UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA...iii Sheila Miranda Correia Medição individualizada...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA GRADUAÇÃO EM BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA NO USO EFICIENTE DA ÁGUA ESTUDO DE CASO EM DUAS UNIDADES ACADÊMICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA SHEILA MIRANDA CORREIA CRUZ DAS ALMAS, 2019

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

    GRADUAÇÃO EM BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS EXATAS E

    TECNOLÓGICAS

    MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA NO USO EFICIENTE DA ÁGUA – ESTUDO DE

    CASO EM DUAS UNIDADES ACADÊMICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO

    RECÔNCAVO DA BAHIA

    SHEILA MIRANDA CORREIA

    CRUZ DAS ALMAS, 2019

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

    GRADUAÇÃO EM BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS EXATAS E

    TECNOLÓGICAS

    MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA NO USO EFICIENTE DA ÁGUA – ESTUDO DE

    CASO EM DUAS UNIDADES ACADÊMICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO

    RECÔNCAVO DA BAHIA

    Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

    Universidade Federal do Recôncavo da Bahia como

    parte dos requisitos para obtenção do título de

    Bacharel em Ciências Exatas e Tecnológicas.

    Orientador (a): Prof. Roberta Alessandra Bruschi

    Gonçalves Gloaguen.

    SHEILA MIRANDA CORREIA

    CRUZ DAS ALMAS, 2019

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    Sheila Miranda Correia

    Medição individualizada no uso racional da água – Estudo de caso em Duas

    unidades acadêmicas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia /

    Sheila Miranda Correia – Brasil, 2019 – 52 p.:il. (algumas coloridas); 30 cm

    Orientador: Roberta Alessandra Bruschi Gonçalves Gloaguen

    Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia –

    UFRB

    Bacharelado em Ciências Exatas e Tecnológicas, 2019.

    1. Uso Racional da Água. 2. Medição individualizada. I. Roberta Alessandra

    Bruschi Gonçalves Gloaguen. II. Universidade Federal do Recôncavo da

    Bahia. III. Medição individualizada no uso racional da água – Estudo de caso

    em Duas unidades acadêmicas da Universidade Federal do Recôncavo da

    Bahia

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    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente, agradeço a Deus pelo dom da vida e por ter me dado força pra chegar

    até aqui e realizar uma etapa do meu sonho. Tudo é pra ti, meu Pai!

    Agradeço a minha mãe, Mª Aurora, pela ajuda e conselhos, sem ela eu não estaria

    aqui. Sou grata eternamente a ela, pois, se eu tenho algo na vida, é por causa de todo

    esforço que ela tem feito, essa realização é nossa.

    Ao meu pai e meus irmãos, pelo companheirismo, em especial, à Carla por ter me

    livrado de um grande sufoco na execução dessa monografia. Estamos juntos!

    À Wesley, que soube me apoiar na formação do curso e me acompanhar para a

    realização deste trabalho, te amo!

    Aos amigos, Ellder, Daniele e Paula, pelo companheirismo e desabafo ao longo do

    curso.

    Aos queridos, Elves e Lidiane, pela paciência, dedicação, orientação e ensinamentos,

    que enriqueceram este trabalho e por ter me dado essa oportunidade de desenvolver

    esse estudo. Sou muito grata a vocês dois.

    A minha orientadora, Roberta, pelo incentivo e conselhos para terminar esse trabalho

    com êxito. Obrigada, querida orientadora.

    E, por fim, a todos aqueles que não foram citados, mas que contribuíram durante esta

    pesquisa.

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    MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA NO USO EFICIENTE DA ÁGUA – ESTUDO DE

    CASO EM DUAS UNIDADES ACADÊMICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO

    RECÔNCAVO DA BAHIA

    RESUMO

    A medição individualizada tem sido fundamental no controle do desperdício de água nas edificações.

    Atualmente, as Universidades Públicas têm tomado iniciativas com o intuito de preservar esse recurso

    que é essencial para a sobrevivência da humanidade, a água, recorrendo a ações eficazes, como é o

    caso da implantação do SMI. A instalação de hidrômetros em cada ponto de consumo de um edifício,

    o que possibilita corrigir possíveis anomalias (vazões) na rede de distribuição em curto tempo e obtendo

    uma diminuição na conta de água/esgoto emitida pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento. A

    proposta inicial deste trabalho é a implantação de um sistema que possa medir separadamente o

    consumo de cada prédio, na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Na atual configuração da

    rede, existe apenas um medidor para diversos pontos de consumo, o qual realiza a leitura do volume

    de água consumido de dois ou mais prédios; este é o caso, por exemplo das duas unidades da UFRB:

    o Laboratório das Engenharias e o Setor de Ciências Biológicas, que possui apenas um hidrômetro

    para obter informações do consumo. Com o intuito de mudar essa realidade, foi feita uma análise de

    como o consumo se comportaria caso fosse aderido SMI nas duas unidades, e a expectativa de ganho

    financeiro nas contas de água e esgoto decorrente da redução do consumo médio de água após

    utilização dessa nova forma de medição.

    Palavras-chave: medição individualizada; meio ambiente; consumo; economia.

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    MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA NO USO EFICIENTE DA ÁGUA – ESTUDO DE

    CASO EM DUAS UNIDADES ACADÊMICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO

    RECÔNCAVO DA BAHIA

    ABSTRACT

    The individualized measurement has been fundamental against the combat of water in buildings i;

    Actually, the Public Universities have taken initiatives with the intention of preserving the resource that

    it is essential for the survival of humanity, the water, calling upon effective actions, as is the case of the

    implantation of the SMI, the installation of hydrometers in each point of consumption of a building, which

    makes it possible to correct possible anomalies (flows) in the distribution network in a short time and

    getting a decrease in the water/sewer bill issued by the Bahian Water and Sanitation Company. The

    initial proposal of this work it is the implementation of a system that can measure separately the

    consumption of each building, in the Federal University of the Recôncavo of Bahia. In the current

    configuration of the network, there is only one meter for several points of consumption, which realizes

    the read the volume of water consumed by two or more buildings; this is the case, for example of those

    two units of UFRB: The Engineering Laboratory and the Sciences Biological Sector, that has only one

    hydrometer to obtain information on consumption. In order to change this reality, an analysis was made

    of how the consumption would behave if SMI were adhered in the both units, and the expectation of

    financial gain in water and sewage bills resulting from the reduction of average water consumption after

    using this new form of measurement.

    Keywords: individualized measurement; environment; consumption; economy

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    LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS

    ÁGUAPURA – Programa de Uso Racional da Água.

    CUASO – Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira.

    EMBASA – Empresa Baiana de Águas e Saneamento.

    EPUSP – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

    HD – Hidrômetro.

    LE – Laboratório das Engenharias.

    NUMAM – Núcleo de Meio Ambiente.

    PE – População Equivalente.

    PURA – Programa de Uso Racional da Água.

    SB – Setor de Ciências Biológicas.

    SABESP – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.

    SANEAGO – Empresa de Saneamento de Goiás.

    SMI – Sistema de Medição Individualizada.

    SMC – Sistema de Medição Coletiva.

    TECLIM – Rede de Tecnologias Limpas.

    USP – Universidade de São Paulo.

    UFBA – Universidade Federal da Bahia.

    UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Benefícios da Medição Individualizada em sistemas prediais .................... 18

    Figura 2: Esquema de telemedição da USP ............................................................. 26

    Figura 3: Restrições da leitura manual (Sistema Vianet) .......................................... 30

    Figura 4: Laboratório de Engenharias (LE). .............................................................. 33

    Figura 5: Setor de Ciências Biológicas (SB).............................................................. 34

    Figura 6: Hidrômetro (matricula - 54690960)............................................................. 34

    Figura 7: Metodologia para obtenção de População Equivalente ............................. 36

    Figura 8: Localização do HD em relação às unidades abastecidas .......................... 38

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Perfil de consumo mensal das unidades da UFBA ................................... 30

    Tabela 2: Número de usuários das unidades ............................................................ 36

    Tabela 3: Tarifas para sistema de abastecimento de água em prédios públicos ...... 37

    Tabela 4: Média mensais das unidades (conta água/esgoto) ................................... 42

    Tabela 5: Média mensais das unidades 2019 (conta água/esgoto) .......................... 43

    Tabela 6: Médias mensais da unidade LE ................................................................ 46

    Tabela 7: Médias mensais da unidade SB ................................................................ 46

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    LISTA DE GRÁFICO

    Gráfico 1: Perfil de consumo após a implantação do PURA-USP ............................ 27

    Gráfico 2: Perfil de consumo após a implantação do ÁGUAPURA-UFBA ............... 31

    Gráfico 3: Consumo de água do LE e SB em 2016 .................................................. 39

    Gráfico 4: Consumo de água do LE e SB em 2017 .................................................. 40

    Gráfico 5: Consumo de água do LE e SB em 2018 .................................................. 40

    Gráfico 6: Previsão do consumo das duas unidades ............................................... 43

    Gráfico 7: Previsão de consumo do LE .................................................................... 44

    Gráfico 8: Previsão de consumo do SB .................................................................... 45

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    LISTA DE SÍMBOLOS

    Ch – Indicador de consumo no período histórico.

    Dm – Quantidade de dias úteis por mês.

    IC – Indicador de Consumo.

    Ice – Indicador de consumo estimado.

    IRC – Indicador de consumo per capita.

    NA – Número de agentes consumidores.

    m³ - metros cúbicos

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    SUMÁRIO

    1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 14

    2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 16

    2.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 16

    2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 16

    3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 17

    3.1 MEDIÇÃO SETORIZADA OU INDIVIDUALIZADA ....................................... 17

    3.1.1 Medição setorizada no mundo ............................................................... 18

    3.1.2 Medição setorizada no Brasil ................................................................. 19

    3.1.3 Nível de setorização .............................................................................. 21

    3.1.4 Planejamento e implantação da setorização ......................................... 22

    3.2 IMPLANTAÇÃO DE MEDIÇÃO SETORIZADA NAS INSTITUIÇÕES DE

    ENSINO SUPERIOR .............................................................................................. 23

    3.2.1 Programa de Uso Racional da Água na Universidade de São Paulo –

    PURA.... .............................................................................................................. 23

    3.2.2 Programa de Uso Racional da Água da Universidade Federal da Bahia –

    ÁGUAPURA ........................................................................................................ 27

    4 METODOLOGIA ................................................................................................. 33

    4.1 DEFINIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ........................................................... 33

    4.2 AVALIAÇÃO DO CONSUMO NAS DUAS UNIDADES ACADÊMICAS DA

    UNIVERSIDADE DO RECONCAVO DA BAHIA .................................................... 35

    4.3 PREVISÃO DO CONSUMO DE ÁGUA DAS DUAS UNIDADES

    ACADEMICAS ....................................................................................................... 35

    4.4 COMPARAÇÃO DO CONSUMO ESTIMADO DOS DOIS SISTEMAS ........ 37

    5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................... 38

    5.1 CARACTERIZAÇÃO DAS DUAS UNIDADES ACADÊMICAS ..................... 38

    5.1.1 Informações do atual sistema de medição de água ............................... 38

  • xiii

    5.2 CONSUMO DE ÁGUA NAS DUAS UNIDADES ACADÊMICAS COM O

    SISTEMA DE MEDIÇÃO COLETIVA ..................................................................... 39

    5.2.1 Avaliação do consumo de água anual ................................................... 39

    5.2.2 Situação financeira: tarifa cobrada pela concessionária ........................ 41

    5.3 PREVISÃO DO CONSUMO DAS DUAS UNIDADES COM O SISTEMA DE

    MEDIÇÃO COLETIVA ............................................................................................ 42

    5.4 PREVISÃO DO CONSUMO DAS DUAS UNIDADES COM O SISTEMA DE

    MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA ............................................................................... 44

    5.4.1 Consumo anual do LE e SB .................................................................. 44

    5.4.2 Situação financeira: tarifa cobrada com o novo sistema ........................ 45

    6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 47

    7 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 49

  • 14

    1 INTRODUÇÃO

    A disponibilidade da água tem sido um fatore decisivo para o desenvolvimento

    econômicos de uma região. O mau uso dá água e o consumo exagerado tem gerado

    escassez, má distribuição e péssima qualidade da água. Por esse motivo, é bastante

    relevante a análise aprofundada nesse setor, com a finalidade de trazer soluções

    eficazes, no que se trata de um consumo eficiente da água.

    De acordo com Oliveira (1999), foram criadas alternativas que ajudam no

    controle e na redução do consumo da água, como: Sistema de medição

    individualizada e equipamentos economizadores de água. Desde modo, a medição

    individualizada é uma estratégia eficaz na redução do consumo de água, que traz

    como benefícios à melhoria no controle da utilização da água de cada unidade

    abastecida, precavendo possíveis desperdícios gerada a partir de vazamentos visíveis

    e não visíveis.

    E, por esse motivo o Sistema de Medição Individualizada aos poucos tem sido

    destaque no Brasil, porém, em algumas Instituições Públicas de Ensino Superior não

    adotam esse método de monitoramento, como é o caso da UFRB, sendo identificadas

    irregularidades em todo o campus, onde existem vários pontos de consumo ligado a

    apenas um hidrômetro, gerando a ineficiência no controle do consumo de água nos

    prédios e a falta de responsabilidade com o meio ambiente.

    A motivação deste trabalho é a utilização de forma responsável no que se

    trata de um recurso essencial para a sobrevivência da espécie humana. A concepção

    pra a implantação de estratégias para redução e controle no consumo de água,

    viabilizando a valorização dos recursos hídricos do nosso país.

    A realização deste estudo piloto em duas unidades acadêmicas da UFRB,

    trará uma responsabilidade social e ambiental referente à utilização da água de forma

    ponderada, através da redução das contas vinculadas ao abastecimento do campus.

    Este trabalho faz parte de um grupo de pesquisa (GT Águas) e propõe alternativas

    visando a utilização eficiente da água na UFRB . O procedimento de coleta de dados

    para o desenvolvimento deste trabalho foi a partir de pesquisa documental, estudo

    bibliográfico em teses e revistas.

  • 15

    Para uma melhor compreensão, este trabalho foi dividido em sete capítulos.

