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Geovane Chacon de Carvalho

VALIDAÇÃO DE METODOLOGIA PARA ANÁLISE DE AMINAS BIOATIVAS EM

CAMARÃO UTILIZANDO CROMATOGRAFIA DE ÍONS

Dissertação apresentada ao programa de

Pós- Graduação em Química da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte como requisito

à obtenção do título de Mestre em Química.

Orientadora: Profª. Drª. Maria de Fátima Vitória

de Moura

Natal – RN

2014

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Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN Biblioteca Setorial do Instituto de Química

Carvalho, Geovane Chacon de

Validação de metodologia para análise de aminas bioativas em camarão utilizando cromatografia de íons / Geovane Chacon de Carvalho. – Natal, RN, 2013.

84 f.: il.

Orientadora: Maria de Fátima Vitória de Moura Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro

de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em Química.

1. Cromatografia iônica – Dissertação. 2. Litopenaeus Vannamei – Dissertação. 3. Camarão – Dissertação. 4. Aminas Bioativas – Dissertação. I. Moura, Maria de Fátima Vitória de. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UFRN/BSE-IQ CDU 543.544(043)

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Dedico este trabalho

aos meus avós paternos Maria José

e José F. de Carvalho (in memória)

e aos meus avós maternos Antônia Chacon

e Antônio Chacon (in memória)

A minha tia Maria Lurdes (in memória)

e ao meu tio Damião (in memória)

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AGRADECIMENTOS

A Deus pelo dom da vida e pela oportunidade de mais uma conquista em minha vida.

À Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Programa de Pós-Graduação em

Química, pela oportunidade e apoio neste conquista.

A Professora Dra. Maria de Fátima Vitória de Moura pela dedicação, amizade,

compreensão durante este trabalho e em toda vida acadêmica.

Ao Prof. Dr. Djalma Ribeiro Silva pelos materiais.

Aos meus tios João e Emanuel por cederem os camarões para esta pesquisa.

Ao técnico Joadir Humberto pela paciência nos ensinamentos durante o manuseio do

equipamento.

À Angela Maria Fagundes da Cruz e Denise Porfirio Emerenciano pela amizade e

ensinamentos durante toda minha vida acadêmica.

À Camila, Rusceli, Denise, Ângelo, Heloiza entre outros amigos que me acompanharam ao

longo desta jornada.

Aos meus amigos de laboratório Heloísa, Leonardo, Genickson, Santana, Alessandra,

Janaina pelos momentos agradáveis e sugestões ao longo desta pesquisa.

Aos meus pais, Ana Maria e Carlos Magno, irmão, George, e a minha noiva, Renata que

com paciência e companheirismo me incentiva em todos os projetos de vida.

Aos amigos e irmãos em Cristo, Moisés, Lorena, Jonathas, Felipe, Marcella, Caio, Camilla,

Rogério e Laisa agradeço a vocês pelo apoio e orações.

E a todas as outras pessoas não mencionadas, mas que de uma maneira indireta

contribuíram para a realização desta pesquisa.

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As coisas que o olho não viu,

e o ouvido não ouviu, e não

subiram ao coração do homem são

as que Deus preparou para os que o amam.

I Coríntios 2. 9

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Resumo

Neste trabalho trabalhou-se com a validação de uma metodologia para análise de

aminas bioativas em camarão, considerando ser este um dos principais produtos da balança

comercial norte-riograndense, mantendo o Estado do Rio Grande do Norte no topo da lista

de exportação brasileira deste produto na última década. O setor da carcinicultura brasileira

trabalha exclusivamente com o camarão cinza Litopenaeus Vannamei desde o final da

década de 1990. Este trabalho utilizou a cromatografia líquida com detector

condutimétrico, usando como fase móvel o ácido metilsulfônico 3 mM (MSA) com

gradiente e coluna C18 com fase reversa para o desenvolvimento da metodologia para

análise de aminas bioativas em camarão. Na preparação da amostra utilizou-se como

solução extrativa ácido tricloroacético a 5% (TCA). Na validação da análise das aminas

biotativas (putrescina - PUT, histamina - HIT, agmatina - AGM, espermidina - EPD e

espermina - EPN) em camarão, a faixa linear de trabalho foi de 0,1 a 2,0 mg L-1

que se

mostrou sensível, homoscedástico, com efeito de matriz, seletivo, exato e preciso. Dessa

maneira, considerada viável para determinações dessas aminas bioativas nessa matriz.

Determinou-se a concentração destas aminas em camarões frescos (AGM = 0,61 ± 0,05 mg

Kg-1

, EPD = 2,57 ± 0,14 mg Kg-1

e EPN = 1,79 ± 0,11 mg Kg-1

), e com tempo de

congelamento pré-determinados, no camarão cozido (AGM = 6,28 ± 0,18 mg Kg-1

, EPD =

12,72 ± 0,02 mg Kg-1

e EPN = 22,30 ± 0,60 mg Kg-1

), no camarão com vinte e quatro

horas de permanência à temperatura ambiente (PUT = 879,52 ± 28,12 mg Kg-1

, AGM =

848,13 ± 19,40 mg Kg-1

, EPD = 13,59 ± 0,97 mg Kg-1

e ESPN = 18,47 + 1,57 mg Kg-1

).

No camarão submetido a congelamento por uma semana, por duas semanas, por três

semanas e por quatro semanas, os resultados apresentaram que há um aumento no teor de

agmatina (7,31 ± 0,21 mg Kg-1

) enquanto que na espermina (1,22 ± 0,14 mg Kg-1

) e na

espermidina (menor que o limite de quantificação) o houve uma diminuição com o tempo

de congelamento, enquanto que há diminuição no teor de espermidina chegando a não ser

detectad. A putrescina só foi encontrada no camarão que permaneceu por 24 horas à

temperatura ambiente e a histamina não foi encontrada em nenhuma das amostras

analisadas.

Palavras-chave: Aminas Bioativas. Litopenaeus Vannamei. Camarão. Cromatografia

iônica.

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Abstract

In this study, we worked with the validation of a methodology for analysis of

bioactive amines in shrimp, considering it to be one of the main products of the north-

riograndense trade balance, maintaining the state of Rio Grande do Norte topped the list of

Brazilian exports of this product the last decade. The sector of the Brazilian shrimp works

exclusively with gray shrimp Litopenaeus Vannamei since the late 1990s. This study used

liquid chromatography with conductimetric detector, using as the mobile phase

methylsulfonic 3 mM acid (MSA) with gradient and phase C18 column with reverse the

development of methodology for the analysis of bioactive amines in shrimp. In the sample

preparation was used as 5% trichloroacetic acid (TCA) extraction solution. Validation

analysis of biotativas amines (putrescine - PUT, histamine - HIST, agmatine - AGM,

spermidine - EPD and spermine - EPN) in shrimp, the linear working range was 0.1 to 2.0

mg L-1 to was sensitive, homoscedastic, in effect, selective, accurate and precise array.

Thus, considered feasible for these determinations bioactive amines in this array.

Determined the concentration of these amines in fresh shrimps (AGM = 0.61 ± 0.05 mg kg-

1 EPD = 2.57 ± 0.14 mg kg

-1 and EPN = 1.79 ± 0.11 mg kg

-1), and freezing weather

predetermined in cooked shrimp (AGM = 6.28 ± 0.18 mg kg-1

, EPD = 12.72 ± 0.02 mg kg-

1 and EPN = 22.30 ± 0.60 mg kg

-1), the shrimp with twenty-four hour stay at room

temperature (PUT = 879.52 ± 28.12 mg kg-1

, AGM = 848.13 ± 19.40 mg kg-1

, ESPD =

13.59 ± 0.97 mg kg-1

and ESPN = 18.47 + 1.57 mg kg-1

). In shrimp subjected to freezing

for a week, two weeks, three weeks and four weeks, the results showed that there is an

increase in the content of agmatine (7.31 ± 0.21 mg kg-1

) while in spermine ( 1.22 ± 0.14

mg kg-1

) and spermidine (below limit of quantification) there was a decrease in the freeze

time, while there is a decrease in the level of spermidine not reaching detectad. The

putrescine was only found in shrimp that remained for 24 hours at room temperature and

histamine was not found in any of the samples.

Keywords: Bioactive Amines. Litopenaeus Vannamei. Shrimp. Ion chromatography.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Desempenho das exportações de camarão cultivado entre janeiro e

fevereiro de 2003 a

2014............................................................................................. 15

Figura 2 - Morfologia do Litopenaeus

vannamei........................................................................................... 18

Figura 3 - Algumas aminas e os seus aminoácidos

precursores........................................................................................ 20

Figura 4 - Classificação e estruturas químicas de algumas aminas

bioativas............................................................................................ 21

Figura 5 - Descarboxilação da histidina a

histamina........................................................................................... 23

Figura 6 - A formação de aminas por descarboxilação de aminoácidos (1), e

por aminação aldeídica

(2)...................................................................................................... 24

Figura 7 - Esquema do cromatógrafo de

íons.................................................................................................... 43

Figura 8 - Fluxograma do processo de extração das aminas biogênicas

(AB)................................................................................................... 45

Figura 9 - Cromatogramas dos tratamentos 1, 2 e

3......................................................................................................... 48

Figura 10 - Cromatógrafo da matriz pura, da matriz fortificada e do padrão

puro em

solvente.............................................................................................. 49

Figura 11 - Curvas analíticas das aminas bioativas obtidas em diferentes dias

de análises......................................................................................... 50

Figura 12 - Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da putrescina

no solvente. À esquerda as respostas dos resíduos sem o ajuste e

direita considerando o ajuste polinomial........................................... 53

Figura 13 - Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da histamina

no solvente......................................................................................... 54

Figura 14 - Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da agmatina

no solvente. À esquerda as respostas dos resíduos sem o ajuste e

direita considerando o ajuste polinomial........................................... 55

Figura 15 - Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da espermidina

no solvente. À esquerda as respostas dos resíduos sem o ajuste e

direita considerando o ajuste polinomial........................................... 56

Figura 16 - Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da espermina

no solvente. À esquerda as respostas dos resíduos sem o ajuste e

direita considerando o ajuste

polinomial.......................................................................................... 57

Figura 17 - Média das curvas analíticas obtidas em três dias

diferentes........................................................................................... 58

Figura 18 - Curvas analíticas das aminas bioativas, obtidas em diferentes dias

de análises, pela fortificação do extrato da

matriz................................................................................................. 60

Figura 19 - Curvas analíticas do analito em solução (CAAS) e curvas

analíticas da matriz branca fortificada (CAMBF) das aminas 63

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bioativas............................................................................................

Figura 20 - Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da putrescina

no solvente. À esquerda as respostas dos resíduos sem o ajuste e

direita considerando o ajuste

polinomial.......................................................................................... 65

Figura 21 - Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da histamina

no solvente. À esquerda as respostas dos resíduos sem o ajuste e

direita considerando o ajuste polinomial........................................... 66

Figura 22 - Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da agmatina

no solvente. À esquerda as respostas dos resíduos sem o ajuste e

direita considerando o ajuste polinomial........................................... 67

Figura 23 - Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da matriz

branca fortificada da espermidina..................................................... 68

Figura 24 - Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da matriz

branca fortificada da espermina........................................................ 69

Figura 25 - Avaliação semanal da concentração das aminas na

amostra.............................................................................................. 73

Figura 26 - Concentração das aminas no camarão fresco, cozido e 24 h a

temperatura

ambiente............................................................................................ 74

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Critérios de aceitação de reprodutibilidade. .................................................. 37

Tabela 2 - Condições experimentais utilizadas no processo de extração das aminas. .... 47

Tabela 3 - Recuperação (%) das aminas em diferentes tratamentos. .............................. 48

Tabela 4 - Equações lineares e R2 das curvas analíticas obtidas em dias diferentes. ..... 51

Tabela 5 - Equações polinomiais e R2 utilizadas para ajuste dos resíduos de regressão

das aminas bioativas. ....................................................................................................... 52

Tabela 6 - Teste de Cochran para as curvas no solvente. ............................................... 58

Tabela 7 - Médias das equações lineares. ....................................................................... 59

Tabela 8 - Média das equações polinomiais. .................................................................. 59

Tabela 9 - Equações polinomiais e R2 utilizadas para ajuste dos resíduos de regressão

das aminas bioativas. ....................................................................................................... 61

Tabela 10 - Resultado do teste F para o intercepto (b) e para a inclinação (a) das curvas

analíticas. ......................................................................................................................... 62

Tabela 11 - Resultado do teste t para o intercepto (b) e para a inclinação (a) das curvas

analíticas. ......................................................................................................................... 62

Tabela 12 - Médias das equações lineares das curvas analíticas da matriz branca

fortificada. ........................................................................................................................ 64

Tabela 13 - Equações polinomiais e R2 usados nos ajustes dos resíduos das aminas. ... 64

Tabela 14 - Teste de Cochran para as curvas analíticas das matrizes brancas

fortificada..........................................................................................................................70

Tabela 15 - Limites de detecção e quantificação em mg L-1

. ........................................ 70

Tabela 16 - Coeficiente de Variação (CV%) das aminas bioativas. ............................... 71

Tabela 17 - Teste de recuperação (%) para três níveis de fortificação. .......................... 72

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LISTA DE ABREVIATURAS E NOMENCLATURAS

