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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
GESTÃO AMBIENTAL NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO: FATORES ASSOCIADOS AO COMPORTAMENTO PRÓ-AMBIENTAL DE EMPREGADOS DE UMA
EMPRESA BRASILEIRA DE ÓLEO E GÁS
por
MÁRIO MARCELINO DE OLIVEIRA JÚNIOR
BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO, 1987 DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
SETEMBRO, 2006
© 2006 MÁRIO MARCELINO DE OLIVEIRA JÙNIOR TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
O autor, aqui designado, concede ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte permissão para reproduzir, distribuir, comunicar ao
público, em papel ou meio eletrônico, esta obra, no todo ou em parte, nos termos da Lei. Assinatura do Autor: _______________________________________________ APROVADO POR: ________________________________________________________________ Sérgio Marques Júnior, Dr. - Orientador, Presidente ________________________________________________________________ Nominando Andrade de Oliveira, Dr. – Membro Examinador ________________________________________________________________ Patrícia Guimarães, Dra. - Membro Examinador Externo MEMBRO DA SOCIEDADE: ________________________________________________________________ Margareth Costa Andrade – Petróleo Brasileiro S. A. - Petrobras
Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede
Oliveira Júnior, Mário Marcelino de.
Gestão ambiental na indústria do petróleo : fatores associados ao comportamento pró-ambiental de empregados de uma empresa brasileira de óleo e gás / Mário Marcelino de Oliveira Júnior. - Natal, RN, 2006.
84 f. : il. Orientador : Sérgio Marques Júnior. Dissertação (Mestre) – Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Programa de Pós-graduação em Engenharia da Produção.
1 Comportamento organizacional – Dissertação. 2
Comportamento pró-ambiental – Dissertação. 3. Meio ambiente – Dissertação. 4. Gestão ambiental – Dissertação.5. Estratégia ambiental – Dissertação.6. Engenharia de produção – Dissertação. I. Marques Júnior, Sérgio.. II. Título.
RN/UF/BCZM CDU 658.3
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CURRICULUM VITAE
Mário Marcelino de Oliveira Júnior é Bacharel em Ciências Administrativas pela Associação Potiguar de Educação e Cultura – APEC, tem especialização em: Segurança Pública, Administração Geral e Docência no Ensino Superior. Atualmente desempenha as funções de Secretário do Jurídico/RN Regional do Rio Grande do Norte na PETROBRAS/UN-RNCE.
Outras Atuações Profissionais: - Professor da Academia de Polícia Militar do Rio Grande do Norte
- Professor do Centro de Estudos Superiores da Polícia Militar do Rio Grande do Norte
- Professor Orientador de Monografia do Curso Superior de Polícia e Aperfeiçoamento de
Oficiais - PM/RN.
- Professor Membro de Banca Examinadora do Centro de Estudos Superiores da PM/RN
- Professor do Curso de Formação de Soldado do Corpo de Bombeiros Militar do RN
- Ex-Professor da Faculdade de Natal - FAL
- Ex-Professor da Faculdade de Ciências Empresariais e Estudos Costeiros de Natal – FACEN
- Ex-Professor da Faculdade Unificada para o Ensino das Ciências – UNIPEC
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AGRADECIMENTOS
A Deus, o grande arquiteto do universo.
Aos meus pais (Mario Marcelino de Oliveira – In Memorian – e Áurea Fernandes de
Oliveira) por terem me ofertado a oportunidade de viver.
À minha avó Laura (In Memorian), uma das mulheres mais sábias que conheci.
A meus irmãos Edene e Márcio, pela admiração que sempre sentiram por mim, a
qual me fez ir a busca de mais esta vitória.
Ao Professor Orientador Dr. Sérgio Marques Júnior, pela sabedoria e exemplo de
vida, aliada a simplicidade, seriedade e competência. Obrigado Professor, muito obrigado!
Ao Gerente Geral da Unidade de Negócios de Exploração e Produção do Rio Grande
do Norte e Ceará - UN-RNCE, Engenheiro Fernando Ricardo Afonso de Oliveira Lima, por
ter franqueado a minha liberação e o espaço daquela instituição para que esta pesquisa se
realizasse de maneira satisfatória.
Ao Gerente do Jurídico Regional do Rio Grande do Norte – Jurídico/RN, Advogado
Ulpiano Moura Soares de Souza, por ter contribuído com sua paciência e apoio para que meu
trabalho chegasse ao final.
Amiga e colega de trabalho Margareth Costa Andrade, pela sua presteza e atenção à
minha pessoa, pela cessão de material bibliográfico altamente adequado para a construção
deste trabalho. O meu muito obrigado.
Ao Diretor Presidente da Associação Norte-Rio-Grandense de Educação Cultura
(ANEC), Carlos Vasconcelos de Paula, por ter aberto as portas da Faculdade de Natal (FAL),
para que este mestrado fosse realizado.
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Ao meu amigo e Professor MSc. Paulo Sérgio Lopes de Araújo pelo incentivo e
força na hora em que precisei decidir por este Curso, sem você não seria possível estar aqui
hoje.
Ao Grupo das Super-poderosas (Ana Patrícia, Adriana Cavalcante, Glenda, Michele
e Ana Virgínia), pelo convívio harmonioso nas horas difíceis que passamos durante o curso.
Aos meus primos Hildérica e Cícero Holanda, por terem colaborado com sua atenção
e muito carinho para que os obstáculos deste trabalho não fossem empecilho para o meu
sonho.
Aos amigos Ally Delânia, Gláucia Lima e João Rocha, por terem compartilhado das
dificuldades dessa realização e se mostrarem solidários com o esforço despendido para
concluí-la.
A Cleide, secretaria do Programa de Engenharia de Produção (PEP), pela alegria que
sempre nos recebia, e pelo atendimento nota dez.
Enfim, a todos que contribuíram — direta ou indiretamente — para que todos os
obstáculos deste trabalho parecessem menores do que realmente foram.
vi
Dedico este trabalho à minha Esposa Lúcia e aos meus filhos Angélica e
Henrique, como forma de reconhecer e retribuir o apoio, o incentivo e a força
necessários para que este estudo se concretizasse.
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Resumo da Dissertação apresentada a UFRN como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências em Engenharia de Produção. GESTÃO AMBIENTAL NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO: FATORES ASSOCIADOS AO COMPORTAMENTO PRÓ-AMBIENTAL DE EMPREGADOS DE UMA EMPRESA BRASILEIRA DE ÓLEO E GÁS MÁRIO MARCELINO DE OLIVEIRA JÚNIOR Setembro / 2006 Orientador: Sérgio Marques Júnior, Dr. Curso: Mestrado em Ciências em Engenharia de Produção
RESUMO
Este trabalho desenvolve um estudo sobre o comportamento pró-ambiental de uma empresa brasileira do setor de óleo e gás, enfatizando a Petróleo Brasileiro S/A – PETROBRAS em sua Unidade de Negócios de Exploração e Produção do Rio Grande do Norte e Ceará – UN-RNCE. O desenvolvimento do trabalho adotou a metodologia da pesquisa bibliográfica associada à pesquisa exploratória descritiva, com o propósito de identificar aspectos relacionados ao conhecimento e à conduta dos empregados da empresa analisada, mediante aplicação da técnica de entrevista com instrumento de coleta de dados com perguntas fechadas do tipo variável com respostas graduadas de 0 a 10. Os resultados permitiram conhecer o grau de conhecimento dos empregados da empresa acerca de aspectos relacionados com a gestão ambiental, além de levar à identificação do grau de envolvimento dos empregados na política de gestão ambiental que a empresa já implementou no setor operacional. Os resultados ainda levaram à constatação do comportamento pró-ambiental dos entrevistados depende de uma atuação mais consistente, não só no interior da empresa, como também no ambiente externo, onde os resultados dessa atuação são mais bem percebidos pela sociedade. Conclui-se que a empresa tem uma política de gestão ambiental de relevância, apenas realçando que os empregados estão recebendo treinamento sobre a sua conduta e assimilando os efeitos de forma satisfatória.
Palavras-chave: Comportamento Pró-ambiental. Comportamento Organizacional. Meio ambiente. Gestão ambiental. Estratégia ambiental. Engenharia de Produção.
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Thesis presented to UFRN as part of the necessary requirements to graduate as Master of Productionn in Engineering Science. ENVIRONMENT MANAGMENT IN THE PETROLEUM INDUSTRY: FACTORS ASSOCIATED TO THE PRO-ENVIRONMENT BEHAVIOR OF BRAZILIAN OIL AND GAS ENTERPRISE MARIO MARCELINO DE OLIVEIRA JÚNIOR September / 2006 Adviser: Sergio Marques Júnior, Dr. Course: Master’s Degree in Production Engineering Science
ABSTRACT
This survey develops a study about the pro-environment behavior of a brazilian company of oil and gas sector, emphazing the Petróleo Brasileiro S/A – PETROBRAS in its Unit of Business of Exploration and Production in the State of Rio Grande do Norte and Ceará − UN-RNCE. The work’s development adopt the bibliographic research methodology with the descriptive exploratory analisys, with the purpouse of identifying related points with the knowledge and the analysed enterprise’s staff conduct, by the aplication of the interview with a instrument of data colecting with closed variable questions from answers that varies from o to 10.The answers allowed us to know the employees knowledge about the related aspects of environmental responsability, knowing also the involvement of the employees with the politics of environmental managment that has been implemented in the operating area of the company. The research led us to an important verification of the pro-environmental behavior of the people interviewed. The results depends of a wise acting, not only inside the company, but also outside, where the results of this acting will be more perceived for the society. Finally, we conclude that the company has a politics of management with a great importance, emphasinzing that the employees are been in constant training about their behavior resulting in satisfaction.
Key Words: Pro-Environment Behavior. Organization Behavior. Production Engineer.
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SUMÁRIO
Capítulo 1 Introdução ......................................................................................................................... 1
1.1 Contextualização ............................................................................................................................. 1
1.2 objetivo ...................................................................................................................................... 4
1.3 Relevância ...................................................................................................................................... 4
1.4 Organização da Dissertação ............................................................................................................ 4
Capítulo 2 Referencial Teórico .......................................................................................................... 6
2.1 Evolução da Indústria Mundial do Petróleo .................................................................................... 6
2.2 Fundamentos, Princípios e Finalidades do Ambientalismo Empresarial ........................................ 10
2.2.1 A evolução do “Ambientalismo Empresarial”...................................................................... 10
2.2.2 Os fatores direcionadores das estratégias ambientais .......................................................... 14
2.3 Conceitos de Clima Organizacional ................................................................................................ 21
2.3.1 Clima Organizacional e Comportamento Humano .............................................................. 23
2.3.1.1 As Experiências de Hawthorne ............................................................................... 24
2.3.1.2 Hierarquia das Necessidaddes de Maslow .............................................................. 25
2.3.2 Pesquisas sobre Clima Organizacional ................................................................................ 26
2.3.2.1 Fatores que Influenciam o Clima Organizacional ................................................... 28
2.3.2.2 Dimensões de Clima Organizacional ...................................................................... 29
2.3.2.3 Instrumentos para Diagnóstico do Clima Organizacional ...................................... 30
2.3.2.4 Diagnóstico de Clima Organizacional .................................................................... 31
Capítulo 3 Metodologia da Pesquisa de Campo ............................................................................... 33
3.1 Local de Estudo ............................................................................................................................... 33
3.2 Variáveis do Estudo ........................................................................................................................ 34
3.3 Amostra ...................................................................................................................................... 36
3.4 Instrumento de Coleta de Dados ..................................................................................................... 36
3.5 Procedimento de Coleta de Dados .................................................................................................. 37
x
3.6 Processamento dos Dados ............................................................................................................... 37
Capítulo 4 Resultados e Discussão ..................................................................................................... 39
4.1 Dados do Perfil dos Entrevistados .................................................................................................. 39
4.1.1 Sexo dos Entrevistados ........................................................................................................ 39
4.1.2 Estado Civil dos Entrevistados ............................................................................................ 40
4.1.3 Número de Filhos dos Entrevistados ................................................................................... 41
4.1.4 Nível de Escolaridade dos Entrevistados ............................................................................. 42
4.1.5 Renda Familiar dos Entrevistados ....................................................................................... 43
4.1.6 Representatividade das Gerências da Petrobras ................................................................... 44
4.1.7 Tipo de Vínculo Empregatício do Entrevistado na UN-RNCE ........................................... 45
4.1.8 Proporção de Cargos dos Entrevistados ............................................................................... 46
4.1.9 Tempo de Trabalho na Empresa .......................................................................................... 47
4.2 Percepção dos entrevistados Acerca da Competitividade e Estratégia Ambiental .......................... 48
4.2.1 Nível de Competitividade Mundial ...................................................................................... 48
4.2.2 Importância da Questão Ambiental no Segmento Industrial ............................................... 49
4.2.3 Concorrência Oligopolista ................................................................................................... 50
4.2.4 Importância da Divulgação de Ações de Conformidade Ambiental .................................... 51
4.2.5 Conhecimento das Questões Ambientais ............................................................................. 52
4.2.6 Conhecimento Sobre o Protocolo de Kyoto ......................................................................... 53
4.2.7 Conhecimento sobre Créditos de Carbono .......................................................................... 54
4.2.8 Conhecimento sobre ISO 14001 .......................................................................................... 55
4.3 Conhecimento das Ferramentas de Conformidade Ambiental ........................................................ 56
4.3.1 Conhecimento Relativo às Ferramentas de Conformidade Ambiental ................................ 56
4.4 Comportamento relacionado a Questões Ambientais ..................................................................... 57
4.4.1 Participação do Programa de Gestão Ambiental da Empresa .............................................. 57
4.4.2 Realização de Coleta Seletiva Residencial .......................................................................... 58
4.4.3 Participação de Reuniões na Comunicação/Condomínio/Bairro ......................................... 59
xi
4.4.4 Participação de Reuniões em Alguma Associação/ONG .................................................... 60
4.4.5 Participação de Reuniões em Grupos Religiosos ................................................................. 61
4.5 Análise de Regressão Múltipla ........................................................................................................ 62
4.5.1 Análise de regressão múltipla entre a variável CONHEC e demais variáveis
independentes .............................................................................................................. 62
4.5.2 Análise de regressão múltipla entre a variável FPGA e demais variáveis
independentes .............................................................................................................. 64
Capítulo 5 Conclusões e Recomendações .......................................................................................... 68
5.1 Conclusões da Pesquisa de Campo ................................................................................................. 68
5.2 Recomendações ............................................................................................................................... 70
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 71
APÊNDICES ...................................................................................................................................... 75
Apêndice A – Área de Estudo: A PETROBRAS .................................................................................. 76
Apêndice B - Formulário de Pesquisa ................................................................................................... 79
Apêndice C – Figuras ............................................................................................................................ 84
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 - Pirâmide representando a hierarquia das necessidades de Maslow...........................25
Figura 4.1 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao sexo ..........................................39
Figura 4.2 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao estado civil ...............................40
Figura 4.3 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao número de filhos ......................41
Figura 4.4 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto nível de escolaridade ....................42
Figura 4.5 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à renda ..........................................43
Figura 4.6 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à representatividade dos
Recursos Humanos de cada gerência .........................................................................44
Figura 4.7 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao tipo de vínculo
empregatício dos seus Recursos Humanos ................................................................45
Figura 4.8 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à proporção de cargos
desempenhados no staff da Gerência Geral da UN-RNCE ........................................46
Figura 4.9 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao tempo de trabalho na
Petrobras .....................................................................................................................47
Figura 4.10 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à opinião acerca da
competitividade para enfrentar as empresas do segmento de óleo e gás ....................48
Figura 4.11 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à opinião acerca da
importância da questão ambiental e segmento industrial ...........................................49
Figura 4.12 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à concorrência oligopolista
influir negativamente para o trato de questões de natureza ambiental .......................50
Figura 4.13 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à importância da divulgação
de conformidade ambiental ........................................................................................51
Figura 4.14 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento de questões
ambientais ...................................................................................................................52
Figura 4.15 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre o
Protocolo de Kyoto .....................................................................................................53
xiii
Figura 4.16 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre
créditos de carbono .....................................................................................................54
Figura 4.17 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre ISO
14001 ..........................................................................................................................55
Figura 4.18 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento de
ferramentas de conformidade ambiental ....................................................................56
Figura 4.19 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação no Programa
de Gestão Ambiental da Petrobras .............................................................................57
Figura 4.20 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à realização de coleta seletiva
residencial ...................................................................................................................58
Figura 4.21 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação de reuniões na
comunidade/condomínio/bairro para tratar de problemas sociais ..............................59
Figura 4.22 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação de reuniões em
associações/ONG .......................................................................................................60
Figura 4.23 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação de reuniões em
grupos religiosos ........................................................................................................61
xiv
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 – Variáveis do Questionário Aplicado ...............................................................................34
Tabela 4.1 – Variáveis utilizadas na análise de regressão múltipla entre CONHEC e demais
variáveis .....................................................................................................................62
Tabela 4.2 – Análise de Variância (ANOVA) para o teste de significância entre as variáveis
independentes e a variável dependente CONHEC (nível declarado pelo
empregado sobre seu conhecimento das questões ambientais no segmento de
óleo e gás) ...................................................................................................................63
Tabela 4.3 – Análise de regressão entre CONHEC e variáveis independentes: Variáveis que se
revelaram significativas ao modelo e parâmetros de regressão ..................................63
Tabela 4.4 – Variáveis utilizadas na análise de regressão múltipla entre FPGA e demais
variáveis .....................................................................................................................65
Tabela 4.5 – Análise de Variância (ANOVA) para o teste de significância entre as variáveis
independentes e a variável dependente FPGA (freqüência declarada pelo
entrevistado com que participa do programa de gestão ambiental da empresa) .........66
Tabela 4.6 – Análise de regressão entre FPGA e variáveis independentes: Variáveis que se
revelaram significativas ao modelo e parâmetros de regressão ..................................66
1
Capítulo 1
Introdução
1.1 Contextualização
É possível inferir que as dimensões econômicas e mercadológicas das questões
ambientais são cada vez mais relevantes. Questões relativas ao meio ambiente têm
representado custos e/ou benefícios, limitações e/ou potencialidades, ameaças e/ou
oportunidades para as organizações em geral, com ênfase para as indústrias que
utilizam os insumos de origem natural. Uma breve análise nos periódicos recentes
(jornais e revistas, por exemplo), destinados ao público empresarial e financeiro, é
suficiente para comprovar que os vínculos das empresas e dos mercados com as
questões ambientais são maiores, mais explícitos e mais positivos na atualidade do que
em tempos anteriores.
