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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CURSO DE ZOOTECNIA AMANDA PLAÇA BIALLI EFEITOS DO ESTRESSE TÉRMICO NA FISIOLOGIA DAS AVES COMERCIAIS CURITIBA 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CURSO DE ZOOTECNIA

AMANDA PLAÇA BIALLI

EFEITOS DO ESTRESSE TÉRMICO NA FISIOLOGIA DAS AVES COMERCIAIS

CURITIBA

2014

Amanda Plaça Bialli

EFEITOS DO ESTRESSE TÉRMICO NA FISIOLOGIA DAS AVES COMERCIAIS

Trabalho de Conclusão do Curso de Gradação em Zootecnia da Universidade Federal do Paraná, apresentadocomo requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientadora: Profa. Dra. Ana Vitória

Fischer da Silva

CURITIBA

2014

Aos meus amados pais, que com

muita paciência e amor me

apoiaram em todos os momentos

da minha vida.

Dedico

AGRADECIMENTOS

Á Deus,pela oportunidade de cursar uma faculdade, por todas as

coisas boas da minha vida e por me amparar nos momentos

difíceis.

Ás minhas Avós Elza e Therezinha (in memoriam), por terem

sustentado a família com muito amor e dedicação. Saudades

eternas.

Ao meu Pai Enio, pelo seu cuidado, carinho, amor e alegria,

capazes de tornar meus dias melhores.

Á minha Mãe Sandra, pelo amor incondicional e pela ajuda

sempre presente durante meus trabalhos da graduação.

Á minha irmã Karina, pelo amor, amizade e momentos alegres

compartilhados.

Ao meu namorado Ian, por toda dedicação e companheirismo

de quase 7 anos.

Ao meu sogro e minha sogra Geraldo e Elaine, pela confiança e

por todos os bons momentos que passamos juntos.

Á minha querida orientadora e agora amiga Profa. Dra. Ana

Vitória Fischer da Silva, pela credibilidade e apoio desde o

início da minha graduação.

Às amigas Mariana Scheraiber e Suelen Cristina Soares, por toda

a ajuda durante meu estágio curricular, por todas as conversas,

risadas, lanches e principalmente pela amizade que se iniciou

durante este período.

Á todos que de alguma forma contribuíram para a realização

deste trabalho.

“Antes de ter amado um animal parte de

nossa alma permanece adormecida.”

(Anatole France).

LISTA DE ILUSTRAÇÔES

Figura 1 – Mecanismo hipotalâmico de regulação da temperatura corporal...........25

Figura 2 – Interação entre ambiente e as aves domésticas....................................26

Figura 3 – Principais perdas de calor sensível e latente em frangos......................27

Figura 4 – Representação esquemática das respostas fisiológicas e

comportamentais da termorregulação......................................................................29

Figura 5 – Posicionamento ideal de galpões avícolas............................................30

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Zona de conforto térmico para aves......................................................20

Tabela 2 – Valores da temperatura crítica inferior (TCI), zona de conforto térmico

(ZCT) e temperatura crítica superior (TCS) de acordo com a fase da

ave............................................................................................................................21

Tabela 3 – Efeito da temperatura ambiente sobre o consumo de água..................35

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Influência da temperatura ambiente sobre o comportamento produtivo

das aves...................................................................................................................22

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Frequência de disparo dos termoceptores de frio e de calor de acordo

com a variação na temperatura................................................................................23

RESUMO

A avicultura moderna é uma das cadeias mais importantes do agronegócio

Brasileiro movimentando grandes quantidades de investimentos, além de gerar

cada vez mais a necessidade de tecnificação e consequentemente de qualificação

das pessoas envolvidas nessa cadeia produtiva. O frango comercial tornou-se um

dos animais mais eficientes do ponto de vista nutricional e desenvolvimento,

porém, apesar de todo esse potencial para a produção, mostra-se susceptível a um

grande número de variáveis, e dentre elas o ambiente. Assim, sabe-se que, altas

temperaturas são capazes de reduzirem o consumo de alimento, o que

consequentemente, prejudica o desempenho dos frangos. Já em baixas

temperaturas podem apresentar um melhor ganho de peso, porém com uma

elevada conversão alimentar. Portanto é de suma importância o entendimento dos

mecanismos termorregulatórios, a fim de evitar e/ou amenizar os efeitos do

estresse calórico, pois, o sucesso ou fracasso de uma produção está diretamente

relacionado com a ambiência no qual os animais estão expostos. O estágio final foi

realizado no Departamento de Fisiologia da Universidade Federal do Paraná, com

o objetivo de aprimorar os conhecimentos á respeito dessa área na qual possui

influências diretas na produção animal como um todo.

Palavras chave: avicultura, termorregulação, fisiologia

ABSTRACT

The modern poultry farming is one of the largest productions of Brazilian

agribusiness, moving large amounts of investments, as well as generating greater

need for technological improvement and therefore qualification of the people

involved in this production chain. The commercial poultry has become one of the

most efficient animals from a nutritional point of view and development; however,

despite this potential for production, it is liable to a large number of variables, like

environment for example. It is known that high temperatures are capable of

reducing food intake, which consequently degrades the performance of chickens;

while at low temperatures can have a better weight gain, but with high feed

conversion. Therefore it is extremely important to understand the thermoregulatory

mechanisms, in order to avoid and / or mitigate the effects of heat stress, because

the success or failure of a production is directly related to the ambience in which

animals are exposed. The final internship was conducted at the Department of

Physiology at the Federal University of Paraná, with the aim of improving

knowledge about this area that has direct influences on animal production as a

whole.

Key words: poultry, thermoregulation, physiology

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 16

2. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 17

2.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................................... 17

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ................................................................................................ 17

3. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................ 18

3.1 HOMEOTERMIA E HOMEOSTASE ............................................................................... 18

3.2 PRINCÍPIOS DA TERMORREGULAÇÃO ...................................................................... 18

3.3 ZONA DE CONFORTO TÉRMICO ................................................................................. 20

3.4 FISIOLOGIA DA TERMORREGULAÇÃO ...................................................................... 22

3.5 PAPEL DO HIPOTÁLAMO NA TERMORREGULAÇÃO ................................................ 24

3.6 RESPOSTAS FISIOLÓGICAS NO CONTROLE DA TEMPERATURA.......................... 26

3.7 MEDIDAS DE MANEJO PARA AMENIZAR O ESTRESSE CALÓRICO ....................... 30

3.7.1 Direção do galpão ........................................................................................................ 30

3.7.2 Cobertura do galpão ..................................................................................................... 31

3.7.3 Arborização .................................................................................................................. 32

3.7.4 Qualidade do ar ............................................................................................................ 32

3.7.5 Ventilação e climatização ............................................................................................. 33

3.7.6 Nutrição ........................................................................................................................ 34

4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO .............................................................................................. 37

4.1LOCAL E DURAÇÃO ....................................................................................................... 37

4.2 ESCOLHA DO ESTÁGIO ................................................................................................ 37

4.3 O DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA ........................................................................... 38

4.4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ................................................................................... 39

4.5 CRONOGRAMA DAS AULAS ........................................................................................ 39

4.6 AULAS MINISTRADAS ................................................................................................... 40

4.7 ATIVIDADES DA PÓS-GRADUAÇÃO ............................................................................ 41

4.8 PRÉ-PROJETO DE MESTRADO ................................................................................... 41

4.9 MANUAL PRÁTICO DE FISIOLOGIA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS .......................... 42

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 44

6. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 45

ANEXO 1. Plano de aula da disciplina BF013 ...................................................................... 49

ANEXO 2. Plano de aula da disciplina BF041 ...................................................................... 50

ANEXO 3. Lista de presença estágio final...........................................................................51

ANEXO 4 Avaliação do estagiário.......................................................................................54

16

1. INTRODUÇÃO

As aves comerciais como frangos de corte, matrizes e poedeiras

passaram por um grande avanço genético nas últimas quatro décadas,

tornando-se animais com maior eficiência nutricional e melhor ganho de peso.

