonora de
236 estudantes de uma escola puacuteblica do Ensino Meacutedio no ano de 2005 para
delimitar os objetivos da pesquisa Para tanto utilizaram um questionaacuterio e uma
representaccedilatildeo imageacutetica acompanhada de sua respectiva descriccedilatildeo
Em 2006 aplicaram as atividades multi-abordagem em 166 estudantes de
quatro turmas do Ensino Meacutedio e tiveram resultados favoraacuteveis
Em 2007 elaboraram um novo questionaacuterio e o aplicaram a 86 estudantes
para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos desenvolvido nas atividades e se
esses passaram a ter algum significado na vida deles
Os pesquisadores concluiacuteram que do ponto de vista do modelo proposto os
estudantes alteraram o perfil conceitual anterior enriquecendo seus criteacuterios de
julgamento com relaccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora Essa tomada de consciecircncia trouxe aos
estudantes a possibilidade de discernir o que eacute audiologicamente saudaacutevel
aplicando os conteuacutedos escolares sem deixar de lado os criteacuterios esteacuteticos e
emocionais que jaacute faziam parte da vida daquelas pessoas
Costa Camargo e Gioppo (2013) pesquisaram os niacuteveis de decibeacuteis a que os
estudantes se expotildeem quando ouvem muacutesicas pelo Aparelho Celular o que pode
trazer prejuiacutezos agrave sauacutede auditiva Os autores buscaram situaccedilotildees contextualizadas
para ensinar fiacutesica relacionando-a com a Educaccedilatildeo para Sauacutede e a Tecnologia para
tanto conciliaram concepccedilotildees sobre poluiccedilatildeo sonora (usando conceitos de acuacutestica)
vinculada ao uso de fones auriculares ligados aos Aparelho Celular
Um questionaacuterio foi aplicado para diagnosticar concepccedilotildees preacutevias em
estudantes do Ensino Meacutedio De posse dos resultados elaboraram quatro atividades
com foco na poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares conectados a Aparelhos
Celulares para escutar muacutesicas e discutiram com os estudantes os efeitos na sauacutede
auditiva
Concluiacuteram que os estudantes ouvem as muacutesicas em volume muito acima
das normas recomendadas Nas atividades contextualizadas concluiacuteram que houve
apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos de ondas sonoras mas perceberam que uma uacutenica
49
sequecircncia didaacutetica natildeo foi suficiente para provocar mudanccedilas de haacutebito entre os
estudantes
Os autores ressaltaram que o Celular pode ser melhor aproveitado no
processo ensino e de aprendizagem atuando como agente motivador dos
estudantes mas eacute importante que se faccedila um uso criacutetico dessa tecnologia e ao
mesmo tempo amplie as relaccedilotildees possiacuteveis com os conteuacutedos como por exemplo
mostrando interfaces com a sauacutede auditiva
27 ARTIGOS RELACIONADOS COM TECNOLOGIA MOacuteVEL
Um conjunto de sete artigos foi localizado na temaacutetica equipamentos
Celulares em atividades educativas Os artigos foram encontrados na Iordf e IIordf ediccedilotildees
do TICEDUCA e na IXordf ediccedilatildeo do ENPEC Artigos relacionados ao uso de Aparelhos
Celulares em atividades educativas
50
ANO TITULO DO ARTIGO NOME DOS
AUTORES
PALAVRA-CHAVE
EVENTO
2010 Enquadramento teoacuterico para a integraccedilatildeo de tecnologias moacuteveis em contexto educativo
Moura e Carvalho
Telemoacutevel6 I TICEDUCA
2012 As tecnologias moacuteveis no ensino da multimeacutedia
Raminhos Ferreira Pereira e Correia
Mobile Learning aprendizagem moacutevel
II TICEDUCA
2012 As tecnologias moacuteveis no processo de ensino e aprendizagem da liacutengua inglesa um estudo exploratoacuterio no cienfic
Lobato e Pedro
Dispositivos moacuteveis no ensino e na aprendizagem
II TICEDUCA
2012 O uso de dispositivos moacuteveis durante a aula analise de um recorte da realidade de universidades puacuteblicas do Brasil
Santos Duram e Burnham
Dispositivos Moacuteveis
II TICEDUCA
2012 O Celular e o ensino de ondas na escola uma proposta preliminar
Costa Gioppo Camargo
Aparelho Celular
II TICEDUCA
2012 Uso de dispositivos moacuteveis em sala de aula uma revisatildeo bibliograacutefica
Santos Duram Burnham
Tecnologias Moacuteveis
II TICEDUCA
2012 Tecnologias Moacuteveis com conexatildeo sem fio na Escola e a Organizaccedilatildeo do Trabalho Pedagoacutegico
Santos Almeida Borges Jesus
Tecnologias Moacuteveis
II TICEDUCA
QUADRO 8 - ARTIGOS SOBRE TECNOLOGIAS MOacuteVEIS FONTE O AUTOR 2014
Moura e Carvalho (2010) avaliaram como os estudantes aprendem em
atividades com suporte de tecnologias moacuteveis visando agrave melhoria do processo de
ensino e de aprendizagem ou como essas tecnologias podem promover o sucesso
educativo Para as pesquisadoras os dispositivos moacuteveis que andam nos bolsos dos
estudantes podem fazer parte das praacuteticas pedagoacutegicas substituindo as poliacuteticas de
proibiccedilatildeo por ter tamanho reduzido esses dispositivos podem ser levados para
diferentes locais promovendo a interaccedilatildeo social a troca de dados e a colaboraccedilatildeo
com outros utilizadores
A pesquisa das autoras foi fundamentada no paradigma educacional mobile
learning (m-learning) que eacute a conjugaccedilatildeo de um estudante atuante a um artefato
moacutevel usado como ferramenta de apoio ao ensino mediado pela accedilatildeo pedagoacutegica
que de forma interativa leva agrave interiorizaccedilatildeo de conhecimentos novos ressignificando
o uso do Celular e exploraram experiecircncias de integraccedilatildeo no ambiente escolar (m-
learning) e investigaram a forma de apropriaccedilatildeo de conteuacutedos pelos estudantes que
6 Em Portugal o Aparelho Celular eacute chamado de telemoacutevel e o TICEDUCA eacute um evento que ocorre
laacute portanto esta palavra chave foi inserida na busca
51
usaram o Celular para completar tarefas escolares e de apoio aos estudos De
acordo com os dados recolhidos os Aparelhos Celulares impactaram a
aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo no envolvimento dos
alunos em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de opiniatildeo sobre a escola e os
estudos Tambeacutem as autoras perceberam que os Aparelhos Celulares podem ser
integrados em diferentes atividades de aprendizagem podendo vir a ser fonte de
motivaccedilatildeo dos alunos pela escola e no processo de ensino e de aprendizagem
Raminhos et al (2012) revisaram a literatura referente a importacircncia das
tecnologias moacuteveis (Celulares e outros equipamentos) no ensino e na
aprendizagem para explorar o conceito de Moacutebile Learning e identificar sua
utilizaccedilatildeo na educaccedilatildeo e localizaram 39 artigos Apoacutes anaacutelise dos artigos
elaboraram uma intervenccedilatildeo didaacutetica para estudantes de um curso profissionalizante
para investigar como as tecnologias moacuteveis podem apoiar a aprendizagem
Na intervenccedilatildeo didaacutetica os pesquisadores perceberam que existem duas
visotildees na utilizaccedilatildeo do m-learning a visatildeo do ensino protagonizado pelo professor e
a visatildeo da aprendizagem cujo alvo seraacute o estudante que mostra grande interesse
em utilizar o m-learning como ferramenta de estudo
Na conclusatildeo os autores deixam evidente que Mobile Learning natildeo resolve os
problemas de ensino e aprendizagem contudo concluiacuteram que o levantamento
bibliograacutefico sobre o tema pode contribuir para investigaccedilotildees futuras Reiteraram que
m-learning eacute interessante para a educaccedilatildeo e que outros autores pesquisados por
eles concordam que eacute uma opccedilatildeo a mais para entusiasmar envolver e compreender
a aprendizagem dos estudantes atuais
Lobato e Pedro (2012) trataram de dificuldades educativas percebidas por
formandos de um centro de formaccedilatildeo profissional esses foram expostos agraves
dinacircmicas da sala de aula e a meacutetodos de ensino diferenciados A ideia era
desenvolver conceitos usando estrateacutegias motivadoras sem ficar restritos a
caminhos curriculares preacute-definidos Nesse sentido os Aparelhos Celulares foram
usados como ferramentas de ensino para construir a aprendizagem funcionando
como parceiros para o professor e para os estudantes
As autoras consideraram que vivemos na ldquoEra da Conexatildeordquo (p2) na qual o
acesso agrave informaccedilatildeo deixou de estar confinado ao computador pessoal e se
estendeu aos Aparelhos Celulares os estudantes de hoje satildeo ldquonativos digitaisrdquo e o
52
cotidiano sem tecnologia natildeo faz sentido Para esta geraccedilatildeo natildeo possuir telemoacutevel
(Aparelho Celular) eacute quase fator de exclusatildeo social
Aplicaram um questionaacuterio com objetivo de analisar concepccedilotildees dos
professores de inglecircs de um centro de formaccedilatildeo profissional sobre a utilizaccedilatildeo de
Aparelhos Celulares em contexto escolar
Os resultados evidenciaram que em alguns momentos os Aparelhos Celulares
satildeo considerados como potenciais elementos de distraccedilatildeo que perturbam a
concentraccedilatildeo dos alunos nas tarefas escolares poreacutem defendem que esta
tecnologia de faacutecil acesso pode trazer benefiacutecios para a educaccedilatildeo permitindo aos
estudantes aprender para aleacutem dos limites da sala de aula pois os estudantes tecircm
cada vez mais acesso agrave informaccedilatildeo e ao conhecimento e os Aparelhos Celulares
podem ser aliados dos professores
Santos et al (2012) observaram que o uso de dispositivos moacuteveis (chamados
ciberinstrumentos7) presentes nas salas de aula do ensino superior vecircm
aumentando nos uacuteltimos anos O objetivo dos autores foi avaliar e discutir o uso de
ciberinstrumentos durante as aulas em trecircs turmas de diferentes universidades
puacuteblicas brasileiras sediadas no Estado da Bahia
Os instrumentos para a constituiccedilatildeo dos dados incluiacuteram um questionaacuterio
respondido por 46 estudantes e anotaccedilotildees de campo (descritivas e analiacuteticas)
Os resultados mostraram que entre os pesquisados o nuacutemero de
ciberinstrumentos supera o nuacutemero de computadores desktops os mais usados em
sala de aula satildeo os notebooks e os Celulares que podem facilitar os processos de
construccedilatildeo do conhecimento
Os autores tambeacutem investigaram os efeitos colaterais da tecnologia e
observaram que os ciberinstrumentos podem ser objetos de distraccedilatildeo Os que mais
distraem os estudantes satildeo as redes sociais e SMS A maioria dos estudantes
concordou que houve algum grau de prejuiacutezo de concentraccedilatildeo durante as aulas e
sugeriram um controle de uso do wi fi
Costa Gioppo e Camargo (2012) apresentaram uma proposta preliminar
sobre o uso do Celular como ferramenta de ensino que auxilia na praacutetica de sala
aula para ensinar ondas eletromagneacuteticas a motivaccedilatildeo inicial foi o constante e
7 De acordo com Santos et al 2012 ciberinstrumentos (SANTOS DURAN BURNHAM 2010) satildeo lap tops Aparelhos Celulares ou qualquer tecnologia com acesso wifi
53
excessivo uso do Celular durante o periacuteodo letivo Um questionaacuterio foi aplicado para
200 estudantes para entender o uso dos Aparelhos Celulares De posse dos
resultados elaboraram uma intervenccedilatildeo didaacutetica com abordagem investigativa sobre
ondas eletromagneacuteticas na qual participaram 27 estudantes Utilizaram filmes sobre
interferecircncia das ondas eletromagneacuteticas em aparelhos eletrocircnicos e observaram a
interferecircncia do recebimento de mensagem no Celular em caixas de som e
avaliaram a aprendizagem com questotildees para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos
conteuacutedos de eletromagnetismo
Na conclusatildeo os autores ressaltaram que a maior parte dos estudantes
usufrui da tecnologia do Celular e o faz na escola poreacutem natildeo para fins didaacuteticos
mostrando que haacute necessidade de mais pesquisas na aacuterea Na atividade de
intervenccedilatildeo didaacutetica os autores perceberam que houve vaacuterios problemas como de
interpretaccedilatildeo das questotildees a coacutepia de respostas do livro didaacutetico a falta de um
delineamento mais robusto da atividade que parece ter ficado em aberto e ainda
havia necessidade de proposta para transformaacute-la em uma sequencia didaacutetica Para
os autores o Aparelho Celular eacute uma tecnologia que natildeo deve ser desperdiccedilada no
contexto escolar e que pode ser usada no processo de ensino e de aprendizagem O
Celular pode ser um agente motivador dos estudantes para aulas diferenciadas
possibilitando a compreensatildeo das possibilidades e limites da tecnologia mas eacute
importante que se faccedila uma anaacutelise criacutetica do processo mostrando tambeacutem outras
interfaces com a sauacutede a poliacutetica de telecomunicaccedilotildees etc
Santos et al (2012) investigaram sobre o uso de tecnologias moacuteveis em sala
de aula e perceberam que eacute pouco explorada O objetivo do trabalho foi realizar uma
revisatildeo bibliograacutefica da temaacutetica apontando as principais questotildees tratadas A partir
de buscas em siacutetios eletrocircnicos como o ISI Web of Science e Google Scholar e
encontraram 13 artigos cinco deles identificam como estudantes usam seus
ciberinstrumentos em sala de aula e os oito restantes falam da relaccedilatildeo entre o uso
de ciberinstrumento moacutevel envolvendo comportamento multitarefas e o desempenho
acadecircmico dos estudantes Tambeacutem investigaram como os estudantes percebem o
uso natildeo de ciberinstrumentos segundo os autores eacute difiacutecil avaliar quatildeo aplicaacutevel eacute o
uso livre de ciberinstrumentos moacuteveis nas salas de aula ou a quanto afeta a
aprendizagem
De acordo com os autores os principais apontamentos encontrados nos
trabalhos foram como 1ordm) o trabalho em grupo eacute pouco valorizado nas dinacircmicas de
54
sala de aula nos processos de construccedilatildeo coletiva do conhecimento isto eacute
valorizam a esfera individual em detrimento da coletiva 2ordm) natildeo haacute estudos
envolvendo variados tipos de ciberinstrumentos os trabalhos encontrados estatildeo
concentrados no uso de tablets laptops e Celulares 3ordm) O foco das pesquisas foi a
de apontar vantagens ou desvantagens 4ordm) eacute necessaacuterio enriquecer as pesquisas
com abordagens qualitativas
Os autores concluiacuteram que a maioria dos trabalhos se concentra em avaliar a
relaccedilatildeo do uso do comportamento multitarefas com o desempenho acadecircmico de
estudantes usando abordagens qualitativas
28 PROJETOS QUE UTILIZAM O APARELHO CELULAR COMO FERRAMENTA
DE ENSINO
Aleacutem dos artigos sobre Aparelho Celular localizados nas duas ediccedilotildees do
TICEDUCA encontrei tambeacutem quatro Projetos que tecircm iniciativas do uso do
Aparelho Celular como suporte ao ensino e a aprendizagem publicados pela Unesco
(2012)
1ordm) Minha Vida Moacutevel8 (MvMob) - Brasil tem como objetivo formar professores
e estudantes para produccedilatildeo de audiovisuais utilizando Aparelhos Celulares e com
isso promover o intercambio cultural por meio de uma rede interativa O programa
consiste em um portal de conteuacutedo e interaccedilatildeo e diversas atividades
2ordm) Projeto Escola com Celular de CaraguatatubaSP - Brasil utiliza as redes
sociais e os Telefones Celulares como ferramentas de apoio das atividades
escolares propotildee o uso dessas Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TICs)
para aproximar professores e estudantes associando a realidade dos mesmos aos
conteuacutedos curriculares para estimular a aprendizagem estimular a participaccedilatildeo e a
convivecircncia social na escola e na cidade e tambeacutem para praticar a inclusatildeo digital e
suas premissas mobilidade conectividade e sustentabilidade
3ordm) PSU Moacutevel ndash Chile eacute um aplicativo moacutevel que permite ao usuaacuterio acessar
conteuacutedo gratuito para download exerciacutecios jogos e podcasts todos organizados
8 httpwwwmvmobcombrmvmobo-que-eo-que-e
55
por assunto tem como objetivo permitir que os estudantes do ensino meacutedio possam
se preparar para ingressar no ensino superior
4ordm) Evaluacioacuten de Aprendizajes por meio de Celulares - Paraguai lanccedilado em
2011 pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo do Paraguai tem o objetivo de explorar a
possibilidade de aplicaccedilatildeo de testes padronizados com o uso de Aparelhos
Celulares O projeto foi destinado a estudantes dos primeiros anos do ensino meacutedio
envolvendo as disciplinas de Matemaacutetica Liacutengua Espanhola e Literatura em
trezentas escolas puacuteblicas do Paraguai preparando tambeacutem professores e diretores
para ajudar os estudantes realizar os testes nos Aparelhos Celulares e ainda
fornecer suporte teacutecnico no dia do exame
Esses projetos natildeo tecircm relaccedilatildeo direta com o ensino de Fiacutesica nem mesmo
pesquisam sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora e seus efeitos na sauacutede auditiva mas me
pareceram iniciativas interessantes que podem ser aplicadas para incluir as
perspectivas analisadas nesta dissertaccedilatildeo
29 RESUMO DAS DISSERTACcedilOtildeES E TESES LOCALIZADAS NO BANCO DE
TESES DA CAPES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA
Busquei nas dissertaccedilotildees e teses depositadas no banco da CAPES as
seguintes palavras chaves Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente Escolar Ruiacutedo e Som
publicadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo
Ano Tiacutetulo Autor Palavra Chave
Universidade
2004 Poluiccedilatildeo sonora em escolas do Distrito Federal
Eniz Poluiccedilatildeo Sonora
PUC Dissertaccedilatildeo Mestrado
2006
A presenccedila do ruiacutedo do trem em escolas do entorno da linha feacuterrea na cidade de Curitiba-PR Contribuiccedilatildeo para a construccedilatildeo dialeacutetica em educaccedilatildeo socioambiental
Gasperin
Poluiccedilatildeo Sonora
UFPR Dissertaccedilatildeo Mestrado
2007
Reflexotildees sobre o ambiente sonoro da cidade de Curitiba A percepccedilatildeo do ruiacutedo urbano e seus efeitos sobre a qualidade de vida de moradores dos setores especiais estruturais
Ribas Ruiacutedo UFPR Tese
Doutorado
2007 Fiacutesica para uma Discriminaccedilatildeo Auditiva Bastos Poluiccedilatildeo Sonora
USP Dissertaccedilatildeo de
Mestrado QUADRO 9 - LEVAMENTO NO BANCO DE TESES DA CAPES INDICANDO ANO NUMERO TOTAL DE TRABALHOS PUBLICADOS FONTE O AUTOR (2014)
56
Eniz (2004) pesquisou a poluiccedilatildeo sonora em escolas puacuteblicas e privadas do
Distrito Federal Sua investigaccedilatildeo se pautou nas condiccedilotildees acuacutesticas (niacuteveis de
pressatildeo sonora e tempo de reverberaccedilatildeo do som) em sala de aula e na percepccedilatildeo
dos professores e estudantes acerca das condiccedilotildees de conforto ambiental
oferecidas pelas escolas agrave sauacutede Assim buscou identificar as causas da poluiccedilatildeo
sonora tanto no ambiente escolar como no entorno das escolas verificando se o
Plano Diretor de Taguatinga e as Normas de Gabarito do Nuacutecleo Bandeirante
possuem accedilotildees de prevenccedilatildeo e de mitigaccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora no ambiente
escolar
A pesquisa foi realizada com professores e estudantes de 10 escolas
vinculadas agrave Secretaria de Educaccedilatildeo do Distrito Federal Por vaacuterios dias da semana
mediu-se o niacutevel de pressatildeo sonora no interior e no exterior das salas de aula e da
escola com os estudantes em suas atividades normais Aplicou um questionaacuterio para
professores e estudantes com objetivo de obter informaccedilotildees acerca das condiccedilotildees
de trabalho e sauacutede dos professores e os efeitos negativos na sauacutede humana do
excesso de ruiacutedo no processo ensino-aprendizagem Confrontou os niacuteveis de
pressatildeo sonora e tempo de reverberaccedilatildeo com as normas vigentes e analisaram as
respostas do questionaacuterio
Os resultados do questionaacuterio com professores e estudantes indicaram que
59 nunca fizeram exame audiomeacutetrico revelando pouca preocupaccedilatildeo com este
tipo de acompanhamento poreacutem as queixas mais comuns foram ambiente
intranquilo e estressante e barulhento Sobre os problemas de sauacutede o autor
identificou as seguintes queixas dor de garganta dor nas pernas
irritaccedilatildeonervosismo e cansaccedilo mentalestresse como as mais expressivas de
acordo com o pesquisador o ruiacutedo natildeo pode ser considerado como causa direta de
doenccedilas mentais mas ele presume que acelera e intensifica o desenvolvimento de
desordens mentais latentes
Em relaccedilatildeo ao barulho proveniente do traacutefego urbano identificado pelo estudo
os professores admitiram constante interrupccedilatildeo em suas aulas devido ao barulho
externo do restante 26 sentiram-se incomodados algumas vezes e nenhum
participante da pesquisa admitiu nunca ter sido interrompido pelo ruiacutedo urbano O
excesso de ruiacutedo naquele ambiente prejudicou a comunicaccedilatildeo em sala de aula
levou os professores a sentirem dificuldades de concentraccedilatildeo e obrigando-os a
esforccedilos constantes para se fazerem entender
57
As anaacutelises consideraram aspectos relativos agrave legislaccedilatildeo e agraves normas
teacutecnicas vigentes que regulam a construccedilatildeo e modificaccedilatildeo de estabelecimentos de
ensino Concluiu tambeacutem os efeitos dos ruiacutedos no ensino e na aprendizagem pois
salas de aula com estimulaccedilotildees auditivas em excesso podem promover a distraccedilatildeo
acarretando prejuiacutezos significativos para a aprendizagem
O autor concluiu que em todas as escolas os niacuteveis de ruiacutedos estatildeo acima
dos recomendados pela NBR 101519 (ABNT 1987) com variaccedilatildeo de intensidade
entre a 829 dB(A)10 a 1146 dB(A) Professores e estudantes se comunicam em tom
de voz gritado o que pode trazer danos agrave sauacutede e prejuiacutezos agrave aprendizagem uma
vez que todas as escolas estatildeo localizadas em regiotildees onde o traacutefego aeacutereo eou
terrestre eacute intenso
Segundo o pesquisador as escolas mais afetadas estatildeo localizadas em
regiotildees que natildeo seguiram um planejamento urbano preacute-definido satildeo escolas mal
localizadas dentro da malha urbana que tecircm suas dependecircncias fortemente
afetadas pelo ruiacutedo ambiental
Gasperin (2006) pesquisou o impacto de ruiacutedo provocado pelo trem por ser
considerado um elemento cultural das velhas lembranccedilas alimentadas por mitos que
povoam o imaginaacuterio e despertam certo saudosismo na populaccedilatildeo e com isso
dificultam sua percepccedilatildeo como fonte de poluiccedilatildeo sonora Duas escolas foram
selecionas pela autora por fazer parte da histoacuteria da construccedilatildeo da oficina de
reparos das locomotivas e com impacto auditivo da passagem do trem durante o
horaacuterio de aula Assim observou as contradiccedilotildees que impedem a percepccedilatildeo dos
estudantes e professores em relaccedilatildeo agrave aprendizagem
O objetivo da autora foi mostrar a influecircncia dos significados do ruiacutedo do trem
para os humanos a fim de ter o sujeito ecoloacutegico como processo estrateacutegico da
Educaccedilatildeo Ambiental pesquisando se os ruiacutedos produzidos pelas locomotivas estatildeo
acima dos niacuteveis de decibeacuteis satildeo considerados adequados agraves salas de aula se eou
como o corpo docente percebe a presenccedila do trem como um agente de risco
9 A Norma Brasileira Regulamentadora 10151 encontra-se no anexo V desta dissertaccedilatildeo
10 A unidade de medida de niacuteveis de conforto acuacutestico (decibeacuteis) eacute representada em alguns
documentos como dB e em outros como dB(A) Por exemplo o Decreto Federal No 81621 de 03051978 (BRASIL 1968) em seu anexo 32 regulamenta as unidades de medida usando o dB como unidade de medida para Decibeacuteis Jaacute a NBR 10152 de dezembro de 1987 (norma da ABNT) definem niacuteveis de Pressatildeo Sonora e adota o dB(A) como unidade de medida para os decibeacuteis Nesta dissertaccedilatildeo acompanho a norma 10152 da (ABNT 1987) e adoto dB(A) como unidade de medida de Niacuteveis de Pressatildeo Sonora
58
ambiental quanto agrave poluiccedilatildeo sonora averiguando o significado do ruiacutedo do trem
junto aos estudantes e docentes das escolas proacuteximas agrave linha feacuterrea com enfoque
na questatildeo do som no ambiente
A pesquisa de campo foi realizada em duas escolas puacuteblicas da cidade de
Curitiba (PR) denominadas A e B composta de 938 estudantes do ensino
fundamental e foram selecionados por estarem geograficamente expostas a ruiacutedos
sonoros quando da passagem do trem a escola A situa-se a 55 metros de distacircncia
da linha feacuterrea e a Escola B tem seus muros nos fundos com a oficina mecacircnica da
empresa que administra esta linha feacuterrea e emite fortes ruiacutedos e a 20 m de distacircncia
de onde circula o trem
O trem eacute um produto da praacutexis histoacuterico-cultural humana e estaacute inserido na
sociedade influenciando a vida das pessoas do entorno da via feacuterrea Assim o trem
traz um significado psicoloacutegico na relaccedilatildeo entre o sujeito e o mundo objetivo
predominando a concepccedilatildeo utilitarista pelo seu significado A autora aplicou um
questionaacuterio para estudantes e professores das escolas e realizou mediccedilotildees do
niacutevel de pressatildeo sonora nas salas de aula quando o trem passa e em condiccedilotildees de
aula sem o ruiacutedo do trem
A autora concluiu que a existecircncia de uma realidade de coexistecircncia da vida
urbana agravada pela presenccedila da linha feacuterrea nas atividades da vida escolar na
qual o trem eacute um produto da praacutexis histoacuterico-cultural humana inserido na sociedade
influenciando a vida particularmente das pessoas do entorno da via feacuterrea trazendo
significado psicoloacutegico com funccedilatildeo mediadora na relaccedilatildeo entre o sujeito e o mundo
objetivo
Ribas (2007) analisou os contrastes entre o conceito de qualidade de vida
empregado em diferentes contextos na aacuterea da sauacutede na aacuterea urbana e no
ambiente A autora buscou estudar e compreender como se da agrave percepccedilatildeo da
poluiccedilatildeo sonora pela populaccedilatildeo e a relaccedilatildeo existente entre som (ruiacutedo) ndash sauacutede
(auditiva) ndash ambiente (urbano) uma vez que Curitiba tem se mostrado um campo
feacutertil para o desenvolvimento de problemas ambientais e dentre eles a poluiccedilatildeo
sonora causada em grande parte pelo traacutefego de veiacuteculos e percebeu que os
niacuteveis de ruiacutedo urbanos na cidade de Curitiba natildeo estatildeo dentro dos limites
especificados legalmente e que podem causar prejuiacutezos agrave sauacutede da populaccedilatildeo Nas
diversas aacutereas mapeadas foi constatado que o ruiacutedo urbano enquadra-se num
patamar grave e em algumas situaccedilotildees em pontos proacuteximos agraves vias raacutepidas o
59
volume chega agrave beira da saturaccedilatildeo pois o traacutefego de veiacuteculos eacute a grande causa do
ruiacutedo urbano em Curitiba Satildeo ruiacutedos provenientes de veiacuteculos automotivos (carros
ocircnibus e caminhotildees) aeronaves e trens Os niacuteveis de poluiccedilatildeo sonora atingem seus
maiores iacutendices nessas vias estruturais da cidade
O objetivo da pesquisa foi agrave caracterizaccedilatildeo da qualidade do ambiente sonoro
na cidade de Curitiba Para tanto a autora fez mediccedilotildees da variaccedilatildeo do ruiacutedo
urbano Tambeacutem avaliou a percepccedilatildeo que as pessoas tecircm deste ambiente sonoro
procurando identificar os prejuiacutezos que a poluiccedilatildeo sonora causa Investigou como os
moradores das regiotildees investigadas reagem ao ambiente sonoro ao qual estatildeo
expostos Verificou quais poliacuteticas puacuteblicas foram implementadas para monitorar e
reduzir o ruiacutedo urbano na cidade e seu impacto sobre a qualidade de vida dos
moradores e analisou como os gestores ambientais tecircm desempenhado suas
funccedilotildees diante deste problema
De acordo com a autora o Plano Diretor de Curitiba (1975) teve como
principal foco o crescimento a malha viaacuteria especificamente a do transporte coletivo
Uma das diretrizes gerais daquele plano ainda em vigor refere-se aos eixos
estruturais do transporte coletivo que deveriam ser adensados e para isso foram
equipados com toda a infraestrutura urbana e dotados de um sistema de transporte
de massa capaz de atender tanto a demanda da eacutepoca quanto a que viria no futuro
Aleacutem da anaacutelise do plano diretor a autora pesquisou e categorizou as
denuacutencias referentes agrave poluiccedilatildeo sonora registrada junto agrave Secretaria Municipal do
Meio Ambiente e observou 3036 denuacutencias efetuadas no ano de 2005 48 eram
oriundas da passagem do trem e 38 de veiacuteculos de transporte individual ou coletivo
A autora realizou um levantamento de pesquisas que diagnosticou a poluiccedilatildeo
sonora e sua evoluccedilatildeo na cidade de Curitiba e concluiu que devido ao aumento do
nuacutemero veiacuteculos os niacuteveis de ruiacutedo tecircm se acentuado contrariamente ao que se
esperava de uma cidade que recebeu o tiacutetulo de capital ecoloacutegica
Em seguida Ribas (2007) mediu os niacuteveis miacutenimos meacutedios e maacuteximos de
pressatildeo sonora encontrados no interior das residecircncias de acordo com o
preconizado pela Norma NBR 1015211 Acuacutestica - Avaliaccedilatildeo do ruiacutedo ambiente em
recintos de edificaccedilotildees visando o conforto dos usuaacuterios ndash procedimento (ABNT
1987) Os resultados indicaram que em 86 dos locais pesquisados a intensidade
11A Norma Brasileira Regulamentadora 10152 encontra-se no anexo VI desta dissertaccedilatildeo
60
de ruiacutedo extrapola os niacuteveis recomendados e percebeu tambeacutem que imoacuteveis abaixo
do niacutevel da rua estatildeo mais sujeitos aos mais altos niacuteveis de ruiacutedo desta forma foi
possiacutevel confirmar niacuteveis exacerbados de ruiacutedo em edificaccedilotildees concentradas nos
Setores Especiais Estruturais de Curitiba
Apoacutes as mediccedilotildees a autora entrevistou os moradores das residecircncias e trecircs
gestores envolvidos com planejamento urbano da cidade de Curitiba com objetivo
de verificar qual a prioridade dada pelos gestores a mitigaccedilatildeo do ruiacutedo urbano se
eles reconheciam que os niacuteveis de ruiacutedo urbano estatildeo acima do recomendado e
permitido legalmente se eles percebiam o ruiacutedo como fator ambiental negativo
finalmente analisou se existe uma poliacutetica puacuteblica municipal destinada agrave reduccedilatildeo da
emissatildeo do ruiacutedo na cidade
A autora destacou que os moradores entrevistados percebiam o ruiacutedo como
fonte geradora de desconforto poreacutem natildeo fizeram denuacutencias aos oacutergatildeos
competentes Por outro lado alguns entrevistados apesar de considerarem o ruiacutedo
urbano como um fator negativo disseram natildeo sentir desconforto em ambientes
barulhentos
O traacutefego de veiacuteculos foi considerado a maior causa do ruiacutedo urbano mas a
comunidade natildeo considerou o ruiacutedo como fator de risco agrave sauacutede por estar
acostumada agrave presenccedila dele Natildeo houve percepccedilatildeo dos efeitos da poluiccedilatildeo sonora
sobre a qualidade de vida e da sauacutede Os entrevistados relataram ainda que nunca
tiveram contato com campanhas de educaccedilatildeo ambiental voltada para sauacutede
auditiva
Com relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos gestores sobre o ruiacutedo urbano ficou
evidenciado que eles tambeacutem possuem sentimentos de fatalismo e inevitabilidade
aleacutem do mais o ruiacutedo natildeo encontra lugar de prioridade dentre os problemas urbanos
e isso dificulta ainda mais a realizaccedilatildeo de accedilotildees em niacutevel governamental que visem
agrave reduccedilatildeo do ruiacutedo urbano
A autora sugeriu que para ser efetivamente combatido haacute que se investir na
formaccedilatildeo de gestores com conhecimento do que vem a ser o ruiacutedo e seus efeitos na
sauacutede humana Aleacutem do que para a tomada de decisotildees na esfera puacuteblica eacute
necessaacuterio considerar a opiniatildeo da comunidade
Bastos (2007) delineou formas de ensinar Fiacutesica a estudantes do Ensino
Meacutedio a partir de eventos do cotidiano de forma que a abordagem de conteuacutedos de
Fiacutesica torna-se mais significativo e prazeroso e ao mesmo tempo com utilidade
61
vivencial da praacutetica dos mesmos relacionando agrave sauacutede auditiva Considerou que os
estudantes tem posse de sons portaacuteteis (MP3 MP4 ipod walkman etc) ou estatildeo
expostos uma vez que costuma expor seus ouvidos a alta intensidade sonora sem
consciecircncia nem conhecimentos de que as muacutesicas em volume alto podem levar a
perda induzida de audiccedilatildeo
O objetivo foi mostrar que a Fiacutesica pode ajudar a compreender as
propriedades do som e tambeacutem verificar como o som age no organismo vivo
utilizando agrave noccedilatildeo de perfil conceitual e os conceitos de interdisciplinaridade e
complexificaccedilatildeo como referencial teoacuterico
Na metodologia relacionou os conceitos de Fiacutesica com os de sauacutede auditiva
em funccedilatildeo das praacuteticas cotidianas dos estudantes Em 2005 ndash preacute-teste zero -
aplicaram um questionaacuterio com 5 questotildees e uma representaccedilatildeo imageacutetica para
levantamento dos conceitos preacutevios dos estudantes sobre poluiccedilatildeo sonora e com as
respostas em seguida definiu categorias perceptivas sobre o tema No preacute-teste um
em 2005 apoacutes verificaccedilatildeo dos conhecimentos preacutevios e das categorias (emocional
esteacutetico fisioloacutegico) aplicaram outro questionaacuterio com 18 questotildees focando tais
percepccedilotildees subjetivas Em 2006 no preacute-teste dois avaliou e identificou as primeiras
compreensotildees do conhecimento complexificado nas atividades propostas No
mesmo ano apoacutes aplicaccedilatildeo das atividades verificou se houve apropriaccedilatildeo do
conceito e compreensatildeo do conhecimento complexificado Em 2007 refez atividades
para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos por meio de um questionaacuterio com
oito questotildees Todas as atividades foram aplicadas agrave estudantes do Ensino Meacutedio
de uma escola puacuteblica com idades variando de 16 a 20 anos
A autora concluiu que as coleta de dados antes durante e depois das
atividades foi um importante fator para tomada de consciecircncia dos estudantes com
relaccedilatildeo ao conteuacutedo de Fiacutesica desenvolvido nas atividades pois eles percebeu que
houve mudanccedila de perfil conceitual com relaccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora O aprendizado
adquirido pelos estudantes possibilitou o discernimento do que eacute saudaacutevel no
entanto a autora natildeo percebeu que estudantes transitaram conscientemente entre
as diferentes zonas do perfil conceitual selecionando criteacuterios dentre todos os
oferecidos agrave consciecircncia o mais adequado com o contexto de vivecircncia mas houve
uma integraccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico com o cotidiano
Para a autora a construccedilatildeo interdisciplinar natildeo eacute uma tarefa simples de ser
realizada quando deixado por conta das decisotildees dos estudantes imaginando que
62
eles construiratildeo relaccedilotildees entre teoria e metodologias que fundamentam a
interdisciplinaridade mas eacute imprescindiacutevel o interesse do professor em se atualizar
buscar novas formas de apresentar o conhecimento que faccedila sentido para ele e os
estudantes A dissertaccedilatildeo propotildee incluir o tema de acuacutestica e a aplicaccedilatildeo das
atividades no planejamento escolar mas tambeacutem incentiva o leitor inspirar-se na
construccedilatildeo de outras relaccedilotildees interdisciplinares que tenham mais valor para ele
para os estudantes para a comunidade na qual estaacute inserida a escola
210 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO
A revisatildeo de literatura revelou que o tema ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute pouco
discutida entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias (quatro
trabalhos apresentados em congressos) e inexistente nos Encontros de Pesquisa de
Educaccedilatildeo Ambiental mas jaacute comeccedila ser apontada nas dissertaccedilotildees e teses
depositadas no banco da CAPES (duas dissertaccedilotildees e uma tese) Desta forma haacute
uma clara lacuna na pesquisa educacional no que se refere a uma problemaacutetica tatildeo
presente e contemporacircnea Os trabalhos evidenciaram que o crescimento dos
transportes urbanos carros e trens que cortam as cidades tecircm efeito sobre o
aumento do ruiacutedo urbano com consequecircncias para a sauacutede de forma geral e podem
prejudicar o ensino e a aprendizagem
Por outro lado a poluiccedilatildeo sonora pode ser estudada de forma criacutetica se
abordada com aspectos da Educaccedilatildeo Ambiental O som faz parte do cotidiano da
vida e em muitos momentos os excessos natildeo satildeo percebidos
Em relaccedilatildeo ao uso do Aparelho Celular foram identificados sete estudos e
ficou evidente que esta tecnologia de faacutecil acesso jaacute estaacute inserida na escola Os
trabalhos indicaram tambeacutem que os Aparelhos Celulares impactaram a
aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo no envolvimento deles
em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de opiniatildeo sobre a escola e os estudos
Os projetos que utilizam Aparelhos Celulares como apoio ao Ensino e a
Aprendizagem sendo dois no Brasil um no Chile e outro no Uruguai tem como
objetivo auxiliar na formaccedilatildeo de professores e dos estudantes do Ensino
63
Fundamental e Meacutedio Embora os Aparelhos Celulares estejam nas matildeos dos
professores e de estudantes ainda satildeo poucas as iniciativas com projetos na aacuterea
de ensino No entanto natildeo haacute nenhuma relaccedilatildeo com a poluiccedilatildeo sonora ou ruiacutedos
oriundos dos fones auriculares quando utilizados para ouvir muacutesica o que corrobora
a necessidade de estudos como o proposto nesta dissertaccedilatildeo
No Banco de dissertaccedilotildees e Teses da Capes foram localizadas apenas quatro
pesquisas sobre poluiccedilatildeo sonora relacionadas a aacuterea educacional Isso corrobora
com a necessidade de mais estudos na aacuterea
Na proacutexima seccedilatildeo discuto o aporte teoacuterico a partir de trecircs premissas
fundamentais para o desenvolvimento desta pesquisa alteraccedilotildees no conceito de
cultura e identidade que emergem na sociedade contemporacircnea As alteraccedilotildees no
significado de som ruiacutedo e poluiccedilatildeo sonora e partir de mudanccedilas na percepccedilatildeo da
relaccedilatildeo espaccedilo-temporal na sociedade contemporacircnea As tecnologias de faacutecil
acesso como a do Aparelho Celular e do uso de fones auriculares modificando o
ambiente escolar e as percepccedilotildees de pertencimento ao grupo
64
3 PERSPECTIVAS CULTURAIS E AS ALTERACcedilOtildeES NAS PERCEPCcedilOtildeES
ESPACcedilO-TEMPORAIS SOBRE SOM E RUIacuteDO
Esta dissertaccedilatildeo foi proposta a partir de trecircs premissas a saber
Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos
indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade
moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo
espaccedilo-temporal
Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o meio
a partir de uma outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal
modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e
seus impactos na sauacutede
O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si
modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante
sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo
Nesta seccedilatildeo busco em alguns pensadores explicaccedilotildees sobre as mudanccedilas
que ocorreram na sociedade contemporacircnea e que datildeo aporte a tais premissas
Para desenvolvecirc-la teoricamente revejo o conceito de Cultura abordado por Hall
(2007) e as discussotildees que este autor desenvolve sobre a noccedilatildeo de significado a
partir da ideia de Circuito Cultural essas discussotildees satildeo realizadas na primeira
parte intitulada ldquoCulturas e Identidades na poacutes-modernidaderdquo
A partir disso abordo o conceito de Interaccedilatildeo Social e a modificaccedilatildeo
transformaccedilatildeo do ambiente discutido por Vygotsky (2007) e as mudanccedilas nas
formas de interaccedilatildeo social geradas pelos novos meios de comunicaccedilatildeo Thompson
(2011) a seccedilatildeo centra-se no argumento de que o Aparelho Celular modifica as
interaccedilotildees sociais especialmente no Ambiente Escolar Para tanto abordo
pressupostos teoacutericos da cultura contemporacircnea e suas especificidades para o
ambiente escolar Este ambiente entendido como territoacuterio de disputa de identidades
(HALL 2011) nas quais os estudantes produzem reproduzem e modificam a
sociedade em que vivem e a relaccedilatildeo que tecircm com os meios de comunicaccedilatildeo de faacutecil
acesso (especialmente o Aparelho Celular) permitindo outras possibilidades de
65
inserccedilatildeo no grupo facilitando o sentimento de pertencimento a ele pois Thompson
(2011) sugere que ldquoAo alterar a compreensatildeo do lugar e do passado o
desenvolvimento dos meios de comunicaccedilatildeo modificou o sentido de pertencimento
dos indiviacuteduos isto eacute a compreensatildeo dos grupos e das comunidades a que eles
sentem pertencerrdquo (p 61 62)
Essas discussotildees satildeo realizadas na segunda parte intitulada ldquoInteraccedilotildees
sociais Tecnologia e o Ambiente Escolarrdquo Ainda fundamentado em Thompson
(2011) discuto o impacto dos meios de transportes nas culturas nas identidades e
na forma como percebemos e interagimos em sociedade A discussatildeo sobre a
percepccedilatildeo estaacute centrada nos aspectos do significado de som ruiacutedo e poluiccedilatildeo
sonora produzidos pelos meios de transporte e seus impactos agrave sauacutede humana
Essas discussotildees satildeo realizadas na terceira parte intitulada ldquoNiacuteveis de Pressatildeo
Sonora nas ruas do entorno do Coleacutegiordquo
31 CULTURAS E IDENTIDADES NA POacuteS-MODERNIDADE
A ideacuteia de cultura eacute usada para descrever um modo de vida e suas formas de
pensar sentir e atuar que satildeo assimiladas por grupos humanos Estas accedilotildees
relativas ao comportamento satildeo determinadas pela cultura estabelecida no contexto
em que esses humanos estatildeo inseridos Hall (2007) explica a grande expansatildeo do
conceito de cultura e o que estaacute associado a ele constituindo todos os aspectos da
vida social
Os seres humanos satildeo seres interpretativos instituidores de sentido A accedilatildeo social eacute significativa tanto para aqueles que a praticam quanto para os que a observam natildeo em si mesma mas em razatildeo dos muitos e variados sistemas de significado que os seres humanos utilizam para definir o que significam as coisas e para codificar organizar e regular sua conduta uns em relaccedilatildeo aos outros (HALL 2007 p15)
Para Hall (2011) a cultura de alguma forma sempre foi relevante mas natildeo
estava no centro dos debates As ciecircncias humanas jaacute promoviam isoladamente o
estudo das diversas linguagens a literaacuteria artiacutestica filosoacutefica religiosa etc mas foi
66
soacute na contemporaneidade eacute que ela passou a ser compreendida como instituidora
de sentido e portanto dos sistemas de significados que regulam nossas accedilotildees e
que compotildeem a ldquonossardquo cultura A partir dessa compreensatildeo a cultura tornou-se
central nas discussotildees
Para autores que coadunam com as perspectivas dos Estudos Culturais como
T S Eliot (1962) apud Nascimento (2009) o conceito de cultura
ldquotem diferentes associaccedilotildees se tiveacutessemos em mente o desenvolvimento de um sujeito de um grupo ou de uma sociedade no seu todo Eacute parte de sua tese que a cultura de um sujeito depende da cultura de um grupo que depende da cultura da sociedade a qual pertencemrdquo (p14-15)
Para Hall (2011) cultura se refere ao que eacute constitutivo nas experiecircncias de
vida das pessoas das comunidades dos paiacuteses ou dos grupos sociais Em
contrapartida tambeacutem se refere aos valores compartilhados por um grupo ou pela
sociedade
A cultura eacute sobre sentimentos apegos e emoccedilotildees bem como conceitos e ideias A minha expressatildeo facial lsquodiz algorsquo sobre quem eu sou (identidade) o que estou sentindo (emoccedilotildees) e qual grupo eu pertenccedilo (apegos) de forma que pode ser lsquolidarsquo e entendida por outras pessoas mesmo que eu deliberadamente natildeo pretendesse comunicar algo formalmente lsquouma mensagemrsquo e mesmo que uma outra pessoa natildeo se decirc conta de como entendeu o que eu estava lsquodizendorsquo Acima de tudo os significados culturais natildeo estatildeo somente lsquona cabeccedilarsquo Eles organizam e regulam as praacuteticas sociais influenciam nossa conduta e consequentemente tecircm efeitos reais e praacuteticos (HALL 2007 p2-3 traduccedilatildeo nossa)
O autor enfatiza ldquoo papel crucial do domiacutenio simboacutelico no coraccedilatildeo da vida
socialrdquo (HALL 2007 p3) e considera que os participantes de um grupo ou
sociedade constituem uma cultura por meio da produccedilatildeo e troca de significados Os
participantes de uma cultura interpretam significam o que vai ocorrendo ao seu
redor dando sentido as coisas ao mundo e constituindo a cultura por isso a cultura
depende de cada um de seus participantes
Em relaccedilatildeo agrave noccedilatildeo de significado Hall (2011) a aborda a partir da ideacuteia de
ldquocircuito culturalrdquo (p3) que sugere os significados satildeo constituiacutedos em muitos e
diferentes locais e circulam por meio de inuacutemeros processos ou praacuteticas A partir
dessa noccedilatildeo o autor discute quatro perspectivas
67
Na perspectiva de Woodward (1997) apud Hall (2011) o significado eacute o que daacute
sentido a nossa proacutepria identidade a quem somos e com quem temos diferentes
pertencimentos Por isso estaacute relacionado a questotildees de como a cultura eacute utilizada
para marcar e manter a identidade dentro de um grupo e para estabelecer
diferenccedilas entre grupos
Du Gay (1997) apud Hall (2011) sugere que o significado estaacute
constantemente sendo produzido e trocado em todas as interaccedilotildees pessoais e
sociais da qual tomamos parte Nesse sentido essas interaccedilotildees podem ser vistas
como os espaccedilos - de cultura e produccedilatildeo de significados - mais privilegiados embora
tambeacutem sejam os mais negligenciados A cultura tambeacutem eacute produzida em diferentes
meios com tecnologias complexas poreacutem de faacutecil acesso por meio deles os
significados atingem uma escala de comunicaccedilatildeo global que circulam entre
diferentes culturas em uma velocidade jamais vistas anteriormente
Para Mackay (1997) apud Hall (2011) os significados satildeo produzidos toda vez
que nos expressamos usamos consumimos ou nos apropriamos de objetos
culturais isto eacute quando os incorporamos de diferentes formas em nossos rituais e
praacuteticas da vida cotidiana e desta forma damos valores ou significados Ou quando
criamos narrativas estoacuterias e fantasias ao redor deles
Para Thompson (1997) apud Hall (2011) os significados regulam e organizam
nossas praacuteticas e condutas e essas contribuem para estabelecer as regras normas
e convenccedilotildees pelas quais a vida social eacute ordenada e governada Portanto praacuteticas e
condutas estruturam e modelam as ideias dos outros e tornam-se instrumento para
aqueles que anseiam governar e regular os outros
A partir dos vaacuterios autores Hall (2011) constroacutei o conceito de significado
sugerindo que ele eacute constituiacutedo em todos os diferentes momentos ou praacuteticas em
nosso circuito de cultura ndash na construccedilatildeo da identidade e na marcaccedilatildeo da diferenccedila
na produccedilatildeo e consumo assim como na regulaccedilatildeo da conduta social Em todas
essas instacircncias o principal meio pelo qual o significado eacute produzido e circula eacute a
Linguagem
De acordo com Hall (2011 p1)
[] A cultura trata de lsquosignificados compartilhadosrsquo A linguagem eacute o meio privilegiado pelo qual lsquodamos sentidorsquo as coisas em que os significados satildeo produzidos e trocados Significados soacute podem ser compartilhados por meio de nosso acesso comum agrave linguagem Entatildeo a linguagem eacute o ponto fulcral da constituiccedilatildeo dos significados e da cultura e sempre seraacute considerada
68
como o principal repositoacuterio de valores culturais e significados (traduccedilatildeo nossa)
Observando o conceito de cultura e nele as noccedilotildees de significado a partir da
ideacuteia de ldquocircuito culturalrdquo (p3) eacute possiacutevel relacionaacute-los ao meu estudo dissertativo
entendendo que os estudantes se identificam com os Aparelhos Celulares como
forma de dependecircncia e pertencimento ao grupo e este grupo por sua vez
depende da cultura de consumo veiculado nas mensagens difundida por meios
teacutecnicos de comunicaccedilatildeo para a sociedade Thompson (2011) alerta para o uso
inadequado da expressatildeo ldquocomunicaccedilatildeo em massardquo sugerindo alternativamente os
termos ldquodifusatildeo de meios teacutecnicos de comunicaccedilatildeordquo como substitutos para que se
evitem simplificaccedilotildees que sugerem que os indiviacuteduos sejam vistos como ldquoum vasto
mar de passivos e indiferenciados indiviacuteduosrdquo (p51)
A partir de Thompson e Mackay apud Hall (2011) os significados tambeacutem satildeo
produzidos pela apropriaccedilatildeo de objetos em nosso caso o Aparelho Celular e o fone
auricular Os significados tambeacutem regulam praacuteticas e condutas e estabelecem
normas pelas quais a vida social eacute ordenada e governada nesse sentido o uso do
fone auricular e do Aparelho Celular satildeo praacuteticas de conduta que modelam as ideias
tornando-se instrumentos de governabilidade e regulaccedilatildeo do grupo e entre os
integrantes do grupo ou seja ter o objeto e saber usar ou aprender com os pares
cria o significado de pertencimento e de participaccedilatildeo no grupo Reitero assim a
primeira premissa deste estudo
Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos
indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade
moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo
espaccedilo-temporal
Os fundamentos teoacutericos apresentados anteriormente me permitiram refletir
sobre as mudanccedilas na sociedade contemporacircnea com reflexos no processo
identitaacuterio dos estudantes especialmente relacionados a cultura escolar a partir da
ideia da inserccedilatildeo dos Aparelhos Celulares na escola e na constituiccedilatildeo de outros
modelos simboacutelicos de estudante Isso reitera a terceira premissa deste estudo
A seguir abordarei as mudanccedilas que ocorreram na intensidade sonora no
entorno da escola a partir do aumento da quantidade de veiacuteculos e trens com as
consequecircncias dessas mudanccedilas no cotidiano da comunidade escolar
69
32 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA NAS RUAS DO ENTORNO DO COLEacuteGIO
No seacuteculo XIX os humanos inventaram a maacutequina a vapor os veiacuteculos com
motor de explosatildeo (carro caminhatildeo e motocicletas entre outros) O
desenvolvimento desses novos meios de transporte afetou as maneiras pelas quais
os indiviacuteduos experimentam as caracteriacutesticas de espaccedilo e de tempo da vida social
(THOMPSON 2011 p 60)
Cidades como Curitiba natildeo ficaram alheias a essas afetaccedilotildees que impuseram
agrave vida social uma nova percepccedilatildeo de espaccedilo e tempo oriunda das mudanccedilas
tecnoloacutegicas que trouxeram mais velocidade aos meios de transporte tornando-se
cruciais para diminuiccedilatildeo do tempo entre espaccedilos percorridos Em outras palavras a
velocidade do transporte e da comunicaccedilatildeo aumentou e consequentemente a
distacircncia pareceu diminuir Mas o que ocorreu com a poluiccedilatildeo sonora nas ruas do
entorno do Coleacutegio nomeadamente na Avenida Afonso Camargo no qual se localiza
o CEPMAT
Curitiba eacute uma cidade paradoxal ao mesmo tempo em que foi ldquovendidordquo um
conceito de cidade Ecoloacutegica com planejamento urbano eficaz (MENDONCcedilA 2002)
ocultou-se a discussatildeo sobre poluiccedilatildeo sonora evitando que a percepccedilatildeo desses
problemas arranhasse a imagem europeia da cidade
Ateacute a miacutedia natildeo especializada reconhece que nas ruas de Curitiba haacute um
excesso de carros ocircnibus caminhotildees que tornam a cidade barulhenta (LOPES
2008) e mesmo em aacutereas arborizadas como as do Jardim Botacircnico medem-se
decibeacuteis acima dos recomendados por normas teacutecnicas (BRASIL 1998) Ribas
(2007) identificou que a principal fonte de ruiacutedos eacute o veiacuteculo campeatildeo de
reclamaccedilotildees por parte da populaccedilatildeo Entre as reclamaccedilotildees sobre poluiccedilatildeo sonora
que ocorreram durante o horaacuterio comercial 70 delas referem-se ao ruiacutedo de meios
de transporte Em Curitiba haacute cerca de 460 automoacuteveis para cada grupo de mil
pessoas a maior proporccedilatildeo carro pessoa no Brasil Alem dos carros haacute tambeacutem
trens motociclistas sirenes alarmes etc Nessa pesquisa mediu os niacuteveis de
pressatildeo sonora (decibeacuteis) em 100 pontos ao longo das canaletas de ocircnibus
70
expresso em diversas regiotildees da cidade Desses 86 tiveram intensidade sonora
superior aos permitido pela lei Municipal 1062512
Art 5ordm A emissatildeo de sons e ruiacutedos por quaisquer atividades industriais comerciais prestadoras de serviccedilos religiosas sociais recreativas e de carga e descarga natildeo podem exceder os niacuteveis de pressatildeo sonora contidos no Anexo I que faz parte integrante desta lei sect 3ordm - Quando a propriedade que sofre o incocircmodo tratar-se de escola creche biblioteca puacuteblica hospital ambulatoacuterio casa de sauacutede ou similar com leitos para internamento hotel ou similar devem ser atendidos os limites estabelecidos para ZR-1 independentemente da zona de uso e deve ser observado o raio de 20000m (duzentos metros) de distacircncia definida como zona de silecircncio (CURITIBA 2002)
O anexo I da mesma lei e mencionado na citaccedilatildeo estabelece niacuteveis de
pressatildeo sonora maacuteximos permitidos que foram resumidos no quadro 10
Diurno Vespertino Noturno
Entre 07h01min e 19h00 Entre 19h01min e 22h00 Entre 22h01min e 07h00
ZR-1 55 50 45
ZE-E 60 55 50
ZR-1 = Zona Residencial 1 e ZE-E = Zona Especial Educacional
QUADRO 10 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA EM (NPS) PERMITIDOS EM AacuteREAS RESIDENCIAIS E ESCOLARES FONTE O AUTOR (2014) ADAPTADO DO ANEXO I DA LEI ORDINAacuteRIA MUNICIPAL 10625 (CURITIBA 2002)
A intensidade sonora alta eacute uma inimiga invisiacutevel pois nem sempre se
percebe o barulho intenso que pode causar estresse insocircnia problemas de audiccedilatildeo
e ateacute outros problemas de sauacutede Esses problemas satildeo maiores nas grandes
cidades e de acordo com Ribas (2007) a poluiccedilatildeo sonora eacute um dos maiores
problemas para sauacutede humana
A audiccedilatildeo humana eacute capaz de tolerar ruiacutedos ateacute o limite de 85 decibeacuteis por
um periacuteodo de ateacute oito horas Sons acima deste limite podem prejudicar ou ateacute
causar perda auditiva dependendo do tempo de exposiccedilatildeo Acima de 85 decibeacuteis
ocorre desconforto auditivo irritabilidade cansaccedilo e perda de atenccedilatildeo no entanto
esses problemas dificilmente satildeo associados ao ruiacutedo O aumento de 5 decibeacuteis
reduz pela metade o tempo recomendado para a exposiccedilatildeo inicial ao ruiacutedo
Ribas (2007) notou que a poluiccedilatildeo sonora eacute um incomodo para as pessoas
no entanto a reaccedilatildeo estaacute aqueacutem do que o problema exige As pessoas identificam o
12 Lembrando que o texto da Lei 106252002 encontra-se no Anexo I desta dissertaccedilatildeo
71
ruiacutedo como algo negativo porem natildeo esboccedilam reaccedilotildees A reaccedilatildeo mais comum eacute a
instalaccedilatildeo de janelas que absorvem o ruiacutedo Para a autora as pessoas raramente
reclamam pois natildeo sabem para quem reclamar
De acordo com a autora a Avenida Affonso Camargo onde se situa o
CEPMAT eacute uma das mais barulhentas da cidade ali as mediccedilotildees indicaram niacuteveis
de 90 decibeacuteis
Enfim tanto Ribas (2007) como Gasperin (2011) mostrou que os ruiacutedos
provocados pelos trens estatildeo acima do limite estabelecido pela legislaccedilatildeo mas o
grupo pesquisado por Gasperin o interpretou com uma perpectiva bucoacutelica de boas
lembranccedilas e natildeo o perceberam como incocircmodo embora o ruiacutedo dos automoacuteveis foi
compreendido como estressante
Neste item abordei aspectos culturais da sociedade Curitibana
contemporacircnea e urbana que convive com altos niacuteveis de pressatildeo sonora bastante
prejudicial agrave sauacutede mental auditiva e fiacutesica de forma geral mas que nem sempre
consegue perceber que estaacute exposta a esses niacuteveis de ruiacutedos por consideraacute-los
parte inerente da cultura e da vida citadina e por consequecircncia natildeo se protege e
pouco reclama isso reitera a segunda premissa deste estudo
Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o meio
a partir de uma outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal
modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e
seus impactos na sauacutede
O CEPMAT e a comunidade escolar estatildeo inseridos neste contexto portanto
entender aspectos da cultura escolar dos estudantes imersos nesse ambiente
ruidoso eacute essencial A seguir abordarei as mudanccedilas que ocorreram na intensidade
sonora no entorno da escola a partir do aumento da quantidade de veiacuteculos e trens
com as consequecircncias dessas mudanccedilas no cotidiano da comunidade escolar
33 INTERACcedilOtildeES SOCIAIS TECNOLOGIA E O AMBIENTE ESCOLAR
Eacute pela interaccedilatildeo social nas atividades que os indiviacuteduos compartilham coacutedigos
- tecnologias - aprendizagens rituais inovaccedilatildeo Vigostky (2007) analisou a interaccedilatildeo
72
entre humanos e ambiente a partir dos registros que os indiviacuteduos fazem neste
mundo (linguagem) estes registros satildeo ao mesmo tempo materiais culturais e
sociais Assim os indiviacuteduos se inserem no ambiente e a partir desta inserccedilatildeo satildeo
constituiacutedos como humanos E ao mesmo tempo em que se apropriam da cultura jaacute
acumulada pelas geraccedilotildees anteriores atuam sobre o mundo relacionando-se com
ele modificando-o e transformando-o de forma ativa
Ainda segundo Vygotsky (2007) a linguagem eacute o meio pelo qual a reflexatildeo e
a elaboraccedilatildeo da experiecircncia ocorrem Esse eacute um processo extremamente pessoal e
ao mesmo tempo profundamente social Ele compara a relaccedilatildeo entre o indiviacuteduo e a
sociedade com um rio e seus afluentes combinando e separando os diferentes
elementos da vida humana com significados No iniacutecio o significado domina a accedilatildeo
posteriormente se inverte o significado torna-se o numerador enquanto a accedilatildeo
ocupa o lugar de denominador Os humanos satildeo capazes de fazer mais do que
podem compreender Noacutes natildeo nos comportamos de forma totalmente simboacutelica no
brinquedo o que queremos eacute realizar nossos desejos e ao pensar ele agimos
Nesta dissertaccedilatildeo a interaccedilatildeo aparece na forma de praacuteticas culturais que
congregam diferentes instacircncias tais como consumo representaccedilatildeo identidade
determinando modelos simboacutelicos e processos de significaccedilatildeo da sociedade
Para Nascimento (2009) a vida sociocultural permite agregaccedilotildees as pessoas
natildeo vivem soacutes mas em grupos Nos diversos modelos de sociedade percebem-se
diferentes tipos de ajuntamento de pessoas estas nascem estudam trabalham
divertem-se e envelhecem em organizaccedilotildees para aleacutem das organizaccedilotildees familiares
Os diferentes grupos ou agregados constituem a sociedade que desenvolve
maneiras de socializaccedilatildeo com regras objetivos direitos e obrigaccedilotildees e satildeo
reconhecidas como culturas
Ainda para este autor as miacutedias de comunicaccedilatildeo admitem um novo ambiente
social que permite interaccedilatildeo e propicia tambeacutem espaccedilos para rupturas e
resistecircncias
Para Thompson (2011) se quisermos entender as transformaccedilotildees culturais
associadas ao surgimento das sociedades modernas deveriacuteamos reservar um papel
importante ao desenvolvimento da miacutedia e ao seu impacto Com advento das miacutedias
de comunicaccedilatildeo as atividades culturais adentraram tambeacutem aos ambientes virtuais
e as transformaccedilotildees decorrentes acabaram excedendo as interaccedilotildees sociais face a
face As tecnologias de interaccedilatildeo social desenvolvidas nas sociedades
73
contemporacircneas permitem interaccedilatildeo de forma globalizada agraves particularidades de
uma pessoa ou de um grupo passam ser mateacuteria de conhecimento mais amplo e
por meio da propagaccedilatildeo e exposiccedilatildeo
Para Hall (2011) as velhas identidades que por tanto tempo estabilizaram o
mundo social estatildeo em decliacutenio fazendo surgir novas identidades que
fragmentaram o indiviacuteduo da modernidade Tais transformaccedilotildees abalam agrave ideia que
temos de ser noacutes mesmos como sujeitos integrados ldquoa identidade somente se torna
uma questatildeo quando estaacute em criserdquo (p9)
O processo de desenvolvimento social que na maioria das vezes eacute carente
de reflexatildeo criacutetica estaacute subordinado a uma macroestrutura do consumismo ditada
pela miacutedia (escrita ou televisionada) que impotildee produtos e tecnologias com
concepccedilotildees impostas por uma cultura que se pretende homogeneizante dominante
O Aparelho Celular eacute uma tecnologia de faacutecil acesso que influencia e eacute
influenciada pelos grupos transformando muitas das praacuteticas sociais existentes e
com isso transformando tambeacutem a cultura Ele aumentou significativamente as
interaccedilotildees entre membros de uma mesma comunidade ou ateacute com outras
comunidades uma vez que essas interaccedilotildees ocorrem a todo o momento No
entanto os novos niacuteveis de interaccedilatildeo soacute se tornam possiacuteveis se os indiviacuteduos
compreenderem e usarem essa tecnologia Isso desafia as pessoas e
consequentemente modifica sua forma de interaccedilatildeo social sua cultura e sua
identidade
Seja em casa na rua nas praccedilas puacuteblicas ou na sala de aula as mudanccedilas
identitaacuterias que ocorreram pela posse e uso das Tecnologias de Informaccedilatildeo e
Comunicaccedilatildeo satildeo perceptiacuteveis O Aparelho Celular eacute uma dessas tecnologias e
cada vez apresenta-se com mais funccedilotildees torna-se mais acessiacutevel e seu uso eacute
ensinado aprendido pelos pares imprimindo novos ritmos e outros coacutedigos ao
cotidiano As pessoas compartilham momentos com fotos jogos muacutesicas
mensagens etc
No ambiente escolar da mesma forma que em outros ambientes os
Aparelhos Celulares imprimem novos ritmos ao dia-a-dia dos estudantes e dos
professores Esses aparelhos ajudam a estabelecer novos coacutedigos de comunicaccedilatildeo
verbal ou natildeo Por exemplo um jogo a internet e principalmente as muacutesicas em
formato mp3 que podem ser acessadas com essa tecnologia funcionando como
coacutedigos porque permitem interaccedilatildeo entre estudantes uma vez que os mesmos
74
podem selecionar e criar seus proacuteprios aacutelbuns com o que mais lhes agrada Possuir
um Celular e trazecirc-lo para a escola usar o fone auricular saber utilizar as
capacidades dessa tecnologia podem ser compreendidos como coacutedigos pois
estabelecem significados como o de pertencimento natildeo pertencimento ao grupo e
que governa e regula o grupo
Esses significados estabelecem uma nova identidade cultural para os
estudantes no ambiente escolar e por consequecircncia promovem transformaccedilotildees nos
modos de organizaccedilatildeo da sala de aula Thompson (2011 p 61-62) sugere que
O desenvolvimento dos meios de comunicaccedilatildeo modificou o sentido de pertencimento dos indiviacuteduos ndash isto eacute a compreensatildeo dos grupos e das comunidades a que eles sentem pertencer - uma trajetoacuteria comum no tempo e no espaccedilo ndash alimentado dos produtos da miacutedia ndash uma origem e um destino comuns que tambeacutem vai sendo alterada sentimo-nos pertencentes a grupos e comunidades que se constituem em parte atraveacutes da miacutedia
As ideias de Bauman apresentadas por Pondeacute (2008) corroboram com as de
Thompson (2011) no que tange as mudanccedilas nos modelos de comunicaccedilatildeo a partir
do desenvolvimento das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Ao explicar o
conceito de modernidade liacutequida em Bauman (2008) Pondeacute repete a metaacutefora do
filoacutesofo Ralph Waldo Emerson na qual
estamos atravessando um deserto natildeo adianta achar que estamos na primavera porque todas as flores satildeo de plaacutestico significa que vamos sofrer bastante nessa travessia na eacutepoca que a gente vive a gente vive como se noacutes correcircssemos sobre uma fina casca de gelo se vocecirc parar ela racha quando ela rachar vocecirc se afoga e Bauman retoma dizendo ldquonoacutes estamos atravessando o inverno e a casca eacute fina se vocecirc andar devagar o chatildeo racha e entatildeo vocecirc morre isto eacute aleacutem de ser inverno natildeo ter uma ideia clara sobre a vida vocecirc tem que correr sem saber qual a direccedilatildeordquo (transcrito a partir de PONDEacute 2011)
Nesse sentido o ambiente escolar eacute um dos espaccedilos da Modernidade
Liacutequida (ou Poacutes-Modernidade) de Bauman (2008) e pode ser interpretado a partir da
mesma metaacutefora que sugere que natildeo sabemos qual caminho seguir e nem mesmo
sabemos se haacute um uacutenico caminho possiacutevel Assim perceber as mudanccedilas que
ocorreram nesse espaccedilo e a forma com a qual os estudantes interagem com ela nos
permite perceber e procurar compreender as novas linguagens produzidas
[culturalmente] na contemporaneidade
75
Na linguagem noacutes usamos sinais e siacutembolos sons palavras escritas
imagens produzidas eletronicamente notas musicais ateacute mesmo objetos como
forma de representar para outras pessoas nossos conceitos ideias e sentimentos
que constituem nossa cultura (HALL 2011)
As novas linguagens produzem diferentes identidades nesses estudantes
que ao mesmo tempo em que estatildeo conectados aos Aparelhos Celulares vivem
tambeacutem em um mundo transformado ruidoso agitado multifuncional tudo isso
ajuda a constituir essas novas identidades estudantis e portanto compreender
essas mudanccedilas nos ajuda a identificar caminhos possiacuteveis para a escola e a sala
de aula da sociedade contemporacircnea
Assim compreender os significados da presenccedila e uso do Aparelho Celular
na escola eacute compreender essa nova linguagem pois como vimos nesta seccedilatildeo o
Celular pode ser entendido como um signo um objeto de desejo que opera no
sistema representacional da nossa cultura Ele constroacutei significados modifica o
sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modela praacuteticas de conduta
ideias e eacute usado inclusive como instrumento de governabilidade e regulaccedilatildeo interna
do grupo O Aparelho Celular opera portanto como um modelo simboacutelico que cria
um novo ambiente social Em resumo ao relacionar ambiente escolar Tecnologias
da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e as mudanccedilas na cultura escolar constituiacuteram-se
novas tessituras para entender a escola contemporacircnea ou da modernidade liacutequida
para usar o termo de Bauman (2008)
Os fundamentos teoacutericos apresentados anteriormente me permitiram refletir
sobre as mudanccedilas na sociedade contemporacircnea com reflexos no processo
identitaacuterio dos estudantes especialmente relacionados a cultura escolar a partir da
ideia da inserccedilatildeo dos Aparelhos Celulares na escola e na constituiccedilatildeo de outros
modelos simboacutelicos de estudante Isso reitera a terceira premissa deste estudo
O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si
modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante
sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo
76
34 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO
Nesta seccedilatildeo discuti trecircs premissas a partir do aporte teoacuterico filosoacutefico de
pensadores contemporacircneos que discutem alteraccedilotildees no conceito de cultura e
identidade cultural Hall (2007) que descreve cultura como um modo de viver de
sentir de pensar e de atuar que eacute constantemente construiacuteda desconstruiacuteda
reconstruiacuteda de diferentes formas por infinitos agrupamentos humanos
Esta seccedilatildeo discutiu tambeacutem as mudanccedilas ambientais decorrentes do
desenvolvimento dos meios de transporte que trouxeram maior velocidade a vida
social e afetaram as maneiras pelas quais os indiviacuteduos experimentam as
caracteriacutesticas de espaccedilo e de tempo Em contrapartida esse desenvolvimento
trouxe novos impactos ao estilo de vida e a forma com que nos relacionamos com o
ambiente Nossas percepccedilotildees sobre o significado de ruiacutedo e de poluiccedilatildeo sonora
bem como suas consequecircncias para a sauacutede foram afetadas
Outro autor estudado foi Thompson (2011) que discute as transformaccedilotildees
culturais associadas ao surgimento das sociedades contemporacircneas Para ele o
desenvolvimento das miacutedias de comunicaccedilatildeo especialmente a Tecnologia da
Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (Aparelho Celular) teve um papel e um impacto
importante no surgimento dessa sociedade e na forma com que esses aparelhos
afetam as percepccedilotildees de pertencimento ao grupo e a necessidade de consumo
Com advento das miacutedias de comunicaccedilatildeo as atividades culturais adentraram
tambeacutem aos ambientes virtuais e as transformaccedilotildees decorrentes acabaram
excedendo as interaccedilotildees sociais face a face As tecnologias de interaccedilatildeo social
desenvolvidas nas sociedades contemporacircneas permitem interaccedilatildeo de forma
globalizada As particularidades de um individuo ou de um grupo passam ser mateacuteria
de conhecimento mais amplo por meio da propagaccedilatildeo e exposiccedilatildeo Nesse contexto
entendo que o Aparelho Celular uma Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo
estaacute inserido e impacta a cultura escolar pois carrega consigo outras possibilidades
de interaccedilatildeo social e com elas o sentimento de pertencimento ao grupo Assim o
Celular passa a ser considerado um elemento vital para o grupo
Na proacutexima seccedilatildeo abordo a percepccedilatildeo dos estudantes sobre uso do Aparelho
Celular no ambiente escolar
77
4 O USO DO CELULAR E AS PERCEPCcedilOtildeES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA
Com os avanccedilos da Telefonia Moacutevel os estudantes parecem consumir
intensivamente essa Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e estatildeo atentos aos
uacuteltimos lanccedilamentos de Aparelhos Celulares existentes no mercado Para Miranda
(2007) todos esses aparatos tecnoloacutegicos tecircm afetado o modo de estruturar a
educaccedilatildeo escolar e de desenvolver o trabalho docente
Essa revoluccedilatildeo estaacute ocorrendo nas escolas pois observando tive a impressatildeo
de que os Aparelhos Celulares estatildeo nas matildeos de praticamente todos os
estudantes e os reflexos satildeo constatados nas salas de aula na forma de desafios
positivamente se esses Aparelhos Celulares for encarados como uma ferramenta
adicional a ser utilizada no ensino para colaborar com aprendizagem ou
negativamente se forem vistos apenas como empecilhos para o ambiente escolar
Assim justifica-se uma investigaccedilatildeo que avalie os usos do Celular e as percepccedilotildees
dos estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora causada pelo uso de fones auriculares
ligados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica
Nesta seccedilatildeo busco responder a segunda questatildeo de pesquisa proposta na
primeira seccedilatildeo Eacute importante notar que inicio respondendo a segunda questatildeo de
investigaccedilatildeo ao inveacutes de responder a primeira questatildeo relembrando que nesta
dissertaccedilatildeo as questotildees foram produzidas a partir de uma loacutegica do raciociacutenio
necessaacuterio para se obter as informaccedilotildees No entanto para constituiccedilatildeo dos dados
utilizei trecircs instrumentos que seratildeo analisados separadamente assim na seccedilatildeo 4
apresento e analiso o resultado do questionaacuterio respondendo a segunda questatildeo de
investigaccedilatildeo Na seccedilatildeo 5 apresento e analiso o resultado das afericcedilotildees de niacuteveis de
pressatildeo sonora oriundos do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares respondendo a primeira e terceira questotildees de
investigaccedilatildeo Na seccedilatildeo 6 apresento e analiso o ldquoTeste de autoidentificaccedilatildeo de
alguns sintomas de estresserdquo respondendo a quarta questatildeo de investigaccedilatildeo
A segunda questatildeo de investigaccedilatildeo eacute ComoSe os estudantes do Ensino
Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no ambiente escolar
Para responder esta questatildeo de pesquisa me propus a aplicar aos
Estudantes do CEPMAT um questionaacuterio para investigar
78
a) Usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar
b) As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees subsequentes) sobre efeitos da
Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva
c) Relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e regras
do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado
Esta seccedilatildeo descreve e analisa o questionaacuterio realizado para responder a esta
questatildeo e seus trecircs subitens
A seccedilatildeo inicia-se com a apresentaccedilatildeo do questionaacuterio para o levantamento e
sua metodologia de aplicaccedilatildeo em seguida apresento os resultados do levantamento
realizado no terceiro subitem apresento anaacutelises cruzadas das respostas obtidas e
termino identificando os usos do Celular entre os estudantes no ambiente escolar
Minha proposta foi realizar um levantamento no CEPMAT quanto agrave posse de
Aparelhos Celulares entre os estudantes pois todos os dias os mesmos fazem uso
dessa Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (Celular) durante o periacuteodo letivo
Os professores do coleacutegio queixam-se com frequecircncia dos excessos por parte dos
estudantes quanto a este uso e remetem-se ao Regimento Escolar (Artigo 176ordm)
que governa as accedilotildees de toda a escola Ali estaacute determinado que eacute vedado ao
estudante
II- ocupar-se durante o periacuteodo de aula de atividades contraacuterias ao processo pedagoacutegico (hellip) IV- trazer para o estabelecimento de ensino material de natureza estranha ao estudo (hellip) XIII- utilizar-se de aparelhos eletrocircnicos na sala de aula que natildeo esteja vinculado ao processo ensino e aprendizagem (ZANOTTO 2011 p 68 69)
Essas Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo tecircm absorvido a atenccedilatildeo
dos estudantes durante as aulas e muitos professores assim como eu buscam
formas de relacionar tais aparatos com o ensino e a aprendizagem
Para entender melhor o uso que os estudantes fazem dos Aparelhos
Celulares apliquei inicialmente um questionaacuterio inserido no apecircndice I desta
dissertaccedilatildeo com oito itens fechados para 14 turmas do Ensino Meacutedio no CEPMAT
com o intuito de verificar a porcentagem de estudantes que possuem Aparelhos
Celulares Esse questionaacuterio foi aplicado no mecircs de novembro de 2012 nos
79
periacuteodos matutino e noturno para todas as turmas do Ensino Meacutedio durante o seu
horaacuterio de permanecircncia (hora atividade) na escola Os estudantes foram informados
antecipadamente que a participaccedilatildeo deles era completamente opcional e natildeo havia
nenhum viacutenculo com qualquer tipo de avaliaccedilatildeo de aprendizagem ou notas Os
estudantes ou seus responsaacuteveis assinaram o termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) contido no apecircndice 2 desta dissertaccedilatildeo e 240 questionaacuterios
foram respondidos
A seguir discuto as respostas uma a uma para depois analisar alguns dados
de forma integrada e finalmente responder quem tem Celular na escola e para que
usa Os resultados do questionaacuterio seratildeo apresentados na forma de graacuteficos com
porcentagens A primeira pergunta foi ldquoVocecirc possui um Telefone Celularrdquo De
acordo com o graacutefico 1 observamos a porcentagem de estudantes que tem posse de
um Aparelho Celular
GRAacuteFICO 1 - VOCEcirc POSSUI UM TELEFONE CELULAR FONTE COSTA (2014)
As respostas plotadas no graacutefico 1 mostram que a maioria dos estudantes
tem Aparelho Celular Esse dado reitera os achados de Beringuy (2011) segundo a
qual 898 das pessoas com rendimento entre trecircs e cinco salaacuterios miacutenimos tecircm
Celular esse percentual aumentou na populaccedilatildeo de renda baixa o que corresponde
agrave faixa de renda dos estudantes da comunidade escolar do CEPMAT descrito por
Zanotto (2010 p2) apontando que a comunidade escolar do CEPMAT eacute ampla
muitas famiacutelias de classe meacutedia e meacutedio-baixas oriundas das classes trabalhadoras
Beringuy (2011) menciona que 41 das pessoas sem rendimento e as com
rendimento ateacute um salaacuterio miacutenimo tambeacutem possuem Celular Essa autora enfatiza
tambeacutem que aumentou em 1072 no periacuteodo de 2005 a 2011 o nuacutemero de
80
pessoas acima 10 anos com posse de Aparelhos Celulares e ressalto que em todas
as regiotildees do Brasil houve grande aumento do nuacutemero de Aparelhos Celulares para
uso pessoal sendo esta populaccedilatildeo constituiacuteda de estudantes de idade escolar
O segundo item ldquoVocecirc traz o Telefone Celular para a escolardquo buscou
verificar qual a porcentagem de estudantes que levam o Aparelho Celular para o
ambiente escolar
O graacutefico 2 resume as respostas
GRAacuteFICO 2 - VOCEcirc TRAZ O TELEFONE CELULAR PARA A ESCOLA FONTE COSTA (2014)
Para 94 (sempre quase sempre e as vezes) dos estudantes o Celular eacute
levado para a escola como se fizesse parte do material escolar A disseminaccedilatildeo do
uso dos telefones Celulares constitui parte importante do cotidiano dos estudantes
E tem se constituiacutedo como uma espeacutecie de brinquedo nas salas de aula assim eacute
impossiacutevel ignorar que os estudantes satisfazem certas necessidades no brinquedo
Vygotsky (2007) afirma A essecircncia do brinquedo eacute a criaccedilatildeo de uma nova
relaccedilatildeo entre o significado e a percepccedilatildeo visual ou seja entre situaccedilotildees no
pensamento e situaccedilotildees reais Essas relaccedilotildees proporcionam o sentimento de
pertencimento ao grupo ou com o objeto inserido na atividade luacutedica Eacute um
importante indicador do desenvolvimento influenciando sua forma de encarar o
mundo e suas accedilotildees futuras um suporte da brincadeira promovendo uma situaccedilatildeo
de transiccedilatildeo entre a accedilatildeo com objeto concreto e suas accedilotildees de pertencimento ao
grupo com significados
No item trecircs ldquoQuanto tempo vocecirc usa o Telefone Celular ao longo do dia
para qualquer de suas funccedilotildeesrdquo propus faixas de tempo em horas nas quais os
estudantes usam o Celular diariamente
81
O graacutefico 3 resume as respostas dos estudantes a esses itens
GRAacuteFICO 3 - QUANTO TEMPO VOCEcirc USA O TELEFONE CELULAR AO LONGO DO DIA PARA QUALQUER DE SUAS FUNCcedilOtildeES FONTE COSTA (2014)
As respostas mostram que a somatoacuteria de 9 + 15 + 9 + 21
perfazendo um total de 54 de estudantes que passam mais de duas horasdia
usando o Aparelho Celular temos meacutedia de 65 horas por dia incluindo a somatoacuteria
das horas ou seja 2h + 4h + 8h + 12 h isso me permite afirmar que muitas dessas
horas de uso ocorrem durante as aulas Mostra que no CEPMAT esta tecnologia
moacutevel estaacute de alguma forma (para uso didaacutetico ou natildeo) inserida na sala de aula
corroborando com a constataccedilatildeo de Alves (2007) na qual a partir do surgimento do
Celular abriram-se novas possibilidades de conexotildees entre estudantes seja na
escola nas ruas nos shoppings
Nos trecircs primeiros itens desse levantamento foram tabulados dados de
porcentagens quanto agrave posse de Aparelhos Celulares se levam estes Aparelhos
Celulares para o ambiente escolar e a quantidade de horas que passam usando o
mesmo diariamente para qualquer funccedilatildeo disponiacutevel A partir do quarto item analiso
os usos que satildeo feitos do Aparelho Celular durante o periacuteodo das aulas
O item quatro ldquoQuais as funccedilotildees do Telefone Celular vocecirc utilizou na sala
de aula sem relaccedilatildeo com a aprendizagemrdquo investigou o uso do Celular durante o
82
periacuteodo das aulas sem relaccedilatildeo com as atividades escolares e com a aprendizagem
dos conteuacutedos formais
GRAacuteFICO 4 - QUAIS AS FUNCcedilOtildeES DO TELEFONE CELULAR QUE VOCEcirc UTILIZOU NA SALA DE AULA SEM RELACcedilAtildeO COM A APRENDIZAGEM FONTE COSTA (2014)
No graacutefico 4 somando-se 3 + 5 + 6 + 9 + 10 + 17 + 23 + 25
perfaz um total de 98 de estudantes que fazem uso de algumas funccedilotildees do Celular
durante o horaacuterio de aula o que confirma minha percepccedilatildeo inicial que os estudantes
usam o Celular indiscriminadamente 23 + 25 perfaz um total de 48 dos
estudantes pesquisados responderam que usam o Celular para ouvir muacutesica e
tambeacutem para enviar e receber mensagens funccedilotildees que segundo eles proacuteprios natildeo
tecircm qualquer relaccedilatildeo com as atividades de aprendizagem em sala de aula
De acordo com as respostas 25 dos estudantes utilizam o Celular para ouvir
muacutesica durante o periacuteodo das aulas Esses aparatos tecnoloacutegicos tiveram uma
grande evoluccedilatildeo desde sua origem que era apenas comunicaccedilatildeo via raacutedio e passou
reunir diversas funccedilotildees tecnoloacutegicas como cacircmera fotograacutefica filmadora viva-voz
agenda gravador de voz MP3 player comunicaccedilatildeo wireless entre outras A maioria
das demais funccedilotildees eacute pouco usada no ambiente escolar
83
Este resultado responde parte da questatildeo de investigaccedilatildeo 1 relacionada a
intensidade de ruiacutedo dB(A) que os estudantes estatildeo expostos ao ouvir muacutesica
Bastos Mattos (2007b) estudaram aparelhos de som portaacuteteis (MP3 MP4 Ipod
walkman etc) frequentemente manuseados e utilizados na sala de aula e
perceberam que os estudantes costumam expor sua audiccedilatildeo a alta intensidade
sonora sem consciecircncia dos malefiacutecios que isso pode causar a audiccedilatildeo (p2)
Anaacutelises similares seratildeo feitas por mim na proacutexima seccedilatildeo
O uso de Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica e os excessos de ruiacutedos tecircm
trazido prejuiacutezos aos estudantes e mesmo estudos natildeo cientiacuteficos como o de
Jordatildeo (2009) considera que muitos aparelhos satildeo desenvolvidos para apreender
muacutesicas em arquivos do tipo MP3 contendo funccedilotildees de som com alta definiccedilatildeo alto
falante e tambeacutem aplicativos que permitem a criaccedilatildeo de uma verdadeira biblioteca
musical digital ou ainda que identifiquem a muacutesica que estiver tocando no ambiente
entre tantos outros
A contestaccedilatildeo de Jordatildeo (2009) sobre funccedilotildees disponiacuteveis no Aparelho
Celular me levou a estabelecer o item cinco ldquoNa sala de aula vocecirc alguma vez jaacute
utilizou o Telefone Celular para ajudar na sua aprendizagemrdquo que pesquisou
quais dessas funccedilotildees satildeo utilizadas no ambiente escolar para auxiliar na
aprendizagem
GRAacuteFICO 5 - NA SALA DE AULA VOCEcirc ALGUMA VEZ JAacute UTILIZOU O TELEFONE CELULAR PARA AJUDAR NA SUA APRENDIZAGEM FONTE COSTA (2014)
Os resultados plotados no graacutefico 5 mostram que na soma de 56 + 11 +
3 resulta em 70 dos estudantes utilizam alguma funccedilatildeo do Aparelho Celular para
84
auxiliar na aprendizagem A mais usada (56) eacute a funccedilatildeo calculadora o que me
permite concluir que o uso didaacutetico do Celular estaacute reduzido a poucas disciplinas
Alves (2007) lista algumas ferramentas comuns nos Aparelhos Celulares
entre elas os sistemas de posicionamento as mensagens de texto de voz as
funccedilotildees multimiacutedia (fotos e filmes) acesso agrave Internet (e-mails facebook e whatsapp
e outros) download de sons e imagens acesso a contas bancaacuterias jogos bate-
papo dentre outras (p 2) Boa parte dessas funccedilotildees pode ser usada didaticamente
se bem planejadas mas as respostas me permitem concluir que isso ocorre pouco
nas salas de aula
Com o item seis ldquoQuanto vocecirc gasta em meacutedia em creacuteditos por mecircsrdquo
pesquisei os gastos mensais com a conta do Aparelho Celular com a intenccedilatildeo de
elaborar anaacutelises relativas ao consumo
GRAacuteFICO 6 - QUANTO VOCEcirc GASTA EM MEacuteDIA EM CREacuteDITOS POR MEcircS FONTE COSTA (2014)
De acordo com as respostas dadas somando-se 49 + 9 + 11
perfazendo um total de 69 dos estudantes tem gastos acima de R$ 1300 mensais
que eacute proacutexima a meacutedia obtida nos estudos de Luiz (2008) referente aos gastos
mensais com contas de Aparelhos Celulares de estudantes de escola puacuteblica (em
meacutedia R$ 2000) pelo fato de natildeo ter fonte de renda fixa Nesse contexto os
Aparelhos Celulares tecircm tido impacto sensiacutevel na vida dos jovens e adolescentes
Luiz (2008) pesquisou ainda os impactos dos gastos com telefone Celular de
jovens no orccedilamento familiar pois esses satildeo atraiacutedos para o consumo na busca por
uma relaccedilatildeo de pertencimento com o grupo (HALL 2007) e (VYGOTISKY 2007) a
pesquisa demonstrou que com o desenvolvimento dos Aparelhos Celulares outros
85
produtos tambeacutem satildeo apresentados aos consumidores tornando-se rapidamente
parte do seu dia a dia assim o puacuteblico alvo principal de todas essas inovaccedilotildees
tecnoloacutegicas satildeo consumidores representados por famiacutelias compostas por crianccedilas e
adolescentes
DrsquoAmorin (2012) em um artigo de opiniatildeo discute dependecircncia e viacutecio em
relaccedilatildeo ao Aparelho Celular e sugere que o ser humano tem uma grande
necessidade de se comunicar por isso tecnologias voltadas agrave comunicaccedilatildeo satildeo
absorvidas mais rapidamente deixando as pessoas dependentes (e natildeo viciadas) a
ela sem que percebam
O item sete ldquoVocecirc sabia que o regimento escolar proiacutebe o uso do
Telefone Celular na sala de aulardquo Pesquisei o conhecimento dos estudantes em
relaccedilatildeo ao Regimento Escolar Para Arco-verde (2007) ldquoo Regimento Escolar eacute que
estrutura define regula e normatiza as accedilotildees do coletivo escolar haja vista ser a
escola um espaccedilo em que as relaccedilotildees sociais com suas especificidades se
concretizamrdquo (p10) Nas escolas estaduais do Paranaacute o Regimento eacute construiacutedo a
partir de uma matriz geral fornecida pela Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Com
ela propotildee-se que a comunidade escolar construa coletivamente as normas e regras
especiacuteficas de cada estabelecimento de ensino Novos membros que adentram a
comunidade escolar podem a qualquer momento acessar o regimento se assim o
desejarem
GRAacuteFICO 7 - VOCEcirc SABIA QUE O REGIMENTO ESCOLAR PROIacuteBE O USO DO TELEFONE CELULAR NA SALA DE AULA FONTE COSTA (2014)
Somando-se os 67 que responderam sim com os 26 que disseram que
natildeo sabiam mas usam assim mesmo e 5 dos que informaram que sabiam mas
86
que usam esporadicamente perfazem um total de 98 dos estudantes disseram ter
ciecircncia da norma estabelecida pelo Regimento Escolar sendo que desses 98
31 admitiram tambeacutem conhecer a norma e resolveram utilizar o Celular no
Ambiente Escolar afrontando-a
Com a pergunta oito ldquoVocecirc jaacute ouviu dizer que o Telefone Celular pode
trazer problemas para audiccedilatildeordquo investiguei se os estudantes tecircm consciecircncia que
a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo intenso diariamente por meio do Aparelho Celular para ouvir
muacutesica pode ser prejudicial agrave audiccedilatildeo
GRAacuteFICO 8 - VOCEcirc JAacute OUVIU DIZER QUE O TELEFONE CELULAR PODE TRAZER PROBLEMAS PARA AUDICcedilAtildeO FONTE COSTA (2014)
Na soma de 45 + 39 + 1 perfaz um total de 85 dos estudantes
responderam que jaacute ouviram dizer que pode ser prejudicial poreacutem desses um
pouco mais da metade disseram ter reduzido o uso (45 do total de respondentes
ou 53 desses 85) mesmo assim tem um grupo de 11 de estudantes que
nunca ouviu falar que usar o Aparelho Celular para ouvir muacutesica nos fones
auriculares pode trazer prejuiacutezos para a audiccedilatildeo
A Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) faz campanha nacional
anualmente no mecircs de outubro alertando sobre os riscos de se ouvir muacutesicas em
volume muito acima do recomendado A campanha eacute dirigida ao puacuteblico jovem A
sociedade em seu siacutetio eletrocircnico alerta que ldquoatualmente eacute faacutecil testemunhar seja
em escolas ou mesmo nas ruas o haacutebito de estudantes ouvirem muacutesica em alta
intensidade nos Aparelhos Celularesrdquo (SBO 2012) Os estudantes satildeo expostos
87
diariamente a ruiacutedos sem perceber o problema para audiccedilatildeo a princiacutepio o prejuiacutezo agrave
audiccedilatildeo eacute reversiacutevel poreacutem o uso constante danifica irreversivelmente a audiccedilatildeo
O relatoacuterio da American Friends of Tel Aviv University (2012) resumiu o
trabalho de Muchnik et al (2011) que pesquisaram 289 jovens com idade entre 13 a
17 anos sobre o volume e a quantidade de horas que costumam ouvir muacutesica no
Aparelho Celular A pesquisa mostrou que 80 dos jovens fazem uso do Aparelho
Celular diariamente para ouvir muacutesicas correndo um seacuterio risco de sofrer perda
auditiva precocemente devido ao volume colocado no fone auricular Das 289
pessoas pesquisadas 74 foram submetidos a exames auditivos os resultados
mostraram que em 25 desses detectou-se perda auditiva
Os pesquisadores alertaram que um em cada quatro adolescentes teratildeo
problemas auditivos A perda auditiva ocorre quando haacute exposiccedilatildeo continua a ruiacutedos
intensos e eacute um processo lento e progressivo levando entre 10 e 20 anos ou seja
seraacute tarde para reparar os danos causados a audiccedilatildeo
Os autores ressaltam que uma geraccedilatildeo inteira de jovens estaacute sofrendo de
problemas auditivos mais cedo que o esperado pelas perdas causadas pelo
envelhecimento e alertam que os fones auriculares acessoacuterios que acompanham os
Aparelhos Celulares satildeo improacuteprios para audiccedilatildeo humana (MUCHNIK et al 2011
p2)
41 CORRELACcedilAtildeO ENTRE QUESTOtildeES
Para esta anaacutelise construiacute tabelas de contingecircncia para verificar a associaccedilatildeo
entre variaacuteveis Por meio do caacutelculo do coeficiente Qui-Quadrado As tabelas de
contingecircncia satildeo utilizadas para estudar a relaccedilatildeo entre duas ou mais variaacuteveis
categoacutericas descrevendo a frequecircncias das categorias de uma das variaacuteveis
relativamente agraves categorias das outras Variaacuteveis satildeo caracteriacutesticas medidas
controladas ou manipuladas em uma pesquisa Diferem em muitos aspectos
principalmente no papel que a elas eacute dado em uma pesquisa e na forma como
podem ser medidas O teste Qui-quadrado permite analisar a relaccedilatildeo de
independecircncia entre variaacuteveis qualitativas aplica-se tanto para a anaacutelise univariada
como bivariada ou multivariada Na anaacutelise univariada as observaccedilotildees de uma
88
uacutenica populaccedilatildeo satildeo subdivididas em categorias geralmente os dados resultam da
contagem de objetos em cada uma das categorias pretendendo-se comparar as
frequecircncias observadas com as frequecircncias esperadas (CONTI 2013)
A primeira Associaccedilatildeo elaborada foi entre o item 1 ldquoVocecirc possui um
Telefone Celularrdquo e o item 2 ldquoVocecirc traz o Telefone Celular para a escolardquo Os
resultados foram inseridos na Tabela 1
TABELA 1 - RESULTADO DO TESTE DE FISCHER PARA ASSOCIACcedilAtildeO DAS QUESTOtildeES 1
E 2
Q2
a B c d Total
Q1
a 149 9 10 7 175
8514 514 571 400 100
b 1 0 2 4 7
1429 000 2857 5714 100
c 1 0 0 0 1
10000 000 000 000 100
FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO LABORATOacuteRIO DE ESTATIacuteSTICA APLICADA DA UFPR
Observei associaccedilatildeo significativa entre as variaacuteveis por meio do teste de
Fisher (p=00001) ou seja mais de 90 dos estudantes que possuem Aparelho
Celular o levam para a escola Ressalto que haacute alunos que natildeo possuem Celulares
e entre esses 75 natildeo o levam para o Coleacutegio ou seja 25 dos estudantes mesmo
sem possuir um aparelho proacuteprio levam um Celular para o Coleacutegio Com isso
podemos inferir que se os estudantes compreenderam a questatildeo e a forma de
respondecirc-la entatildeo haacute alguns Celulares que satildeo usados de forma compartilhada em
outras palavras os estudantes que natildeo possuem Aparelho Celular proacuteprio trazem
aparelhos de outras pessoas provavelmente de seus pais irmatildeos etc por isso
usam-no de forma compartilhada
A segunda associaccedilatildeo foi realizada entre os itens 3 ldquoQuanto tempo vocecirc usa
o Telefone Celular ao longo do dia para qualquer de suas funccedilotildeesrdquo e 4 ldquoQuais as
funccedilotildees do Telefone Celular que vocecirc utilizou na sala de aula sem relaccedilatildeo com a
aprendizagemrdquo Os resultados foram inseridos na Tabela 2
89
TABELA 2 - RESULTADO DO TESTE QUI-QUADRADO PARA ASSOCIACcedilOtildeES DAS QUESTOtildeES 3 E 4
Q4
a b c d e f g h i j Total
Q3
a 0 0 0 0 0 0 0 0 2 6 8
000 000 000 000 000 000 000 000 2500 0000 100
b 15 8 10 11 3 3 4 1 2 0 57
2632 1404 1754 1930 526 526 702 175 351 000 100
c 14 4 14 12 4 2 3 0 0 0 53
2642 755 2642 2264 755 377 566 000 000 000 100
d 24 7 18 15 5 6 7 0 0 0 82
2927 854 2195 1829 610 732 854 000 000 000 100
e 16 4 15 9 3 6 7 0 0 0 60
2667 667 2500 1500 500 1000 1167 000 000 000 100
f 35 15 35 25 12 14 20 0 0 0 156
2244 962 2244 1603 769 897 1282 000 000 000 100
G 28 11 29 19 3 2 10 0 1 0 103
2718 1068 2816 1845 291 194 971 000 097 000 100
h 10 4 13 7 0 4 6 0 0 0 44
2273 909 2955 1591 000 909 1364 000 000 000 100
FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO LABORATOacuteRIO DE ESTATIacuteSTICA APLICADA DA UFPR
90
Natildeo se observou associaccedilatildeo significativa entre as variaacuteveis por meio do teste
de Qui-Quadrado (p=030) ou seja o tempo de uso natildeo tem relaccedilatildeo com a funccedilatildeo
do Celular utilizada durante a aula Como as funccedilotildees mais usadas satildeo ldquoouvir
muacutesicardquo e ldquoenviar mensagensrdquo e natildeo haacute associaccedilatildeo entre as variaacuteveis entatildeo
praticamente em todas as faixas de tempo as funccedilotildees mais usadas satildeo ldquoouvir
muacutesicardquo e ldquocomunicar por mensagensrdquo Eacute importante ressaltar que ouvir muacutesica
implica em uso de fones auriculares e se o volume for acima do recomendado e se
a exposiccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora for contiacutenua pode levar a perda auditiva definitiva ao
longo do tempo Aleacutem disso observei que embora o Telefone Celular tenha
inuacutemeras funccedilotildees essas natildeo satildeo utilizadas ou satildeo subutilizadas para a
aprendizagem
A partir da apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos itens expostos ateacute o momento e da
leitura do Caderno de Apoio para a Elaboraccedilatildeo do Regimento Escolar (ARCO-
VERDE 2007) eacute possiacutevel perceber que o material encaminhado pela proacutepria SEED-
PR natildeo coaduna com o uso de novas tecnologias no Ambiente Escolar Entendo que
esta contradiccedilatildeo precisa ser revista no Regimento do coleacutegio nomeadamente nos
artigos II e IV que tratam do uso de aparelhos eletrocircnicos (Telefone Celular) na sala
de aula Pois se tratar de uma nova tecnologia e dos avanccedilos tecnoloacutegicos o
ambiente escolar precisa ser um meio facilitador para o uso didaacutetico dessas novas
tecnologias e isso implica que elas estejam na matildeo dos estudantes a qualquer
momento mesmo correndo o risco que natildeo sejam usadas para fins didaacuteticos100
do tempo
Apesar de esse questionaacuterio clarificar e ratificar terceira premissa dessa
dissertaccedilatildeo ldquoo Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si modificando a dinacircmica
do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento
ao grupordquo sua aplicaccedilatildeo mostrou fragilidades como por exemplo inexistecircncia de
itens que identificassem aspectos socioeconocircmicos grau de escolaridade dos pais
e haacutebitos de consumo das famiacutelias Ainda assim ficou evidenciado que os
estudantes levam o Aparelho Celular para o ambiente escolar e mesmo sabendo da
proibiccedilatildeo existente no Regimento Escolar fazem uso desta tecnologia em sala de
aula de forma pouco relacionada agrave aprendizagem
O Aparelho Celular faz parte do cotidiano dos estudantes pois eacute levado para
o ambiente escolar mesmo com as proibiccedilotildees do Regimento Escolar e eacute pouco
91
usado para fins de aprendizagem e a forma de comunicaccedilatildeo entre os estudantes
ocorre por mensagens no entanto a funccedilatildeo muacutesica eacute uma das mais utilizadas
assim eacute possiacutevel considerar que embora seja uma tecnologia que evoluiacute a cada dia
torna-se necessaacuterio aprofundar estudos para verificar qual a importacircncia das
funccedilotildees utilizadas como pode ser aplicado o maacuteximo possiacutevel das mesmas de
forma que os estudantes se apropriem e percebem o uso significativo para a
aprendizagem
42 SINTESE DA SECcedilAtildeO
Esta seccedilatildeo teve como intuito responder a segunda questatildeo de investigaccedilatildeo
da dissertaccedilatildeo
ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no
ambiente escolar
Esta questatildeo contecircm trecircs subitens
a) Usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar
b) As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees subsequentes) sobre os efeitos
da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva
c) Relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e
regras do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado
O questionaacuterio aplicado me permitiu responder a segunda questatildeo de
investigaccedilatildeo da seguinte forma As respostas referentes aos subitem a Usos dos
Aparelhos Celulares no ambiente escolar
90 dos estudantes tecircm Celular e o levam para o coleacutegio 8 natildeo tecircm
esse equipamento mas ainda assim levam algum Celular para o
ambiente escolar Perfazendo um total de 98 dos estudantes de
posse desta Tecnologia de faacutecil acesso na escola
48 dos estudantes usam o Celular para ouvir muacutesica e enviar e
receber mensagens
As respostas referentes ao subitem b As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees
subsequentes) sobre efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva
92
85 responderam que jaacute ouviram dizer que os usos de fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares podem ser prejudiciais
agrave sauacutede auditiva poreacutem desses um pouco mais da metade disseram
ter reduzido o uso por causa desta informaccedilatildeo
As respostas referentes o subitem c a relaccedilatildeo ao entre o uso de instrumentos
eletrocircnicos e as normas e regras do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado
70 dos estudantes revelaram fazer uso didaacutetico do Aparelho Celular
no entanto a funccedilatildeo mais usada eacute a Calculadora permitindo concluir
que o uso didaacutetico estaacute reduzido a poucas disciplinas
98 dos estudantes revelou ter ciecircncia da proibiccedilatildeo do uso de
Celulares para fins natildeo didaacuteticos e 31 admitiram afrontar
deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio
Minhas percepccedilotildees iniciais obtidas pela vivecircncia diaacuteria com os estudantes
que usam intensivamente o Aparelho Celular para ouvir muacutesica se confirmaram
portanto pelos dados do questionaacuterio Na proacutexima seccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo
descrevo os resultados das afericcedilotildees relativas aos niacuteveis de pressatildeo sonora oriunda
do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares conectados aos Aparelhos
Celulares dos estudantes do Ensino Meacutedio
93
5 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA ORIUNDOS DO ENTORNO DO CEPMAT E
NOS FONES AURICULARES CONETADOS AOS APARELHOS CELULARES
DOS ESTUDANTES DO ENSINO MEacuteDIO QUANDO OUVEM MUacuteSICA
Na seccedilatildeo 3 desta dissertaccedilatildeo vimos no pensamento socioloacutegico de
Thompson (2011) que o desenvolvimento dos grandes centros urbanos foi afetado
pelo crescimento da quantidade e pela melhoria na qualidade dos meios de
transportes que impuseram mudanccedilas tecnoloacutegicas sobre a vida social e essas
acirraram ainda mais a necessidade de aumentar a velocidade para diminuir o
tempo gasto para percorrer determinados espaccedilos
Esse crescimento da quantidade de veiacuteculos trouxe consigo o aumento do
ruiacutedo afetando diretamente as aacutereas urbanas Vimos tambeacutem no estudo realizado
por Ribas (2007) sobre as reclamaccedilotildees referentes aos ruiacutedos registrados na
Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba que 70 dessas registros
referem-se agravequeles que ocorrem em horaacuterio comercial e satildeo provenientes dos meios
de transportes
Aleacutem da anaacutelise socioloacutegica de Thompson (2011) e da tese de Ribas (2007) o
municiacutepio de Curitiba estaacute sujeito a Lei Ordinaacuteria Municipal nordm 10625200213
(CURITIBA 2002) que dispotildee e regulamenta os niacuteveis de pressatildeo sonora nos
espaccedilos urbanos de Curitiba em seu Artigo 1ordm determina que
eacute proibido perturbar o sossego e o bem estar puacuteblico com sons ruiacutedos e vibraccedilotildees que causem incocircmodo de qualquer natureza ou que ultrapassem os limites fixados nesta lei
No 2ordm paraacutegrafo XII conceitua Zona sensiacutevel agrave ruiacutedo ou zona de silecircncio como
ldquoaquela que para atingir seus propoacutesitos necessita que lhe seja assegurado um silecircncio excepcional definindo como zona de silecircncio a faixa determinada pelo raio de 20000m (duzentos metros) de distacircncia de hospitais escolas bibliotecas puacuteblicas hoteacuteis postos de sauacutede ou similaresrdquo (vide anexo 2)
14
13 Conforme jaacute mencionado anteriormente o texto da lei 106252002 encontra-se no anexo I desta
dissertaccedilatildeo 14
Observe-se que o anexo II mencionado nesta citaccedilatildeo refere-se ao anexo da Lei 10625 e natildeo ao anexo 2 desta dissertaccedilatildeo
94
A mesma lei tambeacutem dispotildee em seu paraacutegrafo uacutenico que as normas para
afericcedilatildeo de ruiacutedo podem ser realizadas a 500m (cinco metros) em quaisquer divisas
do imoacutevel gerador do incocircmodo ou em qualquer ponto dentro do limite real do
imoacutevel que sofre o incocircmodo
Nesta seccedilatildeo procuro responder a primeira e a terceira questotildees de pesquisa
a primeira ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do
CEPMATrdquo e a terceira ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os
estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones
auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo Relembro que
as questotildees de pesquisa desta dissertaccedilatildeo foram construiacutedas em uma sequecircncia
loacutegica de compreensatildeo sobre a informaccedilatildeo no entanto a apresentaccedilatildeo e anaacutelise
dos resultados foram realizadas a partir da discussatildeo de cada instrumento de
constituiccedilatildeo dos dados separadamente ou seja o questionaacuterio que investigou o uso
do Celular no ambiente escolar (foi apresentado na seccedilatildeo 4) a afericcedilatildeo dos niacuteveis
de pressatildeo sonora tanto no interior do CEPMAT quanto nos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares dos estudantes ao ouvir muacutesicas (satildeo
apresentados neste capiacutetulo) e o ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas
de estresserdquo (seraacute apresentado na seccedilatildeo 6) Portanto reitero que a apresentaccedilatildeo
dos resultados da questatildeo de pesquisa 2 foi realizada antes da apresentaccedilatildeo e
anaacutelise dos resultados da questatildeo de pesquisa 1 e 3 Estas por sua vez foram
respondidas a partir dos dados do mesmo instrumento e seratildeo apresentadas neste
capiacutetulo
Para obter os niacuteveis de pressatildeo sonora realizei afericcedilotildees tanto no interior da
escola quanto nos fones auriculares conectados aos equipamentos Celulares
respondendo assim as duas questotildees vinculadas aos NPS Para a constituiccedilatildeo dos
dados relativos aos Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) fundamentei-me em aspectos
eacuteticos e legais e a partir das afericcedilotildees construiacute tabelas e elaborei anaacutelises
A seccedilatildeo estaacute dividida em quatro subitens a saber 51 ldquoSintomatologias
Caracteriacutesticas da PAIRrdquo no qual descrevo as caracteriacutesticas da Perda Auditiva
Induzida por Ruiacutedos (PAIR) de origem ocupacional levando em conta os agentes
causais que podem gerar perdas auditivas por exposiccedilatildeo ao ruiacutedo e ao interagir
com estes potencializam os seus efeitos sobre a audiccedilatildeo No subitem 52
ldquoOrientaccedilatildeo Metodoloacutegica do Instrumentordquo Nesse subitem descrevo o decibeliacutemetro
que eacute o equipamento utilizado para fazer as afericcedilotildees e em seguida os
95
procedimentos adequados para para as afericcedilotildees baseadas nas NBR 10151 (ABNT
1987) O procedimento foi dividido em dois momentos uma afericcedilatildeo dos niacuteveis de
ruiacutedo oriundos do entorno do CEPMAT e outro dos fones auriculares conectados ao
Telefone Celular quando os estudantes ouviam muacutesica No subitem 53 apresento os
resultados das afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) emitidos pelos meios
de transportes que circulam no entorno do CEPMAT no qual descrevo os resultados
das afericcedilotildees de ruiacutedos oriundos do entorno do CEPMAT No subitem 54 apresento
os resultados das afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) emitidos nos fones
auriculares conectados no Telefone Celular descrevo os procedimentos para
constituiccedilatildeo de dados com os estudantes que utilizam este equipamento No
subitem 55 Discussatildeo dos Resultados apresento analiso e discuto os resultados
51 SINTOMATOLOGIAS CARACTERIacuteSTICAS DA PAIR
A principal sintomatologia da PAIR eacute a degeneraccedilatildeo das ceacutelulas ciliadas do
ouvido15 por exposiccedilatildeo de tempo prolongada ao ruiacutedo o que provoca lesotildees por
excessos de estimulaccedilatildeo sonora (BRASIL 2006 p 16)
Conforme jaacute mencionado o termo som eacute comumente utilizado para descrever
sensaccedilotildees prazerosas o ruiacutedo eacute usado para descrever sons indesejaacuteveis ou
desagradaacuteveis desta forma quando o ruiacutedo eacute intenso e a exposiccedilatildeo a ele eacute contiacutenua
(poluiccedilatildeo sonora) ocorrem alteraccedilotildees estruturais na orelha interna determinando a
possibilidade de ocorrecircncia de perda auditiva Aleacutem da ocorrecircncia dos sintomas
auditivos frequentes (perda auditiva dificuldade de compreensatildeo de fala zumbido e
intoleracircncia a sons intensos) a essa exposiccedilatildeo a pessoa tambeacutem apresenta
queixas como cefaleia tontura irritabilidade e problemas digestivos entre outros
(BRASIL 2006 p10)
Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999) as
caracteriacutesticas desta sintomatologia da PAIR satildeo sempre neurossensoriais pois a
lesatildeo ocorre no oacutergatildeo de Corti da orelha interna e a perda ocorre em ambas agraves
15 Lembrando que o termo ouvido foi substituiacutedo por orelha interna na atual nomenclatura anatocircmica
e na seccedilatildeo 4 utilizo essa nova nomenclatura
96
orelhas internas em graus diferenciados Em frequecircncias baixas haacute uma perda
auditiva de 40 dB(A) e nas altas 75 dB(A) mas uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao
ruiacutedo intenso natildeo ocorre progressatildeo da PAIR nos indiviacuteduos A perda aditiva natildeo
torna a orelha interna mais sensiacutevel ao ruiacutedo os prejuiacutezos aparecem de forma mais
lenta quando haacute exposiccedilatildeo contiacutenua as perdas auditivas podem ser definitivas
levando em meacutedia de 10 a 15 anos Os sintomas comeccedilam ser percebidos quando
haacute intoleracircncia a sons intensos com queixa de zumbido diminuiccedilatildeo de
inteligibilidade da fala e prejuiacutezo da comunicaccedilatildeo oral
Em resumo os sintomas e sinais da perda auditiva descrita por Seligman
(2001) apud Brasil (2006 p 22) satildeo
1) Auditivos Perda auditiva Zumbidos Dificuldades no entendimento de fala dores nos ouvidos mediantes a exposiccedilatildeo a sons intensos sensaccedilatildeo de audiccedilatildeo ldquoabafadardquo dificuldade na localizaccedilatildeo da fonte sonora 2) Natildeo auditivos Transtornos da comunicaccedilatildeo Neuroloacutegicos Vestibulares Comportamentais Cardiovasculares Hormonais Digestivos e Alteraccedilotildees do sono
A Tabela 3 apresenta os niacuteveis de pressatildeo sonora e o tempo que as pessoas
podem ficar expostas a aqueles decibeacuteis de acordo com a NR-15 (ABNT 1978) e
com o Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo - PAIR pode ocorrer se natildeo forem
respeitados esses limites de exposiccedilatildeo diaacuteria
A tabela 3 apresentada na NR-15 (ABNT1978) limita o tempo de exposiccedilatildeo
do trabalhador a ruiacutedos contiacutenuos ou intermitentes durante atividades ocupacionais
Para uma jornada diaacuteria de 8 horas essa norma estipula como teto maacuteximo de
exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limite de 85 dB(A) A partir do limite de 85 dB(A) a cada 5
dB(A) acrescentados no niacutevel de pressatildeo sonora o tempo de exposiccedilatildeo permitido cai
pela metade isto eacute no limite de 90 dB(A) o tempo cai de 8 para 4 horas e ao chegar
em 115 dB(A) uma pessoa pode ficar exposta aos ruiacutedos contiacutenua ou
intermitentemente apenas por 7 minutos
97
TABELA 3 ndash LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO E INTERMITENTE
NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA
EM dB(A)
MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL
EM HORAS E MINUTOS
85 8 h 86 7 h 87 6 h 88 5 h 89 4 h e 30 min 90 4 h 91 3 h e 30 min 92 3 h 93 2 h e 40 min 94 2 h e 15 min 95 2 h 96 1 h e 45 min 98 1 h e 15 min
100 1 h 102 45 min 104 35 min 105 30 min 106 25 min 108 20 min 110 15 min 112 10 min 114 8 min 115 7 min
FONTE NORMA REGULAMENTADORA 15 (ABNT 1978)
52 ORIENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA DO INSTRUMENTO
521 O Equipamento
Utilizando o equipamento denominado de decibeliacutemetro Marca Instrutherm ndash
nuacutemero de seacuterie N304849 Modelo AZCE ndash 8928 Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB
(A) Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear Respostas Fast e Slow Os dados foram
constituiacutedos a partir do medidor de pressatildeo sonora no modo ldquoLeqrdquo na curva de
compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta ldquoSlowrdquo (lenta) O decibeliacutemetro com funccedilatildeo
Leq pode ser ajustado para operar com dois modos de resposta o raacutepido ( Fast ) e
o lento ( Slow) no modo de operaccedilatildeo lento ele tem um tempo de subida de 1 ms
ideal para sons repetitivos e contiacutenuos jaacute no modo raacutepido o tempo de resposta eacute de
98
125 ms ideal para medir sons raacutepidos Com este equipamento realizei as duas
mediccedilotildees
A primeira no ambiente interno do CEPMAT para determinar os ruiacutedos
oriundos do meio externo do entorno do Coleacutegio e gerados pelos meios de
transportes seguindo as orientaccedilotildees metodoloacutegicas normatizadas pela NBR
101511987 (ABNT 1987) que usando princiacutepios de acuacutestica asseguram a precisatildeo
do meacutetodo para avaliaccedilatildeo dos efeitos do ruiacutedo sobre o aparelho auditivo
A segunda mediccedilatildeo foi realizada para aferir os niacuteveis de ruiacutedo que os
estudantes estatildeo expostos ao usarem os fones auriculares conectados no Aparelho
Celular para ouvir muacutesica
522 Procedimento
As mediccedilotildees foram realizadas em dois momentos no primeiro foram
realizadas mediccedilotildees nos ambientes internos do CEPMAT no segundo foram
realizadas mediccedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora nos fones auriculares dos
Aparelhos Celulares dos estudantes do Ensino Meacutedio enquanto ouviam muacutesica Os
procedimentos seratildeo descritos separadamente
a) Primeiro momento
Para realizar as mediccedilotildees com o decibeliacutemetro nos ambientes internos do
CEPMAT selecionei locais que natildeo tem barreiras fiacutesicas para o ruiacutedo oriundo da
Avenida Presidente Afonso Camargo onde haacute as vias expressas a via estrutural
leste e a linha Feacuterrea Assim foram selecionados dois pisos do referido coleacutegio No
primeiro piso que fica no niacutevel da rua estatildeo na ordem da planta baixa
arquitetocircnica16 da esquerda para a direita os seguintes espaccedilos Biblioteca Sala de
Informaacutetica Sala do Diretor Secretaria Auditoacuterio No segundo piso que fica do
mesmo lado do preacutedio estatildeo agraves quatro salas de aula avaliadas juntamente com o
Laboratoacuterio de Quiacutemico-Fiacutesica
16 A planta baixa arquitetocircnica do primeiro piso do CEPMAT pode ser vista no Anexo VIII
99
O equipamento17 mostra a mediccedilatildeo do niacutevel de ruiacutedo equivalente contiacutenuo
(Leq18) a cada minuto de acordo com as normas - Avaliaccedilotildees do Ruiacutedo em Aacutereas
Habitadas visando ao conforto da comunidade NBR 10151 (ABNT 1987) Para
aferir resguardei o aparelho do efeito de ventos sobre o microfone com o uso de
protetor conforme as instruccedilotildees do fabricante As mediccedilotildees foram realizadas em
pontos afastados aproximadamente 12 m do piso e a 1 m da parede da sala em
cada afericcedilatildeo durante cinco dias em trecircs periacuteodos do dia nos meses de setembro e
outubro de 2013 em fevereiro de 2014 No periacuteodo matutino foram realizadas nos
intervalos compreendidos das 7h30min as 11h45min no periacuteodo vespertino das
13h30min as 17h30min e no periacuteodo noturno das 19h00 as 22h30min
b) Segundo momento
Com autorizaccedilatildeo da direccedilatildeo do CEPMAT realizei as afericcedilotildees dos niacuteveis de
pressatildeo sonora nos fones auriculares do Aparelho Celular dos estudantes do Ensino
Meacutedio semanalmente Foram em meacutedia 30 (trinta) afericcedilotildees diaacuterias de diferentes
estudantes ao longo de um periacuteodo de 2 meses (outubro e novembro de 2013)
diariamente no periacuteodo letivo e somente durante os intervalos de aulas (manhatilde das
10h agraves 10h20min no periacuteodo matutino e das 20h agraves 20h40min no periacuteodo noturno)
A escolha dos estudantes foi aleatoacuteria e solicitei permissotildees verbais para fazer
mediccedilatildeo da intensidade sonora que os fones auriculares emitiam naquele momento
Informei que aquele procedimento fazia parte de uma pesquisa que natildeo haveria
qualquer tipo de puniccedilatildeo ou proibiccedilatildeo do uso do Aparelho Celular no ambiente
escolar Os estudantes participantes natildeo foram identificados nesta pesquisa
17 Uma foto do equipamento pode ser vista no Anexo IV
18 As condiccedilotildees exigiacuteveis para a execuccedilatildeo do caacutelculo simplificado do niacutevel de ruiacutedo equivalente
contiacutenuo (Leq) foram Normatizadas pela NBR 13369 (ABNT 1995) que se encontra no anexo VII desta dissertaccedilatildeo
100
53 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA
(NPS) EMITIDOS PELOS MEIOS DE TRANSPORTES DO ENTORNO DO
CEPMAT
Neste subitem busco responder a primeira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo
os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMATrdquo
A tabela 4 apresenta os niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) a que os estudantes
satildeo submetidos pelos ruiacutedos emitidos pelos meios de transportes oriundos do
entorno do CEPMAT ficando mais intensos quando satildeo realizadas manutenccedilotildees
nos trens Os estudantes ao entrarem em determinados ambientes do coleacutegio estatildeo
mais (ou menos) expostos a ruiacutedos externos Esta exposiccedilatildeo natildeo eacute igual em todos
os ambientes devido a proximidade ou distacircncia das origens do ruiacutedo bem como
devido a barreiras fiacutesicas da proacutepria construccedilatildeo Nesse sentido para saber os niacuteveis
de pressatildeo sonora a que os estudantes estatildeo submetidos em cada local decidi
avaliar diferentes espaccedilos fiacutesicos do coleacutegio Portanto o decibeliacutemetro foi instalado
na parte interna de alguns ambientes que recebem as ondas sonoras frontalmente
TABELA 4 ndash AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) ORIUNDOS DO EXTERIOR
DO CEPMAT E MEDIDOS NO INTERIOR
DiaMecircs
Sala
Periacuteodo
Com a presenccedila do trem Carros ocircnibus Caminhotildees e estudantes
Sem a presenccedila do trem com carros ocircnibus caminhotildees e estudantes
0110
Biblioteca
Manhatilde
Tarde
Noite
9644
9452
8573
8436
8809
6516
0710
Laboratoacuterio de
Informaacutetica
Manhatilde
Tarde
Noite
9603
9271
8898
8886
8324
7546
0510
Auditoacuterio
Manhatilde
Tarde
Noite
9620
10000
8805
8654
8736
6522
FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
101
Nos resultados da tabela 4 observei que em ambientes como a Biblioteca o
Laboratoacuterio de Informaacutetica e o Auditoacuterio frequentados por estudantes a intensidade
de ruiacutedos eacute elevada as afericcedilotildees apontaram que no periacuteodo matutino sem a
presenccedila do trem com fluxo normal de carros ocircnibus caminhotildees e estudantes a
meacutedia em dB(A) eacute 8658 dB(A) e acrescentado os ruiacutedos do trem a meacutedia fica em
torno de 9622 dB(A) no periacuteodo vespertino a meacutedia ficou em 8623 dB(A) e 9574
dB(A) e noturno a meacutedia ficou em 6861 dB(A) e 8758 dB(A) poreacutem existe uma
diferenccedila acentuada nos niacuteveis de pressatildeo sonora se comparados os periacuteodos
diurnos (movimentaccedilatildeo de meios de transportes constantes) e noturno (baixa
movimentaccedilatildeo de veiacuteculos e do trem que passa no horaacuterio das 19h40 min)
No estudo de Celani et al (1994) apud Brasil (2006) os autores avaliaram os
niacuteveis de pressatildeo sonora em salas de aula com a presenccedila de estudantes e os
resultados chegaram a atingir ateacute 943 dB(A) que eacute acima do recomendado no
Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo - Pair (BRASIL 2006) apresentado na tabela 3
desta seccedilatildeo
As afericcedilotildees realizadas nas salas de aula e Laboratoacuterio de Fiacutesico-Quiacutemica do
CEPMAT (tabela 5) apontaram que no periacuteodo matutino sem a presenccedila do trem
com fluxo normal de carros ocircnibus caminhotildees e estudantes a meacutedia em dB(A) eacute
8229 dB(A) e acrescentado os ruiacutedos do trem a meacutedia passa para 9394 dB(A) No
periacuteodo vespertino a meacutedia ficou em 7417 dB(A) e 9203 dB(A) e no noturno a
meacutedia ficou em 7419 dB(A) e 8357 dB(A) todas as meacutedias estatildeo acima da
recomendada pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que estabelece um limite de
60 dB(A) para os setores estruturais educacionais A Meacutedia dos trecircs periacuteodos eacute
8984 dB(A) e esses valores estatildeo 50 acima do estabelecido pela lei isto eacute de
acordo com as definiccedilotildees estabelecidas na proacutepria Lei 106252002 (CURITIBA
2002) caracterizado como POLUICcedilAtildeO SONORA
Portanto respondendo a primeira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo os Niacuteveis
de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMATrdquo Os resultados
indicaram que satildeo niacuteveis acima dos limites permitidos na Lei Ordinaacuteria Municipal
106252002 confirmando os incocircmodos iniciais desta dissertaccedilatildeo
A tabela 5 mostra as mediccedilotildees realizadas nas salas de aula com e sem a
presenccedila dos trens
102
TABELA 5 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO CEPMAT EM SALAS DE AULA
DiaMecircs
Sala
Periacuteodo
Com a presenccedila do trem Carros e Ocircnibus Caminhotildees
e de estudantes dB(A)
Sem a presenccedila do trem com fluxo normal de
Carros ocircnibus caminhotildees e presenccedila de
estudantes dB(A)
0210
Sala de Aula 10
Manhatilde
Tarde
Noite
9432
9546
8871
8370
7946
7223
0210
Sala de Aula 11
Manhatilde
Tarde
Noite
8998
9230
7253
8008
7525
7377
0210
Sala de Aula 12
Manhatilde
Tarde
Noite
9513
9688
8619
7796
7253
7189
0310
Laboratoacuterio de Fiacutesico-quiacutemica 13
Manhatilde
Tarde
Noite
9635
8350
8685
8745
6947
7889
FONTE COSTA 2014 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
54 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA
(NPS) EMITIDOS NOS FONES AURICULARES CONECTADOS NO
APARELHO CELULAR
Neste subitem busco responder a questatildeo de pesquisa nuacutemero 3 desta
dissertaccedilatildeo que eacute ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os
estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones
auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo
103
Como jaacute mencionado o decibeliacutemetro tambeacutem foi utilizado para aferir os
niacuteveis de ruiacutedos gerados pelos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular
dos estudantes do CEPMAT quando ouvem muacutesica
Realizei ao todo 150 afericcedilotildees no paacutetio do coleacutegio durante o recreio
(intervalo) ao longo de dois meses Utilizei apenas um dia por semana e variei dias
da semana durante este periacuteodo de forma a ter pelo menos 30 mediccedilotildees para cada
dia Para facilitar a apresentaccedilatildeo dos dados agrupei o nuacutemero de estudantes que
tiveram mediccedilotildees iguais em decibeacuteis dB(A) independentemente do dia
Os valores obtidos em decibeacuteis podem ser relacionados ao tempo maacuteximo de
exposiccedilatildeo ao ruiacutedo permissiacutevel de acordo com (BRASIL 2006) reproduzido na
tabela 3 da seccedilatildeo 4 por exemplo se um estudante ouve muacutesica a 88 dB(A) com os
fones auriculares conectados ao Aparelho Celular o protocolo limita o tempo de
exposiccedilatildeo a 5 horas no entanto se uma pessoa ouvir muacutesica a 115 dB(A) o tempo
maacuteximo de exposiccedilatildeo deve ser de 7 minutos para evitar prejuiacutezos a sauacutede auditiva
Os resultados obtidos satildeo apresentados no graacutefico nove
GRAacuteFICO 9 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES CONECTADOS AO APARELHO CELULAR FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
104
No graacutefico 9 eacute possiacutevel notar que apenas um pequeno grupo de 8 estudantes
pesquisados ouvem muacutesica em intensidade igual a 88 dB(A) isto eacute somente 534
o que significa que o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo para este grupo natildeo pode ser
superior a 5 horas diaacuterias No entanto os demais (142 estudantes ou 9466 dos
pesquisados) ouvem muacutesicas em intensidade acima de 92 dB(A) cujo tempo de
exposiccedilatildeo limite eacute de 3 horas por dia no entanto no questionaacuterio discutido na seccedilatildeo
III desta dissertaccedilatildeo mostrou que os estudantes ouvem muacutesica com os fones
auriculares conectados ao Celular em meacutedia quatro horas diaacuterias Isso significa que
aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume de
1047 dB(A) em meacutedia e podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com
possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo Portanto de acordo com o Protocolo
de Complexidade Diferenciada 5 do Ministeacuterio da Sauacutede para 4 h de exposiccedilatildeo
diaacuteria o limite eacute de 90 dB(A) para 103 dB(A) o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo eacute de 40
minutos diaacuterios ou seja os estudantes pesquisados ficam 600 acima do tempo
limite estipulado pelo Protocolo
55 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS
Esta discussatildeo tem como base as duas afericcedilotildees realizadas as oriundas do
entorno do CEPMAT e as dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular
para ouvir muacutesica
No que se refere agraves mediccedilotildees do entorno do CEPMAT a resoluccedilatildeo do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA 1998) e a Lei 960598 Capiacutetulo
V Seccedilatildeo II Artigo 54 estabelece como crime ambiental ldquoCausar poluiccedilatildeo de
qualquer natureza em niacuteveis que resultem ou possam resultar em danos agrave sauacutede
humanardquo (BRASIL 1998) Aleacutem disso no que tange a sauacutede auditiva a NBR
101511987 (ABNT 1987) determina que os niacuteveis de ruiacutedos em aacutereas habitadas
natildeo deve ultrapassar 50 dB(A) visando o conforto a seguranccedila e a sauacutede auditiva
das comunidades lindeiras No entanto o ruiacutedo emitido em Zonas Estruturais
Educacionais eacute regulamentado pela Lei Ordinaacuteria Municipal 10625 (CURITIBA
2002) que o limita a 60 dB(A) em periacuteodo diurno
105
A empresa America Latina Logiacutestica (ALL 2010 p 17) justifica que a poluiccedilatildeo
sonora emitida pelos trens na passagem da composiccedilatildeo ocorre em curto espaccedilo de
tempo de aproximadamente 5 minutos cessando logo apoacutes a passagem desta
forma o impacto ambiental causado pelo ruiacutedo eacute imediatamente restabelecido apoacutes
a passagem da composiccedilatildeo portanto para a empresa os danos agrave sauacutede auditiva
seriam reversiacuteveis
A ALL (2010 p 18) ressalta em seu Programa de Mitigaccedilatildeo de Ruiacutedos que as
vizinhanccedilas Empresas Hospitais e Coleacutegios devem ter ciecircncia de que os
deslocamentos dos trens causam ruiacutedos devidos agraves caracteriacutesticas do material
rodante Por outro lado eacute preciso lembrar que ter ciecircncia natildeo resolve os incocircmodos
causados aos estudantes do CEPMAT e um programa de mitigaccedilatildeo ambiental
deveria propor mais do que a ciecircncia ao fato mas uma efetiva reduccedilatildeo Aleacutem disso
o programa natildeo inclui accedilotildees nos paacutetios de manobra e nem limita as atividades de
manutenccedilatildeo das maacutequinas e testes de frenagem que ocorrem na frente do coleacutegio
em periacuteodo diurno e tem ruiacutedo acima do que permite a legislaccedilatildeo especialmente
nas ZE-E
O CEPMAT estaacute localizado a aproximadamente 25 metros da linha feacuterrea
como apresentado nas fotos apresentadas na seccedilatildeo I ndash dos Incocircmodos Inicias Os
resultados das mediccedilotildees realizadas a esta distacircncia e plotadas na tabela 4
identificaram niacuteveis de ruiacutedos que podem chegar a 100 dB(A) muito acima dos
limites de emissatildeo de ruiacutedo para a Zona Estrutural Educacional que podem limitar o
tempo de exposiccedilatildeo a uma hora No entanto quando haacute testes de frenagem esta
exposiccedilatildeo pode ser maior do que o tempo descrito no relatoacuterio da ALL
O laudo emitido por Stangherlin (2014)19 ressalta o caso dos estudantes do
CEPMAT que estudam nas salas diretamente impactadas pelo ruiacutedo observando a
seguinte loacutegica um estudante do CEPMAT estaacute exposto ao ruiacutedo por um periacuteodo de
4h30min cinco (5) dias por semana ao longo de duzentos (200) dias letivos
Portanto mesmo que por um ldquocurto periacuteodordquo de tempo por dia (cerca de 5 minutos
natildeo considerando os dias em que haacute testes de frenagem) eacute possiacutevel concluir que
ainda que o tempo de exposiccedilatildeo seja curto a frequecircncia com que ocorre e o niacutevel de
decibeacuteis sistematicamente acima do legal permitido pode haver consequecircncias a
longo prazo e somente em estudo longitudinal poderia analisar com maior precisatildeo o
19 Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Meios de Transporte (Anexo IX)
106
tamanho e impactos e pode haver consequecircncias relativas a PAIR com prejuiacutezos agrave
sauacutede auditiva Portanto os dados das anaacutelises apresentadas respondem portanto
a questatildeo de pesquisa nuacutemero 1 desta dissertaccedilatildeo
A seguir apresento as discussotildees dos resultados das afericcedilotildees relativas aos
fones auriculares conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica e respondo a
questatildeo de pesquisa nuacutemero 3
De acordo com os resultados obtidos a meacutedia aritmeacutetica geral ( ) das
afericcedilotildees do eixo X (graacutefico 9) referente a intensidade de ruiacutedo nos fones
auriculares eacute de 1032 dB(A) Nesses niacuteveis o tempo de exposiccedilatildeo maacutexima contiacutenua
eacute de aproximadamente 40 minutos por dia no entanto nos dados obtidos a partir do
questionaacuterio aplicado o tempo meacutedio que os estudantes ouvem muacutesica usando
fones de ouvido conectados ao Aparelho Celular eacute em meacutedia de 4 horasdia o que
pode acarretar surdez precoce nos estudantes Essa intensidade meacutedia eacute muito
superior a permitida para uma ldquojornada de trabalhordquo no caso dos estudantes a
possibilidade de uso constante por 8 horas diaacuterias que o sistema auditivo humano
pode suportar sons de forma segura que eacute de 85 dB(A) Nesta situaccedilatildeo de
exposiccedilatildeo ao ruiacutedo contiacutenuo podem ocorrer diversos sintomas que caracterizam a
PAIR (CID 10 ndash H833) como perda auditiva zumbidos dores no ouvido sensaccedilatildeo
de audiccedilatildeo ldquoabafadardquo e transtornos neuroloacutegicos comportamentais hormonais
digestivos e alteraccedilotildees do sono entre outros pois quando o ruiacutedo eacute intenso e a
exposiccedilatildeo a ele for continuada ocorrem alteraccedilotildees estruturais na orelha interna
(BRASIL 2006 p10)
O segundo laudo referente agraves mediccedilotildees nos niacuteveis de pressatildeo sonora nos
fones auriculares emitido por Stangherlin (2013)20 retrata que os estudantes do
CEPMAT expostos a esses niacuteveis de pressatildeo sonora (plotados no graacutefico 8) podem
ter prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo ou perda auditiva em poucos anos por ser sutil causa
impactos significativos na sauacutede auditiva dos estudantes podendo gerar dificuldades
na comunicaccedilatildeo e na aprendizagem Para SantrsquoAna (2012 p 26) os dispositivos
sonoros portaacuteteis individuais seriam os principais responsaacuteveis pela perda de
audiccedilatildeo precoce provocando o fenocircmeno dos ldquoouvidos velhos em corpos jovensrdquo
20 Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedos dos Fones de Ouvido Conectados ao Aparelho Celular
(Anexo X)
107
Um grupo (5) de estudantes ouve muacutesica proacuteximo (88 dB(A) dos limites
estabelecidos pelo protocolo (BRASIL 2006) e o outro grupo (9466) ouve muacutesicas
em volume acima do limite estabelecido no protocolo a meacutedia do volume para este
grupo eacute de 1047 dB(A) de acordo com o protocolo o limite de tempo para tal
volume seria de apenas 30 minutos por dia Portanto os estudantes estatildeo expondo
sua audiccedilatildeo ateacute 800 acima do limite dB(A)tempo estabelecido no protocolo a
porcentagem de 95 mostra consequecircncias de agir conforme o grupo ou seja a
partir do modelo de interaccedilatildeo social discutido por Vigotsky (2007)
Com os resultados obtidos e as anaacutelises realizadas acima respondo a
terceira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que
os estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones
auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo
Assim compreender os significados da presenccedila e o uso do Aparelho Celular
na escola eacute compreender essa cultura das tecnologias de faacutecil acesso pois como
vimos anteriormente o Celular pode ser entendido como um signo um objeto de
desejo que opera no sistema representacional da nossa cultura (HALL 1997) Os
Aparelhos Celulares permitem construir significados modificando o sentimento de
pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de conduta e ideias e satildeo
usados inclusive como instrumento de governabilidade e regulaccedilatildeo interna do grupo
Os Aparelhos Celulares operam portanto como um modelo simboacutelico que cria um
novo ambiente social
56 SINTESE DA SECcedilAtildeO
Em resumo ao relacionar ambiente escolar tecnologias de faacutecil acesso e as
mudanccedilas na cultura escolar constituiacutemos novas tessituras para entender a escola
contemporacircnea e suas problemaacuteticas e consequecircncias como a do aparecimento
precoce da PAIR Assim eacute possivel relacionar que tanto o ruiacutedo do traacutefego quanto
os Aparelhos Celulares emitem niacuteveis de poluiccedilatildeo sonora muito acima do que a
lesgislaccedilatildeo estabelece ou recomenta no entanto os niacuteveis de ruiacutedos emitidos nos
fones auriculares dos Aparelhos Celulares satildeo muito acima do meios de transportes
Assim eacute possiacutevel conluir que embora seja silecioso para uma pessoa que estaacute
108
proacuteximo os Telefones Celulares conectados a fones auriculares estatildeo colocando em
risco a sauacutede auditiva dos estudantes
Na proacutexima seccedilatildeo apresentarei os resultados do ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo
de alguns sintomas de estresserdquo que os estudantes responderam sobre a poluiccedilatildeo
sonora oriunda do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares conectados ao
Aparelho Celular quando ouvem muacutesica
109
6 POLUICcedilAtildeO SONORA E AS PERCEPCcedilOtildeES DOS ESTUDANTES DE ALGUNS
SINTOMAS DE ESTRESSE
Nas seccedilotildees anteriores busquei responder as questotildees um dois e trecircs desta
dissertaccedilatildeo Nesta seccedilatildeo procuro responder a quarta questatildeo de pesquisa uma vez
que foi constatado a partir dos resultados do capiacutetulo anterior que haacute Niacuteveis de
Pressatildeo Sonora (NPS) acima do disposto na Legislaccedilatildeo e estabelecida nesta
dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora busquei verificar comose os estudantes do
Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem (a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda
do entorno do Coleacutegio (b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora (oriunda do entorno do
Coleacutegio) na sauacutede deles (c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones
auriculares conectados aos Telefones Celulares e os efeitos na sauacutede dos
estudantes (d) as normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT
Para responder a quarta questatildeo de pesquisa (e suas quatro sub questotildees)
me propus a adaptar o teste de (LAUTERT CHAVES E MOURA 1999) Nomeei o
teste adaptado como ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo
e apliquei aos estudantes do CEPMAT
Para apresentar o instrumento de constituiccedilatildeo de dados os resultados
obtidos e as anaacutelises que elaborei dividi a seccedilatildeo em quatro subtoacutepicos a saber A
primeira (61) intitulada ldquocrescimento da cidade e o aumento do ruiacutedo ambienterdquo
discorre sobre o aumento dos meios de transportes que trafegam na via estrutural
leste o Paacutetio de Manobra da ALL a Lei Ordinaacuteria Municipal (CURITIBA 2002)
106252000 a NBR 10151(ABNT 1987) e 10152 (ABNT 1987a) o Protocolo de
Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL 2006) com as possiacuteveis consequecircncias para
a sauacutede humana A segunda (62) intitulada ldquoOs sintomas de estresse e a percepccedilatildeo
dos estudantesrdquo analisa as percepccedilotildees pessoais por meio dos sentidos baacutesicos
(visatildeo e especialmente audiccedilatildeo) os processos cognitivos e as manifestaccedilotildees
psicoloacutegicas que podem afetar a sauacutede humana assim parte do conceito de como
as pessoas percebem o ambiente e tomam decisotildees associadas a ela mesma A
terceira (63) intitulada ldquoOrientaccedilotildees metodoloacutegicas do Instrumentordquo apresenta a
construccedilatildeo de um teste elaborado com base nas escalas tipo-Likert contendo sete
niacuteveis Os principais objetivos foram avaliar se os estudantes percebem a poluiccedilatildeo
110
sonora tanto no entorno do CEPMAT causada pelos meios de transportes quanto
agravequela oriunda dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular para ouvir
muacutesica e verificar se os estudantes apresentam alguns sintomas de estresse O
quarto e uacuteltimo do subtoacutepico (64) intitulado ldquoAnaacutelise dos dadosrdquo como o proacuteprio
nome diz apresenta e analisa parcialmente quatro grupos de dados percepccedilatildeo dos
estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora no entorno do CEPMAT a percepccedilatildeo dos
efeitos desta poluiccedilatildeo sonora na sauacutede deles a percepccedilatildeo da existecircncia de poluiccedilatildeo
sonora oriundas dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular o Regimento
Escolar A seccedilatildeo finaliza reunindo as principais consideraccedilotildees parciais e elaborando
conclusotildees que pretendem unir aspectos dos capiacutetulos anteriores
61 O CRESCIMENTO DA CIDADE E O AUMENTO DO RUIacuteDO AMBIENTE
Neste subtoacutepico descrevo o aumento do ruiacutedo ambiente causado pelo
adensamento da frota de veiacuteculos e a saturaccedilatildeo do transporte viaacuterio na cidade
Ruiacutedo ambiente eacute conceituado no Capiacutetulo 12 da investigaccedilatildeo de ruiacutedos (ALL
2010) como ldquomediccedilatildeo do niacutevel de ruiacutedo equivalente para determinaccedilatildeo do ruiacutedo
ambiente durante a operaccedilatildeordquo (p13) entendo como operaccedilatildeo a passagem da
composiccedilatildeo feacuterrea Menciono aspectos do sistema viaacuterio de Curitiba especialmente
do corredor leste de transporte coletivo e a linha feacuterrea do Setor Cajuru que inclui o
Paacutetio de Curitiba Ambos (corredor Leste e Linha feacuterrea) passam em frente ao
CEPMAT trazendo impactos negativos ao aumento de ruiacutedo ambiente discutindo as
normas regulamentadoras NBR 10151 (ABNT1987) e NBR 10152 (ABNT 1987a)
referentes agrave poluiccedilatildeo sonora e o protocolo de complexidade diferenciada 5 (BRASIL
2006) que descreve a PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo) As normas e o
protocolo (BRASIL 2006) serviratildeo como sustentaacuteculo para anaacutelise dos dados
O crescimento da cidade de Curitiba e a saturaccedilatildeo do sistema viaacuterio da
cidade foram descritos no relatoacuterio de Planos Setoriais de Curitiba (IPPUC 2008)
que incluem tambeacutem alertas para os impactos negativos dessa saturaccedilatildeo ao tracircnsito
e agrave sauacutede
111
O deslocamento aliado ao crescimento das atividades econocircmicas verificadas na uacuteltima deacutecada trouxe consigo impactos nocivos ao tracircnsito A saturaccedilatildeo do Sistema Viaacuterio Baacutesico pelo aumento da frota de veiacuteculos em circulaccedilatildeo e a instalaccedilatildeo de transportadoras fora das zonas de serviccedilo e a pouca correspondecircncia hieraacuterquica e funcional entre o sistema viaacuterio baacutesico urbano e metropolitano ocasionam impactos negativos (poluiccedilatildeo ruiacutedo congestionamentos e acidentes) no meio urbano (IPPUC 2008 p34)
O mapa da rede Integrada de Transporte Puacuteblico de Curitiba mostra que as
linhas expressas e diretas passam em frente ao coleacutegio Figura 7 (IPPUC 2006) e ali
haacute um traacutefego intenso de ocircnibus circulando nas canaletas De acordo com o relatoacuterio
IPPUC (2008 p28) ldquoo corredor leste trabalha com 115000 passageiros em dia uacutetil
17000 passageiros no pico 115 passageiros de carga maacutexima ()rdquo o que adensa
o nuacutemero de ocircnibus que circula na regiatildeo aumentando o ruiacutedo ambiente Aleacutem
disso haacute que se considerar que este relatoacuterio foi escrito haacute oito anos quando o
nuacutemero de veiacuteculos e a populaccedilatildeo da cidade eram menores e a aacuterea metropolitana
nesse intervalo (2008-2014) teve um crescimento significativo Para Siegel et al
(2009) dentre os municiacutepios que compotildeem a Regiatildeo Metropolitana de Curitiba
destaca-se o de Pinhais eacute um dos que obtiveram maior crescimento nos uacuteltimos 10
anos Este municiacutepio interliga-se com Curitiba pelo corredor leste para os ocircnibus
conforme descrito na seccedilatildeo de ldquoIncomodos Iniciaisrdquo que inclui fotos das seis pistas
que compotildeem a Av Afonso Camargo que passa em frente ao Coleacutegio
No caso do sistema ferroviaacuterio a cidade de Curitiba tem dois paacutetios em
operaccedilatildeo o Paacutetio Iguaccedilu no bairro Boqueiratildeo e o Paacutetio de Curitiba no bairro
Cajuruacute este uacuteltimo fica proacuteximo ao CEPMAT haacute uma distacircncia aproximada de
1200m pelo trajeto viaacuterio ou menos do que isso em linha reta Nestes Paacutetios de
acordo com o relatoacuterio IPPUC (2008 p33) natildeo haacute carga e descarga mas haacute
montagem de composiccedilotildees e manobras e testes da composiccedilatildeo e de frenagem
A linha feacuterrea passa em frente ao coleacutegio a uma distacircncia de
aproximadamente 25m (na Figura 7 representada em azul claro) Os dados
extraiacutedos da tabela 1271 do capiacutetulo 12 sobre investigaccedilatildeo de ruiacutedos da ALL (ALL
2010 p14) realizadas pelo programa de mitigaccedilatildeo de ruiacutedos em uma aacuterea
estritamente residencial urbana a uma distacircncia de 15m da ferrovia indicaram que os
Niacuteveis de Pressatildeo Sonora do ruiacutedo ambiente satildeo iguais a 87 dB(A) agraves 16 horas e 72
dB(A) agraves 23 horas de acordo com esse relatoacuterio o ruiacutedo ambiente (durante a
passagem da composiccedilatildeo feacuterrea) dura cerca de 5 minutos (IPPUC 2008 p17)
112
FIGURA 7 - REDE INTEGRADA DE TRANSPORTE PUacuteBLICO DE CURITIBA EM 2003 FONTE IPPUC (2006)
No entanto eacute importante ressaltar que aleacutem dos ruiacutedos ambiente imediatos
mencionados no relatoacuterio durante a passagem das composiccedilotildees a empresa
Ameacuterica Latina Logiacutestica usa regularmente a linha feacuterrea em frente ao CEPMAT
113
para fazer manobras e testes de frenagem e de motores das locomotivas devido agrave
proximidade da linha feacuterrea com a aacuterea de manobras do Paacutetio de Curitiba As
locomotivas ziguezagueiam do Paacutetio de Curitiba ateacute uma linha que fica em frente agrave
escola aumentando significativamente os niacuteveis de ruiacutedo ambiente no local e o
tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
O CEPMAT estaacute localizado na intersecccedilatildeo entre o corredor Leste de
transporte coletivo do sistema viaacuterio e a linha feacuterrea do Setor Cajuru que daacute acesso
agrave aacuterea de manobras do Paacutetio de Curitiba Em um local proacuteximo o ruiacutedo ambiente
medido pela empresa que administra a ferrovia (ALL 2010) chegou a 87 dB(A) Por
outro lado a Lei Ordinaacuteria Municipal Nordm 10625 (CURITIBA 2002) dispotildee sobre o
limite maacuteximo de ruiacutedo na Zona Especial Educacional que eacute de 60 dB(A) Assim os
limites maacuteximos estatildeo superiores aos recomendados Da mesma forma a Norma
Regulamentadora 10152 (ABNT 1987a) que fixa os niacuteveis de ruiacutedo para conforto
acuacutestico delimita como niacutevel sonoro para conforto acuacutestico em salas de aula e
laboratoacuterios 40 dB(A) e como Niacutevel Sonoro Aceitaacutevel 50 dB(A) a Norma
Regulamentadora 10151(ABNT 1987) fixa os niacuteveis sonoras para avaliar os
ambientes externos e as aacutereas estritamente residenciais urbanas ou de hospitais e
escolas os niacuteveis diurnos satildeo de 50 dB(A) e noturno de 45 dB(A) A NBR
101511987 eacute o criteacuterio teacutecnico a ser seguido e atendido segundo a Resoluccedilatildeo nordm 1
do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente e da Secretaria do Meio
Ambiente (de 8 de marccedilo de 1990) A Lei 960598 (CONAMA 1998) menciona as
consequecircncias para as empresas que causam poluiccedilatildeo de qualquer natureza em
niacuteveis tais que resultem ou possam resultar em danos agrave sauacutede humana ou que
provoquem a mortandade de animais ou a destruiccedilatildeo significativa da flora
No entanto os valores apontados pelo relatoacuterio da empresa (ALL 2010) e as
mediccedilotildees realizadas in locus e relatadas no capiacutetulo anterior permitem afirmar que
os niacuteveis sugeridos tanto na Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 (CURITIBA 2002)
quanto nas NBR 10151(ABNT 1987) e 10152 (ABNT 1987a) foram extrapolados
Sabendo que quando valores estatildeo acima dos limites estabelecidos podem
provocar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR)
114
Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) eacute a perda provocada pela exposiccedilatildeo por tempo prolongado ao ruiacutedo Configura-se como uma perda auditiva do tipo neurossensorial geralmente bilateral irreversiacutevel e progressiva com o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (CID 10 ndash H 833) Consideram-se como sinocircnimos perda auditiva por exposiccedilatildeo ao ruiacutedo no trabalho perda auditiva ocupacional surdez profissional disacusia ocupacional perda auditiva induzida por niacuteveis elevados de pressatildeo sonora perda auditiva induzida por ruiacutedo ocupacional perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora de origem ocupacional (BRASIL 2006 p13)
Apesar de esta dissertaccedilatildeo considerar a nova nomenclatura anatocircmica que
substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo conforme mencionado em
nota de rodapeacute no capiacutetulo II o Protocolo (BRASIL 2006) utiliza os dois termos que
aparecem com o mesmo significado O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5
(BRASIL 2006) centra-se em grande parte a descriccedilatildeo da PAIR causada por ruiacutedo
intenso e contiacutenuo no entanto o mesmo protocolo faz referecircncias quanto as
consequecircncias para a sauacutede na exposiccedilatildeo ao ruiacutedo suacutebito
Quando a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo eacute de forma suacutebita e muito intensa pode ocorrer o trauma acuacutestico lesando temporaacuteria ou definitivamente diversas estruturas do ouvido Apesar de esta dissertaccedilatildeo considerar a nova nomenclatura anatocircmica que substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo conforme mencionado no capiacutetulo II o Protocolo (BRASIL 2006) utiliza os dois termos que aparecem com o mesmo significado Outro tipo de alteraccedilatildeo auditiva provocado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo intenso eacute a mudanccedila transitoacuteria de limiar que se caracteriza por uma diminuiccedilatildeo da acuidade auditiva que pode retornar ao normal apoacutes um periacuteodo de afastamento do ruiacutedo (BRASIL 2006 p 11)
(hellip) O risco de Pair aumenta muito quando a meacutedia da exposiccedilatildeo estaacute acima de 85 dB(A) por oito horas diaacuterias As exposiccedilotildees contiacutenuas satildeo piores do que as intermitentes poreacutem curtas exposiccedilotildees a ruiacutedo intenso tambeacutem podem desencadear perdas auditivas (BRASIL 2006 p18)
Neste subtoacutepico introduzi a abordagem da problemaacutetica do aumento da
pressatildeo sonora no entorno do CEPMAT e para tanto apresentei as mudanccedilas
ambientais que ocorreram na regiatildeo com adensamento de traacutefego e tambeacutem normas
que regulamentam os niacuteveis maacuteximos de pressatildeo sonora em locais como escolas
hospitais etc Apresentei tambeacutem a PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo que
foi descrita em Brasil (2006) e jaacute apresenta o coacutedigo de Identificaccedilatildeo de Doenccedila
(CID 10 ndash H 833) Sendo que o proacuteprio relatoacuterio da empresa (ALL 2010) confirma a
extraptaccedilatildeo dos limites em dB(A) estabelecidos por lei para a Zona Especial
115
Educaiconal ZE-E que eacute de 50 dB(A) No subtoacutepico seguinte discuto a percepccedilatildeo
ambiental e alguns sintomas causados pelos efeitos do ruiacutedo agrave sauacutede humana
62 OS SINTOMAS DE ESTRESSE E A PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES
Neste subtoacutepico abordo dois aspectos cruciais para a concepccedilatildeo do
instrumento de coleta de dados O primeiro aspecto refere-se aos processos
perceptivos para construccedilatildeo de indicadores vaacutelidos para a avaliaccedilatildeo criteriosa sobre
a percepccedilatildeo dos estudantes relativa agrave Poluiccedilatildeo Sonora Tanto a poluiccedilatildeo sonora
externa dos meios de transportes quanto agrave interna dos fones conectados ao
Aparelho Celular A anaacutelise da percepccedilatildeo considerou os aspectos psicoloacutegicos
socais e culturais da comunidade escolar que participou da pesquisa O segundo
aspecto refere-se agrave caracterizaccedilatildeo dos sintomas e niacuteveis de estresse A partir da
caracterizaccedilatildeo de percepccedilatildeo e estresse o proacuteximo subtoacutepico apresentaraacute a
concepccedilatildeo do instrumento de coleta de dados
Para Fernandes et al (2004) estas respostas ou manifestaccedilotildees decorrentes
satildeo resultado das percepccedilotildees pessoais e coletivas dos processos cognitivos
julgamentos e expectativas e embora nem todas as manifestaccedilotildees psicoloacutegicas
sejam evidentes ou constantes elas afetam a conduta mesmo que
inconscientemente
Em ambientes urbanos haacute manifestaccedilotildees mais comuns - por exemplo a
poluiccedilatildeo sonora dos meios de transportes as pichaccedilotildees a muacutesica etc Os aspectos
dessas manifestaccedilotildees podem ser percebidos pelas pessoas Assim estudos sobre a
percepccedilatildeo ambiental satildeo fundamentais pois permitem compreender as relaccedilotildees
entre os humanos e o ambiente Os mesmos autores sugerem que a percepccedilatildeo
ambiental eacute um conceito sustentado por dados de pesquisas poreacutem ao ser
veiculado eacute reconstruiacutedo por meio de sua utilizaccedilatildeo
Para Del Rio (1996) as pessoas tecircm dificuldades de se relacionar socialmente
e em alguns casos tecircm atitudes agressivas Exemplos de manifestaccedilotildees
psicossociais decorrentes da degradaccedilatildeo da qualidade de vida urbana mesmo que
na maioria das vezes seja inconsciente Neste sentido os aspectos quanto aos
116
efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede nas pessoas encontram barreiras para tomar
accedilotildees de prevenccedilatildeo e adoccedilatildeo de medidas eficazes de controle Ao mesmo tempo o
contiacutenuo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas aacutereas urbanas torna-se cada vez mais
desconfortaacutevel insalubre e inseguro afetando a sauacutede do indiviacuteduo e contaminando
intensamente as relaccedilotildees sociais sem que isso seja percebido
De acordo com Reis Lay (2006) o conhecimento adquirido sobre os
processos perceptivos e cognitivos pode melhorar a qualidade dos ambientes por
meio de poliacuteticas planejamento e projetos de forma que ao planejar e projetar um
determinado ambiente os funcionamentos possam ser contemplados
Os estudos sobre percepccedilatildeo ambiental e sobre os efeitos psicofiacutesicos do
ruiacutedo podem contribuir para o planejamento local no que tange ao gerenciamento do
ruiacutedo urbano mas tambeacutem nos auxilia a entender algumas reaccedilotildees psicossociais
dos estudantes do CEPMAT
Na deacutecada de 1970 os estudos geograacuteficos sobre percepccedilatildeo ambiental
tornaram-se fonte de pesquisa para a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a
Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura - UNESCO e podem ser compreendidos de duas
maneiras
a) A primeira foi descrita por Reis e Lay (2006) que entendem que o processo
perceptivo de interaccedilatildeo entre o espaccedilo e o indiviacuteduo se daacute exclusivamente pelos
sentidos baacutesicos (visatildeo e audiccedilatildeo) em que a percepccedilatildeo eacute tratada como
exclusivamente sensorial A cogniccedilatildeo processo de construccedilatildeo do sentido na mente
eacute cumulativa e se forma por meio da experiecircncia cotidiana na qual as sensaccedilotildees
adquirem valores e significados gerando expectativas sobre o ambiente que se
traduzem em atitudes e comportamentos
b) A segunda ocorre para aleacutem da interaccedilatildeo sensorial em que se consideram
outros fatores psicossociais tais como cultura memoacuteria conjunto de informaccedilotildees e
valores pessoais Nessa a cogniccedilatildeo e a sensaccedilatildeo integram a percepccedilatildeo e aqui
reside o objeto de interesse da grande maioria dos estudos de percepccedilatildeo ambiental
Assim o conceito de percepccedilatildeo inicia no processo de como as pessoas
percebem o ambiente e tomam decisotildees associadas a elas mesmas Para Kolter
(1998) apud Medeiros Cruz (2006) a percepccedilatildeo depende do relacionamento entre
estiacutemulo ambiente e condiccedilotildees do indiviacuteduo e pode provocar
117
a) Atenccedilatildeo seletiva - ao receber milhotildees de estiacutemulos diaacuterios predomina a percepccedilatildeo daqueles que se desviam mais do estiacutemulo normal (fenocircmenos atiacutepicos)
b) Distorccedilatildeo seletiva - nem sempre a interpretaccedilatildeo de estiacutemulos ocorre de maneira presumiacutevel em funccedilatildeo da psicologia individual (tendecircncias e predisposiccedilotildees)
c) Retenccedilatildeo seletiva - apenas uma pequena proporccedilatildeo dos estiacutemulos permanece retida conscientemente por maior tempo predominantemente aqueles que provocam efeitos associados (sensaccedilotildeesreaccedilotildees) ou estatildeo relacionados a alguma informaccedilatildeo de interesse atual Cada pessoa percebe aquilo com que se preocupa e a percepccedilatildeo depende da psicologia individual da cultura aprendida de influecircncias socioeconocircmicas e profissionais da experiecircncia de vida e da originalidade bioloacutegica
No sentido da retenccedilatildeo seletiva os aspectos culturais que vimos discutindo ao
longo desta dissertaccedilatildeo afetam sobremaneira a percepccedilatildeo Para Ribas e Graemel
(2006) a percepccedilatildeo de um problema dependeraacute das expectativas culturalmente
variaacuteveis a respeito daquilo que se constitui como negativo Hoje os riscos se
expandem em quase todas as dimensotildees da vida humana obrigando-nos a
questionar haacutebitos de consumo e produccedilatildeo e um dos efeitos deste processo eacute a
poluiccedilatildeo sonora Vivemos em uma sociedade de riscos estes podem estar
relacionados a acidentes ou exposiccedilotildees a poluiccedilatildeo sonora Nesse sentido a
percepccedilatildeo atribuiacuteda a determinados problemas estaacute relacionada agraves expectativas
socioculturais que satildeo mutaacuteveis do que se considera ou natildeo como negativo e com
qual prioridade
Sobre a percepccedilatildeo dos efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede humana eacute
possiacutevel afirmar que existem muitas dificuldades para quantificar a influecircncia da
hora do dia do estado emocional da atitude em relaccedilatildeo ao ruiacutedo do tempo de
exposiccedilatildeo uma vez que os estudantes ficam expostos agraves fontes sonoras por isso o
instrumento delineado nesta dissertaccedilatildeo natildeo eacute de cunho quantitativo mas utiliza
aspectos que se aproximam da ideacuteia de uma quali-quantificaccedilatildeo Isso foi feito
avaliando as percepccedilotildees a partir de uma escala do tipo Likert
Os estudos sobre percepccedilatildeo ambiental relacionada ao campo da Educaccedilatildeo
Ambiental satildeo recentes se comparados agrave inserccedilatildeo da temaacutetica em outros campos
de conhecimento Tais estudos propotildeem a compreensatildeo das percepccedilotildees que
resultam em levantamentos conceituais da relaccedilatildeo dos humanos com as realidades
imediatas em que estatildeo inseridos a coletividade e o lugar habitado as formas com
que essa relaccedilatildeo eacute influenciada por conhecimentos e discursos construiacutedos
socialmente importando o entendimento dos processos histoacutericos e culturais dessa
construccedilatildeo
118
Novais e Guarin Neto (2007) conceituam percepccedilatildeo ambiental como uma
tomada de consciecircncia do ambiente pelo humano isto eacute o ato de perceber o
ambiente em que se estaacute inserido aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo
Com isso cada indiviacuteduo percebe reage e responde diferentemente agraves accedilotildees sobre
o ambiente em que vive Estas respostas ou manifestaccedilotildees adquiridas satildeo
resultados das percepccedilotildees individuais e coletivas dos processos cognitivos
julgamentos e expectativas de cada pessoa
O ruiacutedo eacute hoje considerado um mal urbano seja no bairro no centro da
cidade ou ateacute mesmo em ambiente proacuteprio para educaccedilatildeo como as escolas Atinge
homens e mulheres adultos e crianccedilas independente das condiccedilotildees
socioeconocircmicas culturais eacutetnicas e religiosas Para Eniz (2004) pessoas expostas
ao ruiacutedo tornam-se tolerantes a altos niacuteveis de pressatildeo sonora tornando-se
portanto menos sensiacuteveis ao ruiacutedo e a prevenccedilatildeo a problemas de sauacutede auditiva e
mais vulneraacuteveis a problemas auditivos e aos problemas psicoloacutegicos associados
sem que percebam No entanto essa vulnerabilidade depende tambeacutem dos fatores
fiacutesicos do som
Para Santos e Martins (2005) apud Scarate (2009) a percepccedilatildeo da poluiccedilatildeo
sonora depende das expectativas a respeito daquilo que culturalmente se constitui
como negativo satildeo valores jaacute assimilados pela sociedade que ldquogostardquo de sons com
maior volume A elevada intensidade dos ruiacutedos oferece prazer em muitos
momentos como no caso das muacutesicas
A seguir passo a apresentar alguns efeitos psicofiacutesicos causados pela
exposiccedilatildeo ao ruiacutedo e a forma como as pessoas podem perceber a poluiccedilatildeo sonora
no seu cotidiano uma vez que satildeo indicadores empregados nesta dissertaccedilatildeo
O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 apresentado em Brasil (2006)
subdivide os efeitos da PAIR agrave sauacutede em dois grupos Efeitos auditivos da exposiccedilatildeo
ao ruiacutedo e Efeitos natildeo-auditivos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo Neste subtoacutepico exponho
especificamente os efeitos natildeo auditivos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo mencionados no
protocolo justifico esta exposiccedilatildeo parcial em funccedilatildeo da questatildeo de pesquisa que
busco responder aqui pois o capiacutetulo concentra-se na anaacutelise dos efeitos natildeo-
auditivos
O ruiacutedo pode desencadear efeitos nocivos agrave sauacutede em geral entre eles o
Protocolo destaca ldquonervosismo irritabilidade cefaleia insocircnia alteraccedilotildees
circulatoacuterias alteraccedilatildeo de visatildeo alteraccedilotildees gastrointestinais entre outrosrdquo (BRASIL
119
2006 p20) que podem ser considerados isoladamente No entanto os efeitos
podem ser considerados em seu conjunto como sintomatologia de estresse Haacute
vaacuterios conceitos distintos de estresse que foram discutidos por Filgueiras Hippert
(1999) alguns deles satildeo reproduzidos aqui
Marilda Lipp (1984) dentro de uma abordagem cognitivo-comportamental
define o estresse como uma reaccedilatildeo psicoloacutegica com componentes emocionais
fiacutesicos mentais e quiacutemicos a determinados estiacutemulos que irritam amedrontam
excitam eou confundem a pessoa A autora distingue o niacutevel de estresse
excessivo ou insuficiente (distresse) daquele que eacute necessaacuterio para o bom
desempenho da pessoa (eustresse) Ela considera as caracteriacutesticas reais dos
estiacutemulos eou a accedilatildeo interpretativa que o sujeito daacute aos mesmos na determinaccedilatildeo
do distresse ou do eustresse As primeiras caracteriacutesticas envolveriam um processo
metaboacutelico ou sensorial sem a participaccedilatildeo de mecanismos cerebrais interpretativos
a segunda seria proveniente do componente aprendizagem do repertoacuterio de
condicionamento de respostas que a pessoa acumulou durante a vida
Moreira Mello Filho (1992) conceituam o estresse (fiacutesico psicoloacutegico ou
social) como um conjunto de reaccedilotildees e estiacutemulos que causam distuacuterbios no
equiliacutebrio do organismo frequentemente com efeitos danosos O mesmo autor
conceituou tambeacutem o coping como um conjunto de mecanismos de que o
organismo lanccedila matildeo em reaccedilatildeo aos agentes do estresse representando a forma
como cada pessoa avalia e lida com estas agressotildees Rodrigues (1997) conceitua
estresse como uma relaccedilatildeo particular entre uma pessoa seu ambiente e as
circunstacircncias agraves quais estaacute submetido que eacute avaliada pela pessoa como uma
ameaccedila ou algo que exige dela mais que suas proacuteprias habilidades ou recursos e
que potildee em perigo o seu bem-estar
Nesta pesquisa adoto o conceito de Carl Simonton (1987) apud Filgueiras
Hippert (1999) sobre alguns sintomas de estresse relacionados ao estado emocional
provenientes das reaccedilotildees humanas frente agraves mudanccedilas do ambiente e em suas
vidas abordam o conceito de estresse relacionando-o a estados emocionais
provenientes da reaccedilatildeo pessoal dos indiviacuteduos frente a mudanccedilas significativas em
suas vidas Para esses autores o que realmente parece ser significativo eacute a maneira
como cada pessoa reage aos agentes estressores sendo este um fator decisivo
para o aparecimento ou a evoluccedilatildeo de doenccedilas
120
Assim analiso como os estudantes reagem aos agentes estressores sendo
este um fator para o aparecimento ou evoluccedilatildeo de doenccedilas Stellman Daum (1975)
apud Brasil ( 2006 p 20) caracterizam os sintomas do estresse em trecircs fases
Reaccedilatildeo de Alarme Aumento de pressatildeo sanguiacutenea de frequecircncia cardiacuteaca e respiratoacuteria e diminuiccedilatildeo da taxa de digestatildeo
Reaccedilatildeo de Resistecircncia O corpo comeccedila a liberar estoques de accediluacutecar e gordura provoca cansaccedilo irritabilidade ansiedade problemas de memoacuteria e surgimento de doenccedilas agudas como gripes
Exaustatildeo Os estoques de energia satildeo esgotados insocircnia erros de discernimento mudanccedilas de personalidade doenccedilas crocircnicas coronarianas respiratoacuterias digestivas mentais e outras
Considerando os aspectos elencados para a discussatildeo sobre percepccedilatildeo
ambiental e as caracteriacutesticas e sintomatologia do estresse apresento no terceiro
subtoacutepico a forma como concebi o instrumento de pesquisa que passo a descrever
63 ORIENTACcedilOtildeES METODOLOacuteGICAS DO INSTRUMENTO
Neste subtoacutepico apresento a concepccedilatildeo do teste na forma de escala de tipo-
Likert e aponto algumas fragilidades deste modelo de instrumento Em seguida
caracterizo os procedimentos adotados para contemplar aspectos eacuteticos da
pesquisa
Apoacutes consultar os siacutetios eletrocircnicos do Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo
ndash IPDA o Marslach Burnout Inventory ndash MBI do Institute Chafic Jbeili o Protocolo
sobre Perda de Audiccedilatildeo Induzida por Ruiacutedo - PAIR (BRASIL 2006) e o Diagnoacutestico
Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana (SCARATE 2009) analisei os intrumentos
existentes e adaptei um teste para tentar perceber se os estudantes identificam em
si mesmos alguns sintomas de estresse em relaccedilatildeo aos ruiacutedos o qual denominei
ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo21
21 O teste in totum encontra-se no Apecircndice 1
121
O Teste adaptado foi constituiacutedo de 29 assertivas para identificar alguns
sintomas de estresse nos estudantes do CEPMAT abordando aspectos
relacionados aos ruiacutedos internos (Aparelhos Celulares) e externos e ponderar
aspectos relativos agraves normas e regras estabelecidas pelo Coleacutegio
O Teste de estresse foi desenvolvido adaptando-se uma escala de atitudes
(escala de Likert) A concepccedilatildeo baacutesica que subsidia as escalas de atitude eacute que eacute
possiacutevel descobrir atitudes pedindo aos indiviacuteduos que respondam uma seacuterie de
assertivas de preferecircncia Se um respondente concorda com uma assertiva os
pesquisadores inferem que ele tem uma atitude positiva em relaccedilatildeo a aquela
assertiva Uma escala de atitudes consiste em um conjunto de assertivas e pede-se
aos indiviacuteduos que respondam O modelo de respostas evidencia uma ou mais
atitudes que subjazem as assertivas As escalas de atitude satildeo idecircnticas as escalas
de avaliaccedilatildeo em seu formato com palavras e nuacutemeros colocados em um continuum
Pede-se que os respondentes circulem a palavra ou o nuacutemero que melhor expressa
como ele se sente sobre o toacutepico incluiacutedo na questatildeo ou na frase colocada na
escala Uma escala de atitudes muito usada eacute a escala de Likert cujo nome foi dado
pelo homem que a criou Em algumas o 5 (concordo fortemente) indicaraacute a atitude
positiva e seraacute dada a pontuaccedilatildeo 5 Em outros itens o 1 (discordo totalmente)
indicaraacute a atitude positiva e seraacute dado a pontuaccedilatildeo 5 Portanto os extremos da
escala satildeo invertidos quando pontuados (FRAENKEL WALLEN 2000)
As escalas de Likert normalmente tecircm cinco niacuteveis mas a escala proposta
neste Teste foi composta por sete niacuteveis (1 - de jeito nenhum 2 - raramente 3 - as
vezes 4 - frequentemente 5 - sempre 6 - natildeo sei 7 - natildeo me importo) contendo
uma linguagem simplificada do assunto proposto
Os niacuteveis seis e sete foram criados para minimizar as fragilidades apontadas
por autores que pesquisaram o uso dessas escalas Sobre essas fragilidades
Lederman OacuteMalley (1990) apud Aikenhead Ryan (1992) identificaram que as
assertivas podem ter inuacutemeros problemas de linguagem e concluiacuteram que ldquoa
linguagem eacute usada de forma diferenciada por estudantes e pesquisadores e esta
assincronia leva quase que certamente a interpretaccedilotildees que natildeo coadunam com as
percepccedilotildees que os estudantes tecircmrdquo (p237 traduccedilatildeo nossa) ou seja trazem
ambiguidade para a formulaccedilatildeo da assertiva e interpretaccedilatildeo da resposta
O problema da ambiguidade na linguagem para a formulaccedilatildeo de assertivas foi
investigado por Aikenhead (AIKENHEAD 1989 apud AIKENHEAD RYAN 1992) A
122
ambiguidade foi medida pela discrepacircncia entre as respostas que os estudantes
deram para itens formulados em quatro formatos distintos a saber tipo-Likert
paraacutegrafos redigidos entrevistas semi-estruturadas itens de muacuteltipla escolha
derivados de coleta empiacuterica O autor concluiu que as respostas do tipo-Likert
oferecem somente uma aproximaccedilatildeo com as crenccedilas dos estudantes e as chances
do avaliador concluir com acuraacutecia satildeo muito remotas pois a ambiguidade alcanccedila
niacuteveis de 80
Apesar de perceber a enorme fragilidade na acuraacutecia deste instrumento optei
pelo desenvolvimento de um teste neste modelo porque ele permite coletar dados
em larga escala e facilita a anaacutelise das respostas permitindo uma visatildeo inicial do
problema Entendo que natildeo faz parte do escopo desta dissertaccedilatildeo fazer uma anaacutelise
da sauacutede psicoloacutegica dos estudantes uma vez que a psicologia natildeo eacute minha aacuterea de
formaccedilatildeo portanto seria desnessaacuterio um teste psicoloacutegico de alta profundidade
aqui
Para minimizar as fragilidades expostas a constituiccedilatildeo dos dados foi
triangulada com outros instrumentos no caso um questionaacuterio fechado
(apresentado na seccedilatildeo 4 desta dissertaccedilatildeo) e duas afericcedilotildees de medidas com
equipamentos (apresentadas na seccedilatildeo 5) Uma das afericcedilotildees foi realizada com os
fones auriculares ligados aos Aparelhos Celulares dos estudantes enquanto esses
ouviam muacutesicas e outra afericcedilatildeo ocorreu nas dependecircncias do CEPMAT
investigando os ruiacutedos oriundos do ambiente externo As duas eram mediccedilotildees de
decibeacuteis
Tanto os problemas ambientais externos - decorrentes do crescimento urbano
do entorno com consequente intensificaccedilatildeo do traacutefego na frente do coleacutegio (o que
levou a um aumento dos niacuteveis de pressatildeo sonora gerando uma percepccedilatildeo de
aumento de ruiacutedo) ndash quanto os problemas que eu chamei de internos que ocorreram
a partir do meu incocircmodo pessoal de lidar com o uso natildeo didaacutetico que os estudantes
fazem do Aparelho Celular- foram contemplados neste instrumento O teste foi
concebido com o intuito de que os proacuteprios estudantes pudessem identificar alguns
sintomas de estresse por exposiccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora e que a partir das respostas
agraves assertivas fosse possiacutevel compreender se os estudantes estatildeo ou natildeo
culturalmente ldquotolerantesrdquo com ambientes ruidosos e portanto menos sensiacuteveis a
prevenccedilatildeo a problemas de sauacutede auditiva e mais vulneraacuteveis as consequecircncias
fiacutesicas e psicoloacutegicas do excesso de ruiacutedo
123
Com os resultados pretendo responder a questatildeo de pesquisa nuacutemero quatro
ldquoComose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as normas e
regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora a) oriundas do
entorno da escola e b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos
Celulares e os possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles c) e as regras e
normas utilizadasrdquo Verifiquei que Comose os estudantes do Ensino Meacutedio do
CEPMAT percebem (a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do
Coleacutegio (b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede
dos estudantes (c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes (d) as
normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT
64 PARTICIPANTES
Os dados foram constituiacutedos com estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT
durante o mecircs de novembro de 2013 Para tanto selecionei aleatoriamente seis
turmas (no CEPMAT existem 18 turmas do Ensino Meacutedio) sendo (duas do 1ordm ano
duas do 2ordm e duas do 3ordm ano) perfazendo um total de 160 participantes
65 CONSTITUICcedilAtildeO DOS DADOS
Quanto agraves implicaccedilotildees eacuteticas solicitei junto agrave direccedilatildeo em uma reuniatildeo no
CEPMAT a autorizaccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da pesquisa No que se refere a
participaccedilatildeo dos estudantes entreguei a cada colaborador uma autorizaccedilatildeo
individual (Apecircndice 3) No momento da aplicaccedilatildeo do instrumento os estudantes
foram informados que natildeo havia qualquer ligaccedilatildeo com as disciplinas realizadas na
escola natildeo existindo respostas certas ou erradas evitando assim o
comprometimento com as disciplinas em geral e com outros problemas de validade
124
interna do teste Levei em conta a confidencialidade dos dados avisando a todos
que estariam livres para participar (ou natildeo) da pesquisa
A partir da concepccedilatildeo do instrumento e de sua aplicaccedilatildeo foi realizada uma
anaacutelise do teste de ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo por uma
profissional da aacuterea de psicologia (COSTA 2013) A anaacutelise que encontra-se no
Anexo 3 desta dissertaccedilatildeo comparou as questotildees elaboradas com as categorias e
criteacuterios do Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais (DSM) (APA
2003) e com as caracteriacutesticas de estresse mencionadas no Protocolo de
Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL 2006) e identificou que 20 das 29 questotildees
do instrumento elaborado contemplam os criteacuterios e caracteriacutesticas para
identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresse isso significa que o teste elaborado foi
considerado apropriado para o objetivo proposto ou seja para a autoidentificaccedilatildeo
de alguns sintomas de estresse A seguir descrevo e analiso os dados
66 ANAacuteLISE DE DADOS
Neste subiacutetem faccedilo a analise dos resultados Optei por expor os dados
distribuindo as informaccedilotildees de acordo com a formulaccedilatildeo das subquestotildees da
questatildeo quatro desta pesquisa Para facilitar a visualizaccedilatildeo dos resultados exibo-os
inicialmente em linguagem graacutefica em seguida ressalto no texto as principais
informaccedilotildees apresento algumas consideraccedilotildees e inferecircncias e finalmente respondo
a cada subquestatildeo
A seguir inicio a anaacutelise do primeiro subitem da questatildeo de pesquisa nuacutemero
4 ou seja ldquoSe e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem
existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegiordquo
125
661 Parte 1 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio
As duas primeiras assertivas do instrumento referem-se agrave percepccedilatildeo dos
estudantes quanto agrave poluiccedilatildeo sonora no entorno do CEPMAT As respostas foram
plotadas em porcentagem no Graacutefico 10
GRAacuteFICO 10 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO Aacute POLUICcedilAtildeO SONORA NO ENTORNO DO CEPMAT
22
FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
Eacute importante observar que a percepccedilatildeo dos estudantes quanto aos ruiacutedos
refere-se a qualquer meio de transporte natildeo especificamente aos ruiacutedos das
composiccedilotildees feacuterreas (Graacutefico 10)
No I1- 10 mencionaram que o CEPMAT ldquoDe jeito nenhumrdquo eacute ruidoso por
causa dos trens carros e ocircnibus que passam em frente 1313 responderam
ldquoRaramenterdquo 3563 ldquoagraves vezesrdquo 20 ldquoFrequentementerdquo e 1063 consideram o
Coleacutegio ldquoSemprerdquo eacute ruidoso 188 ldquoNatildeo Sabemrdquo 875 ldquoNatildeo se importamrdquo se o
coleacutegio eacute (ou natildeo) ruidoso por causa dos trens carros e ocircnibus que circulam no
entorno
No I2 ndash Verifica-se que 629 dos estudantes consideram que ldquoDe jeito
nenhumrdquo a biblioteca do Coleacutegio eacute adequada para realizar pesquisas e outras
22 NOTA Foi construiacuteda uma escola tipo-LIKERT com 7 niacuteveis sendo (1= de jeito nenhum 2=
Raramaente 3=Agraves vezes 4= Frequentemente 5=Sempre 6= Natildeo sei 7=Natildeo me importo 160 total de estudantes que participaram do teste
126
atividades 755 responderam que a biblioteca ldquoRaramenterdquo eacute adequada 2075
ldquoAgraves vezesrdquo 1887 ldquoFrequentementerdquo 4088 ldquosemprerdquo eacute adequada 566 ldquoNatildeo
sabemrdquo o niacutevel ldquoNatildeo se importardquo natildeo foi mencionado nas respostas
6611 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I1 e I2
I1- As respostas dos estudantes natildeo retratam uma percepccedilatildeo do coleacutegio
como sendo ruidoso por causa dos meios de transporte Embora 3563 dos
estudantes terem marcado ldquoagraves vezesrdquo Isso se deve a passagem diaacuteria do trem que
em algumas situaccedilotildees natildeo dura mais do que cinco minutos Uma porcentagem
similar (3063) considera que o coleacutegio eacute ldquofrequentementerdquo (2000) ou ldquosemprerdquo
(1063) ruidoso Se somarmos os que de alguma forma consideraram o coleacutegio
ruidoso teremos que pelo menos 65 dos estudantes percebem que o CEPMAT eacute
um ambiente ruidoso isso pode ser devido agrave percepccedilatildeo dos momentos em que eacute
realizado manutenccedilatildeo nas maacutequinas o trem trafega diversas vezes nos horarios da
manhatilde assim eacute possivel afirmar que os correspondentes percebem que o coleacutegio eacute
ruidoso
Quanto ao I2- Mais de 40 dos estudantes consideram que a biblioteca eacute
adequada e silenciosa para a realizaccedilatildeo de pesquisas no entanto as afericcedilotildees
apontaram niacuteveis de ateacute 96 dB(A) o que posso afirmar que eacute um ambiente ruidoso
embora os resultados no teste apontaram um ambiente adequado para os estudos
e concluo que os estudantes estatildeo culturalmente inseridos em ambientes ruidosos
6612 CONSIDERACcedilOtildeES
Embora 65 dos estudantes percebem parcialmente que o CEPMAT faz
parte de um contexto ruidoso A biblioteca que eacute um dos locais mais ruidosos do
Coleacutegio natildeo foi vista como tal por 40 dos respondentes Embora as respostas
127
foram de que a Biblioteca eacute um ambiente adequado e silencioso para os estudos
me permitem afirmar que boa parte dos estudantes natildeo utilizam a biblioteca no
horaacuterio das aulas e no momento de responder o teste natildeo percebera-na como um
ambiente ruidoso A biblioteca fica em um anexo fora da escola23 assim os sons
internos da movimentaccedilatildeo de estudantes natildeo satildeo somados aos sons do entorno o
que pode trazer uma percepccedilatildeo diminuiacuteda de ruiacutedo para os respondentes Aleacutem
disso os estudantes estatildeo inseridos culturalmente em ambientes ruidosos e a
exposiccedilatildeo constante a fontes sonoras aumenta a toleracircncia agrave mais ruiacutedos reduzindo
a percepccedilatildeo sobre estes Ennes (1977) apud Scarate (2009) mostrou que eacute difiacutecil
quantificar essa percepccedilatildeo devido aos fatores caracteriacutesticos a que os estudantes
estatildeo expostos
Avaliar a percepccedilatildeo sonora a partir os sentidos humanos (audiccedilatildeo paladar
tato olfato visatildeo) pode ser tarefa especialmente difiacutecil se o estudante estiver
inserido em um contexto ruidoso Os resultados obtidos mostraram que parte dos
estudantes (1063) natildeo percebe ou natildeo se incomoda com os ruiacutedos do entorno do
CEPMAT o que me permite dizer que eles podem estar inseridos em ambientes
ruidosos por isso natildeo percebem a diferenccedila entre os ambientes em que vivem e o
ambiente escolar
Ribas (2007) sugeriu que muitas pessoas sentem prazer em permanecer em
ambientes barulhentos mesmo que o ruiacutedo urbano seja considerado como um fator
negativo Desta forma interesses e intenccedilotildees diferenciadas geram percepccedilotildees
diferentes sobre o mundo e sobre o ruiacutedo gerando respostas diferenciadas como
estresse Conforme jaacute mencionei neste capiacutetulo Selye (1959) apud Brasil (2006 p
20) conceituou estresse como ldquouma resposta natildeo especiacutefica do corpo a qualquer
exigecircncia feita sobre ele eacute o conjunto de defesas do corpo contra qualquer forma de
estiacutemulo nocivordquo Assim o estresse eacute uma tentativa de adaptaccedilatildeo ao ambiente
modificado ou a um novo ambiente Para Romero et al (2007) o estresse possui
vaacuterios efeitos (bioloacutegicos emocionais fiacutesicos) podendo afetar as capacidades
cognitivas e com certeza alterar as percepccedilotildees sobre o ambiente
Os dois itens avaliados permitem responder o primeiro subitem da questatildeo de
pesquisa nuacutemero 4 que se refere agrave percepccedilatildeo dos estudantes em relaccedilatildeo do
entorno do CEPMAT Os resultados indicaram que os estudantes percebem
23 (vide a planta baixa arquitetocircnica da escola no anexo VIII)
128
parcialmente o Coleacutegio como um ambiente ruidoso Ou seja 65 de estudantes tecircm
alguma percepccedilatildeo de ruiacutedo no coleacutegio Por outro lado pelo menos 20 dos
estudantes tecircm pouca percepccedilatildeo sobre os ruiacutedos nesse ambiente
Em relaccedilatildeo agrave biblioteca mais de 50 dos estudantes (somando os que
responderam ldquofrequentementerdquo e ldquosemprerdquo) percebem-na como um local adequado
em termos de conforto acuacutestico para realizar as tarefas escolares No entanto natildeo
foi investigado se os estudantes de fato conhecem a biblioteca do coleacutegio e se
permanecem ali por um periacuteodo mais longo de tempo para pesquisar e realizar
tarefas escolares Eacute importante notar que o item relativo agrave biblioteca foi inserido em
funccedilatildeo da localizaccedilatildeo desta estar sem nenhuma barreira de proteccedilatildeo (aacutervores
muros outros) recebendo de forma mais direta os ruiacutedos externos o que em termos
sonoros dificulta sobremaneira a manutenccedilatildeo de um ambiente acusticamente
saudaacutevel
Portanto o primeiro subitem pode ser respondido da seguinte forma
Os estudantes participantes da pesquisa nem sempre percebem o
CEPMAT como um ambiente ruidoso e a maioria considera a biblioteca um
ambiente acusticamente adequado para as atividades escolares
662 Parte 2 Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na
sauacutede dos estudantes
Nesta parte apresento nove itens divididos em trecircs graacuteficos (11 12 e 13) que
correspondem agrave percepccedilatildeo dos estudantes sobre os efeitos da poluiccedilatildeo sonora em
relaccedilatildeo ao traacutefego no entorno do ambiente escolar Assim procuro responder o
segundo subitem da quarta questatildeo de pesquisa Comose os estudantes do Ensino
Meacutedio do CEPMAT percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do
Coleacutegio na sauacutede deles
129
GRAacuteFICO 11 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES SOBRE OS EFEITOS DA POLUICcedilAtildeO SONORA EXTERNA AO CEPMAT FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
Os resultados que observo nos trecircs itens expressam parte da percepccedilatildeo dos
estudantes de alguns sintomas de estresse na sauacutede deles (Graacutefico 11)
No I3 ndash Eacute importante notar que esta assertiva foi feita na negativa assim
1938 responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo o ruiacutedo natildeo incomoda 1250
ldquoRaramenterdquo 2875 o ruiacutedo natildeo incomoda ldquoAgraves vezesrdquo 813 ldquoFrequentementerdquo
1750 ldquoSemprerdquo o ruiacutedo natildeo incomoda 063 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1313 ldquoNatildeo se
importamrdquo se o ruiacutedo do trem incomoda (ou natildeo) quando estatildeo assistindo aulas
No I4 ndash 3438 dos estudantes afirmaram que ldquoDe jeito nenhumrdquo jaacute me senti
prejudicado nas avaliaccedilotildees pelos ruiacutedos dos trens 1750 ldquoRaramenterdquo jaacute me senti
prejudicado 2375 ldquoAgraves vezesrdquo 1063 ldquoFrequentementerdquo 1125 ldquoSemprerdquo me
senti prejudicado 063 Natildeo sabem e 188 ldquoNatildeo se importamrdquo se jaacute se sentiram
prejudicados (ou natildeo) nas avaliaccedilotildees trabalhos e pesquisas causados pelos ruiacutedos
dos trens
No I5 ndash 6188 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo ouviram
zumbido na orelha interna depois de escutar ruiacutedos dos meios de transportes 875
ldquoRaramenterdquo ouviram zumbidos 1125 ldquoAgraves vezesrdquo 375 ldquoFrequentementerdquo
438 ldquoSemprerdquo ouviram zumbidos na orelha interna por causa dos trens carros e
ocircnibus 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e 313 ldquoNatildeo se importamrdquo se ouviram (ou natildeo)
zumbidos na orelha interna oriundos dos meios de transportes
130
6621 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I3 I4 e I5
Ao observar as respostas do I3 verifico que mais de 60 dos estudantes
(somando os que ldquode jeito nenhumrdquo natildeo se incomodam com o ruiacutedo 1938 com os
que ldquoraramenterdquo natildeo se incomodam 1250 e os que ldquoagraves vezesrdquo natildeo se
incomodam 2875) tecircm alguma percepccedilatildeo do incocircmodo relativo aos ruiacutedos
causados pelo trem ou melhor a assertiva estaacute na negativa assim o ruiacutedo do trem
incomoda os estudantes seja por passagem de uma locomotiva ou quando estaacute
realizando manuteccedilatildeo nas locomotivas
Jaacute a assertiva 4 refere-se aos prejuiacutezos causados pelos ruiacutedos do trem
durante a execuccedilatildeo de avaliaccedilotildees e trabalhos escolares Ao somar as percepccedilotildees
daqueles que ldquoque ldquoAgraves vezesrdquo 2375 com os que ldquofrequentementerdquo - 1063 e os
que ldquosemprerdquo ndash 1125 se sentem prejudicados perfaz um total de 4563 de
estudantes que claramente percebem prejuiacutezos agraves avaliaccedilotildees ou trabalho escolares
Por outro lado os que ldquode jeito nenhumrdquo 3438 percebem prejuiacutezos adicionando
aos os 1750 que ldquoraramenterdquo se incomodam totaliza 5188 Assim parece
haver um equiliacutebrio entre os que percebem algum tipo de prejuiacutezo e os que
raramente ou nunca o percebem
Quanto ao I5 - 6188 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo ouviram zumbido na
orelha interna apoacutes a passagem das composiccedilotildees feacuterreas ou de qualquer meio de
transporte
A seguir apresento e analiso as assertivas 6 7 e 8 relativas agrave percepccedilatildeo dos
impactos causados pelos ruiacutedos dos meios de transporte
Os resultados relativos agrave percepccedilatildeo dos estudantes sobre se haacute (ou natildeo)
algo a ser feito para alterar condiccedilotildees de ruiacutedo de traacutefego na frente do coleacutegio (i tem
6) e os itens 7 e 8 que abordam a percepccedilatildeo dos estudantes no que tange a alguns
sintomas de estresse satildeo resumidos no Graacutefico 12
131
GRAacuteFICO 12 - IMPACTOS CAUSADOS PELOS TRENS CARROS E OcircNIBUS AOS ESTUDANTES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
Observe-se que a assertiva 6 estaacute na negativa assim as respostas ao item 6
mostram que ndash 1750 dos estudantes acredita que ldquoDe jeito nenhumrdquo nada pode
ser feito para alterar as condiccedilotildees de ruiacutedos dos meios de transportes em frente ao
CEPMAT 563 ldquoRaramenterdquo 625 ldquoAgraves vezesrdquo 125 ldquoFrequentementerdquo 938
ldquoSemprerdquo nada pode ser feito 5125 ldquoNatildeo sabemrdquo se nada pode ser feito para
mudar as condiccedilotildees de ruiacutedos e 875 ldquonatildeo se importamrdquo com as atitudes a serem
tomadas
No item 7 - 2875 dos estudantes que responderam consideram que ldquoDe
jeito nenhumrdquo tecircm dificuldades na aprendizagem por conta dos ruiacutedos causados
pelos testes de frenagem e manutenccedilatildeo realizados em frente do CEPMAT 15
responderam ldquoRaramenterdquo 2250 ldquoAgraves vezesrdquo 750 ldquoFrequentementerdquo 688
ldquoSemprerdquo tecircm dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando haacute
testes de frenagem das composiccedilotildees em frente ao coleacutegio 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e
1250 ldquoNatildeo se importamrdquo com os ruiacutedos que as locomotivas fazem quando testam
os freios
Novamente eacute preciso estar atento agrave formulaccedilatildeo negativa da assertiva 8 ndash
3750 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo meu niacutevel de
concentraccedilatildeo natildeo se altera quando o trem passa 15 ldquoRaramenterdquo 2313 ldquoAgraves
vezesrdquo natildeo se altera 438 ldquoFrequentementerdquo 1188 ldquoSemprerdquo meu niacutevel de
concentraccedilatildeo natildeo se altera quando o trem passa 313 ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se
importamrdquo se o niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera
132
6622 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I6 I7 e I8
No item 6 questionei a mobilizaccedilatildeoimobilizaccedilatildeo dos estudantes no que tange
a tomada de providecircncias em relaccedilatildeo aos ruiacutedos causados pelos meios de
transporte Desta forma verifiquei que ndash 5125 dos estudantes ldquonatildeo sabemrdquo se
nada pode ser feito para alterar as condiccedilotildees mas 1750 acreditam
veementemente que ldquode jeito nenhumrdquo nada pode ser feito Mais uma vez eacute
importante notar que o item foi construiacutedo na negativa assim entendo que se os
estudantes compreenderam o item entatildeo pelo menos esses 1750 (ldquoDe jeito
nenhumrdquo nada pode ser feito) tecircm clareza de que algo pode efetivamente ser
realizado para alterar a situaccedilatildeo do ruiacutedo havendo portanto possibilidades para um
trabalho de protagonismo juvenil no coleacutegio
No item 7 ndash Verifiquei que nas respostas apresentadas existe uma
porcentagem de estudantes (2875) que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem dificuldades
na aprendizagem por conta dos ruiacutedos dos freios dos trens Poreacutem eacute importante
esclarecer que mesmo que os estudantes natildeo percebam suas proacuteprias dificuldades
isso natildeo significa que o problema inexista considerando que mesmo com raacutepidas
exposiccedilotildees de alta intensidade sonora podem ocorrer respostas psicoloacutegicas
(tensatildeo irritabilidade e baixa concentraccedilatildeo) quanto quiacutemicas (secreccedilatildeo anormal de
substacircncias hormonais) e fiacutesico-somaacuteticas No entanto ao somar os que ldquoagraves vezesrdquo
(2250) percebem dificuldades com os que ldquofrequentementerdquo (750) e os que
ldquosemprerdquo (688) as percebem temos um total de 3688 dos estudantes que jaacute
tecircm algum niacutevel de percepccedilatildeo sobre a reduccedilatildeo na aprendizagem Isso significa que
haacute uma porcentagem maior de alunos que jaacute tem essa percepccedilatildeo (3688) em
relaccedilatildeo agravequeles que ldquode jeito nenhumrdquo percebem (2875) o problema
Quanto ao item 8 ndash 3750 dos estudantes expressam que ldquode jeito nenhumrdquo
meu niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera durante as avaliaccedilotildees por conta dos ruiacutedos
dos trens ou seja em outras palavras esses estudantes responderam que
percebem alteraccedilotildees Aleacutem desses se somarmos ainda os que afirmam que
ldquoraramenterdquo (15) percebem que o niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera com os que
ldquoagraves vezesrdquo (2313) percebem que o niacutevel natildeo se altera o resultado seraacute 7563
Entendo que se considerar que todos os respondentes compreenderam o item e a
133
forma de respondecirc-lo entatildeo 7563 perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de
concentraccedilatildeo em outras palavras uma porcentagem bastante significativa dos
estudantes percebe alteraccedilotildees em sua concentraccedilatildeo
Nas assertivas 9 10 e 11 verifiquei a percepccedilatildeo dos estudantes sobre
sintomas de estresse na sauacutede deles relacionando os meios de transportes a
muacutesica que escutam no Celular e alguns aspectos relativos agrave cogniccedilatildeo Os dados
foram plotados no Graacutefico 13
GRAacuteFICO 13 - INCOcircMODOS CAUSADOS POR RUIacuteDOS AOS ESTUDANTES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
No I9 - 5188 dos estudantes respondeu que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem
esgotamento pela exposiccedilatildeo aos ruiacutedos dos meios de transportes 1313
ldquoRaramenterdquo 1375 ldquoAgraves vezesrdquo 438 ldquoFrequentementerdquo 562 ldquoSemprerdquo
percebem-se esgotados 375 ldquoNatildeo sabemrdquo e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se a
exposiccedilatildeo aos ruiacutedos dos trens carros e ocircnibus os deixa (ou natildeo) esgotados
Observe-se que a assertiva 10 foi construiacuteda na negativa Assim 3688 dos
estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo ficam incomodados por causa dos ruiacutedos intensos
oriundos das muacutesicas que escutam no fone auricular conectado ao Celular e dos
meios de transporte que passam em frente ao Coleacutegio 1563 ldquoRaramenterdquo 25
ldquoAgraves vezesrdquo 5 ldquoFrequentementerdquo 688 ldquoSemprerdquo natildeo se incomodam 188 ldquoNatildeo
sabemrdquo e 875 ldquoNatildeo se importamrdquo com os incocircmodos dos ruiacutedos tanto da muacutesica
que escutam no Celular quanto dos meios de transportes
134
No item 11 ndash 2938 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo perdem a
concentraccedilatildeo por causa dos trens 1938 ldquoRaramenterdquo 2188 ldquoAgraves vezesrdquo 875
ldquoFrequentementerdquo 1750 ldquoSemprerdquo perdem a concentraccedilatildeo 063 ldquoNatildeo sabemrdquo e
250 ldquoNatildeo se importamrdquo em perder a concentraccedilatildeo por conta dos trens
6623 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I9 I10 e I11
No item 9 ndash avalei se os estudantes percebem o esgotamento no final do
periacuteodo de aula e verifiquei que 5188 dos mesmos ldquode jeito nenhumrdquo percebem
esgotamento mas 3689 (somando os que agraves vezes -1375 frequentemente
438 sempre 565) tem alguma percepccedilatildeo sobre seu proacuteprio esgotamento
O item 10 ndash Considerando as respostas divididas entre os niacuteveis da escala
posso afirmar que 3688 dos estudantes que responderam incomodam-se com os
ruiacutedos intensos (ldquorsquode jeito nenhumrdquo natildeo se incomodam) e 1563 ldquoraramenterdquo natildeo se
incomodam Os dois somados perfazem um total de 5251 de estudantes que
percebem de forma mais expressiva os incocircmodos com os ruiacutedos intensos externos
e internos ao CEPMAT Assim considero que se os estudantes compreenderam o
item e a forma de respondecirc-lo entatildeo pelo menos a metade deles estaacute de alguma
forma incomodada com os ruiacutedos internos e externos
Quanto ao Item 11 ndash 2938 de estudantes ldquode jeito nenhumrdquo perdem a
concentraccedilatildeo por causa dos ruiacutedos dos trens Por outro lado ao somarmos os que
ldquoraramenterdquo (1938) com os que ldquoagraves vezesrdquo (2188) ldquofrequentementerdquo (875) e
os que ldquosemprerdquo perdem (1750) temos um total de 6751 de estudantes que tecircm
alguma percepccedilatildeo sobre sua perda de concentraccedilatildeo estar relacionada a passagem
do trem no horaacuterio das aulas Observe-se que neste montante estatildeo embutidos
aqueles que sempre (1750) perdem a concentraccedilatildeo por causa da poluiccedilatildeo sonora
dos trens Estes valores aproximam-se dos resultados do item 8 no qual 7563
perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de concentraccedilatildeo corroborando-os
135
6624 CONSIDERACcedilOtildeES
Analisando os graacuteficos 11 12 e 13 passo responder o segundo subitem da
quarta questatildeo de pesquisa ldquoComose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT
percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede
delesrdquo concluiacute que a maioria dos estudantes (isto eacute 67 no item 11 e 75 no item
8) percebem e se incomodam com os ruiacutedos das composiccedilotildees ferroviaacuterias quando
estatildeo assistindo aulas e cerca de 45 dos mesmos percebem algum tipo de
prejuiacutezo nas avaliaccedilotildees relacionando tais prejuiacutezos aos ruiacutedos da passagem das
composiccedilotildees durante as avaliaccedilotildees Jaacute para os casos de testes de frenagem mais
de 36 percebem algum grau de dificuldade de aprendizagem e mais de 65
perceberam alguma alteraccedilatildeo no niacutevel de concentraccedilatildeo no momento em que a
empresa testa os freios das locomotivas na frente do CEPMAT investigados em dois
itens (8 e 11)
Em relaccedilatildeo agrave apariccedilatildeo de zumbidos que satildeo sintomas de perda auditiva boa
parte (mais de 60) natildeo ouve zumbidos apoacutes a passagem das composiccedilotildees No
entanto ao se questionar sobre o esgotamento (sintoma de estresse) percebido
como consequecircncia dos ruiacutedos das composiccedilotildees mais de 36 vinculam seu
esgotamento agrave exposiccedilatildeo aos ruiacutedos do traacutefego e mais de 52 revela perceber de
forma expressiva os incocircmodos do traacutefego
Ressalto que a percepccedilatildeo dos ruiacutedos eacute culturalmente construiacuteda e estaacute
associada a um conjunto integrado de fatores psicofiacutesicos e sociais Portanto essas
percepccedilotildees podem ser distintas em diferentes grupos Assim eacute importante
considerar trecircs conjuntos de caracteriacutesticas que podem exercer influecircncia satildeo elas
Socioculturais de efeitos psicofiacutesicos e fiacutesicas (assim como outras variaacuteveis
ambientais) que seratildeo retomadas a seguir
a) Caracteriacutesticas socioculturais da comunidade escolar que participou da
pesquisa
Esses estudantes parecem estar imersos em ambientes ruidosos estando
acostumados aos sons de alta intensidade Associado a isto o ritmo de vida urbano
136
apresenta-se com excesso de ruiacutedo com sons dos meios de transportes trens
templos e igrejas propagandas em carros de som moacuteveis animais casas noturnas
enfim esses estudantes parecem estar expostos de forma contiacutenua haacute uma
infinidade de ruiacutedos consolidando o conceito de poluiccedilatildeo sonora urbana descrita por
Gasperin (2006 p36)
b) Caracteriacutesticas relacionadas aos potenciais efeitos psicofiacutesicos sobre esses
estudantes
A percepccedilatildeo de esgotamento eacute um dos sintomas de estresse com potencial
efeito psicofiacutesico e neste caso vinculado a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo excessivo e de
acordo com Scarate (2009) pode refletir a real gravidade da poluiccedilatildeo sonora no
ambiente avaliado
c) Caracteriacutesticas fiacutesicas desse fenocircmeno bem como outras variaacuteveis
ambientais relevantes
Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas fiacutesicas do estiacutemulo tais como intensidade
tempo de exposiccedilatildeo e frequecircncia destacam-se no caso da poluiccedilatildeo sonora urbana
sendo ainda significativo entre as variaacuteveis ambientais o periacuteodo horaacuterio em que
ocorre e com qual periodicidade se eacute habitual ciacuteclico ou atiacutepico
A passagem das composiccedilotildees ocorre por um periacuteodo geralmente curto que
natildeo ultrapassa cinco minutos por dia para cada composiccedilatildeo o que por si soacute natildeo
caracterizaria poluiccedilatildeo sonora No entanto quando se soma a isso os testes de
frenagem que ocorrem com certa frequecircncia e regularidade embora em horaacuterios
irregulares e imprevisiacuteveis o fenocircmeno acirra-se Os estudantes percebem alguns
sintomas mas eacute necessaacuterio que se faccedilam outras correlaccedilotildees sobre as reais
condiccedilotildees acuacutesticas locais e se aprofundem estudos sobre a percepccedilatildeo da
comunidade escolar em relaccedilatildeo ao tema
Finalmente chamou a atenccedilatildeo que mais de 50 dos estudantes respondeu
que ldquonatildeo saberdquo se nada pode ser feito para alterar tal situaccedilatildeo e outros 50 tambem
natildeo reconhecem seu direito ao silecircncio enquanto estuda Essas respostas
coadunam com o estudo realizado por Eniz (2004) que sugere que as pessoas de
um modo geral satildeo passivas nas suas atitudes quando se refere aos incocircmodos
137
pessoais Isso me remete aos aspectos da poacutes-modernidade amplamente discutidos
nesta dissertaccedilatildeo pois uma das caracteriacutesticas da modernidade liacutequida eacute de acordo
com Bauman (2011) justamente a falta de viacutenculo com o territoacuterio (a
desterritorializaccedilatildeo) a falta de empatia e de aderecircncia com o local o espaccedilo fiacutesico
no caso o Coleacutegio e as preocupaccedilotildees que o cercam Para esse autor a
modernidade (soacutelida) referia-se agrave um estaacutegio de incorporaccedilatildeo dos indiviacuteduos em
estruturas soacutelidas como as instituiccedilotildees (no caso o Coleacutegio) que tinha fortes raiacutezes
territoriais Na Modernidade dita Liacutequida parece que o mote eacute evitar que qualquer
coisa torne-se habitual ou tenha assento individual Nesse sentido a apropriaccedilatildeo (de
terra por exemplo) passou a ser um entrave porque nos imobiliza a
responsabilidades que inevitavelmente estariam ligadas a administraccedilatildeo de um
territoacuterio Essa desterritorializaccedilatildeo parece ter gerado um descompromisso com os
interesses que cercam o coleacutegio no caso as lutas que podem ser travadas para
minimizar os efeitos da poluiccedilatildeo sonora do entorno causadas especificamente pelo
traacutefego de composiccedilotildees feacuterreas
Em suma o segundo subitem da questatildeo de pesquisa quatro ldquoComose os
estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora
oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede delesrdquo pode ser respondido da seguinte
forma De forma geral os estudantes percebem o ruiacutedo do traacutefego
(especialmente dos trens) e relacionam alguns sinais de estresse (tais como
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de aprendizagem e esgotamento)
com esses ruiacutedos Nesse sentido mesmo considerando que culturalmente os
estudantes estejam inseridos em ambientes ruidosos em casa nas ruas ou na
escola ou seja ainda que essa percepccedilatildeo seja culturalmente construiacuteda de acordo
com o modo de vida e os grupos nos quais esses estudantes estatildeo inseridos (HALL
2007) os estudantes percebem os ruiacutedos do tracircnsito especialmente dos trens como
fatores que os afetam na aprendizagem concentraccedilatildeo e niacutevel de esgotamento
embora natildeo tenham percebido zumbidos (caracteriacutestica de perda auditiva) na orelha
interna Outra resposta importante eacute que os estudantes natildeo sabem se haacute (ou natildeo
haacute) algo a fazer quanto a poluiccedilatildeo sonora do entorno do CEPMAT o que me permite
afirmar que isso pode ser entendido visto como imobilidade e desterritorialismo mas
ao mesmo tempo haacute espaccedilo para accedilotildees de protagonismo juvenil
138
663 Parte 3 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes
Nesta parte apresento os resultados dos itens (I12 ateacute I26) refere-se a
percepccedilatildeo dos estudantes de alguns sintomas de estresse relacionados ao uso de
fones auriculares conectados ao Aparelho Celular ao ouvirem muacutesica acima dos
limites estabelecidos de tempo e decibeacuteis para a manutenccedilatildeo da sauacutede auditiva
GRAacuteFICO 14 - INCOcircMODO CAUSADO PELA MUacuteSICA OUVIDA NO FONE AURICULAR CONECTADO AO APARELHO CELULAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
Os resultados obtidos (Graacutefico 14) em relaccedilatildeo a percepccedilatildeo dos estudantes
quanto agrave exposiccedilatildeo de sua audiccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora satildeo
No item I12 ndash 4750 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo deixam de ouvir
muacutesica no Celular para natildeo se expor aos ruiacutedos excessivos 1250 ldquoRaramenterdquo
1563 ldquoAgraves vezesrdquo 875 ldquoFrequentementerdquo 625 ldquoSemprerdquo deixam de ouvir
muacutesicas para natildeo expor sua audiccedilatildeo aos ruiacutedos intensos 313 ldquoNatildeo sabemrdquo e
625 ldquoNatildeo se importamrdquo em deixar (ou natildeo) de ouvir muacutesica para natildeo se expor aos
ruiacutedos intensos
139
No item I13 ndash 6188 dos mesmos ldquoDe jeito nenhumrdquo ouvem zumbido depois
escutar muacutesica 1563 ldquoRaramenterdquo 1375 ldquoAgraves vezesrdquo 250 ldquoFrequentementerdquo
125 ldquoSemprerdquo ouvem zumbidos depois de escutar muacutesica 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e
250 ldquoNatildeo se importamrdquo se ouvem (ou natildeo) zumbidos depois de escutar muacutesica
em alto volume
No item I14 ndash para 5250 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo a muacutesica que
ouvem no Celular atrapalha a concentraccedilatildeo 1688 ldquoRaramenterdquo 1563 ldquoAgraves
vezesrdquo 313 ldquoFrequentementerdquo 438 ldquoSemprerdquo as muacutesicas ouvidas no Celular
atrapalham a concentraccedilatildeo na aula 125 ldquoNatildeo sabemrdquo e 625 ldquoNatildeo se importamrdquo
se a muacutesica que ouvem no Celular atrapalha (ou natildeo) sua concentraccedilatildeo na aula
6631 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I12 I13 e I14
No item I12 ndash Relativamente ao ouvir muacutesica 4750 dos estudantes natildeo
deixam de ouvi-la (ou ldquode jeito nenhumrdquo deixam de) no Celular para se prevenir da
exposiccedilatildeo ao excesso de ruiacutedos No entanto se somarmos aqueles que em algum
momento jaacute deixaram de ouvi-la para natildeo se expor excessivamente aos ruiacutedos
teremos a expressiva porcentagem de 3063 (1563 ldquoAgraves vezesrdquo 875
ldquoFrequentementerdquo 625 ldquoSemprerdquo) o que indica um grau de preocupaccedilatildeo com a
sauacutede auditiva
O item I13 ndash 6188 dos estudantes natildeo percebem os zumbidos na orelha
interna depois de ouvi-la que corrobora o item 5 desse mesmo instrumento no qual
mais de 60 dos estudantes havia afirmado natildeo perceber zumbidos oriundos do
excesso de ruiacutedos causados pelo traacutefego Portanto zumbido natildeo eacute um sintoma
comum entre esses estudantes
A questatildeo da concentraccedilatildeo referida no item 14 ndash 5250 dos estudantes
afirmaram que ldquode jeito nenhumrdquo o som que ouvem no Celular atrapalha sua
concentraccedilatildeo Mas a somatoacuteria dos que consideram que a muacutesica atrapalha
(raramente 1688 ldquoagraves vezesrdquo 1563 ldquofrequentementerdquo 313 e ldquosemprerdquo
438) daacute 4002 de estudantes que em algum momento jaacute perceberam alteraccedilotildees
na concentraccedilatildeo ao ouvi-la Neste caso diferentemente do tracircnsito em que mais de
140
65 dos estudantes perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de concentraccedilatildeo o som das
muacutesicas por outro lado eacute visto de forma menos agressiva e invasiva portanto haacute
quase um equiliacutebrio entre os que afirmaram ldquode jeito nenhumrdquo (5250) e os demais
(4002) que jaacute perceberam alguma alteraccedilatildeo na concentraccedilatildeo Isso eacute
extremamente preocupante na medida em que as afericcedilotildees de dB(A) realizadas no
Coleacutegio indicaram que o volume pode chegar a mais de 100 dB(A) e o tempo de
exposiccedilatildeo normalmente eacute maior que 4 horas por dia o que significa que a sauacutede
auditiva estaacute em perigo
Com o objetivo de investigar a percepccedilatildeo dos estudantes de alguns sintomas
de estresse na sauacutede fiacutesica criei trecircs assertivas 15 16 e 17 As respostas foram
plotadas no graacutefico 15
GRAacuteFICO 15 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO AOS SINTOMAS DE ESTRESSE DEFLAGRADOS POR OUVIR MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES LIGADOS A APARELHOS CELULARES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
No item I15 - 7125 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
percebem dores na orelha interna24 por causa das muacutesicas que ouvem no Celular
Para 15 ldquoRaramenterdquo haacute dor 688 ldquoAgraves vezesrdquo 250 ldquoFrequentementerdquo tecircm
dores na orelha interna por ouvir muacutesica no Celular ningueacutem respondeu que
24 Observe-se que a assertiva usa a nomenclatura ldquoouvidordquo em funccedilatildeo de este ser mais conhecido e
difundido do que orelha interna nomenclatura atual
141
ldquosemprerdquo percebe dores 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e 188 ldquoNatildeo se importamrdquo se
percebem (ou natildeo) dores na orelha interna por causa da muacutesica
As respostas dadas no Item 16 foram 4744 dos estudantes ldquoDe jeito
nenhumrdquo percebem que a quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e
ao ouvirem muacutesica no Celular eacute maior que podem suportar 1795 ldquoRaramenterdquo
1410 ldquoAgraves vezesrdquo 577 ldquoFrequentementerdquo e 577 ldquoSemprerdquo percebem que o
ruiacutedo eacute maior que podem suportar 385 ldquoNatildeo sabemrdquo e 513 ldquoNatildeo se importamrdquo
se a quantidade de ruiacutedos a que estatildeo expostos fora da escola ao ouvirem muacutesicas
no Celular eacute (ou natildeo) maior do que eles podem suportar
Quanto a I17 ndash 5 dos estudantes respondeu que ldquoDe jeito nenhumrdquo sabe
que ouvir muacutesica no Celular prejudica a audiccedilatildeo 688 ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves
vezesrdquo 1188 ldquoFrequentementerdquo 5125 ldquoSemprerdquo sabem que a muacutesica que ouve
no Celular pode causar prejuiacutezos para a audiccedilatildeo 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e 938 ldquoNatildeo
se importamrdquo se ouvir muacutesica no Celular pode (ou natildeo) prejudicar a audiccedilatildeo
6632 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I15 I16 e I17
No Item I15 ndash Verifico 7125 dos estudantes natildeo percebem quaisquer dores
na orelha interna por causa da muacutesica que ouvem no Celular mas 938 (somando-
se os que agraves vezes percebem dores - 688 com os que frequentemente as
percebem - 288) jaacute tem percepccedilatildeo de dores na orelha interna causadas pelo som
das muacutesicas ouvidas com fones de ouvidos conectados aos Aparelhos Celulares
Considerando tambeacutem as respostas do item 13 sobre zumbidos pelo menos 17
dos estudantes jaacute percebem zumbidos (somando se os que ldquoagraves vezesrdquo e os que
ldquofrequentementerdquo com os que ldquosemprerdquo os percebem) Assim quase 95 dos
estudantes que jaacute no Ensino Meacutedio percebem dores e 17 percebem zumbidos
parece ser uma porcentagem significativa para esta faixa etaacuteria No entanto a
gravidade desses sintomas precisa ser devidamente avaliada por especialistas em
sauacutede auditiva e em sauacutede puacuteblica as audiometrias deveriam ser analisadas em um
estudo longitudinal ao longo da vida escolar
142
No Item I16 - 4744 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem que a
quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e quando ouvem muacutesica no
Celular eacute maior que podem suportar Mas tambeacutem me chamou a atenccedilatildeo os 513
que simplesmente ldquoNatildeo se importamrdquo embora esta porcentagem natildeo pareccedila
significativa em termos de sauacutede puacuteblica a postura desses estudantes em relaccedilatildeo agrave
sauacutede auditiva deles certamente eacute
Quanto ao I17 - 5125 dos estudantes responderam que ldquoSemprerdquo sabem
que ouvir muacutesica no Celular que pode prejudicar a audiccedilatildeo e novamente chama a
atenccedilatildeo os 938 de estudantes que responderam que natildeo se importam se pode
haver algum prejuiacutezo a audiccedilatildeo
As respostas dos itens 16 e 17 apontam uma contradiccedilatildeo entre a sociedade
contemporacircnea excessivamente voltada a si mesma e a uma das caracteriacutesticas
marcantes da adolescecircncia que eacute a despreocupaccedilatildeo com o futuro e um excesso de
foco no ldquoviver o momentordquo Em outras palavras poderiacuteamos resumir as duas
respostas na frase ldquoeu sei que faz mal mas natildeo estaacute fazendo mal para mim agorardquo
Nesse sentido eacute que a escola parece ter um papel fundamental na discussatildeo para a
prevenccedilatildeo de problemas de sauacutede auditiva
Os trecircs itens subsequentes 18 19 e 20 englobam sintomas de estresse e a
percepccedilatildeo dos estudantes quanto agrave dificuldades de concentraccedilatildeo durante as
atividades escolares Os dados foram plotados no Graacutefico 16
GRAacuteFICO 16 - SINTOMAS DO ESTRESSE E DIFICULDADES DE CONCENTRACcedilAtildeO NAS AVALIACcedilOtildeES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
143
Os resultados mostram que no I18 ndash 6875 dos estudantes responderam
que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem perdas de energia ao ouvir muacutesica no fone de
ouvido conectado ao Celular 750 ldquoRaramenterdquo 625 ldquoAgraves vezesrdquo 188
ldquoFrequentementerdquo 375 ldquoSemprerdquo percebem perda energia 750 ldquoNatildeo sabemrdquo e
438 ldquoNatildeo se importamrdquo se perdem (ou natildeo) energia ao ouvir muacutesica no Celular
O I19 ndash 50 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo sentem-se
sobrecarregados nem pelo ruiacutedo externo ao CEPMAT nem ao ouvirem muacutesica no
Celular em volume acima da meacutedia 1438 ldquoRaramenterdquo 10 ldquoAgraves vezesrdquo 563
ldquoFrequentementerdquo 688 ldquoSemprerdquo ficam sobrecarregados tanto com os ruiacutedos
externos quanto com os das muacutesicas no Celular em volume acima da meacutedia 813
ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se importamrdquo em sentir-se (ou natildeo) sobrecarregados com
esses ruiacutedos
Quanto ao I20 ndash 3750 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
ouvem muacutesica em volume alto para se concentrar para estudar as provas e realizar
trabalhos 1125 ldquoRaramenterdquo 1938 ldquoAgraves vezesrdquo 938 ldquoFrequentementerdquo 15
ldquoSemprerdquo ouvem muacutesica em volume alto para estimular a concentraccedilatildeo para realizar
estudos e trabalhos escolares 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 313 ldquoNatildeo se importamrdquo em
ouvir muacutesica em volume alto para os trabalhos ou avaliaccedilotildees escolares
6633 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I18 I19 e I20
No I18 ndash 6875 dos estudantes ldquode jeito nenhumrdquo percebem perdas de
energia ao ouvir muacutesica no Celular resultando em uma percepccedilatildeo afirmativa sobre
ouvir muacutesica
No item I19 ndash verifico que 50 dos estudantes responderam que ldquode jeito
nenhumrdquo sentem-se sobrecarregados nem pelos ruiacutedos externos ao CEPMAT nem
pelas muacutesicas que ouvem em volume acima da meacutedia no Celular Essa
porcentagem complementa a obtida na resposta ao item 12 no qual 4750 dos
estudantes ldquode jeito nenhumrdquo deixam de ouvir muacutesica no Celular para natildeo se expor
aos ruiacutedos Assim se eles natildeo se sentem sobrecarregados entatildeo eacute porque
deixariam de ouvir muacutesica em alto volume
144
Apesar desse nuacutemero significativo haacute tambeacutem que se considerar que 2251
(somando-se os que ldquoagraves vezesrdquo 10 com os que ldquoFrequentementerdquo 563 e os que
ldquosemprerdquo 68) sentem-se sobrecarregados pela quantidade de ruiacutedos o que
acarreta uma porcentagem nada despreziacutevel de estudantes que jaacute comeccedilam a
perceber incocircmodos pelos ruiacutedos
Quanto ao item I20 ndash Apesar de 3750 dos estudantes terem respondido
que ldquode jeito nenhumrdquo ouvem muacutesicas para se concentrar verifico que uma
porcentagem ainda maior 4376 responde que ldquoagraves vezesrdquo (1938)
ldquofrequentementerdquo (938) e ldquosemprerdquo (15) ouvem muacutesicas em volume alto para se
concentrar para as avaliaccedilotildees e trabalhos escolares isso implica em uma
perspectiva de atuaccedilatildeo multitarefa dos estudantes e ao mesmo tempo mostra que
eles ouvem muacutesica em volume alto por um longo periacuteodo de tempo o que implica
em perdas auditivas caracterizadas pela PAIR descrita anteriormente
As assertivas apresentadas a seguir (itens 21 22 e 23) avaliam a percepccedilatildeo
dos estudantes quanto a alguns sintomas de estresse Os resultados foram plotados
no graacutefico 17
GRAacuteFICO 17 - PERCEPCcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSE FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
No item I21 ndash 4625 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
desanimam facilmente quando ficam expostos a ruiacutedos 1375 ldquoRaramenterdquo
1313 ldquoAgraves vezesrdquo 625 ldquoFrequentementerdquo 875 ldquoSemprerdquo desanimam
145
facilmente por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos 5 ldquoNatildeo sabemrdquo e 688 ldquoNatildeo se importamrdquo
se desanimam (ou natildeo) por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos
No item I22 ndash 3563 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
demoram a relaxar quando ficam estressados por causa dos ruiacutedos 1875
ldquoRaramenterdquo 1813 ldquoAgraves vezesrdquo 875 ldquoFrequentementerdquo 1188 ldquoSemprerdquo
percebem que levam muito tempo para relaxar por causa do estresse causado pelos
ruiacutedos 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e 438 ldquoNatildeo se importamrdquo se levam (ou natildeo) muito
tempo para relaxar quando estressados por causa do barulho
No item I23 ndash 4125 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
sentem-se tatildeo cansados e sobrecarregados por causa dos ruiacutedos intensos no
periacuteodo das aulas que acabam se ldquodesligandordquo do ambiente escolar 1688
