UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE … · sociedade e infelizmente pela própria escola,...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
LUCIANO STANGUE
CADERNO PEDAGÓGICO
O TRABALHO DE CAMPO COMO MEIO PARA A
COMPREENSÃO CIDADÃ DO ESPAÇO
Orientador: Professor Alcione Luis Pereira Carvalho
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 2008
LUCIANO STANGUE
CADERNO PEDAGÓGICO
O TRABALHO DE CAMPO COMO MEIO PARA A
COMPREENSÃO CIDADÃ DO ESPAÇO
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 2008
Agradecimentos
Nenhuma linha deste trabalho poderia ser escrita sem a valiosa contribuição de pessoas envolvidas com a educação, às quais quero agradecer.
Ao Professor Adalberto Scotegagna, que com suas aulas motivou a elaboração deste trabalho.
A todos os diretores e diretoras, supervisoras, coordenadoras e orientadoras com os quais trabalho que, entenderam as minhas faltas e souberam compreender minhas angústias.
Ao professor Alcione Carvalho que, com sua paciência, dedicação e puxões de orelha, orientaram o presente trabalho.
Às professoras Márcia e Marilde, companheiras nesta jornada, sempre dispostas a ajudar.
Ao professor Cesar pelo companheirismo nos momentos de dificuldade.
Aos meus alunos e alunas que entenderam minhas ausências e motivaram a minha participação no PDE.
Aos meus amigos professores e professoras que de alguma maneira contribuíram para a realização deste projeto.
Ao professor Tiago Fonseca pelas correções, leituras e paciência.
A Simone, companheira de uma vida de correrias e ausência, que esteve presente em todos os momentos e soube entender a importância da educação em minha vida.
Ao João Pedro, meu filho, pelos momentos de descontração propiciados por uma brincadeira entre uma leitura e outra, pelo silêncio nos momentos de reflexão e principalmente pela alegria de sua presença.
Agradeço especialmente a Irmã Sueli, uma mulher de garra e determinação que fez o possível e o impossível para permitir a minha presença no PDE, compreendeu o quanto é importante investir em educação num país de tantas diferenças sociais e sabe a real profundidade de Paz e Bem.
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS..................................... ............................................... III
EPÍGRAFE................................................................................................... IV
RESUMO..................................................................................................... VI
1- INTRODUÇÃO....................................................................................... 07
2 - OBJETIVO....................................... ..................................................... 08
3- O TRABALHO DE CAMPO ............................ ...................................... 09
04- CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO DOS TRABALHOS DE CAMP O ................................................................................................................... 14
5- SUGESTÕES DE ROTEIROS DE TRABALHO DE CAMPO...... ......... 21
5.1- VISITA AO MUSEU .......................................................................... 21
5.2 - CONHECENDO A SEDE DO MUNICÍPIO...................................... 32
5.3 - ÁGUA: CONSUMO CONSCIENTE .............................................. 42
5.4- CONHECENDO O MEIO RURAL .................................................. 52
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 62
RESUMO
As cidades recebem a cada dia um número maior de pessoas que
não fazem parte da histórica formação geográfica desse espaço e,
assim, muitas vezes não se identificam com o ele. O espaço
ocupado pela sociedade atual é fruto da constante transformação
promovida pela ação antrópica, e com as migrações atuais as
pessoas moram em cidades que pouco conhecem.
É cada vez mais necessária a utilização de atividades práticas para
aproximar os alunos da realidade, mas muitas vezes encontramos
dificuldades para ir além dos muros da escola, e o conhecimento fica
restrito à sala de aula ou ao livro didático. Esta atividade busca
através de atividades práticas, despertar o interesse do aluno em
conhecer o seu município ampliando sua participação na
comunidade em que vive e, assim, sua capacidade de entender as
transformações que ocorrem na sociedade e as conseqüências para
sua vida. Ainda busca dar subsídios para a constante intervenção
necessária para a formação de uma sociedade justa.
Palavras chave- Trabalho de campo, ensino de geografia e
atividades de campo.
Introdução
O ensino de geografia na educação básica tem como apoio os livros
didáticos que até certo ponto dão conta do conteúdo exigido pelo
currículo.
Sabemos que muitos professores em sua graduação não tiveram a
oportunidade de vivenciar atividades de campo como meio para
alcançar um aprofundamento maior de seus conhecimentos.
Podemos perceber que os trabalhos de campo são deixados de lado
por inúmeros motivos, os quais procuraremos superar neste
trabalho, partindo da idéia de que os trabalhos de campo são
fundamentais para o desenvolvimento da geografia na educação
básica e que propomos a realização de atividades que possam, de
alguma maneira, ampliar as possibilidades de conhecimento do
espaço onde nossos alunos vivem, estudam e, em muitos casos,
trabalham.
Entendemos o trabalho de campo como forma de levar nossos
alunos a entrar em contato com a realidade apresentada nos livros
didáticos na forma de conceitos: portanto, não devemos utilizar os
trabalhos de campo como passeios ou apenas como excursão: é
uma atividade que deve estar presente no planejamento anual e na
medida do possível deve fazer parte do currículo escolar para que
não seja apenas mais uma atividade da escola, mas sim um
compromisso de toda a comunidade escolar que deverá participar
ativamente da construção e aplicação dos roteiros de trabalho de
campo uma vez que cada escola tem suas particularidades e
necessidades. Portanto os roteiros apresentados neste trabalho
tendo como área de aplicação o município de São José dos Pinhais
podem e devem ser adaptados a outras realidades presentes nos
vários municípios do estado, podendo ser utilizados em todas as
séries da educação básica e com todos os conteúdos estruturantes,
seguindo obviamente, o bom senso do professor.
Temos muito a aprender com os trabalhos de campo e com nossos
alunos que nas atividades práticas demonstram outras habilidades
além daquelas da sala de aula, e, portanto é na prática que
descobrimos o novo, e aperfeiçoamos aquilo que já conhecemos
com todas as dificuldades possíveis de serem encontradas fora do
conforto da sala de aula. Precisamos fazer com que nossos alunos
tenham contato com a realidade, porém devemos ter claro o nosso
papel de formadores e saber mediar os conteúdos formais com o
que veremos nas atividades de campo uma vez que a verdade
encontrada na prática também é uma verdade construída pela ação
humana, assim não podemos cair na armadilha de apenas observar
o espaço, devemos entendê-lo e buscar fazer com que nossos
alunos vejam o que esta além dos muros da escola.
Objetivo
Este trabalho não tem a presunção de criar algo que já não tenha
sido objeto de estudo anterior. O que estamos procurando fazer é
mostrar através de fundamentação teórica, revisão conceitual e
experiências práticas que é possível ampliar para fora dos muros da
escola as vivências e conhecimentos de nossos alunos na busca por
um mundo mais justo.
Utilizando os conteúdos presentes nos livros didáticos da educação
básica pública buscamos ampliar as habilidades de nossos alunos
para compreender o mundo em que vivem e propor, continuamente,
formas de construção de uma sociedade mais igualitária.
Os trabalhos de campo não têm a intenção de suprimir as aulas em sala, as atividades práticas devem ser utilizadas como uma forma de aprofundamento investigativo da realidade de nossos alunos e alunas.
O trabalho de campo
Sabemos que muito se tem discutido o trabalho de campo em
geografia e percebemos que, mesmo com tantos autores e autoras e
depois de inúmeros artigos, dissertações e teses discutindo o tema
ainda podemos aprofundar os estudos sobre os trabalhos de campo.
Não se trata de algo novo, porém também não podemos dizer que
seja algo superado: é uma maior necessidade de entendermos esta
metodologia para podermos superar as dificuldades inerentes à
compreensão do espaço como observamos em Kaiser(1985), “Uma
coisa é observar para tentar compreender, registrar fenômenos para
interpretar com o apoio de explicação geral; uma outra é ir “ à
pesquisa” como quem vai ao zoológico ou ao safári!” O trabalho de
campo é coisa séria e precisa de pessoas capacitadas e motivadas
para sua realização. Não é apenas uma saída sem interesse ou
apenas para cumprir o programa da escola, carece de preparação
prévia e envolvimento de professores, alunos e comunidade.
Imaginamos um trabalho de campo em que exista o que Baitz(2006)
chama de implicação. Estar implicado significa estar envolvido
dentro, ser íntimo do espaço que analisa compartilhar desta idéia de
exploração do espaço. O trabalho de campo deve ter importância
para os alunos e professores envolvidos, implicados na atividade
prática como discutimos anteriormente, não se trata de um passeio e
sim de uma atividade investigativa na qual professor e alunos são
cúmplices na busca por respostas.
Na atividade prática o “autoritarismo” da sala, Santos(2007) dá lugar
à parceria a aproximação entre educador e educando entre a
experiência acadêmica e a ansiedade da juventude por novos
conhecimentos. É neste momento que a geografia se faz viva.
Temos que levar nossos alunos a procurar a verdade escondida nos
modelos prontos da sala de aula, das verdades impostas, das
Ao realizarmos atividades de campo devemos nos perguntar:
Qual o objetivo desta atividade?
