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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA À DISTÂNCIA
YONARA ISBELO DA NÓBREGA
O lúdico no Ensino de Frações: Uma experiência com dominó de Frações e a
Régua das Frações.
CURRAIS NOVOS/RN 2017
YONARA ISBELO DA NÓBREGA
O lúdico no Ensino de Frações: Uma experiência com dominó de Frações e a
Régua das Frações.
Relato reflexivo apresentado ao curso de Pedagogia a Distância do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção de título de Licenciada em Pedagogia, sob a orientação da professora Me. Luanna Priscila da Silva Gomes.
CURRAIS NOVOS/RN
2017
O lúdico no Ensino de Frações: Uma experiência com dominó de Frações e a
Régua das Frações.
Trabalho de Conclusão de Curso elaborado pela aluna Yonara Isbelo da
Nóbrega, apresentado à coordenação do Curso de Pedagogia do Centro de
Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em 17 de
Dezembr de 2017, sendo auferida a nota (70) conforme avaliação do (a)
professor (a) Ms. Luanna Priscila da Silva Gomes e a banca examinadora
constituída pelas professoras:
Profª Ms. Luanna Priscila da Silva Gomes (NEI/CAp – UFRN)
Presidente
Profa. Ms. Maria Patrícia Costa de Oliveira (NEI/CAp – UFRN)
1º Examinador(a)
Profª Es. Esthephania Oliveira Maia Batalha (NEI/CAp – UFRN)
2º Examinador(a)
O lúdico no Ensino de Frações: Uma experiência com dominó de Frações e a
Régua das Frações.
RESUMO
Esse trabalho objetiva descrever a aplicação das metodologias dos jogos e
materiais concretos para o ensino de frações numa turma do 4º ano do ensino
fundamental numa escola pública do munícipio de Currais Novos/RN. Parte-se
do pressuposto que os alunos conseguem melhorar os conceitos abstratos a
partir da construção concreta dos materiais e como também conseguem
aprender conteúdos matemáticos jogando. Nessa perspectiva estudamos os
teóricos: Piaget (1975), Huizinga (2001), Itacarambi (2013), Bertoni (2009),
Sousa Júnior e Barboza (2013) e Nunes e Bryant (1997) no qual discutem o
ensino das frações. Desta forma realizamos a aplicação nas aulas com o
dominó de frações e a régua das frações no qual compreendemos serem
importantes para a aprendizagem dos alunos. Assim este trabalho demonstra
como realizamos a aplicação dessas metodologias na sala de aula e os
resultados positivos após aplicação do instrumento.
Palavras-chave: frações; jogos e materiais concretos; ensino e aprendizagem
da matemática.
ABSTRACT
This paper aims to describe the application of game methodologies and concrete materials for the teaching of fractions in a class of the 4th year of elementary education in a public school in the municipality of Currais Novos / RN. It is assumed that students can improve abstract concepts from the concrete construction of materials and also learn mathematical content by playing. In this perspective we study the theorists: Piaget (1975), Huizinga (2001), Itacarambi (2013), Bertoni (2009), Sousa Júnior and Barboza (2013) and Nunes and Bryant (1997) in which they discuss the teaching of fractions. In this way we perform the application in the classes with the fraction domino and the fraction rule in which we understand to be important for the students' learning. Thus, this work demonstrates how we performed the application of these methodologies in the classroom and the positive results after application of the instrument.
Keywords: Fractions; games and concrete materials; teaching and learning of mathematics.
Introdução
O interesse sobre o tema frações, surgiu quando eu ainda era
estudante do estudante do ensino fundamental, no qual não compreendia o
significado das frações, hoje, como estagiária de uma escola pública no
município de Currais Novos realizei estudos sobre o ensino das frações, com o
objetivo de propor atividades lúdicas e jogos bem mais atraentes do que
aquelas aulas monótonas e tradicionais sem diversão e cansativas, que em sua
maioria das vezes, utilizam apenas o livro e o caderno.
