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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ MARIANA DELLA ENNS PRODUÇÃO DE UMA REVI STA ELETRÔNICA TELEV ISIVA INFANTOJUVENIL C URITIBA 201 6

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

MARIANA DELLA ENNS

PRODUÇÃO DE UMA REVI STA ELETRÔNICA TELEV ISIVA INFANTOJUVENIL

C URITIBA

201 6

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MARIANA DELLA ENNS

PRODUÇÃO DE UMA REVISTA ELETRÔNICA TELEVISIVA INFANTOJUVENIL

Monografia apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Especialista em Comunicação Social - Jornalismo, Setor de Artes, Comunicação e Design, da Universidade Federal do Paraná.

Orientador: Prof. Dr. Elson Faxina

Prof ª Msc. Rosângela Stringari

CURITIBA

2016

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TERMO DE APROVAÇÃO

MARIANA DELLA ENNS

PRODUÇÃO DE UMA REVISTA ELETRÔNICA TELEVISIVA INFANTOJUVENIL

Monografia apresentada como requisito parcial à para obtenção do grau de Especialista no Curso de Comunicação Social - Jornalismo, Setor de Comunicação, Artes e Design, da Universidade Federal do Paraná.

_____________________________________________

Prof. Dr. Elson Faxina

Orientador: Departamento Comunicação Social, UNIVERSIDADE FEDERAL DO

PARANÁ

_____________________________________________

Profª Msc. Rosângela Stringari

Convidada: Departamento Comunicação Social, UNIVERSIDADE FEDERAL DO

PARANÁ

_____________________________________________

Msc. Aline Nunes Silva

Convidada: Jornalista

Curitiba, 15 de Dezembro de 2016.

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AGRADECIMENTOS

Foram tantas as pessoas envolvidas na elaboração deste trabalho que é difícil

começar a agradecer!

A ideia de misturar em um produto jornalismo e criança surgiu na aula de rádio

com a professora Rosângela, eu não imaginei que um pequeno trabalho de classe ia

se tornar meu TCC. Obrigada professora por incentivar a criatividade em sala de aula

e por ter sido uma grande primeira orientadora.

No segundo semestre ganhei de presente outro orientador ótimo e

participativo. Obrigada professor Faxina por me conduzir em todo o processo de

produção do Jornal com Cereal.

Agradeço também à UFPR TV que durante a produção do trabalho foi muito

mais do que um ambiente de estágio. Obrigada por terem aberto as portas para a

gravação do programa e obrigada a todas as pessoas maravilhosas que fazem parte

dessa equipe e que me apoiaram, ajudaram e debateram ideias comigo.

Muito do trabalho inevitavelmente vai pra casa e eu só posso agradecer a

minha grande equipe de apoio – que muitas vezes colocou a mão na massa. À minha

família e ao meu noivo eu sou imensamente agradecida. Qualquer carga é mais leve

e qualquer caminho mais divertido quando eu tenho vocês comigo. Vocês são incríveis!

E meu maior agradecimento vai para quem me deu a criatividade, a energia

cada dia e meu maior companheiro. Todo o crédito para Deus que demonstrou seu

amor, carinho e atenção em cada segundo da elaboração do projeto.

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As pessoas grandes não

compreendem nada sozinhas, e é

cansativo, para as crianças, estar toda hora

explicando.

(SAINT-EXUPÉRY, 1944, 8.)

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RESUMO

A televisão é importante na vida dos brasileiros e no seu reconhecimento como nação (BUCCI, 1991) e é igualmente presente na vida de crianças. Dados do Ibope 2014 revelam que o tempo médio nacional por dia de exposição à TV é de 5h35. Tendo isso em mente é importante que a televisão contemple as crianças com uma programação direcionada para a faixa etária e que possa ser um meio para o completo desenvolvimento da cidadania.

Este trabalho tem por objetivo a elaboração e a produção de uma revista eletrônica televisiva para o público infantojuvenil - crianças com idade entre 8 e 12 anos. Para isso, foi feito um levantamento bibliográfico sobre televisão e telejornalismo no Brasil, bem como sobre crianças e as fases de desenvolvimento. Também foram realizadas entrevistas com crianças para compreender as preferências de temas para a produção do programa, e uma entrevista com uma pedagoga especializada, para compreender melhor o público infantil e suas particularidades.

Palavras-chave: Infantojuvenil. Televisão. Jornalismo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9

1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA .................................................................... 9

2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 9

3 OBJETIVOS ........................................................ .................................................. 10

3.1 Objetivo geral ........................ ............................................................................. 10

3.2 Objetivos específicos............................................................................................ 10

4 METODOLOGIA ..................................................................................................... 10

CAPÍTULO 1: A TELEVISÃO NO BRASIL .............................................................. 13

TELEJORNALISMO E REVISTA ELETRÔNICA ...................................................... 15

CAPÍTULO 2: CRIANÇA E TELEVISÃO .................................................................. 20

CAPÍTULO 3: ENTREVISTAS .................................................................................. 24

ENTREVISTA COM PEDAGOGA ............................................................................. 24

ENTREVISTA COM CRIANÇAS ................................................................................ 24

CAPÍTULO 4: PRODUÇÃO ...................................................................................... 27

1 PRÉ-PRODUÇÃO .................................................................................................. 27

1.1 Briefing ................................................................................................................ 27

1.2 Entrevistas ........................................................................................................... 27

1.3 Roteiros ............................................................................................................... 28

2 PRODUÇÃO ........................................................................................................... 28

2.1 Entrevistas ........................................................................................................... 28

2.2 Gravação das reportagens .................................................................................. 29

2.3 Gravação do programa ........................................................................................ 29

3 PÓS PRODUÇÃO .................................................................................................. 29

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 31

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 33

ANEXO 1: ENTREVISTA CRIANÇAS ...................................................................... 36

ESCOLA MUNICIPAL CEI PROFESSORA TEREZA MATSUMOTO ....................... 36

COLÉGIO ERASTO GAERTNER ............................................................................. 49

ANEXO 2: ENTREVISTA PROFESSORA PEDAGOGA .......................................... 71

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ANEXO 3: BRIEFING PRÉ-ENTREVISTAS ORIGINAL .......................................... 75

ANEXO 4: RELATÓRIO VT ADOÇÃO ..................................................................... 78

ANEXO 5: RELATÓRIO VT JUROS......................................................................... 80

ANEXO 6: ROTEIRO JORNAL COM CEREAL ....................................................... 82

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INTRODUÇÃO

1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA

O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê em seu artigo 71 que na infância

todos têm direito à informação direcionada para sua idade:

Art. 71. A criança e o adolescente têm direito à informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.

Porém se a informação chegar à criança de forma inapropriada, ou não

pensada para as necessidades especiais da idade, ela pode ser ineficaz e/ou

prejudicial.

Não existe nas emissoras acessadas em Curitiba um programa que se

preocupe em transmitir fatos noticiosos levando em consideração a peculiaridade do

público infantojuvenil. O presente trabalho é a elaboração e a produção de uma revista

eletroeletrônica televisiva desenvolvida para o público infantojuvenil.

2 JUSTIFICATIVA

Garantir uma fonte de informação qualificada e direcionada é a melhor

maneira de colocar em prática o artigo 71 do Estatuto da Criança e do Adolescente,

além disponibilizar para as crianças um meio de se tornar cidadão crítico através da

posse de informações. Para tanto é necessário que um programa de veiculação

abrangente se preocupe em cuidar de todos os aspectos técnicos e de construção

(linguagem, duração, profundidade, etc) na hora de transmitir informações noticiosas,

para que eles contemplem o público alvo tão específico.

O presente trabalho lança mão de pesquisas bibliográficas e entrevistas para

compreender a melhor forma de elaborar um telejornal infantil e produz a versão piloto

desse jornal.

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Criar uma revista eletrônica televisiva, para veiculação em televisão aberta,

para crianças entre 8 e 12 anos de idade, possibilitando ao público infantojuvenil o

acesso à informação noticiosa, visando o desenvolvimento da cidadania por meio da

informação.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Adequar a linguagem e a profundidade no tratamento de temas para criar uma

revista eletrônica direcionada para o público infantil.

b) Criar quadros de temas educativos e de interesse do público alvo para

complementar a edição da revista eletrônica.

c) Despertar no público infantil o gosto pela informação e capacitá-lo para a

compreensão dos conteúdos veiculados

4 METODOLOGIA

Este trabalho é composto por duas etapas principais. Inicialmente realiza-se

um levantamento bibliográfico para a familiarização com o assunto e compilar

subsídios para a segunda etapa. O levantamento teórico é abordado em dois

capítulos: o primeiro trata da televisão no Brasil, discorrendo sobre o telejornalismo e

a revista eletrônica. O segundo capítulo trata do público a que se direciona a revista

eletrônica, portanto as crianças e seu relacionamento com a televisão. A segunda

etapa do trabalho é a produção de uma revista eletrônica infantil para crianças entre

8 e 12 anos de idade. A revista será transmitida três vezes por semana – nas

segundas, quartas e sextas – e trará em sua programação conteúdos noticiosos e

diversos de interesse da faixa etária selecionada. A duração será entre 15 e 17

minutos, não sendo previsto para o piloto intervalos comerciais.

A primeira parte do estudo, consiste em realizar um levantamento bibliográfico

sobre informações que possam fundamentar a produção da revista eletrônica e

auxiliar na compreensão do público alvo infantil e suas peculiaridades. Para tanto

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foram pesquisou-se em livros, artigos e sites que contemplam temas relacionados a

televisão, telejornalismo, infância e a relação de crianças com o meio televisivo.

Antes de tratar sobre programa televisivo para crianças é preciso voltar às

origens e falar sobre televisão. Então realizou-se um breve apanhado histórico sobre

a presença da televisão no Brasil e em seguida discorreu-se sobre seu avanço no país

e suas peculiaridades enquanto meio de comunicação. Para essa primeira parte,

autores como Eugênio Bucci, Dominique Wolton e Pierre Bourdieu foram essenciais

para embasar a importância da televisão e o que ela representa no cotidiano das

pessoas, principalmente no Brasil.

Em realizou-se uma pesquisa sobre telejornalismo de maneira geral e no

Brasil. Foram abordados temas como: a maneira que o gênero tem se desenvolvido e

se alterado com o tempo e o avanço tecnológico e as características inerentes ao

telejornalismo que influenciam diretamente nas informações que são transmitidas

através dele.

Os autores principais que estiveram presentes nessa parte da pesquisa foram

Ronaldo Henn com seus estudos sobre as interferências que a pauta sofre ao ser

produzida e as interferências que, por vezes, ela exerce em cima da matéria e do

repórter. Outros autores presentes na pesquisa são Guilherme Rezende e Pierre

Bourdieu.

Para complementar o levantamento bibliográfico realizou-se uma pesquisa,

em formato de entrevistas, com o público alvo: crianças entre 8 e 12 anos de idade, a

chamada terceira infância. Nesta pesquisa de campo (Anexo 1) o objetivo foi

compreender como as crianças estão consumindo os programas de televisão, se

assistem com os pais ou sozinhas, se têm controle sobre o que vão assistir e quando

vão assistir. Na mesma entrevista buscou-se saber dados mais concretos como: quais

os programas favoritos, em que horário assiste à televisão, o que mais chama a

atenção em um programa televisivo e sobre qual tema teria curiosidade assistir na

televisão.

Para adquirir os conhecimentos necessários, também foi realizada uma

entrevista com uma pedagoga, mestre em capacitação de professores e com ampla

experiência no ensino para crianças entre 8 e 12 anos. Na entrevista (Anexo 2) foram

abordados temas como: qual seria a melhor faixa etária do público alvo, quais as

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capacidades cognitivas da terceira infância, qual seria a duração ideal do programa e

como crianças dessa idade assimilam e aprendem informações.

Com o fundamento que o levantamento bibliográfico e as entrevistas

proporcionaram partiu-se para a produção da revista eletrônica.

A primeira etapa da produção foi a criação de um Briefing, como pré pesquisa

de campo. Para isso, foi preciso imaginar como seria o cenário, o nome, a

apresentação e definir todas as características da revista eletrônica como: tempo de

duração, periodicidade, quadros, reportagens, notas, modos de apresentação, etc.

Após essas definições, passou-se a elaborar o roteiro e o script do programa.

Foram então feitas as gravações, entrevistas e pesquisas para a elaboração dos

textos jornalísticos. Em seguida, realizou-se edição final do script e gravado o

programa.

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CAPÍTULO 1: A TELEVISÃO NO BRASIL

Há pouco mais de 60 anos os brasileiros não conheciam a televisão, que só

teve sua estreia no Brasil em abril de 1950. Hoje está em todos os lugares do país:

97,2% das residências brasileiras têm aparelhos televisores, segundo dados do IBGE

2013. Uma pesquisa da Motorola Mobility (2011) mostra que os brasileiros consomem

em média 20 horas semanais de produtos televisivos e o Ibope (2014) revela que

crianças assistem, em média, 5h35 de televisão todos os dias. Muito diferente do início

da televisão no Brasil, que contava com uma grade diária de apenas cinco horas, das

17h às 22h, e no resto do tempo a TV permanecia desligada.

Em um país de tamanho continental, como é o nosso caso, ter um aparelho

de comunicação que alcance a grande maioria da população, é uma forma de permitir

uma identidade nacional que seria mais difícil de alcançar sem o meio. Apesar das

particularidades de cada região e da riqueza de culturas que coexistem, a televisão

aberta e popular criou um ser brasileiro forte em sua identidade e ela se tornou mais

do que apenas um entretenimento.

No Brasil, ela consiste num sistema complexo que fornece o código pelo qual os brasileiros se reconhecem brasileiros. Ela domina o espaço público (ou a esfera pública) de tal forma que, sem ela, ou sem a representação que ela propõe do país, torna-se impraticável a comunicação – e quase impossível o reconhecimento nacional. (BUCCI, 1991, p. 9).

Para Dominique Wolton, espaço público ou a esfera pública para a televisão

se entende como lugar de produção da cidadania.

É o lugar, acessível a qualquer cidadão, no qual se reúne um público para formular uma opinião coletiva. O intercâmbio discursivo de posicionamentos razoáveis, sobre problemas de interesse geral permite o surgimento da opinião pública. (WOLTON, 2000, p. 47).

Ao criar uma força de identidade e uma identificação unificada no país, a

televisão se abre como um espaço público para divulgação de informações

importantes e pertinentes a todos os brasileiros. Esse alcance da difusão de

informações seria inviável sem a tecnologia da comunicação de massa. O andamento

de um processo eleitoral, por exemplo, é de importância e interesse de todos os

brasileiros que, com a televisão (assim como com o rádio e hoje a internet), têm a

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oportunidade de acompanhar ao mesmo tempo o resultado e a posse do novo líder e

foi assim desde seu surgimento. Segundo Rezende, dos meios de comunicação de

massa a televisão é o que mais se ressalta. “Inegavelmente a TV é o principal veículo

de comunicação do sistema de comunicação de massa brasileiro” (REZENDE, 1997,

p. 31).

Eugênio Bucci refere-se à televisão não só como um meio para repassar

informações, mas como um ambiente onde discussões são abertas, ou seja, o veículo

televisivo não é apenas transmissor de conteúdo, mas também produtor. O autor a

classifica como um ambiente aberto e público, a assembleia do Brasil. (BUCCI, 1991).

