UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base...

75
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA EFEITOS DO KINESIO TAPING EM MULHERES COM DOR LOMBAR CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA LIANE DE BRITO MACEDO NATAL/RN FEVEREIRO/2018

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base...

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

EFEITOS DO KINESIO TAPING EM MULHERES COM DOR LOMBAR

CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA

LIANE DE BRITO MACEDO

NATAL/RN

FEVEREIRO/2018

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

LIANE DE BRITO MACEDO

EFEITOS DO KINESIO TAPING EM MULHERES COM DOR LOMBAR

CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA

Tese de Doutorado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em

Fisioterapia da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte, como pré-

requisito para a obtenção do grau de

Doutor em Fisioterapia.

Área de Concentração: Avaliação e

Intervenção em Fisioterapia.

Linha de Pesquisa: Avaliação e

Intervenção nos Sistemas Nervoso e

Musculoesquelético.

Orientador: Prof. Dr. Jamilson Simões

Brasileiro.

NATAL/RN

FEVEREIRO/2018

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS

Macedo, Liane de Brito.

Efeitos do Kinesio Taping em mulheres com dor lombar crônica

não específica / Liane de Brito Macedo. - 2018.

74f.: il.

Tese (Doutorado em Fisioterapia) - Universidade Federal do

Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de

Pós-Graduação em Fisioterapia. Natal, RN, 2018.

Orientador: Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro.

1. Bandagem - Tese. 2. Coluna vertebral - Tese. 3.

Eletromiografia - Tese. 4. Músculos paraespinhais - Tese. 5. Dor

lombar - Tese. I. Brasileiro, Jamilson Simões. II. Título.

RN/UF/BSCCS CDU 615.8:616.711

Elaborado por Adriana Alves da Silva Alves Dias - CRB-15/474

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

iii

LIANE DE BRITO MACEDO

EFEITOS DO KINESIO TAPING EM MULHERES COM DOR LOMBAR

CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA

Banca examinadora:

Presidente da banca:

Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro

Membros internos:

Profa. Dra. Karyna Myrelly Oliveira Bezerra de Figueiredo Ribeiro - UFRN

Prof. Dr. Wouber Hérickson de Brito Vieira – UFRN

Membros externos à instituição:

Prof. Dr. José Jamacy de Almeida Ferreira – UFPB

Prof. Dr. Ney Armando de Mello Meziat Filho - UNISUAM

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

iv

DEDICATÓRIA

Dedico esta tese e todas as demais

conquistas da minha vida à minha mãe:

minha maior educadora, eterna inspiração,

exemplo de persistência, coragem e vitória.

Dedico também ao meu pai, sinônimo de força,

perseverança, honestidade e luta.

Em corpo e espírito construímos uma fortaleza.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

v

AGRADECIMENTOS

Quantas vezes nesses 4 anos pensei neste momento de agradecimento;

quantas vezes nesses últimos meses pensei que eu não tinha mais paciência

e inspiração para escrevê-los. Gostaria de dizer um simples “valeu, foi bom,

adeus”, mas eu não posso após uma jornada tão longa, tão linda, ser mal

agradecida.

Não vou agradecer um a um, mas contarei uma história para vocês onde

claramente agradecerei a todos que foram essenciais para mim.

Em 2011 eu estava terminando minha graduação e inspirada em ver minha

MÃE professora, decidi trilhar também os caminhos da docência. Junto com

parte da minha TURMA DE GRADUAÇÃO, entrei no mestrado em Fisioterapia

da UFRN. Fui a aluna número 1, e essa foi a primeira vez que fui primeiro

lugar em alguma coisa. Esses “holofotes” nunca foram apreciados por mim,

pois sempre achei que era motivo para expectativas e consequentemente

frustrações. No entanto, essa colocação sempre foi exaltada pelo meu

ORIENTADOR e foi aí que ela me mostrou sua outra face, a do carinho e

admiração.

Foram dois anos muito difíceis para mim, muitos aprendizados, muitas lutas,

muita dificuldade. Tudo era novo. Ainda bem que eu tinha aqueles em quem

poderia me espelhar, apoiar, descansar. Ainda bem que eu tinha CAIO na

base, para escrever comigo, descobrir comigo; ainda bem que eu tinha CHICO

em São Carlos, para me ensinar a enxergar com outros olhos; ainda bem que

eu tinha DANIEL, para ver que existe sempre um caminho a ser trilhado. E

graças a DEUS eu também tinha uma FAMÍLIA, que sempre estava ao meu

lado, me apoiando e incentivando. Nos momentos de estresse, dúvidas e

incertezas, sobrava, claro, para ADRIANO, me amparar e me amar.

Enfim os dois anos se passaram e foi um aprendizado infinito. Nunca cresci

tanto, nunca evoluí tanto em toda a minha vida quanto nesses dois anos. Mas

mal sabia eu que esse era só o início.

Em 2014 passei no processo seletivo para o doutorado em Fisioterapia da

UFRN. Dessa vez fiquei em segundo lugar, o que não foi menos significativo e

empolgante para aquele que sempre acreditou em mim mais que eu mesma:

meu ORIENTADOR. Ele acreditou tanto, confiou tanto, que minha vida não

teve mais sossego: era aula para fazer, aula para ministrar, prova para fazer,

prova para aplicar, prova para corrigir, aula para renovar, palestras, cursos,

pós, coletas, artigos, fotos, tabelas, figuras, quadros, bancas, jornais, editais,

pregão, consumo, equipamentos, contas, banco, inglês, espanhol, tradução,

correção, revisão, análises, estatísticas, reuniões, supervisões, co-

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

vi

orientações… ufa! Quanta coisa boa! Eu queria mais.

E claro, não tinha como eu dar conta de tudo isso sozinha. Mais uma vez pedi

ajuda aos universitários mais queridos. Era Skype com GABI em BH, e-mail

para JUJA e ANITA na Austrália; horas de conversas com MAYLE, CRIS,

NICOLE e JU pelos corredores.

Mas eu queria mais, queria fazer diferente. Agora que eu estava no doutorado

queria trilhar meus próprios caminhos, mesmo que estes ainda fossem

obscuros. Decidi trabalhar com um tema não muito comum para o meu

orientador. Para isso contei com a ajuda de grandes MESTRES em meu

caminho. Mandei email para os PROFESSORES da área, tentei me inteirar

sobre o assunto, li, estudei, pesquisei e enfim, comecei! Comecei e acabei.

Cada VOLUNTÁRIA, cada AMIGO que fez parte do meu dia-a-dia nesse

período foi tão essencial que sem eles isso simplesmente não existiria. Foram

cento e trinta e tantas VOLUNTÁRIAS que preencheram minha vida como

nem elas podem imaginar. E eu também não poderia imaginar como

conseguiria tantas meninas com dor lombar. Mas eu não consegui, 50%

daquelas meninas que surgiam Deus sabe da onde, foram fruto do esforço do

NAMORADO mais empenhado e comprometido em ajudar do mundo, que

trocava voluntárias por alinhamento e balanceamento. E para que enfim cada

coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de

suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou e que me

impulsionou. Uma base amiga, uma base companheira, que sempre soube ser

base nas horas difíceis e fáceis, nas horas de trabalho e lazer. DANIEL e

SAMARA tiveram a oportunidade de conhecer cada história de cada voluntária

comigo; MARCEL me ajudou a ajudar quem estava ali só me ajudando,

proporcionando momentos de relaxamento e conhecimento àquelas que só

tinham sofrido até então; KARINNA, LIDI, ARAKEN E RAFA me

acompanharam em sonhos paralelos, ideias mirabolantes, artigos

secundários, prazeres diários; SÂMARA, minha baby, me fez ver tanto de mim

em você, me fez entender e aprender o doce e amargo sabor da arte de ser

um orientador. Foram dias e mais dias de coletas e reavaliações que só foram

possíveis de serem realizadas graças ao trabalho cronometrado, organizado e

eficiente de PRIMO e MARCÃO, Ah, e MARLEIDE que direcionada todas as

meninas para o laboratório correto.

Estava tudo completo, preenchido, mas a minha sede de desafios ainda não

tinha sido saciada. Sim, eu poderia ter terminado meu doutorado no terceiro

ano; sim, eu já poderia ter meu título de Doutora; não, eu não teria vivido a

melhor parte, o melhor ano da minha vida.

Foi com essa sede que eu decidi fazer um Doutorado Sanduíche na Inglaterra,

aos 45 minutos do segundo tempo (porque se tivesse mais 45 minutos, eu

teria ficado mais). Fui em direção ao obscuro, para um lugar desconhecido,

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

vii

sob a co-orientação de um desconhecido e com instrumentações pouco

familiares. Mas fui! E amei! Tive o imprescindível apoio do meu PAI, das

minhas IRMÃS, do meu (na época) NAMORADO (hoje noivo) e das minhas

lindas e eternas AMIGAS. Foi duro para eles me verem partir? Deve ter sido.

Mas todos se calaram e me apoiaram. Com medo, angústia,

nervosismo…sabiam que o que importava naquele momento era o meu

sonho, realização e crescimento.

Foram os seis meses mais intensos da minha vida: chorei, aprendi, cresci, caí,

levantei, vivi! Vivi cada minuto, cada segundo, cada milésimo daqueles dias

naquela cidade escura, mas adorável, daquele laboratório gelado, mas ao

mesmo tempo caloroso, daqueles parques, daquelas ruas, daqueles

computadores, câmeras, eletromiógrafos…valeu muito, valeu tudo! Fiz novos

AMIGOS, amigos que espero levar para o resto da vida. O que seriam dos

meus dias no lab sem MALIKA, FABIAN, KOMSAK, KATE, NIKOLA e RAUL,

que nunca vão ler nem entender o que está escrito aqui, mas que alegraram

tanto os meus dias. Dos helps preciosos com as câmeras e com os voluntários

de LAURENCE, AMBREEN, ALEX, OLIVIA, JESSIE?! Da ajuda, apoio e

ensinamentos de BRUNO; do carinho, sem tamanho, de BRUNO, NINA e

VICTÓRIO, que me acolheram sem nem me conhecerem. E claro, do mestre,

amigo, superstar, boss… JIM RICHARDS. Mesmo com tantas mancadas,

bolas fora, inglês tupiniquim, frases sem sentido, garfes enormes, ele, como

um verdadeiro Gentleman Inglês segurou minha mão, como a de uma

criancinha e me ensinou tudo o que sabia. Me apoiou, levantou meu ego e

mostrou a importância da humildade e da simplicidade. Mandou até e-mail de

boa sorte ontem à noite, falando que seus pensamentos estavam comigo e

que eu merecia tudo isso.

Entretanto, porém, todavia, nem só de flores vive um jardim. Dias tristes,

estressantes, repletos de dúvidas e medos também me acompanharam

nesses seis meses. Houve momentos em que eu disse “chega, já deu”, mas

para esses momentos existiram AMIGOS, AMIGOS daqui, como MANU,

RAISA e ADRIANO, que me ouviram horas via Skype, amigos de lá, unidos

pelo PDSE, que dividiram experiências, gargalhadas e choros. Como foi bom

conhecer o Reino Unido ao lado de GUSTAVO, como foi bom aprender sobre

história, arte, guerras, pinturas, simbolismos, crenças, culturas, preconceito e

vida ao lado dele. Nada na vida paga essas experiências.

Mas enfim voltei, corri para defender, escrevi artigos feito louca, arrumei mais

trabalhos para coletar, concursos para estudar. Sozinha eu não teria

conseguido. Precisei de NANE para calcular meus “slopes”, JIM para corrigir

minha traduções, LIDIANE para padronizar meus slides, ADRIANO para ouvir

incansavelmente minha apresentação (se eu parasse hoje, era capaz dele

continuar a frase), a banca para contribuir grandemente com o resultado final

dessa tese e o PROFESSOR JAMILSON para lapidar essa pedra bruta em

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

viii

ciência!

Então, terminando o que eu nem queria começar, eu só tenho a AGRADECER

A CADA UM DE VOCÊS E A TODOS VOCÊS por me ajudarem a chegar até

aqui.

LIANE

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

ix

RESUMO

Introdução: a dor lombar é um dos problemas de saúde mais comuns na

população mundial, levando os indivíduos que sofrem desse sintoma à

procura de diferentes recursos para seu alívio, dentre eles o Kinesio Taping®

(KT). Objetivo: analisar os efeitos do Kinesio Taping® em mulheres com dor

lombar crônica não específica. Métodos: trata-se de um ensaio controlado,

randomizado, com um avaliador cego, composto por 108 mulheres com dor

lombar crônica (DLC) não específica. Todas foram inicialmente submetidas à

avaliação da sensação dolorosa, auto relato de incapacidade, amplitude de

movimento do tronco e do desempenho neuromuscular. Após a avaliação

inicial, as voluntárias foram aleatoriamente divididas em quatro grupos para a

realização da intervenção: controle (GC, não receberam intervenção), Kinesio

Taping com tensão (GCT, aplicou o KT com tensão na região dos músculos

eretores da coluna), Kinesio Taping sem tensão (GST, aplicou o KT sem

tensão na região dos músculos eretores da coluna) e Micropore® (GM, aplicou

Micropore® na região dos músculos eretores da coluna). Três dias após a

intervenção uma nova avaliação foi realizada, idêntica à primeira; logo após, o

KT foi retirado e uma terceira avaliação foi realizada, dez dias após a

intervenção. Resultados: foi observada uma redução da dor para o grupo KT

com tensão (p=0,003) e para o grupo KT sem tensão (p=0,004) comparados

ao grupo controle três dias após a intervenção. Para incapacidade houveram

diferenças estatísticas entre o grupo controle e o grupo KT com tensão em 3

dias (p=0,004) e 10 dias (p=0,016) após a intervenção. Para a variável

frequência mediana, foi encontrada uma diferença entre o grupo controle e os

grupos KT com e sem tensão (p=0,008 e p=0,020, respectivamente), enquanto

que para tempo de sustentação da fadiga, observou-se diferença entre o

grupo controle e todos os demais grupos (p=0,017 para GCT; p=0,014 para

GST; e p=0,039 para GM). Conclusão: o KT reduz dor e fadiga muscular,

quando aplicado com ou sem tensão, e incapacidade, quando aplicado com

tensão, em mulheres com dor lombar crônica não específica.

