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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA
ESCOLA DE MÚSICA
ANTONIO RENATO DA SILVA
O ENSINO PARTICULAR DO VIOLÃO:
relatos de experiências
NATAL-RN 2013
ANTONIO RENATO DA SILVA
O ENSINO PARTICULAR DO VIOLÃO:
relatos de experiências
Monografia apresentada ao curso de Licenciatura em Música da UFRN como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Música.
Orientador: Prof.º Dr. Ezequias Oliveira Lira.
NATAL-RN 2013
ANTONIO RENATO DA SILVA
O ENSINO PARTICULAR DO VIOLÃO:
relatos de experiências
Monografia apresentada ao curso de Licenciatura em Música da UFRN como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Música.
Aprovada em: ___/___/___
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________ PROF.º DR. EZEQUIAS OLIVEIRA LIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (ORIENTADOR)
_________________________________________________________ PROF.º MS. TICIANO MACIEL D´AMORE
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (MEMBRO DA BANCA)
__________________________________________________________ PROF.º DR. JEAN JOUBERT FREITAS MENDES
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (MEMBRO DA BANCA)
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente á Deus por me dar saúde, esperança e muita força de
vontade para enfrentar os desafios todos os dias e seguir em frente na minha caminhada,
superando vários obstáculos de diversos níveis.
Em seguida, agradeço de coração á toda minha família, que é a fonte da minha
vida e razão das minhas conquistas, proteção de meus valores de caráter e simplicidade, que
me apoiou o tempo todo, acreditou em cada passo da minha vida e que, mesmo distante,
esteve sempre torcendo por mim.
Ao meu amor Elizângela, que mesmo distante, esteve sempre ao meu lado, me
dando forças e esperança em minha caminhada, me fazendo acreditar em cada passo,
ajudando-me á superar cada obstáculo que eu enfrentava todos os dias da minha vida.
Além de toda ajuda e honestidade dos meus amigos Erivan, Rondinelly, Genésio e
Elizabeth. Também aos outros amigos que estiveram comigo em minha caminhada,
acompanhando minha trajetória e torcendo por mim.
Ao orientador desse trabalho Prof.º Dr. Ezequias Oliveira Lira, pela paciência e
compreensão.
Ao meu orientador da turma 2009.1, Prof.º MS. Ticiano Maciel D´Amore, por me
auxiliar em alguns momentos importantes do curso.
Como também aos outros amigos e amigas do coral da AMBEP-Natal/RN, que
presenciaram um pouco da minha batalha até aqui.
“Para se tornar um bom músico é necessário um
pouco de talento e inspiração, muito estudo e
perseverança, humildade para reconhecer as suas
deficiências e muito esforço e paciência para vencê-
las.”
Med (1996, p. 397).
RESUMO
O presente trabalho tem o objetivo de apresentar uma experiência sobre as aulas
particulares de violão que ministrei e participei como professor e aluno particular
respectivamente, na cidade do Natal-RN desde 2002, tendo ainda a finalidade de investigar o
processo de ensino-aprendizagem entre professores e alunos que observei durante 10 anos,
acompanhando e questionando esse tipo de prática pedagógica. A metodologia utilizada
aconteceu por observações, que ocorreram progressivamente até o final de 2012, através de
contatos e observações feitas com professores e alunos do ensino particular do violão nessa
capital, mediante relatos pessoais de suas próprias experiências de atuações na área do ensino
particular desse instrumento, além de considerar minhas práticas de ensino e aprendizagem do
violão particular nessa cidade como requisito principal. Constatando e fazendo com que, não
só os professores, mas também toda comunidade dessa cidade, saibam como acontecem as
aulas particulares do violão em Natal-RN e percebam a importância dessa modalidade de
ensino-aprendizagem no contexto da educação musical.
Palavras-chave: Ensino. Violão. Professor. Aluno. Particular.
ABSTRACT
This paper aims to show a reflection on the guitar private lessons I taught and
participated as a private teacher and student respectively, in the city of Natal-RN since 2002,
and also the purpose of investigating the process of teaching and learning among teachers and
students who watched for 10 years, following and questioning this kind of pedagogical
practice. The methodology happened observations, which occurred toward the end of 2012,
through contacts and observations with teachers and pupils in particular the guitar in this
capital, through personal accounts of their own experiences of performances in teaching this
particular instrument , besides considering my teaching practices and learning the guitar in
this particular city as main requirement. Acknowledging and making not only teachers, but
also the entire community of that city, they happen to know the guitar private lessons in
Natal-RN and realize the importance of this mode of teaching and learning in the context of
music education.
keywords: Teaching. Guitar. Teacher. Student. Private.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Postura correta de apoiar o violão....................................................................... 30
Figura 2 – Posições do antebraço, da mão e dos dedos da mão direita no violão................ 31
Figura 3 – A mão direita e suas respectivas letras indicativas............................................. 32
Figura 4 – Exercício 1 para mão direita................................................................................ 32
Figura 5 – Os dedos da mão direita e suas respectivas cordas no violão............................. 32
Figura 6 – Exercício 2 para mão direita................................................................................ 33
Figura 7 – Exercício 3 para mão direita................................................................................ 33
Figura 8 – Exercício 4 para mão direita................................................................................ 34
Figura 9 – Exercício 5, arpejos............................................................................................. 34
Figura 10 – O uso da palheta no violão................................................................................ 35
Figura 11 – A mão esquerda e seus respectivos números indicativos.................................. 36
Figura 12 – Exercício 1 para mão esquerda.......................................................................... 36
Figura 13 – Exercício no braço do violão para iniciantes sendo feito.................................. 37
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 9
2 A FORMA DE ENSINO.............................................................................................. 11
3 O VIOLÃO.................................................................................................................... 14
4 O PROFESSOR DE VIOLÃO..................................................................................... 17
4.1 AS METODOLOGIAS DE ENSINO.......................................................................... 18
4.2 O PROFESSOR AUTODIDATA................................................................................ 20
5 O ALUNO...................................................................................................................... 24
6 UMA AULA PARTICULAR DE VIOLÃO............................................................... 27
6.1 DESENVOLVIMENTO DA AULA........................................................................... 29
6.1.1 Explicação das partes............................................................................................. 29
6.1.1.1 Onde sentar............................................................................................................ 29
6.1.1.2 Como sentar........................................................................................................... 30
6.1.1.3 Colocação do violão............................................................................................... 30
6.1.1.3.1 Pontos de apoio.................................................................................................. 30
6.1.1.4 Mão direita............................................................................................................. 31
6.1.1.4.1 Exercícios............................................................................................................ 31
6.1.1.4.2 Dedilhados.......................................................................................................... 33
6.1.1.4.3 Arpejos................................................................................................................ 34
6.1.1.4.4 Batida ou ritmo................................................................................................... 34
6.1.1.5 Mão esquerda......................................................................................................... 35
6.1.1.5.1 Exercícios............................................................................................................ 35
6.1.1.5.2 Sequência de nota no braço do violão................................................................ 36
6.1.1.5.3 Acordes básicos (sem pestana)........................................................................... 37
6.1.1.5.4 Sequência de acordes básicos............................................................................. 37
6.1.1.5.5 Acordes com pestana.......................................................................................... 38
6.2 A ESCOLHA DO REPERTÓRIO............................................................................... 38
6.3 A INTERFERÊNCIA DO ALUNO NO REPERTÓRIO............................................ 41
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 44
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 45
9
1 INTRODUÇÃO
Baseado em minhas atuações como professor particular de violão na cidade do Natal-
RN, considero importante este tipo de prática pedagógica. O fato de o violão possuir a
característica de dialogar com diversos estilos musicais, possibilitou desenvolver um processo
educativo com maior leque de possibilidades em diversas faixas etárias, classes sociais e
ambientes. A metodologia para realização desse trabalho fundamentou-se em minhas
experiências e atuações como professor particular de violão durante 10 anos na cidade do
Natal-RN, e ainda alguns meses atuando também no assentamento Aracatí (região do mato
grande, pertencente à cidade de Touros-RN) e Planaltina-DF. Também se observou atuações
de outros professores que trabalham como professor particular de violão. Segundo minhas
experiências como professor particular, as aulas particulares desse instrumento em Natal-RN
acontecem em diferentes ambientes, com os mais variados tipos de repertórios e uma faixa
etária bem diversificada, atraindo principalmente os jovens, porém há um bom número de
idosos que frequentam essas aulas.
Nesse trabalho, pretendo relatar as minhas experiências como professor particular de
violão, para tanto, procederei da seguinte forma. No primeiro momento buscarei relatar a
forma de ensino buscando apresentar que o ensino particular do violão se enquadra na
categoria de educação não formal. No segundo capítulo busco mostrar um pouco da história
do violão aqui no Brasil, para mostrar ao aluno a sua forma física, esteticamente falando, para
que passe a conhecer melhor o instrumento de trabalho, envolvendo o aluno no contexto da
importância da aprendizagem e do significado que tem esse instrumento para um violonista.