Sempre tive dificuldades em minha vida escolar, principalmente no
tocante a disciplina de matemática por não haver a pratica de utilizar
estratégias mais envolventes que ajudassem aos alunos na aprendizagem e
que respeitassem as especificidades de cada pessoa. Pois, cada um, tem um
tempo e forma de aprender. Entretanto, na minha aprendizagem sentia que
deveria ter um ―algo mais‖, como desafio, diversão, curiosidade e competição o
que tornaria a aprendizagem mais significativa.
Movida por uma experiencia que vivi em minha vida de estudante,
escolhi nesse trabalho refletir acerca do uso de jogos no ensino e a
aprendizagem de frações. O lócus da realização dessa experiência, foi em uma
turma do 4° ano, do ensino fundamental de uma escola pública Municipal Prof.ª
Socorro do Amaral, localizada no município de Currais Novos-RN. EM nossa
intervenção tivemos o intuito de colaborar para uma melhoria significativa na
aprendizagem dos alunos, tornando o conteúdo matemático atrativo.
Na perspectiva de ensino pedagógico, motivador e intencional na
melhoria da compreensão das frações, iremos apresentar um jogo com
conteúdo matemático, mais precisamente com frações, sendo assim,
pretendemos defender a ideia de que a matemática pode ser ensinada e
aprendida, através de jogos, Itacarambi (2013, p. 19) nos diz que:
O jogo do ponto de vista pedagógica é desafiador, permite a apresentação dos conteúdos de modo atrativo, favorece a criatividade na elaboração de estratégicas e as persistências na busca de soluções, motivada pela vontade de ganhar a partida. Ele simula situações problemas que exigem soluções imediatas, o que estimula o planejamento das ações. (ITACARAMBI, p. 19, 2013).
No decorrer do curso de pedagogia, através de leituras e aulas práticas
tive a oportunidade de observar que os jogos possibilitam uma mediação maior
pelo conteúdo para a maioria dos discentes e ainda permitem a elaboração de
estratégias e a busca por soluções para ganhar o jogo.
O interesse pelo tema foi aprofundado diante da minha experiência no
Programa de Iniciação à Docência (PIBID), no qual seleciona graduandos dos
cursos de licenciatura para o preenchimento de vagas de estágio em escolas
públicas para incentivar a formação consistente dos discentes em seu percurso
acadêmico, como também melhorar os índices de Desenvolvimento da
Educação Básica (IDEB) que esteva abaixo de 4,4.
Numa primeira análise do comportamento dos discentes na sala de
aula, a qual iniciei como bolsista do programa, percebemos durante as aulas e
com conversas informais com a professora titular, a dificuldade da professora
em trabalhar com os conteúdos da matemática e a turma apresentava
dificuldades na compreensão dos conteúdos da disciplina, daí iniciamos uma
análise sobre como poderíamos utilizar outras metodologias para ensinar a
matemática de forma lúdica e atrativa.
A partir da experiência como bolsista do PIBID, iniciamos uma reflexão
sobre como poderíamos intervir no ensino das frações e nisso pensamos em
trabalhar com jogos e materiais concretos.
Pensando que os bolsistas do PIBID colocam em prática projetos em
busca da melhoria de aprendizagem dos alunos, juntamente com o apoio das
professoras titulares da sala de aula em que o bolsista realiza um estágio e
adquire experiência na promoção e melhoria da educação pública.
Sendo assim, participar do PIBID foi gratificante e fomentou reflexões
ao ponto de descobrir que as teorias aprendidas no curso de Pedagogia trazem
embasamento teórico para a prática, pois a realidade, é um pouco distante. O
contato direto com os alunos, a escola e a comunidade escolar foi maravilhoso,
pudemos ver na prática como funciona uma escola de rede municipal e o que
todos os envolvidos fazem para que a escola cresça contribuindo para um
melhor convívio social dentro e fora da escola.