Juntamente á isto houve uma intensificação da produção animal, acarretando

em um número muito maior de animais confinados em espaços limitados

(RESTELATTOet al., 2008).

As aves são animais muito susceptíveis ao estresse calórico. Em altas

temperaturas há uma queda no consumo de alimentos, já em temperaturas

mais baixas pode ocorrer o aumento no ganho de peso, porém, á custas de

uma elevada conversão alimentar (MACARI et al., 2002). Sendo assim, o

conhecimento dos princípios fisiológicos da termorregulação e medidas de

prevenção e controle quando da ocorrência de temperaturas elevadas são de

extrema importância para que a produção aviária seja viável, pois, no sistema

atual de criação adotado pela avicultura brasileira (integração), o manejo dos

animais é a peça chave para o lucro do produtor e o bem-estar dos animais.

Diante do exposto optou-se por revisar alguns aspectos fundamentais da

termorregulação das aves.

O estágio curricular foi desenvolvido no Departamento de Fisiologia da

Universidade Federal do Paraná, com o intuito de aprofundar os

conhecimentos sobre a fisiologia dos animais domésticos; desenvolver o perfil

acadêmico para a docência e, sobretudo, confeccionar um Manual de Fisiologia

dos Animais Domésticos para auxiliar e servir de base de estudos dos alunos

do curso de Zootecnia e Agronomia. Durante o estágio foi possível aprofundar

os conhecimentos da fisiologia animal, incluindo a termorregulação, como será

descrita ao longo deste trabalho.

17

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Último requisito necessário para conquistar o título de Zootecnista.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Elaboração e editoração de material didático á ser utilizado pelos alunos do

curso de zootecnia e agronomia.

Aprimoramento dos conhecimentos através da mescla dos conceitos

aprendidos ao longo do curso de zootecnia juntamente com os conhecimentos

buscados nos livros durante a confecção do manual didático.

Auxílio e acompanhamento das atividades realizadas na pós-graduação.

Planejamento de um possível projeto de mestrado para o ano de 2015.

18

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 HOMEOTERMIA E HOMEOSTASE

A palavra homeostase, do grego homeo “similar ou igual” e stasis

“estático”, foi criada por Walter Bradford Cannon em 1932 e remete á atuação

do sistema nervoso em conjunto com os demais sistemas a fim de manter o

organismo animal em estado de equilíbrio orgânico frente as mais diversas

variações ambientais (RODRIGUES, 2013).

O organismo dos animais como aves e mamíferos, pode ser

considerado uma complexa rede de células que estão inter-relacionadas á

diversos sistemas, no qual possuem a função de controlar toda atividade

fisiológica do corpo a fim de manter a sobrevivência do organismo como um

todo. Sendo assim, os sistemas trabalham de forma conjunta de modo que

todos os órgãos auxiliam na manutenção e regulação do meio interno e

consequentemente controlam a sobrevivência das células (FURLAN, 2006).

Neste contexto, a homeotermia é considerada a homeostase térmica

do organismo animal, fenômeno bem característico em aves e mamíferos.

Estes animais são capazes de manter a temperatura interna do corpo em

estreitos limites, mantendo-a praticamente constante, mesmo diante de

variações na temperatura ambiente (RODRIGUES, 2000).

3.2 PRINCÍPIOS DA TERMORREGULAÇÃO

De acordo com Braz (2005), pequenas alterações na temperatura

central do corpo já são suficientes para desencadear alterações metabólicas e

enzimáticas, além de afetar mecanismos bioquímicos e fisiológicos como

processos digestivos, frequência cardíaca e respiratória (RODRIGUES, 2000).

Sendo assim, os animais homeotérmicos frente á situações de estresse

calórico, utilizam mecanismos denominados termorregulatórios a fim de manter

19

o equilíbrio funcional de suas células e controlar toda a função orgânica dentro

dos limites aceitáveis para sua sobrevivência.

A temperatura corporal dos animais em um modo geral é resultado do

balanço entre a produção e a perda de calor, sendo assim, quando a produção

de calor no organismo é maior que a sua perda há um aumento no calor interno

que não consegue se dissipar e consequentemente eleva a temperatura

corporal (GUYTON, 2002).

De acordo com Cunningham (1999), o calor produzido pelo organismo

é proveniente da dieta (calor metabólico) ou até mesmo da realização de

trabalho (correr ou se movimentar). Após a ingestão de um alimento se inicia

uma série de processos metabólicos envolvidos na digestão, o que dissipa

calor em todos os seus estágios por meio da oxidação.

O mesmo autor ainda cita que além da produção interna de calor, os

animais possuem a habilidade de absorver calor do meio externo através da

irradiação de calor de outros corpos ou de superfícies de contato (condução).

Ainda neste contexto, a perda de calor do organismo animal também

ocorre por meio de processos adiabáticos como evaporação, condução,

irradiação e convecção. Todos estes processos são de extrema importância

para a termorregulação, pois em momentos de estresse calórico o animal

consegue eliminar ou absorver calor quando necessário.

Portanto, para realizar a termorregulaçãoo animal utiliza uma série de

mecanismos fisiológicos começando com a percepção de sensação térmica

pelos termorreceptores periféricos, no qual a encaminha pelas vias aferentes

até o centro termoregulatório, ou seja, hipotálamo. O hipotálamo irá processar

a informação e encaminhá-la pelas vias eferentes até os órgãos ou estruturas

alvos com o intuito de desencadear a resposta necessária (BRAZ, 2005).

Randall (2010) define estresse como sendo uma reação do organismo

frente á ameaças externas, no qual deixa de responder adequadamente ao

desafio exposto e passa á desencadear uma série de respostas fisiológicas e

comportamentais na tentativa de reestabelecer a homeostasia.

A avicultura moderna é uma das criações mais susceptíveis ao

estresse calórico. Em regiões de climas quentes ocorre uma grande queda no

desempenho das aves de produção, especialmente frangos, que são criados

20

em altas densidades e muitas vezes em locais com ventilação e nebulização

insuficientes (BORGES, 1997).

