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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
INSTITUTO DE QUÍMICA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO
CONTROLE DE QUALIDADE NA PRODUÇÃO DE SANEANTES
DOMISSANITÁRIOS
EMPRESA: STARLUX IND.COM. DE MAT. DE LIMPEZA HIGIENE E
CONSERVAÇÃO LTDA ME
RANAYANNE SUYLANE PEREIRA CAMPOS
ORIENTADORA: Profª. Drª. POLLYANA SOUZA CASTRO
SUPERVISOR: ADONAI NAGIB DE CARVALHO FRANÇA
NATAL/RN
DEZEMBRO DE 2018
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
INSTITUTO DE QUÍMICA
ESTÁGIO SUPERVISIONADO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO
CONTROLE DE QUALIDADE NA PRODUÇÃO DE SANEANTES
DOMISSANITÁRIOS
Relatório submetido à Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como
requisito para aprovação na disciplina
Estágio Supervisionado Obrigatório
(QUI0069), referente ao estágio realizado
pela aluna Ranayanne Suylane Pereira
Campos na empresa Starlux, durante o
período de 03 de setembro de 2018 a 03
de dezembro de 2018, sob a supervisão do
Engenheiro Químico Adonai Nagib de
Carvalho França e orientado pela Prof ͣ Dr ͣ.
Pollyana Souza Castro.
NATAL/RN
DEZEMBRO DE 2018
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus que iluminou meus caminhos para
poder terminar esse trabalho.
Aos meus pais, pelo apoio incondicional e pelas palavras de carinho nos
momentos de dificuldade que vivenciei durante toda minha graduação.
Ao meu filho Victor, que me dar força e inspiração para continuar em
busca dos meus objetivos.
Aos meus irmãos que sempre me apoiaram e estiveram ao meu lado.
Aos meus colegas que fiz durante a realização do estágio e a todos os
funcionários da Starlux que me ajudaram nessa trajetória.
À professora Dr ͣ. Pollyana Souza Castro do Instituto de Química da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que aceitou ser minha
orientadora e me ajudou em todo esse percurso da melhor forma possível, pela
sua nobreza em partilhar o conhecimento e assim me ajudar a construir meu
papel como profissional.
Ao meu supervisor, Engenheiro Químico Adonai Nagib de Carvalho
França, pela oportunidade de aplicar meus conhecimentos numa indústria local
e me ensinar o funcionamento de uma empresa como o todo.
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SUMÁRIO
RESUMO 06 1 INTRODUÇÃO 07 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 09
2.1 CONTROLE DE QUALIDADE 09 2.2. SANEANTES DOMISSANITÁRIOS 11 2.3. LABORATÓRIO FÍSICO-QUÍMICO 13 3 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA 24
3.1 ADMINISTRAÇÃO 25 3.2 SECRETÁRIA ADMINISTRATIVA 26 3.3 VENDAS 26 3.4 FATURAMENTO 26 3.5 PRODUÇÃO 26 3.5.1 Estoque de matérias primas e embalagens 27 3.5.2 Fabricação 27 3.5.3 Envasamento 28 3.5.4 Rotulagem e embalagem 28 3.5.5 Estocagem 29 3.6 CONTROLE DE QUALIDADE 30 3.7 PRODUTOS 30 4 ATIVIDADES REALIZADAS 31
4.1. EMISSÃO DE ORDENS DE PRODUÇÃO 32 4.2. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS 34 4.2.1. Medida de pH 35 4.2.2. Densidade 37 4.2.3. Viscosidade 39 4.3. TESTE DE ESTABILIDADE 41 4.4 RECEBIMENTO E INSPEÇÃO DE MATÉRIA PRIMAS E EMBALAGEM 42 4.5. CERTIFICAÇÃO DE EMBALAGENS 43 4.6. CONTROLE DE LIMPEZA 44 4.7. CONTROLE DE ESSÊNCIAS, MATÉRIAS PRIMAS E RÓTULOS 45 5 CONTRIBUIÇÕES À EMPRESA 46 6 SUGESTÕES PARA EMPRESA 47 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 50
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RESUMO
Este relatório discorre sobre as atividades realizadas durante o Estágio
Curricular Supervisionado Obrigatório do Curso de Química Bacharelado da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, realizado na empresa Starlux
Indústria e Comércio Material de Limpeza Higiene e Consumo Ltda – EPP,
localizada no município de Parnamirim – RN, no período compreendido entre
03/09/18 a 03/12/18. A estagiária atuou na área de Controle de Qualidade da
empresa e realizou atividades que seguiram as regras e normas da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) com ênfase na Qualidade e Boas
Práticas de Fabricação. A preocupação com a qualidade dos produtos
saneantes implicou em rigoroso acompanhamento das diferentes etapas de
produção do produto. Assim, este relatório contém uma descrição das
atividades realizadas desde a emissão de ordens de produção, controle da
limpeza, liberação dos produtos, envase e estocagem. Na parte laboratorial
foram realizadas análises físico químicas de densidade, pH e viscosidade dos
produtos durante sua produção, além de testes de estabilidade dos reténs
vencidos, recebimento e inspeção de matéria prima e embalagens. Cada etapa
da produção inclui um entendimento sobre todo o processo documental de
registro bem como seu arquivamento. O estágio promoveu a integração da
estagiária com o ambiente industrial, interação com toda dinâmica de uma
empresa de pequeno porte, relacionando o aprendizado de sala de aula com a
aplicabilidade no setor de trabalho. Tais experiências são de suma importância
para a formação de um profissional em química que deseja fazer carreira no
setor industrial.