Participar do programa nos fez obter um olhar gratificante e desafiador,
como bolsista, por meio do projeto, foi possível contribuir socialmente e
pedagogicamente na melhoria da qualidade do ensino da comunidade na qual
a escola está inserida.
Neste trabalho realizamos um estudo de livros e artigos científicos nos
quais estudamos Piaget (1975), Huizinga (2001), Itacarambi (2013), Bertoni
(2009), Sousa Júnior e Barboza (2013) e Nunes e Bryant (1997). E com isso
dividimos em quatro partes, no primeiro ponto trataremos sobre a importância
do lúdico e dos jogos na aprendizagem da matemática para as turmas do
ensino fundamental do 1º ao 5º ano. No segundo ponto abordaremos a
problemática da aprendizagem das frações e os desafios desse conteúdo.
O terceiro ponto do nosso trabalho será a reflexão sobre a utilização do
dominó de frações e a régua de frações no ensino das frações e ainda o relato
da experiência numa turma do 4º ano numa escola municipal da cidade de
Currais Novos.
No quarto ponto apresentaremos nossas considerações e
recomendações sobre a utilização do material produzido e as experiências
adquiridas durante a aplicação do material ao qual propomos a turma e iremos
apontar algumas dificuldades para atingirmos nossos objetivos.
Desta forma esperamos que a utilização do lúdico no ensino e
aprendizagem de frações possa servir de referência de uma prática para outros
professores possibilitando uma maior compreensão de que a matemática pode
ser mais atrativa e divertida para trabalharmos de maneira significativa com
nossos alunos.
A importância do lúdico e dos jogos na aprendizagem da matemática
Neste ponto apresentaremos a importância do lúdico e dos jogos para
crianças na aprendizagem da matemática. Na sequência trataremos das bases
teóricas e as contribuições de autores sobre o ensino de aprendizagem da
matemática com a utilização de jogos materiais concretos para a construção de
conceitos matemáticos.
O uso de jogos e materiais concretos no ensino e aprendizagem de
frações proporciona aos alunos uma aprendizagem significativa. De acordo
com: Huizinga (2001), sobre os jogos, a primeira ideia é que o jogo é livre, é
uma atividade voluntária, ninguém é obrigado a jogar. Para Piaget (1975), por
meio de atividade lúdica, a criança assimila ou interpreta a realidade, e desse
modo atribui ao jogo um valor educacional.
Compreendermos que o jogo poderá ser mais uma possibilidade de
ajudar o aluno a estabelecer um elo de aprendizagem com conteúdo
matemático. Com o uso dos jogos temos uma perspectiva de construir o
conhecimento no discente, Itacarambi (2013) nos diz:
Os jogos são um recurso para propor situações problemas
tanto numéricos como geométricos, pois permite que esses
sejam apresentados de modo atrativo e favorecem a
criatividade na elaboração de estratégias de resolução ou de
ganhar a partida. (ITACARAMBI, p. 19, 2013).
Conforme o autor acima citado nos fala, os jogos propõem aos alunos
a busca da criatividade, os alunos mostram-se mais atraídos nessa forma de
aprendizagem, elaboram novas formas de participar, construir novas
estratégias para obter bons resultados na partida ou de pensar em diferentes
possibilidades de resolução do problema proposto e com esta ferramenta
metodológica tem-se uma possibilidade de ensino de aprendizagem saindo do
tradicional do ensino da matemática. Para os PCNs (1998) os jogos possuem
outras características:
Pelo seu caráter coletivo, os jogos e as brincadeiras permitem que o grupo se estruture que as crianças estabeleçam relações ricas de troca, aprendam a esperar sua vez, acostume-se a lidar com regras, conscientizando-se que podem ganhar ou perder. (BRASIL, p.235,1989)
Os jogos carregam intrinsicamente certas relações importantes ao
desenvolvimento da criança, Seja em utilizar as regras necessárias para
participar do jogo, o caráter coletivo de jogar e na troca de experiência, permite
a interação e a troca de experiência, seja nas jogadas ou nas conversas diante
da ocorrência do jogo, no qual também criam em si, a consciência da espera
do momento de jogar e outra questão fundamental aceitar os resultados que
pode ser o de ganhar ou o de perder.
