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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Setor de Tecnologia Departamento de Engenharia Elétrica THIAGO ANTONIO DA LUZ ANÁLISE DE SENSIBILIDADE PARA ALOCAÇÃO DE BANCO DE CAPACITORES CURITIBA 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Setor de Tecnologia

Departamento de Engenharia Elétrica

THIAGO ANTONIO DA LUZ

ANÁLISE DE SENSIBILIDADE PARA ALOCAÇÃO DE BANCO DE CAPACITORES

CURITIBA

2011

THIAGO ANTONIO DA LUZ

ANÁLISE DE SENSIBILIDADE PARA ALOCAÇÃO DE BANCO DE CAPACITORES

Trabalho de conclusão de curso apresentado à disciplina Trabalho Final de Curso como requisito parcial à conclusão do Curso de Engenharia Elétrica, Setor de Tecnologia, Exatas, Universidade Federal do Paraná.

Orientação: Profa. Dra. Thelma Solange Piazza Fernandes.

CURITIBA

2011

“Eu, enquanto homem, não existo somente como criatura individual, mas me descubro membro

de uma grande comunidade humana. Ela me dirige, corpo e alma, desde o nascimento até a

morte.

Meu valor consiste em reconhecê-lo. Sou realmente um homem quando meus sentimentos,

pensamentos e atos têm uma única finalidade: a comunidade e seu progresso. Minha atitude

social portanto determinará o juízo que têm sobre mim, bom ou mau.”

(Albert Einstein)

AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agradecimentos à Professora Doutora Thelma Solange Piazza

Fernandes, que me guiou e me ensinou muito ao longo do desenvolvimento deste trabalho,

sendo ela a principal responsável pela realização do mesmo.

Deixo também o meu muito obrigado aos meus pais, Jackson e Geneci e ao meu

irmão, Lucas, também à minha namorada Priscilla, por todo o apoio e compreensão ao longo

do desenvolvimento não somente deste trabalho, mas de todo o meu processo de graduação.

Agradeço aos Professores Doutores Odilon Luís Tortelli e Clodomiro Unsihuay Vila por

aceitarem o convite de participação da banca e demonstrarem interesse pelo desenvolvimento

do trabalho.

Muito obrigado a todos que ajudaram, direta ou indiretamente no desenvolvimento

deste trabalho.

RESUMO

Com o aumento da demanda dos sistemas elétricos de potência, o gerenciamento da potência

reativa tem se tornado cada vez mais importante para as empresas concessionárias de energia

que necessitam manter as tensões dentro dos limites pré-estabelecidos, garantindo assim bons

níveis de qualidade e confiabilidade. Nesse trabalho, a fim de se controlar o perfil de tensão,

fator de potência e perdas de uma rede elétrica, será analisada a questão de se alocar banco

de capacitores de uma forma eficiente e econômica. Para tanto, propõe-se estudar e

implementar técnicas de sensibilidade que orientem na localização de bancos a serem

instalados na rede básica a fim de melhorar o desempenho do sistema e diminuir o campo de

busca de problemas de otimização, já consagrados na literatura, que alocam banco de

capacitores. As técnicas foram testadas em um sistema elétrico de 70 barras.

Palavras-chave: Análise de sensibilidade, Alocação Ótima de Banco de Capacitores,

Matriz Sensibilidade, Fator de Potência.

ABSTRACT

With the increase of the demand of electric power systems, the management of the reactive

power has become so important for energy supplier companies that require keeping voltage

within pre-established limits, ensuring thus good quality and reliability levels. In this task, in

order to handle the voltage profile, power factor and reduce the losses, it will be analyzed the

introduction of capacitor bank connected in shunt in an efficient and economical way. Thus, this

work analyses and proposes sensitivities techniques to guide the location of banks of capacitors

trying to improve the system performance and diminish the search field of usual optimization

problems. The techniques were tested at a 70 bus system.

Key-words: Sensitivity Analyze, Capacitor Allocation, Sensitivity Matrix, Power Factor

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 1

1.1 Contexto ................................................................................................... 1

1.2 Objetivo ..................................................................................................... 2

1.3 Estrutura do Trabalho ............................................................................... 3

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 4

2.1 Sensibilidade baseada em controle de energia reativa para melhoria do

perfil de tensão ............................................................................................... 4

2.2 Sensibilidade baseada em algoritmos evolucionários para despacho de

potência reativa .............................................................................................. 5

2.3 Alocação de capacitores utilizando Algoritmos Genéticos ........................ 5

2.4 Considerações finais do capítulo .............................................................. 5

3. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 7

3.1 Fluxo de Potência Ótimo ........................................................................... 7

3.2 Multiplicadores de Lagrange ................................................................... 10

3.3 Relação de Sensibilidade ....................................................................... 12

3.4 Análise do Fator de Potência .................................................................. 13

3.5 Análise de Barras Violada ....................................................................... 14

3.6 Alocação de Banco de Capacitores via Algoritmo Genéticos ................. 14

4. RESULTADOS .......................................................................................... 16

4.1 Obtenção dos resultados via AG ............................................................ 16

4.1 Análise dos Multiplicadores de Lagrange ............................................... 18

4.2 Análise do perfil de tensão com relação a reativos ................................. 21

4.3 Análise do Fator de Potência .................................................................. 26

4.4 Análise da violação dos limites de tensão .............................................. 26

4.5 Conjunto de barras candidatas à alocação de BC .................................. 28

4.6 Metodologia proposta ............................................................................. 31

5. conclusões ................................................................................................. 33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 34

ANEXO A ......................................................................................................... 37

SISTEMA DE 70 BARRAS DE BARAN E WU (1989) .................................. 37

ANEXO B ......................................................................................................... 39

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistema de 70 barras usado ......................................................... 16

Figura 2 - Perfil de tensão sem inserção de BC ........................................... 21

Figura 3 - Perfil de tensão com inserção de BC nas barras 54 e 62 ............. 22

Figura 4 - Perfil de tensão com inserção de BC nas barras 27, 54, 62 e 65 . 23

Figura 5 - Comparação entre os perfis de tensão nas três situações

apresentadas ................................................................................................ 24

Figura 6 - Comparativo de sensibilidade entre as barras 62 e 65 ................. 25

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Resultados apresentados pelo método dos AG para 1000

gerações ....................................................................................................... 17

Tabela 2 - Resultados apresentados pelo método dos AG para 5000

gerações ....................................................................................................... 17

Tabela 3 - Valores de λq para os cálculos sem correção de reativos ........... 19

Tabela 4 - Valores de λq para os cálculos com correção de reativos ........... 20

Tabela 5 - Comparação dos resultados do cálculo de FPO com e sem

bancos de capacitores .................................................................................. 21

Tabela 6 - Menores valores de sensibilidade................................................ 25

Tabela 7 - Fator de Potência para barras de carga ...................................... 26

Tabela 8 - Barras selecionadas por violação dos limites de tensão a 0,93 pu

...................................................................................................................... 27

Tabela 9 - Barras selecionadas por violação dos limites de tensão a 0,95 pu

...................................................................................................................... 27

Tabela 10 - Comparação entre os grupos de barras candidatas .................. 28

Tabela 11 - Comparação entre os resultados para os diferentes grupos

resultantes .................................................................................................... 30

1

1. INTRODUÇÃO

1.1 Contexto

Com o aumento da demanda dos sistemas elétricos de potência, o gerenciamento da

potência reativa tem se tornado cada vez mais importante para as empresas concessionárias

de energia que necessitam manter as tensões dentro dos limites pré-estabelecidos, garantindo

assim bons níveis de qualidade e confiabilidade. Alterações no sistema podem resultar em

variações de tensão nos barramentos, e assim comprometer a qualidade da energia elétrica

fornecida. As causas destas variações indesejadas de tensão são:

- Crescimento das cargas;

- Distância das unidades geradoras;

- Linhas de transmissão longas e operando em carga leve;

- Crescimento dos sistemas e transmissão e subtransmissão com a adição de mais

linhas;

Normalmente, são adotadas medidas que visam resolver o problema de suporte de

reativo e perfil de tensão. Essas medidas são: remanejamento de carga, desligamentos de

circuitos, abertura de barramentos, chaveamentos de capacitores e/ou reatores e controle de

tensão via ajuste de taps dos transformadores. Estas medidas procuram levar o sistema a

atender aos critérios pré-estabelecidos pela operação.

Nesse trabalho, será abordado a medida que se refere ao uso de capacitores ligados

em shunt no sistema de transmissão. Mais especificamente, a questão de se alocar

otimamente banco de capacitores de uma forma eficiente e econômica de modo a melhorar o

perfil de tensão e fator de potência (FP).

Existem poucas referências para alocação de bancos de capacitores em sistemas de

transmissão e muitas em sistemas de distribuição que propõem as mais diferentes técnicas de

solução. Segundo ElHawary(2002), elas se dividem em quatro categorias de metodologias:

- Métodos analíticos: os pioneiros Neagle&Samson(1956), melhorados por Grainger&

Lee (1981), Grainger&Civanlar (1985);

- Métodos de programação numérica: Duran (1968) que foi o primeiro e destaque para

Mamandur&Chenoweth (1981) e Iyeret al. (1984), além de muitos outros que utilizaram e

utilizam esses métodos;

- Métodos heurísticos: Abdel Salamet al. (1994) cujo método não garante bons

resultados;

- Métodos baseados em inteligência artificial: os pioneiros foram

Sundhararajan&Pahwa (1994); Lee&Yang (1998) que utilizaram modos iterativos; e Bêe (2007)

que otimizou a função objetivo clássica e minimizou as correntes inrush provocadas pela

energização dos bancos com o propósito de otimizar as distâncias entre os bancos de

capacitores;

2

A função objetivo clássica para alocar bancos de capacitores é:

- Minimizar perdas;

- Minimizar custo dos capacitores;

- Controlar limites de tensão;

Na linha de apenas se otimizar o tamanho do banco, pré-selecionando as barras

segundo a experiência do operador, têm-se o trabalho da Chiamulera (2006) que utilizando o

FLUPOT conseguiu obter valores dos bancos de capacitores menores aos obtidos através de

forma heurística, ou seja, baseado na experiência do analista.

