UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ......

28
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA CURSO DE BIBLIOTECONOMIA MATERIAIS ESPECIAIS: Conceitos, Tratamentos e a Formação de uma Hemeroteca. ANA CRISTINA DA SILVA Orientadora: Profª Francisca de Assis de Sousa NATAL - RN 2002

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ......

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA CURSO DE BIBLIOTECONOMIA

MATERIAIS ESPECIAIS: Conceitos, Tratamentos e a Formação de uma Hemeroteca.

ANA CRISTINA DA SILVAOrientadora: Profª Francisca de Assis de Sousa

NATAL - RN

2002

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

ANA CRISTINA DA SILVA

MATERIAIS ESPECIAIS:Conceitos, Tratamentos e a Formação de uma Hemeroteca.

Monografia apresentada à disciplina "Monografia", ministrada pela professora Maria do Socorro Borba e orientada pela professora Francisca de Assis de Sousa, para fins de avaliação final da disciplina e como requisito parcial à conclusão do curso de Biblioteconomia, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.

NATAL - RN 2002

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede

Silva, Ana Cristina da.Materiais especiais: conceitos, tratamentos e formação

de uma hemeroteca / Ana Cristina da Silva. - Natal, 2002. 26 p. : il.

Orientador: Francisca de Assis Souza. Monografia (Bacharelado em Biblioteconomia) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Departamento de Biblioteconomia.

1. Materiais especiais - Monografia. 2. Materiais especiais - Tratamento - Monografia. 3. Hemeroteca - Monografia. I. Souza, Francisca de Assis. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/BCZM CDU: 025.177

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

ANA CRISTINA DA SILVA

MATERIAIS ESPECIAIS:Conceitos, Tratamentos e a Formação de uma Hemeroteca.

MONOGRAFIA APROVADA EM 27 / 08 /2002

BANCA EXAMINADORA

ORIENTADORA: PROFª. FRANCISCA DE ASSIS DE SOUSA

PROFa DA DISCIPLINA: MARIA DO SOCORRO DE AZEVEDO BORBA

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

Agradeço às pessoas que de forma direta ou indireta

contribuíram para a conclusão deste trabalho.

Em especial à minha mãe (Socorro) que mesmo sem entender

muito bem o que acontecia, respeitou o meu stress;

À Profa Socorro Borba, que sempre acreditou que ia dar certo, e

que contribuiu em muito me fornecendo material bibliográfico sobre o

assunto;

À Profa Francisca de Assis Souza, que aceitou o desafio de me

orientar;

Aos amigos, Ana Raquel, Cirlene, Cleide, Edmária, Luiz e Sandra,

por estarem sempre presentes neste período. Mesmo quando eu achava

que nada dava certo, eles diziam: "Está ótimo, você consegue!".

Agradeço a eles também pelos momentos de devaneio...eram ótimos

para descontrair o clima;

Para finalizar agradeço a outros amigos da turma que não

tiveram seus nomes aqui citados, mas que por isto não são menos

importantes.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

"... Não falo como você fala, mas vejo bem o que você me diz. Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo, prefiro acreditar no mundo do meu jeito. E você estava esperando voar, mas como chegar até as nuvens com os pés no chão...".

Renato Russo (1989).

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

SILVA, Ana Cristina da. Materiais especiais: conceitos, tratamentos e a formação de uma hemeroteca. Natai: UFRN, 2002. (Monografia apresentada à disciplina Monografia ministrada pela professora Maria do Socorro Borba e orientada pela professora Francisca de Assis de Sousa, para fins de avaliação final da disciplina e como requisito parcial à conclusão do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte).

RESUMO

Faz um breve histórico sobre a evolução dos suportes da informação.

Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais - não bibliográficos -,

conceituando-os, abordando técnicas para tratá-los, descrevê-los e formas de fazer

a sua disseminação, abordando a importância dos mesmos em Bibliotecas/Centros

de Informação. No tratamento de recortes, mostra a importância de uma

hemeroteca, como forma de ter um acervo sempre atualizado, indicando os passos

para sua formação. Trata o assunto de forma clara e objetiva voltando-se para as

possíveis realidades das instituições.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS

RESUMO

1 INTRODUÇÃO ................................................................... 8

2 MATERIAIS ESPECIAIS ..................................................... 9

2.1 TIPOS E CONCEITOS...................................................................... 11

2.1.1 Artefatos tridimensionais e Reálias ............................................... 12

2.1.2 Filmes Cinematográficos e Gravações de Vídeo.............................. 13

2.1.3 Material Cartográfico................................................................... 14

2.1.4 Gravações de Som ...................................................................... 15

2.1.5 Música Impressa ........................................................................ 16

2.1.6 Material Iconográfico .................................................................. 18

2.1.7 Arquivos de Computador ............................................................. 19

2.1.8 Recortes .................................................................................... 20

2.1.8.1 A Formação de uma Hemeroteca................................................ 22

3 CONSIDERAÇÕES FINAS .................................................. 26

4 BIBLIOGRAFIA ...................................................................... 27

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

8

1 INTRODUÇÃO

Com o passar dos séculos, os suportes informacionais foram evoluindo. O

primeiro suporte informacional do qual temos conhecimento são as rochas nas quais eram

registradas as escrituras rupestres, depois o pergaminho - produzido com couro de animais

as tabuinhas enceradas, o papiro e o papel, que com a invenção da imprensa passou a ser

o suporte mais utilizado pela humanidade, e que predomina até os dias de hoje.

Nos últimos tempos houve um despertar para suportes da informação que

ainda não eram tidos como tal, materiais como fotografias, músicas - tanto impressa,

quanto em gravação de som - medalhas, obras de arte, fósseis entre outros.

Estes passaram a despertar o interesse de alguns Bibliotecários/Profissionais

da Informação e pesquisadores, pois continham informações intrínsecas e inerentes aos

mesmos. Como uma obra de arte, que por si só identifica um artista, a técnica utilizada, o

estilo e a época em que esta foi produzida.

Com o advento das novas tecnologias, já se reconhece como suporte

informacional os arquivos de computador, CD's, disquetes, materiais que são também

chamados de multimeios, como as microfichas e filmes cinematográficos, que precisam de

um equipamento para dar acesso às informações neles contidas.

Este trabalho que tem como tema Materiais Especiais, pretende esclarecer

dúvidas ainda existentes sobre os tipos de materiais, como tratá-los, descrevê-los e

principalmente, chamar a atenção dos

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

9

Bibliotecários/Profissionais da Informação para a importância destes em

Bibliotecas/Centros de Informação.

Os usuários precisam conhecer os materiais alternativos - não

bibliográficos - dos quais dispõem e para isto é necessário que haja uma

disseminação dos mesmos.

No decorrer deste trabalho, vários tipos de materiais serão

abordados, de forma conceituai, com dicas práticas para tratá-los e disseminá-los.

Apesar de dar dicas práticas, toda a pesquisa realizada foi de origem

bibliográfica, e nesta ficou constatada uma certa deficiência, devido às poucas

referências encontradas que tratassem do assunto de forma impessoal, a maior

parte do material publicado é direcionado para alguma instituição.

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

10

2 MATERIAIS ESPECIAIS

Materiais Especiais são também chamados de materiais não-

bibliográficos, multimeios - materiais que necessitem de algum instrumento para

dar acesso às suas informações audiovisuais, sonoros, iconográficos etc...

A prol iferação de materiais não bibliográficos e o avanço da tecnologia trazem novos desafios aos profissionais da informação, na tarefa de incorporar os chamados multimeios aos acervos das instituições. (PEROTA, 1997, P. 2)

Entende-se que são materiais que independem de suporte, mas que

passam alguma informação, como fotografias, cartões-postais, filmes, discos de

vinil, CD's, mapas, globos, recortes, panfletos, reálias, medalhas, selos... Enfim,

tudo que contenha informação.