Já no terceiro capítulo, atento para falar um pouco do professor de violão, referindo-me ao
professor particular que atua em Natal-RN, mostrando um pouco de suas particularidades
como algumas de suas características e metodologias adotadas. Nesse mesmo capítulo, falo
também do professor autodidata, para mostrar mais um tipo de professor particular que atua
no ensino do violão em Natal-RN. Em seguida, falo do aluno particular, para mostrar um
pouco da disparidade que constam, algumas de suas características, faixa etária e a
importância dessa prática pedagógica em suas aprendizagens musicais. E no quinto e último
capítulo, exemplifico uma aula bem simples de violão para um aluno iniciante, com intenção
de mostrar como seria um tipo de aula para um determinado tipo de aluno, exemplificando
com algumas figuras, ilustrando ao que se fala na aula, deixando a aula bem mais simples
para o entendimento do aprendiz. Nesse capítulo, ainda falo sobre a questão da escolha do
10
repertório, deixando claro, a importância que tem esse quesito para a aula particular do violão,
mencionando cinco tópicos para facilitar o trabalho do professor na hora da escolha do
repertório e finalizo esse capítulo falando da interferência do aluno no repertório, citando
alguns fatores importantes de ser considerado pelo professor e alguns tipos de influências
adquirida por alguns alunos particulares de violão em Natal-RN, fazendo com que a escolha e
a decisão de usar determinado tipo de repertório seja um fator determinante para uma
aprendizagem musical qualitativa do aluno particular de violão. Todo o argumento
mencionado foi escrito sempre me baseando em experiências de alguns professores e
principalmente, nas minhas atuações como professor particular desse instrumento.
11
2 A FORMA DE ENSINO
A educação musical é bastante diversificada em suas práticas e formas de ensino,
assim como o ensino particular de violão, que existem diferentes maneiras, práticas e formas
de atuar com esse instrumento no contexto musica educacional. A educação citada refere-se á
educação extraescolar, que vai além do ambiente escolar e que acontece de maneira global,
em vários ambientes que façam acontecer o ensino de forma intencional e que faz parte do
ensino e aprendizagem do violão particular na cidade do Natal-RN. Segundo Gohn (2006) a
educação é dividida em três tipos: a educação formal, a informal e a não formal.
Gohn (2006, p. 28) também fala à respeito do tipo de educação que nos interessa nesse
trabalho, que é a educação não formal. Esse tipo de educação realiza-se por meio de: “[...]
processos de compartilhamento de experiências, principalmente em espaços e ações coletivas
cotidianas”.
Gohn (2003, p. 25) fala sobre o surgimento da educação não formal no Brasil, dando
início á esse processo de ensino-aprendizagem:
No Brasil, a ausência de uma cultura de educação musical regular nas escolas é um fato, uma realidade que força os pais interessados em que seus filhos aprendam música à procurar vias alternativas. Surge a partir daí a tradição não formal do estudo [...], em conservatórios ou com professores particulares, ou através de processos de auto-aprendizagem.
É nesse contexto que introduz o ensino particular, em especial, o ensino do violão.
Assim, Gohn (2006, p. 29) afirma que nessa forma de educar:
Os espaços educativos localizam-se em territórios que acompanham as trajetórias de vida dos grupos e indivíduos, fora das escolas, em locais informais, locais onde há processos interativos intencionais (a questão da intencionalidade é um elemento importante de diferenciação).
Portanto, a educação não formal acontece em ambientes informais, como a casa do
aluno ou a casa do professor particular, ou outro ambiente que seja adequado para ocorrer
esse tipo de prática de ensino, frisando sempre a questão da intencionalidade, gerando assim o
processo de ensino-aprendizagem do violão particular.
Gohn (2006, p. 29) ainda expõe que:
12
[...] ocorre em ambientes e situações interativos construídos coletivamente, segundo as diretrizes de dados grupos, usualmente a participação dos indivíduos é optativa, mas ela também poderá ocorrer por forças de certas circunstâncias da vivência histórica de cada um. Há na educação não formal uma intencionalidade na ação, no ato de participar, de aprender e de transmitir ou trocar saberes.
Um fato importante de considerar nessa modalidade de ensino é que as duas partes têm
a intencionalidade de participar e querer aprender, ou seja, tanto o professor quanto o aluno
querem interagir na aula, um ensinando e o outro aprendendo, ou vice-versa, gerando a troca
de saberes, uma vez que houve um acordo entre as duas partes, professor e aluno para a
realização das aulas particulares de violão.
Falando ainda da educação não formal, Gohn (2006, p. 28), discorre sobre a
importância dessa modalidade de ensino, mencionando que:
A educação não formal designa um processo com várias dimensões tais como: a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos; a capacitação dos indivíduos para o trabalho, por meio da aprendizagem e exercício de práticas que capacitam os indivíduos a se organizarem com objetivos comunitários, voltadas para a solução de problemas coletivos cotidianos; a aprendizagem de conteúdos que possibilitem aos indivíduos fazerem uma leitura do mundo do ponto de vista da compreensão do que se passa ao seu redor; a educação desenvolvida na mídia e pela mídia, em especial a eletrônica etc.
Entende-se que a educação musical poderá ser aplicada nesses três tipos de educação:
a formal, a não formal e a informal. Para Libâneo et al (1996, p. 39) essas três formas de
ensino poderiam se confrontar e ao mesmo tempo se igualarem entre suas teorias e práticas.
Assim ele propõe:
O relacionamento da prática vivida com o saber institucionalizado resultaria numa ruptura, no sentido de constatar a prática real, confrontando o que é visto na escola, formalmente, com o que é realizado fora dela. Esse confronto seria o resultado da uniformidade entre a teoria e a prática, entre o formal, não formal e informal.
Só esclarecendo mais uma vez que, o ensino particular do violão se enquadra na
educação não formal e caracterizando esse tipo de educação, visto que:
A educação não formal tem outros atributos: ela não é, organizada por séries/idade/conteúdos; atua sobre aspectos subjetivos do grupo; trabalha e forma a cultura política de um grupo. Desenvolve laços de pertencimento. Ajuda na construção da identidade coletiva do grupo (este é um dos grandes destaques da educação não formal na atualidade); ela pode colaborar para o desenvolvimento da auto estima e do empowerment do grupo, criando o que alguns analistas denominam, o capital social de um grupo. Fundamenta-se no critério da solidariedade e
13
identificação de interesses comuns e é parte do processo de construção da cidadania coletiva e pública do grupo. (GOHN, 2006, p. 30).
Obviamente, a educação não formal não teria esse caráter se não fosse considerado
que: “[...] o grande educador é o ‘outro’, aquele com quem interagimos ou nos integramos”
(GOHN, 2006, p. 29). Além da questão da intencionalidade de trocar saberes.
O termo educação citado neste trabalho tem um sentido mais amplo, que vai além da
educação formal, não formal ou informal. Ficando evidente que essas formas de educar
formam um conjunto necessário á sociedade, em termos de organização e também para situar
as aprendizagens.
Também fica nítido que o ensino particular de violão pertence ao ensino não formal,
como já foi dito anteriormente, e que o ensino desse instrumento poderá ser individual ou
coletivo, mas será sempre não formal, justamente por suas características próprias no âmbito
educacional nesse contexto do ensino-aprendizagem citado nesse trabalho.
Ressaltando que o ensino particular de violão propriamente dito, nem sempre
necessariamente quer dizer que será individual, com a presença apenas de um aluno e o
professor na sala. Geralmente, na maioria das vezes as aulas particulares de violão são
realizadas em grupos, ou seja, como se fosse uma turma de alunos em uma sala de aula de
uma instituição de ensino qualquer, só que nesse caso, os alunos são em quantidade menor e
as aulas com horários bem reduzidos ou sem hora exata para terminar.
14
3 O VIOLÃO
Antes de começar o discurso sobre as aulas particulares e seus pontos principais, é
necessário conhecer um pouco da história do violão aqui no Brasil, pois será de fundamental
importância conhecer o instrumento sobre o qual, será pesquisado e estudado suas
metodologias e aplicabilidades no ensino particular não formal em Natal.
Primeiramente, é interessante começar falando do próprio violão como instrumento
musical, sabendo que esse instrumento passou por algumas mudanças, tanto na forma de
expressar sonoridades, como também em sua estética, ao longo do tempo de seu surgimento.
Baseado nas afirmações de Dudeque (1994) e Taborda (2004), o violão, como é conhecido
aqui no Brasil, é um instrumento de cordas, com uma caixa geralmente feita de madeira, que
gera uma acústica facilitando a propagação do som. Possuem cordas de nylon ou aço, seu
corpo é oco e achatado, em forma de oito, e feito de vários tipos de madeiras diferentes. O
braço possui trastes que o tornam um instrumento temperado, ou seja, os trastes são colocados
em uma posição a fixar os 12 sons do sistema temperado, onde cada casa está separada por
um intervalo de um semitom. As versões mais comuns de violões possuem seis cordas, mas
há violões com outras configurações, como o violão de sete cordas e o violão baixo, também
conhecido como baixolão, com 4 cordas, afinadas uma oitava abaixo das 4 cordas
mais graves do violão. Depois de ter sua forma atual estabelecida, o violão tornou-se um
instrumento essencialmente urbano e o favorito para o acompanhamento da voz.
Segundo Taborda (2004) o violão foi trazido pelos portugueses no início do século
XVI, na forma de viola de arame. A mesma autora ainda acrescenta que, segundo alguns
outros autores, o violão brasileiro nos últimos cem anos, passa por uma sensível
transformação de proporções sem precedentes em suas práticas musicais, se comparado a
outros instrumentos. Mas, para Castagna e Schwarz (1993, p. 190), “[...] 1916 é [o ano em
que o violão começa a ser aceito no país, como instrumento solista e de concerto]”.