ldquoRaramenterdquo 1625 ldquoAgraves vezesrdquo 750 ldquoFrequentementerdquo 875 ldquoSemprerdquo ficam
tatildeo sobrecarregados por causa dos ruiacutedos intensos durante o periacuteodo e aulas que
acabam se ldquodesligandordquo 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se importamrdquo com esses
ruiacutedos
6634 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I21 I22 e I23
No Item I21 - 4625 dos estudantes natildeo desanimam facilmente quando
ficam expostos aos ruiacutedos durante o periacuteodo das aulas Essa porcentagem
corrobora as respostas aos itens 12 e 19 nos quais 4750 e 50 dos estudantes
respectivamente natildeo deixam de ouvir muacutesica em volume alto no Celular para natildeo
se expor aos ruiacutedos porque natildeo se sentem sobrecarregados Assim se natildeo se
sentem sobrecarregados e natildeo desanimam facilmente entatildeo natildeo deixam de ouvir a
muacutesica
Por outro lado ao somarmos os que ldquoagraves vezesrdquo 1313 com os que
desanimam facilmente ldquofrequentementerdquo 625 e ldquosemprerdquo 875 teremos pelo
menos 2513 de alunos que em sala de aula desanimam facilmente quando ficam
expostos aos ruiacutedos Essa porcentagem corresponde a frac14 da turma assim ter frac14 da
turma que desanima facilmente eacute algo que precisa ser analisado com mais
profundidade nas escolas os dados me permitem inferir ainda que a porcentagem
146
anterior (50) pode ainda natildeo ter percebido relaccedilotildees diretas entre desacircnimo e o
estresse que a muacutesica em volume alto pode gerar
No Item I22 - 3563 dos estudantes responderam que ldquode jeito nenhumrdquo
levam muito tempo para relaxar No entanto ao somarmos aqueles que ldquoagraves vezesrdquo
(183) com os que frequentemente (875) e os que sempre (1188) levam muito
tempo para relaxar por causa do estresse causado pelos ruiacutedos teremos 3876
que percebem dificuldades nesse sentido Ou seja uma porcentagem ainda maior
do que aqueles que natildeo percebem Assim noto que mais de 40 dos estudantes
usam a muacutesica em volume alto para conseguir se concentrar para estudar e
praticamente a mesma porcentagem (3876) tecircm dificuldades para relaxar por
causa dos barulhos (oriundos ou natildeo da muacutesica)
Na I23 ndash Constatei que 4125 dos estudantes ldquode jeito nenhumrdquo sentem-se
sobrecarregados por causa dos ruiacutedos Entretanto 3250 jaacute tem percepccedilatildeo de
cansaccedilo e sobrecarga (somando os que ldquoagraves vezesrdquo 1625 com os que
frequentemente 750 e os que sempre 875 sentem-se assim) nas atividades
rotineiras como as atividades escolares por causa do ruiacutedo intenso durante o
periacuteodo da aula Observe que o item refere-se agraves consequecircncias como ldquodesligar-serdquo
do ambiente escolar Ou seja um dos sintomas do estresse Em outras palavras as
duas porcentagens estatildeo relativamente proacuteximas para que eu possa concluir que a
tomada de consciecircncia sobre os efeitos no organismo comeccedila a ser fazer cada vez
mais frequente
As assertivas analisadas a seguir 24 25 e 26 foram elaboradas com o intuito
de discutir incocircmodos causados pelos ruiacutedos dentro e fora do CEPMAT Os
resultados foram plotados no graacutefico 18
147
GRAacuteFICO 18 - O ESTRESSE DO DIA A DIA E A FELICIDADE DE OUVIR MUacuteSICA NO CELULAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
No item I24 ndash 5375 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
sentem-se bem na presenccedila de muitos ruiacutedos dentro e fora da sala de aula durante
o periacuteodo letivo 1375 ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves vezesrdquo 688 ldquoFrequentementerdquo
438 ldquoSemprerdquo sentem-se bem tendo muito ruiacutedo no seu entorno 5 ldquoNatildeo sabemrdquo
e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se se sentem bem (ou natildeo) tendo muito ruiacutedo no
entorno durante o periacuteodo de aula
No item I25 ndash 5063 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
ficam cansados pelo fato de antever a ida agrave escola e o fato de ouvir muitos ruiacutedos
externos durante as aulas 10 ldquoRaramenterdquo 1250 ldquoAgraves vezesrdquo 750
ldquoFrequentementerdquo 5 ldquoSemprerdquo ficam cansados soacute de pensar que teratildeo que ouvir
muitos ruiacutedos externos ao CEPMAT 188 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1250 ldquoNatildeo se
importamrdquo se ficam (ou natildeo) cansados de ouvir muitos ruiacutedos externos
Quanto ao item I26 ndash 1938 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito
nenhumrdquo ficam felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em aula 1063
ldquoRaramenterdquo 2063 ldquoAgraves vezesrdquo 813 ldquoFrequentementerdquo 3250 ldquoSemprerdquo ficam
felizes por poderem ouvir muacutesica no Celular durante o horaacuterio das aulas 313
ldquoNatildeo sabemrdquo e 563 ldquoNatildeo se importamrdquo se ficam (ou natildeo) felizes por poder ouvir
muacutesicas quando estatildeo em aulas
148
6635 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I24 I25 e I26
5375 dos estudantes responderam que ldquode jeito nenhumrdquo sente-se bem na
presenccedila dos ruiacutedos dentro e fora da sala de aula durante o periacuteodo letivo se esta
porcentagem for somada aos 1375 que raramente sentem-se bem com isso
temos que 6750 natildeo estatildeo confortaacuteveis com o excesso de ruiacutedos dentro e fora da
escola durante o periacuteodo letivo Esse pode ser um dos motivos para o uso excessivo
de fones de ouvido para escutar muacutesicas pois poderiam ser usadas para abstrair
dos ruiacutedos ambientes da escola nesse caso os estudantes usariam os fones tanto
para buscar concentraccedilatildeo conforme 4376 dos respondentes mencionaram no
item 20 ou para ouvir algo mais prazeroso que este ruiacutedo
Por outro lado os resultados dos itens I24 e I25 revelam que mesmo que
mais de 67 dos estudantes natildeo se sintam bem na presenccedila de muitos ruiacutedos (I24)
isso natildeo se reflete em cansaccedilo para 5063 (I25) dos estudantes ao antever a ida a
escola
Quanto a I26 ndash ao somarmos os estudantes que ldquosemprerdquo (3250) ficam
felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em sala de aula com os que
ldquofrequentementerdquo (813) e os que ldquoagraves vezesrdquo (2063) temos um conjunto de
6126 de estudantes que consideram a possibilidade de ouvir muacutesicas durante as
atividades como algo positivo seja (ou natildeo) como foco de concentraccedilatildeo na sala de
aula Esse resultado traz alguns indicativos que precisam ser mais bem avaliados
no que tange ao planejamento das atividades as condiccedilotildees de trabalho em sala de
aula e a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas
apresentadas Esses e outros toacutepicos devem ser mais aprofundados a partir dos
resultados desta dissertaccedilatildeo
6636 CONSIDERACcedilOtildeES
Os altos niacuteveis de pressatildeo sonora tecircm sido considerados pela sociedade
contemporacircnea como agentes perigosos agrave sauacutede humana especialmente em
149
ambientes urbanos e sociais seja em atividades de lazer ou simplesmente pelo fato
de ouvir muacutesica nos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular em
intensidades elevadas para evitar outros ruiacutedos considerados indesejaacuteveis que
circundam a vida cotidiana A problemaacutetica do ruiacutedo ambiental parece estar
crescendo na percepccedilatildeo desses estudantes seja em casa a caminho do CEPMAT
ou ateacute mesmo dentro das salas de aulas Mas se a reaccedilatildeo ao ruiacutedo ambiental eacute o
uso de fones de ouvido ligados aos Aparelhos Celulares ouvindo muacutesica em volume
ainda mais elevado a resposta parece ser ainda mais danosa e com efeitos mais
raacutepidos a sauacutede auditiva dos estudantes
No que se refere agraves percepccedilotildees de ruiacutedo ambiental essas satildeo crescentes No
entanto a poluiccedilatildeo sonora oriunda da muacutesica ouvida pelos fones conectados ao
Celular sugere que o estudante ainda natildeo tem uma accedilatildeo efetiva de prevenccedilatildeo de
problemas de sauacutede auditiva no que tange aos efeitos nocivos dos sons intensos e
por longo periacuteodo de tempo causando PAIR uma vez que 5125 dos estudantes
responderam que sabem que a muacutesica que ouvem no Celular pode causar prejuiacutezos
a audiccedilatildeo (I17) Estes fatos ficaram evidentes nos graacuteficos 14 a 18 pelas mais
diversas atitudes dos estudantes em situaccedilotildees de exposiccedilatildeo aos ruiacutedos
Na seccedilatildeo anterior os resultados das mediccedilotildees de decibeacuteis indicaram que os
estudantes ouvem muacutesica no Celular em volume acima dos recomendados para a
manutenccedilatildeo da sauacutede auditiva No Teste de percepccedilatildeo de alguns sintomas de
estresse as respostas indicaram que os estudantes natildeo perdem energia e natildeo
percebem zumbido na audiccedilatildeo O Teste tambeacutem apontou que um nuacutemero
consideraacutevel de jovens ouve muacutesica durante as tarefas escolares e esses declaram
que se concentram melhor ao ouvi-la Esses resultados me permitem afirmar que os
estudantes estatildeo culturalmente inseridos em ambientes ruidosos ou gostam de ouvir
muacutesica em volume alto dentro e fora do coleacutegio o que dificulta a reaccedilatildeo (ou accedilatildeo)
em postura preventiva sobre a sauacutede auditiva
As respostas deste estudo coadunam com os resultados de Lacerda et al
(2011) que investigaram haacutebitos auditivos e comportamentos de adolescentes com
atividades de lazer ruidosas Os resultados revelaram que a maioria dos jovens
prefere realizar tarefas em ambientes barulhentos e que o som da muacutesica alta os
deixa felizes
A maioria dos estudantes percebe o CEPMAT como um ambiente ruidoso e
boa parte deles natildeo estaacute disposta a deixar de utilizar o Celular posso concluir que o
150
Celular eacute em alguns momentos utilizado como ldquovaacutelvula de escaperdquo para os ruiacutedos
externos Neste sentido eacute importante fazer conhecer entre os estudantes
professores e comunidade escolar os efeitos de longo prazo causados por este
comportamento imediatista O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL
2006 p 7) aborda questotildees relacionadas com a sauacutede auditiva e os seus efeitos As
normas orientadoras do protocolo se utilizadas didaticamente podem auxiliar na
criaccedilatildeo de haacutebitos de prevenccedilatildeo a sauacutede auditivas mais saudaacuteveis e a escola teria
um papel nesta didatizaccedilatildeo pois poderia aproximar conhecimentos do cotidiano dos
estudantes com o conhecimento cientiacutefico
O uso de fones auriculares vem sendo encontrado na literatura como um
comportamento cada vez mais comum entre os jovens e pode ser um risco para a
audiccedilatildeo podendo aumentar os problemas auditivos Costa (2013) mostra que haacute
uma relaccedilatildeo de prazer entre os haacutebitos auditivos e a muacutesica
Em suma
O terceiro subitem da questatildeo de pesquisa quatro ldquoComose os estudantes do
Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos
fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na Sauacutede delesrdquo
pode ser respondido da seguinte forma
Os estudantes em geral natildeo percebem
a) a existecircncia de poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular mesmo sabendo dos problemas
auditivos que o fone auricular ligado ao Aparelho Celular para escutar
muacutesicas em volume alto pode causar
b) zumbidos ou dores na orelha interna Tambeacutem natildeo haacute perdas de
energia dificuldades para relaxar nem se sentem sobrecarregados ou
relatam alteraccedilotildees na concentraccedilatildeo incocircmodos nem apoacutes escutar
prolongadamente sons em volume alto oriundos do Celular nem
quando expostos ao excesso de ruiacutedos causados pelos meios de
transportes Portanto os sintomas de estresse natildeo satildeo sintomas
comumente apresentados
c) e natildeo consideram que a quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora
da escola e quando ouvem muacutesica no Celular eacute maior do que aquela
151
que eles podem suportar Os estudantes tecircm prazer na presenccedila de
volume alto ficam felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em
sala de aula e consideram a possibilidade de ouvir muacutesicas durante as
atividades como algo positivo seja ou natildeo como foco de concentraccedilatildeo
mesmo natildeo estando confortaacuteveis com o excesso de ruiacutedos dentro e
fora da escola
Por outro lado uma porcentagem menor de estudantes percebe
a) pelo menos um dos sintomas de estresse tais como zumbidos perda
de concentraccedilatildeo energia ficam desanimados dificuldades para
relaxar cansaccedilo e sobrecarga nas atividades rotineiras como as
atividades escolares tanto quando ouvem muacutesica no Celular quanto
os ruiacutedos oriundos dos meios de transportes
No entanto mesmo que essa pequena porcentagem de estudantes natildeo se
importe se pode haver algum prejuiacutezo agrave audiccedilatildeo por exposiccedilatildeo a niacuteveis de ruiacutedos
intensos e ainda que essa porcentagem natildeo pareccedila significativa a postura em
relaccedilatildeo agrave sauacutede auditiva precisa ser mais bem investigada
Esses resultados indicam aspectos que precisam ser melhores avaliados
entre eles o planejamento das atividades as condiccedilotildees de trabalho em sala de aula
e a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas apresentadas
Esses e outros toacutepicos precisam ser mais bem estudados para aprofundar alguns
aspectos a partir desta dissertaccedilatildeo Isso me leva a recomendar que outras
investigaccedilotildees sobre a interferecircncia da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede do estudante
devem ser profundamente avaliadas em estudos subsequentes a este
152
664 Parte 4 O uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento Escolar
Trata da relaccedilatildeo entre o uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento
Escolar do CEPMAT Para a composiccedilatildeo de dados criei trecircs assertivas (I27 I28 I29)
que analisam a percepccedilatildeo dos respondentes em relaccedilatildeo os documentos que regem
a comunidade escolar e a percepccedilatildeo do papel dos estudantes na participaccedilatildeo da
construccedilatildeo das normas e regras do CEPMAT
GRAacuteFICO 19 - PARTICIPACcedilAtildeO DA COMUNIDADE ESCOLAR NA CONSTRUCcedilAtildeO DO REGIMENTO ESCOLAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
O I27 foi construiacutedo na negativa ndash 3375 dos estudantes responderam que
ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no Celular durante o
periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o Regimento Escolar os proiacutebe de usar
1438 responderam ldquoRaramenterdquo 10 ldquoAgraves vezesrdquo 1125 ldquoFrequentementerdquo
2125 ldquoSemprerdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no Celular durante as
aulas 188 ldquoNatildeo sabemrdquo e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se conseguem (ou natildeo) ficar
sem ouvir muacutesicas durante o periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o regimento
escolar proiacutebe o uso
153
O I28 tambeacutem foi construiacutedo na negativa ndash 4250 dos estudantes
responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo foram informados sobre quais
equipamentos eletrocircnicos devem usar durante o periacuteodo das aulas 375
responderam ldquoRaramenterdquo 563 ldquoAgraves vezesrdquo 10 ldquoFrequentementerdquo 2188
ldquoSemprerdquo natildeo foram informados sobre quais equipamentos eletrocircnicos (Aparelho
Celular) podem usar no periacuteodo das aulas 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1188 ldquoNatildeo se
importamrdquo se foram (ou natildeo) informados sobre quais equipamentos eletrocircnicos
podem usar no periacuteodo das aulas
Quanto ao I29 ndash 4438 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
participaram ativamente das reuniotildees e discussotildees para a construccedilatildeo do Regimento
Escolar do CEPMAT 1438 responderam ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves vezesrdquo 375
ldquoFrequentementerdquo 1063 ldquoSemprerdquo participaram ativamente das reuniotildees e
discussotildees para a construccedilatildeo do documento 563 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1250 ldquoNatildeo se
importamrdquo se participaram ativamente (ou natildeo) das reuniotildees e discussotildees para a
construccedilatildeo do Regimento Escolar do Coleacutegio
6641 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I27 I28 e I29
No I27 ndash Verifico que 3375 dos estudantes conseguem ficar sem ouvir
muacutesica durante o periacuteodo de aula (ou usando a loacutegica de construccedilatildeo do teste ldquode
jeito nenhumrdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir) Por outro lado se somarmos os
que ldquofrequentementerdquo e os que ldquosemprerdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir obteacutem-se
um valor de 3250 que efetivamente natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no
Celular durante o periacuteodo das aulas Isso significa que se os estudantes
entenderam a assertiva e a forma de respondecirc-la entatildeo haacute uma clara e equilibrada
divisatildeo (3375 versus 3250) nas respostas dadas quanto ao uso do Celular para
ouvir muacutesica durante o periacuteodo das aulas
Quando ao I28 ndash chama a atenccedilatildeo que 4250 dos estudantes revelaram ter
sido informado sobre quais equipamentos eletrocircnicos devem usar durante o periacuteodo
das aulas (ou na loacutegica de construccedilatildeo do teste ldquode jeito nenhumrdquo natildeo foram
informados) No entanto ao somar os que responderam ldquofrequentementerdquo (10)
154
com os que responderam ldquosemprerdquo (2188) natildeo foram informados eacute possiacutevel
perceber que pelo menos 3188 dos estudantes natildeo tinha conhecimento dessas
informaccedilotildees Pode ocorrer que alguns estudantes tenham sido transferidos e sejam
novos no coleacutegio mas a porcentagem de alunos que desconhece as normas e
regras do regimento eacute emblemaacutetica
Na I29 ndash Considerando que 4438 dos estudantes natildeo participam das
reuniotildees e discussotildees para a construccedilatildeo do Regimento Escolar do CEPMAT e
1250 natildeo se importam com construccedilatildeo das normas e regras entendo que os
mesmos natildeo consideram relevante agrave participaccedilatildeo necessaacuteria para ter voz e voto
como retratado no paraacutegrafo 2ordm do regimento interno (ZANOTTO 2011) ldquoo oacutergatildeo
colegiado de direccedilatildeo seraacute constituiacutedo de acordo com o princiacutepio da
representatividade devendo abranger toda a comunidade escolar cujos
representantes nele teratildeo necessariamente voz e votordquo
6642 CONSIDERACcedilOtildeES
Os dados indicaram que a terccedila parte dos estudantes do CEPMAT faz uso
natildeo pedagoacutegico do Aparelho Celular durante o periacuteodo das aulas utilizando-o em
sala de aula e durante as atividades educativas com a finalidade de ouvir muacutesica
Para Souza e Torres (2009) o ldquociberespaccedilordquo jaacute estaacute realizado e os estudantes estatildeo
instalados nele No caso dessa pesquisa entendo que esse ciberespaccedilo se
configura pela via dos Aparelhos Celulares para escutar muacutesica entre outras coisas
No entanto o haacutebito de usar equipamentos eletrocircnicos que natildeo fazem parte
do material pedagoacutegico no ambiente escolar entra em confronto com o Regimento
Escolar Para o Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute (PARANAacute 1999) o
Regimento Escolar eacute um documento construiacutedo coletivamente pela comunidade
escolar em reuniotildees e discussotildees nas quais todos tecircm direito a voz e voto Esse
documento estabelece as normas e regras descrevem os direitos e deveres dos
membros da comunidade escolar
No caso do Regimento do CEPMAT a perspectiva didaacutetica sobre o uso de
equipamentos tecnoloacutegicos estaacute na vertente policialesca e restritiva Essa
155
tecnologia jaacute estaacute presente nas matildeos de praticamente todos os estudantes e nesse
sentido podem ser re-significadas para extrapolar o simples escutar muacutesica
congregando muitas outras possibilidades de uso para fins de ensino e de
aprendizagem
A UNESCO (2013) publicou um guia com 10 recomendaccedilotildees sobre o uso do
Aparelho Celular na sala de aula O objetivo era incentivar os governos a
implementarem poliacuteticas puacuteblicas educacionais que valorizassem a utilizaccedilatildeo das
tecnologias de faacutecil acesso presente natildeos matildeos dos jovens e adolescentes como
recurso no ensino
a) Criar ou atualizar poliacuteticas ligadas ao aprendizado moacutevel b) Conscientizar sobre sua importacircncia c) Expandir e melhorar opccedilotildees de conexatildeo d) Ter acesso igualitaacuterio e) Garantir equidade de gecircnero f) Criar e aperfeiccediloar conteuacutedo educacional g) Treinar professores h) Capacitar educadores usando tecnologias moacuteveis i) Promover o uso seguro saudaacutevel e responsaacutevel de tecnologias moacuteveis j) Usar tecnologia para melhorar a comunicaccedilatildeo e a gestatildeo educacional(p12)
O objetivo desse guia eacute o de dar um significado efetivo ao uso e aos trabalhos
realizados com Aparelhos Celulares para tanto eacute necessaacuterio que este seja adaptado
ao grau de maturidade de cada paiacutes no que tange a relaccedilatildeo entre inclusatildeo digital e
educaccedilatildeo
Da mesma forma que o guia da UNESCO (2013 p12) apresenta por meio de
um guia 13 bons motivos para o uso do Celular em sala de aula do seguinte modo
1) Amplia o alcance e a equidade em educaccedilatildeo 2) Melhora a educaccedilatildeo em aacutereas de conflito ou que sofreram desastres naturais 3) Assiste alunos com deficiecircncia 4) Otimiza o tempo na sala de aula 5) Permite que se aprenda em qualquer hora e lugar 6) Constroacutei novas comunidades de aprendizado 7) Daacute suporte a aprendizagem in loco 8) Aproxima o aprendizado formal do informal 9) Provecirc avaliaccedilatildeo e feedback imediatos 10) Facilita o aprendizado personalizado 11) Melhora a aprendizagem contiacutenua 12) Melhora a comunicaccedilatildeo 13) Maximiza a relaccedilatildeo custo-benefiacutecio da educaccedilatildeo (UNESCO 2013 p4)
Os resultados apresentados tornam mais cada vez mais evidente a
necessidade de incluiacute-lo como ferramenta de ensino Esta tecnologia esta inserida
no ambiente escolar presente nas matildeos dos estudantes e pode vir a ter um uso
significativo para ensinar mais do que conteuacutedos
156
Em suma
Nesta parte investiguei comose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT
percebem o Regimento Escolar Este subitem pode ser respondido da seguinte
forma
a) Os estudantes usam o Aparelho Celular durante o periacuteodo das
aulas essencialmente para fins natildeo didaacuteticos que natildeo fazem parte
do contexto da aula o que infringe a regras do atual Regimento
Escolar
b) Esse equipamento tecnoloacutegico natildeo eacute considerado parte do atual
material pedagoacutegico e boa parte (3188) dos estudantes
alegaram que natildeo foram informados pela escola sobre quais
equipamentos eletrocircnicos podem usar durante o periacuteodo das
aulas Quase a metade (4438) dos estudantes afirmou natildeo ter
participado da construccedilatildeo coletiva do Regimento Escolar
Somente 1250 responderam que natildeo se importam se participam
(ou natildeo) com voz e voto na confecccedilatildeo do Regimento Escolar e
considerando que os estudantes entenderam a questatildeo e a forma
de respondecirc-la isso parece ter um significado interessante para
reforccedilar a participaccedilatildeo do coletivo da comunidade escolar na
feitura do regimento
67 SINTESE DA SECcedilAtildeO
No contexto desta dissertaccedilatildeo o Aparelho Celular aparece natildeo mais como
um simples meio de comunicaccedilatildeo entre as pessoas mas como Tecnologia da
Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo com muacuteltiplos usos criando ou redefinindo identidades
estabelecendo uma nova cultura no ambiente escolar Seu uso dialoga com culturas
e aspectos constitutivos de saberes que circulam na sala de aula impondo uma
rediscussatildeo sobre regras e normas e outras accedilotildees pedagoacutegicas podendo se
157
configurar em alternativa metodoloacutegica para o ensino e contribuindo com a
aprendizagem
O Aparelho Celular pode contribuir com a valorizaccedilatildeo e o desenvolvimento de
valores eacuteticos colaborando na busca de possibilidades para um ensino diferenciado
extrapolando enormemente a funcionalidade de ouvir muacutesica
Steinberg e Kincheloe (2001) apud Monteiro (2009) revela que o
conhecimento das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo eacute muito mais do que
simples acreacutescimo a um curriacuteculo tradicional mas uma praacutetica baacutesica necessaacuteria
para negociar identidades valores e para participar dessa hiper-realidade
Os estudantes aumentam seu repertoacuterio de experiecircncias no ambiente escolar
e experenciam a natildeo verticalidade do ensino permitindo-se ensinar uns aos outros
os modos de uso do Celular e de recursos tecnoloacutegicos Esse modo de ensinar
amplia as relaccedilotildees pessoais ou virtuais re-significando relaccedilotildees humanas e
identidades Portanto os Aparelhos Celulares possibilitam os processos de
mudanccedila nas formas de cogniccedilatildeo suas potencialidades frente agrave convergecircncia e
mobilidade imaginadas na telefonia moacutevel e nas tecnologias digitais instigam novas
investigaccedilotildees sobre o papel do Celular na sala de aula
Esta seccedilatildeo teve como intuito responder a quarta questatildeo de investigaccedilatildeo
desta dissertaccedilatildeo Como se os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem
a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio
b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora (oriunda do entorno do Coleacutegio) na
sauacutede deles
c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos
estudantes
d) as normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT
Nas anaacutelises das respostas do ldquoteste de autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas
de estresserdquo permitiram observar que haacute indiacutecios que os estudantes apresentam
alguns sintomas de estresse por exposiccedilatildeo agrave Poluiccedilatildeo Sonora pelos meios de
transportes incomodos causados pelo trem prejuiacutezos agraves avaliaccedilotildees ou trabalhos
escolares embora acreditam que nada pode ser feito para alterar a situaccedilatildeo do
momento Quanto agrave poluiccedilatildeo sonora pelos usos intensivos do Aparelho Celular para
ouvir muacutesica os estudantes natildeo deixam de ouvir muacutesica por conta da exposiccedilatildeo
158
excessiva aos ruiacutedos e disseram que a muacutesica natildeo atrapalha a concentraccedilatildeo a
maioria natildeo percebe dor ou zumbido na orelha interna cansaccedilo ou se sente
sobrecarregados No entanto existe um grupo de estudantes que declarou perceber
os sintomas de estresse da exposiccedilatildeo ao volume alto da muacutesica como dor na orelha
interna atrapalha na concentraccedilatildeo sente-se cansados Quanto ao regimento do
CEPMAT os estudantes revelaram que ouvem muacutesicas com fones de ouvido
conectados ao Celular durante as aulas independentemente do regimento dizer que
isso eacute proibido Aleacutem disso mais de 44 dos estudantes pesquisados natildeo conhecia
e natildeo havia participado na elaboraccedilatildeo do regimento
Na proacutexima seccedilatildeo faccedilo as consideraccedilotildees finais desta dissertaccedilatildeo
159
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Para compor e analisar os dados desta dissertaccedilatildeo fiz um levantamento
sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora em quatro eventos da aacuterea nos projetos publicados
UNESCO (2013) e no banco de dissertaccedilotildees e teses da CAPES apliquei um
questionaacuterio a 160 estudantes sobre o uso do Celular no ambiente escolar fiz
tambeacutem dois tipos de afericcedilatildeo uma dos ruiacutedos oriundos do entorno do CEPMAT e
outra dos sons propagados pelos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular
com uso de um decibeliacutemetro e para finalizar apliquei um teste de
ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo a estudantes do Ensino Meacutedio
Com esses dados realizei anaacutelises que me permitem fazer algumas
consideraccedilotildees Ressalto que todos os dados foram constituiacutedos a partir de coletas
de pequeno porte ou que necessitam de avaliaccedilotildees mais profundas com
profissionais da Sauacutede e da Psicologia assim como da Engenharia de Seguranccedila
Portanto entendo que natildeo eacute prudente fazer conclusotildees finais com estes dados mas
ao inveacutes disso prefiro a partir deles delinear algumas consideraccedilotildees
Essas consideraccedilotildees foram divididas em trecircs partes na primeira intitulada
(71) ldquoApontamentos obtidos a partir da anaacutelise dos dadosrdquo faccedilo referecircncia aos
dados de trecircs formas dados relativos agrave poluiccedilatildeo sonora de forma geral e a do
entorno do coleacutegio dados sobre o uso do Celular e sua relaccedilatildeo com a cultura
contemporacircnea e do dados constituiacutedos a partir do Teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de
estresse nos estudantesrdquo e a poluiccedilatildeo sonora gerada nos fones auriculares
Na segunda parte intitulada (72) ldquoAlgumas possibilidadesrdquo refiro-me a
possiacuteveis estudos da relaccedilatildeo entre poluiccedilatildeo sonora e o uso do Celular como
ferramenta de apoio ao ensino
Na terceira intitulada (73) ldquoSugestotildees de accedilotildees mitigatoacuterias da poluiccedilatildeo
sonora para o entorno e o interior do CEPMATrdquo estas sugestotildees precisam de um
plano de accedilatildeo a posteriori para serem desenvolvidas e natildeo fazem parte do escopo
desta dissertaccedilatildeo Satildeo propostas de accedilotildees mitigatoacuterias que podem ser
desenvolvidas tanto pela empresa America Latina Logiacutestica quanto pela Secretaria
Municipal de Sauacutede e pela Comunidade Escolar do CEPMAT
160
71 APONTAMENTOS OBTIDOS A PARTIR DA ANAacuteLISE DOS DADOS
As consideraccedilotildees realizadas a partir da constituiccedilatildeo e anaacutelise dos dados
foram divididas em trecircs subitens No primeiro refiro-me aos dados relativos agrave
poluiccedilatildeo sonora de forma geral e ao entorno do coleacutegio no segundo discuto
aspectos do uso do Celular e sua relaccedilatildeo com a cultura contemporacircnea e no
terceiro faccedilo consideraccedilotildees sobre o teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas
de estresserdquo na sauacutede dos estudantes e a poluiccedilatildeo sonora gerada pelos fones
auriculares As quatro formas de constituiccedilatildeo dos dados (revisatildeo de literatura
questionaacuterio afericcedilatildeo dos niacuteveis de decibeacuteis e o teste) perpassam cada um dos
subitens por isso criei consideraccedilotildees matriciais no formato 4 X 3
Matriz 4 X 3 de apontamentos e consideraccedilotildees
Poluiccedilatildeo Sonora Geral e do
entorno
Usos do Aparelho Celular
Estresse e poluiccedilatildeo sonora gerada por fones
de ouvido
Revisatildeo de Literatura 711 712 713
Questionaacuterio - 42 -
Afericcedilatildeo de niacuteveis de decibeacuteis dB(A)
53 55 56
Teste de Autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresse
6622 6636 6642
711 A Poluiccedilatildeo Sonora e o entorno do CEPMAT
A revisatildeo de literatura me fez perceber que o assunto ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute
pouco discutido entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias nos
eventos analisados encontrei apenas trecircs apresentaccedilotildees de trabalho que foram
recortes de uma mesma dissertaccedilatildeo de mestrado apresentados no ENPEC e no
EPEF Dentre os trecircs um refere-se agrave sauacutede auditiva dos estudantes quando escutam
ldquomuacutesica altardquo (BASTOS MATTOS 2007b) com aparelhos sonoros Essa revisatildeo
161
deixou claro que as discussotildees sobre poluiccedilatildeo sonora ficaram restritas haacute poucos
pesquisadores do Ensino de Fiacutesica o que indica que a acuacutestica (isso porque a
poluiccedilatildeo sonora ocorre por meio da propagaccedilatildeo das ondas sonoras que por sua vez
eacute um subitem da acuacutestica) eacute um tema de pouco interesse entre os pesquisadores da
fiacutesica no entanto essa constataccedilatildeo precisa ser ampliada para outros eventos da
aacuterea
Apesar de uma busca com o tema poluiccedilatildeo sonora resultar em mais de
14500 tiacutetulos de dissertaccedilotildees e teses depositadas no banco da CAPES quando se
restringe o foco para trabalhos realizados por pesquisadores da educaccedilatildeo com as
palavras-chave Poluiccedilatildeo Sonora Ruiacutedos Muacutesica e Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente
Escolar o resultado cai para apenas trecircs sendo duas dissertaccedilotildees e uma tese
Somente um trabalho estuda a poluiccedilatildeo sonora no ambiente escolar isto eacute uma
porcentagem muito insignificante diante de um tema que tem accedilotildees devastadoras na
sauacutede humana e mais uma vez evidenciou a lacuna de estudos nesta aacuterea
No questionaacuterio sobre o uso do Celular descrito no capiacutetulo quatro desta
dissertaccedilatildeo natildeo haacute qualquer menccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora oriunda do entorno de
coleacutegios de forma geral
As afericcedilotildees de niacuteveis de Pressatildeo Sonora oriundos do entorno do CEPMAT
identificaram intensidade de ruiacutedo ateacute 100 dB(A) isto eacute aproximadamente 67
acima dos limites de emissatildeo de ruiacutedo para as Zonas Estruturais Educacionais
estabelecidos pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que eacute de 60 dB(A) no
periacuteodo diurno Nessas condiccedilotildees o laudo teacutecnico produzido por Stangherlin (2014)
sobre os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora do entorno do CEPMAT infere que se um
estudante for exposto ao ruiacutedo por um periacuteodo de 4h30min cinco (5) dias por
semana ao longo de duzentos (200) dias letivos mesmo que por um ldquocurto periacuteodordquo
de tempo por dia (cerca de 5 minutos quando natildeo haacute testes de frenagem) entatildeo
pode haver consequecircncias relativas agrave PAIR com prejuiacutezos agrave sauacutede auditiva
Portanto entendo que eacute necessaacuterio que esses estudantes tenham clareza do risco a
que estatildeo expostos ao estudar no CEPMAT e criar sequencias didaacuteticas para o
ensino de Fiacutesica por meio de situaccedilotildees problemaacuteticas pode contribuir de forma que
os mesmos transitem entre o ensino e a sauacutede aplicando em seu cotidiano
conscientemente
Na investigaccedilatildeo feita por Gasperin (2006) com estudantes de duas escolas
proacuteximas a uma linha feacuterrea a autora verificou que os trens oferecem riscos quando
162
os estudantes vatildeo ou voltam das escolas no entanto quanto aos ruiacutedos emitidos os
dados mostraram que esse aspecto natildeo se apresentou relevante pois a maioria dos
estudantes nega ou natildeo percebe a interferecircncia do barulho do trem nas atividades
escolares e ainda considera que o ruiacutedo do trem natildeo eacute prejudicial agrave sauacutede nem tatildeo
pouco que eacute um problema para a comunidade uma vez que eacute um produto da
historia cultural da comunidade ou seja que influenciou e influencia a vida da
comunidade lindeira a via feacuterrea
Gasperin (2006) afirma que por estarem culturamente inseridos em um
ambiente ruidoso os estudantes construiacuteram uma imagem ldquoalegrerdquo dos incocircmodos
causados pelos trens Eles estabeleceram uma relaccedilatildeo utilitaacuteria com a via feacuterrea
pois ela movimenta a economia e eacute responsaacutevel pela sobrevivecircncia Isso mostra o
niacutevel de incorporaccedilatildeo cultural do trem naquela comunidade Isto eacute os viacutenculos
estabelecidos com a presenccedila dos trens refletem a alienaccedilatildeo ou distanciamento do
fator de risco ambiental no que se refere a poluiccedilatildeo sonora e suas sequelas agrave sauacutede
O estudo de Gasperin (2006) mostrou que a companhia realiza atividades
para transformar os aspectos negativos da poluiccedilatildeo sonora oferecendo passeios de
trem para a comunidade manipulando a percepccedilatildeo da comunidade e sua interaccedilatildeo
com a via feacuterrea
Com relaccedilatildeo ao CEPMAT os resultados do teste de ldquoautoidentificaccedilatildeordquo
mostraram que os estudantes nem sempre percebem o ruiacutedo do entorno como um
incocircmodo e o ambiente escolar mais afetado pelos ruiacutedos do entorno a biblioteca eacute
considerada pela maioria como um ambiente acusticamente adequado para as
atividades escolares o que me permite concluir que natildeo houve um distanciamento
dos meus resultados com os de Gasperin (2006)
Os estudantes tiveram ainda dificuldades para relacionar o ruiacutedo do traacutefego
(especialmente dos trens) com algum fator de estresse que eventualmente
apresentavam (tais como diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de
aprendizagem e esgotamento)
Natildeo perceberam o ruiacutedo das composiccedilotildees como responsaacutevel por trazer
zumbidos aos ouvidos o que mostra que culturalmente os estudantes jaacute estatildeo
inseridos em ambientes ruidosos em casa nas ruas ou na escola
Ou seja o incocircmodo causado pelo ruiacutedo eacute culturalmente construiacutedo (HALL
2007) de acordo com o modo de vida e os grupos sociais mas uma das questotildees
mais importantes em termos educacionais refere-se aos estudantes natildeo saberem se
163
haacute (ou natildeo haacute) algo a se feito quanto agrave poluiccedilatildeo sonora do entorno do CEPMAT isso
mostra que ainda haacute muito trabalho a ser realizado no coleacutegio tanto no que se refere
ao ensino de Fiacutesica como em qualquer outra disciplina sobre esta temaacutetica pois a
conscientizaccedilatildeo eacute fator primordial para accedilatildeo
712 O uso do Aparelho Celular
Na revisatildeo da produccedilatildeo acadecircmica em eventos cientiacuteficos encontrei seis
trabalhos em duas ediccedilotildees do TICEDUCA que indicaram que os Aparelhos
Celulares impactaram a aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo
e no envolvimento dos estudantes em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de
opiniatildeo sobre a escola e os estudos No entanto natildeo encontrei nenhum trabalho que
se referia agrave poluiccedilatildeo sonora ou ateacute mesmo alguma referecircncia agrave problemaacutetica de
ouvir muacutesica durante as aulas ou a exposiccedilatildeo a ruiacutedos intensos
Uma dissertaccedilatildeo referente a temaacutetica de usoposse do Celular foi encontrada
na aacuterea de administraccedilatildeo Nesta Luiz (2008) analisa o comportamento de consumo
dos adolescentes que vivem em constante busca de pertencimento a um grupo de
referecircncia O autor sugere que Aparelho Celular eacute determinante para o processo de
identificaccedilatildeo do adolescente com seu grupo e por sua vez o grupo os influencia a
desejar os Aparelhos Celulares e essa via de matildeo dupla resulta os leva a aquisiccedilatildeo
sem medida de esforccedilos
As conclusotildees do estudo de Luiz (2008) referentes a posse do Celular e ao
pertencimento ao grupo natildeo distam dos meus dados obtidos no questionaacuterio Outra
aproximaccedilatildeo entre os dados de Luiz (2008) e os meus refere-se ao uso do Aparelho
Celular para ouvir muacutesica ou seja a funccedilatildeo ldquomuacutesicardquo passou a ser um veiacuteculo
comum de facilitaccedilatildeo da interaccedilatildeo entre os estudantes e da relaccedilatildeo de
pertencimento junto a cada grupo pesquisado
Em resumo este estudo e o de Luiz (2008) tecircm similaridades tanto no que se
refere a ldquoposserdquo do equipamento quanto ao uso da funccedilatildeo ldquomuacutesicardquo pois ambos
possibilitam a interaccedilatildeo e o sentimento de pertencimento ao grupo
164
As anaacutelises do questionaacuterio aplicado sobre os usos que os estudantes fazem
do Aparelho Celular evidenciaram que a maioria natildeo faz uso didaacutetico desse
equipamento e quando isso acontece o uso fica restrito a poucas disciplinas por
exemplo na Matemaacutetica usa-se a funccedilatildeo calculadora
Ainda de acordo com o questionaacuterio quase a totalidade das respostas (98)
revelou que os estudantes tecircm consciecircncia da proibiccedilatildeo que consta no regimento
escolar referente ao uso de Celulares para fins natildeo didaacuteticos embora admitissem
afrontar deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio pois (48) confessou
que usa o Aparelho Celular para ouvir muacutesica e se comunicar por meio de
mensagens corroborando que esta tecnologia de faacutecil acesso estaacute amplamente
inserida no ambiente escolar Isso corrobora o que foi apontado por Hall (2011) que
as pessoas produzem reproduzem e modificam a sociedade em que vivem e a
relaccedilatildeo que tem com os meios de comunicaccedilatildeo de faacutecil acesso No caso do
CEPMAT o regimento de 2010 propotildee uma norma anacrocircnica em relaccedilatildeo ao uso do
Aparelho Celular e os estudantes por sua vez burlam a norma buscando
reconfiguraccedilotildees para o uso que eacute natildeo didaacutetico Uma das possibilidades que se
vislumbra a partir disso eacute propiciar a formaccedilatildeo de professores para usos didaacuteticos
dessa tecnologia inserindo-a no contexto escolar Isso configura o que foi percebido
por Hall (2011) no que se refere agraves velhas identidades que por tanto tempo
estabilizaram o mundo social e agora estatildeo em decliacutenio fazendo surgir novas
identidades que fragmentaram o indiviacuteduo da modernidade
No que tange aacute poluiccedilatildeo sonora a que o estudante estaacute submetido ao ouvir
muacutesica nos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares os resultados
apontaram que a maioria (85) tem informaccedilatildeo de que uma exposiccedilatildeo diaacuteria a
ruiacutedos intensos pode ser prejudicial agrave sauacutede auditiva mas isso natildeo foi suficiente
para modificar a accedilatildeo do estudante Por outro lado um grupo menor (15)
respondeu que tecircm conhecimento dos malefiacutecios causados pelo excesso de ruiacutedo
oriundo do Celular agrave sauacutede auditiva e isso os fez reduzir a quantidade de tempo de
exposiccedilatildeo Embora esse resultado seja pequeno jaacute eacute possiacutevel identificar alguns
estudantes que conseguiram unir a informaccedilatildeo agrave accedilatildeo transformando-a em
conscientizaccedilatildeo No entanto 85 ainda precisa extrapolar o niacutevel da informaccedilatildeo e
isso pode ocorrer por meio da educaccedilatildeo especialmente o Ensino de Fiacutesica
(Acuacutestica Ondas Sonoras) que se relacionado agraves questotildees de sauacutede teraacute um papel
165
fundamental para auxiliar os estudantes a galgarem este salto qualitativo de simples
informaccedilatildeo para conscientizaccedilatildeo
Nas afericcedilotildees realizadas foi possiacutevel observar que (534) dos estudantes
ouvem muacutesica em intensidade 88 dB(A) o que significa que o tempo de exposiccedilatildeo
ao ruiacutedo para este grupo natildeo pode ser superior a 5 horas diaacuterias No entanto
(9466) dos pesquisados ouve muacutesicas em intensidade acima de 92 dB(A) cujo
tempo limite de exposiccedilatildeo eacute de 3 horas por dia O questionaacuterio discutido no capiacutetulo
IV desta dissertaccedilatildeo mostra que os estudantes ouvem muacutesica com os fones
auriculares conectados ao Celular em meacutedia quatro horas diaacuterias Isso significa que
aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume
meacutedio de 1047 dB(A) e podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com
possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo
Os resultados do teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo
mostraram que ouvir muacutesica no Celular em volume acima da meacutedia e natildeo perceber
sintomas de estresse de natureza fiacutesica (perda de energia e zumbido na audiccedilatildeo)
faz parte do cotidiano dos estudantes assim eacute possiacutevel inferir que os mesmos estatildeo
culturalmente inseridos em ambientes ruidosos e para corroborar esta ideia o teste
mostrou que um nuacutemero consideraacutevel (5250) de estudantes declarou que se
concentra melhor quando ouve muacutesicas durante as tarefas escolares
713 Poluiccedilatildeo Sonora Gerada pelos Fones auriculares e Autoidentificaccedilatildeo de
Alguns Sintomas de Estresse
Natildeo foram identificados estudos sobre a poluiccedilatildeo sonora relativa ao Aparelho
Celular nos eventos pesquisados e nas dissertaccedilotildees e teses do Banco da CAPES
com as palavras-chave Som Ruiacutedo Poluiccedilatildeo sonora Poluiccedilatildeo sonora no Ambiente
Escolar Assim ficou evidente que embora esta tecnologia de faacutecil acesso jaacute esteja
inserida na escola conforme os dados obtidos a partir do questionaacuterio nenhum
trabalho relacionou Aparelho Celular a poluiccedilatildeo sonora
Para aleacutem da anaacutelise realizada nos eventos e nas teses Muchnik et al (2011)
alertou que o uso de fones auriculares vem se tornando um comportamento cada
166
vez mais comum entre os jovens o que pode aumentar os riscos de problemas
auditivos
No questionaacuterio havia apenas um item sobre a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
investigando se o estudante tinha ciecircncia de que ouvir muacutesica no Celular prejudica a
audiccedilatildeo Este item foi descrito anteriormente (item 812) Conforme jaacute mencionado
os resultados revelaram a maioria dos estudantes ouviu dizer que os fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares podem ser prejudiciais agrave sauacutede
auditiva se o volume estiver alto O questionaacuterio revelou ainda que o tempo meacutedio
que os estudantes ouvem muacutesica usando fones auriculares conectados ao Aparelho
Celular eacute de 4 horasdia Aleacutem disso a meacutedia da intensidade de ruiacutedo (em decibeacuteis)
das afericcedilotildees de intensidade de ruiacutedo foi de 1032 dB(A) nesses niacuteveis o tempo de
exposiccedilatildeo maacutexima contiacutenua eacute de aproximadamente 40 minutos por dia (conforme
BRASIL 2006) Estas condiccedilotildees podem acarretar surdez precoce nos estudantes
O teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo indicou que boa
parte dos estudantes (3250) natildeo estaacute disposta a deixar de utilizar o Celular para
ouvir muacutesica o que me permite inferir que em alguns momentos esta tecnologia
pode estar sendo utilizada como ldquovaacutelvula de escaperdquo para os ruiacutedos externos Neste
sentido um Ensino de Fiacutesica problematizador pode a partir de experimentos
simples contribuir para fazer conhecer entre os estudantes professores e
comunidade escolar os efeitos da exposiccedilatildeo destes ruiacutedos em peliacuteculas que
simulariam o efeito do som no tiacutempano humano Um estudo de intervenccedilatildeo
multidisciplinar poderia tambeacutem analisar o Protocolo de Complexidade Diferenciada
5 (BRASIL 2006) que aborda questotildees relacionadas com a sauacutede auditiva e os
efeitos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo na sauacutede e com isso discutir e reavaliar haacutebitos
relativos ao uso de fones auriculares possibilitando um trabalho de prevenccedilatildeo agrave
sauacutede auditiva
Em relaccedilatildeo aos sintomas de estresse os estudantes de forma geral (67)
natildeo perceberam a existecircncia de poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular mesmo sabendo dos problemas auditivos que o
fone auricular ligado ao Aparelho Celular para escutar muacutesicas em volume alto pode
causar
Alguns sintomas de estresse como zumbidos ou dores na orelha interna
perdas de energia dificuldades para relaxar natildeo foram percebidos pelos estudantes
apoacutes escutar muacutesicas em volume alto Os estudantes consideraram que a
167
quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e quando ouvem muacutesica no
Celular natildeo eacute maior do que aquela que eles podem suportar pelo contraacuterio eles tecircm
prazer de escutar muacutesica no volume acima dos limites natildeo prejudiciais pois as
muacutesicas satildeo selecionadas por eles desta forma natildeo satildeo consideradas ldquoruiacutedosrdquo De
acordo com as anaacutelises dos resultados posso inferir que os estudantes natildeo
percebem que colocam sua sauacutede auditiva em risco devido que as muacutesicas que
ouvem nos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular satildeo sons agradaacuteveis
natildeo importando seu volume por outro lado os ruiacutedos emitidos pelos meios de
transportes sejam automoacuteveis caminhatildeo ocircnibus ou ateacute mesmo trens tornam-se
sons desagradaacuteveis ou seja ruiacutedos Hall (2007) explica que a accedilatildeo social eacute
significativa tanto para aqueles que a praticam quanto para os que a observam natildeo
em si mesma mas em razatildeo dos muitos e variados sistemas de significado que os
seres humanos utilizam para definir o que significam as coisas e para codificar
organizar e regular sua conduta uns em relaccedilatildeo aos outros No caso deste estudo a
accedilatildeo social eacute natildeo perceber os efeitos danosos que os sons considerados
ldquoagradaacuteveisrdquo causam a sauacutede auditiva o que seria diferente se com o mesmo
volume os estudantes percebessem sons considerados por eles como
ldquodesagradaacuteveisrdquo
Por outro lado uma porcentagem menor de estudantes percebe pelo menos
um dos sintomas de estresse tais como zumbidos perda de concentraccedilatildeo energia
ficam desanimados dificuldades para relaxar cansaccedilo e sobrecarga nas atividades
rotineiras como as atividades escolares tanto quando ouve muacutesica no Celular
quanto dos ruiacutedos oriundos dos meios de transportes Mesmo que essa pequena
porcentagem de estudantes natildeo se importe se pode haver algum prejuiacutezo agrave audiccedilatildeo
por exposiccedilatildeo aos niacuteveis de ruiacutedos intensos e ainda que essa porcentagem natildeo
pareccedila significativa a postura em relaccedilatildeo agrave sauacutede auditiva precisa ser mais bem
investigada
Esses resultados indicam aspectos que precisam ser melhor avaliados entre
eles
a) o planejamento das atividades
b) as condiccedilotildees de trabalho em sala de aula
c) a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas
apresentadas
168
Esses e outros toacutepicos podem ser mais bem estudados para aprofundar
novos aspectos que se vislumbram a partir desta dissertaccedilatildeo Isso me leva a
recomendar que outras investigaccedilotildees sobre os efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede
dos estudantes devem ser profundamente avaliados em estudos subsequentes a
este
Finalmente para Hall (2007) a ideia de cultura modo de vida formas de
pensar sentir a atuar satildeo assimiladas pelo grupo satildeo accedilotildees de comportamento
que podem ser estabelecidas no contexto a que esses humanos estatildeo inseridos
associando-os e constituindo-os nos diversos aspectos da vida social De uma
mesma forma compreender os significados da presenccedila e uso do Aparelho Celular
na escola eacute compreender essa nova linguagem esse objeto de desejo que opera no
sistema representacional da nossa cultura que constroacutei significados modifica o
sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de
conduta e ideias Falta no entanto compreender a problemaacutetica da poluiccedilatildeo sonora
em outros contextos por exemplo o da sauacutede auditiva humana pois neste os
impactos negativos para os estudantes satildeo muito seacuterios No entanto se esses
estudantes construiacuterem conhecimentos em Educaccedilatildeo Ambiental na Fiacutesica e na
Sauacutede poderatildeo fazer aproximaccedilotildees entre o cotidiano deles e o conhecimento
cientiacutefico e ainda se tiverem conhecimento e fizerem valer o cumprimento da
Legislaccedilatildeo Municipal entatildeo teratildeo ferramentas para estabelecer relaccedilotildees que
poderatildeo contribuir para mitigaccedilatildeo dos problemas
72 ALGUMAS POSSIBILIDADES
A partir da anaacutelise anterior realizada no formato de matriz emergem agumas
possibilidades Neste subitem levanto possibilidades de estudos que podem ampliar
as perspectivas desta dissertaccedilatildeo e foram percebidos a partir dos resultados da
Revisatildeo de Literatura do Questionaacuterio das Afericcedilotildees realizadas e do Teste de
ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de Estresserdquo
As afericcedilotildees de niacuteveis de ruiacutedo oriundas do entorno do CEPMAT expuseram
valores acima do permitido pela Legislaccedilatildeo especificamente aquela relativa aos
169
limites de ruiacutedo estabelecidos para aacutereas escolares Sabendo a partir da revisatildeo de
literatura que a poluiccedilatildeo sonora eacute um tema pouco explorado e que no questionaacuterio
foi apontado que os alunos jaacute ouviram falar que o ruiacutedo intenso pode fazer mal a
audiccedilatildeo Entendo que uma pesquisa qualitativa do tipo pesquisa-accedilatildeo aplicada em
sala de aula a partir de um enfoque multidisciplinar tendo como eixo central a
Educaccedilatildeo Ambiental poderia abordar accedilotildees de prevenccedilatildeo a ruiacutedos intensos
oriundos dos meios de transporte
Por outro lado no que se refere a ouvir muacutesica com volume alto nos fones
auriculares conectados ao Aparelho Celular os resultados do teste referentes a
percepccedilatildeo dos estudantes indicaram que natildeo haacute grandes preocupaccedilotildees sobre os
efeitos nocivos desses sons intensos na sauacutede auditiva Para reverter este quadro
uma pesquisa aplicada do tipo pesquisa-accedilatildeo que aborde o conteuacutedo de acuacutestica
em seu subitem ldquoOndas Sonorasrdquo pode trazer enormes contribuiccedilotildees na construccedilatildeo
de sequecircncias didaacuteticas e experimentos simples de forma que os estudantes
percebam os efeitos os benefiacutecios e os malefiacutecios que estas ondas sonoras causam
no organismo Assim pode haver aproximaccedilatildeo do ensino de fiacutesica com a sauacutede
Outra consideraccedilatildeo refere-se ao uso natildeo didaacutetico do Aparelho Celular no
ambiente escolar Os dados do questionaacuterio mostraram que haacute necessidade de
ampliaccedilatildeo de pesquisas com enfoque metodoloacutegico porque o Celular natildeo eacute utilizado
como ferramenta de aprendizagem na sala de aula Beringuy (2011) salientou as
vantagens do acesso ao Celular por pessoas de baixo poder aquisitivo isso pode-se
estender tambeacutem para a adoccedilatildeo do Aparelho Celular como ferramenta de apoio na
aprendizagem A revisatildeo de literatura apontou metodologias como as de m-learning
ou mobile learning que exigem uma participaccedilatildeo do professor no sentido de
orientar para o uso didaacutetico Assim pesquisas que apliquem estas novas
metodologias satildeo extremamente necessaacuterias
170
73 SUGESTOtildeES DE ACcedilOtildeES MITIGATOacuteRIAS DA POLUICcedilAtildeO SONORA PARA O
ENTORNO E O INTERIOR DO CEPMAT
Neste item aponto algumas medidas preventivas e mitigatoacuterias em relaccedilatildeo
aos ruiacutedos do entorno do CEPMAT que podem ser tomadas por diferentes oacutergatildeos
administrativos Secretaria Municipal de Sauacutede e a Comunidade Escolar do CEPMAT
e pela empresa que tem a concessatildeo da Ferrovia (ALL) que passa em frente ao
Coleacutegio e tambeacutem relativas a poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica pelos estudantes
a) Em funccedilatildeo das afericcedilotildees e do laudo teacutecnico que aponta niacuteveis de ruiacutedo
de ateacute 100 dB(A) uma sugestatildeo eacute a instalaccedilatildeo de anteparos acuacutesticos
junto agrave linha feacuterrea para minimizar o impacto dos ruiacutedos do trem na
frete do Coleacutegio
b) Uma possibilidade complementar (e natildeo alternativa) a que foi
mencionada acima eacute a ALL em parceira com a Prefeitura Municipal de
Curitiba efetuarem o plantio de aacutervores nativas ao longo da lateral da
linha feacuterrea especialmente na frente do Coleacutegio para constituir mais
uma barreira fiacutesica agraves ondas sonoras geradas na passagem da
composiccedilatildeo feacuterrea
c) De acordo com o que foi proposto pelo Programa de Mitigaccedilatildeo de
Ruiacutedos (ALL 2010) a empresa deve constituir uma equipe
PERMANENTE de Educaccedilatildeo Ambiental assegurando para realizar um
trabalho continuo de conscientizaccedilatildeo dos estudantes do CEPMAT e do
entorno no que se refere aos periacuteodos maacuteximos de exposiccedilatildeo a ruiacutedos
de forma geral assim como de seguranccedila dos pedestres para a
travessia da linha feacuterrea
d) A Empresa ALL a Secretaria Estadual de Educaccedilaotilde do Paranaacute em
parceria com a Secretaria Municipal de Sauacutede tecircm a responsabilidade
de fazer avaliaccedilotildees audiomeacutetricas fundamentais para a prevenccedilatildeo a
PAIR tanto nos estudantes quanto nos professores e funcionaacuterios do
CEPMAT que estatildeo constantemente expostos aos ruiacutedos intensos
171
A Secretaria Municipal de Sauacutede e o CEPMAT podem trabalhar em parceria
para
a) Desenvolver um trabalho de conscientizaccedilatildeo e prevenccedilatildeo relativos agrave
sauacutede auditiva por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos oriundos dos fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica em
volume acima do limite estabelecido pelo protocolo de Complexidade
Diferenciada 5 (BRASIL 2006) que pode ser baseado no programa
desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Otologia (SBO 2012)
172
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABNT Anexo I da Norma Regulamentadora 15 para Atividades e Operaccedilotildees Insalubres Limites de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente
Ministeacuterio do Trabalho e Emprego Brasiacutelia 1978 Disponiacutevel em lt httpportalmtegovbrdatafilesFF8080812DF396CA012E0017BB3208E8NR-1520(atualizada_2011)pdf gt Acesso em 17062013
ABNT NBR 10151 Acuacutestica - Avaliaccedilatildeo do ruiacutedo em aacutereas habitadas visando o conforto da comunidade - Procedimento Rio de Janeiro ABNT 1987 Disponiacutevel lthttpwwwsemacecegovbrwpcontentuploads201201AvaliaC3A7C3A3o+do+RuC3ADdo+em+C381reas+Habitadaspdfgt Acesso em 19012014
ABNT NBR 10152 Niacuteveis de Ruiacutedo para conforto Acuacutestico Rio de janeiro
1987a Disponiacutevel em lthttpbdcamaragovbrbdbitstreamhandlebdcamara8989poluicao_sonora_brasileiropdfsequence=4gt Acesso em 19012014
ABNT NBR 13369 ndash Caacutelculo Simplificado do Niacutevel de Ruiacutedo Equivalente Contiacutenuo (Leq) Rio de Janeiro ABNT 1995 Disponiacutevel em lt http httpptscribdcomdoc167322593NBR-13369-1995-Calculo-Simplificado-do-Nivel-de-Ruido-Equivalente-Continuo-Leq gt Acesso em 05052014
AIKENHEAD G S RYAN A G (1989) The development of a multiple-choice instrument for monitoring views on science-technology-society topics Ottawa Social Sciences and Humanities Research Council of Canada In AIKENHEAD G S e RYAN A G The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) In Science Education 76(5) 477-491 1992
AIKENHEAD G S e RYAN A G The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) In Science Education 76(5) 477-491 1992
ALL America Latina Logiacutestica Capitulo 12 Investigaccedilatildeo de Ruiacutedos Rio Grande do Sul - RS Editora ALL 2010 Disponiacutevel em lt httplicenciamentoibamagovbrFerroviasALL2020Malha20Ferroviaria20Sul2020Trechos20Rio20Branco20do20Sul2020Curitiba20e20Curitiba2020Paranagua122020InvestigaE7E3o20de20RuEDdos1220-20InvestigaE7E3o20de20RuEDdospdf gt Acesso em 02072013
ALVES J Tecnologia Celular Uma Convergecircncia de Miacutedias para a Aproximaccedilatildeo de Puacuteblicos Atas do Intercom ndash Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicaccedilatildeo XXX Congresso Brasileiro de Ciecircncias da Comunicaccedilatildeo 2908 a 02092007 Santos Editora Intercom 2007 Disponiacutevel em lt httpwwwportal-rpcombrbibliotecavirtualcomunicacaovirtual0317pdfgt Acesso em 17052013
AMERICAN COLLEGE OF OCCUPATIONAL AND ENVIRONMENTAL MEDICINE ACOEME EVIDENCE BASED STATEMENT Noise induced hearing loss J Occup Environ Med [S l] v45 n 6 jun 2003 In Brasil Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento
de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegias 2006 Disponiacutevel em lt
173
httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdfgt Acesso em 19012014
American Friends of Tel Aviv University (2011 Deccember 29) Usando leitores de MP3 em volume alto coloca adolescentes em situaccedilatildeo de risco para a perda auditiva precoce dizem pesquisadores ScienceDaily Disponiacutevel em
httpwwwsciencedailycomreleases201112111228134852htm Acesso em 10012014
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA) Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-Fourth Edition Text Revision Washington DC APA
2000 (Traduccedilatildeo no Brasil Artmed 2003)
ARCO-VERDE Y F S Caderno de Apoio para Elaboraccedilatildeo do Regimento Escolar Curitiba PR SEEDPR 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwmrherondominguesseedprgovbrredeescolaescolas27147014arquivosFileOrgao20Tecnico20PedagogicoREGIMENTO_ESCOLAR_08_04[1]pdfgt Acesso em 19052013
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PESQUISA E ENSINO DE CIEcircNCIAS (ABRAPEC) Relatoacuterio de Atividades Satildeo Paulo 1997 Disponiacutevel em
lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt acessado em 14082012
BASTOS W P MATTOS C A Fiacutesica para uma Discriminaccedilatildeo Auditiva
Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash USP 2007 Disponiacutevel em lt httpportalifuspbrcpgipt-brdissertaC3A7C3B5es-de-mestrado-2007-2013gt Acesso em 01122013
BASTOS P W MATTOS C R F Fiacutesica para uma sauacutede auditiva Atas do VI ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
Florianoacutepolis ndash Santa Catarina ABRAPEC 2007a Disponiacutevel em lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012
BASTOS P W MATTOS C R Educaccedilatildeo para uma discriminaccedilatildeo Auditiva Atas do VI ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
Florianoacutepolis ndash Santa Catarina ABRAPEC 2007b Disponiacutevel em lt httwwwnutesufwrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012
BASTOS P W MATTOS C R Fiacutesica e poluiccedilatildeo Sonora Uma proposta de dinacircmica do perfil conceitual Atas do XI EPEF Encontro de Pesquisa e Ensino de Fiacutesica Curitiba ndash Paranaacute 2008 Disponiacutevel em lt httpwwwcienciamaouspbrdadosepef_fisicaepoluicaosonoraumatrabalhopdfgt Acesso em 06 de junho de 2012
BAUMAN Z Entrevista Fronteiras do Pensamento Londres Cafeacute Filosoacutefico CPFL Viacutedeo 29 min e 41 s 2011 Disponiacutevel em lthttpvimeocom27702137gt Acesso em 0972014
BAUMAN Z Modernidade Liacutequida Rio de Janeiro Jorge Zahar 2008 Disponiacutevel em ltDownloadsModernidade+Liquida+-+Zygmunt+Bauman20(1)pdf gt Acesso em 28022014
BERINGUY A PNAD De 2005 para 2011 numero de internautas cresce 1438 e o de pessoas com celular 1072 Brasiacutelia IBGE 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoacessoainternet2011defaultshtmgt Acesso em 17052013
174
BRASIL Decreto Federal No 81621 Aprova o Quadro Geral de Unidades de
medida em substituiccedilatildeo ao Anexo do Decreto n 68288 de 12 de setembro de 1978 Brasiacutelia SINMETRO Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior 03051978 Disponiacutevel em lt httpwwwplanaltogovbrccivil_03decreto1970-1979anexoand81621-78pdfgt Acesso em 15012014
BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014
CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior Banco de Teses e Dissertaccedilotildees Brasilia 2006 Disponiacutevel em lt httpbancodetesescapesgovbr gt Acesso em 12072012
CELANI A C BEVILAacuteCQUA M C RAMOS C R Ruiacutedo em escolas Fono Rev Atual Cient [S I] v 6 n 2 p 1-4 1994 In Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede - Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas
Estrateacutegicas 2006 Disponiacutevel em lt httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 22022014
Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva Perda Auditiva Induzida pelo Ruiacutedo Relacionado ao Trabalho Boletim nordm 1 14novembro1999 Disponiacutevel em ltDownloads1267411525dd9e8b2320(1)pdfgt Acesso em 14022014
CONAMA Norma Regulamentadora 15 Lei Nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998 Ministeacuterio do Meio Ambiente 1998 Dispotildee sobre as Sanccedilotildees Penais e Administrativas Derivas de Condutas e Atividades Lesivas ao Meio Ambiente Disponiacutevel em lt httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl9605htmgt Acesso em 28022014
CONAMA Resoluccedilatildeo Nordm 12008 Controle da Poluiccedilatildeo Sonora Disponiacutevel em lt httpwwwmmagovbrportconamalegislacaoCONAMA_RES_CONS_1990_001pdf gt Acesso em 13122014
CONTI F Definiccedilotildees de Calculo com Multivariaacuteveis Laboratoacuterio de Informaacutetica -
ICB ndash UFPA 2013gt Disponiacutevel em lthttpwwwculturaufpabrdicasgt Acesso em 28052013
COSTA C N P Anaacutelise do Teste ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns Sintomas de Estresserdquo Curitiba PR Material natildeo publicado 2013
COSTA F A I Encontro Internacional TIC e Educaccedilatildeo Inovaccedilatildeo Curricular com TIC Atas do I CONGRESSO INTERNACIONAL TICEDUCA Lisboa ndash Portugal
Editora Universidade de Lisboa 2010 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
COSTA J F GIOPPO C CAMARGO S O celular e o ensino de ondas na escola uma proposta preliminar Atas do II TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Editora
Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt
175
httpconfticeducaieulptmodulesrequestphpmodule=oc_programampaction=summaryphpampid=369gt Acesso em 19112013
COSTA J F CAMARGO S GIOPPO C Uso do Aparelho Celular por Estudantes do Ensino Meacutedio para ouvir muacutesica um prazer perigoso Atas do IX ENPEC Editora da ABRAPEC Aacuteguas de Lindoacuteia SP 2013 Disponiacutevel em lt httpwwwnutesufrjbrabrapecixenpecatasresumosR1336-1pdf gt Acesso em 19112013
CURITIBA Lei Ordinaacuteria Municipal Nordm 10625 Dispotildee sobre ruiacutedos urbanos proteccedilatildeo do bem estar e do sossego puacuteblico Curitiba 2002 Disponiacutevel em lt
httpswwwleismunicipaiscombraprccuritibalei-ordinaria2002106210625lei-ordinaria-n-10625-2002-dispoe-sobre- ruidos-urbanos-protecao-do-bem-estar-e-do-sossego-publico-revoga-as-leis-n-s-8583-de-02-de-janeiro-de-1995-8726-de-19-de-outubro-de-1995-8986-de- 13 - de-dezembro-de-1996-e-9142-de-18-de-setembro-de-1997-e-da-outras-providenciashtmlgt Acesso em 08012014
DrsquoAMORIN F Dependecircncia ou Vicio Informaacutetica amp Sociedade 2012 Disponiacutevel
em lt httpwwwcinufpebr~if679textosDependenciaViciohtml gt Acesso em 27052013
DEL RIO V Cidade da Mente Cidade Real Percepccedilatildeo Ambiental e Revitalizaccedilatildeo na Aacuterea Portuaacuteria do Rio de Janeiro p 3-22 In OLIVEIRA L DEL RIO V (org) Percepccedilatildeo Ambiental A Experiecircncia Brasileira Satildeo Carlos Editora da UFSCAR 1996 265p Disponiacutevel em lt httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014
ENIZ A O GARAVELLI S Poluiccedilatildeo sonora em escolas do Distrito Federal Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo da Universidade Catoacutelica de Brasiacutelia Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em lt httpwwwbdtducbbrtedetde_arquivos6TDE-2004-09-17T134958Z-122PublicoDissertacaoalexandrepdfgt Acesso em 13092012
ENNES E G Poluiccedilatildeo Sonora p 339-356 Recursos Naturais Meio Ambiente e Poluiccedilatildeo Vol 2 Rio de Janeiro SUPREN 1977 In SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana Maringaacute PR SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014
FERNANDES J C Um coleacutegio chamado Maria Gazeta do Povo Caderno vida e
cidadania 17062012 Disponiacutevel em lt httpwwwgazetadopovocombrvidaecidadaniaconteudophtmlid=1265986T-Nh39Oplpcbloggergt Acesso em 13022013
FERNANDES R S SOUZA V J de PELISSARI V B FERNANDES S T Uso da percepccedilatildeo ambiental como instrumento de gestatildeo em aplicaccedilotildees ligadas agraves aacutereas educacional social e ambiental Curso de Engenharia de Produccedilatildeo Civil da
UNIVIX e do NEPA Satildeo Paulo 2004 Disponiacutevel em lt httpwwwredeceasesalquspbrnoticiasPercepcao_Ambientalpdfgt Acesso em 27012014
FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt
176
httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014
FRAENKEL J R e WALLEN N E How to design and evaluate research in Education 4ordf Ediccedilatildeo Boston McGraw Hill 2000
GASPERIN ABUCK S LOOS H A presenccedila do ruiacutedo do trem em escolas do entorno da linha feacuterrea na cidade de Curitiba-Pr Contribuiccedilatildeo para a construccedilatildeo dialeacutetica em educaccedilatildeo socioambiental Dissertaccedilatildeo de Mestrado em
Educaccedilatildeo da UFPR Curitiba UFPR 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwppgeufprbrtesesM06_gasperinpdf gt Acesso em 13092012
HALL S A centralidade da cultura notas sobre as revoluccedilotildees culturais do nosso tempo Educaccedilatildeo amp Realidade Porto Alegre v 22 nordm2 p 15-46 juldez 1997
_____ S A Representation Cultural Representations and Signifying Practices Londres Thousand Oaks Sage The open University 2007
_____ S A Identidade cultural na Poacutes-Modernidade Rio de Janeiro DPampA 11ordf ediccedilatildeo 2011
IPDA Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo Vocecirc estaacute sofrendo com Stress Crocircnico Disponiacutevel em lt httpwwwdda-deficitdeatencaocombrmembrosteste-
stress-burnouthtmlgt Acesso em 21092013
IPPUC 1959 Regiatildeo do Cajuru ndash Paranaacute Foto aeacuterea de 1959 Curitiba fotografia
aeacuterea Escala 150000
IPPUC 2003 Geoprocessamento Curitiba 2006 Disponiacutevel em wwwippucorgbr
Acesso em 16 de janeiro de 2014
______2006 Rede Integrada de Transporte Puacuteblico de Curitiba em 2006
Disponiacutevel em ltwwwippucorgbrgt Acesso em 20022014
______2008 Planos Setoriais Relatoacuterio 2008 Curitiba IPPUC 2008 Disponiacutevel
em httpwwwconcidadesprgovbrarquivosFileDOC_IPPUC_Livro_planos_setoriaispdf Acesso em 15012014
______2008 Regiatildeo do Cajuru ndash Paranaacute Foto Aeacuterea de 2008 Curitiba fotografia
aeacuterea Escala 150000
JORDAtildeO C Um celular para cada puacuteblico Revista Digital 301109 Jornal O
Globo 2009 Disponiacutevel em lthttpturma4a20092bligoocomcontentview673937Um-celular-para-cada-publicohtmlgt Acesso em 26122012
KOTLER P Administraccedilatildeo de marketing anaacutelise planejamento implementaccedilatildeo e controle 5 ed Satildeo Paulo Atlas 1998 In MEDEIROS J F CRUZ C M L Comportamento do Consumidor Fatores que influenciam no processo de decisatildeo da compra dos consumidores Revista Teoria e Evidecircncia Econocircmica Passo Fundo v 14 Ed Especial 2006 p 175 Disponiacutevel em lt httpeadopetnetbrconteudoeadMoodle_20graduacaogestao_comercial_2013comp_consuPDFLEITURA1_aula3pdfgt Acesso em 28022014
LACERDA A B M GONCcedilALVES C G O ZOCOLI A M F DIAS C PAULA K Haacutebitos Auditivos e comportamento de adolescentes diante das atividades de lazer ruidosas In Revista CEFAC Speech Language Hearing Sciences and
177
Education Journal Mar-Abr V13 n2 322-329 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwscielobrpdfrcefacv13n249-10pdfgt Acesso em 13122013
LAUTERT L CHAVES E H B MOURA G MS S de O estresse na atividade gerencial do enfermeiro In Revista Panamericana de Salud Publica v6 (6) 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfrpspv6n60968gt Acesso em 28092013
LEDERMAN N G OMALLEY M Students perceptions of tentativeness in science Development use and sources of change Science Education 74(2) 225-239 1990 In AIKENHEAD G RYAN A The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) College of Education University of Saskatchewan Saskatoon Saskatchewan Science Education Assessment Instruments 1992 Disponiacutevel em lt httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014
LEVI F Origens Ambiente e Evoluccedilatildeo In Menezes L C de A terra gasta a questatildeo do ambiente Satildeo Paulo EDUC ndash Editora da Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica ndash PUC-SP 1990 P 17-25 Dissertaccedilatildeo de MestradoLIPP M N Como Controlar o Stress Satildeo Paulo-SP Editora Iacutecone 6ordf ed 1994
LIPP M e N (1984) Stress e suas implicaccedilotildees Estudos de Psicologia Campinas v1 n3 e 4 p 5-19 agodez In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19
n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014
LOBATO A PEDRO N As tecnologias moacuteveis no processo de ensino e aprendizagem da liacutengua inglesa um estudo exploratoacuterio do cenfic Atas do II CONGRESSO INTERNACIONAL TICEDUCA 2010 Lisboa ndash Portugal
Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
LOPES J M Barulho eacute responsaacutevel por 65 das reclamaccedilotildees agrave prefeitura Jornal Gazeta do Povo Ediccedilatildeo 02102008 Disponiacutevel em lt httpwwwgazetadopovocombrvidaecidadaniaconteudophtmlid=813587amptit=Barulho-e-responsavel-por-65-das-reclamacoes-a-prefeituragt Acesso em 08082013
LUIZ G V Consumo de Celular Significados e Influecircncias na vida cotidiana de adolescentes Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
2008 Disponiacutevel em lthttpwwwtedeufvbrtedesimplificadotde_arquivos46TDE-2008-08-26T072246Z-1289Publicotexto20completopdfgt Acesso em 28052013
MBI Questionaacuterio Jbeili para Identificaccedilatildeo Preliminar da Burnout Elaborado e adaptado por Chafic Jbeili Inspirado no Maslach Burnout Inventory- MBI Disponiacutevel em lt httpwwwchaficcombrindex_arquivosQuestionE1rio20Jbeili20para20identificaE7E3o20da20burnoutpdf gt Acesso em 30092013
MELO G S Ao Som do Apito Vila Oficinas Controle e Disciplinarizaccedilatildeo do Ferroviaacuterio Curitiba (1945-1960) Monografia UTP ndash Universidade Tuiuti do Paranaacute Curitiba UTP 2008 Disponiacutevel em lt
178
httpwwwutpbrhistoriarevista_historianumero_2pdf11_giselia_melopdfgt Acesso em 03032013
MENDONCcedilA F Aspectos da Problemaacutetica Ambiental Urbana da Cidade de CuritibaPR e o mito da ldquocapital ecoloacutegicardquo Satildeo Paulo ndash USP 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwgeografiafflchuspbrpublicacoesGeouspGeousp12Geousp12_FranciscoMendoncahtmgt Acesso em 05082013
MIRANDA G L Limites e possibilidades das TIC na Educaccedilatildeo Revista de Ciecircncias da Educaccedilatildeo ndash nordm 03 ndash maioago2007 Disponiacutevel em lt
httpsisifofpceulptpdfssisifo03PT03pdfgt Acesso em 17052013
MOREIRA M D MELLO FILHO J de Psicoimunologia hoje 1992 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicolologia Ciecircncia e Profissatildeo V19 nordm3 Brasiacutelia 1999
Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophppid=S1414-98931999000300005ampscript=sci_arttextgt Acesso em 28022014
MOURA A CARVALHO A Enquadramento teoacuterico para a integraccedilatildeo de tecnologias moacuteveis em contexto educativo Atas do I CONGRESSO
INTERNACIONAL TICEDUCA 2010 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa 2010 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
MUCHNIK C AMIR N KAPLAN-NEEMEN R e SHABTAI E Getting teeens to turn down the volume In TEL AVIV UNIVERSITY 2012 Annual report Re-imagining the mind Tel Aviv Tel Aviv University 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwtauacilbogannualreport2012pdfgt Acesso em 14122013
NARDI R Memoacuterias da Educaccedilatildeo em Ciecircncias no Brasil a pesquisa em ensino de Fiacutesica Grupo de Pesquisa e Ensino de Ciecircncias Bauru UNESP 1990 Disponiacutevel em lt httpwwwifufrgsbrpublicensinovol10n1v10_n1_a4htm gt Acesso em 16072013
NASCIMENTO D C do Percepccedilotildees de Cultura e Mudanccedila Organizacional
Dissertaccedilatildeo de Mestrado 2009 Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Disponiacutevel em lt httpsestudogeralsibucptbitstream10316133701Tese_mestrado_Diogo_Chouzalpdf gt Acesso em 20112013
NOGUEIRA E Portal Curitiba Antiga Disponiacutevel em lthttpcuritibaantigacomcategoriaVila-Oficinashtml gt Acesso em 12122012
NOVAES M R Poluiccedilatildeo Psicossocial 383-395 In IBGE Recursos Naturais Meio Ambiente e Poluiccedilatildeo Vol 2 Rio de Janeiro SUPREN 1977 P458
NOVAIS A M GUARIN NETO G G Percepccedilatildeo Ambiental de Estudantes da Escola ldquoDr Joseacute Rodrigues Fontesrdquo Caacuteceres Mato Grosso In Revista Travessias nordm 1 UNIOESTE ndash PR 2007 Disponiacutevel em lt fileCDownloads2789-10750-1-PBpdf gt Acesso em 22022014
OrsquoMALLEY M AIKENHEAD In AIKENHEAD G RYAN A The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) College of
Education University of Saskatchewan Saskatoon Saskatchewan Science Education Assessment Instruments 1992 Disponiacutevel em lt
179
httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014
OLIVEIRA I B e SGARBI P Fora da Escola tambeacutem se aprende Rio de
Janeiro DPampA 2001
PAPINI J C M PINTO M L S Estresse e Trabalho Monografia 2000 UFSC
Associaccedilatildeo Catarinense de Medicina XVI ndash Curso de Especializaccedilatildeo em Medicina do Trabalho Disponiacutevel em httpsrepositorioufscbrbitstreamhandle123456789104989Estresse20e20trabalhopdfsequence=1 Acesso em 10022013
PARANAacute Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute Regimento Escolar Deliberaccedilatildeo 1699 Curitiba Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute 1999
Disponiacutevel em lt httpwwweducacaoprgovbrarquivosFiledeliberacoesdeliberacao161999pdf gt Acesso em 16122013
________ Decreto Estadual 259501959 In Zanoto Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico
Curitiba 2010 Disponiacutevel em lt httpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 12072012
________ Decreto Estadual 30621977 In ZANOTO Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico Curitiba 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 12072012
________Regimento Escolar do CEPMAT Ato nordm 340 p6 - 9 - Curitiba 2011
________ Resoluccedilatildeo 7012006 Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino fundamental Meacutedio e Profissional Disponiacutevel em lt httpwwwceeprgovbrarquivosFilepdfPareceres202012CEBpa_ceb_109_12pdfgt Acesso em 05032013
PONDEacute L F Invenccedilatildeo do Contemporacircneo O diagnoacutestico de Zygmunt Bauman para a Poacutes-Modernidade Produccedilatildeo da CPFL Cultura Exibido em 25 de maio de
2008 Ribeiratildeo Preto Cultura (44 minutos) Disponiacutevel em lt wwwcpfculturacombr ou httpwwwyoutubecomwatchv=58MMs5j3TjA gt Acesso 05012014
RAMINHOS L FERREIRA M J CORREIA S PEREIRA M J Tecnologias moacuteveis no ensino de multimeacutedia Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
REIS A T L LAY M C D Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Projetos ndash uma Abordagem Perceptiva e Cognitiva Revista Ambiente Construiacutedo Porto Alegre v 6 n 3 p
21-34 julset 2006 Disponiacutevel em lt http Downloads3710-12514-1-PB20(1)pdfgt Acesso em 27012014
RIBAS A NAZARENO E R SCHMID A L Reflexotildees sobre o ambiente sonora da cidade de Curitiba A percepccedilatildeo do ruiacutedo urbano e seus efeitos sobre a qualidade de vida de moradores dos setores especiais estruturais Tese Doutorado da UFPR Curitiba UFPR 2007 Disponiacutevel em lt httpdspacec3slufprbrdspacehandle188410320show=full gt Acesso em 20052013
180
RIBAS A GRAEMEL K Poluiccedilatildeo Sonora Objeto de Estudo da Ecologia Revista Fonoaudiologia Revista Virtual ndash Dezembro de 2006 Vol 1 ndash nordm 2 Brasil 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwfonoaudiologiaorgbrpublicacoesrevista06vol4n1pdfgt Acesso em 27012014
RINK J MEGID NETO J M Tendecircncias dos Artigos apresentados nos Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) Educaccedilatildeo em Revista v 25nordm 3 2009 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophppid=S0102-46982009000300012ampscript=sci_arttext gt Acesso em 12092013
RODRIGUES A Stress trabalho e doenccedilas de adaptaccedilatildeo 1997 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt
httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014
ROMERO S M OLIVEIRA L O NUNES S C Estresse no Ambiente Organizacional estudo sobre o corpo gerencial Universidade Luterana do Brasil
ndash ULBRA 2007 Disponiacutevel em lt httpwwwaedbbrsegetartigos071215_SEGET0701Stresspdfgt Acesso em 28022014
SANTrsquoANA N C Criaccedilatildeo de uma ferramenta hipermiacutedia para promoccedilatildeo da sauacutede auditiva em jovens usuaacuterios de dispositivos sonoros portaacuteteis individuais Dissertaccedilatildeo de Mestrado 2012 - Universidade de Satildeo Paulo ndash FOB
Disponiacutevel em lt httpwwwtesesuspbrtesesdisponiveis2525143tde-01112012-214724pt-brphpgt Acesso em 06012014
SANTOS D M B DURAM A A BURNHAM T F O uso dos dispositivos moacuteveis durante a aula analise de um recorte da realidade de universidades publicas do Brasil Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
_______ D M B DURAM A A BURNHAM T F Dispositivos moacuteveis em sala de aula uma revisatildeo bibliograacutefica Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012a Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lthttpticeduca2012ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
SANTOS G F ALMEIDA M B BORGES M A F JESUS V G S de Tecnologias Moacuteveis com conexatildeo sem fio na Escola e a Organizaccedilatildeo do Trabalho Pedagoacutegico Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash
Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lthttpticeducaieulptataspdf298pdfgt Acesso em 12072013
SANTOS M J O MARTINS E C O Som Nosso de Cada Dia Percepccedilatildeo Meio e Forma Urbana Cadernos do Proarp Rio de Janeiro UFRJ ndash Vol 09 nordm 09 p 211-257 1993 In SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana ndash SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014
SBO (Sociedade Brasileira de Otologia) Dia da Audiccedilatildeo e de baixar o volume do mp3 Satildeo Paulo 2012 Disponiacutevel em
181
httpwwwsaudeauditivaorgbrnovo_siteindexphps=imprensareleasesdia-da-audicaophpgt Acesso em 22042013
SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana Maringaacute PR SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt
httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014
SELIGMAN J Sintomas e Sinais na Pair in Brasil Perda Auditiva Induzida por
Ruiacutedo (Pair) Brasiacutelia Brasil 2006 Disponiacutevel em lt httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf gt Acesso em 08012014
SELYE H Stress a tensatildeo da vida Satildeo Paulo Ibrasa - Instituiccedilatildeo Brasileira de Difusatildeo Cultural 1959 In BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014
SIEGEL A GRANADO A SILVA C J O impacto do crescimento populacional e as restriccedilotildees ambientais para o desenvolvimento industrial de pinhais a partir de uma induacutestria no ramo de circuitos impressos Monografia ndash
UNIBRASIL 2009 Disponiacutevel em lt httpwwwpinhaisprgovbridentidadeFreeComponent164content1703shtml gt Acesso em 22022014
SIMONTON OC SIMONTON SM CREIGHTON JL Com a Vida de Novo Uma Abordagem de Auto ndash Ajuda para Pacientes com Cacircncer 6o ed Satildeo Paulo Summus 1987 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo V19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014
SOUZA A M A poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente escolar - Reflexos no Processo Ensino-Aprendizagem Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Centro Universitaacuterio Pliacutenio Leite Niteroi ndash Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em lt httpwwwtjrjjusbrcdocument_libraryget_fileuuid=52486d9f-2407-4af1-bd42-c1f3cde27235ampgroupId=10136gt Acesso em 17032013
SOUZA D R SILVA H C GARAVELLI A M M RICARDO E C Poluiccedilatildeo Sonora na fiacutesica do ensino meacutedio construindo uma proposta Atas do V ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias Bauru ndash Satildeo Paulo ABRAPEC 2005 Disponiacutevel em lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012
SOUZA F P A poluiccedilatildeo sonora ataca traiccediloeiramente o corpo Belo Horizonte
UFMG 1992 Disponiacutevel em lt httpwwwicbufmgbrlabslpf2-14html gt Acesso em 10112012
SOUZA J TORRES M C A Maneiras de ouvir muacutesica uma questatildeo para a educaccedilatildeo musical com jovens In Muacutesica na educaccedilatildeo baacutesica Porto Alegre v 1
n 1 outubro de 2009 Disponiacutevel em lt
182
httpwwwabemeducacaomuacutesicalorgbrMastersrevista_muacutesica_na_escola4_maneiras_de_ouvir_muacutesicapdf gt Acesso em 10112012
STANGHERLIN V L Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Fones de Ouvido do Aparelho Celular 2013 Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho CREA-PR 110468D 2013
STANGHERLIN V L Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Meios de Transportes 2013 Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho CREA-PR
110468D 2014
STEINBERG S R KINCHELOE J L Cultura Infantil a construccedilatildeo corporativa da infacircncia In Sem segredos cultura infantil saturaccedilatildeo de informaccedilatildeo e Infacircncia poacutes-moderna Rio de janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2001 In MONTEIRO S C F Ensino de ciecircncias projeto poliacutetico-pedagoacutegico das escolas e os curriacuteculos praticados uma possibilidade emancipatoacuteria a partir da educaccedilatildeo ambiental
Dissertaccedilatildeo de Mestrado Rio de Janeiro CICTFio Cruz 2009 Disponiacutevel em lthttpoatdorgoatdgourl=http3A2F2Fwwwbdtdcictfiocruzbr2Ftedesimplificado2Ftde_busca2Farquivophp3FcodArquivo3D197ampfrom=recordampq=gt Acesso em 15022014
STELLMAN J M DAUM S M Trabalho e sauacutede na induacutestria riscos fiacutesicos e quiacutemicos e prevenccedilatildeo de acidentes v 1 Satildeo Paulo EDUSP 1975 In BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014
THOMPSON J B A Miacutedia e a Modernidade 12ordf ediccedilatildeo Editora Vozes 2011
UNESCO Working Paper Series on Mobile Learning Turning on mobile learning
in Latina American Paris UNESCO 2012 Disponiacutevel em lthttp httpwwwunescoorgnewfileadminMULTIMEDIAHQEDICTpdfPachler-Ranieripdfgt Acesso em 27 de fevereiro de 2014
_______ Policy guidelines for mobile learning Paris UNESCO 2013
Disponiacuteveis em lt httpunesdocunescoorgimages0022002277227770porpdf gt Acesso em 02 de marccedilo de 2014
________ Segunda Semana UNESCO ldquoMobile Learningrdquo (MLW) ParisUNESCO 2013 Disponiacutevel em lt httpunesdocunescoorgimages0022002277227770porpdf gt Acesso em 07022014
VYGOTSKY L S A Formaccedilatildeo social da Mente 7ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Martins Editora Livraria Ltda 2007
__________ Lev Semenovich Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar InVYGOTSKY Lev Semenovich LURIA Alexander Romanovich
Editora Ebook do Brasil 2001 Disponiacutevel em lt httpwwwebooksbrasilorgeLibrisvigohtmlgt Acesso em 12122013
ZANOTTO V L R Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira Curitiba-PR SEED 2010 Disponiacutevel em
183
lthttpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 28122012
________ V L R Regimento Escolar Curitiba-PR SEED 2011 Disponiacutevel em
lthttpwwwnreseedprgovbrcuritibamodulesconteudoconteudophpconteudo=160 gt Acesso em 28122012
184
ANEXOS
185
ANEXO I - LEI 106252002
LEI Nordm 10625 DISPOtildeE SOBRE RUIacuteDOS URBANOS PROTECcedilAtildeO DO BEM ESTAR
E DO SOSSEGO PUacuteBLICO REVOGA AS LEIS Nordm S 8583 DE 02 DE JANEIRO DE
19958726 DE 19 DE OUTUBRO DE 1995 8986 DE 13 DE DEZEMBRO DE 1996
E 9142 DE 18 DE SETEMBRO DE 1997 E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS
A CAcircMARA MUNICIPAL DE CURITIBA CAPITAL DO ESTADO DO PARANAacute
aprovou e eu Prefeito Municipal sanciono a seguinte lei
Art 1ordm - Eacute proibido perturbar o sossego e o bem estar puacuteblico com sons ruiacutedos e
vibraccedilotildees que causem incocircmodo de qualquer natureza ou que ultrapassem os
limites fixados nesta lei
Paraacutegrafo Uacutenico - As vibraccedilotildees seratildeo consideradas prejudiciais quando ocasionarem
ou puderem ocasionar danos materiais agrave sauacutede e ao bem estar puacuteblico
Art 2ordm - Para os efeitos desta lei aplicam-se as seguintes definiccedilotildees
I - SOM vibraccedilatildeo acuacutestica capaz de provocar sensaccedilotildees auditivas
II - RUIacuteDO som capaz de causar perturbaccedilatildeo ao sossego puacuteblico ou efeitos
psicoloacutegicos e fisioloacutegicos negativos em seres humanos e animais
III - VIBRACcedilAtildeO movimento oscilatoacuterio transmitido pelo solo ou por uma estrutura
qualquer
IV - POLUICcedilAtildeO SONORA emissatildeo de som ou ruiacutedo que seja direta ou
186
indiretamente ofensivo ou nocivo agrave sauacutede agrave seguranccedila e ao bem estar da
coletividade ou transgrida as disposiccedilotildees fixadas nesta lei
V - RUIacuteDO IMPULSIVO som de curta duraccedilatildeo com iniacutecio abrupto e parada raacutepida
caracterizado por um pico de pressatildeo de duraccedilatildeo menor que um segundo
VI - RUIacuteDO CONTIacuteNUO som com flutuaccedilatildeo de niacutevel de pressatildeo sonora tatildeo
pequena que pode ser desprezada dentro do periacuteodo de observaccedilatildeo
VII - RUIacuteDO INTERMITENTE som cujo niacutevel de pressatildeo sonora cai abruptamente
ao niacutevel sonoro do ambiente vaacuterias vezes durante o periacuteodo de observaccedilatildeo desde
que o tempo em que o niacutevel sonoro se manteacutem constante e diferente daquele do
ambiente seja de ordem de grandeza de um segundo ou mais
VIII - RUIacuteDO DE FUNDO sons emitidos durante o periacuteodo de observaccedilatildeo que natildeo
aquele objeto da mediccedilatildeo
IX - NIacuteVEL EQUIVALENTE (Leq) niacutevel meacutedio de energia do som obtido integrando-
se os niacuteveis individuais de energia em um periacuteodo de tempo e dividindo-se pelo
periacuteodo
X - dB (Decibel) unidade de medida do niacutevel de ruiacutedo
XI - dB(A) curva de avaliaccedilatildeo normalizada e adaptada agrave capacidade de recepccedilatildeo da
audiccedilatildeo humana
XII - ZONA SENSIacuteVEL Agrave RUIacuteDO OU ZONA DE SILEcircNCIO eacute aquela que para
atingir seus propoacutesitos necessita que lhe seja assegurado um silecircncio excepcional
Define-se como zona de silecircncio a faixa determinada pelo raio de 20000m
(duzentos metros) de distacircncia de hospitais escolas bibliotecas puacuteblicas hoteacuteis
postos de sauacutede ou similares
XIII - LIMITE REAL DA PROPRIEDADE aquele representado por um plano
imaginaacuterio que separa a propriedade real de uma pessoa fiacutesica ou juriacutedica de outra
187
XIV - SERVICcedilO DE CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL qualquer operaccedilatildeo de escavaccedilatildeo
construccedilatildeo demoliccedilatildeo remoccedilatildeo reforma ou alteraccedilatildeo substancial de uma
edificaccedilatildeo estrutura ou obras e as relacionadas a serviccedilos puacuteblicos tais como
energia eleacutetrica gaacutes telefone aacutegua esgoto e sistema viaacuterio
Art 3ordm - Para fins de aplicaccedilatildeo desta lei ficam definidos os seguintes periacuteodos
I - DIURNO das 07h01 agraves 19h00
II - VESPERTINO das 19h01 agraves 22h00
III - NOTURNO das 22h01 agraves 07h00
Art 4ordm - Para os efeitos desta lei a mediccedilatildeo do niacutevel de pressatildeo sonora deveraacute ser
efetuada de acordo com as normas da Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas -
ABNT
Paraacutegrafo Uacutenico - A mediccedilatildeo a que se refere este artigo pode ser realizada a 500m
(cinco metros) de qualquer uma das divisas do imoacutevel gerador do incocircmodo ou em
qualquer ponto dentro do limite real do imoacutevel que sofre o incocircmodo
Art 5ordm - A emissatildeo de sons e ruiacutedos por quaisquer atividades industriais comerciais
prestadoras de serviccedilos religiosas sociais recreativas e de carga e descarga natildeo
podem exceder os niacuteveis de pressatildeo sonora contidos no Anexo I que faz parte
integrante desta lei
sect 1ordm - No caso de criaccedilatildeo de Setores Especiais conforme previsto na Lei Municipal
nordm 98002000 caberaacute agrave Secretaria Municipal do Meio Ambiente estabelecer os niacuteveis
de pressatildeo sonora admissiacuteveis por meio de regulamentaccedilatildeo proacutepria
sect 2ordm - Quando a fonte poluidora e o imoacutevel que sofre o incocircmodo estiverem
localizados em diferentes zonas de uso e ocupaccedilatildeo do solo seratildeo considerados os
limites estabelecidos para a zona em que se localiza a propriedade que sofre o
incocircmodo
188
sect 3ordm - Quando a propriedade que sofre o incocircmodo tratar-se de escola creche
biblioteca puacuteblica hospital ambulatoacuterio casa de sauacutede ou similar com leitos para
internamento hotel ou similar devem ser atendidos os limites estabelecidos para
ZR-1 independentemente da zona de uso e deve ser observado o raio de 20000m
(duzentos metros) de distacircncia definida como zona de silecircncio
Art 6ordm - Os sons e ruiacutedos produzidos pelos serviccedilos de construccedilatildeo civil devem
respeitar os limites maacuteximos estabelecidos no Anexo II parte integrante desta lei
Paraacutegrafo Uacutenico - Excetuam-se destas restriccedilotildees as obras e os serviccedilos urgentes e
inadiaacuteveis decorrentes de casos fortuitos ou de forccedila maior acidentes graves ou
perigo iminente agrave seguranccedila e ao bem estar da comunidade bem como o
restabelecimento de serviccedilos puacuteblicos essenciais tais como energia eleacutetrica gaacutes
telefone aacutegua esgoto e sistema viaacuterio
Art 7ordm - A emissatildeo de som ou ruiacutedos produzidos por veiacuteculos automotores
aeroplanos e aeroacutedromos e os produzidos no interior dos ambientes de trabalho
devem obedecer as normas expedidas respectivamente pelo Conselho Nacional do
Meio Ambiente e pelos oacutergatildeos competentes do Ministeacuterio da Aeronaacuteutica e
Ministeacuterio do Trabalho
Paraacutegrafo Uacutenico - No tocante agrave emissatildeo de ruiacutedo por veiacuteculos automotores o
Municiacutepio pode estabelecer em regulamento proacuteprio criteacuterios de controle
considerando o interesse local
Art 8ordm - A realizaccedilatildeo de shows concertos e apresentaccedilotildees musicais de caraacuteter
cultural e artiacutesticos em aacutereas puacuteblicas ou particulares dependem de preacutevio
licenciamento ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente independente
de outras licenccedilas exigiacuteveis
Paraacutegrafo Uacutenico - Cabe agraves Secretarias Municipais do Meio Ambiente e do
Urbanismo estabelecerem em regulamento proacuteprio as condiccedilotildees para realizaccedilatildeo
dos eventos musicais mencionados no caput deste artigo
189
Art 9ordm - A utilizaccedilatildeo das aacutereas dos parques e praccedilas municipais com uso de
equipamentos sonoros alto falantes fogos de artifiacutecio ou outros meios que possam
causar poluiccedilatildeo sonora dependem de preacutevio licenciamento ambiental da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente independente de outras licenccedilas exigiacuteveis
Art 10 - Fica proibida a utilizaccedilatildeo de equipamentos sonoros fixos ou moacuteveis como
meio de propaganda ou publicidade nos logradouros puacuteblicos
sect 1ordm - Quando natildeo se tratar de logradouros puacuteblicos a utilizaccedilatildeo de equipamentos
sonoros como meio de propaganda e publicidade deve respeitar os limites
estabelecidos no Anexo I desta lei
sect 2ordm - Natildeo seraacute concedida autorizaccedilatildeo para uso de equipamentos sonoros em
veiacuteculos de empresas de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de gaacutes ficando vedado o
uso de alto-falantes e outras fontes de emissatildeo sonora nos veiacuteculos destinados ao
transporte do produto
sect 3ordm - Casos especiais poderatildeo ser analisados e eventualmente autorizados pela
Secretaria Municipal do Meio Ambiente
Art 11 - Natildeo se compreende nas proibiccedilotildees dos artigos anteriores ruiacutedos e sons
produzidos I - pelas manifestaccedilotildees tradicionais do Carnaval e Ano Novo II - por
vozes ou aparelhos usados na propaganda eleitoral ou manifestaccedilotildees trabalhistas
para os quais seraacute estabelecido regulamento proacuteprio pelos oacutergatildeos competentes
considerando as legislaccedilotildees especiacuteficas III - por sinos de igrejas ou templos
religiosos desde que sirvam exclusivamente para indicar as horas ou anunciar a
realizaccedilatildeo de atos ou cultos religiosos IV - por fanfarras ou bandas de muacutesicas em
procissatildeo cortejos ensaios ou desfiles ciacutevicos (Redaccedilatildeo dada pela Lei
nordm 135042010) V - por sirenes ou aparelhos de sinalizaccedilatildeo sonora utilizados por
ambulacircncias carros de bombeiros ou viaturas policiais VI - por explosivos utilizados
no arrebentamento de pedreiras rochas ou nas demoliccedilotildees desde que detonadas
no periacuteodo diurno e previamente licenciados pela Secretaria Municipal do Meio
Ambiente VII - por alarme sonoro de seguranccedila residencial ou veicular desde que
190
o sinal sonoro natildeo se prolongue por tempo superior agrave 15 minutos VIII - por culto
religioso realizado no periacuteodo diurno e vespertino desde que natildeo ultrapasse o limite
de 65 dB(A) IX - por shows concertos e apresentaccedilotildees musicais de caraacuteter cultural
e artiacutestico desde que realizados dentro das condiccedilotildees autorizadas pela Secretaria
Municipal do Meio Ambiente
Art 12 - As atividades potencialmente causadoras de poluiccedilatildeo sonora definidas em
regulamento proacuteprio dependem de preacutevio licenciamento ambiental da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente para obtenccedilatildeo dos alvaraacutes de construccedilatildeo e
funcionamento
Art 13 - A queima de fogos de artifiacutecio fica sujeita ao controle da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente que aplicaraacute as sanccedilotildees previstas na presente lei
quando constatado incocircmodo agrave vizinhanccedila
Art 14 - Para a execuccedilatildeo de testes de fabricaccedilatildeo ou instalaccedilatildeo de alarmes sonoros
devem ser utilizados dispositivos de controle de forma que natildeo seja necessaacuteria a
emissatildeo sonora acima dos limites estabelecidos no Anexo I parte integrante desta
lei Paraacutegrafo Uacutenico - Em caso de acionamento perioacutedico ou constante de alarmes
sonoros seratildeo aplicadas as sanccedilotildees previstas nesta lei independente da obrigaccedilatildeo
de cessar a transgressatildeo
Art 15 - Os fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente no exerciacutecio da accedilatildeo
fiscalizadora tecircm a entrada franqueada nas dependecircncias da fonte poluidora onde
podem permanecer pelo tempo que se fizer necessaacuterio
Paraacutegrafo Uacutenico - Os fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente podem
solicitar o auxiacutelio das autoridades policiais no desempenho da accedilatildeo fiscalizadora
Art 16 - As pessoas fiacutesicas e juriacutedicas de direito puacuteblico ou privado que infringirem
qualquer dispositivo desta lei seus regulamentos e demais normas dela
decorrentes ficam sujeitas agraves seguintes sanccedilotildees independente da obrigaccedilatildeo de
cessar a transgressatildeo
191
I - notificaccedilatildeo por escrito II - multa simples ou diaacuteria III - cassaccedilatildeo da Licenccedila
Ambiental IV - embargo V - interdiccedilatildeo parcial ou total VI - perda ou restriccedilatildeo de
incentivos e benefiacutecios fiscais concedidos pelo Municiacutepio
Art 17 - Para imposiccedilatildeo da sanccedilatildeo e graduaccedilatildeo da multa a autoridade ambiental
observaraacute
I - as circunstacircncias atenuantes e agravantes II - a gravidade do fato tendo em vista
as consequecircncias para a sauacutede e o meio ambiente III - a natureza da infraccedilatildeo e
suas consequecircncias IV - o porte do empreendimento V - os antecedentes do
infrator quanto agraves normas ambientais VI - a capacidade econocircmica do infrator
Art 18 - Para efeito de aplicaccedilatildeo das sanccedilotildees as infraccedilotildees satildeo classificadas como
leves graves ou graviacutessimas de acordo com a Anexo III parte integrante desta lei e
com os criteacuterios abaixo
I - LEVES - aquelas em que o infrator seja beneficiado por circunstacircncias
atenuantes II - GRAVES - aquelas em que for verificada circunstacircncia agravante III
- GRAVIacuteSSIMAS - aquelas em que seja verificada a persistecircncia da reincidecircncia
Art 19 - Os valores das multas seratildeo expressos em moeda corrente nacional e para
cada tipo de infraccedilatildeo corresponderaacute
I - ateacute R$ 530000 (cinco mil e trezentos reais) para as leves II - de R$ 530100
(cinco mil trezentos e um reais) a R$ 1070000 (dez mil e setecentos reais) para as
graves III - R$ 1070100 (dez mil setecentas e um reais) a R$ 1800000 (dezoito
mil reais) para as graviacutessimas
Paraacutegrafo Uacutenico - A atualizaccedilatildeo monetaacuteria das multas dar-se-aacute com base na
variaccedilatildeo do Iacutendice de Preccedilos ao Consumidor Amplo - IPCA medido pela Fundaccedilatildeo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE ou outro que venha ser
instituiacutedo pelo Governo Federal
Art 20 - Satildeo circunstacircncias atenuantes
192
I - menor grau de compreensatildeo e escolaridade do infrator II - arrependimento eficaz
do infrator manifestada pela espontacircnea reparaccedilatildeo do dano ou limitaccedilatildeo
significativa do ruiacutedo emitido III - ser o infrator primaacuterio e a falta cometida de
natureza leve
Art 21 - Satildeo circunstacircncias agravantes
I - ser o infrator reincidente ou cometer a infraccedilatildeo de forma continuada II - ter o
infrator agido com dolo direto ou eventual
sect 1ordm - A reincidecircncia verifica-se quando o agente comete nova infraccedilatildeo do mesmo
tipo
sect 2ordm - No caso de infraccedilatildeo continuada caracterizada pela repeticcedilatildeo da accedilatildeo ou
omissatildeo inicialmente punida a penalidade de multa pode ser aplicada diariamente
ateacute cessar a infraccedilatildeo
Art 22 - O autuado teraacute direito a ampla defesa em processo administrativo
conforme regulamentaccedilotildees especiacuteficas num prazo maacuteximo de 30 (trinta) dias a
partir do recebimento do auto de infraccedilatildeo endereccedilado ao Secretaacuterio Municipal do
Meio Ambiente
Art 23 - No caso de decisatildeo condenatoacuteria o autuado teraacute direito a recorrer da
decisatildeo em forma de processo administrativo num prazo maacuteximo de 30 (trinta) dias
contado a partir da ciecircncia da condenaccedilatildeo encaminhado ao Conselho Municipal do
Meio Ambiente - CMMA
Art 24 - Os recursos interpostos das decisotildees natildeo definitivas teratildeo efeito suspensivo
relativo ao pagamento da penalidade sem prejuiacutezo da aplicaccedilatildeo de novas
autuaccedilotildees por reincidecircncia ou continuidade do dano
Art 25 - Exauridos os recursos administrativos o infrator teraacute prazo de 10 (dez) dias
para efetuar o recolhimento do valor da multa sob pena da inscriccedilatildeo em diacutevida ativa
193
Art 26 - As multas previstas nesta lei podem ter sua exigibilidade suspensa quando
o infrator por termo de compromisso aprovado pela autoridade ambiental
competente obrigar-se a adoccedilatildeo imediata de medidas especiacuteficas para cessar ou
corrigir a poluiccedilatildeo sonora
Paraacutegrafo Uacutenico - Cumpridas integralmente as obrigaccedilotildees assumidas pelo infrator a
multa pode ter uma reduccedilatildeo de ateacute 90 (noventa por cento) do valor original
Art 27 - Na aplicaccedilatildeo das normas estabelecidas por esta lei compete agrave Secretaria
Municipal do Meio Ambiente
I - Estabelecer o programa de controle dos ruiacutedos urbanos e exercer o poder de
controle e fiscalizaccedilatildeo das fontes de poluiccedilatildeo sonora II - Aplicar as sanccedilotildees
previstas na legislaccedilatildeo vigente III - Organizar programas de educaccedilatildeo e
conscientizaccedilatildeo
Art 28 - O Executivo Municipal regulamentaraacute em ateacute noventa dias da publicaccedilatildeo
desta lei as questotildees especiacuteficas relativas agrave poluiccedilatildeo sonora produzida pelo apito
do trem
Art 29 - Ficam expressamente revogadas as Leis Municipais nordm s 8583 de 02 de
janeiro de 1995 8726 de 19 de outubro de 1995 8986 de 13 de dezembro de
1996 e9142 de 18 de setembro de 1997
Art 30 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
PALAacuteCIO 29 DE MARCcedilO em 19 de dezembro de 2002
CASSIO TANIGUCHI
Prefeito Municipal
Anexo 1 da Lei 106252002 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA MAacuteXIMOS
ZONAS DE USO | DIURNO | VESPERTINO | NOTURNO |
194
|=====================================|==================|==================|==================|
|ZR-1 ZR-2 ZR-3 ZR-B ZR-AV ZR-M| 55 dB (A) | 50 dB (A) | 45 dB (A) |
|APA-SARU APA-SMRU | | | |
|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|
|ZR-OC ZR-SF ZR-U ZUC-II ZT-MF| 60 dB (A) | 55 dB (A) | 50 dB (A) |
|ZT-NC ZE-E ZE-M ZOO SE-CC SE-PS| | | |
|SE-OI APA-ST | | | |
|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|
|ZR-4 ZC ZT-BR-116 ZUM ZE-D SE| 65 dB (A) | 60 dB (A) | 55 dB (A) |
|SH SE-BR-116 SE-MF SE-CF SE-WB| | | |
|SE-AC SE-CBCONEC SE-PE SC-SF| | | |
|SC-UM SE-NC SEI SEHIS SE-LE| | | |
|SEVC-PASSAUacuteNA SEVS-PASSAUacuteNA APA-SS| | | |
|Vias prioritaacuterias 1 e 2 Vias setori-| | | |
|ais Vias coletoras 12 e 3 | | | |
|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|
|ZS-1 ZS-2 ZES ZI ZEI-I (CIC)| 70 dB (A) | 60 dB (A) | 60 dB (A) |
|APA-SUE | | | |
|-------------------------------------+------------------+------------------+------------------|
|Os casos natildeo contemplados nesta tabela seratildeo objeto de anaacutelise especiacutefica por parte da|
|Secretaria Municipal do Meio Ambiente |
|______________________________________________________________________________________________|
APA-SARU - Setor de Alta Restriccedilatildeo de Uso
APA-SMRU - Setor de Meacutedia Restriccedilatildeo de Uso
APA-ST - Setor de Transiccedilatildeo
APA-SUE - Setor de Uso Esportivo
APA-SS - Setor de Serviccedilo
CONEC - Setor Especial Conector - Conectora 1234
SC-SF - Setor Especial Comercial Santa Felicidade
SC-UM - Setor Especial Comercial Umbaraacute
SE - Setor Especial Estrutural
SE-AC - Setor Especial da Av Affonso Camargo
SE-BR-116 - Setor Especial da BR-116
SE-CB - Setor Especial da Rua Engenheiro Costa Barros
SE-CC - Setor Especial Centro Ciacutevico
SE-CF - Setor Especial da Av Comendador Franco
SEHIS - Setor Especial Habitaccedilatildeo de Interesse Social
SEI - Setor Especial Institucional
SE-LE - Setor Especial Linhatildeo do Emprego
SE-MF - Setor Especial da Av Mal Floriano Peixoto
195
SE-NC - Setor Especial Nova Curitiba
SE-OI - Setor Especial de Ocupaccedilatildeo Integrada
SE-PE - Setor Especial Preferencial de Pedestres
SE-PS - Setor Especial do Poacutelo de Software
SEVC-PASSAUacuteNA - Setor Especial de Vias Coletoras
SEVS-PASSAUacuteNA - Setor Especial de Vias Setoriais
SE-WB - Setor Especial da Av Pres Wenceslau Braz
SH - Setor Histoacuterico
ZC - Zona Central
ZOO - Zona de Ocupaccedilatildeo Orientada
ZE-D - Zona Especial Desportiva
ZE-E - Zona Especial Educacional
ZEI-I (CIC) - Zona Especial de Induacutestria
ZE-M - Zona Especial Militar
ZES - Zona Especial de Serviccedilos
ZI - Zona Industrial
ZR-1 - Zona Residencial 1
ZR-2 - Zona Residencial 2
ZR-3 - Zona Residencial 3
ZR-4 - Zona Residencial 4
ZR-AV - Zona Residencial Alto da Gloacuteria
ZR-B - Zona Residencial Batel
ZR-M - Zona Residencial Mercecircs
ZR-OC - Zona Residencial de Ocupaccedilatildeo Controlada
ZUC-II - Zona de Urbanizaccedilatildeo Consolidada
ZR-SF - Zona Residencial Santa Felicidade
ZR-U - Zona Residencial Umbaraacute
ZS-1 - Zona de Serviccedilo 1
ZS-2 - Zona de Serviccedilo 2
ZT-BR-116 - Zona de Transiccedilatildeo BR ndash 116
ZT-MF - Zona de Transiccedilatildeo Av Mal Floriano Peixoto
196
ZT-NC - Zona de Transiccedilatildeo Nova Curitiba
Z-UM - Zona de Uso Misto
Anexo 2 da Lei 106252002 ndash
NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA MAacuteXIMOS PARA SERVICcedilOS DE
CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL
Atividades natildeo confinaacuteveis |Limite de 90 dB(A) permitido somente|
| | de segunda a sexta-feira no periacuteodo|
| | diurno |
|=====================================|=====================================|
|Atividades passiacuteveis de confinamento |De segunda a sexta-feira no periacuteodo
| |diurno limites constantes no |
| |Anexo-I acrescidos de 5 dB(A)|
| |De segunda a sexta-feira nos |
| |periacuteodos vespertino e noturno |
| |limites constantes no Anexo-I |
|-------------------------------------+-------------------------------------|
|Saacutebados Domingos e Feriados qualquer periacuteodo Devem ser respeitados os |
|limites constantes no Anexo-I tanto para as atividades passiacuteveis de |
|confinamento como para as natildeo confinaacuteveis |
|___________________________________________________________________________
Anexo 3 da Lei 106252002 -
CLASSIFICACcedilAtildeO DAS INFRACcedilOtildeES
ARTIGOS | CLASSIFICACcedilAtildeO | OBSERVACcedilOtildeES | |===========|====================|===========================================|
| 5ordm e 6ordm | Leve |Ateacute 10 dB(A) (dez decibeacuteis) acima do |
| | |limite |
|-----------|--------------------|-------------------------------------------|
| 5ordm e 6ordm | Grave |De 10 dB (A) (dez decibeacuteis) a 30 dB (A)|
| | |(trinta decibeacuteis) acima do limite |
|-----------|--------------------|-------------------------------------------|
| 5ordm e 6ordm | Graviacutessima |Mais de 30 dB (A) (trinta decibeacuteis) acima |
| | |do limite |
|-----------|--------------------|-------------------------------------------|
|8ordm 9ordm10| Leve |Atividade desenvolvida sem licenccedila |
| 12 e 13 | | |
|___________|____________________|__________________________________________
197
ANEXO II - NR 15 ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES INSALUBRES
Portaria MTb nordm 3214 de 08 de junho de 1978
NR 15 - NORMA REGULAMENTADORA 15 - ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES
INSALUBRES
151 Satildeo consideradas atividades ou operaccedilotildees insalubres as que se desenvolvem
1511 Acima dos limites de toleracircncia previstos nos Anexos nordm 1 2 3 5 11 e 12
1512 (Revogado pela Portaria MTE nordm 37511990)
1513 Nas atividades mencionadas nos Anexos nordm 6 13 e 14
1514 Comprovadas atraveacutes de laudo de inspeccedilatildeo do local de trabalho constantes
dos Anexos nordm 7 8 9 e 10
1515 Entende-se por Limite de Toleracircncia para os fins desta Norma a
concentraccedilatildeo ou intensidade maacutexima ou miacutenima relacionada com a natureza e o
tempo de exposiccedilatildeo ao agente que natildeo causaraacute dano agrave sauacutede do trabalhador
durante a sua vida laboral
152 O exerciacutecio de trabalho em condiccedilotildees de insalubridade de acordo com os
subitens do item anterior assegura ao trabalhador a percepccedilatildeo de adicional
incidente sobre o salaacuterio miacutenimo da regiatildeo equivalente a
1521 40 (quarenta por cento) para insalubridade de grau maacuteximo
1522 20 (vinte por cento) para insalubridade de grau meacutedio
1523 10 (dez por cento) para insalubridade de grau miacutenimo
153 No caso de incidecircncia de mais de um fator de insalubridade seraacute apenas
considerado o de grau mais elevado para efeito de acreacutescimo salarial sendo
vedada a percepccedilatildeo cumulativa
154 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade determinaraacute a cessaccedilatildeo do
pagamento do adicional respectivo
1541 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade deveraacute ocorrer
a) com a adoccedilatildeo de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho
dentro dos limites de toleracircncia
b) com a utilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual
15411 Cabe agrave autoridade regional competente em mateacuteria de seguranccedila e sauacutede
do trabalhador comprovada a insalubridade por laudo teacutecnico de engenheiro de
seguranccedila do trabalho ou meacutedico do trabalho devidamente habilitado fixar
198
adicional devido aos empregados expostos agrave insalubridade quando impraticaacutevel sua
eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo
15412 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade ficaraacute caracterizada
atraveacutes de avaliaccedilatildeo pericial por oacutergatildeo competente que comprove a inexistecircncia
de risco agrave sauacutede do trabalhador
155 Eacute facultado agraves empresas e aos sindicatos das categorias profissionais
interessadas requererem ao Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes das DRTs a realizaccedilatildeo
de periacutecia em estabelecimento ou setor deste com o objetivo de caracterizar e
classificar ou determinar atividade insalubre
1551 Nas periacutecias requeridas agraves Delegacias Regionais do Trabalho desde que
comprovada a insalubridade o perito do Ministeacuterio do Trabalho indicaraacute o adicional
devido
156 O perito descreveraacute no laudo a teacutecnica e a aparelhagem utilizadas
157 O disposto no item 155 natildeo prejudica a accedilatildeo fiscalizadora do MTb nem a
realizaccedilatildeo ex-officio da periacutecia quando solicitado pela Justiccedila nas localidades onde
natildeo houver perito
LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE
NIacuteVEL DE RUIacuteDO DB (A)
MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
199
1 Entende-se por Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente para os fins de aplicaccedilatildeo de
Limites de Toleracircncia o ruiacutedo que natildeo seja ruiacutedo de impacto
2 Os niacuteveis de ruiacutedo contiacutenuo ou intermitente devem ser medidos em decibeacuteis (dB)
com instrumento de niacutevel de pressatildeo sonora operando no circuito de compensaccedilatildeo
A e circuito de resposta lenta (SLOW) As leituras devem ser feitas proacuteximas ao
ouvido do trabalhador
3 Os tempos de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de ruiacutedo natildeo devem exceder os limites de
toleracircncia fixados no Quadro deste anexo (115003-0 I4)
4 Para os valores encontrados de niacutevel de ruiacutedo intermediaacuterio seraacute considerada a
maacutexima exposiccedilatildeo diaacuteria permissiacutevel relativa ao niacutevel imediatamente mais elevado
5 Natildeo eacute permitida exposiccedilatildeo a niacuteveis de ruiacutedo acima de 115 dB(A) para indiviacuteduos
que natildeo estejam adequadamente protegidos
6 Se durante a jornada de trabalho ocorrer dois ou mais periacuteodos de exposiccedilatildeo a
ruiacutedo de diferentes niacuteveis devem ser considerados os seus efeitos combinados de
forma que se a soma das seguintes fraccedilotildees
C1 + C2 + C3 ____________________ + Cn
T1 T2 T3 Tn exceder a unidade a exposiccedilatildeo estaraacute acima
do limite de toleracircncia
Na equaccedilatildeo acima Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um niacutevel
de ruiacutedo especiacutefico e Tn indica a maacutexima exposiccedilatildeo diaacuteria permissiacutevel a este niacutevel
segundo o Quadro deste Anexo
7 As atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a niacuteveis de ruiacutedo
contiacutenuo ou intermitente superiores a 115 dB(A) sem proteccedilatildeo adequada
ofereceratildeo risco grave e iminente
200
ANEXO III - ANAacuteLISE CRIacuteTICA E PARECER SOBRE O ldquoTESTE PARA
AUTO-IDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSErdquo
Anaacutelise Criacutetica do Documento
ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo
Curitiba 09 de maio 2014
Claudia Nepomuceno Pinto Costa
Licenciada em Psicologia pelo Instituto Piaget de Almada ndash Portugal
Mestre em Psicologia Comunitaacuteria e Proteccedilatildeo de Menores pela Universidade
de Lisboa Portugal
201
Anaacutelise de Criacutetica
Esta anaacutelise tem como objetivo averiguar a existecircncias de alguns criteacuterios de
Transtorno de Estresse contido no instrumento de pesquisa denominado ldquoTeste
para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo com sete niacuteveis (escala de
Likert) (1 - de jeito nenhum 2 - raramente 3 - as vezes 4 - frequentemente 5 -
sempre 6 - natildeo sei 7 - natildeo me importo) com 29 questotildees que estaacute dividido em trecircs
partes A percepccedilatildeo dos estudantes quanto agrave poluiccedilatildeo sonora no entorno do
CEPMAT Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede
dos estudantes A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes pesquisa
realizada no acircmbito do Mestrado do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo de Educaccedilatildeo e
Ciecircncias em Matemaacutetica da Universidade Federal do Paranaacute
Meacutetodo de anaacutelise
A anaacutelise teacutecnica para este instrumento seguiu as normas e eacutetcas
deontoloacutegicas respeitando agrave sintomatologia e as consequecircncias psiacutequicas de um
quadro de Transtorno de Estresse Para a analise serviram de apoio dois meacutetodos
para articular todos os items do instrumento de pesquisa de forma extrair e
interpretar com base em cada determinante para que se considere de validade de
acordo com os criteacuterios individuais que constituiraacute numa atribuiccedilatildeo validatoacuteria
conforme descritos no Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais
(DSM) (APA 2003) e caracteristicas do Protocolo de Complexidade Diferenciada 5
(Brasil 2006)
Procedimento
O exposto segue os mesmos nuacutemeros das questotildees utilizadas no instrumento
de pesquisa ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo
incluindo somente as questotildees consideradas com caracteriacutesticas e criteacuterios
202
Os criteacuterios e caracteristicas para identificar a Perturbaccedilatildeo do Estresse satildeo
desenvolvimentos de sintomas descritos a seguir agrave exposiccedilatildeo a um estressor
implicando uma experiencia pessoal direta com um acontecimento assim posso
aferir que 20 das 29 questotildees foram identificadas de acordo com os criteacuterios
descritos no (DSM-IV) e caracteristicas existentes no Protocolo de Complexidade
Diferenciada 5 (Brasil 2006)
Descriccedilatildeo dos materiais de apoio
Para anaacutelise foram utilizados dois materiais de apoio para realizaccedilatildeo das
evidecircncias encontradas no instrumento de pesquisa sendo eles
O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 (Brasil 2006) o qual refere que
A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares pode desencadear efeitos
nocivos agrave sauacutede em geral entre eles o Protocolo (BRASIL 2006)
destaca ldquonervosismo irritabilidade cefaleia insoacutenia alteraccedilotildees
circulatoacuterias alteraccedilatildeo de visatildeo alteraccedilotildees gastrointestinais entre
outrosrdquo (p20) que podem ser considerados isoladamente
Como tambeacutem o no Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais
(DSM) (APA 2003) que refere
Que tambeacutem um quadro considerado preocupante quando os sintomas
satildeo promovidos por causas humanas ou seja que natildeo derivadas de
uma cataacutestrofe natural (DSM-IV tr 4ordm Edp132) Seguindo as
orientaccedilotildees de base do Transtorno de Estresse descritas pelo DSM-IV
com caracteriacutesticas apoacutes a exposiccedilatildeo de uma experiecircncia pessoal
direta de um evento real ou ameaccedilador que ameaccedila a integridade
fiacutesica
Resultados da anaacutelise
Os resultados obtidos na anaacutelise realizada refere de acordo com os materiais
de apoio que 20 das 29 questotildees do instrumento ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de
alguns sintomas de estresserdquo satildeo considerados apoio de identificaccedilatildeo do transtorno
de estresses
203
Assim apresento um quadro que refere as questotildees e os criteacuterios nelas
encontradas
Tabela ndash Questotildees e Criteacuterios
ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo Criteacuterios
4 Jaacute me senti prejudicado pelo ruiacutedo do trem quando estava fazendo avaliaccedilotildees e
trabalhos de pesquisa na sala de aula B4
5 Jaacute ouvi zumbidos depois de escutar os ruiacutedos dos trens carros e ocircnibus F
7 Tenho dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando a
empresa ALL testa os freios dos trens em frente ao Coleacutegio
8 Meu niacutevel de concentraccedilatildeo e desempenho nas avaliaccedilotildees natildeo se altera quando
o trem passa D3
9 A exposiccedilatildeo ao ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus me deixa esgotado no final do
periacuteodo de aula F e C4
11 Perco a concentraccedilatildeo quando o trem passa em frente ao Coleacutegio no horaacuterio
das aulas D3
12 Deixo de ouvir muacutesicas no celular para natildeo me expor excessivamente aos
ruiacutedos C2
13 Ouccedilo zumbidos depois de escutar muacutesica em alto volume no celular durante
algum tempo F
14 As muacutesicas que ouccedilo no celular atrapalham minha concentraccedilatildeo na aula D3
15 Meus ouvidos doem quando ouccedilo muacutesica no celular F
16 Percebo que a quantidade de ruiacutedo a que sou exposto fora da escola e
tambeacutem quando ouccedilo muacutesicas no celular eacute maior do que posso suportar F
17 Sei que ouvir muacutesica no celular pode prejudicar minha audiccedilatildeo F
18 Perco energia ao ouvir muacutesica no celular C4 e F
19 Sinto-me sobrecarregado tanto pela quantidade de ruiacutedo externo agrave escola (trens carros ocircnibus) quanto ao ouvir muacutesica no celular em volume
acima da meacutedia F
20 Ouccedilo muacutesica em volume alto para me concentrar para estudar para as provas
para fazer os trabalhos escolares D3
21 Quando fico exposto a ruiacutedos desanimo facilmente B4 e C4
22 Levo muito tempo para relaxar quando estou estressado por causa do barulho B4 e C1
23 Sinto-me tatildeo cansado e sobrecarregado por causa do ruiacutedo intenso durante o
periacuteodo de aula que acabo ldquome desligandordquo do ambiente escolar C5
25 Quando acordo de manhatilde fico cansado soacute de pensar que terei que ouvir
muitos ruiacutedos externos durante as aulas B4 e F
Nota Conteacutem 20 questotildees e criteacuterios encontrados
204
A tabela refere que 20 das 29 questotildees satildeo consideradas uma auto-
idenficaccedilatildeo de sintomas de transtorno de estresse seguindo as seguintes definiccedilotildees
de cada criteacuterio
B4- mal-estar psicologico intenso com a exposiccedilatildeo a estiacutemulos internos ou
externos que simbolizem ou se assemelham a aspectos acontecimento traumaacutetico
C1- esfoccedilo para evitar pensamentos sentimentos ou conversas assocadas ao
acontecimento estressor
C2- Evitamento persistente dos estimulos atividades pensamentos ou
conversas associadas ao acontecimento estressor
C4- Interesse ou participaccedilatildeo em atividades fortemente diminido
C5- Sentir-se desligado ou estranho em relaccedilatildeo aos outros
D3- Dificuldade de concentraccedilatildeo
F- A perturbaccedilatildeo causa mal estar clinicamente significativo ou deficiencia
social ocupacional ou em qualquer outra aacuterea importante do funcionamento
Foi considerando que o instrumento natildeo refere o tempo de exposiccedilatildeo ao
estiacutemulo estressor o qual se considera relevante o conhecimento do processo ou
seja como elas chegaram aos sintomas buscando causas imediatas sejam elas
patologicas ou fisioloacutegicas e delinear retrospectiva causal
Os outros 9 items natildeo estatildeo relacionados com aspectos e criteacuterios do
transtorno analisando portanto natildeo estatildeo presentes na anaacutelise
Caracteriacutesticas Especiacuteficas agrave cultura e agrave Idade
Em vista as dificuldades do jovem em relatar a diminuiccedilatildeo no interesse por
atividades significativas e limitaccedilatildeo do afeto este sintoma deve ser atentamente
avaliado mediante relatos feitos pelos pais professores e outros observadores
Seguindo as consideraccedilotildees do evento estressor pode-se afirmar que se
desencadeia do Transtorno de Estresse e potencializa-se o desenvolvimento de um
conjunto de reaccedilotildees neurofisioloacutegicas intensas em qualquer jovem Quanto agraves
reaccedilotildees essas enquadram-se num conjunto de sinais e sintomas correspondentes agrave
sindrome descrita no DSM-IV revela-se que o individuo exposto neste caso
especiacutefico ldquofones auriculares conectados no Aparelho Celular para ouvir muacutesica e a
exposiccedilatildeo diaacuteria aos ruiacutedos do entorno do CEPMAT oriundos do meio de transporterdquo
desenvolvem comportamentos caracterizados por Transtorno de Estresse
205
Aleacutem de todas as consequecircncias jaacute expostas eacute preciso atentar para o fato de
que a maioria dos jovens natildeo consegue superar os sintomas sem tratamento
especializado seja esse psicoteraacutepico medicamentoso e apoacutes realizaccedilatildeo de
exames especiacuteficos tais como auditivo e de forum psiquicos ou a combinaccedilatildeo de
ambos
Em resumo os comportamentos instalados apoacutes a situaccedilatildeo de estresse
podem ser agrupados em trecircs grandes categorias reminiscecircncia da situaccedilatildeo
traumaacutetica esquiva ou embotamento afetivo e hiperestimulaccedilatildeo do sistema
cognitivo
Apoacutes a descriccedilatildeo sobre o quadro de sintomas na situaccedilatildeo de estresse
referente ao questionaacuterio apresentado aos alunos no Coleacutegio CEPMAT e as
consequecircncias que este gera no aluno conclui-se que seria necessario a
intervenccedilatildeo da psicologia para um diagnostico a respeito da gravidade e das
consequecircncias agrave pessoa e agrave sociedade
Curitiba 09 de maio 2014
_________________________________
(Claudia Nepomuceno Pinto Costa)
Licenciada em Psicologia pelo Instituto Piaget de Almada ndash Portugal
Mestre em Psicologia Comunitaacuteria e proteccedilatildeo de Menores pela Universidade
de Lisboa - Portugal
206
REFERENCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
American Psychiatric Association (APA) Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-Fourth Edition Text Revision Washington DC APA 2000 4a ed (Traduccedilatildeo no Brasil Artmed 2003) BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014
207
ANEXO IV - FOTO DECIBELIacuteMETRO
208
ANEXO V - NBR 10151
209
210
211
212
ANEXO VI ndash NBR 10152
213
214
215
216
ANEXO VII - NBR133691995
217
218
219
ANEXO VIII - PLANTA BAIXA ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT PLANTA
BAIXA
220
ANEXO IX ndash LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO
CEPMAT
LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO COLEacuteGIO
ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA
CONTRATANTE JEREMIAS FERREIRA DA COSTA
COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXERA
CAPAtildeO DA IMBUIA ndash CURITIBA ndashPR
RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO VERGINIO LUIZ STANGHERLIN
ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO
CREA ndash PR 110468D
LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO
Objeto
Tem o objetivo do presente laudo aferir o niacutevel de ruiacutedo gerado pelas atividades da
ferrovia linha de expresso e Via Raacutepida que possa importunar os alunos
professores e funcionaacuterios do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira
Baseado nos resultados deste laudo seraacute possiacutevel detalhar as soluccedilotildees para
minimizar o ruiacutedo que possa prejudicar a populaccedilatildeo do referido Coleacutegio endereccedilo
Avenida Presidente Affonso Camargo 3463 - Capatildeo da Imbuia Curitiba - PR
221
Descriccedilatildeo do Local
O local de maior geraccedilatildeo de ruiacutedo eacute proacuteximo agrave Avenida Presidente Affonso
Camargo aonde temos a linha de ocircnibus expresso via raacutepida e linha do trem
Proacuteximo a avenida temos a Secretaria salas de aula Biblioteca Laboratoacuterio de
Quiacutemica e Fiacutesica
Materiais e Meacutetodos
As mediccedilotildees de niacutevel de pressatildeo sonora foram realizadas respeitando as
recomendaccedilotildees da norma NBR 101511987 ndash Avaliaccedilatildeo do Ruiacutedo em Aacutereas
Habitadas visando o conforto da comunidade ndash Procedimento
Foi utilizado o equipamento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital
comumente denominado decibeliacutemetro O aparelho utilizado apresenta o niacutevel de
pressatildeo sonora equivalente Leq valor que eacute considerado para mediccedilotildees de ruiacutedo
contiacutenuo
Instrumento Utilizado para Mediccedilatildeo dos Niacuteveis de Ruiacutedo
Foi utilizado um instrumento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital
Marca AZCE ndash nuacutemero de seacuterie N304849
Modelo AZCE ndash 8926
Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB
Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear
Respostas Fast e Slow
222
Metodologia da Mediccedilatildeo
O local de maior niacutevel de ruiacutedo encontra-se proacuteximo agrave Avenida Presidente Affonso
Camargo Como o intuito deste trabalho eacute analisar se o ruiacutedo importuna os alunos
professores funcionaacuterios as mediccedilotildees foram executadas no lado interno da
edificaccedilatildeo Mediu-se tambeacutem o niacutevel de ruiacutedo com pessoas e sem pessoas para se
determinar o ruiacutedo gerado pela escola No periacuteodo da manhatilde satildeo intervalos
compreendidos das 7h30 as 11h45 e no periacuteodo da tarde das 13h30 as 17h30 e no
periacuteodo da noite das 19h00 as 22h30 No local analisado o ruiacutedo tem caracteriacutestica
constante natildeo apresentando ruiacutedos de impacto foram medidos por um medidor de
pressatildeo sonora no modo ldquoLeqrdquo na curva de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta
ldquoSlowrdquo (lenta) O aparelho medidor de pressatildeo sonora apresenta os resultados de
Leq a cada minuto
Apesar de ser caracterizado como contiacutenuo o ruiacutedo apresenta pequenas flutuaccedilotildees
e portanto deve ser apresentado como Leq - Niacutevel Meacutedio de Som Contiacutenuo
Equivalente Nesse meacutetodo de mediccedilatildeo eacute obtido um niacutevel de ruiacutedo contiacutenuo que
possui a mesma energia acuacutestica que os niacuteveis flutuantes originais durante um
periacuteodo de tempo O princiacutepio da mesma energia assegura a precisatildeo do meacutetodo
para avaliaccedilatildeo dos efeitos do ruiacutedo sobre o aparelho auditivo sendo adotado pela
norma ISO e muitas normas nacionais Preveniu-se o efeito de ventos sobre o
microfone com o uso de protetor conforme instruccedilotildees do fabricante As mediccedilotildees
foram em pontos afastados aproximadamente 12 m do piso e a 1 m da parede da
sala
Caracteriacutesticas da Mediccedilatildeo
223
Foram efetuadas duas mediccedilotildees do niacutevel de ruiacutedo em cada periacuteodo durante cinco
dias em trecircs horaacuterios distintos
TABELA ndash AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) ORIUNDOS DO EXTERIOR DO CEPMAT E MEDIDOS NO INTERIOR
DiaMecircs
Sala
Periacuteodo
Com a presenccedila do trem Carros ocircnibus Caminhotildees e estudantes
Sem a presenccedila do trem com carros ocircnibus caminhotildees e estudantes
0110
Biblioteca
Manhatilde Tarde Noite
9644 9452 8573
8436 8809 6516
0710
Laboratoacuterio de
Informaacutetica
Manhatilde Tarde Noite
9603 9271 8898
8886 8324 7546
0510
Auditoacuterio
Manhatilde Tarde Noite
9620 10000 8805
8654 8736 6522
FONTE COSTA 2014 COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALLHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
TABELA - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO CEPMAT EM SALAS DE AULA
DiaMecircs
Sala
Periacuteodo
Com a presenccedila do trem Carros e Ocircnibus Caminhotildees e de estudantes dB(A)
Sem a presenccedila do trem com fluxo normal de Carros ocircnibus caminhotildees e presenccedila de estudantes dB(A)
0210
Sala de Aula 10
Manhatilde Tarde Noite
9432 9546 8871
8370 7946 7223
0210
Sala de Aula 11
Manhatilde Tarde Noite
8998 9230 7253
8008 7525 7377
0210
Sala de Aula 12
Manhatilde Tarde Noite
9513 9688 8619
7796 7253 7189
0310
Laboratoacuterio de Fiacutesico-quiacutemica 13
Manhatilde Tarde Noite
9635 8350 8685
8745 6947 7889
FONTE COSTA 2014 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
224
Anaacutelise dos resultados
Na falta de valores de ruiacutedo para servirem de referecircncia servimo-nos da
Norma Regulamentadora nordm 15 do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego ndash Atividades e
Operaccedilotildees Insalubres norma esta que trata da seguranccedila ao trabalhador exposto
ao ruiacutedo contiacutenuo e outras fontes de insalubridade Especificamente no anexo I da
NR 15 cita-se qual eacute o Limite de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente a
tabela ilustra qual o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo diaacuteria ao agente insalubre de
acordo com o niacutevel de ruiacutedo existente O primeiro valor que consta na tabela eacute 85
dB para um tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo de 8 horas diaacuterias
ANEXO Nordm 1
LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE
NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA dB(A) MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
225
Conclusatildeo
Diante dos fatos e analisando os resultados obtidos nota-se que o ruiacutedo a ser
gerado pelo empreendimento eacute bem abaixo do limite considerado insalubre pela
norma em questatildeo Lembrando-se que o ruiacutedo tem o pico durante os intervalos de
aula trecircs no total com duraccedilatildeo de vinte minutos cada somente no periacuteodo diurno e
considerando-se ainda que a edificaccedilatildeo contaraacute com as soluccedilotildees acuacutesticas
atenuadoras de ruiacutedos para evitar a propagaccedilatildeo do som para o lado externo
conclui-se que os valores de ruiacutedo gerados natildeo seratildeo causadores de infortuacutenios aos
vizinhos
Encerramento
O responsaacutevel teacutecnico pelo trabalho coloca-se ao inteiro dispor para os
esclarecimentos necessaacuterios O presente laudo consta de seis paacuteginas digitadas de
um soacute lado rubricadas e uma folha de capa sendo a uacuteltima assinada
Curitiba 24 de fevereiro de 2014
Verginio Luiz Stangherlin
Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho
CREA-PR 110468D
Tel (41) 33732 3009 ndash 9707 3000
226
ANEXO X - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE
OUVIDO CONECTADOS AO APARELHO CELULAR
LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE OUVIDO
CONECTADOS AO APARELHO CELULAR
CONTRATANTE JEREMIAS FERREIRA DA COSTA
COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXERA
AVENIDA AFONSO CAMARGO 3463 - CAPAtildeO DA IMBUIA ndash CURITIBA ndash PR
RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO VERGINIO LUIZ STANGHERLIN
ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO
CREA ndash PR 110468D
LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO
Objeto
Tem o objetivo do presente laudo aferir os niacuteveis de ruiacutedos gerados pelos
fones auriculares conectados ao Aparelho Celular dos alunos do Coleacutegio Estadual
Professora Maria Aguiar Teixeira quando ouve muacutesica
Baseado nos resultados deste laudo seraacute possiacutevel detalhar possiacuteveis efeitos
desta exposiccedilatildeo aos ruiacutedos que possa prejudicar a comunidade escolar do referido
Coleacutegio endereccedilo Avenida Presidente Affonso Camargo 3463 - Capatildeo da Imbuia
Curitiba - PR
Descriccedilatildeo do Local
O local de geraccedilatildeo de ruiacutedo satildeo os fones de ouvido conectados ao Aparelho Celular
de diversos modelos A afericcedilatildeo foi feita de forma aleatoacuteria sem verificar a seacuterie a
que os alunos do ensino meacutedio estatildeo cursando
227
Materiais e Meacutetodos
As mediccedilotildees de niacutevel de pressatildeo sonora foram realizadas respeitando as
recomendaccedilotildees da norma NBR 101511987 ndash Avaliaccedilatildeo do Ruiacutedo em Aacutereas
Habitadas visando o conforto da comunidade ndash Procedimento
Foi utilizado o equipamento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital
comumente denominado decibeliacutemetro O aparelho utilizado apresenta o niacutevel de
pressatildeo sonora equivalente Leq valor que eacute considerado para mediccedilotildees de ruiacutedo
contiacutenuo
Instrumento Utilizado para Mediccedilatildeo dos Niacuteveis de Ruiacutedo
Foi utilizado um instrumento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital
Marca AZCE ndash nuacutemero de seacuterie N304849
Modelo DEC ndash 8928
Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB
Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear
Respostas Fast e Slow
Metodologia da Mediccedilatildeo
O intuito desta anaacutelise eacute abordar uma afericcedilatildeo dos niacuteveis de ruiacutedos que os alunos
do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira estatildeo expostos durante o
periacuteodo que estatildeo utilizando o Aparelho Celular com o fone de ouvido para ouvir
muacutesica durante o periacuteodo que estatildeo no coleacutegio
A afericcedilatildeo foi realizada durante as aulas por um periacuteodo de dois meses perfazendo
um dia de cada semana isto eacute segunda terccedila quarta quinta e sexta nos meses de
outubro e novembro de 2013 Foram medidos por um medidor de pressatildeo sonora no
228
modo ldquoLeqrdquo na curva de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta ldquoSlowrdquo (lenta) O
aparelho medidor de pressatildeo sonora apresenta os resultados de Leq a cada minuto
Foi pedido aos alunos que permitissem fazer a afericcedilatildeo dos niacuteveis de ruiacutedo do fone
de ouvido colocando o som no modo em que os alunos ouvem a maior parte do
tempo
Caracteriacutesticas da Mediccedilatildeo
Foi efetuada uma meacutedia de trinta (30) afericcedilotildees diaacuterias nos meses de outubro e
novembro contando os dias da semana (segunda terccedila quarta quinta e sexta) do
fone de ouvido do Aparelho Celular
1 TABELA DE NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES CONECTADOS AO APARELHO CELULAR
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5
Meacutedia Diaacuteria
Segunda
Nordm Alunos dB (A)
08 96
06 97
5 98
4 102
7 116
30 1118
Terccedila
Nordm Alunos dB (A)
06 98
5 92
7 99
8 94
4 99
30 1003
Quarta
Nordm Alunos dB (A)
07 92
8 99
9 96
3 99
3 115
30 1011
Quinta
Nordm Alunos dB (A)
08 82
6 101
6 98
5 96
5 99
30 971
Sexta
Nordm Alunos dB (A)
06 98
5 114
8 113
6 98
5 98
30 1057
Meacutedia dB(A)
1032
FONTE COSTA 2013 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALLHO ENG VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
229
Anaacutelise dos resultados
Na afericcedilatildeo realizada com os alunos nos turnos de aula no Coleacutegio Estadual
Profordf Maria Aguiar Teixeira constatou-se uma intensidade do ruiacutedo de 1032 dB(A)
meacutedia para o fone de ouvido do Aparelho Celular em intensidade superiores a
permitida para uma jornada de 8 horas diaacuterias de 85 dB(A) Podendo ocorrer
incocircmodos perturbaccedilotildees sintomas de estresse prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo Sintomas
previstos no Protocolo de complexidade diferenciada 5 do Ministeacuterio da Sauacutede
2006
A NR 15 anexo nordm 01 estabelece que as pessoas em qualquer ambiente de
trabalho natildeo poderatildeo ficar expostas a 85 dB(A) em um periacuteodo maior que 8 horas
diaacuterias
No entanto a maioria de estudantes avaliados na tabela acima escuta
musicas no fone de ouvido do Aparelho Celular a uma faixa de intensidade maior
que 103 dB(A) e de acordo com a NR 15 Anexo nordm 1 pessoas expostas nesta
intensidade de ruiacutedo podem ficar no maacuteximo 45 minutos por dia
Conclusatildeo
Na falta de valores de ruiacutedo para servirem de referecircncia servimo-nos da
Norma Regulamentadora nordm 15 do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego ndash Atividades e
Operaccedilotildees Insalubres norma esta que trata da seguranccedila ao trabalhador exposto
ao ruiacutedo contiacutenuo e outras fontes de insalubridade Especificamente no anexo I da
NR 15 cita-se qual eacute o Limite de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente a
tabela ilustra qual o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo diaacuteria ao agente insalubre de
acordo com o niacutevel de ruiacutedo existente O primeiro valor que consta na tabela eacute 85
dB(A) para um tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo de 8 horas diaacuterias
230
LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE
NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA dB(A) MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos 105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Desta forma concluo que os alunos que estatildeo expostos a esses niacuteveis de
pressatildeo sonora podem ter prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo ou perda auditiva em poucos anos
por ser sutil causa impactos significativos na vida das pessoas gerando dificuldades
na comunicaccedilatildeo por prolongamento de exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis sonoro o que
pode causar perda auditiva irreversiacutevel assim o tempo de exposiccedilatildeo satildeo fatores
determinantes da capacidade de prejudicar a audiccedilatildeo
231
Os Aparelhos Celulares tecircm grande capacidade de armazenamento com
bateria cada vez mais duradoura estas possibilidades contribuem para que os
estudantes ouccedilam muacutesica durante horas sem parar em volume muito acima das
recomendadas pela NR 15 Anexo 1 e pelo Protocolo de Complexidade Diferenciada
5 de 2006
Encerramento
O responsaacutevel teacutecnico pelo trabalho coloca-se ao inteiro dispor para os
esclarecimentos necessaacuterios O presente laudo consta de seis paacuteginas digitadas de
um soacute lado rubricadas e uma folha de capa sendo a uacuteltima assinada
Curitiba 12 de fevereiro de 2014
Verginio Luiz Stangherlin
Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho
CREA-PR 110468D
232
APEcircNDICES
233
APEcircNDICE 1 - LEVANTAMENTO SOBRE O USO DO CELULAR NA
ESCOLA
COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA
Turno______ Seacuterie______ Idade _________
1 ndash Vocecirc possui um Telefone Celular
a) Sim
b) Natildeo
c) eu uso um que natildeo eacute meu
2- Vocecirc traz o Telefone Celular para a escola
a) Sempre
b) quase sempre
c) agraves vezes
d) nunca
3 ndash Quanto tempo vocecirc usa o Telefone Celular ao longo do dia para qualquer de
suas funccedilotildees
a)Nunca uso celular
b)Menos de 2 horas por dia
c)Mais de 2 horas e menos de 4 horas por dia
d)Mais de 4 horas e menos de 8 horas por dia
f)Mais de 8 horas e menos de 12 horas por dia
g)Mais de 12 horas por dia
h)Meu uso eacute bastante variado de um dia para outro
i)Natildeo sei informar
4 ndash Quais as funccedilotildees do Telefone Celular que vocecirc utilizou na sala de aula sem
relaccedilatildeo com a aprendizagem
a)Ouvir muacutesica
b) Fazer e receber ligaccedilotildees
c)Receber e enviar mensagens
d)Calculadora
e)Agenda de telefone
234
f)Maacutequina fotograacutefica
g)Acessar a Internet (e-mail facebook skype etc)
h)Outras Escreva aqui _______________________________________
i)Natildeo trago o celular para a escola
j)Natildeo tenho telefone celular
5 ndash Na sala de aula vocecirc alguma vez jaacute utilizou o Telefone Celular para ajudar na
sua aprendizagem
a)Ouvir muacutesica
b) Fazer e receber ligaccedilotildees
c)Receber e enviar mensagens
d)Calculadora
e)Agenda de telefone
f)Maacutequina fotograacutefica
g)Acessar a Internet (e-mail facebook skype etc)
h)Outras Escreva aqui _______________________________________
i)Natildeo trago o celular para a escola
j)Natildeo tenho celular
6ndash Quanto vocecirc gasta em meacutedia em creacuteditos por mecircs
a) ateacute R$12 por mecircs
b) Entre R$ 13 e R$3000 por mecircs
c) Entre R$ 31 e R$5000 por mecircs
d) Mais de R$ 5000 por mes
e) Natildeo gasto com creacuteditos
f) Natildeo sei
7 ndash Vocecirc sabia que o regimento escolar proiacutebe o uso do Telefone Celular na sala de
aula
a) Sim
b) Natildeo
c) sabia mas uso assim mesmo
d) Sabia mas eu uso soacute esporadicamente
8 ndash Vocecirc jaacute ouviu dizer que o Telefone Celular pode trazer problemas para a
audiccedilatildeo
a) jaacute dizer e parei de usar o Telefone Celular
b) natildeo ouvi dizer e natildeo dizer e natildeo me interesso por isso
c) nunca ouvi falar sobre isso
d) Jaacute ouvi dizer mas natildeo me importo pois continuo usando da mesma forma
e) jaacute ouvi dizer e parei de usar o celular
235
APEcircNDICE 2 - TESTES DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSE
TESTE DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS
SINTOMAS DE ESTRESSE
MARQUE UM ldquoXrdquo na coluna correspondente a
sua opiniatildeo
Idade_____ Sexo______ Seacuterie_______ Turma
_______
De
je
ito
ne
nh
um
Rara
me
nte
As v
ev
eze
s
Fre
qu
en
tem
en
t
e
Se
mp
re
Natildeo
se
i
Natildeo
m
e
imp
orto
1 2 3 4 5 6 7
1 O Coleacutegio eacute ruidoso por causa dos trens carros e
ocircnibus que passam em frente
2 A biblioteca do Coleacutegio eacute um local adequado e silencioso para eu realizar pesquisas e outras atividades
3 O ruiacutedo do trem natildeo me incomoda quando estou assistindo aula
4 Jaacute me senti prejudicado pelo ruiacutedo do trem quando estava fazendo avaliaccedilotildees e trabalhos de pesquisa na sala de aula
5 Jaacute ouvi zumbidos depois de escutar os ruiacutedos dos
trens carros e ocircnibus
6 Nada pode ser feito para alterar as condiccedilotildees de
ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus na frente do Coleacutegio
7 Tenho dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando a empresa ALL testa os freios dos trens em frente ao Coleacutegio
8 Meu niacutevel de concentraccedilatildeo e desempenho nas
avaliaccedilotildees natildeo se altera quando o trem passa
9 A exposiccedilatildeo ao ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus
me deixa esgotado no final do periacuteodo de aula
10 Ruiacutedos intensos como das muacutesicas que ouccedilo no celular ou dos trens carros e ocircnibus que passam em frente ao coleacutegio natildeo me incomodam
11 Perco a concentraccedilatildeo quando o trem passa em
frente ao Coleacutegio no horaacuterio das aulas
12 Deixo de ouvir muacutesicas no celular para natildeo me
expor excessivamente aos ruiacutedos
13 Ouccedilo zumbidos depois de escutar muacutesica em
alto volume no celular durante algum tempo
14 As muacutesicas que ouccedilo no celular atrapalham
minha concentraccedilatildeo na aula
15 Meus ouvidos doem quando ouccedilo muacutesica no
celular
236
16 Percebo que a quantidade de ruiacutedo a que sou
exposto fora da escola e tambeacutem quando ouccedilo muacutesicas no celular eacute maior do que posso suportar
17 Sei que ouvir muacutesica no celular pode prejudicar
minha audiccedilatildeo
18 Perco energia ao ouvir muacutesica no celular
19 Sinto-me sobrecarregado tanto pela quantidade
de ruiacutedo externo agrave escola (trens carros ocircnibus) quanto ao ouvir muacutesica no celular em volume acima da meacutedia
20 Ouccedilo muacutesica em volume alto para me
concentrar para estudar para as provas para fazer os trabalhos escolares
21 Quando fico exposto a ruiacutedos desanimo facilmente
22 Levo muito tempo para relaxar quando estou estressado por causa do barulho
23 Sinto-me tatildeo cansado e sobrecarregado por causa do ruiacutedo intenso durante o periacuteodo de aula que acabo ldquome desligandordquo do ambiente escolar
24 Sinto-me bem tendo muito ruiacutedo no meu entorno (dentro e fora da sala) durante o periacuteodo de aula
25 Quando acordo de manhatilde fico cansado soacute de pensar que terei que ouvir muitos ruiacutedos externos durante as aulas
26 Fico feliz por poder ouvir muacutesica no celular
quando estou em aula
27 Natildeo consigo ficar sem ouvir musicas no celular
durante o periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o regimento escolar me proiacutebe de usa-lo
28 Natildeo fui informado sobre quais equipamentos eletrocircnicos (Aparelho Celular) posso usar no periacuteodo das aulas
29 Participei ativamente de reuniotildees e discussotildees
para a construccedilatildeo do Regimento Escolar do coleacutegio
237
APEcircNDICE 3 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu (nome por extenso)___________________________________________
portador da ceacutedula de Identidade RG________________________________
AUTORIZO meuminha filho (a) (nome por extenso)
________________________________________________a participar da pesquisa
intitulada ldquoPoluiccedilatildeo Sonora que trem eacute esse no meu celularrdquo bem a publicaccedilatildeo de
resultados em Revistas Acadecircmicas Livros Conferecircncias etc para uso interno
desta instituiccedilatildeo de ensino
A presente autorizaccedilatildeo eacute concedida a tiacutetulo gratuito abrangendo a aplicaccedilatildeo
de um Questionaacuterio e um Teste de AutoIdentificaccedilatildeo de Alguns Sintomas de
Estresse acima mencionada em todo territoacuterio nacional e no exterior em todas as
suas modalidades e destaque das seguintes formas (i) miacutedia eletrocircnica (paineacuteis
viacutedeos entre outros)
Deste modo por esta ser a expressatildeo da minha vontade declaro que autorizo
livre e espontaneamente o uso acima descrito sem que nada possa a ser reclamado
a tiacutetulo de direitos conexos agrave imagem ou qualquer outro bem como assino a
presente autorizaccedilatildeo
Curitiba ______ de ____________________ de 2013
Pai Responsaacutevel
1
JEREMIAS FERREIRA DA COSTA
POLUICcedilAtildeO SONORA
QUE TREM Eacute ESSE NO MEU CELULAR
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em Ciecircncias e em Matemaacutetica Linha de Ensino e Aprendizagem de Ciecircncias Setor de Ciecircncias Exatas Universidade Federal do Paranaacute como requisito parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Educaccedilatildeo em Ciecircncias Orientador Prof Dr Sergio Camargo Co-orientadora Profordf Drordf Christiane Gioppo
CURITIBA
2014
2
3
4
AGRADECIMENTOS
A Deus que permitiu realizar um dos meus maiores sonhos que eacute fazer mestrado na UFPR e pelas portas abertas na minha vida Tem me sustentado com acircnimo alegria e disposiccedilatildeo estando comigo em todos os momentos Obrigado meu Deus por me mostrar possibilidades de ldquoir e virrdquo nos caminhos que escolhi
Agrave minha esposa Patriacutecia Barbosa Reeck da Costa que veio completar minha
vida que me amparou e compreendeu nas horas de dificuldade e que me faz muito feliz
Ao meu pai o ldquogente boardquo Telcio Ferreira da Costa e minha ldquomatildeezinhardquo Dona
Maria Lurdes por todas as oraccedilotildees e apoio que me deram para que eu conseguisse chegar ateacute aqui Agrave minha filha Julia Bogdanovicz da Costa por compreender a falta de tempo do pai pois em momentos natildeo conseguir passear andar de bicicleta ou viajar vocecirc eacute uma fonte de inspiraccedilatildeo Enfim minha gratidatildeo se estende a todos os familiares que participaram voluntaacuteria ou involuntariamente da minha vida pois de certa forma fui influenciado por vocecircs
Sou uma pessoa motivada pela Ciecircncia e entendo que a era moderna foi
caracterizada por permitir outros olhares sobre dogmas e crenccedilas possibilitando a academia gerar novos conhecimentos criticar-se e reconfigurar-se em diferentes Programas constituindo uma nova era a contemporacircnea Nesta foi criado o Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em Ciecircncias e em Matemaacutetica da UFPR para o qual fui aceito Assim agradeccedilo aos meus orientadores Dr Seacutergio Camargo e Dra Christiane Gioppo por terem me selecionado e conduzido para estar aqui agora na posiccedilatildeo de seleciona-los para dedicar minhas conquistas
A minha banca composta pelo Dr Cristiano Rodrigues de Mattos da
Universidade de Satildeo Paulo e pelo Dr Marco Aureacutelio Kalinke da Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute aleacutem de meus orientadores com os quais pude compartilhar muito mais que discussotildees de cunho teoacuterico e a todo o corpo docente do PPGECM da UFPR que participou da minha formaccedilatildeo
Aos amigos que sempre estiveram orando por mim aos colegas e Diretores
dos Coleacutegios Estaduais Professora Maria Aguiar Texieria e Paulo Leminski que contribuiram para a manutenccedilatildeo de um ambiente de trabalho e de pesquisa prazeroso tornando-se sinocircnimo de alegria prevalecendo agrave difusatildeo do conhecimento
5
PEQUENA BIOGRAFIA
Sou da cidade de Arapongas estado do Paranaacute venho de uma famiacutelia de
onze irmatildeos cresci em uma situaccedilatildeo financeira de miseacuteria em que a universidade
era algo muito distante da minha realidade Meu pai sabe apenas assinar o nome
minha matildee eacute analfabeta e meus irmatildeos nunca terminaram o Ensino Fundamental jaacute
entre as irmatildes algumas terminaram o Ensino Meacutedio
Em minha tenra infacircncia meus pais tinham consciecircncia da importacircncia da
escolarizaccedilatildeo e me matricularam em uma escola puacuteblica pois achavam que eu
precisava estudar para aprender a ler e a escrever e com isso meu futuro estaria
garantido
Em 1978 por volta dos 10 anos comecei catar papel na rua para vender e ter
uma fonte de renda Diariamente eu tinha que coletar o suficiente para atingir trecircs
metas 1ordf comprar um pedaccedilo de toucinho dele saiacutea gordura que preparava a
polenta e o torresmo era nossa carne 2ordf comprar um pacote de fubaacute 3ordf comprar
uma barra de sabatildeo para assim ter roupas limpas
No periacuteodo de colheita da lavoura (algodatildeo milho e cafeacute) trabalhava junto
com meu pai e irmatildeos como boias-frias Noacutes levantaacutevamos muito cedo agraves 4 horas
da manhatilde esperaacutevamos em um ponto o caminhatildeo que passava e nos recolhia e
levava para a fazenda onde havia colheita cerca de 100 km de distacircncia da nossa
cidade Embaixo do sol escaldante ou inverno intenso meus sonhos afloravam eu
percebi que natildeo queria aquela vida de sofrimento embora digna Meu sonho de
fazer uma faculdade crescia poreacutem diariamente me perguntava como algueacutem que eacute
financeiramente miseraacutevel poderia alcanccedilar uma vida de ecircxito e especialmente como
conseguiria pagar uma faculdade Natildeo vislumbrava nenhuma resposta ateacute que as
oportunidades para a realizaccedilatildeo dos meus sonhos comeccedilaram surgir
Com quatorze anos entrei na guarda-mirim e comecei trabalhar como Office
boy em uma faculdade privada na cidade de Arapongas Ali como em minha casa
tambeacutem ouvia o secretaacuterio os auxiliares da administraccedilatildeo as zeladoras falarem que
para ldquoser algueacutem na vidardquo tem que estudar Eu ganhava o equivalente a meio
salaacuterio miacutenimo e apesar de trabalhar dentro da faculdade tinha duacutevidas a respeito
de como continuaria meus estudos
6
Em 1990 aos vinte e dois anos conclui a Educaccedilatildeo Baacutesica e crescia a
expectativa de fazer o vestibular assim realizar meu maior sonho cursar
matemaacutetica no ensino superior Natildeo tardou e surgiu a oportunidade que tanto
esperava a diretora da faculdade na eacutepoca a senhora Neuza Wielewicki olhou em
meus olhos e perguntou se eu sonhava em fazer faculdade O que confirmei
prontamente Sabendo de meu interesse ela me ofereceu uma bolsa de estudos
para cursar matemaacutetica Com isso sem pagamento de qualquer taxa ou material
nem mesmo mensalidade eu poderia realizar meu sonho Apenas uma condiccedilatildeo me
foi imposta no ato da liberaccedilatildeo da inscriccedilatildeo para o vestibular e que natildeo poderia
reprovar em nenhuma disciplina se isso ocorresse perderia a bolsa de estudos
Em 1991 entrei no curso de graduaccedilatildeo e quatro anos depois conclui sem
nenhuma reprovaccedilatildeo Devido aos diversos momentos de descontinuidade nos
estudos na educaccedilatildeo baacutesica tive muitas dificuldades na Faculdade entretanto
sempre me dediquei para atingir meus objetivos A partir daiacute compreendi que deveria
planejar meu futuro pois jaacute havia rompido uma barreira gigante a de cursar a
faculdade Entatildeo tracei objetivos e fiz um planejamento de longo prazo que era
essencialmente constituiacutedo pelo investimento em meu processo de formaccedilatildeo
Meus pais nunca questionaram qualquer decisatildeo que eu tivesse tomado pois
em silecircncio acreditavam que esse filho venceria nos estudos e nos obstaacuteculos que
enfrentaria pela frente atingindo uma situaccedilatildeo financeira melhor e por mais que
eles natildeo verbalizassem nutriam a mesma expectativa a de que eu teria melhores
condiccedilotildees financeira que eles Assim eu me percebia centrado com autocontrole
racional e objetivo Meus pais sempre foram muito trabalhadores mas natildeo tinham
seguranccedila financeira por isso eles poderiam ver nesse filho uma possibilidade de
ascensatildeo social Aleacutem disso esperavam que meus esforccedilos trariam mais do que
recompensas financeiras mas tambeacutem constituiriam meus valores e princiacutepios A
esperanccedila de meus pais e o foco nos objetivos traccedilados me deram a certeza de que
ao terminar a faculdade teria uma das mais belas profissotildees a de professor com
habilitaccedilotildees em Matemaacutetica e Fiacutesica e a possibilidade de asceder socialmente
Depois de graduado mudei-me para Curitiba onde comecei lecionar no
regime CLT Em seguida fui aprovado em concursos para o Quadro Proacuteprio do
Magisteacuterio (QPM) do Estado do Paranaacute nas disciplinas de fiacutesica e matemaacutetica
Tornei-me professor do Ensino Fundamental e Meacutedio da Educaccedilatildeo Baacutesica e hoje
trabalho em duas escolas puacuteblicas
7
Em meu trabalho de professor por vaacuterios anos tenho recebido estudantes
estagiaacuterios de Praacutetica de Docecircncia oriundos de diversas Universidades da cidade de
Curitiba inclusive da Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) Com isso tenho
interagido com as Universidades e em 2009 o professor da disciplina de Praacutetica de
Ensino e Estaacutegio Supervisionado em Fiacutesica (II e III) da UFPR inscreveu uma
proposta para participar do Edital CAPESDEB Nordm 0022009 - Programa Institucional
de Bolsa de Iniciaccedilatildeo agrave Docecircncia ndash PIBID O projeto foi aprovado e eu selecionado
para participar na funccedilatildeo de Professor Supervisor da disciplina de Fiacutesica O
programa teve iniacutecio em 2010 e desde entatildeo estudantes da UFPR desenvolvem
projetos na aacuterea de Ensino de Fiacutesica participando ativamente da rotina do coleacutegio O
objetivo desse projeto eacute que os estudantes universitaacuterios tenham mais experiecircncia e
reflexotildees sobre a docecircncia Os participantes do programa (estudantes da
universidade professores supervisores e o coordenador de aacuterea) participam da
rotina da escola tambeacutem reuacutenem-se uma vez por semana na Universidade para
estudar assuntos relacionados agrave aprendizagem e a avaliaccedilatildeo
Para aleacutem das rotinas escolares e reuniotildees o coordenador nos motiva a fazer
pesquisas a participar de congressos nacionais e internacionais e a dar
continuidade em nossos estudos e foi nesse bojo que o Professor Seacutergio Camargo
sugeriu que me candidatasse ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em
Ciecircncias e em Matemaacutetica da UFPR Assim elaborei um projeto de estudo sobre a
Poluiccedilatildeo Sonora no ambiente escolar Para finalizar gostaria de reiterar que minha
histoacuteria de vida estaacute permeada pela ideia de traccedilar um objetivo claro e mover
esforccedilos para alcanccedilaacute-lo e tambeacutem por encontrar pessoas que atravessaram meu
caminho em diversos momentos e ofereceram oportunidades aacute realizaccedilatildeo de meus
sonhos
8
RESUMO
Haacute muitos anos atuo como professor do Ensino Meacutedio e ao longo desse tempo percebi a exacerbaccedilatildeo nos ruiacutedos emitidos pelos meios de transportes no entorno do Coleacutegio Simultaneamente houve grande aumento da presenccedila do Celular na sala de aula pelos estudantes especialmente para ouvir muacutesica Esses dois fatores desencadearam o presente estudo O objetivo desta dissertaccedilatildeo foi investigar Niacuteveis de ruiacutedo no entorno e na aacuterea interna ao Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira A partir do delineamento da temaacutetica central relacionada a Poluiccedilatildeo Sonora iniciei a revisatildeo de literatura selecionando quatro eventos Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica (EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias (ENPEC) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os Encontros de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) Busquei tambeacutem dissertaccedilotildees e teses publicadas no banco da CAPES realizadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo A revisatildeo de literatura me permitiu afirmar que a temaacutetica poluiccedilatildeo sonora eacute pouco discutida entre educadores e pesquisadores da aacuterea assim estabeleci dois recortes o primeiro se refere ao ruiacutedo do entorno do coleacutegio e o segundo ao volume alto utilizado para ouvir muacutesicas no Aparelho Celular por meio de fones auriculares A partir desses dois recortes estabeleci trecircs premissas e com elas constituiacute as seguintes questotildees de pesquisa 1) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMAT 2) ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no ambiente escolar 3) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) a que os estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolar Em Havendo Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) (acima do disposto na Legislaccedilatildeo e) estabelecidos nesta dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora procurei verificar 4) Se e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as normas e regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora a) oriunda do entorno da escola b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles c) as regras e normas utilizadas no CEPMAT Para balizar os recortes estabelecidos utilizei o conceito Cultura abordado por Stuart Hall (2011) o de Interaccedilatildeo Social e o de modificaccedilatildeo transformaccedilatildeo do ambiente proposto por Vigotsky (2007) bem como as mudanccedilas nas formas de interaccedilatildeo social geradas pelos novos meios de comunicaccedilatildeo (THOMPSON 2011) Para constituir os dados e fazer a triangulaccedilatildeo entre eles criei um questionaacuterio que investigou o uso do Celular no ambiente escolar realizei afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora do entorno e nos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares dos estudantes quando ouvem muacutesicas Adaptei tambeacutem um ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo que investigou a percepccedilatildeo dos estudantes sobre os sintomas de estresse na sauacutede deles A revisatildeo de literatura me fez perceber que o assunto ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute pouco discutido entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias e natildeo eacute uma preocupaccedilatildeo dos Educadores Ambientais As afericcedilotildees de niacuteveis de Pressatildeo Sonora oriundas do entorno do CEPMAT identificaram intensidade de ruiacutedo ateacute 100 dB(A) isto eacute aproximadamente 67 acima dos limites de emissatildeo de ruiacutedo para as Zonas Estruturais Educacionais estabelecidos pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que eacute de 60 dB(A) mas os estudantes nem sempre percebem o ruiacutedo do entorno como um incocircmodo e tiveram dificuldades para relacionar o ruiacutedo do traacutefego (especialmente dos trens) com algum fator de estresse
9
(tais como diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de aprendizagem e esgotamento) e natildeo percebem o ruiacutedo das composiccedilotildees como responsaacutevel por trazer zumbidos aos ouvidos No que tange agrave poluiccedilatildeo sonora a que o estudante estaacute submetido ao ouvir muacutesica utilizando fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares os dados revelaram resultados ainda mais assustadores pois 85 tecircm informaccedilatildeo de que uma exposiccedilatildeo diaacuteria a ruiacutedos intensos pode ser prejudicial agrave sauacutede auditiva mas no que tange ao uso de fones de ouvido apenas 15 responderam que tecircm conhecimento dos malefiacutecios agrave sauacutede causados pelo excesso de ruiacutedo oriundo do Celular Um dos dados mais significativos foi constatar que aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume meacutedio de 1047 dB(A) usando fones auriculares conectados ao Aparelho Celular em meacutedia por 4 horasdia Isso significa que podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo Os resultados detectaram ainda que a maioria absoluta (95) dos estudantes tem celular e o traz para o coleacutegio embora esse equipamento seja insignificativamente utilizado durante atividades didaacuteticas ao longo das aulas Aleacutem disso 98 dos estudantes pesquisados tecircm consciecircncia da proibiccedilatildeo que consta no regimento escolar referente ao uso de Celulares para fins natildeo didaacuteticos mas ainda assim eles admitiriam afrontar deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio 67 dos estudantes revelaram que natildeo percebem sintomas de estresse de natureza fiacutesica (perda de energia e zumbido na audiccedilatildeo) pelo contraacuterio um nuacutemero consideraacutevel (5250) de estudantes declarou que se concentra melhor quando ouve muacutesicas durante as tarefas escolares Outro dado interessante eacute que 3250 dos estudantes natildeo estatildeo dispostos a deixar de utilizar o Celular para ouvir muacutesica Por outro lado 15 dos estudantes jaacute percebem pelo menos um dos sintomas de stress tanto ao ouvirem muacutesica no Celular quanto ao entrarem em contato com ruiacutedos oriundos dos meios de transportes Com esses resultados pode-se depreender que compreender a importacircncia da Poluiccedilatildeo sonora na escola eacute fundamental especialmente no que tange a presenccedila e uso do Aparelho Celular na escola Ao compreender esse objeto de desejo entendemos com mais profundidade o que opera no sistema representacional da nossa cultura que constroacutei significados modifica o sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de conduta e ideias Palavras-chave Identidade Cultural Poluiccedilatildeo Sonoro-visual Ensino de Ciecircncias Percepccedilatildeo Auditiva Ambiente Escolar
10
ABSTRACT For many years I have been working as a High School teacher and over that time I realized the exacerbation in the noise emitted by urban transports in the vicinity of the School Simultaneously there was large increase in Mobiles presence in the classroom for students especially for listening music These two factors have triggered this study The aim of this master thesis was to investigate the external and internal Noise at State School Teacher Maria Aguiar Teixeira From the design of the central theme related to Noise Pollution started the literature review selecting four events The Meetings of Research in Physics Teaching (EPEF) the Research Meetings in Science Education (ENPEC) the Research Meetings on Environmental Education (EPEA) and the Technology Meetings Information and Education (TICEDUCA) Also sought Master Theses and Doctoral Dissertations published in the data of CAPES conducted by education researchers The review on the literature allowed me to conclude that the noise pollution theme is little discussed among educators and researchers thus I established two research paths the first refers to the traffic noise around school environment and the second to the high volume used to listen to music on Mobile Handset through earphones From these two paths established three premises and with them have set the following research questions 1) What are the Sound Pressure Levels (SPL) coming from the school surroundings 2) How If CEPMAT high school students use Mobile at school 3) What are the Sound Pressure Levels (SPL) that the CEPMAT students undergo when they hear music with earphones connected to Cell Phones at school Having in Sound Pressure Levels (SPL) (above provisions of legislation and set forth as Noise Pollution in this dissertation tried to check 4) If and how the CEPMAT high school students understand School Rules and the existence Sound Pollution a) coming from the school surroundings b) arising from the earphones connected to the Cell Phones and possible pollution effects on their health c) CEPMAT School rules and standards To mark the paths established used the concept Culture approached by Stuart Hall (2011) the social interaction and modification transformation of the environment proposed by Vygotsky (2007) as well as changes in the forms of social interaction generated by new media (Thompson 2011) To provide the data and make triangulation between them created a questionnaire that investigated the use of Mobile at school I performed measurements of the sound pressure levels of the surroundings and the earphones connected to the Handsets students when they hear music I adapted also a test for self-identification of some symptoms of stress that investigated the perceptions of students about the symptoms of stress in their health The literature review made me realize that the subject Sound Pollution is rarely discussed among Physics and Science Education researchers and not at all discussed among environmental education Researchers in Brazil Measurements of sound pressure levels coming from the surrounding of CEPMAT identified noise up to 100 dB (A) ie approximately 67 above the noise emission limits for Educational structural zones established by the Municipal Annual Law 106252002 that is 60 dB(A) but students do not always perceive the surrounding noise as a nuisance and had difficulty relating the traffic noise (especially trains) with some stress factor (such as decreased concentration difficulty learning and exhaustion) and do not realize the noise of the train as responsible for bringing ringing in the ears Regarding the noise pollution to which the student is subjected while listening to music using earphones connected to Cell Phones data showed somewhat scary results because 85 have information that a daily exposure to loud noise can be harmful to hearing health but
11
when it comes to the use of headphones only 15 said they are aware of the harm to health caused by excessive noise coming from of Mobile One of the most significant data was seen that approximately 95 of students surveyed listen to music on average volume of 1047 dB (A) using earphones connected to the Mobile Handset for an average of 4 hours day This means they can be putting at risk the auditory health with the possibility of irreversible hearing loss The results also found that an absolute majority (95) of the students have cell and brings them to school although this equipment is almost non used for educational activities during the lessons In addition 98 of students surveyed are aware of the prohibition contained in the school regulations concerning the use of Mobile for not teaching purposes yet they admit deliberately defy the norm established by the school 67 of students revealed that not perceive symptoms of stress of a physical nature (energy loss and tinnitus in the hearing) on the contrary a considerable number (5250) students stated that focuses better when listening to music during homework Another interesting fact is that 3250 of students are unwilling to stop using the Mobile to listen to music On the other hand 15 of the students already have at least one of the stress symptoms when they hear music in Mobile as well as when they get in touch with noise coming from veicles With these results we can conclude that understand the importance of Noise Pollution at school is fundamental especially regarding the presence and use of the Mobile Handset in school By understanding this object of desire we understand more deeply what operates in the representational system of our culture which creates meaning changes the studentsacute feeling of belonging to the group and model practics of conduct ideas
Keywords Identity Noise Pollution Science Education Perception Environment
12
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 - (A) MAPA DA REGIAtildeO (B) FACHADA DO COLEacuteGIO
ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR
TEIXEIRA
27
FIGURA 02 - (A) OcircNIBUS BIARTICULADO (B) OcircNIBUS LIGEIRINO NO
CORREDOR LESTE
28
FIGURA 03 - (3A e 3B) PISTAS EM FRENTE AO COLEacuteGIO COM
TRAacuteFEGO INTENSO E CIRCULACcedilAtildeO DE CAMINHOtildeES
28
FIGURA 04 - (4A e 4B) FOTO AEacuteREA DE 1957 DO BAIRRO (B) FOTO
AEacuteREA DE 2008 DO BAIRRO LOCALIZANDO O
COLEacuteGIO
29
FIGURA 05 - (A e B) LINHA FEacuteRREA EM FRENTE AO COLEacuteGIO 29
FIGURA 06 - (A) VILA OFICINAS NO CAJURU NA DEacuteCADA DE 50 E B)
VILA OFICINAS CAJURU NOS DIAS DE HOJE
30
FIGURA 07 - REDE INTEGRADA DE TRANSPORTES PUacuteBLICO DE
CURITIBA EM 2003
112
13
LISTA DE QUADROS
QUADRO 01 - EPEF REALIZADOS DE 1986 ATEacute 2012 38
QUADRO 02 - ENPEC REALIZADOS DE 1997 ATEacute 2013 40
QUADRO 03 - EPEAs REALIZADOS DE 2001 A 2013 41
QUADRO 04 - TICEDUCA REALIZADOS DE 2010 A 2012 43
QUADRO 05 - LEVANTAMENTO DAS DIVERSAS EDICcedilOtildeES DOS EPEF
ENPEC EPEA E TICEDUCA NO PERIacuteODO DE 1986 A
2013
44
QUADRO 06 - RESUMO DOS EVENTOS REALIZADOS DE 1986 A
2013
45
QUADRO 07 - ARTIGOS SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 46
QUADRO 08 - ARTIGOS SOBRE TECNOLOGIAS MOacuteVEIS 50
QUADRO 09 - LEVANTAMENTO NO BANCO DE TESES DA CAPES
INDICANDO ANO NUacuteMERO TOTAL DE TRABALHOS
PUBLICADOS
55
QUADRO 10 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA EM (NPS) PERMITIDOS
EM AacuteREAS RESIDENCIAIS E ESCOLARES
70
14
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 01 - VOCEcirc POSSUI UM TELEFONE CELULAR 79
GRAacuteFICO 02 - VOCEcirc TRAZ O TELEFONE CELULAR PARA A
ESCOLA
80
GRAacuteFICO 03 - QUANTO TEMPO VOCEcirc USA O TELEFONE CELULAR
AO LONGO DO DIA PARA QUALQUER DE SUAS
FUNCcedilOtildeES
81
GRAacuteFICO 04 - QUAIS AS FUNCcedilOtildeES DO TELEFONE CELULAR QUE
VOCEcirc UTILIZOU NA SALA DE AULA SEM RELACcedilAtildeO
COM A APRENDIZAGEM
82
GRAacuteFICO 05 - NA SALA DE AULA VOCEcirc ALGUMA VEZ JAacute UTILIZOU O
TELEFONE CELULAR PARA AJUDAR NA SUA
APRENDIZAGEM
83
GRAacuteFICO 06 - QUANTO VOCEcirc GASTA EM MEacuteDIA EM CREacuteDITOS POR
MEcircS
84
GRAacuteFICO 07 - VOCEcirc SABIA QUE O REGIMENTO ESCOLAR PROIacuteBE O
USO DO TELEFONE CELULAR NA SALA DE
AULA
85
GRAacuteFICO 08 - VOCEcirc JAacute OUVIU DIZER QUE O TELEFONE CELULAR
PODE TRAZER PROBLEMAS PARA
AUDICcedilAtildeO
86
GRAacuteFICO 09 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS
ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS
QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES
CONECTADOS AO APARELHO CELULAR
103
GRAacuteFICO 10 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO Agrave
POLUICcedilAtildeO SONORA NO ENTORNO DO CEPMAT
125
GRAacuteFICO 11 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES SOBRE OS EFEITOS
DA POLUICcedilAtildeO SONORA EXTERNA AO
CEPMAT
129
70
15
GRAacuteFICO 12 - IMPACTOS CAUSADOS PELOS TRENS CARROS E
OcircNIBUS AOS ESTUDANTES
131
GRAacuteFICO 13 - INCOcircMODOS CAUSADOS POR RUIacuteDOS AOS
ESTUDANTES
133
GRAacuteFICO 14 - INCOcircMDO CAUSADO PELA MUacuteSICA OUVIDA NO FONE
AURICULAR CONECTADO AO APARELHO
CELULAR
138
GRAacuteFICO 15 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO AOS
SINTOMAS DE ESTRESSE DEFLAGRADOS POR
OUVIR MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES LIGADOS
A APARELHOS CELULARES
140
GRAacuteFICO 16 - SINTOMAS DO ESTRESSE E DIFICULDADES DE
CONCENTRACcedilAtildeO NAS AVALIACcedilOtildeES
142
GRAacuteFICO 17 - PERCEPCcedilAtildeO DE ALGUNAS SINTOMAS DE
ESTRESSE
144
GRAacuteFICO 18 - O ESTRESSE DO DIA A DIA E A FELICIDADE DE OUVIR
MUacuteSICA NO CELULAR
147
GRAacuteFICO 19 - PARTICIPACcedilAtildeO DA COMUNIDADE ESCOLAR NA
CONSTRUCcedilAtildeO DO REGIMENTO ESCOLAR
152
16
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 - RESULTADO DO TESTE DE FISCHER PARA
ASSOCIACcedilAtildeO DAS QUESTOtildeES 1 E 2
88
TABELA 02 - RESUTLADO DO TESTE QUI-QUADRADO PARA
ASSOCIACcedilOtildeES DAS QUESTOtildeES 3 E 4
89
TABELA 03 - LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO E
INTERMITENTE
97
TABELA 04 - AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)
ORIUNDOS DO EXTERIOR DO CEPMAT E MEDIDOS NO
INTERIOR
100
TABELA 05 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO
CEPMAT EM SALAS DE AULA
102
17
LISTA DE SIGLAS
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ALL America Latina Logiacutestica ABRAPEC Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisa e Ensino de Ciecircncias CEPMAT Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira CLT Consolidaccedilatildeo das Leis Trabalhistas CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente dB(A) Decibeacuteis EFT Revista Educaccedilatildeo Formaccedilatildeo amp Tecnologias ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa e Educaccedilatildeo em Ciecircncias EPEA Encontro de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental EPEF Encontro de pesquisa e Ensino de Fiacutesica IBAPE Instituto Brasileiro de Alto Desempenho IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IPDA Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo IPPUC Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba ISO Organizaccedilatildeo Internacional para Padronizaccedilatildeo Leq Niacutevel de Ruiacutedo Equivalente Contiacutenuo (dB) MP3 Moving Picture Audio Layer-3 MTb Ministeacuterio do Trabalho NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora NBR Norma Brasileira Regulamentadora NR Norma Regulamentadora OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo PIBID Programa Institucional de Bolsas de Iniciaccedilatildeo agrave Docecircncia PPP Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico PROEJA Programa de Integraccedilatildeo da Educaccedilatildeo Profissional ao Ensino
Meacutedio na Modalidade de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos QPM RFFSA
Quadro Proacuteprio do Magisteacuterio Rede Ferroviaacuteria Federal SA
RVPSC Rede de Viaccedilatildeo Paranaacute Santa Catarina SBF Sociedade Brasileira de Fiacutesica SBO Sociedade Brasileira de Otologia SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciecircncia SEEDPR Secretaria do Estado de Educaccedilatildeo do Paranaacute UFPR Universidade Federal do Paranaacute UFSCAR Universidade Federal de Satildeo Carlos UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a
Cultura UIDEF TCLE TIC
Unidade de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento em Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo da Universidade de Lisboa Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo
TICEDUCA Encontro Internacional de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e Educaccedilatildeo
ZE-E Zona Especial Educacional
18
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 21
1 INCOcircMODOS INCIAIS 25
11 O COLEacuteGIO E AS MUDANCcedilAS NA PAISAGEM URBANA DO BAIRRO AO
LONGO DOS UacuteLTIMOS 50 ANOS 26
12 OS APARELHOS CELULARES E O COLEacuteGIO 31
2 REVISAtildeO DA LITERATURA SOBRE A TEMAacuteTICA POLUICcedilAtildeO SONORA E O USO DO
APARELHO CELULAR 36
21 EPEF ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FIacuteSICA 37
22 ENPEC ndash ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO EM
CIEcircNCIAS 39
23 EPEA ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 41
24 TICEDUCA ndash TECNOLOGIAS E EDUCACcedilAtildeO 42
25 SELECcedilOtildeES DE ARTIGOS NOS EVENTOS 43
26 ARTIGOS RELACIONADOS Agrave POLUICcedilAtildeO SONORA 46
27 ARTIGOS RELACIONADOS COM TECNOLOGIA MOacuteVEL 49
28 PROJETOS QUE UTILIZAM O APARELHO CELULAR COMO FERRAMENTA
DE ENSINO 54
29 RESUMO DAS DISSERTACcedilOtildeES E TESES LOCALIZADAS NO BANCO DE TESES
DA CAPES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 55
210 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 62
3 PERSPECTIVAS CULTURAIS E AS ALTERACcedilOtildeES NAS PERCEPCcedilOtildeES
ESPACcedilO-TEMPORAIS SOBRE SOM E RUIacuteDO 64
31 CULTURAS E IDENTIDADES NA POacuteS-MODERNIDADE 65
32 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA NAS RUAS DO ENTORNO DO COLEacuteGIO 69
33 INTERACcedilOtildeES SOCIAIS TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE ESCOLAR 71
34 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 76
4 O USO DO CELULAR E AS PERCEPCcedilOtildeES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 76
41 CORRELACcedilAtildeO ENTRE QUESTOtildeES 87
42 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO91
5 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA ORIUNDOS DO ENTORNO0020DO CEPMAT E NOS
FONES AURICULARES CONETADOS AOS APARELHOS CELULARES DOS
ESTUDANTES DO ENSINO MEacuteDIO QUANDO OUVEM MUacuteSICA 93
51 SINTOMATOLOGIAS CARACTERIacuteSTICAS DA PAIR 95
52 ORIENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA DO INSTRUMENTO 97
19
521 O Equipamento 97
522 Procedimento 98
53 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)
EMITIDOS PELOS MEIOS DE TRANSPORTES DO ENTORNO DO
CEPMAT 100
54 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)
EMITIDOS NOS FONES AURICULARES CONECTADOS NO APARELHO
CELULAR 102
55 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS 104
56 SINTESE DA SECcedilAtildeO 107
6 POLUICcedilAtildeO SONORA E AS PERCEPCcedilOtildeES DOS ESTUDANTES DE ALGUNS
SINTOMAS DE ESTRESSE 109
61 O CRESCIMENTO DA CIDADE E O AUMENTO DO RUIacuteDO AMBUIENTE 110
62 OS SINTOMAS DE ESTRESSE E A PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES 115
63 ORIENTACcedilOtildeES METODOLOacuteGICAS DO INSTRUMENTO 120
64 PARTICIPANTES 123
65 CONSTITUICcedilAtildeO DOS DADOS 123
66 ANAacuteLISE DE DADOS 124
661 Parte 1 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio 125
6611 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I1 E I2 126
6612 CONSIDERACcedilOtildeES 126
662 Parte 2 Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede
dos estudantes 128
6621 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I3 I4 e I5 130
6622 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I6 I7 e I8 132
6623 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I9 I10 e I11 134
6624 CONSIDERACcedilOtildeES 135
663 Parte 3 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
Conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes 138
6631 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I12 I13 e I14 139
6632 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I15 I16 e I17 141
6633 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I18 I19 e I20 143
6634 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I21 I22 e I23 145
6635 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I24 I25 e I26 148
6636 CONSIDERACcedilOtildeES 148
664 Parte 4 O uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento Escolar 152
6641 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I27 I28 e I29 153
20
6642 CONSIDERACcedilOtildeES 154
67 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 156
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 159
71 APONTAMENTOS OBTIDOS A PARTIR DA ANAacuteLISE DOS DADOS 160
711 A Poluiccedilatildeo Sonora e o entorno do CEPMAT 160
712 O uso do Aparelho Celular 163
713 Poluiccedilatildeo Sonora Gerada pelos Fones auriculares e Autoidentificaccedilatildeo Alguns
Sintomas de Estresse 165
72 ALGUMAS POSSIBILIDADES 168
73 SUGESTOtildeES DE ACcedilOtildeES MITIGATOacuteRIAS DA POLUICcedilAtildeO SONORA PARA O
ENTORNO E O INTERIOR DO CEPMAT 170
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 172
ANEXOS 184
ANEXO I - LEI 106252002 185
ANEXO II - NR 15 ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES INSALUBRES 197
ANEXO III ndash ANAacuteLISE CRIacuteTICA E PARECER SOBRE O ldquoTESTE PARA AUTO
IDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSErdquo 200
ANEXO IV - FOTO DECIBELIacuteMETRO 207
ANEXO V - NBR 10151 208
ANEXO VI - NBR 10152 212
ANEXO VII - NBR133691995 216
ANEXO VIII - PLANTA BAIXA ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT PLANTA BAIXA
ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT 219
ANEXO IX - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO CEPMAT
220
ANEXO X - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE OUVIDO
CONECTADOS AO APARELHO CELULAR 226
APEcircNDICES 232
APEcircNDICE I - PESQUISA SOBRE CELULAR NA ESCOLA 233
APEcircNDICE II - TESTES DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE
ESTRESSE 235
APEcircNDICE III ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 237
21
INTRODUCcedilAtildeO
Esta dissertaccedilatildeo comeccedilou a ser gestada em minha atuaccedilatildeo como professor
de Fiacutesica e Matemaacutetica do Ensino Meacutedio em dois Coleacutegios Puacuteblicos na cidade de
Curitiba Ao longo de minhas atividades na docecircncia percebi aspectos dos coleacutegios
e da sala de aula que comeccedilaram a me trazer alguns incocircmodos perturbaccedilotildees e
acabaram desestabilizando minha zona de conforto Chamaram a atenccedilatildeo de tal
forma que decidi iniciar esta dissertaccedilatildeo explicitando o contexto em que o estudo
sobre poluiccedilatildeo sonora surgiu e os dois recortes que estabeleci Primeiramente
apresento o coleacutegio sua localizaccedilatildeo e a mudanccedila que o bairro sofreu ao longo dos
anos no que se refere agrave paisagem urbana das circunvizinhanccedilas e a problemaacutetica do
ruiacutedo1 das vias e do trem no entorno da escola Estamos inseridos em uma
sociedade que natildeo se difere das demais sociedades ocidentais no que tange aos
problemas urbanos contemporacircneos A escola estaacute imersa em problemas
ambientais causados pelo crescimento desordenado dos centros urbanos A
degradaccedilatildeo ambiental o aumento da violecircncia urbana a pobreza e as dificuldades
relacionadas ao aumento traacutefego motorizado satildeo alguns exemplos (SOUZA 2005)
Para Levi (1990) esses problemas nascem da relaccedilatildeo entre os humanos e a
natureza e da forma como estatildeo sendo apresentados hoje parece natildeo ter soluccedilatildeo
uma vez que retroalimentam uma crise contiacutenua e crescente que eacute social cultural
poliacutetica econocircmica ecoloacutegica etc
A poluiccedilatildeo sonora estaacute entre as vaacuterias manifestaccedilotildees de agressatildeo
socioambiental e traz uma seacuterie de prejuiacutezos agrave sauacutede humana De acordo com Brasil
(2006) alguns sintomas que podem detectar se o organismo estaacute (ou natildeo) sendo
afetado pela poluiccedilatildeo sonora satildeo alteraccedilatildeo da qualidade do sono alteraccedilatildeo da
percepccedilatildeo e da compreensatildeo de fala modificaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca
acompanhada de sudorese diminuiccedilatildeo da capacidade de desempenho de tarefas
1 A Lei Ordinaacuteria Municipal 10625 (CURITIBA 2002) que dispotildee sobre ruiacutedos urbanos define som
ruiacutedo e poluiccedilatildeo sonora como SOM vibraccedilatildeo acuacutestica capaz de provocar sensaccedilotildees auditivas RUIacuteDO som capaz de causar perturbaccedilatildeo ao sossego puacuteblico ou efeitos psicoloacutegicos e fisioloacutegicos negativos em seres humanos e animais POLUICcedilAtildeO SONORA emissatildeo de som ou ruiacutedo que seja direta ou indiretamente ofensivo ou nocivo agrave sauacutede agrave seguranccedila e ao bem-estar da coletividade ou transgrida as disposiccedilotildees fixadas nesta lei A totalidade da lei pode ser vista no Anexo I desta dissertaccedilatildeo
22
psicomotoras reaccedilatildeo muscular contraccedilatildeo do abdocircmen e do estocircmago alteraccedilatildeo da
funccedilatildeo intestinal lesotildees teciduais dos rins e do fiacutegado aumento da produccedilatildeo de
hormocircnios da tireoide e da produccedilatildeo de adrenalina aumento da produccedilatildeo
corticotroacutefica queda da resistecircncia a doenccedilas infecciosas disfunccedilatildeo no sistema
reprodutor contraccedilatildeo dos vasos sanguiacuteneos dilataccedilatildeo das pupilas irritabilidade
ansiedade e insocircnia Considerando tais sintomas delimito o primeiro recorte deste
estudo ao ruiacutedo no entorno do coleacutegio
O segundo recorte eacute intriacutenseco a problemaacutetica cotidiana dos estudantes
relacionada ao volume alto utilizado para ouvir muacutesicas no Aparelho Celular por
meio de fones auriculares Os equipamentos de telefonia Celular invadiram a sala de
aula de forma enviesada natildeo pelas matildeos das autoridades governamentais nem por
iniciativa da escola mas pela via dos proacuteprios estudantes que os levam
desrespeitando inclusive normas internas estabelecidas pelo Projeto Poliacutetico
Pedagoacutegico da instituiccedilatildeo ainda que possamos consideraacute-las anacrocircnicas
Os incocircmodos trazidos em relaccedilatildeo aos sonsruiacutedospoluiccedilatildeo sonora tanto
causada pelos meios de transportes quanto oriundos das muacutesicas ouvidas em fones
auriculares conectados ao Aparelho Celular foram medidos analisados e discutidos
e a estrutura deste trabalho estaacute dividida em sete seccedilotildees a saber
Na primeira seccedilatildeo apresento os incocircmodos iniciais que datildeo o contexto da
pesquisa considerando as mudanccedilas na paisagem urbana ao longo dos uacuteltimos
cinquenta anos resultando em estudos sobre a poluiccedilatildeo sonora do entorno do
Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira - CEPMAT Considero tambeacutem
que o crescimento exponencial do nuacutemero de usuaacuterios de Aparelhos Celulares se
tornou uma questatildeo difiacutecil de ser gerenciada em sala de aula Assim justifico o
problema e estabeleccedilo as questotildees da pesquisa Apresento as lacunas no
conhecimento produzido ateacute entatildeo no que concerne aos problemas de poluiccedilatildeo
sonora sua relaccedilatildeo com o processo de urbanizaccedilatildeo e os usos do Aparelho Celular
para fins natildeo didaacuteticos entatildeo estabeleccedilo os objetivos desta investigaccedilatildeo
Na segunda seccedilatildeo apresento a revisatildeo de literatura sobre o tema Poluiccedilatildeo
Sonora em quatro eventos da aacuterea Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica
(EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias (ENPEC) os
Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os Encontros de
Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) Aleacutem dos quatro eventos
tambeacutem pesquisei no banco de dissertaccedilotildees e teses da CAPES e em projetos que
23
utilizam o Celular como ferramenta de apoio ao ensino Para todos busquei
trabalhos que tivessem as seguintes palavras chaves Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente
Escolar Ruiacutedo e Som publicadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo
Na terceira seccedilatildeo busquei em alguns pensadores explicaccedilotildees sobre as
mudanccedilas que ocorreram na sociedade contemporacircnea e que deram aporte teoacuterico
aos trecircs argumentos propostos nesta dissertaccedilatildeo a saber
Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos
indiviacuteduos com o ambiente foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de
sociedade moderna
Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o
ambiente a partir de outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal
modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e
seus impactos na sauacutede
O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si
modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante
sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo
Na quarta seccedilatildeo relato a investigaccedilatildeo sobre os usos do Aparelho Celular no
ambiente escolar uma vez que os estudantes parecem consumir intensivamente
essa Tecnologia e estatildeo atentos aos uacuteltimos lanccedilamentos de Aparelhos Celulares
existentes no mercado A partir da investigaccedilatildeo analisei e avaliei os usos do Celular
e as percepccedilotildees dos estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora causada pelo uso de fones
auriculares ligados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica respondendo a questatildeo
de pesquisa nuacutemero dois
Na quinta seccedilatildeo respondi a primeira e a terceira questotildees de pesquisa desta
dissertaccedilatildeo Essas questotildees foram construiacutedas em uma sequecircncia loacutegica de
compreensatildeo da informaccedilatildeo no entanto a apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos resultados
foram realizadas a partir da discussatildeo de cada instrumento de coleta de dados
separadamente ou seja o questionaacuterio que investigou o uso do Celular no ambiente
escolar (seraacute apresentado na quarta seccedilatildeo) a afericcedilatildeo dos niacuteveis de pressatildeo sonora
tanto no interior do CEPMAT quanto nos fones auriculares conectados aos
Aparelhos Celulares dos estudantes ao ouvir muacutesicas (seratildeo apresentados na quinta
seccedilatildeo) e o ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo (seraacute
apresentado na sexta seccedilatildeo) Portanto reitero que a apresentaccedilatildeo dos resultados
24
da questatildeo de pesquisa dois foi realizada antes da apresentaccedilatildeo dos resultados da
questatildeo de pesquisa um Esta por sua vez foi respondida a partir dos dados do
mesmo instrumento e seraacute apresentada na quinta seccedilatildeo
Na sexta seccedilatildeo tratei da percepccedilatildeo da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e dos efeitos dessa poluiccedilatildeo na
sauacutede dos estudantes e finalmente das normas estabelecidas no Regimento
Escolar do CEPMAT
Na seacutetima seccedilatildeo fiz consideraccedilotildees sobre esta pesquisa a partir da criaccedilatildeo de
uma matriz de anaacutelise que incluiu os instrumentos utilizados listei perspectivas para
outros (novos) estudos e sugestotildees de accedilotildees mitigatoacuterias para a Poluiccedilatildeo Sonora a
que o CEPMAT estaacute submetido
25
1 INCOcircMODOS INICIAIS
A ideia de pesquisar o tema Poluiccedilatildeo Sonora surgiu em funccedilatildeo de meus
incocircmodos como professor de Fiacutesica no Ensino Meacutedio Durante o periacuteodo que
leciono as aulas satildeo geralmente perturbadas por ruiacutedos externos do traacutefico intenso
de carros ocircnibus caminhotildees trens etc Esses ruiacutedos se acentuam quando satildeo
realizados testes de frenagem e motores para a manutenccedilatildeo das composiccedilotildees
feacuterreas em frente ao coleacutegio
Aleacutem dos ruiacutedos externos percebi que nos uacuteltimos anos houve grande
aumento de estudantes que possuem Aparelhos Celulares e que gostam de ouvir
muacutesica em volume muito acima do esperado assim me questionava qual o niacutevel de
ruiacutedos que estes estudantes estatildeo ouvindo muacutesica Por diversas vezes solicitei
durante as aulas para que os estudantes desligassem ou tirassem os fones
auriculares dos ouvidos e prestassem atenccedilatildeo agraves aulas pois essas atitudes
poderiam prejudicar tanto a concentraccedilatildeo quanto a audiccedilatildeo devido ao volume alto
Assim iniciei alguns estudos isolados sobre o tema Em um deles (COSTA GIOPPO
e CAMARGO 2012) fizeram um levantamento sobre o uso do Celular na escola
Este mostrou que para 94 dos estudantes o Celular eacute levado para a escola como
se fizesse parte do material escolar A funccedilatildeo mais utilizada eacute a comunicaccedilatildeo por
mensagens e natildeo estaacute relacionada com a aprendizagem Poreacutem o que chamou
atenccedilatildeo foi o fato de que os estudantes ouvem muacutesica com fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular vaacuterias horas por dia Desta forma confirmaram
meus incocircmodos iniciais
A partir desse ponto optei por uma linha de pesquisa investigativa com o
intuito de evidenciar a situaccedilatildeo do CEPMAT no tocante a poluiccedilatildeo sonora externa
gerada pelos meios de transportes e interna oriunda dos fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica
Minha impressatildeo inicial eacute que haacute poluiccedilatildeo sonora e que os estudantes natildeo
percebem seus efeitos nem tecircm consciecircncia de que tais efeitos aparecem apoacutes um
certo tempo de exposiccedilatildeo variando de pessoa para pessoa
O excesso de ruiacutedos tanto aqueles gerados pelos meios de transportes
quanto os provenientes dos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica satildeo
26
caracteriacutesticos da sociedade contemporacircnea e por isso satildeo naturalizados
deixando de ser percebidos o que pode trazer prejuiacutezos significativos para a sauacutede
auditiva dos estudantes com destaque para o ambiente escolar que sofre com os
ruiacutedos externos dos meios de transportes e atualmente com os ruiacutedos internos
oriundos dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular Altos Niacuteveis de
Pressatildeo Sonora (NPS) podem prejudicar as condiccedilotildees auditivas e ateacute mesmo
comprometer o desempenho escolar
A poluiccedilatildeo sonora causada pelos meios de transportes natildeo atinge todos os
coleacutegios da mesma forma depende da localizaccedilatildeo da escola e tambeacutem de cada
sala de aula aleacutem de outros fatores mas o uso do Aparelho Celular conectado ao
fone auricular para ouvir muacutesica pode se transformar em um dos maiores problemas
de sauacutede auditiva no Brasil pois segundo a Sociedade Brasileira Otologia (SBO
2012) o volume alto de um fone auricular pode trazer prejuiacutezos permanentes como
surdez precoce
A poluiccedilatildeo sonora pode trazer seacuterios danos agrave sauacutede humana e
sorrateiramente tem invadido o ambiente escolar tornando-se um inimigo sutil e
imperceptiacutevel pois os estudantes estatildeo acostumados com ela Eacute necessaacuterio que
tanto professores quanto estudantes comunidade local e sauacutede puacuteblica levem a
seacuterio os efeitos da poluiccedilatildeo sonora para a sauacutede fiacutesica e mental dos estudantes
minimizando impactos no processo de ensino e de aprendizagem
11 O COLEacuteGIO E AS MUDANCcedilAS NA PAISAGEM URBANA DO BAIRRO AO
LONGO DOS UacuteLTIMOS CINQUENTA ANOS
O Ginaacutesio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira foi criado no ano de
1959 pelo Decreto Estadual nordm 25950 (PARANAacute 1959) para atender ao excesso de
demanda da Escola Estadual Repuacuteblica Oriental do Uruguai Em junho de 1972
foram inauguradas as atuais instalaccedilotildees e um novo Decreto Estadual no 3062
(PARANAacute1977) apud (ZANOTTO 2010 p8) alterou o nome da instituiccedilatildeo para
Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino Fundamental e Meacutedio
A partir de 2005 o coleacutegio passou a ofertar tambeacutem a Educaccedilatildeo Profissional com
27
cursos de Secretariado e Informaacutetica e a Resoluccedilatildeo 7012006 de (PARANAacute 2006)
alterou novamente o nome do Coleacutegio que passou a se chamar Colegio Estadual
Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino Fundamental Meacutedio e Profissional
Depois disso os cursos Teacutecnicos foram ampliados e agora incluem Secretariado
Informaacutetica (Integrado Subsequente e PROEJA) e Administraccedilatildeo
O Coleacutegio localiza-se no Bairro Capatildeo da Imbuia o nome originou-se devido
ao fato de existir nesse lugar um capatildeo ldquoilha de matordquo de formato redondo com
vegetaccedilatildeo mista de gramiacuteneas arbustos e aacutervores isolada no campo em que
predominava a imbuia uma aacutervore tiacutepica da regiatildeo que produz madeira de lei e foi
excessivamente utilizada para a construccedilatildeo de moacuteveis e artefatos de alta resistecircncia
agraves intempeacuteries (ZANOTTO 2010)
O bairro tem uma aacuterea de 115520 hectares e conta atualmente com duas
instituiccedilotildees Estaduais de ensino duas escolas Municipais e o Centro de
Capacitaccedilatildeo Guido viaacuterio E de acordo com o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico o
CEPMAT encontra-se em local privilegiado com excelente acessibilidade
(ZANOTTO 2010)
Na figura 1 vecirc-se o mapa da regiatildeo (A) e a fachada do coleacutegio (B)
1A 1B
FIGURA 1 - (A) MAPA DA REGIAtildeO (B) FACHADA DO COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA FONTES (A) FERNANDES (2012) (B) O AUTOR (2012)
De 1952 para caacute o crescimento exponencial da cidade tornou o acesso ao
centro da cidade raacutepido e faacutecil fazendo com que tal percurso seja realizado em
pouco mais de 10 minutos pois na rua em frente o Coleacutegio estaacute o corredor leste
para os ocircnibus (Figuras 2A e 2B) Neste haacute duas linhas de transporte coletivo que
vecircm da aacuterea metropolitana em direccedilatildeo a regiatildeo central da cidade e a novecentos
28
metros do Coleacutegio encontra-se um terminal de ocircnibus o terminal do Capatildeo da
Imbuia
2A 2B FIGURA 2 - (A) OcircNIBUS BIARTICULADO (B) OcircNIBUS LIGEIRINHO NO CORREDOR LESTE
FONTES (2A) E (2B) O AUTOR (2012)
Dos lados da via expressa onde circulam os ocircnibus haacute tambeacutem mais duas
vias para circulaccedilatildeo de carros motos e caminhotildees somando seis pistas de traacutefego
(Figuras 3A e 3B) Aleacutem disso haacute duas paradas de ocircnibus com embarque e
desembarque haacute menos de 100 metros do Coleacutegio
3A 3B
FIGURA 3 - (3A E 3B) PISTAS EM FRENTE AO COLEacuteGIO COM TRAacuteFEGO INTENSO E CIRCULACcedilAtildeO DE CAMINHOtildeES
FONTES (3A) E (3B) O AUTOR (2012)
O terminal de ocircnibus por sua vez trouxe para a rua e o bairro uma demanda
antes inexistente transformando antigas moradias em pequenos e diferentes
comeacutercios que aumentaram substancialmente o traacutefego na regiatildeo Duas fotos
aeacutereas tiradas em diferentes datas mostram a mudanccedila na paisagem urbana do
bairro (Figura 4A e 4B)
29
4A 4B FIGURA 4 - (A) FOTO AEacuteREA DE 1957 DO BAIRRO (B) FOTO AEacuteREA DE 2008 DO BAIRRO LOCALIZANDO O COLEacuteGIO FONTE (A) IPPUC (1957) (B) IPPUC (2008)
Aleacutem das pistas para carros e ocircnibus haacute tambeacutem uma estrada de ferro por
onde circula boa parte das mercadorias e produccedilatildeo agriacutecola que chegam e saem
dos Portos de Paranaguaacute e Antonina no Paranaacute sendo Paranaguaacute um dos maiores
portos do paiacutes (Figura 5 A e B)
5A 5B FIGURA 5 - (A E B) LINHA FEacuteRREA EM FRENTE AO COLEacuteGIO FONTE O AUTOR (2012)
A estrada de Ferro hoje tem seu principal terminal no Bairro Boqueiratildeo antes
disso o principal era a Estaccedilatildeo Central de Trens no bairro Rebouccedilas hoje
desativado Segundo Melo (2008) neste bairro funcionavam tambeacutem as oficinas de
30
manutenccedilatildeo dos trens da Rede Ferroviaacuteria (RFFSA) ateacute a deacutecada de 1950 mas o
paacutetio jaacute natildeo suportava todo o movimento da estaccedilatildeo e das oficinas entatildeo o nuacutecleo
formado pelos funcionaacuterios que atuavam em diversos setores da carpintaria agrave
relojoaria foi deslocado do Bairro Rebouccedilas para o Cajuru a Vila Ferroviaacuteria
comeccedilou a ser construiacuteda a partir de 1945 no bairro Cajuru e foi chamada de Vila
Novas Oficinas da Rede de Viaccedilatildeo Paranaacute ndash Santa Catarina (RVPSC) Aleacutem da Vila
Ferroviaacuteria o projeto tambeacutem incluiacutea oficinas de locomotivas e vagotildees e oficinas
para veiacuteculos a motor (MELO 2008)
O mesmo autor ressaltou ainda que a mudanccedila do Nuacutecleo foi uma manobra
articulada pelos gestores da cidade de cunho essencialmente poliacutetico cujo objetivo
era manter a imagem de Curitiba criada na deacutecada de 1930 de cidade acolhedora e
civilizada e uma oficina de trem em um bairro central denegria esta imagem
6A 6B FIGURA 6 - (A) VILA OFICINAS NO CAJURU NA DEacuteCADA DE 50 E B) VILA OFICINAS CAJURU NOS DIAS DE HOJE FONTE (A) E (B) NOGUEIRA (2011)
Assim a Vila Novas Oficinas e o Coleacutegio surgiram na mesma eacutepoca e
provavelmente o Coleacutegio eacute resultante da demanda da nova vila que resultou em um
aumento populacional na regiatildeo ao longo dos anos fazendo com que a pacata rua
recebesse intensa circulaccedilatildeo de carros motos ocircnibus e trens em frente ao Coleacutegio
o que gerou inuacutemeros problemas em especial agravequeles vinculados ao aumento da
intensidade de ruiacutedo que se tornou exacerbados nos horaacuterios em que o movimento
aumenta dificultando sobremaneira as aulas que ocorrem nas salas que tecircm janelas
voltadas para a rua
31
O problema do aumento da intensidade do ruiacutedo no entorno do Coleacutegio pode
ser tratado pelo aspecto da poluiccedilatildeo sonora Uma das formas de poluiccedilatildeo ambiental
que vecircm se agravando nas cidades exigindo que pensemos sobre ela e sobre seus
efeitos na qualidade de vida dos cidadatildeos O Coleacutegio natildeo poderia se furtar da
averiguaccedilatildeo da existecircncia dessa poluiccedilatildeo que pode atingir os estudantes O
aumento da intensidade do ruiacutedo neste caso estaacute vinculado ao desenvolvimento
urbano e as mudanccedilas na paisagem da cidade e se constatada a poluiccedilatildeo sonora
entatildeo pode haver consequecircncias para a populaccedilatildeo escolar Portanto a partir do
contexto do coleacutegio da mudanccedila na paisagem urbana do bairro e do aumento
percebido na intensidade do ruiacutedo identifico duas premissas deste estudo
sintetizadas a seguir
Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos
indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade
moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo
espaccedilo-temporal
Os meios de transportes tecircm juntamente com outros aspectos da
modernidade causado alteraccedilatildeo na relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o
ambiente a partir de outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal
modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos a poluiccedilatildeo sonora e
seus impactos na sauacutede
A partir dessas duas premissas estabeleccedilo o primeiro recorte para o estudo
desenvolvido ao longo desta dissertaccedilatildeo o da poluiccedilatildeo sonora oriunda do entorno
do Coleacutegio
12 OS APARELHOS CELULARES E O COLEacuteGIO
Natildeo bastassem os problemas externos relacionados a intensidade de ruiacutedo
dos ocircnibus automoacuteveis dos trens e do proacuteprio Coleacutegio internamente com seus
estudantes sinais apitos palmas e tudo o que faz parte da cultura escolar haacute
tambeacutem outras questotildees que precisam ser consideradas entre elas estaacute o
crescimento exponencial do nuacutemero de usuaacuterios de Aparelhos Celulares que tornou-
se uma questatildeo difiacutecil de ser gerenciada em sala de aula No Coleacutegio haacute cerca de
32
1950 estudantes matriculados nos periacuteodos matutino vespertino e noturno e no
Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico (PPP) consta que a comunidade escolar eacute ampla e de
classe meacutedia a media-baixa ou seja os estudantes satildeo oriundos de classes
trabalhadoras (ZANOTTO 2010)
O uso de Aparelho Celular eacute frequente trazido para o Coleacutegio tendo
transformado o ambiente escolar em um espaccedilo de disputa de poder com
professores desse modo cresce o nuacutemero de estudantes que inserem o Celular
entre seus materiais escolares Por ser moacutevel ele vem deslocando praacuteticas antigas
criando e tecendo novos usos em aprendizagens natildeo formais a que ldquosomos
submetidos desde que nascemosrdquo (OLIVEIRA 2001 p7) No entanto no ensino
formal a situaccedilatildeo eacute diferente pois embora o Aparelho Celular faccedila parte do cotidiano
escolar esta tem apresentado dificuldades para acompanhar e aplicar as
tecnologias do mundo contemporacircneo ao processo de ensino e de aprendizagem
Durante as aulas sinto um grande incocircmodo em relaccedilatildeo ao uso natildeo didaacutetico
dos Aparelhos Celulares pelos estudantes de forma que minha percepccedilatildeo inicial foi
a de que aleacutem de atrapalhar o andamento das atividades o Celular pode exacerbar a
poluiccedilatildeo sonora e talvez causar danos irreversiacuteveis a audiccedilatildeo Ao consultar a
viabilidade do uso de Celulares no interior da escola deparei-me com o PPP que
em seu Preacircmbulo enfatiza a necessidade de um esforccedilo conjunto e vontade
poliacutetica do coletivo escolar para redimensionar accedilotildees no interior da escola com
vistas agrave qualidade de ensino garantia de acesso e permanecircncia com sucesso de
nossos estudantes (ZANOTTO 2010 p 13)
Localizei tambeacutem no Regimento Escolar menccedilatildeo a proibiccedilatildeo relativa ao uso
de componentes eletrocircnicos que natildeo fazem parte do material escolar chamados de
ldquomaterial de natureza estranhardquo pelo Regimento (ZANOTTO 2011 p68-69)
conforme mencionado no Artigo 176
II- eacute vetado ao aluno ocupar-se durante o periacuteodo de aula de atividades contraacuterias ao processo pedagoacutegico IV ndash trazer para o estabelecimento de ensino material de natureza estranha ao estudo helliphellip XIII ndash utilizar-se de aparelho eletrocircnicos na sala de aula que natildeo estejam vinculados ao processo de ensino e aprendizagem
33
O uso frequente do Celular sua presenccedila efetiva no Coleacutegio e a contradiccedilatildeo
da proibiccedilatildeo imposta pelo Regimento Escolar delineiam a terceira e uacuteltima premissa
desta dissertaccedilatildeo
O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si
modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante
sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo
Com esta premissa estabeleccedilo o segundo recorte da problemaacutetica abordada
nesta dissertaccedilatildeo O uso natildeo didaacutetico do Aparelho Celular como fonte de poluiccedilatildeo
sonora no interior do ambiente escolar
Resumindo os problemas ambientais neste Coleacutegio em especiacutefico satildeo de
duas ordens externos ao coleacutegio decorrentes do crescimento urbano do entorno
com consequente intensificaccedilatildeo do traacutefego na frente do Coleacutegio o que levou a um
aumento dos niacuteveis de pressatildeo sonora gerando uma percepccedilatildeo de poluiccedilatildeo sonora
e internos ao coleacutegio a partir de minha dificuldade pessoal de lidar com o uso natildeo
didaacutetico que os estudantes fazem do Aparelho Celular
A partir dos dois recortes iniciais considerei que seria fundamental discutir
aspectos da poluiccedilatildeo sonora externa e interna ao Coleacutegio A ideia de analisar a
existecircncia ou natildeo de sons em alta intensidade capaz de produzir poluiccedilatildeo sonora
me permitiu acima de tudo ter um olhar atento para o crescente universo
tecnoloacutegico que invade a escola
Diante das trecircs premissas expostas nos dois recortes elencados coloco as
seguintes questotildees de pesquisa
1) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriunda do entorno do
CEPMAT
2) ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular
no ambiente escolar
3) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os estudantes do
CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones
auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolar
34
Havendo Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) acima do disposto na Legislaccedilatildeo e
estabelecidos nesta dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora verificar
4) Se e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as
normas e regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo
Sonora
a) oriundas do entorno da escola
b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os
possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles
c) as regras e normas utilizadas no CEPMAT
A partir das respostas as questotildees de pesquisa 1 a 4 elenquei nas
consideraccedilotildees algumas possibilidades didaacuteticas que podem ajudar a perceber e
prevenir a poluiccedilatildeo sonora externa eou aquela oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares
Para responder a primeira e a terceira questatildeo de pesquisa me propus a
aferir os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) (a) Oriundos do entorno do Coleacutegio (b) a
que os estudantes do CEPMAT estatildeo submetidos quando usam fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica
Esses Niacuteveis foram aferidos por um aparelho de mediccedilatildeo de niacuteveis de
pressatildeo sonora (popularmente conhecido como decibeliacutemetro) Usei como
paracircmetros a NR 152 e seus anexos (ABNT 1978) que regulamentam os limites de
toleracircncia a que as pessoas podem ser expostas para Niacuteveis de Pressatildeo Sonoras
Contiacutenuas ou Intermitentes juntamente com a Lei Ordinaacuteria Municipal
106253(CURITIBA 2002) que dispotildee sobre ruiacutedos urbanos e estabelece as Zonas
Sensiacuteveis agrave Ruiacutedo ou Zonas de Silecircncio4
Para responder a segunda questatildeo de pesquisa me propus a (a) Criar
validar e aplicar aos Estudantes do CEPMAT um questionaacuterio fechado para
investigar usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar verificar as primeiras
2 A NR 15 pode ser visualizada no anexo II desta dissertaccedilatildeo 3 A Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 encontra-se no anexo I desta dissertaccedilatildeo conforme
mencionado anteriormente 4Com base nas definiccedilotildees de Ruiacutedo e Poluiccedilatildeo Sonora dispostos na Lei Ordinaacuteria Municipal
106252002 e tambeacutem na definiccedilatildeo de Zonas de Silecircncio disposta na mesma lei estabeleci nesta dissertaccedilatildeo valores limites entre Ruiacutedo e Poluiccedilatildeo Sonora quais sejam seratildeo considerados RUIacuteDOS os valores menores ou iguais a 60 dB(A) e seratildeo considerados POLUICcedilAtildeO SONORA valores maiores ou iguais a 61 dB(A) Embora a ABNT 10152 fixe como niacuteveis de ruiacutedo compatiacuteveis com o conforto acuacutestico para salas de aula e laboratoacuterios entre 40-50 dB(A) e para bibliotecas entre 35-45 dB(A)
35
percepccedilotildees dos estudantes sobre os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva
relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e regras do Regimento
Escolar do Coleacutegio pesquisado
Para responder a quarta e uacuteltima questatildeo de pesquisa me propus a adaptar
de Lautert Chaves e Moura (1999) e aplicar um Teste aos estudantes CEPMAT
que dei o nome de ldquoAutoidentificaccedilatildeo de Alguns Sintomas de Estresserdquo para
investigar (a) as percepccedilotildees dos estudantes sobre a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora
oriunda do entorno do Coleacutegio os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do
Coleacutegio na sauacutede deles (b) as percepccedilotildees dos estudantes sobre a existecircncia de
Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares
e usados no ambiente escolar (c) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares na sauacutede deles (d) o Regimento
Escolar
A partir da afericcedilatildeo dos Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) externo (oriundos do
entorno) e interno (oriundos do Aparelho Celular) ao Coleacutegio dos usos dos
Aparelhos Celulares no ambiente escolar e das percepccedilotildees dos estudantes sobre
Poluiccedilatildeo Sonora comparada aos niacuteveis de auto-estresse detectados nos estudantes
me proponho a considerar algumas possibilidades de uso didaacutetico de Aparelhos
Celulares nos conteuacutedos de Acuacutestica da disciplina de fiacutesica
36
2 REVISAtildeO DA LITERATURA SOBRE A TEMAacuteTICA POLUICcedilAtildeO SONORA E O
USO DO APARELHO CELULAR
Meus incocircmodos iniciais descritos na segunda seccedilatildeo conduziram ao
delineamento da pesquisa com o tema Poluiccedilatildeo Sonora A partir da construccedilatildeo das
questotildees iniciei uma revisatildeo de literatura sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora no ambiente
escolar e oriundo dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular isolada ou
conjuntamente Para tanto selecionei quatro eventos Os Encontros de Pesquisa em
Ensino de Fiacutesica (EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
(ENPEC) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os
Encontros de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) aleacutem de projetos
e do banco de Teses da CAPES
Os Encontros do EPEF ENPEC e EPEA foram selecionados porque publicam
trabalhos de pesquisa em ensino e aprendizagem de conteuacutedos cientiacuteficos tanto na
aacuterea de Fiacutesica (EPEF ENPEC) bem como as demais aacutereas das Ciecircncias Naturais
(ENPEC) assim como em materiais educativos alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica tecnoloacutegica
e abordagens CTS e Ensino de Ciecircncias Tecnologias da Informaccedilatildeo e
Comunicaccedilatildeo e ensino das Ciecircncias Naturais O ENPEC tem tambeacutem uma linha de
trabalhos que vinculam Educaccedilatildeo em Sauacutede e Ensino de Ciecircncias Os Encontros do
EPEA reuacutenem trabalhos de produccedilatildeo cientiacutefica e de pesquisa em Educaccedilatildeo