- Esta atividade é adequada à faixa etária de meus alunos?
- Que outras disciplinas podem ser envolvidas nesta atividade?
- Quais os benefícios meus alunos terão com está atividade?
limitações do espaço físico do colégio e principalmente da verdade
dita por nós professores. É no campo que a verdade de cada um é
posta a prova e é lá que devemos buscar respostas para superar
nossas verdades.
Possibilitar aos nossos alunos compreender o espaço em que vivem
é um grande passo para libertá-los das amarras colocadas pela
sociedade e infelizmente pela própria escola, que mais informa do
que produz conhecimento. Assim entendemos que como afirma
Kaiser (2006) a escolha dos roteiros de campo é uma decisão
fundamental para alcançar seus objetivos. Portanto a escolha da
área a ser analisada é uma escolha política, e já esta previamente
carregada de sentidos e interesses. É na escolha dos trabalhos de
campo que devemos estar atentos para não nos envolvermos
demasiadamente com o objeto que iremos estudar.
Ficar longe das implicações políticas, econômicas e sociais de
nossas escolhas, talvez seja a parte mais difícil das atividades
práticas, contudo, este distanciamento não deve ser entendido como
neutralidade, pois nas palavras de Freire(1997) “Ninguém pode estar
no mundo, com o mundo e com os outros de forma neutra”.
Devemos sim ter nossa opinião e fundamentá-la com argumentos
sólidos, mas não podemos colocar nossa visão nos olhos de nossos
alunos para não corrermos o risco de nos transformarmos em guias
de turismo e deixarmos escondida a possibilidade da descoberta que
invariavelmente será feita por nossos alunos.
Para a realização dos trabalhos de campo devemos ter em mente a
necessidade de elaboração prévia de um roteiro que contemple
aquilo que desejamos investigar para que tenhamos êxito, não
podemos fazer as coisas de modo improvisado para não corrermos
o risco de não realizarmos a atividade ou ainda que realizada não
atinja seus objetivos. Neste trabalho iremos apresentar cinco roteiros
Devemos sempre lembrar que não somos detentores da verdade absoluta.
Lembre que cada escola possui uma realidade o que funciona muito bem em um lugar pode não funcionar em outro.
como sugestão aos professores da rede pública iniciarem ou
ampliarem suas atividades práticas.
Temos a obrigação de alertá-los sobre as dificuldades que poderão
encontrar na realização de tais atividades. A primeira delas é, sem
dúvida, o transporte: são raras as escolas que tem fácil acesso a
transporte, principalmente gratuito, assim propomos que as
atividades práticas sejam interdisciplinares, o que aumenta as
chances de realização e diminui os custos; outra possibilidade é
colocar no currículo da escola as atividades de campo para que
estes sejam custeados pela administração da escola ou ainda
podemos recorrer a APM. Não aconselhamos e até mesmo nos
colocamos contra o uso de transporte fornecido por políticos que
acabem utilizando as nossas necessidades para promoção
individual.
Outra tarefa difícil está relacionada com a responsabilidade sobre os
alunos que participam dos trabalhos de campo. Aqui irão aparecer
inúmeras situações do tipo: ... E se o ônibus tombar? E se um aluno
se machucar? E se alguém se perder? Enfim, uma variedade grande
de “se não” irão aparecer. Cabe então alguns esclarecimentos em
qualquer situação, o professor é responsável por seus alunos e deve
ter com os mesmos, cuidados e atenção, não é uma autorização que
irá tirar do professor a responsabilidade, porém isto não deve ser um
impeditivo para a realização das atividades, é necessária a
autorização dos pais ou responsáveis para a participação nas
atividades fora da escola e isto é fácil de resolver se a atividade fizer
parte do currículo da escola.
No momento da matrícula, o responsável assina a autorização,
assim, não é necessária uma autorização para cada atividade, uma
comunicação já é suficiente.
Superadas as dificuldades iniciais, deverá o professor elaborar o
roteiro de trabalho de campo. Como cada comunidade tem suas
necessidades cabe ao professor identificá-las e propor um roteiro
que una os conteúdos propostas no livro didático e na proposta
político pedagógica da escola com a realidade de sua comunidade.
Lembramos que não é só levar os alunos, é preciso que o professor
conheça o espaço que será objeto da visita, suas particularidades e
possibilidades de estudo. O professor deve estar bem informado
sobre o local onde a atividade será realizada e saber os pormenores
como horários, a necessidade de guias, os custos da atividade,
tempo de realização e principalmente a relevância da atividade para
os alunos. Lembre sempre, não é apenas um passeio é uma
atividade curricular que deve ser bem aproveitada e aprofundada.
Depois da saída de campo retornamos à escola e devemos dar
continuidade aos trabalhos. Cada um dos roteiros apresentados
neste trabalho possui todas as fases explicadas, porém o professor
poderá modificá-las na medida de suas necessidades.
A continuidade dos trabalhos na escola permite um aprofundamento
maior e a socialização dos conhecimentos adquiridos durante o
trabalho de campo, o que ampliará a possibilidade de outras
atividades práticas, uma vez que os alunos poderão perceber a
importância deste tipo de atividade.
Muitas são as possibilidades de uso de atividades práticas no ensino
da geografia e não são poucos os professores que utilizam esta
metodologia para ampliar os conhecimentos de seus alunos.
Todavia devemos compreender profundamente o que vem a ser
uma atividade prática digna de receber a denominação “trabalho de
campo”. A atividade pressupõe uma série de preparativos, desde a
organização do calendário até a visitação anterior por parte do
professor do local a ser visitado. Neste capítulo vamos procurar,
através da análise de alguns autores, construir uma metodologia
para o uso desta atividade tão motivadora quanto desafiadora para
alunos e professores.
Para utilizarmos os roteiros de campo propostos neste trabalho,
primeiro temos que entender o que é meio e como nossos alunos
compreendem o meio em que vivem, estudam e trabalham.
Podemos perceber que alunos que estudam em uma mesma escola,
freqüentam os mesmos locais ou ainda, moram na mesma rua, não
pertencem a um mesmo meio todo o tempo, pois o espaço
segundo H.Wallon(in antunes1993) “não é o único fator nem o mais
importante na determinação dos meios”. Logo entendemos a
importância de compreender as necessidades de nossos alunos na
busca por conhecer o meio em que vivem e suas implicações na
construção de um indivíduo social. Como o meio é continuamente
mudado e ampliado, conforme o indivíduo tem seu crescimento
físico e mental, também cresce o interesse por novas descobertas,
não é intenção deste trabalho discutir as fases do desenvolvimento
cognitivo das crianças, portanto não entraremos nesta questão,
apenas devemos lembrar que cada fase da vida de nossos alunos é
caracterizada por um ritmo de conhecimento e não devemos propor
atividades práticas para turmas que ainda não tenham desenvolvido
maturidade suficiente para compreender o que estamos propondo
em um trabalho de campo, para não corrermos o risco de produzir o
caos ou transformar nossa atividade em um passeio de lazer.
Para Antunes(1993) podemos dividir os trabalhos de campo em
dois tipos de atividades, as excursões e as visitas; para a autora “
A excursão é uma das atividades básicas em estudos Sociais. Ela
favorece o conhecimento do espaço, tanto do ponto de vista do
seu conteúdo natural – relevo, vegetação, clima, solo – quanto do
seu conteúdo humano e social.” As excursões servem como
atividade de observação na qual os alunos são levados até o local
para ampliar o que foi visto em sala, através de anotações, coletas
de materiais e ouvem informações do espaço estudado.
As visitas, segundo a autora, ”permitem a observação in loco”; a
visita é mais profunda, pois busca o encontro com as pessoas
relacionadas com o meio estudado, como guias e moradores que
servem como instrumento para a compreensão do estudo iniciado
em sala. Tanto as excursões quanto as visitas necessitam de
preparação prévia e, principalmente, de uma discussão posterior à
saída de campo.
Entendemos a necessidade de, ao retornar à escola, os alunos
demonstrarem para seus colegas o que puderam conhecer de
novo e como suas dúvidas foram, ou não, esclarecidas. Assim,
não devemos em momento algum deixar de debater com nossos
alunos o que vivenciamos durante o trabalho de campo.
Entendemos o trabalho de campo como um método para a
compreensão do espaço em que nossos alunos vivem e ampliam
suas relações sociais cotidianas. Mas também compreendemos
que o meio social em que vivem é parte de um meio mais amplo
onde cada um, com sua história e seus anseios, irá fazer parte em
algum momento de sua existência. Desejamos que nossos alunos
e alunas consigam atingir a compreensão do meio em que vivem
para nele intervir de forma continuada.
O campo é o lugar do improvável, que nos leva a novas descobertas.
