UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · 7.2 ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE CUSTO...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UFRN PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICAPPGP FERNANDO TORRES DA COSTA JUNIOR DISSERTAÇÃO GESTÃO DE CUSTOS NO SETOR PÚBLICO: ANÁLISE DA VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE CUSTO DO GOVERNO FEDERAL (SIC) NO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA (IFPB). NATAL RN MARÇO/2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA– PPGP

FERNANDO TORRES DA COSTA JUNIOR

DISSERTAÇÃO

GESTÃO DE CUSTOS NO SETOR PÚBLICO: ANÁLISE DA VIABILIDADE DE

IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE CUSTO DO GOVERNO

FEDERAL (SIC) NO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DA PARAÍBA (IFPB).

NATAL – RN

MARÇO/2016

FERNANDO TORRES DA COSTA JUNIOR

DISSERTAÇÃO

GESTÃO DE CUSTOS NO SETOR PÚBLICO: ANÁLISE DA VIABILIDADE DE

IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE CUSTO DO GOVERNO

FEDERAL (SIC) NO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DA PARAÍBA (IFPB).

Dissertação apresentada ao Mestrado

Profissional em Gestão Pública

(PPGP/UFRN), como parte dos requisitos para

obtenção do título de Mestre.

Orientador: Prof. Dr. Kaio César

Fernandes.

NATAL – RN

MARÇO/2016

Catalogação da Publicação na Fonte.

UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Costa Junior, Fernando Torres da.

Gestão de custos no setor público: análise da viabilidade de implantação

do sistema de informações de custo do Governo Federal (SIC) no Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB). / Fernando

Torres da Costa Junior - Natal, RN, 2016.

115f. : il.

Orientador: Prof. Dr. Kaio César Fernandes.

Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão Pública) - Universidade

Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas.

Departamento de Ciências Administrativas. Programa de Pós-graduação em

Gestão Pública.

1. Gestão pública - Dissertação. 2. Contabilidade pública - Dissertação.

3. Sistema Informação - Custo do Governo Federal (SIC) - Dissertação. I.

Fernandes, Kaio César. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III.

Título.

RN/BS/CCSA CDU 355.1:657

FERNANDO TORRES DA COSTA JUNIOR

DISSERTAÇÃO

GESTÃO DE CUSTOS NO SETOR PÚBLICO: ANÁLISE DA VIABILIDADE DE

IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE CUSTO DO GOVERNO

FEDERAL (SIC) NO INSTITUTO FEDERAL ENSINO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DA PARAÍBA (IFPB).

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________

Prof. Dr. Kaio César Fernandes (UFRN).

Orientador

__________________________________________________

Prof. Dr. Thiago Ferreira Dias (UFRN)

1º Examinador

__________________________________________________

Prof. Dr. Deníson Murilo de Oliveira (UFERSA)

2º Examinador

NATAL – RN

MARÇO/2016

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por ter me proporcionado o dom da vida.

Aos meus pais, Fernando e Maria das Graças, meus referenciais de vida. Meus

“portos seguros”, os grandes incentivadores dos meus estudos, aqueles que sempre

compartilham cada conquista minha como se fosse deles.

Aos meus irmãos, José Viana, Luzia Fernanda, Alexandre Gabriel e Jorge

Marcos, pela parceria, paciência e motivação.

Em especial, Verônica Rufino, minha namorada, por ter me ajudado e ter tido

paciência nas horas difíceis.

Ao meu orientador, Kaio César Fernandes, por abrir as diversas portas para que

esta conquista se realizasse, assim como a todos os professores do Programa de Pós-

Graduação em Gestão Pública da UFRN.

Aos meus amigos, em especial, Fabrício Nascimento, meu parceiro de viagem.

E a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a minha trajetória no

mestrado.

RESUMO

A presente dissertação teve como principal objetivo a realização de uma análise do atual

sistema contábil/financeiro do Instituto Federal da Paraíba – IFPB, com vistas a proposição da

aplicação e/ou operacionalização do Sistema de Informação de Custo do Governo Federal –

SIC - no IFPB. O SIC é um importante instrumento da contabilidade gerencial, tendo em vista

que a sua aplicação, atualmente, à realidade do setor público, tem como finalidade apoiar a

gestão pública no tocante ao planejamento e controle das tomadas de decisão; demostrando os

possíveis benefícios da atividade da contabilidade pública e da contabilidade de custo no

âmbito das organizações públicas, seja no macro processo orçamentário e/ou financeiro;

contribuindo para a melhoria da qualidade na gestão do gasto público. A dissertação apresenta

em linhas gerais os desafios impostos à efetiva implantação do Sistema Informação de Custo

do Governo Federal, que, para ser desenvolvido, necessitará de alguns procedimentos como: a

padronização dos lançamentos contábeis, que evitará a perda do atributo comparabilidade; a

modificação no sistema de controle patrimonial e a criação de uma unidade modelo sobre

sistema de custo, para posteriormente ser expandido aos campi do IFPB. O objetivo foi a

melhoria dos processos de tomada de decisão no IFPB, como desafio de mudança cultural na

organização pública, em favor da mensuração dos custos dos bens e serviços produzidos e da

importância do SIC como elemento de melhoria alocativa, para a eficiência, eficácia e

efetividade na gestão dos gastos públicos.

Palavras-chave: Sistema Informação de Custo do Governo Federal – SIC. Contabilidade

Gerencial. Setor público.

ABSTRACT

This work had as main objective to conduct an analysis of the current accounting system /

Finance of the Federal Institute of Paraiba - IFPB with a view to implementation of the

proposal and / or operation of the Cost Information System of the Federal Government - SIC -

in IFPB . The SIC is an important tool of management accounting, with a view to its

implementation, currently the reality of the public sector, aims to support public management

regarding the planning and control of decision-making; demonstrating the potential benefits of

public accounting activity and cost accounting within the public, whether in the macro budget

process and / or financial; contributing to improving the quality of public expenditure

management. The dissertation provides an overview of the challenges to effective

implementation of the Cost Information System of the Federal Government, which to be

developed, it will need some procedures such as the standardization of accounting entries,

which will prevent the loss of comparability attribute; the change in the balance control

system and the creation of a model unit on cost system, later to be expanded to campuses

IFPB. The goal was to improve the decision-making processes in IFPB as cultural change

challenge in the public organization in favor of measuring the cost of the goods and services

and the importance of SIC as allocative improvement element for efficiency, effectiveness

and effectiveness in public expenditure management.

Keywords: System Federal Government Cost Information SiC;.Managerial Accounting.

Public sector.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – O Estado e a Gestão por Resultado............................................................ 20

Figura 2 – Os gastos na Demonstração do Resultado do Exercício............................. 37

Figura 3 – Ciclo de transformação gasto, investimento, custo e despesa do setor

privado e do setor público............................................................................................. 43

Figura 4 – Correlação dos conceitos de custo no setor empresarial X público........... 44

Figura 5 – Modelo Conceitual do Sistema de Informação de Custos do Governo

Federal........................................................................................................................... 49

Figura 6 – Sistema de produção................................................................................... 53

Figura 7 – Mapa dos campi do IFPB........................................................................... 58

Figura 8 – Mapa de expansão dos campi do IFPB....................................................... 59

Figura 9 – Ajustes contábeis........................................................................................ 67

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Ciclo das ações Orçamentárias versus Patrimônio................................... 24

Quadro 2 – Aplicação do questionário e a entrevista.................................................. 71

Quadro 3 – Escala de avaliação................................................................................... 76

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CASP - Contabilidade Aplicada ao Setor Público

CFC - Conselho Federal de Contabilidade

CTQG - Câmara Técnica de Qualidade do Gasto

IFPB - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba

LRF - Lei de Responsabilidade Fiscal

NBCASP - Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público

SCDP - Sistema de Controle de Diárias e Passagem.

Serpro - Serviço Federal de Processamento de Dados

SIAFI - Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal

Siape - Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos

Siasg - Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais

SIC - Sistema de Informações de Custo do Governo Federal

SIDOR - Sistema Integrado de Dados Orçamentários

SIOP - Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento

STN - Secretaria do Tesouro Nacional

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 11

1.1 OBJETIVO GERAL................................................................................................. 13

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................... 13

1.3 JUSTIFICATIVA...................................................................................................... 14

2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 16

2.1 DA ADMINISTRAÇÃO BUROCRÁTICA AO MODELO GERENCIAL............ 16

2.2 A CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO.................................. 22

2.3 CONTABILIDADE DE CUSTOS........................................................................... 29

2.3.1 Abordagem da Apropriação Custos aos Produtos............................................ 30

2.3.1.1 Custos Diretos..................................................................................................... 31

2.3.1.2 Custos Indiretos................................................................................................... 31

2.3.2 Abordagem no tocante ao Nível da Produção................................................... 32

2.3.2.1 Custos Fixos........................................................................................................ 32

2.3.2.2 Custos Variáveis.................................................................................................. 33

2.3.3 Tipos de método de custeio.................................................................................. 33

2.3.3.1 Custeio variável................................................................................................... 33

2.3.3.2 Custeio padrão ou custo-padrão.......................................................................... 35

2.3.3.3 Custeio por absorção........................................................................................... 36

2.3.3.4 Método de Custeio ABC (CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADE)............... 38

2.3.4 Os custos do serviço público................................................................................ 40

2.4 SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE CUSTO DO GOVERNO FEDERAL........... 46

3 OBJETO DE ESTUDO.............................................................................................. 57

4 METODOLOGIA....................................................................................................... 60

4.1 TIPO DE PESQUISA.......................................................................................... 60

4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA.............................................................................. 61

4.3 COLETA DE DADOS NO CAMPO................................................................... 62

5 CENÁRIO ATUAL.................................................................................................... 64

6 CENÁRIO PROPOSTO............................................................................................ 65

7 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS........................................................................ 71

7.1 ANÁLISE DO SISTEMA CONTÁBIL COMO INSTRUMENTO DE TOMADA

DE DECISÃO................................................................................................................. 71

7.2 ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE CUSTO COMO

FERRAMENTA GERENCIAL...................................................................................... 81

7.3 OS DESAFIOS DA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE CUSTO DO

GOVERNO FEDERAL (SIC) NO IFPB........................................................................ 91

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 94

REFERÊNCIAS............................................................................................................ 95

APÊNDICE I................................................................................................................. 102

APÊNDICE II................................................................................................................ 108

ANEXO I........................................................................................................................ 109

ANEXO II....................................................................................................................... 112

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1 INTRODUÇÃO

A partir do século XX presencia-se no contexto da Administração Pública em nível

mundial um movimento de reforma do Estado na direção de um deslocamento do então

chamado modelo burocrático da administração pública, para a implementação de um modelo

gerencialista. Essa inclinação de promover uma nova reforma do Estado tem como primazia a

preocupação dos governos em empreender esforços para modernizar e agilizar a máquina

pública administrativa, caraterizada anteriormente pela rigidez de seus processos.

Nessa nova perspectiva, o modelo gerencialista, também denominado de Nova

Administração Pública (New Public Management), dentre suas diversas características, tende

a singularizar, em princípio, uma visão mais econômica e gerencial para o setor público. Ao

mesmo tempo em que, posteriormente, em novas fases de seu processo, busca melhorar a

qualidade dos serviços ofertados à população e aperfeiçoar o sistema de controle social para

com a própria administração pública, aumentando também o grau de transparência e

reponsabilidade.

No Brasil, a tentativa ou uma das primeiras experiências de deslocamento do Estado

burocrático para um Estado gerencial ou com características gerencialistas pode ser

observada, ainda, no final de década de 1960, com o Decreto-lei 200, de 1967, também

conhecida como a reforma desenvolvimentista. O decreto introduziu, pela primeira vez, por

exemplo, a determinação de apuração de custos no governo. Todavia, os instrumentos

necessários para tornar essa reforma de fato gerencial não foram estabelecidos (PEREIRA,

1996, p.167). É somente no ano de 1995, atrelado às mudanças ocorridas no contexto

mundial, como a consolidação da terceira revolução industrial, o processo de globalização da

economia e o advento de políticas neoliberais, que, no governo Fernando Henrique Cardoso,

será implantada no Brasil de fato uma Reforma Gerencialista, nos moldes da então chamada

Nova Administração Pública.

Porém, devemos lembrar que, ainda no final da década de 1980, com a promulgação

da Constituição Federal de 1988 no Brasil, que foi institucionalizado o princípio da eficiência

(CF, 1988, art. 37). Entretanto, a CF/1988 acabou tendo um caráter mais de retorno a um

Estado burocrático, em detrimento das próprias mudanças ocorridas com o Decreto-lei 200,

de 1967, citado anteriormente.

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Diante desse contexto e dos novos desafios e etapas aos quais os gestores públicos

estão sendo expostos visando uma melhor gestão pública (sobretudo no tocante a uma variada

escala de instrumentos e modelos de gestão que vêm sendo implementados pelas entidades

públicas, tendo como parâmetros os modelos de gestão pública de cunho gerencialista),

destacaremos nesta pesquisa, um desses instrumentos, que é exatamente o Sistema de Custos;

na tentativa de possibilitar não só a quantificação dos custos de processos, propriamente ditos,

como também estabelecer padrões de desempenho adequados e compatíveis com as

expectativas da sociedade.

Desse modo, tendo em vista uma melhor evidenciação da efetividade dos gastos

públicos veio à tona a contabilidade de custos, como uma ramificação da Ciência Contábil,

que surgiu a partir da contabilidade financeira; na perspectiva de avaliar e revelar custos reais

do setor industrial na iniciativa privada. Entretanto, as técnicas aplicadas a esse setor vêm

sendo aperfeiçoadas e otimizadas para o setor público.

Nessa direção, no caso do Brasil, especificamente, cabe ainda ressaltar a adoção da Lei

4.320/64, que já determinava em seu artigo 22, estimativas dos custos das obras a realizar e

dos serviços a prestar; e que os serviços de contabilidade deveriam determinar os custos dos

serviços industriais e a análise e interpretação do resultado econômico no setor público

brasileiro.

Muitos anos depois, a partir da Lei Complementar n° 101/2000, conhecida por Lei de

Responsabilidade Fiscal (LRF), a disseminação da aplicabilidade de custos ao setor público

foi reforçada pelo art. 50, § 3° que contém “[...] a administração manterá sistema de custos

que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e

patrimonial”.

Por sua vez, em 2008, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) publicou as

Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCASP), através das

Resoluções de nº 1.128/08 até o nº 1.136/08, de 25/11/08, que mais uma vez trouxeram a

evidenciação da necessidade da implantação de um subsistema de custos, em todos os entes

governamentais.

Diante de todo esse contexto, surge o seguinte problema de pesquisa deste projeto:

Ao explorar os instrumentos contábil/financeiro do Instituto Federal da Paraíba, os

mesmos estariam em consonância com as novas ferramentas gerenciais da contabilidade

aplicada ao setor público?

Assim, a nossa proposta tem como finalidade a realização de uma análise da possível

implantação de uma nova ferramenta gerencial de gestão, o Sistema de Custo do Governo

13

Federal – SIC; um sistema de custo, que possibilitaria uma melhor logística dos gastos e um

maior controle destes no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba-

IFPB, haja vista, que foi constatado a não existência dessa ferramenta gerencial no instituto.

Dessa forma, o nosso desafio nesta dissertação seria como ensejar sua implementação no

IFPB.

Pretende-se, nessa investigação, demonstrar não somente a importância da utilização

da contabilidade de custos aplicado ao setor público, como forma de controle dos gastos na

administração pública, mas também, apresentar a aplicação dos novos métodos de custeio,

enquanto instrumentos de mensuraração dos custos de um campus ou do instituto como um

todo, para a melhoria da qualidade dos serviços por ele prestados.

1.1 OBJETIVO GERAL

Analisar os sistemas contábil/financeiro do IFPB, como instrumento de tomada de

decisão no âmbito da gestão pública, com a finalidade de propor a operacionalização do

Sistema de Informações de Custo do Governo Federal (SIC), enquanto mecanismo da

contabilidade gerencial, aplicada, atualmente, à realidade do setor público.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para atender ao objetivo geral foram traçados os seguintes objetivos específicos:

Identificar as ferramentas contábeis, nas tomadas de decisão no IFPB, e o grau de

sua relação com os novos métodos de custeio da Contabilidade Pública aplicada,

atualmente, ao setor público.

Averiguar o conhecimento e as percepções dos gestores da instituição sobre as

novas ferramentas da contabilidade, aplicadas ao setor público, especificamente

no tocante ao Sistema de Informações de Custo do Governo Federal.

Conhecer e identificar os principais aspectos que dificultam ou não a implantação

de um eventual “sistema de custos” na instituição e de sua aplicação no setor

público.

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Indicar as formas de utilização dos dados de custos para um melhor

gerenciamento dos recursos públicos, para a análise e interpretação de resultados

econômicos e administrativos na instituição.

A intenção, portanto, é de aprimorar a gestão pública no IFPB, no tocante às decisões

governamentais quanto: alocação mais eficiente do gasto público e maior eficiência, eficácia e

efetividade operacional; com o propósito de aperfeiçoar e apoiar a gestão no planejamento e

controle das tomadas de decisão dentro da instituição.

1.3 JUSTIFICATIVA

Uma crescente exigência social tem demandado maior transparência na divulgação das

transações governamentais, com o objetivo de verificar a otimização dos benefícios gerados à

sociedade na gestão dos recursos públicos. Neste cenário, o papel do Estado deve ser

repensado de modo a proporcionar à sociedade um modelo de gestão eficiente, eficaz e

efetivo dos recursos públicos.

Esse fenômeno, de que é preciso melhorar o desempenho da gestão pública, é cada

vez mais evidente no Brasil. Para tanto, a administração pública vem tomando como

paradigma o modelo da gestão privada, baseado no modelo gerencialista ou da Nova

Administração Pública, onde se utilizam instrumentos de gestão oriundos da realidade do

setor privado aplicados ao setor público. Porém, é preciso enfatizar que diferentemente do

setor privado, o setor público visa a realização de uma função social e, esta função deve ser

alcançada com maior amplitude (equidade) e qualidade possível.

A presença de um “Sistema de Custos” na administração pública permitirá avaliar

melhor a utilização dos recursos alocados e os resultados por eles atingidos. Há, porém, uma

necessidade de irmos além da “simples” gestão de custos, integrando-o a outros diversos

instrumentos de controle, de forma a subsidiar a tomada de decisão e torná-la mais eficaz.

Assim, o “sistema de custo” vai tentar evidenciar os seguintes pontos: mensurar e controlar os

custos administrativos; quantificar o valor dos serviços oferecidos à sociedade

(macroprocessos); mensurar o grau de eficiência e eficácia no desempenho de suas funções;

subsidiar o planejamento da entidade e auxiliar no controle da sua execução e, atender às

exigências da LRF.

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Dessa forma, o objetivo deste estudo se justifica pela necessidade de aplicação de um

instrumento inovador da realidade financeira do mundo empresarial, aplicado à realidade e as

especificidades da administração pública, a partir da implantação de “sistemas de custos”,

enquanto provedora de informações gerenciais para a instituição como um todo.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo objetiva apresentar os temas associáveis a esta pesquisa a fim de

proporcionar melhor compreensão da problemática anteriormente identificada. Assim,

identificam-se inicialmente linhas conceituais para a consecução do objetivo pretendido: a

estrutura legal da obrigatoriedade de um sistema de custo; a administração gerencial; a

Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP); os custos do serviço público e o Sistema de

Informações de Custo (SIC).

2.1 DA ADMINISTRAÇÃO BUROCRÁTICA AO MODELO GERENCIAL

É perceptível um movimento crescente no sentido da adoção da reforma do aparelho

administrativo do Estado, no âmbito de sua modernização e aperfeiçoamento. Essa discursão

vem à tona por causa da hipertrofia do Estado, o crescimento desordenado dos gastos públicos

e pela necessidade da busca de técnicas mais modernas e eficientes de gestão, capazes de

proporcionar melhorias na provisão de serviços públicos à sociedade.

Em meados da década de 1970, sobretudo a partir do primeiro colapso do petróleo em

1973, uma grande crise econômica mundial pôs fim à era de prosperidade capitalista que se

iniciara após a Segunda Guerra Mundial. Era o fim da “era dourada” do capitalismo — na

precisa definição de Eric Hobsbawn (HOBSBAWN, 1995).

A crise do Estado implicou na necessidade de reestruturá-lo e reorganizá-lo. De

acordo com Abrucio (2010), o tipo de Estado que começava a se esfacelar em meio à crise

dos anos de 1970 tinha três dimensões (econômica, social e administrativa), todas

interligadas. A primeira dimensão era a keynesiana, caracterizada pela ativa intervenção

estatal na economia, procurando garantir o pleno emprego e atuar em setores considerados

estratégicos para o desenvolvimento nacional — telecomunicações e petróleo, por exemplo. O

Welfare State ou Estado de bem-estar social correspondia à dimensão social do modelo.

Adotado em maior ou menor grau nos países desenvolvidos, o Estado de bem-estar tinha

como objetivo primordial a produção de políticas públicas na área social (educação, saúde,

previdência social, habitação e etc.) para garantir o suprimento das necessidades básicas da

população. Por fim, havia a dimensão relativa ao funcionamento interno do Estado, o

chamado modelo burocrático weberiano, ao qual cabia o papel de manter a impessoalidade, a

neutralidade e a racionalidade do aparato governamental.

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A administração pública burocrática foi adotada para substituir a administração

patrimonialista, que definiu as monarquias absolutas, na qual o patrimônio público e o

privado eram confundidos.

Para Bresser-Perreira (1996) a administração burocrática clássica, baseada nos

princípios da administração do exército prussiano, foi implantada nos principais países

europeus no final do século XX; nos Estados Unidos, no começo do século XXI; e no Brasil,

precisamente em 1936, com a reforma administrativa promovida por Maurício Nabuco e Luís

Simões Lopes. É a burocracia que Max Weber descreveu, baseada no princípio do mérito

profissional.

Na concepção teórica formulada por Weber (1982), a burocracia pode ser entendida,

portanto, como um arranjo organizacional caracterizado pelo exercício hierárquico da

autoridade, onde trabalham pessoas dotadas de credenciais e especialidades, às quais são

atribuídas obrigações regulares e oficiais, que elas se encarregam de executar “como se

fossem ‘curadores’, aplicando regras racionais de forma impessoal, sobre uma jurisdição

específica” (BEHN, 1998, p.13). Trata-se de regras formais, de natureza processual ou

procedimental, que asseguram a padronização e a razoabilidade técnica no desenvolvimento

das atividades organizacionais, de um lado, e dão suporte ao exercício de um poder ou

autoridade revestida de legalidade, logo, de legitimidade, de outro.

O modelo burocrático tem sua significativa importância para a evolução da gestão

pública, no qual essa referência de administração de Estado estava cumprindo o seu papel de

forma mais eficiente e democrático para a população com relação ao modelo anterior. A partir

de certo momento, no entanto, em meados da década de 1970, o Estado não estava mais

conseguindo cumprir as suas funções, devido à grande demanda da sociedade por mais

serviços e com melhor qualidade, para manter o bem estar da sociedade. Ocorreu, então, de o

Estado perder a eficácia, eficiência e efetividade dos seus serviços. De acordo Bresser-

Perreira (1996), a crise se caracteriza pela perda de capacidade do Estado de coordenar o

sistema econômico de forma complementar ao mercado. Esta crise é definida como de caráter

fiscal, do modo de intervenção do Estado, da forma burocrática pela qual o Estado é

administrado, e, em um primeiro momento, também como uma crise política.

Necessitava-se de uma quebra do modelo da gestão burocrática, para que a os serviços

prestados pelo Estado ao cidadão fossem realizados de forma eficaz e eficiente, para poder

cumprir seu objetivo que visa o bem comum.

Dessa forma, surgiu a concepção da quebra do paradigma da Administração Pública

Burocrática para o conceito de Nova Administração Pública (NAP) ou New Public

18

Management (NPM), que segundo Matias-Pereira (2008, p.102) significa “o conjunto de

argumentos e filosofias administrativas propostas como um novo paradigma de gestão pública

a partir do surgimento dos temas: crise e reforma do Estado”.

