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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA CURSO DE BIBLIOTECONOMIA
MATERIAIS ESPECIAIS: Conceitos, Tratamentos e a Formação de uma Hemeroteca.
ANA CRISTINA DA SILVAOrientadora: Profª Francisca de Assis de Sousa
NATAL - RN
2002
ANA CRISTINA DA SILVA
MATERIAIS ESPECIAIS:Conceitos, Tratamentos e a Formação de uma Hemeroteca.
Monografia apresentada à disciplina "Monografia", ministrada pela professora Maria do Socorro Borba e orientada pela professora Francisca de Assis de Sousa, para fins de avaliação final da disciplina e como requisito parcial à conclusão do curso de Biblioteconomia, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.
NATAL - RN 2002
Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede
Silva, Ana Cristina da.Materiais especiais: conceitos, tratamentos e formação
de uma hemeroteca / Ana Cristina da Silva. - Natal, 2002. 26 p. : il.
Orientador: Francisca de Assis Souza. Monografia (Bacharelado em Biblioteconomia) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Departamento de Biblioteconomia.
1. Materiais especiais - Monografia. 2. Materiais especiais - Tratamento - Monografia. 3. Hemeroteca - Monografia. I. Souza, Francisca de Assis. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/UF/BCZM CDU: 025.177
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ANA CRISTINA DA SILVA
MATERIAIS ESPECIAIS:Conceitos, Tratamentos e a Formação de uma Hemeroteca.
MONOGRAFIA APROVADA EM 27 / 08 /2002
BANCA EXAMINADORA
ORIENTADORA: PROFª. FRANCISCA DE ASSIS DE SOUSA
PROFa DA DISCIPLINA: MARIA DO SOCORRO DE AZEVEDO BORBA
Agradeço às pessoas que de forma direta ou indireta
contribuíram para a conclusão deste trabalho.
Em especial à minha mãe (Socorro) que mesmo sem entender
muito bem o que acontecia, respeitou o meu stress;
À Profa Socorro Borba, que sempre acreditou que ia dar certo, e
que contribuiu em muito me fornecendo material bibliográfico sobre o
assunto;
À Profa Francisca de Assis Souza, que aceitou o desafio de me
orientar;
Aos amigos, Ana Raquel, Cirlene, Cleide, Edmária, Luiz e Sandra,
por estarem sempre presentes neste período. Mesmo quando eu achava
que nada dava certo, eles diziam: "Está ótimo, você consegue!".
Agradeço a eles também pelos momentos de devaneio...eram ótimos
para descontrair o clima;
Para finalizar agradeço a outros amigos da turma que não
tiveram seus nomes aqui citados, mas que por isto não são menos
importantes.
"... Não falo como você fala, mas vejo bem o que você me diz. Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo, prefiro acreditar no mundo do meu jeito. E você estava esperando voar, mas como chegar até as nuvens com os pés no chão...".
Renato Russo (1989).
SILVA, Ana Cristina da. Materiais especiais: conceitos, tratamentos e a formação de uma hemeroteca. Natai: UFRN, 2002. (Monografia apresentada à disciplina Monografia ministrada pela professora Maria do Socorro Borba e orientada pela professora Francisca de Assis de Sousa, para fins de avaliação final da disciplina e como requisito parcial à conclusão do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte).
RESUMO
Faz um breve histórico sobre a evolução dos suportes da informação.
Trata dos tipos e conceitos de materiais especiais - não bibliográficos -,
conceituando-os, abordando técnicas para tratá-los, descrevê-los e formas de fazer
a sua disseminação, abordando a importância dos mesmos em Bibliotecas/Centros
de Informação. No tratamento de recortes, mostra a importância de uma
hemeroteca, como forma de ter um acervo sempre atualizado, indicando os passos
para sua formação. Trata o assunto de forma clara e objetiva voltando-se para as
possíveis realidades das instituições.