Na contramão do otimismo de Bucci, muitos dizem que horas gastas na frente

da televisão são horas perdidas. Após levantar esse debate, Arlindo Machado conclui

em seu livro “A televisão levada a sério” (2000) que estabelecer que tudo o que está

na televisão é banalidade, é um equívoco. “Na minha opinião, a televisão é e será

aquilo que nós fizermos dela. Nem ela, nem qualquer outro meio, estão predestinados

a ser qualquer coisa fixa.” (MACHADO, 2000, p. 43).

Ao contrário de outros meios de comunicação de massa, a televisão tem

diversas maneiras de comunicar: pela imagem, pela música e através do texto escrito

ou falado. A imagem e o movimento da imagem que a televisão proporciona facilita a

característica didática que o meio pode assumir e, segundo Rezende, é o “atributo

mais importante do veículo televisão: a possibilidade de exibir imagens dos fatos e

não somente uma descrição verbal.” (REZENDE, 2000, p. 72).

Em contrapartida, Muniz Sodré ressalta que a palavra sozinha vale muito

pouco e que ela deve vir explicada e acompanhada de palavras que lhe deem sentido.

“Ela pode mostrar qualquer coisa, mas tem que explicar, de esclarecer o que mostra.

E nessa operação, as palavras (...) impõem seu poder ao elemento visual” (SODRÉ,

1977, p. 74).

Na proposta desse estudo, a revista eletrônica televisiva infantojuvenil a ser

produzida traz sua aposta no elemento visual e sua posterior explicação, como

ferramenta didática para a apresentação de conteúdos que não são comumente

tratados com crianças.

Para a produção de uma revista eletrônica televisiva infantil a linguagem

utilizada na narração deve ser bem avaliada, já que “para cada circunstância de

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comunicação existe uma forma de linguagem - incluindo escolha lexical - condizente”

(REZENDE, 2000, p. 76). No caso de um programa infantil, essa escolha deve ser tão

melhor avaliada, já que a compreensão do conteúdo deve abranger uma faixa etária

muito específica. A linguagem deve ser clara o suficiente para que assuntos mais

complexos possam ser tratados de forma simplificada, porém completa a ponto de

potencializar uma reflexão e reação frente ao tema tratado. “A mensagem informativa

deve aliar o compromisso prioritário com a inteligibilidade, com o objetivo de

proporcionar, à audiência que a recebe, além da assimilação, a possibilidade de uma

reelaboração crítica dos conteúdos transmitidos.” (REZENDE, 2000, p.64)

Com a expansão da televisão, evoluíram também os estudos sobre os que

estão do outro lado do aparelho: os telespectadores. Depois de muitas fases de estudo

e diversos papéis diferentes aplicados ao espectador, sabe-se atualmente, que o

sentido do que está sendo passado em um programa de televisão é determinado no

momento da recepção do telespectador e não na emissão do conteúdo.

Mentalmente, os telespectadores frente à televisão se veem partícipes de uma seqüência interativa que implica diversos graus de envolvimento e processamento do conteúdo televisivo. Essa sequência começa com a atenção, passa pela compreensão, seleção, valoração do que foi percebido, seu armazenamento e integração com informações anteriores, e finalmente se realiza uma apropriação e produção de sentido. (GÓMEZ, 2005, p. 31).

Considerando o exposto, quando o telespectador alvo são crianças, levar em

consideração a reformulação de sentido que elas vão fazer ao interpretar o conteúdo,

é ainda mais vital para redobrar o cuidado com palavras que possam ser ambíguas

ou pouco claras.

TELEJORNALISMO E REVISTA ELETRÔNICA

O telejornalismo brasileiro seguiu, no seu princípio, o modelo americano de

fazer jornal e muitas das características permanecem até hoje, como é o caso das

hard news, as notícias factuais que buscam transmitir as informações da forma mais

direta possível (REZENDE, 2000).

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Apesar da grande abrangência de público, o jornalismo feito na televisão está

repleto de censuras impostas por situações econômicas, políticas ou até estruturais

do próprio formato

(...) a televisão tem como contrapartida uma formidável censura, uma perda de autonomia ligada, entre outras coisas, ao fato de que o assunto é imposto, de que as condições da comunicação são impostas e, sobretudo, de que a limitação do tempo impõe ao discurso restrições tais que é pouco provável que alguma coisa possa ser dita. (BOURDIEU, 1997, p. 19).

Os assuntos tratados em um telejornal nem sempre são os que os produtores

e repórteres gostariam de tratar. Muitas vezes são assuntos pautados por outras

pessoas ou meios. E é importante lembrar que toda produção de pauta não carrega a

verdade ou o fato em si. “A pauta, que leva o repórter aos acontecimentos ou às

fontes, é um signo resultante da seleção e interpretação de alguma mente” (HENN,

1996, p. 57).

Patrocinadores podem pautar o jornal diretamente quando exigem que o meio

fale do produto ou da empresa, ou ainda vetando alguma denúncia, algum tema ou

até uma notícia de outra empresa concorrente por ameaça de terminar o patrocínio.

Os jornais também podem ser pautados pelo Estado, que concentra uma

grande verba publicitária e a distribui conforme seus interesses e julgamentos. No ano

de 2014, a televisão concentrou 61,15% de toda a verba publicitária, dividida entre

oito meios de comunicação (SANTOS, 2015). Os telejornais se sentem coagidos a

publicar conteúdos de interesse do Estado ou de não publicar críticas para não perder

esse investimento que, por muitas vezes, é o que mantém a redação funcionando.

A audiência pauta os telejornais hoje mais do que nunca por conta de

tecnologias que possibilitam feedback. Se o veículo não cobre algum assunto que o

telespectador considera importante o espectador reage negativamente. Por muitas

vezes, a audiência manda sugestões de pautas, comentários e reclamações que

acabam se tornando pauta para a redação. A teoria que sustenta a hipótese de que

as pessoas vão falar sobre o que os meios de comunicação de massa - aqui entram

os telejornais - publicarem é o agenda setting.

"... um tipo de efeito social da mídia. É a hipótese segundo a qual a mídia, pela seleção, disposição e incidência de suas notícias, vem determinar os temas sobre os quais o público falará e discutirá" (BARROS FILHO, 1995, p. 169)

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A linha editorial do jornal também pode ser um fator limitante para os assuntos

tratados, porque um jornal pode deixar de tratar um determinado tema ou tratar certa

pauta com menos importância ou ainda com um viés muito direcionado e

intencionalmente parcial, se o assunto não estiver de acordo com a linha editorial pré

estabelecida do veículo. “Só pelo enfoque imposto pelos próprios jornais, percebe-se

que a pauta concentra em si força determinante na construção do signo jornalística.

É a porta de entrada do acontecimento rumo à notícia” (HENN, 1996, p. 55).

Até produtores de outros jornais podem pautar seus concorrentes através de

releases compartilhados ou a pressão indireta por cobrir tudo o que o outro está

anunciando. “Em suma, há objetos que são impostos aos telespectadores porque se

impõem aos produtores; e se impõem aos produtores porque são impostos pela

concorrência com outros produtores” (BOURDIEU, 1997, p. 38).

A busca pelo furo, veicular uma informação antes que os outros concorrentes

veiculem, também é uma grande característica do jornalismo. Essa aceleração que o

furo exerce, influencia diretamente na linguagem usada na redação e na profundidade

com que os temas são tratados. A busca por disponibilizar para a audiência a

informação antes que outro meio solte, impede que a televisão tenha tempo para

buscar pautas alternativas ou informações que sejam mais difíceis de se conseguir,

fazendo com que todos os jornais acabem falando sobre a mesma coisa.

Para ser o primeiro a ver e a fazer ver alguma coisa, está-se disposto a quase tudo, e como se copia mutuamente visando a deixar os outros para trás, a fazer antes dos outros, ou a fazer diferente dos outros, acaba por fazerem todos a mesma coisa, e a busca da exclusividade, que, em outros campos, produz a originalidade, a singularidade, resulta aqui na uniformização e na banalização. (BOURDIEU, 1997, p. 27).

A necessidade de tratar diversos temas diferentes em um telejornal,

normalmente de tempo curto, para garantir que todos os fatos relevantes do dia vão

ser tratados e que não vai ficar atrás da concorrência em questão de conteúdo, leva

as reportagens a não terem a profundidade desejável.

A divulgação do maior número de notícias no menor tempo possível, lema dessa mentalidade de produção telejornalística, transforma os informativos quase numa mera sequência de manchetes, o que torna inevitável a redução vocabular. (REZENDE, 2000, p. 26).

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A velocidade é uma grande característica dos telejornais onde as

reportagens, de tempo normalmente curto, são acompanhadas imediatamente por

outras reportagens de assunto diferente, ou um comentário ou ainda o intervalo

comercial que é também repleto de informações. Essa grade acelerada de conteúdo,

não prevê, em um telejornal diário, um momento para reflexão sobre o assunto

abordado. As informações vêm sempre acompanhada de mais informações e para

acompanhar a informação seguinte é preciso que o telespectador se concentre e não

fique meditando na reportagem anterior. Segundo Bourdieu (1997), a televisão não é

construída para ser um lugar de criação do pensamento. No entanto, um dos grandes

objetivos da revista eletrônica infantil a ser produzida é ser um espaço para a reflexão,

para tanto, levando em consideração o pensamento de Bourdieu, é necessário que a

dinâmica do programa não seja tão acelerada.

Estes itens listados acima – patrocínio, velocidade, busca pelo furo e pautas

impostas – são impasses para a produção de um telejornal que seja compreendido

por uma criança e que não só transfira informações, mas que possa desenvolver a

cidadania através da criação de pensamentos críticos e da abertura de debates sobre

o tema abordado.

A proposta de uma revista eletrônica televisiva infantil, vem para combater

estes impasses que são inerentes à televisão e ao formato do telejornal. O objetivo da

revista eletrônica televisiva é construir um meio de informação atual desprendido da

perseguição pelo furo e livre da necessidade de cobrir uma vasta variedade de

assuntos em um mesmo programa. Com essa nova proposta de produção seria

possível tratar de maneira mais didática e explicativa cada assunto a ser exposto no

programa.

A escolha por produzir uma revista eletrônica no formato televisivo não exclui

temas atuais e relevantes a serem tratados – como um telejornal faria – mas garante

a liberdade investir tempo buscando maneiras mais didáticas e completas de tratar o

tema e não se preocupar com o desdobramento mais atual do fato. A revista eletrônica

pode reunir em um só programa “Vários formatos: telejornalismo, quadros

humorísticos, musicais, reportagens, enfim, assuntos diversos como os enfocados por

revistas impressas” (SOUZA, 2004, p. 130)

Everaldo Rocha e Bruna Aucar (2011) referem-se ao programa televisivo

Fantástico, veiculado pela Rede Globo nas noites de domingo, como um exemplo de

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revista semanal e, segundo os autores, o modelo funciona muito bem na televisão

brasileira “A fórmula de revista deu tão certo na televisão que o programa humorístico

Casseta e Planeta criou o bordão: “É pro Fantástico?”” (ROCHA, AUCAR, 2011, P.

56). Assim sendo, o programa se assemelha, na profundidade e no tratamento do

tema, mais a um jornalismo de revista.

O formato revista eletrônica não carrega o ar sisudo que o jornalismo diário

de televisão tem,

Assim acontece no mundo inteiro: um ou dois apresentadores, com expressão séria e tom de voz solene, intercalam notícias, imagens ou mapas, reportagens locais, nacionais e internacionais. (MARCONDES, 1995. p. 52).

A revista eletrônica televisiva infantil também se distancia dos telejornais na

linguagem e na estrutura da apresentação, com matérias sobre temas culturais e uma

dinâmica menos séria e acelerada.

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CAPÍTULO 2: CRIANÇA E TELEVISÃO

Mesmo com o avanço e a popularização da internet, o tempo de

permanência na frente da televisão nos últimos 10 anos aumentou para as crianças.

Segundo dados do Ibope 2014, o tempo médio por dia de exposição à TV é de 5h35,

o que representa 52 minutos a mais do que em 2004. Ciente desses números é

preciso que a mídia se prepare para atender às necessidade e o direito da criança de

acesso a informação - segundo o estatuto da criança e do adolescente.

Naturalmente, a educação para a mídia e participação das crianças na mídia não são os únicos meios de criar um ambiente melhor para a mídia e certamente não constituem único meio de criar condições sociais mais razoáveis para as crianças. Ao contrário, também são necessários esforços importantes da parte da mídia - na forma de, por exemplo, auto-regulação e produção de programas de rádio e TV de alta qualidade, que satisfaçam as várias necessidades infantis. (CARLSSON, VON FEILITZEN, 2002, p. 20).

A média de horas que uma criança passa em frente à televisão também

supera as horas que as crianças passam na escola, que é cerca de 4h30 para ensino

fundamental e 4h12 para ensino médio, segundo pesquisa do “Todos pela Educação”

- 2013. Para Ciro Marcondes Filho, as escolas não conseguem competir com a

televisão porque as crianças já não são mais as mesmas, o modo de pensar está

mudando graças ao intenso e constante contato com a televisão (MARCONDES

FILHO, 1995.)

A instauração de um novo ritmo de atividades mental, através de sua linguagem de troca rápida de cenas, da pequena duração dos diálogos e, principalmente, dos mecanismos visuais que retem a atenção mesmo do mais entendiado, cansado ou distraído telespectador. (MARCONDES, 1995, p. 103).

Ainda segundo o autor, os professores não conseguem competir com a

fascinação que crianças e pré-adolescentes têm com a televisão. Mas as vezes a

competição não é melhor das alternativas e sim a convergência entre educação e

televisão. “Nos últimos anos, em alguns países as emissoras perceberam que a

televisão educativa e a de entretenimento não são necessariamente incompatíveis”

(SOUZA, 2015, p. 44).

Em entrevista, realizada para embasar este trabalho de conclusão de curso,

com a professora Silvia Marques, que lecionou por muitos anos para criança entre as

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idades de 8 - 12 anos e é mestre em capacitação de professores para a educação

infantil, feita exclusivamente para este trabalho e que se encontra no Anexo 1, é

ressaltado que crianças nessa faixa etária se interessam por temas que tenham

relação com o contexto temporal e local que elas vivem e, portanto, poderiam se

interessar por uma revista televisiva infantil.

Então, quanto maior o conhecimento que essa criança tiver, por meio de estímulos do contexto dela, maior vai ser o interesse dela pela atividade, consequentemente pelo programa. Se assistir atividades que envolvem o momento, o agora, por exemplo, questões que envolvam o frio, a neve, a geada, o impeachment, mais ela vai estar motivada porque faz parte do contexto dela. (MARQUES, 2016)

Mike Jempson (2002) ressalta que a televisão não leva a criança a sério. São

apenas nas propagandas que as crianças são realmente lembradas pela mídia, uma

vez que são vistas como um grande público consumidor, mas para outros conteúdos

elas são esquecidas (JEMPSON, apud CARLSSON; VON FEILITZEN, 2002).

Um dos maiores problemas é que as crianças em si não são levadas a sério suficiente pelos profissionais da mídia, cujo o alvo principal é o mercado adulto. Convencionalmente, as crianças são vistas como um subgrupo da sociedade a ser protegido e não acariciado. (CARLSSON, VON FEILITZEN, 2002. p. 122).