Os autores Itacarambi (2013), Bertoni (2009), Huizinga (2001), Piaget
(1975), nos mostram a importância dos jogos na construção de conhecimentos
nas crianças e que muitos adultos não sabem receber um não ou perder. Pois
na aprendizagem baseada em jogos os alunos tendem a compreender que
muitas vezes se ganha e outras não.
A problemática sobre a aprendizagem das frações
O tema abordado nessa proposta de trabalho foi baseado no ensino e
a aprendizagem das frações, na qual compreendemos baseado na nossa
experiência como bolsista, onde percebemos que a aquisição desse
aprendizado é bastante complexo para os alunos e as dificuldades podem
surgir quando estes saem do ―universo‖ dos números inteiros e suas
propriedades e inicia-se o processo da compreensão das partes por meio das
frações, não compreendendo as características e propriedades e as utilidades
das frações, nessa perspectiva para Nunes e Bryant,
Com as frações, as aparências enganam. Às vezes, as crianças parecem ter uma compreensão completa delas e ainda não a têm. Elas usam os termos corretos, falam sobre frações coerentemente, resolvem alguns problemas, mas diversos aspectos cruciais das frações ainda lhes escapam. De fato, as aparências podem ser tão enganosas que é possível que alguns alunos passem pela escola sem superar dificuldades relativas às frações sem que ninguém perceba (NUNES; BRYANT, 1997, p. 191).
Compreendemos na fala dos os autores Nunes e Bryant (1997) que
muitos alunos pensam que possuem o conhecimento das frações, mas pelo
contrário não conhecem os conceitos nem as propriedades e a maioria não
consegue saber o que as frações representam, desta forma, cria-se uma falsa
sensação de domínio de conhecimento e por isso Bertoni nos diz:
Frações têm sido um dos temas mais difíceis no ensino fundamental. Avaliações e pesquisas atestam o baixo rendimento dos alunos no assunto. Nos últimos anos, as pesquisas sobre o ensino e a aprendizagem desse tema têm detectado inúmeros problemas e levantado hipóteses, que, entretanto, não abrangem a totalidade da problemática, nem são
conclusivas. Talvez devido a isso, propostas de ensino incorporando esses resultados são apenas incipientes. O mais comum de se encontrar são as mesmas propostas de sempre, que começam informando as crianças sobre nomes e símbolos de frações, apresentando quadrados, retângulos ou círculos divididos e parcialmente pintados. (BERTONI, 2009, p.16).
Reconhecemos que o ensino das frações é um conteúdo ao qual é
preciso estudo e aplicação de novas metodologias e estratégicas de ensino da
matemática a fim de provocar aos discentes uma maior compreensão do
assunto e interação entre conteúdos e realidade dos alunos.
Compreendemos que para ocorrer uma aprendizagem satisfatória, nos
conteúdos de matemática, os alunos precisam compreender os conceitos e
para que isso ocorra é necessário que haja um diálogo entre professor e aluno
com mediações que favoreçam a aprendizagem, e que as interações entre os
colegas possam ajudar no pensar, na discussão, e nas conclusões dos
resultados encontrados, dessa forma, os alunos devem interpretar os
problemas propostos pelo professor e entender o conceito matemático do
problema de forma mais simples e realizar a construção do conhecimento.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática -
PCN’s (1998):
As necessidades cotidianas fazem com que os alunos desenvolvam uma inteligência essencialmente prática, que permite reconhecer problemas, buscar e selecionar informações, tomar decisões e, portanto, desenvolver uma ampla capacidade para lidar com a atividade matemática. Quando essa capacidade é potencializada pela escola, a aprendizagem apresenta melhor resultado (BRASIL, 1998, p.37).
