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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA BRENO HENRIQUE MEDEIROS DE SOUSA GERENCIAMENTO DE PROJETOS: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RIO GRANDE DO NORTE Natal 2020

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA

BRENO HENRIQUE MEDEIROS DE SOUSA

GERENCIAMENTO DE PROJETOS: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NA

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RIO GRANDE DO NORTE

Natal

2020

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BRENO HENRIQUE MEDEIROS DE SOUSA

GERENCIAMENTO DE PROJETOS: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NA

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RIO GRANDE DO NORTE

Projeto de Intervenção apresentado ao

Programa de Pós-Graduação em Gestão

Pública como requisito parcial para

obtenção do grau de Mestre.

Orientador: Prof. Dr. Marcos Fernando

Machado de Medeiros

Natal

2020

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA

Sousa, Breno Henrique Medeiros de.

Gerenciamento de projetos: proposta de intervenção na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte / Breno Henrique

Medeiros de Sousa. - 2020.

141f.: il.

Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão Pública) -

Universidade Federal Rio Grande do Norte, Cento de Ciências

Sociais Aplicadas, Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública. Natal, RN, 2020.

Orientador: Prof. Dr. Marcos Fernando Machado de Medeiros.

1. Gerenciamento de projetos - Dissertação. 2. Gestão visual -

Dissertação. 3. LifeCycleCanvas® - Dissertação. I. Medeiros, Marcos Fernando Machado de. II. Universidade Federal do Rio

Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/Biblioteca CCSA CDU 658.512.2

Elaborado por Eliane Leal Duarte - CRB-15/355

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BRENO HENRIQUE MEDEIROS DE SOUSA

GERENCIAMENTO DE PROJETOS: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NA

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RIO GRANDE DO NORTE

Projeto de Intervenção apresentado ao

Programa de Pós-Graduação em Gestão

Pública da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte como requisito parcial à

obtenção do título de Mestre.

Aprovado em ____/____/____.

Banca Examinadora:

__________________________________________________________

Prof. Dr. Marcos Fernando Machado de Medeiros

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Presidente (Orientador)

__________________________________________________________

Prof. Dr. Thiago Ferreira Dias

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Examinador Interno

__________________________________________________________

Prof. Dr. Walid Abbas El Aouar

Universidade Potiguar (UnP)

Examinador Externo

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AGRADECIMENTOS

À minha esposa Juliana, maior incentivadora desse projeto, por todo suporte,

amor, paciência e compreensão, especialmente no período que coincidiu com a

qualificação e defesa de seu doutorado.

Ao meu filho Lucca, meu orgulho, por todo carinho e momentos de

descontração compartilhados.

Aos meus pais, Rose e Bosco, por todo apoio e esforço dispendidos na minha

criação e na formação profissional.

Ao meu orientador, Professor Marcos Medeiros, pela tranquilidade e pelo

direcionamento objetivo demonstrados durante todo esse processo.

A todos os professores do PPGP, em especial à professora Teresa, pelo

conhecimento e experiências compartilhados, que muito contribuíram com meu

crescimento pessoal, profissional e acadêmico.

Aos colegas de curso e de trabalho, que proporcionaram apoio e momentos

de serenidade, tornando a caminhada mais leve.

À Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, pela oportunidade ímpar

ofertada.

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RESUMO

A administração pública desenvolve-se em um cenário cada vez mais dinâmico, e a

demanda por serviços públicos de qualidade reforça a importância de ferramentas

de reinvenção às mais diversas estruturas organizacionais. Nesse sentido, a gestão

de projetos aparece como uma alternativa às práticas tradicionais para contribuir

com o incremento dos resultados organizacionais. Este projeto de intervenção tem

por objetivo propor um modelo para simplificar e otimizar a gestão dos projetos

estratégicos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Para subsidiar o

trabalho, baseado na literatura acerca de planejamento na gestão pública e gestão

de projetos com ênfase nos modelos visuais baseados em telas (canvas),

pretendeu-se realizar uma pesquisa-ação aplicada de natureza qualitativa. A partir

de uma estratégia exploratório-descritiva, a proposta foi dividida em duas fases: a

primeira corresponde ao diagnóstico das principais práticas existentes no que tange

ao gerenciamento dos projetos estratégicos do órgão; já a segunda, almeja testar o

LifeCycleCanvas® (LCC) em um projeto da área de infraestrutura e apurar seu

alinhamento com os demais projetos da Instituição. Para o diagnóstico do modelo

atual, definiu-se pesquisa documental e observação participante como técnicas de

coleta de dados, a partir de reuniões pautadas nas proposições do Planejamento

Estratégico 2020-2023. Na aplicação do modelo proposto foram utilizados

observação participante e grupo focal, para a gestão de todo o ciclo de vida de um

projeto real. Os resultados obtidos demostraram a aderência do LCC em relação à

gestão do ciclo de vida do projeto estudado. Além disso, também foi possível

verificar a dinâmica e a gestão da mudança, com alterações feitas em todas as

fases, sendo possível perceber os impactos que um fator teria sobre o outro e,

assim, promover ajustes. O estudo também gerou implicações gerenciais, como a

viabilidade de replicação, com as devidas adaptações, do modelo proposto em

outros projetos da ALRN, atuando como ferramenta auxiliar pela Assessoria de

Planejamento e abrindo espaço para pesquisas futuras com novas abordagens.

Palavras-chave: Gerenciamento de projetos. Gestão visual. LifeCycleCanvas®.

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ABSTRACT

Public administration develops in an increasingly dynamic scenario, and the demand

for quality public services reinforces the importance of reinvention tools to the most

diverse organizational structures. In this sense, project management appears as an

alternative to traditional practices to contribute to enhancing organizational results.

This intervention project aims to propose a model to simplify and optimize the

management of strategic projects of the Rio Grande do Norte State Assembly. To

support this work, based on the literature on planning in public management and

project management with emphasis on visual models based on canvas, it was

intended to perform an applied qualitative research-action of a qualitative nature.

From an exploratory-descriptive strategy, the proposal was divided into two phases:

the first one corresponds to the diagnosis of the main practices existing with regard

to the management of the agency's strategic projects; on the second, aims to test

LifeCycleCanvas® (LCC) in an infrastructure project and to determine its alignment

with other projects of the Institution. For the diagnosis of the current model,

documentary research and participant observation were defined as data collection

techniques, based on the propositions of Strategic Planning 2020-2023 meetings. In

model application, participant observation and focus group were used to manage the

entire life cycle of a real project. The results obtained showed the adherence of the

LCC in relation to the management of the life cycle of the project studied. In addition,

it was also possible to verify the dynamics and management of change, with changes

made in all phases, being possible to perceive the impacts that one factor would

have on the other and thus promote adjustments. The study also generated

managerial implications, such as the feasibility of replication, with proper adaptations,

of the model proposed in other Assembly’s projects, acting as an auxiliary tool by

planning advisory and opening up space for future research with new approaches.

Keywords: Project Management. Visual management. LifeCycleCanvas®.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Organograma da ALRN. ........................................................................... 17

Figura 2 – Estrutura do Planejamento Estratégico 2017-2018. ................................. 19

Figura 3 – Classificação da pesquisa. ....................................................................... 27

Figura 4 – Áreas e processos de gerenciamento do Guia PMBOK® ......................... 45

Figura 5 – Tela do Business Model Canvas (BMC) ................................................... 49

Figura 6 – Tela do Project Model Canvas (PMC) ...................................................... 50

Figura 7 – Tela do Project Model Mind Map® ............................................................ 51

Figura 8 – Tela do Project Model Visual (PM Visual) ................................................ 52

Figura 9 – Gestão do ciclo de vida do projeto nos modelos LCC e PMBOK® ........... 54

Figura 10 – Tela padrão do LifeCycleCanvas® (LCC) ............................................... 55

Figura 11 – Processos de Iniciação (IN) e o LifeCycleCanvas® ................................ 58

Figura 12 – Processos de Planejamento (PL) e o LifeCycleCanvas® ....................... 59

Figura 13 – Processos de Execução (EX), Monitoramento e Controle (M&C) e o

LifeCycleCanvas® ...................................................................................................... 60

Figura 14 – Processos de Encerramento (EN) e o LifeCycleCanvas® ...................... 60

Figura 15 – Mapa estratégico 2020-2023. ................................................................. 67

Figura 16 – Indicadores e metas definas pela Assessoria de Planejamento. ........... 69

Figura 17 – Tela referente ao Termo de Abertura do projeto inicial .......................... 73

Figura 18 – Tela referente ao Termo de Abertura dos Projetos Executivos. ............. 77

Figura 19 – Tela referente ao Termo de Abertura de conclusão da obra. ................. 80

Figura 20 – Tela referente ao Plano de Gerenciamento dos Projetos Executivos. ... 85

Figura 21 – Tela referente ao Plano de Gerenciamento para conclusão da obra. .... 89

Figura 22 – Construção dos indicadores dos projetos. ............................................. 90

Figura 23 – Tela referente à execução do projeto com os indicadores do primeiro

monitoramento. ......................................................................................................... 92

Figura 24 – Diagrama de setorização e acessos. ..................................................... 94

Figura 25– Tela referente à execução do projeto com os indicadores do segundo

monitoramento. ......................................................................................................... 96

Figura 26 – Tela referente à execução do projeto com os indicadores do terceiro

monitoramento. ......................................................................................................... 97

Figura 27 – Soluções projetuais que contribuem para eficiência energética. ............ 98

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Figura 28 – Tela referente à execução do projeto com os indicadores do último

monitoramento. ......................................................................................................... 99

Figura 29 – Tela referente ao Termo de Encerramento do Projeto. ........................ 101

Figura 30 – Registro das lições aprendidas no projeto. .......................................... 102

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Definição dos participantes da pesquisa ................................................ 29

Quadro 2 – Descrição da metodologia utilizada ........................................................ 33

Quadro 3 – Classificação dos tipos de projetos ........................................................ 42

Quadro 4 – Comparação PMBOK® x PRINCE2® ...................................................... 46

Quadro 5 – Vantagens e desvantagens dos modelos de canvas em gestão de

projetos ..................................................................................................................... 53

Quadro 6 – Modelos de canvas e o ciclo de vida dos projetos ................................. 54

Quadro 7 – Ferramentas de apoio ao planejamento adotadas pelo LCC ................. 62

Quadro 8 – Aderência entre os princípios do PRINCE2® e o LCC ............................ 62

Quadro 9 – Problemas da ALRN detectados no Planejamento Estratégico 2020-2023

.................................................................................................................................. 65

Quadro 10 – Missão, visão e valores da ALRN ......................................................... 66

Quadro 11 – Matriz de engajamento das partes interessadas dos projetos

executivos. ................................................................................................................ 82

Quadro 12 – Matriz RACI para os projetos executivos. ............................................. 83

Quadro 13 – Matriz de gerenciamento de riscos dos projetos executivos. ............... 84

Quadro 14 – Matriz de engajamento das partes interessadas da entrega do novo

Memorial.................................................................................................................... 86

Quadro 15 – Matriz RACI para a entrega do novo Memorial. ................................... 87

Quadro 16 – Matriz de gerenciamento de riscos para entrega do novo Memorial. ... 88

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LISTA DE SIGLAS

ALRN Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte

BMC Business Model Canvas

BSC Balanced Sorecard

CEPAL Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe

IPHAN Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

LCC LifeCycleCanvas

LRF Lei de Responsabilidade Fiscal

MAE Matriz de Avaliação do Engajamento

MPI Matriz de Probabilidade e Impacto

NPM New Public Management

PDCA Plan, Do, Check, Act

PES Planejamento Estratégico Situacional

PGP Plano de Gerenciamento do Projeto

PMBOK Project Management Body of Knowledge

PMC Project Model Canvas

PMI Project Management Institute

PM Mind Map Project Management Mind Map

PM Visual Project Management Visual

PPGP Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública

PRINCE2 Projects In Controlled Environments

PRP Planilha de Respostas aos Riscos

REP Relatório Executivo do Projeto

SWOT Strengths, Weaknessses, Opportunities, Threats

TAP Termo de Abertura de Projeto

TEP Termo de Encerramento do Projeto

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ZEPH Zona Especial de Preservação Histórica

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

1.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO OBJETO DA INTERVENÇÃO .............. 16

1.2 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO PROBLEMA ..................................................... 18

1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 22

1.3.1 Objetivo geral ............................................................................................. 22

1.3.2 Objetivos específicos ................................................................................. 22

1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 22

1.5 METODOLOGIA DA INTERVENÇÃO ................................................................. 25

1.5.1 Classificação do Projeto de Intervenção .................................................... 25

1.5.2 Instrumentos de coleta de dados ............................................................... 27

1.5.3 Participantes da pesquisa .......................................................................... 28

1.5.4 Método de execução da intervenção ......................................................... 30

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 34

2.1 PLANEJAMENTO NA GESTÃO PÚBLICA ......................................................... 34

2.1.1 Planejamento estratégico .......................................................................... 37

2.2 GESTÃO DE PROJETOS ................................................................................... 40

2.2.1 Métodos tradicionais: Guia PMBOK® x PRINCE2® .................................... 43

2.3 GESTÃO VISUAL DE PROJETOS ..................................................................... 47

2.3.1 LifeCycleCanvas® (LCC) ............................................................................ 53

4 MODELO ATUAL .................................................................................................. 64

4.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 2020-2023 ................................................... 64

4.2 GERENCIAMENTO DOS PROJETOS ................................................................ 68

5 APLICAÇÃO DO MODELO PROPOSTO .............................................................. 71

5.1 INICIAÇÃO .......................................................................................................... 72

5.2 PLANEJAMENTO ............................................................................................... 81

5.3 EXECUÇÃO, MONITORAMENTO E CONTROLE .............................................. 91

5.4 ENCERRAMENTO ............................................................................................ 100

6 ANÁLISE E APLICABILIDADE DA PROPOSTA ................................................ 104

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 109

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 113

APÊNDICE A – CARTA DE ANUÊNCIA ................................................................ 125

APÊNDICE B – CADERNO DE PESQUISA ........................................................... 126

APÊNDICE C – TELA REFERENTE AO TAP INICIAL .......................................... 130

APÊNDICE D – TELA REFERENTE AO TAP DOS PROJETOS EXECUTIVOS ... 131

APÊNDICE E – TELA REFERENTE AO TAP DA OBRA ...................................... 131

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APÊNDICE F – TELA REFERENTE AO PGP DOS PROJETOS EXECUTIVOS ... 133

APÊNDICE G – TELA REFERENTE AO PGP PARA A OBRA ............................. 134

APÊNDICE H – PRIMEIRA TELA DE EXECUÇÃO E MONITORAMENTO........... 135

APÊNDICE I – SEGUNDA TELA DE EXECUÇÃO E MONITORAMENTO ............ 136

APÊNDICE J – TERCEIRA TELA DE EXECUÇÃO E MONITORAMENTO .......... 137

APÊNDICE K – QUARTA TELA DE EXECUÇÃO E MONITORAMENTO ............. 138

APÊNDICE L –TERMO DE ENCERRAMENTO DO PROJETO ............................. 139

ANEXO A – ORGANOGRAMA DA ALRN ............................................................. 140

ANEXO B – ESTRUTURA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 2017-2018 .... 141

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1 INTRODUÇÃO

A agenda do Estado tem entre seus princípios a ênfase na prestação de

serviços públicos de qualidade (PIMENTA, 1998). A demanda por esses serviços em

um cenário cada vez mais dinâmico reforça a importância de ferramentas de

reinvenção às mais diversas estruturas organizacionais. Assim, surgiu a reforma

gerencial, no intuito de, com a introdução de mecanismos da iniciativa privada,

maximizar os resultados do setor público. Alguns autores destacam possíveis

motivações que provocaram essa reforma, como a crise fiscal do Estado (AUCOIN,

1990; POLLITT; BOUCKAERT, 2002a); a crescente competição territorial pelos

investimentos privados (SUBIRATS; QUINTANA, 2005); a disponibilidade de novos

conhecimentos organizacionais e tecnologia (KOOIMAN, 1993; RHODES, 1997) e a

crescente complexidade, dinâmica e diversidade das nossas sociedades

(KOOIMAN, 1993).

Os custos de manutenção do bem-estar social tornaram-se muito elevados

após recessão enfrentada pela economia mundial na década de 1970, uma vez que

o agravamento da crise fiscal sinalizou uma disfunção da organização da burocracia

pública (ABRUCIO, 1996), gerando desperdício de recursos públicos e má prestação

de serviços à sociedade. Nesse contexto, reforça-se a necessidade de uma

administração pública reformulada, com flexibilização da rigidez burocrática,

processos de planejamento solidificados e controle das ações estratégicas.

No entanto, a mera introdução de técnicas da administração privada não é

garantia de efetividade no campo da gestão pública, que possui um contexto próprio

baseado em cidadania, participação, equidade e transparência, além de temáticas

próprias da gestão organizacional contemporânea (BRESSER-PEREIRA, 1996).

Nesse contexto, a subjetividade das relações sociais é acrescentada às vertentes

gerenciais da New Public Management, sobretudo na conexão entre os cidadãos e

seus governos, dando origem a um novo estilo de organização e estrutura no setor

público proposto por Janet e Robert Denhardt, que passa a ser conhecido como

Novo Serviço Público.

Diferente da Nova Gestão Pública, que é baseada em conceitos econômicos

como a maximização do autointeresse, o Novo Serviço Público se constrói sob a

ideia de uma governança democrática pautada no interesse público, com gestores

públicos envolvidos e a serviço de seus cidadãos (DENHARDT, 2012). Esse

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conceito influencia diretamente a implantação de um planejamento mais eficiente,

fundamentado em projetos e metas que representem uma diferença positiva na

relação com a sociedade. Isto posto, as dificuldades na adoção de um modelo de

gestão adequada a cada contexto operacional, cada vez mais complexos, e que

reconheça e interprete as características dos projetos, têm se tornado desafios na

gestão pública.

Para Kerzner (2002), a estrutura da maioria das organizações é burocrática e

lenta, dificultando respostas rápidas a um ambiente em constante mutação. O

gerenciamento de projetos aparece como uma alternativa para contribuir com o

incremento dos resultados organizacionais. Essas instituições, na busca por

alternativas às tradicionais vigentes, adotam mecanismos para apoiar os envolvidos

com as práticas de gestão de projetos (HOBBS; AUBRY, 2010). Na esfera pública,

entretanto, percebe-se que esse gerenciamento enfrenta diversos desafios

(KOSSOVA; SHELUNTCOVA, 2016), como a complexidade das questões ambien-

tais envolvidas e a variedade de partes interessadas (PATANAKUL, 2014).

Ademais, adequações estruturais e a adoção de metodologias orientadas a

projetos contribuem para as organizações públicas e privadas a obterem êxito na

implantação do planejamento estratégico. A literatura afirma que os projetos estão

exponencialmente utilizando-se de mecanismos de operacionalização da estratégia

organizacional (YOUNG; GRANT, 2015). Na tentativa de implementar esses

conceitos, adotou-se as chamadas “boas práticas” de gestão de projetos em suas

estruturas organizacionais. Tais práticas são definidas a partir de uma rotina de

processos que buscam a aplicação das técnicas de gerenciamento (MATOS;

LOPES, 2013), como o Guia PMBOK® (Project Management Body of Knowledge) e o

método PRINCE2® (Projects In Controlled Environments). O Guia PMBOK 6ª edição,

por exemplo, contém quarenta e nove processos de gerenciamento, dentro dos

quais vinte e quatro são relacionados à etapa de planejamento, sendo, portanto, um

dos guias de práticas de maior abrangência e referência na área (PROJECT

MANAGEMENT INSTITUTE (PMI), 2017).

Com a constante necessidade de incrementar a eficiência na condução dos

projetos estratégicos e estruturantes desenvolvidos no âmbito institucional, entende-

se que uma forma efetiva de gerenciar esses projetos seria através da assessoria de

um escritório de projetos, tendo em vista o ganho efetivo e comprovado deste

modelo de gestão (DIMANDE; ANDRADE, 2006; PESTANA; VALENTE, 2009;

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RIBEIRO; MORAES; RUIZ, 2010; MOUTINHO; KNIESS, 2012). Outrossim, há uma

série de desafios a serem superados também em relação à adoção dessas

estruturas, principalmente pela dificuldade de padronização de ferramentas e

mecanismos de gerenciamento (AUBRY et al., 2010; MARTINS; MOURA;

MESQUITA, 2011; REGO; SILVA, 2011; CRUZ; BOLFE, 2014). Como alternativa

aos escritórios tradicionais, observa-se o surgimento de modelos visuais de gestão

de projetos, com a proposta de simplificar e integrar o planejamento por meio de

quadros ou telas, também chamados de canvas.

Entre os modelos desenvolvidos no Brasil, têm-se como exemplos o Project

Model Canvas (FINOCCHIO JÚNIOR, 2013) e o LifeCycleCanvas® (VERAS, 2016),

que proporcionam uma visão integrativa do projeto e promovem um maior

engajamento e colaboração das partes interessadas, por serem mais flexíveis e de

fácil utilização. Este último fundamentará a intervenção proposta por este trabalho.

Para Medeiros, Araújo e Oliveira (2018), ao contrário dos demais modelos, o

LCC propõe a gestão visual de projetos em um fluxo dinâmico de processos em todo

o seu ciclo de vida, trazendo elementos estruturais de modelos considerados

tradicionais, como o PMBOK® e o PRINCE2®, porém, sem desconsiderar a utilização

de telas em formato dinâmico, construídas em um fluxo sequencial de atividades

para representar as áreas de conhecimento, além de outras ferramentas de apoio

recomendadas pelo Guia PMBOK®.

No contexto do legislativo potiguar, a Assembleia Legislativa elaborou seu

primeiro planejamento estratégico, ainda que simplificado e para um período de dois

anos, no ano de 2015 (RUSSO, 2017). O decurso se deu através de dinâmicas de

grupo e oficinas de capacitação técnica junto a um grupo de trabalho constituído por

servidores da Casa. Russo (2017) afirma que essa primeira experiência

proporcionou a definição inicial dos padrões de serviços ofertados no biênio 2015-

2016 e fundamentou o planejamento do biênio seguinte, introduzindo as primeiras

diretrizes estratégicas da instituição.

Esse produto inicial resultou no diagnóstico interno da instituição e no

mapeamento dos macroprocessos propostos para 2017-2018, e foi estruturado a

partir de quatorze projetos distribuídos em cinco eixos estratégicos. Para

monitoramento, direcionamento e avaliação final, a Assembleia optou pelo Balanced

Scorecard (BSC), desenvolvido por Kaplan e Norton (1997). Esse mecanismo busca

mensurar o desempenho da organização desmembrando a estratégia em vários

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objetivos, monitorados por indicadores distribuídos em quatro perspectivas:

aprendizado e crescimento, processos internos, clientes e financeira (RUSSO,

2017).

Conquanto, a tentativa de implementação e monitoramento desse modelo não

se deu como era previsto. Entre os motivos, além da complexidade da ferramenta

adotada, Russo e Dias (2016) revelam o baixo nível de experiência em planejamento

estratégico dos servidores designados para integrar a equipe de trabalho, indicando

que 55% dos participantes jamais tinha presenciado qualquer experiência acerca do

tema. Os autores também afirmam que a iniciativa nasceu de forma inovadora,

porém desorganizada, principalmente pela resistência do próprio grupo quanto à

efetividade do planejamento e à gestão dos projetos pactuados (RUSSO; DIAS,

2016).

Neste momento foi finalizada a implantação do terceiro ciclo do planejamento

estratégico, que definiu o intervalo de 2020 a 2023 como foco, realçando o ano de

2019 como uma lacuna sem planejamento. Percebe-se, então, o quão complexo é o

desafio que se apresenta no decurso deste projeto de intervenção, partindo-se de

uma cultura organizacional avessa a mudanças para um modelo que, apesar de

simplificado, é baseado no dinamismo, na gestão colaborativa e no envolvimento de

diversos stakeholders.

Pretende-se, assim, propor um modelo visual de gerenciamento de projetos e

testá-lo em um projeto de infraestrutura, definido no eixo estratégico de

desenvolvimento organizacional. A proposta é baseada no LifeCycleCanvas® (LCC),

uma estrutura simplificada e derivada do modelo Business Model Canvas (BMC).

Essa metodologia, além do forte apelo visual (OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011),

contribui para promover uma maior integridade entre os envolvidos no projeto não

apenas na realização das atividades, mas também na sua concepção e

acompanhamento (FINOCCHIO JÚNIOR, 2013; CAMARGO, 2016; VERAS, 2016).

O projeto selecionado, adotado como piloto, faz parte da política de melhoria e

ampliação da estrutura física da Instituição, incluindo a restauração de um imóvel

tombado para abrigar o Memorial do Legislativo Potiguar, e foi selecionado pela

afinidade e familiaridade com as práticas envolvidas, além de ter sido definido como

um dos projetos prioritários da direção da Casa, que formalizou uma comissão

especial para gerenciá-lo.

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Para melhor compreensão dos objetivos desta pesquisa, o texto encontra-se

estruturado em três partes além da introdução. A primeira refere-se aos aspectos

teóricos mais relevantes para a assimilação do tema. A segunda parte faz referência

à realização da investigação junto a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte,

subdividida entre o modelo atual e o modelo proposto. A conclusão encontra-se na

terceira parte que, por sua vez, precede as referências.

1.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO OBJETO DA INTERVENÇÃO

Em 17 de abril de 1823 ocorreu o primeiro ato convocatório para uma sessão

de Assembleia Geral, Constituinte e Legislativa do Brasil. Com a outorga da carta

constitucional de 1824, a estrutura legislativa brasileira sofreu uma alteração que

possibilitou a criação de níveis central (nacional), estaduais (provinciais) e municipal.

Nessa época, o País vivia sua primeira experiência federativa, em função do caráter

descentralizador que marcou a fase inicial das Regências, culminando com a

abdicação de Pedro I ao trono do Brasil. Já no governo de Dom Pedro II foi editado o

Ato Adicional nº 16, de 12 de agosto de 1834, que criou as Assembleias Legislativas

Provinciais. Nesse ato, as Assembleias deveriam seguir a Constituição de 1824 e

mantiveram os moldes dos Conselhos Gerais de Província (ASSEMBLEIA

LEGISLATIVA DO RIO GRANDE DO NORTE, 2019).