TCA – Ácido tricloro acético

WSSV – White Spot Syndrome Virus

FDA – United States Food and Drug Administration

ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária

INMETRO – Instituto de Metrologia

CAAS – Curva Analítica de Analíto em Solvente

CCEMBF – Curva Analítica da Matriz Branca Fortificada

CLAE/HPLC - Cromatografia Líquida de Alta Eficiência

ppm – Partes por milhão

LD – Limite de Detecção

LQ – Limite de Quantificação

LDM – Limite de Detecção do Método

LDE - Limite de Detecção do Equipamento

LQM – Limite de Quantificação do Método

LQE – Limite de Quantificação do Equipamento

CF – Camarão Fresco

CC – Camarão Cozido

CS1 – Camarão Congelado por uma Semana

CS2 – Camarão Congelado por duas Semanas

CS3 – Camarão Congelado por três Semanas

CS4 – Camarão Congelado por quatro Semanas

C24 – Camarão Deixado a Temperatura Ambiente por 24 Horas

CCF - Cromatografia em Camada Fina

CFG - Cromatografia em Fase Gasosa

EC - Eletroforese Capilar

IUPAC - International Union of Pure and Applied Chemistry

CDC – Center for Deseases Control / Centros de Controle e Prevenção de Doenças

AB – Aminas Bioativas

PUT – Putrescina

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HIT – Histamina

AGM – Agmatina

EPD – Espermidina

EPN – Espermina

µS – microsiemens

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 14

2 OBJETIVOS................................................................................................ 17

2.1 OBJETIVOS GERAIS.................................................................................. 17

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................ 17

3 REVISÃO DA LITERATURA.................................................................. 18

3.1 CARACTERÍSTICA DO CAMARÃO LITOPENAEUS VANNAMEI......... 18

3.1.1 Classificação................................................................................................. 18

3.1.2 Habitat.......................................................................................................... 18

3.1.3 Melhoramento genético do camarão Cultivado....................................... 18

3.2 AMINAS BIOGÊNICAS.............................................................................. 19

3.2.1 Classificação................................................................................................. 19

3.2.2 Importância Fisiologica.............................................................................. 19

3.2.3 Síntese........................................................................................................... 24

3.2.4 Aminas bioativas em alimentos.................................................................. 25

3.2.5 Aminas bioativas em pescados................................................................... 25

3.2.6 Aspectos toxicológicos das aminas biogênicas.......................................... 26

3.2.7 Legislação..................................................................................................... 29

3.2.8 Análises químicas para determinação de aminas bioativas.................... 30

3.3 VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS........................................... 31

3.3.1 Seletividade.................................................................................................. 32

3.3.2 Efeito de Matriz........................................................................................... 33

3.3.3 Linearidade.................................................................................................. 34

3.3.4 Precisão........................................................................................................ 35

3.3.4.1 Precisão intermediária ou reprodutibilidade intralaboratorial....................... 37

3.3.4.2 Critérios de aceitação da precisão´................................................................ 37

3.3.5 Exatidão....................................................................................................... 38

3.3.5.1 Ensaios de recuperação................................................................................ 38

3.3.6 Limite de detecção e limite de quantificação............................................ 39

3.3.7 Sensibilidade................................................................................................ 41

3.4 CROMATOGRAFIA.................................................................................... 41

3.4.1 Cromatografia de íons................................................................................ 41

3.4.2 Detector e sistemas de supressão.............................................................. 42

4 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................ 44

4.1 REAGENTES E SOLVENTES.................................................................... 44

4.2 MÉTODO...................................................................................................... 44

4.2.1 Condições do cromatógrafo........................................................................ 45

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................ 47

5.1 PROCESSO DE EXTRAÇÃO DE AMINAS EM CAMARÃO.................. 47

5.2 VALIDAÇÃO DO MÉTODO...................................................................... 49

5.2.1 Seletividade.................................................................................................. 49

5.2.2 Linearidade.................................................................................................. 50

5.2.3 Efeito de Matriz........................................................................................... 59

5.2.4 Limites de detecção e quantificação......................................................... 70

5.2.5 Precisão........................................................................................................ 71

5.2.6 Ensaios de recuperação............................................................................... 71

5.3 DETERMINAÇÃO DAS AMINAS BIOGÊNICAS EM CAMARÃO....... 72

6 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS........................................................ 76

REFERENCIAS

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14

1 INTRODUÇÃO

O setor de carcinicultura brasileira trabalha exclusivamente com camarão cinza

Litopenaeus Vannamei desde o final de 1990, basicamente, quando o país começou a

expandir sua produção em termos comerciais. Apesar de em 2010 ter usado apenas

2,0% (20.000 ha) de área apropriada à produção adequada (1.000.000 ha), a

carcinicultura já é uma atividade firmemente estabelecida no cenário brasileiro,

principalmente na Região Nordeste, onde tem demonstrado a sua técnica, economia e

viabilidade ambiental, contribuindo ativamente para a redução da pobreza rural por

meio da geração de negócios oportunidades, renda e criação de postos de trabalho

permanentes (ROCHA, 2013).

Um estudo realizado pelo Ministério do Meio Ambiente em 2007

mostrou que a carcinicultura teve uma produção de 65.000,0 t, sendo esta a atividade

mais expressiva da maricultura brasileira, tendo uma participação de 82,9%. Os

camarões marinhos têm sua maior produção concentrada na região nordeste, embora

ocorra nas regiões sudeste e sul. Os estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia e

Pernambuco são os maiores produtores de camarão cultivado do Brasil (MMA, 2007).

O Rio Grande do Norte, em 2007, foi o principal estado exportador, sendo

responsável por 17,97% (US$ 55,8 milhões) das exportações globais do setor pesqueiro.

A quantidade exportada representou 27,42% da produção total do estado, isto é, 51.326

t (MMA, 2007).

O Rio Grande do Norte é um dos estados brasileiros em que a pesca e demais

atividades ligadas à obtenção de alimentos das águas têm grande impacto para sua

economia, tanto no que diz respeito ao consumo interno quanto à exportação. Em

relação ao camarão, o Rio grande do Norte foi o estado com a maior exportação de

camarão cultivado no mês de janeiro de 2007 a 2013, conforme mostrado na figura 1.

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Figura 1 - Desempenho das exportações de camarão cultivado entre janeiro e fevereiro de 2003

a 2014.

t – Toneladas Total1 – Total dos principais estados exportadores do Brasil.

Fonte: ABBC, 2014.

Enfermidades virais têm provocado sérios impactos econômicos nos cultivos de

camarões peneídeos nos principais países produtores, deste se destaca a doença da

mancha branca causada pelo vírus da síndrome da mancha branca (WSSV – White Spot

Syndrome Virus) (LIGHTNER, 2005). O WSSV é um patógeno que tem devastado a

indústria da carcinicultura em diversos países (LIGHTNER et al., 1998) e recentemente

é considerado o patógeno viral mais danoso de camarões no mundo (FLEGEL, 2009). A

Figura 1 ainda mostra um grande decréscimo na exportação, fato que pode ser

explicado pelos inúmeros casos de perda de camarão com relação à síndrome da

mancha branca, a qual vem atacando os viveiros de carcinicultura na última década.

A degradação dos camarões ocorre mais rapidamente do que nos peixes por

causa de alguns fatores: a alta concentração de metabólitos de baixo peso molecular

oriundos da autólise do hepatopâncreas (MADRI, 1998); substâncias não nitrogenadas e

aminoácidos livres que servem como substrato para o aumento de microrganismos e as

alterações físico-químicas degradativas como oxidação de lipídios e hidrólise de

proteínas, que formam compostos voláteis como amônia e gás sulfídrico, e não voláteis

como as aminas bioativas (MONTEIRO, 2012).

A determinação das concentrações de histamina, agmatina, tiramina, putrescina,

cadaverina, espermidina e espermina são de grande importância, não só do ponto de

vista da toxicidade, mas como indicadores do grau de frescor e de deterioração nos

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alimentos que está associado com condições sanitárias inadequadas durante os

procedimentos de produção (HALÁSZ et al, 1994; BUENO-SOLANO, 2012).

Os métodos analíticos mais amplamente utilizados para identificação e

quantificação de aminas bioativas e aminoácidos são de cromatografia líquida de alta

eficiência (CLAE/HPLC) e eletroforese capilar, que são combinados com diferentes

técnicas de detecção como espectrofotometria, espectrofluorimetria, condutumetri,

amperometria e espectrometria de massa (BUENO-SOLANO, 2012). Desta maneira,

este trabalho utilizou a cromatografia liquida com detector iônico usando como solvente

para extração das aminas o ácido tricloroacético a 5% (TCA), pois possui uma

metodologia mais simples e tão eficiente quanto o HPLC de fase reversa. Para peixes e

seus produtos, o ácido tricloroacético (TCA) 5% foi mais eficiente do que o HCl 35%

(LATORRE-MORATELLA et al., 2009; MORET; CONTE, 1996).

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17

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOS GERAIS

Este trabalho tem como objetivo geral validar uma metodologia para determinação de

aminas bioativas no camarão da espécie Litopenaeus vannamei.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Determinar as figuras de méritos. Determinar putrescina, histamina, agmatina,

espermidina e espermina em camarão. Estudar a influência do tempo de congelamento

do camarão sobre os níveis de concentração destas aminas.

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3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 CARACTERÍSTICAS DO CAMARÃO LITOPENAEUS VANNAMEI

3.1.1 Classificação

A espécie Litopenaeus vannamei pertence ao Reino Animália e é

taxonomicamente classificada segundo esquema abaixo:

Figura 2 - Morfologia do Litopenaeus vannamei.

Filo Arthropada

Sub-filo Crustacea

Classe Malacostraca

Subclasse Eumalacostraca

Superordem Eucarida

Ordem Decapoda

Subordem Dendrobranchiata

Superfamília Penaeoidea

Família Penaeidae

Gênero Litopenaeus

Espécie Litopenaeus vannamei

Fonte: Adaptado de SILVA, 2007.

3.1.2 Habitat

O Litopenaeus vannamei encontra-se naturalmente em alto mar, no Pacífico

leste, desde Sonora no México, até Tumbes no norte do Peru. Esta espécie é vastamente

cultivada em todo o hemisfério ocidental, apresentando ótimo desempenho sob o ponto

de vista produtivo (BARBIERI e OSTRENSKY NETO, 2001).

3.1.3 Melhoramento genético do camarão cultivado

O cultivo do L. vannamei é largamente disseminado nos países do ocidente. Por

causa da seleção de genótipos, com melhoramento nos índices de crescimento e maiores

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resistência às doenças, os produtores têm se favorecido conseguindo matrizes com alta

eficácia de produção (CEDEÑO, 1998). A menor dependência de linhagens selvagens e

maior utilização de animais selecionados têm contribuído para a sustentabilidade da

atividade.

Segundo Preston e Clifford (2002), as preferências das fazendas que realizam

melhoramento genético em peneídeos são: desenvolver linhagens de camarão resistentes

aos vírus que tem incidência mais elevadas nos camarões; prevenir a introdução de

patógenos de animais domésticos; aumentar o número de linhagens domesticadas;

melhorar o crescimento e a uniformidade dos camarões; estudar parâmetros ideais para

seleção; analisar a variabilidade genética mediante marcadores moleculares e

desenvolver linhagens selecionadas de camarão resistentes a condições ambientais

extremas (baixa salinidade, renovação de águas não renovadas, entre outros).

3.2 AMINAS BIOATIVAS

3.2.1 Classificação

Aminas bioativas são compostos nitrogenados alcalinos de peso molecular

baixo, que existem naturalmente nas plantas, animais e microrganismos e desempenham

efeitos biológicos (Bruckner, et al., 2011). Estas são formadas pela descarboxilação

através de varias vias durante os processos metabólicos de animais, plantas e

microrganismos (BARDÒCZ, 1995).

A denominação das aminas bioativas, em grande parte, é em relação aos

aminoácidos precursores (Figura 3), como por exemplo, a histamina, tiramina e

triptamina, as quais se originam da histidina, tirosina e triptofano, respectivamente.

Outras têm seus nomes originados dos materiais onde foram encontrados pela primeira

vez, como a putrescina e cadaverina encontradas em estado de decomposição ou

putrefação. Já a espermina e espermidina se referem ao fluido seminal, de onde foram

isoladas pela primeira vez (GLÓRIA, 2005).

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Figura 3 - Algumas aminas e seus aminoácidos precursores.

Fonte: GLÓRIA, 2005; NAGATSU, 1991.

Aminas bioativas ainda são classificadas com base no número de grupos amina,

a estrutura química, a biosíntese ou as funções fisiológicas (BARDOCZ, 1995;

SILLAS-SANTOS, 1996; SMITH, 1981). De acordo com o número de grupos amina,

estas podem ser monoaminas (tiramina, feniletilamina), diaminas (histamina,

serotonina, a triptamina, putrescina e cadaverina), ou poliaminas (espermina,

espermidina e agmatina). Com base na estrutura química, as aminas podem ser

classificadas em alifáticas (putrescina, cadaverina, espermina, espermidina e agmatina),

aromáticas (tiramina e feniletilamina) e heterocíclicas (histamina, triptamina e

serotonina) como mostra a Figura 4.

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Figura 4 - Classificação e estruturas químicas de algumas aminas bioativas.

Fonte: GLÓRIA, 2005; NAGATSU, 1991.

Em função da via biossintética, as aminas podem ser naturais (espermina,

espermidina e histamina) ou biogênicas (histamina, serotonina, tiramina, fenietilamina,

triptamina, putrescina, cadaverina e agmatina). Estas são formadas por descarboxilação

bacteriana de aminoácidos livres. Enquanto as primeiras são formadas durante a

biossíntese, por exemplo, in situ, como requerido a partir dos seus precursores

(BARDOCZ, 1995; HALÁSZ et al., 1994). A histamina pode ser natural (armazenada

nos mastócitos ou basófilos) ou biogênica. Com base nas funções fisiológicas, as

aminas são classificadas em poliaminas, que desempenham um papel importante no

crescimento e aminas biogênicas, estas são neuro-ou vasoactivas (BARDOCZ, 1995).