E as crianças realmente devem ser levadas a sério porque estão preparadas

para receber conteúdos, mais densos do que propagandas, pela televisão. A revista

eletrônica infantil, a ser produzida, tem o seu foco principal em crianças entre 8 e 12

anos de idade. Segundo a classificação dos estágios cognitivos de Jean Piaget, essa

faixa etária faz parte da chamada terceira infância, ou estágio operatório concreto, que

abrange crianças de 7 anos até a puberdade (PAPALIA, OLDS, FELDMAN, 2009).

Se o programa abraçar crianças de 8 a 12 anos tu pega um período bem concreto. É o período que o Piaget chama de concreto. E o Vygotsky que é outro autor fala que o aprendizado se constrói a partir da interação com o outro e o outro pode ser sim a notícia da TV. (MARQUES, 2016).

Nesse período da vida a criança já tem capacidade cognitiva suficiente para

compreender a relação entre imagens e fala na televisão e se concentrar em mais de

uma coisa ao mesmo tempo.

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Com relação ao desenvolvimento cognitivo, o período da terceira infância também compreende, de maneira geral, entrada da criança no estágio das operações concretas de Piaget (FLAVELL, 1975). Entre outras características, neste estágio há uma diminuição do egocentrismo visto no estágio pré-operatório e a criança é capaz de pensar logicamente, levando em conta vários aspectos de uma situação em vez de focalizar apenas um (ZATTONI, 2011, p. 2).

Essa capacidade de se concentrar em mais de uma coisa ao mesmo tempo

também se reflete na maneira como as crianças consomem a televisão. É comum que

crianças dessa idade - principalmente dos 10 anos para frente - consumam mais de

uma mídia ao mesmo tempo e relacionem as mídias entre si. (ROCHA, AUCAR, 2011)

Por exemplo, para as crianças, mandar uma mensagem pelo celular com alguma

pergunta ou algum comentário para os produtores de determinado programa de

televisão e assistir o apresentador responder sua pergunta já faz parte da lógica e não

significa necessariamente dispersão.

Portanto, esse consumo interligado não significaria mais dispersão e sim a canalização das convergências que atuam em diversas dimensões da vida moderna. Os nexos que regem o comportamento jovem são não-lineares e se misturam nos diferentes espaços públicos e privados, reais e virtuais (ROCHA, AUCAR, 2011, p. 56).

Segundo a professora Silvia Marques, relacionar tecnologias também é uma

maneira de incentivar o envolvimento das crianças na revista eletrônica e, por

consequência, mais uma maneira de relacionar a notícia que está sendo passada com

o cotidiano das crianças que, como vimos acima, é essencial para garantir a atenção

nessa idade. “Então, seria interessante buscar alguma coisa interativa que eles

possam participar, ter um instrumento do programa na internet que possa fazer com

que eles contribuam” (MARQUES, 2016).

Além do raciocínio lógico, o raciocínio moral também evolui nesse estágio de

desenvolvimento e é caracterizado por uma crescente flexibilidade. É uma oposição

importante às duas primeiras fases da infância, onde está presente uma obediência

rígida à autoridade. Esse desenvolvimento da área moral é muito importante para que

a criança tenha a possibilidade de assistir ao programa televisivo de uma forma crítica.

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À medida que as crianças interagem com mais pessoas e entram em contato com uma variedade mais ampla de pontos de vista, elas começam a descartar a ideia de que há um único padrão de certo e errado e desenvolvem seu próprio senso de justiça baseado no tratamento justo ou igual para todos. Visto que elas conseguem considerar mais de um aspecto de uma situação, podem fazer julgamentos morais mais sutis. (PAPALIA, FELDMAN, 2013, p. 328).

Mesmo com o desenvolvimento moral que acontece nesse período a

sistematização da interpretação ainda não está completamente formada e a revista

eletrônica, através de reportagens direcionadas e que busquem debater temas

polêmicos apresentando diversas interpretações, pode auxiliar nessa formação.

Então esse período concreto, que o Piaget coloca entre os 8 e os 12 anos, é quando já está sistematizada a aprendizagem, mas ainda é necessário sistematizar a interpretação. Para que a criança possa ver uma notícia criticamente e pensar: “espera aí, não é bem assim”, é necessário inserir a informação de forma crítica na vida dela. A criança só vai trazer a informação para o concreto dela uma vez que fez o contato com o outro, nesse caso o programa. (MARQUES, 2016)

A faixa etária escolhida para o desenvolvimento da revista eletrônica é onde

se concentra grande parte da vida escolar da criança. O fato de estar na escola

desenvolve muitas capacidades cognitivas e de inteligência. Segundo Diane Papalia

e Ruth Feldman (2013), nos anos escolares as crianças fazem constantes progressos

na capacidade de regular e manter a atenção e de entender e guardar informações.

As habilidades de linguagem, muito importantes para a compreensão de um

programa televisivo, também continuam a se desenvolver durante a terceira infância,

principalmente através da convivência escolar. “As crianças em idade escolar são

mais capazes de compreender e interpretar comunicações verbais e escritas e

conseguem fazer-se entender melhor” (PAPALIA, FELDMAN, 2013, p. 338).

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CAPÍTULO 3: ENTREVISTAS

Como complemento para o levantamento teórico realizaram-se entrevistas

com crianças e com uma pedagoga.

ENTREVSITA COM PEDAGOGA

Foi realizada uma entrevista com a pedagoga Silvia Marques, mestre em

capacitação de professores e com ampla experiência no ensino para crianças entre 8

e 12 anos de idade. A entrevista aconteceu em uma conversa informal, na casa da

pedagoga, no dia 16 de junho. Estavam presentes apenas a pedagoga e eu, toda a

conversa foi gravada e está transcrita no anexo 2.

A entrevista fez-se necessária para compreender melhor as fases de

aprendizado das crianças, bem como dispositivos didáticos que poderiam ser

utilizados na produção da revista eletrônica infantojuvenil.

Durante a conversa a pedagoga confirmou que a melhor faixa etária para ser

escolhida como público alvo seriam crianças entre 8 e 12 anos de idade pois elas já

fazem parte da terceira infância. Silvia ressaltou que nessa idade a criança já tem total

capacidade de compreender notícias de televisão e mais, já conseguem reagir ás

notícias de forma crítica.

A professora também ressaltou que o programa não deveria ter mais de 20

minutos, pois esse é o tempo médio de concentração que uma criança nessa faixa

etária consegue atingir sem interação direta.

Com relação aos temas a professora sugeriu que fossem temas presentes ou

que se manifestassem no cotidiano das crianças, essa afirmação se confirmou

posteriormente nas entrevistas com as crianças que, na grande maioria, relataram

gostar de assistir sobre temas que tenham relação com o universo delas.

ENTREVISTA COM CRIANÇAS

Para melhor elaborar uma revista eletrônica televisiva infantil, foram realizadas

entrevistas com crianças pertencentes a faixa etária do público alvo (8 a 12 anos).

Foram escolhidas duas escolas para realizar as entrevistas, a Escola Municipal CEI

Professora Tereza Matsumoto e a escola particular Colégio Erasto Gaertner. Em cada

uma das escolas foram entrevistadas cinco crianças de cada ano da faixa etária alvo

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– com exceção de crianças de 12 anos na Escola Municipal Cei Professora Tereza

Matsumoto, porque a escola não trabalha com o ensino médio. Ao total foram

realizadas 47 entrevistas, todas no mês de Agosto de 2016. Todo o conteúdo das

entrevistas se encontra transcrito no anexo 1.

As entrevistas foram feitas de modo particular, em uma conversa informal, de

3 a 5 minutos, com cada criança. Estavam presentes na sala apenas eu e a criança,

todas as conversas tiveram o áudio gravado. Em ambas as escolas a escolha de quais

alunos iriam das a entrevista foi feita pelas professoras e pedagogas. As perguntas

tinham como objetivo compreender a maneira como as crianças consomem televisão

e como/se consomem telejornal. Caso as crianças consumam telejornal na entrevista

foram feitas perguntas acerca das impressões que elas tiveram do programa.

Os relatos das crianças na pesquisa revelam que elas consomem sim

telejornais diários, mas, na grande maioria das vezes, assistem o programa junto com

os pais ou com algum adulto responsável. A figura dos pais é importante na

sistematização da interpretação dos telejornais, bem como na formação de opinião

(exemplo presente na entrevista 15).

Conforme as entrevistas, podemos ver que, na maioria das vezes, dentro das casas,

o jornal é assistido na parte da manhã, em família e durante a refeição (exemplos

presentes nas entrevistas 7, 15, 16, 19). O segundo horário mais comum de assistir

os jornais é a noite antes/depois da novela, também com a família.

Pelos relatos é possível perceber que as crianças assistem jornal – muitas

vezes diariamente – porque estão acompanhada dos pais, caso o contrário elas

estariam assistindo outra coisa, já que a grande maioria não citou jornal como um dos

programas favoritos de televisão.

Com relação aos temas abordados nos jornais, um grande número de crianças

relatou não gostar ou se sentir incomodado com a quantidade de notícias tristes,

violentas e de assuntos complexos (política, economia) presente nos programas.

A pesquisa com as crianças confirmou muito do que a pedagoga Silvia

Marques havia comentado na entrevista, muitos dos temas que as crianças sugeriram

como interessantes para aparecer em um jornal, são temas referente ao contexto

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próximo que elas vivem, por exemplo: escola, outras crianças e animais (exemplos

presentes nas entrevistas 1, 3, 4, 9, 32, 39, 44).

Como sugestão para um jornal infantojuvenil, muitas crianças se mostraram

interessadas em assistir mais reportagens com temas alegres (exemplos presentes

nas entrevistas 5, 20, 26, 41) e que ajudem pessoas (exemplos presentes nas

entrevistas 10, 29).

Foi muito interessante notar também que diversas crianças fizeram menção à

previsão do tempo como uma parte interessante para se assistir em um telejornal.

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CAPÍTULO 4: PRODUTO

Para o presente trabalho foi produzida uma edição da revista eletrônica

televisiva infantojuvenil. Esse capítulo discorre sobre as etapas de produção.

O produto foi batizado de Jornal com Cereal para remeter à ideia da refeição

matinal da criança, uma vez que o jornal será matutino. Optou-se por usar a palavra

“jornal” e não “revista eletrônica” para transmitir uma clara ideia de um meio de

comunicação que se preocupa em veicular notícias quentes e atuais, mesmo

possuindo um caráter infantojuvenil.

O Jornal com Cereal será veiculado às segundas, quartas e sextas feiras, às

7 horas. A duração será entre 15 e 17 minutos. Para a elaboração do programa piloto

não foram previstos intervalos comerciais, imaginando uma versão ideal do produto

onde intervalos comerciais não são necessários. Muito provavelmente, ao ser

transmitido em uma emissora, o jornal precisaria contar com intervalo comercial para

ser viável economicamente,

1 PRÉ-PRODUÇÃO

1.1 BRIEFING

Foi elaborado um briefing, mesmo antes das entrevistas com a pedagoga e

com as crianças (anexo 3), para direcionar o rumo de todas as pesquisas e mesmo

as entrevistas. Como o briefing foi feito anteriormente às entrevistas, ele sofreu uma

série de alterações no decorrer da elaboração da revista-eletrônica.

1.2 ENTREVISTAS

Tanto a entrevista com a pedagoga (anexo 2) quanto as entrevistas com as

crianças (anexo 1) foram essenciais para a elaboração da revista eletrônica.

A entrevista com a pedagoga possibilitou a base de informações importantes

para a compreensão das peculiaridades da criança. A pedagoga auxiliou na decisão

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da faixa etária do público alvo, da duração do programa e ainda deu diversas dicas

sobre temas interessantes a serem abordados e formas de ganhar a atenção e o

interesse das crianças.

Já as entrevistas com as crianças foram essenciais para conhecer gostos, os

interesses e as impressões das crianças quando assistem a um jornal convencional.

Destes encontros surgiram ideias de temas para quadros e reportagens, bem como a

definição do horário que seria veiculado o programa, baseado nos relatórios de

consumo das crianças.

1.3 ROTEIROS

Os quadros, as reportagens e as notas foram todas produzidas

separadamente e posteriormente unidas com a apresentação em uma edição final.

Cada elemento do Jornal com Cereal contou com um roteiro informal anterior às

gravações para nortear as imagens e as entrevistas. Posteriormente foi elaborado um

roteiro mais completo e detalhado, posterior as entrevistas para o VT Adoção (anexo

4), o VT Juros (anexo 5) e para a gravação do jornal em si (anexo 6).

2 PRODUÇÃO

Com toda a parte teórica finalizada e o briefing e os roteiros em mãos, a

produção do jornal durou aproximadamente vinte dias. Nesse período foram feitas

todas as entrevistas, as pesquisas necessárias para acrescentar informações nas

reportagens, as imagens e as narrações de offs.

2.1 ENTREVISTAS

A parte mais complicada e que mais demandou tempo em todo o processo de

produção foi conseguir os entrevistados. Por conta da peculiaridade do público alvo

do programa muitos dos convidados para a entrevista não se sentiram confortáveis e

preferiram não participar.

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Por falta de entrevistado, o que era para ser uma reportagem sobre o fim das

ocupações nas escolas de Curitiba, teve que ser transformado em uma nota coberta

sobre a reforma do ensino médio e a, então, PEC 241.

2.2 GRAVAÇÃO DAS REPORTAGENS

Uma vez que as entrevistas estavam agendadas, as reportagens foram

gravadas. A maior dificuldade foi conciliar o trabalho de repórter e cinegrafista, já que

todas as gravações foram realizadas apenas por mim.

A captação de áudio sempre ocorreu de forma separada através de um

gravador, para maior qualidade do produto final.

Como mecanismo didático e de complemento também foi utilizado o Pow

Toon, um programa online livre que permite a produção e a utilização de animações.

2.3 GRAVAÇÃO DO PROGRAMA

A apresentação do jornal foi gravada no estúdio da UFPR TV, com o auxílio

de dois câmeras, um operador de áudio, um operador de mesa de corte e uma colega

operadora de tele prompter. Todo o jornal foi gravado apenas uma vez, usando duas

câmeras.

O cenário do jornal foi elaborado lançando mão de objetos decorativos já

presentes na UFPR TV, que foram realocados para criar uma identidade original para

o Jornal com Cereal.

3 PÓS PRODUÇÃO

A pós produção consistiu na edição dos materiais, primeiro as reportagens,

quadros e notas separadamente e depois a união das partes com a apresentação do

jornal. A trilha sonora de fundo utilizada em toda a edição é proveniente de bancos de

áudio gratuitos e livres na internet.

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A logo e os letreiros com legendas também foram produzidos nessa etapa,

usando imagens de bancos de imagens livres na internet, bem como artefatos do

próprio programa de edição.

O produto final ficou com 16 minutos e 17 segundos contando com: uma

reportagem sobre adoção de animais, uma reportagem sobre compras com juros, um

quadro sobre produção de artefatos de metais (como se faz), quadro de participação

infantil (é o que eu penso), nota coberta sobre doação de brinquedos, previsão do

tempo e agenda cultural.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O direito que a criança e o adolescente têm de receber informação que respeite

a sua condição especial de ser em formação – segundo o estatuto da criança e do

adolescente – foi o que motivou a elaboração de um programa informativo voltado

para o público infantojuvenil.