    O capítulo 1 apresenta uma breve introdução. O capítulo 2 apresenta os principais

    objetivos desse trabalho. No capítulo 3, uma revisão da literatura existente,

    conceituando a medição individualizada, enfatizando os programas de uso racional da

    água (PURA) nas Universidades, como a USP e a UFBA, e metodologias de

    implantação do sistema de medição individualizada através do PURA. O capítulo 4

    explica como foi realizado o desenvolvimento da pesquisa. No capítulo 5, inicia-se a

    caracterização do consumo de água nas duas unidades do prédio da Universidade

    Federal do Recôncavo da Bahia, onde é apresentada uma análise do consumo; No

    capitulo 6, estão apresentadas as considerações finais e no 7, as referências

    bibliográficas.

  • 16

    2 OBJETIVOS

    2.1 OBJETIVO GERAL

    Desenvolver um diagnóstico e apresentar uma proposta para a implantação

    de sistema de medição individualizada no Laboratório das Engenharias e no Setor de

    Ciências Biológicas no campus de Cruz das Almas, da Universidade Federal do

    Recôncavo da Bahia.

    2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

    • Identificar o atual sistema de medição de água dos prédios Laboratório das

    Engenharias e no Setor de Ciências Biológicas no campus de Cruz das Almas,

    da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia;

    • Analisar o consumo das unidades estudadas referente aos anos de 2016, 2017

    e 2018;

    • Prever o consumo referente ao ano de 2019;

    • Avaliar o grau de economia no consumo de água, caso as duas unidades

    adotassem o sistema da medição individualizada;

    • Sugerir uma nova configuração para o atual sistema de medição de água do

    LE e SB do campus da URFB.

  • 17

    3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

    3.1 MEDIÇÃO SETORIZADA OU INDIVIDUALIZADA

    A medição individualizada significa a instalação de hidrômetros em cada ponto

    de consumo, como em um edifício ou em unidade residencial, de modo que seja

    possível medir todo o volume de água consumido (COELHO, 2004). A finalidade

    dessa técnica é a redução do desperdício de água, fazendo com que as pessoas

    tenham conhecimento da quantidade de água mensal que está sendo utilizada para

    determinados serviços.

    Para Carvalho (2010), o sistema de medição individualizada tem sido bastante

    utilizado em edifícios residenciais, em que consiste na instalação de um hidrômetro

    por apartamento, possibilitando emitir contas individualizadas. Segundo o autor, a

    medição individualizada do consumo de água em cada edifício é uma ação

    responsável no que se diz a respeito do desperdício de água, incentivando um

    consumo racional e dando devidas atenções nas manutenções das instalações

    hidráulicas em caso de vazamentos

    Existem diversas variedades para implantação tecnológicas que contribuem

    na redução e na maior eficiência no controle do consumo de água como, sistema de

    medição individualizada, equipamentos que economizam a utilização da água e

    correção de vazamentos, que geram impactos positivos economicamente e

    socialmente (YAMADA, 2001). Para Yamada (2001), este tipo de sistema é conhecido

    como:

    “A medição individualizada ou setorizada em edifícios se enquadra como

    sendo uma ação indireta de intervenção em metodologias para a

    economia de água (grifo nosso), tanto para o usuário como para o

    condomínio [...]”.

    Em outras palavras, a medição setorizada é uma ação indireta, pois não atua

    diretamente na minimização do consumo como a instalação de equipamentos que

    reduz a vazão. Entretanto, a economia de água se deve à medida que o usuário

    começa a pagar exatamente o que consome e na possibilidade da verificação de

  • 18

    possíveis vazamentos, assegurando uma maior consciência na utilização da água e

    curto tempo para reparação de problemas na rede de distribuição.

    Para Tamaki (2003), a medição setorizada é um instrumento de gestão, pois

    possibilita a obtenção dos dados através das leituras realizadas in loco pela própria

    entidade responsável, realizando medições diariamente e em tempo real, obtendo

    informações necessárias para detectar anomalias em poucos dias e assegurando, em

    curto tempo, uma ação que possa corrigir possíveis problemas.

    Figura 1: Benefícios da Medição Individualizada em sistemas prediais

    Fonte: TAMAKI, 2003.

    3.1.1 Medição setorizada no mundo

    Nos anos 50, a medição individualizada começou a ser utilizado na Alemanha,

    nessa época as pessoas começaram a querer controlar e se responsabilizar pelos

    seus gastos de água (SOUZA apud LACERDA, 2008).

    Segundo Coelho (2004), a medição setorizada tem sido frequentemente

    utilizada em outros países, pelas vantagens que essa técnica proporciona para a

  • 19

    economia e um mundo sustentável. Países Europeus como, Alemanha, Portugal e

    França, utiliza o método da medição individualizada nas unidades de edifícios há

    anos, com a intenção na redução e controle no consumo de água.

    Segundo Yamada (2001), a França adota sistema bastante moderno, com alto

    desempenho para o monitoramento do consumo de cada indivíduo do país e ainda

    disponibiliza plataformas especificas como, cartões inteligentes, para o consumidor

    realizar o pagamento da conta gerada de acordo com o seu consumo de água.

    Nos Estados Unidos, a medição setorizada é bastante utilizada, pois utilizam

    de metodologias que sejam eficazes para a conservação da água. As leituras dos

    hidrômetros em algumas regiões dos Estados Unidos são realizadas de forma

    automatizadas, equipamentos que fornecem medições por rádio frequência (SOUZA

    apud YAMADA, 2008).

    Na África do Sul, devido ao clima com longos períodos de seca, várias cidades

    tem adotados medidas no que se refere a racionalização no consumo da água, criando

    e implantando estratégias que sejam eficazes para a diminuição de desperdício de um

    recurso que para o país é muito escasso, como estabelecendo, para aqueles que

    consomem além do limite pré-determinado, altos valores a serem pagos, e

    conscientizando na adoção da hidrometração individualizada.

    3.1.2 Medição setorizada no Brasil

    A medição individualizada no Brasil tem ocorrido há cerca de trinta anos,

    porém não são todos os estados brasileiros que tem dado a devida importância a essa

    técnica. No estado de São Paulo, no ano de 1980 os edifícios residenciais já utilizavam

    desta técnica, sendo contabilizados 2.880 apartamentos registrados com medição

    individualizada (TEIXEIRA apud HOLANDA, 2006, p.10, 2008). (TEIXEIRA apud

    COELHO E MAYNARD 1999, 2008) No estado de Pernambuco, em 1999, foram

    registrados 1.700 edifícios, que corresponde à emissão das contas individuais de

    40.000 apartamentos.

  • 20

    De acordo com Silva (2010), a Companhia Pernambucana de Saneamento foi

    o primeiro Estado brasileiro a aderir em alta amplitude a quantificação do consumo de

    água por meio da medição setorizada por apartamento.

    Na metrópole de Goiânia, foi registrado no ano de 2008 pela Empresa de

    Saneamento de Goiás (Saneago), 424 condomínios com a técnica da medição

    individualizada (SILVA apud AGUIAR, SIQUEIRA e REIS, 2010).

    Na capital da Bahia, Salvador, essa prática tem se tornado mais comum no

    ano de 2006, mas, um pouco antes disso, algumas localidades da cidade de Salvador

    como, Cajazeiras e Fazenda Grande se preocuparam e iniciaram a aplicação dessa

    nova tecnologia de obter as contas de água e esgoto individualizada, sendo entregue

    o projeto hidráulico para ser aceito pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento

    (EMBASA), onde seria avaliado se as instalações dos hidrômetros estão devidamente

    instalados, como serem implantados em áreas externas e com facilidades para

    leituras manuais (SILVA, 2010).