Ferlie et tal (1999, p.25) explicam que a tentativa inicial foi de trazer para dentro das

organizações do setor público um sistema de pensamento ideológico caracterizado de ideias

geradas em áreas do setor privado. No entanto, tais autores (1999, p.43) argumentam que na

teoria da administração pública os papéis e as capacidades não são prontamente transferíveis

do setor privado para o setor público, porque a natureza das tarefas executadas é

fundamentalmente diferente em ambos os setores.

Carneiro e Menecucci (2011) afirmam que os empreendimentos reformistas postos em

prática pelo Reino Unido, Estados Unidos, Nova Zelândia e Austrália, se difundem por uma

ampla constelação de países – com destaque para os países membros da Organização para a

Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) –, alcançando o Brasil em meados dos

anos 1990. Bresser-Perreira (1999) revela que no Brasil a Reforma Gerencial ganhou força

nas décadas de 1980 e 1990, quando os indivíduos começaram a perceber que uma das razões

pela crise fiscal que passava o Estado era motivada, também, pela ineficiência estrutural da

administração pública burocrática.

Assim, modelos de avaliação de desempenho, novas formas de controle do orçamento

e serviços públicos direcionados às preferências dos “consumidores”, além de métodos típicos

do managerialism, foram se constituindo como princípios da New Publica Management em

suas diversas fases de implementação - se constituindo como parâmetros fundamentais a

partir dos quais diversos países, de acordo com as condições locais, modificam as antigas

estruturas administrativas. O fato incontestável no debate internacional sobre administração

pública, considerado mesmo por aqueles que são ferrenhos críticos do managerialism, é que o

modelo burocrático weberiano não responde mais às demandas da sociedade contemporânea,

segundo Carneiro e Menecucci (apud POLLITT, 1990).

Na opinião de Serra (2008, p.20), na base destas novas ideias se encontrava uma

preocupação generalizada sobre as mudanças que o entorno exigia e sobre a imperiosa

necessidade de repensar o papel do Estado; de melhorar a eficiência, a eficácia e a qualidade

dos serviços públicos e de aperfeiçoar o desempenho dos servidores públicos e das

organizações.

Na literatura, a expressão modelo gerencial é rotulada de vários outros nomenclaturas,

como Gestão por Resultado (GpR), gestão por desempenho, entre outros. De acordo com

Serra (2008 p.21), existe uma diversidade de expressões para referir-se à GpR, tais como:

19

performance management, performance basedmanagement, governing for results,

management results, resultbased management e outras mais.

A partir desse momento, vem à tona uma discursão na direção de um novo modelo de

gestão para o Estado, através da implementação de métodos e técnicas de gestão oriundas do

setor privado, que passam ser aplicados ao setor público. Surge assim, o modelo gerencial e

suas aplicações, debatidas e implementadas, inicialmente, com maior ênfase, no mundo anglo-

saxônico, primeiramente na Grã-Bretanha, no final dos anos de 1970, e, logo depois, no início

dos anos de 1980, nos E.U.A.

Os gestores públicos têm debatido estes novos desafios, com a cooperação da lógica

gerencial, isto é, pela racionalidade econômica que procura conseguir eficácia e eficiência.

Consoante Serra (2008 p.18) esta lógica compartilha, mais ou menos explicitamente, três

propósitos fundamentais:

Assegurar a constante otimização do uso dos recursos públicos na produção e

distribuição de bens públicos como resposta às exigências de mais serviços e

menos impostos, mais eficácia e mais eficiência, mais equidade e mais qualidade.

Assegurar que o processo de produção de bens e serviços públicos (incluindo a

concessão, a distribuição e a melhoria da produtividade) seja transparente,

equitativo e controlável.

Promover e desenvolver mecanismos internos que melhorem o desempenho dos

dirigentes e servidores públicos, e, com isso, fomentar a efetividade dos

organismos governamentais, visando à concretização dos objetivos anteriores.

Todas essas características supracitadas relacionadas à GpR têm como objetivo

conduzir ao aprimoramento dos resultados de todas as ações governamentais, que seja capaz

de otimizar o desempenho governamental, como explicita Serra (2008 p.27). Deste modo, se

trata de um exercício de orientação às estruturas públicas, que busca conhecer e agir sobre

todos aqueles aspectos que afetem ou modelem os resultados da organização.

20

Figura 1 - O Estado e a Gestão por Resultado. Fonte: Serra (2008,pag. 35).

Serra (2008, p.36) entende que para uma gestão ser considerada GpR, é necessário

existir elementos comuns na gestão por resultado. Deste modo, ele destaca GpR com as

seguintes características:

Uma estratégia na qual se definam os resultados esperados por um organismo

público no que se refere à mudança social e à produção de bens e serviços;

Uma cultura e um conjunto de ferramentas de gestão orientado à melhoria da

eficácia, da eficiência, da produtividade e da efetividade no uso dos recursos do

Estado, para uma melhora dos resultados no desempenho das organizações

públicas e de seus funcionários;

Sistemas de informação que permitam monitorar a ação pública, informar à

sociedade e identificar o serviço realizado, avaliando-o;

Promoção da qualidade dos serviços prestados aos cidadãos, mediante um

processo de melhoramento contínuo;

Sistemas de contratação de funcionários de gerência pública, visando aprofundar a

responsabilidade, o compromisso e a capacidade de ação dos mesmos;

21

Sistemas de informação que favoreçam a tomada de decisões dos que participam

destes processos.

Conforme Abrucio (2010), o managerialism se acoplou, dentro de um processo de

defesa da modernização do setor público, a conceitos como busca contínua da qualidade,

descentralização e avaliação dos serviços públicos pelos consumidores/cidadãos.

No tocante à reforma da administração pública, desemboca na NPM, traduzindo

formalmente a preocupação com a melhoria da eficiência gerencial na provisão de bens e

serviços à população Carneiro e Menecucci (apud DUNLEAVY e HOOD, 1994; ABRUCIO,

2005; MANNING et al., 2009; PIERRE, 2009). O processo envolve o redesenho da estrutura,

procedimentos e práticas das organizações do setor público, incorporando mudanças de

grande magnitude na dimensão institucional, em que se incluem questões atinentes aos

princípios e valores que informam a relação de tais organizações com a sociedade e o

mercado. (CARNEIRO e MENECUCCI apud FERLIE et al., 1999; ORMOND e LOFFLER,

1999; HERNES, 2005). A própria avaliação do sucesso ou fracasso da administração pública

se altera, passando a ser balizada por critérios próximos àqueles utilizados pela administração

privada. De uma orientação inicial voltada à busca de eficiência e à redução do gasto público,

o reformismo associado à NPM avança em direção a questões como:

O foco em resultados;

A qualidade dos serviços prestados;

A autonomia do cidadão para escolher dentre diferentes provedores de serviços,

assim como para expor sua insatisfação na qualidade de usuário;

A accountability; e

A transparência.

A GpR dispõe de novos instrumentos para aprimorar a administração pública com o

intento de atingir alguns objetivos. Serra (2008, p.31) afirma que o objeto de trabalho da GpR,

é propor o desenvolvimento da administração burocrática com as seguintes contribuições que

se seguem.

Oferecer elementos de informação, conhecimento e intervenção aos responsáveis

pela administração pública que lhes permitam controlar e maximizar o processo

22

de criação de valor a fim de atingir o melhor resultado possível a respeito do que

se espera da ação de governo.

Contribuir para a melhoria da capacidade de prestar contas das autoridades e das

organizações públicas, para assim permitir que a sociedade, os órgãos de controle

e a comunidade internacional possam avaliar sua gestão.

Ajudar à alocação descentralizada de objetivos e responsabilidades bem como à

avaliação do desempenho daqueles que exercem as funções gerenciais – com o

correspondente uso de incentivos e sanções.

Para apoiar e transpor esses entraves tem-se como auxílio diversas ferramentas de

gestão, entre elas o SIC do Governo Federal, cujas finalidades principais são de apurar os

custos e abduzir informações das organizações, com o objetivo de aprimorar a gestão na

alocação de recursos e na prestação de contas, e subsidiar a tomadas de decisões dos gestores

públicos.

2.2 A CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO

Inicialmente, faz-se necessário tecer um estudo cronológico da evolução da

contabilidade pública no Brasil, a fim de contextualizar a presente pesquisa no cenário atual

em que está inserida a Contabilidade Aplicada ao Setor Público, que, como afirma Martin

(2007) vem passando por significativas mudanças, sobretudo, em decorrência das adequações

ou convergências aos padrões internacionais1.

Nessa perspectiva, o primeiro marco histórico da contabilidade pública no Brasil foi a

edição da Lei 4320/1964, que introduziu importantes regras de controle de finanças públicas,

bem como a implantação de uma administração e uma contabilidade aplicada ao setor

público.

O estudo da Contabilidade Pública, a partir da Lei 4320/64, tem seus próprios

instrumentos direcionadores de suas vertentes, que estão definidos na própria lei. Essa lei

instituiu normas gerais de direito financeiro, para elaboração e controle dos orçamentos e

balanços; estabelecidas no seu artigo 83: “A contabilidade evidenciará perante a Fazenda

1 De acordo com Manual Secretaria do Tesouro Nacional 6ª edição, as Normas Brasileiras de Contabilidade

Técnicas Aplicadas ao Setor Público (NBC T SP) editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), e

buscam a convergência às normas internacionais de contabilidade aplicada ao setor público – International

Public Sector Accounting Standards (IPSAS) – editadas pelo International Public Sector Accounting Standards

Board (IPSASB).

23

pública a situação de todos quantos, de qualquer modo, arrende receitas, efetuem despesas,

administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiáveis”. (Art. 83, Lei 43020/64).

É com esse artigo que a referida lei inicia as disposições que orientam o exercício das

funções contábeis nos entes federativos do Brasil, impondo à contabilidade, de acordo com

Reis (2015, p.211), uma técnica de processamento de informações para o controle e avaliação

da gestão patrimonial; além das regras, como seu plano de contas, que deverão evidenciar-se

por meio de registros e relatórios em que se louvarão as decisões administrativas.

Outro expressivo momento da Contabilidade Pública no Brasil foi a edição da Lei

Complementar nº 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabeleceu para

toda a Federação, limites de dívida consolidada, garantias, operações de crédito, limite com

despesas de pessoal, dentre outros aspectos; com o intuito de propiciar o equilíbrio das

finanças públicas e instituir instrumentos de transparência da gestão fiscal, dando uma maior

ênfase a Contabilidade Pública como instrumento gerencial.

Assim, o Conselho Federal Contabilidade (CFC), se adequando aos padrões

internacionais, através das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC T 16.1), conceituou “a

Contabilidade Pública como o ramo da ciência contábil que aplica, no processo gerador de

informações, os Princípios de Contabilidade e as normas contábeis direcionados ao controle

patrimonial de entidades do setor público”.

O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP), 6ª edição, Parte V,

organizado pela STN, repete o mesmo conceito da contabilidade aplicada ao setor público do

CFC (Resolução Nº. 1.128/08), qual seja: “a Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o

ramo da ciência contábil que aplica, no processo gerador de informações, os Princípios de

Contabilidade e as normas contábeis direcionados ao controle patrimonial de entidades do

setor público”.

Dessa forma, o enfoque da Contabilidade Pública no Brasil passa a ter não mais um

caráter somente orçamentário, mas também procura evidenciar, com qualidade, os fenômenos

patrimoniais e a busca por um tratamento contábil padronizado dos atos e fatos

administrativos no âmbito do setor público. Tornando-se imprescindível, para isso, a

elaboração de uma metodologia, estrutura, regras, conceitos e funcionalidades que

possibilitam a obtenção de dados que atendam aos diversos usuários da informação contábil.

Para melhor se adequar a essa realidade, foi emitida a Portaria MF nº 184/2008 e o Decreto Nº

6.976/2009, que determinam que a STN, enquanto órgão central do Sistema de Contabilidade

Federal, edite normativos, manuais, instruções de procedimentos contábeis e plano de contas

24

de âmbito nacional, objetivando a elaboração e publicação de demonstrações contábeis

consolidadas.

Para melhor ilustrar essa visão da contabilidade publica, na qual se busca evidenciar o

patrimônio e não só demostrar a execução orçamentária, que são ações com objetivos

diferentes, destacamos suas especificidades no quadro abaixo.

Ações de Verificação da Legalidade

Orçamentária Base Legal: Lei Nº 4320/64

Ações da Avalição da Evidenciação do

Patrimônio Base Legal: Lei Nº 4320/64 e

NBCASP

a) Art.75. O controle da execução

orçamentária compreenderá:

A legalidade dos atos que resultem a

arrecadação da receita ou a realização de

despesa, o nascimento ou a extinção de

direitos e obrigações;

A fidelidade funcional dos agentes da

administração, responsáveis por bens e

valores públicos;

O cumprimento do programa de trabalho

expresso em termos monetários e em

termos de realização de obras e prestação

de serviços.

b) Ações de controle da legalidade

orçamentária:

Prévia;

Concomitante; e

Subsequente.

a) Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos

ligados à administração orçamentária,

financeira, patrimonial e industrial.

b) Ações da avaliação de controle patrimonial:

Avalições prévia ou ex-ante;

Avaliação concomitante:

Avaliação a meio caminho (Balanço

Patrimonial e Demonstração das variações

patrimoniais);

Avaliação subsequente ou expost.

Quadro 1 – Ciclo das ações Orçamentárias versus Patrimônio.

Fonte: Silva (2012, pag. 145)

Conforme Silva (2012), baseado na descrição do quadro acima, os estudos de

contabilidade devem, além de levar em conta o conjunto dos aspectos formais, orgânicos e

materiais que formam o quadro geral de referência, incluir também a reflexão sobre o modelo

de sistema contábil que melhor evidencie as movimentações no patrimônio. Ao mesmo

tempo, precisam atuar ainda junto a todos os setores da organização para conhecer o processo

de trabalho e as dificuldades na geração das informações que a contabilidade precisa para

desempenhar a contento sua missão.

O conhecimento aplicado ao estudo da Contabilidade Pública cada vez mais vem

sendo reconhecido, pois a contabilidade é uma ferramenta para o estudo dos atos e fatos

administrativos, controle das movimentações patrimoniais e da apuração de resultados

alcançados em certo período de tempo. De acordo com Silva (2012, p.147), “qualquer

25

administrador público ou privado seja qual for o tamanho da organização que dirija, necessita

de obter em tempo hábil informações sobre os fatos ocorridos na entidade a fim de poder

tomar decisões adequadas para atingir os objetivos econômicos e sociais”.

A Contabilidade Pública, ao se enquadrar aos padrões internacionais, passa a dar

maior ênfase ao enfoque patrimonial, com o objetivo de demostrar de forma mais precisa o

patrimônio público e ajudar os gestores com uma ferramenta gerencial. Sobre o assunto,

destacam-se as normas aprovadas pela Resolução do Conselho Federal de Contabilidade Nº

1.133/08 (NBC T 16.6), que estabeleceram as demonstrações contábeis a serem elaboradas e

divulgadas pelas entidades do setor público, a fim de que as mesmas possam evidenciar os

resultados obtidos, sob a égide da eficiência, eficácia e da efetividade, conforme estabelece a

Constituição de 1988, em seu Art. 74, Inciso II.

Assim, com o objetivo de conhecer as informações sobre os resultados alcançados

pelas entidades públicas, que têm como foco uma visão gerencial, é que surge, dentro do

estudo da Contabilidade Pública, a Contabilidade de Custo Aplicada ao Setor Público, que vai

proporcionar informações significativas para uma melhor gestão pública.

O incremento da Contabilidade de Custos no âmbito da Administração Pública no

Brasil tem início com a Lei Nº 4.320, promulgada em 17 de março de 1964, através da qual

também a disciplina de Custo passou a fazer parte da Contabilidade Pública. No entanto, a

referida lei, ao tratar da apuração de custos nos artigos 85 e 99, aborda que:

Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a

permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento

da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços

industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação

dos resultados econômicos e financeiros. (Art.85, Lei 430/64, grifo nosso)

Art. 99. Os serviços públicos industriais, ainda que não organizados como

empresa pública ou autárquica, manterão contabilidade especial para

determinação dos custos, ingressos e resultados, sem prejuízo da

escrituração patrimonial e financeira comum. (Art.99, Lei 430/64, grifo

nosso)

Posteriormente, o Decreto Lei Nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, buscando a

modernização da Administração Pública, foi direcionado à criação de uma Administração

Gerencial no setor público. De acordo com o Decreto, as informações de custos passaram a ter

uma finalidade gerencial, abandonando a limitação de seu uso à Contabilidade Industrial,

como se encontrava até então no ordenamento jurídico da Lei 4320/64.

26

Tais disposições, no entanto, não foram suficientes para que a Contabilidade Pública

começasse a produzir informações que permitissem a apuração dos custos dos programas do

governo, bem como dos serviços gerados.

Art. 79. A contabilidade deverá apurar os custos dos serviços de forma a

evidenciar os resultados da gestão. (Art.79 Decreto Lei nº200, 1967)

O referido artigo 79 foi posteriormente regulado através do Decreto Presidencial Nº

93.872/1986, o qual detalhou a forma pela qual a contabilidade deveria apurar os custos dos

serviços, bem como determinou punição para as unidades que não disponibilizassem as

informações pertinentes para permitir essa evidenciação:

Art. 137. A contabilidade deverá apurar os custos dos projetos e atividades,

de forma a evidenciar os resultados da gestão.

§ 1º A apuração do custo dos projetos e atividades terá por base os elementos

fornecidos pelos órgãos de orçamento, constantes dos registros do Cadastro

Orçamentário de Projeto/Atividade, a utilização dos recursos financeiros e as

informações detalhadas sobre a execução física que as unidades

administrativas gestoras deverão encaminhar ao respectivo órgão de

contabilidade, na periodicidade estabelecida pela Secretaria do Tesouro

Nacional.

§ 2º A falta de informação da unidade administrativa gestora sobre a

execução física dos projetos e atividades a seu cargo, na forma estabelecida,

acarretará o bloqueio de saques de recursos financeiros para os mesmos

projetos e atividades, responsabilizando-se a autoridade administrativa

faltosa pelos prejuízos decorrentes. (Art.137 Decreto Presidencial

Nº93.872/1986, grifo nosso)

Ulteriormente, a Lei de Responsabilidade Fiscal, no governo de Fernando Henrique

Cardoso, trouxe novo dispositivo para a Administração Pública sobre o tema de custos, em

seu artigo 50.

Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a

escrituração das contas públicas observará as seguintes:

§ 3º: “A Administração Pública manterá sistema de custos que permita a

avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e

patrimonial”. (Lei Complementar 101/2000, grifo nosso)

Em seguida, a Lei nº 10.180, de 6 de fevereiro de 2001, a qual organiza e disciplina o

Sistema de Contabilidade Federal do Poder Executivo, concedeu à Secretaria do Tesouro

Nacional a competência para tratar de custos na Administração Pública Federal:

27

Art. 15. O Sistema de Contabilidade Federal tem por finalidade registrar os

atos e fatos relacionados com a administração orçamentária, financeira e

patrimonial da União e evidenciar:

V - os custos dos programas e das unidades da Administração Pública

Federal. (Art.15, Lei nº 10.180, grifo nosso)

O ponto importante da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, nesse momento, está

no poder de fornecer informações econômico-financeiras e patrimoniais aos gestores, para

uma melhor tomada de decisão e uma maior transparência dos gastos. Assim, a exposição de

demonstrativos contábeis elaborados sob orientação dos padrões internacionais aceitáveis,

com uma maior ênfase na transparência das informações financeiras e de gestão, se faz mais

do que necessária. A questão da transparência de informações vem ganhando destaque na

mídia ao longo do tempo, tendência estimulada pela demanda crescente por informações

relevantes para a tomada de decisão (SILVA, et al, 2008, p.3).

Segundo já foi discorrido, vários dispositivos legais determinam a apuração de custo

no setor público, como pressuposto da transparência e prestação de contas, seja através do

controle interno, externo ou do controle social. Segundo Leone (2000, p.25) “a contabilidade

de custos produz informações gerenciais para que os diversos níveis hierárquicos da

administração sejam capazes de planejar, controlar e decidir com maior eficiência e eficácia”.

Destaca-se também o valor da informação de custo, para fins de tomada de decisão.

Ainda e principalmente com essa preocupação, o CFC publicou, no ano de 2011, a Resolução

N.º 1.366/11, que por sua vez aprovou a Normas Brasileira Contabilidade, sobre o Sistema de

Informações de Custo do Setor Público, na busca instaurar conceitos, objetivos e regras de

mensuração e evidenciação dos custos.

A NBC 16.11 estabeleceu a conceituação, o objeto, os objetivos e as regras básicas

para mensuração e evidenciação dos custos no setor público. Nesta norma, também é

apresentado o Subsistema de Informação de Custos do Setor Público (SICSP), que possui a

função de registrar, processar e evidenciar os custos de bens e serviços e outros objetos de

custos produzidos e oferecidos à sociedade pela entidade pública.

Conforme a resolução CFC N.º 1.366/11, o SICSP de bens e serviços e outros objetos

de custos públicos têm por objetivo:

Mensurar, registrar e evidenciar os custos dos produtos, serviços,

programas, projetos, atividades, ações, órgãos e outros objetos de custos da

entidade;

Apoiar a avaliação de resultados e desempenhos, permitindo a comparação

entre os custos da entidade com os custos de outras entidades públicas,

estimulando a melhoria do desempenho dessas entidades; apoiar a tomada

28

de decisão em processos, tais como comprar ou alugar, produzir

internamente ou terceirizar determinado bem ou serviço;

Apoiar as funções de planejamento e orçamento, fornecendo informações

que permitam projeções mais aderentes à realidade com base em custos

incorridos e projetados e

Apoiar programas de controle de custos e de melhoria da qualidade do

gasto. (Ponto 3, CFC N.º 1.366/11)

Conforme já explanado, vários dispositivos legais determinam a apuração de custo no

setor público como requisito da transparência, por isso o alcance do SICSP é obrigatório para

todos os entes da federação, de acordo com a NBC T 16.11.

As características e os atributos da informação de custos do SICSP, segundo a

resolução supracitada são:

(a) relevância – entendida como a qualidade que a informação tem de

influenciar as decisões de seus usuários auxiliando na avaliação de eventos

passados, presentes e futuros;

(b) utilidade – deve ser útil à gestão tendo a sua relação custo benefício

sempre positiva;

(c) oportunidade – qualidade de a informação estar disponível no momento

adequado à tomada de decisão;

(d) valor social – deve proporcionar maior transparência e evidenciação do

uso dos recursos públicos;

(e) fidedignidade – referente à qualidade que a informação tem de estar livre

de erros materiais e de juízos prévios, devendo, para esse efeito, apresentar

as operações e acontecimentos de acordo com sua substância e realidade

econômica e, não, meramente com a sua forma legal;

(f) especificidade – informações de custos devem ser elaboradas de acordo

com a finalidade específica pretendida pelos usuários;

(g) comparabilidade – entende-se a qualidade que a informação deve ter de

registrar as operações e acontecimentos de forma consistente e uniforme, a

fim de conseguir comparabilidade entre as distintas instituições com

características similares. É fundamental que o custo seja mensurado pelo

mesmo critério no tempo e, quando for mudada, esta informação deve

constar em nota explicativa; (h) adaptabilidade – deve permitir o

detalhamento das informações em razão das diferentes expectativas e

necessidades informacionais das diversas unidades organizacionais e seus

respectivos usuários e

(i) granularidade – sistema que deve ser capaz de produzir informações em

diferentes níveis de detalhamento, mediante a geração de diferentes

relatórios, sem perder o atributo da comparabilidade.(Ponto12, resolução

CFC N.º 1.366/11, grifo nosso)

Por fim, em relação à sua integração com os demais sistemas organizacionais, em

conformidade com a resolução, o SICSP deve capturar informações dos outros sistemas de

informações das entidades do setor público, na busca da integração com o processo de

29

planejamento e orçamento, devendo utilizar a mesma base conceitual se se referirem aos

mesmos objetos de custos, permitindo assim o controle entre o orçado e o executado.

Cabe ressaltar ainda que esse processo de implantação do SICSP deve ser sistemático

e gradual, e precisa levar em consideração os objetivos organizacionais pretendidos, os

processos decisórios que usarão as informações de custos segmentados por seus diferentes

grupos de usuários, bem como os critérios de transparência e controle social.