A primeira eleição para a Assembleia Provincial do Rio Grande do Norte

ocorreu em 10 de novembro de 1834 na Igreja Matriz de Nossa Senhora da

Apresentação. Cerca de setenta pessoas elegem vinte candidatos entre cento e

vinte possíveis, dentre os eleitos nove padres integravam o corpo legislativo do Rio

Grande do Norte. Também estavam funcionários públicos, proprietários de terras,

lavradores e um magistrado. O padre Brito Guerra foi eleito o primeiro presidente da

Assembleia Provincial (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RIO GRANDE DO NORTE,

2019).

Com o advento da República, as Assembleias Legislativas das Províncias

foram rebatizadas com o nome de Assembleias Legislativas Estaduais.

Especificamente no caso do Estado do Rio Grande do Norte, a Assembleia da

Província foi instalada a 02 de fevereiro de 1835, inicialmente na sede da Câmara

Municipal de Natal. Em 31 de janeiro de 1983 inaugurou-se a sede atual da Casa

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Legislativa, no Palácio José Augusto, que foi ampliada em 2002 (ASSEMBLEIA

LEGISLATIVA DO RIO GRANDE DO NORTE, 2019).

Sua estrutura atual é disposta pela Resolução 090/2017, que apresenta-se

composta de vinte e quatro deputados, conforme Constituição Estadual promulgada

em 1989 (RIO GRANDE DO NORTE, 2006). Essa resolução determina a seguinte

organização administrativa: I- Plenário; II- Mesa Diretora; III- Reunião de Lideranças;

IV- Comissões (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RIO GRANDE DO NORTE, 2017).

O Plenário, a Reunião de Lideranças e as Comissões são órgão de natureza

eminentemente técnico-legislativos. Já a Mesa é responsável por promover o

gerenciamento das unidades organizacionais voltadas às atividades-meio e de

suporte técnico ao processo legislativo, e decompõe-se em Presidência e Secretaria,

esta última composta de Primeiro, Segunda, Terceiro e Quarto Secretários. Nesse

contexto, o organograma da Figura 1 (também presente no Anexo A) representa

gráficamente a estrutura da Instituição. O retângulo verde corresponde à

Coordenadoria de Infrestrutura e Apoio Logístico, na qual está localizada a Divisão

de Arquitetura e Engenharia, responsável por gerenciar o projeto piloto desta

pesquisa.

Figura 1 – Organograma da ALRN.

Fonte: ALRN.

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As unidades administrativas vinculadas à Mesa, responsáveis pela execução

e operacionalização dos serviços de apoio às funções institucionais e

constitucionais, apresenta a seguinte disposição: Ouvidoria, Controladoria,

Procuradoria-Geral, Diretoria-Geral e Diretoria Legislativa. A Diretoria-Geral é a

unidade responsável pelo planejamento estratégico da Instituição, com funções de

superintendência da gestão administrativa e financeira, assessoramento das

sessões plenárias e demais eventos de natureza técnico-política, bem como

coordenação e orientação de todas as atividades administrativas, devendo, portanto,

dirigir, supervisionar e controlar a execução dos serviços relacionados à

administração e à economia interna da Casa (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RIO

GRANDE DO NORTE, 2017).

Ainda assim, relatórios quadrimestrais publicados no Portal da Transparência

da ALRN entre 2013 a 2016, exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC

101/2000), reforçam um histórico recente de altos indicadores de gastos com

pessoal, principalmente de cargos em comissão. Nesse período, apenas no terceiro

quadrimestre de 2014 e no primeiro e segundo quadrimestres de 2015 o índice ficou

abaixo do limite prudencial estabelecido pela LRF (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO

RIO GRANDE DO NORTE, 2019). A partir de 2017, segundo os dados, percebe-se

que o percentual voltou variar e permaneceu abaixo do limite prudencial. O único

concurso público realizado pelo Legislativo potiguar, em 185 anos de existência, se

deu em 2013. Isso, associado à consolidação do portal da transparência e ao

planejamento estratégico implantado em 2015, pode representar uma mudança de

paradigma na forma de enxergar uma gestão pública meritocrática e transparente,

mas ainda mostra que há muito a ser feito.

1.2 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO PROBLEMA

Como forma de aproximação ao modelo gerencial, o arcabouço

organizacional da ALRN tenta, desde 2015, a implementação de uma abordagem

estratégica, entendida como uma “base concreta das mudanças que a gestão

promove nesse novo período, visando garantir rigor metodológico, alinhamento de

esferas das áreas administrativas e afins aos projetos” (RUSSO, 2017). Em julho de

2016, alguns servidores receberam a incumbência de elaborar e monitorar um

planejamento simplificado para o biênio 2015-2016 e promoveram oficinas técnicas

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para difundir o tema no órgão. Para obter êxito no desempenho desses projetos, o

grupo de trabalho responsável pelo desafio propôs uma estrutura que norteou o

planejamento para 2017-2018, baseada em atributos gerais e financeiros, marcos,

responsabilidades e indicadores de desempenho, convertendo-se em um modelo

complexo e detalhado (RUSSO, 2015).

Consoante as pesquisas realizadas através de entrevistas e oficinas com

grupo focal, foram definidos cinco eixos estratégicos - desenvolvimentos social, da

informação e do conhecimento, humano, organizacional e da atividade parlamentar

– compostos de oito objetivos estratégicos, quais sejam: integração com os demais

poderes, projetos de responsabilidade social, planejamento estratégico da

comunicação, política de ensino, pesquisa e extensão, política de gestão de

pessoas, melhoria da infraestrutura, desburocratização processual e modernização

da atividade parlamentar (RUSSO, 2017). Ademais, para materialização das metas

pretendidas nos eixos e objetivos estratégicos foram discriminados quatorze

projetos, como pode ser verificado na Figura 2 (também presente no Anexo B deste

trabalho).

Figura 2 – Estrutura do Planejamento Estratégico 2017-2018.

Fonte: Russo (2017).

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O desenvolvimento social subdivide-se em 3 projetos: aprimorar ações

integradas com outros poderes; promover e apoiar projetos sociais; e modernizar o

ensino legislativo. A estruturação do eixo estratégico 02, desenvolvimento da

informação e do conhecimento, é composta dos seguintes objetivos: instituir o

princípio da Assembleia aberta; promover melhoria da comunicação interna; e

fortalecer a comunicação externa institucional. Os projetos de desenvolvimento

humano são: definir política de ensino da Escola da Assembleia com aumento da

integração com o departamento de recursos humanos; implantar política de gestão

de pessoas alinhada aos objetivos estratégicos e à reforma administrativa; e

fortalecer o programa de gestão de competências com a inserção de cursos Lato e

Stricto Sensu (mestrado e doutorado). Definem o eixo estratégico 04,

desenvolvimento organizacional, objeto deste trabalho: estabelecer política de

economicidade; definir política de melhoria da infraestrutura física; e criar manuais

administrativos. Por fim, os projetos da atividade parlamentar são: aperfeiçoar o

apoio administrativo à equipe parlamentar em congruência com o processo

legislativo; e fortalecer o papel das Comissões através da integração do processo

legislativo com a Escola da Assembleia (RUSSO, 2017).

Não obstante, alguns obstáculos vieram à tona com a tentativa de

implementação de um modelo para monitorar esses projetos, como falta de histórico

de dados, tempo de resposta muito extenso para indicar as ações administrativas,

falha de monitoramento dos resultados dos projetos e falta de comprometimento dos

servidores com a execução do plano (RUSSO; DIAS, 2016). Outro fator limitador

apontado pela equipe responsável pelos dois primeiros ciclos (2015-2016 e 2017-

2018) era o tempo de mandato da mesa diretora, que no legislativo potiguar é

definido pelo artigo 7º do seu Regimento Interno, formalizado na Resolução 046/90,

de 2003: “A Mesa é eleita em sessões preparatórias no início da primeira Sessão

Legislativa de cada Legislatura, com mandato de dois (02) anos, permitida a

reeleição” (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RIO GRANDE DO NORTE, 2003). O

ciclo atual modificou esse panorama e ampliou o tempo para quatro anos, uma vez

que o antigo cenário dificulta o estabelecimento de metas de médio e longo prazo, e

reforça a necessidade do planejamento não como uma política de governo, mas de

Estado.

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Some-se a isso, a proporção de servidores que possuem cargos em

comissão, que, segundo dados do Portal da Transparência da ALRN, competência

junho de 2019 e levantados em agosto de 2019, é de 82,31% do total. Ressalte-se

que a nomeação de servidores para cargos comissionados como exceção à regra

constitucional do concurso público amplia um campo de atuação clientelista, no qual

o detentor do poder concede discricionariamente cargo ao particular, aumentando as

chances de se estabelecer uma relação precária baseada na gratidão. Essa

vinculação aumenta a rotatividade do quadro de pessoal e dificulta o

comprometimento dos servidores com as metas definidas.

Para gerenciamento dos projetos e respectivos indicadores, a comissão do

Planejamento Estratégico 2017-2018 adotou o GEPLANES, um software que faz uso

do Balanced Scorecard, desenvolvido por Kaplan e Norton (1997), e que busca

mensurar o desempenho da organização através do ciclo PDCA. A intenção era

identificar o problema através das variáveis inseridas no software, combinando a

análise das causas principais que impedem o atingimento das metas por meio de

uma etapa exaustiva de cadastro e discussões em encontros presenciais. No

entanto, um gerenciamento mais dinâmico tem como premissa o monitoramento com

efetivo ciclo de melhoria contínua, e não apenas como prevenção às mudanças que

por ventura ocorram durante a fase de execução do projeto.

Segundo Russo (2017), a equipe caminha a passos lentos no aprendizado de

utilização desse sistema de gerenciamento, o que, para o autor, demonstra uma

oportunidade de aprimoramento do modelo proposto. Atualmente, a Instituição inicia

a execução dos projetos para o período 2020-2023, sendo este o terceiro ciclo no

processo de construção da maturidade na gestão de projetos. O processo, incluindo

a execução e monitoramento, será feito através dos mesmos instrumentos dos ciclos

anteriores, e através de reuniões da Assessoria de Planejamento com servidores de

diversos setores, incluindo o autor deste projeto de intervenção, e tem como foco as

atividades meio. Assim, levando-se em consideração a lacuna identificada, o

presente estudo coloca a seguinte problemática: Como simplificar e otimizar a

gestão dos projetos estratégicos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do

Norte?

Para responder a esta questão de pesquisa pretende-se, a partir de um

enfoque qualitativo baseado em grupo focal e observação participante, testar um

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modelo visual na confecção do planejamento e gerenciamento de um projeto de

infraestrutura da ALRN, conforme os objetivos a seguir.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste estudo é propor um modelo para simplificar e otimizar a

gestão dos projetos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.

1.3.2 Objetivos específicos

Para concretizar o objetivo geral foram definidos os seguintes objetivos

específicos:

a) Diagnosticar as práticas existentes no que tange ao gerenciamento dos projetos

estratégicos do órgão;

b) Propor um modelo visual de gestão de projetos através do LifeCycleCanvas®

(LCC) e testá-lo em um projeto da área de infraestrutura;

c) Analisar o alinhamento do modelo utilizado para gerenciamento dos demais

projetos estratégicos do órgão;

1.4 JUSTIFICATIVA

A Gestão de Projetos está cada vez mais sendo utilizada como mecanismo de

operacionalização da estratégia organizacional, e a adoção da metodologia

adequada, aliada a transformações estruturais, pode promover uma maior aderência

ao planejamento estratégico (YOUNG; GRANT, 2015). Sendo assim, há a

necessidade de governos e empresas em aplicar tais práticas em suas atividades

cotidianas (DUFFIELD; WHITTY, 2016). Embora a esfera pública tenha uma

considerável demanda de projetos, ainda os gerencia de maneira descoordenada ou

através de mecanismos incapazes de observar as peculiaridades e complexidades

inerentes ao setor, quando deveriam racionalizar os recursos públicos e produzir

melhores resultados à sociedade (FURTADO; FORTUNATO; TEIXEIRA, 2011).

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Isto posto, a pesquisa contribui para o arcabouço de conhecimento sobre o

tema, especialmente na área Legislativa, e para a viabilidade de um modelo

dinâmico e simples de planejamento e execução de projetos estratégicos pensado e

revertido para o próprio órgão objeto desta estratégia de pesquisa. A literatura

aponta que há poucas pesquisas sobre a gestão visual de projetos e que ainda não

se sabe, de forma clara, quais benefícios esses modelos podem promover nas

organizações (TEZEL et al., 2015). Para Gloria Júnior e Gonçalves (2016), a

abordagem canvas pode ajudar a apresentar uma visão integrativa e holística da

organização, além de trazer informações objetivas e relevantes, melhorando a

comunicação entre os envolvidos.

Outrossim, a falta de resultados satisfatórios em gestão de projetos é

recorrente (principalmente quando conectados a tempo, escopo e custos) em

organizações públicas e privadas, e ainda acontece pelo aumento da complexidade

inserida nesse contexto.

A adoção do LifeCycleCanvas® simplificará a gestão das metas e projetos

estratégicos da ALRN, contribuindo com maior eficiência e eficácia nos processos,

entregas e serviços institucionais, resultando, por fim, em valor público. Ademais,

realizou-se um levantamento bibliométrico dos trabalhos produzidos na área, em

uma consulta ao Catálogo de Teses e Dissertações da Capes, o que ratificou a

percepção inicial de que se tinham poucos trabalhos produzidos com essa temática.

Ao se realizar uma busca no portal, utilizando o indexador “gestão visual de projetos”

obteve-se um total de 5 (cinco) teses e dissertações com essa temática, sendo 2

(duas) teses e 3 (três) dissertações. Na sequência, adicionou-se o termo “Life Cycle

Canvas” à busca, resultando em 4 (quatro) teses e 4 (quatro) dissertações.

No contexto acadêmico, a justificativa se dá pela contribuição em buscar a

aplicação de uma ferramenta visual de gestão de projetos em uma organização

integrante de um grupo que trata essa temática de maneira tão incipiente, como é o

caso da Administração Pública brasileira de maneira geral. A exequibilidade da

proposta de intervenção se torna facilitada pelo fato de ser conduzida pelo autor,

que é servidor efetivo lotado na Divisão de Arquitetura e Engenharia da Assembleia

Legislativa do Rio Grande do Norte e membro da COMISSÃO ESPECIAL PARA

VIABILIZAR A RESTAURAÇÃO E CONSTRUÇÃO DA SEDE DO MEMORIAL DO

LEGISLATIVO POTIGUAR, estruturas diretamente envolvidas com o planejamento

da infraestrutura da ALRN.

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O desenvolvimento organizacional está relacionado com a exigência da

sociedade atual, que passa por uma mudança de mentalidade, e é composto de

projetos estratégicos finalísticos, visando otimizar os recursos materiais e de

infraestrutura disponíveis (RUSSO, 2017). Para Deal e Kennedy (1982), essas

mudanças são importantes pois representam transformações reais no

comportamento das pessoas da organização. Ademais, além do realismo da

situação e do envolvimento direto do autor com o projeto selecionado, outra

justificativa para o enfoque dessa pesquisa foi a afinidade e a familiarização com o

ambiente e os stakeholders envolvidos no eixo estratégico delimitado.

Dessarte, além de toda a importância de uma política de melhoria e

ampliação da estrutura organizacional, o projeto em questão envolve a justificativa

pessoal do autor deste estudo: a possibilidade de implementação de um

equipamento cultural em uma Zona Especial de Preservação Histórica. O patrimônio

histórico compõe a identidade cultural de uma sociedade, constituído pela

acumulação contínua de uma diversidade de objetos que se agregam por seu

passado comum, sejam eles edifícios, obras de arte ou trabalhos de todos os

saberes dos seres humanos (CHOAY, 2006). Daí a importância da conservação

dessa memória, com ações mais incisivas por parte do Poder Público, definindo

estratégias de gestão urbana que conservem os valores históricos e sociais

existentes.

Ademais, a concretização desse projeto permite a ampliação e melhoria da

infraestrutura física e tecnológica do Órgão Legislativo; a economia de recursos

públicos, dada a possibilidade de devolução de três imóveis atualmente locados a

terceiros; e a conservação dos valores históricos e sociais do conjunto arquitetônico,

urbanístico e paisagístico da cidade de Natal.

Como resultado, espera-se contribuir com o planejamento de um projeto que

resultará na implantação da política de ampliação da infraestrutura física da

Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, materializada em um produto

técnico que servirá de piloto para aplicação em outros projetos estratégicos,

podendo tornar-se fonte de pesquisa sobre o tema. Com isso, este trabalho pode

servir de fonte de conhecimento para análises futuras com interesse na gestão

visual de projetos nas organizações públicas, especialmente no que diz respeito a

modelos baseados em telas (canvas).

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1.5 METODOLOGIA DA INTERVENÇÃO

Este capítulo tem por objetivo discorrer acerca dos procedimentos

metodológicos para estruturação de um projeto de intervenção, detalhando as

etapas propostas nos objetivos específicos e a forma como serão analisados os

dados coletados. A Resolução nº 02/2018, do Colegiado do Programa de Pós-

Graduação em Gestão Pública da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

que fixou normas para elaboração do Pré-Projeto de Intervenção e Projeto de

Intervenção, orienta que:

Projeto de Intervenção é um documento que concretiza um Pré-Projeto de Intervenção para uma instituição pública determinada, referente a proposições de mudanças em serviços ou sistemas administrativos existentes na instituição ou à criação de serviços ou sistemas administrativos completamente novos na instituição (inovação), cuja implantação tenha potencial de resultar em evidentes benefícios ao desempenho institucional, seja em termos de aumento de eficiência, redução de custos, aumento de efetividade (mudança social) ou responsabilização (accountability). O Projeto de Intervenção deve ser apresentado e defendido pelo Mestrando perante Banca Examinadora, na forma do que dispõe o Regimento Interno do Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 2018)

Por conseguinte, Prodanov e Freitas (2013) lecionam que uma pesquisa

científica propõe o alcance de conhecimentos apoiados em procedimentos

confiáveis à obtenção de resultados. A natureza que envolve o processo construtivo

de uma pesquisa pode ser influenciada por uma dificuldade na prática profissional,

conhecimento escasso ou interesse na previsão de determinado resultado. Assim,

os critérios de determinação são variáveis de acordo com o enfoque dado, interesse,

campo, metodologia e objeto de estudo (PRODANOV; FREITAS, 2013).

1.5.1 Classificação do Projeto de Intervenção

A determinação das características deste estudo tem respaldo nas lições de

Prodanov e Freitas (2013), que indicam que uma pesquisa científica não se resume

a um simples questionamento ou explorações vazias, mas estende-se desde a

formulação do problema até a apresentação dos resultados. Destarte, o trabalho

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será classificado quanto à natureza, à abordagem, aos objetivos e aos

procedimentos.

Quanto à natureza, a pesquisa se configura como aplicada, uma vez que

pretende gerar conhecimentos que possam ser aplicados de forma prática no

gerenciamento dos projetos estratégicos da Assembleia Legislativa do Rio Grande

do Norte. No que tange à abordagem, o estudo é qualitativo, pois apresenta o

ambiente como fonte direta dos dados (PRODANOV; FREITAS, 2013).

Em relação aos objetivos, é possível classificar esta pesquisa como

exploratório-descritiva. Para Vergara (2014), uma investigação exploratória se dá

quando é consumada em área com pouco conhecimento acumulado e

sistematizado. Raupp e Beuren (2006) ratificam a afirmação, acrescentando que a

pesquisa exploratória se caracteriza pelo aprofundamento de conceitos preliminares

não contemplados de maneira suficiente, esclarecendo questões que foram

superficialmente exploradas. As investigações que tratam de modelos e ferramentas

baseadas em canvas para a área de gerenciamento de projetos ainda são

incipientes, tendo, portanto, um campo a ser explorado (MEDEIROS et al., 2017).

Em referência ao caráter descritivo, considera-se adequada a classificação,

tendo em vista que o estudo busca descrever as características de determinada

população ou fenômeno, estabelecendo correlações entre variáveis (VERGARA,

2014), sem que ocorra a manipulação do pesquisador (ANDRADE, 2008).

Quanto aos procedimentos, foram utilizadas as seguintes técnicas: fontes

documentais e pesquisa-ação. Acerca das fontes documentais, o panorama volta-se

para o uso de documentos institucionais, como as informações formalizadas

referentes aos dois primeiros ciclos do planejamento estratégico (2015/2016 e

2017/2018), dados da elaboração do terceiro ciclo (2020/2023) e detalhes do projeto

de infraestrutura objeto deste trabalho. Esse tipo de dado é assim classificado pois

apresenta relação direta com os fatos analisados (RICHARDSON, 2017).

A pesquisa-ação acontece quando é elaborada em estreita associação com

uma ação ou com a resolução de um problema, no qual os atores implicados

participam, junto com os pesquisadores, para chegarem interativamente a elucidar a

realidade em que estão inseridos, buscando e experimentando soluções em uma

situação real. Simultaneamente, há produção e uso de conhecimento (THIOLLENT,

1998).

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A Figura 3, a seguir, traz a compilação das categorias e classificações

expostos nesta subseção.

Figura 3 – Classificação da pesquisa.

Fonte: Adaptado de Prodanov e Freitas (2013).

A opção por esta abordagem se deu pelo fato de a organização estar, quando

do início da pesquisa, justamente em processo de alinhamento de esferas das áreas

administrativas e afins aos projetos estabelecidos no planejamento estratégico,

possibilitando a obtenção de informações e melhoria da estrutura desenvolvida pela

equipe responsável. O gerenciamento de projetos no setor público é por vezes

complexo, uma vez que envolve diversas variáveis e stakeholders, tornando

relevante a escolha do objeto deste estudo.

1.5.2 Instrumentos de coleta de dados

A definição dos instrumentos é uma etapa importante no planejamento de

uma pesquisa, devendo estar presentes não só os instrumentos de investigação

(ideias, reflexões e fatos), mas também os instrumentos para investigação

(LAKATOS; MARCONI, 2017). Neste sentido, foram utilizados como ferramentas de

coleta de dados a observação participante e o grupo focal.

Na observação participante espera-se que o observador esteja em uma

posição privilegiada para obter conhecimentos aprofundados e, portanto, obtenha

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mais informações quando comparada com outras técnicas (VINTEN, 1994). Assim, o

investigador, pela compreensão e conhecimento prático, torna-se membro de um

grupo ou organização sob estudo (JORGENSEN, 1989; YIN, 2010). Essa ferramenta

parece mais adequada a uma análise de comportamentos espontâneos e insere o

pesquisador dentro do cenário, possibilitando a compreensão dos ambientes

psicossociais em paralelo a uma interlocução mais competente (ZANELLI, 2002).

Ademais, para Günther (2006), o ponto forte da observação é o realismo da

situação estudada, que fornece um indicador do nível em que as indagações estão

para, a partir desta análise, se estruturarem posteriores e complementares

entrevistas. Outro atributo importante dessa técnica é a familiarização do

pesquisador com o ambiente e com os participantes em potencial (SHAH, 2006), já

que perguntas de posteriores entrevistas devem ser feitas com base nos estilos

desses indivíduos e em como eles interagem uns com os outros.

O grupo focal foi constituído seguindo as recomendações de Flick (2009), ao

compor um grupo com conhecimentos distintos às práticas e à experiência em

gerenciamento de projetos. No caso deste trabalho, corresponde a um grupo formal

de tamanho reduzido destinado à discussão dos aspectos qualitativos propostos.

No intuito de ser mais assertivo nas análises, examinou-se o momento atual

da ALRN, demonstrando que o projeto foi pensado observando questões

situacionais da direção do órgão, a familiaridade do autor com o projeto estratégico

selecionado, bem como limitações estruturais e orçamentárias. Logo, foram

considerados os processos de como são realizadas as práticas de gestão de

projetos, como se baseia a arquitetura organizacional, a existência de processos

específicos no planejamento estratégico, custos, prazos, escopo e stakeholders.

1.5.3 Participantes da pesquisa

Para o propósito deste estudo, em razão do tempo disponível e da

familiaridade com o tema, optou-se por restringir o universo ao eixo estratégico

desenvolvimento organizacional, especificamente à política de melhoria da

infraestrutura física. Esse projeto inclui a restauração de um prédio inserido em Zona

Especial de Preservação Histórica, que irá abrigar o Memorial do Legislativo

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Potiguar, e a construção de um anexo contíguo para abrigar setores administrativos

que atualmente funcionam em três imóveis alugados.

A fim de materializar essa meta definida no planejamento estratégico da

Casa, a Diretoria Administrativa e Financeira constituiu uma equipe denominada de

COMISSÃO ESPECIAL PARA VIABILIZAR A RESTAURAÇÃO E CONSTRUÇÃO

DA SEDE DO MEMORIAL DO LEGISLATIVO POTIGUAR. O grupo foi formalizado

nos termos da Portaria nº 034/2018, publicada no Boletim Legislativo Eletrônico em

01 de fevereiro de 2018, e conta com quatro servidores da Divisão de Arquitetura e

Engenharia, incluindo o autor desta pesquisa, além do Presidente da Comissão, que

é oriundo da Secretaria Estadual de Turismo do Rio Grande do Norte.