Ambiental Jaacute os encontros do TICEDUCA publicam pesquisas em Tecnologias de
Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo aplicadas agrave educaccedilatildeo Nesse sentido as quatro
conferecircncias abarcam os recortes que me propus a discutir Os eventos de Ensino
de Ciecircncias Fiacutesica de Educaccedilatildeo Ambiental e de Tecnologia trazem pesquisas
recentes sobre o tema e podem pontuar os novos interesses e lacunas na aacuterea
aleacutem disso muitos artigos publicados nos eventos passam para as revistas
cientiacuteficas com poucas alteraccedilotildees por esse motivo considerei desnecessaacuterio incluir
tambeacutem pesquisas em revistas dessas aacutereas
A seguir faccedilo uma breve caracterizaccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo de cada evento
para em seguida discorrer sobre a forma de seleccedilatildeo dos artigos publicados
37
21 EPEF ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FIacuteSICA
Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica satildeo organizados pela SBF e
ocorrem a cada dois anos desde 1986 O principal objetivo desses encontros eacute ter
um foacuterum especiacutefico para a discussatildeo da pesquisa stricto sensu visando agrave aumentar
compreensotildees de problemas relacionados ao Ensino de Fiacutesica e abrir caminhos
para soluccedilotildees alternativas similarmente a outros encontros de aacutereas da Fiacutesica
(NARDI 1990)
Antes dos EPEF jaacute havia no Brasil os Simpoacutesios Nacionais de Ensino de
Fiacutesica que surgiram em 1970 e eram focados em relatos de experiecircncias didaacuteticas
descriccedilatildeo de produccedilatildeo e uso de equipamentos didaacuteticos Mas os fiacutesicos que se
dedicavam a pesquisa em ensino buscaram outros espaccedilos para discussatildeo de seus
projetos de pesquisa no sentido stricto
Nos EPEF grupos de pesquisadores com produccedilatildeo acadecircmica sobre ensino e
aprendizagem de Fiacutesica no Brasil divulgam suas pesquisas Esses pesquisadores
muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela organizaccedilatildeo e ediccedilatildeo de revistas criaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo de eventos Eles tambeacutem elaboram e levam agrave cabo projetos e
ministram cursos de formaccedilatildeo continuada e cursos de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu e
strictu sensu em Educaccedilatildeo em Ciecircncias atuando em instituiccedilotildees de educaccedilatildeo
baacutesica e superior no paiacutes e orientam dissertaccedilotildees e teses e procurando ateacute mesmo
reconstituir os caminhos percorridos no estabelecimento da aacuterea de Ensino de
Fiacutesica
Nas treze ediccedilotildees do EPEF ao longo desses vinte e seis anos foram
encontradas 896 comunicaccedilotildees orais e 385 pocircsteres totalizando 1281 trabalhos e
desses apenas um artigo seraacute analisado no item 25 deste capiacutetulo Um resumo dos
diversos EPEF realizados ateacute o momento pode ser observado no quadro 1
38
QUADRO 1 - EPEF REALIZADOS DE 1986 ATEacute 2012
FONTE O AUTOR (2014)
EPEF LOCAL PERIODO PART COM ORAL POSTERES
ART LOC
APOIOS
I Curitiba 21 - 254
1986
30 12 Natildeo informado
00 CAESCNPq FAPESPFAPERJ
II Satildeo Paulo 17 - 229
1988 50 50 Natildeo informado
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
III Porto Alegre 3110 - 0411
1990 80 13 32
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
IV Florianoacutepolis 26 - 2805
1994 130 94 36
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
V Aacuteguas de Lindoacuteia 02 - 609
1996 112 Natildeo localizado Natildeo localizado
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
VI Florianoacutepolis 26 - 3010
1998 141 93 35
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
VII Florianoacutepolis 27 - 3103
2000 194 105 56
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
VIII Aacuteguas de Lindoacuteia 05 - 806
2002 150 78 36
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
IX Jaboticatuba 26 - 2910
2004 247 84 42
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
X Londrina 15 - 1908
2006 140 68 25
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
XI Curitiba 21 - 2410
2008 181 123 36
01
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
XII Aacuteguas de Lindoacuteia 24 - 2810
2010 166 90 32
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
XIII Foz do Iguaccedilu 07 - 1006
2012 340 136 55
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
TOTAL - - 1951 946 385
01 -
39
22 ENPEC ndash ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO EM
CIEcircNCIAS
Os Encontros Nacionais de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias satildeo
organizados pela Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
(ABRAPEC) De acordo com o siacutetio eletrocircnico essa eacute uma associaccedilatildeo de caraacuteter
cientiacutefico educacional fundada em 29 de novembro de 1997 cuja finalidade eacute a
promoccedilatildeo divulgaccedilatildeo e socializaccedilatildeo da pesquisa por meio da realizaccedilatildeo de
encontros de pesquisa e de escolas de formaccedilatildeo de pesquisadores em Educaccedilatildeo
em Ciecircncias junto a entidades nacionais e internacionais de educaccedilatildeo pesquisa e
fomento
As primeiras discussotildees para a criaccedilatildeo de uma associaccedilatildeo de pesquisa em
Educaccedilatildeo em Ciecircncias ocorreram apoacutes o I Encontro Nacional de Pesquisa em
Educaccedilatildeo em Ciecircncias o ENPEC realizado em Aacuteguas de Lindoacuteia-SP em novembro
de 1997 Dois anos depois durante o II ENPEC realizado em Valinhos-SP
constituiu-se a associaccedilatildeo que permanece realizando encontros bianuais Aleacutem dos
encontros a ABRAPEC publica artigos de pesquisa os quais envolvem a educaccedilatildeo
em Ciecircncias na Revista Brasileira de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
Nas nove ediccedilotildees do ENPEC apresentaram-se 3225 Comunicaccedilotildees orais e
2108 pocircsteres perfazendo um total de 5333 trabalhos sendo que destes apenas
quatro trabalhos foram localizados conforme abordarei mais adiante no item 26
deste capiacutetulo
Um resumo dos diversos ENPEC realizados ateacute o momento pode ser
observado no quadro 2
40
ENPEC LOCAL PERIacuteODO PARTIC COM ORAL POcircSTERES
ART LOC
APOIOS
I Aacuteguas de Lindoacuteia 27 - 2909
1997 135 15 106
00
Natildeo informado
II Valinhos 01 - 0409
1999 171 22 106
00
Natildeo informado
III Atibaia 07 - 1011
2001 234 123 110
00
CNPqFUNDESP UNESPBAURU
IV Bauru 25 - 2911
2003 500 192 259
00
CNPqFUNDESP UNESPBAURU
V Bauru 2911 - 0312
2005 739 378 360
01
CNPqFUNDESP UNESPBAURU
VI Florianoacutepolis 2911 - 0212
2007 768 405 264
02
CNPqCAPES
VII Florianoacutepolis 08 - 1311
2009 723 382 341
00
CNPqCAPES
VIII Campinas 05 - 0911
2011 1253 736 462
00
CNPqCAPES
IX Aacuteguas de Lindoacuteia 10 - 1311
2013 1200 972 100
01
CNPqCAPES LAPEQUFRJ
TOTAL - - 5723 3225 2108
04 -
QUADRO 2 - ENPEC REALIZADOS DE 1997 ATEacute 2013 FONTE O AUTOR (2014)
41
23 EPEA ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
O EPEA foi constituiacutedo a partir de um programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo e de um
grupo de pesquisa o Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos
Naturais e Educaccedilatildeo da UFSCar e o Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciecircncias e
Educaccedilatildeo Ambiental do Laboratoacuterio Interdisciplinar de Formaccedilatildeo do Educador da
Faculdade de Filosofia Ciecircncias e Letras de Ribeiratildeo PretoUSP O programa e o
grupo de pesquisa organizam Encontros bianuais de Pesquisa em Educaccedilatildeo
Ambiental (EPEAs) para reunir trabalhos de produccedilatildeo cientiacutefica e de pesquisa em
Educaccedilatildeo Ambiental
Um resumo dos diversos EPEA realizados ateacute o momento pode ser
observado no quadro 3 a seguir
EPEA LOCAL PERIODO PARTIC COM
ORAL
POSTERES ART
LOC APOIOS
I Rio Claro 04 - 07092001 Natildeo
informado 76
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
II Rio Claro 27 - 30072003 Natildeo
informado 72
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
III Rio Claro 10 - 13072005 Natildeo
informado 73
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
IV Rio Claro 12 - 15072007 Natildeo
informado 87
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
V Satildeo
Carlos
3011 -
02122009
Natildeo
informado 89
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
VI Ribeiratildeo
Preto 04 - 07092011
Natildeo
informado 88
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
VII Rio Claro 07 - 10072013 Natildeo
informado 112
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
TOTAL - - - 597 - 00 -
QUADRO 3 - EPEAS REALIZADOS DE 2001 A 2013
FONTE O AUTOR (2014)
Considerando as sete ediccedilotildees dos EPEA foram apresentadas 597 trabalhos
oriundos de 22 unidades federativas incluindo o Distrito Federal natildeo houve
nenhum trabalho apresentado com o tema da poluiccedilatildeo sonora confirmando que o
tema natildeo foi discutido mas que merece atenccedilatildeo dos pesquisadores pois problemas
ambientais aliados agrave reflexatildeo sobre as relaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas sociais e
culturais que envolvem de modo integrado os humanos e os demais componentes
42
da natureza estatildeo cada vez mais presentes nos diferentes encontros internacionais
e nacionais sobre o meio ambiente (RINK MEGID NETO 2009)
24 TICEDUCA - TECNOLOGIAS E EDUCACcedilAtildeO
O I TICEDUCA ndash I Encontro Internacional de Tecnologia de Informaccedilatildeo e
Comunicaccedilatildeo (TIC) e Educaccedilatildeo foi uma iniciativa do Instituto de Educaccedilatildeo da
Universidade de Lisboa em articulaccedilatildeo com a Revista Educaccedilatildeo Formaccedilatildeo amp
Tecnologias e com a Unidade de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento em Educaccedilatildeo e
Formaccedilatildeo da Universidade de Lisboa
O evento foi constituiacutedo por um grupo de pesquisadores da Universidade de
Lisboa que entendeu que as questotildees relacionadas agraves TIC ganharam pertinecircncia e
atenccedilatildeo porque podem ser integradas nas atividades de estudantes e professores
importando conhecer como satildeo usadas O TICEDUCA se propocircs a trazer para o
centro das discussotildees a reflexatildeo sobre o potencial que eacute atribuiacutedo agraves tecnologias de
informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo fator de inovaccedilatildeo e mudanccedila da escola (COSTA 2010
piii)
Portanto tendo como ponto de partida trabalhos de diferentes realidades
locais nacionais e internacionais os Encontros Internacionais de TIC e Educaccedilatildeo
assumem como principais objetivos
Proporcionar um espaccedilo para divulgaccedilatildeo de praacuteticas inovadoras nas escolas e em contextos de formaccedilatildeo e aprendizagem
Analisar a investigaccedilatildeo na aacuterea
Discutir trabalhos em desenvolvimento e a utilizaccedilatildeo criativa e inovadora das TIC
Refletir sobre os modos mais adequados para documentaccedilatildeo comunicaccedilatildeo e disseminaccedilatildeo destas praacuteticas
Propiciar praacuteticas de identificaccedilatildeo intervenccedilatildeo e investigaccedilatildeo como contribuiccedilatildeo para plena utilizaccedilatildeo dos recursos digitais disponiacuteveis dentro e fora da escola (COSTA 2010 piii)
Os TICEDUCA satildeo direcionados a investigadores professores educadores e
outros profissionais ligados agrave formaccedilatildeo e ao ensino e aprendizagem com as TIC
Satildeo espaccedilos de encontro destinados tambeacutem as empresas relacionadas com a
produccedilatildeo de conteuacutedos ou com outros processos de suporte agrave aprendizagem e agrave
formaccedilatildeo (COSTA 2010)
43
Um resumo dos congressos TICEDUCA realizados ateacute o momento pode ser
observado no quadro 4 a seguir
TICEDUCA
LOCAL PERIODO PART COM ORAL
POST ART LOC
APOIOS
I Portugal Lisboa
18 - 20112010 392 97 44
01
Microsoft iTEC WEQDA Optimus CETI
II Portugal Lisboa
3011 - 212 2012 346 249 36
06
Microsoft iTEC WEQDA Optimus CETI
TOTAL - - 738 346 80 07 -
QUADRO 4 - TICEDUCA REALIZADOS DE 2010 ATEacute 2012 FONTE O AUTOR (2014)
Considerando as duas ediccedilotildees do evento e os 426 trabalhos apresentados
entre comunicaccedilotildees orais localizei sete artigos que mencionaram os Aparelhos
Celulares conforme abordarei no item a seguir
25 SELECcedilOtildeES DE ARTIGOS NOS EVENTOS
Com intuito de selecionar artigos publicados nas diversas ediccedilotildees desses
eventos busquei em acervos pessoais de vaacuterios pesquisadores e em diversas
instituiccedilotildees na forma de CD-ROM ou materiais impressos com as atas Eacute importante
notar que os siacutetios eletrocircnicos dos eventos natildeo tecircm todas as ediccedilotildees
disponibilizadas o que dificulta sobremaneira a pesquisa pois poucas atas estatildeo
disponiacuteveis na internet
Apoacutes localizar todas as atas iniciei a busca pelos artigos procedendo da
seguinte forma fiz uma leitura flutuante dos tiacutetulos dos artigos para selecionar as
palavras-chave dos trabalhos apresentados na forma de comunicaccedilatildeo oral e paineacuteis
A palavra-chave selecionada para uma primeira leitura flutuante do artigo em si foi a
seguinte poluiccedilatildeo sonora no ambiente escolar
Como a seleccedilatildeo desse material foi feita de forma abrangente sempre que
algum tiacutetulo gerasse duacutevidas sobre o conteuacutedo e as palavras-chave natildeo fossem
reconhecidas passei a ler os resumos dos trabalhos e quando o material tratava da
44
temaacutetica Poluiccedilatildeo Sonora acessei o documento completo para ter certeza do
assunto tratado Por fim restou o seguinte Um artigo do EPEF quatro artigos do
ENPEC nenhum artigo do EPEA sete artigos TICEDUCA conforme o quadro 5
EPEF ENPEC EPEA TICEDUCA
ANO
Ed
TRAB APRES
ART LOC
Ed
TRAB APRES
ART LOC
Ed
TRAB APRES
ART LOC
Ed
TRAB APRES
ART LOC
1986 I 12 00
1988 II 50
00
1990 III 45 00
1994 IV 130 00 1996 V Natildeo
Loc 00
1997 I 121 00
1998 VI 128 00
1999 II 131 00
2000 VII 161 00
2001 III 233 00 I 76 00
2002 VIII 114 00
2003 IV 451 00 II 72 00
2004 IX 126 00
2005 V 738 01 III 73 00
2006 X 93 00
2007 VI 669 02 IV 87 00
2008 XI 159 01
2009 VII 723 00 V 89 00
2010 XII 122 00 I 141 01
2011 VIII 1198 00 VI 88 00
2012 XIII 191 00 II 285 06
2013 IX 1072 01 VII 112 00
TOTAL
13 1281 01 09 5333 04 07 597 00 02 426 07
QUADRO 5 - LEVAMENTO DAS DIVERSAS EDICcedilOtildeES DOS EPEF ENPEC EPEA E TICEDUCA NO PERIODO DE 1986 A 2013 FONTE O AUTOR (2014)
Dos 7637 trabalhos publicados em 31 ediccedilotildees dos quatro eventos desde 1986
ateacute 2013 (vinte e sete anos) localizei apenas 12 trabalhos com os temas da poluiccedilatildeo
sonora e do Aparelho Celular ou seja apenas 014 do total
45
Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica (EPEF) e em Educaccedilatildeo em
Ciecircncias (ENPEC) satildeo dois eventos de grande importacircncia na pesquisa da aacuterea no
Brasil e apenas cinco trabalhos foram localizados nesses dois eventos sendo que
em um deles meus orientadores e eu somos autores
No TICEDUCA o foco central eacute o uso da tecnologia na Educaccedilatildeo Por isso os
trabalhos localizados referiam-se especialmente ao uso do Celular como ferramenta
de ensino e natildeo a poluiccedilatildeo sonora Ainda assim apenas sete trabalhos foram
localizados
No entanto a maior surpresa foi natildeo ter localizado no EPEA nenhum trabalho
sobre poluiccedilatildeo sonora esta natildeo parece ter sido uma preocupaccedilatildeo dos
pesquisadores da aacuterea ambiental mesmo que o problema da poluiccedilatildeo sonora tatildeo
presente na sociedade contemporacircnea ou seja cada vez mais significativo na vida
das pessoas especialmente para sauacutede dos estudantes Nesse sentido a revisatildeo da
literatura mostra a lacuna existente em estudos com essa temaacutetica corroborando
com a necessidade de avanccedilos
Um resumo dos eventos e nuacutemero de artigos selecionados em cada evento
foi sistematizado no quadro 6
Nordm TRABALHOS PUBLICADOS
Nordm DE EDICcedilOtildeES Nordm DE TRABALHOS LOCALIZADOS
EPEF 1281 13 01
ENPEC 5333 09 04
EPEA 597 07 00
TICEDUCA 426 02 07 TOTAL 7637 31 12
QUADRO 6 - RESUMO DOS EVENTOS REALIZADOS DE 1986 A 2013 FONTE O AUTOR (2014)
A partir desse levantamento preliminar passo a anaacutelise dos artigos
encontrados Esta anaacutelise foi dividida em dois grupos a saber artigos relacionados
agrave poluiccedilatildeo sonora e artigos relacionados ao uso do Aparelho Celular em atividades
educativas Tendo em vista que a proposta desta dissertaccedilatildeo eacute a interface entre os
dois temas a anaacutelise dos artigos nos eventos foi realizada com o intuito de localizar
pesquisas na aacuterea que pudessem subsidiar aspectos de aprofundamento teoacuterico e
metodoloacutegico para o meu estudo
26 ARTIGOS RELACIONADOS Agrave POLUICcedilAtildeO SONORA
46
Um conjunto de cinco artigos foi localizado neste Grupo Temaacutetico Os artigos
foram publicados ente 2005 e 2013 sendo quatro deles no ENPEC (um na Vordf
ediccedilatildeo dois na VIordf e um na IXordf) e somente um artigo foi localizado no EPEF
publicado em 2008 na XIordf ediccedilatildeo Interessante observar que dos cinco artigos trecircs
satildeo dos mesmos autores O que reduz significativamente a abrangecircncia de
pesquisadores interessados no tema e nos permite concluir que este foi o tema de
uma dissertaccedilatildeo de mestrado ou tese de doutorado assim orientador e orientada
fatiaram a pesquisa em vaacuterios pedaccedilos apresentados separadamente O quarto
artigo eacute de minha autoria com os orientadores Um resumo dos artigos localizados
neste grupo temaacutetico encontra-se no Quadro 7
ANO TITULO DO ARTIGO NOME DOS AUTORES
PALAVRA-CHAVE
EVENTO
2005 Poluiccedilatildeo sonora na fiacutesica do ensino meacutedio construindo uma proposta
Souza Silva Garavelli Maroja Ricardo
Poluiccedilatildeo Sonora
V ENPEC
2007(a) Fiacutesica para uma sauacutede auditiva Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora
VI ENPEC
2007(b) Educaccedilatildeo para uma discriminaccedilatildeo auditiva
Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora
VI ENPEC
2008 Fiacutesica e Poluiccedilatildeo Sonora Uma proposta de dinacircmica do perfil conceitual
Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora
XI EPEF
2013 Uso do Aparelho Celular por estudantes do ensino meacutedio para ouvir muacutesica um prazer perigoso
Costa Gioppo Camargo
Poluiccedilatildeo Sonora
IX ENPEC
QUADRO 7 - ARTIGOS SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA FONTE O AUTOR (2013)
A poluiccedilatildeo sonora pode ser estudada pelo aspecto do mal-estar causado pelo
excesso de ruiacutedos ou pela forma como afeta a sauacutede humana fiacutesica ou psicoloacutegica
foi essa a abordagem dos artigos localizados a partir da palavra-chave Poluiccedilatildeo
Sonora Em seguida passo a descrever tais artigos
O objetivo da pesquisa de Souza et al (2005) foi produzir uma reflexatildeo que
transformasse os conhecimentos fiacutesicos apreendidos por licenciandos em
conhecimentos escolares ao longo de uma disciplina de Estaacutegio Supervisionado A
pesquisa teve trecircs etapas na primeira os autores aplicaram um questionaacuterio aberto
a alunos do Ensino Meacutedio para verificar que conhecimentos aqueles alunos
possuiacuteam a respeito da Poluiccedilatildeo Sonora O intuito era relacionar conhecimentos
fiacutesicos do tema com o cotidiano Com as informaccedilotildees obtidas no questionaacuterio
desenvolveram uma sequencia didaacutetica com dez aulas
47
A sequecircncia didaacutetica incluiu aspectos histoacutericos do tema desde o processo de
industrializaccedilatildeo e crescimento cientiacutefico e tecnoloacutegico do final do seacuteculo XIX ateacute o
uso abusivo de aparatos tecnoloacutegicos Os autores trataram do tema a partir de um
enfoque interdisciplinar incluindo conteuacutedos da Fiacutesica e anaacutelises de notiacutecias de
jornal enfatizaram tambeacutem o papel do professor-pesquisador e reflexivo Apoacutes a
reelaboraccedilatildeo da sequecircncia didaacutetica aplicaram-na a uma classe do Ensino Meacutedio e
coletaram registros escritos e trabalhos dos estudantes
As conclusotildees mostraram que transformar um saber cientiacutefico em um saber a
ser ensinado eacute uma tarefa muito difiacutecil mas o conteuacutedo de ondas sonoras
relacionado ao da poluiccedilatildeo sonora eacute importante no processo de produccedilatildeo do
conhecimento escolar e que os professores precisam criar estrateacutegias que
relacionem conhecimentos e saberes teacutecnicos e cientiacuteficos a outros saberes como
os do cotidiano relacionando-os agrave cultura vivencial dos estudantes
Em trecircs trabalhos publicados Bastos e Mattos (2007a 2007b 2008)
mostraram que a partir de enfoques interdisciplinares os conhecimentos da fiacutesica
sobre Poluiccedilatildeo Sonora podem contribuir com a Educaccedilatildeo em Sauacutede para promover
uma vida mais saudaacutevel
Destacaram que aproximaccedilotildees entre toacutepicos da Fiacutesica e da Fonoaudiologia
podem auxiliar na discussatildeo de aspectos da sauacutede auditiva Isso porque os
estudantes expotildeem sua orelha interna5 - sem consciecircncia dos perigos para a
audiccedilatildeo- a alta intensidade sonora disponiacutevel em equipamentos de som portaacuteteis
(MP3 MP4 ipod walkman etc) frequentemente utilizados na sala de aula
Os autores fundamentaram sua pesquisa nos conceitos de perfil conceitual e
interdisciplinaridade Para eles eacute necessaacuterio buscar interdependecircncias entre
diversas aacutereas de conhecimento para abordar problemas da realidade relevantes
para os alunos sem separaacute-los do contexto em que surgem Isso ajudaria os
estudantes a enfrentar problemas do mundo em que vivem o que pode se dar por
meio da complexificaccedilatildeo do conhecimento do cotidiano
Desta forma identificaram quatro hipoacuteteses de integraccedilatildeo do conhecimento
cotidiano 1ordm) hipoacutetese da compatibilidade 2ordm) hipoacutetese da substituiccedilatildeo 3ordm) hipoacutetese
da independecircncia ndash coexistecircncia 4ordm) hipoacutetese da integraccedilatildeo ndash enriquecimento do
conhecimento cotidiano No trabalho Bastos e Mattos (2007a) adotaram a quarta
5 A nova nomenclatura anatocircmica substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo no entanto no Protocolo (BRASIL 2006) os dois termos aparecem com o mesmo significado
48
hipoacutetese a ldquoda integraccedilatildeordquo enriquecimento do conhecimento cotidiano que se refere
agrave transformaccedilatildeo dos conhecimentos que datildeo suporte ao conhecimento escolar
Nesse sentido construiacuteram e aplicaram atividades curtas de multi-abordagem e
delineadas em trecircs etapas exploraccedilatildeo introduccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de conceitos
Os pesquisadores investigaram os conceitos preacutevios de Poluiccedilatildeo Sonora de
236 estudantes de uma escola puacuteblica do Ensino Meacutedio no ano de 2005 para
delimitar os objetivos da pesquisa Para tanto utilizaram um questionaacuterio e uma
representaccedilatildeo imageacutetica acompanhada de sua respectiva descriccedilatildeo
Em 2006 aplicaram as atividades multi-abordagem em 166 estudantes de
quatro turmas do Ensino Meacutedio e tiveram resultados favoraacuteveis
Em 2007 elaboraram um novo questionaacuterio e o aplicaram a 86 estudantes
para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos desenvolvido nas atividades e se
esses passaram a ter algum significado na vida deles
Os pesquisadores concluiacuteram que do ponto de vista do modelo proposto os
estudantes alteraram o perfil conceitual anterior enriquecendo seus criteacuterios de
julgamento com relaccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora Essa tomada de consciecircncia trouxe aos
estudantes a possibilidade de discernir o que eacute audiologicamente saudaacutevel
aplicando os conteuacutedos escolares sem deixar de lado os criteacuterios esteacuteticos e
emocionais que jaacute faziam parte da vida daquelas pessoas
Costa Camargo e Gioppo (2013) pesquisaram os niacuteveis de decibeacuteis a que os
estudantes se expotildeem quando ouvem muacutesicas pelo Aparelho Celular o que pode
trazer prejuiacutezos agrave sauacutede auditiva Os autores buscaram situaccedilotildees contextualizadas
para ensinar fiacutesica relacionando-a com a Educaccedilatildeo para Sauacutede e a Tecnologia para
tanto conciliaram concepccedilotildees sobre poluiccedilatildeo sonora (usando conceitos de acuacutestica)
vinculada ao uso de fones auriculares ligados aos Aparelho Celular
Um questionaacuterio foi aplicado para diagnosticar concepccedilotildees preacutevias em
estudantes do Ensino Meacutedio De posse dos resultados elaboraram quatro atividades
com foco na poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares conectados a Aparelhos
Celulares para escutar muacutesicas e discutiram com os estudantes os efeitos na sauacutede
auditiva
Concluiacuteram que os estudantes ouvem as muacutesicas em volume muito acima
das normas recomendadas Nas atividades contextualizadas concluiacuteram que houve
apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos de ondas sonoras mas perceberam que uma uacutenica
49
sequecircncia didaacutetica natildeo foi suficiente para provocar mudanccedilas de haacutebito entre os
estudantes
Os autores ressaltaram que o Celular pode ser melhor aproveitado no
processo ensino e de aprendizagem atuando como agente motivador dos
estudantes mas eacute importante que se faccedila um uso criacutetico dessa tecnologia e ao
mesmo tempo amplie as relaccedilotildees possiacuteveis com os conteuacutedos como por exemplo
mostrando interfaces com a sauacutede auditiva
27 ARTIGOS RELACIONADOS COM TECNOLOGIA MOacuteVEL
Um conjunto de sete artigos foi localizado na temaacutetica equipamentos
Celulares em atividades educativas Os artigos foram encontrados na Iordf e IIordf ediccedilotildees
do TICEDUCA e na IXordf ediccedilatildeo do ENPEC Artigos relacionados ao uso de Aparelhos
Celulares em atividades educativas
50
ANO TITULO DO ARTIGO NOME DOS
AUTORES
PALAVRA-CHAVE
EVENTO
2010 Enquadramento teoacuterico para a integraccedilatildeo de tecnologias moacuteveis em contexto educativo
Moura e Carvalho
Telemoacutevel6 I TICEDUCA
2012 As tecnologias moacuteveis no ensino da multimeacutedia
Raminhos Ferreira Pereira e Correia
Mobile Learning aprendizagem moacutevel
II TICEDUCA
2012 As tecnologias moacuteveis no processo de ensino e aprendizagem da liacutengua inglesa um estudo exploratoacuterio no cienfic
Lobato e Pedro
Dispositivos moacuteveis no ensino e na aprendizagem
II TICEDUCA
2012 O uso de dispositivos moacuteveis durante a aula analise de um recorte da realidade de universidades puacuteblicas do Brasil
Santos Duram e Burnham
Dispositivos Moacuteveis
II TICEDUCA
2012 O Celular e o ensino de ondas na escola uma proposta preliminar
Costa Gioppo Camargo
Aparelho Celular
II TICEDUCA
2012 Uso de dispositivos moacuteveis em sala de aula uma revisatildeo bibliograacutefica
Santos Duram Burnham
Tecnologias Moacuteveis
II TICEDUCA
2012 Tecnologias Moacuteveis com conexatildeo sem fio na Escola e a Organizaccedilatildeo do Trabalho Pedagoacutegico
Santos Almeida Borges Jesus
Tecnologias Moacuteveis
II TICEDUCA
QUADRO 8 - ARTIGOS SOBRE TECNOLOGIAS MOacuteVEIS FONTE O AUTOR 2014
Moura e Carvalho (2010) avaliaram como os estudantes aprendem em
atividades com suporte de tecnologias moacuteveis visando agrave melhoria do processo de
ensino e de aprendizagem ou como essas tecnologias podem promover o sucesso
educativo Para as pesquisadoras os dispositivos moacuteveis que andam nos bolsos dos
estudantes podem fazer parte das praacuteticas pedagoacutegicas substituindo as poliacuteticas de
proibiccedilatildeo por ter tamanho reduzido esses dispositivos podem ser levados para
diferentes locais promovendo a interaccedilatildeo social a troca de dados e a colaboraccedilatildeo
com outros utilizadores
A pesquisa das autoras foi fundamentada no paradigma educacional mobile
learning (m-learning) que eacute a conjugaccedilatildeo de um estudante atuante a um artefato
moacutevel usado como ferramenta de apoio ao ensino mediado pela accedilatildeo pedagoacutegica
que de forma interativa leva agrave interiorizaccedilatildeo de conhecimentos novos ressignificando
o uso do Celular e exploraram experiecircncias de integraccedilatildeo no ambiente escolar (m-
learning) e investigaram a forma de apropriaccedilatildeo de conteuacutedos pelos estudantes que
6 Em Portugal o Aparelho Celular eacute chamado de telemoacutevel e o TICEDUCA eacute um evento que ocorre
laacute portanto esta palavra chave foi inserida na busca
51
usaram o Celular para completar tarefas escolares e de apoio aos estudos De
acordo com os dados recolhidos os Aparelhos Celulares impactaram a
aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo no envolvimento dos
alunos em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de opiniatildeo sobre a escola e os
estudos Tambeacutem as autoras perceberam que os Aparelhos Celulares podem ser
integrados em diferentes atividades de aprendizagem podendo vir a ser fonte de
motivaccedilatildeo dos alunos pela escola e no processo de ensino e de aprendizagem
Raminhos et al (2012) revisaram a literatura referente a importacircncia das
tecnologias moacuteveis (Celulares e outros equipamentos) no ensino e na
aprendizagem para explorar o conceito de Moacutebile Learning e identificar sua
utilizaccedilatildeo na educaccedilatildeo e localizaram 39 artigos Apoacutes anaacutelise dos artigos
elaboraram uma intervenccedilatildeo didaacutetica para estudantes de um curso profissionalizante
para investigar como as tecnologias moacuteveis podem apoiar a aprendizagem
Na intervenccedilatildeo didaacutetica os pesquisadores perceberam que existem duas
visotildees na utilizaccedilatildeo do m-learning a visatildeo do ensino protagonizado pelo professor e
a visatildeo da aprendizagem cujo alvo seraacute o estudante que mostra grande interesse
em utilizar o m-learning como ferramenta de estudo
Na conclusatildeo os autores deixam evidente que Mobile Learning natildeo resolve os
problemas de ensino e aprendizagem contudo concluiacuteram que o levantamento
bibliograacutefico sobre o tema pode contribuir para investigaccedilotildees futuras Reiteraram que
m-learning eacute interessante para a educaccedilatildeo e que outros autores pesquisados por
eles concordam que eacute uma opccedilatildeo a mais para entusiasmar envolver e compreender
a aprendizagem dos estudantes atuais
Lobato e Pedro (2012) trataram de dificuldades educativas percebidas por
formandos de um centro de formaccedilatildeo profissional esses foram expostos agraves
dinacircmicas da sala de aula e a meacutetodos de ensino diferenciados A ideia era
desenvolver conceitos usando estrateacutegias motivadoras sem ficar restritos a
caminhos curriculares preacute-definidos Nesse sentido os Aparelhos Celulares foram
usados como ferramentas de ensino para construir a aprendizagem funcionando
como parceiros para o professor e para os estudantes
As autoras consideraram que vivemos na ldquoEra da Conexatildeordquo (p2) na qual o
acesso agrave informaccedilatildeo deixou de estar confinado ao computador pessoal e se
estendeu aos Aparelhos Celulares os estudantes de hoje satildeo ldquonativos digitaisrdquo e o
52
cotidiano sem tecnologia natildeo faz sentido Para esta geraccedilatildeo natildeo possuir telemoacutevel
(Aparelho Celular) eacute quase fator de exclusatildeo social
Aplicaram um questionaacuterio com objetivo de analisar concepccedilotildees dos
professores de inglecircs de um centro de formaccedilatildeo profissional sobre a utilizaccedilatildeo de
Aparelhos Celulares em contexto escolar
Os resultados evidenciaram que em alguns momentos os Aparelhos Celulares
satildeo considerados como potenciais elementos de distraccedilatildeo que perturbam a
concentraccedilatildeo dos alunos nas tarefas escolares poreacutem defendem que esta
tecnologia de faacutecil acesso pode trazer benefiacutecios para a educaccedilatildeo permitindo aos
estudantes aprender para aleacutem dos limites da sala de aula pois os estudantes tecircm
cada vez mais acesso agrave informaccedilatildeo e ao conhecimento e os Aparelhos Celulares
podem ser aliados dos professores
Santos et al (2012) observaram que o uso de dispositivos moacuteveis (chamados
ciberinstrumentos7) presentes nas salas de aula do ensino superior vecircm
aumentando nos uacuteltimos anos O objetivo dos autores foi avaliar e discutir o uso de
ciberinstrumentos durante as aulas em trecircs turmas de diferentes universidades
puacuteblicas brasileiras sediadas no Estado da Bahia
Os instrumentos para a constituiccedilatildeo dos dados incluiacuteram um questionaacuterio
respondido por 46 estudantes e anotaccedilotildees de campo (descritivas e analiacuteticas)
Os resultados mostraram que entre os pesquisados o nuacutemero de
ciberinstrumentos supera o nuacutemero de computadores desktops os mais usados em
sala de aula satildeo os notebooks e os Celulares que podem facilitar os processos de
construccedilatildeo do conhecimento
Os autores tambeacutem investigaram os efeitos colaterais da tecnologia e
observaram que os ciberinstrumentos podem ser objetos de distraccedilatildeo Os que mais
distraem os estudantes satildeo as redes sociais e SMS A maioria dos estudantes
concordou que houve algum grau de prejuiacutezo de concentraccedilatildeo durante as aulas e
sugeriram um controle de uso do wi fi
Costa Gioppo e Camargo (2012) apresentaram uma proposta preliminar
sobre o uso do Celular como ferramenta de ensino que auxilia na praacutetica de sala
aula para ensinar ondas eletromagneacuteticas a motivaccedilatildeo inicial foi o constante e
7 De acordo com Santos et al 2012 ciberinstrumentos (SANTOS DURAN BURNHAM 2010) satildeo lap tops Aparelhos Celulares ou qualquer tecnologia com acesso wifi
53
excessivo uso do Celular durante o periacuteodo letivo Um questionaacuterio foi aplicado para
200 estudantes para entender o uso dos Aparelhos Celulares De posse dos
resultados elaboraram uma intervenccedilatildeo didaacutetica com abordagem investigativa sobre
ondas eletromagneacuteticas na qual participaram 27 estudantes Utilizaram filmes sobre
interferecircncia das ondas eletromagneacuteticas em aparelhos eletrocircnicos e observaram a
interferecircncia do recebimento de mensagem no Celular em caixas de som e
avaliaram a aprendizagem com questotildees para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos
conteuacutedos de eletromagnetismo
Na conclusatildeo os autores ressaltaram que a maior parte dos estudantes
usufrui da tecnologia do Celular e o faz na escola poreacutem natildeo para fins didaacuteticos
mostrando que haacute necessidade de mais pesquisas na aacuterea Na atividade de
intervenccedilatildeo didaacutetica os autores perceberam que houve vaacuterios problemas como de
interpretaccedilatildeo das questotildees a coacutepia de respostas do livro didaacutetico a falta de um
delineamento mais robusto da atividade que parece ter ficado em aberto e ainda
havia necessidade de proposta para transformaacute-la em uma sequencia didaacutetica Para
os autores o Aparelho Celular eacute uma tecnologia que natildeo deve ser desperdiccedilada no
contexto escolar e que pode ser usada no processo de ensino e de aprendizagem O
Celular pode ser um agente motivador dos estudantes para aulas diferenciadas
possibilitando a compreensatildeo das possibilidades e limites da tecnologia mas eacute
importante que se faccedila uma anaacutelise criacutetica do processo mostrando tambeacutem outras
interfaces com a sauacutede a poliacutetica de telecomunicaccedilotildees etc
Santos et al (2012) investigaram sobre o uso de tecnologias moacuteveis em sala
de aula e perceberam que eacute pouco explorada O objetivo do trabalho foi realizar uma
revisatildeo bibliograacutefica da temaacutetica apontando as principais questotildees tratadas A partir
de buscas em siacutetios eletrocircnicos como o ISI Web of Science e Google Scholar e
encontraram 13 artigos cinco deles identificam como estudantes usam seus
ciberinstrumentos em sala de aula e os oito restantes falam da relaccedilatildeo entre o uso
de ciberinstrumento moacutevel envolvendo comportamento multitarefas e o desempenho
acadecircmico dos estudantes Tambeacutem investigaram como os estudantes percebem o
uso natildeo de ciberinstrumentos segundo os autores eacute difiacutecil avaliar quatildeo aplicaacutevel eacute o
uso livre de ciberinstrumentos moacuteveis nas salas de aula ou a quanto afeta a
aprendizagem
De acordo com os autores os principais apontamentos encontrados nos
trabalhos foram como 1ordm) o trabalho em grupo eacute pouco valorizado nas dinacircmicas de
54
sala de aula nos processos de construccedilatildeo coletiva do conhecimento isto eacute
valorizam a esfera individual em detrimento da coletiva 2ordm) natildeo haacute estudos
envolvendo variados tipos de ciberinstrumentos os trabalhos encontrados estatildeo
concentrados no uso de tablets laptops e Celulares 3ordm) O foco das pesquisas foi a
de apontar vantagens ou desvantagens 4ordm) eacute necessaacuterio enriquecer as pesquisas
com abordagens qualitativas
Os autores concluiacuteram que a maioria dos trabalhos se concentra em avaliar a
relaccedilatildeo do uso do comportamento multitarefas com o desempenho acadecircmico de
estudantes usando abordagens qualitativas
28 PROJETOS QUE UTILIZAM O APARELHO CELULAR COMO FERRAMENTA
DE ENSINO
Aleacutem dos artigos sobre Aparelho Celular localizados nas duas ediccedilotildees do
TICEDUCA encontrei tambeacutem quatro Projetos que tecircm iniciativas do uso do
Aparelho Celular como suporte ao ensino e a aprendizagem publicados pela Unesco
(2012)
1ordm) Minha Vida Moacutevel8 (MvMob) - Brasil tem como objetivo formar professores
e estudantes para produccedilatildeo de audiovisuais utilizando Aparelhos Celulares e com
isso promover o intercambio cultural por meio de uma rede interativa O programa
consiste em um portal de conteuacutedo e interaccedilatildeo e diversas atividades
2ordm) Projeto Escola com Celular de CaraguatatubaSP - Brasil utiliza as redes
sociais e os Telefones Celulares como ferramentas de apoio das atividades
escolares propotildee o uso dessas Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TICs)
para aproximar professores e estudantes associando a realidade dos mesmos aos
conteuacutedos curriculares para estimular a aprendizagem estimular a participaccedilatildeo e a
convivecircncia social na escola e na cidade e tambeacutem para praticar a inclusatildeo digital e
suas premissas mobilidade conectividade e sustentabilidade
3ordm) PSU Moacutevel ndash Chile eacute um aplicativo moacutevel que permite ao usuaacuterio acessar
conteuacutedo gratuito para download exerciacutecios jogos e podcasts todos organizados
8 httpwwwmvmobcombrmvmobo-que-eo-que-e
55
por assunto tem como objetivo permitir que os estudantes do ensino meacutedio possam
se preparar para ingressar no ensino superior
4ordm) Evaluacioacuten de Aprendizajes por meio de Celulares - Paraguai lanccedilado em
2011 pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo do Paraguai tem o objetivo de explorar a
possibilidade de aplicaccedilatildeo de testes padronizados com o uso de Aparelhos
Celulares O projeto foi destinado a estudantes dos primeiros anos do ensino meacutedio
envolvendo as disciplinas de Matemaacutetica Liacutengua Espanhola e Literatura em
trezentas escolas puacuteblicas do Paraguai preparando tambeacutem professores e diretores
para ajudar os estudantes realizar os testes nos Aparelhos Celulares e ainda
fornecer suporte teacutecnico no dia do exame
Esses projetos natildeo tecircm relaccedilatildeo direta com o ensino de Fiacutesica nem mesmo
pesquisam sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora e seus efeitos na sauacutede auditiva mas me
pareceram iniciativas interessantes que podem ser aplicadas para incluir as
perspectivas analisadas nesta dissertaccedilatildeo
29 RESUMO DAS DISSERTACcedilOtildeES E TESES LOCALIZADAS NO BANCO DE
TESES DA CAPES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA
Busquei nas dissertaccedilotildees e teses depositadas no banco da CAPES as
seguintes palavras chaves Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente Escolar Ruiacutedo e Som
publicadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo
Ano Tiacutetulo Autor Palavra Chave
Universidade
2004 Poluiccedilatildeo sonora em escolas do Distrito Federal
Eniz Poluiccedilatildeo Sonora
PUC Dissertaccedilatildeo Mestrado
2006
A presenccedila do ruiacutedo do trem em escolas do entorno da linha feacuterrea na cidade de Curitiba-PR Contribuiccedilatildeo para a construccedilatildeo dialeacutetica em educaccedilatildeo socioambiental
Gasperin
Poluiccedilatildeo Sonora
UFPR Dissertaccedilatildeo Mestrado
2007
Reflexotildees sobre o ambiente sonoro da cidade de Curitiba A percepccedilatildeo do ruiacutedo urbano e seus efeitos sobre a qualidade de vida de moradores dos setores especiais estruturais
Ribas Ruiacutedo UFPR Tese
Doutorado
2007 Fiacutesica para uma Discriminaccedilatildeo Auditiva Bastos Poluiccedilatildeo Sonora
USP Dissertaccedilatildeo de
Mestrado QUADRO 9 - LEVAMENTO NO BANCO DE TESES DA CAPES INDICANDO ANO NUMERO TOTAL DE TRABALHOS PUBLICADOS FONTE O AUTOR (2014)
56
Eniz (2004) pesquisou a poluiccedilatildeo sonora em escolas puacuteblicas e privadas do
Distrito Federal Sua investigaccedilatildeo se pautou nas condiccedilotildees acuacutesticas (niacuteveis de
pressatildeo sonora e tempo de reverberaccedilatildeo do som) em sala de aula e na percepccedilatildeo
dos professores e estudantes acerca das condiccedilotildees de conforto ambiental
oferecidas pelas escolas agrave sauacutede Assim buscou identificar as causas da poluiccedilatildeo
sonora tanto no ambiente escolar como no entorno das escolas verificando se o
Plano Diretor de Taguatinga e as Normas de Gabarito do Nuacutecleo Bandeirante
possuem accedilotildees de prevenccedilatildeo e de mitigaccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora no ambiente
escolar
A pesquisa foi realizada com professores e estudantes de 10 escolas
vinculadas agrave Secretaria de Educaccedilatildeo do Distrito Federal Por vaacuterios dias da semana
mediu-se o niacutevel de pressatildeo sonora no interior e no exterior das salas de aula e da
escola com os estudantes em suas atividades normais Aplicou um questionaacuterio para
professores e estudantes com objetivo de obter informaccedilotildees acerca das condiccedilotildees
de trabalho e sauacutede dos professores e os efeitos negativos na sauacutede humana do
excesso de ruiacutedo no processo ensino-aprendizagem Confrontou os niacuteveis de
pressatildeo sonora e tempo de reverberaccedilatildeo com as normas vigentes e analisaram as
respostas do questionaacuterio
Os resultados do questionaacuterio com professores e estudantes indicaram que
59 nunca fizeram exame audiomeacutetrico revelando pouca preocupaccedilatildeo com este
tipo de acompanhamento poreacutem as queixas mais comuns foram ambiente
intranquilo e estressante e barulhento Sobre os problemas de sauacutede o autor
identificou as seguintes queixas dor de garganta dor nas pernas
irritaccedilatildeonervosismo e cansaccedilo mentalestresse como as mais expressivas de
acordo com o pesquisador o ruiacutedo natildeo pode ser considerado como causa direta de
doenccedilas mentais mas ele presume que acelera e intensifica o desenvolvimento de
desordens mentais latentes
Em relaccedilatildeo ao barulho proveniente do traacutefego urbano identificado pelo estudo
os professores admitiram constante interrupccedilatildeo em suas aulas devido ao barulho
externo do restante 26 sentiram-se incomodados algumas vezes e nenhum
participante da pesquisa admitiu nunca ter sido interrompido pelo ruiacutedo urbano O
excesso de ruiacutedo naquele ambiente prejudicou a comunicaccedilatildeo em sala de aula
levou os professores a sentirem dificuldades de concentraccedilatildeo e obrigando-os a
esforccedilos constantes para se fazerem entender
57
As anaacutelises consideraram aspectos relativos agrave legislaccedilatildeo e agraves normas
teacutecnicas vigentes que regulam a construccedilatildeo e modificaccedilatildeo de estabelecimentos de
ensino Concluiu tambeacutem os efeitos dos ruiacutedos no ensino e na aprendizagem pois
salas de aula com estimulaccedilotildees auditivas em excesso podem promover a distraccedilatildeo
acarretando prejuiacutezos significativos para a aprendizagem
O autor concluiu que em todas as escolas os niacuteveis de ruiacutedos estatildeo acima
dos recomendados pela NBR 101519 (ABNT 1987) com variaccedilatildeo de intensidade
entre a 829 dB(A)10 a 1146 dB(A) Professores e estudantes se comunicam em tom
de voz gritado o que pode trazer danos agrave sauacutede e prejuiacutezos agrave aprendizagem uma
vez que todas as escolas estatildeo localizadas em regiotildees onde o traacutefego aeacutereo eou
terrestre eacute intenso
Segundo o pesquisador as escolas mais afetadas estatildeo localizadas em
regiotildees que natildeo seguiram um planejamento urbano preacute-definido satildeo escolas mal
localizadas dentro da malha urbana que tecircm suas dependecircncias fortemente
afetadas pelo ruiacutedo ambiental
Gasperin (2006) pesquisou o impacto de ruiacutedo provocado pelo trem por ser
considerado um elemento cultural das velhas lembranccedilas alimentadas por mitos que
povoam o imaginaacuterio e despertam certo saudosismo na populaccedilatildeo e com isso
dificultam sua percepccedilatildeo como fonte de poluiccedilatildeo sonora Duas escolas foram
selecionas pela autora por fazer parte da histoacuteria da construccedilatildeo da oficina de
reparos das locomotivas e com impacto auditivo da passagem do trem durante o
horaacuterio de aula Assim observou as contradiccedilotildees que impedem a percepccedilatildeo dos
estudantes e professores em relaccedilatildeo agrave aprendizagem
O objetivo da autora foi mostrar a influecircncia dos significados do ruiacutedo do trem
para os humanos a fim de ter o sujeito ecoloacutegico como processo estrateacutegico da
Educaccedilatildeo Ambiental pesquisando se os ruiacutedos produzidos pelas locomotivas estatildeo
acima dos niacuteveis de decibeacuteis satildeo considerados adequados agraves salas de aula se eou
como o corpo docente percebe a presenccedila do trem como um agente de risco
9 A Norma Brasileira Regulamentadora 10151 encontra-se no anexo V desta dissertaccedilatildeo
10 A unidade de medida de niacuteveis de conforto acuacutestico (decibeacuteis) eacute representada em alguns
documentos como dB e em outros como dB(A) Por exemplo o Decreto Federal No 81621 de 03051978 (BRASIL 1968) em seu anexo 32 regulamenta as unidades de medida usando o dB como unidade de medida para Decibeacuteis Jaacute a NBR 10152 de dezembro de 1987 (norma da ABNT) definem niacuteveis de Pressatildeo Sonora e adota o dB(A) como unidade de medida para os decibeacuteis Nesta dissertaccedilatildeo acompanho a norma 10152 da (ABNT 1987) e adoto dB(A) como unidade de medida de Niacuteveis de Pressatildeo Sonora
58
ambiental quanto agrave poluiccedilatildeo sonora averiguando o significado do ruiacutedo do trem
junto aos estudantes e docentes das escolas proacuteximas agrave linha feacuterrea com enfoque
na questatildeo do som no ambiente
A pesquisa de campo foi realizada em duas escolas puacuteblicas da cidade de
Curitiba (PR) denominadas A e B composta de 938 estudantes do ensino
fundamental e foram selecionados por estarem geograficamente expostas a ruiacutedos
sonoros quando da passagem do trem a escola A situa-se a 55 metros de distacircncia
da linha feacuterrea e a Escola B tem seus muros nos fundos com a oficina mecacircnica da
empresa que administra esta linha feacuterrea e emite fortes ruiacutedos e a 20 m de distacircncia
de onde circula o trem
O trem eacute um produto da praacutexis histoacuterico-cultural humana e estaacute inserido na
sociedade influenciando a vida das pessoas do entorno da via feacuterrea Assim o trem
traz um significado psicoloacutegico na relaccedilatildeo entre o sujeito e o mundo objetivo
predominando a concepccedilatildeo utilitarista pelo seu significado A autora aplicou um
questionaacuterio para estudantes e professores das escolas e realizou mediccedilotildees do
niacutevel de pressatildeo sonora nas salas de aula quando o trem passa e em condiccedilotildees de
aula sem o ruiacutedo do trem
A autora concluiu que a existecircncia de uma realidade de coexistecircncia da vida
urbana agravada pela presenccedila da linha feacuterrea nas atividades da vida escolar na
qual o trem eacute um produto da praacutexis histoacuterico-cultural humana inserido na sociedade
influenciando a vida particularmente das pessoas do entorno da via feacuterrea trazendo
significado psicoloacutegico com funccedilatildeo mediadora na relaccedilatildeo entre o sujeito e o mundo
objetivo
Ribas (2007) analisou os contrastes entre o conceito de qualidade de vida
empregado em diferentes contextos na aacuterea da sauacutede na aacuterea urbana e no
ambiente A autora buscou estudar e compreender como se da agrave percepccedilatildeo da
poluiccedilatildeo sonora pela populaccedilatildeo e a relaccedilatildeo existente entre som (ruiacutedo) ndash sauacutede
(auditiva) ndash ambiente (urbano) uma vez que Curitiba tem se mostrado um campo
feacutertil para o desenvolvimento de problemas ambientais e dentre eles a poluiccedilatildeo
sonora causada em grande parte pelo traacutefego de veiacuteculos e percebeu que os
niacuteveis de ruiacutedo urbanos na cidade de Curitiba natildeo estatildeo dentro dos limites
especificados legalmente e que podem causar prejuiacutezos agrave sauacutede da populaccedilatildeo Nas
diversas aacutereas mapeadas foi constatado que o ruiacutedo urbano enquadra-se num
patamar grave e em algumas situaccedilotildees em pontos proacuteximos agraves vias raacutepidas o
59
volume chega agrave beira da saturaccedilatildeo pois o traacutefego de veiacuteculos eacute a grande causa do
ruiacutedo urbano em Curitiba Satildeo ruiacutedos provenientes de veiacuteculos automotivos (carros
ocircnibus e caminhotildees) aeronaves e trens Os niacuteveis de poluiccedilatildeo sonora atingem seus
maiores iacutendices nessas vias estruturais da cidade
O objetivo da pesquisa foi agrave caracterizaccedilatildeo da qualidade do ambiente sonoro
na cidade de Curitiba Para tanto a autora fez mediccedilotildees da variaccedilatildeo do ruiacutedo
urbano Tambeacutem avaliou a percepccedilatildeo que as pessoas tecircm deste ambiente sonoro
procurando identificar os prejuiacutezos que a poluiccedilatildeo sonora causa Investigou como os
moradores das regiotildees investigadas reagem ao ambiente sonoro ao qual estatildeo
expostos Verificou quais poliacuteticas puacuteblicas foram implementadas para monitorar e
reduzir o ruiacutedo urbano na cidade e seu impacto sobre a qualidade de vida dos
moradores e analisou como os gestores ambientais tecircm desempenhado suas
funccedilotildees diante deste problema
De acordo com a autora o Plano Diretor de Curitiba (1975) teve como
principal foco o crescimento a malha viaacuteria especificamente a do transporte coletivo
Uma das diretrizes gerais daquele plano ainda em vigor refere-se aos eixos
estruturais do transporte coletivo que deveriam ser adensados e para isso foram
equipados com toda a infraestrutura urbana e dotados de um sistema de transporte
de massa capaz de atender tanto a demanda da eacutepoca quanto a que viria no futuro
Aleacutem da anaacutelise do plano diretor a autora pesquisou e categorizou as
denuacutencias referentes agrave poluiccedilatildeo sonora registrada junto agrave Secretaria Municipal do
Meio Ambiente e observou 3036 denuacutencias efetuadas no ano de 2005 48 eram
oriundas da passagem do trem e 38 de veiacuteculos de transporte individual ou coletivo
A autora realizou um levantamento de pesquisas que diagnosticou a poluiccedilatildeo
sonora e sua evoluccedilatildeo na cidade de Curitiba e concluiu que devido ao aumento do
nuacutemero veiacuteculos os niacuteveis de ruiacutedo tecircm se acentuado contrariamente ao que se
esperava de uma cidade que recebeu o tiacutetulo de capital ecoloacutegica
Em seguida Ribas (2007) mediu os niacuteveis miacutenimos meacutedios e maacuteximos de
pressatildeo sonora encontrados no interior das residecircncias de acordo com o
preconizado pela Norma NBR 1015211 Acuacutestica - Avaliaccedilatildeo do ruiacutedo ambiente em
recintos de edificaccedilotildees visando o conforto dos usuaacuterios ndash procedimento (ABNT
1987) Os resultados indicaram que em 86 dos locais pesquisados a intensidade
11A Norma Brasileira Regulamentadora 10152 encontra-se no anexo VI desta dissertaccedilatildeo
60
de ruiacutedo extrapola os niacuteveis recomendados e percebeu tambeacutem que imoacuteveis abaixo
do niacutevel da rua estatildeo mais sujeitos aos mais altos niacuteveis de ruiacutedo desta forma foi
possiacutevel confirmar niacuteveis exacerbados de ruiacutedo em edificaccedilotildees concentradas nos
Setores Especiais Estruturais de Curitiba
Apoacutes as mediccedilotildees a autora entrevistou os moradores das residecircncias e trecircs
gestores envolvidos com planejamento urbano da cidade de Curitiba com objetivo
de verificar qual a prioridade dada pelos gestores a mitigaccedilatildeo do ruiacutedo urbano se
eles reconheciam que os niacuteveis de ruiacutedo urbano estatildeo acima do recomendado e
permitido legalmente se eles percebiam o ruiacutedo como fator ambiental negativo
finalmente analisou se existe uma poliacutetica puacuteblica municipal destinada agrave reduccedilatildeo da
emissatildeo do ruiacutedo na cidade
A autora destacou que os moradores entrevistados percebiam o ruiacutedo como
fonte geradora de desconforto poreacutem natildeo fizeram denuacutencias aos oacutergatildeos
competentes Por outro lado alguns entrevistados apesar de considerarem o ruiacutedo
urbano como um fator negativo disseram natildeo sentir desconforto em ambientes
barulhentos
O traacutefego de veiacuteculos foi considerado a maior causa do ruiacutedo urbano mas a
comunidade natildeo considerou o ruiacutedo como fator de risco agrave sauacutede por estar
acostumada agrave presenccedila dele Natildeo houve percepccedilatildeo dos efeitos da poluiccedilatildeo sonora
sobre a qualidade de vida e da sauacutede Os entrevistados relataram ainda que nunca
tiveram contato com campanhas de educaccedilatildeo ambiental voltada para sauacutede
auditiva
Com relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos gestores sobre o ruiacutedo urbano ficou
evidenciado que eles tambeacutem possuem sentimentos de fatalismo e inevitabilidade
aleacutem do mais o ruiacutedo natildeo encontra lugar de prioridade dentre os problemas urbanos
e isso dificulta ainda mais a realizaccedilatildeo de accedilotildees em niacutevel governamental que visem
agrave reduccedilatildeo do ruiacutedo urbano
A autora sugeriu que para ser efetivamente combatido haacute que se investir na
formaccedilatildeo de gestores com conhecimento do que vem a ser o ruiacutedo e seus efeitos na
sauacutede humana Aleacutem do que para a tomada de decisotildees na esfera puacuteblica eacute
necessaacuterio considerar a opiniatildeo da comunidade
Bastos (2007) delineou formas de ensinar Fiacutesica a estudantes do Ensino
Meacutedio a partir de eventos do cotidiano de forma que a abordagem de conteuacutedos de
Fiacutesica torna-se mais significativo e prazeroso e ao mesmo tempo com utilidade
61
vivencial da praacutetica dos mesmos relacionando agrave sauacutede auditiva Considerou que os
estudantes tem posse de sons portaacuteteis (MP3 MP4 ipod walkman etc) ou estatildeo
expostos uma vez que costuma expor seus ouvidos a alta intensidade sonora sem
consciecircncia nem conhecimentos de que as muacutesicas em volume alto podem levar a
perda induzida de audiccedilatildeo
O objetivo foi mostrar que a Fiacutesica pode ajudar a compreender as
propriedades do som e tambeacutem verificar como o som age no organismo vivo
utilizando agrave noccedilatildeo de perfil conceitual e os conceitos de interdisciplinaridade e
complexificaccedilatildeo como referencial teoacuterico
Na metodologia relacionou os conceitos de Fiacutesica com os de sauacutede auditiva
em funccedilatildeo das praacuteticas cotidianas dos estudantes Em 2005 ndash preacute-teste zero -
aplicaram um questionaacuterio com 5 questotildees e uma representaccedilatildeo imageacutetica para
levantamento dos conceitos preacutevios dos estudantes sobre poluiccedilatildeo sonora e com as
respostas em seguida definiu categorias perceptivas sobre o tema No preacute-teste um
em 2005 apoacutes verificaccedilatildeo dos conhecimentos preacutevios e das categorias (emocional
esteacutetico fisioloacutegico) aplicaram outro questionaacuterio com 18 questotildees focando tais
percepccedilotildees subjetivas Em 2006 no preacute-teste dois avaliou e identificou as primeiras
compreensotildees do conhecimento complexificado nas atividades propostas No
mesmo ano apoacutes aplicaccedilatildeo das atividades verificou se houve apropriaccedilatildeo do
conceito e compreensatildeo do conhecimento complexificado Em 2007 refez atividades
para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos por meio de um questionaacuterio com
oito questotildees Todas as atividades foram aplicadas agrave estudantes do Ensino Meacutedio
de uma escola puacuteblica com idades variando de 16 a 20 anos
A autora concluiu que as coleta de dados antes durante e depois das
atividades foi um importante fator para tomada de consciecircncia dos estudantes com
relaccedilatildeo ao conteuacutedo de Fiacutesica desenvolvido nas atividades pois eles percebeu que
houve mudanccedila de perfil conceitual com relaccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora O aprendizado
adquirido pelos estudantes possibilitou o discernimento do que eacute saudaacutevel no
entanto a autora natildeo percebeu que estudantes transitaram conscientemente entre
as diferentes zonas do perfil conceitual selecionando criteacuterios dentre todos os
oferecidos agrave consciecircncia o mais adequado com o contexto de vivecircncia mas houve
uma integraccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico com o cotidiano
Para a autora a construccedilatildeo interdisciplinar natildeo eacute uma tarefa simples de ser
realizada quando deixado por conta das decisotildees dos estudantes imaginando que
62
eles construiratildeo relaccedilotildees entre teoria e metodologias que fundamentam a
interdisciplinaridade mas eacute imprescindiacutevel o interesse do professor em se atualizar
buscar novas formas de apresentar o conhecimento que faccedila sentido para ele e os
estudantes A dissertaccedilatildeo propotildee incluir o tema de acuacutestica e a aplicaccedilatildeo das
atividades no planejamento escolar mas tambeacutem incentiva o leitor inspirar-se na
construccedilatildeo de outras relaccedilotildees interdisciplinares que tenham mais valor para ele
para os estudantes para a comunidade na qual estaacute inserida a escola
210 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO
A revisatildeo de literatura revelou que o tema ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute pouco
discutida entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias (quatro
trabalhos apresentados em congressos) e inexistente nos Encontros de Pesquisa de
Educaccedilatildeo Ambiental mas jaacute comeccedila ser apontada nas dissertaccedilotildees e teses
depositadas no banco da CAPES (duas dissertaccedilotildees e uma tese) Desta forma haacute
uma clara lacuna na pesquisa educacional no que se refere a uma problemaacutetica tatildeo
presente e contemporacircnea Os trabalhos evidenciaram que o crescimento dos
transportes urbanos carros e trens que cortam as cidades tecircm efeito sobre o
aumento do ruiacutedo urbano com consequecircncias para a sauacutede de forma geral e podem
prejudicar o ensino e a aprendizagem
Por outro lado a poluiccedilatildeo sonora pode ser estudada de forma criacutetica se
abordada com aspectos da Educaccedilatildeo Ambiental O som faz parte do cotidiano da
vida e em muitos momentos os excessos natildeo satildeo percebidos
Em relaccedilatildeo ao uso do Aparelho Celular foram identificados sete estudos e
ficou evidente que esta tecnologia de faacutecil acesso jaacute estaacute inserida na escola Os
trabalhos indicaram tambeacutem que os Aparelhos Celulares impactaram a
aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo no envolvimento deles
em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de opiniatildeo sobre a escola e os estudos
Os projetos que utilizam Aparelhos Celulares como apoio ao Ensino e a
Aprendizagem sendo dois no Brasil um no Chile e outro no Uruguai tem como
objetivo auxiliar na formaccedilatildeo de professores e dos estudantes do Ensino
63
Fundamental e Meacutedio Embora os Aparelhos Celulares estejam nas matildeos dos
professores e de estudantes ainda satildeo poucas as iniciativas com projetos na aacuterea
de ensino No entanto natildeo haacute nenhuma relaccedilatildeo com a poluiccedilatildeo sonora ou ruiacutedos
oriundos dos fones auriculares quando utilizados para ouvir muacutesica o que corrobora
a necessidade de estudos como o proposto nesta dissertaccedilatildeo
No Banco de dissertaccedilotildees e Teses da Capes foram localizadas apenas quatro
pesquisas sobre poluiccedilatildeo sonora relacionadas a aacuterea educacional Isso corrobora
com a necessidade de mais estudos na aacuterea
Na proacutexima seccedilatildeo discuto o aporte teoacuterico a partir de trecircs premissas
fundamentais para o desenvolvimento desta pesquisa alteraccedilotildees no conceito de
cultura e identidade que emergem na sociedade contemporacircnea As alteraccedilotildees no
significado de som ruiacutedo e poluiccedilatildeo sonora e partir de mudanccedilas na percepccedilatildeo da
relaccedilatildeo espaccedilo-temporal na sociedade contemporacircnea As tecnologias de faacutecil
acesso como a do Aparelho Celular e do uso de fones auriculares modificando o
ambiente escolar e as percepccedilotildees de pertencimento ao grupo
64
3 PERSPECTIVAS CULTURAIS E AS ALTERACcedilOtildeES NAS PERCEPCcedilOtildeES
ESPACcedilO-TEMPORAIS SOBRE SOM E RUIacuteDO
Esta dissertaccedilatildeo foi proposta a partir de trecircs premissas a saber
Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos
indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade
moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo
espaccedilo-temporal
Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o meio
a partir de uma outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal
modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e
seus impactos na sauacutede
O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si
modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante
sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo
Nesta seccedilatildeo busco em alguns pensadores explicaccedilotildees sobre as mudanccedilas
que ocorreram na sociedade contemporacircnea e que datildeo aporte a tais premissas
Para desenvolvecirc-la teoricamente revejo o conceito de Cultura abordado por Hall
(2007) e as discussotildees que este autor desenvolve sobre a noccedilatildeo de significado a
partir da ideia de Circuito Cultural essas discussotildees satildeo realizadas na primeira
parte intitulada ldquoCulturas e Identidades na poacutes-modernidaderdquo
A partir disso abordo o conceito de Interaccedilatildeo Social e a modificaccedilatildeo
transformaccedilatildeo do ambiente discutido por Vygotsky (2007) e as mudanccedilas nas
formas de interaccedilatildeo social geradas pelos novos meios de comunicaccedilatildeo Thompson
(2011) a seccedilatildeo centra-se no argumento de que o Aparelho Celular modifica as
interaccedilotildees sociais especialmente no Ambiente Escolar Para tanto abordo
pressupostos teoacutericos da cultura contemporacircnea e suas especificidades para o
ambiente escolar Este ambiente entendido como territoacuterio de disputa de identidades
(HALL 2011) nas quais os estudantes produzem reproduzem e modificam a
sociedade em que vivem e a relaccedilatildeo que tecircm com os meios de comunicaccedilatildeo de faacutecil
acesso (especialmente o Aparelho Celular) permitindo outras possibilidades de
65
inserccedilatildeo no grupo facilitando o sentimento de pertencimento a ele pois Thompson
(2011) sugere que ldquoAo alterar a compreensatildeo do lugar e do passado o
desenvolvimento dos meios de comunicaccedilatildeo modificou o sentido de pertencimento
dos indiviacuteduos isto eacute a compreensatildeo dos grupos e das comunidades a que eles
sentem pertencerrdquo (p 61 62)
Essas discussotildees satildeo realizadas na segunda parte intitulada ldquoInteraccedilotildees
sociais Tecnologia e o Ambiente Escolarrdquo Ainda fundamentado em Thompson
(2011) discuto o impacto dos meios de transportes nas culturas nas identidades e
na forma como percebemos e interagimos em sociedade A discussatildeo sobre a
percepccedilatildeo estaacute centrada nos aspectos do significado de som ruiacutedo e poluiccedilatildeo
sonora produzidos pelos meios de transporte e seus impactos agrave sauacutede humana
Essas discussotildees satildeo realizadas na terceira parte intitulada ldquoNiacuteveis de Pressatildeo
Sonora nas ruas do entorno do Coleacutegiordquo
31 CULTURAS E IDENTIDADES NA POacuteS-MODERNIDADE
A ideacuteia de cultura eacute usada para descrever um modo de vida e suas formas de
pensar sentir e atuar que satildeo assimiladas por grupos humanos Estas accedilotildees
relativas ao comportamento satildeo determinadas pela cultura estabelecida no contexto
em que esses humanos estatildeo inseridos Hall (2007) explica a grande expansatildeo do
conceito de cultura e o que estaacute associado a ele constituindo todos os aspectos da
vida social
Os seres humanos satildeo seres interpretativos instituidores de sentido A accedilatildeo social eacute significativa tanto para aqueles que a praticam quanto para os que a observam natildeo em si mesma mas em razatildeo dos muitos e variados sistemas de significado que os seres humanos utilizam para definir o que significam as coisas e para codificar organizar e regular sua conduta uns em relaccedilatildeo aos outros (HALL 2007 p15)
Para Hall (2011) a cultura de alguma forma sempre foi relevante mas natildeo
estava no centro dos debates As ciecircncias humanas jaacute promoviam isoladamente o
estudo das diversas linguagens a literaacuteria artiacutestica filosoacutefica religiosa etc mas foi
66
soacute na contemporaneidade eacute que ela passou a ser compreendida como instituidora
de sentido e portanto dos sistemas de significados que regulam nossas accedilotildees e
que compotildeem a ldquonossardquo cultura A partir dessa compreensatildeo a cultura tornou-se
central nas discussotildees
Para autores que coadunam com as perspectivas dos Estudos Culturais como
T S Eliot (1962) apud Nascimento (2009) o conceito de cultura
ldquotem diferentes associaccedilotildees se tiveacutessemos em mente o desenvolvimento de um sujeito de um grupo ou de uma sociedade no seu todo Eacute parte de sua tese que a cultura de um sujeito depende da cultura de um grupo que depende da cultura da sociedade a qual pertencemrdquo (p14-15)
Para Hall (2011) cultura se refere ao que eacute constitutivo nas experiecircncias de
vida das pessoas das comunidades dos paiacuteses ou dos grupos sociais Em
contrapartida tambeacutem se refere aos valores compartilhados por um grupo ou pela
sociedade
A cultura eacute sobre sentimentos apegos e emoccedilotildees bem como conceitos e ideias A minha expressatildeo facial lsquodiz algorsquo sobre quem eu sou (identidade) o que estou sentindo (emoccedilotildees) e qual grupo eu pertenccedilo (apegos) de forma que pode ser lsquolidarsquo e entendida por outras pessoas mesmo que eu deliberadamente natildeo pretendesse comunicar algo formalmente lsquouma mensagemrsquo e mesmo que uma outra pessoa natildeo se decirc conta de como entendeu o que eu estava lsquodizendorsquo Acima de tudo os significados culturais natildeo estatildeo somente lsquona cabeccedilarsquo Eles organizam e regulam as praacuteticas sociais influenciam nossa conduta e consequentemente tecircm efeitos reais e praacuteticos (HALL 2007 p2-3 traduccedilatildeo nossa)
O autor enfatiza ldquoo papel crucial do domiacutenio simboacutelico no coraccedilatildeo da vida
socialrdquo (HALL 2007 p3) e considera que os participantes de um grupo ou
sociedade constituem uma cultura por meio da produccedilatildeo e troca de significados Os
participantes de uma cultura interpretam significam o que vai ocorrendo ao seu
redor dando sentido as coisas ao mundo e constituindo a cultura por isso a cultura
depende de cada um de seus participantes
Em relaccedilatildeo agrave noccedilatildeo de significado Hall (2011) a aborda a partir da ideacuteia de
ldquocircuito culturalrdquo (p3) que sugere os significados satildeo constituiacutedos em muitos e
diferentes locais e circulam por meio de inuacutemeros processos ou praacuteticas A partir
dessa noccedilatildeo o autor discute quatro perspectivas
67
Na perspectiva de Woodward (1997) apud Hall (2011) o significado eacute o que daacute
sentido a nossa proacutepria identidade a quem somos e com quem temos diferentes
pertencimentos Por isso estaacute relacionado a questotildees de como a cultura eacute utilizada
para marcar e manter a identidade dentro de um grupo e para estabelecer
diferenccedilas entre grupos
Du Gay (1997) apud Hall (2011) sugere que o significado estaacute
constantemente sendo produzido e trocado em todas as interaccedilotildees pessoais e
sociais da qual tomamos parte Nesse sentido essas interaccedilotildees podem ser vistas
como os espaccedilos - de cultura e produccedilatildeo de significados - mais privilegiados embora
tambeacutem sejam os mais negligenciados A cultura tambeacutem eacute produzida em diferentes
meios com tecnologias complexas poreacutem de faacutecil acesso por meio deles os
significados atingem uma escala de comunicaccedilatildeo global que circulam entre
diferentes culturas em uma velocidade jamais vistas anteriormente
Para Mackay (1997) apud Hall (2011) os significados satildeo produzidos toda vez
que nos expressamos usamos consumimos ou nos apropriamos de objetos
culturais isto eacute quando os incorporamos de diferentes formas em nossos rituais e
praacuteticas da vida cotidiana e desta forma damos valores ou significados Ou quando
criamos narrativas estoacuterias e fantasias ao redor deles
Para Thompson (1997) apud Hall (2011) os significados regulam e organizam
nossas praacuteticas e condutas e essas contribuem para estabelecer as regras normas
e convenccedilotildees pelas quais a vida social eacute ordenada e governada Portanto praacuteticas e
condutas estruturam e modelam as ideias dos outros e tornam-se instrumento para
aqueles que anseiam governar e regular os outros
A partir dos vaacuterios autores Hall (2011) constroacutei o conceito de significado
sugerindo que ele eacute constituiacutedo em todos os diferentes momentos ou praacuteticas em
nosso circuito de cultura ndash na construccedilatildeo da identidade e na marcaccedilatildeo da diferenccedila
na produccedilatildeo e consumo assim como na regulaccedilatildeo da conduta social Em todas
essas instacircncias o principal meio pelo qual o significado eacute produzido e circula eacute a
Linguagem
De acordo com Hall (2011 p1)
[] A cultura trata de lsquosignificados compartilhadosrsquo A linguagem eacute o meio privilegiado pelo qual lsquodamos sentidorsquo as coisas em que os significados satildeo produzidos e trocados Significados soacute podem ser compartilhados por meio de nosso acesso comum agrave linguagem Entatildeo a linguagem eacute o ponto fulcral da constituiccedilatildeo dos significados e da cultura e sempre seraacute considerada
68
como o principal repositoacuterio de valores culturais e significados (traduccedilatildeo nossa)
Observando o conceito de cultura e nele as noccedilotildees de significado a partir da
ideacuteia de ldquocircuito culturalrdquo (p3) eacute possiacutevel relacionaacute-los ao meu estudo dissertativo
entendendo que os estudantes se identificam com os Aparelhos Celulares como
forma de dependecircncia e pertencimento ao grupo e este grupo por sua vez
depende da cultura de consumo veiculado nas mensagens difundida por meios
teacutecnicos de comunicaccedilatildeo para a sociedade Thompson (2011) alerta para o uso
inadequado da expressatildeo ldquocomunicaccedilatildeo em massardquo sugerindo alternativamente os
termos ldquodifusatildeo de meios teacutecnicos de comunicaccedilatildeordquo como substitutos para que se
evitem simplificaccedilotildees que sugerem que os indiviacuteduos sejam vistos como ldquoum vasto
mar de passivos e indiferenciados indiviacuteduosrdquo (p51)
A partir de Thompson e Mackay apud Hall (2011) os significados tambeacutem satildeo
produzidos pela apropriaccedilatildeo de objetos em nosso caso o Aparelho Celular e o fone
auricular Os significados tambeacutem regulam praacuteticas e condutas e estabelecem
normas pelas quais a vida social eacute ordenada e governada nesse sentido o uso do
fone auricular e do Aparelho Celular satildeo praacuteticas de conduta que modelam as ideias
tornando-se instrumentos de governabilidade e regulaccedilatildeo do grupo e entre os
integrantes do grupo ou seja ter o objeto e saber usar ou aprender com os pares
cria o significado de pertencimento e de participaccedilatildeo no grupo Reitero assim a
primeira premissa deste estudo
Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos
indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade
moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo
espaccedilo-temporal
Os fundamentos teoacutericos apresentados anteriormente me permitiram refletir
sobre as mudanccedilas na sociedade contemporacircnea com reflexos no processo
identitaacuterio dos estudantes especialmente relacionados a cultura escolar a partir da
ideia da inserccedilatildeo dos Aparelhos Celulares na escola e na constituiccedilatildeo de outros
modelos simboacutelicos de estudante Isso reitera a terceira premissa deste estudo
A seguir abordarei as mudanccedilas que ocorreram na intensidade sonora no
entorno da escola a partir do aumento da quantidade de veiacuteculos e trens com as
consequecircncias dessas mudanccedilas no cotidiano da comunidade escolar
69
32 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA NAS RUAS DO ENTORNO DO COLEacuteGIO
No seacuteculo XIX os humanos inventaram a maacutequina a vapor os veiacuteculos com
motor de explosatildeo (carro caminhatildeo e motocicletas entre outros) O
desenvolvimento desses novos meios de transporte afetou as maneiras pelas quais
os indiviacuteduos experimentam as caracteriacutesticas de espaccedilo e de tempo da vida social
(THOMPSON 2011 p 60)
Cidades como Curitiba natildeo ficaram alheias a essas afetaccedilotildees que impuseram
agrave vida social uma nova percepccedilatildeo de espaccedilo e tempo oriunda das mudanccedilas
tecnoloacutegicas que trouxeram mais velocidade aos meios de transporte tornando-se
cruciais para diminuiccedilatildeo do tempo entre espaccedilos percorridos Em outras palavras a
velocidade do transporte e da comunicaccedilatildeo aumentou e consequentemente a
distacircncia pareceu diminuir Mas o que ocorreu com a poluiccedilatildeo sonora nas ruas do
entorno do Coleacutegio nomeadamente na Avenida Afonso Camargo no qual se localiza
o CEPMAT
Curitiba eacute uma cidade paradoxal ao mesmo tempo em que foi ldquovendidordquo um
conceito de cidade Ecoloacutegica com planejamento urbano eficaz (MENDONCcedilA 2002)
ocultou-se a discussatildeo sobre poluiccedilatildeo sonora evitando que a percepccedilatildeo desses
problemas arranhasse a imagem europeia da cidade
Ateacute a miacutedia natildeo especializada reconhece que nas ruas de Curitiba haacute um
excesso de carros ocircnibus caminhotildees que tornam a cidade barulhenta (LOPES
2008) e mesmo em aacutereas arborizadas como as do Jardim Botacircnico medem-se
decibeacuteis acima dos recomendados por normas teacutecnicas (BRASIL 1998) Ribas
(2007) identificou que a principal fonte de ruiacutedos eacute o veiacuteculo campeatildeo de
reclamaccedilotildees por parte da populaccedilatildeo Entre as reclamaccedilotildees sobre poluiccedilatildeo sonora
que ocorreram durante o horaacuterio comercial 70 delas referem-se ao ruiacutedo de meios
de transporte Em Curitiba haacute cerca de 460 automoacuteveis para cada grupo de mil
pessoas a maior proporccedilatildeo carro pessoa no Brasil Alem dos carros haacute tambeacutem
trens motociclistas sirenes alarmes etc Nessa pesquisa mediu os niacuteveis de
pressatildeo sonora (decibeacuteis) em 100 pontos ao longo das canaletas de ocircnibus
70
expresso em diversas regiotildees da cidade Desses 86 tiveram intensidade sonora
superior aos permitido pela lei Municipal 1062512
Art 5ordm A emissatildeo de sons e ruiacutedos por quaisquer atividades industriais comerciais prestadoras de serviccedilos religiosas sociais recreativas e de carga e descarga natildeo podem exceder os niacuteveis de pressatildeo sonora contidos no Anexo I que faz parte integrante desta lei sect 3ordm - Quando a propriedade que sofre o incocircmodo tratar-se de escola creche biblioteca puacuteblica hospital ambulatoacuterio casa de sauacutede ou similar com leitos para internamento hotel ou similar devem ser atendidos os limites estabelecidos para ZR-1 independentemente da zona de uso e deve ser observado o raio de 20000m (duzentos metros) de distacircncia definida como zona de silecircncio (CURITIBA 2002)
O anexo I da mesma lei e mencionado na citaccedilatildeo estabelece niacuteveis de
pressatildeo sonora maacuteximos permitidos que foram resumidos no quadro 10
Diurno Vespertino Noturno
Entre 07h01min e 19h00 Entre 19h01min e 22h00 Entre 22h01min e 07h00
ZR-1 55 50 45
ZE-E 60 55 50
ZR-1 = Zona Residencial 1 e ZE-E = Zona Especial Educacional
QUADRO 10 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA EM (NPS) PERMITIDOS EM AacuteREAS RESIDENCIAIS E ESCOLARES FONTE O AUTOR (2014) ADAPTADO DO ANEXO I DA LEI ORDINAacuteRIA MUNICIPAL 10625 (CURITIBA 2002)
A intensidade sonora alta eacute uma inimiga invisiacutevel pois nem sempre se
percebe o barulho intenso que pode causar estresse insocircnia problemas de audiccedilatildeo
e ateacute outros problemas de sauacutede Esses problemas satildeo maiores nas grandes
cidades e de acordo com Ribas (2007) a poluiccedilatildeo sonora eacute um dos maiores
problemas para sauacutede humana
A audiccedilatildeo humana eacute capaz de tolerar ruiacutedos ateacute o limite de 85 decibeacuteis por
um periacuteodo de ateacute oito horas Sons acima deste limite podem prejudicar ou ateacute
causar perda auditiva dependendo do tempo de exposiccedilatildeo Acima de 85 decibeacuteis
ocorre desconforto auditivo irritabilidade cansaccedilo e perda de atenccedilatildeo no entanto
esses problemas dificilmente satildeo associados ao ruiacutedo O aumento de 5 decibeacuteis
reduz pela metade o tempo recomendado para a exposiccedilatildeo inicial ao ruiacutedo
Ribas (2007) notou que a poluiccedilatildeo sonora eacute um incomodo para as pessoas
no entanto a reaccedilatildeo estaacute aqueacutem do que o problema exige As pessoas identificam o
12 Lembrando que o texto da Lei 106252002 encontra-se no Anexo I desta dissertaccedilatildeo
71
ruiacutedo como algo negativo porem natildeo esboccedilam reaccedilotildees A reaccedilatildeo mais comum eacute a
instalaccedilatildeo de janelas que absorvem o ruiacutedo Para a autora as pessoas raramente
reclamam pois natildeo sabem para quem reclamar
De acordo com a autora a Avenida Affonso Camargo onde se situa o
CEPMAT eacute uma das mais barulhentas da cidade ali as mediccedilotildees indicaram niacuteveis
de 90 decibeacuteis
Enfim tanto Ribas (2007) como Gasperin (2011) mostrou que os ruiacutedos
provocados pelos trens estatildeo acima do limite estabelecido pela legislaccedilatildeo mas o
grupo pesquisado por Gasperin o interpretou com uma perpectiva bucoacutelica de boas
lembranccedilas e natildeo o perceberam como incocircmodo embora o ruiacutedo dos automoacuteveis foi
compreendido como estressante
Neste item abordei aspectos culturais da sociedade Curitibana
contemporacircnea e urbana que convive com altos niacuteveis de pressatildeo sonora bastante
prejudicial agrave sauacutede mental auditiva e fiacutesica de forma geral mas que nem sempre
consegue perceber que estaacute exposta a esses niacuteveis de ruiacutedos por consideraacute-los
parte inerente da cultura e da vida citadina e por consequecircncia natildeo se protege e
pouco reclama isso reitera a segunda premissa deste estudo
Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o meio
a partir de uma outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal
modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e
seus impactos na sauacutede
O CEPMAT e a comunidade escolar estatildeo inseridos neste contexto portanto
entender aspectos da cultura escolar dos estudantes imersos nesse ambiente
ruidoso eacute essencial A seguir abordarei as mudanccedilas que ocorreram na intensidade
sonora no entorno da escola a partir do aumento da quantidade de veiacuteculos e trens
com as consequecircncias dessas mudanccedilas no cotidiano da comunidade escolar
33 INTERACcedilOtildeES SOCIAIS TECNOLOGIA E O AMBIENTE ESCOLAR
Eacute pela interaccedilatildeo social nas atividades que os indiviacuteduos compartilham coacutedigos
- tecnologias - aprendizagens rituais inovaccedilatildeo Vigostky (2007) analisou a interaccedilatildeo
72
entre humanos e ambiente a partir dos registros que os indiviacuteduos fazem neste
mundo (linguagem) estes registros satildeo ao mesmo tempo materiais culturais e
sociais Assim os indiviacuteduos se inserem no ambiente e a partir desta inserccedilatildeo satildeo
constituiacutedos como humanos E ao mesmo tempo em que se apropriam da cultura jaacute
acumulada pelas geraccedilotildees anteriores atuam sobre o mundo relacionando-se com
ele modificando-o e transformando-o de forma ativa
Ainda segundo Vygotsky (2007) a linguagem eacute o meio pelo qual a reflexatildeo e
a elaboraccedilatildeo da experiecircncia ocorrem Esse eacute um processo extremamente pessoal e
ao mesmo tempo profundamente social Ele compara a relaccedilatildeo entre o indiviacuteduo e a
sociedade com um rio e seus afluentes combinando e separando os diferentes
elementos da vida humana com significados No iniacutecio o significado domina a accedilatildeo
posteriormente se inverte o significado torna-se o numerador enquanto a accedilatildeo
ocupa o lugar de denominador Os humanos satildeo capazes de fazer mais do que
podem compreender Noacutes natildeo nos comportamos de forma totalmente simboacutelica no
brinquedo o que queremos eacute realizar nossos desejos e ao pensar ele agimos
Nesta dissertaccedilatildeo a interaccedilatildeo aparece na forma de praacuteticas culturais que
congregam diferentes instacircncias tais como consumo representaccedilatildeo identidade
determinando modelos simboacutelicos e processos de significaccedilatildeo da sociedade
Para Nascimento (2009) a vida sociocultural permite agregaccedilotildees as pessoas
natildeo vivem soacutes mas em grupos Nos diversos modelos de sociedade percebem-se
diferentes tipos de ajuntamento de pessoas estas nascem estudam trabalham
divertem-se e envelhecem em organizaccedilotildees para aleacutem das organizaccedilotildees familiares
Os diferentes grupos ou agregados constituem a sociedade que desenvolve
maneiras de socializaccedilatildeo com regras objetivos direitos e obrigaccedilotildees e satildeo
reconhecidas como culturas
Ainda para este autor as miacutedias de comunicaccedilatildeo admitem um novo ambiente
social que permite interaccedilatildeo e propicia tambeacutem espaccedilos para rupturas e
resistecircncias
Para Thompson (2011) se quisermos entender as transformaccedilotildees culturais
associadas ao surgimento das sociedades modernas deveriacuteamos reservar um papel
importante ao desenvolvimento da miacutedia e ao seu impacto Com advento das miacutedias
de comunicaccedilatildeo as atividades culturais adentraram tambeacutem aos ambientes virtuais
e as transformaccedilotildees decorrentes acabaram excedendo as interaccedilotildees sociais face a
face As tecnologias de interaccedilatildeo social desenvolvidas nas sociedades
73
contemporacircneas permitem interaccedilatildeo de forma globalizada agraves particularidades de
uma pessoa ou de um grupo passam ser mateacuteria de conhecimento mais amplo e
por meio da propagaccedilatildeo e exposiccedilatildeo
Para Hall (2011) as velhas identidades que por tanto tempo estabilizaram o
mundo social estatildeo em decliacutenio fazendo surgir novas identidades que
fragmentaram o indiviacuteduo da modernidade Tais transformaccedilotildees abalam agrave ideia que
temos de ser noacutes mesmos como sujeitos integrados ldquoa identidade somente se torna
uma questatildeo quando estaacute em criserdquo (p9)
O processo de desenvolvimento social que na maioria das vezes eacute carente
de reflexatildeo criacutetica estaacute subordinado a uma macroestrutura do consumismo ditada
pela miacutedia (escrita ou televisionada) que impotildee produtos e tecnologias com
concepccedilotildees impostas por uma cultura que se pretende homogeneizante dominante
O Aparelho Celular eacute uma tecnologia de faacutecil acesso que influencia e eacute
influenciada pelos grupos transformando muitas das praacuteticas sociais existentes e
com isso transformando tambeacutem a cultura Ele aumentou significativamente as
interaccedilotildees entre membros de uma mesma comunidade ou ateacute com outras
comunidades uma vez que essas interaccedilotildees ocorrem a todo o momento No
entanto os novos niacuteveis de interaccedilatildeo soacute se tornam possiacuteveis se os indiviacuteduos
compreenderem e usarem essa tecnologia Isso desafia as pessoas e
consequentemente modifica sua forma de interaccedilatildeo social sua cultura e sua
identidade
Seja em casa na rua nas praccedilas puacuteblicas ou na sala de aula as mudanccedilas
identitaacuterias que ocorreram pela posse e uso das Tecnologias de Informaccedilatildeo e
Comunicaccedilatildeo satildeo perceptiacuteveis O Aparelho Celular eacute uma dessas tecnologias e
cada vez apresenta-se com mais funccedilotildees torna-se mais acessiacutevel e seu uso eacute
ensinado aprendido pelos pares imprimindo novos ritmos e outros coacutedigos ao
cotidiano As pessoas compartilham momentos com fotos jogos muacutesicas
mensagens etc
No ambiente escolar da mesma forma que em outros ambientes os
Aparelhos Celulares imprimem novos ritmos ao dia-a-dia dos estudantes e dos
professores Esses aparelhos ajudam a estabelecer novos coacutedigos de comunicaccedilatildeo
verbal ou natildeo Por exemplo um jogo a internet e principalmente as muacutesicas em
formato mp3 que podem ser acessadas com essa tecnologia funcionando como
coacutedigos porque permitem interaccedilatildeo entre estudantes uma vez que os mesmos
74
podem selecionar e criar seus proacuteprios aacutelbuns com o que mais lhes agrada Possuir
um Celular e trazecirc-lo para a escola usar o fone auricular saber utilizar as
capacidades dessa tecnologia podem ser compreendidos como coacutedigos pois
estabelecem significados como o de pertencimento natildeo pertencimento ao grupo e
que governa e regula o grupo
Esses significados estabelecem uma nova identidade cultural para os
estudantes no ambiente escolar e por consequecircncia promovem transformaccedilotildees nos
modos de organizaccedilatildeo da sala de aula Thompson (2011 p 61-62) sugere que
O desenvolvimento dos meios de comunicaccedilatildeo modificou o sentido de pertencimento dos indiviacuteduos ndash isto eacute a compreensatildeo dos grupos e das comunidades a que eles sentem pertencer - uma trajetoacuteria comum no tempo e no espaccedilo ndash alimentado dos produtos da miacutedia ndash uma origem e um destino comuns que tambeacutem vai sendo alterada sentimo-nos pertencentes a grupos e comunidades que se constituem em parte atraveacutes da miacutedia
As ideias de Bauman apresentadas por Pondeacute (2008) corroboram com as de
Thompson (2011) no que tange as mudanccedilas nos modelos de comunicaccedilatildeo a partir
do desenvolvimento das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Ao explicar o
conceito de modernidade liacutequida em Bauman (2008) Pondeacute repete a metaacutefora do
filoacutesofo Ralph Waldo Emerson na qual
estamos atravessando um deserto natildeo adianta achar que estamos na primavera porque todas as flores satildeo de plaacutestico significa que vamos sofrer bastante nessa travessia na eacutepoca que a gente vive a gente vive como se noacutes correcircssemos sobre uma fina casca de gelo se vocecirc parar ela racha quando ela rachar vocecirc se afoga e Bauman retoma dizendo ldquonoacutes estamos atravessando o inverno e a casca eacute fina se vocecirc andar devagar o chatildeo racha e entatildeo vocecirc morre isto eacute aleacutem de ser inverno natildeo ter uma ideia clara sobre a vida vocecirc tem que correr sem saber qual a direccedilatildeordquo (transcrito a partir de PONDEacute 2011)
Nesse sentido o ambiente escolar eacute um dos espaccedilos da Modernidade
Liacutequida (ou Poacutes-Modernidade) de Bauman (2008) e pode ser interpretado a partir da
mesma metaacutefora que sugere que natildeo sabemos qual caminho seguir e nem mesmo
sabemos se haacute um uacutenico caminho possiacutevel Assim perceber as mudanccedilas que
ocorreram nesse espaccedilo e a forma com a qual os estudantes interagem com ela nos
permite perceber e procurar compreender as novas linguagens produzidas
[culturalmente] na contemporaneidade
75
Na linguagem noacutes usamos sinais e siacutembolos sons palavras escritas
imagens produzidas eletronicamente notas musicais ateacute mesmo objetos como
forma de representar para outras pessoas nossos conceitos ideias e sentimentos
que constituem nossa cultura (HALL 2011)
As novas linguagens produzem diferentes identidades nesses estudantes
que ao mesmo tempo em que estatildeo conectados aos Aparelhos Celulares vivem
tambeacutem em um mundo transformado ruidoso agitado multifuncional tudo isso
ajuda a constituir essas novas identidades estudantis e portanto compreender
essas mudanccedilas nos ajuda a identificar caminhos possiacuteveis para a escola e a sala
de aula da sociedade contemporacircnea
Assim compreender os significados da presenccedila e uso do Aparelho Celular
na escola eacute compreender essa nova linguagem pois como vimos nesta seccedilatildeo o
Celular pode ser entendido como um signo um objeto de desejo que opera no
sistema representacional da nossa cultura Ele constroacutei significados modifica o
sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modela praacuteticas de conduta
ideias e eacute usado inclusive como instrumento de governabilidade e regulaccedilatildeo interna
do grupo O Aparelho Celular opera portanto como um modelo simboacutelico que cria
um novo ambiente social Em resumo ao relacionar ambiente escolar Tecnologias
da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e as mudanccedilas na cultura escolar constituiacuteram-se
novas tessituras para entender a escola contemporacircnea ou da modernidade liacutequida
para usar o termo de Bauman (2008)
Os fundamentos teoacutericos apresentados anteriormente me permitiram refletir
sobre as mudanccedilas na sociedade contemporacircnea com reflexos no processo
identitaacuterio dos estudantes especialmente relacionados a cultura escolar a partir da
ideia da inserccedilatildeo dos Aparelhos Celulares na escola e na constituiccedilatildeo de outros
modelos simboacutelicos de estudante Isso reitera a terceira premissa deste estudo
O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si
modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante
sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo
76
34 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO
Nesta seccedilatildeo discuti trecircs premissas a partir do aporte teoacuterico filosoacutefico de
pensadores contemporacircneos que discutem alteraccedilotildees no conceito de cultura e
identidade cultural Hall (2007) que descreve cultura como um modo de viver de
sentir de pensar e de atuar que eacute constantemente construiacuteda desconstruiacuteda
reconstruiacuteda de diferentes formas por infinitos agrupamentos humanos
Esta seccedilatildeo discutiu tambeacutem as mudanccedilas ambientais decorrentes do
desenvolvimento dos meios de transporte que trouxeram maior velocidade a vida
social e afetaram as maneiras pelas quais os indiviacuteduos experimentam as
caracteriacutesticas de espaccedilo e de tempo Em contrapartida esse desenvolvimento
trouxe novos impactos ao estilo de vida e a forma com que nos relacionamos com o
ambiente Nossas percepccedilotildees sobre o significado de ruiacutedo e de poluiccedilatildeo sonora
bem como suas consequecircncias para a sauacutede foram afetadas
Outro autor estudado foi Thompson (2011) que discute as transformaccedilotildees
culturais associadas ao surgimento das sociedades contemporacircneas Para ele o
desenvolvimento das miacutedias de comunicaccedilatildeo especialmente a Tecnologia da
Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (Aparelho Celular) teve um papel e um impacto
importante no surgimento dessa sociedade e na forma com que esses aparelhos
afetam as percepccedilotildees de pertencimento ao grupo e a necessidade de consumo
Com advento das miacutedias de comunicaccedilatildeo as atividades culturais adentraram
tambeacutem aos ambientes virtuais e as transformaccedilotildees decorrentes acabaram
excedendo as interaccedilotildees sociais face a face As tecnologias de interaccedilatildeo social
desenvolvidas nas sociedades contemporacircneas permitem interaccedilatildeo de forma
globalizada As particularidades de um individuo ou de um grupo passam ser mateacuteria
de conhecimento mais amplo por meio da propagaccedilatildeo e exposiccedilatildeo Nesse contexto
entendo que o Aparelho Celular uma Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo
estaacute inserido e impacta a cultura escolar pois carrega consigo outras possibilidades
de interaccedilatildeo social e com elas o sentimento de pertencimento ao grupo Assim o
Celular passa a ser considerado um elemento vital para o grupo
Na proacutexima seccedilatildeo abordo a percepccedilatildeo dos estudantes sobre uso do Aparelho
Celular no ambiente escolar
77
4 O USO DO CELULAR E AS PERCEPCcedilOtildeES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA
Com os avanccedilos da Telefonia Moacutevel os estudantes parecem consumir
intensivamente essa Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e estatildeo atentos aos
uacuteltimos lanccedilamentos de Aparelhos Celulares existentes no mercado Para Miranda
(2007) todos esses aparatos tecnoloacutegicos tecircm afetado o modo de estruturar a
educaccedilatildeo escolar e de desenvolver o trabalho docente
Essa revoluccedilatildeo estaacute ocorrendo nas escolas pois observando tive a impressatildeo
de que os Aparelhos Celulares estatildeo nas matildeos de praticamente todos os
estudantes e os reflexos satildeo constatados nas salas de aula na forma de desafios
positivamente se esses Aparelhos Celulares for encarados como uma ferramenta
adicional a ser utilizada no ensino para colaborar com aprendizagem ou
negativamente se forem vistos apenas como empecilhos para o ambiente escolar
Assim justifica-se uma investigaccedilatildeo que avalie os usos do Celular e as percepccedilotildees
dos estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora causada pelo uso de fones auriculares
ligados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica
Nesta seccedilatildeo busco responder a segunda questatildeo de pesquisa proposta na
primeira seccedilatildeo Eacute importante notar que inicio respondendo a segunda questatildeo de
investigaccedilatildeo ao inveacutes de responder a primeira questatildeo relembrando que nesta
dissertaccedilatildeo as questotildees foram produzidas a partir de uma loacutegica do raciociacutenio
necessaacuterio para se obter as informaccedilotildees No entanto para constituiccedilatildeo dos dados
utilizei trecircs instrumentos que seratildeo analisados separadamente assim na seccedilatildeo 4
apresento e analiso o resultado do questionaacuterio respondendo a segunda questatildeo de
investigaccedilatildeo Na seccedilatildeo 5 apresento e analiso o resultado das afericcedilotildees de niacuteveis de
pressatildeo sonora oriundos do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares respondendo a primeira e terceira questotildees de
investigaccedilatildeo Na seccedilatildeo 6 apresento e analiso o ldquoTeste de autoidentificaccedilatildeo de
alguns sintomas de estresserdquo respondendo a quarta questatildeo de investigaccedilatildeo
A segunda questatildeo de investigaccedilatildeo eacute ComoSe os estudantes do Ensino
Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no ambiente escolar
Para responder esta questatildeo de pesquisa me propus a aplicar aos
Estudantes do CEPMAT um questionaacuterio para investigar
78
a) Usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar
b) As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees subsequentes) sobre efeitos da
Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva
c) Relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e regras
do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado
Esta seccedilatildeo descreve e analisa o questionaacuterio realizado para responder a esta
questatildeo e seus trecircs subitens
A seccedilatildeo inicia-se com a apresentaccedilatildeo do questionaacuterio para o levantamento e
sua metodologia de aplicaccedilatildeo em seguida apresento os resultados do levantamento
realizado no terceiro subitem apresento anaacutelises cruzadas das respostas obtidas e
termino identificando os usos do Celular entre os estudantes no ambiente escolar
Minha proposta foi realizar um levantamento no CEPMAT quanto agrave posse de
Aparelhos Celulares entre os estudantes pois todos os dias os mesmos fazem uso
dessa Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (Celular) durante o periacuteodo letivo
Os professores do coleacutegio queixam-se com frequecircncia dos excessos por parte dos
estudantes quanto a este uso e remetem-se ao Regimento Escolar (Artigo 176ordm)
que governa as accedilotildees de toda a escola Ali estaacute determinado que eacute vedado ao
estudante
II- ocupar-se durante o periacuteodo de aula de atividades contraacuterias ao processo pedagoacutegico (hellip) IV- trazer para o estabelecimento de ensino material de natureza estranha ao estudo (hellip) XIII- utilizar-se de aparelhos eletrocircnicos na sala de aula que natildeo esteja vinculado ao processo ensino e aprendizagem (ZANOTTO 2011 p 68 69)
Essas Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo tecircm absorvido a atenccedilatildeo
dos estudantes durante as aulas e muitos professores assim como eu buscam
formas de relacionar tais aparatos com o ensino e a aprendizagem
Para entender melhor o uso que os estudantes fazem dos Aparelhos
Celulares apliquei inicialmente um questionaacuterio inserido no apecircndice I desta
dissertaccedilatildeo com oito itens fechados para 14 turmas do Ensino Meacutedio no CEPMAT
com o intuito de verificar a porcentagem de estudantes que possuem Aparelhos
Celulares Esse questionaacuterio foi aplicado no mecircs de novembro de 2012 nos
79
periacuteodos matutino e noturno para todas as turmas do Ensino Meacutedio durante o seu
horaacuterio de permanecircncia (hora atividade) na escola Os estudantes foram informados
antecipadamente que a participaccedilatildeo deles era completamente opcional e natildeo havia
nenhum viacutenculo com qualquer tipo de avaliaccedilatildeo de aprendizagem ou notas Os
estudantes ou seus responsaacuteveis assinaram o termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) contido no apecircndice 2 desta dissertaccedilatildeo e 240 questionaacuterios
foram respondidos
A seguir discuto as respostas uma a uma para depois analisar alguns dados
de forma integrada e finalmente responder quem tem Celular na escola e para que
usa Os resultados do questionaacuterio seratildeo apresentados na forma de graacuteficos com
porcentagens A primeira pergunta foi ldquoVocecirc possui um Telefone Celularrdquo De
acordo com o graacutefico 1 observamos a porcentagem de estudantes que tem posse de
um Aparelho Celular
GRAacuteFICO 1 - VOCEcirc POSSUI UM TELEFONE CELULAR FONTE COSTA (2014)
As respostas plotadas no graacutefico 1 mostram que a maioria dos estudantes
tem Aparelho Celular Esse dado reitera os achados de Beringuy (2011) segundo a
qual 898 das pessoas com rendimento entre trecircs e cinco salaacuterios miacutenimos tecircm
Celular esse percentual aumentou na populaccedilatildeo de renda baixa o que corresponde
agrave faixa de renda dos estudantes da comunidade escolar do CEPMAT descrito por
Zanotto (2010 p2) apontando que a comunidade escolar do CEPMAT eacute ampla
muitas famiacutelias de classe meacutedia e meacutedio-baixas oriundas das classes trabalhadoras
Beringuy (2011) menciona que 41 das pessoas sem rendimento e as com
rendimento ateacute um salaacuterio miacutenimo tambeacutem possuem Celular Essa autora enfatiza
tambeacutem que aumentou em 1072 no periacuteodo de 2005 a 2011 o nuacutemero de
80
pessoas acima 10 anos com posse de Aparelhos Celulares e ressalto que em todas
as regiotildees do Brasil houve grande aumento do nuacutemero de Aparelhos Celulares para
uso pessoal sendo esta populaccedilatildeo constituiacuteda de estudantes de idade escolar
O segundo item ldquoVocecirc traz o Telefone Celular para a escolardquo buscou
verificar qual a porcentagem de estudantes que levam o Aparelho Celular para o
ambiente escolar
O graacutefico 2 resume as respostas
GRAacuteFICO 2 - VOCEcirc TRAZ O TELEFONE CELULAR PARA A ESCOLA FONTE COSTA (2014)
Para 94 (sempre quase sempre e as vezes) dos estudantes o Celular eacute
levado para a escola como se fizesse parte do material escolar A disseminaccedilatildeo do
uso dos telefones Celulares constitui parte importante do cotidiano dos estudantes
E tem se constituiacutedo como uma espeacutecie de brinquedo nas salas de aula assim eacute
impossiacutevel ignorar que os estudantes satisfazem certas necessidades no brinquedo
Vygotsky (2007) afirma A essecircncia do brinquedo eacute a criaccedilatildeo de uma nova
relaccedilatildeo entre o significado e a percepccedilatildeo visual ou seja entre situaccedilotildees no
pensamento e situaccedilotildees reais Essas relaccedilotildees proporcionam o sentimento de
pertencimento ao grupo ou com o objeto inserido na atividade luacutedica Eacute um
importante indicador do desenvolvimento influenciando sua forma de encarar o
mundo e suas accedilotildees futuras um suporte da brincadeira promovendo uma situaccedilatildeo
de transiccedilatildeo entre a accedilatildeo com objeto concreto e suas accedilotildees de pertencimento ao
grupo com significados
No item trecircs ldquoQuanto tempo vocecirc usa o Telefone Celular ao longo do dia
para qualquer de suas funccedilotildeesrdquo propus faixas de tempo em horas nas quais os
estudantes usam o Celular diariamente
81
O graacutefico 3 resume as respostas dos estudantes a esses itens
GRAacuteFICO 3 - QUANTO TEMPO VOCEcirc USA O TELEFONE CELULAR AO LONGO DO DIA PARA QUALQUER DE SUAS FUNCcedilOtildeES FONTE COSTA (2014)
As respostas mostram que a somatoacuteria de 9 + 15 + 9 + 21
perfazendo um total de 54 de estudantes que passam mais de duas horasdia
usando o Aparelho Celular temos meacutedia de 65 horas por dia incluindo a somatoacuteria
das horas ou seja 2h + 4h + 8h + 12 h isso me permite afirmar que muitas dessas
horas de uso ocorrem durante as aulas Mostra que no CEPMAT esta tecnologia
moacutevel estaacute de alguma forma (para uso didaacutetico ou natildeo) inserida na sala de aula
corroborando com a constataccedilatildeo de Alves (2007) na qual a partir do surgimento do
Celular abriram-se novas possibilidades de conexotildees entre estudantes seja na
escola nas ruas nos shoppings
Nos trecircs primeiros itens desse levantamento foram tabulados dados de
porcentagens quanto agrave posse de Aparelhos Celulares se levam estes Aparelhos
Celulares para o ambiente escolar e a quantidade de horas que passam usando o
mesmo diariamente para qualquer funccedilatildeo disponiacutevel A partir do quarto item analiso
os usos que satildeo feitos do Aparelho Celular durante o periacuteodo das aulas
O item quatro ldquoQuais as funccedilotildees do Telefone Celular vocecirc utilizou na sala
de aula sem relaccedilatildeo com a aprendizagemrdquo investigou o uso do Celular durante o
82
periacuteodo das aulas sem relaccedilatildeo com as atividades escolares e com a aprendizagem
dos conteuacutedos formais
GRAacuteFICO 4 - QUAIS AS FUNCcedilOtildeES DO TELEFONE CELULAR QUE VOCEcirc UTILIZOU NA SALA DE AULA SEM RELACcedilAtildeO COM A APRENDIZAGEM FONTE COSTA (2014)
No graacutefico 4 somando-se 3 + 5 + 6 + 9 + 10 + 17 + 23 + 25
perfaz um total de 98 de estudantes que fazem uso de algumas funccedilotildees do Celular
durante o horaacuterio de aula o que confirma minha percepccedilatildeo inicial que os estudantes
usam o Celular indiscriminadamente 23 + 25 perfaz um total de 48 dos
estudantes pesquisados responderam que usam o Celular para ouvir muacutesica e
tambeacutem para enviar e receber mensagens funccedilotildees que segundo eles proacuteprios natildeo
tecircm qualquer relaccedilatildeo com as atividades de aprendizagem em sala de aula
De acordo com as respostas 25 dos estudantes utilizam o Celular para ouvir
muacutesica durante o periacuteodo das aulas Esses aparatos tecnoloacutegicos tiveram uma
grande evoluccedilatildeo desde sua origem que era apenas comunicaccedilatildeo via raacutedio e passou
reunir diversas funccedilotildees tecnoloacutegicas como cacircmera fotograacutefica filmadora viva-voz
agenda gravador de voz MP3 player comunicaccedilatildeo wireless entre outras A maioria
das demais funccedilotildees eacute pouco usada no ambiente escolar
83
Este resultado responde parte da questatildeo de investigaccedilatildeo 1 relacionada a
intensidade de ruiacutedo dB(A) que os estudantes estatildeo expostos ao ouvir muacutesica
Bastos Mattos (2007b) estudaram aparelhos de som portaacuteteis (MP3 MP4 Ipod
walkman etc) frequentemente manuseados e utilizados na sala de aula e
perceberam que os estudantes costumam expor sua audiccedilatildeo a alta intensidade
sonora sem consciecircncia dos malefiacutecios que isso pode causar a audiccedilatildeo (p2)
Anaacutelises similares seratildeo feitas por mim na proacutexima seccedilatildeo
O uso de Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica e os excessos de ruiacutedos tecircm
trazido prejuiacutezos aos estudantes e mesmo estudos natildeo cientiacuteficos como o de
Jordatildeo (2009) considera que muitos aparelhos satildeo desenvolvidos para apreender
muacutesicas em arquivos do tipo MP3 contendo funccedilotildees de som com alta definiccedilatildeo alto
falante e tambeacutem aplicativos que permitem a criaccedilatildeo de uma verdadeira biblioteca
musical digital ou ainda que identifiquem a muacutesica que estiver tocando no ambiente
entre tantos outros
A contestaccedilatildeo de Jordatildeo (2009) sobre funccedilotildees disponiacuteveis no Aparelho
Celular me levou a estabelecer o item cinco ldquoNa sala de aula vocecirc alguma vez jaacute
utilizou o Telefone Celular para ajudar na sua aprendizagemrdquo que pesquisou
quais dessas funccedilotildees satildeo utilizadas no ambiente escolar para auxiliar na
aprendizagem
GRAacuteFICO 5 - NA SALA DE AULA VOCEcirc ALGUMA VEZ JAacute UTILIZOU O TELEFONE CELULAR PARA AJUDAR NA SUA APRENDIZAGEM FONTE COSTA (2014)
Os resultados plotados no graacutefico 5 mostram que na soma de 56 + 11 +
3 resulta em 70 dos estudantes utilizam alguma funccedilatildeo do Aparelho Celular para
84
auxiliar na aprendizagem A mais usada (56) eacute a funccedilatildeo calculadora o que me
permite concluir que o uso didaacutetico do Celular estaacute reduzido a poucas disciplinas
Alves (2007) lista algumas ferramentas comuns nos Aparelhos Celulares
entre elas os sistemas de posicionamento as mensagens de texto de voz as
funccedilotildees multimiacutedia (fotos e filmes) acesso agrave Internet (e-mails facebook e whatsapp
e outros) download de sons e imagens acesso a contas bancaacuterias jogos bate-
papo dentre outras (p 2) Boa parte dessas funccedilotildees pode ser usada didaticamente
se bem planejadas mas as respostas me permitem concluir que isso ocorre pouco
nas salas de aula
Com o item seis ldquoQuanto vocecirc gasta em meacutedia em creacuteditos por mecircsrdquo
pesquisei os gastos mensais com a conta do Aparelho Celular com a intenccedilatildeo de
elaborar anaacutelises relativas ao consumo
GRAacuteFICO 6 - QUANTO VOCEcirc GASTA EM MEacuteDIA EM CREacuteDITOS POR MEcircS FONTE COSTA (2014)
De acordo com as respostas dadas somando-se 49 + 9 + 11
perfazendo um total de 69 dos estudantes tem gastos acima de R$ 1300 mensais
que eacute proacutexima a meacutedia obtida nos estudos de Luiz (2008) referente aos gastos
mensais com contas de Aparelhos Celulares de estudantes de escola puacuteblica (em
meacutedia R$ 2000) pelo fato de natildeo ter fonte de renda fixa Nesse contexto os
Aparelhos Celulares tecircm tido impacto sensiacutevel na vida dos jovens e adolescentes
Luiz (2008) pesquisou ainda os impactos dos gastos com telefone Celular de
jovens no orccedilamento familiar pois esses satildeo atraiacutedos para o consumo na busca por
uma relaccedilatildeo de pertencimento com o grupo (HALL 2007) e (VYGOTISKY 2007) a
pesquisa demonstrou que com o desenvolvimento dos Aparelhos Celulares outros
85
produtos tambeacutem satildeo apresentados aos consumidores tornando-se rapidamente
parte do seu dia a dia assim o puacuteblico alvo principal de todas essas inovaccedilotildees
tecnoloacutegicas satildeo consumidores representados por famiacutelias compostas por crianccedilas e
adolescentes
DrsquoAmorin (2012) em um artigo de opiniatildeo discute dependecircncia e viacutecio em
relaccedilatildeo ao Aparelho Celular e sugere que o ser humano tem uma grande
necessidade de se comunicar por isso tecnologias voltadas agrave comunicaccedilatildeo satildeo
absorvidas mais rapidamente deixando as pessoas dependentes (e natildeo viciadas) a
ela sem que percebam
O item sete ldquoVocecirc sabia que o regimento escolar proiacutebe o uso do
Telefone Celular na sala de aulardquo Pesquisei o conhecimento dos estudantes em
relaccedilatildeo ao Regimento Escolar Para Arco-verde (2007) ldquoo Regimento Escolar eacute que
estrutura define regula e normatiza as accedilotildees do coletivo escolar haja vista ser a
escola um espaccedilo em que as relaccedilotildees sociais com suas especificidades se
concretizamrdquo (p10) Nas escolas estaduais do Paranaacute o Regimento eacute construiacutedo a
partir de uma matriz geral fornecida pela Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Com
ela propotildee-se que a comunidade escolar construa coletivamente as normas e regras
especiacuteficas de cada estabelecimento de ensino Novos membros que adentram a
comunidade escolar podem a qualquer momento acessar o regimento se assim o
desejarem
GRAacuteFICO 7 - VOCEcirc SABIA QUE O REGIMENTO ESCOLAR PROIacuteBE O USO DO TELEFONE CELULAR NA SALA DE AULA FONTE COSTA (2014)
Somando-se os 67 que responderam sim com os 26 que disseram que
natildeo sabiam mas usam assim mesmo e 5 dos que informaram que sabiam mas
86
que usam esporadicamente perfazem um total de 98 dos estudantes disseram ter
ciecircncia da norma estabelecida pelo Regimento Escolar sendo que desses 98
31 admitiram tambeacutem conhecer a norma e resolveram utilizar o Celular no
Ambiente Escolar afrontando-a
Com a pergunta oito ldquoVocecirc jaacute ouviu dizer que o Telefone Celular pode
trazer problemas para audiccedilatildeordquo investiguei se os estudantes tecircm consciecircncia que
a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo intenso diariamente por meio do Aparelho Celular para ouvir
muacutesica pode ser prejudicial agrave audiccedilatildeo
GRAacuteFICO 8 - VOCEcirc JAacute OUVIU DIZER QUE O TELEFONE CELULAR PODE TRAZER PROBLEMAS PARA AUDICcedilAtildeO FONTE COSTA (2014)
Na soma de 45 + 39 + 1 perfaz um total de 85 dos estudantes
responderam que jaacute ouviram dizer que pode ser prejudicial poreacutem desses um
pouco mais da metade disseram ter reduzido o uso (45 do total de respondentes
ou 53 desses 85) mesmo assim tem um grupo de 11 de estudantes que
nunca ouviu falar que usar o Aparelho Celular para ouvir muacutesica nos fones
auriculares pode trazer prejuiacutezos para a audiccedilatildeo
A Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) faz campanha nacional
anualmente no mecircs de outubro alertando sobre os riscos de se ouvir muacutesicas em
volume muito acima do recomendado A campanha eacute dirigida ao puacuteblico jovem A
sociedade em seu siacutetio eletrocircnico alerta que ldquoatualmente eacute faacutecil testemunhar seja
em escolas ou mesmo nas ruas o haacutebito de estudantes ouvirem muacutesica em alta
intensidade nos Aparelhos Celularesrdquo (SBO 2012) Os estudantes satildeo expostos
87
diariamente a ruiacutedos sem perceber o problema para audiccedilatildeo a princiacutepio o prejuiacutezo agrave
audiccedilatildeo eacute reversiacutevel poreacutem o uso constante danifica irreversivelmente a audiccedilatildeo
O relatoacuterio da American Friends of Tel Aviv University (2012) resumiu o
trabalho de Muchnik et al (2011) que pesquisaram 289 jovens com idade entre 13 a
17 anos sobre o volume e a quantidade de horas que costumam ouvir muacutesica no
Aparelho Celular A pesquisa mostrou que 80 dos jovens fazem uso do Aparelho
Celular diariamente para ouvir muacutesicas correndo um seacuterio risco de sofrer perda
auditiva precocemente devido ao volume colocado no fone auricular Das 289
pessoas pesquisadas 74 foram submetidos a exames auditivos os resultados
mostraram que em 25 desses detectou-se perda auditiva
Os pesquisadores alertaram que um em cada quatro adolescentes teratildeo
problemas auditivos A perda auditiva ocorre quando haacute exposiccedilatildeo continua a ruiacutedos
intensos e eacute um processo lento e progressivo levando entre 10 e 20 anos ou seja
seraacute tarde para reparar os danos causados a audiccedilatildeo
Os autores ressaltam que uma geraccedilatildeo inteira de jovens estaacute sofrendo de
problemas auditivos mais cedo que o esperado pelas perdas causadas pelo
envelhecimento e alertam que os fones auriculares acessoacuterios que acompanham os
Aparelhos Celulares satildeo improacuteprios para audiccedilatildeo humana (MUCHNIK et al 2011
p2)
41 CORRELACcedilAtildeO ENTRE QUESTOtildeES
Para esta anaacutelise construiacute tabelas de contingecircncia para verificar a associaccedilatildeo
entre variaacuteveis Por meio do caacutelculo do coeficiente Qui-Quadrado As tabelas de
contingecircncia satildeo utilizadas para estudar a relaccedilatildeo entre duas ou mais variaacuteveis
categoacutericas descrevendo a frequecircncias das categorias de uma das variaacuteveis
relativamente agraves categorias das outras Variaacuteveis satildeo caracteriacutesticas medidas
controladas ou manipuladas em uma pesquisa Diferem em muitos aspectos
principalmente no papel que a elas eacute dado em uma pesquisa e na forma como
podem ser medidas O teste Qui-quadrado permite analisar a relaccedilatildeo de
independecircncia entre variaacuteveis qualitativas aplica-se tanto para a anaacutelise univariada
como bivariada ou multivariada Na anaacutelise univariada as observaccedilotildees de uma
88
uacutenica populaccedilatildeo satildeo subdivididas em categorias geralmente os dados resultam da
contagem de objetos em cada uma das categorias pretendendo-se comparar as
frequecircncias observadas com as frequecircncias esperadas (CONTI 2013)
A primeira Associaccedilatildeo elaborada foi entre o item 1 ldquoVocecirc possui um
Telefone Celularrdquo e o item 2 ldquoVocecirc traz o Telefone Celular para a escolardquo Os
resultados foram inseridos na Tabela 1
TABELA 1 - RESULTADO DO TESTE DE FISCHER PARA ASSOCIACcedilAtildeO DAS QUESTOtildeES 1
E 2
Q2
a B c d Total
Q1
a 149 9 10 7 175
8514 514 571 400 100
b 1 0 2 4 7
1429 000 2857 5714 100
c 1 0 0 0 1
10000 000 000 000 100
FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO LABORATOacuteRIO DE ESTATIacuteSTICA APLICADA DA UFPR
Observei associaccedilatildeo significativa entre as variaacuteveis por meio do teste de
Fisher (p=00001) ou seja mais de 90 dos estudantes que possuem Aparelho
Celular o levam para a escola Ressalto que haacute alunos que natildeo possuem Celulares
e entre esses 75 natildeo o levam para o Coleacutegio ou seja 25 dos estudantes mesmo
sem possuir um aparelho proacuteprio levam um Celular para o Coleacutegio Com isso
podemos inferir que se os estudantes compreenderam a questatildeo e a forma de
respondecirc-la entatildeo haacute alguns Celulares que satildeo usados de forma compartilhada em
outras palavras os estudantes que natildeo possuem Aparelho Celular proacuteprio trazem
aparelhos de outras pessoas provavelmente de seus pais irmatildeos etc por isso
usam-no de forma compartilhada
A segunda associaccedilatildeo foi realizada entre os itens 3 ldquoQuanto tempo vocecirc usa
o Telefone Celular ao longo do dia para qualquer de suas funccedilotildeesrdquo e 4 ldquoQuais as
funccedilotildees do Telefone Celular que vocecirc utilizou na sala de aula sem relaccedilatildeo com a
aprendizagemrdquo Os resultados foram inseridos na Tabela 2
89
TABELA 2 - RESULTADO DO TESTE QUI-QUADRADO PARA ASSOCIACcedilOtildeES DAS QUESTOtildeES 3 E 4
Q4
a b c d e f g h i j Total
Q3
a 0 0 0 0 0 0 0 0 2 6 8
000 000 000 000 000 000 000 000 2500 0000 100
b 15 8 10 11 3 3 4 1 2 0 57
2632 1404 1754 1930 526 526 702 175 351 000 100
c 14 4 14 12 4 2 3 0 0 0 53
2642 755 2642 2264 755 377 566 000 000 000 100
d 24 7 18 15 5 6 7 0 0 0 82
2927 854 2195 1829 610 732 854 000 000 000 100
e 16 4 15 9 3 6 7 0 0 0 60
2667 667 2500 1500 500 1000 1167 000 000 000 100
f 35 15 35 25 12 14 20 0 0 0 156
2244 962 2244 1603 769 897 1282 000 000 000 100
G 28 11 29 19 3 2 10 0 1 0 103
2718 1068 2816 1845 291 194 971 000 097 000 100
h 10 4 13 7 0 4 6 0 0 0 44
2273 909 2955 1591 000 909 1364 000 000 000 100
FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO LABORATOacuteRIO DE ESTATIacuteSTICA APLICADA DA UFPR
90
Natildeo se observou associaccedilatildeo significativa entre as variaacuteveis por meio do teste
de Qui-Quadrado (p=030) ou seja o tempo de uso natildeo tem relaccedilatildeo com a funccedilatildeo
do Celular utilizada durante a aula Como as funccedilotildees mais usadas satildeo ldquoouvir
muacutesicardquo e ldquoenviar mensagensrdquo e natildeo haacute associaccedilatildeo entre as variaacuteveis entatildeo
praticamente em todas as faixas de tempo as funccedilotildees mais usadas satildeo ldquoouvir
muacutesicardquo e ldquocomunicar por mensagensrdquo Eacute importante ressaltar que ouvir muacutesica
implica em uso de fones auriculares e se o volume for acima do recomendado e se
a exposiccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora for contiacutenua pode levar a perda auditiva definitiva ao
longo do tempo Aleacutem disso observei que embora o Telefone Celular tenha
inuacutemeras funccedilotildees essas natildeo satildeo utilizadas ou satildeo subutilizadas para a
aprendizagem
A partir da apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos itens expostos ateacute o momento e da
leitura do Caderno de Apoio para a Elaboraccedilatildeo do Regimento Escolar (ARCO-
VERDE 2007) eacute possiacutevel perceber que o material encaminhado pela proacutepria SEED-
PR natildeo coaduna com o uso de novas tecnologias no Ambiente Escolar Entendo que
esta contradiccedilatildeo precisa ser revista no Regimento do coleacutegio nomeadamente nos
artigos II e IV que tratam do uso de aparelhos eletrocircnicos (Telefone Celular) na sala
de aula Pois se tratar de uma nova tecnologia e dos avanccedilos tecnoloacutegicos o
ambiente escolar precisa ser um meio facilitador para o uso didaacutetico dessas novas
tecnologias e isso implica que elas estejam na matildeo dos estudantes a qualquer
momento mesmo correndo o risco que natildeo sejam usadas para fins didaacuteticos100
do tempo
Apesar de esse questionaacuterio clarificar e ratificar terceira premissa dessa
dissertaccedilatildeo ldquoo Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si modificando a dinacircmica
do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento
ao grupordquo sua aplicaccedilatildeo mostrou fragilidades como por exemplo inexistecircncia de
itens que identificassem aspectos socioeconocircmicos grau de escolaridade dos pais
e haacutebitos de consumo das famiacutelias Ainda assim ficou evidenciado que os
estudantes levam o Aparelho Celular para o ambiente escolar e mesmo sabendo da
proibiccedilatildeo existente no Regimento Escolar fazem uso desta tecnologia em sala de
aula de forma pouco relacionada agrave aprendizagem
O Aparelho Celular faz parte do cotidiano dos estudantes pois eacute levado para
o ambiente escolar mesmo com as proibiccedilotildees do Regimento Escolar e eacute pouco
91
usado para fins de aprendizagem e a forma de comunicaccedilatildeo entre os estudantes
ocorre por mensagens no entanto a funccedilatildeo muacutesica eacute uma das mais utilizadas
assim eacute possiacutevel considerar que embora seja uma tecnologia que evoluiacute a cada dia
torna-se necessaacuterio aprofundar estudos para verificar qual a importacircncia das
funccedilotildees utilizadas como pode ser aplicado o maacuteximo possiacutevel das mesmas de
forma que os estudantes se apropriem e percebem o uso significativo para a
aprendizagem
42 SINTESE DA SECcedilAtildeO
Esta seccedilatildeo teve como intuito responder a segunda questatildeo de investigaccedilatildeo
da dissertaccedilatildeo
ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no
ambiente escolar
Esta questatildeo contecircm trecircs subitens
a) Usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar
b) As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees subsequentes) sobre os efeitos
da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva
c) Relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e
regras do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado
O questionaacuterio aplicado me permitiu responder a segunda questatildeo de
investigaccedilatildeo da seguinte forma As respostas referentes aos subitem a Usos dos
Aparelhos Celulares no ambiente escolar
90 dos estudantes tecircm Celular e o levam para o coleacutegio 8 natildeo tecircm
esse equipamento mas ainda assim levam algum Celular para o
ambiente escolar Perfazendo um total de 98 dos estudantes de
posse desta Tecnologia de faacutecil acesso na escola
48 dos estudantes usam o Celular para ouvir muacutesica e enviar e
receber mensagens
As respostas referentes ao subitem b As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees
subsequentes) sobre efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva
92
85 responderam que jaacute ouviram dizer que os usos de fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares podem ser prejudiciais
agrave sauacutede auditiva poreacutem desses um pouco mais da metade disseram
ter reduzido o uso por causa desta informaccedilatildeo
As respostas referentes o subitem c a relaccedilatildeo ao entre o uso de instrumentos
eletrocircnicos e as normas e regras do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado
70 dos estudantes revelaram fazer uso didaacutetico do Aparelho Celular
no entanto a funccedilatildeo mais usada eacute a Calculadora permitindo concluir
que o uso didaacutetico estaacute reduzido a poucas disciplinas
98 dos estudantes revelou ter ciecircncia da proibiccedilatildeo do uso de
Celulares para fins natildeo didaacuteticos e 31 admitiram afrontar
deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio
Minhas percepccedilotildees iniciais obtidas pela vivecircncia diaacuteria com os estudantes
que usam intensivamente o Aparelho Celular para ouvir muacutesica se confirmaram
portanto pelos dados do questionaacuterio Na proacutexima seccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo
descrevo os resultados das afericcedilotildees relativas aos niacuteveis de pressatildeo sonora oriunda
do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares conectados aos Aparelhos
Celulares dos estudantes do Ensino Meacutedio
93
5 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA ORIUNDOS DO ENTORNO DO CEPMAT E
NOS FONES AURICULARES CONETADOS AOS APARELHOS CELULARES
DOS ESTUDANTES DO ENSINO MEacuteDIO QUANDO OUVEM MUacuteSICA
Na seccedilatildeo 3 desta dissertaccedilatildeo vimos no pensamento socioloacutegico de
Thompson (2011) que o desenvolvimento dos grandes centros urbanos foi afetado
pelo crescimento da quantidade e pela melhoria na qualidade dos meios de
transportes que impuseram mudanccedilas tecnoloacutegicas sobre a vida social e essas
acirraram ainda mais a necessidade de aumentar a velocidade para diminuir o
tempo gasto para percorrer determinados espaccedilos
Esse crescimento da quantidade de veiacuteculos trouxe consigo o aumento do
ruiacutedo afetando diretamente as aacutereas urbanas Vimos tambeacutem no estudo realizado
por Ribas (2007) sobre as reclamaccedilotildees referentes aos ruiacutedos registrados na
Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba que 70 dessas registros
referem-se agravequeles que ocorrem em horaacuterio comercial e satildeo provenientes dos meios
de transportes
Aleacutem da anaacutelise socioloacutegica de Thompson (2011) e da tese de Ribas (2007) o
municiacutepio de Curitiba estaacute sujeito a Lei Ordinaacuteria Municipal nordm 10625200213
(CURITIBA 2002) que dispotildee e regulamenta os niacuteveis de pressatildeo sonora nos
espaccedilos urbanos de Curitiba em seu Artigo 1ordm determina que
eacute proibido perturbar o sossego e o bem estar puacuteblico com sons ruiacutedos e vibraccedilotildees que causem incocircmodo de qualquer natureza ou que ultrapassem os limites fixados nesta lei
No 2ordm paraacutegrafo XII conceitua Zona sensiacutevel agrave ruiacutedo ou zona de silecircncio como
ldquoaquela que para atingir seus propoacutesitos necessita que lhe seja assegurado um silecircncio excepcional definindo como zona de silecircncio a faixa determinada pelo raio de 20000m (duzentos metros) de distacircncia de hospitais escolas bibliotecas puacuteblicas hoteacuteis postos de sauacutede ou similaresrdquo (vide anexo 2)
14
13 Conforme jaacute mencionado anteriormente o texto da lei 106252002 encontra-se no anexo I desta
dissertaccedilatildeo 14
Observe-se que o anexo II mencionado nesta citaccedilatildeo refere-se ao anexo da Lei 10625 e natildeo ao anexo 2 desta dissertaccedilatildeo
94
A mesma lei tambeacutem dispotildee em seu paraacutegrafo uacutenico que as normas para
afericcedilatildeo de ruiacutedo podem ser realizadas a 500m (cinco metros) em quaisquer divisas
do imoacutevel gerador do incocircmodo ou em qualquer ponto dentro do limite real do
imoacutevel que sofre o incocircmodo
Nesta seccedilatildeo procuro responder a primeira e a terceira questotildees de pesquisa
a primeira ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do
CEPMATrdquo e a terceira ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os
estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones
auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo Relembro que
as questotildees de pesquisa desta dissertaccedilatildeo foram construiacutedas em uma sequecircncia
loacutegica de compreensatildeo sobre a informaccedilatildeo no entanto a apresentaccedilatildeo e anaacutelise
dos resultados foram realizadas a partir da discussatildeo de cada instrumento de
constituiccedilatildeo dos dados separadamente ou seja o questionaacuterio que investigou o uso
do Celular no ambiente escolar (foi apresentado na seccedilatildeo 4) a afericcedilatildeo dos niacuteveis
de pressatildeo sonora tanto no interior do CEPMAT quanto nos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares dos estudantes ao ouvir muacutesicas (satildeo
apresentados neste capiacutetulo) e o ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas
de estresserdquo (seraacute apresentado na seccedilatildeo 6) Portanto reitero que a apresentaccedilatildeo
dos resultados da questatildeo de pesquisa 2 foi realizada antes da apresentaccedilatildeo e
anaacutelise dos resultados da questatildeo de pesquisa 1 e 3 Estas por sua vez foram
respondidas a partir dos dados do mesmo instrumento e seratildeo apresentadas neste
capiacutetulo
Para obter os niacuteveis de pressatildeo sonora realizei afericcedilotildees tanto no interior da
escola quanto nos fones auriculares conectados aos equipamentos Celulares
respondendo assim as duas questotildees vinculadas aos NPS Para a constituiccedilatildeo dos
dados relativos aos Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) fundamentei-me em aspectos
eacuteticos e legais e a partir das afericcedilotildees construiacute tabelas e elaborei anaacutelises
A seccedilatildeo estaacute dividida em quatro subitens a saber 51 ldquoSintomatologias
Caracteriacutesticas da PAIRrdquo no qual descrevo as caracteriacutesticas da Perda Auditiva
Induzida por Ruiacutedos (PAIR) de origem ocupacional levando em conta os agentes
causais que podem gerar perdas auditivas por exposiccedilatildeo ao ruiacutedo e ao interagir
com estes potencializam os seus efeitos sobre a audiccedilatildeo No subitem 52
ldquoOrientaccedilatildeo Metodoloacutegica do Instrumentordquo Nesse subitem descrevo o decibeliacutemetro
que eacute o equipamento utilizado para fazer as afericcedilotildees e em seguida os
95
procedimentos adequados para para as afericcedilotildees baseadas nas NBR 10151 (ABNT
1987) O procedimento foi dividido em dois momentos uma afericcedilatildeo dos niacuteveis de
ruiacutedo oriundos do entorno do CEPMAT e outro dos fones auriculares conectados ao
Telefone Celular quando os estudantes ouviam muacutesica No subitem 53 apresento os
resultados das afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) emitidos pelos meios
de transportes que circulam no entorno do CEPMAT no qual descrevo os resultados
das afericcedilotildees de ruiacutedos oriundos do entorno do CEPMAT No subitem 54 apresento
os resultados das afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) emitidos nos fones
auriculares conectados no Telefone Celular descrevo os procedimentos para
constituiccedilatildeo de dados com os estudantes que utilizam este equipamento No
subitem 55 Discussatildeo dos Resultados apresento analiso e discuto os resultados
51 SINTOMATOLOGIAS CARACTERIacuteSTICAS DA PAIR
A principal sintomatologia da PAIR eacute a degeneraccedilatildeo das ceacutelulas ciliadas do
ouvido15 por exposiccedilatildeo de tempo prolongada ao ruiacutedo o que provoca lesotildees por
excessos de estimulaccedilatildeo sonora (BRASIL 2006 p 16)
Conforme jaacute mencionado o termo som eacute comumente utilizado para descrever
sensaccedilotildees prazerosas o ruiacutedo eacute usado para descrever sons indesejaacuteveis ou
desagradaacuteveis desta forma quando o ruiacutedo eacute intenso e a exposiccedilatildeo a ele eacute contiacutenua
(poluiccedilatildeo sonora) ocorrem alteraccedilotildees estruturais na orelha interna determinando a
possibilidade de ocorrecircncia de perda auditiva Aleacutem da ocorrecircncia dos sintomas
auditivos frequentes (perda auditiva dificuldade de compreensatildeo de fala zumbido e
intoleracircncia a sons intensos) a essa exposiccedilatildeo a pessoa tambeacutem apresenta
queixas como cefaleia tontura irritabilidade e problemas digestivos entre outros
(BRASIL 2006 p10)
Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999) as
caracteriacutesticas desta sintomatologia da PAIR satildeo sempre neurossensoriais pois a
lesatildeo ocorre no oacutergatildeo de Corti da orelha interna e a perda ocorre em ambas agraves
15 Lembrando que o termo ouvido foi substituiacutedo por orelha interna na atual nomenclatura anatocircmica
e na seccedilatildeo 4 utilizo essa nova nomenclatura
96
orelhas internas em graus diferenciados Em frequecircncias baixas haacute uma perda
auditiva de 40 dB(A) e nas altas 75 dB(A) mas uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao
ruiacutedo intenso natildeo ocorre progressatildeo da PAIR nos indiviacuteduos A perda aditiva natildeo
torna a orelha interna mais sensiacutevel ao ruiacutedo os prejuiacutezos aparecem de forma mais
lenta quando haacute exposiccedilatildeo contiacutenua as perdas auditivas podem ser definitivas
levando em meacutedia de 10 a 15 anos Os sintomas comeccedilam ser percebidos quando
haacute intoleracircncia a sons intensos com queixa de zumbido diminuiccedilatildeo de
inteligibilidade da fala e prejuiacutezo da comunicaccedilatildeo oral
Em resumo os sintomas e sinais da perda auditiva descrita por Seligman
(2001) apud Brasil (2006 p 22) satildeo
1) Auditivos Perda auditiva Zumbidos Dificuldades no entendimento de fala dores nos ouvidos mediantes a exposiccedilatildeo a sons intensos sensaccedilatildeo de audiccedilatildeo ldquoabafadardquo dificuldade na localizaccedilatildeo da fonte sonora 2) Natildeo auditivos Transtornos da comunicaccedilatildeo Neuroloacutegicos Vestibulares Comportamentais Cardiovasculares Hormonais Digestivos e Alteraccedilotildees do sono
A Tabela 3 apresenta os niacuteveis de pressatildeo sonora e o tempo que as pessoas
podem ficar expostas a aqueles decibeacuteis de acordo com a NR-15 (ABNT 1978) e
com o Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo - PAIR pode ocorrer se natildeo forem
respeitados esses limites de exposiccedilatildeo diaacuteria
A tabela 3 apresentada na NR-15 (ABNT1978) limita o tempo de exposiccedilatildeo
do trabalhador a ruiacutedos contiacutenuos ou intermitentes durante atividades ocupacionais
Para uma jornada diaacuteria de 8 horas essa norma estipula como teto maacuteximo de
exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limite de 85 dB(A) A partir do limite de 85 dB(A) a cada 5
dB(A) acrescentados no niacutevel de pressatildeo sonora o tempo de exposiccedilatildeo permitido cai
pela metade isto eacute no limite de 90 dB(A) o tempo cai de 8 para 4 horas e ao chegar
em 115 dB(A) uma pessoa pode ficar exposta aos ruiacutedos contiacutenua ou
intermitentemente apenas por 7 minutos
97
TABELA 3 ndash LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO E INTERMITENTE
NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA
EM dB(A)
MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL
EM HORAS E MINUTOS
85 8 h 86 7 h 87 6 h 88 5 h 89 4 h e 30 min 90 4 h 91 3 h e 30 min 92 3 h 93 2 h e 40 min 94 2 h e 15 min 95 2 h 96 1 h e 45 min 98 1 h e 15 min
100 1 h 102 45 min 104 35 min 105 30 min 106 25 min 108 20 min 110 15 min 112 10 min 114 8 min 115 7 min
FONTE NORMA REGULAMENTADORA 15 (ABNT 1978)
52 ORIENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA DO INSTRUMENTO
521 O Equipamento
Utilizando o equipamento denominado de decibeliacutemetro Marca Instrutherm ndash
nuacutemero de seacuterie N304849 Modelo AZCE ndash 8928 Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB
(A) Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear Respostas Fast e Slow Os dados foram
constituiacutedos a partir do medidor de pressatildeo sonora no modo ldquoLeqrdquo na curva de
compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta ldquoSlowrdquo (lenta) O decibeliacutemetro com funccedilatildeo
Leq pode ser ajustado para operar com dois modos de resposta o raacutepido ( Fast ) e
o lento ( Slow) no modo de operaccedilatildeo lento ele tem um tempo de subida de 1 ms
ideal para sons repetitivos e contiacutenuos jaacute no modo raacutepido o tempo de resposta eacute de
98
125 ms ideal para medir sons raacutepidos Com este equipamento realizei as duas
mediccedilotildees
A primeira no ambiente interno do CEPMAT para determinar os ruiacutedos
oriundos do meio externo do entorno do Coleacutegio e gerados pelos meios de
transportes seguindo as orientaccedilotildees metodoloacutegicas normatizadas pela NBR
101511987 (ABNT 1987) que usando princiacutepios de acuacutestica asseguram a precisatildeo
do meacutetodo para avaliaccedilatildeo dos efeitos do ruiacutedo sobre o aparelho auditivo
A segunda mediccedilatildeo foi realizada para aferir os niacuteveis de ruiacutedo que os
estudantes estatildeo expostos ao usarem os fones auriculares conectados no Aparelho
Celular para ouvir muacutesica
522 Procedimento
As mediccedilotildees foram realizadas em dois momentos no primeiro foram
realizadas mediccedilotildees nos ambientes internos do CEPMAT no segundo foram
realizadas mediccedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora nos fones auriculares dos
Aparelhos Celulares dos estudantes do Ensino Meacutedio enquanto ouviam muacutesica Os
procedimentos seratildeo descritos separadamente
a) Primeiro momento
Para realizar as mediccedilotildees com o decibeliacutemetro nos ambientes internos do
CEPMAT selecionei locais que natildeo tem barreiras fiacutesicas para o ruiacutedo oriundo da
Avenida Presidente Afonso Camargo onde haacute as vias expressas a via estrutural
leste e a linha Feacuterrea Assim foram selecionados dois pisos do referido coleacutegio No
primeiro piso que fica no niacutevel da rua estatildeo na ordem da planta baixa
arquitetocircnica16 da esquerda para a direita os seguintes espaccedilos Biblioteca Sala de
Informaacutetica Sala do Diretor Secretaria Auditoacuterio No segundo piso que fica do
mesmo lado do preacutedio estatildeo agraves quatro salas de aula avaliadas juntamente com o
Laboratoacuterio de Quiacutemico-Fiacutesica
16 A planta baixa arquitetocircnica do primeiro piso do CEPMAT pode ser vista no Anexo VIII
99
O equipamento17 mostra a mediccedilatildeo do niacutevel de ruiacutedo equivalente contiacutenuo
(Leq18) a cada minuto de acordo com as normas - Avaliaccedilotildees do Ruiacutedo em Aacutereas
Habitadas visando ao conforto da comunidade NBR 10151 (ABNT 1987) Para
aferir resguardei o aparelho do efeito de ventos sobre o microfone com o uso de
protetor conforme as instruccedilotildees do fabricante As mediccedilotildees foram realizadas em
pontos afastados aproximadamente 12 m do piso e a 1 m da parede da sala em
cada afericcedilatildeo durante cinco dias em trecircs periacuteodos do dia nos meses de setembro e
outubro de 2013 em fevereiro de 2014 No periacuteodo matutino foram realizadas nos
intervalos compreendidos das 7h30min as 11h45min no periacuteodo vespertino das
13h30min as 17h30min e no periacuteodo noturno das 19h00 as 22h30min
b) Segundo momento
Com autorizaccedilatildeo da direccedilatildeo do CEPMAT realizei as afericcedilotildees dos niacuteveis de
pressatildeo sonora nos fones auriculares do Aparelho Celular dos estudantes do Ensino
Meacutedio semanalmente Foram em meacutedia 30 (trinta) afericcedilotildees diaacuterias de diferentes
estudantes ao longo de um periacuteodo de 2 meses (outubro e novembro de 2013)
diariamente no periacuteodo letivo e somente durante os intervalos de aulas (manhatilde das
10h agraves 10h20min no periacuteodo matutino e das 20h agraves 20h40min no periacuteodo noturno)
A escolha dos estudantes foi aleatoacuteria e solicitei permissotildees verbais para fazer
mediccedilatildeo da intensidade sonora que os fones auriculares emitiam naquele momento
Informei que aquele procedimento fazia parte de uma pesquisa que natildeo haveria
qualquer tipo de puniccedilatildeo ou proibiccedilatildeo do uso do Aparelho Celular no ambiente
escolar Os estudantes participantes natildeo foram identificados nesta pesquisa
17 Uma foto do equipamento pode ser vista no Anexo IV
18 As condiccedilotildees exigiacuteveis para a execuccedilatildeo do caacutelculo simplificado do niacutevel de ruiacutedo equivalente
contiacutenuo (Leq) foram Normatizadas pela NBR 13369 (ABNT 1995) que se encontra no anexo VII desta dissertaccedilatildeo
100
53 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA
(NPS) EMITIDOS PELOS MEIOS DE TRANSPORTES DO ENTORNO DO
CEPMAT
Neste subitem busco responder a primeira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo
os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMATrdquo
A tabela 4 apresenta os niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) a que os estudantes
satildeo submetidos pelos ruiacutedos emitidos pelos meios de transportes oriundos do
entorno do CEPMAT ficando mais intensos quando satildeo realizadas manutenccedilotildees
nos trens Os estudantes ao entrarem em determinados ambientes do coleacutegio estatildeo
mais (ou menos) expostos a ruiacutedos externos Esta exposiccedilatildeo natildeo eacute igual em todos
os ambientes devido a proximidade ou distacircncia das origens do ruiacutedo bem como
devido a barreiras fiacutesicas da proacutepria construccedilatildeo Nesse sentido para saber os niacuteveis
de pressatildeo sonora a que os estudantes estatildeo submetidos em cada local decidi
avaliar diferentes espaccedilos fiacutesicos do coleacutegio Portanto o decibeliacutemetro foi instalado
na parte interna de alguns ambientes que recebem as ondas sonoras frontalmente
TABELA 4 ndash AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) ORIUNDOS DO EXTERIOR
DO CEPMAT E MEDIDOS NO INTERIOR
DiaMecircs
Sala
Periacuteodo
Com a presenccedila do trem Carros ocircnibus Caminhotildees e estudantes
Sem a presenccedila do trem com carros ocircnibus caminhotildees e estudantes
0110
Biblioteca
Manhatilde
Tarde
Noite
9644
9452
8573
8436
8809
6516
0710
Laboratoacuterio de
Informaacutetica
Manhatilde
Tarde
Noite
9603
9271
8898
8886
8324
7546
0510
Auditoacuterio
Manhatilde
Tarde
Noite
9620
10000
8805
8654
8736
6522
FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
101
Nos resultados da tabela 4 observei que em ambientes como a Biblioteca o
Laboratoacuterio de Informaacutetica e o Auditoacuterio frequentados por estudantes a intensidade
de ruiacutedos eacute elevada as afericcedilotildees apontaram que no periacuteodo matutino sem a
presenccedila do trem com fluxo normal de carros ocircnibus caminhotildees e estudantes a
meacutedia em dB(A) eacute 8658 dB(A) e acrescentado os ruiacutedos do trem a meacutedia fica em
torno de 9622 dB(A) no periacuteodo vespertino a meacutedia ficou em 8623 dB(A) e 9574
dB(A) e noturno a meacutedia ficou em 6861 dB(A) e 8758 dB(A) poreacutem existe uma
diferenccedila acentuada nos niacuteveis de pressatildeo sonora se comparados os periacuteodos
diurnos (movimentaccedilatildeo de meios de transportes constantes) e noturno (baixa
movimentaccedilatildeo de veiacuteculos e do trem que passa no horaacuterio das 19h40 min)
No estudo de Celani et al (1994) apud Brasil (2006) os autores avaliaram os
niacuteveis de pressatildeo sonora em salas de aula com a presenccedila de estudantes e os
resultados chegaram a atingir ateacute 943 dB(A) que eacute acima do recomendado no
Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo - Pair (BRASIL 2006) apresentado na tabela 3
desta seccedilatildeo
As afericcedilotildees realizadas nas salas de aula e Laboratoacuterio de Fiacutesico-Quiacutemica do
CEPMAT (tabela 5) apontaram que no periacuteodo matutino sem a presenccedila do trem
com fluxo normal de carros ocircnibus caminhotildees e estudantes a meacutedia em dB(A) eacute
8229 dB(A) e acrescentado os ruiacutedos do trem a meacutedia passa para 9394 dB(A) No
periacuteodo vespertino a meacutedia ficou em 7417 dB(A) e 9203 dB(A) e no noturno a
meacutedia ficou em 7419 dB(A) e 8357 dB(A) todas as meacutedias estatildeo acima da
recomendada pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que estabelece um limite de
60 dB(A) para os setores estruturais educacionais A Meacutedia dos trecircs periacuteodos eacute
8984 dB(A) e esses valores estatildeo 50 acima do estabelecido pela lei isto eacute de
acordo com as definiccedilotildees estabelecidas na proacutepria Lei 106252002 (CURITIBA
2002) caracterizado como POLUICcedilAtildeO SONORA
Portanto respondendo a primeira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo os Niacuteveis
de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMATrdquo Os resultados
indicaram que satildeo niacuteveis acima dos limites permitidos na Lei Ordinaacuteria Municipal
106252002 confirmando os incocircmodos iniciais desta dissertaccedilatildeo
A tabela 5 mostra as mediccedilotildees realizadas nas salas de aula com e sem a
presenccedila dos trens
102
TABELA 5 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO CEPMAT EM SALAS DE AULA
DiaMecircs
Sala
Periacuteodo
Com a presenccedila do trem Carros e Ocircnibus Caminhotildees
e de estudantes dB(A)
Sem a presenccedila do trem com fluxo normal de
Carros ocircnibus caminhotildees e presenccedila de
estudantes dB(A)
0210
Sala de Aula 10
Manhatilde
Tarde
Noite
9432
9546
8871
8370
7946
7223
0210
Sala de Aula 11
Manhatilde
Tarde
Noite
8998
9230
7253
8008
7525
7377
0210
Sala de Aula 12
Manhatilde
Tarde
Noite
9513
9688
8619
7796
7253
7189
0310
Laboratoacuterio de Fiacutesico-quiacutemica 13
Manhatilde
Tarde
Noite
9635
8350
8685
8745
6947
7889
FONTE COSTA 2014 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
54 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA
(NPS) EMITIDOS NOS FONES AURICULARES CONECTADOS NO
APARELHO CELULAR
Neste subitem busco responder a questatildeo de pesquisa nuacutemero 3 desta
dissertaccedilatildeo que eacute ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os
estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones
auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo
103
Como jaacute mencionado o decibeliacutemetro tambeacutem foi utilizado para aferir os
niacuteveis de ruiacutedos gerados pelos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular
dos estudantes do CEPMAT quando ouvem muacutesica
Realizei ao todo 150 afericcedilotildees no paacutetio do coleacutegio durante o recreio
(intervalo) ao longo de dois meses Utilizei apenas um dia por semana e variei dias
da semana durante este periacuteodo de forma a ter pelo menos 30 mediccedilotildees para cada
dia Para facilitar a apresentaccedilatildeo dos dados agrupei o nuacutemero de estudantes que
tiveram mediccedilotildees iguais em decibeacuteis dB(A) independentemente do dia
Os valores obtidos em decibeacuteis podem ser relacionados ao tempo maacuteximo de
exposiccedilatildeo ao ruiacutedo permissiacutevel de acordo com (BRASIL 2006) reproduzido na
tabela 3 da seccedilatildeo 4 por exemplo se um estudante ouve muacutesica a 88 dB(A) com os
fones auriculares conectados ao Aparelho Celular o protocolo limita o tempo de
exposiccedilatildeo a 5 horas no entanto se uma pessoa ouvir muacutesica a 115 dB(A) o tempo
maacuteximo de exposiccedilatildeo deve ser de 7 minutos para evitar prejuiacutezos a sauacutede auditiva
Os resultados obtidos satildeo apresentados no graacutefico nove
GRAacuteFICO 9 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES CONECTADOS AO APARELHO CELULAR FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
104
No graacutefico 9 eacute possiacutevel notar que apenas um pequeno grupo de 8 estudantes
pesquisados ouvem muacutesica em intensidade igual a 88 dB(A) isto eacute somente 534
o que significa que o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo para este grupo natildeo pode ser
superior a 5 horas diaacuterias No entanto os demais (142 estudantes ou 9466 dos
pesquisados) ouvem muacutesicas em intensidade acima de 92 dB(A) cujo tempo de
exposiccedilatildeo limite eacute de 3 horas por dia no entanto no questionaacuterio discutido na seccedilatildeo
III desta dissertaccedilatildeo mostrou que os estudantes ouvem muacutesica com os fones
auriculares conectados ao Celular em meacutedia quatro horas diaacuterias Isso significa que
aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume de
1047 dB(A) em meacutedia e podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com
possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo Portanto de acordo com o Protocolo
de Complexidade Diferenciada 5 do Ministeacuterio da Sauacutede para 4 h de exposiccedilatildeo
diaacuteria o limite eacute de 90 dB(A) para 103 dB(A) o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo eacute de 40
minutos diaacuterios ou seja os estudantes pesquisados ficam 600 acima do tempo
limite estipulado pelo Protocolo
55 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS
Esta discussatildeo tem como base as duas afericcedilotildees realizadas as oriundas do
entorno do CEPMAT e as dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular
para ouvir muacutesica
No que se refere agraves mediccedilotildees do entorno do CEPMAT a resoluccedilatildeo do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA 1998) e a Lei 960598 Capiacutetulo
V Seccedilatildeo II Artigo 54 estabelece como crime ambiental ldquoCausar poluiccedilatildeo de
qualquer natureza em niacuteveis que resultem ou possam resultar em danos agrave sauacutede
humanardquo (BRASIL 1998) Aleacutem disso no que tange a sauacutede auditiva a NBR
101511987 (ABNT 1987) determina que os niacuteveis de ruiacutedos em aacutereas habitadas
natildeo deve ultrapassar 50 dB(A) visando o conforto a seguranccedila e a sauacutede auditiva
das comunidades lindeiras No entanto o ruiacutedo emitido em Zonas Estruturais
Educacionais eacute regulamentado pela Lei Ordinaacuteria Municipal 10625 (CURITIBA
2002) que o limita a 60 dB(A) em periacuteodo diurno
105
A empresa America Latina Logiacutestica (ALL 2010 p 17) justifica que a poluiccedilatildeo
sonora emitida pelos trens na passagem da composiccedilatildeo ocorre em curto espaccedilo de
tempo de aproximadamente 5 minutos cessando logo apoacutes a passagem desta
forma o impacto ambiental causado pelo ruiacutedo eacute imediatamente restabelecido apoacutes
a passagem da composiccedilatildeo portanto para a empresa os danos agrave sauacutede auditiva
seriam reversiacuteveis
A ALL (2010 p 18) ressalta em seu Programa de Mitigaccedilatildeo de Ruiacutedos que as
vizinhanccedilas Empresas Hospitais e Coleacutegios devem ter ciecircncia de que os
deslocamentos dos trens causam ruiacutedos devidos agraves caracteriacutesticas do material
rodante Por outro lado eacute preciso lembrar que ter ciecircncia natildeo resolve os incocircmodos
causados aos estudantes do CEPMAT e um programa de mitigaccedilatildeo ambiental
deveria propor mais do que a ciecircncia ao fato mas uma efetiva reduccedilatildeo Aleacutem disso
o programa natildeo inclui accedilotildees nos paacutetios de manobra e nem limita as atividades de
manutenccedilatildeo das maacutequinas e testes de frenagem que ocorrem na frente do coleacutegio
em periacuteodo diurno e tem ruiacutedo acima do que permite a legislaccedilatildeo especialmente
nas ZE-E
O CEPMAT estaacute localizado a aproximadamente 25 metros da linha feacuterrea
como apresentado nas fotos apresentadas na seccedilatildeo I ndash dos Incocircmodos Inicias Os
resultados das mediccedilotildees realizadas a esta distacircncia e plotadas na tabela 4
identificaram niacuteveis de ruiacutedos que podem chegar a 100 dB(A) muito acima dos
limites de emissatildeo de ruiacutedo para a Zona Estrutural Educacional que podem limitar o
tempo de exposiccedilatildeo a uma hora No entanto quando haacute testes de frenagem esta
exposiccedilatildeo pode ser maior do que o tempo descrito no relatoacuterio da ALL
O laudo emitido por Stangherlin (2014)19 ressalta o caso dos estudantes do
CEPMAT que estudam nas salas diretamente impactadas pelo ruiacutedo observando a
seguinte loacutegica um estudante do CEPMAT estaacute exposto ao ruiacutedo por um periacuteodo de
4h30min cinco (5) dias por semana ao longo de duzentos (200) dias letivos
Portanto mesmo que por um ldquocurto periacuteodordquo de tempo por dia (cerca de 5 minutos
natildeo considerando os dias em que haacute testes de frenagem) eacute possiacutevel concluir que
ainda que o tempo de exposiccedilatildeo seja curto a frequecircncia com que ocorre e o niacutevel de
decibeacuteis sistematicamente acima do legal permitido pode haver consequecircncias a
longo prazo e somente em estudo longitudinal poderia analisar com maior precisatildeo o
19 Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Meios de Transporte (Anexo IX)
106
tamanho e impactos e pode haver consequecircncias relativas a PAIR com prejuiacutezos agrave
sauacutede auditiva Portanto os dados das anaacutelises apresentadas respondem portanto
a questatildeo de pesquisa nuacutemero 1 desta dissertaccedilatildeo
A seguir apresento as discussotildees dos resultados das afericcedilotildees relativas aos
fones auriculares conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica e respondo a
questatildeo de pesquisa nuacutemero 3
De acordo com os resultados obtidos a meacutedia aritmeacutetica geral ( ) das
afericcedilotildees do eixo X (graacutefico 9) referente a intensidade de ruiacutedo nos fones
auriculares eacute de 1032 dB(A) Nesses niacuteveis o tempo de exposiccedilatildeo maacutexima contiacutenua
eacute de aproximadamente 40 minutos por dia no entanto nos dados obtidos a partir do
questionaacuterio aplicado o tempo meacutedio que os estudantes ouvem muacutesica usando
fones de ouvido conectados ao Aparelho Celular eacute em meacutedia de 4 horasdia o que
pode acarretar surdez precoce nos estudantes Essa intensidade meacutedia eacute muito
superior a permitida para uma ldquojornada de trabalhordquo no caso dos estudantes a
possibilidade de uso constante por 8 horas diaacuterias que o sistema auditivo humano
pode suportar sons de forma segura que eacute de 85 dB(A) Nesta situaccedilatildeo de
exposiccedilatildeo ao ruiacutedo contiacutenuo podem ocorrer diversos sintomas que caracterizam a
PAIR (CID 10 ndash H833) como perda auditiva zumbidos dores no ouvido sensaccedilatildeo
de audiccedilatildeo ldquoabafadardquo e transtornos neuroloacutegicos comportamentais hormonais
digestivos e alteraccedilotildees do sono entre outros pois quando o ruiacutedo eacute intenso e a
exposiccedilatildeo a ele for continuada ocorrem alteraccedilotildees estruturais na orelha interna
(BRASIL 2006 p10)
O segundo laudo referente agraves mediccedilotildees nos niacuteveis de pressatildeo sonora nos
fones auriculares emitido por Stangherlin (2013)20 retrata que os estudantes do
CEPMAT expostos a esses niacuteveis de pressatildeo sonora (plotados no graacutefico 8) podem
ter prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo ou perda auditiva em poucos anos por ser sutil causa
impactos significativos na sauacutede auditiva dos estudantes podendo gerar dificuldades
na comunicaccedilatildeo e na aprendizagem Para SantrsquoAna (2012 p 26) os dispositivos
sonoros portaacuteteis individuais seriam os principais responsaacuteveis pela perda de
audiccedilatildeo precoce provocando o fenocircmeno dos ldquoouvidos velhos em corpos jovensrdquo
20 Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedos dos Fones de Ouvido Conectados ao Aparelho Celular
(Anexo X)
107
Um grupo (5) de estudantes ouve muacutesica proacuteximo (88 dB(A) dos limites
estabelecidos pelo protocolo (BRASIL 2006) e o outro grupo (9466) ouve muacutesicas
em volume acima do limite estabelecido no protocolo a meacutedia do volume para este
grupo eacute de 1047 dB(A) de acordo com o protocolo o limite de tempo para tal
volume seria de apenas 30 minutos por dia Portanto os estudantes estatildeo expondo
sua audiccedilatildeo ateacute 800 acima do limite dB(A)tempo estabelecido no protocolo a
porcentagem de 95 mostra consequecircncias de agir conforme o grupo ou seja a
partir do modelo de interaccedilatildeo social discutido por Vigotsky (2007)
Com os resultados obtidos e as anaacutelises realizadas acima respondo a
terceira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que
os estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones
auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo
Assim compreender os significados da presenccedila e o uso do Aparelho Celular
na escola eacute compreender essa cultura das tecnologias de faacutecil acesso pois como
vimos anteriormente o Celular pode ser entendido como um signo um objeto de
desejo que opera no sistema representacional da nossa cultura (HALL 1997) Os
Aparelhos Celulares permitem construir significados modificando o sentimento de
pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de conduta e ideias e satildeo
usados inclusive como instrumento de governabilidade e regulaccedilatildeo interna do grupo
Os Aparelhos Celulares operam portanto como um modelo simboacutelico que cria um
novo ambiente social
56 SINTESE DA SECcedilAtildeO
Em resumo ao relacionar ambiente escolar tecnologias de faacutecil acesso e as
mudanccedilas na cultura escolar constituiacutemos novas tessituras para entender a escola
contemporacircnea e suas problemaacuteticas e consequecircncias como a do aparecimento
precoce da PAIR Assim eacute possivel relacionar que tanto o ruiacutedo do traacutefego quanto
os Aparelhos Celulares emitem niacuteveis de poluiccedilatildeo sonora muito acima do que a
lesgislaccedilatildeo estabelece ou recomenta no entanto os niacuteveis de ruiacutedos emitidos nos
fones auriculares dos Aparelhos Celulares satildeo muito acima do meios de transportes
Assim eacute possiacutevel conluir que embora seja silecioso para uma pessoa que estaacute
108
proacuteximo os Telefones Celulares conectados a fones auriculares estatildeo colocando em
risco a sauacutede auditiva dos estudantes
Na proacutexima seccedilatildeo apresentarei os resultados do ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo
de alguns sintomas de estresserdquo que os estudantes responderam sobre a poluiccedilatildeo
sonora oriunda do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares conectados ao
Aparelho Celular quando ouvem muacutesica
109
6 POLUICcedilAtildeO SONORA E AS PERCEPCcedilOtildeES DOS ESTUDANTES DE ALGUNS
SINTOMAS DE ESTRESSE
Nas seccedilotildees anteriores busquei responder as questotildees um dois e trecircs desta
dissertaccedilatildeo Nesta seccedilatildeo procuro responder a quarta questatildeo de pesquisa uma vez
que foi constatado a partir dos resultados do capiacutetulo anterior que haacute Niacuteveis de
Pressatildeo Sonora (NPS) acima do disposto na Legislaccedilatildeo e estabelecida nesta
dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora busquei verificar comose os estudantes do
Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem (a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda
do entorno do Coleacutegio (b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora (oriunda do entorno do
Coleacutegio) na sauacutede deles (c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones
auriculares conectados aos Telefones Celulares e os efeitos na sauacutede dos
estudantes (d) as normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT
Para responder a quarta questatildeo de pesquisa (e suas quatro sub questotildees)
me propus a adaptar o teste de (LAUTERT CHAVES E MOURA 1999) Nomeei o
teste adaptado como ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo
e apliquei aos estudantes do CEPMAT
Para apresentar o instrumento de constituiccedilatildeo de dados os resultados
obtidos e as anaacutelises que elaborei dividi a seccedilatildeo em quatro subtoacutepicos a saber A
primeira (61) intitulada ldquocrescimento da cidade e o aumento do ruiacutedo ambienterdquo
discorre sobre o aumento dos meios de transportes que trafegam na via estrutural
leste o Paacutetio de Manobra da ALL a Lei Ordinaacuteria Municipal (CURITIBA 2002)
106252000 a NBR 10151(ABNT 1987) e 10152 (ABNT 1987a) o Protocolo de
Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL 2006) com as possiacuteveis consequecircncias para
a sauacutede humana A segunda (62) intitulada ldquoOs sintomas de estresse e a percepccedilatildeo
dos estudantesrdquo analisa as percepccedilotildees pessoais por meio dos sentidos baacutesicos
(visatildeo e especialmente audiccedilatildeo) os processos cognitivos e as manifestaccedilotildees
psicoloacutegicas que podem afetar a sauacutede humana assim parte do conceito de como
as pessoas percebem o ambiente e tomam decisotildees associadas a ela mesma A
terceira (63) intitulada ldquoOrientaccedilotildees metodoloacutegicas do Instrumentordquo apresenta a
construccedilatildeo de um teste elaborado com base nas escalas tipo-Likert contendo sete
niacuteveis Os principais objetivos foram avaliar se os estudantes percebem a poluiccedilatildeo
110
sonora tanto no entorno do CEPMAT causada pelos meios de transportes quanto
agravequela oriunda dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular para ouvir
muacutesica e verificar se os estudantes apresentam alguns sintomas de estresse O
quarto e uacuteltimo do subtoacutepico (64) intitulado ldquoAnaacutelise dos dadosrdquo como o proacuteprio
nome diz apresenta e analisa parcialmente quatro grupos de dados percepccedilatildeo dos
estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora no entorno do CEPMAT a percepccedilatildeo dos
efeitos desta poluiccedilatildeo sonora na sauacutede deles a percepccedilatildeo da existecircncia de poluiccedilatildeo
sonora oriundas dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular o Regimento
Escolar A seccedilatildeo finaliza reunindo as principais consideraccedilotildees parciais e elaborando
conclusotildees que pretendem unir aspectos dos capiacutetulos anteriores
61 O CRESCIMENTO DA CIDADE E O AUMENTO DO RUIacuteDO AMBIENTE
Neste subtoacutepico descrevo o aumento do ruiacutedo ambiente causado pelo
adensamento da frota de veiacuteculos e a saturaccedilatildeo do transporte viaacuterio na cidade
Ruiacutedo ambiente eacute conceituado no Capiacutetulo 12 da investigaccedilatildeo de ruiacutedos (ALL
2010) como ldquomediccedilatildeo do niacutevel de ruiacutedo equivalente para determinaccedilatildeo do ruiacutedo
ambiente durante a operaccedilatildeordquo (p13) entendo como operaccedilatildeo a passagem da
composiccedilatildeo feacuterrea Menciono aspectos do sistema viaacuterio de Curitiba especialmente
do corredor leste de transporte coletivo e a linha feacuterrea do Setor Cajuru que inclui o
Paacutetio de Curitiba Ambos (corredor Leste e Linha feacuterrea) passam em frente ao
CEPMAT trazendo impactos negativos ao aumento de ruiacutedo ambiente discutindo as
normas regulamentadoras NBR 10151 (ABNT1987) e NBR 10152 (ABNT 1987a)
referentes agrave poluiccedilatildeo sonora e o protocolo de complexidade diferenciada 5 (BRASIL
2006) que descreve a PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo) As normas e o
protocolo (BRASIL 2006) serviratildeo como sustentaacuteculo para anaacutelise dos dados
O crescimento da cidade de Curitiba e a saturaccedilatildeo do sistema viaacuterio da
cidade foram descritos no relatoacuterio de Planos Setoriais de Curitiba (IPPUC 2008)
que incluem tambeacutem alertas para os impactos negativos dessa saturaccedilatildeo ao tracircnsito
e agrave sauacutede
111
O deslocamento aliado ao crescimento das atividades econocircmicas verificadas na uacuteltima deacutecada trouxe consigo impactos nocivos ao tracircnsito A saturaccedilatildeo do Sistema Viaacuterio Baacutesico pelo aumento da frota de veiacuteculos em circulaccedilatildeo e a instalaccedilatildeo de transportadoras fora das zonas de serviccedilo e a pouca correspondecircncia hieraacuterquica e funcional entre o sistema viaacuterio baacutesico urbano e metropolitano ocasionam impactos negativos (poluiccedilatildeo ruiacutedo congestionamentos e acidentes) no meio urbano (IPPUC 2008 p34)
O mapa da rede Integrada de Transporte Puacuteblico de Curitiba mostra que as
linhas expressas e diretas passam em frente ao coleacutegio Figura 7 (IPPUC 2006) e ali
haacute um traacutefego intenso de ocircnibus circulando nas canaletas De acordo com o relatoacuterio
IPPUC (2008 p28) ldquoo corredor leste trabalha com 115000 passageiros em dia uacutetil
17000 passageiros no pico 115 passageiros de carga maacutexima ()rdquo o que adensa
o nuacutemero de ocircnibus que circula na regiatildeo aumentando o ruiacutedo ambiente Aleacutem
disso haacute que se considerar que este relatoacuterio foi escrito haacute oito anos quando o
nuacutemero de veiacuteculos e a populaccedilatildeo da cidade eram menores e a aacuterea metropolitana
nesse intervalo (2008-2014) teve um crescimento significativo Para Siegel et al
(2009) dentre os municiacutepios que compotildeem a Regiatildeo Metropolitana de Curitiba
destaca-se o de Pinhais eacute um dos que obtiveram maior crescimento nos uacuteltimos 10
anos Este municiacutepio interliga-se com Curitiba pelo corredor leste para os ocircnibus
conforme descrito na seccedilatildeo de ldquoIncomodos Iniciaisrdquo que inclui fotos das seis pistas
que compotildeem a Av Afonso Camargo que passa em frente ao Coleacutegio
No caso do sistema ferroviaacuterio a cidade de Curitiba tem dois paacutetios em
operaccedilatildeo o Paacutetio Iguaccedilu no bairro Boqueiratildeo e o Paacutetio de Curitiba no bairro
Cajuruacute este uacuteltimo fica proacuteximo ao CEPMAT haacute uma distacircncia aproximada de
1200m pelo trajeto viaacuterio ou menos do que isso em linha reta Nestes Paacutetios de
acordo com o relatoacuterio IPPUC (2008 p33) natildeo haacute carga e descarga mas haacute
montagem de composiccedilotildees e manobras e testes da composiccedilatildeo e de frenagem
A linha feacuterrea passa em frente ao coleacutegio a uma distacircncia de
aproximadamente 25m (na Figura 7 representada em azul claro) Os dados
extraiacutedos da tabela 1271 do capiacutetulo 12 sobre investigaccedilatildeo de ruiacutedos da ALL (ALL
2010 p14) realizadas pelo programa de mitigaccedilatildeo de ruiacutedos em uma aacuterea
estritamente residencial urbana a uma distacircncia de 15m da ferrovia indicaram que os
Niacuteveis de Pressatildeo Sonora do ruiacutedo ambiente satildeo iguais a 87 dB(A) agraves 16 horas e 72
dB(A) agraves 23 horas de acordo com esse relatoacuterio o ruiacutedo ambiente (durante a
passagem da composiccedilatildeo feacuterrea) dura cerca de 5 minutos (IPPUC 2008 p17)
112
FIGURA 7 - REDE INTEGRADA DE TRANSPORTE PUacuteBLICO DE CURITIBA EM 2003 FONTE IPPUC (2006)
No entanto eacute importante ressaltar que aleacutem dos ruiacutedos ambiente imediatos
mencionados no relatoacuterio durante a passagem das composiccedilotildees a empresa
Ameacuterica Latina Logiacutestica usa regularmente a linha feacuterrea em frente ao CEPMAT
113
para fazer manobras e testes de frenagem e de motores das locomotivas devido agrave
proximidade da linha feacuterrea com a aacuterea de manobras do Paacutetio de Curitiba As
locomotivas ziguezagueiam do Paacutetio de Curitiba ateacute uma linha que fica em frente agrave
escola aumentando significativamente os niacuteveis de ruiacutedo ambiente no local e o
tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
O CEPMAT estaacute localizado na intersecccedilatildeo entre o corredor Leste de
transporte coletivo do sistema viaacuterio e a linha feacuterrea do Setor Cajuru que daacute acesso
agrave aacuterea de manobras do Paacutetio de Curitiba Em um local proacuteximo o ruiacutedo ambiente
medido pela empresa que administra a ferrovia (ALL 2010) chegou a 87 dB(A) Por
outro lado a Lei Ordinaacuteria Municipal Nordm 10625 (CURITIBA 2002) dispotildee sobre o
limite maacuteximo de ruiacutedo na Zona Especial Educacional que eacute de 60 dB(A) Assim os
limites maacuteximos estatildeo superiores aos recomendados Da mesma forma a Norma
Regulamentadora 10152 (ABNT 1987a) que fixa os niacuteveis de ruiacutedo para conforto
acuacutestico delimita como niacutevel sonoro para conforto acuacutestico em salas de aula e
laboratoacuterios 40 dB(A) e como Niacutevel Sonoro Aceitaacutevel 50 dB(A) a Norma
Regulamentadora 10151(ABNT 1987) fixa os niacuteveis sonoras para avaliar os
ambientes externos e as aacutereas estritamente residenciais urbanas ou de hospitais e
escolas os niacuteveis diurnos satildeo de 50 dB(A) e noturno de 45 dB(A) A NBR
101511987 eacute o criteacuterio teacutecnico a ser seguido e atendido segundo a Resoluccedilatildeo nordm 1
do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente e da Secretaria do Meio
Ambiente (de 8 de marccedilo de 1990) A Lei 960598 (CONAMA 1998) menciona as
consequecircncias para as empresas que causam poluiccedilatildeo de qualquer natureza em
niacuteveis tais que resultem ou possam resultar em danos agrave sauacutede humana ou que
provoquem a mortandade de animais ou a destruiccedilatildeo significativa da flora
No entanto os valores apontados pelo relatoacuterio da empresa (ALL 2010) e as
mediccedilotildees realizadas in locus e relatadas no capiacutetulo anterior permitem afirmar que
os niacuteveis sugeridos tanto na Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 (CURITIBA 2002)
quanto nas NBR 10151(ABNT 1987) e 10152 (ABNT 1987a) foram extrapolados
Sabendo que quando valores estatildeo acima dos limites estabelecidos podem
provocar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR)
114
Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) eacute a perda provocada pela exposiccedilatildeo por tempo prolongado ao ruiacutedo Configura-se como uma perda auditiva do tipo neurossensorial geralmente bilateral irreversiacutevel e progressiva com o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (CID 10 ndash H 833) Consideram-se como sinocircnimos perda auditiva por exposiccedilatildeo ao ruiacutedo no trabalho perda auditiva ocupacional surdez profissional disacusia ocupacional perda auditiva induzida por niacuteveis elevados de pressatildeo sonora perda auditiva induzida por ruiacutedo ocupacional perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora de origem ocupacional (BRASIL 2006 p13)
Apesar de esta dissertaccedilatildeo considerar a nova nomenclatura anatocircmica que
substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo conforme mencionado em
nota de rodapeacute no capiacutetulo II o Protocolo (BRASIL 2006) utiliza os dois termos que
aparecem com o mesmo significado O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5
(BRASIL 2006) centra-se em grande parte a descriccedilatildeo da PAIR causada por ruiacutedo
intenso e contiacutenuo no entanto o mesmo protocolo faz referecircncias quanto as
consequecircncias para a sauacutede na exposiccedilatildeo ao ruiacutedo suacutebito
Quando a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo eacute de forma suacutebita e muito intensa pode ocorrer o trauma acuacutestico lesando temporaacuteria ou definitivamente diversas estruturas do ouvido Apesar de esta dissertaccedilatildeo considerar a nova nomenclatura anatocircmica que substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo conforme mencionado no capiacutetulo II o Protocolo (BRASIL 2006) utiliza os dois termos que aparecem com o mesmo significado Outro tipo de alteraccedilatildeo auditiva provocado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo intenso eacute a mudanccedila transitoacuteria de limiar que se caracteriza por uma diminuiccedilatildeo da acuidade auditiva que pode retornar ao normal apoacutes um periacuteodo de afastamento do ruiacutedo (BRASIL 2006 p 11)
(hellip) O risco de Pair aumenta muito quando a meacutedia da exposiccedilatildeo estaacute acima de 85 dB(A) por oito horas diaacuterias As exposiccedilotildees contiacutenuas satildeo piores do que as intermitentes poreacutem curtas exposiccedilotildees a ruiacutedo intenso tambeacutem podem desencadear perdas auditivas (BRASIL 2006 p18)
Neste subtoacutepico introduzi a abordagem da problemaacutetica do aumento da
pressatildeo sonora no entorno do CEPMAT e para tanto apresentei as mudanccedilas
ambientais que ocorreram na regiatildeo com adensamento de traacutefego e tambeacutem normas
que regulamentam os niacuteveis maacuteximos de pressatildeo sonora em locais como escolas
hospitais etc Apresentei tambeacutem a PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo que
foi descrita em Brasil (2006) e jaacute apresenta o coacutedigo de Identificaccedilatildeo de Doenccedila
(CID 10 ndash H 833) Sendo que o proacuteprio relatoacuterio da empresa (ALL 2010) confirma a
extraptaccedilatildeo dos limites em dB(A) estabelecidos por lei para a Zona Especial
115
Educaiconal ZE-E que eacute de 50 dB(A) No subtoacutepico seguinte discuto a percepccedilatildeo
ambiental e alguns sintomas causados pelos efeitos do ruiacutedo agrave sauacutede humana
62 OS SINTOMAS DE ESTRESSE E A PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES
Neste subtoacutepico abordo dois aspectos cruciais para a concepccedilatildeo do
instrumento de coleta de dados O primeiro aspecto refere-se aos processos
perceptivos para construccedilatildeo de indicadores vaacutelidos para a avaliaccedilatildeo criteriosa sobre
a percepccedilatildeo dos estudantes relativa agrave Poluiccedilatildeo Sonora Tanto a poluiccedilatildeo sonora
externa dos meios de transportes quanto agrave interna dos fones conectados ao
Aparelho Celular A anaacutelise da percepccedilatildeo considerou os aspectos psicoloacutegicos
socais e culturais da comunidade escolar que participou da pesquisa O segundo
aspecto refere-se agrave caracterizaccedilatildeo dos sintomas e niacuteveis de estresse A partir da
caracterizaccedilatildeo de percepccedilatildeo e estresse o proacuteximo subtoacutepico apresentaraacute a
concepccedilatildeo do instrumento de coleta de dados
Para Fernandes et al (2004) estas respostas ou manifestaccedilotildees decorrentes
satildeo resultado das percepccedilotildees pessoais e coletivas dos processos cognitivos
julgamentos e expectativas e embora nem todas as manifestaccedilotildees psicoloacutegicas
sejam evidentes ou constantes elas afetam a conduta mesmo que
inconscientemente
Em ambientes urbanos haacute manifestaccedilotildees mais comuns - por exemplo a
poluiccedilatildeo sonora dos meios de transportes as pichaccedilotildees a muacutesica etc Os aspectos
dessas manifestaccedilotildees podem ser percebidos pelas pessoas Assim estudos sobre a
percepccedilatildeo ambiental satildeo fundamentais pois permitem compreender as relaccedilotildees
entre os humanos e o ambiente Os mesmos autores sugerem que a percepccedilatildeo
ambiental eacute um conceito sustentado por dados de pesquisas poreacutem ao ser
veiculado eacute reconstruiacutedo por meio de sua utilizaccedilatildeo
Para Del Rio (1996) as pessoas tecircm dificuldades de se relacionar socialmente
e em alguns casos tecircm atitudes agressivas Exemplos de manifestaccedilotildees
psicossociais decorrentes da degradaccedilatildeo da qualidade de vida urbana mesmo que
na maioria das vezes seja inconsciente Neste sentido os aspectos quanto aos
116
efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede nas pessoas encontram barreiras para tomar
accedilotildees de prevenccedilatildeo e adoccedilatildeo de medidas eficazes de controle Ao mesmo tempo o
contiacutenuo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas aacutereas urbanas torna-se cada vez mais
desconfortaacutevel insalubre e inseguro afetando a sauacutede do indiviacuteduo e contaminando
intensamente as relaccedilotildees sociais sem que isso seja percebido
De acordo com Reis Lay (2006) o conhecimento adquirido sobre os
processos perceptivos e cognitivos pode melhorar a qualidade dos ambientes por
meio de poliacuteticas planejamento e projetos de forma que ao planejar e projetar um
determinado ambiente os funcionamentos possam ser contemplados
Os estudos sobre percepccedilatildeo ambiental e sobre os efeitos psicofiacutesicos do
ruiacutedo podem contribuir para o planejamento local no que tange ao gerenciamento do
ruiacutedo urbano mas tambeacutem nos auxilia a entender algumas reaccedilotildees psicossociais
dos estudantes do CEPMAT
Na deacutecada de 1970 os estudos geograacuteficos sobre percepccedilatildeo ambiental
tornaram-se fonte de pesquisa para a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a
Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura - UNESCO e podem ser compreendidos de duas
maneiras
a) A primeira foi descrita por Reis e Lay (2006) que entendem que o processo
perceptivo de interaccedilatildeo entre o espaccedilo e o indiviacuteduo se daacute exclusivamente pelos
sentidos baacutesicos (visatildeo e audiccedilatildeo) em que a percepccedilatildeo eacute tratada como
exclusivamente sensorial A cogniccedilatildeo processo de construccedilatildeo do sentido na mente
eacute cumulativa e se forma por meio da experiecircncia cotidiana na qual as sensaccedilotildees
adquirem valores e significados gerando expectativas sobre o ambiente que se
traduzem em atitudes e comportamentos
b) A segunda ocorre para aleacutem da interaccedilatildeo sensorial em que se consideram
outros fatores psicossociais tais como cultura memoacuteria conjunto de informaccedilotildees e
valores pessoais Nessa a cogniccedilatildeo e a sensaccedilatildeo integram a percepccedilatildeo e aqui
reside o objeto de interesse da grande maioria dos estudos de percepccedilatildeo ambiental
Assim o conceito de percepccedilatildeo inicia no processo de como as pessoas
percebem o ambiente e tomam decisotildees associadas a elas mesmas Para Kolter
(1998) apud Medeiros Cruz (2006) a percepccedilatildeo depende do relacionamento entre
estiacutemulo ambiente e condiccedilotildees do indiviacuteduo e pode provocar
117
a) Atenccedilatildeo seletiva - ao receber milhotildees de estiacutemulos diaacuterios predomina a percepccedilatildeo daqueles que se desviam mais do estiacutemulo normal (fenocircmenos atiacutepicos)
b) Distorccedilatildeo seletiva - nem sempre a interpretaccedilatildeo de estiacutemulos ocorre de maneira presumiacutevel em funccedilatildeo da psicologia individual (tendecircncias e predisposiccedilotildees)
c) Retenccedilatildeo seletiva - apenas uma pequena proporccedilatildeo dos estiacutemulos permanece retida conscientemente por maior tempo predominantemente aqueles que provocam efeitos associados (sensaccedilotildeesreaccedilotildees) ou estatildeo relacionados a alguma informaccedilatildeo de interesse atual Cada pessoa percebe aquilo com que se preocupa e a percepccedilatildeo depende da psicologia individual da cultura aprendida de influecircncias socioeconocircmicas e profissionais da experiecircncia de vida e da originalidade bioloacutegica
No sentido da retenccedilatildeo seletiva os aspectos culturais que vimos discutindo ao
longo desta dissertaccedilatildeo afetam sobremaneira a percepccedilatildeo Para Ribas e Graemel
(2006) a percepccedilatildeo de um problema dependeraacute das expectativas culturalmente
variaacuteveis a respeito daquilo que se constitui como negativo Hoje os riscos se
expandem em quase todas as dimensotildees da vida humana obrigando-nos a
questionar haacutebitos de consumo e produccedilatildeo e um dos efeitos deste processo eacute a
poluiccedilatildeo sonora Vivemos em uma sociedade de riscos estes podem estar
relacionados a acidentes ou exposiccedilotildees a poluiccedilatildeo sonora Nesse sentido a
percepccedilatildeo atribuiacuteda a determinados problemas estaacute relacionada agraves expectativas
socioculturais que satildeo mutaacuteveis do que se considera ou natildeo como negativo e com
qual prioridade
Sobre a percepccedilatildeo dos efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede humana eacute
possiacutevel afirmar que existem muitas dificuldades para quantificar a influecircncia da
hora do dia do estado emocional da atitude em relaccedilatildeo ao ruiacutedo do tempo de
exposiccedilatildeo uma vez que os estudantes ficam expostos agraves fontes sonoras por isso o
instrumento delineado nesta dissertaccedilatildeo natildeo eacute de cunho quantitativo mas utiliza
aspectos que se aproximam da ideacuteia de uma quali-quantificaccedilatildeo Isso foi feito
avaliando as percepccedilotildees a partir de uma escala do tipo Likert
Os estudos sobre percepccedilatildeo ambiental relacionada ao campo da Educaccedilatildeo
Ambiental satildeo recentes se comparados agrave inserccedilatildeo da temaacutetica em outros campos
de conhecimento Tais estudos propotildeem a compreensatildeo das percepccedilotildees que
resultam em levantamentos conceituais da relaccedilatildeo dos humanos com as realidades
imediatas em que estatildeo inseridos a coletividade e o lugar habitado as formas com
que essa relaccedilatildeo eacute influenciada por conhecimentos e discursos construiacutedos
socialmente importando o entendimento dos processos histoacutericos e culturais dessa
construccedilatildeo
118
Novais e Guarin Neto (2007) conceituam percepccedilatildeo ambiental como uma
tomada de consciecircncia do ambiente pelo humano isto eacute o ato de perceber o
ambiente em que se estaacute inserido aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo
Com isso cada indiviacuteduo percebe reage e responde diferentemente agraves accedilotildees sobre
o ambiente em que vive Estas respostas ou manifestaccedilotildees adquiridas satildeo
resultados das percepccedilotildees individuais e coletivas dos processos cognitivos
julgamentos e expectativas de cada pessoa
O ruiacutedo eacute hoje considerado um mal urbano seja no bairro no centro da
cidade ou ateacute mesmo em ambiente proacuteprio para educaccedilatildeo como as escolas Atinge
homens e mulheres adultos e crianccedilas independente das condiccedilotildees
socioeconocircmicas culturais eacutetnicas e religiosas Para Eniz (2004) pessoas expostas
ao ruiacutedo tornam-se tolerantes a altos niacuteveis de pressatildeo sonora tornando-se
portanto menos sensiacuteveis ao ruiacutedo e a prevenccedilatildeo a problemas de sauacutede auditiva e
mais vulneraacuteveis a problemas auditivos e aos problemas psicoloacutegicos associados
sem que percebam No entanto essa vulnerabilidade depende tambeacutem dos fatores
fiacutesicos do som
Para Santos e Martins (2005) apud Scarate (2009) a percepccedilatildeo da poluiccedilatildeo
sonora depende das expectativas a respeito daquilo que culturalmente se constitui
como negativo satildeo valores jaacute assimilados pela sociedade que ldquogostardquo de sons com
maior volume A elevada intensidade dos ruiacutedos oferece prazer em muitos
momentos como no caso das muacutesicas
A seguir passo a apresentar alguns efeitos psicofiacutesicos causados pela
exposiccedilatildeo ao ruiacutedo e a forma como as pessoas podem perceber a poluiccedilatildeo sonora
no seu cotidiano uma vez que satildeo indicadores empregados nesta dissertaccedilatildeo
O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 apresentado em Brasil (2006)
subdivide os efeitos da PAIR agrave sauacutede em dois grupos Efeitos auditivos da exposiccedilatildeo
ao ruiacutedo e Efeitos natildeo-auditivos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo Neste subtoacutepico exponho
especificamente os efeitos natildeo auditivos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo mencionados no
protocolo justifico esta exposiccedilatildeo parcial em funccedilatildeo da questatildeo de pesquisa que
busco responder aqui pois o capiacutetulo concentra-se na anaacutelise dos efeitos natildeo-
auditivos
O ruiacutedo pode desencadear efeitos nocivos agrave sauacutede em geral entre eles o
Protocolo destaca ldquonervosismo irritabilidade cefaleia insocircnia alteraccedilotildees
circulatoacuterias alteraccedilatildeo de visatildeo alteraccedilotildees gastrointestinais entre outrosrdquo (BRASIL
119
2006 p20) que podem ser considerados isoladamente No entanto os efeitos
podem ser considerados em seu conjunto como sintomatologia de estresse Haacute
vaacuterios conceitos distintos de estresse que foram discutidos por Filgueiras Hippert
(1999) alguns deles satildeo reproduzidos aqui
Marilda Lipp (1984) dentro de uma abordagem cognitivo-comportamental
define o estresse como uma reaccedilatildeo psicoloacutegica com componentes emocionais
fiacutesicos mentais e quiacutemicos a determinados estiacutemulos que irritam amedrontam
excitam eou confundem a pessoa A autora distingue o niacutevel de estresse
excessivo ou insuficiente (distresse) daquele que eacute necessaacuterio para o bom
desempenho da pessoa (eustresse) Ela considera as caracteriacutesticas reais dos
estiacutemulos eou a accedilatildeo interpretativa que o sujeito daacute aos mesmos na determinaccedilatildeo
do distresse ou do eustresse As primeiras caracteriacutesticas envolveriam um processo
metaboacutelico ou sensorial sem a participaccedilatildeo de mecanismos cerebrais interpretativos
a segunda seria proveniente do componente aprendizagem do repertoacuterio de
condicionamento de respostas que a pessoa acumulou durante a vida
Moreira Mello Filho (1992) conceituam o estresse (fiacutesico psicoloacutegico ou
social) como um conjunto de reaccedilotildees e estiacutemulos que causam distuacuterbios no
equiliacutebrio do organismo frequentemente com efeitos danosos O mesmo autor
conceituou tambeacutem o coping como um conjunto de mecanismos de que o
organismo lanccedila matildeo em reaccedilatildeo aos agentes do estresse representando a forma
como cada pessoa avalia e lida com estas agressotildees Rodrigues (1997) conceitua
estresse como uma relaccedilatildeo particular entre uma pessoa seu ambiente e as
circunstacircncias agraves quais estaacute submetido que eacute avaliada pela pessoa como uma
ameaccedila ou algo que exige dela mais que suas proacuteprias habilidades ou recursos e
que potildee em perigo o seu bem-estar
Nesta pesquisa adoto o conceito de Carl Simonton (1987) apud Filgueiras
Hippert (1999) sobre alguns sintomas de estresse relacionados ao estado emocional
provenientes das reaccedilotildees humanas frente agraves mudanccedilas do ambiente e em suas
vidas abordam o conceito de estresse relacionando-o a estados emocionais
provenientes da reaccedilatildeo pessoal dos indiviacuteduos frente a mudanccedilas significativas em
suas vidas Para esses autores o que realmente parece ser significativo eacute a maneira
como cada pessoa reage aos agentes estressores sendo este um fator decisivo
para o aparecimento ou a evoluccedilatildeo de doenccedilas
120
Assim analiso como os estudantes reagem aos agentes estressores sendo
este um fator para o aparecimento ou evoluccedilatildeo de doenccedilas Stellman Daum (1975)
apud Brasil ( 2006 p 20) caracterizam os sintomas do estresse em trecircs fases
Reaccedilatildeo de Alarme Aumento de pressatildeo sanguiacutenea de frequecircncia cardiacuteaca e respiratoacuteria e diminuiccedilatildeo da taxa de digestatildeo
Reaccedilatildeo de Resistecircncia O corpo comeccedila a liberar estoques de accediluacutecar e gordura provoca cansaccedilo irritabilidade ansiedade problemas de memoacuteria e surgimento de doenccedilas agudas como gripes
Exaustatildeo Os estoques de energia satildeo esgotados insocircnia erros de discernimento mudanccedilas de personalidade doenccedilas crocircnicas coronarianas respiratoacuterias digestivas mentais e outras
Considerando os aspectos elencados para a discussatildeo sobre percepccedilatildeo
ambiental e as caracteriacutesticas e sintomatologia do estresse apresento no terceiro
subtoacutepico a forma como concebi o instrumento de pesquisa que passo a descrever
63 ORIENTACcedilOtildeES METODOLOacuteGICAS DO INSTRUMENTO
Neste subtoacutepico apresento a concepccedilatildeo do teste na forma de escala de tipo-
Likert e aponto algumas fragilidades deste modelo de instrumento Em seguida
caracterizo os procedimentos adotados para contemplar aspectos eacuteticos da
pesquisa
Apoacutes consultar os siacutetios eletrocircnicos do Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo
ndash IPDA o Marslach Burnout Inventory ndash MBI do Institute Chafic Jbeili o Protocolo
sobre Perda de Audiccedilatildeo Induzida por Ruiacutedo - PAIR (BRASIL 2006) e o Diagnoacutestico
Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana (SCARATE 2009) analisei os intrumentos
existentes e adaptei um teste para tentar perceber se os estudantes identificam em
si mesmos alguns sintomas de estresse em relaccedilatildeo aos ruiacutedos o qual denominei
ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo21
21 O teste in totum encontra-se no Apecircndice 1
121
O Teste adaptado foi constituiacutedo de 29 assertivas para identificar alguns
sintomas de estresse nos estudantes do CEPMAT abordando aspectos
relacionados aos ruiacutedos internos (Aparelhos Celulares) e externos e ponderar
aspectos relativos agraves normas e regras estabelecidas pelo Coleacutegio
O Teste de estresse foi desenvolvido adaptando-se uma escala de atitudes
(escala de Likert) A concepccedilatildeo baacutesica que subsidia as escalas de atitude eacute que eacute
possiacutevel descobrir atitudes pedindo aos indiviacuteduos que respondam uma seacuterie de
assertivas de preferecircncia Se um respondente concorda com uma assertiva os
pesquisadores inferem que ele tem uma atitude positiva em relaccedilatildeo a aquela
assertiva Uma escala de atitudes consiste em um conjunto de assertivas e pede-se
aos indiviacuteduos que respondam O modelo de respostas evidencia uma ou mais
atitudes que subjazem as assertivas As escalas de atitude satildeo idecircnticas as escalas
de avaliaccedilatildeo em seu formato com palavras e nuacutemeros colocados em um continuum
Pede-se que os respondentes circulem a palavra ou o nuacutemero que melhor expressa
como ele se sente sobre o toacutepico incluiacutedo na questatildeo ou na frase colocada na
escala Uma escala de atitudes muito usada eacute a escala de Likert cujo nome foi dado
pelo homem que a criou Em algumas o 5 (concordo fortemente) indicaraacute a atitude
positiva e seraacute dada a pontuaccedilatildeo 5 Em outros itens o 1 (discordo totalmente)
indicaraacute a atitude positiva e seraacute dado a pontuaccedilatildeo 5 Portanto os extremos da
escala satildeo invertidos quando pontuados (FRAENKEL WALLEN 2000)
As escalas de Likert normalmente tecircm cinco niacuteveis mas a escala proposta
neste Teste foi composta por sete niacuteveis (1 - de jeito nenhum 2 - raramente 3 - as
vezes 4 - frequentemente 5 - sempre 6 - natildeo sei 7 - natildeo me importo) contendo
uma linguagem simplificada do assunto proposto
Os niacuteveis seis e sete foram criados para minimizar as fragilidades apontadas
por autores que pesquisaram o uso dessas escalas Sobre essas fragilidades
Lederman OacuteMalley (1990) apud Aikenhead Ryan (1992) identificaram que as
assertivas podem ter inuacutemeros problemas de linguagem e concluiacuteram que ldquoa
linguagem eacute usada de forma diferenciada por estudantes e pesquisadores e esta
assincronia leva quase que certamente a interpretaccedilotildees que natildeo coadunam com as
percepccedilotildees que os estudantes tecircmrdquo (p237 traduccedilatildeo nossa) ou seja trazem
ambiguidade para a formulaccedilatildeo da assertiva e interpretaccedilatildeo da resposta
O problema da ambiguidade na linguagem para a formulaccedilatildeo de assertivas foi
investigado por Aikenhead (AIKENHEAD 1989 apud AIKENHEAD RYAN 1992) A
122
ambiguidade foi medida pela discrepacircncia entre as respostas que os estudantes
deram para itens formulados em quatro formatos distintos a saber tipo-Likert
paraacutegrafos redigidos entrevistas semi-estruturadas itens de muacuteltipla escolha
derivados de coleta empiacuterica O autor concluiu que as respostas do tipo-Likert
oferecem somente uma aproximaccedilatildeo com as crenccedilas dos estudantes e as chances
do avaliador concluir com acuraacutecia satildeo muito remotas pois a ambiguidade alcanccedila
niacuteveis de 80
Apesar de perceber a enorme fragilidade na acuraacutecia deste instrumento optei
pelo desenvolvimento de um teste neste modelo porque ele permite coletar dados
em larga escala e facilita a anaacutelise das respostas permitindo uma visatildeo inicial do
problema Entendo que natildeo faz parte do escopo desta dissertaccedilatildeo fazer uma anaacutelise
da sauacutede psicoloacutegica dos estudantes uma vez que a psicologia natildeo eacute minha aacuterea de
formaccedilatildeo portanto seria desnessaacuterio um teste psicoloacutegico de alta profundidade
aqui
Para minimizar as fragilidades expostas a constituiccedilatildeo dos dados foi
triangulada com outros instrumentos no caso um questionaacuterio fechado
(apresentado na seccedilatildeo 4 desta dissertaccedilatildeo) e duas afericcedilotildees de medidas com
equipamentos (apresentadas na seccedilatildeo 5) Uma das afericcedilotildees foi realizada com os
fones auriculares ligados aos Aparelhos Celulares dos estudantes enquanto esses
ouviam muacutesicas e outra afericcedilatildeo ocorreu nas dependecircncias do CEPMAT
investigando os ruiacutedos oriundos do ambiente externo As duas eram mediccedilotildees de
decibeacuteis
Tanto os problemas ambientais externos - decorrentes do crescimento urbano
do entorno com consequente intensificaccedilatildeo do traacutefego na frente do coleacutegio (o que
levou a um aumento dos niacuteveis de pressatildeo sonora gerando uma percepccedilatildeo de
aumento de ruiacutedo) ndash quanto os problemas que eu chamei de internos que ocorreram
a partir do meu incocircmodo pessoal de lidar com o uso natildeo didaacutetico que os estudantes
fazem do Aparelho Celular- foram contemplados neste instrumento O teste foi
concebido com o intuito de que os proacuteprios estudantes pudessem identificar alguns
sintomas de estresse por exposiccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora e que a partir das respostas
agraves assertivas fosse possiacutevel compreender se os estudantes estatildeo ou natildeo
culturalmente ldquotolerantesrdquo com ambientes ruidosos e portanto menos sensiacuteveis a
prevenccedilatildeo a problemas de sauacutede auditiva e mais vulneraacuteveis as consequecircncias
fiacutesicas e psicoloacutegicas do excesso de ruiacutedo
123
Com os resultados pretendo responder a questatildeo de pesquisa nuacutemero quatro
ldquoComose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as normas e
regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora a) oriundas do
entorno da escola e b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos
Celulares e os possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles c) e as regras e
normas utilizadasrdquo Verifiquei que Comose os estudantes do Ensino Meacutedio do
CEPMAT percebem (a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do
Coleacutegio (b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede
dos estudantes (c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes (d) as
normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT
64 PARTICIPANTES
Os dados foram constituiacutedos com estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT
durante o mecircs de novembro de 2013 Para tanto selecionei aleatoriamente seis
turmas (no CEPMAT existem 18 turmas do Ensino Meacutedio) sendo (duas do 1ordm ano
duas do 2ordm e duas do 3ordm ano) perfazendo um total de 160 participantes
65 CONSTITUICcedilAtildeO DOS DADOS
Quanto agraves implicaccedilotildees eacuteticas solicitei junto agrave direccedilatildeo em uma reuniatildeo no
CEPMAT a autorizaccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da pesquisa No que se refere a
participaccedilatildeo dos estudantes entreguei a cada colaborador uma autorizaccedilatildeo
individual (Apecircndice 3) No momento da aplicaccedilatildeo do instrumento os estudantes
foram informados que natildeo havia qualquer ligaccedilatildeo com as disciplinas realizadas na
escola natildeo existindo respostas certas ou erradas evitando assim o
comprometimento com as disciplinas em geral e com outros problemas de validade
124
interna do teste Levei em conta a confidencialidade dos dados avisando a todos
que estariam livres para participar (ou natildeo) da pesquisa
A partir da concepccedilatildeo do instrumento e de sua aplicaccedilatildeo foi realizada uma
anaacutelise do teste de ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo por uma
profissional da aacuterea de psicologia (COSTA 2013) A anaacutelise que encontra-se no
Anexo 3 desta dissertaccedilatildeo comparou as questotildees elaboradas com as categorias e
criteacuterios do Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais (DSM) (APA
2003) e com as caracteriacutesticas de estresse mencionadas no Protocolo de
Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL 2006) e identificou que 20 das 29 questotildees
do instrumento elaborado contemplam os criteacuterios e caracteriacutesticas para
identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresse isso significa que o teste elaborado foi
considerado apropriado para o objetivo proposto ou seja para a autoidentificaccedilatildeo
de alguns sintomas de estresse A seguir descrevo e analiso os dados
66 ANAacuteLISE DE DADOS
Neste subiacutetem faccedilo a analise dos resultados Optei por expor os dados
distribuindo as informaccedilotildees de acordo com a formulaccedilatildeo das subquestotildees da
questatildeo quatro desta pesquisa Para facilitar a visualizaccedilatildeo dos resultados exibo-os
inicialmente em linguagem graacutefica em seguida ressalto no texto as principais
informaccedilotildees apresento algumas consideraccedilotildees e inferecircncias e finalmente respondo
a cada subquestatildeo
A seguir inicio a anaacutelise do primeiro subitem da questatildeo de pesquisa nuacutemero
4 ou seja ldquoSe e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem
existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegiordquo
125
661 Parte 1 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio
As duas primeiras assertivas do instrumento referem-se agrave percepccedilatildeo dos
estudantes quanto agrave poluiccedilatildeo sonora no entorno do CEPMAT As respostas foram
plotadas em porcentagem no Graacutefico 10
GRAacuteFICO 10 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO Aacute POLUICcedilAtildeO SONORA NO ENTORNO DO CEPMAT
22
FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
Eacute importante observar que a percepccedilatildeo dos estudantes quanto aos ruiacutedos
refere-se a qualquer meio de transporte natildeo especificamente aos ruiacutedos das
composiccedilotildees feacuterreas (Graacutefico 10)
No I1- 10 mencionaram que o CEPMAT ldquoDe jeito nenhumrdquo eacute ruidoso por
causa dos trens carros e ocircnibus que passam em frente 1313 responderam
ldquoRaramenterdquo 3563 ldquoagraves vezesrdquo 20 ldquoFrequentementerdquo e 1063 consideram o
Coleacutegio ldquoSemprerdquo eacute ruidoso 188 ldquoNatildeo Sabemrdquo 875 ldquoNatildeo se importamrdquo se o
coleacutegio eacute (ou natildeo) ruidoso por causa dos trens carros e ocircnibus que circulam no
entorno
No I2 ndash Verifica-se que 629 dos estudantes consideram que ldquoDe jeito
nenhumrdquo a biblioteca do Coleacutegio eacute adequada para realizar pesquisas e outras
22 NOTA Foi construiacuteda uma escola tipo-LIKERT com 7 niacuteveis sendo (1= de jeito nenhum 2=
Raramaente 3=Agraves vezes 4= Frequentemente 5=Sempre 6= Natildeo sei 7=Natildeo me importo 160 total de estudantes que participaram do teste
126
atividades 755 responderam que a biblioteca ldquoRaramenterdquo eacute adequada 2075
ldquoAgraves vezesrdquo 1887 ldquoFrequentementerdquo 4088 ldquosemprerdquo eacute adequada 566 ldquoNatildeo
sabemrdquo o niacutevel ldquoNatildeo se importardquo natildeo foi mencionado nas respostas
6611 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I1 e I2
I1- As respostas dos estudantes natildeo retratam uma percepccedilatildeo do coleacutegio
como sendo ruidoso por causa dos meios de transporte Embora 3563 dos
estudantes terem marcado ldquoagraves vezesrdquo Isso se deve a passagem diaacuteria do trem que
em algumas situaccedilotildees natildeo dura mais do que cinco minutos Uma porcentagem
similar (3063) considera que o coleacutegio eacute ldquofrequentementerdquo (2000) ou ldquosemprerdquo
(1063) ruidoso Se somarmos os que de alguma forma consideraram o coleacutegio
ruidoso teremos que pelo menos 65 dos estudantes percebem que o CEPMAT eacute
um ambiente ruidoso isso pode ser devido agrave percepccedilatildeo dos momentos em que eacute
realizado manutenccedilatildeo nas maacutequinas o trem trafega diversas vezes nos horarios da
manhatilde assim eacute possivel afirmar que os correspondentes percebem que o coleacutegio eacute
ruidoso
Quanto ao I2- Mais de 40 dos estudantes consideram que a biblioteca eacute
adequada e silenciosa para a realizaccedilatildeo de pesquisas no entanto as afericcedilotildees
apontaram niacuteveis de ateacute 96 dB(A) o que posso afirmar que eacute um ambiente ruidoso
embora os resultados no teste apontaram um ambiente adequado para os estudos
e concluo que os estudantes estatildeo culturalmente inseridos em ambientes ruidosos
6612 CONSIDERACcedilOtildeES
Embora 65 dos estudantes percebem parcialmente que o CEPMAT faz
parte de um contexto ruidoso A biblioteca que eacute um dos locais mais ruidosos do
Coleacutegio natildeo foi vista como tal por 40 dos respondentes Embora as respostas
127
foram de que a Biblioteca eacute um ambiente adequado e silencioso para os estudos
me permitem afirmar que boa parte dos estudantes natildeo utilizam a biblioteca no
horaacuterio das aulas e no momento de responder o teste natildeo percebera-na como um
ambiente ruidoso A biblioteca fica em um anexo fora da escola23 assim os sons
internos da movimentaccedilatildeo de estudantes natildeo satildeo somados aos sons do entorno o
que pode trazer uma percepccedilatildeo diminuiacuteda de ruiacutedo para os respondentes Aleacutem
disso os estudantes estatildeo inseridos culturalmente em ambientes ruidosos e a
exposiccedilatildeo constante a fontes sonoras aumenta a toleracircncia agrave mais ruiacutedos reduzindo
a percepccedilatildeo sobre estes Ennes (1977) apud Scarate (2009) mostrou que eacute difiacutecil
quantificar essa percepccedilatildeo devido aos fatores caracteriacutesticos a que os estudantes
estatildeo expostos
Avaliar a percepccedilatildeo sonora a partir os sentidos humanos (audiccedilatildeo paladar
tato olfato visatildeo) pode ser tarefa especialmente difiacutecil se o estudante estiver
inserido em um contexto ruidoso Os resultados obtidos mostraram que parte dos
estudantes (1063) natildeo percebe ou natildeo se incomoda com os ruiacutedos do entorno do
CEPMAT o que me permite dizer que eles podem estar inseridos em ambientes
ruidosos por isso natildeo percebem a diferenccedila entre os ambientes em que vivem e o
ambiente escolar
Ribas (2007) sugeriu que muitas pessoas sentem prazer em permanecer em
ambientes barulhentos mesmo que o ruiacutedo urbano seja considerado como um fator
negativo Desta forma interesses e intenccedilotildees diferenciadas geram percepccedilotildees
diferentes sobre o mundo e sobre o ruiacutedo gerando respostas diferenciadas como
estresse Conforme jaacute mencionei neste capiacutetulo Selye (1959) apud Brasil (2006 p
20) conceituou estresse como ldquouma resposta natildeo especiacutefica do corpo a qualquer
exigecircncia feita sobre ele eacute o conjunto de defesas do corpo contra qualquer forma de
estiacutemulo nocivordquo Assim o estresse eacute uma tentativa de adaptaccedilatildeo ao ambiente
modificado ou a um novo ambiente Para Romero et al (2007) o estresse possui
vaacuterios efeitos (bioloacutegicos emocionais fiacutesicos) podendo afetar as capacidades
cognitivas e com certeza alterar as percepccedilotildees sobre o ambiente
Os dois itens avaliados permitem responder o primeiro subitem da questatildeo de
pesquisa nuacutemero 4 que se refere agrave percepccedilatildeo dos estudantes em relaccedilatildeo do
entorno do CEPMAT Os resultados indicaram que os estudantes percebem
23 (vide a planta baixa arquitetocircnica da escola no anexo VIII)
128
parcialmente o Coleacutegio como um ambiente ruidoso Ou seja 65 de estudantes tecircm
alguma percepccedilatildeo de ruiacutedo no coleacutegio Por outro lado pelo menos 20 dos
estudantes tecircm pouca percepccedilatildeo sobre os ruiacutedos nesse ambiente
Em relaccedilatildeo agrave biblioteca mais de 50 dos estudantes (somando os que
responderam ldquofrequentementerdquo e ldquosemprerdquo) percebem-na como um local adequado
em termos de conforto acuacutestico para realizar as tarefas escolares No entanto natildeo
foi investigado se os estudantes de fato conhecem a biblioteca do coleacutegio e se
permanecem ali por um periacuteodo mais longo de tempo para pesquisar e realizar
tarefas escolares Eacute importante notar que o item relativo agrave biblioteca foi inserido em
funccedilatildeo da localizaccedilatildeo desta estar sem nenhuma barreira de proteccedilatildeo (aacutervores
muros outros) recebendo de forma mais direta os ruiacutedos externos o que em termos
sonoros dificulta sobremaneira a manutenccedilatildeo de um ambiente acusticamente
saudaacutevel
Portanto o primeiro subitem pode ser respondido da seguinte forma
Os estudantes participantes da pesquisa nem sempre percebem o
CEPMAT como um ambiente ruidoso e a maioria considera a biblioteca um
ambiente acusticamente adequado para as atividades escolares
662 Parte 2 Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na
sauacutede dos estudantes
Nesta parte apresento nove itens divididos em trecircs graacuteficos (11 12 e 13) que
correspondem agrave percepccedilatildeo dos estudantes sobre os efeitos da poluiccedilatildeo sonora em
relaccedilatildeo ao traacutefego no entorno do ambiente escolar Assim procuro responder o
segundo subitem da quarta questatildeo de pesquisa Comose os estudantes do Ensino
Meacutedio do CEPMAT percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do
Coleacutegio na sauacutede deles
129
GRAacuteFICO 11 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES SOBRE OS EFEITOS DA POLUICcedilAtildeO SONORA EXTERNA AO CEPMAT FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
Os resultados que observo nos trecircs itens expressam parte da percepccedilatildeo dos
estudantes de alguns sintomas de estresse na sauacutede deles (Graacutefico 11)
No I3 ndash Eacute importante notar que esta assertiva foi feita na negativa assim
1938 responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo o ruiacutedo natildeo incomoda 1250
ldquoRaramenterdquo 2875 o ruiacutedo natildeo incomoda ldquoAgraves vezesrdquo 813 ldquoFrequentementerdquo
1750 ldquoSemprerdquo o ruiacutedo natildeo incomoda 063 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1313 ldquoNatildeo se
importamrdquo se o ruiacutedo do trem incomoda (ou natildeo) quando estatildeo assistindo aulas
No I4 ndash 3438 dos estudantes afirmaram que ldquoDe jeito nenhumrdquo jaacute me senti
prejudicado nas avaliaccedilotildees pelos ruiacutedos dos trens 1750 ldquoRaramenterdquo jaacute me senti
prejudicado 2375 ldquoAgraves vezesrdquo 1063 ldquoFrequentementerdquo 1125 ldquoSemprerdquo me
senti prejudicado 063 Natildeo sabem e 188 ldquoNatildeo se importamrdquo se jaacute se sentiram
prejudicados (ou natildeo) nas avaliaccedilotildees trabalhos e pesquisas causados pelos ruiacutedos
dos trens
No I5 ndash 6188 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo ouviram
zumbido na orelha interna depois de escutar ruiacutedos dos meios de transportes 875
ldquoRaramenterdquo ouviram zumbidos 1125 ldquoAgraves vezesrdquo 375 ldquoFrequentementerdquo
438 ldquoSemprerdquo ouviram zumbidos na orelha interna por causa dos trens carros e
ocircnibus 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e 313 ldquoNatildeo se importamrdquo se ouviram (ou natildeo)
zumbidos na orelha interna oriundos dos meios de transportes
130
6621 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I3 I4 e I5
Ao observar as respostas do I3 verifico que mais de 60 dos estudantes
(somando os que ldquode jeito nenhumrdquo natildeo se incomodam com o ruiacutedo 1938 com os
que ldquoraramenterdquo natildeo se incomodam 1250 e os que ldquoagraves vezesrdquo natildeo se
incomodam 2875) tecircm alguma percepccedilatildeo do incocircmodo relativo aos ruiacutedos
causados pelo trem ou melhor a assertiva estaacute na negativa assim o ruiacutedo do trem
incomoda os estudantes seja por passagem de uma locomotiva ou quando estaacute
realizando manuteccedilatildeo nas locomotivas
Jaacute a assertiva 4 refere-se aos prejuiacutezos causados pelos ruiacutedos do trem
durante a execuccedilatildeo de avaliaccedilotildees e trabalhos escolares Ao somar as percepccedilotildees
daqueles que ldquoque ldquoAgraves vezesrdquo 2375 com os que ldquofrequentementerdquo - 1063 e os
que ldquosemprerdquo ndash 1125 se sentem prejudicados perfaz um total de 4563 de
estudantes que claramente percebem prejuiacutezos agraves avaliaccedilotildees ou trabalho escolares
Por outro lado os que ldquode jeito nenhumrdquo 3438 percebem prejuiacutezos adicionando
aos os 1750 que ldquoraramenterdquo se incomodam totaliza 5188 Assim parece
haver um equiliacutebrio entre os que percebem algum tipo de prejuiacutezo e os que
raramente ou nunca o percebem
Quanto ao I5 - 6188 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo ouviram zumbido na
orelha interna apoacutes a passagem das composiccedilotildees feacuterreas ou de qualquer meio de
transporte
A seguir apresento e analiso as assertivas 6 7 e 8 relativas agrave percepccedilatildeo dos
impactos causados pelos ruiacutedos dos meios de transporte
Os resultados relativos agrave percepccedilatildeo dos estudantes sobre se haacute (ou natildeo)
algo a ser feito para alterar condiccedilotildees de ruiacutedo de traacutefego na frente do coleacutegio (i tem
6) e os itens 7 e 8 que abordam a percepccedilatildeo dos estudantes no que tange a alguns
sintomas de estresse satildeo resumidos no Graacutefico 12
131
GRAacuteFICO 12 - IMPACTOS CAUSADOS PELOS TRENS CARROS E OcircNIBUS AOS ESTUDANTES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
Observe-se que a assertiva 6 estaacute na negativa assim as respostas ao item 6
mostram que ndash 1750 dos estudantes acredita que ldquoDe jeito nenhumrdquo nada pode
ser feito para alterar as condiccedilotildees de ruiacutedos dos meios de transportes em frente ao
CEPMAT 563 ldquoRaramenterdquo 625 ldquoAgraves vezesrdquo 125 ldquoFrequentementerdquo 938
ldquoSemprerdquo nada pode ser feito 5125 ldquoNatildeo sabemrdquo se nada pode ser feito para
mudar as condiccedilotildees de ruiacutedos e 875 ldquonatildeo se importamrdquo com as atitudes a serem
tomadas
No item 7 - 2875 dos estudantes que responderam consideram que ldquoDe
jeito nenhumrdquo tecircm dificuldades na aprendizagem por conta dos ruiacutedos causados
pelos testes de frenagem e manutenccedilatildeo realizados em frente do CEPMAT 15
responderam ldquoRaramenterdquo 2250 ldquoAgraves vezesrdquo 750 ldquoFrequentementerdquo 688
ldquoSemprerdquo tecircm dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando haacute
testes de frenagem das composiccedilotildees em frente ao coleacutegio 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e
1250 ldquoNatildeo se importamrdquo com os ruiacutedos que as locomotivas fazem quando testam
os freios
Novamente eacute preciso estar atento agrave formulaccedilatildeo negativa da assertiva 8 ndash
3750 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo meu niacutevel de
concentraccedilatildeo natildeo se altera quando o trem passa 15 ldquoRaramenterdquo 2313 ldquoAgraves
vezesrdquo natildeo se altera 438 ldquoFrequentementerdquo 1188 ldquoSemprerdquo meu niacutevel de
concentraccedilatildeo natildeo se altera quando o trem passa 313 ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se
importamrdquo se o niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera
132
6622 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I6 I7 e I8
No item 6 questionei a mobilizaccedilatildeoimobilizaccedilatildeo dos estudantes no que tange
a tomada de providecircncias em relaccedilatildeo aos ruiacutedos causados pelos meios de
transporte Desta forma verifiquei que ndash 5125 dos estudantes ldquonatildeo sabemrdquo se
nada pode ser feito para alterar as condiccedilotildees mas 1750 acreditam
veementemente que ldquode jeito nenhumrdquo nada pode ser feito Mais uma vez eacute
importante notar que o item foi construiacutedo na negativa assim entendo que se os
estudantes compreenderam o item entatildeo pelo menos esses 1750 (ldquoDe jeito
nenhumrdquo nada pode ser feito) tecircm clareza de que algo pode efetivamente ser
realizado para alterar a situaccedilatildeo do ruiacutedo havendo portanto possibilidades para um
trabalho de protagonismo juvenil no coleacutegio
No item 7 ndash Verifiquei que nas respostas apresentadas existe uma
porcentagem de estudantes (2875) que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem dificuldades
na aprendizagem por conta dos ruiacutedos dos freios dos trens Poreacutem eacute importante
esclarecer que mesmo que os estudantes natildeo percebam suas proacuteprias dificuldades
isso natildeo significa que o problema inexista considerando que mesmo com raacutepidas
exposiccedilotildees de alta intensidade sonora podem ocorrer respostas psicoloacutegicas
(tensatildeo irritabilidade e baixa concentraccedilatildeo) quanto quiacutemicas (secreccedilatildeo anormal de
substacircncias hormonais) e fiacutesico-somaacuteticas No entanto ao somar os que ldquoagraves vezesrdquo
(2250) percebem dificuldades com os que ldquofrequentementerdquo (750) e os que
ldquosemprerdquo (688) as percebem temos um total de 3688 dos estudantes que jaacute
tecircm algum niacutevel de percepccedilatildeo sobre a reduccedilatildeo na aprendizagem Isso significa que
haacute uma porcentagem maior de alunos que jaacute tem essa percepccedilatildeo (3688) em
relaccedilatildeo agravequeles que ldquode jeito nenhumrdquo percebem (2875) o problema
Quanto ao item 8 ndash 3750 dos estudantes expressam que ldquode jeito nenhumrdquo
meu niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera durante as avaliaccedilotildees por conta dos ruiacutedos
dos trens ou seja em outras palavras esses estudantes responderam que
percebem alteraccedilotildees Aleacutem desses se somarmos ainda os que afirmam que
ldquoraramenterdquo (15) percebem que o niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera com os que
ldquoagraves vezesrdquo (2313) percebem que o niacutevel natildeo se altera o resultado seraacute 7563
Entendo que se considerar que todos os respondentes compreenderam o item e a
133
forma de respondecirc-lo entatildeo 7563 perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de
concentraccedilatildeo em outras palavras uma porcentagem bastante significativa dos
estudantes percebe alteraccedilotildees em sua concentraccedilatildeo
Nas assertivas 9 10 e 11 verifiquei a percepccedilatildeo dos estudantes sobre
sintomas de estresse na sauacutede deles relacionando os meios de transportes a
muacutesica que escutam no Celular e alguns aspectos relativos agrave cogniccedilatildeo Os dados
foram plotados no Graacutefico 13
GRAacuteFICO 13 - INCOcircMODOS CAUSADOS POR RUIacuteDOS AOS ESTUDANTES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
No I9 - 5188 dos estudantes respondeu que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem
esgotamento pela exposiccedilatildeo aos ruiacutedos dos meios de transportes 1313
ldquoRaramenterdquo 1375 ldquoAgraves vezesrdquo 438 ldquoFrequentementerdquo 562 ldquoSemprerdquo
percebem-se esgotados 375 ldquoNatildeo sabemrdquo e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se a
exposiccedilatildeo aos ruiacutedos dos trens carros e ocircnibus os deixa (ou natildeo) esgotados
Observe-se que a assertiva 10 foi construiacuteda na negativa Assim 3688 dos
estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo ficam incomodados por causa dos ruiacutedos intensos
oriundos das muacutesicas que escutam no fone auricular conectado ao Celular e dos
meios de transporte que passam em frente ao Coleacutegio 1563 ldquoRaramenterdquo 25
ldquoAgraves vezesrdquo 5 ldquoFrequentementerdquo 688 ldquoSemprerdquo natildeo se incomodam 188 ldquoNatildeo
sabemrdquo e 875 ldquoNatildeo se importamrdquo com os incocircmodos dos ruiacutedos tanto da muacutesica
que escutam no Celular quanto dos meios de transportes
134
No item 11 ndash 2938 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo perdem a
concentraccedilatildeo por causa dos trens 1938 ldquoRaramenterdquo 2188 ldquoAgraves vezesrdquo 875
ldquoFrequentementerdquo 1750 ldquoSemprerdquo perdem a concentraccedilatildeo 063 ldquoNatildeo sabemrdquo e
250 ldquoNatildeo se importamrdquo em perder a concentraccedilatildeo por conta dos trens
6623 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I9 I10 e I11
No item 9 ndash avalei se os estudantes percebem o esgotamento no final do
periacuteodo de aula e verifiquei que 5188 dos mesmos ldquode jeito nenhumrdquo percebem
esgotamento mas 3689 (somando os que agraves vezes -1375 frequentemente
438 sempre 565) tem alguma percepccedilatildeo sobre seu proacuteprio esgotamento
O item 10 ndash Considerando as respostas divididas entre os niacuteveis da escala
posso afirmar que 3688 dos estudantes que responderam incomodam-se com os
ruiacutedos intensos (ldquorsquode jeito nenhumrdquo natildeo se incomodam) e 1563 ldquoraramenterdquo natildeo se
incomodam Os dois somados perfazem um total de 5251 de estudantes que
percebem de forma mais expressiva os incocircmodos com os ruiacutedos intensos externos
e internos ao CEPMAT Assim considero que se os estudantes compreenderam o
item e a forma de respondecirc-lo entatildeo pelo menos a metade deles estaacute de alguma
forma incomodada com os ruiacutedos internos e externos