Desta forma compreendemos que a capacidade intelectual do aluno
deve ser considerada pelo educador, mesmo trazendo em si conceitos
informais de suas vidas, e esse aprendizado deve ser valorizado, pois todo
aluno traz da sua vida cotidiana um saber que precisa apenas ser concretizado
e, a nossa função como professor é transformar esse formalismo e a linguagem
matemática, para que os conceitos sejam melhores compreendidos e que seja
de forma significativa, assim a aprendizagem apresentará melhores resultados.
Segundo Sousa Júnior e Barboza (2013):
Numa sala de aula não existem alunos iguais, todos são diferentes, cada um está num determinado estágio de
desenvolvimento. Dai a necessidade de o professor respeitar a individualidade dos alunos. Pois, o professor reconhecendo as diferenças de cada aluno, irá favorecer o desenvolvimento de suas potencialidades (SOUSA JÚNIOR; BARBOZA, 2013, p. 201).
Nessa compreensão que cada aluno tem uma maneira diferente de
pensar e interpretar as situações por eles vivenciadas, seja na sala de aula ou
na sua vida cotidiana, devemos respeitar essas características próprias do
indivíduo e ainda valorizar o conhecimento informal e considerar o erro
cometido pelo aluno, pois sinaliza o nível de entendimento que o aluno já
obteve ou não, sobre o conteúdo estudado.
Diante da problemática exposta acerca do ensino de frações,
realizamos uma intervenção no ensino das frações e no próximo ponto do
nosso trabalho trataremos de duas experiências que são respectivamente
Dominó de Frações e Régua das Frações.
O dominó de Frações e a Régua das Frações: como utilizá-las?
Em nosso trabalho vimos a necessidade de aplicarmos metodologias
diferenciadas ao ensino das frações e decidimos optar pelo uso de jogos, como
o dominó de Frações e a Régua das Frações.
Compreendemos que os jogos podem ser utilizados nas aulas da
disciplina de matemática, nas seguintes situações: Na introdução dos
conteúdos para fortalecimento da aprendizagem no qual o primeiro contato do
aluno será com os jogos matemáticos, pode ser aplicado durante o conteúdo
na perspectiva de fortalecimento do conhecimento da matemática e por último
podemos utilizar na avaliação dos conteúdos como uma nova forma de avaliar
os alunos.
Os autores Rêgo e Rêgo (2000) nos diz que é a introdução de novas
metodologias de ensino, onde coloca-se o aluno como sujeito da
aprendizagem, e considerando que os aspectos recreativos e lúdicos das
motivações próprias de sua idade, cria-se curiosidade e desejo de realizar
atividades em grupo.
Desta forma percebemos que o jogo propicia o desenvolvimento de
estratégias na busca de soluções dos problemas na medida em que
possibilitam a procura pela solução, ou seja, através da investigação ou da
exploração do conceito matemático, no qual o jogo pode ser vivenciado pelo
aluno, quando ele joga.
Percebemos que os alunos elaboram estratégias e as testam a fim de
vencer o jogo. E essas habilidades desenvolvem-se porque, ao jogar, tem-se a
oportunidade de explorar os problemas e criar novas soluções e descobrir
outras jogadas e refletir sobre as regras, e desta forma iniciam uma relação
entre os elementos do jogo e os conceitos matemáticos. Podemos dizer que o
jogo em particular possibilita uma situação de prazer e aprendizagem
significativa nas aulas de matemática.