    De acordo com a divulgação no site, pela EMBASA, na cidade de Salvador foi

    imposta uma lei que obrigou as construtoras de edifícios que adotassem o sistema de

    medição individualizada para cada unidade condominial, a Lei Municipal de número

    7780/2009, que se encontra descrita assim:

    LEI Nº 7780 DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009

    Institui a obrigatoriedade da instalação de hidrômetros individuais somente

    para novos prédios, construídos a partir da vigência dessa lei estabelecida na

    cidade de Salvador.

    “Art. 1º Torna a obrigatória a previsão e futura instalação de hidrômetros

    individuais para medição do consumo em cada unidade domiciliar autônoma,

    nos projetos e execução de novas obras de: I - prédios de apartamentos; II -

    Condomínios horizontais; III – Conjuntos habitacionais; IV – Loteamentos; V

    – Outros imóveis ou áreas que se caracterizam pela pluralidade de unidades

    de consumo.

    Art. 4º Fica estabelecido que as edificações que integram os condomínios

    somente terão suas plantas aprovadas pelo órgão público municipal

    competente desde que, além de apresentarem na planta hidráulica um

    hidrômetro comum para o condomínio, apresentarem também um

    hidrômetro individual para cada unidade residencial ou não residencial

    (grifo nosso), para aferição do consumo de água da unidade. [...]”

  • 21

    De acordo com Santos (2010), essa lei garante que os construtores tenham a

    possibilidade de criar e realizar novos sistemas com o intuito da conservação da água

    em futuras edificações. O autor relata que seria ideal que a medição individualizada

    abrangesse todos os condomínios de Salvador, porém a imposição dessa lei não seria

    tão viável para os prédios antigos, pois dificilmente obteria o resultado desejado.

    Segundo Yamada (2001), a maioria dos edifícios localizados no Brasil utiliza-

    se da técnica da leitura convencional, por meio de leituristas credenciados pelas

    empresas que realizam a leitura manual dos hidrômetros todos os meses, realizando

    essas leituras em edifícios com a medição individualizada como em medição coletiva.

    Nas universidades, tem se buscado a preservação da água, com iniciativas

    de controle no consumo desse recurso e monitoramento de possíveis vazões

    encontradas nas tubulações hidráulicas. Portanto, tem-se adotado medidas como, a

    medição individualizada nas edificações no campus, para obter melhores resultados

    no que se refere ao consumo de água em cada prédio e medidas preventivas contra

    desperdícios de águas.

    3.1.3 Nível de setorização

    Segundo Tamaki (2003), o objetivo de conhecer os diferentes tipos de níveis,

    facilita no domínio dos dados de consumo da água no determinado local. O nível que

    se anseia para a realização da setorização, vai ser dependente dos aspectos

    ocupacionais, tanto os físicos como os funcionais das instalações prediais. Adotaram-

    se em uma escala crescente seis níveis de setorização:

    ▪ Entidade: referente a toda a infraestrutura contemplada em determinada área

    (indústria, universidade, etc.);

    ▪ Conjunto de edifícios: conjunto que compõe uma unidade da entidade e possui

    identidade em comum de acordo com aspectos funcionais, administrativos, etc.

    ▪ Edifício/bloco: a edificação e as partes que venham a compor a estrutura;

    ▪ Ambiente: sala, sanitário, laboratório, cozinha, piscina, etc.;

  • 22

    ▪ Equipamento: cada equipamento que consome água, podendo ser comum ou

    especial.

    Ainda segundo Tamaki (2003), o conhecimento dos níveis possibilita alguns

    aspectos econômicos como:

    ▪ Domínio do consumo de sistemas específicos, permitindo seu

    acompanhamento e controle;

    ▪ Economia de recursos financeiros, verificando de forma contínua ao setor

    medido através do levantamento do perfil de consumo, prevendo possíveis

    problemas ou solucionando-os de forma mais rápida;

    ▪ Possibilidade de cobrança pela água consumida pelos usuários.

    3.1.4 Planejamento e implantação da setorização

    Após a determinação do nível de setorização pretendido, é necessária a

    iniciativa de um planejamento para a implantação da medição individualizada

    (TAMAKI, 2003). Para Tamaki (2003), a execução do planejamento, no início é

    necessária a realização do levantamento de dados, coletando informações sobre os

    sistemas já existentes no local que será implantado o método da medição setorizada,

    a população que o ocupa, as atividades que normalmente são realizadas nas

    edificações e os dados de consumo disponíveis. Logo, com esses parâmetros é

    possível estimar o consumo de água de cada prédio a ser atendida por cada

    hidrômetro. Portanto, é essencial a verificação das vazões para poder dimensionar os

    equipamentos de medição.

    Logo após o planejamento e antecedente a implantação, é necessária a fase

    de definição de responsabilidades pelo projeto que entrara em execução, na qual é

    determinado pessoas a serem responsáveis pela a execução e gerenciamento do

    projeto, como a parte administrativa e técnica (TAMAKI, 2003).

    Ainda de acordo com o autor, a implantação propriamente dita, consiste na

    inclusão das construções de abrigos pra os hidrômetros, definição dos hidrômetros

    que serão utilizados e a implantação de todo o sistema de telemedição.

  • 23

    3.2 IMPLANTAÇÃO DE MEDIÇÃO SETORIZADA NAS INSTITUIÇÕES DE

    ENSINO SUPERIOR

    3.2.1 Programa de Uso Racional da Água na Universidade de São Paulo -

    PURA

    No campus da Universidade de São Paulo (USP), adota-se a implantação de

    medição setorizada, especificamente na Cidade Universitária Armando de Salles

    Oliveira (CUASO), desde 1998, pela necessidade de se dispor dos melhores dados

    sobre o consumo de água no campus (TAMAKI e SILVA, 2004).

    O Programa de Uso Racional da Água (PURA) foi idealizado desde 1995, o

    programa implantou ações que possibilitasse a redução do consumo de água no

    campus universitário da USP, em contrapartida a Companhia de Saneamento Básico

    do Estado de São Paulo (Sabesp), concedeu alguns benefícios como, desconto de

    25% sobre as contas emitidas de água e esgoto, pelas ações racionais implantadas

    de caráter tecnológicas e comportamentais dentro do campus (TAMAKI, 2003).

    Nakagawa (2009) cita a tomada de ações do Programa de Uso Racional da

    Água – PURA em quatro etapas, descritas a seguir:

    1. Auditoria do consumo de água

    Nesta etapa, considera o levantamento das características físicas e funcionais

    do prédio analisado, especialmente o sistema hidráulico. É solicitado o levantamento

    do indicador de consumo (IC), onde indica o volume de água consumido em um

    determinado período com o número de agentes consumidores, também é solicitado

    um diagnóstico preliminar que permita uma avaliação prévia do consumo de água e a

    previsão do impacto de redução de consumo, utilizando o indicador de consumo

    estimado (Ice) e de sua comparação com o valor de indicador de consumo no período

    histórico (Ch).

    2. Diagnóstico do consumo de água no edifício

  • 24

    Nesta etapa contém as informações obtidas na auditoria do consumo de água,

    possibilitando a execução de uma intervenção com ações específicas para cada

    tipologia de edifício e a consideração das características próprias de cada sistema.