Desde sua chegada ao Brasil, o violão passou por diversos momentos marcantes e
importantes no meio musical. Baseado no estudo feito por Dudeque (1994), deve-se lembrar
de que nem sempre o violão foi visto com bons olhos, chegando á ter uma má fama,
justamente por ser usado basicamente na música popular e pelo povo. Naquela época, quem
tocava violão era tido como vagabundo. E isso durou vários anos, até que, com o passar do
tempo e a genialidade de grandes violonistas brasileiros, entre eles: Heitor Villa-Lobos,
Garoto, João Pernambuco, Canhoto, Dilermando Reis, entre outros; mudou toda essa má fama
15
que o violão trazia, tornando-se um dos instrumentos mais populares do país e fazendo parte
de concertos.
Taborda (2004, p. 1) fala também da importância do violão na cultura brasileira:
O instrumento difundiu-se, estranhando-se em todos os setores da cultura brasileira. Tornou-se desde os primeiros tempos da colônia até hoje, o fiel depositário das emoções e criações do nosso povo: um acervo vivo e pulsante. Esteve presente tanto nas manifestações das camadas mais humildes da população, quanto nas vivências dos mais requintados grupos das elites econômicas, políticas e intelectuais.
Taborda (2007, p. 62) ainda afirma que, a vinda do violão para o cenário brasileiro, foi
tão importante na nossa cultura que: “[...] [comporia o imaginário nacional através das mais
variadas expressões musicais, da] modinha colonial á Bossa Nova, das românticas serenatas
do interior á explosão da Tropicália e do Rock.”
A utilização desse instrumento na música é fundamental não só pela sua versatilidade
harmônica ou melódica, como também pela sua popularidade. De acordo com Taubkin (2007,
p. 23) “em nenhum lugar do mundo o violão é tão bem tratado quanto aqui no Brasil”.
Na sociedade de hoje, não é difícil encontrar alguém querendo aprender a tocar violão.
Quase todos os jovens sonham em um dia aprender a tocar esse instrumento. O violão é na
verdade, um dos instrumentos mais cobiçados e mais praticado em diversos lugares e regiões
do país, além de ser um dos instrumentos mais populares, principalmente nos últimos tempos.
Castagna e Antunes (1994, p. 37), defendem que o violão teve certa evolução e com
isso, passou á ser mais utilizado: “Um dos aspectos mais interessantes da música brasileira no
século XX, é a evolução de um violão despretensioso e marginalizado, para o instrumento
mais utilizado na música erudita ou popular, em qualquer classe social, como acompanhador
ou solista.”
Talvez, sua forma encantadora e leve, com manutenção barata e preço acessível para
quase todas as classes sociais em muitos lugares do país, além da facilidade do manuseio,
possa explicar a tamanha cobiça e interesse por esse instrumento tão especial, tornando-o um
dos instrumentos mais utilizado.
Caminhando pelo centro da cidade do Natal, especificamente na Avenida Rio Branco,
podem-se encontrar muitas bancas de revistas e jornais espalhadas pela cidade e em quase
todas elas podem ser encontradas revistas de músicas populares cifradas em vários estilos
musicais. Talvez esse seja um dos incentivos que podem ser considerados para a
popularização do violão e o interesse pela sua aprendizagem na cidade do Natal.
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Vieira (2009, p. 14) discorre em seu trabalho de pós-graduação que, o interesse pela
aprendizagem do violão foi devido: “a proliferação de material editado em bancas de revistas
com o repertório das bandas e artistas favoritos e a disponibilidade de sites especializados
em letras cifradas na internet, contribuíram definitivamente para a popularização do violão e
sua aprendizagem”.
Para algumas pessoas que não conhecem; o violão pode ser apenas um pedaço de
madeira ou um objeto qualquer, mas para quem conhece esse instrumento e entende, consegue
traduzir o que na verdade seria o violão.
É o caso do grande violonista Zanon (2003)1 que descreve intimamente sobre o seu
instrumento musical, falando de uma maneira impa do que seria o violão:
O violão é um instrumento de possibilidades infinitas, onde o fator humano é encontrado em doses generosas: o atrito dos dedos contra as cordas, o fato do intérprete segurá-lo de encontro ao coração, a capacidade de cantar com múltiplas vozes e multifacetado colorido - tudo isso, numa escala íntima, misteriosa, como se fosse de um planeta menor e mais delicado que o nosso, faz com que ele seja, mais do que um mero produtor de sons, um veículo em que todo o ato de fazer música tome um caráter pessoal.
Seguindo ainda com suas palavras, Zanon (2003)2 complementa sua visão como
violonista: “Cada vez mais sinto que os grandes violonistas, não importa o tamanho do
público num concerto, tocam como se estivessem se dirigindo somente a uma pessoa, fazendo
uma declaração íntima e intransferível.”
Ainda nesse sentido, para o violonista Zanon (2003), fica claro que o violão não é um
objeto qualquer, pois, além de trazer emoções para uma sensível busca na música, é notável o
valor e a sua importância na vida das pessoas. Sua aplicabilidade no ensino particular é muito
importante, não só para quem quer conhecer um pouco mais desse instrumento, mas também
para quem pretende seguir e se inserir no meio musical mais profundo, em termos de
conhecimento teórico e prático.
O violão já é considerado por muitos como o instrumento mais popular do Brasil, mas
isso se deve ao fato de ser um instrumento de acompanhamento de canções, principalmente
para a música popular. Com isso, desperta interesses e inspira muitas pessoas á querer
aprender á tocar esse instrumento tão especial.
1Documento online não paginado. 2Documento online não paginado.
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4 O PROFESSOR DE VIOLÃO
Falar sobre mestre em performance ou educador musical de forma que inclua o
autodidata como uma das duas possibilidades citadas, especificando suas habilidades e
características próprias, não é fácil. É sabido que cada professor tem características próprias,
em termos de personalidade, especificidades em seus objetivos, ou seja, uma natureza própria
de saber qual caminho seguir e visões de mundo únicas, oportunidades e caminhos distintos
uns dos outros. Dessa forma, fica evidente a dificuldade apontada para falar do professor de
violão. Para algumas pessoas, só é considerado professor aquele que é formado em sua área
específica para ensino, mas isso não é a realidade do presente momento na cidade do Natal.
Há professores de diversos níveis de conhecimento com suas práticas específicas dando aulas
particulares de violão, seja em sua própria casa ou na casa do aluno.
Durante minha jornada e estadia na cidade do Natal, até mesmo quando dava aula
particular, ouvia sempre alguém dizer: “música não é uma boa carreira por que não dá
dinheiro, vou seguir outra área” (informação verbal)3. Muitos não sabem a diversidade de
caminhos e possibilidades de atuação no mercado de trabalho que tem um músico
instrumentista em performance ou um educador musical, o caminho é amplo. Aprender á
tocar violão é apenas o primeiro passo para a abertura desses novos horizontes.
Falando dos diversos caminhos de possibilidades na vida de um professor de violão,
seja ele instrumentista em performance ou educador musical, Aquino (2008, p. 14), diz o
seguinte:
A multiplicidade de possibilidades de atuação, tanto para o professor de música – em escolas de música, conservatórios, escolas de ensino regular, centros comunitários, no ensino particular, no magistério superior, entre outros - , quanto para o músico performer – regendo, compondo, tocando, gravando, produzindo, vendendo, etc. -, por vezes resulta em trajetórias multifacetadas.
Existem alguns professores que exercem um determinado tipo de teste com o aluno,
logo no seu 1° dia de aula. Segundo minhas experiências realizado para esse trabalho, o
professor avalia a performance do aluno como violonista para então ter uma ideia de como
definir seus planos de aula e quais os objetivos seguir com aquele aluno. Para com isso,
atingir suas metas e conseguir realizar um bom trabalho e melhor resultado com o mesmo.
Também serve para avaliar periodicamente o desempenho do aluno e como está sendo
3Informação fornecida por alunos durante as aulas, em Natal, em 2008.
18
desenvolvida sua aprendizagem. Por isso, a avaliação da performance é um dos assuntos mais
discutidos em música. (OLIVEIRA; TOURINHO, 2003; SANTOS, 2003; DEL BEN, 2003).
A avaliação em performance está compreendida como: 1) análise e interpretação da maneira pela qual o estudante toca o instrumento; 2) repertório musical durante a aula; e 3) os testes a que se submete periodicamente, segundo a visão do seu professor, com o objetivo de prover efetividade na instrução e na tomada de decisões educacionais. (OLIVEIRA; TOURINHO, 2003, p. 13).
Cada professor tem seu jeito de ser, agir e raciocinar, ou seja, cada educador tem seu
próprio mundo de experiências vividas, sua própria visão das coisas e também suas
conclusões. Ao ponto de vista e baseado no entendimento de Vieira (2009, p. 30), cada
professor tem uma cultura profissional diferente:
A noção de cultura profissional, construída a partir da leitura de autores como Caria (1999; 2007; 2008), Carrolo (1997), Dubar (2005) e Franzoi (2006; 2003), é entendida aqui como o conjunto de valores, atividades, interesses, destrezas e conhecimentos que definem e diferenciam os professores de violão, enquanto indivíduos constituintes de um grupo social que exerce uma determinada atividade. São portanto, os modos de ser e agir na profissão, característicos daqueles que, de forma remunerada, ministram aulas desse instrumento.
É ainda o professor, o responsável pela aprendizagem e a educação musical necessária
do aluno. Assim, nas palavras de Vieira (2009, p. 30) “ser professor de violão é absorver,
transformar, desenvolver e compartilhar significados profissionais comuns, construídos dentro
de definidos contextos históricos e sociais.”