Se temos a intenção de fazer com que nossos alunos busquem o
conhecimento através da investigação, devemos saber conduzir o
trabalho de campo para que este seja uma metodologia investigativa
que leva a novas descobertas, muitas delas nem mesmo o professor
sabia que iria encontrar, pois o campo é o lugar do improvável, do
novo e, por fim, da descoberta para aluno e professor; é lá que
conheceremos nossos alunos, onde existe a liberdade para
perguntar, investigar, duvidar, afirmar, interagir, ser cidadão e onde
professor e aluno podem ser cúmplices na construção de novos
conhecimentos.
No momento de decidir qual trabalho de campo vamos realizar
devemos ter em mente aquilo que será de utilidade para nossos
alunos, qual seria a importância desta atividade, como ela estaria
relacionada com o conteúdo desenvolvido em sala, quais critérios
iremos utilizar para avaliar a participação dos alunos na atividade.
Será uma atividade livre, terá uma nota específica? Poderemos
resolver estas questões juntamente com nossos alunos fazendo da
atividade um momento democrático.
Antes da atividade, ainda na fase de planejamento podemos levantar
as necessidades e anseios dos alunos, partindo sempre do local
para o todo teremos a oportunidade de juntos construirmos a
atividade que desde seu inicio contará com a participação e
envolvimento do maior interessado, nosso aluno. Existem, como
vimos anteriormente, muitas formas de realizarmos trabalhos de
campo e cada uma atende a uma necessidade ou interesse
diferente, devemos saber o que queremos e como a atividade
servirá para alcançarmos nossos objetivos.
Encontramos em SCORTEGAGNA(2001) duas metodologias de
trabalho de campo: a primeira, chamada de genérica, é basicamente
uma saída sem, contudo, ser um trabalho de campo, em que o
aluno, na maior parte das vezes, vai a campo sozinho, não existe
envolvimento dos professores, utilizada como recompensa uma
viagem de formatura por exemplo, normalmente é feita no final do
período letivo sendo apenas informativa. Em contrapartida a esta
metodologia, que entendemos ser pouco produtiva, encontramos a
saída de campo autônoma. Nesta forma de trabalho de campo o
aluno pode ir sozinho a campo, porém diferentemente não é apenas
uma ida ao campo, é mais profunda e com implicações amplas na
formação do aluno, consistindo em fazer com que os alunos
busquem informações no campo e depois trabalhem em sala com
seus colegas.
Este tipo de trabalho não deve ser entendido como um meio para o
professor deixar de participar dos trabalhos de campo, ao contrário,
o professor deve fazer parte e levar seus alunos ao campo.
Esta metodologia serve para ampliar as possibilidades de pesquisa
individual uma vez que sabemos que muitos de nossos alunos
trabalham e não podem participar das atividades de maneira formal
e também permite aos educandos voltarem ao campo quantas vezes
acharem necessário para aprofundar seus conhecimentos sobre o
assunto trabalhado anteriormente e assim acreditamos ser possível
ter em nossas escolas a tão sonhada liberdade para buscar o
conhecimento.
Observamos em SCORTEGAGNA(2001) em que o autor faz um
profundo estudo sobre a forma de realização de trabalhos de campo
com alunos de ensino superior na disciplina de geografia, que “Em
geral, qualquer discussão sobre a produção de conhecimento, vista
sob perspectiva educacional, pode ser estruturada a partir de dois
enfoques: o informativo e o formativo.” Para o autor e concordamos
com isso, “O ensino tradicional, de modo geral, é mecânico e pouco
eficiente quanto a proporcionar uma reflexão independente e
autônoma dos alunos na aprendizagem; predomina um trabalho
informativo, ou seja, que prioriza a aquisição e memorização dos
dados e informações. Já em contrapartida, o ensino formativo é
interativo e crítico, propiciando uma participação ativa do aluno na
aprendizagem”. Portanto voltamos à questão inicial: O que
queremos com nosso trabalho de campo? Um aluno passivo, que vai
ao campo passear e ver algo diferente ou desejamos um aluno
capaz de compreender o espaço onde vive e apto a intervir quando
necessário?
Escolhemos desenvolver, com este trabalho, o aluno participativo,
implicado, desejoso de conhecer, em que o professor é mais que um
simples guia de turismo.
Ainda em SCORTEGAGNA(2001, P. 18- 21) pode-se encontrar a
analise de outros autores como (COMPIANI e CARNEIRO
(1993:90)) onde os autores definem os papéis didáticos como
“funções que determinada atividade assume dentro do processo de
ensino aprendizagem, decididas de maneira deliberada ou não, que
exercem algum significado para o alcance de objetivos didáticos”.
A seguir temos uma tabela na qual se pode observar um resumo das
idéias dos objetivos de ensino/aprendizagem nas atividades de
campo
Categoria
Papel
Objetivos pretendidos
Visão de
ensino
Modelos científicos existentes
Relação ensino/aprendizagem
Lógica predominante
ILUSTRATIVA
Informativa São aceitos e preservados
Professor é o centro
Ensino Dirigido
Da ciência
INDUTIVA
Formativa/ Informativa
São aceitos e preservados
Aluno é o centro Ensino dirigido/Semidirigido
Professor e aluno
Da ciência e do aprendiz
MOTIVADORA
Formativa São aceitos e preservados em grau variável
Aluno é o centro Ensino não dirigido
Do aprendiz
TREINADORA
Formativa/ Informativa
São aceitos e preservados
Equilíbrio ensino semi dirigido
Da ciência e às vezes do aprendiz
INVESTIGATIVA
Formativa São aceitos mas questionados
Aluno é o centro ensino não dirigido
Da ciência e do aprendiz
Fonte: COMPIANI E CARNEIRO (1993) IN SCORTEGAGNA (2006) C/adaptação do autor
OBJETIVOS DAS ATIVIDADES
Aproveitar os conhecimentos prévios
Reconhecer feições e fenômenos da natureza
Elaborar dúvidas e questões
Desenvolver e exercitar habilidades
Estruturar hipóteses/sínteses e criar conhecimentos
Desenvolver atitudes e valores
INFLUÊNCIA DOS OBJETIVOS
Ausente
Fraca
Forte
Muito Forte
INTRODUÇÃO
Os conteúdos da educação básica tratam de temas variados,
havendo a necessidade de atividades práticas que permitam aos
alunos compreenderem a teoria das aulas, aproximando a realidade
vivenciada com o conhecimento cientifico.
O tema escolhido para este trabalho é a relação entre homem e
espaço na vida em sociedade, e busca através do trabalho de
campo com atividades monitoradas, levar os alunos a
compreenderem seu espaço de vivência, suas transformações, e
possibilidades de intervenção.
As atividades de campo são de grande importância para a
compreensão dos conteúdos da disciplina de geografia. Porém
percebe-se uma grande dificuldade para a sua realização, existem
vários problemas como transporte, alimentação, autorização dos
pais, locais adequados para a realização e principalmente o
conhecimento de roteiros capazes de motivar professores e alunos.
Superar as dificuldades e propor soluções para que as atividades
práticas sejam realizadas é um desafio dos professores de
geografia.
As atividades propostas podem ser realizadas tanto com alunos de
5ª série do ensino fundamental como com alunos do 3ºano do
ensino médio, bastando apenas alguns ajustes.
PENSANDO SOBRE O ASSUNTO
O tema escolhido busca criar condições para o estudo,
compreensão e avaliação de atividades monitoradas em visita ao
museu municipal do município de São José dos Pinhais.
Muitos dos alunos da rede pública de educação básica não
conhecem a histórica formação do espaço geográfico de seu
município e em São José dos Pinhais não é diferente. Devido à
crescente chegada de migrantes é importante levar os alunos a
conhecer sua cidade e assim criar meios para a vida cidadã.
Não esqueça!
- Para que se tenha êxito na visita ao museu o professor deve ser
organizado para não ocorrerem contratempos.
- Lembrar sempre de pedir autorização para a equipe pedagógica.
- Os alunos devem trazer autorização dos pais. ( o melhor é que a
autorização já seja assinada no inicio do ano)
- Providenciar transporte, procurar com a APM, Associação do
bairro ou Policia Militar.
- Como o trabalho de campo é feito ao ar livre, é sempre bom
pedir para que os alunos tenham proteção como bonés, chapéus,
viseiras, lenços e protetor solar( conseguido em postos de saúde).
- Não se esqueça de levar água e verificar locais para descanso e
banheiro.
- Faça o percurso do trabalho de campo sozinho ou com outros professores e pessoas da comunidade antes de levar seus alunos
Material necessário
- Câmera fotográfica, verifique se o museu permite fotografar
- Caderno e caneta para anotação
- Um gravador para entrevistar pessoas durante a visita
ETAPAS
Na semana que antecede a ida ao museu os alunos deverão trazer
objetos como fotos, documentos como: certidão de nascimento,
certidão de casamento, escritura da propriedade e qualquer outro
material que demonstre a sua ligação com a cidade. Os alunos que
não são nativos do município ou não possuem a propriedade onde
moram, deverão pesquisar na prefeitura algo sobre o município
( cada aluno é livre para escolher).
De posse do material pesquisado, tem início em sala, a discussão
sobre o que foi encontrado e os alunos deverão responder algumas
indagações:
- Como foi o processo de pesquisa?