Quanto ao Item 11 ndash 2938 de estudantes ldquode jeito nenhumrdquo perdem a
concentraccedilatildeo por causa dos ruiacutedos dos trens Por outro lado ao somarmos os que
ldquoraramenterdquo (1938) com os que ldquoagraves vezesrdquo (2188) ldquofrequentementerdquo (875) e
os que ldquosemprerdquo perdem (1750) temos um total de 6751 de estudantes que tecircm
alguma percepccedilatildeo sobre sua perda de concentraccedilatildeo estar relacionada a passagem
do trem no horaacuterio das aulas Observe-se que neste montante estatildeo embutidos
aqueles que sempre (1750) perdem a concentraccedilatildeo por causa da poluiccedilatildeo sonora
dos trens Estes valores aproximam-se dos resultados do item 8 no qual 7563
perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de concentraccedilatildeo corroborando-os
135
6624 CONSIDERACcedilOtildeES
Analisando os graacuteficos 11 12 e 13 passo responder o segundo subitem da
quarta questatildeo de pesquisa ldquoComose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT
percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede
delesrdquo concluiacute que a maioria dos estudantes (isto eacute 67 no item 11 e 75 no item
8) percebem e se incomodam com os ruiacutedos das composiccedilotildees ferroviaacuterias quando
estatildeo assistindo aulas e cerca de 45 dos mesmos percebem algum tipo de
prejuiacutezo nas avaliaccedilotildees relacionando tais prejuiacutezos aos ruiacutedos da passagem das
composiccedilotildees durante as avaliaccedilotildees Jaacute para os casos de testes de frenagem mais
de 36 percebem algum grau de dificuldade de aprendizagem e mais de 65
perceberam alguma alteraccedilatildeo no niacutevel de concentraccedilatildeo no momento em que a
empresa testa os freios das locomotivas na frente do CEPMAT investigados em dois
itens (8 e 11)
Em relaccedilatildeo agrave apariccedilatildeo de zumbidos que satildeo sintomas de perda auditiva boa
parte (mais de 60) natildeo ouve zumbidos apoacutes a passagem das composiccedilotildees No
entanto ao se questionar sobre o esgotamento (sintoma de estresse) percebido
como consequecircncia dos ruiacutedos das composiccedilotildees mais de 36 vinculam seu
esgotamento agrave exposiccedilatildeo aos ruiacutedos do traacutefego e mais de 52 revela perceber de
forma expressiva os incocircmodos do traacutefego
Ressalto que a percepccedilatildeo dos ruiacutedos eacute culturalmente construiacuteda e estaacute
associada a um conjunto integrado de fatores psicofiacutesicos e sociais Portanto essas
percepccedilotildees podem ser distintas em diferentes grupos Assim eacute importante
considerar trecircs conjuntos de caracteriacutesticas que podem exercer influecircncia satildeo elas
Socioculturais de efeitos psicofiacutesicos e fiacutesicas (assim como outras variaacuteveis
ambientais) que seratildeo retomadas a seguir
a) Caracteriacutesticas socioculturais da comunidade escolar que participou da
pesquisa
Esses estudantes parecem estar imersos em ambientes ruidosos estando
acostumados aos sons de alta intensidade Associado a isto o ritmo de vida urbano
136
apresenta-se com excesso de ruiacutedo com sons dos meios de transportes trens
templos e igrejas propagandas em carros de som moacuteveis animais casas noturnas
enfim esses estudantes parecem estar expostos de forma contiacutenua haacute uma
infinidade de ruiacutedos consolidando o conceito de poluiccedilatildeo sonora urbana descrita por
Gasperin (2006 p36)
b) Caracteriacutesticas relacionadas aos potenciais efeitos psicofiacutesicos sobre esses
estudantes
A percepccedilatildeo de esgotamento eacute um dos sintomas de estresse com potencial
efeito psicofiacutesico e neste caso vinculado a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo excessivo e de
acordo com Scarate (2009) pode refletir a real gravidade da poluiccedilatildeo sonora no
ambiente avaliado
c) Caracteriacutesticas fiacutesicas desse fenocircmeno bem como outras variaacuteveis
ambientais relevantes
Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas fiacutesicas do estiacutemulo tais como intensidade
tempo de exposiccedilatildeo e frequecircncia destacam-se no caso da poluiccedilatildeo sonora urbana
sendo ainda significativo entre as variaacuteveis ambientais o periacuteodo horaacuterio em que
ocorre e com qual periodicidade se eacute habitual ciacuteclico ou atiacutepico
A passagem das composiccedilotildees ocorre por um periacuteodo geralmente curto que
natildeo ultrapassa cinco minutos por dia para cada composiccedilatildeo o que por si soacute natildeo
caracterizaria poluiccedilatildeo sonora No entanto quando se soma a isso os testes de
frenagem que ocorrem com certa frequecircncia e regularidade embora em horaacuterios
irregulares e imprevisiacuteveis o fenocircmeno acirra-se Os estudantes percebem alguns
sintomas mas eacute necessaacuterio que se faccedilam outras correlaccedilotildees sobre as reais
condiccedilotildees acuacutesticas locais e se aprofundem estudos sobre a percepccedilatildeo da
comunidade escolar em relaccedilatildeo ao tema
Finalmente chamou a atenccedilatildeo que mais de 50 dos estudantes respondeu
que ldquonatildeo saberdquo se nada pode ser feito para alterar tal situaccedilatildeo e outros 50 tambem
natildeo reconhecem seu direito ao silecircncio enquanto estuda Essas respostas
coadunam com o estudo realizado por Eniz (2004) que sugere que as pessoas de
um modo geral satildeo passivas nas suas atitudes quando se refere aos incocircmodos
137
pessoais Isso me remete aos aspectos da poacutes-modernidade amplamente discutidos
nesta dissertaccedilatildeo pois uma das caracteriacutesticas da modernidade liacutequida eacute de acordo
com Bauman (2011) justamente a falta de viacutenculo com o territoacuterio (a
desterritorializaccedilatildeo) a falta de empatia e de aderecircncia com o local o espaccedilo fiacutesico
no caso o Coleacutegio e as preocupaccedilotildees que o cercam Para esse autor a
modernidade (soacutelida) referia-se agrave um estaacutegio de incorporaccedilatildeo dos indiviacuteduos em
estruturas soacutelidas como as instituiccedilotildees (no caso o Coleacutegio) que tinha fortes raiacutezes
territoriais Na Modernidade dita Liacutequida parece que o mote eacute evitar que qualquer
coisa torne-se habitual ou tenha assento individual Nesse sentido a apropriaccedilatildeo (de
terra por exemplo) passou a ser um entrave porque nos imobiliza a
responsabilidades que inevitavelmente estariam ligadas a administraccedilatildeo de um
territoacuterio Essa desterritorializaccedilatildeo parece ter gerado um descompromisso com os
interesses que cercam o coleacutegio no caso as lutas que podem ser travadas para
minimizar os efeitos da poluiccedilatildeo sonora do entorno causadas especificamente pelo
traacutefego de composiccedilotildees feacuterreas
Em suma o segundo subitem da questatildeo de pesquisa quatro ldquoComose os
estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora
oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede delesrdquo pode ser respondido da seguinte
forma De forma geral os estudantes percebem o ruiacutedo do traacutefego
(especialmente dos trens) e relacionam alguns sinais de estresse (tais como
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de aprendizagem e esgotamento)
com esses ruiacutedos Nesse sentido mesmo considerando que culturalmente os
estudantes estejam inseridos em ambientes ruidosos em casa nas ruas ou na
escola ou seja ainda que essa percepccedilatildeo seja culturalmente construiacuteda de acordo
com o modo de vida e os grupos nos quais esses estudantes estatildeo inseridos (HALL
2007) os estudantes percebem os ruiacutedos do tracircnsito especialmente dos trens como
fatores que os afetam na aprendizagem concentraccedilatildeo e niacutevel de esgotamento
embora natildeo tenham percebido zumbidos (caracteriacutestica de perda auditiva) na orelha
interna Outra resposta importante eacute que os estudantes natildeo sabem se haacute (ou natildeo
haacute) algo a fazer quanto a poluiccedilatildeo sonora do entorno do CEPMAT o que me permite
afirmar que isso pode ser entendido visto como imobilidade e desterritorialismo mas
ao mesmo tempo haacute espaccedilo para accedilotildees de protagonismo juvenil
138
663 Parte 3 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes
Nesta parte apresento os resultados dos itens (I12 ateacute I26) refere-se a
percepccedilatildeo dos estudantes de alguns sintomas de estresse relacionados ao uso de
fones auriculares conectados ao Aparelho Celular ao ouvirem muacutesica acima dos
limites estabelecidos de tempo e decibeacuteis para a manutenccedilatildeo da sauacutede auditiva
GRAacuteFICO 14 - INCOcircMODO CAUSADO PELA MUacuteSICA OUVIDA NO FONE AURICULAR CONECTADO AO APARELHO CELULAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
Os resultados obtidos (Graacutefico 14) em relaccedilatildeo a percepccedilatildeo dos estudantes
quanto agrave exposiccedilatildeo de sua audiccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora satildeo
No item I12 ndash 4750 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo deixam de ouvir
muacutesica no Celular para natildeo se expor aos ruiacutedos excessivos 1250 ldquoRaramenterdquo
1563 ldquoAgraves vezesrdquo 875 ldquoFrequentementerdquo 625 ldquoSemprerdquo deixam de ouvir
muacutesicas para natildeo expor sua audiccedilatildeo aos ruiacutedos intensos 313 ldquoNatildeo sabemrdquo e
625 ldquoNatildeo se importamrdquo em deixar (ou natildeo) de ouvir muacutesica para natildeo se expor aos
ruiacutedos intensos
139
No item I13 ndash 6188 dos mesmos ldquoDe jeito nenhumrdquo ouvem zumbido depois
escutar muacutesica 1563 ldquoRaramenterdquo 1375 ldquoAgraves vezesrdquo 250 ldquoFrequentementerdquo
125 ldquoSemprerdquo ouvem zumbidos depois de escutar muacutesica 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e
250 ldquoNatildeo se importamrdquo se ouvem (ou natildeo) zumbidos depois de escutar muacutesica
em alto volume
No item I14 ndash para 5250 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo a muacutesica que
ouvem no Celular atrapalha a concentraccedilatildeo 1688 ldquoRaramenterdquo 1563 ldquoAgraves
vezesrdquo 313 ldquoFrequentementerdquo 438 ldquoSemprerdquo as muacutesicas ouvidas no Celular
atrapalham a concentraccedilatildeo na aula 125 ldquoNatildeo sabemrdquo e 625 ldquoNatildeo se importamrdquo
se a muacutesica que ouvem no Celular atrapalha (ou natildeo) sua concentraccedilatildeo na aula
6631 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I12 I13 e I14
No item I12 ndash Relativamente ao ouvir muacutesica 4750 dos estudantes natildeo
deixam de ouvi-la (ou ldquode jeito nenhumrdquo deixam de) no Celular para se prevenir da
exposiccedilatildeo ao excesso de ruiacutedos No entanto se somarmos aqueles que em algum
momento jaacute deixaram de ouvi-la para natildeo se expor excessivamente aos ruiacutedos
teremos a expressiva porcentagem de 3063 (1563 ldquoAgraves vezesrdquo 875
ldquoFrequentementerdquo 625 ldquoSemprerdquo) o que indica um grau de preocupaccedilatildeo com a
sauacutede auditiva
O item I13 ndash 6188 dos estudantes natildeo percebem os zumbidos na orelha
interna depois de ouvi-la que corrobora o item 5 desse mesmo instrumento no qual
mais de 60 dos estudantes havia afirmado natildeo perceber zumbidos oriundos do
excesso de ruiacutedos causados pelo traacutefego Portanto zumbido natildeo eacute um sintoma
comum entre esses estudantes
A questatildeo da concentraccedilatildeo referida no item 14 ndash 5250 dos estudantes
afirmaram que ldquode jeito nenhumrdquo o som que ouvem no Celular atrapalha sua
concentraccedilatildeo Mas a somatoacuteria dos que consideram que a muacutesica atrapalha
(raramente 1688 ldquoagraves vezesrdquo 1563 ldquofrequentementerdquo 313 e ldquosemprerdquo
438) daacute 4002 de estudantes que em algum momento jaacute perceberam alteraccedilotildees
na concentraccedilatildeo ao ouvi-la Neste caso diferentemente do tracircnsito em que mais de
140
65 dos estudantes perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de concentraccedilatildeo o som das
muacutesicas por outro lado eacute visto de forma menos agressiva e invasiva portanto haacute
quase um equiliacutebrio entre os que afirmaram ldquode jeito nenhumrdquo (5250) e os demais
(4002) que jaacute perceberam alguma alteraccedilatildeo na concentraccedilatildeo Isso eacute
extremamente preocupante na medida em que as afericcedilotildees de dB(A) realizadas no
Coleacutegio indicaram que o volume pode chegar a mais de 100 dB(A) e o tempo de
exposiccedilatildeo normalmente eacute maior que 4 horas por dia o que significa que a sauacutede
auditiva estaacute em perigo
Com o objetivo de investigar a percepccedilatildeo dos estudantes de alguns sintomas
de estresse na sauacutede fiacutesica criei trecircs assertivas 15 16 e 17 As respostas foram
plotadas no graacutefico 15
GRAacuteFICO 15 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO AOS SINTOMAS DE ESTRESSE DEFLAGRADOS POR OUVIR MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES LIGADOS A APARELHOS CELULARES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
No item I15 - 7125 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
percebem dores na orelha interna24 por causa das muacutesicas que ouvem no Celular
Para 15 ldquoRaramenterdquo haacute dor 688 ldquoAgraves vezesrdquo 250 ldquoFrequentementerdquo tecircm
dores na orelha interna por ouvir muacutesica no Celular ningueacutem respondeu que
24 Observe-se que a assertiva usa a nomenclatura ldquoouvidordquo em funccedilatildeo de este ser mais conhecido e
difundido do que orelha interna nomenclatura atual
141
ldquosemprerdquo percebe dores 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e 188 ldquoNatildeo se importamrdquo se
percebem (ou natildeo) dores na orelha interna por causa da muacutesica
As respostas dadas no Item 16 foram 4744 dos estudantes ldquoDe jeito
nenhumrdquo percebem que a quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e
ao ouvirem muacutesica no Celular eacute maior que podem suportar 1795 ldquoRaramenterdquo
1410 ldquoAgraves vezesrdquo 577 ldquoFrequentementerdquo e 577 ldquoSemprerdquo percebem que o
ruiacutedo eacute maior que podem suportar 385 ldquoNatildeo sabemrdquo e 513 ldquoNatildeo se importamrdquo
se a quantidade de ruiacutedos a que estatildeo expostos fora da escola ao ouvirem muacutesicas
no Celular eacute (ou natildeo) maior do que eles podem suportar
Quanto a I17 ndash 5 dos estudantes respondeu que ldquoDe jeito nenhumrdquo sabe
que ouvir muacutesica no Celular prejudica a audiccedilatildeo 688 ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves
vezesrdquo 1188 ldquoFrequentementerdquo 5125 ldquoSemprerdquo sabem que a muacutesica que ouve
no Celular pode causar prejuiacutezos para a audiccedilatildeo 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e 938 ldquoNatildeo
se importamrdquo se ouvir muacutesica no Celular pode (ou natildeo) prejudicar a audiccedilatildeo
6632 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I15 I16 e I17
No Item I15 ndash Verifico 7125 dos estudantes natildeo percebem quaisquer dores
na orelha interna por causa da muacutesica que ouvem no Celular mas 938 (somando-
se os que agraves vezes percebem dores - 688 com os que frequentemente as
percebem - 288) jaacute tem percepccedilatildeo de dores na orelha interna causadas pelo som
das muacutesicas ouvidas com fones de ouvidos conectados aos Aparelhos Celulares
Considerando tambeacutem as respostas do item 13 sobre zumbidos pelo menos 17
dos estudantes jaacute percebem zumbidos (somando se os que ldquoagraves vezesrdquo e os que
ldquofrequentementerdquo com os que ldquosemprerdquo os percebem) Assim quase 95 dos
estudantes que jaacute no Ensino Meacutedio percebem dores e 17 percebem zumbidos
parece ser uma porcentagem significativa para esta faixa etaacuteria No entanto a
gravidade desses sintomas precisa ser devidamente avaliada por especialistas em
sauacutede auditiva e em sauacutede puacuteblica as audiometrias deveriam ser analisadas em um
estudo longitudinal ao longo da vida escolar
142
No Item I16 - 4744 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem que a
quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e quando ouvem muacutesica no
Celular eacute maior que podem suportar Mas tambeacutem me chamou a atenccedilatildeo os 513
que simplesmente ldquoNatildeo se importamrdquo embora esta porcentagem natildeo pareccedila
significativa em termos de sauacutede puacuteblica a postura desses estudantes em relaccedilatildeo agrave
sauacutede auditiva deles certamente eacute
Quanto ao I17 - 5125 dos estudantes responderam que ldquoSemprerdquo sabem
que ouvir muacutesica no Celular que pode prejudicar a audiccedilatildeo e novamente chama a
atenccedilatildeo os 938 de estudantes que responderam que natildeo se importam se pode
haver algum prejuiacutezo a audiccedilatildeo
As respostas dos itens 16 e 17 apontam uma contradiccedilatildeo entre a sociedade
contemporacircnea excessivamente voltada a si mesma e a uma das caracteriacutesticas
marcantes da adolescecircncia que eacute a despreocupaccedilatildeo com o futuro e um excesso de
foco no ldquoviver o momentordquo Em outras palavras poderiacuteamos resumir as duas
respostas na frase ldquoeu sei que faz mal mas natildeo estaacute fazendo mal para mim agorardquo
Nesse sentido eacute que a escola parece ter um papel fundamental na discussatildeo para a
prevenccedilatildeo de problemas de sauacutede auditiva
Os trecircs itens subsequentes 18 19 e 20 englobam sintomas de estresse e a
percepccedilatildeo dos estudantes quanto agrave dificuldades de concentraccedilatildeo durante as
atividades escolares Os dados foram plotados no Graacutefico 16
GRAacuteFICO 16 - SINTOMAS DO ESTRESSE E DIFICULDADES DE CONCENTRACcedilAtildeO NAS AVALIACcedilOtildeES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
143
Os resultados mostram que no I18 ndash 6875 dos estudantes responderam
que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem perdas de energia ao ouvir muacutesica no fone de
ouvido conectado ao Celular 750 ldquoRaramenterdquo 625 ldquoAgraves vezesrdquo 188
ldquoFrequentementerdquo 375 ldquoSemprerdquo percebem perda energia 750 ldquoNatildeo sabemrdquo e
438 ldquoNatildeo se importamrdquo se perdem (ou natildeo) energia ao ouvir muacutesica no Celular
O I19 ndash 50 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo sentem-se
sobrecarregados nem pelo ruiacutedo externo ao CEPMAT nem ao ouvirem muacutesica no
Celular em volume acima da meacutedia 1438 ldquoRaramenterdquo 10 ldquoAgraves vezesrdquo 563
ldquoFrequentementerdquo 688 ldquoSemprerdquo ficam sobrecarregados tanto com os ruiacutedos
externos quanto com os das muacutesicas no Celular em volume acima da meacutedia 813
ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se importamrdquo em sentir-se (ou natildeo) sobrecarregados com
esses ruiacutedos
Quanto ao I20 ndash 3750 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
ouvem muacutesica em volume alto para se concentrar para estudar as provas e realizar
trabalhos 1125 ldquoRaramenterdquo 1938 ldquoAgraves vezesrdquo 938 ldquoFrequentementerdquo 15
ldquoSemprerdquo ouvem muacutesica em volume alto para estimular a concentraccedilatildeo para realizar
estudos e trabalhos escolares 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 313 ldquoNatildeo se importamrdquo em
ouvir muacutesica em volume alto para os trabalhos ou avaliaccedilotildees escolares
6633 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I18 I19 e I20
No I18 ndash 6875 dos estudantes ldquode jeito nenhumrdquo percebem perdas de
energia ao ouvir muacutesica no Celular resultando em uma percepccedilatildeo afirmativa sobre
ouvir muacutesica
No item I19 ndash verifico que 50 dos estudantes responderam que ldquode jeito
nenhumrdquo sentem-se sobrecarregados nem pelos ruiacutedos externos ao CEPMAT nem
pelas muacutesicas que ouvem em volume acima da meacutedia no Celular Essa
porcentagem complementa a obtida na resposta ao item 12 no qual 4750 dos
estudantes ldquode jeito nenhumrdquo deixam de ouvir muacutesica no Celular para natildeo se expor
aos ruiacutedos Assim se eles natildeo se sentem sobrecarregados entatildeo eacute porque
deixariam de ouvir muacutesica em alto volume
144
Apesar desse nuacutemero significativo haacute tambeacutem que se considerar que 2251
(somando-se os que ldquoagraves vezesrdquo 10 com os que ldquoFrequentementerdquo 563 e os que
ldquosemprerdquo 68) sentem-se sobrecarregados pela quantidade de ruiacutedos o que
acarreta uma porcentagem nada despreziacutevel de estudantes que jaacute comeccedilam a
perceber incocircmodos pelos ruiacutedos
Quanto ao item I20 ndash Apesar de 3750 dos estudantes terem respondido
que ldquode jeito nenhumrdquo ouvem muacutesicas para se concentrar verifico que uma
porcentagem ainda maior 4376 responde que ldquoagraves vezesrdquo (1938)
ldquofrequentementerdquo (938) e ldquosemprerdquo (15) ouvem muacutesicas em volume alto para se
concentrar para as avaliaccedilotildees e trabalhos escolares isso implica em uma
perspectiva de atuaccedilatildeo multitarefa dos estudantes e ao mesmo tempo mostra que
eles ouvem muacutesica em volume alto por um longo periacuteodo de tempo o que implica
em perdas auditivas caracterizadas pela PAIR descrita anteriormente
As assertivas apresentadas a seguir (itens 21 22 e 23) avaliam a percepccedilatildeo
dos estudantes quanto a alguns sintomas de estresse Os resultados foram plotados
no graacutefico 17
GRAacuteFICO 17 - PERCEPCcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSE FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
No item I21 ndash 4625 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
desanimam facilmente quando ficam expostos a ruiacutedos 1375 ldquoRaramenterdquo
1313 ldquoAgraves vezesrdquo 625 ldquoFrequentementerdquo 875 ldquoSemprerdquo desanimam
145
facilmente por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos 5 ldquoNatildeo sabemrdquo e 688 ldquoNatildeo se importamrdquo
se desanimam (ou natildeo) por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos
No item I22 ndash 3563 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
demoram a relaxar quando ficam estressados por causa dos ruiacutedos 1875
ldquoRaramenterdquo 1813 ldquoAgraves vezesrdquo 875 ldquoFrequentementerdquo 1188 ldquoSemprerdquo
percebem que levam muito tempo para relaxar por causa do estresse causado pelos
ruiacutedos 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e 438 ldquoNatildeo se importamrdquo se levam (ou natildeo) muito
tempo para relaxar quando estressados por causa do barulho
No item I23 ndash 4125 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
sentem-se tatildeo cansados e sobrecarregados por causa dos ruiacutedos intensos no
periacuteodo das aulas que acabam se ldquodesligandordquo do ambiente escolar 1688
ldquoRaramenterdquo 1625 ldquoAgraves vezesrdquo 750 ldquoFrequentementerdquo 875 ldquoSemprerdquo ficam
tatildeo sobrecarregados por causa dos ruiacutedos intensos durante o periacuteodo e aulas que
acabam se ldquodesligandordquo 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se importamrdquo com esses
ruiacutedos
6634 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I21 I22 e I23
No Item I21 - 4625 dos estudantes natildeo desanimam facilmente quando
ficam expostos aos ruiacutedos durante o periacuteodo das aulas Essa porcentagem
corrobora as respostas aos itens 12 e 19 nos quais 4750 e 50 dos estudantes
respectivamente natildeo deixam de ouvir muacutesica em volume alto no Celular para natildeo
se expor aos ruiacutedos porque natildeo se sentem sobrecarregados Assim se natildeo se
sentem sobrecarregados e natildeo desanimam facilmente entatildeo natildeo deixam de ouvir a
muacutesica
Por outro lado ao somarmos os que ldquoagraves vezesrdquo 1313 com os que
desanimam facilmente ldquofrequentementerdquo 625 e ldquosemprerdquo 875 teremos pelo
menos 2513 de alunos que em sala de aula desanimam facilmente quando ficam
expostos aos ruiacutedos Essa porcentagem corresponde a frac14 da turma assim ter frac14 da
turma que desanima facilmente eacute algo que precisa ser analisado com mais
profundidade nas escolas os dados me permitem inferir ainda que a porcentagem
146
anterior (50) pode ainda natildeo ter percebido relaccedilotildees diretas entre desacircnimo e o
estresse que a muacutesica em volume alto pode gerar
No Item I22 - 3563 dos estudantes responderam que ldquode jeito nenhumrdquo
levam muito tempo para relaxar No entanto ao somarmos aqueles que ldquoagraves vezesrdquo
(183) com os que frequentemente (875) e os que sempre (1188) levam muito
tempo para relaxar por causa do estresse causado pelos ruiacutedos teremos 3876
que percebem dificuldades nesse sentido Ou seja uma porcentagem ainda maior
do que aqueles que natildeo percebem Assim noto que mais de 40 dos estudantes
usam a muacutesica em volume alto para conseguir se concentrar para estudar e
praticamente a mesma porcentagem (3876) tecircm dificuldades para relaxar por
causa dos barulhos (oriundos ou natildeo da muacutesica)
Na I23 ndash Constatei que 4125 dos estudantes ldquode jeito nenhumrdquo sentem-se
sobrecarregados por causa dos ruiacutedos Entretanto 3250 jaacute tem percepccedilatildeo de
cansaccedilo e sobrecarga (somando os que ldquoagraves vezesrdquo 1625 com os que
frequentemente 750 e os que sempre 875 sentem-se assim) nas atividades
rotineiras como as atividades escolares por causa do ruiacutedo intenso durante o
periacuteodo da aula Observe que o item refere-se agraves consequecircncias como ldquodesligar-serdquo
do ambiente escolar Ou seja um dos sintomas do estresse Em outras palavras as
duas porcentagens estatildeo relativamente proacuteximas para que eu possa concluir que a
tomada de consciecircncia sobre os efeitos no organismo comeccedila a ser fazer cada vez
mais frequente
As assertivas analisadas a seguir 24 25 e 26 foram elaboradas com o intuito
de discutir incocircmodos causados pelos ruiacutedos dentro e fora do CEPMAT Os
resultados foram plotados no graacutefico 18
147
GRAacuteFICO 18 - O ESTRESSE DO DIA A DIA E A FELICIDADE DE OUVIR MUacuteSICA NO CELULAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
No item I24 ndash 5375 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
sentem-se bem na presenccedila de muitos ruiacutedos dentro e fora da sala de aula durante
o periacuteodo letivo 1375 ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves vezesrdquo 688 ldquoFrequentementerdquo
438 ldquoSemprerdquo sentem-se bem tendo muito ruiacutedo no seu entorno 5 ldquoNatildeo sabemrdquo
e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se se sentem bem (ou natildeo) tendo muito ruiacutedo no
entorno durante o periacuteodo de aula
No item I25 ndash 5063 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
ficam cansados pelo fato de antever a ida agrave escola e o fato de ouvir muitos ruiacutedos
externos durante as aulas 10 ldquoRaramenterdquo 1250 ldquoAgraves vezesrdquo 750
ldquoFrequentementerdquo 5 ldquoSemprerdquo ficam cansados soacute de pensar que teratildeo que ouvir
muitos ruiacutedos externos ao CEPMAT 188 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1250 ldquoNatildeo se
importamrdquo se ficam (ou natildeo) cansados de ouvir muitos ruiacutedos externos
Quanto ao item I26 ndash 1938 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito
nenhumrdquo ficam felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em aula 1063
ldquoRaramenterdquo 2063 ldquoAgraves vezesrdquo 813 ldquoFrequentementerdquo 3250 ldquoSemprerdquo ficam
felizes por poderem ouvir muacutesica no Celular durante o horaacuterio das aulas 313
ldquoNatildeo sabemrdquo e 563 ldquoNatildeo se importamrdquo se ficam (ou natildeo) felizes por poder ouvir
muacutesicas quando estatildeo em aulas
148
6635 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I24 I25 e I26
5375 dos estudantes responderam que ldquode jeito nenhumrdquo sente-se bem na
presenccedila dos ruiacutedos dentro e fora da sala de aula durante o periacuteodo letivo se esta
porcentagem for somada aos 1375 que raramente sentem-se bem com isso
temos que 6750 natildeo estatildeo confortaacuteveis com o excesso de ruiacutedos dentro e fora da
escola durante o periacuteodo letivo Esse pode ser um dos motivos para o uso excessivo
de fones de ouvido para escutar muacutesicas pois poderiam ser usadas para abstrair
dos ruiacutedos ambientes da escola nesse caso os estudantes usariam os fones tanto
para buscar concentraccedilatildeo conforme 4376 dos respondentes mencionaram no
item 20 ou para ouvir algo mais prazeroso que este ruiacutedo
Por outro lado os resultados dos itens I24 e I25 revelam que mesmo que
mais de 67 dos estudantes natildeo se sintam bem na presenccedila de muitos ruiacutedos (I24)
isso natildeo se reflete em cansaccedilo para 5063 (I25) dos estudantes ao antever a ida a
escola
Quanto a I26 ndash ao somarmos os estudantes que ldquosemprerdquo (3250) ficam
felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em sala de aula com os que
ldquofrequentementerdquo (813) e os que ldquoagraves vezesrdquo (2063) temos um conjunto de
6126 de estudantes que consideram a possibilidade de ouvir muacutesicas durante as
atividades como algo positivo seja (ou natildeo) como foco de concentraccedilatildeo na sala de
aula Esse resultado traz alguns indicativos que precisam ser mais bem avaliados
no que tange ao planejamento das atividades as condiccedilotildees de trabalho em sala de
aula e a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas
apresentadas Esses e outros toacutepicos devem ser mais aprofundados a partir dos
resultados desta dissertaccedilatildeo
6636 CONSIDERACcedilOtildeES
Os altos niacuteveis de pressatildeo sonora tecircm sido considerados pela sociedade
contemporacircnea como agentes perigosos agrave sauacutede humana especialmente em
149
ambientes urbanos e sociais seja em atividades de lazer ou simplesmente pelo fato
de ouvir muacutesica nos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular em
intensidades elevadas para evitar outros ruiacutedos considerados indesejaacuteveis que
circundam a vida cotidiana A problemaacutetica do ruiacutedo ambiental parece estar
crescendo na percepccedilatildeo desses estudantes seja em casa a caminho do CEPMAT
ou ateacute mesmo dentro das salas de aulas Mas se a reaccedilatildeo ao ruiacutedo ambiental eacute o
uso de fones de ouvido ligados aos Aparelhos Celulares ouvindo muacutesica em volume
ainda mais elevado a resposta parece ser ainda mais danosa e com efeitos mais
raacutepidos a sauacutede auditiva dos estudantes
No que se refere agraves percepccedilotildees de ruiacutedo ambiental essas satildeo crescentes No
entanto a poluiccedilatildeo sonora oriunda da muacutesica ouvida pelos fones conectados ao
Celular sugere que o estudante ainda natildeo tem uma accedilatildeo efetiva de prevenccedilatildeo de
problemas de sauacutede auditiva no que tange aos efeitos nocivos dos sons intensos e
por longo periacuteodo de tempo causando PAIR uma vez que 5125 dos estudantes
responderam que sabem que a muacutesica que ouvem no Celular pode causar prejuiacutezos
a audiccedilatildeo (I17) Estes fatos ficaram evidentes nos graacuteficos 14 a 18 pelas mais
diversas atitudes dos estudantes em situaccedilotildees de exposiccedilatildeo aos ruiacutedos
Na seccedilatildeo anterior os resultados das mediccedilotildees de decibeacuteis indicaram que os
estudantes ouvem muacutesica no Celular em volume acima dos recomendados para a
manutenccedilatildeo da sauacutede auditiva No Teste de percepccedilatildeo de alguns sintomas de
estresse as respostas indicaram que os estudantes natildeo perdem energia e natildeo
percebem zumbido na audiccedilatildeo O Teste tambeacutem apontou que um nuacutemero
consideraacutevel de jovens ouve muacutesica durante as tarefas escolares e esses declaram
que se concentram melhor ao ouvi-la Esses resultados me permitem afirmar que os
estudantes estatildeo culturalmente inseridos em ambientes ruidosos ou gostam de ouvir
muacutesica em volume alto dentro e fora do coleacutegio o que dificulta a reaccedilatildeo (ou accedilatildeo)
em postura preventiva sobre a sauacutede auditiva
As respostas deste estudo coadunam com os resultados de Lacerda et al
(2011) que investigaram haacutebitos auditivos e comportamentos de adolescentes com
atividades de lazer ruidosas Os resultados revelaram que a maioria dos jovens
prefere realizar tarefas em ambientes barulhentos e que o som da muacutesica alta os
deixa felizes
A maioria dos estudantes percebe o CEPMAT como um ambiente ruidoso e
boa parte deles natildeo estaacute disposta a deixar de utilizar o Celular posso concluir que o
150
Celular eacute em alguns momentos utilizado como ldquovaacutelvula de escaperdquo para os ruiacutedos
externos Neste sentido eacute importante fazer conhecer entre os estudantes
professores e comunidade escolar os efeitos de longo prazo causados por este
comportamento imediatista O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL
2006 p 7) aborda questotildees relacionadas com a sauacutede auditiva e os seus efeitos As
normas orientadoras do protocolo se utilizadas didaticamente podem auxiliar na
criaccedilatildeo de haacutebitos de prevenccedilatildeo a sauacutede auditivas mais saudaacuteveis e a escola teria
um papel nesta didatizaccedilatildeo pois poderia aproximar conhecimentos do cotidiano dos
estudantes com o conhecimento cientiacutefico
O uso de fones auriculares vem sendo encontrado na literatura como um
comportamento cada vez mais comum entre os jovens e pode ser um risco para a
audiccedilatildeo podendo aumentar os problemas auditivos Costa (2013) mostra que haacute
uma relaccedilatildeo de prazer entre os haacutebitos auditivos e a muacutesica
Em suma
O terceiro subitem da questatildeo de pesquisa quatro ldquoComose os estudantes do
Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos
fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na Sauacutede delesrdquo
pode ser respondido da seguinte forma
Os estudantes em geral natildeo percebem
a) a existecircncia de poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular mesmo sabendo dos problemas
auditivos que o fone auricular ligado ao Aparelho Celular para escutar
muacutesicas em volume alto pode causar
b) zumbidos ou dores na orelha interna Tambeacutem natildeo haacute perdas de
energia dificuldades para relaxar nem se sentem sobrecarregados ou
relatam alteraccedilotildees na concentraccedilatildeo incocircmodos nem apoacutes escutar
prolongadamente sons em volume alto oriundos do Celular nem
quando expostos ao excesso de ruiacutedos causados pelos meios de
transportes Portanto os sintomas de estresse natildeo satildeo sintomas
comumente apresentados
c) e natildeo consideram que a quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora
da escola e quando ouvem muacutesica no Celular eacute maior do que aquela
151
que eles podem suportar Os estudantes tecircm prazer na presenccedila de
volume alto ficam felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em
sala de aula e consideram a possibilidade de ouvir muacutesicas durante as
atividades como algo positivo seja ou natildeo como foco de concentraccedilatildeo
mesmo natildeo estando confortaacuteveis com o excesso de ruiacutedos dentro e
fora da escola
Por outro lado uma porcentagem menor de estudantes percebe
a) pelo menos um dos sintomas de estresse tais como zumbidos perda
de concentraccedilatildeo energia ficam desanimados dificuldades para
relaxar cansaccedilo e sobrecarga nas atividades rotineiras como as
atividades escolares tanto quando ouvem muacutesica no Celular quanto
os ruiacutedos oriundos dos meios de transportes
No entanto mesmo que essa pequena porcentagem de estudantes natildeo se
importe se pode haver algum prejuiacutezo agrave audiccedilatildeo por exposiccedilatildeo a niacuteveis de ruiacutedos
intensos e ainda que essa porcentagem natildeo pareccedila significativa a postura em
relaccedilatildeo agrave sauacutede auditiva precisa ser mais bem investigada
Esses resultados indicam aspectos que precisam ser melhores avaliados
entre eles o planejamento das atividades as condiccedilotildees de trabalho em sala de aula
e a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas apresentadas
Esses e outros toacutepicos precisam ser mais bem estudados para aprofundar alguns
aspectos a partir desta dissertaccedilatildeo Isso me leva a recomendar que outras
investigaccedilotildees sobre a interferecircncia da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede do estudante
devem ser profundamente avaliadas em estudos subsequentes a este
152
664 Parte 4 O uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento Escolar
Trata da relaccedilatildeo entre o uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento
Escolar do CEPMAT Para a composiccedilatildeo de dados criei trecircs assertivas (I27 I28 I29)
que analisam a percepccedilatildeo dos respondentes em relaccedilatildeo os documentos que regem
a comunidade escolar e a percepccedilatildeo do papel dos estudantes na participaccedilatildeo da
construccedilatildeo das normas e regras do CEPMAT
GRAacuteFICO 19 - PARTICIPACcedilAtildeO DA COMUNIDADE ESCOLAR NA CONSTRUCcedilAtildeO DO REGIMENTO ESCOLAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
O I27 foi construiacutedo na negativa ndash 3375 dos estudantes responderam que
ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no Celular durante o
periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o Regimento Escolar os proiacutebe de usar
1438 responderam ldquoRaramenterdquo 10 ldquoAgraves vezesrdquo 1125 ldquoFrequentementerdquo
2125 ldquoSemprerdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no Celular durante as
aulas 188 ldquoNatildeo sabemrdquo e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se conseguem (ou natildeo) ficar
sem ouvir muacutesicas durante o periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o regimento
escolar proiacutebe o uso
153
O I28 tambeacutem foi construiacutedo na negativa ndash 4250 dos estudantes
responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo foram informados sobre quais
equipamentos eletrocircnicos devem usar durante o periacuteodo das aulas 375
responderam ldquoRaramenterdquo 563 ldquoAgraves vezesrdquo 10 ldquoFrequentementerdquo 2188
ldquoSemprerdquo natildeo foram informados sobre quais equipamentos eletrocircnicos (Aparelho
Celular) podem usar no periacuteodo das aulas 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1188 ldquoNatildeo se
importamrdquo se foram (ou natildeo) informados sobre quais equipamentos eletrocircnicos
podem usar no periacuteodo das aulas
Quanto ao I29 ndash 4438 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
participaram ativamente das reuniotildees e discussotildees para a construccedilatildeo do Regimento
Escolar do CEPMAT 1438 responderam ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves vezesrdquo 375
ldquoFrequentementerdquo 1063 ldquoSemprerdquo participaram ativamente das reuniotildees e
discussotildees para a construccedilatildeo do documento 563 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1250 ldquoNatildeo se
importamrdquo se participaram ativamente (ou natildeo) das reuniotildees e discussotildees para a
construccedilatildeo do Regimento Escolar do Coleacutegio
6641 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I27 I28 e I29
No I27 ndash Verifico que 3375 dos estudantes conseguem ficar sem ouvir
muacutesica durante o periacuteodo de aula (ou usando a loacutegica de construccedilatildeo do teste ldquode
jeito nenhumrdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir) Por outro lado se somarmos os
que ldquofrequentementerdquo e os que ldquosemprerdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir obteacutem-se
um valor de 3250 que efetivamente natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no
Celular durante o periacuteodo das aulas Isso significa que se os estudantes
entenderam a assertiva e a forma de respondecirc-la entatildeo haacute uma clara e equilibrada
divisatildeo (3375 versus 3250) nas respostas dadas quanto ao uso do Celular para
ouvir muacutesica durante o periacuteodo das aulas
Quando ao I28 ndash chama a atenccedilatildeo que 4250 dos estudantes revelaram ter
sido informado sobre quais equipamentos eletrocircnicos devem usar durante o periacuteodo
das aulas (ou na loacutegica de construccedilatildeo do teste ldquode jeito nenhumrdquo natildeo foram
informados) No entanto ao somar os que responderam ldquofrequentementerdquo (10)
154
com os que responderam ldquosemprerdquo (2188) natildeo foram informados eacute possiacutevel
perceber que pelo menos 3188 dos estudantes natildeo tinha conhecimento dessas
informaccedilotildees Pode ocorrer que alguns estudantes tenham sido transferidos e sejam
novos no coleacutegio mas a porcentagem de alunos que desconhece as normas e
regras do regimento eacute emblemaacutetica
Na I29 ndash Considerando que 4438 dos estudantes natildeo participam das
reuniotildees e discussotildees para a construccedilatildeo do Regimento Escolar do CEPMAT e
1250 natildeo se importam com construccedilatildeo das normas e regras entendo que os
mesmos natildeo consideram relevante agrave participaccedilatildeo necessaacuteria para ter voz e voto
como retratado no paraacutegrafo 2ordm do regimento interno (ZANOTTO 2011) ldquoo oacutergatildeo
colegiado de direccedilatildeo seraacute constituiacutedo de acordo com o princiacutepio da
representatividade devendo abranger toda a comunidade escolar cujos
representantes nele teratildeo necessariamente voz e votordquo
6642 CONSIDERACcedilOtildeES
Os dados indicaram que a terccedila parte dos estudantes do CEPMAT faz uso
natildeo pedagoacutegico do Aparelho Celular durante o periacuteodo das aulas utilizando-o em
sala de aula e durante as atividades educativas com a finalidade de ouvir muacutesica
Para Souza e Torres (2009) o ldquociberespaccedilordquo jaacute estaacute realizado e os estudantes estatildeo
instalados nele No caso dessa pesquisa entendo que esse ciberespaccedilo se
configura pela via dos Aparelhos Celulares para escutar muacutesica entre outras coisas
No entanto o haacutebito de usar equipamentos eletrocircnicos que natildeo fazem parte
do material pedagoacutegico no ambiente escolar entra em confronto com o Regimento
Escolar Para o Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute (PARANAacute 1999) o
Regimento Escolar eacute um documento construiacutedo coletivamente pela comunidade
escolar em reuniotildees e discussotildees nas quais todos tecircm direito a voz e voto Esse
documento estabelece as normas e regras descrevem os direitos e deveres dos
membros da comunidade escolar
No caso do Regimento do CEPMAT a perspectiva didaacutetica sobre o uso de
equipamentos tecnoloacutegicos estaacute na vertente policialesca e restritiva Essa
155
tecnologia jaacute estaacute presente nas matildeos de praticamente todos os estudantes e nesse
sentido podem ser re-significadas para extrapolar o simples escutar muacutesica
congregando muitas outras possibilidades de uso para fins de ensino e de
aprendizagem
A UNESCO (2013) publicou um guia com 10 recomendaccedilotildees sobre o uso do
Aparelho Celular na sala de aula O objetivo era incentivar os governos a
implementarem poliacuteticas puacuteblicas educacionais que valorizassem a utilizaccedilatildeo das
tecnologias de faacutecil acesso presente natildeos matildeos dos jovens e adolescentes como
recurso no ensino
a) Criar ou atualizar poliacuteticas ligadas ao aprendizado moacutevel b) Conscientizar sobre sua importacircncia c) Expandir e melhorar opccedilotildees de conexatildeo d) Ter acesso igualitaacuterio e) Garantir equidade de gecircnero f) Criar e aperfeiccediloar conteuacutedo educacional g) Treinar professores h) Capacitar educadores usando tecnologias moacuteveis i) Promover o uso seguro saudaacutevel e responsaacutevel de tecnologias moacuteveis j) Usar tecnologia para melhorar a comunicaccedilatildeo e a gestatildeo educacional(p12)
O objetivo desse guia eacute o de dar um significado efetivo ao uso e aos trabalhos
realizados com Aparelhos Celulares para tanto eacute necessaacuterio que este seja adaptado
ao grau de maturidade de cada paiacutes no que tange a relaccedilatildeo entre inclusatildeo digital e
educaccedilatildeo
Da mesma forma que o guia da UNESCO (2013 p12) apresenta por meio de
um guia 13 bons motivos para o uso do Celular em sala de aula do seguinte modo
1) Amplia o alcance e a equidade em educaccedilatildeo 2) Melhora a educaccedilatildeo em aacutereas de conflito ou que sofreram desastres naturais 3) Assiste alunos com deficiecircncia 4) Otimiza o tempo na sala de aula 5) Permite que se aprenda em qualquer hora e lugar 6) Constroacutei novas comunidades de aprendizado 7) Daacute suporte a aprendizagem in loco 8) Aproxima o aprendizado formal do informal 9) Provecirc avaliaccedilatildeo e feedback imediatos 10) Facilita o aprendizado personalizado 11) Melhora a aprendizagem contiacutenua 12) Melhora a comunicaccedilatildeo 13) Maximiza a relaccedilatildeo custo-benefiacutecio da educaccedilatildeo (UNESCO 2013 p4)
Os resultados apresentados tornam mais cada vez mais evidente a
necessidade de incluiacute-lo como ferramenta de ensino Esta tecnologia esta inserida
no ambiente escolar presente nas matildeos dos estudantes e pode vir a ter um uso
significativo para ensinar mais do que conteuacutedos
156
Em suma
Nesta parte investiguei comose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT
percebem o Regimento Escolar Este subitem pode ser respondido da seguinte
forma
a) Os estudantes usam o Aparelho Celular durante o periacuteodo das
aulas essencialmente para fins natildeo didaacuteticos que natildeo fazem parte
do contexto da aula o que infringe a regras do atual Regimento
Escolar
b) Esse equipamento tecnoloacutegico natildeo eacute considerado parte do atual
material pedagoacutegico e boa parte (3188) dos estudantes
alegaram que natildeo foram informados pela escola sobre quais
equipamentos eletrocircnicos podem usar durante o periacuteodo das
aulas Quase a metade (4438) dos estudantes afirmou natildeo ter
participado da construccedilatildeo coletiva do Regimento Escolar
Somente 1250 responderam que natildeo se importam se participam
(ou natildeo) com voz e voto na confecccedilatildeo do Regimento Escolar e
considerando que os estudantes entenderam a questatildeo e a forma
de respondecirc-la isso parece ter um significado interessante para
reforccedilar a participaccedilatildeo do coletivo da comunidade escolar na
feitura do regimento
67 SINTESE DA SECcedilAtildeO
No contexto desta dissertaccedilatildeo o Aparelho Celular aparece natildeo mais como
um simples meio de comunicaccedilatildeo entre as pessoas mas como Tecnologia da
Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo com muacuteltiplos usos criando ou redefinindo identidades
estabelecendo uma nova cultura no ambiente escolar Seu uso dialoga com culturas
e aspectos constitutivos de saberes que circulam na sala de aula impondo uma
rediscussatildeo sobre regras e normas e outras accedilotildees pedagoacutegicas podendo se
157
configurar em alternativa metodoloacutegica para o ensino e contribuindo com a
aprendizagem
O Aparelho Celular pode contribuir com a valorizaccedilatildeo e o desenvolvimento de
valores eacuteticos colaborando na busca de possibilidades para um ensino diferenciado
extrapolando enormemente a funcionalidade de ouvir muacutesica
Steinberg e Kincheloe (2001) apud Monteiro (2009) revela que o
conhecimento das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo eacute muito mais do que
simples acreacutescimo a um curriacuteculo tradicional mas uma praacutetica baacutesica necessaacuteria
para negociar identidades valores e para participar dessa hiper-realidade
Os estudantes aumentam seu repertoacuterio de experiecircncias no ambiente escolar
e experenciam a natildeo verticalidade do ensino permitindo-se ensinar uns aos outros
os modos de uso do Celular e de recursos tecnoloacutegicos Esse modo de ensinar
amplia as relaccedilotildees pessoais ou virtuais re-significando relaccedilotildees humanas e
identidades Portanto os Aparelhos Celulares possibilitam os processos de
mudanccedila nas formas de cogniccedilatildeo suas potencialidades frente agrave convergecircncia e
mobilidade imaginadas na telefonia moacutevel e nas tecnologias digitais instigam novas
investigaccedilotildees sobre o papel do Celular na sala de aula
Esta seccedilatildeo teve como intuito responder a quarta questatildeo de investigaccedilatildeo
desta dissertaccedilatildeo Como se os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem
a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio
b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora (oriunda do entorno do Coleacutegio) na
sauacutede deles
c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos
estudantes
d) as normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT
Nas anaacutelises das respostas do ldquoteste de autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas
de estresserdquo permitiram observar que haacute indiacutecios que os estudantes apresentam
alguns sintomas de estresse por exposiccedilatildeo agrave Poluiccedilatildeo Sonora pelos meios de
transportes incomodos causados pelo trem prejuiacutezos agraves avaliaccedilotildees ou trabalhos
escolares embora acreditam que nada pode ser feito para alterar a situaccedilatildeo do
momento Quanto agrave poluiccedilatildeo sonora pelos usos intensivos do Aparelho Celular para
ouvir muacutesica os estudantes natildeo deixam de ouvir muacutesica por conta da exposiccedilatildeo
158
excessiva aos ruiacutedos e disseram que a muacutesica natildeo atrapalha a concentraccedilatildeo a
maioria natildeo percebe dor ou zumbido na orelha interna cansaccedilo ou se sente
sobrecarregados No entanto existe um grupo de estudantes que declarou perceber
os sintomas de estresse da exposiccedilatildeo ao volume alto da muacutesica como dor na orelha
interna atrapalha na concentraccedilatildeo sente-se cansados Quanto ao regimento do
CEPMAT os estudantes revelaram que ouvem muacutesicas com fones de ouvido
conectados ao Celular durante as aulas independentemente do regimento dizer que
isso eacute proibido Aleacutem disso mais de 44 dos estudantes pesquisados natildeo conhecia
e natildeo havia participado na elaboraccedilatildeo do regimento
Na proacutexima seccedilatildeo faccedilo as consideraccedilotildees finais desta dissertaccedilatildeo
159
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Para compor e analisar os dados desta dissertaccedilatildeo fiz um levantamento
sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora em quatro eventos da aacuterea nos projetos publicados
UNESCO (2013) e no banco de dissertaccedilotildees e teses da CAPES apliquei um
questionaacuterio a 160 estudantes sobre o uso do Celular no ambiente escolar fiz
tambeacutem dois tipos de afericcedilatildeo uma dos ruiacutedos oriundos do entorno do CEPMAT e
outra dos sons propagados pelos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular
com uso de um decibeliacutemetro e para finalizar apliquei um teste de
ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo a estudantes do Ensino Meacutedio
Com esses dados realizei anaacutelises que me permitem fazer algumas
consideraccedilotildees Ressalto que todos os dados foram constituiacutedos a partir de coletas
de pequeno porte ou que necessitam de avaliaccedilotildees mais profundas com
profissionais da Sauacutede e da Psicologia assim como da Engenharia de Seguranccedila
Portanto entendo que natildeo eacute prudente fazer conclusotildees finais com estes dados mas
ao inveacutes disso prefiro a partir deles delinear algumas consideraccedilotildees
Essas consideraccedilotildees foram divididas em trecircs partes na primeira intitulada
(71) ldquoApontamentos obtidos a partir da anaacutelise dos dadosrdquo faccedilo referecircncia aos
dados de trecircs formas dados relativos agrave poluiccedilatildeo sonora de forma geral e a do
entorno do coleacutegio dados sobre o uso do Celular e sua relaccedilatildeo com a cultura
contemporacircnea e do dados constituiacutedos a partir do Teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de
estresse nos estudantesrdquo e a poluiccedilatildeo sonora gerada nos fones auriculares
Na segunda parte intitulada (72) ldquoAlgumas possibilidadesrdquo refiro-me a
possiacuteveis estudos da relaccedilatildeo entre poluiccedilatildeo sonora e o uso do Celular como
ferramenta de apoio ao ensino
Na terceira intitulada (73) ldquoSugestotildees de accedilotildees mitigatoacuterias da poluiccedilatildeo
sonora para o entorno e o interior do CEPMATrdquo estas sugestotildees precisam de um
plano de accedilatildeo a posteriori para serem desenvolvidas e natildeo fazem parte do escopo
desta dissertaccedilatildeo Satildeo propostas de accedilotildees mitigatoacuterias que podem ser
desenvolvidas tanto pela empresa America Latina Logiacutestica quanto pela Secretaria
Municipal de Sauacutede e pela Comunidade Escolar do CEPMAT
160
71 APONTAMENTOS OBTIDOS A PARTIR DA ANAacuteLISE DOS DADOS
As consideraccedilotildees realizadas a partir da constituiccedilatildeo e anaacutelise dos dados
foram divididas em trecircs subitens No primeiro refiro-me aos dados relativos agrave
poluiccedilatildeo sonora de forma geral e ao entorno do coleacutegio no segundo discuto
aspectos do uso do Celular e sua relaccedilatildeo com a cultura contemporacircnea e no
terceiro faccedilo consideraccedilotildees sobre o teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas
de estresserdquo na sauacutede dos estudantes e a poluiccedilatildeo sonora gerada pelos fones
auriculares As quatro formas de constituiccedilatildeo dos dados (revisatildeo de literatura
questionaacuterio afericcedilatildeo dos niacuteveis de decibeacuteis e o teste) perpassam cada um dos
subitens por isso criei consideraccedilotildees matriciais no formato 4 X 3
Matriz 4 X 3 de apontamentos e consideraccedilotildees
Poluiccedilatildeo Sonora Geral e do
entorno
Usos do Aparelho Celular
Estresse e poluiccedilatildeo sonora gerada por fones
de ouvido
Revisatildeo de Literatura 711 712 713
Questionaacuterio - 42 -
Afericcedilatildeo de niacuteveis de decibeacuteis dB(A)
53 55 56
Teste de Autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresse
6622 6636 6642
711 A Poluiccedilatildeo Sonora e o entorno do CEPMAT
A revisatildeo de literatura me fez perceber que o assunto ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute
pouco discutido entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias nos
eventos analisados encontrei apenas trecircs apresentaccedilotildees de trabalho que foram
recortes de uma mesma dissertaccedilatildeo de mestrado apresentados no ENPEC e no
EPEF Dentre os trecircs um refere-se agrave sauacutede auditiva dos estudantes quando escutam
ldquomuacutesica altardquo (BASTOS MATTOS 2007b) com aparelhos sonoros Essa revisatildeo
161
deixou claro que as discussotildees sobre poluiccedilatildeo sonora ficaram restritas haacute poucos
pesquisadores do Ensino de Fiacutesica o que indica que a acuacutestica (isso porque a
poluiccedilatildeo sonora ocorre por meio da propagaccedilatildeo das ondas sonoras que por sua vez
eacute um subitem da acuacutestica) eacute um tema de pouco interesse entre os pesquisadores da
fiacutesica no entanto essa constataccedilatildeo precisa ser ampliada para outros eventos da
aacuterea
Apesar de uma busca com o tema poluiccedilatildeo sonora resultar em mais de
14500 tiacutetulos de dissertaccedilotildees e teses depositadas no banco da CAPES quando se
restringe o foco para trabalhos realizados por pesquisadores da educaccedilatildeo com as
palavras-chave Poluiccedilatildeo Sonora Ruiacutedos Muacutesica e Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente
Escolar o resultado cai para apenas trecircs sendo duas dissertaccedilotildees e uma tese
Somente um trabalho estuda a poluiccedilatildeo sonora no ambiente escolar isto eacute uma
porcentagem muito insignificante diante de um tema que tem accedilotildees devastadoras na
sauacutede humana e mais uma vez evidenciou a lacuna de estudos nesta aacuterea
No questionaacuterio sobre o uso do Celular descrito no capiacutetulo quatro desta
dissertaccedilatildeo natildeo haacute qualquer menccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora oriunda do entorno de
coleacutegios de forma geral
As afericcedilotildees de niacuteveis de Pressatildeo Sonora oriundos do entorno do CEPMAT
identificaram intensidade de ruiacutedo ateacute 100 dB(A) isto eacute aproximadamente 67
acima dos limites de emissatildeo de ruiacutedo para as Zonas Estruturais Educacionais
estabelecidos pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que eacute de 60 dB(A) no
periacuteodo diurno Nessas condiccedilotildees o laudo teacutecnico produzido por Stangherlin (2014)
sobre os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora do entorno do CEPMAT infere que se um
estudante for exposto ao ruiacutedo por um periacuteodo de 4h30min cinco (5) dias por
semana ao longo de duzentos (200) dias letivos mesmo que por um ldquocurto periacuteodordquo
de tempo por dia (cerca de 5 minutos quando natildeo haacute testes de frenagem) entatildeo
pode haver consequecircncias relativas agrave PAIR com prejuiacutezos agrave sauacutede auditiva
Portanto entendo que eacute necessaacuterio que esses estudantes tenham clareza do risco a
que estatildeo expostos ao estudar no CEPMAT e criar sequencias didaacuteticas para o
ensino de Fiacutesica por meio de situaccedilotildees problemaacuteticas pode contribuir de forma que
os mesmos transitem entre o ensino e a sauacutede aplicando em seu cotidiano
conscientemente
Na investigaccedilatildeo feita por Gasperin (2006) com estudantes de duas escolas
proacuteximas a uma linha feacuterrea a autora verificou que os trens oferecem riscos quando
162
os estudantes vatildeo ou voltam das escolas no entanto quanto aos ruiacutedos emitidos os
dados mostraram que esse aspecto natildeo se apresentou relevante pois a maioria dos
estudantes nega ou natildeo percebe a interferecircncia do barulho do trem nas atividades
escolares e ainda considera que o ruiacutedo do trem natildeo eacute prejudicial agrave sauacutede nem tatildeo
pouco que eacute um problema para a comunidade uma vez que eacute um produto da
historia cultural da comunidade ou seja que influenciou e influencia a vida da
comunidade lindeira a via feacuterrea
Gasperin (2006) afirma que por estarem culturamente inseridos em um
ambiente ruidoso os estudantes construiacuteram uma imagem ldquoalegrerdquo dos incocircmodos
causados pelos trens Eles estabeleceram uma relaccedilatildeo utilitaacuteria com a via feacuterrea
pois ela movimenta a economia e eacute responsaacutevel pela sobrevivecircncia Isso mostra o
niacutevel de incorporaccedilatildeo cultural do trem naquela comunidade Isto eacute os viacutenculos
estabelecidos com a presenccedila dos trens refletem a alienaccedilatildeo ou distanciamento do
fator de risco ambiental no que se refere a poluiccedilatildeo sonora e suas sequelas agrave sauacutede
O estudo de Gasperin (2006) mostrou que a companhia realiza atividades
para transformar os aspectos negativos da poluiccedilatildeo sonora oferecendo passeios de
trem para a comunidade manipulando a percepccedilatildeo da comunidade e sua interaccedilatildeo
com a via feacuterrea
Com relaccedilatildeo ao CEPMAT os resultados do teste de ldquoautoidentificaccedilatildeordquo
mostraram que os estudantes nem sempre percebem o ruiacutedo do entorno como um
incocircmodo e o ambiente escolar mais afetado pelos ruiacutedos do entorno a biblioteca eacute
considerada pela maioria como um ambiente acusticamente adequado para as
atividades escolares o que me permite concluir que natildeo houve um distanciamento
dos meus resultados com os de Gasperin (2006)
Os estudantes tiveram ainda dificuldades para relacionar o ruiacutedo do traacutefego
(especialmente dos trens) com algum fator de estresse que eventualmente
apresentavam (tais como diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de
aprendizagem e esgotamento)
Natildeo perceberam o ruiacutedo das composiccedilotildees como responsaacutevel por trazer
zumbidos aos ouvidos o que mostra que culturalmente os estudantes jaacute estatildeo
inseridos em ambientes ruidosos em casa nas ruas ou na escola
Ou seja o incocircmodo causado pelo ruiacutedo eacute culturalmente construiacutedo (HALL
2007) de acordo com o modo de vida e os grupos sociais mas uma das questotildees
mais importantes em termos educacionais refere-se aos estudantes natildeo saberem se
163
haacute (ou natildeo haacute) algo a se feito quanto agrave poluiccedilatildeo sonora do entorno do CEPMAT isso
mostra que ainda haacute muito trabalho a ser realizado no coleacutegio tanto no que se refere
ao ensino de Fiacutesica como em qualquer outra disciplina sobre esta temaacutetica pois a
conscientizaccedilatildeo eacute fator primordial para accedilatildeo
712 O uso do Aparelho Celular
Na revisatildeo da produccedilatildeo acadecircmica em eventos cientiacuteficos encontrei seis
trabalhos em duas ediccedilotildees do TICEDUCA que indicaram que os Aparelhos
Celulares impactaram a aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo
e no envolvimento dos estudantes em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de
opiniatildeo sobre a escola e os estudos No entanto natildeo encontrei nenhum trabalho que
se referia agrave poluiccedilatildeo sonora ou ateacute mesmo alguma referecircncia agrave problemaacutetica de
ouvir muacutesica durante as aulas ou a exposiccedilatildeo a ruiacutedos intensos
Uma dissertaccedilatildeo referente a temaacutetica de usoposse do Celular foi encontrada
na aacuterea de administraccedilatildeo Nesta Luiz (2008) analisa o comportamento de consumo
dos adolescentes que vivem em constante busca de pertencimento a um grupo de
referecircncia O autor sugere que Aparelho Celular eacute determinante para o processo de
identificaccedilatildeo do adolescente com seu grupo e por sua vez o grupo os influencia a
desejar os Aparelhos Celulares e essa via de matildeo dupla resulta os leva a aquisiccedilatildeo
sem medida de esforccedilos
As conclusotildees do estudo de Luiz (2008) referentes a posse do Celular e ao
pertencimento ao grupo natildeo distam dos meus dados obtidos no questionaacuterio Outra
aproximaccedilatildeo entre os dados de Luiz (2008) e os meus refere-se ao uso do Aparelho
Celular para ouvir muacutesica ou seja a funccedilatildeo ldquomuacutesicardquo passou a ser um veiacuteculo
comum de facilitaccedilatildeo da interaccedilatildeo entre os estudantes e da relaccedilatildeo de
pertencimento junto a cada grupo pesquisado
Em resumo este estudo e o de Luiz (2008) tecircm similaridades tanto no que se
refere a ldquoposserdquo do equipamento quanto ao uso da funccedilatildeo ldquomuacutesicardquo pois ambos
possibilitam a interaccedilatildeo e o sentimento de pertencimento ao grupo
164
As anaacutelises do questionaacuterio aplicado sobre os usos que os estudantes fazem
do Aparelho Celular evidenciaram que a maioria natildeo faz uso didaacutetico desse
equipamento e quando isso acontece o uso fica restrito a poucas disciplinas por
exemplo na Matemaacutetica usa-se a funccedilatildeo calculadora
Ainda de acordo com o questionaacuterio quase a totalidade das respostas (98)
revelou que os estudantes tecircm consciecircncia da proibiccedilatildeo que consta no regimento
escolar referente ao uso de Celulares para fins natildeo didaacuteticos embora admitissem
afrontar deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio pois (48) confessou
que usa o Aparelho Celular para ouvir muacutesica e se comunicar por meio de
mensagens corroborando que esta tecnologia de faacutecil acesso estaacute amplamente
inserida no ambiente escolar Isso corrobora o que foi apontado por Hall (2011) que
as pessoas produzem reproduzem e modificam a sociedade em que vivem e a
relaccedilatildeo que tem com os meios de comunicaccedilatildeo de faacutecil acesso No caso do
CEPMAT o regimento de 2010 propotildee uma norma anacrocircnica em relaccedilatildeo ao uso do
Aparelho Celular e os estudantes por sua vez burlam a norma buscando
reconfiguraccedilotildees para o uso que eacute natildeo didaacutetico Uma das possibilidades que se
vislumbra a partir disso eacute propiciar a formaccedilatildeo de professores para usos didaacuteticos
dessa tecnologia inserindo-a no contexto escolar Isso configura o que foi percebido
por Hall (2011) no que se refere agraves velhas identidades que por tanto tempo
estabilizaram o mundo social e agora estatildeo em decliacutenio fazendo surgir novas
identidades que fragmentaram o indiviacuteduo da modernidade
No que tange aacute poluiccedilatildeo sonora a que o estudante estaacute submetido ao ouvir
muacutesica nos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares os resultados
apontaram que a maioria (85) tem informaccedilatildeo de que uma exposiccedilatildeo diaacuteria a
ruiacutedos intensos pode ser prejudicial agrave sauacutede auditiva mas isso natildeo foi suficiente
para modificar a accedilatildeo do estudante Por outro lado um grupo menor (15)
respondeu que tecircm conhecimento dos malefiacutecios causados pelo excesso de ruiacutedo
oriundo do Celular agrave sauacutede auditiva e isso os fez reduzir a quantidade de tempo de
exposiccedilatildeo Embora esse resultado seja pequeno jaacute eacute possiacutevel identificar alguns
estudantes que conseguiram unir a informaccedilatildeo agrave accedilatildeo transformando-a em
conscientizaccedilatildeo No entanto 85 ainda precisa extrapolar o niacutevel da informaccedilatildeo e
isso pode ocorrer por meio da educaccedilatildeo especialmente o Ensino de Fiacutesica
(Acuacutestica Ondas Sonoras) que se relacionado agraves questotildees de sauacutede teraacute um papel
165
fundamental para auxiliar os estudantes a galgarem este salto qualitativo de simples
informaccedilatildeo para conscientizaccedilatildeo
Nas afericcedilotildees realizadas foi possiacutevel observar que (534) dos estudantes
ouvem muacutesica em intensidade 88 dB(A) o que significa que o tempo de exposiccedilatildeo
ao ruiacutedo para este grupo natildeo pode ser superior a 5 horas diaacuterias No entanto
(9466) dos pesquisados ouve muacutesicas em intensidade acima de 92 dB(A) cujo
tempo limite de exposiccedilatildeo eacute de 3 horas por dia O questionaacuterio discutido no capiacutetulo
IV desta dissertaccedilatildeo mostra que os estudantes ouvem muacutesica com os fones
auriculares conectados ao Celular em meacutedia quatro horas diaacuterias Isso significa que
aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume
meacutedio de 1047 dB(A) e podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com
possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo
Os resultados do teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo
mostraram que ouvir muacutesica no Celular em volume acima da meacutedia e natildeo perceber
sintomas de estresse de natureza fiacutesica (perda de energia e zumbido na audiccedilatildeo)
faz parte do cotidiano dos estudantes assim eacute possiacutevel inferir que os mesmos estatildeo
culturalmente inseridos em ambientes ruidosos e para corroborar esta ideia o teste
mostrou que um nuacutemero consideraacutevel (5250) de estudantes declarou que se
concentra melhor quando ouve muacutesicas durante as tarefas escolares
713 Poluiccedilatildeo Sonora Gerada pelos Fones auriculares e Autoidentificaccedilatildeo de
Alguns Sintomas de Estresse
Natildeo foram identificados estudos sobre a poluiccedilatildeo sonora relativa ao Aparelho
Celular nos eventos pesquisados e nas dissertaccedilotildees e teses do Banco da CAPES
com as palavras-chave Som Ruiacutedo Poluiccedilatildeo sonora Poluiccedilatildeo sonora no Ambiente
Escolar Assim ficou evidente que embora esta tecnologia de faacutecil acesso jaacute esteja
inserida na escola conforme os dados obtidos a partir do questionaacuterio nenhum
trabalho relacionou Aparelho Celular a poluiccedilatildeo sonora
Para aleacutem da anaacutelise realizada nos eventos e nas teses Muchnik et al (2011)
alertou que o uso de fones auriculares vem se tornando um comportamento cada
166
vez mais comum entre os jovens o que pode aumentar os riscos de problemas
auditivos
No questionaacuterio havia apenas um item sobre a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
investigando se o estudante tinha ciecircncia de que ouvir muacutesica no Celular prejudica a
audiccedilatildeo Este item foi descrito anteriormente (item 812) Conforme jaacute mencionado
os resultados revelaram a maioria dos estudantes ouviu dizer que os fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares podem ser prejudiciais agrave sauacutede
auditiva se o volume estiver alto O questionaacuterio revelou ainda que o tempo meacutedio
que os estudantes ouvem muacutesica usando fones auriculares conectados ao Aparelho
Celular eacute de 4 horasdia Aleacutem disso a meacutedia da intensidade de ruiacutedo (em decibeacuteis)
das afericcedilotildees de intensidade de ruiacutedo foi de 1032 dB(A) nesses niacuteveis o tempo de
exposiccedilatildeo maacutexima contiacutenua eacute de aproximadamente 40 minutos por dia (conforme
BRASIL 2006) Estas condiccedilotildees podem acarretar surdez precoce nos estudantes
O teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo indicou que boa
parte dos estudantes (3250) natildeo estaacute disposta a deixar de utilizar o Celular para
ouvir muacutesica o que me permite inferir que em alguns momentos esta tecnologia
pode estar sendo utilizada como ldquovaacutelvula de escaperdquo para os ruiacutedos externos Neste
sentido um Ensino de Fiacutesica problematizador pode a partir de experimentos
simples contribuir para fazer conhecer entre os estudantes professores e
comunidade escolar os efeitos da exposiccedilatildeo destes ruiacutedos em peliacuteculas que
simulariam o efeito do som no tiacutempano humano Um estudo de intervenccedilatildeo
multidisciplinar poderia tambeacutem analisar o Protocolo de Complexidade Diferenciada
5 (BRASIL 2006) que aborda questotildees relacionadas com a sauacutede auditiva e os
efeitos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo na sauacutede e com isso discutir e reavaliar haacutebitos
relativos ao uso de fones auriculares possibilitando um trabalho de prevenccedilatildeo agrave
sauacutede auditiva
Em relaccedilatildeo aos sintomas de estresse os estudantes de forma geral (67)
natildeo perceberam a existecircncia de poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular mesmo sabendo dos problemas auditivos que o
fone auricular ligado ao Aparelho Celular para escutar muacutesicas em volume alto pode
causar
Alguns sintomas de estresse como zumbidos ou dores na orelha interna
perdas de energia dificuldades para relaxar natildeo foram percebidos pelos estudantes
apoacutes escutar muacutesicas em volume alto Os estudantes consideraram que a
167
quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e quando ouvem muacutesica no
Celular natildeo eacute maior do que aquela que eles podem suportar pelo contraacuterio eles tecircm
prazer de escutar muacutesica no volume acima dos limites natildeo prejudiciais pois as
muacutesicas satildeo selecionadas por eles desta forma natildeo satildeo consideradas ldquoruiacutedosrdquo De
acordo com as anaacutelises dos resultados posso inferir que os estudantes natildeo
percebem que colocam sua sauacutede auditiva em risco devido que as muacutesicas que
ouvem nos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular satildeo sons agradaacuteveis
natildeo importando seu volume por outro lado os ruiacutedos emitidos pelos meios de
transportes sejam automoacuteveis caminhatildeo ocircnibus ou ateacute mesmo trens tornam-se
sons desagradaacuteveis ou seja ruiacutedos Hall (2007) explica que a accedilatildeo social eacute
significativa tanto para aqueles que a praticam quanto para os que a observam natildeo
em si mesma mas em razatildeo dos muitos e variados sistemas de significado que os
seres humanos utilizam para definir o que significam as coisas e para codificar
organizar e regular sua conduta uns em relaccedilatildeo aos outros No caso deste estudo a
accedilatildeo social eacute natildeo perceber os efeitos danosos que os sons considerados
ldquoagradaacuteveisrdquo causam a sauacutede auditiva o que seria diferente se com o mesmo
volume os estudantes percebessem sons considerados por eles como
ldquodesagradaacuteveisrdquo
Por outro lado uma porcentagem menor de estudantes percebe pelo menos
um dos sintomas de estresse tais como zumbidos perda de concentraccedilatildeo energia
ficam desanimados dificuldades para relaxar cansaccedilo e sobrecarga nas atividades
rotineiras como as atividades escolares tanto quando ouve muacutesica no Celular
quanto dos ruiacutedos oriundos dos meios de transportes Mesmo que essa pequena
porcentagem de estudantes natildeo se importe se pode haver algum prejuiacutezo agrave audiccedilatildeo
por exposiccedilatildeo aos niacuteveis de ruiacutedos intensos e ainda que essa porcentagem natildeo
pareccedila significativa a postura em relaccedilatildeo agrave sauacutede auditiva precisa ser mais bem
investigada
Esses resultados indicam aspectos que precisam ser melhor avaliados entre
eles
a) o planejamento das atividades
b) as condiccedilotildees de trabalho em sala de aula
c) a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas
apresentadas
168
Esses e outros toacutepicos podem ser mais bem estudados para aprofundar
novos aspectos que se vislumbram a partir desta dissertaccedilatildeo Isso me leva a
recomendar que outras investigaccedilotildees sobre os efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede
dos estudantes devem ser profundamente avaliados em estudos subsequentes a
este
Finalmente para Hall (2007) a ideia de cultura modo de vida formas de
pensar sentir a atuar satildeo assimiladas pelo grupo satildeo accedilotildees de comportamento
que podem ser estabelecidas no contexto a que esses humanos estatildeo inseridos
associando-os e constituindo-os nos diversos aspectos da vida social De uma
mesma forma compreender os significados da presenccedila e uso do Aparelho Celular
na escola eacute compreender essa nova linguagem esse objeto de desejo que opera no
sistema representacional da nossa cultura que constroacutei significados modifica o
sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de
conduta e ideias Falta no entanto compreender a problemaacutetica da poluiccedilatildeo sonora
em outros contextos por exemplo o da sauacutede auditiva humana pois neste os
impactos negativos para os estudantes satildeo muito seacuterios No entanto se esses
estudantes construiacuterem conhecimentos em Educaccedilatildeo Ambiental na Fiacutesica e na
Sauacutede poderatildeo fazer aproximaccedilotildees entre o cotidiano deles e o conhecimento
cientiacutefico e ainda se tiverem conhecimento e fizerem valer o cumprimento da
Legislaccedilatildeo Municipal entatildeo teratildeo ferramentas para estabelecer relaccedilotildees que
poderatildeo contribuir para mitigaccedilatildeo dos problemas
72 ALGUMAS POSSIBILIDADES
A partir da anaacutelise anterior realizada no formato de matriz emergem agumas
possibilidades Neste subitem levanto possibilidades de estudos que podem ampliar
as perspectivas desta dissertaccedilatildeo e foram percebidos a partir dos resultados da
Revisatildeo de Literatura do Questionaacuterio das Afericcedilotildees realizadas e do Teste de
ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de Estresserdquo
As afericcedilotildees de niacuteveis de ruiacutedo oriundas do entorno do CEPMAT expuseram
valores acima do permitido pela Legislaccedilatildeo especificamente aquela relativa aos
169
limites de ruiacutedo estabelecidos para aacutereas escolares Sabendo a partir da revisatildeo de
literatura que a poluiccedilatildeo sonora eacute um tema pouco explorado e que no questionaacuterio
foi apontado que os alunos jaacute ouviram falar que o ruiacutedo intenso pode fazer mal a
audiccedilatildeo Entendo que uma pesquisa qualitativa do tipo pesquisa-accedilatildeo aplicada em
sala de aula a partir de um enfoque multidisciplinar tendo como eixo central a
Educaccedilatildeo Ambiental poderia abordar accedilotildees de prevenccedilatildeo a ruiacutedos intensos
oriundos dos meios de transporte
Por outro lado no que se refere a ouvir muacutesica com volume alto nos fones
auriculares conectados ao Aparelho Celular os resultados do teste referentes a
percepccedilatildeo dos estudantes indicaram que natildeo haacute grandes preocupaccedilotildees sobre os
efeitos nocivos desses sons intensos na sauacutede auditiva Para reverter este quadro
uma pesquisa aplicada do tipo pesquisa-accedilatildeo que aborde o conteuacutedo de acuacutestica
em seu subitem ldquoOndas Sonorasrdquo pode trazer enormes contribuiccedilotildees na construccedilatildeo
de sequecircncias didaacuteticas e experimentos simples de forma que os estudantes
percebam os efeitos os benefiacutecios e os malefiacutecios que estas ondas sonoras causam
no organismo Assim pode haver aproximaccedilatildeo do ensino de fiacutesica com a sauacutede
Outra consideraccedilatildeo refere-se ao uso natildeo didaacutetico do Aparelho Celular no
ambiente escolar Os dados do questionaacuterio mostraram que haacute necessidade de
ampliaccedilatildeo de pesquisas com enfoque metodoloacutegico porque o Celular natildeo eacute utilizado
como ferramenta de aprendizagem na sala de aula Beringuy (2011) salientou as
vantagens do acesso ao Celular por pessoas de baixo poder aquisitivo isso pode-se
estender tambeacutem para a adoccedilatildeo do Aparelho Celular como ferramenta de apoio na
aprendizagem A revisatildeo de literatura apontou metodologias como as de m-learning
ou mobile learning que exigem uma participaccedilatildeo do professor no sentido de
orientar para o uso didaacutetico Assim pesquisas que apliquem estas novas
metodologias satildeo extremamente necessaacuterias
170
73 SUGESTOtildeES DE ACcedilOtildeES MITIGATOacuteRIAS DA POLUICcedilAtildeO SONORA PARA O
ENTORNO E O INTERIOR DO CEPMAT
Neste item aponto algumas medidas preventivas e mitigatoacuterias em relaccedilatildeo
aos ruiacutedos do entorno do CEPMAT que podem ser tomadas por diferentes oacutergatildeos
administrativos Secretaria Municipal de Sauacutede e a Comunidade Escolar do CEPMAT
e pela empresa que tem a concessatildeo da Ferrovia (ALL) que passa em frente ao
Coleacutegio e tambeacutem relativas a poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica pelos estudantes
a) Em funccedilatildeo das afericcedilotildees e do laudo teacutecnico que aponta niacuteveis de ruiacutedo
de ateacute 100 dB(A) uma sugestatildeo eacute a instalaccedilatildeo de anteparos acuacutesticos
junto agrave linha feacuterrea para minimizar o impacto dos ruiacutedos do trem na
frete do Coleacutegio
b) Uma possibilidade complementar (e natildeo alternativa) a que foi
mencionada acima eacute a ALL em parceira com a Prefeitura Municipal de
Curitiba efetuarem o plantio de aacutervores nativas ao longo da lateral da
linha feacuterrea especialmente na frente do Coleacutegio para constituir mais
uma barreira fiacutesica agraves ondas sonoras geradas na passagem da
composiccedilatildeo feacuterrea
c) De acordo com o que foi proposto pelo Programa de Mitigaccedilatildeo de
Ruiacutedos (ALL 2010) a empresa deve constituir uma equipe
PERMANENTE de Educaccedilatildeo Ambiental assegurando para realizar um
trabalho continuo de conscientizaccedilatildeo dos estudantes do CEPMAT e do
entorno no que se refere aos periacuteodos maacuteximos de exposiccedilatildeo a ruiacutedos
de forma geral assim como de seguranccedila dos pedestres para a
travessia da linha feacuterrea
d) A Empresa ALL a Secretaria Estadual de Educaccedilaotilde do Paranaacute em
parceria com a Secretaria Municipal de Sauacutede tecircm a responsabilidade
de fazer avaliaccedilotildees audiomeacutetricas fundamentais para a prevenccedilatildeo a
PAIR tanto nos estudantes quanto nos professores e funcionaacuterios do
CEPMAT que estatildeo constantemente expostos aos ruiacutedos intensos
171
A Secretaria Municipal de Sauacutede e o CEPMAT podem trabalhar em parceria
para
a) Desenvolver um trabalho de conscientizaccedilatildeo e prevenccedilatildeo relativos agrave
sauacutede auditiva por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos oriundos dos fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica em
volume acima do limite estabelecido pelo protocolo de Complexidade
Diferenciada 5 (BRASIL 2006) que pode ser baseado no programa
desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Otologia (SBO 2012)
172
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABNT Anexo I da Norma Regulamentadora 15 para Atividades e Operaccedilotildees Insalubres Limites de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente
Ministeacuterio do Trabalho e Emprego Brasiacutelia 1978 Disponiacutevel em lt httpportalmtegovbrdatafilesFF8080812DF396CA012E0017BB3208E8NR-1520(atualizada_2011)pdf gt Acesso em 17062013
ABNT NBR 10151 Acuacutestica - Avaliaccedilatildeo do ruiacutedo em aacutereas habitadas visando o conforto da comunidade - Procedimento Rio de Janeiro ABNT 1987 Disponiacutevel lthttpwwwsemacecegovbrwpcontentuploads201201AvaliaC3A7C3A3o+do+RuC3ADdo+em+C381reas+Habitadaspdfgt Acesso em 19012014
ABNT NBR 10152 Niacuteveis de Ruiacutedo para conforto Acuacutestico Rio de janeiro
1987a Disponiacutevel em lthttpbdcamaragovbrbdbitstreamhandlebdcamara8989poluicao_sonora_brasileiropdfsequence=4gt Acesso em 19012014
ABNT NBR 13369 ndash Caacutelculo Simplificado do Niacutevel de Ruiacutedo Equivalente Contiacutenuo (Leq) Rio de Janeiro ABNT 1995 Disponiacutevel em lt http httpptscribdcomdoc167322593NBR-13369-1995-Calculo-Simplificado-do-Nivel-de-Ruido-Equivalente-Continuo-Leq gt Acesso em 05052014
AIKENHEAD G S RYAN A G (1989) The development of a multiple-choice instrument for monitoring views on science-technology-society topics Ottawa Social Sciences and Humanities Research Council of Canada In AIKENHEAD G S e RYAN A G The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) In Science Education 76(5) 477-491 1992
AIKENHEAD G S e RYAN A G The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) In Science Education 76(5) 477-491 1992
ALL America Latina Logiacutestica Capitulo 12 Investigaccedilatildeo de Ruiacutedos Rio Grande do Sul - RS Editora ALL 2010 Disponiacutevel em lt httplicenciamentoibamagovbrFerroviasALL2020Malha20Ferroviaria20Sul2020Trechos20Rio20Branco20do20Sul2020Curitiba20e20Curitiba2020Paranagua122020InvestigaE7E3o20de20RuEDdos1220-20InvestigaE7E3o20de20RuEDdospdf gt Acesso em 02072013
ALVES J Tecnologia Celular Uma Convergecircncia de Miacutedias para a Aproximaccedilatildeo de Puacuteblicos Atas do Intercom ndash Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicaccedilatildeo XXX Congresso Brasileiro de Ciecircncias da Comunicaccedilatildeo 2908 a 02092007 Santos Editora Intercom 2007 Disponiacutevel em lt httpwwwportal-rpcombrbibliotecavirtualcomunicacaovirtual0317pdfgt Acesso em 17052013
AMERICAN COLLEGE OF OCCUPATIONAL AND ENVIRONMENTAL MEDICINE ACOEME EVIDENCE BASED STATEMENT Noise induced hearing loss J Occup Environ Med [S l] v45 n 6 jun 2003 In Brasil Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento
de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegias 2006 Disponiacutevel em lt
173
httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdfgt Acesso em 19012014
American Friends of Tel Aviv University (2011 Deccember 29) Usando leitores de MP3 em volume alto coloca adolescentes em situaccedilatildeo de risco para a perda auditiva precoce dizem pesquisadores ScienceDaily Disponiacutevel em
httpwwwsciencedailycomreleases201112111228134852htm Acesso em 10012014
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA) Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-Fourth Edition Text Revision Washington DC APA
2000 (Traduccedilatildeo no Brasil Artmed 2003)
ARCO-VERDE Y F S Caderno de Apoio para Elaboraccedilatildeo do Regimento Escolar Curitiba PR SEEDPR 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwmrherondominguesseedprgovbrredeescolaescolas27147014arquivosFileOrgao20Tecnico20PedagogicoREGIMENTO_ESCOLAR_08_04[1]pdfgt Acesso em 19052013
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PESQUISA E ENSINO DE CIEcircNCIAS (ABRAPEC) Relatoacuterio de Atividades Satildeo Paulo 1997 Disponiacutevel em
lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt acessado em 14082012
BASTOS W P MATTOS C A Fiacutesica para uma Discriminaccedilatildeo Auditiva
Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash USP 2007 Disponiacutevel em lt httpportalifuspbrcpgipt-brdissertaC3A7C3B5es-de-mestrado-2007-2013gt Acesso em 01122013
BASTOS P W MATTOS C R F Fiacutesica para uma sauacutede auditiva Atas do VI ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
Florianoacutepolis ndash Santa Catarina ABRAPEC 2007a Disponiacutevel em lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012
BASTOS P W MATTOS C R Educaccedilatildeo para uma discriminaccedilatildeo Auditiva Atas do VI ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
Florianoacutepolis ndash Santa Catarina ABRAPEC 2007b Disponiacutevel em lt httwwwnutesufwrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012
BASTOS P W MATTOS C R Fiacutesica e poluiccedilatildeo Sonora Uma proposta de dinacircmica do perfil conceitual Atas do XI EPEF Encontro de Pesquisa e Ensino de Fiacutesica Curitiba ndash Paranaacute 2008 Disponiacutevel em lt httpwwwcienciamaouspbrdadosepef_fisicaepoluicaosonoraumatrabalhopdfgt Acesso em 06 de junho de 2012
BAUMAN Z Entrevista Fronteiras do Pensamento Londres Cafeacute Filosoacutefico CPFL Viacutedeo 29 min e 41 s 2011 Disponiacutevel em lthttpvimeocom27702137gt Acesso em 0972014
BAUMAN Z Modernidade Liacutequida Rio de Janeiro Jorge Zahar 2008 Disponiacutevel em ltDownloadsModernidade+Liquida+-+Zygmunt+Bauman20(1)pdf gt Acesso em 28022014
BERINGUY A PNAD De 2005 para 2011 numero de internautas cresce 1438 e o de pessoas com celular 1072 Brasiacutelia IBGE 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoacessoainternet2011defaultshtmgt Acesso em 17052013
174
BRASIL Decreto Federal No 81621 Aprova o Quadro Geral de Unidades de
medida em substituiccedilatildeo ao Anexo do Decreto n 68288 de 12 de setembro de 1978 Brasiacutelia SINMETRO Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior 03051978 Disponiacutevel em lt httpwwwplanaltogovbrccivil_03decreto1970-1979anexoand81621-78pdfgt Acesso em 15012014
BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014
CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior Banco de Teses e Dissertaccedilotildees Brasilia 2006 Disponiacutevel em lt httpbancodetesescapesgovbr gt Acesso em 12072012
CELANI A C BEVILAacuteCQUA M C RAMOS C R Ruiacutedo em escolas Fono Rev Atual Cient [S I] v 6 n 2 p 1-4 1994 In Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede - Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas
Estrateacutegicas 2006 Disponiacutevel em lt httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 22022014
Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva Perda Auditiva Induzida pelo Ruiacutedo Relacionado ao Trabalho Boletim nordm 1 14novembro1999 Disponiacutevel em ltDownloads1267411525dd9e8b2320(1)pdfgt Acesso em 14022014
CONAMA Norma Regulamentadora 15 Lei Nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998 Ministeacuterio do Meio Ambiente 1998 Dispotildee sobre as Sanccedilotildees Penais e Administrativas Derivas de Condutas e Atividades Lesivas ao Meio Ambiente Disponiacutevel em lt httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl9605htmgt Acesso em 28022014
CONAMA Resoluccedilatildeo Nordm 12008 Controle da Poluiccedilatildeo Sonora Disponiacutevel em lt httpwwwmmagovbrportconamalegislacaoCONAMA_RES_CONS_1990_001pdf gt Acesso em 13122014
CONTI F Definiccedilotildees de Calculo com Multivariaacuteveis Laboratoacuterio de Informaacutetica -
ICB ndash UFPA 2013gt Disponiacutevel em lthttpwwwculturaufpabrdicasgt Acesso em 28052013
COSTA C N P Anaacutelise do Teste ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns Sintomas de Estresserdquo Curitiba PR Material natildeo publicado 2013
COSTA F A I Encontro Internacional TIC e Educaccedilatildeo Inovaccedilatildeo Curricular com TIC Atas do I CONGRESSO INTERNACIONAL TICEDUCA Lisboa ndash Portugal
Editora Universidade de Lisboa 2010 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
COSTA J F GIOPPO C CAMARGO S O celular e o ensino de ondas na escola uma proposta preliminar Atas do II TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Editora
Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt
175
httpconfticeducaieulptmodulesrequestphpmodule=oc_programampaction=summaryphpampid=369gt Acesso em 19112013
COSTA J F CAMARGO S GIOPPO C Uso do Aparelho Celular por Estudantes do Ensino Meacutedio para ouvir muacutesica um prazer perigoso Atas do IX ENPEC Editora da ABRAPEC Aacuteguas de Lindoacuteia SP 2013 Disponiacutevel em lt httpwwwnutesufrjbrabrapecixenpecatasresumosR1336-1pdf gt Acesso em 19112013
CURITIBA Lei Ordinaacuteria Municipal Nordm 10625 Dispotildee sobre ruiacutedos urbanos proteccedilatildeo do bem estar e do sossego puacuteblico Curitiba 2002 Disponiacutevel em lt
httpswwwleismunicipaiscombraprccuritibalei-ordinaria2002106210625lei-ordinaria-n-10625-2002-dispoe-sobre- ruidos-urbanos-protecao-do-bem-estar-e-do-sossego-publico-revoga-as-leis-n-s-8583-de-02-de-janeiro-de-1995-8726-de-19-de-outubro-de-1995-8986-de- 13 - de-dezembro-de-1996-e-9142-de-18-de-setembro-de-1997-e-da-outras-providenciashtmlgt Acesso em 08012014
DrsquoAMORIN F Dependecircncia ou Vicio Informaacutetica amp Sociedade 2012 Disponiacutevel
em lt httpwwwcinufpebr~if679textosDependenciaViciohtml gt Acesso em 27052013
DEL RIO V Cidade da Mente Cidade Real Percepccedilatildeo Ambiental e Revitalizaccedilatildeo na Aacuterea Portuaacuteria do Rio de Janeiro p 3-22 In OLIVEIRA L DEL RIO V (org) Percepccedilatildeo Ambiental A Experiecircncia Brasileira Satildeo Carlos Editora da UFSCAR 1996 265p Disponiacutevel em lt httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014
ENIZ A O GARAVELLI S Poluiccedilatildeo sonora em escolas do Distrito Federal Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo da Universidade Catoacutelica de Brasiacutelia Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em lt httpwwwbdtducbbrtedetde_arquivos6TDE-2004-09-17T134958Z-122PublicoDissertacaoalexandrepdfgt Acesso em 13092012
ENNES E G Poluiccedilatildeo Sonora p 339-356 Recursos Naturais Meio Ambiente e Poluiccedilatildeo Vol 2 Rio de Janeiro SUPREN 1977 In SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana Maringaacute PR SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014
FERNANDES J C Um coleacutegio chamado Maria Gazeta do Povo Caderno vida e
cidadania 17062012 Disponiacutevel em lt httpwwwgazetadopovocombrvidaecidadaniaconteudophtmlid=1265986T-Nh39Oplpcbloggergt Acesso em 13022013
FERNANDES R S SOUZA V J de PELISSARI V B FERNANDES S T Uso da percepccedilatildeo ambiental como instrumento de gestatildeo em aplicaccedilotildees ligadas agraves aacutereas educacional social e ambiental Curso de Engenharia de Produccedilatildeo Civil da
UNIVIX e do NEPA Satildeo Paulo 2004 Disponiacutevel em lt httpwwwredeceasesalquspbrnoticiasPercepcao_Ambientalpdfgt Acesso em 27012014
FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt
176
httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014
FRAENKEL J R e WALLEN N E How to design and evaluate research in Education 4ordf Ediccedilatildeo Boston McGraw Hill 2000
GASPERIN ABUCK S LOOS H A presenccedila do ruiacutedo do trem em escolas do entorno da linha feacuterrea na cidade de Curitiba-Pr Contribuiccedilatildeo para a construccedilatildeo dialeacutetica em educaccedilatildeo socioambiental Dissertaccedilatildeo de Mestrado em
Educaccedilatildeo da UFPR Curitiba UFPR 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwppgeufprbrtesesM06_gasperinpdf gt Acesso em 13092012
HALL S A centralidade da cultura notas sobre as revoluccedilotildees culturais do nosso tempo Educaccedilatildeo amp Realidade Porto Alegre v 22 nordm2 p 15-46 juldez 1997
_____ S A Representation Cultural Representations and Signifying Practices Londres Thousand Oaks Sage The open University 2007
_____ S A Identidade cultural na Poacutes-Modernidade Rio de Janeiro DPampA 11ordf ediccedilatildeo 2011
IPDA Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo Vocecirc estaacute sofrendo com Stress Crocircnico Disponiacutevel em lt httpwwwdda-deficitdeatencaocombrmembrosteste-
stress-burnouthtmlgt Acesso em 21092013
IPPUC 1959 Regiatildeo do Cajuru ndash Paranaacute Foto aeacuterea de 1959 Curitiba fotografia
aeacuterea Escala 150000
IPPUC 2003 Geoprocessamento Curitiba 2006 Disponiacutevel em wwwippucorgbr
Acesso em 16 de janeiro de 2014
______2006 Rede Integrada de Transporte Puacuteblico de Curitiba em 2006
Disponiacutevel em ltwwwippucorgbrgt Acesso em 20022014
______2008 Planos Setoriais Relatoacuterio 2008 Curitiba IPPUC 2008 Disponiacutevel
em httpwwwconcidadesprgovbrarquivosFileDOC_IPPUC_Livro_planos_setoriaispdf Acesso em 15012014
______2008 Regiatildeo do Cajuru ndash Paranaacute Foto Aeacuterea de 2008 Curitiba fotografia
aeacuterea Escala 150000
JORDAtildeO C Um celular para cada puacuteblico Revista Digital 301109 Jornal O
Globo 2009 Disponiacutevel em lthttpturma4a20092bligoocomcontentview673937Um-celular-para-cada-publicohtmlgt Acesso em 26122012
KOTLER P Administraccedilatildeo de marketing anaacutelise planejamento implementaccedilatildeo e controle 5 ed Satildeo Paulo Atlas 1998 In MEDEIROS J F CRUZ C M L Comportamento do Consumidor Fatores que influenciam no processo de decisatildeo da compra dos consumidores Revista Teoria e Evidecircncia Econocircmica Passo Fundo v 14 Ed Especial 2006 p 175 Disponiacutevel em lt httpeadopetnetbrconteudoeadMoodle_20graduacaogestao_comercial_2013comp_consuPDFLEITURA1_aula3pdfgt Acesso em 28022014
LACERDA A B M GONCcedilALVES C G O ZOCOLI A M F DIAS C PAULA K Haacutebitos Auditivos e comportamento de adolescentes diante das atividades de lazer ruidosas In Revista CEFAC Speech Language Hearing Sciences and
177
Education Journal Mar-Abr V13 n2 322-329 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwscielobrpdfrcefacv13n249-10pdfgt Acesso em 13122013
LAUTERT L CHAVES E H B MOURA G MS S de O estresse na atividade gerencial do enfermeiro In Revista Panamericana de Salud Publica v6 (6) 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfrpspv6n60968gt Acesso em 28092013
LEDERMAN N G OMALLEY M Students perceptions of tentativeness in science Development use and sources of change Science Education 74(2) 225-239 1990 In AIKENHEAD G RYAN A The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) College of Education University of Saskatchewan Saskatoon Saskatchewan Science Education Assessment Instruments 1992 Disponiacutevel em lt httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014
LEVI F Origens Ambiente e Evoluccedilatildeo In Menezes L C de A terra gasta a questatildeo do ambiente Satildeo Paulo EDUC ndash Editora da Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica ndash PUC-SP 1990 P 17-25 Dissertaccedilatildeo de MestradoLIPP M N Como Controlar o Stress Satildeo Paulo-SP Editora Iacutecone 6ordf ed 1994
LIPP M e N (1984) Stress e suas implicaccedilotildees Estudos de Psicologia Campinas v1 n3 e 4 p 5-19 agodez In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19
n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014
LOBATO A PEDRO N As tecnologias moacuteveis no processo de ensino e aprendizagem da liacutengua inglesa um estudo exploratoacuterio do cenfic Atas do II CONGRESSO INTERNACIONAL TICEDUCA 2010 Lisboa ndash Portugal
Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
LOPES J M Barulho eacute responsaacutevel por 65 das reclamaccedilotildees agrave prefeitura Jornal Gazeta do Povo Ediccedilatildeo 02102008 Disponiacutevel em lt httpwwwgazetadopovocombrvidaecidadaniaconteudophtmlid=813587amptit=Barulho-e-responsavel-por-65-das-reclamacoes-a-prefeituragt Acesso em 08082013
LUIZ G V Consumo de Celular Significados e Influecircncias na vida cotidiana de adolescentes Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
2008 Disponiacutevel em lthttpwwwtedeufvbrtedesimplificadotde_arquivos46TDE-2008-08-26T072246Z-1289Publicotexto20completopdfgt Acesso em 28052013
MBI Questionaacuterio Jbeili para Identificaccedilatildeo Preliminar da Burnout Elaborado e adaptado por Chafic Jbeili Inspirado no Maslach Burnout Inventory- MBI Disponiacutevel em lt httpwwwchaficcombrindex_arquivosQuestionE1rio20Jbeili20para20identificaE7E3o20da20burnoutpdf gt Acesso em 30092013
MELO G S Ao Som do Apito Vila Oficinas Controle e Disciplinarizaccedilatildeo do Ferroviaacuterio Curitiba (1945-1960) Monografia UTP ndash Universidade Tuiuti do Paranaacute Curitiba UTP 2008 Disponiacutevel em lt
178
httpwwwutpbrhistoriarevista_historianumero_2pdf11_giselia_melopdfgt Acesso em 03032013
MENDONCcedilA F Aspectos da Problemaacutetica Ambiental Urbana da Cidade de CuritibaPR e o mito da ldquocapital ecoloacutegicardquo Satildeo Paulo ndash USP 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwgeografiafflchuspbrpublicacoesGeouspGeousp12Geousp12_FranciscoMendoncahtmgt Acesso em 05082013
MIRANDA G L Limites e possibilidades das TIC na Educaccedilatildeo Revista de Ciecircncias da Educaccedilatildeo ndash nordm 03 ndash maioago2007 Disponiacutevel em lt
httpsisifofpceulptpdfssisifo03PT03pdfgt Acesso em 17052013
MOREIRA M D MELLO FILHO J de Psicoimunologia hoje 1992 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicolologia Ciecircncia e Profissatildeo V19 nordm3 Brasiacutelia 1999
Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophppid=S1414-98931999000300005ampscript=sci_arttextgt Acesso em 28022014
MOURA A CARVALHO A Enquadramento teoacuterico para a integraccedilatildeo de tecnologias moacuteveis em contexto educativo Atas do I CONGRESSO
INTERNACIONAL TICEDUCA 2010 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa 2010 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
MUCHNIK C AMIR N KAPLAN-NEEMEN R e SHABTAI E Getting teeens to turn down the volume In TEL AVIV UNIVERSITY 2012 Annual report Re-imagining the mind Tel Aviv Tel Aviv University 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwtauacilbogannualreport2012pdfgt Acesso em 14122013
NARDI R Memoacuterias da Educaccedilatildeo em Ciecircncias no Brasil a pesquisa em ensino de Fiacutesica Grupo de Pesquisa e Ensino de Ciecircncias Bauru UNESP 1990 Disponiacutevel em lt httpwwwifufrgsbrpublicensinovol10n1v10_n1_a4htm gt Acesso em 16072013
NASCIMENTO D C do Percepccedilotildees de Cultura e Mudanccedila Organizacional
Dissertaccedilatildeo de Mestrado 2009 Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Disponiacutevel em lt httpsestudogeralsibucptbitstream10316133701Tese_mestrado_Diogo_Chouzalpdf gt Acesso em 20112013
NOGUEIRA E Portal Curitiba Antiga Disponiacutevel em lthttpcuritibaantigacomcategoriaVila-Oficinashtml gt Acesso em 12122012
NOVAES M R Poluiccedilatildeo Psicossocial 383-395 In IBGE Recursos Naturais Meio Ambiente e Poluiccedilatildeo Vol 2 Rio de Janeiro SUPREN 1977 P458
NOVAIS A M GUARIN NETO G G Percepccedilatildeo Ambiental de Estudantes da Escola ldquoDr Joseacute Rodrigues Fontesrdquo Caacuteceres Mato Grosso In Revista Travessias nordm 1 UNIOESTE ndash PR 2007 Disponiacutevel em lt fileCDownloads2789-10750-1-PBpdf gt Acesso em 22022014
OrsquoMALLEY M AIKENHEAD In AIKENHEAD G RYAN A The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) College of
Education University of Saskatchewan Saskatoon Saskatchewan Science Education Assessment Instruments 1992 Disponiacutevel em lt
179
httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014
OLIVEIRA I B e SGARBI P Fora da Escola tambeacutem se aprende Rio de
Janeiro DPampA 2001
PAPINI J C M PINTO M L S Estresse e Trabalho Monografia 2000 UFSC
Associaccedilatildeo Catarinense de Medicina XVI ndash Curso de Especializaccedilatildeo em Medicina do Trabalho Disponiacutevel em httpsrepositorioufscbrbitstreamhandle123456789104989Estresse20e20trabalhopdfsequence=1 Acesso em 10022013
PARANAacute Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute Regimento Escolar Deliberaccedilatildeo 1699 Curitiba Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute 1999
Disponiacutevel em lt httpwwweducacaoprgovbrarquivosFiledeliberacoesdeliberacao161999pdf gt Acesso em 16122013
________ Decreto Estadual 259501959 In Zanoto Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico
Curitiba 2010 Disponiacutevel em lt httpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 12072012
________ Decreto Estadual 30621977 In ZANOTO Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico Curitiba 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 12072012
________Regimento Escolar do CEPMAT Ato nordm 340 p6 - 9 - Curitiba 2011
________ Resoluccedilatildeo 7012006 Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino fundamental Meacutedio e Profissional Disponiacutevel em lt httpwwwceeprgovbrarquivosFilepdfPareceres202012CEBpa_ceb_109_12pdfgt Acesso em 05032013
PONDEacute L F Invenccedilatildeo do Contemporacircneo O diagnoacutestico de Zygmunt Bauman para a Poacutes-Modernidade Produccedilatildeo da CPFL Cultura Exibido em 25 de maio de
2008 Ribeiratildeo Preto Cultura (44 minutos) Disponiacutevel em lt wwwcpfculturacombr ou httpwwwyoutubecomwatchv=58MMs5j3TjA gt Acesso 05012014
RAMINHOS L FERREIRA M J CORREIA S PEREIRA M J Tecnologias moacuteveis no ensino de multimeacutedia Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
REIS A T L LAY M C D Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Projetos ndash uma Abordagem Perceptiva e Cognitiva Revista Ambiente Construiacutedo Porto Alegre v 6 n 3 p
21-34 julset 2006 Disponiacutevel em lt http Downloads3710-12514-1-PB20(1)pdfgt Acesso em 27012014
RIBAS A NAZARENO E R SCHMID A L Reflexotildees sobre o ambiente sonora da cidade de Curitiba A percepccedilatildeo do ruiacutedo urbano e seus efeitos sobre a qualidade de vida de moradores dos setores especiais estruturais Tese Doutorado da UFPR Curitiba UFPR 2007 Disponiacutevel em lt httpdspacec3slufprbrdspacehandle188410320show=full gt Acesso em 20052013
180
RIBAS A GRAEMEL K Poluiccedilatildeo Sonora Objeto de Estudo da Ecologia Revista Fonoaudiologia Revista Virtual ndash Dezembro de 2006 Vol 1 ndash nordm 2 Brasil 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwfonoaudiologiaorgbrpublicacoesrevista06vol4n1pdfgt Acesso em 27012014
RINK J MEGID NETO J M Tendecircncias dos Artigos apresentados nos Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) Educaccedilatildeo em Revista v 25nordm 3 2009 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophppid=S0102-46982009000300012ampscript=sci_arttext gt Acesso em 12092013
RODRIGUES A Stress trabalho e doenccedilas de adaptaccedilatildeo 1997 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt
httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014
ROMERO S M OLIVEIRA L O NUNES S C Estresse no Ambiente Organizacional estudo sobre o corpo gerencial Universidade Luterana do Brasil
ndash ULBRA 2007 Disponiacutevel em lt httpwwwaedbbrsegetartigos071215_SEGET0701Stresspdfgt Acesso em 28022014
SANTrsquoANA N C Criaccedilatildeo de uma ferramenta hipermiacutedia para promoccedilatildeo da sauacutede auditiva em jovens usuaacuterios de dispositivos sonoros portaacuteteis individuais Dissertaccedilatildeo de Mestrado 2012 - Universidade de Satildeo Paulo ndash FOB
Disponiacutevel em lt httpwwwtesesuspbrtesesdisponiveis2525143tde-01112012-214724pt-brphpgt Acesso em 06012014
SANTOS D M B DURAM A A BURNHAM T F O uso dos dispositivos moacuteveis durante a aula analise de um recorte da realidade de universidades publicas do Brasil Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
_______ D M B DURAM A A BURNHAM T F Dispositivos moacuteveis em sala de aula uma revisatildeo bibliograacutefica Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012a Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lthttpticeduca2012ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
SANTOS G F ALMEIDA M B BORGES M A F JESUS V G S de Tecnologias Moacuteveis com conexatildeo sem fio na Escola e a Organizaccedilatildeo do Trabalho Pedagoacutegico Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash
Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lthttpticeducaieulptataspdf298pdfgt Acesso em 12072013
SANTOS M J O MARTINS E C O Som Nosso de Cada Dia Percepccedilatildeo Meio e Forma Urbana Cadernos do Proarp Rio de Janeiro UFRJ ndash Vol 09 nordm 09 p 211-257 1993 In SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana ndash SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014
SBO (Sociedade Brasileira de Otologia) Dia da Audiccedilatildeo e de baixar o volume do mp3 Satildeo Paulo 2012 Disponiacutevel em
181
httpwwwsaudeauditivaorgbrnovo_siteindexphps=imprensareleasesdia-da-audicaophpgt Acesso em 22042013
SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana Maringaacute PR SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt
httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014
SELIGMAN J Sintomas e Sinais na Pair in Brasil Perda Auditiva Induzida por
Ruiacutedo (Pair) Brasiacutelia Brasil 2006 Disponiacutevel em lt httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf gt Acesso em 08012014
SELYE H Stress a tensatildeo da vida Satildeo Paulo Ibrasa - Instituiccedilatildeo Brasileira de Difusatildeo Cultural 1959 In BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014
SIEGEL A GRANADO A SILVA C J O impacto do crescimento populacional e as restriccedilotildees ambientais para o desenvolvimento industrial de pinhais a partir de uma induacutestria no ramo de circuitos impressos Monografia ndash
UNIBRASIL 2009 Disponiacutevel em lt httpwwwpinhaisprgovbridentidadeFreeComponent164content1703shtml gt Acesso em 22022014
SIMONTON OC SIMONTON SM CREIGHTON JL Com a Vida de Novo Uma Abordagem de Auto ndash Ajuda para Pacientes com Cacircncer 6o ed Satildeo Paulo Summus 1987 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo V19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014
SOUZA A M A poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente escolar - Reflexos no Processo Ensino-Aprendizagem Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Centro Universitaacuterio Pliacutenio Leite Niteroi ndash Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em lt httpwwwtjrjjusbrcdocument_libraryget_fileuuid=52486d9f-2407-4af1-bd42-c1f3cde27235ampgroupId=10136gt Acesso em 17032013
SOUZA D R SILVA H C GARAVELLI A M M RICARDO E C Poluiccedilatildeo Sonora na fiacutesica do ensino meacutedio construindo uma proposta Atas do V ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias Bauru ndash Satildeo Paulo ABRAPEC 2005 Disponiacutevel em lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012
SOUZA F P A poluiccedilatildeo sonora ataca traiccediloeiramente o corpo Belo Horizonte
UFMG 1992 Disponiacutevel em lt httpwwwicbufmgbrlabslpf2-14html gt Acesso em 10112012
SOUZA J TORRES M C A Maneiras de ouvir muacutesica uma questatildeo para a educaccedilatildeo musical com jovens In Muacutesica na educaccedilatildeo baacutesica Porto Alegre v 1
n 1 outubro de 2009 Disponiacutevel em lt
182
httpwwwabemeducacaomuacutesicalorgbrMastersrevista_muacutesica_na_escola4_maneiras_de_ouvir_muacutesicapdf gt Acesso em 10112012
STANGHERLIN V L Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Fones de Ouvido do Aparelho Celular 2013 Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho CREA-PR 110468D 2013
STANGHERLIN V L Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Meios de Transportes 2013 Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho CREA-PR
110468D 2014
STEINBERG S R KINCHELOE J L Cultura Infantil a construccedilatildeo corporativa da infacircncia In Sem segredos cultura infantil saturaccedilatildeo de informaccedilatildeo e Infacircncia poacutes-moderna Rio de janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2001 In MONTEIRO S C F Ensino de ciecircncias projeto poliacutetico-pedagoacutegico das escolas e os curriacuteculos praticados uma possibilidade emancipatoacuteria a partir da educaccedilatildeo ambiental
Dissertaccedilatildeo de Mestrado Rio de Janeiro CICTFio Cruz 2009 Disponiacutevel em lthttpoatdorgoatdgourl=http3A2F2Fwwwbdtdcictfiocruzbr2Ftedesimplificado2Ftde_busca2Farquivophp3FcodArquivo3D197ampfrom=recordampq=gt Acesso em 15022014
STELLMAN J M DAUM S M Trabalho e sauacutede na induacutestria riscos fiacutesicos e quiacutemicos e prevenccedilatildeo de acidentes v 1 Satildeo Paulo EDUSP 1975 In BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014
THOMPSON J B A Miacutedia e a Modernidade 12ordf ediccedilatildeo Editora Vozes 2011
UNESCO Working Paper Series on Mobile Learning Turning on mobile learning
in Latina American Paris UNESCO 2012 Disponiacutevel em lthttp httpwwwunescoorgnewfileadminMULTIMEDIAHQEDICTpdfPachler-Ranieripdfgt Acesso em 27 de fevereiro de 2014
_______ Policy guidelines for mobile learning Paris UNESCO 2013
Disponiacuteveis em lt httpunesdocunescoorgimages0022002277227770porpdf gt Acesso em 02 de marccedilo de 2014
________ Segunda Semana UNESCO ldquoMobile Learningrdquo (MLW) ParisUNESCO 2013 Disponiacutevel em lt httpunesdocunescoorgimages0022002277227770porpdf gt Acesso em 07022014
VYGOTSKY L S A Formaccedilatildeo social da Mente 7ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Martins Editora Livraria Ltda 2007
__________ Lev Semenovich Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar InVYGOTSKY Lev Semenovich LURIA Alexander Romanovich
Editora Ebook do Brasil 2001 Disponiacutevel em lt httpwwwebooksbrasilorgeLibrisvigohtmlgt Acesso em 12122013
ZANOTTO V L R Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira Curitiba-PR SEED 2010 Disponiacutevel em
183
lthttpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 28122012
________ V L R Regimento Escolar Curitiba-PR SEED 2011 Disponiacutevel em
lthttpwwwnreseedprgovbrcuritibamodulesconteudoconteudophpconteudo=160 gt Acesso em 28122012
184
ANEXOS
185
ANEXO I - LEI 106252002
LEI Nordm 10625 DISPOtildeE SOBRE RUIacuteDOS URBANOS PROTECcedilAtildeO DO BEM ESTAR
E DO SOSSEGO PUacuteBLICO REVOGA AS LEIS Nordm S 8583 DE 02 DE JANEIRO DE
19958726 DE 19 DE OUTUBRO DE 1995 8986 DE 13 DE DEZEMBRO DE 1996
E 9142 DE 18 DE SETEMBRO DE 1997 E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS
A CAcircMARA MUNICIPAL DE CURITIBA CAPITAL DO ESTADO DO PARANAacute
aprovou e eu Prefeito Municipal sanciono a seguinte lei
Art 1ordm - Eacute proibido perturbar o sossego e o bem estar puacuteblico com sons ruiacutedos e
vibraccedilotildees que causem incocircmodo de qualquer natureza ou que ultrapassem os
limites fixados nesta lei
Paraacutegrafo Uacutenico - As vibraccedilotildees seratildeo consideradas prejudiciais quando ocasionarem
ou puderem ocasionar danos materiais agrave sauacutede e ao bem estar puacuteblico
Art 2ordm - Para os efeitos desta lei aplicam-se as seguintes definiccedilotildees
I - SOM vibraccedilatildeo acuacutestica capaz de provocar sensaccedilotildees auditivas
II - RUIacuteDO som capaz de causar perturbaccedilatildeo ao sossego puacuteblico ou efeitos
psicoloacutegicos e fisioloacutegicos negativos em seres humanos e animais
III - VIBRACcedilAtildeO movimento oscilatoacuterio transmitido pelo solo ou por uma estrutura
qualquer
IV - POLUICcedilAtildeO SONORA emissatildeo de som ou ruiacutedo que seja direta ou
186
indiretamente ofensivo ou nocivo agrave sauacutede agrave seguranccedila e ao bem estar da
coletividade ou transgrida as disposiccedilotildees fixadas nesta lei
V - RUIacuteDO IMPULSIVO som de curta duraccedilatildeo com iniacutecio abrupto e parada raacutepida
caracterizado por um pico de pressatildeo de duraccedilatildeo menor que um segundo
VI - RUIacuteDO CONTIacuteNUO som com flutuaccedilatildeo de niacutevel de pressatildeo sonora tatildeo
pequena que pode ser desprezada dentro do periacuteodo de observaccedilatildeo
VII - RUIacuteDO INTERMITENTE som cujo niacutevel de pressatildeo sonora cai abruptamente
ao niacutevel sonoro do ambiente vaacuterias vezes durante o periacuteodo de observaccedilatildeo desde
que o tempo em que o niacutevel sonoro se manteacutem constante e diferente daquele do
ambiente seja de ordem de grandeza de um segundo ou mais
VIII - RUIacuteDO DE FUNDO sons emitidos durante o periacuteodo de observaccedilatildeo que natildeo
aquele objeto da mediccedilatildeo
IX - NIacuteVEL EQUIVALENTE (Leq) niacutevel meacutedio de energia do som obtido integrando-
se os niacuteveis individuais de energia em um periacuteodo de tempo e dividindo-se pelo
periacuteodo
X - dB (Decibel) unidade de medida do niacutevel de ruiacutedo
XI - dB(A) curva de avaliaccedilatildeo normalizada e adaptada agrave capacidade de recepccedilatildeo da
audiccedilatildeo humana
XII - ZONA SENSIacuteVEL Agrave RUIacuteDO OU ZONA DE SILEcircNCIO eacute aquela que para
atingir seus propoacutesitos necessita que lhe seja assegurado um silecircncio excepcional
Define-se como zona de silecircncio a faixa determinada pelo raio de 20000m
(duzentos metros) de distacircncia de hospitais escolas bibliotecas puacuteblicas hoteacuteis
postos de sauacutede ou similares
XIII - LIMITE REAL DA PROPRIEDADE aquele representado por um plano
imaginaacuterio que separa a propriedade real de uma pessoa fiacutesica ou juriacutedica de outra
187
XIV - SERVICcedilO DE CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL qualquer operaccedilatildeo de escavaccedilatildeo
construccedilatildeo demoliccedilatildeo remoccedilatildeo reforma ou alteraccedilatildeo substancial de uma
edificaccedilatildeo estrutura ou obras e as relacionadas a serviccedilos puacuteblicos tais como
energia eleacutetrica gaacutes telefone aacutegua esgoto e sistema viaacuterio
Art 3ordm - Para fins de aplicaccedilatildeo desta lei ficam definidos os seguintes periacuteodos
I - DIURNO das 07h01 agraves 19h00
II - VESPERTINO das 19h01 agraves 22h00
III - NOTURNO das 22h01 agraves 07h00
Art 4ordm - Para os efeitos desta lei a mediccedilatildeo do niacutevel de pressatildeo sonora deveraacute ser
efetuada de acordo com as normas da Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas -
ABNT
Paraacutegrafo Uacutenico - A mediccedilatildeo a que se refere este artigo pode ser realizada a 500m
(cinco metros) de qualquer uma das divisas do imoacutevel gerador do incocircmodo ou em
qualquer ponto dentro do limite real do imoacutevel que sofre o incocircmodo
Art 5ordm - A emissatildeo de sons e ruiacutedos por quaisquer atividades industriais comerciais
prestadoras de serviccedilos religiosas sociais recreativas e de carga e descarga natildeo
podem exceder os niacuteveis de pressatildeo sonora contidos no Anexo I que faz parte
integrante desta lei
sect 1ordm - No caso de criaccedilatildeo de Setores Especiais conforme previsto na Lei Municipal
nordm 98002000 caberaacute agrave Secretaria Municipal do Meio Ambiente estabelecer os niacuteveis
de pressatildeo sonora admissiacuteveis por meio de regulamentaccedilatildeo proacutepria
sect 2ordm - Quando a fonte poluidora e o imoacutevel que sofre o incocircmodo estiverem
localizados em diferentes zonas de uso e ocupaccedilatildeo do solo seratildeo considerados os
limites estabelecidos para a zona em que se localiza a propriedade que sofre o
incocircmodo
188
sect 3ordm - Quando a propriedade que sofre o incocircmodo tratar-se de escola creche
biblioteca puacuteblica hospital ambulatoacuterio casa de sauacutede ou similar com leitos para
internamento hotel ou similar devem ser atendidos os limites estabelecidos para
ZR-1 independentemente da zona de uso e deve ser observado o raio de 20000m
(duzentos metros) de distacircncia definida como zona de silecircncio
Art 6ordm - Os sons e ruiacutedos produzidos pelos serviccedilos de construccedilatildeo civil devem
respeitar os limites maacuteximos estabelecidos no Anexo II parte integrante desta lei
Paraacutegrafo Uacutenico - Excetuam-se destas restriccedilotildees as obras e os serviccedilos urgentes e
inadiaacuteveis decorrentes de casos fortuitos ou de forccedila maior acidentes graves ou
perigo iminente agrave seguranccedila e ao bem estar da comunidade bem como o
restabelecimento de serviccedilos puacuteblicos essenciais tais como energia eleacutetrica gaacutes
telefone aacutegua esgoto e sistema viaacuterio
Art 7ordm - A emissatildeo de som ou ruiacutedos produzidos por veiacuteculos automotores
aeroplanos e aeroacutedromos e os produzidos no interior dos ambientes de trabalho
devem obedecer as normas expedidas respectivamente pelo Conselho Nacional do
Meio Ambiente e pelos oacutergatildeos competentes do Ministeacuterio da Aeronaacuteutica e
Ministeacuterio do Trabalho
Paraacutegrafo Uacutenico - No tocante agrave emissatildeo de ruiacutedo por veiacuteculos automotores o
Municiacutepio pode estabelecer em regulamento proacuteprio criteacuterios de controle
considerando o interesse local
Art 8ordm - A realizaccedilatildeo de shows concertos e apresentaccedilotildees musicais de caraacuteter
cultural e artiacutesticos em aacutereas puacuteblicas ou particulares dependem de preacutevio
licenciamento ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente independente
de outras licenccedilas exigiacuteveis
Paraacutegrafo Uacutenico - Cabe agraves Secretarias Municipais do Meio Ambiente e do
Urbanismo estabelecerem em regulamento proacuteprio as condiccedilotildees para realizaccedilatildeo
dos eventos musicais mencionados no caput deste artigo
189
Art 9ordm - A utilizaccedilatildeo das aacutereas dos parques e praccedilas municipais com uso de
equipamentos sonoros alto falantes fogos de artifiacutecio ou outros meios que possam
causar poluiccedilatildeo sonora dependem de preacutevio licenciamento ambiental da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente independente de outras licenccedilas exigiacuteveis
Art 10 - Fica proibida a utilizaccedilatildeo de equipamentos sonoros fixos ou moacuteveis como
meio de propaganda ou publicidade nos logradouros puacuteblicos
sect 1ordm - Quando natildeo se tratar de logradouros puacuteblicos a utilizaccedilatildeo de equipamentos
sonoros como meio de propaganda e publicidade deve respeitar os limites
estabelecidos no Anexo I desta lei
sect 2ordm - Natildeo seraacute concedida autorizaccedilatildeo para uso de equipamentos sonoros em
veiacuteculos de empresas de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de gaacutes ficando vedado o
uso de alto-falantes e outras fontes de emissatildeo sonora nos veiacuteculos destinados ao
transporte do produto
sect 3ordm - Casos especiais poderatildeo ser analisados e eventualmente autorizados pela
Secretaria Municipal do Meio Ambiente
Art 11 - Natildeo se compreende nas proibiccedilotildees dos artigos anteriores ruiacutedos e sons
produzidos I - pelas manifestaccedilotildees tradicionais do Carnaval e Ano Novo II - por
vozes ou aparelhos usados na propaganda eleitoral ou manifestaccedilotildees trabalhistas
para os quais seraacute estabelecido regulamento proacuteprio pelos oacutergatildeos competentes
considerando as legislaccedilotildees especiacuteficas III - por sinos de igrejas ou templos
religiosos desde que sirvam exclusivamente para indicar as horas ou anunciar a
realizaccedilatildeo de atos ou cultos religiosos IV - por fanfarras ou bandas de muacutesicas em
procissatildeo cortejos ensaios ou desfiles ciacutevicos (Redaccedilatildeo dada pela Lei
nordm 135042010) V - por sirenes ou aparelhos de sinalizaccedilatildeo sonora utilizados por
ambulacircncias carros de bombeiros ou viaturas policiais VI - por explosivos utilizados
no arrebentamento de pedreiras rochas ou nas demoliccedilotildees desde que detonadas
no periacuteodo diurno e previamente licenciados pela Secretaria Municipal do Meio
Ambiente VII - por alarme sonoro de seguranccedila residencial ou veicular desde que
190
o sinal sonoro natildeo se prolongue por tempo superior agrave 15 minutos VIII - por culto
religioso realizado no periacuteodo diurno e vespertino desde que natildeo ultrapasse o limite
de 65 dB(A) IX - por shows concertos e apresentaccedilotildees musicais de caraacuteter cultural
e artiacutestico desde que realizados dentro das condiccedilotildees autorizadas pela Secretaria
Municipal do Meio Ambiente
Art 12 - As atividades potencialmente causadoras de poluiccedilatildeo sonora definidas em
regulamento proacuteprio dependem de preacutevio licenciamento ambiental da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente para obtenccedilatildeo dos alvaraacutes de construccedilatildeo e
funcionamento
Art 13 - A queima de fogos de artifiacutecio fica sujeita ao controle da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente que aplicaraacute as sanccedilotildees previstas na presente lei
quando constatado incocircmodo agrave vizinhanccedila
Art 14 - Para a execuccedilatildeo de testes de fabricaccedilatildeo ou instalaccedilatildeo de alarmes sonoros
devem ser utilizados dispositivos de controle de forma que natildeo seja necessaacuteria a
emissatildeo sonora acima dos limites estabelecidos no Anexo I parte integrante desta
lei Paraacutegrafo Uacutenico - Em caso de acionamento perioacutedico ou constante de alarmes
sonoros seratildeo aplicadas as sanccedilotildees previstas nesta lei independente da obrigaccedilatildeo
de cessar a transgressatildeo
Art 15 - Os fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente no exerciacutecio da accedilatildeo
fiscalizadora tecircm a entrada franqueada nas dependecircncias da fonte poluidora onde
podem permanecer pelo tempo que se fizer necessaacuterio
Paraacutegrafo Uacutenico - Os fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente podem
solicitar o auxiacutelio das autoridades policiais no desempenho da accedilatildeo fiscalizadora
Art 16 - As pessoas fiacutesicas e juriacutedicas de direito puacuteblico ou privado que infringirem
qualquer dispositivo desta lei seus regulamentos e demais normas dela
decorrentes ficam sujeitas agraves seguintes sanccedilotildees independente da obrigaccedilatildeo de
cessar a transgressatildeo
191
I - notificaccedilatildeo por escrito II - multa simples ou diaacuteria III - cassaccedilatildeo da Licenccedila
Ambiental IV - embargo V - interdiccedilatildeo parcial ou total VI - perda ou restriccedilatildeo de
incentivos e benefiacutecios fiscais concedidos pelo Municiacutepio
Art 17 - Para imposiccedilatildeo da sanccedilatildeo e graduaccedilatildeo da multa a autoridade ambiental
observaraacute
I - as circunstacircncias atenuantes e agravantes II - a gravidade do fato tendo em vista
as consequecircncias para a sauacutede e o meio ambiente III - a natureza da infraccedilatildeo e
suas consequecircncias IV - o porte do empreendimento V - os antecedentes do
infrator quanto agraves normas ambientais VI - a capacidade econocircmica do infrator
Art 18 - Para efeito de aplicaccedilatildeo das sanccedilotildees as infraccedilotildees satildeo classificadas como
leves graves ou graviacutessimas de acordo com a Anexo III parte integrante desta lei e
com os criteacuterios abaixo
I - LEVES - aquelas em que o infrator seja beneficiado por circunstacircncias
atenuantes II - GRAVES - aquelas em que for verificada circunstacircncia agravante III
- GRAVIacuteSSIMAS - aquelas em que seja verificada a persistecircncia da reincidecircncia
Art 19 - Os valores das multas seratildeo expressos em moeda corrente nacional e para
cada tipo de infraccedilatildeo corresponderaacute
I - ateacute R$ 530000 (cinco mil e trezentos reais) para as leves II - de R$ 530100
(cinco mil trezentos e um reais) a R$ 1070000 (dez mil e setecentos reais) para as
graves III - R$ 1070100 (dez mil setecentas e um reais) a R$ 1800000 (dezoito
mil reais) para as graviacutessimas
Paraacutegrafo Uacutenico - A atualizaccedilatildeo monetaacuteria das multas dar-se-aacute com base na
variaccedilatildeo do Iacutendice de Preccedilos ao Consumidor Amplo - IPCA medido pela Fundaccedilatildeo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE ou outro que venha ser
instituiacutedo pelo Governo Federal
Art 20 - Satildeo circunstacircncias atenuantes
192
I - menor grau de compreensatildeo e escolaridade do infrator II - arrependimento eficaz
do infrator manifestada pela espontacircnea reparaccedilatildeo do dano ou limitaccedilatildeo
significativa do ruiacutedo emitido III - ser o infrator primaacuterio e a falta cometida de
natureza leve
Art 21 - Satildeo circunstacircncias agravantes
I - ser o infrator reincidente ou cometer a infraccedilatildeo de forma continuada II - ter o
infrator agido com dolo direto ou eventual
sect 1ordm - A reincidecircncia verifica-se quando o agente comete nova infraccedilatildeo do mesmo
tipo
sect 2ordm - No caso de infraccedilatildeo continuada caracterizada pela repeticcedilatildeo da accedilatildeo ou
omissatildeo inicialmente punida a penalidade de multa pode ser aplicada diariamente
ateacute cessar a infraccedilatildeo
Art 22 - O autuado teraacute direito a ampla defesa em processo administrativo
conforme regulamentaccedilotildees especiacuteficas num prazo maacuteximo de 30 (trinta) dias a
partir do recebimento do auto de infraccedilatildeo endereccedilado ao Secretaacuterio Municipal do
Meio Ambiente
Art 23 - No caso de decisatildeo condenatoacuteria o autuado teraacute direito a recorrer da
decisatildeo em forma de processo administrativo num prazo maacuteximo de 30 (trinta) dias
contado a partir da ciecircncia da condenaccedilatildeo encaminhado ao Conselho Municipal do
Meio Ambiente - CMMA
Art 24 - Os recursos interpostos das decisotildees natildeo definitivas teratildeo efeito suspensivo
relativo ao pagamento da penalidade sem prejuiacutezo da aplicaccedilatildeo de novas
autuaccedilotildees por reincidecircncia ou continuidade do dano
Art 25 - Exauridos os recursos administrativos o infrator teraacute prazo de 10 (dez) dias
para efetuar o recolhimento do valor da multa sob pena da inscriccedilatildeo em diacutevida ativa
193
Art 26 - As multas previstas nesta lei podem ter sua exigibilidade suspensa quando
o infrator por termo de compromisso aprovado pela autoridade ambiental
competente obrigar-se a adoccedilatildeo imediata de medidas especiacuteficas para cessar ou
corrigir a poluiccedilatildeo sonora
Paraacutegrafo Uacutenico - Cumpridas integralmente as obrigaccedilotildees assumidas pelo infrator a
multa pode ter uma reduccedilatildeo de ateacute 90 (noventa por cento) do valor original
Art 27 - Na aplicaccedilatildeo das normas estabelecidas por esta lei compete agrave Secretaria
Municipal do Meio Ambiente
I - Estabelecer o programa de controle dos ruiacutedos urbanos e exercer o poder de
controle e fiscalizaccedilatildeo das fontes de poluiccedilatildeo sonora II - Aplicar as sanccedilotildees
previstas na legislaccedilatildeo vigente III - Organizar programas de educaccedilatildeo e
conscientizaccedilatildeo
Art 28 - O Executivo Municipal regulamentaraacute em ateacute noventa dias da publicaccedilatildeo
desta lei as questotildees especiacuteficas relativas agrave poluiccedilatildeo sonora produzida pelo apito
do trem
Art 29 - Ficam expressamente revogadas as Leis Municipais nordm s 8583 de 02 de
janeiro de 1995 8726 de 19 de outubro de 1995 8986 de 13 de dezembro de
1996 e9142 de 18 de setembro de 1997
Art 30 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
PALAacuteCIO 29 DE MARCcedilO em 19 de dezembro de 2002
CASSIO TANIGUCHI
Prefeito Municipal
Anexo 1 da Lei 106252002 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA MAacuteXIMOS
ZONAS DE USO | DIURNO | VESPERTINO | NOTURNO |
194
|=====================================|==================|==================|==================|
|ZR-1 ZR-2 ZR-3 ZR-B ZR-AV ZR-M| 55 dB (A) | 50 dB (A) | 45 dB (A) |
|APA-SARU APA-SMRU | | | |
|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|
|ZR-OC ZR-SF ZR-U ZUC-II ZT-MF| 60 dB (A) | 55 dB (A) | 50 dB (A) |
|ZT-NC ZE-E ZE-M ZOO SE-CC SE-PS| | | |
|SE-OI APA-ST | | | |
|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|
|ZR-4 ZC ZT-BR-116 ZUM ZE-D SE| 65 dB (A) | 60 dB (A) | 55 dB (A) |
|SH SE-BR-116 SE-MF SE-CF SE-WB| | | |
|SE-AC SE-CBCONEC SE-PE SC-SF| | | |
|SC-UM SE-NC SEI SEHIS SE-LE| | | |
|SEVC-PASSAUacuteNA SEVS-PASSAUacuteNA APA-SS| | | |
|Vias prioritaacuterias 1 e 2 Vias setori-| | | |
|ais Vias coletoras 12 e 3 | | | |
|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|
|ZS-1 ZS-2 ZES ZI ZEI-I (CIC)| 70 dB (A) | 60 dB (A) | 60 dB (A) |
|APA-SUE | | | |
|-------------------------------------+------------------+------------------+------------------|
|Os casos natildeo contemplados nesta tabela seratildeo objeto de anaacutelise especiacutefica por parte da|
|Secretaria Municipal do Meio Ambiente |
|______________________________________________________________________________________________|
APA-SARU - Setor de Alta Restriccedilatildeo de Uso
APA-SMRU - Setor de Meacutedia Restriccedilatildeo de Uso
APA-ST - Setor de Transiccedilatildeo
APA-SUE - Setor de Uso Esportivo
APA-SS - Setor de Serviccedilo
CONEC - Setor Especial Conector - Conectora 1234
SC-SF - Setor Especial Comercial Santa Felicidade
SC-UM - Setor Especial Comercial Umbaraacute
SE - Setor Especial Estrutural
SE-AC - Setor Especial da Av Affonso Camargo
SE-BR-116 - Setor Especial da BR-116
SE-CB - Setor Especial da Rua Engenheiro Costa Barros
SE-CC - Setor Especial Centro Ciacutevico
SE-CF - Setor Especial da Av Comendador Franco
SEHIS - Setor Especial Habitaccedilatildeo de Interesse Social
SEI - Setor Especial Institucional
SE-LE - Setor Especial Linhatildeo do Emprego
SE-MF - Setor Especial da Av Mal Floriano Peixoto
195
SE-NC - Setor Especial Nova Curitiba
SE-OI - Setor Especial de Ocupaccedilatildeo Integrada
SE-PE - Setor Especial Preferencial de Pedestres
SE-PS - Setor Especial do Poacutelo de Software
SEVC-PASSAUacuteNA - Setor Especial de Vias Coletoras
SEVS-PASSAUacuteNA - Setor Especial de Vias Setoriais
SE-WB - Setor Especial da Av Pres Wenceslau Braz
SH - Setor Histoacuterico
ZC - Zona Central
ZOO - Zona de Ocupaccedilatildeo Orientada
ZE-D - Zona Especial Desportiva
ZE-E - Zona Especial Educacional
ZEI-I (CIC) - Zona Especial de Induacutestria
ZE-M - Zona Especial Militar
ZES - Zona Especial de Serviccedilos
ZI - Zona Industrial
ZR-1 - Zona Residencial 1
ZR-2 - Zona Residencial 2
ZR-3 - Zona Residencial 3
ZR-4 - Zona Residencial 4
ZR-AV - Zona Residencial Alto da Gloacuteria
ZR-B - Zona Residencial Batel
ZR-M - Zona Residencial Mercecircs
ZR-OC - Zona Residencial de Ocupaccedilatildeo Controlada
ZUC-II - Zona de Urbanizaccedilatildeo Consolidada
ZR-SF - Zona Residencial Santa Felicidade
ZR-U - Zona Residencial Umbaraacute
ZS-1 - Zona de Serviccedilo 1
ZS-2 - Zona de Serviccedilo 2
ZT-BR-116 - Zona de Transiccedilatildeo BR ndash 116
ZT-MF - Zona de Transiccedilatildeo Av Mal Floriano Peixoto
196
ZT-NC - Zona de Transiccedilatildeo Nova Curitiba
Z-UM - Zona de Uso Misto
Anexo 2 da Lei 106252002 ndash
NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA MAacuteXIMOS PARA SERVICcedilOS DE
CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL
Atividades natildeo confinaacuteveis |Limite de 90 dB(A) permitido somente|
| | de segunda a sexta-feira no periacuteodo|
| | diurno |
|=====================================|=====================================|
|Atividades passiacuteveis de confinamento |De segunda a sexta-feira no periacuteodo
| |diurno limites constantes no |
| |Anexo-I acrescidos de 5 dB(A)|
| |De segunda a sexta-feira nos |
| |periacuteodos vespertino e noturno |
| |limites constantes no Anexo-I |
|-------------------------------------+-------------------------------------|
|Saacutebados Domingos e Feriados qualquer periacuteodo Devem ser respeitados os |
|limites constantes no Anexo-I tanto para as atividades passiacuteveis de |
|confinamento como para as natildeo confinaacuteveis |
|___________________________________________________________________________
Anexo 3 da Lei 106252002 -
CLASSIFICACcedilAtildeO DAS INFRACcedilOtildeES
ARTIGOS | CLASSIFICACcedilAtildeO | OBSERVACcedilOtildeES | |===========|====================|===========================================|
| 5ordm e 6ordm | Leve |Ateacute 10 dB(A) (dez decibeacuteis) acima do |
| | |limite |
|-----------|--------------------|-------------------------------------------|
| 5ordm e 6ordm | Grave |De 10 dB (A) (dez decibeacuteis) a 30 dB (A)|
| | |(trinta decibeacuteis) acima do limite |
|-----------|--------------------|-------------------------------------------|
| 5ordm e 6ordm | Graviacutessima |Mais de 30 dB (A) (trinta decibeacuteis) acima |
| | |do limite |
|-----------|--------------------|-------------------------------------------|
|8ordm 9ordm10| Leve |Atividade desenvolvida sem licenccedila |
| 12 e 13 | | |
|___________|____________________|__________________________________________
197
ANEXO II - NR 15 ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES INSALUBRES
Portaria MTb nordm 3214 de 08 de junho de 1978
NR 15 - NORMA REGULAMENTADORA 15 - ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES
INSALUBRES
151 Satildeo consideradas atividades ou operaccedilotildees insalubres as que se desenvolvem
1511 Acima dos limites de toleracircncia previstos nos Anexos nordm 1 2 3 5 11 e 12
1512 (Revogado pela Portaria MTE nordm 37511990)
1513 Nas atividades mencionadas nos Anexos nordm 6 13 e 14
1514 Comprovadas atraveacutes de laudo de inspeccedilatildeo do local de trabalho constantes
dos Anexos nordm 7 8 9 e 10
1515 Entende-se por Limite de Toleracircncia para os fins desta Norma a
concentraccedilatildeo ou intensidade maacutexima ou miacutenima relacionada com a natureza e o
tempo de exposiccedilatildeo ao agente que natildeo causaraacute dano agrave sauacutede do trabalhador
durante a sua vida laboral
152 O exerciacutecio de trabalho em condiccedilotildees de insalubridade de acordo com os
subitens do item anterior assegura ao trabalhador a percepccedilatildeo de adicional
incidente sobre o salaacuterio miacutenimo da regiatildeo equivalente a
1521 40 (quarenta por cento) para insalubridade de grau maacuteximo
1522 20 (vinte por cento) para insalubridade de grau meacutedio
1523 10 (dez por cento) para insalubridade de grau miacutenimo
153 No caso de incidecircncia de mais de um fator de insalubridade seraacute apenas
considerado o de grau mais elevado para efeito de acreacutescimo salarial sendo
vedada a percepccedilatildeo cumulativa
154 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade determinaraacute a cessaccedilatildeo do
pagamento do adicional respectivo
1541 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade deveraacute ocorrer
a) com a adoccedilatildeo de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho
dentro dos limites de toleracircncia
b) com a utilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual
15411 Cabe agrave autoridade regional competente em mateacuteria de seguranccedila e sauacutede
do trabalhador comprovada a insalubridade por laudo teacutecnico de engenheiro de
seguranccedila do trabalho ou meacutedico do trabalho devidamente habilitado fixar
198
adicional devido aos empregados expostos agrave insalubridade quando impraticaacutevel sua
eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo
15412 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade ficaraacute caracterizada
atraveacutes de avaliaccedilatildeo pericial por oacutergatildeo competente que comprove a inexistecircncia
de risco agrave sauacutede do trabalhador
155 Eacute facultado agraves empresas e aos sindicatos das categorias profissionais
interessadas requererem ao Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes das DRTs a realizaccedilatildeo
de periacutecia em estabelecimento ou setor deste com o objetivo de caracterizar e
classificar ou determinar atividade insalubre
1551 Nas periacutecias requeridas agraves Delegacias Regionais do Trabalho desde que
comprovada a insalubridade o perito do Ministeacuterio do Trabalho indicaraacute o adicional
devido
156 O perito descreveraacute no laudo a teacutecnica e a aparelhagem utilizadas
157 O disposto no item 155 natildeo prejudica a accedilatildeo fiscalizadora do MTb nem a
realizaccedilatildeo ex-officio da periacutecia quando solicitado pela Justiccedila nas localidades onde
natildeo houver perito
LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE
NIacuteVEL DE RUIacuteDO DB (A)
MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
199
1 Entende-se por Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente para os fins de aplicaccedilatildeo de
Limites de Toleracircncia o ruiacutedo que natildeo seja ruiacutedo de impacto
2 Os niacuteveis de ruiacutedo contiacutenuo ou intermitente devem ser medidos em decibeacuteis (dB)
com instrumento de niacutevel de pressatildeo sonora operando no circuito de compensaccedilatildeo
A e circuito de resposta lenta (SLOW) As leituras devem ser feitas proacuteximas ao
ouvido do trabalhador
3 Os tempos de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de ruiacutedo natildeo devem exceder os limites de
toleracircncia fixados no Quadro deste anexo (115003-0 I4)
4 Para os valores encontrados de niacutevel de ruiacutedo intermediaacuterio seraacute considerada a
maacutexima exposiccedilatildeo diaacuteria permissiacutevel relativa ao niacutevel imediatamente mais elevado
5 Natildeo eacute permitida exposiccedilatildeo a niacuteveis de ruiacutedo acima de 115 dB(A) para indiviacuteduos
que natildeo estejam adequadamente protegidos
6 Se durante a jornada de trabalho ocorrer dois ou mais periacuteodos de exposiccedilatildeo a
ruiacutedo de diferentes niacuteveis devem ser considerados os seus efeitos combinados de
forma que se a soma das seguintes fraccedilotildees
C1 + C2 + C3 ____________________ + Cn
T1 T2 T3 Tn exceder a unidade a exposiccedilatildeo estaraacute acima
do limite de toleracircncia
Na equaccedilatildeo acima Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um niacutevel
de ruiacutedo especiacutefico e Tn indica a maacutexima exposiccedilatildeo diaacuteria permissiacutevel a este niacutevel
segundo o Quadro deste Anexo
7 As atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a niacuteveis de ruiacutedo
contiacutenuo ou intermitente superiores a 115 dB(A) sem proteccedilatildeo adequada
ofereceratildeo risco grave e iminente
200
ANEXO III - ANAacuteLISE CRIacuteTICA E PARECER SOBRE O ldquoTESTE PARA
AUTO-IDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSErdquo
Anaacutelise Criacutetica do Documento
ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo
Curitiba 09 de maio 2014
Claudia Nepomuceno Pinto Costa
Licenciada em Psicologia pelo Instituto Piaget de Almada ndash Portugal
Mestre em Psicologia Comunitaacuteria e Proteccedilatildeo de Menores pela Universidade
de Lisboa Portugal
201
Anaacutelise de Criacutetica
Esta anaacutelise tem como objetivo averiguar a existecircncias de alguns criteacuterios de
Transtorno de Estresse contido no instrumento de pesquisa denominado ldquoTeste
para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo com sete niacuteveis (escala de
Likert) (1 - de jeito nenhum 2 - raramente 3 - as vezes 4 - frequentemente 5 -
sempre 6 - natildeo sei 7 - natildeo me importo) com 29 questotildees que estaacute dividido em trecircs
partes A percepccedilatildeo dos estudantes quanto agrave poluiccedilatildeo sonora no entorno do
CEPMAT Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede
dos estudantes A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes pesquisa
realizada no acircmbito do Mestrado do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo de Educaccedilatildeo e
Ciecircncias em Matemaacutetica da Universidade Federal do Paranaacute
Meacutetodo de anaacutelise
A anaacutelise teacutecnica para este instrumento seguiu as normas e eacutetcas
deontoloacutegicas respeitando agrave sintomatologia e as consequecircncias psiacutequicas de um
quadro de Transtorno de Estresse Para a analise serviram de apoio dois meacutetodos
para articular todos os items do instrumento de pesquisa de forma extrair e
interpretar com base em cada determinante para que se considere de validade de
acordo com os criteacuterios individuais que constituiraacute numa atribuiccedilatildeo validatoacuteria
conforme descritos no Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais
(DSM) (APA 2003) e caracteristicas do Protocolo de Complexidade Diferenciada 5
(Brasil 2006)
Procedimento
O exposto segue os mesmos nuacutemeros das questotildees utilizadas no instrumento
de pesquisa ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo
incluindo somente as questotildees consideradas com caracteriacutesticas e criteacuterios
202
Os criteacuterios e caracteristicas para identificar a Perturbaccedilatildeo do Estresse satildeo
desenvolvimentos de sintomas descritos a seguir agrave exposiccedilatildeo a um estressor
implicando uma experiencia pessoal direta com um acontecimento assim posso
aferir que 20 das 29 questotildees foram identificadas de acordo com os criteacuterios
descritos no (DSM-IV) e caracteristicas existentes no Protocolo de Complexidade
Diferenciada 5 (Brasil 2006)
Descriccedilatildeo dos materiais de apoio
Para anaacutelise foram utilizados dois materiais de apoio para realizaccedilatildeo das
evidecircncias encontradas no instrumento de pesquisa sendo eles
O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 (Brasil 2006) o qual refere que
A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares pode desencadear efeitos
nocivos agrave sauacutede em geral entre eles o Protocolo (BRASIL 2006)
destaca ldquonervosismo irritabilidade cefaleia insoacutenia alteraccedilotildees
circulatoacuterias alteraccedilatildeo de visatildeo alteraccedilotildees gastrointestinais entre
outrosrdquo (p20) que podem ser considerados isoladamente
Como tambeacutem o no Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais
(DSM) (APA 2003) que refere
Que tambeacutem um quadro considerado preocupante quando os sintomas
satildeo promovidos por causas humanas ou seja que natildeo derivadas de
uma cataacutestrofe natural (DSM-IV tr 4ordm Edp132) Seguindo as
orientaccedilotildees de base do Transtorno de Estresse descritas pelo DSM-IV
com caracteriacutesticas apoacutes a exposiccedilatildeo de uma experiecircncia pessoal
direta de um evento real ou ameaccedilador que ameaccedila a integridade
fiacutesica
Resultados da anaacutelise
Os resultados obtidos na anaacutelise realizada refere de acordo com os materiais
de apoio que 20 das 29 questotildees do instrumento ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de
alguns sintomas de estresserdquo satildeo considerados apoio de identificaccedilatildeo do transtorno
de estresses
203
Assim apresento um quadro que refere as questotildees e os criteacuterios nelas
encontradas
Tabela ndash Questotildees e Criteacuterios
ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo Criteacuterios
4 Jaacute me senti prejudicado pelo ruiacutedo do trem quando estava fazendo avaliaccedilotildees e
trabalhos de pesquisa na sala de aula B4
5 Jaacute ouvi zumbidos depois de escutar os ruiacutedos dos trens carros e ocircnibus F
7 Tenho dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando a
empresa ALL testa os freios dos trens em frente ao Coleacutegio
8 Meu niacutevel de concentraccedilatildeo e desempenho nas avaliaccedilotildees natildeo se altera quando
o trem passa D3
9 A exposiccedilatildeo ao ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus me deixa esgotado no final do
periacuteodo de aula F e C4
11 Perco a concentraccedilatildeo quando o trem passa em frente ao Coleacutegio no horaacuterio
das aulas D3
12 Deixo de ouvir muacutesicas no celular para natildeo me expor excessivamente aos
ruiacutedos C2
13 Ouccedilo zumbidos depois de escutar muacutesica em alto volume no celular durante
algum tempo F
14 As muacutesicas que ouccedilo no celular atrapalham minha concentraccedilatildeo na aula D3
15 Meus ouvidos doem quando ouccedilo muacutesica no celular F
16 Percebo que a quantidade de ruiacutedo a que sou exposto fora da escola e
tambeacutem quando ouccedilo muacutesicas no celular eacute maior do que posso suportar F
17 Sei que ouvir muacutesica no celular pode prejudicar minha audiccedilatildeo F
18 Perco energia ao ouvir muacutesica no celular C4 e F
19 Sinto-me sobrecarregado tanto pela quantidade de ruiacutedo externo agrave escola (trens carros ocircnibus) quanto ao ouvir muacutesica no celular em volume
acima da meacutedia F
20 Ouccedilo muacutesica em volume alto para me concentrar para estudar para as provas
para fazer os trabalhos escolares D3
21 Quando fico exposto a ruiacutedos desanimo facilmente B4 e C4
22 Levo muito tempo para relaxar quando estou estressado por causa do barulho B4 e C1
23 Sinto-me tatildeo cansado e sobrecarregado por causa do ruiacutedo intenso durante o
periacuteodo de aula que acabo ldquome desligandordquo do ambiente escolar C5
25 Quando acordo de manhatilde fico cansado soacute de pensar que terei que ouvir
muitos ruiacutedos externos durante as aulas B4 e F
Nota Conteacutem 20 questotildees e criteacuterios encontrados
204
A tabela refere que 20 das 29 questotildees satildeo consideradas uma auto-
idenficaccedilatildeo de sintomas de transtorno de estresse seguindo as seguintes definiccedilotildees
de cada criteacuterio
B4- mal-estar psicologico intenso com a exposiccedilatildeo a estiacutemulos internos ou
externos que simbolizem ou se assemelham a aspectos acontecimento traumaacutetico
C1- esfoccedilo para evitar pensamentos sentimentos ou conversas assocadas ao
acontecimento estressor
C2- Evitamento persistente dos estimulos atividades pensamentos ou
conversas associadas ao acontecimento estressor
C4- Interesse ou participaccedilatildeo em atividades fortemente diminido
C5- Sentir-se desligado ou estranho em relaccedilatildeo aos outros
D3- Dificuldade de concentraccedilatildeo
F- A perturbaccedilatildeo causa mal estar clinicamente significativo ou deficiencia
social ocupacional ou em qualquer outra aacuterea importante do funcionamento
Foi considerando que o instrumento natildeo refere o tempo de exposiccedilatildeo ao
estiacutemulo estressor o qual se considera relevante o conhecimento do processo ou
seja como elas chegaram aos sintomas buscando causas imediatas sejam elas
patologicas ou fisioloacutegicas e delinear retrospectiva causal
Os outros 9 items natildeo estatildeo relacionados com aspectos e criteacuterios do
transtorno analisando portanto natildeo estatildeo presentes na anaacutelise
Caracteriacutesticas Especiacuteficas agrave cultura e agrave Idade
Em vista as dificuldades do jovem em relatar a diminuiccedilatildeo no interesse por
atividades significativas e limitaccedilatildeo do afeto este sintoma deve ser atentamente
avaliado mediante relatos feitos pelos pais professores e outros observadores
Seguindo as consideraccedilotildees do evento estressor pode-se afirmar que se
desencadeia do Transtorno de Estresse e potencializa-se o desenvolvimento de um
conjunto de reaccedilotildees neurofisioloacutegicas intensas em qualquer jovem Quanto agraves
reaccedilotildees essas enquadram-se num conjunto de sinais e sintomas correspondentes agrave
sindrome descrita no DSM-IV revela-se que o individuo exposto neste caso
especiacutefico ldquofones auriculares conectados no Aparelho Celular para ouvir muacutesica e a
exposiccedilatildeo diaacuteria aos ruiacutedos do entorno do CEPMAT oriundos do meio de transporterdquo
desenvolvem comportamentos caracterizados por Transtorno de Estresse
205
Aleacutem de todas as consequecircncias jaacute expostas eacute preciso atentar para o fato de
que a maioria dos jovens natildeo consegue superar os sintomas sem tratamento
especializado seja esse psicoteraacutepico medicamentoso e apoacutes realizaccedilatildeo de
exames especiacuteficos tais como auditivo e de forum psiquicos ou a combinaccedilatildeo de
ambos
Em resumo os comportamentos instalados apoacutes a situaccedilatildeo de estresse
podem ser agrupados em trecircs grandes categorias reminiscecircncia da situaccedilatildeo
traumaacutetica esquiva ou embotamento afetivo e hiperestimulaccedilatildeo do sistema
cognitivo
Apoacutes a descriccedilatildeo sobre o quadro de sintomas na situaccedilatildeo de estresse
referente ao questionaacuterio apresentado aos alunos no Coleacutegio CEPMAT e as
consequecircncias que este gera no aluno conclui-se que seria necessario a
intervenccedilatildeo da psicologia para um diagnostico a respeito da gravidade e das
consequecircncias agrave pessoa e agrave sociedade
Curitiba 09 de maio 2014
_________________________________
(Claudia Nepomuceno Pinto Costa)
Licenciada em Psicologia pelo Instituto Piaget de Almada ndash Portugal
Mestre em Psicologia Comunitaacuteria e proteccedilatildeo de Menores pela Universidade
de Lisboa - Portugal
206
REFERENCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
American Psychiatric Association (APA) Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-Fourth Edition Text Revision Washington DC APA 2000 4a ed (Traduccedilatildeo no Brasil Artmed 2003) BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014
207
ANEXO IV - FOTO DECIBELIacuteMETRO
208
ANEXO V - NBR 10151
209
210
211
212
ANEXO VI ndash NBR 10152
213
214
215
216
ANEXO VII - NBR133691995
217
218
219
ANEXO VIII - PLANTA BAIXA ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT PLANTA
BAIXA
220
ANEXO IX ndash LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO
CEPMAT
LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO COLEacuteGIO
ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA
CONTRATANTE JEREMIAS FERREIRA DA COSTA
COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXERA
CAPAtildeO DA IMBUIA ndash CURITIBA ndashPR
RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO VERGINIO LUIZ STANGHERLIN
ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO
CREA ndash PR 110468D
LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO
Objeto
Tem o objetivo do presente laudo aferir o niacutevel de ruiacutedo gerado pelas atividades da
ferrovia linha de expresso e Via Raacutepida que possa importunar os alunos
professores e funcionaacuterios do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira
Baseado nos resultados deste laudo seraacute possiacutevel detalhar as soluccedilotildees para
minimizar o ruiacutedo que possa prejudicar a populaccedilatildeo do referido Coleacutegio endereccedilo
Avenida Presidente Affonso Camargo 3463 - Capatildeo da Imbuia Curitiba - PR
221
Descriccedilatildeo do Local
O local de maior geraccedilatildeo de ruiacutedo eacute proacuteximo agrave Avenida Presidente Affonso
Camargo aonde temos a linha de ocircnibus expresso via raacutepida e linha do trem
Proacuteximo a avenida temos a Secretaria salas de aula Biblioteca Laboratoacuterio de
Quiacutemica e Fiacutesica
Materiais e Meacutetodos
As mediccedilotildees de niacutevel de pressatildeo sonora foram realizadas respeitando as
recomendaccedilotildees da norma NBR 101511987 ndash Avaliaccedilatildeo do Ruiacutedo em Aacutereas
Habitadas visando o conforto da comunidade ndash Procedimento
Foi utilizado o equipamento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital
comumente denominado decibeliacutemetro O aparelho utilizado apresenta o niacutevel de
pressatildeo sonora equivalente Leq valor que eacute considerado para mediccedilotildees de ruiacutedo
contiacutenuo
Instrumento Utilizado para Mediccedilatildeo dos Niacuteveis de Ruiacutedo
Foi utilizado um instrumento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital
Marca AZCE ndash nuacutemero de seacuterie N304849
Modelo AZCE ndash 8926
Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB
Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear
Respostas Fast e Slow
222
Metodologia da Mediccedilatildeo
O local de maior niacutevel de ruiacutedo encontra-se proacuteximo agrave Avenida Presidente Affonso
Camargo Como o intuito deste trabalho eacute analisar se o ruiacutedo importuna os alunos
professores funcionaacuterios as mediccedilotildees foram executadas no lado interno da
edificaccedilatildeo Mediu-se tambeacutem o niacutevel de ruiacutedo com pessoas e sem pessoas para se
determinar o ruiacutedo gerado pela escola No periacuteodo da manhatilde satildeo intervalos
compreendidos das 7h30 as 11h45 e no periacuteodo da tarde das 13h30 as 17h30 e no
periacuteodo da noite das 19h00 as 22h30 No local analisado o ruiacutedo tem caracteriacutestica
constante natildeo apresentando ruiacutedos de impacto foram medidos por um medidor de
pressatildeo sonora no modo ldquoLeqrdquo na curva de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta
ldquoSlowrdquo (lenta) O aparelho medidor de pressatildeo sonora apresenta os resultados de
Leq a cada minuto
Apesar de ser caracterizado como contiacutenuo o ruiacutedo apresenta pequenas flutuaccedilotildees
e portanto deve ser apresentado como Leq - Niacutevel Meacutedio de Som Contiacutenuo
Equivalente Nesse meacutetodo de mediccedilatildeo eacute obtido um niacutevel de ruiacutedo contiacutenuo que
possui a mesma energia acuacutestica que os niacuteveis flutuantes originais durante um
periacuteodo de tempo O princiacutepio da mesma energia assegura a precisatildeo do meacutetodo
para avaliaccedilatildeo dos efeitos do ruiacutedo sobre o aparelho auditivo sendo adotado pela
norma ISO e muitas normas nacionais Preveniu-se o efeito de ventos sobre o
microfone com o uso de protetor conforme instruccedilotildees do fabricante As mediccedilotildees
foram em pontos afastados aproximadamente 12 m do piso e a 1 m da parede da
sala
Caracteriacutesticas da Mediccedilatildeo
223
Foram efetuadas duas mediccedilotildees do niacutevel de ruiacutedo em cada periacuteodo durante cinco
dias em trecircs horaacuterios distintos
TABELA ndash AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) ORIUNDOS DO EXTERIOR DO CEPMAT E MEDIDOS NO INTERIOR
DiaMecircs
Sala
Periacuteodo
Com a presenccedila do trem Carros ocircnibus Caminhotildees e estudantes
Sem a presenccedila do trem com carros ocircnibus caminhotildees e estudantes
0110
Biblioteca
Manhatilde Tarde Noite
9644 9452 8573
8436 8809 6516
0710
Laboratoacuterio de
Informaacutetica
Manhatilde Tarde Noite
9603 9271 8898
8886 8324 7546
0510
Auditoacuterio
Manhatilde Tarde Noite
9620 10000 8805
8654 8736 6522
FONTE COSTA 2014 COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALLHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
TABELA - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO CEPMAT EM SALAS DE AULA
DiaMecircs
Sala
Periacuteodo
Com a presenccedila do trem Carros e Ocircnibus Caminhotildees e de estudantes dB(A)
Sem a presenccedila do trem com fluxo normal de Carros ocircnibus caminhotildees e presenccedila de estudantes dB(A)
0210
Sala de Aula 10
Manhatilde Tarde Noite
9432 9546 8871
8370 7946 7223
0210
Sala de Aula 11
Manhatilde Tarde Noite
8998 9230 7253
8008 7525 7377
0210
Sala de Aula 12
Manhatilde Tarde Noite
9513 9688 8619
7796 7253 7189
0310
Laboratoacuterio de Fiacutesico-quiacutemica 13
Manhatilde Tarde Noite
9635 8350 8685
8745 6947 7889
FONTE COSTA 2014 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
224
Anaacutelise dos resultados
Na falta de valores de ruiacutedo para servirem de referecircncia servimo-nos da
Norma Regulamentadora nordm 15 do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego ndash Atividades e
Operaccedilotildees Insalubres norma esta que trata da seguranccedila ao trabalhador exposto
ao ruiacutedo contiacutenuo e outras fontes de insalubridade Especificamente no anexo I da
NR 15 cita-se qual eacute o Limite de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente a
tabela ilustra qual o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo diaacuteria ao agente insalubre de
acordo com o niacutevel de ruiacutedo existente O primeiro valor que consta na tabela eacute 85
dB para um tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo de 8 horas diaacuterias
ANEXO Nordm 1
LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE
NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA dB(A) MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
225
Conclusatildeo
Diante dos fatos e analisando os resultados obtidos nota-se que o ruiacutedo a ser
gerado pelo empreendimento eacute bem abaixo do limite considerado insalubre pela
norma em questatildeo Lembrando-se que o ruiacutedo tem o pico durante os intervalos de
aula trecircs no total com duraccedilatildeo de vinte minutos cada somente no periacuteodo diurno e
considerando-se ainda que a edificaccedilatildeo contaraacute com as soluccedilotildees acuacutesticas
atenuadoras de ruiacutedos para evitar a propagaccedilatildeo do som para o lado externo
conclui-se que os valores de ruiacutedo gerados natildeo seratildeo causadores de infortuacutenios aos
vizinhos
Encerramento
O responsaacutevel teacutecnico pelo trabalho coloca-se ao inteiro dispor para os
esclarecimentos necessaacuterios O presente laudo consta de seis paacuteginas digitadas de
um soacute lado rubricadas e uma folha de capa sendo a uacuteltima assinada
Curitiba 24 de fevereiro de 2014
Verginio Luiz Stangherlin
Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho
CREA-PR 110468D
Tel (41) 33732 3009 ndash 9707 3000
226
ANEXO X - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE
OUVIDO CONECTADOS AO APARELHO CELULAR
LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE OUVIDO
CONECTADOS AO APARELHO CELULAR
CONTRATANTE JEREMIAS FERREIRA DA COSTA
COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXERA
AVENIDA AFONSO CAMARGO 3463 - CAPAtildeO DA IMBUIA ndash CURITIBA ndash PR
RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO VERGINIO LUIZ STANGHERLIN
ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO
CREA ndash PR 110468D
LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO
Objeto
Tem o objetivo do presente laudo aferir os niacuteveis de ruiacutedos gerados pelos
fones auriculares conectados ao Aparelho Celular dos alunos do Coleacutegio Estadual
Professora Maria Aguiar Teixeira quando ouve muacutesica
Baseado nos resultados deste laudo seraacute possiacutevel detalhar possiacuteveis efeitos
desta exposiccedilatildeo aos ruiacutedos que possa prejudicar a comunidade escolar do referido
Coleacutegio endereccedilo Avenida Presidente Affonso Camargo 3463 - Capatildeo da Imbuia
Curitiba - PR
Descriccedilatildeo do Local
O local de geraccedilatildeo de ruiacutedo satildeo os fones de ouvido conectados ao Aparelho Celular
de diversos modelos A afericcedilatildeo foi feita de forma aleatoacuteria sem verificar a seacuterie a
que os alunos do ensino meacutedio estatildeo cursando
227
Materiais e Meacutetodos
As mediccedilotildees de niacutevel de pressatildeo sonora foram realizadas respeitando as
recomendaccedilotildees da norma NBR 101511987 ndash Avaliaccedilatildeo do Ruiacutedo em Aacutereas
Habitadas visando o conforto da comunidade ndash Procedimento
Foi utilizado o equipamento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital
comumente denominado decibeliacutemetro O aparelho utilizado apresenta o niacutevel de
pressatildeo sonora equivalente Leq valor que eacute considerado para mediccedilotildees de ruiacutedo
contiacutenuo
Instrumento Utilizado para Mediccedilatildeo dos Niacuteveis de Ruiacutedo
Foi utilizado um instrumento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital
Marca AZCE ndash nuacutemero de seacuterie N304849
Modelo DEC ndash 8928
Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB
Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear
Respostas Fast e Slow
Metodologia da Mediccedilatildeo
O intuito desta anaacutelise eacute abordar uma afericcedilatildeo dos niacuteveis de ruiacutedos que os alunos
do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira estatildeo expostos durante o
periacuteodo que estatildeo utilizando o Aparelho Celular com o fone de ouvido para ouvir
muacutesica durante o periacuteodo que estatildeo no coleacutegio
A afericcedilatildeo foi realizada durante as aulas por um periacuteodo de dois meses perfazendo
um dia de cada semana isto eacute segunda terccedila quarta quinta e sexta nos meses de
outubro e novembro de 2013 Foram medidos por um medidor de pressatildeo sonora no
228
modo ldquoLeqrdquo na curva de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta ldquoSlowrdquo (lenta) O
aparelho medidor de pressatildeo sonora apresenta os resultados de Leq a cada minuto
Foi pedido aos alunos que permitissem fazer a afericcedilatildeo dos niacuteveis de ruiacutedo do fone
de ouvido colocando o som no modo em que os alunos ouvem a maior parte do
tempo
Caracteriacutesticas da Mediccedilatildeo
Foi efetuada uma meacutedia de trinta (30) afericcedilotildees diaacuterias nos meses de outubro e
novembro contando os dias da semana (segunda terccedila quarta quinta e sexta) do
fone de ouvido do Aparelho Celular
1 TABELA DE NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES CONECTADOS AO APARELHO CELULAR
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5
Meacutedia Diaacuteria
Segunda
Nordm Alunos dB (A)
08 96
06 97
5 98
4 102
7 116
30 1118
Terccedila
Nordm Alunos dB (A)
06 98
5 92
7 99
8 94
4 99
30 1003
Quarta
Nordm Alunos dB (A)
07 92
8 99
9 96
3 99
3 115
30 1011
Quinta
Nordm Alunos dB (A)
08 82
6 101
6 98
5 96
5 99
30 971
Sexta
Nordm Alunos dB (A)
06 98
5 114
8 113
6 98
5 98
30 1057
Meacutedia dB(A)
1032
FONTE COSTA 2013 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALLHO ENG VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
229
Anaacutelise dos resultados
Na afericcedilatildeo realizada com os alunos nos turnos de aula no Coleacutegio Estadual
Profordf Maria Aguiar Teixeira constatou-se uma intensidade do ruiacutedo de 1032 dB(A)
meacutedia para o fone de ouvido do Aparelho Celular em intensidade superiores a
permitida para uma jornada de 8 horas diaacuterias de 85 dB(A) Podendo ocorrer
incocircmodos perturbaccedilotildees sintomas de estresse prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo Sintomas
previstos no Protocolo de complexidade diferenciada 5 do Ministeacuterio da Sauacutede
2006
A NR 15 anexo nordm 01 estabelece que as pessoas em qualquer ambiente de
trabalho natildeo poderatildeo ficar expostas a 85 dB(A) em um periacuteodo maior que 8 horas
diaacuterias
No entanto a maioria de estudantes avaliados na tabela acima escuta
musicas no fone de ouvido do Aparelho Celular a uma faixa de intensidade maior
que 103 dB(A) e de acordo com a NR 15 Anexo nordm 1 pessoas expostas nesta
intensidade de ruiacutedo podem ficar no maacuteximo 45 minutos por dia
Conclusatildeo
Na falta de valores de ruiacutedo para servirem de referecircncia servimo-nos da
Norma Regulamentadora nordm 15 do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego ndash Atividades e
Operaccedilotildees Insalubres norma esta que trata da seguranccedila ao trabalhador exposto
ao ruiacutedo contiacutenuo e outras fontes de insalubridade Especificamente no anexo I da
NR 15 cita-se qual eacute o Limite de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente a
tabela ilustra qual o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo diaacuteria ao agente insalubre de
acordo com o niacutevel de ruiacutedo existente O primeiro valor que consta na tabela eacute 85
dB(A) para um tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo de 8 horas diaacuterias
230
LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE
NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA dB(A) MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos 105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Desta forma concluo que os alunos que estatildeo expostos a esses niacuteveis de
pressatildeo sonora podem ter prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo ou perda auditiva em poucos anos
por ser sutil causa impactos significativos na vida das pessoas gerando dificuldades
na comunicaccedilatildeo por prolongamento de exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis sonoro o que
pode causar perda auditiva irreversiacutevel assim o tempo de exposiccedilatildeo satildeo fatores
determinantes da capacidade de prejudicar a audiccedilatildeo
231
Os Aparelhos Celulares tecircm grande capacidade de armazenamento com
bateria cada vez mais duradoura estas possibilidades contribuem para que os
estudantes ouccedilam muacutesica durante horas sem parar em volume muito acima das
recomendadas pela NR 15 Anexo 1 e pelo Protocolo de Complexidade Diferenciada
5 de 2006
Encerramento
O responsaacutevel teacutecnico pelo trabalho coloca-se ao inteiro dispor para os
esclarecimentos necessaacuterios O presente laudo consta de seis paacuteginas digitadas de
um soacute lado rubricadas e uma folha de capa sendo a uacuteltima assinada
Curitiba 12 de fevereiro de 2014
Verginio Luiz Stangherlin
Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho
CREA-PR 110468D
232
APEcircNDICES
233
APEcircNDICE 1 - LEVANTAMENTO SOBRE O USO DO CELULAR NA
ESCOLA
COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA
Turno______ Seacuterie______ Idade _________
1 ndash Vocecirc possui um Telefone Celular
a) Sim
b) Natildeo
c) eu uso um que natildeo eacute meu
2- Vocecirc traz o Telefone Celular para a escola
a) Sempre
b) quase sempre
c) agraves vezes
d) nunca
3 ndash Quanto tempo vocecirc usa o Telefone Celular ao longo do dia para qualquer de
suas funccedilotildees
a)Nunca uso celular
b)Menos de 2 horas por dia
c)Mais de 2 horas e menos de 4 horas por dia
d)Mais de 4 horas e menos de 8 horas por dia
f)Mais de 8 horas e menos de 12 horas por dia
g)Mais de 12 horas por dia
h)Meu uso eacute bastante variado de um dia para outro
i)Natildeo sei informar
4 ndash Quais as funccedilotildees do Telefone Celular que vocecirc utilizou na sala de aula sem
relaccedilatildeo com a aprendizagem
a)Ouvir muacutesica
b) Fazer e receber ligaccedilotildees
c)Receber e enviar mensagens
d)Calculadora
e)Agenda de telefone
234
f)Maacutequina fotograacutefica
g)Acessar a Internet (e-mail facebook skype etc)
h)Outras Escreva aqui _______________________________________
i)Natildeo trago o celular para a escola
j)Natildeo tenho telefone celular
5 ndash Na sala de aula vocecirc alguma vez jaacute utilizou o Telefone Celular para ajudar na
sua aprendizagem
a)Ouvir muacutesica
b) Fazer e receber ligaccedilotildees
c)Receber e enviar mensagens
d)Calculadora
e)Agenda de telefone
f)Maacutequina fotograacutefica
g)Acessar a Internet (e-mail facebook skype etc)
h)Outras Escreva aqui _______________________________________
i)Natildeo trago o celular para a escola
j)Natildeo tenho celular
6ndash Quanto vocecirc gasta em meacutedia em creacuteditos por mecircs
a) ateacute R$12 por mecircs
b) Entre R$ 13 e R$3000 por mecircs
c) Entre R$ 31 e R$5000 por mecircs
d) Mais de R$ 5000 por mes
e) Natildeo gasto com creacuteditos
f) Natildeo sei
7 ndash Vocecirc sabia que o regimento escolar proiacutebe o uso do Telefone Celular na sala de
aula
a) Sim
b) Natildeo
c) sabia mas uso assim mesmo
d) Sabia mas eu uso soacute esporadicamente
8 ndash Vocecirc jaacute ouviu dizer que o Telefone Celular pode trazer problemas para a
audiccedilatildeo
a) jaacute dizer e parei de usar o Telefone Celular
b) natildeo ouvi dizer e natildeo dizer e natildeo me interesso por isso
c) nunca ouvi falar sobre isso
d) Jaacute ouvi dizer mas natildeo me importo pois continuo usando da mesma forma
e) jaacute ouvi dizer e parei de usar o celular
235
APEcircNDICE 2 - TESTES DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSE
TESTE DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS
SINTOMAS DE ESTRESSE
MARQUE UM ldquoXrdquo na coluna correspondente a
sua opiniatildeo
Idade_____ Sexo______ Seacuterie_______ Turma
_______
De
je
ito
ne
nh
um
Rara
me
nte
As v
ev
eze
s
Fre
qu
en
tem
en
t
e
Se
mp
re
Natildeo
se
i
Natildeo
m
e
imp
orto
1 2 3 4 5 6 7
1 O Coleacutegio eacute ruidoso por causa dos trens carros e
ocircnibus que passam em frente
2 A biblioteca do Coleacutegio eacute um local adequado e silencioso para eu realizar pesquisas e outras atividades
3 O ruiacutedo do trem natildeo me incomoda quando estou assistindo aula
4 Jaacute me senti prejudicado pelo ruiacutedo do trem quando estava fazendo avaliaccedilotildees e trabalhos de pesquisa na sala de aula
5 Jaacute ouvi zumbidos depois de escutar os ruiacutedos dos
trens carros e ocircnibus
6 Nada pode ser feito para alterar as condiccedilotildees de
ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus na frente do Coleacutegio
7 Tenho dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando a empresa ALL testa os freios dos trens em frente ao Coleacutegio
8 Meu niacutevel de concentraccedilatildeo e desempenho nas
avaliaccedilotildees natildeo se altera quando o trem passa
9 A exposiccedilatildeo ao ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus
me deixa esgotado no final do periacuteodo de aula
10 Ruiacutedos intensos como das muacutesicas que ouccedilo no celular ou dos trens carros e ocircnibus que passam em frente ao coleacutegio natildeo me incomodam
11 Perco a concentraccedilatildeo quando o trem passa em
frente ao Coleacutegio no horaacuterio das aulas
12 Deixo de ouvir muacutesicas no celular para natildeo me
expor excessivamente aos ruiacutedos
13 Ouccedilo zumbidos depois de escutar muacutesica em
alto volume no celular durante algum tempo
14 As muacutesicas que ouccedilo no celular atrapalham
minha concentraccedilatildeo na aula
15 Meus ouvidos doem quando ouccedilo muacutesica no
celular
236
16 Percebo que a quantidade de ruiacutedo a que sou
exposto fora da escola e tambeacutem quando ouccedilo muacutesicas no celular eacute maior do que posso suportar
17 Sei que ouvir muacutesica no celular pode prejudicar
minha audiccedilatildeo
18 Perco energia ao ouvir muacutesica no celular
19 Sinto-me sobrecarregado tanto pela quantidade
de ruiacutedo externo agrave escola (trens carros ocircnibus) quanto ao ouvir muacutesica no celular em volume acima da meacutedia
20 Ouccedilo muacutesica em volume alto para me
concentrar para estudar para as provas para fazer os trabalhos escolares
21 Quando fico exposto a ruiacutedos desanimo facilmente
22 Levo muito tempo para relaxar quando estou estressado por causa do barulho
23 Sinto-me tatildeo cansado e sobrecarregado por causa do ruiacutedo intenso durante o periacuteodo de aula que acabo ldquome desligandordquo do ambiente escolar
24 Sinto-me bem tendo muito ruiacutedo no meu entorno (dentro e fora da sala) durante o periacuteodo de aula
25 Quando acordo de manhatilde fico cansado soacute de pensar que terei que ouvir muitos ruiacutedos externos durante as aulas
26 Fico feliz por poder ouvir muacutesica no celular
quando estou em aula
27 Natildeo consigo ficar sem ouvir musicas no celular
durante o periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o regimento escolar me proiacutebe de usa-lo
28 Natildeo fui informado sobre quais equipamentos eletrocircnicos (Aparelho Celular) posso usar no periacuteodo das aulas
29 Participei ativamente de reuniotildees e discussotildees
para a construccedilatildeo do Regimento Escolar do coleacutegio
237
APEcircNDICE 3 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu (nome por extenso)___________________________________________
portador da ceacutedula de Identidade RG________________________________
AUTORIZO meuminha filho (a) (nome por extenso)
________________________________________________a participar da pesquisa
intitulada ldquoPoluiccedilatildeo Sonora que trem eacute esse no meu celularrdquo bem a publicaccedilatildeo de
resultados em Revistas Acadecircmicas Livros Conferecircncias etc para uso interno
desta instituiccedilatildeo de ensino
A presente autorizaccedilatildeo eacute concedida a tiacutetulo gratuito abrangendo a aplicaccedilatildeo
de um Questionaacuterio e um Teste de AutoIdentificaccedilatildeo de Alguns Sintomas de
Estresse acima mencionada em todo territoacuterio nacional e no exterior em todas as
suas modalidades e destaque das seguintes formas (i) miacutedia eletrocircnica (paineacuteis
viacutedeos entre outros)
Deste modo por esta ser a expressatildeo da minha vontade declaro que autorizo
livre e espontaneamente o uso acima descrito sem que nada possa a ser reclamado
a tiacutetulo de direitos conexos agrave imagem ou qualquer outro bem como assino a
presente autorizaccedilatildeo
Curitiba ______ de ____________________ de 2013
Pai Responsaacutevel
2
3
4
AGRADECIMENTOS
A Deus que permitiu realizar um dos meus maiores sonhos que eacute fazer mestrado na UFPR e pelas portas abertas na minha vida Tem me sustentado com acircnimo alegria e disposiccedilatildeo estando comigo em todos os momentos Obrigado meu Deus por me mostrar possibilidades de ldquoir e virrdquo nos caminhos que escolhi
Agrave minha esposa Patriacutecia Barbosa Reeck da Costa que veio completar minha
vida que me amparou e compreendeu nas horas de dificuldade e que me faz muito feliz
Ao meu pai o ldquogente boardquo Telcio Ferreira da Costa e minha ldquomatildeezinhardquo Dona
Maria Lurdes por todas as oraccedilotildees e apoio que me deram para que eu conseguisse chegar ateacute aqui Agrave minha filha Julia Bogdanovicz da Costa por compreender a falta de tempo do pai pois em momentos natildeo conseguir passear andar de bicicleta ou viajar vocecirc eacute uma fonte de inspiraccedilatildeo Enfim minha gratidatildeo se estende a todos os familiares que participaram voluntaacuteria ou involuntariamente da minha vida pois de certa forma fui influenciado por vocecircs
Sou uma pessoa motivada pela Ciecircncia e entendo que a era moderna foi
caracterizada por permitir outros olhares sobre dogmas e crenccedilas possibilitando a academia gerar novos conhecimentos criticar-se e reconfigurar-se em diferentes Programas constituindo uma nova era a contemporacircnea Nesta foi criado o Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em Ciecircncias e em Matemaacutetica da UFPR para o qual fui aceito Assim agradeccedilo aos meus orientadores Dr Seacutergio Camargo e Dra Christiane Gioppo por terem me selecionado e conduzido para estar aqui agora na posiccedilatildeo de seleciona-los para dedicar minhas conquistas
A minha banca composta pelo Dr Cristiano Rodrigues de Mattos da
Universidade de Satildeo Paulo e pelo Dr Marco Aureacutelio Kalinke da Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute aleacutem de meus orientadores com os quais pude compartilhar muito mais que discussotildees de cunho teoacuterico e a todo o corpo docente do PPGECM da UFPR que participou da minha formaccedilatildeo
Aos amigos que sempre estiveram orando por mim aos colegas e Diretores
dos Coleacutegios Estaduais Professora Maria Aguiar Texieria e Paulo Leminski que contribuiram para a manutenccedilatildeo de um ambiente de trabalho e de pesquisa prazeroso tornando-se sinocircnimo de alegria prevalecendo agrave difusatildeo do conhecimento
5
PEQUENA BIOGRAFIA
Sou da cidade de Arapongas estado do Paranaacute venho de uma famiacutelia de
onze irmatildeos cresci em uma situaccedilatildeo financeira de miseacuteria em que a universidade
era algo muito distante da minha realidade Meu pai sabe apenas assinar o nome
minha matildee eacute analfabeta e meus irmatildeos nunca terminaram o Ensino Fundamental jaacute
entre as irmatildes algumas terminaram o Ensino Meacutedio
Em minha tenra infacircncia meus pais tinham consciecircncia da importacircncia da
escolarizaccedilatildeo e me matricularam em uma escola puacuteblica pois achavam que eu
precisava estudar para aprender a ler e a escrever e com isso meu futuro estaria
garantido
Em 1978 por volta dos 10 anos comecei catar papel na rua para vender e ter
uma fonte de renda Diariamente eu tinha que coletar o suficiente para atingir trecircs
metas 1ordf comprar um pedaccedilo de toucinho dele saiacutea gordura que preparava a
polenta e o torresmo era nossa carne 2ordf comprar um pacote de fubaacute 3ordf comprar
uma barra de sabatildeo para assim ter roupas limpas
No periacuteodo de colheita da lavoura (algodatildeo milho e cafeacute) trabalhava junto
com meu pai e irmatildeos como boias-frias Noacutes levantaacutevamos muito cedo agraves 4 horas
da manhatilde esperaacutevamos em um ponto o caminhatildeo que passava e nos recolhia e
levava para a fazenda onde havia colheita cerca de 100 km de distacircncia da nossa
cidade Embaixo do sol escaldante ou inverno intenso meus sonhos afloravam eu
percebi que natildeo queria aquela vida de sofrimento embora digna Meu sonho de
fazer uma faculdade crescia poreacutem diariamente me perguntava como algueacutem que eacute
financeiramente miseraacutevel poderia alcanccedilar uma vida de ecircxito e especialmente como
conseguiria pagar uma faculdade Natildeo vislumbrava nenhuma resposta ateacute que as
oportunidades para a realizaccedilatildeo dos meus sonhos comeccedilaram surgir
Com quatorze anos entrei na guarda-mirim e comecei trabalhar como Office
boy em uma faculdade privada na cidade de Arapongas Ali como em minha casa
tambeacutem ouvia o secretaacuterio os auxiliares da administraccedilatildeo as zeladoras falarem que
para ldquoser algueacutem na vidardquo tem que estudar Eu ganhava o equivalente a meio
salaacuterio miacutenimo e apesar de trabalhar dentro da faculdade tinha duacutevidas a respeito
de como continuaria meus estudos
6
Em 1990 aos vinte e dois anos conclui a Educaccedilatildeo Baacutesica e crescia a
expectativa de fazer o vestibular assim realizar meu maior sonho cursar
matemaacutetica no ensino superior Natildeo tardou e surgiu a oportunidade que tanto
esperava a diretora da faculdade na eacutepoca a senhora Neuza Wielewicki olhou em
meus olhos e perguntou se eu sonhava em fazer faculdade O que confirmei
prontamente Sabendo de meu interesse ela me ofereceu uma bolsa de estudos
para cursar matemaacutetica Com isso sem pagamento de qualquer taxa ou material
nem mesmo mensalidade eu poderia realizar meu sonho Apenas uma condiccedilatildeo me
foi imposta no ato da liberaccedilatildeo da inscriccedilatildeo para o vestibular e que natildeo poderia
reprovar em nenhuma disciplina se isso ocorresse perderia a bolsa de estudos
Em 1991 entrei no curso de graduaccedilatildeo e quatro anos depois conclui sem
nenhuma reprovaccedilatildeo Devido aos diversos momentos de descontinuidade nos
estudos na educaccedilatildeo baacutesica tive muitas dificuldades na Faculdade entretanto
sempre me dediquei para atingir meus objetivos A partir daiacute compreendi que deveria
planejar meu futuro pois jaacute havia rompido uma barreira gigante a de cursar a
faculdade Entatildeo tracei objetivos e fiz um planejamento de longo prazo que era
essencialmente constituiacutedo pelo investimento em meu processo de formaccedilatildeo
Meus pais nunca questionaram qualquer decisatildeo que eu tivesse tomado pois
em silecircncio acreditavam que esse filho venceria nos estudos e nos obstaacuteculos que
enfrentaria pela frente atingindo uma situaccedilatildeo financeira melhor e por mais que
eles natildeo verbalizassem nutriam a mesma expectativa a de que eu teria melhores
condiccedilotildees financeira que eles Assim eu me percebia centrado com autocontrole
racional e objetivo Meus pais sempre foram muito trabalhadores mas natildeo tinham
seguranccedila financeira por isso eles poderiam ver nesse filho uma possibilidade de
ascensatildeo social Aleacutem disso esperavam que meus esforccedilos trariam mais do que
recompensas financeiras mas tambeacutem constituiriam meus valores e princiacutepios A
esperanccedila de meus pais e o foco nos objetivos traccedilados me deram a certeza de que
ao terminar a faculdade teria uma das mais belas profissotildees a de professor com
habilitaccedilotildees em Matemaacutetica e Fiacutesica e a possibilidade de asceder socialmente
Depois de graduado mudei-me para Curitiba onde comecei lecionar no
regime CLT Em seguida fui aprovado em concursos para o Quadro Proacuteprio do
Magisteacuterio (QPM) do Estado do Paranaacute nas disciplinas de fiacutesica e matemaacutetica
Tornei-me professor do Ensino Fundamental e Meacutedio da Educaccedilatildeo Baacutesica e hoje
trabalho em duas escolas puacuteblicas
7
Em meu trabalho de professor por vaacuterios anos tenho recebido estudantes
estagiaacuterios de Praacutetica de Docecircncia oriundos de diversas Universidades da cidade de
Curitiba inclusive da Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) Com isso tenho
interagido com as Universidades e em 2009 o professor da disciplina de Praacutetica de
Ensino e Estaacutegio Supervisionado em Fiacutesica (II e III) da UFPR inscreveu uma
proposta para participar do Edital CAPESDEB Nordm 0022009 - Programa Institucional
de Bolsa de Iniciaccedilatildeo agrave Docecircncia ndash PIBID O projeto foi aprovado e eu selecionado
para participar na funccedilatildeo de Professor Supervisor da disciplina de Fiacutesica O
programa teve iniacutecio em 2010 e desde entatildeo estudantes da UFPR desenvolvem
projetos na aacuterea de Ensino de Fiacutesica participando ativamente da rotina do coleacutegio O
objetivo desse projeto eacute que os estudantes universitaacuterios tenham mais experiecircncia e
reflexotildees sobre a docecircncia Os participantes do programa (estudantes da
universidade professores supervisores e o coordenador de aacuterea) participam da
rotina da escola tambeacutem reuacutenem-se uma vez por semana na Universidade para
estudar assuntos relacionados agrave aprendizagem e a avaliaccedilatildeo
Para aleacutem das rotinas escolares e reuniotildees o coordenador nos motiva a fazer
pesquisas a participar de congressos nacionais e internacionais e a dar
continuidade em nossos estudos e foi nesse bojo que o Professor Seacutergio Camargo
sugeriu que me candidatasse ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em
Ciecircncias e em Matemaacutetica da UFPR Assim elaborei um projeto de estudo sobre a
Poluiccedilatildeo Sonora no ambiente escolar Para finalizar gostaria de reiterar que minha
histoacuteria de vida estaacute permeada pela ideia de traccedilar um objetivo claro e mover
esforccedilos para alcanccedilaacute-lo e tambeacutem por encontrar pessoas que atravessaram meu
caminho em diversos momentos e ofereceram oportunidades aacute realizaccedilatildeo de meus
sonhos
8
RESUMO
Haacute muitos anos atuo como professor do Ensino Meacutedio e ao longo desse tempo percebi a exacerbaccedilatildeo nos ruiacutedos emitidos pelos meios de transportes no entorno do Coleacutegio Simultaneamente houve grande aumento da presenccedila do Celular na sala de aula pelos estudantes especialmente para ouvir muacutesica Esses dois fatores desencadearam o presente estudo O objetivo desta dissertaccedilatildeo foi investigar Niacuteveis de ruiacutedo no entorno e na aacuterea interna ao Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira A partir do delineamento da temaacutetica central relacionada a Poluiccedilatildeo Sonora iniciei a revisatildeo de literatura selecionando quatro eventos Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica (EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias (ENPEC) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os Encontros de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) Busquei tambeacutem dissertaccedilotildees e teses publicadas no banco da CAPES realizadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo A revisatildeo de literatura me permitiu afirmar que a temaacutetica poluiccedilatildeo sonora eacute pouco discutida entre educadores e pesquisadores da aacuterea assim estabeleci dois recortes o primeiro se refere ao ruiacutedo do entorno do coleacutegio e o segundo ao volume alto utilizado para ouvir muacutesicas no Aparelho Celular por meio de fones auriculares A partir desses dois recortes estabeleci trecircs premissas e com elas constituiacute as seguintes questotildees de pesquisa 1) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMAT 2) ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no ambiente escolar 3) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) a que os estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolar Em Havendo Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) (acima do disposto na Legislaccedilatildeo e) estabelecidos nesta dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora procurei verificar 4) Se e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as normas e regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora a) oriunda do entorno da escola b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles c) as regras e normas utilizadas no CEPMAT Para balizar os recortes estabelecidos utilizei o conceito Cultura abordado por Stuart Hall (2011) o de Interaccedilatildeo Social e o de modificaccedilatildeo transformaccedilatildeo do ambiente proposto por Vigotsky (2007) bem como as mudanccedilas nas formas de interaccedilatildeo social geradas pelos novos meios de comunicaccedilatildeo (THOMPSON 2011) Para constituir os dados e fazer a triangulaccedilatildeo entre eles criei um questionaacuterio que investigou o uso do Celular no ambiente escolar realizei afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora do entorno e nos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares dos estudantes quando ouvem muacutesicas Adaptei tambeacutem um ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo que investigou a percepccedilatildeo dos estudantes sobre os sintomas de estresse na sauacutede deles A revisatildeo de literatura me fez perceber que o assunto ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute pouco discutido entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias e natildeo eacute uma preocupaccedilatildeo dos Educadores Ambientais As afericcedilotildees de niacuteveis de Pressatildeo Sonora oriundas do entorno do CEPMAT identificaram intensidade de ruiacutedo ateacute 100 dB(A) isto eacute aproximadamente 67 acima dos limites de emissatildeo de ruiacutedo para as Zonas Estruturais Educacionais estabelecidos pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que eacute de 60 dB(A) mas os estudantes nem sempre percebem o ruiacutedo do entorno como um incocircmodo e tiveram dificuldades para relacionar o ruiacutedo do traacutefego (especialmente dos trens) com algum fator de estresse
9
(tais como diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de aprendizagem e esgotamento) e natildeo percebem o ruiacutedo das composiccedilotildees como responsaacutevel por trazer zumbidos aos ouvidos No que tange agrave poluiccedilatildeo sonora a que o estudante estaacute submetido ao ouvir muacutesica utilizando fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares os dados revelaram resultados ainda mais assustadores pois 85 tecircm informaccedilatildeo de que uma exposiccedilatildeo diaacuteria a ruiacutedos intensos pode ser prejudicial agrave sauacutede auditiva mas no que tange ao uso de fones de ouvido apenas 15 responderam que tecircm conhecimento dos malefiacutecios agrave sauacutede causados pelo excesso de ruiacutedo oriundo do Celular Um dos dados mais significativos foi constatar que aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume meacutedio de 1047 dB(A) usando fones auriculares conectados ao Aparelho Celular em meacutedia por 4 horasdia Isso significa que podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo Os resultados detectaram ainda que a maioria absoluta (95) dos estudantes tem celular e o traz para o coleacutegio embora esse equipamento seja insignificativamente utilizado durante atividades didaacuteticas ao longo das aulas Aleacutem disso 98 dos estudantes pesquisados tecircm consciecircncia da proibiccedilatildeo que consta no regimento escolar referente ao uso de Celulares para fins natildeo didaacuteticos mas ainda assim eles admitiriam afrontar deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio 67 dos estudantes revelaram que natildeo percebem sintomas de estresse de natureza fiacutesica (perda de energia e zumbido na audiccedilatildeo) pelo contraacuterio um nuacutemero consideraacutevel (5250) de estudantes declarou que se concentra melhor quando ouve muacutesicas durante as tarefas escolares Outro dado interessante eacute que 3250 dos estudantes natildeo estatildeo dispostos a deixar de utilizar o Celular para ouvir muacutesica Por outro lado 15 dos estudantes jaacute percebem pelo menos um dos sintomas de stress tanto ao ouvirem muacutesica no Celular quanto ao entrarem em contato com ruiacutedos oriundos dos meios de transportes Com esses resultados pode-se depreender que compreender a importacircncia da Poluiccedilatildeo sonora na escola eacute fundamental especialmente no que tange a presenccedila e uso do Aparelho Celular na escola Ao compreender esse objeto de desejo entendemos com mais profundidade o que opera no sistema representacional da nossa cultura que constroacutei significados modifica o sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de conduta e ideias Palavras-chave Identidade Cultural Poluiccedilatildeo Sonoro-visual Ensino de Ciecircncias Percepccedilatildeo Auditiva Ambiente Escolar
10
ABSTRACT For many years I have been working as a High School teacher and over that time I realized the exacerbation in the noise emitted by urban transports in the vicinity of the School Simultaneously there was large increase in Mobiles presence in the classroom for students especially for listening music These two factors have triggered this study The aim of this master thesis was to investigate the external and internal Noise at State School Teacher Maria Aguiar Teixeira From the design of the central theme related to Noise Pollution started the literature review selecting four events The Meetings of Research in Physics Teaching (EPEF) the Research Meetings in Science Education (ENPEC) the Research Meetings on Environmental Education (EPEA) and the Technology Meetings Information and Education (TICEDUCA) Also sought Master Theses and Doctoral Dissertations published in the data of CAPES conducted by education researchers The review on the literature allowed me to conclude that the noise pollution theme is little discussed among educators and researchers thus I established two research paths the first refers to the traffic noise around school environment and the second to the high volume used to listen to music on Mobile Handset through earphones From these two paths established three premises and with them have set the following research questions 1) What are the Sound Pressure Levels (SPL) coming from the school surroundings 2) How If CEPMAT high school students use Mobile at school 3) What are the Sound Pressure Levels (SPL) that the CEPMAT students undergo when they hear music with earphones connected to Cell Phones at school Having in Sound Pressure Levels (SPL) (above provisions of legislation and set forth as Noise Pollution in this dissertation tried to check 4) If and how the CEPMAT high school students understand School Rules and the existence Sound Pollution a) coming from the school surroundings b) arising from the earphones connected to the Cell Phones and possible pollution effects on their health c) CEPMAT School rules and standards To mark the paths established used the concept Culture approached by Stuart Hall (2011) the social interaction and modification transformation of the environment proposed by Vygotsky (2007) as well as changes in the forms of social interaction generated by new media (Thompson 2011) To provide the data and make triangulation between them created a questionnaire that investigated the use of Mobile at school I performed measurements of the sound pressure levels of the surroundings and the earphones connected to the Handsets students when they hear music I adapted also a test for self-identification of some symptoms of stress that investigated the perceptions of students about the symptoms of stress in their health The literature review made me realize that the subject Sound Pollution is rarely discussed among Physics and Science Education researchers and not at all discussed among environmental education Researchers in Brazil Measurements of sound pressure levels coming from the surrounding of CEPMAT identified noise up to 100 dB (A) ie approximately 67 above the noise emission limits for Educational structural zones established by the Municipal Annual Law 106252002 that is 60 dB(A) but students do not always perceive the surrounding noise as a nuisance and had difficulty relating the traffic noise (especially trains) with some stress factor (such as decreased concentration difficulty learning and exhaustion) and do not realize the noise of the train as responsible for bringing ringing in the ears Regarding the noise pollution to which the student is subjected while listening to music using earphones connected to Cell Phones data showed somewhat scary results because 85 have information that a daily exposure to loud noise can be harmful to hearing health but
11
when it comes to the use of headphones only 15 said they are aware of the harm to health caused by excessive noise coming from of Mobile One of the most significant data was seen that approximately 95 of students surveyed listen to music on average volume of 1047 dB (A) using earphones connected to the Mobile Handset for an average of 4 hours day This means they can be putting at risk the auditory health with the possibility of irreversible hearing loss The results also found that an absolute majority (95) of the students have cell and brings them to school although this equipment is almost non used for educational activities during the lessons In addition 98 of students surveyed are aware of the prohibition contained in the school regulations concerning the use of Mobile for not teaching purposes yet they admit deliberately defy the norm established by the school 67 of students revealed that not perceive symptoms of stress of a physical nature (energy loss and tinnitus in the hearing) on the contrary a considerable number (5250) students stated that focuses better when listening to music during homework Another interesting fact is that 3250 of students are unwilling to stop using the Mobile to listen to music On the other hand 15 of the students already have at least one of the stress symptoms when they hear music in Mobile as well as when they get in touch with noise coming from veicles With these results we can conclude that understand the importance of Noise Pollution at school is fundamental especially regarding the presence and use of the Mobile Handset in school By understanding this object of desire we understand more deeply what operates in the representational system of our culture which creates meaning changes the studentsacute feeling of belonging to the group and model practics of conduct ideas
Keywords Identity Noise Pollution Science Education Perception Environment
12
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 - (A) MAPA DA REGIAtildeO (B) FACHADA DO COLEacuteGIO
ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR
TEIXEIRA
27
FIGURA 02 - (A) OcircNIBUS BIARTICULADO (B) OcircNIBUS LIGEIRINO NO
CORREDOR LESTE
28
FIGURA 03 - (3A e 3B) PISTAS EM FRENTE AO COLEacuteGIO COM
TRAacuteFEGO INTENSO E CIRCULACcedilAtildeO DE CAMINHOtildeES
28
FIGURA 04 - (4A e 4B) FOTO AEacuteREA DE 1957 DO BAIRRO (B) FOTO
AEacuteREA DE 2008 DO BAIRRO LOCALIZANDO O
COLEacuteGIO
29
FIGURA 05 - (A e B) LINHA FEacuteRREA EM FRENTE AO COLEacuteGIO 29
FIGURA 06 - (A) VILA OFICINAS NO CAJURU NA DEacuteCADA DE 50 E B)
VILA OFICINAS CAJURU NOS DIAS DE HOJE
30
FIGURA 07 - REDE INTEGRADA DE TRANSPORTES PUacuteBLICO DE
CURITIBA EM 2003
112
13
LISTA DE QUADROS
QUADRO 01 - EPEF REALIZADOS DE 1986 ATEacute 2012 38
QUADRO 02 - ENPEC REALIZADOS DE 1997 ATEacute 2013 40
QUADRO 03 - EPEAs REALIZADOS DE 2001 A 2013 41
QUADRO 04 - TICEDUCA REALIZADOS DE 2010 A 2012 43
QUADRO 05 - LEVANTAMENTO DAS DIVERSAS EDICcedilOtildeES DOS EPEF
ENPEC EPEA E TICEDUCA NO PERIacuteODO DE 1986 A
2013
44
QUADRO 06 - RESUMO DOS EVENTOS REALIZADOS DE 1986 A
2013
45
QUADRO 07 - ARTIGOS SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 46
QUADRO 08 - ARTIGOS SOBRE TECNOLOGIAS MOacuteVEIS 50
QUADRO 09 - LEVANTAMENTO NO BANCO DE TESES DA CAPES
INDICANDO ANO NUacuteMERO TOTAL DE TRABALHOS
PUBLICADOS
55
QUADRO 10 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA EM (NPS) PERMITIDOS
EM AacuteREAS RESIDENCIAIS E ESCOLARES
70
14
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 01 - VOCEcirc POSSUI UM TELEFONE CELULAR 79
GRAacuteFICO 02 - VOCEcirc TRAZ O TELEFONE CELULAR PARA A
ESCOLA
80
GRAacuteFICO 03 - QUANTO TEMPO VOCEcirc USA O TELEFONE CELULAR
AO LONGO DO DIA PARA QUALQUER DE SUAS
FUNCcedilOtildeES
81
GRAacuteFICO 04 - QUAIS AS FUNCcedilOtildeES DO TELEFONE CELULAR QUE
VOCEcirc UTILIZOU NA SALA DE AULA SEM RELACcedilAtildeO
COM A APRENDIZAGEM
82
GRAacuteFICO 05 - NA SALA DE AULA VOCEcirc ALGUMA VEZ JAacute UTILIZOU O
TELEFONE CELULAR PARA AJUDAR NA SUA
APRENDIZAGEM
83
GRAacuteFICO 06 - QUANTO VOCEcirc GASTA EM MEacuteDIA EM CREacuteDITOS POR
MEcircS
84
GRAacuteFICO 07 - VOCEcirc SABIA QUE O REGIMENTO ESCOLAR PROIacuteBE O
USO DO TELEFONE CELULAR NA SALA DE
AULA
85
GRAacuteFICO 08 - VOCEcirc JAacute OUVIU DIZER QUE O TELEFONE CELULAR
PODE TRAZER PROBLEMAS PARA
AUDICcedilAtildeO
86
GRAacuteFICO 09 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS
ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS
QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES
CONECTADOS AO APARELHO CELULAR
103
GRAacuteFICO 10 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO Agrave
POLUICcedilAtildeO SONORA NO ENTORNO DO CEPMAT
125
GRAacuteFICO 11 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES SOBRE OS EFEITOS
DA POLUICcedilAtildeO SONORA EXTERNA AO
CEPMAT
129
70
15
GRAacuteFICO 12 - IMPACTOS CAUSADOS PELOS TRENS CARROS E
OcircNIBUS AOS ESTUDANTES
131
GRAacuteFICO 13 - INCOcircMODOS CAUSADOS POR RUIacuteDOS AOS
ESTUDANTES
133
GRAacuteFICO 14 - INCOcircMDO CAUSADO PELA MUacuteSICA OUVIDA NO FONE
AURICULAR CONECTADO AO APARELHO
CELULAR
138
GRAacuteFICO 15 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO AOS
SINTOMAS DE ESTRESSE DEFLAGRADOS POR
OUVIR MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES LIGADOS
A APARELHOS CELULARES
140
GRAacuteFICO 16 - SINTOMAS DO ESTRESSE E DIFICULDADES DE
CONCENTRACcedilAtildeO NAS AVALIACcedilOtildeES
142
GRAacuteFICO 17 - PERCEPCcedilAtildeO DE ALGUNAS SINTOMAS DE
ESTRESSE
144
GRAacuteFICO 18 - O ESTRESSE DO DIA A DIA E A FELICIDADE DE OUVIR
MUacuteSICA NO CELULAR
147
GRAacuteFICO 19 - PARTICIPACcedilAtildeO DA COMUNIDADE ESCOLAR NA
CONSTRUCcedilAtildeO DO REGIMENTO ESCOLAR
152
16
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 - RESULTADO DO TESTE DE FISCHER PARA
ASSOCIACcedilAtildeO DAS QUESTOtildeES 1 E 2
88
TABELA 02 - RESUTLADO DO TESTE QUI-QUADRADO PARA
ASSOCIACcedilOtildeES DAS QUESTOtildeES 3 E 4
89
TABELA 03 - LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO E
INTERMITENTE
97
TABELA 04 - AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)
ORIUNDOS DO EXTERIOR DO CEPMAT E MEDIDOS NO
INTERIOR
100
TABELA 05 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO
CEPMAT EM SALAS DE AULA
102
17
LISTA DE SIGLAS
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ALL America Latina Logiacutestica ABRAPEC Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisa e Ensino de Ciecircncias CEPMAT Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira CLT Consolidaccedilatildeo das Leis Trabalhistas CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente dB(A) Decibeacuteis EFT Revista Educaccedilatildeo Formaccedilatildeo amp Tecnologias ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa e Educaccedilatildeo em Ciecircncias EPEA Encontro de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental EPEF Encontro de pesquisa e Ensino de Fiacutesica IBAPE Instituto Brasileiro de Alto Desempenho IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IPDA Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo IPPUC Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba ISO Organizaccedilatildeo Internacional para Padronizaccedilatildeo Leq Niacutevel de Ruiacutedo Equivalente Contiacutenuo (dB) MP3 Moving Picture Audio Layer-3 MTb Ministeacuterio do Trabalho NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora NBR Norma Brasileira Regulamentadora NR Norma Regulamentadora OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo PIBID Programa Institucional de Bolsas de Iniciaccedilatildeo agrave Docecircncia PPP Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico PROEJA Programa de Integraccedilatildeo da Educaccedilatildeo Profissional ao Ensino
Meacutedio na Modalidade de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos QPM RFFSA
Quadro Proacuteprio do Magisteacuterio Rede Ferroviaacuteria Federal SA
RVPSC Rede de Viaccedilatildeo Paranaacute Santa Catarina SBF Sociedade Brasileira de Fiacutesica SBO Sociedade Brasileira de Otologia SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciecircncia SEEDPR Secretaria do Estado de Educaccedilatildeo do Paranaacute UFPR Universidade Federal do Paranaacute UFSCAR Universidade Federal de Satildeo Carlos UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a
Cultura UIDEF TCLE TIC
Unidade de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento em Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo da Universidade de Lisboa Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo
TICEDUCA Encontro Internacional de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e Educaccedilatildeo
ZE-E Zona Especial Educacional
18
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 21
1 INCOcircMODOS INCIAIS 25
11 O COLEacuteGIO E AS MUDANCcedilAS NA PAISAGEM URBANA DO BAIRRO AO
LONGO DOS UacuteLTIMOS 50 ANOS 26
12 OS APARELHOS CELULARES E O COLEacuteGIO 31
2 REVISAtildeO DA LITERATURA SOBRE A TEMAacuteTICA POLUICcedilAtildeO SONORA E O USO DO
APARELHO CELULAR 36
21 EPEF ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FIacuteSICA 37
22 ENPEC ndash ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO EM
CIEcircNCIAS 39
23 EPEA ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 41
24 TICEDUCA ndash TECNOLOGIAS E EDUCACcedilAtildeO 42
25 SELECcedilOtildeES DE ARTIGOS NOS EVENTOS 43
26 ARTIGOS RELACIONADOS Agrave POLUICcedilAtildeO SONORA 46
27 ARTIGOS RELACIONADOS COM TECNOLOGIA MOacuteVEL 49
28 PROJETOS QUE UTILIZAM O APARELHO CELULAR COMO FERRAMENTA
DE ENSINO 54
29 RESUMO DAS DISSERTACcedilOtildeES E TESES LOCALIZADAS NO BANCO DE TESES
DA CAPES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 55
210 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 62
3 PERSPECTIVAS CULTURAIS E AS ALTERACcedilOtildeES NAS PERCEPCcedilOtildeES
ESPACcedilO-TEMPORAIS SOBRE SOM E RUIacuteDO 64
31 CULTURAS E IDENTIDADES NA POacuteS-MODERNIDADE 65
32 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA NAS RUAS DO ENTORNO DO COLEacuteGIO 69
33 INTERACcedilOtildeES SOCIAIS TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE ESCOLAR 71
34 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 76
4 O USO DO CELULAR E AS PERCEPCcedilOtildeES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 76
41 CORRELACcedilAtildeO ENTRE QUESTOtildeES 87
42 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO91
5 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA ORIUNDOS DO ENTORNO0020DO CEPMAT E NOS
FONES AURICULARES CONETADOS AOS APARELHOS CELULARES DOS
ESTUDANTES DO ENSINO MEacuteDIO QUANDO OUVEM MUacuteSICA 93
51 SINTOMATOLOGIAS CARACTERIacuteSTICAS DA PAIR 95
52 ORIENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA DO INSTRUMENTO 97
19
521 O Equipamento 97
522 Procedimento 98
53 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)
EMITIDOS PELOS MEIOS DE TRANSPORTES DO ENTORNO DO
CEPMAT 100
54 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)
EMITIDOS NOS FONES AURICULARES CONECTADOS NO APARELHO
CELULAR 102
55 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS 104
56 SINTESE DA SECcedilAtildeO 107
6 POLUICcedilAtildeO SONORA E AS PERCEPCcedilOtildeES DOS ESTUDANTES DE ALGUNS
SINTOMAS DE ESTRESSE 109
61 O CRESCIMENTO DA CIDADE E O AUMENTO DO RUIacuteDO AMBUIENTE 110
62 OS SINTOMAS DE ESTRESSE E A PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES 115
63 ORIENTACcedilOtildeES METODOLOacuteGICAS DO INSTRUMENTO 120
64 PARTICIPANTES 123
65 CONSTITUICcedilAtildeO DOS DADOS 123
66 ANAacuteLISE DE DADOS 124
661 Parte 1 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio 125
6611 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I1 E I2 126
6612 CONSIDERACcedilOtildeES 126
662 Parte 2 Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede
dos estudantes 128
6621 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I3 I4 e I5 130
6622 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I6 I7 e I8 132
6623 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I9 I10 e I11 134
6624 CONSIDERACcedilOtildeES 135
663 Parte 3 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
Conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes 138
6631 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I12 I13 e I14 139
6632 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I15 I16 e I17 141
6633 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I18 I19 e I20 143
6634 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I21 I22 e I23 145
6635 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I24 I25 e I26 148
6636 CONSIDERACcedilOtildeES 148
664 Parte 4 O uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento Escolar 152
6641 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I27 I28 e I29 153
20
6642 CONSIDERACcedilOtildeES 154
67 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 156
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 159
71 APONTAMENTOS OBTIDOS A PARTIR DA ANAacuteLISE DOS DADOS 160
711 A Poluiccedilatildeo Sonora e o entorno do CEPMAT 160
712 O uso do Aparelho Celular 163
713 Poluiccedilatildeo Sonora Gerada pelos Fones auriculares e Autoidentificaccedilatildeo Alguns
Sintomas de Estresse 165
72 ALGUMAS POSSIBILIDADES 168
73 SUGESTOtildeES DE ACcedilOtildeES MITIGATOacuteRIAS DA POLUICcedilAtildeO SONORA PARA O
ENTORNO E O INTERIOR DO CEPMAT 170
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 172
ANEXOS 184
ANEXO I - LEI 106252002 185
ANEXO II - NR 15 ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES INSALUBRES 197
ANEXO III ndash ANAacuteLISE CRIacuteTICA E PARECER SOBRE O ldquoTESTE PARA AUTO
IDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSErdquo 200
ANEXO IV - FOTO DECIBELIacuteMETRO 207
ANEXO V - NBR 10151 208
ANEXO VI - NBR 10152 212
ANEXO VII - NBR133691995 216
ANEXO VIII - PLANTA BAIXA ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT PLANTA BAIXA
ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT 219
ANEXO IX - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO CEPMAT
220
ANEXO X - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE OUVIDO
CONECTADOS AO APARELHO CELULAR 226
APEcircNDICES 232
APEcircNDICE I - PESQUISA SOBRE CELULAR NA ESCOLA 233
APEcircNDICE II - TESTES DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE
ESTRESSE 235
APEcircNDICE III ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 237
21
INTRODUCcedilAtildeO
Esta dissertaccedilatildeo comeccedilou a ser gestada em minha atuaccedilatildeo como professor
de Fiacutesica e Matemaacutetica do Ensino Meacutedio em dois Coleacutegios Puacuteblicos na cidade de
Curitiba Ao longo de minhas atividades na docecircncia percebi aspectos dos coleacutegios
e da sala de aula que comeccedilaram a me trazer alguns incocircmodos perturbaccedilotildees e
acabaram desestabilizando minha zona de conforto Chamaram a atenccedilatildeo de tal
forma que decidi iniciar esta dissertaccedilatildeo explicitando o contexto em que o estudo
sobre poluiccedilatildeo sonora surgiu e os dois recortes que estabeleci Primeiramente
apresento o coleacutegio sua localizaccedilatildeo e a mudanccedila que o bairro sofreu ao longo dos
anos no que se refere agrave paisagem urbana das circunvizinhanccedilas e a problemaacutetica do
ruiacutedo1 das vias e do trem no entorno da escola Estamos inseridos em uma
sociedade que natildeo se difere das demais sociedades ocidentais no que tange aos
problemas urbanos contemporacircneos A escola estaacute imersa em problemas
ambientais causados pelo crescimento desordenado dos centros urbanos A
degradaccedilatildeo ambiental o aumento da violecircncia urbana a pobreza e as dificuldades
relacionadas ao aumento traacutefego motorizado satildeo alguns exemplos (SOUZA 2005)
Para Levi (1990) esses problemas nascem da relaccedilatildeo entre os humanos e a
natureza e da forma como estatildeo sendo apresentados hoje parece natildeo ter soluccedilatildeo
uma vez que retroalimentam uma crise contiacutenua e crescente que eacute social cultural
poliacutetica econocircmica ecoloacutegica etc
A poluiccedilatildeo sonora estaacute entre as vaacuterias manifestaccedilotildees de agressatildeo
socioambiental e traz uma seacuterie de prejuiacutezos agrave sauacutede humana De acordo com Brasil
(2006) alguns sintomas que podem detectar se o organismo estaacute (ou natildeo) sendo
afetado pela poluiccedilatildeo sonora satildeo alteraccedilatildeo da qualidade do sono alteraccedilatildeo da
percepccedilatildeo e da compreensatildeo de fala modificaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca
acompanhada de sudorese diminuiccedilatildeo da capacidade de desempenho de tarefas
1 A Lei Ordinaacuteria Municipal 10625 (CURITIBA 2002) que dispotildee sobre ruiacutedos urbanos define som
ruiacutedo e poluiccedilatildeo sonora como SOM vibraccedilatildeo acuacutestica capaz de provocar sensaccedilotildees auditivas RUIacuteDO som capaz de causar perturbaccedilatildeo ao sossego puacuteblico ou efeitos psicoloacutegicos e fisioloacutegicos negativos em seres humanos e animais POLUICcedilAtildeO SONORA emissatildeo de som ou ruiacutedo que seja direta ou indiretamente ofensivo ou nocivo agrave sauacutede agrave seguranccedila e ao bem-estar da coletividade ou transgrida as disposiccedilotildees fixadas nesta lei A totalidade da lei pode ser vista no Anexo I desta dissertaccedilatildeo
22
psicomotoras reaccedilatildeo muscular contraccedilatildeo do abdocircmen e do estocircmago alteraccedilatildeo da
funccedilatildeo intestinal lesotildees teciduais dos rins e do fiacutegado aumento da produccedilatildeo de
hormocircnios da tireoide e da produccedilatildeo de adrenalina aumento da produccedilatildeo
corticotroacutefica queda da resistecircncia a doenccedilas infecciosas disfunccedilatildeo no sistema
reprodutor contraccedilatildeo dos vasos sanguiacuteneos dilataccedilatildeo das pupilas irritabilidade
ansiedade e insocircnia Considerando tais sintomas delimito o primeiro recorte deste
estudo ao ruiacutedo no entorno do coleacutegio
O segundo recorte eacute intriacutenseco a problemaacutetica cotidiana dos estudantes
relacionada ao volume alto utilizado para ouvir muacutesicas no Aparelho Celular por
meio de fones auriculares Os equipamentos de telefonia Celular invadiram a sala de
aula de forma enviesada natildeo pelas matildeos das autoridades governamentais nem por
iniciativa da escola mas pela via dos proacuteprios estudantes que os levam
desrespeitando inclusive normas internas estabelecidas pelo Projeto Poliacutetico
Pedagoacutegico da instituiccedilatildeo ainda que possamos consideraacute-las anacrocircnicas
Os incocircmodos trazidos em relaccedilatildeo aos sonsruiacutedospoluiccedilatildeo sonora tanto
causada pelos meios de transportes quanto oriundos das muacutesicas ouvidas em fones
auriculares conectados ao Aparelho Celular foram medidos analisados e discutidos
e a estrutura deste trabalho estaacute dividida em sete seccedilotildees a saber
Na primeira seccedilatildeo apresento os incocircmodos iniciais que datildeo o contexto da
pesquisa considerando as mudanccedilas na paisagem urbana ao longo dos uacuteltimos
cinquenta anos resultando em estudos sobre a poluiccedilatildeo sonora do entorno do
Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira - CEPMAT Considero tambeacutem
que o crescimento exponencial do nuacutemero de usuaacuterios de Aparelhos Celulares se
tornou uma questatildeo difiacutecil de ser gerenciada em sala de aula Assim justifico o
problema e estabeleccedilo as questotildees da pesquisa Apresento as lacunas no
conhecimento produzido ateacute entatildeo no que concerne aos problemas de poluiccedilatildeo
sonora sua relaccedilatildeo com o processo de urbanizaccedilatildeo e os usos do Aparelho Celular
para fins natildeo didaacuteticos entatildeo estabeleccedilo os objetivos desta investigaccedilatildeo
Na segunda seccedilatildeo apresento a revisatildeo de literatura sobre o tema Poluiccedilatildeo
Sonora em quatro eventos da aacuterea Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica
(EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias (ENPEC) os
Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os Encontros de
Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) Aleacutem dos quatro eventos
tambeacutem pesquisei no banco de dissertaccedilotildees e teses da CAPES e em projetos que
23
utilizam o Celular como ferramenta de apoio ao ensino Para todos busquei
trabalhos que tivessem as seguintes palavras chaves Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente
Escolar Ruiacutedo e Som publicadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo
Na terceira seccedilatildeo busquei em alguns pensadores explicaccedilotildees sobre as
mudanccedilas que ocorreram na sociedade contemporacircnea e que deram aporte teoacuterico
aos trecircs argumentos propostos nesta dissertaccedilatildeo a saber
Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos
indiviacuteduos com o ambiente foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de
sociedade moderna
Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o
ambiente a partir de outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal
modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e
seus impactos na sauacutede
O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si
modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante
sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo
Na quarta seccedilatildeo relato a investigaccedilatildeo sobre os usos do Aparelho Celular no
ambiente escolar uma vez que os estudantes parecem consumir intensivamente
essa Tecnologia e estatildeo atentos aos uacuteltimos lanccedilamentos de Aparelhos Celulares
existentes no mercado A partir da investigaccedilatildeo analisei e avaliei os usos do Celular
e as percepccedilotildees dos estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora causada pelo uso de fones
auriculares ligados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica respondendo a questatildeo
de pesquisa nuacutemero dois
Na quinta seccedilatildeo respondi a primeira e a terceira questotildees de pesquisa desta
dissertaccedilatildeo Essas questotildees foram construiacutedas em uma sequecircncia loacutegica de
compreensatildeo da informaccedilatildeo no entanto a apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos resultados
foram realizadas a partir da discussatildeo de cada instrumento de coleta de dados
separadamente ou seja o questionaacuterio que investigou o uso do Celular no ambiente
escolar (seraacute apresentado na quarta seccedilatildeo) a afericcedilatildeo dos niacuteveis de pressatildeo sonora
tanto no interior do CEPMAT quanto nos fones auriculares conectados aos
Aparelhos Celulares dos estudantes ao ouvir muacutesicas (seratildeo apresentados na quinta
seccedilatildeo) e o ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo (seraacute
apresentado na sexta seccedilatildeo) Portanto reitero que a apresentaccedilatildeo dos resultados
24
da questatildeo de pesquisa dois foi realizada antes da apresentaccedilatildeo dos resultados da
questatildeo de pesquisa um Esta por sua vez foi respondida a partir dos dados do
mesmo instrumento e seraacute apresentada na quinta seccedilatildeo
Na sexta seccedilatildeo tratei da percepccedilatildeo da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e dos efeitos dessa poluiccedilatildeo na
sauacutede dos estudantes e finalmente das normas estabelecidas no Regimento
Escolar do CEPMAT
Na seacutetima seccedilatildeo fiz consideraccedilotildees sobre esta pesquisa a partir da criaccedilatildeo de
uma matriz de anaacutelise que incluiu os instrumentos utilizados listei perspectivas para
outros (novos) estudos e sugestotildees de accedilotildees mitigatoacuterias para a Poluiccedilatildeo Sonora a
que o CEPMAT estaacute submetido
25
1 INCOcircMODOS INICIAIS
A ideia de pesquisar o tema Poluiccedilatildeo Sonora surgiu em funccedilatildeo de meus
incocircmodos como professor de Fiacutesica no Ensino Meacutedio Durante o periacuteodo que
leciono as aulas satildeo geralmente perturbadas por ruiacutedos externos do traacutefico intenso
de carros ocircnibus caminhotildees trens etc Esses ruiacutedos se acentuam quando satildeo
realizados testes de frenagem e motores para a manutenccedilatildeo das composiccedilotildees
feacuterreas em frente ao coleacutegio
Aleacutem dos ruiacutedos externos percebi que nos uacuteltimos anos houve grande