4.1 AS METODOLOGIAS DE ENSINO
Os métodos de ensino, adotados por cada professor nas aulas particulares de violão em
Natal-RN são de modo geral, escolhidas com tais finalidades e com determinados objetivos á
ser alcançados. Essas finalidades e objetivos propostos vão depender de cada professor. Cada
um deles têm seus próprios métodos de ensino e aplicabilidades de conteúdos específicos.
Alguns começam ensinando músicas, por partituras, outros através de cifras e tablaturas,
outros seguem a metodologia dos números para mostrar a corda e a casa específica no braço
do violão. Há também aqueles que preferem o ensino através da improvisação, o aluno olha o
professor executando no violão e resolve acompanhar, fazendo o mesmo em seu instrumento,
ou o professor aplica vários exercícios, tanto para mão esquerda quanto para a mão direita,
19
enfim, são inúmeras possibilidades de passar músicas e ensinar técnicas para o violão.
Algumas metodologias adotadas por alguns professores funcionam muito bem, outras
requerem uma reciclagem ou até mesmo repensar algumas alternativas de ensino.
Alguns professores que ensinam violão particular em Natal utilizam métodos de
alguns violonistas consagrados, para o ensino desse instrumento. Outros preferem fazer uma
própria apostila contendo os conteúdos de sua escolha, baseado em algum método de violão
de outros autores. A escola do violonista espanhol Francisco Tárrega, destacou-se entre os
métodos mais utilizados pelos violonistas. Baseado nas minhas experiências, como professor
particular de violão, os métodos mais utilizados pelos professores de violão de modo geral,
estão baseados nas escolas de: Tárrega, Carcassi, Aguado, Sor e Villa-Lobos. Todos esses
estudos desses grandes violonistas fazem parte de uma série de materiais utilizados pelos
professores particulares de violão em Natal-RN, que cada vez mais, tentam passar para os
seus alunos todos aqueles conhecimentos contidos em seus materiais e aprendizagens de
outros mestres violonistas, além de passar também seus conhecimentos apurados durante suas
experiências como violonista, participando e assistindo apresentações e concertos de grandes
nomes do violão brasileiro, e também de fazer suas próprias apresentações em diversos
lugares. Tudo isso acarreta em uma bagagem satisfatória para criar e desenvolver seus
próprios materiais de estudo para violão.
Um bom exemplo citado por Dudeque (1994, p. 102), sobre a utilização do método de
Tárrega é o destaque que ele dá ao nome de Quincas Laranjeiras (Joaquim Santos), como
precursor do violão moderno no Brasil, pois este violonista “[...] se dedicou a ensinar o violão
pelo método de Tárrega.”
Existem métodos que trazem algumas técnicas violonísticas consideradas essenciais
ou básicas no aprendizado do instrumento. É o caso dos trêmulos, arpejos, escalas, ligados,
efeito de harmônicos, dedilhados, etc.
A improvisação também é uma técnica muito importante, mas muito utilizado no
choro. É muito comum se ouvir falar que a improvisação está diretamente ligada ao choro. E
para ser um bom chorão, ele deve possuir a capacidade e o domínio da improvisação.
Outro recurso utilizado na linguagem do choro é as baixarias, que são melodias
independentes que geralmente são executadas na região mais grave do instrumento. A
baixaria é executado pelo polegar da mão direita mediante um recurso técnico violonístico
chamado de movimento do polegar, com ou sem apoio e também pode ser com ou sem a
dedera (dedera é um objeto em forma de anel que é usado para aumentar a intensidade e a
20
qualidade do som das cordas graves do violão e é utilizado principalmente no violão de 7
cordas). A baixaria ainda, constitui a forma típica do acompanhamento harmônico do violão
chorístico. É também um recurso típico da linguagem encontrado para os ritmos do samba e
do choro. Esse recurso é típico do violão de 7 cordas, onde a baixaria enriquece a sonoridade
harmônica do violão, juntando suas melodias graves através de solos feitos nessa região do
instrumento.
4.2 O PROFESSOR AUTODIDATA
Durante meus trabalhos como professor particular de violão em Natal, nos anos de
2008, 2009, 2010 e 2011, conversando e presenciando o ensino-aprendizagem desse
instrumento, pude perceber que a maioria dos professores dessa capital um dia foram
autodidatas e outros ainda são. Muitos professores que começaram a dar aulas como
autoditada seguiram a carreira acadêmica, tornando professores de universidades ou outras
instituições, tomando rumos diferentes. Enquanto que, outros preferiram seguir com seus
métodos próprios, com influências de outros autores, violonistas, etc.
Harmoncourt (1998, p. 29) fala da formação dos músicos em épocas anteriores,
mostrando a relação entre aprendiz e mestre:
O músico formava aprendizes de acordo com a sua especialidade; quer dizer, havia uma relação entre aprendiz e mestre na música similar àquela que durante séculos, houve entre os artesãos. Ia-se a um determinado mestre para aprender com ele o “oficio”, sua maneira de fazer música. Tratava-se, antes de mais nada, de técnica musical: composição e instrumento; a esta acrescentava-se a retórica, a fim de se tornar a música eloqüente.
Como o próprio Harmoncourt (1998) descreve, a relação era mais direta e objetiva, o
aprendiz ia até o mestre para aprender técnicas musicais, que envolviam a composição e as
habilidades no instrumento.
Mas afinal, o que é ser autodidata? Ser autodidata não quer dizer que o professor não
possa fazer cursos em sua área específica, ou que não possa aprender também. Ser autodidata
é apenas aprender de maneira diferente. É passar seus conhecimentos com aquela certeza de
que funcionam e dão resultados. É aplicar o conteúdo com seus próprios métodos, ou seja,
ensinar de uma melhor maneira possível, com suas próprias metodologias para alçar seus
objetivos, buscando sempre aprender mais. “A figura do autodidata gera no estudante de
música, principalmente nos iniciantes, um fascínio muito grande. Eles são seduzidos pela
21
ideia, muito promovida pela crítica e pela sociedade, de que a formação orientada por um
professor pode ser dispensada.” (FERNANDES, 2008, p. 6). Por isso, o professor autodidata
deve ser um espelho para o aluno, mas sempre esclarecer ao aprendiz sobre a importância de
uma orientação de um professor para sua formação.
Fernandes (2008, p. 6), em seu trabalho de pesquisa, diz que, “segundo a definição
mais encontrada nos dicionários, o autodidata é aquele que não fez parte de uma escola de
música ou obteve aulas particulares com um professor.”
Desde que fique claro que, ninguém aprende algo sozinho, haja visto, ser necessário
sempre estar em contato com algo ou alguém para aprender. Nesse caso, vale ressaltar que o
autodidata é aquele que se instrui por conta própria e com seu esforço, sem o auxílio ou
participação decisiva de um professor.
Segundo ainda Fernandes (2008), em sua pesquisa sobre o autodidata em música,
concluiu-se que existem três tipos de autodidatas e classifica-os como: autodidata puro,
autodidata não puro e autodidata por observação. Conforme conclusões de sua pesquisa,
Fernandes (2008, p. 9) descreve que:
O autodidata puro é aquele que criou os próprios métodos e aprendeu com os próprios métodos, sem qualquer interferência externa e com total autonomia. É uma figura idealizada, inexistente. Não há como comprovar a sua existência. E o autodidata não puro apresenta características do autodidata puro, porém pode freqüentar aulas esporádicas ou observar em ocasiões não formais alguns mestres. Neste tipo há uma combinação entre o autodidatismo e o ensino informal. Já o autodidata por observação é aquele que aprende por imitação, por ensino a distância e participação nas práticas sociais, culturais e musicais, ou seja, no contato com a produção artística.
Nas pesquisas e observações realizadas no meio musical, especificamente no ensino
particular de violão, atuando como aluno e logo em seguida como professor na cidade do
Natal durante quatro anos, apenas constatei a presença de autodidatas não puros e autodidatas
por observação. Sendo que, essa ultima citada foi o mais encontrado.
Nos seus estudos sobre educação e cognição, Kastrup (2001, p. 220) situa a relação
professor-aluno, ou mestre-aprendiz, como “uma zona de vizinhança […], contágio e
propagação”. O professor é “um atrator de afetos”:
O atrator é uma função: define-se por seu poder de atrair, de arrastar consigo. Um companheiro pode desempenhar esta função, ou a própria matéria para os autodidatas. No caso de haver um professor, ele atrai para a matéria, e não para um saber pronto. Ele é alguém que exerce a função de conduzir o processo, a expedição a um mundo desconhecido, de fazer acontecer o contato, de possibilitar a intimidade, de acompanhar, e mesmo de arrastar consigo, de puxar. Não para junto
22
de si, mas para junto da matéria, para o devir da matéria, seguindo, acompanhando sua fluidez. (KASTRUP, 2001, p. 220).
É notado também que, sendo autodidata ou não, o que se dá é música do início ao fim,
ensaio e erro, observação e escuta, imersão num discurso musical, sendo afetado pelos
materiais e gestos expressivos (som, dedos nas cordas, contrastes de alturas, estancamento do
movimento rítmico, ideias que retornam e variam). Tudo isso pode acontecer, tanto nas aulas
particulares ou em algum ensaio de um grupo musical. Na relação professor-aluno, ambos são
atraídos para o devir (qualidade) da matéria. Portanto, porque não aprender música com um
professor autodidata, ou porque não ser um autodidata. Aprender faz parte de nossas buscas e
insistências no dia-a-dia. Para Libâneo et al (1996, p. 124) “há uma diversidade de práticas
educativas na sociedade e, em todas elas, desde que se configurem como intencionais, está
presente a ação pedagógica.”