    Considera o consumo diário de água no período histórico; número de agentes

    consumidores; valor do indicador de consumo de água no período histórico;

    desperdício diário estimado; índice de desperdício estimado; perda por vazamento

    visível; índice de perda por vazamento visível; índice de vazamento visível; perda por

    vazamento não-visível; índice de perda por vazamento não-visível; índice de

    vazamento não-visível; perda diária total levantada no sistema; consumo diário de

    água em sistemas hidráulicos especiais; procedimentos inadequados dos usuários

    relacionados ao consumo de água.

    3. Plano de Intervenção

    Nesta etapa, são focados na correção de vazamentos detectados; Implantação

    de medição setorizada do consumo de água é um dos sistemas de controle que

    permite a detecção de problemas. Após essa etapa ser concluída é necessário um

    acompanhamento, com o objetivo de obter melhores resultados

    4. Avaliação do impacto de redução do consumo

    Primeiro é necessário calcularmos o Indicador de Consumo (ICAP) e (ICDP)

    em litros/aluno/dia, utilizando a seguinte equação:

    Equação 1

    Onde o (Cm) é o indicador de consumo médio, (NA) número de agentes

    consumidores e (Dm) quantidade de dias úteis por mês.

    Nesta etapa, é necessário calcularmos o impacto de redução do consumo de

    água por agente consumidor (IR), conforme a equação:

    Equação 2

    Onde o (ICAP) é o indicador de consumo antes do PURA e (ICDP) é o

    indicador de consumo depois do PURA.

  • 25

    3.3.1.1 Estudo de caso PURA-USP

    A escolha para adotá-la um novo sistema de medição ocorreu no segundo

    semestre de 1998, a proposta era realizar a medição dos consumos, substituindo os

    hidrômetros existentes por outros equipamentos que atendessem a proposta da

    telemedição, sem que perca a função de instrumento de tarifação (TAMAKI, 2003). O

    autor cita alguns aspectos positivos por adotar esse sistema:

    ▪ Melhor informação sobre a demanda de água (consumo diário e perfil

    ao longo do tempo) e sua sistematização;

    ▪ Avaliação do impacto das intervenções realizadas pelo PURA-USP;

    ▪ Detecção de anomalias de consumo como vazamentos;

    ▪ Monitoramento em tempo real, de um grande número de consumidores

    simultaneamente.

    Segundo Tamaki (2003), foi optado pelo PURA-USP, o sistema M-BUS, é um

    sistema de comunicação para a telemedição de dados dos hidrômetros

    convencionais, sendo um sistema integro nos dados fornecidos para a Central de

    Gerenciamento. Inicialmente foram adotados por dois fabricantes (Hydrometer e

    Meinecke) para possíveis comparações e escolha do melhor fornecedor. A instalação

    da telemedição foi realizada mediante a USP e Sabesp. A Sabesp instalava os

    hidrômetros eletrônicos e fornecia o programa de controle e gerenciamento, enquanto

    que a USP era responsável na execução da rede física para a telemedição,

    providenciando equipamentos necessários e ambientes adequados para os

    medidores. Após testes frustradas de compatibilização entre as duas marcas, a

    Meinecke apresentava discrepância nos dados obtidos remotamente e a exibida na

    relojoaria, logo se optou pelo Hydrometer/ABB em 1999.

    Para a realização da escolha dos hidrômetros, foram selecionadas de acordo

    com a determinação das áreas de setorização, sendo possível ter leituras de volumes

    de água consumidos diariamente ou mensalmente, ao decorrer do tempo, foi sendo

    estudada a possibilidade de adquirir novo sistema de medição (TAMAKI, 2003).

  • 26

    Na USP os hidrômetros utilizados são de relojoaria eletrônica, do tipo

    velocímetro multijato ou Woltman, DN 15 a DN 100, tendo as vazões nominais de

    1,5m³/h a 60,0m³/h das classes B e C. Tamaki 2003 apresenta um fluxograma da

    estrutura montada no campus:

    Figura 2: Esquema de telemedição da USP

    Fonte: Tamaki, 2003.

    No edifício de Engenharia Elétrica – EPUSP foi possível detectar a seguinte

    anomalia, a partir do sistema de telemedição utilizado no campus, um alto índice de

    consumo de água registrado no medidor, no dia 09 de junho de 2002, o que

    possibilitou uma ação corretiva em curto tempo. Segundo algumas características,

    houve rompimento de uma tubulação, acarretando no vazamento de água (OLIVEIRA,

    2009).

    Atualmente, na Universidade de São Paulo, o Hidronet é o programa mais

    adequado para a telemedição dos hidrômetros no campus, instalado no ano de 2002,

    o programa apresenta estabilidade em situações de um grande banco de dados,

    mostra perfis de consumo de cada edificação (vazão em função do tempo), acionando

    alarmes para anomalias extraordinárias, como vazamentos, e a possibilidade para a

    emissão de faturas (TAMAKI, 2003).

  • 27

    Gráfico 1: Perfil de consumo após a implantação do PURA-USP

    Fonte: PURA-USP, 2013.

    As ações do PURA-USP têm ajudado na grande redução da demanda de

    água nas unidades da CUASO. No ano de 1998 a 2013, foi registrada a redução

    expressiva de 41% em todo o campus, variando de 137.881 para 81.005 m³/mês, nas

    unidades da Fase 1 de 57% e 19% na da Fase 2 (PURA-USP, 2013).

    3.2.2 Programa de Uso Racional da Água da Universidade Federal da Bahia –

    ÁGUAPURA

    Foi desenvolvida pela Rede de Tecnologias Limpas (TECLIM), em 2004 na

    Universidade Federal da Bahia (UFBA), o Programa de Uso Racional da Água –

    Águapura, tendo por finalidade na redução do consumo de água no campus,

    acompanhando o consumo de água nas edificações, o que possibilita intervenções

    imediatas sobre anomalias no consumo, controlando os desperdícios de água

    (SANTOS, 2010).

    Nakagawa (2009) cita a metodologia do Programa ÁGUAPURA, dividindo em cinco

    etapas:

  • 28

    1. Levantamento do sistema hidráulico predial

    Nesta etapa, foi realizada uma análise preliminar dos dados do sistema

    hidráulico de cada unidade do campus, como o tipo e o registro do medidor de água

    e a operacionalidade de cada equipamento utilizado, permitindo a execução de um

    plano com ações direcionadas a tipologia do prédio.

    2. Monitoramento e análise do consumo de água das unidades

    Foi desenvolvido um estudo sobre o consumo de água, levantamento de

    consumidores no local, analise dos equipamentos de consumos especiais e perdas

    físicas, criando um programa para que registrasse o consumo de cada unidade.

    3. Detecção e correção de vazamentos visíveis e não visíveis

    Foram realizados os levantamentos dos vazamentos de forma visual e

    manutenção dos prédios para substituição de peças danificadas.

    4. Levantamento dos hábitos dos usuários

    Foram aplicados questionários e observação visual para determinação do

    consumo de cada prédio

    5. Utilização de tecnologias de processo e produto para racionalização do

    consumo

    Esta etapa é voltada para modificações nos sistemas prediais (tecnologias de

    processo), ex: substituição de componentes convencionais por economizadores de

    água.