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3.2.2 Importância fisiológica

As aminas bioativas desempenham importantes funções metabólicas e

fisiológicas em organismos vivos. As aminas biogênicas são geralmente psicoativa,

neuroativas ou vasoativas. A histamina e a serotonina são aminas psicoativas as quais

afetam o sistema nervoso, agindo sobre transmissores neurais no sistema nervoso

central. As aminas vasoativas atuam direta ou indiretamente no sistema vascular. As

aminas pressoras (tiramina, triptamina e feniletilamina) causam um aumento na pressão

arterial por constrição do sistema vascular, aumentando a frequencia cardíaca e a força

de contração do coração. Entretanto, a tiramina faz indiretamente, causando a liberação

da noradrenalina a partir do sistema nervoso simpático (SHALABY, 1996; SMITH,

1981). A serotonina e a histamina também são fortemente vasoativas (RICE et al,

1976).

A histamina é uma substância biologicamente ativa poderosa que pode exercer

muitas funções fisiológicas. Embora os mastócitos e os basófilos do sangue contenham

grandes quantidades de histamina armazenada em grânulos especiais, os efeitos da

histamina não parecem exercer reações alérgica. A histamina exerce os seus efeitos

ligando-se a receptores nas membranas celulares, que são encontrados no sistema

cardiovascular e em várias glândulas secretoras (JOOSTEN, 1988). A histamina causa

uma forte dilatação capilar e pode produzir efeitos hipotensores. Pode estimular

diretamente o coração, causando contração ou relaxamento do músculo liso

extravascular estimulam o músculo liso do útero, do intestino e do trato respiratório,

estimulando ambos os neurônios sensoriais e motores, e controle da secreção de ácido

gástrico. Ela também é mediadora dos sintomas primários e imediatos nas respostas

alérgicas (RICE et al, 1976; SHALABY, 1996; SMITH, 1981; STRATTON et al.,

1991; TAYLOR, 1996).

A histamina é o produto da degradação microbiana da histidina devido à ação da

enzima histidina descarboxilase. As bactérias que sintetizam a histamina são em grande

parte mesófilas, a Food and Drug Administration - FDA (FDA, 2001a) diz que as

origens bacterianas que comumente são associadas com o aumento da histamina estão

frequentemente presentes no ambiente marítimo.

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Figura 5 – Reação de descarboxilação da histidina a histamina.

Fonte: CINQUINA et al, 2004

A formação de elevados níveis de histamina está correlacionada fortemente com

o número de microrganismos existentes nos alimentos ricos em histidina (legumes,

alimentos fermentados e certos pescados) (CINQUINA et al., 2004).

A serotonina é uma amina vaso e bronco-constritora, que reduz o volume e a

acidez do suco gástrico, tem um efeito antidiurético, estimula o músculo liso, e afeta o

metabolismo de hidratos de carbono (GARCIA e MARINÉ, 1983). Quando introduzida

na circulação aferente, a serotonina provoca a liberação de prostaglandina e de outras

substâncias vasoativas. A serotonina é um neurotransmissor que atua, em particular, no

sistema nervoso central. Ela está envolvida na regulação de um número de funções

importantes, incluindo o sono, a sede, a fome, o humor, a atividade sexual (GLÓRIA,

2005).

A tiramina provoca uma liberação maciça de noradrenalina. Ela tem um efeito

acentuado sobre a liberação do neurotransmissor putativo das aminas dopamina,

noradrenalina e serotonina a partir de terminais nervosos (COUTTS et al, 1986 apud

GLÓRIA, 2005).

Feniletilamina e triptamina são constituintes endógenos de vários tecidos,

incluindo o cérebro. Ambas podem atravessar a barreira hemato-cefálica com facilidade.

Grandes quantidades de feniletilamina e triptamina de comida para animais podem

entrar no sistema nervoso central e levar a efeitos colaterais de natureza psiquiátrica

(GLÓRIA, 2005). Foi relatado que a feniletilamina pode inibir a absorção de triptamina

e estimular a liberação de catecolaminas e serotonina a partir de uma variedade de

preparações de tecidos de cérebro e coração. Tem sido demonstrado que a feniletilamina

pode afetar a ligação da serotonina aos seus locais receptores no cérebro humano e de

rato. Introdução de triptamina na circulação aferente pode causar a liberação de

prostaglandinas e de outras substâncias vasoativas para a circulação sistêmica

(GLÓRIA, 2005).

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De acordo com Drolet et al. (1986) e Bardocz (1995) espermina e espermidina,

bem como as diaminas putrescina e cadaverina, são eficientes varredores de radicais

livres em um certo número de produtos químicos e em sistemas de enzima in vitro. Eles

poderiam inibir a peroxidação lipídica e prevenir a senescência. Nível de radical

superóxido formada quer por via enzimática com a xantina oxidase ou quimicamente a

partir de riboflavina ou pirogalol foi inibida significativamente. O radical hidroxilo mais

reativo gerado pela reação de Fenton foi também eficazmente eliminado pela espermina

e espermidina. A eficácia de varrimento das poliaminas parece estar correlacionada com

o número de grupos amino (Drolet et al, 1986).

3.2.3 Sínteses

A síntese das aminas biogênicas histamina, tiramina, triptamina, feniletilamina, e

cadaverina ocorrere através de descarboxilação dos aminoácidos precursores histidina,

tirosina, triptofano, fenilalanina e lisina, respectivamente. Na síntese de serotonina, o

triptofano é transformado por hidrolase triptofano em 5-hidroxitriptofano, que é

descarboxilado por descarboxilase aminoácido aromático em 5-hidroxitriptamina ou

serotonina. A tirosina é o precursor das aminas fenólicas octopamina e sinefrina em

cítricos (SMITH, 1981).

A reação geral para a descarboxilação de aminoácidos está indicada na Figura 6

Aminação aldeídica pode ser outra via de síntese, efetuada por transaminases do aldeído

(GLÓRIA, 2005).

Figura 6 – Reação de formação de aminas por descarboxilação de aminoácidos (1), e por

aminação aldeídica (2).

Fonte: GLÓRIA, 2005

As condições para a formação de aminas nos alimentos dependem da

disponibilidade de aminoácidos livres, das temperaturas de processamento elevadas, ou

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da presença de microrganismos que causam a descarboxilação, e as condições

favoráveis para o crescimento microbiano e da atividade de descarboxilase (GLÓRIA,

2005).

3.2.4 Aminas bioativas em alimentos

Aminas bioativas são inerentes aos organismos vivos e, portanto, estão presentes

em plantas, carne e produtos lácteos. A quantidade e o tipo de aminas em alimentos

dependerão da natureza e da origem do alimento. No entanto, elas podem mudar sua

concentração durante a produção, processamento, fermentação, armazenamento e

também poderá ser afetada pelas condições de higiene (SMITH, 1981; (GLÓRIA,

2005).

As aminas são resistentes a tratamento térmico utilizado no processamento de

alimentos. Com base nestes resultados, as aminas têm sido consideradas bons

indicadores do frescor, deterioração, e do grau de qualidade de produtos alimentares

frescos e processados, refletindo a qualidade da matéria-prima utilizada e das condições

higiênicas prevalentes durante o processamento (GLÓRIA, 2005).

3.2.5 Aminas bioativas em pescados

Pequenas quantidades de aminas bioativas ocorrem naturalmente em peixes. Sob

condições fisiológicas normais, o músculo de peixe contém níveis elevados de

espermina e espermidina e baixos níveis de histamina e putrescina (BARDOCZ,1995;

GLÓRIA e IZQUIERDO-PULIDO, 1999; MIETZ e KARMAS, 1977). Vários fatores

influênciam a formação de histamina em pescados: o método de pesca, práticas de

manejo pós-captura, temperatura do peixe, sistemas de refrigeração e de congelamento

durante armazenamento, tempo de armazenamento antes e pós-pesca provocando assim

uma deterioração e perda de qualidade do pescado (GLÓRIA e IZQUIERDO-PULIDO,

1999).

Os métodos de captura possuem influência em relação ao intervalo de tempo

necessário para que o rigor mortis se instale. Assim, o pescado quando submetido a um

forte estresse ao longo do processo, que antecede sua morte, terá o período de rigor

mortis reduzido devido ao gasto excessivo de glicogênio. Alguns peixes de hábitos

ativos, como o atum e a cavala, debatem-se muito antes de sua morte, quando

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capturados por redes ou anzóis, prejudicando assim a sua qualidade e o tempo de

estocagem em gelo (VIEIRA, 2004).

A decomposição bacteriana apresenta-se como um dos fatores para a

deterioração do pescado. Tanto nos peixes marinhos como nos de água doce, as

bactérias distribuem-se no intestino, nas brânquias e no muco superficial. Segundo

TAYLOR (1985), o habitat aquático em que vivem influencia esta microbiota. Após a

captura, há novas fontes de contaminação (gelo, manuseio, equipamentos, pessoa) que

modificam ou aumentam a microbiota. Após a morte do animal as defesas baixam e as

bactérias começam a invadir o corpo (BERAQUET e LINDO, 1985 apud SILVA,

2008).

Segundo VIEIRA (2004) existe trinômio tempo x higiene x temperatura que é

fundamental para garantir a qualidade do pescado. O tempo refere-se à rapidez com o

qual se desencadeiam reações autolíticas e/ou bacterianas, as quais estão relacionadas

com o grau de higienização do barco, instalações frigoríficas e dos manipuladores do

pescado.

No retardamento da deterioração bacteriana, são indispensáveis: a correta

conservação do pescado sob temperaturas baixas pelo uso de gelo ou de câmaras de

refrigeração; o tratamento e filtração da água; o cuidado durante a estocagem para evitar

o esmagamento do pescado; a eliminação de resíduos; a higiene e saúde dos

manipuladores; a higienização adequada de equipamentos e das instalações

(HATHCOCK, 1982; LISTON, 1990; LUCAS, 1995; PANETTA et al., 1995).

3.2.6 Aspectos toxicológicos das aminas biogênicas

Aminas bioativas têm sido implicadas como os agentes causadores de uma série

de episódios de intoxicação alimentar, particularmente a toxicidade da histamina e da

tiramina (SHALABY, 1996; TAYLOR, 1986).

Aminas secundárias nitrosáveis (agmatina, espermina, espermidina) podem

formar nitrosaminas por reação com nitrito e produzir compostos carcinogênicos

(SMITH, 1981; HALÁSZ, 1994). Em geral, os compostos N-nitroso podem ser

formados pelas interações de aminoácidos com reagentes, tais como nitrito de

nitrificantes e óxidos de nitrogênio durante a armazenagem, conservação e cozimento de

alimentos (Hotchkiss, 1987). Altos níveis de espermina pode causar toxicidade renal, e

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pode afeta a coagulação do sangue, pressão arterial, batimento cardíaco e a respiração

(MAGA, 1978).

Com relação a putrescina e cadaverina, mesmo tendo menos atividade

farmacológica do que as aminas aromáticas, após a ingestão de grandes quantidades

destes compostos, os efeitos tóxicos são observados. Sintomas de intoxicação relatados

são hipotensão, bradicardia, dispnéia, tétano e paralisia das extremidades do corpo

humano. Contudo, a consequência mais importante destes compostos nos alimentos é

provavelmente o efeito de potenciação da toxicidade de outras aminas (GLÓRIA, 1999;

JOOSTEN, 1988).

Feniletilamina, como a tiramina, provoca um aumento na pressão sanguínea por

liberação noradrenalina. Feniletilamina pode ser o agente precipitante da enxaqueca

(JOOSTEN, 1988; RICE, 1976; SMITH, 1981). Níveis de 3 mg de feniletilamina

causam enxaqueca em indivíduos suscetíveis.

A intoxicação de origem alimentar mais frequente causada por aminas envolve a

histamina. A doença causada por escombrotoxinas é chamado envenenamento por

escombrotoxinas ou intoxicação por histamina. O tratamento com anti-histamínicos é

garantido quando se suspeita de envenenamento por escombrotoxinas (FDA, 2001a).

Intoxicação por histamina é também referida como "envenenamento scombrideos",

devido à sua associação com o consumo de peixe scombroid, no entanto, a intoxicação

não ocorre somente pelo consumo do peixe scombroid, o comsumo de queijo e outros

produtos alimentares, também têm sido associados em alguns casos (STRATTON et

al.,1991). Após ingerir carne de pecados que contenha altas concentrações de histamina,

em poucos minutos, desenvolve-se um quadro tóxico conhecido como

escombrotoxicose (XAVIER, RIGHI e BERNARDI, 2007).

Na maioria dos casos, os níveis de histamina causadoras de doenças excederam

200 mg kg-1

em peixes (scombrotoxic), muitas vezes acima de 500 mg kg-1

. No entanto,

há alguma evidência de que outras aminas biogênicas podem também desempenhar um

papel na doença. Outras aminas biogênicas vasoativos resultantes da decomposição dos

peixes, tais como putrescina e cadaverina, também são consideradas como componentes

de escombrotoxinas (FDA, 2001a).

A determinação exata do limite de toxicidade de aminas é extremamente difícil

de ser estabelecida. A dose tóxica dependente da eficácia do mecanismo de

desintoxicação de indivíduos diferentes. Limite máximo de 10 mg de histamina, 10 mg

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de tiramina, e 3 mg de 2-feniletilamina em 100 g de alimentos têm sido sugerido

(HALÁSZ, 1994).