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1. INTRODUÇÃO
O termo qualidade possui diversas definições dentre elas a do autor
Juran (1905) que define que a qualidade está relacionada apenas ao produto
desde que seja satisfeita todas às expectativas dos clientes. Na perspectiva de
Deming (1900) qualidade baseava-se no controle e na melhoria dos processos,
utilizando-se de ferramentas estatísticas. Nos dias atuais qualidade se define
como um grupo de ações realizadas com o objetivo de assegurar a integridade
do produto, obter serviços eficazes e seguros, prevenir desvios, eliminar as
causas de reincidências de erro de modo de oferecer com responsabilidade a
melhor versão do produto obtido. (AVELINO, 2005).
Dessa forma, no âmbito empresarial a qualidade pode ser denominada
como a conformidade aos requisitos dos clientes, o atendimento das
necessidades dos clientes e a prevenção e gerenciamento de não
conformidades, incluindo as ações para suas correções. (LEONG et al. Luana,
2012).
Garantir a qualidade de um produto independe do ramo em que se atua,
e não pode ser vista como apenas um diferencial de uma empresa e sim como
uma obrigação de atender seus clientes oferecendo-os o melhor produto final.
Garantia de qualidade é atender os requisitos legais (leis, portarias,
autorizações, alvarás), enumerando uma atenção ou cultura da qualidade como
um princípio imprescindível da empresa para competir, sobreviver e também
servir uma sociedade com o comprometimento da direção e de todos
profissionais envolvidos.
A ausência de controle de qualidade, tanto em processos gerenciais,
como na produção de um produto, acarreta consequências financeiras, custos
desnecessários, retrabalhos, perdas evitáveis, desvalorização no mercado,
reclamações, devoluções, desperdícios e transtornos aos clientes. Diante
disso, a implantação e a manutenção de programas da qualidade é o que
garante o bom desempenho do processo e, consequentemente, do produto.
Todos os setores da empresa devem estar cientes dos procedimentos
implantados e da importância do cumprimento destes.
O estágio supervisionado obrigatório tem como objetivo auxiliar na
formação complementar através de uma integração empresa – universidade,
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possibilitando a experiência de aprendizagem de todas as funções de um
químico sob sua atuação na indústria e no controle de qualidade dos produtos.
O presente relatório discorre sobre as atividades realizadas pela estagiária
desde o recebimento de matéria prima e embalagens até a realização de
análises físico-químicas periódicas de amostras dos produtos fabricados
diariamente pela empresa. Além disso, foram realizadas a análise de reténs
vencidos e avarias direcionadas para reutilização, reconhecimento das Normas
e Procedimentos da Legislação da ANVISA, aplicabilidade do Manual de
Qualidade e Boas Práticas de Fabricação (MQBPF), propondo melhorias para
o andamento das atividades do laboratório a fim de garantir a qualidade do
produto e o desenvolvimento da empresa.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 CONTROLE DE QUALIDADE
Controle de qualidade é o conjunto de atividades realizadas por técnicos
treinados e destinados a assegurar que os ensaios necessários e relevantes
sejam executados e que o material não seja disponibilizado para uso e venda
até que o mesmo cumpra com as especificações pré-estabelecidas. As
atividades do controle de qualidade não estão apenas restritas às análises
laboratoriais, mas envolvem também todas as decisões relacionadas à
qualidade do produto, interferindo diretamente na produção. (ANVISA,2013)
Controle de qualidade torna-se um sistema de inspeção, análises e
autuações, aplicados a uma operação de fabricação, ou ao conjunto de
operações aplicadas em todas as etapas de elaboração do produto, de maneira
que a análise de uma pequena porção do produto possa representar ou estimar
a qualidade de todo um lote. (VALENGA, 2004)
O controle de qualidade se divide em sua maioria em laboratórios: físico-
químico, microbiológico, microscópico e sensorial, com as seguintes funções:
● Monitoramento e recebimento de matérias-primas e
produtos acabados;
● Acompanhamento da fabricação de produtos e dos
processos;
● Elaboração de análises e laudos, incluindo laudos de não
conformidades para fornecedores ou de descarte de produtos não
conforme;
● Armazenagem de toda documentação produzida como
também de amostras de todos os produtos.
Para garantir que todas as etapas foram realizadas, devem estar
atentos:
● Contato direto com os clientes, fornecedores e órgãos
oficiais sobre o atendimento ao cliente e a qualidade do produto.
● Programar auditorias e monitoramentos internos firmados
no manual de qualidade e boas práticas de fabricação (MQBPF).
● Elaborar as especificações técnicas de cada produto, como
bem das matérias primas e documentos de controle.
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Dentre as funções do técnico de controle de qualidade estão às funções
de elaborar, atualizar e revisar as especificações das matérias-primas,
processos de produtos acabados, todo o andamento da produção até o produto
final colocado no mercado. Esses procedimentos estão listados em
documentações e especificações disponibilizados pela ANVISA (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária).
O técnico de controle de qualidade é responsável por:
● Registrar todos os métodos e testes analíticos aplicados;
● Verificar se cada lote se ajusta as especificações descritas;
● Registrar reclamações feitas por consumidores;
● Qualificar fornecedores por meio de laudos e certificados
de análises das matérias-primas, dos materiais de embalagem e produto
acabado.
● Realizar testes de eficácia e estabilidade dos produtos;
● Reter amostras dos lotes fabricados, e participação da
investigação e análise de não conformidades tomando decisões finais de
aprovação ou rejeição junto ao químico responsável.