Essas práticas vão além dos espaços destinados às aulas, vão além das próprias aulas.
Afinal, ensaiar e tocar com amigos permite que o estudante teste aquilo que aprende com seu
professor particular. A decisão de repertório, a necessidade de tocar bem e o compromisso
assumido entre amigos faz com que o estudante tenha mais responsabilidade para com o
instrumento e os conteúdos das aulas. Desse modo, acabam sendo geradas metas individuais,
que deverão ser superadas por cada estudante em acordo com seu professor.
Freire (1996, p. 30) diz que: “Ensinar exige respeito aos saberes do educando”. Pois
cada um de nós traz consigo mesmo experiências e conhecimentos de mundo únicas, e que de
certo modo, podemos compartilhar com alguém.
Por isso, sobre o professor instrumentista em performance, que exerce sua função na
noite, tocando em concertos ou fazendo parte de algum grupo musical, essa prática de
autodidatismo é muito comum. As aulas particulares de instrumento representam uma
significativa parcela das aulas realizadas nos contextos músicos-educacionais da atualidade e
devem ser reconhecidas por seu papel na formação musical dos indivíduos. Essas aulas se
caracterizam por ocorrer em espaços como a casa dos professores ou a casa dos alunos, ou
ainda em outro espaço escolhido em comum acordo entre professor e aluno e especificamente
preparado para essa prática. É um tipo de escola alternativa de música, onde os professores
não precisam ser concursados, pois sua competência docente é legitimada por sua atuação
como músicos. Sobre o assunto, Requião (2001, p. 98) diz:
O músico-professor é um profissional cuja formação foi orientada para o exercício de atividades artísticas na área da música. Sua atividade docente é colocada em
23
segundo plano, embora ela seja, freqüentemente, a mais constante e a que assegura uma remuneração regular. […] Na perspectiva dos alunos, a competência docente do músico-professor revela-se em seu desempenho artístico-musical, comprovado em situações de performance.
Na maioria dos encontros, em ambiente de estudo, como a casa do aluno ou a casa do
professor, ou ainda um estúdio, tem-se por base os gostos e ambições musicais que partem do
aluno. Os objetivos das aulas são construídos no processo interativo, gerando um processo
educativo, e as aulas se tornam possíveis devido a um acordo prévio entre educador e
educando, o qual poderá ser quebrado quando os interesses divergirem.
Para algumas pessoas, só apenas tocar um instrumento razoavelmente é o bastante,
mas para outras há sempre uma necessidade de buscar mais, aprendendo aquilo que é
fundamental para sua jornada como instrumentista em performance.
24
5 O ALUNO
Ferreira (1999, p. 110) define aluno como: “pessoa que recebe instrução e/ou educação
de algum mestre, ou mestres, em estabelecimento de ensino ou particularmente;”
Baseado nessas informações, devemos considerar que o aluno tem o dever de cumprir
seus exercícios e deveres passados pelo professor de violão. Tem a missão de adquirir
conhecimentos e fazer bom uso destes, além de poder planejar seu próprio futuro. É também o
aluno quem se interessa pela aprendizagem, estando sempre presente em todas as aulas
particulares de violão e é ele próprio quem tem o dever de interagir com o professor na aula,
tirando suas dúvidas e fazendo questionamentos, gerando assim, a produção do conhecimento.
Baseado em minhas experiências de professor particular de violão, afirmo que alguns
alunos de violão particular, já na primeira aula, vêm com alguma bagagem, ou seja, com
algumas habilidades importantes para um violonista, como é o caso da técnica de dedilhados,
da passagem de notas com facilidade, alguns tipos de batidas ou ritmos em tempos corretos,
postura adequada para tocar e/ou apoiar o violão e certa sensibilidade nos ouvidos, para
identificar alguns acordes ou até mesmo a diferença de acordes maiores dos menos e vice-
versa. Enfim, são diversos tipos de alunos que frequentam aulas particulares de violão na
cidade do Natal-RN.
Outra questão importante é a existência de alunos que têm dificuldades financeiras e
vem pra aula sem o instrumento, sem uma boa alimentação, sem condições de pagar seus
meios de transporte, mas mesmo assim, estão presentes em todas as aulas particulares. Nesse
caso, o professor tem que conseguir o violão e emprestar para o aluno, até que ele consiga
outro durante o período das aulas particulares. Pois assim, o professor estará lhe dando forças
e ajudando-o para que possa dar continuidade ao seu aprendizado.
É Considerado importante também, destacar as dificuldades encontradas em alguns
alunos para conseguir tempo para assistir as aulas particulares de violão e também para
conciliar com seus estudos escolares, como também a prática desse instrumento em sua casa.
Pois, existem alunos que trabalham para empresas em Natal, principalmente as privadas e
com isso quase não dispõem de tempo para ir até a casa do professor para assistir a aula de
violão, menos ainda para praticar e/ou fazer os exercícios passados pelo professor, para que
ele possa exercitar-se com o violão em sua própria casa durante a semana. Já que, na maioria
dos casos a jornada de trabalho é muito árdua e rígida nas fontes de emprego em Natal-RN.
Com certeza, tudo isso torna uma questão de vontade e superação desses alunos, que querem
25
entrar para o mundo do conhecimento musical e também descobrir suas habilidades em seu
instrumento, com pura determinação.
Um fato importante á ser destacado nessas aulas particulares do violão em Natal-RN é
a idade de alguns alunos. Muitos pensam que, pessoas idosas com mais de 60 anos de idade
não aprendem á tocar violão, quando na verdade estão pensando errado. Já me fizeram essa
pergunta e eu respondi que sim, que todos nós somos capazes de aprender qualquer coisa,
desde que estejamos determinados á instrui-se. A diferença está nos objetivos do aprendiz, até
aonde ele quer chegar e o que ele vai fazer para conseguir realizar. Sabendo que é importante
reconhecer e aceitar seus limites.
Baseado em minhas experiências de aluno e também de professor particular de violão
em Natal-RN no ano de 2008, percebi e aprendi com a própria vivência nesse local de ensino-
aprendizagem, adquirindo experiências, que seriam de fundamental importância na minha
formação, tanto pessoal, como profissional. Quando nos deparamos com alunos de idades
avançadas e/ou senhores de idade, devemos incentivá-los, pois a música para eles é tão
importante quanto para os jovens. A música para estas pessoas servem como terapias, faz
trabalhar melhor o cérebro, acionando a velocidade de raciocínio, a coordenação motora,
através dos movimentos das mãos e dedos alternados, ajuda na audição, captando as diversas
sonoridades e sem falar que serve também como remédio para alma, além de ajudar na
pulsação do coração, jogando emoções e sentimentos nas correntes sanguíneas. Aprendi isso e
muito mais, visto que as aulas que frequentei em 2008 eram particulares, mas era em grupo de
quatro pessoas, sendo dois idosos e dois jovens na mesma aula e todos aprendiam juntos.
Todos os alunos que resolvem ter aulas particulares de violão têm diferentes objetivos
para suas vidas. Alguns pensam em seguir carreira, tocando em um grupo ou banda,
utilizando o violão como instrumento principal, outros pretendem ingressar na Universidade.
Há também aqueles que querem aprender, apenas para se divertirem e tocar com os amigos.
Existe outros alunos que querem aprender á tocar o violão para usufruir do instrumento,
tirando sons diversos e aprofundando nos estudos, para que em breve, passe a ser um
professor particular de violão também.
Os alunos também têm suas particularidades, com objetivos, habilidades e caminhos
bem diferentes uns dos outros. Cada aluno pensa de maneira diferente, por isso cada pessoa
tem seu modo de viver, com suas dificuldades e ao mesmo tempo, seguir em frente para
superar seus desafios. O violão não é um “bicho de sete cabeças”, qualquer pessoa que queira
26
aprender á tocar esse instrumento tão especial, pode aprender. Basta dedicar-se, ter paciência
e gostar do timbre do violão.
27
6 UMA AULA PARTICULAR DE VIOLÃO
Baseado também, nas minhas experiências como professor particular de violão, o
ensino particular de violão em Natal tem suas maneiras de ensino diferentes, pela variação e
características de cada professor, diversos tipos de repertório, técnicas diferenciadas por parte
dos professores e métodos de ensino-aprendizagem de várias maneiras. Ou seja, uma aula será
sempre uma maneira de o professor passar seus conhecimentos de maneira única,
didaticamente falando.
Para um professor começar á dar aula é de fundamental importância ter um método de
ensino que se utilize uma referência bibliográfica (livro), para que possa embasar melhor as
suas metodologias de ensino, se baseando por esse material específico. Esse material que
acompanha o professor em suas aulas pode ser; uma apostila própria ou não, um livro de
técnicas para o violão ou outros materiais bibliográficos que possa ser utilizado no auxílio de
suas aulas.
Através das aulas particulares e da busca pessoal de cada estudante, é possível juntar
elementos da educação não formal com outros elementos formais, beneficiando aspectos
práticos e aspectos teóricos mais gerais. Pois assim, o aprendiz aprende perguntando,
questionando, observando, reproduzindo e comparando seus professores (espelho), amigos e
familiares. Essa aprendizagem faz parte da busca e da compreensão que tem cada aluno do
mundo á sua volta. Já que ele poderá até buscar inspiração em qualquer membro de sua
família e principalmente em seus professores ou educadores musicais.