Durante o levantamento teórico foi possível entender melhor a televisão e as

características do telejornalismo e da revista eletrônica. Esta pesquisa foi muito

importante na produção do Jornal com Cereal, pois deu a compreensão necessária

sobre as características do meio que podem auxiliar na interpretação da criança –

imagem, sons – ou então as características que podem atrapalhar, com as quais se

procurou tomar cuidado – velocidade, busca pelo furo.

A segunda parte do levantamento teórico foi sobre as fases do desenvolvimento

da criança e seu relacionamento com a televisão. Esta parte foi essencial para

compreender que crianças tem sim capacidade intelectual, cognitiva e social de

entender de forma clara e reagir criticamente à um programa de televisão informativo.

Teria sido interessante aprofundar dois aspectos no levantamento teórico.

Primeiro as pesquisas sobre as fases do desenvolvimento das crianças em relação a

linguagem para entender em qual idade a criança passa a compreender de forma clara

as metáforas e também em qual idade novas palavras podem ser introduzidas no

vocabulário de forma rápida. Segundo seria interessante pesquisar mais sobre cores

e movimentos para a logo do programa e a decoração do estúdio, para que nada

secundário prejudicasse a atenção e a concentração que um programa informativo

exige.

As entrevistas com as crianças e com a pedagoga foram muito proveitosas e

se manifestaram de forma muito positiva no resultado final do produto. A entrevista

com a pedagoga foi vital para entender em qual fase do desenvolvimento infantil a

comunicação, a compreensão e o pensamento crítico estão suficientemente formados

para que a criança receba bem uma revista eletrônica televisiva. Também foi na

entrevista com a pedagoga que se percebeu a necessidade de tratar de temas que

façam parte do contexto que a criança vive.

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A entrevista com as crianças confirmou muito do que foi pesquisado no

levantamento teórico e do que a pedagoga relatou na entrevista. Foi importante

perceber como a maioria das crianças já consome telejornalismo diário tradicional

junto com os pais e as impressões que elas tem do programa. O horário a ser

veiculado o Jornal com Cereal também foi definido após as entrevistas que revelaram

que no período da manhã, antes de ir para a escola, é quando as crianças tem o hábito

de consumir esse tipo de programa. As sugestões de temas para o programa, dadas

pelas crianças, foram importantes para perceber preferências e algumas das

sugestões inclusive viraram pauta do programa.

O produto final cumpriu a proposta inicial e foi satisfatório, uma vez que se

tratou de um piloto do programa. Nas próximas edições seria interessante incentivar

ainda mais a interação das crianças com o programa abrindo espaços para perguntas

ou mesmo criando um site com informações complementares as transmitidas na

mateira, para que as crianças possam ter mais uma forma de aprender e concretizar

as informações. Também seria interessante incentivar mais a interação das crianças

com os responsáveis de casa, sugerir para que elas perguntem e dialoguem com eles

sobre os assuntos que viram no programa.

Ainda na edição final do produto seria interessante corrigir erros de gramática

e, em uma próxima edição, trabalhar mais com movimentos de câmera para criar um

ambiente mais informal e descontraído.

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ANEXO 1

TRANSCRIÇÃO DAS ENTREVISTAS COM CRIANÇAS

As entrevistas serão transcritas em formato de tópicos das perguntas, sempre

apresentando o nome completo da criança, a idade e na sequencias as perguntas e

respostas. A entrevistas estão divididas por escola e em ordem crescente das idades.

Erros de concordância, de repetição ou de coesão foram mantidos, bem como vícios

de fala.

ESCOLA MUNICIPAL CEI PROFESSORA TEREZA MATSUMOTO

1) Naomi de Lima (8 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir televisão?

Criança: Gosto, meu programa favorito é o canal quatro e o programa é o Silvio

Santos.

Entrevistadora: Você assiste normalmente sozinha ou com a sua mãe?

Criança: Minha mãe assiste comigo.

Entrevistadora: Quando você assiste?

Criança: No domingo.

Entrevistadora: E durante a semana você não assiste nada?

Criança: Minha mãe coloca filmes no pendrive para eu ficar assistindo.

Entrevistadora: E de manhã você não assiste nada?

Criança: Minha mãe fica vendo aquele jornal do 12 e eu assisto com ela.

Entrevistadora: E você gosta?

Criança: Gosto. Eu já acostumei.

Entrevistadora: O que você mais gosta no jornal?

Criança: Ah… sobre as pessoas.

Entrevistadora: Se você pudesse fazer um jornal bem legal sobre o que você quiser,

o que você gostaria que falassem?

Criança: Sobre a greve das escolas.

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Entrevistadora: E o que mais?

Criança: Um dia estava tendo uma programação aqui na minha escola e um jornal

veio gravar, eu fiquei bem animada e eu queria que acontecesse de novo.

2) Gabriel Yuji (8 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Gosto, eu gosto do filme Titanic e Pokémon.

Entrevistadora: Você assiste TV sozinho?

Criança: As vezes sim e às vezes meu pai assiste comigo.

Entrevistadora: Quando seu pai está assistindo, o que ele gosta de ver?

Criança: Caratê Kid.

Entrevistadora: E antes de vir pra aula o que você assiste?

Criança: Pokémon, só assisto Pokémon.

Entrevistadora: Seu pai assiste jornal?

Criança: Sim.

Entrevistadora: Você vê com ele?

Criança: Não, é chato.

Entrevistadora: Se você pudesse fazer um jornal bem legal sobre o que você quiser,

o que você gostaria de ter?

Criança: Um mapa atrás de mim para eu conhecer todos os países.

3) Aimê Vigachures (8anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir televisão?

Criança: Gosto eu assisto todo o dia depois da aula.

Entrevistadora: Qual o seu programa favorito?

Criança: Cartoon.

Entrevistadora: Você assiste sozinha?

Criança: Não, com a minha irmã.

Entrevistadora: E sua mãe gosta de assistir o que?

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Criança: Jornal.

Entrevistadora: Você já assistiu com ela?

Criança: Sim.

Entrevistadora: O que você achou?

Criança: Achei mais ou menos chato.

Entrevistadora: Você lembra de algo legal que assistiu no jornal?

Criança: Eu vi que uma mulher achou um bebê na rua. É uma notícia legal.

Entrevistadora: Se você pudesse fazer um jornal bem legal da Aimê, o que você

gostaria de fazer?

Criança: Eu ia querer colocar várias escolas, tipo que os alunos são bons e bem

comportados e fazem bastante tarefa.

Entrevistadora: O que mais você queria de diferente que os jornais normais não têm?

Criança: Os normais não têm muita alegria e eu queria um jornal mais alegre.

4) Júlia Fernandes (8 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Sim, eu assisto depois que eu chego da escola.

Entrevistadora: O que você gosta de assistir?

Criança: Tem várias coisas, violeta, Luna, bob esponja.

Entrevistadora: Você assiste sozinha?

Criança: Sim, porque meus irmãos não moram comigo. Às vezes minha mãe assiste.

Entrevistadora: E o que ela assiste?

Criança: Quando ela está comigo ela assiste o que eu gosto. Quando ela está sozinha

ela assiste filme, novela.

Entrevistadora: E antes de vir pra aula vocês assistem TV?

Criança: Sim, jornal enquanto toma café da manhã.

Entrevistadora: E você gosta ou acha meio chato?

Criança: Eu gosto! Gosto mais quando eles falam de animais.

Entrevistadora: O que mais você queria que falassem no jornal?

Criança: (Silêncio) Acho que só animal mesmo.

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5) Maria Eduarda Damas de Souza (8 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Sim. Meu programa favorito é o Disney Channel.

Entrevistadora: Quando você assiste?

Criança: Depois da aula porque passa meu programa favorito que é o: sou luna.

Também gosto de Mundo Disney.

Entrevistadora: Você assiste na televisão ou no computador?

Criança: Na televisão, só as vezes no computador.

Entrevistadora: E quando sua mãe assiste TV o que eles gostam de assistir?

Criança: Na minha casa tem duas TVs, daí eles gostam de assistir umas coisas na

net.

Entrevistadora: Antes de vir pra aula você não assiste nada?

Criança: Eu mexo no meu celular.

Entrevistadora: E você já assistiu algum jornal?

Criança: Aquele de noite, o Jornal Nacional eu assisto.

Entrevistadora: E você acha legal?

Criança: Acho muito legal.

Entrevistadora: Você gosta quando eles falam o que?

Criança: De animais. Eu não gosto que eles falam muita coisa sobre roubar e matar,

ui… é muito triste.

Entrevistadora: Se você pudesse fazer um jornal bem legal sobre o assunto que

quiser, o que você gostaria de falar?

Criança: Sobre maquiagem e animais.

6) Igor Faria Lopez (9 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir televisão?

Criança: Não muito, eu gosto mais de jogar bola. E quanto esta noite eu fico

estudando a tabuada e provas.

Entrevistadora: Você assiste televisão todo dia?

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Criança: É.. Tem dias que não e tem dias que sim, mas a maioria que eu gosto é de

jogar bola.

Entrevistadora: Quantas horas de televisão você assiste por dia?

Criança: Não sei... umas 3.

Entrevistadora: Você assiste mais programas na televisão ou no computador?

Criança: Na televisão sempre.

Entrevistadora: Quando você assiste televisão, de manhã ou à tarde?

Criança: Quando eu acordo a minha mãe assiste Tribuna da Massa, daí eu sempre

vejo umas notícias com ela e quando eu volto pra casa eu vejo o Paraná TV.

Entrevistadora: E você gosta de ver notícias?

Criança: Ah, às vezes têm umas notícias que eu gosto de ver que são sobre ruas

esburacadas, ladrões que são soltos. Tem notícias que eu gosto de aprender.

Entrevistadora: Se você pudesse escolher uma coisa legal para ter no noticiário,

sobre o que você gostaria de falar?

Criança: Eu ia fazer um quadro sobre as crianças desaparecidas, notícias falando

sobre pessoas que não tem casa e nem comida e também notícias sobre os ladrões.

Também gosto quando o jornal ajuda uma pessoa sem dinheiro e dá uma nova casa

e coisas assim.

7) Sarah Mello (9 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir televisão?

Criança: Bastante! Eu sempre assisto novelas com o meu irmão mais velho.

Normalmente Chiquititas e Cúmplices de um resgate.

Entrevistadora: Você assiste normalmente na televisão ou no computador?

Criança: Na televisão sempre.

Entrevistadora: Quando você assiste televisão?

Criança: Eu assisto televisão quando eu volto da escola e antes da escola eu assisto

mais ou menos porque meu pai antes de trabalhar, enquanto ele come ele assiste

jornal e eu estou junto daí eu vejo um pouco também.

Entrevistadora: Você gosta de ouvir o jornal com ele?

Criança: Eu não presto muita atenção, eu só como e acho ele meio chato.

Entrevistadora: O que poderia ter em um jornal para ele ficar mais legal?

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Criança: Poderia ter teatro e desenhos divertidos.

Entrevistadora: Antes de assistir as novelas o que você faz?

Criança: Eu fico brincando.

8) Heloísa (9 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir televisão?

Criança: Gosto, eu assisto bastante.

Entrevistadora: Você assiste antes ou depois da escola, ou os dois.

Criança: Eu assisto depois.

Entrevistadora: O que você gosta de assistir?

Criança: Novela, desenho e séries. Eu gosto de assistir o canal da Disney.

Entrevistadora: Você assiste sempre sozinha?

Criança: Sim, meus pais não gostam de assistir essas coisas, eles sempre preferem

notícias.

Entrevistadora: E você já assistiu notícias com eles?

Criança: Já sim, são eles que decidem o que a gente vai assistir.

Entrevistadora: Você gostou?

Criança: Mais ou menos, é meio entediante.

Entrevistadora: Se você pudesse colocar qualquer coisa divertida no jornal, sobre o

que você falaria?

Criança: Crianças se divertindo e falar sobre a natureza.

9) Karen Fernanda Cardoso (9 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir televisão?

Criança: Às vezes eu gosto, mas eu prefiro brincar com o meu cachorro.

Entrevistadora: Quando você assiste televisão, o que você mais gosta de assistir?

Criança: Novela com a minha mãe. Mas agora acabou a novela que eu gosto que era

Dona, agora não tem mais nada que eu gosto.

Entrevistadora: Antes da escola você não assiste TV?

Criança: Não.

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Entrevistadora: Seus pais assistem jornal?

Criança: Sim

Entrevistadora: Você já assistiu com eles?

Criança: Já.

Entrevistadora: Você gostou?

Criança: Achei meio chatinho e cansativo.

Entrevistadora: Se você pudesse colocar coisas legais no jornal, o que você queria?

Criança: Eu ia colocar gente brincando com cachorro porque eu gosto de cachorro.

10) Bruno Vasco Stanski (9 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir televisão?

Criança: Eu gosto, assisto bastante depois da escola.

Entrevistadora: Antes você assiste também?

Criança: Sim, passa pantera cor de rosa.

Entrevistadora: E depois?

Criança: Depois eu assisto Clube que é um programa cheio de desenho.

Entrevistadora: Seus pais assistem com você ou você assiste sozinho?

Criança: Às vezes eu assisto sozinho e às vezes com meus pais. Quando eu assisto

com eles normalmente eles colocam no jornal.

Entrevistadora: Você gosta de assistir o jornal?

Criança: Eu gosto!

Entrevistadora: O que você gosta no jornal?

Criança: Gosto quando eles falam sobre família, quando eles ajudam as pessoas.

Entrevistadora: Se você pudesse construir um jornal super legal com qualquer coisa,

o que você iria querer colocar?

Criança: Eu iria querer ajudar as famílias, os pobres e as pessoas na África.

Entrevistadora: O que mais?

Criança: Eu ia querer muita palhaçada.

11) Allan Cesar dos Santos (10 anos)

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Entrevistadora: Você gosta de assistir televisão?

Criança: Sim, adoro assistir desenho.

Entrevistadora: Quando você assiste?

Criança: Assisto normalmente depois da aula.

Entrevistadora: E jornal você já assistiu?

Criança: Não.

Entrevistadora: Nunca?

Criança: Não.

12) Thiago Padilha (10 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir televisão?

Criança: Gosto de assistir desenho, Ben 10.

Entrevistadora: Você assiste quando?

Criança: Depois da aula.

Entrevistadora: Você assiste o desenho sozinho ou seus pais assistem com vc?

Criança: Eles assistem comigo.

Entrevistadora: E quando eles escolhem o que vão assistir, o que eles gostam de

assistir?

Criança: Às vezes jornal e Cidade Alerta.

Entrevistadora: Você gosta de assistir com eles?

Criança: Sim, mas eu prefiro o jornal porque tem notícias novas e o que acontece em

Curitiba.

Entrevistadora: Você lembra de alguma notícia que você viu?

Criança: Não lembro.

Entrevistadora: Se você pudesse colocar qualquer coisa em um jornal legal, sobre o

que você ia querer que eles falassem?

Criança: Sobre notícias boas e ruins.

Entrevistadora: E coisas diferentes, o que você ia gostar que tivesse?

Criança: Um teatro.

13) Isabelly Morais Lopes (10 anos)

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Entrevistadora: Você gosta de assistir televisão?

Criança: Eu gosto.

Entrevistadora: Quando você assiste?

Criança: Eu assisto mais depois da aula, porque meu programa favorito é a novela

Cúmplices de um resgate e desenhos.

Entrevistadora: E você assiste normalmente sozinha?