Palavras-chave: bandagem; coluna vertebral; eletromiografia; músculos

paraespinhais.

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

x

ABSTRACT

Background: Low back pain is one of the most common health problems in

the world population, leading individuals who suffer from this condition too seek

for different treatments for their pain including the Kinesio Taping® (KT).

Objective: Investigate the effects of Kinesio Taping® on chronic nonspecific

Low Back Pain (LBP) women. Methods: This is an assessor blinded

randomised controlled trial, composed by 108 women with chronic nonspecific

low back pain. All the participants were initially submitted to an evaluation of

the pain sensation, disability, trunk range of motion and neuromuscular

performance. After the initial evaluation they were randomly allocated into four

different groups for the intervention: control group (it will not apply any tape),

KT with tension group (apply the Kinesio Taping with tension in the erector

spine muscles), KT without tension group (apply the Kinesio Taping without

tension in the erector spine muscles) and Micropore® group (apply Micropore®

in the erector spine muscles). Three days after intervention a new evaluation

was performed, similar to the first one; soon after, the KT was removed and a

third evaluation was done, ten days after intervention. Results: Pain relief was

observed for KTT group (p=0.003) and KTNT group (p=0.004) compared to

control group at 3 days after intervention. For disability there was difference

between control group and KTT group at three (p=0.004) and 10 days

(p=0.016) after intervention. For median frequency, there was a difference

between control group and KT with and without tension groups (p=0.008 and

p=0.020, respectively), whereas for sustained time, it was observed a

difference between control group and all the other groups (p=0.017 - GCT;

p=0.014 - GST; and p=0,039 - GM). Conclusion: KT with or without tension

reduces pain and muscle fatigue, and disability when applied with tension, in

chronic non-specific LBP women.

Keywords: spine; back muscles; bandage; electromyography.

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

xi

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IASP - International Association for the Study of Pain

KT – Kinesio Taping®

DLC – Dor Lombar Crônica

ADM – Amplitude de Movimento

GC – Grupo Controle

GCT – Grupo Kinesio Taping Com Tensão

GST – Grupo Kinesio Taping Sem Tensão

GM – Grupo Micropore®

LAPERN – Laboratório de Análise da Performance Neuromuscular

UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte

IMC – Índice de Massa Corpórea

CEP – Comitê de Ética em Pesquisa

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

RRMC – Razão de Rejeição de Modo Comum

dB – Decibéis

Hz – Hertz

EMG – Eletromiografia

USA – United States of America

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

xii

cm – Centímetros

T12 – Décima segunda vértebra torácica

T9 – Nona vértebra torácica

L1 – Primeira vértebra lombar

L4 – Quarta vértebra lombar

L5 – Quinta vértebra lombar

RMS – Root Mean Square

SENIAM – Surface ElectroMyoGraphy for the Non-Invasive Assessment of

Muscles

CIVM – Contração Isométrica Voluntária Máxima

µV – Microvolts

s – Segundos

S1 – Primeira vértebra sacral

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

ANOVA – Análise de Variância

Fmed – Frequência Madiana

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

xiii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Escala numérica para avaliação da dor.

Figura 2. Visor do aplicativo iHandy Level® utilizado para a inclinometria de

tronco.

Figura 3. Módulo condicionador de sinais para avaliação da EMG dos sujeitos.

Figura 4. Eletrodos autoadesivos para captação do sinal eletromiográfico.

Figura 5. Dinamômetro portátil utilizado para avaliar a força da musculatura

extensora de tronco.

Figura 6. Posicionamento do celular para avaliar a inclinometria de tronco

durante os movimentos de flexão, extensão (A) e inclinação para a direita e

esquerda (B).

Figura 7. Posicionamento do dinamômetro portátil durante a execução do

teste de extensão de tronco.

Figura 8. Posicionamento da voluntária durante a realização do teste de

fadiga muscular (Ito teste).

Figura 9. Posicionamento durante a aplicação das faixas com tensão (A) e

sem tensão (B).

Figura 10. Diagrama de fluxo dos participantes ao longo do estudo.

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

xiv

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Valores de média (desvio padrão) da idade, índice de massa

corporal (IMC), dor, incapacidade, amplitude de movimentos de flexão,

extensão, inclinação direita, inclinação esquerda, RMS do músculo

longuíssimo direito (RMS direito), RMS do músculo longuíssimo esquerdo

(RMS esquerdo), força dos músculos extensores do tronco e tempo de fadiga

muscular dos quatro grupos na avaliação inicial.

Tabela 2. Valores de média (desvio padrão) das variáveis analisadas nos três

tempos de avaliação.

Tabela 3. Valores de diferença média (Intervalo de confiança de 95%) e p

valor entre os grupos durante os tempos pré, 3 dias e 10 dias após as

intervenções para as variáveis dor e incapacidade.

Tabela 4. Valores de diferença média (Intervalo de confiança de 95%) e p

valor entre os tempos de avaliação para a variável dor.

Tabela 5. Valores de diferença média (Intervalo de confiança de 95%) e p

valor entre os tempos de avaliação para a variável incapacidade.

Tabela 6. Valores de diferença média (Intervalo de confiança de 95%) e p

valor entre os tempos de avaliação para a extensão e inclinação direita.

Tabela 7. Valores de diferença média (Intervalo de confiança de 95%) e p

valor entre os tempos de avaliação para RMS direita e esquerda.

Tabela 8. Valores de diferença média (Intervalo de confiança de 95%) e p

valor entre os tempos de avaliação para força dos extensores de tronco.

Tabela 9. Valores de diferença média (Intervalo de confiança de 95%) e p

valor entre os grupos para as queda da frequência mediana e tempo de

fadiga.

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

xv

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 17

2. OBJETIVOS 21

2.1 Objetivo Geral 21

2.2 Objetivos Específicos 21

3. HIPÓTESE 23

4. MÉTODOS 24

4.1 Desenho do estudo 24

4.2 Cálculo amostral 25

4.3 Caracterização da amostra 25

4.4 Aspectos Éticos 26

4.5 Instrumentos de avaliação 27

Ficha de avaliação 27

Escala de avaliação numérica da dor 27

Questionário Roland Morris Disability 28

Inclinômetro 28

Eletromiógrafo 29

Dinamômetro Portátil 30

4.6 Procedimentos de avaliação 31

Avaliação inicial 32

Avaliação da sensação dolorosa 32

Avaliação da incapacidade associada à dor lombar 32

Amplitude de movimento do tronco 32

Avaliação neuromuscular 35

Intervenção 38

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

xvi

Reavaliações 40

4.7 Análise estatística 40

5. RESULTADOS 41

6. DISCUSSÃO 51

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 58

APÊNDICES 67

ANEXOS 72

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

17

1. INTRODUÇÃO

A dor lombar é um dos problemas de saúde mais comuns na

população mundial1, entretanto, ainda não existe um consenso na

comunidade médica para caracterizar seus sintomas sendo, portanto, difícil

categorizar esses pacientes dentro de grupos homogêneos2. Segundo o The

International Association for the Study of Pain (IASP) a dor lombar pode ser

classificada de acordo com sua localização, na região lombar e/ou sacral da

coluna, ou quanto a duração dos sintomas: dor crônica é aquela persistente

por mais de 3 meses e dor aguda aquela que dura menos de 3 meses2.

Apesar de um grande número de condições patológicas causarem dor

lombar, a maioria das lombalgias não tem causa definida e são chamadas de

dor lombar não específica3.

Com alta prevalência e incidência na população4, a dor lombar é uma

das principais causas de ausência no trabalho, redução do desempenho

funcional do indivíduo, restrições na mobilidade, deficiências, prejuízo da

qualidade de vida e alterações emocionais5,6,7. Um artigo de revisão com

estudos de 54 países indica que aproximadamente 23% da população

mundial apresenta dor lombar1, que é a principal causa de incapacidade no

mundo8.

Indivíduos com dor lombar apresentam redução da área de secção

transversa e maior fatigabilidade dos músculos eretores da coluna, o que

interfere no seu desempenho muscular9. Além disso, esses pacientes

possuem redução da força, flexibilidade e resistência, o que pode estar

relacionado ao desuso e ao descondicionamento relacionado à dor2.

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

18

Numerosos tratamentos para dor lombar têm sido estudados, os quais

incluem programas educacionais, tratamentos comportamentais, exercícios

de estabilização da coluna, quiropraxia, medicamentos, agentes eletrofísicos,

manipulações da coluna, exercícios gerais, entre outros, sendo a maioria

desses recomendados por diretrizes clínicas1,10,11,12,13. No entanto, pessoas

com recuperação incompleta ou episódios recorrentes de dor lombar estão

sempre à procura de um tratamento adicional, iniciando um processo de

dependência dos serviços de saúde, o que acaba gerando prejuízos à saúde

pública e aos indivíduos14,15.

Com base nessa constante necessidade de se melhorar a qualidade

de vida e a satisfação dos pacientes que sofrem de dor lombar, novas

intervenções tem sido estudadas para acrescentar e colaborar no tratamento

desses pacientes. Nesse contexto, o Kinesio Taping® (KT) surge como uma

nova opção de recurso para diversos quadros e patologias, entre eles a dor

lombar.

O Kinesio Taping® foi desenvolvido em 1973 pelo quiroprata japonês

Kenzo Kase, com o objetivo de proporcionar ao paciente um recurso

terapêutico que auxiliasse os músculos e outros tecidos a recuperarem a sua

homeostase entre as sessões de quiropraxia16. A técnica usa uma bandagem

elástica funcional extremamente fina, com espessura aproximada da

epiderme e muito mais elástica que as bandagens convencionais. Ela pode

ser estendida longitudinalmente até 120-140% do seu comprimento original,

apresentando elasticidade semelhante à pele e produzindo menor retenção

mecânica e restrição de movimento17,18.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

19

Sua aplicação é realizada sobre ou ao redor do músculo com o

objetivo de assistir e dar apoio funcional, dependendo da técnica e do nível

de tração produzida sobre a bandagem17,18. O Kinesio Taping® seria então

capaz de melhorar a circulação sanguínea e linfática, o desempenho

muscular, reduzir a dor e a tensão muscular, realinhar as articulações18,19,20 e

alterar o padrão de recrutamento das fibras musculares21.

Os mecanismos pelos quais a aplicação do KT alcançaria esses

resultados ainda não estão bem esclarecidos. Alguns pesquisadores afirmam

que sua aplicação diretamente sobre a pele ativaria alguns

mecanoreceptores cutâneos o que ocasionaria um alívio da dor pelo

mecanismo de comporta da dor21. Além disso, pelas suas características

adesiva e elástica, a bandagem poderia proporcionar um aumento do espaço

intersticial, favorecendo um melhor fluxo sanguíneo e linfático18,20. Já a

hipótese para o aumento da atividade muscular está na neurofacilitação, em

que estimulo tátil proporcionado pela faixa ativaria receptores cutâneos

promovendo uma estimulação dos motoneurônios alfa22,23,24. No entanto, os

estudos relacionados à efetividade do Kinesio Taping® são bastante

controversos.

Apesar das divergências nos resultados científicos, o KT tem se

tornado bastante popular, sendo utilizado em diversas áreas, inclusive para o

tratamento de condições musculoesqueléticas. Recentemente, algumas

revisões25,26,27,28 tem sido realizadas na tentativa de se estabelecer critérios

para a utilização da bandagem, entretanto, os ensaios clínicos realizados

possuem resultados e metodologias divergentes, dificultando a definição de

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

20

critérios padronizados para sua utilização. Quanto aos trabalhos relacionados

à dor lombar, alguns demonstram uma melhora na dor19,21,29,30,

incapacidade19, amplitude de movimento29,31 e ativação muscular21 dos

indivíduos que realizaram tratamento com Kinesio Taping®, sendo este

aplicado isoladamente ou em combinação com outra técnica, enquanto

outros não mostram diferença nas variáveis analisadas entre indivíduos que

fizeram uso do KT ou placebo32,33.

Assim, na tentativa de avaliar o efeito isolado do Kinesio Taping®

sobre indivíduos com dor lombar crônica (DLC) não específica, o presente

estudo se propõe a mensurar, de forma conjunta, variáveis relacionadas a

esta condição, que até o presente momento foram analisadas de forma

separada, comparando diferentes formas de intervenção. Além disso, foi

avaliada a ativação muscular, por meio da eletromiografia de superfície,

variável fundamental quando se estuda disfunções musculoesqueléticas, no

entanto pouco explorada em estudos anteriores. Desta forma, o objetivo

desse estudo é investigar os efeitos do Kinesio Taping® sobre a dor, a

incapacidade, a amplitude de movimento do tronco e o desempenho

neuromuscular de indivíduos com dor lombar crônica não específica.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

21

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar os efeitos do Kinesio Taping® em mulheres com dor lombar

crônica não específica.