- De que modo a família ajudou na pesquisa?
- Qual o sentimento de ser ou não nativo do Município?
- Que outras atividades poderíamos realizar?
- Depois do envolvimento inicial como se sente em relação ao
processo histórico e geográfico da construção do município?
Avaliação: Grau de envolvimento
Nome: Turma
Participação Baixa Média Alta
Execução da atividade
Participação nas discussões
Respeito à opinião
Cooperação com os colegas
Fonte: Gioppo– Avaliação da aprendizagem no ensino fundamental de 5ª a 8ª série- 2006, adaptada pelo autor.
Os documentos que serão utilizados durante a atividade devem ser copiados ou escaneados na escola para evitar comprometer a integridade dos mesmos.
Pode-se aproveitar para construir um histórico da memória dos alunos e da escola. Este histórico pode ser físico e ocupar um espaço do colégio ou ainda virtual e disponibilizado no site do colégio ou blog dos alunos.
Após esta atividade parte-se para a segunda fase:
Na aula anterior a ida ao museu a turma irá conhecer o entorno do
colégio, comércio, indústrias, áreas de moradia, áreas de lazer como
praças e parques.
Para esta prática utiliza-se um questionário que será respondido
pelos habitantes e trabalhadores do entorno da escola, nesta
atividade os alunos são divididos em grupos de cinco, onde um será
o responsável por organizar os outros. E também é importante que
mais de um professor acompanhe os alunos.
Caberá aos alunos a construção do questionário para a pesquisa,
pois são eles os interessados em conhecer a sua cidade. Segue
então apenas uma sugestão de questionário:
Nome do entrevistado:
Atividade econômica:
É nativo? Sim ( ) Não ( )
Quanto tempo vive
no município?
Conhece o museu da cidade: Sim ( ) Não ( )
Sobe o nome do prefeito: Sim ( ) Não ( )
Sabe o ano em que o município foi emancipado: Sim ( ) Não ( )
Conhece algum fato histórico relacionado com o município:
Sim ( ) Não ( )
Sente que é um cidadão: Sim ( ) Não ( )
Que bairros conhece de seu município?
Importante: Discuta com seus alunos a idéia de Nativo. Mesmo um aluno que não nasceu no município em que vive possui um sentimento de pertencimento pela permanência no lugar
Aproveite para trabalhar o conceito de lugar.
Quais rios conhece em seu município?
Existem áreas de reflorestamento em seu município?
( ) sim ( ) Não Conhece alguma região turística localizada em seu município?
( ) sim ( ) Não
Qual? Qual o tipo de relevo predominante no seu município?
A agropecuária é praticada na região onde vive?
( ) sim ( ) Não Onde teve inicio o povoamento de seu município?
No seu município a divisão é feita de qual forma?
Distritos ( ) Bairros ( ) Colônias ( ) Povoados ( )
Outros ( )
Quais?
Nesta fase os alunos não serão avaliados individualmente, pois a
exploração foi coletiva assim o aluno responsável deverá relatar, em
forma de texto, sua impressão sobre o grupo. Cada aluno deverá
fazer uma pequena síntese de sua participação na exploração e esta
será recolhida junto com as observações do aluno responsável.
Depois de feita a coleta de dados os alunos retornam para a sala
onde é feita a tabulação dos resultados, outras disciplinas poderão
participar.
Com o resultado da pesquisa terá início a discussão sobre o
conhecimento que os moradores da região têm em relação ao
município em que vivem. Lembre que os alunos ainda não foram
avisados que farão uma visita ao museu, esta atividade será
proposta em outro momento.
Com o resultado em mãos os alunos deverão construir gráficos e
tabelas para mostrar a todos os outros alunos seus resultados. Os
gráficos devem ser espalhados pela escola o que despertará maior
interesse da comunidade escolar.
Atividade : Utilizando os mapas do município de São José dos
Pinhais e o do bairro Independência, onde está localizada a escola,
identifique onde estão os aparelhos urbanos( escolas, centros de
saúde, parques e centros de esportes.) presentes no bairro e
procure explicar os motivos ou necessidades que estão presentes
no bairro para que tais aparelhos estejam ali instalados. Verifique
quando foram construídos esses aparelhos, se os outros bairros
também os possuem e qual a capacidade de atendimento e outros
que julgar necessário.
Agora é o momento de juntar as novas informações aos gráficos e
tabelas que já estão espalhados pela escola.
Aprofundamento : Nesta fase realiza-se uma visita o museu
municipal com o objetivo de conhecer melhor o espaço geográfico
da cidade de São José dos Pinhais. Parte-se do conhecimento local,
a casa e seus habitantes. Depois de conhecer melhor o bairro,
espera-se que os alunos estejam motivados para conhecer mais
profundamente seu município.
É interessante que mais de uma disciplina participe da visita, deste
modo os olhares serão mais amplos. Na visita ao museu os alunos
deverão buscar informações através da análise de documentos,
Caso não exista um museu no município as pesquisas podem ser feitas nos arquivos das igrejas, cartórios, clubes de serviços e arquivo publico.
A existência de um museu é importante para a cidadania. Os professores devem pleitear a construção de museus em seu município.
peças de vestimentas, imagens e outros elementos que “contêm” a
maneira como o espaço do município foi construído e qual a sua
ligação com esta construção. Os museus, de modo geral, não
permitem que o acervo seja fotografado, assim pode-se gravar a
explicação do guia e também anotar as informações contidas nos
documentos e objetos do museu.
Após a visita os alunos deverão construir um texto demonstrando a
relação de algo visto no museu (um tema, algum objeto
arqueológico, instrumentos de trabalho, mapas, jóias, roupas), com
a realidade encontrada em sua casa, no bairro onde a escola está
situada e no espaço do município.
Os textos serão avaliados com os seguintes critérios
Critérios Assertivas
Entendimento conceitual: o texto demonstra-se
Adequado Existe relação entre as fases de análise
Parcial O texto não é claro em relação ao tema proposto
Inadequado O texto foge totalmente ao tema proposto
Pensamento Crítico: O texto
Adequado O texto é claro e faz relações entre os vários fatores
envolvidos
Parcial As argumentações são insuficientes
Inadequado Não apresentou as relações existentes
Habilidade de comunicação: ficou demonstrada a capacidade de
elaborar um texto
Adequado As idéias principais estão bem organizadas
Parcial Apenas algumas idéias estão presentes no texto
Inadequado Não incluiu as idéias principais
Fonte: Gioppo– Avaliação da aprendizagem no ensino fundamental de 5ª a 8ª série- 2006
Avaliação : A avaliação deve ser entendida como meio para
perceber o quanto o aluno aprendeu e como poderá utilizar o
conhecimento construído durante as atividades. Não se trata de
atribuir notas, que muitas vezes não representam a realidade, mas
sim verificar os acertos e erros durante a realização da atividade
proposta deste modo a avaliação final deve ser compartilhada com
os alunos e outros professores que por ventura tenham participado
da atividade.
A avaliação proposta é a seguinte:
Os alunos deverão, em grupo, construir um mapa do município de
São José dos Pinhais.
No mapa deverão representar:
- O primeiro núcleo colonizador
- A localização das primeiras infra-estruturas urbanas. ( hospitais,
creches, pontes, viadutos, iluminação, rede de esgoto)
- Delimitação do centro da cidade.
- Local de moradia de pessoas que contribuíram de alguma forma
para a formação do município.
- Áreas recentemente ocupadas
- Áreas verdes
- Parques do município
- Os grupos étnicos que compõem a base cultural do município
- Área rural
- Área de captação de água.
Os mapas construídos pelos alunos devem conter cores e ícones para isso se pode usar pictogramas, colar imagens massa de modelar, raspas de lápis de cor e tudo mais que criatividade permitir.
Explicar para os alunos o que são áreas verdes. Cada município possui uma definição para caracterizar tais áreas. Procure informações na prefeitura.
Critérios de avaliação
Adequado O mapa representa todos os itens pedidos
Parcial O mapa representa mais de 70% dos itens pedidos
Inadequado O mapa representa menos de 70% dos itens
pedidos
Fonte: Gioppo– Avaliação da aprendizagem no ensino fundamental de 5ª a 8ª série- 2006
Os alunos deverão responder uma avaliação de aprendizagem que
servirá como meio para verificar se o objetivo principal foi atingido-
conhecer melhor o município em que vive.
Nome:
Turma:
Você teve compromisso com as
atividades?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Hoje você conhece mais e melhor
seu município?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
O tempo destinado as atividades
foi suficiente?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Você sente-se mais cidadão
depois da atividade?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
O Acompanhamento de
professores de outras disciplinas
foi positivo?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Depois desta atividade você sente
que pode fazer mais por seu
município?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Conhecer o seu município
aumenta sua responsabilidade?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Os tipos de tarefas propostas
atendem os objetivos da
atividade?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Você teve algum tipo de
dificuldade em realizar a
atividade?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Introdução
Quando se estuda um município deve-se levar em conta a sua
história, a configuração das paisagens, dos territórios, dos lugares,
as relações sociais e econômicas. No estudo do município de São
José dos Pinhais pode-se observar que as transformações foram
profundas e os resultados da ocupação são bastante diversificados
desde a transformação do campo em áreas industriais até a
descaracterização do centro da cidade.