Os requisitos mínimos para se obter um efetivo controle da qualidade
são:
● Área separada;
● Possuir instalações de segurança: lava-olhos, capela,
ducha e extintores de incêndio,
● Aparelhagem de laboratório adequada e necessária para
realização de todos os testes pertinentes;
● Pessoal treinado e qualificado;
● Uso de uniformes e equipamentos de segurança;
● Calibração periódica de equipamentos;
● Existência de metodologia analítica empregada para
análise de matéria-prima e produto acabado. Metodologia essa descrita
no Manual de Boas Práticas de Fabricação (MBPF).
É de imprescindível importância que toda empresa possua laboratório de
controle de qualidade próprio ou terceirizado independente da sua produção e
que obedeça toda regulamentação vigente, nisso se inclui empresas de
diversas áreas como agrícola, alimentícia, saúde humana e animal, água, meio
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ambiente, materiais e produtos químicos, cosméticos, farmacêutico, entre
outros.
2.2. SANEANTES DOMISSANITÁRIOS
Saneantes domissanitários são substâncias ou preparações destinadas
à higienização, desinfecção ou desinfestação de ambientes domiciliares,
coletivos e/ou públicos, tanto para fins domésticos quanto para fins
profissionais, são classificados quanto à finalidade de uso, como produtos para
limpeza (detergentes, lava-louças, sabão, etc), produtos de ação
antimicrobiana (desinfetantes, esterilizantes, desodorizadores, etc),
desinfestastes (por exemplo, raticidas ou inseticidas), produtos de usos gerais
e afins, estabelecidos na Resolução RDC n0 184, de 22/10/01, da ANVISA.
(Brasil, 2001).
Nesta resolução constam todos os procedimentos a serem adotados
para o registro de produtos saneantes domissanitários, estabelecendo para as
empresas a autorização de funcionamento e a exigência do Manual das Boas
Práticas de Fabricação e Controle. Para as Indústrias de Saneantes
Domissanitários, as diretrizes para a implantação das Boas Práticas de
Fabricação e Controle (BPF e C) estão estabelecidas na Portaria nº 327, de 30
de julho de 1997, da ANVISA, do Ministério da Saúde, as quais visam à
padronização e definição de procedimentos, métodos de fabricação, condições
das instalações da empresa, equipamentos e respectivas manutenções,
critérios de segurança, bem como matérias-primas, embalagens, condições de
estocagem e aspectos relativos ao meio ambiente, como forma de garantir a
qualidade e a segurança no uso destes produtos (BRASIL,1997)
Boas Práticas de Fabricação é a parte da Garantia da Qualidade que
assegura que os produtos constantemente produzidos são controlados, com
padrões de qualidade apropriados para o uso pretendido e requerido pelo
registro.
Requisitos básicos da implantação de MQBPF:
● Os processos de fabricação devem ser claramente
definidos e atenderem às respectivas especificações padrões
estabelecidas.
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● As áreas de fabricação devem ser providas de
infraestrutura necessária para realização das atividades.
● As instruções e os procedimentos devem ser escritos em
linguagem clara e objetiva e serem aplicáveis às atividades realizadas.
● Os funcionários devem ser treinados para desempenharem
corretamente os procedimentos.
● Devem ser feitos registros durante a produção para
demonstrar que todas as etapas constantes nos procedimentos e
instruções foram seguidas e que a quantidade e a qualidade do produto
obtido estão em conformidade com o esperado.
● Os registros referentes à fabricação devem estar
arquivados de maneira organizada e de fácil acesso, permitindo
rastreabilidade.
● O armazenamento adequado dos produtos deve minimizar
qualquer risco de desvio à sua qualidade.
● Toda reclamação sobre produto comercializado deve ser
registrada e examinada e suas causas devem ser investigadas e
documentadas.
● Devem ser tomadas medidas com relação aos produtos
com desvio de qualidade e adotadas as providências no sentido de
prevenir reincidências.
● Todos os dados devem estar disponíveis durante o período
de retenção estabelecido neste regulamento onde todos os registros de
produção e controle devem ser retidos por no mínimo 1 (um) ano após o
vencimento do lote de produto fabricado.
Toda empresa deve estabelecer sistema de documentação de acordo
com sua estrutura organizacional e seus produtos. A documentação constitui
parte essencial do sistema de garantia da qualidade e, deve estar relacionada
com todos os aspectos das boas práticas de fabricação com o objetivo de
definir as especificações dos materiais e produtos, dos procedimentos em
todas as etapas relacionadas com a fabricação e o controle dos produtos
assegurando a existência de registros que permitam a rastreabilidade. Todos
esses documentos devem ser arquivados com segurança de forma que possa
ser revisado e conferido a qualquer momento quando solicitado.
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2.3. LABORATÓRIO FÍSICO-QUÍMICO
As propriedades dos materiais são classificadas em dois grupos
químicas e físicas. As propriedades químicas estudam as interações e
transformações de uma substância com outra, já propriedades físicas não
ocorre qualquer alteração na identidade da substância, sendo propriedades
que podem ser observadas e medidas sem modificação de sua composição.
Laboratórios de análises físico-químicas são realizados técnicas que englobam
a identificação de propriedades físicas e químicas em determinados produtos.
A investigação dos padrões de qualidade na produção de saneantes e
de suas matérias-primas compreendem a determinação de suas propriedades
gerais, parâmetros globais e específicos por métodos físico-químicos que se
utilizam para a avaliação e caracterização de produtos distintos, como
determinações de densidade, conteúdo de água, viscosidade, determinação de
pH, entre outros.
No laboratório Físico-químico da STARLUX são realizadas as análises
dos produtos fabricados, das embalagens utilizadas para armazenagem do
produto final e dos produtos vencidos armazenados em reténs durante um ano
na empresa.