Surtos de intoxicação por histamina também têm sido observadas em pacientes

em terapia antituberculose. Esses surtos foram associados com a interação de peixe ou

queijo contendo altos níveis de histamina com derivados de nicotinamida isoniazida e

outros (SENANAYAKE e VYRAVANATHAN, 1981, TAYLOR, 1984). A doença

manifesta-se alguns minutos a algumas horas após a ingestão da comida contendo

histamina (HUI, 1985). Em primeiro lugar, um rubor do rosto e do pescoço é

geralmente observado, acompanhado por uma sensação de calor e desconforto geral.

Muitas vezes, é seguido de uma dor de cabeça latejante intensa. Palpitações cardíacas,

tonturas, fraqueza, sede, inchaço dos lábios, urticária, pulso rápido e fraco, e queixas

gastrointestinais (cólicas abdominais, náuseas, diarréia) podem ser outros sintomas

decorrente da intoxicação.

Entretanto, os sintomas comumente detectados são pruridos, diarréia, sudorese e

dor de cabeça. Em casos graves são relatados broncoespasmos, asfixia e desconforto

respiratório grave. A recuperação é geralmente concluída no prazo de 8 h

(BARTOLOMEW, 1987; RICE et al, 1976, SHALABY, 1996; SMITH, 1981). Os

sintomas geralmente desaparecem em poucas horas, mas podem durar dias, nos casos

mais graves. As pessoas que estão fazendo uso de alguns medicamentos, incluindo

medicamentos para a tuberculose ou que têm outras condições médicas, são mais

propensos a ter reações graves (FDA, 2001a).

Duas hipóteses são utilizadas para justificar o efeito de potenciadores na

intoxicação da histamina: o rompimento da barreira e inibição de enzimas

metabolizadoras de histamina (TAYLOR, 1984 apud GLÓRIA, 2005). Na primeira

hipótese, os potenciadores iriam interferir com as ações de proteção da mucina

intestinal, que se liga à histamina e impede a sua passagem através da parede intestinal.

Tais compostos são espermina, espermidina, cadaverina, e putrescina (GLÓRIA, 2005).

Os efeitos tóxicos da histamina também podem ser potencializados pela presença de

etanol, forma direta ou indireta, inibindo a amino-oxidase (GLÓRIA et al., 1998;

RADLER-FATH, 1991).

Casos de intoxicação por histamina foram relatados nos Estados Unidos, Japão e

Reino Unido. O envenenamento por escombrotoxinas é uma das formas mais comuns

de envenenamento de peixes nos Estados Unidos (FDA, 2001a). De 1990 a 2007, surtos

de intoxicação por escombrotoxinas foram cerca de 380 e envolveram 1.726 pessoas, de

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acordo com os relatórios dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Acredita-se que o número efetivo dos surtos de ser muito maior do que o relatado. Vale

salientar que surtos e casos de intoxicação por histamina, muitas vezes não são

relatados, uma vez que é relativamente leve, tem curta duração e muitos pacientes não

procuram atendimento médico. Além disso, muitos médicos permanecem inconscientes

da intoxicação por histamina e não a consideram como um possível diagnóstico. Mesmo

quando o médico é procurado e um diagnóstico correto é feito, apenas alguns países

mantêm registros oficiais de intoxicação (TAYLOR, 1986).

A intoxicação por histamina transformou-se em um problema médico em quase todo

o mundo, sendo possivelmente a causa mais corriqueira da intoxicação por peixes e

outros alimentos de origem aquática, embora repetidamente seja erroneamente

diagnosticado como “infecção por Salmonella” e o mecanismo da intoxicação não esteja

totalmente esclarecido (LEHANEA e OLLEYB, 2000; RUSSEL e MARETÍC, 1986).

Xavier et al. (2007) relatam que quando há a liberação histamina, suas consequência

fisiológicas ou patológicas são causadas através da ligação com vários receptores de

superfície encontrados em diversas células-alvo. A ligação com estes diferentes

receptores pode ocasionar várias funções, como:

Vasodilatação arteriolar (onde estão envolvidos os receptores H1 e H2);

Aumento da permeabilidade dos capilares (receptor H1 é o principal envolvido);

Secreção ácida gástrica (receptor H2);

Broncoconstrição (receptor H1);

Bradicardia ou Taquicardia (receptor H2);

Participação em reações alérgicas como rinites, alergia alimentar, picada de

insetos ou medicamentos, atopia e também reações anafiláticas.

3.2.7 Legislação

A United States Food and Drug Administration (FDA) estabeleceu diretrizes

regulatórias que consideram peixe contendo histamina a 50 mg kg-1

ou superior para

estar em um estado de decomposição e de peixe contendo histamina em 500 mg kg-1

ou

superior para ser um perigo para a saúde pública. A União Europeia publicou a Diretiva

do Conselho (91/493/CEE), em 1991, a qual afirma que, quando nove amostras colhidas

a partir de uma grande quantidade de peixes são analisados por histamina, o valor médio

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não deve ultrapassar 100 mg kg-1

; duas amostras podem ter um valor de mais a 100 mg

kg-1

, mas menos do que 200 mg kg-1

, e nenhuma amostra deve ter um valor superior a

200 mg kg-1

.

A dose tóxica limite de histamina nos alimentos não é conhecido com precisão,

devido à existência de potencializadores poderia influenciá-lo de forma dramática. Com

base na experiência adquirida na investigação de centenas de casos de intoxicação

histaminica, a FDA estabeleceu 10 mg/100 g como o nível de ação de risco para

histamina em atum (FDA, 1996).

No Brasil só existe a PORTARIA Nº 185, DE 13 DE MAIO DE 1997 do MAPA

(BRASIL, 1997) que diz que nas espécies pertencentes das famílias Scombridae,

Scombresocidae, Clupeidae, Coryyphaenidae o nível máximo de histamina é de 100

mg kg-1

no músculo.

3.2.8 Análises químicas para determinação de aminas bioativas

O método oficial (AOAC 977,13) para análise de histamina em frutos do mar

emprega uma extração alcoólica simples e quantificação por espectroscopia de

fluorescência. Putrescina e cadaverina podem ser analisados pela AOAC Official

Method (FDA, 1993).

FDA (2001a) descreve que as análises químicas são eficazes para determinar a

histamina na carne do pescado, contudo a quantidade de amostras requeridas para

validar as análises é grande. FDA (1998) e FDA (2001a) indicam que como a histamina

não está uniformemente espalhada na carne dos pescados decompostos, foi instituído

um nível de orientação de 50 mg kg-1

, indicando que se uma porção contém este valor, é

possível que outras porções excedam 500 mg kg-1

.

Vários métodos foram desenvolvidos para a análise de aminas bioativas em

alimentos: cromatografia em camada fina (CCF), cromatografia em fase gasosa (CFG),

o método de eletroforese capilar (EC) e cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE)

(ÖNAL, 2007). No entanto, alguns deles possuem limitações, tais como a detecção de

apenas algumas aminas e a baixa resolução na detecção (VIDAL-CAROU et al., 1996).

Existem duas razões para a determinação de aminas nos alimentos: a primeira é

o seu potencial de toxicidade, a segunda é a possibilidade de utilizá-las como

marcadores de qualidade alimentar. Algumas das principais aplicações da análise de

aminas biogênicas são: controle de qualidade de matérias-primas, produtos

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intermediários e produtos finais, monitoramento de processos de fermentação, controle

de processos, pesquisa e desenvolvimento (ÖNAL, 2007).

Por causa da elevada seletividade e sensibilidade, a maioria dos analistas prefere

cromatografia líquida de alta eficiência de fase reversa para separação e quantificação

das aminas bioativas (BRUCKNER, 2000).

A determinação analítica de aminas biogênicas não é simples devido à

complexidade das matrizes reais a serem analisadas. A extração adequada para todas as

aminas a partir de matrizes reais é o ponto mais crítico em termos de aquisição e de

recuperação de aminas. O máximo da análise inclui o passo de derivatização que faz

com que consuma tempo no processo analítico. É preciso desenvolver métodos

analíticos mais sensíveis, menos demorados e mais fáceis para a determinação e

detecção de aminas bioativas em alimentos (ÖNAL, 2007).

3.3 VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS

A necessidade de se estabelecer a qualidade de medidas químicas, através de sua

comparabilidade, rastreabilidade e confiabilidade, está sendo cada vez mais adotada e

exigida. Dados analíticos não confiáveis podem conduzir a decisões desastrosas e a

prejuízos financeiros irreparáveis. Para garantir que um novo método analítico gere

informações confiáveis e interpretáveis sobre a amostra, ele deve sofrer uma avaliação

denominada validação. A validação de um método é um processo contínuo que começa

no planejamento da estratégia analítica e continua ao longo de todo o seu

desenvolvimento. Para registro de novos produtos, todos os órgãos reguladores do

Brasil e de outros países exigem a validação de metodologia analítica e, para isso, a

maioria deles tem estabelecido documentos oficiais que são diretrizes a serem adotadas

no processo de validação (CAC, 1995 e WHO, 1992). Um processo de validação bem

definido e documentado oferece às agências reguladoras evidências objetivas de que os

métodos e os sistemas são adequados para o uso desejado.

Para verificar a competência de laboratórios de ensaios existe, no Brasil, duas

agencias credenciadoras: a ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária) e o

INMETRO (instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial).

Cabe a estes órgãos disponibilizar guias para o procedimento de validação de métodos

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analíticos, tais como, a ANVISA RE nº 899 de 29/05/2003 (ANVISA, 2003), e o

documento IMETRO COO-CGCRE-008, de março/2003 (IMETRO, 2003).

A ISO também utiliza um documento técnico que define um guia para validação

de métodos analíticos que foi redigido pela IUPAC (International Union of Pure and

Applied Chemistry). A norma internacional ISO/IEC 17025 é uma norma exclusiva

para laboratórios de ensaio e de calibração, no item 5.4.5, expõe a “validação de

métodos” como um dos requisitos técnicos importantes na qualidade assegurada dos

laboratórios de ensaio, bem como a documentação do trabalho de validação (ISO/IEC

17025, 1999). O US-FDA (United States Food and Drug Administration) também

propuseram guias sobre validação de métodos (FDA, 1987 e FDA, 1993).

O laboratório está incumbido de estabelecer quais parâmetros de desempenho do

método precisam ser caracterizados a fim de validar o método (EURACHEM, 1998).

Os parâmetros de desempenho analítico, também denominados de parâmetros

analíticos, características de desempenho ou figuras analíticas de mérito, devem ser

baseados na intenção do uso do método. Desta forma, os experimentos podem ser

limitados para o que realmente é necessário. É essencial que os estudos de validação

sejam representativos e conduzidos de modo que a variação da faixa de concentração e

os tipos de amostras sejam adequados. Os parâmetros analíticos normalmente

encontrados para validação de métodos de separação são: seletividade, linearidade e

faixa de aplicação; precisão; exatidão; limite de detecção; limite de quantificação e

robustez (MAPA, 2011).

3.3.1 Seletividade

A matriz da amostra pode conter componentes que interferem no desempenho da

medição pelo detector selecionado, sem causar um sinal visível no teste de

especificidade. Os interferentes podem aumentar ou reduzir o sinal, e a magnitude do

efeito também pode depender da concentração (INMETRO, 2003).

Para os métodos cromatográficos, o desenvolvimento de uma separação envolve

a demonstração de seletividade que é a capacidade do método medir com precisão a

repostas do analito na presença de todos os componentes da amostra, a qual é

comparada com a resposta de uma solução contendo apenas o padrão (SHABIR, 2003).

A especificidade e seletividade estão relacionadas com a detecção. Um método

de validação com uma resposta para um único objeto de análise pode ser chamado

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33

específico. Um método de validação de respostas com várias espécies químicas, mas

que é capaz de distinguir a resposta do analito a partir dos outros, pode ser chamado

seletivo (BRUCE, MINKKINEN, RIEKKOLA, 1998).

A seletividade garante que o pico de resposta seja unicamente do composto de

interesse (SHABIR, 2003). Se a seletividade não for assegurada, a linearidade e a

precisão estarão seriamente comprometidas (INMETRO, 2003). A seletividade é a

extensão na qual um procedimento analítico pode determinar analito(s) particular(es)

em mistura(s) ou matriz(es) sem a interferência de outros componentes de

comportamento semelhante. Portanto, é a capacidade do procedimento analítico de

discriminar entre a substância a analisar e substâncias análogas (MAPA, 2011).

A averiguação da seletividade do procedimento analítico deve ser realizada a

partir da comparação entre os sinais (resposta instrumental) oriundos do processamento

da matriz, do extrato/digerido da matriz fortificada e do analito puro em solvente

(MAPA, 2011).

Existem varias maneiras de obter a seletividade. A primeira maneira de se

avaliar a seletividade é relacionando a matriz isenta da substância de interesse e a matriz

adicionada com esta substância (padrão), sendo que, neste caso, nenhum interferente

deve eluir no tempo de retenção da substância de interesse, que deve estar bem separada

dos demais compostos presentes na amostra (CAC, 1995; ICH, 1995).

Outro método que pode ser aplicado para os estudos de seletividade é o método

de adição padrão, porém este método é utilizado quando não é possível obter a matriz

isenta da substância de interesse. Neste caso, é feita uma curva analítica com adição da

substância de interesse na amostra e comparada com uma curva analítica sem a presença

da matriz. Comparam-se, então, as duas curvas analíticas e caso elas sejam paralelas,

pode-se dizer que não há interferência da matriz na determinação da substância de

interesse, portanto o método é seletivo (JENKE, 1998).

3.3.2 Efeito de matriz

Efeito Matriz é um estudo de seletividade que objetiva averiguar possíveis

interferências causadas pelas diversas substâncias que compõem a matriz amostral,

gerando, basicamente, fenômenos de diminuição ou ampliação do sinal instrumental ou

resposta instrumental (MAPA, 2011).