aumento de estudantes que possuem Aparelhos Celulares e que gostam de ouvir
muacutesica em volume muito acima do esperado assim me questionava qual o niacutevel de
ruiacutedos que estes estudantes estatildeo ouvindo muacutesica Por diversas vezes solicitei
durante as aulas para que os estudantes desligassem ou tirassem os fones
auriculares dos ouvidos e prestassem atenccedilatildeo agraves aulas pois essas atitudes
poderiam prejudicar tanto a concentraccedilatildeo quanto a audiccedilatildeo devido ao volume alto
Assim iniciei alguns estudos isolados sobre o tema Em um deles (COSTA GIOPPO
e CAMARGO 2012) fizeram um levantamento sobre o uso do Celular na escola
Este mostrou que para 94 dos estudantes o Celular eacute levado para a escola como
se fizesse parte do material escolar A funccedilatildeo mais utilizada eacute a comunicaccedilatildeo por
mensagens e natildeo estaacute relacionada com a aprendizagem Poreacutem o que chamou
atenccedilatildeo foi o fato de que os estudantes ouvem muacutesica com fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular vaacuterias horas por dia Desta forma confirmaram
meus incocircmodos iniciais
A partir desse ponto optei por uma linha de pesquisa investigativa com o
intuito de evidenciar a situaccedilatildeo do CEPMAT no tocante a poluiccedilatildeo sonora externa
gerada pelos meios de transportes e interna oriunda dos fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica
Minha impressatildeo inicial eacute que haacute poluiccedilatildeo sonora e que os estudantes natildeo
percebem seus efeitos nem tecircm consciecircncia de que tais efeitos aparecem apoacutes um
certo tempo de exposiccedilatildeo variando de pessoa para pessoa
O excesso de ruiacutedos tanto aqueles gerados pelos meios de transportes
quanto os provenientes dos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica satildeo
26
caracteriacutesticos da sociedade contemporacircnea e por isso satildeo naturalizados
deixando de ser percebidos o que pode trazer prejuiacutezos significativos para a sauacutede
auditiva dos estudantes com destaque para o ambiente escolar que sofre com os
ruiacutedos externos dos meios de transportes e atualmente com os ruiacutedos internos
oriundos dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular Altos Niacuteveis de
Pressatildeo Sonora (NPS) podem prejudicar as condiccedilotildees auditivas e ateacute mesmo
comprometer o desempenho escolar
A poluiccedilatildeo sonora causada pelos meios de transportes natildeo atinge todos os
coleacutegios da mesma forma depende da localizaccedilatildeo da escola e tambeacutem de cada
sala de aula aleacutem de outros fatores mas o uso do Aparelho Celular conectado ao
fone auricular para ouvir muacutesica pode se transformar em um dos maiores problemas
de sauacutede auditiva no Brasil pois segundo a Sociedade Brasileira Otologia (SBO
2012) o volume alto de um fone auricular pode trazer prejuiacutezos permanentes como
surdez precoce
A poluiccedilatildeo sonora pode trazer seacuterios danos agrave sauacutede humana e
sorrateiramente tem invadido o ambiente escolar tornando-se um inimigo sutil e
imperceptiacutevel pois os estudantes estatildeo acostumados com ela Eacute necessaacuterio que
tanto professores quanto estudantes comunidade local e sauacutede puacuteblica levem a
seacuterio os efeitos da poluiccedilatildeo sonora para a sauacutede fiacutesica e mental dos estudantes
minimizando impactos no processo de ensino e de aprendizagem
11 O COLEacuteGIO E AS MUDANCcedilAS NA PAISAGEM URBANA DO BAIRRO AO
LONGO DOS UacuteLTIMOS CINQUENTA ANOS
O Ginaacutesio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira foi criado no ano de
1959 pelo Decreto Estadual nordm 25950 (PARANAacute 1959) para atender ao excesso de
demanda da Escola Estadual Repuacuteblica Oriental do Uruguai Em junho de 1972
foram inauguradas as atuais instalaccedilotildees e um novo Decreto Estadual no 3062
(PARANAacute1977) apud (ZANOTTO 2010 p8) alterou o nome da instituiccedilatildeo para
Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino Fundamental e Meacutedio
A partir de 2005 o coleacutegio passou a ofertar tambeacutem a Educaccedilatildeo Profissional com
27
cursos de Secretariado e Informaacutetica e a Resoluccedilatildeo 7012006 de (PARANAacute 2006)
alterou novamente o nome do Coleacutegio que passou a se chamar Colegio Estadual
Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino Fundamental Meacutedio e Profissional
Depois disso os cursos Teacutecnicos foram ampliados e agora incluem Secretariado
Informaacutetica (Integrado Subsequente e PROEJA) e Administraccedilatildeo
O Coleacutegio localiza-se no Bairro Capatildeo da Imbuia o nome originou-se devido
ao fato de existir nesse lugar um capatildeo ldquoilha de matordquo de formato redondo com
vegetaccedilatildeo mista de gramiacuteneas arbustos e aacutervores isolada no campo em que
predominava a imbuia uma aacutervore tiacutepica da regiatildeo que produz madeira de lei e foi
excessivamente utilizada para a construccedilatildeo de moacuteveis e artefatos de alta resistecircncia
agraves intempeacuteries (ZANOTTO 2010)
O bairro tem uma aacuterea de 115520 hectares e conta atualmente com duas
instituiccedilotildees Estaduais de ensino duas escolas Municipais e o Centro de
Capacitaccedilatildeo Guido viaacuterio E de acordo com o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico o
CEPMAT encontra-se em local privilegiado com excelente acessibilidade
(ZANOTTO 2010)
Na figura 1 vecirc-se o mapa da regiatildeo (A) e a fachada do coleacutegio (B)
1A 1B
FIGURA 1 - (A) MAPA DA REGIAtildeO (B) FACHADA DO COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA FONTES (A) FERNANDES (2012) (B) O AUTOR (2012)
De 1952 para caacute o crescimento exponencial da cidade tornou o acesso ao
centro da cidade raacutepido e faacutecil fazendo com que tal percurso seja realizado em
pouco mais de 10 minutos pois na rua em frente o Coleacutegio estaacute o corredor leste
para os ocircnibus (Figuras 2A e 2B) Neste haacute duas linhas de transporte coletivo que
vecircm da aacuterea metropolitana em direccedilatildeo a regiatildeo central da cidade e a novecentos
28
metros do Coleacutegio encontra-se um terminal de ocircnibus o terminal do Capatildeo da
Imbuia
2A 2B FIGURA 2 - (A) OcircNIBUS BIARTICULADO (B) OcircNIBUS LIGEIRINHO NO CORREDOR LESTE
FONTES (2A) E (2B) O AUTOR (2012)
Dos lados da via expressa onde circulam os ocircnibus haacute tambeacutem mais duas
vias para circulaccedilatildeo de carros motos e caminhotildees somando seis pistas de traacutefego
(Figuras 3A e 3B) Aleacutem disso haacute duas paradas de ocircnibus com embarque e
desembarque haacute menos de 100 metros do Coleacutegio
3A 3B
FIGURA 3 - (3A E 3B) PISTAS EM FRENTE AO COLEacuteGIO COM TRAacuteFEGO INTENSO E CIRCULACcedilAtildeO DE CAMINHOtildeES
FONTES (3A) E (3B) O AUTOR (2012)
O terminal de ocircnibus por sua vez trouxe para a rua e o bairro uma demanda
antes inexistente transformando antigas moradias em pequenos e diferentes
comeacutercios que aumentaram substancialmente o traacutefego na regiatildeo Duas fotos
aeacutereas tiradas em diferentes datas mostram a mudanccedila na paisagem urbana do
bairro (Figura 4A e 4B)
29
4A 4B FIGURA 4 - (A) FOTO AEacuteREA DE 1957 DO BAIRRO (B) FOTO AEacuteREA DE 2008 DO BAIRRO LOCALIZANDO O COLEacuteGIO FONTE (A) IPPUC (1957) (B) IPPUC (2008)
Aleacutem das pistas para carros e ocircnibus haacute tambeacutem uma estrada de ferro por
onde circula boa parte das mercadorias e produccedilatildeo agriacutecola que chegam e saem
dos Portos de Paranaguaacute e Antonina no Paranaacute sendo Paranaguaacute um dos maiores
portos do paiacutes (Figura 5 A e B)
5A 5B FIGURA 5 - (A E B) LINHA FEacuteRREA EM FRENTE AO COLEacuteGIO FONTE O AUTOR (2012)
A estrada de Ferro hoje tem seu principal terminal no Bairro Boqueiratildeo antes
disso o principal era a Estaccedilatildeo Central de Trens no bairro Rebouccedilas hoje
desativado Segundo Melo (2008) neste bairro funcionavam tambeacutem as oficinas de
30
manutenccedilatildeo dos trens da Rede Ferroviaacuteria (RFFSA) ateacute a deacutecada de 1950 mas o
paacutetio jaacute natildeo suportava todo o movimento da estaccedilatildeo e das oficinas entatildeo o nuacutecleo
formado pelos funcionaacuterios que atuavam em diversos setores da carpintaria agrave
relojoaria foi deslocado do Bairro Rebouccedilas para o Cajuru a Vila Ferroviaacuteria
comeccedilou a ser construiacuteda a partir de 1945 no bairro Cajuru e foi chamada de Vila
Novas Oficinas da Rede de Viaccedilatildeo Paranaacute ndash Santa Catarina (RVPSC) Aleacutem da Vila
Ferroviaacuteria o projeto tambeacutem incluiacutea oficinas de locomotivas e vagotildees e oficinas
para veiacuteculos a motor (MELO 2008)
O mesmo autor ressaltou ainda que a mudanccedila do Nuacutecleo foi uma manobra
articulada pelos gestores da cidade de cunho essencialmente poliacutetico cujo objetivo
era manter a imagem de Curitiba criada na deacutecada de 1930 de cidade acolhedora e
civilizada e uma oficina de trem em um bairro central denegria esta imagem
6A 6B FIGURA 6 - (A) VILA OFICINAS NO CAJURU NA DEacuteCADA DE 50 E B) VILA OFICINAS CAJURU NOS DIAS DE HOJE FONTE (A) E (B) NOGUEIRA (2011)
Assim a Vila Novas Oficinas e o Coleacutegio surgiram na mesma eacutepoca e
provavelmente o Coleacutegio eacute resultante da demanda da nova vila que resultou em um
aumento populacional na regiatildeo ao longo dos anos fazendo com que a pacata rua
recebesse intensa circulaccedilatildeo de carros motos ocircnibus e trens em frente ao Coleacutegio
o que gerou inuacutemeros problemas em especial agravequeles vinculados ao aumento da
intensidade de ruiacutedo que se tornou exacerbados nos horaacuterios em que o movimento
aumenta dificultando sobremaneira as aulas que ocorrem nas salas que tecircm janelas
voltadas para a rua
31
O problema do aumento da intensidade do ruiacutedo no entorno do Coleacutegio pode
ser tratado pelo aspecto da poluiccedilatildeo sonora Uma das formas de poluiccedilatildeo ambiental
que vecircm se agravando nas cidades exigindo que pensemos sobre ela e sobre seus
efeitos na qualidade de vida dos cidadatildeos O Coleacutegio natildeo poderia se furtar da
averiguaccedilatildeo da existecircncia dessa poluiccedilatildeo que pode atingir os estudantes O
aumento da intensidade do ruiacutedo neste caso estaacute vinculado ao desenvolvimento
urbano e as mudanccedilas na paisagem da cidade e se constatada a poluiccedilatildeo sonora
entatildeo pode haver consequecircncias para a populaccedilatildeo escolar Portanto a partir do
contexto do coleacutegio da mudanccedila na paisagem urbana do bairro e do aumento
percebido na intensidade do ruiacutedo identifico duas premissas deste estudo
sintetizadas a seguir
Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos
indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade
moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo
espaccedilo-temporal
Os meios de transportes tecircm juntamente com outros aspectos da
modernidade causado alteraccedilatildeo na relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o
ambiente a partir de outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal
modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos a poluiccedilatildeo sonora e
seus impactos na sauacutede
A partir dessas duas premissas estabeleccedilo o primeiro recorte para o estudo
desenvolvido ao longo desta dissertaccedilatildeo o da poluiccedilatildeo sonora oriunda do entorno
do Coleacutegio
12 OS APARELHOS CELULARES E O COLEacuteGIO
Natildeo bastassem os problemas externos relacionados a intensidade de ruiacutedo
dos ocircnibus automoacuteveis dos trens e do proacuteprio Coleacutegio internamente com seus
estudantes sinais apitos palmas e tudo o que faz parte da cultura escolar haacute
tambeacutem outras questotildees que precisam ser consideradas entre elas estaacute o
crescimento exponencial do nuacutemero de usuaacuterios de Aparelhos Celulares que tornou-
se uma questatildeo difiacutecil de ser gerenciada em sala de aula No Coleacutegio haacute cerca de
32
1950 estudantes matriculados nos periacuteodos matutino vespertino e noturno e no
Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico (PPP) consta que a comunidade escolar eacute ampla e de
classe meacutedia a media-baixa ou seja os estudantes satildeo oriundos de classes
trabalhadoras (ZANOTTO 2010)
O uso de Aparelho Celular eacute frequente trazido para o Coleacutegio tendo
transformado o ambiente escolar em um espaccedilo de disputa de poder com
professores desse modo cresce o nuacutemero de estudantes que inserem o Celular
entre seus materiais escolares Por ser moacutevel ele vem deslocando praacuteticas antigas
criando e tecendo novos usos em aprendizagens natildeo formais a que ldquosomos
submetidos desde que nascemosrdquo (OLIVEIRA 2001 p7) No entanto no ensino
formal a situaccedilatildeo eacute diferente pois embora o Aparelho Celular faccedila parte do cotidiano
escolar esta tem apresentado dificuldades para acompanhar e aplicar as
tecnologias do mundo contemporacircneo ao processo de ensino e de aprendizagem
Durante as aulas sinto um grande incocircmodo em relaccedilatildeo ao uso natildeo didaacutetico
dos Aparelhos Celulares pelos estudantes de forma que minha percepccedilatildeo inicial foi
a de que aleacutem de atrapalhar o andamento das atividades o Celular pode exacerbar a
poluiccedilatildeo sonora e talvez causar danos irreversiacuteveis a audiccedilatildeo Ao consultar a
viabilidade do uso de Celulares no interior da escola deparei-me com o PPP que
em seu Preacircmbulo enfatiza a necessidade de um esforccedilo conjunto e vontade
poliacutetica do coletivo escolar para redimensionar accedilotildees no interior da escola com
vistas agrave qualidade de ensino garantia de acesso e permanecircncia com sucesso de
nossos estudantes (ZANOTTO 2010 p 13)
Localizei tambeacutem no Regimento Escolar menccedilatildeo a proibiccedilatildeo relativa ao uso
de componentes eletrocircnicos que natildeo fazem parte do material escolar chamados de
ldquomaterial de natureza estranhardquo pelo Regimento (ZANOTTO 2011 p68-69)
conforme mencionado no Artigo 176
II- eacute vetado ao aluno ocupar-se durante o periacuteodo de aula de atividades contraacuterias ao processo pedagoacutegico IV ndash trazer para o estabelecimento de ensino material de natureza estranha ao estudo helliphellip XIII ndash utilizar-se de aparelho eletrocircnicos na sala de aula que natildeo estejam vinculados ao processo de ensino e aprendizagem
33
O uso frequente do Celular sua presenccedila efetiva no Coleacutegio e a contradiccedilatildeo
da proibiccedilatildeo imposta pelo Regimento Escolar delineiam a terceira e uacuteltima premissa
desta dissertaccedilatildeo
O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si
modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante
sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo
Com esta premissa estabeleccedilo o segundo recorte da problemaacutetica abordada
nesta dissertaccedilatildeo O uso natildeo didaacutetico do Aparelho Celular como fonte de poluiccedilatildeo
sonora no interior do ambiente escolar
Resumindo os problemas ambientais neste Coleacutegio em especiacutefico satildeo de
duas ordens externos ao coleacutegio decorrentes do crescimento urbano do entorno
com consequente intensificaccedilatildeo do traacutefego na frente do Coleacutegio o que levou a um
aumento dos niacuteveis de pressatildeo sonora gerando uma percepccedilatildeo de poluiccedilatildeo sonora
e internos ao coleacutegio a partir de minha dificuldade pessoal de lidar com o uso natildeo
didaacutetico que os estudantes fazem do Aparelho Celular
A partir dos dois recortes iniciais considerei que seria fundamental discutir
aspectos da poluiccedilatildeo sonora externa e interna ao Coleacutegio A ideia de analisar a
existecircncia ou natildeo de sons em alta intensidade capaz de produzir poluiccedilatildeo sonora
me permitiu acima de tudo ter um olhar atento para o crescente universo
tecnoloacutegico que invade a escola
Diante das trecircs premissas expostas nos dois recortes elencados coloco as
seguintes questotildees de pesquisa
1) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriunda do entorno do
CEPMAT
2) ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular
no ambiente escolar
3) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os estudantes do
CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones
auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolar
34
Havendo Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) acima do disposto na Legislaccedilatildeo e
estabelecidos nesta dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora verificar
4) Se e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as
normas e regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo
Sonora
a) oriundas do entorno da escola
b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os
possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles
c) as regras e normas utilizadas no CEPMAT
A partir das respostas as questotildees de pesquisa 1 a 4 elenquei nas
consideraccedilotildees algumas possibilidades didaacuteticas que podem ajudar a perceber e
prevenir a poluiccedilatildeo sonora externa eou aquela oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares
Para responder a primeira e a terceira questatildeo de pesquisa me propus a
aferir os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) (a) Oriundos do entorno do Coleacutegio (b) a
que os estudantes do CEPMAT estatildeo submetidos quando usam fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica
Esses Niacuteveis foram aferidos por um aparelho de mediccedilatildeo de niacuteveis de
pressatildeo sonora (popularmente conhecido como decibeliacutemetro) Usei como
paracircmetros a NR 152 e seus anexos (ABNT 1978) que regulamentam os limites de
toleracircncia a que as pessoas podem ser expostas para Niacuteveis de Pressatildeo Sonoras
Contiacutenuas ou Intermitentes juntamente com a Lei Ordinaacuteria Municipal
106253(CURITIBA 2002) que dispotildee sobre ruiacutedos urbanos e estabelece as Zonas
Sensiacuteveis agrave Ruiacutedo ou Zonas de Silecircncio4
Para responder a segunda questatildeo de pesquisa me propus a (a) Criar
validar e aplicar aos Estudantes do CEPMAT um questionaacuterio fechado para
investigar usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar verificar as primeiras
2 A NR 15 pode ser visualizada no anexo II desta dissertaccedilatildeo 3 A Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 encontra-se no anexo I desta dissertaccedilatildeo conforme
mencionado anteriormente 4Com base nas definiccedilotildees de Ruiacutedo e Poluiccedilatildeo Sonora dispostos na Lei Ordinaacuteria Municipal
106252002 e tambeacutem na definiccedilatildeo de Zonas de Silecircncio disposta na mesma lei estabeleci nesta dissertaccedilatildeo valores limites entre Ruiacutedo e Poluiccedilatildeo Sonora quais sejam seratildeo considerados RUIacuteDOS os valores menores ou iguais a 60 dB(A) e seratildeo considerados POLUICcedilAtildeO SONORA valores maiores ou iguais a 61 dB(A) Embora a ABNT 10152 fixe como niacuteveis de ruiacutedo compatiacuteveis com o conforto acuacutestico para salas de aula e laboratoacuterios entre 40-50 dB(A) e para bibliotecas entre 35-45 dB(A)
35
percepccedilotildees dos estudantes sobre os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva
relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e regras do Regimento
Escolar do Coleacutegio pesquisado
Para responder a quarta e uacuteltima questatildeo de pesquisa me propus a adaptar
de Lautert Chaves e Moura (1999) e aplicar um Teste aos estudantes CEPMAT
que dei o nome de ldquoAutoidentificaccedilatildeo de Alguns Sintomas de Estresserdquo para
investigar (a) as percepccedilotildees dos estudantes sobre a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora
oriunda do entorno do Coleacutegio os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do
Coleacutegio na sauacutede deles (b) as percepccedilotildees dos estudantes sobre a existecircncia de
Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares
e usados no ambiente escolar (c) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares na sauacutede deles (d) o Regimento
Escolar
A partir da afericcedilatildeo dos Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) externo (oriundos do
entorno) e interno (oriundos do Aparelho Celular) ao Coleacutegio dos usos dos
Aparelhos Celulares no ambiente escolar e das percepccedilotildees dos estudantes sobre
Poluiccedilatildeo Sonora comparada aos niacuteveis de auto-estresse detectados nos estudantes
me proponho a considerar algumas possibilidades de uso didaacutetico de Aparelhos
Celulares nos conteuacutedos de Acuacutestica da disciplina de fiacutesica
36
2 REVISAtildeO DA LITERATURA SOBRE A TEMAacuteTICA POLUICcedilAtildeO SONORA E O
USO DO APARELHO CELULAR
Meus incocircmodos iniciais descritos na segunda seccedilatildeo conduziram ao
delineamento da pesquisa com o tema Poluiccedilatildeo Sonora A partir da construccedilatildeo das
questotildees iniciei uma revisatildeo de literatura sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora no ambiente
escolar e oriundo dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular isolada ou
conjuntamente Para tanto selecionei quatro eventos Os Encontros de Pesquisa em
Ensino de Fiacutesica (EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
(ENPEC) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os
Encontros de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) aleacutem de projetos
e do banco de Teses da CAPES
Os Encontros do EPEF ENPEC e EPEA foram selecionados porque publicam
trabalhos de pesquisa em ensino e aprendizagem de conteuacutedos cientiacuteficos tanto na
aacuterea de Fiacutesica (EPEF ENPEC) bem como as demais aacutereas das Ciecircncias Naturais
(ENPEC) assim como em materiais educativos alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica tecnoloacutegica
e abordagens CTS e Ensino de Ciecircncias Tecnologias da Informaccedilatildeo e
Comunicaccedilatildeo e ensino das Ciecircncias Naturais O ENPEC tem tambeacutem uma linha de
trabalhos que vinculam Educaccedilatildeo em Sauacutede e Ensino de Ciecircncias Os Encontros do
EPEA reuacutenem trabalhos de produccedilatildeo cientiacutefica e de pesquisa em Educaccedilatildeo
Ambiental Jaacute os encontros do TICEDUCA publicam pesquisas em Tecnologias de
Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo aplicadas agrave educaccedilatildeo Nesse sentido as quatro
conferecircncias abarcam os recortes que me propus a discutir Os eventos de Ensino
de Ciecircncias Fiacutesica de Educaccedilatildeo Ambiental e de Tecnologia trazem pesquisas
recentes sobre o tema e podem pontuar os novos interesses e lacunas na aacuterea
aleacutem disso muitos artigos publicados nos eventos passam para as revistas
cientiacuteficas com poucas alteraccedilotildees por esse motivo considerei desnecessaacuterio incluir
tambeacutem pesquisas em revistas dessas aacutereas
A seguir faccedilo uma breve caracterizaccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo de cada evento
para em seguida discorrer sobre a forma de seleccedilatildeo dos artigos publicados
37
21 EPEF ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FIacuteSICA
Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica satildeo organizados pela SBF e
ocorrem a cada dois anos desde 1986 O principal objetivo desses encontros eacute ter
um foacuterum especiacutefico para a discussatildeo da pesquisa stricto sensu visando agrave aumentar
compreensotildees de problemas relacionados ao Ensino de Fiacutesica e abrir caminhos
para soluccedilotildees alternativas similarmente a outros encontros de aacutereas da Fiacutesica
(NARDI 1990)
Antes dos EPEF jaacute havia no Brasil os Simpoacutesios Nacionais de Ensino de
Fiacutesica que surgiram em 1970 e eram focados em relatos de experiecircncias didaacuteticas
descriccedilatildeo de produccedilatildeo e uso de equipamentos didaacuteticos Mas os fiacutesicos que se
dedicavam a pesquisa em ensino buscaram outros espaccedilos para discussatildeo de seus
projetos de pesquisa no sentido stricto
Nos EPEF grupos de pesquisadores com produccedilatildeo acadecircmica sobre ensino e
aprendizagem de Fiacutesica no Brasil divulgam suas pesquisas Esses pesquisadores
muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela organizaccedilatildeo e ediccedilatildeo de revistas criaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo de eventos Eles tambeacutem elaboram e levam agrave cabo projetos e
ministram cursos de formaccedilatildeo continuada e cursos de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu e
strictu sensu em Educaccedilatildeo em Ciecircncias atuando em instituiccedilotildees de educaccedilatildeo
baacutesica e superior no paiacutes e orientam dissertaccedilotildees e teses e procurando ateacute mesmo
reconstituir os caminhos percorridos no estabelecimento da aacuterea de Ensino de
Fiacutesica
Nas treze ediccedilotildees do EPEF ao longo desses vinte e seis anos foram
encontradas 896 comunicaccedilotildees orais e 385 pocircsteres totalizando 1281 trabalhos e
desses apenas um artigo seraacute analisado no item 25 deste capiacutetulo Um resumo dos
diversos EPEF realizados ateacute o momento pode ser observado no quadro 1
38
QUADRO 1 - EPEF REALIZADOS DE 1986 ATEacute 2012
FONTE O AUTOR (2014)
EPEF LOCAL PERIODO PART COM ORAL POSTERES
ART LOC
APOIOS
I Curitiba 21 - 254
1986
30 12 Natildeo informado
00 CAESCNPq FAPESPFAPERJ
II Satildeo Paulo 17 - 229
1988 50 50 Natildeo informado
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
III Porto Alegre 3110 - 0411
1990 80 13 32
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
IV Florianoacutepolis 26 - 2805
1994 130 94 36
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
V Aacuteguas de Lindoacuteia 02 - 609
1996 112 Natildeo localizado Natildeo localizado
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
VI Florianoacutepolis 26 - 3010
1998 141 93 35
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
VII Florianoacutepolis 27 - 3103
2000 194 105 56
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
VIII Aacuteguas de Lindoacuteia 05 - 806
2002 150 78 36
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
IX Jaboticatuba 26 - 2910
2004 247 84 42
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
X Londrina 15 - 1908
2006 140 68 25
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
XI Curitiba 21 - 2410
2008 181 123 36
01
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
XII Aacuteguas de Lindoacuteia 24 - 2810
2010 166 90 32
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
XIII Foz do Iguaccedilu 07 - 1006
2012 340 136 55
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
TOTAL - - 1951 946 385
01 -
39
22 ENPEC ndash ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO EM
CIEcircNCIAS
Os Encontros Nacionais de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias satildeo
organizados pela Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
(ABRAPEC) De acordo com o siacutetio eletrocircnico essa eacute uma associaccedilatildeo de caraacuteter
cientiacutefico educacional fundada em 29 de novembro de 1997 cuja finalidade eacute a
promoccedilatildeo divulgaccedilatildeo e socializaccedilatildeo da pesquisa por meio da realizaccedilatildeo de
encontros de pesquisa e de escolas de formaccedilatildeo de pesquisadores em Educaccedilatildeo
em Ciecircncias junto a entidades nacionais e internacionais de educaccedilatildeo pesquisa e
fomento
As primeiras discussotildees para a criaccedilatildeo de uma associaccedilatildeo de pesquisa em
Educaccedilatildeo em Ciecircncias ocorreram apoacutes o I Encontro Nacional de Pesquisa em
Educaccedilatildeo em Ciecircncias o ENPEC realizado em Aacuteguas de Lindoacuteia-SP em novembro
de 1997 Dois anos depois durante o II ENPEC realizado em Valinhos-SP
constituiu-se a associaccedilatildeo que permanece realizando encontros bianuais Aleacutem dos
encontros a ABRAPEC publica artigos de pesquisa os quais envolvem a educaccedilatildeo
em Ciecircncias na Revista Brasileira de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
Nas nove ediccedilotildees do ENPEC apresentaram-se 3225 Comunicaccedilotildees orais e
2108 pocircsteres perfazendo um total de 5333 trabalhos sendo que destes apenas
quatro trabalhos foram localizados conforme abordarei mais adiante no item 26
deste capiacutetulo
Um resumo dos diversos ENPEC realizados ateacute o momento pode ser
observado no quadro 2
40
ENPEC LOCAL PERIacuteODO PARTIC COM ORAL POcircSTERES
ART LOC
APOIOS
I Aacuteguas de Lindoacuteia 27 - 2909
1997 135 15 106
00
Natildeo informado
II Valinhos 01 - 0409
1999 171 22 106
00
Natildeo informado
III Atibaia 07 - 1011
2001 234 123 110
00
CNPqFUNDESP UNESPBAURU
IV Bauru 25 - 2911
2003 500 192 259
00
CNPqFUNDESP UNESPBAURU
V Bauru 2911 - 0312
2005 739 378 360
01
CNPqFUNDESP UNESPBAURU
VI Florianoacutepolis 2911 - 0212
2007 768 405 264
02
CNPqCAPES
VII Florianoacutepolis 08 - 1311
2009 723 382 341
00
CNPqCAPES
VIII Campinas 05 - 0911
2011 1253 736 462
00
CNPqCAPES
IX Aacuteguas de Lindoacuteia 10 - 1311
2013 1200 972 100
01
CNPqCAPES LAPEQUFRJ
TOTAL - - 5723 3225 2108
04 -
QUADRO 2 - ENPEC REALIZADOS DE 1997 ATEacute 2013 FONTE O AUTOR (2014)
41
23 EPEA ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
O EPEA foi constituiacutedo a partir de um programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo e de um
grupo de pesquisa o Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos
Naturais e Educaccedilatildeo da UFSCar e o Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciecircncias e
Educaccedilatildeo Ambiental do Laboratoacuterio Interdisciplinar de Formaccedilatildeo do Educador da
Faculdade de Filosofia Ciecircncias e Letras de Ribeiratildeo PretoUSP O programa e o
grupo de pesquisa organizam Encontros bianuais de Pesquisa em Educaccedilatildeo
Ambiental (EPEAs) para reunir trabalhos de produccedilatildeo cientiacutefica e de pesquisa em
Educaccedilatildeo Ambiental
Um resumo dos diversos EPEA realizados ateacute o momento pode ser
observado no quadro 3 a seguir
EPEA LOCAL PERIODO PARTIC COM
ORAL
POSTERES ART
LOC APOIOS
I Rio Claro 04 - 07092001 Natildeo
informado 76
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
II Rio Claro 27 - 30072003 Natildeo
informado 72
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
III Rio Claro 10 - 13072005 Natildeo
informado 73
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
IV Rio Claro 12 - 15072007 Natildeo
informado 87
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
V Satildeo
Carlos
3011 -
02122009
Natildeo
informado 89
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
VI Ribeiratildeo
Preto 04 - 07092011
Natildeo
informado 88
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
VII Rio Claro 07 - 10072013 Natildeo
informado 112
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
TOTAL - - - 597 - 00 -
QUADRO 3 - EPEAS REALIZADOS DE 2001 A 2013
FONTE O AUTOR (2014)
Considerando as sete ediccedilotildees dos EPEA foram apresentadas 597 trabalhos
oriundos de 22 unidades federativas incluindo o Distrito Federal natildeo houve
nenhum trabalho apresentado com o tema da poluiccedilatildeo sonora confirmando que o
tema natildeo foi discutido mas que merece atenccedilatildeo dos pesquisadores pois problemas
ambientais aliados agrave reflexatildeo sobre as relaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas sociais e
culturais que envolvem de modo integrado os humanos e os demais componentes
42
da natureza estatildeo cada vez mais presentes nos diferentes encontros internacionais
e nacionais sobre o meio ambiente (RINK MEGID NETO 2009)
24 TICEDUCA - TECNOLOGIAS E EDUCACcedilAtildeO
O I TICEDUCA ndash I Encontro Internacional de Tecnologia de Informaccedilatildeo e
Comunicaccedilatildeo (TIC) e Educaccedilatildeo foi uma iniciativa do Instituto de Educaccedilatildeo da
Universidade de Lisboa em articulaccedilatildeo com a Revista Educaccedilatildeo Formaccedilatildeo amp
Tecnologias e com a Unidade de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento em Educaccedilatildeo e
Formaccedilatildeo da Universidade de Lisboa
O evento foi constituiacutedo por um grupo de pesquisadores da Universidade de
Lisboa que entendeu que as questotildees relacionadas agraves TIC ganharam pertinecircncia e
atenccedilatildeo porque podem ser integradas nas atividades de estudantes e professores
importando conhecer como satildeo usadas O TICEDUCA se propocircs a trazer para o
centro das discussotildees a reflexatildeo sobre o potencial que eacute atribuiacutedo agraves tecnologias de
informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo fator de inovaccedilatildeo e mudanccedila da escola (COSTA 2010
piii)
Portanto tendo como ponto de partida trabalhos de diferentes realidades
locais nacionais e internacionais os Encontros Internacionais de TIC e Educaccedilatildeo
assumem como principais objetivos
Proporcionar um espaccedilo para divulgaccedilatildeo de praacuteticas inovadoras nas escolas e em contextos de formaccedilatildeo e aprendizagem
Analisar a investigaccedilatildeo na aacuterea
Discutir trabalhos em desenvolvimento e a utilizaccedilatildeo criativa e inovadora das TIC
Refletir sobre os modos mais adequados para documentaccedilatildeo comunicaccedilatildeo e disseminaccedilatildeo destas praacuteticas
Propiciar praacuteticas de identificaccedilatildeo intervenccedilatildeo e investigaccedilatildeo como contribuiccedilatildeo para plena utilizaccedilatildeo dos recursos digitais disponiacuteveis dentro e fora da escola (COSTA 2010 piii)
Os TICEDUCA satildeo direcionados a investigadores professores educadores e
outros profissionais ligados agrave formaccedilatildeo e ao ensino e aprendizagem com as TIC
Satildeo espaccedilos de encontro destinados tambeacutem as empresas relacionadas com a
produccedilatildeo de conteuacutedos ou com outros processos de suporte agrave aprendizagem e agrave
formaccedilatildeo (COSTA 2010)
43
Um resumo dos congressos TICEDUCA realizados ateacute o momento pode ser
observado no quadro 4 a seguir
TICEDUCA
LOCAL PERIODO PART COM ORAL
POST ART LOC
APOIOS
I Portugal Lisboa
18 - 20112010 392 97 44
01
Microsoft iTEC WEQDA Optimus CETI
II Portugal Lisboa
3011 - 212 2012 346 249 36
06
Microsoft iTEC WEQDA Optimus CETI
TOTAL - - 738 346 80 07 -
QUADRO 4 - TICEDUCA REALIZADOS DE 2010 ATEacute 2012 FONTE O AUTOR (2014)
Considerando as duas ediccedilotildees do evento e os 426 trabalhos apresentados
entre comunicaccedilotildees orais localizei sete artigos que mencionaram os Aparelhos
Celulares conforme abordarei no item a seguir
25 SELECcedilOtildeES DE ARTIGOS NOS EVENTOS
Com intuito de selecionar artigos publicados nas diversas ediccedilotildees desses
eventos busquei em acervos pessoais de vaacuterios pesquisadores e em diversas
instituiccedilotildees na forma de CD-ROM ou materiais impressos com as atas Eacute importante
notar que os siacutetios eletrocircnicos dos eventos natildeo tecircm todas as ediccedilotildees
disponibilizadas o que dificulta sobremaneira a pesquisa pois poucas atas estatildeo
disponiacuteveis na internet
Apoacutes localizar todas as atas iniciei a busca pelos artigos procedendo da
seguinte forma fiz uma leitura flutuante dos tiacutetulos dos artigos para selecionar as
palavras-chave dos trabalhos apresentados na forma de comunicaccedilatildeo oral e paineacuteis
A palavra-chave selecionada para uma primeira leitura flutuante do artigo em si foi a
seguinte poluiccedilatildeo sonora no ambiente escolar
Como a seleccedilatildeo desse material foi feita de forma abrangente sempre que
algum tiacutetulo gerasse duacutevidas sobre o conteuacutedo e as palavras-chave natildeo fossem
reconhecidas passei a ler os resumos dos trabalhos e quando o material tratava da
44
temaacutetica Poluiccedilatildeo Sonora acessei o documento completo para ter certeza do
assunto tratado Por fim restou o seguinte Um artigo do EPEF quatro artigos do
ENPEC nenhum artigo do EPEA sete artigos TICEDUCA conforme o quadro 5
EPEF ENPEC EPEA TICEDUCA
ANO
Ed
TRAB APRES
ART LOC
Ed
TRAB APRES
ART LOC
Ed
TRAB APRES
ART LOC
Ed
TRAB APRES
ART LOC
1986 I 12 00
1988 II 50
00
1990 III 45 00
1994 IV 130 00 1996 V Natildeo
Loc 00
1997 I 121 00
1998 VI 128 00
1999 II 131 00
2000 VII 161 00
2001 III 233 00 I 76 00
2002 VIII 114 00
2003 IV 451 00 II 72 00
2004 IX 126 00
2005 V 738 01 III 73 00
2006 X 93 00
2007 VI 669 02 IV 87 00
2008 XI 159 01
2009 VII 723 00 V 89 00
2010 XII 122 00 I 141 01
2011 VIII 1198 00 VI 88 00
2012 XIII 191 00 II 285 06
2013 IX 1072 01 VII 112 00
TOTAL
13 1281 01 09 5333 04 07 597 00 02 426 07
QUADRO 5 - LEVAMENTO DAS DIVERSAS EDICcedilOtildeES DOS EPEF ENPEC EPEA E TICEDUCA NO PERIODO DE 1986 A 2013 FONTE O AUTOR (2014)
Dos 7637 trabalhos publicados em 31 ediccedilotildees dos quatro eventos desde 1986
ateacute 2013 (vinte e sete anos) localizei apenas 12 trabalhos com os temas da poluiccedilatildeo
sonora e do Aparelho Celular ou seja apenas 014 do total
45
Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica (EPEF) e em Educaccedilatildeo em
Ciecircncias (ENPEC) satildeo dois eventos de grande importacircncia na pesquisa da aacuterea no
Brasil e apenas cinco trabalhos foram localizados nesses dois eventos sendo que
em um deles meus orientadores e eu somos autores
No TICEDUCA o foco central eacute o uso da tecnologia na Educaccedilatildeo Por isso os
trabalhos localizados referiam-se especialmente ao uso do Celular como ferramenta
de ensino e natildeo a poluiccedilatildeo sonora Ainda assim apenas sete trabalhos foram
localizados
No entanto a maior surpresa foi natildeo ter localizado no EPEA nenhum trabalho
sobre poluiccedilatildeo sonora esta natildeo parece ter sido uma preocupaccedilatildeo dos
pesquisadores da aacuterea ambiental mesmo que o problema da poluiccedilatildeo sonora tatildeo
presente na sociedade contemporacircnea ou seja cada vez mais significativo na vida
das pessoas especialmente para sauacutede dos estudantes Nesse sentido a revisatildeo da
literatura mostra a lacuna existente em estudos com essa temaacutetica corroborando
com a necessidade de avanccedilos
Um resumo dos eventos e nuacutemero de artigos selecionados em cada evento
foi sistematizado no quadro 6
Nordm TRABALHOS PUBLICADOS
Nordm DE EDICcedilOtildeES Nordm DE TRABALHOS LOCALIZADOS
EPEF 1281 13 01
ENPEC 5333 09 04
EPEA 597 07 00
TICEDUCA 426 02 07 TOTAL 7637 31 12
QUADRO 6 - RESUMO DOS EVENTOS REALIZADOS DE 1986 A 2013 FONTE O AUTOR (2014)
A partir desse levantamento preliminar passo a anaacutelise dos artigos
encontrados Esta anaacutelise foi dividida em dois grupos a saber artigos relacionados
agrave poluiccedilatildeo sonora e artigos relacionados ao uso do Aparelho Celular em atividades
educativas Tendo em vista que a proposta desta dissertaccedilatildeo eacute a interface entre os
dois temas a anaacutelise dos artigos nos eventos foi realizada com o intuito de localizar
pesquisas na aacuterea que pudessem subsidiar aspectos de aprofundamento teoacuterico e
metodoloacutegico para o meu estudo
26 ARTIGOS RELACIONADOS Agrave POLUICcedilAtildeO SONORA
46
Um conjunto de cinco artigos foi localizado neste Grupo Temaacutetico Os artigos
foram publicados ente 2005 e 2013 sendo quatro deles no ENPEC (um na Vordf
ediccedilatildeo dois na VIordf e um na IXordf) e somente um artigo foi localizado no EPEF
publicado em 2008 na XIordf ediccedilatildeo Interessante observar que dos cinco artigos trecircs
satildeo dos mesmos autores O que reduz significativamente a abrangecircncia de
pesquisadores interessados no tema e nos permite concluir que este foi o tema de
uma dissertaccedilatildeo de mestrado ou tese de doutorado assim orientador e orientada
fatiaram a pesquisa em vaacuterios pedaccedilos apresentados separadamente O quarto
artigo eacute de minha autoria com os orientadores Um resumo dos artigos localizados
neste grupo temaacutetico encontra-se no Quadro 7
ANO TITULO DO ARTIGO NOME DOS AUTORES
PALAVRA-CHAVE
EVENTO
2005 Poluiccedilatildeo sonora na fiacutesica do ensino meacutedio construindo uma proposta
Souza Silva Garavelli Maroja Ricardo
Poluiccedilatildeo Sonora
V ENPEC
2007(a) Fiacutesica para uma sauacutede auditiva Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora
VI ENPEC
2007(b) Educaccedilatildeo para uma discriminaccedilatildeo auditiva
Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora
VI ENPEC
2008 Fiacutesica e Poluiccedilatildeo Sonora Uma proposta de dinacircmica do perfil conceitual
Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora
XI EPEF
2013 Uso do Aparelho Celular por estudantes do ensino meacutedio para ouvir muacutesica um prazer perigoso
Costa Gioppo Camargo
Poluiccedilatildeo Sonora
IX ENPEC
QUADRO 7 - ARTIGOS SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA FONTE O AUTOR (2013)
A poluiccedilatildeo sonora pode ser estudada pelo aspecto do mal-estar causado pelo
excesso de ruiacutedos ou pela forma como afeta a sauacutede humana fiacutesica ou psicoloacutegica
foi essa a abordagem dos artigos localizados a partir da palavra-chave Poluiccedilatildeo
Sonora Em seguida passo a descrever tais artigos
O objetivo da pesquisa de Souza et al (2005) foi produzir uma reflexatildeo que
transformasse os conhecimentos fiacutesicos apreendidos por licenciandos em
conhecimentos escolares ao longo de uma disciplina de Estaacutegio Supervisionado A
pesquisa teve trecircs etapas na primeira os autores aplicaram um questionaacuterio aberto
a alunos do Ensino Meacutedio para verificar que conhecimentos aqueles alunos
possuiacuteam a respeito da Poluiccedilatildeo Sonora O intuito era relacionar conhecimentos
fiacutesicos do tema com o cotidiano Com as informaccedilotildees obtidas no questionaacuterio
desenvolveram uma sequencia didaacutetica com dez aulas
47
A sequecircncia didaacutetica incluiu aspectos histoacutericos do tema desde o processo de
industrializaccedilatildeo e crescimento cientiacutefico e tecnoloacutegico do final do seacuteculo XIX ateacute o
uso abusivo de aparatos tecnoloacutegicos Os autores trataram do tema a partir de um
enfoque interdisciplinar incluindo conteuacutedos da Fiacutesica e anaacutelises de notiacutecias de
jornal enfatizaram tambeacutem o papel do professor-pesquisador e reflexivo Apoacutes a
reelaboraccedilatildeo da sequecircncia didaacutetica aplicaram-na a uma classe do Ensino Meacutedio e
coletaram registros escritos e trabalhos dos estudantes
As conclusotildees mostraram que transformar um saber cientiacutefico em um saber a
ser ensinado eacute uma tarefa muito difiacutecil mas o conteuacutedo de ondas sonoras
relacionado ao da poluiccedilatildeo sonora eacute importante no processo de produccedilatildeo do
conhecimento escolar e que os professores precisam criar estrateacutegias que
relacionem conhecimentos e saberes teacutecnicos e cientiacuteficos a outros saberes como
os do cotidiano relacionando-os agrave cultura vivencial dos estudantes
Em trecircs trabalhos publicados Bastos e Mattos (2007a 2007b 2008)
mostraram que a partir de enfoques interdisciplinares os conhecimentos da fiacutesica
sobre Poluiccedilatildeo Sonora podem contribuir com a Educaccedilatildeo em Sauacutede para promover
uma vida mais saudaacutevel
Destacaram que aproximaccedilotildees entre toacutepicos da Fiacutesica e da Fonoaudiologia
podem auxiliar na discussatildeo de aspectos da sauacutede auditiva Isso porque os
estudantes expotildeem sua orelha interna5 - sem consciecircncia dos perigos para a
audiccedilatildeo- a alta intensidade sonora disponiacutevel em equipamentos de som portaacuteteis
(MP3 MP4 ipod walkman etc) frequentemente utilizados na sala de aula
Os autores fundamentaram sua pesquisa nos conceitos de perfil conceitual e
interdisciplinaridade Para eles eacute necessaacuterio buscar interdependecircncias entre
diversas aacutereas de conhecimento para abordar problemas da realidade relevantes
para os alunos sem separaacute-los do contexto em que surgem Isso ajudaria os
estudantes a enfrentar problemas do mundo em que vivem o que pode se dar por
meio da complexificaccedilatildeo do conhecimento do cotidiano
Desta forma identificaram quatro hipoacuteteses de integraccedilatildeo do conhecimento
cotidiano 1ordm) hipoacutetese da compatibilidade 2ordm) hipoacutetese da substituiccedilatildeo 3ordm) hipoacutetese
da independecircncia ndash coexistecircncia 4ordm) hipoacutetese da integraccedilatildeo ndash enriquecimento do
conhecimento cotidiano No trabalho Bastos e Mattos (2007a) adotaram a quarta
5 A nova nomenclatura anatocircmica substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo no entanto no Protocolo (BRASIL 2006) os dois termos aparecem com o mesmo significado
48
hipoacutetese a ldquoda integraccedilatildeordquo enriquecimento do conhecimento cotidiano que se refere
agrave transformaccedilatildeo dos conhecimentos que datildeo suporte ao conhecimento escolar
Nesse sentido construiacuteram e aplicaram atividades curtas de multi-abordagem e
delineadas em trecircs etapas exploraccedilatildeo introduccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de conceitos
Os pesquisadores investigaram os conceitos preacutevios de Poluiccedilatildeo Sonora de
236 estudantes de uma escola puacuteblica do Ensino Meacutedio no ano de 2005 para
delimitar os objetivos da pesquisa Para tanto utilizaram um questionaacuterio e uma
representaccedilatildeo imageacutetica acompanhada de sua respectiva descriccedilatildeo
Em 2006 aplicaram as atividades multi-abordagem em 166 estudantes de
quatro turmas do Ensino Meacutedio e tiveram resultados favoraacuteveis
Em 2007 elaboraram um novo questionaacuterio e o aplicaram a 86 estudantes
para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos desenvolvido nas atividades e se
esses passaram a ter algum significado na vida deles
Os pesquisadores concluiacuteram que do ponto de vista do modelo proposto os
estudantes alteraram o perfil conceitual anterior enriquecendo seus criteacuterios de
julgamento com relaccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora Essa tomada de consciecircncia trouxe aos
estudantes a possibilidade de discernir o que eacute audiologicamente saudaacutevel
aplicando os conteuacutedos escolares sem deixar de lado os criteacuterios esteacuteticos e
emocionais que jaacute faziam parte da vida daquelas pessoas
Costa Camargo e Gioppo (2013) pesquisaram os niacuteveis de decibeacuteis a que os
estudantes se expotildeem quando ouvem muacutesicas pelo Aparelho Celular o que pode
trazer prejuiacutezos agrave sauacutede auditiva Os autores buscaram situaccedilotildees contextualizadas
para ensinar fiacutesica relacionando-a com a Educaccedilatildeo para Sauacutede e a Tecnologia para
tanto conciliaram concepccedilotildees sobre poluiccedilatildeo sonora (usando conceitos de acuacutestica)
vinculada ao uso de fones auriculares ligados aos Aparelho Celular
Um questionaacuterio foi aplicado para diagnosticar concepccedilotildees preacutevias em
estudantes do Ensino Meacutedio De posse dos resultados elaboraram quatro atividades
com foco na poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares conectados a Aparelhos
Celulares para escutar muacutesicas e discutiram com os estudantes os efeitos na sauacutede
auditiva
Concluiacuteram que os estudantes ouvem as muacutesicas em volume muito acima
das normas recomendadas Nas atividades contextualizadas concluiacuteram que houve
apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos de ondas sonoras mas perceberam que uma uacutenica
49
sequecircncia didaacutetica natildeo foi suficiente para provocar mudanccedilas de haacutebito entre os
estudantes
Os autores ressaltaram que o Celular pode ser melhor aproveitado no
processo ensino e de aprendizagem atuando como agente motivador dos
estudantes mas eacute importante que se faccedila um uso criacutetico dessa tecnologia e ao
mesmo tempo amplie as relaccedilotildees possiacuteveis com os conteuacutedos como por exemplo
mostrando interfaces com a sauacutede auditiva
27 ARTIGOS RELACIONADOS COM TECNOLOGIA MOacuteVEL
Um conjunto de sete artigos foi localizado na temaacutetica equipamentos
Celulares em atividades educativas Os artigos foram encontrados na Iordf e IIordf ediccedilotildees
do TICEDUCA e na IXordf ediccedilatildeo do ENPEC Artigos relacionados ao uso de Aparelhos
Celulares em atividades educativas
50
ANO TITULO DO ARTIGO NOME DOS
AUTORES
PALAVRA-CHAVE
EVENTO
2010 Enquadramento teoacuterico para a integraccedilatildeo de tecnologias moacuteveis em contexto educativo
Moura e Carvalho
Telemoacutevel6 I TICEDUCA
2012 As tecnologias moacuteveis no ensino da multimeacutedia
Raminhos Ferreira Pereira e Correia
Mobile Learning aprendizagem moacutevel
II TICEDUCA
2012 As tecnologias moacuteveis no processo de ensino e aprendizagem da liacutengua inglesa um estudo exploratoacuterio no cienfic
Lobato e Pedro
Dispositivos moacuteveis no ensino e na aprendizagem
II TICEDUCA
2012 O uso de dispositivos moacuteveis durante a aula analise de um recorte da realidade de universidades puacuteblicas do Brasil
Santos Duram e Burnham
Dispositivos Moacuteveis
II TICEDUCA
2012 O Celular e o ensino de ondas na escola uma proposta preliminar
Costa Gioppo Camargo
Aparelho Celular
II TICEDUCA
2012 Uso de dispositivos moacuteveis em sala de aula uma revisatildeo bibliograacutefica
Santos Duram Burnham
Tecnologias Moacuteveis
II TICEDUCA
2012 Tecnologias Moacuteveis com conexatildeo sem fio na Escola e a Organizaccedilatildeo do Trabalho Pedagoacutegico
Santos Almeida Borges Jesus
Tecnologias Moacuteveis
II TICEDUCA
QUADRO 8 - ARTIGOS SOBRE TECNOLOGIAS MOacuteVEIS FONTE O AUTOR 2014
Moura e Carvalho (2010) avaliaram como os estudantes aprendem em
atividades com suporte de tecnologias moacuteveis visando agrave melhoria do processo de
ensino e de aprendizagem ou como essas tecnologias podem promover o sucesso
educativo Para as pesquisadoras os dispositivos moacuteveis que andam nos bolsos dos
estudantes podem fazer parte das praacuteticas pedagoacutegicas substituindo as poliacuteticas de
proibiccedilatildeo por ter tamanho reduzido esses dispositivos podem ser levados para
diferentes locais promovendo a interaccedilatildeo social a troca de dados e a colaboraccedilatildeo
com outros utilizadores
A pesquisa das autoras foi fundamentada no paradigma educacional mobile
learning (m-learning) que eacute a conjugaccedilatildeo de um estudante atuante a um artefato
moacutevel usado como ferramenta de apoio ao ensino mediado pela accedilatildeo pedagoacutegica
que de forma interativa leva agrave interiorizaccedilatildeo de conhecimentos novos ressignificando
o uso do Celular e exploraram experiecircncias de integraccedilatildeo no ambiente escolar (m-
learning) e investigaram a forma de apropriaccedilatildeo de conteuacutedos pelos estudantes que
6 Em Portugal o Aparelho Celular eacute chamado de telemoacutevel e o TICEDUCA eacute um evento que ocorre
laacute portanto esta palavra chave foi inserida na busca
51
usaram o Celular para completar tarefas escolares e de apoio aos estudos De
acordo com os dados recolhidos os Aparelhos Celulares impactaram a
aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo no envolvimento dos
alunos em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de opiniatildeo sobre a escola e os
estudos Tambeacutem as autoras perceberam que os Aparelhos Celulares podem ser
integrados em diferentes atividades de aprendizagem podendo vir a ser fonte de
motivaccedilatildeo dos alunos pela escola e no processo de ensino e de aprendizagem
Raminhos et al (2012) revisaram a literatura referente a importacircncia das
tecnologias moacuteveis (Celulares e outros equipamentos) no ensino e na
aprendizagem para explorar o conceito de Moacutebile Learning e identificar sua
utilizaccedilatildeo na educaccedilatildeo e localizaram 39 artigos Apoacutes anaacutelise dos artigos
elaboraram uma intervenccedilatildeo didaacutetica para estudantes de um curso profissionalizante
para investigar como as tecnologias moacuteveis podem apoiar a aprendizagem
Na intervenccedilatildeo didaacutetica os pesquisadores perceberam que existem duas
visotildees na utilizaccedilatildeo do m-learning a visatildeo do ensino protagonizado pelo professor e
a visatildeo da aprendizagem cujo alvo seraacute o estudante que mostra grande interesse
em utilizar o m-learning como ferramenta de estudo
Na conclusatildeo os autores deixam evidente que Mobile Learning natildeo resolve os
problemas de ensino e aprendizagem contudo concluiacuteram que o levantamento
bibliograacutefico sobre o tema pode contribuir para investigaccedilotildees futuras Reiteraram que
m-learning eacute interessante para a educaccedilatildeo e que outros autores pesquisados por
eles concordam que eacute uma opccedilatildeo a mais para entusiasmar envolver e compreender
a aprendizagem dos estudantes atuais
Lobato e Pedro (2012) trataram de dificuldades educativas percebidas por
formandos de um centro de formaccedilatildeo profissional esses foram expostos agraves
dinacircmicas da sala de aula e a meacutetodos de ensino diferenciados A ideia era
desenvolver conceitos usando estrateacutegias motivadoras sem ficar restritos a
caminhos curriculares preacute-definidos Nesse sentido os Aparelhos Celulares foram
usados como ferramentas de ensino para construir a aprendizagem funcionando
como parceiros para o professor e para os estudantes
As autoras consideraram que vivemos na ldquoEra da Conexatildeordquo (p2) na qual o
acesso agrave informaccedilatildeo deixou de estar confinado ao computador pessoal e se
estendeu aos Aparelhos Celulares os estudantes de hoje satildeo ldquonativos digitaisrdquo e o
52
cotidiano sem tecnologia natildeo faz sentido Para esta geraccedilatildeo natildeo possuir telemoacutevel
(Aparelho Celular) eacute quase fator de exclusatildeo social
Aplicaram um questionaacuterio com objetivo de analisar concepccedilotildees dos
professores de inglecircs de um centro de formaccedilatildeo profissional sobre a utilizaccedilatildeo de
Aparelhos Celulares em contexto escolar
Os resultados evidenciaram que em alguns momentos os Aparelhos Celulares
satildeo considerados como potenciais elementos de distraccedilatildeo que perturbam a
concentraccedilatildeo dos alunos nas tarefas escolares poreacutem defendem que esta
tecnologia de faacutecil acesso pode trazer benefiacutecios para a educaccedilatildeo permitindo aos
estudantes aprender para aleacutem dos limites da sala de aula pois os estudantes tecircm
cada vez mais acesso agrave informaccedilatildeo e ao conhecimento e os Aparelhos Celulares
podem ser aliados dos professores
Santos et al (2012) observaram que o uso de dispositivos moacuteveis (chamados
ciberinstrumentos7) presentes nas salas de aula do ensino superior vecircm
aumentando nos uacuteltimos anos O objetivo dos autores foi avaliar e discutir o uso de
ciberinstrumentos durante as aulas em trecircs turmas de diferentes universidades
puacuteblicas brasileiras sediadas no Estado da Bahia
Os instrumentos para a constituiccedilatildeo dos dados incluiacuteram um questionaacuterio
respondido por 46 estudantes e anotaccedilotildees de campo (descritivas e analiacuteticas)
Os resultados mostraram que entre os pesquisados o nuacutemero de
ciberinstrumentos supera o nuacutemero de computadores desktops os mais usados em
sala de aula satildeo os notebooks e os Celulares que podem facilitar os processos de
construccedilatildeo do conhecimento
Os autores tambeacutem investigaram os efeitos colaterais da tecnologia e
observaram que os ciberinstrumentos podem ser objetos de distraccedilatildeo Os que mais
distraem os estudantes satildeo as redes sociais e SMS A maioria dos estudantes
concordou que houve algum grau de prejuiacutezo de concentraccedilatildeo durante as aulas e
sugeriram um controle de uso do wi fi
Costa Gioppo e Camargo (2012) apresentaram uma proposta preliminar
sobre o uso do Celular como ferramenta de ensino que auxilia na praacutetica de sala
aula para ensinar ondas eletromagneacuteticas a motivaccedilatildeo inicial foi o constante e
7 De acordo com Santos et al 2012 ciberinstrumentos (SANTOS DURAN BURNHAM 2010) satildeo lap tops Aparelhos Celulares ou qualquer tecnologia com acesso wifi
53
excessivo uso do Celular durante o periacuteodo letivo Um questionaacuterio foi aplicado para
200 estudantes para entender o uso dos Aparelhos Celulares De posse dos
resultados elaboraram uma intervenccedilatildeo didaacutetica com abordagem investigativa sobre
ondas eletromagneacuteticas na qual participaram 27 estudantes Utilizaram filmes sobre
interferecircncia das ondas eletromagneacuteticas em aparelhos eletrocircnicos e observaram a
interferecircncia do recebimento de mensagem no Celular em caixas de som e
avaliaram a aprendizagem com questotildees para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos
conteuacutedos de eletromagnetismo
Na conclusatildeo os autores ressaltaram que a maior parte dos estudantes
usufrui da tecnologia do Celular e o faz na escola poreacutem natildeo para fins didaacuteticos
mostrando que haacute necessidade de mais pesquisas na aacuterea Na atividade de
intervenccedilatildeo didaacutetica os autores perceberam que houve vaacuterios problemas como de
interpretaccedilatildeo das questotildees a coacutepia de respostas do livro didaacutetico a falta de um
delineamento mais robusto da atividade que parece ter ficado em aberto e ainda
havia necessidade de proposta para transformaacute-la em uma sequencia didaacutetica Para
os autores o Aparelho Celular eacute uma tecnologia que natildeo deve ser desperdiccedilada no
contexto escolar e que pode ser usada no processo de ensino e de aprendizagem O
Celular pode ser um agente motivador dos estudantes para aulas diferenciadas
possibilitando a compreensatildeo das possibilidades e limites da tecnologia mas eacute
importante que se faccedila uma anaacutelise criacutetica do processo mostrando tambeacutem outras
interfaces com a sauacutede a poliacutetica de telecomunicaccedilotildees etc
Santos et al (2012) investigaram sobre o uso de tecnologias moacuteveis em sala
de aula e perceberam que eacute pouco explorada O objetivo do trabalho foi realizar uma
revisatildeo bibliograacutefica da temaacutetica apontando as principais questotildees tratadas A partir
de buscas em siacutetios eletrocircnicos como o ISI Web of Science e Google Scholar e
encontraram 13 artigos cinco deles identificam como estudantes usam seus
ciberinstrumentos em sala de aula e os oito restantes falam da relaccedilatildeo entre o uso
de ciberinstrumento moacutevel envolvendo comportamento multitarefas e o desempenho
acadecircmico dos estudantes Tambeacutem investigaram como os estudantes percebem o
uso natildeo de ciberinstrumentos segundo os autores eacute difiacutecil avaliar quatildeo aplicaacutevel eacute o
uso livre de ciberinstrumentos moacuteveis nas salas de aula ou a quanto afeta a
aprendizagem
De acordo com os autores os principais apontamentos encontrados nos
trabalhos foram como 1ordm) o trabalho em grupo eacute pouco valorizado nas dinacircmicas de
54
sala de aula nos processos de construccedilatildeo coletiva do conhecimento isto eacute
valorizam a esfera individual em detrimento da coletiva 2ordm) natildeo haacute estudos
envolvendo variados tipos de ciberinstrumentos os trabalhos encontrados estatildeo
concentrados no uso de tablets laptops e Celulares 3ordm) O foco das pesquisas foi a
de apontar vantagens ou desvantagens 4ordm) eacute necessaacuterio enriquecer as pesquisas
com abordagens qualitativas
Os autores concluiacuteram que a maioria dos trabalhos se concentra em avaliar a
relaccedilatildeo do uso do comportamento multitarefas com o desempenho acadecircmico de
estudantes usando abordagens qualitativas
28 PROJETOS QUE UTILIZAM O APARELHO CELULAR COMO FERRAMENTA
DE ENSINO
Aleacutem dos artigos sobre Aparelho Celular localizados nas duas ediccedilotildees do
TICEDUCA encontrei tambeacutem quatro Projetos que tecircm iniciativas do uso do
Aparelho Celular como suporte ao ensino e a aprendizagem publicados pela Unesco
(2012)
1ordm) Minha Vida Moacutevel8 (MvMob) - Brasil tem como objetivo formar professores
e estudantes para produccedilatildeo de audiovisuais utilizando Aparelhos Celulares e com
isso promover o intercambio cultural por meio de uma rede interativa O programa
consiste em um portal de conteuacutedo e interaccedilatildeo e diversas atividades
2ordm) Projeto Escola com Celular de CaraguatatubaSP - Brasil utiliza as redes
sociais e os Telefones Celulares como ferramentas de apoio das atividades
escolares propotildee o uso dessas Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TICs)
para aproximar professores e estudantes associando a realidade dos mesmos aos
conteuacutedos curriculares para estimular a aprendizagem estimular a participaccedilatildeo e a
convivecircncia social na escola e na cidade e tambeacutem para praticar a inclusatildeo digital e
suas premissas mobilidade conectividade e sustentabilidade
3ordm) PSU Moacutevel ndash Chile eacute um aplicativo moacutevel que permite ao usuaacuterio acessar
conteuacutedo gratuito para download exerciacutecios jogos e podcasts todos organizados
8 httpwwwmvmobcombrmvmobo-que-eo-que-e
55
por assunto tem como objetivo permitir que os estudantes do ensino meacutedio possam
se preparar para ingressar no ensino superior
4ordm) Evaluacioacuten de Aprendizajes por meio de Celulares - Paraguai lanccedilado em
2011 pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo do Paraguai tem o objetivo de explorar a
possibilidade de aplicaccedilatildeo de testes padronizados com o uso de Aparelhos
Celulares O projeto foi destinado a estudantes dos primeiros anos do ensino meacutedio
envolvendo as disciplinas de Matemaacutetica Liacutengua Espanhola e Literatura em
trezentas escolas puacuteblicas do Paraguai preparando tambeacutem professores e diretores
para ajudar os estudantes realizar os testes nos Aparelhos Celulares e ainda
fornecer suporte teacutecnico no dia do exame
Esses projetos natildeo tecircm relaccedilatildeo direta com o ensino de Fiacutesica nem mesmo
pesquisam sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora e seus efeitos na sauacutede auditiva mas me
pareceram iniciativas interessantes que podem ser aplicadas para incluir as
perspectivas analisadas nesta dissertaccedilatildeo
29 RESUMO DAS DISSERTACcedilOtildeES E TESES LOCALIZADAS NO BANCO DE
TESES DA CAPES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA
Busquei nas dissertaccedilotildees e teses depositadas no banco da CAPES as
seguintes palavras chaves Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente Escolar Ruiacutedo e Som
publicadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo
Ano Tiacutetulo Autor Palavra Chave
Universidade
2004 Poluiccedilatildeo sonora em escolas do Distrito Federal
Eniz Poluiccedilatildeo Sonora
PUC Dissertaccedilatildeo Mestrado
2006
A presenccedila do ruiacutedo do trem em escolas do entorno da linha feacuterrea na cidade de Curitiba-PR Contribuiccedilatildeo para a construccedilatildeo dialeacutetica em educaccedilatildeo socioambiental
Gasperin
Poluiccedilatildeo Sonora
UFPR Dissertaccedilatildeo Mestrado
2007
Reflexotildees sobre o ambiente sonoro da cidade de Curitiba A percepccedilatildeo do ruiacutedo urbano e seus efeitos sobre a qualidade de vida de moradores dos setores especiais estruturais
Ribas Ruiacutedo UFPR Tese
Doutorado
2007 Fiacutesica para uma Discriminaccedilatildeo Auditiva Bastos Poluiccedilatildeo Sonora
USP Dissertaccedilatildeo de
Mestrado QUADRO 9 - LEVAMENTO NO BANCO DE TESES DA CAPES INDICANDO ANO NUMERO TOTAL DE TRABALHOS PUBLICADOS FONTE O AUTOR (2014)
56
Eniz (2004) pesquisou a poluiccedilatildeo sonora em escolas puacuteblicas e privadas do
Distrito Federal Sua investigaccedilatildeo se pautou nas condiccedilotildees acuacutesticas (niacuteveis de
pressatildeo sonora e tempo de reverberaccedilatildeo do som) em sala de aula e na percepccedilatildeo
dos professores e estudantes acerca das condiccedilotildees de conforto ambiental
oferecidas pelas escolas agrave sauacutede Assim buscou identificar as causas da poluiccedilatildeo
sonora tanto no ambiente escolar como no entorno das escolas verificando se o
Plano Diretor de Taguatinga e as Normas de Gabarito do Nuacutecleo Bandeirante
possuem accedilotildees de prevenccedilatildeo e de mitigaccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora no ambiente
escolar
A pesquisa foi realizada com professores e estudantes de 10 escolas
vinculadas agrave Secretaria de Educaccedilatildeo do Distrito Federal Por vaacuterios dias da semana
mediu-se o niacutevel de pressatildeo sonora no interior e no exterior das salas de aula e da
escola com os estudantes em suas atividades normais Aplicou um questionaacuterio para
professores e estudantes com objetivo de obter informaccedilotildees acerca das condiccedilotildees
de trabalho e sauacutede dos professores e os efeitos negativos na sauacutede humana do
excesso de ruiacutedo no processo ensino-aprendizagem Confrontou os niacuteveis de
pressatildeo sonora e tempo de reverberaccedilatildeo com as normas vigentes e analisaram as
respostas do questionaacuterio
Os resultados do questionaacuterio com professores e estudantes indicaram que
59 nunca fizeram exame audiomeacutetrico revelando pouca preocupaccedilatildeo com este
tipo de acompanhamento poreacutem as queixas mais comuns foram ambiente
intranquilo e estressante e barulhento Sobre os problemas de sauacutede o autor
identificou as seguintes queixas dor de garganta dor nas pernas
irritaccedilatildeonervosismo e cansaccedilo mentalestresse como as mais expressivas de
acordo com o pesquisador o ruiacutedo natildeo pode ser considerado como causa direta de
doenccedilas mentais mas ele presume que acelera e intensifica o desenvolvimento de
desordens mentais latentes
Em relaccedilatildeo ao barulho proveniente do traacutefego urbano identificado pelo estudo
os professores admitiram constante interrupccedilatildeo em suas aulas devido ao barulho
externo do restante 26 sentiram-se incomodados algumas vezes e nenhum
participante da pesquisa admitiu nunca ter sido interrompido pelo ruiacutedo urbano O
excesso de ruiacutedo naquele ambiente prejudicou a comunicaccedilatildeo em sala de aula
levou os professores a sentirem dificuldades de concentraccedilatildeo e obrigando-os a
esforccedilos constantes para se fazerem entender
57
As anaacutelises consideraram aspectos relativos agrave legislaccedilatildeo e agraves normas
teacutecnicas vigentes que regulam a construccedilatildeo e modificaccedilatildeo de estabelecimentos de
ensino Concluiu tambeacutem os efeitos dos ruiacutedos no ensino e na aprendizagem pois
salas de aula com estimulaccedilotildees auditivas em excesso podem promover a distraccedilatildeo
acarretando prejuiacutezos significativos para a aprendizagem
O autor concluiu que em todas as escolas os niacuteveis de ruiacutedos estatildeo acima
dos recomendados pela NBR 101519 (ABNT 1987) com variaccedilatildeo de intensidade
entre a 829 dB(A)10 a 1146 dB(A) Professores e estudantes se comunicam em tom
de voz gritado o que pode trazer danos agrave sauacutede e prejuiacutezos agrave aprendizagem uma
vez que todas as escolas estatildeo localizadas em regiotildees onde o traacutefego aeacutereo eou
terrestre eacute intenso
Segundo o pesquisador as escolas mais afetadas estatildeo localizadas em
regiotildees que natildeo seguiram um planejamento urbano preacute-definido satildeo escolas mal
localizadas dentro da malha urbana que tecircm suas dependecircncias fortemente
afetadas pelo ruiacutedo ambiental
Gasperin (2006) pesquisou o impacto de ruiacutedo provocado pelo trem por ser
considerado um elemento cultural das velhas lembranccedilas alimentadas por mitos que
povoam o imaginaacuterio e despertam certo saudosismo na populaccedilatildeo e com isso
dificultam sua percepccedilatildeo como fonte de poluiccedilatildeo sonora Duas escolas foram
selecionas pela autora por fazer parte da histoacuteria da construccedilatildeo da oficina de
reparos das locomotivas e com impacto auditivo da passagem do trem durante o
horaacuterio de aula Assim observou as contradiccedilotildees que impedem a percepccedilatildeo dos
estudantes e professores em relaccedilatildeo agrave aprendizagem
O objetivo da autora foi mostrar a influecircncia dos significados do ruiacutedo do trem
para os humanos a fim de ter o sujeito ecoloacutegico como processo estrateacutegico da
Educaccedilatildeo Ambiental pesquisando se os ruiacutedos produzidos pelas locomotivas estatildeo
acima dos niacuteveis de decibeacuteis satildeo considerados adequados agraves salas de aula se eou
como o corpo docente percebe a presenccedila do trem como um agente de risco
9 A Norma Brasileira Regulamentadora 10151 encontra-se no anexo V desta dissertaccedilatildeo
10 A unidade de medida de niacuteveis de conforto acuacutestico (decibeacuteis) eacute representada em alguns
documentos como dB e em outros como dB(A) Por exemplo o Decreto Federal No 81621 de 03051978 (BRASIL 1968) em seu anexo 32 regulamenta as unidades de medida usando o dB como unidade de medida para Decibeacuteis Jaacute a NBR 10152 de dezembro de 1987 (norma da ABNT) definem niacuteveis de Pressatildeo Sonora e adota o dB(A) como unidade de medida para os decibeacuteis Nesta dissertaccedilatildeo acompanho a norma 10152 da (ABNT 1987) e adoto dB(A) como unidade de medida de Niacuteveis de Pressatildeo Sonora
58
ambiental quanto agrave poluiccedilatildeo sonora averiguando o significado do ruiacutedo do trem
junto aos estudantes e docentes das escolas proacuteximas agrave linha feacuterrea com enfoque
na questatildeo do som no ambiente
A pesquisa de campo foi realizada em duas escolas puacuteblicas da cidade de
Curitiba (PR) denominadas A e B composta de 938 estudantes do ensino
fundamental e foram selecionados por estarem geograficamente expostas a ruiacutedos
sonoros quando da passagem do trem a escola A situa-se a 55 metros de distacircncia
da linha feacuterrea e a Escola B tem seus muros nos fundos com a oficina mecacircnica da
empresa que administra esta linha feacuterrea e emite fortes ruiacutedos e a 20 m de distacircncia
de onde circula o trem
O trem eacute um produto da praacutexis histoacuterico-cultural humana e estaacute inserido na
sociedade influenciando a vida das pessoas do entorno da via feacuterrea Assim o trem
traz um significado psicoloacutegico na relaccedilatildeo entre o sujeito e o mundo objetivo
predominando a concepccedilatildeo utilitarista pelo seu significado A autora aplicou um
questionaacuterio para estudantes e professores das escolas e realizou mediccedilotildees do
niacutevel de pressatildeo sonora nas salas de aula quando o trem passa e em condiccedilotildees de
aula sem o ruiacutedo do trem
A autora concluiu que a existecircncia de uma realidade de coexistecircncia da vida
urbana agravada pela presenccedila da linha feacuterrea nas atividades da vida escolar na
qual o trem eacute um produto da praacutexis histoacuterico-cultural humana inserido na sociedade
influenciando a vida particularmente das pessoas do entorno da via feacuterrea trazendo
significado psicoloacutegico com funccedilatildeo mediadora na relaccedilatildeo entre o sujeito e o mundo
objetivo
Ribas (2007) analisou os contrastes entre o conceito de qualidade de vida
empregado em diferentes contextos na aacuterea da sauacutede na aacuterea urbana e no
ambiente A autora buscou estudar e compreender como se da agrave percepccedilatildeo da
poluiccedilatildeo sonora pela populaccedilatildeo e a relaccedilatildeo existente entre som (ruiacutedo) ndash sauacutede
(auditiva) ndash ambiente (urbano) uma vez que Curitiba tem se mostrado um campo
feacutertil para o desenvolvimento de problemas ambientais e dentre eles a poluiccedilatildeo
sonora causada em grande parte pelo traacutefego de veiacuteculos e percebeu que os
niacuteveis de ruiacutedo urbanos na cidade de Curitiba natildeo estatildeo dentro dos limites
especificados legalmente e que podem causar prejuiacutezos agrave sauacutede da populaccedilatildeo Nas
diversas aacutereas mapeadas foi constatado que o ruiacutedo urbano enquadra-se num
patamar grave e em algumas situaccedilotildees em pontos proacuteximos agraves vias raacutepidas o
59
volume chega agrave beira da saturaccedilatildeo pois o traacutefego de veiacuteculos eacute a grande causa do
ruiacutedo urbano em Curitiba Satildeo ruiacutedos provenientes de veiacuteculos automotivos (carros
ocircnibus e caminhotildees) aeronaves e trens Os niacuteveis de poluiccedilatildeo sonora atingem seus
maiores iacutendices nessas vias estruturais da cidade
O objetivo da pesquisa foi agrave caracterizaccedilatildeo da qualidade do ambiente sonoro
na cidade de Curitiba Para tanto a autora fez mediccedilotildees da variaccedilatildeo do ruiacutedo
urbano Tambeacutem avaliou a percepccedilatildeo que as pessoas tecircm deste ambiente sonoro
procurando identificar os prejuiacutezos que a poluiccedilatildeo sonora causa Investigou como os
moradores das regiotildees investigadas reagem ao ambiente sonoro ao qual estatildeo
expostos Verificou quais poliacuteticas puacuteblicas foram implementadas para monitorar e
reduzir o ruiacutedo urbano na cidade e seu impacto sobre a qualidade de vida dos
moradores e analisou como os gestores ambientais tecircm desempenhado suas
funccedilotildees diante deste problema
De acordo com a autora o Plano Diretor de Curitiba (1975) teve como
principal foco o crescimento a malha viaacuteria especificamente a do transporte coletivo
Uma das diretrizes gerais daquele plano ainda em vigor refere-se aos eixos
estruturais do transporte coletivo que deveriam ser adensados e para isso foram
equipados com toda a infraestrutura urbana e dotados de um sistema de transporte
de massa capaz de atender tanto a demanda da eacutepoca quanto a que viria no futuro
Aleacutem da anaacutelise do plano diretor a autora pesquisou e categorizou as
denuacutencias referentes agrave poluiccedilatildeo sonora registrada junto agrave Secretaria Municipal do
Meio Ambiente e observou 3036 denuacutencias efetuadas no ano de 2005 48 eram
oriundas da passagem do trem e 38 de veiacuteculos de transporte individual ou coletivo
A autora realizou um levantamento de pesquisas que diagnosticou a poluiccedilatildeo
sonora e sua evoluccedilatildeo na cidade de Curitiba e concluiu que devido ao aumento do
nuacutemero veiacuteculos os niacuteveis de ruiacutedo tecircm se acentuado contrariamente ao que se
esperava de uma cidade que recebeu o tiacutetulo de capital ecoloacutegica
Em seguida Ribas (2007) mediu os niacuteveis miacutenimos meacutedios e maacuteximos de
pressatildeo sonora encontrados no interior das residecircncias de acordo com o
preconizado pela Norma NBR 1015211 Acuacutestica - Avaliaccedilatildeo do ruiacutedo ambiente em
recintos de edificaccedilotildees visando o conforto dos usuaacuterios ndash procedimento (ABNT
1987) Os resultados indicaram que em 86 dos locais pesquisados a intensidade
11A Norma Brasileira Regulamentadora 10152 encontra-se no anexo VI desta dissertaccedilatildeo
60
de ruiacutedo extrapola os niacuteveis recomendados e percebeu tambeacutem que imoacuteveis abaixo
do niacutevel da rua estatildeo mais sujeitos aos mais altos niacuteveis de ruiacutedo desta forma foi
possiacutevel confirmar niacuteveis exacerbados de ruiacutedo em edificaccedilotildees concentradas nos
Setores Especiais Estruturais de Curitiba
Apoacutes as mediccedilotildees a autora entrevistou os moradores das residecircncias e trecircs
gestores envolvidos com planejamento urbano da cidade de Curitiba com objetivo
de verificar qual a prioridade dada pelos gestores a mitigaccedilatildeo do ruiacutedo urbano se
eles reconheciam que os niacuteveis de ruiacutedo urbano estatildeo acima do recomendado e
permitido legalmente se eles percebiam o ruiacutedo como fator ambiental negativo
finalmente analisou se existe uma poliacutetica puacuteblica municipal destinada agrave reduccedilatildeo da
emissatildeo do ruiacutedo na cidade
A autora destacou que os moradores entrevistados percebiam o ruiacutedo como
fonte geradora de desconforto poreacutem natildeo fizeram denuacutencias aos oacutergatildeos
competentes Por outro lado alguns entrevistados apesar de considerarem o ruiacutedo
urbano como um fator negativo disseram natildeo sentir desconforto em ambientes
barulhentos
O traacutefego de veiacuteculos foi considerado a maior causa do ruiacutedo urbano mas a
comunidade natildeo considerou o ruiacutedo como fator de risco agrave sauacutede por estar
acostumada agrave presenccedila dele Natildeo houve percepccedilatildeo dos efeitos da poluiccedilatildeo sonora
sobre a qualidade de vida e da sauacutede Os entrevistados relataram ainda que nunca
tiveram contato com campanhas de educaccedilatildeo ambiental voltada para sauacutede
auditiva
Com relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos gestores sobre o ruiacutedo urbano ficou
evidenciado que eles tambeacutem possuem sentimentos de fatalismo e inevitabilidade
aleacutem do mais o ruiacutedo natildeo encontra lugar de prioridade dentre os problemas urbanos
e isso dificulta ainda mais a realizaccedilatildeo de accedilotildees em niacutevel governamental que visem
agrave reduccedilatildeo do ruiacutedo urbano
A autora sugeriu que para ser efetivamente combatido haacute que se investir na
formaccedilatildeo de gestores com conhecimento do que vem a ser o ruiacutedo e seus efeitos na
sauacutede humana Aleacutem do que para a tomada de decisotildees na esfera puacuteblica eacute
necessaacuterio considerar a opiniatildeo da comunidade
Bastos (2007) delineou formas de ensinar Fiacutesica a estudantes do Ensino
Meacutedio a partir de eventos do cotidiano de forma que a abordagem de conteuacutedos de
Fiacutesica torna-se mais significativo e prazeroso e ao mesmo tempo com utilidade
61
vivencial da praacutetica dos mesmos relacionando agrave sauacutede auditiva Considerou que os
estudantes tem posse de sons portaacuteteis (MP3 MP4 ipod walkman etc) ou estatildeo
expostos uma vez que costuma expor seus ouvidos a alta intensidade sonora sem
consciecircncia nem conhecimentos de que as muacutesicas em volume alto podem levar a
perda induzida de audiccedilatildeo
O objetivo foi mostrar que a Fiacutesica pode ajudar a compreender as
propriedades do som e tambeacutem verificar como o som age no organismo vivo
utilizando agrave noccedilatildeo de perfil conceitual e os conceitos de interdisciplinaridade e
complexificaccedilatildeo como referencial teoacuterico
Na metodologia relacionou os conceitos de Fiacutesica com os de sauacutede auditiva
em funccedilatildeo das praacuteticas cotidianas dos estudantes Em 2005 ndash preacute-teste zero -
aplicaram um questionaacuterio com 5 questotildees e uma representaccedilatildeo imageacutetica para
levantamento dos conceitos preacutevios dos estudantes sobre poluiccedilatildeo sonora e com as
respostas em seguida definiu categorias perceptivas sobre o tema No preacute-teste um
em 2005 apoacutes verificaccedilatildeo dos conhecimentos preacutevios e das categorias (emocional
esteacutetico fisioloacutegico) aplicaram outro questionaacuterio com 18 questotildees focando tais
percepccedilotildees subjetivas Em 2006 no preacute-teste dois avaliou e identificou as primeiras
compreensotildees do conhecimento complexificado nas atividades propostas No
mesmo ano apoacutes aplicaccedilatildeo das atividades verificou se houve apropriaccedilatildeo do
conceito e compreensatildeo do conhecimento complexificado Em 2007 refez atividades
para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos por meio de um questionaacuterio com
oito questotildees Todas as atividades foram aplicadas agrave estudantes do Ensino Meacutedio
de uma escola puacuteblica com idades variando de 16 a 20 anos
A autora concluiu que as coleta de dados antes durante e depois das
atividades foi um importante fator para tomada de consciecircncia dos estudantes com
relaccedilatildeo ao conteuacutedo de Fiacutesica desenvolvido nas atividades pois eles percebeu que
houve mudanccedila de perfil conceitual com relaccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora O aprendizado
adquirido pelos estudantes possibilitou o discernimento do que eacute saudaacutevel no
entanto a autora natildeo percebeu que estudantes transitaram conscientemente entre
as diferentes zonas do perfil conceitual selecionando criteacuterios dentre todos os
oferecidos agrave consciecircncia o mais adequado com o contexto de vivecircncia mas houve
uma integraccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico com o cotidiano
Para a autora a construccedilatildeo interdisciplinar natildeo eacute uma tarefa simples de ser
realizada quando deixado por conta das decisotildees dos estudantes imaginando que
62
eles construiratildeo relaccedilotildees entre teoria e metodologias que fundamentam a
interdisciplinaridade mas eacute imprescindiacutevel o interesse do professor em se atualizar
buscar novas formas de apresentar o conhecimento que faccedila sentido para ele e os
estudantes A dissertaccedilatildeo propotildee incluir o tema de acuacutestica e a aplicaccedilatildeo das
atividades no planejamento escolar mas tambeacutem incentiva o leitor inspirar-se na
construccedilatildeo de outras relaccedilotildees interdisciplinares que tenham mais valor para ele
para os estudantes para a comunidade na qual estaacute inserida a escola
210 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO
A revisatildeo de literatura revelou que o tema ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute pouco
discutida entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias (quatro
trabalhos apresentados em congressos) e inexistente nos Encontros de Pesquisa de
Educaccedilatildeo Ambiental mas jaacute comeccedila ser apontada nas dissertaccedilotildees e teses
depositadas no banco da CAPES (duas dissertaccedilotildees e uma tese) Desta forma haacute
uma clara lacuna na pesquisa educacional no que se refere a uma problemaacutetica tatildeo
presente e contemporacircnea Os trabalhos evidenciaram que o crescimento dos
transportes urbanos carros e trens que cortam as cidades tecircm efeito sobre o
aumento do ruiacutedo urbano com consequecircncias para a sauacutede de forma geral e podem
prejudicar o ensino e a aprendizagem
Por outro lado a poluiccedilatildeo sonora pode ser estudada de forma criacutetica se
abordada com aspectos da Educaccedilatildeo Ambiental O som faz parte do cotidiano da
vida e em muitos momentos os excessos natildeo satildeo percebidos
Em relaccedilatildeo ao uso do Aparelho Celular foram identificados sete estudos e
ficou evidente que esta tecnologia de faacutecil acesso jaacute estaacute inserida na escola Os
trabalhos indicaram tambeacutem que os Aparelhos Celulares impactaram a
aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo no envolvimento deles
em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de opiniatildeo sobre a escola e os estudos
Os projetos que utilizam Aparelhos Celulares como apoio ao Ensino e a
Aprendizagem sendo dois no Brasil um no Chile e outro no Uruguai tem como
objetivo auxiliar na formaccedilatildeo de professores e dos estudantes do Ensino
63
Fundamental e Meacutedio Embora os Aparelhos Celulares estejam nas matildeos dos
professores e de estudantes ainda satildeo poucas as iniciativas com projetos na aacuterea
de ensino No entanto natildeo haacute nenhuma relaccedilatildeo com a poluiccedilatildeo sonora ou ruiacutedos
oriundos dos fones auriculares quando utilizados para ouvir muacutesica o que corrobora
a necessidade de estudos como o proposto nesta dissertaccedilatildeo
No Banco de dissertaccedilotildees e Teses da Capes foram localizadas apenas quatro
pesquisas sobre poluiccedilatildeo sonora relacionadas a aacuterea educacional Isso corrobora
com a necessidade de mais estudos na aacuterea
Na proacutexima seccedilatildeo discuto o aporte teoacuterico a partir de trecircs premissas
fundamentais para o desenvolvimento desta pesquisa alteraccedilotildees no conceito de
cultura e identidade que emergem na sociedade contemporacircnea As alteraccedilotildees no
significado de som ruiacutedo e poluiccedilatildeo sonora e partir de mudanccedilas na percepccedilatildeo da
relaccedilatildeo espaccedilo-temporal na sociedade contemporacircnea As tecnologias de faacutecil
acesso como a do Aparelho Celular e do uso de fones auriculares modificando o
ambiente escolar e as percepccedilotildees de pertencimento ao grupo
64
3 PERSPECTIVAS CULTURAIS E AS ALTERACcedilOtildeES NAS PERCEPCcedilOtildeES
ESPACcedilO-TEMPORAIS SOBRE SOM E RUIacuteDO
Esta dissertaccedilatildeo foi proposta a partir de trecircs premissas a saber
Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos
indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade
moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo
espaccedilo-temporal
Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o meio
a partir de uma outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal
modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e
seus impactos na sauacutede
O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si
modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante
sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo
Nesta seccedilatildeo busco em alguns pensadores explicaccedilotildees sobre as mudanccedilas
que ocorreram na sociedade contemporacircnea e que datildeo aporte a tais premissas
Para desenvolvecirc-la teoricamente revejo o conceito de Cultura abordado por Hall
(2007) e as discussotildees que este autor desenvolve sobre a noccedilatildeo de significado a
partir da ideia de Circuito Cultural essas discussotildees satildeo realizadas na primeira
parte intitulada ldquoCulturas e Identidades na poacutes-modernidaderdquo
A partir disso abordo o conceito de Interaccedilatildeo Social e a modificaccedilatildeo
transformaccedilatildeo do ambiente discutido por Vygotsky (2007) e as mudanccedilas nas
formas de interaccedilatildeo social geradas pelos novos meios de comunicaccedilatildeo Thompson
(2011) a seccedilatildeo centra-se no argumento de que o Aparelho Celular modifica as
interaccedilotildees sociais especialmente no Ambiente Escolar Para tanto abordo
pressupostos teoacutericos da cultura contemporacircnea e suas especificidades para o
ambiente escolar Este ambiente entendido como territoacuterio de disputa de identidades
(HALL 2011) nas quais os estudantes produzem reproduzem e modificam a
sociedade em que vivem e a relaccedilatildeo que tecircm com os meios de comunicaccedilatildeo de faacutecil
acesso (especialmente o Aparelho Celular) permitindo outras possibilidades de
65
inserccedilatildeo no grupo facilitando o sentimento de pertencimento a ele pois Thompson
(2011) sugere que ldquoAo alterar a compreensatildeo do lugar e do passado o
desenvolvimento dos meios de comunicaccedilatildeo modificou o sentido de pertencimento
dos indiviacuteduos isto eacute a compreensatildeo dos grupos e das comunidades a que eles
sentem pertencerrdquo (p 61 62)
Essas discussotildees satildeo realizadas na segunda parte intitulada ldquoInteraccedilotildees
sociais Tecnologia e o Ambiente Escolarrdquo Ainda fundamentado em Thompson
(2011) discuto o impacto dos meios de transportes nas culturas nas identidades e
na forma como percebemos e interagimos em sociedade A discussatildeo sobre a
percepccedilatildeo estaacute centrada nos aspectos do significado de som ruiacutedo e poluiccedilatildeo
sonora produzidos pelos meios de transporte e seus impactos agrave sauacutede humana
Essas discussotildees satildeo realizadas na terceira parte intitulada ldquoNiacuteveis de Pressatildeo
Sonora nas ruas do entorno do Coleacutegiordquo
31 CULTURAS E IDENTIDADES NA POacuteS-MODERNIDADE
A ideacuteia de cultura eacute usada para descrever um modo de vida e suas formas de
pensar sentir e atuar que satildeo assimiladas por grupos humanos Estas accedilotildees
relativas ao comportamento satildeo determinadas pela cultura estabelecida no contexto
em que esses humanos estatildeo inseridos Hall (2007) explica a grande expansatildeo do
conceito de cultura e o que estaacute associado a ele constituindo todos os aspectos da
vida social
Os seres humanos satildeo seres interpretativos instituidores de sentido A accedilatildeo social eacute significativa tanto para aqueles que a praticam quanto para os que a observam natildeo em si mesma mas em razatildeo dos muitos e variados sistemas de significado que os seres humanos utilizam para definir o que significam as coisas e para codificar organizar e regular sua conduta uns em relaccedilatildeo aos outros (HALL 2007 p15)
Para Hall (2011) a cultura de alguma forma sempre foi relevante mas natildeo
estava no centro dos debates As ciecircncias humanas jaacute promoviam isoladamente o
estudo das diversas linguagens a literaacuteria artiacutestica filosoacutefica religiosa etc mas foi
66
soacute na contemporaneidade eacute que ela passou a ser compreendida como instituidora
de sentido e portanto dos sistemas de significados que regulam nossas accedilotildees e
que compotildeem a ldquonossardquo cultura A partir dessa compreensatildeo a cultura tornou-se
central nas discussotildees
Para autores que coadunam com as perspectivas dos Estudos Culturais como
T S Eliot (1962) apud Nascimento (2009) o conceito de cultura
ldquotem diferentes associaccedilotildees se tiveacutessemos em mente o desenvolvimento de um sujeito de um grupo ou de uma sociedade no seu todo Eacute parte de sua tese que a cultura de um sujeito depende da cultura de um grupo que depende da cultura da sociedade a qual pertencemrdquo (p14-15)
Para Hall (2011) cultura se refere ao que eacute constitutivo nas experiecircncias de
vida das pessoas das comunidades dos paiacuteses ou dos grupos sociais Em
contrapartida tambeacutem se refere aos valores compartilhados por um grupo ou pela
sociedade
A cultura eacute sobre sentimentos apegos e emoccedilotildees bem como conceitos e ideias A minha expressatildeo facial lsquodiz algorsquo sobre quem eu sou (identidade) o que estou sentindo (emoccedilotildees) e qual grupo eu pertenccedilo (apegos) de forma que pode ser lsquolidarsquo e entendida por outras pessoas mesmo que eu deliberadamente natildeo pretendesse comunicar algo formalmente lsquouma mensagemrsquo e mesmo que uma outra pessoa natildeo se decirc conta de como entendeu o que eu estava lsquodizendorsquo Acima de tudo os significados culturais natildeo estatildeo somente lsquona cabeccedilarsquo Eles organizam e regulam as praacuteticas sociais influenciam nossa conduta e consequentemente tecircm efeitos reais e praacuteticos (HALL 2007 p2-3 traduccedilatildeo nossa)
O autor enfatiza ldquoo papel crucial do domiacutenio simboacutelico no coraccedilatildeo da vida
socialrdquo (HALL 2007 p3) e considera que os participantes de um grupo ou
sociedade constituem uma cultura por meio da produccedilatildeo e troca de significados Os
participantes de uma cultura interpretam significam o que vai ocorrendo ao seu
redor dando sentido as coisas ao mundo e constituindo a cultura por isso a cultura
depende de cada um de seus participantes
Em relaccedilatildeo agrave noccedilatildeo de significado Hall (2011) a aborda a partir da ideacuteia de
ldquocircuito culturalrdquo (p3) que sugere os significados satildeo constituiacutedos em muitos e
diferentes locais e circulam por meio de inuacutemeros processos ou praacuteticas A partir
dessa noccedilatildeo o autor discute quatro perspectivas
67
Na perspectiva de Woodward (1997) apud Hall (2011) o significado eacute o que daacute
sentido a nossa proacutepria identidade a quem somos e com quem temos diferentes
pertencimentos Por isso estaacute relacionado a questotildees de como a cultura eacute utilizada
para marcar e manter a identidade dentro de um grupo e para estabelecer
diferenccedilas entre grupos
Du Gay (1997) apud Hall (2011) sugere que o significado estaacute
constantemente sendo produzido e trocado em todas as interaccedilotildees pessoais e
sociais da qual tomamos parte Nesse sentido essas interaccedilotildees podem ser vistas
como os espaccedilos - de cultura e produccedilatildeo de significados - mais privilegiados embora
tambeacutem sejam os mais negligenciados A cultura tambeacutem eacute produzida em diferentes
meios com tecnologias complexas poreacutem de faacutecil acesso por meio deles os
significados atingem uma escala de comunicaccedilatildeo global que circulam entre
diferentes culturas em uma velocidade jamais vistas anteriormente
Para Mackay (1997) apud Hall (2011) os significados satildeo produzidos toda vez
que nos expressamos usamos consumimos ou nos apropriamos de objetos
culturais isto eacute quando os incorporamos de diferentes formas em nossos rituais e
praacuteticas da vida cotidiana e desta forma damos valores ou significados Ou quando
criamos narrativas estoacuterias e fantasias ao redor deles
Para Thompson (1997) apud Hall (2011) os significados regulam e organizam
nossas praacuteticas e condutas e essas contribuem para estabelecer as regras normas
e convenccedilotildees pelas quais a vida social eacute ordenada e governada Portanto praacuteticas e
condutas estruturam e modelam as ideias dos outros e tornam-se instrumento para
aqueles que anseiam governar e regular os outros
A partir dos vaacuterios autores Hall (2011) constroacutei o conceito de significado
sugerindo que ele eacute constituiacutedo em todos os diferentes momentos ou praacuteticas em
nosso circuito de cultura ndash na construccedilatildeo da identidade e na marcaccedilatildeo da diferenccedila
na produccedilatildeo e consumo assim como na regulaccedilatildeo da conduta social Em todas
essas instacircncias o principal meio pelo qual o significado eacute produzido e circula eacute a
Linguagem
De acordo com Hall (2011 p1)
[] A cultura trata de lsquosignificados compartilhadosrsquo A linguagem eacute o meio privilegiado pelo qual lsquodamos sentidorsquo as coisas em que os significados satildeo produzidos e trocados Significados soacute podem ser compartilhados por meio de nosso acesso comum agrave linguagem Entatildeo a linguagem eacute o ponto fulcral da constituiccedilatildeo dos significados e da cultura e sempre seraacute considerada
68
como o principal repositoacuterio de valores culturais e significados (traduccedilatildeo nossa)
Observando o conceito de cultura e nele as noccedilotildees de significado a partir da
ideacuteia de ldquocircuito culturalrdquo (p3) eacute possiacutevel relacionaacute-los ao meu estudo dissertativo
entendendo que os estudantes se identificam com os Aparelhos Celulares como
forma de dependecircncia e pertencimento ao grupo e este grupo por sua vez
depende da cultura de consumo veiculado nas mensagens difundida por meios
teacutecnicos de comunicaccedilatildeo para a sociedade Thompson (2011) alerta para o uso
inadequado da expressatildeo ldquocomunicaccedilatildeo em massardquo sugerindo alternativamente os
termos ldquodifusatildeo de meios teacutecnicos de comunicaccedilatildeordquo como substitutos para que se
evitem simplificaccedilotildees que sugerem que os indiviacuteduos sejam vistos como ldquoum vasto
mar de passivos e indiferenciados indiviacuteduosrdquo (p51)
A partir de Thompson e Mackay apud Hall (2011) os significados tambeacutem satildeo
produzidos pela apropriaccedilatildeo de objetos em nosso caso o Aparelho Celular e o fone
auricular Os significados tambeacutem regulam praacuteticas e condutas e estabelecem
normas pelas quais a vida social eacute ordenada e governada nesse sentido o uso do
fone auricular e do Aparelho Celular satildeo praacuteticas de conduta que modelam as ideias
tornando-se instrumentos de governabilidade e regulaccedilatildeo do grupo e entre os
integrantes do grupo ou seja ter o objeto e saber usar ou aprender com os pares
cria o significado de pertencimento e de participaccedilatildeo no grupo Reitero assim a
primeira premissa deste estudo
Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos
indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade
moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo
espaccedilo-temporal
Os fundamentos teoacutericos apresentados anteriormente me permitiram refletir
sobre as mudanccedilas na sociedade contemporacircnea com reflexos no processo
identitaacuterio dos estudantes especialmente relacionados a cultura escolar a partir da
ideia da inserccedilatildeo dos Aparelhos Celulares na escola e na constituiccedilatildeo de outros
modelos simboacutelicos de estudante Isso reitera a terceira premissa deste estudo
A seguir abordarei as mudanccedilas que ocorreram na intensidade sonora no
entorno da escola a partir do aumento da quantidade de veiacuteculos e trens com as
consequecircncias dessas mudanccedilas no cotidiano da comunidade escolar
69
32 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA NAS RUAS DO ENTORNO DO COLEacuteGIO
No seacuteculo XIX os humanos inventaram a maacutequina a vapor os veiacuteculos com
motor de explosatildeo (carro caminhatildeo e motocicletas entre outros) O
desenvolvimento desses novos meios de transporte afetou as maneiras pelas quais
os indiviacuteduos experimentam as caracteriacutesticas de espaccedilo e de tempo da vida social
(THOMPSON 2011 p 60)
Cidades como Curitiba natildeo ficaram alheias a essas afetaccedilotildees que impuseram
agrave vida social uma nova percepccedilatildeo de espaccedilo e tempo oriunda das mudanccedilas
tecnoloacutegicas que trouxeram mais velocidade aos meios de transporte tornando-se
cruciais para diminuiccedilatildeo do tempo entre espaccedilos percorridos Em outras palavras a
velocidade do transporte e da comunicaccedilatildeo aumentou e consequentemente a
distacircncia pareceu diminuir Mas o que ocorreu com a poluiccedilatildeo sonora nas ruas do
entorno do Coleacutegio nomeadamente na Avenida Afonso Camargo no qual se localiza
o CEPMAT
Curitiba eacute uma cidade paradoxal ao mesmo tempo em que foi ldquovendidordquo um
conceito de cidade Ecoloacutegica com planejamento urbano eficaz (MENDONCcedilA 2002)
ocultou-se a discussatildeo sobre poluiccedilatildeo sonora evitando que a percepccedilatildeo desses
problemas arranhasse a imagem europeia da cidade
Ateacute a miacutedia natildeo especializada reconhece que nas ruas de Curitiba haacute um
excesso de carros ocircnibus caminhotildees que tornam a cidade barulhenta (LOPES
2008) e mesmo em aacutereas arborizadas como as do Jardim Botacircnico medem-se
decibeacuteis acima dos recomendados por normas teacutecnicas (BRASIL 1998) Ribas
(2007) identificou que a principal fonte de ruiacutedos eacute o veiacuteculo campeatildeo de
reclamaccedilotildees por parte da populaccedilatildeo Entre as reclamaccedilotildees sobre poluiccedilatildeo sonora
que ocorreram durante o horaacuterio comercial 70 delas referem-se ao ruiacutedo de meios
de transporte Em Curitiba haacute cerca de 460 automoacuteveis para cada grupo de mil
pessoas a maior proporccedilatildeo carro pessoa no Brasil Alem dos carros haacute tambeacutem
trens motociclistas sirenes alarmes etc Nessa pesquisa mediu os niacuteveis de
pressatildeo sonora (decibeacuteis) em 100 pontos ao longo das canaletas de ocircnibus
70
expresso em diversas regiotildees da cidade Desses 86 tiveram intensidade sonora
superior aos permitido pela lei Municipal 1062512
Art 5ordm A emissatildeo de sons e ruiacutedos por quaisquer atividades industriais comerciais prestadoras de serviccedilos religiosas sociais recreativas e de carga e descarga natildeo podem exceder os niacuteveis de pressatildeo sonora contidos no Anexo I que faz parte integrante desta lei sect 3ordm - Quando a propriedade que sofre o incocircmodo tratar-se de escola creche biblioteca puacuteblica hospital ambulatoacuterio casa de sauacutede ou similar com leitos para internamento hotel ou similar devem ser atendidos os limites estabelecidos para ZR-1 independentemente da zona de uso e deve ser observado o raio de 20000m (duzentos metros) de distacircncia definida como zona de silecircncio (CURITIBA 2002)
O anexo I da mesma lei e mencionado na citaccedilatildeo estabelece niacuteveis de
pressatildeo sonora maacuteximos permitidos que foram resumidos no quadro 10
Diurno Vespertino Noturno
Entre 07h01min e 19h00 Entre 19h01min e 22h00 Entre 22h01min e 07h00
ZR-1 55 50 45
ZE-E 60 55 50
ZR-1 = Zona Residencial 1 e ZE-E = Zona Especial Educacional
QUADRO 10 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA EM (NPS) PERMITIDOS EM AacuteREAS RESIDENCIAIS E ESCOLARES FONTE O AUTOR (2014) ADAPTADO DO ANEXO I DA LEI ORDINAacuteRIA MUNICIPAL 10625 (CURITIBA 2002)
A intensidade sonora alta eacute uma inimiga invisiacutevel pois nem sempre se
percebe o barulho intenso que pode causar estresse insocircnia problemas de audiccedilatildeo
e ateacute outros problemas de sauacutede Esses problemas satildeo maiores nas grandes
cidades e de acordo com Ribas (2007) a poluiccedilatildeo sonora eacute um dos maiores
problemas para sauacutede humana
A audiccedilatildeo humana eacute capaz de tolerar ruiacutedos ateacute o limite de 85 decibeacuteis por
um periacuteodo de ateacute oito horas Sons acima deste limite podem prejudicar ou ateacute
causar perda auditiva dependendo do tempo de exposiccedilatildeo Acima de 85 decibeacuteis
ocorre desconforto auditivo irritabilidade cansaccedilo e perda de atenccedilatildeo no entanto
esses problemas dificilmente satildeo associados ao ruiacutedo O aumento de 5 decibeacuteis
reduz pela metade o tempo recomendado para a exposiccedilatildeo inicial ao ruiacutedo
Ribas (2007) notou que a poluiccedilatildeo sonora eacute um incomodo para as pessoas
no entanto a reaccedilatildeo estaacute aqueacutem do que o problema exige As pessoas identificam o
12 Lembrando que o texto da Lei 106252002 encontra-se no Anexo I desta dissertaccedilatildeo
71
ruiacutedo como algo negativo porem natildeo esboccedilam reaccedilotildees A reaccedilatildeo mais comum eacute a
instalaccedilatildeo de janelas que absorvem o ruiacutedo Para a autora as pessoas raramente
reclamam pois natildeo sabem para quem reclamar
De acordo com a autora a Avenida Affonso Camargo onde se situa o
CEPMAT eacute uma das mais barulhentas da cidade ali as mediccedilotildees indicaram niacuteveis
de 90 decibeacuteis
Enfim tanto Ribas (2007) como Gasperin (2011) mostrou que os ruiacutedos
provocados pelos trens estatildeo acima do limite estabelecido pela legislaccedilatildeo mas o
grupo pesquisado por Gasperin o interpretou com uma perpectiva bucoacutelica de boas
lembranccedilas e natildeo o perceberam como incocircmodo embora o ruiacutedo dos automoacuteveis foi
compreendido como estressante
Neste item abordei aspectos culturais da sociedade Curitibana
contemporacircnea e urbana que convive com altos niacuteveis de pressatildeo sonora bastante
prejudicial agrave sauacutede mental auditiva e fiacutesica de forma geral mas que nem sempre
consegue perceber que estaacute exposta a esses niacuteveis de ruiacutedos por consideraacute-los
parte inerente da cultura e da vida citadina e por consequecircncia natildeo se protege e
pouco reclama isso reitera a segunda premissa deste estudo
Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o meio
a partir de uma outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal
modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e
seus impactos na sauacutede
O CEPMAT e a comunidade escolar estatildeo inseridos neste contexto portanto
entender aspectos da cultura escolar dos estudantes imersos nesse ambiente
ruidoso eacute essencial A seguir abordarei as mudanccedilas que ocorreram na intensidade
sonora no entorno da escola a partir do aumento da quantidade de veiacuteculos e trens
com as consequecircncias dessas mudanccedilas no cotidiano da comunidade escolar
33 INTERACcedilOtildeES SOCIAIS TECNOLOGIA E O AMBIENTE ESCOLAR
Eacute pela interaccedilatildeo social nas atividades que os indiviacuteduos compartilham coacutedigos
- tecnologias - aprendizagens rituais inovaccedilatildeo Vigostky (2007) analisou a interaccedilatildeo
72
entre humanos e ambiente a partir dos registros que os indiviacuteduos fazem neste
mundo (linguagem) estes registros satildeo ao mesmo tempo materiais culturais e
sociais Assim os indiviacuteduos se inserem no ambiente e a partir desta inserccedilatildeo satildeo
constituiacutedos como humanos E ao mesmo tempo em que se apropriam da cultura jaacute
acumulada pelas geraccedilotildees anteriores atuam sobre o mundo relacionando-se com
ele modificando-o e transformando-o de forma ativa
Ainda segundo Vygotsky (2007) a linguagem eacute o meio pelo qual a reflexatildeo e
a elaboraccedilatildeo da experiecircncia ocorrem Esse eacute um processo extremamente pessoal e
ao mesmo tempo profundamente social Ele compara a relaccedilatildeo entre o indiviacuteduo e a
sociedade com um rio e seus afluentes combinando e separando os diferentes
elementos da vida humana com significados No iniacutecio o significado domina a accedilatildeo
posteriormente se inverte o significado torna-se o numerador enquanto a accedilatildeo
ocupa o lugar de denominador Os humanos satildeo capazes de fazer mais do que
podem compreender Noacutes natildeo nos comportamos de forma totalmente simboacutelica no
brinquedo o que queremos eacute realizar nossos desejos e ao pensar ele agimos
Nesta dissertaccedilatildeo a interaccedilatildeo aparece na forma de praacuteticas culturais que
congregam diferentes instacircncias tais como consumo representaccedilatildeo identidade
determinando modelos simboacutelicos e processos de significaccedilatildeo da sociedade
Para Nascimento (2009) a vida sociocultural permite agregaccedilotildees as pessoas
natildeo vivem soacutes mas em grupos Nos diversos modelos de sociedade percebem-se
diferentes tipos de ajuntamento de pessoas estas nascem estudam trabalham
divertem-se e envelhecem em organizaccedilotildees para aleacutem das organizaccedilotildees familiares
Os diferentes grupos ou agregados constituem a sociedade que desenvolve
maneiras de socializaccedilatildeo com regras objetivos direitos e obrigaccedilotildees e satildeo
reconhecidas como culturas
Ainda para este autor as miacutedias de comunicaccedilatildeo admitem um novo ambiente
social que permite interaccedilatildeo e propicia tambeacutem espaccedilos para rupturas e
resistecircncias
Para Thompson (2011) se quisermos entender as transformaccedilotildees culturais
associadas ao surgimento das sociedades modernas deveriacuteamos reservar um papel
importante ao desenvolvimento da miacutedia e ao seu impacto Com advento das miacutedias
de comunicaccedilatildeo as atividades culturais adentraram tambeacutem aos ambientes virtuais
e as transformaccedilotildees decorrentes acabaram excedendo as interaccedilotildees sociais face a
face As tecnologias de interaccedilatildeo social desenvolvidas nas sociedades
73
contemporacircneas permitem interaccedilatildeo de forma globalizada agraves particularidades de
uma pessoa ou de um grupo passam ser mateacuteria de conhecimento mais amplo e
por meio da propagaccedilatildeo e exposiccedilatildeo
Para Hall (2011) as velhas identidades que por tanto tempo estabilizaram o
mundo social estatildeo em decliacutenio fazendo surgir novas identidades que
fragmentaram o indiviacuteduo da modernidade Tais transformaccedilotildees abalam agrave ideia que
temos de ser noacutes mesmos como sujeitos integrados ldquoa identidade somente se torna
uma questatildeo quando estaacute em criserdquo (p9)
O processo de desenvolvimento social que na maioria das vezes eacute carente
de reflexatildeo criacutetica estaacute subordinado a uma macroestrutura do consumismo ditada
pela miacutedia (escrita ou televisionada) que impotildee produtos e tecnologias com
concepccedilotildees impostas por uma cultura que se pretende homogeneizante dominante
O Aparelho Celular eacute uma tecnologia de faacutecil acesso que influencia e eacute
influenciada pelos grupos transformando muitas das praacuteticas sociais existentes e
com isso transformando tambeacutem a cultura Ele aumentou significativamente as
interaccedilotildees entre membros de uma mesma comunidade ou ateacute com outras
comunidades uma vez que essas interaccedilotildees ocorrem a todo o momento No
entanto os novos niacuteveis de interaccedilatildeo soacute se tornam possiacuteveis se os indiviacuteduos
compreenderem e usarem essa tecnologia Isso desafia as pessoas e
consequentemente modifica sua forma de interaccedilatildeo social sua cultura e sua
identidade
Seja em casa na rua nas praccedilas puacuteblicas ou na sala de aula as mudanccedilas
identitaacuterias que ocorreram pela posse e uso das Tecnologias de Informaccedilatildeo e
Comunicaccedilatildeo satildeo perceptiacuteveis O Aparelho Celular eacute uma dessas tecnologias e
cada vez apresenta-se com mais funccedilotildees torna-se mais acessiacutevel e seu uso eacute
ensinado aprendido pelos pares imprimindo novos ritmos e outros coacutedigos ao
cotidiano As pessoas compartilham momentos com fotos jogos muacutesicas
mensagens etc
No ambiente escolar da mesma forma que em outros ambientes os
Aparelhos Celulares imprimem novos ritmos ao dia-a-dia dos estudantes e dos
professores Esses aparelhos ajudam a estabelecer novos coacutedigos de comunicaccedilatildeo
verbal ou natildeo Por exemplo um jogo a internet e principalmente as muacutesicas em
formato mp3 que podem ser acessadas com essa tecnologia funcionando como
coacutedigos porque permitem interaccedilatildeo entre estudantes uma vez que os mesmos
74
podem selecionar e criar seus proacuteprios aacutelbuns com o que mais lhes agrada Possuir
um Celular e trazecirc-lo para a escola usar o fone auricular saber utilizar as
capacidades dessa tecnologia podem ser compreendidos como coacutedigos pois
estabelecem significados como o de pertencimento natildeo pertencimento ao grupo e
que governa e regula o grupo
Esses significados estabelecem uma nova identidade cultural para os
estudantes no ambiente escolar e por consequecircncia promovem transformaccedilotildees nos
modos de organizaccedilatildeo da sala de aula Thompson (2011 p 61-62) sugere que
O desenvolvimento dos meios de comunicaccedilatildeo modificou o sentido de pertencimento dos indiviacuteduos ndash isto eacute a compreensatildeo dos grupos e das comunidades a que eles sentem pertencer - uma trajetoacuteria comum no tempo e no espaccedilo ndash alimentado dos produtos da miacutedia ndash uma origem e um destino comuns que tambeacutem vai sendo alterada sentimo-nos pertencentes a grupos e comunidades que se constituem em parte atraveacutes da miacutedia
As ideias de Bauman apresentadas por Pondeacute (2008) corroboram com as de
Thompson (2011) no que tange as mudanccedilas nos modelos de comunicaccedilatildeo a partir
do desenvolvimento das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Ao explicar o
conceito de modernidade liacutequida em Bauman (2008) Pondeacute repete a metaacutefora do
filoacutesofo Ralph Waldo Emerson na qual
estamos atravessando um deserto natildeo adianta achar que estamos na primavera porque todas as flores satildeo de plaacutestico significa que vamos sofrer bastante nessa travessia na eacutepoca que a gente vive a gente vive como se noacutes correcircssemos sobre uma fina casca de gelo se vocecirc parar ela racha quando ela rachar vocecirc se afoga e Bauman retoma dizendo ldquonoacutes estamos atravessando o inverno e a casca eacute fina se vocecirc andar devagar o chatildeo racha e entatildeo vocecirc morre isto eacute aleacutem de ser inverno natildeo ter uma ideia clara sobre a vida vocecirc tem que correr sem saber qual a direccedilatildeordquo (transcrito a partir de PONDEacute 2011)
Nesse sentido o ambiente escolar eacute um dos espaccedilos da Modernidade
Liacutequida (ou Poacutes-Modernidade) de Bauman (2008) e pode ser interpretado a partir da
mesma metaacutefora que sugere que natildeo sabemos qual caminho seguir e nem mesmo
sabemos se haacute um uacutenico caminho possiacutevel Assim perceber as mudanccedilas que
ocorreram nesse espaccedilo e a forma com a qual os estudantes interagem com ela nos
permite perceber e procurar compreender as novas linguagens produzidas
[culturalmente] na contemporaneidade
75
Na linguagem noacutes usamos sinais e siacutembolos sons palavras escritas
imagens produzidas eletronicamente notas musicais ateacute mesmo objetos como
forma de representar para outras pessoas nossos conceitos ideias e sentimentos
que constituem nossa cultura (HALL 2011)
As novas linguagens produzem diferentes identidades nesses estudantes
que ao mesmo tempo em que estatildeo conectados aos Aparelhos Celulares vivem
tambeacutem em um mundo transformado ruidoso agitado multifuncional tudo isso
ajuda a constituir essas novas identidades estudantis e portanto compreender
essas mudanccedilas nos ajuda a identificar caminhos possiacuteveis para a escola e a sala
de aula da sociedade contemporacircnea
Assim compreender os significados da presenccedila e uso do Aparelho Celular
na escola eacute compreender essa nova linguagem pois como vimos nesta seccedilatildeo o
Celular pode ser entendido como um signo um objeto de desejo que opera no
sistema representacional da nossa cultura Ele constroacutei significados modifica o
sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modela praacuteticas de conduta
ideias e eacute usado inclusive como instrumento de governabilidade e regulaccedilatildeo interna
do grupo O Aparelho Celular opera portanto como um modelo simboacutelico que cria
um novo ambiente social Em resumo ao relacionar ambiente escolar Tecnologias
da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e as mudanccedilas na cultura escolar constituiacuteram-se
novas tessituras para entender a escola contemporacircnea ou da modernidade liacutequida
para usar o termo de Bauman (2008)
Os fundamentos teoacutericos apresentados anteriormente me permitiram refletir
sobre as mudanccedilas na sociedade contemporacircnea com reflexos no processo
identitaacuterio dos estudantes especialmente relacionados a cultura escolar a partir da
ideia da inserccedilatildeo dos Aparelhos Celulares na escola e na constituiccedilatildeo de outros
modelos simboacutelicos de estudante Isso reitera a terceira premissa deste estudo
O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si
modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante
sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo
76
34 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO
Nesta seccedilatildeo discuti trecircs premissas a partir do aporte teoacuterico filosoacutefico de
pensadores contemporacircneos que discutem alteraccedilotildees no conceito de cultura e
identidade cultural Hall (2007) que descreve cultura como um modo de viver de
sentir de pensar e de atuar que eacute constantemente construiacuteda desconstruiacuteda
reconstruiacuteda de diferentes formas por infinitos agrupamentos humanos
Esta seccedilatildeo discutiu tambeacutem as mudanccedilas ambientais decorrentes do
desenvolvimento dos meios de transporte que trouxeram maior velocidade a vida
social e afetaram as maneiras pelas quais os indiviacuteduos experimentam as
caracteriacutesticas de espaccedilo e de tempo Em contrapartida esse desenvolvimento
trouxe novos impactos ao estilo de vida e a forma com que nos relacionamos com o
ambiente Nossas percepccedilotildees sobre o significado de ruiacutedo e de poluiccedilatildeo sonora
bem como suas consequecircncias para a sauacutede foram afetadas
Outro autor estudado foi Thompson (2011) que discute as transformaccedilotildees
culturais associadas ao surgimento das sociedades contemporacircneas Para ele o
desenvolvimento das miacutedias de comunicaccedilatildeo especialmente a Tecnologia da
Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (Aparelho Celular) teve um papel e um impacto
importante no surgimento dessa sociedade e na forma com que esses aparelhos
afetam as percepccedilotildees de pertencimento ao grupo e a necessidade de consumo
Com advento das miacutedias de comunicaccedilatildeo as atividades culturais adentraram
tambeacutem aos ambientes virtuais e as transformaccedilotildees decorrentes acabaram
excedendo as interaccedilotildees sociais face a face As tecnologias de interaccedilatildeo social
desenvolvidas nas sociedades contemporacircneas permitem interaccedilatildeo de forma
globalizada As particularidades de um individuo ou de um grupo passam ser mateacuteria
de conhecimento mais amplo por meio da propagaccedilatildeo e exposiccedilatildeo Nesse contexto
entendo que o Aparelho Celular uma Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo
estaacute inserido e impacta a cultura escolar pois carrega consigo outras possibilidades
de interaccedilatildeo social e com elas o sentimento de pertencimento ao grupo Assim o
Celular passa a ser considerado um elemento vital para o grupo
Na proacutexima seccedilatildeo abordo a percepccedilatildeo dos estudantes sobre uso do Aparelho
Celular no ambiente escolar
77
4 O USO DO CELULAR E AS PERCEPCcedilOtildeES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA
Com os avanccedilos da Telefonia Moacutevel os estudantes parecem consumir
intensivamente essa Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e estatildeo atentos aos
uacuteltimos lanccedilamentos de Aparelhos Celulares existentes no mercado Para Miranda
(2007) todos esses aparatos tecnoloacutegicos tecircm afetado o modo de estruturar a
educaccedilatildeo escolar e de desenvolver o trabalho docente
Essa revoluccedilatildeo estaacute ocorrendo nas escolas pois observando tive a impressatildeo
de que os Aparelhos Celulares estatildeo nas matildeos de praticamente todos os
estudantes e os reflexos satildeo constatados nas salas de aula na forma de desafios
positivamente se esses Aparelhos Celulares for encarados como uma ferramenta
adicional a ser utilizada no ensino para colaborar com aprendizagem ou
negativamente se forem vistos apenas como empecilhos para o ambiente escolar
Assim justifica-se uma investigaccedilatildeo que avalie os usos do Celular e as percepccedilotildees
dos estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora causada pelo uso de fones auriculares
ligados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica
Nesta seccedilatildeo busco responder a segunda questatildeo de pesquisa proposta na
primeira seccedilatildeo Eacute importante notar que inicio respondendo a segunda questatildeo de
investigaccedilatildeo ao inveacutes de responder a primeira questatildeo relembrando que nesta
dissertaccedilatildeo as questotildees foram produzidas a partir de uma loacutegica do raciociacutenio
necessaacuterio para se obter as informaccedilotildees No entanto para constituiccedilatildeo dos dados
utilizei trecircs instrumentos que seratildeo analisados separadamente assim na seccedilatildeo 4
apresento e analiso o resultado do questionaacuterio respondendo a segunda questatildeo de
investigaccedilatildeo Na seccedilatildeo 5 apresento e analiso o resultado das afericcedilotildees de niacuteveis de
pressatildeo sonora oriundos do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares respondendo a primeira e terceira questotildees de
investigaccedilatildeo Na seccedilatildeo 6 apresento e analiso o ldquoTeste de autoidentificaccedilatildeo de
alguns sintomas de estresserdquo respondendo a quarta questatildeo de investigaccedilatildeo
A segunda questatildeo de investigaccedilatildeo eacute ComoSe os estudantes do Ensino
Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no ambiente escolar
Para responder esta questatildeo de pesquisa me propus a aplicar aos
Estudantes do CEPMAT um questionaacuterio para investigar
78
a) Usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar
b) As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees subsequentes) sobre efeitos da
Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva
c) Relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e regras
do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado
Esta seccedilatildeo descreve e analisa o questionaacuterio realizado para responder a esta
questatildeo e seus trecircs subitens
A seccedilatildeo inicia-se com a apresentaccedilatildeo do questionaacuterio para o levantamento e
sua metodologia de aplicaccedilatildeo em seguida apresento os resultados do levantamento
realizado no terceiro subitem apresento anaacutelises cruzadas das respostas obtidas e
termino identificando os usos do Celular entre os estudantes no ambiente escolar
Minha proposta foi realizar um levantamento no CEPMAT quanto agrave posse de
Aparelhos Celulares entre os estudantes pois todos os dias os mesmos fazem uso
dessa Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (Celular) durante o periacuteodo letivo
Os professores do coleacutegio queixam-se com frequecircncia dos excessos por parte dos
estudantes quanto a este uso e remetem-se ao Regimento Escolar (Artigo 176ordm)
que governa as accedilotildees de toda a escola Ali estaacute determinado que eacute vedado ao
estudante
II- ocupar-se durante o periacuteodo de aula de atividades contraacuterias ao processo pedagoacutegico (hellip) IV- trazer para o estabelecimento de ensino material de natureza estranha ao estudo (hellip) XIII- utilizar-se de aparelhos eletrocircnicos na sala de aula que natildeo esteja vinculado ao processo ensino e aprendizagem (ZANOTTO 2011 p 68 69)
Essas Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo tecircm absorvido a atenccedilatildeo
dos estudantes durante as aulas e muitos professores assim como eu buscam
formas de relacionar tais aparatos com o ensino e a aprendizagem
Para entender melhor o uso que os estudantes fazem dos Aparelhos
Celulares apliquei inicialmente um questionaacuterio inserido no apecircndice I desta
dissertaccedilatildeo com oito itens fechados para 14 turmas do Ensino Meacutedio no CEPMAT
com o intuito de verificar a porcentagem de estudantes que possuem Aparelhos
Celulares Esse questionaacuterio foi aplicado no mecircs de novembro de 2012 nos
79
periacuteodos matutino e noturno para todas as turmas do Ensino Meacutedio durante o seu
horaacuterio de permanecircncia (hora atividade) na escola Os estudantes foram informados
antecipadamente que a participaccedilatildeo deles era completamente opcional e natildeo havia
nenhum viacutenculo com qualquer tipo de avaliaccedilatildeo de aprendizagem ou notas Os
estudantes ou seus responsaacuteveis assinaram o termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) contido no apecircndice 2 desta dissertaccedilatildeo e 240 questionaacuterios
foram respondidos
A seguir discuto as respostas uma a uma para depois analisar alguns dados
de forma integrada e finalmente responder quem tem Celular na escola e para que
usa Os resultados do questionaacuterio seratildeo apresentados na forma de graacuteficos com
porcentagens A primeira pergunta foi ldquoVocecirc possui um Telefone Celularrdquo De
acordo com o graacutefico 1 observamos a porcentagem de estudantes que tem posse de
um Aparelho Celular
GRAacuteFICO 1 - VOCEcirc POSSUI UM TELEFONE CELULAR FONTE COSTA (2014)
As respostas plotadas no graacutefico 1 mostram que a maioria dos estudantes
tem Aparelho Celular Esse dado reitera os achados de Beringuy (2011) segundo a
qual 898 das pessoas com rendimento entre trecircs e cinco salaacuterios miacutenimos tecircm
Celular esse percentual aumentou na populaccedilatildeo de renda baixa o que corresponde
agrave faixa de renda dos estudantes da comunidade escolar do CEPMAT descrito por
Zanotto (2010 p2) apontando que a comunidade escolar do CEPMAT eacute ampla
muitas famiacutelias de classe meacutedia e meacutedio-baixas oriundas das classes trabalhadoras
Beringuy (2011) menciona que 41 das pessoas sem rendimento e as com
rendimento ateacute um salaacuterio miacutenimo tambeacutem possuem Celular Essa autora enfatiza
tambeacutem que aumentou em 1072 no periacuteodo de 2005 a 2011 o nuacutemero de
80
pessoas acima 10 anos com posse de Aparelhos Celulares e ressalto que em todas
as regiotildees do Brasil houve grande aumento do nuacutemero de Aparelhos Celulares para
uso pessoal sendo esta populaccedilatildeo constituiacuteda de estudantes de idade escolar
O segundo item ldquoVocecirc traz o Telefone Celular para a escolardquo buscou
verificar qual a porcentagem de estudantes que levam o Aparelho Celular para o
ambiente escolar
O graacutefico 2 resume as respostas
GRAacuteFICO 2 - VOCEcirc TRAZ O TELEFONE CELULAR PARA A ESCOLA FONTE COSTA (2014)
Para 94 (sempre quase sempre e as vezes) dos estudantes o Celular eacute
levado para a escola como se fizesse parte do material escolar A disseminaccedilatildeo do
uso dos telefones Celulares constitui parte importante do cotidiano dos estudantes
E tem se constituiacutedo como uma espeacutecie de brinquedo nas salas de aula assim eacute
impossiacutevel ignorar que os estudantes satisfazem certas necessidades no brinquedo
Vygotsky (2007) afirma A essecircncia do brinquedo eacute a criaccedilatildeo de uma nova
relaccedilatildeo entre o significado e a percepccedilatildeo visual ou seja entre situaccedilotildees no
pensamento e situaccedilotildees reais Essas relaccedilotildees proporcionam o sentimento de
pertencimento ao grupo ou com o objeto inserido na atividade luacutedica Eacute um
importante indicador do desenvolvimento influenciando sua forma de encarar o
mundo e suas accedilotildees futuras um suporte da brincadeira promovendo uma situaccedilatildeo
de transiccedilatildeo entre a accedilatildeo com objeto concreto e suas accedilotildees de pertencimento ao
grupo com significados
No item trecircs ldquoQuanto tempo vocecirc usa o Telefone Celular ao longo do dia
para qualquer de suas funccedilotildeesrdquo propus faixas de tempo em horas nas quais os
estudantes usam o Celular diariamente
81
O graacutefico 3 resume as respostas dos estudantes a esses itens
GRAacuteFICO 3 - QUANTO TEMPO VOCEcirc USA O TELEFONE CELULAR AO LONGO DO DIA PARA QUALQUER DE SUAS FUNCcedilOtildeES FONTE COSTA (2014)
As respostas mostram que a somatoacuteria de 9 + 15 + 9 + 21
perfazendo um total de 54 de estudantes que passam mais de duas horasdia
usando o Aparelho Celular temos meacutedia de 65 horas por dia incluindo a somatoacuteria
das horas ou seja 2h + 4h + 8h + 12 h isso me permite afirmar que muitas dessas
horas de uso ocorrem durante as aulas Mostra que no CEPMAT esta tecnologia
moacutevel estaacute de alguma forma (para uso didaacutetico ou natildeo) inserida na sala de aula
corroborando com a constataccedilatildeo de Alves (2007) na qual a partir do surgimento do
Celular abriram-se novas possibilidades de conexotildees entre estudantes seja na
escola nas ruas nos shoppings
Nos trecircs primeiros itens desse levantamento foram tabulados dados de
porcentagens quanto agrave posse de Aparelhos Celulares se levam estes Aparelhos
Celulares para o ambiente escolar e a quantidade de horas que passam usando o
mesmo diariamente para qualquer funccedilatildeo disponiacutevel A partir do quarto item analiso
os usos que satildeo feitos do Aparelho Celular durante o periacuteodo das aulas
O item quatro ldquoQuais as funccedilotildees do Telefone Celular vocecirc utilizou na sala
de aula sem relaccedilatildeo com a aprendizagemrdquo investigou o uso do Celular durante o
82
periacuteodo das aulas sem relaccedilatildeo com as atividades escolares e com a aprendizagem
dos conteuacutedos formais
GRAacuteFICO 4 - QUAIS AS FUNCcedilOtildeES DO TELEFONE CELULAR QUE VOCEcirc UTILIZOU NA SALA DE AULA SEM RELACcedilAtildeO COM A APRENDIZAGEM FONTE COSTA (2014)
No graacutefico 4 somando-se 3 + 5 + 6 + 9 + 10 + 17 + 23 + 25
perfaz um total de 98 de estudantes que fazem uso de algumas funccedilotildees do Celular
durante o horaacuterio de aula o que confirma minha percepccedilatildeo inicial que os estudantes
usam o Celular indiscriminadamente 23 + 25 perfaz um total de 48 dos
estudantes pesquisados responderam que usam o Celular para ouvir muacutesica e
tambeacutem para enviar e receber mensagens funccedilotildees que segundo eles proacuteprios natildeo
tecircm qualquer relaccedilatildeo com as atividades de aprendizagem em sala de aula
De acordo com as respostas 25 dos estudantes utilizam o Celular para ouvir
muacutesica durante o periacuteodo das aulas Esses aparatos tecnoloacutegicos tiveram uma
grande evoluccedilatildeo desde sua origem que era apenas comunicaccedilatildeo via raacutedio e passou
reunir diversas funccedilotildees tecnoloacutegicas como cacircmera fotograacutefica filmadora viva-voz
agenda gravador de voz MP3 player comunicaccedilatildeo wireless entre outras A maioria
das demais funccedilotildees eacute pouco usada no ambiente escolar
83
Este resultado responde parte da questatildeo de investigaccedilatildeo 1 relacionada a
intensidade de ruiacutedo dB(A) que os estudantes estatildeo expostos ao ouvir muacutesica
Bastos Mattos (2007b) estudaram aparelhos de som portaacuteteis (MP3 MP4 Ipod
walkman etc) frequentemente manuseados e utilizados na sala de aula e
perceberam que os estudantes costumam expor sua audiccedilatildeo a alta intensidade
sonora sem consciecircncia dos malefiacutecios que isso pode causar a audiccedilatildeo (p2)
Anaacutelises similares seratildeo feitas por mim na proacutexima seccedilatildeo
O uso de Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica e os excessos de ruiacutedos tecircm
trazido prejuiacutezos aos estudantes e mesmo estudos natildeo cientiacuteficos como o de
Jordatildeo (2009) considera que muitos aparelhos satildeo desenvolvidos para apreender
muacutesicas em arquivos do tipo MP3 contendo funccedilotildees de som com alta definiccedilatildeo alto
falante e tambeacutem aplicativos que permitem a criaccedilatildeo de uma verdadeira biblioteca
musical digital ou ainda que identifiquem a muacutesica que estiver tocando no ambiente
entre tantos outros
A contestaccedilatildeo de Jordatildeo (2009) sobre funccedilotildees disponiacuteveis no Aparelho
Celular me levou a estabelecer o item cinco ldquoNa sala de aula vocecirc alguma vez jaacute
utilizou o Telefone Celular para ajudar na sua aprendizagemrdquo que pesquisou
quais dessas funccedilotildees satildeo utilizadas no ambiente escolar para auxiliar na
aprendizagem
GRAacuteFICO 5 - NA SALA DE AULA VOCEcirc ALGUMA VEZ JAacute UTILIZOU O TELEFONE CELULAR PARA AJUDAR NA SUA APRENDIZAGEM FONTE COSTA (2014)
Os resultados plotados no graacutefico 5 mostram que na soma de 56 + 11 +
3 resulta em 70 dos estudantes utilizam alguma funccedilatildeo do Aparelho Celular para
84
auxiliar na aprendizagem A mais usada (56) eacute a funccedilatildeo calculadora o que me
permite concluir que o uso didaacutetico do Celular estaacute reduzido a poucas disciplinas
Alves (2007) lista algumas ferramentas comuns nos Aparelhos Celulares
entre elas os sistemas de posicionamento as mensagens de texto de voz as
funccedilotildees multimiacutedia (fotos e filmes) acesso agrave Internet (e-mails facebook e whatsapp
e outros) download de sons e imagens acesso a contas bancaacuterias jogos bate-
papo dentre outras (p 2) Boa parte dessas funccedilotildees pode ser usada didaticamente
se bem planejadas mas as respostas me permitem concluir que isso ocorre pouco
nas salas de aula
Com o item seis ldquoQuanto vocecirc gasta em meacutedia em creacuteditos por mecircsrdquo
pesquisei os gastos mensais com a conta do Aparelho Celular com a intenccedilatildeo de
elaborar anaacutelises relativas ao consumo
GRAacuteFICO 6 - QUANTO VOCEcirc GASTA EM MEacuteDIA EM CREacuteDITOS POR MEcircS FONTE COSTA (2014)
De acordo com as respostas dadas somando-se 49 + 9 + 11
perfazendo um total de 69 dos estudantes tem gastos acima de R$ 1300 mensais
que eacute proacutexima a meacutedia obtida nos estudos de Luiz (2008) referente aos gastos
mensais com contas de Aparelhos Celulares de estudantes de escola puacuteblica (em
meacutedia R$ 2000) pelo fato de natildeo ter fonte de renda fixa Nesse contexto os
Aparelhos Celulares tecircm tido impacto sensiacutevel na vida dos jovens e adolescentes
Luiz (2008) pesquisou ainda os impactos dos gastos com telefone Celular de
jovens no orccedilamento familiar pois esses satildeo atraiacutedos para o consumo na busca por
uma relaccedilatildeo de pertencimento com o grupo (HALL 2007) e (VYGOTISKY 2007) a
pesquisa demonstrou que com o desenvolvimento dos Aparelhos Celulares outros
85
produtos tambeacutem satildeo apresentados aos consumidores tornando-se rapidamente
parte do seu dia a dia assim o puacuteblico alvo principal de todas essas inovaccedilotildees
tecnoloacutegicas satildeo consumidores representados por famiacutelias compostas por crianccedilas e
adolescentes
DrsquoAmorin (2012) em um artigo de opiniatildeo discute dependecircncia e viacutecio em
relaccedilatildeo ao Aparelho Celular e sugere que o ser humano tem uma grande
necessidade de se comunicar por isso tecnologias voltadas agrave comunicaccedilatildeo satildeo
absorvidas mais rapidamente deixando as pessoas dependentes (e natildeo viciadas) a
ela sem que percebam
O item sete ldquoVocecirc sabia que o regimento escolar proiacutebe o uso do
Telefone Celular na sala de aulardquo Pesquisei o conhecimento dos estudantes em
relaccedilatildeo ao Regimento Escolar Para Arco-verde (2007) ldquoo Regimento Escolar eacute que
estrutura define regula e normatiza as accedilotildees do coletivo escolar haja vista ser a
escola um espaccedilo em que as relaccedilotildees sociais com suas especificidades se
concretizamrdquo (p10) Nas escolas estaduais do Paranaacute o Regimento eacute construiacutedo a
partir de uma matriz geral fornecida pela Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Com
ela propotildee-se que a comunidade escolar construa coletivamente as normas e regras
especiacuteficas de cada estabelecimento de ensino Novos membros que adentram a
comunidade escolar podem a qualquer momento acessar o regimento se assim o
desejarem
GRAacuteFICO 7 - VOCEcirc SABIA QUE O REGIMENTO ESCOLAR PROIacuteBE O USO DO TELEFONE CELULAR NA SALA DE AULA FONTE COSTA (2014)
Somando-se os 67 que responderam sim com os 26 que disseram que
natildeo sabiam mas usam assim mesmo e 5 dos que informaram que sabiam mas
86
que usam esporadicamente perfazem um total de 98 dos estudantes disseram ter
ciecircncia da norma estabelecida pelo Regimento Escolar sendo que desses 98
31 admitiram tambeacutem conhecer a norma e resolveram utilizar o Celular no
Ambiente Escolar afrontando-a
Com a pergunta oito ldquoVocecirc jaacute ouviu dizer que o Telefone Celular pode
trazer problemas para audiccedilatildeordquo investiguei se os estudantes tecircm consciecircncia que
a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo intenso diariamente por meio do Aparelho Celular para ouvir
muacutesica pode ser prejudicial agrave audiccedilatildeo
GRAacuteFICO 8 - VOCEcirc JAacute OUVIU DIZER QUE O TELEFONE CELULAR PODE TRAZER PROBLEMAS PARA AUDICcedilAtildeO FONTE COSTA (2014)
Na soma de 45 + 39 + 1 perfaz um total de 85 dos estudantes
responderam que jaacute ouviram dizer que pode ser prejudicial poreacutem desses um
pouco mais da metade disseram ter reduzido o uso (45 do total de respondentes
ou 53 desses 85) mesmo assim tem um grupo de 11 de estudantes que
nunca ouviu falar que usar o Aparelho Celular para ouvir muacutesica nos fones
auriculares pode trazer prejuiacutezos para a audiccedilatildeo
A Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) faz campanha nacional
anualmente no mecircs de outubro alertando sobre os riscos de se ouvir muacutesicas em
volume muito acima do recomendado A campanha eacute dirigida ao puacuteblico jovem A
sociedade em seu siacutetio eletrocircnico alerta que ldquoatualmente eacute faacutecil testemunhar seja
em escolas ou mesmo nas ruas o haacutebito de estudantes ouvirem muacutesica em alta
intensidade nos Aparelhos Celularesrdquo (SBO 2012) Os estudantes satildeo expostos
87
diariamente a ruiacutedos sem perceber o problema para audiccedilatildeo a princiacutepio o prejuiacutezo agrave
audiccedilatildeo eacute reversiacutevel poreacutem o uso constante danifica irreversivelmente a audiccedilatildeo
O relatoacuterio da American Friends of Tel Aviv University (2012) resumiu o
trabalho de Muchnik et al (2011) que pesquisaram 289 jovens com idade entre 13 a
17 anos sobre o volume e a quantidade de horas que costumam ouvir muacutesica no
Aparelho Celular A pesquisa mostrou que 80 dos jovens fazem uso do Aparelho
Celular diariamente para ouvir muacutesicas correndo um seacuterio risco de sofrer perda
auditiva precocemente devido ao volume colocado no fone auricular Das 289
pessoas pesquisadas 74 foram submetidos a exames auditivos os resultados
mostraram que em 25 desses detectou-se perda auditiva
Os pesquisadores alertaram que um em cada quatro adolescentes teratildeo
problemas auditivos A perda auditiva ocorre quando haacute exposiccedilatildeo continua a ruiacutedos
intensos e eacute um processo lento e progressivo levando entre 10 e 20 anos ou seja
seraacute tarde para reparar os danos causados a audiccedilatildeo
Os autores ressaltam que uma geraccedilatildeo inteira de jovens estaacute sofrendo de
problemas auditivos mais cedo que o esperado pelas perdas causadas pelo
envelhecimento e alertam que os fones auriculares acessoacuterios que acompanham os
Aparelhos Celulares satildeo improacuteprios para audiccedilatildeo humana (MUCHNIK et al 2011
p2)
41 CORRELACcedilAtildeO ENTRE QUESTOtildeES
Para esta anaacutelise construiacute tabelas de contingecircncia para verificar a associaccedilatildeo
entre variaacuteveis Por meio do caacutelculo do coeficiente Qui-Quadrado As tabelas de
contingecircncia satildeo utilizadas para estudar a relaccedilatildeo entre duas ou mais variaacuteveis
categoacutericas descrevendo a frequecircncias das categorias de uma das variaacuteveis
relativamente agraves categorias das outras Variaacuteveis satildeo caracteriacutesticas medidas
controladas ou manipuladas em uma pesquisa Diferem em muitos aspectos
principalmente no papel que a elas eacute dado em uma pesquisa e na forma como
podem ser medidas O teste Qui-quadrado permite analisar a relaccedilatildeo de
independecircncia entre variaacuteveis qualitativas aplica-se tanto para a anaacutelise univariada
como bivariada ou multivariada Na anaacutelise univariada as observaccedilotildees de uma
88
uacutenica populaccedilatildeo satildeo subdivididas em categorias geralmente os dados resultam da
contagem de objetos em cada uma das categorias pretendendo-se comparar as
frequecircncias observadas com as frequecircncias esperadas (CONTI 2013)
A primeira Associaccedilatildeo elaborada foi entre o item 1 ldquoVocecirc possui um
Telefone Celularrdquo e o item 2 ldquoVocecirc traz o Telefone Celular para a escolardquo Os
resultados foram inseridos na Tabela 1
TABELA 1 - RESULTADO DO TESTE DE FISCHER PARA ASSOCIACcedilAtildeO DAS QUESTOtildeES 1
E 2
Q2
a B c d Total
Q1
a 149 9 10 7 175
8514 514 571 400 100
b 1 0 2 4 7
1429 000 2857 5714 100
c 1 0 0 0 1
10000 000 000 000 100
FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO LABORATOacuteRIO DE ESTATIacuteSTICA APLICADA DA UFPR
Observei associaccedilatildeo significativa entre as variaacuteveis por meio do teste de
Fisher (p=00001) ou seja mais de 90 dos estudantes que possuem Aparelho
Celular o levam para a escola Ressalto que haacute alunos que natildeo possuem Celulares
e entre esses 75 natildeo o levam para o Coleacutegio ou seja 25 dos estudantes mesmo
sem possuir um aparelho proacuteprio levam um Celular para o Coleacutegio Com isso
podemos inferir que se os estudantes compreenderam a questatildeo e a forma de
respondecirc-la entatildeo haacute alguns Celulares que satildeo usados de forma compartilhada em
outras palavras os estudantes que natildeo possuem Aparelho Celular proacuteprio trazem
aparelhos de outras pessoas provavelmente de seus pais irmatildeos etc por isso
usam-no de forma compartilhada
A segunda associaccedilatildeo foi realizada entre os itens 3 ldquoQuanto tempo vocecirc usa
o Telefone Celular ao longo do dia para qualquer de suas funccedilotildeesrdquo e 4 ldquoQuais as
funccedilotildees do Telefone Celular que vocecirc utilizou na sala de aula sem relaccedilatildeo com a
aprendizagemrdquo Os resultados foram inseridos na Tabela 2
89
TABELA 2 - RESULTADO DO TESTE QUI-QUADRADO PARA ASSOCIACcedilOtildeES DAS QUESTOtildeES 3 E 4
Q4
a b c d e f g h i j Total
Q3
a 0 0 0 0 0 0 0 0 2 6 8
000 000 000 000 000 000 000 000 2500 0000 100
b 15 8 10 11 3 3 4 1 2 0 57
2632 1404 1754 1930 526 526 702 175 351 000 100
c 14 4 14 12 4 2 3 0 0 0 53
2642 755 2642 2264 755 377 566 000 000 000 100
d 24 7 18 15 5 6 7 0 0 0 82
2927 854 2195 1829 610 732 854 000 000 000 100
e 16 4 15 9 3 6 7 0 0 0 60
2667 667 2500 1500 500 1000 1167 000 000 000 100
f 35 15 35 25 12 14 20 0 0 0 156
2244 962 2244 1603 769 897 1282 000 000 000 100
G 28 11 29 19 3 2 10 0 1 0 103
2718 1068 2816 1845 291 194 971 000 097 000 100
h 10 4 13 7 0 4 6 0 0 0 44
2273 909 2955 1591 000 909 1364 000 000 000 100
FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO LABORATOacuteRIO DE ESTATIacuteSTICA APLICADA DA UFPR
90
Natildeo se observou associaccedilatildeo significativa entre as variaacuteveis por meio do teste
de Qui-Quadrado (p=030) ou seja o tempo de uso natildeo tem relaccedilatildeo com a funccedilatildeo
do Celular utilizada durante a aula Como as funccedilotildees mais usadas satildeo ldquoouvir
muacutesicardquo e ldquoenviar mensagensrdquo e natildeo haacute associaccedilatildeo entre as variaacuteveis entatildeo
praticamente em todas as faixas de tempo as funccedilotildees mais usadas satildeo ldquoouvir
muacutesicardquo e ldquocomunicar por mensagensrdquo Eacute importante ressaltar que ouvir muacutesica
implica em uso de fones auriculares e se o volume for acima do recomendado e se
a exposiccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora for contiacutenua pode levar a perda auditiva definitiva ao
longo do tempo Aleacutem disso observei que embora o Telefone Celular tenha
inuacutemeras funccedilotildees essas natildeo satildeo utilizadas ou satildeo subutilizadas para a
aprendizagem
A partir da apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos itens expostos ateacute o momento e da
leitura do Caderno de Apoio para a Elaboraccedilatildeo do Regimento Escolar (ARCO-
VERDE 2007) eacute possiacutevel perceber que o material encaminhado pela proacutepria SEED-
PR natildeo coaduna com o uso de novas tecnologias no Ambiente Escolar Entendo que
esta contradiccedilatildeo precisa ser revista no Regimento do coleacutegio nomeadamente nos
artigos II e IV que tratam do uso de aparelhos eletrocircnicos (Telefone Celular) na sala
de aula Pois se tratar de uma nova tecnologia e dos avanccedilos tecnoloacutegicos o
ambiente escolar precisa ser um meio facilitador para o uso didaacutetico dessas novas
tecnologias e isso implica que elas estejam na matildeo dos estudantes a qualquer
momento mesmo correndo o risco que natildeo sejam usadas para fins didaacuteticos100
do tempo
Apesar de esse questionaacuterio clarificar e ratificar terceira premissa dessa
dissertaccedilatildeo ldquoo Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si modificando a dinacircmica
do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento
ao grupordquo sua aplicaccedilatildeo mostrou fragilidades como por exemplo inexistecircncia de
itens que identificassem aspectos socioeconocircmicos grau de escolaridade dos pais
e haacutebitos de consumo das famiacutelias Ainda assim ficou evidenciado que os
estudantes levam o Aparelho Celular para o ambiente escolar e mesmo sabendo da
proibiccedilatildeo existente no Regimento Escolar fazem uso desta tecnologia em sala de
aula de forma pouco relacionada agrave aprendizagem
O Aparelho Celular faz parte do cotidiano dos estudantes pois eacute levado para
o ambiente escolar mesmo com as proibiccedilotildees do Regimento Escolar e eacute pouco
91
usado para fins de aprendizagem e a forma de comunicaccedilatildeo entre os estudantes
ocorre por mensagens no entanto a funccedilatildeo muacutesica eacute uma das mais utilizadas
assim eacute possiacutevel considerar que embora seja uma tecnologia que evoluiacute a cada dia
torna-se necessaacuterio aprofundar estudos para verificar qual a importacircncia das
funccedilotildees utilizadas como pode ser aplicado o maacuteximo possiacutevel das mesmas de
forma que os estudantes se apropriem e percebem o uso significativo para a
aprendizagem
42 SINTESE DA SECcedilAtildeO
Esta seccedilatildeo teve como intuito responder a segunda questatildeo de investigaccedilatildeo
da dissertaccedilatildeo
ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no
ambiente escolar
Esta questatildeo contecircm trecircs subitens
a) Usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar
b) As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees subsequentes) sobre os efeitos
da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva
c) Relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e
regras do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado
O questionaacuterio aplicado me permitiu responder a segunda questatildeo de
investigaccedilatildeo da seguinte forma As respostas referentes aos subitem a Usos dos
Aparelhos Celulares no ambiente escolar
90 dos estudantes tecircm Celular e o levam para o coleacutegio 8 natildeo tecircm
esse equipamento mas ainda assim levam algum Celular para o
ambiente escolar Perfazendo um total de 98 dos estudantes de
posse desta Tecnologia de faacutecil acesso na escola
48 dos estudantes usam o Celular para ouvir muacutesica e enviar e
receber mensagens
As respostas referentes ao subitem b As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees
subsequentes) sobre efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva
92
85 responderam que jaacute ouviram dizer que os usos de fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares podem ser prejudiciais
agrave sauacutede auditiva poreacutem desses um pouco mais da metade disseram
ter reduzido o uso por causa desta informaccedilatildeo
As respostas referentes o subitem c a relaccedilatildeo ao entre o uso de instrumentos
eletrocircnicos e as normas e regras do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado
70 dos estudantes revelaram fazer uso didaacutetico do Aparelho Celular
no entanto a funccedilatildeo mais usada eacute a Calculadora permitindo concluir
que o uso didaacutetico estaacute reduzido a poucas disciplinas
98 dos estudantes revelou ter ciecircncia da proibiccedilatildeo do uso de
Celulares para fins natildeo didaacuteticos e 31 admitiram afrontar
deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio
Minhas percepccedilotildees iniciais obtidas pela vivecircncia diaacuteria com os estudantes
que usam intensivamente o Aparelho Celular para ouvir muacutesica se confirmaram
portanto pelos dados do questionaacuterio Na proacutexima seccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo
descrevo os resultados das afericcedilotildees relativas aos niacuteveis de pressatildeo sonora oriunda
do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares conectados aos Aparelhos
Celulares dos estudantes do Ensino Meacutedio
93
5 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA ORIUNDOS DO ENTORNO DO CEPMAT E
NOS FONES AURICULARES CONETADOS AOS APARELHOS CELULARES
DOS ESTUDANTES DO ENSINO MEacuteDIO QUANDO OUVEM MUacuteSICA
Na seccedilatildeo 3 desta dissertaccedilatildeo vimos no pensamento socioloacutegico de
Thompson (2011) que o desenvolvimento dos grandes centros urbanos foi afetado
pelo crescimento da quantidade e pela melhoria na qualidade dos meios de
transportes que impuseram mudanccedilas tecnoloacutegicas sobre a vida social e essas
acirraram ainda mais a necessidade de aumentar a velocidade para diminuir o
tempo gasto para percorrer determinados espaccedilos
Esse crescimento da quantidade de veiacuteculos trouxe consigo o aumento do
ruiacutedo afetando diretamente as aacutereas urbanas Vimos tambeacutem no estudo realizado
por Ribas (2007) sobre as reclamaccedilotildees referentes aos ruiacutedos registrados na
Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba que 70 dessas registros
referem-se agravequeles que ocorrem em horaacuterio comercial e satildeo provenientes dos meios
de transportes
Aleacutem da anaacutelise socioloacutegica de Thompson (2011) e da tese de Ribas (2007) o
municiacutepio de Curitiba estaacute sujeito a Lei Ordinaacuteria Municipal nordm 10625200213
(CURITIBA 2002) que dispotildee e regulamenta os niacuteveis de pressatildeo sonora nos
espaccedilos urbanos de Curitiba em seu Artigo 1ordm determina que
eacute proibido perturbar o sossego e o bem estar puacuteblico com sons ruiacutedos e vibraccedilotildees que causem incocircmodo de qualquer natureza ou que ultrapassem os limites fixados nesta lei
No 2ordm paraacutegrafo XII conceitua Zona sensiacutevel agrave ruiacutedo ou zona de silecircncio como
ldquoaquela que para atingir seus propoacutesitos necessita que lhe seja assegurado um silecircncio excepcional definindo como zona de silecircncio a faixa determinada pelo raio de 20000m (duzentos metros) de distacircncia de hospitais escolas bibliotecas puacuteblicas hoteacuteis postos de sauacutede ou similaresrdquo (vide anexo 2)
14
13 Conforme jaacute mencionado anteriormente o texto da lei 106252002 encontra-se no anexo I desta
dissertaccedilatildeo 14
Observe-se que o anexo II mencionado nesta citaccedilatildeo refere-se ao anexo da Lei 10625 e natildeo ao anexo 2 desta dissertaccedilatildeo
94
A mesma lei tambeacutem dispotildee em seu paraacutegrafo uacutenico que as normas para
afericcedilatildeo de ruiacutedo podem ser realizadas a 500m (cinco metros) em quaisquer divisas
do imoacutevel gerador do incocircmodo ou em qualquer ponto dentro do limite real do
imoacutevel que sofre o incocircmodo
Nesta seccedilatildeo procuro responder a primeira e a terceira questotildees de pesquisa
a primeira ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do
CEPMATrdquo e a terceira ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os
estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones
auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo Relembro que
as questotildees de pesquisa desta dissertaccedilatildeo foram construiacutedas em uma sequecircncia
loacutegica de compreensatildeo sobre a informaccedilatildeo no entanto a apresentaccedilatildeo e anaacutelise
dos resultados foram realizadas a partir da discussatildeo de cada instrumento de
constituiccedilatildeo dos dados separadamente ou seja o questionaacuterio que investigou o uso
do Celular no ambiente escolar (foi apresentado na seccedilatildeo 4) a afericcedilatildeo dos niacuteveis
de pressatildeo sonora tanto no interior do CEPMAT quanto nos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares dos estudantes ao ouvir muacutesicas (satildeo
apresentados neste capiacutetulo) e o ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas
de estresserdquo (seraacute apresentado na seccedilatildeo 6) Portanto reitero que a apresentaccedilatildeo
dos resultados da questatildeo de pesquisa 2 foi realizada antes da apresentaccedilatildeo e
anaacutelise dos resultados da questatildeo de pesquisa 1 e 3 Estas por sua vez foram
respondidas a partir dos dados do mesmo instrumento e seratildeo apresentadas neste
capiacutetulo
Para obter os niacuteveis de pressatildeo sonora realizei afericcedilotildees tanto no interior da
escola quanto nos fones auriculares conectados aos equipamentos Celulares
respondendo assim as duas questotildees vinculadas aos NPS Para a constituiccedilatildeo dos
dados relativos aos Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) fundamentei-me em aspectos
eacuteticos e legais e a partir das afericcedilotildees construiacute tabelas e elaborei anaacutelises
A seccedilatildeo estaacute dividida em quatro subitens a saber 51 ldquoSintomatologias
Caracteriacutesticas da PAIRrdquo no qual descrevo as caracteriacutesticas da Perda Auditiva
Induzida por Ruiacutedos (PAIR) de origem ocupacional levando em conta os agentes
causais que podem gerar perdas auditivas por exposiccedilatildeo ao ruiacutedo e ao interagir
com estes potencializam os seus efeitos sobre a audiccedilatildeo No subitem 52
ldquoOrientaccedilatildeo Metodoloacutegica do Instrumentordquo Nesse subitem descrevo o decibeliacutemetro
que eacute o equipamento utilizado para fazer as afericcedilotildees e em seguida os
95
procedimentos adequados para para as afericcedilotildees baseadas nas NBR 10151 (ABNT
1987) O procedimento foi dividido em dois momentos uma afericcedilatildeo dos niacuteveis de
ruiacutedo oriundos do entorno do CEPMAT e outro dos fones auriculares conectados ao
Telefone Celular quando os estudantes ouviam muacutesica No subitem 53 apresento os
resultados das afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) emitidos pelos meios
de transportes que circulam no entorno do CEPMAT no qual descrevo os resultados
das afericcedilotildees de ruiacutedos oriundos do entorno do CEPMAT No subitem 54 apresento
os resultados das afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) emitidos nos fones
auriculares conectados no Telefone Celular descrevo os procedimentos para
constituiccedilatildeo de dados com os estudantes que utilizam este equipamento No
subitem 55 Discussatildeo dos Resultados apresento analiso e discuto os resultados
51 SINTOMATOLOGIAS CARACTERIacuteSTICAS DA PAIR
A principal sintomatologia da PAIR eacute a degeneraccedilatildeo das ceacutelulas ciliadas do
ouvido15 por exposiccedilatildeo de tempo prolongada ao ruiacutedo o que provoca lesotildees por
excessos de estimulaccedilatildeo sonora (BRASIL 2006 p 16)
Conforme jaacute mencionado o termo som eacute comumente utilizado para descrever
sensaccedilotildees prazerosas o ruiacutedo eacute usado para descrever sons indesejaacuteveis ou
desagradaacuteveis desta forma quando o ruiacutedo eacute intenso e a exposiccedilatildeo a ele eacute contiacutenua
(poluiccedilatildeo sonora) ocorrem alteraccedilotildees estruturais na orelha interna determinando a
possibilidade de ocorrecircncia de perda auditiva Aleacutem da ocorrecircncia dos sintomas
auditivos frequentes (perda auditiva dificuldade de compreensatildeo de fala zumbido e
intoleracircncia a sons intensos) a essa exposiccedilatildeo a pessoa tambeacutem apresenta
queixas como cefaleia tontura irritabilidade e problemas digestivos entre outros
(BRASIL 2006 p10)
Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999) as
caracteriacutesticas desta sintomatologia da PAIR satildeo sempre neurossensoriais pois a
lesatildeo ocorre no oacutergatildeo de Corti da orelha interna e a perda ocorre em ambas agraves
15 Lembrando que o termo ouvido foi substituiacutedo por orelha interna na atual nomenclatura anatocircmica
e na seccedilatildeo 4 utilizo essa nova nomenclatura
96
orelhas internas em graus diferenciados Em frequecircncias baixas haacute uma perda
auditiva de 40 dB(A) e nas altas 75 dB(A) mas uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao
ruiacutedo intenso natildeo ocorre progressatildeo da PAIR nos indiviacuteduos A perda aditiva natildeo
torna a orelha interna mais sensiacutevel ao ruiacutedo os prejuiacutezos aparecem de forma mais
lenta quando haacute exposiccedilatildeo contiacutenua as perdas auditivas podem ser definitivas
levando em meacutedia de 10 a 15 anos Os sintomas comeccedilam ser percebidos quando
haacute intoleracircncia a sons intensos com queixa de zumbido diminuiccedilatildeo de
inteligibilidade da fala e prejuiacutezo da comunicaccedilatildeo oral
Em resumo os sintomas e sinais da perda auditiva descrita por Seligman
(2001) apud Brasil (2006 p 22) satildeo
1) Auditivos Perda auditiva Zumbidos Dificuldades no entendimento de fala dores nos ouvidos mediantes a exposiccedilatildeo a sons intensos sensaccedilatildeo de audiccedilatildeo ldquoabafadardquo dificuldade na localizaccedilatildeo da fonte sonora 2) Natildeo auditivos Transtornos da comunicaccedilatildeo Neuroloacutegicos Vestibulares Comportamentais Cardiovasculares Hormonais Digestivos e Alteraccedilotildees do sono
A Tabela 3 apresenta os niacuteveis de pressatildeo sonora e o tempo que as pessoas
podem ficar expostas a aqueles decibeacuteis de acordo com a NR-15 (ABNT 1978) e
com o Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo - PAIR pode ocorrer se natildeo forem
respeitados esses limites de exposiccedilatildeo diaacuteria
A tabela 3 apresentada na NR-15 (ABNT1978) limita o tempo de exposiccedilatildeo
do trabalhador a ruiacutedos contiacutenuos ou intermitentes durante atividades ocupacionais
Para uma jornada diaacuteria de 8 horas essa norma estipula como teto maacuteximo de
exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limite de 85 dB(A) A partir do limite de 85 dB(A) a cada 5
dB(A) acrescentados no niacutevel de pressatildeo sonora o tempo de exposiccedilatildeo permitido cai
pela metade isto eacute no limite de 90 dB(A) o tempo cai de 8 para 4 horas e ao chegar
em 115 dB(A) uma pessoa pode ficar exposta aos ruiacutedos contiacutenua ou
intermitentemente apenas por 7 minutos
97
TABELA 3 ndash LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO E INTERMITENTE
NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA
EM dB(A)
MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL
EM HORAS E MINUTOS
85 8 h 86 7 h 87 6 h 88 5 h 89 4 h e 30 min 90 4 h 91 3 h e 30 min 92 3 h 93 2 h e 40 min 94 2 h e 15 min 95 2 h 96 1 h e 45 min 98 1 h e 15 min
100 1 h 102 45 min 104 35 min 105 30 min 106 25 min 108 20 min 110 15 min 112 10 min 114 8 min 115 7 min
FONTE NORMA REGULAMENTADORA 15 (ABNT 1978)
52 ORIENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA DO INSTRUMENTO
521 O Equipamento
Utilizando o equipamento denominado de decibeliacutemetro Marca Instrutherm ndash
nuacutemero de seacuterie N304849 Modelo AZCE ndash 8928 Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB
(A) Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear Respostas Fast e Slow Os dados foram
constituiacutedos a partir do medidor de pressatildeo sonora no modo ldquoLeqrdquo na curva de
compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta ldquoSlowrdquo (lenta) O decibeliacutemetro com funccedilatildeo
Leq pode ser ajustado para operar com dois modos de resposta o raacutepido ( Fast ) e
o lento ( Slow) no modo de operaccedilatildeo lento ele tem um tempo de subida de 1 ms
ideal para sons repetitivos e contiacutenuos jaacute no modo raacutepido o tempo de resposta eacute de
98
125 ms ideal para medir sons raacutepidos Com este equipamento realizei as duas
mediccedilotildees
A primeira no ambiente interno do CEPMAT para determinar os ruiacutedos
oriundos do meio externo do entorno do Coleacutegio e gerados pelos meios de
transportes seguindo as orientaccedilotildees metodoloacutegicas normatizadas pela NBR
101511987 (ABNT 1987) que usando princiacutepios de acuacutestica asseguram a precisatildeo
do meacutetodo para avaliaccedilatildeo dos efeitos do ruiacutedo sobre o aparelho auditivo
A segunda mediccedilatildeo foi realizada para aferir os niacuteveis de ruiacutedo que os
estudantes estatildeo expostos ao usarem os fones auriculares conectados no Aparelho
Celular para ouvir muacutesica
522 Procedimento
As mediccedilotildees foram realizadas em dois momentos no primeiro foram
realizadas mediccedilotildees nos ambientes internos do CEPMAT no segundo foram
realizadas mediccedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora nos fones auriculares dos
Aparelhos Celulares dos estudantes do Ensino Meacutedio enquanto ouviam muacutesica Os
procedimentos seratildeo descritos separadamente
a) Primeiro momento
Para realizar as mediccedilotildees com o decibeliacutemetro nos ambientes internos do
CEPMAT selecionei locais que natildeo tem barreiras fiacutesicas para o ruiacutedo oriundo da
Avenida Presidente Afonso Camargo onde haacute as vias expressas a via estrutural
leste e a linha Feacuterrea Assim foram selecionados dois pisos do referido coleacutegio No
primeiro piso que fica no niacutevel da rua estatildeo na ordem da planta baixa
arquitetocircnica16 da esquerda para a direita os seguintes espaccedilos Biblioteca Sala de
Informaacutetica Sala do Diretor Secretaria Auditoacuterio No segundo piso que fica do
mesmo lado do preacutedio estatildeo agraves quatro salas de aula avaliadas juntamente com o
Laboratoacuterio de Quiacutemico-Fiacutesica
16 A planta baixa arquitetocircnica do primeiro piso do CEPMAT pode ser vista no Anexo VIII
99
O equipamento17 mostra a mediccedilatildeo do niacutevel de ruiacutedo equivalente contiacutenuo
(Leq18) a cada minuto de acordo com as normas - Avaliaccedilotildees do Ruiacutedo em Aacutereas
Habitadas visando ao conforto da comunidade NBR 10151 (ABNT 1987) Para
aferir resguardei o aparelho do efeito de ventos sobre o microfone com o uso de
protetor conforme as instruccedilotildees do fabricante As mediccedilotildees foram realizadas em
pontos afastados aproximadamente 12 m do piso e a 1 m da parede da sala em
cada afericcedilatildeo durante cinco dias em trecircs periacuteodos do dia nos meses de setembro e
outubro de 2013 em fevereiro de 2014 No periacuteodo matutino foram realizadas nos
intervalos compreendidos das 7h30min as 11h45min no periacuteodo vespertino das
13h30min as 17h30min e no periacuteodo noturno das 19h00 as 22h30min
b) Segundo momento
Com autorizaccedilatildeo da direccedilatildeo do CEPMAT realizei as afericcedilotildees dos niacuteveis de
pressatildeo sonora nos fones auriculares do Aparelho Celular dos estudantes do Ensino
Meacutedio semanalmente Foram em meacutedia 30 (trinta) afericcedilotildees diaacuterias de diferentes
estudantes ao longo de um periacuteodo de 2 meses (outubro e novembro de 2013)
diariamente no periacuteodo letivo e somente durante os intervalos de aulas (manhatilde das
10h agraves 10h20min no periacuteodo matutino e das 20h agraves 20h40min no periacuteodo noturno)
A escolha dos estudantes foi aleatoacuteria e solicitei permissotildees verbais para fazer
mediccedilatildeo da intensidade sonora que os fones auriculares emitiam naquele momento
Informei que aquele procedimento fazia parte de uma pesquisa que natildeo haveria
qualquer tipo de puniccedilatildeo ou proibiccedilatildeo do uso do Aparelho Celular no ambiente
escolar Os estudantes participantes natildeo foram identificados nesta pesquisa
17 Uma foto do equipamento pode ser vista no Anexo IV
18 As condiccedilotildees exigiacuteveis para a execuccedilatildeo do caacutelculo simplificado do niacutevel de ruiacutedo equivalente
contiacutenuo (Leq) foram Normatizadas pela NBR 13369 (ABNT 1995) que se encontra no anexo VII desta dissertaccedilatildeo
100
53 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA
(NPS) EMITIDOS PELOS MEIOS DE TRANSPORTES DO ENTORNO DO
CEPMAT
Neste subitem busco responder a primeira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo
os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMATrdquo
A tabela 4 apresenta os niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) a que os estudantes
satildeo submetidos pelos ruiacutedos emitidos pelos meios de transportes oriundos do
entorno do CEPMAT ficando mais intensos quando satildeo realizadas manutenccedilotildees
nos trens Os estudantes ao entrarem em determinados ambientes do coleacutegio estatildeo
mais (ou menos) expostos a ruiacutedos externos Esta exposiccedilatildeo natildeo eacute igual em todos
os ambientes devido a proximidade ou distacircncia das origens do ruiacutedo bem como
devido a barreiras fiacutesicas da proacutepria construccedilatildeo Nesse sentido para saber os niacuteveis
de pressatildeo sonora a que os estudantes estatildeo submetidos em cada local decidi
avaliar diferentes espaccedilos fiacutesicos do coleacutegio Portanto o decibeliacutemetro foi instalado
na parte interna de alguns ambientes que recebem as ondas sonoras frontalmente
TABELA 4 ndash AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) ORIUNDOS DO EXTERIOR
DO CEPMAT E MEDIDOS NO INTERIOR
DiaMecircs
Sala
Periacuteodo
Com a presenccedila do trem Carros ocircnibus Caminhotildees e estudantes
Sem a presenccedila do trem com carros ocircnibus caminhotildees e estudantes
0110
Biblioteca
Manhatilde
Tarde
Noite
9644
9452
8573
8436
8809
6516
0710
Laboratoacuterio de
Informaacutetica
Manhatilde
Tarde
Noite
9603
9271
8898
8886
8324
7546
0510
Auditoacuterio
Manhatilde
Tarde
Noite
9620
10000
8805
8654
8736
6522
FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
101
Nos resultados da tabela 4 observei que em ambientes como a Biblioteca o
Laboratoacuterio de Informaacutetica e o Auditoacuterio frequentados por estudantes a intensidade
de ruiacutedos eacute elevada as afericcedilotildees apontaram que no periacuteodo matutino sem a
presenccedila do trem com fluxo normal de carros ocircnibus caminhotildees e estudantes a
meacutedia em dB(A) eacute 8658 dB(A) e acrescentado os ruiacutedos do trem a meacutedia fica em
torno de 9622 dB(A) no periacuteodo vespertino a meacutedia ficou em 8623 dB(A) e 9574
dB(A) e noturno a meacutedia ficou em 6861 dB(A) e 8758 dB(A) poreacutem existe uma
diferenccedila acentuada nos niacuteveis de pressatildeo sonora se comparados os periacuteodos
diurnos (movimentaccedilatildeo de meios de transportes constantes) e noturno (baixa
movimentaccedilatildeo de veiacuteculos e do trem que passa no horaacuterio das 19h40 min)
No estudo de Celani et al (1994) apud Brasil (2006) os autores avaliaram os
niacuteveis de pressatildeo sonora em salas de aula com a presenccedila de estudantes e os
resultados chegaram a atingir ateacute 943 dB(A) que eacute acima do recomendado no
Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo - Pair (BRASIL 2006) apresentado na tabela 3
desta seccedilatildeo
As afericcedilotildees realizadas nas salas de aula e Laboratoacuterio de Fiacutesico-Quiacutemica do
CEPMAT (tabela 5) apontaram que no periacuteodo matutino sem a presenccedila do trem
com fluxo normal de carros ocircnibus caminhotildees e estudantes a meacutedia em dB(A) eacute
8229 dB(A) e acrescentado os ruiacutedos do trem a meacutedia passa para 9394 dB(A) No
periacuteodo vespertino a meacutedia ficou em 7417 dB(A) e 9203 dB(A) e no noturno a
meacutedia ficou em 7419 dB(A) e 8357 dB(A) todas as meacutedias estatildeo acima da
recomendada pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que estabelece um limite de
60 dB(A) para os setores estruturais educacionais A Meacutedia dos trecircs periacuteodos eacute
8984 dB(A) e esses valores estatildeo 50 acima do estabelecido pela lei isto eacute de
acordo com as definiccedilotildees estabelecidas na proacutepria Lei 106252002 (CURITIBA
2002) caracterizado como POLUICcedilAtildeO SONORA
Portanto respondendo a primeira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo os Niacuteveis
de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMATrdquo Os resultados
indicaram que satildeo niacuteveis acima dos limites permitidos na Lei Ordinaacuteria Municipal
106252002 confirmando os incocircmodos iniciais desta dissertaccedilatildeo
A tabela 5 mostra as mediccedilotildees realizadas nas salas de aula com e sem a
presenccedila dos trens
102
TABELA 5 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO CEPMAT EM SALAS DE AULA
DiaMecircs
Sala
Periacuteodo
Com a presenccedila do trem Carros e Ocircnibus Caminhotildees
e de estudantes dB(A)
Sem a presenccedila do trem com fluxo normal de
Carros ocircnibus caminhotildees e presenccedila de
estudantes dB(A)
0210
Sala de Aula 10
Manhatilde
Tarde
Noite
9432
9546
8871
8370
7946
7223
0210
Sala de Aula 11
Manhatilde
Tarde
Noite
8998
9230
7253
8008
7525
7377
0210
Sala de Aula 12
Manhatilde
Tarde
Noite
9513
9688
8619
7796
7253
7189
0310
Laboratoacuterio de Fiacutesico-quiacutemica 13
Manhatilde
Tarde
Noite
9635
8350
8685
8745
6947
7889
FONTE COSTA 2014 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
54 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA
(NPS) EMITIDOS NOS FONES AURICULARES CONECTADOS NO
APARELHO CELULAR
Neste subitem busco responder a questatildeo de pesquisa nuacutemero 3 desta
dissertaccedilatildeo que eacute ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os
estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones
auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo
103
Como jaacute mencionado o decibeliacutemetro tambeacutem foi utilizado para aferir os
niacuteveis de ruiacutedos gerados pelos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular
dos estudantes do CEPMAT quando ouvem muacutesica
Realizei ao todo 150 afericcedilotildees no paacutetio do coleacutegio durante o recreio
(intervalo) ao longo de dois meses Utilizei apenas um dia por semana e variei dias
da semana durante este periacuteodo de forma a ter pelo menos 30 mediccedilotildees para cada
dia Para facilitar a apresentaccedilatildeo dos dados agrupei o nuacutemero de estudantes que
tiveram mediccedilotildees iguais em decibeacuteis dB(A) independentemente do dia
Os valores obtidos em decibeacuteis podem ser relacionados ao tempo maacuteximo de
exposiccedilatildeo ao ruiacutedo permissiacutevel de acordo com (BRASIL 2006) reproduzido na
tabela 3 da seccedilatildeo 4 por exemplo se um estudante ouve muacutesica a 88 dB(A) com os
fones auriculares conectados ao Aparelho Celular o protocolo limita o tempo de
exposiccedilatildeo a 5 horas no entanto se uma pessoa ouvir muacutesica a 115 dB(A) o tempo
maacuteximo de exposiccedilatildeo deve ser de 7 minutos para evitar prejuiacutezos a sauacutede auditiva
Os resultados obtidos satildeo apresentados no graacutefico nove
GRAacuteFICO 9 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES CONECTADOS AO APARELHO CELULAR FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
104
No graacutefico 9 eacute possiacutevel notar que apenas um pequeno grupo de 8 estudantes
pesquisados ouvem muacutesica em intensidade igual a 88 dB(A) isto eacute somente 534
o que significa que o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo para este grupo natildeo pode ser
superior a 5 horas diaacuterias No entanto os demais (142 estudantes ou 9466 dos
pesquisados) ouvem muacutesicas em intensidade acima de 92 dB(A) cujo tempo de
exposiccedilatildeo limite eacute de 3 horas por dia no entanto no questionaacuterio discutido na seccedilatildeo
III desta dissertaccedilatildeo mostrou que os estudantes ouvem muacutesica com os fones
auriculares conectados ao Celular em meacutedia quatro horas diaacuterias Isso significa que
aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume de
1047 dB(A) em meacutedia e podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com
possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo Portanto de acordo com o Protocolo
de Complexidade Diferenciada 5 do Ministeacuterio da Sauacutede para 4 h de exposiccedilatildeo
diaacuteria o limite eacute de 90 dB(A) para 103 dB(A) o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo eacute de 40
minutos diaacuterios ou seja os estudantes pesquisados ficam 600 acima do tempo
limite estipulado pelo Protocolo
55 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS
Esta discussatildeo tem como base as duas afericcedilotildees realizadas as oriundas do
entorno do CEPMAT e as dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular
para ouvir muacutesica
No que se refere agraves mediccedilotildees do entorno do CEPMAT a resoluccedilatildeo do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA 1998) e a Lei 960598 Capiacutetulo
V Seccedilatildeo II Artigo 54 estabelece como crime ambiental ldquoCausar poluiccedilatildeo de
qualquer natureza em niacuteveis que resultem ou possam resultar em danos agrave sauacutede
humanardquo (BRASIL 1998) Aleacutem disso no que tange a sauacutede auditiva a NBR
101511987 (ABNT 1987) determina que os niacuteveis de ruiacutedos em aacutereas habitadas
natildeo deve ultrapassar 50 dB(A) visando o conforto a seguranccedila e a sauacutede auditiva
das comunidades lindeiras No entanto o ruiacutedo emitido em Zonas Estruturais
Educacionais eacute regulamentado pela Lei Ordinaacuteria Municipal 10625 (CURITIBA
2002) que o limita a 60 dB(A) em periacuteodo diurno
105
A empresa America Latina Logiacutestica (ALL 2010 p 17) justifica que a poluiccedilatildeo
sonora emitida pelos trens na passagem da composiccedilatildeo ocorre em curto espaccedilo de
tempo de aproximadamente 5 minutos cessando logo apoacutes a passagem desta
forma o impacto ambiental causado pelo ruiacutedo eacute imediatamente restabelecido apoacutes
a passagem da composiccedilatildeo portanto para a empresa os danos agrave sauacutede auditiva
seriam reversiacuteveis
A ALL (2010 p 18) ressalta em seu Programa de Mitigaccedilatildeo de Ruiacutedos que as
vizinhanccedilas Empresas Hospitais e Coleacutegios devem ter ciecircncia de que os
deslocamentos dos trens causam ruiacutedos devidos agraves caracteriacutesticas do material
rodante Por outro lado eacute preciso lembrar que ter ciecircncia natildeo resolve os incocircmodos
causados aos estudantes do CEPMAT e um programa de mitigaccedilatildeo ambiental
deveria propor mais do que a ciecircncia ao fato mas uma efetiva reduccedilatildeo Aleacutem disso
o programa natildeo inclui accedilotildees nos paacutetios de manobra e nem limita as atividades de
manutenccedilatildeo das maacutequinas e testes de frenagem que ocorrem na frente do coleacutegio
em periacuteodo diurno e tem ruiacutedo acima do que permite a legislaccedilatildeo especialmente
nas ZE-E
O CEPMAT estaacute localizado a aproximadamente 25 metros da linha feacuterrea
como apresentado nas fotos apresentadas na seccedilatildeo I ndash dos Incocircmodos Inicias Os
resultados das mediccedilotildees realizadas a esta distacircncia e plotadas na tabela 4
identificaram niacuteveis de ruiacutedos que podem chegar a 100 dB(A) muito acima dos
limites de emissatildeo de ruiacutedo para a Zona Estrutural Educacional que podem limitar o
tempo de exposiccedilatildeo a uma hora No entanto quando haacute testes de frenagem esta
exposiccedilatildeo pode ser maior do que o tempo descrito no relatoacuterio da ALL
O laudo emitido por Stangherlin (2014)19 ressalta o caso dos estudantes do
CEPMAT que estudam nas salas diretamente impactadas pelo ruiacutedo observando a
seguinte loacutegica um estudante do CEPMAT estaacute exposto ao ruiacutedo por um periacuteodo de
4h30min cinco (5) dias por semana ao longo de duzentos (200) dias letivos
Portanto mesmo que por um ldquocurto periacuteodordquo de tempo por dia (cerca de 5 minutos
natildeo considerando os dias em que haacute testes de frenagem) eacute possiacutevel concluir que
ainda que o tempo de exposiccedilatildeo seja curto a frequecircncia com que ocorre e o niacutevel de
decibeacuteis sistematicamente acima do legal permitido pode haver consequecircncias a
longo prazo e somente em estudo longitudinal poderia analisar com maior precisatildeo o
19 Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Meios de Transporte (Anexo IX)
106
tamanho e impactos e pode haver consequecircncias relativas a PAIR com prejuiacutezos agrave
sauacutede auditiva Portanto os dados das anaacutelises apresentadas respondem portanto
a questatildeo de pesquisa nuacutemero 1 desta dissertaccedilatildeo
A seguir apresento as discussotildees dos resultados das afericcedilotildees relativas aos
fones auriculares conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica e respondo a
questatildeo de pesquisa nuacutemero 3
De acordo com os resultados obtidos a meacutedia aritmeacutetica geral ( ) das
afericcedilotildees do eixo X (graacutefico 9) referente a intensidade de ruiacutedo nos fones
auriculares eacute de 1032 dB(A) Nesses niacuteveis o tempo de exposiccedilatildeo maacutexima contiacutenua
eacute de aproximadamente 40 minutos por dia no entanto nos dados obtidos a partir do
questionaacuterio aplicado o tempo meacutedio que os estudantes ouvem muacutesica usando
fones de ouvido conectados ao Aparelho Celular eacute em meacutedia de 4 horasdia o que
pode acarretar surdez precoce nos estudantes Essa intensidade meacutedia eacute muito
superior a permitida para uma ldquojornada de trabalhordquo no caso dos estudantes a
possibilidade de uso constante por 8 horas diaacuterias que o sistema auditivo humano
pode suportar sons de forma segura que eacute de 85 dB(A) Nesta situaccedilatildeo de
exposiccedilatildeo ao ruiacutedo contiacutenuo podem ocorrer diversos sintomas que caracterizam a
PAIR (CID 10 ndash H833) como perda auditiva zumbidos dores no ouvido sensaccedilatildeo
de audiccedilatildeo ldquoabafadardquo e transtornos neuroloacutegicos comportamentais hormonais
digestivos e alteraccedilotildees do sono entre outros pois quando o ruiacutedo eacute intenso e a
exposiccedilatildeo a ele for continuada ocorrem alteraccedilotildees estruturais na orelha interna
(BRASIL 2006 p10)
O segundo laudo referente agraves mediccedilotildees nos niacuteveis de pressatildeo sonora nos
fones auriculares emitido por Stangherlin (2013)20 retrata que os estudantes do
CEPMAT expostos a esses niacuteveis de pressatildeo sonora (plotados no graacutefico 8) podem
ter prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo ou perda auditiva em poucos anos por ser sutil causa
impactos significativos na sauacutede auditiva dos estudantes podendo gerar dificuldades
na comunicaccedilatildeo e na aprendizagem Para SantrsquoAna (2012 p 26) os dispositivos
sonoros portaacuteteis individuais seriam os principais responsaacuteveis pela perda de
audiccedilatildeo precoce provocando o fenocircmeno dos ldquoouvidos velhos em corpos jovensrdquo
20 Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedos dos Fones de Ouvido Conectados ao Aparelho Celular
(Anexo X)
107
Um grupo (5) de estudantes ouve muacutesica proacuteximo (88 dB(A) dos limites
estabelecidos pelo protocolo (BRASIL 2006) e o outro grupo (9466) ouve muacutesicas
em volume acima do limite estabelecido no protocolo a meacutedia do volume para este
grupo eacute de 1047 dB(A) de acordo com o protocolo o limite de tempo para tal
volume seria de apenas 30 minutos por dia Portanto os estudantes estatildeo expondo
sua audiccedilatildeo ateacute 800 acima do limite dB(A)tempo estabelecido no protocolo a
porcentagem de 95 mostra consequecircncias de agir conforme o grupo ou seja a
partir do modelo de interaccedilatildeo social discutido por Vigotsky (2007)
Com os resultados obtidos e as anaacutelises realizadas acima respondo a
terceira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que
os estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones
auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo
Assim compreender os significados da presenccedila e o uso do Aparelho Celular
na escola eacute compreender essa cultura das tecnologias de faacutecil acesso pois como
vimos anteriormente o Celular pode ser entendido como um signo um objeto de
desejo que opera no sistema representacional da nossa cultura (HALL 1997) Os
Aparelhos Celulares permitem construir significados modificando o sentimento de
pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de conduta e ideias e satildeo
usados inclusive como instrumento de governabilidade e regulaccedilatildeo interna do grupo
Os Aparelhos Celulares operam portanto como um modelo simboacutelico que cria um
novo ambiente social
56 SINTESE DA SECcedilAtildeO
Em resumo ao relacionar ambiente escolar tecnologias de faacutecil acesso e as
mudanccedilas na cultura escolar constituiacutemos novas tessituras para entender a escola
contemporacircnea e suas problemaacuteticas e consequecircncias como a do aparecimento
precoce da PAIR Assim eacute possivel relacionar que tanto o ruiacutedo do traacutefego quanto
os Aparelhos Celulares emitem niacuteveis de poluiccedilatildeo sonora muito acima do que a
lesgislaccedilatildeo estabelece ou recomenta no entanto os niacuteveis de ruiacutedos emitidos nos
fones auriculares dos Aparelhos Celulares satildeo muito acima do meios de transportes
Assim eacute possiacutevel conluir que embora seja silecioso para uma pessoa que estaacute
108
proacuteximo os Telefones Celulares conectados a fones auriculares estatildeo colocando em
risco a sauacutede auditiva dos estudantes
Na proacutexima seccedilatildeo apresentarei os resultados do ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo
de alguns sintomas de estresserdquo que os estudantes responderam sobre a poluiccedilatildeo
sonora oriunda do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares conectados ao
Aparelho Celular quando ouvem muacutesica
109
6 POLUICcedilAtildeO SONORA E AS PERCEPCcedilOtildeES DOS ESTUDANTES DE ALGUNS
SINTOMAS DE ESTRESSE
Nas seccedilotildees anteriores busquei responder as questotildees um dois e trecircs desta
dissertaccedilatildeo Nesta seccedilatildeo procuro responder a quarta questatildeo de pesquisa uma vez
que foi constatado a partir dos resultados do capiacutetulo anterior que haacute Niacuteveis de
Pressatildeo Sonora (NPS) acima do disposto na Legislaccedilatildeo e estabelecida nesta
dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora busquei verificar comose os estudantes do
Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem (a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda
do entorno do Coleacutegio (b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora (oriunda do entorno do
Coleacutegio) na sauacutede deles (c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones
auriculares conectados aos Telefones Celulares e os efeitos na sauacutede dos
estudantes (d) as normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT
Para responder a quarta questatildeo de pesquisa (e suas quatro sub questotildees)
me propus a adaptar o teste de (LAUTERT CHAVES E MOURA 1999) Nomeei o
teste adaptado como ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo
e apliquei aos estudantes do CEPMAT
Para apresentar o instrumento de constituiccedilatildeo de dados os resultados
obtidos e as anaacutelises que elaborei dividi a seccedilatildeo em quatro subtoacutepicos a saber A
primeira (61) intitulada ldquocrescimento da cidade e o aumento do ruiacutedo ambienterdquo
discorre sobre o aumento dos meios de transportes que trafegam na via estrutural
leste o Paacutetio de Manobra da ALL a Lei Ordinaacuteria Municipal (CURITIBA 2002)
106252000 a NBR 10151(ABNT 1987) e 10152 (ABNT 1987a) o Protocolo de
Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL 2006) com as possiacuteveis consequecircncias para
a sauacutede humana A segunda (62) intitulada ldquoOs sintomas de estresse e a percepccedilatildeo
dos estudantesrdquo analisa as percepccedilotildees pessoais por meio dos sentidos baacutesicos
(visatildeo e especialmente audiccedilatildeo) os processos cognitivos e as manifestaccedilotildees
psicoloacutegicas que podem afetar a sauacutede humana assim parte do conceito de como
as pessoas percebem o ambiente e tomam decisotildees associadas a ela mesma A
terceira (63) intitulada ldquoOrientaccedilotildees metodoloacutegicas do Instrumentordquo apresenta a
construccedilatildeo de um teste elaborado com base nas escalas tipo-Likert contendo sete
niacuteveis Os principais objetivos foram avaliar se os estudantes percebem a poluiccedilatildeo
110
sonora tanto no entorno do CEPMAT causada pelos meios de transportes quanto
agravequela oriunda dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular para ouvir
muacutesica e verificar se os estudantes apresentam alguns sintomas de estresse O
quarto e uacuteltimo do subtoacutepico (64) intitulado ldquoAnaacutelise dos dadosrdquo como o proacuteprio
nome diz apresenta e analisa parcialmente quatro grupos de dados percepccedilatildeo dos
estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora no entorno do CEPMAT a percepccedilatildeo dos
efeitos desta poluiccedilatildeo sonora na sauacutede deles a percepccedilatildeo da existecircncia de poluiccedilatildeo
sonora oriundas dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular o Regimento
Escolar A seccedilatildeo finaliza reunindo as principais consideraccedilotildees parciais e elaborando
conclusotildees que pretendem unir aspectos dos capiacutetulos anteriores
61 O CRESCIMENTO DA CIDADE E O AUMENTO DO RUIacuteDO AMBIENTE
Neste subtoacutepico descrevo o aumento do ruiacutedo ambiente causado pelo
adensamento da frota de veiacuteculos e a saturaccedilatildeo do transporte viaacuterio na cidade
Ruiacutedo ambiente eacute conceituado no Capiacutetulo 12 da investigaccedilatildeo de ruiacutedos (ALL
2010) como ldquomediccedilatildeo do niacutevel de ruiacutedo equivalente para determinaccedilatildeo do ruiacutedo
ambiente durante a operaccedilatildeordquo (p13) entendo como operaccedilatildeo a passagem da
composiccedilatildeo feacuterrea Menciono aspectos do sistema viaacuterio de Curitiba especialmente
do corredor leste de transporte coletivo e a linha feacuterrea do Setor Cajuru que inclui o
Paacutetio de Curitiba Ambos (corredor Leste e Linha feacuterrea) passam em frente ao
CEPMAT trazendo impactos negativos ao aumento de ruiacutedo ambiente discutindo as
normas regulamentadoras NBR 10151 (ABNT1987) e NBR 10152 (ABNT 1987a)
referentes agrave poluiccedilatildeo sonora e o protocolo de complexidade diferenciada 5 (BRASIL
2006) que descreve a PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo) As normas e o
protocolo (BRASIL 2006) serviratildeo como sustentaacuteculo para anaacutelise dos dados
O crescimento da cidade de Curitiba e a saturaccedilatildeo do sistema viaacuterio da
cidade foram descritos no relatoacuterio de Planos Setoriais de Curitiba (IPPUC 2008)
que incluem tambeacutem alertas para os impactos negativos dessa saturaccedilatildeo ao tracircnsito
e agrave sauacutede
111
O deslocamento aliado ao crescimento das atividades econocircmicas verificadas na uacuteltima deacutecada trouxe consigo impactos nocivos ao tracircnsito A saturaccedilatildeo do Sistema Viaacuterio Baacutesico pelo aumento da frota de veiacuteculos em circulaccedilatildeo e a instalaccedilatildeo de transportadoras fora das zonas de serviccedilo e a pouca correspondecircncia hieraacuterquica e funcional entre o sistema viaacuterio baacutesico urbano e metropolitano ocasionam impactos negativos (poluiccedilatildeo ruiacutedo congestionamentos e acidentes) no meio urbano (IPPUC 2008 p34)
O mapa da rede Integrada de Transporte Puacuteblico de Curitiba mostra que as
linhas expressas e diretas passam em frente ao coleacutegio Figura 7 (IPPUC 2006) e ali
haacute um traacutefego intenso de ocircnibus circulando nas canaletas De acordo com o relatoacuterio
IPPUC (2008 p28) ldquoo corredor leste trabalha com 115000 passageiros em dia uacutetil
17000 passageiros no pico 115 passageiros de carga maacutexima ()rdquo o que adensa
o nuacutemero de ocircnibus que circula na regiatildeo aumentando o ruiacutedo ambiente Aleacutem
disso haacute que se considerar que este relatoacuterio foi escrito haacute oito anos quando o
nuacutemero de veiacuteculos e a populaccedilatildeo da cidade eram menores e a aacuterea metropolitana
nesse intervalo (2008-2014) teve um crescimento significativo Para Siegel et al
(2009) dentre os municiacutepios que compotildeem a Regiatildeo Metropolitana de Curitiba
destaca-se o de Pinhais eacute um dos que obtiveram maior crescimento nos uacuteltimos 10
anos Este municiacutepio interliga-se com Curitiba pelo corredor leste para os ocircnibus
conforme descrito na seccedilatildeo de ldquoIncomodos Iniciaisrdquo que inclui fotos das seis pistas
que compotildeem a Av Afonso Camargo que passa em frente ao Coleacutegio
No caso do sistema ferroviaacuterio a cidade de Curitiba tem dois paacutetios em
operaccedilatildeo o Paacutetio Iguaccedilu no bairro Boqueiratildeo e o Paacutetio de Curitiba no bairro
Cajuruacute este uacuteltimo fica proacuteximo ao CEPMAT haacute uma distacircncia aproximada de
1200m pelo trajeto viaacuterio ou menos do que isso em linha reta Nestes Paacutetios de
acordo com o relatoacuterio IPPUC (2008 p33) natildeo haacute carga e descarga mas haacute
montagem de composiccedilotildees e manobras e testes da composiccedilatildeo e de frenagem
A linha feacuterrea passa em frente ao coleacutegio a uma distacircncia de
aproximadamente 25m (na Figura 7 representada em azul claro) Os dados
extraiacutedos da tabela 1271 do capiacutetulo 12 sobre investigaccedilatildeo de ruiacutedos da ALL (ALL
2010 p14) realizadas pelo programa de mitigaccedilatildeo de ruiacutedos em uma aacuterea
estritamente residencial urbana a uma distacircncia de 15m da ferrovia indicaram que os
Niacuteveis de Pressatildeo Sonora do ruiacutedo ambiente satildeo iguais a 87 dB(A) agraves 16 horas e 72
dB(A) agraves 23 horas de acordo com esse relatoacuterio o ruiacutedo ambiente (durante a
passagem da composiccedilatildeo feacuterrea) dura cerca de 5 minutos (IPPUC 2008 p17)
112
FIGURA 7 - REDE INTEGRADA DE TRANSPORTE PUacuteBLICO DE CURITIBA EM 2003 FONTE IPPUC (2006)
No entanto eacute importante ressaltar que aleacutem dos ruiacutedos ambiente imediatos
mencionados no relatoacuterio durante a passagem das composiccedilotildees a empresa
Ameacuterica Latina Logiacutestica usa regularmente a linha feacuterrea em frente ao CEPMAT
113
para fazer manobras e testes de frenagem e de motores das locomotivas devido agrave
proximidade da linha feacuterrea com a aacuterea de manobras do Paacutetio de Curitiba As
locomotivas ziguezagueiam do Paacutetio de Curitiba ateacute uma linha que fica em frente agrave
escola aumentando significativamente os niacuteveis de ruiacutedo ambiente no local e o
tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
O CEPMAT estaacute localizado na intersecccedilatildeo entre o corredor Leste de
transporte coletivo do sistema viaacuterio e a linha feacuterrea do Setor Cajuru que daacute acesso
agrave aacuterea de manobras do Paacutetio de Curitiba Em um local proacuteximo o ruiacutedo ambiente
medido pela empresa que administra a ferrovia (ALL 2010) chegou a 87 dB(A) Por
outro lado a Lei Ordinaacuteria Municipal Nordm 10625 (CURITIBA 2002) dispotildee sobre o
limite maacuteximo de ruiacutedo na Zona Especial Educacional que eacute de 60 dB(A) Assim os
limites maacuteximos estatildeo superiores aos recomendados Da mesma forma a Norma
Regulamentadora 10152 (ABNT 1987a) que fixa os niacuteveis de ruiacutedo para conforto
acuacutestico delimita como niacutevel sonoro para conforto acuacutestico em salas de aula e
laboratoacuterios 40 dB(A) e como Niacutevel Sonoro Aceitaacutevel 50 dB(A) a Norma
Regulamentadora 10151(ABNT 1987) fixa os niacuteveis sonoras para avaliar os
ambientes externos e as aacutereas estritamente residenciais urbanas ou de hospitais e
escolas os niacuteveis diurnos satildeo de 50 dB(A) e noturno de 45 dB(A) A NBR
101511987 eacute o criteacuterio teacutecnico a ser seguido e atendido segundo a Resoluccedilatildeo nordm 1
do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente e da Secretaria do Meio
Ambiente (de 8 de marccedilo de 1990) A Lei 960598 (CONAMA 1998) menciona as
consequecircncias para as empresas que causam poluiccedilatildeo de qualquer natureza em
niacuteveis tais que resultem ou possam resultar em danos agrave sauacutede humana ou que
provoquem a mortandade de animais ou a destruiccedilatildeo significativa da flora
No entanto os valores apontados pelo relatoacuterio da empresa (ALL 2010) e as
mediccedilotildees realizadas in locus e relatadas no capiacutetulo anterior permitem afirmar que
os niacuteveis sugeridos tanto na Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 (CURITIBA 2002)
quanto nas NBR 10151(ABNT 1987) e 10152 (ABNT 1987a) foram extrapolados
Sabendo que quando valores estatildeo acima dos limites estabelecidos podem
provocar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR)
114
Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) eacute a perda provocada pela exposiccedilatildeo por tempo prolongado ao ruiacutedo Configura-se como uma perda auditiva do tipo neurossensorial geralmente bilateral irreversiacutevel e progressiva com o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (CID 10 ndash H 833) Consideram-se como sinocircnimos perda auditiva por exposiccedilatildeo ao ruiacutedo no trabalho perda auditiva ocupacional surdez profissional disacusia ocupacional perda auditiva induzida por niacuteveis elevados de pressatildeo sonora perda auditiva induzida por ruiacutedo ocupacional perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora de origem ocupacional (BRASIL 2006 p13)
Apesar de esta dissertaccedilatildeo considerar a nova nomenclatura anatocircmica que
substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo conforme mencionado em
nota de rodapeacute no capiacutetulo II o Protocolo (BRASIL 2006) utiliza os dois termos que
aparecem com o mesmo significado O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5
(BRASIL 2006) centra-se em grande parte a descriccedilatildeo da PAIR causada por ruiacutedo
intenso e contiacutenuo no entanto o mesmo protocolo faz referecircncias quanto as
consequecircncias para a sauacutede na exposiccedilatildeo ao ruiacutedo suacutebito
Quando a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo eacute de forma suacutebita e muito intensa pode ocorrer o trauma acuacutestico lesando temporaacuteria ou definitivamente diversas estruturas do ouvido Apesar de esta dissertaccedilatildeo considerar a nova nomenclatura anatocircmica que substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo conforme mencionado no capiacutetulo II o Protocolo (BRASIL 2006) utiliza os dois termos que aparecem com o mesmo significado Outro tipo de alteraccedilatildeo auditiva provocado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo intenso eacute a mudanccedila transitoacuteria de limiar que se caracteriza por uma diminuiccedilatildeo da acuidade auditiva que pode retornar ao normal apoacutes um periacuteodo de afastamento do ruiacutedo (BRASIL 2006 p 11)
(hellip) O risco de Pair aumenta muito quando a meacutedia da exposiccedilatildeo estaacute acima de 85 dB(A) por oito horas diaacuterias As exposiccedilotildees contiacutenuas satildeo piores do que as intermitentes poreacutem curtas exposiccedilotildees a ruiacutedo intenso tambeacutem podem desencadear perdas auditivas (BRASIL 2006 p18)
Neste subtoacutepico introduzi a abordagem da problemaacutetica do aumento da
pressatildeo sonora no entorno do CEPMAT e para tanto apresentei as mudanccedilas
ambientais que ocorreram na regiatildeo com adensamento de traacutefego e tambeacutem normas
que regulamentam os niacuteveis maacuteximos de pressatildeo sonora em locais como escolas
hospitais etc Apresentei tambeacutem a PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo que
foi descrita em Brasil (2006) e jaacute apresenta o coacutedigo de Identificaccedilatildeo de Doenccedila
(CID 10 ndash H 833) Sendo que o proacuteprio relatoacuterio da empresa (ALL 2010) confirma a
extraptaccedilatildeo dos limites em dB(A) estabelecidos por lei para a Zona Especial
115
Educaiconal ZE-E que eacute de 50 dB(A) No subtoacutepico seguinte discuto a percepccedilatildeo
ambiental e alguns sintomas causados pelos efeitos do ruiacutedo agrave sauacutede humana
62 OS SINTOMAS DE ESTRESSE E A PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES
Neste subtoacutepico abordo dois aspectos cruciais para a concepccedilatildeo do
instrumento de coleta de dados O primeiro aspecto refere-se aos processos
perceptivos para construccedilatildeo de indicadores vaacutelidos para a avaliaccedilatildeo criteriosa sobre
a percepccedilatildeo dos estudantes relativa agrave Poluiccedilatildeo Sonora Tanto a poluiccedilatildeo sonora
externa dos meios de transportes quanto agrave interna dos fones conectados ao
Aparelho Celular A anaacutelise da percepccedilatildeo considerou os aspectos psicoloacutegicos
socais e culturais da comunidade escolar que participou da pesquisa O segundo
aspecto refere-se agrave caracterizaccedilatildeo dos sintomas e niacuteveis de estresse A partir da
caracterizaccedilatildeo de percepccedilatildeo e estresse o proacuteximo subtoacutepico apresentaraacute a
concepccedilatildeo do instrumento de coleta de dados
Para Fernandes et al (2004) estas respostas ou manifestaccedilotildees decorrentes
satildeo resultado das percepccedilotildees pessoais e coletivas dos processos cognitivos
julgamentos e expectativas e embora nem todas as manifestaccedilotildees psicoloacutegicas
sejam evidentes ou constantes elas afetam a conduta mesmo que
inconscientemente
Em ambientes urbanos haacute manifestaccedilotildees mais comuns - por exemplo a
poluiccedilatildeo sonora dos meios de transportes as pichaccedilotildees a muacutesica etc Os aspectos
dessas manifestaccedilotildees podem ser percebidos pelas pessoas Assim estudos sobre a
percepccedilatildeo ambiental satildeo fundamentais pois permitem compreender as relaccedilotildees
entre os humanos e o ambiente Os mesmos autores sugerem que a percepccedilatildeo
ambiental eacute um conceito sustentado por dados de pesquisas poreacutem ao ser
veiculado eacute reconstruiacutedo por meio de sua utilizaccedilatildeo
Para Del Rio (1996) as pessoas tecircm dificuldades de se relacionar socialmente
e em alguns casos tecircm atitudes agressivas Exemplos de manifestaccedilotildees
psicossociais decorrentes da degradaccedilatildeo da qualidade de vida urbana mesmo que
na maioria das vezes seja inconsciente Neste sentido os aspectos quanto aos
116
efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede nas pessoas encontram barreiras para tomar
accedilotildees de prevenccedilatildeo e adoccedilatildeo de medidas eficazes de controle Ao mesmo tempo o
contiacutenuo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas aacutereas urbanas torna-se cada vez mais
desconfortaacutevel insalubre e inseguro afetando a sauacutede do indiviacuteduo e contaminando
intensamente as relaccedilotildees sociais sem que isso seja percebido
De acordo com Reis Lay (2006) o conhecimento adquirido sobre os
processos perceptivos e cognitivos pode melhorar a qualidade dos ambientes por
meio de poliacuteticas planejamento e projetos de forma que ao planejar e projetar um
determinado ambiente os funcionamentos possam ser contemplados
Os estudos sobre percepccedilatildeo ambiental e sobre os efeitos psicofiacutesicos do
ruiacutedo podem contribuir para o planejamento local no que tange ao gerenciamento do
ruiacutedo urbano mas tambeacutem nos auxilia a entender algumas reaccedilotildees psicossociais
dos estudantes do CEPMAT
Na deacutecada de 1970 os estudos geograacuteficos sobre percepccedilatildeo ambiental
tornaram-se fonte de pesquisa para a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a
Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura - UNESCO e podem ser compreendidos de duas
maneiras
a) A primeira foi descrita por Reis e Lay (2006) que entendem que o processo
perceptivo de interaccedilatildeo entre o espaccedilo e o indiviacuteduo se daacute exclusivamente pelos
sentidos baacutesicos (visatildeo e audiccedilatildeo) em que a percepccedilatildeo eacute tratada como
exclusivamente sensorial A cogniccedilatildeo processo de construccedilatildeo do sentido na mente
eacute cumulativa e se forma por meio da experiecircncia cotidiana na qual as sensaccedilotildees
adquirem valores e significados gerando expectativas sobre o ambiente que se
traduzem em atitudes e comportamentos
b) A segunda ocorre para aleacutem da interaccedilatildeo sensorial em que se consideram
outros fatores psicossociais tais como cultura memoacuteria conjunto de informaccedilotildees e
valores pessoais Nessa a cogniccedilatildeo e a sensaccedilatildeo integram a percepccedilatildeo e aqui
reside o objeto de interesse da grande maioria dos estudos de percepccedilatildeo ambiental
Assim o conceito de percepccedilatildeo inicia no processo de como as pessoas
percebem o ambiente e tomam decisotildees associadas a elas mesmas Para Kolter
(1998) apud Medeiros Cruz (2006) a percepccedilatildeo depende do relacionamento entre
estiacutemulo ambiente e condiccedilotildees do indiviacuteduo e pode provocar
117
a) Atenccedilatildeo seletiva - ao receber milhotildees de estiacutemulos diaacuterios predomina a percepccedilatildeo daqueles que se desviam mais do estiacutemulo normal (fenocircmenos atiacutepicos)
b) Distorccedilatildeo seletiva - nem sempre a interpretaccedilatildeo de estiacutemulos ocorre de maneira presumiacutevel em funccedilatildeo da psicologia individual (tendecircncias e predisposiccedilotildees)
c) Retenccedilatildeo seletiva - apenas uma pequena proporccedilatildeo dos estiacutemulos permanece retida conscientemente por maior tempo predominantemente aqueles que provocam efeitos associados (sensaccedilotildeesreaccedilotildees) ou estatildeo relacionados a alguma informaccedilatildeo de interesse atual Cada pessoa percebe aquilo com que se preocupa e a percepccedilatildeo depende da psicologia individual da cultura aprendida de influecircncias socioeconocircmicas e profissionais da experiecircncia de vida e da originalidade bioloacutegica
No sentido da retenccedilatildeo seletiva os aspectos culturais que vimos discutindo ao
longo desta dissertaccedilatildeo afetam sobremaneira a percepccedilatildeo Para Ribas e Graemel
(2006) a percepccedilatildeo de um problema dependeraacute das expectativas culturalmente
variaacuteveis a respeito daquilo que se constitui como negativo Hoje os riscos se
expandem em quase todas as dimensotildees da vida humana obrigando-nos a
questionar haacutebitos de consumo e produccedilatildeo e um dos efeitos deste processo eacute a
poluiccedilatildeo sonora Vivemos em uma sociedade de riscos estes podem estar
relacionados a acidentes ou exposiccedilotildees a poluiccedilatildeo sonora Nesse sentido a
percepccedilatildeo atribuiacuteda a determinados problemas estaacute relacionada agraves expectativas
socioculturais que satildeo mutaacuteveis do que se considera ou natildeo como negativo e com
qual prioridade
Sobre a percepccedilatildeo dos efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede humana eacute
possiacutevel afirmar que existem muitas dificuldades para quantificar a influecircncia da
hora do dia do estado emocional da atitude em relaccedilatildeo ao ruiacutedo do tempo de
exposiccedilatildeo uma vez que os estudantes ficam expostos agraves fontes sonoras por isso o
instrumento delineado nesta dissertaccedilatildeo natildeo eacute de cunho quantitativo mas utiliza
aspectos que se aproximam da ideacuteia de uma quali-quantificaccedilatildeo Isso foi feito
avaliando as percepccedilotildees a partir de uma escala do tipo Likert
Os estudos sobre percepccedilatildeo ambiental relacionada ao campo da Educaccedilatildeo
Ambiental satildeo recentes se comparados agrave inserccedilatildeo da temaacutetica em outros campos
de conhecimento Tais estudos propotildeem a compreensatildeo das percepccedilotildees que
resultam em levantamentos conceituais da relaccedilatildeo dos humanos com as realidades
imediatas em que estatildeo inseridos a coletividade e o lugar habitado as formas com
que essa relaccedilatildeo eacute influenciada por conhecimentos e discursos construiacutedos
socialmente importando o entendimento dos processos histoacutericos e culturais dessa
construccedilatildeo
118
Novais e Guarin Neto (2007) conceituam percepccedilatildeo ambiental como uma
tomada de consciecircncia do ambiente pelo humano isto eacute o ato de perceber o
ambiente em que se estaacute inserido aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo
Com isso cada indiviacuteduo percebe reage e responde diferentemente agraves accedilotildees sobre
o ambiente em que vive Estas respostas ou manifestaccedilotildees adquiridas satildeo
resultados das percepccedilotildees individuais e coletivas dos processos cognitivos
julgamentos e expectativas de cada pessoa
O ruiacutedo eacute hoje considerado um mal urbano seja no bairro no centro da
cidade ou ateacute mesmo em ambiente proacuteprio para educaccedilatildeo como as escolas Atinge
homens e mulheres adultos e crianccedilas independente das condiccedilotildees
socioeconocircmicas culturais eacutetnicas e religiosas Para Eniz (2004) pessoas expostas
ao ruiacutedo tornam-se tolerantes a altos niacuteveis de pressatildeo sonora tornando-se
portanto menos sensiacuteveis ao ruiacutedo e a prevenccedilatildeo a problemas de sauacutede auditiva e
mais vulneraacuteveis a problemas auditivos e aos problemas psicoloacutegicos associados
sem que percebam No entanto essa vulnerabilidade depende tambeacutem dos fatores
fiacutesicos do som
Para Santos e Martins (2005) apud Scarate (2009) a percepccedilatildeo da poluiccedilatildeo
sonora depende das expectativas a respeito daquilo que culturalmente se constitui
como negativo satildeo valores jaacute assimilados pela sociedade que ldquogostardquo de sons com
maior volume A elevada intensidade dos ruiacutedos oferece prazer em muitos
momentos como no caso das muacutesicas
A seguir passo a apresentar alguns efeitos psicofiacutesicos causados pela
exposiccedilatildeo ao ruiacutedo e a forma como as pessoas podem perceber a poluiccedilatildeo sonora
no seu cotidiano uma vez que satildeo indicadores empregados nesta dissertaccedilatildeo
O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 apresentado em Brasil (2006)
subdivide os efeitos da PAIR agrave sauacutede em dois grupos Efeitos auditivos da exposiccedilatildeo
ao ruiacutedo e Efeitos natildeo-auditivos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo Neste subtoacutepico exponho
especificamente os efeitos natildeo auditivos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo mencionados no
protocolo justifico esta exposiccedilatildeo parcial em funccedilatildeo da questatildeo de pesquisa que
busco responder aqui pois o capiacutetulo concentra-se na anaacutelise dos efeitos natildeo-
auditivos
O ruiacutedo pode desencadear efeitos nocivos agrave sauacutede em geral entre eles o
Protocolo destaca ldquonervosismo irritabilidade cefaleia insocircnia alteraccedilotildees
circulatoacuterias alteraccedilatildeo de visatildeo alteraccedilotildees gastrointestinais entre outrosrdquo (BRASIL
119
2006 p20) que podem ser considerados isoladamente No entanto os efeitos
podem ser considerados em seu conjunto como sintomatologia de estresse Haacute
vaacuterios conceitos distintos de estresse que foram discutidos por Filgueiras Hippert
(1999) alguns deles satildeo reproduzidos aqui
Marilda Lipp (1984) dentro de uma abordagem cognitivo-comportamental
define o estresse como uma reaccedilatildeo psicoloacutegica com componentes emocionais
fiacutesicos mentais e quiacutemicos a determinados estiacutemulos que irritam amedrontam
excitam eou confundem a pessoa A autora distingue o niacutevel de estresse
excessivo ou insuficiente (distresse) daquele que eacute necessaacuterio para o bom
desempenho da pessoa (eustresse) Ela considera as caracteriacutesticas reais dos
estiacutemulos eou a accedilatildeo interpretativa que o sujeito daacute aos mesmos na determinaccedilatildeo
do distresse ou do eustresse As primeiras caracteriacutesticas envolveriam um processo
metaboacutelico ou sensorial sem a participaccedilatildeo de mecanismos cerebrais interpretativos
a segunda seria proveniente do componente aprendizagem do repertoacuterio de
condicionamento de respostas que a pessoa acumulou durante a vida
Moreira Mello Filho (1992) conceituam o estresse (fiacutesico psicoloacutegico ou
social) como um conjunto de reaccedilotildees e estiacutemulos que causam distuacuterbios no
equiliacutebrio do organismo frequentemente com efeitos danosos O mesmo autor
conceituou tambeacutem o coping como um conjunto de mecanismos de que o
organismo lanccedila matildeo em reaccedilatildeo aos agentes do estresse representando a forma
como cada pessoa avalia e lida com estas agressotildees Rodrigues (1997) conceitua
estresse como uma relaccedilatildeo particular entre uma pessoa seu ambiente e as
circunstacircncias agraves quais estaacute submetido que eacute avaliada pela pessoa como uma
ameaccedila ou algo que exige dela mais que suas proacuteprias habilidades ou recursos e
que potildee em perigo o seu bem-estar
Nesta pesquisa adoto o conceito de Carl Simonton (1987) apud Filgueiras
Hippert (1999) sobre alguns sintomas de estresse relacionados ao estado emocional
provenientes das reaccedilotildees humanas frente agraves mudanccedilas do ambiente e em suas
vidas abordam o conceito de estresse relacionando-o a estados emocionais
provenientes da reaccedilatildeo pessoal dos indiviacuteduos frente a mudanccedilas significativas em
suas vidas Para esses autores o que realmente parece ser significativo eacute a maneira
como cada pessoa reage aos agentes estressores sendo este um fator decisivo
para o aparecimento ou a evoluccedilatildeo de doenccedilas
120
Assim analiso como os estudantes reagem aos agentes estressores sendo
este um fator para o aparecimento ou evoluccedilatildeo de doenccedilas Stellman Daum (1975)
apud Brasil ( 2006 p 20) caracterizam os sintomas do estresse em trecircs fases
Reaccedilatildeo de Alarme Aumento de pressatildeo sanguiacutenea de frequecircncia cardiacuteaca e respiratoacuteria e diminuiccedilatildeo da taxa de digestatildeo
Reaccedilatildeo de Resistecircncia O corpo comeccedila a liberar estoques de accediluacutecar e gordura provoca cansaccedilo irritabilidade ansiedade problemas de memoacuteria e surgimento de doenccedilas agudas como gripes
Exaustatildeo Os estoques de energia satildeo esgotados insocircnia erros de discernimento mudanccedilas de personalidade doenccedilas crocircnicas coronarianas respiratoacuterias digestivas mentais e outras
Considerando os aspectos elencados para a discussatildeo sobre percepccedilatildeo
ambiental e as caracteriacutesticas e sintomatologia do estresse apresento no terceiro
subtoacutepico a forma como concebi o instrumento de pesquisa que passo a descrever
63 ORIENTACcedilOtildeES METODOLOacuteGICAS DO INSTRUMENTO
Neste subtoacutepico apresento a concepccedilatildeo do teste na forma de escala de tipo-
Likert e aponto algumas fragilidades deste modelo de instrumento Em seguida
caracterizo os procedimentos adotados para contemplar aspectos eacuteticos da
pesquisa
Apoacutes consultar os siacutetios eletrocircnicos do Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo
ndash IPDA o Marslach Burnout Inventory ndash MBI do Institute Chafic Jbeili o Protocolo
sobre Perda de Audiccedilatildeo Induzida por Ruiacutedo - PAIR (BRASIL 2006) e o Diagnoacutestico
Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana (SCARATE 2009) analisei os intrumentos
existentes e adaptei um teste para tentar perceber se os estudantes identificam em
si mesmos alguns sintomas de estresse em relaccedilatildeo aos ruiacutedos o qual denominei
ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo21
21 O teste in totum encontra-se no Apecircndice 1
121
O Teste adaptado foi constituiacutedo de 29 assertivas para identificar alguns
sintomas de estresse nos estudantes do CEPMAT abordando aspectos
relacionados aos ruiacutedos internos (Aparelhos Celulares) e externos e ponderar
aspectos relativos agraves normas e regras estabelecidas pelo Coleacutegio
O Teste de estresse foi desenvolvido adaptando-se uma escala de atitudes
(escala de Likert) A concepccedilatildeo baacutesica que subsidia as escalas de atitude eacute que eacute
possiacutevel descobrir atitudes pedindo aos indiviacuteduos que respondam uma seacuterie de
assertivas de preferecircncia Se um respondente concorda com uma assertiva os
pesquisadores inferem que ele tem uma atitude positiva em relaccedilatildeo a aquela
assertiva Uma escala de atitudes consiste em um conjunto de assertivas e pede-se
aos indiviacuteduos que respondam O modelo de respostas evidencia uma ou mais
atitudes que subjazem as assertivas As escalas de atitude satildeo idecircnticas as escalas
de avaliaccedilatildeo em seu formato com palavras e nuacutemeros colocados em um continuum
Pede-se que os respondentes circulem a palavra ou o nuacutemero que melhor expressa
como ele se sente sobre o toacutepico incluiacutedo na questatildeo ou na frase colocada na
escala Uma escala de atitudes muito usada eacute a escala de Likert cujo nome foi dado
pelo homem que a criou Em algumas o 5 (concordo fortemente) indicaraacute a atitude
positiva e seraacute dada a pontuaccedilatildeo 5 Em outros itens o 1 (discordo totalmente)
indicaraacute a atitude positiva e seraacute dado a pontuaccedilatildeo 5 Portanto os extremos da
escala satildeo invertidos quando pontuados (FRAENKEL WALLEN 2000)
As escalas de Likert normalmente tecircm cinco niacuteveis mas a escala proposta
neste Teste foi composta por sete niacuteveis (1 - de jeito nenhum 2 - raramente 3 - as
vezes 4 - frequentemente 5 - sempre 6 - natildeo sei 7 - natildeo me importo) contendo
uma linguagem simplificada do assunto proposto
Os niacuteveis seis e sete foram criados para minimizar as fragilidades apontadas
por autores que pesquisaram o uso dessas escalas Sobre essas fragilidades
Lederman OacuteMalley (1990) apud Aikenhead Ryan (1992) identificaram que as
assertivas podem ter inuacutemeros problemas de linguagem e concluiacuteram que ldquoa
linguagem eacute usada de forma diferenciada por estudantes e pesquisadores e esta
assincronia leva quase que certamente a interpretaccedilotildees que natildeo coadunam com as
percepccedilotildees que os estudantes tecircmrdquo (p237 traduccedilatildeo nossa) ou seja trazem
ambiguidade para a formulaccedilatildeo da assertiva e interpretaccedilatildeo da resposta
O problema da ambiguidade na linguagem para a formulaccedilatildeo de assertivas foi
investigado por Aikenhead (AIKENHEAD 1989 apud AIKENHEAD RYAN 1992) A
122
ambiguidade foi medida pela discrepacircncia entre as respostas que os estudantes
deram para itens formulados em quatro formatos distintos a saber tipo-Likert
paraacutegrafos redigidos entrevistas semi-estruturadas itens de muacuteltipla escolha
derivados de coleta empiacuterica O autor concluiu que as respostas do tipo-Likert
oferecem somente uma aproximaccedilatildeo com as crenccedilas dos estudantes e as chances
do avaliador concluir com acuraacutecia satildeo muito remotas pois a ambiguidade alcanccedila
niacuteveis de 80
Apesar de perceber a enorme fragilidade na acuraacutecia deste instrumento optei
pelo desenvolvimento de um teste neste modelo porque ele permite coletar dados
em larga escala e facilita a anaacutelise das respostas permitindo uma visatildeo inicial do
problema Entendo que natildeo faz parte do escopo desta dissertaccedilatildeo fazer uma anaacutelise
da sauacutede psicoloacutegica dos estudantes uma vez que a psicologia natildeo eacute minha aacuterea de
formaccedilatildeo portanto seria desnessaacuterio um teste psicoloacutegico de alta profundidade
aqui
Para minimizar as fragilidades expostas a constituiccedilatildeo dos dados foi
triangulada com outros instrumentos no caso um questionaacuterio fechado
(apresentado na seccedilatildeo 4 desta dissertaccedilatildeo) e duas afericcedilotildees de medidas com
equipamentos (apresentadas na seccedilatildeo 5) Uma das afericcedilotildees foi realizada com os
fones auriculares ligados aos Aparelhos Celulares dos estudantes enquanto esses
ouviam muacutesicas e outra afericcedilatildeo ocorreu nas dependecircncias do CEPMAT
investigando os ruiacutedos oriundos do ambiente externo As duas eram mediccedilotildees de
decibeacuteis
Tanto os problemas ambientais externos - decorrentes do crescimento urbano
do entorno com consequente intensificaccedilatildeo do traacutefego na frente do coleacutegio (o que
levou a um aumento dos niacuteveis de pressatildeo sonora gerando uma percepccedilatildeo de
aumento de ruiacutedo) ndash quanto os problemas que eu chamei de internos que ocorreram
a partir do meu incocircmodo pessoal de lidar com o uso natildeo didaacutetico que os estudantes
fazem do Aparelho Celular- foram contemplados neste instrumento O teste foi
concebido com o intuito de que os proacuteprios estudantes pudessem identificar alguns
sintomas de estresse por exposiccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora e que a partir das respostas
agraves assertivas fosse possiacutevel compreender se os estudantes estatildeo ou natildeo
culturalmente ldquotolerantesrdquo com ambientes ruidosos e portanto menos sensiacuteveis a
prevenccedilatildeo a problemas de sauacutede auditiva e mais vulneraacuteveis as consequecircncias
fiacutesicas e psicoloacutegicas do excesso de ruiacutedo
123
Com os resultados pretendo responder a questatildeo de pesquisa nuacutemero quatro
ldquoComose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as normas e
regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora a) oriundas do
entorno da escola e b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos
Celulares e os possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles c) e as regras e
normas utilizadasrdquo Verifiquei que Comose os estudantes do Ensino Meacutedio do
CEPMAT percebem (a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do
Coleacutegio (b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede
dos estudantes (c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes (d) as
normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT
64 PARTICIPANTES
Os dados foram constituiacutedos com estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT
durante o mecircs de novembro de 2013 Para tanto selecionei aleatoriamente seis
turmas (no CEPMAT existem 18 turmas do Ensino Meacutedio) sendo (duas do 1ordm ano
duas do 2ordm e duas do 3ordm ano) perfazendo um total de 160 participantes
65 CONSTITUICcedilAtildeO DOS DADOS
Quanto agraves implicaccedilotildees eacuteticas solicitei junto agrave direccedilatildeo em uma reuniatildeo no