Diante disso os jogos, com intervenção do professor, possuem a
capacidade de mobilizar os saberes dos alunos para que os mesmos
compreendam os conteúdos matemáticos, e além do mais os jogos mediados
pelo educador proporcionam o aprender a ganhar e perder e com a capacidade
de entender as regras e segui-las. Desta forma compreendemos que o dominó
de frações causou grande impacto positivo nos alunos aos quais participaram
da atividade proposta ao qual iremos mais à frente apresentar um breve
resumo da aplicação do jogo e da régua de frações.
Considerando que com o dominó de Frações focamos em nossa aula no
objetivo do jogo que trata da exploração do conceito de fração, a representação
fracionária, a leitura e a escrita da mesma, a observação e concentração, o
desenvolvimento do raciocínio lógico matemático e de estratégias de jogo.
No qual a realização do jogo ocorreu em grupos de no máximo 4 alunos,
recebendo umas 7 peças. No caso de existir grupos diferentes desses,
podemos dividir o número de peças possíveis de forma igualitária e com as
restantes ficam em um canto da mesa ou do chão, nas quais serão utilizadas
mais a diante.
Para iniciar o jogo um aluno sorteado inicia, revelando uma peça. Em
seguida cada aluno, na sua vez, coloca uma peça na mesa, de modo que as
partes das peças que se encostam representem a mesma parte do todo
considerado. Caso o jogador não tenha peça para continuar o jogo, ele compra
novas peças (caso tenha-se peça ao lado) ou passa para o outro aluno da vez,
ganha o aluno que terminar com as peças da mão, antes dos outros. Caso o
jogo fique impossível de continuar, basta-se retirar uma peça de uma das
pontas e colocando na outra até que um dos jogadores consiga continuar o
jogo até finalizar. A seguir a ilustração do dominó de frações.
Figura 01: Dominó de Frações
Fonte: Disponível em https://cantinhodadezinha.blogspot.com.br/
Este dominó foi o utilizado em nossas aulas e ainda podemos ter
variações das peças de acordo com a turma ao qual será aplicado o jogo,
percebemos que há uma infinidade de possibilidade de utilizarmos o dominó na
sala de aula, não só no conteúdo das frações.
Na continuação dos conteúdos das frações, estudamos e resolvemos
trabalhar com materiais concretos (régua de frações).
Diante da régua de frações percebemos que esta ferramenta possui
inúmeras variações de proposições de atividades, seja na:
Representação das frações com as réguas;
Comparações de frações;
Frações Equivalentes
Simplificando Frações;
Localização de frações próprias na reta;
Localização de frações impróprias na reta.
Neste trabalho realizamos uma proposição que através da observação
os alunos possam compreender melhor as frações.
Partimos do fato no qual as frações envolvem alguns conceitos que,
caso não sejam trabalhados com os objetivos de forma clara em sala de aula,
provavelmente ocorrerá uma problemática sobre o assunto estudado, desta
forma é comum vermos crianças aprendendo a operacionalizar das frações,
mas, entretanto, sem a compreensão do que estão fazendo.
O trabalho com material concreto deverá possibilitar uma melhor
compreensão das frações, especialmente no tocante a diferenciação.
Considerando que a equivalência de frações é um dos conceitos mais
importantes, pois a partir dela são construídas as principais ideias de
comparação entre frações, que por sua vez, formam as principais ideias e
compreensões das operações entre elas.
Desta forma realizamos na turma proposta a aplicação das Réguas de
Frações como uma ferramenta fundamental para a compreensão das frações
equivalentes em sua introdução. A seguir o modelo da Régua de Frações a
qual utilizamos na sala de aula.
Figura 02: Réguas de Frações
Fonte: Disponivel em http://www.uff.br/pibidmat
A régua de frações explora as frações equivalentes, inicialmente os
alunos devem representar sobre a régua preta a fração um meio. Em seguida
que cubram essa fração utilizando réguas de uma única cor e que não seja a
amarela. Em seguida perguntar sobre que réguas utilizaram e quantas delas
foram necessárias. Desta forma cada aluno (ou grupo) deve dar as respostas
de acordo com a cor escolhida de sua régua ou poderá realizar a atividade em
mais de uma régua.