Nestes últimos trinta anos, desde a Conferência de Estocolmo de 1972, a qual
foi responsável inserir a preocupação ambiental de forma prioritária e definitiva na
agenda internacional, os problemas ambientais mudaram de significado e importância,
e estão cada vez mais presentes nos diferentes elementos que influem nas decisões
empresariais.
No que se refere à importância, é nítida a crescente incorporação das
preocupações com o comportamento pró-ambiental em todas as grandes questões
estratégicas da sociedade contemporânea, algo que não ocorria há algumas décadas.
Por outro lado, estas preocupações têm deixado de ser tratadas apenas como uma
“agenda negativa”1, mesmo nos meios empresariais. Com o passar dos anos, sobretudo
a partir da década de 80 do Século XX, o surgimento de novos conceitos, como o
Desenvolvimento Sustentável e o Eco-desenvolvimento no campo das teorias de
desenvolvimento, e a Produção Mais Limpa e o Gerenciamento Ambiental da
Qualidade Total (TQEM) no campo empresarial, foi ressaltando os vínculos positivos
possíveis entre preservação ambiental, atividade empresarial e crescimento econômico.
Assim, a questão do comportamento pró-ambiental crescentemente incorporada
1 Forma como era representada até a década de 70 do Século XX, principalmente por líderes empresariais e políticos, para assinalar que a preservação ambiental era contrária ao crescimento e desenvolvimento econômico (Colby, 1991).
2
aos mercados e às estruturas sociais e regulatórias da economia passaram a ser um
elemento cada vez mais considerado nas estratégias de crescimento das empresas, seja
por gerar ameaças como também oportunidades empresariais.
Acompanhando estas mudanças de significado e importância passou-se a
observar uma mudança de postura das empresas em relação às questões ambientais.
Segundo Schmidheiny (1992), as empresas têm abandonado a postura de limitar a
poluição e purificar os resíduos apenas para cumprir com as regulamentações
governamentais, e adotada uma atitude de evitar a poluição e os resíduos no interesse
tanto da coletividade associada quanto na busca de maior eficiência e competitividade.
Várias são as pressões que têm atuado sobre as empresas no sentido de induzi-
las ou condicioná-las a promover mudanças nas suas condutas de comportamento pró-
ambiental. Essas pressões provêm basicamente de quatro fontes: 1) das
regulamentações ambientais, que têm se desenvolvido em número, especificidade,
abrangência e rigor; 2) da sociedade civil organizada, principalmente através dos
movimentos ambientalistas, que têm se multiplicado com o aumento do número dos
seus integrantes e têm se especializado e profissionalizado, tornando as suas ações
cada vez mais eficazes; 3) dos mercados de produtos, que têm apresentado uma
crescente tendência dos consumidores em valorizar atributos ambientais de empresas e
produtos, o que é também reforçado por um aumento na concorrência interna e externa
derivada da abertura internacional dos mercados; 4) e das fontes de recursos naturais,
sobretudo água e energia, que têm dado sinais de que podem tornar-se limitantes para
o desempenho e crescimento futuro das empresas (KINLAW, 1997; SCHMIDHEINY,
1992; HOFFMANN, 2001).
Todas estas contingências têm implicado no aumento dos custos e riscos por
danos ambientais (taxas, multas e mesmo penalidades criminais), no aumento da
exposição pública de empresas que degradam o meio ambiente, e no incremento dos
custos e riscos derivados da ineficiência no uso dos recursos naturais. Por outro lado, o
aumento na concorrência e a necessidade de atendimento às demandas de
consumidores cada vez mais exigentes em qualidade trazem a necessidade de reduzir
custos e diferenciar produtos, marcas e empresas, o que também tem induzido à
consideração das questões ambientais nas práticas competitivas.
Em suma, as questões ambientais têm evoluído em importância e significado
para as empresas, o que têm provocado mudanças na forma com que são tratadas no
3
âmbito comportamental das estratégias organizacionais, partindo-se de um passado em
que eram consideradas apenas para fins de conformação com as regulamentações, para
um presente em que passam a desenvolver complexas relações com as mais diferentes
funções administrativas das empresas (HOFFMAN, 2000).
Mesmo com este diagnóstico geral, não se tem ainda elementos teóricos e
empíricos suficientes para se inferir sobre algumas das perguntas atuais mais
relevantes acerca das questões ambientais, seja para quem se preocupa com o futuro do
meio ambiente, seja para quem está envolvido em desenvolver os negócios.
Ambientalistas, por exemplo, certamente perguntam-se para onde tem se dirigido as
estratégias ambientais empresariais e o quanto se pode esperar das próprias empresas
como contribuição ao esforço pela proteção ao meio ambiente. Ou ainda, como se pode
influir no comportamento das empresas em relação ao meio ambiente. Por outro lado,
empresários e administradores devem se perguntar sobre quais fatores considerar nas
decisões ambientais empresariais. Ou como evitar ameaças à empresa provindas de
pressões ambientais, e como transformar tais ameaças em oportunidades empresariais,
ou ainda como desenvolver uma estratégia ambiental consistente com o ambiente da
empresa.
Embora se tenha o contexto geral das mudanças no cenário ambiental das
empresas e dos fatores que as influem, a resposta às questões colocadas ainda é difícil
de ser dada porque não se tem muito conhecimento sobre como estes fatores atuam
sobre cada empresa especificamente. Assim, a resposta à estas questões práticas passa
necessariamente pela resposta anterior a duas questões de fundo, que permitiriam dar
suporte a qualquer análise ou previsão que envolvesse as ações empresariais na área
ambiental: quais são os fatores mais importantes na formação das estratégias de ação
ambiental das empresas? E, em relação ao contexto individual de cada uma delas,
como estes fatores operam, influem e condicionam as suas ações estratégicas?
Portanto, embora não se pretenda aqui responder às questões práticas colocadas no
parágrafo anterior, pretende-se contribuir para fornecer os elementos teóricos que
possibilitem pensar e sistematizar a análise acerca delas.
4
1.2 Objetivo
Investigar os fatores associados ao comportamento pró-ambiental seus
empregados, do seu quadro de recursos humanos próprios e contratados, com ênfase na
política de gestão ambiental.
1.3 Relevância
Do ponto de vista acadêmico, este trabalho norteia-se pela promoção de uma
educação integral do homem por meio do cultivo do saber em todas as áreas do
conhecimento, nas diferentes formas e modalidades, como meio de busca permanente
para influenciar o comportamento pró-ambiental de estudiosos da área.
Do ponto de vista prático, este estudo visa contribuir para PETROBRAS/UN-
RNCE com a pesquisa que enfocou o comportamento pró-ambiental de empregados. A
relação entre as características e necessidades da empresa e a proposta de melhorar sua
performance, tanto de fatores de produtos em busca de causas e descobertas que
enfoquem a melhoria da qualidade da gestão ambiental.
1.4 Organização da Dissertação
Seguindo a metodologia adotada para o presente estudo, esta dissertação está
organizada em cinco capítulos: o capítulo 1 – Introdução; o capítulo 2 – Referencial
Teórico; o capítulo 3 – Metodologia da Pesquisa de Campo; o capítulo 4 – Resultados
e Discussão; e, finalizando, capítulo 5 – Conclusões e Recomendações.
No primeiro capítulo é apresentada a estrutura do trabalho e aspectos
relacionados com a contextualização, justificativa, objetivos e relevância do estudo.
O segundo capítulo, cujo título é Referencial Teórico, traz um conjunto de
informações que estabelecem a fundamentação teórica do estudo e que permitem
alcançar a identificação dos fatores organizacionais que envolvem a atuação pró-
ambiental.
O terceiro capítulo descreve os procedimentos metodológicos seguidos no
estudo e que serviram de base para a construção dos caminhos trilhados de sua
5
idealização até a sua conclusão e estabelecimento de recomendações.
O quarto capítulo apresenta os resultados e a discussão no qual são analisados
os resultados estatísticos realizados, desenvolve uma discussão dos dados e
fundamenta a pesquisa de campo.
O quinto capítulo reporta-se as conclusões e as recomendações, é onde estão
inseridas as percepções do autor e as recomendações advindas dela.
6
Capitulo 2
Referencial Teórico
2.1 Evolução da Indústria Mundial do Petróleo
A Indústria Mundial do Petróleo teve início com Edwin L. Drake, que perfurou o
primeiro poço, em Titusville, Estados Unidos, no ano de 1859. Entre 1860 e 1870 houve uma
corrida ao petróleo, com grande número de pequenos produtores explorando o mais rápido e
na maior quantidade possível. Essa concorrência anárquica provocou uma enorme flutuação
da produção e nos preços e nenhuma sustentação ao negócio petroleiro (ALVEAL, 2003). O
mesmo autor lembra que em 1870, inicia-se a segunda fase da indústria petrolífera, que foi
marcada pelos avanços tecnológicos e pela ascensão da Standard Oil Company. Essa foi a
primeira companhia a obter êxito na redução de custos, com melhoria de produtividade e de
qualidade dos derivados. Com isso, passou a dominar o mercado, fundando o maior
monopólio da economia americana no final do século XIX, e expandiu-se para o mercado
internacional.
No entanto, em 1911, a Suprema Corte Federal dos Estados Unidos acabou por
determinar a divisão da grande empresa, em 33 novas empresas. Dessas, algumas viriam a
transformar-se em grandes empresas multinacionais: a Standard Oil of New Jersey,
atualmente Exxon; a Standard Oil of New York, hoje Mobil Oil; e a Standard Oil of
California, agora Chevron (ALVEAL, 2003, p. 3). O autor afirma, ainda, que além dessas,
duas outras empresas nascidas das descobertas de petróleo, no Texas, também tornar-se-iam
grandes sociedades da Indústria Mundial do Petróleo, a Texaco e a Golf Oill.
Na Europa, a indústria do petróleo surgiu de maneira menos explosiva do que a
americana devido a grande competição do carvão, alcatrão, turfa e linhita. Mesmo assim, o
desenvolvimento da indústria européia foi semelhante a da indústria americana: houve
concentração em torno de duas grandes empresas, hoje denominadas de Royal Dutch Shell e
British Petroleum.
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A partir da Primeira Guerra Mundial, onde o petróleo e o motor de combustão
ganharam fundamental importância no cenário internacional, iniciou-se a terceira fase da
Indústria Mundial do Petróleo. Essa fase foi marcada pelas disputas para tomar posse das
jazidas de petróleo do Oriente Médio, Ásia e América Latina por parte dos governos e das
grandes corporações da Europa e dos Estados Unidos. Seguindo a análise do estudo deste
autor, é possível verificar que no início do século XX, começava a competição entre o grupo
Shell e a Stardand Oil of New Jersey, a maior e mais forte empresa remanescente da Standard
Oil Company. A tecnologia européia acabou prevalecendo e, em 1918, o grupo europeu
controlava 75% da produção petroleira mundial, fora do mercado americano (ALVEAL,
2003).
Nesse contexto, o governo americano se esforçou para manter uma política de portas
abertas para as companhias norte-americanas de petróleo no exterior, o que aumentou ainda
mais a rivalidade europeu-americana. Já nesta época as sete grandes empresas petrolíferas
internacionais (cinco grandes empresas americanas e duas européias) disputavam
acirradamente novas e melhores jazidas. Estas empresas viriam a serem conhecidas como as
sete irmãs ou majors. Segundo Siqueira (1999), majors é a composição das maiores empresas
de petróleo do mundo, entre as quais estão: Shell, Texaco, Enterprise, BFZ, BP, EXXON e
ELF.
Somente em 1928, com o Acordo de Achanacarry2 o período de alta competição
oligopólica se encerrou. Esse período teve efeitos negativos para as empresas, que
apresentaram uma redução no crescimento e nos lucros devido à excessiva competição, e só
com a realização de acordos seria possível racionalizar a indústria (ALVEAL, 2003).
Com o estabelecimento de acordos posteriores de controle das condições de novos
entrantes na indústria e de fixação de preços e quotas de produção, as sete irmãs iniciaram a
fase mais duradoura de expansão relativamente estável na Industria Mundial do Petróleo –
IMP. O sistema regulador do cartel fortaleceu a posição das majors no cenário internacional,
permitindo a penetração e a dominação de vários mercados estrangeiros. Os acordos
negociados com os países detentores das melhores jazidas eram sempre favoráveis as majors,
já que essas empresas negociavam em conjunto enquanto os governos atuavam isoladamente.
Em 1950, as sete irmãs controlavam 65% das reservas mundiais, mais de 50% da produção de
2 O Acordo Achnacarry foi firmado entre a Standard Oil, a Royal Dutch Shell e Anglo Persian Company, a fim de “eliminar a competição, impedir excesso de produção e dividir o mundo”.
8
óleo bruto e detinham a propriedade de 70% da capacidade de refino e de cerca de dois terços
da frota mundial de petroleiros, além dos mais importantes oleodutos (PENROSE, 1968).
Durante os anos seguintes a Segunda Guerra Mundial, tornou-se mais claro o caráter
estratégico da indústria petrolífera, juntamente com a indignação dos países detentores de
grandes jazidas. Muitos deles começaram a usar a força de seus estados para contrabalançar o
poder de monopólio das majors e possibilitar o desenvolvimento da indústria petrolífera. As
soluções encontradas por esses países foram: a intervenção direta dos governos, centrando-se
no desenvolvimento de empresas estatais de petróleo e/ou a intervenção indireta, através da
renegociação do sistema de concessões. Essa última alternativa deu origem, em 1960, à
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que objetivava justamente
enfraquecer as companhias petrolíferas internacionais e fixar as normas gerais da política
petrolífera dos países membros. A partir dos anos 60, o reinado das sete irmãs começa a se
debilitar. Além dos fatores supracitados, o surgimento de novos produtores, o retorno do
petróleo russo ao mercado europeu e a entrada de companhias independentes norte-
americanas e companhias européias estatais na indústria contribuíram para minar o poder de
cartel das majors (ALVEAL, 2003).
A renegociação dos sistemas de concessões e o surgimento progressivo de empresas
estatais nos países exportadores de petróleo reunidas na OPEP foram os grandes responsáveis
pela mutação da IMP. As reservas e a produção mundial passaram a ser concentrada pelas
empresas dos países da organização, consolidando a estrutura industrial dos monopólios
petrolíferos estatais e estabelecendo barreiras institucionais à entrada das companhias
internacionais na exploração e na produção. Esse contexto conferiu à OPEP um significativo
poder de mercado até o fim da década de 70 do Século XX, permitindo aos países produtores
estabelecer os preços internacionais de referência do petróleo. Em 1973, a OPEP, em
represália ao apoio dos Estados Unidos e da Europa Ocidental à ocupação de territórios
palestinos por Israel, decide estabelecer cotas de produção e quadruplicar o preço do petróleo
(ALVEAL, 2003).
Para os produtores, esse primeiro choque do petróleo representou rápido e
significativo aumento nos lucros. Os lucros advindos da exportação do petróleo enriqueciam
os países da OPEP e reduziam o poder aquisitivo das nações desenvolvidas. Economias que já
eram sujeitas à pressões inflacionárias foram atingidas por um forte choque inflacionário.
Com o início da Guerra Irã – Iraque, em 1979, ocorre o segundo choque do petróleo. O Irã,
9
que era o segundo maior exportador da OPEP, fica praticamente fora do mercado. O preço do
barril do petróleo, então, atinge níveis recordes e a recessão econômica mundial do início da
década de 80 do Século XX é agravada (ALVEAL, 2003).
No entanto, o alto preço do barril melhorou ainda mais a situação financeira das
estatais dos países detentores de hidrocarbonetos e de todas as empresas produtoras da
indústria. A situação das sete irmãs mantinha-se confortável, mesmo com o aumento da
dificuldade de acesso às melhores jazidas. O alto preço do petróleo permitia que os vários
atores desta indústria obtivessem rendas consideráveis. Após os choques da década de 70 do
Século XX, o cenário de preços em alta promoveu, por um lado, uma nova fase de abertura da
indústria com o ingresso de novos produtores e o aumento da competição. E por outro lado, o
mercado internacional de energia começou a se reestruturar e a importância dos derivados de
petróleo foi reduzida no cenário mundial. Quase todas as nações desenvolvidas resistiram aos
preços promovendo políticas energéticas visando minimizar sua dependência em relação ao
petróleo importado, através de uma série de medidas de substituição de derivados. Na década
de 80 do Século XX, o meio ambiente passou a fazer parte da agenda de política dos
governos, dos organismos internacionais e das empresas. Novas legislações de preservação
ambiental, que objetivavam reduzir o nível de emissão de gases que podem provocar o efeito
estufa foram implementadas. Estas legislações se traduziram na criação de impostos e taxas
sobre a produção e o consumo de derivados de petróleo (ALVEAL, 2003).
O fortalecimento das regulamentações ambientais e as políticas energéticas
desenvolvidas provocaram uma forte redução das taxas de crescimento da demanda de
petróleo, para a qual também contribuíram a queda do ritmo de crescimento econômico
mundial (PINTO JÚNIOR E FERNANDES, 1998).
A oferta de hidrocarboneto continuou abundante, devido ao aumento da produção dos
países não pertencentes à OPEP e das companhias internacionais. A fim de diminuir a
dependência em relação aos países produtores, os países consumidores, além das políticas
energéticas, passaram a desenvolver novas áreas de exploração. Com o aumento da
concorrência, a OPEP viu seu poder de influenciar os preços no mercado internacional
enfraquecido. Estes passaram, a ser determinados pelas cotações do mercado Spot3 .
3 Negócios realizados com pagamento à vista e pronta entrega da mercadoria. A entrega, aqui, não significa entrega física, mas entrega de determinado montante de dinheiro correspondente à quantidade de mercadoria negociada.
10
A queda dos preços do petróleo após 1986 e a relativa estabilidade dos mesmos na
década de 90 do Século XX acarretaram mudanças estratégicas na IMP, levando às
companhias petrolíferas a implementarem políticas de redução de custos. Isso implicou no
aumento da competição intra-indústria o que fez acelerar o ritmo de inovação tecnológica na
produção e na utilização de energias concorrentes ao petróleo. O final do século XX foi
marcado por fusões e parcerias na indústria mundial de petróleo. Elas visavam à reunião de
forças para enfrentar os riscos ambientais e a pressão da sociedade sobre qualidade e proteção
ao meio ambiente, a necessidade de redução de custos, a demanda tecnológica para produção
de petróleo em novas fronteiras e adequação do parque de refino e da frota mercante. Assim,
grandes empresas passaram a se unir e se proteger cada vez mais para enfrentar os novos
desafios. Os quais incluem tecnologias e métodos de prevenção e conscientização dos
trabalhadores para questões ambientais (ALVEAL, 2003).