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Nem sempre se pode assumir que a matriz estar isenta de analito. Tal pode ser o

caso, por exemplo, em análises de metal por espectrofotometria de absorção atómica de

uma matriz alimentar. No entanto, é permitido supor que estas tendências serão

constantes e a curva de analítica é construída usando adições padrão em diferentes

níveis de concentração (BRUCE, MINKKINEN, RIEKKOLA, 1998).

A partir das curvas de calibração de analito puro (CCAS) e das curvas de

calibração matrizadas obtidas da fortificação de extrato (CCEMBF) deve-se verificar a

existência do efeito de matriz comparando-se os interceptos e as inclinações de cada

curva analítica (MAPA, 2011).

Após a obtenção das curvas CAAS e CAMBF deve-se aplicar o teste F (Fischer-

Snedecor), homogeneidade de variâncias, para verificar se as variâncias dos interceptos

das curvas CAAS e CAMBF são estatisticamente iguais, e logo após, verificar então o

efeito de matriz com a distribuição t Student. Se o valor de ta,cal for menor que o ta,crit,α,ν ,

pode-se concluir que as curvas analíticas com as duas matrizes tem o mesmo intercepto

(b1 = b2) ou se o valor de ta,cal for maior que o ta,crit,α,ν , pode-se concluir que as curvas

analíticas com as duas matrizes tem interceptos diferentes (b1 ≠ b2). Para verificar se as

inclinações (a1 e a2) são iguais deve-se repetir os teste F e t para as inclinações (MAPA,

2011).

3.3.3 Linearidade

A linearidade corresponde à competência do método em fornecer resultados

diretamente proporcionais à concentração da substância em exame, dentro de uma

determinada faixa de aplicação (ICH, 1995).

A maioria dos equipamentos de medição existentes estabelece a sua faixa

dinâmica linear. É necessário, entretanto, verificar até que ponto a faixa de concentração

do analito coincide com a faixa dinâmica linear e assegurar que nenhum outro

fenômeno tenha impacto indesejável na resposta.

A quantificação requer que se conheça a dependência entre a resposta medida e a

concentração do analito. A linearidade é obtida por padronização interna ou externa e

formulada como expressão matemática usada para o cálculo da concentração do analito

a ser determinado na amostra real. A equação da reta que relaciona as duas variáveis é:

y = a + bx (1)

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sendo:

y = resposta medida (absorbância, altura ou área do pico, etc.);

x = concentração;

a = interseção com o eixo y, quando x = 0;

b = inclinação da curva analítica = sensibilidade.

Matematicamente, a estimativa dos coeficientes de uma curva analítica a partir

de um conjunto de medições experimentais pode ser efetuada usando o método

matemático conhecido como regressão linear (CASSIANO et al, 2009). Além dos

coeficientes de regressão a e b, também é possível calcular, a partir dos pontos

experimentais, o coeficiente de correlação R. Este parâmetro permite uma estimativa da

qualidade da curva obtida, pois quanto mais próximo de 1,0, menor a dispersão do

conjunto de pontos experimentais e menor a incerteza dos coeficientes de regressão

estimados. A ANVISA (2003) sugere um coeficiente de correlação igual a 0,99 e o

INMETRO (2003) um valor acima de 0,90.

3.3.4 Precisão

Representa a dispersão de resultados entre ensaios independentes, repetidos de

uma mesma amostra, amostras semelhantes ou padrões, sob condições estabelecidas. As

três maneiras de expressá-la são por meio da repetitividade, da precisão intermediária

(ou reprodutibilidade interna ou reprodutibilidade intralaboratorial) e da

reprodutibilidade. Sendo que a reprodutibilidade de um procedimento analítico somente

pode ser estimada mediante a participação de um ensaio interlaboratorial colaborativo

(EC), raramente disponível (MAPA, 2011).

A precisão, comumente, é expressa como desvio padrão ou desvio padrão

relativo. Ambas repetitividade e reprodutibilidade são geralmente dependentes da

concentração do analito e, deste modo, devem ser determinadas para um diferente

número de concentrações e, em casos relevantes, a relação entre precisão e a

concentração do analito deve ser estabelecida.

Avalia-se a precisão pelo desvio padrão absoluto (σ), que utiliza um número

significativo de medições, normalmente maior que 20. Mas como na prática, em

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validação de métodos, o número de determinações é geralmente pequeno o que se

calcula é a estimativa do desvio padrão absoluto (s):

√∑( )

( )

Em que é a média aritmética de um número pequeno de medições (média das

determinações), sendo uma estimativa de μ, a média verdadeira (média da população);

xi é o valor individual de uma medição e n é o número de medições. A precisão também

pode ser expressa através do intervalo de confiança da média, que é uma faixa de

valores no qual existe uma determinada probabilidade de se encontrar um certo valor de

uma variável, calculada pela equação:

√ ( )

em que: tn-1 = valor crítico da distribuição de Student com n-1 graus de liberdade. O

valor t é tabelado e apresenta valores para diferentes níveis de confiança (INMETRO,

2003; ICH, 1995).

3.3.4.1 Precisão intermediária ou reprodutibilidade intralaboratorial

O desvio padrão relativo (RSD), também conhecido como coeficiente de

variação (CV), pode ser mais útil neste caso, pois foi normalizado com base na

concentração e, deste modo, ele é praticamente constante ao longo da faixa de interesse,

contanto que esta não seja muito grande.

( )( ) ( ) ( )

Onde: sr é o Desvio-padrão amostral (experimental) calculado de resultados gerados sob

condições de repetitividade; e X é o valor médio obtido dos padrões. Normalmente,

métodos que quantificam compostos em macro quantidades requerem um RSD de 1 a

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2%. Em métodos de análise de traços ou impurezas, são aceitos RSD de até 20%,

dependendo da complexidade da amostra (HUBER, 1998).

Também denominada de reprodutibilidade interna, a precisão intermediária é

avaliada sobre a mesma amostra, amostras idênticas ou padrões, utilizando o mesmo

método, mesmo laboratório, mas alterando algumas condições, tais como: dias de

análise, analistas, equipamentos e condições ambientais, entre outras, se necessário

(MAPA, 2011).

3.3.4.2 Critérios de aceitação da precisão

No caso de análises repetidas de uma amostra em condições de reprodutibilidade

intralaboratorial, o coeficiente de variação intralaboratorial da média não deve exceder

aos valores da Tabela 1 (MAPA, 2011).

Tabela 1 - Critérios de aceitação de reprodutibilidade.

Concentração (c) Coeficiente de Variação (CV) (%)

C < 1 µg/Kg 35

1 µg/Kg ≤ C < 10 µg/Kg 30

10 µg/Kg ≤ C < 100 µg/Kg 20

100 µg/Kg ≤ C < 1 mg/Kg 15

1 mg/Kg ≤ C < 10 mg/Kg 10

10 mg/Kg ≤ C < 100 mg/Kg 7,3

Fonte: MAPA, 2011.

3.3.5 Exatidão

O grau de concordância entre os resultados individuais obtidos em um

determinado ensaio e um valor de referência aceito como verdadeiro representa a

exatidão (INMETRO, 2003; ICH, 1995). É importante observar que um valor exato ou

verdadeiro é o valor obtido por uma medição perfeita e este valor é indeterminado por

natureza (ISO 3534-1, 1993).

A ICH institui que deve ser obedecido um mínimo de nove determinações

envolvendo um mínimo de três diferentes níveis de concentração. Por exemplo, ensaios

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em triplicata para três níveis de concentração. Esta indicação é também adotada pela

ANVISA.

Os processos mais utilizados para avaliar a exatidão de um método são:

materiais de referência; comparação de métodos; ensaios de recuperação; adição de

padrão (INMETRO, 2003).

3.3.5.1 Ensaios de recuperação

A recuperação (ou fator de recuperação), R, é determinada como sendo a

proporção da quantidade da substância de interesse, presente ou adicionada na amostra

analítica do material teste, que é extraída e passível de ser quantificada (THOMPSON et

al,. 1999).

Pode-se determinar a recuperação através da fortificação de matriz branca, onde

o fator de recuperação é calculado pela equação:

( )

Onde:

Cf = Teor medido após fortificação da matriz branca

Cnf = Teor medido na matriz branca não fortificada, i. e., antes da fortificação;

Cad = Teor do analito puro adicionado à matriz branca.

A percentagem de recuperação aceitável depende do intervalo de concentração

de amostra na matriz e do cliente relacionado e com o nível de qualidade exigido do

método. Em análises de alimentos a FDA recomenda uma faixa aceitável de 80-110%

para concentrações de analito maior que 0,10 mg kg-1

e 60-100% para concentrações de

analito abaixo de 0,1 mg kg-1

(HORWITZ, 1982). AOAC sugere um intervalo de 70 a

120% para ppb e baixos níveis de ppm (BRUCE, MINKKINEN, RIEKKOLA, 1998).

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3.3.6 Limite de detecção e limite de quantificação

Os termos limite de quantificação (LQ) e limite de detecção (LD) são utilizados

para evidenciar a capacidade do método em quantificar/detectar baixas concentrações de

um analito.

O menor conteúdo que pode ser medido com uma certeza estatística razoável, ou

seja, a menor concentração de analito em uma amostra que pode ser detectado, mas não

necessariamente, quantificada de acordo com as condições indicadas no teste

(EURACHEM, 1998).

A ANVISA sugere que o LD seja de 2 a 3 vezes superior ao ruído da linha de

base. Entretanto, é comum o registro de vários picos cromatográficos nas amostras do

branco, o qual pode ocasionar interferência no sinal de fundo ou, até mesmo, uma

estimativa errada do ruído da linha de base e, por conseguinte, do valor de LD,

dificultando a comparação dos valores obtidos para limites de detecção entre diferentes

laboratórios.

A importância desta determinação e os problemas relacionados a ela provém do

fato de que a probabilidade de detecção não muda rapidamente de zero para um quando

seu limiar é ultrapassado. Os problemas têm sido investigados, estatisticamente, e

diversos critérios de decisão têm sido propostos. Muitas controvérsias são ocasionadas

devido ao fato de não haver atualmente uma concordância da terminologia aplicável. O

termo “limite de detecção” não é aceito por todos, apesar de ser usado em alguns

documentos setoriais (INMETRO, 2003).

O limite de detecção do equipamento (LDE) é definido como a concentração do

analito que produz um sinal de três a cinco vezes a razão ruído/sinal do equipamento. O

limite de detecção do método (LDM) é definido como a concentração mínima de uma

substância medida e declarada com 95% ou 99% de confiança de que a concentração do

analito é maior que zero. O LDM é determinado através de análise completa de uma

dada matriz contendo o analito (INMETRO, 2003).

Para a validação de um método analítico, é suficiente fornecer uma indicação do

nível em que a detecção do analito começa a ficar problemática, ou seja, “Branco + 3s”

e “ 0 + 3s “, considerando análise de sete ou mais amostras de branco e de brancos com

adição, respectivamente (INMETRO, 2003).

A partir de um número maior ou igual 7 replicatas do branco da amostra pode-se

calcular: LD = X + ts.

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onde:

X = Média dos valores dos brancos da amostra; e,

s = Desvio padrão dos brancos da amostra.

t(n-1,1-α) = valor da abscissa t (Student) para ( 1 - α) x 100% nível de confiança e (n-1)

graus de liberdade.

O limite de quantificação (LQ) representa a menor concentração da substância

em analise que pode ser medida, empregando-se um determinado procedimento

experimental ((ISO/IEC 17025, 1999), INMETRO, 2004).

A partir de um número maior ou igual 7 replicatas do branco da amostra pode-se

calcular: LQ = X + 10s,

onde:

X = Média dos valores dos brancos

s = Desvio padrão dos brancos

O limite de detecção (LD) pode ser expresso como: LD = 3,3 (s/S), onde s é a

estimativa do desvio padrão da resposta, que pode ser a estimativa do desvio padrão do

branco, da equação da linha de regressão ou do coeficiente linear da equação e S é a

inclinação (“slope”) ou coeficiente angular da curva analítica. Para calcular estes dados,

deve-se obter uma curva analítica utilizando a matriz contendo o composto de interesse

na faixa de concentração próxima ao limite de detecção. Softwares como Microsoft

Excel® ou Microcal Origin® podem calcular os parâmetros da curva e a estimativa do

desvio padrão relativo destes parâmetros. Para adquirir melhor compreensão dos

cálculos envolvidos, podem-se consultar livros de estatística (RIBANI et al., 2004).

Os mesmos critérios de LD são adotados para o LQ, utilizando a relação 10:1,

ou seja, calcula-se o LQ utilizando o método visual, a relação sinal-ruído ou a relação

entre a estimativa do desvio padrão da resposta (s) (que pode ser a estimativa do desvio

padrão do branco, da equação da linha de regressão ou do coeficiente linear da equação)

e a inclinação da curva analítica (S), em níveis próximos ao LQ, a partir da equação: LQ

= 10*(s/S) (RIBANI et al., 2004).

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3.3.7 Sensibilidade

A sensibilidade do procedimento analítico é, sobretudo, definida pelo gradiente,

a inclinação da curva analítica. Se a curva analítica é uma reta, a sensibilidade é

constante em toda a faixa de trabalho e é determinada, principalmente, pela inclinação b

da reta de calibração (MAPA, 2011). Se a curva analítica não é retilínea, então a

sensibilidade será determinada principalmente pela derivada da curva analítica. Neste

caso, a sensibilidade é variável com a concentração dentro da faixa de trabalho. Um dos

fatores que pode reduzir o tamanho da faixa de trabalho é a redução da sensibilidade

(inclinação) da curva analítica em algum de seus extremos (MAPA, 2011).