Antigamente as Bibliotecas/Centros de Informação, estavam mais

preocupadas em adquirir livros para formação de seus acervos e acabavam não

dando a devida atenção para os materiais especiais.

Muitas vezes estes materiais eram doados e em alguns casos mal

trabalhados, por causa de uma barreira já existente por parte de alguns

Bibliotecários, que, possivelmente, por não saberem como organizá-los, preferiam

ignorá-los, prejudicando assim seus usuários.

Além desta barreira, há outros motivos para esta "discriminação",

normalmente materiais como selos, cartões-postais, reálias, gravuras, medalhas,

entre outros, são doados, e nem sempre os bibliotecários atentam para as

informações que eles contêm, deixando-os de lado. Folthergil & Butchart, citados

por Amaral (1987) apontam como

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

11

barreiras para a aceitação dos materiais especiais a visão tradicional da biblioteca

que dá maior ênfase ao livro e a não existência da procura de usuários por

multimeios, hoje a primeira barreira citada ainda existe, mas a segunda já não

pode mais servir como justificativa.

Os multimeios são materiais em constante evolução. O progresso da tecnologia faz surgirem os mais variados suportes, em diversos formatos, tornando quase impossível organizar uma relação completa de todos os tipos existentes. (AMARAL, 1987 p. 46)

Por estarmos em constante evolução, é que a cada dia podem surgir

novos tipos de materiais, já que a cada dia surge um novo suporte para a

informação. Em 1987, Amaral ainda não chamava a atenção para o CD-ROM, mas

hoje é praticamente impossível ignorá-lo, estamos na era do livro eletrônico. Então

como tratá-lo? Devemos simplesmente ignorá- lo?

2.1 TIPOS E CONCEITOS

Como visto anteriormente a expressão "Materiais Especiais" é muito

ampla. Neste trabalho haverá uma delimitação e serão enfatizados alguns dos

principais materiais encontrados nas Bibliotecas/Centros de Informação,

conceituando-os, bem como dando sugestões de como tratá- los descrevendo,

tendo como base o Anglo-American Cataloguin Rules AACR-2.

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

2.1.1 Artefatos tridimensionais e Reálias

Entende-se como sendo artefato, "[...] qualquer objeto feito oufabricado pelo homem" (AACR-2 apud PAZIN, 1993, p.31)

Ferreira (1993) define como tridimensional um objeto com três

dimensões, comprimento, largura e altura.

Para a Biblioteconomia Artefato tridimensional é qualquer objeto

produzido pelo homem de forma artesanal ou industrializada, como brinquedos,

jogos, esculturas, medalhas, quadros etc...

E Reálias são objetos autênticos, reais, que se encontram na

natureza, como rochas, fósseis etc...

As coleções que têm em sua formação objetos tridimensionais e

reálias são enriquecidas, pois proporcionam a seus usuários lazer e cultura ao

mesmo tempo.

Os jogos didáticos devem ser aproveitados em bibliotecas infantis e

escolares, eles são grandes aliados no processo de aprendizagem das crianças,

bem como as reálias em bibliotecas especializadas nas áreas de Biociências e

Geologia.

Na indexação destes objetos, eles próprios são a maior fonte de

informação para a descrição.

Eles devem ser registrados em um livro de tombo. Em caso de

artefatos tridimensionais pode-se colocar uma etiqueta com o número do tombo, já

as reálias, precisam sempre estar expostas de uma forma

12

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

Segundo Perota (1997) os filmes são reproduções em miniatura de

uma imagem, que não pode ser utilizada sem ampliação, contendo uma sucessão

de imagens projetadas para serem vistas figura por figura, com ou sem som.

13

especial, em sua maioria não podem ser manuseadas pelos usuários só

observadas, então as etiquetas podem ser colocadas próximas a elas.