Por sua vez, o Grupo de Trabalho para Elaboração e Monitoramento da

Execução do Planejamento Estratégico também conta com cinco membros e está

responsável por desenvolver estudos e levantamentos para elaboração do

planejamento do período 2020-2023. Em virtude da característica da pesquisa e pela

afinidade, somadas ao conhecimento técnico sobre as práticas do objeto proposto,

optou-se pela definição não probabilística dos participantes, sendo acrescido um

servidor da Divisão de Arquitetura e Engenharia. Este servidor fez parte do grupo

elaborador do ciclo 2017-2018 do Planejamento Estratégico da ALRN e também

integrou as reuniões para elaboração do ciclo 2020-2023, integrando os dois grupos

participantes. Assim, adotou-se como grupo pesquisado todos os integrantes das

duas Comissões apresentadas, compostas dos seguintes atores:

Quadro 1 – Definição dos participantes da pesquisa

COMISSÃO PARA VIABILIZAR O MEMORIAL DO

LEGISLATIVO POTIGUAR QUANTITATIVO

PRESIDENTE (ENGENHEIRO CIVIL) 01

ANALISTA LEGISLATIVO (ARQUITETO E URBANISTA) 01

TÉCNICO LEGISLATIVO (ARQUITETO E URBANISTA) 02

ASSESSOR ESPECIAL II (ENGENHEIRO CIVIL) 01

TÉCNICO LEGISLATIVO (DIV. ARQ. E ENGENHARIA) 01

GRUPO DE ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO

ESTRATÉGICO QUANTITATIVO

ASSESSOR DE PLANEJAMENTO 01

CHEFE DE APOIO ADMINISTRATIVO 01

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ASSESSOR CONSULTIVO I 01

ASSESSOR ESPECIAL II 01

CHEFE DA DIVISÃO DE GERENCIAMENTO DO E-SOCIAL 01

TÉCNICO LEGISLATIVO (DIV. ARQ. E ENGENHARIA) 01

TOTAL DE SERVIDORES PARTICIPANTES 11

Fonte: Elaborado pelo autor.

O subitem a seguir descreve os detalhes do método proposto, separando

cada etapa do processo para melhor compreensão.

1.5.4 Método de execução da intervenção

A proposta foi dividida em duas fases: a primeira corresponde às fontes

documentais, bem como à elaboração do diagnóstico acerca de práticas existentes

em Gerenciamento de Projetos; já a segunda, aspira a elaboração de um modelo de

gestão estratégica adequado à realidade organizacional da Assembleia Legislativa

do Rio Grande do Norte, amparado na metodologia LifeCycleCanvas® (LCC), e

apurar seu alinhamento com os demais projetos estratégicos do Órgão. Esse

segundo momento compõe a rotina da Comissão Especial para viabilizar a

restauração e construção da sede do Memorial do Legislativo Potiguar.

Assim, além das bibliografias consideradas pertinentes ao desenvolvimento

da investigação, conforme consta no Referencial Teórico do trabalho, fez-se uso de

documentos institucionais que se relacionem com o objeto de pesquisa.

A elaboração do diagnóstico foi fundamentada na análise do Planejamento

Estratégico 2020-2023 (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RIO GRANDE DO

NORTE, 2019) e através de 6 (seis) reuniões do Grupo de Trabalho para Elaboração

e Monitoramento da Execução do Planejamento Estratégico com servidores de

diversos setores relacionados aos projetos pactuados no ciclo anterior (2017-2018),

incluindo o autor desta pesquisa (observação participante) e servidores que

participaram dos dois primeiros ciclos. O intuito inicial dessas conferências era

identificar a percepção dos participantes quanto à classificação (ponto forte ou fraco,

oportunidade ou ameaça) de cada proposição, para, a partir da análise das

respostas obtidas, elaborar as metas do ciclo estratégico 2020-2023.

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Nesses encontros foram listados os problemas enfrentados no cotidiano da

ALRN, e a equipe responsável pela condução do Planejamento Estratégico adotou

como estratégia de coleta de dados as premissas da análise SWOT e da matriz de

Vester. A SWOT correlaciona diversos fatores para permitir um exame das forças e

fraquezas internas de uma organização, além de oportunidades de crescimento e

ameaças que o ambiente externo apresenta em relação a sua sobrevivência

(HARRISON, 2010). Para Soares et al (2016), essa ferramenta pode ser usada para

gerar um plano em que o potencial dos pontos fortes e das oportunidades é

maximizado para minimizar as deficiências, causadas pelas fraquezas, e os

impactos, causados pelas ameaças.

A Matriz de Vester foi desenvolvida pelo alemão Frederic Vester, como uma

técnica que facilita a identificação e determinação das causas e consequências de

uma situação problema. A identificação dos problemas identifica e analisa os

aspectos envolvidos, e identifica as relações de causalidade quem permitem explicar

um problema. Em termos gerais é uma série de linhas e colunas que contém uma

ordem categórica, variando de 0 a 3: 0 = nenhuma influência; 1 = baixa influência; 2

= média influência; 3 = alta influência (VILLABONA, 2010).

Os primeiros dados foram coletados nas reuniões dos dias 13 e 14 de maio

de 2019, e a tabulação foi feita nos encontros dos dias 16 e 18 de julho de 2019, a

partir das alternativas mais apontadas, segundo fins não estatísticos e de acordo

com critérios de classificação e construção da SWOT e da matriz de Vester. Nas

duas últimas conferências foram discutidas e ajustadas as propostas dos novos

projetos estratégicos. Desse modo, complementado pela análise do documento

definitivo, publicado em Diário eletrônico, foi possível construir o diagnóstico da

situação atual.

Em seguida, foi testado o modelo proposto, através do uso de telas (canvas),

para viabilizar os projetos de restauração do prédio que abrigará o Memorial do

Legislativo Potiguar e de construção de um anexo administrativo contíguo. As

informações remanescentes para o progresso do trabalho foram coletadas durante a

rotina de trabalho da COMISSÃO ESPECIAL PARA VIABILIZAR A RESTAURAÇÃO

E CONSTRUÇÃO DA SEDE DO MEMORIAL DO LEGISLATIVO POTIGUAR, com

encontros diários de duração média de seis horas, nos quais os profissionais

discutiram e construíram em conjunto as etapas do ciclo de vida do projeto,

participando ativamente no preenchimento das telas do experimento em foco. Os

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procedimentos de coleta serão o grupo focal e a observação participante, conforme

detalhado no subtítulo 1.5.2.

Ao todo, foram coletados dados de todo o ciclo de vida de um dos projetos (o

de elaboração dos projetos executivos de arquitetura), e das etapas de iniciação e

planejamento do projeto de entrega dos prédios que abrigarão o novo Memorial do

Legislativo Potiguar e setores administrativos. Os produtos resultantes desses

projetos incluem os seguintes documentos: relatórios preliminares (identificação,

diagnóstico e mapa de danos do equipamento); projeto arquitetônico,

complementares e memorial descritivo; documento de anuência do Instituto de

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN); alvará e licença de instalação,

aprovação do Corpo de Bombeiros e a definição das diretrizes que nortearão a

licitação da obra (projeto básico).

Quanto à exploração e interpretação desses dados, adotou-se a análise de

conteúdo proposta por Bardin (2011), organizada em três fases: pré-análise,

exploração do material e tratamento dos dados. A etapa de pré-análise envolve

leitura preliminar e organização do material coletado. Na etapa de exploração do

material, inicia-se a categorização do material coletado. Realizou-se uma descrição

analítica dos dados e a submissão do material coletado a um processo de análise

conforme os conceitos apresentados no referencial teórico. Neste caso, o material

coletado pelo grupo focal foi transcrito como unidades de registro dos doze campos

centrais estabelecidos no modelo LifeCycleCanvas® (LCC), que remete às dez áreas

de conhecimento em gerenciamento de projetos.

Para sistematizar estes dados, foi empregada a técnica de codificação, tendo

como base as recomendações de Gibbs (2009), que envolveu a identificação e o

registro das observações e aspectos definidos em cada campo do canvas,

registrados com códigos e realizados em duas etapas. Na primeira etapa, durante o

trabalho da Comissão Especial para viabilizar a restauração do imóvel em questão,

códigos são gerados com termos que representavam as questões relativas a cada

campo de gerenciamento durante a concepção dos projetos na etapa de iniciação.

Na segunda, conforme discutidas essas questões durante a etapa de planejamento,

foram feitos agrupamentos de acordo com as mudanças ocorridas na etapa de

execução e a ratificação das informações debatidas em reunião com um grupo focal

para conclusão do ciclo.

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Por fim, foi apurado o alinhamento do LCC para gerenciar os demais projetos

estratégicos do órgão através da análise realizada, em conformidade com as

melhores práticas difundidas na Gestão de Projetos e com respaldo na literatura.

Assim, a execução dos objetivos específicos deste estudo resume-se ao seguinte

planejamento, exposto no quadro a seguir:

Quadro 2 – Descrição da metodologia utilizada

PROBLEMÁTICA

Como simplificar e otimizar a gestão dos projetos estratégicos da ALRN?

OBJETIVO GERAL

Propor um modelo visual de gestão de projetos para a ALRN

OBJETIVO ESPECÍFICO PASSOS INSTRUMENTO DE

PESQUISA

Diagnosticar as práticas existentes no que tange ao gerenciamento dos projetos estratégicos do Órgão

Compilação dos dados levantados e análise fundamentada em reuniões com servidores que integraram os três ciclos do Planejamento Estratégico

Pesquisa documental e observação participante

Propor um modelo visual de gestão de projetos através do LifeCycleCanvas® (LCC) e testá-lo em um projeto da área de infraestrutura

Preenchimento das telas, Compilação dos dados levantados e análise fundamentada no modelo LCC

Observação participante e grupo focal

Analisar o alinhamento do modelo utilizado para gerenciamento dos demais projetos estratégicos do órgão

Análise comparativa entre as informações colhidas nos modelo atual, no proposto e na literatura

Pesquisa documental e observação participante

Fonte: Elaborado pelo autor.

Com base nos procedimentos metodológicos acima descritos, têm-se nos

próximos capítulos a base teórica utilizada, materializada pelo referencial teórico, e

os principais resultados obtidos na pesquisa, com as discussões provenientes

desses resultados.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico está dividido em três seções. Na primeira, inseriu-se o

contexto da Nova Gestão Pública na utilização do planejamento estratégico,

apresentando direcionamentos e ferramentas disponíveis. Nos dois tópicos

seguintes são expostos os conceitos de gestão de projetos, discutindo-se mais

profundamente os aspectos teóricos do modelo de intervenção proposto, com as

especificidades inerentes ao local de aplicação desta pesquisa.

2.1 PLANEJAMENTO NA GESTÃO PÚBLICA

Bresser-Pereira (1996) considera o surgimento de um novo conceito de

gestão pública a partir de mudanças nas organizações públicas do modelo pré-

burocrático para o burocrático, ocorridas no final do século XIX, nos Estados Unidos,

e no Brasil, durante meados da Era Vargas. O objetivo era a mudança de

paradigma, idealizando uma administração pública técnico-profissional,

fundamentada no Estado de direito. Na administração pública burocrática o

administrador implementa uma rotina de procedimentos, expressa em normas

administrativas extremamente rígidas.

Merton (1959) e Jaeger e Selznick (1964) entendem que as limitações do

modelo burocrático são disfunções que podem ser assim sintetizadas: a)

internalização das regras e exagerado apego aos regulamentos a tal ponto que os

meios se tornam superiores aos fins; b) tendência ao excesso de formalismo e de

documentação fazendo emergir elevado apego ao papelório; c) resistência a

mudanças em virtude da rotinização do trabalho, o que provoca a acomodação do

trabalhador e torna o novo sinônimo de ameaça à segurança; d) superconformidade

a rotinas e procedimentos dificultando a iniciativa e a criatividade individual; e)

despersonalização dos relacionamentos por privilegiar cargos e não pessoas; f)

exibição de sinais de autoridade sob intensiva utilização de símbolos ou sinais de

status que atestam posição hierárquica e poder; g) dificuldade no atendimento aos

clientes e conflitos com o público, uma vez que o trabalhador tende a se voltar para

dentro da organização, para normas e regulamentos internos e para o cumprimento

de rotinas e procedimentos.

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Na segunda metade do século XX, diversas inovações tecnológicas, sociais e

econômicas impuseram novos padrões de gestão ao setor público em todo o mundo,

inspirados em conceitos da iniciativa privada, e buscando conciliar características

próprias do modelo estatal, como preocupações com o contexto social e político,

com o novo modelo de gestão neoliberal, voltado para o aumento da eficiência. Com

o passar dos anos, transforma-se o conceito de gestão pública, pois rompe com o

modelo burocrático weberiano e volta-se para o cidadão, que passa a ser cada vez

mais criterioso e exigente quanto à qualidade dos serviços prestados.

Surgiu, assim, a new public management, ou nova administração pública,

que, com a inserção da cultura empresarial, também ficou conhecida como

administração pública gerencial ou Nova Gestão Pública, e tornou-se referência para

processos de reformas administrativas em diversos países. Nesse contexto, propõe-

se que uma organização é cada vez mais influenciada pela sua capacidade de

implementar modelos flexíveis de gestão, tornando cada vez mais importante a

figura do gestor público. Diversas técnicas de planejamento integram os novos

modelos de gestão, entre elas, a gestão baseada em processos, que integra todas

as etapas de um processo produtivo e traça uma panorâmica de toda a extensão

das ações governamentais, e o gerenciamento de projetos (NODARI et al., 2007).

Não obstante, a introdução de ferramentas gerenciais de administração

privada não assegura, por si só, a modernização de práticas na administração

pública. Acompanham ainda conceitos como cidadania, participação, equidade e

transparência, além de temáticas próprias da gestão organizacional contemporânea

(BRESSER-PEREIRA, 1996). Para Allison (1980), são três as funções que se

desenvolvem em processos de gestão pública: gestão estratégica; gestão dos

componentes internos na instituição; e gestão de componentes externos. Dessas

atividades, comuns em ambientes públicos e privados, inicia-se o planejamento, com

a definição dos objetivos e estratégias.

A ausência de uma visão estratégica é um dos problemas encontrados nas

instituições públicas, geralmente decorrente do imediatismo das atenções

governamentais. Isso gera um ciclo vicioso que afeta a qualidade das políticas

públicas e de seus resultados (OLIVEIRA, 2018). Segundo Cardoso Júnior (2011), a

reconstrução do planejamento deve ser feita em três pilares: visão estratégica,

capacidade de gestão e sistema eficiente de colaboração.

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Emergem, assim, as vertentes gerenciais do Novo Serviço Público,

acrescidas de uma governança democrática pautada no interesse público, com

gestores públicos envolvidos e a serviço de seus cidadãos (DENHARDT, 2012).

Esse conceito influencia diretamente a implantação de um planejamento

fundamentado em projetos e metas que representem uma diferença positiva na

relação com a sociedade. Isto posto, as dificuldades na adoção de um modelo de

gestão adequado a cada contexto operacional, cada vez mais complexos, e que

reconheça e interprete as características dos projetos, têm se tornado desafios na

gestão pública. Assim, uma estratégia adequada, fundamentada em objetivos

coerentes a serem atingidos, corrobora com essa nova realidade e proporciona um

desempenho mais eficiente.

É relevante nesta discussão entender que o futuro da democracia está

relacionado com o sistema político e de transformações na forma de gestão pública.

Nesse sentido, ressalta-se o conceito de projeto trazido por Meneses, Oliveira e

Vasconcelos (2016), que corresponde a “um esforço temporário empreendido para

criar um resultado, serviço ou produto único”.

A associação de desempenho e projetos é um aspecto importante para

entender a importância da gestão de projetos, uma vez que melhores desempenhos

geralmente dependem de boas estratégias, que por sua vez se fragmentam em bons

projetos. Segundo Porter (1989), estratégia é basicamente fazer escolhas, e os

projetos definidos nesse processo devem ser implementados seguindo as

prioridades estabelecidas pela instituição. Para Veras (2016), estabelece-se aqui a

relação entre estratégia e projetos. Essa associação, intitulada planejamento

estratégico, define as estratégias operacionais e será discutida no tópico seguinte.

A gestão da estratégia é parte importante do processo de planejar, pois trata

do gerenciamento dos recursos e da estrutura da organização de forma sistemática.

Na administração pública, que possui características próprias, os projetos devem

gerar eficiência operacional e/ou serviços que representem uma diferença positiva

na relação com a sociedade. Corroborando esse entendimento, Cintra e Vieira

(2012) entendem que o termo “projeto” vai ao encontro do planejamento e da

execução de atividades aliadas a um complexo elenco de fatores socioculturais,

econômicos e políticos, capazes de influenciar os gestores na escolha de seus

objetivos e métodos.

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Por fim, ao mesmo tempo em que a melhoria na prestação do serviço público

se faz necessária, as dificuldades na adoção de um modelo de gestão adequada a

cada contexto operacional, que reconheça e interprete as características dos

projetos, têm constantemente desafiado os gestores públicos. Kerzner (2017)

ressalta que o emprego da metodologia correta melhora a performance durante a

execução do projeto e cria condições para o aumento da confiança da sociedade.

2.1.1 Planejamento estratégico

Planejamento Estratégico pode ser entendido como uma metodologia

gerencial que objetiva proporcionar aos tomadores de decisão uma estrutura que

permita o exame do ambiente onde atua a organização (MEYER JR, 1991). Os

conceitos e as práticas dessa estrutura são aplicáveis tanto ao setor público quanto

ao privado (MINTZBERG, 1994). Nesse sentido, o Planejamento Estratégico no

serviço público, que integra o campo empírico deste trabalho, concentra suas

atenções nas condições para o sucesso e a relação com a política, geralmente

vinculada ao bem-estar social (FRIEDMAN, 2006).

Na América Latina, métodos tradicionais de planejamento foram difundidos a

partir da década de 1950, principalmente pela Comissão Econômica para a América

Latina e o Caribe (CEPAL). Esses métodos apresentam um conteúdo tecnocrático e

determinístico, mas são estáticos e partem da premissa de separação entre equipes

de planejamento e de execução, tornando o planejamento tradicional pouco potente

para resolver problemas dinâmicos e complexos (IIDA, 1993). Na contramão desses

mecanismos, o economista chileno Carlos Matus desenvolveu na década de 1970

um método mais flexível, chamado Planejamento Estratégico Situacional (PES),

permitindo ajustes a partir da complexidade dos problemas sociais. Neste método, o

futuro não é determinístico e a realidade é continuamente acompanhada (IIDA,

1993).

Para Gonçalves (2005), a crítica ao planejamento tradicional seria o

combustível para elaboração do PES, servindo simultaneamente como sustentação

e valorização do método proposto. Assim, o PES é apresentado como um modelo

pautado na democracia e na descentralização, no qual o plano é fruto de uma

criação coletiva.

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Conforme Matus (2000), a capacidade de governo encontra-se em crise, em

contraste com o avanço das ciências naturais e com o crescimento, em

complexidade e intensidade, dos problemas sociais. Gonçalves (2005) afirma que a

prática cotidiana está marcada pela baixa qualidade governamental, pelo estilo

primário de fazer política, pela pobreza teórica e pela carência de respostas dos

estudiosos e pesquisadores aos problemas de governo. Assim, Nos enfoques

tradicionais, a abordagem aos problemas gerenciais encontram-se fortemente

marcados por características prescritivas, onde a realidade é um "deve ser".

A problemática acerca da construção de um novo paradigma compreende a

complexidade dos processos de mudança, ressaltando as condições de incerteza e

mudanças presentes no contexto ambiental e apontando o componente político-

estratégico como essencial. A compreensão da gerência e do processo decisório

está fortemente marcada pela valorização do componente estratégico, bem como

pelo papel da inovação e criatividade, imprescindíveis em um cenário de constantes

mudanças. Nas organizações, compreendidas como arenas permanentes de

negociação e conflito, o componente técnico passa a ser um dos elementos do

processo gerencial, que não se esgota na simples aplicação de instrumentos strictu

sensu (AZEVEDO, 1992).

Todo método de planejamento apresenta, no seu desenvolvimento, passos ou

etapas como uma sequência lógica de ações ou atividades. Ao propor a ideia de

momentos do processo de planejamento, Matus (1993) pretende contrapor a ideia

de etapas adotadas no planejamento tradicional e compreendidas como fases

estanques, numa sequência rígida. Os momentos constituem uma dinâmica

permanente e dialética, ora predominando uma lógica, ora outra. O referido autor

identifica quatro momentos que caracterizam o processo de Planejamento

Estratégico Situacional: explicativo, normativo, estratégico e tático-operacional

(MATUS, 1993).

O momento explicativo representa as indagações acerca das oportunidades e

problemas enfrentados, e procura identificar suas origens e causas. Apesar das

semelhanças com o “diagnóstico tradicional”, aqui leva-se em consideração a

existência de outros atores e explicações diversas sobre os problemas,

inviabilizando uma leitura única e objetiva da realidade (CAMPOS; FARIA; SANTOS,

2010).

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O momento normativo corresponde ao desenho de como deve ser a

realidade, que no planejamento tradicional se confunde com todo o processo de

planejamento. Significa a operação que supere os problemas críticos, permitindo a

concepção de projetos que proporcionem uma mudança da situação inicial em

direção à situação objetivo (AZEVEDO, 1992).

O momento estratégico está focado na identificação do “que pode ser”, sendo

associado à viabilidade e, portanto, aos obstáculos que o aproximam da realidade

da situação almejada. É nessa etapa que ocorre o cálculo para a efetivação de

mudanças, sejam elas relativas à falta de recursos econômicos, políticos ou

organizacionais (AZEVEDO, 1992).

O momento tático-operacional é o momento de execução do plano. Uma vez

que o planejamento é concebido como cálculo que precede e preside a ação, as

possibilidades ou o alcance do processo se darão pela capacidade desse cálculo

alterar, conduzir e orientar as ações presentes. Ou seja, é “o fazer”, que define e

implementa o modelo de gestão com os respectivos instrumentos de

acompanhamento e avaliação (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010).

A despeito das peculiaridades, esses momentos são indissociáveis à prática

do planejamento, constituindo um caráter sequencial e dinâmico. Ainda conforme

Campos, Faria e Santos (2010), a todo momento estamos revisando a evolução dos

nossos problemas e suas explicações para, a partir dessa análise, revisarmos

nossos projetos e intervenções, bem como a implementação e avaliação de seus

resultados práticos. Por isso, a adoção do modelo adequado de gestão é tão

importante.

Para Figueiredo Filho e Müller (2002), o ator que utiliza o PES acumulará

recursos de maneira a tornar inócuas as ações de seu adversário, razão pela qual

os mais diferentes tipos de atores utilizam a metodologia para atingir seus objetivos.

Neste sentido, deve-se ter cautela na utilização deste modelo em ambientes de alta

influência política na tomada de decisões, uma vez que a flexibilidade do PES a

atores e objetivos conflitantes pode dar indícios de que o outro, em dado momento

do jogo, não é levado em consideração.

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2.2 GESTÃO DE PROJETOS

A gestão de projetos não é um conceito propriamente novo. Alguns autores

defendem que suas práticas existem desde a antiguidade (LAFETÁ; BARROS;

LEAL, 2016), enquanto outros apontam para início do século XX, com a aplicação de

ferramentas de planejamento (CODAS, 1987). Segundo Medeiros et al (2018), uma

das correntes mais aceitas é que essas atividades foram concebidas de uma forma

mais consolidada, envolvendo projetos de grande porte, entre as décadas de 1950 e

1960. Essa concepção esteve atrelada ao desenvolvimento de projetos no campo da

informática e à construção e montagem de obras de grande porte (CODAS, 1982).

Durante a Segunda Guerra Mundial, a complexidade das operações militares

exigiu o desenvolvimento de métodos de planejamento mais efetivos, já que as

operações militares, além do seu grande porte, envolviam marinha, exército e

aviação das forças armadas de pelo menos três países (PARSONS, 1970). Assim,

surgiu a pesquisa operacional e, em decorrência, a análise de sistemas, que teve

grande aplicação no desenvolvimento de softwares e deu origem a uma nova

disciplina denominada engenharia de sistemas (FRITZGERALD; FRITZGERALD,

1973).

Em se tratando da estrutura conceitual acerca de projetos e de gestão de

projetos, a literatura atual apresenta algumas diferenças. Assim, é importante a

definição do que é um projeto e o que significa a gestão de projetos. Em linhas

gerais, um projeto envolve um esforço temporário desenvolvido para criar um

produto, serviço ou resultado único (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI),

2017), ou seja, envolve temporalidade e singularidade (CARVALHO; RABECHINI

JÚNIOR, 2018).

Em meados de 1960, foi fundado, nos EUA, o Project Management Institute

(PMI), com o objetivo de promover o desenvolvimento da gerência de projetos,

divulgar as tecnologias e os métodos de treinamento para gestão de projetos. Os

fundadores eram profissionais do gerenciamento de empresas projetistas,

construtoras, indústrias de informática e do meio universitário. A organização,

originária da Pensilvânia, difundiu-se pelos diversos estados norte-americanos até o

Canadá, surgindo, posteriormente, divisões no Japão, Coréia e em outros países

asiáticos (CODAS, 1987).

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Para Carvalho e Rabechini (2018), entretanto, o processo de evolução ainda

se encontrava em um estágio embrionário, com práticas isoladas e sem identidade.

Os referidos autores lecionam que só a partir de meados da década de 1980 os

métodos e técnicas evoluíram de forma rápida, com foco em questões inerentes ao

próprio projeto. Nesse período, em consonância com a criação do PMI, iniciaram-se

as primeiras tentativas de documentar e padronizar práticas normalmente aceitas na

gestão de projetos (AUBRY et al., 2012), como o Guia PMBOK, um dos mais

reconhecidos na literatura, mas que teve sua primeira edição publicada apenas em

1996.

Com os anos 2000, a necessidade de se ter uma visão integrada do projeto

frente às mudanças ambientais envolvidas fez com que a estratégia voltada para o

projeto perdesse espaço para o foco organizacional (CARVALHO; RABECHINI

JÚNIOR, 2007). Desde então, percebe-se uma maior preocupação em definir um

projeto que atenda às necessidades do cliente (VERAS, 2016), e pode ser aplicada

a praticamente todos os campos da atividade humana.

O conceito envolve, ainda, processos relacionados a várias questões e áreas

de conhecimento, que vão desde o planejamento até a sua ação, e mensurando o

seu progresso e desempenho ao longo do tempo (HELDMAN, 2016); e é visto como

um mecanismo para realização dos objetivos do projeto (MUNNS; BJEIRMI, 1996).