3.4 CROMATOGRAFIA

A cromatografia é um método de separação poderoso que encontra aplicações

em todos os ramos da ciência. Ela foi desenvolvida e nomeada pelo botânico russo

Mikhail Tswett no início do século 20 (HOLLER et al,. 2009). Ocupando um lugar de

destaque devido a facilidade com que efetua separação, identificação e quantificação

das espécies químicas, por se mesma ou em conjunto com outras técnicas instrumentais

de analise (COLLINS et al,. 2006).

Muitas dessas separações são impossíveis de serem obtidos por outros meios.

Em todas as separações cromatográficas, a amostra é transportada por uma fase móvel,

que pode ser um gás, um líquido ou um fluído supercrítico. Essa fase móvel é, então,

forçada a passar através de uma fase estacionária imiscível fixa, colocada em uma

coluna ou sobre uma superfície sólida (HOLLER et al,. 2009).

Durante a passagem da fase móvel sobre a fase estacionária, os componentes da

mistura são distribuídos pelas duas fases de tal forma que cada um deles é seletivamente

retido pela fase estacionária, o que resulta em migrações diferenciais desses

componentes (COLLINS et al,. 2006).

3.4.1 Cromatografia de íons

A cromatografia iônica consente a separação e quantificação de íons aplicando

como fase móvel uma solução aquosa de um ácido, base, sais ou tampão, a qual flui

através do sistema transportando os analitos de interesse; e como fase estacionaria usa-

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se uma coluna que contém um material sólido (polimérico ou a base de sílica

modificada) com sítios ativos específicos.

Na analise de cátions, também chamada de cromatografia de troca catiônica, a

fase estacionaria contém grupos de caráter ácido (SO3H, CO2H, OH, PO4H3). Na análise

de ânions, também denominada cromatografia de troca aniônica, a fase estacionaria

apresenta caráter básico (-CH2-NR2, CH2-NR3+) (CIOLA, 1998, AULER, 2006).

O mecanismo de separação envolvido é de natureza eletrostática, onde ocorre a

adsorção reversível e diferencial dos íons da fase móvel pelo grupo trocador da matriz,

de acordo com o grau de afinidade eletrostática entre íons da fase móvel e os íons da

matriz (COLLINS et al,. 2006).

3.4.2 Detector e sistemas de supressão

Entre os principais tipos de detecção para a cromatografia de íons, está a

detecção por condutividade elétrica, por amperometria, por fotometria e por

fluorescência. Detectores de condutividade elétrica são altamente sensíveis, respondem

de forma previsível as alterações na concentração de íons, são de operação simples e

baixo custo de construção e manutenção (SKOOG et al, 2006).

Os detectores de condutividade elétrica fundamentam-se na medida da diferença

de condutividade elétrica dos íons em solução quando aplicado um campo elétrico entre

dois eletrodos em uma célula de fluxo. Apesar de muitas vantagens, o uso de detectores

de condutividade necessita altas concentrações de eletrólito para que ocorra a eluição

dos íons em um tempo plausível. Por causa disso, a condutividade dos componentes da

solução eluente torna-se elevada tendendo a se sobrepor à condutividade dos íons dos

analitos diminuindo a sensibilidade do detector.

Com o objetivo de solucionar o problema da alta condutividade dos íons da

solução eluente, um módulo de supressão (coluna supressora) faz parte do sistema. A

coluna supressora é localizada entre a coluna analítica e o detector (Figura 7), e tem a

função de neutralizar, por troca iônica, os contra-íons de alta condutividade do eluente e

os íons de baixa condutividade da membrana seletiva da coluna. Desta forma, a

condutividade do eluente é reduzida e a resposta do analito é aumentada, deixando a

sensibilidade e os limites de detecção melhores.

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Figura 7 – Esquema do cromatógrafo de íons

Fonte: Manual Dionex

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 REAGENTES E SOLVENTES

Os reagentes utilizados foram de grau analítico, exceto os solventes utilizados na

cromatografia que foi de grau cromatográfico.

As soluções foram acondicionadas em tubos hermeticamente fechados,

identificadas e mantidas sob refrigeração para a realização das análises. Toda a água

utilizada foi ultrapura obtida do Sistema Milli-Q Plus. Os padrões das aminas bioativas

histamina (HIT), putrescina (PUT, dicloridrato), agmatina (AGM, sal sulfato),

espermidina (EPD), espermina (EPN), foram adquiridos da Sigma-Aldrich Brasil Ltda.

Pesou-se a massa de cada amina para obter uma solução padrão de 10 mg L-1

e

aferidas em balões volumétricos de polietileno de 100 mL. As soluções padrão de cada

amina foram preparadas considerando a massa da base livre (sem a utilização da massa

de cloreto ou sulfato).

4.2 MÉTODO

A metodologia inclui três etapas: adequação das condições da cromatografia

liquida (fonte de ionização, analisador, aquisição dos dados), extração do analito e

preparação das amostras, conforme os procedimentos operacionais normatizados pelas

legislações do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil).

Para determinação das aminas biogênicas no camarão, coletou-se em uma

fazenda de carcinicultura na cidade de Arez/RN cerca de 3 kg de amostras pesando uma

média de 15 g cada camarão, acondicionou-as dentro de sacos de poliestireno

colocando-as, em uma bolsa térmica, sob refrigeração a temperaturas inferiores a 4 °C.

As etapas de quarteamento, trituração, pesagem de 2,5 g da amostra, adição de

ácido tricloroacético a 5% (TCA 5%) para extração dos analitos, centrifugação a 2 615

x g, filtração em filtro de seringa de 0,22 µm e posterior leitura das amostras em

cromatógrafo liquido com detector iônico para determinar a concentração das aminas

bioativas, de acordo com a Figura 8, foram realizadas em três camarões frescos (CF),

em três camarões cozidos (CC) e três camarões com vinte e quatro horas a temperatura

ambiente (C24) e em três camarões com uma semana (CS1), em três camarões com

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duas semanas (CS2), em três camarões com três semanas (CS3) e em três camarões com

quatro semanas de congelamento (CS4).

Figura 8 – Fluxograma do processo de extração das aminas bioativas (AB).

01 – 2,5 g Amostra triturada 05 – Papel filtro

02 – 5 mL da Solução de TCA 5% 06 – Sobrenadante contendo AB

03 – Agitação em Vórtex por 70 s 07 – Filtração em filtros de 0,22 µm

04 – Centrifugação a 2 615 x g, 3 min, 0 °C 08 – Injeção da amostra no IC

Fonte: Própria

4.2.1 Condições do cromatógrafo

Neste estudo, uma nova coluna de troca iônica, a IonPac CS18 foi utilizada para

a separação de aminas biogênicas. Esta coluna é mais hidrofóbica e tem uma capacidade

ligeiramente mais baixa (290 µeq / coluna, 250 milímetros x 2 mm) do que o CS17.

Aumento da hidrofobicidade da coluna permite uma melhor resolução de eluição para

pares de picos com tempos de retenção próximos, como a putrescina e cadaverina, e

como a espermidina e espermina. O gradiente foi otimizado usando como fase móvel o

ácido metilsulfônico (MSA – Thermo Scientific) gerado eletroanaliticamente para obter

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as aminas bioativas em 40 min. Enquanto uma concentração relativamente baixa de

MSA (~ 10 – 15 mmol L-1

) poderia ser utilizado para obter a maioria das aminas, um

gradiente até 40 mM foi necessária para separar aminas retida fortemente, tais como a

espermidina e a espermina.

As condições de operação do cromatógrafo aplicadas a determinação das aminas

bioativas em camarão, foram definidas de forma a se obterem, nas diferentes

concentrações empregadas destas aminas, picos nítidos em um menor tempo de

retenção. Este trabalho utilizou a cromatografia líquida com detector condutimétrico

(ICS 2100 – DIONEX), usando como fase móvel o ácido metilsulfônico 3 mmol L-1

com gradiente e coluna C18 com fase reversa. O gradiente do eluente usado foi o MSA

a 3 mmol L-1

a partir de 0 – 20 min, 18 mmol L-1

de 20 – 25 min, 45 mmol L-1

de 25 – 35

min e 3 mmol L-1

de 35 – 40 min. O fluxo utilizado foi de 0,25 mL min-1

, a temperatura

foi de aproximadamente 40 °C, o volume de injeção foi de 5 µL.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 CONDIÇÕES PARA O PROCESSO DE EXTRAÇÃO DE AMINAS EM

CAMARÃO

Este trabalho usou como condições para extração das aminas, as condições

definidas como de acordo com o procedimento adotado de SILVA (2008) apresentado

na tabela 2.

Tabela 2 – Condições experimentais utilizadas no processo de extração das aminas.

Variável Condição ótima

Tempo de agitação 70 s

Tempo de centrifugação 3 min

Velocidade de centrifugação 2 615 x g

Temperatura de centrifugação 0 °C

Fonte: Adaptado de SILVA, 2008.

Nas condições descritas na tabela 2, procedeu-se o teste de recuperação com

adição de 3 mL da solução mãe de 10 mg kg-1

das aminas bioativas em cada tratamento

de maneira que no final obtivesse uma solução com 0,3 mg kg-1

, usando 2,5 g e 15 mL

TCA 5% no tratamento 1, 2,5 g de camarão e 30 mL de TCA 5% no Tratamento 2 e 5,0

g de camarão e 30 mL de TCA 5% no tratamento 3, após a extração aferiu em balões

volumétricos de polietileno de 100 mL. Porém, ao usar os tratamentos 3 e 2 nestas

condições constatou-se que a um nível de concentração de 0,3 mg kg-1

o cromatograma

não apresentava os picos da putrescina. Nos cromatogramas da Figura 9 mostra a

ausência do pico da putrescina no tratamento 3.

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48

Figura 9 – Cromatogramas das aminas bioativas submetidas aos tratamentos 1, 2 e 3

Fonte: Própria

Com isto, verificou-se a influência da massa da amostra e do volume de ácido

tricloroacético sobre as análises e na tabela 3 estão dispostas as recuperações das aminas

para cada tratamento considerando as suas respectivas equações da curva analítica feita

com o padrão puro.

Tabela 3 – Recuperação (%) das aminas em diferentes tratamentos.

Tratamento Putrescina Histamina Agmatina Espermidina Espermina

1 27,3 ± 2,5 75,8 ± 3,9 107,7 ± 3,5 95,6 ± 4,1 81,0 ± 3,1

2 < L.Q. 60,7 ± 4,2 117 ± 0,9 87,1 ± 0,9 139,6 ± 22,8

3 n.d. 101,9 ± 6,5 139,9 ± 0,8 124,7 ± 1,6 110,0 ± 6,4

n.d. – nada detectado < L.Q. – abaixo do limite de quantificação

Fonte: Própria

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49

5.2 VALIDAÇÃO DO MÉTODO

5.2.1 Seletividade

Na Figura 10 estão disponíveis os cromatogramas referentes às analises das aminas

bioativas no solvente, adicionada à matriz, com concentração final de 1,1 mgL-1

.

Observou-se que as aminas não estavam presentes na amostra e quando houve a adição das

aminas na matriz, a detecção ocorreu no mesmo tempo de retenção das aminas no solvente,

com boa resolução. Logo, devido à capacidade de se determinar especificamente as aminas

na presença de outros componentes presentes na matriz, o método é considerado seletivo.

Figura 10 – Cromatograma da matriz pura, da matriz fortificada e do padrão puro em solvente.

Fonte: Própria

A partir dos cromatograma de cada padrão puro lido individualmente pode-se

encontrar os tempos de retenção das aminas bioativas. A putrescina (PUT), a histamina

(HIT), a agmatina (AGM), a espermidina (EPD) e a espermina (EPN) tiveram os seguintes

tempos de retenção 19,50; 22,80; 24,54; 26,79; 28,68 min, respectivamente.

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50

5.2.2 Linearidade

As curvas analíticas dos padrões puro das aminas bioativas, obtidas em três dias

diferentes na validação da linearidade estão na faixa de 0,1 a 2,0 mg L-1

com 10 níveis de

concentração, cada nível foi preparado independentemente 3 vezes e cada solução foi lida

no cromatógrafo 3 vezes, isto resultou em número total de 90 leituras da resposta

instrumental, as curvas de analíticas estão representas na Figuras 11. Segundo as normas

da ANVISA (2003) são obtidos bons coeficientes de correlação (R2) com um valor igual a

0,99 e segundo o INMETRO (2003) um valor acima de 0,90.

Figura 11 – Curvas analíticas das aminas bioativas obtidas em diferentes dias de análises.

Fonte: Própria

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4Dia 1

Dia 2

Dia 3

Are

a /

S

min

[PUT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

0,0

0,1

0,2

0,3Dia 1

Dia 2

Dia 3A

rea

/

S m

in

[HIT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0Dia 1

Dia 2

Dia 3

Are

a /

S

min

[AGM] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7Dia 1

Dia 2

Dia 3

Are

a /

S

min

[EPD] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6 Dia 1

Dia 2

Dia 3

Are

a /

S

min

[EPN] / mg L-1

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51

Tabela 4 – Equações lineares e R2 das curvas analíticas obtidas em dias diferentes.