2.2 Objetivos específicos

- Avaliar a sensação dolorosa, por meio da escala numérica da dor,

dos indivíduos que aplicaram o Kinesio Taping® com ou sem tensão,

Micropore® ou não realizaram nenhuma intervenção, em três momentos

distintos;

- Avaliar o auto relato de incapacidade dos indivíduos, por meio do

questionário Roland Morris Disability, nos quatro grupos e três momentos

avaliados;

- Mensurar a amplitude de movimento (ADM) de flexão, extensão,

inclinação direita e esquerda do tronco nos quatro grupos e três tempos

avaliados, através de um inclinômetro;

- Analisar a atividade eletromiográfica dos eretores da coluna (músculo

longuíssimo), através da variável Root Mean Square (RMS), dos indivíduos

nos quatro grupos, durante os três momentos apontados;

- Avaliar a força muscular dos eretores do tronco dos indivíduos,

através de um dinamômetro manual portátil, nos quatro grupos, durante as

três avaliações;

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

22

- Mensurar a resistência à fadiga dos eretores da coluna através das

variáveis frequência mediana do sinal eletromiográfico e tempo de

sustentação durante o Ito teste, antes, três dias e uma semana após a

intervenção, nos quatro grupos.

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

23

3. HIPÓTESE

A hipótese desse estudo é que os pacientes que receberem

tratamento com Kinesio Taping®, com ou sem a tensão preconizada pela

técnica, terão uma redução da dor lombar percebida. Como consequência,

também será observada uma menor incapacidade e maior amplitude de

movimento do tronco quando comparados àqueles que não receberem

tratamento ou receberam tratamento com Micropore®, na avaliação três dias

após a intervenção. Entretanto, quando avaliados uma semana após a

retirada da bandagem, nenhuma alteração será observada nas variáveis ao

compará-las à avaliação inicial. Além disso, hipotetizamos que as variáveis

relacionadas ao desempenho neuromuscular não sofrerão influência do

Kinesio Taping® nem do Micropore® em nenhum dos tempos analisados.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

24

4. MÉTODOS

4.1 Desenho do estudo

Trata-se de um ensaio controlado e randomizado com um avaliador

cego, prospectivamente registrado, sendo a amostra do tipo não

probabilística.

A randomização foi realizada por um pesquisador independente, por

meio do site randomization.com. Os sujeitos foram alocados em quatro

grupos distintos: grupo controle (GC), grupo Kinesio Taping® com tensão

(GCT), grupo Kinesio Taping® sem tensão (GST) e grupo Micropore® (GM),

sendo essa divisão feita de forma aleatória, em blocos, pelo próprio site.

Após a randomização, o mesmo pesquisador ficou responsável por

colocar a ordem randomizada dos sujeitos em envelopes opacos e lacrados.

Estes envelopes só foram entregues ao segundo examinador no momento da

intervenção.

As avaliações foram conduzidas por três diferentes examinadores: o

pesquisador 1 foi responsável pelas avaliações, o pesquisador 2 responsável

pelo protocolo de intervenção e o pesquisador 3 pela análise estatística.

A avaliação inicial foi realizada antes da abertura dos envelopes, não

sofrendo, portanto, influência em relação ao sequenciamento dos grupos.

Além disso, não era informado para as voluntárias qual o tipo de bandagem

que seria aplicada.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

25

Após o fim da etapa de coleta de dados, os grupos foram codificados

por letras (A,B,C,D) pelo pesquisador 2, para que a análise estatística fosse

realizada de forma cega. As letras correspondentes de cada grupo só foram

reveladas após o término da análise dos dados.

4.2 Cálculo amostral

Para o cálculo da mostra, foi encontrado que 108 sujeitos, com 27 em

cada grupo, seria suficiente para detectar uma diferença clinicamente

importante de 2 pontos entre os grupos34, assumindo um desvio padrão de

2.5 para o desfecho intensidade da dor, medido pela Escala de avaliação

numérica da dor. Foi considerado para o cálculo amostral um poder

estatístico de 80%, um alfa de 5% e uma taxa de perda de 10%35.

4.3 Caracterização da amostra

A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Análise da Performance

Neuromuscular (LAPERN) do Departamento de Fisioterapia da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

O convite para participação na pesquisa foi feito por meio de

divulgação verbal e impressa na comunidade, em clínicas de ortopedia,

reumatologia e Pilates e em academias de ginástica, além de divulgações

através de redes sociais.

Os indivíduos recrutados tinham que preencher os seguintes critérios

de inclusão: ser do gênero feminino (pois além dessa população possuir

maiores índices de dor lombar, dessa forma manteríamos uma maior

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

26

validade interna do estudo, realizando comparações apenas com pessoas do

mesmo gênero), ter idade entre 18 e 50 anos e dor lombar não específica por

pelo menos três meses.

Como critérios de exclusão foram adotados: diagnósticos de fraturas e

tumores na coluna, espondilite anquilosante, hérnia de disco, espondilolistese

com comprometimento neurológico, estenose lombar, fibromialgia ou cirurgia

prévia de coluna e possuírem doenças neurológicas centrais ou periféricas.

Também foram excluídas do estudo voluntárias que estavam grávidas, no

período menstrual ou pré-menstrual36, possuíssem IMC > 30, apresentassem

um índice de dor na escala numérica menor que 2 nas últimas 24 horas da

primeira avaliação, tivessem realizado tratamento com corticosteroides nas

duas últimas semanas ou com antiinflamatório nas últimas 24 horas,

apresentassem sinais de alergia/intolerância ao Kinesio Taping® durante o

teste realizado antes da avaliação inicial ou terem realizado tratamento prévio

com esta técnica na região das costas. Além disso, a não compreensão dos

comandos oferecidos nos protocolos propostos e/ou a realização inadequada

das avaliações acarretaria em exclusão do estudo.

4.4 Aspectos Éticos

Para sua execução, este trabalho foi submetido à apreciação pelo

Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte por meio da interface nacional Plataforma Brasil, sendo aprovado

sob parecer de número 1.213.864. Foi respeitada a autonomia e a garantia

do anonimato dos participantes, assegurando sua privacidade quanto a

dados confidenciais, como rege a resolução 466/12 do Conselho Nacional de

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

27

Saúde e a declaração de Helsinki para pesquisa com seres humanos. Antes

de admitidos no estudo, todas as voluntárias assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE – Apêndice 1). Além disso, o

estudo também foi registrado, prospectivamente ao seu início, no site

ClinicalTrials.gov para registro de ensaios clínicos, obtendo protocolo

NCT02550457.

4.5 Instrumentos de avaliação

Ficha de avaliação

Uma ficha de avaliação padronizada, formulada especificamente para

esse estudo, foi utilizada para preenchimento dos dados pessoais e

antropométricos das voluntárias, bem como condições gerais de saúde, como

uso de medicamentos, nível de atividade física, antecedentes cirúrgicos e

patológicos (Apêndice 2).

Escala de avaliação numérica da dor

A intensidade da dor lombar foi mensurada através de uma escala de

avaliação numérica da dor composta por 11 itens, sendo 0 descrito como

“sem dor” e 10 como “pior dor possível” (Figura 1).

Figura 1. Escala numérica para avaliação da dor.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

28

Questionário Roland Morris Disability

É um instrumento traduzido e adaptado para a população

brasileira37,38, que avalia a incapacidade associada à dor lombar. Ele é

pontuado em uma escala de 24 itens que descrevem situações do dia a dia

as quais os pacientes têm dificuldade em executar devido à dor lombar, onde

zero representa sem deficiência e 24 representa deficiência grave (Anexo

1)39.

Inclinômetro

A inclinometria é uma alternativa prática para a avaliação da amplitude

de movimento das articulações e se utiliza da gravidade constante como

ponto de referência40,41. Estudos utilizam a inclinometria para avaliar

movimentos da coluna, incluindo a coluna lombar, demonstrando que a

técnica possui validade e confiabilidade para tal uso40,42.

Nesse estudo utilizamos um aplicativo para Iphone® (Iphone® modelo

6, Apple Inc., Califórnia) denominado iHandy Level® (Figura 2) que opera

como um inclinômetro, confiável e validado por diversos estudos40,43,44,45. Os

smartphones possuem um sistema sensível de inclinação embutido, além de

serem mais acessíveis do que outros equipamento utilizados para realizar

avaliação de ADM40,43.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

29

Figura 2. Visor do aplicativo iHandy Level® utilizado para a inclinometria de tronco.

Eletromiógrafo

Para aquisição e processamento dos sinais eletromiográficos foi

utilizado um módulo condicionador de sinais (Telemyo direct transmission

system) de 16 canais (Noraxon®, USA) com resolução de 16 bits e razão de

rejeição de modo comum (RRMC) >100 dB. Os sinais foram captados numa

frequência de amostragem configurada em 1500 Hz, filtrados numa

frequência entre 10 e 500 Hz e amplificados 1000 vezes (Figura 3).

Figura 3. Módulo condicionador de sinais para avaliação da EMG dos sujeitos.

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

30

A captação do sinal foi realizada através de eletrodos auto-adesivos

de superfície passivos, separados por uma distância intereletrodo de 2 cm

(Figura 4) e conectados à um pré amplificador. Os sinais captados pelos

eletrodos foram transmitidos via wireless para o eletromiógrafo, o qual

conectava-se a um notebook que recebe o sinal e o armazena em arquivo. O

software de análise utilizado foi o MyoResearch 3.2 (Noraxon®, USA).

Figura 4. Eletrodos autoadesivos para captação do sinal eletromiográfico.

Dinamômetro portátil

O dinamômetro manual portátil é uma alternativa simples e de baixo

custo quando comparada à outras formas utilizadas na clínica e na pesquisa

para medidas objetivas de força muscular46,47. Além disso, é um equipamento

que possui boa validade e confiabilidade, sendo utilizado para mensurar força

de diversos grupos musculares46,48,49,50,51.

Nesse estudo foi utilizado um dinamômetro portátil da marca Lafayette

Instrument®, modelo 01165, para mensurar a força extensora de tronco

(Figura 5).

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

31

Figura 5. Dinamômetro portátil utilizado para avaliar a força da musculatura extensora de tronco.

4.6 Procedimentos de avaliação

Previamente foi realizado um estudo piloto visando adequação de

todos os procedimentos de pesquisa, bem como o treinamento dos

avaliadores envolvidos.

As voluntárias foram avaliadas e incluídas ou excluídas no estudo de

acordo com os critérios de elegibilidade já mencionados. No caso de

consideradas aptas à inclusão, foram informadas sobre os procedimentos a

serem realizados na pesquisa, assinaram o TCLE (Apêndice 1) e

preencheram uma ficha de avaliação (Apêndice 2).

Todos os participantes considerados elegíveis foram submetidos a um

teste de alergia ao Kinesio Taping® e ao Micropore®. Este teste consiste na

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

32

colocação de um pequeno pedaço da fita na região torácica da voluntária,

deixando-o no local até o momento antes da avaliação inicial.

Avaliação inicial

As voluntárias foram submetidas a uma avaliação inicial, para coleta

da linha de base dos dados, realizada antes da intervenção e composta de

avaliação da sensação dolorosa, da incapacidade associada à dor lombar, da

amplitude de movimento do tronco e do desempenho neuromuscular.

Avaliação da sensação dolorosa

A avaliação da sensação dolorosa, desfecho primário do estudo, foi

realizada através de uma escala de avaliação numérica da dor. As

voluntárias foram instruídas pelo avaliador a marcarem na escala o nível da

intensidade da dor, baseando-se nas últimas 24 horas.

Avaliação da incapacidade associada à dor lombar

Foi avaliada por meio do questionário Roland Morris Disability

Questionnaire. Os indivíduos foram orientados pelo avaliador a preencherem

os itens do questionário que de fato foram aplicáveis ao longo das últimas 24

horas52. Quanto maior o escore final, maior a deficiência.

Amplitude de movimento do tronco

A amplitude de movimento do tronco foi avaliada através de um

aplicativo de Iphone® denominado iHandy level®, que funciona como um

inclinômetro gravitacional. Foram avaliadas as amplitudes de movimento de

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

33

flexão, extensão e inclinação para a direita e esquerda da coluna, segundo o

guideline estabelecido por Wanddell et al53.

Para avaliar os movimentos de flexão e extensão tóraco-lombar, o

equipamento foi posicionado horizontalmente com sua borda superior em

contato com a pele do indivíduo, centralizada ao nível de T12 (Figura 6 - A);

para a avaliação dos movimentos de inclinação, o aparelho foi posicionado

na horizontal, com o visor direcionado ao avaliador, e sua borda lateral

inferior ao nível de T12 (Figura 6 - B). Para garantir a confiabilidade do teste

re-teste, marcações foram realizadas com uma caneta dermográfica na

região dos processos espinhosos e nas delimitações do equipamento.

Figura 6. Posicionamento do celular para avaliar a inclinometria de tronco durante os movimentos de flexão, extensão (A) e inclinação para a direita e esquerda (B).