2.2 Fundamentos, Princípios e Finalidades do Ambientalismo
Empresarial
2.2.1 A evolução do “Ambientalismo Empresarial”
Pode-se dizer que tem havido uma evolução nas estratégias das empresas em
direção à incorporação de parâmetros ambientais em suas decisões e ações. Para
Hoffman (2000), os governos e ativistas sociais têm sido historicamente os mais
proeminentes elementos a dirigirem as práticas ambientais corporativas. Durante as
décadas de 70 e 80 do século XX, estas duas forças foram as orientadoras
predominantes das práticas ambientais corporativas. O mesmo autor informa que na
década de 70 do Século XX, nos países desenvolvidos, o governo foi o árbitro primário
da performance ambiental das empresas. Os administradores viam a relação entre meio
ambiente e empresa em termos de como o ambientalismo agiu como uma restrição
regulatória imposta pelo governo. Já na década de 80 do Século XX, os grupos
ambientalistas passaram a assumir um papel mais proeminente e direto no
direcionamento das estratégias ambientais corporativas. Estes grupos cresceram em
poder e influência em função do aumento no número de seus membros e de seus
orçamentos, e da especialização e profissionalização de suas atividades. Face às
pressões sociais destes grupos, os administradores desenvolveram práticas ambientais
11
como parte das responsabilidades sociais das empresas. Nestes dois períodos, portanto,
as mudanças de práticas ambientais foram uma resposta das empresas tanto a sanções
legais (penalidades civis, administrativas e criminais) quanto sociais (protestos,
pressões negativas, redução na reputação e na imagem da empresa). O mesmo autor
reitera que, desta forma, no período de 1970 a 1985 viu-se o começo de uma
integração, embora fraca, entre preocupações ambientais e estratégias de negócios, o
que alguns autores chamaram de “adaptação resistente”. A partir deste período, as
empresas começaram a criar departamentos especiais para tratar das questões
ambientais. Após a segunda metade da década de 80 do Século XX começou a surgir
uma espécie de “ambientalismo de livre mercado”, que trocou a ênfase das regulações
dos insumos e das atividades para os resultados. Os novos instrumentos de política
ambiental mudaram as possibilidades de utilização das ações ambientais como
instrumentos de marketing e estratégia competitiva pelas empresas (MENON e
MENON, 1997).
Na década de 90 do Século XX muitas empresas começaram a integrar o meio
ambiente nas suas estratégias de negócios, havendo o surgimento de um novo e
estratégico paradigma ambiental, o qual Varadarajan (1992) chamou de
“enviropreneurial marketing”, que pode ser definido como as atividades de marketing
benéficas empresarial e ambientalmente, que atendam tanto à economia da empresa
quanto aos objetivos de performance social. As ações das empresas na área ambiental
se tornaram mais proativas e passaram a ser utilizadas como estratégia competitiva,
vinculando-se a boa performance ambiental principalmente à melhoria na reputação
das empresas.
Desde o começo da década de 90 do Século XX, portanto, a realidade do
ambientalismo dentro do mundo dos negócios tem se tornado mais complexa do que a
simples conformidade com as leis ou a responsabilidade social. Proteção ambiental e
competitividade econômica têm se entrelaçado. O que anteriormente foi dirigido por
pressões que estavam fora do mundo dos negócios é agora direcionado por interesses
que existem dentro dos ambientes econômico, político, social e mercadológico das
empresas. Muitas organizações, ao obterem boa performance ambiental com boa
gestão operacional, baixo risco financeiro e boas perspectivas de sucesso econômico
futuro, estão começando a influenciar as normas de práticas corporativas e estão
transformando o ambientalismo, de algo externo para algo que está dentro do sistema
12
de mercado e que é central para os objetivos das empresas (HOFFMAN, 2000).
Assim, uma série de novas situações do ambiente institucional passou a dirigir
as estratégias ambientais das empresas, tais como: investidores e acionistas, que
estariam interessados em correlações positivas entre as performances econômica e
ambiental; bancos, que estariam associando performances ambientais ruins a risco
financeiro mais elevado; e associações comerciais, educacionais e religiosas, que
passaram a institucionalizar determinadas demandas ambientais.
Desta forma, além das pressões regulatórias e sociais, atualmente pressões
ambientais podem ser impostas sobre a empresa por supridores e compradores, por
acionistas, bancos ou investidores, por consumidores e/ou por concorrentes. As
práticas ambientais corporativas, com isso, têm se tornado menos uma questão pró-
ambiental propriamente dita e mais uma questão de estratégia competitiva, de
marketing, finanças, relações humanas, eficiência operacional e desenvolvimento de
produtos (HOFFMAN, 2000).
Embora havendo uma tendência geral, esta evolução ocorre em cada empresa e
em cada indústria diferentemente. Hoffman (1999 e 2001) pesquisou as indústrias
química e petrolífera entre 1960 e 1993 para entender como estas indústrias se
moveram de uma postura de veemente resistência ao ambientalismo para uma postura
proativa, e por que esta transformação ocorreu.
Estudando a evolução dos autores e das instituições associadas a cada indústria
e a cultura e estrutura interna das organizações, Hoffman (1999 e 2001) identificou
quatro distintos períodos no ambientalismo corporativo: (1) ambientalismo industrial
(1960-70), que focava sobre a resolução interna de problemas como um adjunto para a
área de operações; (2) ambientalismo regulatório (1970-82), cujo foco era sobre a
conformidade com as regulamentações, dada a imposição externa de novas leis
ambientais cada vez mais rigorosas; (3) ambientalismo como responsabilidade social
(1982-88), cujo foco era sobre a redução de poluição e minimização de resíduos
dirigidos externamente por associações de indústrias e iniciativas voluntárias; e (4)
ambientalismo estratégico (1988-93), que focava na integração de estratégias
ambientais proativas a partir da administração superior.
Segundo este autor, eventos externos dirigiram a transição de uma fase para
outra, como a publicação do livro “Silent Spring” de Rachel Carlson em 1962, a
descoberta do “buraco” na camada de ozônio ou a imposição de novas
13
regulamentações mais rigorosas. Por outro lado, de uma fase para outra houve uma
expansão no campo organizacional. Por exemplo, a indústria atuava praticamente
sozinha durante a primeira fase, enquanto que na segunda o governo se tornou um ator
importante, na terceira as mudanças foram dirigidas por associações de indústrias e
Organizações não governamentais - ONGs, enquanto que investidores, companhias de
seguro e competidores apareceram como forças importantes na última fase. A
conclusão é de que o desenvolvimento do ambientalismo corporativo é um produto da
coevolução de instituições externas e das estruturas e estratégias internas das
empresas.
Sharma et al (1999) estudaram a evolução do ambientalismo nas empresas, por
meio de pesquisa com sete empresas do setor petrolífero canadense. Tendo como meta
central do trabalho identificar os fatores associados com a resposta das organizações às
questões ambientais e os mecanismos através dos quais estes fatores operam, os
autores subdividiram a evolução das estratégias ambientais em quatro fases: gestação,
politização, legislação e litigação. Na fase de gestação (1980-85) tanto a intensidade
regulatória quanto a preocupação pública com a preservação ambiental eram de baixo
nível. Contudo, grupos ambientalistas mobilizaram-se neste período para aumentar a
consciência social sobre os danos ambientais causados pelas indústrias do petróleo.
Na fase de politização (1986-87) o meio ambiente tornou-se incrementalmente
importante nos debates de políticas públicas, e as agências governamentais
incumbiram-se de revisar as regulamentações e recomendaram que elas fossem
racionalizadas e intensificadas (SOUZA, 2004). O mesmo autor relata que as empresas
tinham pouco interesse nas questões ambientais e, na sua maioria, apenas limitavam-se
a atender a legislação. Durante a fase de elaboração da documentação legislativa
(1988-92) intensificou-se dramaticamente a preocupação pública com o meio ambiente
devido a vários “eventos críticos” que ocorreram no período, como alguns acidentes
ambientais bastante publicados (o derramamento de petróleo do petroleiro Exxon
Valdez, por exemplo), a descoberta do buraco na camada de ozônio, os recordes de
temperatura alcançados na América do Norte e Europa e interpretados como um sinal
de aquecimento global, dentre outros. Grandes acordos e conferências internacionais,
como o Protocolo de Montreal e o Relatório Brundtland, também contribuíram para o
acirramento da pressão da opinião pública e das regulamentações sobre as empresas.
Vários administradores das empresas estudadas foram unânimes em sua opinião de que
14
a motivação para a redução de riscos ambientais neste período foi evitar perturbações e
perdas financeiras.
Souza (2004) também considera que na fase de litigação (1993 em diante) o
nível de preocupação pública com as questões ambientais permaneceu alto e, em 1993,
regulações federais e provinciais foram consolidadas e os administradores passaram a
ser considerados responsáveis criminalmente pelos acidentes e danos ambientais
causados por suas companhias. Este foi o grande “evento crítico” desta fase. Estas
regulamentações causaram pânico, pois representavam perda pessoal aos gestores das
empresas, obrigando-as a incorporar definitivamente as preocupações ambientais em
suas decisões e ações. O autor, também, informa que no Brasil, embora não existam
estudos similares, pode-se deduzir que estes períodos são diferentes, sobretudo em
relação ao estudo de Hoffman. A grande fase de regulamentação ambiental brasileira
iniciou-se na década de 80 do Século XX, após a promulgação da Lei nº 6.938, que
dispõe sobre a política nacional do meio ambiente. Na década de 70 do Século XX,
fase de intensa regulamentação nos países desenvolvidos, as indústrias brasileiras
quase não sofriam restrições ambientais. Houve, portanto, uma defasagem de tempo
nas pressões sofridas pela indústria brasileira em relação à dos países desenvolvidos.
2.2.2 Os fatores direcionadores das estratégias ambientais
Como visto anteriormente, na fase atual as ações ambientais das empresas têm
assumido um papel cada vez mais integrado às diferentes funções administrativas, de
marketing, finanças, produção, qualidade, desenvolvimento de produtos, entre outros.
Neste item explora-se melhor as fontes primárias que levam as empresas a
preocuparem-se crescentemente com a sua política ambiental.
Segundo Rosen (2001), há basicamente três razões para que as empresas passem
a melhorar a sua performance ambiental: primeiro, o regime regulatório internacional
está mudando em direção à exigências crescentes em relação à proteção ambiental;
segundo, o mercado está mudando (tanto de fatores quanto de produtos); e terceiro, o
conhecimento está mudando, com crescente descoberta e publicidade sobre as causas e
conseqüências dos danos ambientais. Assim, a gestão ambiental empresarial é
atualmente condicionada pela pressão das regulamentações, pela busca de melhor
reputação, pela pressão de acionistas, investidores e bancos para que as empresas
15
reduzam o seu risco ambiental, pela pressão de consumidores e pela própria
concorrência.
Lau e Ragothaman (1997) desenvolveram em 1997 um estudo com 69 empresas
americanas, com o objetivo de proporcionar um sumário de estatísticas descritivas
sobre questões estratégicas da gestão ambiental da indústria química americana.
Segundo os resultados da pesquisa, as principais forças a dirigir a implementação de
programas de gestão ambiental são, em ordem de importância, as regulamentações
ambientais, a reputação da companhia, iniciativas da alta administração, a redução de
custos e a demanda dos consumidores. O estudo conclui que a maioria das empresas
desenvolvem suas ações ambientais mais como resposta às regulamentações
ambientais do que como uma política proativa que vá ao encontro dos interesses de
toda a sociedade e possivelmente está relacionado ao fato da indústria química ser um
setor fortemente regulamentado em função de seus potenciais impactos ambientais.
Apesar desta predominância das regulamentações como fonte de direcionamento
das ações ambientais das empresas, a questão da reputação aparece como um fator
também importante. Um dos mais importantes fatores, segundo o estudo de Lau e
Agothaman (1997) foi a “necessidade de relações públicas”. Os resultados mostraram
também que a responsabilidade social das corporações está relacionada principalmente
à redução de risco financeiro das empresas, na forma de redução de multas e ações
judiciais. Os dados do estudo apontaram que reduzir custos e aumentar a lucratividade
potencial não foram fatores importantes no direcionamento das ações ambientais das
empresas estudadas.
Na mesma linha destes resultados, em pesquisa do início da década de 1990 do
século XX, com 48 organizações industriais brasileiras de grande porte, Neder (1992)
constatou que as ações ambientais das empresas concentravam-se na modernização dos
sistemas de controle da poluição, e eram fruto essencialmente das exigências
crescentes das regulamentações ambientais. Além disso, as ações de gestão ambiental
eram tomadas, na maioria das empresas, como atividades meio (de engenharia
produtiva) e tinham pouco efeito em termos de inovações organizacionais,
tecnológicas ou de produto. Essa última característica é ressaltada pelo autor, ou seja,
na maioria absoluta das empresas as ações de gestão ambiental não apontavam para
melhorias no produto final, visando melhorar as suas qualidades ambientais ou de
consumo. Apesar disso, o autor já apontava no início da década de 90 do Século XX a
16
existência no Brasil de um conjunto de empresas em que a gestão ambiental passava a
integrar sistematicamente a organização, com efeitos sobre os produtos, o processo de
trabalho, os recursos humanos e o uso de insumos.
A pesquisa CNI/BNDES/SEBRAE, realizada por estas três entidades no
segundo semestre de 1998, já apontou um quadro em transformação no Brasil. O
estudo, realizado com 1.451 empresas de todo o país e de todos os setores e tamanhos,
buscou avaliar a gestão ambiental na indústria brasileira. Segundo os resultados, as
exigências das regulamentações ainda figuravam entre as principais razões da adoção
de práticas ambientais pelas empresas. Porém, a maioria das indústrias de médio e
grande porte tinham na política social uma razão mais destacada para a melhoria da
performance ambiental da empresa.
Destacavam-se, ainda, a busca de redução de custos e a melhoria da imagem da
empresa como fatores importantes na motivação para as práticas de comportamentos
pró-ambientais. Ou seja, embora uma parte significativa das empresas ainda tivesse
nas regulamentações ambientais a mais importante razão para a melhoria na
performance ambiental, emergiu como predominante em muitas empresas um fator
interno, que era a sua política social. Da mesma forma, outros fatores endógenos,
como a redução de custos e a melhoria da imagem da empresa, mostraram-se
influentes em um número significativo delas. Deve-se considerar que a importância
das regulamentações no direcionamento das ações ambientais das empresas se deve
principalmente ao fato de que, sobretudo durante as décadas de 80 e 90 do Século XX,
houve um intenso processo de criação e implementação de novas leis ambientais, que
aumentaram muito em termos de número, abrangência, especificidade e rigor.
No Brasil, por exemplo, até o final da década de 70 do Século XX, o número de
dispositivos legais ambientais federais (incluindo leis, decretos e decretos leis) não
passava de duas dezenas. Na década de 80 do Século XX foram adicionados 64 novos
dispositivos legais e na década de 90 do Século XX (até 1996) outros 159 (Governo do
Estado do Paraná, 1991 e Pinto, 1996). Com isso, é natural que esta intensa
regulamentação imponha uma pressão sobre as empresas muitas vezes maior do que
outros fatores, sobretudo quando se analisa setores com alto potencial poluidor
(NEDER, 1992).
É neste sentido que, apesar de ressaltarem as oportunidades estratégicas que a
gestão ambiental oferece às empresas (como a redução de custos e a diferenciação de
17
produtos), Porter e Linde (1995) argumentam que as regulamentações (aquelas
inteligentemente orientadas para os resultados e para as inovações) são necessárias,
dentre outras razões, por criarem pressões que motivam as empresas a inovar, por
alertar e educar as empresas acerca da provável ineficiência no uso de recursos e áreas
potenciais para melhoramentos tecnológicos, por criar demandas para melhoramentos
ambientais, e por evitar que empresas que sejam ambientalmente irresponsáveis
obtenham vantagens competitivas em função disso.
De outro lado, muitos estudos ressaltam os fatores concorrenciais. Toms (2001)
apresenta conclusões a partir de pesquisas extensivas que incluem surveys com
profissionais de investimento e análise de 695 relatórios anuais das 250 maiores
companhias britânicas em 25 diferentes setores. Para o autor, as maiores vantagens de
uma boa gestão ambiental são melhorar a reputação das empresas e permitir a
diferenciação de produtos. Segundo ele, a melhoria na gestão ambiental pouco tem
acrescentado para a melhoria da eficiência e da produtividade. Outra conclusão
importante diz respeito aos investidores, que estariam mais atentos ao potencial de
redução dos riscos que traz uma boa gestão ambiental do que propriamente à
possibilidade de aumento de lucratividade. Ou seja, o valor da firma depende de custos
explícitos e implícitos. Se a empresa ignora as suas responsabilidades sociais, muitos
custos implícitos podem se tornar explícitos.
Assim, se a empresa descuida de suas práticas ambientais, as agências
governamentais podem impor regulamentações mais rigorosas. Similarmente, se a
empresa continua a agir de maneira irresponsável, outros stakeholders podem duvidar
de que ela honrará com os compromissos para consigo (bancos, por exemplo). Desta
forma, empresas que apresentam alto nível de responsabilidade social e ambiental
teriam menores custos implícitos do que aquelas que ignoram estas responsabilidades.
Assim, a redução do risco é um importante condutor no direcionamento das estratégias
ambientais das organizações (LAU e RAGOTHAMAN, 1997).
O fator reputação, como já se viu anteriormente, também é central na condução
das ações ambientais. A reputação é o conjunto de percepções mantidas pelas pessoas
internas e externas à empresa. Publicamente, a reputação busca satisfazer as demandas
de uma variedade de stakeholders (proprietários, consumidores, empregados,
supridores, sociedade e comunidade, agências governamentais, bancos, organizações
não governamentais, etc.) para que seja permitido à empresa operar na sociedade
18
(MILES e COVIN, 2000). Concluindo que a reputação é fonte de vantagem
competitiva e melhora a habilidade para a empresa criar valor. Ela permite explorar
opções de mercado lucrativas e incrementa o valor de mercado da firma. A reputação
da empresa é função da credibilidade, confiabilidade e responsabilidade, de forma que
ela pode ser melhorada com uma performance ambiental superior. Assim, empresas
que são negligentes com a proteção ambiental ficam tanto sujeitas a custos explícitos
como multas e encargos, como podem sofrer erosão em sua posição competitiva
devido a danos em sua reputação.
Em pesquisa sobre marketing ambiental com 31 administradores sênior e 24
administradores de marketing, Menon e Menon (1997) estudaram a relação entre
reputação e performance da empresa. Segundo os autores, uma das funções do
marketing ambiental é melhorar a reputação das empresas. A reputação da empresa
pode resultar de percepções de "comportamento cidadão" da empresa ou do tipo de
associações feitas pelos consumidores. O comportamento cidadão de uma organização
seria o criterioso comportamento corporativo que promove o bem estar da sociedade.