DIA Amina Equação Linear R2

Dia 1

Putrescina y = 0,5620 x + 0,0104 0,9993

Histamina y = 0,1207 x – 0,0020 0,9999

Agmatina y = 0,3621 x + 0,0427 0,9999

Espermidina y = 0,2507 x + 0,0070 0,9993

Espermina y = 0,2561 x + 0,0622 0,9945

Dia 2

Putrescina y = 0,6061 x + 0,0248 0,9986

Histamina y = 0,1052 x – 0,0001 0,9980

Agmatina y = 0,3574 x + 0,0899 0,9998

Espermidina y = 0,3075 x + 0,0135 0,9995

Espermina y = 0,2479 x + 0,0796 0,9969

Dia 3

Putrescina y = 0,5395 x – 0,0120 0,9995

Histamina y = 0,1165 x – 0,0025 0,9997

Agmatina y = 0,3588 x + 0,0599 0,9999

Espermidina y = 0,2325 x + 0,0027 0,9998

Espermina y = 0,2264 x + 0,0628 0,9988

Fonte: Própria

Pode-se observar que os valores de coeficiente de correlação (R2) estão acima de

0,99, como o estabelecido pela ANVISA (2003), comprovando que as curvas analíticas são

lineares no intervalo analisado.

Ao calcular os resíduos de regressão para putrescina, agmatina, espermidina e

espermina obtiveram-se resíduos apresentando uma tendência decrescente e crescente, em

forma de “U”, indicando falta de ajuste ou linearidade na faixa de calibração. Logo,

procedeu-se como descrito no Manual de Garantia de Qualidade Analítica (MAPA, 2011)

ajustando-se as curvas por um polinômio de ordem superior a um. As equações

polinomiais das aminas estão apresentadas na tabela 5. Calcularam-se os resíduos de

regressão pela diferença entre a concentração real e a concentração obtida pela equação da

reta, os valores encontram-se nas Figuras 12, 13, 14, 15, 16, para os três dias diferentes de

cada curva analítica de cada amina no solvente.

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52

Tabela 5 – Equações polinomiais e R2 utilizadas para ajuste dos resíduos de regressão das aminas

bioativas.

DIA Amina Equação Polinomial R2

Dia 1

Putrescina y = -0,0272x2 + 0,6134x – 0,0085 0,9999

Agmatina y = -0,0062x2 + 0,3721x – 0,0411 0,9999

Espermidina y = -0,0138x2 + 0,2778x + 0,0009 0,9998

Espermina y = -0,0119x2 + 0,284x + 0,0469 0,9981

Dia 2

Putrescina y = -0,0396x2 + 0,6758x – 0,0022 0,9999

Agmatina y = 0,0048x2 + 0,3543x – 0,044 0,9999

Espermidina y = -0,0111x2 + 0,3245x + 0,0112 0,9998

Espermina y = -0,0213x2 + 0,2909x + 0,0667 0,9988

Dia 3

Putrescina y = -0,0272x2 + 0,5969x – 0,0082 0,9999

Agmatina y = 0,0067x2 + 0,3675x – 0,0879 0,9999

Espermidina y = -0,0113x2 + 0,2475x + 0,0004 0,9999

Espermina y = -0,0302x2 + 0,2941x + 0,0445 0,9988

Fonte: Própria

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53

Figura 12 – Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da putrescina no água. À

esquerda as respostas dos resíduos sem o ajuste e direita considerando o ajuste polinomial.

Fonte: Própria

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,050

-0,025

0,000

0,025

0,050 Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[PUT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,050

-0,025

0,000

0,025

0,050

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[PUT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,025

0,000

0,025

0,050 Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[PUT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,25

-0,20

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[PUT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,050

-0,025

0,000

0,025

0,050 Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[PUT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,050

-0,025

0,000

0,025

0,050

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[PUT] / mg L-1

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54

Figura 13 – Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da histamina em água.

Fonte: Própria

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

-0,02

-0,01

0,00

0,01

0,02

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[HIT] / mg L-1

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0

-0,08

-0,06

-0,04

-0,02

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08 Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[HIT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,02

-0,01

0,00

0,01

0,02

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[HIT] / mg L-1

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55

Figura 14 – Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da agmatina em água. À

esquerda as respostas dos resíduos sem o ajuste e direita considerando o ajuste polinomial.

Fonte: Própria

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,02

-0,01

0,00

0,01

0,02

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[AGM] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,02

-0,01

0,00

0,01

0,02

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[AGM] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,08

-0,04

0,00

0,04

0,08

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[AGM] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,08

-0,04

0,00

0,04

0,08 Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[AGM] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,03

-0,02

-0,01

0,00

0,01

0,02

0,03

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[AGM] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,03

-0,02

-0,01

0,00

0,01

0,02

0,03 Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[AGM] / mg L-1

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · A Deus pelo dom da vida e pela oportunidade de mais uma conquista em minha vida. À Universidade Federal do Rio Grande do

56

Figura 15 – Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da espermidina em água. À

esquerda as respostas dos resíduos sem o ajuste e direita considerando o ajuste polinomial.

Fonte: Própria

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,04

-0,02

0,00

0,02

0,04

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[EPD] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,04

-0,02

0,00

0,02

0,04

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[EPD] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,030

-0,015

0,000

0,015

0,030

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[EPD] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,030

-0,015

0,000

0,015

0,030

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[EPD] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,04

-0,02

0,00

0,02

0,04

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[EPD] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,04

-0,02

0,00

0,02

0,04

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[EPD] / mg L-1

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · A Deus pelo dom da vida e pela oportunidade de mais uma conquista em minha vida. À Universidade Federal do Rio Grande do

57

Figura 16 – Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da espermina em água. À

esquerda as respostas dos resíduos sem o ajuste e direita considerando o ajuste polinomial.

Fonte: Própria

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,06

-0,04

-0,02

0,00

0,02

0,04

0,06

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[EPN] / mg L-1 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,06

-0,04

-0,02

0,00

0,02

0,04

0,06

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[EPN] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,06

-0,03

0,00

0,03

0,06

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[EPN] / mg L-1 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,06

-0,03

0,00

0,03

0,06 Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[EPN] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[EPN] / mg L-1 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10 Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[EPN] / mg L-1

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58

O teste de verificação de homoscedasticidade refere-se à igualdade estatística

dos desvios-padrões das replicatas das respostas instrumentais em diferentes níveis de

concentração das soluções padrão de calibração. Para verificar a homoscedasticidade

para as curvas deste trabalho utilizou-se o teste de Cochran. Os valores do teste de

Cochran calculados para a putrescina, histamina, agmatina, espermidina e espermina e

estão na tabela 6.

Tabela 6 – Teste de Cochran para as curvas no solvente.

Aminas Teste de Cochran (cal)

Putrescina 0, 0747

Histamina 0, 1024

Agamtina 0, 0217

Espermidina 0, 1005

Espermina 0, 1363

Teste de Cochran (Tab. 5%) = 0,4450

Fonte: Própria

Os valores encontrados no teste foram inferiores ao valor tabelado no nível de

confiança de 95%, indicando que o método é homoscedástico para o intervalo de

linearidade escolhido.

Figura 17 – Curvas analíticas obtidas a partir dos três dias diferentes de preparo.

Fonte: Própria.

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2 Putrescina

Histamina

Agmatina

Espermidina

Espermina

Are

a /

S

min

[AMINA] / mg L-1

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59

A partir das curvas analíticas da Figura 17 pôde-se obter as equações lineares

para as aminas bioativas como mostra a tabela a seguir.

Tabela 7 – Equações lineares obtidas a partir dos três dias de preparo.

Amina Equação R2

Putrescina y = 0,5648 x + 0,0158 0,9991

Histamina y = 0,1137 x - 0,0002 0,9998

Agmatina y = 0,3592 x + 0,0595 0,9999

Espermidina y = 0,2576 x + 0,0131 0,9992

Espermina y = 0,3226 x + 0,0619 0,9984

Fonte: Própria

A partir das curvas analíticas da Figura 17 pode-se obter as equações

polinomiais de ordem 2 para as aminas bioativas como mostra a tabela a seguir.

Tabela 8 - Equações polinomiais obtidas a partir dos três dias de preparo.

Amina Equação polinomial segunda ordem R2

Putrescina y = -0,0314x2 + 0,6288x - 0,0063 1

Histamina y = -0,0003x2 + 0,1145x - 0,0005 0,9998

Agmatina y = -0,0026x2 + 0,3646x + 0,0577 1

Espermidina y = -0,012x2 + 0,2829x + 0,0042 1

Espermina y = -0,0189x2 + 0,363x + 0,0474 0,9997

Fonte: Própria

5.2.3 Efeito de matriz

Na Figura 18 encontram-se as curvas analíticas das aminas bioativas

adicionadas a matriz, na faixa de concentração de 0,1 a 2,0 mg L-1

. Todos os

coeficientes de determinação estão acima de 0,99 mostrando-se adequado ao

estabelecido pela ANVISA (2003) e pelo INMETRO (2003). Calculando-se t a partir do

valor de r e comparando-o ao valor tabelado para o teste t de Student, confirmou-se que

as curvas apresentam linearidade no intervalo de dados estabelecidos.

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60

Figura 18 - Curvas analíticas das aminas bioativas, obtidas em diferentes dias de análises, pela

fortificação do extrato da matriz.

Fonte: Própria

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,1

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

Dia 1

Dia 2

Dia 3

Are

a /

S

min

[PUT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25Dia 1

Dia 2

Dia 3

Are

a /

S

min

[HIT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

Dia 1

Dia 2

Dia 3

Are

a /

S

min

[AGM] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,00,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7Dia 1

Dia 2

Dia 3

Are

a /

S

min

[EPD] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,00,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7Dia 1

Dia 2

Dia 3

Are

a /

S

min

[EPN] / mg L-1

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61

A tabela 9 mostra as equações lineares e os R2 das curvas analíticas da matriz

brancas fortificadas feitas em três dias diferentes.

Tabela 9 – Equações lineares e R2 das aminas bioativas para cada dia de preparo.

DIA Amina Equação Linear R2

Dia 1

Putrescina y = 0,3995 x – 0,0626 0,9928

Histamina y = 0,1006 x – 0,0135 0,9903

Agmatina y = 0,3558 x + 0,0162 0,9996

Espermidina y = 0,2178 x + 0,0251 0,9976

Espermina y = 0,2142 x + 0,1699 0,9885

Dia 2

Putrescina y = 0,3933 x - 0,0652 0,9922

Histamina y = 0,1028 x – 0,0092 0,9956

Agmatina y = 0,3312 x + 0,0371 0,9908

Espermidina y = 0,1982 x + 0,0048 0,9977

Espermina y = 0,1724 x + 0,1939 0,9708

Dia 3

Putrescina y = 0,3454 x – 0,0516 0,9938

Histamina y = 0,0840 x – 0,0059 0,9925

Agmatina y = 0,3030 x + 0,0581 0,9968

Espermidina y = 0,1936 x + 0,0037 0,9986

Espermina y = 0,2941 x + 0,0445 0,9815

Fonte: Própria

Pode-se observar que os valores dos coeficientes de correlação (R2) estão acima

de 0,99, como o estabelecido pela ANVISA, comprovando que as curvas analíticas são

lineares no intervalo analisado.

A partir das curvas analítica de analito em solvente (CAAS) e as curvas de

calibração matrizadas branca fortificada (CAMBF) e verificou que há efeito de matriz

comparando-se os interceptos e as inclinações de cada curva analítica (MAPA, 2011).

Aplicou-se o teste F (Fischer-Snedecor), homogeneidade de variâncias, para

verificar se as variâncias dos interceptos das curvas CAAS e CAMBF são

estatisticamente iguais.

Obteve-se o valor tabelado de Fa,crit,α,ν1, ν2 com ν1 = Nx1 – 1 grau de liberdade no

numerador e ν2 = Nx2 – 1 grau de liberdade no denominador, adotando-se um nível de

confiança de 95%.

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62

Tabela 10 - Resultado do teste F para o intercepto (b) e para a inclinação (a) das curvas analíticas.

Aminas Putrescina Histamina Agmatina Espermidina Espermina

F(b,cal) 3,402 2,172 0,528 5,014 4,586

F(a,cal) 17,100 6,876 23,065 9,514 9,514

Fa,crit,α,ν1, ν2 = 3,18 e Fb,crit,α,ν1, ν2 = 3,18

Fonte: própria

De acordo com a tabela 10 a putrescina, a espermidina e a espermina obtiveram

F(b,cal) > Fb,crit,α,ν1, ν2, logo, as variâncias foram consideradas diferentes, com relação a

histamina e agmatina as variâncias foram consideradas iguais. Observando o F(a,cal) >

Fa,crit,α,ν1, ν2 pode-se concluir que todas as aminas tiveram variâncias diferentes em

relação a inclinação. Depois de obtido os valores de F e feitas as devidas comparações,

verificou-se então o efeito de matriz com a distribuição t de Student na tabela 11.

Conclui-se que tanto a inclinação quanto o intercepto da putrescina, histamina, agmatina

e espermina foram diferentes dos valores tabelados, mostrando que há efeito de matriz

significativo, logo a nova curva analítica obtida pela fortificação da matriz deverá ser

incluída para as analises. Com relação à espermidina ela possuiu o valor de t(b,cal) <

t(b,crit,α,ν) mostrando que os interceptos são iguais, porém t(a,cal) > t(a,crit,α,ν), logo as

inclinações são diferentes e há efeito de matriz.

Tabela 11 - Resultado do teste t para o intercepto (b) e para a inclinação (a) das curvas analíticas.

Aminas Putrescina Histamina Agmatina Espermidina Espermina

t(b,cal) 42,191 6,367 1,996 0,456 10,887

t(a,cal) 17,102 2,125 3,422 4,103 4,920

t(b,crit,α,ν) 1,753 1,734 1,734 1,771 1,761

t(a,crit,α,ν) 1,796 1,782 1,734 1,796 1,771

Fonte: própria

A partir da Figura 19 pode-se observar graficamente o efeito de matriz das

aminas. Ao calcular os resíduos de regressão para putrescina, histamina e agmatina

obtiveram-se resíduos apresentando uma tendência decrescente e crescente, em forma

de “U” ou de “U” invertido.