    3.3.2.1. Estudo de caso ÁGUAPURA-UFBA

    Segundo Santos 2010, o acompanhamento do consumo diário de água nas

    edificações da Universidade Federal da Bahia, é realizado pelo sistema Águapura-

    Vianet, esse sistema foi desenvolvido pelo TECLIM. Para tanto, foi desenvolvido login

    e uma senha para funcionários que agiriam diretamente nessa ação de coletar dados

  • 29

    dos hidrômetros para serem inserido ao Águapura-Vianet. Santos (2010) apresentam

    algumas informações contidas no sistema:

    ▪ Planilha relacionando as unidades;

    ▪ Sinalização da participação ou não do usuário nos últimos dois meses, como

    também o aumento ou redução do consumo no mês;

    ▪ Apresentação de gráfico da média diária das últimas leituras em metros cúbicos

    por dia;

    ▪ Apresentação de dados sobre a unidade, centro de custo, matrícula do

    hidrômetro, responsável, diretor da unidade e telefone para contato;

    ▪ Verificação de leituras: ferramenta que disponibiliza as leituras diárias mensais

    indicando a data da leitura, a coleta da leitura (m³) e o horário da coleta da

    leitura;

    ▪ Informações sobre o hidrômetro: ferramenta que descreve a localização do

    hidrômetro, fornecendo também a sua localização a partir de mapa e fotografia;

    ▪ Observações sobre a unidade: ferramenta que permite ao usuário o registro de

    diversos eventos relacionados ao hidrômetro, tais como: falta de coleta de

    leitura com justificativa, solicitação de reparos diversos no hidrômetro,

    acompanhamento desses reparos, indicação de vazamentos na rede de

    alimentação da unidade e etc.;

    ▪ Intervenções realizadas na unidade – ferramenta que permite ao usuário

    registrar as intervenções físicas realizadas na rede de alimentação da unidade

    após a execução da varredura no sistema, tais como: correção de vazamentos,

    regulagens de válvulas, substituição de válvulas ou registro de que nenhum

    problema foi detectado. [...]

    O programa ÁGUAPURA Via Net, foi criado com a finalidade de ser um

    sistema que possa monitorar o consumo de água nas unidades do campus da

    universidade. Ao executar o programa é apresentado de forma geral o sistema do

  • 30

    consumo diário, representado pela letra (D), e mensal, representado pelo (M), sendo

    dados obtidos das leituras realizadas diariamente pelos responsáveis, o boneco

    vermelho indica a falta de participação da unidade, já as setas representadas pelas

    cores vermelhas ou verdes demonstram a redução ou o aumento do consumo na

    unidade, logo, como esses dados fornecidos são possível para realizar o

    monitoramento sobre o consumo de cada unidade (NAKAGAWA , 2009).

    Tabela 1: Perfil de consumo mensal das unidades da UFBA

    Fonte: NAKAGAWA, 2009.

    Segundo Santana 2015, o programa Vianet é um sistema que possibilita o

    acompanhamento no consumo com o apoio dos gráficos e tabelas acessando a

    simplesmente uma plataforma Web, mas ainda assim, o Vianet necessita da

    intervenção do homem, para a realização da leitura do hidrômetro e em seguida do

    computador com acesso à internet para inserir os dados obtidos de forma manual pelo

    leiturista responsável, e ao decorrer desse processo pode ocorrer várias falhas que

    acarretam em futuros problemas. Santana 2015, demonstra a restrição que o

    programa possui por necessitar da manutenção de um humano para poder obter os

    dados para atualizar o sistema.

    Figura 3: Restrições da leitura manual (Sistema Vianet)

  • 31

    Fonte: SANTANA, 2015.

    De acordo com Santos 2010, mesmo com alguns déficits no processo da

    obtenção dos dados, o programa mostrou eficiente no que se trata da evolução do

    consumo de água na UFBA entre o ano de 1999 até 2010. Foi analisado que, a partir

    da implantação do Programa Águapura, em 2004, apresenta uma queda no consumo

    de água, mesmo com o aumento da população acadêmica.

    Gráfico 2: Perfil de consumo após a implantação do ÁGUAPURA-UFBA

  • 32

    Fonte: UFBA, 2010

    A UFBA apresentou a quantidade estimativa da população da universidade,

    os valores do consumo de água e os valores dos consumos per capita nos períodos

    de 1999 a 2010. Foi apresentada a redução de água referente a cada ano (IRC), dos

    consumos per capita em porcentagem, a partir do ano de 2000. Como mostra a figura,

    é possível notar que o consumo per capita caiu de 50,0 L/p.d para 18,7 L/p.d, uma

    redução de 63%, o que indica sucesso na medição setorizada e, consequentemente,

    o programa para poder acompanhar a demanda do consumo.

  • 33

    4 METODOLOGIA

    Apresenta-se a metodologia do estudo que buscou analisar o sistema de

    medição de água na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, situada na cidade

    de Cruz das Almas, Bahia.

    4.1 DEFINIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

    O estudo foi realizado no município de Cruz das Almas - BA, em duas

    unidades acadêmicas da UFRB. O Laboratório das Engenharias e o Setor de Ciências

    Biológicas possuem apenas um hidrômetro (matricula nº 54690960) para a realização

    do consumo de água das duas edificações, que são abastecidas pela EMBASA; o

    medidor é localizado em uma estrada de terra atrás da Universidade com distância

    aproximada de 135m das unidades.

    Figura 4: Laboratório de Engenharias (LE).

    Fonte: próprio autor,19 de dezembro de 2018.

  • 34

    Figura 5: Setor de Ciências Biológicas (SB).

    Fonte: próprio autor, 19 de dezembro de 2018.

    Figura 6: Hidrômetro (matricula - 54690960)

    Fonte: SILVA, 2017.

  • 35

    4.2 AVALIAÇÃO DO CONSUMO NAS DUAS UNIDADES ACADÊMICAS DA

    UNIVERSIDADE DO RECONCAVO DA BAHIA

    Esta etapa aborda a metodologia empregada para analisar os registros dos

    consumos mensais de água que atende as duas unidades acadêmicas selecionadas.

    Inicialmente foi realizada apenas uma visita ao Núcleo de Meio Ambiente (NUMAM),

    setor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, para solicitação dos dados

    referentes ao consumo de água, fornecidas pela EMBASA, das duas unidades nos

    anos de 2016, 2017 e 2018. Os dados foram disponibilizados por e-mail, na planilha

    do Excel; observou-se que o controle atual de demanda de água da Universidade é

    realizado por apenas uma planilha, criada pelo servidor do campus. A partir dos dados

    fornecidos, foram gerados gráficos possibilitando acompanhar o consumo referente a

    cada ano estudado para poder analisar se houve aumento do consumo no decorrer

    do tempo ou algum tipo de anomalia, como vazamentos.

    4.3 PREVISÃO DO CONSUMO DE ÁGUA DAS DUAS UNIDADES ACADEMICAS

    Foi estimado o consumo mensal do ano de 2019 das duas unidades, com a

    medição coletiva e medição individualizada, utilizando a Metodologia 1:

    - Metodologia 1: Cálculo utilizando o número de consumidores e o valor médio

    de consumo de 50litros/dia por pessoa, a partir da Equação 3, fornecida pela

    SABESP:

    𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 (𝑚³ 𝑚ê𝑠) 𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠ã𝑜 = (𝑛º 𝑑𝑒 𝑢𝑠𝑢á𝑟𝑖𝑜𝑠 ∗ 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 ∗ 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑙𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑚ê𝑠)/1000⁄

    Equação 3

    O resultado que foi encontrado foi a estimativa do consumo do ano de 2019

    com o sistema atual. Em seguida, foi aplicado novamente a Metodologia 1 para o

  • 36

    sistema de medição individualizada. A quantidade de dias utilizada para cada mês, foi

    de acordo com o calendário acadêmico do ano de 2019, disponibilizado no site da

    UFRB.