CEPMAT a autorizaccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da pesquisa No que se refere a
participaccedilatildeo dos estudantes entreguei a cada colaborador uma autorizaccedilatildeo
individual (Apecircndice 3) No momento da aplicaccedilatildeo do instrumento os estudantes
foram informados que natildeo havia qualquer ligaccedilatildeo com as disciplinas realizadas na
escola natildeo existindo respostas certas ou erradas evitando assim o
comprometimento com as disciplinas em geral e com outros problemas de validade
124
interna do teste Levei em conta a confidencialidade dos dados avisando a todos
que estariam livres para participar (ou natildeo) da pesquisa
A partir da concepccedilatildeo do instrumento e de sua aplicaccedilatildeo foi realizada uma
anaacutelise do teste de ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo por uma
profissional da aacuterea de psicologia (COSTA 2013) A anaacutelise que encontra-se no
Anexo 3 desta dissertaccedilatildeo comparou as questotildees elaboradas com as categorias e
criteacuterios do Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais (DSM) (APA
2003) e com as caracteriacutesticas de estresse mencionadas no Protocolo de
Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL 2006) e identificou que 20 das 29 questotildees
do instrumento elaborado contemplam os criteacuterios e caracteriacutesticas para
identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresse isso significa que o teste elaborado foi
considerado apropriado para o objetivo proposto ou seja para a autoidentificaccedilatildeo
de alguns sintomas de estresse A seguir descrevo e analiso os dados
66 ANAacuteLISE DE DADOS
Neste subiacutetem faccedilo a analise dos resultados Optei por expor os dados
distribuindo as informaccedilotildees de acordo com a formulaccedilatildeo das subquestotildees da
questatildeo quatro desta pesquisa Para facilitar a visualizaccedilatildeo dos resultados exibo-os
inicialmente em linguagem graacutefica em seguida ressalto no texto as principais
informaccedilotildees apresento algumas consideraccedilotildees e inferecircncias e finalmente respondo
a cada subquestatildeo
A seguir inicio a anaacutelise do primeiro subitem da questatildeo de pesquisa nuacutemero
4 ou seja ldquoSe e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem
existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegiordquo
125
661 Parte 1 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio
As duas primeiras assertivas do instrumento referem-se agrave percepccedilatildeo dos
estudantes quanto agrave poluiccedilatildeo sonora no entorno do CEPMAT As respostas foram
plotadas em porcentagem no Graacutefico 10
GRAacuteFICO 10 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO Aacute POLUICcedilAtildeO SONORA NO ENTORNO DO CEPMAT
22
FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
Eacute importante observar que a percepccedilatildeo dos estudantes quanto aos ruiacutedos
refere-se a qualquer meio de transporte natildeo especificamente aos ruiacutedos das
composiccedilotildees feacuterreas (Graacutefico 10)
No I1- 10 mencionaram que o CEPMAT ldquoDe jeito nenhumrdquo eacute ruidoso por
causa dos trens carros e ocircnibus que passam em frente 1313 responderam
ldquoRaramenterdquo 3563 ldquoagraves vezesrdquo 20 ldquoFrequentementerdquo e 1063 consideram o
Coleacutegio ldquoSemprerdquo eacute ruidoso 188 ldquoNatildeo Sabemrdquo 875 ldquoNatildeo se importamrdquo se o
coleacutegio eacute (ou natildeo) ruidoso por causa dos trens carros e ocircnibus que circulam no
entorno
No I2 ndash Verifica-se que 629 dos estudantes consideram que ldquoDe jeito
nenhumrdquo a biblioteca do Coleacutegio eacute adequada para realizar pesquisas e outras
22 NOTA Foi construiacuteda uma escola tipo-LIKERT com 7 niacuteveis sendo (1= de jeito nenhum 2=
Raramaente 3=Agraves vezes 4= Frequentemente 5=Sempre 6= Natildeo sei 7=Natildeo me importo 160 total de estudantes que participaram do teste
126
atividades 755 responderam que a biblioteca ldquoRaramenterdquo eacute adequada 2075
ldquoAgraves vezesrdquo 1887 ldquoFrequentementerdquo 4088 ldquosemprerdquo eacute adequada 566 ldquoNatildeo
sabemrdquo o niacutevel ldquoNatildeo se importardquo natildeo foi mencionado nas respostas
6611 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I1 e I2
I1- As respostas dos estudantes natildeo retratam uma percepccedilatildeo do coleacutegio
como sendo ruidoso por causa dos meios de transporte Embora 3563 dos
estudantes terem marcado ldquoagraves vezesrdquo Isso se deve a passagem diaacuteria do trem que
em algumas situaccedilotildees natildeo dura mais do que cinco minutos Uma porcentagem
similar (3063) considera que o coleacutegio eacute ldquofrequentementerdquo (2000) ou ldquosemprerdquo
(1063) ruidoso Se somarmos os que de alguma forma consideraram o coleacutegio
ruidoso teremos que pelo menos 65 dos estudantes percebem que o CEPMAT eacute
um ambiente ruidoso isso pode ser devido agrave percepccedilatildeo dos momentos em que eacute
realizado manutenccedilatildeo nas maacutequinas o trem trafega diversas vezes nos horarios da
manhatilde assim eacute possivel afirmar que os correspondentes percebem que o coleacutegio eacute
ruidoso
Quanto ao I2- Mais de 40 dos estudantes consideram que a biblioteca eacute
adequada e silenciosa para a realizaccedilatildeo de pesquisas no entanto as afericcedilotildees
apontaram niacuteveis de ateacute 96 dB(A) o que posso afirmar que eacute um ambiente ruidoso
embora os resultados no teste apontaram um ambiente adequado para os estudos
e concluo que os estudantes estatildeo culturalmente inseridos em ambientes ruidosos
6612 CONSIDERACcedilOtildeES
Embora 65 dos estudantes percebem parcialmente que o CEPMAT faz
parte de um contexto ruidoso A biblioteca que eacute um dos locais mais ruidosos do
Coleacutegio natildeo foi vista como tal por 40 dos respondentes Embora as respostas
127
foram de que a Biblioteca eacute um ambiente adequado e silencioso para os estudos
me permitem afirmar que boa parte dos estudantes natildeo utilizam a biblioteca no
horaacuterio das aulas e no momento de responder o teste natildeo percebera-na como um
ambiente ruidoso A biblioteca fica em um anexo fora da escola23 assim os sons
internos da movimentaccedilatildeo de estudantes natildeo satildeo somados aos sons do entorno o
que pode trazer uma percepccedilatildeo diminuiacuteda de ruiacutedo para os respondentes Aleacutem
disso os estudantes estatildeo inseridos culturalmente em ambientes ruidosos e a
exposiccedilatildeo constante a fontes sonoras aumenta a toleracircncia agrave mais ruiacutedos reduzindo
a percepccedilatildeo sobre estes Ennes (1977) apud Scarate (2009) mostrou que eacute difiacutecil
quantificar essa percepccedilatildeo devido aos fatores caracteriacutesticos a que os estudantes
estatildeo expostos
Avaliar a percepccedilatildeo sonora a partir os sentidos humanos (audiccedilatildeo paladar
tato olfato visatildeo) pode ser tarefa especialmente difiacutecil se o estudante estiver
inserido em um contexto ruidoso Os resultados obtidos mostraram que parte dos
estudantes (1063) natildeo percebe ou natildeo se incomoda com os ruiacutedos do entorno do
CEPMAT o que me permite dizer que eles podem estar inseridos em ambientes
ruidosos por isso natildeo percebem a diferenccedila entre os ambientes em que vivem e o
ambiente escolar
Ribas (2007) sugeriu que muitas pessoas sentem prazer em permanecer em
ambientes barulhentos mesmo que o ruiacutedo urbano seja considerado como um fator
negativo Desta forma interesses e intenccedilotildees diferenciadas geram percepccedilotildees
diferentes sobre o mundo e sobre o ruiacutedo gerando respostas diferenciadas como
estresse Conforme jaacute mencionei neste capiacutetulo Selye (1959) apud Brasil (2006 p
20) conceituou estresse como ldquouma resposta natildeo especiacutefica do corpo a qualquer
exigecircncia feita sobre ele eacute o conjunto de defesas do corpo contra qualquer forma de
estiacutemulo nocivordquo Assim o estresse eacute uma tentativa de adaptaccedilatildeo ao ambiente
modificado ou a um novo ambiente Para Romero et al (2007) o estresse possui
vaacuterios efeitos (bioloacutegicos emocionais fiacutesicos) podendo afetar as capacidades
cognitivas e com certeza alterar as percepccedilotildees sobre o ambiente
Os dois itens avaliados permitem responder o primeiro subitem da questatildeo de
pesquisa nuacutemero 4 que se refere agrave percepccedilatildeo dos estudantes em relaccedilatildeo do
entorno do CEPMAT Os resultados indicaram que os estudantes percebem
23 (vide a planta baixa arquitetocircnica da escola no anexo VIII)
128
parcialmente o Coleacutegio como um ambiente ruidoso Ou seja 65 de estudantes tecircm
alguma percepccedilatildeo de ruiacutedo no coleacutegio Por outro lado pelo menos 20 dos
estudantes tecircm pouca percepccedilatildeo sobre os ruiacutedos nesse ambiente
Em relaccedilatildeo agrave biblioteca mais de 50 dos estudantes (somando os que
responderam ldquofrequentementerdquo e ldquosemprerdquo) percebem-na como um local adequado
em termos de conforto acuacutestico para realizar as tarefas escolares No entanto natildeo
foi investigado se os estudantes de fato conhecem a biblioteca do coleacutegio e se
permanecem ali por um periacuteodo mais longo de tempo para pesquisar e realizar
tarefas escolares Eacute importante notar que o item relativo agrave biblioteca foi inserido em
funccedilatildeo da localizaccedilatildeo desta estar sem nenhuma barreira de proteccedilatildeo (aacutervores
muros outros) recebendo de forma mais direta os ruiacutedos externos o que em termos
sonoros dificulta sobremaneira a manutenccedilatildeo de um ambiente acusticamente
saudaacutevel
Portanto o primeiro subitem pode ser respondido da seguinte forma
Os estudantes participantes da pesquisa nem sempre percebem o
CEPMAT como um ambiente ruidoso e a maioria considera a biblioteca um
ambiente acusticamente adequado para as atividades escolares
662 Parte 2 Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na
sauacutede dos estudantes
Nesta parte apresento nove itens divididos em trecircs graacuteficos (11 12 e 13) que
correspondem agrave percepccedilatildeo dos estudantes sobre os efeitos da poluiccedilatildeo sonora em
relaccedilatildeo ao traacutefego no entorno do ambiente escolar Assim procuro responder o
segundo subitem da quarta questatildeo de pesquisa Comose os estudantes do Ensino
Meacutedio do CEPMAT percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do
Coleacutegio na sauacutede deles
129
GRAacuteFICO 11 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES SOBRE OS EFEITOS DA POLUICcedilAtildeO SONORA EXTERNA AO CEPMAT FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
Os resultados que observo nos trecircs itens expressam parte da percepccedilatildeo dos
estudantes de alguns sintomas de estresse na sauacutede deles (Graacutefico 11)
No I3 ndash Eacute importante notar que esta assertiva foi feita na negativa assim
1938 responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo o ruiacutedo natildeo incomoda 1250
ldquoRaramenterdquo 2875 o ruiacutedo natildeo incomoda ldquoAgraves vezesrdquo 813 ldquoFrequentementerdquo
1750 ldquoSemprerdquo o ruiacutedo natildeo incomoda 063 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1313 ldquoNatildeo se
importamrdquo se o ruiacutedo do trem incomoda (ou natildeo) quando estatildeo assistindo aulas
No I4 ndash 3438 dos estudantes afirmaram que ldquoDe jeito nenhumrdquo jaacute me senti
prejudicado nas avaliaccedilotildees pelos ruiacutedos dos trens 1750 ldquoRaramenterdquo jaacute me senti
prejudicado 2375 ldquoAgraves vezesrdquo 1063 ldquoFrequentementerdquo 1125 ldquoSemprerdquo me
senti prejudicado 063 Natildeo sabem e 188 ldquoNatildeo se importamrdquo se jaacute se sentiram
prejudicados (ou natildeo) nas avaliaccedilotildees trabalhos e pesquisas causados pelos ruiacutedos
dos trens
No I5 ndash 6188 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo ouviram
zumbido na orelha interna depois de escutar ruiacutedos dos meios de transportes 875
ldquoRaramenterdquo ouviram zumbidos 1125 ldquoAgraves vezesrdquo 375 ldquoFrequentementerdquo
438 ldquoSemprerdquo ouviram zumbidos na orelha interna por causa dos trens carros e
ocircnibus 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e 313 ldquoNatildeo se importamrdquo se ouviram (ou natildeo)
zumbidos na orelha interna oriundos dos meios de transportes
130
6621 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I3 I4 e I5
Ao observar as respostas do I3 verifico que mais de 60 dos estudantes
(somando os que ldquode jeito nenhumrdquo natildeo se incomodam com o ruiacutedo 1938 com os
que ldquoraramenterdquo natildeo se incomodam 1250 e os que ldquoagraves vezesrdquo natildeo se
incomodam 2875) tecircm alguma percepccedilatildeo do incocircmodo relativo aos ruiacutedos
causados pelo trem ou melhor a assertiva estaacute na negativa assim o ruiacutedo do trem
incomoda os estudantes seja por passagem de uma locomotiva ou quando estaacute
realizando manuteccedilatildeo nas locomotivas
Jaacute a assertiva 4 refere-se aos prejuiacutezos causados pelos ruiacutedos do trem
durante a execuccedilatildeo de avaliaccedilotildees e trabalhos escolares Ao somar as percepccedilotildees
daqueles que ldquoque ldquoAgraves vezesrdquo 2375 com os que ldquofrequentementerdquo - 1063 e os
que ldquosemprerdquo ndash 1125 se sentem prejudicados perfaz um total de 4563 de
estudantes que claramente percebem prejuiacutezos agraves avaliaccedilotildees ou trabalho escolares
Por outro lado os que ldquode jeito nenhumrdquo 3438 percebem prejuiacutezos adicionando
aos os 1750 que ldquoraramenterdquo se incomodam totaliza 5188 Assim parece
haver um equiliacutebrio entre os que percebem algum tipo de prejuiacutezo e os que
raramente ou nunca o percebem
Quanto ao I5 - 6188 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo ouviram zumbido na
orelha interna apoacutes a passagem das composiccedilotildees feacuterreas ou de qualquer meio de
transporte
A seguir apresento e analiso as assertivas 6 7 e 8 relativas agrave percepccedilatildeo dos
impactos causados pelos ruiacutedos dos meios de transporte
Os resultados relativos agrave percepccedilatildeo dos estudantes sobre se haacute (ou natildeo)
algo a ser feito para alterar condiccedilotildees de ruiacutedo de traacutefego na frente do coleacutegio (i tem
6) e os itens 7 e 8 que abordam a percepccedilatildeo dos estudantes no que tange a alguns
sintomas de estresse satildeo resumidos no Graacutefico 12
131
GRAacuteFICO 12 - IMPACTOS CAUSADOS PELOS TRENS CARROS E OcircNIBUS AOS ESTUDANTES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
Observe-se que a assertiva 6 estaacute na negativa assim as respostas ao item 6
mostram que ndash 1750 dos estudantes acredita que ldquoDe jeito nenhumrdquo nada pode
ser feito para alterar as condiccedilotildees de ruiacutedos dos meios de transportes em frente ao
CEPMAT 563 ldquoRaramenterdquo 625 ldquoAgraves vezesrdquo 125 ldquoFrequentementerdquo 938
ldquoSemprerdquo nada pode ser feito 5125 ldquoNatildeo sabemrdquo se nada pode ser feito para
mudar as condiccedilotildees de ruiacutedos e 875 ldquonatildeo se importamrdquo com as atitudes a serem
tomadas
No item 7 - 2875 dos estudantes que responderam consideram que ldquoDe
jeito nenhumrdquo tecircm dificuldades na aprendizagem por conta dos ruiacutedos causados
pelos testes de frenagem e manutenccedilatildeo realizados em frente do CEPMAT 15
responderam ldquoRaramenterdquo 2250 ldquoAgraves vezesrdquo 750 ldquoFrequentementerdquo 688
ldquoSemprerdquo tecircm dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando haacute
testes de frenagem das composiccedilotildees em frente ao coleacutegio 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e
1250 ldquoNatildeo se importamrdquo com os ruiacutedos que as locomotivas fazem quando testam
os freios
Novamente eacute preciso estar atento agrave formulaccedilatildeo negativa da assertiva 8 ndash
3750 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo meu niacutevel de
concentraccedilatildeo natildeo se altera quando o trem passa 15 ldquoRaramenterdquo 2313 ldquoAgraves
vezesrdquo natildeo se altera 438 ldquoFrequentementerdquo 1188 ldquoSemprerdquo meu niacutevel de
concentraccedilatildeo natildeo se altera quando o trem passa 313 ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se
importamrdquo se o niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera
132
6622 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I6 I7 e I8
No item 6 questionei a mobilizaccedilatildeoimobilizaccedilatildeo dos estudantes no que tange
a tomada de providecircncias em relaccedilatildeo aos ruiacutedos causados pelos meios de
transporte Desta forma verifiquei que ndash 5125 dos estudantes ldquonatildeo sabemrdquo se
nada pode ser feito para alterar as condiccedilotildees mas 1750 acreditam
veementemente que ldquode jeito nenhumrdquo nada pode ser feito Mais uma vez eacute
importante notar que o item foi construiacutedo na negativa assim entendo que se os
estudantes compreenderam o item entatildeo pelo menos esses 1750 (ldquoDe jeito
nenhumrdquo nada pode ser feito) tecircm clareza de que algo pode efetivamente ser
realizado para alterar a situaccedilatildeo do ruiacutedo havendo portanto possibilidades para um
trabalho de protagonismo juvenil no coleacutegio
No item 7 ndash Verifiquei que nas respostas apresentadas existe uma
porcentagem de estudantes (2875) que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem dificuldades
na aprendizagem por conta dos ruiacutedos dos freios dos trens Poreacutem eacute importante
esclarecer que mesmo que os estudantes natildeo percebam suas proacuteprias dificuldades
isso natildeo significa que o problema inexista considerando que mesmo com raacutepidas
exposiccedilotildees de alta intensidade sonora podem ocorrer respostas psicoloacutegicas
(tensatildeo irritabilidade e baixa concentraccedilatildeo) quanto quiacutemicas (secreccedilatildeo anormal de
substacircncias hormonais) e fiacutesico-somaacuteticas No entanto ao somar os que ldquoagraves vezesrdquo
(2250) percebem dificuldades com os que ldquofrequentementerdquo (750) e os que
ldquosemprerdquo (688) as percebem temos um total de 3688 dos estudantes que jaacute
tecircm algum niacutevel de percepccedilatildeo sobre a reduccedilatildeo na aprendizagem Isso significa que
haacute uma porcentagem maior de alunos que jaacute tem essa percepccedilatildeo (3688) em
relaccedilatildeo agravequeles que ldquode jeito nenhumrdquo percebem (2875) o problema
Quanto ao item 8 ndash 3750 dos estudantes expressam que ldquode jeito nenhumrdquo
meu niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera durante as avaliaccedilotildees por conta dos ruiacutedos
dos trens ou seja em outras palavras esses estudantes responderam que
percebem alteraccedilotildees Aleacutem desses se somarmos ainda os que afirmam que
ldquoraramenterdquo (15) percebem que o niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera com os que
ldquoagraves vezesrdquo (2313) percebem que o niacutevel natildeo se altera o resultado seraacute 7563
Entendo que se considerar que todos os respondentes compreenderam o item e a
133
forma de respondecirc-lo entatildeo 7563 perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de
concentraccedilatildeo em outras palavras uma porcentagem bastante significativa dos
estudantes percebe alteraccedilotildees em sua concentraccedilatildeo
Nas assertivas 9 10 e 11 verifiquei a percepccedilatildeo dos estudantes sobre
sintomas de estresse na sauacutede deles relacionando os meios de transportes a
muacutesica que escutam no Celular e alguns aspectos relativos agrave cogniccedilatildeo Os dados
foram plotados no Graacutefico 13
GRAacuteFICO 13 - INCOcircMODOS CAUSADOS POR RUIacuteDOS AOS ESTUDANTES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
No I9 - 5188 dos estudantes respondeu que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem
esgotamento pela exposiccedilatildeo aos ruiacutedos dos meios de transportes 1313
ldquoRaramenterdquo 1375 ldquoAgraves vezesrdquo 438 ldquoFrequentementerdquo 562 ldquoSemprerdquo
percebem-se esgotados 375 ldquoNatildeo sabemrdquo e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se a
exposiccedilatildeo aos ruiacutedos dos trens carros e ocircnibus os deixa (ou natildeo) esgotados
Observe-se que a assertiva 10 foi construiacuteda na negativa Assim 3688 dos
estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo ficam incomodados por causa dos ruiacutedos intensos
oriundos das muacutesicas que escutam no fone auricular conectado ao Celular e dos
meios de transporte que passam em frente ao Coleacutegio 1563 ldquoRaramenterdquo 25
ldquoAgraves vezesrdquo 5 ldquoFrequentementerdquo 688 ldquoSemprerdquo natildeo se incomodam 188 ldquoNatildeo
sabemrdquo e 875 ldquoNatildeo se importamrdquo com os incocircmodos dos ruiacutedos tanto da muacutesica
que escutam no Celular quanto dos meios de transportes
134
No item 11 ndash 2938 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo perdem a
concentraccedilatildeo por causa dos trens 1938 ldquoRaramenterdquo 2188 ldquoAgraves vezesrdquo 875
ldquoFrequentementerdquo 1750 ldquoSemprerdquo perdem a concentraccedilatildeo 063 ldquoNatildeo sabemrdquo e
250 ldquoNatildeo se importamrdquo em perder a concentraccedilatildeo por conta dos trens
6623 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I9 I10 e I11
No item 9 ndash avalei se os estudantes percebem o esgotamento no final do
periacuteodo de aula e verifiquei que 5188 dos mesmos ldquode jeito nenhumrdquo percebem
esgotamento mas 3689 (somando os que agraves vezes -1375 frequentemente
438 sempre 565) tem alguma percepccedilatildeo sobre seu proacuteprio esgotamento
O item 10 ndash Considerando as respostas divididas entre os niacuteveis da escala
posso afirmar que 3688 dos estudantes que responderam incomodam-se com os
ruiacutedos intensos (ldquorsquode jeito nenhumrdquo natildeo se incomodam) e 1563 ldquoraramenterdquo natildeo se
incomodam Os dois somados perfazem um total de 5251 de estudantes que
percebem de forma mais expressiva os incocircmodos com os ruiacutedos intensos externos
e internos ao CEPMAT Assim considero que se os estudantes compreenderam o
item e a forma de respondecirc-lo entatildeo pelo menos a metade deles estaacute de alguma
forma incomodada com os ruiacutedos internos e externos
Quanto ao Item 11 ndash 2938 de estudantes ldquode jeito nenhumrdquo perdem a
concentraccedilatildeo por causa dos ruiacutedos dos trens Por outro lado ao somarmos os que
ldquoraramenterdquo (1938) com os que ldquoagraves vezesrdquo (2188) ldquofrequentementerdquo (875) e
os que ldquosemprerdquo perdem (1750) temos um total de 6751 de estudantes que tecircm
alguma percepccedilatildeo sobre sua perda de concentraccedilatildeo estar relacionada a passagem
do trem no horaacuterio das aulas Observe-se que neste montante estatildeo embutidos
aqueles que sempre (1750) perdem a concentraccedilatildeo por causa da poluiccedilatildeo sonora
dos trens Estes valores aproximam-se dos resultados do item 8 no qual 7563
perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de concentraccedilatildeo corroborando-os
135
6624 CONSIDERACcedilOtildeES
Analisando os graacuteficos 11 12 e 13 passo responder o segundo subitem da
quarta questatildeo de pesquisa ldquoComose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT
percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede
delesrdquo concluiacute que a maioria dos estudantes (isto eacute 67 no item 11 e 75 no item
8) percebem e se incomodam com os ruiacutedos das composiccedilotildees ferroviaacuterias quando
estatildeo assistindo aulas e cerca de 45 dos mesmos percebem algum tipo de
prejuiacutezo nas avaliaccedilotildees relacionando tais prejuiacutezos aos ruiacutedos da passagem das
composiccedilotildees durante as avaliaccedilotildees Jaacute para os casos de testes de frenagem mais
de 36 percebem algum grau de dificuldade de aprendizagem e mais de 65
perceberam alguma alteraccedilatildeo no niacutevel de concentraccedilatildeo no momento em que a
empresa testa os freios das locomotivas na frente do CEPMAT investigados em dois
itens (8 e 11)
Em relaccedilatildeo agrave apariccedilatildeo de zumbidos que satildeo sintomas de perda auditiva boa
parte (mais de 60) natildeo ouve zumbidos apoacutes a passagem das composiccedilotildees No
entanto ao se questionar sobre o esgotamento (sintoma de estresse) percebido
como consequecircncia dos ruiacutedos das composiccedilotildees mais de 36 vinculam seu
esgotamento agrave exposiccedilatildeo aos ruiacutedos do traacutefego e mais de 52 revela perceber de
forma expressiva os incocircmodos do traacutefego
Ressalto que a percepccedilatildeo dos ruiacutedos eacute culturalmente construiacuteda e estaacute
associada a um conjunto integrado de fatores psicofiacutesicos e sociais Portanto essas
percepccedilotildees podem ser distintas em diferentes grupos Assim eacute importante
considerar trecircs conjuntos de caracteriacutesticas que podem exercer influecircncia satildeo elas
Socioculturais de efeitos psicofiacutesicos e fiacutesicas (assim como outras variaacuteveis
ambientais) que seratildeo retomadas a seguir
a) Caracteriacutesticas socioculturais da comunidade escolar que participou da
pesquisa
Esses estudantes parecem estar imersos em ambientes ruidosos estando
acostumados aos sons de alta intensidade Associado a isto o ritmo de vida urbano
136
apresenta-se com excesso de ruiacutedo com sons dos meios de transportes trens
templos e igrejas propagandas em carros de som moacuteveis animais casas noturnas
enfim esses estudantes parecem estar expostos de forma contiacutenua haacute uma
infinidade de ruiacutedos consolidando o conceito de poluiccedilatildeo sonora urbana descrita por
Gasperin (2006 p36)
b) Caracteriacutesticas relacionadas aos potenciais efeitos psicofiacutesicos sobre esses
estudantes
A percepccedilatildeo de esgotamento eacute um dos sintomas de estresse com potencial
efeito psicofiacutesico e neste caso vinculado a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo excessivo e de
acordo com Scarate (2009) pode refletir a real gravidade da poluiccedilatildeo sonora no
ambiente avaliado
c) Caracteriacutesticas fiacutesicas desse fenocircmeno bem como outras variaacuteveis
ambientais relevantes
Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas fiacutesicas do estiacutemulo tais como intensidade
tempo de exposiccedilatildeo e frequecircncia destacam-se no caso da poluiccedilatildeo sonora urbana
sendo ainda significativo entre as variaacuteveis ambientais o periacuteodo horaacuterio em que
ocorre e com qual periodicidade se eacute habitual ciacuteclico ou atiacutepico
A passagem das composiccedilotildees ocorre por um periacuteodo geralmente curto que
natildeo ultrapassa cinco minutos por dia para cada composiccedilatildeo o que por si soacute natildeo
caracterizaria poluiccedilatildeo sonora No entanto quando se soma a isso os testes de
frenagem que ocorrem com certa frequecircncia e regularidade embora em horaacuterios
irregulares e imprevisiacuteveis o fenocircmeno acirra-se Os estudantes percebem alguns
sintomas mas eacute necessaacuterio que se faccedilam outras correlaccedilotildees sobre as reais
condiccedilotildees acuacutesticas locais e se aprofundem estudos sobre a percepccedilatildeo da
comunidade escolar em relaccedilatildeo ao tema
Finalmente chamou a atenccedilatildeo que mais de 50 dos estudantes respondeu
que ldquonatildeo saberdquo se nada pode ser feito para alterar tal situaccedilatildeo e outros 50 tambem
natildeo reconhecem seu direito ao silecircncio enquanto estuda Essas respostas
coadunam com o estudo realizado por Eniz (2004) que sugere que as pessoas de
um modo geral satildeo passivas nas suas atitudes quando se refere aos incocircmodos
137
pessoais Isso me remete aos aspectos da poacutes-modernidade amplamente discutidos
nesta dissertaccedilatildeo pois uma das caracteriacutesticas da modernidade liacutequida eacute de acordo
com Bauman (2011) justamente a falta de viacutenculo com o territoacuterio (a
desterritorializaccedilatildeo) a falta de empatia e de aderecircncia com o local o espaccedilo fiacutesico
no caso o Coleacutegio e as preocupaccedilotildees que o cercam Para esse autor a
modernidade (soacutelida) referia-se agrave um estaacutegio de incorporaccedilatildeo dos indiviacuteduos em
estruturas soacutelidas como as instituiccedilotildees (no caso o Coleacutegio) que tinha fortes raiacutezes
territoriais Na Modernidade dita Liacutequida parece que o mote eacute evitar que qualquer
coisa torne-se habitual ou tenha assento individual Nesse sentido a apropriaccedilatildeo (de
terra por exemplo) passou a ser um entrave porque nos imobiliza a
responsabilidades que inevitavelmente estariam ligadas a administraccedilatildeo de um
territoacuterio Essa desterritorializaccedilatildeo parece ter gerado um descompromisso com os
interesses que cercam o coleacutegio no caso as lutas que podem ser travadas para
minimizar os efeitos da poluiccedilatildeo sonora do entorno causadas especificamente pelo
traacutefego de composiccedilotildees feacuterreas
Em suma o segundo subitem da questatildeo de pesquisa quatro ldquoComose os
estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora
oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede delesrdquo pode ser respondido da seguinte
forma De forma geral os estudantes percebem o ruiacutedo do traacutefego
(especialmente dos trens) e relacionam alguns sinais de estresse (tais como
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de aprendizagem e esgotamento)
com esses ruiacutedos Nesse sentido mesmo considerando que culturalmente os
estudantes estejam inseridos em ambientes ruidosos em casa nas ruas ou na
escola ou seja ainda que essa percepccedilatildeo seja culturalmente construiacuteda de acordo
com o modo de vida e os grupos nos quais esses estudantes estatildeo inseridos (HALL
2007) os estudantes percebem os ruiacutedos do tracircnsito especialmente dos trens como
fatores que os afetam na aprendizagem concentraccedilatildeo e niacutevel de esgotamento
embora natildeo tenham percebido zumbidos (caracteriacutestica de perda auditiva) na orelha
interna Outra resposta importante eacute que os estudantes natildeo sabem se haacute (ou natildeo
haacute) algo a fazer quanto a poluiccedilatildeo sonora do entorno do CEPMAT o que me permite
afirmar que isso pode ser entendido visto como imobilidade e desterritorialismo mas
ao mesmo tempo haacute espaccedilo para accedilotildees de protagonismo juvenil
138
663 Parte 3 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes
Nesta parte apresento os resultados dos itens (I12 ateacute I26) refere-se a
percepccedilatildeo dos estudantes de alguns sintomas de estresse relacionados ao uso de
fones auriculares conectados ao Aparelho Celular ao ouvirem muacutesica acima dos
limites estabelecidos de tempo e decibeacuteis para a manutenccedilatildeo da sauacutede auditiva
GRAacuteFICO 14 - INCOcircMODO CAUSADO PELA MUacuteSICA OUVIDA NO FONE AURICULAR CONECTADO AO APARELHO CELULAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
Os resultados obtidos (Graacutefico 14) em relaccedilatildeo a percepccedilatildeo dos estudantes
quanto agrave exposiccedilatildeo de sua audiccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora satildeo
No item I12 ndash 4750 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo deixam de ouvir
muacutesica no Celular para natildeo se expor aos ruiacutedos excessivos 1250 ldquoRaramenterdquo
1563 ldquoAgraves vezesrdquo 875 ldquoFrequentementerdquo 625 ldquoSemprerdquo deixam de ouvir
muacutesicas para natildeo expor sua audiccedilatildeo aos ruiacutedos intensos 313 ldquoNatildeo sabemrdquo e
625 ldquoNatildeo se importamrdquo em deixar (ou natildeo) de ouvir muacutesica para natildeo se expor aos
ruiacutedos intensos
139
No item I13 ndash 6188 dos mesmos ldquoDe jeito nenhumrdquo ouvem zumbido depois
escutar muacutesica 1563 ldquoRaramenterdquo 1375 ldquoAgraves vezesrdquo 250 ldquoFrequentementerdquo
125 ldquoSemprerdquo ouvem zumbidos depois de escutar muacutesica 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e
250 ldquoNatildeo se importamrdquo se ouvem (ou natildeo) zumbidos depois de escutar muacutesica
em alto volume
No item I14 ndash para 5250 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo a muacutesica que
ouvem no Celular atrapalha a concentraccedilatildeo 1688 ldquoRaramenterdquo 1563 ldquoAgraves
vezesrdquo 313 ldquoFrequentementerdquo 438 ldquoSemprerdquo as muacutesicas ouvidas no Celular
atrapalham a concentraccedilatildeo na aula 125 ldquoNatildeo sabemrdquo e 625 ldquoNatildeo se importamrdquo
se a muacutesica que ouvem no Celular atrapalha (ou natildeo) sua concentraccedilatildeo na aula
6631 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I12 I13 e I14
No item I12 ndash Relativamente ao ouvir muacutesica 4750 dos estudantes natildeo
deixam de ouvi-la (ou ldquode jeito nenhumrdquo deixam de) no Celular para se prevenir da
exposiccedilatildeo ao excesso de ruiacutedos No entanto se somarmos aqueles que em algum
momento jaacute deixaram de ouvi-la para natildeo se expor excessivamente aos ruiacutedos
teremos a expressiva porcentagem de 3063 (1563 ldquoAgraves vezesrdquo 875
ldquoFrequentementerdquo 625 ldquoSemprerdquo) o que indica um grau de preocupaccedilatildeo com a
sauacutede auditiva
O item I13 ndash 6188 dos estudantes natildeo percebem os zumbidos na orelha
interna depois de ouvi-la que corrobora o item 5 desse mesmo instrumento no qual
mais de 60 dos estudantes havia afirmado natildeo perceber zumbidos oriundos do
excesso de ruiacutedos causados pelo traacutefego Portanto zumbido natildeo eacute um sintoma
comum entre esses estudantes
A questatildeo da concentraccedilatildeo referida no item 14 ndash 5250 dos estudantes
afirmaram que ldquode jeito nenhumrdquo o som que ouvem no Celular atrapalha sua
concentraccedilatildeo Mas a somatoacuteria dos que consideram que a muacutesica atrapalha
(raramente 1688 ldquoagraves vezesrdquo 1563 ldquofrequentementerdquo 313 e ldquosemprerdquo
438) daacute 4002 de estudantes que em algum momento jaacute perceberam alteraccedilotildees
na concentraccedilatildeo ao ouvi-la Neste caso diferentemente do tracircnsito em que mais de
140
65 dos estudantes perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de concentraccedilatildeo o som das
muacutesicas por outro lado eacute visto de forma menos agressiva e invasiva portanto haacute
quase um equiliacutebrio entre os que afirmaram ldquode jeito nenhumrdquo (5250) e os demais
(4002) que jaacute perceberam alguma alteraccedilatildeo na concentraccedilatildeo Isso eacute
extremamente preocupante na medida em que as afericcedilotildees de dB(A) realizadas no
Coleacutegio indicaram que o volume pode chegar a mais de 100 dB(A) e o tempo de
exposiccedilatildeo normalmente eacute maior que 4 horas por dia o que significa que a sauacutede
auditiva estaacute em perigo
Com o objetivo de investigar a percepccedilatildeo dos estudantes de alguns sintomas
de estresse na sauacutede fiacutesica criei trecircs assertivas 15 16 e 17 As respostas foram
plotadas no graacutefico 15
GRAacuteFICO 15 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO AOS SINTOMAS DE ESTRESSE DEFLAGRADOS POR OUVIR MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES LIGADOS A APARELHOS CELULARES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
No item I15 - 7125 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
percebem dores na orelha interna24 por causa das muacutesicas que ouvem no Celular
Para 15 ldquoRaramenterdquo haacute dor 688 ldquoAgraves vezesrdquo 250 ldquoFrequentementerdquo tecircm
dores na orelha interna por ouvir muacutesica no Celular ningueacutem respondeu que
24 Observe-se que a assertiva usa a nomenclatura ldquoouvidordquo em funccedilatildeo de este ser mais conhecido e
difundido do que orelha interna nomenclatura atual
141
ldquosemprerdquo percebe dores 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e 188 ldquoNatildeo se importamrdquo se
percebem (ou natildeo) dores na orelha interna por causa da muacutesica
As respostas dadas no Item 16 foram 4744 dos estudantes ldquoDe jeito
nenhumrdquo percebem que a quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e
ao ouvirem muacutesica no Celular eacute maior que podem suportar 1795 ldquoRaramenterdquo
1410 ldquoAgraves vezesrdquo 577 ldquoFrequentementerdquo e 577 ldquoSemprerdquo percebem que o
ruiacutedo eacute maior que podem suportar 385 ldquoNatildeo sabemrdquo e 513 ldquoNatildeo se importamrdquo
se a quantidade de ruiacutedos a que estatildeo expostos fora da escola ao ouvirem muacutesicas
no Celular eacute (ou natildeo) maior do que eles podem suportar
Quanto a I17 ndash 5 dos estudantes respondeu que ldquoDe jeito nenhumrdquo sabe
que ouvir muacutesica no Celular prejudica a audiccedilatildeo 688 ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves
vezesrdquo 1188 ldquoFrequentementerdquo 5125 ldquoSemprerdquo sabem que a muacutesica que ouve
no Celular pode causar prejuiacutezos para a audiccedilatildeo 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e 938 ldquoNatildeo
se importamrdquo se ouvir muacutesica no Celular pode (ou natildeo) prejudicar a audiccedilatildeo
6632 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I15 I16 e I17
No Item I15 ndash Verifico 7125 dos estudantes natildeo percebem quaisquer dores
na orelha interna por causa da muacutesica que ouvem no Celular mas 938 (somando-
se os que agraves vezes percebem dores - 688 com os que frequentemente as
percebem - 288) jaacute tem percepccedilatildeo de dores na orelha interna causadas pelo som
das muacutesicas ouvidas com fones de ouvidos conectados aos Aparelhos Celulares
Considerando tambeacutem as respostas do item 13 sobre zumbidos pelo menos 17
dos estudantes jaacute percebem zumbidos (somando se os que ldquoagraves vezesrdquo e os que
ldquofrequentementerdquo com os que ldquosemprerdquo os percebem) Assim quase 95 dos
estudantes que jaacute no Ensino Meacutedio percebem dores e 17 percebem zumbidos
parece ser uma porcentagem significativa para esta faixa etaacuteria No entanto a
gravidade desses sintomas precisa ser devidamente avaliada por especialistas em
sauacutede auditiva e em sauacutede puacuteblica as audiometrias deveriam ser analisadas em um
estudo longitudinal ao longo da vida escolar
142
No Item I16 - 4744 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem que a
quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e quando ouvem muacutesica no
Celular eacute maior que podem suportar Mas tambeacutem me chamou a atenccedilatildeo os 513
que simplesmente ldquoNatildeo se importamrdquo embora esta porcentagem natildeo pareccedila
significativa em termos de sauacutede puacuteblica a postura desses estudantes em relaccedilatildeo agrave
sauacutede auditiva deles certamente eacute
Quanto ao I17 - 5125 dos estudantes responderam que ldquoSemprerdquo sabem
que ouvir muacutesica no Celular que pode prejudicar a audiccedilatildeo e novamente chama a
atenccedilatildeo os 938 de estudantes que responderam que natildeo se importam se pode
haver algum prejuiacutezo a audiccedilatildeo
As respostas dos itens 16 e 17 apontam uma contradiccedilatildeo entre a sociedade
contemporacircnea excessivamente voltada a si mesma e a uma das caracteriacutesticas
marcantes da adolescecircncia que eacute a despreocupaccedilatildeo com o futuro e um excesso de
foco no ldquoviver o momentordquo Em outras palavras poderiacuteamos resumir as duas
respostas na frase ldquoeu sei que faz mal mas natildeo estaacute fazendo mal para mim agorardquo
Nesse sentido eacute que a escola parece ter um papel fundamental na discussatildeo para a
prevenccedilatildeo de problemas de sauacutede auditiva
Os trecircs itens subsequentes 18 19 e 20 englobam sintomas de estresse e a
percepccedilatildeo dos estudantes quanto agrave dificuldades de concentraccedilatildeo durante as
atividades escolares Os dados foram plotados no Graacutefico 16
GRAacuteFICO 16 - SINTOMAS DO ESTRESSE E DIFICULDADES DE CONCENTRACcedilAtildeO NAS AVALIACcedilOtildeES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
143
Os resultados mostram que no I18 ndash 6875 dos estudantes responderam
que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem perdas de energia ao ouvir muacutesica no fone de
ouvido conectado ao Celular 750 ldquoRaramenterdquo 625 ldquoAgraves vezesrdquo 188
ldquoFrequentementerdquo 375 ldquoSemprerdquo percebem perda energia 750 ldquoNatildeo sabemrdquo e
438 ldquoNatildeo se importamrdquo se perdem (ou natildeo) energia ao ouvir muacutesica no Celular
O I19 ndash 50 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo sentem-se
sobrecarregados nem pelo ruiacutedo externo ao CEPMAT nem ao ouvirem muacutesica no
Celular em volume acima da meacutedia 1438 ldquoRaramenterdquo 10 ldquoAgraves vezesrdquo 563
ldquoFrequentementerdquo 688 ldquoSemprerdquo ficam sobrecarregados tanto com os ruiacutedos
externos quanto com os das muacutesicas no Celular em volume acima da meacutedia 813
ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se importamrdquo em sentir-se (ou natildeo) sobrecarregados com
esses ruiacutedos
Quanto ao I20 ndash 3750 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
ouvem muacutesica em volume alto para se concentrar para estudar as provas e realizar
trabalhos 1125 ldquoRaramenterdquo 1938 ldquoAgraves vezesrdquo 938 ldquoFrequentementerdquo 15
ldquoSemprerdquo ouvem muacutesica em volume alto para estimular a concentraccedilatildeo para realizar
estudos e trabalhos escolares 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 313 ldquoNatildeo se importamrdquo em
ouvir muacutesica em volume alto para os trabalhos ou avaliaccedilotildees escolares
6633 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I18 I19 e I20
No I18 ndash 6875 dos estudantes ldquode jeito nenhumrdquo percebem perdas de
energia ao ouvir muacutesica no Celular resultando em uma percepccedilatildeo afirmativa sobre
ouvir muacutesica
No item I19 ndash verifico que 50 dos estudantes responderam que ldquode jeito
nenhumrdquo sentem-se sobrecarregados nem pelos ruiacutedos externos ao CEPMAT nem
pelas muacutesicas que ouvem em volume acima da meacutedia no Celular Essa
porcentagem complementa a obtida na resposta ao item 12 no qual 4750 dos
estudantes ldquode jeito nenhumrdquo deixam de ouvir muacutesica no Celular para natildeo se expor
aos ruiacutedos Assim se eles natildeo se sentem sobrecarregados entatildeo eacute porque
deixariam de ouvir muacutesica em alto volume
144
Apesar desse nuacutemero significativo haacute tambeacutem que se considerar que 2251
(somando-se os que ldquoagraves vezesrdquo 10 com os que ldquoFrequentementerdquo 563 e os que
ldquosemprerdquo 68) sentem-se sobrecarregados pela quantidade de ruiacutedos o que
acarreta uma porcentagem nada despreziacutevel de estudantes que jaacute comeccedilam a
perceber incocircmodos pelos ruiacutedos
Quanto ao item I20 ndash Apesar de 3750 dos estudantes terem respondido
que ldquode jeito nenhumrdquo ouvem muacutesicas para se concentrar verifico que uma
porcentagem ainda maior 4376 responde que ldquoagraves vezesrdquo (1938)
ldquofrequentementerdquo (938) e ldquosemprerdquo (15) ouvem muacutesicas em volume alto para se
concentrar para as avaliaccedilotildees e trabalhos escolares isso implica em uma
perspectiva de atuaccedilatildeo multitarefa dos estudantes e ao mesmo tempo mostra que
eles ouvem muacutesica em volume alto por um longo periacuteodo de tempo o que implica
em perdas auditivas caracterizadas pela PAIR descrita anteriormente
As assertivas apresentadas a seguir (itens 21 22 e 23) avaliam a percepccedilatildeo
dos estudantes quanto a alguns sintomas de estresse Os resultados foram plotados
no graacutefico 17
GRAacuteFICO 17 - PERCEPCcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSE FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
No item I21 ndash 4625 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
desanimam facilmente quando ficam expostos a ruiacutedos 1375 ldquoRaramenterdquo
1313 ldquoAgraves vezesrdquo 625 ldquoFrequentementerdquo 875 ldquoSemprerdquo desanimam
145
facilmente por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos 5 ldquoNatildeo sabemrdquo e 688 ldquoNatildeo se importamrdquo
se desanimam (ou natildeo) por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos
No item I22 ndash 3563 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
demoram a relaxar quando ficam estressados por causa dos ruiacutedos 1875
ldquoRaramenterdquo 1813 ldquoAgraves vezesrdquo 875 ldquoFrequentementerdquo 1188 ldquoSemprerdquo
percebem que levam muito tempo para relaxar por causa do estresse causado pelos
ruiacutedos 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e 438 ldquoNatildeo se importamrdquo se levam (ou natildeo) muito
tempo para relaxar quando estressados por causa do barulho
No item I23 ndash 4125 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
sentem-se tatildeo cansados e sobrecarregados por causa dos ruiacutedos intensos no
periacuteodo das aulas que acabam se ldquodesligandordquo do ambiente escolar 1688
ldquoRaramenterdquo 1625 ldquoAgraves vezesrdquo 750 ldquoFrequentementerdquo 875 ldquoSemprerdquo ficam
tatildeo sobrecarregados por causa dos ruiacutedos intensos durante o periacuteodo e aulas que
acabam se ldquodesligandordquo 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se importamrdquo com esses
ruiacutedos
6634 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I21 I22 e I23
No Item I21 - 4625 dos estudantes natildeo desanimam facilmente quando
ficam expostos aos ruiacutedos durante o periacuteodo das aulas Essa porcentagem
corrobora as respostas aos itens 12 e 19 nos quais 4750 e 50 dos estudantes
respectivamente natildeo deixam de ouvir muacutesica em volume alto no Celular para natildeo
se expor aos ruiacutedos porque natildeo se sentem sobrecarregados Assim se natildeo se
sentem sobrecarregados e natildeo desanimam facilmente entatildeo natildeo deixam de ouvir a
muacutesica
Por outro lado ao somarmos os que ldquoagraves vezesrdquo 1313 com os que
desanimam facilmente ldquofrequentementerdquo 625 e ldquosemprerdquo 875 teremos pelo
menos 2513 de alunos que em sala de aula desanimam facilmente quando ficam
expostos aos ruiacutedos Essa porcentagem corresponde a frac14 da turma assim ter frac14 da
turma que desanima facilmente eacute algo que precisa ser analisado com mais
profundidade nas escolas os dados me permitem inferir ainda que a porcentagem
146
anterior (50) pode ainda natildeo ter percebido relaccedilotildees diretas entre desacircnimo e o
estresse que a muacutesica em volume alto pode gerar
No Item I22 - 3563 dos estudantes responderam que ldquode jeito nenhumrdquo
levam muito tempo para relaxar No entanto ao somarmos aqueles que ldquoagraves vezesrdquo
(183) com os que frequentemente (875) e os que sempre (1188) levam muito
tempo para relaxar por causa do estresse causado pelos ruiacutedos teremos 3876
que percebem dificuldades nesse sentido Ou seja uma porcentagem ainda maior
do que aqueles que natildeo percebem Assim noto que mais de 40 dos estudantes
usam a muacutesica em volume alto para conseguir se concentrar para estudar e
praticamente a mesma porcentagem (3876) tecircm dificuldades para relaxar por
causa dos barulhos (oriundos ou natildeo da muacutesica)
Na I23 ndash Constatei que 4125 dos estudantes ldquode jeito nenhumrdquo sentem-se
sobrecarregados por causa dos ruiacutedos Entretanto 3250 jaacute tem percepccedilatildeo de
cansaccedilo e sobrecarga (somando os que ldquoagraves vezesrdquo 1625 com os que
frequentemente 750 e os que sempre 875 sentem-se assim) nas atividades
rotineiras como as atividades escolares por causa do ruiacutedo intenso durante o
periacuteodo da aula Observe que o item refere-se agraves consequecircncias como ldquodesligar-serdquo
do ambiente escolar Ou seja um dos sintomas do estresse Em outras palavras as
duas porcentagens estatildeo relativamente proacuteximas para que eu possa concluir que a
tomada de consciecircncia sobre os efeitos no organismo comeccedila a ser fazer cada vez
mais frequente
As assertivas analisadas a seguir 24 25 e 26 foram elaboradas com o intuito
de discutir incocircmodos causados pelos ruiacutedos dentro e fora do CEPMAT Os
resultados foram plotados no graacutefico 18
147
GRAacuteFICO 18 - O ESTRESSE DO DIA A DIA E A FELICIDADE DE OUVIR MUacuteSICA NO CELULAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
No item I24 ndash 5375 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
sentem-se bem na presenccedila de muitos ruiacutedos dentro e fora da sala de aula durante
o periacuteodo letivo 1375 ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves vezesrdquo 688 ldquoFrequentementerdquo
438 ldquoSemprerdquo sentem-se bem tendo muito ruiacutedo no seu entorno 5 ldquoNatildeo sabemrdquo
e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se se sentem bem (ou natildeo) tendo muito ruiacutedo no
entorno durante o periacuteodo de aula
No item I25 ndash 5063 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
ficam cansados pelo fato de antever a ida agrave escola e o fato de ouvir muitos ruiacutedos
externos durante as aulas 10 ldquoRaramenterdquo 1250 ldquoAgraves vezesrdquo 750
ldquoFrequentementerdquo 5 ldquoSemprerdquo ficam cansados soacute de pensar que teratildeo que ouvir
muitos ruiacutedos externos ao CEPMAT 188 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1250 ldquoNatildeo se
importamrdquo se ficam (ou natildeo) cansados de ouvir muitos ruiacutedos externos
Quanto ao item I26 ndash 1938 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito
nenhumrdquo ficam felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em aula 1063
ldquoRaramenterdquo 2063 ldquoAgraves vezesrdquo 813 ldquoFrequentementerdquo 3250 ldquoSemprerdquo ficam
felizes por poderem ouvir muacutesica no Celular durante o horaacuterio das aulas 313
ldquoNatildeo sabemrdquo e 563 ldquoNatildeo se importamrdquo se ficam (ou natildeo) felizes por poder ouvir
muacutesicas quando estatildeo em aulas
148
6635 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I24 I25 e I26
5375 dos estudantes responderam que ldquode jeito nenhumrdquo sente-se bem na
presenccedila dos ruiacutedos dentro e fora da sala de aula durante o periacuteodo letivo se esta
porcentagem for somada aos 1375 que raramente sentem-se bem com isso
temos que 6750 natildeo estatildeo confortaacuteveis com o excesso de ruiacutedos dentro e fora da
escola durante o periacuteodo letivo Esse pode ser um dos motivos para o uso excessivo
de fones de ouvido para escutar muacutesicas pois poderiam ser usadas para abstrair
dos ruiacutedos ambientes da escola nesse caso os estudantes usariam os fones tanto
para buscar concentraccedilatildeo conforme 4376 dos respondentes mencionaram no
item 20 ou para ouvir algo mais prazeroso que este ruiacutedo
Por outro lado os resultados dos itens I24 e I25 revelam que mesmo que
mais de 67 dos estudantes natildeo se sintam bem na presenccedila de muitos ruiacutedos (I24)
isso natildeo se reflete em cansaccedilo para 5063 (I25) dos estudantes ao antever a ida a
escola
Quanto a I26 ndash ao somarmos os estudantes que ldquosemprerdquo (3250) ficam
felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em sala de aula com os que
ldquofrequentementerdquo (813) e os que ldquoagraves vezesrdquo (2063) temos um conjunto de
6126 de estudantes que consideram a possibilidade de ouvir muacutesicas durante as
atividades como algo positivo seja (ou natildeo) como foco de concentraccedilatildeo na sala de
aula Esse resultado traz alguns indicativos que precisam ser mais bem avaliados
no que tange ao planejamento das atividades as condiccedilotildees de trabalho em sala de
aula e a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas
apresentadas Esses e outros toacutepicos devem ser mais aprofundados a partir dos
resultados desta dissertaccedilatildeo
6636 CONSIDERACcedilOtildeES
Os altos niacuteveis de pressatildeo sonora tecircm sido considerados pela sociedade
contemporacircnea como agentes perigosos agrave sauacutede humana especialmente em
149
ambientes urbanos e sociais seja em atividades de lazer ou simplesmente pelo fato
de ouvir muacutesica nos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular em
intensidades elevadas para evitar outros ruiacutedos considerados indesejaacuteveis que
circundam a vida cotidiana A problemaacutetica do ruiacutedo ambiental parece estar
crescendo na percepccedilatildeo desses estudantes seja em casa a caminho do CEPMAT
ou ateacute mesmo dentro das salas de aulas Mas se a reaccedilatildeo ao ruiacutedo ambiental eacute o
uso de fones de ouvido ligados aos Aparelhos Celulares ouvindo muacutesica em volume
ainda mais elevado a resposta parece ser ainda mais danosa e com efeitos mais
raacutepidos a sauacutede auditiva dos estudantes
No que se refere agraves percepccedilotildees de ruiacutedo ambiental essas satildeo crescentes No
entanto a poluiccedilatildeo sonora oriunda da muacutesica ouvida pelos fones conectados ao
Celular sugere que o estudante ainda natildeo tem uma accedilatildeo efetiva de prevenccedilatildeo de
problemas de sauacutede auditiva no que tange aos efeitos nocivos dos sons intensos e
por longo periacuteodo de tempo causando PAIR uma vez que 5125 dos estudantes
responderam que sabem que a muacutesica que ouvem no Celular pode causar prejuiacutezos
a audiccedilatildeo (I17) Estes fatos ficaram evidentes nos graacuteficos 14 a 18 pelas mais
diversas atitudes dos estudantes em situaccedilotildees de exposiccedilatildeo aos ruiacutedos
Na seccedilatildeo anterior os resultados das mediccedilotildees de decibeacuteis indicaram que os
estudantes ouvem muacutesica no Celular em volume acima dos recomendados para a
manutenccedilatildeo da sauacutede auditiva No Teste de percepccedilatildeo de alguns sintomas de
estresse as respostas indicaram que os estudantes natildeo perdem energia e natildeo
percebem zumbido na audiccedilatildeo O Teste tambeacutem apontou que um nuacutemero
consideraacutevel de jovens ouve muacutesica durante as tarefas escolares e esses declaram
que se concentram melhor ao ouvi-la Esses resultados me permitem afirmar que os
estudantes estatildeo culturalmente inseridos em ambientes ruidosos ou gostam de ouvir
muacutesica em volume alto dentro e fora do coleacutegio o que dificulta a reaccedilatildeo (ou accedilatildeo)
em postura preventiva sobre a sauacutede auditiva
As respostas deste estudo coadunam com os resultados de Lacerda et al
(2011) que investigaram haacutebitos auditivos e comportamentos de adolescentes com
atividades de lazer ruidosas Os resultados revelaram que a maioria dos jovens
prefere realizar tarefas em ambientes barulhentos e que o som da muacutesica alta os
deixa felizes
A maioria dos estudantes percebe o CEPMAT como um ambiente ruidoso e
boa parte deles natildeo estaacute disposta a deixar de utilizar o Celular posso concluir que o
150
Celular eacute em alguns momentos utilizado como ldquovaacutelvula de escaperdquo para os ruiacutedos
externos Neste sentido eacute importante fazer conhecer entre os estudantes
professores e comunidade escolar os efeitos de longo prazo causados por este
comportamento imediatista O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL
2006 p 7) aborda questotildees relacionadas com a sauacutede auditiva e os seus efeitos As
normas orientadoras do protocolo se utilizadas didaticamente podem auxiliar na
criaccedilatildeo de haacutebitos de prevenccedilatildeo a sauacutede auditivas mais saudaacuteveis e a escola teria
um papel nesta didatizaccedilatildeo pois poderia aproximar conhecimentos do cotidiano dos
estudantes com o conhecimento cientiacutefico
O uso de fones auriculares vem sendo encontrado na literatura como um
comportamento cada vez mais comum entre os jovens e pode ser um risco para a
audiccedilatildeo podendo aumentar os problemas auditivos Costa (2013) mostra que haacute
uma relaccedilatildeo de prazer entre os haacutebitos auditivos e a muacutesica
Em suma
O terceiro subitem da questatildeo de pesquisa quatro ldquoComose os estudantes do
Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos
fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na Sauacutede delesrdquo
pode ser respondido da seguinte forma
Os estudantes em geral natildeo percebem
a) a existecircncia de poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular mesmo sabendo dos problemas
auditivos que o fone auricular ligado ao Aparelho Celular para escutar
muacutesicas em volume alto pode causar
b) zumbidos ou dores na orelha interna Tambeacutem natildeo haacute perdas de
energia dificuldades para relaxar nem se sentem sobrecarregados ou
relatam alteraccedilotildees na concentraccedilatildeo incocircmodos nem apoacutes escutar
prolongadamente sons em volume alto oriundos do Celular nem
quando expostos ao excesso de ruiacutedos causados pelos meios de
transportes Portanto os sintomas de estresse natildeo satildeo sintomas
comumente apresentados
c) e natildeo consideram que a quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora
da escola e quando ouvem muacutesica no Celular eacute maior do que aquela
151
que eles podem suportar Os estudantes tecircm prazer na presenccedila de
volume alto ficam felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em
sala de aula e consideram a possibilidade de ouvir muacutesicas durante as
atividades como algo positivo seja ou natildeo como foco de concentraccedilatildeo
mesmo natildeo estando confortaacuteveis com o excesso de ruiacutedos dentro e
fora da escola
Por outro lado uma porcentagem menor de estudantes percebe
a) pelo menos um dos sintomas de estresse tais como zumbidos perda
de concentraccedilatildeo energia ficam desanimados dificuldades para
relaxar cansaccedilo e sobrecarga nas atividades rotineiras como as
atividades escolares tanto quando ouvem muacutesica no Celular quanto
os ruiacutedos oriundos dos meios de transportes
No entanto mesmo que essa pequena porcentagem de estudantes natildeo se
importe se pode haver algum prejuiacutezo agrave audiccedilatildeo por exposiccedilatildeo a niacuteveis de ruiacutedos
intensos e ainda que essa porcentagem natildeo pareccedila significativa a postura em
relaccedilatildeo agrave sauacutede auditiva precisa ser mais bem investigada
Esses resultados indicam aspectos que precisam ser melhores avaliados
entre eles o planejamento das atividades as condiccedilotildees de trabalho em sala de aula
e a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas apresentadas
Esses e outros toacutepicos precisam ser mais bem estudados para aprofundar alguns
aspectos a partir desta dissertaccedilatildeo Isso me leva a recomendar que outras
investigaccedilotildees sobre a interferecircncia da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede do estudante
devem ser profundamente avaliadas em estudos subsequentes a este
152
664 Parte 4 O uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento Escolar
Trata da relaccedilatildeo entre o uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento
Escolar do CEPMAT Para a composiccedilatildeo de dados criei trecircs assertivas (I27 I28 I29)
que analisam a percepccedilatildeo dos respondentes em relaccedilatildeo os documentos que regem
a comunidade escolar e a percepccedilatildeo do papel dos estudantes na participaccedilatildeo da
construccedilatildeo das normas e regras do CEPMAT
GRAacuteFICO 19 - PARTICIPACcedilAtildeO DA COMUNIDADE ESCOLAR NA CONSTRUCcedilAtildeO DO REGIMENTO ESCOLAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
O I27 foi construiacutedo na negativa ndash 3375 dos estudantes responderam que
ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no Celular durante o
periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o Regimento Escolar os proiacutebe de usar
1438 responderam ldquoRaramenterdquo 10 ldquoAgraves vezesrdquo 1125 ldquoFrequentementerdquo
2125 ldquoSemprerdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no Celular durante as
aulas 188 ldquoNatildeo sabemrdquo e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se conseguem (ou natildeo) ficar
sem ouvir muacutesicas durante o periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o regimento
escolar proiacutebe o uso
153
O I28 tambeacutem foi construiacutedo na negativa ndash 4250 dos estudantes
responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo foram informados sobre quais
equipamentos eletrocircnicos devem usar durante o periacuteodo das aulas 375
responderam ldquoRaramenterdquo 563 ldquoAgraves vezesrdquo 10 ldquoFrequentementerdquo 2188
ldquoSemprerdquo natildeo foram informados sobre quais equipamentos eletrocircnicos (Aparelho
Celular) podem usar no periacuteodo das aulas 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1188 ldquoNatildeo se
importamrdquo se foram (ou natildeo) informados sobre quais equipamentos eletrocircnicos
podem usar no periacuteodo das aulas
Quanto ao I29 ndash 4438 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
participaram ativamente das reuniotildees e discussotildees para a construccedilatildeo do Regimento
Escolar do CEPMAT 1438 responderam ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves vezesrdquo 375
ldquoFrequentementerdquo 1063 ldquoSemprerdquo participaram ativamente das reuniotildees e
discussotildees para a construccedilatildeo do documento 563 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1250 ldquoNatildeo se
importamrdquo se participaram ativamente (ou natildeo) das reuniotildees e discussotildees para a
construccedilatildeo do Regimento Escolar do Coleacutegio
6641 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I27 I28 e I29
No I27 ndash Verifico que 3375 dos estudantes conseguem ficar sem ouvir
muacutesica durante o periacuteodo de aula (ou usando a loacutegica de construccedilatildeo do teste ldquode
jeito nenhumrdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir) Por outro lado se somarmos os
que ldquofrequentementerdquo e os que ldquosemprerdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir obteacutem-se
um valor de 3250 que efetivamente natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no
Celular durante o periacuteodo das aulas Isso significa que se os estudantes
entenderam a assertiva e a forma de respondecirc-la entatildeo haacute uma clara e equilibrada
divisatildeo (3375 versus 3250) nas respostas dadas quanto ao uso do Celular para
ouvir muacutesica durante o periacuteodo das aulas
Quando ao I28 ndash chama a atenccedilatildeo que 4250 dos estudantes revelaram ter
sido informado sobre quais equipamentos eletrocircnicos devem usar durante o periacuteodo
das aulas (ou na loacutegica de construccedilatildeo do teste ldquode jeito nenhumrdquo natildeo foram
informados) No entanto ao somar os que responderam ldquofrequentementerdquo (10)
154
com os que responderam ldquosemprerdquo (2188) natildeo foram informados eacute possiacutevel
perceber que pelo menos 3188 dos estudantes natildeo tinha conhecimento dessas
informaccedilotildees Pode ocorrer que alguns estudantes tenham sido transferidos e sejam
novos no coleacutegio mas a porcentagem de alunos que desconhece as normas e
regras do regimento eacute emblemaacutetica
Na I29 ndash Considerando que 4438 dos estudantes natildeo participam das
reuniotildees e discussotildees para a construccedilatildeo do Regimento Escolar do CEPMAT e
1250 natildeo se importam com construccedilatildeo das normas e regras entendo que os
mesmos natildeo consideram relevante agrave participaccedilatildeo necessaacuteria para ter voz e voto
como retratado no paraacutegrafo 2ordm do regimento interno (ZANOTTO 2011) ldquoo oacutergatildeo
colegiado de direccedilatildeo seraacute constituiacutedo de acordo com o princiacutepio da
representatividade devendo abranger toda a comunidade escolar cujos
representantes nele teratildeo necessariamente voz e votordquo
6642 CONSIDERACcedilOtildeES
Os dados indicaram que a terccedila parte dos estudantes do CEPMAT faz uso
natildeo pedagoacutegico do Aparelho Celular durante o periacuteodo das aulas utilizando-o em
sala de aula e durante as atividades educativas com a finalidade de ouvir muacutesica
Para Souza e Torres (2009) o ldquociberespaccedilordquo jaacute estaacute realizado e os estudantes estatildeo
instalados nele No caso dessa pesquisa entendo que esse ciberespaccedilo se
configura pela via dos Aparelhos Celulares para escutar muacutesica entre outras coisas
No entanto o haacutebito de usar equipamentos eletrocircnicos que natildeo fazem parte
do material pedagoacutegico no ambiente escolar entra em confronto com o Regimento
Escolar Para o Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute (PARANAacute 1999) o
Regimento Escolar eacute um documento construiacutedo coletivamente pela comunidade
escolar em reuniotildees e discussotildees nas quais todos tecircm direito a voz e voto Esse
documento estabelece as normas e regras descrevem os direitos e deveres dos
membros da comunidade escolar
No caso do Regimento do CEPMAT a perspectiva didaacutetica sobre o uso de
equipamentos tecnoloacutegicos estaacute na vertente policialesca e restritiva Essa
155
tecnologia jaacute estaacute presente nas matildeos de praticamente todos os estudantes e nesse
sentido podem ser re-significadas para extrapolar o simples escutar muacutesica
congregando muitas outras possibilidades de uso para fins de ensino e de
aprendizagem
A UNESCO (2013) publicou um guia com 10 recomendaccedilotildees sobre o uso do
Aparelho Celular na sala de aula O objetivo era incentivar os governos a
implementarem poliacuteticas puacuteblicas educacionais que valorizassem a utilizaccedilatildeo das
tecnologias de faacutecil acesso presente natildeos matildeos dos jovens e adolescentes como
recurso no ensino
a) Criar ou atualizar poliacuteticas ligadas ao aprendizado moacutevel b) Conscientizar sobre sua importacircncia c) Expandir e melhorar opccedilotildees de conexatildeo d) Ter acesso igualitaacuterio e) Garantir equidade de gecircnero f) Criar e aperfeiccediloar conteuacutedo educacional g) Treinar professores h) Capacitar educadores usando tecnologias moacuteveis i) Promover o uso seguro saudaacutevel e responsaacutevel de tecnologias moacuteveis j) Usar tecnologia para melhorar a comunicaccedilatildeo e a gestatildeo educacional(p12)
O objetivo desse guia eacute o de dar um significado efetivo ao uso e aos trabalhos
realizados com Aparelhos Celulares para tanto eacute necessaacuterio que este seja adaptado
ao grau de maturidade de cada paiacutes no que tange a relaccedilatildeo entre inclusatildeo digital e
educaccedilatildeo
Da mesma forma que o guia da UNESCO (2013 p12) apresenta por meio de
um guia 13 bons motivos para o uso do Celular em sala de aula do seguinte modo
1) Amplia o alcance e a equidade em educaccedilatildeo 2) Melhora a educaccedilatildeo em aacutereas de conflito ou que sofreram desastres naturais 3) Assiste alunos com deficiecircncia 4) Otimiza o tempo na sala de aula 5) Permite que se aprenda em qualquer hora e lugar 6) Constroacutei novas comunidades de aprendizado 7) Daacute suporte a aprendizagem in loco 8) Aproxima o aprendizado formal do informal 9) Provecirc avaliaccedilatildeo e feedback imediatos 10) Facilita o aprendizado personalizado 11) Melhora a aprendizagem contiacutenua 12) Melhora a comunicaccedilatildeo 13) Maximiza a relaccedilatildeo custo-benefiacutecio da educaccedilatildeo (UNESCO 2013 p4)
Os resultados apresentados tornam mais cada vez mais evidente a
necessidade de incluiacute-lo como ferramenta de ensino Esta tecnologia esta inserida
no ambiente escolar presente nas matildeos dos estudantes e pode vir a ter um uso
significativo para ensinar mais do que conteuacutedos
156
Em suma
Nesta parte investiguei comose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT
percebem o Regimento Escolar Este subitem pode ser respondido da seguinte
forma
a) Os estudantes usam o Aparelho Celular durante o periacuteodo das
aulas essencialmente para fins natildeo didaacuteticos que natildeo fazem parte
do contexto da aula o que infringe a regras do atual Regimento
Escolar
b) Esse equipamento tecnoloacutegico natildeo eacute considerado parte do atual
material pedagoacutegico e boa parte (3188) dos estudantes
alegaram que natildeo foram informados pela escola sobre quais
equipamentos eletrocircnicos podem usar durante o periacuteodo das
aulas Quase a metade (4438) dos estudantes afirmou natildeo ter
participado da construccedilatildeo coletiva do Regimento Escolar
Somente 1250 responderam que natildeo se importam se participam
(ou natildeo) com voz e voto na confecccedilatildeo do Regimento Escolar e
considerando que os estudantes entenderam a questatildeo e a forma
de respondecirc-la isso parece ter um significado interessante para
reforccedilar a participaccedilatildeo do coletivo da comunidade escolar na
feitura do regimento
67 SINTESE DA SECcedilAtildeO
No contexto desta dissertaccedilatildeo o Aparelho Celular aparece natildeo mais como
um simples meio de comunicaccedilatildeo entre as pessoas mas como Tecnologia da
Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo com muacuteltiplos usos criando ou redefinindo identidades
estabelecendo uma nova cultura no ambiente escolar Seu uso dialoga com culturas
e aspectos constitutivos de saberes que circulam na sala de aula impondo uma
rediscussatildeo sobre regras e normas e outras accedilotildees pedagoacutegicas podendo se
157
configurar em alternativa metodoloacutegica para o ensino e contribuindo com a
aprendizagem
O Aparelho Celular pode contribuir com a valorizaccedilatildeo e o desenvolvimento de
valores eacuteticos colaborando na busca de possibilidades para um ensino diferenciado
extrapolando enormemente a funcionalidade de ouvir muacutesica
Steinberg e Kincheloe (2001) apud Monteiro (2009) revela que o
conhecimento das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo eacute muito mais do que
simples acreacutescimo a um curriacuteculo tradicional mas uma praacutetica baacutesica necessaacuteria
para negociar identidades valores e para participar dessa hiper-realidade
Os estudantes aumentam seu repertoacuterio de experiecircncias no ambiente escolar
e experenciam a natildeo verticalidade do ensino permitindo-se ensinar uns aos outros
os modos de uso do Celular e de recursos tecnoloacutegicos Esse modo de ensinar
amplia as relaccedilotildees pessoais ou virtuais re-significando relaccedilotildees humanas e
identidades Portanto os Aparelhos Celulares possibilitam os processos de
mudanccedila nas formas de cogniccedilatildeo suas potencialidades frente agrave convergecircncia e
mobilidade imaginadas na telefonia moacutevel e nas tecnologias digitais instigam novas
investigaccedilotildees sobre o papel do Celular na sala de aula
Esta seccedilatildeo teve como intuito responder a quarta questatildeo de investigaccedilatildeo
desta dissertaccedilatildeo Como se os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem
a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio
b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora (oriunda do entorno do Coleacutegio) na
sauacutede deles
c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos
estudantes
d) as normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT
Nas anaacutelises das respostas do ldquoteste de autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas
de estresserdquo permitiram observar que haacute indiacutecios que os estudantes apresentam
alguns sintomas de estresse por exposiccedilatildeo agrave Poluiccedilatildeo Sonora pelos meios de
transportes incomodos causados pelo trem prejuiacutezos agraves avaliaccedilotildees ou trabalhos
escolares embora acreditam que nada pode ser feito para alterar a situaccedilatildeo do
momento Quanto agrave poluiccedilatildeo sonora pelos usos intensivos do Aparelho Celular para
ouvir muacutesica os estudantes natildeo deixam de ouvir muacutesica por conta da exposiccedilatildeo
158
excessiva aos ruiacutedos e disseram que a muacutesica natildeo atrapalha a concentraccedilatildeo a
maioria natildeo percebe dor ou zumbido na orelha interna cansaccedilo ou se sente
sobrecarregados No entanto existe um grupo de estudantes que declarou perceber
os sintomas de estresse da exposiccedilatildeo ao volume alto da muacutesica como dor na orelha
interna atrapalha na concentraccedilatildeo sente-se cansados Quanto ao regimento do
CEPMAT os estudantes revelaram que ouvem muacutesicas com fones de ouvido
conectados ao Celular durante as aulas independentemente do regimento dizer que
isso eacute proibido Aleacutem disso mais de 44 dos estudantes pesquisados natildeo conhecia
e natildeo havia participado na elaboraccedilatildeo do regimento
Na proacutexima seccedilatildeo faccedilo as consideraccedilotildees finais desta dissertaccedilatildeo
159
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Para compor e analisar os dados desta dissertaccedilatildeo fiz um levantamento
sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora em quatro eventos da aacuterea nos projetos publicados
UNESCO (2013) e no banco de dissertaccedilotildees e teses da CAPES apliquei um
questionaacuterio a 160 estudantes sobre o uso do Celular no ambiente escolar fiz
tambeacutem dois tipos de afericcedilatildeo uma dos ruiacutedos oriundos do entorno do CEPMAT e
outra dos sons propagados pelos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular
com uso de um decibeliacutemetro e para finalizar apliquei um teste de
ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo a estudantes do Ensino Meacutedio
Com esses dados realizei anaacutelises que me permitem fazer algumas
consideraccedilotildees Ressalto que todos os dados foram constituiacutedos a partir de coletas
de pequeno porte ou que necessitam de avaliaccedilotildees mais profundas com
profissionais da Sauacutede e da Psicologia assim como da Engenharia de Seguranccedila
Portanto entendo que natildeo eacute prudente fazer conclusotildees finais com estes dados mas
ao inveacutes disso prefiro a partir deles delinear algumas consideraccedilotildees
Essas consideraccedilotildees foram divididas em trecircs partes na primeira intitulada
(71) ldquoApontamentos obtidos a partir da anaacutelise dos dadosrdquo faccedilo referecircncia aos
dados de trecircs formas dados relativos agrave poluiccedilatildeo sonora de forma geral e a do
entorno do coleacutegio dados sobre o uso do Celular e sua relaccedilatildeo com a cultura
contemporacircnea e do dados constituiacutedos a partir do Teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de
estresse nos estudantesrdquo e a poluiccedilatildeo sonora gerada nos fones auriculares
Na segunda parte intitulada (72) ldquoAlgumas possibilidadesrdquo refiro-me a
possiacuteveis estudos da relaccedilatildeo entre poluiccedilatildeo sonora e o uso do Celular como
ferramenta de apoio ao ensino
Na terceira intitulada (73) ldquoSugestotildees de accedilotildees mitigatoacuterias da poluiccedilatildeo
sonora para o entorno e o interior do CEPMATrdquo estas sugestotildees precisam de um
plano de accedilatildeo a posteriori para serem desenvolvidas e natildeo fazem parte do escopo
desta dissertaccedilatildeo Satildeo propostas de accedilotildees mitigatoacuterias que podem ser
desenvolvidas tanto pela empresa America Latina Logiacutestica quanto pela Secretaria
Municipal de Sauacutede e pela Comunidade Escolar do CEPMAT
160
71 APONTAMENTOS OBTIDOS A PARTIR DA ANAacuteLISE DOS DADOS
As consideraccedilotildees realizadas a partir da constituiccedilatildeo e anaacutelise dos dados
foram divididas em trecircs subitens No primeiro refiro-me aos dados relativos agrave
poluiccedilatildeo sonora de forma geral e ao entorno do coleacutegio no segundo discuto
aspectos do uso do Celular e sua relaccedilatildeo com a cultura contemporacircnea e no
terceiro faccedilo consideraccedilotildees sobre o teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas
de estresserdquo na sauacutede dos estudantes e a poluiccedilatildeo sonora gerada pelos fones
auriculares As quatro formas de constituiccedilatildeo dos dados (revisatildeo de literatura
questionaacuterio afericcedilatildeo dos niacuteveis de decibeacuteis e o teste) perpassam cada um dos
subitens por isso criei consideraccedilotildees matriciais no formato 4 X 3
Matriz 4 X 3 de apontamentos e consideraccedilotildees
Poluiccedilatildeo Sonora Geral e do
entorno
Usos do Aparelho Celular
Estresse e poluiccedilatildeo sonora gerada por fones
de ouvido
Revisatildeo de Literatura 711 712 713
Questionaacuterio - 42 -
Afericcedilatildeo de niacuteveis de decibeacuteis dB(A)
53 55 56
Teste de Autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresse
6622 6636 6642
711 A Poluiccedilatildeo Sonora e o entorno do CEPMAT
A revisatildeo de literatura me fez perceber que o assunto ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute
pouco discutido entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias nos
eventos analisados encontrei apenas trecircs apresentaccedilotildees de trabalho que foram
recortes de uma mesma dissertaccedilatildeo de mestrado apresentados no ENPEC e no
EPEF Dentre os trecircs um refere-se agrave sauacutede auditiva dos estudantes quando escutam
ldquomuacutesica altardquo (BASTOS MATTOS 2007b) com aparelhos sonoros Essa revisatildeo
161
deixou claro que as discussotildees sobre poluiccedilatildeo sonora ficaram restritas haacute poucos
pesquisadores do Ensino de Fiacutesica o que indica que a acuacutestica (isso porque a
poluiccedilatildeo sonora ocorre por meio da propagaccedilatildeo das ondas sonoras que por sua vez
eacute um subitem da acuacutestica) eacute um tema de pouco interesse entre os pesquisadores da
fiacutesica no entanto essa constataccedilatildeo precisa ser ampliada para outros eventos da
aacuterea
Apesar de uma busca com o tema poluiccedilatildeo sonora resultar em mais de
14500 tiacutetulos de dissertaccedilotildees e teses depositadas no banco da CAPES quando se
restringe o foco para trabalhos realizados por pesquisadores da educaccedilatildeo com as
palavras-chave Poluiccedilatildeo Sonora Ruiacutedos Muacutesica e Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente
Escolar o resultado cai para apenas trecircs sendo duas dissertaccedilotildees e uma tese
Somente um trabalho estuda a poluiccedilatildeo sonora no ambiente escolar isto eacute uma
porcentagem muito insignificante diante de um tema que tem accedilotildees devastadoras na
sauacutede humana e mais uma vez evidenciou a lacuna de estudos nesta aacuterea
No questionaacuterio sobre o uso do Celular descrito no capiacutetulo quatro desta
dissertaccedilatildeo natildeo haacute qualquer menccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora oriunda do entorno de
coleacutegios de forma geral
As afericcedilotildees de niacuteveis de Pressatildeo Sonora oriundos do entorno do CEPMAT
identificaram intensidade de ruiacutedo ateacute 100 dB(A) isto eacute aproximadamente 67
acima dos limites de emissatildeo de ruiacutedo para as Zonas Estruturais Educacionais
estabelecidos pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que eacute de 60 dB(A) no
periacuteodo diurno Nessas condiccedilotildees o laudo teacutecnico produzido por Stangherlin (2014)
sobre os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora do entorno do CEPMAT infere que se um
estudante for exposto ao ruiacutedo por um periacuteodo de 4h30min cinco (5) dias por
semana ao longo de duzentos (200) dias letivos mesmo que por um ldquocurto periacuteodordquo
de tempo por dia (cerca de 5 minutos quando natildeo haacute testes de frenagem) entatildeo
pode haver consequecircncias relativas agrave PAIR com prejuiacutezos agrave sauacutede auditiva
Portanto entendo que eacute necessaacuterio que esses estudantes tenham clareza do risco a
que estatildeo expostos ao estudar no CEPMAT e criar sequencias didaacuteticas para o
ensino de Fiacutesica por meio de situaccedilotildees problemaacuteticas pode contribuir de forma que
os mesmos transitem entre o ensino e a sauacutede aplicando em seu cotidiano
conscientemente
Na investigaccedilatildeo feita por Gasperin (2006) com estudantes de duas escolas
proacuteximas a uma linha feacuterrea a autora verificou que os trens oferecem riscos quando
162
os estudantes vatildeo ou voltam das escolas no entanto quanto aos ruiacutedos emitidos os
dados mostraram que esse aspecto natildeo se apresentou relevante pois a maioria dos
estudantes nega ou natildeo percebe a interferecircncia do barulho do trem nas atividades
escolares e ainda considera que o ruiacutedo do trem natildeo eacute prejudicial agrave sauacutede nem tatildeo
pouco que eacute um problema para a comunidade uma vez que eacute um produto da
historia cultural da comunidade ou seja que influenciou e influencia a vida da
comunidade lindeira a via feacuterrea
Gasperin (2006) afirma que por estarem culturamente inseridos em um
ambiente ruidoso os estudantes construiacuteram uma imagem ldquoalegrerdquo dos incocircmodos
causados pelos trens Eles estabeleceram uma relaccedilatildeo utilitaacuteria com a via feacuterrea
pois ela movimenta a economia e eacute responsaacutevel pela sobrevivecircncia Isso mostra o
niacutevel de incorporaccedilatildeo cultural do trem naquela comunidade Isto eacute os viacutenculos
estabelecidos com a presenccedila dos trens refletem a alienaccedilatildeo ou distanciamento do
fator de risco ambiental no que se refere a poluiccedilatildeo sonora e suas sequelas agrave sauacutede
O estudo de Gasperin (2006) mostrou que a companhia realiza atividades
para transformar os aspectos negativos da poluiccedilatildeo sonora oferecendo passeios de
trem para a comunidade manipulando a percepccedilatildeo da comunidade e sua interaccedilatildeo
com a via feacuterrea
Com relaccedilatildeo ao CEPMAT os resultados do teste de ldquoautoidentificaccedilatildeordquo
mostraram que os estudantes nem sempre percebem o ruiacutedo do entorno como um
incocircmodo e o ambiente escolar mais afetado pelos ruiacutedos do entorno a biblioteca eacute
considerada pela maioria como um ambiente acusticamente adequado para as
atividades escolares o que me permite concluir que natildeo houve um distanciamento
dos meus resultados com os de Gasperin (2006)
Os estudantes tiveram ainda dificuldades para relacionar o ruiacutedo do traacutefego
(especialmente dos trens) com algum fator de estresse que eventualmente
apresentavam (tais como diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de
aprendizagem e esgotamento)
Natildeo perceberam o ruiacutedo das composiccedilotildees como responsaacutevel por trazer
zumbidos aos ouvidos o que mostra que culturalmente os estudantes jaacute estatildeo
inseridos em ambientes ruidosos em casa nas ruas ou na escola
Ou seja o incocircmodo causado pelo ruiacutedo eacute culturalmente construiacutedo (HALL
2007) de acordo com o modo de vida e os grupos sociais mas uma das questotildees
mais importantes em termos educacionais refere-se aos estudantes natildeo saberem se
163
haacute (ou natildeo haacute) algo a se feito quanto agrave poluiccedilatildeo sonora do entorno do CEPMAT isso
mostra que ainda haacute muito trabalho a ser realizado no coleacutegio tanto no que se refere
ao ensino de Fiacutesica como em qualquer outra disciplina sobre esta temaacutetica pois a
conscientizaccedilatildeo eacute fator primordial para accedilatildeo
712 O uso do Aparelho Celular
Na revisatildeo da produccedilatildeo acadecircmica em eventos cientiacuteficos encontrei seis
trabalhos em duas ediccedilotildees do TICEDUCA que indicaram que os Aparelhos
Celulares impactaram a aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo
e no envolvimento dos estudantes em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de
opiniatildeo sobre a escola e os estudos No entanto natildeo encontrei nenhum trabalho que
se referia agrave poluiccedilatildeo sonora ou ateacute mesmo alguma referecircncia agrave problemaacutetica de
ouvir muacutesica durante as aulas ou a exposiccedilatildeo a ruiacutedos intensos
Uma dissertaccedilatildeo referente a temaacutetica de usoposse do Celular foi encontrada
na aacuterea de administraccedilatildeo Nesta Luiz (2008) analisa o comportamento de consumo
dos adolescentes que vivem em constante busca de pertencimento a um grupo de
referecircncia O autor sugere que Aparelho Celular eacute determinante para o processo de
identificaccedilatildeo do adolescente com seu grupo e por sua vez o grupo os influencia a
desejar os Aparelhos Celulares e essa via de matildeo dupla resulta os leva a aquisiccedilatildeo
sem medida de esforccedilos
As conclusotildees do estudo de Luiz (2008) referentes a posse do Celular e ao
pertencimento ao grupo natildeo distam dos meus dados obtidos no questionaacuterio Outra
aproximaccedilatildeo entre os dados de Luiz (2008) e os meus refere-se ao uso do Aparelho
Celular para ouvir muacutesica ou seja a funccedilatildeo ldquomuacutesicardquo passou a ser um veiacuteculo
comum de facilitaccedilatildeo da interaccedilatildeo entre os estudantes e da relaccedilatildeo de
pertencimento junto a cada grupo pesquisado
Em resumo este estudo e o de Luiz (2008) tecircm similaridades tanto no que se
refere a ldquoposserdquo do equipamento quanto ao uso da funccedilatildeo ldquomuacutesicardquo pois ambos
possibilitam a interaccedilatildeo e o sentimento de pertencimento ao grupo
164
As anaacutelises do questionaacuterio aplicado sobre os usos que os estudantes fazem
do Aparelho Celular evidenciaram que a maioria natildeo faz uso didaacutetico desse
equipamento e quando isso acontece o uso fica restrito a poucas disciplinas por
exemplo na Matemaacutetica usa-se a funccedilatildeo calculadora
Ainda de acordo com o questionaacuterio quase a totalidade das respostas (98)
revelou que os estudantes tecircm consciecircncia da proibiccedilatildeo que consta no regimento
escolar referente ao uso de Celulares para fins natildeo didaacuteticos embora admitissem
afrontar deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio pois (48) confessou
que usa o Aparelho Celular para ouvir muacutesica e se comunicar por meio de
mensagens corroborando que esta tecnologia de faacutecil acesso estaacute amplamente
inserida no ambiente escolar Isso corrobora o que foi apontado por Hall (2011) que
as pessoas produzem reproduzem e modificam a sociedade em que vivem e a
relaccedilatildeo que tem com os meios de comunicaccedilatildeo de faacutecil acesso No caso do
CEPMAT o regimento de 2010 propotildee uma norma anacrocircnica em relaccedilatildeo ao uso do
Aparelho Celular e os estudantes por sua vez burlam a norma buscando
reconfiguraccedilotildees para o uso que eacute natildeo didaacutetico Uma das possibilidades que se
vislumbra a partir disso eacute propiciar a formaccedilatildeo de professores para usos didaacuteticos
dessa tecnologia inserindo-a no contexto escolar Isso configura o que foi percebido
por Hall (2011) no que se refere agraves velhas identidades que por tanto tempo
estabilizaram o mundo social e agora estatildeo em decliacutenio fazendo surgir novas
identidades que fragmentaram o indiviacuteduo da modernidade
No que tange aacute poluiccedilatildeo sonora a que o estudante estaacute submetido ao ouvir
muacutesica nos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares os resultados
apontaram que a maioria (85) tem informaccedilatildeo de que uma exposiccedilatildeo diaacuteria a
ruiacutedos intensos pode ser prejudicial agrave sauacutede auditiva mas isso natildeo foi suficiente
para modificar a accedilatildeo do estudante Por outro lado um grupo menor (15)
respondeu que tecircm conhecimento dos malefiacutecios causados pelo excesso de ruiacutedo
oriundo do Celular agrave sauacutede auditiva e isso os fez reduzir a quantidade de tempo de
exposiccedilatildeo Embora esse resultado seja pequeno jaacute eacute possiacutevel identificar alguns
estudantes que conseguiram unir a informaccedilatildeo agrave accedilatildeo transformando-a em
conscientizaccedilatildeo No entanto 85 ainda precisa extrapolar o niacutevel da informaccedilatildeo e
isso pode ocorrer por meio da educaccedilatildeo especialmente o Ensino de Fiacutesica
(Acuacutestica Ondas Sonoras) que se relacionado agraves questotildees de sauacutede teraacute um papel
165
fundamental para auxiliar os estudantes a galgarem este salto qualitativo de simples
informaccedilatildeo para conscientizaccedilatildeo
Nas afericcedilotildees realizadas foi possiacutevel observar que (534) dos estudantes
ouvem muacutesica em intensidade 88 dB(A) o que significa que o tempo de exposiccedilatildeo
ao ruiacutedo para este grupo natildeo pode ser superior a 5 horas diaacuterias No entanto
(9466) dos pesquisados ouve muacutesicas em intensidade acima de 92 dB(A) cujo
tempo limite de exposiccedilatildeo eacute de 3 horas por dia O questionaacuterio discutido no capiacutetulo
IV desta dissertaccedilatildeo mostra que os estudantes ouvem muacutesica com os fones
auriculares conectados ao Celular em meacutedia quatro horas diaacuterias Isso significa que
aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume
meacutedio de 1047 dB(A) e podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com
possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo
Os resultados do teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo
mostraram que ouvir muacutesica no Celular em volume acima da meacutedia e natildeo perceber
sintomas de estresse de natureza fiacutesica (perda de energia e zumbido na audiccedilatildeo)
faz parte do cotidiano dos estudantes assim eacute possiacutevel inferir que os mesmos estatildeo
culturalmente inseridos em ambientes ruidosos e para corroborar esta ideia o teste
mostrou que um nuacutemero consideraacutevel (5250) de estudantes declarou que se
concentra melhor quando ouve muacutesicas durante as tarefas escolares
713 Poluiccedilatildeo Sonora Gerada pelos Fones auriculares e Autoidentificaccedilatildeo de
Alguns Sintomas de Estresse
Natildeo foram identificados estudos sobre a poluiccedilatildeo sonora relativa ao Aparelho
Celular nos eventos pesquisados e nas dissertaccedilotildees e teses do Banco da CAPES
com as palavras-chave Som Ruiacutedo Poluiccedilatildeo sonora Poluiccedilatildeo sonora no Ambiente
Escolar Assim ficou evidente que embora esta tecnologia de faacutecil acesso jaacute esteja
inserida na escola conforme os dados obtidos a partir do questionaacuterio nenhum
trabalho relacionou Aparelho Celular a poluiccedilatildeo sonora
Para aleacutem da anaacutelise realizada nos eventos e nas teses Muchnik et al (2011)
alertou que o uso de fones auriculares vem se tornando um comportamento cada
166
vez mais comum entre os jovens o que pode aumentar os riscos de problemas
auditivos
No questionaacuterio havia apenas um item sobre a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
investigando se o estudante tinha ciecircncia de que ouvir muacutesica no Celular prejudica a
audiccedilatildeo Este item foi descrito anteriormente (item 812) Conforme jaacute mencionado
os resultados revelaram a maioria dos estudantes ouviu dizer que os fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares podem ser prejudiciais agrave sauacutede
auditiva se o volume estiver alto O questionaacuterio revelou ainda que o tempo meacutedio
que os estudantes ouvem muacutesica usando fones auriculares conectados ao Aparelho
Celular eacute de 4 horasdia Aleacutem disso a meacutedia da intensidade de ruiacutedo (em decibeacuteis)
das afericcedilotildees de intensidade de ruiacutedo foi de 1032 dB(A) nesses niacuteveis o tempo de
exposiccedilatildeo maacutexima contiacutenua eacute de aproximadamente 40 minutos por dia (conforme
BRASIL 2006) Estas condiccedilotildees podem acarretar surdez precoce nos estudantes
O teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo indicou que boa
parte dos estudantes (3250) natildeo estaacute disposta a deixar de utilizar o Celular para
ouvir muacutesica o que me permite inferir que em alguns momentos esta tecnologia
pode estar sendo utilizada como ldquovaacutelvula de escaperdquo para os ruiacutedos externos Neste
sentido um Ensino de Fiacutesica problematizador pode a partir de experimentos
simples contribuir para fazer conhecer entre os estudantes professores e
comunidade escolar os efeitos da exposiccedilatildeo destes ruiacutedos em peliacuteculas que
simulariam o efeito do som no tiacutempano humano Um estudo de intervenccedilatildeo
multidisciplinar poderia tambeacutem analisar o Protocolo de Complexidade Diferenciada
5 (BRASIL 2006) que aborda questotildees relacionadas com a sauacutede auditiva e os
efeitos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo na sauacutede e com isso discutir e reavaliar haacutebitos
relativos ao uso de fones auriculares possibilitando um trabalho de prevenccedilatildeo agrave
sauacutede auditiva
Em relaccedilatildeo aos sintomas de estresse os estudantes de forma geral (67)
natildeo perceberam a existecircncia de poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular mesmo sabendo dos problemas auditivos que o
fone auricular ligado ao Aparelho Celular para escutar muacutesicas em volume alto pode
causar
Alguns sintomas de estresse como zumbidos ou dores na orelha interna
perdas de energia dificuldades para relaxar natildeo foram percebidos pelos estudantes
apoacutes escutar muacutesicas em volume alto Os estudantes consideraram que a
167
quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e quando ouvem muacutesica no
Celular natildeo eacute maior do que aquela que eles podem suportar pelo contraacuterio eles tecircm
prazer de escutar muacutesica no volume acima dos limites natildeo prejudiciais pois as
muacutesicas satildeo selecionadas por eles desta forma natildeo satildeo consideradas ldquoruiacutedosrdquo De
acordo com as anaacutelises dos resultados posso inferir que os estudantes natildeo
percebem que colocam sua sauacutede auditiva em risco devido que as muacutesicas que
ouvem nos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular satildeo sons agradaacuteveis
natildeo importando seu volume por outro lado os ruiacutedos emitidos pelos meios de
transportes sejam automoacuteveis caminhatildeo ocircnibus ou ateacute mesmo trens tornam-se
sons desagradaacuteveis ou seja ruiacutedos Hall (2007) explica que a accedilatildeo social eacute
significativa tanto para aqueles que a praticam quanto para os que a observam natildeo
em si mesma mas em razatildeo dos muitos e variados sistemas de significado que os
seres humanos utilizam para definir o que significam as coisas e para codificar
organizar e regular sua conduta uns em relaccedilatildeo aos outros No caso deste estudo a
accedilatildeo social eacute natildeo perceber os efeitos danosos que os sons considerados
ldquoagradaacuteveisrdquo causam a sauacutede auditiva o que seria diferente se com o mesmo
volume os estudantes percebessem sons considerados por eles como
ldquodesagradaacuteveisrdquo
Por outro lado uma porcentagem menor de estudantes percebe pelo menos
um dos sintomas de estresse tais como zumbidos perda de concentraccedilatildeo energia
ficam desanimados dificuldades para relaxar cansaccedilo e sobrecarga nas atividades
rotineiras como as atividades escolares tanto quando ouve muacutesica no Celular
quanto dos ruiacutedos oriundos dos meios de transportes Mesmo que essa pequena
porcentagem de estudantes natildeo se importe se pode haver algum prejuiacutezo agrave audiccedilatildeo
por exposiccedilatildeo aos niacuteveis de ruiacutedos intensos e ainda que essa porcentagem natildeo
pareccedila significativa a postura em relaccedilatildeo agrave sauacutede auditiva precisa ser mais bem
investigada
Esses resultados indicam aspectos que precisam ser melhor avaliados entre
eles
a) o planejamento das atividades
b) as condiccedilotildees de trabalho em sala de aula
c) a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas
apresentadas
168
Esses e outros toacutepicos podem ser mais bem estudados para aprofundar
novos aspectos que se vislumbram a partir desta dissertaccedilatildeo Isso me leva a
recomendar que outras investigaccedilotildees sobre os efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede
dos estudantes devem ser profundamente avaliados em estudos subsequentes a
este
Finalmente para Hall (2007) a ideia de cultura modo de vida formas de
pensar sentir a atuar satildeo assimiladas pelo grupo satildeo accedilotildees de comportamento
que podem ser estabelecidas no contexto a que esses humanos estatildeo inseridos
associando-os e constituindo-os nos diversos aspectos da vida social De uma
mesma forma compreender os significados da presenccedila e uso do Aparelho Celular
na escola eacute compreender essa nova linguagem esse objeto de desejo que opera no
sistema representacional da nossa cultura que constroacutei significados modifica o
sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de
conduta e ideias Falta no entanto compreender a problemaacutetica da poluiccedilatildeo sonora
em outros contextos por exemplo o da sauacutede auditiva humana pois neste os
impactos negativos para os estudantes satildeo muito seacuterios No entanto se esses
estudantes construiacuterem conhecimentos em Educaccedilatildeo Ambiental na Fiacutesica e na
Sauacutede poderatildeo fazer aproximaccedilotildees entre o cotidiano deles e o conhecimento
cientiacutefico e ainda se tiverem conhecimento e fizerem valer o cumprimento da
Legislaccedilatildeo Municipal entatildeo teratildeo ferramentas para estabelecer relaccedilotildees que
poderatildeo contribuir para mitigaccedilatildeo dos problemas
72 ALGUMAS POSSIBILIDADES
A partir da anaacutelise anterior realizada no formato de matriz emergem agumas
possibilidades Neste subitem levanto possibilidades de estudos que podem ampliar
as perspectivas desta dissertaccedilatildeo e foram percebidos a partir dos resultados da
Revisatildeo de Literatura do Questionaacuterio das Afericcedilotildees realizadas e do Teste de
ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de Estresserdquo
As afericcedilotildees de niacuteveis de ruiacutedo oriundas do entorno do CEPMAT expuseram
valores acima do permitido pela Legislaccedilatildeo especificamente aquela relativa aos
169
limites de ruiacutedo estabelecidos para aacutereas escolares Sabendo a partir da revisatildeo de
literatura que a poluiccedilatildeo sonora eacute um tema pouco explorado e que no questionaacuterio
foi apontado que os alunos jaacute ouviram falar que o ruiacutedo intenso pode fazer mal a
audiccedilatildeo Entendo que uma pesquisa qualitativa do tipo pesquisa-accedilatildeo aplicada em
sala de aula a partir de um enfoque multidisciplinar tendo como eixo central a
Educaccedilatildeo Ambiental poderia abordar accedilotildees de prevenccedilatildeo a ruiacutedos intensos
oriundos dos meios de transporte
Por outro lado no que se refere a ouvir muacutesica com volume alto nos fones
auriculares conectados ao Aparelho Celular os resultados do teste referentes a
percepccedilatildeo dos estudantes indicaram que natildeo haacute grandes preocupaccedilotildees sobre os
efeitos nocivos desses sons intensos na sauacutede auditiva Para reverter este quadro
uma pesquisa aplicada do tipo pesquisa-accedilatildeo que aborde o conteuacutedo de acuacutestica
em seu subitem ldquoOndas Sonorasrdquo pode trazer enormes contribuiccedilotildees na construccedilatildeo
de sequecircncias didaacuteticas e experimentos simples de forma que os estudantes
percebam os efeitos os benefiacutecios e os malefiacutecios que estas ondas sonoras causam
no organismo Assim pode haver aproximaccedilatildeo do ensino de fiacutesica com a sauacutede
Outra consideraccedilatildeo refere-se ao uso natildeo didaacutetico do Aparelho Celular no
ambiente escolar Os dados do questionaacuterio mostraram que haacute necessidade de
ampliaccedilatildeo de pesquisas com enfoque metodoloacutegico porque o Celular natildeo eacute utilizado
como ferramenta de aprendizagem na sala de aula Beringuy (2011) salientou as
vantagens do acesso ao Celular por pessoas de baixo poder aquisitivo isso pode-se
estender tambeacutem para a adoccedilatildeo do Aparelho Celular como ferramenta de apoio na
aprendizagem A revisatildeo de literatura apontou metodologias como as de m-learning
ou mobile learning que exigem uma participaccedilatildeo do professor no sentido de
orientar para o uso didaacutetico Assim pesquisas que apliquem estas novas
metodologias satildeo extremamente necessaacuterias
170
73 SUGESTOtildeES DE ACcedilOtildeES MITIGATOacuteRIAS DA POLUICcedilAtildeO SONORA PARA O
ENTORNO E O INTERIOR DO CEPMAT
Neste item aponto algumas medidas preventivas e mitigatoacuterias em relaccedilatildeo
aos ruiacutedos do entorno do CEPMAT que podem ser tomadas por diferentes oacutergatildeos
administrativos Secretaria Municipal de Sauacutede e a Comunidade Escolar do CEPMAT
e pela empresa que tem a concessatildeo da Ferrovia (ALL) que passa em frente ao
Coleacutegio e tambeacutem relativas a poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica pelos estudantes
a) Em funccedilatildeo das afericcedilotildees e do laudo teacutecnico que aponta niacuteveis de ruiacutedo
de ateacute 100 dB(A) uma sugestatildeo eacute a instalaccedilatildeo de anteparos acuacutesticos
junto agrave linha feacuterrea para minimizar o impacto dos ruiacutedos do trem na
frete do Coleacutegio
b) Uma possibilidade complementar (e natildeo alternativa) a que foi
mencionada acima eacute a ALL em parceira com a Prefeitura Municipal de
Curitiba efetuarem o plantio de aacutervores nativas ao longo da lateral da
linha feacuterrea especialmente na frente do Coleacutegio para constituir mais
uma barreira fiacutesica agraves ondas sonoras geradas na passagem da
composiccedilatildeo feacuterrea
c) De acordo com o que foi proposto pelo Programa de Mitigaccedilatildeo de
Ruiacutedos (ALL 2010) a empresa deve constituir uma equipe
PERMANENTE de Educaccedilatildeo Ambiental assegurando para realizar um
trabalho continuo de conscientizaccedilatildeo dos estudantes do CEPMAT e do
entorno no que se refere aos periacuteodos maacuteximos de exposiccedilatildeo a ruiacutedos
de forma geral assim como de seguranccedila dos pedestres para a
travessia da linha feacuterrea
d) A Empresa ALL a Secretaria Estadual de Educaccedilaotilde do Paranaacute em
parceria com a Secretaria Municipal de Sauacutede tecircm a responsabilidade
de fazer avaliaccedilotildees audiomeacutetricas fundamentais para a prevenccedilatildeo a
PAIR tanto nos estudantes quanto nos professores e funcionaacuterios do
CEPMAT que estatildeo constantemente expostos aos ruiacutedos intensos
171
A Secretaria Municipal de Sauacutede e o CEPMAT podem trabalhar em parceria
para
a) Desenvolver um trabalho de conscientizaccedilatildeo e prevenccedilatildeo relativos agrave
sauacutede auditiva por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos oriundos dos fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica em
volume acima do limite estabelecido pelo protocolo de Complexidade
Diferenciada 5 (BRASIL 2006) que pode ser baseado no programa
desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Otologia (SBO 2012)
172
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABNT Anexo I da Norma Regulamentadora 15 para Atividades e Operaccedilotildees Insalubres Limites de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente
Ministeacuterio do Trabalho e Emprego Brasiacutelia 1978 Disponiacutevel em lt httpportalmtegovbrdatafilesFF8080812DF396CA012E0017BB3208E8NR-1520(atualizada_2011)pdf gt Acesso em 17062013
ABNT NBR 10151 Acuacutestica - Avaliaccedilatildeo do ruiacutedo em aacutereas habitadas visando o conforto da comunidade - Procedimento Rio de Janeiro ABNT 1987 Disponiacutevel lthttpwwwsemacecegovbrwpcontentuploads201201AvaliaC3A7C3A3o+do+RuC3ADdo+em+C381reas+Habitadaspdfgt Acesso em 19012014
ABNT NBR 10152 Niacuteveis de Ruiacutedo para conforto Acuacutestico Rio de janeiro
1987a Disponiacutevel em lthttpbdcamaragovbrbdbitstreamhandlebdcamara8989poluicao_sonora_brasileiropdfsequence=4gt Acesso em 19012014
ABNT NBR 13369 ndash Caacutelculo Simplificado do Niacutevel de Ruiacutedo Equivalente Contiacutenuo (Leq) Rio de Janeiro ABNT 1995 Disponiacutevel em lt http httpptscribdcomdoc167322593NBR-13369-1995-Calculo-Simplificado-do-Nivel-de-Ruido-Equivalente-Continuo-Leq gt Acesso em 05052014
AIKENHEAD G S RYAN A G (1989) The development of a multiple-choice instrument for monitoring views on science-technology-society topics Ottawa Social Sciences and Humanities Research Council of Canada In AIKENHEAD G S e RYAN A G The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) In Science Education 76(5) 477-491 1992
AIKENHEAD G S e RYAN A G The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) In Science Education 76(5) 477-491 1992
ALL America Latina Logiacutestica Capitulo 12 Investigaccedilatildeo de Ruiacutedos Rio Grande do Sul - RS Editora ALL 2010 Disponiacutevel em lt httplicenciamentoibamagovbrFerroviasALL2020Malha20Ferroviaria20Sul2020Trechos20Rio20Branco20do20Sul2020Curitiba20e20Curitiba2020Paranagua122020InvestigaE7E3o20de20RuEDdos1220-20InvestigaE7E3o20de20RuEDdospdf gt Acesso em 02072013
ALVES J Tecnologia Celular Uma Convergecircncia de Miacutedias para a Aproximaccedilatildeo de Puacuteblicos Atas do Intercom ndash Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicaccedilatildeo XXX Congresso Brasileiro de Ciecircncias da Comunicaccedilatildeo 2908 a 02092007 Santos Editora Intercom 2007 Disponiacutevel em lt httpwwwportal-rpcombrbibliotecavirtualcomunicacaovirtual0317pdfgt Acesso em 17052013
AMERICAN COLLEGE OF OCCUPATIONAL AND ENVIRONMENTAL MEDICINE ACOEME EVIDENCE BASED STATEMENT Noise induced hearing loss J Occup Environ Med [S l] v45 n 6 jun 2003 In Brasil Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento
de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegias 2006 Disponiacutevel em lt
173
httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdfgt Acesso em 19012014
American Friends of Tel Aviv University (2011 Deccember 29) Usando leitores de MP3 em volume alto coloca adolescentes em situaccedilatildeo de risco para a perda auditiva precoce dizem pesquisadores ScienceDaily Disponiacutevel em
httpwwwsciencedailycomreleases201112111228134852htm Acesso em 10012014
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA) Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-Fourth Edition Text Revision Washington DC APA
2000 (Traduccedilatildeo no Brasil Artmed 2003)
ARCO-VERDE Y F S Caderno de Apoio para Elaboraccedilatildeo do Regimento Escolar Curitiba PR SEEDPR 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwmrherondominguesseedprgovbrredeescolaescolas27147014arquivosFileOrgao20Tecnico20PedagogicoREGIMENTO_ESCOLAR_08_04[1]pdfgt Acesso em 19052013
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PESQUISA E ENSINO DE CIEcircNCIAS (ABRAPEC) Relatoacuterio de Atividades Satildeo Paulo 1997 Disponiacutevel em
lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt acessado em 14082012
BASTOS W P MATTOS C A Fiacutesica para uma Discriminaccedilatildeo Auditiva
Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash USP 2007 Disponiacutevel em lt httpportalifuspbrcpgipt-brdissertaC3A7C3B5es-de-mestrado-2007-2013gt Acesso em 01122013
BASTOS P W MATTOS C R F Fiacutesica para uma sauacutede auditiva Atas do VI ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
Florianoacutepolis ndash Santa Catarina ABRAPEC 2007a Disponiacutevel em lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012
BASTOS P W MATTOS C R Educaccedilatildeo para uma discriminaccedilatildeo Auditiva Atas do VI ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
Florianoacutepolis ndash Santa Catarina ABRAPEC 2007b Disponiacutevel em lt httwwwnutesufwrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012
BASTOS P W MATTOS C R Fiacutesica e poluiccedilatildeo Sonora Uma proposta de dinacircmica do perfil conceitual Atas do XI EPEF Encontro de Pesquisa e Ensino de Fiacutesica Curitiba ndash Paranaacute 2008 Disponiacutevel em lt httpwwwcienciamaouspbrdadosepef_fisicaepoluicaosonoraumatrabalhopdfgt Acesso em 06 de junho de 2012
BAUMAN Z Entrevista Fronteiras do Pensamento Londres Cafeacute Filosoacutefico CPFL Viacutedeo 29 min e 41 s 2011 Disponiacutevel em lthttpvimeocom27702137gt Acesso em 0972014
BAUMAN Z Modernidade Liacutequida Rio de Janeiro Jorge Zahar 2008 Disponiacutevel em ltDownloadsModernidade+Liquida+-+Zygmunt+Bauman20(1)pdf gt Acesso em 28022014
BERINGUY A PNAD De 2005 para 2011 numero de internautas cresce 1438 e o de pessoas com celular 1072 Brasiacutelia IBGE 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoacessoainternet2011defaultshtmgt Acesso em 17052013
174
BRASIL Decreto Federal No 81621 Aprova o Quadro Geral de Unidades de
medida em substituiccedilatildeo ao Anexo do Decreto n 68288 de 12 de setembro de 1978 Brasiacutelia SINMETRO Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior 03051978 Disponiacutevel em lt httpwwwplanaltogovbrccivil_03decreto1970-1979anexoand81621-78pdfgt Acesso em 15012014
BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014
CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior Banco de Teses e Dissertaccedilotildees Brasilia 2006 Disponiacutevel em lt httpbancodetesescapesgovbr gt Acesso em 12072012
CELANI A C BEVILAacuteCQUA M C RAMOS C R Ruiacutedo em escolas Fono Rev Atual Cient [S I] v 6 n 2 p 1-4 1994 In Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede - Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas
Estrateacutegicas 2006 Disponiacutevel em lt httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 22022014
Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva Perda Auditiva Induzida pelo Ruiacutedo Relacionado ao Trabalho Boletim nordm 1 14novembro1999 Disponiacutevel em ltDownloads1267411525dd9e8b2320(1)pdfgt Acesso em 14022014
CONAMA Norma Regulamentadora 15 Lei Nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998 Ministeacuterio do Meio Ambiente 1998 Dispotildee sobre as Sanccedilotildees Penais e Administrativas Derivas de Condutas e Atividades Lesivas ao Meio Ambiente Disponiacutevel em lt httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl9605htmgt Acesso em 28022014
CONAMA Resoluccedilatildeo Nordm 12008 Controle da Poluiccedilatildeo Sonora Disponiacutevel em lt httpwwwmmagovbrportconamalegislacaoCONAMA_RES_CONS_1990_001pdf gt Acesso em 13122014
CONTI F Definiccedilotildees de Calculo com Multivariaacuteveis Laboratoacuterio de Informaacutetica -
ICB ndash UFPA 2013gt Disponiacutevel em lthttpwwwculturaufpabrdicasgt Acesso em 28052013
COSTA C N P Anaacutelise do Teste ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns Sintomas de Estresserdquo Curitiba PR Material natildeo publicado 2013
COSTA F A I Encontro Internacional TIC e Educaccedilatildeo Inovaccedilatildeo Curricular com TIC Atas do I CONGRESSO INTERNACIONAL TICEDUCA Lisboa ndash Portugal
Editora Universidade de Lisboa 2010 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
COSTA J F GIOPPO C CAMARGO S O celular e o ensino de ondas na escola uma proposta preliminar Atas do II TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Editora
Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt
175
httpconfticeducaieulptmodulesrequestphpmodule=oc_programampaction=summaryphpampid=369gt Acesso em 19112013
COSTA J F CAMARGO S GIOPPO C Uso do Aparelho Celular por Estudantes do Ensino Meacutedio para ouvir muacutesica um prazer perigoso Atas do IX ENPEC Editora da ABRAPEC Aacuteguas de Lindoacuteia SP 2013 Disponiacutevel em lt httpwwwnutesufrjbrabrapecixenpecatasresumosR1336-1pdf gt Acesso em 19112013
CURITIBA Lei Ordinaacuteria Municipal Nordm 10625 Dispotildee sobre ruiacutedos urbanos proteccedilatildeo do bem estar e do sossego puacuteblico Curitiba 2002 Disponiacutevel em lt
httpswwwleismunicipaiscombraprccuritibalei-ordinaria2002106210625lei-ordinaria-n-10625-2002-dispoe-sobre- ruidos-urbanos-protecao-do-bem-estar-e-do-sossego-publico-revoga-as-leis-n-s-8583-de-02-de-janeiro-de-1995-8726-de-19-de-outubro-de-1995-8986-de- 13 - de-dezembro-de-1996-e-9142-de-18-de-setembro-de-1997-e-da-outras-providenciashtmlgt Acesso em 08012014
DrsquoAMORIN F Dependecircncia ou Vicio Informaacutetica amp Sociedade 2012 Disponiacutevel
em lt httpwwwcinufpebr~if679textosDependenciaViciohtml gt Acesso em 27052013
DEL RIO V Cidade da Mente Cidade Real Percepccedilatildeo Ambiental e Revitalizaccedilatildeo na Aacuterea Portuaacuteria do Rio de Janeiro p 3-22 In OLIVEIRA L DEL RIO V (org) Percepccedilatildeo Ambiental A Experiecircncia Brasileira Satildeo Carlos Editora da UFSCAR 1996 265p Disponiacutevel em lt httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014
ENIZ A O GARAVELLI S Poluiccedilatildeo sonora em escolas do Distrito Federal Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo da Universidade Catoacutelica de Brasiacutelia Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em lt httpwwwbdtducbbrtedetde_arquivos6TDE-2004-09-17T134958Z-122PublicoDissertacaoalexandrepdfgt Acesso em 13092012
ENNES E G Poluiccedilatildeo Sonora p 339-356 Recursos Naturais Meio Ambiente e Poluiccedilatildeo Vol 2 Rio de Janeiro SUPREN 1977 In SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana Maringaacute PR SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014
FERNANDES J C Um coleacutegio chamado Maria Gazeta do Povo Caderno vida e
cidadania 17062012 Disponiacutevel em lt httpwwwgazetadopovocombrvidaecidadaniaconteudophtmlid=1265986T-Nh39Oplpcbloggergt Acesso em 13022013
FERNANDES R S SOUZA V J de PELISSARI V B FERNANDES S T Uso da percepccedilatildeo ambiental como instrumento de gestatildeo em aplicaccedilotildees ligadas agraves aacutereas educacional social e ambiental Curso de Engenharia de Produccedilatildeo Civil da
UNIVIX e do NEPA Satildeo Paulo 2004 Disponiacutevel em lt httpwwwredeceasesalquspbrnoticiasPercepcao_Ambientalpdfgt Acesso em 27012014
FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt
176
httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014
FRAENKEL J R e WALLEN N E How to design and evaluate research in Education 4ordf Ediccedilatildeo Boston McGraw Hill 2000
GASPERIN ABUCK S LOOS H A presenccedila do ruiacutedo do trem em escolas do entorno da linha feacuterrea na cidade de Curitiba-Pr Contribuiccedilatildeo para a construccedilatildeo dialeacutetica em educaccedilatildeo socioambiental Dissertaccedilatildeo de Mestrado em
Educaccedilatildeo da UFPR Curitiba UFPR 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwppgeufprbrtesesM06_gasperinpdf gt Acesso em 13092012
HALL S A centralidade da cultura notas sobre as revoluccedilotildees culturais do nosso tempo Educaccedilatildeo amp Realidade Porto Alegre v 22 nordm2 p 15-46 juldez 1997
_____ S A Representation Cultural Representations and Signifying Practices Londres Thousand Oaks Sage The open University 2007
_____ S A Identidade cultural na Poacutes-Modernidade Rio de Janeiro DPampA 11ordf ediccedilatildeo 2011
IPDA Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo Vocecirc estaacute sofrendo com Stress Crocircnico Disponiacutevel em lt httpwwwdda-deficitdeatencaocombrmembrosteste-
stress-burnouthtmlgt Acesso em 21092013
IPPUC 1959 Regiatildeo do Cajuru ndash Paranaacute Foto aeacuterea de 1959 Curitiba fotografia
aeacuterea Escala 150000
IPPUC 2003 Geoprocessamento Curitiba 2006 Disponiacutevel em wwwippucorgbr
Acesso em 16 de janeiro de 2014
______2006 Rede Integrada de Transporte Puacuteblico de Curitiba em 2006
Disponiacutevel em ltwwwippucorgbrgt Acesso em 20022014
______2008 Planos Setoriais Relatoacuterio 2008 Curitiba IPPUC 2008 Disponiacutevel
em httpwwwconcidadesprgovbrarquivosFileDOC_IPPUC_Livro_planos_setoriaispdf Acesso em 15012014
______2008 Regiatildeo do Cajuru ndash Paranaacute Foto Aeacuterea de 2008 Curitiba fotografia
aeacuterea Escala 150000
JORDAtildeO C Um celular para cada puacuteblico Revista Digital 301109 Jornal O
Globo 2009 Disponiacutevel em lthttpturma4a20092bligoocomcontentview673937Um-celular-para-cada-publicohtmlgt Acesso em 26122012
KOTLER P Administraccedilatildeo de marketing anaacutelise planejamento implementaccedilatildeo e controle 5 ed Satildeo Paulo Atlas 1998 In MEDEIROS J F CRUZ C M L Comportamento do Consumidor Fatores que influenciam no processo de decisatildeo da compra dos consumidores Revista Teoria e Evidecircncia Econocircmica Passo Fundo v 14 Ed Especial 2006 p 175 Disponiacutevel em lt httpeadopetnetbrconteudoeadMoodle_20graduacaogestao_comercial_2013comp_consuPDFLEITURA1_aula3pdfgt Acesso em 28022014
LACERDA A B M GONCcedilALVES C G O ZOCOLI A M F DIAS C PAULA K Haacutebitos Auditivos e comportamento de adolescentes diante das atividades de lazer ruidosas In Revista CEFAC Speech Language Hearing Sciences and
177
Education Journal Mar-Abr V13 n2 322-329 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwscielobrpdfrcefacv13n249-10pdfgt Acesso em 13122013
LAUTERT L CHAVES E H B MOURA G MS S de O estresse na atividade gerencial do enfermeiro In Revista Panamericana de Salud Publica v6 (6) 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfrpspv6n60968gt Acesso em 28092013
LEDERMAN N G OMALLEY M Students perceptions of tentativeness in science Development use and sources of change Science Education 74(2) 225-239 1990 In AIKENHEAD G RYAN A The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) College of Education University of Saskatchewan Saskatoon Saskatchewan Science Education Assessment Instruments 1992 Disponiacutevel em lt httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014
LEVI F Origens Ambiente e Evoluccedilatildeo In Menezes L C de A terra gasta a questatildeo do ambiente Satildeo Paulo EDUC ndash Editora da Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica ndash PUC-SP 1990 P 17-25 Dissertaccedilatildeo de MestradoLIPP M N Como Controlar o Stress Satildeo Paulo-SP Editora Iacutecone 6ordf ed 1994
LIPP M e N (1984) Stress e suas implicaccedilotildees Estudos de Psicologia Campinas v1 n3 e 4 p 5-19 agodez In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19
n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014
LOBATO A PEDRO N As tecnologias moacuteveis no processo de ensino e aprendizagem da liacutengua inglesa um estudo exploratoacuterio do cenfic Atas do II CONGRESSO INTERNACIONAL TICEDUCA 2010 Lisboa ndash Portugal
Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
LOPES J M Barulho eacute responsaacutevel por 65 das reclamaccedilotildees agrave prefeitura Jornal Gazeta do Povo Ediccedilatildeo 02102008 Disponiacutevel em lt httpwwwgazetadopovocombrvidaecidadaniaconteudophtmlid=813587amptit=Barulho-e-responsavel-por-65-das-reclamacoes-a-prefeituragt Acesso em 08082013
LUIZ G V Consumo de Celular Significados e Influecircncias na vida cotidiana de adolescentes Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
2008 Disponiacutevel em lthttpwwwtedeufvbrtedesimplificadotde_arquivos46TDE-2008-08-26T072246Z-1289Publicotexto20completopdfgt Acesso em 28052013
MBI Questionaacuterio Jbeili para Identificaccedilatildeo Preliminar da Burnout Elaborado e adaptado por Chafic Jbeili Inspirado no Maslach Burnout Inventory- MBI Disponiacutevel em lt httpwwwchaficcombrindex_arquivosQuestionE1rio20Jbeili20para20identificaE7E3o20da20burnoutpdf gt Acesso em 30092013
MELO G S Ao Som do Apito Vila Oficinas Controle e Disciplinarizaccedilatildeo do Ferroviaacuterio Curitiba (1945-1960) Monografia UTP ndash Universidade Tuiuti do Paranaacute Curitiba UTP 2008 Disponiacutevel em lt
178
httpwwwutpbrhistoriarevista_historianumero_2pdf11_giselia_melopdfgt Acesso em 03032013
MENDONCcedilA F Aspectos da Problemaacutetica Ambiental Urbana da Cidade de CuritibaPR e o mito da ldquocapital ecoloacutegicardquo Satildeo Paulo ndash USP 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwgeografiafflchuspbrpublicacoesGeouspGeousp12Geousp12_FranciscoMendoncahtmgt Acesso em 05082013
MIRANDA G L Limites e possibilidades das TIC na Educaccedilatildeo Revista de Ciecircncias da Educaccedilatildeo ndash nordm 03 ndash maioago2007 Disponiacutevel em lt
httpsisifofpceulptpdfssisifo03PT03pdfgt Acesso em 17052013
MOREIRA M D MELLO FILHO J de Psicoimunologia hoje 1992 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicolologia Ciecircncia e Profissatildeo V19 nordm3 Brasiacutelia 1999
Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophppid=S1414-98931999000300005ampscript=sci_arttextgt Acesso em 28022014
MOURA A CARVALHO A Enquadramento teoacuterico para a integraccedilatildeo de tecnologias moacuteveis em contexto educativo Atas do I CONGRESSO
INTERNACIONAL TICEDUCA 2010 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa 2010 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
MUCHNIK C AMIR N KAPLAN-NEEMEN R e SHABTAI E Getting teeens to turn down the volume In TEL AVIV UNIVERSITY 2012 Annual report Re-imagining the mind Tel Aviv Tel Aviv University 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwtauacilbogannualreport2012pdfgt Acesso em 14122013
NARDI R Memoacuterias da Educaccedilatildeo em Ciecircncias no Brasil a pesquisa em ensino de Fiacutesica Grupo de Pesquisa e Ensino de Ciecircncias Bauru UNESP 1990 Disponiacutevel em lt httpwwwifufrgsbrpublicensinovol10n1v10_n1_a4htm gt Acesso em 16072013
NASCIMENTO D C do Percepccedilotildees de Cultura e Mudanccedila Organizacional
Dissertaccedilatildeo de Mestrado 2009 Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Disponiacutevel em lt httpsestudogeralsibucptbitstream10316133701Tese_mestrado_Diogo_Chouzalpdf gt Acesso em 20112013
NOGUEIRA E Portal Curitiba Antiga Disponiacutevel em lthttpcuritibaantigacomcategoriaVila-Oficinashtml gt Acesso em 12122012
NOVAES M R Poluiccedilatildeo Psicossocial 383-395 In IBGE Recursos Naturais Meio Ambiente e Poluiccedilatildeo Vol 2 Rio de Janeiro SUPREN 1977 P458
NOVAIS A M GUARIN NETO G G Percepccedilatildeo Ambiental de Estudantes da Escola ldquoDr Joseacute Rodrigues Fontesrdquo Caacuteceres Mato Grosso In Revista Travessias nordm 1 UNIOESTE ndash PR 2007 Disponiacutevel em lt fileCDownloads2789-10750-1-PBpdf gt Acesso em 22022014
OrsquoMALLEY M AIKENHEAD In AIKENHEAD G RYAN A The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) College of
Education University of Saskatchewan Saskatoon Saskatchewan Science Education Assessment Instruments 1992 Disponiacutevel em lt
179
httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014
OLIVEIRA I B e SGARBI P Fora da Escola tambeacutem se aprende Rio de
Janeiro DPampA 2001
PAPINI J C M PINTO M L S Estresse e Trabalho Monografia 2000 UFSC
Associaccedilatildeo Catarinense de Medicina XVI ndash Curso de Especializaccedilatildeo em Medicina do Trabalho Disponiacutevel em httpsrepositorioufscbrbitstreamhandle123456789104989Estresse20e20trabalhopdfsequence=1 Acesso em 10022013
PARANAacute Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute Regimento Escolar Deliberaccedilatildeo 1699 Curitiba Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute 1999
Disponiacutevel em lt httpwwweducacaoprgovbrarquivosFiledeliberacoesdeliberacao161999pdf gt Acesso em 16122013
________ Decreto Estadual 259501959 In Zanoto Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico
Curitiba 2010 Disponiacutevel em lt httpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 12072012
________ Decreto Estadual 30621977 In ZANOTO Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico Curitiba 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 12072012
________Regimento Escolar do CEPMAT Ato nordm 340 p6 - 9 - Curitiba 2011
________ Resoluccedilatildeo 7012006 Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino fundamental Meacutedio e Profissional Disponiacutevel em lt httpwwwceeprgovbrarquivosFilepdfPareceres202012CEBpa_ceb_109_12pdfgt Acesso em 05032013
PONDEacute L F Invenccedilatildeo do Contemporacircneo O diagnoacutestico de Zygmunt Bauman para a Poacutes-Modernidade Produccedilatildeo da CPFL Cultura Exibido em 25 de maio de
2008 Ribeiratildeo Preto Cultura (44 minutos) Disponiacutevel em lt wwwcpfculturacombr ou httpwwwyoutubecomwatchv=58MMs5j3TjA gt Acesso 05012014
RAMINHOS L FERREIRA M J CORREIA S PEREIRA M J Tecnologias moacuteveis no ensino de multimeacutedia Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
REIS A T L LAY M C D Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Projetos ndash uma Abordagem Perceptiva e Cognitiva Revista Ambiente Construiacutedo Porto Alegre v 6 n 3 p
21-34 julset 2006 Disponiacutevel em lt http Downloads3710-12514-1-PB20(1)pdfgt Acesso em 27012014
RIBAS A NAZARENO E R SCHMID A L Reflexotildees sobre o ambiente sonora da cidade de Curitiba A percepccedilatildeo do ruiacutedo urbano e seus efeitos sobre a qualidade de vida de moradores dos setores especiais estruturais Tese Doutorado da UFPR Curitiba UFPR 2007 Disponiacutevel em lt httpdspacec3slufprbrdspacehandle188410320show=full gt Acesso em 20052013
180
RIBAS A GRAEMEL K Poluiccedilatildeo Sonora Objeto de Estudo da Ecologia Revista Fonoaudiologia Revista Virtual ndash Dezembro de 2006 Vol 1 ndash nordm 2 Brasil 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwfonoaudiologiaorgbrpublicacoesrevista06vol4n1pdfgt Acesso em 27012014
RINK J MEGID NETO J M Tendecircncias dos Artigos apresentados nos Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) Educaccedilatildeo em Revista v 25nordm 3 2009 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophppid=S0102-46982009000300012ampscript=sci_arttext gt Acesso em 12092013
RODRIGUES A Stress trabalho e doenccedilas de adaptaccedilatildeo 1997 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt
httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014
ROMERO S M OLIVEIRA L O NUNES S C Estresse no Ambiente Organizacional estudo sobre o corpo gerencial Universidade Luterana do Brasil
ndash ULBRA 2007 Disponiacutevel em lt httpwwwaedbbrsegetartigos071215_SEGET0701Stresspdfgt Acesso em 28022014
SANTrsquoANA N C Criaccedilatildeo de uma ferramenta hipermiacutedia para promoccedilatildeo da sauacutede auditiva em jovens usuaacuterios de dispositivos sonoros portaacuteteis individuais Dissertaccedilatildeo de Mestrado 2012 - Universidade de Satildeo Paulo ndash FOB
Disponiacutevel em lt httpwwwtesesuspbrtesesdisponiveis2525143tde-01112012-214724pt-brphpgt Acesso em 06012014
SANTOS D M B DURAM A A BURNHAM T F O uso dos dispositivos moacuteveis durante a aula analise de um recorte da realidade de universidades publicas do Brasil Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
_______ D M B DURAM A A BURNHAM T F Dispositivos moacuteveis em sala de aula uma revisatildeo bibliograacutefica Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012a Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lthttpticeduca2012ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
SANTOS G F ALMEIDA M B BORGES M A F JESUS V G S de Tecnologias Moacuteveis com conexatildeo sem fio na Escola e a Organizaccedilatildeo do Trabalho Pedagoacutegico Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash
Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lthttpticeducaieulptataspdf298pdfgt Acesso em 12072013
SANTOS M J O MARTINS E C O Som Nosso de Cada Dia Percepccedilatildeo Meio e Forma Urbana Cadernos do Proarp Rio de Janeiro UFRJ ndash Vol 09 nordm 09 p 211-257 1993 In SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana ndash SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014
SBO (Sociedade Brasileira de Otologia) Dia da Audiccedilatildeo e de baixar o volume do mp3 Satildeo Paulo 2012 Disponiacutevel em
181
httpwwwsaudeauditivaorgbrnovo_siteindexphps=imprensareleasesdia-da-audicaophpgt Acesso em 22042013
SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana Maringaacute PR SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt
httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014
SELIGMAN J Sintomas e Sinais na Pair in Brasil Perda Auditiva Induzida por
Ruiacutedo (Pair) Brasiacutelia Brasil 2006 Disponiacutevel em lt httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf gt Acesso em 08012014
SELYE H Stress a tensatildeo da vida Satildeo Paulo Ibrasa - Instituiccedilatildeo Brasileira de Difusatildeo Cultural 1959 In BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014
SIEGEL A GRANADO A SILVA C J O impacto do crescimento populacional e as restriccedilotildees ambientais para o desenvolvimento industrial de pinhais a partir de uma induacutestria no ramo de circuitos impressos Monografia ndash
UNIBRASIL 2009 Disponiacutevel em lt httpwwwpinhaisprgovbridentidadeFreeComponent164content1703shtml gt Acesso em 22022014
SIMONTON OC SIMONTON SM CREIGHTON JL Com a Vida de Novo Uma Abordagem de Auto ndash Ajuda para Pacientes com Cacircncer 6o ed Satildeo Paulo Summus 1987 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo V19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014
SOUZA A M A poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente escolar - Reflexos no Processo Ensino-Aprendizagem Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Centro Universitaacuterio Pliacutenio Leite Niteroi ndash Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em lt httpwwwtjrjjusbrcdocument_libraryget_fileuuid=52486d9f-2407-4af1-bd42-c1f3cde27235ampgroupId=10136gt Acesso em 17032013
SOUZA D R SILVA H C GARAVELLI A M M RICARDO E C Poluiccedilatildeo Sonora na fiacutesica do ensino meacutedio construindo uma proposta Atas do V ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias Bauru ndash Satildeo Paulo ABRAPEC 2005 Disponiacutevel em lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012
SOUZA F P A poluiccedilatildeo sonora ataca traiccediloeiramente o corpo Belo Horizonte
UFMG 1992 Disponiacutevel em lt httpwwwicbufmgbrlabslpf2-14html gt Acesso em 10112012
SOUZA J TORRES M C A Maneiras de ouvir muacutesica uma questatildeo para a educaccedilatildeo musical com jovens In Muacutesica na educaccedilatildeo baacutesica Porto Alegre v 1
n 1 outubro de 2009 Disponiacutevel em lt
182
httpwwwabemeducacaomuacutesicalorgbrMastersrevista_muacutesica_na_escola4_maneiras_de_ouvir_muacutesicapdf gt Acesso em 10112012
STANGHERLIN V L Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Fones de Ouvido do Aparelho Celular 2013 Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho CREA-PR 110468D 2013
STANGHERLIN V L Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Meios de Transportes 2013 Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho CREA-PR
110468D 2014
STEINBERG S R KINCHELOE J L Cultura Infantil a construccedilatildeo corporativa da infacircncia In Sem segredos cultura infantil saturaccedilatildeo de informaccedilatildeo e Infacircncia poacutes-moderna Rio de janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2001 In MONTEIRO S C F Ensino de ciecircncias projeto poliacutetico-pedagoacutegico das escolas e os curriacuteculos praticados uma possibilidade emancipatoacuteria a partir da educaccedilatildeo ambiental
Dissertaccedilatildeo de Mestrado Rio de Janeiro CICTFio Cruz 2009 Disponiacutevel em lthttpoatdorgoatdgourl=http3A2F2Fwwwbdtdcictfiocruzbr2Ftedesimplificado2Ftde_busca2Farquivophp3FcodArquivo3D197ampfrom=recordampq=gt Acesso em 15022014
STELLMAN J M DAUM S M Trabalho e sauacutede na induacutestria riscos fiacutesicos e quiacutemicos e prevenccedilatildeo de acidentes v 1 Satildeo Paulo EDUSP 1975 In BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014
THOMPSON J B A Miacutedia e a Modernidade 12ordf ediccedilatildeo Editora Vozes 2011
UNESCO Working Paper Series on Mobile Learning Turning on mobile learning
in Latina American Paris UNESCO 2012 Disponiacutevel em lthttp httpwwwunescoorgnewfileadminMULTIMEDIAHQEDICTpdfPachler-Ranieripdfgt Acesso em 27 de fevereiro de 2014
_______ Policy guidelines for mobile learning Paris UNESCO 2013
Disponiacuteveis em lt httpunesdocunescoorgimages0022002277227770porpdf gt Acesso em 02 de marccedilo de 2014
________ Segunda Semana UNESCO ldquoMobile Learningrdquo (MLW) ParisUNESCO 2013 Disponiacutevel em lt httpunesdocunescoorgimages0022002277227770porpdf gt Acesso em 07022014
VYGOTSKY L S A Formaccedilatildeo social da Mente 7ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Martins Editora Livraria Ltda 2007
__________ Lev Semenovich Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar InVYGOTSKY Lev Semenovich LURIA Alexander Romanovich
Editora Ebook do Brasil 2001 Disponiacutevel em lt httpwwwebooksbrasilorgeLibrisvigohtmlgt Acesso em 12122013
ZANOTTO V L R Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira Curitiba-PR SEED 2010 Disponiacutevel em
183
lthttpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 28122012
________ V L R Regimento Escolar Curitiba-PR SEED 2011 Disponiacutevel em
lthttpwwwnreseedprgovbrcuritibamodulesconteudoconteudophpconteudo=160 gt Acesso em 28122012
184
ANEXOS
185
ANEXO I - LEI 106252002
LEI Nordm 10625 DISPOtildeE SOBRE RUIacuteDOS URBANOS PROTECcedilAtildeO DO BEM ESTAR
E DO SOSSEGO PUacuteBLICO REVOGA AS LEIS Nordm S 8583 DE 02 DE JANEIRO DE
19958726 DE 19 DE OUTUBRO DE 1995 8986 DE 13 DE DEZEMBRO DE 1996
E 9142 DE 18 DE SETEMBRO DE 1997 E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS
A CAcircMARA MUNICIPAL DE CURITIBA CAPITAL DO ESTADO DO PARANAacute
aprovou e eu Prefeito Municipal sanciono a seguinte lei
Art 1ordm - Eacute proibido perturbar o sossego e o bem estar puacuteblico com sons ruiacutedos e
vibraccedilotildees que causem incocircmodo de qualquer natureza ou que ultrapassem os
limites fixados nesta lei
Paraacutegrafo Uacutenico - As vibraccedilotildees seratildeo consideradas prejudiciais quando ocasionarem
ou puderem ocasionar danos materiais agrave sauacutede e ao bem estar puacuteblico
Art 2ordm - Para os efeitos desta lei aplicam-se as seguintes definiccedilotildees
I - SOM vibraccedilatildeo acuacutestica capaz de provocar sensaccedilotildees auditivas
II - RUIacuteDO som capaz de causar perturbaccedilatildeo ao sossego puacuteblico ou efeitos
psicoloacutegicos e fisioloacutegicos negativos em seres humanos e animais
III - VIBRACcedilAtildeO movimento oscilatoacuterio transmitido pelo solo ou por uma estrutura
qualquer
IV - POLUICcedilAtildeO SONORA emissatildeo de som ou ruiacutedo que seja direta ou
186
indiretamente ofensivo ou nocivo agrave sauacutede agrave seguranccedila e ao bem estar da
coletividade ou transgrida as disposiccedilotildees fixadas nesta lei
V - RUIacuteDO IMPULSIVO som de curta duraccedilatildeo com iniacutecio abrupto e parada raacutepida
caracterizado por um pico de pressatildeo de duraccedilatildeo menor que um segundo
VI - RUIacuteDO CONTIacuteNUO som com flutuaccedilatildeo de niacutevel de pressatildeo sonora tatildeo
pequena que pode ser desprezada dentro do periacuteodo de observaccedilatildeo
VII - RUIacuteDO INTERMITENTE som cujo niacutevel de pressatildeo sonora cai abruptamente
ao niacutevel sonoro do ambiente vaacuterias vezes durante o periacuteodo de observaccedilatildeo desde
que o tempo em que o niacutevel sonoro se manteacutem constante e diferente daquele do
ambiente seja de ordem de grandeza de um segundo ou mais
VIII - RUIacuteDO DE FUNDO sons emitidos durante o periacuteodo de observaccedilatildeo que natildeo
aquele objeto da mediccedilatildeo
IX - NIacuteVEL EQUIVALENTE (Leq) niacutevel meacutedio de energia do som obtido integrando-
se os niacuteveis individuais de energia em um periacuteodo de tempo e dividindo-se pelo
periacuteodo
X - dB (Decibel) unidade de medida do niacutevel de ruiacutedo
XI - dB(A) curva de avaliaccedilatildeo normalizada e adaptada agrave capacidade de recepccedilatildeo da
audiccedilatildeo humana
XII - ZONA SENSIacuteVEL Agrave RUIacuteDO OU ZONA DE SILEcircNCIO eacute aquela que para
atingir seus propoacutesitos necessita que lhe seja assegurado um silecircncio excepcional
Define-se como zona de silecircncio a faixa determinada pelo raio de 20000m
(duzentos metros) de distacircncia de hospitais escolas bibliotecas puacuteblicas hoteacuteis
postos de sauacutede ou similares
XIII - LIMITE REAL DA PROPRIEDADE aquele representado por um plano
imaginaacuterio que separa a propriedade real de uma pessoa fiacutesica ou juriacutedica de outra
187
XIV - SERVICcedilO DE CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL qualquer operaccedilatildeo de escavaccedilatildeo
construccedilatildeo demoliccedilatildeo remoccedilatildeo reforma ou alteraccedilatildeo substancial de uma
edificaccedilatildeo estrutura ou obras e as relacionadas a serviccedilos puacuteblicos tais como
energia eleacutetrica gaacutes telefone aacutegua esgoto e sistema viaacuterio
Art 3ordm - Para fins de aplicaccedilatildeo desta lei ficam definidos os seguintes periacuteodos
I - DIURNO das 07h01 agraves 19h00
II - VESPERTINO das 19h01 agraves 22h00
III - NOTURNO das 22h01 agraves 07h00
Art 4ordm - Para os efeitos desta lei a mediccedilatildeo do niacutevel de pressatildeo sonora deveraacute ser
efetuada de acordo com as normas da Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas -
ABNT
Paraacutegrafo Uacutenico - A mediccedilatildeo a que se refere este artigo pode ser realizada a 500m
(cinco metros) de qualquer uma das divisas do imoacutevel gerador do incocircmodo ou em
qualquer ponto dentro do limite real do imoacutevel que sofre o incocircmodo
Art 5ordm - A emissatildeo de sons e ruiacutedos por quaisquer atividades industriais comerciais
prestadoras de serviccedilos religiosas sociais recreativas e de carga e descarga natildeo
podem exceder os niacuteveis de pressatildeo sonora contidos no Anexo I que faz parte
integrante desta lei
sect 1ordm - No caso de criaccedilatildeo de Setores Especiais conforme previsto na Lei Municipal
nordm 98002000 caberaacute agrave Secretaria Municipal do Meio Ambiente estabelecer os niacuteveis
de pressatildeo sonora admissiacuteveis por meio de regulamentaccedilatildeo proacutepria
sect 2ordm - Quando a fonte poluidora e o imoacutevel que sofre o incocircmodo estiverem
localizados em diferentes zonas de uso e ocupaccedilatildeo do solo seratildeo considerados os
limites estabelecidos para a zona em que se localiza a propriedade que sofre o
incocircmodo
188
sect 3ordm - Quando a propriedade que sofre o incocircmodo tratar-se de escola creche
biblioteca puacuteblica hospital ambulatoacuterio casa de sauacutede ou similar com leitos para
internamento hotel ou similar devem ser atendidos os limites estabelecidos para
ZR-1 independentemente da zona de uso e deve ser observado o raio de 20000m
(duzentos metros) de distacircncia definida como zona de silecircncio
Art 6ordm - Os sons e ruiacutedos produzidos pelos serviccedilos de construccedilatildeo civil devem
respeitar os limites maacuteximos estabelecidos no Anexo II parte integrante desta lei
Paraacutegrafo Uacutenico - Excetuam-se destas restriccedilotildees as obras e os serviccedilos urgentes e
inadiaacuteveis decorrentes de casos fortuitos ou de forccedila maior acidentes graves ou
perigo iminente agrave seguranccedila e ao bem estar da comunidade bem como o
restabelecimento de serviccedilos puacuteblicos essenciais tais como energia eleacutetrica gaacutes
telefone aacutegua esgoto e sistema viaacuterio
Art 7ordm - A emissatildeo de som ou ruiacutedos produzidos por veiacuteculos automotores
aeroplanos e aeroacutedromos e os produzidos no interior dos ambientes de trabalho
devem obedecer as normas expedidas respectivamente pelo Conselho Nacional do
Meio Ambiente e pelos oacutergatildeos competentes do Ministeacuterio da Aeronaacuteutica e
Ministeacuterio do Trabalho
Paraacutegrafo Uacutenico - No tocante agrave emissatildeo de ruiacutedo por veiacuteculos automotores o
Municiacutepio pode estabelecer em regulamento proacuteprio criteacuterios de controle
considerando o interesse local
Art 8ordm - A realizaccedilatildeo de shows concertos e apresentaccedilotildees musicais de caraacuteter
cultural e artiacutesticos em aacutereas puacuteblicas ou particulares dependem de preacutevio
licenciamento ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente independente
de outras licenccedilas exigiacuteveis
Paraacutegrafo Uacutenico - Cabe agraves Secretarias Municipais do Meio Ambiente e do
Urbanismo estabelecerem em regulamento proacuteprio as condiccedilotildees para realizaccedilatildeo
dos eventos musicais mencionados no caput deste artigo
189
Art 9ordm - A utilizaccedilatildeo das aacutereas dos parques e praccedilas municipais com uso de
equipamentos sonoros alto falantes fogos de artifiacutecio ou outros meios que possam
causar poluiccedilatildeo sonora dependem de preacutevio licenciamento ambiental da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente independente de outras licenccedilas exigiacuteveis
Art 10 - Fica proibida a utilizaccedilatildeo de equipamentos sonoros fixos ou moacuteveis como
meio de propaganda ou publicidade nos logradouros puacuteblicos
sect 1ordm - Quando natildeo se tratar de logradouros puacuteblicos a utilizaccedilatildeo de equipamentos
sonoros como meio de propaganda e publicidade deve respeitar os limites
estabelecidos no Anexo I desta lei
sect 2ordm - Natildeo seraacute concedida autorizaccedilatildeo para uso de equipamentos sonoros em
veiacuteculos de empresas de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de gaacutes ficando vedado o
uso de alto-falantes e outras fontes de emissatildeo sonora nos veiacuteculos destinados ao
transporte do produto
sect 3ordm - Casos especiais poderatildeo ser analisados e eventualmente autorizados pela
Secretaria Municipal do Meio Ambiente
Art 11 - Natildeo se compreende nas proibiccedilotildees dos artigos anteriores ruiacutedos e sons
produzidos I - pelas manifestaccedilotildees tradicionais do Carnaval e Ano Novo II - por
vozes ou aparelhos usados na propaganda eleitoral ou manifestaccedilotildees trabalhistas
para os quais seraacute estabelecido regulamento proacuteprio pelos oacutergatildeos competentes
considerando as legislaccedilotildees especiacuteficas III - por sinos de igrejas ou templos
religiosos desde que sirvam exclusivamente para indicar as horas ou anunciar a
realizaccedilatildeo de atos ou cultos religiosos IV - por fanfarras ou bandas de muacutesicas em
procissatildeo cortejos ensaios ou desfiles ciacutevicos (Redaccedilatildeo dada pela Lei
nordm 135042010) V - por sirenes ou aparelhos de sinalizaccedilatildeo sonora utilizados por
ambulacircncias carros de bombeiros ou viaturas policiais VI - por explosivos utilizados
no arrebentamento de pedreiras rochas ou nas demoliccedilotildees desde que detonadas
no periacuteodo diurno e previamente licenciados pela Secretaria Municipal do Meio
Ambiente VII - por alarme sonoro de seguranccedila residencial ou veicular desde que
190
o sinal sonoro natildeo se prolongue por tempo superior agrave 15 minutos VIII - por culto
religioso realizado no periacuteodo diurno e vespertino desde que natildeo ultrapasse o limite
de 65 dB(A) IX - por shows concertos e apresentaccedilotildees musicais de caraacuteter cultural
e artiacutestico desde que realizados dentro das condiccedilotildees autorizadas pela Secretaria
Municipal do Meio Ambiente
Art 12 - As atividades potencialmente causadoras de poluiccedilatildeo sonora definidas em
regulamento proacuteprio dependem de preacutevio licenciamento ambiental da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente para obtenccedilatildeo dos alvaraacutes de construccedilatildeo e
funcionamento
Art 13 - A queima de fogos de artifiacutecio fica sujeita ao controle da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente que aplicaraacute as sanccedilotildees previstas na presente lei
quando constatado incocircmodo agrave vizinhanccedila
Art 14 - Para a execuccedilatildeo de testes de fabricaccedilatildeo ou instalaccedilatildeo de alarmes sonoros
devem ser utilizados dispositivos de controle de forma que natildeo seja necessaacuteria a
emissatildeo sonora acima dos limites estabelecidos no Anexo I parte integrante desta
lei Paraacutegrafo Uacutenico - Em caso de acionamento perioacutedico ou constante de alarmes
sonoros seratildeo aplicadas as sanccedilotildees previstas nesta lei independente da obrigaccedilatildeo
de cessar a transgressatildeo
Art 15 - Os fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente no exerciacutecio da accedilatildeo
fiscalizadora tecircm a entrada franqueada nas dependecircncias da fonte poluidora onde
podem permanecer pelo tempo que se fizer necessaacuterio
Paraacutegrafo Uacutenico - Os fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente podem
solicitar o auxiacutelio das autoridades policiais no desempenho da accedilatildeo fiscalizadora
Art 16 - As pessoas fiacutesicas e juriacutedicas de direito puacuteblico ou privado que infringirem
qualquer dispositivo desta lei seus regulamentos e demais normas dela
decorrentes ficam sujeitas agraves seguintes sanccedilotildees independente da obrigaccedilatildeo de
cessar a transgressatildeo
191
I - notificaccedilatildeo por escrito II - multa simples ou diaacuteria III - cassaccedilatildeo da Licenccedila
Ambiental IV - embargo V - interdiccedilatildeo parcial ou total VI - perda ou restriccedilatildeo de
incentivos e benefiacutecios fiscais concedidos pelo Municiacutepio
Art 17 - Para imposiccedilatildeo da sanccedilatildeo e graduaccedilatildeo da multa a autoridade ambiental
observaraacute
I - as circunstacircncias atenuantes e agravantes II - a gravidade do fato tendo em vista
as consequecircncias para a sauacutede e o meio ambiente III - a natureza da infraccedilatildeo e
suas consequecircncias IV - o porte do empreendimento V - os antecedentes do
infrator quanto agraves normas ambientais VI - a capacidade econocircmica do infrator
Art 18 - Para efeito de aplicaccedilatildeo das sanccedilotildees as infraccedilotildees satildeo classificadas como
leves graves ou graviacutessimas de acordo com a Anexo III parte integrante desta lei e
com os criteacuterios abaixo
I - LEVES - aquelas em que o infrator seja beneficiado por circunstacircncias
atenuantes II - GRAVES - aquelas em que for verificada circunstacircncia agravante III
- GRAVIacuteSSIMAS - aquelas em que seja verificada a persistecircncia da reincidecircncia
Art 19 - Os valores das multas seratildeo expressos em moeda corrente nacional e para
cada tipo de infraccedilatildeo corresponderaacute
I - ateacute R$ 530000 (cinco mil e trezentos reais) para as leves II - de R$ 530100
(cinco mil trezentos e um reais) a R$ 1070000 (dez mil e setecentos reais) para as
graves III - R$ 1070100 (dez mil setecentas e um reais) a R$ 1800000 (dezoito
mil reais) para as graviacutessimas
Paraacutegrafo Uacutenico - A atualizaccedilatildeo monetaacuteria das multas dar-se-aacute com base na
variaccedilatildeo do Iacutendice de Preccedilos ao Consumidor Amplo - IPCA medido pela Fundaccedilatildeo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE ou outro que venha ser
instituiacutedo pelo Governo Federal
Art 20 - Satildeo circunstacircncias atenuantes
192
I - menor grau de compreensatildeo e escolaridade do infrator II - arrependimento eficaz
do infrator manifestada pela espontacircnea reparaccedilatildeo do dano ou limitaccedilatildeo
significativa do ruiacutedo emitido III - ser o infrator primaacuterio e a falta cometida de
natureza leve
Art 21 - Satildeo circunstacircncias agravantes
I - ser o infrator reincidente ou cometer a infraccedilatildeo de forma continuada II - ter o
infrator agido com dolo direto ou eventual
sect 1ordm - A reincidecircncia verifica-se quando o agente comete nova infraccedilatildeo do mesmo
tipo
sect 2ordm - No caso de infraccedilatildeo continuada caracterizada pela repeticcedilatildeo da accedilatildeo ou
omissatildeo inicialmente punida a penalidade de multa pode ser aplicada diariamente
ateacute cessar a infraccedilatildeo
Art 22 - O autuado teraacute direito a ampla defesa em processo administrativo
conforme regulamentaccedilotildees especiacuteficas num prazo maacuteximo de 30 (trinta) dias a
partir do recebimento do auto de infraccedilatildeo endereccedilado ao Secretaacuterio Municipal do
Meio Ambiente
Art 23 - No caso de decisatildeo condenatoacuteria o autuado teraacute direito a recorrer da
decisatildeo em forma de processo administrativo num prazo maacuteximo de 30 (trinta) dias
contado a partir da ciecircncia da condenaccedilatildeo encaminhado ao Conselho Municipal do
Meio Ambiente - CMMA
Art 24 - Os recursos interpostos das decisotildees natildeo definitivas teratildeo efeito suspensivo
relativo ao pagamento da penalidade sem prejuiacutezo da aplicaccedilatildeo de novas
autuaccedilotildees por reincidecircncia ou continuidade do dano
Art 25 - Exauridos os recursos administrativos o infrator teraacute prazo de 10 (dez) dias
para efetuar o recolhimento do valor da multa sob pena da inscriccedilatildeo em diacutevida ativa
193
Art 26 - As multas previstas nesta lei podem ter sua exigibilidade suspensa quando
o infrator por termo de compromisso aprovado pela autoridade ambiental
competente obrigar-se a adoccedilatildeo imediata de medidas especiacuteficas para cessar ou
corrigir a poluiccedilatildeo sonora
Paraacutegrafo Uacutenico - Cumpridas integralmente as obrigaccedilotildees assumidas pelo infrator a
multa pode ter uma reduccedilatildeo de ateacute 90 (noventa por cento) do valor original
Art 27 - Na aplicaccedilatildeo das normas estabelecidas por esta lei compete agrave Secretaria
Municipal do Meio Ambiente
I - Estabelecer o programa de controle dos ruiacutedos urbanos e exercer o poder de
controle e fiscalizaccedilatildeo das fontes de poluiccedilatildeo sonora II - Aplicar as sanccedilotildees
previstas na legislaccedilatildeo vigente III - Organizar programas de educaccedilatildeo e
conscientizaccedilatildeo
Art 28 - O Executivo Municipal regulamentaraacute em ateacute noventa dias da publicaccedilatildeo
desta lei as questotildees especiacuteficas relativas agrave poluiccedilatildeo sonora produzida pelo apito
do trem
Art 29 - Ficam expressamente revogadas as Leis Municipais nordm s 8583 de 02 de
janeiro de 1995 8726 de 19 de outubro de 1995 8986 de 13 de dezembro de
1996 e9142 de 18 de setembro de 1997
Art 30 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
PALAacuteCIO 29 DE MARCcedilO em 19 de dezembro de 2002
CASSIO TANIGUCHI
Prefeito Municipal
Anexo 1 da Lei 106252002 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA MAacuteXIMOS
ZONAS DE USO | DIURNO | VESPERTINO | NOTURNO |
194
|=====================================|==================|==================|==================|
|ZR-1 ZR-2 ZR-3 ZR-B ZR-AV ZR-M| 55 dB (A) | 50 dB (A) | 45 dB (A) |
|APA-SARU APA-SMRU | | | |
|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|
|ZR-OC ZR-SF ZR-U ZUC-II ZT-MF| 60 dB (A) | 55 dB (A) | 50 dB (A) |
|ZT-NC ZE-E ZE-M ZOO SE-CC SE-PS| | | |
|SE-OI APA-ST | | | |
|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|
|ZR-4 ZC ZT-BR-116 ZUM ZE-D SE| 65 dB (A) | 60 dB (A) | 55 dB (A) |
|SH SE-BR-116 SE-MF SE-CF SE-WB| | | |
|SE-AC SE-CBCONEC SE-PE SC-SF| | | |
|SC-UM SE-NC SEI SEHIS SE-LE| | | |
|SEVC-PASSAUacuteNA SEVS-PASSAUacuteNA APA-SS| | | |
|Vias prioritaacuterias 1 e 2 Vias setori-| | | |
|ais Vias coletoras 12 e 3 | | | |
|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|
|ZS-1 ZS-2 ZES ZI ZEI-I (CIC)| 70 dB (A) | 60 dB (A) | 60 dB (A) |
|APA-SUE | | | |
|-------------------------------------+------------------+------------------+------------------|
|Os casos natildeo contemplados nesta tabela seratildeo objeto de anaacutelise especiacutefica por parte da|
|Secretaria Municipal do Meio Ambiente |
|______________________________________________________________________________________________|
APA-SARU - Setor de Alta Restriccedilatildeo de Uso
APA-SMRU - Setor de Meacutedia Restriccedilatildeo de Uso
APA-ST - Setor de Transiccedilatildeo
APA-SUE - Setor de Uso Esportivo
APA-SS - Setor de Serviccedilo
CONEC - Setor Especial Conector - Conectora 1234
SC-SF - Setor Especial Comercial Santa Felicidade
SC-UM - Setor Especial Comercial Umbaraacute
SE - Setor Especial Estrutural
SE-AC - Setor Especial da Av Affonso Camargo
SE-BR-116 - Setor Especial da BR-116
SE-CB - Setor Especial da Rua Engenheiro Costa Barros
SE-CC - Setor Especial Centro Ciacutevico
SE-CF - Setor Especial da Av Comendador Franco
SEHIS - Setor Especial Habitaccedilatildeo de Interesse Social
SEI - Setor Especial Institucional
SE-LE - Setor Especial Linhatildeo do Emprego
SE-MF - Setor Especial da Av Mal Floriano Peixoto
195
SE-NC - Setor Especial Nova Curitiba
SE-OI - Setor Especial de Ocupaccedilatildeo Integrada
SE-PE - Setor Especial Preferencial de Pedestres
SE-PS - Setor Especial do Poacutelo de Software
SEVC-PASSAUacuteNA - Setor Especial de Vias Coletoras
SEVS-PASSAUacuteNA - Setor Especial de Vias Setoriais
SE-WB - Setor Especial da Av Pres Wenceslau Braz
SH - Setor Histoacuterico
ZC - Zona Central
ZOO - Zona de Ocupaccedilatildeo Orientada
ZE-D - Zona Especial Desportiva
ZE-E - Zona Especial Educacional
ZEI-I (CIC) - Zona Especial de Induacutestria
ZE-M - Zona Especial Militar
ZES - Zona Especial de Serviccedilos
ZI - Zona Industrial
ZR-1 - Zona Residencial 1
ZR-2 - Zona Residencial 2
ZR-3 - Zona Residencial 3
ZR-4 - Zona Residencial 4
ZR-AV - Zona Residencial Alto da Gloacuteria
ZR-B - Zona Residencial Batel
ZR-M - Zona Residencial Mercecircs
ZR-OC - Zona Residencial de Ocupaccedilatildeo Controlada
ZUC-II - Zona de Urbanizaccedilatildeo Consolidada
ZR-SF - Zona Residencial Santa Felicidade
ZR-U - Zona Residencial Umbaraacute
ZS-1 - Zona de Serviccedilo 1
ZS-2 - Zona de Serviccedilo 2
ZT-BR-116 - Zona de Transiccedilatildeo BR ndash 116
ZT-MF - Zona de Transiccedilatildeo Av Mal Floriano Peixoto
196
ZT-NC - Zona de Transiccedilatildeo Nova Curitiba
Z-UM - Zona de Uso Misto
Anexo 2 da Lei 106252002 ndash
NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA MAacuteXIMOS PARA SERVICcedilOS DE
CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL
Atividades natildeo confinaacuteveis |Limite de 90 dB(A) permitido somente|
| | de segunda a sexta-feira no periacuteodo|
| | diurno |
|=====================================|=====================================|
|Atividades passiacuteveis de confinamento |De segunda a sexta-feira no periacuteodo
| |diurno limites constantes no |
| |Anexo-I acrescidos de 5 dB(A)|
| |De segunda a sexta-feira nos |
| |periacuteodos vespertino e noturno |
| |limites constantes no Anexo-I |
|-------------------------------------+-------------------------------------|
|Saacutebados Domingos e Feriados qualquer periacuteodo Devem ser respeitados os |
|limites constantes no Anexo-I tanto para as atividades passiacuteveis de |
|confinamento como para as natildeo confinaacuteveis |
|___________________________________________________________________________
Anexo 3 da Lei 106252002 -
CLASSIFICACcedilAtildeO DAS INFRACcedilOtildeES
ARTIGOS | CLASSIFICACcedilAtildeO | OBSERVACcedilOtildeES | |===========|====================|===========================================|
| 5ordm e 6ordm | Leve |Ateacute 10 dB(A) (dez decibeacuteis) acima do |
| | |limite |
|-----------|--------------------|-------------------------------------------|
| 5ordm e 6ordm | Grave |De 10 dB (A) (dez decibeacuteis) a 30 dB (A)|
| | |(trinta decibeacuteis) acima do limite |
|-----------|--------------------|-------------------------------------------|
| 5ordm e 6ordm | Graviacutessima |Mais de 30 dB (A) (trinta decibeacuteis) acima |
| | |do limite |
|-----------|--------------------|-------------------------------------------|
|8ordm 9ordm10| Leve |Atividade desenvolvida sem licenccedila |
| 12 e 13 | | |
|___________|____________________|__________________________________________
197
ANEXO II - NR 15 ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES INSALUBRES
Portaria MTb nordm 3214 de 08 de junho de 1978
NR 15 - NORMA REGULAMENTADORA 15 - ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES
INSALUBRES
151 Satildeo consideradas atividades ou operaccedilotildees insalubres as que se desenvolvem
1511 Acima dos limites de toleracircncia previstos nos Anexos nordm 1 2 3 5 11 e 12
1512 (Revogado pela Portaria MTE nordm 37511990)
1513 Nas atividades mencionadas nos Anexos nordm 6 13 e 14
1514 Comprovadas atraveacutes de laudo de inspeccedilatildeo do local de trabalho constantes
dos Anexos nordm 7 8 9 e 10
1515 Entende-se por Limite de Toleracircncia para os fins desta Norma a
concentraccedilatildeo ou intensidade maacutexima ou miacutenima relacionada com a natureza e o
tempo de exposiccedilatildeo ao agente que natildeo causaraacute dano agrave sauacutede do trabalhador
durante a sua vida laboral
152 O exerciacutecio de trabalho em condiccedilotildees de insalubridade de acordo com os
subitens do item anterior assegura ao trabalhador a percepccedilatildeo de adicional
incidente sobre o salaacuterio miacutenimo da regiatildeo equivalente a
1521 40 (quarenta por cento) para insalubridade de grau maacuteximo
1522 20 (vinte por cento) para insalubridade de grau meacutedio
1523 10 (dez por cento) para insalubridade de grau miacutenimo
153 No caso de incidecircncia de mais de um fator de insalubridade seraacute apenas
considerado o de grau mais elevado para efeito de acreacutescimo salarial sendo
vedada a percepccedilatildeo cumulativa
154 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade determinaraacute a cessaccedilatildeo do
pagamento do adicional respectivo
1541 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade deveraacute ocorrer
a) com a adoccedilatildeo de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho
dentro dos limites de toleracircncia
b) com a utilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual
15411 Cabe agrave autoridade regional competente em mateacuteria de seguranccedila e sauacutede
do trabalhador comprovada a insalubridade por laudo teacutecnico de engenheiro de
seguranccedila do trabalho ou meacutedico do trabalho devidamente habilitado fixar
198
adicional devido aos empregados expostos agrave insalubridade quando impraticaacutevel sua
eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo
15412 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade ficaraacute caracterizada
atraveacutes de avaliaccedilatildeo pericial por oacutergatildeo competente que comprove a inexistecircncia
de risco agrave sauacutede do trabalhador
155 Eacute facultado agraves empresas e aos sindicatos das categorias profissionais
interessadas requererem ao Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes das DRTs a realizaccedilatildeo
de periacutecia em estabelecimento ou setor deste com o objetivo de caracterizar e
classificar ou determinar atividade insalubre
1551 Nas periacutecias requeridas agraves Delegacias Regionais do Trabalho desde que
comprovada a insalubridade o perito do Ministeacuterio do Trabalho indicaraacute o adicional
devido
156 O perito descreveraacute no laudo a teacutecnica e a aparelhagem utilizadas
157 O disposto no item 155 natildeo prejudica a accedilatildeo fiscalizadora do MTb nem a
realizaccedilatildeo ex-officio da periacutecia quando solicitado pela Justiccedila nas localidades onde
natildeo houver perito
LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE
NIacuteVEL DE RUIacuteDO DB (A)
MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
199
1 Entende-se por Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente para os fins de aplicaccedilatildeo de
Limites de Toleracircncia o ruiacutedo que natildeo seja ruiacutedo de impacto
2 Os niacuteveis de ruiacutedo contiacutenuo ou intermitente devem ser medidos em decibeacuteis (dB)
com instrumento de niacutevel de pressatildeo sonora operando no circuito de compensaccedilatildeo
A e circuito de resposta lenta (SLOW) As leituras devem ser feitas proacuteximas ao
ouvido do trabalhador
3 Os tempos de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de ruiacutedo natildeo devem exceder os limites de
toleracircncia fixados no Quadro deste anexo (115003-0 I4)
4 Para os valores encontrados de niacutevel de ruiacutedo intermediaacuterio seraacute considerada a
maacutexima exposiccedilatildeo diaacuteria permissiacutevel relativa ao niacutevel imediatamente mais elevado
5 Natildeo eacute permitida exposiccedilatildeo a niacuteveis de ruiacutedo acima de 115 dB(A) para indiviacuteduos
que natildeo estejam adequadamente protegidos
6 Se durante a jornada de trabalho ocorrer dois ou mais periacuteodos de exposiccedilatildeo a
ruiacutedo de diferentes niacuteveis devem ser considerados os seus efeitos combinados de
forma que se a soma das seguintes fraccedilotildees
C1 + C2 + C3 ____________________ + Cn
T1 T2 T3 Tn exceder a unidade a exposiccedilatildeo estaraacute acima
do limite de toleracircncia
Na equaccedilatildeo acima Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um niacutevel
de ruiacutedo especiacutefico e Tn indica a maacutexima exposiccedilatildeo diaacuteria permissiacutevel a este niacutevel
segundo o Quadro deste Anexo
7 As atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a niacuteveis de ruiacutedo
contiacutenuo ou intermitente superiores a 115 dB(A) sem proteccedilatildeo adequada
ofereceratildeo risco grave e iminente
200
ANEXO III - ANAacuteLISE CRIacuteTICA E PARECER SOBRE O ldquoTESTE PARA
AUTO-IDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSErdquo
Anaacutelise Criacutetica do Documento
ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo
Curitiba 09 de maio 2014
Claudia Nepomuceno Pinto Costa
Licenciada em Psicologia pelo Instituto Piaget de Almada ndash Portugal
Mestre em Psicologia Comunitaacuteria e Proteccedilatildeo de Menores pela Universidade
de Lisboa Portugal
201
Anaacutelise de Criacutetica
Esta anaacutelise tem como objetivo averiguar a existecircncias de alguns criteacuterios de
Transtorno de Estresse contido no instrumento de pesquisa denominado ldquoTeste
para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo com sete niacuteveis (escala de
Likert) (1 - de jeito nenhum 2 - raramente 3 - as vezes 4 - frequentemente 5 -
sempre 6 - natildeo sei 7 - natildeo me importo) com 29 questotildees que estaacute dividido em trecircs
partes A percepccedilatildeo dos estudantes quanto agrave poluiccedilatildeo sonora no entorno do
CEPMAT Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede
dos estudantes A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes pesquisa
realizada no acircmbito do Mestrado do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo de Educaccedilatildeo e
Ciecircncias em Matemaacutetica da Universidade Federal do Paranaacute
Meacutetodo de anaacutelise
A anaacutelise teacutecnica para este instrumento seguiu as normas e eacutetcas
deontoloacutegicas respeitando agrave sintomatologia e as consequecircncias psiacutequicas de um
quadro de Transtorno de Estresse Para a analise serviram de apoio dois meacutetodos
para articular todos os items do instrumento de pesquisa de forma extrair e
interpretar com base em cada determinante para que se considere de validade de
acordo com os criteacuterios individuais que constituiraacute numa atribuiccedilatildeo validatoacuteria
conforme descritos no Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais
(DSM) (APA 2003) e caracteristicas do Protocolo de Complexidade Diferenciada 5
(Brasil 2006)
Procedimento
O exposto segue os mesmos nuacutemeros das questotildees utilizadas no instrumento
de pesquisa ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo
incluindo somente as questotildees consideradas com caracteriacutesticas e criteacuterios
202
Os criteacuterios e caracteristicas para identificar a Perturbaccedilatildeo do Estresse satildeo
desenvolvimentos de sintomas descritos a seguir agrave exposiccedilatildeo a um estressor
implicando uma experiencia pessoal direta com um acontecimento assim posso
aferir que 20 das 29 questotildees foram identificadas de acordo com os criteacuterios
descritos no (DSM-IV) e caracteristicas existentes no Protocolo de Complexidade
Diferenciada 5 (Brasil 2006)
Descriccedilatildeo dos materiais de apoio
Para anaacutelise foram utilizados dois materiais de apoio para realizaccedilatildeo das
evidecircncias encontradas no instrumento de pesquisa sendo eles
O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 (Brasil 2006) o qual refere que
A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares pode desencadear efeitos
nocivos agrave sauacutede em geral entre eles o Protocolo (BRASIL 2006)
destaca ldquonervosismo irritabilidade cefaleia insoacutenia alteraccedilotildees
circulatoacuterias alteraccedilatildeo de visatildeo alteraccedilotildees gastrointestinais entre
outrosrdquo (p20) que podem ser considerados isoladamente
Como tambeacutem o no Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais
(DSM) (APA 2003) que refere
Que tambeacutem um quadro considerado preocupante quando os sintomas
satildeo promovidos por causas humanas ou seja que natildeo derivadas de
uma cataacutestrofe natural (DSM-IV tr 4ordm Edp132) Seguindo as
orientaccedilotildees de base do Transtorno de Estresse descritas pelo DSM-IV
com caracteriacutesticas apoacutes a exposiccedilatildeo de uma experiecircncia pessoal
direta de um evento real ou ameaccedilador que ameaccedila a integridade
fiacutesica
Resultados da anaacutelise
Os resultados obtidos na anaacutelise realizada refere de acordo com os materiais
de apoio que 20 das 29 questotildees do instrumento ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de
alguns sintomas de estresserdquo satildeo considerados apoio de identificaccedilatildeo do transtorno
de estresses
203
Assim apresento um quadro que refere as questotildees e os criteacuterios nelas
encontradas
Tabela ndash Questotildees e Criteacuterios
ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo Criteacuterios
4 Jaacute me senti prejudicado pelo ruiacutedo do trem quando estava fazendo avaliaccedilotildees e
trabalhos de pesquisa na sala de aula B4
5 Jaacute ouvi zumbidos depois de escutar os ruiacutedos dos trens carros e ocircnibus F
7 Tenho dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando a
empresa ALL testa os freios dos trens em frente ao Coleacutegio
8 Meu niacutevel de concentraccedilatildeo e desempenho nas avaliaccedilotildees natildeo se altera quando
o trem passa D3
9 A exposiccedilatildeo ao ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus me deixa esgotado no final do
periacuteodo de aula F e C4
11 Perco a concentraccedilatildeo quando o trem passa em frente ao Coleacutegio no horaacuterio
das aulas D3
12 Deixo de ouvir muacutesicas no celular para natildeo me expor excessivamente aos
ruiacutedos C2
13 Ouccedilo zumbidos depois de escutar muacutesica em alto volume no celular durante
algum tempo F
14 As muacutesicas que ouccedilo no celular atrapalham minha concentraccedilatildeo na aula D3
15 Meus ouvidos doem quando ouccedilo muacutesica no celular F
16 Percebo que a quantidade de ruiacutedo a que sou exposto fora da escola e
tambeacutem quando ouccedilo muacutesicas no celular eacute maior do que posso suportar F
17 Sei que ouvir muacutesica no celular pode prejudicar minha audiccedilatildeo F
18 Perco energia ao ouvir muacutesica no celular C4 e F
19 Sinto-me sobrecarregado tanto pela quantidade de ruiacutedo externo agrave escola (trens carros ocircnibus) quanto ao ouvir muacutesica no celular em volume
acima da meacutedia F
20 Ouccedilo muacutesica em volume alto para me concentrar para estudar para as provas
para fazer os trabalhos escolares D3
21 Quando fico exposto a ruiacutedos desanimo facilmente B4 e C4
22 Levo muito tempo para relaxar quando estou estressado por causa do barulho B4 e C1
23 Sinto-me tatildeo cansado e sobrecarregado por causa do ruiacutedo intenso durante o
periacuteodo de aula que acabo ldquome desligandordquo do ambiente escolar C5
25 Quando acordo de manhatilde fico cansado soacute de pensar que terei que ouvir
muitos ruiacutedos externos durante as aulas B4 e F
Nota Conteacutem 20 questotildees e criteacuterios encontrados
204
A tabela refere que 20 das 29 questotildees satildeo consideradas uma auto-
idenficaccedilatildeo de sintomas de transtorno de estresse seguindo as seguintes definiccedilotildees
de cada criteacuterio
B4- mal-estar psicologico intenso com a exposiccedilatildeo a estiacutemulos internos ou
externos que simbolizem ou se assemelham a aspectos acontecimento traumaacutetico
C1- esfoccedilo para evitar pensamentos sentimentos ou conversas assocadas ao
acontecimento estressor
C2- Evitamento persistente dos estimulos atividades pensamentos ou
conversas associadas ao acontecimento estressor
C4- Interesse ou participaccedilatildeo em atividades fortemente diminido
C5- Sentir-se desligado ou estranho em relaccedilatildeo aos outros
D3- Dificuldade de concentraccedilatildeo
F- A perturbaccedilatildeo causa mal estar clinicamente significativo ou deficiencia
social ocupacional ou em qualquer outra aacuterea importante do funcionamento
Foi considerando que o instrumento natildeo refere o tempo de exposiccedilatildeo ao
estiacutemulo estressor o qual se considera relevante o conhecimento do processo ou
seja como elas chegaram aos sintomas buscando causas imediatas sejam elas
patologicas ou fisioloacutegicas e delinear retrospectiva causal
Os outros 9 items natildeo estatildeo relacionados com aspectos e criteacuterios do
transtorno analisando portanto natildeo estatildeo presentes na anaacutelise
Caracteriacutesticas Especiacuteficas agrave cultura e agrave Idade
Em vista as dificuldades do jovem em relatar a diminuiccedilatildeo no interesse por
atividades significativas e limitaccedilatildeo do afeto este sintoma deve ser atentamente
avaliado mediante relatos feitos pelos pais professores e outros observadores
Seguindo as consideraccedilotildees do evento estressor pode-se afirmar que se
desencadeia do Transtorno de Estresse e potencializa-se o desenvolvimento de um
conjunto de reaccedilotildees neurofisioloacutegicas intensas em qualquer jovem Quanto agraves
reaccedilotildees essas enquadram-se num conjunto de sinais e sintomas correspondentes agrave
sindrome descrita no DSM-IV revela-se que o individuo exposto neste caso
especiacutefico ldquofones auriculares conectados no Aparelho Celular para ouvir muacutesica e a
exposiccedilatildeo diaacuteria aos ruiacutedos do entorno do CEPMAT oriundos do meio de transporterdquo
desenvolvem comportamentos caracterizados por Transtorno de Estresse
205
Aleacutem de todas as consequecircncias jaacute expostas eacute preciso atentar para o fato de
que a maioria dos jovens natildeo consegue superar os sintomas sem tratamento
especializado seja esse psicoteraacutepico medicamentoso e apoacutes realizaccedilatildeo de
exames especiacuteficos tais como auditivo e de forum psiquicos ou a combinaccedilatildeo de
ambos
Em resumo os comportamentos instalados apoacutes a situaccedilatildeo de estresse
podem ser agrupados em trecircs grandes categorias reminiscecircncia da situaccedilatildeo
traumaacutetica esquiva ou embotamento afetivo e hiperestimulaccedilatildeo do sistema
cognitivo
Apoacutes a descriccedilatildeo sobre o quadro de sintomas na situaccedilatildeo de estresse
referente ao questionaacuterio apresentado aos alunos no Coleacutegio CEPMAT e as
consequecircncias que este gera no aluno conclui-se que seria necessario a
intervenccedilatildeo da psicologia para um diagnostico a respeito da gravidade e das
consequecircncias agrave pessoa e agrave sociedade
Curitiba 09 de maio 2014
_________________________________
(Claudia Nepomuceno Pinto Costa)
Licenciada em Psicologia pelo Instituto Piaget de Almada ndash Portugal
Mestre em Psicologia Comunitaacuteria e proteccedilatildeo de Menores pela Universidade
de Lisboa - Portugal
206
REFERENCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
American Psychiatric Association (APA) Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-Fourth Edition Text Revision Washington DC APA 2000 4a ed (Traduccedilatildeo no Brasil Artmed 2003) BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014
207
ANEXO IV - FOTO DECIBELIacuteMETRO
208
ANEXO V - NBR 10151
209
210
211
212
ANEXO VI ndash NBR 10152
213
214
215
216
ANEXO VII - NBR133691995
217
218
219
ANEXO VIII - PLANTA BAIXA ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT PLANTA
BAIXA
220
ANEXO IX ndash LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO
CEPMAT
LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO COLEacuteGIO
ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA
CONTRATANTE JEREMIAS FERREIRA DA COSTA
COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXERA
CAPAtildeO DA IMBUIA ndash CURITIBA ndashPR
RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO VERGINIO LUIZ STANGHERLIN
ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO
CREA ndash PR 110468D
LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO
Objeto
Tem o objetivo do presente laudo aferir o niacutevel de ruiacutedo gerado pelas atividades da
ferrovia linha de expresso e Via Raacutepida que possa importunar os alunos
professores e funcionaacuterios do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira
Baseado nos resultados deste laudo seraacute possiacutevel detalhar as soluccedilotildees para
minimizar o ruiacutedo que possa prejudicar a populaccedilatildeo do referido Coleacutegio endereccedilo
Avenida Presidente Affonso Camargo 3463 - Capatildeo da Imbuia Curitiba - PR
221
Descriccedilatildeo do Local
O local de maior geraccedilatildeo de ruiacutedo eacute proacuteximo agrave Avenida Presidente Affonso
Camargo aonde temos a linha de ocircnibus expresso via raacutepida e linha do trem
Proacuteximo a avenida temos a Secretaria salas de aula Biblioteca Laboratoacuterio de
Quiacutemica e Fiacutesica
Materiais e Meacutetodos
As mediccedilotildees de niacutevel de pressatildeo sonora foram realizadas respeitando as
recomendaccedilotildees da norma NBR 101511987 ndash Avaliaccedilatildeo do Ruiacutedo em Aacutereas
Habitadas visando o conforto da comunidade ndash Procedimento
Foi utilizado o equipamento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital
comumente denominado decibeliacutemetro O aparelho utilizado apresenta o niacutevel de
pressatildeo sonora equivalente Leq valor que eacute considerado para mediccedilotildees de ruiacutedo
contiacutenuo
Instrumento Utilizado para Mediccedilatildeo dos Niacuteveis de Ruiacutedo
Foi utilizado um instrumento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital
Marca AZCE ndash nuacutemero de seacuterie N304849
Modelo AZCE ndash 8926
Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB
Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear
Respostas Fast e Slow
222
Metodologia da Mediccedilatildeo
O local de maior niacutevel de ruiacutedo encontra-se proacuteximo agrave Avenida Presidente Affonso
Camargo Como o intuito deste trabalho eacute analisar se o ruiacutedo importuna os alunos
professores funcionaacuterios as mediccedilotildees foram executadas no lado interno da
edificaccedilatildeo Mediu-se tambeacutem o niacutevel de ruiacutedo com pessoas e sem pessoas para se
determinar o ruiacutedo gerado pela escola No periacuteodo da manhatilde satildeo intervalos
compreendidos das 7h30 as 11h45 e no periacuteodo da tarde das 13h30 as 17h30 e no
periacuteodo da noite das 19h00 as 22h30 No local analisado o ruiacutedo tem caracteriacutestica
constante natildeo apresentando ruiacutedos de impacto foram medidos por um medidor de
pressatildeo sonora no modo ldquoLeqrdquo na curva de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta
ldquoSlowrdquo (lenta) O aparelho medidor de pressatildeo sonora apresenta os resultados de
Leq a cada minuto
Apesar de ser caracterizado como contiacutenuo o ruiacutedo apresenta pequenas flutuaccedilotildees
e portanto deve ser apresentado como Leq - Niacutevel Meacutedio de Som Contiacutenuo
Equivalente Nesse meacutetodo de mediccedilatildeo eacute obtido um niacutevel de ruiacutedo contiacutenuo que
possui a mesma energia acuacutestica que os niacuteveis flutuantes originais durante um
periacuteodo de tempo O princiacutepio da mesma energia assegura a precisatildeo do meacutetodo
para avaliaccedilatildeo dos efeitos do ruiacutedo sobre o aparelho auditivo sendo adotado pela
norma ISO e muitas normas nacionais Preveniu-se o efeito de ventos sobre o
microfone com o uso de protetor conforme instruccedilotildees do fabricante As mediccedilotildees
foram em pontos afastados aproximadamente 12 m do piso e a 1 m da parede da
sala
Caracteriacutesticas da Mediccedilatildeo
223
Foram efetuadas duas mediccedilotildees do niacutevel de ruiacutedo em cada periacuteodo durante cinco
dias em trecircs horaacuterios distintos
TABELA ndash AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) ORIUNDOS DO EXTERIOR DO CEPMAT E MEDIDOS NO INTERIOR
DiaMecircs
Sala
Periacuteodo
Com a presenccedila do trem Carros ocircnibus Caminhotildees e estudantes
Sem a presenccedila do trem com carros ocircnibus caminhotildees e estudantes
0110
Biblioteca
Manhatilde Tarde Noite
9644 9452 8573
8436 8809 6516
0710
Laboratoacuterio de
Informaacutetica
Manhatilde Tarde Noite
9603 9271 8898
8886 8324 7546
0510
Auditoacuterio
Manhatilde Tarde Noite
9620 10000 8805
8654 8736 6522
FONTE COSTA 2014 COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALLHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
TABELA - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO CEPMAT EM SALAS DE AULA
DiaMecircs
Sala
Periacuteodo
Com a presenccedila do trem Carros e Ocircnibus Caminhotildees e de estudantes dB(A)
Sem a presenccedila do trem com fluxo normal de Carros ocircnibus caminhotildees e presenccedila de estudantes dB(A)
0210
Sala de Aula 10
Manhatilde Tarde Noite
9432 9546 8871
8370 7946 7223
0210
Sala de Aula 11
Manhatilde Tarde Noite
8998 9230 7253
8008 7525 7377
0210
Sala de Aula 12
Manhatilde Tarde Noite
9513 9688 8619
7796 7253 7189
0310
Laboratoacuterio de Fiacutesico-quiacutemica 13
Manhatilde Tarde Noite
9635 8350 8685
8745 6947 7889
FONTE COSTA 2014 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
224
Anaacutelise dos resultados
Na falta de valores de ruiacutedo para servirem de referecircncia servimo-nos da
Norma Regulamentadora nordm 15 do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego ndash Atividades e
Operaccedilotildees Insalubres norma esta que trata da seguranccedila ao trabalhador exposto
ao ruiacutedo contiacutenuo e outras fontes de insalubridade Especificamente no anexo I da
NR 15 cita-se qual eacute o Limite de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente a
tabela ilustra qual o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo diaacuteria ao agente insalubre de
acordo com o niacutevel de ruiacutedo existente O primeiro valor que consta na tabela eacute 85
dB para um tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo de 8 horas diaacuterias
ANEXO Nordm 1
LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE
NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA dB(A) MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
225
Conclusatildeo
Diante dos fatos e analisando os resultados obtidos nota-se que o ruiacutedo a ser
gerado pelo empreendimento eacute bem abaixo do limite considerado insalubre pela
norma em questatildeo Lembrando-se que o ruiacutedo tem o pico durante os intervalos de
aula trecircs no total com duraccedilatildeo de vinte minutos cada somente no periacuteodo diurno e
considerando-se ainda que a edificaccedilatildeo contaraacute com as soluccedilotildees acuacutesticas
atenuadoras de ruiacutedos para evitar a propagaccedilatildeo do som para o lado externo
conclui-se que os valores de ruiacutedo gerados natildeo seratildeo causadores de infortuacutenios aos
vizinhos
Encerramento
O responsaacutevel teacutecnico pelo trabalho coloca-se ao inteiro dispor para os
esclarecimentos necessaacuterios O presente laudo consta de seis paacuteginas digitadas de
um soacute lado rubricadas e uma folha de capa sendo a uacuteltima assinada
Curitiba 24 de fevereiro de 2014
Verginio Luiz Stangherlin
Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho
CREA-PR 110468D
Tel (41) 33732 3009 ndash 9707 3000
226
ANEXO X - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE
OUVIDO CONECTADOS AO APARELHO CELULAR
LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE OUVIDO
CONECTADOS AO APARELHO CELULAR
CONTRATANTE JEREMIAS FERREIRA DA COSTA
COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXERA
AVENIDA AFONSO CAMARGO 3463 - CAPAtildeO DA IMBUIA ndash CURITIBA ndash PR
RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO VERGINIO LUIZ STANGHERLIN
ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO
CREA ndash PR 110468D
LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO
Objeto
Tem o objetivo do presente laudo aferir os niacuteveis de ruiacutedos gerados pelos
fones auriculares conectados ao Aparelho Celular dos alunos do Coleacutegio Estadual
Professora Maria Aguiar Teixeira quando ouve muacutesica
Baseado nos resultados deste laudo seraacute possiacutevel detalhar possiacuteveis efeitos
desta exposiccedilatildeo aos ruiacutedos que possa prejudicar a comunidade escolar do referido
Coleacutegio endereccedilo Avenida Presidente Affonso Camargo 3463 - Capatildeo da Imbuia
Curitiba - PR
Descriccedilatildeo do Local
O local de geraccedilatildeo de ruiacutedo satildeo os fones de ouvido conectados ao Aparelho Celular
de diversos modelos A afericcedilatildeo foi feita de forma aleatoacuteria sem verificar a seacuterie a
que os alunos do ensino meacutedio estatildeo cursando
227
Materiais e Meacutetodos
As mediccedilotildees de niacutevel de pressatildeo sonora foram realizadas respeitando as
recomendaccedilotildees da norma NBR 101511987 ndash Avaliaccedilatildeo do Ruiacutedo em Aacutereas
Habitadas visando o conforto da comunidade ndash Procedimento
Foi utilizado o equipamento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital
comumente denominado decibeliacutemetro O aparelho utilizado apresenta o niacutevel de
pressatildeo sonora equivalente Leq valor que eacute considerado para mediccedilotildees de ruiacutedo
contiacutenuo
Instrumento Utilizado para Mediccedilatildeo dos Niacuteveis de Ruiacutedo
Foi utilizado um instrumento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital
Marca AZCE ndash nuacutemero de seacuterie N304849
Modelo DEC ndash 8928
Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB
Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear
Respostas Fast e Slow
Metodologia da Mediccedilatildeo
O intuito desta anaacutelise eacute abordar uma afericcedilatildeo dos niacuteveis de ruiacutedos que os alunos
do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira estatildeo expostos durante o
periacuteodo que estatildeo utilizando o Aparelho Celular com o fone de ouvido para ouvir
muacutesica durante o periacuteodo que estatildeo no coleacutegio
A afericcedilatildeo foi realizada durante as aulas por um periacuteodo de dois meses perfazendo
um dia de cada semana isto eacute segunda terccedila quarta quinta e sexta nos meses de
outubro e novembro de 2013 Foram medidos por um medidor de pressatildeo sonora no
228
modo ldquoLeqrdquo na curva de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta ldquoSlowrdquo (lenta) O
aparelho medidor de pressatildeo sonora apresenta os resultados de Leq a cada minuto
Foi pedido aos alunos que permitissem fazer a afericcedilatildeo dos niacuteveis de ruiacutedo do fone
de ouvido colocando o som no modo em que os alunos ouvem a maior parte do
tempo
Caracteriacutesticas da Mediccedilatildeo
Foi efetuada uma meacutedia de trinta (30) afericcedilotildees diaacuterias nos meses de outubro e
novembro contando os dias da semana (segunda terccedila quarta quinta e sexta) do
fone de ouvido do Aparelho Celular
1 TABELA DE NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES CONECTADOS AO APARELHO CELULAR
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5
Meacutedia Diaacuteria
Segunda
Nordm Alunos dB (A)
08 96
06 97
5 98
4 102
7 116
30 1118
Terccedila
Nordm Alunos dB (A)
06 98
5 92
7 99
8 94
4 99
30 1003
Quarta
Nordm Alunos dB (A)
07 92
8 99
9 96
3 99
3 115
30 1011
Quinta
Nordm Alunos dB (A)
08 82
6 101
6 98
5 96
5 99
30 971
Sexta
Nordm Alunos dB (A)
06 98
5 114
8 113
6 98
5 98
30 1057
Meacutedia dB(A)
1032
FONTE COSTA 2013 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALLHO ENG VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
229
Anaacutelise dos resultados
Na afericcedilatildeo realizada com os alunos nos turnos de aula no Coleacutegio Estadual
Profordf Maria Aguiar Teixeira constatou-se uma intensidade do ruiacutedo de 1032 dB(A)
meacutedia para o fone de ouvido do Aparelho Celular em intensidade superiores a
permitida para uma jornada de 8 horas diaacuterias de 85 dB(A) Podendo ocorrer
incocircmodos perturbaccedilotildees sintomas de estresse prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo Sintomas
previstos no Protocolo de complexidade diferenciada 5 do Ministeacuterio da Sauacutede
2006
A NR 15 anexo nordm 01 estabelece que as pessoas em qualquer ambiente de
trabalho natildeo poderatildeo ficar expostas a 85 dB(A) em um periacuteodo maior que 8 horas
diaacuterias
No entanto a maioria de estudantes avaliados na tabela acima escuta
musicas no fone de ouvido do Aparelho Celular a uma faixa de intensidade maior
que 103 dB(A) e de acordo com a NR 15 Anexo nordm 1 pessoas expostas nesta
intensidade de ruiacutedo podem ficar no maacuteximo 45 minutos por dia
Conclusatildeo
Na falta de valores de ruiacutedo para servirem de referecircncia servimo-nos da
Norma Regulamentadora nordm 15 do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego ndash Atividades e
Operaccedilotildees Insalubres norma esta que trata da seguranccedila ao trabalhador exposto
ao ruiacutedo contiacutenuo e outras fontes de insalubridade Especificamente no anexo I da
NR 15 cita-se qual eacute o Limite de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente a
tabela ilustra qual o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo diaacuteria ao agente insalubre de
acordo com o niacutevel de ruiacutedo existente O primeiro valor que consta na tabela eacute 85
dB(A) para um tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo de 8 horas diaacuterias
230
LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE
NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA dB(A) MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos 105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Desta forma concluo que os alunos que estatildeo expostos a esses niacuteveis de
pressatildeo sonora podem ter prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo ou perda auditiva em poucos anos
por ser sutil causa impactos significativos na vida das pessoas gerando dificuldades
na comunicaccedilatildeo por prolongamento de exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis sonoro o que
pode causar perda auditiva irreversiacutevel assim o tempo de exposiccedilatildeo satildeo fatores
determinantes da capacidade de prejudicar a audiccedilatildeo
231
Os Aparelhos Celulares tecircm grande capacidade de armazenamento com
bateria cada vez mais duradoura estas possibilidades contribuem para que os
estudantes ouccedilam muacutesica durante horas sem parar em volume muito acima das
recomendadas pela NR 15 Anexo 1 e pelo Protocolo de Complexidade Diferenciada
5 de 2006
Encerramento
O responsaacutevel teacutecnico pelo trabalho coloca-se ao inteiro dispor para os
esclarecimentos necessaacuterios O presente laudo consta de seis paacuteginas digitadas de
um soacute lado rubricadas e uma folha de capa sendo a uacuteltima assinada
Curitiba 12 de fevereiro de 2014
Verginio Luiz Stangherlin
Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho
CREA-PR 110468D
232
APEcircNDICES
233
APEcircNDICE 1 - LEVANTAMENTO SOBRE O USO DO CELULAR NA
ESCOLA
COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA
Turno______ Seacuterie______ Idade _________
1 ndash Vocecirc possui um Telefone Celular
a) Sim
b) Natildeo
c) eu uso um que natildeo eacute meu
2- Vocecirc traz o Telefone Celular para a escola
a) Sempre
b) quase sempre
c) agraves vezes
d) nunca
3 ndash Quanto tempo vocecirc usa o Telefone Celular ao longo do dia para qualquer de
suas funccedilotildees
a)Nunca uso celular
b)Menos de 2 horas por dia
c)Mais de 2 horas e menos de 4 horas por dia
d)Mais de 4 horas e menos de 8 horas por dia
f)Mais de 8 horas e menos de 12 horas por dia
g)Mais de 12 horas por dia
h)Meu uso eacute bastante variado de um dia para outro
i)Natildeo sei informar
4 ndash Quais as funccedilotildees do Telefone Celular que vocecirc utilizou na sala de aula sem
relaccedilatildeo com a aprendizagem
a)Ouvir muacutesica
b) Fazer e receber ligaccedilotildees
c)Receber e enviar mensagens
d)Calculadora
e)Agenda de telefone
234
f)Maacutequina fotograacutefica
g)Acessar a Internet (e-mail facebook skype etc)
h)Outras Escreva aqui _______________________________________
i)Natildeo trago o celular para a escola
j)Natildeo tenho telefone celular
5 ndash Na sala de aula vocecirc alguma vez jaacute utilizou o Telefone Celular para ajudar na
sua aprendizagem
a)Ouvir muacutesica
b) Fazer e receber ligaccedilotildees
c)Receber e enviar mensagens
d)Calculadora
e)Agenda de telefone
f)Maacutequina fotograacutefica
g)Acessar a Internet (e-mail facebook skype etc)
h)Outras Escreva aqui _______________________________________
i)Natildeo trago o celular para a escola
j)Natildeo tenho celular
6ndash Quanto vocecirc gasta em meacutedia em creacuteditos por mecircs
a) ateacute R$12 por mecircs
b) Entre R$ 13 e R$3000 por mecircs
c) Entre R$ 31 e R$5000 por mecircs
d) Mais de R$ 5000 por mes
e) Natildeo gasto com creacuteditos
f) Natildeo sei
7 ndash Vocecirc sabia que o regimento escolar proiacutebe o uso do Telefone Celular na sala de
aula
a) Sim
b) Natildeo
c) sabia mas uso assim mesmo
d) Sabia mas eu uso soacute esporadicamente
8 ndash Vocecirc jaacute ouviu dizer que o Telefone Celular pode trazer problemas para a
audiccedilatildeo
a) jaacute dizer e parei de usar o Telefone Celular
b) natildeo ouvi dizer e natildeo dizer e natildeo me interesso por isso
c) nunca ouvi falar sobre isso
d) Jaacute ouvi dizer mas natildeo me importo pois continuo usando da mesma forma
e) jaacute ouvi dizer e parei de usar o celular
235
APEcircNDICE 2 - TESTES DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSE
TESTE DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS
SINTOMAS DE ESTRESSE
MARQUE UM ldquoXrdquo na coluna correspondente a
sua opiniatildeo
Idade_____ Sexo______ Seacuterie_______ Turma
_______
De
je
ito
ne
nh
um
Rara
me
nte
As v
ev
eze
s
Fre
qu
en
tem
en
t
e
Se
mp
re
Natildeo
se
i
Natildeo
m
e
imp
orto
1 2 3 4 5 6 7
1 O Coleacutegio eacute ruidoso por causa dos trens carros e
ocircnibus que passam em frente
2 A biblioteca do Coleacutegio eacute um local adequado e silencioso para eu realizar pesquisas e outras atividades
3 O ruiacutedo do trem natildeo me incomoda quando estou assistindo aula
4 Jaacute me senti prejudicado pelo ruiacutedo do trem quando estava fazendo avaliaccedilotildees e trabalhos de pesquisa na sala de aula
5 Jaacute ouvi zumbidos depois de escutar os ruiacutedos dos
trens carros e ocircnibus
6 Nada pode ser feito para alterar as condiccedilotildees de
ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus na frente do Coleacutegio
7 Tenho dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando a empresa ALL testa os freios dos trens em frente ao Coleacutegio
8 Meu niacutevel de concentraccedilatildeo e desempenho nas
avaliaccedilotildees natildeo se altera quando o trem passa
9 A exposiccedilatildeo ao ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus
me deixa esgotado no final do periacuteodo de aula
10 Ruiacutedos intensos como das muacutesicas que ouccedilo no celular ou dos trens carros e ocircnibus que passam em frente ao coleacutegio natildeo me incomodam
11 Perco a concentraccedilatildeo quando o trem passa em
frente ao Coleacutegio no horaacuterio das aulas
12 Deixo de ouvir muacutesicas no celular para natildeo me
expor excessivamente aos ruiacutedos
13 Ouccedilo zumbidos depois de escutar muacutesica em
alto volume no celular durante algum tempo
14 As muacutesicas que ouccedilo no celular atrapalham
minha concentraccedilatildeo na aula
15 Meus ouvidos doem quando ouccedilo muacutesica no
celular
236
16 Percebo que a quantidade de ruiacutedo a que sou
exposto fora da escola e tambeacutem quando ouccedilo muacutesicas no celular eacute maior do que posso suportar
17 Sei que ouvir muacutesica no celular pode prejudicar
minha audiccedilatildeo
18 Perco energia ao ouvir muacutesica no celular
19 Sinto-me sobrecarregado tanto pela quantidade
de ruiacutedo externo agrave escola (trens carros ocircnibus) quanto ao ouvir muacutesica no celular em volume acima da meacutedia
20 Ouccedilo muacutesica em volume alto para me
concentrar para estudar para as provas para fazer os trabalhos escolares
21 Quando fico exposto a ruiacutedos desanimo facilmente
22 Levo muito tempo para relaxar quando estou estressado por causa do barulho
23 Sinto-me tatildeo cansado e sobrecarregado por causa do ruiacutedo intenso durante o periacuteodo de aula que acabo ldquome desligandordquo do ambiente escolar
24 Sinto-me bem tendo muito ruiacutedo no meu entorno (dentro e fora da sala) durante o periacuteodo de aula
25 Quando acordo de manhatilde fico cansado soacute de pensar que terei que ouvir muitos ruiacutedos externos durante as aulas
26 Fico feliz por poder ouvir muacutesica no celular
quando estou em aula
27 Natildeo consigo ficar sem ouvir musicas no celular
durante o periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o regimento escolar me proiacutebe de usa-lo
28 Natildeo fui informado sobre quais equipamentos eletrocircnicos (Aparelho Celular) posso usar no periacuteodo das aulas
29 Participei ativamente de reuniotildees e discussotildees
para a construccedilatildeo do Regimento Escolar do coleacutegio
237
APEcircNDICE 3 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu (nome por extenso)___________________________________________
portador da ceacutedula de Identidade RG________________________________
AUTORIZO meuminha filho (a) (nome por extenso)
________________________________________________a participar da pesquisa
intitulada ldquoPoluiccedilatildeo Sonora que trem eacute esse no meu celularrdquo bem a publicaccedilatildeo de
resultados em Revistas Acadecircmicas Livros Conferecircncias etc para uso interno
desta instituiccedilatildeo de ensino
A presente autorizaccedilatildeo eacute concedida a tiacutetulo gratuito abrangendo a aplicaccedilatildeo
de um Questionaacuterio e um Teste de AutoIdentificaccedilatildeo de Alguns Sintomas de
Estresse acima mencionada em todo territoacuterio nacional e no exterior em todas as
suas modalidades e destaque das seguintes formas (i) miacutedia eletrocircnica (paineacuteis
viacutedeos entre outros)
Deste modo por esta ser a expressatildeo da minha vontade declaro que autorizo
livre e espontaneamente o uso acima descrito sem que nada possa a ser reclamado
a tiacutetulo de direitos conexos agrave imagem ou qualquer outro bem como assino a
presente autorizaccedilatildeo
Curitiba ______ de ____________________ de 2013
Pai Responsaacutevel
3
4
AGRADECIMENTOS
A Deus que permitiu realizar um dos meus maiores sonhos que eacute fazer mestrado na UFPR e pelas portas abertas na minha vida Tem me sustentado com acircnimo alegria e disposiccedilatildeo estando comigo em todos os momentos Obrigado meu Deus por me mostrar possibilidades de ldquoir e virrdquo nos caminhos que escolhi
Agrave minha esposa Patriacutecia Barbosa Reeck da Costa que veio completar minha
vida que me amparou e compreendeu nas horas de dificuldade e que me faz muito feliz
Ao meu pai o ldquogente boardquo Telcio Ferreira da Costa e minha ldquomatildeezinhardquo Dona
Maria Lurdes por todas as oraccedilotildees e apoio que me deram para que eu conseguisse chegar ateacute aqui Agrave minha filha Julia Bogdanovicz da Costa por compreender a falta de tempo do pai pois em momentos natildeo conseguir passear andar de bicicleta ou viajar vocecirc eacute uma fonte de inspiraccedilatildeo Enfim minha gratidatildeo se estende a todos os familiares que participaram voluntaacuteria ou involuntariamente da minha vida pois de certa forma fui influenciado por vocecircs
Sou uma pessoa motivada pela Ciecircncia e entendo que a era moderna foi
caracterizada por permitir outros olhares sobre dogmas e crenccedilas possibilitando a academia gerar novos conhecimentos criticar-se e reconfigurar-se em diferentes Programas constituindo uma nova era a contemporacircnea Nesta foi criado o Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em Ciecircncias e em Matemaacutetica da UFPR para o qual fui aceito Assim agradeccedilo aos meus orientadores Dr Seacutergio Camargo e Dra Christiane Gioppo por terem me selecionado e conduzido para estar aqui agora na posiccedilatildeo de seleciona-los para dedicar minhas conquistas
A minha banca composta pelo Dr Cristiano Rodrigues de Mattos da
Universidade de Satildeo Paulo e pelo Dr Marco Aureacutelio Kalinke da Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute aleacutem de meus orientadores com os quais pude compartilhar muito mais que discussotildees de cunho teoacuterico e a todo o corpo docente do PPGECM da UFPR que participou da minha formaccedilatildeo
Aos amigos que sempre estiveram orando por mim aos colegas e Diretores
dos Coleacutegios Estaduais Professora Maria Aguiar Texieria e Paulo Leminski que contribuiram para a manutenccedilatildeo de um ambiente de trabalho e de pesquisa prazeroso tornando-se sinocircnimo de alegria prevalecendo agrave difusatildeo do conhecimento
5
PEQUENA BIOGRAFIA
Sou da cidade de Arapongas estado do Paranaacute venho de uma famiacutelia de
onze irmatildeos cresci em uma situaccedilatildeo financeira de miseacuteria em que a universidade
era algo muito distante da minha realidade Meu pai sabe apenas assinar o nome
minha matildee eacute analfabeta e meus irmatildeos nunca terminaram o Ensino Fundamental jaacute
entre as irmatildes algumas terminaram o Ensino Meacutedio
Em minha tenra infacircncia meus pais tinham consciecircncia da importacircncia da
escolarizaccedilatildeo e me matricularam em uma escola puacuteblica pois achavam que eu
precisava estudar para aprender a ler e a escrever e com isso meu futuro estaria
garantido
Em 1978 por volta dos 10 anos comecei catar papel na rua para vender e ter
uma fonte de renda Diariamente eu tinha que coletar o suficiente para atingir trecircs
metas 1ordf comprar um pedaccedilo de toucinho dele saiacutea gordura que preparava a
polenta e o torresmo era nossa carne 2ordf comprar um pacote de fubaacute 3ordf comprar
uma barra de sabatildeo para assim ter roupas limpas
No periacuteodo de colheita da lavoura (algodatildeo milho e cafeacute) trabalhava junto
com meu pai e irmatildeos como boias-frias Noacutes levantaacutevamos muito cedo agraves 4 horas
da manhatilde esperaacutevamos em um ponto o caminhatildeo que passava e nos recolhia e
levava para a fazenda onde havia colheita cerca de 100 km de distacircncia da nossa
cidade Embaixo do sol escaldante ou inverno intenso meus sonhos afloravam eu
percebi que natildeo queria aquela vida de sofrimento embora digna Meu sonho de
fazer uma faculdade crescia poreacutem diariamente me perguntava como algueacutem que eacute
financeiramente miseraacutevel poderia alcanccedilar uma vida de ecircxito e especialmente como
conseguiria pagar uma faculdade Natildeo vislumbrava nenhuma resposta ateacute que as
oportunidades para a realizaccedilatildeo dos meus sonhos comeccedilaram surgir
Com quatorze anos entrei na guarda-mirim e comecei trabalhar como Office
boy em uma faculdade privada na cidade de Arapongas Ali como em minha casa
tambeacutem ouvia o secretaacuterio os auxiliares da administraccedilatildeo as zeladoras falarem que
para ldquoser algueacutem na vidardquo tem que estudar Eu ganhava o equivalente a meio
salaacuterio miacutenimo e apesar de trabalhar dentro da faculdade tinha duacutevidas a respeito
de como continuaria meus estudos
6
Em 1990 aos vinte e dois anos conclui a Educaccedilatildeo Baacutesica e crescia a
expectativa de fazer o vestibular assim realizar meu maior sonho cursar
matemaacutetica no ensino superior Natildeo tardou e surgiu a oportunidade que tanto
esperava a diretora da faculdade na eacutepoca a senhora Neuza Wielewicki olhou em
meus olhos e perguntou se eu sonhava em fazer faculdade O que confirmei
prontamente Sabendo de meu interesse ela me ofereceu uma bolsa de estudos
para cursar matemaacutetica Com isso sem pagamento de qualquer taxa ou material
nem mesmo mensalidade eu poderia realizar meu sonho Apenas uma condiccedilatildeo me
foi imposta no ato da liberaccedilatildeo da inscriccedilatildeo para o vestibular e que natildeo poderia
reprovar em nenhuma disciplina se isso ocorresse perderia a bolsa de estudos
Em 1991 entrei no curso de graduaccedilatildeo e quatro anos depois conclui sem
nenhuma reprovaccedilatildeo Devido aos diversos momentos de descontinuidade nos
estudos na educaccedilatildeo baacutesica tive muitas dificuldades na Faculdade entretanto
sempre me dediquei para atingir meus objetivos A partir daiacute compreendi que deveria
planejar meu futuro pois jaacute havia rompido uma barreira gigante a de cursar a
faculdade Entatildeo tracei objetivos e fiz um planejamento de longo prazo que era
essencialmente constituiacutedo pelo investimento em meu processo de formaccedilatildeo
Meus pais nunca questionaram qualquer decisatildeo que eu tivesse tomado pois
em silecircncio acreditavam que esse filho venceria nos estudos e nos obstaacuteculos que
enfrentaria pela frente atingindo uma situaccedilatildeo financeira melhor e por mais que
eles natildeo verbalizassem nutriam a mesma expectativa a de que eu teria melhores
condiccedilotildees financeira que eles Assim eu me percebia centrado com autocontrole
racional e objetivo Meus pais sempre foram muito trabalhadores mas natildeo tinham
seguranccedila financeira por isso eles poderiam ver nesse filho uma possibilidade de
ascensatildeo social Aleacutem disso esperavam que meus esforccedilos trariam mais do que
recompensas financeiras mas tambeacutem constituiriam meus valores e princiacutepios A
esperanccedila de meus pais e o foco nos objetivos traccedilados me deram a certeza de que
ao terminar a faculdade teria uma das mais belas profissotildees a de professor com
habilitaccedilotildees em Matemaacutetica e Fiacutesica e a possibilidade de asceder socialmente
Depois de graduado mudei-me para Curitiba onde comecei lecionar no
regime CLT Em seguida fui aprovado em concursos para o Quadro Proacuteprio do
Magisteacuterio (QPM) do Estado do Paranaacute nas disciplinas de fiacutesica e matemaacutetica
Tornei-me professor do Ensino Fundamental e Meacutedio da Educaccedilatildeo Baacutesica e hoje
trabalho em duas escolas puacuteblicas
7
Em meu trabalho de professor por vaacuterios anos tenho recebido estudantes
estagiaacuterios de Praacutetica de Docecircncia oriundos de diversas Universidades da cidade de
Curitiba inclusive da Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) Com isso tenho
interagido com as Universidades e em 2009 o professor da disciplina de Praacutetica de
Ensino e Estaacutegio Supervisionado em Fiacutesica (II e III) da UFPR inscreveu uma
proposta para participar do Edital CAPESDEB Nordm 0022009 - Programa Institucional
de Bolsa de Iniciaccedilatildeo agrave Docecircncia ndash PIBID O projeto foi aprovado e eu selecionado
para participar na funccedilatildeo de Professor Supervisor da disciplina de Fiacutesica O
programa teve iniacutecio em 2010 e desde entatildeo estudantes da UFPR desenvolvem
projetos na aacuterea de Ensino de Fiacutesica participando ativamente da rotina do coleacutegio O
objetivo desse projeto eacute que os estudantes universitaacuterios tenham mais experiecircncia e
reflexotildees sobre a docecircncia Os participantes do programa (estudantes da
universidade professores supervisores e o coordenador de aacuterea) participam da
rotina da escola tambeacutem reuacutenem-se uma vez por semana na Universidade para
estudar assuntos relacionados agrave aprendizagem e a avaliaccedilatildeo
Para aleacutem das rotinas escolares e reuniotildees o coordenador nos motiva a fazer
pesquisas a participar de congressos nacionais e internacionais e a dar
continuidade em nossos estudos e foi nesse bojo que o Professor Seacutergio Camargo
sugeriu que me candidatasse ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em
Ciecircncias e em Matemaacutetica da UFPR Assim elaborei um projeto de estudo sobre a
Poluiccedilatildeo Sonora no ambiente escolar Para finalizar gostaria de reiterar que minha
histoacuteria de vida estaacute permeada pela ideia de traccedilar um objetivo claro e mover
esforccedilos para alcanccedilaacute-lo e tambeacutem por encontrar pessoas que atravessaram meu
caminho em diversos momentos e ofereceram oportunidades aacute realizaccedilatildeo de meus
sonhos
8
RESUMO
Haacute muitos anos atuo como professor do Ensino Meacutedio e ao longo desse tempo percebi a exacerbaccedilatildeo nos ruiacutedos emitidos pelos meios de transportes no entorno do Coleacutegio Simultaneamente houve grande aumento da presenccedila do Celular na sala de aula pelos estudantes especialmente para ouvir muacutesica Esses dois fatores desencadearam o presente estudo O objetivo desta dissertaccedilatildeo foi investigar Niacuteveis de ruiacutedo no entorno e na aacuterea interna ao Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira A partir do delineamento da temaacutetica central relacionada a Poluiccedilatildeo Sonora iniciei a revisatildeo de literatura selecionando quatro eventos Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica (EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias (ENPEC) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os Encontros de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) Busquei tambeacutem dissertaccedilotildees e teses publicadas no banco da CAPES realizadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo A revisatildeo de literatura me permitiu afirmar que a temaacutetica poluiccedilatildeo sonora eacute pouco discutida entre educadores e pesquisadores da aacuterea assim estabeleci dois recortes o primeiro se refere ao ruiacutedo do entorno do coleacutegio e o segundo ao volume alto utilizado para ouvir muacutesicas no Aparelho Celular por meio de fones auriculares A partir desses dois recortes estabeleci trecircs premissas e com elas constituiacute as seguintes questotildees de pesquisa 1) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMAT 2) ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no ambiente escolar 3) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) a que os estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolar Em Havendo Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) (acima do disposto na Legislaccedilatildeo e) estabelecidos nesta dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora procurei verificar 4) Se e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as normas e regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora a) oriunda do entorno da escola b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles c) as regras e normas utilizadas no CEPMAT Para balizar os recortes estabelecidos utilizei o conceito Cultura abordado por Stuart Hall (2011) o de Interaccedilatildeo Social e o de modificaccedilatildeo transformaccedilatildeo do ambiente proposto por Vigotsky (2007) bem como as mudanccedilas nas formas de interaccedilatildeo social geradas pelos novos meios de comunicaccedilatildeo (THOMPSON 2011) Para constituir os dados e fazer a triangulaccedilatildeo entre eles criei um questionaacuterio que investigou o uso do Celular no ambiente escolar realizei afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora do entorno e nos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares dos estudantes quando ouvem muacutesicas Adaptei tambeacutem um ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo que investigou a percepccedilatildeo dos estudantes sobre os sintomas de estresse na sauacutede deles A revisatildeo de literatura me fez perceber que o assunto ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute pouco discutido entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias e natildeo eacute uma preocupaccedilatildeo dos Educadores Ambientais As afericcedilotildees de niacuteveis de Pressatildeo Sonora oriundas do entorno do CEPMAT identificaram intensidade de ruiacutedo ateacute 100 dB(A) isto eacute aproximadamente 67 acima dos limites de emissatildeo de ruiacutedo para as Zonas Estruturais Educacionais estabelecidos pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que eacute de 60 dB(A) mas os estudantes nem sempre percebem o ruiacutedo do entorno como um incocircmodo e tiveram dificuldades para relacionar o ruiacutedo do traacutefego (especialmente dos trens) com algum fator de estresse
9
(tais como diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de aprendizagem e esgotamento) e natildeo percebem o ruiacutedo das composiccedilotildees como responsaacutevel por trazer zumbidos aos ouvidos No que tange agrave poluiccedilatildeo sonora a que o estudante estaacute submetido ao ouvir muacutesica utilizando fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares os dados revelaram resultados ainda mais assustadores pois 85 tecircm informaccedilatildeo de que uma exposiccedilatildeo diaacuteria a ruiacutedos intensos pode ser prejudicial agrave sauacutede auditiva mas no que tange ao uso de fones de ouvido apenas 15 responderam que tecircm conhecimento dos malefiacutecios agrave sauacutede causados pelo excesso de ruiacutedo oriundo do Celular Um dos dados mais significativos foi constatar que aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume meacutedio de 1047 dB(A) usando fones auriculares conectados ao Aparelho Celular em meacutedia por 4 horasdia Isso significa que podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo Os resultados detectaram ainda que a maioria absoluta (95) dos estudantes tem celular e o traz para o coleacutegio embora esse equipamento seja insignificativamente utilizado durante atividades didaacuteticas ao longo das aulas Aleacutem disso 98 dos estudantes pesquisados tecircm consciecircncia da proibiccedilatildeo que consta no regimento escolar referente ao uso de Celulares para fins natildeo didaacuteticos mas ainda assim eles admitiriam afrontar deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio 67 dos estudantes revelaram que natildeo percebem sintomas de estresse de natureza fiacutesica (perda de energia e zumbido na audiccedilatildeo) pelo contraacuterio um nuacutemero consideraacutevel (5250) de estudantes declarou que se concentra melhor quando ouve muacutesicas durante as tarefas escolares Outro dado interessante eacute que 3250 dos estudantes natildeo estatildeo dispostos a deixar de utilizar o Celular para ouvir muacutesica Por outro lado 15 dos estudantes jaacute percebem pelo menos um dos sintomas de stress tanto ao ouvirem muacutesica no Celular quanto ao entrarem em contato com ruiacutedos oriundos dos meios de transportes Com esses resultados pode-se depreender que compreender a importacircncia da Poluiccedilatildeo sonora na escola eacute fundamental especialmente no que tange a presenccedila e uso do Aparelho Celular na escola Ao compreender esse objeto de desejo entendemos com mais profundidade o que opera no sistema representacional da nossa cultura que constroacutei significados modifica o sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de conduta e ideias Palavras-chave Identidade Cultural Poluiccedilatildeo Sonoro-visual Ensino de Ciecircncias Percepccedilatildeo Auditiva Ambiente Escolar
10
ABSTRACT For many years I have been working as a High School teacher and over that time I realized the exacerbation in the noise emitted by urban transports in the vicinity of the School Simultaneously there was large increase in Mobiles presence in the classroom for students especially for listening music These two factors have triggered this study The aim of this master thesis was to investigate the external and internal Noise at State School Teacher Maria Aguiar Teixeira From the design of the central theme related to Noise Pollution started the literature review selecting four events The Meetings of Research in Physics Teaching (EPEF) the Research Meetings in Science Education (ENPEC) the Research Meetings on Environmental Education (EPEA) and the Technology Meetings Information and Education (TICEDUCA) Also sought Master Theses and Doctoral Dissertations published in the data of CAPES conducted by education researchers The review on the literature allowed me to conclude that the noise pollution theme is little discussed among educators and researchers thus I established two research paths the first refers to the traffic noise around school environment and the second to the high volume used to listen to music on Mobile Handset through earphones From these two paths established three premises and with them have set the following research questions 1) What are the Sound Pressure Levels (SPL) coming from the school surroundings 2) How If CEPMAT high school students use Mobile at school 3) What are the Sound Pressure Levels (SPL) that the CEPMAT students undergo when they hear music with earphones connected to Cell Phones at school Having in Sound Pressure Levels (SPL) (above provisions of legislation and set forth as Noise Pollution in this dissertation tried to check 4) If and how the CEPMAT high school students understand School Rules and the existence Sound Pollution a) coming from the school surroundings b) arising from the earphones connected to the Cell Phones and possible pollution effects on their health c) CEPMAT School rules and standards To mark the paths established used the concept Culture approached by Stuart Hall (2011) the social interaction and modification transformation of the environment proposed by Vygotsky (2007) as well as changes in the forms of social interaction generated by new media (Thompson 2011) To provide the data and make triangulation between them created a questionnaire that investigated the use of Mobile at school I performed measurements of the sound pressure levels of the surroundings and the earphones connected to the Handsets students when they hear music I adapted also a test for self-identification of some symptoms of stress that investigated the perceptions of students about the symptoms of stress in their health The literature review made me realize that the subject Sound Pollution is rarely discussed among Physics and Science Education researchers and not at all discussed among environmental education Researchers in Brazil Measurements of sound pressure levels coming from the surrounding of CEPMAT identified noise up to 100 dB (A) ie approximately 67 above the noise emission limits for Educational structural zones established by the Municipal Annual Law 106252002 that is 60 dB(A) but students do not always perceive the surrounding noise as a nuisance and had difficulty relating the traffic noise (especially trains) with some stress factor (such as decreased concentration difficulty learning and exhaustion) and do not realize the noise of the train as responsible for bringing ringing in the ears Regarding the noise pollution to which the student is subjected while listening to music using earphones connected to Cell Phones data showed somewhat scary results because 85 have information that a daily exposure to loud noise can be harmful to hearing health but
11
when it comes to the use of headphones only 15 said they are aware of the harm to health caused by excessive noise coming from of Mobile One of the most significant data was seen that approximately 95 of students surveyed listen to music on average volume of 1047 dB (A) using earphones connected to the Mobile Handset for an average of 4 hours day This means they can be putting at risk the auditory health with the possibility of irreversible hearing loss The results also found that an absolute majority (95) of the students have cell and brings them to school although this equipment is almost non used for educational activities during the lessons In addition 98 of students surveyed are aware of the prohibition contained in the school regulations concerning the use of Mobile for not teaching purposes yet they admit deliberately defy the norm established by the school 67 of students revealed that not perceive symptoms of stress of a physical nature (energy loss and tinnitus in the hearing) on the contrary a considerable number (5250) students stated that focuses better when listening to music during homework Another interesting fact is that 3250 of students are unwilling to stop using the Mobile to listen to music On the other hand 15 of the students already have at least one of the stress symptoms when they hear music in Mobile as well as when they get in touch with noise coming from veicles With these results we can conclude that understand the importance of Noise Pollution at school is fundamental especially regarding the presence and use of the Mobile Handset in school By understanding this object of desire we understand more deeply what operates in the representational system of our culture which creates meaning changes the studentsacute feeling of belonging to the group and model practics of conduct ideas
Keywords Identity Noise Pollution Science Education Perception Environment
12
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 - (A) MAPA DA REGIAtildeO (B) FACHADA DO COLEacuteGIO
ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR
TEIXEIRA
27
FIGURA 02 - (A) OcircNIBUS BIARTICULADO (B) OcircNIBUS LIGEIRINO NO
CORREDOR LESTE
28
FIGURA 03 - (3A e 3B) PISTAS EM FRENTE AO COLEacuteGIO COM
TRAacuteFEGO INTENSO E CIRCULACcedilAtildeO DE CAMINHOtildeES
28
FIGURA 04 - (4A e 4B) FOTO AEacuteREA DE 1957 DO BAIRRO (B) FOTO
AEacuteREA DE 2008 DO BAIRRO LOCALIZANDO O
COLEacuteGIO
29
FIGURA 05 - (A e B) LINHA FEacuteRREA EM FRENTE AO COLEacuteGIO 29
FIGURA 06 - (A) VILA OFICINAS NO CAJURU NA DEacuteCADA DE 50 E B)
VILA OFICINAS CAJURU NOS DIAS DE HOJE
30
FIGURA 07 - REDE INTEGRADA DE TRANSPORTES PUacuteBLICO DE
CURITIBA EM 2003
112
13
LISTA DE QUADROS
QUADRO 01 - EPEF REALIZADOS DE 1986 ATEacute 2012 38
QUADRO 02 - ENPEC REALIZADOS DE 1997 ATEacute 2013 40
QUADRO 03 - EPEAs REALIZADOS DE 2001 A 2013 41
QUADRO 04 - TICEDUCA REALIZADOS DE 2010 A 2012 43
QUADRO 05 - LEVANTAMENTO DAS DIVERSAS EDICcedilOtildeES DOS EPEF
ENPEC EPEA E TICEDUCA NO PERIacuteODO DE 1986 A
2013
44
QUADRO 06 - RESUMO DOS EVENTOS REALIZADOS DE 1986 A
2013
45
QUADRO 07 - ARTIGOS SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 46
QUADRO 08 - ARTIGOS SOBRE TECNOLOGIAS MOacuteVEIS 50
QUADRO 09 - LEVANTAMENTO NO BANCO DE TESES DA CAPES
INDICANDO ANO NUacuteMERO TOTAL DE TRABALHOS
PUBLICADOS
55
QUADRO 10 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA EM (NPS) PERMITIDOS
EM AacuteREAS RESIDENCIAIS E ESCOLARES
70
14
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 01 - VOCEcirc POSSUI UM TELEFONE CELULAR 79
GRAacuteFICO 02 - VOCEcirc TRAZ O TELEFONE CELULAR PARA A
ESCOLA
80
GRAacuteFICO 03 - QUANTO TEMPO VOCEcirc USA O TELEFONE CELULAR
AO LONGO DO DIA PARA QUALQUER DE SUAS
FUNCcedilOtildeES
81
GRAacuteFICO 04 - QUAIS AS FUNCcedilOtildeES DO TELEFONE CELULAR QUE
VOCEcirc UTILIZOU NA SALA DE AULA SEM RELACcedilAtildeO
COM A APRENDIZAGEM
82
GRAacuteFICO 05 - NA SALA DE AULA VOCEcirc ALGUMA VEZ JAacute UTILIZOU O
TELEFONE CELULAR PARA AJUDAR NA SUA
APRENDIZAGEM
83
GRAacuteFICO 06 - QUANTO VOCEcirc GASTA EM MEacuteDIA EM CREacuteDITOS POR
MEcircS
84
GRAacuteFICO 07 - VOCEcirc SABIA QUE O REGIMENTO ESCOLAR PROIacuteBE O
USO DO TELEFONE CELULAR NA SALA DE
AULA
85
GRAacuteFICO 08 - VOCEcirc JAacute OUVIU DIZER QUE O TELEFONE CELULAR
PODE TRAZER PROBLEMAS PARA
AUDICcedilAtildeO
86
GRAacuteFICO 09 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS
ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS
QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES
CONECTADOS AO APARELHO CELULAR
103
GRAacuteFICO 10 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO Agrave
POLUICcedilAtildeO SONORA NO ENTORNO DO CEPMAT
125
GRAacuteFICO 11 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES SOBRE OS EFEITOS
DA POLUICcedilAtildeO SONORA EXTERNA AO
CEPMAT
129
70
15
GRAacuteFICO 12 - IMPACTOS CAUSADOS PELOS TRENS CARROS E
OcircNIBUS AOS ESTUDANTES
131
GRAacuteFICO 13 - INCOcircMODOS CAUSADOS POR RUIacuteDOS AOS
ESTUDANTES
133
GRAacuteFICO 14 - INCOcircMDO CAUSADO PELA MUacuteSICA OUVIDA NO FONE
AURICULAR CONECTADO AO APARELHO
CELULAR
138
GRAacuteFICO 15 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO AOS
SINTOMAS DE ESTRESSE DEFLAGRADOS POR
OUVIR MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES LIGADOS
A APARELHOS CELULARES
140
GRAacuteFICO 16 - SINTOMAS DO ESTRESSE E DIFICULDADES DE
CONCENTRACcedilAtildeO NAS AVALIACcedilOtildeES
142
GRAacuteFICO 17 - PERCEPCcedilAtildeO DE ALGUNAS SINTOMAS DE
ESTRESSE
144
GRAacuteFICO 18 - O ESTRESSE DO DIA A DIA E A FELICIDADE DE OUVIR
MUacuteSICA NO CELULAR
147
GRAacuteFICO 19 - PARTICIPACcedilAtildeO DA COMUNIDADE ESCOLAR NA
CONSTRUCcedilAtildeO DO REGIMENTO ESCOLAR
152
16
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 - RESULTADO DO TESTE DE FISCHER PARA
ASSOCIACcedilAtildeO DAS QUESTOtildeES 1 E 2
88
TABELA 02 - RESUTLADO DO TESTE QUI-QUADRADO PARA
ASSOCIACcedilOtildeES DAS QUESTOtildeES 3 E 4
89
TABELA 03 - LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO E
INTERMITENTE
97
TABELA 04 - AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)
ORIUNDOS DO EXTERIOR DO CEPMAT E MEDIDOS NO
INTERIOR
100
TABELA 05 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO
CEPMAT EM SALAS DE AULA
102
17
LISTA DE SIGLAS
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ALL America Latina Logiacutestica ABRAPEC Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisa e Ensino de Ciecircncias CEPMAT Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira CLT Consolidaccedilatildeo das Leis Trabalhistas CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente dB(A) Decibeacuteis EFT Revista Educaccedilatildeo Formaccedilatildeo amp Tecnologias ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa e Educaccedilatildeo em Ciecircncias EPEA Encontro de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental EPEF Encontro de pesquisa e Ensino de Fiacutesica IBAPE Instituto Brasileiro de Alto Desempenho IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IPDA Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo IPPUC Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba ISO Organizaccedilatildeo Internacional para Padronizaccedilatildeo Leq Niacutevel de Ruiacutedo Equivalente Contiacutenuo (dB) MP3 Moving Picture Audio Layer-3 MTb Ministeacuterio do Trabalho NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora NBR Norma Brasileira Regulamentadora NR Norma Regulamentadora OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo PIBID Programa Institucional de Bolsas de Iniciaccedilatildeo agrave Docecircncia PPP Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico PROEJA Programa de Integraccedilatildeo da Educaccedilatildeo Profissional ao Ensino
Meacutedio na Modalidade de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos QPM RFFSA
Quadro Proacuteprio do Magisteacuterio Rede Ferroviaacuteria Federal SA
RVPSC Rede de Viaccedilatildeo Paranaacute Santa Catarina SBF Sociedade Brasileira de Fiacutesica SBO Sociedade Brasileira de Otologia SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciecircncia SEEDPR Secretaria do Estado de Educaccedilatildeo do Paranaacute UFPR Universidade Federal do Paranaacute UFSCAR Universidade Federal de Satildeo Carlos UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a
Cultura UIDEF TCLE TIC
Unidade de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento em Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo da Universidade de Lisboa Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo
TICEDUCA Encontro Internacional de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e Educaccedilatildeo
ZE-E Zona Especial Educacional
18
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 21
1 INCOcircMODOS INCIAIS 25
11 O COLEacuteGIO E AS MUDANCcedilAS NA PAISAGEM URBANA DO BAIRRO AO
LONGO DOS UacuteLTIMOS 50 ANOS 26
12 OS APARELHOS CELULARES E O COLEacuteGIO 31
2 REVISAtildeO DA LITERATURA SOBRE A TEMAacuteTICA POLUICcedilAtildeO SONORA E O USO DO
APARELHO CELULAR 36
21 EPEF ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FIacuteSICA 37
22 ENPEC ndash ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO EM
CIEcircNCIAS 39
23 EPEA ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 41
24 TICEDUCA ndash TECNOLOGIAS E EDUCACcedilAtildeO 42
25 SELECcedilOtildeES DE ARTIGOS NOS EVENTOS 43
26 ARTIGOS RELACIONADOS Agrave POLUICcedilAtildeO SONORA 46
27 ARTIGOS RELACIONADOS COM TECNOLOGIA MOacuteVEL 49
28 PROJETOS QUE UTILIZAM O APARELHO CELULAR COMO FERRAMENTA
DE ENSINO 54
29 RESUMO DAS DISSERTACcedilOtildeES E TESES LOCALIZADAS NO BANCO DE TESES
DA CAPES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 55
210 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 62
3 PERSPECTIVAS CULTURAIS E AS ALTERACcedilOtildeES NAS PERCEPCcedilOtildeES
ESPACcedilO-TEMPORAIS SOBRE SOM E RUIacuteDO 64
31 CULTURAS E IDENTIDADES NA POacuteS-MODERNIDADE 65
32 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA NAS RUAS DO ENTORNO DO COLEacuteGIO 69
33 INTERACcedilOtildeES SOCIAIS TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE ESCOLAR 71
34 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 76
4 O USO DO CELULAR E AS PERCEPCcedilOtildeES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 76
41 CORRELACcedilAtildeO ENTRE QUESTOtildeES 87
42 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO91
5 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA ORIUNDOS DO ENTORNO0020DO CEPMAT E NOS
FONES AURICULARES CONETADOS AOS APARELHOS CELULARES DOS
ESTUDANTES DO ENSINO MEacuteDIO QUANDO OUVEM MUacuteSICA 93
51 SINTOMATOLOGIAS CARACTERIacuteSTICAS DA PAIR 95
52 ORIENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA DO INSTRUMENTO 97
19
521 O Equipamento 97
522 Procedimento 98
53 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)
EMITIDOS PELOS MEIOS DE TRANSPORTES DO ENTORNO DO
CEPMAT 100
54 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)
EMITIDOS NOS FONES AURICULARES CONECTADOS NO APARELHO
CELULAR 102
55 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS 104
56 SINTESE DA SECcedilAtildeO 107
6 POLUICcedilAtildeO SONORA E AS PERCEPCcedilOtildeES DOS ESTUDANTES DE ALGUNS
SINTOMAS DE ESTRESSE 109
61 O CRESCIMENTO DA CIDADE E O AUMENTO DO RUIacuteDO AMBUIENTE 110
62 OS SINTOMAS DE ESTRESSE E A PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES 115
63 ORIENTACcedilOtildeES METODOLOacuteGICAS DO INSTRUMENTO 120
64 PARTICIPANTES 123
65 CONSTITUICcedilAtildeO DOS DADOS 123
66 ANAacuteLISE DE DADOS 124
661 Parte 1 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio 125
6611 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I1 E I2 126
6612 CONSIDERACcedilOtildeES 126
662 Parte 2 Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede
dos estudantes 128
6621 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I3 I4 e I5 130
6622 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I6 I7 e I8 132
6623 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I9 I10 e I11 134
6624 CONSIDERACcedilOtildeES 135
663 Parte 3 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
Conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes 138
6631 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I12 I13 e I14 139
6632 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I15 I16 e I17 141
6633 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I18 I19 e I20 143
6634 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I21 I22 e I23 145
6635 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I24 I25 e I26 148
6636 CONSIDERACcedilOtildeES 148
664 Parte 4 O uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento Escolar 152
6641 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I27 I28 e I29 153
20
6642 CONSIDERACcedilOtildeES 154
67 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 156
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 159
71 APONTAMENTOS OBTIDOS A PARTIR DA ANAacuteLISE DOS DADOS 160
711 A Poluiccedilatildeo Sonora e o entorno do CEPMAT 160
712 O uso do Aparelho Celular 163
713 Poluiccedilatildeo Sonora Gerada pelos Fones auriculares e Autoidentificaccedilatildeo Alguns
Sintomas de Estresse 165
72 ALGUMAS POSSIBILIDADES 168
73 SUGESTOtildeES DE ACcedilOtildeES MITIGATOacuteRIAS DA POLUICcedilAtildeO SONORA PARA O
ENTORNO E O INTERIOR DO CEPMAT 170
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 172
ANEXOS 184
ANEXO I - LEI 106252002 185
ANEXO II - NR 15 ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES INSALUBRES 197
ANEXO III ndash ANAacuteLISE CRIacuteTICA E PARECER SOBRE O ldquoTESTE PARA AUTO
IDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSErdquo 200
ANEXO IV - FOTO DECIBELIacuteMETRO 207
ANEXO V - NBR 10151 208
ANEXO VI - NBR 10152 212
ANEXO VII - NBR133691995 216
ANEXO VIII - PLANTA BAIXA ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT PLANTA BAIXA
ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT 219
ANEXO IX - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO CEPMAT
220
ANEXO X - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE OUVIDO
CONECTADOS AO APARELHO CELULAR 226
APEcircNDICES 232
APEcircNDICE I - PESQUISA SOBRE CELULAR NA ESCOLA 233
APEcircNDICE II - TESTES DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE
ESTRESSE 235
APEcircNDICE III ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 237
21
INTRODUCcedilAtildeO
Esta dissertaccedilatildeo comeccedilou a ser gestada em minha atuaccedilatildeo como professor
de Fiacutesica e Matemaacutetica do Ensino Meacutedio em dois Coleacutegios Puacuteblicos na cidade de
Curitiba Ao longo de minhas atividades na docecircncia percebi aspectos dos coleacutegios
e da sala de aula que comeccedilaram a me trazer alguns incocircmodos perturbaccedilotildees e
acabaram desestabilizando minha zona de conforto Chamaram a atenccedilatildeo de tal
forma que decidi iniciar esta dissertaccedilatildeo explicitando o contexto em que o estudo
sobre poluiccedilatildeo sonora surgiu e os dois recortes que estabeleci Primeiramente
apresento o coleacutegio sua localizaccedilatildeo e a mudanccedila que o bairro sofreu ao longo dos
anos no que se refere agrave paisagem urbana das circunvizinhanccedilas e a problemaacutetica do
ruiacutedo1 das vias e do trem no entorno da escola Estamos inseridos em uma
sociedade que natildeo se difere das demais sociedades ocidentais no que tange aos
problemas urbanos contemporacircneos A escola estaacute imersa em problemas
ambientais causados pelo crescimento desordenado dos centros urbanos A
degradaccedilatildeo ambiental o aumento da violecircncia urbana a pobreza e as dificuldades
relacionadas ao aumento traacutefego motorizado satildeo alguns exemplos (SOUZA 2005)
Para Levi (1990) esses problemas nascem da relaccedilatildeo entre os humanos e a
natureza e da forma como estatildeo sendo apresentados hoje parece natildeo ter soluccedilatildeo
uma vez que retroalimentam uma crise contiacutenua e crescente que eacute social cultural
poliacutetica econocircmica ecoloacutegica etc
A poluiccedilatildeo sonora estaacute entre as vaacuterias manifestaccedilotildees de agressatildeo
socioambiental e traz uma seacuterie de prejuiacutezos agrave sauacutede humana De acordo com Brasil
(2006) alguns sintomas que podem detectar se o organismo estaacute (ou natildeo) sendo
afetado pela poluiccedilatildeo sonora satildeo alteraccedilatildeo da qualidade do sono alteraccedilatildeo da
percepccedilatildeo e da compreensatildeo de fala modificaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca
acompanhada de sudorese diminuiccedilatildeo da capacidade de desempenho de tarefas
1 A Lei Ordinaacuteria Municipal 10625 (CURITIBA 2002) que dispotildee sobre ruiacutedos urbanos define som
ruiacutedo e poluiccedilatildeo sonora como SOM vibraccedilatildeo acuacutestica capaz de provocar sensaccedilotildees auditivas RUIacuteDO som capaz de causar perturbaccedilatildeo ao sossego puacuteblico ou efeitos psicoloacutegicos e fisioloacutegicos negativos em seres humanos e animais POLUICcedilAtildeO SONORA emissatildeo de som ou ruiacutedo que seja direta ou indiretamente ofensivo ou nocivo agrave sauacutede agrave seguranccedila e ao bem-estar da coletividade ou transgrida as disposiccedilotildees fixadas nesta lei A totalidade da lei pode ser vista no Anexo I desta dissertaccedilatildeo
22
psicomotoras reaccedilatildeo muscular contraccedilatildeo do abdocircmen e do estocircmago alteraccedilatildeo da
funccedilatildeo intestinal lesotildees teciduais dos rins e do fiacutegado aumento da produccedilatildeo de
hormocircnios da tireoide e da produccedilatildeo de adrenalina aumento da produccedilatildeo
corticotroacutefica queda da resistecircncia a doenccedilas infecciosas disfunccedilatildeo no sistema
reprodutor contraccedilatildeo dos vasos sanguiacuteneos dilataccedilatildeo das pupilas irritabilidade
ansiedade e insocircnia Considerando tais sintomas delimito o primeiro recorte deste
estudo ao ruiacutedo no entorno do coleacutegio
O segundo recorte eacute intriacutenseco a problemaacutetica cotidiana dos estudantes
relacionada ao volume alto utilizado para ouvir muacutesicas no Aparelho Celular por
meio de fones auriculares Os equipamentos de telefonia Celular invadiram a sala de
aula de forma enviesada natildeo pelas matildeos das autoridades governamentais nem por
iniciativa da escola mas pela via dos proacuteprios estudantes que os levam
desrespeitando inclusive normas internas estabelecidas pelo Projeto Poliacutetico
Pedagoacutegico da instituiccedilatildeo ainda que possamos consideraacute-las anacrocircnicas
Os incocircmodos trazidos em relaccedilatildeo aos sonsruiacutedospoluiccedilatildeo sonora tanto
causada pelos meios de transportes quanto oriundos das muacutesicas ouvidas em fones
auriculares conectados ao Aparelho Celular foram medidos analisados e discutidos
e a estrutura deste trabalho estaacute dividida em sete seccedilotildees a saber
Na primeira seccedilatildeo apresento os incocircmodos iniciais que datildeo o contexto da
pesquisa considerando as mudanccedilas na paisagem urbana ao longo dos uacuteltimos
cinquenta anos resultando em estudos sobre a poluiccedilatildeo sonora do entorno do
Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira - CEPMAT Considero tambeacutem
que o crescimento exponencial do nuacutemero de usuaacuterios de Aparelhos Celulares se
tornou uma questatildeo difiacutecil de ser gerenciada em sala de aula Assim justifico o
problema e estabeleccedilo as questotildees da pesquisa Apresento as lacunas no
conhecimento produzido ateacute entatildeo no que concerne aos problemas de poluiccedilatildeo
sonora sua relaccedilatildeo com o processo de urbanizaccedilatildeo e os usos do Aparelho Celular
para fins natildeo didaacuteticos entatildeo estabeleccedilo os objetivos desta investigaccedilatildeo
Na segunda seccedilatildeo apresento a revisatildeo de literatura sobre o tema Poluiccedilatildeo
Sonora em quatro eventos da aacuterea Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica
(EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias (ENPEC) os
Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os Encontros de
Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) Aleacutem dos quatro eventos
tambeacutem pesquisei no banco de dissertaccedilotildees e teses da CAPES e em projetos que
23
utilizam o Celular como ferramenta de apoio ao ensino Para todos busquei
trabalhos que tivessem as seguintes palavras chaves Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente
Escolar Ruiacutedo e Som publicadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo
Na terceira seccedilatildeo busquei em alguns pensadores explicaccedilotildees sobre as
mudanccedilas que ocorreram na sociedade contemporacircnea e que deram aporte teoacuterico
aos trecircs argumentos propostos nesta dissertaccedilatildeo a saber
Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos
indiviacuteduos com o ambiente foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de
sociedade moderna
Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o
ambiente a partir de outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal
modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e
seus impactos na sauacutede
O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si
modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante
sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo
Na quarta seccedilatildeo relato a investigaccedilatildeo sobre os usos do Aparelho Celular no
ambiente escolar uma vez que os estudantes parecem consumir intensivamente
essa Tecnologia e estatildeo atentos aos uacuteltimos lanccedilamentos de Aparelhos Celulares
existentes no mercado A partir da investigaccedilatildeo analisei e avaliei os usos do Celular
e as percepccedilotildees dos estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora causada pelo uso de fones
auriculares ligados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica respondendo a questatildeo
de pesquisa nuacutemero dois
Na quinta seccedilatildeo respondi a primeira e a terceira questotildees de pesquisa desta
dissertaccedilatildeo Essas questotildees foram construiacutedas em uma sequecircncia loacutegica de
compreensatildeo da informaccedilatildeo no entanto a apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos resultados
foram realizadas a partir da discussatildeo de cada instrumento de coleta de dados
separadamente ou seja o questionaacuterio que investigou o uso do Celular no ambiente
escolar (seraacute apresentado na quarta seccedilatildeo) a afericcedilatildeo dos niacuteveis de pressatildeo sonora
tanto no interior do CEPMAT quanto nos fones auriculares conectados aos
Aparelhos Celulares dos estudantes ao ouvir muacutesicas (seratildeo apresentados na quinta
seccedilatildeo) e o ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo (seraacute
apresentado na sexta seccedilatildeo) Portanto reitero que a apresentaccedilatildeo dos resultados
24
da questatildeo de pesquisa dois foi realizada antes da apresentaccedilatildeo dos resultados da
questatildeo de pesquisa um Esta por sua vez foi respondida a partir dos dados do
mesmo instrumento e seraacute apresentada na quinta seccedilatildeo
Na sexta seccedilatildeo tratei da percepccedilatildeo da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e dos efeitos dessa poluiccedilatildeo na
sauacutede dos estudantes e finalmente das normas estabelecidas no Regimento
Escolar do CEPMAT
Na seacutetima seccedilatildeo fiz consideraccedilotildees sobre esta pesquisa a partir da criaccedilatildeo de
uma matriz de anaacutelise que incluiu os instrumentos utilizados listei perspectivas para
outros (novos) estudos e sugestotildees de accedilotildees mitigatoacuterias para a Poluiccedilatildeo Sonora a
que o CEPMAT estaacute submetido
25
1 INCOcircMODOS INICIAIS
A ideia de pesquisar o tema Poluiccedilatildeo Sonora surgiu em funccedilatildeo de meus
incocircmodos como professor de Fiacutesica no Ensino Meacutedio Durante o periacuteodo que
leciono as aulas satildeo geralmente perturbadas por ruiacutedos externos do traacutefico intenso
de carros ocircnibus caminhotildees trens etc Esses ruiacutedos se acentuam quando satildeo
realizados testes de frenagem e motores para a manutenccedilatildeo das composiccedilotildees
feacuterreas em frente ao coleacutegio
Aleacutem dos ruiacutedos externos percebi que nos uacuteltimos anos houve grande
aumento de estudantes que possuem Aparelhos Celulares e que gostam de ouvir
muacutesica em volume muito acima do esperado assim me questionava qual o niacutevel de
ruiacutedos que estes estudantes estatildeo ouvindo muacutesica Por diversas vezes solicitei
durante as aulas para que os estudantes desligassem ou tirassem os fones
auriculares dos ouvidos e prestassem atenccedilatildeo agraves aulas pois essas atitudes
poderiam prejudicar tanto a concentraccedilatildeo quanto a audiccedilatildeo devido ao volume alto
Assim iniciei alguns estudos isolados sobre o tema Em um deles (COSTA GIOPPO
e CAMARGO 2012) fizeram um levantamento sobre o uso do Celular na escola
Este mostrou que para 94 dos estudantes o Celular eacute levado para a escola como
se fizesse parte do material escolar A funccedilatildeo mais utilizada eacute a comunicaccedilatildeo por
mensagens e natildeo estaacute relacionada com a aprendizagem Poreacutem o que chamou
atenccedilatildeo foi o fato de que os estudantes ouvem muacutesica com fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular vaacuterias horas por dia Desta forma confirmaram
meus incocircmodos iniciais
A partir desse ponto optei por uma linha de pesquisa investigativa com o
intuito de evidenciar a situaccedilatildeo do CEPMAT no tocante a poluiccedilatildeo sonora externa
gerada pelos meios de transportes e interna oriunda dos fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica
Minha impressatildeo inicial eacute que haacute poluiccedilatildeo sonora e que os estudantes natildeo
percebem seus efeitos nem tecircm consciecircncia de que tais efeitos aparecem apoacutes um
certo tempo de exposiccedilatildeo variando de pessoa para pessoa
O excesso de ruiacutedos tanto aqueles gerados pelos meios de transportes
quanto os provenientes dos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica satildeo
26
caracteriacutesticos da sociedade contemporacircnea e por isso satildeo naturalizados
deixando de ser percebidos o que pode trazer prejuiacutezos significativos para a sauacutede
auditiva dos estudantes com destaque para o ambiente escolar que sofre com os
ruiacutedos externos dos meios de transportes e atualmente com os ruiacutedos internos
oriundos dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular Altos Niacuteveis de
Pressatildeo Sonora (NPS) podem prejudicar as condiccedilotildees auditivas e ateacute mesmo
comprometer o desempenho escolar
A poluiccedilatildeo sonora causada pelos meios de transportes natildeo atinge todos os
coleacutegios da mesma forma depende da localizaccedilatildeo da escola e tambeacutem de cada
sala de aula aleacutem de outros fatores mas o uso do Aparelho Celular conectado ao
fone auricular para ouvir muacutesica pode se transformar em um dos maiores problemas
de sauacutede auditiva no Brasil pois segundo a Sociedade Brasileira Otologia (SBO
2012) o volume alto de um fone auricular pode trazer prejuiacutezos permanentes como
surdez precoce
A poluiccedilatildeo sonora pode trazer seacuterios danos agrave sauacutede humana e
sorrateiramente tem invadido o ambiente escolar tornando-se um inimigo sutil e
imperceptiacutevel pois os estudantes estatildeo acostumados com ela Eacute necessaacuterio que
tanto professores quanto estudantes comunidade local e sauacutede puacuteblica levem a
seacuterio os efeitos da poluiccedilatildeo sonora para a sauacutede fiacutesica e mental dos estudantes
minimizando impactos no processo de ensino e de aprendizagem
11 O COLEacuteGIO E AS MUDANCcedilAS NA PAISAGEM URBANA DO BAIRRO AO
LONGO DOS UacuteLTIMOS CINQUENTA ANOS
O Ginaacutesio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira foi criado no ano de
1959 pelo Decreto Estadual nordm 25950 (PARANAacute 1959) para atender ao excesso de
demanda da Escola Estadual Repuacuteblica Oriental do Uruguai Em junho de 1972
foram inauguradas as atuais instalaccedilotildees e um novo Decreto Estadual no 3062
(PARANAacute1977) apud (ZANOTTO 2010 p8) alterou o nome da instituiccedilatildeo para
Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino Fundamental e Meacutedio
A partir de 2005 o coleacutegio passou a ofertar tambeacutem a Educaccedilatildeo Profissional com
27
cursos de Secretariado e Informaacutetica e a Resoluccedilatildeo 7012006 de (PARANAacute 2006)
alterou novamente o nome do Coleacutegio que passou a se chamar Colegio Estadual
Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino Fundamental Meacutedio e Profissional
Depois disso os cursos Teacutecnicos foram ampliados e agora incluem Secretariado
Informaacutetica (Integrado Subsequente e PROEJA) e Administraccedilatildeo
O Coleacutegio localiza-se no Bairro Capatildeo da Imbuia o nome originou-se devido
ao fato de existir nesse lugar um capatildeo ldquoilha de matordquo de formato redondo com
vegetaccedilatildeo mista de gramiacuteneas arbustos e aacutervores isolada no campo em que
predominava a imbuia uma aacutervore tiacutepica da regiatildeo que produz madeira de lei e foi
excessivamente utilizada para a construccedilatildeo de moacuteveis e artefatos de alta resistecircncia
agraves intempeacuteries (ZANOTTO 2010)
O bairro tem uma aacuterea de 115520 hectares e conta atualmente com duas
instituiccedilotildees Estaduais de ensino duas escolas Municipais e o Centro de
Capacitaccedilatildeo Guido viaacuterio E de acordo com o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico o
CEPMAT encontra-se em local privilegiado com excelente acessibilidade
(ZANOTTO 2010)
Na figura 1 vecirc-se o mapa da regiatildeo (A) e a fachada do coleacutegio (B)
1A 1B
FIGURA 1 - (A) MAPA DA REGIAtildeO (B) FACHADA DO COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA FONTES (A) FERNANDES (2012) (B) O AUTOR (2012)
De 1952 para caacute o crescimento exponencial da cidade tornou o acesso ao
centro da cidade raacutepido e faacutecil fazendo com que tal percurso seja realizado em
pouco mais de 10 minutos pois na rua em frente o Coleacutegio estaacute o corredor leste
para os ocircnibus (Figuras 2A e 2B) Neste haacute duas linhas de transporte coletivo que
vecircm da aacuterea metropolitana em direccedilatildeo a regiatildeo central da cidade e a novecentos
28
metros do Coleacutegio encontra-se um terminal de ocircnibus o terminal do Capatildeo da
Imbuia
2A 2B FIGURA 2 - (A) OcircNIBUS BIARTICULADO (B) OcircNIBUS LIGEIRINHO NO CORREDOR LESTE
FONTES (2A) E (2B) O AUTOR (2012)
Dos lados da via expressa onde circulam os ocircnibus haacute tambeacutem mais duas
vias para circulaccedilatildeo de carros motos e caminhotildees somando seis pistas de traacutefego
(Figuras 3A e 3B) Aleacutem disso haacute duas paradas de ocircnibus com embarque e
desembarque haacute menos de 100 metros do Coleacutegio
3A 3B
FIGURA 3 - (3A E 3B) PISTAS EM FRENTE AO COLEacuteGIO COM TRAacuteFEGO INTENSO E CIRCULACcedilAtildeO DE CAMINHOtildeES
FONTES (3A) E (3B) O AUTOR (2012)
O terminal de ocircnibus por sua vez trouxe para a rua e o bairro uma demanda
antes inexistente transformando antigas moradias em pequenos e diferentes
comeacutercios que aumentaram substancialmente o traacutefego na regiatildeo Duas fotos
aeacutereas tiradas em diferentes datas mostram a mudanccedila na paisagem urbana do
bairro (Figura 4A e 4B)
29
4A 4B FIGURA 4 - (A) FOTO AEacuteREA DE 1957 DO BAIRRO (B) FOTO AEacuteREA DE 2008 DO BAIRRO LOCALIZANDO O COLEacuteGIO FONTE (A) IPPUC (1957) (B) IPPUC (2008)
Aleacutem das pistas para carros e ocircnibus haacute tambeacutem uma estrada de ferro por
onde circula boa parte das mercadorias e produccedilatildeo agriacutecola que chegam e saem
dos Portos de Paranaguaacute e Antonina no Paranaacute sendo Paranaguaacute um dos maiores
portos do paiacutes (Figura 5 A e B)
5A 5B FIGURA 5 - (A E B) LINHA FEacuteRREA EM FRENTE AO COLEacuteGIO FONTE O AUTOR (2012)
A estrada de Ferro hoje tem seu principal terminal no Bairro Boqueiratildeo antes
disso o principal era a Estaccedilatildeo Central de Trens no bairro Rebouccedilas hoje
desativado Segundo Melo (2008) neste bairro funcionavam tambeacutem as oficinas de
30
manutenccedilatildeo dos trens da Rede Ferroviaacuteria (RFFSA) ateacute a deacutecada de 1950 mas o
paacutetio jaacute natildeo suportava todo o movimento da estaccedilatildeo e das oficinas entatildeo o nuacutecleo
formado pelos funcionaacuterios que atuavam em diversos setores da carpintaria agrave
relojoaria foi deslocado do Bairro Rebouccedilas para o Cajuru a Vila Ferroviaacuteria
comeccedilou a ser construiacuteda a partir de 1945 no bairro Cajuru e foi chamada de Vila
Novas Oficinas da Rede de Viaccedilatildeo Paranaacute ndash Santa Catarina (RVPSC) Aleacutem da Vila
Ferroviaacuteria o projeto tambeacutem incluiacutea oficinas de locomotivas e vagotildees e oficinas
para veiacuteculos a motor (MELO 2008)
O mesmo autor ressaltou ainda que a mudanccedila do Nuacutecleo foi uma manobra
articulada pelos gestores da cidade de cunho essencialmente poliacutetico cujo objetivo
era manter a imagem de Curitiba criada na deacutecada de 1930 de cidade acolhedora e
civilizada e uma oficina de trem em um bairro central denegria esta imagem
6A 6B FIGURA 6 - (A) VILA OFICINAS NO CAJURU NA DEacuteCADA DE 50 E B) VILA OFICINAS CAJURU NOS DIAS DE HOJE FONTE (A) E (B) NOGUEIRA (2011)
Assim a Vila Novas Oficinas e o Coleacutegio surgiram na mesma eacutepoca e
provavelmente o Coleacutegio eacute resultante da demanda da nova vila que resultou em um
aumento populacional na regiatildeo ao longo dos anos fazendo com que a pacata rua
recebesse intensa circulaccedilatildeo de carros motos ocircnibus e trens em frente ao Coleacutegio
o que gerou inuacutemeros problemas em especial agravequeles vinculados ao aumento da
intensidade de ruiacutedo que se tornou exacerbados nos horaacuterios em que o movimento
aumenta dificultando sobremaneira as aulas que ocorrem nas salas que tecircm janelas
voltadas para a rua
31
O problema do aumento da intensidade do ruiacutedo no entorno do Coleacutegio pode
ser tratado pelo aspecto da poluiccedilatildeo sonora Uma das formas de poluiccedilatildeo ambiental
que vecircm se agravando nas cidades exigindo que pensemos sobre ela e sobre seus
efeitos na qualidade de vida dos cidadatildeos O Coleacutegio natildeo poderia se furtar da
averiguaccedilatildeo da existecircncia dessa poluiccedilatildeo que pode atingir os estudantes O
aumento da intensidade do ruiacutedo neste caso estaacute vinculado ao desenvolvimento
urbano e as mudanccedilas na paisagem da cidade e se constatada a poluiccedilatildeo sonora
entatildeo pode haver consequecircncias para a populaccedilatildeo escolar Portanto a partir do
contexto do coleacutegio da mudanccedila na paisagem urbana do bairro e do aumento
percebido na intensidade do ruiacutedo identifico duas premissas deste estudo
sintetizadas a seguir
Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos
indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade
moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo
espaccedilo-temporal
Os meios de transportes tecircm juntamente com outros aspectos da
modernidade causado alteraccedilatildeo na relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o
ambiente a partir de outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal
modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos a poluiccedilatildeo sonora e
seus impactos na sauacutede
A partir dessas duas premissas estabeleccedilo o primeiro recorte para o estudo
desenvolvido ao longo desta dissertaccedilatildeo o da poluiccedilatildeo sonora oriunda do entorno
do Coleacutegio
12 OS APARELHOS CELULARES E O COLEacuteGIO
Natildeo bastassem os problemas externos relacionados a intensidade de ruiacutedo
dos ocircnibus automoacuteveis dos trens e do proacuteprio Coleacutegio internamente com seus
estudantes sinais apitos palmas e tudo o que faz parte da cultura escolar haacute
tambeacutem outras questotildees que precisam ser consideradas entre elas estaacute o
crescimento exponencial do nuacutemero de usuaacuterios de Aparelhos Celulares que tornou-
se uma questatildeo difiacutecil de ser gerenciada em sala de aula No Coleacutegio haacute cerca de
32
1950 estudantes matriculados nos periacuteodos matutino vespertino e noturno e no
Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico (PPP) consta que a comunidade escolar eacute ampla e de
classe meacutedia a media-baixa ou seja os estudantes satildeo oriundos de classes
trabalhadoras (ZANOTTO 2010)
O uso de Aparelho Celular eacute frequente trazido para o Coleacutegio tendo
transformado o ambiente escolar em um espaccedilo de disputa de poder com
professores desse modo cresce o nuacutemero de estudantes que inserem o Celular
entre seus materiais escolares Por ser moacutevel ele vem deslocando praacuteticas antigas
criando e tecendo novos usos em aprendizagens natildeo formais a que ldquosomos
submetidos desde que nascemosrdquo (OLIVEIRA 2001 p7) No entanto no ensino
formal a situaccedilatildeo eacute diferente pois embora o Aparelho Celular faccedila parte do cotidiano
escolar esta tem apresentado dificuldades para acompanhar e aplicar as
tecnologias do mundo contemporacircneo ao processo de ensino e de aprendizagem
Durante as aulas sinto um grande incocircmodo em relaccedilatildeo ao uso natildeo didaacutetico
dos Aparelhos Celulares pelos estudantes de forma que minha percepccedilatildeo inicial foi
a de que aleacutem de atrapalhar o andamento das atividades o Celular pode exacerbar a
poluiccedilatildeo sonora e talvez causar danos irreversiacuteveis a audiccedilatildeo Ao consultar a
viabilidade do uso de Celulares no interior da escola deparei-me com o PPP que
em seu Preacircmbulo enfatiza a necessidade de um esforccedilo conjunto e vontade
poliacutetica do coletivo escolar para redimensionar accedilotildees no interior da escola com
vistas agrave qualidade de ensino garantia de acesso e permanecircncia com sucesso de
nossos estudantes (ZANOTTO 2010 p 13)
Localizei tambeacutem no Regimento Escolar menccedilatildeo a proibiccedilatildeo relativa ao uso
de componentes eletrocircnicos que natildeo fazem parte do material escolar chamados de
ldquomaterial de natureza estranhardquo pelo Regimento (ZANOTTO 2011 p68-69)
conforme mencionado no Artigo 176
II- eacute vetado ao aluno ocupar-se durante o periacuteodo de aula de atividades contraacuterias ao processo pedagoacutegico IV ndash trazer para o estabelecimento de ensino material de natureza estranha ao estudo helliphellip XIII ndash utilizar-se de aparelho eletrocircnicos na sala de aula que natildeo estejam vinculados ao processo de ensino e aprendizagem
33
O uso frequente do Celular sua presenccedila efetiva no Coleacutegio e a contradiccedilatildeo
da proibiccedilatildeo imposta pelo Regimento Escolar delineiam a terceira e uacuteltima premissa
desta dissertaccedilatildeo
O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si
modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante
sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo
Com esta premissa estabeleccedilo o segundo recorte da problemaacutetica abordada
nesta dissertaccedilatildeo O uso natildeo didaacutetico do Aparelho Celular como fonte de poluiccedilatildeo
sonora no interior do ambiente escolar
Resumindo os problemas ambientais neste Coleacutegio em especiacutefico satildeo de
duas ordens externos ao coleacutegio decorrentes do crescimento urbano do entorno
com consequente intensificaccedilatildeo do traacutefego na frente do Coleacutegio o que levou a um
aumento dos niacuteveis de pressatildeo sonora gerando uma percepccedilatildeo de poluiccedilatildeo sonora
e internos ao coleacutegio a partir de minha dificuldade pessoal de lidar com o uso natildeo
didaacutetico que os estudantes fazem do Aparelho Celular
A partir dos dois recortes iniciais considerei que seria fundamental discutir
aspectos da poluiccedilatildeo sonora externa e interna ao Coleacutegio A ideia de analisar a
existecircncia ou natildeo de sons em alta intensidade capaz de produzir poluiccedilatildeo sonora
me permitiu acima de tudo ter um olhar atento para o crescente universo
tecnoloacutegico que invade a escola
Diante das trecircs premissas expostas nos dois recortes elencados coloco as
seguintes questotildees de pesquisa
1) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriunda do entorno do
CEPMAT
2) ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular
no ambiente escolar
3) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os estudantes do
CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones
auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolar
34
Havendo Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) acima do disposto na Legislaccedilatildeo e
estabelecidos nesta dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora verificar
4) Se e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as
normas e regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo
Sonora
a) oriundas do entorno da escola
b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os
possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles
c) as regras e normas utilizadas no CEPMAT
A partir das respostas as questotildees de pesquisa 1 a 4 elenquei nas
consideraccedilotildees algumas possibilidades didaacuteticas que podem ajudar a perceber e
prevenir a poluiccedilatildeo sonora externa eou aquela oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares
Para responder a primeira e a terceira questatildeo de pesquisa me propus a
aferir os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) (a) Oriundos do entorno do Coleacutegio (b) a
que os estudantes do CEPMAT estatildeo submetidos quando usam fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica
Esses Niacuteveis foram aferidos por um aparelho de mediccedilatildeo de niacuteveis de
pressatildeo sonora (popularmente conhecido como decibeliacutemetro) Usei como
paracircmetros a NR 152 e seus anexos (ABNT 1978) que regulamentam os limites de
toleracircncia a que as pessoas podem ser expostas para Niacuteveis de Pressatildeo Sonoras
Contiacutenuas ou Intermitentes juntamente com a Lei Ordinaacuteria Municipal
106253(CURITIBA 2002) que dispotildee sobre ruiacutedos urbanos e estabelece as Zonas
Sensiacuteveis agrave Ruiacutedo ou Zonas de Silecircncio4
Para responder a segunda questatildeo de pesquisa me propus a (a) Criar
validar e aplicar aos Estudantes do CEPMAT um questionaacuterio fechado para
investigar usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar verificar as primeiras
2 A NR 15 pode ser visualizada no anexo II desta dissertaccedilatildeo 3 A Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 encontra-se no anexo I desta dissertaccedilatildeo conforme
mencionado anteriormente 4Com base nas definiccedilotildees de Ruiacutedo e Poluiccedilatildeo Sonora dispostos na Lei Ordinaacuteria Municipal
106252002 e tambeacutem na definiccedilatildeo de Zonas de Silecircncio disposta na mesma lei estabeleci nesta dissertaccedilatildeo valores limites entre Ruiacutedo e Poluiccedilatildeo Sonora quais sejam seratildeo considerados RUIacuteDOS os valores menores ou iguais a 60 dB(A) e seratildeo considerados POLUICcedilAtildeO SONORA valores maiores ou iguais a 61 dB(A) Embora a ABNT 10152 fixe como niacuteveis de ruiacutedo compatiacuteveis com o conforto acuacutestico para salas de aula e laboratoacuterios entre 40-50 dB(A) e para bibliotecas entre 35-45 dB(A)
35
percepccedilotildees dos estudantes sobre os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva
relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e regras do Regimento
Escolar do Coleacutegio pesquisado
Para responder a quarta e uacuteltima questatildeo de pesquisa me propus a adaptar
de Lautert Chaves e Moura (1999) e aplicar um Teste aos estudantes CEPMAT
que dei o nome de ldquoAutoidentificaccedilatildeo de Alguns Sintomas de Estresserdquo para
investigar (a) as percepccedilotildees dos estudantes sobre a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora
oriunda do entorno do Coleacutegio os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do
Coleacutegio na sauacutede deles (b) as percepccedilotildees dos estudantes sobre a existecircncia de
Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares
e usados no ambiente escolar (c) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares na sauacutede deles (d) o Regimento
Escolar
A partir da afericcedilatildeo dos Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) externo (oriundos do
entorno) e interno (oriundos do Aparelho Celular) ao Coleacutegio dos usos dos
Aparelhos Celulares no ambiente escolar e das percepccedilotildees dos estudantes sobre
Poluiccedilatildeo Sonora comparada aos niacuteveis de auto-estresse detectados nos estudantes
me proponho a considerar algumas possibilidades de uso didaacutetico de Aparelhos
Celulares nos conteuacutedos de Acuacutestica da disciplina de fiacutesica
36
2 REVISAtildeO DA LITERATURA SOBRE A TEMAacuteTICA POLUICcedilAtildeO SONORA E O
USO DO APARELHO CELULAR
Meus incocircmodos iniciais descritos na segunda seccedilatildeo conduziram ao
delineamento da pesquisa com o tema Poluiccedilatildeo Sonora A partir da construccedilatildeo das
questotildees iniciei uma revisatildeo de literatura sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora no ambiente
escolar e oriundo dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular isolada ou
conjuntamente Para tanto selecionei quatro eventos Os Encontros de Pesquisa em
Ensino de Fiacutesica (EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
(ENPEC) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os
Encontros de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) aleacutem de projetos
e do banco de Teses da CAPES
Os Encontros do EPEF ENPEC e EPEA foram selecionados porque publicam
trabalhos de pesquisa em ensino e aprendizagem de conteuacutedos cientiacuteficos tanto na
aacuterea de Fiacutesica (EPEF ENPEC) bem como as demais aacutereas das Ciecircncias Naturais
(ENPEC) assim como em materiais educativos alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica tecnoloacutegica
e abordagens CTS e Ensino de Ciecircncias Tecnologias da Informaccedilatildeo e
Comunicaccedilatildeo e ensino das Ciecircncias Naturais O ENPEC tem tambeacutem uma linha de
trabalhos que vinculam Educaccedilatildeo em Sauacutede e Ensino de Ciecircncias Os Encontros do
EPEA reuacutenem trabalhos de produccedilatildeo cientiacutefica e de pesquisa em Educaccedilatildeo
Ambiental Jaacute os encontros do TICEDUCA publicam pesquisas em Tecnologias de
Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo aplicadas agrave educaccedilatildeo Nesse sentido as quatro
conferecircncias abarcam os recortes que me propus a discutir Os eventos de Ensino
de Ciecircncias Fiacutesica de Educaccedilatildeo Ambiental e de Tecnologia trazem pesquisas
recentes sobre o tema e podem pontuar os novos interesses e lacunas na aacuterea
aleacutem disso muitos artigos publicados nos eventos passam para as revistas
cientiacuteficas com poucas alteraccedilotildees por esse motivo considerei desnecessaacuterio incluir
tambeacutem pesquisas em revistas dessas aacutereas
A seguir faccedilo uma breve caracterizaccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo de cada evento
para em seguida discorrer sobre a forma de seleccedilatildeo dos artigos publicados
37
21 EPEF ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FIacuteSICA
Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica satildeo organizados pela SBF e
ocorrem a cada dois anos desde 1986 O principal objetivo desses encontros eacute ter
um foacuterum especiacutefico para a discussatildeo da pesquisa stricto sensu visando agrave aumentar
compreensotildees de problemas relacionados ao Ensino de Fiacutesica e abrir caminhos
para soluccedilotildees alternativas similarmente a outros encontros de aacutereas da Fiacutesica
(NARDI 1990)
Antes dos EPEF jaacute havia no Brasil os Simpoacutesios Nacionais de Ensino de
Fiacutesica que surgiram em 1970 e eram focados em relatos de experiecircncias didaacuteticas
descriccedilatildeo de produccedilatildeo e uso de equipamentos didaacuteticos Mas os fiacutesicos que se
dedicavam a pesquisa em ensino buscaram outros espaccedilos para discussatildeo de seus
projetos de pesquisa no sentido stricto
Nos EPEF grupos de pesquisadores com produccedilatildeo acadecircmica sobre ensino e
aprendizagem de Fiacutesica no Brasil divulgam suas pesquisas Esses pesquisadores
muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela organizaccedilatildeo e ediccedilatildeo de revistas criaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo de eventos Eles tambeacutem elaboram e levam agrave cabo projetos e
ministram cursos de formaccedilatildeo continuada e cursos de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu e
strictu sensu em Educaccedilatildeo em Ciecircncias atuando em instituiccedilotildees de educaccedilatildeo
baacutesica e superior no paiacutes e orientam dissertaccedilotildees e teses e procurando ateacute mesmo
reconstituir os caminhos percorridos no estabelecimento da aacuterea de Ensino de
Fiacutesica
Nas treze ediccedilotildees do EPEF ao longo desses vinte e seis anos foram
encontradas 896 comunicaccedilotildees orais e 385 pocircsteres totalizando 1281 trabalhos e
desses apenas um artigo seraacute analisado no item 25 deste capiacutetulo Um resumo dos
diversos EPEF realizados ateacute o momento pode ser observado no quadro 1
38
QUADRO 1 - EPEF REALIZADOS DE 1986 ATEacute 2012
FONTE O AUTOR (2014)
EPEF LOCAL PERIODO PART COM ORAL POSTERES
ART LOC
APOIOS
I Curitiba 21 - 254
1986
30 12 Natildeo informado
00 CAESCNPq FAPESPFAPERJ
II Satildeo Paulo 17 - 229
1988 50 50 Natildeo informado
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
III Porto Alegre 3110 - 0411
1990 80 13 32
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
IV Florianoacutepolis 26 - 2805
1994 130 94 36
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
V Aacuteguas de Lindoacuteia 02 - 609
1996 112 Natildeo localizado Natildeo localizado
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
VI Florianoacutepolis 26 - 3010
1998 141 93 35
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
VII Florianoacutepolis 27 - 3103
2000 194 105 56
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
VIII Aacuteguas de Lindoacuteia 05 - 806
2002 150 78 36
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
IX Jaboticatuba 26 - 2910
2004 247 84 42
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
X Londrina 15 - 1908
2006 140 68 25
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
XI Curitiba 21 - 2410
2008 181 123 36
01
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
XII Aacuteguas de Lindoacuteia 24 - 2810
2010 166 90 32
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
XIII Foz do Iguaccedilu 07 - 1006
2012 340 136 55
00
CAESCNPq FAPESPFAPERJ
TOTAL - - 1951 946 385
01 -
39
22 ENPEC ndash ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO EM
CIEcircNCIAS
Os Encontros Nacionais de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias satildeo
organizados pela Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
(ABRAPEC) De acordo com o siacutetio eletrocircnico essa eacute uma associaccedilatildeo de caraacuteter
cientiacutefico educacional fundada em 29 de novembro de 1997 cuja finalidade eacute a
promoccedilatildeo divulgaccedilatildeo e socializaccedilatildeo da pesquisa por meio da realizaccedilatildeo de
encontros de pesquisa e de escolas de formaccedilatildeo de pesquisadores em Educaccedilatildeo
em Ciecircncias junto a entidades nacionais e internacionais de educaccedilatildeo pesquisa e
fomento
As primeiras discussotildees para a criaccedilatildeo de uma associaccedilatildeo de pesquisa em
Educaccedilatildeo em Ciecircncias ocorreram apoacutes o I Encontro Nacional de Pesquisa em
Educaccedilatildeo em Ciecircncias o ENPEC realizado em Aacuteguas de Lindoacuteia-SP em novembro
de 1997 Dois anos depois durante o II ENPEC realizado em Valinhos-SP
constituiu-se a associaccedilatildeo que permanece realizando encontros bianuais Aleacutem dos
encontros a ABRAPEC publica artigos de pesquisa os quais envolvem a educaccedilatildeo
em Ciecircncias na Revista Brasileira de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
Nas nove ediccedilotildees do ENPEC apresentaram-se 3225 Comunicaccedilotildees orais e
2108 pocircsteres perfazendo um total de 5333 trabalhos sendo que destes apenas
quatro trabalhos foram localizados conforme abordarei mais adiante no item 26
deste capiacutetulo
Um resumo dos diversos ENPEC realizados ateacute o momento pode ser
observado no quadro 2
40
ENPEC LOCAL PERIacuteODO PARTIC COM ORAL POcircSTERES
ART LOC
APOIOS
I Aacuteguas de Lindoacuteia 27 - 2909
1997 135 15 106
00
Natildeo informado
II Valinhos 01 - 0409
1999 171 22 106
00
Natildeo informado
III Atibaia 07 - 1011
2001 234 123 110
00
CNPqFUNDESP UNESPBAURU
IV Bauru 25 - 2911
2003 500 192 259
00
CNPqFUNDESP UNESPBAURU
V Bauru 2911 - 0312
2005 739 378 360
01
CNPqFUNDESP UNESPBAURU
VI Florianoacutepolis 2911 - 0212
2007 768 405 264
02
CNPqCAPES
VII Florianoacutepolis 08 - 1311
2009 723 382 341
00
CNPqCAPES
VIII Campinas 05 - 0911
2011 1253 736 462
00
CNPqCAPES
IX Aacuteguas de Lindoacuteia 10 - 1311
2013 1200 972 100
01
CNPqCAPES LAPEQUFRJ
TOTAL - - 5723 3225 2108
04 -
QUADRO 2 - ENPEC REALIZADOS DE 1997 ATEacute 2013 FONTE O AUTOR (2014)
41
23 EPEA ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
O EPEA foi constituiacutedo a partir de um programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo e de um
grupo de pesquisa o Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos
Naturais e Educaccedilatildeo da UFSCar e o Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciecircncias e
Educaccedilatildeo Ambiental do Laboratoacuterio Interdisciplinar de Formaccedilatildeo do Educador da
Faculdade de Filosofia Ciecircncias e Letras de Ribeiratildeo PretoUSP O programa e o
grupo de pesquisa organizam Encontros bianuais de Pesquisa em Educaccedilatildeo
Ambiental (EPEAs) para reunir trabalhos de produccedilatildeo cientiacutefica e de pesquisa em
Educaccedilatildeo Ambiental
Um resumo dos diversos EPEA realizados ateacute o momento pode ser
observado no quadro 3 a seguir
EPEA LOCAL PERIODO PARTIC COM
ORAL
POSTERES ART
LOC APOIOS
I Rio Claro 04 - 07092001 Natildeo
informado 76
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
II Rio Claro 27 - 30072003 Natildeo
informado 72
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
III Rio Claro 10 - 13072005 Natildeo
informado 73
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
IV Rio Claro 12 - 15072007 Natildeo
informado 87
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
V Satildeo
Carlos
3011 -
02122009
Natildeo
informado 89
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
VI Ribeiratildeo
Preto 04 - 07092011
Natildeo
informado 88
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
VII Rio Claro 07 - 10072013 Natildeo
informado 112
Natildeo
informado 00
CAPES
FAPESP
TOTAL - - - 597 - 00 -
QUADRO 3 - EPEAS REALIZADOS DE 2001 A 2013
FONTE O AUTOR (2014)
Considerando as sete ediccedilotildees dos EPEA foram apresentadas 597 trabalhos
oriundos de 22 unidades federativas incluindo o Distrito Federal natildeo houve
nenhum trabalho apresentado com o tema da poluiccedilatildeo sonora confirmando que o
tema natildeo foi discutido mas que merece atenccedilatildeo dos pesquisadores pois problemas
ambientais aliados agrave reflexatildeo sobre as relaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas sociais e
culturais que envolvem de modo integrado os humanos e os demais componentes
42
da natureza estatildeo cada vez mais presentes nos diferentes encontros internacionais
e nacionais sobre o meio ambiente (RINK MEGID NETO 2009)
24 TICEDUCA - TECNOLOGIAS E EDUCACcedilAtildeO
O I TICEDUCA ndash I Encontro Internacional de Tecnologia de Informaccedilatildeo e
Comunicaccedilatildeo (TIC) e Educaccedilatildeo foi uma iniciativa do Instituto de Educaccedilatildeo da
Universidade de Lisboa em articulaccedilatildeo com a Revista Educaccedilatildeo Formaccedilatildeo amp
Tecnologias e com a Unidade de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento em Educaccedilatildeo e
Formaccedilatildeo da Universidade de Lisboa
O evento foi constituiacutedo por um grupo de pesquisadores da Universidade de
Lisboa que entendeu que as questotildees relacionadas agraves TIC ganharam pertinecircncia e
atenccedilatildeo porque podem ser integradas nas atividades de estudantes e professores
importando conhecer como satildeo usadas O TICEDUCA se propocircs a trazer para o
centro das discussotildees a reflexatildeo sobre o potencial que eacute atribuiacutedo agraves tecnologias de
informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo fator de inovaccedilatildeo e mudanccedila da escola (COSTA 2010
piii)
Portanto tendo como ponto de partida trabalhos de diferentes realidades
locais nacionais e internacionais os Encontros Internacionais de TIC e Educaccedilatildeo
assumem como principais objetivos
Proporcionar um espaccedilo para divulgaccedilatildeo de praacuteticas inovadoras nas escolas e em contextos de formaccedilatildeo e aprendizagem
Analisar a investigaccedilatildeo na aacuterea
Discutir trabalhos em desenvolvimento e a utilizaccedilatildeo criativa e inovadora das TIC
Refletir sobre os modos mais adequados para documentaccedilatildeo comunicaccedilatildeo e disseminaccedilatildeo destas praacuteticas
Propiciar praacuteticas de identificaccedilatildeo intervenccedilatildeo e investigaccedilatildeo como contribuiccedilatildeo para plena utilizaccedilatildeo dos recursos digitais disponiacuteveis dentro e fora da escola (COSTA 2010 piii)
Os TICEDUCA satildeo direcionados a investigadores professores educadores e
outros profissionais ligados agrave formaccedilatildeo e ao ensino e aprendizagem com as TIC
Satildeo espaccedilos de encontro destinados tambeacutem as empresas relacionadas com a
produccedilatildeo de conteuacutedos ou com outros processos de suporte agrave aprendizagem e agrave
formaccedilatildeo (COSTA 2010)
43
Um resumo dos congressos TICEDUCA realizados ateacute o momento pode ser
observado no quadro 4 a seguir
TICEDUCA
LOCAL PERIODO PART COM ORAL
POST ART LOC
APOIOS
I Portugal Lisboa
18 - 20112010 392 97 44
01
Microsoft iTEC WEQDA Optimus CETI
II Portugal Lisboa
3011 - 212 2012 346 249 36
06
Microsoft iTEC WEQDA Optimus CETI
TOTAL - - 738 346 80 07 -
QUADRO 4 - TICEDUCA REALIZADOS DE 2010 ATEacute 2012 FONTE O AUTOR (2014)
Considerando as duas ediccedilotildees do evento e os 426 trabalhos apresentados
entre comunicaccedilotildees orais localizei sete artigos que mencionaram os Aparelhos
Celulares conforme abordarei no item a seguir
25 SELECcedilOtildeES DE ARTIGOS NOS EVENTOS
Com intuito de selecionar artigos publicados nas diversas ediccedilotildees desses
eventos busquei em acervos pessoais de vaacuterios pesquisadores e em diversas
instituiccedilotildees na forma de CD-ROM ou materiais impressos com as atas Eacute importante
notar que os siacutetios eletrocircnicos dos eventos natildeo tecircm todas as ediccedilotildees
disponibilizadas o que dificulta sobremaneira a pesquisa pois poucas atas estatildeo
disponiacuteveis na internet
Apoacutes localizar todas as atas iniciei a busca pelos artigos procedendo da
seguinte forma fiz uma leitura flutuante dos tiacutetulos dos artigos para selecionar as
palavras-chave dos trabalhos apresentados na forma de comunicaccedilatildeo oral e paineacuteis
A palavra-chave selecionada para uma primeira leitura flutuante do artigo em si foi a
seguinte poluiccedilatildeo sonora no ambiente escolar
Como a seleccedilatildeo desse material foi feita de forma abrangente sempre que
algum tiacutetulo gerasse duacutevidas sobre o conteuacutedo e as palavras-chave natildeo fossem
reconhecidas passei a ler os resumos dos trabalhos e quando o material tratava da
44
temaacutetica Poluiccedilatildeo Sonora acessei o documento completo para ter certeza do
assunto tratado Por fim restou o seguinte Um artigo do EPEF quatro artigos do
ENPEC nenhum artigo do EPEA sete artigos TICEDUCA conforme o quadro 5
EPEF ENPEC EPEA TICEDUCA
ANO
Ed
TRAB APRES
ART LOC
Ed
TRAB APRES
ART LOC
Ed
TRAB APRES
ART LOC
Ed
TRAB APRES
ART LOC
1986 I 12 00
1988 II 50
00
1990 III 45 00
1994 IV 130 00 1996 V Natildeo
Loc 00
1997 I 121 00
1998 VI 128 00
1999 II 131 00
2000 VII 161 00
2001 III 233 00 I 76 00
2002 VIII 114 00
2003 IV 451 00 II 72 00
2004 IX 126 00
2005 V 738 01 III 73 00
2006 X 93 00
2007 VI 669 02 IV 87 00
2008 XI 159 01
2009 VII 723 00 V 89 00
2010 XII 122 00 I 141 01
2011 VIII 1198 00 VI 88 00
2012 XIII 191 00 II 285 06
2013 IX 1072 01 VII 112 00
TOTAL
13 1281 01 09 5333 04 07 597 00 02 426 07
QUADRO 5 - LEVAMENTO DAS DIVERSAS EDICcedilOtildeES DOS EPEF ENPEC EPEA E TICEDUCA NO PERIODO DE 1986 A 2013 FONTE O AUTOR (2014)
Dos 7637 trabalhos publicados em 31 ediccedilotildees dos quatro eventos desde 1986
ateacute 2013 (vinte e sete anos) localizei apenas 12 trabalhos com os temas da poluiccedilatildeo
sonora e do Aparelho Celular ou seja apenas 014 do total
45
Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica (EPEF) e em Educaccedilatildeo em
Ciecircncias (ENPEC) satildeo dois eventos de grande importacircncia na pesquisa da aacuterea no
Brasil e apenas cinco trabalhos foram localizados nesses dois eventos sendo que
em um deles meus orientadores e eu somos autores
No TICEDUCA o foco central eacute o uso da tecnologia na Educaccedilatildeo Por isso os
trabalhos localizados referiam-se especialmente ao uso do Celular como ferramenta
de ensino e natildeo a poluiccedilatildeo sonora Ainda assim apenas sete trabalhos foram
localizados
No entanto a maior surpresa foi natildeo ter localizado no EPEA nenhum trabalho
sobre poluiccedilatildeo sonora esta natildeo parece ter sido uma preocupaccedilatildeo dos
pesquisadores da aacuterea ambiental mesmo que o problema da poluiccedilatildeo sonora tatildeo
presente na sociedade contemporacircnea ou seja cada vez mais significativo na vida
das pessoas especialmente para sauacutede dos estudantes Nesse sentido a revisatildeo da
literatura mostra a lacuna existente em estudos com essa temaacutetica corroborando
com a necessidade de avanccedilos
Um resumo dos eventos e nuacutemero de artigos selecionados em cada evento
foi sistematizado no quadro 6
Nordm TRABALHOS PUBLICADOS
Nordm DE EDICcedilOtildeES Nordm DE TRABALHOS LOCALIZADOS
EPEF 1281 13 01
ENPEC 5333 09 04
EPEA 597 07 00
TICEDUCA 426 02 07 TOTAL 7637 31 12
QUADRO 6 - RESUMO DOS EVENTOS REALIZADOS DE 1986 A 2013 FONTE O AUTOR (2014)
A partir desse levantamento preliminar passo a anaacutelise dos artigos
encontrados Esta anaacutelise foi dividida em dois grupos a saber artigos relacionados
agrave poluiccedilatildeo sonora e artigos relacionados ao uso do Aparelho Celular em atividades
educativas Tendo em vista que a proposta desta dissertaccedilatildeo eacute a interface entre os
dois temas a anaacutelise dos artigos nos eventos foi realizada com o intuito de localizar
pesquisas na aacuterea que pudessem subsidiar aspectos de aprofundamento teoacuterico e
metodoloacutegico para o meu estudo
26 ARTIGOS RELACIONADOS Agrave POLUICcedilAtildeO SONORA
46
Um conjunto de cinco artigos foi localizado neste Grupo Temaacutetico Os artigos
foram publicados ente 2005 e 2013 sendo quatro deles no ENPEC (um na Vordf
ediccedilatildeo dois na VIordf e um na IXordf) e somente um artigo foi localizado no EPEF
publicado em 2008 na XIordf ediccedilatildeo Interessante observar que dos cinco artigos trecircs
satildeo dos mesmos autores O que reduz significativamente a abrangecircncia de
pesquisadores interessados no tema e nos permite concluir que este foi o tema de
uma dissertaccedilatildeo de mestrado ou tese de doutorado assim orientador e orientada
fatiaram a pesquisa em vaacuterios pedaccedilos apresentados separadamente O quarto
artigo eacute de minha autoria com os orientadores Um resumo dos artigos localizados
neste grupo temaacutetico encontra-se no Quadro 7
ANO TITULO DO ARTIGO NOME DOS AUTORES
PALAVRA-CHAVE
EVENTO
2005 Poluiccedilatildeo sonora na fiacutesica do ensino meacutedio construindo uma proposta
Souza Silva Garavelli Maroja Ricardo
Poluiccedilatildeo Sonora
V ENPEC
2007(a) Fiacutesica para uma sauacutede auditiva Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora
VI ENPEC
2007(b) Educaccedilatildeo para uma discriminaccedilatildeo auditiva
Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora
VI ENPEC
2008 Fiacutesica e Poluiccedilatildeo Sonora Uma proposta de dinacircmica do perfil conceitual
Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora
XI EPEF
2013 Uso do Aparelho Celular por estudantes do ensino meacutedio para ouvir muacutesica um prazer perigoso
Costa Gioppo Camargo
Poluiccedilatildeo Sonora
IX ENPEC
QUADRO 7 - ARTIGOS SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA FONTE O AUTOR (2013)
A poluiccedilatildeo sonora pode ser estudada pelo aspecto do mal-estar causado pelo
excesso de ruiacutedos ou pela forma como afeta a sauacutede humana fiacutesica ou psicoloacutegica
foi essa a abordagem dos artigos localizados a partir da palavra-chave Poluiccedilatildeo
Sonora Em seguida passo a descrever tais artigos
O objetivo da pesquisa de Souza et al (2005) foi produzir uma reflexatildeo que
transformasse os conhecimentos fiacutesicos apreendidos por licenciandos em
conhecimentos escolares ao longo de uma disciplina de Estaacutegio Supervisionado A
pesquisa teve trecircs etapas na primeira os autores aplicaram um questionaacuterio aberto
a alunos do Ensino Meacutedio para verificar que conhecimentos aqueles alunos
possuiacuteam a respeito da Poluiccedilatildeo Sonora O intuito era relacionar conhecimentos
fiacutesicos do tema com o cotidiano Com as informaccedilotildees obtidas no questionaacuterio
desenvolveram uma sequencia didaacutetica com dez aulas
47
A sequecircncia didaacutetica incluiu aspectos histoacutericos do tema desde o processo de
industrializaccedilatildeo e crescimento cientiacutefico e tecnoloacutegico do final do seacuteculo XIX ateacute o
uso abusivo de aparatos tecnoloacutegicos Os autores trataram do tema a partir de um
enfoque interdisciplinar incluindo conteuacutedos da Fiacutesica e anaacutelises de notiacutecias de
jornal enfatizaram tambeacutem o papel do professor-pesquisador e reflexivo Apoacutes a
reelaboraccedilatildeo da sequecircncia didaacutetica aplicaram-na a uma classe do Ensino Meacutedio e
coletaram registros escritos e trabalhos dos estudantes
As conclusotildees mostraram que transformar um saber cientiacutefico em um saber a
ser ensinado eacute uma tarefa muito difiacutecil mas o conteuacutedo de ondas sonoras
relacionado ao da poluiccedilatildeo sonora eacute importante no processo de produccedilatildeo do
conhecimento escolar e que os professores precisam criar estrateacutegias que
relacionem conhecimentos e saberes teacutecnicos e cientiacuteficos a outros saberes como
os do cotidiano relacionando-os agrave cultura vivencial dos estudantes
Em trecircs trabalhos publicados Bastos e Mattos (2007a 2007b 2008)
mostraram que a partir de enfoques interdisciplinares os conhecimentos da fiacutesica
sobre Poluiccedilatildeo Sonora podem contribuir com a Educaccedilatildeo em Sauacutede para promover
uma vida mais saudaacutevel
Destacaram que aproximaccedilotildees entre toacutepicos da Fiacutesica e da Fonoaudiologia
podem auxiliar na discussatildeo de aspectos da sauacutede auditiva Isso porque os
estudantes expotildeem sua orelha interna5 - sem consciecircncia dos perigos para a
audiccedilatildeo- a alta intensidade sonora disponiacutevel em equipamentos de som portaacuteteis
(MP3 MP4 ipod walkman etc) frequentemente utilizados na sala de aula
Os autores fundamentaram sua pesquisa nos conceitos de perfil conceitual e
interdisciplinaridade Para eles eacute necessaacuterio buscar interdependecircncias entre
diversas aacutereas de conhecimento para abordar problemas da realidade relevantes
para os alunos sem separaacute-los do contexto em que surgem Isso ajudaria os
estudantes a enfrentar problemas do mundo em que vivem o que pode se dar por
meio da complexificaccedilatildeo do conhecimento do cotidiano
Desta forma identificaram quatro hipoacuteteses de integraccedilatildeo do conhecimento
cotidiano 1ordm) hipoacutetese da compatibilidade 2ordm) hipoacutetese da substituiccedilatildeo 3ordm) hipoacutetese
da independecircncia ndash coexistecircncia 4ordm) hipoacutetese da integraccedilatildeo ndash enriquecimento do
conhecimento cotidiano No trabalho Bastos e Mattos (2007a) adotaram a quarta
5 A nova nomenclatura anatocircmica substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo no entanto no Protocolo (BRASIL 2006) os dois termos aparecem com o mesmo significado
48
hipoacutetese a ldquoda integraccedilatildeordquo enriquecimento do conhecimento cotidiano que se refere
agrave transformaccedilatildeo dos conhecimentos que datildeo suporte ao conhecimento escolar
Nesse sentido construiacuteram e aplicaram atividades curtas de multi-abordagem e
delineadas em trecircs etapas exploraccedilatildeo introduccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de conceitos
Os pesquisadores investigaram os conceitos preacutevios de Poluiccedilatildeo Sonora de
236 estudantes de uma escola puacuteblica do Ensino Meacutedio no ano de 2005 para
delimitar os objetivos da pesquisa Para tanto utilizaram um questionaacuterio e uma
representaccedilatildeo imageacutetica acompanhada de sua respectiva descriccedilatildeo
Em 2006 aplicaram as atividades multi-abordagem em 166 estudantes de
quatro turmas do Ensino Meacutedio e tiveram resultados favoraacuteveis
Em 2007 elaboraram um novo questionaacuterio e o aplicaram a 86 estudantes
para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos desenvolvido nas atividades e se
esses passaram a ter algum significado na vida deles
Os pesquisadores concluiacuteram que do ponto de vista do modelo proposto os
estudantes alteraram o perfil conceitual anterior enriquecendo seus criteacuterios de
julgamento com relaccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora Essa tomada de consciecircncia trouxe aos
estudantes a possibilidade de discernir o que eacute audiologicamente saudaacutevel
aplicando os conteuacutedos escolares sem deixar de lado os criteacuterios esteacuteticos e
emocionais que jaacute faziam parte da vida daquelas pessoas
Costa Camargo e Gioppo (2013) pesquisaram os niacuteveis de decibeacuteis a que os
estudantes se expotildeem quando ouvem muacutesicas pelo Aparelho Celular o que pode
trazer prejuiacutezos agrave sauacutede auditiva Os autores buscaram situaccedilotildees contextualizadas
para ensinar fiacutesica relacionando-a com a Educaccedilatildeo para Sauacutede e a Tecnologia para
tanto conciliaram concepccedilotildees sobre poluiccedilatildeo sonora (usando conceitos de acuacutestica)
vinculada ao uso de fones auriculares ligados aos Aparelho Celular
Um questionaacuterio foi aplicado para diagnosticar concepccedilotildees preacutevias em
estudantes do Ensino Meacutedio De posse dos resultados elaboraram quatro atividades
com foco na poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares conectados a Aparelhos
Celulares para escutar muacutesicas e discutiram com os estudantes os efeitos na sauacutede
auditiva
Concluiacuteram que os estudantes ouvem as muacutesicas em volume muito acima
das normas recomendadas Nas atividades contextualizadas concluiacuteram que houve
apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos de ondas sonoras mas perceberam que uma uacutenica
49
sequecircncia didaacutetica natildeo foi suficiente para provocar mudanccedilas de haacutebito entre os
estudantes
Os autores ressaltaram que o Celular pode ser melhor aproveitado no
processo ensino e de aprendizagem atuando como agente motivador dos
estudantes mas eacute importante que se faccedila um uso criacutetico dessa tecnologia e ao
mesmo tempo amplie as relaccedilotildees possiacuteveis com os conteuacutedos como por exemplo
mostrando interfaces com a sauacutede auditiva
27 ARTIGOS RELACIONADOS COM TECNOLOGIA MOacuteVEL
Um conjunto de sete artigos foi localizado na temaacutetica equipamentos
Celulares em atividades educativas Os artigos foram encontrados na Iordf e IIordf ediccedilotildees
do TICEDUCA e na IXordf ediccedilatildeo do ENPEC Artigos relacionados ao uso de Aparelhos
Celulares em atividades educativas
50
ANO TITULO DO ARTIGO NOME DOS
AUTORES
PALAVRA-CHAVE
EVENTO
2010 Enquadramento teoacuterico para a integraccedilatildeo de tecnologias moacuteveis em contexto educativo
Moura e Carvalho
Telemoacutevel6 I TICEDUCA
2012 As tecnologias moacuteveis no ensino da multimeacutedia
Raminhos Ferreira Pereira e Correia
Mobile Learning aprendizagem moacutevel
II TICEDUCA
2012 As tecnologias moacuteveis no processo de ensino e aprendizagem da liacutengua inglesa um estudo exploratoacuterio no cienfic
Lobato e Pedro
Dispositivos moacuteveis no ensino e na aprendizagem
II TICEDUCA
2012 O uso de dispositivos moacuteveis durante a aula analise de um recorte da realidade de universidades puacuteblicas do Brasil
Santos Duram e Burnham
Dispositivos Moacuteveis
II TICEDUCA
2012 O Celular e o ensino de ondas na escola uma proposta preliminar
Costa Gioppo Camargo
Aparelho Celular
II TICEDUCA
2012 Uso de dispositivos moacuteveis em sala de aula uma revisatildeo bibliograacutefica
Santos Duram Burnham
Tecnologias Moacuteveis
II TICEDUCA
2012 Tecnologias Moacuteveis com conexatildeo sem fio na Escola e a Organizaccedilatildeo do Trabalho Pedagoacutegico
Santos Almeida Borges Jesus
Tecnologias Moacuteveis
II TICEDUCA
QUADRO 8 - ARTIGOS SOBRE TECNOLOGIAS MOacuteVEIS FONTE O AUTOR 2014
Moura e Carvalho (2010) avaliaram como os estudantes aprendem em
atividades com suporte de tecnologias moacuteveis visando agrave melhoria do processo de
ensino e de aprendizagem ou como essas tecnologias podem promover o sucesso
educativo Para as pesquisadoras os dispositivos moacuteveis que andam nos bolsos dos
estudantes podem fazer parte das praacuteticas pedagoacutegicas substituindo as poliacuteticas de
proibiccedilatildeo por ter tamanho reduzido esses dispositivos podem ser levados para
diferentes locais promovendo a interaccedilatildeo social a troca de dados e a colaboraccedilatildeo
com outros utilizadores
A pesquisa das autoras foi fundamentada no paradigma educacional mobile
learning (m-learning) que eacute a conjugaccedilatildeo de um estudante atuante a um artefato
moacutevel usado como ferramenta de apoio ao ensino mediado pela accedilatildeo pedagoacutegica
que de forma interativa leva agrave interiorizaccedilatildeo de conhecimentos novos ressignificando
o uso do Celular e exploraram experiecircncias de integraccedilatildeo no ambiente escolar (m-
learning) e investigaram a forma de apropriaccedilatildeo de conteuacutedos pelos estudantes que
6 Em Portugal o Aparelho Celular eacute chamado de telemoacutevel e o TICEDUCA eacute um evento que ocorre
laacute portanto esta palavra chave foi inserida na busca
51
usaram o Celular para completar tarefas escolares e de apoio aos estudos De
acordo com os dados recolhidos os Aparelhos Celulares impactaram a
aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo no envolvimento dos
alunos em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de opiniatildeo sobre a escola e os
estudos Tambeacutem as autoras perceberam que os Aparelhos Celulares podem ser
integrados em diferentes atividades de aprendizagem podendo vir a ser fonte de
motivaccedilatildeo dos alunos pela escola e no processo de ensino e de aprendizagem
Raminhos et al (2012) revisaram a literatura referente a importacircncia das
tecnologias moacuteveis (Celulares e outros equipamentos) no ensino e na
aprendizagem para explorar o conceito de Moacutebile Learning e identificar sua
utilizaccedilatildeo na educaccedilatildeo e localizaram 39 artigos Apoacutes anaacutelise dos artigos
elaboraram uma intervenccedilatildeo didaacutetica para estudantes de um curso profissionalizante
para investigar como as tecnologias moacuteveis podem apoiar a aprendizagem
Na intervenccedilatildeo didaacutetica os pesquisadores perceberam que existem duas
visotildees na utilizaccedilatildeo do m-learning a visatildeo do ensino protagonizado pelo professor e
a visatildeo da aprendizagem cujo alvo seraacute o estudante que mostra grande interesse
em utilizar o m-learning como ferramenta de estudo
Na conclusatildeo os autores deixam evidente que Mobile Learning natildeo resolve os
problemas de ensino e aprendizagem contudo concluiacuteram que o levantamento
bibliograacutefico sobre o tema pode contribuir para investigaccedilotildees futuras Reiteraram que
m-learning eacute interessante para a educaccedilatildeo e que outros autores pesquisados por
eles concordam que eacute uma opccedilatildeo a mais para entusiasmar envolver e compreender
a aprendizagem dos estudantes atuais
Lobato e Pedro (2012) trataram de dificuldades educativas percebidas por
formandos de um centro de formaccedilatildeo profissional esses foram expostos agraves
dinacircmicas da sala de aula e a meacutetodos de ensino diferenciados A ideia era
desenvolver conceitos usando estrateacutegias motivadoras sem ficar restritos a
caminhos curriculares preacute-definidos Nesse sentido os Aparelhos Celulares foram
usados como ferramentas de ensino para construir a aprendizagem funcionando
como parceiros para o professor e para os estudantes
As autoras consideraram que vivemos na ldquoEra da Conexatildeordquo (p2) na qual o
acesso agrave informaccedilatildeo deixou de estar confinado ao computador pessoal e se
estendeu aos Aparelhos Celulares os estudantes de hoje satildeo ldquonativos digitaisrdquo e o
52
cotidiano sem tecnologia natildeo faz sentido Para esta geraccedilatildeo natildeo possuir telemoacutevel
(Aparelho Celular) eacute quase fator de exclusatildeo social
Aplicaram um questionaacuterio com objetivo de analisar concepccedilotildees dos
professores de inglecircs de um centro de formaccedilatildeo profissional sobre a utilizaccedilatildeo de
Aparelhos Celulares em contexto escolar
Os resultados evidenciaram que em alguns momentos os Aparelhos Celulares
satildeo considerados como potenciais elementos de distraccedilatildeo que perturbam a
concentraccedilatildeo dos alunos nas tarefas escolares poreacutem defendem que esta
tecnologia de faacutecil acesso pode trazer benefiacutecios para a educaccedilatildeo permitindo aos
estudantes aprender para aleacutem dos limites da sala de aula pois os estudantes tecircm
cada vez mais acesso agrave informaccedilatildeo e ao conhecimento e os Aparelhos Celulares
podem ser aliados dos professores
Santos et al (2012) observaram que o uso de dispositivos moacuteveis (chamados
ciberinstrumentos7) presentes nas salas de aula do ensino superior vecircm
aumentando nos uacuteltimos anos O objetivo dos autores foi avaliar e discutir o uso de
ciberinstrumentos durante as aulas em trecircs turmas de diferentes universidades
puacuteblicas brasileiras sediadas no Estado da Bahia
Os instrumentos para a constituiccedilatildeo dos dados incluiacuteram um questionaacuterio
respondido por 46 estudantes e anotaccedilotildees de campo (descritivas e analiacuteticas)
Os resultados mostraram que entre os pesquisados o nuacutemero de
ciberinstrumentos supera o nuacutemero de computadores desktops os mais usados em
sala de aula satildeo os notebooks e os Celulares que podem facilitar os processos de
construccedilatildeo do conhecimento
Os autores tambeacutem investigaram os efeitos colaterais da tecnologia e
observaram que os ciberinstrumentos podem ser objetos de distraccedilatildeo Os que mais
distraem os estudantes satildeo as redes sociais e SMS A maioria dos estudantes
concordou que houve algum grau de prejuiacutezo de concentraccedilatildeo durante as aulas e
sugeriram um controle de uso do wi fi
Costa Gioppo e Camargo (2012) apresentaram uma proposta preliminar
sobre o uso do Celular como ferramenta de ensino que auxilia na praacutetica de sala
aula para ensinar ondas eletromagneacuteticas a motivaccedilatildeo inicial foi o constante e
7 De acordo com Santos et al 2012 ciberinstrumentos (SANTOS DURAN BURNHAM 2010) satildeo lap tops Aparelhos Celulares ou qualquer tecnologia com acesso wifi
53
excessivo uso do Celular durante o periacuteodo letivo Um questionaacuterio foi aplicado para
200 estudantes para entender o uso dos Aparelhos Celulares De posse dos
resultados elaboraram uma intervenccedilatildeo didaacutetica com abordagem investigativa sobre
ondas eletromagneacuteticas na qual participaram 27 estudantes Utilizaram filmes sobre
interferecircncia das ondas eletromagneacuteticas em aparelhos eletrocircnicos e observaram a
interferecircncia do recebimento de mensagem no Celular em caixas de som e
avaliaram a aprendizagem com questotildees para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos
conteuacutedos de eletromagnetismo
Na conclusatildeo os autores ressaltaram que a maior parte dos estudantes
usufrui da tecnologia do Celular e o faz na escola poreacutem natildeo para fins didaacuteticos
mostrando que haacute necessidade de mais pesquisas na aacuterea Na atividade de
intervenccedilatildeo didaacutetica os autores perceberam que houve vaacuterios problemas como de
interpretaccedilatildeo das questotildees a coacutepia de respostas do livro didaacutetico a falta de um
delineamento mais robusto da atividade que parece ter ficado em aberto e ainda
havia necessidade de proposta para transformaacute-la em uma sequencia didaacutetica Para
os autores o Aparelho Celular eacute uma tecnologia que natildeo deve ser desperdiccedilada no
contexto escolar e que pode ser usada no processo de ensino e de aprendizagem O
Celular pode ser um agente motivador dos estudantes para aulas diferenciadas
possibilitando a compreensatildeo das possibilidades e limites da tecnologia mas eacute
importante que se faccedila uma anaacutelise criacutetica do processo mostrando tambeacutem outras
interfaces com a sauacutede a poliacutetica de telecomunicaccedilotildees etc
Santos et al (2012) investigaram sobre o uso de tecnologias moacuteveis em sala
de aula e perceberam que eacute pouco explorada O objetivo do trabalho foi realizar uma
revisatildeo bibliograacutefica da temaacutetica apontando as principais questotildees tratadas A partir
de buscas em siacutetios eletrocircnicos como o ISI Web of Science e Google Scholar e
encontraram 13 artigos cinco deles identificam como estudantes usam seus
ciberinstrumentos em sala de aula e os oito restantes falam da relaccedilatildeo entre o uso
de ciberinstrumento moacutevel envolvendo comportamento multitarefas e o desempenho
acadecircmico dos estudantes Tambeacutem investigaram como os estudantes percebem o
uso natildeo de ciberinstrumentos segundo os autores eacute difiacutecil avaliar quatildeo aplicaacutevel eacute o
uso livre de ciberinstrumentos moacuteveis nas salas de aula ou a quanto afeta a
aprendizagem
De acordo com os autores os principais apontamentos encontrados nos
trabalhos foram como 1ordm) o trabalho em grupo eacute pouco valorizado nas dinacircmicas de
54
sala de aula nos processos de construccedilatildeo coletiva do conhecimento isto eacute
valorizam a esfera individual em detrimento da coletiva 2ordm) natildeo haacute estudos
envolvendo variados tipos de ciberinstrumentos os trabalhos encontrados estatildeo
concentrados no uso de tablets laptops e Celulares 3ordm) O foco das pesquisas foi a
de apontar vantagens ou desvantagens 4ordm) eacute necessaacuterio enriquecer as pesquisas
com abordagens qualitativas
Os autores concluiacuteram que a maioria dos trabalhos se concentra em avaliar a
relaccedilatildeo do uso do comportamento multitarefas com o desempenho acadecircmico de
estudantes usando abordagens qualitativas
28 PROJETOS QUE UTILIZAM O APARELHO CELULAR COMO FERRAMENTA
DE ENSINO
Aleacutem dos artigos sobre Aparelho Celular localizados nas duas ediccedilotildees do
TICEDUCA encontrei tambeacutem quatro Projetos que tecircm iniciativas do uso do
Aparelho Celular como suporte ao ensino e a aprendizagem publicados pela Unesco
(2012)
1ordm) Minha Vida Moacutevel8 (MvMob) - Brasil tem como objetivo formar professores
e estudantes para produccedilatildeo de audiovisuais utilizando Aparelhos Celulares e com
isso promover o intercambio cultural por meio de uma rede interativa O programa
consiste em um portal de conteuacutedo e interaccedilatildeo e diversas atividades
2ordm) Projeto Escola com Celular de CaraguatatubaSP - Brasil utiliza as redes
sociais e os Telefones Celulares como ferramentas de apoio das atividades
escolares propotildee o uso dessas Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TICs)
para aproximar professores e estudantes associando a realidade dos mesmos aos
conteuacutedos curriculares para estimular a aprendizagem estimular a participaccedilatildeo e a
convivecircncia social na escola e na cidade e tambeacutem para praticar a inclusatildeo digital e
suas premissas mobilidade conectividade e sustentabilidade
3ordm) PSU Moacutevel ndash Chile eacute um aplicativo moacutevel que permite ao usuaacuterio acessar
conteuacutedo gratuito para download exerciacutecios jogos e podcasts todos organizados
8 httpwwwmvmobcombrmvmobo-que-eo-que-e
55
por assunto tem como objetivo permitir que os estudantes do ensino meacutedio possam
se preparar para ingressar no ensino superior
4ordm) Evaluacioacuten de Aprendizajes por meio de Celulares - Paraguai lanccedilado em
2011 pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo do Paraguai tem o objetivo de explorar a
possibilidade de aplicaccedilatildeo de testes padronizados com o uso de Aparelhos
Celulares O projeto foi destinado a estudantes dos primeiros anos do ensino meacutedio
envolvendo as disciplinas de Matemaacutetica Liacutengua Espanhola e Literatura em
trezentas escolas puacuteblicas do Paraguai preparando tambeacutem professores e diretores
para ajudar os estudantes realizar os testes nos Aparelhos Celulares e ainda
fornecer suporte teacutecnico no dia do exame
Esses projetos natildeo tecircm relaccedilatildeo direta com o ensino de Fiacutesica nem mesmo
pesquisam sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora e seus efeitos na sauacutede auditiva mas me
pareceram iniciativas interessantes que podem ser aplicadas para incluir as
perspectivas analisadas nesta dissertaccedilatildeo
29 RESUMO DAS DISSERTACcedilOtildeES E TESES LOCALIZADAS NO BANCO DE
TESES DA CAPES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA
Busquei nas dissertaccedilotildees e teses depositadas no banco da CAPES as
seguintes palavras chaves Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente Escolar Ruiacutedo e Som
publicadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo
Ano Tiacutetulo Autor Palavra Chave
Universidade
2004 Poluiccedilatildeo sonora em escolas do Distrito Federal
Eniz Poluiccedilatildeo Sonora
PUC Dissertaccedilatildeo Mestrado
2006
A presenccedila do ruiacutedo do trem em escolas do entorno da linha feacuterrea na cidade de Curitiba-PR Contribuiccedilatildeo para a construccedilatildeo dialeacutetica em educaccedilatildeo socioambiental
Gasperin
Poluiccedilatildeo Sonora
UFPR Dissertaccedilatildeo Mestrado
2007
Reflexotildees sobre o ambiente sonoro da cidade de Curitiba A percepccedilatildeo do ruiacutedo urbano e seus efeitos sobre a qualidade de vida de moradores dos setores especiais estruturais
Ribas Ruiacutedo UFPR Tese
Doutorado
2007 Fiacutesica para uma Discriminaccedilatildeo Auditiva Bastos Poluiccedilatildeo Sonora
USP Dissertaccedilatildeo de
Mestrado QUADRO 9 - LEVAMENTO NO BANCO DE TESES DA CAPES INDICANDO ANO NUMERO TOTAL DE TRABALHOS PUBLICADOS FONTE O AUTOR (2014)
56
Eniz (2004) pesquisou a poluiccedilatildeo sonora em escolas puacuteblicas e privadas do
Distrito Federal Sua investigaccedilatildeo se pautou nas condiccedilotildees acuacutesticas (niacuteveis de
pressatildeo sonora e tempo de reverberaccedilatildeo do som) em sala de aula e na percepccedilatildeo
dos professores e estudantes acerca das condiccedilotildees de conforto ambiental
oferecidas pelas escolas agrave sauacutede Assim buscou identificar as causas da poluiccedilatildeo
sonora tanto no ambiente escolar como no entorno das escolas verificando se o
Plano Diretor de Taguatinga e as Normas de Gabarito do Nuacutecleo Bandeirante
possuem accedilotildees de prevenccedilatildeo e de mitigaccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora no ambiente
escolar
A pesquisa foi realizada com professores e estudantes de 10 escolas
vinculadas agrave Secretaria de Educaccedilatildeo do Distrito Federal Por vaacuterios dias da semana
mediu-se o niacutevel de pressatildeo sonora no interior e no exterior das salas de aula e da
escola com os estudantes em suas atividades normais Aplicou um questionaacuterio para
professores e estudantes com objetivo de obter informaccedilotildees acerca das condiccedilotildees
de trabalho e sauacutede dos professores e os efeitos negativos na sauacutede humana do
excesso de ruiacutedo no processo ensino-aprendizagem Confrontou os niacuteveis de
pressatildeo sonora e tempo de reverberaccedilatildeo com as normas vigentes e analisaram as
respostas do questionaacuterio
Os resultados do questionaacuterio com professores e estudantes indicaram que
59 nunca fizeram exame audiomeacutetrico revelando pouca preocupaccedilatildeo com este
tipo de acompanhamento poreacutem as queixas mais comuns foram ambiente
intranquilo e estressante e barulhento Sobre os problemas de sauacutede o autor
identificou as seguintes queixas dor de garganta dor nas pernas
irritaccedilatildeonervosismo e cansaccedilo mentalestresse como as mais expressivas de
acordo com o pesquisador o ruiacutedo natildeo pode ser considerado como causa direta de
doenccedilas mentais mas ele presume que acelera e intensifica o desenvolvimento de
desordens mentais latentes
Em relaccedilatildeo ao barulho proveniente do traacutefego urbano identificado pelo estudo
os professores admitiram constante interrupccedilatildeo em suas aulas devido ao barulho
externo do restante 26 sentiram-se incomodados algumas vezes e nenhum
participante da pesquisa admitiu nunca ter sido interrompido pelo ruiacutedo urbano O
excesso de ruiacutedo naquele ambiente prejudicou a comunicaccedilatildeo em sala de aula
levou os professores a sentirem dificuldades de concentraccedilatildeo e obrigando-os a
esforccedilos constantes para se fazerem entender
57
As anaacutelises consideraram aspectos relativos agrave legislaccedilatildeo e agraves normas
teacutecnicas vigentes que regulam a construccedilatildeo e modificaccedilatildeo de estabelecimentos de
ensino Concluiu tambeacutem os efeitos dos ruiacutedos no ensino e na aprendizagem pois
salas de aula com estimulaccedilotildees auditivas em excesso podem promover a distraccedilatildeo
acarretando prejuiacutezos significativos para a aprendizagem
O autor concluiu que em todas as escolas os niacuteveis de ruiacutedos estatildeo acima
dos recomendados pela NBR 101519 (ABNT 1987) com variaccedilatildeo de intensidade
entre a 829 dB(A)10 a 1146 dB(A) Professores e estudantes se comunicam em tom
de voz gritado o que pode trazer danos agrave sauacutede e prejuiacutezos agrave aprendizagem uma
vez que todas as escolas estatildeo localizadas em regiotildees onde o traacutefego aeacutereo eou
terrestre eacute intenso
Segundo o pesquisador as escolas mais afetadas estatildeo localizadas em
regiotildees que natildeo seguiram um planejamento urbano preacute-definido satildeo escolas mal
localizadas dentro da malha urbana que tecircm suas dependecircncias fortemente
afetadas pelo ruiacutedo ambiental
Gasperin (2006) pesquisou o impacto de ruiacutedo provocado pelo trem por ser
considerado um elemento cultural das velhas lembranccedilas alimentadas por mitos que
povoam o imaginaacuterio e despertam certo saudosismo na populaccedilatildeo e com isso
dificultam sua percepccedilatildeo como fonte de poluiccedilatildeo sonora Duas escolas foram
selecionas pela autora por fazer parte da histoacuteria da construccedilatildeo da oficina de
reparos das locomotivas e com impacto auditivo da passagem do trem durante o
horaacuterio de aula Assim observou as contradiccedilotildees que impedem a percepccedilatildeo dos
estudantes e professores em relaccedilatildeo agrave aprendizagem
O objetivo da autora foi mostrar a influecircncia dos significados do ruiacutedo do trem
para os humanos a fim de ter o sujeito ecoloacutegico como processo estrateacutegico da
Educaccedilatildeo Ambiental pesquisando se os ruiacutedos produzidos pelas locomotivas estatildeo
acima dos niacuteveis de decibeacuteis satildeo considerados adequados agraves salas de aula se eou
como o corpo docente percebe a presenccedila do trem como um agente de risco
9 A Norma Brasileira Regulamentadora 10151 encontra-se no anexo V desta dissertaccedilatildeo
10 A unidade de medida de niacuteveis de conforto acuacutestico (decibeacuteis) eacute representada em alguns
documentos como dB e em outros como dB(A) Por exemplo o Decreto Federal No 81621 de 03051978 (BRASIL 1968) em seu anexo 32 regulamenta as unidades de medida usando o dB como unidade de medida para Decibeacuteis Jaacute a NBR 10152 de dezembro de 1987 (norma da ABNT) definem niacuteveis de Pressatildeo Sonora e adota o dB(A) como unidade de medida para os decibeacuteis Nesta dissertaccedilatildeo acompanho a norma 10152 da (ABNT 1987) e adoto dB(A) como unidade de medida de Niacuteveis de Pressatildeo Sonora
58
ambiental quanto agrave poluiccedilatildeo sonora averiguando o significado do ruiacutedo do trem
junto aos estudantes e docentes das escolas proacuteximas agrave linha feacuterrea com enfoque
na questatildeo do som no ambiente
A pesquisa de campo foi realizada em duas escolas puacuteblicas da cidade de
Curitiba (PR) denominadas A e B composta de 938 estudantes do ensino
fundamental e foram selecionados por estarem geograficamente expostas a ruiacutedos
sonoros quando da passagem do trem a escola A situa-se a 55 metros de distacircncia
da linha feacuterrea e a Escola B tem seus muros nos fundos com a oficina mecacircnica da
empresa que administra esta linha feacuterrea e emite fortes ruiacutedos e a 20 m de distacircncia
de onde circula o trem
O trem eacute um produto da praacutexis histoacuterico-cultural humana e estaacute inserido na
sociedade influenciando a vida das pessoas do entorno da via feacuterrea Assim o trem
traz um significado psicoloacutegico na relaccedilatildeo entre o sujeito e o mundo objetivo
predominando a concepccedilatildeo utilitarista pelo seu significado A autora aplicou um
questionaacuterio para estudantes e professores das escolas e realizou mediccedilotildees do
niacutevel de pressatildeo sonora nas salas de aula quando o trem passa e em condiccedilotildees de
aula sem o ruiacutedo do trem
A autora concluiu que a existecircncia de uma realidade de coexistecircncia da vida
urbana agravada pela presenccedila da linha feacuterrea nas atividades da vida escolar na
qual o trem eacute um produto da praacutexis histoacuterico-cultural humana inserido na sociedade
influenciando a vida particularmente das pessoas do entorno da via feacuterrea trazendo
significado psicoloacutegico com funccedilatildeo mediadora na relaccedilatildeo entre o sujeito e o mundo
objetivo
Ribas (2007) analisou os contrastes entre o conceito de qualidade de vida
empregado em diferentes contextos na aacuterea da sauacutede na aacuterea urbana e no
ambiente A autora buscou estudar e compreender como se da agrave percepccedilatildeo da
poluiccedilatildeo sonora pela populaccedilatildeo e a relaccedilatildeo existente entre som (ruiacutedo) ndash sauacutede
(auditiva) ndash ambiente (urbano) uma vez que Curitiba tem se mostrado um campo
feacutertil para o desenvolvimento de problemas ambientais e dentre eles a poluiccedilatildeo
sonora causada em grande parte pelo traacutefego de veiacuteculos e percebeu que os
niacuteveis de ruiacutedo urbanos na cidade de Curitiba natildeo estatildeo dentro dos limites
especificados legalmente e que podem causar prejuiacutezos agrave sauacutede da populaccedilatildeo Nas
diversas aacutereas mapeadas foi constatado que o ruiacutedo urbano enquadra-se num
patamar grave e em algumas situaccedilotildees em pontos proacuteximos agraves vias raacutepidas o
59
volume chega agrave beira da saturaccedilatildeo pois o traacutefego de veiacuteculos eacute a grande causa do
ruiacutedo urbano em Curitiba Satildeo ruiacutedos provenientes de veiacuteculos automotivos (carros
ocircnibus e caminhotildees) aeronaves e trens Os niacuteveis de poluiccedilatildeo sonora atingem seus
maiores iacutendices nessas vias estruturais da cidade
O objetivo da pesquisa foi agrave caracterizaccedilatildeo da qualidade do ambiente sonoro
na cidade de Curitiba Para tanto a autora fez mediccedilotildees da variaccedilatildeo do ruiacutedo
urbano Tambeacutem avaliou a percepccedilatildeo que as pessoas tecircm deste ambiente sonoro
procurando identificar os prejuiacutezos que a poluiccedilatildeo sonora causa Investigou como os
moradores das regiotildees investigadas reagem ao ambiente sonoro ao qual estatildeo
expostos Verificou quais poliacuteticas puacuteblicas foram implementadas para monitorar e
reduzir o ruiacutedo urbano na cidade e seu impacto sobre a qualidade de vida dos
moradores e analisou como os gestores ambientais tecircm desempenhado suas
funccedilotildees diante deste problema
De acordo com a autora o Plano Diretor de Curitiba (1975) teve como
principal foco o crescimento a malha viaacuteria especificamente a do transporte coletivo
Uma das diretrizes gerais daquele plano ainda em vigor refere-se aos eixos
estruturais do transporte coletivo que deveriam ser adensados e para isso foram
equipados com toda a infraestrutura urbana e dotados de um sistema de transporte
de massa capaz de atender tanto a demanda da eacutepoca quanto a que viria no futuro
Aleacutem da anaacutelise do plano diretor a autora pesquisou e categorizou as
denuacutencias referentes agrave poluiccedilatildeo sonora registrada junto agrave Secretaria Municipal do
Meio Ambiente e observou 3036 denuacutencias efetuadas no ano de 2005 48 eram
oriundas da passagem do trem e 38 de veiacuteculos de transporte individual ou coletivo
A autora realizou um levantamento de pesquisas que diagnosticou a poluiccedilatildeo
sonora e sua evoluccedilatildeo na cidade de Curitiba e concluiu que devido ao aumento do
nuacutemero veiacuteculos os niacuteveis de ruiacutedo tecircm se acentuado contrariamente ao que se
esperava de uma cidade que recebeu o tiacutetulo de capital ecoloacutegica
Em seguida Ribas (2007) mediu os niacuteveis miacutenimos meacutedios e maacuteximos de
pressatildeo sonora encontrados no interior das residecircncias de acordo com o
preconizado pela Norma NBR 1015211 Acuacutestica - Avaliaccedilatildeo do ruiacutedo ambiente em
recintos de edificaccedilotildees visando o conforto dos usuaacuterios ndash procedimento (ABNT
1987) Os resultados indicaram que em 86 dos locais pesquisados a intensidade
11A Norma Brasileira Regulamentadora 10152 encontra-se no anexo VI desta dissertaccedilatildeo
60
de ruiacutedo extrapola os niacuteveis recomendados e percebeu tambeacutem que imoacuteveis abaixo
do niacutevel da rua estatildeo mais sujeitos aos mais altos niacuteveis de ruiacutedo desta forma foi
possiacutevel confirmar niacuteveis exacerbados de ruiacutedo em edificaccedilotildees concentradas nos
Setores Especiais Estruturais de Curitiba
Apoacutes as mediccedilotildees a autora entrevistou os moradores das residecircncias e trecircs
gestores envolvidos com planejamento urbano da cidade de Curitiba com objetivo
de verificar qual a prioridade dada pelos gestores a mitigaccedilatildeo do ruiacutedo urbano se
eles reconheciam que os niacuteveis de ruiacutedo urbano estatildeo acima do recomendado e
permitido legalmente se eles percebiam o ruiacutedo como fator ambiental negativo
finalmente analisou se existe uma poliacutetica puacuteblica municipal destinada agrave reduccedilatildeo da
emissatildeo do ruiacutedo na cidade
A autora destacou que os moradores entrevistados percebiam o ruiacutedo como
fonte geradora de desconforto poreacutem natildeo fizeram denuacutencias aos oacutergatildeos
competentes Por outro lado alguns entrevistados apesar de considerarem o ruiacutedo
urbano como um fator negativo disseram natildeo sentir desconforto em ambientes
barulhentos
O traacutefego de veiacuteculos foi considerado a maior causa do ruiacutedo urbano mas a
comunidade natildeo considerou o ruiacutedo como fator de risco agrave sauacutede por estar
acostumada agrave presenccedila dele Natildeo houve percepccedilatildeo dos efeitos da poluiccedilatildeo sonora
sobre a qualidade de vida e da sauacutede Os entrevistados relataram ainda que nunca
tiveram contato com campanhas de educaccedilatildeo ambiental voltada para sauacutede
auditiva
Com relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos gestores sobre o ruiacutedo urbano ficou
evidenciado que eles tambeacutem possuem sentimentos de fatalismo e inevitabilidade
aleacutem do mais o ruiacutedo natildeo encontra lugar de prioridade dentre os problemas urbanos
e isso dificulta ainda mais a realizaccedilatildeo de accedilotildees em niacutevel governamental que visem
agrave reduccedilatildeo do ruiacutedo urbano
A autora sugeriu que para ser efetivamente combatido haacute que se investir na
formaccedilatildeo de gestores com conhecimento do que vem a ser o ruiacutedo e seus efeitos na
sauacutede humana Aleacutem do que para a tomada de decisotildees na esfera puacuteblica eacute
necessaacuterio considerar a opiniatildeo da comunidade
Bastos (2007) delineou formas de ensinar Fiacutesica a estudantes do Ensino
Meacutedio a partir de eventos do cotidiano de forma que a abordagem de conteuacutedos de
Fiacutesica torna-se mais significativo e prazeroso e ao mesmo tempo com utilidade
61
vivencial da praacutetica dos mesmos relacionando agrave sauacutede auditiva Considerou que os
estudantes tem posse de sons portaacuteteis (MP3 MP4 ipod walkman etc) ou estatildeo
expostos uma vez que costuma expor seus ouvidos a alta intensidade sonora sem
consciecircncia nem conhecimentos de que as muacutesicas em volume alto podem levar a
perda induzida de audiccedilatildeo
O objetivo foi mostrar que a Fiacutesica pode ajudar a compreender as
propriedades do som e tambeacutem verificar como o som age no organismo vivo
utilizando agrave noccedilatildeo de perfil conceitual e os conceitos de interdisciplinaridade e
complexificaccedilatildeo como referencial teoacuterico
Na metodologia relacionou os conceitos de Fiacutesica com os de sauacutede auditiva
em funccedilatildeo das praacuteticas cotidianas dos estudantes Em 2005 ndash preacute-teste zero -
aplicaram um questionaacuterio com 5 questotildees e uma representaccedilatildeo imageacutetica para
levantamento dos conceitos preacutevios dos estudantes sobre poluiccedilatildeo sonora e com as
respostas em seguida definiu categorias perceptivas sobre o tema No preacute-teste um
em 2005 apoacutes verificaccedilatildeo dos conhecimentos preacutevios e das categorias (emocional
esteacutetico fisioloacutegico) aplicaram outro questionaacuterio com 18 questotildees focando tais
percepccedilotildees subjetivas Em 2006 no preacute-teste dois avaliou e identificou as primeiras
compreensotildees do conhecimento complexificado nas atividades propostas No
mesmo ano apoacutes aplicaccedilatildeo das atividades verificou se houve apropriaccedilatildeo do
conceito e compreensatildeo do conhecimento complexificado Em 2007 refez atividades
para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos por meio de um questionaacuterio com
oito questotildees Todas as atividades foram aplicadas agrave estudantes do Ensino Meacutedio
de uma escola puacuteblica com idades variando de 16 a 20 anos
A autora concluiu que as coleta de dados antes durante e depois das
atividades foi um importante fator para tomada de consciecircncia dos estudantes com
relaccedilatildeo ao conteuacutedo de Fiacutesica desenvolvido nas atividades pois eles percebeu que
houve mudanccedila de perfil conceitual com relaccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora O aprendizado
adquirido pelos estudantes possibilitou o discernimento do que eacute saudaacutevel no
entanto a autora natildeo percebeu que estudantes transitaram conscientemente entre
as diferentes zonas do perfil conceitual selecionando criteacuterios dentre todos os
oferecidos agrave consciecircncia o mais adequado com o contexto de vivecircncia mas houve
uma integraccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico com o cotidiano
Para a autora a construccedilatildeo interdisciplinar natildeo eacute uma tarefa simples de ser
realizada quando deixado por conta das decisotildees dos estudantes imaginando que
62
eles construiratildeo relaccedilotildees entre teoria e metodologias que fundamentam a
interdisciplinaridade mas eacute imprescindiacutevel o interesse do professor em se atualizar
buscar novas formas de apresentar o conhecimento que faccedila sentido para ele e os
estudantes A dissertaccedilatildeo propotildee incluir o tema de acuacutestica e a aplicaccedilatildeo das
atividades no planejamento escolar mas tambeacutem incentiva o leitor inspirar-se na
construccedilatildeo de outras relaccedilotildees interdisciplinares que tenham mais valor para ele
para os estudantes para a comunidade na qual estaacute inserida a escola
210 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO
A revisatildeo de literatura revelou que o tema ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute pouco
discutida entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias (quatro
trabalhos apresentados em congressos) e inexistente nos Encontros de Pesquisa de
Educaccedilatildeo Ambiental mas jaacute comeccedila ser apontada nas dissertaccedilotildees e teses
depositadas no banco da CAPES (duas dissertaccedilotildees e uma tese) Desta forma haacute
uma clara lacuna na pesquisa educacional no que se refere a uma problemaacutetica tatildeo
presente e contemporacircnea Os trabalhos evidenciaram que o crescimento dos
transportes urbanos carros e trens que cortam as cidades tecircm efeito sobre o
aumento do ruiacutedo urbano com consequecircncias para a sauacutede de forma geral e podem
prejudicar o ensino e a aprendizagem
Por outro lado a poluiccedilatildeo sonora pode ser estudada de forma criacutetica se
abordada com aspectos da Educaccedilatildeo Ambiental O som faz parte do cotidiano da
vida e em muitos momentos os excessos natildeo satildeo percebidos
Em relaccedilatildeo ao uso do Aparelho Celular foram identificados sete estudos e
ficou evidente que esta tecnologia de faacutecil acesso jaacute estaacute inserida na escola Os
trabalhos indicaram tambeacutem que os Aparelhos Celulares impactaram a
aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo no envolvimento deles
em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de opiniatildeo sobre a escola e os estudos
Os projetos que utilizam Aparelhos Celulares como apoio ao Ensino e a
Aprendizagem sendo dois no Brasil um no Chile e outro no Uruguai tem como
objetivo auxiliar na formaccedilatildeo de professores e dos estudantes do Ensino
63
Fundamental e Meacutedio Embora os Aparelhos Celulares estejam nas matildeos dos
professores e de estudantes ainda satildeo poucas as iniciativas com projetos na aacuterea
de ensino No entanto natildeo haacute nenhuma relaccedilatildeo com a poluiccedilatildeo sonora ou ruiacutedos
oriundos dos fones auriculares quando utilizados para ouvir muacutesica o que corrobora
a necessidade de estudos como o proposto nesta dissertaccedilatildeo
No Banco de dissertaccedilotildees e Teses da Capes foram localizadas apenas quatro
pesquisas sobre poluiccedilatildeo sonora relacionadas a aacuterea educacional Isso corrobora
com a necessidade de mais estudos na aacuterea
Na proacutexima seccedilatildeo discuto o aporte teoacuterico a partir de trecircs premissas
fundamentais para o desenvolvimento desta pesquisa alteraccedilotildees no conceito de
cultura e identidade que emergem na sociedade contemporacircnea As alteraccedilotildees no
significado de som ruiacutedo e poluiccedilatildeo sonora e partir de mudanccedilas na percepccedilatildeo da
relaccedilatildeo espaccedilo-temporal na sociedade contemporacircnea As tecnologias de faacutecil
acesso como a do Aparelho Celular e do uso de fones auriculares modificando o
ambiente escolar e as percepccedilotildees de pertencimento ao grupo
64
3 PERSPECTIVAS CULTURAIS E AS ALTERACcedilOtildeES NAS PERCEPCcedilOtildeES
ESPACcedilO-TEMPORAIS SOBRE SOM E RUIacuteDO
Esta dissertaccedilatildeo foi proposta a partir de trecircs premissas a saber
Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos
indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade
moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo
espaccedilo-temporal
Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o meio
a partir de uma outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal
modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e
seus impactos na sauacutede
O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si
modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante
sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo
Nesta seccedilatildeo busco em alguns pensadores explicaccedilotildees sobre as mudanccedilas
que ocorreram na sociedade contemporacircnea e que datildeo aporte a tais premissas
Para desenvolvecirc-la teoricamente revejo o conceito de Cultura abordado por Hall
(2007) e as discussotildees que este autor desenvolve sobre a noccedilatildeo de significado a
partir da ideia de Circuito Cultural essas discussotildees satildeo realizadas na primeira
parte intitulada ldquoCulturas e Identidades na poacutes-modernidaderdquo
A partir disso abordo o conceito de Interaccedilatildeo Social e a modificaccedilatildeo
transformaccedilatildeo do ambiente discutido por Vygotsky (2007) e as mudanccedilas nas
formas de interaccedilatildeo social geradas pelos novos meios de comunicaccedilatildeo Thompson
(2011) a seccedilatildeo centra-se no argumento de que o Aparelho Celular modifica as
interaccedilotildees sociais especialmente no Ambiente Escolar Para tanto abordo
pressupostos teoacutericos da cultura contemporacircnea e suas especificidades para o
ambiente escolar Este ambiente entendido como territoacuterio de disputa de identidades
(HALL 2011) nas quais os estudantes produzem reproduzem e modificam a
sociedade em que vivem e a relaccedilatildeo que tecircm com os meios de comunicaccedilatildeo de faacutecil
acesso (especialmente o Aparelho Celular) permitindo outras possibilidades de
65
inserccedilatildeo no grupo facilitando o sentimento de pertencimento a ele pois Thompson
(2011) sugere que ldquoAo alterar a compreensatildeo do lugar e do passado o
desenvolvimento dos meios de comunicaccedilatildeo modificou o sentido de pertencimento
dos indiviacuteduos isto eacute a compreensatildeo dos grupos e das comunidades a que eles
sentem pertencerrdquo (p 61 62)
Essas discussotildees satildeo realizadas na segunda parte intitulada ldquoInteraccedilotildees
sociais Tecnologia e o Ambiente Escolarrdquo Ainda fundamentado em Thompson
(2011) discuto o impacto dos meios de transportes nas culturas nas identidades e
na forma como percebemos e interagimos em sociedade A discussatildeo sobre a
percepccedilatildeo estaacute centrada nos aspectos do significado de som ruiacutedo e poluiccedilatildeo
sonora produzidos pelos meios de transporte e seus impactos agrave sauacutede humana
Essas discussotildees satildeo realizadas na terceira parte intitulada ldquoNiacuteveis de Pressatildeo
Sonora nas ruas do entorno do Coleacutegiordquo
31 CULTURAS E IDENTIDADES NA POacuteS-MODERNIDADE
A ideacuteia de cultura eacute usada para descrever um modo de vida e suas formas de
pensar sentir e atuar que satildeo assimiladas por grupos humanos Estas accedilotildees
relativas ao comportamento satildeo determinadas pela cultura estabelecida no contexto
em que esses humanos estatildeo inseridos Hall (2007) explica a grande expansatildeo do
conceito de cultura e o que estaacute associado a ele constituindo todos os aspectos da
vida social
Os seres humanos satildeo seres interpretativos instituidores de sentido A accedilatildeo social eacute significativa tanto para aqueles que a praticam quanto para os que a observam natildeo em si mesma mas em razatildeo dos muitos e variados sistemas de significado que os seres humanos utilizam para definir o que significam as coisas e para codificar organizar e regular sua conduta uns em relaccedilatildeo aos outros (HALL 2007 p15)
Para Hall (2011) a cultura de alguma forma sempre foi relevante mas natildeo
estava no centro dos debates As ciecircncias humanas jaacute promoviam isoladamente o
estudo das diversas linguagens a literaacuteria artiacutestica filosoacutefica religiosa etc mas foi
66
soacute na contemporaneidade eacute que ela passou a ser compreendida como instituidora
de sentido e portanto dos sistemas de significados que regulam nossas accedilotildees e
que compotildeem a ldquonossardquo cultura A partir dessa compreensatildeo a cultura tornou-se
central nas discussotildees
Para autores que coadunam com as perspectivas dos Estudos Culturais como
T S Eliot (1962) apud Nascimento (2009) o conceito de cultura
ldquotem diferentes associaccedilotildees se tiveacutessemos em mente o desenvolvimento de um sujeito de um grupo ou de uma sociedade no seu todo Eacute parte de sua tese que a cultura de um sujeito depende da cultura de um grupo que depende da cultura da sociedade a qual pertencemrdquo (p14-15)
Para Hall (2011) cultura se refere ao que eacute constitutivo nas experiecircncias de
vida das pessoas das comunidades dos paiacuteses ou dos grupos sociais Em
contrapartida tambeacutem se refere aos valores compartilhados por um grupo ou pela
sociedade
A cultura eacute sobre sentimentos apegos e emoccedilotildees bem como conceitos e ideias A minha expressatildeo facial lsquodiz algorsquo sobre quem eu sou (identidade) o que estou sentindo (emoccedilotildees) e qual grupo eu pertenccedilo (apegos) de forma que pode ser lsquolidarsquo e entendida por outras pessoas mesmo que eu deliberadamente natildeo pretendesse comunicar algo formalmente lsquouma mensagemrsquo e mesmo que uma outra pessoa natildeo se decirc conta de como entendeu o que eu estava lsquodizendorsquo Acima de tudo os significados culturais natildeo estatildeo somente lsquona cabeccedilarsquo Eles organizam e regulam as praacuteticas sociais influenciam nossa conduta e consequentemente tecircm efeitos reais e praacuteticos (HALL 2007 p2-3 traduccedilatildeo nossa)
O autor enfatiza ldquoo papel crucial do domiacutenio simboacutelico no coraccedilatildeo da vida
socialrdquo (HALL 2007 p3) e considera que os participantes de um grupo ou
sociedade constituem uma cultura por meio da produccedilatildeo e troca de significados Os
participantes de uma cultura interpretam significam o que vai ocorrendo ao seu
redor dando sentido as coisas ao mundo e constituindo a cultura por isso a cultura
depende de cada um de seus participantes
Em relaccedilatildeo agrave noccedilatildeo de significado Hall (2011) a aborda a partir da ideacuteia de
ldquocircuito culturalrdquo (p3) que sugere os significados satildeo constituiacutedos em muitos e
diferentes locais e circulam por meio de inuacutemeros processos ou praacuteticas A partir
dessa noccedilatildeo o autor discute quatro perspectivas
67
Na perspectiva de Woodward (1997) apud Hall (2011) o significado eacute o que daacute
sentido a nossa proacutepria identidade a quem somos e com quem temos diferentes
pertencimentos Por isso estaacute relacionado a questotildees de como a cultura eacute utilizada
para marcar e manter a identidade dentro de um grupo e para estabelecer
diferenccedilas entre grupos
Du Gay (1997) apud Hall (2011) sugere que o significado estaacute
constantemente sendo produzido e trocado em todas as interaccedilotildees pessoais e
sociais da qual tomamos parte Nesse sentido essas interaccedilotildees podem ser vistas
como os espaccedilos - de cultura e produccedilatildeo de significados - mais privilegiados embora
tambeacutem sejam os mais negligenciados A cultura tambeacutem eacute produzida em diferentes
meios com tecnologias complexas poreacutem de faacutecil acesso por meio deles os
significados atingem uma escala de comunicaccedilatildeo global que circulam entre
diferentes culturas em uma velocidade jamais vistas anteriormente
Para Mackay (1997) apud Hall (2011) os significados satildeo produzidos toda vez
que nos expressamos usamos consumimos ou nos apropriamos de objetos
culturais isto eacute quando os incorporamos de diferentes formas em nossos rituais e
praacuteticas da vida cotidiana e desta forma damos valores ou significados Ou quando
criamos narrativas estoacuterias e fantasias ao redor deles
Para Thompson (1997) apud Hall (2011) os significados regulam e organizam
nossas praacuteticas e condutas e essas contribuem para estabelecer as regras normas
e convenccedilotildees pelas quais a vida social eacute ordenada e governada Portanto praacuteticas e
condutas estruturam e modelam as ideias dos outros e tornam-se instrumento para
aqueles que anseiam governar e regular os outros
A partir dos vaacuterios autores Hall (2011) constroacutei o conceito de significado
sugerindo que ele eacute constituiacutedo em todos os diferentes momentos ou praacuteticas em
nosso circuito de cultura ndash na construccedilatildeo da identidade e na marcaccedilatildeo da diferenccedila
na produccedilatildeo e consumo assim como na regulaccedilatildeo da conduta social Em todas
essas instacircncias o principal meio pelo qual o significado eacute produzido e circula eacute a
Linguagem
De acordo com Hall (2011 p1)
[] A cultura trata de lsquosignificados compartilhadosrsquo A linguagem eacute o meio privilegiado pelo qual lsquodamos sentidorsquo as coisas em que os significados satildeo produzidos e trocados Significados soacute podem ser compartilhados por meio de nosso acesso comum agrave linguagem Entatildeo a linguagem eacute o ponto fulcral da constituiccedilatildeo dos significados e da cultura e sempre seraacute considerada
68
como o principal repositoacuterio de valores culturais e significados (traduccedilatildeo nossa)
Observando o conceito de cultura e nele as noccedilotildees de significado a partir da
ideacuteia de ldquocircuito culturalrdquo (p3) eacute possiacutevel relacionaacute-los ao meu estudo dissertativo
entendendo que os estudantes se identificam com os Aparelhos Celulares como
forma de dependecircncia e pertencimento ao grupo e este grupo por sua vez
depende da cultura de consumo veiculado nas mensagens difundida por meios
teacutecnicos de comunicaccedilatildeo para a sociedade Thompson (2011) alerta para o uso
inadequado da expressatildeo ldquocomunicaccedilatildeo em massardquo sugerindo alternativamente os
termos ldquodifusatildeo de meios teacutecnicos de comunicaccedilatildeordquo como substitutos para que se
evitem simplificaccedilotildees que sugerem que os indiviacuteduos sejam vistos como ldquoum vasto
mar de passivos e indiferenciados indiviacuteduosrdquo (p51)
A partir de Thompson e Mackay apud Hall (2011) os significados tambeacutem satildeo
produzidos pela apropriaccedilatildeo de objetos em nosso caso o Aparelho Celular e o fone
auricular Os significados tambeacutem regulam praacuteticas e condutas e estabelecem
normas pelas quais a vida social eacute ordenada e governada nesse sentido o uso do
fone auricular e do Aparelho Celular satildeo praacuteticas de conduta que modelam as ideias
tornando-se instrumentos de governabilidade e regulaccedilatildeo do grupo e entre os
integrantes do grupo ou seja ter o objeto e saber usar ou aprender com os pares
cria o significado de pertencimento e de participaccedilatildeo no grupo Reitero assim a
primeira premissa deste estudo
Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos
indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade
moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo
espaccedilo-temporal
Os fundamentos teoacutericos apresentados anteriormente me permitiram refletir
sobre as mudanccedilas na sociedade contemporacircnea com reflexos no processo
identitaacuterio dos estudantes especialmente relacionados a cultura escolar a partir da
ideia da inserccedilatildeo dos Aparelhos Celulares na escola e na constituiccedilatildeo de outros
modelos simboacutelicos de estudante Isso reitera a terceira premissa deste estudo
A seguir abordarei as mudanccedilas que ocorreram na intensidade sonora no
entorno da escola a partir do aumento da quantidade de veiacuteculos e trens com as
consequecircncias dessas mudanccedilas no cotidiano da comunidade escolar
69
32 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA NAS RUAS DO ENTORNO DO COLEacuteGIO
No seacuteculo XIX os humanos inventaram a maacutequina a vapor os veiacuteculos com
motor de explosatildeo (carro caminhatildeo e motocicletas entre outros) O
desenvolvimento desses novos meios de transporte afetou as maneiras pelas quais
os indiviacuteduos experimentam as caracteriacutesticas de espaccedilo e de tempo da vida social
(THOMPSON 2011 p 60)
Cidades como Curitiba natildeo ficaram alheias a essas afetaccedilotildees que impuseram
agrave vida social uma nova percepccedilatildeo de espaccedilo e tempo oriunda das mudanccedilas
tecnoloacutegicas que trouxeram mais velocidade aos meios de transporte tornando-se
cruciais para diminuiccedilatildeo do tempo entre espaccedilos percorridos Em outras palavras a
velocidade do transporte e da comunicaccedilatildeo aumentou e consequentemente a
distacircncia pareceu diminuir Mas o que ocorreu com a poluiccedilatildeo sonora nas ruas do
entorno do Coleacutegio nomeadamente na Avenida Afonso Camargo no qual se localiza
o CEPMAT
Curitiba eacute uma cidade paradoxal ao mesmo tempo em que foi ldquovendidordquo um
conceito de cidade Ecoloacutegica com planejamento urbano eficaz (MENDONCcedilA 2002)
ocultou-se a discussatildeo sobre poluiccedilatildeo sonora evitando que a percepccedilatildeo desses
problemas arranhasse a imagem europeia da cidade
Ateacute a miacutedia natildeo especializada reconhece que nas ruas de Curitiba haacute um
excesso de carros ocircnibus caminhotildees que tornam a cidade barulhenta (LOPES
2008) e mesmo em aacutereas arborizadas como as do Jardim Botacircnico medem-se
decibeacuteis acima dos recomendados por normas teacutecnicas (BRASIL 1998) Ribas
(2007) identificou que a principal fonte de ruiacutedos eacute o veiacuteculo campeatildeo de
reclamaccedilotildees por parte da populaccedilatildeo Entre as reclamaccedilotildees sobre poluiccedilatildeo sonora
que ocorreram durante o horaacuterio comercial 70 delas referem-se ao ruiacutedo de meios
de transporte Em Curitiba haacute cerca de 460 automoacuteveis para cada grupo de mil
pessoas a maior proporccedilatildeo carro pessoa no Brasil Alem dos carros haacute tambeacutem
trens motociclistas sirenes alarmes etc Nessa pesquisa mediu os niacuteveis de
pressatildeo sonora (decibeacuteis) em 100 pontos ao longo das canaletas de ocircnibus
70
expresso em diversas regiotildees da cidade Desses 86 tiveram intensidade sonora
superior aos permitido pela lei Municipal 1062512
Art 5ordm A emissatildeo de sons e ruiacutedos por quaisquer atividades industriais comerciais prestadoras de serviccedilos religiosas sociais recreativas e de carga e descarga natildeo podem exceder os niacuteveis de pressatildeo sonora contidos no Anexo I que faz parte integrante desta lei sect 3ordm - Quando a propriedade que sofre o incocircmodo tratar-se de escola creche biblioteca puacuteblica hospital ambulatoacuterio casa de sauacutede ou similar com leitos para internamento hotel ou similar devem ser atendidos os limites estabelecidos para ZR-1 independentemente da zona de uso e deve ser observado o raio de 20000m (duzentos metros) de distacircncia definida como zona de silecircncio (CURITIBA 2002)
O anexo I da mesma lei e mencionado na citaccedilatildeo estabelece niacuteveis de
pressatildeo sonora maacuteximos permitidos que foram resumidos no quadro 10
Diurno Vespertino Noturno
Entre 07h01min e 19h00 Entre 19h01min e 22h00 Entre 22h01min e 07h00
ZR-1 55 50 45
ZE-E 60 55 50
ZR-1 = Zona Residencial 1 e ZE-E = Zona Especial Educacional
QUADRO 10 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA EM (NPS) PERMITIDOS EM AacuteREAS RESIDENCIAIS E ESCOLARES FONTE O AUTOR (2014) ADAPTADO DO ANEXO I DA LEI ORDINAacuteRIA MUNICIPAL 10625 (CURITIBA 2002)
A intensidade sonora alta eacute uma inimiga invisiacutevel pois nem sempre se
percebe o barulho intenso que pode causar estresse insocircnia problemas de audiccedilatildeo
e ateacute outros problemas de sauacutede Esses problemas satildeo maiores nas grandes
cidades e de acordo com Ribas (2007) a poluiccedilatildeo sonora eacute um dos maiores
problemas para sauacutede humana
A audiccedilatildeo humana eacute capaz de tolerar ruiacutedos ateacute o limite de 85 decibeacuteis por
um periacuteodo de ateacute oito horas Sons acima deste limite podem prejudicar ou ateacute
causar perda auditiva dependendo do tempo de exposiccedilatildeo Acima de 85 decibeacuteis
ocorre desconforto auditivo irritabilidade cansaccedilo e perda de atenccedilatildeo no entanto
esses problemas dificilmente satildeo associados ao ruiacutedo O aumento de 5 decibeacuteis
reduz pela metade o tempo recomendado para a exposiccedilatildeo inicial ao ruiacutedo
Ribas (2007) notou que a poluiccedilatildeo sonora eacute um incomodo para as pessoas
no entanto a reaccedilatildeo estaacute aqueacutem do que o problema exige As pessoas identificam o
12 Lembrando que o texto da Lei 106252002 encontra-se no Anexo I desta dissertaccedilatildeo
71
ruiacutedo como algo negativo porem natildeo esboccedilam reaccedilotildees A reaccedilatildeo mais comum eacute a
instalaccedilatildeo de janelas que absorvem o ruiacutedo Para a autora as pessoas raramente
reclamam pois natildeo sabem para quem reclamar
De acordo com a autora a Avenida Affonso Camargo onde se situa o
CEPMAT eacute uma das mais barulhentas da cidade ali as mediccedilotildees indicaram niacuteveis
de 90 decibeacuteis
Enfim tanto Ribas (2007) como Gasperin (2011) mostrou que os ruiacutedos
provocados pelos trens estatildeo acima do limite estabelecido pela legislaccedilatildeo mas o
grupo pesquisado por Gasperin o interpretou com uma perpectiva bucoacutelica de boas
lembranccedilas e natildeo o perceberam como incocircmodo embora o ruiacutedo dos automoacuteveis foi
compreendido como estressante
Neste item abordei aspectos culturais da sociedade Curitibana
contemporacircnea e urbana que convive com altos niacuteveis de pressatildeo sonora bastante
prejudicial agrave sauacutede mental auditiva e fiacutesica de forma geral mas que nem sempre
consegue perceber que estaacute exposta a esses niacuteveis de ruiacutedos por consideraacute-los
parte inerente da cultura e da vida citadina e por consequecircncia natildeo se protege e
pouco reclama isso reitera a segunda premissa deste estudo
Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o meio
a partir de uma outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal
modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e
seus impactos na sauacutede
O CEPMAT e a comunidade escolar estatildeo inseridos neste contexto portanto
entender aspectos da cultura escolar dos estudantes imersos nesse ambiente
ruidoso eacute essencial A seguir abordarei as mudanccedilas que ocorreram na intensidade
sonora no entorno da escola a partir do aumento da quantidade de veiacuteculos e trens
com as consequecircncias dessas mudanccedilas no cotidiano da comunidade escolar
33 INTERACcedilOtildeES SOCIAIS TECNOLOGIA E O AMBIENTE ESCOLAR
Eacute pela interaccedilatildeo social nas atividades que os indiviacuteduos compartilham coacutedigos
- tecnologias - aprendizagens rituais inovaccedilatildeo Vigostky (2007) analisou a interaccedilatildeo
72
entre humanos e ambiente a partir dos registros que os indiviacuteduos fazem neste
mundo (linguagem) estes registros satildeo ao mesmo tempo materiais culturais e
sociais Assim os indiviacuteduos se inserem no ambiente e a partir desta inserccedilatildeo satildeo
constituiacutedos como humanos E ao mesmo tempo em que se apropriam da cultura jaacute
acumulada pelas geraccedilotildees anteriores atuam sobre o mundo relacionando-se com
ele modificando-o e transformando-o de forma ativa
Ainda segundo Vygotsky (2007) a linguagem eacute o meio pelo qual a reflexatildeo e
a elaboraccedilatildeo da experiecircncia ocorrem Esse eacute um processo extremamente pessoal e
ao mesmo tempo profundamente social Ele compara a relaccedilatildeo entre o indiviacuteduo e a
sociedade com um rio e seus afluentes combinando e separando os diferentes
elementos da vida humana com significados No iniacutecio o significado domina a accedilatildeo
posteriormente se inverte o significado torna-se o numerador enquanto a accedilatildeo
ocupa o lugar de denominador Os humanos satildeo capazes de fazer mais do que
podem compreender Noacutes natildeo nos comportamos de forma totalmente simboacutelica no
brinquedo o que queremos eacute realizar nossos desejos e ao pensar ele agimos
Nesta dissertaccedilatildeo a interaccedilatildeo aparece na forma de praacuteticas culturais que
congregam diferentes instacircncias tais como consumo representaccedilatildeo identidade
determinando modelos simboacutelicos e processos de significaccedilatildeo da sociedade
Para Nascimento (2009) a vida sociocultural permite agregaccedilotildees as pessoas
natildeo vivem soacutes mas em grupos Nos diversos modelos de sociedade percebem-se
diferentes tipos de ajuntamento de pessoas estas nascem estudam trabalham
divertem-se e envelhecem em organizaccedilotildees para aleacutem das organizaccedilotildees familiares
Os diferentes grupos ou agregados constituem a sociedade que desenvolve
maneiras de socializaccedilatildeo com regras objetivos direitos e obrigaccedilotildees e satildeo
reconhecidas como culturas
Ainda para este autor as miacutedias de comunicaccedilatildeo admitem um novo ambiente
social que permite interaccedilatildeo e propicia tambeacutem espaccedilos para rupturas e
resistecircncias
Para Thompson (2011) se quisermos entender as transformaccedilotildees culturais
associadas ao surgimento das sociedades modernas deveriacuteamos reservar um papel
importante ao desenvolvimento da miacutedia e ao seu impacto Com advento das miacutedias
de comunicaccedilatildeo as atividades culturais adentraram tambeacutem aos ambientes virtuais
e as transformaccedilotildees decorrentes acabaram excedendo as interaccedilotildees sociais face a
face As tecnologias de interaccedilatildeo social desenvolvidas nas sociedades
73
contemporacircneas permitem interaccedilatildeo de forma globalizada agraves particularidades de
uma pessoa ou de um grupo passam ser mateacuteria de conhecimento mais amplo e
por meio da propagaccedilatildeo e exposiccedilatildeo
Para Hall (2011) as velhas identidades que por tanto tempo estabilizaram o
mundo social estatildeo em decliacutenio fazendo surgir novas identidades que
fragmentaram o indiviacuteduo da modernidade Tais transformaccedilotildees abalam agrave ideia que
temos de ser noacutes mesmos como sujeitos integrados ldquoa identidade somente se torna
uma questatildeo quando estaacute em criserdquo (p9)
O processo de desenvolvimento social que na maioria das vezes eacute carente
de reflexatildeo criacutetica estaacute subordinado a uma macroestrutura do consumismo ditada
pela miacutedia (escrita ou televisionada) que impotildee produtos e tecnologias com
concepccedilotildees impostas por uma cultura que se pretende homogeneizante dominante
O Aparelho Celular eacute uma tecnologia de faacutecil acesso que influencia e eacute
influenciada pelos grupos transformando muitas das praacuteticas sociais existentes e
com isso transformando tambeacutem a cultura Ele aumentou significativamente as
interaccedilotildees entre membros de uma mesma comunidade ou ateacute com outras
comunidades uma vez que essas interaccedilotildees ocorrem a todo o momento No
entanto os novos niacuteveis de interaccedilatildeo soacute se tornam possiacuteveis se os indiviacuteduos
compreenderem e usarem essa tecnologia Isso desafia as pessoas e
consequentemente modifica sua forma de interaccedilatildeo social sua cultura e sua
identidade
Seja em casa na rua nas praccedilas puacuteblicas ou na sala de aula as mudanccedilas
identitaacuterias que ocorreram pela posse e uso das Tecnologias de Informaccedilatildeo e
Comunicaccedilatildeo satildeo perceptiacuteveis O Aparelho Celular eacute uma dessas tecnologias e
cada vez apresenta-se com mais funccedilotildees torna-se mais acessiacutevel e seu uso eacute
ensinado aprendido pelos pares imprimindo novos ritmos e outros coacutedigos ao
cotidiano As pessoas compartilham momentos com fotos jogos muacutesicas
mensagens etc
No ambiente escolar da mesma forma que em outros ambientes os
Aparelhos Celulares imprimem novos ritmos ao dia-a-dia dos estudantes e dos
professores Esses aparelhos ajudam a estabelecer novos coacutedigos de comunicaccedilatildeo
verbal ou natildeo Por exemplo um jogo a internet e principalmente as muacutesicas em
formato mp3 que podem ser acessadas com essa tecnologia funcionando como
coacutedigos porque permitem interaccedilatildeo entre estudantes uma vez que os mesmos
74
podem selecionar e criar seus proacuteprios aacutelbuns com o que mais lhes agrada Possuir
um Celular e trazecirc-lo para a escola usar o fone auricular saber utilizar as
capacidades dessa tecnologia podem ser compreendidos como coacutedigos pois
estabelecem significados como o de pertencimento natildeo pertencimento ao grupo e
que governa e regula o grupo
Esses significados estabelecem uma nova identidade cultural para os
estudantes no ambiente escolar e por consequecircncia promovem transformaccedilotildees nos
modos de organizaccedilatildeo da sala de aula Thompson (2011 p 61-62) sugere que
O desenvolvimento dos meios de comunicaccedilatildeo modificou o sentido de pertencimento dos indiviacuteduos ndash isto eacute a compreensatildeo dos grupos e das comunidades a que eles sentem pertencer - uma trajetoacuteria comum no tempo e no espaccedilo ndash alimentado dos produtos da miacutedia ndash uma origem e um destino comuns que tambeacutem vai sendo alterada sentimo-nos pertencentes a grupos e comunidades que se constituem em parte atraveacutes da miacutedia
As ideias de Bauman apresentadas por Pondeacute (2008) corroboram com as de
Thompson (2011) no que tange as mudanccedilas nos modelos de comunicaccedilatildeo a partir
do desenvolvimento das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Ao explicar o
conceito de modernidade liacutequida em Bauman (2008) Pondeacute repete a metaacutefora do
filoacutesofo Ralph Waldo Emerson na qual
estamos atravessando um deserto natildeo adianta achar que estamos na primavera porque todas as flores satildeo de plaacutestico significa que vamos sofrer bastante nessa travessia na eacutepoca que a gente vive a gente vive como se noacutes correcircssemos sobre uma fina casca de gelo se vocecirc parar ela racha quando ela rachar vocecirc se afoga e Bauman retoma dizendo ldquonoacutes estamos atravessando o inverno e a casca eacute fina se vocecirc andar devagar o chatildeo racha e entatildeo vocecirc morre isto eacute aleacutem de ser inverno natildeo ter uma ideia clara sobre a vida vocecirc tem que correr sem saber qual a direccedilatildeordquo (transcrito a partir de PONDEacute 2011)
Nesse sentido o ambiente escolar eacute um dos espaccedilos da Modernidade
Liacutequida (ou Poacutes-Modernidade) de Bauman (2008) e pode ser interpretado a partir da
mesma metaacutefora que sugere que natildeo sabemos qual caminho seguir e nem mesmo
sabemos se haacute um uacutenico caminho possiacutevel Assim perceber as mudanccedilas que
ocorreram nesse espaccedilo e a forma com a qual os estudantes interagem com ela nos
permite perceber e procurar compreender as novas linguagens produzidas
[culturalmente] na contemporaneidade
75
Na linguagem noacutes usamos sinais e siacutembolos sons palavras escritas
imagens produzidas eletronicamente notas musicais ateacute mesmo objetos como
forma de representar para outras pessoas nossos conceitos ideias e sentimentos
que constituem nossa cultura (HALL 2011)
As novas linguagens produzem diferentes identidades nesses estudantes
que ao mesmo tempo em que estatildeo conectados aos Aparelhos Celulares vivem
tambeacutem em um mundo transformado ruidoso agitado multifuncional tudo isso
ajuda a constituir essas novas identidades estudantis e portanto compreender
essas mudanccedilas nos ajuda a identificar caminhos possiacuteveis para a escola e a sala
de aula da sociedade contemporacircnea
Assim compreender os significados da presenccedila e uso do Aparelho Celular
na escola eacute compreender essa nova linguagem pois como vimos nesta seccedilatildeo o
Celular pode ser entendido como um signo um objeto de desejo que opera no
sistema representacional da nossa cultura Ele constroacutei significados modifica o
sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modela praacuteticas de conduta
ideias e eacute usado inclusive como instrumento de governabilidade e regulaccedilatildeo interna
do grupo O Aparelho Celular opera portanto como um modelo simboacutelico que cria
um novo ambiente social Em resumo ao relacionar ambiente escolar Tecnologias
da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e as mudanccedilas na cultura escolar constituiacuteram-se
novas tessituras para entender a escola contemporacircnea ou da modernidade liacutequida
para usar o termo de Bauman (2008)
Os fundamentos teoacutericos apresentados anteriormente me permitiram refletir
sobre as mudanccedilas na sociedade contemporacircnea com reflexos no processo
identitaacuterio dos estudantes especialmente relacionados a cultura escolar a partir da
ideia da inserccedilatildeo dos Aparelhos Celulares na escola e na constituiccedilatildeo de outros
modelos simboacutelicos de estudante Isso reitera a terceira premissa deste estudo
O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si
modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante
sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo
76
34 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO
Nesta seccedilatildeo discuti trecircs premissas a partir do aporte teoacuterico filosoacutefico de
pensadores contemporacircneos que discutem alteraccedilotildees no conceito de cultura e
identidade cultural Hall (2007) que descreve cultura como um modo de viver de
sentir de pensar e de atuar que eacute constantemente construiacuteda desconstruiacuteda
reconstruiacuteda de diferentes formas por infinitos agrupamentos humanos
Esta seccedilatildeo discutiu tambeacutem as mudanccedilas ambientais decorrentes do
desenvolvimento dos meios de transporte que trouxeram maior velocidade a vida
social e afetaram as maneiras pelas quais os indiviacuteduos experimentam as
caracteriacutesticas de espaccedilo e de tempo Em contrapartida esse desenvolvimento
trouxe novos impactos ao estilo de vida e a forma com que nos relacionamos com o
ambiente Nossas percepccedilotildees sobre o significado de ruiacutedo e de poluiccedilatildeo sonora
bem como suas consequecircncias para a sauacutede foram afetadas
Outro autor estudado foi Thompson (2011) que discute as transformaccedilotildees
culturais associadas ao surgimento das sociedades contemporacircneas Para ele o
desenvolvimento das miacutedias de comunicaccedilatildeo especialmente a Tecnologia da
Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (Aparelho Celular) teve um papel e um impacto
importante no surgimento dessa sociedade e na forma com que esses aparelhos
afetam as percepccedilotildees de pertencimento ao grupo e a necessidade de consumo
Com advento das miacutedias de comunicaccedilatildeo as atividades culturais adentraram
tambeacutem aos ambientes virtuais e as transformaccedilotildees decorrentes acabaram
excedendo as interaccedilotildees sociais face a face As tecnologias de interaccedilatildeo social
desenvolvidas nas sociedades contemporacircneas permitem interaccedilatildeo de forma
globalizada As particularidades de um individuo ou de um grupo passam ser mateacuteria
de conhecimento mais amplo por meio da propagaccedilatildeo e exposiccedilatildeo Nesse contexto
entendo que o Aparelho Celular uma Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo
estaacute inserido e impacta a cultura escolar pois carrega consigo outras possibilidades
de interaccedilatildeo social e com elas o sentimento de pertencimento ao grupo Assim o
Celular passa a ser considerado um elemento vital para o grupo
Na proacutexima seccedilatildeo abordo a percepccedilatildeo dos estudantes sobre uso do Aparelho
Celular no ambiente escolar
77
4 O USO DO CELULAR E AS PERCEPCcedilOtildeES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA
Com os avanccedilos da Telefonia Moacutevel os estudantes parecem consumir
intensivamente essa Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e estatildeo atentos aos
uacuteltimos lanccedilamentos de Aparelhos Celulares existentes no mercado Para Miranda
(2007) todos esses aparatos tecnoloacutegicos tecircm afetado o modo de estruturar a
educaccedilatildeo escolar e de desenvolver o trabalho docente
Essa revoluccedilatildeo estaacute ocorrendo nas escolas pois observando tive a impressatildeo
de que os Aparelhos Celulares estatildeo nas matildeos de praticamente todos os
estudantes e os reflexos satildeo constatados nas salas de aula na forma de desafios
positivamente se esses Aparelhos Celulares for encarados como uma ferramenta
adicional a ser utilizada no ensino para colaborar com aprendizagem ou
negativamente se forem vistos apenas como empecilhos para o ambiente escolar
Assim justifica-se uma investigaccedilatildeo que avalie os usos do Celular e as percepccedilotildees
dos estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora causada pelo uso de fones auriculares
ligados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica
Nesta seccedilatildeo busco responder a segunda questatildeo de pesquisa proposta na
primeira seccedilatildeo Eacute importante notar que inicio respondendo a segunda questatildeo de
investigaccedilatildeo ao inveacutes de responder a primeira questatildeo relembrando que nesta
dissertaccedilatildeo as questotildees foram produzidas a partir de uma loacutegica do raciociacutenio
necessaacuterio para se obter as informaccedilotildees No entanto para constituiccedilatildeo dos dados
utilizei trecircs instrumentos que seratildeo analisados separadamente assim na seccedilatildeo 4
apresento e analiso o resultado do questionaacuterio respondendo a segunda questatildeo de
investigaccedilatildeo Na seccedilatildeo 5 apresento e analiso o resultado das afericcedilotildees de niacuteveis de
pressatildeo sonora oriundos do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares respondendo a primeira e terceira questotildees de
investigaccedilatildeo Na seccedilatildeo 6 apresento e analiso o ldquoTeste de autoidentificaccedilatildeo de
alguns sintomas de estresserdquo respondendo a quarta questatildeo de investigaccedilatildeo
A segunda questatildeo de investigaccedilatildeo eacute ComoSe os estudantes do Ensino
Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no ambiente escolar
Para responder esta questatildeo de pesquisa me propus a aplicar aos
Estudantes do CEPMAT um questionaacuterio para investigar
78
a) Usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar
b) As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees subsequentes) sobre efeitos da
Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva
c) Relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e regras
do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado
Esta seccedilatildeo descreve e analisa o questionaacuterio realizado para responder a esta
questatildeo e seus trecircs subitens
A seccedilatildeo inicia-se com a apresentaccedilatildeo do questionaacuterio para o levantamento e
sua metodologia de aplicaccedilatildeo em seguida apresento os resultados do levantamento
realizado no terceiro subitem apresento anaacutelises cruzadas das respostas obtidas e
termino identificando os usos do Celular entre os estudantes no ambiente escolar
Minha proposta foi realizar um levantamento no CEPMAT quanto agrave posse de
Aparelhos Celulares entre os estudantes pois todos os dias os mesmos fazem uso
dessa Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (Celular) durante o periacuteodo letivo
Os professores do coleacutegio queixam-se com frequecircncia dos excessos por parte dos
estudantes quanto a este uso e remetem-se ao Regimento Escolar (Artigo 176ordm)
que governa as accedilotildees de toda a escola Ali estaacute determinado que eacute vedado ao
estudante
II- ocupar-se durante o periacuteodo de aula de atividades contraacuterias ao processo pedagoacutegico (hellip) IV- trazer para o estabelecimento de ensino material de natureza estranha ao estudo (hellip) XIII- utilizar-se de aparelhos eletrocircnicos na sala de aula que natildeo esteja vinculado ao processo ensino e aprendizagem (ZANOTTO 2011 p 68 69)
Essas Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo tecircm absorvido a atenccedilatildeo
dos estudantes durante as aulas e muitos professores assim como eu buscam
formas de relacionar tais aparatos com o ensino e a aprendizagem
Para entender melhor o uso que os estudantes fazem dos Aparelhos
Celulares apliquei inicialmente um questionaacuterio inserido no apecircndice I desta
dissertaccedilatildeo com oito itens fechados para 14 turmas do Ensino Meacutedio no CEPMAT
com o intuito de verificar a porcentagem de estudantes que possuem Aparelhos
Celulares Esse questionaacuterio foi aplicado no mecircs de novembro de 2012 nos
79
periacuteodos matutino e noturno para todas as turmas do Ensino Meacutedio durante o seu
horaacuterio de permanecircncia (hora atividade) na escola Os estudantes foram informados
antecipadamente que a participaccedilatildeo deles era completamente opcional e natildeo havia
nenhum viacutenculo com qualquer tipo de avaliaccedilatildeo de aprendizagem ou notas Os
estudantes ou seus responsaacuteveis assinaram o termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) contido no apecircndice 2 desta dissertaccedilatildeo e 240 questionaacuterios
foram respondidos
A seguir discuto as respostas uma a uma para depois analisar alguns dados
de forma integrada e finalmente responder quem tem Celular na escola e para que
usa Os resultados do questionaacuterio seratildeo apresentados na forma de graacuteficos com
porcentagens A primeira pergunta foi ldquoVocecirc possui um Telefone Celularrdquo De
acordo com o graacutefico 1 observamos a porcentagem de estudantes que tem posse de
um Aparelho Celular
GRAacuteFICO 1 - VOCEcirc POSSUI UM TELEFONE CELULAR FONTE COSTA (2014)
As respostas plotadas no graacutefico 1 mostram que a maioria dos estudantes
tem Aparelho Celular Esse dado reitera os achados de Beringuy (2011) segundo a
qual 898 das pessoas com rendimento entre trecircs e cinco salaacuterios miacutenimos tecircm
Celular esse percentual aumentou na populaccedilatildeo de renda baixa o que corresponde
agrave faixa de renda dos estudantes da comunidade escolar do CEPMAT descrito por
Zanotto (2010 p2) apontando que a comunidade escolar do CEPMAT eacute ampla
muitas famiacutelias de classe meacutedia e meacutedio-baixas oriundas das classes trabalhadoras
Beringuy (2011) menciona que 41 das pessoas sem rendimento e as com
rendimento ateacute um salaacuterio miacutenimo tambeacutem possuem Celular Essa autora enfatiza
tambeacutem que aumentou em 1072 no periacuteodo de 2005 a 2011 o nuacutemero de
80
pessoas acima 10 anos com posse de Aparelhos Celulares e ressalto que em todas
as regiotildees do Brasil houve grande aumento do nuacutemero de Aparelhos Celulares para
uso pessoal sendo esta populaccedilatildeo constituiacuteda de estudantes de idade escolar
O segundo item ldquoVocecirc traz o Telefone Celular para a escolardquo buscou
verificar qual a porcentagem de estudantes que levam o Aparelho Celular para o
ambiente escolar
O graacutefico 2 resume as respostas
GRAacuteFICO 2 - VOCEcirc TRAZ O TELEFONE CELULAR PARA A ESCOLA FONTE COSTA (2014)
Para 94 (sempre quase sempre e as vezes) dos estudantes o Celular eacute
levado para a escola como se fizesse parte do material escolar A disseminaccedilatildeo do
uso dos telefones Celulares constitui parte importante do cotidiano dos estudantes
E tem se constituiacutedo como uma espeacutecie de brinquedo nas salas de aula assim eacute
impossiacutevel ignorar que os estudantes satisfazem certas necessidades no brinquedo
Vygotsky (2007) afirma A essecircncia do brinquedo eacute a criaccedilatildeo de uma nova
relaccedilatildeo entre o significado e a percepccedilatildeo visual ou seja entre situaccedilotildees no
pensamento e situaccedilotildees reais Essas relaccedilotildees proporcionam o sentimento de
pertencimento ao grupo ou com o objeto inserido na atividade luacutedica Eacute um
importante indicador do desenvolvimento influenciando sua forma de encarar o
mundo e suas accedilotildees futuras um suporte da brincadeira promovendo uma situaccedilatildeo
de transiccedilatildeo entre a accedilatildeo com objeto concreto e suas accedilotildees de pertencimento ao
grupo com significados
No item trecircs ldquoQuanto tempo vocecirc usa o Telefone Celular ao longo do dia
para qualquer de suas funccedilotildeesrdquo propus faixas de tempo em horas nas quais os
estudantes usam o Celular diariamente
81
O graacutefico 3 resume as respostas dos estudantes a esses itens
GRAacuteFICO 3 - QUANTO TEMPO VOCEcirc USA O TELEFONE CELULAR AO LONGO DO DIA PARA QUALQUER DE SUAS FUNCcedilOtildeES FONTE COSTA (2014)
As respostas mostram que a somatoacuteria de 9 + 15 + 9 + 21
perfazendo um total de 54 de estudantes que passam mais de duas horasdia
usando o Aparelho Celular temos meacutedia de 65 horas por dia incluindo a somatoacuteria
das horas ou seja 2h + 4h + 8h + 12 h isso me permite afirmar que muitas dessas
horas de uso ocorrem durante as aulas Mostra que no CEPMAT esta tecnologia
moacutevel estaacute de alguma forma (para uso didaacutetico ou natildeo) inserida na sala de aula
corroborando com a constataccedilatildeo de Alves (2007) na qual a partir do surgimento do
Celular abriram-se novas possibilidades de conexotildees entre estudantes seja na
escola nas ruas nos shoppings
Nos trecircs primeiros itens desse levantamento foram tabulados dados de
porcentagens quanto agrave posse de Aparelhos Celulares se levam estes Aparelhos
Celulares para o ambiente escolar e a quantidade de horas que passam usando o
mesmo diariamente para qualquer funccedilatildeo disponiacutevel A partir do quarto item analiso
os usos que satildeo feitos do Aparelho Celular durante o periacuteodo das aulas
O item quatro ldquoQuais as funccedilotildees do Telefone Celular vocecirc utilizou na sala
de aula sem relaccedilatildeo com a aprendizagemrdquo investigou o uso do Celular durante o
82
periacuteodo das aulas sem relaccedilatildeo com as atividades escolares e com a aprendizagem
dos conteuacutedos formais
GRAacuteFICO 4 - QUAIS AS FUNCcedilOtildeES DO TELEFONE CELULAR QUE VOCEcirc UTILIZOU NA SALA DE AULA SEM RELACcedilAtildeO COM A APRENDIZAGEM FONTE COSTA (2014)
No graacutefico 4 somando-se 3 + 5 + 6 + 9 + 10 + 17 + 23 + 25
perfaz um total de 98 de estudantes que fazem uso de algumas funccedilotildees do Celular
durante o horaacuterio de aula o que confirma minha percepccedilatildeo inicial que os estudantes
usam o Celular indiscriminadamente 23 + 25 perfaz um total de 48 dos
estudantes pesquisados responderam que usam o Celular para ouvir muacutesica e
tambeacutem para enviar e receber mensagens funccedilotildees que segundo eles proacuteprios natildeo
tecircm qualquer relaccedilatildeo com as atividades de aprendizagem em sala de aula
De acordo com as respostas 25 dos estudantes utilizam o Celular para ouvir
muacutesica durante o periacuteodo das aulas Esses aparatos tecnoloacutegicos tiveram uma
grande evoluccedilatildeo desde sua origem que era apenas comunicaccedilatildeo via raacutedio e passou
reunir diversas funccedilotildees tecnoloacutegicas como cacircmera fotograacutefica filmadora viva-voz
agenda gravador de voz MP3 player comunicaccedilatildeo wireless entre outras A maioria
das demais funccedilotildees eacute pouco usada no ambiente escolar
83
Este resultado responde parte da questatildeo de investigaccedilatildeo 1 relacionada a
intensidade de ruiacutedo dB(A) que os estudantes estatildeo expostos ao ouvir muacutesica
Bastos Mattos (2007b) estudaram aparelhos de som portaacuteteis (MP3 MP4 Ipod
walkman etc) frequentemente manuseados e utilizados na sala de aula e
perceberam que os estudantes costumam expor sua audiccedilatildeo a alta intensidade
sonora sem consciecircncia dos malefiacutecios que isso pode causar a audiccedilatildeo (p2)
Anaacutelises similares seratildeo feitas por mim na proacutexima seccedilatildeo
O uso de Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica e os excessos de ruiacutedos tecircm
trazido prejuiacutezos aos estudantes e mesmo estudos natildeo cientiacuteficos como o de
Jordatildeo (2009) considera que muitos aparelhos satildeo desenvolvidos para apreender
muacutesicas em arquivos do tipo MP3 contendo funccedilotildees de som com alta definiccedilatildeo alto
falante e tambeacutem aplicativos que permitem a criaccedilatildeo de uma verdadeira biblioteca
musical digital ou ainda que identifiquem a muacutesica que estiver tocando no ambiente
entre tantos outros
A contestaccedilatildeo de Jordatildeo (2009) sobre funccedilotildees disponiacuteveis no Aparelho
Celular me levou a estabelecer o item cinco ldquoNa sala de aula vocecirc alguma vez jaacute
utilizou o Telefone Celular para ajudar na sua aprendizagemrdquo que pesquisou
quais dessas funccedilotildees satildeo utilizadas no ambiente escolar para auxiliar na
aprendizagem
GRAacuteFICO 5 - NA SALA DE AULA VOCEcirc ALGUMA VEZ JAacute UTILIZOU O TELEFONE CELULAR PARA AJUDAR NA SUA APRENDIZAGEM FONTE COSTA (2014)
Os resultados plotados no graacutefico 5 mostram que na soma de 56 + 11 +
3 resulta em 70 dos estudantes utilizam alguma funccedilatildeo do Aparelho Celular para
84
auxiliar na aprendizagem A mais usada (56) eacute a funccedilatildeo calculadora o que me
permite concluir que o uso didaacutetico do Celular estaacute reduzido a poucas disciplinas
Alves (2007) lista algumas ferramentas comuns nos Aparelhos Celulares
entre elas os sistemas de posicionamento as mensagens de texto de voz as
funccedilotildees multimiacutedia (fotos e filmes) acesso agrave Internet (e-mails facebook e whatsapp
e outros) download de sons e imagens acesso a contas bancaacuterias jogos bate-
papo dentre outras (p 2) Boa parte dessas funccedilotildees pode ser usada didaticamente
se bem planejadas mas as respostas me permitem concluir que isso ocorre pouco
nas salas de aula
Com o item seis ldquoQuanto vocecirc gasta em meacutedia em creacuteditos por mecircsrdquo
pesquisei os gastos mensais com a conta do Aparelho Celular com a intenccedilatildeo de
elaborar anaacutelises relativas ao consumo
GRAacuteFICO 6 - QUANTO VOCEcirc GASTA EM MEacuteDIA EM CREacuteDITOS POR MEcircS FONTE COSTA (2014)
De acordo com as respostas dadas somando-se 49 + 9 + 11
perfazendo um total de 69 dos estudantes tem gastos acima de R$ 1300 mensais
que eacute proacutexima a meacutedia obtida nos estudos de Luiz (2008) referente aos gastos
mensais com contas de Aparelhos Celulares de estudantes de escola puacuteblica (em
meacutedia R$ 2000) pelo fato de natildeo ter fonte de renda fixa Nesse contexto os
Aparelhos Celulares tecircm tido impacto sensiacutevel na vida dos jovens e adolescentes
Luiz (2008) pesquisou ainda os impactos dos gastos com telefone Celular de
jovens no orccedilamento familiar pois esses satildeo atraiacutedos para o consumo na busca por
uma relaccedilatildeo de pertencimento com o grupo (HALL 2007) e (VYGOTISKY 2007) a
pesquisa demonstrou que com o desenvolvimento dos Aparelhos Celulares outros
85
produtos tambeacutem satildeo apresentados aos consumidores tornando-se rapidamente
parte do seu dia a dia assim o puacuteblico alvo principal de todas essas inovaccedilotildees
tecnoloacutegicas satildeo consumidores representados por famiacutelias compostas por crianccedilas e
adolescentes
DrsquoAmorin (2012) em um artigo de opiniatildeo discute dependecircncia e viacutecio em
relaccedilatildeo ao Aparelho Celular e sugere que o ser humano tem uma grande
necessidade de se comunicar por isso tecnologias voltadas agrave comunicaccedilatildeo satildeo
absorvidas mais rapidamente deixando as pessoas dependentes (e natildeo viciadas) a
ela sem que percebam
O item sete ldquoVocecirc sabia que o regimento escolar proiacutebe o uso do
Telefone Celular na sala de aulardquo Pesquisei o conhecimento dos estudantes em
relaccedilatildeo ao Regimento Escolar Para Arco-verde (2007) ldquoo Regimento Escolar eacute que
estrutura define regula e normatiza as accedilotildees do coletivo escolar haja vista ser a
escola um espaccedilo em que as relaccedilotildees sociais com suas especificidades se
concretizamrdquo (p10) Nas escolas estaduais do Paranaacute o Regimento eacute construiacutedo a
partir de uma matriz geral fornecida pela Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Com
ela propotildee-se que a comunidade escolar construa coletivamente as normas e regras
especiacuteficas de cada estabelecimento de ensino Novos membros que adentram a
comunidade escolar podem a qualquer momento acessar o regimento se assim o
desejarem
GRAacuteFICO 7 - VOCEcirc SABIA QUE O REGIMENTO ESCOLAR PROIacuteBE O USO DO TELEFONE CELULAR NA SALA DE AULA FONTE COSTA (2014)
Somando-se os 67 que responderam sim com os 26 que disseram que
natildeo sabiam mas usam assim mesmo e 5 dos que informaram que sabiam mas
86
que usam esporadicamente perfazem um total de 98 dos estudantes disseram ter
ciecircncia da norma estabelecida pelo Regimento Escolar sendo que desses 98
31 admitiram tambeacutem conhecer a norma e resolveram utilizar o Celular no
Ambiente Escolar afrontando-a
Com a pergunta oito ldquoVocecirc jaacute ouviu dizer que o Telefone Celular pode
trazer problemas para audiccedilatildeordquo investiguei se os estudantes tecircm consciecircncia que
a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo intenso diariamente por meio do Aparelho Celular para ouvir
muacutesica pode ser prejudicial agrave audiccedilatildeo
GRAacuteFICO 8 - VOCEcirc JAacute OUVIU DIZER QUE O TELEFONE CELULAR PODE TRAZER PROBLEMAS PARA AUDICcedilAtildeO FONTE COSTA (2014)
Na soma de 45 + 39 + 1 perfaz um total de 85 dos estudantes
responderam que jaacute ouviram dizer que pode ser prejudicial poreacutem desses um
pouco mais da metade disseram ter reduzido o uso (45 do total de respondentes
ou 53 desses 85) mesmo assim tem um grupo de 11 de estudantes que
nunca ouviu falar que usar o Aparelho Celular para ouvir muacutesica nos fones
auriculares pode trazer prejuiacutezos para a audiccedilatildeo
A Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) faz campanha nacional
anualmente no mecircs de outubro alertando sobre os riscos de se ouvir muacutesicas em
volume muito acima do recomendado A campanha eacute dirigida ao puacuteblico jovem A
sociedade em seu siacutetio eletrocircnico alerta que ldquoatualmente eacute faacutecil testemunhar seja
em escolas ou mesmo nas ruas o haacutebito de estudantes ouvirem muacutesica em alta
intensidade nos Aparelhos Celularesrdquo (SBO 2012) Os estudantes satildeo expostos
87
diariamente a ruiacutedos sem perceber o problema para audiccedilatildeo a princiacutepio o prejuiacutezo agrave
audiccedilatildeo eacute reversiacutevel poreacutem o uso constante danifica irreversivelmente a audiccedilatildeo
O relatoacuterio da American Friends of Tel Aviv University (2012) resumiu o
trabalho de Muchnik et al (2011) que pesquisaram 289 jovens com idade entre 13 a
17 anos sobre o volume e a quantidade de horas que costumam ouvir muacutesica no
Aparelho Celular A pesquisa mostrou que 80 dos jovens fazem uso do Aparelho
Celular diariamente para ouvir muacutesicas correndo um seacuterio risco de sofrer perda
auditiva precocemente devido ao volume colocado no fone auricular Das 289
pessoas pesquisadas 74 foram submetidos a exames auditivos os resultados
mostraram que em 25 desses detectou-se perda auditiva
Os pesquisadores alertaram que um em cada quatro adolescentes teratildeo
problemas auditivos A perda auditiva ocorre quando haacute exposiccedilatildeo continua a ruiacutedos
intensos e eacute um processo lento e progressivo levando entre 10 e 20 anos ou seja
seraacute tarde para reparar os danos causados a audiccedilatildeo
Os autores ressaltam que uma geraccedilatildeo inteira de jovens estaacute sofrendo de
problemas auditivos mais cedo que o esperado pelas perdas causadas pelo
envelhecimento e alertam que os fones auriculares acessoacuterios que acompanham os
Aparelhos Celulares satildeo improacuteprios para audiccedilatildeo humana (MUCHNIK et al 2011
p2)
41 CORRELACcedilAtildeO ENTRE QUESTOtildeES
Para esta anaacutelise construiacute tabelas de contingecircncia para verificar a associaccedilatildeo
entre variaacuteveis Por meio do caacutelculo do coeficiente Qui-Quadrado As tabelas de
contingecircncia satildeo utilizadas para estudar a relaccedilatildeo entre duas ou mais variaacuteveis
categoacutericas descrevendo a frequecircncias das categorias de uma das variaacuteveis
relativamente agraves categorias das outras Variaacuteveis satildeo caracteriacutesticas medidas
controladas ou manipuladas em uma pesquisa Diferem em muitos aspectos
principalmente no papel que a elas eacute dado em uma pesquisa e na forma como
podem ser medidas O teste Qui-quadrado permite analisar a relaccedilatildeo de
independecircncia entre variaacuteveis qualitativas aplica-se tanto para a anaacutelise univariada
como bivariada ou multivariada Na anaacutelise univariada as observaccedilotildees de uma
88
uacutenica populaccedilatildeo satildeo subdivididas em categorias geralmente os dados resultam da
contagem de objetos em cada uma das categorias pretendendo-se comparar as
frequecircncias observadas com as frequecircncias esperadas (CONTI 2013)
A primeira Associaccedilatildeo elaborada foi entre o item 1 ldquoVocecirc possui um
Telefone Celularrdquo e o item 2 ldquoVocecirc traz o Telefone Celular para a escolardquo Os
resultados foram inseridos na Tabela 1
TABELA 1 - RESULTADO DO TESTE DE FISCHER PARA ASSOCIACcedilAtildeO DAS QUESTOtildeES 1
E 2
Q2
a B c d Total
Q1
a 149 9 10 7 175
8514 514 571 400 100
b 1 0 2 4 7
1429 000 2857 5714 100
c 1 0 0 0 1
10000 000 000 000 100
FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO LABORATOacuteRIO DE ESTATIacuteSTICA APLICADA DA UFPR
Observei associaccedilatildeo significativa entre as variaacuteveis por meio do teste de
Fisher (p=00001) ou seja mais de 90 dos estudantes que possuem Aparelho
Celular o levam para a escola Ressalto que haacute alunos que natildeo possuem Celulares
e entre esses 75 natildeo o levam para o Coleacutegio ou seja 25 dos estudantes mesmo
sem possuir um aparelho proacuteprio levam um Celular para o Coleacutegio Com isso
podemos inferir que se os estudantes compreenderam a questatildeo e a forma de
respondecirc-la entatildeo haacute alguns Celulares que satildeo usados de forma compartilhada em
outras palavras os estudantes que natildeo possuem Aparelho Celular proacuteprio trazem
aparelhos de outras pessoas provavelmente de seus pais irmatildeos etc por isso
usam-no de forma compartilhada
A segunda associaccedilatildeo foi realizada entre os itens 3 ldquoQuanto tempo vocecirc usa
o Telefone Celular ao longo do dia para qualquer de suas funccedilotildeesrdquo e 4 ldquoQuais as
funccedilotildees do Telefone Celular que vocecirc utilizou na sala de aula sem relaccedilatildeo com a
aprendizagemrdquo Os resultados foram inseridos na Tabela 2
89
TABELA 2 - RESULTADO DO TESTE QUI-QUADRADO PARA ASSOCIACcedilOtildeES DAS QUESTOtildeES 3 E 4
Q4
a b c d e f g h i j Total
Q3
a 0 0 0 0 0 0 0 0 2 6 8
000 000 000 000 000 000 000 000 2500 0000 100
b 15 8 10 11 3 3 4 1 2 0 57
2632 1404 1754 1930 526 526 702 175 351 000 100
c 14 4 14 12 4 2 3 0 0 0 53
2642 755 2642 2264 755 377 566 000 000 000 100
d 24 7 18 15 5 6 7 0 0 0 82
2927 854 2195 1829 610 732 854 000 000 000 100
e 16 4 15 9 3 6 7 0 0 0 60
2667 667 2500 1500 500 1000 1167 000 000 000 100
f 35 15 35 25 12 14 20 0 0 0 156
2244 962 2244 1603 769 897 1282 000 000 000 100
G 28 11 29 19 3 2 10 0 1 0 103
2718 1068 2816 1845 291 194 971 000 097 000 100
h 10 4 13 7 0 4 6 0 0 0 44
2273 909 2955 1591 000 909 1364 000 000 000 100
FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO LABORATOacuteRIO DE ESTATIacuteSTICA APLICADA DA UFPR
90
Natildeo se observou associaccedilatildeo significativa entre as variaacuteveis por meio do teste
de Qui-Quadrado (p=030) ou seja o tempo de uso natildeo tem relaccedilatildeo com a funccedilatildeo
do Celular utilizada durante a aula Como as funccedilotildees mais usadas satildeo ldquoouvir
muacutesicardquo e ldquoenviar mensagensrdquo e natildeo haacute associaccedilatildeo entre as variaacuteveis entatildeo
praticamente em todas as faixas de tempo as funccedilotildees mais usadas satildeo ldquoouvir
muacutesicardquo e ldquocomunicar por mensagensrdquo Eacute importante ressaltar que ouvir muacutesica
implica em uso de fones auriculares e se o volume for acima do recomendado e se
a exposiccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora for contiacutenua pode levar a perda auditiva definitiva ao
longo do tempo Aleacutem disso observei que embora o Telefone Celular tenha
inuacutemeras funccedilotildees essas natildeo satildeo utilizadas ou satildeo subutilizadas para a
aprendizagem
A partir da apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos itens expostos ateacute o momento e da
leitura do Caderno de Apoio para a Elaboraccedilatildeo do Regimento Escolar (ARCO-
VERDE 2007) eacute possiacutevel perceber que o material encaminhado pela proacutepria SEED-
PR natildeo coaduna com o uso de novas tecnologias no Ambiente Escolar Entendo que
esta contradiccedilatildeo precisa ser revista no Regimento do coleacutegio nomeadamente nos
artigos II e IV que tratam do uso de aparelhos eletrocircnicos (Telefone Celular) na sala
de aula Pois se tratar de uma nova tecnologia e dos avanccedilos tecnoloacutegicos o
ambiente escolar precisa ser um meio facilitador para o uso didaacutetico dessas novas
tecnologias e isso implica que elas estejam na matildeo dos estudantes a qualquer
momento mesmo correndo o risco que natildeo sejam usadas para fins didaacuteticos100
do tempo
Apesar de esse questionaacuterio clarificar e ratificar terceira premissa dessa
dissertaccedilatildeo ldquoo Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia
de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si modificando a dinacircmica
do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento
ao grupordquo sua aplicaccedilatildeo mostrou fragilidades como por exemplo inexistecircncia de
itens que identificassem aspectos socioeconocircmicos grau de escolaridade dos pais
e haacutebitos de consumo das famiacutelias Ainda assim ficou evidenciado que os
estudantes levam o Aparelho Celular para o ambiente escolar e mesmo sabendo da
proibiccedilatildeo existente no Regimento Escolar fazem uso desta tecnologia em sala de
aula de forma pouco relacionada agrave aprendizagem
O Aparelho Celular faz parte do cotidiano dos estudantes pois eacute levado para
o ambiente escolar mesmo com as proibiccedilotildees do Regimento Escolar e eacute pouco
91
usado para fins de aprendizagem e a forma de comunicaccedilatildeo entre os estudantes
ocorre por mensagens no entanto a funccedilatildeo muacutesica eacute uma das mais utilizadas
assim eacute possiacutevel considerar que embora seja uma tecnologia que evoluiacute a cada dia
torna-se necessaacuterio aprofundar estudos para verificar qual a importacircncia das
funccedilotildees utilizadas como pode ser aplicado o maacuteximo possiacutevel das mesmas de
forma que os estudantes se apropriem e percebem o uso significativo para a
aprendizagem
42 SINTESE DA SECcedilAtildeO
Esta seccedilatildeo teve como intuito responder a segunda questatildeo de investigaccedilatildeo
da dissertaccedilatildeo
ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no
ambiente escolar
Esta questatildeo contecircm trecircs subitens
a) Usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar
b) As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees subsequentes) sobre os efeitos
da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva
c) Relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e
regras do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado
O questionaacuterio aplicado me permitiu responder a segunda questatildeo de
investigaccedilatildeo da seguinte forma As respostas referentes aos subitem a Usos dos
Aparelhos Celulares no ambiente escolar
90 dos estudantes tecircm Celular e o levam para o coleacutegio 8 natildeo tecircm
esse equipamento mas ainda assim levam algum Celular para o
ambiente escolar Perfazendo um total de 98 dos estudantes de
posse desta Tecnologia de faacutecil acesso na escola
48 dos estudantes usam o Celular para ouvir muacutesica e enviar e
receber mensagens
As respostas referentes ao subitem b As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees
subsequentes) sobre efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva
92
85 responderam que jaacute ouviram dizer que os usos de fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares podem ser prejudiciais
agrave sauacutede auditiva poreacutem desses um pouco mais da metade disseram
ter reduzido o uso por causa desta informaccedilatildeo
As respostas referentes o subitem c a relaccedilatildeo ao entre o uso de instrumentos
eletrocircnicos e as normas e regras do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado
70 dos estudantes revelaram fazer uso didaacutetico do Aparelho Celular
no entanto a funccedilatildeo mais usada eacute a Calculadora permitindo concluir
que o uso didaacutetico estaacute reduzido a poucas disciplinas
98 dos estudantes revelou ter ciecircncia da proibiccedilatildeo do uso de
Celulares para fins natildeo didaacuteticos e 31 admitiram afrontar
deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio
Minhas percepccedilotildees iniciais obtidas pela vivecircncia diaacuteria com os estudantes
que usam intensivamente o Aparelho Celular para ouvir muacutesica se confirmaram
portanto pelos dados do questionaacuterio Na proacutexima seccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo
descrevo os resultados das afericcedilotildees relativas aos niacuteveis de pressatildeo sonora oriunda
do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares conectados aos Aparelhos
Celulares dos estudantes do Ensino Meacutedio
93
5 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA ORIUNDOS DO ENTORNO DO CEPMAT E
NOS FONES AURICULARES CONETADOS AOS APARELHOS CELULARES
DOS ESTUDANTES DO ENSINO MEacuteDIO QUANDO OUVEM MUacuteSICA
Na seccedilatildeo 3 desta dissertaccedilatildeo vimos no pensamento socioloacutegico de
Thompson (2011) que o desenvolvimento dos grandes centros urbanos foi afetado
pelo crescimento da quantidade e pela melhoria na qualidade dos meios de
transportes que impuseram mudanccedilas tecnoloacutegicas sobre a vida social e essas
acirraram ainda mais a necessidade de aumentar a velocidade para diminuir o
tempo gasto para percorrer determinados espaccedilos
Esse crescimento da quantidade de veiacuteculos trouxe consigo o aumento do
ruiacutedo afetando diretamente as aacutereas urbanas Vimos tambeacutem no estudo realizado
por Ribas (2007) sobre as reclamaccedilotildees referentes aos ruiacutedos registrados na
Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba que 70 dessas registros
referem-se agravequeles que ocorrem em horaacuterio comercial e satildeo provenientes dos meios
de transportes
Aleacutem da anaacutelise socioloacutegica de Thompson (2011) e da tese de Ribas (2007) o
municiacutepio de Curitiba estaacute sujeito a Lei Ordinaacuteria Municipal nordm 10625200213
(CURITIBA 2002) que dispotildee e regulamenta os niacuteveis de pressatildeo sonora nos
espaccedilos urbanos de Curitiba em seu Artigo 1ordm determina que
eacute proibido perturbar o sossego e o bem estar puacuteblico com sons ruiacutedos e vibraccedilotildees que causem incocircmodo de qualquer natureza ou que ultrapassem os limites fixados nesta lei
No 2ordm paraacutegrafo XII conceitua Zona sensiacutevel agrave ruiacutedo ou zona de silecircncio como
ldquoaquela que para atingir seus propoacutesitos necessita que lhe seja assegurado um silecircncio excepcional definindo como zona de silecircncio a faixa determinada pelo raio de 20000m (duzentos metros) de distacircncia de hospitais escolas bibliotecas puacuteblicas hoteacuteis postos de sauacutede ou similaresrdquo (vide anexo 2)
14
13 Conforme jaacute mencionado anteriormente o texto da lei 106252002 encontra-se no anexo I desta
dissertaccedilatildeo 14
Observe-se que o anexo II mencionado nesta citaccedilatildeo refere-se ao anexo da Lei 10625 e natildeo ao anexo 2 desta dissertaccedilatildeo
94
A mesma lei tambeacutem dispotildee em seu paraacutegrafo uacutenico que as normas para
afericcedilatildeo de ruiacutedo podem ser realizadas a 500m (cinco metros) em quaisquer divisas
do imoacutevel gerador do incocircmodo ou em qualquer ponto dentro do limite real do
imoacutevel que sofre o incocircmodo
Nesta seccedilatildeo procuro responder a primeira e a terceira questotildees de pesquisa
a primeira ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do
CEPMATrdquo e a terceira ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os
estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones
auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo Relembro que
as questotildees de pesquisa desta dissertaccedilatildeo foram construiacutedas em uma sequecircncia
loacutegica de compreensatildeo sobre a informaccedilatildeo no entanto a apresentaccedilatildeo e anaacutelise
dos resultados foram realizadas a partir da discussatildeo de cada instrumento de
constituiccedilatildeo dos dados separadamente ou seja o questionaacuterio que investigou o uso
do Celular no ambiente escolar (foi apresentado na seccedilatildeo 4) a afericcedilatildeo dos niacuteveis
de pressatildeo sonora tanto no interior do CEPMAT quanto nos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares dos estudantes ao ouvir muacutesicas (satildeo
apresentados neste capiacutetulo) e o ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas
de estresserdquo (seraacute apresentado na seccedilatildeo 6) Portanto reitero que a apresentaccedilatildeo
dos resultados da questatildeo de pesquisa 2 foi realizada antes da apresentaccedilatildeo e
anaacutelise dos resultados da questatildeo de pesquisa 1 e 3 Estas por sua vez foram
respondidas a partir dos dados do mesmo instrumento e seratildeo apresentadas neste
capiacutetulo
Para obter os niacuteveis de pressatildeo sonora realizei afericcedilotildees tanto no interior da
escola quanto nos fones auriculares conectados aos equipamentos Celulares
respondendo assim as duas questotildees vinculadas aos NPS Para a constituiccedilatildeo dos
dados relativos aos Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) fundamentei-me em aspectos
eacuteticos e legais e a partir das afericcedilotildees construiacute tabelas e elaborei anaacutelises
A seccedilatildeo estaacute dividida em quatro subitens a saber 51 ldquoSintomatologias
Caracteriacutesticas da PAIRrdquo no qual descrevo as caracteriacutesticas da Perda Auditiva
Induzida por Ruiacutedos (PAIR) de origem ocupacional levando em conta os agentes
causais que podem gerar perdas auditivas por exposiccedilatildeo ao ruiacutedo e ao interagir
com estes potencializam os seus efeitos sobre a audiccedilatildeo No subitem 52
ldquoOrientaccedilatildeo Metodoloacutegica do Instrumentordquo Nesse subitem descrevo o decibeliacutemetro
que eacute o equipamento utilizado para fazer as afericcedilotildees e em seguida os
95
procedimentos adequados para para as afericcedilotildees baseadas nas NBR 10151 (ABNT
1987) O procedimento foi dividido em dois momentos uma afericcedilatildeo dos niacuteveis de
ruiacutedo oriundos do entorno do CEPMAT e outro dos fones auriculares conectados ao
Telefone Celular quando os estudantes ouviam muacutesica No subitem 53 apresento os
resultados das afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) emitidos pelos meios
de transportes que circulam no entorno do CEPMAT no qual descrevo os resultados
das afericcedilotildees de ruiacutedos oriundos do entorno do CEPMAT No subitem 54 apresento
os resultados das afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) emitidos nos fones
auriculares conectados no Telefone Celular descrevo os procedimentos para
constituiccedilatildeo de dados com os estudantes que utilizam este equipamento No
subitem 55 Discussatildeo dos Resultados apresento analiso e discuto os resultados
51 SINTOMATOLOGIAS CARACTERIacuteSTICAS DA PAIR
A principal sintomatologia da PAIR eacute a degeneraccedilatildeo das ceacutelulas ciliadas do
ouvido15 por exposiccedilatildeo de tempo prolongada ao ruiacutedo o que provoca lesotildees por
excessos de estimulaccedilatildeo sonora (BRASIL 2006 p 16)
Conforme jaacute mencionado o termo som eacute comumente utilizado para descrever
sensaccedilotildees prazerosas o ruiacutedo eacute usado para descrever sons indesejaacuteveis ou
desagradaacuteveis desta forma quando o ruiacutedo eacute intenso e a exposiccedilatildeo a ele eacute contiacutenua
(poluiccedilatildeo sonora) ocorrem alteraccedilotildees estruturais na orelha interna determinando a
possibilidade de ocorrecircncia de perda auditiva Aleacutem da ocorrecircncia dos sintomas
auditivos frequentes (perda auditiva dificuldade de compreensatildeo de fala zumbido e
intoleracircncia a sons intensos) a essa exposiccedilatildeo a pessoa tambeacutem apresenta
queixas como cefaleia tontura irritabilidade e problemas digestivos entre outros
(BRASIL 2006 p10)
Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999) as
caracteriacutesticas desta sintomatologia da PAIR satildeo sempre neurossensoriais pois a
lesatildeo ocorre no oacutergatildeo de Corti da orelha interna e a perda ocorre em ambas agraves
15 Lembrando que o termo ouvido foi substituiacutedo por orelha interna na atual nomenclatura anatocircmica
e na seccedilatildeo 4 utilizo essa nova nomenclatura
96
orelhas internas em graus diferenciados Em frequecircncias baixas haacute uma perda
auditiva de 40 dB(A) e nas altas 75 dB(A) mas uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao
ruiacutedo intenso natildeo ocorre progressatildeo da PAIR nos indiviacuteduos A perda aditiva natildeo
torna a orelha interna mais sensiacutevel ao ruiacutedo os prejuiacutezos aparecem de forma mais
lenta quando haacute exposiccedilatildeo contiacutenua as perdas auditivas podem ser definitivas
levando em meacutedia de 10 a 15 anos Os sintomas comeccedilam ser percebidos quando
haacute intoleracircncia a sons intensos com queixa de zumbido diminuiccedilatildeo de
inteligibilidade da fala e prejuiacutezo da comunicaccedilatildeo oral
Em resumo os sintomas e sinais da perda auditiva descrita por Seligman
(2001) apud Brasil (2006 p 22) satildeo
1) Auditivos Perda auditiva Zumbidos Dificuldades no entendimento de fala dores nos ouvidos mediantes a exposiccedilatildeo a sons intensos sensaccedilatildeo de audiccedilatildeo ldquoabafadardquo dificuldade na localizaccedilatildeo da fonte sonora 2) Natildeo auditivos Transtornos da comunicaccedilatildeo Neuroloacutegicos Vestibulares Comportamentais Cardiovasculares Hormonais Digestivos e Alteraccedilotildees do sono
A Tabela 3 apresenta os niacuteveis de pressatildeo sonora e o tempo que as pessoas
podem ficar expostas a aqueles decibeacuteis de acordo com a NR-15 (ABNT 1978) e
com o Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo - PAIR pode ocorrer se natildeo forem
respeitados esses limites de exposiccedilatildeo diaacuteria
A tabela 3 apresentada na NR-15 (ABNT1978) limita o tempo de exposiccedilatildeo
do trabalhador a ruiacutedos contiacutenuos ou intermitentes durante atividades ocupacionais
Para uma jornada diaacuteria de 8 horas essa norma estipula como teto maacuteximo de
exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limite de 85 dB(A) A partir do limite de 85 dB(A) a cada 5
dB(A) acrescentados no niacutevel de pressatildeo sonora o tempo de exposiccedilatildeo permitido cai
pela metade isto eacute no limite de 90 dB(A) o tempo cai de 8 para 4 horas e ao chegar
em 115 dB(A) uma pessoa pode ficar exposta aos ruiacutedos contiacutenua ou
intermitentemente apenas por 7 minutos
97
TABELA 3 ndash LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO E INTERMITENTE
NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA
EM dB(A)
MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL
EM HORAS E MINUTOS
85 8 h 86 7 h 87 6 h 88 5 h 89 4 h e 30 min 90 4 h 91 3 h e 30 min 92 3 h 93 2 h e 40 min 94 2 h e 15 min 95 2 h 96 1 h e 45 min 98 1 h e 15 min
100 1 h 102 45 min 104 35 min 105 30 min 106 25 min 108 20 min 110 15 min 112 10 min 114 8 min 115 7 min
FONTE NORMA REGULAMENTADORA 15 (ABNT 1978)
52 ORIENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA DO INSTRUMENTO
521 O Equipamento
Utilizando o equipamento denominado de decibeliacutemetro Marca Instrutherm ndash
nuacutemero de seacuterie N304849 Modelo AZCE ndash 8928 Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB
(A) Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear Respostas Fast e Slow Os dados foram
constituiacutedos a partir do medidor de pressatildeo sonora no modo ldquoLeqrdquo na curva de
compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta ldquoSlowrdquo (lenta) O decibeliacutemetro com funccedilatildeo
Leq pode ser ajustado para operar com dois modos de resposta o raacutepido ( Fast ) e
o lento ( Slow) no modo de operaccedilatildeo lento ele tem um tempo de subida de 1 ms
ideal para sons repetitivos e contiacutenuos jaacute no modo raacutepido o tempo de resposta eacute de
98
125 ms ideal para medir sons raacutepidos Com este equipamento realizei as duas
mediccedilotildees
A primeira no ambiente interno do CEPMAT para determinar os ruiacutedos
oriundos do meio externo do entorno do Coleacutegio e gerados pelos meios de
transportes seguindo as orientaccedilotildees metodoloacutegicas normatizadas pela NBR
101511987 (ABNT 1987) que usando princiacutepios de acuacutestica asseguram a precisatildeo
do meacutetodo para avaliaccedilatildeo dos efeitos do ruiacutedo sobre o aparelho auditivo
A segunda mediccedilatildeo foi realizada para aferir os niacuteveis de ruiacutedo que os
estudantes estatildeo expostos ao usarem os fones auriculares conectados no Aparelho
Celular para ouvir muacutesica
522 Procedimento
As mediccedilotildees foram realizadas em dois momentos no primeiro foram
realizadas mediccedilotildees nos ambientes internos do CEPMAT no segundo foram
realizadas mediccedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora nos fones auriculares dos
Aparelhos Celulares dos estudantes do Ensino Meacutedio enquanto ouviam muacutesica Os
procedimentos seratildeo descritos separadamente
a) Primeiro momento
Para realizar as mediccedilotildees com o decibeliacutemetro nos ambientes internos do
CEPMAT selecionei locais que natildeo tem barreiras fiacutesicas para o ruiacutedo oriundo da
Avenida Presidente Afonso Camargo onde haacute as vias expressas a via estrutural
leste e a linha Feacuterrea Assim foram selecionados dois pisos do referido coleacutegio No
primeiro piso que fica no niacutevel da rua estatildeo na ordem da planta baixa
arquitetocircnica16 da esquerda para a direita os seguintes espaccedilos Biblioteca Sala de
Informaacutetica Sala do Diretor Secretaria Auditoacuterio No segundo piso que fica do
mesmo lado do preacutedio estatildeo agraves quatro salas de aula avaliadas juntamente com o
Laboratoacuterio de Quiacutemico-Fiacutesica
16 A planta baixa arquitetocircnica do primeiro piso do CEPMAT pode ser vista no Anexo VIII
99
O equipamento17 mostra a mediccedilatildeo do niacutevel de ruiacutedo equivalente contiacutenuo
(Leq18) a cada minuto de acordo com as normas - Avaliaccedilotildees do Ruiacutedo em Aacutereas
Habitadas visando ao conforto da comunidade NBR 10151 (ABNT 1987) Para
aferir resguardei o aparelho do efeito de ventos sobre o microfone com o uso de
protetor conforme as instruccedilotildees do fabricante As mediccedilotildees foram realizadas em
pontos afastados aproximadamente 12 m do piso e a 1 m da parede da sala em
cada afericcedilatildeo durante cinco dias em trecircs periacuteodos do dia nos meses de setembro e
outubro de 2013 em fevereiro de 2014 No periacuteodo matutino foram realizadas nos
intervalos compreendidos das 7h30min as 11h45min no periacuteodo vespertino das
13h30min as 17h30min e no periacuteodo noturno das 19h00 as 22h30min
b) Segundo momento
Com autorizaccedilatildeo da direccedilatildeo do CEPMAT realizei as afericcedilotildees dos niacuteveis de
pressatildeo sonora nos fones auriculares do Aparelho Celular dos estudantes do Ensino
Meacutedio semanalmente Foram em meacutedia 30 (trinta) afericcedilotildees diaacuterias de diferentes
estudantes ao longo de um periacuteodo de 2 meses (outubro e novembro de 2013)
diariamente no periacuteodo letivo e somente durante os intervalos de aulas (manhatilde das
10h agraves 10h20min no periacuteodo matutino e das 20h agraves 20h40min no periacuteodo noturno)
A escolha dos estudantes foi aleatoacuteria e solicitei permissotildees verbais para fazer
mediccedilatildeo da intensidade sonora que os fones auriculares emitiam naquele momento
Informei que aquele procedimento fazia parte de uma pesquisa que natildeo haveria
qualquer tipo de puniccedilatildeo ou proibiccedilatildeo do uso do Aparelho Celular no ambiente
escolar Os estudantes participantes natildeo foram identificados nesta pesquisa
17 Uma foto do equipamento pode ser vista no Anexo IV
18 As condiccedilotildees exigiacuteveis para a execuccedilatildeo do caacutelculo simplificado do niacutevel de ruiacutedo equivalente
contiacutenuo (Leq) foram Normatizadas pela NBR 13369 (ABNT 1995) que se encontra no anexo VII desta dissertaccedilatildeo
100
53 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA
(NPS) EMITIDOS PELOS MEIOS DE TRANSPORTES DO ENTORNO DO
CEPMAT
Neste subitem busco responder a primeira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo
os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMATrdquo
A tabela 4 apresenta os niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) a que os estudantes
satildeo submetidos pelos ruiacutedos emitidos pelos meios de transportes oriundos do
entorno do CEPMAT ficando mais intensos quando satildeo realizadas manutenccedilotildees
nos trens Os estudantes ao entrarem em determinados ambientes do coleacutegio estatildeo
mais (ou menos) expostos a ruiacutedos externos Esta exposiccedilatildeo natildeo eacute igual em todos
os ambientes devido a proximidade ou distacircncia das origens do ruiacutedo bem como
devido a barreiras fiacutesicas da proacutepria construccedilatildeo Nesse sentido para saber os niacuteveis
de pressatildeo sonora a que os estudantes estatildeo submetidos em cada local decidi
avaliar diferentes espaccedilos fiacutesicos do coleacutegio Portanto o decibeliacutemetro foi instalado
na parte interna de alguns ambientes que recebem as ondas sonoras frontalmente
TABELA 4 ndash AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) ORIUNDOS DO EXTERIOR
DO CEPMAT E MEDIDOS NO INTERIOR
DiaMecircs
Sala
Periacuteodo
Com a presenccedila do trem Carros ocircnibus Caminhotildees e estudantes
Sem a presenccedila do trem com carros ocircnibus caminhotildees e estudantes
0110
Biblioteca
Manhatilde
Tarde
Noite
9644
9452
8573
8436
8809
6516
0710
Laboratoacuterio de
Informaacutetica
Manhatilde
Tarde
Noite
9603
9271
8898
8886
8324
7546
0510
Auditoacuterio
Manhatilde
Tarde
Noite
9620
10000
8805
8654
8736
6522
FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
101
Nos resultados da tabela 4 observei que em ambientes como a Biblioteca o
Laboratoacuterio de Informaacutetica e o Auditoacuterio frequentados por estudantes a intensidade
de ruiacutedos eacute elevada as afericcedilotildees apontaram que no periacuteodo matutino sem a
presenccedila do trem com fluxo normal de carros ocircnibus caminhotildees e estudantes a
meacutedia em dB(A) eacute 8658 dB(A) e acrescentado os ruiacutedos do trem a meacutedia fica em
torno de 9622 dB(A) no periacuteodo vespertino a meacutedia ficou em 8623 dB(A) e 9574
dB(A) e noturno a meacutedia ficou em 6861 dB(A) e 8758 dB(A) poreacutem existe uma
diferenccedila acentuada nos niacuteveis de pressatildeo sonora se comparados os periacuteodos
diurnos (movimentaccedilatildeo de meios de transportes constantes) e noturno (baixa
movimentaccedilatildeo de veiacuteculos e do trem que passa no horaacuterio das 19h40 min)
No estudo de Celani et al (1994) apud Brasil (2006) os autores avaliaram os
niacuteveis de pressatildeo sonora em salas de aula com a presenccedila de estudantes e os
resultados chegaram a atingir ateacute 943 dB(A) que eacute acima do recomendado no
Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo - Pair (BRASIL 2006) apresentado na tabela 3
desta seccedilatildeo
As afericcedilotildees realizadas nas salas de aula e Laboratoacuterio de Fiacutesico-Quiacutemica do
CEPMAT (tabela 5) apontaram que no periacuteodo matutino sem a presenccedila do trem
com fluxo normal de carros ocircnibus caminhotildees e estudantes a meacutedia em dB(A) eacute
8229 dB(A) e acrescentado os ruiacutedos do trem a meacutedia passa para 9394 dB(A) No
periacuteodo vespertino a meacutedia ficou em 7417 dB(A) e 9203 dB(A) e no noturno a
meacutedia ficou em 7419 dB(A) e 8357 dB(A) todas as meacutedias estatildeo acima da
recomendada pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que estabelece um limite de
60 dB(A) para os setores estruturais educacionais A Meacutedia dos trecircs periacuteodos eacute
8984 dB(A) e esses valores estatildeo 50 acima do estabelecido pela lei isto eacute de
acordo com as definiccedilotildees estabelecidas na proacutepria Lei 106252002 (CURITIBA
2002) caracterizado como POLUICcedilAtildeO SONORA
Portanto respondendo a primeira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo os Niacuteveis
de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMATrdquo Os resultados
indicaram que satildeo niacuteveis acima dos limites permitidos na Lei Ordinaacuteria Municipal
106252002 confirmando os incocircmodos iniciais desta dissertaccedilatildeo
A tabela 5 mostra as mediccedilotildees realizadas nas salas de aula com e sem a
presenccedila dos trens
102
TABELA 5 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO CEPMAT EM SALAS DE AULA
DiaMecircs
Sala
Periacuteodo
Com a presenccedila do trem Carros e Ocircnibus Caminhotildees
e de estudantes dB(A)
Sem a presenccedila do trem com fluxo normal de
Carros ocircnibus caminhotildees e presenccedila de
estudantes dB(A)
0210
Sala de Aula 10
Manhatilde
Tarde
Noite
9432
9546
8871
8370
7946
7223
0210
Sala de Aula 11
Manhatilde
Tarde
Noite
8998
9230
7253
8008
7525
7377
0210
Sala de Aula 12
Manhatilde
Tarde
Noite
9513
9688
8619
7796
7253
7189
0310
Laboratoacuterio de Fiacutesico-quiacutemica 13
Manhatilde
Tarde
Noite
9635
8350
8685
8745
6947
7889
FONTE COSTA 2014 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
54 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA
(NPS) EMITIDOS NOS FONES AURICULARES CONECTADOS NO
APARELHO CELULAR
Neste subitem busco responder a questatildeo de pesquisa nuacutemero 3 desta
dissertaccedilatildeo que eacute ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os
estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones
auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo
103
Como jaacute mencionado o decibeliacutemetro tambeacutem foi utilizado para aferir os
niacuteveis de ruiacutedos gerados pelos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular
dos estudantes do CEPMAT quando ouvem muacutesica
Realizei ao todo 150 afericcedilotildees no paacutetio do coleacutegio durante o recreio
(intervalo) ao longo de dois meses Utilizei apenas um dia por semana e variei dias
da semana durante este periacuteodo de forma a ter pelo menos 30 mediccedilotildees para cada
dia Para facilitar a apresentaccedilatildeo dos dados agrupei o nuacutemero de estudantes que
tiveram mediccedilotildees iguais em decibeacuteis dB(A) independentemente do dia
Os valores obtidos em decibeacuteis podem ser relacionados ao tempo maacuteximo de
exposiccedilatildeo ao ruiacutedo permissiacutevel de acordo com (BRASIL 2006) reproduzido na
tabela 3 da seccedilatildeo 4 por exemplo se um estudante ouve muacutesica a 88 dB(A) com os
fones auriculares conectados ao Aparelho Celular o protocolo limita o tempo de
exposiccedilatildeo a 5 horas no entanto se uma pessoa ouvir muacutesica a 115 dB(A) o tempo
maacuteximo de exposiccedilatildeo deve ser de 7 minutos para evitar prejuiacutezos a sauacutede auditiva
Os resultados obtidos satildeo apresentados no graacutefico nove
GRAacuteFICO 9 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES CONECTADOS AO APARELHO CELULAR FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
104
No graacutefico 9 eacute possiacutevel notar que apenas um pequeno grupo de 8 estudantes
pesquisados ouvem muacutesica em intensidade igual a 88 dB(A) isto eacute somente 534
o que significa que o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo para este grupo natildeo pode ser
superior a 5 horas diaacuterias No entanto os demais (142 estudantes ou 9466 dos
pesquisados) ouvem muacutesicas em intensidade acima de 92 dB(A) cujo tempo de
exposiccedilatildeo limite eacute de 3 horas por dia no entanto no questionaacuterio discutido na seccedilatildeo
III desta dissertaccedilatildeo mostrou que os estudantes ouvem muacutesica com os fones
auriculares conectados ao Celular em meacutedia quatro horas diaacuterias Isso significa que
aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume de
1047 dB(A) em meacutedia e podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com
possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo Portanto de acordo com o Protocolo
de Complexidade Diferenciada 5 do Ministeacuterio da Sauacutede para 4 h de exposiccedilatildeo
diaacuteria o limite eacute de 90 dB(A) para 103 dB(A) o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo eacute de 40
minutos diaacuterios ou seja os estudantes pesquisados ficam 600 acima do tempo
limite estipulado pelo Protocolo
55 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS
Esta discussatildeo tem como base as duas afericcedilotildees realizadas as oriundas do
entorno do CEPMAT e as dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular
para ouvir muacutesica
No que se refere agraves mediccedilotildees do entorno do CEPMAT a resoluccedilatildeo do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA 1998) e a Lei 960598 Capiacutetulo
V Seccedilatildeo II Artigo 54 estabelece como crime ambiental ldquoCausar poluiccedilatildeo de
qualquer natureza em niacuteveis que resultem ou possam resultar em danos agrave sauacutede
humanardquo (BRASIL 1998) Aleacutem disso no que tange a sauacutede auditiva a NBR
101511987 (ABNT 1987) determina que os niacuteveis de ruiacutedos em aacutereas habitadas
natildeo deve ultrapassar 50 dB(A) visando o conforto a seguranccedila e a sauacutede auditiva
das comunidades lindeiras No entanto o ruiacutedo emitido em Zonas Estruturais
Educacionais eacute regulamentado pela Lei Ordinaacuteria Municipal 10625 (CURITIBA
2002) que o limita a 60 dB(A) em periacuteodo diurno
105
A empresa America Latina Logiacutestica (ALL 2010 p 17) justifica que a poluiccedilatildeo
sonora emitida pelos trens na passagem da composiccedilatildeo ocorre em curto espaccedilo de
tempo de aproximadamente 5 minutos cessando logo apoacutes a passagem desta
forma o impacto ambiental causado pelo ruiacutedo eacute imediatamente restabelecido apoacutes
a passagem da composiccedilatildeo portanto para a empresa os danos agrave sauacutede auditiva
seriam reversiacuteveis
A ALL (2010 p 18) ressalta em seu Programa de Mitigaccedilatildeo de Ruiacutedos que as
vizinhanccedilas Empresas Hospitais e Coleacutegios devem ter ciecircncia de que os
deslocamentos dos trens causam ruiacutedos devidos agraves caracteriacutesticas do material
rodante Por outro lado eacute preciso lembrar que ter ciecircncia natildeo resolve os incocircmodos
causados aos estudantes do CEPMAT e um programa de mitigaccedilatildeo ambiental
deveria propor mais do que a ciecircncia ao fato mas uma efetiva reduccedilatildeo Aleacutem disso
o programa natildeo inclui accedilotildees nos paacutetios de manobra e nem limita as atividades de
manutenccedilatildeo das maacutequinas e testes de frenagem que ocorrem na frente do coleacutegio
em periacuteodo diurno e tem ruiacutedo acima do que permite a legislaccedilatildeo especialmente
nas ZE-E
O CEPMAT estaacute localizado a aproximadamente 25 metros da linha feacuterrea
como apresentado nas fotos apresentadas na seccedilatildeo I ndash dos Incocircmodos Inicias Os
resultados das mediccedilotildees realizadas a esta distacircncia e plotadas na tabela 4
identificaram niacuteveis de ruiacutedos que podem chegar a 100 dB(A) muito acima dos
limites de emissatildeo de ruiacutedo para a Zona Estrutural Educacional que podem limitar o
tempo de exposiccedilatildeo a uma hora No entanto quando haacute testes de frenagem esta
exposiccedilatildeo pode ser maior do que o tempo descrito no relatoacuterio da ALL
O laudo emitido por Stangherlin (2014)19 ressalta o caso dos estudantes do
CEPMAT que estudam nas salas diretamente impactadas pelo ruiacutedo observando a
seguinte loacutegica um estudante do CEPMAT estaacute exposto ao ruiacutedo por um periacuteodo de
4h30min cinco (5) dias por semana ao longo de duzentos (200) dias letivos
Portanto mesmo que por um ldquocurto periacuteodordquo de tempo por dia (cerca de 5 minutos
natildeo considerando os dias em que haacute testes de frenagem) eacute possiacutevel concluir que
ainda que o tempo de exposiccedilatildeo seja curto a frequecircncia com que ocorre e o niacutevel de
decibeacuteis sistematicamente acima do legal permitido pode haver consequecircncias a
longo prazo e somente em estudo longitudinal poderia analisar com maior precisatildeo o
19 Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Meios de Transporte (Anexo IX)
106
tamanho e impactos e pode haver consequecircncias relativas a PAIR com prejuiacutezos agrave
sauacutede auditiva Portanto os dados das anaacutelises apresentadas respondem portanto
a questatildeo de pesquisa nuacutemero 1 desta dissertaccedilatildeo
A seguir apresento as discussotildees dos resultados das afericcedilotildees relativas aos
fones auriculares conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica e respondo a
questatildeo de pesquisa nuacutemero 3
De acordo com os resultados obtidos a meacutedia aritmeacutetica geral ( ) das
afericcedilotildees do eixo X (graacutefico 9) referente a intensidade de ruiacutedo nos fones
auriculares eacute de 1032 dB(A) Nesses niacuteveis o tempo de exposiccedilatildeo maacutexima contiacutenua
eacute de aproximadamente 40 minutos por dia no entanto nos dados obtidos a partir do
questionaacuterio aplicado o tempo meacutedio que os estudantes ouvem muacutesica usando
fones de ouvido conectados ao Aparelho Celular eacute em meacutedia de 4 horasdia o que
pode acarretar surdez precoce nos estudantes Essa intensidade meacutedia eacute muito
superior a permitida para uma ldquojornada de trabalhordquo no caso dos estudantes a
possibilidade de uso constante por 8 horas diaacuterias que o sistema auditivo humano
pode suportar sons de forma segura que eacute de 85 dB(A) Nesta situaccedilatildeo de
exposiccedilatildeo ao ruiacutedo contiacutenuo podem ocorrer diversos sintomas que caracterizam a
PAIR (CID 10 ndash H833) como perda auditiva zumbidos dores no ouvido sensaccedilatildeo
de audiccedilatildeo ldquoabafadardquo e transtornos neuroloacutegicos comportamentais hormonais
digestivos e alteraccedilotildees do sono entre outros pois quando o ruiacutedo eacute intenso e a
exposiccedilatildeo a ele for continuada ocorrem alteraccedilotildees estruturais na orelha interna
(BRASIL 2006 p10)
O segundo laudo referente agraves mediccedilotildees nos niacuteveis de pressatildeo sonora nos
fones auriculares emitido por Stangherlin (2013)20 retrata que os estudantes do
CEPMAT expostos a esses niacuteveis de pressatildeo sonora (plotados no graacutefico 8) podem
ter prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo ou perda auditiva em poucos anos por ser sutil causa
impactos significativos na sauacutede auditiva dos estudantes podendo gerar dificuldades
na comunicaccedilatildeo e na aprendizagem Para SantrsquoAna (2012 p 26) os dispositivos
sonoros portaacuteteis individuais seriam os principais responsaacuteveis pela perda de
audiccedilatildeo precoce provocando o fenocircmeno dos ldquoouvidos velhos em corpos jovensrdquo
20 Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedos dos Fones de Ouvido Conectados ao Aparelho Celular
(Anexo X)
107
Um grupo (5) de estudantes ouve muacutesica proacuteximo (88 dB(A) dos limites
estabelecidos pelo protocolo (BRASIL 2006) e o outro grupo (9466) ouve muacutesicas
em volume acima do limite estabelecido no protocolo a meacutedia do volume para este
grupo eacute de 1047 dB(A) de acordo com o protocolo o limite de tempo para tal
volume seria de apenas 30 minutos por dia Portanto os estudantes estatildeo expondo
sua audiccedilatildeo ateacute 800 acima do limite dB(A)tempo estabelecido no protocolo a
porcentagem de 95 mostra consequecircncias de agir conforme o grupo ou seja a
partir do modelo de interaccedilatildeo social discutido por Vigotsky (2007)
Com os resultados obtidos e as anaacutelises realizadas acima respondo a
terceira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que
os estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones
auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo
Assim compreender os significados da presenccedila e o uso do Aparelho Celular
na escola eacute compreender essa cultura das tecnologias de faacutecil acesso pois como
vimos anteriormente o Celular pode ser entendido como um signo um objeto de
desejo que opera no sistema representacional da nossa cultura (HALL 1997) Os
Aparelhos Celulares permitem construir significados modificando o sentimento de
pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de conduta e ideias e satildeo
usados inclusive como instrumento de governabilidade e regulaccedilatildeo interna do grupo
Os Aparelhos Celulares operam portanto como um modelo simboacutelico que cria um
novo ambiente social
56 SINTESE DA SECcedilAtildeO
Em resumo ao relacionar ambiente escolar tecnologias de faacutecil acesso e as
mudanccedilas na cultura escolar constituiacutemos novas tessituras para entender a escola
contemporacircnea e suas problemaacuteticas e consequecircncias como a do aparecimento
precoce da PAIR Assim eacute possivel relacionar que tanto o ruiacutedo do traacutefego quanto
os Aparelhos Celulares emitem niacuteveis de poluiccedilatildeo sonora muito acima do que a
lesgislaccedilatildeo estabelece ou recomenta no entanto os niacuteveis de ruiacutedos emitidos nos
fones auriculares dos Aparelhos Celulares satildeo muito acima do meios de transportes
Assim eacute possiacutevel conluir que embora seja silecioso para uma pessoa que estaacute
108
proacuteximo os Telefones Celulares conectados a fones auriculares estatildeo colocando em
risco a sauacutede auditiva dos estudantes
Na proacutexima seccedilatildeo apresentarei os resultados do ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo
de alguns sintomas de estresserdquo que os estudantes responderam sobre a poluiccedilatildeo
sonora oriunda do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares conectados ao
Aparelho Celular quando ouvem muacutesica
109
6 POLUICcedilAtildeO SONORA E AS PERCEPCcedilOtildeES DOS ESTUDANTES DE ALGUNS
SINTOMAS DE ESTRESSE
Nas seccedilotildees anteriores busquei responder as questotildees um dois e trecircs desta
dissertaccedilatildeo Nesta seccedilatildeo procuro responder a quarta questatildeo de pesquisa uma vez
que foi constatado a partir dos resultados do capiacutetulo anterior que haacute Niacuteveis de
Pressatildeo Sonora (NPS) acima do disposto na Legislaccedilatildeo e estabelecida nesta
dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora busquei verificar comose os estudantes do
Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem (a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda
do entorno do Coleacutegio (b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora (oriunda do entorno do
Coleacutegio) na sauacutede deles (c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones
auriculares conectados aos Telefones Celulares e os efeitos na sauacutede dos
estudantes (d) as normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT
Para responder a quarta questatildeo de pesquisa (e suas quatro sub questotildees)
me propus a adaptar o teste de (LAUTERT CHAVES E MOURA 1999) Nomeei o
teste adaptado como ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo
e apliquei aos estudantes do CEPMAT
Para apresentar o instrumento de constituiccedilatildeo de dados os resultados
obtidos e as anaacutelises que elaborei dividi a seccedilatildeo em quatro subtoacutepicos a saber A
primeira (61) intitulada ldquocrescimento da cidade e o aumento do ruiacutedo ambienterdquo
discorre sobre o aumento dos meios de transportes que trafegam na via estrutural
leste o Paacutetio de Manobra da ALL a Lei Ordinaacuteria Municipal (CURITIBA 2002)
106252000 a NBR 10151(ABNT 1987) e 10152 (ABNT 1987a) o Protocolo de
Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL 2006) com as possiacuteveis consequecircncias para
a sauacutede humana A segunda (62) intitulada ldquoOs sintomas de estresse e a percepccedilatildeo
dos estudantesrdquo analisa as percepccedilotildees pessoais por meio dos sentidos baacutesicos
(visatildeo e especialmente audiccedilatildeo) os processos cognitivos e as manifestaccedilotildees
psicoloacutegicas que podem afetar a sauacutede humana assim parte do conceito de como
as pessoas percebem o ambiente e tomam decisotildees associadas a ela mesma A
terceira (63) intitulada ldquoOrientaccedilotildees metodoloacutegicas do Instrumentordquo apresenta a
construccedilatildeo de um teste elaborado com base nas escalas tipo-Likert contendo sete
niacuteveis Os principais objetivos foram avaliar se os estudantes percebem a poluiccedilatildeo
110
sonora tanto no entorno do CEPMAT causada pelos meios de transportes quanto
agravequela oriunda dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular para ouvir
muacutesica e verificar se os estudantes apresentam alguns sintomas de estresse O
quarto e uacuteltimo do subtoacutepico (64) intitulado ldquoAnaacutelise dos dadosrdquo como o proacuteprio
nome diz apresenta e analisa parcialmente quatro grupos de dados percepccedilatildeo dos
estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora no entorno do CEPMAT a percepccedilatildeo dos
efeitos desta poluiccedilatildeo sonora na sauacutede deles a percepccedilatildeo da existecircncia de poluiccedilatildeo
sonora oriundas dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular o Regimento
Escolar A seccedilatildeo finaliza reunindo as principais consideraccedilotildees parciais e elaborando
conclusotildees que pretendem unir aspectos dos capiacutetulos anteriores
61 O CRESCIMENTO DA CIDADE E O AUMENTO DO RUIacuteDO AMBIENTE
Neste subtoacutepico descrevo o aumento do ruiacutedo ambiente causado pelo
adensamento da frota de veiacuteculos e a saturaccedilatildeo do transporte viaacuterio na cidade
Ruiacutedo ambiente eacute conceituado no Capiacutetulo 12 da investigaccedilatildeo de ruiacutedos (ALL
2010) como ldquomediccedilatildeo do niacutevel de ruiacutedo equivalente para determinaccedilatildeo do ruiacutedo
ambiente durante a operaccedilatildeordquo (p13) entendo como operaccedilatildeo a passagem da
composiccedilatildeo feacuterrea Menciono aspectos do sistema viaacuterio de Curitiba especialmente
do corredor leste de transporte coletivo e a linha feacuterrea do Setor Cajuru que inclui o
Paacutetio de Curitiba Ambos (corredor Leste e Linha feacuterrea) passam em frente ao
CEPMAT trazendo impactos negativos ao aumento de ruiacutedo ambiente discutindo as
normas regulamentadoras NBR 10151 (ABNT1987) e NBR 10152 (ABNT 1987a)
referentes agrave poluiccedilatildeo sonora e o protocolo de complexidade diferenciada 5 (BRASIL
2006) que descreve a PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo) As normas e o
protocolo (BRASIL 2006) serviratildeo como sustentaacuteculo para anaacutelise dos dados
O crescimento da cidade de Curitiba e a saturaccedilatildeo do sistema viaacuterio da
cidade foram descritos no relatoacuterio de Planos Setoriais de Curitiba (IPPUC 2008)
que incluem tambeacutem alertas para os impactos negativos dessa saturaccedilatildeo ao tracircnsito
e agrave sauacutede
111
O deslocamento aliado ao crescimento das atividades econocircmicas verificadas na uacuteltima deacutecada trouxe consigo impactos nocivos ao tracircnsito A saturaccedilatildeo do Sistema Viaacuterio Baacutesico pelo aumento da frota de veiacuteculos em circulaccedilatildeo e a instalaccedilatildeo de transportadoras fora das zonas de serviccedilo e a pouca correspondecircncia hieraacuterquica e funcional entre o sistema viaacuterio baacutesico urbano e metropolitano ocasionam impactos negativos (poluiccedilatildeo ruiacutedo congestionamentos e acidentes) no meio urbano (IPPUC 2008 p34)
O mapa da rede Integrada de Transporte Puacuteblico de Curitiba mostra que as
linhas expressas e diretas passam em frente ao coleacutegio Figura 7 (IPPUC 2006) e ali
haacute um traacutefego intenso de ocircnibus circulando nas canaletas De acordo com o relatoacuterio
IPPUC (2008 p28) ldquoo corredor leste trabalha com 115000 passageiros em dia uacutetil
17000 passageiros no pico 115 passageiros de carga maacutexima ()rdquo o que adensa
o nuacutemero de ocircnibus que circula na regiatildeo aumentando o ruiacutedo ambiente Aleacutem
disso haacute que se considerar que este relatoacuterio foi escrito haacute oito anos quando o
nuacutemero de veiacuteculos e a populaccedilatildeo da cidade eram menores e a aacuterea metropolitana
nesse intervalo (2008-2014) teve um crescimento significativo Para Siegel et al
(2009) dentre os municiacutepios que compotildeem a Regiatildeo Metropolitana de Curitiba
destaca-se o de Pinhais eacute um dos que obtiveram maior crescimento nos uacuteltimos 10
anos Este municiacutepio interliga-se com Curitiba pelo corredor leste para os ocircnibus
conforme descrito na seccedilatildeo de ldquoIncomodos Iniciaisrdquo que inclui fotos das seis pistas
que compotildeem a Av Afonso Camargo que passa em frente ao Coleacutegio
No caso do sistema ferroviaacuterio a cidade de Curitiba tem dois paacutetios em
operaccedilatildeo o Paacutetio Iguaccedilu no bairro Boqueiratildeo e o Paacutetio de Curitiba no bairro
Cajuruacute este uacuteltimo fica proacuteximo ao CEPMAT haacute uma distacircncia aproximada de
1200m pelo trajeto viaacuterio ou menos do que isso em linha reta Nestes Paacutetios de
acordo com o relatoacuterio IPPUC (2008 p33) natildeo haacute carga e descarga mas haacute
montagem de composiccedilotildees e manobras e testes da composiccedilatildeo e de frenagem
A linha feacuterrea passa em frente ao coleacutegio a uma distacircncia de
aproximadamente 25m (na Figura 7 representada em azul claro) Os dados
extraiacutedos da tabela 1271 do capiacutetulo 12 sobre investigaccedilatildeo de ruiacutedos da ALL (ALL
2010 p14) realizadas pelo programa de mitigaccedilatildeo de ruiacutedos em uma aacuterea
estritamente residencial urbana a uma distacircncia de 15m da ferrovia indicaram que os
Niacuteveis de Pressatildeo Sonora do ruiacutedo ambiente satildeo iguais a 87 dB(A) agraves 16 horas e 72
dB(A) agraves 23 horas de acordo com esse relatoacuterio o ruiacutedo ambiente (durante a
passagem da composiccedilatildeo feacuterrea) dura cerca de 5 minutos (IPPUC 2008 p17)
112
FIGURA 7 - REDE INTEGRADA DE TRANSPORTE PUacuteBLICO DE CURITIBA EM 2003 FONTE IPPUC (2006)
No entanto eacute importante ressaltar que aleacutem dos ruiacutedos ambiente imediatos
mencionados no relatoacuterio durante a passagem das composiccedilotildees a empresa
Ameacuterica Latina Logiacutestica usa regularmente a linha feacuterrea em frente ao CEPMAT
113
para fazer manobras e testes de frenagem e de motores das locomotivas devido agrave
proximidade da linha feacuterrea com a aacuterea de manobras do Paacutetio de Curitiba As
locomotivas ziguezagueiam do Paacutetio de Curitiba ateacute uma linha que fica em frente agrave
escola aumentando significativamente os niacuteveis de ruiacutedo ambiente no local e o
tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
O CEPMAT estaacute localizado na intersecccedilatildeo entre o corredor Leste de
transporte coletivo do sistema viaacuterio e a linha feacuterrea do Setor Cajuru que daacute acesso
agrave aacuterea de manobras do Paacutetio de Curitiba Em um local proacuteximo o ruiacutedo ambiente
medido pela empresa que administra a ferrovia (ALL 2010) chegou a 87 dB(A) Por
outro lado a Lei Ordinaacuteria Municipal Nordm 10625 (CURITIBA 2002) dispotildee sobre o
limite maacuteximo de ruiacutedo na Zona Especial Educacional que eacute de 60 dB(A) Assim os
limites maacuteximos estatildeo superiores aos recomendados Da mesma forma a Norma
Regulamentadora 10152 (ABNT 1987a) que fixa os niacuteveis de ruiacutedo para conforto
acuacutestico delimita como niacutevel sonoro para conforto acuacutestico em salas de aula e
laboratoacuterios 40 dB(A) e como Niacutevel Sonoro Aceitaacutevel 50 dB(A) a Norma
Regulamentadora 10151(ABNT 1987) fixa os niacuteveis sonoras para avaliar os
ambientes externos e as aacutereas estritamente residenciais urbanas ou de hospitais e
escolas os niacuteveis diurnos satildeo de 50 dB(A) e noturno de 45 dB(A) A NBR
101511987 eacute o criteacuterio teacutecnico a ser seguido e atendido segundo a Resoluccedilatildeo nordm 1
do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente e da Secretaria do Meio
Ambiente (de 8 de marccedilo de 1990) A Lei 960598 (CONAMA 1998) menciona as
consequecircncias para as empresas que causam poluiccedilatildeo de qualquer natureza em
niacuteveis tais que resultem ou possam resultar em danos agrave sauacutede humana ou que
provoquem a mortandade de animais ou a destruiccedilatildeo significativa da flora
No entanto os valores apontados pelo relatoacuterio da empresa (ALL 2010) e as
mediccedilotildees realizadas in locus e relatadas no capiacutetulo anterior permitem afirmar que
os niacuteveis sugeridos tanto na Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 (CURITIBA 2002)
quanto nas NBR 10151(ABNT 1987) e 10152 (ABNT 1987a) foram extrapolados
Sabendo que quando valores estatildeo acima dos limites estabelecidos podem
provocar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR)
114
Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) eacute a perda provocada pela exposiccedilatildeo por tempo prolongado ao ruiacutedo Configura-se como uma perda auditiva do tipo neurossensorial geralmente bilateral irreversiacutevel e progressiva com o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (CID 10 ndash H 833) Consideram-se como sinocircnimos perda auditiva por exposiccedilatildeo ao ruiacutedo no trabalho perda auditiva ocupacional surdez profissional disacusia ocupacional perda auditiva induzida por niacuteveis elevados de pressatildeo sonora perda auditiva induzida por ruiacutedo ocupacional perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora de origem ocupacional (BRASIL 2006 p13)
Apesar de esta dissertaccedilatildeo considerar a nova nomenclatura anatocircmica que
substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo conforme mencionado em
nota de rodapeacute no capiacutetulo II o Protocolo (BRASIL 2006) utiliza os dois termos que
aparecem com o mesmo significado O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5
(BRASIL 2006) centra-se em grande parte a descriccedilatildeo da PAIR causada por ruiacutedo
intenso e contiacutenuo no entanto o mesmo protocolo faz referecircncias quanto as
consequecircncias para a sauacutede na exposiccedilatildeo ao ruiacutedo suacutebito
Quando a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo eacute de forma suacutebita e muito intensa pode ocorrer o trauma acuacutestico lesando temporaacuteria ou definitivamente diversas estruturas do ouvido Apesar de esta dissertaccedilatildeo considerar a nova nomenclatura anatocircmica que substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo conforme mencionado no capiacutetulo II o Protocolo (BRASIL 2006) utiliza os dois termos que aparecem com o mesmo significado Outro tipo de alteraccedilatildeo auditiva provocado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo intenso eacute a mudanccedila transitoacuteria de limiar que se caracteriza por uma diminuiccedilatildeo da acuidade auditiva que pode retornar ao normal apoacutes um periacuteodo de afastamento do ruiacutedo (BRASIL 2006 p 11)
(hellip) O risco de Pair aumenta muito quando a meacutedia da exposiccedilatildeo estaacute acima de 85 dB(A) por oito horas diaacuterias As exposiccedilotildees contiacutenuas satildeo piores do que as intermitentes poreacutem curtas exposiccedilotildees a ruiacutedo intenso tambeacutem podem desencadear perdas auditivas (BRASIL 2006 p18)
Neste subtoacutepico introduzi a abordagem da problemaacutetica do aumento da
pressatildeo sonora no entorno do CEPMAT e para tanto apresentei as mudanccedilas
ambientais que ocorreram na regiatildeo com adensamento de traacutefego e tambeacutem normas
que regulamentam os niacuteveis maacuteximos de pressatildeo sonora em locais como escolas
hospitais etc Apresentei tambeacutem a PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo que
foi descrita em Brasil (2006) e jaacute apresenta o coacutedigo de Identificaccedilatildeo de Doenccedila
(CID 10 ndash H 833) Sendo que o proacuteprio relatoacuterio da empresa (ALL 2010) confirma a
extraptaccedilatildeo dos limites em dB(A) estabelecidos por lei para a Zona Especial
115
Educaiconal ZE-E que eacute de 50 dB(A) No subtoacutepico seguinte discuto a percepccedilatildeo
ambiental e alguns sintomas causados pelos efeitos do ruiacutedo agrave sauacutede humana
62 OS SINTOMAS DE ESTRESSE E A PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES
Neste subtoacutepico abordo dois aspectos cruciais para a concepccedilatildeo do
instrumento de coleta de dados O primeiro aspecto refere-se aos processos