Em uma visão mais contemporânea, o Guia PMBOK entende projeto como um

esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado

exclusivo, sendo a gestão de projetos percebida como uma área gerencial que

aplica conhecimentos, habilidades e técnicas na elaboração de atividades

relacionadas para atingir um conjunto de objetivos predefinidos com prazo, custo e

qualidade estabelecidos, através da mobilização de recursos técnicos e humanos

(PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI), 2017).

De acordo com Archibald (2004), os projetos podem ser classificados em

categorias e subcategorias, conforme apresentado no Quadro 3. Ele ainda sugere

que as características peculiares de cada categoria sejam estudadas de maneira

independente. Assim, cada esfera poderia ser investigada de maneira mais

apropriada, considerando suas nuances e especificidades (CRAWFORD; HOBBS;

TURNER, 2004; CRAWFORD, 2005; SHENHAR; WIDEMAN, 1996; YOUKER,

1999).

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Quadro 3 – Classificação dos tipos de projetos

CATEGORIAS SUBCATEGORIAS 1 Projetos de Defesa, Segurança e Aeroespaciais

1.1 Sistemas de defesa 1.2 Espacial 1.3 Operações militares

2 Projetos de Mudanças Organizacionais e em Negócios

2.1 Aquisição/Fusão 2.2 Melhoria de processos de gestão 2.3 Empreendimento de novos negócios 2.4 Reestruturação organizacional 2.5 Eventos judiciais 2.6 Mudanças organizacionais derivadas de Qualidade Total

3 Projetos de Sistemas de Comunicação (dados, voz e imagem)

3.1 Sistemas de comunicação em rede 3.2 Sistemas de comunicação switching

4 Projetos de Eventos 4.1 Eventos internacionais 4.2 Eventos nacionais

5a Projetos de Construção Leve (design de engenharia, arquitetura etc.)

5a.1 Engenharia, arquitetura, decoração e afins

5b Projetos de Construção Pesada (empreendimentos, investimentos, construções e obras)

5b.1 Desmontagem 5b.2 Demolição 5b.3 Manutenção e modificação 5b.4 Projeto/contratação/construção (civil, energia, meio ambiente, edificações, industrial comercial, residencial, naval)

6 Projetos de Sistemas de Informação (softwares)

6.1 Desenvolvimentos de novo sistemas de informação (TI)

7 Projetos de Desenvolvimento Regional ou Internacional

7.1 Desenvolvimento agropecuário/rural 7.2 Educação 7.3 Saúde 7.4 Nutrição 7.5 Populacional 7.6 Empreendimentos em pequena escala 7.7 Infraestrutura: energia (petróleo, gás, carvão, geração e distribuição de energia, industrial, telecomunicações, transportes, urbanização, fornecimento e tratamento de água, irrigação)

8 Projetos de Entretenimento e Mídia 8.1 Filme 8.2 Programa de TV 8.3 Peça teatral ou apresentação musical

9 Projetos de Desenvolvimento de Produtos ou Serviços

9.1 Equipamentos de informática 9.2 Produtos/processos industriais 9.3 Produtos/processos para o consumo 9.4 Produtos/processos farmacêuticos 9.5 Serviços (financeiros, outros)

10 Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento

10.1 Meio ambiente 10.2 Industrial 10.3 Desenvolvimento econômico 10.4 Medicina 10.5 Científico

Fonte: Guedes et al. (2014, grifo nosso), adaptado de Archibald (2004).

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O objeto desta pesquisa pode ser enquadrado na categoria 5, visto tratar-se

de construção e restauração em uma Zona Especial de Preservação Histórica

(ZEPH), mas também tem impacto na categoria 2, por compor o Eixo Estratégico

Desenvolvimento Organizacional. Em relação à construção civil, Rabechini e

Carvalho (2006) ensinam que essa indústria tem relevante papel no

desenvolvimento socioeconômico do país, empregando mão de obra direta de

maneira intensiva e dinamizando diversas cadeias produtivas, dado seu elevado

efeito multiplicador e baixo coeficiente de importação.

No entanto, a construção civil no Brasil ainda é conhecida pelo atraso nos

procedimentos gerenciais e técnicas construtivas, pela mão de obra desqualificada,

por baixos índices de produtividade, por atrasos nos prazos de entrega, pela não

conformidade e baixa qualidade do produto final, entre outras limitações (ASFORA

FREJ; HAZIN ALENCAR, 2010). Um estudo baseado em empresas brasileiras desse

setor mostrou que poucas têm formalizado e desenvolvido um modelo de

gerenciamento de projetos (RABECHINI JR; YU; CORREA, 1996).

Logo, a concepção de gerenciar ou de gerir projetos envolve a aplicação de

métodos, ferramentas e técnicas às atividades do projeto, visando atender os seus

requisitos (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI), 2017; VERAS, 2016).

A multidisciplinariedade das áreas de conhecimento atribuídas tem um papel

relevante na evolução conceitual da gestão de projetos e dos processos inerentes a

cada grupo de gerenciamento, distanciando-se de uma visão mais restrita e

tradicional. Essa evolução também se faz presente nas mudanças e melhorias

relacionadas ao uso de boas práticas de gestão, tais como o Guia PMBOK® e o

PRINCE2®, discutidos a seguir.

2.2.1 Métodos tradicionais: Guia PMBOK® x PRINCE2®

As práticas de gerenciamento de projetos foram disseminadas no decorrer

dos anos por meio da sistematização de “guias de conhecimento” (KOLLTVEIT;

KARLSEN; GRONHAUG, 2007). Esses instrumentos apresentam um conjunto de

ações, técnicas e ferramentas para gerir projetos de qualquer natureza, e devido ao

surgimento de novos conceitos (como a gestão visual de projetos) são conhecidos

como métodos tradicionais (EDER et al., 2015). Dentre as diversas ferramentas, as

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mais difundidas são o Guia PMBOK® e o PRINCE2® (ROVAI; CATTINI JR;

PLONSKI, 2013).

O Guia PMBOK® não corresponde a um modelo em si, mas a um guia de

boas práticas no qual cada tema pode ser consultado isoladamente (PROJECT

MANAGEMENT INSTITUTE (PMI), 2017), e foi concebido em meio às tentativas de

padronizar e oferecer um conjunto de conhecimentos para gerenciar projetos

(MATOS; LOPES, 2013).

Originado nos Estados Unidos, atualmente o guia está na sexta versão e

define quarenta e nove processos que devem ser gerenciados ao longo do ciclo de

vida do projeto. Os processos são distribuídos em cinco grandes grupos: iniciação,

planejamento, execução, monitoramento e controle, e encerramento (PROJECT

MANAGEMENT INSTITUTE (PMI), 2017). A distribuição desses grupos segue a

ideia do ciclo PDCA, conforme ilustra a Figura 4, e integra dez áreas de

conhecimento: integração, escopo, tempo, custo, qualidade, recursos humanos,

comunicações, riscos, aquisições e partes interessadas. As letras que compõem a

sigla PDCA, ciclo gerencial normalmente utilizados para processos operacionais,

vêm do inglês: Plan (planejamento), Do (execução), Check (verificação) e Act

(atuação corretiva) (VERAS, 2016).

Lidar com as práticas propostas não parece uma tarefa fácil, uma vez que

esses processos podem acontecer em uma só fase do projeto, ou em várias fases,

quando se trata de projetos mais complexos. Ademais, alguns processos

pertencentes a grupos distintos de gerenciamento podem ocorrer de forma

concomitante, aumentando o grau de dificuldade para sua compreensão

(MEDEIROS; VERAS; et al., 2017).

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Figura 4 – Áreas e processos de gerenciamento do Guia PMBOK®

Fonte: Medeiros et al. (2017).

Por sua vez, o Projects In a Controlled Environment (PRINCE2®) é um modelo

desenvolvido, a partir de 1979, pelo Departamento de Comércio do Governo

Britânico (OGC), para melhorar o desenvolvimento dos projetos ligados à Tecnologia

da Informação (TI). Corresponde ao padrão utilizado pelo governo inglês, sendo

reconhecido e utilizado pelos setores público e privado na gestão de seus projetos.

(SALOMÃO, 2016).

O método trata de temas como qualidade, mudança, estrutura dos papéis do

projeto (organização), planos (quanto, como, quando), riscos e progresso,

justificados por um diagnóstico a ser revisto durante o ciclo de vida do projeto.

Também aborda o gerenciamento de projetos utilizando quatro elementos

integrados: princípios, temas, processos e ambiente do projeto, resultando numa

combinação de sete processos, sete componentes e sete princípios (FERNÁNDEZ-

PARRA et al., 2016).

De acordo com Veras (2016), o PRINCE2® pode ser considerado como uma

forma de executar as melhores práticas recomendadas pelo Guia PMBOK®, mas

esclarece que apesar de algumas semelhanças, apresentam diferenças importantes.

O Quadro 4, a seguir, resume essas características.

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Quadro 4 – Comparação PMBOK® x PRINCE2®

Guia PMBOK® PRINCE2®

Guia de melhores práticas em gerenciamento de projetos.

Método de gerenciamento de projetos.

Foco em processos.

Foco nas entregas.

Documentação é o principal instrumento de controle. Toda etapa do projeto deve ser documentada é fator impeditivo para a mudança de etapa. A documentação é extensa e desenvolvida pelo gerente de projetos.

O conjunto de benefícios percebidos pelo cliente após a conclusão do projeto é o que define o sucesso de um projeto.

Necessita de um número maior de certezas para estabelecer as métricas de trabalho (custo, dimensionamento de equipe e tempo).

Abordagem preditiva (baseada no plano).

Depois do termo de abertura aprovado, o gerente do projeto tem poder de decisão completo.

O gerente de projetos deve atuar dentro das margens de tolerância definidas no início do projeto, reportando-se a um Comitê Diretor.

O gerenciamento é trabalho do gerente de projetos.

O gerente é responsável perante o Comitê Diretor do Projeto, que é responsabilizado pela organização como um todo.

Grande atenção ao controle da qualidade, sugerindo diversas ferramentas e técnicas.

Revisão da qualidade consistente no estabelecimento de subetapas dedicadas à avaliação dos resultados obtidos.

Destina um grupo de processos ao mapeamento dos riscos, análise (qualitativa e quantitativa) dos fatores, e ainda, elaboração de um plano detalhado de resposta a cada fator identificado.

Trata os riscos de maneira objetiva, mas ressalta que a dimensão deve receber destaque dentro de um projeto.

Burocrático: exigem o desenvolvimento da solução completa, gera sobrecarga da equipe e compromete a velocidade de desenvolvimento.

Inicia o projeto após uma fase de preparação e de início que estabelecem a base para o entendimento comum de todos os envolvidos sobre o business case, métodos e procedimentos a serem adotados.

Fonte: Elaborado pelo autor com base em Veras (2016).

Assim, pode-se perceber a compatibilidade entre as metodologias PRINCE2®

e PMBOK®. Ainda que, por vezes, sejam interpretadas como concorrentes, estas

apresentam conteúdos complementares e necessários para uma gestão de projetos

adequada. Diante da complexidade do cenário exposto, diversos autores enfatizam

que as técnicas e ferramentas tradicionais não são mais suficientes para gerenciar e

planejar projetos dentro do contexto atual (LAFETÁ; BARROS; LEAL, 2016),

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sugerindo-se a utilização de modelos mais simples e flexíveis (WHITTY; MAYLOR,

2009).

2.3 GESTÃO VISUAL DE PROJETOS

A natureza da gestão de projetos mudou, consideravelmente, desde que as

“melhores práticas” foram concebidas, e diversos autores enfatizam a ideia de que

essas práticas tradicionais não são adequadas para gerenciar e planejar projetos

dentro do contexto atual (WHITTY; MAYLOR, 2009; GERALDI; MAYLOR;

WILLIAMS, 2011; WHITNEY; DANIELS, 2013; LAFETÁ; BARROS; LEAL, 2016),

exigindo organizações que procuram gerenciar projetos sob uma base muito mais

informal e menos vinculada às disfunções da burocracia (LABUSCHAGNE; BRENT,

2005).

Na administração pública, a busca pelo gerenciamento e controle

organizacionais reflete a necessidade de minimizar retrabalhos, falhas de

comunicação e descoordenação das atividades através, segundo Kerzner (2017), de

uma metodologia de gestão de projetos adequada a cada contexto organizacional. O

referido autor ressalta que a metodologia correta melhora a performance durante a

execução do projeto e cria condições para o aumento da confiança da sociedade.

Diante desse cenário, observa-se o surgimento de ferramentas alternativas de

gestão de projetos, como os modelos visuais baseados na abordagem Lean

(TEZEL; KOSKELA; et al., 2015). Idealizada pela Toyota na década de 1940

(PARRY; TURNER, 2007), essa metodologia presume que os mercados mudam e

que há uma necessidade de se adotar uma estrutura organizacional flexível e com a

redução do tempo de ciclo da operação (ZYLSTRA, 2008). No entanto, a literatura

aponta que esse conceito também está difundido em outros setores de atuação

(TEZEL; KOSKELA; et al., 2015), e quadros ou painéis são os mais citados pelos

autores como ferramentas de gestão visual. Nas pesquisas de Brady, Tzortpoulos e

Rooke (2012), e Viana et al. (2014), foram utilizados quadros para organização e

controle de tarefas na indústria da construção civil.

Evidências acerca das vantagens do uso da gestão visual vêm à tona, mas

também apontam algumas dificuldades decorrentes do mal uso da ferramenta. Entre

os principais benefícios, destacam-se a transparência entre as partes envolvidas

(BRADY; TZORTPOULOS; ROOKE, 2012), melhor coordenação das atividades

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(LINDLÖF; SÖDERBERG, 2011), comunicação mais focada e interativa (TEIXEIRA;

MERINO, 2014), além da simplificação da informação e da estrutura de

gerenciamento (TEZEL; KOSKELA; TZORTZOPOULOS, 2016). Em relação aos

obstáculos, enfatizam-se a dificuldade de compartilhar e consolidar alguns artefatos

físicos em formato digital (LINDLÖF; SÖDERBERG, 2011) e a falta de conhecimento

acerca das funcionalidades e especificidades da gestão visual (TEZEL; KOSKELA;

et al., 2015), ressaltando-se a importância dos atores envolvidos no processo.

Na tentativa de combater essas adversidades e minimizar a complexidade

dos modelos tradicionais, foram concebidos modelos visuais, conhecidos como telas

(em inglês, canvas), a partir de um cenário de inovação. Esses mecanismos, que

são mais estruturados e integrados dentro de uma perspectiva diferente dos

modelos até então produzidos, tiveram como precursor o Business Model Canvas

(BMC), desenvolvido por Yves Pigneur e Alexander Osterwalder (MEDEIROS; DA

SILVA, 2017).

O BMC, retratado na Figura 5, descreve um modelo de negócios em uma tela

(canvas) e projeta uma linguagem simples, a partir da sistematização dos principais

componentes operacionais, que permita criar novas estratégias. A tela é dividida em

blocos que se resumem a cinco perguntas-chave: O que eu vou fazer? Para quem

vou fazer? Como vou fazer? Quanto vou ganhar? Quanto vou gastar?

(OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011).

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Figura 5 – Tela do Business Model Canvas (BMC)

Fonte: Osterwalder e Pigneur (2011).

Desde a criação do BMC, foram exploradas novas abordagens considerando

outros aspectos, como o social, econômico ou organizacional (JOYCE; PAQUIN,

2016), fortalecendo essa tendência também no campo de gerenciamento de

projetos. No Brasil, alguns modelos de quadros (canvas) têm sido propostos para a

gestão de projetos, como o Project Model Canvas (FINOCCHIO JÚNIOR, 2013), o

Project Model Mind Map® (MEI, 2015), o Project Model Visual (CAMARGO, 2016) e

o LifeCycleCanvas® (VERAS, 2016). Esses canvas seguem a lógica da ferramenta

5W2H, um checklist que identifica as rotinas mais importantes de um projeto através

de cinco perguntas: o quê (what)?, quem (who)?, onde (where)?, quando (when), por

quê (why)? Como (how)? e quanto custa (how much)?.

O Project Model Canvas (PMC) é o modelo de canvas pioneiro no que se

refere a planejamento, e sugere a construção de um plano a partir de treze áreas de

conceitos básicos de projetos, divididos em cinco blocos contendo seis perguntas

sequenciadas da seguinte maneira: por quê? (justificativas, objetivos e benefícios do

projeto); o quê? (produto e seus requisitos); quem? (stakeholders, fatores externos e

equipe do projeto); como? (premissas, entregas e restrições do projeto); quando e

quanto? (riscos, prazos e custos do projeto (MEDEIROS; DA SILVA, 2017).

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Finocchio Júnior (2013), criador da ferramenta, enfatiza que se trata de uma

alternativa à gestão de projetos tradicional que, na sua visão, é utilizada apenas

para cumprir protocolos e adota um fluxo demasiadamente longo, com uma visão

fragmentada e pouco integrada (FINOCCHIO JÚNIOR, 2013). A Figura 6, a seguir,

apresenta a tela do PMC.

Figura 6 – Tela do Project Model Canvas (PMC)

Fonte: Finocchio Júnior (2013).

O Project Model Mind Map® foi concebido por Mei (2015) para suprir a lacuna

deixada pelo PMC, que se limita à fase de planejamento. Com uma proposta mais

abrangente, o PM Mind Map® além de contemplar as etapas de execução e controle

de projetos, também sugere o preenchimento de quinze elementos (equivalentes

aos conceitos-chave do PMC), divididos em seis perspectivas (ver Figura 7) que

respondem às perguntas norteadoras do 5W2H (MEDEIROS; DA SILVA, 2017).

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Figura 7 – Tela do Project Model Mind Map®

Fonte: (MEI, 2015).

O modelo Project Model Visual (PM Visual) foi desenvolvido por Camargo

(2016), também seguindo a mesma ideologia do PMC. No entanto, essa ferramenta

propõe um modelo intermediário entre o canvas e a abordagem tradicional para a

gestão de projetos, utilizando uma tela geral que origina outras sete (CAMARGO,

2016). A disposição e o preenchimento das áreas-chave também é vinculado às

perguntas que norteiam os métodos anteriores, conforme exposto na Figura 8, a

seguir.

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Figura 8 – Tela do Project Model Visual (PM Visual)

Fonte: Camargo (2016).

Esse método, conforme Medeiros e Da Silva (2017), por ser intermediário

entre o canvas e as práticas tradicionais, se desvirtua da proposta original dos

demais modelos baseados em telas, de estruturar a gestão de projetos em uma tela.

No PM Visual, para cada bloco constituído, existe uma outra tela que detalha os

aspectos e áreas indicados. Por conseguinte, Camargo (2016) propõe que sejam

adotadas algumas ferramentas de planejamento sugeridas pelo Guia PMBOK®,

como a Matriz RACI, que define as responsabilidades dos membros da equipe, e a

Matriz de Probabilidade e Impacto, que representa a análise dos riscos do projeto

(CAMARGO, 2016). O referido autor também ressalta a importância do controle

durante a execução do projeto, mas não trata diretamente de indicadores para

acompanhar seu desempenho, como faz PM Mind Map® (MEDEIROS e DA SILVA,

2017).

Por fim, O LifeCycleCanvas® (LCC), ao contrário dos modelos PMC e PM

Visual, demonstra de forma clara as fases distintas de gerenciamento e contempla

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todas as etapas propostas pelo Guia PMBOK®. Em relação ao PM Mind Map®, o

LCC se distingue por possibilitar telas em diversas versões, e não apenas pelas

mudanças efetuadas, mas também em relação a cada etapa de gerenciamento

(MEDEIROS; DA SILVA, 2017). Dessarte, resta oportuno ao contexto deste capítulo

ressaltar as principais vantagens e desvantagens de cada modelo de gestão visual,

sintetizadas no Quadro 5, a seguir.

Quadro 5 – Vantagens e desvantagens dos modelos de canvas em gestão de projetos

Modelos Vantagens Desvantagens

PMC Simplificação da concepção do projeto.

Contempla apenas fatores ligados à etapa de planejamento.

Não utiliza as ferramentas de gerenciamento sugeridas pelo Guia PMBOK®.

PM Mind Map® Trata de aspectos além do planejamento do projeto, alinhados ao Guia PMBOK®.

Mescla as diferentes fases de gerenciamento de projetos em uma tela única, o que pode prejudicar o entendimento acerca do ciclo de vida.

Apresenta ferramentas de gestão para monitorar e controlar, mas não sugere o uso de ferramentas de planejamento e de comitês de mudança.

PM Visual

Apresenta as ferramentas de gerenciamento sugeridas pelo Guia PMBOK®.

Contempla apenas fatores ligados ao planejamento de projetos.

Usa quadros para detalhamento do plano do projeto, desvinculando-se da simplificação e integração propostos pela gestão visual.

LifeCycleCanvas®

Contempla todo o ciclo de vida de gerenciamento do projeto em um quadro dinâmico.

Apresenta as ferramentas de gerenciamento sugeridas pelo Guia PMBOK®.

Exige um nível maior de maturidade, complexidade e conhecimento sobre as práticas atuais de gestão de projetos pelo uso de técnicas diversas de gerenciamento.

Fonte: Adaptado de Medeiros e Da Silva (2017, grifo nosso)

Pela sua maior aderência ao Guia PMBOK®, o LCC é um modelo que pode

exigir maior conhecimento e maturidade em práticas de gestão de projetos, por isso

será tratado em um tópico específico nesta pesquisa.

2.3.1 LifeCycleCanvas® (LCC)

O modelo LifeCycleCanvas® (LCC) foi criado por Veras (2016), e tem por

objetivo simplificar a gestão de projetos como um todo em uma única tela,

abrangendo elementos essenciais para a conceber, planejar, executar, monitorar e

controlar, bem como encerrar um projeto. Diferente dos demais modelos visuais, o

LCC atua durante todo o ciclo de vida do projeto (ver Quadro 6), e proporciona à

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equipe do projeto a atenção a elementos chave, como tempo, risco e custo,

minimizando desperdícios e potenciais comprometedores do desempenho do projeto

(VERAS, 2016), indo, portanto, além do planejamento.

Quadro 6 – Modelos de canvas e o ciclo de vida dos projetos

Modelos

Ciclo de vida de gerenciamento do projeto

Iniciação Planejamento Execução Monitoramento

e Controle Encerramento

PMC Sim Sim Não Não Não

PM Mind Map® Sim Sim Sim Sim Não

PM Visual Sim Sim Não Não Não

LifeCycleCanvas® Sim Sim Sim Sim Sim

Fonte: Adaptado de Medeiros e Da Silva (2017, grifo nosso).

Ademais, é baseado nas áreas de conhecimento definidas pelo Guia

PMBOK® (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI), 2017), nas características

de controle de entregas e estruturas obtidas a partir da metodologia Projects in

Controlled Enviroments (PRINCE2), e na lógica de gerenciamento de projetos em

uma tela relacionada ao Project Model Canvas (OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011).

Seu arcabouço é composto de cinco grandes fases, representadas por telas:

iniciação, planejamento, execução, monitoramento/controle e encerramento

(MEDEIROS; ARAÚJO; OLIVEIRA, 2018). Essas fases representam os grupos de

processo sugeridos pelo Guia PMBOK® (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE

(PMI), 2017), conforme ilustra a Figura 9, a seguir.

Figura 9 – Gestão do ciclo de vida do projeto nos modelos LCC e PMBOK®

Fonte: Medeiros, Araújo e Oliveira (2018).

O fundamento do modelo, conforme traduzido na Figura 10, a seguir, é o uso

de cores para o projeto a partir das respostas a sete perguntas básicas (por quê, o

quê, quem, como, quando e quanto) que seguem a ótica do 5W2H utilizado na

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gestão da qualidade. As respostas definem a razão de existência do projeto,

descrevem o projeto a partir dos seus produtos, requisitos e restrições; estabelecem

condições, limitações e riscos para que o projeto possa ser realizado; e definem

datas para entregas dos artefatos e os seus custos associados (MEDEIROS;

VERAS; et al., 2017), tudo isso em um fluxo de trabalho sequencial.

Figura 10 – Tela padrão do LifeCycleCanvas® (LCC)

Fonte: Medeiros, Veras, et al. (2017).

Nesse sentido, os fatores-chave no canvas devem ser registrados como se

fossem a saída de um processo de gerenciamento de projetos sugerido pelo Guia

PMBOK® (VERAS, 2016). Esses fatores são compostos pela estrutura original do

PMC, acrescida dos campos “comunicações” e “aquisições”, e representam, na

concepção de Veras (2016), as perguntas básicas inerentes a qualquer projeto,

detalhadas a seguir:

Por quê?

Representa as justificativas, lições aprendidas, benefícios e objetivos de um

projeto. As justificativas descrevem os problemas e demandas atuais que

fundamentam a necessidade de realização do projeto. As lições são as experiências

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aprendidas durante o projeto e são documentadas na fase de encerramento. Os

benefícios podem ser registrados na iniciação, onde são traçadas as melhorias

aguardadas, e no encerramento, onde são registrados as vantagens obtidas após a

realização do projeto. Já os objetivos dizem respeito a uma ligação entre a situação

atual e futura, e devem ser específicos, mensuráveis, alcançáveis, realistas e

delimitados no tempo.

O quê?

Refere-se a três fatores-chave do projeto: produto, requisitos e restrições. O

produto pode ser o que será entregue ao cliente ou o efetivamente entregue após a

finalização do projeto. Os requisitos tratam da maneira que o cliente comunica para

a equipe o que lhe parece desejável ou necessário, também considerando os

requisitos finais, após a realização do projeto. As restrições, por sua vez, dizem

respeito a determinadas limitações impostas ao trabalho e que reduzem as opções

da equipe, também passando por validação ao longo do ciclo de vida do projeto.

Quem?

Destina-se a explanar partes interessadas, comunicações e equipe do projeto.

As partes interessadas descrevem as organizações ou pessoas envolvidas ou

afetadas com o projeto, como o cliente e o patrocinador. As comunicações

representam os mecanismos de interlocução entre as equipes e as partes

interessadas do projeto. Já a equipe representa todos que fazem algo no projeto.