Pela análise de alguns dos artigos apresentados na literatura, fica claro que a alocação

de bancos em sistema de transmissão é um problema não completamente abordado e que

exige estudos apurados para resolvê-lo. Assim, esse projeto propõe estudar e implementar

técnicas que orientem na localização e tamanho de bancos a serem instalados na rede básica

a fim de melhorar o desempenho do sistema.

A principal técnica a ser implementada são técnicas de sensibilidade para inicializar o

problema e diminuir o universo de busca.

1.2 Objetivo

A alocação de bancos é um problema de otimização onde se pretende minimizar o

custo de instalação de banco de capacitores e minimizar as violações no perfil de tensão.

Como o problema tem grandes proporções, assume-se que apenas algumas barras da

rede serão candidatas à alocação de banco de capacitores. Assim, preliminarmente, pretende-

se diagnosticar diversos conjuntos de barras candidatas à alocação de bancos das seguintes

formas:

- Através das barras com os maiores multiplicadores de Lagrange (SOUSA, 2003);

- Através das barras calculadas a partir da relação de sensibilidade:

i

ii

Qd

VS

i=1,...,nb (1)

obtido como subproduto de um Fluxo de Potência Ótimo convergido;

- Através das barras com fatores de potência mais baixos;

- Através das barras previamente diagnosticadas utilizando um Fluxo de potência ótimo

(FPO) com limites de tensão violados Lenzi (2007);

Com estes critérios, será realizada uma análise e proposta uma metodologia para

determinação de um conjunto de barras candidatas a inserção de bancos de capacitores na

rede elétrica.

3

1.3 Estrutura do Trabalho

No próximo capítulo, é apresentada uma breve revisão bibliográfica a cerca do assunto

tratado neste trabalho, visando contextualizar o mesmo em relação a outras publicações

semelhantes e que seguem a mesma linha de estudo.

No terceiro capítulo, está descrita toda a metodologia e a formulação matemática

utilizada ao longo deste trabalho, como a interpretação do operador lambda (λ), o qual

representa os multiplicadores de Lagrange associados às restrições de igualdade de um

problema de otimização. Será apresentada também a formulação matemática da relação de

sensibilidade representada pela equação (1).

Ao longo do capítulo quatro é apresentada uma validação realizada através da

ferramenta de Algoritmos Genéticos proposta por Szuvovivski (2008), apresentando assim uma

solução que é referenciada como solução ótima para o presente trabalho, servindo com

parâmetro de comparação e aferição dos demais resultados obtidos. No capítulo em questão,

ainda serão apresentados os conjuntos de barras com os maiores multiplicadores de Lagrange,

as barras com a melhor relação de sensibilidade, um conjunto de barras com fatores de

potência problemáticos e o conjunto selecionado a partir de um FPO com relaxamento de

restrições de tensão. No referido capítulo será realizada também a comparação entre os

conjuntos de barras candidatas obtidos e será apresentado o conjunto de barras resultante,

que engloba os aspectos tratados por todas as metodologias propostas.

Por fim, são listados os resultados positivos e negativos obtidos, as dificuldades

encontradas e propostas para trabalhos posteriores.

4

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Os dois primeiros trabalhos selecionados para melhor detalhamento o foram por

salientarem a questão da análise de sensibilidade para se encontrar as melhores barras para

instalação de banco de capacitores.

Já o terceiro trabalho é descrito, pois sua metodologia foi utilizada como algoritmo

padrão para alocação e validação dos resultados obtidos pelos critérios propostos neste

trabalho.

2.1 Sensibilidade baseada em controle de energia reativa para melhoria

do perfil de tensão

O trabalho apresentado por Expósito, Ramos, Macias e Salinas (1993) é parte de um

projeto que visa desenvolver um sistema híbrido, utilizando técnicas heurísticas e algoritmos

para o controle de reativos e de tensão. O foco principal é minimizar as violações nos limites de

tensão utilizando sistemas especialistas, deixando o FPO somente para a minimização de

perdas. O trabalho apresenta um procedimento para realizar o despacho de potência reativa

quando os desvios de tensão não estão dentro dos limites aceitáveis.

O referido trabalho se restringe a questões de algoritmos que devem compor o sistema

especialista em si, visando melhorar as suas capacidades e reduzir limitações.

O método proposto, que é controlado por sistemas especialistas, consiste basicamente

em uma sequência de passos que será descrito a seguir:

Passo a: determinar o nó com a maior violação nos limites de tensão;

Passo b: computar a sensibilidade desta tensão para as variáveis de controle;

Passo c: para cada tipo de controle, selecionar as variáveis de controle com a maior

sensibilidade;

Passo d: computar as sensibilidades para as outras barras a fim de controlar as

variáveis selecionadas no passo “c”;

Passo e: baseado no chamado “coeficiente de eficiência”, selecionar a variável de

controle mais eficiente dentre as pré-selecionadas no passo “c”;

Passo f: determinar até que ponto essas variáveis de controle

devem ser recalculadas a fim de corrigir as violações de tensão;

Passo g: por meio de um “Fast Decoupled Load Flow” (FDLF), atualizar o estado da

rede e retornar ao passo “a” até que as violações de tensão sejam extintas. Alternativamente, o

FDLF poderia ser executado apenas uma vez, quando as violações estejam supostamente

corrigidas. Neste último caso, as tensões devem ser linearmente atualizadas antes de retornar

ao passo “a”, gerando um maior erro acumulado.

5

Para a escolha de qual é a barra com a maior violação dos limites de tensão, o artigo

defende a utilização da experiência do operador, o qual deve indicar a barra mais problemática

não só do ponto de vista de violação de limites de tensão, mas também levar em consideração

as demais variáveis do sistema.

2.2 Sensibilidade baseada em algoritmos evolucionários para despacho

de potência reativa

O trabalho de Bhattacharyya e Goswami (2009) apresenta um estudo de variação de

perda de potência ativa com relação à tensão em cada barra do sistema elétrico (Sensibilidade

de perdas), utilizado juntamente com técnicas de algoritmos evolucionários (Algoritmos

Genéticos, Evolução Diferencial e Enxame de Partículas).

A metodologia abordada no trabalho de Bhattacharyya e Goswami (2009) é

apresentada a seguir. A sensibilidade de perdas em cada barra é definida e dependendo

destes valores, as injeções de reativos são controladas através dos “taps” de transformadores

e de inserção de bancos de capacitores. Na sequência, os algoritmos evolucionários são

acionados realizando apenas uma interação. Esta sequência de técnicas combinadas continua

por um número pré-definido de interações, obtendo-se assim uma solução otimizada.

2.3 Alocação de capacitores utilizando Algoritmos Genéticos

Szuvovisvki (2008) propõe uma metodologia de alocação de Banco de Capacitores

(BC) e Reguladores de Tensão (RT) através da utilização de Algoritmos Genéticos (AG),

juntamente com um FPO resolvido pelo método Primal-Dual de Pontos Interiores.

Os AGs são utilizados para a alocação de BC, levando em consideração o tipo do

banco (fixo ou automático) e sua potência em kvar e também a alocação de RT, ajustando a

sua tensão de saída. O FPO fica encarregado de solucionar o fluxo de carga e ajustar os taps

do RT.

A função objetivo a ser minimizada leva em consideração a minimização de custos de

perda de potência ativa, as penalizações por violação dos limites de tensão e queda de tensão

e também os custos dos equipamentos alocados.

2.4 Considerações finais do capítulo

Em geral, os trabalhos estudados apresentam formas híbridas de otimização de

determinados problemas, utilizando um FPO para cálculos de fluxo de carga e algum algoritmo

para realizar outras funções como minimizar as violações nos limites de tensão, alocação de

BC e outras.

6

O trabalho apresentado por Expósito, Ramos, Macias e Salinas (1993) defende a

utilização da experiência do operador para indicar qual é a barra mais problemática do sistema

elétrico de potência, mas desta forma o resultado final de todo o processo pode ser

condicionado a esta escolha, que se for mal feita pelo operador pode não ser a melhor

possível. Assim, uma metodologia que oriente a definição das barras problemáticas pode ser

uma ferramenta interessante para o operador realizar a escolha de uma forma mais assertiva.

A proposta de Szuvovivski (2008) utiliza como campo de busca todas as barras de um

sistema elétrico de potência, ou apenas as barras que formam o tronco principal do mesmo,

dependendo da escolha do operador. Esta estratégia pode ser extremamente demorada e

incerta, uma vez que o algoritmo pode estagnar em um ponto de mínimo local e não global.

Assim, utilizar como campo de busca um conjunto de barras pré-selecionadas pode reduzir o

tempo de busca do algoritmo e até tornar a busca mais assertiva.

Assim, o presente trabalho propõe uma metodologia para definir um conjunto inicial de

barras candidatas à alocação de BC, tornando o processo de busca utilizado por outros

métodos, como os propostos por Szuvovivski (2008) e Expósito, Ramos, Macias e Salinas

(1993), menos desgastante e até mais precisos.

7

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Como colocado na introdução, pretende-se diagnosticar diversos conjunto de barras

candidatas à alocação de banco das seguintes formas:

Critério 1: Pela análise dos multiplicadores de Lagrange (SOUSA, 2003);

Critério 2: Pela análise das relações de sensibilidade:

i

ii

Qd

VS

i=1,...,nb (1)

obtidas como subproduto de um Fluxo de Potência Ótimo convergido;

Critério 3: Pela análise dos fatores de potência;

Critério 4: Pela análise dos limites de tensão violados (LENZI, 2007);

Através destes critérios, será investigada uma proposta para determinação de um

conjunto de barras candidatas a inserção de bancos de capacitores na rede elétrica.