Sendo assim, é de grande importância o estudo e a compreensão das

condições da criação animal associada á sua fisiologia, pois apenas assim é

possível melhorar a qualidade do ambiente e o bem-estar dos animais, e

consequentemente garantir bons resultados como baixa mortalidade,

viabilidade da produção, melhor conversão alimentar e ganho de peso

(RESTELATTO, 2008).

3.3 ZONA DE CONFORTO TÉRMICO

As aves são consideradas uma “bomba térmica”, pois devido ao fato de

serem animais homeotérmicos cerca de 80% da energia ingerida é utilizada

para a manutenção da homeotermia, restando apenas 20% para a produção de

ovos e carne (NÄAS, 1995).

A zona de conforto térmico de um animal é a faixa de temperatura

ambiental no qual a homeotermia é mantida com o menor gasto energético e

baixa taxa metabólica, ou seja, onde a produção é ótima em função da

temperatura ambiente. (FURLAN, 2006).

Segundo Abreu (2004), zona de conforto térmico (ZCT) ou de

termoneutralidade é a faixa de temperatura na qual o animal não sente calor e

nem frio, e onde o desempenho da ave em qualquer atividade é otimizado

(Tabela 1).

Tabela 1. Zona de conforto térmico para criação de aves.

Idade (semanas) Temperatura (ºC)

1 32 – 35

2 29 – 32

3 26 – 29

4 23 – 26

5 20 – 23

6 20

7 20

Fonte: Abreu (2004).

21

Abreu (2004) ainda define temperatura crítica inferior (TCI) como sendo

a faixa de temperatura abaixo da termoneutralidade, ou seja, abaixo desta

temperatura a ave irá ativar mecanismos fisiológicos para aumentar a produção

e a retenção de calor por parte do organismo. O inverso ocorre com a

temperatura crítica superior (TCS), na qual a ave encontra-se em estresse

térmico devido á temperaturas que excedem os limites de sua zona de conforto

térmico. Neste ponto a ave utiliza de mecanismos para perda e dissipação de

calor. A seguir Tabela 2 representativa dos valores da TCI, ZCT e TCS de

acordo com a fase da ave.

Tabela 2. Valores da temperatura crítica inferior (TCI), zona de conforto térmico

(ZCT) e temperatura crítica superior (TCS) de acordo com a fase da ave.

Fase TCI (ºC) ZCT (ºC) TCS (ºC)

Recém-nascido 34 35 39

Adulta 15 18 a 28 32

Fonte: Curtis (1983), citado por Abreu.

Quando a produção de calor é igualada à perda, a temperatura corporal

do animal é mantida estável. Á este “ponto de atividade” é dado o nome de

“set-point”, ou seja, é a temperatura ideal para a manutenção das atividades

metabólicas do organismo de todo animal. A temperatura do núcleo corporal

das aves (seu “set-point”) é de aproximadamente 41,7ºC (MACARI, 2002).

De acordo com Silva (2000), frangos de corte são animais que não se

adaptam perfeitamente aos extremos da temperatura. Isso acontece devido ao

alto metabolismo apresentado pelas aves além da grande capacidade de

retenção de calor através da sua cobertura corporal. Sendo assim, as aves são

muito sensíveis ás amplitudes térmicas tendo sua sobrevivência ameaçada,

principalmente em temperaturas á cima dos 38ºC combinada á umidade

relativa do ar alta.

Medeiros (2001) faz referência ás possíveis consequências das

variações da temperatura sobre a produtividade das aves (Quadro 1).

22

Quadro 1. Influência da temperatura ambiente sobre o comportamento

produtivo das aves.

<10°C Redução no ganho de peso e na eficiência alimentar;

10 a 21°C Eficiência alimentar permanece afetada;

≤20°C Elevação da UR não interfere na perda de calor por evaporação;

15 a 26°C Melhor eficiência alimentar e ganho de peso;

20°C Ideal para ganho de peso. A cada 1ºC a mais entre 21 e 30ºC e 32 a 38ºC

implica em decréscimo na ingestão alimentar de 1,5 e 4,6%, respectivamente;

29 a 32°C Consumo alimentar diminui; ganho de peso é baixo;

32 a 35°C

Consumo alimentar diminui; ganho de peso é baixo. Consumo alimentar

continua em queda. O consumo de água passa a ser superior ao dobro do

normal; nesta faixa de temperatura ambiente a temperatura interna da ave

começa a aumentar;

35 a 38°C

Prostração por calor; medidas emergenciais são necessárias para o

resfriamento das aves. A luta pela sobrevivência é o objetivo maior das aves

nessa faixa de temperatura.

Fonte: Medeiros (2001).

3.4 FISIOLOGIA DA TERMORREGULAÇÃO

Para que o entendimento da relação entre temperatura ambiente,

produtividade, bem-estar e nutrição, é de suma importância que os

mecanismos fisiológicos sejam considerados (DONKOH, 1989).

A regulação da temperatura interna do organismo animal depende da

ação dos termoceptores cutâneos e centrais, além do papel desempenhado

pelo hipotálamo como centro regulador da temperatura, ou seja, o “set- point”.

Quando o estímulo térmico vem a ser danoso ao organismo, ocorre a ativação

dos nociceptores, no qual interpretará o estímulo como doloroso ao animal. Já

estímulos térmicos inofensivos ao organismo, como mudanças na temperatura,

são percebidos por termoceptores (SECO et al., 2005).

O autor supracitado demonstra graficamente a intensidade de disparos

dos termoceptores de frio e de calor de acordo com a temperatura ambiente

(Gráfico 1).

23

Gráfico 1. Frequência de disparo dos termoceptores de frio e de calor de

acordo com a variação na temperatura (presentes em todos os animais).

Fonte: adaptado de Seco et al. (2005).

Nota-se que os termoceptores para frio disparam com uma frequência

muito maior que os sinalizadores para calor, porém é possível observar que a

intensidade do disparo em temperaturas elevadas é muito maior que todos os

disparos relacionados ao frio. Eis que os disparos para respostas ao calor

começam a acontecer próximo aos 30°C mesmo que em intensidades

menores. Ao alcançar uma temperatura superior á 35°C os disparos para frio

caem drasticamente e o pico nos disparos para calor é visivelmente maior.

Próximo aos 50°C há uma brusca queda nos disparos dos termoceptores ao

calor, pois a partir desta faixa a temperatura começa a ser nociva aos tecidos,

então ocorre a inativação dos termoceptores para que os nociceptores

comecem a agir.

A mesma constatação foi feita por Braz (2005), no qual relata a atividade

dos termoceptores para frio na faixa dos 25 – 30°C, enquanto que os

termoceptores para calor demonstram-se ativos nas temperaturas entre 40 –

50°C.

A seguir Rodrigues (2000) explana sobre a anatomia e fisiologia do

sistema nervoso central (SNC). O SNC é constituído pelo cérebro e pela

24

medula espinhal, deste sistema partem neurônios em direção á periferia do

corpo, constituindo o sistema nervoso periférico (SNP). O SNP ainda é

subdividido em sistema somático (motor), no qual possui controle voluntário da

musculatura esquelética desencadeando respostas fisiológicas quando

necessárias; e o sistema autonômico, de controle involuntário, no qual inerva

os músculos lisos viscerais, glândulas, trato intestinal e musculatura cardíaca.