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ................................................................... 8
2 MATERIAIS ESPECIAIS ..................................................... 9
2.1 TIPOS E CONCEITOS...................................................................... 11
2.1.1 Artefatos tridimensionais e Reálias ............................................... 12
2.1.2 Filmes Cinematográficos e Gravações de Vídeo.............................. 13
2.1.3 Material Cartográfico................................................................... 14
2.1.4 Gravações de Som ...................................................................... 15
2.1.5 Música Impressa ........................................................................ 16
2.1.6 Material Iconográfico .................................................................. 18
2.1.7 Arquivos de Computador ............................................................. 19
2.1.8 Recortes .................................................................................... 20
2.1.8.1 A Formação de uma Hemeroteca................................................ 22
3 CONSIDERAÇÕES FINAS .................................................. 26
4 BIBLIOGRAFIA ...................................................................... 27
8
1 INTRODUÇÃO
Com o passar dos séculos, os suportes informacionais foram evoluindo. O
primeiro suporte informacional do qual temos conhecimento são as rochas nas quais eram
registradas as escrituras rupestres, depois o pergaminho - produzido com couro de animais
as tabuinhas enceradas, o papiro e o papel, que com a invenção da imprensa passou a ser
o suporte mais utilizado pela humanidade, e que predomina até os dias de hoje.
Nos últimos tempos houve um despertar para suportes da informação que
ainda não eram tidos como tal, materiais como fotografias, músicas - tanto impressa,
quanto em gravação de som - medalhas, obras de arte, fósseis entre outros.
Estes passaram a despertar o interesse de alguns Bibliotecários/Profissionais
da Informação e pesquisadores, pois continham informações intrínsecas e inerentes aos
mesmos. Como uma obra de arte, que por si só identifica um artista, a técnica utilizada, o
estilo e a época em que esta foi produzida.
Com o advento das novas tecnologias, já se reconhece como suporte
informacional os arquivos de computador, CD's, disquetes, materiais que são também
chamados de multimeios, como as microfichas e filmes cinematográficos, que precisam de
um equipamento para dar acesso às informações neles contidas.
Este trabalho que tem como tema Materiais Especiais, pretende esclarecer
dúvidas ainda existentes sobre os tipos de materiais, como tratá-los, descrevê-los e
principalmente, chamar a atenção dos
9
Bibliotecários/Profissionais da Informação para a importância destes em
Bibliotecas/Centros de Informação.
Os usuários precisam conhecer os materiais alternativos - não
bibliográficos - dos quais dispõem e para isto é necessário que haja uma
disseminação dos mesmos.
No decorrer deste trabalho, vários tipos de materiais serão
abordados, de forma conceituai, com dicas práticas para tratá-los e disseminá-los.
Apesar de dar dicas práticas, toda a pesquisa realizada foi de origem
bibliográfica, e nesta ficou constatada uma certa deficiência, devido às poucas
referências encontradas que tratassem do assunto de forma impessoal, a maior
parte do material publicado é direcionado para alguma instituição.
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2 MATERIAIS ESPECIAIS
Materiais Especiais são também chamados de materiais não-
bibliográficos, multimeios - materiais que necessitem de algum instrumento para
dar acesso às suas informações audiovisuais, sonoros, iconográficos etc...
A prol iferação de materiais não bibliográficos e o avanço da tecnologia trazem novos desafios aos profissionais da informação, na tarefa de incorporar os chamados multimeios aos acervos das instituições. (PEROTA, 1997, P. 2)
Entende-se que são materiais que independem de suporte, mas que
passam alguma informação, como fotografias, cartões-postais, filmes, discos de
vinil, CD's, mapas, globos, recortes, panfletos, reálias, medalhas, selos... Enfim,
tudo que contenha informação.
Antigamente as Bibliotecas/Centros de Informação, estavam mais
preocupadas em adquirir livros para formação de seus acervos e acabavam não
dando a devida atenção para os materiais especiais.
Muitas vezes estes materiais eram doados e em alguns casos mal
trabalhados, por causa de uma barreira já existente por parte de alguns
Bibliotecários, que, possivelmente, por não saberem como organizá-los, preferiam
ignorá-los, prejudicando assim seus usuários.
Além desta barreira, há outros motivos para esta "discriminação",
normalmente materiais como selos, cartões-postais, reálias, gravuras, medalhas,
entre outros, são doados, e nem sempre os bibliotecários atentam para as
informações que eles contêm, deixando-os de lado. Folthergil & Butchart, citados
por Amaral (1987) apontam como
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barreiras para a aceitação dos materiais especiais a visão tradicional da biblioteca
que dá maior ênfase ao livro e a não existência da procura de usuários por
multimeios, hoje a primeira barreira citada ainda existe, mas a segunda já não
pode mais servir como justificativa.