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

34

Antes de cada movimento o avaliador realizou uma repetição para que

o participante observasse e então executasse-a como forma de

aprendizagem. Após essa familiarização, cada movimento foi repetido duas

vezes pelo participante, com um intervalo de 30 segundos entre eles. Dentre

as duas repetições a de maior amplitude foi utilizada para análise.

Em seguida, na posição ereta, confortável, com os braços relaxados

ao lado do corpo e pés confortavelmente separados na largura do quadril, o

aparelho celular foi posicionado centralmente na região de T12. Foi então

solicitado ao sujeito flexionar o tronco, movendo-se até o limite de sua ADM,

sem dobrar os joelhos e manter a posição enquanto a angulação era obtida.

Após as duas repetições, os mesmos procedimentos foram realizados para

extensão de coluna. Nesse movimento, no entanto, era solicitado que os

indivíduos apoiassem suas mãos na região lombar, ao nível de L4-L5,

apenas para facilitar o equilíbrio durante a realização do movimento de

hiperextensão40.

Para os movimentos de inclinação, os indivíduos permaneceram no

mesmo posicionamento inicial dos testes anteriores, sendo o aparelho de

celular posicionado com sua lateral inferior ao nível de T12. A inclinação da

coluna foi então realizada e os indivíduos eram orientados a deixarem suas

mãos deslizarem sobre a o membro inferior, sem permitir, entretanto, a

rotação do tronco. Foi primeiro realizada a inclinação para o lado direito,

seguido do esquerdo. Todos os movimentos foram executados em um ritmo

livre, na velocidade desejada pela voluntária, pois acredita-se que dessa

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

35

forma os resultados tornam-se mais consistentes por estarem relacionados

ao movimento característico de cada um54,55.

Antes do início dos movimentos, o inclinômetro foi calibrado em uma

superfície plana e horizontal, como recomendado pelo desenvolvedor do

aplicativo.

Avaliação neuromuscular

Foi realizada por meio da avaliação eletromiográfica e dinamométrica,

sendo analisadas as variáveis Root Mean Square (RMS), frequência mediana

e força muscular dos eretores de coluna normalizada pelo peso corporal.

As voluntárias foram submetidas à tricotomia e limpeza da pele com

álcool a 70%, antes da fixação dos eletrodos. Estes foram posicionados

bilateralmente nos músculos longuíssimos, de acordo com as

recomendações da Surface ElectroMyoGraphy for the Non-Invasive

Assessment of Muscles (SENIAM )56.

Posicionadas em decúbito ventral sobre uma maca, com as mãos

cruzadas atrás do pescoço57, as voluntárias foram orientadas a realizarem

extensão de tronco durante dois segundos para familiarização. Após um

minuto de repouso, realizaram duas contrações isométricas voluntárias

máximas (CIVM) de extensão de tronco, durante cinco segundos cada, com

dois minutos de repouso entre elas. O dinamômetro foi posicionado

centralmente entre os dois bordos inferiores das escápulas48 e fixado por

uma faixa inelástica que envolveu o tronco superior da voluntária e a mesa de

avaliação (Figura 7). Duas outras faixas foram utilizadas para estabilizar as

voluntárias, sendo posicionadas acima da linha poplítea e acima da maléolo

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

36

lateral, envolvendo os membros inferiores e a maca. Durante as duas

contrações foram registrados a força extensora máxima e o RMS dos

músculos longuíssimos, sendo utilizado para análise o maior valor captado

durante a CIVM. Os valores de RMS (em µV) foram retificados em onda

completa e normalizados pelo pico do sinal obtido durante a maior CIVM pré.

Já os registros de força (em Newtons) foram normalizados pelo peso corporal

de cada indivíduo57.

Figura 7. Posicionamento do dinamômetro portátil durante a execução do teste de

extensão de tronco.

Após o teste de força, as voluntárias permaneceram dois minutos em

repouso e então realizaram um teste de fadiga para os extensores de tronco

junto com a avaliação da fadiga eletromiográfica. O teste escolhido foi uma

variação do Sorensen teste, realizado por Ito et al58. Nesse teste as

voluntárias são posicionadas em decúbito ventral sobre a maca, com uma

almofada situada abaixo do abdômen a fim de retificar a lordose lombar e os

braços mantidos ao longo do corpo. Elas foram orientadas a deixarem o

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

37

esterno e os braços sem contato com a maca, estendendo o tronco, e

flexionarem a cervical o máximo possível58 (Figura 8). O tempo máximo de

permanência nessa posição foi registrado (limitado a 300s), assim como a

atividade eletromiográfica dos músculos longuíssimos. A posição horizontal

do indivíduo durante o teste foi visualmente controlada, não sendo permitido

o apoio do peitoral na maca em nenhum momento. Caso isso ocorresse, a

contagem do tempo seria interrompida e o teste repetido.

Figura 8. Posicionamento da voluntária durante a realização do teste de fadiga muscular (Ito teste).

Para a avaliação da fadiga muscular foi analisado o espectro de

frequência, determinado através da Transformada Rápida de Fourier, que foi

aplicada a cada janela de um segundo e utilizada para calcular o espectro

total59. A queda da frequência mediana foi calculada através de uma

regressão linear, e então normalizada pela frequência mediana inicial e

multiplicada por 100 (percentual de queda na frequência mediana/minuto x

100)60,61,62.

O teste de Ito foi escolhido para ser utilizado nesse estudo por ser

facilmente realizado, ter baixo custo e produzir menos sobrecarga sobre a

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

38

coluna quando comparado ao teste de Sorensen, além de apresentar alta

confiabilidade, reprodutibilidade e ser seguro, não demonstrando aumento da

dor lombar ou desistência dos voluntários durante sua execução58,62,63,64.

Muller et al62 ainda relatam que o teste de Ito parece avaliar mais

especificamente a fadiga dos músculos eretores da coluna que o Sorensen

teste, o qual demonstra mais atividade do grupo extensor do quadril.

Intervenção

Após a realização da avaliação inicial, as voluntárias foram submetidas

à intervenção, realizada pelo segundo avaliador, de acordo com o grupo pré-

determinado por meio do site randomization.com.

O grupo KT com tensão recebeu aplicação do Kinesio Taping® na

região dos músculos eretores da coluna pelo segundo avaliador,

devidamente capacitado. A técnica utiliza bandagens elásticas (5 cm de

largura e 0,5 mm de espessura) que são fixadas na região da pele a ser

tratada. As bandagens são compostas por uma cadeia de polímero elástico

envolto por fibras de 100% algodão que permitem a evaporação da umidade

do corpo e secagem rápida, não restringem a amplitude de movimento e

possuem de 3-5 dias de durabilidade da sua elasticidade18.

Nesse estudo, o posicionamento da bandagem utilizada foi em forma

de “I” para os músculos eretores da coluna (bilateralmente)32. Os sujeitos

ficaram sentados com a coluna reta para a aplicação da âncora, que foi

posicionada na região do sacro (S1), sem tensão52. Em seguida, as

voluntárias realizaram flexão do tronco com rotação para o lado oposto para

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

39

a aplicação do “I” com tensão leve do papel de 10-15%, repetindo o mesmo

procedimento no lado oposto. A bandagem foi fixada com tensão da região

da espinha ilíaca póstero-superior até T12 e após, realizada sua âncora final,

sem tensão52 (Figura 9 - A).

Para os indivíduos do grupo KT sem tensão a aplicação do Kinesio

Taping® ocorreu da mesma forma que o grupo KT, porém sem a tensão que

se preconiza a técnica e sem o alongamento da musculatura (Figura - B).

As voluntárias do grupo Micropore® receberam aplicação de

Micropore® da mesma maneira que o grupo KT com tensão, seguindo o

mesmo posicionamento. Já as participantes do grupo controle não receberam

nenhuma intervenção durante o estudo, no entanto, ao final de todas as

avaliações, foi realizada aplicação do Kinesio Taping® e orientações

relacionadas à dor lombar.

Figura 9. Posicionamento durante a aplicação das faixas com tensão (A) e sem tensão (B).

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

40

Reavaliações

As voluntárias foram orientadas a deixarem a bandagem aplicada na

região (para aquelas dos grupos experimentais) durante três dias e então

retornaram ao laboratório onde foi realizada uma segunda avaliação, com a

bandagem ainda aplicada, idêntica a avaliação inicial. Durante a segunda

avaliação, a bandagem foi retirada e as voluntárias retornaram ao laboratório

uma semana depois (10 dias após a intervenção) para avaliar-se os possíveis

efeitos residuais da técnica. Nessa avaliação foram analisadas as mesmas

variáveis descritas anteriormente na avaliação inicial.

4.7 Análise estatística

A análise estatística foi realizada por meio do software Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0 para Windows,

seguindo os princípios da análise por intenção por tratar. Na análise

descritiva utilizou-se a média como medida de tendência central e o desvio

padrão como medida de dispersão.

Uma ANOVA de modelo misto (3x4) com ajuste de Bonferroni para

múltiplas comparações foi utilizada para investigar mudanças na escala

numérica da dor, Roland Morris Disability Questionnaire, inclinometria, RMS,

força, frequência mediana e tempo de fadiga muscular. Foram realizadas

comparações intragrupos, com três tempos (Pré, 3 dias e 10 dias) e

intergrupos, com quatro grupos (controle, Kinesio Taping com tensão, Kinesio

Taping sem tensão e Micropore), além de ser verificada a interação grupo x

tempo. A homogeneidade das variâncias foi verificada através do teste de

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

41

Levene. O teste de esfericidade de W. Mauchly foi aplicado e quando violado

uma correção técnica foi realizada utilizando o teste Greenhouse-Geisser.

Quando o F do teste foi significante, o post hoc de Bonferroni foi aplicado. O

nível de significância utilizado foi de 5% (p < 0,05).

5. RESULTADOS

O recrutamento dos sujeitos para a realização deste estudo foi

conduzido entre Setembro de 2015 a Dezembro de 2016. Cento e trinta e

dois voluntários foram selecionados por inclusão, destes, 24 (18%) foram

excluídos de acordo com os critérios de elegibilidade estabelecidos

anteriormente: sete não apresentaram um índice de dor na escala numérica

maior/igual a 2, uma apresentava história de fratura na região lombar, uma

tinha diagnóstico de espondilolistese, uma tinha realizado procedimento

cirúrgico na região lombar, uma já tinha utilizado Kinesio Taping®

anteriormente na região lombar, duas tinham IMC maior que 30, três tinham

mais que 50 anos de idade, 2 eram do sexo masculino e seis desistiram de

participar

Por fim, 108 mulheres com dor lombar crônica não específica

participaram do estudo, sendo randomicamente alocadas em quatro grupos:

controle (n=27, idade média de 24,3 ± 4,5), Kinesio Taping com tensão

(n=27, idade média de 25,5 ± 6,2), Kinesio Taping sem tensão (n=27, idade

média de 23,9 ± 5,2) e Micropore® (n=27, idade média de 24,6 ± 5,4).

Houveram 10 perdas (9%) no total, das quais uma foi do grupo controle

(abandonou o estudo), três do grupo Kinesio Taping com tensão (uma

voluntária abandonou o estudo e duas as faixas descolaram), duas do grupo

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

42

Kinesio Taping sem tensão (faixas descolaram) e quatro do grupo

Micropore® (todas por motivos de descolamento da faixa). Para resumir

todos os processos do estudo, a figura 10 apresenta um diagrama de fluxo

deste trabalho.

Figura 10. Diagrama de fluxo dos participantes ao longo do estudo.

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

43

A caracterização da amostra no inicio do estudo está apresentada na

tabela 1, não sendo observada diferença entre os grupos na baseline, de

acordo com o teste de ANOVA modelo misto.

Tabela 1. Valores de média (desvio padrão) da idade, índice de massa corporal

(IMC), dor, incapacidade, amplitude de movimentos de flexão, extensão, inclinação

direita, inclinação esquerda, RMS do músculo longuíssimo direito (RMS direito),

RMS do músculo longuíssimo esquerdo (RMS esquerdo), força dos músculos

extensores do tronco e tempo de fadiga muscular dos quatro grupos na avaliação

inicial.

Variável GC

(n=27)

GCT

(n=27)

GST

(n=27)

GM

(n=27)

p

valor

Idade (anos) 24,3 (4,5) 25,5 (6,2) 23,9 (5,2) 24,6 (5,4) 0,747

IMC (Kg/m2) 23,2 (2,7) 23,2 (3,2) 22,1 (3,2) 22,7 (2,6) 0,516

Dor (0-10) 4,9 (1,6) 4,9 (1,9) 4,9 (1,8) 5,1 (1,7) 0,977

Incapacidade (0-24) 7,8 (2,6) 7,0 (3,3) 8,2 (4,3) 6,5 (2,8) 0,221

Flexão (graus) 88,2 (18,7) 91,9 (17,6) 89,3 (22,0) 88,6 (15,9) 0,892

Extensão (graus) 25,2 (8,4) 24,5 (14,0)

26,9 (12,9)

23,7 (11,9) 0,794

Inclinação direita (graus) 29,0 (5,2) 32,4 (6,9) 30,1 (6,5) 29,0 (4,9) 0,113

Inclinação esquerda (graus) 28,5 (5,7) 31,2 (6,6)

29,9 (5,3)

28,2 (4,6) 0,189

RMS direito (%) 58,5 (6,8) 59,7 (7,4) 58,0 (5,9) 58,7 (6,3) 0,798

RMS esquerdo (%) 57,7 (7,3) 57,8 (6,1) 57,6 (5,3) 57,9 (6,3) 0,998

Força (%) 196,5 (86,7) 212,5 (52,5) 196,0 (56,3) 191,6 (69,3) 0,686

Queda Fmed (Hz/s) -0,63 (0,41) -0,40 (0,20) -0,51 (0,24) -0,63 (0,24) 0,459

Tempo de fadiga (s) 38,8 (16,7) 52,9 (26,4) 54,7 (30,7) 54,0 (24,2) 0,197

GC: grupo controle; GCT: grupo Kinesio Taping com Tensão; GST: grupo Kinesio Taping sem tensão; GM: grupo Micropore; IMC: Índice de Massa Corpórea; RMS: Root Mean Square; Fmed: Frequência mediana.