● Densidade
Densidade absoluta de uma substância é definida como a relação entre
a sua massa e seu volume: 𝜌 = 𝑚/𝑣 (g/mL), propriedade essa específica de
cada substância pura o que possibilita a identificação e diferenciação uma das
outras.
Densidade é uma propriedade física importante que pode ser utilizada
para distinguir um produto puro de uma mistura, que pode ser utilizada na
identificação e no controle de qualidade de um determinado produto industrial.
Comercialmente existem vários equipamentos para determinação rápida
e fácil de densidade como: medidor de densidade em forma de tubo-U,
medidores automáticos de sólidos e líquidos, densímetros com leituras
manuais, entre outros. Exemplos são mostrados nas figuras 1 e 2.
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Durante o estágio o densímetro utilizado foi o de medição de leitura
manual, no qual se utiliza um o densímetro formado por um bulbo de vidro
fechado, cuja base contém um lastro de chumbo granulado que fica preso por
um lacre de resina e uma haste com uma escala graduada em gramas por
mililitros (g/mL) completa o instrumento.
Para medir a densidade com esse densímetro, coloca-se o líquido de
densidade desconhecida em uma proveta e mergulha o densímetro, utiliza-se
também um termômetro para verificar a temperatura ambiente, pois a
densidade é uma grandeza dependente da temperatura. Após a estabilização
do instrumento no líquido observasse o ponto onde a escala graduada é tocada
pela superfície do líquido obtendo assim o valor da densidade em g/mL.
Figura 2: Densímetro automático de sólidos e líquidos. Figura 1: Densímetro do tubo U.
Fonte: Página Unicamp, Instrumentação.1
Fonte: Página da Gehaka.2
Figura 3: Densímetro de leitura com proveta.
Fonte: Página da IPEM/SP.3
1Disponível em: http://www.fem.unicamp.br/~instrumentacao/pressao/manometro01.html acesso 28/11/18.
2Disponível em: https://www.gehaka.com.br/produtos/linha-pesagem/medidor-de-densidade-solidos-e-
liquidos/dsl910. 28/11/18
3 Disponível em: https://ipemsp.wordpress.com/2015/11/09/o-densimetro-veja-para-que-serve/. 28/11/18.
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Comumente podemos observar esse modelo de densímetro
comercialmente, um bom exemplo da sua utilização é na verificação da
qualidade do etanol vendido em postos de combustíveis, onde em todas as
bombas de fornecimento e armazenamento de etanol tem instalado um
densímetro para verificação de possíveis adulterações do combustível.
● Viscosidade
Viscosidade é uma propriedade física que caracteriza a resistência de
um fluído ao escoamento, dificuldade de transporte microscópico de certa
quantidade de substâncias influenciada pelas suas interações intermoleculares.
Quando estas interações são fortes mantêm juntas as moléculas e não as
deixam que escoam facilmente do recipiente de medida.
Viscosímetros são equipamentos utilizados para medir viscosidade de
fluídos, existem vários de tipos como: viscosímetro em tubo U, de esfera em
queda, de rotação, de vibração, pistão oscilante, copo Ford, entre outros.
Figura 4: Imersão do Densímetro para leitura de densidade de líquidos.
Figura 4: Imersão do Densímetro para leitura de densidade de líquidos.
Fonte: Página da IPEM/SP.2
2Disponível em: https://www.gehaka.com.br/produtos/linha-pesagem/medidor-de-densidade-solidos-e-
liquidos/dsl910. 28/11/18
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Durante o estágio foi utilizado o Viscosímetro do modelo de Copo Ford,
no qual a viscosidade está relacionada com o tempo de escoamento do fluido
por um orifício calibrado. O copo Ford é constituído por um copo de volume
conhecido que possui orifícios que variam de número (diâmetro) que são
escolhidos de acordo com que tipo de fluido se quer estudar. Orifícios de
número 2, 3 e 4 são utilizados para medir líquidos de baixa viscosidade na
faixa de 20 a 30 ctS (Stokes unidade de viscosidade cinemática) e os de
números 5, 6, 7, e 8 são utilizados para líquidos de alta viscosidade na faixa de
310 cts.
Figura 5: Viscosímetro de esfera em queda.
Figura 6: Viscosímetro de rotação.
Figura 7: Viscosímetro de tubo em U.
Figura 8: Viscosímetros Copo Ford.
Figura 5: Viscosímetro de esfera em queda.
Figura 6: Viscosímetro de rotação.
Figura 7: Viscosímetro de tubo em U.
Fonte: Página da 3bscientific.4
Fonte: Página da Directindustry.5
Fonte: Página da Aliexpress.6
Fonte: Página da Salcas.7
4Disponível em: https://www.3bscientific.com.br/viscosimetro-de-queda-de-esfera-1012827-u14260-3b-
scientific,p_859_18614.html . 28/11/18.
5Disponível em: http://www.directindustry.com/pt/prod/pce-instruments/product-37414-1452659.html. 28/11/18
6Disponível em: https://pt.aliexpress.com/item/6mm-Inner-Diam-Capillary-Glass-Kinematic-Viscosimeter-Pinkevich-
Lab-Tube/32808431343.html. 28/11/18.
7Disponível em: http://www.salcas.com.br/viscosimetro-tipo-copo-ford-salcas. 28/11/18
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Para se medir a viscosidade de um fluido com um copo Ford cronometra-
se o tempo de escoamento do líquido pelo orifício escolhido, esse tempo é
proporcional à cinemática do fluido, e dependente tanto do diâmetro do furo
quanto da temperatura de ensaio, que preferencialmente deve ser mantida
constante durante a medição.