perceptivos para construccedilatildeo de indicadores vaacutelidos para a avaliaccedilatildeo criteriosa sobre
a percepccedilatildeo dos estudantes relativa agrave Poluiccedilatildeo Sonora Tanto a poluiccedilatildeo sonora
externa dos meios de transportes quanto agrave interna dos fones conectados ao
Aparelho Celular A anaacutelise da percepccedilatildeo considerou os aspectos psicoloacutegicos
socais e culturais da comunidade escolar que participou da pesquisa O segundo
aspecto refere-se agrave caracterizaccedilatildeo dos sintomas e niacuteveis de estresse A partir da
caracterizaccedilatildeo de percepccedilatildeo e estresse o proacuteximo subtoacutepico apresentaraacute a
concepccedilatildeo do instrumento de coleta de dados
Para Fernandes et al (2004) estas respostas ou manifestaccedilotildees decorrentes
satildeo resultado das percepccedilotildees pessoais e coletivas dos processos cognitivos
julgamentos e expectativas e embora nem todas as manifestaccedilotildees psicoloacutegicas
sejam evidentes ou constantes elas afetam a conduta mesmo que
inconscientemente
Em ambientes urbanos haacute manifestaccedilotildees mais comuns - por exemplo a
poluiccedilatildeo sonora dos meios de transportes as pichaccedilotildees a muacutesica etc Os aspectos
dessas manifestaccedilotildees podem ser percebidos pelas pessoas Assim estudos sobre a
percepccedilatildeo ambiental satildeo fundamentais pois permitem compreender as relaccedilotildees
entre os humanos e o ambiente Os mesmos autores sugerem que a percepccedilatildeo
ambiental eacute um conceito sustentado por dados de pesquisas poreacutem ao ser
veiculado eacute reconstruiacutedo por meio de sua utilizaccedilatildeo
Para Del Rio (1996) as pessoas tecircm dificuldades de se relacionar socialmente
e em alguns casos tecircm atitudes agressivas Exemplos de manifestaccedilotildees
psicossociais decorrentes da degradaccedilatildeo da qualidade de vida urbana mesmo que
na maioria das vezes seja inconsciente Neste sentido os aspectos quanto aos
116
efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede nas pessoas encontram barreiras para tomar
accedilotildees de prevenccedilatildeo e adoccedilatildeo de medidas eficazes de controle Ao mesmo tempo o
contiacutenuo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas aacutereas urbanas torna-se cada vez mais
desconfortaacutevel insalubre e inseguro afetando a sauacutede do indiviacuteduo e contaminando
intensamente as relaccedilotildees sociais sem que isso seja percebido
De acordo com Reis Lay (2006) o conhecimento adquirido sobre os
processos perceptivos e cognitivos pode melhorar a qualidade dos ambientes por
meio de poliacuteticas planejamento e projetos de forma que ao planejar e projetar um
determinado ambiente os funcionamentos possam ser contemplados
Os estudos sobre percepccedilatildeo ambiental e sobre os efeitos psicofiacutesicos do
ruiacutedo podem contribuir para o planejamento local no que tange ao gerenciamento do
ruiacutedo urbano mas tambeacutem nos auxilia a entender algumas reaccedilotildees psicossociais
dos estudantes do CEPMAT
Na deacutecada de 1970 os estudos geograacuteficos sobre percepccedilatildeo ambiental
tornaram-se fonte de pesquisa para a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a
Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura - UNESCO e podem ser compreendidos de duas
maneiras
a) A primeira foi descrita por Reis e Lay (2006) que entendem que o processo
perceptivo de interaccedilatildeo entre o espaccedilo e o indiviacuteduo se daacute exclusivamente pelos
sentidos baacutesicos (visatildeo e audiccedilatildeo) em que a percepccedilatildeo eacute tratada como
exclusivamente sensorial A cogniccedilatildeo processo de construccedilatildeo do sentido na mente
eacute cumulativa e se forma por meio da experiecircncia cotidiana na qual as sensaccedilotildees
adquirem valores e significados gerando expectativas sobre o ambiente que se
traduzem em atitudes e comportamentos
b) A segunda ocorre para aleacutem da interaccedilatildeo sensorial em que se consideram
outros fatores psicossociais tais como cultura memoacuteria conjunto de informaccedilotildees e
valores pessoais Nessa a cogniccedilatildeo e a sensaccedilatildeo integram a percepccedilatildeo e aqui
reside o objeto de interesse da grande maioria dos estudos de percepccedilatildeo ambiental
Assim o conceito de percepccedilatildeo inicia no processo de como as pessoas
percebem o ambiente e tomam decisotildees associadas a elas mesmas Para Kolter
(1998) apud Medeiros Cruz (2006) a percepccedilatildeo depende do relacionamento entre
estiacutemulo ambiente e condiccedilotildees do indiviacuteduo e pode provocar
117
a) Atenccedilatildeo seletiva - ao receber milhotildees de estiacutemulos diaacuterios predomina a percepccedilatildeo daqueles que se desviam mais do estiacutemulo normal (fenocircmenos atiacutepicos)
b) Distorccedilatildeo seletiva - nem sempre a interpretaccedilatildeo de estiacutemulos ocorre de maneira presumiacutevel em funccedilatildeo da psicologia individual (tendecircncias e predisposiccedilotildees)
c) Retenccedilatildeo seletiva - apenas uma pequena proporccedilatildeo dos estiacutemulos permanece retida conscientemente por maior tempo predominantemente aqueles que provocam efeitos associados (sensaccedilotildeesreaccedilotildees) ou estatildeo relacionados a alguma informaccedilatildeo de interesse atual Cada pessoa percebe aquilo com que se preocupa e a percepccedilatildeo depende da psicologia individual da cultura aprendida de influecircncias socioeconocircmicas e profissionais da experiecircncia de vida e da originalidade bioloacutegica
No sentido da retenccedilatildeo seletiva os aspectos culturais que vimos discutindo ao
longo desta dissertaccedilatildeo afetam sobremaneira a percepccedilatildeo Para Ribas e Graemel
(2006) a percepccedilatildeo de um problema dependeraacute das expectativas culturalmente
variaacuteveis a respeito daquilo que se constitui como negativo Hoje os riscos se
expandem em quase todas as dimensotildees da vida humana obrigando-nos a
questionar haacutebitos de consumo e produccedilatildeo e um dos efeitos deste processo eacute a
poluiccedilatildeo sonora Vivemos em uma sociedade de riscos estes podem estar
relacionados a acidentes ou exposiccedilotildees a poluiccedilatildeo sonora Nesse sentido a
percepccedilatildeo atribuiacuteda a determinados problemas estaacute relacionada agraves expectativas
socioculturais que satildeo mutaacuteveis do que se considera ou natildeo como negativo e com
qual prioridade
Sobre a percepccedilatildeo dos efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede humana eacute
possiacutevel afirmar que existem muitas dificuldades para quantificar a influecircncia da
hora do dia do estado emocional da atitude em relaccedilatildeo ao ruiacutedo do tempo de
exposiccedilatildeo uma vez que os estudantes ficam expostos agraves fontes sonoras por isso o
instrumento delineado nesta dissertaccedilatildeo natildeo eacute de cunho quantitativo mas utiliza
aspectos que se aproximam da ideacuteia de uma quali-quantificaccedilatildeo Isso foi feito
avaliando as percepccedilotildees a partir de uma escala do tipo Likert
Os estudos sobre percepccedilatildeo ambiental relacionada ao campo da Educaccedilatildeo
Ambiental satildeo recentes se comparados agrave inserccedilatildeo da temaacutetica em outros campos
de conhecimento Tais estudos propotildeem a compreensatildeo das percepccedilotildees que
resultam em levantamentos conceituais da relaccedilatildeo dos humanos com as realidades
imediatas em que estatildeo inseridos a coletividade e o lugar habitado as formas com
que essa relaccedilatildeo eacute influenciada por conhecimentos e discursos construiacutedos
socialmente importando o entendimento dos processos histoacutericos e culturais dessa
construccedilatildeo
118
Novais e Guarin Neto (2007) conceituam percepccedilatildeo ambiental como uma
tomada de consciecircncia do ambiente pelo humano isto eacute o ato de perceber o
ambiente em que se estaacute inserido aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo
Com isso cada indiviacuteduo percebe reage e responde diferentemente agraves accedilotildees sobre
o ambiente em que vive Estas respostas ou manifestaccedilotildees adquiridas satildeo
resultados das percepccedilotildees individuais e coletivas dos processos cognitivos
julgamentos e expectativas de cada pessoa
O ruiacutedo eacute hoje considerado um mal urbano seja no bairro no centro da
cidade ou ateacute mesmo em ambiente proacuteprio para educaccedilatildeo como as escolas Atinge
homens e mulheres adultos e crianccedilas independente das condiccedilotildees
socioeconocircmicas culturais eacutetnicas e religiosas Para Eniz (2004) pessoas expostas
ao ruiacutedo tornam-se tolerantes a altos niacuteveis de pressatildeo sonora tornando-se
portanto menos sensiacuteveis ao ruiacutedo e a prevenccedilatildeo a problemas de sauacutede auditiva e
mais vulneraacuteveis a problemas auditivos e aos problemas psicoloacutegicos associados
sem que percebam No entanto essa vulnerabilidade depende tambeacutem dos fatores
fiacutesicos do som
Para Santos e Martins (2005) apud Scarate (2009) a percepccedilatildeo da poluiccedilatildeo
sonora depende das expectativas a respeito daquilo que culturalmente se constitui
como negativo satildeo valores jaacute assimilados pela sociedade que ldquogostardquo de sons com
maior volume A elevada intensidade dos ruiacutedos oferece prazer em muitos
momentos como no caso das muacutesicas
A seguir passo a apresentar alguns efeitos psicofiacutesicos causados pela
exposiccedilatildeo ao ruiacutedo e a forma como as pessoas podem perceber a poluiccedilatildeo sonora
no seu cotidiano uma vez que satildeo indicadores empregados nesta dissertaccedilatildeo
O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 apresentado em Brasil (2006)
subdivide os efeitos da PAIR agrave sauacutede em dois grupos Efeitos auditivos da exposiccedilatildeo
ao ruiacutedo e Efeitos natildeo-auditivos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo Neste subtoacutepico exponho
especificamente os efeitos natildeo auditivos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo mencionados no
protocolo justifico esta exposiccedilatildeo parcial em funccedilatildeo da questatildeo de pesquisa que
busco responder aqui pois o capiacutetulo concentra-se na anaacutelise dos efeitos natildeo-
auditivos
O ruiacutedo pode desencadear efeitos nocivos agrave sauacutede em geral entre eles o
Protocolo destaca ldquonervosismo irritabilidade cefaleia insocircnia alteraccedilotildees
circulatoacuterias alteraccedilatildeo de visatildeo alteraccedilotildees gastrointestinais entre outrosrdquo (BRASIL
119
2006 p20) que podem ser considerados isoladamente No entanto os efeitos
podem ser considerados em seu conjunto como sintomatologia de estresse Haacute
vaacuterios conceitos distintos de estresse que foram discutidos por Filgueiras Hippert
(1999) alguns deles satildeo reproduzidos aqui
Marilda Lipp (1984) dentro de uma abordagem cognitivo-comportamental
define o estresse como uma reaccedilatildeo psicoloacutegica com componentes emocionais
fiacutesicos mentais e quiacutemicos a determinados estiacutemulos que irritam amedrontam
excitam eou confundem a pessoa A autora distingue o niacutevel de estresse
excessivo ou insuficiente (distresse) daquele que eacute necessaacuterio para o bom
desempenho da pessoa (eustresse) Ela considera as caracteriacutesticas reais dos
estiacutemulos eou a accedilatildeo interpretativa que o sujeito daacute aos mesmos na determinaccedilatildeo
do distresse ou do eustresse As primeiras caracteriacutesticas envolveriam um processo
metaboacutelico ou sensorial sem a participaccedilatildeo de mecanismos cerebrais interpretativos
a segunda seria proveniente do componente aprendizagem do repertoacuterio de
condicionamento de respostas que a pessoa acumulou durante a vida
Moreira Mello Filho (1992) conceituam o estresse (fiacutesico psicoloacutegico ou
social) como um conjunto de reaccedilotildees e estiacutemulos que causam distuacuterbios no
equiliacutebrio do organismo frequentemente com efeitos danosos O mesmo autor
conceituou tambeacutem o coping como um conjunto de mecanismos de que o
organismo lanccedila matildeo em reaccedilatildeo aos agentes do estresse representando a forma
como cada pessoa avalia e lida com estas agressotildees Rodrigues (1997) conceitua
estresse como uma relaccedilatildeo particular entre uma pessoa seu ambiente e as
circunstacircncias agraves quais estaacute submetido que eacute avaliada pela pessoa como uma
ameaccedila ou algo que exige dela mais que suas proacuteprias habilidades ou recursos e
que potildee em perigo o seu bem-estar
Nesta pesquisa adoto o conceito de Carl Simonton (1987) apud Filgueiras
Hippert (1999) sobre alguns sintomas de estresse relacionados ao estado emocional
provenientes das reaccedilotildees humanas frente agraves mudanccedilas do ambiente e em suas
vidas abordam o conceito de estresse relacionando-o a estados emocionais
provenientes da reaccedilatildeo pessoal dos indiviacuteduos frente a mudanccedilas significativas em
suas vidas Para esses autores o que realmente parece ser significativo eacute a maneira
como cada pessoa reage aos agentes estressores sendo este um fator decisivo
para o aparecimento ou a evoluccedilatildeo de doenccedilas
120
Assim analiso como os estudantes reagem aos agentes estressores sendo
este um fator para o aparecimento ou evoluccedilatildeo de doenccedilas Stellman Daum (1975)
apud Brasil ( 2006 p 20) caracterizam os sintomas do estresse em trecircs fases
Reaccedilatildeo de Alarme Aumento de pressatildeo sanguiacutenea de frequecircncia cardiacuteaca e respiratoacuteria e diminuiccedilatildeo da taxa de digestatildeo
Reaccedilatildeo de Resistecircncia O corpo comeccedila a liberar estoques de accediluacutecar e gordura provoca cansaccedilo irritabilidade ansiedade problemas de memoacuteria e surgimento de doenccedilas agudas como gripes
Exaustatildeo Os estoques de energia satildeo esgotados insocircnia erros de discernimento mudanccedilas de personalidade doenccedilas crocircnicas coronarianas respiratoacuterias digestivas mentais e outras
Considerando os aspectos elencados para a discussatildeo sobre percepccedilatildeo
ambiental e as caracteriacutesticas e sintomatologia do estresse apresento no terceiro
subtoacutepico a forma como concebi o instrumento de pesquisa que passo a descrever
63 ORIENTACcedilOtildeES METODOLOacuteGICAS DO INSTRUMENTO
Neste subtoacutepico apresento a concepccedilatildeo do teste na forma de escala de tipo-
Likert e aponto algumas fragilidades deste modelo de instrumento Em seguida
caracterizo os procedimentos adotados para contemplar aspectos eacuteticos da
pesquisa
Apoacutes consultar os siacutetios eletrocircnicos do Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo
ndash IPDA o Marslach Burnout Inventory ndash MBI do Institute Chafic Jbeili o Protocolo
sobre Perda de Audiccedilatildeo Induzida por Ruiacutedo - PAIR (BRASIL 2006) e o Diagnoacutestico
Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana (SCARATE 2009) analisei os intrumentos
existentes e adaptei um teste para tentar perceber se os estudantes identificam em
si mesmos alguns sintomas de estresse em relaccedilatildeo aos ruiacutedos o qual denominei
ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo21
21 O teste in totum encontra-se no Apecircndice 1
121
O Teste adaptado foi constituiacutedo de 29 assertivas para identificar alguns
sintomas de estresse nos estudantes do CEPMAT abordando aspectos
relacionados aos ruiacutedos internos (Aparelhos Celulares) e externos e ponderar
aspectos relativos agraves normas e regras estabelecidas pelo Coleacutegio
O Teste de estresse foi desenvolvido adaptando-se uma escala de atitudes
(escala de Likert) A concepccedilatildeo baacutesica que subsidia as escalas de atitude eacute que eacute
possiacutevel descobrir atitudes pedindo aos indiviacuteduos que respondam uma seacuterie de
assertivas de preferecircncia Se um respondente concorda com uma assertiva os
pesquisadores inferem que ele tem uma atitude positiva em relaccedilatildeo a aquela
assertiva Uma escala de atitudes consiste em um conjunto de assertivas e pede-se
aos indiviacuteduos que respondam O modelo de respostas evidencia uma ou mais
atitudes que subjazem as assertivas As escalas de atitude satildeo idecircnticas as escalas
de avaliaccedilatildeo em seu formato com palavras e nuacutemeros colocados em um continuum
Pede-se que os respondentes circulem a palavra ou o nuacutemero que melhor expressa
como ele se sente sobre o toacutepico incluiacutedo na questatildeo ou na frase colocada na
escala Uma escala de atitudes muito usada eacute a escala de Likert cujo nome foi dado
pelo homem que a criou Em algumas o 5 (concordo fortemente) indicaraacute a atitude
positiva e seraacute dada a pontuaccedilatildeo 5 Em outros itens o 1 (discordo totalmente)
indicaraacute a atitude positiva e seraacute dado a pontuaccedilatildeo 5 Portanto os extremos da
escala satildeo invertidos quando pontuados (FRAENKEL WALLEN 2000)
As escalas de Likert normalmente tecircm cinco niacuteveis mas a escala proposta
neste Teste foi composta por sete niacuteveis (1 - de jeito nenhum 2 - raramente 3 - as
vezes 4 - frequentemente 5 - sempre 6 - natildeo sei 7 - natildeo me importo) contendo
uma linguagem simplificada do assunto proposto
Os niacuteveis seis e sete foram criados para minimizar as fragilidades apontadas
por autores que pesquisaram o uso dessas escalas Sobre essas fragilidades
Lederman OacuteMalley (1990) apud Aikenhead Ryan (1992) identificaram que as
assertivas podem ter inuacutemeros problemas de linguagem e concluiacuteram que ldquoa
linguagem eacute usada de forma diferenciada por estudantes e pesquisadores e esta
assincronia leva quase que certamente a interpretaccedilotildees que natildeo coadunam com as
percepccedilotildees que os estudantes tecircmrdquo (p237 traduccedilatildeo nossa) ou seja trazem
ambiguidade para a formulaccedilatildeo da assertiva e interpretaccedilatildeo da resposta
O problema da ambiguidade na linguagem para a formulaccedilatildeo de assertivas foi
investigado por Aikenhead (AIKENHEAD 1989 apud AIKENHEAD RYAN 1992) A
122
ambiguidade foi medida pela discrepacircncia entre as respostas que os estudantes
deram para itens formulados em quatro formatos distintos a saber tipo-Likert
paraacutegrafos redigidos entrevistas semi-estruturadas itens de muacuteltipla escolha
derivados de coleta empiacuterica O autor concluiu que as respostas do tipo-Likert
oferecem somente uma aproximaccedilatildeo com as crenccedilas dos estudantes e as chances
do avaliador concluir com acuraacutecia satildeo muito remotas pois a ambiguidade alcanccedila
niacuteveis de 80
Apesar de perceber a enorme fragilidade na acuraacutecia deste instrumento optei
pelo desenvolvimento de um teste neste modelo porque ele permite coletar dados
em larga escala e facilita a anaacutelise das respostas permitindo uma visatildeo inicial do
problema Entendo que natildeo faz parte do escopo desta dissertaccedilatildeo fazer uma anaacutelise
da sauacutede psicoloacutegica dos estudantes uma vez que a psicologia natildeo eacute minha aacuterea de
formaccedilatildeo portanto seria desnessaacuterio um teste psicoloacutegico de alta profundidade
aqui
Para minimizar as fragilidades expostas a constituiccedilatildeo dos dados foi
triangulada com outros instrumentos no caso um questionaacuterio fechado
(apresentado na seccedilatildeo 4 desta dissertaccedilatildeo) e duas afericcedilotildees de medidas com
equipamentos (apresentadas na seccedilatildeo 5) Uma das afericcedilotildees foi realizada com os
fones auriculares ligados aos Aparelhos Celulares dos estudantes enquanto esses
ouviam muacutesicas e outra afericcedilatildeo ocorreu nas dependecircncias do CEPMAT
investigando os ruiacutedos oriundos do ambiente externo As duas eram mediccedilotildees de
decibeacuteis
Tanto os problemas ambientais externos - decorrentes do crescimento urbano
do entorno com consequente intensificaccedilatildeo do traacutefego na frente do coleacutegio (o que
levou a um aumento dos niacuteveis de pressatildeo sonora gerando uma percepccedilatildeo de
aumento de ruiacutedo) ndash quanto os problemas que eu chamei de internos que ocorreram
a partir do meu incocircmodo pessoal de lidar com o uso natildeo didaacutetico que os estudantes
fazem do Aparelho Celular- foram contemplados neste instrumento O teste foi
concebido com o intuito de que os proacuteprios estudantes pudessem identificar alguns
sintomas de estresse por exposiccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora e que a partir das respostas
agraves assertivas fosse possiacutevel compreender se os estudantes estatildeo ou natildeo
culturalmente ldquotolerantesrdquo com ambientes ruidosos e portanto menos sensiacuteveis a
prevenccedilatildeo a problemas de sauacutede auditiva e mais vulneraacuteveis as consequecircncias
fiacutesicas e psicoloacutegicas do excesso de ruiacutedo
123
Com os resultados pretendo responder a questatildeo de pesquisa nuacutemero quatro
ldquoComose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as normas e
regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora a) oriundas do
entorno da escola e b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos
Celulares e os possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles c) e as regras e
normas utilizadasrdquo Verifiquei que Comose os estudantes do Ensino Meacutedio do
CEPMAT percebem (a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do
Coleacutegio (b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede
dos estudantes (c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes (d) as
normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT
64 PARTICIPANTES
Os dados foram constituiacutedos com estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT
durante o mecircs de novembro de 2013 Para tanto selecionei aleatoriamente seis
turmas (no CEPMAT existem 18 turmas do Ensino Meacutedio) sendo (duas do 1ordm ano
duas do 2ordm e duas do 3ordm ano) perfazendo um total de 160 participantes
65 CONSTITUICcedilAtildeO DOS DADOS
Quanto agraves implicaccedilotildees eacuteticas solicitei junto agrave direccedilatildeo em uma reuniatildeo no
CEPMAT a autorizaccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da pesquisa No que se refere a
participaccedilatildeo dos estudantes entreguei a cada colaborador uma autorizaccedilatildeo
individual (Apecircndice 3) No momento da aplicaccedilatildeo do instrumento os estudantes
foram informados que natildeo havia qualquer ligaccedilatildeo com as disciplinas realizadas na
escola natildeo existindo respostas certas ou erradas evitando assim o
comprometimento com as disciplinas em geral e com outros problemas de validade
124
interna do teste Levei em conta a confidencialidade dos dados avisando a todos
que estariam livres para participar (ou natildeo) da pesquisa
A partir da concepccedilatildeo do instrumento e de sua aplicaccedilatildeo foi realizada uma
anaacutelise do teste de ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo por uma
profissional da aacuterea de psicologia (COSTA 2013) A anaacutelise que encontra-se no
Anexo 3 desta dissertaccedilatildeo comparou as questotildees elaboradas com as categorias e
criteacuterios do Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais (DSM) (APA
2003) e com as caracteriacutesticas de estresse mencionadas no Protocolo de
Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL 2006) e identificou que 20 das 29 questotildees
do instrumento elaborado contemplam os criteacuterios e caracteriacutesticas para
identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresse isso significa que o teste elaborado foi
considerado apropriado para o objetivo proposto ou seja para a autoidentificaccedilatildeo
de alguns sintomas de estresse A seguir descrevo e analiso os dados
66 ANAacuteLISE DE DADOS
Neste subiacutetem faccedilo a analise dos resultados Optei por expor os dados
distribuindo as informaccedilotildees de acordo com a formulaccedilatildeo das subquestotildees da
questatildeo quatro desta pesquisa Para facilitar a visualizaccedilatildeo dos resultados exibo-os
inicialmente em linguagem graacutefica em seguida ressalto no texto as principais
informaccedilotildees apresento algumas consideraccedilotildees e inferecircncias e finalmente respondo
a cada subquestatildeo
A seguir inicio a anaacutelise do primeiro subitem da questatildeo de pesquisa nuacutemero
4 ou seja ldquoSe e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem
existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegiordquo
125
661 Parte 1 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio
As duas primeiras assertivas do instrumento referem-se agrave percepccedilatildeo dos
estudantes quanto agrave poluiccedilatildeo sonora no entorno do CEPMAT As respostas foram
plotadas em porcentagem no Graacutefico 10
GRAacuteFICO 10 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO Aacute POLUICcedilAtildeO SONORA NO ENTORNO DO CEPMAT
22
FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
Eacute importante observar que a percepccedilatildeo dos estudantes quanto aos ruiacutedos
refere-se a qualquer meio de transporte natildeo especificamente aos ruiacutedos das
composiccedilotildees feacuterreas (Graacutefico 10)
No I1- 10 mencionaram que o CEPMAT ldquoDe jeito nenhumrdquo eacute ruidoso por
causa dos trens carros e ocircnibus que passam em frente 1313 responderam
ldquoRaramenterdquo 3563 ldquoagraves vezesrdquo 20 ldquoFrequentementerdquo e 1063 consideram o
Coleacutegio ldquoSemprerdquo eacute ruidoso 188 ldquoNatildeo Sabemrdquo 875 ldquoNatildeo se importamrdquo se o
coleacutegio eacute (ou natildeo) ruidoso por causa dos trens carros e ocircnibus que circulam no
entorno
No I2 ndash Verifica-se que 629 dos estudantes consideram que ldquoDe jeito
nenhumrdquo a biblioteca do Coleacutegio eacute adequada para realizar pesquisas e outras
22 NOTA Foi construiacuteda uma escola tipo-LIKERT com 7 niacuteveis sendo (1= de jeito nenhum 2=
Raramaente 3=Agraves vezes 4= Frequentemente 5=Sempre 6= Natildeo sei 7=Natildeo me importo 160 total de estudantes que participaram do teste
126
atividades 755 responderam que a biblioteca ldquoRaramenterdquo eacute adequada 2075
ldquoAgraves vezesrdquo 1887 ldquoFrequentementerdquo 4088 ldquosemprerdquo eacute adequada 566 ldquoNatildeo
sabemrdquo o niacutevel ldquoNatildeo se importardquo natildeo foi mencionado nas respostas
6611 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I1 e I2
I1- As respostas dos estudantes natildeo retratam uma percepccedilatildeo do coleacutegio
como sendo ruidoso por causa dos meios de transporte Embora 3563 dos
estudantes terem marcado ldquoagraves vezesrdquo Isso se deve a passagem diaacuteria do trem que
em algumas situaccedilotildees natildeo dura mais do que cinco minutos Uma porcentagem
similar (3063) considera que o coleacutegio eacute ldquofrequentementerdquo (2000) ou ldquosemprerdquo
(1063) ruidoso Se somarmos os que de alguma forma consideraram o coleacutegio
ruidoso teremos que pelo menos 65 dos estudantes percebem que o CEPMAT eacute
um ambiente ruidoso isso pode ser devido agrave percepccedilatildeo dos momentos em que eacute
realizado manutenccedilatildeo nas maacutequinas o trem trafega diversas vezes nos horarios da
manhatilde assim eacute possivel afirmar que os correspondentes percebem que o coleacutegio eacute
ruidoso
Quanto ao I2- Mais de 40 dos estudantes consideram que a biblioteca eacute
adequada e silenciosa para a realizaccedilatildeo de pesquisas no entanto as afericcedilotildees
apontaram niacuteveis de ateacute 96 dB(A) o que posso afirmar que eacute um ambiente ruidoso
embora os resultados no teste apontaram um ambiente adequado para os estudos
e concluo que os estudantes estatildeo culturalmente inseridos em ambientes ruidosos
6612 CONSIDERACcedilOtildeES
Embora 65 dos estudantes percebem parcialmente que o CEPMAT faz
parte de um contexto ruidoso A biblioteca que eacute um dos locais mais ruidosos do
Coleacutegio natildeo foi vista como tal por 40 dos respondentes Embora as respostas
127
foram de que a Biblioteca eacute um ambiente adequado e silencioso para os estudos
me permitem afirmar que boa parte dos estudantes natildeo utilizam a biblioteca no
horaacuterio das aulas e no momento de responder o teste natildeo percebera-na como um
ambiente ruidoso A biblioteca fica em um anexo fora da escola23 assim os sons
internos da movimentaccedilatildeo de estudantes natildeo satildeo somados aos sons do entorno o
que pode trazer uma percepccedilatildeo diminuiacuteda de ruiacutedo para os respondentes Aleacutem
disso os estudantes estatildeo inseridos culturalmente em ambientes ruidosos e a
exposiccedilatildeo constante a fontes sonoras aumenta a toleracircncia agrave mais ruiacutedos reduzindo
a percepccedilatildeo sobre estes Ennes (1977) apud Scarate (2009) mostrou que eacute difiacutecil
quantificar essa percepccedilatildeo devido aos fatores caracteriacutesticos a que os estudantes
estatildeo expostos
Avaliar a percepccedilatildeo sonora a partir os sentidos humanos (audiccedilatildeo paladar
tato olfato visatildeo) pode ser tarefa especialmente difiacutecil se o estudante estiver
inserido em um contexto ruidoso Os resultados obtidos mostraram que parte dos
estudantes (1063) natildeo percebe ou natildeo se incomoda com os ruiacutedos do entorno do
CEPMAT o que me permite dizer que eles podem estar inseridos em ambientes
ruidosos por isso natildeo percebem a diferenccedila entre os ambientes em que vivem e o
ambiente escolar
Ribas (2007) sugeriu que muitas pessoas sentem prazer em permanecer em
ambientes barulhentos mesmo que o ruiacutedo urbano seja considerado como um fator
negativo Desta forma interesses e intenccedilotildees diferenciadas geram percepccedilotildees
diferentes sobre o mundo e sobre o ruiacutedo gerando respostas diferenciadas como
estresse Conforme jaacute mencionei neste capiacutetulo Selye (1959) apud Brasil (2006 p
20) conceituou estresse como ldquouma resposta natildeo especiacutefica do corpo a qualquer
exigecircncia feita sobre ele eacute o conjunto de defesas do corpo contra qualquer forma de
estiacutemulo nocivordquo Assim o estresse eacute uma tentativa de adaptaccedilatildeo ao ambiente
modificado ou a um novo ambiente Para Romero et al (2007) o estresse possui
vaacuterios efeitos (bioloacutegicos emocionais fiacutesicos) podendo afetar as capacidades
cognitivas e com certeza alterar as percepccedilotildees sobre o ambiente
Os dois itens avaliados permitem responder o primeiro subitem da questatildeo de
pesquisa nuacutemero 4 que se refere agrave percepccedilatildeo dos estudantes em relaccedilatildeo do
entorno do CEPMAT Os resultados indicaram que os estudantes percebem
23 (vide a planta baixa arquitetocircnica da escola no anexo VIII)
128
parcialmente o Coleacutegio como um ambiente ruidoso Ou seja 65 de estudantes tecircm
alguma percepccedilatildeo de ruiacutedo no coleacutegio Por outro lado pelo menos 20 dos
estudantes tecircm pouca percepccedilatildeo sobre os ruiacutedos nesse ambiente
Em relaccedilatildeo agrave biblioteca mais de 50 dos estudantes (somando os que
responderam ldquofrequentementerdquo e ldquosemprerdquo) percebem-na como um local adequado
em termos de conforto acuacutestico para realizar as tarefas escolares No entanto natildeo
foi investigado se os estudantes de fato conhecem a biblioteca do coleacutegio e se
permanecem ali por um periacuteodo mais longo de tempo para pesquisar e realizar
tarefas escolares Eacute importante notar que o item relativo agrave biblioteca foi inserido em
funccedilatildeo da localizaccedilatildeo desta estar sem nenhuma barreira de proteccedilatildeo (aacutervores
muros outros) recebendo de forma mais direta os ruiacutedos externos o que em termos
sonoros dificulta sobremaneira a manutenccedilatildeo de um ambiente acusticamente
saudaacutevel
Portanto o primeiro subitem pode ser respondido da seguinte forma
Os estudantes participantes da pesquisa nem sempre percebem o
CEPMAT como um ambiente ruidoso e a maioria considera a biblioteca um
ambiente acusticamente adequado para as atividades escolares
662 Parte 2 Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na
sauacutede dos estudantes
Nesta parte apresento nove itens divididos em trecircs graacuteficos (11 12 e 13) que
correspondem agrave percepccedilatildeo dos estudantes sobre os efeitos da poluiccedilatildeo sonora em
relaccedilatildeo ao traacutefego no entorno do ambiente escolar Assim procuro responder o
segundo subitem da quarta questatildeo de pesquisa Comose os estudantes do Ensino
Meacutedio do CEPMAT percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do
Coleacutegio na sauacutede deles
129
GRAacuteFICO 11 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES SOBRE OS EFEITOS DA POLUICcedilAtildeO SONORA EXTERNA AO CEPMAT FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
Os resultados que observo nos trecircs itens expressam parte da percepccedilatildeo dos
estudantes de alguns sintomas de estresse na sauacutede deles (Graacutefico 11)
No I3 ndash Eacute importante notar que esta assertiva foi feita na negativa assim
1938 responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo o ruiacutedo natildeo incomoda 1250
ldquoRaramenterdquo 2875 o ruiacutedo natildeo incomoda ldquoAgraves vezesrdquo 813 ldquoFrequentementerdquo
1750 ldquoSemprerdquo o ruiacutedo natildeo incomoda 063 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1313 ldquoNatildeo se
importamrdquo se o ruiacutedo do trem incomoda (ou natildeo) quando estatildeo assistindo aulas
No I4 ndash 3438 dos estudantes afirmaram que ldquoDe jeito nenhumrdquo jaacute me senti
prejudicado nas avaliaccedilotildees pelos ruiacutedos dos trens 1750 ldquoRaramenterdquo jaacute me senti
prejudicado 2375 ldquoAgraves vezesrdquo 1063 ldquoFrequentementerdquo 1125 ldquoSemprerdquo me
senti prejudicado 063 Natildeo sabem e 188 ldquoNatildeo se importamrdquo se jaacute se sentiram
prejudicados (ou natildeo) nas avaliaccedilotildees trabalhos e pesquisas causados pelos ruiacutedos
dos trens
No I5 ndash 6188 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo ouviram
zumbido na orelha interna depois de escutar ruiacutedos dos meios de transportes 875
ldquoRaramenterdquo ouviram zumbidos 1125 ldquoAgraves vezesrdquo 375 ldquoFrequentementerdquo
438 ldquoSemprerdquo ouviram zumbidos na orelha interna por causa dos trens carros e
ocircnibus 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e 313 ldquoNatildeo se importamrdquo se ouviram (ou natildeo)
zumbidos na orelha interna oriundos dos meios de transportes
130
6621 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I3 I4 e I5
Ao observar as respostas do I3 verifico que mais de 60 dos estudantes
(somando os que ldquode jeito nenhumrdquo natildeo se incomodam com o ruiacutedo 1938 com os
que ldquoraramenterdquo natildeo se incomodam 1250 e os que ldquoagraves vezesrdquo natildeo se
incomodam 2875) tecircm alguma percepccedilatildeo do incocircmodo relativo aos ruiacutedos
causados pelo trem ou melhor a assertiva estaacute na negativa assim o ruiacutedo do trem
incomoda os estudantes seja por passagem de uma locomotiva ou quando estaacute
realizando manuteccedilatildeo nas locomotivas
Jaacute a assertiva 4 refere-se aos prejuiacutezos causados pelos ruiacutedos do trem
durante a execuccedilatildeo de avaliaccedilotildees e trabalhos escolares Ao somar as percepccedilotildees
daqueles que ldquoque ldquoAgraves vezesrdquo 2375 com os que ldquofrequentementerdquo - 1063 e os
que ldquosemprerdquo ndash 1125 se sentem prejudicados perfaz um total de 4563 de
estudantes que claramente percebem prejuiacutezos agraves avaliaccedilotildees ou trabalho escolares
Por outro lado os que ldquode jeito nenhumrdquo 3438 percebem prejuiacutezos adicionando
aos os 1750 que ldquoraramenterdquo se incomodam totaliza 5188 Assim parece
haver um equiliacutebrio entre os que percebem algum tipo de prejuiacutezo e os que
raramente ou nunca o percebem
Quanto ao I5 - 6188 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo ouviram zumbido na
orelha interna apoacutes a passagem das composiccedilotildees feacuterreas ou de qualquer meio de
transporte
A seguir apresento e analiso as assertivas 6 7 e 8 relativas agrave percepccedilatildeo dos
impactos causados pelos ruiacutedos dos meios de transporte
Os resultados relativos agrave percepccedilatildeo dos estudantes sobre se haacute (ou natildeo)
algo a ser feito para alterar condiccedilotildees de ruiacutedo de traacutefego na frente do coleacutegio (i tem
6) e os itens 7 e 8 que abordam a percepccedilatildeo dos estudantes no que tange a alguns
sintomas de estresse satildeo resumidos no Graacutefico 12
131
GRAacuteFICO 12 - IMPACTOS CAUSADOS PELOS TRENS CARROS E OcircNIBUS AOS ESTUDANTES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
Observe-se que a assertiva 6 estaacute na negativa assim as respostas ao item 6
mostram que ndash 1750 dos estudantes acredita que ldquoDe jeito nenhumrdquo nada pode
ser feito para alterar as condiccedilotildees de ruiacutedos dos meios de transportes em frente ao
CEPMAT 563 ldquoRaramenterdquo 625 ldquoAgraves vezesrdquo 125 ldquoFrequentementerdquo 938
ldquoSemprerdquo nada pode ser feito 5125 ldquoNatildeo sabemrdquo se nada pode ser feito para
mudar as condiccedilotildees de ruiacutedos e 875 ldquonatildeo se importamrdquo com as atitudes a serem
tomadas
No item 7 - 2875 dos estudantes que responderam consideram que ldquoDe
jeito nenhumrdquo tecircm dificuldades na aprendizagem por conta dos ruiacutedos causados
pelos testes de frenagem e manutenccedilatildeo realizados em frente do CEPMAT 15
responderam ldquoRaramenterdquo 2250 ldquoAgraves vezesrdquo 750 ldquoFrequentementerdquo 688
ldquoSemprerdquo tecircm dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando haacute
testes de frenagem das composiccedilotildees em frente ao coleacutegio 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e
1250 ldquoNatildeo se importamrdquo com os ruiacutedos que as locomotivas fazem quando testam
os freios
Novamente eacute preciso estar atento agrave formulaccedilatildeo negativa da assertiva 8 ndash
3750 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo meu niacutevel de
concentraccedilatildeo natildeo se altera quando o trem passa 15 ldquoRaramenterdquo 2313 ldquoAgraves
vezesrdquo natildeo se altera 438 ldquoFrequentementerdquo 1188 ldquoSemprerdquo meu niacutevel de
concentraccedilatildeo natildeo se altera quando o trem passa 313 ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se
importamrdquo se o niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera
132
6622 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I6 I7 e I8
No item 6 questionei a mobilizaccedilatildeoimobilizaccedilatildeo dos estudantes no que tange
a tomada de providecircncias em relaccedilatildeo aos ruiacutedos causados pelos meios de
transporte Desta forma verifiquei que ndash 5125 dos estudantes ldquonatildeo sabemrdquo se
nada pode ser feito para alterar as condiccedilotildees mas 1750 acreditam
veementemente que ldquode jeito nenhumrdquo nada pode ser feito Mais uma vez eacute
importante notar que o item foi construiacutedo na negativa assim entendo que se os
estudantes compreenderam o item entatildeo pelo menos esses 1750 (ldquoDe jeito
nenhumrdquo nada pode ser feito) tecircm clareza de que algo pode efetivamente ser
realizado para alterar a situaccedilatildeo do ruiacutedo havendo portanto possibilidades para um
trabalho de protagonismo juvenil no coleacutegio
No item 7 ndash Verifiquei que nas respostas apresentadas existe uma
porcentagem de estudantes (2875) que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem dificuldades
na aprendizagem por conta dos ruiacutedos dos freios dos trens Poreacutem eacute importante
esclarecer que mesmo que os estudantes natildeo percebam suas proacuteprias dificuldades
isso natildeo significa que o problema inexista considerando que mesmo com raacutepidas
exposiccedilotildees de alta intensidade sonora podem ocorrer respostas psicoloacutegicas
(tensatildeo irritabilidade e baixa concentraccedilatildeo) quanto quiacutemicas (secreccedilatildeo anormal de
substacircncias hormonais) e fiacutesico-somaacuteticas No entanto ao somar os que ldquoagraves vezesrdquo
(2250) percebem dificuldades com os que ldquofrequentementerdquo (750) e os que
ldquosemprerdquo (688) as percebem temos um total de 3688 dos estudantes que jaacute
tecircm algum niacutevel de percepccedilatildeo sobre a reduccedilatildeo na aprendizagem Isso significa que
haacute uma porcentagem maior de alunos que jaacute tem essa percepccedilatildeo (3688) em
relaccedilatildeo agravequeles que ldquode jeito nenhumrdquo percebem (2875) o problema
Quanto ao item 8 ndash 3750 dos estudantes expressam que ldquode jeito nenhumrdquo
meu niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera durante as avaliaccedilotildees por conta dos ruiacutedos
dos trens ou seja em outras palavras esses estudantes responderam que
percebem alteraccedilotildees Aleacutem desses se somarmos ainda os que afirmam que
ldquoraramenterdquo (15) percebem que o niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera com os que
ldquoagraves vezesrdquo (2313) percebem que o niacutevel natildeo se altera o resultado seraacute 7563
Entendo que se considerar que todos os respondentes compreenderam o item e a
133
forma de respondecirc-lo entatildeo 7563 perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de
concentraccedilatildeo em outras palavras uma porcentagem bastante significativa dos
estudantes percebe alteraccedilotildees em sua concentraccedilatildeo
Nas assertivas 9 10 e 11 verifiquei a percepccedilatildeo dos estudantes sobre
sintomas de estresse na sauacutede deles relacionando os meios de transportes a
muacutesica que escutam no Celular e alguns aspectos relativos agrave cogniccedilatildeo Os dados
foram plotados no Graacutefico 13
GRAacuteFICO 13 - INCOcircMODOS CAUSADOS POR RUIacuteDOS AOS ESTUDANTES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
No I9 - 5188 dos estudantes respondeu que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem
esgotamento pela exposiccedilatildeo aos ruiacutedos dos meios de transportes 1313
ldquoRaramenterdquo 1375 ldquoAgraves vezesrdquo 438 ldquoFrequentementerdquo 562 ldquoSemprerdquo
percebem-se esgotados 375 ldquoNatildeo sabemrdquo e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se a
exposiccedilatildeo aos ruiacutedos dos trens carros e ocircnibus os deixa (ou natildeo) esgotados
Observe-se que a assertiva 10 foi construiacuteda na negativa Assim 3688 dos
estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo ficam incomodados por causa dos ruiacutedos intensos
oriundos das muacutesicas que escutam no fone auricular conectado ao Celular e dos
meios de transporte que passam em frente ao Coleacutegio 1563 ldquoRaramenterdquo 25
ldquoAgraves vezesrdquo 5 ldquoFrequentementerdquo 688 ldquoSemprerdquo natildeo se incomodam 188 ldquoNatildeo
sabemrdquo e 875 ldquoNatildeo se importamrdquo com os incocircmodos dos ruiacutedos tanto da muacutesica
que escutam no Celular quanto dos meios de transportes
134
No item 11 ndash 2938 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo perdem a
concentraccedilatildeo por causa dos trens 1938 ldquoRaramenterdquo 2188 ldquoAgraves vezesrdquo 875
ldquoFrequentementerdquo 1750 ldquoSemprerdquo perdem a concentraccedilatildeo 063 ldquoNatildeo sabemrdquo e
250 ldquoNatildeo se importamrdquo em perder a concentraccedilatildeo por conta dos trens
6623 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I9 I10 e I11
No item 9 ndash avalei se os estudantes percebem o esgotamento no final do
periacuteodo de aula e verifiquei que 5188 dos mesmos ldquode jeito nenhumrdquo percebem
esgotamento mas 3689 (somando os que agraves vezes -1375 frequentemente
438 sempre 565) tem alguma percepccedilatildeo sobre seu proacuteprio esgotamento
O item 10 ndash Considerando as respostas divididas entre os niacuteveis da escala
posso afirmar que 3688 dos estudantes que responderam incomodam-se com os
ruiacutedos intensos (ldquorsquode jeito nenhumrdquo natildeo se incomodam) e 1563 ldquoraramenterdquo natildeo se
incomodam Os dois somados perfazem um total de 5251 de estudantes que
percebem de forma mais expressiva os incocircmodos com os ruiacutedos intensos externos
e internos ao CEPMAT Assim considero que se os estudantes compreenderam o
item e a forma de respondecirc-lo entatildeo pelo menos a metade deles estaacute de alguma
forma incomodada com os ruiacutedos internos e externos
Quanto ao Item 11 ndash 2938 de estudantes ldquode jeito nenhumrdquo perdem a
concentraccedilatildeo por causa dos ruiacutedos dos trens Por outro lado ao somarmos os que
ldquoraramenterdquo (1938) com os que ldquoagraves vezesrdquo (2188) ldquofrequentementerdquo (875) e
os que ldquosemprerdquo perdem (1750) temos um total de 6751 de estudantes que tecircm
alguma percepccedilatildeo sobre sua perda de concentraccedilatildeo estar relacionada a passagem
do trem no horaacuterio das aulas Observe-se que neste montante estatildeo embutidos
aqueles que sempre (1750) perdem a concentraccedilatildeo por causa da poluiccedilatildeo sonora
dos trens Estes valores aproximam-se dos resultados do item 8 no qual 7563
perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de concentraccedilatildeo corroborando-os
135
6624 CONSIDERACcedilOtildeES
Analisando os graacuteficos 11 12 e 13 passo responder o segundo subitem da
quarta questatildeo de pesquisa ldquoComose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT
percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede
delesrdquo concluiacute que a maioria dos estudantes (isto eacute 67 no item 11 e 75 no item
8) percebem e se incomodam com os ruiacutedos das composiccedilotildees ferroviaacuterias quando
estatildeo assistindo aulas e cerca de 45 dos mesmos percebem algum tipo de
prejuiacutezo nas avaliaccedilotildees relacionando tais prejuiacutezos aos ruiacutedos da passagem das
composiccedilotildees durante as avaliaccedilotildees Jaacute para os casos de testes de frenagem mais
de 36 percebem algum grau de dificuldade de aprendizagem e mais de 65
perceberam alguma alteraccedilatildeo no niacutevel de concentraccedilatildeo no momento em que a
empresa testa os freios das locomotivas na frente do CEPMAT investigados em dois
itens (8 e 11)
Em relaccedilatildeo agrave apariccedilatildeo de zumbidos que satildeo sintomas de perda auditiva boa
parte (mais de 60) natildeo ouve zumbidos apoacutes a passagem das composiccedilotildees No
entanto ao se questionar sobre o esgotamento (sintoma de estresse) percebido
como consequecircncia dos ruiacutedos das composiccedilotildees mais de 36 vinculam seu
esgotamento agrave exposiccedilatildeo aos ruiacutedos do traacutefego e mais de 52 revela perceber de
forma expressiva os incocircmodos do traacutefego
Ressalto que a percepccedilatildeo dos ruiacutedos eacute culturalmente construiacuteda e estaacute
associada a um conjunto integrado de fatores psicofiacutesicos e sociais Portanto essas
percepccedilotildees podem ser distintas em diferentes grupos Assim eacute importante
considerar trecircs conjuntos de caracteriacutesticas que podem exercer influecircncia satildeo elas
Socioculturais de efeitos psicofiacutesicos e fiacutesicas (assim como outras variaacuteveis
ambientais) que seratildeo retomadas a seguir
a) Caracteriacutesticas socioculturais da comunidade escolar que participou da
pesquisa
Esses estudantes parecem estar imersos em ambientes ruidosos estando
acostumados aos sons de alta intensidade Associado a isto o ritmo de vida urbano
136
apresenta-se com excesso de ruiacutedo com sons dos meios de transportes trens
templos e igrejas propagandas em carros de som moacuteveis animais casas noturnas
enfim esses estudantes parecem estar expostos de forma contiacutenua haacute uma
infinidade de ruiacutedos consolidando o conceito de poluiccedilatildeo sonora urbana descrita por
Gasperin (2006 p36)
b) Caracteriacutesticas relacionadas aos potenciais efeitos psicofiacutesicos sobre esses
estudantes
A percepccedilatildeo de esgotamento eacute um dos sintomas de estresse com potencial
efeito psicofiacutesico e neste caso vinculado a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo excessivo e de
acordo com Scarate (2009) pode refletir a real gravidade da poluiccedilatildeo sonora no
ambiente avaliado
c) Caracteriacutesticas fiacutesicas desse fenocircmeno bem como outras variaacuteveis
ambientais relevantes
Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas fiacutesicas do estiacutemulo tais como intensidade
tempo de exposiccedilatildeo e frequecircncia destacam-se no caso da poluiccedilatildeo sonora urbana
sendo ainda significativo entre as variaacuteveis ambientais o periacuteodo horaacuterio em que
ocorre e com qual periodicidade se eacute habitual ciacuteclico ou atiacutepico
A passagem das composiccedilotildees ocorre por um periacuteodo geralmente curto que
natildeo ultrapassa cinco minutos por dia para cada composiccedilatildeo o que por si soacute natildeo
caracterizaria poluiccedilatildeo sonora No entanto quando se soma a isso os testes de
frenagem que ocorrem com certa frequecircncia e regularidade embora em horaacuterios
irregulares e imprevisiacuteveis o fenocircmeno acirra-se Os estudantes percebem alguns
sintomas mas eacute necessaacuterio que se faccedilam outras correlaccedilotildees sobre as reais
condiccedilotildees acuacutesticas locais e se aprofundem estudos sobre a percepccedilatildeo da
comunidade escolar em relaccedilatildeo ao tema
Finalmente chamou a atenccedilatildeo que mais de 50 dos estudantes respondeu
que ldquonatildeo saberdquo se nada pode ser feito para alterar tal situaccedilatildeo e outros 50 tambem
natildeo reconhecem seu direito ao silecircncio enquanto estuda Essas respostas
coadunam com o estudo realizado por Eniz (2004) que sugere que as pessoas de
um modo geral satildeo passivas nas suas atitudes quando se refere aos incocircmodos
137
pessoais Isso me remete aos aspectos da poacutes-modernidade amplamente discutidos
nesta dissertaccedilatildeo pois uma das caracteriacutesticas da modernidade liacutequida eacute de acordo
com Bauman (2011) justamente a falta de viacutenculo com o territoacuterio (a
desterritorializaccedilatildeo) a falta de empatia e de aderecircncia com o local o espaccedilo fiacutesico
no caso o Coleacutegio e as preocupaccedilotildees que o cercam Para esse autor a
modernidade (soacutelida) referia-se agrave um estaacutegio de incorporaccedilatildeo dos indiviacuteduos em
estruturas soacutelidas como as instituiccedilotildees (no caso o Coleacutegio) que tinha fortes raiacutezes
territoriais Na Modernidade dita Liacutequida parece que o mote eacute evitar que qualquer
coisa torne-se habitual ou tenha assento individual Nesse sentido a apropriaccedilatildeo (de
terra por exemplo) passou a ser um entrave porque nos imobiliza a
responsabilidades que inevitavelmente estariam ligadas a administraccedilatildeo de um
territoacuterio Essa desterritorializaccedilatildeo parece ter gerado um descompromisso com os
interesses que cercam o coleacutegio no caso as lutas que podem ser travadas para
minimizar os efeitos da poluiccedilatildeo sonora do entorno causadas especificamente pelo
traacutefego de composiccedilotildees feacuterreas
Em suma o segundo subitem da questatildeo de pesquisa quatro ldquoComose os
estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora
oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede delesrdquo pode ser respondido da seguinte
forma De forma geral os estudantes percebem o ruiacutedo do traacutefego
(especialmente dos trens) e relacionam alguns sinais de estresse (tais como
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de aprendizagem e esgotamento)
com esses ruiacutedos Nesse sentido mesmo considerando que culturalmente os
estudantes estejam inseridos em ambientes ruidosos em casa nas ruas ou na
escola ou seja ainda que essa percepccedilatildeo seja culturalmente construiacuteda de acordo
com o modo de vida e os grupos nos quais esses estudantes estatildeo inseridos (HALL
2007) os estudantes percebem os ruiacutedos do tracircnsito especialmente dos trens como
fatores que os afetam na aprendizagem concentraccedilatildeo e niacutevel de esgotamento
embora natildeo tenham percebido zumbidos (caracteriacutestica de perda auditiva) na orelha
interna Outra resposta importante eacute que os estudantes natildeo sabem se haacute (ou natildeo
haacute) algo a fazer quanto a poluiccedilatildeo sonora do entorno do CEPMAT o que me permite
afirmar que isso pode ser entendido visto como imobilidade e desterritorialismo mas
ao mesmo tempo haacute espaccedilo para accedilotildees de protagonismo juvenil
138
663 Parte 3 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes
Nesta parte apresento os resultados dos itens (I12 ateacute I26) refere-se a
percepccedilatildeo dos estudantes de alguns sintomas de estresse relacionados ao uso de
fones auriculares conectados ao Aparelho Celular ao ouvirem muacutesica acima dos
limites estabelecidos de tempo e decibeacuteis para a manutenccedilatildeo da sauacutede auditiva
GRAacuteFICO 14 - INCOcircMODO CAUSADO PELA MUacuteSICA OUVIDA NO FONE AURICULAR CONECTADO AO APARELHO CELULAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
Os resultados obtidos (Graacutefico 14) em relaccedilatildeo a percepccedilatildeo dos estudantes
quanto agrave exposiccedilatildeo de sua audiccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora satildeo
No item I12 ndash 4750 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo deixam de ouvir
muacutesica no Celular para natildeo se expor aos ruiacutedos excessivos 1250 ldquoRaramenterdquo
1563 ldquoAgraves vezesrdquo 875 ldquoFrequentementerdquo 625 ldquoSemprerdquo deixam de ouvir
muacutesicas para natildeo expor sua audiccedilatildeo aos ruiacutedos intensos 313 ldquoNatildeo sabemrdquo e
625 ldquoNatildeo se importamrdquo em deixar (ou natildeo) de ouvir muacutesica para natildeo se expor aos
ruiacutedos intensos
139
No item I13 ndash 6188 dos mesmos ldquoDe jeito nenhumrdquo ouvem zumbido depois
escutar muacutesica 1563 ldquoRaramenterdquo 1375 ldquoAgraves vezesrdquo 250 ldquoFrequentementerdquo
125 ldquoSemprerdquo ouvem zumbidos depois de escutar muacutesica 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e
250 ldquoNatildeo se importamrdquo se ouvem (ou natildeo) zumbidos depois de escutar muacutesica
em alto volume
No item I14 ndash para 5250 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo a muacutesica que
ouvem no Celular atrapalha a concentraccedilatildeo 1688 ldquoRaramenterdquo 1563 ldquoAgraves
vezesrdquo 313 ldquoFrequentementerdquo 438 ldquoSemprerdquo as muacutesicas ouvidas no Celular
atrapalham a concentraccedilatildeo na aula 125 ldquoNatildeo sabemrdquo e 625 ldquoNatildeo se importamrdquo
se a muacutesica que ouvem no Celular atrapalha (ou natildeo) sua concentraccedilatildeo na aula
6631 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I12 I13 e I14
No item I12 ndash Relativamente ao ouvir muacutesica 4750 dos estudantes natildeo
deixam de ouvi-la (ou ldquode jeito nenhumrdquo deixam de) no Celular para se prevenir da
exposiccedilatildeo ao excesso de ruiacutedos No entanto se somarmos aqueles que em algum
momento jaacute deixaram de ouvi-la para natildeo se expor excessivamente aos ruiacutedos
teremos a expressiva porcentagem de 3063 (1563 ldquoAgraves vezesrdquo 875
ldquoFrequentementerdquo 625 ldquoSemprerdquo) o que indica um grau de preocupaccedilatildeo com a
sauacutede auditiva
O item I13 ndash 6188 dos estudantes natildeo percebem os zumbidos na orelha
interna depois de ouvi-la que corrobora o item 5 desse mesmo instrumento no qual
mais de 60 dos estudantes havia afirmado natildeo perceber zumbidos oriundos do
excesso de ruiacutedos causados pelo traacutefego Portanto zumbido natildeo eacute um sintoma
comum entre esses estudantes
A questatildeo da concentraccedilatildeo referida no item 14 ndash 5250 dos estudantes
afirmaram que ldquode jeito nenhumrdquo o som que ouvem no Celular atrapalha sua
concentraccedilatildeo Mas a somatoacuteria dos que consideram que a muacutesica atrapalha
(raramente 1688 ldquoagraves vezesrdquo 1563 ldquofrequentementerdquo 313 e ldquosemprerdquo
438) daacute 4002 de estudantes que em algum momento jaacute perceberam alteraccedilotildees
na concentraccedilatildeo ao ouvi-la Neste caso diferentemente do tracircnsito em que mais de
140
65 dos estudantes perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de concentraccedilatildeo o som das
muacutesicas por outro lado eacute visto de forma menos agressiva e invasiva portanto haacute
quase um equiliacutebrio entre os que afirmaram ldquode jeito nenhumrdquo (5250) e os demais
(4002) que jaacute perceberam alguma alteraccedilatildeo na concentraccedilatildeo Isso eacute
extremamente preocupante na medida em que as afericcedilotildees de dB(A) realizadas no
Coleacutegio indicaram que o volume pode chegar a mais de 100 dB(A) e o tempo de
exposiccedilatildeo normalmente eacute maior que 4 horas por dia o que significa que a sauacutede
auditiva estaacute em perigo
Com o objetivo de investigar a percepccedilatildeo dos estudantes de alguns sintomas
de estresse na sauacutede fiacutesica criei trecircs assertivas 15 16 e 17 As respostas foram
plotadas no graacutefico 15
GRAacuteFICO 15 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO AOS SINTOMAS DE ESTRESSE DEFLAGRADOS POR OUVIR MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES LIGADOS A APARELHOS CELULARES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
No item I15 - 7125 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
percebem dores na orelha interna24 por causa das muacutesicas que ouvem no Celular
Para 15 ldquoRaramenterdquo haacute dor 688 ldquoAgraves vezesrdquo 250 ldquoFrequentementerdquo tecircm
dores na orelha interna por ouvir muacutesica no Celular ningueacutem respondeu que
24 Observe-se que a assertiva usa a nomenclatura ldquoouvidordquo em funccedilatildeo de este ser mais conhecido e
difundido do que orelha interna nomenclatura atual
141
ldquosemprerdquo percebe dores 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e 188 ldquoNatildeo se importamrdquo se
percebem (ou natildeo) dores na orelha interna por causa da muacutesica
As respostas dadas no Item 16 foram 4744 dos estudantes ldquoDe jeito
nenhumrdquo percebem que a quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e
ao ouvirem muacutesica no Celular eacute maior que podem suportar 1795 ldquoRaramenterdquo
1410 ldquoAgraves vezesrdquo 577 ldquoFrequentementerdquo e 577 ldquoSemprerdquo percebem que o
ruiacutedo eacute maior que podem suportar 385 ldquoNatildeo sabemrdquo e 513 ldquoNatildeo se importamrdquo
se a quantidade de ruiacutedos a que estatildeo expostos fora da escola ao ouvirem muacutesicas
no Celular eacute (ou natildeo) maior do que eles podem suportar
Quanto a I17 ndash 5 dos estudantes respondeu que ldquoDe jeito nenhumrdquo sabe
que ouvir muacutesica no Celular prejudica a audiccedilatildeo 688 ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves
vezesrdquo 1188 ldquoFrequentementerdquo 5125 ldquoSemprerdquo sabem que a muacutesica que ouve
no Celular pode causar prejuiacutezos para a audiccedilatildeo 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e 938 ldquoNatildeo
se importamrdquo se ouvir muacutesica no Celular pode (ou natildeo) prejudicar a audiccedilatildeo
6632 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I15 I16 e I17
No Item I15 ndash Verifico 7125 dos estudantes natildeo percebem quaisquer dores
na orelha interna por causa da muacutesica que ouvem no Celular mas 938 (somando-
se os que agraves vezes percebem dores - 688 com os que frequentemente as
percebem - 288) jaacute tem percepccedilatildeo de dores na orelha interna causadas pelo som
das muacutesicas ouvidas com fones de ouvidos conectados aos Aparelhos Celulares
Considerando tambeacutem as respostas do item 13 sobre zumbidos pelo menos 17
dos estudantes jaacute percebem zumbidos (somando se os que ldquoagraves vezesrdquo e os que
ldquofrequentementerdquo com os que ldquosemprerdquo os percebem) Assim quase 95 dos
estudantes que jaacute no Ensino Meacutedio percebem dores e 17 percebem zumbidos
parece ser uma porcentagem significativa para esta faixa etaacuteria No entanto a
gravidade desses sintomas precisa ser devidamente avaliada por especialistas em
sauacutede auditiva e em sauacutede puacuteblica as audiometrias deveriam ser analisadas em um
estudo longitudinal ao longo da vida escolar
142
No Item I16 - 4744 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem que a
quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e quando ouvem muacutesica no
Celular eacute maior que podem suportar Mas tambeacutem me chamou a atenccedilatildeo os 513
que simplesmente ldquoNatildeo se importamrdquo embora esta porcentagem natildeo pareccedila
significativa em termos de sauacutede puacuteblica a postura desses estudantes em relaccedilatildeo agrave
sauacutede auditiva deles certamente eacute
Quanto ao I17 - 5125 dos estudantes responderam que ldquoSemprerdquo sabem
que ouvir muacutesica no Celular que pode prejudicar a audiccedilatildeo e novamente chama a
atenccedilatildeo os 938 de estudantes que responderam que natildeo se importam se pode
haver algum prejuiacutezo a audiccedilatildeo
As respostas dos itens 16 e 17 apontam uma contradiccedilatildeo entre a sociedade
contemporacircnea excessivamente voltada a si mesma e a uma das caracteriacutesticas
marcantes da adolescecircncia que eacute a despreocupaccedilatildeo com o futuro e um excesso de
foco no ldquoviver o momentordquo Em outras palavras poderiacuteamos resumir as duas
respostas na frase ldquoeu sei que faz mal mas natildeo estaacute fazendo mal para mim agorardquo
Nesse sentido eacute que a escola parece ter um papel fundamental na discussatildeo para a
prevenccedilatildeo de problemas de sauacutede auditiva
Os trecircs itens subsequentes 18 19 e 20 englobam sintomas de estresse e a
percepccedilatildeo dos estudantes quanto agrave dificuldades de concentraccedilatildeo durante as
atividades escolares Os dados foram plotados no Graacutefico 16
GRAacuteFICO 16 - SINTOMAS DO ESTRESSE E DIFICULDADES DE CONCENTRACcedilAtildeO NAS AVALIACcedilOtildeES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
143
Os resultados mostram que no I18 ndash 6875 dos estudantes responderam
que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem perdas de energia ao ouvir muacutesica no fone de
ouvido conectado ao Celular 750 ldquoRaramenterdquo 625 ldquoAgraves vezesrdquo 188
ldquoFrequentementerdquo 375 ldquoSemprerdquo percebem perda energia 750 ldquoNatildeo sabemrdquo e
438 ldquoNatildeo se importamrdquo se perdem (ou natildeo) energia ao ouvir muacutesica no Celular
O I19 ndash 50 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo sentem-se
sobrecarregados nem pelo ruiacutedo externo ao CEPMAT nem ao ouvirem muacutesica no
Celular em volume acima da meacutedia 1438 ldquoRaramenterdquo 10 ldquoAgraves vezesrdquo 563
ldquoFrequentementerdquo 688 ldquoSemprerdquo ficam sobrecarregados tanto com os ruiacutedos
externos quanto com os das muacutesicas no Celular em volume acima da meacutedia 813
ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se importamrdquo em sentir-se (ou natildeo) sobrecarregados com
esses ruiacutedos
Quanto ao I20 ndash 3750 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
ouvem muacutesica em volume alto para se concentrar para estudar as provas e realizar
trabalhos 1125 ldquoRaramenterdquo 1938 ldquoAgraves vezesrdquo 938 ldquoFrequentementerdquo 15
ldquoSemprerdquo ouvem muacutesica em volume alto para estimular a concentraccedilatildeo para realizar
estudos e trabalhos escolares 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 313 ldquoNatildeo se importamrdquo em
ouvir muacutesica em volume alto para os trabalhos ou avaliaccedilotildees escolares
6633 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I18 I19 e I20
No I18 ndash 6875 dos estudantes ldquode jeito nenhumrdquo percebem perdas de
energia ao ouvir muacutesica no Celular resultando em uma percepccedilatildeo afirmativa sobre
ouvir muacutesica
No item I19 ndash verifico que 50 dos estudantes responderam que ldquode jeito
nenhumrdquo sentem-se sobrecarregados nem pelos ruiacutedos externos ao CEPMAT nem
pelas muacutesicas que ouvem em volume acima da meacutedia no Celular Essa
porcentagem complementa a obtida na resposta ao item 12 no qual 4750 dos
estudantes ldquode jeito nenhumrdquo deixam de ouvir muacutesica no Celular para natildeo se expor
aos ruiacutedos Assim se eles natildeo se sentem sobrecarregados entatildeo eacute porque
deixariam de ouvir muacutesica em alto volume
144
Apesar desse nuacutemero significativo haacute tambeacutem que se considerar que 2251
(somando-se os que ldquoagraves vezesrdquo 10 com os que ldquoFrequentementerdquo 563 e os que
ldquosemprerdquo 68) sentem-se sobrecarregados pela quantidade de ruiacutedos o que
acarreta uma porcentagem nada despreziacutevel de estudantes que jaacute comeccedilam a
perceber incocircmodos pelos ruiacutedos
Quanto ao item I20 ndash Apesar de 3750 dos estudantes terem respondido
que ldquode jeito nenhumrdquo ouvem muacutesicas para se concentrar verifico que uma
porcentagem ainda maior 4376 responde que ldquoagraves vezesrdquo (1938)
ldquofrequentementerdquo (938) e ldquosemprerdquo (15) ouvem muacutesicas em volume alto para se
concentrar para as avaliaccedilotildees e trabalhos escolares isso implica em uma
perspectiva de atuaccedilatildeo multitarefa dos estudantes e ao mesmo tempo mostra que
eles ouvem muacutesica em volume alto por um longo periacuteodo de tempo o que implica
em perdas auditivas caracterizadas pela PAIR descrita anteriormente
As assertivas apresentadas a seguir (itens 21 22 e 23) avaliam a percepccedilatildeo
dos estudantes quanto a alguns sintomas de estresse Os resultados foram plotados
no graacutefico 17
GRAacuteFICO 17 - PERCEPCcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSE FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
No item I21 ndash 4625 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
desanimam facilmente quando ficam expostos a ruiacutedos 1375 ldquoRaramenterdquo
1313 ldquoAgraves vezesrdquo 625 ldquoFrequentementerdquo 875 ldquoSemprerdquo desanimam
145
facilmente por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos 5 ldquoNatildeo sabemrdquo e 688 ldquoNatildeo se importamrdquo
se desanimam (ou natildeo) por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos
No item I22 ndash 3563 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
demoram a relaxar quando ficam estressados por causa dos ruiacutedos 1875
ldquoRaramenterdquo 1813 ldquoAgraves vezesrdquo 875 ldquoFrequentementerdquo 1188 ldquoSemprerdquo
percebem que levam muito tempo para relaxar por causa do estresse causado pelos
ruiacutedos 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e 438 ldquoNatildeo se importamrdquo se levam (ou natildeo) muito
tempo para relaxar quando estressados por causa do barulho
No item I23 ndash 4125 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
sentem-se tatildeo cansados e sobrecarregados por causa dos ruiacutedos intensos no
periacuteodo das aulas que acabam se ldquodesligandordquo do ambiente escolar 1688
ldquoRaramenterdquo 1625 ldquoAgraves vezesrdquo 750 ldquoFrequentementerdquo 875 ldquoSemprerdquo ficam
tatildeo sobrecarregados por causa dos ruiacutedos intensos durante o periacuteodo e aulas que
acabam se ldquodesligandordquo 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se importamrdquo com esses
ruiacutedos
6634 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I21 I22 e I23
No Item I21 - 4625 dos estudantes natildeo desanimam facilmente quando
ficam expostos aos ruiacutedos durante o periacuteodo das aulas Essa porcentagem
corrobora as respostas aos itens 12 e 19 nos quais 4750 e 50 dos estudantes
respectivamente natildeo deixam de ouvir muacutesica em volume alto no Celular para natildeo
se expor aos ruiacutedos porque natildeo se sentem sobrecarregados Assim se natildeo se
sentem sobrecarregados e natildeo desanimam facilmente entatildeo natildeo deixam de ouvir a
muacutesica
Por outro lado ao somarmos os que ldquoagraves vezesrdquo 1313 com os que
desanimam facilmente ldquofrequentementerdquo 625 e ldquosemprerdquo 875 teremos pelo
menos 2513 de alunos que em sala de aula desanimam facilmente quando ficam
expostos aos ruiacutedos Essa porcentagem corresponde a frac14 da turma assim ter frac14 da
turma que desanima facilmente eacute algo que precisa ser analisado com mais
profundidade nas escolas os dados me permitem inferir ainda que a porcentagem
146
anterior (50) pode ainda natildeo ter percebido relaccedilotildees diretas entre desacircnimo e o
estresse que a muacutesica em volume alto pode gerar
No Item I22 - 3563 dos estudantes responderam que ldquode jeito nenhumrdquo
levam muito tempo para relaxar No entanto ao somarmos aqueles que ldquoagraves vezesrdquo
(183) com os que frequentemente (875) e os que sempre (1188) levam muito
tempo para relaxar por causa do estresse causado pelos ruiacutedos teremos 3876
que percebem dificuldades nesse sentido Ou seja uma porcentagem ainda maior
do que aqueles que natildeo percebem Assim noto que mais de 40 dos estudantes
usam a muacutesica em volume alto para conseguir se concentrar para estudar e
praticamente a mesma porcentagem (3876) tecircm dificuldades para relaxar por
causa dos barulhos (oriundos ou natildeo da muacutesica)
Na I23 ndash Constatei que 4125 dos estudantes ldquode jeito nenhumrdquo sentem-se
sobrecarregados por causa dos ruiacutedos Entretanto 3250 jaacute tem percepccedilatildeo de
cansaccedilo e sobrecarga (somando os que ldquoagraves vezesrdquo 1625 com os que
frequentemente 750 e os que sempre 875 sentem-se assim) nas atividades
rotineiras como as atividades escolares por causa do ruiacutedo intenso durante o
periacuteodo da aula Observe que o item refere-se agraves consequecircncias como ldquodesligar-serdquo
do ambiente escolar Ou seja um dos sintomas do estresse Em outras palavras as
duas porcentagens estatildeo relativamente proacuteximas para que eu possa concluir que a
tomada de consciecircncia sobre os efeitos no organismo comeccedila a ser fazer cada vez
mais frequente
As assertivas analisadas a seguir 24 25 e 26 foram elaboradas com o intuito
de discutir incocircmodos causados pelos ruiacutedos dentro e fora do CEPMAT Os
resultados foram plotados no graacutefico 18
147
GRAacuteFICO 18 - O ESTRESSE DO DIA A DIA E A FELICIDADE DE OUVIR MUacuteSICA NO CELULAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
No item I24 ndash 5375 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
sentem-se bem na presenccedila de muitos ruiacutedos dentro e fora da sala de aula durante
o periacuteodo letivo 1375 ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves vezesrdquo 688 ldquoFrequentementerdquo
438 ldquoSemprerdquo sentem-se bem tendo muito ruiacutedo no seu entorno 5 ldquoNatildeo sabemrdquo
e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se se sentem bem (ou natildeo) tendo muito ruiacutedo no
entorno durante o periacuteodo de aula
No item I25 ndash 5063 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
ficam cansados pelo fato de antever a ida agrave escola e o fato de ouvir muitos ruiacutedos
externos durante as aulas 10 ldquoRaramenterdquo 1250 ldquoAgraves vezesrdquo 750
ldquoFrequentementerdquo 5 ldquoSemprerdquo ficam cansados soacute de pensar que teratildeo que ouvir
muitos ruiacutedos externos ao CEPMAT 188 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1250 ldquoNatildeo se
importamrdquo se ficam (ou natildeo) cansados de ouvir muitos ruiacutedos externos
Quanto ao item I26 ndash 1938 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito
nenhumrdquo ficam felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em aula 1063
ldquoRaramenterdquo 2063 ldquoAgraves vezesrdquo 813 ldquoFrequentementerdquo 3250 ldquoSemprerdquo ficam
felizes por poderem ouvir muacutesica no Celular durante o horaacuterio das aulas 313
ldquoNatildeo sabemrdquo e 563 ldquoNatildeo se importamrdquo se ficam (ou natildeo) felizes por poder ouvir
muacutesicas quando estatildeo em aulas
148
6635 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I24 I25 e I26
5375 dos estudantes responderam que ldquode jeito nenhumrdquo sente-se bem na
presenccedila dos ruiacutedos dentro e fora da sala de aula durante o periacuteodo letivo se esta
porcentagem for somada aos 1375 que raramente sentem-se bem com isso
temos que 6750 natildeo estatildeo confortaacuteveis com o excesso de ruiacutedos dentro e fora da
escola durante o periacuteodo letivo Esse pode ser um dos motivos para o uso excessivo
de fones de ouvido para escutar muacutesicas pois poderiam ser usadas para abstrair
dos ruiacutedos ambientes da escola nesse caso os estudantes usariam os fones tanto
para buscar concentraccedilatildeo conforme 4376 dos respondentes mencionaram no
item 20 ou para ouvir algo mais prazeroso que este ruiacutedo
Por outro lado os resultados dos itens I24 e I25 revelam que mesmo que
mais de 67 dos estudantes natildeo se sintam bem na presenccedila de muitos ruiacutedos (I24)
isso natildeo se reflete em cansaccedilo para 5063 (I25) dos estudantes ao antever a ida a
escola
Quanto a I26 ndash ao somarmos os estudantes que ldquosemprerdquo (3250) ficam
felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em sala de aula com os que
ldquofrequentementerdquo (813) e os que ldquoagraves vezesrdquo (2063) temos um conjunto de
6126 de estudantes que consideram a possibilidade de ouvir muacutesicas durante as
atividades como algo positivo seja (ou natildeo) como foco de concentraccedilatildeo na sala de
aula Esse resultado traz alguns indicativos que precisam ser mais bem avaliados
no que tange ao planejamento das atividades as condiccedilotildees de trabalho em sala de
aula e a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas
apresentadas Esses e outros toacutepicos devem ser mais aprofundados a partir dos
resultados desta dissertaccedilatildeo
6636 CONSIDERACcedilOtildeES
Os altos niacuteveis de pressatildeo sonora tecircm sido considerados pela sociedade
contemporacircnea como agentes perigosos agrave sauacutede humana especialmente em
149
ambientes urbanos e sociais seja em atividades de lazer ou simplesmente pelo fato
de ouvir muacutesica nos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular em
intensidades elevadas para evitar outros ruiacutedos considerados indesejaacuteveis que
circundam a vida cotidiana A problemaacutetica do ruiacutedo ambiental parece estar
crescendo na percepccedilatildeo desses estudantes seja em casa a caminho do CEPMAT
ou ateacute mesmo dentro das salas de aulas Mas se a reaccedilatildeo ao ruiacutedo ambiental eacute o
uso de fones de ouvido ligados aos Aparelhos Celulares ouvindo muacutesica em volume
ainda mais elevado a resposta parece ser ainda mais danosa e com efeitos mais
raacutepidos a sauacutede auditiva dos estudantes
No que se refere agraves percepccedilotildees de ruiacutedo ambiental essas satildeo crescentes No
entanto a poluiccedilatildeo sonora oriunda da muacutesica ouvida pelos fones conectados ao
Celular sugere que o estudante ainda natildeo tem uma accedilatildeo efetiva de prevenccedilatildeo de
problemas de sauacutede auditiva no que tange aos efeitos nocivos dos sons intensos e
por longo periacuteodo de tempo causando PAIR uma vez que 5125 dos estudantes
responderam que sabem que a muacutesica que ouvem no Celular pode causar prejuiacutezos
a audiccedilatildeo (I17) Estes fatos ficaram evidentes nos graacuteficos 14 a 18 pelas mais
diversas atitudes dos estudantes em situaccedilotildees de exposiccedilatildeo aos ruiacutedos
Na seccedilatildeo anterior os resultados das mediccedilotildees de decibeacuteis indicaram que os
estudantes ouvem muacutesica no Celular em volume acima dos recomendados para a
manutenccedilatildeo da sauacutede auditiva No Teste de percepccedilatildeo de alguns sintomas de
estresse as respostas indicaram que os estudantes natildeo perdem energia e natildeo
percebem zumbido na audiccedilatildeo O Teste tambeacutem apontou que um nuacutemero
consideraacutevel de jovens ouve muacutesica durante as tarefas escolares e esses declaram
que se concentram melhor ao ouvi-la Esses resultados me permitem afirmar que os
estudantes estatildeo culturalmente inseridos em ambientes ruidosos ou gostam de ouvir
muacutesica em volume alto dentro e fora do coleacutegio o que dificulta a reaccedilatildeo (ou accedilatildeo)
em postura preventiva sobre a sauacutede auditiva
As respostas deste estudo coadunam com os resultados de Lacerda et al
(2011) que investigaram haacutebitos auditivos e comportamentos de adolescentes com
atividades de lazer ruidosas Os resultados revelaram que a maioria dos jovens
prefere realizar tarefas em ambientes barulhentos e que o som da muacutesica alta os
deixa felizes
A maioria dos estudantes percebe o CEPMAT como um ambiente ruidoso e
boa parte deles natildeo estaacute disposta a deixar de utilizar o Celular posso concluir que o
150
Celular eacute em alguns momentos utilizado como ldquovaacutelvula de escaperdquo para os ruiacutedos
externos Neste sentido eacute importante fazer conhecer entre os estudantes
professores e comunidade escolar os efeitos de longo prazo causados por este
comportamento imediatista O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL
2006 p 7) aborda questotildees relacionadas com a sauacutede auditiva e os seus efeitos As
normas orientadoras do protocolo se utilizadas didaticamente podem auxiliar na
criaccedilatildeo de haacutebitos de prevenccedilatildeo a sauacutede auditivas mais saudaacuteveis e a escola teria
um papel nesta didatizaccedilatildeo pois poderia aproximar conhecimentos do cotidiano dos
estudantes com o conhecimento cientiacutefico
O uso de fones auriculares vem sendo encontrado na literatura como um
comportamento cada vez mais comum entre os jovens e pode ser um risco para a
audiccedilatildeo podendo aumentar os problemas auditivos Costa (2013) mostra que haacute
uma relaccedilatildeo de prazer entre os haacutebitos auditivos e a muacutesica
Em suma
O terceiro subitem da questatildeo de pesquisa quatro ldquoComose os estudantes do
Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos
fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na Sauacutede delesrdquo
pode ser respondido da seguinte forma
Os estudantes em geral natildeo percebem
a) a existecircncia de poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular mesmo sabendo dos problemas
auditivos que o fone auricular ligado ao Aparelho Celular para escutar
muacutesicas em volume alto pode causar
b) zumbidos ou dores na orelha interna Tambeacutem natildeo haacute perdas de
energia dificuldades para relaxar nem se sentem sobrecarregados ou
relatam alteraccedilotildees na concentraccedilatildeo incocircmodos nem apoacutes escutar
prolongadamente sons em volume alto oriundos do Celular nem
quando expostos ao excesso de ruiacutedos causados pelos meios de
transportes Portanto os sintomas de estresse natildeo satildeo sintomas
comumente apresentados
c) e natildeo consideram que a quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora
da escola e quando ouvem muacutesica no Celular eacute maior do que aquela
151
que eles podem suportar Os estudantes tecircm prazer na presenccedila de
volume alto ficam felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em
sala de aula e consideram a possibilidade de ouvir muacutesicas durante as
atividades como algo positivo seja ou natildeo como foco de concentraccedilatildeo
mesmo natildeo estando confortaacuteveis com o excesso de ruiacutedos dentro e
fora da escola
Por outro lado uma porcentagem menor de estudantes percebe
a) pelo menos um dos sintomas de estresse tais como zumbidos perda
de concentraccedilatildeo energia ficam desanimados dificuldades para
relaxar cansaccedilo e sobrecarga nas atividades rotineiras como as
atividades escolares tanto quando ouvem muacutesica no Celular quanto
os ruiacutedos oriundos dos meios de transportes
No entanto mesmo que essa pequena porcentagem de estudantes natildeo se
importe se pode haver algum prejuiacutezo agrave audiccedilatildeo por exposiccedilatildeo a niacuteveis de ruiacutedos
intensos e ainda que essa porcentagem natildeo pareccedila significativa a postura em
relaccedilatildeo agrave sauacutede auditiva precisa ser mais bem investigada
Esses resultados indicam aspectos que precisam ser melhores avaliados
entre eles o planejamento das atividades as condiccedilotildees de trabalho em sala de aula
e a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas apresentadas
Esses e outros toacutepicos precisam ser mais bem estudados para aprofundar alguns
aspectos a partir desta dissertaccedilatildeo Isso me leva a recomendar que outras
investigaccedilotildees sobre a interferecircncia da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede do estudante
devem ser profundamente avaliadas em estudos subsequentes a este
152
664 Parte 4 O uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento Escolar
Trata da relaccedilatildeo entre o uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento
Escolar do CEPMAT Para a composiccedilatildeo de dados criei trecircs assertivas (I27 I28 I29)
que analisam a percepccedilatildeo dos respondentes em relaccedilatildeo os documentos que regem
a comunidade escolar e a percepccedilatildeo do papel dos estudantes na participaccedilatildeo da
construccedilatildeo das normas e regras do CEPMAT
GRAacuteFICO 19 - PARTICIPACcedilAtildeO DA COMUNIDADE ESCOLAR NA CONSTRUCcedilAtildeO DO REGIMENTO ESCOLAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR
O I27 foi construiacutedo na negativa ndash 3375 dos estudantes responderam que
ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no Celular durante o
periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o Regimento Escolar os proiacutebe de usar
1438 responderam ldquoRaramenterdquo 10 ldquoAgraves vezesrdquo 1125 ldquoFrequentementerdquo
2125 ldquoSemprerdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no Celular durante as
aulas 188 ldquoNatildeo sabemrdquo e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se conseguem (ou natildeo) ficar
sem ouvir muacutesicas durante o periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o regimento
escolar proiacutebe o uso
153
O I28 tambeacutem foi construiacutedo na negativa ndash 4250 dos estudantes
responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo foram informados sobre quais
equipamentos eletrocircnicos devem usar durante o periacuteodo das aulas 375
responderam ldquoRaramenterdquo 563 ldquoAgraves vezesrdquo 10 ldquoFrequentementerdquo 2188
ldquoSemprerdquo natildeo foram informados sobre quais equipamentos eletrocircnicos (Aparelho
Celular) podem usar no periacuteodo das aulas 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1188 ldquoNatildeo se
importamrdquo se foram (ou natildeo) informados sobre quais equipamentos eletrocircnicos
podem usar no periacuteodo das aulas
Quanto ao I29 ndash 4438 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo
participaram ativamente das reuniotildees e discussotildees para a construccedilatildeo do Regimento
Escolar do CEPMAT 1438 responderam ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves vezesrdquo 375
ldquoFrequentementerdquo 1063 ldquoSemprerdquo participaram ativamente das reuniotildees e
discussotildees para a construccedilatildeo do documento 563 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1250 ldquoNatildeo se
importamrdquo se participaram ativamente (ou natildeo) das reuniotildees e discussotildees para a
construccedilatildeo do Regimento Escolar do Coleacutegio
6641 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I27 I28 e I29
No I27 ndash Verifico que 3375 dos estudantes conseguem ficar sem ouvir
muacutesica durante o periacuteodo de aula (ou usando a loacutegica de construccedilatildeo do teste ldquode
jeito nenhumrdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir) Por outro lado se somarmos os
que ldquofrequentementerdquo e os que ldquosemprerdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir obteacutem-se
um valor de 3250 que efetivamente natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no
Celular durante o periacuteodo das aulas Isso significa que se os estudantes
entenderam a assertiva e a forma de respondecirc-la entatildeo haacute uma clara e equilibrada
divisatildeo (3375 versus 3250) nas respostas dadas quanto ao uso do Celular para
ouvir muacutesica durante o periacuteodo das aulas
Quando ao I28 ndash chama a atenccedilatildeo que 4250 dos estudantes revelaram ter
sido informado sobre quais equipamentos eletrocircnicos devem usar durante o periacuteodo
das aulas (ou na loacutegica de construccedilatildeo do teste ldquode jeito nenhumrdquo natildeo foram
informados) No entanto ao somar os que responderam ldquofrequentementerdquo (10)
154
com os que responderam ldquosemprerdquo (2188) natildeo foram informados eacute possiacutevel
perceber que pelo menos 3188 dos estudantes natildeo tinha conhecimento dessas
informaccedilotildees Pode ocorrer que alguns estudantes tenham sido transferidos e sejam
novos no coleacutegio mas a porcentagem de alunos que desconhece as normas e
regras do regimento eacute emblemaacutetica
Na I29 ndash Considerando que 4438 dos estudantes natildeo participam das
reuniotildees e discussotildees para a construccedilatildeo do Regimento Escolar do CEPMAT e
1250 natildeo se importam com construccedilatildeo das normas e regras entendo que os
mesmos natildeo consideram relevante agrave participaccedilatildeo necessaacuteria para ter voz e voto
como retratado no paraacutegrafo 2ordm do regimento interno (ZANOTTO 2011) ldquoo oacutergatildeo
colegiado de direccedilatildeo seraacute constituiacutedo de acordo com o princiacutepio da
representatividade devendo abranger toda a comunidade escolar cujos
representantes nele teratildeo necessariamente voz e votordquo
6642 CONSIDERACcedilOtildeES
Os dados indicaram que a terccedila parte dos estudantes do CEPMAT faz uso
natildeo pedagoacutegico do Aparelho Celular durante o periacuteodo das aulas utilizando-o em
sala de aula e durante as atividades educativas com a finalidade de ouvir muacutesica
Para Souza e Torres (2009) o ldquociberespaccedilordquo jaacute estaacute realizado e os estudantes estatildeo
instalados nele No caso dessa pesquisa entendo que esse ciberespaccedilo se
configura pela via dos Aparelhos Celulares para escutar muacutesica entre outras coisas
No entanto o haacutebito de usar equipamentos eletrocircnicos que natildeo fazem parte
do material pedagoacutegico no ambiente escolar entra em confronto com o Regimento
Escolar Para o Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute (PARANAacute 1999) o
Regimento Escolar eacute um documento construiacutedo coletivamente pela comunidade
escolar em reuniotildees e discussotildees nas quais todos tecircm direito a voz e voto Esse
documento estabelece as normas e regras descrevem os direitos e deveres dos
membros da comunidade escolar
No caso do Regimento do CEPMAT a perspectiva didaacutetica sobre o uso de
equipamentos tecnoloacutegicos estaacute na vertente policialesca e restritiva Essa
155
tecnologia jaacute estaacute presente nas matildeos de praticamente todos os estudantes e nesse
sentido podem ser re-significadas para extrapolar o simples escutar muacutesica
congregando muitas outras possibilidades de uso para fins de ensino e de
aprendizagem
A UNESCO (2013) publicou um guia com 10 recomendaccedilotildees sobre o uso do
Aparelho Celular na sala de aula O objetivo era incentivar os governos a
implementarem poliacuteticas puacuteblicas educacionais que valorizassem a utilizaccedilatildeo das
tecnologias de faacutecil acesso presente natildeos matildeos dos jovens e adolescentes como
recurso no ensino
a) Criar ou atualizar poliacuteticas ligadas ao aprendizado moacutevel b) Conscientizar sobre sua importacircncia c) Expandir e melhorar opccedilotildees de conexatildeo d) Ter acesso igualitaacuterio e) Garantir equidade de gecircnero f) Criar e aperfeiccediloar conteuacutedo educacional g) Treinar professores h) Capacitar educadores usando tecnologias moacuteveis i) Promover o uso seguro saudaacutevel e responsaacutevel de tecnologias moacuteveis j) Usar tecnologia para melhorar a comunicaccedilatildeo e a gestatildeo educacional(p12)
O objetivo desse guia eacute o de dar um significado efetivo ao uso e aos trabalhos
realizados com Aparelhos Celulares para tanto eacute necessaacuterio que este seja adaptado
ao grau de maturidade de cada paiacutes no que tange a relaccedilatildeo entre inclusatildeo digital e
educaccedilatildeo
Da mesma forma que o guia da UNESCO (2013 p12) apresenta por meio de
um guia 13 bons motivos para o uso do Celular em sala de aula do seguinte modo
1) Amplia o alcance e a equidade em educaccedilatildeo 2) Melhora a educaccedilatildeo em aacutereas de conflito ou que sofreram desastres naturais 3) Assiste alunos com deficiecircncia 4) Otimiza o tempo na sala de aula 5) Permite que se aprenda em qualquer hora e lugar 6) Constroacutei novas comunidades de aprendizado 7) Daacute suporte a aprendizagem in loco 8) Aproxima o aprendizado formal do informal 9) Provecirc avaliaccedilatildeo e feedback imediatos 10) Facilita o aprendizado personalizado 11) Melhora a aprendizagem contiacutenua 12) Melhora a comunicaccedilatildeo 13) Maximiza a relaccedilatildeo custo-benefiacutecio da educaccedilatildeo (UNESCO 2013 p4)
Os resultados apresentados tornam mais cada vez mais evidente a
necessidade de incluiacute-lo como ferramenta de ensino Esta tecnologia esta inserida
no ambiente escolar presente nas matildeos dos estudantes e pode vir a ter um uso
significativo para ensinar mais do que conteuacutedos
156
Em suma
Nesta parte investiguei comose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT
percebem o Regimento Escolar Este subitem pode ser respondido da seguinte
forma
a) Os estudantes usam o Aparelho Celular durante o periacuteodo das
aulas essencialmente para fins natildeo didaacuteticos que natildeo fazem parte
do contexto da aula o que infringe a regras do atual Regimento
Escolar
b) Esse equipamento tecnoloacutegico natildeo eacute considerado parte do atual
material pedagoacutegico e boa parte (3188) dos estudantes
alegaram que natildeo foram informados pela escola sobre quais
equipamentos eletrocircnicos podem usar durante o periacuteodo das
aulas Quase a metade (4438) dos estudantes afirmou natildeo ter
participado da construccedilatildeo coletiva do Regimento Escolar
Somente 1250 responderam que natildeo se importam se participam
(ou natildeo) com voz e voto na confecccedilatildeo do Regimento Escolar e
considerando que os estudantes entenderam a questatildeo e a forma
de respondecirc-la isso parece ter um significado interessante para
reforccedilar a participaccedilatildeo do coletivo da comunidade escolar na
feitura do regimento
67 SINTESE DA SECcedilAtildeO
No contexto desta dissertaccedilatildeo o Aparelho Celular aparece natildeo mais como
um simples meio de comunicaccedilatildeo entre as pessoas mas como Tecnologia da
Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo com muacuteltiplos usos criando ou redefinindo identidades
estabelecendo uma nova cultura no ambiente escolar Seu uso dialoga com culturas
e aspectos constitutivos de saberes que circulam na sala de aula impondo uma
rediscussatildeo sobre regras e normas e outras accedilotildees pedagoacutegicas podendo se
157
configurar em alternativa metodoloacutegica para o ensino e contribuindo com a
aprendizagem
O Aparelho Celular pode contribuir com a valorizaccedilatildeo e o desenvolvimento de
valores eacuteticos colaborando na busca de possibilidades para um ensino diferenciado
extrapolando enormemente a funcionalidade de ouvir muacutesica
Steinberg e Kincheloe (2001) apud Monteiro (2009) revela que o
conhecimento das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo eacute muito mais do que
simples acreacutescimo a um curriacuteculo tradicional mas uma praacutetica baacutesica necessaacuteria
para negociar identidades valores e para participar dessa hiper-realidade
Os estudantes aumentam seu repertoacuterio de experiecircncias no ambiente escolar
e experenciam a natildeo verticalidade do ensino permitindo-se ensinar uns aos outros
os modos de uso do Celular e de recursos tecnoloacutegicos Esse modo de ensinar
amplia as relaccedilotildees pessoais ou virtuais re-significando relaccedilotildees humanas e
identidades Portanto os Aparelhos Celulares possibilitam os processos de
mudanccedila nas formas de cogniccedilatildeo suas potencialidades frente agrave convergecircncia e
mobilidade imaginadas na telefonia moacutevel e nas tecnologias digitais instigam novas
investigaccedilotildees sobre o papel do Celular na sala de aula
Esta seccedilatildeo teve como intuito responder a quarta questatildeo de investigaccedilatildeo
desta dissertaccedilatildeo Como se os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem
a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio
b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora (oriunda do entorno do Coleacutegio) na
sauacutede deles
c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos
estudantes
d) as normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT
Nas anaacutelises das respostas do ldquoteste de autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas
de estresserdquo permitiram observar que haacute indiacutecios que os estudantes apresentam
alguns sintomas de estresse por exposiccedilatildeo agrave Poluiccedilatildeo Sonora pelos meios de
transportes incomodos causados pelo trem prejuiacutezos agraves avaliaccedilotildees ou trabalhos
escolares embora acreditam que nada pode ser feito para alterar a situaccedilatildeo do
momento Quanto agrave poluiccedilatildeo sonora pelos usos intensivos do Aparelho Celular para
ouvir muacutesica os estudantes natildeo deixam de ouvir muacutesica por conta da exposiccedilatildeo
158
excessiva aos ruiacutedos e disseram que a muacutesica natildeo atrapalha a concentraccedilatildeo a
maioria natildeo percebe dor ou zumbido na orelha interna cansaccedilo ou se sente
sobrecarregados No entanto existe um grupo de estudantes que declarou perceber
os sintomas de estresse da exposiccedilatildeo ao volume alto da muacutesica como dor na orelha
interna atrapalha na concentraccedilatildeo sente-se cansados Quanto ao regimento do
CEPMAT os estudantes revelaram que ouvem muacutesicas com fones de ouvido
conectados ao Celular durante as aulas independentemente do regimento dizer que
isso eacute proibido Aleacutem disso mais de 44 dos estudantes pesquisados natildeo conhecia
e natildeo havia participado na elaboraccedilatildeo do regimento
Na proacutexima seccedilatildeo faccedilo as consideraccedilotildees finais desta dissertaccedilatildeo
159
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Para compor e analisar os dados desta dissertaccedilatildeo fiz um levantamento
sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora em quatro eventos da aacuterea nos projetos publicados
UNESCO (2013) e no banco de dissertaccedilotildees e teses da CAPES apliquei um
questionaacuterio a 160 estudantes sobre o uso do Celular no ambiente escolar fiz
tambeacutem dois tipos de afericcedilatildeo uma dos ruiacutedos oriundos do entorno do CEPMAT e
outra dos sons propagados pelos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular
com uso de um decibeliacutemetro e para finalizar apliquei um teste de
ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo a estudantes do Ensino Meacutedio
Com esses dados realizei anaacutelises que me permitem fazer algumas
consideraccedilotildees Ressalto que todos os dados foram constituiacutedos a partir de coletas
de pequeno porte ou que necessitam de avaliaccedilotildees mais profundas com
profissionais da Sauacutede e da Psicologia assim como da Engenharia de Seguranccedila
Portanto entendo que natildeo eacute prudente fazer conclusotildees finais com estes dados mas
ao inveacutes disso prefiro a partir deles delinear algumas consideraccedilotildees
Essas consideraccedilotildees foram divididas em trecircs partes na primeira intitulada
(71) ldquoApontamentos obtidos a partir da anaacutelise dos dadosrdquo faccedilo referecircncia aos
dados de trecircs formas dados relativos agrave poluiccedilatildeo sonora de forma geral e a do
entorno do coleacutegio dados sobre o uso do Celular e sua relaccedilatildeo com a cultura
contemporacircnea e do dados constituiacutedos a partir do Teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de
estresse nos estudantesrdquo e a poluiccedilatildeo sonora gerada nos fones auriculares
Na segunda parte intitulada (72) ldquoAlgumas possibilidadesrdquo refiro-me a
possiacuteveis estudos da relaccedilatildeo entre poluiccedilatildeo sonora e o uso do Celular como
ferramenta de apoio ao ensino
Na terceira intitulada (73) ldquoSugestotildees de accedilotildees mitigatoacuterias da poluiccedilatildeo
sonora para o entorno e o interior do CEPMATrdquo estas sugestotildees precisam de um
plano de accedilatildeo a posteriori para serem desenvolvidas e natildeo fazem parte do escopo
desta dissertaccedilatildeo Satildeo propostas de accedilotildees mitigatoacuterias que podem ser
desenvolvidas tanto pela empresa America Latina Logiacutestica quanto pela Secretaria
Municipal de Sauacutede e pela Comunidade Escolar do CEPMAT
160
71 APONTAMENTOS OBTIDOS A PARTIR DA ANAacuteLISE DOS DADOS
As consideraccedilotildees realizadas a partir da constituiccedilatildeo e anaacutelise dos dados
foram divididas em trecircs subitens No primeiro refiro-me aos dados relativos agrave
poluiccedilatildeo sonora de forma geral e ao entorno do coleacutegio no segundo discuto
aspectos do uso do Celular e sua relaccedilatildeo com a cultura contemporacircnea e no
terceiro faccedilo consideraccedilotildees sobre o teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas
de estresserdquo na sauacutede dos estudantes e a poluiccedilatildeo sonora gerada pelos fones
auriculares As quatro formas de constituiccedilatildeo dos dados (revisatildeo de literatura
questionaacuterio afericcedilatildeo dos niacuteveis de decibeacuteis e o teste) perpassam cada um dos
subitens por isso criei consideraccedilotildees matriciais no formato 4 X 3
Matriz 4 X 3 de apontamentos e consideraccedilotildees
Poluiccedilatildeo Sonora Geral e do
entorno
Usos do Aparelho Celular
Estresse e poluiccedilatildeo sonora gerada por fones
de ouvido
Revisatildeo de Literatura 711 712 713
Questionaacuterio - 42 -
Afericcedilatildeo de niacuteveis de decibeacuteis dB(A)
53 55 56
Teste de Autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresse
6622 6636 6642
711 A Poluiccedilatildeo Sonora e o entorno do CEPMAT
A revisatildeo de literatura me fez perceber que o assunto ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute
pouco discutido entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias nos
eventos analisados encontrei apenas trecircs apresentaccedilotildees de trabalho que foram
recortes de uma mesma dissertaccedilatildeo de mestrado apresentados no ENPEC e no
EPEF Dentre os trecircs um refere-se agrave sauacutede auditiva dos estudantes quando escutam
ldquomuacutesica altardquo (BASTOS MATTOS 2007b) com aparelhos sonoros Essa revisatildeo
161
deixou claro que as discussotildees sobre poluiccedilatildeo sonora ficaram restritas haacute poucos
pesquisadores do Ensino de Fiacutesica o que indica que a acuacutestica (isso porque a
poluiccedilatildeo sonora ocorre por meio da propagaccedilatildeo das ondas sonoras que por sua vez
eacute um subitem da acuacutestica) eacute um tema de pouco interesse entre os pesquisadores da
fiacutesica no entanto essa constataccedilatildeo precisa ser ampliada para outros eventos da
aacuterea
Apesar de uma busca com o tema poluiccedilatildeo sonora resultar em mais de
14500 tiacutetulos de dissertaccedilotildees e teses depositadas no banco da CAPES quando se
restringe o foco para trabalhos realizados por pesquisadores da educaccedilatildeo com as
palavras-chave Poluiccedilatildeo Sonora Ruiacutedos Muacutesica e Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente
Escolar o resultado cai para apenas trecircs sendo duas dissertaccedilotildees e uma tese
Somente um trabalho estuda a poluiccedilatildeo sonora no ambiente escolar isto eacute uma
porcentagem muito insignificante diante de um tema que tem accedilotildees devastadoras na
sauacutede humana e mais uma vez evidenciou a lacuna de estudos nesta aacuterea
No questionaacuterio sobre o uso do Celular descrito no capiacutetulo quatro desta
dissertaccedilatildeo natildeo haacute qualquer menccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora oriunda do entorno de
coleacutegios de forma geral
As afericcedilotildees de niacuteveis de Pressatildeo Sonora oriundos do entorno do CEPMAT
identificaram intensidade de ruiacutedo ateacute 100 dB(A) isto eacute aproximadamente 67
acima dos limites de emissatildeo de ruiacutedo para as Zonas Estruturais Educacionais
estabelecidos pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que eacute de 60 dB(A) no
periacuteodo diurno Nessas condiccedilotildees o laudo teacutecnico produzido por Stangherlin (2014)
sobre os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora do entorno do CEPMAT infere que se um
estudante for exposto ao ruiacutedo por um periacuteodo de 4h30min cinco (5) dias por
semana ao longo de duzentos (200) dias letivos mesmo que por um ldquocurto periacuteodordquo
de tempo por dia (cerca de 5 minutos quando natildeo haacute testes de frenagem) entatildeo
pode haver consequecircncias relativas agrave PAIR com prejuiacutezos agrave sauacutede auditiva
Portanto entendo que eacute necessaacuterio que esses estudantes tenham clareza do risco a
que estatildeo expostos ao estudar no CEPMAT e criar sequencias didaacuteticas para o
ensino de Fiacutesica por meio de situaccedilotildees problemaacuteticas pode contribuir de forma que
os mesmos transitem entre o ensino e a sauacutede aplicando em seu cotidiano
conscientemente
Na investigaccedilatildeo feita por Gasperin (2006) com estudantes de duas escolas
proacuteximas a uma linha feacuterrea a autora verificou que os trens oferecem riscos quando
162
os estudantes vatildeo ou voltam das escolas no entanto quanto aos ruiacutedos emitidos os
dados mostraram que esse aspecto natildeo se apresentou relevante pois a maioria dos
estudantes nega ou natildeo percebe a interferecircncia do barulho do trem nas atividades
escolares e ainda considera que o ruiacutedo do trem natildeo eacute prejudicial agrave sauacutede nem tatildeo
pouco que eacute um problema para a comunidade uma vez que eacute um produto da
historia cultural da comunidade ou seja que influenciou e influencia a vida da
comunidade lindeira a via feacuterrea
Gasperin (2006) afirma que por estarem culturamente inseridos em um
ambiente ruidoso os estudantes construiacuteram uma imagem ldquoalegrerdquo dos incocircmodos
causados pelos trens Eles estabeleceram uma relaccedilatildeo utilitaacuteria com a via feacuterrea
pois ela movimenta a economia e eacute responsaacutevel pela sobrevivecircncia Isso mostra o
niacutevel de incorporaccedilatildeo cultural do trem naquela comunidade Isto eacute os viacutenculos
estabelecidos com a presenccedila dos trens refletem a alienaccedilatildeo ou distanciamento do
fator de risco ambiental no que se refere a poluiccedilatildeo sonora e suas sequelas agrave sauacutede
O estudo de Gasperin (2006) mostrou que a companhia realiza atividades
para transformar os aspectos negativos da poluiccedilatildeo sonora oferecendo passeios de
trem para a comunidade manipulando a percepccedilatildeo da comunidade e sua interaccedilatildeo
com a via feacuterrea
Com relaccedilatildeo ao CEPMAT os resultados do teste de ldquoautoidentificaccedilatildeordquo
mostraram que os estudantes nem sempre percebem o ruiacutedo do entorno como um
incocircmodo e o ambiente escolar mais afetado pelos ruiacutedos do entorno a biblioteca eacute
considerada pela maioria como um ambiente acusticamente adequado para as
atividades escolares o que me permite concluir que natildeo houve um distanciamento
dos meus resultados com os de Gasperin (2006)
Os estudantes tiveram ainda dificuldades para relacionar o ruiacutedo do traacutefego
(especialmente dos trens) com algum fator de estresse que eventualmente
apresentavam (tais como diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de
aprendizagem e esgotamento)
Natildeo perceberam o ruiacutedo das composiccedilotildees como responsaacutevel por trazer
zumbidos aos ouvidos o que mostra que culturalmente os estudantes jaacute estatildeo
inseridos em ambientes ruidosos em casa nas ruas ou na escola
Ou seja o incocircmodo causado pelo ruiacutedo eacute culturalmente construiacutedo (HALL
2007) de acordo com o modo de vida e os grupos sociais mas uma das questotildees
mais importantes em termos educacionais refere-se aos estudantes natildeo saberem se
163
haacute (ou natildeo haacute) algo a se feito quanto agrave poluiccedilatildeo sonora do entorno do CEPMAT isso
mostra que ainda haacute muito trabalho a ser realizado no coleacutegio tanto no que se refere
ao ensino de Fiacutesica como em qualquer outra disciplina sobre esta temaacutetica pois a
conscientizaccedilatildeo eacute fator primordial para accedilatildeo
712 O uso do Aparelho Celular
Na revisatildeo da produccedilatildeo acadecircmica em eventos cientiacuteficos encontrei seis
trabalhos em duas ediccedilotildees do TICEDUCA que indicaram que os Aparelhos
Celulares impactaram a aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo
e no envolvimento dos estudantes em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de
opiniatildeo sobre a escola e os estudos No entanto natildeo encontrei nenhum trabalho que
se referia agrave poluiccedilatildeo sonora ou ateacute mesmo alguma referecircncia agrave problemaacutetica de
ouvir muacutesica durante as aulas ou a exposiccedilatildeo a ruiacutedos intensos
Uma dissertaccedilatildeo referente a temaacutetica de usoposse do Celular foi encontrada
na aacuterea de administraccedilatildeo Nesta Luiz (2008) analisa o comportamento de consumo
dos adolescentes que vivem em constante busca de pertencimento a um grupo de
referecircncia O autor sugere que Aparelho Celular eacute determinante para o processo de
identificaccedilatildeo do adolescente com seu grupo e por sua vez o grupo os influencia a
desejar os Aparelhos Celulares e essa via de matildeo dupla resulta os leva a aquisiccedilatildeo
sem medida de esforccedilos
As conclusotildees do estudo de Luiz (2008) referentes a posse do Celular e ao
pertencimento ao grupo natildeo distam dos meus dados obtidos no questionaacuterio Outra
aproximaccedilatildeo entre os dados de Luiz (2008) e os meus refere-se ao uso do Aparelho
Celular para ouvir muacutesica ou seja a funccedilatildeo ldquomuacutesicardquo passou a ser um veiacuteculo
comum de facilitaccedilatildeo da interaccedilatildeo entre os estudantes e da relaccedilatildeo de
pertencimento junto a cada grupo pesquisado
Em resumo este estudo e o de Luiz (2008) tecircm similaridades tanto no que se
refere a ldquoposserdquo do equipamento quanto ao uso da funccedilatildeo ldquomuacutesicardquo pois ambos
possibilitam a interaccedilatildeo e o sentimento de pertencimento ao grupo
164
As anaacutelises do questionaacuterio aplicado sobre os usos que os estudantes fazem
do Aparelho Celular evidenciaram que a maioria natildeo faz uso didaacutetico desse
equipamento e quando isso acontece o uso fica restrito a poucas disciplinas por
exemplo na Matemaacutetica usa-se a funccedilatildeo calculadora
Ainda de acordo com o questionaacuterio quase a totalidade das respostas (98)
revelou que os estudantes tecircm consciecircncia da proibiccedilatildeo que consta no regimento
escolar referente ao uso de Celulares para fins natildeo didaacuteticos embora admitissem
afrontar deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio pois (48) confessou
que usa o Aparelho Celular para ouvir muacutesica e se comunicar por meio de
mensagens corroborando que esta tecnologia de faacutecil acesso estaacute amplamente
inserida no ambiente escolar Isso corrobora o que foi apontado por Hall (2011) que
as pessoas produzem reproduzem e modificam a sociedade em que vivem e a
relaccedilatildeo que tem com os meios de comunicaccedilatildeo de faacutecil acesso No caso do
CEPMAT o regimento de 2010 propotildee uma norma anacrocircnica em relaccedilatildeo ao uso do
Aparelho Celular e os estudantes por sua vez burlam a norma buscando
reconfiguraccedilotildees para o uso que eacute natildeo didaacutetico Uma das possibilidades que se
vislumbra a partir disso eacute propiciar a formaccedilatildeo de professores para usos didaacuteticos
dessa tecnologia inserindo-a no contexto escolar Isso configura o que foi percebido
por Hall (2011) no que se refere agraves velhas identidades que por tanto tempo
estabilizaram o mundo social e agora estatildeo em decliacutenio fazendo surgir novas
identidades que fragmentaram o indiviacuteduo da modernidade
No que tange aacute poluiccedilatildeo sonora a que o estudante estaacute submetido ao ouvir
muacutesica nos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares os resultados
apontaram que a maioria (85) tem informaccedilatildeo de que uma exposiccedilatildeo diaacuteria a
ruiacutedos intensos pode ser prejudicial agrave sauacutede auditiva mas isso natildeo foi suficiente
para modificar a accedilatildeo do estudante Por outro lado um grupo menor (15)
respondeu que tecircm conhecimento dos malefiacutecios causados pelo excesso de ruiacutedo
oriundo do Celular agrave sauacutede auditiva e isso os fez reduzir a quantidade de tempo de
exposiccedilatildeo Embora esse resultado seja pequeno jaacute eacute possiacutevel identificar alguns
estudantes que conseguiram unir a informaccedilatildeo agrave accedilatildeo transformando-a em
conscientizaccedilatildeo No entanto 85 ainda precisa extrapolar o niacutevel da informaccedilatildeo e
isso pode ocorrer por meio da educaccedilatildeo especialmente o Ensino de Fiacutesica
(Acuacutestica Ondas Sonoras) que se relacionado agraves questotildees de sauacutede teraacute um papel
165
fundamental para auxiliar os estudantes a galgarem este salto qualitativo de simples
informaccedilatildeo para conscientizaccedilatildeo
Nas afericcedilotildees realizadas foi possiacutevel observar que (534) dos estudantes
ouvem muacutesica em intensidade 88 dB(A) o que significa que o tempo de exposiccedilatildeo
ao ruiacutedo para este grupo natildeo pode ser superior a 5 horas diaacuterias No entanto
(9466) dos pesquisados ouve muacutesicas em intensidade acima de 92 dB(A) cujo
tempo limite de exposiccedilatildeo eacute de 3 horas por dia O questionaacuterio discutido no capiacutetulo
IV desta dissertaccedilatildeo mostra que os estudantes ouvem muacutesica com os fones
auriculares conectados ao Celular em meacutedia quatro horas diaacuterias Isso significa que
aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume
meacutedio de 1047 dB(A) e podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com
possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo
Os resultados do teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo
mostraram que ouvir muacutesica no Celular em volume acima da meacutedia e natildeo perceber
sintomas de estresse de natureza fiacutesica (perda de energia e zumbido na audiccedilatildeo)
faz parte do cotidiano dos estudantes assim eacute possiacutevel inferir que os mesmos estatildeo
culturalmente inseridos em ambientes ruidosos e para corroborar esta ideia o teste
mostrou que um nuacutemero consideraacutevel (5250) de estudantes declarou que se
concentra melhor quando ouve muacutesicas durante as tarefas escolares
713 Poluiccedilatildeo Sonora Gerada pelos Fones auriculares e Autoidentificaccedilatildeo de
Alguns Sintomas de Estresse
Natildeo foram identificados estudos sobre a poluiccedilatildeo sonora relativa ao Aparelho
Celular nos eventos pesquisados e nas dissertaccedilotildees e teses do Banco da CAPES
com as palavras-chave Som Ruiacutedo Poluiccedilatildeo sonora Poluiccedilatildeo sonora no Ambiente
Escolar Assim ficou evidente que embora esta tecnologia de faacutecil acesso jaacute esteja
inserida na escola conforme os dados obtidos a partir do questionaacuterio nenhum
trabalho relacionou Aparelho Celular a poluiccedilatildeo sonora
Para aleacutem da anaacutelise realizada nos eventos e nas teses Muchnik et al (2011)
alertou que o uso de fones auriculares vem se tornando um comportamento cada
166
vez mais comum entre os jovens o que pode aumentar os riscos de problemas
auditivos
No questionaacuterio havia apenas um item sobre a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
investigando se o estudante tinha ciecircncia de que ouvir muacutesica no Celular prejudica a
audiccedilatildeo Este item foi descrito anteriormente (item 812) Conforme jaacute mencionado
os resultados revelaram a maioria dos estudantes ouviu dizer que os fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares podem ser prejudiciais agrave sauacutede
auditiva se o volume estiver alto O questionaacuterio revelou ainda que o tempo meacutedio
que os estudantes ouvem muacutesica usando fones auriculares conectados ao Aparelho
Celular eacute de 4 horasdia Aleacutem disso a meacutedia da intensidade de ruiacutedo (em decibeacuteis)
das afericcedilotildees de intensidade de ruiacutedo foi de 1032 dB(A) nesses niacuteveis o tempo de
exposiccedilatildeo maacutexima contiacutenua eacute de aproximadamente 40 minutos por dia (conforme
BRASIL 2006) Estas condiccedilotildees podem acarretar surdez precoce nos estudantes
O teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo indicou que boa
parte dos estudantes (3250) natildeo estaacute disposta a deixar de utilizar o Celular para
ouvir muacutesica o que me permite inferir que em alguns momentos esta tecnologia
pode estar sendo utilizada como ldquovaacutelvula de escaperdquo para os ruiacutedos externos Neste
sentido um Ensino de Fiacutesica problematizador pode a partir de experimentos
simples contribuir para fazer conhecer entre os estudantes professores e
comunidade escolar os efeitos da exposiccedilatildeo destes ruiacutedos em peliacuteculas que
simulariam o efeito do som no tiacutempano humano Um estudo de intervenccedilatildeo
multidisciplinar poderia tambeacutem analisar o Protocolo de Complexidade Diferenciada
5 (BRASIL 2006) que aborda questotildees relacionadas com a sauacutede auditiva e os
efeitos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo na sauacutede e com isso discutir e reavaliar haacutebitos
relativos ao uso de fones auriculares possibilitando um trabalho de prevenccedilatildeo agrave
sauacutede auditiva
Em relaccedilatildeo aos sintomas de estresse os estudantes de forma geral (67)
natildeo perceberam a existecircncia de poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular mesmo sabendo dos problemas auditivos que o
fone auricular ligado ao Aparelho Celular para escutar muacutesicas em volume alto pode
causar
Alguns sintomas de estresse como zumbidos ou dores na orelha interna
perdas de energia dificuldades para relaxar natildeo foram percebidos pelos estudantes
apoacutes escutar muacutesicas em volume alto Os estudantes consideraram que a
167
quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e quando ouvem muacutesica no
Celular natildeo eacute maior do que aquela que eles podem suportar pelo contraacuterio eles tecircm
prazer de escutar muacutesica no volume acima dos limites natildeo prejudiciais pois as
muacutesicas satildeo selecionadas por eles desta forma natildeo satildeo consideradas ldquoruiacutedosrdquo De
acordo com as anaacutelises dos resultados posso inferir que os estudantes natildeo
percebem que colocam sua sauacutede auditiva em risco devido que as muacutesicas que
ouvem nos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular satildeo sons agradaacuteveis
natildeo importando seu volume por outro lado os ruiacutedos emitidos pelos meios de
transportes sejam automoacuteveis caminhatildeo ocircnibus ou ateacute mesmo trens tornam-se
sons desagradaacuteveis ou seja ruiacutedos Hall (2007) explica que a accedilatildeo social eacute
significativa tanto para aqueles que a praticam quanto para os que a observam natildeo
em si mesma mas em razatildeo dos muitos e variados sistemas de significado que os
seres humanos utilizam para definir o que significam as coisas e para codificar
organizar e regular sua conduta uns em relaccedilatildeo aos outros No caso deste estudo a
accedilatildeo social eacute natildeo perceber os efeitos danosos que os sons considerados
ldquoagradaacuteveisrdquo causam a sauacutede auditiva o que seria diferente se com o mesmo
volume os estudantes percebessem sons considerados por eles como
ldquodesagradaacuteveisrdquo
Por outro lado uma porcentagem menor de estudantes percebe pelo menos
um dos sintomas de estresse tais como zumbidos perda de concentraccedilatildeo energia
ficam desanimados dificuldades para relaxar cansaccedilo e sobrecarga nas atividades
rotineiras como as atividades escolares tanto quando ouve muacutesica no Celular
quanto dos ruiacutedos oriundos dos meios de transportes Mesmo que essa pequena
porcentagem de estudantes natildeo se importe se pode haver algum prejuiacutezo agrave audiccedilatildeo
por exposiccedilatildeo aos niacuteveis de ruiacutedos intensos e ainda que essa porcentagem natildeo
pareccedila significativa a postura em relaccedilatildeo agrave sauacutede auditiva precisa ser mais bem
investigada
Esses resultados indicam aspectos que precisam ser melhor avaliados entre
eles
a) o planejamento das atividades
b) as condiccedilotildees de trabalho em sala de aula
c) a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas
apresentadas
168
Esses e outros toacutepicos podem ser mais bem estudados para aprofundar
novos aspectos que se vislumbram a partir desta dissertaccedilatildeo Isso me leva a
recomendar que outras investigaccedilotildees sobre os efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede
dos estudantes devem ser profundamente avaliados em estudos subsequentes a
este
Finalmente para Hall (2007) a ideia de cultura modo de vida formas de
pensar sentir a atuar satildeo assimiladas pelo grupo satildeo accedilotildees de comportamento
que podem ser estabelecidas no contexto a que esses humanos estatildeo inseridos
associando-os e constituindo-os nos diversos aspectos da vida social De uma
mesma forma compreender os significados da presenccedila e uso do Aparelho Celular
na escola eacute compreender essa nova linguagem esse objeto de desejo que opera no
sistema representacional da nossa cultura que constroacutei significados modifica o
sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de
conduta e ideias Falta no entanto compreender a problemaacutetica da poluiccedilatildeo sonora
em outros contextos por exemplo o da sauacutede auditiva humana pois neste os
impactos negativos para os estudantes satildeo muito seacuterios No entanto se esses
estudantes construiacuterem conhecimentos em Educaccedilatildeo Ambiental na Fiacutesica e na
Sauacutede poderatildeo fazer aproximaccedilotildees entre o cotidiano deles e o conhecimento
cientiacutefico e ainda se tiverem conhecimento e fizerem valer o cumprimento da
Legislaccedilatildeo Municipal entatildeo teratildeo ferramentas para estabelecer relaccedilotildees que
poderatildeo contribuir para mitigaccedilatildeo dos problemas
72 ALGUMAS POSSIBILIDADES
A partir da anaacutelise anterior realizada no formato de matriz emergem agumas
possibilidades Neste subitem levanto possibilidades de estudos que podem ampliar
as perspectivas desta dissertaccedilatildeo e foram percebidos a partir dos resultados da
Revisatildeo de Literatura do Questionaacuterio das Afericcedilotildees realizadas e do Teste de
ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de Estresserdquo
As afericcedilotildees de niacuteveis de ruiacutedo oriundas do entorno do CEPMAT expuseram
valores acima do permitido pela Legislaccedilatildeo especificamente aquela relativa aos
169
limites de ruiacutedo estabelecidos para aacutereas escolares Sabendo a partir da revisatildeo de
literatura que a poluiccedilatildeo sonora eacute um tema pouco explorado e que no questionaacuterio
foi apontado que os alunos jaacute ouviram falar que o ruiacutedo intenso pode fazer mal a
audiccedilatildeo Entendo que uma pesquisa qualitativa do tipo pesquisa-accedilatildeo aplicada em
sala de aula a partir de um enfoque multidisciplinar tendo como eixo central a
Educaccedilatildeo Ambiental poderia abordar accedilotildees de prevenccedilatildeo a ruiacutedos intensos
oriundos dos meios de transporte
Por outro lado no que se refere a ouvir muacutesica com volume alto nos fones
auriculares conectados ao Aparelho Celular os resultados do teste referentes a
percepccedilatildeo dos estudantes indicaram que natildeo haacute grandes preocupaccedilotildees sobre os
efeitos nocivos desses sons intensos na sauacutede auditiva Para reverter este quadro
uma pesquisa aplicada do tipo pesquisa-accedilatildeo que aborde o conteuacutedo de acuacutestica
em seu subitem ldquoOndas Sonorasrdquo pode trazer enormes contribuiccedilotildees na construccedilatildeo
de sequecircncias didaacuteticas e experimentos simples de forma que os estudantes
percebam os efeitos os benefiacutecios e os malefiacutecios que estas ondas sonoras causam
no organismo Assim pode haver aproximaccedilatildeo do ensino de fiacutesica com a sauacutede
Outra consideraccedilatildeo refere-se ao uso natildeo didaacutetico do Aparelho Celular no
ambiente escolar Os dados do questionaacuterio mostraram que haacute necessidade de
ampliaccedilatildeo de pesquisas com enfoque metodoloacutegico porque o Celular natildeo eacute utilizado
como ferramenta de aprendizagem na sala de aula Beringuy (2011) salientou as
vantagens do acesso ao Celular por pessoas de baixo poder aquisitivo isso pode-se
estender tambeacutem para a adoccedilatildeo do Aparelho Celular como ferramenta de apoio na
aprendizagem A revisatildeo de literatura apontou metodologias como as de m-learning
ou mobile learning que exigem uma participaccedilatildeo do professor no sentido de
orientar para o uso didaacutetico Assim pesquisas que apliquem estas novas
metodologias satildeo extremamente necessaacuterias
170
73 SUGESTOtildeES DE ACcedilOtildeES MITIGATOacuteRIAS DA POLUICcedilAtildeO SONORA PARA O
ENTORNO E O INTERIOR DO CEPMAT
Neste item aponto algumas medidas preventivas e mitigatoacuterias em relaccedilatildeo
aos ruiacutedos do entorno do CEPMAT que podem ser tomadas por diferentes oacutergatildeos
administrativos Secretaria Municipal de Sauacutede e a Comunidade Escolar do CEPMAT
e pela empresa que tem a concessatildeo da Ferrovia (ALL) que passa em frente ao
Coleacutegio e tambeacutem relativas a poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares
conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica pelos estudantes
a) Em funccedilatildeo das afericcedilotildees e do laudo teacutecnico que aponta niacuteveis de ruiacutedo
de ateacute 100 dB(A) uma sugestatildeo eacute a instalaccedilatildeo de anteparos acuacutesticos
junto agrave linha feacuterrea para minimizar o impacto dos ruiacutedos do trem na
frete do Coleacutegio
b) Uma possibilidade complementar (e natildeo alternativa) a que foi
mencionada acima eacute a ALL em parceira com a Prefeitura Municipal de
Curitiba efetuarem o plantio de aacutervores nativas ao longo da lateral da
linha feacuterrea especialmente na frente do Coleacutegio para constituir mais
uma barreira fiacutesica agraves ondas sonoras geradas na passagem da
composiccedilatildeo feacuterrea
c) De acordo com o que foi proposto pelo Programa de Mitigaccedilatildeo de
Ruiacutedos (ALL 2010) a empresa deve constituir uma equipe
PERMANENTE de Educaccedilatildeo Ambiental assegurando para realizar um
trabalho continuo de conscientizaccedilatildeo dos estudantes do CEPMAT e do
entorno no que se refere aos periacuteodos maacuteximos de exposiccedilatildeo a ruiacutedos
de forma geral assim como de seguranccedila dos pedestres para a
travessia da linha feacuterrea
d) A Empresa ALL a Secretaria Estadual de Educaccedilaotilde do Paranaacute em
parceria com a Secretaria Municipal de Sauacutede tecircm a responsabilidade
de fazer avaliaccedilotildees audiomeacutetricas fundamentais para a prevenccedilatildeo a
PAIR tanto nos estudantes quanto nos professores e funcionaacuterios do
CEPMAT que estatildeo constantemente expostos aos ruiacutedos intensos
171
A Secretaria Municipal de Sauacutede e o CEPMAT podem trabalhar em parceria
para
a) Desenvolver um trabalho de conscientizaccedilatildeo e prevenccedilatildeo relativos agrave
sauacutede auditiva por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos oriundos dos fones
auriculares conectados aos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica em
volume acima do limite estabelecido pelo protocolo de Complexidade
Diferenciada 5 (BRASIL 2006) que pode ser baseado no programa
desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Otologia (SBO 2012)
172
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABNT Anexo I da Norma Regulamentadora 15 para Atividades e Operaccedilotildees Insalubres Limites de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente
Ministeacuterio do Trabalho e Emprego Brasiacutelia 1978 Disponiacutevel em lt httpportalmtegovbrdatafilesFF8080812DF396CA012E0017BB3208E8NR-1520(atualizada_2011)pdf gt Acesso em 17062013
ABNT NBR 10151 Acuacutestica - Avaliaccedilatildeo do ruiacutedo em aacutereas habitadas visando o conforto da comunidade - Procedimento Rio de Janeiro ABNT 1987 Disponiacutevel lthttpwwwsemacecegovbrwpcontentuploads201201AvaliaC3A7C3A3o+do+RuC3ADdo+em+C381reas+Habitadaspdfgt Acesso em 19012014
ABNT NBR 10152 Niacuteveis de Ruiacutedo para conforto Acuacutestico Rio de janeiro
1987a Disponiacutevel em lthttpbdcamaragovbrbdbitstreamhandlebdcamara8989poluicao_sonora_brasileiropdfsequence=4gt Acesso em 19012014
ABNT NBR 13369 ndash Caacutelculo Simplificado do Niacutevel de Ruiacutedo Equivalente Contiacutenuo (Leq) Rio de Janeiro ABNT 1995 Disponiacutevel em lt http httpptscribdcomdoc167322593NBR-13369-1995-Calculo-Simplificado-do-Nivel-de-Ruido-Equivalente-Continuo-Leq gt Acesso em 05052014
AIKENHEAD G S RYAN A G (1989) The development of a multiple-choice instrument for monitoring views on science-technology-society topics Ottawa Social Sciences and Humanities Research Council of Canada In AIKENHEAD G S e RYAN A G The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) In Science Education 76(5) 477-491 1992
AIKENHEAD G S e RYAN A G The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) In Science Education 76(5) 477-491 1992
ALL America Latina Logiacutestica Capitulo 12 Investigaccedilatildeo de Ruiacutedos Rio Grande do Sul - RS Editora ALL 2010 Disponiacutevel em lt httplicenciamentoibamagovbrFerroviasALL2020Malha20Ferroviaria20Sul2020Trechos20Rio20Branco20do20Sul2020Curitiba20e20Curitiba2020Paranagua122020InvestigaE7E3o20de20RuEDdos1220-20InvestigaE7E3o20de20RuEDdospdf gt Acesso em 02072013
ALVES J Tecnologia Celular Uma Convergecircncia de Miacutedias para a Aproximaccedilatildeo de Puacuteblicos Atas do Intercom ndash Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicaccedilatildeo XXX Congresso Brasileiro de Ciecircncias da Comunicaccedilatildeo 2908 a 02092007 Santos Editora Intercom 2007 Disponiacutevel em lt httpwwwportal-rpcombrbibliotecavirtualcomunicacaovirtual0317pdfgt Acesso em 17052013
AMERICAN COLLEGE OF OCCUPATIONAL AND ENVIRONMENTAL MEDICINE ACOEME EVIDENCE BASED STATEMENT Noise induced hearing loss J Occup Environ Med [S l] v45 n 6 jun 2003 In Brasil Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento
de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegias 2006 Disponiacutevel em lt
173
httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdfgt Acesso em 19012014
American Friends of Tel Aviv University (2011 Deccember 29) Usando leitores de MP3 em volume alto coloca adolescentes em situaccedilatildeo de risco para a perda auditiva precoce dizem pesquisadores ScienceDaily Disponiacutevel em
httpwwwsciencedailycomreleases201112111228134852htm Acesso em 10012014
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA) Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-Fourth Edition Text Revision Washington DC APA
2000 (Traduccedilatildeo no Brasil Artmed 2003)
ARCO-VERDE Y F S Caderno de Apoio para Elaboraccedilatildeo do Regimento Escolar Curitiba PR SEEDPR 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwmrherondominguesseedprgovbrredeescolaescolas27147014arquivosFileOrgao20Tecnico20PedagogicoREGIMENTO_ESCOLAR_08_04[1]pdfgt Acesso em 19052013
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PESQUISA E ENSINO DE CIEcircNCIAS (ABRAPEC) Relatoacuterio de Atividades Satildeo Paulo 1997 Disponiacutevel em
lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt acessado em 14082012
BASTOS W P MATTOS C A Fiacutesica para uma Discriminaccedilatildeo Auditiva
Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash USP 2007 Disponiacutevel em lt httpportalifuspbrcpgipt-brdissertaC3A7C3B5es-de-mestrado-2007-2013gt Acesso em 01122013
BASTOS P W MATTOS C R F Fiacutesica para uma sauacutede auditiva Atas do VI ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
Florianoacutepolis ndash Santa Catarina ABRAPEC 2007a Disponiacutevel em lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012
BASTOS P W MATTOS C R Educaccedilatildeo para uma discriminaccedilatildeo Auditiva Atas do VI ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias
Florianoacutepolis ndash Santa Catarina ABRAPEC 2007b Disponiacutevel em lt httwwwnutesufwrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012
BASTOS P W MATTOS C R Fiacutesica e poluiccedilatildeo Sonora Uma proposta de dinacircmica do perfil conceitual Atas do XI EPEF Encontro de Pesquisa e Ensino de Fiacutesica Curitiba ndash Paranaacute 2008 Disponiacutevel em lt httpwwwcienciamaouspbrdadosepef_fisicaepoluicaosonoraumatrabalhopdfgt Acesso em 06 de junho de 2012
BAUMAN Z Entrevista Fronteiras do Pensamento Londres Cafeacute Filosoacutefico CPFL Viacutedeo 29 min e 41 s 2011 Disponiacutevel em lthttpvimeocom27702137gt Acesso em 0972014
BAUMAN Z Modernidade Liacutequida Rio de Janeiro Jorge Zahar 2008 Disponiacutevel em ltDownloadsModernidade+Liquida+-+Zygmunt+Bauman20(1)pdf gt Acesso em 28022014
BERINGUY A PNAD De 2005 para 2011 numero de internautas cresce 1438 e o de pessoas com celular 1072 Brasiacutelia IBGE 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoacessoainternet2011defaultshtmgt Acesso em 17052013
174
BRASIL Decreto Federal No 81621 Aprova o Quadro Geral de Unidades de
medida em substituiccedilatildeo ao Anexo do Decreto n 68288 de 12 de setembro de 1978 Brasiacutelia SINMETRO Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior 03051978 Disponiacutevel em lt httpwwwplanaltogovbrccivil_03decreto1970-1979anexoand81621-78pdfgt Acesso em 15012014
BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014
CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior Banco de Teses e Dissertaccedilotildees Brasilia 2006 Disponiacutevel em lt httpbancodetesescapesgovbr gt Acesso em 12072012
CELANI A C BEVILAacuteCQUA M C RAMOS C R Ruiacutedo em escolas Fono Rev Atual Cient [S I] v 6 n 2 p 1-4 1994 In Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede - Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas
Estrateacutegicas 2006 Disponiacutevel em lt httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 22022014
Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva Perda Auditiva Induzida pelo Ruiacutedo Relacionado ao Trabalho Boletim nordm 1 14novembro1999 Disponiacutevel em ltDownloads1267411525dd9e8b2320(1)pdfgt Acesso em 14022014
CONAMA Norma Regulamentadora 15 Lei Nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998 Ministeacuterio do Meio Ambiente 1998 Dispotildee sobre as Sanccedilotildees Penais e Administrativas Derivas de Condutas e Atividades Lesivas ao Meio Ambiente Disponiacutevel em lt httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl9605htmgt Acesso em 28022014
CONAMA Resoluccedilatildeo Nordm 12008 Controle da Poluiccedilatildeo Sonora Disponiacutevel em lt httpwwwmmagovbrportconamalegislacaoCONAMA_RES_CONS_1990_001pdf gt Acesso em 13122014
CONTI F Definiccedilotildees de Calculo com Multivariaacuteveis Laboratoacuterio de Informaacutetica -
ICB ndash UFPA 2013gt Disponiacutevel em lthttpwwwculturaufpabrdicasgt Acesso em 28052013
COSTA C N P Anaacutelise do Teste ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns Sintomas de Estresserdquo Curitiba PR Material natildeo publicado 2013
COSTA F A I Encontro Internacional TIC e Educaccedilatildeo Inovaccedilatildeo Curricular com TIC Atas do I CONGRESSO INTERNACIONAL TICEDUCA Lisboa ndash Portugal
Editora Universidade de Lisboa 2010 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
COSTA J F GIOPPO C CAMARGO S O celular e o ensino de ondas na escola uma proposta preliminar Atas do II TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Editora
Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt
175
httpconfticeducaieulptmodulesrequestphpmodule=oc_programampaction=summaryphpampid=369gt Acesso em 19112013
COSTA J F CAMARGO S GIOPPO C Uso do Aparelho Celular por Estudantes do Ensino Meacutedio para ouvir muacutesica um prazer perigoso Atas do IX ENPEC Editora da ABRAPEC Aacuteguas de Lindoacuteia SP 2013 Disponiacutevel em lt httpwwwnutesufrjbrabrapecixenpecatasresumosR1336-1pdf gt Acesso em 19112013
CURITIBA Lei Ordinaacuteria Municipal Nordm 10625 Dispotildee sobre ruiacutedos urbanos proteccedilatildeo do bem estar e do sossego puacuteblico Curitiba 2002 Disponiacutevel em lt
httpswwwleismunicipaiscombraprccuritibalei-ordinaria2002106210625lei-ordinaria-n-10625-2002-dispoe-sobre- ruidos-urbanos-protecao-do-bem-estar-e-do-sossego-publico-revoga-as-leis-n-s-8583-de-02-de-janeiro-de-1995-8726-de-19-de-outubro-de-1995-8986-de- 13 - de-dezembro-de-1996-e-9142-de-18-de-setembro-de-1997-e-da-outras-providenciashtmlgt Acesso em 08012014
DrsquoAMORIN F Dependecircncia ou Vicio Informaacutetica amp Sociedade 2012 Disponiacutevel
em lt httpwwwcinufpebr~if679textosDependenciaViciohtml gt Acesso em 27052013
DEL RIO V Cidade da Mente Cidade Real Percepccedilatildeo Ambiental e Revitalizaccedilatildeo na Aacuterea Portuaacuteria do Rio de Janeiro p 3-22 In OLIVEIRA L DEL RIO V (org) Percepccedilatildeo Ambiental A Experiecircncia Brasileira Satildeo Carlos Editora da UFSCAR 1996 265p Disponiacutevel em lt httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014
ENIZ A O GARAVELLI S Poluiccedilatildeo sonora em escolas do Distrito Federal Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo da Universidade Catoacutelica de Brasiacutelia Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em lt httpwwwbdtducbbrtedetde_arquivos6TDE-2004-09-17T134958Z-122PublicoDissertacaoalexandrepdfgt Acesso em 13092012
ENNES E G Poluiccedilatildeo Sonora p 339-356 Recursos Naturais Meio Ambiente e Poluiccedilatildeo Vol 2 Rio de Janeiro SUPREN 1977 In SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana Maringaacute PR SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014
FERNANDES J C Um coleacutegio chamado Maria Gazeta do Povo Caderno vida e
cidadania 17062012 Disponiacutevel em lt httpwwwgazetadopovocombrvidaecidadaniaconteudophtmlid=1265986T-Nh39Oplpcbloggergt Acesso em 13022013
FERNANDES R S SOUZA V J de PELISSARI V B FERNANDES S T Uso da percepccedilatildeo ambiental como instrumento de gestatildeo em aplicaccedilotildees ligadas agraves aacutereas educacional social e ambiental Curso de Engenharia de Produccedilatildeo Civil da
UNIVIX e do NEPA Satildeo Paulo 2004 Disponiacutevel em lt httpwwwredeceasesalquspbrnoticiasPercepcao_Ambientalpdfgt Acesso em 27012014
FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt
176
httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014
FRAENKEL J R e WALLEN N E How to design and evaluate research in Education 4ordf Ediccedilatildeo Boston McGraw Hill 2000
GASPERIN ABUCK S LOOS H A presenccedila do ruiacutedo do trem em escolas do entorno da linha feacuterrea na cidade de Curitiba-Pr Contribuiccedilatildeo para a construccedilatildeo dialeacutetica em educaccedilatildeo socioambiental Dissertaccedilatildeo de Mestrado em
Educaccedilatildeo da UFPR Curitiba UFPR 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwppgeufprbrtesesM06_gasperinpdf gt Acesso em 13092012
HALL S A centralidade da cultura notas sobre as revoluccedilotildees culturais do nosso tempo Educaccedilatildeo amp Realidade Porto Alegre v 22 nordm2 p 15-46 juldez 1997
_____ S A Representation Cultural Representations and Signifying Practices Londres Thousand Oaks Sage The open University 2007
_____ S A Identidade cultural na Poacutes-Modernidade Rio de Janeiro DPampA 11ordf ediccedilatildeo 2011
IPDA Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo Vocecirc estaacute sofrendo com Stress Crocircnico Disponiacutevel em lt httpwwwdda-deficitdeatencaocombrmembrosteste-
stress-burnouthtmlgt Acesso em 21092013
IPPUC 1959 Regiatildeo do Cajuru ndash Paranaacute Foto aeacuterea de 1959 Curitiba fotografia
aeacuterea Escala 150000
IPPUC 2003 Geoprocessamento Curitiba 2006 Disponiacutevel em wwwippucorgbr
Acesso em 16 de janeiro de 2014
______2006 Rede Integrada de Transporte Puacuteblico de Curitiba em 2006
Disponiacutevel em ltwwwippucorgbrgt Acesso em 20022014
______2008 Planos Setoriais Relatoacuterio 2008 Curitiba IPPUC 2008 Disponiacutevel
em httpwwwconcidadesprgovbrarquivosFileDOC_IPPUC_Livro_planos_setoriaispdf Acesso em 15012014
______2008 Regiatildeo do Cajuru ndash Paranaacute Foto Aeacuterea de 2008 Curitiba fotografia
aeacuterea Escala 150000
JORDAtildeO C Um celular para cada puacuteblico Revista Digital 301109 Jornal O
Globo 2009 Disponiacutevel em lthttpturma4a20092bligoocomcontentview673937Um-celular-para-cada-publicohtmlgt Acesso em 26122012
KOTLER P Administraccedilatildeo de marketing anaacutelise planejamento implementaccedilatildeo e controle 5 ed Satildeo Paulo Atlas 1998 In MEDEIROS J F CRUZ C M L Comportamento do Consumidor Fatores que influenciam no processo de decisatildeo da compra dos consumidores Revista Teoria e Evidecircncia Econocircmica Passo Fundo v 14 Ed Especial 2006 p 175 Disponiacutevel em lt httpeadopetnetbrconteudoeadMoodle_20graduacaogestao_comercial_2013comp_consuPDFLEITURA1_aula3pdfgt Acesso em 28022014
LACERDA A B M GONCcedilALVES C G O ZOCOLI A M F DIAS C PAULA K Haacutebitos Auditivos e comportamento de adolescentes diante das atividades de lazer ruidosas In Revista CEFAC Speech Language Hearing Sciences and
177
Education Journal Mar-Abr V13 n2 322-329 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwscielobrpdfrcefacv13n249-10pdfgt Acesso em 13122013
LAUTERT L CHAVES E H B MOURA G MS S de O estresse na atividade gerencial do enfermeiro In Revista Panamericana de Salud Publica v6 (6) 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfrpspv6n60968gt Acesso em 28092013
LEDERMAN N G OMALLEY M Students perceptions of tentativeness in science Development use and sources of change Science Education 74(2) 225-239 1990 In AIKENHEAD G RYAN A The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) College of Education University of Saskatchewan Saskatoon Saskatchewan Science Education Assessment Instruments 1992 Disponiacutevel em lt httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014
LEVI F Origens Ambiente e Evoluccedilatildeo In Menezes L C de A terra gasta a questatildeo do ambiente Satildeo Paulo EDUC ndash Editora da Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica ndash PUC-SP 1990 P 17-25 Dissertaccedilatildeo de MestradoLIPP M N Como Controlar o Stress Satildeo Paulo-SP Editora Iacutecone 6ordf ed 1994
LIPP M e N (1984) Stress e suas implicaccedilotildees Estudos de Psicologia Campinas v1 n3 e 4 p 5-19 agodez In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19
n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014
LOBATO A PEDRO N As tecnologias moacuteveis no processo de ensino e aprendizagem da liacutengua inglesa um estudo exploratoacuterio do cenfic Atas do II CONGRESSO INTERNACIONAL TICEDUCA 2010 Lisboa ndash Portugal
Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
LOPES J M Barulho eacute responsaacutevel por 65 das reclamaccedilotildees agrave prefeitura Jornal Gazeta do Povo Ediccedilatildeo 02102008 Disponiacutevel em lt httpwwwgazetadopovocombrvidaecidadaniaconteudophtmlid=813587amptit=Barulho-e-responsavel-por-65-das-reclamacoes-a-prefeituragt Acesso em 08082013
LUIZ G V Consumo de Celular Significados e Influecircncias na vida cotidiana de adolescentes Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
2008 Disponiacutevel em lthttpwwwtedeufvbrtedesimplificadotde_arquivos46TDE-2008-08-26T072246Z-1289Publicotexto20completopdfgt Acesso em 28052013
MBI Questionaacuterio Jbeili para Identificaccedilatildeo Preliminar da Burnout Elaborado e adaptado por Chafic Jbeili Inspirado no Maslach Burnout Inventory- MBI Disponiacutevel em lt httpwwwchaficcombrindex_arquivosQuestionE1rio20Jbeili20para20identificaE7E3o20da20burnoutpdf gt Acesso em 30092013
MELO G S Ao Som do Apito Vila Oficinas Controle e Disciplinarizaccedilatildeo do Ferroviaacuterio Curitiba (1945-1960) Monografia UTP ndash Universidade Tuiuti do Paranaacute Curitiba UTP 2008 Disponiacutevel em lt
178
httpwwwutpbrhistoriarevista_historianumero_2pdf11_giselia_melopdfgt Acesso em 03032013
MENDONCcedilA F Aspectos da Problemaacutetica Ambiental Urbana da Cidade de CuritibaPR e o mito da ldquocapital ecoloacutegicardquo Satildeo Paulo ndash USP 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwgeografiafflchuspbrpublicacoesGeouspGeousp12Geousp12_FranciscoMendoncahtmgt Acesso em 05082013
MIRANDA G L Limites e possibilidades das TIC na Educaccedilatildeo Revista de Ciecircncias da Educaccedilatildeo ndash nordm 03 ndash maioago2007 Disponiacutevel em lt
httpsisifofpceulptpdfssisifo03PT03pdfgt Acesso em 17052013
MOREIRA M D MELLO FILHO J de Psicoimunologia hoje 1992 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicolologia Ciecircncia e Profissatildeo V19 nordm3 Brasiacutelia 1999
Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophppid=S1414-98931999000300005ampscript=sci_arttextgt Acesso em 28022014
MOURA A CARVALHO A Enquadramento teoacuterico para a integraccedilatildeo de tecnologias moacuteveis em contexto educativo Atas do I CONGRESSO
INTERNACIONAL TICEDUCA 2010 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa 2010 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
MUCHNIK C AMIR N KAPLAN-NEEMEN R e SHABTAI E Getting teeens to turn down the volume In TEL AVIV UNIVERSITY 2012 Annual report Re-imagining the mind Tel Aviv Tel Aviv University 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwtauacilbogannualreport2012pdfgt Acesso em 14122013
NARDI R Memoacuterias da Educaccedilatildeo em Ciecircncias no Brasil a pesquisa em ensino de Fiacutesica Grupo de Pesquisa e Ensino de Ciecircncias Bauru UNESP 1990 Disponiacutevel em lt httpwwwifufrgsbrpublicensinovol10n1v10_n1_a4htm gt Acesso em 16072013
NASCIMENTO D C do Percepccedilotildees de Cultura e Mudanccedila Organizacional
Dissertaccedilatildeo de Mestrado 2009 Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Disponiacutevel em lt httpsestudogeralsibucptbitstream10316133701Tese_mestrado_Diogo_Chouzalpdf gt Acesso em 20112013
NOGUEIRA E Portal Curitiba Antiga Disponiacutevel em lthttpcuritibaantigacomcategoriaVila-Oficinashtml gt Acesso em 12122012
NOVAES M R Poluiccedilatildeo Psicossocial 383-395 In IBGE Recursos Naturais Meio Ambiente e Poluiccedilatildeo Vol 2 Rio de Janeiro SUPREN 1977 P458
NOVAIS A M GUARIN NETO G G Percepccedilatildeo Ambiental de Estudantes da Escola ldquoDr Joseacute Rodrigues Fontesrdquo Caacuteceres Mato Grosso In Revista Travessias nordm 1 UNIOESTE ndash PR 2007 Disponiacutevel em lt fileCDownloads2789-10750-1-PBpdf gt Acesso em 22022014
OrsquoMALLEY M AIKENHEAD In AIKENHEAD G RYAN A The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) College of
Education University of Saskatchewan Saskatoon Saskatchewan Science Education Assessment Instruments 1992 Disponiacutevel em lt
179
httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014
OLIVEIRA I B e SGARBI P Fora da Escola tambeacutem se aprende Rio de
Janeiro DPampA 2001
PAPINI J C M PINTO M L S Estresse e Trabalho Monografia 2000 UFSC
Associaccedilatildeo Catarinense de Medicina XVI ndash Curso de Especializaccedilatildeo em Medicina do Trabalho Disponiacutevel em httpsrepositorioufscbrbitstreamhandle123456789104989Estresse20e20trabalhopdfsequence=1 Acesso em 10022013
PARANAacute Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute Regimento Escolar Deliberaccedilatildeo 1699 Curitiba Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute 1999
Disponiacutevel em lt httpwwweducacaoprgovbrarquivosFiledeliberacoesdeliberacao161999pdf gt Acesso em 16122013
________ Decreto Estadual 259501959 In Zanoto Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico
Curitiba 2010 Disponiacutevel em lt httpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 12072012
________ Decreto Estadual 30621977 In ZANOTO Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico Curitiba 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 12072012
________Regimento Escolar do CEPMAT Ato nordm 340 p6 - 9 - Curitiba 2011
________ Resoluccedilatildeo 7012006 Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino fundamental Meacutedio e Profissional Disponiacutevel em lt httpwwwceeprgovbrarquivosFilepdfPareceres202012CEBpa_ceb_109_12pdfgt Acesso em 05032013
PONDEacute L F Invenccedilatildeo do Contemporacircneo O diagnoacutestico de Zygmunt Bauman para a Poacutes-Modernidade Produccedilatildeo da CPFL Cultura Exibido em 25 de maio de
2008 Ribeiratildeo Preto Cultura (44 minutos) Disponiacutevel em lt wwwcpfculturacombr ou httpwwwyoutubecomwatchv=58MMs5j3TjA gt Acesso 05012014
RAMINHOS L FERREIRA M J CORREIA S PEREIRA M J Tecnologias moacuteveis no ensino de multimeacutedia Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
REIS A T L LAY M C D Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Projetos ndash uma Abordagem Perceptiva e Cognitiva Revista Ambiente Construiacutedo Porto Alegre v 6 n 3 p
21-34 julset 2006 Disponiacutevel em lt http Downloads3710-12514-1-PB20(1)pdfgt Acesso em 27012014
RIBAS A NAZARENO E R SCHMID A L Reflexotildees sobre o ambiente sonora da cidade de Curitiba A percepccedilatildeo do ruiacutedo urbano e seus efeitos sobre a qualidade de vida de moradores dos setores especiais estruturais Tese Doutorado da UFPR Curitiba UFPR 2007 Disponiacutevel em lt httpdspacec3slufprbrdspacehandle188410320show=full gt Acesso em 20052013
180
RIBAS A GRAEMEL K Poluiccedilatildeo Sonora Objeto de Estudo da Ecologia Revista Fonoaudiologia Revista Virtual ndash Dezembro de 2006 Vol 1 ndash nordm 2 Brasil 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwfonoaudiologiaorgbrpublicacoesrevista06vol4n1pdfgt Acesso em 27012014
RINK J MEGID NETO J M Tendecircncias dos Artigos apresentados nos Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) Educaccedilatildeo em Revista v 25nordm 3 2009 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophppid=S0102-46982009000300012ampscript=sci_arttext gt Acesso em 12092013
RODRIGUES A Stress trabalho e doenccedilas de adaptaccedilatildeo 1997 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt
httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014
ROMERO S M OLIVEIRA L O NUNES S C Estresse no Ambiente Organizacional estudo sobre o corpo gerencial Universidade Luterana do Brasil
ndash ULBRA 2007 Disponiacutevel em lt httpwwwaedbbrsegetartigos071215_SEGET0701Stresspdfgt Acesso em 28022014
SANTrsquoANA N C Criaccedilatildeo de uma ferramenta hipermiacutedia para promoccedilatildeo da sauacutede auditiva em jovens usuaacuterios de dispositivos sonoros portaacuteteis individuais Dissertaccedilatildeo de Mestrado 2012 - Universidade de Satildeo Paulo ndash FOB
Disponiacutevel em lt httpwwwtesesuspbrtesesdisponiveis2525143tde-01112012-214724pt-brphpgt Acesso em 06012014
SANTOS D M B DURAM A A BURNHAM T F O uso dos dispositivos moacuteveis durante a aula analise de um recorte da realidade de universidades publicas do Brasil Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
_______ D M B DURAM A A BURNHAM T F Dispositivos moacuteveis em sala de aula uma revisatildeo bibliograacutefica Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012a Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lthttpticeduca2012ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012
SANTOS G F ALMEIDA M B BORGES M A F JESUS V G S de Tecnologias Moacuteveis com conexatildeo sem fio na Escola e a Organizaccedilatildeo do Trabalho Pedagoacutegico Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash
Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lthttpticeducaieulptataspdf298pdfgt Acesso em 12072013
SANTOS M J O MARTINS E C O Som Nosso de Cada Dia Percepccedilatildeo Meio e Forma Urbana Cadernos do Proarp Rio de Janeiro UFRJ ndash Vol 09 nordm 09 p 211-257 1993 In SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana ndash SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014
SBO (Sociedade Brasileira de Otologia) Dia da Audiccedilatildeo e de baixar o volume do mp3 Satildeo Paulo 2012 Disponiacutevel em
181
httpwwwsaudeauditivaorgbrnovo_siteindexphps=imprensareleasesdia-da-audicaophpgt Acesso em 22042013
SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana Maringaacute PR SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt
httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014
SELIGMAN J Sintomas e Sinais na Pair in Brasil Perda Auditiva Induzida por
Ruiacutedo (Pair) Brasiacutelia Brasil 2006 Disponiacutevel em lt httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf gt Acesso em 08012014
SELYE H Stress a tensatildeo da vida Satildeo Paulo Ibrasa - Instituiccedilatildeo Brasileira de Difusatildeo Cultural 1959 In BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014
SIEGEL A GRANADO A SILVA C J O impacto do crescimento populacional e as restriccedilotildees ambientais para o desenvolvimento industrial de pinhais a partir de uma induacutestria no ramo de circuitos impressos Monografia ndash
UNIBRASIL 2009 Disponiacutevel em lt httpwwwpinhaisprgovbridentidadeFreeComponent164content1703shtml gt Acesso em 22022014
SIMONTON OC SIMONTON SM CREIGHTON JL Com a Vida de Novo Uma Abordagem de Auto ndash Ajuda para Pacientes com Cacircncer 6o ed Satildeo Paulo Summus 1987 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo V19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014
SOUZA A M A poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente escolar - Reflexos no Processo Ensino-Aprendizagem Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Centro Universitaacuterio Pliacutenio Leite Niteroi ndash Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em lt httpwwwtjrjjusbrcdocument_libraryget_fileuuid=52486d9f-2407-4af1-bd42-c1f3cde27235ampgroupId=10136gt Acesso em 17032013
SOUZA D R SILVA H C GARAVELLI A M M RICARDO E C Poluiccedilatildeo Sonora na fiacutesica do ensino meacutedio construindo uma proposta Atas do V ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias Bauru ndash Satildeo Paulo ABRAPEC 2005 Disponiacutevel em lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012
SOUZA F P A poluiccedilatildeo sonora ataca traiccediloeiramente o corpo Belo Horizonte
UFMG 1992 Disponiacutevel em lt httpwwwicbufmgbrlabslpf2-14html gt Acesso em 10112012
SOUZA J TORRES M C A Maneiras de ouvir muacutesica uma questatildeo para a educaccedilatildeo musical com jovens In Muacutesica na educaccedilatildeo baacutesica Porto Alegre v 1
n 1 outubro de 2009 Disponiacutevel em lt
182
httpwwwabemeducacaomuacutesicalorgbrMastersrevista_muacutesica_na_escola4_maneiras_de_ouvir_muacutesicapdf gt Acesso em 10112012
STANGHERLIN V L Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Fones de Ouvido do Aparelho Celular 2013 Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho CREA-PR 110468D 2013
STANGHERLIN V L Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Meios de Transportes 2013 Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho CREA-PR
110468D 2014
STEINBERG S R KINCHELOE J L Cultura Infantil a construccedilatildeo corporativa da infacircncia In Sem segredos cultura infantil saturaccedilatildeo de informaccedilatildeo e Infacircncia poacutes-moderna Rio de janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2001 In MONTEIRO S C F Ensino de ciecircncias projeto poliacutetico-pedagoacutegico das escolas e os curriacuteculos praticados uma possibilidade emancipatoacuteria a partir da educaccedilatildeo ambiental
Dissertaccedilatildeo de Mestrado Rio de Janeiro CICTFio Cruz 2009 Disponiacutevel em lthttpoatdorgoatdgourl=http3A2F2Fwwwbdtdcictfiocruzbr2Ftedesimplificado2Ftde_busca2Farquivophp3FcodArquivo3D197ampfrom=recordampq=gt Acesso em 15022014
STELLMAN J M DAUM S M Trabalho e sauacutede na induacutestria riscos fiacutesicos e quiacutemicos e prevenccedilatildeo de acidentes v 1 Satildeo Paulo EDUSP 1975 In BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014
THOMPSON J B A Miacutedia e a Modernidade 12ordf ediccedilatildeo Editora Vozes 2011
UNESCO Working Paper Series on Mobile Learning Turning on mobile learning
in Latina American Paris UNESCO 2012 Disponiacutevel em lthttp httpwwwunescoorgnewfileadminMULTIMEDIAHQEDICTpdfPachler-Ranieripdfgt Acesso em 27 de fevereiro de 2014
_______ Policy guidelines for mobile learning Paris UNESCO 2013
Disponiacuteveis em lt httpunesdocunescoorgimages0022002277227770porpdf gt Acesso em 02 de marccedilo de 2014
________ Segunda Semana UNESCO ldquoMobile Learningrdquo (MLW) ParisUNESCO 2013 Disponiacutevel em lt httpunesdocunescoorgimages0022002277227770porpdf gt Acesso em 07022014
VYGOTSKY L S A Formaccedilatildeo social da Mente 7ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Martins Editora Livraria Ltda 2007
__________ Lev Semenovich Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar InVYGOTSKY Lev Semenovich LURIA Alexander Romanovich
Editora Ebook do Brasil 2001 Disponiacutevel em lt httpwwwebooksbrasilorgeLibrisvigohtmlgt Acesso em 12122013
ZANOTTO V L R Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira Curitiba-PR SEED 2010 Disponiacutevel em
183
lthttpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 28122012
________ V L R Regimento Escolar Curitiba-PR SEED 2011 Disponiacutevel em
lthttpwwwnreseedprgovbrcuritibamodulesconteudoconteudophpconteudo=160 gt Acesso em 28122012
184
ANEXOS
185
ANEXO I - LEI 106252002
LEI Nordm 10625 DISPOtildeE SOBRE RUIacuteDOS URBANOS PROTECcedilAtildeO DO BEM ESTAR
E DO SOSSEGO PUacuteBLICO REVOGA AS LEIS Nordm S 8583 DE 02 DE JANEIRO DE
19958726 DE 19 DE OUTUBRO DE 1995 8986 DE 13 DE DEZEMBRO DE 1996
E 9142 DE 18 DE SETEMBRO DE 1997 E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS
A CAcircMARA MUNICIPAL DE CURITIBA CAPITAL DO ESTADO DO PARANAacute
aprovou e eu Prefeito Municipal sanciono a seguinte lei
Art 1ordm - Eacute proibido perturbar o sossego e o bem estar puacuteblico com sons ruiacutedos e
vibraccedilotildees que causem incocircmodo de qualquer natureza ou que ultrapassem os
limites fixados nesta lei
Paraacutegrafo Uacutenico - As vibraccedilotildees seratildeo consideradas prejudiciais quando ocasionarem
ou puderem ocasionar danos materiais agrave sauacutede e ao bem estar puacuteblico
Art 2ordm - Para os efeitos desta lei aplicam-se as seguintes definiccedilotildees
I - SOM vibraccedilatildeo acuacutestica capaz de provocar sensaccedilotildees auditivas
II - RUIacuteDO som capaz de causar perturbaccedilatildeo ao sossego puacuteblico ou efeitos
psicoloacutegicos e fisioloacutegicos negativos em seres humanos e animais
III - VIBRACcedilAtildeO movimento oscilatoacuterio transmitido pelo solo ou por uma estrutura
qualquer
IV - POLUICcedilAtildeO SONORA emissatildeo de som ou ruiacutedo que seja direta ou
186
indiretamente ofensivo ou nocivo agrave sauacutede agrave seguranccedila e ao bem estar da
coletividade ou transgrida as disposiccedilotildees fixadas nesta lei
V - RUIacuteDO IMPULSIVO som de curta duraccedilatildeo com iniacutecio abrupto e parada raacutepida
caracterizado por um pico de pressatildeo de duraccedilatildeo menor que um segundo
VI - RUIacuteDO CONTIacuteNUO som com flutuaccedilatildeo de niacutevel de pressatildeo sonora tatildeo
pequena que pode ser desprezada dentro do periacuteodo de observaccedilatildeo
VII - RUIacuteDO INTERMITENTE som cujo niacutevel de pressatildeo sonora cai abruptamente
ao niacutevel sonoro do ambiente vaacuterias vezes durante o periacuteodo de observaccedilatildeo desde
que o tempo em que o niacutevel sonoro se manteacutem constante e diferente daquele do
ambiente seja de ordem de grandeza de um segundo ou mais
VIII - RUIacuteDO DE FUNDO sons emitidos durante o periacuteodo de observaccedilatildeo que natildeo
aquele objeto da mediccedilatildeo
IX - NIacuteVEL EQUIVALENTE (Leq) niacutevel meacutedio de energia do som obtido integrando-
se os niacuteveis individuais de energia em um periacuteodo de tempo e dividindo-se pelo
periacuteodo
X - dB (Decibel) unidade de medida do niacutevel de ruiacutedo
XI - dB(A) curva de avaliaccedilatildeo normalizada e adaptada agrave capacidade de recepccedilatildeo da
audiccedilatildeo humana
XII - ZONA SENSIacuteVEL Agrave RUIacuteDO OU ZONA DE SILEcircNCIO eacute aquela que para
atingir seus propoacutesitos necessita que lhe seja assegurado um silecircncio excepcional
Define-se como zona de silecircncio a faixa determinada pelo raio de 20000m
(duzentos metros) de distacircncia de hospitais escolas bibliotecas puacuteblicas hoteacuteis
postos de sauacutede ou similares
XIII - LIMITE REAL DA PROPRIEDADE aquele representado por um plano
imaginaacuterio que separa a propriedade real de uma pessoa fiacutesica ou juriacutedica de outra
187
XIV - SERVICcedilO DE CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL qualquer operaccedilatildeo de escavaccedilatildeo
construccedilatildeo demoliccedilatildeo remoccedilatildeo reforma ou alteraccedilatildeo substancial de uma
edificaccedilatildeo estrutura ou obras e as relacionadas a serviccedilos puacuteblicos tais como
energia eleacutetrica gaacutes telefone aacutegua esgoto e sistema viaacuterio
Art 3ordm - Para fins de aplicaccedilatildeo desta lei ficam definidos os seguintes periacuteodos
I - DIURNO das 07h01 agraves 19h00
II - VESPERTINO das 19h01 agraves 22h00
III - NOTURNO das 22h01 agraves 07h00
Art 4ordm - Para os efeitos desta lei a mediccedilatildeo do niacutevel de pressatildeo sonora deveraacute ser
efetuada de acordo com as normas da Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas -
ABNT
Paraacutegrafo Uacutenico - A mediccedilatildeo a que se refere este artigo pode ser realizada a 500m
(cinco metros) de qualquer uma das divisas do imoacutevel gerador do incocircmodo ou em
qualquer ponto dentro do limite real do imoacutevel que sofre o incocircmodo
Art 5ordm - A emissatildeo de sons e ruiacutedos por quaisquer atividades industriais comerciais
prestadoras de serviccedilos religiosas sociais recreativas e de carga e descarga natildeo
podem exceder os niacuteveis de pressatildeo sonora contidos no Anexo I que faz parte
integrante desta lei
sect 1ordm - No caso de criaccedilatildeo de Setores Especiais conforme previsto na Lei Municipal
nordm 98002000 caberaacute agrave Secretaria Municipal do Meio Ambiente estabelecer os niacuteveis
de pressatildeo sonora admissiacuteveis por meio de regulamentaccedilatildeo proacutepria
sect 2ordm - Quando a fonte poluidora e o imoacutevel que sofre o incocircmodo estiverem
localizados em diferentes zonas de uso e ocupaccedilatildeo do solo seratildeo considerados os
limites estabelecidos para a zona em que se localiza a propriedade que sofre o
incocircmodo
188
sect 3ordm - Quando a propriedade que sofre o incocircmodo tratar-se de escola creche
biblioteca puacuteblica hospital ambulatoacuterio casa de sauacutede ou similar com leitos para
internamento hotel ou similar devem ser atendidos os limites estabelecidos para
ZR-1 independentemente da zona de uso e deve ser observado o raio de 20000m
(duzentos metros) de distacircncia definida como zona de silecircncio
Art 6ordm - Os sons e ruiacutedos produzidos pelos serviccedilos de construccedilatildeo civil devem
respeitar os limites maacuteximos estabelecidos no Anexo II parte integrante desta lei
Paraacutegrafo Uacutenico - Excetuam-se destas restriccedilotildees as obras e os serviccedilos urgentes e
inadiaacuteveis decorrentes de casos fortuitos ou de forccedila maior acidentes graves ou
perigo iminente agrave seguranccedila e ao bem estar da comunidade bem como o
restabelecimento de serviccedilos puacuteblicos essenciais tais como energia eleacutetrica gaacutes
telefone aacutegua esgoto e sistema viaacuterio
Art 7ordm - A emissatildeo de som ou ruiacutedos produzidos por veiacuteculos automotores
aeroplanos e aeroacutedromos e os produzidos no interior dos ambientes de trabalho
devem obedecer as normas expedidas respectivamente pelo Conselho Nacional do
Meio Ambiente e pelos oacutergatildeos competentes do Ministeacuterio da Aeronaacuteutica e
Ministeacuterio do Trabalho
Paraacutegrafo Uacutenico - No tocante agrave emissatildeo de ruiacutedo por veiacuteculos automotores o
Municiacutepio pode estabelecer em regulamento proacuteprio criteacuterios de controle
considerando o interesse local
Art 8ordm - A realizaccedilatildeo de shows concertos e apresentaccedilotildees musicais de caraacuteter
cultural e artiacutesticos em aacutereas puacuteblicas ou particulares dependem de preacutevio
licenciamento ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente independente
de outras licenccedilas exigiacuteveis
Paraacutegrafo Uacutenico - Cabe agraves Secretarias Municipais do Meio Ambiente e do
Urbanismo estabelecerem em regulamento proacuteprio as condiccedilotildees para realizaccedilatildeo
dos eventos musicais mencionados no caput deste artigo
189
Art 9ordm - A utilizaccedilatildeo das aacutereas dos parques e praccedilas municipais com uso de
equipamentos sonoros alto falantes fogos de artifiacutecio ou outros meios que possam
causar poluiccedilatildeo sonora dependem de preacutevio licenciamento ambiental da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente independente de outras licenccedilas exigiacuteveis
Art 10 - Fica proibida a utilizaccedilatildeo de equipamentos sonoros fixos ou moacuteveis como
meio de propaganda ou publicidade nos logradouros puacuteblicos
sect 1ordm - Quando natildeo se tratar de logradouros puacuteblicos a utilizaccedilatildeo de equipamentos
sonoros como meio de propaganda e publicidade deve respeitar os limites
estabelecidos no Anexo I desta lei
sect 2ordm - Natildeo seraacute concedida autorizaccedilatildeo para uso de equipamentos sonoros em
veiacuteculos de empresas de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de gaacutes ficando vedado o
uso de alto-falantes e outras fontes de emissatildeo sonora nos veiacuteculos destinados ao
transporte do produto
sect 3ordm - Casos especiais poderatildeo ser analisados e eventualmente autorizados pela
Secretaria Municipal do Meio Ambiente
Art 11 - Natildeo se compreende nas proibiccedilotildees dos artigos anteriores ruiacutedos e sons
produzidos I - pelas manifestaccedilotildees tradicionais do Carnaval e Ano Novo II - por
vozes ou aparelhos usados na propaganda eleitoral ou manifestaccedilotildees trabalhistas
para os quais seraacute estabelecido regulamento proacuteprio pelos oacutergatildeos competentes
considerando as legislaccedilotildees especiacuteficas III - por sinos de igrejas ou templos
religiosos desde que sirvam exclusivamente para indicar as horas ou anunciar a
realizaccedilatildeo de atos ou cultos religiosos IV - por fanfarras ou bandas de muacutesicas em
procissatildeo cortejos ensaios ou desfiles ciacutevicos (Redaccedilatildeo dada pela Lei
nordm 135042010) V - por sirenes ou aparelhos de sinalizaccedilatildeo sonora utilizados por
ambulacircncias carros de bombeiros ou viaturas policiais VI - por explosivos utilizados
no arrebentamento de pedreiras rochas ou nas demoliccedilotildees desde que detonadas
no periacuteodo diurno e previamente licenciados pela Secretaria Municipal do Meio
Ambiente VII - por alarme sonoro de seguranccedila residencial ou veicular desde que
190
o sinal sonoro natildeo se prolongue por tempo superior agrave 15 minutos VIII - por culto
religioso realizado no periacuteodo diurno e vespertino desde que natildeo ultrapasse o limite
de 65 dB(A) IX - por shows concertos e apresentaccedilotildees musicais de caraacuteter cultural
e artiacutestico desde que realizados dentro das condiccedilotildees autorizadas pela Secretaria
Municipal do Meio Ambiente
Art 12 - As atividades potencialmente causadoras de poluiccedilatildeo sonora definidas em
regulamento proacuteprio dependem de preacutevio licenciamento ambiental da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente para obtenccedilatildeo dos alvaraacutes de construccedilatildeo e
funcionamento
Art 13 - A queima de fogos de artifiacutecio fica sujeita ao controle da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente que aplicaraacute as sanccedilotildees previstas na presente lei
quando constatado incocircmodo agrave vizinhanccedila
Art 14 - Para a execuccedilatildeo de testes de fabricaccedilatildeo ou instalaccedilatildeo de alarmes sonoros
devem ser utilizados dispositivos de controle de forma que natildeo seja necessaacuteria a
emissatildeo sonora acima dos limites estabelecidos no Anexo I parte integrante desta
lei Paraacutegrafo Uacutenico - Em caso de acionamento perioacutedico ou constante de alarmes
sonoros seratildeo aplicadas as sanccedilotildees previstas nesta lei independente da obrigaccedilatildeo
de cessar a transgressatildeo
Art 15 - Os fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente no exerciacutecio da accedilatildeo
fiscalizadora tecircm a entrada franqueada nas dependecircncias da fonte poluidora onde
podem permanecer pelo tempo que se fizer necessaacuterio
Paraacutegrafo Uacutenico - Os fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente podem
solicitar o auxiacutelio das autoridades policiais no desempenho da accedilatildeo fiscalizadora
Art 16 - As pessoas fiacutesicas e juriacutedicas de direito puacuteblico ou privado que infringirem
qualquer dispositivo desta lei seus regulamentos e demais normas dela
decorrentes ficam sujeitas agraves seguintes sanccedilotildees independente da obrigaccedilatildeo de
cessar a transgressatildeo
191
I - notificaccedilatildeo por escrito II - multa simples ou diaacuteria III - cassaccedilatildeo da Licenccedila
Ambiental IV - embargo V - interdiccedilatildeo parcial ou total VI - perda ou restriccedilatildeo de
incentivos e benefiacutecios fiscais concedidos pelo Municiacutepio
Art 17 - Para imposiccedilatildeo da sanccedilatildeo e graduaccedilatildeo da multa a autoridade ambiental
observaraacute
I - as circunstacircncias atenuantes e agravantes II - a gravidade do fato tendo em vista
as consequecircncias para a sauacutede e o meio ambiente III - a natureza da infraccedilatildeo e
suas consequecircncias IV - o porte do empreendimento V - os antecedentes do
infrator quanto agraves normas ambientais VI - a capacidade econocircmica do infrator
Art 18 - Para efeito de aplicaccedilatildeo das sanccedilotildees as infraccedilotildees satildeo classificadas como
leves graves ou graviacutessimas de acordo com a Anexo III parte integrante desta lei e
com os criteacuterios abaixo
I - LEVES - aquelas em que o infrator seja beneficiado por circunstacircncias
atenuantes II - GRAVES - aquelas em que for verificada circunstacircncia agravante III
- GRAVIacuteSSIMAS - aquelas em que seja verificada a persistecircncia da reincidecircncia
Art 19 - Os valores das multas seratildeo expressos em moeda corrente nacional e para
cada tipo de infraccedilatildeo corresponderaacute
I - ateacute R$ 530000 (cinco mil e trezentos reais) para as leves II - de R$ 530100
(cinco mil trezentos e um reais) a R$ 1070000 (dez mil e setecentos reais) para as
graves III - R$ 1070100 (dez mil setecentas e um reais) a R$ 1800000 (dezoito
mil reais) para as graviacutessimas
Paraacutegrafo Uacutenico - A atualizaccedilatildeo monetaacuteria das multas dar-se-aacute com base na
variaccedilatildeo do Iacutendice de Preccedilos ao Consumidor Amplo - IPCA medido pela Fundaccedilatildeo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE ou outro que venha ser
instituiacutedo pelo Governo Federal
Art 20 - Satildeo circunstacircncias atenuantes
192
I - menor grau de compreensatildeo e escolaridade do infrator II - arrependimento eficaz
do infrator manifestada pela espontacircnea reparaccedilatildeo do dano ou limitaccedilatildeo
significativa do ruiacutedo emitido III - ser o infrator primaacuterio e a falta cometida de
natureza leve
Art 21 - Satildeo circunstacircncias agravantes
I - ser o infrator reincidente ou cometer a infraccedilatildeo de forma continuada II - ter o
infrator agido com dolo direto ou eventual
sect 1ordm - A reincidecircncia verifica-se quando o agente comete nova infraccedilatildeo do mesmo
tipo
sect 2ordm - No caso de infraccedilatildeo continuada caracterizada pela repeticcedilatildeo da accedilatildeo ou
omissatildeo inicialmente punida a penalidade de multa pode ser aplicada diariamente
ateacute cessar a infraccedilatildeo
Art 22 - O autuado teraacute direito a ampla defesa em processo administrativo
conforme regulamentaccedilotildees especiacuteficas num prazo maacuteximo de 30 (trinta) dias a
partir do recebimento do auto de infraccedilatildeo endereccedilado ao Secretaacuterio Municipal do
Meio Ambiente
Art 23 - No caso de decisatildeo condenatoacuteria o autuado teraacute direito a recorrer da
decisatildeo em forma de processo administrativo num prazo maacuteximo de 30 (trinta) dias
contado a partir da ciecircncia da condenaccedilatildeo encaminhado ao Conselho Municipal do
Meio Ambiente - CMMA
Art 24 - Os recursos interpostos das decisotildees natildeo definitivas teratildeo efeito suspensivo
relativo ao pagamento da penalidade sem prejuiacutezo da aplicaccedilatildeo de novas
autuaccedilotildees por reincidecircncia ou continuidade do dano
Art 25 - Exauridos os recursos administrativos o infrator teraacute prazo de 10 (dez) dias
para efetuar o recolhimento do valor da multa sob pena da inscriccedilatildeo em diacutevida ativa
193
Art 26 - As multas previstas nesta lei podem ter sua exigibilidade suspensa quando
o infrator por termo de compromisso aprovado pela autoridade ambiental
competente obrigar-se a adoccedilatildeo imediata de medidas especiacuteficas para cessar ou
corrigir a poluiccedilatildeo sonora
Paraacutegrafo Uacutenico - Cumpridas integralmente as obrigaccedilotildees assumidas pelo infrator a
multa pode ter uma reduccedilatildeo de ateacute 90 (noventa por cento) do valor original
Art 27 - Na aplicaccedilatildeo das normas estabelecidas por esta lei compete agrave Secretaria
Municipal do Meio Ambiente
I - Estabelecer o programa de controle dos ruiacutedos urbanos e exercer o poder de
controle e fiscalizaccedilatildeo das fontes de poluiccedilatildeo sonora II - Aplicar as sanccedilotildees
previstas na legislaccedilatildeo vigente III - Organizar programas de educaccedilatildeo e
conscientizaccedilatildeo
Art 28 - O Executivo Municipal regulamentaraacute em ateacute noventa dias da publicaccedilatildeo
desta lei as questotildees especiacuteficas relativas agrave poluiccedilatildeo sonora produzida pelo apito
do trem
Art 29 - Ficam expressamente revogadas as Leis Municipais nordm s 8583 de 02 de
janeiro de 1995 8726 de 19 de outubro de 1995 8986 de 13 de dezembro de
1996 e9142 de 18 de setembro de 1997
Art 30 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
PALAacuteCIO 29 DE MARCcedilO em 19 de dezembro de 2002
CASSIO TANIGUCHI
Prefeito Municipal
Anexo 1 da Lei 106252002 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA MAacuteXIMOS
ZONAS DE USO | DIURNO | VESPERTINO | NOTURNO |
194
|=====================================|==================|==================|==================|
|ZR-1 ZR-2 ZR-3 ZR-B ZR-AV ZR-M| 55 dB (A) | 50 dB (A) | 45 dB (A) |
|APA-SARU APA-SMRU | | | |
|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|
|ZR-OC ZR-SF ZR-U ZUC-II ZT-MF| 60 dB (A) | 55 dB (A) | 50 dB (A) |
|ZT-NC ZE-E ZE-M ZOO SE-CC SE-PS| | | |
|SE-OI APA-ST | | | |
|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|
|ZR-4 ZC ZT-BR-116 ZUM ZE-D SE| 65 dB (A) | 60 dB (A) | 55 dB (A) |
|SH SE-BR-116 SE-MF SE-CF SE-WB| | | |
|SE-AC SE-CBCONEC SE-PE SC-SF| | | |
|SC-UM SE-NC SEI SEHIS SE-LE| | | |
|SEVC-PASSAUacuteNA SEVS-PASSAUacuteNA APA-SS| | | |
|Vias prioritaacuterias 1 e 2 Vias setori-| | | |
|ais Vias coletoras 12 e 3 | | | |
|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|
|ZS-1 ZS-2 ZES ZI ZEI-I (CIC)| 70 dB (A) | 60 dB (A) | 60 dB (A) |
|APA-SUE | | | |
|-------------------------------------+------------------+------------------+------------------|
|Os casos natildeo contemplados nesta tabela seratildeo objeto de anaacutelise especiacutefica por parte da|
|Secretaria Municipal do Meio Ambiente |
|______________________________________________________________________________________________|
APA-SARU - Setor de Alta Restriccedilatildeo de Uso
APA-SMRU - Setor de Meacutedia Restriccedilatildeo de Uso
APA-ST - Setor de Transiccedilatildeo
APA-SUE - Setor de Uso Esportivo
APA-SS - Setor de Serviccedilo
CONEC - Setor Especial Conector - Conectora 1234
SC-SF - Setor Especial Comercial Santa Felicidade
SC-UM - Setor Especial Comercial Umbaraacute
SE - Setor Especial Estrutural
SE-AC - Setor Especial da Av Affonso Camargo
SE-BR-116 - Setor Especial da BR-116
SE-CB - Setor Especial da Rua Engenheiro Costa Barros
SE-CC - Setor Especial Centro Ciacutevico
SE-CF - Setor Especial da Av Comendador Franco
SEHIS - Setor Especial Habitaccedilatildeo de Interesse Social
SEI - Setor Especial Institucional
SE-LE - Setor Especial Linhatildeo do Emprego
SE-MF - Setor Especial da Av Mal Floriano Peixoto
195
SE-NC - Setor Especial Nova Curitiba
SE-OI - Setor Especial de Ocupaccedilatildeo Integrada
SE-PE - Setor Especial Preferencial de Pedestres
SE-PS - Setor Especial do Poacutelo de Software
SEVC-PASSAUacuteNA - Setor Especial de Vias Coletoras
SEVS-PASSAUacuteNA - Setor Especial de Vias Setoriais
SE-WB - Setor Especial da Av Pres Wenceslau Braz
SH - Setor Histoacuterico
ZC - Zona Central
ZOO - Zona de Ocupaccedilatildeo Orientada
ZE-D - Zona Especial Desportiva
ZE-E - Zona Especial Educacional
ZEI-I (CIC) - Zona Especial de Induacutestria
ZE-M - Zona Especial Militar
ZES - Zona Especial de Serviccedilos
ZI - Zona Industrial
ZR-1 - Zona Residencial 1
ZR-2 - Zona Residencial 2
ZR-3 - Zona Residencial 3
ZR-4 - Zona Residencial 4
ZR-AV - Zona Residencial Alto da Gloacuteria
ZR-B - Zona Residencial Batel
ZR-M - Zona Residencial Mercecircs
ZR-OC - Zona Residencial de Ocupaccedilatildeo Controlada
ZUC-II - Zona de Urbanizaccedilatildeo Consolidada
ZR-SF - Zona Residencial Santa Felicidade
ZR-U - Zona Residencial Umbaraacute
ZS-1 - Zona de Serviccedilo 1
ZS-2 - Zona de Serviccedilo 2
ZT-BR-116 - Zona de Transiccedilatildeo BR ndash 116
ZT-MF - Zona de Transiccedilatildeo Av Mal Floriano Peixoto
196
ZT-NC - Zona de Transiccedilatildeo Nova Curitiba
Z-UM - Zona de Uso Misto
Anexo 2 da Lei 106252002 ndash
NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA MAacuteXIMOS PARA SERVICcedilOS DE
CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL
Atividades natildeo confinaacuteveis |Limite de 90 dB(A) permitido somente|
| | de segunda a sexta-feira no periacuteodo|
| | diurno |
|=====================================|=====================================|
|Atividades passiacuteveis de confinamento |De segunda a sexta-feira no periacuteodo
| |diurno limites constantes no |
| |Anexo-I acrescidos de 5 dB(A)|
| |De segunda a sexta-feira nos |
| |periacuteodos vespertino e noturno |
| |limites constantes no Anexo-I |
|-------------------------------------+-------------------------------------|
|Saacutebados Domingos e Feriados qualquer periacuteodo Devem ser respeitados os |
|limites constantes no Anexo-I tanto para as atividades passiacuteveis de |
|confinamento como para as natildeo confinaacuteveis |
|___________________________________________________________________________
Anexo 3 da Lei 106252002 -
CLASSIFICACcedilAtildeO DAS INFRACcedilOtildeES
ARTIGOS | CLASSIFICACcedilAtildeO | OBSERVACcedilOtildeES | |===========|====================|===========================================|
| 5ordm e 6ordm | Leve |Ateacute 10 dB(A) (dez decibeacuteis) acima do |
| | |limite |
|-----------|--------------------|-------------------------------------------|
| 5ordm e 6ordm | Grave |De 10 dB (A) (dez decibeacuteis) a 30 dB (A)|
| | |(trinta decibeacuteis) acima do limite |
|-----------|--------------------|-------------------------------------------|
| 5ordm e 6ordm | Graviacutessima |Mais de 30 dB (A) (trinta decibeacuteis) acima |
| | |do limite |
|-----------|--------------------|-------------------------------------------|
|8ordm 9ordm10| Leve |Atividade desenvolvida sem licenccedila |
| 12 e 13 | | |
|___________|____________________|__________________________________________
197
ANEXO II - NR 15 ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES INSALUBRES
Portaria MTb nordm 3214 de 08 de junho de 1978
NR 15 - NORMA REGULAMENTADORA 15 - ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES
INSALUBRES
151 Satildeo consideradas atividades ou operaccedilotildees insalubres as que se desenvolvem
1511 Acima dos limites de toleracircncia previstos nos Anexos nordm 1 2 3 5 11 e 12
1512 (Revogado pela Portaria MTE nordm 37511990)
1513 Nas atividades mencionadas nos Anexos nordm 6 13 e 14
1514 Comprovadas atraveacutes de laudo de inspeccedilatildeo do local de trabalho constantes
dos Anexos nordm 7 8 9 e 10
1515 Entende-se por Limite de Toleracircncia para os fins desta Norma a
concentraccedilatildeo ou intensidade maacutexima ou miacutenima relacionada com a natureza e o
tempo de exposiccedilatildeo ao agente que natildeo causaraacute dano agrave sauacutede do trabalhador
durante a sua vida laboral
152 O exerciacutecio de trabalho em condiccedilotildees de insalubridade de acordo com os
subitens do item anterior assegura ao trabalhador a percepccedilatildeo de adicional
incidente sobre o salaacuterio miacutenimo da regiatildeo equivalente a
1521 40 (quarenta por cento) para insalubridade de grau maacuteximo
1522 20 (vinte por cento) para insalubridade de grau meacutedio
1523 10 (dez por cento) para insalubridade de grau miacutenimo
153 No caso de incidecircncia de mais de um fator de insalubridade seraacute apenas
considerado o de grau mais elevado para efeito de acreacutescimo salarial sendo
vedada a percepccedilatildeo cumulativa
154 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade determinaraacute a cessaccedilatildeo do
pagamento do adicional respectivo
1541 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade deveraacute ocorrer
a) com a adoccedilatildeo de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho
dentro dos limites de toleracircncia
b) com a utilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual
15411 Cabe agrave autoridade regional competente em mateacuteria de seguranccedila e sauacutede
do trabalhador comprovada a insalubridade por laudo teacutecnico de engenheiro de
seguranccedila do trabalho ou meacutedico do trabalho devidamente habilitado fixar
198
adicional devido aos empregados expostos agrave insalubridade quando impraticaacutevel sua
eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo
15412 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade ficaraacute caracterizada
atraveacutes de avaliaccedilatildeo pericial por oacutergatildeo competente que comprove a inexistecircncia
de risco agrave sauacutede do trabalhador
155 Eacute facultado agraves empresas e aos sindicatos das categorias profissionais
interessadas requererem ao Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes das DRTs a realizaccedilatildeo
de periacutecia em estabelecimento ou setor deste com o objetivo de caracterizar e
classificar ou determinar atividade insalubre
1551 Nas periacutecias requeridas agraves Delegacias Regionais do Trabalho desde que
comprovada a insalubridade o perito do Ministeacuterio do Trabalho indicaraacute o adicional
devido
156 O perito descreveraacute no laudo a teacutecnica e a aparelhagem utilizadas
157 O disposto no item 155 natildeo prejudica a accedilatildeo fiscalizadora do MTb nem a
realizaccedilatildeo ex-officio da periacutecia quando solicitado pela Justiccedila nas localidades onde
natildeo houver perito
LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE
NIacuteVEL DE RUIacuteDO DB (A)
MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
199
1 Entende-se por Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente para os fins de aplicaccedilatildeo de
Limites de Toleracircncia o ruiacutedo que natildeo seja ruiacutedo de impacto
2 Os niacuteveis de ruiacutedo contiacutenuo ou intermitente devem ser medidos em decibeacuteis (dB)
com instrumento de niacutevel de pressatildeo sonora operando no circuito de compensaccedilatildeo
A e circuito de resposta lenta (SLOW) As leituras devem ser feitas proacuteximas ao
ouvido do trabalhador
3 Os tempos de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de ruiacutedo natildeo devem exceder os limites de
toleracircncia fixados no Quadro deste anexo (115003-0 I4)
4 Para os valores encontrados de niacutevel de ruiacutedo intermediaacuterio seraacute considerada a
maacutexima exposiccedilatildeo diaacuteria permissiacutevel relativa ao niacutevel imediatamente mais elevado
5 Natildeo eacute permitida exposiccedilatildeo a niacuteveis de ruiacutedo acima de 115 dB(A) para indiviacuteduos
que natildeo estejam adequadamente protegidos
6 Se durante a jornada de trabalho ocorrer dois ou mais periacuteodos de exposiccedilatildeo a
ruiacutedo de diferentes niacuteveis devem ser considerados os seus efeitos combinados de
forma que se a soma das seguintes fraccedilotildees
C1 + C2 + C3 ____________________ + Cn
T1 T2 T3 Tn exceder a unidade a exposiccedilatildeo estaraacute acima
do limite de toleracircncia
Na equaccedilatildeo acima Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um niacutevel
de ruiacutedo especiacutefico e Tn indica a maacutexima exposiccedilatildeo diaacuteria permissiacutevel a este niacutevel
segundo o Quadro deste Anexo
7 As atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a niacuteveis de ruiacutedo
contiacutenuo ou intermitente superiores a 115 dB(A) sem proteccedilatildeo adequada
ofereceratildeo risco grave e iminente
200
ANEXO III - ANAacuteLISE CRIacuteTICA E PARECER SOBRE O ldquoTESTE PARA
AUTO-IDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSErdquo
Anaacutelise Criacutetica do Documento
ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo
Curitiba 09 de maio 2014
Claudia Nepomuceno Pinto Costa
Licenciada em Psicologia pelo Instituto Piaget de Almada ndash Portugal
Mestre em Psicologia Comunitaacuteria e Proteccedilatildeo de Menores pela Universidade
de Lisboa Portugal
201
Anaacutelise de Criacutetica
Esta anaacutelise tem como objetivo averiguar a existecircncias de alguns criteacuterios de
Transtorno de Estresse contido no instrumento de pesquisa denominado ldquoTeste
para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo com sete niacuteveis (escala de
Likert) (1 - de jeito nenhum 2 - raramente 3 - as vezes 4 - frequentemente 5 -
sempre 6 - natildeo sei 7 - natildeo me importo) com 29 questotildees que estaacute dividido em trecircs
partes A percepccedilatildeo dos estudantes quanto agrave poluiccedilatildeo sonora no entorno do
CEPMAT Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede
dos estudantes A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes pesquisa
realizada no acircmbito do Mestrado do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo de Educaccedilatildeo e
Ciecircncias em Matemaacutetica da Universidade Federal do Paranaacute
Meacutetodo de anaacutelise
A anaacutelise teacutecnica para este instrumento seguiu as normas e eacutetcas
deontoloacutegicas respeitando agrave sintomatologia e as consequecircncias psiacutequicas de um
quadro de Transtorno de Estresse Para a analise serviram de apoio dois meacutetodos
para articular todos os items do instrumento de pesquisa de forma extrair e
interpretar com base em cada determinante para que se considere de validade de
acordo com os criteacuterios individuais que constituiraacute numa atribuiccedilatildeo validatoacuteria
conforme descritos no Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais
(DSM) (APA 2003) e caracteristicas do Protocolo de Complexidade Diferenciada 5
(Brasil 2006)
Procedimento
O exposto segue os mesmos nuacutemeros das questotildees utilizadas no instrumento
de pesquisa ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo
incluindo somente as questotildees consideradas com caracteriacutesticas e criteacuterios
202
Os criteacuterios e caracteristicas para identificar a Perturbaccedilatildeo do Estresse satildeo
desenvolvimentos de sintomas descritos a seguir agrave exposiccedilatildeo a um estressor
implicando uma experiencia pessoal direta com um acontecimento assim posso
aferir que 20 das 29 questotildees foram identificadas de acordo com os criteacuterios
descritos no (DSM-IV) e caracteristicas existentes no Protocolo de Complexidade
Diferenciada 5 (Brasil 2006)
Descriccedilatildeo dos materiais de apoio
Para anaacutelise foram utilizados dois materiais de apoio para realizaccedilatildeo das
evidecircncias encontradas no instrumento de pesquisa sendo eles
O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 (Brasil 2006) o qual refere que
A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares
conectados aos Aparelhos Celulares pode desencadear efeitos
nocivos agrave sauacutede em geral entre eles o Protocolo (BRASIL 2006)
destaca ldquonervosismo irritabilidade cefaleia insoacutenia alteraccedilotildees
circulatoacuterias alteraccedilatildeo de visatildeo alteraccedilotildees gastrointestinais entre
outrosrdquo (p20) que podem ser considerados isoladamente
Como tambeacutem o no Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais
(DSM) (APA 2003) que refere
Que tambeacutem um quadro considerado preocupante quando os sintomas
satildeo promovidos por causas humanas ou seja que natildeo derivadas de
uma cataacutestrofe natural (DSM-IV tr 4ordm Edp132) Seguindo as
orientaccedilotildees de base do Transtorno de Estresse descritas pelo DSM-IV
com caracteriacutesticas apoacutes a exposiccedilatildeo de uma experiecircncia pessoal
direta de um evento real ou ameaccedilador que ameaccedila a integridade
fiacutesica
Resultados da anaacutelise
Os resultados obtidos na anaacutelise realizada refere de acordo com os materiais
de apoio que 20 das 29 questotildees do instrumento ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de
alguns sintomas de estresserdquo satildeo considerados apoio de identificaccedilatildeo do transtorno
de estresses
203
Assim apresento um quadro que refere as questotildees e os criteacuterios nelas
encontradas
Tabela ndash Questotildees e Criteacuterios
ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo Criteacuterios
4 Jaacute me senti prejudicado pelo ruiacutedo do trem quando estava fazendo avaliaccedilotildees e
trabalhos de pesquisa na sala de aula B4
5 Jaacute ouvi zumbidos depois de escutar os ruiacutedos dos trens carros e ocircnibus F
7 Tenho dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando a
empresa ALL testa os freios dos trens em frente ao Coleacutegio
8 Meu niacutevel de concentraccedilatildeo e desempenho nas avaliaccedilotildees natildeo se altera quando
o trem passa D3
9 A exposiccedilatildeo ao ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus me deixa esgotado no final do
periacuteodo de aula F e C4
11 Perco a concentraccedilatildeo quando o trem passa em frente ao Coleacutegio no horaacuterio
das aulas D3
12 Deixo de ouvir muacutesicas no celular para natildeo me expor excessivamente aos
ruiacutedos C2
13 Ouccedilo zumbidos depois de escutar muacutesica em alto volume no celular durante
algum tempo F
14 As muacutesicas que ouccedilo no celular atrapalham minha concentraccedilatildeo na aula D3
15 Meus ouvidos doem quando ouccedilo muacutesica no celular F
16 Percebo que a quantidade de ruiacutedo a que sou exposto fora da escola e
tambeacutem quando ouccedilo muacutesicas no celular eacute maior do que posso suportar F
17 Sei que ouvir muacutesica no celular pode prejudicar minha audiccedilatildeo F
18 Perco energia ao ouvir muacutesica no celular C4 e F
19 Sinto-me sobrecarregado tanto pela quantidade de ruiacutedo externo agrave escola (trens carros ocircnibus) quanto ao ouvir muacutesica no celular em volume
acima da meacutedia F
20 Ouccedilo muacutesica em volume alto para me concentrar para estudar para as provas
para fazer os trabalhos escolares D3
21 Quando fico exposto a ruiacutedos desanimo facilmente B4 e C4
22 Levo muito tempo para relaxar quando estou estressado por causa do barulho B4 e C1
23 Sinto-me tatildeo cansado e sobrecarregado por causa do ruiacutedo intenso durante o
periacuteodo de aula que acabo ldquome desligandordquo do ambiente escolar C5
25 Quando acordo de manhatilde fico cansado soacute de pensar que terei que ouvir
muitos ruiacutedos externos durante as aulas B4 e F
Nota Conteacutem 20 questotildees e criteacuterios encontrados
204
A tabela refere que 20 das 29 questotildees satildeo consideradas uma auto-
idenficaccedilatildeo de sintomas de transtorno de estresse seguindo as seguintes definiccedilotildees
de cada criteacuterio
B4- mal-estar psicologico intenso com a exposiccedilatildeo a estiacutemulos internos ou
externos que simbolizem ou se assemelham a aspectos acontecimento traumaacutetico
C1- esfoccedilo para evitar pensamentos sentimentos ou conversas assocadas ao
acontecimento estressor
C2- Evitamento persistente dos estimulos atividades pensamentos ou
conversas associadas ao acontecimento estressor
C4- Interesse ou participaccedilatildeo em atividades fortemente diminido
C5- Sentir-se desligado ou estranho em relaccedilatildeo aos outros
D3- Dificuldade de concentraccedilatildeo
F- A perturbaccedilatildeo causa mal estar clinicamente significativo ou deficiencia
social ocupacional ou em qualquer outra aacuterea importante do funcionamento
Foi considerando que o instrumento natildeo refere o tempo de exposiccedilatildeo ao
estiacutemulo estressor o qual se considera relevante o conhecimento do processo ou
seja como elas chegaram aos sintomas buscando causas imediatas sejam elas
patologicas ou fisioloacutegicas e delinear retrospectiva causal
Os outros 9 items natildeo estatildeo relacionados com aspectos e criteacuterios do
transtorno analisando portanto natildeo estatildeo presentes na anaacutelise
Caracteriacutesticas Especiacuteficas agrave cultura e agrave Idade
Em vista as dificuldades do jovem em relatar a diminuiccedilatildeo no interesse por
atividades significativas e limitaccedilatildeo do afeto este sintoma deve ser atentamente
avaliado mediante relatos feitos pelos pais professores e outros observadores
Seguindo as consideraccedilotildees do evento estressor pode-se afirmar que se
desencadeia do Transtorno de Estresse e potencializa-se o desenvolvimento de um
conjunto de reaccedilotildees neurofisioloacutegicas intensas em qualquer jovem Quanto agraves
reaccedilotildees essas enquadram-se num conjunto de sinais e sintomas correspondentes agrave
sindrome descrita no DSM-IV revela-se que o individuo exposto neste caso
especiacutefico ldquofones auriculares conectados no Aparelho Celular para ouvir muacutesica e a
exposiccedilatildeo diaacuteria aos ruiacutedos do entorno do CEPMAT oriundos do meio de transporterdquo
desenvolvem comportamentos caracterizados por Transtorno de Estresse
205
Aleacutem de todas as consequecircncias jaacute expostas eacute preciso atentar para o fato de
que a maioria dos jovens natildeo consegue superar os sintomas sem tratamento
especializado seja esse psicoteraacutepico medicamentoso e apoacutes realizaccedilatildeo de
exames especiacuteficos tais como auditivo e de forum psiquicos ou a combinaccedilatildeo de
ambos
Em resumo os comportamentos instalados apoacutes a situaccedilatildeo de estresse
podem ser agrupados em trecircs grandes categorias reminiscecircncia da situaccedilatildeo
traumaacutetica esquiva ou embotamento afetivo e hiperestimulaccedilatildeo do sistema
cognitivo
Apoacutes a descriccedilatildeo sobre o quadro de sintomas na situaccedilatildeo de estresse
referente ao questionaacuterio apresentado aos alunos no Coleacutegio CEPMAT e as
consequecircncias que este gera no aluno conclui-se que seria necessario a
intervenccedilatildeo da psicologia para um diagnostico a respeito da gravidade e das
consequecircncias agrave pessoa e agrave sociedade
Curitiba 09 de maio 2014
_________________________________
(Claudia Nepomuceno Pinto Costa)
Licenciada em Psicologia pelo Instituto Piaget de Almada ndash Portugal
Mestre em Psicologia Comunitaacuteria e proteccedilatildeo de Menores pela Universidade
de Lisboa - Portugal
206
REFERENCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
American Psychiatric Association (APA) Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-Fourth Edition Text Revision Washington DC APA 2000 4a ed (Traduccedilatildeo no Brasil Artmed 2003) BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014
207
ANEXO IV - FOTO DECIBELIacuteMETRO
208
ANEXO V - NBR 10151
209
210
211
212
ANEXO VI ndash NBR 10152
213
214
215
216
ANEXO VII - NBR133691995
217
218
219
ANEXO VIII - PLANTA BAIXA ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT PLANTA
BAIXA
220
ANEXO IX ndash LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO
CEPMAT
LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO COLEacuteGIO
ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA
CONTRATANTE JEREMIAS FERREIRA DA COSTA
COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXERA
CAPAtildeO DA IMBUIA ndash CURITIBA ndashPR
RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO VERGINIO LUIZ STANGHERLIN
ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO
CREA ndash PR 110468D
LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO
Objeto
Tem o objetivo do presente laudo aferir o niacutevel de ruiacutedo gerado pelas atividades da
ferrovia linha de expresso e Via Raacutepida que possa importunar os alunos
professores e funcionaacuterios do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira
Baseado nos resultados deste laudo seraacute possiacutevel detalhar as soluccedilotildees para
minimizar o ruiacutedo que possa prejudicar a populaccedilatildeo do referido Coleacutegio endereccedilo
Avenida Presidente Affonso Camargo 3463 - Capatildeo da Imbuia Curitiba - PR
221
Descriccedilatildeo do Local
O local de maior geraccedilatildeo de ruiacutedo eacute proacuteximo agrave Avenida Presidente Affonso
Camargo aonde temos a linha de ocircnibus expresso via raacutepida e linha do trem
Proacuteximo a avenida temos a Secretaria salas de aula Biblioteca Laboratoacuterio de
Quiacutemica e Fiacutesica
Materiais e Meacutetodos
As mediccedilotildees de niacutevel de pressatildeo sonora foram realizadas respeitando as
recomendaccedilotildees da norma NBR 101511987 ndash Avaliaccedilatildeo do Ruiacutedo em Aacutereas
Habitadas visando o conforto da comunidade ndash Procedimento
Foi utilizado o equipamento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital
comumente denominado decibeliacutemetro O aparelho utilizado apresenta o niacutevel de
pressatildeo sonora equivalente Leq valor que eacute considerado para mediccedilotildees de ruiacutedo
contiacutenuo
Instrumento Utilizado para Mediccedilatildeo dos Niacuteveis de Ruiacutedo
Foi utilizado um instrumento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital
Marca AZCE ndash nuacutemero de seacuterie N304849
Modelo AZCE ndash 8926
Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB
Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear
Respostas Fast e Slow
222
Metodologia da Mediccedilatildeo
O local de maior niacutevel de ruiacutedo encontra-se proacuteximo agrave Avenida Presidente Affonso
Camargo Como o intuito deste trabalho eacute analisar se o ruiacutedo importuna os alunos
professores funcionaacuterios as mediccedilotildees foram executadas no lado interno da
edificaccedilatildeo Mediu-se tambeacutem o niacutevel de ruiacutedo com pessoas e sem pessoas para se
determinar o ruiacutedo gerado pela escola No periacuteodo da manhatilde satildeo intervalos
compreendidos das 7h30 as 11h45 e no periacuteodo da tarde das 13h30 as 17h30 e no
periacuteodo da noite das 19h00 as 22h30 No local analisado o ruiacutedo tem caracteriacutestica
constante natildeo apresentando ruiacutedos de impacto foram medidos por um medidor de
pressatildeo sonora no modo ldquoLeqrdquo na curva de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta
ldquoSlowrdquo (lenta) O aparelho medidor de pressatildeo sonora apresenta os resultados de
Leq a cada minuto
Apesar de ser caracterizado como contiacutenuo o ruiacutedo apresenta pequenas flutuaccedilotildees
e portanto deve ser apresentado como Leq - Niacutevel Meacutedio de Som Contiacutenuo
Equivalente Nesse meacutetodo de mediccedilatildeo eacute obtido um niacutevel de ruiacutedo contiacutenuo que
possui a mesma energia acuacutestica que os niacuteveis flutuantes originais durante um
periacuteodo de tempo O princiacutepio da mesma energia assegura a precisatildeo do meacutetodo
para avaliaccedilatildeo dos efeitos do ruiacutedo sobre o aparelho auditivo sendo adotado pela
norma ISO e muitas normas nacionais Preveniu-se o efeito de ventos sobre o
microfone com o uso de protetor conforme instruccedilotildees do fabricante As mediccedilotildees
foram em pontos afastados aproximadamente 12 m do piso e a 1 m da parede da
sala
Caracteriacutesticas da Mediccedilatildeo
223
Foram efetuadas duas mediccedilotildees do niacutevel de ruiacutedo em cada periacuteodo durante cinco
dias em trecircs horaacuterios distintos
TABELA ndash AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) ORIUNDOS DO EXTERIOR DO CEPMAT E MEDIDOS NO INTERIOR
DiaMecircs
Sala
Periacuteodo
Com a presenccedila do trem Carros ocircnibus Caminhotildees e estudantes
Sem a presenccedila do trem com carros ocircnibus caminhotildees e estudantes
0110
Biblioteca
Manhatilde Tarde Noite
9644 9452 8573
8436 8809 6516
0710
Laboratoacuterio de
Informaacutetica
Manhatilde Tarde Noite
9603 9271 8898
8886 8324 7546
0510
Auditoacuterio
Manhatilde Tarde Noite
9620 10000 8805
8654 8736 6522
FONTE COSTA 2014 COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALLHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
TABELA - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO CEPMAT EM SALAS DE AULA
DiaMecircs
Sala
Periacuteodo
Com a presenccedila do trem Carros e Ocircnibus Caminhotildees e de estudantes dB(A)
Sem a presenccedila do trem com fluxo normal de Carros ocircnibus caminhotildees e presenccedila de estudantes dB(A)
0210
Sala de Aula 10
Manhatilde Tarde Noite
9432 9546 8871
8370 7946 7223
0210
Sala de Aula 11
Manhatilde Tarde Noite
8998 9230 7253
8008 7525 7377
0210
Sala de Aula 12
Manhatilde Tarde Noite
9513 9688 8619
7796 7253 7189
0310
Laboratoacuterio de Fiacutesico-quiacutemica 13
Manhatilde Tarde Noite
9635 8350 8685
8745 6947 7889
FONTE COSTA 2014 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
224
Anaacutelise dos resultados
Na falta de valores de ruiacutedo para servirem de referecircncia servimo-nos da
Norma Regulamentadora nordm 15 do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego ndash Atividades e
Operaccedilotildees Insalubres norma esta que trata da seguranccedila ao trabalhador exposto
ao ruiacutedo contiacutenuo e outras fontes de insalubridade Especificamente no anexo I da
NR 15 cita-se qual eacute o Limite de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente a
tabela ilustra qual o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo diaacuteria ao agente insalubre de
acordo com o niacutevel de ruiacutedo existente O primeiro valor que consta na tabela eacute 85
dB para um tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo de 8 horas diaacuterias
ANEXO Nordm 1
LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE
NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA dB(A) MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
225
Conclusatildeo
Diante dos fatos e analisando os resultados obtidos nota-se que o ruiacutedo a ser
gerado pelo empreendimento eacute bem abaixo do limite considerado insalubre pela
norma em questatildeo Lembrando-se que o ruiacutedo tem o pico durante os intervalos de
aula trecircs no total com duraccedilatildeo de vinte minutos cada somente no periacuteodo diurno e
considerando-se ainda que a edificaccedilatildeo contaraacute com as soluccedilotildees acuacutesticas
atenuadoras de ruiacutedos para evitar a propagaccedilatildeo do som para o lado externo
conclui-se que os valores de ruiacutedo gerados natildeo seratildeo causadores de infortuacutenios aos
vizinhos
Encerramento
O responsaacutevel teacutecnico pelo trabalho coloca-se ao inteiro dispor para os
esclarecimentos necessaacuterios O presente laudo consta de seis paacuteginas digitadas de
um soacute lado rubricadas e uma folha de capa sendo a uacuteltima assinada
Curitiba 24 de fevereiro de 2014
Verginio Luiz Stangherlin
Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho
CREA-PR 110468D
Tel (41) 33732 3009 ndash 9707 3000
226
ANEXO X - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE
OUVIDO CONECTADOS AO APARELHO CELULAR
LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE OUVIDO
CONECTADOS AO APARELHO CELULAR
CONTRATANTE JEREMIAS FERREIRA DA COSTA
COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXERA
AVENIDA AFONSO CAMARGO 3463 - CAPAtildeO DA IMBUIA ndash CURITIBA ndash PR
RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO VERGINIO LUIZ STANGHERLIN
ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO
CREA ndash PR 110468D
LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO
Objeto
Tem o objetivo do presente laudo aferir os niacuteveis de ruiacutedos gerados pelos
fones auriculares conectados ao Aparelho Celular dos alunos do Coleacutegio Estadual
Professora Maria Aguiar Teixeira quando ouve muacutesica
Baseado nos resultados deste laudo seraacute possiacutevel detalhar possiacuteveis efeitos
desta exposiccedilatildeo aos ruiacutedos que possa prejudicar a comunidade escolar do referido
Coleacutegio endereccedilo Avenida Presidente Affonso Camargo 3463 - Capatildeo da Imbuia
Curitiba - PR
Descriccedilatildeo do Local
O local de geraccedilatildeo de ruiacutedo satildeo os fones de ouvido conectados ao Aparelho Celular
de diversos modelos A afericcedilatildeo foi feita de forma aleatoacuteria sem verificar a seacuterie a
que os alunos do ensino meacutedio estatildeo cursando
227
Materiais e Meacutetodos
As mediccedilotildees de niacutevel de pressatildeo sonora foram realizadas respeitando as
recomendaccedilotildees da norma NBR 101511987 ndash Avaliaccedilatildeo do Ruiacutedo em Aacutereas
Habitadas visando o conforto da comunidade ndash Procedimento
Foi utilizado o equipamento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital
comumente denominado decibeliacutemetro O aparelho utilizado apresenta o niacutevel de
pressatildeo sonora equivalente Leq valor que eacute considerado para mediccedilotildees de ruiacutedo
contiacutenuo
Instrumento Utilizado para Mediccedilatildeo dos Niacuteveis de Ruiacutedo
Foi utilizado um instrumento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital
Marca AZCE ndash nuacutemero de seacuterie N304849
Modelo DEC ndash 8928
Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB
Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear
Respostas Fast e Slow
Metodologia da Mediccedilatildeo
O intuito desta anaacutelise eacute abordar uma afericcedilatildeo dos niacuteveis de ruiacutedos que os alunos
do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira estatildeo expostos durante o
periacuteodo que estatildeo utilizando o Aparelho Celular com o fone de ouvido para ouvir
muacutesica durante o periacuteodo que estatildeo no coleacutegio
A afericcedilatildeo foi realizada durante as aulas por um periacuteodo de dois meses perfazendo
um dia de cada semana isto eacute segunda terccedila quarta quinta e sexta nos meses de
outubro e novembro de 2013 Foram medidos por um medidor de pressatildeo sonora no
228
modo ldquoLeqrdquo na curva de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta ldquoSlowrdquo (lenta) O
aparelho medidor de pressatildeo sonora apresenta os resultados de Leq a cada minuto
Foi pedido aos alunos que permitissem fazer a afericcedilatildeo dos niacuteveis de ruiacutedo do fone
de ouvido colocando o som no modo em que os alunos ouvem a maior parte do
tempo
Caracteriacutesticas da Mediccedilatildeo
Foi efetuada uma meacutedia de trinta (30) afericcedilotildees diaacuterias nos meses de outubro e
novembro contando os dias da semana (segunda terccedila quarta quinta e sexta) do
fone de ouvido do Aparelho Celular
1 TABELA DE NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES CONECTADOS AO APARELHO CELULAR
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5
Meacutedia Diaacuteria
Segunda
Nordm Alunos dB (A)
08 96
06 97
5 98
4 102
7 116
30 1118
Terccedila
Nordm Alunos dB (A)
06 98
5 92
7 99
8 94
4 99
30 1003
Quarta
Nordm Alunos dB (A)
07 92
8 99
9 96
3 99
3 115
30 1011
Quinta
Nordm Alunos dB (A)
08 82
6 101
6 98
5 96
5 99
30 971
Sexta
Nordm Alunos dB (A)
06 98
5 114
8 113
6 98
5 98
30 1057
Meacutedia dB(A)
1032
FONTE COSTA 2013 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALLHO ENG VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN
229
Anaacutelise dos resultados
Na afericcedilatildeo realizada com os alunos nos turnos de aula no Coleacutegio Estadual
Profordf Maria Aguiar Teixeira constatou-se uma intensidade do ruiacutedo de 1032 dB(A)
meacutedia para o fone de ouvido do Aparelho Celular em intensidade superiores a
permitida para uma jornada de 8 horas diaacuterias de 85 dB(A) Podendo ocorrer
incocircmodos perturbaccedilotildees sintomas de estresse prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo Sintomas
previstos no Protocolo de complexidade diferenciada 5 do Ministeacuterio da Sauacutede
2006
A NR 15 anexo nordm 01 estabelece que as pessoas em qualquer ambiente de
trabalho natildeo poderatildeo ficar expostas a 85 dB(A) em um periacuteodo maior que 8 horas
diaacuterias
No entanto a maioria de estudantes avaliados na tabela acima escuta
musicas no fone de ouvido do Aparelho Celular a uma faixa de intensidade maior
que 103 dB(A) e de acordo com a NR 15 Anexo nordm 1 pessoas expostas nesta
intensidade de ruiacutedo podem ficar no maacuteximo 45 minutos por dia
Conclusatildeo
Na falta de valores de ruiacutedo para servirem de referecircncia servimo-nos da
Norma Regulamentadora nordm 15 do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego ndash Atividades e
Operaccedilotildees Insalubres norma esta que trata da seguranccedila ao trabalhador exposto
ao ruiacutedo contiacutenuo e outras fontes de insalubridade Especificamente no anexo I da
NR 15 cita-se qual eacute o Limite de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente a
tabela ilustra qual o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo diaacuteria ao agente insalubre de
acordo com o niacutevel de ruiacutedo existente O primeiro valor que consta na tabela eacute 85
dB(A) para um tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo de 8 horas diaacuterias
230
LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE
NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA dB(A) MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos 105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Desta forma concluo que os alunos que estatildeo expostos a esses niacuteveis de
pressatildeo sonora podem ter prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo ou perda auditiva em poucos anos
por ser sutil causa impactos significativos na vida das pessoas gerando dificuldades
na comunicaccedilatildeo por prolongamento de exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis sonoro o que
pode causar perda auditiva irreversiacutevel assim o tempo de exposiccedilatildeo satildeo fatores
determinantes da capacidade de prejudicar a audiccedilatildeo
231
Os Aparelhos Celulares tecircm grande capacidade de armazenamento com
bateria cada vez mais duradoura estas possibilidades contribuem para que os
estudantes ouccedilam muacutesica durante horas sem parar em volume muito acima das
recomendadas pela NR 15 Anexo 1 e pelo Protocolo de Complexidade Diferenciada
5 de 2006
Encerramento
O responsaacutevel teacutecnico pelo trabalho coloca-se ao inteiro dispor para os
esclarecimentos necessaacuterios O presente laudo consta de seis paacuteginas digitadas de
um soacute lado rubricadas e uma folha de capa sendo a uacuteltima assinada
Curitiba 12 de fevereiro de 2014
Verginio Luiz Stangherlin
Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho
CREA-PR 110468D
232
APEcircNDICES
233
APEcircNDICE 1 - LEVANTAMENTO SOBRE O USO DO CELULAR NA
ESCOLA
COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA
Turno______ Seacuterie______ Idade _________
1 ndash Vocecirc possui um Telefone Celular
a) Sim
b) Natildeo
c) eu uso um que natildeo eacute meu
2- Vocecirc traz o Telefone Celular para a escola
a) Sempre
b) quase sempre
c) agraves vezes
d) nunca
3 ndash Quanto tempo vocecirc usa o Telefone Celular ao longo do dia para qualquer de
suas funccedilotildees
a)Nunca uso celular
b)Menos de 2 horas por dia
c)Mais de 2 horas e menos de 4 horas por dia
d)Mais de 4 horas e menos de 8 horas por dia
f)Mais de 8 horas e menos de 12 horas por dia
g)Mais de 12 horas por dia
h)Meu uso eacute bastante variado de um dia para outro
i)Natildeo sei informar
4 ndash Quais as funccedilotildees do Telefone Celular que vocecirc utilizou na sala de aula sem
relaccedilatildeo com a aprendizagem
a)Ouvir muacutesica
b) Fazer e receber ligaccedilotildees
c)Receber e enviar mensagens
d)Calculadora
e)Agenda de telefone
234
f)Maacutequina fotograacutefica
g)Acessar a Internet (e-mail facebook skype etc)
h)Outras Escreva aqui _______________________________________
i)Natildeo trago o celular para a escola
j)Natildeo tenho telefone celular
5 ndash Na sala de aula vocecirc alguma vez jaacute utilizou o Telefone Celular para ajudar na
sua aprendizagem
a)Ouvir muacutesica
b) Fazer e receber ligaccedilotildees
c)Receber e enviar mensagens
d)Calculadora
e)Agenda de telefone
f)Maacutequina fotograacutefica
g)Acessar a Internet (e-mail facebook skype etc)
h)Outras Escreva aqui _______________________________________
i)Natildeo trago o celular para a escola
j)Natildeo tenho celular
6ndash Quanto vocecirc gasta em meacutedia em creacuteditos por mecircs
a) ateacute R$12 por mecircs
b) Entre R$ 13 e R$3000 por mecircs
c) Entre R$ 31 e R$5000 por mecircs
d) Mais de R$ 5000 por mes
e) Natildeo gasto com creacuteditos
f) Natildeo sei
7 ndash Vocecirc sabia que o regimento escolar proiacutebe o uso do Telefone Celular na sala de
aula
a) Sim
b) Natildeo
c) sabia mas uso assim mesmo
d) Sabia mas eu uso soacute esporadicamente
8 ndash Vocecirc jaacute ouviu dizer que o Telefone Celular pode trazer problemas para a
audiccedilatildeo
a) jaacute dizer e parei de usar o Telefone Celular
b) natildeo ouvi dizer e natildeo dizer e natildeo me interesso por isso
c) nunca ouvi falar sobre isso
d) Jaacute ouvi dizer mas natildeo me importo pois continuo usando da mesma forma
e) jaacute ouvi dizer e parei de usar o celular
235
APEcircNDICE 2 - TESTES DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSE
TESTE DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS
SINTOMAS DE ESTRESSE
MARQUE UM ldquoXrdquo na coluna correspondente a
sua opiniatildeo
Idade_____ Sexo______ Seacuterie_______ Turma
_______
De
je
ito
ne
nh
um
Rara
me
nte
As v
ev
eze
s
Fre
qu
en
tem
en
t
e
Se
mp
re
Natildeo
se
i
Natildeo
m
e
imp
orto
1 2 3 4 5 6 7
1 O Coleacutegio eacute ruidoso por causa dos trens carros e
ocircnibus que passam em frente
2 A biblioteca do Coleacutegio eacute um local adequado e silencioso para eu realizar pesquisas e outras atividades
3 O ruiacutedo do trem natildeo me incomoda quando estou assistindo aula
4 Jaacute me senti prejudicado pelo ruiacutedo do trem quando estava fazendo avaliaccedilotildees e trabalhos de pesquisa na sala de aula
5 Jaacute ouvi zumbidos depois de escutar os ruiacutedos dos
trens carros e ocircnibus
6 Nada pode ser feito para alterar as condiccedilotildees de
ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus na frente do Coleacutegio
7 Tenho dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando a empresa ALL testa os freios dos trens em frente ao Coleacutegio
8 Meu niacutevel de concentraccedilatildeo e desempenho nas
avaliaccedilotildees natildeo se altera quando o trem passa
9 A exposiccedilatildeo ao ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus
me deixa esgotado no final do periacuteodo de aula
10 Ruiacutedos intensos como das muacutesicas que ouccedilo no celular ou dos trens carros e ocircnibus que passam em frente ao coleacutegio natildeo me incomodam
11 Perco a concentraccedilatildeo quando o trem passa em
frente ao Coleacutegio no horaacuterio das aulas
12 Deixo de ouvir muacutesicas no celular para natildeo me
expor excessivamente aos ruiacutedos
13 Ouccedilo zumbidos depois de escutar muacutesica em
alto volume no celular durante algum tempo
14 As muacutesicas que ouccedilo no celular atrapalham
minha concentraccedilatildeo na aula
15 Meus ouvidos doem quando ouccedilo muacutesica no
celular
236
16 Percebo que a quantidade de ruiacutedo a que sou
exposto fora da escola e tambeacutem quando ouccedilo muacutesicas no celular eacute maior do que posso suportar
17 Sei que ouvir muacutesica no celular pode prejudicar
minha audiccedilatildeo
18 Perco energia ao ouvir muacutesica no celular
19 Sinto-me sobrecarregado tanto pela quantidade
de ruiacutedo externo agrave escola (trens carros ocircnibus) quanto ao ouvir muacutesica no celular em volume acima da meacutedia
20 Ouccedilo muacutesica em volume alto para me
concentrar para estudar para as provas para fazer os trabalhos escolares
21 Quando fico exposto a ruiacutedos desanimo facilmente
22 Levo muito tempo para relaxar quando estou estressado por causa do barulho
23 Sinto-me tatildeo cansado e sobrecarregado por causa do ruiacutedo intenso durante o periacuteodo de aula que acabo ldquome desligandordquo do ambiente escolar
24 Sinto-me bem tendo muito ruiacutedo no meu entorno (dentro e fora da sala) durante o periacuteodo de aula
25 Quando acordo de manhatilde fico cansado soacute de pensar que terei que ouvir muitos ruiacutedos externos durante as aulas
26 Fico feliz por poder ouvir muacutesica no celular
quando estou em aula
27 Natildeo consigo ficar sem ouvir musicas no celular
durante o periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o regimento escolar me proiacutebe de usa-lo
28 Natildeo fui informado sobre quais equipamentos eletrocircnicos (Aparelho Celular) posso usar no periacuteodo das aulas
29 Participei ativamente de reuniotildees e discussotildees
para a construccedilatildeo do Regimento Escolar do coleacutegio
237
APEcircNDICE 3 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu (nome por extenso)___________________________________________
portador da ceacutedula de Identidade RG________________________________
AUTORIZO meuminha filho (a) (nome por extenso)
________________________________________________a participar da pesquisa
intitulada ldquoPoluiccedilatildeo Sonora que trem eacute esse no meu celularrdquo bem a publicaccedilatildeo de
resultados em Revistas Acadecircmicas Livros Conferecircncias etc para uso interno
desta instituiccedilatildeo de ensino
A presente autorizaccedilatildeo eacute concedida a tiacutetulo gratuito abrangendo a aplicaccedilatildeo
de um Questionaacuterio e um Teste de AutoIdentificaccedilatildeo de Alguns Sintomas de
Estresse acima mencionada em todo territoacuterio nacional e no exterior em todas as
suas modalidades e destaque das seguintes formas (i) miacutedia eletrocircnica (paineacuteis
viacutedeos entre outros)
Deste modo por esta ser a expressatildeo da minha vontade declaro que autorizo
livre e espontaneamente o uso acima descrito sem que nada possa a ser reclamado
a tiacutetulo de direitos conexos agrave imagem ou qualquer outro bem como assino a
presente autorizaccedilatildeo
Curitiba ______ de ____________________ de 2013
Pai Responsaacutevel