Criança: Eu assisto com a minha mãe e com a minha irmã.

Entrevistadora: E quando sua mãe decide o que vocês vão assistir o que ela

escolhe?

Criança: Ela não gosta muito de assistir.

Entrevistadora: Você já assistiu um jornal?

Criança: Sim, mas faz tempo.

Entrevistadora: Você lembra de alguma notícia que você viu?

Criança: Não.

14) Milena Correa Seixas (10 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir televisão?

Criança: Eu gosto, só que às vezes eu tenho que ajudar minha mãe e não sobra

tempo. Mas eu gosto de ajudar a minha mãe, eu não ligo muito.

Entrevistadora: Mas quando você assiste televisão, quais os programas que você

mais gosta?

Criança: Eu gosto de Tamanho Família e desenho.

Entrevistadora: Você já assistiu jornal?

Criança: Eu assisto quase sempre quando vou na minha avó. Ela assiste Balanço

Geral.

Entrevistadora: Você lembra de alguma notícia que você viu com ela?

Criança: Sobre meninas desaparecidas.

Entrevistadora: Você gosta de assistir jornal?

Criança: Ah eu não ligo.

Entrevistadora: Se você pudesse escolher qualquer tema para falar em um jornal o

que você gostaria de fazer?

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Criança: Eu ia querer mais notícias para ajudar e ia gostar de telão que mexe no

fundo.

15) Camila Tomashesk de Oliveira (10 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir televisão?

Criança: Gosto, normalmente eu assisto o que está passando na TV, mas eu assisto

muito no meu Tablet.

Entrevistadora: O que você gosta de assistir no tablet?

Criança: Netflix. H2O, Pokémon e coisas assim. Mas eu também gosto de filmes de

terror que eu assisto com o meu irmão porque daí eu pulo no colo dele.

Entrevistadora: Antes da aula você assiste alguma coisa?

Criança: Não, na verdade sim. Eu assisto jornal com a minha família enquanto a gente

está comendo, tem uma TV na cozinha.

Entrevistadora: Você gosta?

Criança: Eu gosto, só não gosto de ver os políticos roubando.

Entrevistadora: Você assistiu hoje?

Criança: Sim, eu assisto todo dia.

Entrevistadora: Você lembra de ver alguma notícia que você gostou ou que achou

muito ruim?

Criança: O que eu acho ruim é dos políticos. E a que eu achei boa… deixa eu

pensar… quando eles mostram quando as pessoas estão curadas de doenças porque

daí aparecem as pessoas boas. Mas têm pessoas que aparecem doentes e ficam

reclamando porque precisam acordar cedo pra ir pro hospital. Isso já aconteceu

comigo, eu estava com febre e daí tive que acordar 5 da manhã para ir para o hospital

24 horas. Daí minha mãe cansou disso e pediu para o meu pai pagar para ter médico.

Mas é 500 reais por mês, muito caro!

Entrevistadora: E quando você assiste o jornal vocês conversam sobre o que estão

assistindo?

Criança: Sim, quando passa o jornal de política meu pai sempre fala: olha Camila,

nunca vote em vagabundo desse jeito. hahahaha E também quando aparece as

pessoas que estão doente a minha mãe toca nesse assunto porque ela é doente daí

ela fala pro meu pai: Olha, se você não tivesse pagando plano de saúde eu estaria

em uma condição bem pior.

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16) Gabriella Jennifer Noronha (11 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir televisão?

Criança: Mais ou menos.

Entrevistadora: Quando você está no tempo livre o que você faz?

Criança: Eu fico jogando no celular, eu durmo e as vezes eu assisto TV, mas é bem

pouco.

Entrevistadora: Quando você assiste TV o que você mais gosta de ver?

Criança: Desenho no 9, Mr Bean.

Entrevistadora: Antes de vir pra aula você não assiste nada?

Criança: A minha van chega muito cedo então eu só assisto um pouco quando estou

me arrumando. O jornal da previsão do tempo.

Entrevistadora: Qual jornal?

Criança: O da RPC.

Entrevistadora: Você assiste sozinha?

Criança: Sim, porque minha irmã só vai pra aula de tarde e meu pai já saiu esse

horário.

Entrevistadora: Você lembra de algo que você assistiu?

Criança: Sim, mas não tem muita notícia que eu gosto porque sempre eu estou

assistindo ficam passando da greve dos professores e os policiais batendo neles e

atirando bombas. Daí é bem difícil eu gostar de algum.

Entrevistadora: Se você pudesse escolher alguma coisa legal para estar no jornal,

sobre o que você iria querer?

Criança: Ah, deixa eu pensar… queria que falassem sobre as eleições porque tem

algumas eleições que eles não ajudam as crianças doentes e os hospitais, daí queria

ver qual prefeito ia cuidar das crianças.

17) Victor Hugo Atanásio (11 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir televisão?

Criança: Eu gosto.

Entrevistadora: Quais seus programas favoritos?

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Criança: Eu assisto desenho com a minha irmã. E com a minha mãe eu assisto jornal.

Entrevistadora: E você gosta de assistir com ela?

Criança: Sim.

Entrevistadora: O que você gosta?

Criança: Eu acho interessante quando eles falam que têm pessoas doentes por aí e

ladrões, mas isso me deixa um pouco triste.

Entrevistadora: Se você pudesse falar sobre qualquer coisa, sobre o que você iria

falar?

Criança: Eu ia falar sobre os ladrões e doenças também. Mas eu ia falar sobre

tristeza.

Entrevistadora: Por que?

Criança: Porque isso que interessa pra nós porque a doença também pode pegar em

nós, daí a gente se cuida.

18) Jhonn Lennonn Bastian da Silva (11 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir televisão?

Criança: Bastante, eu assisto antes e depois da aula.

Entrevistadora: O que você assiste?

Criança: Primeiro eu assisto jornal e depois eu assisto as novelas de criança.

Entrevistadora: Quando você assiste jornal você assiste com quem?

Criança: Sozinho porque a minha mãe vai trabalhar. As vezes quando eu estou

comendo.

Entrevistadora: Você gosta de jornal?

Criança: Eu gosto de jornal. Gosto muito quando aparece o carequinha da RPC. O

que eu mais gosto mesmo é quando eles falam de coisas boas. Antes de ontem que

eu me lembre apareceu no jornal é-paraná sobre uma garotinha que no país dela teve

guerra e ela estava quase morrendo, mas ela achou uma poça d'água e bebeu e ficou

mais forte e depois achou a família dela. Eu gosto dessas coisas felizes.

Entrevistadora: E se você pudesse colocar qualquer coisa em um jornal, sobre o que

você falaria?

Criança: Eu ia fazer um programa e um jornal. O jornal sobre as coisas felizes que

podem acontecer, como essa história que eu acabei de falar e no programa eu ia falar

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sobre as crianças e os sonho delas porque o meu sonho é de ir pro Silvio Santos e

cantar.

Entrevistadora: E você também ia gostar de ouvir sobre os sonhos das outras

crianças?

Criança: Sim, muito!

19) Rayssa Renata da Silva Barbosa (11 anos) Entrevistadora:

Você gosta de assistir televisão?

Criança: Eu adoro! Assisto muito!

Entrevistadora: Você assiste mais antes ou depois da escola?

Criança: Antes e depois.

Entrevistadora: O que você assiste antes?

Criança: Cidade Alerta de manhã. Eu assisto com a minha mãe e a minha irmã

enquanto a gente toma café da manhã.

Entrevistadora: Você gosta?

Criança: Mais ou menos, é que só passa notícia ruim, não passa nada bom.

Entrevistadora: Depois da escola você assiste o que?

Criança: É-paraná, passa desenho e novela.

Entrevistadora: Se você pudesse fazer um jornal bem legal sobre o que voc~e quiser,

o que você gostaria de fazer?

Criança: Eu queria um programa de animação para falar sobre notícias.

Entrevistadora: Que tipo de notícias que você ia querer que tivesse?

Criança: Notícias boas e alegres, que falasse de animais.

20) Natália Cristina Torquatro (11 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Sim! Eu assisto sempre novela depois da aula com o meu irmão.

Entrevistadora: Seus pais assistem TV?

Criança: Sim, mas eu não assisto com eles porque eles mais assistem jornal.

Entrevistadora: E você não gosta de assistir com eles?

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Criança: Não muito.

Entrevistadora: O que um jornal tinha que ter pra você gostar?

Criança: Mais alegria. É que é tudo muito triste.

Entrevistadora: E sobre o que você iria querer falar?

Criança: Sobre as escolas e notícias. E também as pessoas que desapareceram das

famílias.

COLÉGIO ERASTO GAERTNER

21) Daniela Ribeiro (8 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Sim, eu gosto de desenho.

Entrevistadora: Você assiste todo dia?

Criança: Todo dia que dá. Quando eu vou na minha vó eu assisto quando tá

passando, daí na minha casa eu só assisto a noite porque eu tenho aula.

Entrevistadora: Você assiste sozinha ou com seus pais?

Criança: Com a minha mãe e com a minha irmã. As vezes minha irmã fica brincando.

Entrevistadora: Alguém na sua casa assiste jornal?

Criança: Não.

Entrevistadora: Você já assistiu jornal?

Criança: Várias vezes quando eu estou na casa da minha avó.

Entrevistadora: E você gostou?

Criança: Mais ou menos porque às vezes têm assuntos interessantes e outras vezes

não.

Entrevistadora: Qual foi o assunto que você achou interessante?

Criança: Assuntos de suspense.

Entrevistadora: Você lembra de algo que você viu e gostou?

Criança: Não…

Entrevistadora: Sobre o que você queria que eles falassem no jornal?

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Criança: Sobre a minha vida, sobre os programas de tv que eu mais gosto e assuntos

para crianças.

Entrevistadora: Tipo o que?

Criança: Tipo um novo brinquedo que eles lançaram e coisas assim.

22) Gustavo Bialle (8 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Eu gosto.

Entrevistadora: O que você mais gosta?

Criança: De desenho.

Entrevistadora: Quando você assiste normalmente?

Criança: De noite e sábado e domingo o dia inteiro.

Entrevistadora: Você assiste sozinho ou com seus pais?

Criança: Sozinho. Às vezes eu queria trazer meu cachorro para assistir comigo, mas

ele é muito grande.

Entrevistadora: E seus pais gostam de assistir jornal?

Criança: Não sei.

Entrevistadora: Você já assistiu algum jornal de tv?

Criança: Não.

Entrevistadora: Você sabe o que é um jornal?

Criança: Não.

23) Sofia de Abreu (8 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Gosto.

Entrevistadora: O que você mais gosta?

Criança: Chiquititas e Cúmplices de um resgate.

Entrevistadora: Você assiste normalmente sozinha?

Criança: Sim.

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Entrevistadora: o que os seus pais gostam de assistir?

Criança: Jornal Nacional.

Entrevistadora: E você já assistiu com eles?

Criança: Já.

Entrevistadora: Você assiste sempre ou de vez em quando?

Criança: De vez em quando.

Entrevistadora: E o que você achou do jornal?

Criança: Chato. Eu só vou na previsão do tempo para ver o que vai fazer. O resto eu

não gosto muito.

Entrevistadora: Você lembra de algo que você viu no jornal que você achou chato?

Criança: Eu não gosto quando eles falam de roubo. Acho super chato.

Entrevistadora: E sobre o que você ia gostar que eles falassem?

Criança: Sobre brincadeiras!

24) Gustavo Corbani (8 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir tv?

Criança: Sim, no quarto dos meus pais tem tv com youtube e eu gosto de assistir

pokémon lá.

Entrevistadora: Quais seus outros programas favoritos?

Criança: O canal é o Cartoon e o programa é Hora de aventura.

Entrevistadora: Você assiste normalmente com seus pais ou sozinho?

Criança: Sozinho.

Entrevistadora: Seus pais assistem jornal?

Criança: Sim.

Entrevistadora: Você já assistiu com eles?

Criança: Não lembro. Uma vez eu acho.

Entrevistadora: E o que você achou?

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Criança: Eu não gostei porque quando teve aquele ataque terrorista nos Estados

Unidos eu fiquei com medo porque meu tio mora lá. Eu não quero mais que aconteça

isso porque pode acertar ele.

Entrevistadora: Você lembra de falarem desse ataque no jornal?

Criança: É.

Entrevistadora: Se você pudesse montar um jornal com qualquer tema, com o que

seria?

Criança: Futebol.

25) Bruna Valentini Silva (8 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Sim.

Entrevistadora: E o que você gosta?

Criança: Eu não sei.

Entrevistadora: E seus pais assistem TV?

Criança: Sim.

Entrevistadora: O que eles assistem?

Criança: Filme de adulto.

Entrevistadora: E jornal eles gostam de assistir?

Criança: Não.

Entrevistadora: Você sabe por que?

Criança: Não.

Entrevistadora: Você já assistiu jornal?

Criança: Sim.

Entrevistadora: Quando?

Criança: Acho que foi ontem.

Entrevistadora: Você estava em casa?

Criança: Sim.

Entrevistadora: Você estava assistindo sozinha?

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Criança: Sim.

Entrevistadora: O que você achou do jornal?

Criança: Legal

Entrevistadora: o que você mais gosta no jornal?

Criança: Que aparecem pessoas na TV.

Entrevistadora: E você lembra de alguma matéria que você gostou?

Criança: Não.

Entrevistadora: Se você montasse um jornal, sobre o que você ia querer que

falassem?

Criança: Não sei.

26) Nicholas Ferreira (9 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Gosto.

Entrevistadora: O que você mais gosta?

Criança: Simpsons.

Entrevistadora: E quando você assiste?

Criança: Faz tempo que eu não assisto, mas as vezes eu vou naqueles Cartoon

Network, mas faz tempo. Eu gosto daquelas TVs que tem netflix.

Entrevistadora: E o que você gosta no netflix?

Criança: Eu gostei bastante de assistir Naruto?

Entrevistadora: E você assiste TVsozinho ou com seus pais?

Criança: Às vezes sozinho, às vezes com meus pais.

Entrevistadora: E quando você assiste com eles, o que eles assistem?

Criança: Às vezes filmes de aventura, às vezes comédia, mas é mais raro.

Entrevistadora: Eles gostam de assistir jornal?

Criança: Não muito.

Entrevistadora: Você não assiste com eles?

Criança: Não. Minha família não gosta porque eles falam sobre muita coisa de morte

e triste e eu não gosto.

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27) Henrique Alcantra (9 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Sim.

Entrevistadora: O que você mais gosta de assistir?

Criança: Netflix, Ninja go.

Entrevistadora: Quando você assisteTV?

Criança: Eu não fico muito porque eu estou jogando mais no tablet, mas a minha mãe

está assistindo uma série nova e eu estou gostando, mas é só uns 40 min.

Entrevistadora: Quando tua mãe e seu pai assistem você assiste com eles?

Criança: Sim, sexta e sábado a noite a gente vê filme.

Entrevistadora: E jornal, eles assistem?

Criança: Só a minha vó.

Entrevistadora: Você já assistiu com ela?

Criança: Sim

Entrevistadora: O que você achou?

Criança: Meio entediante e triste por causa das mortes.

Entrevistadora: O que você gostaria que tivesse no jornal se você pudesse escolher

qualquer tema?

Criança: Uma guerra de paintball.

28) Kauane Rocha Pereira (9 anos) Entrevistadora:

Você gosta de assistir TV?