Neurônios aferentes são responsáveis por encaminhar a informação percebida

em uma determinada região do organismo ao cérebro. O hipotálamo é a região

cerebral com participação mais ativa no processamento das informações

sensoriais e geração de respostas motoras, hormonais, comportamentais e

autonômicas. Essa região cerebral possui papel crucial no funcionamento da

glândula hipófise (pituitária), assim como é o responsável pela sensação de

fome e saciedade, dor, algumas emoções, regulação osmótica, e por fim,

objeto de nosso estudo, regulação da temperatura corporal.

3.5 PAPEL DO HIPOTÁLAMO NA TERMORREGULAÇÃO

No hipotálamo dos animais homeotérmicos há uma divisão de núcleos

hipotalâmicos no controle da temperatura corporal. O núcleo hipotalâmico

posterior (HP) é o responsável pela produção de calor, importante em

momentos de hipotermia. Já os núcleos hipotalâmico anterior (HA) e pré-óptico

(PO) são responsáveis pela perda de calor e consequentemente importantes

na hipertemia (SECO et al, 2005).

Dado semelhante é apresentado por Scarpellini (2010) ao mencionar a

presença de neurônios sensitivos ao calor no núcleo PO que ao serem ativados

inibem os mecanismos de ganho e ativam os de perda de energia. O autor

ainda cita a existência de um tipo de neurônio insensível ás variações de

temperatura (I), no qual só são ativados quando os neurônios sensíveis ao

calor não estão ativos, ou seja, em temperaturas mais baixas, com o intuito de

gerar respostas que produzam energia.

A seguir (Figura 1) modificação sugerida por Boulant (2006), ao modelo

neuronal proposto inicialmente por Hammel (1965).

25

Figura 1. Mecanismo hipotalâmico de regulação da temperatura corporal.

C – neurônio sensível ao aumento de temperatura; I – neurônio insensível á variações de

temperatura; c – neurônio efetor indutor de perda de energia na forma de calor; f – neurônio

efetor indutor da produção de energia na forma de calor. O gráfico 1 demonstra a frequência de

disparos (FD) dos neurônios C e I em relação á temperatura hipotalâmica; os gráficos 2 e 3

mostram as mudanças termorreguladoras de acordo com a temperatura hipotalâmica. “+”

sinapses excitatórias; “-“ sinapses inibitórias. Fonte: Boulant, 2006, adaptado de Hammel,

1965.

O princípio da termorregulação nas aves é dividido em quatro unidades

funcionais: a) receptor; b) controlador; c) efetor; d) sistema passivo (Figura 2).

Após a percepção da temperatura ambiente, o estímulo é integrado ao sistema

nervoso, no qual ativará os mecanismos de controle da temperatura seguido de

uma resposta para a manutenção da homeotermia (FURLAN, 2005).

26

Figura 2. Interação entre ambiente e as aves domésticas.

Fonte: Furlan, 2005.

3.6 RESPOSTAS FISIOLÓGICAS NO CONTROLE DA TEMPERATURA

As aves, assim com os demais animais homeotérmicos, produzem calor

metabólico de forma constante, através da alimentação, movimentação,

processos digestivos, produção de ovos, atividade reprodutora etc.

(RESTELATTO et al., 2008).

Segundo Oliveira Neto et al. (2000), o calor metabólico aliado ao calor

absorvido do meio ambiente deve ser liberado do corpo da para o ambiente a

fim de manter o equilíbrio homeostático.

Sendo assim, em situações de estresse calórico, o centro

termorregulatório das aves, hipotálamo, ativa uma série de medidas

termorregulatórias a fim de reestabelecer a homeostasia. Em casos de

estresse calórico por calor, há a necessidade de se reduzir a produção de calor

metabólico e aumentar a perda de calor(DONKOH, 1989).

27

Para que ocorra a perda de calor dos tecidos para a superfície do corpo,

as aves utilizam meios de perda de calor sensível e latente (Figura 3). Essa

perda de calor ocorre por meio de mecanismos evaporativos, ou seja, radiação,

convecção e condução (MACARI, 2002).

Figura3. Principais perdas de calor sensível e latente em frangos

Fonte: www.aviculturaindustrial.com.br

Radiação é o nome dado á transmissão de calor do corpo mais quente

para o de menor calor. Esta troca é feita através de ondas eletromagnéticas. A

condução também ocorre de um corpo mais quente para um mais frio, porém

neste mecanismo a troca ocorre entre dois corpos que estejam em contato

direto. A convecção é a transmissão de calor entre um objeto sólido (corpo) e

um fluído (água, ar) (MOREIRA, 2005).

Macari (2002) ainda explana sobre os mecanismos de perda de calor

evaporativos e cita as equações que regem esses processos de dissipação de

calor:

28

Perda de calor por radiação:

R = e1 e2 A r (Tp4 – Ta4)

Perda de calor por convecção:

C = hc (Tp – Ta)

Perda de calor por condução:

K = hf (Tp – Ta)

Onde:

e – emissividade dos corpos 1 e 2

A – área em metros quadrados

R – constante de Stefan-Boltzman

Tp – temperatura média da pele

Ta – temperatura ambiente

Hc e hf - constantes

O autor ressaltou a importância da diferença de temperatura entre o

ambiente e a superfície corporal das aves, sendo a variável que mais interfere

no processo de perda de calor, ou seja, quanto maior for essa diferença, maior

será a perda de calor. É possível notar também a seriedade da perda de calor

por radiação, no qual a diferença entre as temperaturas é elevada á quarta

potência. Tais modelos matemáticos são similares aos apresentados por

Moreira (2005).

Sendo assim, uma alteração comportamental frequentemente observada

em aves submetidas á altas temperaturas é a tentativa de aumento de sua

superfície corporal. É possível observar as aves prostradas com o peitoral

encostado na cama e as asas abertas, assim aumentam o fluxo de troca de

calor por condução, com a cama e por radiação, com o ar (FURLAN, 2006).

29

Outra modificação comportamental observada em momentos de

estresse calórico por calor são aves inicialmente agitadas e afastadas umas

das outras com a finalidade de evitar troca de calor por contato com os demais

animais (ABREU, 2004). Além disso, aves quando expostas á temperaturas

muito elevadas possuem uma queda em seu consumo de alimentos, visando

uma queda na produção de calor metabólico proveniente da digestão. Outra

questão importante é o aumento no consumo de água, para repor a água

perdida pela evaporação e possibilitar a perda de calor pelas excretas (SOUZA,

2012).

Dentre as principais alterações fisiológicas encontramos o aumento da

frequência respiratória (polipnéia), o que possibilita uma maior perda de calor

por evaporação de gotículas d´água nas vias aéreas (MOYES, 2010)

Além disso, uma resposta fisiológica muito importante para a

termorregulação é o controle do fluxo sanguíneo próximo á superfície cutânea,

ou seja, o organismo animal é capaz de reduzir ou aumentar o diâmetro dos

capilares cutâneos, a fim de diminuir ou potencializar a capacidade de troca de

calor entre os vasos próximos á pele e o ambiente. Á redução do diâmetro dos

vasos dá-se o nome de vasoconstrição, enquanto o aumento desse diâmetro

recebe o nome de vasodilatação (SILVERTHORN, 2010).