Fecha-se o orifício com o dedo para preencher todo o volume do copo
com amostra, geralmente utilizando um volume de 100mL, coloca-se o
termômetro no recipiente de coleta da amostra para verificar a temperatura e
ao liberar o orifício aciona simultaneamente o cronômetro para a contagem do
tempo.
● pH
O comportamento ácido-base é conhecido de longa data e suas teorias
estudadas desde o princípio do século XX. Cronologicamente iniciaram-se com
a teoria de Arrhenius (1887) discorrendo até chegar à teoria de Lewis (1923),
mais aceita atualmente. G.N. Lewis propôs a definição que ácido (A) é toda
espécie química capaz de receber um par eletrônico e que base (B) é aquela
capaz de doar um par eletrônico. O composto formado AB recebe nomes
diversos, conforme a circunstância: sal, complexo, complexo ácido-base,
complexo doador-aceitador, etc.
Existem substâncias que se comportam tanto como ácido quanto como
base, denominadas de anfóteras. Desta forma, em determinadas condições
atuam como ácido, e em outras como base. A substância anfótera mais comum
e estudada é a água, no qual realiza a sua própria ionização, ou
autoprotonação atuando como um solvente anfiprótico.
H2O + H2O ⇌ H3O+ + OH-
A autoprotólise da água é um exemplo de reação ácido-base, onde uma
molécula de água doa um próton agindo como ácido de Bronsted-Lowry,
enquanto outra molécula de água aceita o próton, agindo como uma base de
Bronsted-Lowry.
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A extensão na qual a água sofre autoprotólise a temperatura ambiente
(25oC) é muito pequena, com concentrações de íons hidrônio (H3O+) e
hidróxido (OH-) em água pura na ordem de 1X10-7mol/L. Desta forma, ao
escrevermos a constante de equilíbrio da água (Kw) obtemos valor igual a 10-14.
Kw = [H3O+] X [OH-]
Kw = (1X10-7) X (1X10-7)
Kw = 1X10-14 a 25oC
Lembramos que substâncias líquidas puras ou sólidas não participam da
expressão da constante de dissociação porque não sofrem variação, assim não
expressamos nosso denominador, concentração de água pura, pois é 1.
Assim como outras constantes de equilíbrio, o Kw só se altera com a
ocorrência de mudança de temperatura, a medida em que a temperatura da
água aumenta, a sua ionização também aumenta, significando que o processo
de autoprotonação da água é endotérmico absorvendo calor.
Com a constatação de que as concentrações de íons H3O+ em solução
são frequentemente muito pequenas, em 1909 o cientista Sorensen sugeriu o
uso do expoente do íon hidrogênio, definindo-o como pH.
O qual aplicando logaritmo negativo em ambos os lados da equação de
equilíbrio da água obteve-se.
- log Kw = - log( [H3O+] X [OH-])
- log 10-14 = - (log [H3O+] + log [OH-])
14 = - log [H3O+] + (-log [OH-])
14 = pH + pOH
Definindo assim pH na química como uma escala adimensional utilizada
para especificar a acidez e basicidade de soluções equiparadas a partir da
água, considerando-a como neutra.
Solução neutra: [H3O+] = [OH-]
[H3O+] = [OH-] = 1,0X10-7mol/L
Solução ácida: [H3O+] > [OH-]
[H3O+] > 1,0X10-7 mol/L e
[OH-] < 1,0 x 10-7mol/L
Solução alcalina: [H3O+] < [OH-]
[H3O+] < 1,0X10-7 mol/L e
[OH-] > 1,0X10-7 mol/L
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pH é uma característica de todas as substâncias determinado pela
concentração de íons de hidrogênio [H3O+] quanto maior for essa concentração
mais ácido é considerado o composto, quando menor for a concentração de
[H3O+] maior será a concentração de [OH-] e assim maior será sua basicidade.
A determinação do pH de uma substância pode ser feita através de
reações com uso de soluções indicadoras como a fenolftaleína, papel indicador
tornassol ou através de um equipamento denominado pHmetro.
Determinação de pH em muitos produtos comerciais são realizadas
através de medidas potenciométricas, que se baseia na determinação da
diferença de potenciais de uma célula eletroquímica composta por dois
condutores chamados eletrodos, cada um deles imerso em uma solução
eletrolítica e separados de forma de evitar a reação direta entre os reagentes.
Células eletroquímicas são compostas por um eletrodo de referência,
que é uma meia-célula com um potencial de eletrodo exatamente conhecido
(Eref) independente da concentração do analito ou de outro íon presente na
solução de estudo, e um eletrodo indicador, Eind, imerso na solução contendo o
analito, que desenvolve um potencial, que depende da atividade do analito. A
maioria dos eletrodos indicadores empregados na potenciometria possui sua
resposta seletiva ao analito investigado. Um terceiro componente da célula
potenciométrica é uma ponte salina que previne que os componentes da
solução do analito se misturem com aqueles do eletrodo de referência.
Figura 9: Escala de pH.
Fonte: Google Imagens.
Figura 9: Escala de pH.
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Para realizar uma medida típica de pH por potenciometria utiliza-se um
pHmetro que consiste em um potenciômetro que mede a diferença de potencial
entre dois compartimentos separados por uma membrana íon seletiva. Neste
caso, utiliza-se o que chamamos de eletrodo combinado contendo um eletrodo
indicador de membrana de vidro seletiva a atividade dos íons H3O+ e um
eletrodo de referência normalmente de Ag/AgCl saturado em KCl.