Criança: Não muito.

Entrevistadora: O que você gosta de assistir? Criança:

Eu gosto de Detetive do prédio azul, Miracola

Entrevistadora: Você assiste normalmente sozinha?

Criança: Às vezes sozinha, às vezes com meus primos e às vezes com meus pais.

Entrevistadora: E quando você assiste com seus pais o que eles gostam de assistir?

Criança: Às vezes eles assistem desenho comigo, às vezes filme. Um monte de coisa.

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Entrevistadora: E eles assistem jornal?

Criança: Sim.

Entrevistadora: Você já assistiu com eles?

Criança: Já, toda noite quando a gente vai jantar a gente assiste.

Entrevistadora: E o que você acha?

Criança: Interessante.

Entrevistadora: Qual parte você achou mais interessante?

Criança: Todas as partes.

Entrevistadora: Tem uma parte que você não gosta?

Criança: Quando falam de guerra, é muito violento.

Entrevistadora: E se pudesse escolher qualquer tema sobre o que você ia gostar que

eles falassem?

Criança: Não sei…

29) Davi Bressan Hecke (9 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Gosto, eu gosto de assistir Bom dia e cia.

Entrevistadora: Quando você assiste?

Criança: De manhã e de noite.

Entrevistadora: Você assiste sozinho ou com seus pais?

Criança: Sozinho, só às vezes com meus pais, mas a noite.

Entrevistadora: E o que seus pais gostam de assistir?

Criança: Drama, suspense e comédia.

Entrevistadora: Eles assistem jornais?

Criança: Não.

Entrevistadora: Você já assistiu jornal?

Criança: Já.

Entrevistadora: O que você achou?

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Criança: Eu achei bem legal, a parte que eu mais gostei foi quando eles falaram da

previsão do tempo.

Entrevistadora: Se você pudesse escolher qualquer tema, qual você gostaria?

Criança: Eu queria uma nova tecnologia que daí as pessoas “parapléticas” poderiam

voltar a andar.

30) Sofia Bressan Hecke (9 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Sim, eu gosto de desenho… Bob Esponja… não lembro mais.

Entrevistadora: Quando você assiste TV normalmente?

Criança: Depois de chegar em casa, tomar banho e fazer tarefa.

Entrevistadora: E você assiste sozinha?

Criança: Às vezes é com meu irmão ou com a minha mãe.

Entrevistadora: E o que ela gosta de assistir?

Criança: Filme de comédia.

Entrevistadora: Você já assistiu jornal?

Criança: Já.

Entrevistadora: Quando?

Criança: Praticamente todas as manhãs e todas as noites com a minha mãe.

Entrevistadora: Você gosta do jornal?

Criança: Ele é meio chato.

Entrevistadora: Por que?

Criança: Porque só fica passando de políticas e assalto e de coisas que não é legal.

Entrevistadora: E se você pudesse escolher qualquer coisa para eles falarem em

um jornal, sobre o que você ia gostar?

Criança: Sobre esportes, eu gosto de atletismo. E também sobre como é bom ter uma

família.

31) Davi Nudenberder (9 anos)

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Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Mais ou menos.

Entrevistadora: O Que você mais gosta de assistir?

Criança: Dragon Ball.

Entrevistadora: Você assiste mais de noite ou de manhã?

Criança: Ah na verdade mais de tarde.

Entrevistadora: E você assiste sozinho ou com seus pais?

Criança: Normalmente com meus pais.

Entrevistadora: E o que eles mais gostam de assistir?

Criança: Eles gostam de jornal e vídeo cassetada.

Entrevistadora: E você já assistiu jornal com eles?

Criança: Já.

Entrevistadora: E o que você achou?

Criança: Eu achei meio esquisito.

Entrevistadora: Por que?

Criança: Porque parecia tudo mentira.

Entrevistadora: Teve alguma coisa que você assistiu no jornal que você gostou?

Criança: Não.

Entrevistadora: E se você pudesse escolher qualquer tema para falar no jornal, sobre

o que seria?

Criança: Eu ia querer que tivesse entrevista em um canal de games.

32) Emanuel Roza (10 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Sim.

Entrevistadora: O que você mais gosta?

Criança: Desenho. O que é para eu falar? Porque eu gosto de desenho, mas também

gosto de SBT.

Entrevistadora: Está ótimo! Você assiste sozinho ou com seus pais?

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Criança: Algumas vezes com meus pais e com amigos.

Entrevistadora: E o que eles gostam de assistir?

Criança: Minha mãe eu não sei, mas meus pai gosta de filme de terror e de coisas

que não deveriam ter.

Entrevistadora: E jornal eles gostam de assistir?

Criança: Não muito, mas eu não sei direito.

Entrevistadora: Você já assistiu com eles?

Criança: Já.

Entrevistadora: O que você achou?

Criança: Não vou dizer que foi divertido porque ele é muito sério.

Entrevistadora: Você lembra alguma coisa que você viu que você achou

interessante?

Criança: Sim, eu vi uma loja que mostraram um novo brinquedo que se mexia com

uma câmera e eu achei muito engraçado.

Entrevistadora: E se você tivesse um jornal seu e pudesse falar sobre qualquer coisa,

sobre o que você falaria?

Criança: Sobre novidades, não tipo que pessoa morreu que é muito triste, mas com

mais alegria.

33) Flávia Cristina da Silva (10 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: É, mais ou menos.

Entrevistadora: O que você faz no seu tempo livre?

Criança: Quando eu estou em casa eu gosto de pintar quadros e desenhos.

Entrevistadora: E quando você assiste é sozinha ou com seus pais?

Criança: Com meus pais.

Entrevistadora: O que eles gostam de assistir?

Criança: É… eu não consigo descrever.

Entrevistadora: Você sabe se é filme, ou jornal.

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Criança: Meu pai gosta de trazer bastante filme pra ele e minha mãe ficarem

assistindo.

Entrevistadora: E você já assistiu jornal alguma vez?

Criança: Alguns…

Entrevistadora: E você lembra de alguma coisa que você viu no jornal?

Criança: Não consigo lembrar.

Entrevistadora: Sobre o que você gostaria que eles falassem no jornal.

Criança: Tem muita coisa…

Entrevistadora: Você sabe me falar uma?

Criança: Hum… não consigo descrever.

34) Júlia Tavaris (10 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Gosto.

Entrevistadora: O que?

Criança: O que eu mais gosto são filmes de aventura, tipo meu malvado favorito.

Entrevistadora: Você assiste TV sozinha ou com seus pais?

Criança: Com meus pais.

Entrevistadora: E você assiste mais de manhã ou de noite?

Criança: Às vezes de manhã, as vezes de noite.

Entrevistadora: E o que seus pais gostam de assistir que você assiste junto?

Criança: O que meus pais gostam de assistir comigo e que eu também gosto um

pouquinho quando não tem nada pra fazer é jornal.

Entrevistadora: E o que você gosta?

Criança: O que eu mais gosto no jornal é o tempo.

Entrevistadora: Tem alguma coisa que você não gosta no jornal?

Criança: Não....

Entrevistadora: E você lembra de alguma reportagem que você viu e gostou?

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ MARIANA DELLA ENNS

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Criança: Não lembro…

Entrevistadora: E se você fosse dona de um jornal, o que você gostaria de colocar

lá?

Criança: Eu ia colocar uma mesa com duas cadeiras e se eles gostassem eu ia querer

um homem e uma mulher.

Entrevistadora: E sobre o que você ia querer que eles falassem?

Criança: Das olimpíadas que foram legais.

35) Isabelle Nascimento (10 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Muito.

Entrevistadora: Você assiste quando normalmente?

Criança: A noite.

Entrevistadora: E o que você mais gosta de assistir?

Criança: Desenhos de animação.

Entrevistadora: Você assiste normalmente sozinha ou com seus pais?

Criança: Sozinha.

Entrevistadora: Seus pais assistem jornal?

Criança: Sim.

Entrevistadora: Você já assistiu com eles?

Criança: Eu assisto toda noite.

Entrevistadora: O que você acha do jornal?

Criança: Eu gosto de um jornal que fala sobre os animais.

Entrevistadora: E se você fosse escolher qualquer assunto para eles falarem, sobre

o que você ia gostar que eles falassem?

Criança: Sobre a natureza.

36) Matheus Santana (10 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

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Criança: Eu gosto de anime e essas coisas e também no computador eu assisto os

youtubers.

Entrevistadora: Você assiste de manhã ou de noite ou quando?

Criança: Eu assisto mas de tarde.

Entrevistadora: Sozinho?

Criança: É.

Entrevistadora: Seus pais assistem jornal?

Criança: Sim.

Entrevistadora: Você assiste com eles?

Criança: Assisto todo dia.

Entrevistadora: E o que você acha do jornal?

Criança: Eu acho que é bom, eu gosto.

Entrevistadora: O que você gosta?

Criança: Quando passam coisas legais e a previsão do tempo que é bom saber.

Entrevistadora: E qual o tema que você gosta que eles falem?

Criança: Eu gosto de notícias curiosas tipo que o menino caiu na jaula do macaco.

Entrevistadora: E se você pudesse escolher qualquer tema para passar no jornal,

sobre o que você ia gostar?

Criança: Sobre ação e essas coisas.

37) Sophia de Freitas (11 anos)

Entrevistadora: Você assiste televisão?

Criança: Assisto.

Entrevistadora: Quando?

Criança: Na hora de dormir eu assisto desenho na Disney.

Entrevistadora: Você assiste normalmente sozinha?

Criança: Não, com a minha irmã.

Entrevistadora: E o que os seus pais gostam de assistir?

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ MARIANA DELLA ENNS

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Criança: Eles não assistem muito.

Entrevistadora: Eles assistem jornal?

Criança: Sim.

Entrevistadora: Todo dia?

Criança: Assim, depois que a gente almoça meu pai sempre vai pra TV e assiste

jornal.

Entrevistadora: E você já assistiu com ele?

Criança: Já.

Entrevistadora: O que você achou?

Criança: Eu não gosto.

Entrevistadora: Por que?

Criança: Eu não gosto muito porque fala de muita coisa triste e de violência.

Entrevistadora: Você lembra de alguma coisa que passou e você achou

interessante?

Criança: Eu lembro quando estava na moda do pokemon go e daí começou a passar

no jornal muitas coisas sobre isso que pessoas caiam no lado ou eram atropeladas

jogando isso. Daí eu até parei de jogar porque estava acontecendo muita coisa errada.

Entrevistadora: E se você fosse montar um jornal sobre qualquer tema, sobre o que

você ia querer falar?

Criança: Ah.. Deixa eu pensar. Acho que sobre design e essas coisas porque eu

quero trabalhar com isso.

38) Kauana Stadler (11 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Amo.

Entrevistadora: o que você mais gosta?

Criança: Séries e filmes de terror, essas coisas.

Entrevistadora: qual série você gosta?

Criança: The walking dead.

Entrevistadora: E quando você assiste?

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Criança: Quando eu estou almoçando na sala.

Entrevistadora: E você assiste sozinha?

Criança: Às vezes meu pai vem comigo, é que depende do que eu estou assistindo

Entrevistadora: E o que seus pais gostam de assistir?

Criança: Filme de comédia.

Entrevistadora: E eles assistem jornal?

Criança: Bastante.

Entrevistadora: Quando eles assistem?

Criança: Eles começam a partir das 6.

Entrevistadora: Você assiste com eles?

Criança: Só de vez em quando.

Entrevistadora: E você gosta?

Criança: Alguns assuntos eu acho muito chatos.

Entrevistadora: Quais?

Criança: Quando eles ficam falando de política essas coisas eu acho muito chato,

mas uma vez eles estavam falando que roubaram uma criança e coisa assim eu gosto

de prestar atenção porque pode acontecer comigo.

Entrevistadora: E se você pudesse escolher qualquer tema para um jornal o que

você escolheria?

Criança: Eu ia querer que eles falassem de música.

39) Rafael Loureiro (11 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir televisão?

Amo.

Entrevistadora: O que você mais gosta?

Criança: Eu gosto de History, Discovery, tipo documentários.

Entrevistadora: E você assiste sozinho ou com seus pais?

Criança: Sozinho.

Entrevistadora: E seus pais gostam de assistir jornal?

Criança: Um pouco.

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Entrevistadora: Você já assistiu com eles?

Criança: Às vezes.

Entrevistadora: E o que você achou?

Criança: Eu achei muito chato, porque fica toda hora falando sempre a mesma coisa

e a mesma notícia.

Entrevistadora: E se você pudesse escolher um tema para falar no jornal, sobre o

que você iria querer ouvir?

Criança: Videogame.

40) Gabriel Olsson (11 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Mais ou menos.

Entrevistadora: O que você faz no seu tempo livre?

Criança: Jogo no computador.

Entrevistadora: E quando você assiste o que você gosta de assistir?

Criança: O jornal.

Entrevistadora: Mesmo sem seus pais?

Criança: Sim.

Entrevistadora: O que você gosta de ver?

Criança: A previsão do tempo.

Entrevistadora: E o que mais?

Criança: As notícias legais.

Entrevistadora: E o que você não gosta?

Criança: A propaganda.

Entrevistadora: Se você pudesse escolher os assuntos sobre o que você ia querer

falar?

Criança: Ah, só notícias mesmo.

41) Heloísa Oliveira (11 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir televisão?

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65

Criança: Gosto, eu gosto muito. Ainda mais desenhos.

Entrevistadora: Quando você assiste?

Criança: Mais de noite. A tarde eu prefiro ficar vendo vídeos do youtube.

Entrevistadora: E você assiste sozinha?

Criança: Sim, meus pais preferem jornal, só as vezes minha mãe vem ver comigo.

Entrevistadora: Você já assistiu jornal com eles?

Criança: Sim.

Entrevistadora: E gostou?

Criança: Eu não gosto muito. Só algumas reportagens que são bem legais.

Entrevistadora: Você lembra de algo que você gostou?

Criança: Uma vez no jornal nacional mostraram uma luta de robôs, eu achei bem

legal.

Entrevistadora: E tem alguma coisa que você não gosta?

Criança: Não gosto quando elas ficam falando só de morte e tragédia. Eu sei que

precisam mostrar todas essas coisas da Síria e tudo mais, mas eu acho chato de

assistir.

Entrevistadora: E se você pudesse montar um jornal seu e falar de qualquer assunto,

sobre o que você gostaria de falar?

Criança: Eu ia gostar de falar sobre... não sei... acho que sobre mulher, moda. E

também notícias mais legais, tipo agora que está chegando o IPhone 7. Sobre temas

mais animados.

42) Henrrique Boldt (12 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Gosto, mas não assisto muito.

Entrevistadora: Você assiste mais na TV ou computador?

Criança: Na TV

Entrevistadora: E o que você gosta de assistir?

Criança: Futebol.

Entrevistadora: Quando você assiste?

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Criança: A noite.

Entrevistadora: E sozinho?

Criança: Com meu pai que ele também gosta de futebol.

Entrevistadora: E seu pai assiste jornal?

Criança: Sim e eu assisto sempre junto.

Entrevistadora: A noite ou de manhã?

Criança: Os três às vezes.

Entrevistadora: E alguma coisa te chamou a atenção?

Criança: Bebê abandonado.

Entrevistadora: E você gosta?

Criança: Ah… eu assisto porque meu pai está ali.