Wolfenson (1983) abordando o mesmo assunto cita um aumento das

anastomoses arteriovenosas, principalmente nas regiões sem penas, ou seja,

cristas, pés e barbelas, permitindo um fluxo de 17 a 83% do total de sangue na

periferia quando as aves estão em ambiente frio ou quente, respectivamente.

De acordo com Moyes (2010), em momentos de estresse calórico pelo

frio ocorre o oposto ao estresse calórico pelo calor. As aves mantêm-se

encolhidas e agrupadas próximas umas das outras objetivando troca de calor,

os capilares cutâneos sofrem vasoconstrição, há um inicial aumento no

consumo de alimentos e ocorre o eriçamento das penas com a finalidade de

formar uma “bolsa” de ar em torno do corpo da ave para conservação do calor,

pois, nesta situação, o ar funciona como um isolante térmico. Abreu (2004)

demonstra esquematicamente a mesma ideia (Figura 4).

30

Figura 4. Representação esquemática das respostas fisiológicas e

comportamentais da termorregulação.

Fonte: Abreu, 2004.

3.7 MEDIDAS DE MANEJO PARA AMENIZAR OS EFEITOS DO ESTRESSE

CALÓRICO

Segundo Macari (2002) o ambiente no qual as aves são submetidas é de

extrema importância para o sucesso ou fracasso do produtor. Sendo assim,

algumas medidas preventivas ao estresse calórico são sugeridas por diversos

autores como Furlan (2006); Borges (1997); Menec (1995) entre outros. As

quais serão descritas a seguir:

3.7.1 Direção do galpão

Primeiramente ao elaborar a construção de um galpão avícola, deve-se

levar e consideração a posição em que será construído, pois se deve evitar ao

máximo a incidência de luz solar durante o dia (Figura 5), ou seja, é indicado

construí-lo no sentido leste- oeste para que o Sol não incida diretamente sobre

as parede do galpão (TINÔCO, 1995). Lembrando que essa indicação deve ser

levada em conta apenas abaixo da linha do equador.

31

Figura 5. Posicionamento ideal de galpões avícolas.

Fonte: Desenhado por Garbellotti, 2014.

3.7.2 Cobertura do galpão

Além da direção do galpão, o material usado para a cobertura dos

galpões influencia diretamente sobre a temperatura do ambiente interno. Os

beirais do telhado devem ter projeções suficientes para impedir a incidência de

luz direta, é recomendado um beiral com projeção de 1,5 – 2,5 m. A cobertura

do galpão deve ser de material que apresente uma superfície amena, com

baixa absortância, ou seja, baixa capacidade de reter calor como telhas de

barro, poliuretano, amianto entre outras (MACARI, 2002).

Oliveira et al (1997) ao utilizarem material isolante sob a cobertura do

telhado, relataram um decréscimo de 1°C na temperatura interna do galpão nas

horas mais quente do dia, proporcionando às aves uma menor mortalidade e

consequentemente melhor desempenho.

3.7.3 Arborização

Segundo Bueno (1998), o plantio de algumas árvores aos arredores do

aviário pode servir como sombreamento em horas de Sol. No Brasil, a

32

arborização é comumente utilizada como barreira sanitária e controle do

sombreamento nas diferentes épocas do ano, além de incrementar a ventilação

natural.

Apesar disso, o autor chama atenção para que árvores frutíferas sejam

evitadas, pois essas atraem pássaros para as proximidades do galpão, o que é

indesejável por conta da transmissão de doenças e parasitas.

3.7.4 Qualidade do ar

O ar, além de ser a fonte principal de oxigênio para todos os seres

pulmonados, funciona como ferramenta de transporte na dissipação do calor

excedente e de partículas suspensas no ar (SILVERTHORN, 2010).

De acordo com Näas (1995), o ar do ambiente avícola é fundamental

para o bom andamento da produção, pois, a ambiência adequada para o

desenvolvimento dos animais depende diretamente da qualidade do ar. Cita

que em ambientes com temperatura acima de 25°C, a característica do ar pode

limitar a dissipação do calor.

Curtis (1983) ressalta a importância da qualidade do ar para a saúde e

bem-estar dos animais como um todo, sendo relatados casos de doenças

respiratórias originárias da baixa qualidade do ar inspirado pelas aves.

Dentre os gases poluentes comumente encontrados nos aviários está a

amônia e o gás sulfídrico. A amônia é facilmente encontrada no ambiente

avícola, pois, é proveniente da decomposição microbiana de ácido úrico, ou

seja, das excretas. O gás sulfídrico é derivado da decomposição anaeróbica

dos excrementos e é capaz de afetar sensivelmente a mucosa respiratória das

aves, mesmo que em baixas concentrações. Sendo assim, é possível notar que

a qualidade do ar de um aviário está diretamente relacionada com o manejo

adequado das camas no qual as aves estão alojadas, assim como, sofre uma

influência direta do sistema de ventilação disponível, no qual deve ser

suficiente para renovar o ar do interior do aviário frequentemente (MACARI,

2002).

33

3.7.5 Ventilação e climatização

O ambiente de produção animal, como um todo, vem sofrendo

constantes mudanças no que tange a tecnificação. Isso ocorre devido à

possibilidade de certo controle sobre as variáveis ambientais á favor da

produção.

A ventilação pode auxiliar as aves na perda de calor, em dias quentes,

porém, por outro lado pode prejudicar as aves na conservação do calor

necessário para dias frios (BORGES, 1997). Portanto o bom planejamento das

instalações avícolas é primordial para o sucesso da produção e bem-estar dos

animais.

Näas (1995) relatou que apenas a ventilação natural nas condições

climáticas do Brasil não é suficiente para manter lotes pesados dentro da zona

de conforto térmico. Sendo assim, a climatização do ambiente avícola é de

suma importância para que variáveis como: temperatura ambiente, umidade e

a própria ventilação, sejam controladas.

Menec (1995) constatou que ao aumentar a velocidade do ar de 0,0 para

0,8 m/s já foi suficiente para aumentar o consumo de alimentos pelas aves,

além de diminuir a taxa de mortalidade em momentos de estresse térmico por

calor.

Borges (1997) ainda explana sobre o uso de ventilação, argumentando

sua importante função na retirada do calor na altura das aves, na dissipação do

CO2 e outros gases, como a amônia, e no auxílio para manutenção das camas

secas. A distância aconselhável entre os ventiladores é de no máximo 20

metros, sendo ideal instalá-los a uma altura de aproximadamente 1,5m.

Mitchell (1985) também relata a magnitude do uso de ventilação dentro

dos aviários. O autor mostrou que ao elevar a velocidade do ar de 0,3 para

1,05 m/s em temperaturas de 30ºC, houve uma queda de 0,6ºC na temperatura

superficial de frangos em estresse calórico.