Na Figura 10 pode-se verificar a configuração mais comum para a
medida de pH utilizando um eletrodo de vidro combinado. Nesse arranjo,
membrana de vidro sensível a [H3O+] é colocada na ponta da sonda cujo em
seu interior se encontra um eletrodo de referência interno de Ag/AgCl.
Figura 10: Eletrodo de Membrana de vidro combinado.
No eletrodo de vidro, a concentração de prótons do lado de dentro da
membrana é mantido constante e a concentração do lado de fora é
determinada pela concentração, ou atividade, dos prótons presentes na
solução a ser examinada (AMOSTRA). Essa diferença de concentração entre a
solução interna e externa produz a diferença de potencial na membrana da
parte interna e externa a qual medimos com um potenciômetro em relação ao
eletrodo de referência. Uma representação em notação em barras pode ser
Figura 10: Eletrodo de Membrana de vidro combinado. Fonte: Adaptado do SKOOG.(2006)
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observada na Figura 11 abaixo para um eletrodo combinado de membrana íon
seletiva para H3O+.
Figura 11: Notação em barra para eletrodo combinado de vidro para medida de pH de soluções.
Eref,1 representa o potencial do eletrodo de referência 1 externo, E j o
potencial de junção, a1 a atividade dos íons de hidrogênio presentes na
amostra, E1 e E2 representam os potenciais dos dois lados da membrana de
vidro, Ei o potencial desenvolvido na interface e a2 á atividade dos H3O+ na
solução de referência interna;
De forma geral podemos esquematizar o potencial do eletrodo
combinado de vidro de forma:
Ecel = Ecatodo – Eanodo
Ecel = Eind – Eref,1
Eind = Ej + Ei + Eref,2 + Eass
Assim, Ecel = (Ej + Ei + Eref,2 + Eass) – Eref,1
Onde: Eref,1 – o potencial de referência externo (valor conhecido)
Eind – o potencial desenvolvido no eletrodo de vidro:
Ej – potencial de junção (valor conhecido)
E1 - E2 = Ei – o potencial de interface que varia com o pH da
solução do analito (amostra)
Eref,2 – potencial do eletrodo de referência interno (valor
conhecido)
Figura 11: Notação em barra para um eletrodo combinado de vidro para medida de pH de soluções.
Fonte: Adaptado do SKOOG.(2006)
22
Eass – o potencial de assimetria que considera possíveis
diferenças no preparo da superfície da membrana durante sua
fabricação (valor conhecido)
Condutividade da membrana sobre os íons de H3O+ se dá pela diferença
entre os contados de interface de vidro/solução analisada e a interface de
vidro/solução interna do eletrodo. Quando as posições dos dois equilíbrios
diferem, a superfície onde a maior dissociação ocorre é negativa com relação à
outra superfície. A diferença de potencial resultante existente entre as duas
superfícies do vidro é o potencial de interface, o qual está relacionado às
atividades do íon hidrogênio em cada uma das soluções é similar à equação de
Nernst que pode ser expressa em:
Ei = E1 – E2 = 0,0592 log 𝑎1
𝑎2
Onde a1 é a atividade da solução externa e a2 a atividade da solução
interna, como a concentração (atividade dos íons H3O+) da solução interna é
mantida constante, a equação simplificada para encontramos o pH da solução
analisada é expressa por:
Ei = + 0,0592 log a1 - 0,0592 log a2
Como a concentração a2 é constante dentro da membrana de vidro temos:
L = - 0,0592 log a2
Então Ei = L + 0,0592 log a1
Sabemos que, Eind = Ei + Eref,2 + Eass + Ej
Portanto, Ei = L + 0,0592 log a1+ Eref,2 + Eass + Ej
Como L, Eref,2, Eass, Ej são constantes durante a análise temos que:
K = L + Eref + Eass + Ej
Assim: Eind = K + 0,0592 log a1 ,
E portanto: Eind = K - 0,0592 pH como podemos observar para a calibração
utilizando três diferentes valores de pH (Figura 12), onde o coeficiente angular
da reta corresponde ao valor de -0,0592 o que indica um comportamento
Nernstiano do sensor potenciométrico.
23
Figura 12: Gráfico mostrando a relação de potencial vs pH, realizada por um potenciômetro.
Medidas potenciométricas são vastamente utilizadas para determinação
de pH, utilizados em diversos ramos como exemplos laboratórios clínicos que
determinam gases sanguíneo e diagnósticos de doenças, na determinação de
efluentes industriais, na determinação da concentração de contaminantes
poluentes, determinação de pH de saneantes e outros diversos produtos
comerciais. Sua preferência se dá por muitas vezes por se tratar de uma
ferramenta versátil e relativamente baixo custo de aquisição, podendo realizar
medidas de pH sobre diversas condições, como utilizados sem interferência em
medidas contendo soluções oxidantes e redutores fortes, ou realizar medidas
em fluidos viscosos ou até mesmo em semissólidos.
Fonte: Adaptado do SKOOG.(2006)
24
3 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA
O estágio supervisionado obrigatório foi realizado na empresa Starlux
Indústria e Comércio Material de Limpeza Higiene Consumo Ltda – EPP, a qual
tem como atividades a produção de produtos saneantes domissanitários, bem
como a sua armazenagem e distribuição. A empresa, situada na Rua José
Ferreira de Lima, 11 – L633 Q44 – Emaús – Parque Industrial I, no município
de Parnamirim, RN, tem como dono e responsável químico o engenheiro
químico Adonai Nagib de Carvalho França.