2.1.2 Filmes Cinematográficos e Gravações de Vídeo

Para Faldini (1987) filmes cinematográficos e gravações de vídeo são

medidas constituídos de uma seqüência de imagens projetadas em sucessões

rápidas, que dão uma ilusão de movimento ao espectador.

As Filmotecas/Videotecas além de proporcionarem lazer e serem um

meio de educação, elas podem ser utilizadas como uma forma de arquivamento

para documentos, através da microfilmagem, reduzindo o volume e o peso de

coleções impressas. As gravações de vídeo são muito utilizadas nas instituições de

ensino. De acordo com Faldini (1987, p.241): "A fonte principal de informação para

esses itens é o próprio fi lme..."

Roteiros, fichas técnicas, a caixa do vídeo e materiais de publicidade

são outras fontes de informação importantes no momento da descrição de filmes

ou gravações de vídeos.

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

14

Os filmes e vídeos podem ser registrados em livros de tombo, um para

filmes cinematográficos, onde o número deve ser precedido pela letra "F", e um

para gravações de vídeo, no qual o número deve ser precedido pela letra "V". Eles

podem ser organizados nas estantes pelo mesmo número em ordem crescente.

Como a maioria dos filmes são conhecidos por seus títulos, é

interessante que seja disponibilizada ao usuário uma listagem com os títulos que

constam na videoteca, com a sinopse de cada um deles e o número de tombo para

facilitar sua localização nas estantes.

2.1.3 Material Cartográfico

Para o AACR-2 apud Faldini (1987) em Material Cartográfico estão

inseridos Mapas, Cartas, Globos, Atlas, todo e qualquer item que ilustre uma

representação gráfica de qualquer parte da Terra, do universo ou até de lugares

imaginários.

Mapa é uma representação gráfica, em uma superfície plana e escala

menor, de uma área terrestre ou parte desta.

Carta segundo Perota (1997) é similar a um mapa, porém ela

representa os aspectos naturais ou artificiais da Terra.

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

2.1.4 Gravações de Som

Na categoria Gravações de Som compreendem-se discos, fitas

cassete, bobinas, CD's dentre outros. [...] toda gravação onde as vibrações sonoras são

registradas por processo mecânico ou eletrônico sob o qual o som possa ser reproduzido.

(PEROTA, 1997, p. 55).

O registro destes materiais pode ser feito em livros de tombo, um

para cada tipo, tendo sempre o número precedido por alguma inicial, como por

exemplo, CD para CD's, K7 para fitas cassete... e assim por diante.

15

Globo é a representação esférica do mapa, que dá uma representação

da Terra mais próxima da real.

Atlas é a reunião de vários mapas em um único volume, que tem

algumas características de livro.

Na descrição de materiais cartográficos a principal fonte de

informação encontra-se em partes do próprio material e a maior dificuldade está

em determinar um autor principal diretamente responsável pelo mapa.

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

16

Segundo Faldini (1987), a principal fonte de informação para

descrição das gravações sonoras é a etiqueta fixada no item, em caso de discos, o

próprio e sua capa, em caso de CD's, o encarte e o próprio CD.

Ao escolher um sistema de indexação a bibl ioteca deve levar em conta seus usuários e a solução de seus problemas (...) O objetivo é a localização rápida da informação. (PAZIN, 1993, p. 19).

Na descrição do material deve-se priorizar a entrada pelo compositor,

somente em caso de obras com vários compositores e apenas um intérprete, a

entrada principal deve ser feita pelo intérprete.

Um acervo de gravações sonoras é de grande importância para

bibliotecas especializadas em música, para dar um suporte prático no processo da

aprendizagem.

2.1.5 Música Impressa

Segundo Ferreira (1993), Partitura, que é o que caracteriza a Música

Impressa, é a disposição gráfica das partes vocais e instrumentais de uma

composição, a fim de permitir leitura simultânea. Ela é formada por várias pautas

nas quais são inscritas as notas musicais.