BADEN... (2012)4 fala um pouco sobre as aulas que teve com Jayme Florence (o
Meira):
[…] ele fazia a mesa redonda, às vezes estavam o Jacob do Bandolim, o Dino do violão, e tudo […] às vezes o Pixinguinha ia à casa do Meira também. E era assim, uma mesa redonda, quer dizer, não tinha aquele negócio, como tem hoje, de escrever cifra. Era assim: - dá um dó maior aí. E você tinha que sair acompanhando. Se errasse você não era bom.
Após o depoimento de BADEN... (2012) e baseado em minhas experiências, podemos
perceber que cada professor tem sua própria metodologia de ensino e cada aula particular tem
suas particularidades.
4Documento online não paginado.
28
Diante mão, quero deixar claro que, vou exemplificar como seria uma aula particular
de violão, independentemente do local arranjado ou combinado entre professor e aluno. Sendo
que, na maioria dos casos, a aula acontece uma vez por semana e tem duração de 1h, para um
determinado aluno e professor. Outro fator importante de considerar é que as aulas de violão
particular não representam um curso regular, portanto não possuem um tempo predeterminado
para acabar, ficando esta orientação a cargo do professor particular, de acordo com o interesse
e o desenvolvimento do aluno.
Baseado em minhas experiências práticas e teóricas musicais, convivendo como aluno
e exercendo atividade de professor de violão particular durante quatro anos em Natal-RN, vou
exemplificar e mostrar alguns passos ou procedimentos considerados importantes em uma
aula particular de violão para iniciantes.
Na primeira aula ou até antes mesmo, é considerado importante por muitos
professores, reconhecer e avaliar o desempenho ou habilidade do aluno com o violão, para
que, baseado nessas informações o professor possa desenvolver sua aula e determinar alguns
objetivos á serem atingidos em um determinado período de tempo. Nessas ocasiões, cabe
também ao professor investigar um pouco da vida musical do aluno, a fim de poder procurar e
adequar um repertório de acordo com suas necessidades específicas. Por exemplo, se o aluno
ler partitura ou usa outro método de leitura musical, se já toca o instrumento e por quanto
tempo, se tem conhecimento de ditado rítmico e solfejo, se utiliza algum outro recurso
(músicas cifradas) para melhor executar seu instrumento, etc. São inúmeras possibilidades
consideradas importantes para avaliar o aluno antes de começar á dar aula particular.
Cada professor tem sua própria maneira de dar sua aula, por isso, vou me basear em
um método muito conhecido pelos violonistas em geral chamado de Método Henrique Pinto
– iniciação ao violão. Esse método é recomendado para iniciantes ao violão e que tenha
noção de teoria musical, para facilitar o trabalho do professor, que nesse caso vai ser
direcionado á aprendizagem apenas do violão. Existem professores que se baseiam em vários
métodos de ensino do violão, e isso só enriquece a aula e a aprendizagem do aluno. Mas
também, devo considerar que, seguir apenas um método não é errado, pois o importante é
conseguir atingir seus objetivos com aquele aluno.
Para começar á descrever e exemplificar essa aula de violão é preciso falar primeiro
dos meus objetivos á serem atingidos. O objetivo dessa aula é proporcionar ao aluno um
aprendizado rápido e eficiente sobre o violão e um pouco de teoria musical necessária para a
leitura musical por partituras e também para facilitar a compreensão das peças á serem
29
executadas, focando mais a parte prática, pois é esta parte que mais desperta o interesse nos
adolescentes e alunos de modo geral.
Começo descrevendo o plano de uma aula particular para iniciantes ao violão, que
mais adiante será explicada passo á passo como aplicá-la.
6.1 DESENVOLVIMENTO DA AULA
Iniciaremos falando da postura correta de segurar o violão e em seguida
descreveremos o que vamos trabalhar na sequência da aula.
• Onde sentar;
• Como sentar;
� Colocação do violão – (Pontos de apoio);
• Mão direita;
� Exercícios;
� Dedilhados;
� Arpejos;
� Batida ou ritmo;
• Mão esquerda;
� Exercícios;
� Sequência de notas no braço do violão;
� Acordes básicos (sem pestana);
� Sequência de acordes básicos;
� Acordes com pestana;
6.1.1 Explicação das partes
Agora começo explicando por partes, cada objetivo citado para essa aula.
6.1.1.1 Onde sentar
De preferência, é aconselhável que o aluno sente-se em uma cadeira, cuja altura pode
variar, de acordo com a estrutura física do executante, para que haja um equilíbrio exato entre
tronco, membros e instrumento.
30
6.1.1.2 Como sentar
O aluno deve sentar-se para frente e do lado direito de uma cadeira normal e colocar
seu pé esquerdo em cima de um objeto para apoiar o violão, deixando sua coluna vertebral
sempre em uma posição que não venha força-la, pois isto acarretará dores nas costas, o que irá
reduzir o tempo do estudo por causa do cansaço, além de atrapalhar a concentração e causar
futuros prejuízos para a saúde.
Assim, como mostra a Figura 1 abaixo:
Figura 1 – Postura correta de apoiar o violão
Fonte: VIOLONISTA... (2012).
6.1.1.3 Colocação do violão
A seguir, será descrito os pontos de apoio do violão.
6.1.1.3.1 Pontos de apoio
Essa colocação do violão aos pontos de apoio de seu corpo é também muito
importante para que o aluno sinta-se cada vez mais familiarizado com o instrumento.
O antebraço será colocado no aro do violão, de modo á dar equilíbrio entre o ombro e
a mão direita. Consequentemente, haverá uma pequena distância entre o pulso e o tampo do
violão.
O polegar direito deverá ficar separado dos dedos indicador, médio e anelar, para que
todos os dedos tenham trabalhos independentes. Ou seja, depois do aluno sentir como deverá
ser a postura, ele deverá saber a colocação dos dedos da mão direita. Encostando sem ferir as
31
cordas, o dedo indicador, médio e anelar na 3ª, 2ª e 1ª cordas, respectivamente e o polegar na
5ª corda. Por exemplo:
Figura 2 – Posição do antebraço, da mão e dos dedos da mão direita no violão.
Fonte: DICAS... (2011).
6.1.1.4 Mão direita
Na sequência, segue os exercícios propostos:
6.1.1.4.1 Exercícios
Geralmente, começo exercitando a mão direita porque será ela quem fará as cordas
vibrarem. Existem vários exercícios para a mão direita, entre eles destaco o seguinte:
Primeiro, põe o polegar na 6ª corda e os dedos indicador, médio e anelar na 3ª, 2ª e 1ª
cordas respectivamente, sendo que, toca o polegar primeiro e em seguida toca uma corda de
cada vez, seguindo a sequência do indicador, médio e anelar descendo de cima pra baixo.
Antes, pretendo mostrar o esquema feito para a mão direita, para que o aluno consiga
identificar cada dedo indicado no exercício e logo em seguida o exemplo do exercício.
Observe o esquema abaixo:
P – POLEGAR
I – INDICADOR
M – MÉDIO
A – ANELAR
32
Figura 3 – A mão direita e suas respectivas letras indicativas.
Fonte: MÃO... (2012).
Figura 4 – Exercício 1 para mão direita.
Fonte: O autor (2013).
Lembrando que, esse mesmo exercício poderá ser explorado em movimento contrário
também, tocando o polegar e em seguida a sequência anelar, médio e indicador, na 1ª, 2ª e 3ª
cordas respectivamente. Como mostram as figuras abaixo:
Figura 5 – Os dedos da mão direita em suas respectivas cordas no violão.
Fonte: AULA... (2012).
33
Figura 6 – Exercício 2 para mão direita.
Fonte: O autor (2013).
6.1.1.4.2 Dedilhados
O dedilhado começa com esses exercícios anteriores já mostrados, pois a mão terá a
mesma postura e os dedos também. Mas, o movimento de apoio do polegar na corda seguinte
ou abaixo, será uma das modificações encontradas.
O aluno começará trabalhando o polegar juntamente com os dedos indicador, médio e
anelar, mas nesse tipo de dedilhado, para iniciantes, exigirão bastante de sua concentração,
dedicação e muita paciência, já que a aprendizagem desse instrumento requer isso e um pouco
mais.
Logo em seguida, o aluno tocará com o polegar na 6ª, 5ª e 4ª cordas (as mais graves)
do violão e em cada toque do polegar, será tocado também os dedos indicador, médio e anelar
na 3ª, 2ª e 1ª cordas respectivamente e simultaneamente ao polegar. Ou seja, toda vez que
tocar o polegar em uma das três cordas citadas, tocará também as outras três cordas seguidas
(as mais agudas) nesta sequência, uma atrás da outra. Assim como mostra o exemplo abaixo:
Figura 7 – Exercício 3 para mão direita.
Fonte: O autor (2013).
Um fato importante é que, essa sequência de dedilhado pode mudar a qualquer
momento. Assim que o aluno estiver executando o primeiro dedilhado de maneira correta e
havendo uma melhora na coordenação dos dedos, o professor pode passar para a próxima
sequência, que poderá ser a mudança de cordas tocadas pelo polegar ou as diversas
34
possibilidades nas cordas tocadas pelo indicador, médio e anelar. Veja o exemplo na figura
abaixo:
Figura 8 – Exercício 4 para mão direita.
Fonte: O autor (2013).