A Contabilidade Pública, neste contexto, atravessou e atravessa várias transformações,

principalmente a mudança do foco orçamentário para o foco patrimonial, com o intuito não só

de mostrar de forma mais precisa o patrimônio público, mas de auxiliar os sistemas de

controle da administração e evidenciar informações de formas fidedignas e uniformes, para

todos os entes da federação, visando auxiliar os administradores na tomada de decisão e

avaliar o desempenho das ações governamentais através de seus indicadores de desempenho.

Essa ferramenta vem não só auxiliar a gestão, mas dar maior transparência às ações

governamentais e maior credibilidade às suas condutas perante a sociedade.

2.3 CONTABILIDADE DE CUSTOS

O estudo da Contabilidade de custos, oficialmente, surgiu no final do século XVIII,

paralelamente, ao advento da Primeira Revolução Industrial. Antes dessa época, existia

apenas a Contabilidade financeira, também chamada de Contabilidade geral. Essa ramificação

da contabilidade tem como intento inicial a avaliação dos estoques em empresas industriais.

Contudo, a partir da evolução dos seus estudos, a Contabilidade de Custos passou a

contemplar duas outras grandes funções: auxiliar o controle operacional das empresas e servir

de instrumento para as tomadas de decisões no âmbito gerencial (LIMA, 2010).

Para Lima (p.15, 2010) “a moderna Contabilidade de custo não é somente uma

metodologia de mensuração de estoque e do resultado; ela é, além disso, um instrumento de

administração da empresa”. É justamente daí que vem a conexão com a contabilidade

gerencial.

A Contabilidade de Custos usa, segundo Martins (2010), duas terminologias para

definir o que é custo, a depender do tipo de entidade: industrial ou não industrial. Para a

industrial, o “custo é todo gasto relativo à bem ou serviço utilizados na produção de outros

bens e serviços” (ibid, p.25). Ou seja, custo é tudo aquilo que se utiliza para conseguir

concretizar o produto. Como exemplo, tem-se a matéria-prima, que, a princípio, é um

investimento de capital, mas a partir da sua utilização para a fomentação de um bem ou

30

serviço, acaba propiciando a sua indicação como custo fabril. Já o conceito de custo na

terminologia de entidades não industriais está associado à premissa de que elas dão origem a

utilidades e assim geram custos, relativo a tal. Mas, de modo geral, custo significa o valor

original de aquisição de um bem ou serviço, inclusive leigamente (MARTINS, 2010).

Ainda deve-se destacar que a distinção entre custo e despesa é essencial nesta análise.

As despesas são consideradas toda mensuração em moeda, relativa à manutenção do bem ou

serviço da atividade da empresa, bem como para a obtenção de receita através da venda dos

produtos (Martins, 2010). Já os custos, segundo a NPC-2, IBRACON nº 2 de 30/04/1999, são:

a soma dos gastos incorridos e necessários para a aquisição, conversão e

outros procedimentos necessários para trazer os estoques à sua condição e

localização atuais, e compreende todos os gastos incorridos na sua aquisição

ou produção, de modo a colocá-los em condições de serem vendidos,

transformados, utilizados na elaboração de produtos ou na prestação de

serviços que façam parte do objeto social da entidade, ou realizados de

qualquer outra forma (p.2).

Para Martins (2010, p.25), os custos são “gasto relativo à bem ou serviço que será

utilizado na geração de outro bem e serviço”. Para uma melhor explicação, custo é um tipo de

gasto, porém, só se reconhecem os custos no momento da utilização dos fatores de produção

(bens ou serviço), para fabricação de outro produto. Como exemplo de fatores de produção:

os materiais, a mão-de-obra e das despesas gerais de fabricação ou de realização.

Após a explicação da terminologia de custo, é preciso definir as formas de analisar os

custos. Para Merchede (p.6, 2011), “os custos podem ser definido de acordo com o contexto

em que vão ser utilizado”. Não há, assim, uma única forma de se analisar os custos, podendo

os mesmos serem estudados por diversos ângulos como: os custos de produção, os custos

comerciais ou de administração, que são definidos, organizados e analisados por diversas

formas de abordagem, será visto a seguir.

2.3.1 Abordagem da Apropriação Custos aos Produtos

Nesse momento o que se pretende encontrar é quanto cada produto está consumindo

de custo direto e custo indireto.

31

2.3.1.1 Custos Diretos

Os Custos Diretos são aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos

fabricados, pois podem ser identificados e diretamente apropriados a um produto, uma linha

de produto, um centro de custo ou um departamento, no momento de sua ocorrência, pois há

uma medida objetiva e precisa de seu consumo, conforme Lima (2010).

Dutra (p.42, 2003) afirma que o que define a classificação do custo como direto é a

possibilidade de saber a parcela aplicada em cada um dos diferentes produtos que recebem

esse custo no momento de sua aplicação. Sousa e Clemente (p.27, 2007), por sua vez,

classificam como custo direto todos os que forem fácil e confiavelmente contáveis por

unidade produzida. Exemplos: Matéria-prima e Mão de Obra Direta (MOD).

2.3.1.2 Custos Indiretos

São os custos que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem

apropriados a determinado produto, ou seja, são custos apropriados indiretamente ao produto.

Necessitam, portanto, de algum critério de rateio para a sua alocação (LIMA, 2010).

Discorre Dutra (2003, p.43) que custos indiretos são aqueles que não se podem

apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de custo no momento de sua ocorrência,

sendo assim esse custo é atribuído mais de tipo de produto ou serviço.

Assim, os custos indiretos não oferecem uma alocação direta dos custos a cada tipo de

produto, ou seja, deve ser realizada uma estimação ou cálculo, muitas vezes, arbitrária, para se

apurar os custos indiretos.

Os custos indiretos são os fatores geradores dos problemas na contabilidade, por isso

devem ser melhor estudados, visto que precisam ser analisados e alocados de forma diferente

e menos arbitrária, para que não ocorra um direcionamento de recurso equivocado. Alguns

custos que não se alocam diretamente ao produto, por exemplo, são: o salário de supervisão

(visto que esse é um gasto generalizado da produção e não se pode dizer o quanto de recurso

ele consome de cada produto); o aluguel do prédio, que não indica a sua incidência a cada

produto; a mão de obra indireta; os materiais indiretos; a depreciação e a manutenção, dentre

outros.

Os rateios apresentam um grau de subjetividade significativo, fazendo com que os

contadores tenham uma cautela para utilizá-los nos lançamentos contábeis. Para Maher, (apud

ROSALINO, ILONEIS, 2001, p.231) “rateio de custos representa a atribuição de um custo

32

indireto a um objeto do custo, segundo certa base”. A atribuição de uma base para realizar o

rateio se torna um processo complicado, aumentando a subjetividade da mensuração, visto

que a base pode não estar totalmente indexada a dado produto, corretamente. Segundo

Martins (2010, p.79), os critérios de rateio ocorrem mediante estimativa, não sendo um

cálculo exato. Porém, mesmo assim, por falta de alternativas para conter essa fragilidade, as

formas de mensuração via rateio são as que estão em vigência.

Consoante Leone (2010), as bases de rateio mais comuns são: as unidades produzidas;

horas máquinas; as horas de mão de obra direta; os custos dos materiais; as quantidades de

materiais; os custos da mão de obra e as transações por atividades. O autor afirma ainda que

existem muitas outras bases de rateio, a depender do ramo de atuação da empresa em seu

ambiente produtivo. Além disso, são vários os métodos para ratear e a decisão de qual deles

utilizar, a depender do interesse do empresário.

A diferenciação entre custos diretos e indiretos é que os custos diretos serão incididos

nos produtos de forma rápida e fácil de analisar, pois os mesmos estão relacionados

diretamente aos produtos, bastando existir uma medida de consumo (MARTINS, 2010). Já os

custos indiretos necessitam de rateio para que possamos identificar sua alocação.

2.3.2 Abordagem no tocante ao Nível da Produção

Com relação aos níveis de produção, os custos podem ser divididos em custos fixos e

custos variáveis.

2.3.2.1 Custos Fixos

Segundo Lima (2010), os custos fixos são aqueles cujos valores permanecem

inalterados, independentemente do volume de produção da empresa. São custos que

permanecem constantes dentro de determinada capacidade instalada, independente do volume

de produção, ou seja, uma alteração no volume de produção para mais ou para menos não

modifica o valor total desse custo.

Na mesma direção, de acordo com Neves (2012), para clarearmos mais essa definição,

os custos fixos são aqueles cujos valores são os mesmos para qualquer que seja o volume de

produção da empresa. Todavia, devemos frisar que os custos fixos são fixos em relação ao

volume de produção, mas podem variar ao longo do tempo. O exemplo característico desse

tipo de custo é o aluguel de imóvel ocupado por uma indústria, cujo valor mensal é o mesmo

33

em cada período, independentemente do volume produzido. Mesmo quando o valor do

aluguel é reajustado, o custo continua fixo porque houve apenas uma atualização do valor

contratado, em função da desvalorização do poder aquisitivo da moeda. Como outros

exemplos temos os salários dos chefes, seguros etc.

Os custos podem ser fixos, por não apresentarem a variabilidade de acordo com a

atividade fim, utilizando periodicamente praticamente a mesma base de cálculo, mesmo que

sua base de volume utilizada apresente variação, conforme Merchede (2011)

2.3.2.2 Custos Variáveis

Segundo Neves (2012), os custos variáveis são aqueles cujos valores se alteram em

função do volume da produção da empresa, ou seja, aqueles cujos valores são alterados em

função da quantidade produzida pela empresa, isto é, quanto maior o volume de produção

num determinado período, maior será o custo variável (os custo variáveis variam direta e

proporcionalmente com o volume da produção). Assim, se não houver quantidade produzida,

o custo variável será nulo. Como exemplo típico de custo variável, temos as matérias-primas

consumidas por unidade de produto no processo de produção.

Para Merchede (2011), na maioria dos custos não existe uma rigidez na classificação

quanto ao seu comportamento. Um custo poderá ser fixo numa empresa e variável em outra.

O que deve ser observado é a particularidade de cada empresa.

2.3.3 Tipos de método de custeio

No momento em que se fala em contabilidade de custo, surge o primeiro desafio que é

a diferenciação dos custos da empresa. De acordo com Berti (2007, p.59), o método de custeio

é a forma empregada ou maneira utilizada para se calcular o custo de um produto ou serviço.

A Contabilidade de Custo possui vários métodos de custeio. Cada método tem seu

intento e seus propósitos específicos. Os quatro métodos mais utilizados pela contabilidade

são: método de custeio por absorção; custeio variável; custo-padrão e método ABC.

2.3.3.1 Custeio variável

O custeio variável, também conhecido como custeio direto, é considerado um método

mais simples na visão de Merchede (2011). Ele comenta que esse método é baseado no

34

princípio de que os custos claramente identificados como os produtos ou serviços vendidos

(chamados de direto ou variáveis) devem ser apropriados e registrados como custo. Os demais

custos, necessários para manter a capacidade instalada (indiretos ou fixos), devem ser

desconsiderados em termos de custo do produto.

Merchede (apud Wernke 2004, p.29) ressalta que a sistemática de cálculo do custeio

direto prevê uma apropriação de caráter gerencial, considerando apenas os custos variáveis

dos produtos vendidos, enquanto que os custos fixos ficam separados e são considerados

despesas do período.

Custo variável, de acordo com Diedrich e Munaretto (2007), se preocupa somente com

a alocação dos custos e despesas variáveis, direta ou indireta, aos produtos. Desprezando os

custos fixos, que são considerados como elementos do resultado do exercício, e não como

participantes dos custos dos produtos e serviços elaborados.

O método de custeio variável simplesmente o custeio direto constata o seguinte custos;

os custos variáveis, que são alocados diretamente aos produtos, que juntamente com as

despesas variáveis serão diminuídas da receita, com fim de apreciar a margem de contribuição

de cada produto. E os custos fixos, como as despesas fixas, terão de ser diminuídas da

margem de contribuição total do período. Este método prediz uma apropriação de nível

gerencial, se importando somente com o comportamento dos custos e não com a

funcionalidade destes (FERREIRA, 2005).

Os custos e despesas fixos são aqueles que não variam durante o período, qualquer que

seja o volume de atividades da empresa, sendo que o custo variável é diretamente ligado à

quantidade produzida, ou seja, varia de acordo com a produção do bem ou serviço, como já

foi abordado anteriormente.

“A alocação dos custos e despesas variáveis ocorre de forma direta. Ou seja,

à medida que ocorrem são distribuídos aos respectivos produtos e/ou

serviços. Assim, não há a ocorrência de rateios. Pode-se conceituar margem

de contribuição como sendo o valor que cada unidade de um produto

fabricado e comercializado contribui para cobrir os custos fixos da empresa.”

(FERREIRA, 2005, p.1986)

A vantagem do método de Custeio Variável é a possibilidade de comparar os custos

unitários, independente do volume de produção; além de auxiliar no controle dos custos fixos,

que são determinados como despesa, e viabilizar o cálculo do ponto de equilíbrio

(DIEDRICH; MUNARETTO, 2007).

35

Wernke (2004, p.29) aponta quais as principais vantagens e desvantagens do método

custeio direto:

Prioriza aspectos gerenciais ao enfatizar a rentabilidade de cada produto

sem as distorções ocasionadas pelos rateios de custos fixos aos

produtos;(vantagem)

Não é aceito pela legislação tributaria para fins de avaliação de

estoque;(desvantagem)

Não envolve rateios e critérios de distribuição de gastos, facilitando o

cálculo; (vantagem)

Exige uma estrutura de classificação rígida entre os gastos de natureza fixa

e variável;

Com a elevação do valor dos custos fixos, não considerados nesse método,

a analise de desempenho pode ser prejudicada e deve merecer analise mais

acuradas. ;(desvantagem)

2.3.3.2 Custeio padrão ou custo-padrão

Para Neves (2012, p.159), Custo Padrão é um custo estabelecido pela empresa como

meta para os produtos de sua linha de fabricação, levando-se em consideração as

características tecnológicas do processo produtivo de cada um, a qualidade, os preços dos

insumos necessários para a produção e o respectivo volume desta.

Leone (1983, p.264) observa que custo padrão é calculado antes da realização das

atividades. O custo-padrão é um procedimento de análise dos custos que possibilita uma

observação consistente e abrangente da área contábil, permitindo uma exploração dos custos

independentemente do método vigente utilizado na empresa, ou seja, você pode utilizá-lo

mesmo que sua empresa atualmente esteja sendo avaliada pelo custeio por absorção ou

variável.

O custo-padrão, segundo Iudícibus (2010), se restringe à área de custos de produção,

embora existam sistemas de custo-padrão abrangentes a toda área administrativa e de

distribuição, enfim, a toda empresa.

A ideia de custo-padrão, seguindo o pensamento do autor, coincide com a

interpretação de Marquesini et al. (2006), que também diz que esse tipo de custeio é utilizado

para controlar os custos das operações e atividades, quando ele está direcionado ao objetivo

de avaliar o desempenho. Porém, mesmo coincidindo com alguns parâmetros igualitários, os

pesquisadores divergem no tocante à questão de como denominar esse tipo de custeio, pois

segundo Marquesini esse método deixa de ser de custeio e acaba tornando uma técnica

auxiliar.

36

Segundo Crepaldi (apud MARQUESINI, 2006), custo-padrão é subdividido em três

tipos, sendo eles: o ideal, o estimado e o concorrente, cujas definições são:

Custo-padrão ideal é determinado pela sua característica de ser o mais científico

possível, ou seja, com a possibilidade de menor desperdício possível durante a

utilização dos insumos.

Custo-padrão estimado preocupa-se em criar projeções futuras, por meio de

análise dos gastos ocorridos no passado, sem o mínimo interesse de avaliar

possíveis ineficiências na área de produção.

Custo-padrão concorrente é o entremeio dos dois tipos citados acima, ou seja, é

necessária a realização de estudos para a avaliação da eficiência da produção,

levando em consideração as dificultados existentes.

Dessa forma o custo-padrão tem como proposito a busca da quantidade de custo

preciso para a determinação da produção, levando em consideração certas condições normais

ou ideais; tendo como perspectiva, uma noção da meta que deseja alcançar, de eficácia e

eficiência, buscando sempre melhores resultados para a empresa.

2.3.3.3 Custeio por absorção

O método de custeio por absorção é o método mais tradicional de custeio. É utilizado

quando se deseja atribuir um valor ao produto, conferindo-lhe também uma parte dos custos

indiretos. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos produtos, de forma

direta ou indireta, mediante forma de rateio. (MERCHEDE, 2011, p.23)

O custeio por absorção caracteriza-se pela apreciação e junção, nos custos dos

produtos, dos elementos denominados como custos fixos e variáveis de produção de um

determinado período.

Segundo Martins (2010), o custo por absorção consiste na apropriação de todos os

custos de produção aos bens elaborados e somente esses. Assim, todos os gastos relativos ao

esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos.

O mesmo autor (ibid, 2010) afirma que o custo por absorção é realmente um método

que une todos os elementos e divide os custos para cada produto. Para Leone e George

(2010), o custo por absorção é a junção das despesas de fabricação, analisadas pelo total, por

um grupo ou individualmente, possibilitando a transferência direta dessas despesas aos

produtos, de acordo com uma medida de volume específica.

37

Verifica-se que há um harmonia entre os autores já mencionados, com relação a

importância deste método. De forma sintética, para quem tem desvelo de utilizar este método

no seu âmbito empresarial/industrial, é importante direcionar todos os custos realizados

durante a produção e dividi-los de forma mais racional, para que no custo de produção não

ocorra o possível direcionamento indevido. As empresas/indústrias que quiserem seguir esse

método devem geri-las através do princípio contábil da uniformidade, que retrata a

homogeneização de procedimentos adotados para apuração de dados (LEONE GEORGE;

LEONE RODRIGO, 2010; MARTINS NETO, 2014).

A figura a seguir possibilita a visualização do caminho que decorrem os custos pelo

método de custeio por absorção na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), sendo

estes direcionados como custo da mercadoria vendida (CMV) e estando dentro dos custos

relacionados ao produto direto ou indiretamente.

Figura 2 – Os gastos na Demonstração do Resultado do Exercício

Fonte: NETO (2014)

Vale destacar que o método de custeio por absorção aponta algumas dificuldades em

relação à alocação dos custos indiretos, já que é necessária uma base de rateio para alocação

apropriada desses custos. Os custos indiretos, para utilização do método de custeio por

absorção, possuem grande facilidade de se direcionar, já que são constituídos de forma

econômica e variável ao objeto de custeio. O custo denominado indireto é o que necessita de

um maior estudo já que sua alocação carece da criação de definições claras dos chamados

critérios de rateio, como observa Nakagawa (2012). De fato, sempre existirá certa

38

subjetividade no direcionamento dos custos indiretos e isto é evidenciado como uma

problemática para a mensuração dos Custos Indiretos de Fabricação (CIF). “Quando

atribuídos aos produtos, serviços ou departamentos, os CIF são alocados por meio de critérios

de distribuição ou métodos subjetivos e muitas vezes arbitrários” (NETO, PAG. 15, 2014).

Para que o gestor consiga minimizar a influência da subjetividade e arbitrariedade, é

necessária a realização de um mapeamento do processo produtivo, para estudar de onde se

origina os CIF e como é a estrutura da empresa. Em seguida, será essencial a criação de

critérios de rateio bem definidos para centro de custos ou departamentos. Após isso, ainda

deve-se garantir a manutenção da consistência nos critérios de rateios, caracterizados

logicamente dentro da empresa, pois servirão como base da comparação dos custos de

produtos diferentes, assim como para analisar o comportamento dos custos e do desempenho

econômico da empresa durante aquele período.

Diante das dificuldades de contabilização dos custos indiretos, se desenvolveram

métodos de melhor mensuração dos referidos custos. Para este estudo, destaca-se o método

Activity-Based Costing (ABC), como descreveremos adiante.

2.3.3.4 Método de Custeio ABC

Conforme Wernk (2004, p.22), a concepção atual do Custeio Baseado em Atividade

(ABC) surgiu nos Estados Unidos na década de 1980, formalizado pelo professor Robert

Kaplan e Robin Cooper, com o objetivo principal de aprimorar a alocação dos custos e

despesas indiretas fixos aos produtos.

De acordo com Merchede (2011, p.24), o sistema de custeio baseado em atividades

oferece informações precisas sobre as atividades dos processos de negócios e sobre os

produtos, serviços e clientes servidos por esses fatores. O ABC considera as atividades

organizacionais elementos-chaves para análise de comportamento do custo.

Este sistema procura diminuir as distorções causadas pelo uso do rateio, necessário aos

sistemas tratados anteriormente, principalmente quando falamos do sistema de custeio por

absorção (GOMES, 2013).

O método ABC traz consigo uma linha de raciocínio de que os custos são causados a

partir de execução das atividades que, ao serem realizadas, utilizam recursos. E este difere de

outros métodos que utilizam os produtos, por exemplo, como consumidores de recursos

(DIEHL; SOUZA; ALVES, 2008).

39

Conceitua-se o método ABC como uma metodologia que viabiliza o tratamento de

dados relacionado aos custos e as atividades que mais implicam dispêndio de recursos de uma

empresa (NAKAGAWA, 2012).

O sistema de custeio ABC é uma ferramenta que permite melhor

visualização dos custos através da análise das atividades executadas dentro

da empresa e suas respectivas relações com os objetos de custos. Nele, os

custos tornam-se visíveis passando a ser alvos de programas de redução e de

aperfeiçoamento de processos, auxiliando, assim, as organizações a

tornarem-se mais lucrativas e eficientes (PAMPLONA; MAUAD, 2003,

p.5).

Para Bornia (2010), o método ABC possui quatro etapas de aplicação: a de

mapeamento das atividades, alocação dos custos às atividades, distribuição dos custos das

atividades indiretas até as diretas, e por fim, destinação dos custos aos produtos. Isto

caracteriza-se uma maneira de destinação do raciocínio, sendo que dentro destes quatro

processos supracitados ainda tem-se que criar maneiras de como chegar ao mapeamento de

atividades. Para isso, muitas das vezes são utilizados questionários para que se consigam as

informações necessárias devido os donos das empresas terão mais tempo e privacidade para

responde-los (NAKAGAWA, 2012). Após isso é identificada a existência de diversas

atividades executadas de maneira homogênea.

Assim, o primeiro passo, para o ABC é identificar as atividades relevantes dentro de

cada departamento (SANTOS, 2010). Com isso, podemos começar a planejar formas de

rastrear a distribuição dos custos e as atividades através dos direcionadores que são os

responsáveis por isso, para que posteriormente, este custos sejam atribuídos aos produtos.

(OLIVEIRA; FERREIRA, 2006, p.09).

Direcionadores são os causadores da atividade, ou seja, são eles os fatores

determinantes para causa dos custos (DIEDRICH; MUNARETTO, 2007).

A partir do gerenciamento de dados e do gerenciamento de recursos é possível destinar

dentro do método os custos das atividades, sendo que nem sempre este processo poderá

viabilizar o dispêndio da empresa, com seus custos indiretos. Devido ao seu alto custo de

implementação e de manutenção, torna-se inviável, pois requer um mapeamento detalhado

dos fatos que ocorrem na empresa e muitas das vezes, devido a forma de conseguir as

informações torna-se inviável um detalhamento tão alto capaz de gerar informações

desejáveis, durante o processo de implementação/adequação. Entretanto, empresas que se

adequam ao método ABC e que seu custo de implementação se torna viável, terão a

40

capacidade de medir de forma mais acurada seus custos indiretos, e assim, será possível uma

melhor alocação de recursos dentro da sua empresa, gerando melhores resultados, que

auxiliam na tomada de decisão da empresa pelos seus dirigentes.