Na sequência devemos explicar que, apesar das representações
numéricas das frações serem diferentes, elas cobrem o mesmo pedaço do
inteiro (metade da régua preta), ou seja, representam a mesma área colorida
do inteiro. Logo, são equivalentes.
Devemos repetir tantos exemplos quantos forem necessários para que
os alunos verifiquem que sempre que uma fração tem seu numerador e seu
denominador multiplicados (ou divididos) pelo mesmo número, a nova fração
obtida é equivalente à inicial.
Devemos verificar e registar se os alunos entendem e/ou compreendem
como ocorre às frações equivalentes. Na aplicação das Réguas de Frações os
alunos devem compreender que o inteiro por exemplo poderá ser representado
de diferentes formas, ou seja, por ½ + ½, ou, ¼ +¼ +¼ +¼, na qual essas
situação são todos frações equivalentes a um inteiro, e perceber sobrepondo
as peças de cores diferentes uma sobre a outra, em que ½=¼ +¼ e com isso
compreender melhor o denominador e o numerador e no futuro ajudar a
compreensão de soma e subtração das frações. Em seguida iremos detalhar a
aplicação do dominó das Frações e a Régua de Frações durante as aulas e no
final as conclusões dessas aulas.
Procedimentos metodológicos
A realização das aulas deu-se da seguinte forma: em relação ao
dominó de frações foi dividida em três etapas e em uma etapa a atividade com
as Réguas de Frações. Essas aulas tiveram o objetivo dos alunos
compreenderem o conteúdo abordado através de uma vivencia pela prática dos
jogos matemáticos e materiais concretos, que possibilitou ao professor obter
informações sobre as aprendizagens e também dificuldades de compreensão
dos alunos.
1ª aula - Constituíram na apresentação do Dominó tradicional, as
regras do jogo e a aplicação.
Nessa primeira etapa, realizamos uma atividade diagnóstica a fim de
percebermos qual a percepção dos alunos em relação a compreensão das
frações e depois realizamos uma comparação com jogo (dominó das frações) e
o material concreto (Régua de Frações), no que afetaram na aprendizagem,
seja nos casos de sucesso, ou fracasso, será construtivo para as próximas
etapas seguintes.
Considerando que muitos alunos não conheciam o jogo de dominó,
realizamos primeiro o jogo de dominó tradicional, com o objetivo de
compreender as regras e como jogava.
Em seguida, realizamos com ajuda da professora, grupos de cinco
crianças e competiram entre si. A cada rodada do jogo ganhava o aluno que
―batia‖ no jogo era trocador por outro aluno do grupo mais próximo, tentamos
desta forma realizar um diagnóstico sobre o aprendizado dos mesmos alunos
em diferentes grupos para observamos melhor a compreensão do jogo e de
suas jogadas.
Figura 03: Aprendendo a jogar dominó
Fonte: Arquivo do Autor (Jogo de Dominó tradicional).
Percebemos que esse primeiro momento foi extremamente importante
pois, muitos alunos não conheciam e nem sabiam jogar dominó, como nosso
objetivo era introduzir o conceito de frações com o dominó então foi essencial
partir desse princípio.
Figura 04: Jogo de Dominó tradicional
Fonte: Arquivo do Autor.
Nessa outra imagem percebemos a empolgação e interação dos alunos
em jogar dominó no ambiente escolar.
2ª aula – Atividade de sondagem e dominó de frações.
A segunda parte da aplicação ocorreu através de uma aula expositiva e
dialogada iniciando com tema Fração, com os alunos inicialmente
compreendessem ou se apropriassem do conteúdo de aprendizagem de forma
lúdica através de imagens divertidas como o desenho de uma pizza e um
chocolate juntamente com o conteúdo a ser abordado para explicação.