Os multimeios são materiais em constante evolução. O progresso da tecnologia faz surgirem os mais variados suportes, em diversos formatos, tornando quase impossível organizar uma relação completa de todos os tipos existentes. (AMARAL, 1987 p. 46)
Por estarmos em constante evolução, é que a cada dia podem surgir
novos tipos de materiais, já que a cada dia surge um novo suporte para a
informação. Em 1987, Amaral ainda não chamava a atenção para o CD-ROM, mas
hoje é praticamente impossível ignorá-lo, estamos na era do livro eletrônico. Então
como tratá-lo? Devemos simplesmente ignorá- lo?
2.1 TIPOS E CONCEITOS
Como visto anteriormente a expressão "Materiais Especiais" é muito
ampla. Neste trabalho haverá uma delimitação e serão enfatizados alguns dos
principais materiais encontrados nas Bibliotecas/Centros de Informação,
conceituando-os, bem como dando sugestões de como tratá- los descrevendo,
tendo como base o Anglo-American Cataloguin Rules AACR-2.
2.1.1 Artefatos tridimensionais e Reálias
Entende-se como sendo artefato, "[...] qualquer objeto feito oufabricado pelo homem" (AACR-2 apud PAZIN, 1993, p.31)
Ferreira (1993) define como tridimensional um objeto com três
dimensões, comprimento, largura e altura.
Para a Biblioteconomia Artefato tridimensional é qualquer objeto
produzido pelo homem de forma artesanal ou industrializada, como brinquedos,
jogos, esculturas, medalhas, quadros etc...
E Reálias são objetos autênticos, reais, que se encontram na
natureza, como rochas, fósseis etc...
As coleções que têm em sua formação objetos tridimensionais e
reálias são enriquecidas, pois proporcionam a seus usuários lazer e cultura ao
mesmo tempo.
Os jogos didáticos devem ser aproveitados em bibliotecas infantis e
escolares, eles são grandes aliados no processo de aprendizagem das crianças,
bem como as reálias em bibliotecas especializadas nas áreas de Biociências e
Geologia.
Na indexação destes objetos, eles próprios são a maior fonte de
informação para a descrição.
Eles devem ser registrados em um livro de tombo. Em caso de
artefatos tridimensionais pode-se colocar uma etiqueta com o número do tombo, já
as reálias, precisam sempre estar expostas de uma forma
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Segundo Perota (1997) os filmes são reproduções em miniatura de
uma imagem, que não pode ser utilizada sem ampliação, contendo uma sucessão
de imagens projetadas para serem vistas figura por figura, com ou sem som.
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especial, em sua maioria não podem ser manuseadas pelos usuários só
observadas, então as etiquetas podem ser colocadas próximas a elas.
2.1.2 Filmes Cinematográficos e Gravações de Vídeo
Para Faldini (1987) filmes cinematográficos e gravações de vídeo são
medidas constituídos de uma seqüência de imagens projetadas em sucessões
rápidas, que dão uma ilusão de movimento ao espectador.
As Filmotecas/Videotecas além de proporcionarem lazer e serem um
meio de educação, elas podem ser utilizadas como uma forma de arquivamento
para documentos, através da microfilmagem, reduzindo o volume e o peso de
coleções impressas. As gravações de vídeo são muito utilizadas nas instituições de
ensino. De acordo com Faldini (1987, p.241): "A fonte principal de informação para
esses itens é o próprio fi lme..."
Roteiros, fichas técnicas, a caixa do vídeo e materiais de publicidade
são outras fontes de informação importantes no momento da descrição de filmes
ou gravações de vídeos.
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Os filmes e vídeos podem ser registrados em livros de tombo, um para
filmes cinematográficos, onde o número deve ser precedido pela letra "F", e um
para gravações de vídeo, no qual o número deve ser precedido pela letra "V". Eles
podem ser organizados nas estantes pelo mesmo número em ordem crescente.
Como a maioria dos filmes são conhecidos por seus títulos, é
interessante que seja disponibilizada ao usuário uma listagem com os títulos que
constam na videoteca, com a sinopse de cada um deles e o número de tombo para
facilitar sua localização nas estantes.
2.1.3 Material Cartográfico
Para o AACR-2 apud Faldini (1987) em Material Cartográfico estão
inseridos Mapas, Cartas, Globos, Atlas, todo e qualquer item que ilustre uma
representação gráfica de qualquer parte da Terra, do universo ou até de lugares
imaginários.
Mapa é uma representação gráfica, em uma superfície plana e escala
menor, de uma área terrestre ou parte desta.
Carta segundo Perota (1997) é similar a um mapa, porém ela
representa os aspectos naturais ou artificiais da Terra.