Os critérios 1, 2 e 4 baseiam-se em resultados obtidos a partir da simulação de um

Fluxo de Potência Ótimo, sendo a seguir descrita sua formulação.

3.1 Fluxo de Potência Ótimo

O problema do Fluxo de Potência consiste na obtenção das condições de operação, ou

seja, magnitude e ângulo das tensões nodais, a partir dos quais podem ser determinados os

fluxos de potência ativa e reativa em regime permanente de uma rede de energia elétrica com

topologia, níveis de geração e consumo conhecidos.

Esta ferramenta, proposta inicialmente por Carpentier (1962) como uma extensão do

problema de despacho econômico (DE), tem sido largamente resolvida por inúmeras técnicas

de otimização, que diferem entre si basicamente pelas direções de busca ao ponto ótimo,

salientando-se o Método Primal-Dual de Pontos Interiores (MPI) utilizado por Granville (1994)

no problema de despacho ótimo de reativos com minimização de perdas, o qual demonstra

robustez numérica quando aplicado a sistemas de grande porte e redes mal-acondicionadas.

A partir daí a aplicação do MPI para a solução do FPO passou a ser intensiva e formulada

tanto na versão linear quanto não linear.

Este histórico positivo motivou o uso do MPI na solução do FPO utilizado neste

trabalho.

Caracterizado como um problema de programação não-linear com restrições, o

problema de FPO pode ser formulado genericamente como:

)u(min f (2)

Sujeito a:

0)u(g (3)

8

maxmin )u( hhh (4)

onde

u : vetor de variáveis do sistema;

f(u): função objetivo a ser otimizada;

g(u): vetor de restrições de igualdade;

h(u): vetor de restrições de desigualdade.

As restrições de igualdade correspondem à modelagem da rede, ou seja, às equações

de balanço de potência ativa e reativa; enquanto que as restrições de desigualdade

representam os limites das variáveis do sistema, ou seja, as restrições funcionais dos

equipamentos e operacionais do sistema.

As restrições de igualdade básicas do FPO correspondem às equações de um fluxo de

carga com nb barras, ou seja:

])VY(V[PdPg * real (5)

])VY(V[QdQg * imag (6)

onde

Pg : vetor com geração de potência ativa com dimensão (nb x 1);

Pd : vetor de demanda de potência ativa com dimensão (nb x 1);

Qg : vetor com geração de potência reativa com dimensão (nb x 1);

Qd : vetor de demanda de potência reativa com dimensão (nb x 1);

V : vetor com tensão fasorial com dimensão (nb x 1);

Y : matriz de admitância de barra com dimensão (nb x nb).

nb: número de barras do sistema.

As restrições de desigualdade correspondem às restrições de canalização nas

variáveis e refletem limites de operação dos equipamentos ou alguma política operativa

específica. Desta forma, as principais restrições de desigualdades utilizadas em problemas

de FPO são apresentadas a seguir em sua forma geral:

maxmin PgPgPg (7)

maxmin QgQgQg (8)

maxmin

VVV (9)

maxbb (10)

onde

9

minPg , max

Pg : limites mínimo e máximo de geração de potência ativa;

minQg ,

maxQg : limites mínimo e máximo de geração de potência reativa;

min

V , max

V : limites mínimo e máximo de magnitude de tensão;

maxb : limite máximo de susceptância capacitiva do banco de capacitores tensão;

V vetor de magnbitude de tensão.

Neste trabalho a função objetivo engloba a minimização das perdas elétricas (Perdas):

ng

i

iPg1

LO (11)

onde

ng: número de geradores;

Pgi: geração de potência ativa na barra i.

Assim o problema de otimização completo é:

min

nb

i

iPg1

s.a

])VY(V[PdPg * real

])([)(( *2

VYVQdbVQg imagdiag (12)

maxmin PgPgPg

maxmin QgQgQg

maxmin

VVV

maxbb 0

Para solução do FPO representado pelo conjunto de equações (12) utiliza-se o Método

dos Pontos Interiores versão Primal-Dual. Este método se baseia nos seguintes tópicos

fundamentais:

i. formulação da Função Lagrangeana para a manipulação das restrições de

igualdade;

ii. transformação de todas as restrições de desigualdade em restrições de

igualdade, através das variáveis de folga;

10

iii. relaxação no processo iterativo da equação de complementaridade estrita,

por um parâmetro barreira logarítmica μ > 0;

iv. utilização do Método de Newton para a solução de um conjunto de

equações não lineares.

Para formação da Função Lagrangeana, dentro os vários multiplicadores de Lagrange

utilizados, salientam-se: , qp λλ que são multiplicadores de Lagrange associados às restrições

de igualdade ativa e reativa.

Uma vez apresentado o FPO básico utilizado neste trabalho, passa-se à descrição dos

critérios de sensibilidade para busca das melhores barras a terem bancos de capacitores

instalados.

3.2 Multiplicadores de Lagrange

Ao se resolver um Fluxo de Potência Ótimo cuja função objetivo é a minimização das

perdas de transmissão (f(x)), obtém-se também os multiplicadores de Lagrange que podem ser

utilizados para se determinar as barras que são candidatas a terem alocação de reativos. A

interpretação dos multiplicadores de Lagrange ( iq ) relacionadas às equações de balanço de

potência reativa fornecem uma relação de sensibilidade entre a função objetivo (f(x)) e a

variação de carga reativa iQd :

i

iQd

xfq

)( i=1,...,nb (13)

Ou seja, as barras com os maiores multiplicadores de Lagrange indicam aquelas barras

cuja variação de carga reativa mais influenciam as perdas totais, sendo essas candidatas

naturais a terem alocação de reativo. Essas barras formam o conjunto 1 de barras candidatas

à alocação de capacitores.

A fim de melhor compreender este critério, passa-se à interpretação dos

multiplicadores de Lagrange, utilizando um problema de otimização simplificado tal como:

Min f(x)

Sujeito a

(14)

onde .

Este problema de otimização genérico consiste em minimizar uma função f(x) sujeito à

restrição de igualdade g(x).

0=)(g xnRx

11

O problema pode ser re-apresentado de acordo com a Função Lagrangeana:

Min (15)

Onde lambda (λ) representa o multiplicador de Lagrange associado à restrição de

igualdade.

Se f(x) é contínua e tem primeira e segunda derivada para qualquer valor assumido por

x, então a sua derivada primeira tem que ser igual a zero para que este ponto seja um ponto de

mínimo, local ou global.

a) Condições Necessárias (Condição de Otimalidade de Primeira Ordem) para um

ótimo são:

(16)

b) Condições Suficientes para um ótimo global são:

(17)

Assim, se 2Rx , a aplicação da condição de Otimalidade de Primeira Ordem resulta

em:

0

0

)()(

)()(

,

22

11

x

g

x

f

x

g

x

f

=)(L

xx

xx

x

x

(18)

2

1

2

1

x

)x(g

x

)x(g

x

)x(f

x

)x(f

(19)

)(

)x(

xg

f

(20)

Desta forma é possível concluir que λ indica a variação da função objetivo decorrente

de uma variação na restrição de igualdade.

)g(λ)f(=λ),L( T xxx

.)x(

,...,)x(

*

*

positivadefinidaSemiéx

fmatrizA

nix

f

i

i

2

2

210

.)x(

*

positivaDefinidaéx

fmatrizA

i

2

2

12

Assim, já que para o problema (12), f(x) representa as perdas totais, os multiplicadores

de Lagrandevinculados às restrições de balanço de potência reativa, iq , relacionam perdas

totais com variações de carga reativa por barra, tal como colocada em (13).

3.3 Relação de Sensibilidade

É possível determinar como o perfil de tensão do sistema responde às variações de

carga obtendo: ][Qd

V

Pd

V

através da linearização das equações pertencentes às

condições de Otimalidade de Primeira Ordem (Condições de KKT).

Primeiramente, chama-se as equações de KKT relacionadas ao problema de

otimização representado em (12) como )(zρ , onde

y

Vz , sendo que V representa o vetor

das magnitudes de tensão nas barras e y o vetor que engloba todas as variáveis de otimização,

com exceção de V, do problema de otimização (12).

Explicita-se o vetor de cargas reativas :)Qd,y,Vz(ρ

0)Qd,y,V(ρ (21)

Após um incremento Qd , define-se um novo ponto de operação:

0QdQd

QdyVρ

y

V

y

QdyVρ

V

QdyVρ

QdyVρQdQdyyVVρ

),,(),,(),,(

),,(),,(

(22)

Esta relação implica que:

QdQd

)Qd,y,V(ρ

y

V

y

)Qd,y,V(ρ

V

)Qd,y,V(ρ

(23)

dd

dyVρ

y

VW Q

Q

Q

),,( (24)

onde y

)Qd,y,V(ρ

V

)Qd,y,V(ρW

,

13

Qd

QdyVρ

Qd

y

Qd

V

W

),,(

(25)

SQd

QdyVρW

Qd

y

Qd

V

),,(1 (26)

Desta forma, pode-se concluir que o impacto na barra i por variação na carga reativa

na barra j pode ser calculado da seguinte forma:

j

iji

Qd

VS

,

(27)

jjii QdSV , (28)

jji

inicial

i

final

i QdSVV , (29)

A equação (27) representa a relação de sensibilidade da tensão na barra i, para uma

variação na potência reativo na barra j. A expressão em questão é de extrema importância na

confecção e interpretação da matriz de sensibilidade.

Assim, as barras, cujos valores de sensibilidade iS são elevados, indicam que nelas há

maior impacto nas magnitudes de tensão para variações de carga. Ou seja, em carga pesada,

são as barras mais susceptíveis de terem tensões abaixo do mínimo. Essas barras formam o

conjunto 2 de barras candidatas à alocação de capacitores.

3.4 Análise do Fator de Potência

As barras com fatores de potência menores que 0,95 formam o conjunto 3 de barras

candidatas à alocação de capacitores, pois segundo os Procedimentos de Rede do ONS, todas

as barras de fronteira não devem ter fator de potência abaixo de 0,95.