Como?

Trata-se dos fatores-chave premissas, entregas e aquisições. As premissas

envolvem suposições sobre aspectos que não estão sob o controle do gerente de

projetos. As entregas destinam-se às atividades realizadas para garantir a remessa

final do produto do projeto. As aquisições descrevem as compras necessárias

durante o ciclo de vida, seja produto, serviço ou resultado.

Quando e quanto?

Diz respeito a riscos, custos e tempo. Os riscos são as incertezas que afetam

os objetivos do projeto, mas também podem ser registrados como “riscos incorridos”.

Os custos representam os gastos com o projeto, de acordo com cada entrega

planejada, e podem ser preenchidos na tela como “custos incorridos”. O tempo

caracteriza uma lista de compromissos com datas limites para que sejam feitas as

entregas, sendo tratado como “tempo real” quando descreve o período efetivamente

utilizado.

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Outrossim, o LCC se propõe a ser dinâmico, sendo que o dinamismo é uma

das essências da abordagem BMC, no qual se apoia a ideia de flexibilidade e

adaptação frente a um contexto de mudanças e complexidade organizacional. Para

tanto, Veras (2016) aventa que sejam geradas telas com um campo específico

denominado “versão”, o qual servirá para registro e controle de sua evolução. O

autor afirma que a ideia é ajustar uma ferramenta do tipo canvas às melhores

práticas em gestão de projetos, mas sem perder a simplicidade característica desses

modelos. Em relação ao ciclo de vida de gerenciamento, percebe-se que o modelo

LCC utiliza os mesmos grupos de processos ou fases de gerenciamento

recomendados pelo guia PMBOK®, mas com adaptações. Uma delas trata das fases

de gerenciamento sugeridas pelo LCC, que não apresentam interseções, ou seja,

ocorrem de forma sequenciada e estanques (MEDEIROS; VERAS; et al., 2017).

As telas representam o ciclo de vida do projeto, e são denominadas da

seguinte forma: LCC-IN (Iniciação), LCC-PL (Planejamento), LCC-EX/M&C

(Execução/Monitoramento e Controle) e LCC-EN (Encerramento). A finalização de

cada tela é representada por um documento de formalização do projeto. Esses

documentos, também sugeridos pelo Guia PMBOK®, são chamados de artefatos e

representam as saídas dos grupos de processos de gerenciamento (VERAS, 2016).

Todavia, no LCC esses artefatos são gerados em um formato menos formal e mais

simplificado, visando uma maior flexibilidade ao projeto.

Esse dispositivo é outro diferencial do LifeCycleCanvas®. Para Veras (2016),

embora os demais modelos de canvas afirmem que a construção das telas

representa os documentos relativos à gestão de um projeto, eles não contemplam

todos os comprovativos principais referentes a cada etapa do gerenciamento, ao

contrário do modelo LCC. Esses documentos são importantes, pois representam a

conclusão e a autorização do gerente de projetos, patrocinador ou equipe de

controle em relação a cada fase (VERAS; MEDEIROS, 2016).

A fase de iniciação compreende o primeiro grupo de gerenciamento do

PMBOK®, que é instituído por uma necessidade identificada, a partir de um novo

projeto ou uma nova fase de um projeto existente (PROJECT MANAGEMENT

INSTITUTE (PMI), 2017; MEDEIROS; ARAÚJO; OLIVEIRA, 2018). O artefato desse

grupo é o Termo de Abertura do Projeto (TAP), que representa a autorização formal

do patrocinador do projeto para que possa ser planejado. Nesse momento, o

processo de integração relativo ao TAP refere-se ao preenchimento inicial dos

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campos, com ênfase nos três primeiros campos do lado esquerdo. Já o processo de

identificação das partes interessadas é realizado pelo preenchimento do fator “partes

interessadas”, conforme ilustra a Figura 11, a seguir.

Figura 11 – Processos de Iniciação (IN) e o LifeCycleCanvas®

Fonte: Medeiros, Veras, et al. (2017).

A tela de planejamento trata dos processos atrelados a um plano de

gerenciamento e seus respectivos documentos, especificando todos os passos a

serem realizados, inclusive contingências e previsões, representando vinte e quatro

(24) grupos de processos do PMBOK® Guide. Para simplificar a etapa, o LCC

propõe agrupar esses processos em 12 campos, de acordo com a Figura 12. A

primeira coluna, que trata do “porquê”, se mantém inalterada, sendo revisada

apenas na fase de encerramento (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI),

2017; MEDEIROS; ARAÚJO; OLIVEIRA, 2018). Nessa tela, o artefato diz respeito

ao Plano de Gerenciamento do Projeto (PGP), correspondente ao processo 4.2 do

PMBOK®, e define o trabalho a ser realizado (MEDEIROS; VERAS; et al., 2017).

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Figura 12 – Processos de Planejamento (PL) e o LifeCycleCanvas®

Fonte: Medeiros; Veras, et al. (2017).

A Figura 12 também demonstra que alguns processos podem estar

contemplados em mais de um campo, já outros podem ser integrados quando são

utilizadas as técnicas sugeridas pelo Guia PMBOK® no próprio campo de

preenchimento. Ilustrando esse entendimento, Medeiros et al. (2017) leciona que a

coleta de requisitos junto ao cliente do projeto é necessária não apenas para definir

os requisitos exigidos por ele, mas também para o próprio produto do projeto. Outro

exemplo é a matriz de probabilidade x impacto, uma das técnicas utilizadas para

planejar, identificar, analisar e traçar respostas aos riscos do projeto. A sua

construção no campo “riscos” ajuda a integrar os processos inerentes ao

gerenciamento de riscos na fase de planejamento e depois no controle (MEDEIROS;

VERAS et al., 2017).

O método também sugere a realização das etapas de execução e

monitoramento e controle simultaneamente (MEDEIROS; VERAS; et al., 2017), em

uma única tela (ver Figura 13). Tal fato ocorre pois os processos relativos ao

monitoramento e controle acontecem durante a etapa de execução, dando subsídios

para a análise de desempenho do projeto. Nessa tela, 10 (dez) fatores podem

influenciar o monitoramento e controle. Os campos “tempo” e “custos” são

preenchidos automaticamente, os demais através de pesquisa quantitativa com as

partes interessadas (VERAS, 2016). O Relatório Executivo do Projeto (REP)

representa o artefato desta etapa e simboliza a saída do processo 5.5 do guia do

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PMI. Ademais, o REP descreve as entregas do projeto que foram aceitas pelo

cliente em um determinado momento (MEDEIROS; VERAS; et al., 2017).

Figura 13 – Processos de Execução (EX), Monitoramento e Controle (M&C) e o LifeCycleCanvas®

Fonte: Medeiros, Veras, et al. (2017).

A tela de encerramento formaliza a aceitação do produto ou serviço do projeto

ou de apenas uma fase deste, e envolve os 15 (quinze) fatores, considerando o final

do projeto. Aqui o documento formal configura o Termo de Encerramento do Projeto

(TEP), representando a saída do processo 4.6 do Guia PMBOK® (ver Figura 14).

Nele se tem a representação formal do encerramento de um projeto, com as

entregas concluídas e validadas, encerramento das aquisições realizadas ao longo

do projeto e o registro das principais lições aprendidas (MEDEIROS; ARAÚJO;

OLIVEIRA, 2018).

Figura 14 – Processos de Encerramento (EN) e o LifeCycleCanvas®

Fonte: Medeiros; Veras et al. (2017).

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Um outro artefato considerado importante neste modelo é o controle da

mudança feito através da opção “versão”, representado pela saída do processo 4.5

do Guia PMBOK®. Esse campo promove o registro das principais mudanças

solicitadas durante a fase de execução e lançadas na fase de monitoramento e

controle (MEDEIROS; VERAS et al., 2017).

Veras (2016) também sugere o uso de seis ferramentas de apoio ao

gerenciamento, propostas pelo PMI, e incorporou as dez áreas de conhecimento e

os cinco grupos de processos na etapa de planejamento do LCC. Em relação à

equipe do projeto, têm-se como sugestão o uso da Matriz de Responsabilidades

(RACI), que condensa a relação entre escopo e recursos humanos (CARVALHO;

RABECHINI JÚNIOR, 2018) e descreve o papel de cada membro em relação à

entrega.

Quanto às partes interessadas, a indicação é pelo uso de uma Matriz de

Avaliação do Engajamento (MAE), que identifica o nível de engajamento atual e

desejado de cada membro, auxiliando a tomada de decisão acerca de possíveis

lacunas entre esses níveis. Já como forma de estabelecer a comunicação entre os

stakeholders, o LCC sugere o uso da Planilha de Método de Comunicação (PMC),

que estabelece a tipologia a ser realizada com cada parte interessada (VERAS,

2016; PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI), 2017).

No que tange aos riscos, sugere-se o uso de duas técnicas: a Matriz de

Probabilidade e Impacto (MPI), que classifica o risco considerando a probabilidade

de ocorrência de um evento e seus impactos nos objetivos do projeto (CARVALHO;

RABECHINI JÚNIOR, 2018), e a Planilha de Respostas aos Riscos (PRR), que

define as ações adequadas aos riscos apontados (VERAS, 2016; PROJECT

MANAGEMENT INSTITUTE (PMI), 2017). Quanto à sexta ferramenta, referente às

aquisições, trata-se de uma Planilha para Análise de Fazer ou Comprar (PFC). Esse

mecanismo é utilizado para determinar as atividades que devem ser realizadas pela

equipe do projeto ou adquiridos por terceiros (VERAS, 2016).

O Quadro 7, a seguir, sintetiza as ferramentas de apoio ao planejamento

indicadas Guia PMBOK® e sugerias pela metodologia LifeCycleCanvas®.

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Quadro 7 – Ferramentas de apoio ao planejamento adotadas pelo LCC

Técnica de apoio Fator-chave Função

Matriz de Responsabilidades

(RACI) Equipe

Define a relação entre escopo e recursos humanos, descrevendo o papel de cada membro em relação à entrega

Matriz de Avaliação do Engajamento (MAE)

Partes Interessadas

Identifica o nível de engajamento atual e desejado de cada parte interessada

Planilha de Método de Comunicação (PMC)

Comunicações Estabelece qual comunicação será utilizada com cada stakeholder

Matriz de Probabilidade e Impacto (MPI)

Riscos Classifica o risco considerando a probabilidade de ocorrência de um evento e seus impactos

Planilha de Respostas aos Riscos (PRR)

Riscos Define as ações adequadas aos riscos apontados

Planilha para Análise de Fazer ou Comprar (PFC)

Aquisições

Determina as atividades que devem ser realizadas pela equipe do projeto ou adquiridos por terceiros

Fonte: Adaptado de Veras (2016) e PMI (2017).

Pelo explanado anteriormente, percebe-se que o modelo LifeCycleCanvas®

segue as bases do Guia PMBOK®, mas não se prende a este. De acordo com Veras

(2016), o LCC também é alinhado com os princípios do PRINCE2®, metodologia

amplamente difundida no campo da gestão de projetos. O Quadro 8, adiante

apresentado, expressa a compatibilidade entre os princípios destes dois modelos.

Quadro 8 – Aderência entre os princípios do PRINCE2® e o LCC

PRINCE2® LifeCycleCanvas®

Justificativa de negócio contínua: o projeto deve ter uma boa justificativa, documentada e aprovada no formato de business case.

Os campos “Justificativa” e “Benefícios” respondem da mesma forma pela justificativa de negócio.

Aprender a partir de experiências anteriores: lições aprendidas devem ser registradas para uso em novos projetos ou fases.

Lições aprendidas refletem e documentam o aprendizado principal do projeto.

Papéis e responsabilidades claros: um projeto deve ter uma estrutura de gerenciamento definida e clara para todos os integrantes.

“Partes interessadas” e “Equipe” (Matriz RACI) permitem definir a estrutura de gerenciamento do projeto.

Gerenciamento por fases: um projeto deve ser planejado, monitorado e controlado por estágios.

As telas associadas às fases permitem o gerenciamento em todo o ciclo do projeto.

Gerenciamento por exceções: um projeto deve ter limites de tolerância

Limites para controle das entregas e aquisições e controle de mudanças

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para cada fase, produto ou atividade. também estão presentes

Foco nos produtos: um projeto deve focar nos produtos e não nas atividades a serem cumpridas.

Requisitos de qualidade e aceite de entregas implicam em manter o foco nos produtos do projeto.

Metodologia adaptada ao contexto: a metodologia deve ser adaptada ao ambiente do projeto, seu porte, complexidade, importância, capacidade e risco.

A ideia central é ser adaptável a qualquer porte de organização ou projeto

Fonte: Adaptado de Veras (2016).

Em síntese, o LCC é norteado pelas boas práticas em gestão de projetos,

mas, ao mesmo tempo, o tipo de canvas proposto dinamiza os processos de

gerenciamento, já que permite que a tela de projetos seja modificada ao longo do

ciclo de vida.

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4 MODELO ATUAL

As informações do presente capítulo foram coletadas por meio de

documentos obtidos nas reuniões para construção do Planejamento Estratégico da

Instituição, referente ao período 2020-2023, em que o autor deste trabalho atuou

como observador participante. Esse material foi consolidado e apresentado na

versão número 357 do Diário Oficial Eletrônico da Assembleia Legislativa do Estado

do Rio Grande Norte, publicado no dia 21 de dezembro de 2019.

De acordo com referida publicação, a equipe responsável pela estratégia que

norteia a atuação da Casa Legislativa foi balizada por práticas de governança e

gestão preconizadas pelos órgãos de controle externo. Esse grupo de trabalho, que

recebeu a atribuição de elaborar e acompanhar a execução do Plano Estratégico

caracterizado a seguir, foi instituído pela Portaria nº 004/2019 – DG, publicada no

Diário Oficial Eletrônico do dia 23 de maio de 2019.

4.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 2020-2023

O trabalho de concepção do Plano Estratégico 2020-2023 da Assembleia

Legislativa do Rio Grande do Norte foi dividido em 2 (duas) fases. A primeira,

realizada no período de março a junho de 2019, foi precedida de uma análise

SWOT, que permitiu identificar as oportunidades, ameaças, oportunidades, forças e

fraquezas da Instituição, e entregou como produto uma “árvore de problemas”,

identificando quatorze problemas que embasariam a definição dos projetos a serem

perseguidos.

Essa matriz foi fundamentada através de 6 (seis) reuniões do Grupo de

Trabalho para Elaboração e Monitoramento da Execução do Planejamento

Estratégico com 55 (cinquenta e cinco) colaboradores de diversos setores

relacionados aos projetos pactuados no ciclo anterior (2017-2018), e os problemas

estão elencados no Quadro 9, a seguir.

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Quadro 9 – Problemas da ALRN detectados no Planejamento Estratégico 2020-2023

Posição Descrição

1ª Imagem negativa da Instituição

2ª Comunicação interna frágil

3ª Controladoria pouco atuante

4ª Ausência de mecanismos de fiscalização das políticas públicas e ações

do Estado

5ª Ausência de sistema de processo administrativo eletrônico

6ª Planejamento estratégico sem acompanhamento

7ª Comunicação externa frágil

8ª Estrutura física descentralizada

9ª Aquisições de bens e serviços sem planejamento adequado

10ª Corpo normativo (administrativo e legislativo) desatualizado

11ª Desconhecimento acerca do papel do Poder Legislativo

12ª Servidores desmotivados ou insatisfeitos

13ª Ouvidoria não implementada

14ª Capacitação frágil dos servidores

Fonte: Adaptado de Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (2019, grifo nosso).

Elencado como o oitavo problema mais grave a ser atacado, a fragmentação

da estrutura física, que tem papel de destaque neste projeto de intervenção, passa a

ser prioridade na atual legislatura. Já a segunda etapa do processo foi realizada de

setembro a novembro de 2019 e contou com a colaboração de um agente externo

(expert) para construção da visão de futuro, dos projetos, indicadores e metas, e

demais iniciativas estratégicas. Os encontros foram realizados em outubro e

novembro de 2019, com resultados validados em reuniões com representantes da

alta administração e gestores dos diversos níveis do órgão.

Os primeiros dados foram coletados nas reuniões dos dias 13 e 14 de maio

de 2019, e a tabulação foi feita nos encontros dos dias 16 e 18 de julho de 2019, a

partir das alternativas mais apontadas, segundo fins não estatísticos e de acordo

com critérios de classificação definidos pela Assessoria de Planejamento. Nas duas

últimas conferências foram discutidas e ajustadas as propostas dos novos projetos

estratégicos. Desse modo, complementado pela análise do documento definitivo,

publicado em Diário eletrônico, foi possível construir o diagnóstico da situação atual.

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Desta maneira, o grupo definiu da seguinte forma os atributos missão, visão e

valores, que nortearão as ações do atual ciclo gerencial:

Quadro 10 – Missão, visão e valores da ALRN

Missão

Representar a sociedade norte-rio-grandense, legislar em sua defesa, fiscalizar e

julgar os atos do poder público, visando a eficácia e eficiência na aplicação dos

recursos públicos e a concretização dos direitos fundamentais.

Visão

Consolidar-se na sua atuação legislativa e fiscalizadora, por meio de inovações

em governança e gestão.

Valores

Ética

Práticas da cidadania correta, sem vício, voltadas para o

interesse público e destinadas a atender os anseios da

sociedade.

Transparência Atendimento do direito do cidadão de acesso aos dados

públicos gerados e mantidos pela ALRN.

Credibilidade

Confiança no potencial do Poder Legislativo Potiguar de

gerar resultados a partir do uso eficiente dos recursos

públicos.

Responsabilidade

Social

Atitude concreta que sinaliza a capacidade da ALRN de

atuar com modelo sustentável e integrável à sociedade.

Sustentabilidade

Capacidade da ALRN de suprir as necessidades atuais

sem colocar em risco o atendimento das demandas das

futuras gerações.

Profissionalismo

Servidores da ALRN com conhecimentos, habilidades e

atitudes compatíveis com o exigido para o cargo ou

função, atuando com responsabilidade e ética.

Excelência Gestão da ALRN focada em resultados e orientada para o

cidadão.

Fonte: Adaptado de Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (2019).

Para cumprir essa missão institucional e alcançar a visão estabelecida para

2023, pautada nos atributos de valor definidos para o período, a equipe definiu 10

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(dez) macrodesafios, distribuídos em três perspectivas: sociedade, processos

internos e recursos. Esses macrodesafios foram desmembrados nos projetos

propriamente ditos, correspondente às ações concretas para quadriênio em foco.

Sociedade abrange a geração de valores pretendidos pela estratégia; processos

internos envolve a eficiência e eficácia dos processos finalísticos e de apoio à

gestão operacional; e os recursos constituem os meios necessários para o alcance

dos objetivos das demais perspectivas. O mapa estratégico da Figura 15 apresenta

essas metas.

Figura 15 – Mapa estratégico 2020-2023.

Fonte: Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (2019).

Especificamente quanto à melhoria da infraestrutura física, objeto desta

pesquisa, a estratégia é ampliação, reforma e modernização da infraestrutura física,

bem como aprimoramento da gestão patrimonial e de manutenção predial

(ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RIO GRANDE DO NORTE, 2019). Para

concretizar a previsão, a atual gestão adotou como prioridade os seguintes projetos:

reforma e ampliação da Escola da Assembleia; construção do anexo administrativo;

a restauração da edificação histórica que abrigara o Memorial do Legislativo

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Potiguar; reforma do prédio sede e dos anexos. Desses, os únicos em execução, até

o presente momento, são a construção do novo anexo e a recuperação do imóvel

tombado, e, por este motivo, servirão como piloto para adoção do modelo proposto

no item 5 deste trabalho. As demais metas serão executados após a conclusão do

novo anexo, já que com a centralização do corpo administrativo a intenção é que as

reformas priorizem a atividade fim e os setores que não foram contemplados com o

novo equipamento.

4.2 GERENCIAMENTO DOS PROJETOS

Na gestão de um projeto é essencial que todas as partes interessadas

tenham acesso às informações geradas e mantidas pela organização em seus

diversos níveis e áreas de atuação. Nesse sentido, esse gerenciamento depende de

um efetivo processo de comunicação da estratégia estabelecida, antes, durante e

após a sua execução, abrangendo, assim, as diversas do ciclo de vida de um

projeto.

Para o quadriênio 2020-2023, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do

Norte optou por manter os canais de comunicação utilizados nos dois ciclos

anteriores, quais sejam: o software GEPLANES, reuniões periódicas de

acompanhamento e a elaboração de relatórios situacionais (ASSEMBLEIA

LEGISLATIVA DO RIO GRANDE DO NORTE, 2019).

O programa adotado é baseado no Balanced Scorecard (BSC), desenvolvido

por Kaplan e Norton (1997), e avalia o desempenho da organização através do ciclo

PDCA. O intuito é identificar o problema através das variáveis inseridas no software,

combinando a análise das causas principais que impedem o atingimento das metas

por meio de uma etapa exaustiva de cadastro e discussões em encontros

presenciais. A seu turno, nas reuniões periódicas devem ser apresentados e

analisados dados e informações sobre os desempenhos dos projetos e processos

de trabalho. Problemas e dificuldades evidenciados também devem ser tratados

nesses encontros.

No que diz respeito a monitoramento e controle, a equipe definiu que

eventuais dificuldades evidenciadas e não sanadas deverão ser reportadas a

instâncias superiores, para tomada de decisão e reorientação das equipes. Para

tanto, a Assessoria de Planejamento da ALRN, que também tem papel semelhante

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ao de um escritório de projetos no acompanhamento do Plano, sugere a atuação

formal e periódica de um comitê de governança institucional. Este seria responsável,

dentre outras atribuições, por fornecer diretrizes, validar e avaliar a execução da

estratégia, reorientando ações quando necessário, visando o alcance dos resultados

pretendidos no período (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RIO GRANDE DO

NORTE, 2019).

Quanto a indicadores e metas, foram estabelecidos padrões para cada

projeto. Entretanto, por uma questão de foco, serão apresentados a seguir apenas

os que se relacionam com os projetos do escopo deste trabalho:

Figura 16 – Indicadores e metas definas pela Assessoria de Planejamento.

Fonte: Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (2019).

Esta etapa não teve a participação dos servidores dos setores envolvidos com

os projetos, o que pode gerar entraves na fase de monitoramento e controle e

atrasar a entrega do produto final. Assim, alguns ajustes ainda deverão ser feitos

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durante o decorrer do processo. A exemplo disso, como visto na Figura 16, a

Assessoria de Planejamento tratou os dois objetivos abordados como sendo dois

projetos independentes. Não obstante, na prática o tratamento dado é de um projeto

só, mas com duas entregas. Outro ponto a ser contestado refere-se ao responsável

pelas medições. No Plano entregue essa atribuição fica a cargo da Divisão de

Arquitetura e Engenharia, todavia foi criada uma comissão específica para gerenciar

esses produtos, que deve ser formalmente incluída.

O Grupo de Trabalho também presumiu que eventuais mudanças nos

cenários interno ou externo podem ensejar alterações no andamento de um projeto,

sobretudo se decorrentes de inovações tecnológicas e/ou novas leis e regulamentos

com impacto no quadriênio, motivo pelo qual o planejamento deverá ser revisto a

cada dois anos. Essa é uma forma de manter as metas estratégicas atualizadas. No

entanto, um gerenciamento mais dinâmico tem como premissa o monitoramento com

efetivo ciclo de melhoria contínua, e não apenas como prevenção às mudanças que

por ventura ocorram durante a fase de execução do projeto. Outrossim, é um

modelo que pode exigir maior conhecimento e maturidade em práticas de gestão de

projetos, mas que, por ser mais complexo do que o sistema proposto, não contempla

o mesmo apelo visual dos modelos baseados em canvas.

Assim, diante de todos o contexto abordado, entende-se que a implantação

de um modelo visual para gerenciar os projetos da Instituição, voltada para uma

estrutura mais simples e dinâmica, imprimirá uma nova forma de trabalhar, com

novos paradigmas que contribuirão para a flexibilização administrativa e,

consequentemente, modernização e melhora no desempenho organizacional.

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5 APLICAÇÃO DO MODELO PROPOSTO

Este capítulo reúne as informações levantadas e consolidadas durante a

pesquisa e tem como propósito responder aos questionamentos suscitados através

dos objetivos específicos e da problemática deste projeto de intervenção. Para tanto,

apresenta a aplicação dos conceitos do LifeCycleCanvas® (LCC) em um projeto

prioritário da área de infraestrutura, especificamente de ampliação da estrutura física

e a possibilidade de reprodução do modelo para gerenciamento dos demais projetos

estratégicos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.

O intuito da proposta não é descartar o trabalho desenvolvido pelo Grupo de

Trabalho que elaborou o Plano Estratégico, mas somar-se a este, simplificando o

gerenciamento dos projetos. Para isso, foram analisadas diversas etapas para

restauração de um imóvel (situado na Avenida Câmara Cascudo, n° 398, no bairro

da Cidade Alta) que abrigará o Memorial do Legislativo Potiguar, e construção de um

prédio anexo integrado, que abrigará o corpo administrativo do órgão.

A materialização das fases desse projeto ocorreu de maio de 2019 a janeiro

de 2020. Todas as informações e análises aqui contidas foram retiradas a partir de

discussões realizadas pelo grupo focal, consultas à literatura e legislações

incidentes, além de dados e documentos coletados como observador participante,

durante o trabalho da COMISSÃO ESPECIAL PARA VIABILIZAR A

RESTAURAÇÃO E CONSTRUÇÃO DA SEDE DO MEMORIAL DO LEGISLATIVO

POTIGUAR, da COMISSÃO DE ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO

ESTRATÉGICO e da Divisão de Arquitetura e Engenharia.

O grupo focal, que consolidou os dados levantados e validou o preenchimento

das telas, contou com a participação de seis servidores envolvidos no projeto em

questão e foi realizado na sala da Divisão de Arquitetura e Engenharia da ALRN, às

13 horas do dia 28 de novembro de 2019. As observações in loco foram baseadas

na experiência dos próprios executantes do processo como diretriz e fonte de

informação para este levantamento. Todas as telas desta aplicação também estão

inseridas nos apêndices, localizados na parte final deste trabalho.