A empresa foi fundada em 1998 e apresenta uma área de 380,12 m²
dividida entre recepção, secretaria administrativa, escritório, área da produção
(sala de pesagem, fabricação, produção e envasamento, rotulagem,
armazenamento de produtos acabados, expedição, estoque), laboratório de
controle de qualidade, estoque de matérias primas e embalagens.
A Starlux opera suas atividades de produção seguindo sempre o
Manual de Qualidade e Boas práticas de Fabricação e Controle, atuando com
responsabilidade na produção e segurança de seus processos, e na saúde e
segurança dos seus colaboradores, manipuladores e clientes.
A fábrica conta com um quadro de dose funcionários, sendo seis
funcionários responsáveis pela produção, um estagiário e o químico
responsável, os funcionários da produção estão dispostos nas seguintes
funções: um fabricador, um auxiliar de fabricação, um envasador, um rotulador,
um embalador e um chefe de produção. Na parte administrativa, são os outros
seis funcionários dispostos entre: administração, secretária administrativa, um
responsável pelo faturamento, dois vendedores e um motorista entregador.
Figura 13: Logomarca da empresa.
Fonte: Própria empresa.
25
Todos os funcionários são treinados de acordo com sua área de
atuação e toma conhecimento de todo o funcionamento da empresa. De forma
que atuem com responsabilidade e utilizem todos equipamentos de EPI’s
necessários para sua função que são disponibilizados pela empresa.
A linha de produção da empresa consiste na fabricação dos seguintes
produtos: amaciantes, ceras, desinfetantes, desengraxantes,
desengordurantes, detergentes, sabonetes líquidos, essências odorizadoras e
odorizadores.
A escolha das matérias primas para produção é um dos aspectos de
relevância, onde todos os fornecedores são escolhidos criteriosamente pelo
engenheiro químico responsável com o objetivo de manutenção da qualidade
do produto final produzido, onde são exigidos de cada fornecedor certificados
de análise de qualidade dos produtos que são revisados e aprovados pelo
químico com o auxílio do estagiário. Embalagens também passam pelo mesmo
processo, porém seus certificados de análise são realizados pela estagiária
quando o produto chega à empresa, passando por análises sujeitas a
aprovação ou reprovação pela estagiária.
A comunicação entre os setores é de grande importância para que o
fluxo de informações siga a produção, desde o pedido de vendas à entrega do
produto ao cliente, todos esses processos são realizados desde administração
até a entrega do produto ao cliente, que são registrados em documentos
normativos da empresa assinados pelos funcionários durante todo o processo
e orientado e coordenado pelo engenheiro químico responsável, secretária
administrativa, chefe de produção e estagiário de química.
3.1 ADMINISTRAÇÃO
A Administração é o setor inicial da empresa e tem suas atividades
desenvolvidas pelo engenheiro químico Adonai Nagib de Carvalho França. Na
Administração, todo o processo é controlado e fiscalizado, a fim de garantir as
especificações e normas do MQBPF (Manual de Qualidade de Boas Práticas
de Fabricação). Além disso, são elaborados todos os POPs (procedimentos
gerais que remetem a vários procedimentos específicos e podem envolver
26
diversos setores da empresa) realizados diariamente, além de controlar as
metas de vendas e aspectos administrativos da empresa. A administração
também é responsável pelos recursos humanos da empresa, devendo
contratar novos funcionários, estagiários ou realizar demissões.
3.2 SECRETÁRIA ADMINISTRATIVA
É de responsabilidade da Secretaria Administrativa selecionar os
pedidos que serão entregues pela empresa diariamente e semanalmente com
a aprovação da administração. Todos os dias esses pedidos são selecionados
e aprovados onde ocorre a conferência dos produtos já fabricados no estoque
e passando a relação dos que estão em falta para o chefe de produção e para
a estagiária para que se iniciem a produção. Além disso, são elaboradas as
rotas de expedição e entrega dos produtos e emissão de notas fiscais.
3.3 VENDAS
O setor de vendas é responsável pela divulgação e vendas dos produtos
da empresa pelo Estado do Rio Grande do Norte, atendendo especificamente
clientes da grande parte da capital e interiores mais próximos. Suas atividades
são distribuídas na programação do roteiro de visitas, de registro dos
resultados e comprimento de metas estabelecidas pela Administração.
3.4 FATURAMENTO
Departamento Financeiro responsável por todos os trâmites financeiros
da empresa, como emissão de notas fiscais, emissão de boletos bancários e
elaboração e emissão de romaneios, pagamento de funcionários ou de
quaisquer serviços terceirizados.
3.5 PRODUÇÃO
O setor de produção é tido como a base da empresa, onde são
produzidos todos os produtos saneantes fabricados e vendidos pela Starlux,
seu bom andamento é o que faz girar toda a roda empresarial da fábrica.
Sendo ele subdividido em:
● Estoque de matérias prima e embalagens
● Pesagem
27
● Fabricação
● Envasamento
● Rotulagem e Embalagem
● Estocagem.
Todas as etapas da produção são coordenadas pelo chefe de produção
e o estagiário, submetidas e aprovadas pelo engenheiro químico.
3.5.1 Estoque de matérias primas e embalagens
Unidade responsável pelo recebimento e armazenagem das matérias-
primas e das embalagens que serão utilizadas no processo de produção dos
saneantes.
3.5.2 Fabricação
Unidade que tem como objetivo produzir todos os produtos acabados
oferecidos aos clientes, obedecendo às boas práticas de fabricação e seguindo
um processo de garantia de qualidade.