2.3.4 Os custos do serviço público

A nova abordagem da gestão pública aplicada pelo Estado, a partir do modelo

proposto por Bresser Pereira em 1995, na busca por maior eficiência, eficácia e efetividade

das politicas públicas, fez com que os gestores da administração pública necessitassem, a

partir de então, de um conjunto de informações gerenciais para melhorar a gestão e a

qualidade dos gastos públicos. Uma dessas ferramentas é a contabilidade de custos, pois

segundo Leone (2000, p.25), “a contabilidade de custos produz informações gerenciais para

que os diversos níveis hierárquicos da administração sejam capazes de planejar, controlar e

decidir com maior eficiência e eficácia”. No mesmo sentido, Silva (1997, p.56) afirma que a

administração pública deve “estabelecer padrões de eficiência e verificar ao longo do tempo

se esses padrões são mantidos por intermédio de uma vigilância constante sobre o

detalhamento dos custos e despesas e sua apropriação aos serviços”. Assim a informação de

custos é de muita relevância pra os gestores públicos.

O conceito de contabilidade de custo pode ser apresentado de forma detalhada e

abrangente, interligando as afirmações de Leone (2000) e Ott (2004), que mostram as fases do

trabalho de custo. Segundo os autores, a contabilidade de custo coleta, acumula, organiza,

analisa, interpreta e informa os gastos dos objetos de custo (produção, serviço, planos

operacionais e táticos, programas, atividades etc.) para determinar sua realidade e nível de

eficiência. Também possibilita avaliar o patrimônio da organização, controlar os custos das

operações e auxiliar o gestor no processo de planejamento e tomada de decisões.

Também possui o objetivo de subsidiar decisões governamentais e organizacionais

que conduzam à alocação mais eficiente do gasto público, sendo essencial para a

transformação de paradigmas que existem na visão estratégica do papel do setor público. Para

Machado e Holanda (2010, p.797) o Sistema de Informações de Custo tem como finalidades

os seguintes pontos:

Maior eficiência do processo alocativo — permite avaliar se determinados bens

ou serviços produzidos pelo governo justificam os custos correspondentes, ou se

há alternativas a custos menos elevados, contribuindo as informações de custo

41

para que os órgãos de planejamento e orçamento avaliem as alternativas, em geral

no decorrer do processo de decisão, quanto à alocação dos recursos públicos

(caráter ex ante);

Maior eficiência operacional — a produção de bens e serviços pelo Estado deve

se submeter a algumas avaliações, quanto às maneiras diferentes de produzir o

mesmo produto com custos menores, que permitam identificar ineficiências

operacionais e oportunidades de redução de gastos, quanto à avaliação do

desempenho das pessoas e organizações (inclusive outros entes e ONGs), quanto à

identificação de economias com despesas correntes (CF, art. 39, §7o), e também

quanto ao custo/benefícios das ações. A análise compara as diversas maneiras de

realizar o mesmo produto com custos menores. Assim, facilita a identificação de

ineficiências e oportunidades de redução de gastos, avaliação de resultado e

desempenho, bem como benchmarking e identificação de atividades de baixo

valor agregado;

Fixação de preços públicos e taxas — para cálculo do preço de venda em

organizações governamentais que fornecem bens ou serviços mediante

pagamento. Dessa forma, o conhecimento do custo dos produtos é essencial para

que se estabeleça o preço justo a ser cobrado ou se conheça o resultado financeiro

obtido, o lucro ou o prejuízo.

Lopes (2000) considera que a contabilidade de custo deve produzir informações para

os diversos níveis gerenciais de uma entidade e para auxiliar no processo de planejamento,

orçamento, execução, avaliação e controle das operações públicas.

De acordo com Holanda (2012, p.247) a contabilidade de custo pode ter outras

finalidades, como: subsidiar o processo de planejamento e orçamentação; apoiar as decisões

sobre continuar a produção de determinado bem ou serviço ou atividade, ou entregá-las a

entidades externas; possibilitar a melhoria das informações internas gerenciais para permitir a

medição de resultados de desempenho e proporcionar controles mais orientados a resultados.

Treasury (1994) vê que a função e, consequentemente, os objetivos de um sistema de

custo público são mais amplos que os da iniciativa privada. De fato, enquanto na iniciativa

privada o objetivo principal é servir ao público interno embasando a tomada de decisão dos

gestores, no setor público, além dessa função de auxiliar o público interno, destina-se também

ao público externo (cidadão, comunidade), para infirmar sobre os custos dos departamentos e

dos serviços prestados à população.

42

Contudo, de acordo com Holanda (2012 p.247), para que se consiga chegar a esse

ponto de observações e conclusões sobre custo no setor público, o estudo eminente passa por

referências já consagradas na experiência privada.

Para um melhor uso das informações do sistema da contabilidade pública na

construção do sistema de custo, é imprescindível uma aproximação terminológica e conceitual

da contabilidade pública com a contabilidade privada. De acordo com Martins (2003, p.25),

ao analisar a terminologia da contabilidade de custo, destacam-se os seguintes conceitos:

Gasto: “sacrifícios financeiro que a entidade arca para a obtenção de um produto

ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de

entrega de ativos”.

Investimento: “gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios

atribuíveis a futuros períodos”.

Custo: “gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outro bem ou

serviço”.

Despesa: “bem ou serviço consumido direto ou indiretamente para obtenção de

receita”.

Desembolso: “pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço”.

Holanda (2010) denota que esses conceitos podem ser pensados como um ciclo: o

equipamento (ativo) usado no processo produtivo, que foi gasto e se transformou em

investimento e posteriormente considerado parcialmente como custo, torna-se uma despesa do

período no processo de apuração do resultado. De acordo com o autor, o gasto pode se

transformar imediatamente em despesa ou custo sem passar pela fase do investimento. O mais

frequente é que o gasto se distribua em investimentos, custo e despesa, exceto em caso

específico, quando caracterizado como “perda” por corresponderem a reduções do patrimônio

que não proporcionaram nenhum recebimento compensatório ou geraram produtos e/ou

serviços.

A figura a seguir explana o ciclo da contabilidade privada e o ciclo da contabilidade

pública, evidenciando a dificuldade das aplicações desses conceitos do privado ou público

para um processo de análise dos gastos públicos.

43

Figura 3 – Ciclo de transformação de gasto, investimento, custo e despesa do setor privado e

do setor público.

Fonte: Holanda ( Pag. 232, 2012)

O que se deve ser observado é que na contabilidade privada há uma distinção entre

custo e despesa bem mais descomplicado do que no setor público, pois a contabilidade de

custo, no setor privado, separa esses conceitos da seguinte forma: todos os gastos ocorridos na

produção até que o produto fique pronto para venda é considerado custo. Desta forma, fica

mais clara a diferenciação entre custos e despesas no setor privado.

Já no setor público, as despesas orçamentarias têm um ciclo próprio, passando pelas

seguintes fases: a fixação, empenho, liquidação e pagamento. No setor público, essas despesas

realizadas sofrem uma maior delonga em relação ao setor privado, dificultando uma melhor

análise de que em que ponto deve se separar os custos das despesas.

Todavia, ao expor uma comparação entre o setor empresarial e o setor público, são

notórias algumas semelhanças em alguns pontos do ciclo da separação dos custos e das

despesas desses dois setores. Ao estabelecer uma equivalência aos correspondentes conceitos

de custo do setor privado e do setor público, Holanda (2010) chega às seguintes observações:

a fase da fixação (que é uma das fases da despesa, em termos genéricos) pode ser

compreendida e praticada da mesma forma que o estabelecimento do custo-padrão do setor

privado, uma vez que o custo-padrão não deixa de ser uma espécie de orçamento. A fase do

empenho não encontra correspondência nos conceitos normalmente utilizados pela

contabilidade de custos do setor empresarial. Já na fase de liquidação, são essencialmente

verificados os critérios de realização da despesa e os valores “liquidados”, que significam que

o direito de receber do credor foi analisado, bem como atestado que este cumpriu sua

obrigação contratual. A fase do pagamento, obviamente, é idêntica ao conceito de

SETOR PRIVADO

SETOR PÚBLICO

44

desembolso, observando-se apenas que, na contabilidade pública o pagamento deve ser

precedido normalmente por todas as fases anteriores; enquanto na contabilidade empresarial o

desembolso pode ser feito antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto,

defasada ou não do gasto. O quadro a seguir mostra o resumo dessa correspondência

terminológica.

Figura 4 – Correlação dos conceitos de custo no setor empresarial X público.

Fonte: Machado ( 2002).

Adota-se, no SIC, então, que os conceitos de “gasto” do setor privado e valores

“liquidados” do setor público são equitativos.

O entendimento de que as despesas orçamentárias liquidadas são gastos realizados no

setor público foi o ponto de partida da Secretaria do Tesouro Nacional para a construção do

Sistema de Informação de Custos (SIC) do governo federal. Assim, as despesas orçamentárias

liquidadas serão custos quando forem relativas a bens ou serviços utilizados e consumidos no

exercício corrente; e serão investimentos quando beneficiarem exercícios futuros. Os

investimentos - da mesma forma que no setor privado - transformam-se posteriormente em

custos.

Portanto, pode-se afirmar que no setor público as despesas liquidadas são a variável a

partir da qual se deve realizar os ajustes conceituais necessários para se chegar à informação

de custos. Assim, no setor público, o conceito de despesa liquidada funciona como elo

conceitual e metodológico para apuração dos custos. A abordagem sobre aos ajustes

conceituais da contabilidade será realizada com maiores detalhes no modelo proposto, no item

4.4 deste trabalho.

45

Os métodos de custeio são formas de apuração dos valores de custos dos bens,

mercadorias ou serviços das entidades públicas e privadas. Segundo Eller (2000, p.79), “os

métodos de custeio têm como função determinar o modo de como será atribuído custo aos

produtos”.

Há numerosos métodos do sistema de custeio, contudo não é coerente eleger um

método melhor ou alegar a possibilidade de substituição de um pelo outro, pois estes métodos

são aplicáveis conforme as necessidades das entidades, de acordo com o ramo de atividade, o

porte, o grau de detalhamento desejado dos valores de custos, os objetivos gerenciais, etc.

As reflexões atuais acerca do sistema de custeamento a ser definido para o governo

federal compreendem a importância da informação de custos ao subsídio de decisões

governamentais eficientes, como afirma Machado e Holanda (2010).

O método de custeio é, na verdade, como afirmam Miranda e Souza (1999), a forma

como os gastos serão alocados aos produtos e serviços. Segundo Martins (2003), é o método

de apropriação de custos.

Assim, em conformidade com o pensamento de Machado e Holanda (2010), percebem-

se os desafios que a Contabilidade Aplicada ao Setor Público encontrará, em médio prazo, tais

como alguns entraves decorrentes de imprecisões nos dispositivos legais, como também

afirmam Cruz e Neto (2007), para gerar informação útil e adequada ao processo decisório.

Considerando as especificidades da CASP, bem como, com o evento de terceirizações

e privatizações na Administração Pública, faz-se necessário que os gestores públicos

conheçam os custos de suas entidades, para que possam tomar as melhores decisões nas

alternativas de contratar (ou terceirizar), como afirma Slomski (2010).

Neste contexto, em observância à Lei n.º 4.320/64, e à Lei Complementar n.º 101, que

em 01 de maio de 2000 estabeleceu a necessidade de a Administração Pública manter um

sistema de custos que lhe permita avaliar e acompanhar a gestão orçamentária, financeira e

patrimonial das entidades públicas, o Conselho Federal de Contabilidade, através da

Resolução nº 1.129/08, aprovou a NBCT 16.2, que estabeleceu o Subsistema de Custos, para

a Contabilidade Aplicada ao Setor Público, o qual tem como objetivo registrar, processar e

evidenciar os custos dos bens e serviços, produzidos e ofertados à sociedade pela entidade

pública.

Como o CFC (2008) afirma, segundo essa norma, que o subsistema de custos deve ser

integrado com os demais subsistemas (orçamentário, patrimonial e compensação) e deve

subsidiar a Administração Pública sobre:

46

(a) o desempenho da entidade;

(b) a avaliação dos resultados obtidos com relação à economicidade, eficiência,

eficácia e efetividade;

(c) a avaliação das metas planejadas; e

(d) a avaliação dos riscos e das contingências.

Através dessas informações percebe-se que a implantação de um sistema de

informação de custos tem sua importância além do cumprimento da determinação legal, mas

também para fins gerenciais no auxílio à gestão pública, como afirmam Cruz e Neto (2007).

2.4 SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE CUSTO DO GOVERNO FEDERAL

A implantação do Sistema de Custos do Governo Federal passou por várias

dificuldades para que se tornasse uma realidade. Cabe destacar o trabalho realizado,

inicialmente, pela Comissão Interministerial em meados de 2005, cujo objetivo é "elaborar

estudos e propor diretrizes, métodos e procedimentos para subsidiar a implantação de Sistema

de Custos na Administração Pública Federal". Em continuidade aos trabalhos da Comissão

Interministerial, foi instituída, em meados de 2008, a Câmara Técnica de Qualidade do Gasto

(CTQG), no âmbito do Comitê Técnico de Orçamento, conduzido pela Secretaria de

Orçamento Federal, do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão, de acordo com STN

(2015).

Ainda no ano de 2008, segundo Holanda (2012, p.260), foi realizada a oficina de

trabalho "Sistemas de Custos na Administração Pública: Modelo Conceitual e Estratégia de

Implementação". Neste encontro, o então Ministro da Fazenda, Guido Mantega, definiu como

órgão responsável para coordenar a tarefa de conceber e implantar o Sistema de Informação

de Custos do Governo Federal, a Secretaria do Tesouro Nacional- STN, determinando que

fossem utilizados dados dos diversos sistemas estruturantes do governo federal. Por

consequência da decisão acima referida, a partir de outubro de 2008, o Sistema de Custos

passou a ter um projeto executivo.

O SIC se desenvolveu a partir de 2009, no âmbito da Secretaria do Tesouro Nacional e

do Ministério da Fazenda, com o intuito de produzir a versão inicial do Sistema de

Informação de Custos do Governo Federal, em parceria com o Serviço Federal de

Processamento de Dados (Serpro). O referido grupo passa a interagir fortemente com todo o

trabalho do macroprocesso orçamentário e financeiro que já estava estabelecido, fundindo-se

47

num grupo de trabalho maior, envolvendo também o Ministério do Planejamento, Orçamento

e Gestão, consoante a STN (2015). Conforme Holanda (2012, p.260),

esses acontecimentos foram determinantes para que em março de 2010 o

governo federal, por meio da STN e o Serpro, sob coordenação da Secretaria

Executiva do Ministério da Fazenda, finalmente homologasse o Sistema de

Custo do Governo Federal (SIC).

Posteriormente, entrou em vigor a portaria Nº 716, de 24 de outubro de 2011, que

dispõe sobre as competências dos Órgãos Central e Setoriais do Sistema de Custos do

Governo Federal. A portaria descreve os objetivos do SIC e o apoio no processo decisório.

Art. 1º Considera-se, para efeitos desta Portaria:

I – Sistema de Custos do Governo Federal: sistema estruturante do Governo

Federal que é composto pela Secretaria do Tesouro Nacional como órgão

Central e os Órgãos Setoriais;(grifo nosso)

II – Sistema de Informações de Custos – SIC: sistema informacional do

Governo Federal que tem por objetivo o acompanhamento, a avaliação e a

gestão dos custos dos programas e das unidades da Administração

Pública Federal e o apoio aos Gestores no processo decisório; (grifo

nosso)

A referida portaria, em seu artigo segundo descreve a competência do Órgão Central.

Art. 2º Compete ao Órgão Central do Sistema de Custos do Governo

Federal:

I – Estabelecer normas e procedimentos referentes ao Sistema de Custos

do Governo Federal no que compete a evidenciar os custos dos programas e

das unidades da administração pública federal;

II – Manter e aprimorar o Sistema de Informações de Custos – SIC para

permitir a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira

e patrimonial;

III – Definir, elaborar e orientar a produção de relatórios gerenciais que

permitam gerar informações que subsidiem o processo de avaliação dos

custos dos órgãos bem como a tomada de decisão;

IV – Definir, acompanhar e orientar os processos de integração aos

sistemas estruturantes e sistemas internos dos órgãos setoriais;

V – Dar apoio e supervisionar as atividades dos órgãos setoriais, com o

intuito de auxiliar na elaboração de informações consistentes;

VI – Disponibilizar, em meios eletrônicos, instruções, procedimentos,

metodologias de cálculo, recomendações técnicas e outros instrumentos que

auxiliem o desempenho das atividades nos órgãos setoriais;

VII – Prestar, quando solicitado, suporte técnico aos órgãos de Estados e

Municípios, bem como de organismos internacionais com vistas a melhoria

das informações prestadas por estas entidades;

VIII – Promover a realização de capacitação, por meio de treinamento e

apoio técnico, visando a disseminação de conhecimentos;

48

IX – Promover, quando necessário, conferências ou reuniões técnicas, com a

participação dos órgãos setoriais e entidades da administração pública

federal;

X – Propor alterações em rotinas contábeis com vistas ao aperfeiçoamento

da informação do sistema de custos;

XI – Elaborar estudos na área de custos e qualidade do gasto público com

vistas a promover a busca pela eficiência nos órgãos e entidades da

administração pública federal;

XII – Propor alterações em sistemas que compõem a base de dados do

Sistema de Informações de Custos – SIC gerenciados por outros órgãos;

XIII – Gerenciar o cadastro de usuários do Sistema de Informações de

Custos – SIC. (grifo nosso)

Já no artigo terceiro, descreve a competência dos Órgãos Setoriais.

Art. 3º Compete aos Órgãos Setoriais do Sistema de Custos do Governo

Federal:

I – Apurar os custos dos projetos e atividades, de forma a evidenciar os

resultados da gestão, considerando as informações financeiras da execução

orçamentária e as informações detalhadas sobre a execução física (Decreto

93.872/86 art. 137 §1º);

II – Prestar apoio, assistência e orientação na elaboração de relatórios

gerenciais do Sistema de Informações de Custos – SIC das unidades

administrativas e entidades subordinadas;

III – Apoiar o órgão central do Sistema de Custos do Governo Federal;

IV – Elaborar e analisar relatórios oriundos do Sistema de Informações de

Custos – SIC;

V – Elaborar relatórios analíticos, com o uso de indicadores de custos, tendo

por base os relatórios do Sistema de Informações de Custos – SIC;

VI – Subsidiar os gestores do órgão com informações gerenciais, a partir do

Sistema de Informações de Custos - SIC, com vistas a apoiá-los no processo

decisório;

VII – Promover, quando necessário, conferências ou reuniões técnicas, com

a participação das unidades administrativas e entidades subordinadas;

VIII – Elaborar estudos e propor melhorias com vistas ao aperfeiçoamento

da informação de custo;

IX – Solicitar, ao órgão central, acesso ao Sistema de Informações de Custos

– SIC;

X – Promover a disseminação das informações de custos nas entidades

subordinadas;

XI – Prestar informação/apoio na realização de exames de auditorias que

tenham por objeto os custos dos projetos e atividades a cargo do órgão;

XII – Comunicar a autoridade responsável sobre a falta de informação da

unidade administrativa gestora sobre a execução física dos projetos e

atividades a seu cargo (Decreto 93.872/86 art. 137 §2º);

XIII – Elaborar os relatórios de análise de custos que deverão compor a

Prestação de Contas do Presidente da República, conforme as orientações

do Tribunal de Contas da União. (grifo nosso)

Com todas essas finalidades e métricas a serem alcançadas, Santos (2011, p.12)

comenta que “o objetivo do Sistema de Custos do Governo Federal é a apuração dos custos

dos programas e unidades da Administração Pública Federal para permitir o acompanhamento

49

e avaliação da gestão orçamentária, financeira e patrimonial do Governo Federal. Sendo o seu

principal propósito o apoio ao processo decisório governamental”.

Em face desse contexto do Sistema de Informações de Custos do Governo Federal, a

criação de diretrizes, objetivos e outras obrigatoriedades do sistema demonstra como o mesmo

funcionará e com será realizada a extração das informações e seu armazenamento. De acordo

com a Secretaria do Tesouro Nacional (2015), o SIC é um Data Warehouse 2 que se utiliza da

extração de dados dos sistemas estruturantes da administração pública federal, tal como o

SIAPE3, SIAFI

4e SIGPlan

5, que são os sistemas estruturantes do governo federal para a

geração de informações.

Para uma melhor exposição e visualização do modelo do Sistema, é apresentada na

figura a seguir, uma visão esquematizada desse sistema.

Figura 5 – Modelo Conceitual do Sistema de Informação de Custos do Governo Federal.

Fonte: Santos (2011).

2 Um armazenamento de dados, ou ainda depósito de dados, é utilizado para registrar informações relativas às

atividades de uma organização em bancos de dados, de forma consolidada. O desenho da base de dados favorece

os relatórios, a análise de grandes volumes de dados e a obtenção de informações estratégicas que podem

facilitar a tomada de decisão.(https://pt.wikipedia.org) 3 O Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape) é um sistema de abrangência nacional

criado com a missão de integrar todas as plataformas de gestão da folha de pessoal dos servidores públicos.

Hoje, o Siape é um dos principais sistemas estruturadores do governo e é responsável pela produção das folhas

de pagamento dos mais de 200 órgãos federais. Até 2017, o atual Siape será substituído pelo Sistema de Gestão

de Pessoas do Governo Federal (Sigepe).(https://www.siapenet.gov.br/portal/servico/Apresentacao.asp) 4 É o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal que consiste no principal instrumento

utilizado para registro, acompanhamento e controle da execução orçamentária, financeira e patrimonial do

Governo Federal. (http://www.tesouro.fazenda.gov.br/siafi/) 5As funcionalidades do Sistema Gerencial de Planejamento SIGPan que atende ao Plano Plurianual (PPA) do

governo federal foram substituídas pelo SIOP - Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento.

(http://www.sigplan.gov.br/v4/appHome)

50

O modelo conceitual do Sistema de Informação de Custos apresenta-se, segundo

Holanda (informação verbal)6, “como um modelo dedutivo, que busca a integração entre os

órgãos centrais de planejamento, orçamento, gestão e contabilidade com os órgãos setoriais

que executam as ações governamentais”. Na figura acima, pode-se observar que o SIC,

construído em baixa plataforma no formato de um banco de dados, encontra-se no nível

intermediário, efetuando uma ligação entre os Sistemas Estruturantes (Sigplan, Sidor7, Siafi,

Siape, Siasg8, entre outros) e os sistemas setoriais dos órgãos (Infra Sig‟s).

Neste ponto, faz-se necessário explicar que o SIC será aplicado para toda a

administração pública federal, nos três poderes, e devendo garantir o atributo da

comparabilidade, mas também permitir a possibilidade de customização e detalhamento das

informações em razão de diferentes expectativas e necessidades informacionais das diversas

unidades organizacionais e seus respectivos usuários, de acordo com a STN (2015). Para

Holanda (2012, p.261) “o sistema deve ser apto a produzir informações em diversos níveis de

detalhamento, mediante em diferentes níveis de relatórios, sem perder o atributo da

comparabilidade entre as unidades administrativas”. Ele ainda comenta como devem ser

distribuídas as informações: as informações mais agrupadas devem ser disponibilizadas pelo

órgão central, porém as informações mais detalhadas precisam ser geradas nos sistemas de

informações gerenciais de cada órgão setorial, a partir da informação agregada, ou seja, elas

devem ser conciliáveis.

Apesar de existirem vários atributos sobre o SIC, relatados acima, que esboçam o

funcionamento do sistema, e, mesmo depois de várias tentativas de inserir um sistema de

custo do governo federal, a celeuma principal ainda persistia, conforme Holanda (2012,

p.261): qual o modelo adotar, como construir e implantá-lo? Segundo o autor, havia muitos

problemas conceituais importantes e divergências no entendimento dos atributos de

flexibilidade e gradualismo quando aplicados ao modelo de custo. Ele explica ainda que, a

implantação do SIC foi abordada em duas dimensões concomitantemente: uma macro,

6 Comentário realizado pelo Dr. Victor Branco de Holanda, Brasília, entrevista gravada em junho de 2010.

7 Sistema Integrado de Dados Orçamentários–SIDOR. Significado: é o sistema responsável pela elaboração da

proposta orçamentária do governo; o PLOA é o seu produto final. Ele registra toda a programação orçamentária

– ações e programas de governo, com seus respectivos valores e destinações geográficas – planejada para a

execução no ano seguinte. 8 O Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais – Siasg é o sistema onde são realizadas as operações

das compras governamentais dos órgãos integrantes do Sisg (Administração Pública Federal direta, autárquica e

fundacional).