2.1.4 Gravações de Som
Na categoria Gravações de Som compreendem-se discos, fitas
cassete, bobinas, CD's dentre outros. [...] toda gravação onde as vibrações sonoras são
registradas por processo mecânico ou eletrônico sob o qual o som possa ser reproduzido.
(PEROTA, 1997, p. 55).
O registro destes materiais pode ser feito em livros de tombo, um
para cada tipo, tendo sempre o número precedido por alguma inicial, como por
exemplo, CD para CD's, K7 para fitas cassete... e assim por diante.
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Globo é a representação esférica do mapa, que dá uma representação
da Terra mais próxima da real.
Atlas é a reunião de vários mapas em um único volume, que tem
algumas características de livro.
Na descrição de materiais cartográficos a principal fonte de
informação encontra-se em partes do próprio material e a maior dificuldade está
em determinar um autor principal diretamente responsável pelo mapa.
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Segundo Faldini (1987), a principal fonte de informação para
descrição das gravações sonoras é a etiqueta fixada no item, em caso de discos, o
próprio e sua capa, em caso de CD's, o encarte e o próprio CD.
Ao escolher um sistema de indexação a bibl ioteca deve levar em conta seus usuários e a solução de seus problemas (...) O objetivo é a localização rápida da informação. (PAZIN, 1993, p. 19).
Na descrição do material deve-se priorizar a entrada pelo compositor,
somente em caso de obras com vários compositores e apenas um intérprete, a
entrada principal deve ser feita pelo intérprete.
Um acervo de gravações sonoras é de grande importância para
bibliotecas especializadas em música, para dar um suporte prático no processo da
aprendizagem.
2.1.5 Música Impressa
Segundo Ferreira (1993), Partitura, que é o que caracteriza a Música
Impressa, é a disposição gráfica das partes vocais e instrumentais de uma
composição, a fim de permitir leitura simultânea. Ela é formada por várias pautas
nas quais são inscritas as notas musicais.
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Perota (1997), especifica sete tipos de partituras:
• a partitura condensada, na qual aparecem apenas as partes
musicais mais importantes;
• a partitura de bolso, que tem um tamanho reduzido, e em princípio
não se destina à execução;
• a partitura de coro, específica para canto, que mostra somente as
partes do coro;
• a partitura fechada, na qual aparecem todas as partes, no menor
número possível de pentagramas;
• a partitura incompleta, que é um esboço feito por um compositor
para uma obra destinada a conjunto;
• a partitura vocal, que apresenta todas as partes vocais, com o
acompanhamento arranjado para instrumentos de teclado;
• e por último a parte do regente, parte para um instrumento
determinado, no âmbito de uma obra para conjunto, destinada
para ser usada pela pessoa que toca o instrumento e ao mesmo
tempo rege a execução da obra.
Como outros materiais elas também podem ser registradas em livro
de tombo, mas não se pode descartar outras formas de registros como fichas ou
listagens.
As partituras costumam ser impressas em forma de livro ou em folhas
separadas, assim sendo, no primeiro caso, para sua descrição a
Em Materiais Iconográficos, segundo Pazin (1993), estão inseridos
materiais opacos, como originais de artes, reproduções de arte
bidimensionais, quadros, cartazes fotografias, selos, cartões-postais...,
e materiais transparentes, para serem projetados ou vistos com o
auxílio de um instrumento, diapositivos como slides e transparências.
Os materiais transparentes são muito utilizados em aulas e
seminários, como forma de ilustração e dinamização da exposição.
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principal fonte de informação é a folha de rosto, e no segundo caso as informações
que se encontram na própria partitura. Como entrada principal para a catalogação,
o compositor deve ser considerado o autor da obra. Num acervo musical composto de partituras e l ivros é melhor separar os dois t ipos de itens, tendo em vista que as partituras são mais faci lmente danif icadas... (PEROTA, 1997, p.172)
Por este motivo mais uma vez é interessante disponibilizar uma
listagem com as obras existentes, pois como no caso das reálias, as partituras não
devem ser facilmente manuseadas pelos usuários, a fim de preservá-las.
2.1.6 Materiais Iconográficos
Os materiais iconográficos são bastante diversificados, a principal
fonte de informação para a indexação destes, são eles próprios, e etiquetas, caixas,
capas, invólucros, que possam conter informações.
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Por esta diversidade é difícil estipular formas fixas para sua descrição/catalogação.