Pelos resultados da pesquisa, o maior nível de marketing ambiental representa uma
maior capacidade para projetar uma mensagem consistente acerca de suas
preocupações com a sociedade e o meio ambiente, e seriedade por ir além da
conformidade com padrões legalmente impostos, o que melhora a reputação da
empresa. Com isso, a empresa ganha visibilidade e uma vantagem competitiva sobre
seus competidores.
Além da reputação, algumas empresas estão usando estratégias ambientais para
obter vantagem competitiva seja pela redução de custos através do contínuo
melhoramento de processos e redução de resíduos (estratégia baseada em custos), seja
por alcançar vários segmentos de mercado que são ambientalmente mais sensíveis
(estratégia baseada na diferenciação). Diferenciação de produtos e melhoria na imagem
da empresa levam a ganhos de mercado, enquanto que melhoria na eficiência de
recursos e redução de risco conduzem a reduções de custo (que podem ou não levar a
ganhos de mercado) (MILES e COVIN, 2000).
Assim, a melhoria na reputação da empresa obtida com uma estratégia
ambiental adequada pode contribuir, junto com a diferenciação de produtos e a redução
de custos, para a ocupação, manutenção e/ou ampliação de uma posição de mercado.
Esta é a situação que se convencionou chamar de "ganha-ganha", ou seja, quando os
19
investimentos ambientais são lucrativos para as empresas e esta pode alinhar melhores
performances ambientais e econômicas. Esta situação é uma das hipóteses mais
relevantes em gestão ambiental, e estratégias proativas geralmente são alimentadas por
ela. Karagozoglu e Lindell (2000) realizaram um trabalho visando testar esta hipótese
a partir de entrevistas com 83 diretores de companhias americanas. Os autores
concluíram que a hipótese "ganha-ganha" é factível, e que há uma relação positiva
entre inovatividade ambiental e vantagem competitiva, e entre a performance
ambiental, financeira e competitiva das empresas. Por outro lado, o estudo também
comprovou que uma superioridade geral na performance ambiental não
necessariamente conduz a uma vantagem competitiva. Algumas vezes, práticas
ambientalmente sadias podem aumentar o custo dos produtos ou reduzir a expectativa
dos consumidores com relação à qualidade percebida. A implicação disto é que, do
ponto de vista da lucratividade, as empresas necessitam buscar um balanço entre
medidas ambientais e expectativas do mercado. Ou seja, a hipótese “ganha-ganha” está
sujeita a determinadas condições. A conclusão deste estudo, portanto, é de que, tanto
do ponto de vista dos consumidores quanto das empresas, o processo de formação de
estratégias ambientais consistentes é evolucionário e conduzido pela aprendizagem.
Assim, um dos desafios cruciais associados com este processo é a realização dos
requisitos de mudança organizacionais que capacitarão a empresa à implementação
bem sucedida de estratégias ambientais. A complexa relação entre o meio ambiente e o
mundo dos negócios requer boas técnicas administrativas e habilidade organizacional
para que as empresas alcancem a aprendizagem necessária para transformar suas
estratégias ambientais em vantagens competitivas e financeiras. Apesar de confirmar
parcialmente a hipótese “ganha-ganha”, o trabalho de Karagozoglu e Lindell (2000)
coloca condicionantes para a lucratividade dos investimentos ambientais.
Assim, o debate sobre esta hipótese, ou seja, se os investimentos ambientais são
ou não lucrativos para as empresas ou se podem ou não incrementar-lhes a
competitividade, foi redirecionado por Reinhardt (1998) e Orsato (2002). Para
Reinhardt, a conveniência estratégica e lucratividade dos investimentos ambientais são
semelhantes à maioria das questões em administração de empresas: elas dependem do
contexto no qual o negócio está inserido. Ou seja, para o autor, a questão relevante não
é “se” as empresas podem ou não obter lucros ou vantagem competitiva a partir de
investimentos ambientais, mas em que condições é possível fazer isso. Estas
20
possibilidades dependem de condições como os fundamentos econômicos das
empresas, a estrutura do setor no qual a empresa está inserida, sua posição dentro desta
estrutura e suas competências organizacionais. Já Orsato (2002) desenvolveu um
modelo baseado nas estratégias genéricas de Porter (1995) para auxiliar na
identificação das condições que justificam o investimento das empresas no verde; ou
seja, condições em que elas podem lucrar ou melhorar sua competitividade a partir de
investimentos ambientais. Para isso, o autor preconizou quatro estratégias ambientais
genéricas: produtividade de recursos, liderança de custo ambiental, além da
conformidade legal, e produtos e serviços eco-orientados. Da mesma forma que
Reinhardt (1998), o enquadramento das estratégias em um ou outro tipo depende,
segundo Orsato (2002), da estrutura do setor no qual a empresa opera, do seu
posicionamento dentro do setor, dos tipos de mercado que a empresa atende e de suas
competências.
Nestes trabalhos as associações verbais e entrevistas focalizadas foram feitas
para explorar as ligações entre a percepção de meio-ambiente e comportamento pró-
ambiental, assim como o tipo de relação construída pelo camponês com seu meio-
ambiente. O fundamental nestes dois últimos trabalhos, porém, é exatamente o sentido
dado à problemática dos investimentos ambientais nas empresas, na qual o importante
passa a não ser se eles são ou não potencialmente lucrativos e/ou competitivos, mas em
que condições eles podem ser. De uma certa forma eles tratam, assim como se propõe
nesta dissertação, dos fatores que influem e condicionam as estratégias ambientais
empresariais.
É importante perceber que as empresas respondem de forma diferente às
pressões ambientais e percebem-nas diferentemente. Frente a isso, neste item pretende-
se apresentar alguns estudos empíricos que resultaram em tipificações das estratégias
ambientais, suas razões e implicações. Em geral, as tipificações centram-se: (a) na
forma como as empresas respondem às pressões ambientais e (b) no foco das ações
ambientais. (a) Tipologias quanto à forma de resposta às pressões ambientais Em
estudo na indústria química americana e alemã que visava tipificar as estratégias
ambientais empresariais, Brockhoff e Chakrabarti (1999) identificaram quatro tipos de
empresas quanto às respostas estratégicas às pressões ambientais: As defensoras de
portfólio, grupo composto pelas maiores empresas do setor e que põem grande
importância em responder às regulamentações ambientais assim como em antecipar
21
novas regulamentações e padrões (quase todas as empresas deste grupo têm uma
política ambiental explícita); as escapistas, que atendem às regulamentações mas dão
pouca importância à antecipação de normas e padrões, e buscam abandonar mercados
correntes para explorar novos mercados (poucas têm uma política ambiental explícita);
as inativas ou indiferentes, empresas de tamanho médio que envolvem baixo risco
ambiental e pequeno potencial de mercado para bens ambientais (tem uma política
explícita mas não parecem fazer uso dessa); e as ativistas, semelhantes às defensoras
de portfólio, mas que jogam grande importância em explorar novos mercados. Os
autores ressaltam que as diferentes estratégias ambientais não são simplesmente
respostas a pressões ambientais diferenciadas (mas sim uma resposta diferenciada a
pressões ambientais semelhantes), uma vez que não foi encontrada nenhuma diferença
significativa nos grupos de estratégias entre os países pesquisados.
2.3 Conceitos de Clima Organizacional
Os estudiosos do Desenvolvimento Organizacional enfatizam a importância do
Clima Organizacional – que se constitui como o meio interno de uma organização; a
atmosfera psicológica característica em cada organização. O assunto Clima
Organizacional, apesar de já ser objeto de estudo há algumas décadas, não possui uma
definição uniforme. Os pesquisadores que se dedicaram ao tema fornecem uma
variedade enorme de conceitos na tentativa de explicar este fenômeno organizacional.
Diante deste fato, será exposta uma seleção de algumas destas definições, disponíveis
na literatura especializada, no intuito de se dimensionar a importância deste estudo,
bem como, obter uma maior clareza do que se trata realmente Clima Organizacional.
Existem inúmeras situações em que se pode definir o clima de uma organização,
contudo, a mais utilizada considera-o um conjunto de propriedades mensuráveis do
ambiente de trabalho percebido, direta ou indiretamente, pelos indivíduos que vivem e
trabalham neste ambiente e que influencia a motivação e o comportamento das
pessoas. Por isso mesmo é que o clima organizacional influencia o comportamento
profissional e age como uma variável interveniente que interfere nos fatores do sistema
organizacional e no comportamento individual.
O clima, juntamente com as estruturas e características individuais,
diferenciam-se de uma organização para outra, e até de um setor para outro dentro de
22
uma mesma empresa, formando um sistema interdependente, altamente dinâmico e que
vem despertando a atenção dos gestores pelos impactos que causa no desempenho
organizacional.
Segundo Oliveira (1995), o clima é dado por vários conjuntos de descrições
feitas pelas pessoas e correspondendo à interpretação que elas fazem do contexto da
empresa, baseadas em suas percepções sobre esse contexto. Na visão de Gladys
(2000), o clima organizacional se define como um conjunto de propriedades do
ambiente de trabalho percebidas direta ou indiretamente pelos seus empregados.
Para Kanaane (1995), clima organizacional é a qualidade ou propriedade do
ambiente organizacional que (a) é percebida ou experimentada pelos membros da
organização e (b) influencia o seu comportamento. Isso significa dizer que o clima
organizacional é uma representação daquilo que se percebe no ambiente de trabalho de
uma empresa e que influencia o desempenho pessoal e coletivo de forma considerável.
Segundo Oliveira (1995), o clima é dado por vários conjuntos de descrições,
feitas pelas pessoas correspondendo à interpretação que elas fazem do contexto da
empresa, baseadas em suas percepções sobre este contexto.
Chiavenato (1997) conceitua Clima Organizacional como sendo um conjunto de
valores, atitudes e padrões de comportamento, formais e informais, existentes em uma
organização. Essa afirmação deixa perceber que todos os aspectos inerentes ao
ambiente de trabalho estão incluídos na caracterização do clima organizacional.
Conforme a citação anterior, é comum encontrar nas definições de Clima uma
certa confusão com o conceito de Cultura Organizacional. Entretanto, aquele consiste
no resultado das variáveis desta.
Oliveira (1995) considera o clima organizacional como um fenômeno resultante
da interação dos elementos da cultura. É uma conseqüência do peso de cada um dos
elementos culturais e seu efeito sobre os demais. Uma excessiva importância dada à
tecnologia, leva a um clima desumano; a pressão das normas cria tensão: a aceitação
dos efeitos, sem descuidar os preceitos e trabalho, leva ao clima de tranqüilidade e
confiança. Reforçando essa idéia, Souza (1978) afirma que as personalidades
individuais são os principais determinantes do clima: a personalidade de uma
organização é o conjunto das diversas personalidades individuais que vivem dentro
dela. É complexa a análise, mas ao mesmo tempo dá sentido a qualquer levantamento
do clima organizacional. Clima interno é o estado que se encontra a empresa ou parte
23
dela em dado momento, estado momentâneo e passível de alteração mesmo em curto
espaço de tempo em razão de novas influencias surgidas, e que decorre das decisões e
ações pretendidas pela empresa, postas em prática ou não, e/ou das reações dos
empregados a essas ações ou à perspectiva delas. Este estado interno pode ter sido
originado de desdobramentos em acontecimentos, decisões e ações internas. Neste
contexto, o autor considera, ainda, que o clima é percebido de maneira diversa por
diferentes indivíduos. Assim, pode-se dizer que o clima organizacional é constituído
por características próprias que distinguem uma organização de outra e que influencia
o comportamento das pessoas na organização. Em muitos casos está diretamente ligado
ao conceito de motivação, pois está relacionado ao comportamento das pessoas, e varia
de acordo com o grau de motivação dos indivíduos em seu ambiente de trabalho. Está
relacionado a fatores como cultura, motivação, satisfação das pessoas com o trabalho,
entre outros.
A análise do clima abrange diversos temas internos à empresa como
rotatividade, freqüência e atrasos dos empregados, qualidade de trabalho e
produtividades, assim como fatores subjetivos como relacionamento entre as pessoas e
a confiança depositada na chefia e nos colegas. Não se pode deixar de considerar ainda
as influências externas à empresa que possuem um real efeito sobre o comportamento
dos indivíduos, ou seja, o papel profissional do indivíduo não pode ser separado dos
demais papéis representados por ele na sociedade (SOUZA, 1978).
Essas informações conceituais permitem considerar que o clima é um conjunto
de comportamentos e atitudes que os empregados evidenciam nos seus conteúdos
profissionais. Assim, a maioria das definições de Clima Organizacional considera a
diversidade social da empresa. Existem técnicas destinadas a avaliar, de forma global,
o estado de espírito da organização, uma delas é a análise do clima.
2.3.1 Clima Organizacional e Comportamento Humano
A primeira ação, após a primeira revolução industrial, direcionada a humanizar
as condições de trabalho e consecutivamente adequar o comportamento do trabalhador
ao contexto organizacional, surgiu em 1800 através do engenheiro inglês Robert Owen
que implementou jornadas reduzidas, limpeza no ambiente de trabalho e proibiu a
contratação de trabalho infantil. Devido ao seu comportamento desbravador à época, o
24
mesmo foi chamado de o pai real da administração de pessoal pelos primeiros
escritores da administração científica (CHIAVENATO, 1997).
O surgimento da ciência administrativa, que impulsionou as mudanças
organizacionais na segunda revolução industrial, caracterizou-se pela fragmentação do
trabalho e pelo surgimento de novas tecnologias e princípios de gestão objetivada em
melhorar a eficiência técnica do trabalhador. Infelizmente, apesar do aumento da
produtividade do trabalhador e o desenvolvimento industrial, as idéias restritas de
Taylor vieram a contribuir para uma inadequação do homem com o seu trabalho, ao
limitar-se apenas aos aspectos biofísicos do trabalhador, desconsiderando os demais
domínios da esfera do ser humano.
Entretanto, a partir 1920, nos EUA, surgiram os primeiros estudos inspirados na
problemática psico-comportamental do trabalhador e sobre os seus reflexos na
produtividade do mesmo. Dentre os quais, se destacam os trabalhos abordados a
seguir.
2.3.1.1 As Experiências de Hawthorne
É reconhecida a importância dada aos fatores psico-social no estudo do
comportamento humano ficou evidenciada a partir das investigações realizadas em
Hawthorne. A partir desses estudos realizados por Elton Mayo e seus colaboradores da
universidade de Harvard, entre o período 1924 e 1931, estabelecera-se a primeira
estrutura acadêmica voltada ao estudo do comportamento humano (CHIAVENATO,
1997). Isso tudo ocorreu através de descobertas acidentais e posterior aplicação de
pressupostos e reflexões das teorias sociológicas aos experimentos industriais na
Western Eletric Company, que a equipe de Elton Mayo concluiria que a organização é
um sistema social e que o trabalho é o mais importante elemento desse sistema. Seus
experimentos mostraram que o trabalhador não é uma simples ferramenta, mas uma
personalidade complexa interagindo numa situação grupal de difícil compreensão.
Chiavenato (1997) informa que as idéias e observações surgidas com os
experimentos de Elton Mayo em Hawthorne, possibilitou o surgimento da Escola das
Relações Humanas, a qual posicionava-se incondicionalmente preocupada e contrária
ao impetuoso esmagamento do homem pela nova civilização industrial. Entretanto,
apesar das inúmeras críticas aos resultados do estudo, seus princípios teóricos
consolidaram-se como um marco referencial para os futuros estudos do comportamento
humano nas organizações.
2.3.1.2 Hierarquia das Necessidades de Maslow
Após o surgimento da Escola das Relações Humanas, emergiram novas
abordagens e enfoques sobre o comportamento humano no trabalho, dentre as quais, o
estudo da motivação humana. Um dos primeiros teóricos a merecer especial destaque
fora Abraham Maslow, que propõe uma orientação teórica sobre os fatores
motivacionais do trabalhador no ambiente de trabalho.
Segundo Stoner e Freeman (1985), o ser humano é dotado de várias
necessidades que obedecem a uma linha hierárquica. A partir do momento que uma
delas é satisfeita, automaticamente, surge uma outra necessidade em seu lugar, visto
que as necessidades humanas, consideradas de forma holística, são uma integração
dinâmica dos aspectos biológicos, psicológicos e sociais, obedecendo a níveis de
seqüência hierárquica.
Necessidades fisiológicas
Necessidades de segurança e estabilidade
Necessidades de participação
Necessidades de estima
Necessidades de auto-realização
Figura 2.1 – Pirâmide representando a hierarquia das necessidades de Maslow.
Fonte: Stoner e Freeman (1985, p. 324).
25
26
Os autores destacam Maslow, através de seu modelo teórico, afirmando que as
pessoas possuem necessidades que buscam satisfazer e estas serão os principais
elementos de motivação até o momento em que são realizadas. Essa hierarquia é
composta por cinco necessidades básicas.
1 – Fisiológicas: Apresentando-se no nível mais baixo da pirâmide hierárquica
representam as necessidades de alimentação, descanso e exercício;
2 – Segurança: Localizada em um nível superior às necessidades fisiológicas
representam a necessidade de estabilidade e proteção contra ameaças de perigos ou de
privações;
3 – Sociais: Nível de necessidade superior ao de segurança, representa a
necessidade do indivíduo de ser aceito no grupo em que convive ou se sociabilize com
o mesmo;
4 – Reconhecimento: Localizado acima das necessidades sociais, representa a
necessidade do indivíduo de auto-estima, independência, status, etc.;
5 – Auto-realização: Localizada no topo da pirâmide, representa a necessidade
do indivíduo de se realizar plenamente como pessoa com relação às suas aspirações e
potencialidades.
Apesar das constantes críticas feitas à teoria da hierarquia das necessidades, é
inegável a sua contribuição para o desenvolvimento de outras pesquisas cientificas do
campo social, além de contribuir para estudos aprofundados sobre as necessidades do
indivíduo no trabalho.
2.3.2 Pesquisa de Clima Organizacional
Para analisar o clima de uma empresa é necessário, primeiramente, realizar-se
uma pesquisa do clima vivenciado pelos seus empregados. Nesse tipo de pesquisa
busca-se detectar os pontos fortes e fracos da empresa e estudar como se pode agir
sobre eles. Através da avaliação do clima é possível identificar o nível de motivação
dos empregados e suas causas, como, grau de satisfação com a remuneração,
oportunidades de crescimento, canais de comunicação, práticas de promoção ou metas
organizacionais. Ações dirigidas às fontes de insatisfação tenderão a melhorar a
motivação; maior motivação resulta em melhor desempenho. É fundamental visualizar
o empregado como colaborador e cliente interno, isto o leva a suprir suas necessidades
27
e canalizar suas qualidades em prol da organização.