Além da ventilação, tem sido pesquisada nos últimos anos, a associação

entre convecção forçada e algum mecanismo de troca de calor por processos

adiabáticos, ou seja, aspersores de água e nebulizadores. A perda de calor por

34

meio de processos adiabático pode ser feita através de nebulização associada

á ventilação ou pulverização de água sobre os ventiladores (TINOCO, 1996).

Tinoco (2004) ainda cita que a velocidade do ar para a fase adulta das

aves pode chegar de 2,0 a 2,5 m/s, porém estes valores podem mudar de

acordo com o ambiente no qual as aves estão sendo criados, e para isso há a

necessidade de uma pesquisa mais abrangente. Ainda assim, o autor alega

que a ventilação diminui em muito a sensação de calor nas aves podendo

chegar à uma queda de até 8°C.

3.7.6 Nutrição

Uma das primeiras respostas das aves frente ao estresse calórico é a

redução do consumo de alimentos visando diminuir a produção de calor

metabólico (MAKARI, 2002).

Segundo Sá (2012) proteína é o composto que mais produz calor no

processo digestivo e consequentemente está diretamente relacionado ao

estresse calórico pelo calor. Desta forma, devemos preconizar o uso de

proteína ideal (mistura de aminoácidos com total disponibilidade no

metabolismo), ou seja, é possível diminuir o nível proteico da ração sem limitar

a quantidade dos aminoácidos necessários para o bom desempenho das aves.

Fuller (1979) alega que os frangos preferem consumir rações com altos

níveis de gordura. A suplementação de gordura em dietas de frangos reduz o

incremento calórico da dieta e consequentemente evita um possível aumento

na temperatura corporal. Isso ocorre devido às gorduras possuírem um menor

incremento calórico quando comparadas aos carboidratos, o que resulta em

uma melhor eficiência energética para os animais, principalmente em

condições de estresse calórico.

Além da nutrição, a água ofertada aos animais deve ser de qualidade e

estar sempre fresca. Assim relatou Rabello (2008) ao mencionar que se deve

ter cautela quanto o manejo de água, pois, aves em estresse calórico

consomem naturalmente de duas a três vezes mais água do que o normal. Isto

pode ser prejudicial em virtude da alteração no balanço osmótico do animal, e

35

ocasionar o aumento de concentração de amônia devido à elevada humidade

da cama dos animais. O aumento no consumo de água visa repor a água

perdida nas vias respiratórias pela evaporação. A temperatura da água deve

ser manejada adequadamente, sendo recomendada uma temperatura de 18 a

20°C para proporcionar o adequado consumo de água pelas aves.

A seguir (Tabela 3) com o efeito da temperatura sobre o consumo de

água pelos animais.

Tabela 3. Efeito da temperatura ambiente sobre o consumo de água

(litros/1000 frangos).

Idade (semanas) Temperatura

20°C 32°C

1 24 40

3 100 190

6 240 500

9 300 600

Fonte: adaptado de Leeson e Summer, 1997; citado por Júnior, 2003.

Um fator muito importante que auxilia o consumo de água e

consequentemente o processo termorregulatório é uso de eletrólitos na ração

ou na água de beber, a fim de repor os íons eliminados nas excretas após a

ingestão excessiva de água.

Maiorka et al. (1998), trabalhando com níveis crescentes de sódio total

(0,10%, 0,22%, 0,34% e 0,46%) em dietas de primeira semana de frangos de

corte, demostraram que o aumento de sódio na dieta ofertada aos animais

proporcionou um aumento no consumo de água, seguido por um aumento no

consumo de ração e no ganho de peso dos frangos de corte.

Segundo Borges (1997), outros eletrólitos podem ser utilizados a fim de

reestabelecer o equilíbrio ácido-base durante períodos de estresse calórico,

tais como:

36

Compostos alcalinos: bicarbonato de potássio (KHCO3); bicarbonato de

sódio (NaHCO3) e água carbonatada (borbulhar CO2 na água).

Compostos ácidos: cloreto de potássio (KCl); cloreto de amônio (NH4Cl)

e cloreto de cálcio (CaCl2).

Para finalizar devo frisar a importância da termorregulação para a

produção animal como um todo, mas principalmente para a avicultura. Nós,

que desempenhamos o papel de criar os animais, devemos oferecer-lhes a

melhor ambiência possível, pois essa é a maneira mais viável e correta de

termos o retorno esperado. Sabe-se que animais em condições ideais de bem-

estar expressam melhor seu potencial, ou seja, evitando o estresse calórico

estaremos garantindo uma melhor produtividade e consequentemente maior

longevidade do lote e menor taxa de distúrbios metabólicos.

37

4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO

4.1 LOCAL E DURAÇÃO DO ESTÁGIO

O estágio curricular supervisionado foi realizado no âmbito da própria

Universidade Federal do Paraná, no Departamento de Fisiologia, situado no

Setor de Ciências Biológicas do Campus Centro Politécnico. A duração do

estágio foi de aproximadamente quatro meses, tendo início no dia 04 de agosto

de 2014 e término no dia 28 de novembro do mesmo ano. O estágio teve uma

carga horária aproximada de 6 horas e meia por dia, exceto nos últimos 20 dias

que apresentou carga horária de 4 horas. Ao total foi desenvolvido cerca de

500 horas de estágio, sob a orientação e supervisão da Professora Doutora

Ana Vitória Fischer da Silva.

4.2 ESCOLHA DA ÁREA DE ESTÁGIO

Ao escolher a área em que gostaria de realizar meu estágio curricular,

primeiramente pensei em qual área realmente pretendo atuar futuramente e

qual das ciências aprendidas durante a graduação mais me agrada. A docência

sempre foi algo que me atraiu, pois, tenho facilidade em me comunicar com as

pessoas e gosto de passar o pouco que sei adiante. Além disso, durante minha

graduação participei por dois anos do Programa de Monitoria, ou seja,

Programa de Iniciação à Docência, e sempre gostei de poder participar das

atividades didáticas juntamente aos professores. Uma das monitorias na qual já

havia participado era justamente na disciplina de Fisiologia Animal (BF040) do

curso de Zootecnia, área na qual gosto muito e possuo grande facilidade em

adquirir novos conhecimentos.

38

4.3 O DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA

O Departamento de Fisiologia teve seu início após a Reforma

Universitária como Departamento de Ciências Fisiológicas agrupando docentes

da área de Fisiologia e Farmacologia. Foi em 1985 que o Departamento inicial

foi dividido nos atuais Departamentos de Fisiologia e Farmacologia da

Universidade Federal do Paraná.

Após a década de 90 ocorreu um grande número de aposentadorias, o

que obrigou o Departamento a realizar uma importante transformação,

passando a contratar docentes exclusivamente com o título de doutores e a

qualificar os docentes que não possuíam esta titulação. Isto resultou numa

importante transformação do seu perfil, passando a privilegiar as atividades de

pesquisa científica e formação de alunos de pós-graduação. O Departamento

reúne hoje 20 professores, sendo todos eles doutores e com formação em

centros de referência, como o Departamento de Fisiologia e Biofísica do

Instituto de Ciências Biomédicas e o Departamento de Fisiologia Geral do

Instituto de Biociências da USP de São Paulo, o Departamento de Fisiologia da

UFRGS, a UNESP, UNICAMP, ou mesmo Instituições no Exterior (PPGFISIO,

2013).