14

3.5 Análise de Barras Violada

O conjunto 4 de barras candidatas à alocação de capacitores é formado pelas barras

previamente diagnosticadas com tensões violadas. Para tanto, utiliza-se um FPO com

Relaxamento de Restrições de Tensão, ou seja, sem considerar os limites de magnitude de

tensão:

Assim o problema de otimização passa a ser:

min

nb

i

ip Pgw1

s.a

])VY(V[PdPg * real

])VY(V[QdQg * imag (30)

maxmin PgPgPg

maxmin QgQgQg

maxmin

bbb

3.6 Alocação de Banco de Capacitores via Algoritmo Genéticos

A fim de avaliar cada um dos conjuntos i de barras candidatas à alocação de

capacitores, resolve-se um problema de otimização para alocação de capacitores, conforme

Szuvovivski (2008), resolvido pela técnica de Algoritmos Genéticos, a fim de avaliar os

conjuntos de barras candidatas à alocação de capacitores.

Os AG são programas evolutivos inspirados na Teoria de Seleção Natural. Eles atuam

sobre uma população de indivíduos baseados no fato de que os indivíduos com boas

características genéticas têm maiores chances de sobrevivência e de produzirem indivíduos

cada vez mais aptos, enquanto os indivíduos menos aptos tendem a desaparecer. Nos AG,

normalmente, cada indivíduo da população corresponde a uma solução para um dado

problema.

Os AG baseiam-se inicialmente na geração de uma população formada por um

conjunto de indivíduos que podem ser vistos como possíveis soluções do problema. Durante o

processo evolutivo, esta população é avaliada. Para cada indivíduo é dado um índice (fitness),

refletindo sua habilidade de adaptação a determinado ambiente. Uma porcentagem dos mais

adaptados é mantida, enquanto os outros são descartados. Os membros mantidos pela

seleção podem sofrer modificações em suas características, através da recombinação e das

mutações, gerando descendentes para a próxima geração que, de alguma forma, mantenham

15

as características da geração anterior e possibilitando a variabilidade dos indivíduos na

população.

Este problema da alocação de BCs em redes de distribuição de energia é um problema

de otimização que inclui variáveis inteira-mista. Neste problema, busca-se a localização e o

tamanho dos equipamentos de regulação, além do tipo, fixo ou automático, para os BCs a

serem instalados.

Estas respostas devem ser obtidas de modo a se satisfazer os limites de tensão

impostos pela Resolução N° 505/2001 da ANEEL e quedas de tensão pré-estabelecidas, ou

seja, visando melhorar níveis indesejáveis de tensão nas barras de distribuição, verificados

antes da instalação dos equipamentos e, ainda, de modo a se obter o menor custo de

instalação dos equipamentos de regulação e o menor custo de perdas de potência ativa.

Desta forma, a fitness, a ser minimizada durante o processo de alocação,

especificação, dimensionamento e ajustes do BCs que contempla todos os critérios citados

anteriormente é, de acordo com Szuvovivski (2008):

54321 ffffffitness min (31)

onde

fitness: função objetivo a ser minimizada;

f1 : custo das perdas de potência ativa;

f2 : custo das violações dos limites de tensão;

f3 : custo das violações das quedas de tensão;

f4 : custo dos BCs;

f5 : custo dos RTs.

Os indivíduos são codificados em sequência binária de forma a definir as barras que

terão banco de capacitores instalados, bem como seu tamanho e tipo.

A avaliação, fitness, de cada indivíduo é calculada a partir de resultados obtidos do

FPO convergido para cada configuração de banco de capacitor selecionada pela codificação

dos indivíduos.

16

4. RESULTADOS

A Figura 1 presenta o sistema de 70 barras usado nas simulações onde a barra 1

representa a barra da SE.

Figura 1 - Sistema de 70 barras usado

Os dados deste sistema encontram-se no ANEXO A.

4.1 Obtenção dos resultados via AG

Primeiramente, utilizando o programa desenvolvido em Szuvovivski (2008) foram

realizadas algumas simulações de alocação de banco de capacitores utilizando AG, a fim de

verificar quais são as melhores barras a terem seus reativos compensados. O sistema

simulado foi com carga constante e pesada, utilizando alocação de três bancos em todas as

barras do sistema. As respostas obtidas pelo AG estão representadas na Tabela 1.

É importante lembrar que o programa permite a alocação de mais de um banco na

mesma barra, esta situação pode ser observada nos resultados da simulação número quatro

da Tabela 1, onde apenas duas barras têm capacitores alocados, porém a potência do banco

instalado na barra 62 é superior a 1500 kvar, o que indica que existem dois bancos nesta

mesma barra, um de 1500 kvar e um de 900 kvar.

17

Tabela 1 - Resultados apresentados pelo método dos AG para 1000 gerações

Simulação Barra com banco Potência do banco (kvar) Valor do fitness

1

22 150

3,50E+01 60 1500

65 1500

2

57 900

3,35E+01 62 900

65 1500

3

56 900

3,35E+01 62 900

65 1500

4 54 1500

3,21E+01 62 2400

Verificando a Tabela 1, é possível concluir que os resultados não foram sempre os

mesmos, por se tratar de um problema probabilístico e de grande porte. A fim de encontrar

uma solução que esteja mais próxima o possível da solução ótima, o número de gerações

simuladas pelo AG foi aumentada de 1000 para 5000. Os resultados destas simulações estão

apresentados na Tabela 2.

Tabela 2 - Resultados apresentados pelo método dos AG para 5000 gerações

Simulação Barra com banco Potência do banco (kvar) Valor do fitness

1

10 1500

3,24E+01 62 1500

65 900

2

10 1500

3,22E+01 62 2400

3

54 1500

3,21E+01 62 2400

Fazendo uma rápida comparação entre os resultados apresentados nasTabelas 1 e 2,

é possível concluir que as simulações com 5000 gerações foram melhores, e apresentaram

um valor de função objetivo em geral mais baixo se comparados às simulações de 1000

gerações. O resultado da simulação quatro da Tabela 1 apresenta um resultado idêntico ao da

simulação três da Tabela 2, o que nos leva a concluir que este resultado é o que mais se

aproxima do resultado ótimo. Porém, é importante observar que barras como a 10 (simulações

um e dois da Tabela 2) aparecem com certa frequência e apresentam um bom resultado no

valor da função objetivo.

18

4.1 Análise dos Multiplicadores de Lagrange

Primeiramente, o FPO (equação 12) foi utilizado para realizar os cálculos do sistema de

70 barras estudado. Desta forma foi possível conhecer o comportamento do sistema sem a

correção de reativos e os lambdas (λq) foram anotados na Tabela 3.

Os λq representam o comportamento da variação da função objetivo de acordo com

variações na potência reativa em cada barra do sistema, ou seja, a sensibilidade de

determinada barra à variação de reativos. Teoricamente, as barras com maiores λq são mais

sensíveis a alocação de BC, implicando em uma variação de reativo na barra na qual está

sendo alocado.

O resultado do FPO em questão sem alocação de capacitores apresenta perda ativa

total de 0,2142 pu.

Verificando os λq apresentados na Tabela 3 é possível concluir que os valores

aumentam da barra 7 até a barra 28, o que nos leva a concluir de forma grosseira que esta

poderia ser uma região relativamente sensível à alocação de reativos. Os valores de λq

chegam novamente a níveis interessantes a partir da barra 52 até a 70.

O primeiro resultado significativo surge da comparação entre o conjunto de barras com

λq relativamente altos com os resultados apresentados pela alocação de bancos de

capacitores realizada pelos AG. Verificando as barras apresentadas nas Tabelas 1 e 2

observa-se que todas estão dentro do intervalo de barras que apresentaram λq relativamente

altos, barras 7 a 28 e 52 a 70.

Utilizando as respostas da simulação três da Tabela 2, foram inseridos os dois bancos

propostos nas barras 54 e 62, com potências de 1500 kvar e 2400 kvar respectivamente, e os

valores de lambda para os novos cálculos são apresentados na Tabela 4.

Para os cálculos com alocação de capacitores a perda ativa total do sistema foi de

0,1968 pu. A melhora dos resultados com relação à perdas quando não foram utilizados

bancos de capacitores pode ser observada na Tabela 5. Os valores de λq foram

significativamente reduzidos quando os bancos foram inseridos nos cálculos, conclusão esta

realizada através na comparação entre as Tabelas 3 e 4.

Através da análise da Tabela 5, por motivos já mencionados, selecionaram-se as

barras de 7 a 28 e 52 a 70 para formarem o primeiro conjunto de barras candidatas a receber

um banco de capacitores:

}.7052,287{1

19

Tabela 3 - Valores de λq para os cálculos sem correção de reativos

Barra Lambdaq

(λq) Barra Lambdaq

(λq)

1 0 36 0.0007

2 0 37 0.0001

3 0 38 0.0001

4 0 39 0.0003

5 0.0001 40 0.0003

6 0.0009 41 0.0003

7 0.0112 42 0.0008

8 0.0221 43 0.0011

9 0.0247 44 0.0011

10 0.0261 45 0.0011

11 0.0322 46 0.0011

12 0.0333 47 0.0011

13 0.0362 48 0.0001

14 0.0398 49 0.0007

15 0.0433 50 0.0018

16 0.047 51 0.0018

17 0.0476 52 0.0248

18 0.0485 53 0.0248

19 0.0485 54 0.0295

20 0.0491 55 0.0334

21 0.0495 56 0.0388

22 0.0498 57 0.0443

23 0.0498 58 0.0757

24 0.0499 59 0.092

25 0.05 60 0.0981

26 0.0502 61 0.1059

27 0.0503 62 0.1081

28 0.0503 63 0.1085

29 0 64 0.109

30 0.0001 65 0.1096

31 0.0002 66 0.1096

32 0.0002 67 0.0334

33 0.0004 68 0.0334

34 0.0006 69 0.0366

35 0.0007 70 0.0366

20

Tabela 4 - Valores de λq para os cálculos com correção de reativos

Barra Lambdaq

(λq) Barra Lambdaq

(λq)