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63

Figura 19 - Curvas analíticas do analito em solução (CAAS) e curvas analíticas da matriz

branca fortificada (CAMBF) das aminas bioativas.

Fonte: Própria

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

CAAS

CAMBF

Are

a /

S

min

[PUT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

CAAS

CAMBF

Are

a /

S

min

[HIT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

CAAS

CAMBF

Are

a /

S

min

[AGM] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

0,0

0,2

0,4

0,6

CAAS

CAMBF

Are

a /

S

min

[EPD] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

CAAS

CAMBF

Are

a /

S

min

[EPN] / mg L-1

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64

A tabela 12 mostra as médias das equações lineares das curvas analíticas da

matriz branca fortificada.

Tabela 12 - Médias das equações lineares das curvas analíticas da matriz branca fortificada.

Amina Equação Linear R2

Putrescina y = 0,3793 x - 0,059 0,9939

Histamina y = 0,0958 x - 0,0095 0,9943

Agmatina y = 0,3299 x + 0,0371 0,9968

Espermidina y = 0,2033 x + 0,0112 0,9999

Espermina y = 0,1900 x + 0,1801 0,9916

Fonte: Própria

Ajustou-se as curvas por um polinômio de ordem superior a um. As equações

polinomiais das aminas estão apresentadas na tabela 13. Calcularam-se os resíduos de

regressão pela diferença entre a concentração real e a concentração obtida pela equação

da reta, os seus valores encontram-se na Figura 20, 21, 22 para os três dias diferentes de

cada curva analítica CAMBF. Nas figuras 23 e 24 encontram-se os resíduos da

espermidina e espermina que não necessitou de ajuste.

Tabela 13 – Equações polinomiais e R2 usados nos ajustes dos resíduos das aminas.

Dia Amina Equação R2

Dia 1

Putrescina y = 0,0344x2 + 0,3279x - 0,0375 0,9959

Histamina y = 0,0157x2 + 0,0681x - 0,0022 0,9987

Agamtina y = 0,0461x2 + 0,2597x + 0,0499 0,9969

Dia 2

Putrescina y = 0,0513x2 + 0,2874x - 0,0284 0,9981

Histamina y = 0,0074x2 + 0,0875x - 0,0038 0,9977

Agamtina y = 0,0232x2 + 0,283x + 0,0539 0,9972

Dia 3

Putrescina y = 0,038x2 + 0,2661x - 0,0238 0,9982

Histamina y = 0,0099x2 + 0,0638x + 0,0011 0,9974

Agamtina y = -0,0002x2 + 0,3034x + 0,0579 0,9996

Fonte: Própria

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65

Figura 20 – Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da matriz branca fortificada da

putrescina. À esquerda as respostas dos resíduos sem o ajuste e direita considerando o ajuste

polinomial.

Fonte: Própria

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,20

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[PUT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,20

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20 Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[PUT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[PUT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15 Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[PUT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[PUT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15 Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[PUT] / mg L-1

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · A Deus pelo dom da vida e pela oportunidade de mais uma conquista em minha vida. À Universidade Federal do Rio Grande do

66

Figura 21 – Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da matriz branca fortificada da

histamina. À esquerda as respostas dos resíduos sem o ajuste e direita considerando o ajuste

polinomial.

Fonte: Própria

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[HIT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15 Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[HIT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[HIT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15 Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[HIT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[HIT] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15 Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[HIT] / mg L-1

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67

Figura 22 – Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da matriz branca fortificada da

agmatina. À esquerda as respostas dos resíduos sem o ajuste e direita considerando o ajuste

polinomial.

Fonte: Própria

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[AGM] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15 Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[AGM] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[AGM] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15 Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[AGM] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[AGM] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15 Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[AGM] / mg L-1

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68

Figura 23 – Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da matriz branca fortificada da

espermidina.

Fonte: Própria

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,075

-0,050

-0,025

0,000

0,025

0,050

0,075

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[EPD] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,075

-0,050

-0,025

0,000

0,025

0,050

0,075

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[EPD] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,075

-0,050

-0,025

0,000

0,025

0,050

0,075

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[EPD] / mg L-1

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · A Deus pelo dom da vida e pela oportunidade de mais uma conquista em minha vida. À Universidade Federal do Rio Grande do

69

Figura 24 – Resíduos da regressão para as três curvas analíticas da matriz branca fortificada da

espermina.

Fonte: Própria

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[EPN] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[EPN] / mg L-1

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

-0,20

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

Leitura 1

Leitura 2

Leitura 3

Re

sid

uo

s

[EPN] / mg L-1

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70

Os valores do teste de Cochran calculados para as curvas com efeito de matriz

para a putrescina, histamina, agmatina, espermidina e espermina estão na tabela 14.

Estes foram inferiores ao valor tabelado, indicando que o método é homoscedástico para

o intervalo de linearidade escolhido.

Tabela 14 – Teste de Cochran para as curvas analíticas da matriz branca fortificada.

Aminas Teste de Cochran (cal)

Putrescina 0,4053

Histamina 0, 0459

Agamtina 0, 0800

Espermidina 0, 0836

Espermina 0, 04162

Teste de Cochran (Tab 5%) = 0,4450

Fonte: Própria

5.2.4 Limites de detecção e quantificação

Os limites de detecção do equipamento e quantificação estão apresentados na

Tabela 15 e foram calculados com base nas equações: LD = 3,3 (s/S) e LQ = 10*(s/S).

Tabela 15 – Limites de detecção e quantificação em mg L-1

.

Aminas bioativas LDE LDM LQE LQM

Putrescina 0,001 0,001 0,003 0,003

Histamina 0,003 0,003 0,010 0,010

Agmatina 0,0034 0,039 0,0122 0,129

Espermidina 0,0010 0,414 0,0034 0,124

Espermina 0,0033 0,245 0,0119 0,073

LDE – Limite de detecção do equipamento, LDM – Limite de detecção do método,

LQE - Limite de quantificação do equipamento e LQM - Limite de quantificação do

método.

Fonte: Própria

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71

5.2.5 Precisão

Os critérios de aceitação de reprodutibilidade para uma concentração de 1 mg

Kg-1

≤ C < 10 mg Kg-1

diz que o coeficiente de variação deve ser de no máximo 10 e

para uma concentração entre 100 µg Kg-1

≤ C < 1 mg Kg-1

o coeficiente de variação

deve ser de no máximo 15%.

Tabela 16 - Coeficiente de Variação (CV%) das aminas bioativas.

[ ] / mg L-1

Putrescina Histamina Agmatina Espermidina Espermina

0,3 4,30 10,71 5,51 21,35 6,77

1,1 7,44 11,65 0,48 9,72 2,73

1,7 6,97 8,24 5,39 8,69 5,99

Fonte: Própria

Com base nos valores obtidos na tabela 16, os coeficientes de variação para

putrescina, histamina, agmatina, espermidina e espermina para um nível de

concentração baixo, médio e alto que compõem as curvas analíticas das respectivas

aminas estão de acordo com o padrão estabelecido pelo MAPA e pelo Codex

Alimentarius (CODEX, 1995).

5.2.6 Ensaios de recuperação

Realizou-se os teste de recuperação com base na equação 5 tomando três níveis

de concentração, sendo uma concentração baixa (0,3 mg L-1

), uma concentração média

(1,1 mg L-1

) e uma concentração alta (1,7 mg L-1

). Para cada nível de concentração, os

testes de recuperação foram feitos em triplicata e suas médias estão dispostas na tabela

17.

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72

Tabela 17 – Teste de recuperação (%) para três níveis de fortificação.

Amina 0,3 mg L-1

1,1 mg L-1

1,7 mg L-1

Putrescina 98,9 ± 3,04 103,5 ± 1,3 107,2 ± 1,4

Histamina 107,9 ± 3,8 94,9 ± 2,0 103,7 ± 1,4

Agmatina 92,5 ± 3,8 112,6 ± 1,6 109,4 ± 0,3

Espermidina 93,7 ± 3,5 100,5 ± 1,2 103,1 ± 1,3

Espermina 96,5 ± 8,0 103,0 ± 3,3 106,3 ± 10,1

Fonte: Própria

Os ensaios de recuperação das quantidades de aminas presentes nos extratos das

amostras analisadas foram realizadas por meio de adição de quantidades conhecidas de

cada amina bioativa (Tabela 17). A média de recuperação foi maior do que 92% para

cada amina, semelhante ao observado por outros autores estudando a determinação de

amina em produtos de carne e na solução (HERNÁNDEZ-JOVER et al,. 1996;

LATORRE-MORATELLA et al,. 2009, TRIKI, et al,. 2012).

Os dados acima mostram uma excelente recuperação na faixa de trabalho

escolhida estando de acordo com a AOAC e com FDA. O método de determinação para

as aminas bioativas em camarão mostrou-se exato e preciso, de acordo com os limites

estabelecidos pelo MAPA e pelo CODEX.

5.3 DETERMINAÇÃO DAS AMINAS BIOATIVAS EM CAMARÃO

Os resultados da análise do camarão com uma semana de armazenamento

congelado (CS1), com duas semanas congelado (CS2), com três semanas congelado

(CS3), com quatro semanas congelado (CS4) estão dispostos na Figura 26, já os

resultados do camarão fresco (CF), cozido (CC) e o camarão que passou vinte e quatro

horas a temperatura ambiente (C24) estão dispostos nas Figuras 27.

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73

Figura 25 – Avaliação semanal da concentração das aminas na amostra.

Fonte: Própria

Na agmatina houve uma elevada variação na concentração da amostra após as

duas primeiras semanas congelada, porém esta concentração foi diminuindo no decorrer

das semanas.

A espermina apresentou um aumento considerável na primeira semana de

análise, manteve-se uma concentração praticamente constante na segunda e na terceira

semana, somente na quarta semana de análise houve um aumento na concentração da

espermidina.

CAM1 CAM2 CAM30

4

8

12

16

20

[AG

M]

/ m

g K

g-1

CS1

CS2

CS3

CS4

CAM1 CAM2 CAM3

0

4

8

12

16

[ES

PN

] /

mg

kg

-1

CS1

CS2

CS3

CS4

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74

Figura 26 – Concentração das aminas no camarão fresco, cozido e 24 h a temperatura ambiente.

Fonte: Própria

Os níveis de histamina, putrescina e cadaverina geralmente aumentam durante a

deterioração do peixe e da carne, sendo que nos níveis de espermina e espermidina

ocorre uma diminuição durante este processo (BRINK et al., 1990).

Brink (1990) encontrou, em camarão, utilizando HPLC os seguintes níveis: nada

detectado para histamina e putrescina, 88 mg Kg-1

para a espermidina e 25 mg Kg-1

para

a espermina, sendo que não houve análise de agmatina. Os níveis de espermidina e

espermina, encontrados neste trabalho, estão bem abaixo dos obtidos por BRINK.

Observou-se que após o cozimento a amostra ela apresentou uma considerável

elevação nos teores de agmatina, espermidina e espermina.

A espermidina foi detectada no camarão fresco, porém no decorrer das análises

semanais sua concentração ficou abaixo do limite de detecção.

Maior parte da histamina é oriunda da descarboxilação da histidina. Logo, pode-

se verificar a existência da histidina no camarão. E havendo a comprovação da

existência de níveis de histidina o não aparecimento da histamina nas análises pode ser

CAM 1 CAM 2 CAM 3

0

1

2

3

[AM

INA

] /

mg

Kg

-1

PUT

HIST

AGM

ESPD

ESPN

Fresco CAM 1 CAM 2 CAM 3

0

5

10

15

20

25

30

[AM

INA

] /

mg

Kg

-1

PUT

HIST

AGM

ESPD

ESPN

Cozido

CAM 1 CAM 2 CAM 3

0

200

400

600

800

1000

[AM

INA

] /

mg

Kg

-1

PUT

HIST

AGM

ESPD

ESPN

24 h à 25 °C

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75

explicado pela não existência de microrganismos que atuam na descarboxilação da

histidina.

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76

6 CONCLUSÕES E PERSCPECTIVAS

Neste trabalho foi possível validar uma metodologia para determinação de

aminas bioativas no camarão da espécie Litopenaeus vannamei por cromatografia

liquida com detector iônico, apresentando-se eficiente frente a outros métodos já

descritos anteriormente com a vantagem de utilizar menor quantidade de reagentes, o

que diminui o custo das análises, bem como também reduz o resíduo gerado na análise.

O método mostrou-se seletivo para putrescina, histamina, agmatina, espermidina

e espermina para a matriz estudada, filé de camarão.

A detecção por condutividade suprimida mostrou precisão, sensibilidade, limites

de detecção, limites de quantificação e recuperação para todas as aminas bioativas

comparáveis com os métodos previamente descritos na literatura.

Em relação ao tempo de análise o método mostrou-se viável em relação a outros

trabalhos realizados por autores utilizando a cromatografia liquida com detecção por

fluorescência.

Como houve efeito de matriz necessitou-se fazer os devidos ajustes para

determinação das aminas bioativas. O método mostrou apresentou precisão, linearidade,

exatidão e recuperação de acordo com as normas vigentes de validação de

metodologias.

O estudo sobre o tempo de congelamento mostrou que com o tempo há um

acréscimo nos níveis de agmatina, mas diminuição nos níveis de espermina e

espermidina, sendo que os níveis de espermina diminuíram mais acentuadamente.

São perspectivas futuras para este trabalho adicionar outras aminas bioativas à

metodologia, melhorar o método para obter um menor tempo de análise.

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