Nesta unidade deve ser construído um roteiro para analise do
centro do município. Até a década de 80 São José dos Pinhais
contava cerca de trinta mil moradores e era um município tido como
dormitório, seus moradores trabalhavam em Curitiba e voltavam à
noite para dormir, o município possuía poucas áreas de lazer e um
comércio pouco diversificado. Com os anos noventa vieram também
às montadoras de automóveis e outros empresas a elas
relacionadas. O município mudou radicalmente e conta com quase
trezentos mil habitantes. Porém o crescimento populacional não foi
acompanhado de infra-estrutura urbana como hospitais, saneamento
e moradia e hoje o município, que a pouco mais de vinte anos era
rural hoje possui todos os problemas enfrentados por grandes
cidades.
Com as montadoras vieram também muitos migrantes que pouco ou
quase nada conhecem a cidade e percebemos que os alunos, filhos
de migrantes em boa parte, necessitam conhecer a cidade onde
moram suas características e o que deve ser feito para torná-la um
lugar digno de morar. Assim discute-se nesta unidade o processo de
ocupação do município durante os anos noventa que coincidem com
a explosão demográfica observada e suas conseqüências para os
moradores.
Sugestão de leitura: METAMORFOSES DO ESPAÇO HABITADO, fundamentosTeórico e metodológico da geografia. SANTOS, Milton. Hucitec.São Paulo 1988.
PENSANDO SOBRE O ASSUNTO
O modo de vida presente nos grandes centros atinge também as
pequenas e médias cidades. Muitas vezes a população acaba
desconhecendo a sede de seu município e principalmente,
desconhece a história de sua gente, como o espaço foi ocupado.
Desta forma deve-se procurar colocar os alunos em contato com a
paisagem do centro onde as transformações são continuas, no caso
de São José dos Pinhais, chegam a ser desastrosas. Entende-se a
necessidade de compreender tais transformações e suas
implicações na vida do cidadão.
Não esqueça!
- Para que se tenha êxito na visita ao centro da cidade o professor
deve ser organizado para não ocorrerem contratempos.
- Lembrar sempre de pedir autorização para a equipe pedagógica.
- Os alunos devem trazer autorização dos pais. ( o melhor é que a
autorização já seja assinada no inicio do ano)
- Providenciar transporte, procurar com a APM, Associação do
bairro ou Policia Militar.
- Como o trabalho de campo é feito ao ar livre, é sempre bom
pedir para que os alunos tenham proteção como bonés, chapéus,
viseiras, lenços e protetor solar( conseguido em postos de saúde).
- Não se esqueça de levar água e verificar locais para descanso e
banheiro.
- Faça o percurso do trabalho de campo sozinho ou com outros
professores e pessoas da comunidade antes de levar seus
alunos.
Etapas
O professor deve ir até a prefeitura buscar informações sobre o
centro como, por exemplo: o nome anterior de algumas ruas,
pessoas de reconhecimento social que deram nome às ruas,
antigos moradores da região, fotos antigas, noticias de jornais que
tratavam sobre moradores ou acontecimentos que ocorreram na
sede.
Envolvimento : É o início do trabalho, e serve para estimular o
aluno ao engajamento na atividade e suas dificuldades e interesses.
De posse dos materiais, o professor deve levá-los para seus alunos
duas aulas antes da saída para que os mesmos tenham um
primeiro contato com o que irão pesquisar no campo. Não conte
tudo, deixe que a curiosidade sirva como motivação para a saída de
campo. Lembre que é no campo que as descobertas devem
acontecer, é lá que a pesquisa deve de fato ocorrer e as surpresas
da descoberta são fundamentais para o sucesso do trabalho.
Nesta etapa é interessante propor aos alunos uma discussão sobre
o que deve-se investigar no centro da cidade, quais seus interesses
e curiosidades, assim os alunos serão colaboradores na elaboração
da atividade, o que os tornará mais atentos e dispostos a participar.
Todos os alunos devem fazer parte do trabalho de campo.
Deve-se criar condições para a participação de todos.
Os custos do transporte, se existir, não podem ser um impeditivo para a presença do aluno.
Material necessário
- Planta da sede do município
- Câmera fotográfica
- Fotos aéreas
- Caderno e caneta para anotação
- Um gravador para entrevistar pessoas durante a visita
Cada aluno deverá ter um caderno para anotar aquilo que se vai
conhecer na atividade, lembrem que o olhar do aluno é diferente do
olhar do professor, deste modo muitas coisas não planejadas
poderão ser vistas pelos alunos durante a atividade, portanto anotar
tudo é de grande serventia.
Exploração : na etapa da exploração o aluno deve buscar conhecer
algo sobre o local a ser visitado, logo eles devem ser orientados
neste sentido. O professor deve sugerir a leitura de jornais, acesso
ao site da prefeitura, pesquisa na biblioteca da escola, conversa com
moradores, arquivo público, arquivo municipal, cartórios de registro
de imóveis e arquivos da escola.
Segue um exemplo de roteiro de entrevista.
Quais áreas foram modificadas na sede do município?
Quem são os proprietários atuais dos imóveis da sede do
município?
Quem foram os primeiros proprietários dos imóveis da sede do
município?
Que famílias ainda são as mesmas donas dos primeiros imóveis
do município?
A quem pertencia o terreno onde foi construído o colégio?
Que mudança foi mais importante na sede do município?
Qual transformação deveria ser feita na sede do município?
Que tipo de problema incomoda mais os moradores da sede do
município?
Como se imagina a sede no futuro?
Nesta etapa o professor poderá avaliar o envolvimento de seus
alunos e corrigir aquilo que não está de acordo com seu projeto.
Como os alunos já sabem que terão um trabalho de campo é o
momento de acertar como será feita a avaliação da atividade. Se
forem avisados antes da saída, não existirão problemas no futuro
Site do Arquivo publico do Paraná
www.pr.gov.br/arquivopublico
quando forem atribuidas às notas, pode-se avaliar de muitas
maneiras, a sugestão é que seja feita em cada uma das etapas do
ciclo assim se em algum momento o aluno não atingir todos os
objetivos não será prejudicado no todo.
Na fase da exploração os alunos devem fotografar o caminho que
fazem para chegar até a escola, é possível que nem todos tenham
câmeras fotográficas. Neste caso, aqueles que possuírem tal
equipamento formam grupos, fazem as fotos e compartilham com os
colegas em sala. A idéia das fotografias é fazer com que os alunos
percebam a diferença entre as ruas, as casas, a infra-estrutura
urbana do bairro e da sede do município.
Explicação : nesta fase o aluno dá inicio à construção de novas
concepções e pode assimilar as evidências do que pesquisou e
vivenciou nas outras fases.
Atividade
De posse das fotografias cria-se um álbum do entorno da sede
apontando as características mais relevantes para os alunos, é
importante que o aluno perceba as diferenças e semelhanças entre
as ruas do bairro, por exemplo: as ruas asfaltadas, onde passam os
ônibus, quais têm rede de esgoto, iluminação, calçadas, edificações
públicas, hospitais, terrenos baldios e tantas outras características
forem encontradas. Nesta altura já se pode perceber o envolvimento
dos alunos na busca por explicar os motivos das diferenças,
importante fazer uma discussão sobre as observações dos alunos e
alimentar a curiosidade para a ida a sede do município. Cuide para
que os alunos não antecipem as comparações com o que será visto
no trabalho de campo quando estiverem no centro. Outra
possibilidade é montar com os alunos uma exposição na sala de
informática, os computadores podem ter uma pasta com as imagens
para serem acessados por outros alunos ou ainda colocar,
A TV Pendrive é um bom recurso para apresentação das fotos obtidas na atividade.
preferencialmente, no site do colégio ou blog, fotolog, site da turma
ou ainda exposição em local público para toda a comunidade poder
acompanhar a atividade.
Aprofundamento : Agora parte-se para a sede do municipio para
conhecer um ambiente diferente do entorno da escola e também da
maioria dos alunos. Mesmo que a escola esteja no centro o modo de
ver o espaço é diferente quando temos um olhar preparado para
encontrar o novo.
Cabe ao professor, como organizador do roteiro, conduzir os alunos
durante a atividade.
Deve-se preparar o roteiro pensando naquilo que os alunos poderão
encontrar que tenha ligação com o trabalho que se iniciou no
colégio, verificar as condições das casas, a pavimentação da rua, a
iluminação, o tipo de comercio, terrenos baldios, o cuidado com a
limpeza, as áreas de lazer, os locais para descanso e tudo o mais
que os alunos puderem observar.
Chegando ao centro, cada aluno receberá um mapa e fotos do
centro da cidade antes das transformações ocorridas nos anos 80 e
90 e deverá identificar o tipo de construção que ocupa o local
fazendo anotações de sua observação. O uso de fotos antigas ajuda
muito e são encontradas nos arquivos da prefeitura.