1 0 36 0.0006

2 0 37 0

3 0 38 0.0001

4 0 39 0.0002

5 0 40 0.0002

6 -0.0005 41 0.0002

7 -0.0078 42 0.0008

8 -0.0158 43 0.001

9 -0.0179 44 0.001

10 -0.019 45 0.001

11 -0.0132 46 0.0011

12 -0.0121 47 0.0011

13 -0.0093 48 0

14 -0.0059 49 0.0006

15 -0.0025 50 0.0017

16 0.001 51 0.0017

17 0.0016 52 -0.0178

18 0.0024 53 -0.0178

19 0.0024 54 -0.0244

20 0.0031 55 -0.0269

21 0.0034 56 -0.0305

22 0.0037 57 -0.0342

23 0.0037 58 -0.0555

24 0.0038 59 -0.0668

25 0.0039 60 -0.0716

26 0.0041 61 -0.0778

27 0.0041 62 -0.0932

28 0.0041 63 -0.0929

29 0 64 -0.0924

30 0 65 -0.092

31 0.0002 66 -0.092

32 0.0002 67 -0.0121

33 0.0003 68 -0.0121

34 0.0005 69 -0.0089

35 0.0006 70 -0.0089

21

Tabela 5 - Comparação dos resultados do cálculo de FPO com e sem bancos de capacitores

Barras com bancos

Perdas [pu]

- 0,2142

54,62 0,1968

4.2 Análise do perfil de tensão com relação a reativos

A Tabela B.1 do Anexo B apresenta os resultados do FPO para o sistema de 70 barras

quando não estão ligados bancos de capacitores.

Para a análise do perfil de tensão, o importante é o valor absoluto da tensão em cada

barra do sistema. Para uma melhor visualização deste perfil foi gerado um gráfico que

representa este nível em cada barra, conforme a Figura 2.

Figura 2 - Perfil de tensão sem inserção de BC

Através do gráfico da Figura 2, observa-se que existem dois grandes afundamentos no

nível de tensão no sistema, o primeiro acontece entre as barras 10 e 30 e o segundo entre as

barras 50 e 70. Para uma maior segurança, foram selecionadas todas as barras cujos valores

absolutos da tensão estão abaixo de 0,95 pu. Desta forma, os dois grandes afundamentos no

nível de tensão acontecem entre as barras 13 e 28 e entre as 56 e 70. Os valores mais baixos

22

de tensão são observados nas barras 26, 27 e 28 para o primeiro afundamento e nas barras 65

e 66 para o segundo, com valores absolutos de respectivamente 0,9374 pu e 0,8960 pu.

Utilizando a alocação de BC nas barras indicadas pelos Algoritmos Genéticos, barras

54 e 62 com potências 1500 kvar e 2400 kvar respectivamente, foram obtidos o perfil de tensão

apresentado na Figura 3 e perda ativa total de 0,1968 pu. Os valores de tensão para cada uma

dessas barras é apresentado na Tabela B.1 do Anexo B.

Figura 3 - Perfil de tensão com inserção de BC nas barras 54 e 62

Com base no gráfico da Figura 3, verifica-se que o perfil de tensão teve uma melhora

significativa com relação ao perfil de tensão apresentado, quando não foi realizada a inserção

de banco de capacitores. Apesar da melhora, verifica-se que os níveis de tensão ainda estão

baixos.

A fim de se melhorar mais o perfil de tensão do sistema, foi calculada a matriz de

sensibilidade, S, e da análise da mesma é possível concluir quais são as barras que implicam

em uma melhora de tensão quando adicionados reativos e aonde estes devem ser

adicionados.

Da matriz de sensibilidade, as barras que apresentaram maiores valores em módulo

são as barras 27 e 65. A barra 27 apresenta valores de sensibilidade iguais para as barras 27 e

28, este valor é representado por -0,0213. A barra 65 apresenta o valor de -0,0211 para a

sensibilidade nas barras 65 e 66.

23

Da análise da matriz de sensibilidade, nota-se que as barras com maiores valores

absolutos são as mesmas já notificadas quando realizada a análise do perfil de tensão, porém

existe uma precisão maior, tendo em vista que o perfil de tensão informa mais de uma barra

com o mesmo valor de tensão.

Foi realizado um teste com bancos de capacitores nas barras indicadas pela matriz de

sensibilidade, barras 27 e 65 com BCs de 300 kvar e 1500 kvar respectivamente, a fim de

melhorar o perfil de tensão sem penalizar muito as demais variáveis de otimização abordadas

no problema. Estes capacitores foram alocados em adição aos já existentes nas barras 54 e

62. Os dados para esta simulação são apresentados na Tabela B.3 do Anexo B o perfil de

tensão na Figura 4.

Analisando os valores de tensão apresentados na Figura 4, é possível concluir que

houve uma melhora no perfil de tensão do sistema, adequando-o ao valor estabelecido de 0,95

pu em todas as barras com exceção da barra 61, que ficou com um valor de 0,9478 pu. Apesar

desta melhora significativa, os bancos nas barras 27 e 65 implicaram em um aumento nas

perdas do sistema. As perdas passaram de 0,1968 pu, para a situação com os bancos nas

barras 54 e 62, para 0,4191 pu com a adição dos bancos nas barras 27 e 65.

Figura 4 - Perfil de tensão com inserção de BC nas barras 27, 54, 62 e 65

24

Figura 5 - Comparação entre os perfis de tensão nas três situações apresentadas

Do ponto de vista de tensão, as barras 27 e 65 são as que melhor influenciam o

sistema quando nelas são inseridos reativos. Porém, os demais aspectos devem ser

analisados, como as perdas e custos dos capacitores. O gráfico da Figura 6 apresenta um

comparativo entre as barras 62 e 65, do ponto de vista de como reativos nestas barras

influenciam no perfil de tensão do sistema.

25

Figura 6 - Comparativo de sensibilidade entre as barras 62 e 65

A partir do gráfico da Figura 6, verifica-se que a barra 65 apresenta melhores valores

de sensibilidade para as barras próximas a ela, mas a barra 62 também apresenta valores

significativos nesta região. Além disso, ambas as barras influenciam praticamente na mesma

intensidade os níveis de tensão em barras entre 7 e 28, o que justifica a melhora do perfil de

tensão nesta região quando foram feitas simulações de alocação com capacitores nas barras

54 e 62. Desta forma, a barra fornecida pela solução do AG é realmente uma boa candidata à

alocação de reativo, a fim de solucionar o problema como um todo.

A Tabela 6 apresenta as barras com os valores de sensibilidade abaixo de -0,01 e as

barras 27 e 65, que apresentam os menores valores, estão representadas em negrito.

Tabela 6 - Menores valores de sensibilidade

Bara Sensibilidade Barra Sensibilidade

16 -0,0144 27 -0,0213

17 -0,0149 45 -0,0102

18 -0,0158 46 -0,0111

20 -0,0165 59 -0,0136

21 -0,017 61 -0,0157

22 -0,0178 62 -0,0176

24 -0,0182 64 -0,0185

26 -0,0206 65 -0,0211

Desta análise, as barras apresentadas na Tabela 7 apresentam o conjunto dois de

barras candidatas à alocação de BC:

}65,64,62,61,59,46,45,27,26,24,22,21,20,18,17,16{2

-0,025

-0,02

-0,015

-0,01

-0,005

0

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70

Sen

sib

ilid

ade

Barras 62 e 65

Barra 65

Barra 62

26

4.3 Análise do Fator de Potência

O fator de potência (fp) foi calculado individualmente para cada uma das barras de

carga que compõem o sistema elétrico em questão, sendo esse realizado com base na carga

de cada uma. O fp é apresentado na Tabela 7 ordenado do menor para o maior.

Apesar de os valores de fp estarem muito baixos, selecionaram-se 30% das barras

como os menores fatores de potência como candidatas à alocação de BC, ou seja, 21 barras,

apresentadas na Tabela 7 em negrito. No caso de sistemas maiores, este mesmo percentual

pode ser utilizado para a confecção do conjunto 3 de barras candidatas a receber

capacitores:

}.69,62,59,55,54,29,48,43,41,34,33,29,27,26,24,12,11,9,8,7,6{3

Tabela 7 - Fator de Potência para barras de carga

Barra FP Barra FP

6 0.7634 61 0.8139

41 0.7682 49 0.8140

7 0.8029 50 0.8140

9 0.8064 66 0.8140

67 0.8107 37 0.8141

8 0.8115 65 0.8147

59 0.8115 21 0.8152

54 0.8117 39 0.8160

62 0.8120 40 0.8160

34 0.8123 52 0.8197

11 0.8126 13 0.8240

12 0.8126 14 0.8240

43 0.8128 10 0.8275

55 0.8128 45 0.8305

29 0.8133 46 0.8305

24 0.8137 35 0.8321

26 0.8137 22 0.8345

27 0.8137 16 0.8349

33 0.8137 20 0.8575

69 0.8137 17 0.8638

48 0.8139 18 0.8638

4.4 Análise da violação dos limites de tensão

Para se verificar quais as barras do sistema de 70 em questão foram violadas com

tensão menor que a crítica, 0,93 pu, a função objetivo foi mudada a fim de priorizar os limites

de tensão, passando a operar com uma função objetivo que procura obter valores de

27

magnitude de tensão o mais próximo de 1 pu, sem considerar a minimização das perdas e

relaxando os limites mínimos de tensão para 0,8 pu, para que o FPO possa convergir. As

barras problemáticas, do ponto de vista do relaxamento dos limites de tensão, e suas

respectivas tensões são apresentadas na Tabela 8.