A Fisiologia é uma disciplina básica em todos os cursos das áreas

Biológicas, Saúde e Agrárias. Possui como principal característica ser uma

área de conhecimento científico em constante expansão. Entretanto, a área de

Fisiologia na região Sul conta somente com quatro programas de pós-

graduação. Sendo assim, a implantação de um programa específico na área

de Fisiologia no Paraná está atendendo às necessidades de desenvolvimento

científico-tecnológico do estado e de formação de recursos humanos

especializados nesta região do país.

Um dos principais objetivos do Programa de Pós-graduação do

Departamento de Fisiologia da UFPR é tornar-se o Programa referência no sul

do País, buscando a excelência no panorama nacional.

39

4.4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As atividades desenvolvidas durante o estágio final estavam diretamente

ligadas ás atividades acadêmicas das disciplinas de Fisiologia Comparada dos

Animais Domésticos (BF013) e Fisiologia Animal Especial I (BF041), assim

como, acompanhamento e auxílio das atividades realizadas pela pós-

graduação.

Ao longo do semestre foi possível participar das aulas ministradas ás

turmas de Zootecnia e Agronomia da UFPR, a fim de observar a didática

utilizada nas aulas, assim como absorver o conteúdo ministrado com o intuito

de utilizá-lo como roteiro para a elaboração do Manual anteriormente citado.

Ao total foram:

Noventa horas aulas acompanhadas

Três provas aplicadas

Oito seminários assistidos

Quarenta e sete provas corrigidas juntamente com a professora

Duas aulas ministradas

Participação e acompanhamento de algumas atividades realizadas

pelas pós-graduandas do Departamento de Fisiologia

Um pré-projeto de mestrado para o próximo semestre

Um material didático de minha autoria

4.5 CRONOGRAMA DAS AULAS

A matéria de Fisiologia Comparada dos Animais Domésticos (BF013) é

de caráter obrigatório para os estudantes do curso de Agronomia. O objetivo

desta matéria é passar para os alunos os conceitos e convenções da fisiologia

do organismo animal. Os assuntos abrangem desde o a função de uma

pequena célula até o funcionamento completo dos sistemas mais complexos,

como sistema respiratório e renal – por exemplo.

40

A disciplina de Fisiologia Animal Especial I (BF041) é de caráter optativo

para os estudantes do curso de Zootecnia. Como pré-requisito para cursá-la o

estudante deve ter sido aprovado na matéria de Fisiologia Animal (BF040),

matéria obrigatória para esse curso, porém ofertada apenas no primeiro

semestre de cada ano. A BF041 possui como objetivo aprofundar os

conhecimentos fisiológicos das aves, principalmente aves comerciais como

frangos de corte, matrizes e poedeiras. Durante as aulas ocorre uma

abordagem mais detalhada dos sistemas fisiológicos das aves, com foco

principal para os aspectos relacionados com a produção, como fisiologia da

termorregulação, do empenamento, do ovo, do crescimento ósseo e muscular,

etc.

4.6 AULAS MINISTRADAS

No dia 27 de agosto ministrei uma aula para a turma (BF041) do curso

de Zootecnia á respeito da termorregulação das aves. A elaboração do plano

de aula foi realizada de acordo com as práticas pertinentes á profissão.

Busquei informações em livros e artigos de autores muito citados pela literatura

científica, como Macari, Furlan, Maiorka e Borges.

Primeiramente, foi abordada a fisiologia termorregulatória, salientando o

importante papel do hipotálamo na homeostase animal e suas subsequentes

respostas fisiológicas em momentos de estresse calórico. Após essa

abordagem inicial, foi discutido o manejo adequado para aves comerciais a fim

de evitar e/ou amenizar o estresse calórico, tanto pelo frio quanto pelo calor.

Ainda para essa turma, no dia 01 de outubro foi ministrada uma aula a

respeito da fisiologia do crescimento muscular. Foram utilizados livros de

fisiologia geral de autores renomados como Silverthorn, Costanzo, Moyes,

Cunningham entre outros.

A abordagem se iniciou com a importância da estrutura muscular para o

desenvolvimento e desempenho das aves, assim como para todos os animais.

Foram explicados os conceitos anatômicos da musculatura, bem como a

fisiologia da contração e as funções estruturais dos filamentos, nervos e

tendões.

41

4.7 PARTICIPAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DAS ATIVIDADES DA PÓS-

GRADUAÇÃO

Como o intuito do estágio era ampliar meus conceitos a respeito da

docência, durante o semestre tive a oportunidade de participar de algumas

atividades realizadas pelas pós-graduandas da linha de pesquisa Fisiologia

Comparativas dos Animais Domésticos.

Foi possível participar de reuniões com fornecedores juntamente com os

alunos da Pós-graduação e a Professora Ana Vitória. Além disso, pude auxiliar

na elaboração de projetos e redigir revisões bibliográficas pertinentes a cada

trabalho de acordo com literatura consultada.

Um dos projetos desenvolvidos será realizado com cães infectados pelo

vírus da parvovirose (parvovirus canino). Sendo assim, houve a necessidade

de entrar em contato com o Hospital Veterinário Ecoville com o objetivo de

firmar uma parceria para o desenvolvimento do nosso trabalho. Realizamos

uma visita ao local e traçamos diretrizes algumas diretrizes juntamente com os

responsáveis pelo Hospital, ao fim da visita conseguimos a desejada parceria.

O projeto entrará em andamento assim que chegarem os primeiros animais

infectados pelo vírus.

4.8 ELABORAÇÃO DE UM PRÉ-PROJETO DE MESTRADO

Tendo em vista meu interesse acadêmico na área de docência, busquei

a oportunidade de realizar um projeto de mestrado no âmbito do Departamento

de Fisiologia. Em conjunto com a professora orientadora e uma aluna da pós-

graduação, surgiu a ideia de realizarmos um trabalho com animais felinos,

material pouco desenvolvido no nosso núcleo acadêmico. Algumas propostas

já foram estudadas e alguns planos e metas foram traçados para o ano de

2015, mas isso só será possível após a realização da prova de seleção de

alunos para mestrado. Porém, com um projeto pré-estabelecido há uma

motivação maior para alcançar tal objetivo.

42

4.9 MANUAL PRÁTICO DE FISIOLOGIA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS

Como mencionado anteriormente, este foi o foco principal do meu

estágio final. Desde o primeiro dia de estágio até o último, direcionei minhas

atividades e tempo para redigir o Manual de Fisiologia que ficou pronto no dia

27 de novembro de 2014.

Para sua elaboração foram utilizados 16 livros renomados da literatura

científica, desde livros de abordagens gerais a respeito da fisiologia humana,

até livros específicos de animais domésticos, de fazenda e de aves

especificamente.