Para Oliveira (1995), a pesquisa de clima caracteriza-se como um canal de
comunicação entre a direção e o corpo de empregados da organização. Representa um
modo constante de obter e de fornecer feedback, mantendo o foco voltado para as
necessidades dos empregados. Orienta e democratiza a participação dos funcionários
no processo de gestão, uma vez que as decisões passam a incluir também as tendências
e os pontos de vista dos empregados que foram manifestados através da pesquisa.
Contudo, os resultados surgirão a médio e longo prazo, pois envolvem pessoas que
pensam e agem de formas distintas. A empresa é um agregado de diferentes públicos
internos, com diferentes interesses, posturas profissionais, visões de mundo.
A pesquisa de clima organizacional resulta no diagnóstico organizacional. A
análise de clima realizada por Kanaane (1995) teve por objetivo determinar o clima
organizacional através da medição do grau de motivação dos membros da organização,
ou seja, identificar o “estado de saúde” da organização com base no diagnóstico
fornecido pela análise de clima, para saber onde é necessário mudar.
O mais importante na elaboração e na execução de uma pesquisa de clima
organizacional é a abertura que a empresa dá aos seus empregados, a fim de que
possam expressar o que estão sentindo, seus anseios dificuldades e falta de
entrosamento com colegas. É fundamental que a administração esteja preparada para
ouvir e tentar corrigir os erros apontados.
O mesmo autor argumenta que ouvir e levar em conta a expressão do
colaborador traz inúmeras vantagens para a organização, como a melhoria nas
relações de trabalho, identificação de oportunidades, estímulo à criatividade das
pessoas, entre outros.
Muitas empresas procuram criar programas que motivem os empregados,
baseados em prêmios e bônus financeiros, mas a maioria desses programas não
sensibiliza ou envolve as pessoas. É necessário que se descubra àquilo que toca a
equipe, e geralmente os problemas são simples de resolver, basta apenas dar a
oportunidades para que os empregados possam se expressar, é preciso ouvi-los.
A pesquisa é um instrumento que liga a equipe à administração, porém jamais
deverá ser entendida como um fim em si mesma, pois apontará para algumas direções,
sinalizando a todos os responsáveis pela gestão de recursos humanos, quais são os
aspectos de relevância para a manutenção da motivação e do comprometimento de
28
todos aqueles presentes no ambiente de trabalho.
Vale ressaltar que, todo esse processo de avaliação e desenvolvimento do clima
organizacional precisa ser cíclico, apesar de possuir metas e prazos específicos;
enquanto programa, deve ser encarado como processo de melhoria contínua, com prazo
indeterminado.
2.3.2.1 Fatores que influenciam o clima organizacional
De acordo com Schemerhorn, Hunt e Osborn (1999), os fatores que influenciam
o clima organizacional são os seguintes:
− Fatores externos de natureza econômica social, tecnológica ou cultural, que
interferem no funcionamento da organização (políticas, legislação, mercado,
região);
− A cultura do grupo profissional dominante;
− Evolução histórica da empresa, influência dos fundadores, ciclos de
desenvolvimento, grupo dominante de proprietários e acionistas, grupo econômico a
que pertence,
− Estatuto jurídico da empresa, dimensão, ou outros fatores de proteção local,
regional ou nacional;
− Origem, formação e estilo de liderança dos atuais gestores de topo;
− Tipo de tecnologia dominante e grau de modernização tecnológica, entre outros.
Para que o colaborador sinta-se reconhecido e valorizado, sua liderança deve:
− Conceder oportunidades de opinião;
− Proporcionar liberdade para que o empregado expresse o que pensa;
− Aceitar críticas e sugestões;
− Atuar com transparência;
− Dar retorno quando lhe é solicitado auxílio,
− Avaliar o resultado do trabalho executado pelo subordinado;
− Buscar a participação de toda a equipe;
29
− Estar preparado e capacitado para o cargo.
2.3.2.2 Dimensões de Clima Organizacional
Para Stonner e Freeman (1985) o clima organizacional sofre o impacto de
variáveis relativas ao grau de satisfação e insatisfação dos empregados, identificando
os principais fatores intrínsecos e extrínsecos que influenciam o ambiente
organizacional. As variáveis que devem ser observadas em uma organização são as
seguintes:
− Segurança e confiança na gestão: refere-se à capacidade que tem a empresa, através
da gestão de seus líderes, de transmitir dinamismo, boa comunicação, bom
relacionamento no ambiente organizacional;
− Salários e benefícios: são analisadas a política de remuneração e benefícios
oferecidos pela empresa aos seus empregados, assim como se os salários oferecidos
são compatíveis ao cargo e às funções exercidas;
− Avaliação de desempenho e promoção: neste item são avaliadas as reais
possibilidades de um colaborador ser promovido e, até mesmo, seguir carreira
dentro da empresa. Relacionamentos como empregado-empregador são analisados;
− Treinamento e desenvolvimento: nesta variável é observado se a empresa está
investindo no desenvolvimento e capacitação de seus empregados, tomando-os
profissionais cada vez mais qualificados, seguros e valorizados;
− Espírito de equipe: através desta variável, se analisa o relacionamento interpessoal
na organização, sendo possível verificar o grau de proximidade existente entre os
próprios empregados, como também com suas chefias;
− Sentido do trabalho: refere-se ao sentimento intrínseco que nutrem os empregados
pela organização, sentimento este que está relacionado ao trabalho realizado, à sua
responsabilidade e as missões que lhe são confiadas;
− Inovação no sistema de trabalho: nesta variável são considerados tudo o que a
empresa faz para proporcionar maior autonomia, liberdade, flexibilidade aos seus
empregados, como trabalhos em equipes autogerenciadas, horários flexíveis e maior
autonomia na tomada de decisões. Porém, essas inovações são acompanhadas de
maior responsabilidades;
30
− Orgulho da empresa: dá-se quando a empresa dispõe de um bom conceito e uma
boa imagem diante da sociedade e de seus clientes internos e externos. Para que um
colaborador sinta-se orgulhoso da empresa para qual trabalha, é necessário que ele
seja reconhecido, por parte da empresa, pelo trabalho que realiza, e sinta que seu
trabalho é importante para a empresa e, também, para a sociedade em geral;
A valorização das pessoas é um passo importantíssimo na busca de um ambiente
organizacional com elevado grau de satisfação. Mas, não é tudo, pois o clima
organizacional é instável e contingencial, envolvendo muitas variáveis relacionadas
com o comportamento humano no ambiente de trabalho.
2.3.2.3 Instrumentos para diagnóstico do clima organizacional
Para se ter um diagnóstico de Clima Organizacional, é preciso recorrer a um
conjunto de técnicas de inquérito. Kanaane (1995) propuseram um questionário que
visa medir as seguintes dimensões de clima:
− Estrutura da organização: é o sentimento dos elementos da organização sobre as
restrições da sua situação, regulamentos, regras e formas administrativas;
− Responsabilidades: é o sentimento de ser o seu próprio patrão e de não ter
dependências quando desempenha as suas funções;
− Recompensa: é o sentimento de ser recompensado por um trabalho bem feito,
ênfase em incentivos positivos e não em punições, sentimento sobre a justiça da
política de promoção e remuneração;
− Risco: é o sentimento de risco na tomada de decisões e no desempenho das suas
funções;
− Calor e apoio: sentimento de camaradagem no grupo;
− Suporte: é a percepção de suporte vindo de cima (gestores) e de baixo
(subordinados);
− Standards: é o grau de importância dada aos objetivos e standards de performance;
− Conflito: é o sentimento de pertencer a uma dada organização, uma vez definida as
dimensões que se julgam indispensáveis para medir o clima, é necessário organizar
um questionário a fazer aos elementos da organização.
31
Após a avaliação do clima, são sugeridas medidas destinadas a serem
implementadas pela direção da organização, pois se sabe que o desempenho da mesma
é o resultado da motivação e estado de espírito dos seus elementos.
2.3.2.4 Diagnóstico de clima organizacional
A importância do estudo e do diagnostico do Clima Organizacional é definida
por Souza (apud ARAÚJO, 1993, p. 75) da seguinte forma: “do ponto de vista
pragmático, a análise do estudo do clima dá subsídios valiosos para toda empresa, tais
como, os pontos de maior e de menor satisfação, o estilo gerencial mais recomendável
à situação”. Isso também acaba por garantir a identificação de fatores que influenciam
e interferem no desempenho individual e coletivo da instituição.
O instrumento de pesquisa consiste, dentre outros, em uma das formas de se
obter a opinião das pessoas sobre determinado assunto. É bastante utilizada em várias
áreas da administração, entre elas pode-se citar as pesquisas de marketing e pesquisas
de satisfação do público externo ou interno.
Celinski (1994) considera que o levantamento e a análise do clima
organizacional permitem captar dados relativos às motivações e atitudes humanas, bem
como subsidiar decisões quanto às políticas e estratégicas de RH.
Segundo Coda (1997) as pesquisas com o cliente interno da organização
representam um modo constante de obter e de fornecer feedback, mantendo o foco
voltado para as necessidades dos funcionários. O autor ressalta que a pesquisa de
Clima Organizacional como sendo o instrumento pelo qual é possível atender mais de
perto às necessidades da organização e do quadro de funcionários à sua disposição, à
medida que caracteriza tendências de satisfação ou de insatisfação, tomando por base a
consulta generalizada aos diferentes funcionários da empresa. Em síntese, este
instrumento é um levantamento de opiniões que caracterizam uma representação da
realidade organizacional consciente, retratando o que as pessoas acreditam estar
acontecendo em determinado momento e a percepção que estas tem da organização
enfocada. Estes aspectos contribuem para uma efetiva análise do clima organizacional.
Quando se trata de avaliar os resultados do comportamento organizacional de
uma empresa com políticas de gestão ambiental consistentes, julga-se que seja
32
necessário seguir considerações de Biel e Thøgersen (2006), enfatizando que a
responsabilidade com o meio ambiente é proveniente de fatores pessoais (valores
internalizados) e situacionais (necessidades e ações), que por sua vez são provenientes
das ativações das normas sociais.
33
Capítulo 3
Metodologia da Pesquisa de Campo
A pesquisa realizada neste estudo foi desenvolvida no âmbito da Petrobras/UN-RNCE,
tendo sido proposta à consulta aos empregados próprios e contratados da companhia, acerca
de seu nível de conhecimento sobre aspectos relacionados com o comportamento pró-
ambiental. Ou seja, os empregados da UN-RNCE foram pesquisados como sujeitos da
pesquisa deste estudo, com o propósito de identificar o seu grau de comprometimento com a
política ambiental que a empresa adotou nas últimas décadas, em resposta às exigências da
sociedade e, muito mais do que isso, procurando adequar suas condutas operacionais às
tendências mundiais de preservação do meio ambiente.
Para coletar os dados da pesquisa foram seguidas orientações obtidas em Weiss;
Moser e Germann (2006), os quais enfatizam que para alcançar bons resultados é necessário
desenvolver associações verbais, e entrevistas focalizadas para explorar as ligações entre a
percepção do meio-ambiente e o comportamento pró-ambiental, assim como o tipo de relação
construída pelo empregados com seu meio-ambiente.
O presente estudo é do tipo exploratório−descritivo, com dados retrospectivos,
visando levantamento sobre o conhecimento e envolvimento com o comportamento
pró-ambiental.
3.1 Local do Estudo
A pesquisa realizou-se na Unidade de Negócios de Exploração e Produção do Rio
Grande do Norte e Ceará (UN-RNCE) no staff da Gerência Geral, sendo que essa unidade foi
criada em 26 de janeiro de 1976, com a denominação de Distrito de Produção da Bacia
Potiguar (DIGUAR), que abrangia as atividades de exploração, perfuração e produção
(APÊNDICE A)
Inicialmente teve como atividades a exploração, perfuração e produção os campos
34
submarinos de Ubarana e Agulha. Logo após a perfuração do primeiro poço terrestre da bacia
potiguar, o Poço Mossoró-14 (MO-14), e após análise de produção o mesmo tornou-se
comercial, intensificando-se na região os trabalhos de exploração com a descoberta de
inúmeros novos campos de petróleo, inclusive nos municípios de Alto do Rodrigues, Macau,
Areia Branca, Apodi, Governador Dix-Sept Rosado, Pendências, Guamaré, Porto do Mangue,
Assu, Upanema, Felipe Guerra, Caraúbas, Carnaubais e Serra do Mel no Estado do Rio
Grande do Norte, Aracati e Icapuí no Estado do Ceará (PETROBRAS, 2003).
Também foram desenvolvidos campos marítimos como: Ubarana, Pescada, Agulha,
Arabaiana, Aratum, Norte de Pescada, Oeste de Ubarana e Siri no Estado Rio Grande do
Norte e Espada, Atum, Curimã, Xaréu e Caraúna no Estado do Ceará (PETROBRAS, 2003).
3.2 Variáveis do Estudo
O trabalho de investigação realizado com os empregados deu-se mediante aplicação
do instrumento de coleta de dados que serviu para a reunião de informações sobre o tema de
estudo. O instrumento de coleta de dados foi construído com questões fechadas, de acordo
com os objetivos propostos para a idealização do estudo, conforme pode ser observado na
Tabela 3.1.
Tabela 3.1: Variáveis do Questionário Aplicado Variáveis Descrição das Variáveis
Perfil dos Entrevistados GÊNERO Masculino / Feminino ESTADO CIVIL Solteiro / Casado / Separado-Divorciado / Outros / Em branco NÚMERO DE FILHOS
Nenhum / Um / Dois / Mais de dois / Em branco
ESCOLARIDADE Nível Médio / Nível Técnico / Nível Superior / Especialização-MBA / Mestrado / Em branco
RENDA De R$ 1.000,00 a 2.000,00 / De R$ 2.000,00 a 3.000,00 / De R$ 3.000,00 a 4.000,00 / De R$ 4.000,00 a 5.000,00 / Mais de R$ 5.000,00 / Em branco
Competitividade e estratégia ambiental COMPET Não há competitividade / Tem pouca competitividade / Tem razoável competitividade /
Tem boa competitividade / Tem muita competitividade / Sem opinião IMPAMB Não tem qualquer importância / Tem pouca importância / Tem razoável importância /
Tem boa importância / Tem muita importância / Sem opinião OLIGO Não tem qualquer importância / Tem pouca importância / Tem razoável importância /
Tem boa importância / Tem muita importância / Sem opinião DIVUL Não tem qualquer importância / Tem pouca importância / Tem razoável importância /
Tem boa importância / Tem muita importância / Sem opinião O conhecimento das questões ambientais
CONHEC Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião
35
Variáveis Descrição das Variáveis CON_PK Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento
razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_A21 Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento
razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_CC Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento
razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_AC Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento
razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_EF Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento
razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_S Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento
razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_ISO Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento
razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_FCSR Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento
razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_SI Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento
razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_RRD Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento
razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_PA Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento
razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_PAG Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento
razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_PS Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento
razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião Relativa ao conhecimento de ferramentas de conformidade ambiental
CCA_SGA Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião
CCA_AR Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião
CCA_EIA Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião
Comportamento do entrevistado relativo às questões de natureza ambiental FPGA Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento
razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião FCSR Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento
razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião FRC Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento
razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião FRA Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento
razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião FQGR Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento
razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião Fonte: Dados elaborados pelo autor, 2005.
As respostas dos entrevistados, exceto para características pessoais, deviam ser
registradas no formulário dentro de uma escala de 0 a 10, divididos de acordo com a
intensidade da opinião inerente a cada variável, como se segue:
− Sem valor: 0 (zero);
− Pouco: 1, 2 ou 3;
36
− Razoável: 4, 5 ou 6;
− Bom: 7, 8 ou 9;
− Muito: 10;
− Sem opinião.
Esses valores foram determinados para permitir a graduação de cada variável
secundária para que os entrevistados fizessem a marcação das alternativas que mais se
identificavam com a sua resposta.
3.3 Amostra
A amostra abrangeu toda a equipe de empregados do staff da Gerência Geral da
Unidade de Negócios de Exploração e Produção do Rio Grande do Norte e Ceará (UN-
RNCE), abordando empregados do nível executivo e gerentes, do quadro administrativo,
incluindo empregados das empresas que prestam serviços terceirizados. Ou seja, o pessoal
contratado. O número total da amostra foi de 126 (cento e vinte seis) empregados.
3.4 Instrumento de Coleta de Dados
Para a coleta de dados foi utilizado um questionário (APÊNDICE B), especialmente
elaborado para a realização desta pesquisa, no qual foram inseridas perguntas fechadas, com
duas partes. Na primeira parte da pesquisa os empregados entrevistados foram consultados
acerca de aspectos relacionados com a política de preservação do meio-ambiente e da
compreensão dos sujeitos de pesquisa sobre a atuação da empresa e do seu comprometimento
pessoal em relação aos resultados alcançados.
Na segunda parte da pesquisa foram incluídas questões que buscaram dados para
evidenciar o perfil dos empregados abordados na pesquisa.
Para tornar o instrumento de coleta de dados adequado aos objetivos, realizou-se um
pré-teste, para que fosse avaliada a sua abrangência e as questões se mostrassem
compreensíveis pelos respondentes, prevenindo a perda dos questionamentos e voltando o
foco da pesquisa para o seu tema principal.
37
3.5 Procedimento de Coleta de Dados
A coleta de dados foi realizada no período de 12 a 30 de setembro de 2005, durante o
horário de trabalho dos empregados, sendo os mesmos consultados nos próprios locais de
trabalho.
A seqüência de procedimentos adotados para a obtenção dos dados seguiu os seguintes
passos:
− Solicitação de autorização oficial para a aplicação da pesquisa, como também para
identificar as gerências no relatório final.
− Pré-teste do instrumento de coleta de dados em uma amostra de 10% da população
com o objetivo de testar a viabilidade e verificar a necessidade de correções e
reajustes do seu conteúdo. Alguns itens foram reajustados para melhor
compreensão.
− Reuniões com o maior número possível de empregados, das gerências pesquisadas,
com o objetivo de esclarecer nosso propósito e, ao mesmo tempo, solicitar sua
colaboração como sujeitos da pesquisa.
É importante ressaltar que o conteúdo do instrumento foi lido para os pesquisados,
ocasião em que foram prestadas orientações quanto à forma de preenchimento e esclarecidas
as possíveis dúvidas, com a presença do pesquisador.
Nessa oportunidade, buscou-se esclarecer que seriam observados todos os aspectos
éticos que envolvessem a pesquisa com seres humanos, preconizados na Resolução n.º 196, de
10 de maio de 1996, do Ministério da Saúde, que estabelece: “toda a pesquisa em que o ser
humano for submetido a estudo deverá prevalecer o critério de respeito à sua dignidade e à
proteção de seus direitos e bem estar”.