Tabela 8 - Barras selecionadas por violação dos limites de tensão a 0,93 pu

Barra Tensão

(pu)

58 0.9190

59 0.9077

60 0.9037

61 0.8986

62 0.8970

63 0.8968

64 0.8964

65 0.8960

66 0.8960 T

Para não se perder possíveis barras candidatas à inserção de BC, definiram-se como

barras violadas as que possuem a tensão abaixo de 0,95 pu, agindo desta forma com mais

rigor na violação de tensão. As barras com tensão abaixo de 0,95 pu são apresentadas na

Tabela 9.

Tabela 9 - Barras selecionadas por violação dos limites de tensão a 0,95 pu

Barra tensão Barra tensão

13 0.9486 28 0.9374

14 0.9457 56 0.9462

15 0.9428 57 0.9418

16 0.9399 58 0.9190

17 0.9394 59 0.9077

18 0.9387 60 0.9037

19 0.9387 61 0.8986

20 0.9382 62 0.8970

21 0.9379 63 0.8968

22 0.9377 64 0.8964

23 0.9377 65 0.8960

24 0.9376 66 0.8960

25 0.9376 67 0.9483

26 0.9374 68 0.9483

27 0.9374

As barras candidatas à alocação de capacitores devido a violações nos limites de

tensão são apresentadas na Tabela 10 e formam o conjunto 4 de barras candidatas:

}6856,2813{4

28

4.5 Conjunto de barras candidatas à alocação de BC

Uma vez definidos os quatro conjuntos de barras candidatas à alocação de BC, o

próximo passo é analisá-los simultaneamente, para podermos concluir sobre qual é o melhor

conjunto resultante do ponto de vista da alocação ótima de capacitores. Seguindo esta ideia, a

Tabela 10 foi confeccionada colocando lado-a-lado os quatro conjuntos trabalhados.

Tabela 10 - Comparação entre os grupos de barras candidatas

Barra Lagrange Sensibilidade FP Relaxamento

1

2

3

4

5

6 X

7 X X

8 X X

9 X X

10 X

11 X X

12 X X

13 X X

14 X X

15 X

X

16 X X X

17 X X X

18 X X X

19 X

X

20 X X X

21 X X X

22 X X X

23 X

X

24 X X X X

25 X

X

26 X X X X

27 X X X X

28 X

X

29 X

30

31

32

33 X

34 X

35

29

36

37

38

39

40

41 X

42

43 X

44

45 X

46 X

47

48 X

49

50

51

52 X

53 X

54 X X

55 X X

56 X X

57 X X

58 X

X

59 X X X X

60 X

X

61 X X X

62 X X X X

63 X

X

64 X X X

65 X X X

66 X

X

67 X X X

68 X X

69 X X

70 X

Da análise da Tabela 10, verifica-se que apenas 5 das 70 barras do sistema

apareceram em todas as análises realizadas. Estas barras são as 24, 26, 27, 59 e 62. A

primeira observação importante é que uma dessas 5 barras é apresentada na solução ótima

dos AG, a barra 62, e a barra 27 é uma das que apresentam a melhor solução do ponto de

vista da relação de sensibilidade de tensão.

30

Observando a Tabela 10, verifica-se que o grupo de barras proposto pela análise do FP

ficou disperso em relação aos demais, levando-nos a concluir que o FP restringiu muito o

conjunto de barras resultante, por este motivo o grupo proposto pela analise do FP não

participará da composição do conjunto resultante de barras candidatas.

O grupo resultante 1 foi confeccionado pela intersecção dos grupos fornecidos pelas

análises dos multiplicadores de Lagrange, relação de sensibilidade e relaxamento nos limites

mínimos de tensão, e é composto pelas seguintes barras:

}{1 421 r

}65,64,62,61,59,27,26,24,22,21,20,18,17,16{1r

O grupo resultante 1 apresenta poucas barras para que se tenha uma representação

fiel do sistema estudado, por isso um segundo grupo resultante 2 foi selecionado utilizando

como regra a união do conjunto 1 com a intersecção dos conjuntos 2 e

4 , que apresenta

39 barras candidatas:

]}[{2 421 r

}7052,287{2 r

Para se avaliar qual seria o comportamento do AG se fossem utilizados como campo

de busca os conjuntos de barras resultantes aqui apresentados ao invés de todas as 70 barras

do sistema, foram realizadas cinco simulações utilizando o AG proposto por Szuvovivski (2008)

para cada conjunto de barras resultante e outras cinco utilizando todas a 70 barras do sistema,

em todos os casos foram utilizadas 5000 gerações. A comparação dos resultados é

apresentada da Tabela 11.

Tabela 11 - Comparação entre os resultados para os diferentes grupos resultantes

Simulação

Barra com BC Potência do BC (kvar) Tempo de simulação

Valor do fitness

Todas as Barras

1 57, 62 e 65 900, 1500 e 900 21min 22s 3.23e+001

2 10, 62 e 65 1500, 1500 e 900 20min e 30s 3.24e+001

3 57 e 63 900 e 2400 20min e 50s 3.22e+001

4 57, 62 e 65 900, 1500 e 900 20min e 44s 3.23e+001

5 10, 62 e 65 1500, 1500 e 900 20min e 6 s 3.24e+001

Conjunto 1r

1 59 e 62 900 e 2100 12min e 36s 3.34e+001

2 59 e 62 900 e 2100 13min e 33s 3.34e+001

3 62 2700 9min e 4s 3.36e+001

4 59 e 64 900 e 2100 11min e 51s 3.38e+001

5 59 e 62 900 e 2100 12min e 34s 3.34e+001

Conjunto 2r

1 57 e 62 900 e 2400 19min e 58s 3.19e+001

2 57 e 62 900 e 2400 20min e 42s 3.19e+001

3 57 e 62 900 e 2400 18min e 36s 3.19e+001

4 54 e 62 1500 e 2400 20min e 8s 3.21e+001

5 57 e 62 900 e 2400 19min e 36s 3.19e+001

31

Pela análise da Tabela 11, é possível observar uma melhora significativa nos

resultados para o conjunto 2r . O tempo de simulação ficou baixo para o conjunto 1r

devido ao espaço de busca ser menor, mas os valores da função objetivo estão sempre

maiores do que os apresentados nas simulações utilizando todas as barras do sistema. Dessa

forma, fica provada a ineficiência de se trabalhar com um conjunto pequeno de barras, mesmo

que isto acarrete em uma diminuição do tempo de simulação e demanda de recursos

computacionais. O conjunto 2r apresentou tempos de simulação semelhantes aos

apresentados quando utilizado como campo de busca todas as barras do sistema, porém os

valores da função objetivo foram menores em quase todas as simulações, e na simulação que

teve um valor de função objetivo um pouco maior o resultado coincidiu com o proposto na

validação do programa. Dessa forma, os melhores resultados sempre apareceram nas

simulações utilizando o conjunto 2r de barras candidatas.

É importante lembrar que o AG é uma ferramenta de natureza estatística probabilística,

sendo dessa forma justificada a ausência do resultado proposto na validação do início dessa

sessão nas simulações utilizando todas as barras do sistema. É possível assegurar que quanto

melhor o campo de busca, mais garantias se tem de encontrar o melhor resultado possível e

menos aleatório é o processo, conclusões estas tomadas com base nos resultados da Tabela

11, em que o conjunto 2r apresenta resultados com um valor de função objetivo quase que

constante.

4.6 Metodologia proposta

Uma vez comprovada a eficiência do método proposto neste trabalho, os próximos

parágrafos propõem uma metodologia estruturada de análise preliminar do sistema elétrico, a

fim de restringir o espaço de busca de qualquer técnica computacional de alocação de Bancos

de Capacitores, diminuindo os esforços computacionais e até melhorando a resposta do

algoritmo, uma vez que desta análise todas as barras não viáveis a receber BC são eliminadas.

O primeiro passo é calcular os multiplicadores de Lagrange (λq) para todas as barras

do sistema. A definição do conjunto 1 de barras candidatas deve ser realizada verificando

quais os maiores valores de λq, estes são facilmente identificados, pois são em média de 10 a

100 vezes maiores que os demais valores.

Para a definição do 2 de barras candidatas, a matriz de sensibilidade deve ser

calculada para o sistema em questão. Os valores apresentados nesta matriz são em geral

muito pequenos, mas o que interessa são os menores (mais negativos). Assim, o menor valor

da matriz de sensibilidade deve ser encontrado e o grupo dois de barras candidatas será

formado pelas barras que apresentam valores na mesma ordem de grandeza deste.

Dependendo da carga, o fator de potência pode ser relativamente baixo e não fornece

uma boa visão do sistema, do ponto de vista de alocação de BC, mas este é um importante

parâmetro que pode ser analisado. No presente estudo, este conjunto foi desprezado, pois ele

32

restringe o problema de 70 barras para um grupo de apenas 5, o que é muito pouco para se ter

um bom conhecimento do sistema.

Por fim, o conjunto 4 de barras candidatas é determinado relaxando-se os limites

mínimos de tensão através de um FPO e determinando quais as barras com tensão abaixo de

0,95 pu.

Após determinados os conjunto de barras candidatas a receber um BC, o conjunto

resultante r deve ser selecionado. O conjunto em questão deve ser composto pela união do

conjunto 1 com a intersecção dos conjuntos 2 e 4

]})[{( 421 r . A fim

de não perder possíveis barras ótimas a receber BC, o grupo resultante pode conter barras que

não estão presentes na confecção proposta para o grupo r como, por exemplo, as barras

que contém o menor valor de relação de sensibilidade, quando se pretende dar mais ênfase na

melhoria do perfil de tensão, ou as barras que apresentam o maior λq, a fim de priorizar a

melhora da função objetivo.

33

5. CONCLUSÕES

No presente trabalho foram apresentadas metodologias de confecção e análise de

grupos de barras candidatas a receberem bancos de capacitores. Uma vez criados os grupos

com base em metodologias definidas, estes foram analisados em conjunto e desta análise,

foram propostas duas metodologias de definição de um grupo resultante de barras candidatas.

O grupo que possui poucas barras foi descartado devido ao fato de não retratar com

confiabilidade o sistema elétrico estudado.