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

A tabela 2 demonstra a média (desvio padrão) de todas as variáveis analisadas, para os quatro grupos, nos três tempos de avaliação.

Tabela 2. Valores de média (desvio padrão) das variáveis analisadas nos três tempos de avaliação.

GC: Grupo controle; GCT: Grupo KT com tensão; GST: Grupo KT sem tensão; GM: Grupo Micropore; RMS: Root Mean Square; Fmed: Frequência mediana.

Variável GC (n=27) GCT

(n=27)

GST (n=27)

GM

(n=27)

Pré 3 dias 10 dias Pré 3 dias 10 dias Pré 3 dias 10 dias Pré 3 dias 10 dias

Dor (0-10) 4,9 (1,6) 4,4 (2,3) 4,6 (2,5) 4,9 (1,9) 2,5 (1,7) 3,4 (1,9) 4,9 (1,8) 2,5 (1,9) 3,2 (2,6) 5,1 (1,7) 3,8 (2,0) 3,4 (2,4)

Incapacidade (0-24)

7,8 (2,6) 7,3 (3,0) 6,8 (3,7) 7,0 (3,3) 3,8 (3,1) 3,6 (2,5) 8,2 (4,3) 5,3 (5,2) 6,3 (5,6) 6,5 (2,8) 4,7 (2,7) 4,2 (2,7)

Flexão (graus) 88,2 (18,7) 86,7 (18,0) 86,3 (15,1) 91,9 (17,6) 94,9 (17,7) 94,0 (18,5) 89,3 (22,0) 90,0 (21,0) 89,7 (22,1) 88,6 (15,9) 87,7 (17,1) 86,5 (15,7)

Extensão (graus) 25,2 (8,4) 25,4 (9,0) 27,0 (8,7) 24,5 (14,0) 28,2 (13,1) 30,3 (14,4) 26,9 (12,9) 27,7 (13,0) 28,5 (14,9) 23,7 (11,9) 26,0 (13,4) 25,5 (12,5)

Inclinação direita (graus)

29,0 (5,2) 29,4 (5,2) 29,4 (6,6) 32,4 (6,9) 33,7 (6,5) 34,0 (7,0) 30,1 (6,5) 30,6 (6,9) 31,8 (6,4) 29,0 (4,9) 30,5 (5,0) 29,4 (5,0)

Inclinação esquerda (graus)

28,5 (5,7) 28,5 (5,6)

29,3 (6,3)

31,2 (6,6)

31,3 (7,0) 32,1 (6,5) 29,9 (5,3) 29,3 (5,0) 30,3 (4,8) 28,2 (4,6) 29,7 (5,7) 28,0 (4,6)

RMS direito (%) 58,5 (6,8) 62,2 (16,0) 59,2 (13,2) 59,7 (7,4) 67,2 (16,0) 65,8 (16,5) 58,0 (5,9) 62,4 (14,1) 63,1 (15,2) 58,7 (6,3) 62,7 (13,4) 64,1 (17,2)

RMS esquerdo (%) 57,7 (7,3) 61,5 (16,4) 58,5 (17,3) 57,8 (6,1) 64,1 (16,6) 63,8 (19,5) 57,6 (5,3) 63,1 (14,5) 64,1 (16,6) 57,9 (6,3)

62,9 (17,0)

66,5 (22,7)

Força (%) 196,5 (86,7)

212,1 (100,5)

216,5 (98,4)

212,5 (52,5)

238,9 (85,1) 235,2 (58,8)

196,0 (56,3)

215,9 (54,5)

218,2 (56,6) 191,6 (69,3)

214,9 (63,1) 212,4 (75,2)

Queda Fmed (Hz/s) -0.63 (0.41)

-0.74 (0.35)

-0.81 (0.52)

-0.40 (0.20)

-0.45 (0.19)

-0.46 (0.25)

-0.51 (0.24)

-0.47 (0.19)

-0.50 (0.20)

-0.63 (0.24)

-0.60 (0.25)

-0.68 (0.27)

Tempo de fadiga (%) 38.8

(16.7) 32.5

(13.3) 28.4

(13.2) 52.9

(26.4) 55.6

(30.1) 53.5

(28.5) 54.7

(30.7) 56.1

(36.3) 53.1

(32.4) 54.0

(24.2) 50.1

(26.8) 49.2

(27.0)

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

A ANOVA modelo misto mostrou diferenças significativas entre os

grupos para as variáveis dor (p=0,036; tamanho do efeito=0,079) e

incapacidade (p=0,010; tamanho do efeito = 0,102). Especificamente, houve

uma melhora na escala da dor três dias após a intervenção de 44% e 43%

entre os grupos GCT e GST, respectivamente, quando comparados ao GC.

Para incapacidade, houve uma melhora de 48% e 47% entre o grupo controle

e o GCT, três e 10 dias após a intervenção, respectivamente (Tabela 3).

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

Tabela 3. Valores de diferença média (Intervalo de confiança de 95%) e p valor entre os grupos durante os tempos pré, 3 dias e 10 dias

após as intervenções para as variáveis dor e incapacidade.

Tempo Dor Incapacidade

Grupos Diferença média (95% IC)

p valor Diferença média (95% IC)

p valor

Pré GC x GCT 0,037 (-1,244 à 1,318) 1,000 0,852 (-1,57 à 3,274) 1,000

GC x GST 0,037 (-1,244 à 1,318) 1,000 -0,407 (-2,829 à 2,015) 1,000

GC x GM -0,148 (-1,429 à 1,133) 1,000 1,296 (-1,126 à 3,718) 0,918

GCT x GST 0 (-1,281 à 1,281) 1,000 1,259 (-1,163 à 3,681) 0,99

GCT x GM -0,185 (-1,466 à 1,096) 1,000 0,444 (-1,978 à 2,866) 1,000

GST x GM -0,185 (-1,466 à 1,096) 1,000 1,704 (-0,718 à 4,126) 0,368

3 dias GC x GCT 1,963* (0,501 à 3,425) 0,003 3,481* (0,825 à 6,138) 0,004

GC x GST 1,926* (0,464 à 3,388) 0,004 1,963 (-0,693 à 4,619) 0,297

GC x GM 0,611 (-0,851 à 2,073) 1,000 2,593 (-0,064 à 5,249) 0,06

GCT x GST 0,037 (-1,425 à 1,499) 1,000 1,519 (-1,138 à 4,175) 0,763

GCT x GM -1,352 (-2,814 à 0,11) 0,087 -0,889 (-3,545 à 1,768) 1,000

GST x GM -1,315 (-2,776 à 0,147) 0,104 0,63 (-2,027 à 3,286) 1,000

10 dias GC x GCT 1,111 (-0,624 à 2,846) 0,527 3,185* (0,395 à 5,975) 0,016

GC x GST 1,333 (-0,401 à 3,068) 0,247 0,519 (-2,272 à 3,309) 1,000

GC x GM 1,137 (-0,598 à 2,872) 0,485 2,556 (-0,235 à 5,346) 0,092

GCT x GST -0,222 (-1,957 à 1,512) 1,000 2,667 (-0,124 à 5,457) 0,069

GCT x GM 0,026 (-1,709 à 1,761) 1,000 -0,63 (-3,42 à 2,161) 1,000

GST x GM -0,196 (-1,931 à 1,538) 1,000 2,037 (-0,753 à 4,827) 0,314

GC: grupo controle; GCT: grupo Kinesio Taping com tensão; GST: grupo Kinesio Taping sem tensão; GM: grupo micropore. *p<0,05.

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

Na análise individual de cada variável observamos que para dor, além

da diferença entre os grupos, encontramos também uma redução desta

variável em função do tempo (p=0.016) para os grupos KT com tensão, KT

sem tensão e Micropore nos tempos pré x 3 dias e pré x 10 dias (Tabela 4).

Tabela 4. Valores de diferença média (Intervalo de confiança de 95%) e p valor entre os tempos de avaliação para a variável dor.

Dor

Grupos Tempos Diferença média

(95% IC) p valor

GC

Pré x 3 dias 0,481 (-0,621 à 1,584) 0,872

Pré x 10 dias 0,37 (-0,811 à 1,552) 1,000

3 dias x 10 dias -0,111 (-1,116 à 0,894) 1,000

GCT

Pré x 3 dias 2,407** (1,305 à 3,51) <0,001

Pré x 10 dias 1,444* (0,263 à 2,626) 0,011

3 dias x 10 dias -0,963 (-1,968 à 0,042) 0,065

GST

Pré x 3 dias 2,370** (1,268 à 3,473) <0,001

Pré x 10 dias 1,667* (0,485 à 2,848) 0,003

3 dias x 10 dias -0,704 (-1,709 à 0,301) 0,274

GM

Pré x 3 dias 1,241* (0,138 à 2,344) 0,022

Pré x 10 dias 1,656* (0,474 à 2,837) 0,003

3 dias x 10 dias 0,415 (-0,59 à 1,42) 0,953

GC: grupo controle; GCT: grupo Kinesio Taping com Tensão; GST: grupo Kinesio Taping sem tensão; GM: grupo Micropore. * p< 0,05 ** p< 0,001

Para a incapacidade, também observamos o mesmo comportamento

da dor na análise intragrupo (p=0,018): os grupos KT com tensão, KT sem

tensão e Micropore demonstraram melhora desta variável entre os tempos

pré x 3 dias e pré x 10 dias (Tabela 5).

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

48

Tabela 5. Valores de diferença média (Intervalo de confiança de 95%) e p valor entre os tempos de avaliação para a variável incapacidade.

Incapacidade

Grupos Tempos Diferença média

(95% IC) p valor

GC

Pré x 3 dias 0,556 (-0,845 à 1,956) 1,000

Pré x 10 dias 1,037 (-0,525 à 2,6) 0,328

3 dias x 10 dias 0,481 (-0,913 à 1,876) 1,000

GCT

Pré x 3 dias 3,185** (1,785 à 4,586) <0,001

Pré x 10 dias 3,370** (1,808 à 4,933) <0,001

3 dias x 10 dias 0,185 (-1,209 à 1,58) 1,000

GST

Pré x 3 dias 2,926** (1,526 à 4,326) <0,001

Pré x 10 dias 1,963* (0,4 à 3,525) 0,009

3 dias x 10 dias -0,963 (-2,358 à 0,432) 0,288

GM

Pré x 3 dias 1,852* (0,451 à 3,252) 0,005

Pré x 10 dias 2,296* (0,734 à 3,859) 0,002

3 dias x 10 dias 0,444 (-0,95 à 1,839 1,000

GC: grupo controle; GCT: grupo Kinesio Taping com Tensão; GST: grupo Kinesio Taping sem tensão; GM: grupo Micropore. * p< 0,05 **p<0,001

Já para a amplitude de movimento do tronco, destacamos que não foi

observada diferença estatística (seja inter ou intragrupo) para os movimentos

de flexão (p=0,543 e p=0,534, respectivamente) e inclinação para a esquerda

(p=0,170 e p=0,337, respectivamente), assim como não houve interação

tempo x grupo (p=0,066 para flexão e p= 0,053 para inclinação esquerda) em

nenhum dos grupos.

Para os movimentos de extensão e inclinação direita, apesar de não

haver diferença intergrupo (p=0,801 e p=0,037, respectivamente), verificou-se

uma diferença em relação ao tempo (p<0,001 para extensão e p=0,008 para

inclinação direita), mas sem interação tempo x grupo (p= 0,141 para

extensão p=0,327 para inclinação direita). Isso nos demonstra que em ambos

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

49

os movimentos houve um aumento da ADM 3 e 10 dias após a intervenção

(Tabela 6).

Tabela 6. Valores de diferença média (Intervalo de confiança de 95%) e p valor entre os tempos de avaliação para a extensão e inclinação direita.

Tempos Extensão Inclinação direita

Diferença média (95% IC)

p valor Diferença média

(95% IC) p valor

Pré x 3 dias -1,796* (-3,315 à -0,277 0,015 -,926* (-1,759 à -0,092) 0,024

Pré x 10 dias -2,787** (-4,286 à -1,289) <0,001 -1,009* (-1,82 à -0,199) 0,009

3 dias x 10 dias

-0,991 (-2,529 à 0,547) 0,36 -0,083 (-1,034 à 0,867) 1,000

* p< 0,05 **p<0,001

Na análise eletromiográfica, tanto o RMS do músculo longuíssimo do

lado direito quanto do esquerdo, não apresentaram diferença intergrupo

(p=0,453 e p=0,784, respectivamente). No entanto, pôde-se perceber um

aumento da atividade elétrica em relação ao tempo (p=0,001 para o lado

direito e p<0,001 para o lado esquerdo – Tabela 7), sem no entanto, consistir

diferença tempo x grupo (p=0,763 para o lado direito e p=0,576 para o lado

esquerdo).