O objetivo do Manual Prático de Fisiologia dos Animais Domésticos,

como o próprio nome já diz, é de abordar de forma simplificada e prática toda a

fisiologia animal pertinente ás profissões de Zootecnia e Agronomia. Para isso,

houve a necessidade de assistir as aulas ministradas para esses cursos

durante o semestre de estágio, com o intuito de entender o andamento das

aulas e abordar somente o necessário para os estudantes de forma sucinta e

didática.

Para facilitar a compreensão dos assuntos abordados foram anexadas

ilustrações explicativas em todos os capítulos do manual, porém, devido á

política de plágio, tivemos o cuidado de pedir auxílio á alguém capaz de

redesenhar e adaptar as ilustrações encontradas na literatura. Ao total foram

mais de 50 figuras redesenhadas, incluindo a capa, no qual proporcionou ao

Manual um aspecto didático profissional e de qualidade.

O Manual Prático de Fisiologia dos Animais Domésticos foi dividido em

10 capítulos, tais como.

Capítulo 1 - Fisiologia Celular

Capítulo 2 - Neurofisiologia

Capítulo 3 - Fisiologia Endócrina

Capítulo 4 – Fisiologia Cardiovascular

Capítulo 5 – Fisiologia Respiratória

Capítulo 6 – Fisiologia Renal

43

Capítulo 7 – Fisiologia Gastrointestinal

Capítulo 8 – Fisiologia Reprodutiva

Capítulo 9 – Fisiologia da Glândula Mamária e Lactação

Capítulo 10 – Termorregulação

Após sua conclusão, o Manual foi encaminhado á Imprensa Universitária

da UFPR, no qual serão impressos apenas alguns exemplares para

apresentação á banca de professores do meu Trabalho de Conclusão de Curso

(TCC) no dia 09 de dezembro de 2014.

O objetivo principal após a conclusão desse projeto é a publicação pela

Editora UFPR logo no início do ano de 2015. Para isso, o Manual passará por

uma banca avaliadora que julgará a possibilidade de sua entrada no quadro de

publicações produzidas anualmente pela Editora, e assim, será possível a

utilização de nosso material didático por estudantes e demais membros de

nossa comunidade.

.

44

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como fruto de meu estágio final, levo a certeza de que apesar de certas

dificuldades existentes na profissão de um zootecnista, fui feliz na escolha de

minha profissão. Acima de tudo consegui me inserir em uma área na qual me

sinto bem em trabalhar, juntamente a pessoas que durante meu período de

estágio foram tão solícitas com a minha pessoa. Sendo assim, concluo meu

dever acadêmico com a sensação de papel cumprido e de alegria por ter

encontrado um caminho no qual terei a chance de realizar meu trabalho

juntamente aos animais de maneira a me sentir bem com aquilo que estarei

exercendo. Logo, meu TCC não significou o final de minha trajetória pela vida

acadêmica, e sim o início de uma nova fase cheia de novos objetivos, á

começar pelo mestrado.

45

6. REFERÊNCIAS

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engenheiro. In: II Simpósio Goiano de Avicultura, Anais, Goiania, 1996, p. 47 –

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SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada. 5.

ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.

Site: www.aviculturaindustrial.com.brAcesso em: 20 de novembro de 2014.

WOLFENSON, D. Blood flow through arteriovenous anastomoses and its

thermal function in the laying hens.JournalPhysiology, 334:395-407, 1983.

49

ANEXO 1

DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA DISCIPLINA DE FISIOLOGIA COMPARATIVA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS (BF013)

PROGRAMAÇÃO DAS ATIVIDADES PARA O 2 SEMESTRE 2014

DIA Profª. Assunto

AGOSTO

05

Viviane Apresentação da disciplina – introdução ao estudo da

fisiologia compartimentalização

Propriedades e transporte através das membranas.

12

Ana vitória Fisiologia Sistema nervoso reflexos/sinapses

SNC/SNA

19 Viviane Introdução a endocrinologia - hipófise/hipotálamo

GH / Adrenais

26 Viviane Tireóide/paratireiode Pâncreas endócrino

30 V 1 PROVA

Respiratório

SETEMBRO

02

V

Cardiovascular

09 V Fisiologia renal

16 V/AV 2 PROVA

termorregulação

23 AV Introdução digestório organização e controle

30 AV Motilidade /Secreções

0utubro

07

Evinci Evinci

14 AV Digestão /absorção

21 AV 3 PROVA

Digestório ruminates

28 AV Digestório ruminantes implicações práticas digestão

fermentativa/tipos de alimentos

Novembro

04

AV Digestóriode monogástricos domésticos

11 AV F.Reprodução Ciclo estral

Reprodução aves

18 AV Fisiologia glândula mamária

F.Reprodução nos machos

25 AV 4 PROVA

Dezembro 09 V/AV FINAL

50

ANEXO 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Departamento de Fisiologia

Disciplina de Fisiologia Especial (Bf041)

PROGRAMAÇÃO DAS ATIVIDADES PARA O 2 SEMESTRE 2014 DIA/MÊS PROFESSOR ASSUNTO

AGOSTO

06

Prof. Ana Vitória INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA FISIOLOGIA DAS AVES

(APRESENTAÇÃO DISCIPLINA/SEMINÁRIOS) distribuição de

seminários e textos

13 Prof. Sebastião

Borges EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO EM POEDEIRAS

20 Sthefanie Dassi EMBRIOGÊSE E TÉCNICAS DE MANEJO NO INCUBATÓRIO

27 Prof. Ana Vitória FISIOLOGIA DO TECIDO ADIPOSO

SETEMBRO

03

Prof. Ana Vitória FISIOLOGIA REPRODUÇAO/ FISIOLOGIA DO OVO

10 Seminário FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO NO MACHO –

EMPENAMENTO

17 Seminário FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR / RESPIRATÓRIO DAS

AVES

24 Seminário RINS /EQUILIBRIO ACIDO-BASE –

OUTUBRO

01

Suelen C. Soares

Amanda Bialli

FISIOLOGIA DO CRESCIMENTO DO TECIDO ÓSSEO

FISIOLOGIA MUSCULAR (características fibras vermelhas e

brancas)

08 Prof. Ana Vitória CONTROLE DA INGESTÃO ALIMENTAR

SISTEMA DIGESTORIO MOTILIDADE SECREÇÕES

GÁSTRICAS DIGESTÃO –

15 Seminário FATORES QUE INTERFEREM NA FISIOLOGIA DA

DIGESTÃO EM AVES

22 Seminário FISIOLOGIA DAS AVES EXOTICAS (AVESTRUZ)

DIGESTORIO, REPRODUTOR

29 ----------------- EVINCI

NOVEMBRO

05

Seminário COMPORTAMENTO E BEM ESTAR DE FRANGOS E

POEDEIRAS

12 Mariana

Scheraiber

IMUNOLOGIA APLICADA A FISIOLOGIA DAS AVES

19 Amanda Bialli TERMORREGULAÇÃO EM AVES

26 Prova Final

51

ANEXO 3

LISTA DE PRESENÇA ESTÁGIO FINAL

52

53

54

ANEXO 4

AVALIAÇÃO DO ESTAGIÁRIO