Entrevistadora: Sobre o que você queria que falassem em um jornal?

Criança: Futebol.

43) Luana Lis Vieira (12 anos)

Entrevistadora: Você assiste televisão?

Criança: Sim.

Entrevistadora: Mais na televisão ou no computador?

Criança: Mais na televisão.

Entrevistadora: O que você gosta de assistir?

Criança: Séries de ficção científica e de assassinato e essas coisas.

Entrevistadora: Quanto tempo você assiste?

Criança: Se deixarem eu fico o dia inteiro.

Entrevistadora: Fora série o que mais você gosta de ver?

Criança: Vídeos no youtube.

Entrevistadora: Você assiste TV sozinha?

Criança: Às vezes com a minha irmã mais velha e às vezes com meus pais porque

eles também gostam das séries que eu vejo.

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ MARIANA DELLA ENNS

67

Entrevistadora: Você já assistiu jornal com seus pais?

Criança: Já, mas é muito chato.

Entrevistadora: O que você acha chato?

Criança: Tudo, não me interesso nada pelo que eles falam. Acho muito sem graça

quando eles falam sobre mercado e tudo mais.

Entrevistadora: E se fosse ter um jornal com assuntos interessantes, sobre o que

você ia querer que falassem?

Criança: Ah, não sei, sobre coisas que interessassem a gente, não sei, alguma

coisa pros jovens entenderem e não só os adultos.

Entrevistadora: Se você fosse escolher um tema, sobre o que você queria?

Criança: Literatura, eu gosto de ler!

44) Helena Stroparo (12 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Eu assisto mais youtube.

Entrevistadora: E seus pais assistem TV?

Criança: Eles assistem. Agora estão assistindo bastante canal de política e jornal.

Entrevistadora: Você já assistiu com eles?

Criança: Sim.

Entrevistadora: E o que achou?

Criança: Chato! Eles falavam sempre da mesma coisa. Nada me chamou a atenção

e eu não entendi quase nada.

Entrevistadora: Se você pudesse escolher um tema para falarem no jornal sobre o

que você ia querer que eles falassem?

Criança: Sobre os youtubers.

45) Juan Pedro Barreiros (12 anos)

Entrevistadora: Você assiste bastante televisão?

Criança: Eu assisto pouca televisão, é mais quando eu vou dormir porque eu fico

normalmente jogando bola e videogame.

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Entrevistadora: E o que você gosta de assistir?

Criança: Filmes de ação eu acho bem legal.

Entrevistadora: Você assiste sozinho?

Criança: Às vezes sozinho ou às vezes quando a minha avó está lá porque ela gosta

de filme de terror.

Entrevistadora: E seus pais assistem jornal?

Criança: Eles assistem. Quando a gente está jantando eles pedem pra fazer silêncio

para ver a TV.

Entrevistadora: Então você acaba assistindo com eles?

Criança: É.

Entrevistadora: E o que você acha?

Criança: É absurdo o que a gente vê né. Mas eu não sou muito fã.

Entrevistadora: Por que?

Criança: Porque não é muito necessário, eles mentem muito, tem muita coisa por trás

da TV.

Entrevistadora: E se fosse ter um assunto interessante na TV o que você ia querer

que eles falassem?

Criança: Futebol, eu gosto muito de futebol.

46) Lorenzo Canestraro (12 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Sim.

Entrevistadora: Você assiste bastante?

Criança: Sim, eu chego da escola e daí descanso antes de estudar. Eu assisto

bastante tv.

Entrevistadora: O que você gosta de assistir?

Criança: Filmes, as vezes jornal.

Entrevistadora: Você assiste normalmente sozinho?

Criança: Não, eu assisto com a minha mãe e com os meus irmãos.

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Entrevistadora: Você lembra de alguma coisa legal de ver no jornal ou o que você

gosta de ver no jornal?

Criança: Esses dias eu vi de um bebê que foi abandonado e isso me comoveu.

Achei bem triste.

Entrevistadora: Você gosta de assistir o jornal ou só assiste com seus pais?

Criança: Não, eu gosto as vezes, pra ficar bem informado. É porque as vezes quando

eu não assisto e a minha mãe fala eu fico por fora.

Entrevistadora: Se você pudesse escolher qualquer tema legal para falar em um

jornal sobre o que você gostaria que falassem?

Criança: Ah, sobre esportes.

Entrevistadora: E tem coisas que eles falam no jornal que você não gosta?

Criança: Ah política, quando começa a passar eu troco de canal. Eles pulam jornal e

até filme para ficar falando de política.

47) Gabriela Charneske (12 anos)

Entrevistadora: Você gosta de assistir TV?

Criança: Sim, eu assisto quando eu termino de fazer minhas tarefas e no fim de

semana a tarde.

Entrevistadora: Quais os seus programas favoritos?

Criança: Os de dar risada e os de filme tipo Telecine.

Entrevistadora: Você normalmente assiste sozinha ou com alguém?

Criança: Assisto também com meu pai, meus irmãos, minha avó.

Entrevistadora: Quando você está assistindo com seus pais você assiste jornal com

eles?

Criança: De vez em quando.

Entrevistadora: E você lembra de algo legal que você assistiu no jornal?

Criança: Ahh, alguns assuntos que são sobre reportagens.

Entrevistadora: E você gosta ou acha meio chato?

Criança: Chato.

Entrevistadora: O que você acha chato?

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ MARIANA DELLA ENNS

70

Criança: Ah, é que eles ficam falando sempre sobre o mesmo assunto. Quando eu

assisto o do meio dia e eles falam sobre corrupção no da noite eles vão falar a mesma

coisa, com as mesmas palavras.

Entrevistadora: E se você pudesse montar um jornal totalmente diferentes com

qualquer assunto, sobre o que seria?

Criança: Sobre coisas do cotidiano e alegres porque eles só falam tragédia.

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ANEXO 2

ENTREVISTA COM PROFESSORA PEDAGOGA

Foi realizada uma entrevista com a pedagoga Silvia Marques, mestre em

capacitação de professores e com ampla experiência no ensino para crianças entre

8 e 12 anos. Durante a entrevista buscou-se compreender melhor as fases do

desenvolvimento cognitivo das crianças, qual seria a melhor faixa etária para ser

adotada como público alvo da revista e ainda quais os melhores artefatos didáticos

que deveríamos lançar mão.

A entrevista foi realizada em uma conversa informal. Na transcrição marcas

da linguagem oral foram mantidas.

TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA

Entrevistadora: Professora, como funciona o processo de aprendizagem das

crianças? Quais são as fases que elas passam?

Professora: O processo de aprendizagem da gente começa no letramento,

tá? O que é o letramento? É aquele conhecimento que tu vai adquirindo da tua própria

vivência. Então a criança vai se interessando por objetos, vai aprendendo pequenas

palavras, né? Vai passando por todo esse processo que o Piaget define nas fases de

aprendizagem, que era bacana tu pesquisar. As fases da infância, então ele define os

processos com base nas idades. De zero a dois, de 2 a 6 até chegar ao período

concreto, onde concretamente se estabelece a aprendizagem. Mas voltando para o

letramento, quando chega em um determinado momento a criança se comunica por

meio, assim, primeiro de pequenas palavras, mostrando, ela conhece o semáforo, o

que é o vermelho. Tudo isso vai fazendo parte do letramento da gente. Que ele

começa a ser construído com todas essas imagens. Então, se no programa tiver algum

momento em que apareça desenhos, estímulos, a criança da faixa etária bem

pequena também vai fazer uso disso para a aprendizagem. As cores, os sons, tudo

isso vai fazendo parte do letramento.

Só que chega um momento que ela entra na escola né? Algumas não, mas a

maioria sim. E o conhecimento começa a ser trabalhado de uma forma mais

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sistematizada, ou seja, mais organizada, não é tão informal como é em casa, que tu

diz olha a mesa, o papai e ela (a criança) já vai fazendo, então isso tudo é um

letramento que a criança vai construindo nesta aprendizagem. Aí o que acontece,

quando ela entra na pré escola, na educação infantil, ela começa a ter contato com

outros tipos de estímulos. Que aí já é o desenho, é a cor, a letrinha, a letrinha do nome

dela. E aí vai indo para um processo de alfabetização, tá? Que também é um processo

lento que vai acabar só quando ela tiver lá 7 ou 8 anos, algumas sim, outras não.

Então ela vai aprendendo que ela vai se comunicar, que ela tem o desenho como

expressão. Existe inclusive as fases do desenho, primeiro tem a garatuja que são

aqueles rabiscos, mas ela sabe o que são aqueles risquinhos. Depois ela passa para

os desenhos aleatórios então ela faz um círculo com aqueles risquinhos e é o sol né?

Depois ela passa para um outro momento que são uns desenhos mais

contextualizados, então ela desenha uma casinha, ela desenha ela mesma, desenha

a luz, quer dizer, ela está contextualizando aquele desenho. Existe um contexto ali em

volta dela. Tudo isso nas faixas etárias.

Aí quando ela entra na escola, no processo de alfabetização ela começa a

entender que existe outra forma de comunicar aquele desenho que é através da

escrita. Então por meio da escrita ela vai comunicando. Que o nome dela é Silvia,

então é “S” do sapo, que faz o si, do sabão, da sacola, então ela vai começando a

fazer essas ligações. Ela entende que ela pode comunicar aquele desenho de um

outro jeito, não que ela pare de fazer desenhos, ela vai continuar, mas ela vai descobrir

que quando ela desenha uma menininha bonitinha de cabelo loirinho que ela escreve

lá: Mariana, ela está identificando ela. Primeiro ela vai usar só o “m”, depois o “ma”,

“r”, até Mariana né? Então ela vai comunicando. Esse já é um outro nível de

comunicação.

Ela (a criança) vai sendo estimulada e ela vai buscando atividades que

envolvam mais a escrita. Então quanto maior o conhecimento que essa criança tiver,

por meio de estímulos do contexto dela, maior vai ser o interesse dela pela atividade,

consequentemente pelo programa. Se ela tiver atividades, se assistir atividades que

envolvem o agora, por exemplo, questões que envolvem o frio, a neve, a geada, do

impeachment, mais ela vai estar motivada porque faz parte do contexto dela.

Entendeu? Se for uma criança, por exemplo, da zona rural o que ela vai se sentir mais

atraída? Pelos animais, o que a geada faz com a lavoura. Então cada criança vai estar

interessada no contexto.

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Então são duas questões, a intencionalidade, o que tu queres com aquela

atividade que tu vai colocar no programa. Segundo, qual é o contexto dessa criança?

Tu não vai produzir um programa para uma criança do recife, tu vai escrever um

programa para uma criança para a realidade de Curitiba de determinada faixa etária

com interesses determinados.

Alguns itens vão atrair todas as faixas etárias, então a música, o som, as

cores, as expressões artísticas, a contação de história entende? O ideal na pesquisa

é que tu ficasse em uma faixa etária

Entrevistadora: Eu queria conseguir passar notícias de temas atuais e que

passariam em um jornal para adultos. Então falar sim sobre a geada, olimpíadas,

impeachment. Coisas que eles ouvem os pais comentando. A princípio, segundo o

que eu li sobre as fases da infância de Piaget tinha pensado para fazer com crianças

de 8 -11 anos.

Professora: De 8 a 12 anos tu pega um período bem concreto. É o período

que o Piaget chama de concreto. Daí o Vygotsky que é outro autor fala que o

aprendizado se constrói a partir da interação com o outro e o outro pode ser sim a

notícia da TV. Assim como você, ou uma vela que se eu passar o dedo queima. Então

tu vai pegar os dois principais autores que falam sobre a interação da aprendizagem.

Então o programa é uma interação que ele vai estar tendo com uma

intencionalidade e tu vai estar focando em uma faixa etária específica que já passou

por esses processos e já está em uma construção concreta né, que não é abstrato.

Uma fábula por exemplo, o pessoal do concreto já sabe o que é uma fábula, que os

animais realmente não falam. Então esse período concreto que o Piaget coloca entre

os 8 e os 12 anos onde já está sistematizada a aprendizagem mas ainda precisa

sistematizar a interpretação. Para que ele possa ver uma notícia e pensar espera aí,

não é bem assim. Inserir de forma crítica na vida dele, inserir na vida dele aquilo,

Então de que forma ele vai trazer para a vida dele aquela aprendizagem que ele fez

com o contato com o outro que nesse caso é o programa. Então ele vai trazer para o

concreto dele. Como sobre a alimentação, então uma reportagem sobre a alimentação

que ele aprenda que a maçã faz bem pra voz, se ele cantar isso pode interessar. Então

ele sempre vai trazer para a realidade e para a vida dele de uma forma concreta o que

não acontece em crianças mais novas.

Para ti fazer um programa que atinja todas as faixas etárias é muito difícil, é

impossível. Os programas sempre se focam em uma faixa etária. Tem que ser

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74

direcionado. Então se tu vai direcionar para essa faixa etária é a parte do concreto.

Então seria interessante buscar alguma coisa interativa que eles possam participar,

ter um instrumento do programa na internet que possa fazer com que eles contribuam.

Ou entrar pelo skype com a criança entrando e podendo dar a sua contribuição para

determinado assunto. É uma forma bem fácil e que já acontecem nas aulas a

distância.

Entrevistadora: A televisão já está sendo muito usada dentro das escolas

certo?

Professora: Nossa, a educação a distância é uma grande prova disso. A

presença é só uma ou duas vezes por semana e em casa pelo portal a pessoa tem

acesso a todas as atividades, livros, programações, conteúdos, tem tudo pela internet.

Entrevistadora: Mas para crianças?

Professora: Sim, para crianças. Então elas tem várias atividades em um site

ou blogue. Isso seria interessante para o jornal, ter um site relacionado com assuntos

complementares. Então durante o programa pode falar para entrar no determinado

site e eles vão ter acesso a comentários mais profundos. Porque mais do que a TV a

internet está sendo um grande fórum de interlocução. Nessa idade eles já estão muito

mais ligados na internet do que a gente. Então pode fazer uma junção da internet com

o programa. Então você não precisa abordar tudo, mas vai ter mais um estímulo para

o aprendizado das crianças no site.

Entrevistadora: Quanto tempo seria o ideal para o programa?

Professora: As crianças dessa idade conseguem prestar atenção no

máximo por 40 minutos, se tiver a interação 40 minutos. As crianças mantêm a

atenção por até 20 minutos, mas se tiver interação são capazes de ficar mais. Uns

30 minutos seria o ideal.

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ANEXO 3

BRIEFING PRÉ-ENTREVISTAS

Proposta: Criar uma revista eletrônica infantil com conteúdo jornalístico, informativo,

cultural e educacional.

Objetivo: Criar um meio direcionado para crianças e pré-adolescentes se informarem

e ter acesso a notícias atuais, criando assim uma avenida para desenvolver a

cidadania de forma mais participativa e íntegra.

Público Alvo: Crianças de 8 a 12 anos de idade.

Periodicidade e duração: Programa será veiculado três vezes na semana no período

da manhã, com a duração de 15 - 20 minutos, podendo ser dividido em dois blocos.

As edições serão ao vivo, com exceção das reportagens e dos quadros que serão

gravados previamente.

Conteúdo dos programas: Reportagens de jornalismo informativo, notas de notícias

factuais e quadros com temas específicos.