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

17

Perota (1997), especifica sete tipos de partituras:

• a partitura condensada, na qual aparecem apenas as partes

musicais mais importantes;

• a partitura de bolso, que tem um tamanho reduzido, e em princípio

não se destina à execução;

• a partitura de coro, específica para canto, que mostra somente as

partes do coro;

• a partitura fechada, na qual aparecem todas as partes, no menor

número possível de pentagramas;

• a partitura incompleta, que é um esboço feito por um compositor

para uma obra destinada a conjunto;

• a partitura vocal, que apresenta todas as partes vocais, com o

acompanhamento arranjado para instrumentos de teclado;

• e por último a parte do regente, parte para um instrumento

determinado, no âmbito de uma obra para conjunto, destinada

para ser usada pela pessoa que toca o instrumento e ao mesmo

tempo rege a execução da obra.

Como outros materiais elas também podem ser registradas em livro

de tombo, mas não se pode descartar outras formas de registros como fichas ou

listagens.

As partituras costumam ser impressas em forma de livro ou em folhas

separadas, assim sendo, no primeiro caso, para sua descrição a

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

Em Materiais Iconográficos, segundo Pazin (1993), estão inseridos

materiais opacos, como originais de artes, reproduções de arte

bidimensionais, quadros, cartazes fotografias, selos, cartões-postais...,

e materiais transparentes, para serem projetados ou vistos com o

auxílio de um instrumento, diapositivos como slides e transparências.

Os materiais transparentes são muito utilizados em aulas e

seminários, como forma de ilustração e dinamização da exposição.

18

principal fonte de informação é a folha de rosto, e no segundo caso as informações

que se encontram na própria partitura. Como entrada principal para a catalogação,

o compositor deve ser considerado o autor da obra. Num acervo musical composto de partituras e l ivros é melhor separar os dois t ipos de itens, tendo em vista que as partituras são mais faci lmente danif icadas... (PEROTA, 1997, p.172)

Por este motivo mais uma vez é interessante disponibilizar uma

listagem com as obras existentes, pois como no caso das reálias, as partituras não

devem ser facilmente manuseadas pelos usuários, a fim de preservá-las.

2.1.6 Materiais Iconográficos

Os materiais iconográficos são bastante diversificados, a principal

fonte de informação para a indexação destes, são eles próprios, e etiquetas, caixas,

capas, invólucros, que possam conter informações.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

19

Por esta diversidade é difícil estipular formas fixas para sua descrição/catalogação.

Nesta categoria as fotografias têm um papel fundamental, por serem

importantes fontes de informação, pelo valor além de histórico comprobatório, não

estão muito destinadas a bibliotecas, mas especialmente a Arquivos fotográficos.

A preocupação não está apenas em registrá-las, e descrevê- las,

função que muitas vezes não depende só do Bibliotecário, ele precisa de parcerias

com pessoas que conheçam bem o acervo, está também em armazená-las de

forma adequada, que também as preserve.

2.1.7 Arquivos de Computador

Em Arquivos de Computador estão contidos tanto os dados que são

armazenados como os programas que servem para processar esses dados, são

fitas e discos magnéticos, que servem de suporte para as informações. "... arquivos

de computador(...)conjunto de informações codif icadas para manipulação por computador."

(PEROTA, 1997, p.13).

Como os outros materiais especiais, os arquivos de computador

também devem ter um livro de registro, pode-se colar uma etiqueta com o número

no disquete, ou CD-Rom.

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

20

Para a descrição, a principal fonte de informação está nos próprios ou

em encartes e capas que costumam vir com eles. Na literatura, ainda não há muito

escrito sobre como organizar este tipo de material, mas o principal é que o

Bibliotecário identifique a melhor entrada de acesso para a informação, pode ser o

título, ou o autor, ou alguma outra entrada pela qual seus usuários costumem

procurar.