Tabela 7. Valores de diferença média (Intervalo de confiança de 95%) e p valor entre os tempos de avaliação para RMS direita e esquerda.

Tempos

RMS D RMS E

Diferença média (95% IC)

p valor Diferença média

(95% IC) p valor

Pré x 3 dias -4,908* (-8,022 à -1,795) 0,001 -5,133** (-8,262 à -2,005) <0,001

Pré x 10 dias -4,280* (-7,822 à -0,737) 0,012 -5,453* (-9,372 à -1,534) 0,003

3 dias x 10 dias

0,629 (-2,953 à 4,211) 1,000 -0,319 (-3,677 à 3,039) 1,000

RMS D: Root Mean Square do músculo longuíssimo direito; RMS E: Root Mean Square do músculo longuíssimo esquerdo. *p<0,05 **p<0,001

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

50

Com relação à força, não foi verificado diferença intergrupo (p=0,735),

no entanto, observamos um aumento desta variável em relação ao tempo

(p<0,001 – Tabela 8), mas sem interação tempo x grupo (p=0,926).

Tabela 8. Valores de diferença média (Intervalo de confiança de 95%) e p valor entre os tempos de avaliação para força dos extensores de tronco.

Tempos

Força

Diferença média (95% IC)

p valor

Pré x 3 dias -19,697** (-29,017 à -10,377) <0,001

Pré x 10 dias -19,807** (-28,152 à -11,463) <0,001

3 dias x 10 dias -0,11 (-6,857 à 6,636) 1,000

**p<0,001

Para as variáveis frequência mediana e tempo de sustentação da

fadiga, a ANOVA modelo misto mostrou diferenças significativas entre os

grupos (p=0,026 e p=0,037, respectivamente), mas sem interação tempo x

grupo (p=0,747 e p=0,516, respectivamente). Podemos observar que para a

variável frequência mediana, houve diferença entre o GC e os grupos GCT e

GST (p=0,008 e p=0,020, respectivamente). Para o tempo de fadiga, foi

observada uma diferença entre o GC e todos os outros grupos (p=0,017 para

GCT; p=0,014 para GST; p=0,039 para GM).

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

51

Tabela 9. Valores de diferença média (Intervalo de confiança de 95%) e p

valor entre os grupos para as queda da frequência mediana e tempo de fadiga.

Queda Fmed Tempo de fadiga

Grupos Diferença média (95% IC)

p valor Diferença média (95% IC)

p valor

GC x GCT -0,292** (-0,505 à -0,078) 0,008 -20,74* (-37,61 à -3,86) 0,017

GC x GST -0,235* (-0,431 à -0,039) 0,020 -21,38* (-38,25 à -4,51) 0,014

GC x GM -0,091 (-0,282 à 0,100) 0,344 -17,83* (-34,70 à 0,95) 0,039

GCT x GST 0,057 (-0,169 à 0,283) 0,606 -0,644 (-18,26 à 16,97) 0,942

GCT x GM 0,201 (-0,021 à 0,423) 0,075 2,911 (-14,71 à 20,53) 0,742

GST x GM 0,144 (-0,061 à 0,349) 0,164 3,556 (-14,06 à 21,17) 0,688

GC: grupo controle; GCT: grupo Kinesio Taping com Tensão; GST: grupo Kinesio Taping sem tensão; GM: grupo Micropore; Fmed: frequência mediana. * p< 0,05 **p<0,001

6. DISCUSSÃO

Esse estudo objetivou avaliar os efeitos do Kinesio Taping® em

mulheres com dor lombar crônica não específica, analisando as variáveis dor,

incapacidade, amplitude de movimento, força muscular, amplitude

eletromiográfica, frequência mediana e tempo de sustentação da fadiga. Do

nosso conhecimento, esse é o primeiro estudo a avaliar essas variáveis de

forma conjunta, comparando o efeito de diferentes bandagens e técnicas de

aplicação.

Com relação à dor, os resultados demonstraram redução dessa

variável três dias após a aplicação da bandagem nos grupos Kinesio Taping

com e sem tensão, além de uma melhora na incapacidade três e 10 dias

após a intervenção apenas para o grupo Kinesio Taping com tensão. Nas

demais comparações entre os grupos não foram observadas diferenças

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

52

significativas, indicando uma melhora clínica apenas nos grupos que

receberam aplicação do Kinesio Taping®.

Nossos resultados corroboram com estudos prévios que encontraram

uma redução da dor após aplicação do KT19,21. Paoloni et al.21 observou um

alívio da dor logo após a aplicação da bandagem e após quatro semanas de

intervenção, sendo esses valores clinicamente importantes. Entretanto, na

comparação entre os grupos (Kinesio Taping®, KT + exercício e apenas

exercícios) não foram observadas diferenças estatísticas. Castro-Sánchez et

al.19 aplicou KT sobre os músculos eretores da coluna de pacientes com dor

lombar e analisou seus efeitos após sete dias de tratamento e quatro

semanas de follow-up. Eles observaram uma redução da dor em ambas as

avaliações, entretanto esses valores não são clinicamente importantes.

Estudos prévios32,65 encontraram uma redução da dor após o

tratamento com Kinesio Taping® que alcançaram os valores clinicamente

importantes34, entretanto esses autores não suportam o seu uso já que não

houveram diferenças entre os grupos. Apesar disso, é importante destacar

que esses estudos não utilizaram um grupo controle durante suas

comparações. Já Kelle et al.66, analisou os efeitos do KT comparado a um

grupo que não realizou intervenção e observou redução da dor no grupo

experimental. Por outro lado, no estudo de Luz Júnior et al.67 não houve

diferença estatística entre os grupos experimentais (KT e Micropore) e

controle para a variável dor. Os resultados do nosso estudo corroboram com

os de Kelle et al.66, demonstrando uma diferença entre o grupo que aplicou

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

53

KT e o grupo que não aplicou, além desses valores serem clinicamente

importantes.

O potencial mecanismo pelo qual o KT reduz a dor está além do

escopo desse estudo, entretanto uma hipótese que tem sido sugerida na

literatura é a teoria das comportas da dor19,21,68, a qual sugere que o estímulo

mecânico fornecido pelo Kinesio Taping® agiria através das fibras não

nociceptivas de largo diâmetro, resultando na inibição e alívio da dor. A

analgesia cessa, entretanto, assim que o estímulo é removido, o que está de

acordo com o nosso resultado, o qual demonstrou redução da dor apenas

enquanto a bandagem estava aplicada. Além disso, as propriedades elásticas

e semelhantes à epiderme que o Kinesio Taping® oferecem, seriam as

responsáveis por não permitiram a acomodação do estímulo16,17,18.

Com relação à incapacidade, nossos resultados demonstraram uma

redução dessa variável até 10 dias após a intervenção para o grupo KT com

tensão. Em contraposição, Parreira et al.32 apesar de também observarem

uma melhora da incapacidade nos grupos que aplicaram KT com e sem

tensão, não encontraram diferenças estatísticas entre os grupos. Luz Júnior

et al.67 analisaram os efeitos do KT comparado ao Micropore e a um grupo

controle. Eles observaram uma diferença estatisticamente significativa 48

horas após a intervenção entre o grupo que aplicou KT e o grupo que não

realizou intervenção e, apesar dessa diferença não ter sido maior que 5

pontos no questionário, ela foi maior que 30% do seu valor de base, o que

segundo Ostelo et al.34 é também considerada clinicamente importante.

Outros autores19,65,66,67 observaram uma redução da incapacidade, mas em

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

54

diferentes tempos de avaliação, variando entre 48 horas e cinco semanas de

intervenção. Nenhum desses estudos demonstraram melhora do quadro após

um período de follow-up sem bandagem. Entretanto, a variação desses

achados pode ser devido aos diferentes protocolos utilizados.

Apesar da incapacidade ter uma relação direta com a dor, em

condições crônicas ela é geralmente multifatorial e pode ter uma

apresentação clínica diferente69. Pode ser sugerido que a tensão fornecida

pela bandagem aumente o feedback proprioceptivo e facilite a postura e o

movimento correto, mesmo após sua retirada. Alguns autores70,71 concordam

que esse aumento na propriocepção pode fornecer feedback para alcançar e

manter um alinhamento corporal preferido e dar aos pacientes mais

consciência da coluna durante os movimentos, reduzindo assim os

movimentos prejudiciais19.

Edin et al.72 sugere que os movimentos das articulações estão

associados com um padrão previsível de mudança na tensão da pele. A

aplicação da bandagem iria, portanto, estimular a pele e alterar essa tensão,

estimulando os receptores cutâneos e melhorando o controle do movimento.

Embora a bandagem tenha fornecido resultados positivos em relação

à dor e à incapacidade, nenhuma diferença foi observada entre os grupos

para a ADM avaliada por meio da inclinometria em nosso estudo. Um

aumento da ADM foi detectado para extensão e flexão lateral em relação ao

tempo, mas sem diferenças entre os grupos ou interação tempo x grupo.

Alguns autores verificaram um aumento da ADM após aplicação do KT31,73,74

enquanto outros não comprovaram essa melhora19,33. Esses estudos

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

55

utilizaram testes clínicos ou instrumentos como o flexímetro e analisaram

diferentes movimentos de amplitude do tronco, o que dificulta nossas

comparações.

Com relação à performance neuromuscular, a literatura mostra que o

KT não altera nem a força nem a amplitude do sinal eletromiográfico75,76,77,78.

Estudos que avaliaram a atividade eletromiográfica da musculatura eretora

da coluna após aplicação do KT são escassos. Paoloni et al.21 utilizou a EMG

para avaliar o efeito do KT em pacientes com dor lombar, entretanto eles

observaram o comportamento eletromiográfico dos músculos das costas

durante o movimento de flexão de tronco, analisando uma variável

denominada flexão-relaxamento, e não encontraram relação entre essa

variável e a redução da dor.

O objetivo do nosso estudo foi verificar se o KT aumentaria a força e a

amplitude eletromiográfica de pacientes com dor lombar crônica não

específica através da estimulação dos receptores cutâneos79. Entretanto,

mesmo ocorrendo um aumento do RMS e da força em relação ao tempo, não

houveram diferenças entre os grupos nem entre os grupos e o tempo,

concluindo que essa técnica não foi capaz de melhorar o desempenho dos

músculos das costas.

Já as variáveis frequência mediana e tempo de sustentação da fadiga

apresentaram diferenças entre os grupos, sem diferenças entretanto no

tempo e na interação tempo x grupo. Os grupos KT com e sem tensão foram

estatisticamente diferentes do grupo controle para queda da frequência

mediana. Não existem estudos na literatura que avaliaram essa variável na

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

56

população estudada sob o tratamento proposto. No entanto, já é bem

documento que essa variável é válida e confiável60, sendo amplamente aceita

para estimar fadiga muscular80 e utilizada em diversos estudos com

pacientes com lombalgia81,82.

O tempo de sustentação durante o teste de fadiga é uma variável mais

utilizada em estudos que objetivam avaliar a fadiga dos músculos das costas,

por ser um teste de fácil realização e baixo custo. Hagen et al.83 analisou o

efeito imediato da bandagem na musculatura extensora do tronco de

pacientes com dor lombar. Eles compararam o tempo de sustentação durante

o Sorensen teste em três diferentes condições: sem bandagem, com

bandagem rígida e com bandagem elástica. Castro-Sanchèz et al.19 analisou

os efeitos do Kinesio Taping® durante o tempo de sustentação do McQuade

teste. Ambos observaram uma melhora da variável no grupo que aplicou a

bandagem elástica. Essa melhora geral da fadiga dos músculos eretores da

coluna pode estar relacionada à maior consciência promovida pela

bandagem, ativando mais a musculatura, bem como à redução da dor19.

Em síntese, é sugerido que o Kinesio Taping® é capaz de reduzir a dor

enquanto aplicado, com ou sem tensão, e melhorar a incapacidade, mesmo

após sua retirada, quando aplicado com tensão. Além disso ele também

reduz a fadiga muscular em indivíduos com dor lombar crônica não

específica. Entretanto, não há efeitos sobre a ADM, a força e a amplitude

eletromiográfica. Esses achados são de grande importância para a prática

clínica, já que podem contribuir para uma melhora da sintomatologia dos

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

57

pacientes com dor lombar crônica não específica, facilitando a evolução do

tratamento.

Como limitações desse estudo, ressaltamos que esses resultados se

restringem a mulheres com dor lombar crônica não específica, além de

destacamos a necessidade de futuros estudos avaliando maiores períodos de

follow-up.

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

58

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Hoy D, Bain C, Williams G, March L, Brooks P, Blyth F, et al. A

systematic review of the global prevalence of low back pain. Arthritis

Rheum. 2012;64(6):2028–37.

2. Malliou P, Gioftsidou A, Beneka A, Godolias G. Measurements and

evaluations in low back pain patients. Scand J Med Sci Sport.

2006;16(4):219–30.

3. Balagué F, Mannion AF, Pellisé F, Cedraschi C. Non-specific low back

pain. Lancet. 2012;379:482–91.