Reportagens: Matérias referente a temas factuais - regionais, nacionais ou

internacionais - que podem ter grande repercussão na mídia comum ou conter

conteúdo de interesse concentrado na faixa etária. O destaque seria para o uso de

uma linguagem direcionada para a idade e ferramentas que ajudem na compreensão

e interpretação das informações - tabelas, gráficos, animações. As reportagens vão

conter narrações cobertas por imagens pertinentes e entrevistas com adultos e/ou

crianças.

Notas: Comentário cobertos por imagens ou não, sobre temas factuais. Podem ser de

abrangência regional, local, nacional ou internacional.

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76

Quadros: Os quadros serão divididos por dias, sendo assim nem todos os quadros

entram ao ar em todas as edições. Os quadros são produzidos previamente e terão

vinheta própria o que possibilita a emancipação com relação ao resto do jornal.

Sugestão de quadros:

• Um profissa por aí: um quadro falando sobre os cursos universitários e as

possibilidades de carreiras que eles trazem. O quadro aborda a temática do

curso, as possíveis carreiras a serem seguidas e explica e de maneira clara o

que os mais diversos cursos podem oferecer. Para compor o quadro serão

feitas entrevistas e imagens para cobrir offs.

• De onde vem: um quadro que explica como coisas são feitas, podem ser coisas

simples como um lápis, ou coisas mais complexas como fogos de artifício e

asfalto. Esse quadro seria composto por entrevistas, gravações e quando

necessário animações para explicar melhor processos complicados.

Apresentação: A apresentação será composta por uma apresentadora adulta que irá

interagir com os telespectadores e será responsável por introduzir e comentar as

reportagens, os quadros e narrar as notas. A escolha de uma apresentadora adulta

converge com a ideia de ser um programa infantil e não infantilizado. Para transmitir

o conteúdo com ar de seriedade e relevância pertinente a qualquer veículo jornalístico,

mas com uma linguagem adequada para o público peculiar. Foi cogitada uma

apresentação por uma criança, mas a ideia foi deixada de lado com o argumento de

que: se a criança fosse muito velha as crianças mais novas não iriam se identificar e

se a criança fosse mais nova as crianças mais velhas perderiam o interesse.

Cenário: O programa será ambientado em um estúdio sem bancada, com uma

banqueta para ser usada esporadicamente, um fundo colorido com uma tela de

televisão. O fundo não terá informações extras, apenas cores e a televisão ficará com

a logo do jornal até que alguma animação, quadro ou matéria seja introduzida também

aparecerá lá.

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Linguagem: O programa sempre irá buscar uma linguagem simples, de fácil

compreensão e didática. O cuidado principal com a linguagem é de torná-la acessível

ao público infantil, mas não uma linguagem infantilizada que subestime a capacidade

intelectual dos telespectadores, para que contribua com o desenvolvimento do

cognitivo da criança.

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ANEXO 4

RELATÓRIO VT ADOÇÃO

OFF 1: QUEM VÊ A MOCCA FELIZ, NA CAMA E BRINCANDO. NÃO ACHA QUE

UM DIA ELA MOROU SOZINHA NA RUA E SOFREU MUITO. MAS FAZ DOIS

ANOS QUE A DONA RENATA ADOTOU A MOCCA E DEU PARA ELA UM NOVO

LAR.

SONORA RENATA

OFF 2: ADOTAR UM CACHORRO SIGNIFICA TIRAR ELE DA RUA, OU DE UM

CANIL, E LEVAR PRA CASA COM VOCÊ. A VETERINÁRIA LOREN EXPLICA

PORQUE ADOTAR É BEM MELHOR QUE COMPRAR.

SONORA LOREN INDUSTRIA

OFF 3: A MAIORIA DOS CACHORROS ADOTADOS NÃO SÃO DE RAÇA, MAS

MESMO ASSIM QUEREM TER UMA CASA.

SONORA LOREN

OFF 4: QUANDO UM CACHORRO MORA NA RUA, TEM CHANCE DE ELE TER

FILHOTES E COLOCAR MAIS CACHORROS SOFRENDO NA RUA.

SONORA RENATA

OFF 5: ALÉM DE TIRAR CACHORROS E FILHOTES DA RUA, ADOTAR UM CÃO

PODE FAZER BEM ATÉ PARA A SAÚDE DE PESSOAS

SONORA LOREN

OFF 6: SE VOCÊ DECIDIU ADOTAR É BOM LEMBRAR DE TODOS OS

CUIDADOS QUE O CACHORRO PRECISA COMO CAMA, CARINHO, COMIDA E

MÉDICO.

SONORA LOREN

OFF 7: MAS ADOTAR UM CACHORRO É A GARANTIA DE TER UM NOVO

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MELHOR AMIGO

SONORA RENATA

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ANEXO 5

RELATÓRIO VT JUROS

CABEÇA: VOCÊS JÁ DEVEM TER VISTO QUE VÁRIAS LOJAS E OS

SHOPPINGS POR AÍ ESTÃO COMEÇANDO A GANHAR DECORAÇÃO DE NATAL.

E O QUE O NATAL LEMBRA? GANHAR PRESENTES, É CLARO! MAS E NA

HORA DE COMPRAR, COMO FICA?

OFF 1: CHEGANDO NO FINAL DO ANO AS RUAS VÃO FICANDO CADA VEZ MAIS

CHEIAS DE PESSOAS COM SACOLAS NA MÃO, TODO MUNDO PROCURANDO

PRESENTES, MAS NA HORA DE PAGAR, A CONTA PODE FICAR CARA E

ALGUMAS PESSOAS PENSAM EM PARCELAR.

ANIMAÇÃO: EXISTEM DUAS MANEIRAS DE PAGAR AS CONTAS. À VISTA, OU

SEJA, PAGAR TUDO NA HORA, OU ENTÃO PAGAR A PRAZO, EM PARCELAS. SE

VOCÊ DECIDIR PAGAR A PRAZO ISSO QUER DIZER QUE VOCÊ VAI LEVAR O

QUE COMPROU PRA CASA NO DIA, MAS TODO MÊS VOCÊ VAI PAGAR UM

POUCO ATÉ COMPLETAR O VALOR DO PRODUTO. PARA A LOJA NÃO SAIR

PERDENDO NA VENDA, QUANDO ALGUÉM DECIDE PAGAR A PRAZO, ELA

EMPRESTA DINHEIRO DO BANCO.

SONORA CLAUDIA

OFF 2: O BANCO NÃO FAZ ESSE EMPRÉSTIMO DE GRAÇA, ELE COBRA UMA

TAXA QUE CHAMAMOS DE JUROS. É COMO SE FOSSE UM PREÇO PARA

DEIXAR VOCÊ PAGAR PARCELADO. NO FIM DAS CONTAS ESSE PREÇO SAI

CARO, ELE PODE SER DE 50 A 100% DO PREÇO A VISTA DO PRODUTO.

ANIMAÇÃO: DIGAMOS QUE VOCÊ QUER COMPRAR UM CELULAR QUE CUSTA

1000 REAIS, SE VOCÊ PAGAR À VISTA O PREÇO DELE CONTINUA MIL REAIS.

MAS DIGAMOS QUE VOCÊ DECIDA COMPRAR A PRAZO E PAGAR DURANTE 10

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MESES UMA PARCELA DE 150 REAIS. VEJA QUE NO FINAL DAS CONTAS O

CELULAR SAIU BEM MAIS CARO E VOCÊ PAGOU 500 REAIS A MAIS.

OFF 3: COMPRAR PARCELADO ENTÃO É MUITO BOM SE VOCÊ PRECISA DE

ALGUMA COISA MUITO URGENTE E QUE NÃO PODE ESPERAR, AGORA SE O

SEU PRESENTE PODE ESPERAR MAIS UM POUCO É BOM PAGAR À VISTA E

AINDA PEDIR DESCONTO.

SONORA CLAUDIA

NOTA PÉ: FICA A DICA DE UM PROFISSIONAL! O BOM É COMEÇAR A

GUARDAR DINHEIRO DESDE JÁ PARA QUANDO VOCÊ ACHAR ALGO LEGAL

QUE QUER COMPRAR PODER PAGAR A VISTA E ECONOMIZAR NOS JUROS.

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ANEXO 6

ROTEIRO JORNAL COM CEREAL

ROTEIRO JORNAL COM CEREAL

PILOTO 1 (11/11)

CINEGRAFISTAS: PELÉ

PRODUÇÃO: MARIANA DELLA ENNS

APRESENTAÇÃO: MARIANA DELLA ENNS

VTs: JUROS, ADOÇÃO

QUADROS: COMO SE FAZ, AGENDA CULTURAL, É O QUE EU ACHO

NC: PEC 241, DOAÇÃO, TEMPO

//ENTRA VINHETA//

VT ADOÇÃO

OLÁ PESSOAL! SEJAM BEM VINDOS A MAIS UM JORNAL COM CEREAL! NÃO SAIAM DAÍ QUE O JORNAL DE HOJE ESTÁ RECHEADO COM MUITA COISA LEGAL.

((VIRA))

O PRIMEIRO ASSUNTO, NÃO TEM QUEM NÃO GOSTE! BICHINHOS DE ESTIMAÇÃO. É MARAVILHOSO TER ELES EM CASA, O PROBLEMA É QUANDO ELES SÃO ABANDONADOS. QUASE METADE DOS CACHORROS DE CURITIBA MORAM NA RUA E FICAM DOENTES, COM FOME E COM FRIO. POR SORTE TEM PESSOAS BOAS QUE ADOTAM ESSES ANIMAIS E DÃO PARA ELES UMA FAMÍLIA NOVA.

// RODA VT//

MUITO LEGAL ESSA OPÇÃO DE ADOTAR NA HORA DE TER UM ANIMAL DE ESTIMAÇÃO NÉ? SE VOCÊ FICOU COM VONTADE ENTRA NESSE SITE AÍ EM BAIXO NA TELA E VEJA TODAS AS OPÇÕES DE LUGARES PARA ADOTAR. TEM CENTENAS DE CACHORRINHOS

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NC PEC 241

QUADRO COMO SE FAZ

EM CURITIBA ESPERANDO POR UMA FAMÍLIA, QUEM SABE VOCÊ NÃO ENCONTRA SEU PRÓXIMO MELHOR AMIGO LÁ.

((VIRA))

NA QUARTA FEIRA PASSADA A ÚLTIMA ESCOLA AQUI DE CURITIBA FOI DESOCUPADA. OS ALUNOS ESTAVAM DESDE OUTUBRO MORANDO DENTRO DA ESCOLA E NÃO DEIXANDO NINGUÉM TER AULA COMO FORMA DE PROTESTO CONTRA A REFORMA DO ENSINO MÉDIO E A PEC 241. QUER ENTENDER MELHOR PORQUE ELES ESTAVAM PROTESTANDO? OLHA AÍ!

// RODA VT//

ESSA PROPOSTA AINDA NÃO FOI APROVADA E VAI DAR MUITO O QUE FALAR, PORQUE DE UM LADO O GOVERNO DIZ QUE NÓS PRECISAMOS PARAR DE GASTAR PORQUE O BRASIL ESTÁ COM POUCO DINHEIRO, DO OUTRO LADO TEM MUITA GENTE QUE NÃO QUER ESSA PEC DIZENDO QUE NÓS NÃO PODEMOS COLOCAR UM LIMITE DINHEIRO QUE ENTRA NA SAÚDE E NA EDUCAÇÃO PORQUE ESSAS COISAS JÁ TEM PROBLEMAS DEMAIS. ENTÃO AINDA VAI TER MUITA DISCUSSÃO EM CIMA DISSO, MAS NÃO SE PREOCUPEM QUE A GENTE VAI TRAZENDO ESSAS INFORMAÇÕES PRA VOCÊS!

((VIRA))

E NO QUADRO “COMO SE FAZ” DE HOJE A GENTE VAI FALAR SOBRE PLACAS, SINOS E ARTEFATOS DE METAL, OLHA QUE LEGAL!

//RODA VT//

SUPER INTERESSANTE VER COMO UMAS SUCATAS VELHAS QUE ANTES ERAM LIXO PODEM SE TRANSFORMAR EM PLACAS MARAVILHOSAS NÉ!?

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VT JUROS

NC DOAÇÃO

QUADRO É O QUE EU ACHO

((VIRA))

MAS, MUDANDO DE ASSUNTO, VOCÊS JÁ DEVEM TER VISTO QUE VÁRIAS LOJAS E OS SHOPPINGS POR AÍ ESTÃO COMEÇANDO A GANHAR DECORAÇÃO DE NATAL. E O QUE O NATAL LEMBRA? GANHAR PRESENTES, É CLARO! MAS E NA HORA DE COMPRAR, COMO FICA?

//RODA VT//

ENTÃO FICA A DICA DE UMA PROFISSIONAL, SE VOCÊ ESTÁ AFIM DE COMPRAR UM PRESENTE LEGAL PARA VOCÊ MESMO OU PARA ALGUÉM COMECE A ECONOMIZAR DESDE JÁ PARA PAGAR TUDO À VISTA!

(VIRA)

ALÉM DE COMPRAR E GANHAR PRESENTES, O NATAL TAMBÉM É UMA BOA HORA DE SER SOLIDÁRIO E PENSAR NOS OUTROS.

// RODA VT //

SE VOCÊ GOSTOU DA IDEIA E ESSE ANO QUER FAZER UM NATAL SOLIDÁRIO TAMBÉM, VOCÊ PODE DOAR BRINQUEDOS NOVOS OU ENTÃO USADOS, MAS BEM CUIDADOS NESSE ENDEREÇO QUE APARECE AÍ NA SUA TELA OU ENTÃO ENTRE NO SITE PARA SABER MAIS INFORMAÇÕES.

(VIRA)

NO QUADRO “É O QUE EU ACHO” DE HOJE, A LETÍCIA DE 8 ANOS NOS MANDOU UM VÍDEO FALANDO DO QUE ELA ACHA SOBRE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA.

//RODA VT//

QUE BACANA, OBRIGADA PELO VÍDEO LETÍCIA. E QUE TAL VOCÊ FAZER COMO A LETÍCIA E ME MANDAR UM

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TEMPO

AGENDA CULTURAL

VÍDEO PARA O PRÓXIMO JORNAL FALANDO O QUE VOCÊ ACHA QUE DÁ PARA FAZER PARA TORNAR O NATAL DE OUTRA PESSOA MAIS FELIZ. É SÓ MANDAR UM VIDEO PELO WHATS APP NO NÚMERO ABAIXO OU ENTÃO PELO EMAIL.

(VIRA)

DÁ UMA OLHADINHA AGORA COMO VAI FICAR A PREVISÃO DO TEMPO PARA ESSE FIM DE SEMANA!

// RODA VT //

E HOJE É SEXTA-FEIRA, DIA DA NOSSA AGENDA CULTURAL, PRA VOCÊ FICAR LIGADO EM TODAS AS PROGRAMAÇÕES LEGAIS QUE VOCÊ PODE FAZER NO FIM DE SEMANA.

// RODA VT //

BACANA TODAS ESSAS OPÇÕES NÉ? GENTE, O JORNAL COM CEREAL DE HOJE ESTÁ ACABANDO AQUI! MAS NÃO SE PREOCUPEM QUE NA SEGUNDA FEIRA NÓS VOLTAMOS COM MUITA INFORMAÇÃO E DIVERSÃO EM UM JORNAL QUE TE LEVA A SÉRIO. ATÉ LÁ!