6.1.1.4.3 Arpejos
Arpejos nada mais é que mais uma possibilidade de tocar explorada no violão. O
arpejo vai proporcionar ao aluno, mais uma possibilidade de dedilhado, só que nesse caso, ele
vai tocar a 1ª, 2ª e 3ª cordas juntas, todas ao mesmo tempo. Adicionando á elas o polegar
variando de posição, podendo tocar a 6ª, 5ª e 4ª cordas. Ficaria como está escrito no exercício
abaixo:
Figura 9 – Exercício 5, arpejos. Fonte: O autor (2013).
Esse exercício de arpejo é muito utilizado na MPB, pois gera uma porção de
possibilidades sonoras para executar uma música.
6.1.1.4.4 Batida ou ritmo
A batida ou ritmo para o violão tem a intenção de trabalhar no aluno a questão rítmica,
ou seja, para exercitar os valores das figuras musicais e seus respectivos valores de tempos,
além de poder ajudar na coordenação motora do aluno.
35
É importante destacar que, a batida ou ritmo no violão é uma atividade considerada
muito importante para a execução de músicas de vários estilos e que podem ou não utilizar
palheta. E essa atividade é também mais uma possibilidade sonora de explorar o instrumento.
Segurando uma palheta, o aluno faz movimentos com a mão descendo e subindo,
dependendo do ritmo que estiver trabalhando naquele momento com o violão. Esse mesmo
movimento da mão direita poderá ser feito sem o auxílio da palheta, usando os próprios dedos
para tirar o som das cordas. São inúmeras possibilidades de ritmos ou batidas que podemos
trabalhar em uma aula. Vou mostrar na figura abaixo como fica no violão usando a palheta.
Figura 10 – O uso da palheta no violão.
Fonte: COMO.... [201-?].
6.1.1.5 Mão esquerda
Segue os exercícios propostos:
6.1.1.5.1 Exercícios
Para começar a trabalhar a mão esquerda, começo sempre fazendo exercícios bem
simples, mas que quando é bem treinado dá resultado. Mas antes vou mostrar um esquema em
uma figura para facilitar a identificação dos dedos da mão esquerda.
Observe o esquema abaixo:
1 – INDICADOR
2 – MÉDIO
3 – ANELAR
4 – MÍNIMO
36
Figura 11 – A mão esquerda e seus respectivos números indicativos.
Fonte: CURSO... [20--?].
Como podemos perceber na figura acima, cada dedo recebe um número
correspondente, de acordo com sua nomenclatura.
O primeiro exercício é colocar um dedo de cada vez em uma mesma corda do violão
no sentido ascendente e de maneira que, só poderá levantar o dedo que estiver pressionando a
corda para passar para a próxima corda, executando sempre de baixo pra cima e vice-versa, e
a assim sucessivamente. Veja o exercício logo abaixo:
Figura 12 – Exercício 1 para mão esquerda.
Fonte: O autor (2013).
A execução desse exercício com disciplina e dedicação, faz com que o aluno ganhe
mais mobilidade nos dedos e melhore também a independência entre eles (dedos).
6.1.1.5.2 Sequência de notas no braço do violão
Esta sequência (Figura 13) faz o aluno descobrir todas as notas presentes no braço do
violão e com isso, passa a perceber também como funciona a formação dos acordes.
O aluno vai treinar o exercício anterior, mas identificando cada nota á ser tocada, ou
seja, vai tocar a nota F na 1ª casa e 1ª corda no braço do violão, com o dedo 1. O F# com o
37
dedo 2, na mesma corda e na 2ª casa. O G com o dedo 3, na mesma corda e na 3ª casa. E o G#
com o dedo 4, na mesma corda e na 4ª casa. Esse exercício será repetido em todas as cordas e
casas no braço do violão e de forma ascendente e descendente.
Inicialmente, essa sequência de notas dita anteriormente, vai da parte aguda para a
mais grave e depois volta para mesma região, passando todas as casas do braço do violão no
sentido ascendente e depois inverte o sentido.
Abaixo segue um exemplo desse exercício:
Figura 13 – Exercício no braço do violão para iniciantes sendo feito.
Fonte: TÉCNICA... [20--?].
6.1.1.5.3 Acordes básicos (sem pestana)
Neste momento, começo passando alguns acordes básicos. São acordes sem pestana,
considerado por muitos iniciantes os acordes mais fáceis de fazer no violão, já que sua
mecânica dos dedos ainda não está tão bem treinada.
Esses acordes podem ser: C, D, Dm, E, Em, G, A e Am. Como podemos perceber,
são tríades, ou acordes feitos com três notas. Para o iniciante, a utilização do dedo 4 ainda é
um desafio, pois só com muito treino diário é que conseguirá esta mobilidade mais
facilmente.
6.1.1.5.4 Sequência de acordes básicos
Agora, depois que o aluno treinar bem esses acordes básicos, passaremos para eles
uma sequência desses acordes, com intenção de facilitar a mobilidade da passagem dos
acordes.
38
6.1.1.5.5 Acordes com pestana
Agora, aplico as notas com pestana, justamente depois de vários exercícios e também
de já ter treinado outros acordes básicos. Então, dessa forma mando o aluno colocar o dedo 1
em qualquer casa no braço do violão de forma que ele fique bem esticado, entre um traste e
outro. Em seguida, mando tocar todas as cordas com uma só batida ou ritmo, para tentar tirar
algum som. Se o som tirado for suficiente para identificar um acorde, então mando fazer as
notas com pestana. Pode ser qualquer nota, mas começo com aquelas mais simples, como o F,
Fm, Gm, Bm e assim por diante. Até fazer com que o aluno consiga executar algo bem
simples, para poder planejar algo mais avançado e complexo para estudo do violão.
6.2 A ESCOLHA DO REPERTÓRIO
A questão do repertório é um fato que ocorre nas aulas particulares, não só em Natal,
mas de modo geral, para delinear um caminho a ser seguido com determinados objetivos por
cada professor. É também uma prática muito importante de ser cumprida de maneira correta.
Oliveira e Tourinho (2003, p. 23) dizem que “a seleção do repertório musical é uma
das tarefas mais importantes que os professores de instrumento e de educação musical têm a
cumprir.”
Por isso, é importante considerar estes cinco pontos, antes de escolher algum material
para ensino:
• Avaliar as condições atuais do estudante
Considerar as condições técnicas, entendimento musical, necessidades emocionais e
outras características que possam subsidiar essa avaliação. (OLSSON, 2000; OLIVEIRA;
TOURINHO, 2003).
• Estabelecer objetivos possíveis
Instituir metas necessárias ao desenvolvimento do estudante, nem tão fáceis ao ponto
de se perder o interesse pelo estudo nem tão difíceis ao ponto de serem executadas no limite
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da condição técnica e compreensão musical. (MARIS, 1995; OLIVEIRA; TOURINHO, 2003;
MARTINS, 1985; ELLIOTT, 1995).
• Determinar um conjunto de recursos conhecidos
Eleger um território de trabalho para complementar o aprendizado de acordo com os
objetivos estabelecidos. Esse território pode ser um conjunto de músicas, um compositor, um
período e outros (TORRES et al., 2003; TOURINHO, 1993).
• Avaliar aquela peça que apresenta as características desejadas
Escolher, desse território de trabalho proposto, uma peça que servirá de fundamento
para atingir os objetivos estabelecidos, assim como um plano de atividades para que seja
viável sua realização (MARIS, 1995; MEYER, 2000).
• Predizer os possíveis resultados a alcançar com o material escolhido
Vislumbrar possíveis resultados provenientes dessa escolha (MARIS, 1995; MEYER,
2000).
Sabemos da importância da escolha do repertório e onde queremos chegar com tal
escolha. Pois com isso, temos que ter em mente a clareza dos nossos objetivos, o que
queremos que os nossos alunos aprendam e onde eles devem chegar. O repertório é
praticamente uma base de sustentação para o ensino particular de violão.
O Meyer (2000, p. 112) diz que: "o comportamento humano é resultado da escolha
inteligente e encaminhada a um fim.” Complementa dizendo que: “Mas se gastaria muito
tempo e energia para que se pudessem avaliar os possíveis resultados para cada alternativa.”
(MEYER, 2000, p. 21).
A forma pela qual os alunos aprendem, tem muito haver com suas escolhas no futuro.
Se um aluno aprende algo que não seja relevante para a formação de seus conhecimentos, tão
logo será prejudicado em um futuro bem próximo de sua vida. Claro que toda aprendizagem
no sentido educacional é relevante, mas uma aprendizagem sem os devidos cuidados na hora
de passar para o aluno, poderão ficar mal interpretados na visão do aprendiz. O ensino desse
instrumento requer conhecimentos específicos e uma boa visão do futuro, pois devemos
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sempre evoluir e renovar nossas metodologias de ensino, para aplicarmos sempre com
precisão e qualidade.
Cada educador deve ter consciência dessa relação, pois o repertório servirá para dar
continuidade aos trabalhos e para avaliar o progresso do aluno, para motivá-lo e para
estabelecer um caminho que ele deverá percorrer.
Na avaliação diagnóstica de cada professor fica determinado um caminho a ser percorrido a médio prazo, geralmente até a próxima avaliação somativa. São escolhidas peças que possuam qualidade musical intrínseca, que possibilitem aprendizagem e que atendam, de certa forma, ao gosto individual. (OLIVEIRA; TOURINHO, 2003, p. 22).