Eles devem ser armazenados de forma adequada para não sofrerem

danificações, existem vários porta CD's e porta disquetes que podem manter o

material bem preservado, o indicado é que os usuários tenham acesso a uma

listagem com todos os documentos do acervo eletrônico, mas não um acesso direto

de manuseio aos documentos, e que tenham a sua disposição computadores para

acessar as informações contidas nesses documentos, evitando assim o empréstimo

domiciliar.

2.1.8 Recortes

Os Recortes são artigos de revistas, jornais, boletins, informativos...

vários materiais informacionais, que nem sempre podem ser armazenados na

íntegra, mesmo porque, não interessa à Biblioteca/Centro de Informação, como por

exemplo jornais, que são diariamente editados, tornando-se impossível

armazená-los num todo por falta de espaço físico e mesmo por trazerem assuntos

gerais.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

21

Então se faz recortes dos artigos que importam para a instituição, ou

seja, que haja procura ou interesse de seus usuários, e a partir daí inicia-se a

formação de uma hemeroteca.

Segundo Ferreira (1993) hemeroteca é a seção da biblioteca que trata

de jornais e revistas.

Para a Biblioteconomia a hemeroteca trata-se de uma biblioteca

formada por recortes de jornais, revistas, informativos.... que tem como objetivo

dar um maior suporte informacional aos usuários, com informações sempre

atualizadas.

Os livros por mais atuais que sejam, não suprem necessidades sobre

informações corriqueiras, do dia-a-dia, que estão em evidência na sociedade,

notícias que normalmente encontramos em jornais. Apesar disto, a maioria das

Bibliotecas/Centros de Informação, costuma descartar jornais a cada fim de

semana, ou fim de mês, por causa de um velho problema encontrado nestas

instituições, a falta de espaço físico. Desta forma muitas e importantes informações

são perdidas.

A hemeroteca vem para solucionar este problema, através dela é

possível para um Centro de Informação manter informações sempre atualizadas

sobre determinados assuntos que sejam do interesse de seus usuários, pois apenas

os artigos e reportagens que interessam serão arquivados, ocupando assim bem

menos espaço do que os documentos na íntegra.

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

22

2.1.8.1 A Formação de uma Hemeroteca

Em uma hemeroteca o que importa não é a quantidade, mas sim a

qualidade dos recortes. Deve-se estabelecer quais os assuntos que deveram ser

guardados, bem como estabelecer a melhor forma de classificá-los.

Em se tratando de uma hemeroteca de biblioteca escolar, por

exemplo, é interessante que se organize recortes sobre assuntos muito procurados

pelos alunos, e que normalmente não se encontra em livros. Os assuntos serão

estabelecidos conforme a necessidade do público para o qual ela estará destinada.

A Classificação a ser utilizada pode ser colocada pela ordem de

organização, já que as informações mais importantes para a recuperação dos

recortes serão os termos utilizados na indexação, bem como a numeração dada ao

artigo, a pasta, ao envelope... vai depender muito da forma como for organizada.

Cada assunto deverá ter uma pasta, que será numerada - numeração

normal em ordem crescente -, e cada novo assunto a ser introduzido na

hemeroteca receberá um novo número.

Haverá uma pasta para "Meio Ambiente", na qual se encontrará todos

os artigos ligados a este assunto, como, extinção de animais, crimes ambientais,

desmatamento.... e assim por diante.

Então esta, sendo a primeira pasta, o primeiro assunto, receberá o

número "001", e cada recorte arquivado na mesma, receberá um número - também

em ordem crescente.

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

23

Os recortes devem ser colados em folhas de papel ofício, e

identificados com o número da pasta na qual eles serão arquivados, e o próprio

número que o recorte recebeu, bem como termos que o indexe, a fim de recuperar

a informação.