Nesta categoria as fotografias têm um papel fundamental, por serem
importantes fontes de informação, pelo valor além de histórico comprobatório, não
estão muito destinadas a bibliotecas, mas especialmente a Arquivos fotográficos.
A preocupação não está apenas em registrá-las, e descrevê- las,
função que muitas vezes não depende só do Bibliotecário, ele precisa de parcerias
com pessoas que conheçam bem o acervo, está também em armazená-las de
forma adequada, que também as preserve.
2.1.7 Arquivos de Computador
Em Arquivos de Computador estão contidos tanto os dados que são
armazenados como os programas que servem para processar esses dados, são
fitas e discos magnéticos, que servem de suporte para as informações. "... arquivos
de computador(...)conjunto de informações codif icadas para manipulação por computador."
(PEROTA, 1997, p.13).
Como os outros materiais especiais, os arquivos de computador
também devem ter um livro de registro, pode-se colar uma etiqueta com o número
no disquete, ou CD-Rom.
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Para a descrição, a principal fonte de informação está nos próprios ou
em encartes e capas que costumam vir com eles. Na literatura, ainda não há muito
escrito sobre como organizar este tipo de material, mas o principal é que o
Bibliotecário identifique a melhor entrada de acesso para a informação, pode ser o
título, ou o autor, ou alguma outra entrada pela qual seus usuários costumem
procurar.
Eles devem ser armazenados de forma adequada para não sofrerem
danificações, existem vários porta CD's e porta disquetes que podem manter o
material bem preservado, o indicado é que os usuários tenham acesso a uma
listagem com todos os documentos do acervo eletrônico, mas não um acesso direto
de manuseio aos documentos, e que tenham a sua disposição computadores para
acessar as informações contidas nesses documentos, evitando assim o empréstimo
domiciliar.
2.1.8 Recortes
Os Recortes são artigos de revistas, jornais, boletins, informativos...
vários materiais informacionais, que nem sempre podem ser armazenados na
íntegra, mesmo porque, não interessa à Biblioteca/Centro de Informação, como por
exemplo jornais, que são diariamente editados, tornando-se impossível
armazená-los num todo por falta de espaço físico e mesmo por trazerem assuntos
gerais.
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Então se faz recortes dos artigos que importam para a instituição, ou
seja, que haja procura ou interesse de seus usuários, e a partir daí inicia-se a
formação de uma hemeroteca.
Segundo Ferreira (1993) hemeroteca é a seção da biblioteca que trata
de jornais e revistas.
Para a Biblioteconomia a hemeroteca trata-se de uma biblioteca
formada por recortes de jornais, revistas, informativos.... que tem como objetivo
dar um maior suporte informacional aos usuários, com informações sempre
atualizadas.
Os livros por mais atuais que sejam, não suprem necessidades sobre
informações corriqueiras, do dia-a-dia, que estão em evidência na sociedade,
notícias que normalmente encontramos em jornais. Apesar disto, a maioria das
Bibliotecas/Centros de Informação, costuma descartar jornais a cada fim de
semana, ou fim de mês, por causa de um velho problema encontrado nestas
instituições, a falta de espaço físico. Desta forma muitas e importantes informações
são perdidas.
A hemeroteca vem para solucionar este problema, através dela é
possível para um Centro de Informação manter informações sempre atualizadas
sobre determinados assuntos que sejam do interesse de seus usuários, pois apenas
os artigos e reportagens que interessam serão arquivados, ocupando assim bem
menos espaço do que os documentos na íntegra.
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2.1.8.1 A Formação de uma Hemeroteca
Em uma hemeroteca o que importa não é a quantidade, mas sim a
qualidade dos recortes. Deve-se estabelecer quais os assuntos que deveram ser
guardados, bem como estabelecer a melhor forma de classificá-los.
Em se tratando de uma hemeroteca de biblioteca escolar, por
exemplo, é interessante que se organize recortes sobre assuntos muito procurados
pelos alunos, e que normalmente não se encontra em livros. Os assuntos serão
estabelecidos conforme a necessidade do público para o qual ela estará destinada.
A Classificação a ser utilizada pode ser colocada pela ordem de
organização, já que as informações mais importantes para a recuperação dos
recortes serão os termos utilizados na indexação, bem como a numeração dada ao
artigo, a pasta, ao envelope... vai depender muito da forma como for organizada.
Cada assunto deverá ter uma pasta, que será numerada - numeração
normal em ordem crescente -, e cada novo assunto a ser introduzido na
hemeroteca receberá um novo número.