Após o preenchimento, cada formulário recebeu um número que correspondeu à
ordem de entrega, ao mesmo tempo foi feita uma relação nominal. Esses nomes foram
associados ao número contido no instrumento de pesquisa e serviriam para uma possível
identificação dos responsáveis através de suas respostas, no caso de esclarecimentos
posteriormente.
3.6 Processamento dos Dados
Os dados coletados foram codificados e digitados, para que fossem processados com a
38
utilização do programa para base de dados, MSoffice-Excel, e do programa estatístico
STATISTICA v. 5.0. A partir do processamento, os dados foram analisados e interpretados
para permitir a identificação dos resultados.
Capítulo 4
Resultados e Discussão
4.1 Dados do Perfil dos Entrevistados
4.1.1 Sexo dos Entrevistados
Os dados coletados revelam que 55% dos entrevistados são do sexo masculino, e 41%
são do sexo feminino, conforme pode ser observado na Figura 4.1. Do total de respondentes,
4% deixaram de responder esta questão. É possível afirmar que o staff da Gerência Geral da
UN-RNCE conta com um contingente maior de empregados do sexo masculino, como mostra
a Figura 4.1.
55,0% 41,0% 4,0%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
Masculino Feminino Em branco
Figura 4.1 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao sexo. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
39
4.1.2 Estado civil dos entrevistados
A Figura 4.2 apresenta os percentuais relativos ao ‘estado civil’ dos entrevistados. É
possível verificar que 57% dos respondentes são casados, 25% são solteiros, 13% encontram-
se separados ou desquitados, 1% declararam pertencer a outros tipos de estado civil, e 4% dos
entrevistados deixaram a questão sem resposta.
57,0%
25,0%
13,0%
1,00%4,00%
Casado Solteiro Separado/Desq. Outros Em branco
Figura 4.2 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao estado civil.
Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
40
4.1.3 Número de filhos dos entrevistados
Os dados apresentados na Figura 4.3 revelam que 33% dos empregados têm dois
filhos, 30% não têm filhos, 23% têm acima de dois filhos, 10% com um filho, e 4% deixaram
de responder a questão. Esses números ajudam a entender que grande parte dos entrevistados
na pesquisa desenvolvida têm dois filhos, com outro contingente que tem acima de dois
filhos. Isso significa dizer que há um contingente considerável de pessoas para serem
beneficiadas com o conhecimento obtido na empresa e que podem refletir no comportamento
pró-ambiental.
33,0%30,0%
23,0%
10,0%
4,0%
Dois filhos Sem filhos Acima de doisfilhos
Um filho Em branco
Figura 4.3 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao número de filhos.
Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
41
4.1.4 Nível de escolaridade dos entrevistados
A Figura 4.4 apresenta o nível de escolaridade dos empregados entrevistados,
revelando que: 34% têm nível superior; 34% declararam já ter concluído cursos de
especialização e/ou MBA; 16% dos respondentes concluíram o nível médio; 7% afirmaram
ter obtido o grau de Mestre; 5% declararam ter formação técnica de nível médio; e 4% das
respostas foram deixadas em branco.
34,0% 34,0%
16,0%
7,0%5,0% 4,0%
Especialização/MBA
Nível superior Nível médio Mestrado Nível Técnico Em branco
Figura 4.4 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao nível de escolaridade.
Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
42
4.1.5 Renda familiar dos entrevistados
É possível verificar na Figura 4.5 que a renda familiar dos respondentes varia da
seguinte forma: 23% declararam receber mais de R$ 5.000,00 mensais; 20% dos respondentes
recebem entre R$ 2.000,00 e R$ 3.000,00; outros 20% contam com uma faixa de renda entre
R$ 3.000,00 e R$ 4.000,00; 13% afirmaram receber de R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00; 11,0%
disseram que sua renda varia entre R$ 4.000,00 e R$ 5.000,00; e o restante dos respondentes,
13%, deixaram esta questão sem ser respondida.
Nesse aspecto, em particular, a pesquisa revelou que os empregados pesquisados, na
sua maioria, contam com uma renda mensal alta, o que pode representar um incentivo de
grande valor quando comparado com situações semelhantes no mercado de trabalho.
23,0%
20,0% 20,0%
13,0%11,0%
13,0%
Acima de R$ 5.000 De R$ 2.000 a3.000
De R$ 3.000 a4.000
De R$ 1.000 a2.000
De R$ 4.000 a5.000
Em branco
Figura 4.5 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à renda. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
43
4.1.6 Representatividade das gerências da Petrobras
A Figura 4.6 apresenta a quantidade de empregados lotados nas gerências do staff da
Gerência Geral da UN-RNCE. Os dados revelam que a gerência de Recursos Humanos
apresenta o maior número de empregados do staff, representando um quinto do total de
empregados. A gerência de Segurança, Meio Ambiente e Saúde aparece em segundo lugar,
com 15%; o Jurídico aparece em terceiro lugar, com 11%; e a Contabilidade e Finanças com
10% do total de empregados. As demais gerências do staff da UN-RNCE contam com um
efetivo de empregados menor que 10%, o que representa menos da metade do quadro de RH.
2%
2%
3%
4%
5%
6%
6%
8%
9%
10%
11%
15%
20%
Gerência Geral
Coordenadoria de Parcerias
Desenvolvimento de Recursos Humanos
Administração de Recursos Humanos
Desempenho Empresarial e Estratégia Corporativa
Tributária
Contabilidade
Pagamentos e Recebimentos
Comunicação Empresarial
Contabilidade e Finanças
Jurídico
Segurança, Meio Ambiente e Saúde
Recursos Humanos
Figura 4.6 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à representatividade dos recursos humanos de cada gerência.
Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
44
4.1.7 Tipo de empregado entrevistado na UN-RNCE
Outro aspecto identificado na pesquisa foi o tipo de empregado que atua na Unidade.
A Figura 4.7 mostra que 79% dos empregados são próprios e 21% pertencem a empresas
contratadas.
A contratação de empresas prestadoras de serviços nas atividades meio
(administrativa, comunicação, serviços gerais, contabilidade, construção e montagem,
manutenção, tecnologia da informação, telefonia, transporte, entre outras), representa uma
tendência percebida em todo o mercado de trabalho brasileiro nas últimas décadas. Este
aspecto possibilita à companhia destinar aos empregados próprios as atividades fins
desenvolvidas pela mesma.
79%
21%
Próprio Contratado
Figura 4.7 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à representatividade de cada gerência. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
45
4.1.8 Proporção de cargos dos entrevistados
A Figura 4.8 revela o quantitativo de empregados por função ou cargo. Os empregados
administrativos representam 72% do total, enquanto que 13% ocupam funções gratificadas,
representadas aqui pelo Gerente Geral da Unidade e demais gerentes. Do total de
entrevistados, 14% pertencem a empresas contratadas.
3,0%10,0%
72,0%
14,0%
Executivo Gerencial Administrativo Contratado
Figura 4.8 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à proporção de cargos desempenhados no staff da Gerência Geral da UN-RNCE.
Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
46
4.1.9 Tempo de trabalho na empresa
Os dados seguintes, representados na Figura 4.9, revelam que 47% dos entrevistados
estão na empresa há mais de 16 anos, mas há menos de 20 anos. Outros 21% estão entre 21 e
25 anos; 20% está há menos de 5 anos; 7% estão entre 25 e 30 anos; 4% de 11 a 15 anos; e
1% de 6 a 10 anos.
47,0%
21,0% 20,0%
7,0% 4,00%1,00%
De 16 a 20 anos De 21 a 25 anos Até 5 anos De 25 a 30 anos De 11 a 15 anos De 6 a 10 anos
Figura 4.9 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao tempo de trabalho na UN-RNCE. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
47
4.2 Percepção dos entrevistados acerca da Competitividade e
Estratégia Ambiental
4.2.1 Nível de Competitividade mundial
A segunda parte da pesquisa indagou aos entrevistados sobre o nível de
competitividade que eles verificam no mercado mundial de óleo e gás, utilizando para tanto
uma escala likert de dez pontos, que variaram de ‘não há competitividade’ para o valor 0 até
‘tem muita competitividade’ para o valor 10, dando ainda a opção de não opinarem.
Os dados apresentados na Figura 4.10, mostram que 35,6% dos empregados
consideram que a UN-RNCE ‘tem muita competitividade’ para enfrentar a concorrência no
segmento de óleo e gás, enquanto que 50,6% dos respondentes afirmaram considerar a
Unidade com boa competitividade no segmento. Com base na mesma figura, observa-se ainda
que 4 entrevistados consideram que há pouca competitividade. Dentre estes, 2 tem cargo
administrativo, 1 possui cargo de gerência e 1 possui outro cargo não especificado.
Este aspecto, em particular, demonstra a credibilidade dos empregados na capacidade
organizacional da Unidade, quando a mesma se refere a alcançar um desempenho de alto
nível, o que significa enfrentar de forma consistente e confiável os desafios futuros.
y = 101 * 1 * normal (x; 7,960395; 2,07808)
COMPET
No
of o
bs
1,0% 1,0%2,0%
3,0%4,0%
11,9%12,9%
20,8%
7,9%
35,6%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
39
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 4.10 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à opinião acerca da competitividade
para enfrentar as empresas do segmento de óleo e gás. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
48
4.2.2 Importância da questão ambiental no segmento industrial
Os dados seguintes, apresentados na Figura 4.11, revelam que 74% dos entrevistados
têm uma opinião positiva da questão ambiental no segmento industrial, o que significa que
eles compreendem a importância das atividades de treinamento que a empresa adota, além de
permitir identificar um comprometimento desses empregados com os resultados da atividade
industrial no que diz respeito às medidas de proteção ao meio-ambiente. Considerando os
25% que responderam de forma diferente, observou-se que não são executivos, porém existe
uma distribuição dentre os demais cargos.
Estas respostas permitem considerar que os entrevistados estão plenamente
envolvidos com a política de Segurança Meio Ambiente e Saúde - SMS, principalmente
quando se trata de enfatizar os procedimentos que vão garantir a preservação da natureza e de
seus recursos, a fim de prevenir acidentes ambientais.
y = 103 * 1 * normal (x; 9,417475; 1,21691)
IMPAMB
No
of o
bs
1,9% 1,0%
5,8%8,7% 7,8%
74,8%
0
6
12
18
24
30
36
42
48
54
60
66
72
78
3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 4.11 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à opinião acerca da importância da questão
ambiental no segmento industrial. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
49
4.2.3 Concorrência Oligopolista
Dando prosseguimento à análise, é possível verificar a partir da Figura 4.12, que os
entrevistados têm conhecimento da importância que representa o segmento industrial, quando
o mesmo é caracterizado como sendo uma concorrência oligopolista. Este aspecto, na visão
dos entrevistados, influi negativamente no trato das questões de natureza ambiental.
É possível verificar que 29% dos entrevistados consideram que essa situação como
sendo de muita importância e 39,8% afirmam que esse aspecto tem boa importância. Dentre
os 11% que responderam que não tem qualquer importância ou tem pouca importância, 3 são
gerentes e 7 são administrativos.
y = 93 * 1 * normal (x; 7,344086; 2,602234)
OLIGO
No
of o
bs
2,2%1,1%
3,2%4,3%
2,2%
11,8%
6,5%
8,6%
23,7%
7,5%
29,0%
02468
10121416182022242628
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 4.12 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à concorrência oligopolista influir
negativamente para o trato de questões de natureza ambiental. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
50
4.2.4 Importância da Divulgação de Ações de Conformidade Ambiental
Em relação ao grau de importância atribuído à divulgação das ações de conformidade
ambiental e/ou responsabilidade social como um fator de diferenciação competitiva das
organizações, as respostas de 59,6% dos empregados revelam que é muito importante para a
empresa definir sua competitividade no mercado com a divulgação de ações que estejam de
acordo com a preservação do meio ambiente e a garantia dos recursos naturais. Também,
observa-se que aproximadamente 6 dos empregados dão menos importância. Cinco destes
possuem cargos administrativos.
Este resultado, apresentado na Figura 4.13, sugere que os empregados que
representam o staff da Gerência Geral da UN-RNCE reconhecem o valor das atividades de
divulgação das ações sociais e ambientais da Unidade, como sendo um fator de grande
influência para a interpretação da imagem da Companhia perante a sociedade.
y = 104 * 1 * normal (x; 9,153845; 1,312887)
DIVUL
No
of o
bs
1,0%
4,8% 5,8%
12,5%
16,3%
59,6%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 4.13 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à importância da divulgação de conformidade
ambiental. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
51
4.2.5 Conhecimento das questões ambientais
A análise das respostas a esta questão revela que 49,5% dos empregados consideram
ter um bom conhecimento das questões ambientais; 31,1% informaram conhecê-las apenas de
forma razoável; e 5,8% da amostra declara não ter grandes conhecimentos sobre tais questões.
Dentre os que não tem conhecimento ou tem pouco conhecimento (13 pessoas ou 13%) doze
são administrativos.
A Figura 4.14 mostra as informações acima, e permite ver ainda uma considerável
parcela dos empregados com baixo conhecimento sobre estas questões e que é necessário uma
atuação mais expressiva da administração da empresa analisada, no sentido de obter maior
envolvimento do quadro de recursos humanos, além de alcançar o comprometimento
necessário para que as ações pró-ambientais sejam mais efetivas.
y = 103 * 1 * normal (x; 6,43689; 2,32493)
CONHEC
No
of o
bs
1,9% 1,9%1,0%
8,7%
6,8%
9,7%
14,6%
16,5%
20,4%
12,6%
5,8%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 4.14 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento de questões ambientais.
Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
52
4.2.6 Conhecimento sobre o Protocolo de Kyoto
O Protocolo de Kyoto ficou conhecido como um evento de repercussão mundial, que
tratou de questões ambientais que envolvem o mundo e, no entanto, as respostas revelam que
20,2% dos empregados não têm qualquer conhecimento sobre o assunto. A Figura 4.15 revela
ainda que 28,9% registraram ter conhecimento apenas de forma razoável, e outros 28,9%,
declararam ter bom conhecimento. Aqueles empregados com pouco conhecimento somam
19,2% das respostas, e apenas 2,9% revelaram ter muito conhecimento sobre o assunto.
Observa-se também que 20,2% não tem qualquer conhecimento de protocolo de Kioto onde
todos possuem cargo administrativo.
O Protocolo de Kyoto revelou-se na visão dos entrevistados ser um evento pouco
conhecido, revelando uma maior necessidade na divulgação do mesmo, por tratar-se de um
acontecimento de grande importância na área industrial, principalmente no que diz respeito à
emissão de gases tóxicos e materiais sólidos.
y = 104 * 1 * normal (x; 4,53846; 3,00137)
CON_PK
No
of o
bs
20,2%
1,9% 1,9%
15,4%
5,8%
7,7%
15,4%
13,5% 13,5%
1,9%2,9%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 4.15 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre o protocolo de kyoto
Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
53
4.2.7 Conhecimento sobre Créditos de Carbono
Quando indagados sobre o grau de conhecimento em relação a créditos de carbono,
34,3% dos respondentes revelaram não deter qualquer conhecimento a respeito do assunto.
Do total da amostra, 25,2% responderam ser um tema quase desconhecido no âmbito do staff
da UN-RNCE. Para uma visão completa desta questão, ver a Figura 4.16, a seguir, que mostra
ainda 18,2% considerando ter razoável conhecimento, e 20,3% declarando ter bom
conhecimento do assunto. Apenas 2% registraram ter muito conhecimento sobre o tema.
Considerando este último, ambos são administrativos.
y = 99 * 1 * normal (x; 3,333333; 3,171943)
CON_CC
No
of o
bs
34,3%
5,1%3,0%
17,2%
4,0%
9,1%
5,1%
9,1%
5,1%6,1%
2,0%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 4.16 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre créditos de carbono.
Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
É interessante observar que temas como protocolo de Kioto e Créditos de Carbono, são
assuntos de natureza estratégica para Companhia, merecendo então, maior atenção por parte
do corpo dirigente da Petrobras.
54
4.2.8 Conhecimento sobre ISO 14001
A certificação ISO 14001 foi outro aspecto questionado junto aos entrevistados. A
Figura 4.17 mostra que 34,6% dos entrevistados têm bom conhecimento sobre o assunto,
26,8% mostraram ter um conhecimento razoável, e 12,9%, muito conhecimento. Pode-se
verificar ainda que 14,8% têm pouco conhecimento sobre o assunto, e 10,9% não têm
qualquer conhecimento. Considerando este último, observou-se que 10 são administrativos.
Dentre os contratados 6 (31%) também não tem qualquer conhecimento.
É possível verificar que, no geral, os empregados demonstraram um nível de
conhecimento importante sobre a ISO 14001. Isso pode representar um fator relevante na
construção da conduta adequada em favor do comportamento pró-ambiental, que é o foco
deste trabalho.
y = 101 * 1 * normal (x; 5,71287; 3,17911)
CON_ISO
No
of o
bs
10,9%
6,9%
1,0%
6,9%
3,0%
11,9% 11,9%
15,8%
9,9%8,9%
12,9%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 4.17 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre ISO 14001.
Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
55
4.3 Conhecimento das Ferramentas de Conformidade Ambiental
4.3.1 Conhecimento Relativo às Ferramentas de Conformidade Ambiental
A Figura 4.18 mostra que 34,9% dos entrevistados demonstraram um grau razoável de
conhecimento sobre o assunto. Outros 28,1% demonstraram um bom nível de conhecimento,
e 7,8% muito conhecimento. Do total de respondentes, 21,4% demonstraram ter pouco
conhecimento, e 7,8% nenhum conhecimento. Considerando os extremos, 0 (nenhum
conhecimento) e 10 (muito conhecimento), observa-se que 8 respondentes não têm nenhum
conhecimento e 8 possuem muito conhecimento. Dentre os que não possuem conhecimento, a
maioria possui cargo administrativo, enquanto os que possuem muito conhecimento, estão
espalhados nos diversos cargos.
y = 103 * 1 * normal (x; 5,43689; 2,86517)
CCA_SGA
No
of o
bs
7,8%
1,9%
7,8%
11,7%
5,8%
9,7%
19,4%
8,7%
10,7%
8,7%7,8%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 4.18 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento de ferramentas de
conformidade ambiental. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
56
4.4 Comportamento Relacionado a Questões Ambientais
4.4.1 Participação do Programa de Gestão Ambiental da Empresa
As respostas a esta questão registram um grande número de participações no Programa
de Gestão Ambiental da Empresa. Do total de respondentes, 37,5% registraram que quase
sempre participam do Programa, e 10,6% participam sempre, o que demonstra um grande
nível de envolvimento com o mesmo. A Figura 4.19 registra ainda que 22,1% participam
raramente, e 20,3% às vezes participam. Considerando os extremos, 0 (nunca participa) e 10
(sempre participam), observa-se que 10 respondentes nunca participam e todos possuem cargo
administrativo.
y = 104 * 1 * normal (x; 5,490384; 3,17452)
FPGA
No
of o
bs 9,6%
5,8%6,7%
9,6%
5,8% 5,8%
8,7%
17,3%
11,5%
8,7%
10,6%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 4.19 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação no programa de gestão
ambiental da Petrobras. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
57
4.4.2 Realização de Coleta Seletiva Residencial
Na seqüência, a Figura 4.20 mostra que 33% dos empregados lotados no staff da UN-
RNCE participam sempre deste tipo de coleta em suas residências, o que representa um
excelente índice, se for levada em conta a relação com o índice de participações dos
empregados nos Programas de Gestão Ambiental.