Na sede do município de São José dos Pinhais irão passar pela rua
XV de Novembro que é a rua mais movimentada da cidade e onde
encontra-se o comércio formal e informal, as casas antigas, a igreja
matriz, a antiga câmara de vereadores, o terminal central de ônibus,
os colégios mais antigos da cidade, pessoas que vivem na região há
muitos anos e que viveram as transformações no centro. Irão visitar
a biblioteca Scharffenberg de Quadros o prédio já abrigou um
colégio e a câmara dos vereadores, também visitarão o Centro de
Procure levar seus alunos para conhecerem outros terminais de transporte como: ferroviário, aéreo, trapiches, portos e terminais de carga.
Vivência Cultural João Senegaglia onde funcionou uma importante
indústria do município e hoje abriga um teatro, um centro de vivência
e várias lojas.
Em cada cidade o professor deverá organizar o roteiro conforme as
possibilidades locais para atender as necessidades de seus alunos
na compreensão da construção do espaço do município.
Avaliação : Deverá ocorrer no retorno para o colégio, deve ser feita o
mais breve possível para não ficar desligada do trabalho de campo,
é recomendado que se faça na aula seguinte a atividade prática.
Para este trabalho de campo a sugestão de avaliação é a seguinte:
- Cada aluno deverá expor a sua experiência durante a atividade;
- O professor deverá anotar no quadro as observações dos alunos;
- Aqueles que entrevistaram pessoas na rua devem fazer um
comentário sobre as informações coletadas;
- Em dupla, trios ou quartetos os alunos deverão escrever uma
história em quadrinhos ou dramatização contando sobre a sede do
município, neste momento o professor de geografia pode contar
com a ajuda dos professores de arte e história, língua portuguesa e
literatura;
- Depois da construção da história os alunos farão uma
apresentação para todo o colégio, se o colégio tiver recursos
também poderão montar um vídeo. ( hoje é muito simples fazer um
vídeo, com uma câmera e programas de computadores bem simples
os resultados são surpreendentes), fotolog, blog ou apresentação
em multimídia utilizando a Tv Pendrive.
- Após a apresentação tem-se elementos suficientes para avaliar os
alunos e seu envolvimento com a atividade, segue um instrumento
de avaliação que deverá ser aplicado ao final da atividade.
- Avaliação: Grau de envolvimento – pode ser atribuído nota
Nome: Turma
Participação Baixa Média Alta
Execução da atividade
Participação nas discussões
Respeito à opinião
Cooperação com os colegas
Fonte: Gioppo– Avaliação da aprendizagem no ensino fundamental de 5ª a 8ª série- 2006, adaptado pelo autor.
Os alunos deverão responder uma avaliação de aprendizagem que
servirá como meio para verificar se o objetivo principal foi atingido-
ou seja, conhecer melhor o município em que vive. Não tem valor
(nota), é um instrumento para o professor avaliar a atividade.
Nome:
Turma:
Você teve compromisso com as
atividades?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Hoje você conhece mais e melhor
seu município?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
O tempo destinado as atividades
foi suficiente?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Você sente-se mais cidadão
depois da atividade?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
O Acompanhamento de
professores de outras disciplinas
foi positivo?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Depois desta atividade você sente
que pode fazer mais por seu
município?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Conhecer o seu município
aumenta sua responsabilidade?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Os tipos de tarefas propostas
atendem os objetivos da
atividade?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Você teve algum tipo de
dificuldade em realizar a
atividade?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Introdução
Um dos temas mais discutidos na atualidade é a questão da água.
Cada município obtém a água que necessita de maneiras distintas.
Entender este processo e suas implicações no modo de vida das
pessoas é importante para a formação de um cidadão
comprometido com sua sociedade atual e futura.
Sendo um recurso natural renovável, o uso da água parece ser
infinito e por muito tempo foi deixado de lado pela população e
governos. De modo geral a água está presente, em maior ou menor
quantidade, em todos os municípios do estado do Paraná, porém, a
sua obtenção segue modelos distintos em cada região.
Acredita-se ser importante o entendimento da obtenção da água e
as particularidades com que cada município trata as suas reservas
para atender as necessidades da população, indústria e agricultura.
Entender os processos que permitem levar água até os nossos lares
e seu aproveitamento econômico é a intenção desta unidade.
PENSANDO SOBRE O ASSUNTO
A água é um mineral fundamental para a vida humana, porém
menos de 2% da água do planeta esta disponível para consumo
humano e boa parte desta reserva já se encontra comprometida pelo
mau uso. Fazer com que os alunos compreendam a importância de
seu uso racional é necessário para garantir às gerações futuras
condições de sobrevivência e liberdade econômica para usufruir
deste tão valioso bem natural da humanidade.
Não esqueça!
- Para que se tenha êxito na visita o professor deve ser
organizado para não ocorrerem contratempos.
- Lembrar sempre de pedir autorização para a equipe pedagógica.
- Os alunos devem trazer autorização dos pais. ( o melhor é que a
autorização já seja assinada no inicio do ano)
- Providenciar transporte, procure com a APM, Associação do
bairro e Policia Militar.
- Como o trabalho de campo é feito ao ar livre é sempre bom
pedir para que os alunos tenham proteção como bonés e protetor
solar.
- Não se esqueça de levar água e verificar locais para descanso e
banheiro.
- Faça o percurso do trabalho de campo sozinho ou com outros
professores e pessoas da comunidade antes de levar seus
alunos.
Material necessário
- Mapa região que será visitada
- Câmera fotográfica
- Caderno e caneta para anotação
- Contas de água
Etapas
Envolvimento : É o início do trabalho, e serve para estimular o aluno
ao engajamento na atividade e suas dificuldades e interesses.
Os alunos deverão trazer para a escola suas contas de água. Na
fatura existe um campo que demonstra se a casa é servida por rede
coletora de esgoto, com a conta faz-se um levantamento para saber
quais e quantos alunos são atendidos por rede coletora de esgoto. É
interessante contar com a participação dos professores de
matemática nesta atividade para a construção de gráficos e também
professores de ciências para analisar os problemas causados por
doenças transmitidas pela água poluída por esgoto.
Os professores de ciências e geografia devem promover uma
palestra sobre as principais doenças da região relacionadas com a
água e suas implicações na vida das pessoas. Aqui se podem
desenvolver assuntos relacionados ao IDH do município para que os
alunos entendam como as questões ligadas à saúde estão atreladas
com a qualidade de vida.
Cada aluno deverá responder um questionário sobre o uso da água
por sua família.
Segue um exemplo:
Qual a origem da água utilizada
em sua casa
Poço artesiano ( )
Nascente ( )
Nascente comunitária ( )
Poço ( )
Outras ( ) Quais? Sua casa possui fossa séptica? ( ) Sim
( ) Não
Discuta com seus alunos o destino dado aos produtos utilizados em suas casas como o óleo para frituras, restos de alimentos, materiais recicláveis, produtos de limpeza entre outros. Explique o impacto ambiental provocado pelo descarte destes produtos na rede coletora de esgoto.
Nas saídas de campo todos os alunos devem estar uniformizados
Sua casa é servida por rede
coletora de esgoto?
( ) Sim
( ) Não
Na sua casa já houve caso de
doenças causadas pela água?
( ) Sim
( ) Não
Sua casa possui algum tipo de
tratamento de esgoto alternativo?
( ) Sim
( ) Não
Qual?
Existe coleta de lixo em sua rua? ( ) Sim
( ) Não
Sua família confia na qualidade
da água servida pela
companhia?
( ) Sim
( ) Não
O valor pago pela água é
considerado justo por sua
família?
( ) Sim
( ) Não
Alguns sites que apresentam sistemas alternativos para o tratamento de esgoto e água da chuva:
http://www.deltasaneamento.com.br
http://sosriosdobrasil.blogspot.com/2008/06/unicamp-desenvolve-sistema-alternativo.html
http://cacphp.unioeste.br/campi/nit/index.php?option=com_content&task=view&id=214&Itemid=219
Exploração : na etapa da exploração o aluno deve buscar conhecer
algo sobre o local a ser visitado.
No Paraná a companhia de saneamento tem um site,
www.sanepar.com.br, onde disponibiliza uma serie de informações
sobre a água e tratamento de esgoto. Os alunos devem explorar
este site e buscar as informações que acreditam ser importantes
sobre a água, o professor deve orientar seus alunos para o que
entender ser relevante para o trabalho de campo.
Depois de pesquisar no site os alunos juntam-se em grupos por
afinidade de temas e constroem cartazes sobre aquilo que lhes
chamou a atenção na pesquisa. Com os cartazes é feita uma
discussão na sala para compreender a importância de visitar a área
onde é captada a água que atende o município e também determinar
o que será analisado durante o trabalho de campo.
Explicação : nesta fase o aluno dá inicio à construção de novas
concepções e pode assimilar as evidências do que pesquisou e
vivenciou nas outras fases.