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5.1 INICIAÇÃO

A etapa de iniciação foi construída em maio de 2019, durante o trabalho da

equipe responsável pelo desenvolvimento do projeto, e ratificada na reunião com o

grupo focal, em 28 de novembro de 2019. O termo de Abertura do Projeto (TAP) foi

representado pela Portaria nº 034/2018 – DAF, publicada no Boletim Legislativo

Eletrônico, Ano III, nº 18 de 01 de fevereiro de 2018, que instituiu a COMISSÃO

ESPECIAL PARA VIABILIZAR A RESTAURAÇÃO E CONSTRUÇÃO DA SEDE DO

MEMORIAL DO LEGISLATIVO POTIGUAR, e construído com o modelo na etapa de

iniciação, com participação de todos os envolvidos no processo.

Entretanto, mesmo que a publicação da portaria tenha ocorrido em 2018, a

data base a ser considerada para início do projeto será abril de 2019, uma vez que

esse primeiro ano foi utilizado apenas para viabilizar condições para que a

Comissão iniciasse os trabalhos. Nesse período, foram tomadas as seguintes

providências por parte da administração da Casa Legislativa: limpeza da edificação

e de seu entorno, abertura de alguns vãos para iluminação, retirada de moradores

de rua que habitavam o local, e a construção de um muro com portões de acesso e

segurança permanente.

Embora todos os participantes trabalhem ou já tenham trabalhado com

projetos desse tipo, não utilizavam nenhum modelo ou ferramenta de

gerenciamento. A partir desse cenário foi necessário levar a equipe envolvida a

pensar sobre as diversas informações acerca do projeto, incluindo as entregas,

estimativas iniciais de prazo, recursos necessários e riscos. A Figura 17 representa o

canvas relativo ao TAP.

A justificativa para a realização desse projeto se deve a três pontos. O

primeiro ponto mostra um gerenciamento ineficiente do espaço físico do prédio sede,

com setores administrativos separados e espalhados aleatoriamente, sem refletir o

fluxo dos processos vigentes. O segundo, que assim como o primeiro foi identificado

no Planejamento Estratégico 2020-2023 como uma das fraquezas a serem

atacadas, mostra que existe uma fragmentação excessiva da estrutura física, que

conta com dez anexos administrativos espalhados em diversos bairros da capital

potiguar.

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Figura 17 – Tela referente ao Termo de Abertura do projeto inicial

Fonte: Elaborada pelo autor com base em Veras (2016).

O terceiro ponto foi o fato ocorrido no dia 11 de junho de 2018, quando a

ALRN recebeu um Auto de Infração do IPHAN (A00001.2018.RN),

responsabilizando esta Casa Legislativa pela demolição da varanda externa

(cobertura, pilares e balaustrada) do imóvel, bem como agravamento do estado de

conservação da parte externa da edificação, com perda de material de revestimento

e de composição da alvenaria, rachadura e vegetação incrustada na alvenaria e

pichação. Essas infrações ocorreram devido a atos de vandalismo, mas o

proprietário é legalmente responsável por reparar os danos, o que fez com que o

projeto ganhasse status de prioridade da atual administração.

Em relação aos benefícios esperados, o grupo destacou quatro aspectos. O

primeiro refere-se à centralização e melhoria da infraestrutura física e tecnológica,

uma vez que o arcabouço da Diretoria Administrativa e suas ramificações, que

atualmente ocupa três imóveis locados a terceiros, estaria todo concentrado em um

único edifício. O segundo benefício seria a economia de recursos públicos, visto que

os prédios alugados seriam devolvidos e o valor investido seria revertido para o

próprio órgão, que teria um equipamento moderno e de referência.

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O terceiro aspecto ressalta que, além de toda a importância de uma política

de melhoria e ampliação da estrutura organizacional, o projeto em questão envolve a

implementação de um equipamento cultural em uma Zona Especial de Preservação

Histórica. Choay (2006) destaca que o patrimônio histórico compõe a identidade

cultural de uma sociedade, composto pela acumulação contínua de uma diversidade

de objetos que se agregam por seu passado comum. Dessa maneira, o Poder

Público contribui com a conservação dos valores históricos e sociais do Conjunto

Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico da cidade de Natal, uma área de 28

hectares entre os bairros de Cidade Alta, Ribeira e Rocas, tombado pelo Instituto do

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Este ato foi homologado através

da Portaria n° 72, de 16 de julho de 2014, publicada no Diário Oficial da União do dia

18 julho de 2014, Seção 1, Página 11.

O quarto benefício apontado resgata e aproxima a Assembleia Legislativa do

Rio Grande do Norte de seus valores históricos e sociais, tendo em vista que o

imóvel em foco pertenceu ao ex-governador Tavares de Lyra, responsável pela

construção da primeira sede do Poder Legislativo estadual.

Definida a razão da existência do projeto, foram especificados o produto, os

requisitos e as restrições do mesmo. O produto, apesar de compor um equipamento

integrado, se divide em dois subprodutos: o Memorial do Legislativo Potiguar e um

anexo administrativo contíguo. Para tanto, a equipe, que já havia realizado consultas

e visitas aos principais órgãos envolvidos no processo de licenciamento (IPHAN,

Conselho de Arquitetura e Urbanismo – CAU e SEMURB) e coletado na legislação

as informações necessárias para o início dos trabalhos, definiu cinco requisitos

principais: acessibilidade; uma vaga de estacionamento para cada 40 m² de área

construída; elaboração de um plano de combate a incêndio; deixar claras as

diferenças entre a edificação histórica e a nova (não copiar estilos); e ser

energeticamente eficiente.

As restrições são apontadas como limitações ao trabalho da equipe. Nesse

projeto piloto, três foram apontadas: a primeira define que o trabalho deve ser de

restauração, preservando e recuperando todas as partes existentes do casarão

tombado; a segunda diz respeito ao limite máximo de altura de sete metros e meio

(dois pavimentos) em relação ao perfil natural do terreno; e a última restrição trata

do condicionante legal que impede construções sobre pilotis na zona desta

intervenção.

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75

O terceiro bloco a ser preenchido se refere às partes interessadas, à equipe

do projeto e aos meios de comunicações. Foram identificadas três partes

interessadas: o IPHAN, historiadores e a própria ALRN. A comunicação com essas

partes interessadas ficou definida em sete canais: sites dos órgãos licenciadores,

ofícios, diário oficial, e-mail, telefone, aplicativo de mensagens instantâneas

(Whatsapp) e pessoalmente. No que se refere à equipe do projeto, ela é composta

pelo gerente do projeto, pela Comissão Especial para viabilizar a restauração,

Divisão de Arquitetura e Engenharia da ALRN, equipe da empresa contratada para

elaborar os projetos complementares, pelos órgãos licenciadores e pela equipe da

empresa que executará a obra.

Na construção do quarto bloco, foram definidas as premissas, os grupos de

entregas e as principais aquisições do projeto. As premissas envolvem os

pressupostos assumidos que não estão sob o controle do gerente de projetos. Neste

caso, foram estabelecidas três premissas: que as Diretorias Geral e Administrativa

definam o programa de necessidades, que seja contratada uma empresa que realize

o levantamento topográfico da área, e que seja feito um levantamento arquitetônico

no local, para que seja representada graficamente a situação atual e sirva de base

para o desenvolvimento dos projetos.

As entregas representam os grandes marcos ou etapas de entregas do

projeto, e foram divididas em dez: relatório preliminar contendo pesquisa histórica e

mapeamento das etapas construtivas para o restauro (um dos requisitos da

metodologia para Projetos de Intervenção em edificações tombadas); diretrizes para

os projetos complementares, aqui representadas por um anteprojeto ou projeto

básico de arquitetura; projetos executivos de arquitetura de restauração e

construção, incluindo projeto de acessibilidade e memoriais descritivos com

especificações técnicas; projetos complementares (instalações hidráulicas, elétricas,

de lógica, estrutural, CFTV, SPDA, etc.); orçamento e cronograma detalhados da

obra; parecer favorável à aprovação do projeto pelo IPHAN; alvará de construção e

licença ambiental, ambos emitidos pela SEMURB; aprovação do Corpo de

Bombeiros; licitação da obra; e entrega da obra.

Nesta etapa, a ideia era que o relatório preliminar e todos os projetos

arquitetônicos fossem desenvolvidos internamente, utilizando a própria mão-de-obra

da Comissão Especial, restando necessárias seis aquisições (as cinco últimas

devem ser adquiridas por meio de licitação): o pagamento das taxas cobradas pelos

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órgãos licenciadores; projetos complementares; orçamento e cronograma

detalhados da obra; levantamento topográfico; sondagem do terreno; e realização da

obra.

O último bloco de processos de iniciação do projeto incluiu a identificação de

riscos, a estimativa inicial de custos e o tempo de realização. Para definição dos

riscos foram considerados o processos rotineiros do trabalho da Divisão de

Arquitetura e Engenharia e a possibilidade das premissas, definidas no bloco

anterior, não serem atendidas. Em princípio, foram destacados oito riscos:

interferências externas no trabalho da Comissão; descontinuidade da atual gestão;

entraves burocráticos em órgãos licenciadores; danos estruturais graves na

edificação histórica durante a execução das obras; intempéries bioclimáticas

imprevisíveis; indisponibilidade financeira; e a dificuldade de construção de um

pavimento de subsolo pela proximidade com o rio Potengi e, consequentemente,

pelo alto nível do lençol freático (seria necessária uma sondagem prévia no terreno).

As estruturas de custos e prazos foram estabelecidas considerando-se os

principais grupos de entregas do projeto. Com isso, foi determinada uma previsão de

gastos na ordem de R$ 10.225.356,40 (dez milhões, duzentos e vinte e cinco mil,

trezentos e cinquenta e seis reais e quarenta centavos) com todas as entregas, e um

prazo total de 59 (cinquenta e nove) meses e 15 (quinze) dias para a sua realização,

incluído o tempo de execução da obra.

No entanto, considerando a complexidade do projeto e o tempo disponível

para realização deste trabalho, optou-se, para garantir sua aplicabilidade, por

reiniciar o processo e fragmentá-lo em dois subprojetos: a entrega dos projetos

executivos, que foi entregue seguindo todo o ciclo de vida do modelo LCC, e a

entrega da obra, focada na estruturação das etapas intrínsecas aos grupos de

processos de iniciação e planejamento. As etapas de execução/monitoramento e

encerramento, com a entrega dos prédios, fica adiada para oportunidades futuras a

serem exploradas.

A partir desse momento, partiu-se para a construção do Termo de Abertura do

Projeto (TAP) para a etapa de iniciação dos projetos executivos. Essa decisão

ocorreu em maio de 2019, e coincidiu com a fase inicial de desenvolvimento dos

projetos arquitetônicos, trazendo, na visão dos participantes, mais realismo à

pesquisa. A Figura 18, a seguir, representa a tela relativa ao TAP dos projetos

executivos.

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77

Figura 18 – Tela referente ao Termo de Abertura dos Projetos Executivos.

Fonte: Elaborada pelo autor com base em Veras (2016).

De acordo com o grupo, a justificativa principal para elaboração dos projetos

executivos, além das três já elencadas no primeiro TAP, é que essa meta é um

condicionante legal para a obtenção das licenças nos órgãos fiscalizadores. Os

objetivos elencados para esse projeto foram subsidiar os projetos complementares e

dar entrada no processo de obtenção do alvará de início dos serviços de

restauração, reforma e construção. Quanto aos benefícios, a equipe optou por

manter os mesmos de antes da subdivisão do projeto.

Os produtos estabelecidos foram os projetos executivos de reforma e restauro

do Solar Tavares de Lyra, e de construção do anexo administrativo contíguo. Para

obter esses produtos, a Comissão definiu seis requisitos: acessibilidade; uma vaga

de estacionamento para cada 40 m² de área construída; concentrar o máximo de

setores vinculados à Diretoria Administrativa; existência de harmonia estética entre

os prédios; deixar claras as diferenças entre a edificação histórica e a nova (não

copiar estilos); e ser energeticamente eficiente.

No campo das restrições, duas foram apontadas além das três definidas no

projeto inicial: o nível de água raso do terreno, percebido com alguns furos feitos no

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terreno, mas que ainda necessita de uma análise mais detalhada através de uma

sondagem; e o coeficiente de aproveitamento do terreno igual a 3,0, já com a

outorga onerosa. Esse coeficiente funciona como um limitador de crescimento

urbano, e indica a quantidade de metros quadrados passíveis de serem construídos.

Já a outorga onerosa é um artifício jurídico usado para incentivar o desenvolvimento

urbano, e permite algumas concessões, definidas na legislação municipal, em troca

de pagamento.

No terceiro bloco foram identificadas as seguintes partes interessadas: a

Comissão Especial de restauração do Solar Tavares de Lyra; o IPHAN; e os

pospositivos setores da ALRN: as Diretorias Geral e Administrativa, a Divisão de

Arquitetura e Engenharia, e o Memorial do Legislativo Potiguar. A comunicação com

essas partes interessadas ficou definida em seis canais: ofícios, diário oficial, e-mail,

telefone, aplicativo de mensagens instantâneas (Whatsapp) e presencial. No que se

refere à equipe deste projeto, definiu-se que a composição seria representada pelo

gerente do projeto, pela Comissão Especial para viabilizar a restauração, pela

Divisão de Arquitetura e Engenharia da ALRN e pelos órgãos licenciadores.

Para os projetos executivos, foram elencadas três premissas: que as

Diretorias Geral e Administrativa definam o programa de necessidades; a

necessidade de levantamentos arquitetônicos e topográfico georreferenciado; e a

inclusão do IPHAN nas decisões relativas ao conjunto arquitetônico.

Ainda no quarto bloco, o grupo definiu quatro entregas: relatório preliminar

contendo pesquisa histórica e mapeamento das etapas construtivas para o restauro

(um dos requisitos da metodologia para Projetos de Intervenção em edificações

tombadas); diretrizes para os projetos complementares, aqui representadas por um

anteprojeto ou projeto básico de arquitetura; e os projetos executivos de arquitetura

de restauração e construção, incluindo memorial descritivo e especificações

técnicas, do Solar Tavares de Lyra e do anexo administrativo.

Ainda seguindo a ideia de que o relatório preliminar e todos os projetos

arquitetônicos seriam desenvolvidos com a mão-de-obra interna, a Comissão

priorizou quatro aquisições: limpeza do imóvel, que apresenta condições laborais

insalubres; sondagem do terreno; levantamento topográfico georreferenciado; e

atualização dos dados cartoriais da escritura do imóvel, referentes ao

georreferenciamento.

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No último agrupamento de preenchimento, foram destacados seis riscos:

interferências externas no trabalho da Comissão; descontinuidade da atual gestão;

entraves burocráticos em órgãos licenciadores; indefinições no programa de

necessidades; mudanças recorrentes; e indisponibilidade financeira. A hipótese de

impossibilidade de construção de um pavimento de subsolo devido ao nível do lençol

freático foi rechaçada pela equipe de engenheiros e retirada da pauta.

As estruturas de custos e prazos também foram estabelecidas considerando-

se os principais grupos de entregas do projeto. Desta maneira, foi determinada uma

previsão inicial de gastos na ordem de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais), sendo

R$ 7.000,00 (sete mil reais) para limpeza e construção de algumas barreiras de

acesso, e R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para georreferenciamento e serviços

cartoriais. O prazo total, incluindo as entregas que não dependem da equipe dos

projetos de arquitetura, seria de 25 (vinte e cinco) meses se os prazos não fossem

cumulativos. No entanto, foi estimada em 18 (dezoito) meses a sua realização, uma

vez que pode haver intersecção entre o início de uma etapa e o final de outra, ou

podem ser feitas por equipes distintas de forma simultânea.

Para a entrega da obra, como um segundo momento após a entrega dos

projetos executivos, o TAP foi refeito e a equipe considerou praticamente as

mesmas razões de existência de antes da subdivisão da meta estratégica. Nos dois

primeiros blocos de preenchimento foram alterados apenas os campos objetivos, no

qual foi acrescentado o intuito de desafogar o fluxo de processos do Órgão, e os

requisitos, que foram redefinidos para ter a execução dos serviços em conformidade

com o especificado nos projetos executivos e memoriais descritivos, e ser eficiente

energeticamente. Tais informações são contempladas na tela a seguir,

representando a alteração da etapa de execução da obra, conforme ilustra a Figura

19.

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Figura 19 – Tela referente ao Termo de Abertura de conclusão da obra.

Fonte: Elaborada pelo autor com base em Veras (2016).

Na sequência, foram definidas as partes interessadas do novo projeto,

incluindo o IPHAN, os demais órgãos licenciadores (SEMURB, STTU, SEMOPI,

Bombeiros, etc.), arquitetos e historiadores, a população em geral, e a própria

Assembleia Legislativa. Os canais de comunicação com as partes interessadas

foram mantidos, a priori, e a equipe teve o acréscimo das Divisões de Licitações e

de Contratos e Convênios, que terão papel fundamental no cumprimento dos prazos

estabelecidos.

Para que o projeto seja entregue conforme os requisitos estabelecidos, foram

traçadas quatro principais premissas: que sejam obtidas as licenças; que as

licitações para as aquisições sejam concluídas; que o clima seja favorável; e que

haja a liberação dos recursos financeiros. O não cumprimento dessas premissas

poderia gerar riscos para o projeto, que que neste caso seriam os seguintes:

Interferências externas; descontinuidade da atual gestão; danos estruturais na

edificação histórica; embargo da obra; intempéries bioclimáticas imprevisíveis; e

indisponibilidade financeira.

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Para atender a este escopo, foram definidas nove entregas: as diretrizes para

os projetos complementares, representada pelo anteprojeto ou projeto básico de

arquitetura; os projetos executivos de arquitetura; projetos complementares;

orçamento e cronograma; parecer favorável do IPHAN; A obtenção das licenças e

do alvará dos demais órgãos fiscalizadores; a realização da licitação para realização

da obra; e a entrega dos prédios para uso. Aliado à essas entregas, foram

estabelecidos os custos, prazos e aquisições de acordo com o escopo do projeto. O

grupo priorizou as aquisições dos projetos complementares, do orçamento analítico,

o pagamento das taxas para emissão das licenças, e a contratação da empresa que

executará a obra.

Nesse novo contexto, manteve-se a previsão inicial de gastos na ordem de

R$ 10.225.356,40 (dez milhões, duzentos e vinte e cinco mil, trezentos e cinquenta e

seis reais e quarenta centavos), e um prazo total de 59 (cinquenta e nove) meses e

15 (quinze) dias para a sua realização, incluído o tempo de execução da obra.

Após a finalização das telas que simbolizam a etapa de iniciação e o artefato

TAP, foi iniciada a etapa de planejamento, com a construção dos Planos de

Gerenciamento dos Projetos (PGP).

5.2 PLANEJAMENTO

A etapa de planejamento também foi construída em maio de 2019, durante o

cotidiano da Comissão Especial de restauração do Solar Tavares de Lyra, e

ratificada com alguns ajustes na reunião do grupo focal, em 28 de novembro de

2019. Neste estágio, a equipe revisou os campos de preenchimento da iniciação e

fez uso de planilhas de apoio, recomendadas pelo Guia PMBOK®, para avaliar

pontos importantes das duas metas em foco neste trabalho. Os pontos principais

revisados envolveram as partes interessadas, as equipes com suas respectivas

entregas, e os riscos envolvidos.

Para as partes interessadas, foi empregada uma matriz de engajamento para

identificar o grau de envolvimento atual dos stakeholders, bem como a situação

desejada. O papel de cada componente da equipe durante as atividades ou entregas

dos projetos foi revisado através da matriz RACI (ou matriz de responsabilidade),

que define com clareza as atribuições, papéis e responsabilidades de cada

colaborador nas atividades de um processo. Para reavaliar os riscos identificados na

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etapa de iniciação buscou-se construir uma matriz de gerenciamento de riscos. O

intuito desse mecanismo é entender quais riscos seriam priorizados, para que as

estratégias mais adequadas sejam adotadas a fim de minimizá-los.

Para a meta dos projetos executivos, o grupo entendeu que dois grupos

(setores internos) de partes interessadas mereciam atenção especial em relação às

entregas preestabelecidas: a Divisão de Arquitetura e Engenharia, e o Memorial do

Legislativo Potiguar. Atualmente, este último estaria em uma posição neutra de

engajamento, enquanto aquela acometia-se da seara da Comissão Especial e

liderava o processo. Todavia, a recomendação dos participantes era que estes

setores atuassem em dando suporte à Comissão, apoiando o projeto conforme

ilustra o Quadro 11. Por esse motivo, ficou estabelecido que o processo de

comunicação deveria ser mais efetivo e dinâmico, de forma contínua dos dois

setores com a equipe do projeto, para que todas as dúvidas acerca do papel de

cada parte engajada sejam sanadas.

Quadro 11 – Matriz de engajamento das partes interessadas dos projetos executivos.

Parte interessada Não

informado

Resistente Neutro Dá apoio Lidera

Comissão Especial do

Memorial A, D

Diretorias Geral e

Administrativa A, D

IPHAN A, D

Divisão de Arquitetura

e Engenharia D A

Memorial do

Legislativo Potiguar A D

Legenda: A - engajamento atual. D – engajamento desejado

Fonte: Adaptado de Medeiros et al (2017).

Com a visualização da ferramenta e a partir dos debates gerados por ela, a

equipe percebeu que ainda havia uma função sem correspondência na coluna de

partes interessadas, e que tem total influência nos rumos do projeto: os setores

administrativos que ocuparão o novo anexo. Na revisão do papel de cada um dos

integrantes da equipe, o grupo focal destacou que o IPHAN é o ponto chave desta

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etapa, pois pode influenciar nas diretrizes de desenvolvimento, gerando impacto no

prazo de conclusão das entregas. Para verificar estas relações, foi produzida a

matriz RACI com o intuito de definir esses papéis, expostos no Quadro 12, a seguir.

Quadro 12 – Matriz RACI para os projetos executivos.

Entregas Gerente

do projeto

Comissão

Especial do

Memorial

Profissional

contratado

(notório saber)

Órgãos

licenciadores

Divisão de

Arquitetura e

Engenharia

Relatórios

preliminares A C R C I

Diretrizes p/

projetos

complementares

A C C C R

Proj. Executivo do

Solar Tavares de

Lyra

A C R C I

Proj. Executivo

Anexo A R C C C

Legenda: R – Responsável por executar a entrega ou atividade (executor).

A – Autoridade, quem deve responder pela atividade.

C – Consultado, quem deve ser consultado e participar da decisão.

I – Informado, quem deve receber a informação de que a entrega foi realizada.

Fonte: Adaptado de Medeiros et al (2017).

A tabela evidencia que os grupos possuem diversos papéis, de acordo com

cada atividade realizada. Na atividade de elaboração da pesquisa histórica e do

mapeamento de danos, por exemplo, foi possível entender que seria necessário

envolver um especialista na área de restauração de imóveis desse tipo.

A ideia inicial era contratar um profissional com notório saber na área apenas

para serviços de consultoria. Contudo, considerando o elevado grau de

complexidade dos procedimento a serem adotados, a especificidade do projeto, e o

tempo disponível, já que a equipe acabara de ser alertada pela Diretoria Geral que a

Nota de Empenho para o início da obra deveria ser gerada ainda em 2020 (sob pena

de indisponibilidade financeira), optou-se por terceirizar todos os procedimentos

envolvendo a restauração do Solar Tavares de Lyra. Assim, a Comissão Especial

trabalharia de forma integrada com esse profissional, mas continuou responsável

pelo projeto do prédio anexo.

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Na reavaliação dos riscos identificados na etapa de iniciação, foi estabelecida

uma escala de variação entre 0,1 e 1,0 para fazer a avaliação de probabilidade e

impacto, multiplicando os valores atribuídos em cada uma das colunas, conforme

indica o Quadro 13.

Quadro 13 – Matriz de gerenciamento de riscos dos projetos executivos.

Riscos Probab.

(P)

Impacto

(I) P x I Classificação Estratégia Resposta

Necessidade

de

contingência

Interferências

externas 0,5 0,5 0,25 3 Mitigar

Melhorar

comunicação

e estabelecer

competências

Não

Descontinuid

ade da atual

gestão

0,2 0,6 0,12 6 Aceitar

-

-

Entraves em

órgãos

licenciadores

0,3 0,7 0,21 4 Aceitar

-

-

Indefinições

no programa

de

necessidades

0,5 0,6 0,30 2 Mitigar

Definir

prioridades -

Mudanças

recorrentes 0,7 0,8 0,56 1 Mitigar

Justificar

tecnicamente

as decisões

-

Indisponibilid

ade financeira 0,15 0,9 0,14 5 Mitigar

Efetuar

bloqueio no

orçamento

Sim

Fonte: Adaptado de Medeiros et al (2017).

De acordo com o cenário posto, a Comissão decidiu traçar estratégias de

resposta aos riscos relacionados a interferências externas, indefinições quanto ao

programa de necessidades, mudanças recorrentes e indisponibilidade financeira.

Assim, para minimizar as interferências no trabalho da Comissão, além de melhora

na comunicação, decorrente da discussão do engajamento das partes interessadas,

sugeriu-se mapear as competências de cada membro da equipe.

Quanto às indefinições no programa de necessidades, a solução dada pela

equipe foi que as Diretorias Geral e Administrativa definam suas prioridades para a

escolha dos setores que integrarão o novo anexo. Justificar tecnicamente as

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decisões tomadas no desenvolvimento dos projetos foi atribuída como estratégia

para as mudanças recorrentes ao longo dos trabalhos. Já para evitar a não liberação

de recursos, a sugestão dada foi verificar a possibilidade de bloqueio orçamentário,

como medida de realocação de recursos ou contingenciamento para a natureza da

despesa em questão.

Por último, foi visto que no campo referente aos requisitos para os projetos

executivos, por tratar-se de um equipamento público e suportar eventuais períodos

de falta de recursos para manutenção, poderia ser acrescentado que os materiais

especificados devem ser duráveis e de fácil reparo.