51

sistêmica, generalizante; e o outra micro, específica, particular, que respeita as especificidade

física-operacionais da cada órgão ou entidade.

Holanda (p.261, 2012) demonstra, de forma mais global, como é estrutura do sistema.

entendimento do modelo geral pela característica de encontro foi

denominado “rodoviária”, devido sua característica básica e fundamental de

juntar as dimensões, os dois “mundos”. De um lado o processo dedutivo da

alocação dos gastos aos objetivos de custo a partir de órgão centrais; e do

outro, o processo indutivo do particular para o geral, das necessidades físico-

operacional dos órgãos setoriais finalísticos (saúde, educação, segurança,

etc.).

Holanda (p.262, 2012) comenta quais as vantagem desse modelo adotado pela

Secretaria do Tesouro Nacional:

aponta que no primeiro momento do modelo: a dedutiva – dos órgãos

centrais via sistema estruturante para a rodoviária- tem a vantagem de gerar

uma informação de custo sintética, porém perfeitamente comparável para

toda administração pública federal. Este requisito torna o SIC único e

bastante útil para avaliar desempenho e resultados das politicas publicas

pelos órgãos centrais do governo federal. Na segunda fase do processo

(indutivo: do particular para o geral), o sistema permite o ajustes a cada

realidade físico-operacional. Nessa fase, cada unidade administrativa pode

aperfeiçoar a sua informação especifica recebida já ajustada para custos,

sendo todas unidades disponibilizadas de forma uniforme, consistente e

verificável, referenciadas a objetos de custos comuns e padronizados para

toda administração pública.

Para um melhor entendimento sobre o sistema de custo (o que é que vai ser

mensurado), veja a visão de Santos (2011) que afirma que um sistema de informações de

custos trata primariamente de valores gastos para produção de bens e serviços. Assim, deve-se

relacionar a forma como a contabilidade pública e a de custos conceituam o gênero gasto e

suas espécies, compreendidas na parte de custo do setor público.

Como o modelo foi visto de forma ampla, a partir desse ponto será compreendido

como o mesmo será operacionalizado, assim como a origem dos dados. O apoio fundamental

à operacionalização do SIC é a contabilidade aplicada ao setor público, sendo necessário

assentar um relacionamento entre conceitos dessas duas áreas vistos anteriormente.

O Manual de Contabilidade aplicada ao Setor Público conceitua despesa orçamentária

pública como:

52

Despesa executada por entidade pública e que depende de autorização

legislativa para sua realização, por meio da Lei Orçamentária Anual ou de

Créditos Adicionais, pertencendo ao exercício financeiro da emissão do

respectivo empenho. (STN, 2010, p.51)

O SIC alimenta-se inicialmente das informações da despesa, que são obtidas a

principio no SIAFI, para depois sofrer alguns ajustes. O modelo conceitual do sistema de

custo define que o estágio da liquidação da despesa seja o ponto de partida da informação de

custo, por ser o que mais se aproxima do conceito de gasto.

Assim, a informação de custo será gerada a partir da despesa orçamentária liquidada.

A partir desse ponto, essas despesas sofrerão alguns ajustes contábeis para pactuar com os

conceitos de custo preterido.

Os ajustes contábeis são efetuados em duas etapas. De acordo com Holanda (2012,

p.252), na primeira, o ajuste inicial consiste na identificação e carregamento de informações

baseadas em contas contábeis que trazem a informação orçamentária e não orçamentária,

ajustando-se por acréscimo ou exclusão dos valores, conforme conceitos da contabilidade de

custos. A segunda etapa do ajuste consiste na exclusão de informações que estejam nas contas

acima, mas que não compõem a informação de custo. Os detalhes desses ajustes serão vistos

posteriormente no modelo proposto desta pesquisa.

Os sistemas de acumulação principais, os projetos e as atividades são os componentes

dos programas orçamentários, ou seja, os quais serão mensurados pelo sistema de custos.

Os projetos são definidos como um “instrumento de programação para alcançar o

objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações no tempo, das quais resulta

um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação do governo”

(SILVA, 2000, p.126).

As atividades são instrumentos “de programação para alcançar o objetivo de um

programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e

permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação governamental”

(SILVA, 2000, p.127).

Pode-se então fazer um paralelo entre as definições acima, os sistemas de produção e

os de acumulação, conforme quadro abaixo:

53

Figura 6 – Sistema de produção.

Fonte: Santos (2011).

O método de custeio para o SIC utilizado no nível macro é o custeio direto, o qual

apresenta como principal vantagem, segundo Machado (2005), a relação custo-benefício da

informação, esta relacionada com a apresentação de custo no setor público. Já para Holanda, o

modelo dedutivo permite a existência de vários níveis de alocação de custos (informação

verbal)9. Isso torna o modelo flexível, permitindo a utilização de diferentes métodos de

custeio no âmbito da Administração Pública Federal, de maneira que podem ser respeitados

os diferentes modelos de gestão e as peculiaridades de cada órgão ou entidade.

Para Mauss (2008, p.53) a principal vantagem do método do custeio direto ou variável

é a “simplificação dos trabalhos de custo em face da eliminação das operações contábeis do

rateio de custos fixos”.

O SIC, de acordo com STN (2015), pauta-se em uma visão crescente, ou seja, não tem

com objetivo ou meta de ser um sistema pronto, mas de um sistema que se aperfeiçoe

gradativamente. Assim, o sistema encontra-se em sua primeira versão e possui em seu escopo

a obtenção de dados dos seguintes sistemas estruturadores:

a) O Sistema Informações Gerenciais e de Planejamento – SIGPLAN, que gerencia o

Plano Plurianual.

b) O Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI,

que permite a execução orçamentária, financeira e contábil do governo federal.

c) O Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos – SIAPE, que

processa a folha de pagamento dos servidores do Poder Executivo.

d) Sistema de Informações Organizacionais – SIORG, que apresenta a estrutura

institucional do Poder Executivo Federal.

O Sistema de Informação de Custos é uma forma de interligação entre os

estruturadores e os sistemas internos das unidades administrativas, e permitirá a visualização

9 Comentário realizado pelo Dr. Victor Branco de Holanda, Brasília, entrevista gravada em junho de 2010.

54

conjunta das dimensões financeira e físico-operacional nos níveis estratégico, tático e

operacional.

Outros sistemas relevantes para geração de informações gerenciais, a exemplo do

Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais – SIASG, e sistemas internos dos

Órgãos e Entidades da Administração Pública Federal, os denominados InfraSIG‟s, ainda não

foram incorporados ao sistema, que atualmente está em uma nova fase de aprimoramento para

incorporação de novas funcionalidades, de acordo com a STN (2015).

A plataforma tecnológica do sistema de custo é o data warehouse, que é um banco de

dados que armazena informações extraídas dos sistemas transacionais, ou seja, dos sistemas

internos do próprio governo. Nesse banco de dados, as diversas informações são relacionadas

para permitir a consulta pelos usuários. A solução tecnológica é um data warehouse, que pode

ser definido como um “banco de dados que armazena dados correntes e históricos de

potencial interesse para os tomadores de decisão [...]” (LAUDON e LAUDON, 2007, p.149).

Santos (2011) discorre que esses conceitos abaixo são importantes para o

entendimento do funcionamento de um data warehouse:

OLTP (online transaction processing) – processamento de transações on-line.

São ferramentas utilizadas no processamento das atividades de negócio das

organizações, são sistemas chamados transacionais. Esses sistemas tratam do

negócio.

OLAP (online analytical processing) – processamento analítico on-line. São

ferramentas utilizadas para análise dos negócios de uma organização. O OLAP

permite uma análise multidimensional de dados. Laudon e Laudon (2007, p.150)

afirmam que a OLAP é uma das principais ferramentas para a denominada

inteligência empresarial (Bussines intelligence – BI).

Entidade é uma categoria genérica que representa algo no mundo real. Podem

representar pessoas, lugares ou coisas, sendo o ponto de partida das informações

geradas.

Atributo, segundo Laudon e Laudon (2007, p.140), é uma característica

específica de uma determinada entidade.

O modelo denominado de entidade-relacionamento é muito utilizado nos sistemas

transacionais, sendo um dos mais populares. Os bancos de dados relacionais “organizam os

55

dados em tabelas bidimensionais (denominadas relações) com colunas e linhas” (LAUDON e

LAUDON, 2007, p.140). As tabelas trazem os relacionamentos entre cada entidade e seus

atributos. O modelo relacional busca sempre evitar redundâncias, pois sua principal

preocupação é com o desempenho do sistema.

De acordo com Santos (2011) quando existe a necessidade de informação que cruze

diversas entidades e atributos, o modelo bidimensional não é a melhor solução, sendo

utilizado o modelo de dados multidimensional com o uso de uma ferramenta OLAP, o que

permite que “os usuários vejam os mesmos dados de diferentes maneiras, pois usa múltiplas

dimensões” (LAUDON e LAUDON, 2007, p.151). Esse modelo é representado por um cubo.

Assim, um data warehouse é um banco de dados que utiliza o modelo de dados

multidimensional com o uso de recursos de ferramenta OLAP.

O sistema vai gerar relatórios personalizados, de acordo com suas necessidades, ou

relatórios formatados, denominados “relatórios de bancada”. Os relatórios realizados pelo

órgão central de contabilidade ficam disponíveis nos, Relatórios Compartilhados e podem ser

acessadas por todos os usuários do sistema. Dentro da própria unidade, os relatórios de

bancada são organizados segundo os objetos de custos principais do sistema, os quais se

apresentam sob dois aspectos principais: orçamentário e institucional, de acordo com STN

(2015).

Santos (2011) discorre que os principais pontos de custos a serem observados na

organização dos relatórios do sistema são:

1) Programas

2) Função e subfunção

3) Ações e seus produtos

4) Órgãos ou unidades administrativas

5) Investimentos

Os objetivos diretos e principais do sistema, qual seja o de apurar os custos dos

Programas e das unidades da Administração Pública Federal é prestar uma maior informação

sobre sua unidade e realizar comparações com outras unidades, Santos (2011).

Tendo como os principais usuários das informações SIC de acordo com Holanda

(2012, p.262):

56

Secretaria do Tesouro Nacional (STN) — órgão central do sistema de

contabilidade federal, responsável pelo desenvolvimento e implantação do

Sistema de Informação de Custos do Governo Federal;

Secretaria de Orçamento Federal (SOF/MF) — coordena o processo de alocação

de recursos públicos federais no âmbito do sistema federal de planejamento e

orçamento e administra o Sido;

Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos (SPI/MF) — coordena o

setor de planejamento do Sistema Federal de Planejamento e Orçamento e

gerencia o Plano Plurianual e o SIGPlan;

Sistema de Gestão do Plano Plurianual — reúne conjunto de atores responsáveis

em diferentes níveis pela aplicação dos recursos públicos e a gestão de programas,

ações e projetos no âmbito de cada órgão/entidade pública federal. No modelo

atual tem-se gerente de programa, gerente executivo, coordenador de ação,

coordenador executivo e unidade de monitoramento e avaliação;

Ordenadores de despesas — responsáveis pela autorização de despesas no âmbito

dos órgãos e entidades públicas federais; Alocado, eventualmente, nas posições

mencionadas anteriormente.

Controladoria-Geral da União (CGU) — responsável por avaliar a ação

governamental, a gestão dos administradores públicos federais e a aplicação de

recursos públicos por entidades de direito privado, por intermédio da fiscalização

contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial;

Tribunal de Contas da União (TCU) — auxilia o Congresso Nacional no controle

externo, por meio do exercício da fiscalização contábil, financeira, orçamentária,

operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e

indireta, quanto à legalidade, à legitimidade e à economicidade e a fiscalização da

aplicação das subvenções e da renúncia de receitas;

Sociedade — pesquisadores, analistas especializados e o cidadão de forma geral,

responsável pelo controle social dos gastos públicos.

57

3 OBJETO DE ESTUDO

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) possui mais

de cem anos de existência. Ao longo de todo esse período, recebeu diferentes denominações:

Escola de Aprendizes Artífices da Paraíba, de 1909 a 1937; Liceu Industrial de João Pessoa,

de 1937 a 1961; Escola Industrial Coriolano de Medeiros ou Escola Industrial Federal da

Paraíba, de 1961 a 1967; Escola Técnica Federal da Paraíba, de 1967 a 1999; Centro Federal

de Educação Tecnológica da Paraíba, de 1999 a 2008; e, finalmente, Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba com a edição da Lei nº 11.892 de 29 de dezembro

de 2008.

O IFPB é uma instituição de educação superior, básica e profissional, pluricurricular e

multicampi, especializada na oferta de educação profissional e tecnológica, contemplando os

aspectos humanísticos nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação de

conhecimentos técnicos e tecnológicos com sua prática pedagógica. Tem como missão

preparar profissionais cidadãos com sólida formação humanística e tecnológica para atuarem

no mundo do trabalho e na construção de uma sociedade sustentável, justa e solidária,

integrando o ensino, a pesquisa e a extensão (IFPB, 2015).

A Escola Técnica Federal da Paraíba se tornou o Centro Federal de Educação

Tecnológica da Paraíba em 1999, denominação mantida até o final de 2008. A expansão dos

CEFETs permitiu o crescimento da atuação da Rede Federal de Educação Tecnológica na

educação superior tecnológica bem como na educação profissional com uma maior

diversidade de cursos e áreas profissionais contempladas (IFPB, 2015).

Em 1995 a Instituição interiorizou suas atividades, com a instalação da Unidade de

Ensino Descentralizada de Cajazeiras – UNED-CJ. Em 2007, como CEFET-PB, implantou a

Unidade de Ensino Descentralizada de Campina Grande – UNED-CG – e a criação do Núcleo

de Ensino de Pesca, no município de Cabedelo. Com o advento da Lei 11.892/2008, o

Instituto se consolida como uma Instituição de referência da Educação Profissional na Paraíba

e, além dos cursos usualmente chamados de “regulares”, desenvolve também um amplo

trabalho de oferta de cursos de formação inicial e continuada e cursos de extensão, de curta e

média duração, atendendo a uma expressiva parcela da população, a quem são destinados

também cursos técnicos básicos, programas e treinamentos de qualificação, profissionalização

e reprofissionalização, para melhoria das habilidades de competência técnica no exercício da

profissão (IFPB,2010).

58

A instituição, em consonância com seus objetivos e finalidades previstos na nova Lei,

desenvolve estudos com vistas a oferecer programas de capacitação para formação,

habilitação e aperfeiçoamento de docentes da rede pública. Também atua fortemente na

educação de jovens e adultos, tendo no PROEJA, FIC, CERTIFIC, PRONATEC e Mulheres

Mil, o cumprimento da sua responsabilidade social.

Visando à ampliação de suas fronteiras de atuação, o IFPB desenvolve ações para

atuar com competência na modalidade de Educação a Distância (EaD) e tem investido

fortemente na capacitação dos seus professores e técnicos administrativos, no

desenvolvimento de atividades de pós-graduação lato sensu, stricto sensu e de pesquisa

aplicada, preparando as bases para a oferta de pós-graduação nestes níveis, horizonte aberto

com a nova Lei.

No ano de 2007, o Ministério da Educação publicou o Plano de Desenvolvimento de

Educação Pública (PDE), expondo concepções e metas sobre a educação nacional e, por meio

do Decreto nº 6.085, estabeleceu diretrizes para os processos de integração de instituições

federais de educação tecnológica visando à constituição de uma rede de institutos federais.

Ao final de 2008, a Lei nº 11.892 instituiu a Rede Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia, possibilitando a implantação do Instituto Federal.

Até o ano de 2010, contemplado com o Plano de Expansão da Educacional

Profissional, Fase II, do Governo Federal, o Instituto contava com 09 (nove) campi e a

Reitoria, quais sejam: João Pessoa e Cabedelo, no litoral; Campina Grande, no brejo e agreste;

Picuí, no Seridó Ocidental; Monteiro, no Cariri; Princesa Isabel, Patos, Cajazeiras e Sousa

(Escola Agrotécnica, que se incorporou ao antigo CEFET, proporcionando a criação do

Instituto), na região do sertão.

Figura 7 – Mapa dos campi do IFPB

Fonte: IFPB (2011)

59

As novas unidades educacionais levaram a essas cidades e suas adjacências Educação

Profissional nos níveis básico, técnico e tecnológico, proporcionando-lhe crescimento pessoal

e formação profissional, consequentemente, oportunizando a essas regiões desenvolvimento

econômico e social e, consequentemente, melhor qualidade de vida a sua população.

Vale ressaltar que a diversidade de cursos ora ofertados pela Instituição justifica-se

pela experiência e tradição desta no tocante à educação profissional.

Atendendo ainda ao Plano de Expansão da Educação Profissional, a Fase III

contemplou as cidades consideradas polos de desenvolvimento regional, quais sejam:

Guarabira, Catolé do Rocha, Esperança, Itabaiana, Itaporanga e Santa Rita.

Assim, a figura abaixo apresenta nova configuração na interiorização do IFPB:

Figura 8 – Mapa de expansão dos campi do IFPB

Fonte: IFPB (2011)

Do plano de expansão fase III só Núcleo Avançado de Guarabira se tornou campus, os

demais ainda continuam sendo unidades que ainda não estão totalmente independentes e não

possuem orçamento próprio, precisando do auxilio da reitoria para sua continuidade.

60

4 METODOLOGIA

De acordo com Pereira (2007, p. 24), “para fazer ciência é essencial a utilização de

métodos rigorosos, pois é dessa forma que se atinge um tipo de conhecimento sistemático,

preciso e objetivo”. A ciência adota o método que lhe é próprio, o método científico, ou seja,

elementos relevantes do processo do conhecimento realizados pela ciência para caracterizá-lo

e diferenciá-lo não só do senso comum, mas também das demais modalidades de expressão

subjetiva humana, como a filosofia, a arte e a religião, por exemplo. Discorre Severino (2007,

p. 35) que o Método Científico “trata-se de um conjunto de procedimentos lógicos e de

técnicas operacionais que permitem o acesso ás relações casuais constantes entre os

fenômenos”.

Consoante com Garcias Ferrando (2000), o termo método é utilizado quando se

pretende transformar uma simples especulação ideológica, filosófica ou literária sobre a

sociedade, com uma finalidade de compreensão ou explicação científica. Isto é, aludir-se do

critério para obtenção do conhecimento científico, que é a própria lógica da investigação

científica.

4.1 TIPO DE PESQUISA

Entendendo o método como um procedimento mais geral, abrangente e amplo, e

percebendo que ele é o ordenamento que deve ser dado aos diversos processos necessários ao

alcance de um objetivo ou resultado desejado, como afirma Andrade (2004), vislumbra-se a

metodologia que será desenvolvida nesta pesquisa.

A especificação dos tipos de pesquisa oscila conforme o foco de cada autor estudado.

A ausência de homogeneidade entre as tipologias sugerida por algumas obras resulta da

dificuldade da seleção do método mais adequado para a estrutura da pesquisa. No tocante a

nossa pesquisa, toma-se como referência ou base a taxionomia apresentada por Vergara

(2013, p. 41) que propõe dois critérios básicos: quanto aos fins e quanto aos meios.

Quanto aos fins, a autora define a pesquisa como um método aplicado, ou seja, “é

fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais

imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade prática, ao contrário da pesquisa pura, motivada

pela curiosidade do pesquisador”, afirma Vergara (2013, pag. 42).

No caso do presente trabalho, foi realizada uma análise no sistema contábil para

propor uma implantação do sistema de custo, aplicando também os métodos de pesquisa

61

descritiva e explicativa. Descritiva, pois pretende evidenciar conceitos relacionados aos

Sistemas de Custos; e explicativa, pois visa explicar o fenômeno, isto é, a influência desta

ferramenta junto às instituições públicas nas tomadas de decisões.

Quanto aos meios, Vergara (2013) classifica a pesquisa como: pesquisa de campo,

pesquisa bibliográfica, documental e estudo de caso.

Quanto aos meios, a presente pesquisa, enquanto proposta de intervenção profissional

tem um caráter de pesquisa de campo e de estudo de caso propriamente dito; além de um viés

bibliográfico, fundamental na análise de conteúdo proposto.

A pesquisa de campo, de acordo com Vergara (2013, pag.43), “é a investigação

empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos

para explicá-lo”. A utilização se justifica uma vez que será realizada uma investigação

empírica dos diversos agentes que atuam junto à contabilidade, setor financeiro e a gestão nas

estruturas do IFPB.

No tocante à pesquisa bibliográfica, foi realizado um estudo sistemático em

referências, livros, artigos, redes eletrônicas - material acessível ao público que aborda o

tema, para fundamentação teórico-metodológica do trabalho.

Por fim foi realizado um estudo de caso, que visou a exploração do ambiente em

estudo, com a finalidade de propor um processo de implementação de uma determinada

ferramenta, no caso o Sistema de Informação de Custo (SIC).

A compreensão acerca das problemáticas e as representações sociais que delas

derivaram envolveu uma gama de discursos legais, normativos e doutrinários, que

necessitaram ser conhecidos e analisados. Logo, a pesquisa teve forte cunho qualitativo, pois

analisou a implementação do SIC no IFPB, com o objetivo de se enquadrar às normas legais e

de subsidiar os gestores com informações para melhorar as tomadas de decisões.

Em seguida, foi planificada a estrutura organizacional da entidade investigada, a fim

de conhecer os serviços por ela prestados, bem como foi realizada uma revisão de conteúdo

documental, através do levantamento e análise dos dados, para alocação dos custos diretos e

indiretos identificados às ações públicas desenvolvidas pela entidade.

Devemos fazer aqui uma ressalta, apesar de a pesquisa ter um cunho bem mais

qualitativo do quantitativo, com fundamentação em um estudo de caso, o desafio para nós

tornou-se ainda maior, devido o reduzido número de publicações abordando essa nova

temática proposta, pois, apesar da existência de uma boa quantidade de artigos, percebeu-se a

falta de uma consistência maior dos teóricos na abordagem da nova contabilidade de custos.

62

4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A pesquisa investigou 7 (sete) campi do IFPB de um total ou universo de 10 (dez)

campi, constituindo-se como um significativa amostra social, que corresponderam aos

Campus João Pessoa, na região do litoral; Campus Campina Grande, na região brejo e

agreste; Campus Picuí, no Seridó Ocidental; Campus Monteiro, no Cariri; Campus Guarabira,

no Brejo; Campus Sousa e Campus Patos no sertão do Estado; além da Reitoria (unidade

administrativa), com o intuito de perceber o grau de conhecimento dessas unidade sobre o

sistema de custo.

As escolhas da amostra dos referidos campi levou em consideração as seguintes

tipicidades:

O critério de tempo de criação da unidade - supõe-se que quanto mais antiga a

unidade, mais estruturada seja;

A sua previsão orçamentária, pois quanto maior orçamento e recursos a serem

geridos, entende-se que existe um maior controle de recurso nessa área.

O espaço geográfico do mapa da Paraíba, buscando abranger mais áreas do

Estado.

4.3 COLETA DE DADOS NO CAMPO

Na coleta de dados, segundo Vergara (2013, pag.51), “o leitor deve ser informado de

como você pretende obter os dados de que precisa para responder ao problema”. De acordo

com a autora, para a realização de pesquisa no campo pode-se utilizar da observação, do

questionário, do formulário e da entrevista.

As técnicas utilizadas para a coleta de dados foram: questionário, entrevistas e análises

documentais. Gil (1991, p. 122) explica que

a coleta de dados no estudo de caso é feita mediante o concurso dos mais

diversos procedimentos. Os mais usuais são: a observação, a análise de

documentos, a entrevista e a história de vida. Geralmente utiliza-se mais de

um procedimento.

63

Em conformidade com Vergara (2013, p.52) “o questionário caracteriza-se por uma

série de questões apresentada ao respondente. Ele pode ser: questionário aberto, pouco ou não

estruturado, ou fechado, estruturado”.