Devemos saber que, cada educando tem um caminho á ser percorrido e esse caminho á
ser percorrido é um percurso a ser construído simultaneamente ao desenvolvimento musical
do educando. Podemos dizer ainda que o aprendiz frequenta uma atividade que lida com a
habilidade física, a percepção e a cognição, que está sujeita ao tempo de desenvolvimento de
cada indivíduo, ao interesse, ao período dedicado ao estudo, entre outros, sabendo ele próprio
que isso deverá está presente no seu dia-a-dia, já que é ele o interessado na busca pelo
conhecimento musical.
Já o professor, avalia as condições do aluno e elege, dentre as alternativas conhecidas
por ele, aquela peça que considera mais adequada aos objetivos que se deseja alcançar
naquele momento, naquela aula ou para aquele período de tempo. Para que se possa escolher
adequadamente é preciso estimar os resultados possíveis tanto naquela escolha quanto nas
deixadas de lado.
Fireman (2007, p. 13) acredita que: “o processo de escolha de músicas deve está de
acordo com os objetivos propostos pelo professor, para que o repertório possa contribuir para
uma melhora no aprendizado musical de alunos de violão, dentro de qualquer nível no
processo de ensino-aprendizagem.”
Em sua pesquisa sobre a escolha de repertório na aula de violão como uma proposta
cognitiva, Fireman (2007, p. 14) adota Meyer como referência para descrever que:
Um professor que possui certa experiência em aulas pode, através dos resultados obtidos em seleções de peças realizadas anteriormente, perceber que uma determinada música gera um efeito desejado, quando aplicada a um estudante que apresente uma dificuldade específica. Dessa forma, esse mesmo professor em outro momento poderá prever que a música que havia aplicado em um momento anterior deve gerar o mesmo resultado desejado, ao se deparar com outro estudante que apresente a mesma dificuldade. Mesmo que não se obtenha os mesmos resultados, ele pode assimilar e reajustar os caminhos a percorrer, substituindo e incorporando
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novas estruturas. Assim, estará aperfeiçoando sua prática a partir da prática, construindo novas representações mentais e desenvolvendo sua capacidade de refletir.
Ainda pegando as palavras citadas por Fireman (2007, p. 17) concorda-se com o ponto
de vista quando afirma:
Creio que muitos músicos já tenham ouvido a expressão “repertório tradicional” como sendo uma coleção de peças que todo estudante de instrumento deveria tocar, ou pelo menos conhecer. Por exemplo, em piano creio que seria improvável não estudar alguma peça do “Cravo bem temperado” de Bach, ou alguma sonata de Beethoven.
De forma bem resumida, Oliveira e Tourinho (2003, p. 22) dizem o seguinte: “A
escolha do programa de estudo de música obedece a um complexo e individual sistema
utilizado por cada professor para cada aluno.”
Desta maneira, fica claro que a escolha do repertório é individual de cada professor,
mas que têm objetivos e metas para serem cumpridas de acordo com o tipo de aluno.
6.3 A INTERFERÊNCIA DO ALUNO NO REPERTÓRIO
Baseado em minhas experiências e práticas como educador musical, atuando como
professor particular de violão, posso afirmar que no ensino particular de violão em Natal-RN,
quase sempre existe a possibilidade de interferência do aluno no repertório escolhido pelo
professor, principalmente quando a aula é na casa do aluno. Pois, tal escolha também vai
influenciar diretamente na aprendizagem do aluno e nos objetivos propostos pelo professor
em sua aula. Alguns alunos se baseiam na escolha de suas músicas preferidas, tocadas nas
rádios e mídias de TV aberta. Esse tipo de música, que influencia tanto na vida da maioria das
pessoas, pode dar outro sentido para a aprendizagem musical e levar á outros caminhos.
Quando na verdade, o professor trás músicas que façam sentido para a aula, que tenham
conteúdo e que seja rica de possibilidades para que possa trabalhar e alcançar seus objetivos
através dessas escolhas musicais. Há professores que conversam com os alunos e explica o
motivo pelo qual escolheu aquelas músicas, outros não explicam a finalidade e objetivos do
seu repertório, deixando os alunos ás vezes perplexos e cheios de dúvidas do “por que” desse
repertório escolhido. É por isso que Meyer (2000, p. 21) cita que: “a palavra escolha tende a
sugerir conhecimento consciente e intenção deliberada.”
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Com isso, o professor é quem dá o caminho a ser seguido pelo aluno, através do seu
repertório escolhido. Todos os professores sabem dessa responsabilidade e é por isso que
devem sempre ficar atentos para que os objetivos sejam alcançados e não influenciados por
força maior.
Na maioria das vezes, nas aulas particulares de violão, o aluno prefere as músicas
populares tocadas em algumas Rádios de Natal e TV aberta (TV popular, sem ser por
assinatura), como é o caso de alguns estilos como o funk, a eletrônica, o forró, o rap etc. invés
da música erudita, ou instrumental (solo), devido á falta de conhecimento da teoria musical e
também da leitura musical por partitura de alguns alunos. Em algumas vezes podemos afirmar
que o aluno, independentemente de sua cultura, é de certa forma preconceituoso com outros
estilos de música, principalmente por conviver em uma região cheia de preconceitos musicais.
Infelizmente para alguns alunos, aquela música que é sucesso para a mídia aberta, significa
para eles a música do momento e que é a música predominante sobre todas as outras, quando
na verdade não passa de uma simples estratégia de audiência que as TVs abertas,(também
chamada de mídias tele comunicativas, como é o caso da TV Globo, Rede Record, Band,
SBT, etc.) querem ganhar em cima da população mais carente de recursos financeiros e
conhecimentos específicos, especialmente a falta de conhecimentos musicais. A escolha do
aluno por esse tipo de música é quase sempre quando ele utiliza a música para outros fins, ou
seja, quando gosta de dançar, de soltar o verbo, de pular no meio de luzes piscando, enfim,
são infinitas possibilidades encontradas em alguns jovens que pretendem ter aula particular de
violão em Natal.
No meio dessa situação, com o aluno querendo determinada música, o professor pode
encontrar algumas alternativas e continuar com seus objetivos. Não seria adequado se o
professor deixasse seu repertório de lado e aceitasse apenas as músicas escolhidas pelo aluno,
pois poderia colocar seu trabalho em risco. Ou seja, não iria alcançar seus objetivos propostos
para aquele aluno. A não ser que o professor escolhesse outras músicas parecidas com as
deles escolhidas e tivesse a mesma finalidade em seus objetivos, afim de puxar seu aluno
para o mundo do conhecimento musical. Pois, sabemos que a música popular brasileira é
cheia de possibilidades, mas que também tem muita coisa boa para conhecer e passar para os
alunos.
Fireman (2007, p. 13) diz o seguinte: “acredito que na relação de escolha e
consequente montagem de um repertório em sala de aula, exista uma série de influências que
contribuam para a orientação de uma aprendizagem significativa.” Neste sentido, é importante
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o professor considerar apenas aquilo que realmente é relevante para a aprendizagem do
educando.
Por isso, acredita-se que a interferência do aluno no repertório para o violão tem haver
justamente, com o próprio instrumento. Pois, sua estrutura de madeira especial oca e
sonoridades das cordas vibrando, soando de maneira leve e ao mesmo tempo intensa, solado
ou harpejado, essa última com certeza é uma das melhores formas de tirar um bom som em
seu timbre específico. Até mesmo, sua facilidade e disponibilidade para o meio social que se
torna mais vantajoso, em comparação á outros instrumentos musicais. Assim sendo, fica claro
que a escolha de um repertório adequado para um determinado aluno, não é algo tão fácil.
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A finalidade desse trabalho foi mostrar um pouco da realidade do ensino particular de
violão baseado em minhas experiências práticas e observadas durante 10 anos, mostrando
algumas diferenças e semelhanças com as formas e metodologias de ensino aplicados em
diversos ambientes e/ou lugares já mencionados anteriormente, como também a diversidade
de alunos e professores que atuam neste ramo da educação musical. Todo esse processo
pedagógico faz parte do processo de ensino-aprendizagem para o desenvolvimento da
educação não formal na região. Foi finalizado com um exemplar de como seria uma aula
básica para um iniciante ao violão, uma vez que a aula está baseada em um método muito
conhecido e de fácil compreensão. Toda esta pesquisa e estudo realizado foram para mostrar
um pouco da contextualização de um discurso para o ensino-aprendizagem do violão
particular na cidade do Natal-RN.
Além disso, esse trabalho foi desenvolvido com base em minhas experiências práticas
vividas, assistidas e observadas durante todo esse período de tempo, abrangendo toda cidade
do Natal-RN, além de incluir mais dois ambientes de trabalho. Todo esse trabalho inclui
pesquisas feitas em materiais bibliográficos encontrados na internet de vários autores, falando
sobre diversos temas, mas na mesma área musical, como também considero as minhas
experiências musicais durante dez anos. De certo modo, todas essas considerações foram
importantes para a realização desse trabalho científico, pois me ajudaram muito para falar
melhor desse tema escolhido.
Esse estudo teve o objetivo de contribuir com o ensino-aprendizagem do violão
particular em toda cidade do Natal-RN e região, fazendo com que os professores, alunos e até
mesmo a sociedade tenham uma visão ampla à respeito dessa forma de ensino. Apresentou
ainda, a forma de ensino e a classificação do ensino particular desse instrumento, as
metodologias de ensino e suas variações representadas por cada professor específico, o
repertório e a influência do aluno, além de um breve histórico sobre o violão e também um
modelo de uma aula particular de violão.
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