Com essas novas diretrizes, foi finalizada a tela referente à etapa de

planejamento dos projetos executivos, representada pela Figura 20 a seguir.

Figura 20 – Tela referente ao Plano de Gerenciamento dos Projetos Executivos.

Fonte: Elaborada pelo autor com base em Veras (2016).

Percebe-se que alguns aspectos foram modificados em relação à concepção

da etapa de iniciação, em decorrência das análises realizadas durante o PGP, como

a inclusão de novos objetos nos campos requisito, partes interessadas, equipe,

premissas e aquisições. Com isso, houve uma reavaliação custos do projeto, que

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passaram para R$ 113.000,00 (cento e treze mil reais) em decorrência da

significativa redução no tempo das entregas, que agora passariam a ser realizadas

em apenas oito meses. O aumento se deve à atualização do valor dos serviços de

georreferenciamento, que a esta altura já estava sendo contratado, e à contratação

do especialista na área de restauração, que foi estimada pela equipe em R$

88.000,00 (oitenta e oito mil reais). Os grupos modificados em relação à fase de

iniciação foram contornados com uma borda na cor azul.

Para a entrega da obra, o TGP foi confeccionado seguindo os mesmos

critérios utilizados no planejamento dos projetos executivos. Na confecção da matriz

de engajamento, a equipe apontou que duas partes interessadas estariam em

posição de neutralidade quando deveriam apoiar o projeto, quais sejam: a

comunidade de arquitetos e historiadores, e a população em geral. Na análise do

grupo, esse fato, mostrado no Quadro 14, pode ser devido ao desconhecimento do

objeto, e a tendência é que com desenvolvimento e divulgação dos trabalhos a

situação seja normalizada.

Quadro 14 – Matriz de engajamento das partes interessadas da entrega do novo Memorial.

Parte interessada Não

informado

Resistente Neutro Dá apoio Lidera

ALRN A, D

IPHAN A, D

Demais órgãos

licenciadores A, D

Arquitetos e

historiadores A D

População em geral A D

Legenda: A - engajamento atual. D – engajamento desejado

Fonte: Adaptado de Medeiros et al (2017).

Na matriz de responsabilidade, representada pelo Quadro 15, percebe-se a

importância do gerente do projeto com a integração das equipes envolvidas,

principalmente com a Divisão de Licitações. O grupo entendeu que seria necessário

um maior envolvimento desta última com a Comissão Especial, que definiria as

principais diretrizes para essa cada etapa dos processos de contratação, já que esta

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etapa pode impactar em possíveis atrasos no tempo das entregas. Nesse processo,

o gerente de projetos é quem seria informado sobre a evolução dessas entregas.

Quadro 15 – Matriz RACI para a entrega do novo Memorial.

Entregas

Gerente

do

projeto

Comiss.

Especial

Div.

Arq./En

g

Div.

Licitações

/Contrato

s

Dir.

Geral

e

Admin.

Especi

alista

em

restaur

o

Órgão

s

licenci

adores

Empre

sas

contrat

adas

Relatórios

preliminares A C I I R I I

Proj. Executivo

Restauro A C I I R C I

Proj. Executivo

Anexo A R I I C C I

Diretrizes p/

projetos

complement.

A C R I C C

Proj.

Complement. A C I I I C R

Orçamento e

cronograma A C C I R

Aprovação

IPHAN A I I I R

Alvará/licença

(Semurb,

STTU, etc.)

A I I I R

Aprovação

Bombeiros A I I I R

Licitação da

obra A I I R I

Realização da

obra A C C I I R

Legenda: R – Responsável por executar a entrega ou atividade (executor).

A – Autoridade, quem deve responder pela atividade.

C – Consultado, quem deve ser consultado e participar da decisão.

I – Informado, quem deve receber a informação de que a entrega foi realizada.

Fonte: Adaptado de Medeiros et al (2017).

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Com esses ajustes, que não alteraram os quatro primeiros blocos de

preenchimento, partiu-se para a revisão do último agrupamento. Quanto à

reavaliação dos riscos identificados no TAP, a avaliação de probabilidade e impacto

foi abordada conforme indica o Quadro 16, abaixo:

Quadro 16 – Matriz de gerenciamento de riscos para entrega do novo Memorial.

Riscos Probab.

(P)

Impacto

(I) P x I Classificação Estratégia Resposta

Necessidade

de

contingência

Interferências

externas 0,5 0,5 0,25 2 Mitigar

Melhorar

comunicação

e estabelecer

competências

Não

Descontinuid

ade da atual

gestão

0,2 0,6 0,12 6 Aceitar

-

-

Danos

estruturais na

edificação

histórica

0,3 0,8 0,24 4 Mitigar

Utilizar

técnicas que

minimizem o

impacto

Sim

Embargo da

obra 0,3 0,7 0,21 5 Aceitar

- -

Intempéries

bioclimáticas

imprevisíveis

0,5 0,5 0,25 3 Aceitar

-

-

Indisponibilid

ade financeira 0,3 0,9 0,27 1 Mitigar

Efetuar

bloqueio no

orçamento

Sim

Fonte: Adaptado de Medeiros et al (2017).

Durante a exploração, o plano de resposta aos riscos envolvidos na entrega

do novo equipamento teve foco nas interferências externas, na indisponibilidade

financeira e na possibilidade de ocorrência de patologias estruturais durante a

execução da obra. Assim como na entrega dos projetos executivos, para combater

as interferências no trabalho da Comissão e a indisponibilidade financeira, o grupo

propôs, respectivamente, uma comunicação mais interativa entre as equipes, com

todas as competências mapeadas, e a possibilidade de bloqueio orçamentário como

medida de realocação de recursos. Para o caso de danos durante a obra, a solução

adotada é que a empresa contratada para a execução adote recursos tecnológicos

que causem o mínimo de impacto à estrutura existente.

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Para esta última hipótese e para a falta de recursos, a Comissão optou por

sugerir a adoção de um plano de contingenciamento, com uma reserva financeira,

na tentativa de minimizar os impactos. Isto posto, tempo e custo foram os únicos

artefatos a sofrerem modificações em relação ao estágio inicial, conforme expressa

a etapa de planejamento do novo Memorial do Legislativo Potiguar, materializado

pelo canvas da Figura 21. Os campos alterados também foram destacados com uma

borda azul.

Figura 21 – Tela referente ao Plano de Gerenciamento para conclusão da obra.

Fonte: Elaborada pelo autor com base em Veras (2016).

Na revisão da estimativa do custo total houve uma atualização no valor dos

projetos complementares, que passou a ser mensurado pela tabela do Sistema

Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI). Esse

mecanismo foi desenvolvido pela Caixa Econômica Federal e tornou-se obrigatório

para obras públicas federais, sendo apenas recomendado nas demais esferas. À

vista disso, esta rubrica passou para R$ 152.897,29 (cento e cinquenta e dois mil,

oitocentos e noventa e sete reais e vinte e nove centavos), totalizando um custo de

R$ 10.256.253,70 (dez milhões, duzentos e cinquenta e seis mil, duzentos e

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cinquenta e três reais e setenta centavos). O valor total é R$ 30.897,28 (trinta mil,

oitocentos e noventa e sete reais e vinte e oito centavos) maior do que a estimativa

na fase de iniciação. Entretanto, dado o risco de inviabilização do recurso em

decorrência do prazo inicialmente previsto, o tempo de conclusão de todas as

entregas diminuiu em 10 (dez) meses, e passa a ser de 49 (quarenta e nove) meses.

Ressalte-se, mais uma vez, que para chegar a esse tempo deve-se considerar que

nem todos os prazos são cumulativos, e que etapas podem ser vencidas por

equipes distintas de forma simultânea.

Por fim, com a integração das áreas de gerenciamento e respectivos TGP’s,

iniciaram-se as discussões para monitoramento das metas. A equipe definiu cinco

indicadores de desempenho, comuns aos dois subprojetos, e que foram ratificados

na reunião com o grupo focal. Esses índices podem ser contemplados na Figura 22

e são alusivos a tempo, custo, premissas, entregas e aquisições.

Figura 22 – Construção dos indicadores dos projetos.

Fonte: Elaborada pelo autor com base em Veras (2016).

O tempo das entregas foi considerado o indicador de maior relevância, já que

atrasos no produto final podem comprometer os resultados estratégicos e, com a

iminência de devolução de recursos financeiros ao poder executivo estadual, caso

não sejam empenhados ainda em 2020, inviabilizar todo o projeto. Os desvios de

tempo e custo irão aferir o percentual em relação à duração total e ao valor orçado,

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respectivamente. Os demais indicadores medem os percentuais em relação à

previsão inicial de cada artefato (premissa, entrega e aquisições). O grupo também

definiu as medições serão feitas a cada dois meses, a fim de coincidir com o tempo

que a Comissão Especial destes projetos tem de prestar contas à Diretoria

Administrativa da Assembleia. Para a escala de indicadores, conforme expõe a

Figura 22, foram definidos intervalos para cada artefato, associados às cores verde,

amarelo e vermelho.

Com todo o planejamento feito, foi dado início à etapa de execução,

monitoramento e controle.

5.3 EXECUÇÃO, MONITORAMENTO E CONTROLE

Durante a fase de execução, foram realizadas quatro medições para as

entregas referentes apenas aos projetos executivos de arquitetura, em consonância

com os quatro relatórios bimestrais elaborados pela equipe no período. A opção por

não incluir nenhuma parcial referente à entrega da obra deve-se ao fato de que este

projeto depende da conclusão daquele ser iniciado. A definição do rating (escala de

indicadores) foi feita conforme recomendação de Veras (2016), em função de cada

indicador individualmente, e de outro localizado na parte superior da tela,

representando o status geral do projeto.

A primeira medição foi realizada no dia 17 de junho de 2019 e, até então, o

órgão licitou e contratou os serviços de limpeza do imóvel, e do levantamento

topográfico georreferenciado, com atualização dos dados cartoriais. A empresa

contratada finalizou, no prazo acordado, a limpeza interna e externa (inclusive com a

descida dos restos da cobertura), totalizando 17 caminhões de entulho. Tentando

amenizar os problemas de insalubridade e iluminação, foram feitas algumas

aberturas na laje e em parte da alvenaria, viabilizando visitas ao local para os

trabalhos de medição, levantamentos, conferências, prospecções, etc.

Para garantir a segurança da edificação, foi concluída a execução de um

muro externo frontal provisório de tijolo cerâmico e chapisco com um portão de

acesso em ferro vazado. Está sendo feito um complemento de tijolo num trecho do

muro posterior que tinha desmoronado. Também foram instalados mais dois portões

provisórios na própria edificação, além do fechamento de algumas aberturas com

tijolos de 8 furos alternados, que garantem a segurança e também proporcionam a

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entrada de iluminação natural e de ventilação. Tendo em vista que o processo

licitatório para esses serviços iniciou antes da fase de iniciação, a tarefa foi

concluída dois meses antes da data prevista, gerando uma folga no cronograma e

um consequente desvio de prazo negativo, medido em 0,67 (1-3/3), expresso na

Figura 23.

Figura 23 – Tela referente à execução do projeto com os indicadores do primeiro monitoramento.

Fonte: Elaborada pelo autor com base em Veras (2016).

Com a limpeza concluída, a equipe de arquitetos iniciou os levantamentos

necessários ao desenvolvimento do projeto de construção do prédio anexo, e fez um

estudo aprofundado acerca dos condicionantes físicos e legais envolvidos. Além de

visitas a alguns órgãos licenciadores (IPHAN e Semurb), o grupo também reuniu-se

com um pesquisador e professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, na área de preservação e patrimônio,

para tentar auxiliar na pesquisa histórica, necessária para o mapeamento das etapas

construtivas da edificação tombada. Neste momento, a equipe de engenheiros

planeja a realização da sondagem do terreno.

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Em paralelo, o especialista em restauro também iniciou os trabalhos do

projeto do novo Memorial do Legislativo Potiguar. Em outrora a Diretoria

Administrativa solicitou ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo a indicação de

empresas ou profissionais de excelência que possuíssem vasta experiência

(comprovada por meio de acervo técnico) na elaboração de projetos de restauração.

Para atender a esse objetivo, o CAU-RN realizou uma convocação de profissionais e

apresentou três currículos de profissionais especialistas na área. A Administração,

então, procedeu a abertura do processo para esta contratação e encaminhou para a

Divisão de Licitações.

Nesse primeiro mês de execução ainda não foi possível aferir o rating de

entregas, mas os arquitetos da Comissão apresentaram, em reunião com o Diretor

Geral e a Diretora Administrativa, as primeiras diretrizes do anteprojeto do prédio

anexo, que eram precisamente um diagrama de setorização e acessos, uma planta

baixa, uma fachada e uma maquete volumétrica. Os diretores aprovaram o trabalho

e pediram atenção aos prazos acordados. Quanto ao layout do prédio, ainda

faltavam algumas definições, por parte da Administração, sobre alguns setores que

ocuparão o prédio administrativo.

Na definição do zoneamento foi proposta uma diagramação em blocos

distribuídos por três pavimentos (ver Figura 24). No subsolo foram dispostas vagas

de estacionamento para servidores, espaços para funcionários terceirizados

(vestiários, copa, sala de repouso e sala para motoristas), almoxarifado, depósitos,

reservatório inferior, casa de bombas, grupo gerador, subestação e um arquivo. O

térreo concentra mais vagas para veículos e os serviços de atendimento ao público;

já o primeiro pavimento é composto por setores administrativos que recebem pouco

público externo e uma lanchonete.

A equipe de trabalho também visitou, no dia 11 de junho de 2019, o prédio

recém-entregue do TRE/RN, ocasião em que foram analisados os materiais

adotados, tais como, os tipos de revestimento, pisos, pinturas, etc.

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Figura 24 – Diagrama de setorização e acessos.

Fonte: Elaborada pelo autor.

As providências adotadas proporcionaram, no primeiro Relatório Executivo do

Projeto (REP), a contratação de todas as aquisições planejadas, consumando o

índice de aquisições feitas para 1, e o índice de premissas cumpridas em 0,5, já que

duas das três esperadas, para o tempo medido, haviam sido atingidas. Esse

episódio fez com que o sinal de alerta fosse ligado, levando a equipe a representar o

indicador geral do projeto na cor amarela. Como medida corretiva para melhoria do

índice, a Comissão cobrou em reunião, aos diretores da ALRN, o programa de

necessidades do prédio anexo finalizado.

Quanto aos custos do projeto, não observou-se nenhum percentual de desvio

em nenhuma das quatro medições. Esse objetivo foi atingido em virtude de todos os

procedimentos para compras já estarem em andamento na etapa de planejamento,

sendo os valores do Termo de Gerenciamento de Projeto (TGP) exatamente iguais

aos contratados ou empenhados para contratação.

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A segunda medição foi feita no dia 20 de agosto de 2019, quando os fatos

principais eram a conclusão do relatório da sondagem do terreno e a apresentação

do que já havia sido desenvolvido até o momento ao IPHAN. Na análise do relatório,

notou-se que o ensaio realizado encontrou a presença de água a um metro de

profundidade, além de ter encontrado também um terreno muito compacto. Em

virtude disso, a execução das fundações e cortinas de contenção demandará uma

atenção maior. Em razão da complexidade envolvida, a equipe achou por bem

realizar algumas consultas com profissionais renomados das áreas de estrutura,

fundações e instalações elétricas e hidrossanitárias.

O encontro no IPHAN, necessário para atender a premissa de incluir órgão

nas decisões projetuais, ocorreu no dia 8 de agosto de 2019. Na oportunidade, os

técnicos do órgão posicionaram-se favoravelmente em relação ao material

apresentado, ressaltando apenas que a análise final só seria finalizada com a

entrega do Projeto Executivo completo, incluindo o de restauração do casarão, para

então liberar o processo para a fase de análise e licenciamento pelos demais órgãos

fiscalizadores (SEMURB, STTU, Corpo de Bombeiros, etc.). Até este momento, o

arquiteto responsável pelo restauro não havia concluído a entrega inicial, que

incluiria o diagnóstico da edificação com o mapeamento dos danos existentes.

Com esse atraso, o tempo necessário para realizar todas as entregas

previstas aumentou em um mês, resultando em um desvio de prazo de 0,33 (4-3/3),

com variação no rating, que passa do verde para o amarelo. Por conseguinte, o

índice de entregas realizadas, com o não repasse da única entrega prevista neste

período, fecha em 0 nesta aferição, ocasião em que o rating passa a ser vermelho.

Pela razão de que esse prazo pode ser compensado em outras etapas, e em

decorrência de os outros três índices do canvas apresentarem indicadores na cor

verde, o gerente de projetos optou por preencher o indicador geral com a cor

amarela. Para melhorar esse índice, foi tomada uma ação de sensibilização junto ao

profissional, cobrando comprometimento com os prazos acordados. A medida

parece ter surtido efeito, já que a entrega foi efetuada no início de setembro.

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Figura 25– Tela referente à execução do projeto com os indicadores do segundo monitoramento.

Fonte: Elaborada pelo autor com base em Veras (2016).

Os índices de aquisições feitas e o desvio de custo não sofreram variação em

relação à primeira tela desta etapa.

Ainda no início de setembro, a empresa contratada entregou o

georreferenciamento e a poligonal do terreno. Com este material, observou-se uma

pequena discrepância entre as medidas reais do terreno e às constantes na

escritura. A Comissão efetuou os ajustes no projeto, enquanto a empresa trabalha

no processo de regularização cartorial. Essa documentação será necessária para o

licenciamento junto aos órgãos fiscalizadores e apresenta-se como a única

aquisição a ser entregue. Logo, o índice referente a este artefato passou para 0,75

(3/4) na terceira medição, ocorrida em 20 de outubro de 2019, e representada pela

Figura 26.

Nessa tela, o tempo para entrega dos relatórios preliminares foi atualizado

para três meses, e descontado do tempo para desenvolvimento do projeto executivo

de restauração, que passou de seis para cinco meses. A modificação, representada

por um post-it na cor azul, ocorreu para que o prazo final do projeto não seja

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alterado e corrigiu o desvio de prazo na aferição anterior, que passou a ser zero,

retornando este rating para a cor verde.

Figura 26 – Tela referente à execução do projeto com os indicadores do terceiro monitoramento.

Fonte: Elaborada pelo autor com base em Veras (2016).

Durante a finalização do projeto básico do anexo, os projetistas optaram por

uma volumetria de conceitos minimalistas, como estrutura e fachadas limpas de

adereços ou itens decorativos, formas geométricas simples com espaços fluidos e

superfícies lisas, com predominância de tons neutros e sólidos. Neste sentido, no

intuito de dar mais durabilidade, facilitar a manutenção (um dos requisitos do PGP) e

vencer os vãos e balanços propostos, adotou-se uma estrutura em concreto armado

com laje nervurada protendida. Essa solução, representada pela Figura 27, também

contribuiu para a observância de mais dois requisitos previstos: evidenciar as

diferenças entre o antigo e o novo; e o uso flexível de marquises e outros elementos

de proteção, evitando insolação excessiva nas fachadas e contribuindo com a

eficiência energética do prédio.

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Figura 27 – Soluções projetuais que contribuem para eficiência energética.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Em busca de subsídios para as especificações técnicas de equipamentos e

de alguns materiais de acabamentos, a Comissão Especial conversou com

engenheiros mecânicos para mais informações acerca das cabines dos elevadores,

como dimensões, velocidade, cálculo de tráfego, casa de máquinas, aberturas de

portas, cabines panorâmicas, entre outros assuntos afins. A equipe também fez

visitas em empresas de mármores e granitos para pesquisar materiais com um bom

custo-benefício para bancadas, divisórias, escadas e outros detalhes de

acabamento. Com o mesmo intuito, foi feita uma visita a uma empresa especializada

em alumínio e vidro. Nesse local, o engenheiro responsável apresentou informações

técnicas sobre dimensionamento, espaçamento e tipos de perfis de alumínio, bem

como de vidros para esquadrias e estrutura da pele de vidro.

A equipe de arquitetos finalizou o projeto básico do prédio anexo (restando

apenas alguns detalhes na integração com o prédio tombado, que ainda está sendo

desenvolvido pela equipe responsável pelo restauro). Essa entrega representa as

diretrizes para contratação dos projetos complementares, essenciais na finalização

do Projeto Executivo e obrigatórias para a realização da licitação para a execução

da obra. O processo já está sob a responsabilidade da Comissão de Licitação.

Isto posto, na terceira medição os indicadores referentes a entregas e

premissas apresentaram resultados igual a 1, já que todas as premissas previstas

foram cumpridas, assim como as duas entregas previstas nesse prazo foram feitas.

Conforme a previsão da equipe, o indicador de preço não variou em relação às duas

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telas anteriores e o indicador geral do projeto melhorou, sendo pela primeira vez

representado pela cor verde.

Com o Projeto Básico em mãos, a equipe de engenheiros iniciou a etapa de

levantamento de quantitativos e a elaboração das planilhas orçamentárias. Durante

a quarta verificação dos indicadores de monitoramento, realizada em 23 de

dezembro de 2019, as duas frentes de trabalho venceram a etapa dos projetos

básicos de arquitetura e avançam nas especificações técnicas e compatibilizações

para conclusão de seus respectivos projetos executivos. A Figura 28 apresenta os

indicadores dessa medição, a última tela de execução do projeto em foco.

Figura 28 – Tela referente à execução do projeto com os indicadores do último monitoramento.

Fonte: Elaborada pelo autor com base em Veras (2016).

Nesse contexto, o índice de aquisições feitas permaneceu em 0,75, já que a

empresa responsável pela atualização dos dados cartoriais solicitou prorrogação do

prazo de entrega até janeiro de 2020. Com isso, mantém-se a situação de três

aquisições concluídas, das quatro previstas. No momento desta última parcial, foram

concluídos o mapa de danos, todos os projetos básicos e executivos. As equipes

trabalham na conclusão dos respectivos memoriais descritivos e especificações

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técnicas, que até esta etapa estima-se que estejam 50% concluídos. Sendo assim,

para facilitar o cálculo dos indicadores, subdividiu-se duas entregas em quatro,

totalizando seis. Dessas, cinco (1+1+1+1+0,5+0,5) estão concluídas e representam

um índice de entregas realizadas igual a 0,83 (5/6).

Como consequência, o tempo efetivamente gasto para as entregas até aqui

concluídas foi de sete meses e meio, que quando confrontado com os sete meses

previstos gera um desvio de prazo de 0,07 (7,5-7/7). Já o indicador de custo,

conforme destaque efetuado na explanação da primeira tela de monitoramento,

seguiu sem variação, e a variável geral do projeto seguiu representado pela cor

verde.

A formalização das entregas do projeto foi feita através de diligência feita no

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), realizada no dia 10 de

janeiro de 2020, quando foram solicitados os formulários para obtenção da

aprovação deste órgão e liberação do projeto para as etapas seguintes. A estimativa

desse parecer é de quarenta e cinco dias. Por fim, procedeu-se à etapa de

enceramento do projeto.

5.4 ENCERRAMENTO

A etapa de encerramento serviu para registrar o que de fato ocorreu durante

todo o projeto, registrar as alterações realizadas, verificar se as justificativas foram

validadas, se os objetivos foram alcançados e se os benefícios foram obtidos, além

de formalizar a entrega do produto final do produto do projeto conforme recomenda

o PMI (2017). Na Figura 29, pode-se observar que os post-its na cor azul

representam os fatores que sofreram alterações ao longo do projeto, quando

comparados à iniciação. É possível perceber que parte da estrutura do projeto foi

modificada para que as entregas previstas fossem viabilizadas e entregues, como

requisitos, partes interessadas, equipe, premissas, aquisições, tempo e custo.

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Figura 29 – Tela referente ao Termo de Encerramento do Projeto.

Fonte: Elaborada pelo autor com base em Veras (2016).

Ademais, durante a etapa de encerramento, a equipe fez um registro das

lições aprendidas durante o projeto. Essa ação é uma das rotinas sugeridas pelo

Guia PMBOK (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI), 2017). Foram

destacados três pontos, sendo dois registros positivos e outro negativo, descritos na

Figura 30 de acordo com a etapa de gerenciamento e com o nível de importância de

cada lição registrada.

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Figura 30 – Registro das lições aprendidas no projeto.

Fonte: Elaborada pelo autor com base em Veras (2016).

A primeira nota positiva refere-se à mensuração da relação custo-benefício

com a contratação do profissional com notório saber na área de restauração do

patrimônio histórico edificado. Tratada como uma ação corretiva, que embora tenha

onerado o custo estipulado para os projetos complementares, o procedimento foi

necessário para a conclusão das entregas no tempo previsto, tendo em vista a

complexidade dos referidos projetos. Ao planejar as entregas do projeto, essa

medida foi prevista como uma forma de alinhamento à previsão estipulada pelos

Diretores do Órgão, concretizada durante a etapa de planejamento. O outro ponto

positivo foi, com o êxito deste projeto piloto, a demonstração de que a metodologia

do LifeCycleCanvas® é efetiva para gerenciar os projetos estratégicos da

Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte e serve como parâmetro para

implantação futura de grupos permanentes de discussão desses projetos.

O registro negativo se refere a indefinições de alguns itens do programa de

necessidades, com a equipe tendo que recorrer, não raras vezes, a um intermediário

com maior acesso à Diretoria do Órgão. Esse fato não teve tanta influência nas

medições devido ao intervalo de tempo adotado entre as medições, já que dois

meses é um tempo razoável para a tomada de decisão requerida. No entanto, em

um projeto com tempo de duração mais curto, com períodos menores entre as

monitoragens, e que necessita de tomada de decisões mais dinâmica, essa

interferência teria um peso maior.

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Com a conclusão desta etapa, a gestão dos projetos executivos foi realizada

em todo o seu ciclo de vida com os fundamentos do modelo LCC, que propõe um

mecanismo simplificado com telas “enxutas” e decisões rápidas e objetivas. Nesse

sentido, a lógica de gerenciamento do projeto com o uso do LCC propõe uma

estrutura com fases de gerenciamento sequenciadas, modificando a estrutura de

gerenciamento tradicional, em que processos e rotinas relacionam-se ao longo do

ciclo de vida.