No momento da confecção do grupo resultante de barras candidatas é importante

eliminar análises que possam inserir algum grau de aleatoriedade, como no nosso caso foi o

grupo de barras candidatas pelo fator de potência, o qual foi muito disperso com relação aos

demais e se fosse levado em consideração, inseriria barras não viáveis no grupo resultante,

assim como excluiria fortes barras candidatas. Outro fator importante a ser levado em

consideração é o número de barras candidatas do grupo resultante, que se for muito pequeno

pode não representar com coerência o comportamento do sistema elétrico estudado.

Depois de feitas estas consideração, foi verificado que o conjunto de barras resultante

proposto neste trabalho apresentou uma melhoria significativa no processo de busca feito pelos

Algoritmos Genéticos, reduzindo o espaço de busca, tornando-a menos aleatória e convergindo

a uma solução melhor que a encontrada quando todas as barras do sistema são testadas.

O caso simulado é pequeno, mas espera-se que para sistemas maiores a diminuição

do campo de busca (em torno da metade) do número de barras da rede, possa diminuir

significativamente o tempo computacional dispendido para alocar os bando de capacitores.

34

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37

ANEXO A

SISTEMA DE 70 BARRAS DE BARAN E WU (1989)

TABELA A.1: DADOS DAS CARGAS PARA O SISTEMA DE 70 BARRAS

Barra P [kW] Q [kvar] Barra P [kW] Q [kvar]

1 0 0 36 6 4

2 0 0 37 26 18,55

3 0 0 38 26 18,55

4 0 0 39 0 0

5 0 0 40 24 17

6 0 0 41 24 17

7 2,6 2,2 42 1,2 1

8 40,4 30 43 0 0

9 75 54 44 6 4,3

10 30 22 45 0 0

11 28 19 46 39,22 26,3

12 145 104 47 39,22 26,3

13 145 104 48 0 0

14 8 5,5 49 79 56,4

15 8 5,5 50 384,7 274,5

16 0 0 51 384,7 274,5

17 45,5 30 52 40,5 28,3

18 60 35 53 3,6 7,2

19 60 35 54 4,35 3,5

20 0 0 55 26,4 19

21 1 0,6 56 24 17,2

22 114 81 57 0 0

23 5,3 3,5 58 0 0

24 0 0 59 0 0

25 28 20 60 100 72

26 0 0 61 0 0

27 14 10 62 1244 888

28 14 10 63 32 23

29 26 18,6 64 0 0

30 26 18,6 65 227 162

31 0 0 66 59 42

32 0 0 67 18 13

33 0 0 68 18 13

34 14 10 69 28 20

35 19,5 14 70 28 20

38

TABELA A.2: DADOS DAS LINHAS PARA O SISTEMA DE 70 BARRAS

De Para R [Ω] X [Ω] De Para R [Ω] X [Ω]

1 2 0,0005 0,0012 4 37 0,0044 0,0108

2 3 0,0005 0,0012 37 38 0,0640 0,1565

3 4 1e-1 0

1e-1 0

38 39 0,1053 0,1230

4 5 0,0015 0,0036 39 40 0,0304 0,0355

5 6 0,0251 0,0294 40 41 0,0018 0,0021

6 7 0,3660 0,1864 41 42 0,7283 0,8509

7 8 0,3811 0,1941 42 43 0,3100 0,3623

8 9 0,0922 0,0470 43 44 0,0410 0,0478

9 10 0,0493 0,0251 44 45 0,0092 0,0116

10 11 0,8190 0,2707 45 46 0,1089 0,1373

11 12 0,1872 0,0619 46 47 0,0009 0,0012

12 13 0,7114 0,2351 5 48 0,0034 0,0084

13 14 1,0300 0,3400 48 49 0,0851 0,2083

14 15 1,0440 0,3450 49 50 0,2898 0,7091

15 16 1,0580 0,3496 50 51 0,0822 0,2011

16 17 0,1966 0,0650 9 52 0,0928 0,0473

17 18 0,3744 0,1238 52 53 0,3319 0,1114

18 19 0,0047 0,0016 10 54 0,1740 0,0886

19 20 0,3276 0,1083 54 55 0,2030 0,1034

20 21 0,2106 0,0696 55 56 0,2842 0,1447

21 22 0,3416 0,1129 56 57 0,2813 0,1433

22 23 0,0140 0,0046 57 58 1,5900 0,5337

23 24 0,1591 0,0526 58 59 0,7837 0,2630

24 25 0,3463 0,1145 59 60 0,3042 0,1006

25 26 0,7488 0,2475 60 61 0,3861 0,1172

26 27 0,3089 0,1021 61 62 0,5075 0,2585

27 28 0,1732 0,0572 62 63 0,0974 0,0496

3 29 0,0044 0,0108 63 64 0,1450 0,0738

29 30 0,0640 0,1565 64 65 0,7105 0,3619

30 31 0,3978 0,1315 65 66 1,0410 0,5302

31 32 0,0702 0,0232 12 67 0,2012 0,0611

32 33 0,3510 0,1160 67 68 0,0047 0,0014

33 34 0,8390 0,2816 13 69 0,7394 0,2444

34 35 1,7080 0,5646 69 70 0,0047 0,0016

35 36 1,4740 0,4873

39

ANEXO B

A Tabela B.1 apresenta os resultados do FPO para o sistema de 70 barras quando não

estão ligados bancos de capacitores.

Tabela B.1 - Resultados sem banco de capacitores

Dados sem capacitores

barra ângulo tensão Pd Pg Qd Qg Bsh

1 0.0000 0.9800 0 40753 0 28297 0

2 -0.0000 0.9800 0 0 0 0 0

3 -0.0000 0.9799 0 0 0 0 0

4 -0.0000 0.9799 0 0 0 0 0

5 -0.0001 0.9798 0 0 0 0 0

6 -0.0003 0.9790 0.0026 0 0.0022 0 0

7 0.0009 0.9697 0.0404 0 0.0300 0 0

8 0.0022 0.9602 0.0750 0 0.0540 0 0

9 0.0025 0.9580 0.0300 0 0.0220 0 0

10 0.0027 0.9568 0.0280 0 0.0190 0 0

11 0.0042 0.9519 0.1450 0 0.1040 0 0

12 0.0045 0.9510 0.1450 0 0.1040 0 0

13 0.0051 0.9486 0.0080 0 0.0055 0 0

14 0.0060 0.9457 0.0080 0 0.0055 0 0

15 0.0068 0.9428 0 0 0 0 0

16 0.0076 0.9399 0.0455 0 0.0300 0 0

17 0.0078 0.9394 0.0600 0 0.0350 0 0

18 0.0080 0.9387 0.0600 0 0.0350 0 0

19 0.0080 0.9387 0 0 0 0 0

20 0.0081 0.9382 0.0010 0 0.0006 0 0

21 0.0082 0.9379 0.1140 0 0.0810 0 0

22 0.0083 0.9377 0.0053 0 0.0035 0 0

23 0.0083 0.9377 0 0 0 0 0

24 0.0083 0.9376 0.0280 0 0.0200 0 0

25 0.0083 0.9376 0 0 0 0 0

26 0.0084 0.9374 0.0140 0 0.0100 0 0

27 0.0084 0.9374 0.0140 0 0.0100 0 0

28 0.0084 0.9374 0 0 0 0 0

29 -0.0000 0.9799 0.0520 0 0.0372 0 0

30 -0.0001 0.9799 0 0 0 0 0

31 -0.0000 0.9798 0 0 0 0 0

32 -0.0000 0.9797 0 0 0 0 0

33 0.0000 0.9796 0.0140 0 0.0100 0 0

34 0.0001 0.9795 0.0195 0 0.0140 0 0

35 0.0001 0.9794 0.0060 0 0.0040 0 0

40

36 0.0001 0.9794 0 0 0 0 0

37 -0.0001 0.9799 0.0520 0 0.0371 0 0

38 -0.0002 0.9798 0 0 0 0 0

39 -0.0002 0.9796 0.0240 0 0.0170 0 0

40 -0.0002 0.9796 0.0240 0 0.0170 0 0

41 -0.0002 0.9796 0.0012 0 0.0010 0 0

42 -0.0004 0.9789 0 0 0 0 0

43 -0.0005 0.9786 0.0060 0 0.0043 0 0

44 -0.0005 0.9785 0 0 0 0 0

45 -0.0005 0.9785 0.0392 0 0.0263 0 0

46 -0.0005 0.9785 0.0392 0 0.0263 0 0

47 -0.0005 0.9785 0 0 0 0 0

48 -0.0001 0.9798 0.0790 0 0.0564 0 0

49 -0.0009 0.9786 0.3847 0 0.2745 0 0

50 -0.0021 0.9767 0.3847 0 0.2745 0 0

51 -0.0021 0.9767 0 0 0 0 0

52 0.0025 0.9579 0.0810 0 0.0566 0 0

53 0.0025 0.9579 0 0 0 0 0

54 0.0031 0.9540 0.0528 0 0.0380 0 0

55 0.0036 0.9507 0.0240 0 0.0172 0 0

56 0.0042 0.9462 0 0 0 0 0

57 0.0048 0.9418 0 0 0 0 0

58 0.0120 0.9190 0 0 0 0 0

59 0.0157 0.9077 0.1000 0 0.0720 0 0

60 0.0171 0.9037 0 0 0 0 0

61 0.0190 0.8986 12440 0 0.8880 0 0

62 0.0193 0.8970 0.0320 0 0.0230 0 0

63 0.0193 0.8968 0 0 0 0 0

64 0.0194 0.8964 0.2270 0 0.1620 0 0

65 0.0194 0.8960 0.0590 0 0.0420 0 0

66 0.0194 0.8960 0 0 0 0 0

67 0.0045 0.9509 0.0360 0 0.0260 0 0

68 0.0045 0.9509 0 0 0 0 0

69 0.0053 0.9483 0.0560 0 0.0400 0 0

70 0.0053 0.9483 0 0 0 0 0

A Tabela B.2 apresenta os resultados do FPO para o sistema de 70 barras quando

estão instalados bancos de capacitores nas barras 54 e 62.