No segundo momento desta 2º aula, realizamos a aplicação individual
de atividade de sondagem, no intuito de verificar através de diagnóstico pelo
professor aplicador se os alunos compreenderam o conceito de fração.
No terceiro momento a aplicação do dominó de fração trouxe
novamente a aprendizagem através da brincadeira, da competição e diversão,
os grupos se dividiram em cinco componentes e as regras básicas do jogo
eram as mesmas do dominó tradicional. Avaliamos a interação do grupo, o
nível de dificuldade, o trabalho em conjunto, a aprendizagem do conteúdo, e
disposição em relação ao conteúdo aplicado de forma lúdica e divertido.
Figura 05: Alunos jogando Dominó das Frações
Fonte: Arquivo do Autor
Observamos que ao aplicarmos o dominó das frações os alunos já
detinham a compreensão do jogo de dominó, isto foi um facilitador para que as
crianças compreendessem melhor como jogar e vimos que os jogos ocorreram
de forma compreensível para os alunos e realizamos algumas partidas para
fixação do conceito das frações e percebemos que os alunos compreenderam
jogando as frações de forma divertida e lúdica.
Aplicação das Réguas de Frações
Na última etapa realizamos a aplicação da Régua de Frações, com o
objetivo no qual os alunos compreendessem agora a equivalência de frações, e
colocamos a régua de frações em duplas, onde cada dupla teve como tarefa
realizar as anotações. A primeira tarefa para ilustrar no que realizamos foi a
régua preta e fizemos a seguinte pergunta: quantas partes amarelas “cabem”
na parte preta? de forma que todos os grupos disseram: duas amarelas
“cabem”, então perguntamos qual a fração em relação a régua preta equivale
uma amarela. Com isso alguns alunos ficaram na dúvida, mas a maioria disse
―metade‖, ou seja, percebemos que houve a primeira compreensão que a
régua amarela equivale a ½ da preta e que duas amarelas formam uma preta
por sobre posição e com isso realizamos outra tarefa até o final da aula. Com
isso percebemos claramente que essa metodologia favoreceu a aprendizagem
da compreensão das frações equivalentes e como também em outras
atividades propostas.
Considerações finais
Como bolsista do PIBID descobri a complexidade da Educação Infantil
como campo profissional que requer muita responsabilidade, comprometimento
e estudo principalmente. Então ser professora da educação infantil, requer
muita responsabilidade, dedicação, esforço, renúncias e inúmeros sacrifícios
para a realização de teorias das disciplinas estudadas durante o curso de
pedagogia e implementar na prática docente.
Percebemos diante do ambiente escolar, que num primeiro momento
somos pessoas desconhecidas e a partir do contato e da relação com alunos,
observamos a cada dia o afeto promovido entre professor e alunos no qual
tudo isso fortalece a formação dos estudantes e principalmente da
aprendizagem, que é nosso principal objetivo quando somos iniciados na
docência.
Considerando a experiência de bolsista, foi possível trabalharmos em
equipe e pensarmos em grupo, buscando soluções para melhoria da escola e
de seus envolvidos e a ceder em prol do outro. O PIBID nos proporcionou o
mais importante aprendizado que levaremos para a vida acadêmica e
profissional, que foi o amor à profissão escolhida e a doação ao outro em forma
de conteúdo, ajuda, compreensão, carinho.
Desta forma, as atividades realizadas em uma escola pública municipal
de Currais Novos – RN, tendo como objetivo refletir acerca do uso de jogos no
ensino e aprendizagem de frações. A partir de uma experiência realizada em
uma turma de 4ª ano do ensino fundamental com o objetivo de fomentar a
desmitificação da disciplina de matemática como sendo complicada e difícil,
utilizamos jogos como método pedagógico a fim de ampliar a aprendizagem
dos alunos tornando uma aquisição solida e significativa.
Referências
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