Em contrapartida, é possível verificar que 10,4% nunca realizaram coleta seletiva em
suas residências. Do total, registra-se ainda que 9,4% raramente participam, 22,7% às vezes
participam, e 24,4% quase sempre participam. Pode-se observar ainda que, 34% dos que
possuem cargo administrativo, não têm o hábito de realizar coleta seletiva em sua residência.
Os números da Figura 4.20 revelam um alto grau de comprometimento com o
comportamento pró-ambiental, pois envolve um efetivo considerável de indivíduos com a
política ambiental da empresa.
y = 106 * 1 * normal (x; 6,632075; 3,40119)
FCSR
No
of o
bs
10,4%
2,8%1,9%
4,7%3,8%
12,3%
6,6%7,5%
9,4%7,5%
33,0%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 4.20 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à realização de coleta seletiva residencial.
Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
58
4.4.3 Participação de Reuniões na Comunidade/Condomínio/Bairro
Os empregados também foram consultados sobre sua participação em reuniões na
comunidade/condomínio/bairro, a fim de tratar de problemas locais. As respostas revelam que
33,7% da amostra nunca participou de qualquer reunião. 25,9% do total da amostra registram
algumas participações neste tipo de reunião. É possível verificar na Figura 4.21 que 12,5% da
amostra quase sempre participam, e que 6,7% sempre participam. São percentuais que não
podem deixar de ser mostrados, por considerar que são representativos no total da amostra.
Dentre os que participam sempre ou quase sempre, existe uma maior freqüência de gerentes e
outros cargos não identificados na pesquisa.
No entanto, o percentual de não participações permite considerar que os empregados
do staff da UN-RNCE não têm utilizado os conhecimentos adquiridos na empresa para
dinamizar sua participação social, ao se permitir participar em reuniões da comunidade, o que
revelaria uma atitude pró-ambiental em relação a outros indivíduos que habitam na mesma
área.
y = 104 * 1 * normal (x; 3,384615; 3,31899)
FRC
No
of o
bs
33,7%
10,6%
3,8%
6,7%4,8%
9,6%11,5%
4,8%6,7%
1,0%
6,7%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 4.21 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação de reuniões na
comunidade/condomínio/bairro para tratar de problemas sociais. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
59
4.4.4 Participação de Reuniões em Alguma Associação/ONG
Ao analisar as respostas dos empregados em relação à sua participação em eventos de
cunho social, a fim de tratar de assuntos ambientais, verificou-se que 48,5% da amostra nunca
participaram de quaisquer reuniões de associações ou ONGs. Por outro lado, a Figura 4.22
mostra que 23,3% raramente participam, que 15,5% às vezes participam e que 8,7% quase
sempre participam. Dentre os que participam sempre ou quase sempre existe uma maior
proporção de executivos, ou seja, dentre os 3 que participaram da pesquisa 1 afirma que
freqüenta quase sempre.
Esses índices registrados na Figura 4.22 permitem considerar que os empregados
ainda não despertaram para a importância de se envolverem em questões ambientais,
mediante ligação com outras organizações.
y = 103 * 1 * normal (x; 2,349514; 3,095565)
FRA
No
of o
bs
48,5%
10,7%
5,8% 6,8%
2,9% 2,9%
9,7%
2,9% 3,9%1,9%
3,9%
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 4.22 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação de reuniões em
associações/ONG. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
60
4.4.5 Participação de Reuniões em Grupos Religiosos
Encerrando a pesquisa, apresentou-se aos empregados lotados no staff da UN-RNCE
uma questão sobre a participação dos mesmos em reuniões com grupos religiosos. As
respostas revelaram que 27,9% dos indivíduos nunca freqüentaram este tipo de evento. Por
outro lado, é possível verificar na Figura 4.23 um índice de 18,3% de empregados que sempre
participam dessas reuniões. Dentre os que participam “as vezes”, existe uma maior proporção
de executivos, ou seja, dentre os 3 que participaram da pesquisa 1 afirma que às vezes
freqüenta reuniões de grupos religiosos.
Os números permitem considerar que os empregados se dividem entre participar e não
participar. Em se considerando este um item de importância para a questão pró-ambiental,
talvez fosse o caso de se desenvolver um trabalho de conscientização entre eles, de forma a
estimular uma maior participação.
y = 104 * 1 * normal (x; 4,596153; 3,905483)
FQGR
No
of o
bs
27,9%
8,7%
3,8%4,8%
2,9%1,9%
12,5%
9,6%
3,8%
5,8%
18,3%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 4.23 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação de reuniões em grupos
religiosos. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
61
62
4.5. Análise de Regressão Múltipla
Baseando-se nas figuras apresentadas na análise descritiva, tanto aquelas registradas
no tópicos 4.2 e 4.3, quanto aquelas mencionadas no Apêndice C, nota-se a possibilidade de
investigar a relação entre as diversas variáveis analisadas através do instrumento de pesquisa e
o conhecimento ambiental declarado pelos entrevistados, assim como o comportamento pró-
ambiental declarado pelos mesmos. Essa relação foi obtida através de análise de regressão
múltipla, utilizando-se como procedimento de análise o método Backward Stepwise, do
software Statistica v. 5.0.
4.5.1. Análise de regressão múltipla entre a variável CONHEC e demais variáveis
independentes
Nesse item é realizada a análise de regressão múltipla entre a variável dependente
CONHEC (nível declarado pelo empregado sobre seu conhecimento das questões ambientais
no segmento de óleo e gás) e demais variáveis independentes, apresentadas na tabela 4.1:
Tabela 4.1 – Variáveis utilizadas na análise de regressão múltipla entre CONHEC e demais variáveis.
Variável Descrição da variável CON_PK Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Protocolo de Kioto CON_A21 Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Agenda 21 CON_CC Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Créditos de Carbono CON_AC Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Chuva Ácida CON_EF Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Efeito Estufa CON_S Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Sustentabilidade
CON_ISO Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema ISO 14001 FCSR Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Coleta Seletiva Domiciliar
CON_SI Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Coleta Seletiva Industrial
CON_RRD Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Reciclagem de Resíduos Domiciliares
CON_RRI Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Reciclagem de Resíduos Industriais
CON_PA Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Poluição do Ar CON_PAG Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Poluição da Água
CON_PS Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Poluição do Solo
CCA_SGA Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Ferramentas de Conformidade Ambiental
CCA_AR Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Análise de Risco
63
Variável Descrição da variável
CCA_EIA Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Estudo de Impacto Ambiental
A tabela 4.2 apresenta o resultado da Análise de Variância (ANOVA) para o teste de
significância entre as variáveis independentes e a variável dependente CONHEC (nível
declarado pelo empregado sobre seu conhecimento das questões ambientais no segmento de
óleo e gás)
Tabela 4.2 – Análise de Variância (ANOVA) para o teste de significância entre as variáveis independentes e a variável dependente CONHEC (nível declarado pelo empregado sobre seu conhecimento das questões ambientais no segmento de óleo e gás):
Soma dos Quadrados
Graus de Liberdade
Quadrado Médio
F Valor de Probabilidade
p
Regressão 238,4357 2 119,2179 42,30621 < 0,000001
Residual 247,9818 88 2,8180
Total 486,4175
Fonte: Dados primários - Pesquisa de Direta (2005).
Em função do valor de probabilidade “p” obtido na análise de variância (p <
0,000001) ser inferior ao valor utilizado como critério de significância (α = 0,05), deduz-se
que o modelo de análise linear é adequado para descrever o relacionamento entre a variável
CONHEC (nível declarado pelo empregado sobre seu conhecimento das questões ambientais
no segmento de óleo e gás) e as variáveis independentes apresentadas na tabela 4.1. Nessa
situação, realizou-se a análise de regressão linear múltipla, cujas variáveis que se
apresentaram significativas para o modelo de regressão são apresentados na tabela 4.3.
Tabela 4.3 – Análise de regressão entre CONHEC e variáveis independentes: Variáveis que se revelaram significativas ao modelo e parâmetros de regressão.
Variáveis Beta Erro Padrão de Beta B
Erro Padrão de
B t (88)
Valor de
Probabilidade p
Intercepto 1,919560 0,664145 2,890273 0,004847
CONPS 0,293412 0,090010 0,331782 0,101780 3,259781 0,001586
CCASGA 0,498075 0,090010 0,396200 0,071599 5,533566 < 0,00001
Fonte: Pesquisa de Campo
64
Para essa análise, o coeficiente de determinação R2 obtido foi de 0,4901, ou seja, as
variáveis independentes selecionadas explicam 49,01% da variação da variável dependente
CONHEC.
Através do modelo de regressão obtido, observa-se que a variável CONHEC (nível
declarado pelo empregado sobre seu conhecimento das questões ambientais no segmento de
óleo e gás), relaciona-se na forma linear com as variáveis CONPS (nível de conhecimento
declarado pelo entrevistado sobre o tema poluição de solo) e CCASGA (nível de
conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Sistema de Gestão Ambiental). Ou
seja, provavelmente os problemas da PETROBRAS/UN-RNCE são a poluição relacionada
com o solo e ar, como, por exemplo, derramamento de óleo e vazamento de gás, decorrentes
da perfuração e produção. A Companhia tem treinado e reciclado seus empregados que
trabalham no campo sobre o Sistema de Gestão Ambiental – SGA.
É interessante verificar que não se observou relação entre a variável CONHEC (nível
declarado pelo empregado sobre seu conhecimento das questões ambientais no segmento de
óleo e gás), e as variáveis CONPK (nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre
o tema Protocolo de Kioto) e CONCC (nível de conhecimento declarado pelo entrevistado
sobre o tema Créditos de Carbono), assuntos esses atualmente considerados como sendo
estratégicos para a Industria de Óleo e Gás. Esse fato pode sugerir que provavelmente essa
variável pode ser justificada pelo direcionamento interno das questões ambientais na
PETROBRAS/UN-RNCE, onde são focadas as questões operacionais do processo de
exploração, perfuração e produção de óleo e gás. Apesar do alto nível de escolaridade e de
serem assuntos altamente explorados pela mídia ainda são pouco conhecidos.
4.5.2. Análise de regressão múltipla entre a variável FPGA e demais variáveis
independentes
Como forma de caracterizar o comportamento pró-ambiental do empregado no
contexto da política de gestão ambiental da companhia, utilizou-se a variável FPGA
(freqüência declarada pelo entrevistado com que participa do programa de gestão ambiental
da empresa). Dessa forma, nesse item é realizada a análise de regressão múltipla entre a
variável dependente FPGA e demais variáveis independentes, apresentadas na tabela 4.4:
65
Tabela 4.4 – Variáveis utilizadas na análise de regressão múltipla entre FPGA e demais variáveis
Variável Descrição da variável
CON_PK Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Protocolo de Kioto CON_A21 Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Agenda 21
CON_CC Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Créditos de Carbono CON_AC Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Chuva Ácida CON_EF Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Efeito Estufa CON_S Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Sustentabilidade
CON_ISO Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema ISO 14001
FCSR Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Coleta Seletiva Residencial
CON_RRI Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Reciclagem de Resíduos Industriais
CON_RRD Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Reciclagem de Resíduos Domiciliares
CON_RRI Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Reciclagem de Resíduos Industriais
CON_PA Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Poluição do Ar CON_PAG Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Poluição da Água CON_PS Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Poluição do Solo
CCA_SGA Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Ferramentas de Conformidade Ambiental
CCA_AR Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Análise de Risco CCA_EIA Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Impacto Ambiental COMPET Opinião do entrevistado sobre o nível de competitividade no setor de óleo e gás IMPAMB Opinião do entrevistado sobre os impactos ambientais no setor de óleo e gás OLIGO Opinião do entrevistado sobre a concorrência oligopolista no setor de óleo e gás
DIVUL Opinião do entrevistado sobre a importância da divulgação das ações de conformidade ambiental e responsabilidade social
FCSR Freqüência declarada pelo entrevistado com que realiza coleta seletiva residencial FRC Freqüência declarada pelo entrevistado com que participa de reuniões no condomínio/bairro FRA Freqüência declarada pelo entrevistado com que participa em associações/ONGs
FQGR Freqüência declarada pelo entrevistado com que participa de grupos religiosos
A tabela 4.5 apresenta o resultado da Análise de Variância (ANOVA) para o teste de
significância entre as variáveis independentes e a variável FPGA (freqüência declarada pelo
entrevistado com que participa do programa de gestão ambiental da empresa).
66
Tabela 4.5 – Análise de Variância (ANOVA) para o teste de significância entre as variáveis independentes e a variável dependente FPGA (freqüência declarada pelo entrevistado com que participa do programa de gestão ambiental da empresa):
Soma dos Quadrados
Graus de Liberdade
Quadrado Médio
F Valor de Probabilidade
p
Regressão 358,4267 1 358,4267 63,60818 < 0,000001
Residual 439,5233 78 5,6349
Total 797,9500
Fonte: Pesquisa de Campo
Em função do valor de probabilidade p obtido na análise de variância (p < 0,000001)
ser inferior ao valor utilizado como critério de significância (α = 0,05), deduz-se que o
modelo de análise linear é adequado para descrever o relacionamento entre a variável FPGA
(freqüência declarada pelo entrevistado com que participa do programa de gestão ambiental
da empresa) e as variáveis independentes apresentadas na tabela 4.4. Nessa situação, realizou-
se a análise de regressão linear múltipla, cujas variáveis que se apresentaram significativas
para o modelo de regressão, são apresentados na tabela 4.6.
Tabela 4.6 – Análise de regressão entre FPGA e variáveis independentes: Variáveis que se revelaram significativas ao modelo e parâmetros de regressão.
Variáveis Beta Erro Padrão de Beta B
Erro Padrão de
B t (78)
Valor de
Probabilidade p
Intercepto 1,616620 0,585056 2,763191 0,007137
CCASGA 0,670212 0,084034 0,732754 0,091876 7,975474 < 0,00001
Fonte: Pesquisa de Campo
Para essa análise, o coeficiente de determinação R2 obtido foi de 0,449, ou seja, as
variáveis independentes selecionadas explicam 44,9% da variação da variável dependente
FPGA.
Novamente observou-se que, através do modelo de regressão obtido, a variável FPGA
(freqüência declarada pelo entrevistado com que participa do programa de gestão ambiental
da empresa), relaciona-se na forma linear com a variável CCASGA (nível de conhecimento
declarado pelo entrevistado sobre o tema Sistema de Gestão Ambiental). Ou seja, o Programa
67
de Educação Ambiental tem como foco principal a apresentação de discussão sobre o Sistema
de Gestão Ambiental, principalmente o modelo ISO 14001, visto que a Companhia tem todas
as suas unidades certificadas por esse modelo de gestão ambiental.
68
Capítulo 5
Conclusões e Recomendações
5.1 Conclusões da Pesquisa de Campo
Tendo realizado o estudo proposto para identificar os aspectos do
comportamento organizacional voltado para a tendência pró-ambiental que se verifica
no âmbito da Petrobras, na Unidade de Negócios de Exploração e Produção do Rio
Grande do Norte e Ceará (UN-RNCE), a partir da constatação dos pensamentos
perceptíveis na coleta de dados obtidos numa pesquisa exploratória descritiva, foi
possível alcançar os resultados que se apresentaram no capítulo cinco desta
dissertação.
Como ficou percebido no decorrer de todo o trabalho, o comportamento pró-
ambiental ainda é uma novidade pouco percebida e raramente interpretada no âmbito
das organizações brasileiras, normalmente quando se trata de atividades voltadas para
a produção em grande escala, com riscos permanentes de acidentes ambientais, os
quais exigem um comprometimento considerável do quadro de Recursos Humanos que
se envolve nessa atividade. Os resultados alcançados na pesquisa levaram à
identificação, em contradição a tendência geral, de uma política pró-ambiental de
relativa abrangência na empresa estudada. No entanto, nem todos os indivíduos
consultados na pesquisa demonstraram estar conscientes de sua posição perante os
procedimentos mais adequados.
Quando se buscaram dados a respeito do conhecimento que os empregados têm
sobre as questões ambientais, ficou constatado que existem lacunas que dificultam o
envolvimento desses empregados de maneira plena. Além disso, o conhecimento sobre
aspectos importantes da gestão ambiental leva o indivíduo a reconhecer a importância
da política de gestão ambiental e a se envolver nas ações que repercutem de forma
positiva na preservação do meio ambiente.
O comportamento pró-ambiental é pode ser conseqüência das informações que
chegam aos empregados das organizações. Além de determinar as normas e os
programas que definem o comportamento pró-ambiental, as administrações das
69
empresas precisam estabelecer os recursos e as medidas que vão estar á disposição
desses empregados para que adotem novas condutas, mudando velhos paradigmas e
criando novos.
As informações coletadas na pesquisa permitiram verificar que a empresa não
conseguiu atingir plenamente seu objetivo de política ambiental, na medida em que um
parte do contingente de empregados ainda não adotou o comportamento pró-ambiental
como sua base de procedimentos. Tampouco fez chegar aos seus familiares e ao seu
grupo social as lições que a empresa tem feito transitar pelo seu ambiente operacional
e administrativo.
Em decorrência do exposto é considerável determinar que o estudo levantou
uma situação que precisa ser entendida como um fator positivo, uma vez que os
empregados declararam estar informado das condutas mais adequadas para construir
uma atividade pró-ambiental. No entanto, ainda há um caminho extenso a ser
percorrido, fazendo com que as políticas definidas pela administração seja disseminada
pelos setores da empresa de forma consistente e alcance todos os resultados
planejados.
A pesquisa evidenciou que os empregados estão demonstrando aptidão para
adotar o comportamento pró-ambiental. A partir daí, é necessário que a coletividade de
empregados seja envolvida com medidas de grande impacto, estimulando a atuação em
favor, não somente das medidas de preservação do meio-ambiente, tornando essa mais
uma medida de caráter pró-ativo, elevando a imagem da empresa perante a sociedade
nacional e mundial.