41

Tabela B.2 - Resultados com bancos de capacitores nas barras 54 e 62

Dados com capacitores nas barras 54 e 62

barra ângulo tensão Pd Pg Qd Qg Bsh

1 -0.0000 0.9800 0 40579 0 -0.6755 0

2 -0.0000 0.9800 0 0 0 0 0

3 -0.0001 0.9800 0 0 0 0 0

4 -0.0001 0.9800 0 0 0 0 0

5 -0.0002 0.9800 0 0 0 0 0

6 -0.0010 0.9798 0.0026 0 0.0022 0 0

7 -0.0081 0.9747 0.0404 0 0.0300 0 0

8 -0.0156 0.9697 0.0750 0 0.0540 0 0

9 -0.0174 0.9685 0.0300 0 0.0220 0 0

10 -0.0184 0.9680 0.0280 0 0.0190 0 0

11 -0.0169 0.9631 0.1450 0 0.1040 0 0

12 -0.0167 0.9622 0.1450 0 0.1040 0 0

13 -0.0160 0.9599 0.0080 0 0.0055 0 0

14 -0.0152 0.9570 0.0080 0 0.0055 0 0

15 -0.0144 0.9541 0 0 0 0 0

16 -0.0136 0.9512 0.0455 0 0.0300 0 0

17 -0.0135 0.9508 0.0600 0 0.0350 0 0

18 -0.0133 0.9500 0.0600 0 0.0350 0 0

19 -0.0132 0.9500 0 0 0 0 0

20 -0.0131 0.9496 0.0010 0 0.0006 0 0

21 -0.0130 0.9493 0.1140 0 0.0810 0 0

22 -0.0129 0.9491 0.0053 0 0.0035 0 0

23 -0.0129 0.9491 0 0 0 0 0

24 -0.0129 0.9490 0.0280 0 0.0200 0 0

25 -0.0129 0.9489 0 0 0 0 0

26 -0.0128 0.9488 0.0140 0 0.0100 0 0

27 -0.0128 0.9487 0.0140 0 0.0100 0 0

28 -0.0128 0.9487 0 0 0 0 0

29 -0.0001 0.9800 0.0520 0 0.0372 0 0

30 -0.0001 0.9799 0 0 0 0 0

31 -0.0001 0.9798 0 0 0 0 0

32 -0.0001 0.9798 0 0 0 0 0

33 -0.0000 0.9797 0.0140 0 0.0100 0 0

34 0.0000 0.9795 0.0195 0 0.0140 0 0

35 0.0001 0.9794 0.0060 0 0.0040 0 0

36 0.0001 0.9794 0 0 0 0 0

37 -0.0001 0.9800 0.0520 0 0.0371 0 0

38 -0.0002 0.9798 0 0 0 0 0

39 -0.0002 0.9797 0.0240 0 0.0170 0 0

40 -0.0002 0.9796 0.0240 0 0.0170 0 0

41 -0.0002 0.9796 0.0012 0 0.0010 0 0

42

42 -0.0004 0.9789 0 0 0 0 0

43 -0.0005 0.9786 0.0060 0 0.0043 0 0

44 -0.0005 0.9786 0 0 0 0 0

45 -0.0005 0.9786 0.0392 0 0.0263 0 0

46 -0.0005 0.9785 0.0392 0 0.0263 0 0

47 -0.0005 0.9785 0 0 0 0 0

48 -0.0002 0.9799 0.0790 0 0.0564 0 0

49 -0.0009 0.9788 0.3847 0 0.2745 0 0

50 -0.0022 0.9768 0.3847 0 0.2745 0 0

51 -0.0022 0.9768 0 0 0 0 0

52 -0.0174 0.9685 0.0810 0 0.0566 0 0

53 -0.0174 0.9685 0 0 0 0 0

54 -0.0221 0.9671 0.0528 0 0.0380 0 1.500

55 -0.0245 0.9654 0.0240 0 0.0172 0 0

56 -0.0278 0.9629 0 0 0 0 0

57 -0.0312 0.9605 0 0 0 0 0

58 -0.0472 0.9456 0 0 0 0 0

59 -0.0553 0.9383 0.1000 0 0.0720 0 0

60 -0.0585 0.9357 0 0 0 0 0

61 -0.0625 0.9324 12440 0 0.8880 0 0

62 -0.0699 0.9345 0.0320 0 0.0230 0 2.400

63 -0.0699 0.9343 0 0 0 0 0

64 -0.0698 0.9339 0.2270 0 0.1620 0 0

65 -0.0697 0.9335 0.0590 0 0.0420 0 0

66 -0.0697 0.9335 0 0 0 0 0

67 -0.0167 0.9622 0.0360 0 0.0260 0 0

68 -0.0167 0.9622 0 0 0 0 0

69 -0.0159 0.9595 0.0560 0 0.0400 0 0

70 -0.0159 0.9595 0 0 0 0 0

43

A Tabela B.3 apresenta os resultados do FPO para o sistema de 70 barras quando

estão instalados bancos de capacitores nas barras 27, 54, 62 e 65.

Tabela B.3 - Resultados com bancos de capacitores nas barras 27, 54, 62 e 65

Dados com capacitores nas barras 27, 54, 62 e 65

barra ângulo tensão Pd Pg Qd Qg Bsh

1 0.0000 0.9800 0 42802 0 -23173 0

2 -0.0000 0.9800 0 0 0 0 0

3 -0.0001 0.9800 0 0 0 0 0

4 -0.0001 0.9800 0 0 0 0 0

5 -0.0002 0.9800 0 0 0 0 0

6 -0.0013 0.9801 0.0026 0 0.0022 0 0

7 -0.0126 0.9765 0.0404 0 0.0300 0 0

8 -0.0245 0.9731 0.0750 0 0.0540 0 0

9 -0.0273 0.9724 0.0300 0 0.0220 0 0

10 -0.0289 0.9720 0.0280 0 0.0190 0 0

11 -0.0289 0.9677 0.1450 0 0.1040 0 0

12 -0.0290 0.9669 0.1450 0 0.1040 0 0

13 -0.0297 0.9650 0.0080 0 0.0055 0 0

14 -0.0308 0.9627 0.0080 0 0.0055 0 0

15 -0.0319 0.9605 0 0 0 0 0

16 -0.0331 0.9582 0.0455 0 0.0300 0 0

17 -0.0333 0.9579 0.0600 0 0.0350 0 0

18 -0.0338 0.9574 0.0600 0 0.0350 0 0

19 -0.0338 0.9574 0 0 0 0 0

20 -0.0343 0.9571 0.0010 0 0.0006 0 0

21 -0.0346 0.9569 0.1140 0 0.0810 0 0

22 -0.0352 0.9570 0.0053 0 0.0035 0 0

23 -0.0352 0.9570 0 0 0 0 0

24 -0.0355 0.9570 0.0280 0 0.0200 0 0

25 -0.0361 0.9571 0 0 0 0 0

26 -0.0375 0.9574 0.0140 0 0.0100 0 0

27 -0.0380 0.9575 0.0140 0 0.0100 0 0.300

28 -0.0380 0.9575 0 0 0 0 0

29 -0.0001 0.9800 0.0520 0 0.0372 0 0

30 -0.0001 0.9800 0 0 0 0 0

31 -0.0001 0.9798 0 0 0 0 0

32 -0.0001 0.9798 0 0 0 0 0

33 -0.0000 0.9797 0.0140 0 0.0100 0 0

34 0.0000 0.9795 0.0195 0 0.0140 0 0

35 0.0000 0.9795 0.0060 0 0.0040 0 0

36 0.0000 0.9795 0 0 0 0 0

37 -0.0001 0.9800 0.0520 0 0.0371 0 0

38 -0.0002 0.9798 0 0 0 0 0

44

39 -0.0002 0.9797 0.0240 0 0.0170 0 0

40 -0.0002 0.9796 0.0240 0 0.0170 0 0

41 -0.0002 0.9796 0.0012 0 0.0010 0 0

42 -0.0004 0.9789 0 0 0 0 0

43 -0.0005 0.9786 0.0060 0 0.0043 0 0

44 -0.0005 0.9786 0 0 0 0 0

45 -0.0005 0.9786 0.0392 0 0.0263 0 0

46 -0.0006 0.9786 0.0392 0 0.0263 0 0

47 -0.0006 0.9786 0 0 0 0 0

48 -0.0002 0.9800 0.0790 0 0.0564 0 0

49 -0.0010 0.9788 0.3847 0 0.2745 0 0

50 -0.0022 0.9769 0.3847 0 0.2745 0 0

51 -0.0022 0.9769 0 0 0 0 0

52 -0.0273 0.9723 0.0810 0 0.0566 0 0

53 -0.0273 0.9723 0 0 0 0 0

54 -0.0342 0.9718 0.0528 0 0.0380 0 1.500

55 -0.0386 0.9707 0.0240 0 0.0172 0 0

56 -0.0447 0.9693 0 0 0 0 0

57 -0.0507 0.9680 0 0 0 0 0

58 -0.0819 0.9569 0 0 0 0 0

59 -0.0975 0.9518 0.1000 0 0.0720 0 0

60 -0.1037 0.9501 0 0 0 0 0

61 -0.1114 0.9478 12440 0 0.8880 0 0

62 -0.1236 0.9523 0.0320 0 0.0230 0 2.400

63 -0.1245 0.9525 0 0 0 0 0

64 -0.1258 0.9528 0.2270 0 0.1620 0 0

65 -0.1324 0.9556 0.0590 0 0.0420 0 1.500

66 -0.1324 0.9556 0 0 0 0 0

67 -0.0290 0.9668 0.0360 0 0.0260 0 0

68 -0.0290 0.9668 0 0 0 0 0

69 -0.0296 0.9646 0.0560 0 0.0400 0 0

70 -0.0296 0.9646 0 0 0 0 0