Atividade
Utilizando mapas do município de clima, relevo, agropecuário,
turístico, vegetação, bacias hidrográficas, uso industrial da água os
alunos irão iniciar a preparação para o trabalho de campo. Em grupo
os alunos devem identificar a região onde vivem e a área onde é
captada água, qual tipo climático e suas características relacionadas
a pluviosidade e temperatura, qual vegetação existe no município e
quais rios, presentes na região, passam pelo município. Para esta
atividade se utiliza a técnica de sobreposição de mapas com folhas
de papel vegetal, papel transparente, plástico ou laminas de
transparência os alunos copiam cada um dos mapas citados
Pesquise junto com seus alunos a época de maior pluviosidade ou estiagem procurando relacionar as estações do ano em que ocorrem.
anteriormente e sobrepõem para entender a relação entre o clima,
relevo, vegetação e hidrografia. Depois desta atividade os alunos já
sabem de onde vem à água que utilizam, qual a distância até sua
casa, como é a preservação da região onde a água é captada.
Aprofundamento : Nesta etapa visita-se a área onde é captada
água para o abastecimento do município.
Nunca esqueça - O professor deve ir até o local da visita antes dos
alunos.
Normalmente a visita à companhia de saneamento é guiada por
pessoas da empresa e deve ser agendada com antecedência. Como
existe um guia, os alunos devem levar material para anotar as
respostas dadas às perguntas elaboradas em sala antes da visita.
Durante a visita o professor deve ter o cuidado para que os alunos
não dispersem a atenção e percam as explicações dadas pelo guia;
deve também ficar atendo para motivar os alunos a perguntar sobre
os temas discutidos em sala.
As visitas guiadas seguem um roteiro estabelecido pela empresa,
deste modo o professor tem a obrigação de saber de antemão aquilo
que será conhecido durante a visita.
Depois da visita à companhia, os alunos voltam para a sala onde
será feita a atividade de avaliação
Avaliação : É sempre importante avaliar o que os alunos
compreenderam da atividade proposta e também o retorno do
professor sobre aquilo que os alunos atingiram durante o trabalho de
campo.
Utilizando os mapas feitos com papel vegetal, papel transparente,
plástico ou laminas de transparência os alunos complementarão a
atividade iniciada na etapa da explicação.
- Com os mapas cada grupo deve construir um texto explicando
como a área onde a água é captada é cuidada pela população ou
poder público.
- As fotos feitas durante a visita devem ser colocadas em uma
exposição para toda a comunidade escolar poder entender a
importância da atividade e a preservação dos mananciais do
município.
- Durante um certo tempo, (sugere-se uma semana), os alunos
envolvidos na atividade deverão montar um centro de tira dúvidas
sobre a água onde os alunos e toda comunidade escolar poderão
buscar informações relacionadas á água.
- O material produzido, fotos, textos, folders, gráficos, informativos,
durante a atividade deve ficar exposto durante o período da
atividade para envolver todo o colégio.
Segue um modelo para avaliação:
Critérios de avaliação
Adequado Os alunos desenvolveram todas as atividades
propostas
Parcial Os alunos desenvolveram 70% das atividades
propostas
Inadequado Os alunos desenvolveram menos de 70% das
atividades propostas
Fonte: Gioppo– Avaliação da aprendizagem no ensino fundamental de 5ª a 8ª série- 2006
Deve-se avaliar quanto o aluno ampliou seus conhecimentos sobre a
água, segue um exemplo de questionário diagnostico
Nome:
Turma:
Ficou claro para você de onde
vem a água que sua família
consome
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Você compreende a importância
do tratamento de esgoto?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Depois desta atividade você e sua
família terão mais cuidado com a
água?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Você sente-se responsável pela
água em seu município?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
O poder público tem feito a parte
dela no cuidado com a água?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Com água de melhor qualidade a
vida é mais saudável?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Seu município possui programas
de preservação dos mananciais?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Você utilize a água para o lazer? Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Você entende que a água é um
bem público e universal?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
O objetivo da avaliação é perceber o quanto nossos alunos
envolveram-se na atividade e buscar entender os motivos da não
participação caso exista.
Nome:
Turma:
Você teve compromisso com as
atividades?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Hoje você conhece mais e melhor
seu município?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
O tempo destinado as atividades
foi suficiente?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Você sente-se mais cidadão
depois da atividade?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
O Acompanhamento de professores de outras disciplinas foi positivo?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Depois desta atividade você sente
que pode fazer mais por seu
município?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Conhecer o seu município
aumenta sua responsabilidade?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Os tipos de tarefas propostas
atendem os objetivos da
atividade?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Você teve algum tipo de
dificuldade em realizar a
atividade?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Introdução
Grande parte dos municípios do Paraná tem na agropecuária
(produção de frutas, verduras, flores, pecuária, reflorestamento e
silvicultura) a base econômica. Nas cidades maiores vários alunos
não conhecem a região rural ou tem contato apenas com áreas de
lazer no ambiente rural. Saber como vivem as pessoas do meio
rural, o modo como os alimentos são produzidos é importante para
compreender as relações entre a cidade e o campo.
Aqueles que vivem na cidade imaginam o meio rural como um lugar
calmo e tranqüilo onde a vida é sempre boa, as coisas são fáceis,
não existe a violência e o transito caótico dos grandes centros. É
verdade que no meio rural é diferente, porém a vida neste meio já
começa a preocupar aqueles que lá vivem. Violência, pobreza e
problemas com moradia não são mais exclusividade das grandes
capitais.
PENSANDO SOBRE O ASSUNTO
No mundo moderno os alimentos estão prontos para o consumo, a
carne já vem cortada, os cereais pré-cozidos as verduras em
embalagens cada vez mais sofisticadas. Temos a impressão que
tudo é feito em laboratório e que o meio rural não existe mais ou
ainda que viver no campo é como estar em um conto de fadas onde
tudo é maravilhoso. Compreender as relações sociais e econômicas
do meio rural e suas relações com a cidade é importante para
entender os conflitos existentes no campo e as conseqüências para
a vida na cidade. Deste modo se faz necessário aproximar os alunos
da realidade vivida no meio rural para que estes compreendam a
importância que a produção agrícola tem para a vida nas cidades.
Hoje se fala muito em consumo consciente e os alunos devem saber
de onde saem os alimentos que consomem, quanto de energia é
gasta para a produção e qual o impacto ambiental da irrigação,
horticultura, pecuária, silvicultura e outras atividades realizadas no
meio rural..
Não esqueça!
- Para que se possa ter êxito na atividade de visita ao meio rural o
professor deve ser organizado para não ocorrerem contratempos.
- Lembrar sempre de pedir autorização para a equipe pedagógica.
- Os alunos devem trazer autorização dos pais. ( o melhor é que a
autorização já seja assinada no inicio do ano)
- Providenciar transporte, procure com a APM, Associação do
bairro e Policia Militar.
- Como o trabalho de campo é feito ao ar livre é sempre bom pedir
para que os alunos tenham proteção como bonés e protetor solar.
- Não se esqueça de levar água e verificar locais para descanso e
banheiro.
- Faça o percurso do trabalho de campo sozinho ou com outros
professores e pessoas da comunidade antes de levar seus
alunos.
Material necessário
- Mapa do lugar que será visitado
- Mapas do Brasil: Clima – Relevo - Hidrofrafia
- Mapa hidrográfico e relevo da região visitada
- Câmera fotográfica
- Caderno e caneta para anotação
- Embalagens e rótulos de alimentos
Etapas
Envolvimento : É o início do trabalho, e serve para estimular o aluno
ao engajamento na atividade e suas dificuldades e interesses.
Atividade
Pesquisar com os alunos a origem dos alimentos. Para isso eles
trarão para o colégio embalagens de alimentos que usam em casa.
Nesta atividade podemos contar com a ajuda dos professores de
matemática, português, inglês, ciências, biologia e sociologia.
Em sala os rótulos serão separados em três blocos: alimentos de
origem vegetal, de origem animal ou dupla origem. Depois divide-se
a turma também em três grupos e cada um fica com uma origem de
alimento.
Os alunos utilizando os rótulos irão mapear a origem destes
alimentos para saber de onde vieram. É importante que cada grupo
tenha mapas do Brasil.
Depois de descobrir de onde vêm os alimentos os alunos irão
construir rotas de ligação entre a área produtora e a cidade onde
vivem para perceber a distância que os produtos percorreram até
serem consumidos.
Vários produtos não são industrializados no lugar onde foram
produzidos, assim nesta unidade discute-se este assunto.
É o momento de se questionar os porquês de um alimento produzido
no Paraná ser industrializado em São Paulo, por exemplo. Estes e
outros questionamentos serão úteis na etapa de aprofundamento.