70
5.2 Recomendações
Em função dos objetivos estabelecidos é possível construir um conjunto de
recomendações acerca das fases do processo que envolve a responsabilidade da
PETROBRAS/UN-RNCE. Isto significa que os objetivos devem deixar claro aquilo que os
envolvidos devem saber, devem saber fazer e saber ser enquanto um conjunto comprometido
com a transformação da realidade e voltados para a tendência pró-ambiental a partir de um
trabalho de consciência e importância, que tragam resultados positivos para os empregados e
para melhoria da sociedade.
Conforme apresentado na pesquisa realizada no estudo, constata-se que sob as
questões ambientais, os empregados da UN-RNCE precisam adotar procedimentos mais
conscientes, para exercer sua cidadania, no que diz respeito a política pró-ambiental.
É possível perceber, no contexto atual que só o conhecimento político da gestão
ambiental não favorece se, os empregados não compreenderem o princípio da
responsabilidade sobre as ações quer sejam individuais ou coletivas, onde a abordagem possa
ser integrada numa cadeia de conduta que alcance uma melhoria e ampliação do grau de
vetores nas informações e das ações de gestão ambiental que possam favorecer as medidas de
preservação do meio ambiente. Essa demonstração será transformada nas práticas de trabalho,
no comportamento dos gestores e dos empregados, bem como uma nova visão ambiental.
Desta forma, abordar e implementar ações pró-ambientais, não significa apenas uma
mudança no comportamento ético, mas também no âmbito da cultura, bem como de valores e
planos que suportem a atuação do ponto de vista de se organizarem estrategicamente, em
ações bem sucedidas na intenção de fomentar esforços num processo de mudança com
colaboração e o compartilhamento de informações identificando as facilidades e as limitações
do envolvimento dos empregados da UN-RNCE, permitindo a sustentação e a consistência
nos trabalhos pró-ambiental.
Baseando-se nos resultados encontrados, vimos que grande parte da falta de
conhecimentos situa-se nos empregados administrativos próprios e contratados.
Recomendamos a reativação de programas (Exemplo: Programa de Educação Ambiental –
PEA), como instrumento de sensibilização e atualização de conhecimentos, principalmente
em questões estratégicas para a Companhia como, por exemplo, assuntos relacionados aos
temas Protocolo de Kyoto e Créditos de Carbono.
71
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74
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SHARMA, S., PABLO, A. L., e VREDENBURG, H. Corporate environmental responsiveness strategies: the importance of issue interpretation and organizational context. The Journal of Applied Behavioral Science. V.35, pp.87-108, Mar. 1999.
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WEISS, K.; MOSER, G.; GERMANN, C. Perception de l’environnement, conceptions du métier et pratiques culturales des agriculteurs face au développement durable. Revue Eur. Psychologie Appliquée. 2006.
75
APÊNDICES
76
APÊNDICE A
1 ÁREA DE ESTUDO: A PETROBRAS
No final da década de 40 do Século XX, cresceu a polêmica sobre a melhor política a
ser adotada pelo Brasil em relação à exploração do petróleo. As opiniões radicalizaram,
firmando-se posições opostas: havia grupos que defendiam o regime do monopólio estatal,
enquanto outros eram favoráveis à participação da iniciativa privada nesta atividade. Depois
de uma intensa campanha popular, o presidente Getúlio Vargas assinou, em 3 de outubro de
1953, a Lei 2004, que instituiu o monopólio estatal da pesquisa e lavra, refino e transporte do
petróleo e seus derivados e criou a Petróleo Brasileiro S.A – PETROBRAS, para exercê-lo.
Em 1963, o monopólio foi ampliado, abrangendo também as atividades de importação e
exportação de petróleo e seus derivados.
Na época da sua criação, a produção nacional era de apenas 2.700 barris de petróleo
por dia, enquanto o consumo totalizava 170 mil barris diários, quase todos importados na
forma de derivados. A partir de então, a nova companhia intensificou as atividades
exploratórias e procurou formar e especializar seu corpo técnico, para atender às exigências
da nascente indústria brasileira do petróleo. O esforço permitiu o constante aumento das
reservas, primeiro nas bacias terrestres e, a partir de 1968, também no mar4.
O ano de 1974 registra um importante marco na bem-sucedida trajetória da Petrobras:
a identificação do campo de Garoupa, a primeira descoberta na Bacia de Campos, no litoral
do Estado do Rio de Janeiro. Posteriormente, a partir de meados da década de 80 do Século
XX, a Petrobras direcionou suas atividades de exploração, principalmente para as regiões de
águas profundas da Bacia de Campos, culminando com descobertas de campos gigantes,
como Marlim, Albacora, Barracuda e Roncador. Hoje, as reservas da Bacia de Campos são as
maiores produtoras de petróleo do País, detendo o recorde mundial de produção em águas
profundas5.
A Petrobras decidiu também ampliar o parque de refino então existente6 para reduzir
os custos de importação de derivados de petróleo. Assim, foi montado um parque com onze
4 Em 1969 foi descoberto o campo de Guaricema, no litoral do estado do Sergipe. 5 Website da Petrobras. 6 Formado por uma refinaria em operação, outra em construção, além de cinco refinarias particulares.
77
refinarias no Brasil sendo elas: LUBNOR (CE), RLAM (BA), REGAP (MG), REDUC (RJ),
REVAP (SP), RECAP (SP), REPLAN (SP), RPBC (SP), REPAR (PR) REFAP (RS) e
REMAN (AM). No Brasil, existem ainda duas refinarias particulares, a de Manguinhos (RJ) e
Ipiranga (RS), que já funcionavam antes da criação da Petrobras.
Atualmente, a Petrobras ocupa a oitava colocação entre as maiores empresas do setor
de produção de petróleo e gás no mundo (RANKING, 2006). A produção média total, em
junho de 2006 ficou em 1,94 milhões de barris de óleo por dia, e o lucro líquido alcançou a
marca, em 2005, de R$ 23,7 bilhões, o que representa um recorde na história da empresa
(PETROBRAS, 2005).
A companhia é uma sociedade anônima de capital aberto que, junto com suas
subsidiárias Braspetro, Transpetro, BR Distribuidora, Gaspetro e Petroquisa, atua de forma
integrada7 e especializada nos seguintes segmentos relacionados à indústria do petróleo:
exploração e produção; refino; comercialização e transporte; distribuição de derivados; gás
natural e petroquímico.
Com a abertura do mercado brasileiro a outras empresas8, a Petrobras está
vivenciando novos desafios e oportunidades de crescimento, agora atuando sob o regime de
competição. Neste contexto de flexibilização e aumento da competitividade, a empresa traçou
uma estratégia de internacionalização, preparando-se para tornar-se uma corporação
internacional de energia nos próximos anos. Atualmente, a Petrobras, através da Área de
Negócios Internacional, atua nos seguintes países: Angola, Argentina, Bolívia, China,
Colômbia, Equador, Estados Unidos, Guiné Equatorial, Irã, Líbia, México, Nigéria, Peru,
Tanzânia, Turquia, Uruguai e Venezuela.
1.1 A Unidade de Negócios de Exploração e Produção do Rio Grande do Norte e Ceará
(UN-RNCE)
A Unidade de Negócios de Exploração e Produção do Rio Grande do Norte e Ceará
(UN-RNCE) é uma das nove unidades do Segmento de Exploração e Produção da Petrobras,
no Brasil, sendo responsável, em terra e no mar, pela exploração, desenvolvimento e produção
7 Do poço ao posto. 8 A partir de novembro de 1995, em função da Emenda Constitucional nº. 9, o Brasil passou a admitir a presença de outras empresas para competir com a Petrobras em todos os ramos da atividade petrolífera.
78
de petróleo e gás nas concessões situadas nas bacias sedimentares dos Estados do Rio Grande
do Norte e do Ceará. Inclui-se, também, o tratamento e o processamento de hidrocarbonetos,
sendo seus principais produtos o Petróleo (óleo), o Gás Natural, o Gás Liquefeito de Petróleo
(Gás de Cozinha), óleo Diesel e o Querosene de Aviação (QAV).
Criada em 1995, com Sede em Natal, conta hoje com uma produção diária em torno de
90 mil barris de óleo, 4 mil barris de óleo Diesel e 4 milhões de metros cúbicos de Gás
Natural, processando 511 toneladas de GLP por dia (39 mil botijões de gás de cozinha).
A referida unidade de negócios conta hoje com um contingente próprio de 2.247
empregados, divididos entre as gerências relacionadas a seguir: Gerência Geral, Comunicação
Empresarial, Segurança Meio Ambiente e Saúde Ocupacional, Desempenho Empresarial e
Estratégia Corporativa, Recursos Humanos, Administração de Recursos Humanos,
Desenvolvimento de Recursos Humanos, Jurídico, Contabilidade e Finanças, Pagamentos e
Recebimentos, Tributação, Contabilidade, Coordenadoria de Parcerias, Ativo de Produção
Mossoró, Ativo de Produção Alto do Rodrigues, Ativo de Produção Mar, Ativo de
Exploração, Unidade de Tratamento e Processamento de Fluídos, Suporte Técnico e
Marketing, Coordenação e Controle da Produção, Suporte Operacional, Serviços de
Sondagem, Tecnologia da Informação, Segurança Empresarial, Gás Natural e Engenharia.
A Gerência de Segurança Meio Ambiente e Saúde têm as seguintes atribuições:
assessorar a Gerência Geral da UN-RNCE no gerenciamento ambiental, de segurança
industrial e de saúde ocupacional, coordenar a gestão de SMS na unidade, propor padrões,
técnicas, métodos, programas e ações para o gerenciamento dos riscos; desenvolver processos
de conscientização, programas de educação, convênios e parcerias em SMS, promover
cooperação e intercâmbio científico e tecnológico e representar a UN-RNCE em eventos de
SMS, promover implementação, adequação e atualização dos planos de ação e contingência
para emergências, promover o desenvolvimento das atividades de Saúde e Higiene Industrial,
planejar, coordenar e implementar programa de auditorias em SMS.
79
APÊNDICE B
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção
Mestrado em Engenharia de Produção Formulário de Pesquisa
Esta pesquisa tem como objetivo obter dados referentes à Gestão Ambiental na
Indústria do Petróleo: Fatores associados ao comportamento pró-ambiental de empregados de uma empresa brasileira de óleo e gás. Seus resultados serão utilizados para estudos de casos no PEP/UFRN e não haverá qualquer referência não autorizada à pessoa pesquisada.
1ª Parte – Competitividade e estratégia ambiental.
1.1- Em termos mundiais, qual a sua opinião sobre o nível de competitividade
enfrentado por empresas que atuam no segmento de óleo e gás?
Não há competitividade
Tem pouca competitividade
Tem razoável competitividade
Tem boa competitividade
Tem muita competitividade
Sem opinião
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1.2- Na sua opinião qual o grau de importância da questão ambiental neste segmento industrial?
Não tem qualquer
importância
Tem pouca importância
Tem razoável importância
Tem boa importância
Tem muita importância
Sem opinião
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1.3- Na sua opinião qual a importância do fato do segmento industrial ser caracterizado por uma concorrência oligopolista influir negativamente para o trato das questões de natureza ambiental?
Não tem qualquer
importância
Tem pouca importância
Tem razoável importância
Tem boa importância
Tem muita importância
Sem opinião
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1.4- Atualmente, qual o grau de importância que o Sr(a) atribui a divulgação das ações de conformidade ambiental e/ou responsabilidade social como um fator de diferenciação competitiva das organizações?
Não tem qualquer
importância
Tem pouca importância
Tem razoável importância
Tem boa importância
Tem muita importância
Sem opinião
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
80
2ª Parte – O conhecimento das questões ambientais.
2.1- Como o Sr(a) avalia seu conhecimento das questões ambientais no segmento de óleo e gás?
Não tenho qualquer
conhecimento
Tenho pouco conhecimento
Tenho conhecimento
razoável
Tenho um bom conhecimento
Tenho muito conhecimento
Sem opinião
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2.2- Relativo aos tópicos listados abaixo, como o Sr(a). julga seu nível de conhecimento aos temas:
Tópico Não tenho qualquer
conhecimento
Tenho pouco conhecimento
Tenho conhecimento
razoável
Tenho um bom
conhecimento
Tenho muito conhecimento
Sem opinião
Protocolo de Kioto 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Agenda 21 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Créditos de carbono 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Chuva ácida 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Efeito estufa 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Sustentabilidade 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
ISO 14001 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Coleta seletiva domiciliar 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Coleta seletiva industrial 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Reciclagem de resíduos
domiciliares 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Reciclagem de resíduos
industriais 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Poluição do ar 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Poluição da água 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Poluição do solo 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
81
3ª Parte – Relativa ao conhecimento de ferramentas de conformidade ambiental.
3.1- Como o Sr(a) julga o seu nível de conhecimento relativo às ferramentas de conformidade ambiental abaixo listadas:
Ferramenta Não tenho qualquer
conhecimento
Tenho pouco conhecimento
Tenho conhecimento
razoável
Tenho um bom
conhecimento
Tenho muito conhecimento
Sem opinião
Sistemas de gestão
ambiental 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Análise de risco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
10
Estudos de impacto
ambiental 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
10
4ª Parte – Relativa ao comportamento do entrevistado relativo as questões de natureza ambiental. 4.1- Com que freqüência o Sr(a) participa do programa de gestão ambiental da empresa?
Nunca
Raramente
Às Vezes
Quase sempre
Sempre
Sem opinião
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
4.2- Com que freqüência o Sr(a) realiza coleta seletiva em sua residência?
Nunca
Raramente
Às Vezes
Quase sempre
Sempre
Sem opinião
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
4.3- Com que freqüência o Sr(a) participa de reuniões na sua comunidade/condomínio/ bairro para tratar de problemas locais?
Nunca
Raramente
Às Vezes
Quase sempre
Sempre
Sem opinião
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
82
4.4- Com que freqüência o Sr(a) participa de reuniões em alguma associação/ONG?
Nunca
Raramente
Às Vezes
Quase sempre
Sempre
Sem opinião
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
4.5- Com que freqüência o Sr(a) participa de reuniões em grupos religiosos?
Nunca
Raramente
Às Vezes
Quase sempre
Sempre
Sem opinião
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
5ª Parte – Dados do entrevistado 5.1- Gerências: Gerência Geral Comunicação Empresarial Jurídico Segurança, Meio Ambiente e Saúde Desempenho Empresarial e Estratégia Corporativa Contabilidade e Finanças Tributária Pagamentos e Recebimentos Contabilidade Recursos Humanos Administração de Recursos Humanos Desenvolvimento de Recursos Humanos Assistência Médica Coordenadoria de Parcerias 5.2- Tipo de empregado: Próprio Contratado 5.3- Cargo na empresa: Executivo Gerencial Administrativo Outros 5.4- Nível de escolaridade: Somente segundo grau Nível Técnico Nível superior Nível superior, com especialização ou MBA Nível superior, com mestrado Nível superior, com doutorado
83
5.5- Gênero Masculino Feminino 5.6- Tempo de trabalho na empresa ________ anos 5.7- Estado civil Solteiro Casado Viúvo Separado judicialmente / divorciado Outros – Especificar: ______________________ 5.8- Número de filhos: 1 2 Mais de 2 Nenhum 5.9- Nível de renda: De R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00 De R$ 2.000,00 a R$ 3.000,00 De R$ 3.000,00 a R$ 4.000,00 De R$ 4.000,00 a R$ 5.000,00 Acima de R$ 5.000,00
APÊNDICE C
OUTRAS FIGURAS DA ANÁLISE DESCRITIVA
y = 99 * 1 * normal (x; 3,858585; 3,13964)
CON_A21
No
of o
bs
26,3%
5,1% 5,1%
13,1%
5,1%
13,1%
8,1%7,1%
9,1%
6,1%
2,0%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 1.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre a agenda 21.
Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
y = 102 * 1 * normal (x; 5,264705; 2,86642)
CON_AC
No
of o
bs 8,8%
6,9%
4,9%
6,9% 6,9%
11,8%
15,7%
12,7% 12,7%
9,8%
2,9%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 2.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre chuva ácida.
Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
84
y = 106 * 1 * normal (x; 6,85849; 2,235806)
CON_EF
No
of o
bs
0,9%
2,8%1,9%
2,8%
5,7%
8,5%
15,1% 15,1%
21,7%
18,9%
6,6%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 3.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre efeito estufa.
Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
y = 102 * 1 * normal (x; 6,617647; 2,655254)
CON_S
No
of o
bs
5,9%
1,0%
3,9%
2,0%
3,9%
10,8%11,8%
15,7%16,7%
20,6%
7,8%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 4.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre sustentabilidade.
Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
85
y = 105 * 1 * normal (x; 6,790476; 2,793175)
CON_SI
No
of o
bs
3,8%2,9%
9,5%
4,8%
8,6%9,5%
13,3%12,4%
16,2%
19,0%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 5.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre coleta seletiva
industrial. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
y = 106 * 1 * normal (x; 7,07547; 2,678656)
CON_RRD
No
of o
bs
2,8%3,8%
1,9%
4,7%
2,8%
6,6%
9,4%
12,3%
19,8%
17,9% 17,9%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 6.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre reciclagem de resíduos
domiciliares. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
86
y = 104 * 1 * normal (x; 6,35577; 3,0207)
CON_RRI
No
of o
bs
7,7%
1,9%
3,8%
7,7%
2,9%
7,7%
10,6%
19,2%
7,7%
14,4%
16,3%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 7.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre reciclagem de resíduos
Industriais. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
y = 105 * 1 * normal (x; 7,638095; 1,8299)
CON_PA
No
of o
bs
1,0%
2,9%3,8%
1,0%
11,4%
22,9%
20,0%
24,8%
12,4%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 8.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre poluição do ar.
Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
87
y = 106 * 1 * normal (x; 7,745283; 1,836463)
CON_PAG
No
of o
bs
0,9% 0,9%1,9%
3,8%
1,9%
8,5%
18,9%
25,5%
22,6%
15,1%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 9.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre poluição da água.
Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
y = 105 * 1 * normal (x; 7,4; 2,01246)
CON_PS
No
of o
bs
1,0% 1,0%
3,8%
5,7%
1,9%
10,5%
21,9%
25,7%
13,3%
15,2%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 10.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre poluição do solo.
Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
88
y = 103 * 1 * normal (x; 5,271844; 2,82563)
CCA_AR
No
of o
bs
7,8%
2,9%
9,7%10,7%
3,9%
11,7%
15,5%16,5%
8,7%
5,8%6,8%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 11.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre análise de risco.
Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
y = 103 * 1 * normal (x; 5,728155; 2,853254)
CCA_EIA
No
of o
bs
4,9%
3,9%
8,7%
10,7%
3,9%
8,7%
11,7%
14,6%
15,5%
10,7%
6,8%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 12.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre estudo de impacto
ambiental. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).
89