    A estimativa do número de usuários foi fornecida pelo grupo GT águas,

    através da dissertação de Silva (2017), seguindo o passo-passo, como mostra a

    Figura 7:

    Figura 7: Metodologia para obtenção de População Equivalente

    Fonte: Silva, 2017

    A obtenção dos valores da média de usuários encontrados nas unidades

    acadêmicas, como mostra a Tabela 2, foi importante para o cálculo do consumo

    estimado, calculado posteriormente.

    Tabela 2: Número de usuários das unidades

    Fonte: Silva, 2017

  • 37

    4.4 COMPARAÇÃO DO CONSUMO ESTIMADO DOS DOIS SISTEMAS

    Nesta etapa, houve uma comparação com os dados do consumo com o atual

    sistema de medição e os dados previstos se o sistema tivesse a medição

    individualizada. Foram comparados a partir dos gráficos, o consumo mensal e a taxa

    de tarifa emitida pela EMBASA, utilizando a tabela da concessionária do valor da tarifa

    correspondente ao volume utilizado sem a taxa de esgoto.

    Tabela 3: Tarifas para sistema de abastecimento de água em prédios públicos

    Fonte: Embasa, 2019

    E, por fim, os resultados encontrados das contas vinculadas a concessionária,

    foram comparados entre si e posteriormente foi analisada a situação financeira dos

    dois sistemas de medição. Também foi realizada uma avaliação qualitativa quanto à

    redução do consumo.

  • 38

    5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

    Esta etapa mostra os resultados obtidos no estudo realizado. A partir destes,

    foi feita uma análise sobre o comportamento do consumo de água na UFRB, onde

    constatou-se que o campus ainda utiliza medição coletiva.

    5.1 CARACTERIZAÇÃO DAS DUAS UNIDADES ACADÊMICAS

    5.1.1 Informações do atual sistema de medição de água

    O atual sistema de medição de água é bastante desregulado. Avaliando

    especificamente duas unidades acadêmicas da UFRB, o Laboratório das Engenharias

    e o Setor de Ciências Biológicas, é possível observar, como mostra a Figura 8, a falta

    de controle do consumo individualmente de cada prédio, pois é estruturado com

    apenas um hidrômetro para as duas unidades. O funcionamento do LE e SB ocorre

    há mais de 6 anos.

    Figura 8: Localização do HD em relação às unidades abastecidas

    Fonte: Google Earth, 2019

  • 39

    5.2 CONSUMO DE ÁGUA NAS DUAS UNIDADES ACADÊMICAS COM O

    SISTEMA DE MEDIÇÃO COLETIVA

    5.2.1 Avaliação do consumo de água anual

    O histórico de consumos mensais registrados junto a EMBASA no Laboratório

    de Engenharia e Setor de Ciências Biológicas são expostos nos Gráficos 3, 4 e 5, nos

    períodos de 2016, 2017 e 2018, respectivamente.

    Gráfico 3: Consumo de água do LE e SB em 2016

    Fonte: UFRB; NUMAM, 2019.

  • 40

    Gráfico 4: Consumo de água do LE e SB em 2017

    Fonte: UFRB; NUMAM, 2019.

    Gráfico 5: Consumo de água do LE e SB em 2018

    Fonte: UFRB; NUMAM, 2019.

    Assim como consta nas planilhas fornecidas pelo Núcleo de Meio Ambiente

    (NUMAM) da UFRB, é possível observar no Gráfico 3 no ano de 2016, que no mês de

  • 41

    junho constou como consumo zero devido a mudança de hidrômetro no local do mês

    em questão. No ano de 2016 é possível analisar também que o período letivo

    correspondeu aos meses de março a julho e setembro a dezembro, o que explica no

    gráfico os maiores índices de consumo nesse período, devido ao alto fluxo de pessoas

    nas duas unidades. No mês de novembro é notada uma discrepância significativa,

    possuindo o maior índice de consumo durante todo o ano de 2016, correspondendo a

    78m³, podendo ser ocasionado por algum tipo de vazamento, porém, corrigido logo

    em seguida, pois no mês posterior esse número diminuiu para 30m³. Importante

    ressaltar que no período de 24 de outubro a 15 de dezembro, houve greve na

    Universidade, fazendo com que todas as atividades das unidades fossem paralisadas;

    no entanto, o índice de consumo deste período foi maior, o que pode ser explicado

    por possíveis vazamentos ou funcionamento dos setores de pesquisa/extensão.

    No ano de 2017, é possível analisar que o consumo do ano foi elevado em

    todos os meses comparados aos dos anos de 2016 e 2018, o que pode ter ocasionado

    por um maior fluxo de atividades ou desperdício de água gerada por algum

    equipamento nas unidades. Além disso, o mês de janeiro apesentou um valor de

    250m³, coincidindo com o período letivo, mas sendo bastante elevado quando se trata

    do histórico do consumo das unidades.

    Avaliando o gráfico que corresponde ao ano de 2018, foi o mês de setembro,

    período de recesso letivo, que mostrou o maior valor de consumo durante todo o ano;

    superior aos meses letivos (de fevereiro e março, maio a agosto e outubro a

    dezembro). Isto pode ter sido ocasionado por alguma atividade de Pesquisa ou de

    Extensão nas unidades durante as férias, ou até mesmo vazamento.

    5.2.2 Situação financeira: tarifa cobrada pela concessionária

    Com a falta do sistema de medição individualizada, as tarifas correspondentes

    ao volume consumido apresentaram valores elevados. A EMBASA possui uma

    metodologia como mostra no item 4.4, porém com valores alterados de acordo com o

    ano avaliado, para emitir as contas vinculadas ao consumo, possuindo uma relação

    de volume consumido com a tarifa cobrada. A UFRB não paga o serviço de esgoto da

    concessionária. Importante ressaltar que os respectivos valores correspondem

  • 42

    apenas ao consumo das unidades, não estão inclusas outras tarifas como, juros,

    impostos, entre outros.

    Tabela 4: Média mensais das unidades (conta água/esgoto)

    Fonte: NUMAM, 2019

    Os valores da conta são bastante diferentes ano a ano; observou-se que no

    decorrer dos anos, os valores aumentaram, gerando ainda mais gastos nesse setor.

    O consumo no ano de 2017 foi maior que do ano de 2018, porém, o valor da conta de

    2018 foi ainda maior que o de 2017, isso por conta do aumento anual das taxas da

    Concessionária.

    5.3 PREVISÃO DO CONSUMO DAS DUAS UNIDADES COM O SISTEMA DE

    MEDIÇÃO COLETIVA

    No próximo passo foi realizada a estimativa do consumo das duas unidades.

    Aplicando-se a Metodologia 1, foi possível obter o valor do consumo do ano de 2019

    previsto diante do sistema de medição que a UFRB já possui.