A estrutura de questionário aplicado por essa pesquisa foi do tipo fechado. Foi tomado

como base o questionário aplicado por Holanda em seu trabalho (2010, Sistema de

informação de custos na administração pública federal: uma política de Estado) e também o

trabalho de Serra (2008, Modelo aberto de gestão para resultados no setor público). O mesmo

foi aplicado em todos os campi descritos acima, in loco, para as seguintes categorias de

servidores: os diretores administrativos e os servidores ligados aos setores financeiro e

contábil, com o intento de analisar tanto os sistemas contábeis, bem como conhecer suas

funcionalidades e descobrir o grau de conhecimento dos referidos servidores sobre o sistema

de custo.

Foi também usada a técnica da entrevista que, para Vergara (2013, p.52) “é o

procedimento no qual você faz perguntas a alguém que oralmente lhe responde”. A entrevista

aplicada foi focalizada (fechada), com o intuito de enfatizar um assunto a ser exposto na

entrevista para obtenção dos dados; tomando como base, nesse aspecto, os instrumentos

metodológicos de entrevistas realizados por Faria (2010).

Junto aos diretores administrativos, o objetivo foi esclarecer se eles observam as

informações contábeis na tomada de decisão e se os mesmos possuem conhecimentos sobre os

indicadores de desempenho de custo de suas unidades.

Posteriormente, após a coleta de dados procedeu-se a análise do caso na concepção do

referencial teórico. A interpretação dos dados foi efetuada a partir dos elementos coletados,

sendo organizados de acordo com os objetivos da pesquisa.

64

5 CENÁRIO ATUAL

Sobre o cenário atual de operacionalização da gestão do IFPB, de acordo com as

informações dos diretores administrativos da instituição, não há um sistema contábil gerencial

de custo para auxiliar os gestores na tomada de decisão, assim como não há indicadores de

desempenhos, controle e planejamento mais contundente da gestão, bem como

homogeneidade nas relações contábeis/administrativas para todas as unidades.

O que existe atualmente são instrumentos contábeis e financeiros obrigatórios para

todas as unidades da federação como o Sistema Integrado de Administração Financeira

(SIAFI), Compras NET e outros sistemas que compõem os setores orçamentário, financeiro e

contábil.

Ressalva-se a iniciativa desenvolvida pelo Campus João Pessoa, unidade de maior

representatividade orçamentária do Instituto, que desde o ano de 2011, publica

trimestralmente Relatório Mensal de Execução e Controle. O instrumento busca dar

conhecimento à Gestão da realidade contábil, patrimonial, orçamentária e financeira da

Instituição, auxiliando na gestão dos recursos públicos com transparência e efetividade.

Outras ações do referido campus são destaque, a exemplo de ações pontuais que têm

como maior desafio tentar aproximar as Demonstrações Contábeis à realidade da situação

orçamentária, financeira e patrimonial da entidade; além da adequação ao "Novo de Modelo

de Contabilidade Aplicada ao Setor Público", que tem como objetivo convergir as práticas de

contabilidade vigentes aos padrões estabelecidos nas Normas Internacionais de Contabilidade

Aplicadas ao Setor Público.

Apesar de serem iniciativas que podem auxiliar a tomada de decisões na unidade, as

ações desenvolvidas pelos campi ainda são consideradas insuficientes, diante das diversas

ferramentas de gestão propiciadas pelo Sistema de Custos, conforme visto anteriormente.

Assim, a inserção de um sistema de custo no Instituto, auxiliaria, de forma mais precisa e

educativa, o planejamento orçamentário e o controle e planejamento dos gastos públicos.

65

6 CENÁRIO PROPOSTO

Aqui, descreveremos o sistema particular de gestão a ser implantado ou proposto ao

IFPB, com informações também detalhadas de sua forma de operacionalização.

De acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), em relação à estrutura do

sistema, foram realizados estudos preliminares pelo Serviço Federal de Processamento de

Dados (Serpro) acerca dos pontos de integração nos sistemas estruturantes, com vistas à

construção do armazém de informações (data warehouse) do Sistema de Informação de

Custos e estudos acerca da metodologia de ajuste contábil, pela Coordenação-Geral de

Contabilidade da União, da Secretaria do Tesouro Nacional.

Em março de 2010, a fase de homologação do sistema foi encerrada e as diretrizes de

treinamento e capacitação dos usuários iniciadas. Durante esse ano, mais de 100 usuários, em

todo país, foram capacitados a utilizar a ferramenta. (STN, 2015).

Conforme o STN, em 2011, a Gerência de Informação de Custos, responsável pela

manutenção e pelo aperfeiçoamento do SIC, foi estabelecida na Secretaria do Tesouro

Nacional. Em março de 2011, a Portaria nº 157 criou o Sistema de Custos do Governo

Federal. Também foram criados, no âmbito dos ministérios, os Comitês de Análise e

Validação das Informações de Custos.

Para a construção do Sistema de Custos foram consideradas as seguintes premissas de

acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional:

Os sistemas estruturantes Sistema Integrado de Administração Financeira

(SIAFI), Sistema de Informações Gerenciais e Planejamento (SIGPLAN) e

Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (SIAPE) não foram

alterados para a inclusão de dados não existentes nestes sistemas;

Foram considerados os dados da Administração Direta, Autarquias e Fundações

que integram o sistema SIAPE;

No caso dos dados de pessoal, o nível de detalhamento dos dados será restrito à

menor unidade fornecida pelo sistema SIAPE, sem identificação do funcionário;

Os dados para efeito de apropriação de custo abrangem somente servidores ativos.

No entanto, os dados de inativos e pensionistas (aposentados e instituidor de

pensão, respectivamente) foram carregados;

Não foi adotada a sistemática de rateio de custos;

66

Não foi contemplada solução que permita fazer alocação de custos;

O acesso ao sistema é autorizado conforme níveis de acesso e perfis específicos.

Segundo Martins e Rocha (1998), o conceito de custo contempla duas dimensões: a

física e a monetária. A dimensão física dos custos refere-se à sua quantificação em termos de

peso, volume, área, etc. No caso específico da União, a dimensão física pode ser expressa

pelos produtos, programas e ações orçamentárias. Por sua vez, a dimensão monetária está

relacionada à expressão econômico-financeira: reais, dólares, euros etc. O SIC foi estruturado

para extrair os dados da dimensão monetária pelo SIAFI. Já a dimensão física pode ser obtida

a partir de dados do SIGPLAN, do SIAPE e do próprio SIAFI dentre outros sistemas a que vir

a integrar a contabilidade governamental.

A informação de custo é carregada inicialmente no momento das informações

financeiras obtidas do SIAFI, especificamente no estágio da liquidação da despesa

orçamentária, que mais se aproxima da informação de custo, sendo, portanto, a despesa

liquidada o ponto de partida da informação que deve alimentar o sistema de custos.

Os ajustes contábeis são efetuados em dois momentos. No primeiro, o ajuste inicial

consiste na identificação e carregamento de informações baseadas em contas contábeis que

trazem a informação orçamentária e não orçamentária, ajustando-se por acréscimo ou

exclusão dos valores, conforme conceitos de contabilidade de custos. A segunda etapa do

ajuste consiste na exclusão de informações que estejam nas contas acima, mas que não

compõem a informação de custo.

67

Figura 9 – Ajustes contábeis.

Fonte: Holanda (2010).

A partir desse momento, se chega ao custo ideal e se começa a mensurar as ações do

governo, sejam as atividades e os projetos, para uma melhor tomada de decisão, seja com o

intuito de fazer a comparabilidade dos programas, para outras decisões.

Nesse instante, os órgãos setoriais, depois de terem chegado ao custo de suas unidades,

devem encaminhar um relatório de custo, conforme o Art.3 da portaria Nº 716, de 24 de

outubro de 2011:

Art.3º Compete aos Órgãos Setoriais do Sistema de Custos do Governo

Federal:

XIII – Elaborar os relatórios de análise de custos que deverão compor a

Prestação de Contas do Presidente da República, conforme as orientações do

Tribunal de Contas da União.

A orientação normativa Nº 01, de 17 de dezembro de 2015, dispõe sobre os

procedimentos para elaboração dos relatórios de custos que irão compor a Prestação de

Contas do Presidente da República – PCPR, para suas unidades gestoras.

O Anexo III dessa orientação normativa, transcrito e comentado abaixo, demostra

como será realizada a avalição da gestão em relação a sua eficácia, eficiência e

economicidade.

68

Cesta de Indicadores de Desempenho de Custos – medidas de desempenho do

consumo de recursos (custos), mediante aproximações à realidade, sobre eficácia, eficiência e

economicidade, evidenciadas no anexo III.

Os resultados dos indicadores são classificados em faixas de atingimento, sendo

necessário que a classificação na primeira ou na última faixa apresente esclarecimentos sobre

a situação objeto de análise.

O primeiro a ser analisado e o indicador de eficácia. De acordo com Paludo e

Procopiuck (2014, p.15) “eficácia é o grau de alcance de metas, é uma medida de resultado

utilizada para avaliar o desempenho da administração em curto prazo".

Eficácia: Execução Física Real / Execução Física Prevista (grifo nosso)

Onde:

- Execução Física Real (Qtde Realizada (LOA)): quantidade realizada do produto da ação do

orçamento do ano;

- Execução Física Prevista (Qtde Meta Atualizada): quantidade a ser realizada do produto da

ação do orçamento do ano.

Resultado do indicador e faixas de atingimento:

· < 0,5 – Ineficaz

· ≥ 0,5 < 1 – Eficácia contida

· = 1 – Eficaz

· > 1 – Eficácia excedente

1ª Faixa – Ineficaz. Indica que não houve alcance das metas programadas, ou seja, os bens ou

serviços não foram providos de acordo com o estabelecido no planejamento das ações.

2ª Faixa – Eficácia contida. Indica que houve tendência à eficácia, contida por fatores

impeditivos ao cumprimento das metas programadas no período determinado.

3ª Faixa – Eficaz. Indica que as metas programadas foram alcançadas plenamente,

evidenciando a capacidade de prover bens ou serviços de acordo com o estabelecido no

planejamento das ações.

4ª Faixa – Eficácia excedente. Indica que o alcance das metas programadas excedeu as

expectativas previstas no planejamento.

Próximo passo é calcular a eficiência da unidade. Para Paludo e Procopiuck(2014,

p.15) é o uso racional e econômico dos insumos na produção de bens e serviços, é uma

69

relação entre insumo e produto. Insumo são recursos humanos e matérias necessários á

obtenção de produto. Demostra a capacidade de transformação insumo em produto,

respeitando a economicidade, a qualidade do tempo.

Eficiência: Gasto Unitário Previsto / Custo Unitário Real (grifo nosso)

Onde:

- Gasto Unitário Previsto: equivale a razão entre o valor da dotação prevista no orçamento do

ano acrescido de créditos adicionais (Valor Dotação Atual) e a quantidade a ser realizada

(Qtde Meta Atualizada) do produto da ação do orçamento do ano.

- Custo Unitário Real: equivale a razão entre o custo total no ano (Custo (LOA+RAP)) e a

quantidade total realizada (Qtde Realizada (LOA+RAP)) do produto da ação no ano.

Resultado do indicador e faixas de atingimento:

– Ineficiente

≥ 0,5 ≤ 1 – Eficiência contida

≤ 1,5 – Eficiente

– Eficiência excedente

1ª Faixa – Ineficiente. Indica que não houve minimização dos custos ou maximização dos

bens ou serviços providos, considerando a relação entre o custo unitário previsto e o custo

unitário realizado em um determinado período de tempo.

2ª Faixa – Eficiência contida. Indica que houve tendência à eficiência, contida por fatores

impeditivos da minimização dos custos ou da maximização dos bens ou serviços providos.

3ª Faixa – Eficiente. Indica que houve minimização dos custos ou maximização dos bens ou

serviços providos no período de tempo determinado.

4ª Faixa – Eficiência excedente. Indica que houve minimização dos custos ou maximização

dos bens ou serviços providos, reduzindo de forma excessiva a expectativa do custo unitário

no período de tempo determinado.

Em seguida calcula-se a economicidade. Na opinião de Paludo e Procopiuck

(2014,p.15) economicidade “é a minimização dos custos dos recursos utilizados na execução

das ações, sem comprometer os padrões de qualidade. Demostra a capacidade de gerir

adequadamente os recursos financeiros colocada o sua disposição”.

Economicidade: Custo Unitário Real do Período Anterior / Custo Unitário Real (grifo nosso)

Onde:

70

- Custo Unitário Real do Período Anterior: equivale a razão entre o custo total do ano anterior

(Custo (LOA+RAP)) e a quantidade total realizada (Qtde Realizada (LOA+RAP)) do produto

da ação no ano anterior.

- Custo Unitário Real: equivale a razão entre o custo total no ano (Custo (LOA+RAP)) e a

quantidade total realizada (Qtde Realizada (LOA+RAP)) do produto da ação no ano.

Resultado do indicador e faixas de atingimento:

· < 0,5 – sem economicidade

· ≥ 0,5 ≤ 1 – economicidade contida

· > 1 ≤ 1,5 – Econômico

· > 1,5 – Economicidade excedente

1ª Faixa – Sem economicidade. Indica que não houve minimização dos custos incorridos em

relação ao objeto de comparação (período de tempo anterior ou outro órgão/entidade afim).

2ª Faixa – Economicidade contida. Indica que houve tendência à economia, contida por

fatores impeditivos da minimização dos custos incorridos.

3ª Faixa – Econômico. Indica que houve minimização dos custos incorridos, com gestão

econômica dos recursos financeiros colocados à disposição do órgão ou entidade.

4ª Faixa – Economicidade excedente. Indica que houve minimização dos custos incorridos,

mediante redução bastante significativa em relação ao objeto de comparação.

71

7 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

7.1 ANÁLISE DO SISTEMA CONTÁBIL COMO INSTRUMENTO DE TOMADA DE

DECISÃO

Nesse momento, são expostas as observações realizadas sobre o IFPB relacionadas aos

seguintes enfoques: primeiro, será verificada a adequabilidade da existência ou não de

ferramentas contábeis nas tomadas de decisão no Instituto, em relação ao sistema

propriamente dito, comparando suas funcionalidades da operacionalização da apropriação. No

segundo momento, será analisado o ponto de vista dos gestores e dos servidores do setor

financeiro sobre seus entendimentos acerca de custo e a importância da implantação do

sistema de custo no IFPB. Na análise final discorre sobre os gargalos a serem corrigidos para

implantação do sistema na instituição

A pesquisa foi realizada in loco, nos campi citados anteriormente. Foram realizadas

entrevistas com os diretores administrativos e aplicados questionários com servidores do setor

de finanças. Dos 62 servidores lotados neste setor, 34 responderam ao questionário,

correspondendo a 57% do universo, conforme o quadro abaixo..

APLICAÇÃO DO QUESTINÁRIO E A ENTREVISTA

ENTREVISTA COM

DIRETORES

ADMINISTRATIVO

QUANTITATIVO DE

PESSOAL DA AREA

QUANTITATIVO QUE

RESPONDERAM O

QUESTIONÁRIO

Campus João Pessoa SIM 12 7

Campus Campina Grande SIM 7 4

Campus Picuí SIM 4 2

Campus Monteiro SIM 4 2

Campus Guarabira SIM 5 4

Campus Sousa SIM 8 5

Campus Patos SIM 4 1 Reitoria (unidade

administrativa) 18 9 Quadro 2 – Aplicação do questionário e a entrevista.

Fonte: Elaboração própria

Na primeira parte da pesquisa foi analisada a área de formação dos diretores gerais, os

diretores administrativos e os servidores da área de finanças de todos os campi supracitados.

O objetivo dessa análise, não foi mensurar o grau de competência dos gestores ou dos

72

operadores financeiros, mas sim observar a proatividade para receber a implantação do

sistema de custos numa visão mais gerencial, e como simples cumprimento da legalidade.

Para a análise da pesquisa, consideram-se a área de finanças e a formação nas

seguintes áreas: Administração, Contabilidade e Economia.

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados primários obtidos.

Dos sete campi visitados, em relação à área de formação dos diretores gerais, há uma

ausência quase que total de formação na área de finanças. Não se sabe bem porque esse

fenômeno ocorre, o que se sabe é que o cargo é eletivo ou político, portanto, indicado pelo

reitor.

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados primários obtidos.

Os diretores administrativos possuem uma área de formação mais homogênea, com

relação às áreas voltadas para finanças: 57% estão correlacionados com a área. Apesar de

alguns não possuírem formação na área, todos se reportaram pela a importância de existir uma

contabilidade bem estruturada, não como uma ferramenta apenas de cunho burocrático e

cumprimento da legalidade, mas, sobretudo, como ferramenta direcionadora à tomada de

decisão, com relatórios mais gerencias.

1

0

0

6

Administração

Contabilidade

Economia

Outras

Qual a área de formação dos Diretores Gerais ?

1

3

0

3

Administração

Contabilidade

Economia

Outras

Qual a área de formação dos Diretores

Adminstrativos ?

73

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados primários obtidos.

A pesquisa realizada com servidores das áreas financeira e contábil - que não

possuem cargos de direção, demostrou que 79,5% desses funcionários possuem formação na

área de finanças. Assim, chega-se à seguinte conclusão: há um corpo técnico altamente

uniforme da área, proporcionando grande vantagem para os gestores, pois não causa

inconstância de capacidade técnica.

Diante do exposto, fazendo uma analogia desses três grupos de servidores, percebe-se

que, quanto maior a distância da direção geral, mais técnicos são os servidores da

administração; sendo, portanto, as pessoas mais habilitadas para receber informações e

transformar essas informações técnicas em relatórios, para ajudar os gestores nas tomadas de

decisão.

Partindo para outro momento da pesquisa, buscou-se verificar o grau de

conhecimento dos funcionários sobre a existência dos programas contábeis em suas

respectivas unidades, não se preocupando em saber se eles saberiam ou não operar o

programa, mas sim o conhecimento da funcionalidade dele na sua unidade. Pois, o que se

busca é analisar se esses servidores possuem ciência das informações prestada por cada

programa disponível na sua unidade.

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados primários obtidos.

5

16

2

4

Administração

Contabilidade

Economia

Outras

Qual a área de formação do Setor Financeiro ?

34

21

13

1

18 15

26

8

2

18 14

29

4 1

0

10

20

30

40

SIM NÃO DESCONHEÇO

SISTEMA UTILIZADOS NA SUA UNIDADE

SIAFI SIDOR SIOP SIAPE SIORG SCDP

74

O Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI) possui 100% de

conhecimento entre os entrevistados. Esse sistema foi criado em 1986, com o objetivo de

registrar, acompanhar e controlar a execução orçamentária, financeira e patrimonial do

Governo Federal, trabalhando com todos os registros dentro da unidade.

Em segundo lugar veio o Sistema de Concessão de Diárias e Passagem (SCDP) com

85% dos entrevistados respondendo que conhecia esse sistema. Logo após, em terceiro lugar,

ficou o Sistema Integrado Administração de Recursos Humano (SIAPE), com 74% dos

entrevistados respondendo que tinham conhecimento de sua existência. Cabe salientar porém,

que foi observado em dados da pesquisa a subutilização dos gestores em relação a esse

sistema, pois ele é visto – para esses dirigentes - apenas como ferramenta de efetivação da

folha de pagamento. Sabe-se, porém, que sua utilidade não é apenas essa. Trata-se de um

sistema muito mais amplo, de alocação de pessoal. Assim presenciamos uma limitação no uso

desse sistema na gestão, o qual poderia ser melhor aproveitado.

A pesquisa aponta para um dado negativo em relação à identificação dos outros dois

sistemas contábeis: Sistema Integrado de planejamento Orçamentário (SIOP), com 44% dos

entrevistados desconhecendo esse sistema; e o Sistema de Informações Organizacionais

(SIORG) - 41% o desconhece. Esses dois sistemas são considerados de planejamento de

gestão, mas 40% desconhecem e mais de 50% nunca operaram dentro de sua unidade.

Considerando que a pesquisa entrevistou as pessoas mais habilitadas na área de

finanças do IFPB, poucos servidores conhecem e participam de planejamento dentro do

instituto. Com relação Sistema Integrado de Dado Orçamentário (SIDOR), a situação é mais

delicada: 61,7% não operam nas suas unidades e 38,3% desconhecem o sistema, ou seja,

nenhuma unidade opera com esse sistema.

75

Fonte: Holanda (2010)

Fazendo uma comparação, por exemplo, com a pesquisa realizada por Holanda

(2010),a qual foi realiza nos três poderes: executivo; legislativo e judiciário, apesar de ser

mais abrangente com os sistemas, percebe-se muita similaridade das respostas em

comparação com os resultados em relação aos sistemas mais usados em ambas as pesquisas.

Percebe-se que o SIAFI, SIAPE e SCDP são os sistemas mais operantes dentro da

administração pública. São programas mais utilizados porque correspondem aos fatos mais

recorrentes dentro da administração. Uma constatação em relação às duas pesquisas é que,

após 6 anos da pesquisa realiza por Holanda, o estágio de conhecimento dos programas de

planejamento não foi muito diferente. Como exemplo, temos o SIORG e SIDOR, que são

muito pouco difundidos dentro da administração.

A tabela a seguir serve para verificar as escalas de valores de avaliação distribuídas

dentro da pesquisa.

76

ESCALA DE AVALIAÇÃO

EXISTÊNCIA ESTADO DA

QUESTÃO

NÍVEL DE

DESENVOLVIMENTO

E QUALIDADE

SITUAÇÃO

1 NÃO DISCORDO

TOTALMENTE NULO INEXISTENTE

2 DISCORDO

MUITO BAIXO PROPOSTO

3

MAIS DISCORDO

QUE

CONCORDO MEIO-BAIXO

INICIADO

4

MAIS

CONCORDO

QUE DISCORDO MEIO-ALTO

DESENVOLVIDO

5 CONCORDO

MUITO ALTO IMPLEMENTADO

6 SIM CONCORDO

TOTOALMENTE EXCELENTE CONCOLIDADO

Quadro 3 – Escala de avaliação.

Fonte: Do autor.

Como se sabe, o SIAFI é o programa mais utilizado dentro da administração pública

federal, porém o que se busca saber dentro IFPB é se esse sistema é de fácil

operacionalização. Após a analise dos dados dentro do instituto, foi realizada uma analogia

também com a pesquisa realizada por Holanda (2010)10

, para sabermos se existe

desnivelamento de pensamento.

10

A pesquisa tem como base o trabalho realizado por Holanda, uma vez que ele foi um dos precursores do

sistema de custo. Após seis anos da pesquisa realizada por ele pretende-se verificar as mudanças ocorridas e as

suas percepções. HOLANDA, Victor Branco de; LATTMAN-WELTMAN, Fernando; GUIMARÃES, Fabrícia

(Orgs.). Sistema de informação de custos na administração pública federal : uma política de Estado — Rio de

Janeiro : Editora FGV, 2010. Victor Branco de Holanda é contador e economista, doutor em contabilidade

controladoria pela FEA/USP.Professor da UFRN e membro do Grupo de Trabalho do Conselho Federal de

Contabilidade para o Setor Público, é diretor de Gestão Estratégica do Ministério da Fazenda, onde

supervisionou projetos prioritários, com destaque para o projeto de implantação do Sistema de Informação de

Custos do Governo Federal.

77

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados primários obtidos.

As respostas dadas pelos entrevistados, conforme o quadro acima, levam em

consideração o estado da questão. Dentro do IFPB as respostas 6, 5 e 4 correspondem a 85%

dos entrevistados, que são respostas proativas para o sistema, demostrando que esse programa

de contabilidade é fácil operacionalização.

Fonte: Holanda (2010)

Fazendo uma correlação entre a esta pesquisa e a de Holanda (2010), percebe-se que o

sistema SIAFI sofreu pouquíssimas alterações referentes à sua operacionalidade e ao grau de

facilidade de sua utilização. Apesar de o SIAFI passar por transformações por causa do

0 1

4

13 14

2 0

0

2

4

6

8

10

12

14

16

RESP. 1 RESP. 2 RESP. 3 RESP. 4 RESP. 5 RESP. 6 NÃO

RESP.

O SIAFI é de fácil manuseio e utilização?

RESPOSTA 6: CONCORDO

TOTALMENTE

RESPOSTA: 5 CONCORDO

MUITO

RESPOSTA 4: MAIS

CONCORDO QUE DISCORDO

RESPOSTA 3: MAIS

DISCORDO QUE CONCORDO

RESPOSTA: 2 DISCORDO

MUITO

RESPOSTA: 1 DISCORDO

TOTALMENTE

78

enquadramento aos padrões internacionais, ele continua bem avaliado pelos seus usuários,

com relação sua fácil operacionalidade.