Haverá uma pasta para "Meio Ambiente", na qual se encontrará todos
os artigos ligados a este assunto, como, extinção de animais, crimes ambientais,
desmatamento.... e assim por diante.
Então esta, sendo a primeira pasta, o primeiro assunto, receberá o
número "001", e cada recorte arquivado na mesma, receberá um número - também
em ordem crescente.
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Os recortes devem ser colados em folhas de papel ofício, e
identificados com o número da pasta na qual eles serão arquivados, e o próprio
número que o recorte recebeu, bem como termos que o indexe, a fim de recuperar
a informação.
Pasta 001
Recorte 001
O desmatamento da mata
atlântica
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxx
Indexação: _________________
As pastas podem ser do tipo suspensas, normais com elástico, ou com
grampos, na falta destas pode-se também utilizar envelopes, o importante é
sempre utilizar pastas de papelão, estas são mais indicadas para a preservação dos
documentos.
PASTA 001
MEIO AMBIENTE
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Quando o recorte for maior que o papel ofício ele pode ser dobrado, e
se não contiver todas as informações que o referencie, como local, data, título do
periódico, n°... estas informações devem ser anotadas ao lado, ou abaixo do
recorte.
Pasta 001Recorte 002
O desmatamento da mata atlânticaXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
xxxxxx
Indexação: Periódico
Data:_/__/ N°: x, p. 2-9
A hemeroteca deverá ter um catálogo de fichas, nas quais serão
colocados os títulos dos recortes, os termos que os indexam, seus números, o
assunto e o número da pasta no qual ele está arquivado.
Meio AmbientePasta 001
Título n° do recorte
O desmatamento da mata atlântica 001
A extinção do mico leão dourado 002
Poluição do Rio Tietê 003
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Deve haver também fichas com os termos com os quais os artigos
foram indexados, remetendo-os para a ficha com o assunto principal.
Poluição
Ver "Meio Ambiente" Pasta 001
Desmatamento
Ver "Meio Ambiente" Pasta 001
Deve-se deixar disponível aos usuários uma listagem - em ordem
alfabética - com os títulos dos artigos, os termos que o indexam - palavras-chave
seus números de organização, e o título e número da pasta na qual ele está
arquivado.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se concluir que com o despertar para os novos suportes da
informação e para os que ainda não eram tidos como tal, os Materiais Especiais
assumiram um papel de grande importância em Bibliotecas/Centros de informação.
Portanto foi de grande importância esclarecer dúvidas ainda existentes sobre os
tipos de materiais, como tratá-los, descrevê-los e principalmente, dar dicas de
como disseminá-los.
Desta forma algumas das barreiras existentes por parte dos
Bibliotecários/Profissionais da informação, podem ser rompidas.
A abordagem dada de como se deve montar uma hemeroteca
também foi válida, tendo em vista a falta de material bibliográfico neste assunto, e
a forma como o tema foi tratado, de maneira clara e objetiva voltando-se para as
possíveis realidades das instituições. Dando destaque para a importância de uma
hemeroteca, por ser um setor em constante atualização.
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4 BIBLIOGRAFIA
1. AMARAL, Sueli A. Os multimeios, a biblioteca e o bibliotecário. Revista de
Biblioteconomia. Brasília, v.15, n.1, p. 45-68, jan./jun. 1987.
2. FALDINI, Giacomina (Coord.). Manual de catalogação: exemplos
ilustrativos do AACR2. São Paulo: Nobel / EdUSP, 1987.
3. FERREIRA, Aurélio B. de H. Minidicionário da língua portuguesa. 3.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
4. PAZIN, Rosina A. (Org.). Indexação de multimeios. Curitiba: Ed. da
UFPR, 1993.
5. PEROTA, Maria Luiza L. R. (Org.). Multimeios: seleção, aquisição,
processamento, armazenagem, empréstimo. Vitória: EdUFES, 1997.
6. POLKE, Ana M. A. Materiais especiais não-bibliográficos nas bibliotecas
escolares. Revista da Escola de Biblioteconomia. Belo Horizonte, v. 5,
n. 2, p. 128-143, set. 1976.
7. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Referências. Curitiba: EdUFPR,
2000. (Normas para Apresentação de Documentos Científicos; n. 6).
8. VOCÊ sabe o que é uma hemeroteca? Disponível em <http://
http://www.comunica.unisinos.br/acervo/hemeroteca/body.htm> Acesso
em: 25 maio 2002.