  • 43

    Gráfico 6: Previsão do consumo das duas unidades

    Fonte: próprio autor, 2019

    De acordo com o calendário acadêmico, os meses de janeiro, março e agosto

    não terão aulas, o que acarretou na diminuição do consumo, comparados aos outros

    meses que tiveram suas atividades normalmente.

    Comparada aos anos anteriores, a tendência do consumo será aumentar, de

    acordo com a estimativa, fazendo com que as tarifas emitidas pela concessionária

    seja alta, como mostra a Tabela 5:

    Tabela 5: Média mensais das unidades 2019 (conta água/esgoto)

    Fonte: próprio autor, 2019

    Foi observado que houve aumento na conta comparado à do ano de 2018,

    analisado anteriormente, pois, foi utilizada a nova tabela de tarifa que a EMBASA

    estipula anualmente, para realizar as contas que seriam emitidas.

  • 44

    5.4 PREVISÃO DO CONSUMO DAS DUAS UNIDADES COM O SISTEMA DE

    MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA

    5.4.1 Consumo anual do LE e SB

    Para poder comparar o consumo com os dois tipos de sistema (coletivo e

    individualizado), foi calculada a estimativa do consumo, caso o sistema de medição

    fosse individualizado. Logo, aplicando-se a Metodologia 1, foi possível obter o valor

    do consumo do ano de 2019 previsto diante de um novo sistema.

    Gráfico 7: Previsão de consumo do LE

    Fonte: próprio autor, 2019

  • 45

    Gráfico 8: Previsão de consumo do SB

    Fonte: próprio autor, 2019

    Os valores correspondentes aos gráficos 7 e 8, relatam o mesmo valor de

    consumo quanto a medição coletiva; no entanto, a individualização das medições

    promove a possibilidade da análise dos problemas e das demandas dos edifícios,

    separadamente. Com essa análise individual dos gráficos acima, nota-se claramente

    que o consumo do prédio da Biologia é bem inferior ao das Engenharias.

    5.4.2 Situação financeira: tarifa cobrada com o novo sistema

    Com a estimativa do consumo no sistema de medição individualizada, foi

    possível calcular as tarifas cobradas pela EMBASA, com a ajuda da Tabela 3,

    encontrada no item 4.4, apenas referente ao consumo, sem acréscimos de outros

    tipos de taxas, como o serviço de esgoto.

  • 46

    Tabela 6: Médias mensais da unidade LE

    Fonte: próprio autor, 2019

    Tabela 7: Médias mensais da unidade SB

    Fonte: próprio autor, 2019

    A implantação do SMI é importante, pois foi possível analisar separadamente

    cada ponto de consumo, possibilitando um acompanhamento mais eficaz quanto a

    demanda de cada unidade e a diferença nas taxas de tarifas. Um exemplo, seria o

    mês de Janeiro no prédio do Laboratorio das Engenharia e o Setor de Ciências

    Biologicas, o qual obteve uma estimativa de 21,6m³ e 8m³, respectivamente. Para

    cada unidade foi calculado o valor que seria pago pelo consumo, chegando a um valor

    aproximado de R$306 e R$89,2, respectivamente, o qual somados totalizam o valor

    de R$395,2.

    Para a mesma situação, porém utilizando-se o sistema de medição coletiva,

    obteve-se o valor de R$459,2. A explicação encontra-se no item 5.3, o qual mostra

    que em casos de medições coletivas, com a junção dos volumes de água consumidos,

    a conta de água/esgoto será maior, pois seguirá o critério da Tabela 3, estabelecido

    pela concessionária.

  • 47

    6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Este estudo apresentou um levantamento de dados do consumo das duas

    unidades acadêmicas do campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia: o

    Laboratório das Engenharias e o Setor de Ciências Biológicas. Foi um trabalho

    introdutório no que diz respeito à implantação de um sistema de medição

    individualizado, construindo uma análise de como seria viável a adoção desse novo

    método de medição no campus.

    Portanto, algumas considerações foram tomadas para cada etapa da

    execução do trabalho:

    Quanto à avaliação do consumo de água referente aos anos de 2016, 2017 e

    2018, é possível concluir que há uma discrepância significativa em vários meses. Em

    algumas situações, foram períodos em que as unidades não estavam exercendo suas

    atividades normalmente, pois não correspondiam aos dias letivos; este foi o caso do

    mês de setembro, o qual apresentou o maior índice de consumo no ano de 2018. A

    explicação pode ser algum tipo de vazamento ou atividades extras de pesquisa/

    extensão, aonde possa ter havido circulação de servidores e discentes.

    Quanto à estimativa de consumo para os dois tipos de sistema de medição,

    individualizada e coletiva, os valores correspondentes a previsão do volume

    consumido do Laboratório das Engenharias e do Setor de Ciências Biológicas,

    mostraram-se elevados, pois a metodologia da SABESP, de acordo com a NTS 181,

    considera 50 litros de água por pessoa, o que passa a ser um valor acima do comum,

    pois não é todo dia que uma pessoa vai consumir essa quantidade de água. No

    entanto, a SABESP extrapola esse número para que o sistema não fique

    subdimensionado. Portanto, o consumo encontrado pela metodologia será um pouco

    mais elevado que o consumo real das unidades.

    Quanto à comparação do consumo estimado diante de dois sistemas distintos,

    não houve tanta diferença nos valores do consumo, mas possibilitou um

    acompanhamento individual da demanda de cada unidade, o que no sistema de

    medição coletiva é impossível, pois mede o volume de água consumido apenas com

  • 48

    um medidor, acarretando em problemas como falta de informações necessárias para

    reparação de possíveis vazamentos.

    Quanto à comparação do valor pago a concessionária, na medição

    individualizada, foi possível notar a diminuição na conta água/esgoto, o que

    correspondeu a uma diferença de R$2.514 anual, comparada com o sistema de

    medição coletiva. Esse valor pode ser relativamente baixo, mas se for estender para

    todas as unidades do campus, o valor irá aumentar, o que consequentemente, a

    economia com a adoção do SMI será ainda maior. Vale ressaltar, que não está incluso

    o serviço do esgoto, o que corresponderia 80% a mais do valor da conta, fazendo com

    que o custo nesse setor seja bastante elevada.

    Essa pesquisa abordou o sistema de medição individualizado pelo lado da

    situação financeira e meio ambiente. É importante que se façam mais estudos nessa

    área, pois as pesquisas contribuem para a sociedade; neste caso a compreensão da

    importância do sistema de medição individualizada.

  • 49

    7 REFERÊNCIAS

    BAHIA (Estado). Lei Nº 7.780 de 21 de dezembro de 2009. Disponível em

    https://pergunteaosindico.files.wordpress.com/2015/06/lei-7-780-de-2009-

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    graduação – Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais, 2010.

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    2004.

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    racionalização do uso da água em instalações de empreiteiras: caso refinaria

    Landulpho Alves de Mataripe. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal da

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    água em edifícios. Dissertação (Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de

    São Paulo, São Paulo, 1999.

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    Trabalho de conclusão de curso – Universidade Federal da Bahia, Bahia, 2015.

  • 50

    SANTOS, Luiz Carlos Alcântara. Gestão da Água em Edificações Publicas: a

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    Dissertação (mestrado) - Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, Bahia,

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    – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Bahia 2017.

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