Pasta 001

Recorte 001

O desmatamento da mata

atlântica

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxx

Indexação: _________________

As pastas podem ser do tipo suspensas, normais com elástico, ou com

grampos, na falta destas pode-se também utilizar envelopes, o importante é

sempre utilizar pastas de papelão, estas são mais indicadas para a preservação dos

documentos.

PASTA 001

MEIO AMBIENTE

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

24

Quando o recorte for maior que o papel ofício ele pode ser dobrado, e

se não contiver todas as informações que o referencie, como local, data, título do

periódico, n°... estas informações devem ser anotadas ao lado, ou abaixo do

recorte.

Pasta 001Recorte 002

O desmatamento da mata atlânticaXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

xxxxxx

Indexação: Periódico

Data:_/__/ N°: x, p. 2-9

A hemeroteca deverá ter um catálogo de fichas, nas quais serão

colocados os títulos dos recortes, os termos que os indexam, seus números, o

assunto e o número da pasta no qual ele está arquivado.

Meio AmbientePasta 001

Título n° do recorte

O desmatamento da mata atlântica 001

A extinção do mico leão dourado 002

Poluição do Rio Tietê 003

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

25

Deve haver também fichas com os termos com os quais os artigos

foram indexados, remetendo-os para a ficha com o assunto principal.

Poluição

Ver "Meio Ambiente" Pasta 001

Desmatamento

Ver "Meio Ambiente" Pasta 001

Deve-se deixar disponível aos usuários uma listagem - em ordem

alfabética - com os títulos dos artigos, os termos que o indexam - palavras-chave

seus números de organização, e o título e número da pasta na qual ele está

arquivado.

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

26

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se concluir que com o despertar para os novos suportes da

informação e para os que ainda não eram tidos como tal, os Materiais Especiais

assumiram um papel de grande importância em Bibliotecas/Centros de informação.

Portanto foi de grande importância esclarecer dúvidas ainda existentes sobre os

tipos de materiais, como tratá-los, descrevê-los e principalmente, dar dicas de

como disseminá-los.

Desta forma algumas das barreiras existentes por parte dos

Bibliotecários/Profissionais da informação, podem ser rompidas.

A abordagem dada de como se deve montar uma hemeroteca

também foi válida, tendo em vista a falta de material bibliográfico neste assunto, e

a forma como o tema foi tratado, de maneira clara e objetiva voltando-se para as

possíveis realidades das instituições. Dando destaque para a importância de uma

hemeroteca, por ser um setor em constante atualização.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · tiveram seus nomes aqui citados, ... Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais ... completa de todos os tipos

27

4 BIBLIOGRAFIA

1. AMARAL, Sueli A. Os multimeios, a biblioteca e o bibliotecário. Revista de

Biblioteconomia. Brasília, v.15, n.1, p. 45-68, jan./jun. 1987.

2. FALDINI, Giacomina (Coord.). Manual de catalogação: exemplos

ilustrativos do AACR2. São Paulo: Nobel / EdUSP, 1987.

3. FERREIRA, Aurélio B. de H. Minidicionário da língua portuguesa. 3.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.

4. PAZIN, Rosina A. (Org.). Indexação de multimeios. Curitiba: Ed. da

UFPR, 1993.

5. PEROTA, Maria Luiza L. R. (Org.). Multimeios: seleção, aquisição,

processamento, armazenagem, empréstimo. Vitória: EdUFES, 1997.

6. POLKE, Ana M. A. Materiais especiais não-bibliográficos nas bibliotecas

escolares. Revista da Escola de Biblioteconomia. Belo Horizonte, v. 5,

n. 2, p. 128-143, set. 1976.

7. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Referências. Curitiba: EdUFPR,

2000. (Normas para Apresentação de Documentos Científicos; n. 6).

8. VOCÊ sabe o que é uma hemeroteca? Disponível em <http://

http://www.comunica.unisinos.br/acervo/hemeroteca/body.htm> Acesso

em: 25 maio 2002.