Nesse instante, a análise a ser sistematizada refere-se às informações contábeis - se as

mesmas são simples informações burocráticas ou se são úteis aos gestores para tomada de

decisão. Além disso, pretende-se entender se elas existem e se os gestores as utilizam para

direcionar suas decisões.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados primários obtidos.

Conforme a tabela exposta acima, percebe-se que o setor contábil fornece informações

de gestão para direcionar os gestores na tomada de decisão. A análise constatou que 21% dos

entrevistados responderam à pergunta 1; desta forma, infere-se que não existe esse tipo de

informação no instituto. Ao somarmos os resultados das perguntas 1, 2 e 3, percebe-se que

56% dos entrevistados discordam de que as informações contábeis são suficientes. Por outro

lado, 12% afirmam que elas que existem e que são suficientes – de acordo com pergunta 6.

Contudo, se levarmos em consideração as respostas que afirmam que essas informações são

razoáveis (perguntas 4, 5 e 6), tem-se 44% dos entrevistados. As observações apontam que a

maioria dos operadores de finanças no IFPB constatam que as informações da contabilidade

não fornecem subsídios aos gestores.

21%

12%

23% 6%

26%

12%

A contabilidade fornece informação de gestão aos

gerentes (despesa unitária, custos etc.)

RESPOSTA: 1 DISCORDO

TOTALMEMTE

RESPOSTA: 2 DISCORDO MUITO

RESPOSTA: 3 MAIS DISCORDO

QUE CONCORDO

RESPOSTA : 4 MAIS CONCORDO

QUE DISCORDO

RESPOSTA: 5 CONCORDO MUITO

RESPOSTA: 6 CONCORDO

TOTALMENTE

79

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados primários obtidos.

Ao questionarmos se as informações prestadas pelo setor contábil são utilizadas, como

apontam as questões 4, 5 e 6, tem-se que 59% dos servidores as consideram utilizadas pelos

gestores de forma construtiva na tomada de decisão. Outros 41% discordam do exposto,

conforme as respostas 1, 2 e 3. Estes não as consideram muito úteis para direcionarem suas

tomadas de decisões.

Fazendo uma correlação entre os dois gráficos anteriores e questionando se as

informações prestadas pelo setor contábil são úteis para direcionar a decisão, 59% dos

entrevistados afirmam que são utilizadas, porém 56% desses reforçam que os setores

contábeis não prestam informações de forma adequada. Não se sabe o porquê desse gargalo,

precisaríamos de maiores informações para chegarmos a uma conclusão, mas, se percebe uma

problemática: há a necessidade de que as informações contábeis sejam prestadas de forma

mais adequada.

20%

12%

9%

12%

26%

21%

A informação da contabilidade é utilizada para a

tomada de decisões?

RESPOSTA: 1 DISCORDO

TOTALMEMTE

RESPOSTA: 2 DISCORDO MUITO

RESPOSTA: 3 MAIS DISCORDO

QUE CONCORDO

RESPOSTA : 4 MAIS CONCORDO

QUE DISCORDO

RESPOSTA: 5 CONCORDO MUITO

RESPOSTA: 6 CONCORDO

TOTALMENTE

80

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados primários obtidos.

A partir do gráfico acima, busca-se compreender se as ações dos gestores são

analisadas por alguma instância e, caso a mesma exista, se essas informações são divulgadas.

O exame realizado chegou ao seguinte diagnóstico: 47% dos entrevistados afirmam que essa

instância não existe no instituto. Se somarmos as respostas 1, 2 e 3, o que corresponderá a

74% dos servidores participantes da pesquisa, constata-se que não existe um controle

adequado sobre os atos dos gestores do IFPB, e, se existe, o mesmo não é divulgado, pois os

servidores desconhecem essas informações. É preocupante, pois não existem ferramentas para

avaliação dos atos da gestão, sejam eles contábil ou administrativa.

O que pode ser averiguado, de acordo com o referencial teórico apresentado, é que os

sistemas contábeis ou os programas contábeis do governo federal evoluíram com o passar dos

anos e as mudanças ocorridas são para melhor, como a mudança do enfoque orçamentário

para enfoque patrimonial e a busca de sistemas que melhor avaliem a gestão - de forma que

não procure suprir só o aspeto da legalidade, da obrigatoriedade da lei, mas a busca de

sistemas que melhorem o planejamento, o controle e avaliação da gestão.

Em síntese, percebe-se que dentro do IFPB há uma perfeita sinalização que o sistema

contábil produz informações para cumprimento da legalidade, pois a maioria dos

entrevistados afirma que informações contábeis não proveem de informações de desempenho

ou unidade de avaliação de gestão. A administração ainda está muito presa ao modelo de

administração Weberiano, pouco voltado para administração de resultado, apesar de haver

sistema de fácil manuseio à disposição para avalição da gestão, como o tesouro gerencial. Isso

ocorre por vários motivos, um deles pode ser a falta de treinamento ou divulgação de sistemas

contábeis dentro da instituição, falha na comunicação, dentre outros problemas.

16

4 5

8

0 0 1 0

5

10

15

20

RESP. 1 RESP. 2 RESP. 3 RESP. 4 RESP. 5 RESP. 6 NÃO

RESP.

Existem instâncias explicitamente previstas para a

análise da gestão e suas conclusões são difundidas?

RESPOSTA 6: CONCORDO

TOTALMENTE

RESPOSTA: 5 CONCORDO

MUITO

RESPOSTA 4: MAIS

CONCORDO QUE DISCORDO

RESPOSTA 3: MAIS

DISCORDO QUE CONCORDO

RESPOSTA: 2 DISCORDO

MUITO

RESPOSTA: 1 DISCORDO

TOTALMENTE

81

A transformação do modelo de gestão burocrática para gestão por resultado passa por

várias fases, não cabendo mais ao gestor apenas o cumprimento da legalidade. O mesmo deve

voltar-se para uma administração com um maior planejamento de avaliações e controle, pois

não basta apenas aperfeiçoar sistemas, mas sim mudar completamente a sua cultura, para se

tornar mais eficiente, eficaz e efetivo.

7.2 ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE CUSTO COMO FERRAMENTA

GERENCIAL

O que se busca indagar e averiguar neste tópico são as percepções e compreensões dos

gestores e responsáveis pelo setor de finanças do IFPB sobre a importância e a necessidade de

se implantar um sistema de custo no instituto.

Cada vez mais se observa a importância da melhoria do funcionamento e do

desempenho de uma organização governamental, o que requer sistemas de informações

gerenciais que deem sustentação aos processos decisórios. De acordo com Faria (2011, p.3),

“a existência de um Sistema de Custos permite que a administração pública possa avaliar a

utilização dos recursos alocados e os resultados por eles atingidos”.

Num primeiro momento, foi verificada a existência efetiva ou não, em algum campi,

de algum sistema de custo dentro de sua unidade, uma vez que no IFPB cada campi é

autônomo. Assim, a tomada de decisão de onde e como gastar as verbas é de cada unidade, ou

seja, a capacidade de gerenciamento e gastos financeiros não levam em consideração uma

rotina predeterminada por um órgão máximo.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados primários obtidos.

32

0

0

1

0

1

0

0 5 10 15 20 25 30 35

RESPOSTA 1 : INEXISTENTE

RESPOSTA 2: PROPOSTO

RESPOSTA 3: INICIADO

RESPOSTA 4: DESENVOLVIDO

RESPOSTA 5: IMPLEMENTADO

RESPOSTA 6: CONCOLIDADO

NÃO RESPONDEU

Dentro da minha UG foi implementado algum sistema de

custo?

82

Como foi verificado, mais de 94% responderam que não existia nenhum sistema de

custo dentro de sua unidade, o que pode inferir, portanto, que praticamente não existe sistema

de custo no IFPB.

O passo subsequente é questionar se a implantação de um sistema de custo seria

importante para aprimorar as áreas dentro de sua unidade, no intuito de inferir dos

entrevistados em que ponto a implantação do sistema seria fundamental. O entendimento de

Faria (2011) é que os sistemas de custos na administração pública têm que ir além da

apropriação e gestão de custos, necessitando atrelamento a outros modelos de gestão e

instrumentos de controle, de forma a propiciar uma análise e mapeamento completos de

funções, processos, atividades e riscos - o que certamente contribuirá para dar um valor maior

à tomada de decisão dos gestores públicos.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados primários obtidos.

De acordo com os entrevistados, a implantação do sistema seria importante para

melhorar o planejamento das atividades, com 38% dos entrevistados enfatizando esse aspecto.

Para 18% dos entrevistados, sua implantação seria significativa para melhoraria do controle e

gerenciamento das atividades na instituição.

Assim, percebe-se, claramente, nas respostadas dadas pelos servidores, a percepção de

que essa ferramenta ou sistema, em termos gerais, melhora o planejamento e o processo de

controle. A visão dos entrevistados está em consonância com a necessidade de uma gestão

voltada para os resultados. Devemos lembrar, conforme Abrúcio (2010), que o managerialism

38%

18%

13%

13%

12%

6%

0%

Informação de custos seria importante para?

Melhorar o planejamentodas atividades

Controlar e gerenciar asatividades

Promover melhoria nosprocessos

Reduzir os custos dosinsumos utilizados

Reduzir custos dasatividades produtos

Informações a sociedade

83

se acoplou, dentro de um processo de defesa da modernização do setor público, a conceitos

como: busca contínua da qualidade, planejamento e avaliação dos serviços públicos,

coadunando com o pensamento da gestão voltada para resultados, para a qual a implantação

de um instrumento de sistema de custos seria uma ferramenta indispensável nesse processo.

A próxima indagação referiu-se ao seguinte aspecto: a implantação do sistema de

custo vai influenciar o IFPB nas avaliações de desempenho? A contabilidade de custos é uma

ferramenta gerencial que visa à melhoria da qualidade na gestão do serviço público,

especialmente ao ser vista como subsídio metodológico para a concepção de um sistema de

gestão que considere a eficiência dos gastos da Administração Pública sempre aliada à

eficácia e a efetividade de suas ações.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados primários obtidos.

A pesquisa sinaliza que 76% dos servidores acreditam que sua implantação melhoraria

o órgão sobre os três aspectos: na melhoria da eficiência, ou seja, na alocação dos recursos; no

alcance dos resultados, isto é, o instituto seria mais eficaz, atingindo seu fim; assim como

tornaria também mais efetivas as suas ações em termos de impacto institucional, na

efetividade dos serviços prestados. A orientação normativa Nº 01, de 17 de dezembro de

2015, no seu anexo III, vai mesurar, dentro das unidades, a eficácia, eficiência e

economicidade das instituições. Lembrar que o pensamento dos servidores coaduna com o da

orientação normativa.

Também procurou-se entender na pesquisa, o nível de interpretação das informações

de custo junto os servidores do IFPB, além de sua compreensão como uma ferramenta de

18%

3%

3%

76%

Informação de custos refere-se a?

a)      Eficiência

b) Eficácia

c) Efetividade

d) As três alternativas

84

gestão. Ferrari (2011) descreve que as informações de custos são ferramentas estratégicas não

só para a área financeira e contábil da União, mas também para os responsáveis pelo

planejamento das ações e do orçamento governamentais, e pelos gastos nas áreas finalísticas e

nas áreas meio do governo.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados primários obtidos.

No gráfico acima, perguntou-se se conhecer os custos seria relevante para o órgão

mensurar suas ações, em comparação com os benefícios trazidos para a sociedade. 60% dos

entrevistados responderam que concorda totalmente que essa informação seria relevante para

demostrar a importância da ação. 26% afirmam que concordam que essa informação traria

benefício para essa análise. Se somarmos as duas respostas, tem-se que 86% dos servidores

acreditam que essa informação é relevante. Segundo Leone (2000, p.25) “a contabilidade de

custos produz informações gerenciais para que os diversos níveis hierárquicos da

administração sejam capazes de planejar, controlar e decidir com maior eficiência e eficácia”.

Constata-se a ciência dos entrevistados da importância da informação do sistema de custo

como método de medição, em relação com aquilo que é desembolsado para colocar em prática

as ações do governo e os seus benefícios.

Conforme a resolução CFC N.º 1.366/11, objetos de custos públicos têm por objetivo:

mensurar, registrar e evidenciar os custos dos produtos, serviços, programas, projetos,

atividades, ações, órgãos e outros objetos de custos da entidade.

A pergunta posterior indaga se o conhecimento dos custos serve para auxiliar o gestor

a decidir se o mesmo deve continuar, incrementar ou paralisar suas atividades. Alonso (1998,

p. 39) discorre que o conhecimento do custo dos serviços públicos é de extrema importância

1 0 2 2

9

21

0 0

5

10

15

20

25

RESP. 1 RESP. 2 RESP. 3 RESP. 4 RESP. 5 RESP. 6 NÃO

RESP.

Conhecer o custo da UG, serve para analisar a relação

custo X benefícios?

RESPOSTA 6: CONCORDO

TOTALMENTE

RESPOSTA: 5 CONCORDO

MUITO

RESPOSTA 4: MAIS

CONCORDO QUE DISCORDO

RESPOSTA 3: MAIS

DISCORDO QUE CONCORDO

RESPOSTA: 2 DISCORDO

MUITO

RESPOSTA: 1 DISCORDO

TOTALMENTE

85

para uma alocação eficiente de recursos e o desconhecimento dos custos é o maior indicador

de ineficiência no provimento dos serviços públicos.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados primários obtidos.

As respostas dadas pelos servidores indicam que 56% concordam totalmente que essa

informação será significativa para os indivíduos tomar a decisão de ajustar um programa,

projeto ou atividade do governo; e 35% concorda muito que esse tipo de análise auxilia a

gestão para amparar essa tomada de decisão. Se unirmos as duas respostas, teremos 91% dos

entrevistados concordando que a apuração dos custos contribui para auxiliar as pessoas nas

suas decisões. Percebe-se que os servidores têm a clareza de que se conhecerem os custos dos

produtos, serviços, programas, projetos, atividades e ações poderão melhorar os julgamentos

dos gestores quanto ao gasto público.

A próxima pergunta trouxe a seguinte interrogação: conhecer os custos ajuda a avaliar

o desempenho dos gestores envolvidos? Como afirma Ferrari (2011), as vantagens que a

mensuração de custos introduz, sem a intenção de esgotar o universo dos benefícios possíveis,

aponta a refletir acerca das atividades de planejamento, de orçamento, de execução financeira

e de controle e como a informação de custos poderia melhorá-las.

0 0 1

2

12

19

0 0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

RESP. 1 RESP. 2 RESP. 3 RESP. 4 RESP. 5 RESP. 6 NÃO

RESP.

conhecer o custo da UG, serve para decidir pela sua

continuidade, incremento ou paralisação de alguma

atividade?

RESPOSTA 6: CONCORDO

TOTALMENTE

RESPOSTA: 5 CONCORDO

MUITO

RESPOSTA 4: MAIS

CONCORDO QUE DISCORDO

RESPOSTA 3: MAIS

DISCORDO QUE CONCORDO

RESPOSTA: 2 DISCORDO

MUITO

RESPOSTA: 1 DISCORDO

TOTALMENTE

86

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados primários obtidos.

Para Machado e Holanda (2010, p.797), o Sistema de Informações de Custo tem como

finalidade proporcionar maior eficiência do processo alocativo — permitindo avaliar se

determinados bens ou serviços produzidos pelo governo justificam os custos correspondentes,

ou se há alternativas a custos menos elevados, contribuindo para que os órgãos de

planejamento e orçamento avaliem as alternativas, em geral no decorrer do processo de

decisão, quanto à alocação dos recursos públicos (caráter ex ante).

A percepção dos entrevistados é de que se apurar o custo de ação do governo e se

essas ações ocorrerem em várias unidades, seria possível realizar uma comparação de quem

realizou o mesmo serviço, com menor quantidade de recursos, realizando assim um melhor

planejamento. O resultado foi o seguinte: a soma das respostas 6 e 5 (que são as respostas

mais favoráveis) correspondem a 73% dos entrevistados, que afirmam a importância de se

conhecer o custo com esse fim. A pesquisa vem reafirmando a importância de implantação do

sistema de custo no IFPB.

O intento da próxima pergunta é saber se os servidores possuem ciência de que a

solicitação de mais recursos deve estar pautada em justificativas plausíveis, e que uma delas

pode ser o conhecimento dos custos.

3

1 0

5

13 12

0 0

2

4

6

8

10

12

14

RESP. 1 RESP. 2 RESP. 3 RESP. 4 RESP. 5 RESP. 6 NÃO

RESP.

Conhecer o custo da UG, serve para analisar o

desempenho dos gestores envolvidos?

RESPOSTA 6: CONCORDO

TOTALMENTE

RESPOSTA: 5 CONCORDO

MUITO

RESPOSTA 4: MAIS

CONCORDO QUEDISCORDO RESPOSTA 3: MAIS

DISCORDO QUECONCORDORESPOSTA: 2 DISCORDO

MUITO

RESPOSTA: 1 DISCORDO

TOTALMENTE

87

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados primários obtidos.

Como foram percebidos, 44% dos entrevistados concordam totalmente que seria um

dos pontos importantes no que corresponde à apuração dos custos, para solicitar mais recursos

para seu plano de ação governamental ou setor de planejamento. 32% responderam que

concordam muito com essa informação. Ao todo, 76% dos servidores são proativos a essa

informação como forma de justificativa para solicitar mais recursos ao setor de planejamento.

Lopes (2000) considera que a contabilidade de custo deve produzir informações para os

diversos níveis gerenciais de uma entidade e para auxiliar no processo de planejamento,

orçamento, execução, avaliação e controles das operações públicas. Um desses níveis

gerenciais é a avaliação da execução financeira e saber se os custos contribuem na solicitação

de mais recursos aos órgãos de planejamento.

Dando continuidade às entrevistas, argumentou-se da necessidade de averiguação de

que se nas unidades entrevistadas existe algum sistema ou processo para conhecer as variáveis

relevantes dos serviços prestados pela sua unidade e do seu processo.

1 1 1

5

11

15

0 0

2

4

6

8

10

12

14

16

RESP. 1RESP. 2RESP. 3RESP. 4RESP. 5RESP. 6 NÃO

RESP.

Conhecer o custo da UG, serve para solicitar mais

recursos ao setor de planejamento?

RESPOSTA 6: CONCORDO

TOTALMENTE

RESPOSTA: 5 CONCORDO

MUITO

RESPOSTA 4: MAIS

CONCORDO QUEDISCORDO

RESPOSTA 3: MAIS

DISCORDO QUECONCORDO

RESPOSTA: 2 DISCORDO

MUITO

RESPOSTA: 1 DISCORDO

TOTALMENTE

88

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados primários obtidos.

Em conjunto com essa informação, foi realizada uma entrevista com os diretores

administrativos indagando se no instituto existia algum sistema que proporcionasse

indicadores para a avaliação institucional, cumprimento de metas das pessoas ou da própria

instituição.

Os diretores, em sua totalidade, responderam que não existe este tipo de procedimento

dentro das unidades, que consideram importante a sua inserção dentro da instituição. O que há

é Plano de Trabalho Anual (PTA). Segundo os diretores administrativos dos campi Sousa e

Monteiro o plano é obrigatório para todas as unidades, relatando que o mesmo é um sistema

de informação de controle. Porém, 70% dos entrevistados discordam da existência desse tipo

de procedimento dentro do órgão.

A avaliação de gestão mais comumente constatada foi avaliação do estágio probatório

dos servidores técnico-administrativos. Os professores, por sua vez, não possuem uma

avalição tácita - que é uma obrigatoriedade legal. Apesar de haver uma auditoria interna não

foi relatado na entrevista, pelos diretores administrativos, a existência de indicadores de

desempenho das unidades realizadas pela auditoria interna.

Assim, fazendo uma analogia dos resultados da pesquisa com a entrevista realizada

com os diretores administrativos, podemos inferir algumas análises. É sabido pelos gestores a

importância da implantação do sistema de custo dentro do instituto, uma vez que foram

indagadas suas expectativas para uma implantação do sistema de custo dentro do instituto e

qual seriam as influências positivas e negativas de sua inserção.

21

3 4 4

0 2

0 0

5

10

15

20

25

RESP. 1 RESP. 2 RESP. 3 RESP. 4 RESP. 5 RESP. 6 NÃO

RESP.

A unidade dispõe-se de sistemas de informação que

permitem conhecer as variáveis relevantes do processo

de produção do serviço ou produto?

RESPOSTA 6: CONCORDO

TOTALMENTE

RESPOSTA: 5 CONCORDO

MUITO

RESPOSTA 4: MAIS

CONCORDO QUE

DISCORDO RESPOSTA 3: MAIS

DISCORDO QUECONCORDORESPOSTA: 2 DISCORDO

MUITO

RESPOSTA: 1 DISCORDO

TOTALMENTE

89

Constatou-se o seguinte: sua implantação originará um centro de custo capaz de

analisar o real custou de cada ação realizada pelo instituto, seja uma viagem, organização de

eventos, etc.

A implantação de um sistema de custos ajudaria a diminuir o desperdício de recursos

públicos, gerando economia na sua unidade, ajudando a identificar os gargalos nos processos,

buscando, assim, focar numa gestão mais gerencial, e proporcionar aspectos positivos. Um

ponto negativo, constatado principalmente nos campi do interior, é que a quantidade de

pessoal é limitada, o que traria – diante da implantação do sistema - mais responsabilididades

aos servidores, pois a carga de trabalho existente é alta, ocasionando dificuldades de sua

implantação.

O mais importante é que em nenhum momento os servidores foram contra a

implantação, mas sim muito favoráveis, para melhorar a capacidade de eficiência da gestão,

coadunando com a portaria Nº 716, de 24 de outubro de 2011, que relata que o sistema de

cursto promove maior eficiência nos órgãos e entidades da administração pública federal.

Foi perguntado qual seria o principal motivo para a implantação de um sistema de

custo dentro IFPB e foram formatadas opções para os servidores. Um diretor relatou a

obrigatoriedade de sua implantação devido às exigências Lei de Responsabilidade Fiscal.

Porém, os demais discorreram que a implantação melhoraria o controle dos gastos e ajudaria a

elaborar o orçamento e o gerenciamento de recurso de forma mais eficiente; assim como

melhoraria o planejamento. Através dessas informações, percebe-se que a implantação de um

sistema de informação de custos tem sua importância além do cumprimento da determinação

legal, mas também para fins gerenciais no auxílio à gestão pública, como afirmam Cruz e

Neto (2007).

A pesquisa aponta que tanto os servidores do setor financeiro quanto os gestores que

participaram das entrevistas reconhecem a importância da implementação do sistema de custo

na sua unidade. Porém, foi inferido aos diretores administrativos o porquê da não exploração

dos indicadores de desempenho, e porque não foi pensado e implementado o sistema de custo

no IFPB. Também foi questionado aos gestores o motivo do não desenvolvimento de um

estudo para a implementação do sistema de custo e qual seria o caminho para desenvolvê-lo.

A resposta dada com unanimidade foi devido à falta de pessoal, mas a limitação não

foi apenas essa , segundo diretores administrativos. Falta alocação de mão de obra

qualificada, omissão de treinamento para o pessoal, ausência de reconhecimento dos trabalhos

desenvolvidos por parte da alta gestão, supressão da obrigatoriedade, trabalho mais

aprofundado na mudança de cultura dos servidores (pois, no serviço público, os servidores se

90

acomodam em fazer só um único tipo de serviço, sem desejo de melhorar e transformar sua

instituição), e a ausência da alta gestão na cobrança de sua implementação. Ainda de acordo

com os entrevistados, "faltam interesse e motivação dos gestores, pois quando se quer se

realiza".

Foi perguntado, ainda, para os diretores se existiam recursos financeiros para

treinamento e captação para a implementação. Todos afirmaram, de forma direta, que há

recursos para a realização desse trabalho. Dessa maneira, constata-se que não é falta de

recurso financeiro que vai impedir a implantação sistema de custo. Também não é a ausência

de conhecimento dos gestores sobre o assunto e os benefícios que sua inserção na unidade

ofertaria. O que se pode inferir é uma questão mais de falta vontade e de prioridade sobre a

questão na agenda de planejamento do IFPB.