Depois de descobrir de onde vêm os alimentos os alunos deverão
identificar que tipos de alimentos são produzidos em locais mais
distantes e mais próximos da cidade e levantar hipóteses sobre o
Os alimentos podem ter várias origens: Vegetal, animal, mineral ou ainda a união delas como por exemplo:o macarrão e o iogurte.
tema como, por exemplo, o leite possui uma validade maior em
relação às verduras; assim podem ser produzidos em áreas
distantes dos centros de consumo ou ainda produtos condimentados
que têm validade por vários meses. Assim os alunos começarão a
entender a distribuição das propriedades rurais e relacionar as
questões climáticas e de relevo na produção agrícola tais como
fertilidade, características do solo e regime de chuvas.
Explicação : nesta fase o aluno dá inicio a construção de novas
concepções e pode assimilar as evidências do que pesquisou e
vivenciou nas outras fases.
Atividade
Após a pesquisa e construção dos caminhos no mapa do Brasil
deverá ser feito um debate em que os alunos poderão expor suas
observações sobre as áreas produtoras relacionadas com o clima,
relevo, hidrografia. É importante também trazer para o debate
informações sobre o IDH da região. Uma pesquisa no site do IBGE
contribui com muitas informações, sugerimos que seja feita pelo
professor se a atividade for feita nas séries iniciais da educação
básica e pelos alunos da oitava série e ensino médio.
O debate é importante para motivar os alunos a pesquisar sobre o
campo e perceber que a vida no meio rural não é fácil, está
profundamente ligada à cidade e que para termos um consumo
consciente devemos saber de onde e como são produzidos os
alimentos que consumimos. A participação dos professores de
ciências, biologia e sociologia são muito bem vindas durante os
debates.
Os professores de Inglês podem auxiliar na atividade uma vez que
muitas empresas do setor de alimentos são multinacionais e nos
rótulos encontramos palavra escritas em inglês.
Para pesquisar informações sobre o município indique para seus alunos alguns sites:
www.ibge .gov.br
http://biblioteca.ibge.gov.br/
http://mapas.ibge.gov.br/
Aprofundamento : É o momento em que aluno e professor vão ao
campo buscar respostas para os questionamentos feitos em sala.
Mesmo nas médias e grandes cidade não é difícil encontrar uma
região produtora de alimentos, se não for na própria cidade onde o
colégio está localizado deve-se procurar na região metropolitana.
A preparação para a aula de campo já foi iniciada na etapa do
envolvimento com a identificação das áreas produtoras.
Na aula anterior à ida ao campo, os alunos irão construir um texto
sobre como imaginam a vida no campo. Este texto será usado ao
retornarmos do trabalho de campo.
Os alunos irão elaborar um questionário para entrevistar os
moradores do local da visita, cada professor deve orientar seus
alunos na construção das questões levando em conta a realidade
onde vivem. Segue uma sugestão:
Quantas pessoas vivem na
propriedade?
A propriedade é familiar ou
pertence a uma indústria de
alimentos?
( ) Sim
( ) Não
Quais alimentos são produzidos
na propriedade?
A produção é a única fonte de
renda da família?
( ) Sim
( ) Não
A propriedade produz o ano
todo?
( ) Sim
( ) Não
Qual o nível de escolaridade das
pessoas na propriedade?
Já ocorreu algum caso de
violência na propriedade?
( ) Sim
( ) Não
A produção é mecanizada e ou
manual?
O questionário, depois de respondido, deverá ser tabulado em sala
e apresentado os resultados para a comunidade escolar.
Para preparar a apresentação os alunos deverão:
- Identificar a fonte de água da propriedade, um rio, poço, açude,
água da chuva, etc.
- O tipo de relevo plano ou acidentado.
- Identificar o tipo de vegetação se existe cobertura vegetal original,
áreas de preservação e no caso da existência de rios se existe mata
ciliar protegendo os rios.
- Qual é o alimento produzido.
- Como é feito o transporte dos alimentos até a indústria ou
consumidor final.
- A origem da família, são da região se não de onde vieram a
quantas gerações vivem na propriedade?
- É possível identificar algum dano ambiental provocado pela
produção.
Importante que os alunos tenham liberdade para perguntar aos
moradores, portanto é imprescindível que o professor tenha um
contato anterior à visita com a família a ser entrevistada para não
criar um ambiente de animosidade entre os produtores e alunos.
Aproveite o momento para discutir com seus alunos o conceito de fertilidade.
Qual o uso econômico do solo no município?
Após o trabalho de campo retornarão ao colégio onde irão discutir o
que viram durante a atividade os alunos deverão, em dupla, construir
um texto comentando suas impressões sobre a vida no campo
baseado no que puderam observar durante a atividade.
O professor de sociologia é convidado para participar da discussão
dos textos antes e depois da saída de campo que espera-se, seja
muito rica.
Com os dados coletados durante o trabalho de campo e utilizando
os mapas de relevo, hidrografia e vegetação construirão painéis que
serão expostos no colégio.
Os painéis mostrarão como a localização das áreas agrícolas do
entorno da cidade ou mesmo na cidade estão relacionados com a
ocupação do espaço, quais os impactos ambientais causados pela
atividade agrícola e como vivem as pessoas que moram no meio
rural.
Segue um modelo para avaliação:
Critérios de avaliação
Adequado Os alunos desenvolveram todas as atividades
propostas
Parcial Os alunos desenvolveram 70% das atividades
propostas
Inadequado Os alunos desenvolveram menos de 70% das
atividades propostas
Fonte: Gioppo– Avaliação da aprendizagem no ensino fundamental de 5ª a 8ª série- 2006, adaptado pelo autor.
Deve-se avaliar quanto o aluno ampliou seus conhecimentos sobre o
meio rural, segue um exemplo de questionário diagnostico
Nome:
Turma:
As atividades desenvolvidas no
campo estão relacionadas com
seu modo de vida?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
No campo existem problemas
também presentes nos grandes
centros?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
As atividades econômicas do
meio urbano existem no meio
rural?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Sua família possui alguma
relação com atividades realizadas
no meio rural?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
A história de sua família está, de
alguma forma, relacionada com o
meio rural?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Você percebe as relações entre o
meio urbano e o meio rural?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
A qualidade de vida no meio rural
é melhor do que a encontrada no
meio urbano?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
Viver no meio rural é sinônimo de
paz e tranqüilidade?
Sim ( ) Não ( )
Comente sua resposta:
O objetivo da avaliação é perceber o quanto os alunos envolveram-
se na atividade e buscar entender os motivos da não participação,
caso exista.
Nome:
Turma:
Você teve compromisso com as
atividades?
Sim ( ) Não ( )
Hoje você conhece mais e melhor
seu município?
Sim ( ) Não ( )
O tempo destinado as atividades
foi suficiente?
Sim ( ) Não ( )
Você sente-se mais cidadão
depois da atividade?
Sim ( ) Não ( )
O Acompanhamento de
professores de outras disciplinas
foi positivo?
Sim ( ) Não ( )
Depois desta atividade você sente
que pode fazer mais por sua
cidade?
Sim ( ) Não ( )
Conhecer o seu município
aumenta sua responsabilidade?
Sim ( ) Não ( )
Os tipos de tarefas propostas
atendem os objetivos da
atividade?
Sim ( ) Não ( )
Você teve algum tipo de
dificuldade em realizar a
atividade?
Sim ( ) Não ( )
Qual?
Considerações finais
Os roteiros de trabalhos de campo propostos neste projeto são
destinados aos professores e professoras de geografia. Sendo
atividades práticas, necessitam de aplicabilidade e serão testados
através de atividades piloto.
Os roteiros serão desenvolvidos no município onde o professor autor
mora e trabalha, São José dos Pinhais, com alunos da educação
básica do Colégio Lindaura R. Lucas. Cada roteiro foi construído
com o objetivo de ser interdisciplinar, envolver a comunidade
escolar, analisar conteúdos da grade curricular da educação básica,
envolver os alunos e alunas nas questões sociais, econômicas,
políticas, ambientais e culturais de seu município.
As atividades serão desenvolvidas durante o ano letivo de 2009
através de saídas monitoradas pelo professor da disciplina de
geografia envolvendo alunos e alunas dos três períodos, manhã,
tarde e noite. Eles serão preparados para as atividades na escola e
seguirão os roteiros que deverão ser utilizados como pilotos para a
elaboração do artigo final do professor autor e serão utilizados,
futuramente, na elaboração de proposta normativa para a
viabilização dos trabalhos de campo no Brasil
A escolha dos roteiros foi feita com base em pesquisas realizadas
com professores e professoras da rede de educação pública do
estado do Paraná que atuem no município de São José dos Pinhais
na disciplina de geografia. A vivência dos professores é a
fundamentação da necessidade de um roteiro para a execução de
atividade prática que poderá, a critério do professor, ser utilizada de
forma interdisciplinar ampliando assim o envolvimento da
comunidade escolar com o projeto.
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Ferramenta Essencial para os Geógrafos ou Um Instrumento
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Sites pesquisados
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www.ibge.gov.br
www.ibge.gov.br/ibgeteen/mapas/index.html
www.embrapa.br
www.mec.gov.br
www.seed.pr.gov.br
CRÉDITOS: As fotos da capa e início das unidades foram retiradas do site da prefeitura municipal de São José dos Pinhais.