4. Koes BW, van Tulder M, Lin CC, Macedo LG, McAuley J, Maher C. An

updated overview of clinical guidelines for the management of non-

specific low back pain in primary care. Eur Spine J. 2010;19(12):2075–

94.

5. Ricci JA, Stewart WF, Chee E, Leotta C, Foley K, Hochberg MC. Back

pain exacerbations and lost productive time costs in United States

workers. Spine. 2006;31(26):3052–60.

6. Ryan CG, Grant PM, Dall PM, Gray H, Newton M, Granat MH.

lndividuals with chronic low back pain have a lower level, and an

altered pattern, of physical activity compared with matched controls: an

observational study. Aust J Physiother. 2009;55:53–8.

7. Waxman SE, Tripp DA, Flamenbaum R. The mediating role of

depression and negative partner responses in chronic low back pain

and relationship satisfaction. J Pain. 2008;9(5):434–42.

8. Murray CJL, Vos T, Lozano R, Naghavi M, Flaxman AD, Michaud C, et

al. Disability-adjusted life years (DALYs) for 291 diseases and injuries

in 21 regions, 1990-2010: a systematic analysis for the Global Burden

of Disease Study 2010. 2012; 380:2197–223.

9. Demoulin C, Crielaard JM, Vanderthommen M. Spinal muscle

evaluation in healthy individuals and low-back-pain patients: a literature

review. Jt Bone Spine. 2007;74(1):9–13.

10. Walker BF, French SD, Grant W, Green S. Combined chiropractic

interventions for low-back pain. Cochrane database Syst Rev.

2010;(4):CD005427.

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

59

11. Smeets RJ. Do lumbar stabilising exercises reduce pain and disability

in patients with recurrent low back pain? Aust J Physiother. 2009;

55(2): 138.

12. Demoulin C, Marty M, Genevay S, Vanderthommen M, Mahieu G,

Henrotin Y: Effectiveness of preventive back educational interventions

for low back pain: a critical review of randomized controlled clinical

trials. Eur Spine J. 2012; 21(12):2520–30.

13. George SZ, Zeppieri G Jr, Cere AL, Cere MR, Borut MS, Hodges MJ et

al: A randomized trial of behavioral physical therapy interventions for

acute and sub-acute low back pain (NCT00373867). Pain. 2008;

140(1):145–57.

14. Ferreira ML, Machado G, Latimer J, Maher C, Ferreira PH, Smeets RJ.

Factors defining care-seeking in low back pain - A meta-analysis of

population based surveys. Eur J Pain. 2010; 14(7):747.e1–747.e7.

15. Toye F, Barker K. Persistent non-specific low back pain and patients’

experience of general practice: a qualitative study. Prim Health Care

Res Dev. 2012; 13(01):72–84

16. Kase K, Lemos TV, Dias EM. Kinesio Taping: Introdução ao método e

aplicações neuromusculares. 1st ed. São Paulo: Andreoli; 2013.

17. Kase K, Tatsuyuki H, Tomoko O. Development of Kinesio tape. Kinesio

Taping Perfect Manual. Kinesio Taping Association; 1996.

18. Kase K, Wallis J, Kase T. Clinical therapeutic aplications of the kinesio

taping method. 2nd ed. Kinesio Taping Association; 2003.

19. Castro-Sánchez AM, Lara-Palomo IC, Matarán-Peñarrocha GA,

Fernández-Sánchez M, Sánchez-Labraca N, Arroyo-Morales M.

Kinesio Taping reduces disability and pain slightly in chronic non-

specific low back pain: A randomised trial. J Physiother.

2012;58(2):89–95.

20. Thelen M, Dauber J, Stoneman P. The Clinical Efficacy of Kinesio

Tape for Shoulder Pain: A Randomized, Double-Blinded, Clinical Trial.

J Orthop Sport PhysTher. 2008;38(7):389–95.

21. Paoloni M, Bernetti A, Fratocchi G, Mangone M, Parrinello L, Cooper

MDP, et al. Kinesio Taping applied to lumbar muscles influences

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

60

clinical and electromyographic characteristics in chronic low back pain

patients. Eur J Phys Rehabil Med. 2011;47(2):237–44.

22. Cools AM, Witvrouw EE, Danneels LA, et al. Does taping influence

electromyographic Muscle activity in the scapular rotators in healthy

shoulders? Man Ther. 2002; 7:154-162.

23. Halseth T, McChesney JW, DeBeliso M, Vaughn R, Lien J. The effects

of Kinesio taping on proprioception at the ankle. J Sports Sci Med.

2004; 3:1-7.

24. Macgregor K, Gerlach S, Mellor R, Hodges PW. Cutaneous stimulation

from patella tape causes a differential increase in vasti muscle activity

in people with patellofemoral pain. J Orthop Res. 2005; 23(2): 351-58.

25. Parreira PCS, Costa LCM, Hespanhol Junior LC, Lopes AD, Costa

LOP. Current evidence does not support the use of Kinesio Taping in

clinical practice: A systematic review. J Physiother. 2014;60(1):31-9.

26. Espejo L, Apolo MD. Revisión bibliográfica de la efectividad del

kinesiotaping. Rehabilitación. 2011;45(2):148–58.

27. Morris D, Jones D, Ryan H, Ryan CG. The clinical effects of Kinesio

Tex taping: A systematic review. Physiother Theory Pract.

2013;29(4):1–12.

28. Mostafavifar M, Wertz J, Borchers J. A systematic review of the

effectiveness of kinesio taping for musculoskeletal injury. Phys

Sportsmed. 2012;40(4):33-40.

29. Hwang-Bo G, Lee J-H. Effects of kinesio taping in a physical therapist

with acute low back pain due to patient handling: A case report. Int J

Occup Med Environ Health. 2011;24(3):320–3.

30. Jorge EM, Vieira JH, Sandoval RA.Kinesiology taping in low back pain

of workers in that act sitting. Trances: Rev Transm del Conoc Educ y la

Salud. 2012;4(3):181–206.

31. Yoshida A, Kahanov L. The effect of kinesio taping on lower trunk

range of motions. Res Sports Med. 2007;15(2):103–12.

32. Parreira PCS, Costa LCM, Takahashi R, Hespanhol Junior LC, Luz

Junior MA, Silva TM, et al. Kinesio Taping to generate skin

convolutions is not better than sham taping for people with chronic non-

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

61

specific low back pain: A randomised trial. J Physiother.

2014;60(2):90–6.

33. Salvat IS, Salvat AS. Efectos inmediatos del kinesio taping en la flexión

lumbar. Fisioterapia. 2010;32(2):57–65.

34. Ostelo RW, Deyo RA, Stratford P, Waddell G, Croft P, Von Korff M, et

al. Interpreting change scores for pain and functional status in low back

pain: towards international consensus regarding minimal important

change. Spine. 2008; 33(1):90-4.

35. Sakpal TV. Sample Size Estimation in Clinical Trial. Perspect Clin Res.

2010; 1(2):67-9.

36. Martin VT. Ovarian hormones and pain response: a review of clinical

and basic science studies. Gender Med. 2009; 6: 168-192.

37. Nusbaum L, Natour J, Ferraz MB, Goldenberg J. Translation,

adaptation and validation of the Roland-Morris questionnaire-Brazil

Roland-Morris. Braz J Med Biol Res. 2001;34(2):203–10.

38. Costa LOP, Maher CG, Latimer J, Ferreira PH, Pozzi GC, Ribeiro RN.

Psychometric characteristics of the Brazilian-Portuguese versions of

the Functional Rating Index and the Roland Morris Disability

Questionnaire. Spine. 2007;32(17):1902–7.

39. Baker ADL. A Study of the Natural History of Back Pain: Part I:

Development of a Reliable and Sensitive Measure of Disability in Low-

Back Pain. Classic Papers in Orthopaedics. Springer London, 2014.

241-244.

40. Kolber MJ, Pizzini M, Robinson A, Yanez D, Hanney WJ. The reliability

and concurrent validity of measurements used to quantify lumbar spine

mobility: an analysis of an Iphone® application and gravity based

inclinometry. Int J Sports Phys Ther. 2013;8(2):129–37.

41. Kolber MJ, Hanney WJ. The reliability and concurrent validity of

shoulder mobility measurements using a digital inclinometer and

goniometer: a technical report. Int J Sports Phys Ther. 2012;7(3):306-

13.

42. Ganzalez GZ, Costa LCM, Garcia AN, Shiwa SR, Amorim CF, Costa

LOP. Reprodutibilidade e validade do construto de três instrumentos

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

62

não invasivos para a avaliação da amplitude de movimento da coluna

em pacientes com dor lombar. Fisioter Pesq. 2014;21(4):365–71.

43. Salamh PA, Kolber M. The reliability, minimal detectable change and

concurrent validity of a gravity-based bubble inclinometer and iphone

application for measuring standing lumbar lordosis. Physiother Theory

Pract. 2014;30(1):62–67.

44. Tousignant-Laflamme Y, Boutin N, Dion AM, Vallée C-A. Reliability

and criterion validity of two applications of the iPhoneTM to measure

cervical range of motion in healthy participants. J Neuroeng Rehabil.

2013,10:69.

45. Charlton PC, Mentiplay BF, Pua Y-H, Clark RA. Reliability and

concurrent validity of a Smartphone, bubble inclinometer and motion

analysis system for measurement of hip joint range of motion. J Sci

Med Sport. 2014. http://dx.doi.org/10.1016/j.jsams.2014.04.008

46. Bohannon RW. Hand-held dynamometry: A practicable alternative for

obtaining objective measures of muscle strength. Isokinet Exerc Sci.

2012;20(4):301–15.

47. Hébert LJ, Maltais DB, Lepage C, Saulnier J, Crête M, Perron M.

Isometric muscle strength in youth assessed by hand-held

dynamometry: a feasibility, reliability, and validity study. Pediatr Phys

Ther. 2011;23(3):289–99.

48. Valentin G, Maribo T. Hand-held dynamometry fixated with a tripod is

reliable for assessment of back extensor strength in women with

osteoporosis. Osteoporos Int. 2014;25(8):2143–9

49. Larson CA, Tezak WD, Malley MS, Thornton W. Assessment of

postural muscle strength in sitting: reliability of measures obtained with

hand-held dynamometry in individuals with spinal cord injury. J Neurol

Phys Ther. 2010;34(1):24–31.

50. Katoh M, Hiiragi Y, Uchida M. Validity of isometric muscle strength

measurements of the lower limbs using a hand-held dynamometer and

belt: a comparison with an isokinetic dynamometer. J Phys Ther Sci.

2011;23(4):553–7.

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

63

51. Stark T, Walker B, Phillips JK, Fejer R, Beck R. Hand-held

dynamometry correlation with the gold standard isokinetic

dynamometry: A systematic review. PM&R. 2011;3(5):472–9.

52. Added MAN, Costa LOP, Fukuda TY, Freitas DG, Salomão EC,

Monteiro RL, et al. Efficacy of adding the Kinesio Taping method to

guideline-endorsed conventional physiotherapy in patients with chronic

nonspecific low back pain: a randomised controlled trial. BMC

Musculoskelet Disord. 2013;14:301.

53. Waddell G, Somerville D, Henderson I, Newton M: Objective clinical

evaluation of physical impairment in chronic low back pain. Spine.

1992; 17:617-28.

54. Feipel V, Mesmaeker T, Klein P, Rooze M. Three-dimensional

kinematics of the lumbar spine during treadmill walking at different

speeds. Eur Spine J. 2001; 10: 16-22.

55. Consmuller T, Rohlmann A, Weinland D, Druschel C, Duda GN, Taylor

WR. Velocity of lordosis angle during spinal flexion and extension.

PLoS One. 2012;7(11):e50135.

56. Hermens HJ, Freriks B, Disselhorst-Klug C, Rau G. Development of

recommendations for SEMG sensors and sensor placement

procedures. J Electromyogr Kinesiol. 2000; 10(5): 361-374.

57. Nakagawa TH, Maciel CD, Serrão FV. Trunk biomechanics and its

association with hip and knee kinematics in patients with and without

patellofemoral pain. Man Ther. 2015; 20: 189- 193.

58. Ito T, Shirado O, Suzuki H, Takahashi M, Kaneda K, Strax TE. Lumbar

trunk muscle endurance testing: An inexpensive alternative to a

machine for evaluation. Arch Phys Med Rehabil. 1996;77:75–9.

59. Kankaanpää M, Laaksonen D, Taimela S, Kokko S-M, Airaksinen O,

Hänninen O. Age, sex, and body mass index as determinants of back

and hip extensor fatigue in the isometric Sorensen back endurance

test. Arch Phys Med Rehabil. 1998;79(9):1069–75.

60. Larivière C, Arsenault AB, Gravel D, Gagnon D, Loisel P. Evaluation of

measurement strategies to increase the reliability of EMG spectral

indices to assess back muscle fatigue and recovery. J Electromyogr

Kinesiol. 2002;12:91–102.

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

64

61. Coorevits P, Danneels L, Cambier D, Ramon H, Vanderstraeten G.

Assessment of the validity of the Biering-Sorensen test for measuring

back muscle fatigue based on EMG median frequency characteristics

of back and hip muscles. J Electromyogr Kinesiol 2008;18:997–1005.

62. Müller R, Strässle K, Wirth B. Isometric back muscle endurance: An

EMG study on the criterion validity of the Ito test. J Electromyogr

Kinesiol. 2010;20(5):845–50.