7.3 OS DESAFIOS DA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE CUSTO DO GOVERNO

FEDERAL (SIC) NO IFPB

Em relação à implantação do SIC no IFPB, devem-se levar em consideração dois

pontos inicias. O primeiro refere-se à área de formação. Nesse ponto, a pesquisa aponta que o

corpo técnico se encontra melhor qualificado na área de finanças. Entretanto, essa

qualificação abrange os níveis hierárquicos mais baixos da instituição, em detrimento

daqueles da alta administração. Esse último aspecto chama muita atenção em nossa análise

pelo fato de que os níveis hierárquicos mais baixos poderão estar menos sucintos a perceber

sua importância para instituição, em relação aos níveis mais altos. O segundo ponto é que o

modelo de implementação das políticas públicas no instituto vem de cima para baixo, o que

em consonância com Barrett (2004), adequa-se ao modelo top-down (de cima para baixo), que

é refletida nas estruturas tradicionais de governação e organização do setor público,

enfatizando a separação entre política e administração, e coordenação e controle por meio de

autoridade e hierarquia. Para que a inserção do sistema de custo no órgão aconteça é de vital

importância a participação da alta gestão, pois a política de efetivação de suas ações depende

de autorização da alta gestão.

Passada por essa fase de autorização foi verificado alguns pontos falhos dentro do

instituto, passíveis de correção, para implantação do sistema de custo. Em relação à

contabilidade, os ajustes deste ponto são necessários para que as informações das

características qualitativas de custos sejam adequadas aos seus atributos, como, por exemplo,

oportunidade, comparabilidade, fidedignidade, entro outros atributos, de acordo com NBC T

91

16.11 (2011). Esses apontamentos de falhas na contabilidade estão previstos na declaração do

contador. Em anexo relacionamos as duas principais declarações dos contadores da reitoria e

do Campus João Pessoa - os dois maiores exautores de despesa do IFPB.

Apesar da existência de um Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público

coordenado pela Secretaria Tesouro Nacional, a contabilidade do IFPB discorre nas seguintes

falhas, de acordo com a declaração dos contadores: falta de registro dos contratos no SIAFI;

saldos indevidos em contas transitórias; saldos irrisórios no ativo; passivos irreais; erro de

classificação da Variação Patrimonial Diminutiva; apropriação fora da competência; falta de

registro de conformidade de gestão; existência e manutenção de saldos nas conta-contratos,

referentes a contratos já extintos e não baixados. Essas falhas precisam ser corrigidas para que

o sistema de custo preste informações de forma confiável.

O que se propõe é a criação de uma comissão de contadores que se reúna

bimestralmente, para propor e corrigir essas e outras falhas possíveis, pois, como os campi são

autônomos, não existe esse tipo de reunião; ou se há, tais assuntos, são pouco debatidos no

instituto. Outro ponto fundamental seria o estabelecimento, dentro da própria comissão

proposta, de um grupo responsável para avaliar o cumprimento do que foi abordado nas

próprias reuniões.

O próximo passo foi a avaliação dos possíveis registros patrimoniais, segundo as

declarações dos contadores das unidades supracitadas. Percebeu-se, entretanto, que falta

registro da depreciação mensal dos bens móveis, como também falta o registro da depreciação

mensal dos bens imóveis na instituição. Essas imperfeições são ocasionadas, de acordo com

as declarações, porque o sistema informatizado de controle patrimonial que foi implantado no

IFPB, o SUAP, não atende aos requisitos mínimos exigidos pela legislação para o controle

patrimonial contábil. Não existe também no instituto a reavaliação e/ou redução ao valor

recuperável. Essa incorreção da contabilidade ocorre porque o IFPB não dispõe de uma rotina

de trabalho que contemple a reavaliação patrimonial.

Verificou-se também, claramente, que o “saldo contábil do almoxarifado” não confere

com o relatório mensal expedido pelo sistema de controle de estoques (SUAP), como também

o “saldo contábil dos bens móveis” não confere com o relatório mensal expedido pelo sistema

de controle de bens (SUAP). Todas essas imprecisões contábeis são cabíveis de serem

urgentemente corrigidas para a inserção do sistema de custo no IFPB.

Para que se corrijam as imperfeições da contabilidade em relação ao sistema

patrimonial, deve-se suspender o sistema SUAP com relação aos registros patrimoniais

contábeis, pois ele é falho em vários pontos como acima supracitado e sua maior imperfeição

92

é não se comunicar com o SIAFI, ocasionando duplo trabalho para os operadores da

contabilidade para registro patrimonial – pois se registra no SIAFI e depois no SUAP o

mesmo lançamento contábil. Uma solução proposta é a troca do SUAP pelo Sistema

Integrado de Administração e Serviço (SIADS) - um programa do SERPRO interligado com

SIAFI e integrado com SIC do governo federal. Esse programa diminuirá o trabalho duplo

dos contadores, pois, ao registrar no SIAFI, esse registro vai automaticamente para o SIADS,

que gera um relatório preciso de acordo com SIAFI. O SIADS também possui a função de:

gerenciamento de itens em estoque (entrada, controle, requisições, atendimento), controle de

itens patrimoniais (entrada, localização, responsáveis, etc...) - já que se realiza a depreciação

de acordo com o Manual de Contabilidade Aplica ao Setor Público, que é um gargalo hoje no

instituto -, consultas gerenciais (relatórios para auxiliar a tomada de decisão), como também

controle de bens de terceiros. Assim, o SIADS tem como objetivo facilitar os procedimentos

contábeis decorrentes da administração patrimonial, entre outras funções.

Assim, para a implantação do sistema, após corrigidas as falhas contábeis, é preciso

criar uma equipe para receber o devido treinamento sobre o sistema e, posteriormente, criar

uma unidade modelo para aplicação dos conhecimentos e aperfeiçoamento desse modelo. Em

seguida, é preciso expandi-los para todas as unidades e, assim, atingir o seu objetivo que não é

só mensurar o custo, mas adquirir uma ferramenta gerencial para ajudar na tomada de decisão.

93

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo como alusão os estudos efetuados no Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia da Paraíba (IFPB) para a implantação de um Sistema de Informação de Custos do

Governo Federal pode-se destacar algumas ponderações.

O órgão não está em conformidade com o pensamento da gestão pró-resultado e

permanece ainda muito ligado ao modelo burocrático, pois, apesar de haver dentro do

Instituto um Plano Desenvolvimento Institucional – PDI, que visa metas e resultados a serem

alcançados, ele é concretizado apenas para efeito proforma das cobranças legais. Além disso,

faltam elementos de avaliação de gestão que possam auxiliar a tomada de decisão.

Como se pode constatar no decorrer da pesquisa, através de observações e análises

documentais realizadas nos setores do IFPB, os sistemas financeiro e contábil funcionam de

forma plena, porém não constam relatórios com informações gerenciais para orientar os

gestores.

Há de se destacar ainda que tanto os servidores consultados quanto a gestão possuem

conhecimento da importância desses relatórios gerenciais, mas, devido a alguns fatores como:

falta de contratação de pessoal para atuar nos setores, não incentivo à qualificação na área e

ausência de iniciativa por parte da gestão; os mesmos não são implantados. O mesmo

acontece em relação à apuração de custos.

Os servidores ligados ao setor contábil possuem ciência dos inúmeros benefícios que a

realização da implantação de um sistema de custos pode proporcionar, como: maior eficiência

do processo alocativo e maior eficiência operacional; a avaliação dos resultados obtidos com

relação à economicidade, eficiência, eficácia e efetividade; e a avaliação das metas

planejadas.

Percebe-se que a implantação do sistema de custo passa por um complexo caminho a

ser seguido para sua devida implantação e consolidação dentro do IFPB, uma vez que, para

que isto aconteça, será necessário um trabalho de mudança de cultura nos servidores dos

setores relacionados, maior comprometimento da gestão com a causa, além da realização de

ajustes no sistema patrimonial do órgão.

Assim sendo, respondendo ao questionamento maior deste estudo, a implantação desta

nova ferramenta gerencial de gestão, o SIC, é viável no Instituto Federal da Paraíba, visando

uma melhor logística dos gastos e um maior controle destes.

94

REFERÊNCIAS

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sobre a experiência internacional recente. In: Cadernos ENAP nº 10, Brasília, 1997.

ANDRADE, M. M. Como preparar trabalhos para cursos de pós-graduação: noções

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ALONSO, Marcos. Custo no Serviço Público. Texto para Discussão – ENAP. Brasília-DF: n

31. Out/1998.

BASTOS, A. III Congresso Consad de Gestão Pública. Painel 10/038 - Gestão Estratégica

de Custo no Setor Público / Sistema de Custo Como Ferramenta da Gestão para o Setor.

Brasília/DF 2010.

BEHN, R. O novo paradigma da gestão pública e a busca da accountability democrática.

Revista do Serviço Público: de 1991 a 2000. Disponível em:

<http://repositorio.enap.gov.br/1/1560>.

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______. Lei complementar no 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças

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Brasilia – DF.

______. Lei n° 4.320, de 17 de marco de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito

Financeiro para Elaboração e Controle dos Orçamentos e Balanços da União dos

Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Brasilia –DF.

______. Decreto-lei no 200, de 25 de fevereiro de 1967. Dispõe sobre a organização da

Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras

providências. Brasilia –DF.

______. Portaria STN n.º 828, de16 de dezembro de 2011.

______. Portaria STN n.º 753, de16 de dezembro de 2012.

95

______. Resolução CFC N.º 1.128/08, de 25 de novembro de 2008.

______. Resolução CFC N.º 1.129/08, de 25 de novembro de 2008.

______. Resolução CFC N.º 1.130/08, de 25 de novembro de 2008.

______. Resolução CFC N.º 1.131/08, de 25 de novembro de 2008.

______. Resolução CFC N.º 1.132/08, de 25 de novembro de 2008.

______. Resolução CFC N.º 1.133/08, de 25 de novembro de 2008.

______. Resolução CFC N.º 1.136/08, de 25 de novembro de 2008.

______. Resolução CFC N.º 1.166/09, de 27 de março de 2009.

______. Orientação normativa STN Nº 01, de 17 de dezembro de 2015.

______. Portaria STN Nº 716, de 24 de outubro de 2011.

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Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

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ROSALINO, I. Um Estudo dos Critérios de Rateio dos Custos Indiretos por Meio da

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VERGARA, S. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 14.ed. São Paulo;

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WERNKE, R. Gestão de custo: uma abordagem prática. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2004.

101

APÊNDICE I

QUESTIONÁRIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA– PPGP

Aplicação desse questionário tem como finalidade validar a pesquisa sobre a

implantação do Sistema de Informação de Custo do Governo Federal -SIC, não tendo como

intento a avalição de qualquer pessoa ou a unidade gestora ou qualquer outro fim.

De acordo com o que está previsto no objetivo geral e nos específicos a intenção do

questionário é ter uma maior clareza analítica acerca da importância da contabilidade pública

e do Sistema de Custo do Governo Federal como ferramenta gerencial, para tanto, propõe-se a

divisão da pesquisa em dois momentos:

No primeiro grupo de questões se propõe a análise do grau de conhecimento dos

operadores sobre a contabilidade publica e a importância na tomada de decisão no

âmbito do IFPB.

No segundo grupo de questões se propõe a análise da dimensão de conhecimento

dos gestores, sobre contabilidade de custo e sua importância no setor público, para

um melhor diagnóstico e implantação do SIC.

Seguindo a lógica proposta pela pesquisa, foram incorporados valores para cada um

dos elementos destes componentes e identificou-se uma série de itens destinados a comprovar

e avaliar a existência dos elementos relevantes para implementação do SIC. Estes itens

ganham nota entre 1 a 6, interpretada quantitativa e qualitativamente.

O significado quantitativo de cada ponto na escala é o mesmo, e pode converter-se

num sistema de pontuação transferível a uma avaliação em porcentagem sobre o total possível

para cada componente.

Em função do item tratado acima, o significado da escala de avaliação pode variar ente

quatro possibilidades, a saber:

102

Situação de existência pode ser 1 (“NÃO”) caso não exista e 6 (“SIM”) caso

exista.

Estado da questão tratada no item. Evolui de 1 (“DISCORDO TOTALMENTE”)

até 6 (“CONCORDO TOTALMENTE”).

Nível de qualidade avaliação do item tratado. Evolui desde 1 (“nulo/a”) até 6

(“excelente”).

Situação de desenvolvimento ou implantação do tema tratado no item. Pode

evoluir de 1 (“inexistente”) até 6 (“consolidado”).

Ao observar a proposta de questionário (com a autonomia de produzir ajustes

necessários para ampliar ou reduzir as análises ou itens), cada um de seus elementos têm

como ofertar nas análises uma pontuação máxima. A pontuação obtida é comparável a esta

pontuação máxima (em forma absoluta ou percentual) e é comparável entre os distintos

elementos. Daí se deduz um ordenamento de melhor a pior avaliação, para todos os níveis da

estrutura do questionário, o que, por sua vez, permite identificar os níveis de desenvolvimento

e os desequilíbrios para a sugestão da implantação do SIC.

PRIMEIRO GRUPO

O objeto de análise neste âmbito é identifica qual o grau de conhecimento dos gestores

e operadores financeiro do instituto, e o conhecimento dos sistemas contábeis e financeiro do

IFPB, para o desenvolvimento das tomadas decisões.

ESCALA DE AVALIAÇÃO

EXISTNÊCIA ESTADO DA QUESTÃO

NÍVEL DE

DESENVOLVIMENTO

E QUALIDADE

SITUAÇÃO

1 NÃO DISCORDO TOTALMENTE NULO INEXISTENTE

2 DISCORDO MUITO BAIXO PROPOSTO

3 MAIS DISCORDO QUE

CONCORDO MEIO-BAIXO INICIADO

4 MAIS CONCORDO QUE

DISCORDO MEIO-ALTO DESENVOLVIDO

5 CONCORDO MUITO ALTO IMPLEMENTADO

6 SIM CONCORDO

TOTOALMENTE EXCELENTE CONCOLIDADO

103

1) Pergunta para os diretor administrativos ou diretor geral:

Qual a sua área de formação?

a) Administração b) Contabilidade c) Economia d) Outras.

2) Pergunta para setor financeiro:

Qual a sua área de formação?

a) Administração b) Contabilidade c) Economia d) Outras.

3) Quais desses sistemas são utilizado na sua unidade, se sim marque com (S), se não

(N) e desconheço (D).

SISTEMAS UTILIZADOS NA SUA UNIDADE

S N D

SIAFI

SIDOR

SIOP

SIAPE

SIORG

SCDP

4) O SIAFI é de fácil manuseio e utilização, em qual escala de valor você classificaria?

1 2 3 4 5 6

5) O SIAPE é de fácil manuseio e utilização, em qual escala de valor você classificaria?

1 2 3 4 5 6

6) O SIGPan é de fácil manuseio e utilização, em qual escala de valor você

classificaria?

1 2 3 4 5 6

104

7) A sua unidade dispõe de um sistema integrado de informações gerenciais para

execução dos programas, ações, projetos e atividades?

1 2 3 4 5 6

8) Na sua opinião, o Siape gera informações útil para ajudar a tomar melhores decisões?

1 2 3 4 5 6

9) O SIAFI processa um demonstrativo contábil para sua entidade, que expresse o

patrimônio total gerido pela entidade?

1 2 3 4 5 6

10) A informação da contabilidade é utilizada para a tomada de decisões?

1 2 3 4 5 6

11) A contabilidade fornece informação de gestão aos gerentes (despesa unitária, custos

etc.)

1 2 3 4 5 6

12) Existem instâncias explicitamente previstas para a análise da gestão e suas

conclusões são difundidas?

1 2 3 4 5 6

SEGUNDO GRUPO

O objeto de análise neste âmbito é identificar a presença de informações de custo, e o

estado de desenvolvimento dos componentes de custo, vinculados à formulação das tomadas

de decisão, à estruturação e processo de formulação dessa informação. Assim, os

componentes que ora propomos analisar são:

105

1) Em minha unidade, informação de custos seria importante para? Marque apenas duas

respostas.

Melhorar o planejamento das atividades

Controlar e gerenciar as atividades

Promover melhoria nos processos

Reduzir os custos dos insumos utilizados

Reduzir custos das atividades produtos

Informações a sociedade

Fixar preço de recuperação de serviço

2) Em minha opinião, informação de custos refere-se a;

a) Eficiência

b) Eficácia

c) Efetividade

d) As três alternativas

3) Dentro da minha UG foi implementado algum sistema de custo?

1 2 3 4 5 6

4) Em minha opinião, conhecer o custo da UG (ou o custo por programa/ ação/

projeto/ atividade), serve para buscar alternativas de execução para redução dos

custos totais?

1 2 3 4 5 6

5) Em minha opinião, conhecer o custo da UG (ou o custo por programa/ ação/

projeto/ atividade), serve para analisar a relação custo X benefícios?

1 2 3 4 5 6

6) Em minha opinião, conhecer o custo da UG (ou o custo por programa/ ação/

projeto/ atividade), serve para decidir pela sua continuidade, incremento ou

paralisação de alguma atividade?

1 2 3 4 5 6

106

7) Em sua opinião, conhecer o custo da UG (ou o custo por programa/ ação/ projeto/

atividade), serve para analisar o desempenho dos gestores envolvidos?

1 2 3 4 5 6

8) Em sua opinião, conhecer o custo da UG (ou o custo por programa/ ação/ projeto/

atividade), serve para solicitar mais recursos ao setor de planejamento?

1 2 3 4 5 6

9) Conhecer os custos dos insumos (serviços, matérias entre outros) serve para

verificar se há dotação disponível para adquiri-los, como pesquisa de preço para

iniciar o processo de compra?

1 2 3 4 5 6

10) Conhecer os custos dos insumos (serviços, materiais, entre outros) serve para

iniciar o processo de compra e analisar se relação custo X beneficio recomenda a

aquisição?

1 2 3 4 5 6

11) A unidade dispõe-se de sistemas de informação que permitem conhecer as

variáveis relevantes do processo de produção do serviço ou produto?

1 2 3 4 5 6

12) Na unidade existe avaliação das variáveis “eficácia, eficiência, custo-benefício,

processos” e efetividade para toda a prestação de serviços.?

1 2 3 4 5 6

107

APÊNDICE II

ENTREVISTA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA– PPGP

1. Descreva quais eram as suas expectativas em relação ao processo de implementação

(desenvolvimento, implantação e utilização) do Sistema de custo:

2. Há fatores que influenciaram NEGATIVAMENTE a implantação do sistema de custos no

instituto?

3. Há fatores que influenciaram POSITIVAMENTE a implantação do sistema de custo no

instituto?

4.Na sua opinião qual o principal fator que levaram o IFPB a adotar um sistema de custos:

a. Atender o disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF;

b. Controlar os gastos;

c. Produzir informações para o processo orçamentário;

d. Evidenciar suas ações governamentais;

e. Avaliar a eficiência, a eficácia e a efetividade de suas ações governamentais;

f. Não sei.

g. Outro. Qual?

5. Ha algum tipo de incentivo quanto ao uso das informações providas pelo sistema da

contabilidade,nas tomas de decisão?

6. E realizado algum controle/ levantamento sobre quem utiliza as informações do sistema?

7. No instituto existe sistema proporciona indicadores para avaliação de desempenho da

instituição seja avaliação de cumprimento de metas das pessoas ou da própria instituição, se

existe Quais? São utilizados?

8. Quem e responsável pelo o controle e monitoramento desses indicadores?

9. Caso não haja indicadores custos, existe essa necessidade? Por que ainda não foram

desenvolvidos? Qual seria o caminho para desenvolve-los?

10. Outros aspectos julgados relevantes pelo entrevistado?

108

ANEXO I

Ministério da Educação

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba

Departamento de Orçamento e Finanças – Campus João Pessoa

Coordenação da Contabilidade

1. Declaração do Contador

A Declaração do Contador é um instrumento de controle prévio das contas do Gestor da Unidade, o Contador

da Unidade deverá emitir uma declaração plena ou com ressalvas, de acordo com o seu julgamento, com base

nas demonstrações contábeis analisadas.

Essa declaração deverá levar em conta questões como a análise dos demonstrativos contábeis da unidade

(Balanço Patrimonial, Orçamentário e Financeiro), restrições contábeis informadas na conformidade mensal e

o respeito pela unidade as legislações previstas, as normas e princípios brasileiros de contabilidade.

A declaração emitida pelo Contador, para o Campus João Pessoa, uma Declaração com RESSALVAS, a

mesma encontra-se relacionadas nos anexos desse relatório.

A declaração do Contador vem apenas dar conhecimento formal aos órgãos superiores (MEC) e

posteriormente ao órgãos de controle Externo ( TCU) da realidade Patrimonial, orçamentária e financeira da

instituição.

Durante todo o exercício de 2015 a Coordenação de Contabilidade trabalhou para minimizar os impactos

relacionados na Declaração do Contador. O Campus João Pessoa é um dos mais antigos na instituição,

trazendo com ele a bagagem grande embaraço nas contas contábeis do antigo plano de contas. A unidade

passou por duas grandes mudanças, de CEFET para Instituto Federal e agora em 2015, a aplicação dos novos

padrões de Contabilidade Pública que trouxeram à tona um grande passado que não era enxergado no antigo

plano de contas.

Fazer com que a os demonstrativos contábeis reflitam plenamente a realidade contábil, patrimonial,

orçamentário e financeira da Instituição é o objetivo da Coordenação Contabilidade. Mas isso só será possível

atingir se as recomendações dadas forem atendidas pelas demais áreas envolvidas e pela própria Gestão.

Em recentes acórdãos publicados apenas em 2015 pelo TCU – Tribunal de Contas da União, mais de 15

(quinze) Universidades Federais foram notificadas por descumprimento as NBCASP e ao MCASP. O que isso

significa na prática ? Significa que a legislação é para ser cumprida.

Abaixo relacionaremos alguns pontos que poderão ser objeto de auditorias futuras por impactarem

diretamente nos resultados e na credibilidade da informação contábil da instituição.

a) Falta de registro das obrigações com contratos em execução e executados no SIAFI;

b) Existência e manutenção de saldos na conta contratos referentes a contratos já extintos e não

baixados.

c) Falta do registro da depreciação mensal dos bens móveis;

d) Falta do registro da depreciação mensal dos bens imóveis;

e) Saldo contábil do almoxarifado não confere com o relatório mensal expedido pelo de sistema de

controle de estoques (SUAP);

f) Saldo contábil dos bens móveis não confere com o relatório mensal expedido pelo de sistema de

controle de bens (SUAP);

g) Existência de saldo na conta de obras em andamento, da ordem de R$ 15 milhões, onde

aproximadamente R$14 milhões são de obras que não pertencem a UG 158469.

h) Existência de saldos em contas contábeis de passivos com a exigibilidade prescrita.

i) Existência de saldos em contas contábeis de ativos com valores irrisórios.

________________________________________________________________________________

IFPB - Instituto Federal de Educação da Paraíba - Campus João Pessoa

109

Ministério da Educação

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba

Departamento de Orçamento e Finanças – Campus João Pessoa

Coordenação da Contabilidade

14. Base Legal

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - Seção II - DOS ORÇAMENTOS, Artigos 165 a 169.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

MCASP – Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público - 6º Edição.

MTO 2015 – Manual Técnico do Orçamento.

Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4320.htm (Este texto não substitui o publicado no DOU de

23.3.1964, retificação no DOU de 9.4.64 - 5.5.64 e 3.6.64) Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para

elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do DF.

Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp101.htm

Lei de Responsabilidade Fiscal - Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na

gestão fiscal e dá outras providências

Lei nº 10.180, de 6 de fevereiro de 2001.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10180.htm

Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal, de Administração Financeira

Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, e dá outras providências.

Decreto nº 93.872, de 23 dezembro de 1986.

Dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, atualiza e consolida a legislação

pertinente e dá outras providências.

________________________________________________________________________________

IFPB - Instituto Federal de Educação da Paraíba - Campus João Pessoa

110

ANEXO II

111

112

113

114

115