A seguir, com vistas às dificuldades e problemas detectados no processo, foi

feita uma análise acerca da possibilidade de implementação da metodologia

proposta no gerenciamento de outros projetos da Assembleia.

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6 ANÁLISE E APLICABILIDADE DA PROPOSTA

Conforme pressuposto sugerido pela pesquisa, o LifeCycleCanvas® pode ser

utilizado como ferramenta auxiliar pela Assessoria de Planejamento da ALRN,

sobretudo na etapa de monitoramento e controle. Para verificar a vantajosidade da

metodologia aplicada, este capítulo pretende realçar as principais contribuições

obtidas durante o gerenciamento da intervenção, que evidenciou alguns pontos que

permitem a proposição do LCC para lidar com as práticas do sistema atual utilizado

pela Instituição.

O primeiro ponto evidenciado foi quando a Comissão Especial responsável

por ampliar e modernizar a infraestrutura física da Assembleia considerou que era

importante adotar uma ferramenta que desse suporte ao gerenciamento desse

projeto, pela complexidade envolvida e pelo fato de que o tempo inicialmente

estimado para entrega dos produtos era superior ao estabelecido pela administração

da Casa.

Assim, a proposição e a escolha do LCC foram feitas por se tratar de um

modelo visual que permite uma visão integrativa do projeto em todo o ciclo de vida,

em um contexto onde o grau de maturidade sobre o tema ainda é incipiente, mas

que não prescinde de técnicas outrora utilizadas, sobretudo quanto às melhores

práticas de gestão. Com o preenchimento das telas, a equipe visualizou com clareza

requisitos, premissas e entregas, o que acarretou uma melhor compreensão das

aquisições a serem feitas, balizando as estimativas de tempo e custo.

Na etapa de iniciação, considerou-se que, para este estudo, seria difícil

gerenciar o projeto em seu formato original, conforme a diretriz estabelecida no

planejamento estratégico, que pressupôs um prazo de quatro anos para sua

realização. Para isso, ficou decidido que seria realizado o planejamento de um

projeto piloto, sendo este considerado uma etapa do um projeto maior, mas com

todos os grupos de processos do ciclo de vida de um projeto. Com a divisão, a

entrega dos produtos do “projeto mãe” fora trabalhada nas etapas de iniciação e

planejamento.

Os participantes conseguiram entender a lógica do modelo e realizar as

atividades referentes à iniciação e ao planejamento. O preenchimento dos campos

mostrou a facilidade e flexibilidade do modelo na adaptação das mudanças

identificadas durante o planejamento como, por exemplo, na definição das entregas

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principais. Esta característica do modelo já tinha sido observada no trabalho de

Medeiros et al. (2018), que proclama que o LCC contribui para a gestão da mudança

e reforça que diante das mudanças ambientais, a utilização de estruturas complexas

pode tornar a gestão de projeto mais difícil.

Um dos aspectos considerados mais importantes pela equipe dos Projetos de

Arquitetura foi o gerenciamento das partes interessadas. Com relação a este ponto,

a utilização do canvas trouxe uma visão integrada e permitiu a identificação de

grupos distintos que precisavam ser envolvidos e gerenciados. As matrizes de

engajamento e a definição da forma de comunicação com os stakeholders também

foram ferramentas importantes para uma melhor compreensão do papel de cada um

no projeto.

O chefe da Divisão de Arquitetura e Engenharia teve um papel chave na

logística desses envolvidos com os produtos a serem entregues, principalmente

quando propôs que era necessária a contratação de um especialista para

desenvolver o projeto de restauração. A decisão, chancelada pela Diretoria Geral da

ALRN, resultou em ganho de produtividade, com a redução no tempo final das

entregas, além de levantar a discussão acerca de papéis e responsabilidades entre

os envolvidos. Deste modo, o uso da matriz RACI na fase de planejamento permitiu

uma melhor organização e gestão das atividades do projeto.

Esses instrumentos aplicados no Projeto de Intervenção seguem a

recomendação de Veras (2016), com respaldo no Guia PMBOK®, para utilização

durante o planejamento e apresentaram-se oportunos para o trabalho em foco. No

entanto, o referido autor também considera que outras ferramentas podem ser

utilizadas de acordo com a conveniência e necessidade de cada projeto, realçando a

dinamicidade do LCC e tornando-o aplicável aos contextos mais heterogêneos.

Como exemplo, temos a construção dos indicadores de monitoramento e controle,

que no modelo atual são preestabelecidos pela Assessoria de Planejamento. O

modelo proposto não interfere no plano elaborado, mas entende que as variáveis em

questão podem ser melhor ajustadas pelas equipes responsáveis por cada projeto,

de maneira que reflitam as especificidades de cada contexto envolvido.

Nesta pesquisa, a discussão e definição acerca dos índices ocorreu na fase

de planejamento e viabilizou a etapa seguinte: de execução e monitoramento.

Durante este período, o projeto piloto foi monitorado em consonância com relatórios

informativos elaborados pela Comissão Especial e entregues bimestralmente à

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Diretoria Administrativa da Assembleia Legislativa. Esse prazo foi estabelecido pela

própria Diretoria, quando instituiu o grupo de trabalho responsável pelo projeto, e foi

considerado adequado pelos membros, já que prazo redefinido no planejamento

para as entregas foi cumprido.

Em relação à interação entre os membros da Comissão Especial responsável

pelo desenvolvimento do projeto objeto desta pesquisa, a percepção é que as telas

promoveram maior visibilidade e transparência no que diz respeito às informações

do projeto. Ademais, a comunicação baseada em grupo também facilitou a

construção do planejamento. Esse aspecto pode estar associado ao fato de que

modelos visuais podem promover uma base de informação comum (TEZEL;

KOSKELA; et al., 2015) e, consequentemente, melhorar a capacidade de interação

entre as pessoas (TEZEL; KOSKELA; TZORTZOPOULOS, 2016).

Logo, é possível perceber que os aspectos abordados nesta análise foram

evidenciados no referencial teórico, e que o LifeCycleCanvas®, com seu método

simples e, ao mesmo tempo, flexível, pode sim ser adaptado ao contexto do

Planejamento Estratégico implantado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do

Norte e atuar como uma ferramenta de gerenciamento. Para tanto, pressupõe-se um

processo de transição em algumas rotinas de trabalho do Órgão, de maneira que

alinhe servidores e estruturas organizacionais, bem como necessidades e

deficiências institucionais. Essas intervenções passam por mudanças em alguns

procedimentos, como a formação de uma equipe fixa de colaboradores para

gerenciar projetos, um plano de conscientização e uma rotina de capacitação e

aperfeiçoamento.

A equipe de colaboradores, que poderia ser composta também por servidores

da Assessoria de Planejamento, visa coordenar a força de trabalho em alinhamento

com o objetivo almejado, que no caso deste trabalho é a proposição de um modelo

visual de gestão de projetos para a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.

A administração da Instituição deve garantir o nível ideal dos profissionais para o

desenvolvimento de cada área de projeto, com conhecimento e habilidades

adequados para cada função, bem como atrair e manter servidores comprometidos

com a estratégia organizacional.

Esse comprometimento seria almejado por meio de um plano de

conscientização, que em contraponto à resistência que poderia ser enfrentada diante

das mudanças, deve ser responsável por criar um ambiente no qual os atores se

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sintam envolvidos e motivados para atingir o objetivo perseguido. A estratégia

também deve estabelecer o entendimento entre as partes interessadas,

relativamente aos papéis e à importância no contexto individual e coletivo,

evidenciando a importância de uma mobilização interna efetiva. Uma boa

comunicação também é peça-chave na gestão de uma mudança, já que reduz

problemas de falta de compreensão e retrabalhos nos processos operacionalizados,

elevando, como consequência, eficiência, eficácia e efetividade.

Em continuidade, uma rotina de capacitação e aperfeiçoamento é essencial

para que as equipes de cada projeto conheçam, em profundidade, todas as etapas

do procedimento a ser gerenciado. Cavalcante e Ayres (2015) enaltecem a

importância da capacitação nas organizações, primordialmente no setor público,

considerando que essa ação preenche lacunas de competência, vazios de

desempenho pela ausência de conhecimento, e defendem a instituição de

programas que proporcionem o desenvolvimento dessas brechas.

Essa ação é importante para garantir a compreensão e adaptação dos

servidores a novas ferramentas de trabalho. Neste sentido, seria necessária a

identificação dos membros da equipe e do facilitador do treinamento, a definição das

diretrizes de gerenciamento almejadas, o conteúdo a ser ministrado e o

conhecimento que deverá ser atingido após a ação, seja através de reuniões,

oficinas, workshops ou seminários.

Em linhas gerais, percebem-se fortes indícios de que o LCC é sim aplicável

ao contexto da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, mesmo

considerando a heterogeneidade envolvida nos projetos estratégicos. Nesta

pesquisa-ação o modelo teve boa aderência à temática apresentada e às técnicas

propostas pela equipe, e conciliou características da gestão visual em uma visão

integrada de processos que contemplaram todo o ciclo de vida do projeto.

No entanto, a intervenção proposta se deteve a associar aspectos da gestão

de projetos recomendados por Veras (2016), que são associados ao Guia PMBOK®,

não considerando outras técnicas difundidas e aceitas pelas melhores práticas. Em

alguns projetos, nos quais são empregados métodos ágeis, por exemplo, esses

modelos podem oferecer outras características associadas a este tipo de realidade

que não foram aqui analisadas. Pesquisas futuras podem levar esse tipo de análise.

Considerando que essas técnicas não analisadas podem fazer a diferença em

relação à aceitação e à avaliação de modelos baseados em canvas, é importante

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investigar o impacto em relação à discriminação das informações contidas no

planejamento com o uso dessas ferramentas e até que ponto elas podem

realimentar e promover ajustes, sobretudo na etapa de execução e monitoramento.

Esse questionamento deve ser analisado em conformidade com a natureza e a

característica de cada projeto, sendo posto à prova com novos ensaios em

diferentes metas do ciclo 2020-2023, para então ser legitimado.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo propor um modelo visual de gestão de

projetos para a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, utilizando o

LifeCycleCanvas® (LCC) como metodologia norteadora, na expectativa de que esse

modelo simplifique principalmente o monitoramento das metas estratégicas. A

aplicação se deu por meio de uma pesquisa-ação em um projeto da área de

infraestrutura, especificamente de ampliação da infraestrutura física, com

possibilidade de reprodução do modelo para gerenciamento dos demais projetos do

órgão em questão.

O intuito da proposta não é descartar o Planejamento Estratégico elaborado

para o período 2020-2023, mas somar-se a este como método de monitoramento de

resultados. Para tanto, foram analisados os diversos processos que compuseram a

elaboração de Projetos Arquitetônicos para restauração de um imóvel tombado, e

construção de um prédio anexo integrado, no qual abrigará o corpo administrativo da

ALRN. As informações e análises foram retiradas de discussões realizadas por um

grupo focal, consultas à literatura e legislações incidentes, além de dados e

documentos coletados pelo autor, no papel de observador participante.

O grupo de trabalho responsável pelo ciclo estratégico atual identificou as

principais oportunidades, ameaças, oportunidades, forças e fraquezas envolvidas.

Essa análise apontou a fragmentação da estrutura física como um dos principais

entraves a serem solucionados pela administração da Casa Legislativa, e criou o

projeto do escopo deste trabalho para atacar o problema. A partir do diagnóstico do

modelo corrente foi possível detectar as principais práticas e gargalos existentes na

gestão dos projetos do Órgão até então.

Essa investigação revelou que a Assembleia Legislativa do Rio Grande do

Norte optou por manter os canais de comunicação utilizados nos dois ciclos

anteriores: o uso de um software, reuniões periódicas de acompanhamento e a

elaboração de relatórios situacionais, entregues a um comitê de governança

institucional. A metodologia privilegia etapas exaustivas de cadastro e de discussões

em encontros presenciais.

Em contrapartida, a pesquisa apontou que um gerenciamento dinâmico tem

como premissa o monitoramento com efetivo ciclo de melhoria contínua, e não

apenas como prevenção às mudanças que porventura ocorram durante a fase de

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execução do projeto. As ferramentas utilizadas demandam maior conhecimento e

maturidade em práticas de gestão de projetos, mas que, por serem mais complexas

do que o sistema proposto, não contempla o mesmo apelo visual dos modelos

baseados em canvas.

Dessarte, a opção pelo LCC foi feita por se tratar de um modelo visual que

permite uma visão integrativa do projeto em todo o ciclo de vida, em um ambiente

onde o grau de maturidade sobre o tema ainda é incipiente, e que não prescinde de

técnicas outrora utilizadas. Os resultados obtidos puderam verificar essa aderência

em relação à gestão do ciclo de vida do projeto estudado. Além disso, também foi

possível verificar a dinâmica e a gestão da mudança, com as alterações feitas em

todo o ciclo de vida do projeto, sendo possível perceber os impactos que um fator

teria sobre o outro e, assim, promover ajustes. Com a construção dos indicadores de

desempenho, por exemplo, foi possível a redefinição de estratégias, como a ação de

mobilização do colaborador externo à instituição, para que o prazo definido na etapa

de iniciação fosse cumprido.

As referidas mudanças estão associadas às ferramentas de apoio utilizadas

na fase de planejamento, nas quais estabeleceram estratégias e ações de

engajamento com as partes interessadas, e ao fato de o LifeCycleCanvas® integrar

as áreas de gerenciamento em uma tela, por meio dos fatores-chave. Com o

preenchimento das telas, a equipe visualizou com clareza requisitos, premissas e

entregas, proporcionando uma melhor compreensão das aquisições a serem feitas,

balizando as limitações de tempo e custo.

Merece destaque o gerenciamento das partes interessadas. Com relação a

este ponto, a utilização das telas trouxe uma visão integrada e permitiu a

identificação de grupos distintos que precisavam ser envolvidos e gerenciados. As

matrizes de engajamento e a definição da forma de comunicação entre as equipes

também foram ferramentas importantes para uma melhor compreensão do papel de

cada um no projeto.

A utilização da matriz RACI, na fase de planejamento, também permitiu uma

melhor organização e gestão das atividades do projeto. Nesse contexto, a

contratação de um especialista para desenvolver o projeto de restauração resultou

em ganho de produtividade, com redução no tempo final das entregas, além de

levantar a discussão acerca de papéis e responsabilidades entre os envolvidos.

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Entre as vantagens da metodologia proposta estão a possibilidade de ser

utilizada como ferramenta auxiliar pela Assessoria de Planejamento da ALRN, sem

descartar as práticas do sistema atual utilizado pela Instituição, em um modelo

simplificado e, ao mesmo tempo, dinâmico; e o apelo visual característico desse tipo

de ferramenta. Apesar disso, ressalta-se que o modelo aqui proposto não possui

caráter pronto, estático, pelo contrário, deve evoluir conforme for sendo aplicado em

outros projetos.

Diante de tais resultados, este projeto de intervenção também indicou,

amparado em pesquisas de cunho bibliográfico e documental, que esse método

simples e flexível pode ser replicado, com as devidas adaptações, junto aos demais

projetos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, atuando como

ferramenta auxiliar pela Assessoria de Planejamento, sobretudo na etapa de

monitoramento e controle. Para tanto, pressupõe-se um processo de transição que

envolve mudanças em algumas rotinas de trabalho, formação de uma equipe fixa

para gerenciar projetos e um plano para capacitação dos servidores.

Com o diagnóstico das práticas de gerenciamento existentes, a aplicação do

mecanismo em um projeto da área de infraestrutura e a apuração da possibilidade

de replicação do modelo proposto, todos os objetivos propostos foram cumpridos.

Presume-se que a gestão visual de projetos proporcionará à ALRN a simplificação

do processo de monitoramento dos projetos estratégicos, com melhoria nos níveis

de comunicação e de engajamento das partes interessadas. Este modelo permitirá à

Administração o acompanhamento simultâneo dos diversos processos que tramitam

no âmbito da Assessoria de Planejamento, possibilitando ajustes pontuais no plano

estratégico da Instituição.

Outra questão de destaque é que a implantação de um modelo visual nos

moldes do aqui sugerido facilita a compreensão de todo o ciclo de vida de um

projeto e seu consequente monitoramento. Espera-se também fortalecer a

integração entre os setores técnicos responsáveis por executar cada projeto e o

corpo estratégico do órgão, visando ao alcance dos objetivos de maneira alinhada à

missão e à visão almejadas.

No entanto, apesar de atendidas as proposições concernentes ao objetivo

geral e a todos os objetivos específicos, é preciso pontuar as restrições que

caracterizaram o desenvolvimento deste trabalho. O primeiro ponto é que a

intervenção proposta limitou-se a associar aspectos da gestão de projetos

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recomendados por Veras (2016), que são associados ao Guia PMBOK®, não

considerando outras técnicas difundidas e aceitas pelas melhores práticas. Em

projetos que adotem essas técnicas, os modelos podem oferecer outras

características associadas a este tipo de realidade que não foram aqui analisadas.

Pesquisas futuras podem levar esse tipo de análise.

Considerando que essas técnicas não analisadas podem fazer a diferença em

relação à aceitação e à avaliação de modelos baseados em canvas, é importante

investigar o impacto em relação à discriminação das informações contidas no

planejamento com o uso dessas ferramentas e até que ponto elas podem

realimentar e promover ajustes, sobretudo na etapa de execução e monitoramento.

Esse questionamento deve ser analisado em conformidade com a natureza e a

característica de cada projeto, sendo posto à prova com novos ensaios.

Outra limitação do trabalho a ser explorada em novos estudos refere-se a um

aspecto inerente ao contexto do setor público, mais especificamente os processos

de contratação das aquisições, no qual, nesta pesquisa, não se chegou a definir de

forma clara como seriam realizados, ficando a cargo da Divisão de Licitações e

Contratos.

Por fim, em relação aos aspectos evidenciados neste projeto de intervenção,

relacionados à gestão visual de projetos, sugere-se que quando da utilização de

estruturas baseadas em telas, estas se tornem mais visíveis e expostas aos

envolvidos, para um melhor compartilhamento das informações e maior

transparência em relação ao projeto.

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APÊNDICE A – CARTA DE ANUÊNCIA

Por ter sido informado(a) verbalmente e por escrito sobre os objetivos e

metodologia da pesquisa intitulada “Gerenciamento de projetos: proposta de

intervenção na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte”, coordenada pelo

Professor Dr. Marcos Fernando Machado de Medeiros em conjunto com o

Discente/Servidor Breno Henrique Medeiros de Sousa, ambos vinculados ao

Programa de Pós-graduação em Gestão Pública da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte – PPGP/UFRN, concordo em AUTORIZAR a realização da(s)

etapa(s) de coleta de dados (pesquisa documental, observação participante e grupo

focal) nesta instituição que represento.

Esta Instituição está ciente de suas corresponsabilidades como instituição

coparticipante do presente projeto de pesquisa, e de seu compromisso no resguardo

da segurança e bem-estar dos sujeitos de pesquisa nela recrutados, dispondo de

infraestrutura necessária para tal.

O descumprimento desses condicionamentos assegura-me o direito de retirar

minha anuência a qualquer momento da pesquisa.

Natal/RN, _____ de _________________ de 2019.

____________________________________

Diretor(a) Administrativo(a)

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APÊNDICE B – CADERNO DE PESQUISA

Orientações:

A presente pesquisa é referente ao projeto de intervenção intitulado

“Gerenciamento de projetos: proposta de intervenção na Assembleia Legislativa do

Rio Grande do Norte”, e será desenvolvida de forma colaborativa, a partir da

observação participante e por meio deste grupo focal, composto pela COMISSÃO

ESPECIAL PARA VIABILIZAR A RESTAURAÇÃO E CONSTRUÇÃO DA SEDE DO

MEMORIAL DO LEGISLATIVO POTIGUAR. O intuito é otimizar o gerenciamento do

projeto em estudo através do preenchimento de telas baseadas na metodologia

LifeCycleCanvas®.

CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO NA PESQUISA

Declaro que tenho mais de 18 anos de idade e após ter sido devidamente

informado(a) e esclarecido(a) sobre a pesquisa, os objetivos, importância,

procedimentos e métodos nela envolvidos, além de ter ficado ciente de que não há a

previsão de riscos e ciente de todos os meus direitos e, de forma voluntária,

CONCORDO em participar do estudo intitulado “Gerenciamento de projetos:

proposta de intervenção na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte” e

autorizo a divulgação nos meios acadêmicos e científicos das informações por mim

fornecidas, desde que nenhum dado possibilite a minha identificação, exceto com

minha autorização expressa.

Natal/RN, _____ de _________________ de 2019.

____________________________________

Assinatura do(a) participante

____________________________________

Breno Henrique Medeiros de Sousa

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TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA GRAVAÇÃO DE VOZ

Eu, _______________________________________________________________,

depois de entender os riscos e benefícios que a pesquisa “Gerenciamento de

projetos: proposta de intervenção na Assembleia Legislativa do Rio Grande do

Norte” poderá trazer, entender os métodos que serão usados para a coleta de dados

e estar ciente da necessidade de gravar minha entrevista, AUTORIZO, por meio

deste termo, o pesquisador Breno Henrique Medeiros de Sousa a gravar minha

entrevista, em grupo focal, sem custos financeiros para nenhuma das partes.

Esta AUTORIZAÇÃO foi concedida mediante o compromisso do pesquisador

acima citado de me garantir os seguintes direitos:

1. Poderei ler a transcrição de minha gravação;

2. Os dados coletados serão usados exclusivamente para gerar informações

para a pesquisa aqui proposta e outras publicações dela decorrentes, quais sejam:

revistas científicas, congressos e jornais;

3. Minha identidade não será revelada em nenhuma das vias de publicação

das informações geradas;

4. Qualquer outra forma de utilizar essas informações só poderá ser feita com

minha autorização;

5. Os dados coletados serão guardados durante cinco anos, sob a

responsabilidade do pesquisador. Depois desse período, serão destruídos.

6. Serei livre para interromper minha participação na pesquisa a qualquer

momento e/ou solicitar a posse da gravação e da transcrição de minha entrevista.

Natal/RN, _____ de _________________ de 2019.

____________________________________

Assinatura do(a) participante

____________________________________

Breno Henrique Medeiros de Sousa

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ROTEIRO PARA CONDUÇÃO DE GRUPO FOCAL

1. Na fase de iniciação (definições de informações para definição dos projetos), o

que poderia ser otimizado para evitar retrabalhos durante o processo.

2. Durante o processo de elaboração dos projetos, qual atividade/etapa poderia ser

realizada em paralelo ou ser eliminada com vistas a otimização do processo?

3. Quais são os principais entraves que podem atrasar a aprovação do projeto pelos

órgãos fiscalizadores?

4. Como podem ser melhorados os pontos identificados na questão anterior?

5. Como você preencheria – resumidamente – os seguintes itens acerca do projeto?

(Apresentar a tela do LCC, com post-its, para preenchimento)

a) Justificativa – Descreve os problemas e demandas existentes na situação

atual.

b) Objetivos – Os objetivos representam uma ponte entre a situação atual e a

situação futura.

c) Benefícios – Descrevem as melhorias e o valor agregado na situação futura.

d) Produto – O produto é o que será entregue ao cliente.

e) Requisitos – Os requisitos são a maneira que o cliente comunica para a

equipe aquilo que lhe parece desejável ou necessário no produto que vai

receber ao término do projeto.

f) Partes Interessadas – Partes interessadas são todas as pessoas ou

organizações envolvidas ou afetadas pelo projeto. As partes interessadas são

externas e, portanto, não trabalham no projeto. As partes interessadas

externas incluem o cliente e o patrocinador.

g) Comunicações – Trata dos mecanismos de comunicação a serem utilizados

entre a equipe de projeto e as partes interessadas.

h) Equipe – A equipe são todos que produzem algo no projeto com respectivos

papéis.

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i) Premissas – Premissas são suposições assumidas sobre aspectos que não

estão sob controle e influência do gerente de projeto.

j) Restrições – Restrições são limitações de qualquer fonte impostas ao

trabalho realizado pela equipe e que reduzem as opções.

k) Entregas – As entregas garantem que o projeto foi concluído. Entregas são

partes menores que, quando integradas, garantem que o projeto foi concluído.

l) Aquisições – Aquisições a serem realizadas durante o projeto. São

normalmente baseadas em acordos estabelecidos com fornecedores.

m) Riscos – São as incertezas que importam, pois afetam os objetivos do

projeto.

n) Tempo – O tempo representa uma lista de compromissos com datas limites

para que sejam produzidas as entregas.

o) Custos – O custo é a estimativa resumida, identificando os custos por

entrega.

7 – Por fim, deixe suas considerações e sugestões de melhorias otimização do

processo. 1. Na fase de iniciação (definições de informações para definição dos

projetos), o que poderia ser otimizado para evitar retrabalhos durante o processo.

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APÊNDICE C – TELA REFERENTE AO TAP INICIAL

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APÊNDICE D – TELA REFERENTE AO TAP DOS PROJETOS EXECUTIVOS

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APÊNDICE E – TELA REFERENTE AO TAP DA OBRA

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133

APÊNDICE F – TELA REFERENTE AO PGP DOS PROJETOS EXECUTIVOS

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APÊNDICE G – TELA REFERENTE AO PGP PARA A OBRA

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APÊNDICE H – PRIMEIRA TELA DE EXECUÇÃO E MONITORAMENTO

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APÊNDICE I – SEGUNDA TELA DE EXECUÇÃO E MONITORAMENTO

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APÊNDICE J – TERCEIRA TELA DE EXECUÇÃO E MONITORAMENTO

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APÊNDICE K – QUARTA TELA DE EXECUÇÃO E MONITORAMENTO

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APÊNDICE L –TERMO DE ENCERRAMENTO DO PROJETO

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ANEXO A – ORGANOGRAMA DA ALRN

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ANEXO B – ESTRUTURA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 2017-2018