63. Demoulin C, Grosdent S, Smeets R, Verbunt J, Jidovtseff B, Mahieu G,

et al. Muscular performance assessment of trunk extensors: A critical

appraisal of the literature. Low Back Pain. INTECH Open Access

Publishe, 2012;141–66.

64. Arab AM, Salavati M, Ebrahimi I, Mousavi ME. Sensitivity, specificity

and predictive value of the clinical trunk muscle endurance tests in low

back pain. Clin Rehabil. 2007;21(7):640–7.

65. Added MAN, Costa LOP, Freitas DG, Fukuda TY, Monteiro RL,

Salomão EC, Medeiros FC, Costa LCM. Kinesio Taping does not

provide additional benefits in patients with chronic low back pain who

receive exercise and manual therapy: a randomized controlled trial.

JOSPT 2016; 46(7):506-13.

66. Kelle B, Güzel R, Sakalli H. The effect of Kinesio taping application for

acute non-specific low back pain: A randomized controlled clinical trial.

Clin Rehab 2016; 30(10): 997-1003.

67. Luz Júnior MA, Sousa MV, Neves LA, Cezar AA, Costa LO. Kinesio

Taping® is not better than placebo in reducing pain and disability in

patients with chronic non-specific low back pain: a randomized

controlled trial. Braz J Phys Ther 2015; 19(6): 482-90.

68. Artioli DP, Bertolini GRF. Kinesio taping: application and results on

pain: systematic review. Phys Ther Res 2014; 21(1): 94-9.

69. Weigl M, Cieza A, Cantista P, Reinhardt JD, Stucki G. Determinants of

disability in chronic musculoskeletal health conditions: a literature

review. Eur J Phys Rehabil Med 2008;44:67-79.

70. Osterhues JD. The use of Kinesio Taping in the management of

traumatic patella dislocation. A case study. Physiother Theory Pract

2004; 20(4): 267-70.

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

65

71. Jaraczewska E, Long C. Kinesio taping in stroke: improving functional

use of the upper extremity in hemiplegia. Top Stroke Rehabi 2006;

13(3):31-42.

72. Edin BE. Cutaneous afferents provide information about knee joint

movements in humans. J Physiol (Lond) 2001;531:289–97.

73. Preece H, White P. Does kinesiology tape increase trunk forward

flexion? J Bodyw Mov Ther 2017;21(3): 618-25.

74. Lemos TV, Albino ACG, Matheus JPC, Barbosa AM. The effect of

kinesio taping in forward bending of the lumbar spine. J Phys Ther Sci

2014; 26(9):1371-75.

75. Lins CAA, Locks Neto FL, Amorim ABC, Macedo LB, Brasileiro JS.

Kinesio Taping® does not alter neuromuscular performance of femoral

quadriceps or lower limb function in healthy subjects: Randomized,

blind, controlled, clinical trial. Man Ther 2013; 18(1): 41-5.

76. Lins CA, Borges DT, Macedo LB, Costa KS, Brasileiro JS. Delayed

effect of Kinesio Taping on neuromuscular performance, balance, and

lower limb function in healthy individuals: a randomized controlled trial.

Braz J Phys Ther 2016; 20(3): 231-39.

77. Oliveira AKA, Borges DT, Lins CAA, Cavalcanti RL, Macedo LB,

Brasileiro JS. Immediate effects of Kinesio Taping on neuromuscular

performance of quadriceps and balance in individuals submitted to

anterior cruciate ligament reconstruction: a randomized clinical trial. J

Sci Med Sport 2016;19(1):2-6.

78. Csapo R, Alegre LM. Effects of Kinesio® taping on skeletal muscle

strength -A meta-analysis of current evidence. J Sci Med Sport 2015;

18(4): 450-56.

79. Konishi Y. Tactile stimulation with Kinesiology tape alleviates muscle

weakness attributable to attenuation of Ia afferents. J Sci Med Sport

2013; 16(1):45-8.

80. De Luca CJ. Use of the surface EMG signal for performance evaluation

of back muscles. Muscle & Nerve. 1993; 16: 210–216.

81. Silva RA, Vieira ER, Cabrera M, Altimari LR, Aguiar AF et al. Back muscle

fatigue of younger and older adults with and without chronic low back pain

using two protocols: a case-control study. J Electromyogr Kinesiol. 2015;

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

66

25(6): 928-936.

82. Ramos LAV, França FJR, Callegari B, Burke TN, Magalhães MO et al.

Are lumbar multifidus fatigue and transversus abdominis activation

similar in patients with lumbar disc herniation and healthy controls? A

case control study. Eur Spine J. 2016; 25(5): 1435-1442.

83. Hagen L, Hebert JJ, Dekanich J, Koppenhaver S. The effect of elastic

therapeutic taping on back extensor muscle endurance in patients with

low back pain: a randomized, controlled, crossover trial. J Orthop Sport

PhysTher. 2015; 45(3): 215-219.

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

67

APÊNDICES

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

68

APÊNDICE 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: EFEITOS DO KINESIO

TAPING® NA DOR LOMBAR CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA: ENSAIO CLÍNICO,

RANDOMIZADO E CEGO, que tem como pesquisador responsável o Prof. Dr. Jamilson

Simões Brasileiro.

Esta pesquisa pretende avaliar os efeitos de uma bandagem elástica funcional (um

tipo de fita adesiva específica para ser colocada na pele humana), o Kinesio Taping®, na dor

lombar crônica de mulheres, isto é, nas dores da região mais inferior das costas.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é analisar se o Kinesio Taping® possui

algum efeito na redução dessa dor, já que este vem sendo amplamente utilizado na clínica

para tal finalidade.

Caso você decida participar, será submetida aos seguintes procedimentos: avaliação

da sensação dolorosa (realizada através de uma escala de dor, onde você quantifica, de

zero a dez, o nível da sua própria dor); avaliação da incapacidade funcional relacionado à

dor lombar através de um questionário composto por 24 ítens, onde você marcará aqueles

que descrevem sua situação em relação à dor nas últimas 24 horas; amplitude de movimento

(medição do movimento da sua coluna, em graus); desempenho neuromuscular (será

medida a força realizada pelos músculos das costas, além de verificado o nível de contração

desses músculos, através da eletromiografia); resistência à fadiga (será quantificado o tempo

máximo que você consegue ficar na posição deitada, de barriga para baixo, com o peito sem

contato com a cama, fazendo uma extensão de coluna).

Para a avaliação da eletromiografia, será necessário depilação e limpeza da pele

com álcool 70% em uma pequena região das costas, onde será colocado os eletrodos. Após

essa avaliação inicial, você será distribuído, através de um pré-sorteio, em um dos 3 grupos

existentes na pesquisa: grupo controle, kinesio taping e placebo. Caso você seja alocada no

grupo kinesio taping ou placebo, duas tiras de bandagem elástica serão fixadas nas suas

costas para efeito terapêutico; caso fique no grupo controle, não haverá aplicação do kinesio

taping, entretanto, se desejável, no último dia de avaliação aplicaremos a bandagem na

região das costas, como nos demais grupos, para permitir que você também se beneficie do

possível efeito da técnica. Em seguida serão realizadas três novas reavaliações: a primeira

será feita imediatamente após a colocação da bandagem e a segunda três dias após. No

terceiro dia a bandagem será retirada e você retornará ao laboratório uma semana depois,

sem a faixa, para realizarmos a terceira avaliação. Cada avaliação durará em média 30

minutos.

Durante a realização dos procedimentos citados anteriormente, a previsão de riscos

é mínima, ou seja, o risco que você corre é semelhante àquele sentido num exame físico de

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

69

rotina. Pode acontecer um desconforto muscular na região das costas, devido aos

movimentos que serão realizados, entretanto, caso o desconforto persista, será minimizado

através de orientações dadas pelos fisioterapeutas do departamento. Colaborando com essa

pesquisa você se beneficiará com os resultados de uma técnica nova que está sendo

bastante utilizada na clínicas para o alívio de dor.

Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a pesquisa, você

terá direito a assistência gratuita que será prestada no Departamento de Fisioterapia da

UFRN, até que seja garantido o seu total restabelecimento, sob a responsabilidade do Prof.

Dr. Jamilson Simões Brasileiro.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para

Jamilson Simões Brasileiro - (84) 3342-2008.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em

qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas

em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que

possa lhe identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em

local seguro e por um período de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido

pelo pesquisador e reembolsado para você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será

indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de

Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o

pesquisador responsável: Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados

serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que

ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da

pesquisa EFEITOS DO KINESIO TAPING® NA DOR LOMBAR CRÔNICA NÃO

ESPECÍFICA: ENSAIO CLÍNICO, RANDOMIZADO E CEGO, e autorizo a divulgação das

informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que

nenhum dado possa me identificar.

Natal, ____________________________________________________________________

_________________________________

Assinatura do participante da pesquisa

Impressão datiloscópica do

participante

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

70

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo EFEITOS DO KINESIO TAPING® NA

DOR LOMBAR CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA: ENSAIO CLÍNICO, RANDOMIZADO E CEGO,

declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos

metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse

estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido

estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho

Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal, _______________________________________________________________

__________________________________

Assinatura do pesquisador responsável

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

71

APÊNDICE 2 – Ficha de avaliação

Nº _____

Data da avaliação: ___/___ /___ Grupo:__________________

Nome:_______________________________________________________________

CPF_____________________________ Data de Nasc.: _____/_____/_____

Telefone:________________ e-mail:_____________________________________

Idade: _______ Peso: _______kg Altura: _________m IMC: ______

Realiza algum tipo de atividade física? ( ) Não ( ) Sim Modalidade:__________

Está fazendo uso de algum medicamento? ( ) Não ( ) Sim Qual? _______________

Gravidez: ( ) Não ( ) Sim Partos: __________________________

Cirurgia prévia:_________________________

Data da última menstruação: ___________ Menopausa: ( ) Não ( ) Sim

Faz reposição hormonal? ( ) Não ( ) Sim

Alergia a materiais adesivos: ( ) Não ( ) Sim

Já utilizou Kinesio Taping? ( ) Não ( ) Sim Local: ________________

Você já foi diagnosticada com algum desses problemas (marque os que você já foi

diagnosticada): ( ) Fratura na coluna ( ) Tumor na coluna ( ) Espondilite

anquilosante ( ) Hérnia de disco ( ) Espondilolistese ( ) Estenose lombar

( ) Fibromialgia

Score EVA:________

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

72

ANEXOS

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

73

ANEXO 1 - Roland Morris Disability Questionnaire

Quando suas costas doem, você pode encontrar dificuldade em fazer algumas coisas que normalmente faz. Essa lista possui algumas frases que as pessoas tem utilizado para se descreverem quando sentem dores nas costas. Quando você ouvir estas frases pode notar que algumas se destacam por descrever você hoje. Ao ouvir a lista pense em você hoje. Quando você ouvir uma frase que descreve você hoje, responda sim. Se a frase não descreve você, então responda não e siga para a próxima frase. Lembre-se, responda sim apenas à frase que tiver certeza que descreve você hoje.

Frases:

1. [ ] Fico em casa a maior parte do tempo por causa de minhas costas.

2. [ ] Mudo de posição frequentemente tentando deixar minhas costas confortáveis.

3. [ ] Ando mais devagar que o habitual por causa de minhas costas.

4. [ ] Por causa de minhas costas eu não estou fazendo nenhum dos meus trabalhos que geralmente faço em casa.

5. [ ] Por causa de minhas costas, eu uso o corrimão para subir escadas.

6. [ ] Por causa de minhas costas, eu me deito para descansar mais frequentemente.

7. [ ] Por causa de minhas costas, eu tenho que me apoiar em alguma coisa para me levantar de uma cadeira normal.

8. [ ] Por causa de minhas costas, tento conseguir com que outras pessoas façam as coisas por mim.

9. [ ] Eu me visto mais lentamente que o habitual por causa de minhas costas.

10. [ ] Eu somente fico em pé por períodos curtos de tempo por causa de minhas costas.

11. [ ] Por causa de minhas costas evito me abaixar ou me ajoelhar.

12. [ ] Encontro dificuldades em me levantar de uma cadeira por causa de minhas costas.

13. [ ] As minhas costas doem quase que o tempo todo.

14. [ ] Tenho dificuldade em me virar na cama por causa das minhas costas.

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · coleta acontecesse eu tive uma BASE, uma base mesmo, de apoio, de suporte, de fortalecimento, que sonhou o meu sonho, que me ajudou

74

15. [ ] Meu apetite não é muito bom por causa das dores em minhas costas.

16. [ ] Tenho problemas para colocar minhas meias (ou meia calça) por causa das dores em minhas costas.

17. [ ] Caminho apenas curtas distâncias por causa de minhas dores nas costas.

18. [ ] Não durmo tão bem por causa de minhas costas.

19. [ ] Por causa de minhas dores nas costas, eu me visto com ajuda de outras pessoas.

20. [ ] Fico sentado a maior parte do dia por causa de minhas costas.

21. [ ] Evito trabalhos pesados em casa por causa de minhas costas.

22. [ ] Por causa das dores em minhas costas, fico mais irritado e mal humorado com as pessoas do que o habitual.

23. [ ] Por causa de minhas costas, eu subo escadas mais vagarosamente do que o habitual.

24. [ ] Fico na cama a maior parte do tempo por causa de minhas costas.