O setor é composto de 2 tanques de PVC de 900 litros, 4 tanques de
inox de 500 litros, 2 tanques de PVC de 450 litros e quatro tanques de PVC de
200 litros, sendo os de PVC colocados sobre extratos de madeira e os de inox
com pernas fixas nos mesmos. Setor de livre circulação, com ventilação e
iluminação elétrica adequada, onde são recebidas todas as matérias-primas
pesadas na sala de pesagem e adicionadas conforme a ordem de produção ao
processo.
Figura 14: Área de fabricação e pesagem de matéria prima.
Figura 14: Área de fabricação e pesagem de matéria prima.
Fonte: PRÓPRIO AUTOR.
28
3.5.3 Envasamento
Unidade responsável por acondicionar todos os produtos acabados em
embalagens plásticas com seu volume definido de acordo com os produtos
oferecidos ao mercado pela empresa.
Setor demarcado, de acesso reservado, com ventilação e iluminação
elétrica adequada, onde utilizam-se três processos de envasamento: Por
gravidade direta, por gravidade em bicos de inox e por bombeamento elétrico
em bicos de PVC.
3.5.4 Rotulagem e embalagem
Unidade onde ocorre o processo de rotulagem, que se dá pela
impressão do lote e da data de fabricação do produto no rótulo e a sua
Figura 16: Área de envase.
Figura 15: Tanques de fabricação.
Fonte: PRÓPRIO AUTOR.
Fonte: PRÓPRIO AUTOR.
29
colagem nas bombonas, em seguida o produto finalizado será embalado em
caixas de papelão ou embalagem com plástico termoencolhível.
Setor composto por uma máquina semi-automática de rotulagem para
demarcação de lote e validade, composto por duas mesas de operação de
colagem dos rótulos.
3.5.5 Estocagem
Unidade responsável por separar os produtos finalizados que estão na
quarentena (ambiente onde os produtos acabados após passarem pela
rotulagem ficam armazenados) verificando se a quantidade, lote e produtos
batem com as ordens de produção, na qual é dado entrada dos produtos
estoque da empresa.
Setor composto do paletes e estantes onde ocorre o armazenamento e
organização dos produtos acabados.
Figura 17: Área de Rotulagem.
Figura 18: Área do Estoque de produtos acabados. Fonte: PRÓPRIO AUTOR.
Fonte: PRÓPRIO AUTOR.
Figura 18: Área de Estoque de produtos acabados.
30
3.6 CONTROLE DE QUALIDADE
Setor constituído pelo laboratório de análises físico-químicas da indústria
e responsável pela avaliação da qualidade dos produtos fabricados,
enquadrando-os dentro das especificações necessárias à comercialização
estabelecidas pela Anvisa, através de um conjunto de análises, que são:
● pH;
● Determinação da densidade;
● Determinação da viscosidade;
As análises são feitas pelo estagiário, e em sua ausência pelo chefe de
produção ou por um funcionário treinado para tal tarefa.
O controle de qualidade dos produtos visa a otimização do processo
produtivo, diminuição de custos e desperdícios e aumento de rentabilidade.
Além dos produtos fabricados na Starlux, o laboratório tem por obrigação,
analisar as mercadorias recebidas e aprová-las para que possam ser utilizadas
para a produção na fábrica.
3.7 PRODUTOS
A Starlux é constituída por um catálogo vasto de produtos com diferentes
tipos de função e aromas. São fabricados: amaciantes, cera líquida incolor e
vermelha, desengraxante, desinfetante, detergente de uso geral, detergente
automotivo, detergente desengordurante, detergente para pneus, detergente de
lavar louças, detergente em gel de uso geral, facilitador de passagem de roupa,
Figura 19: Laboratório de Controle de Qualidade.
Fonte: PRÓPRIO AUTOR.
31
limpador perfumado, limpador de uso geral, limpador de vidros, polidor de
alumínio, essências odorizadores e odorizadores ambientais.
Todos os produtos da Starlux estão notificados e têm formulações
próprias que seguem as normas específicas de cada produto, elaboradas pelo
engenheiro químico e aprovadas pela ANVISA, seguindo o MQBPF (Manual de
Qualidade de Boas Práticas de Fabricação). Todas as especificações são
determinadas pelo engenheiro químico atendendo as exigências normativas
como também as exigências dos clientes, concorrendo assim de forma similar
com outros produtos do mercado.
Os produtos se diferenciam em seus aromas e finalidades, sendo
produzidos e envasados em volumes diferentes que variam de 100mL como
exemplo: essências odorizadoras, até produtos de 50L como amaciantes
fornecidos para clientes de lavanderias que necessitam de grandes volumes.
Seus produtos são comercializados em toda região do Rio Grande do
Norte, atendendo pequenos mercados, lavanderias, igrejas, supermercados,
empresas de serviços de limpezas terceirizados, depósitos comerciais,
atacadistas, condomínios, entre outros clientes.
32
4 ATIVIDADES REALIZADAS
O estagiário na Starlux tem como função principal garantir o controle de
qualidade da produção, realizando as análises físico-químicas das embalagens
e dos produtos fabricados coordenando todo o processo de fabricação, ficando
a ele incumbido a fiscalização e o cumprimento das normas estabelecidas pelo
MQBPF e ANVISA.
O estagiário possui atividades diretamente relacionadas ao processo de
fabricação como a elaboração, emissão e controle das ordens de produção
emitidas diariamente, arquivamento de documentos, recebimento e inspeção
de matéria-prima e embalagens, repasse do estoque de matéria-prima e
embalagens ao setor de Administração, aferição da calibração dos
equipamentos de análise, teste de estabilidade dos produtos fabricados e a
elaboração e realização, uma vez por ano, de uma auditoria interna.
Ao iniciar o estágio, o estagiário é treinado pelo engenheiro químico
responsável e o seu antecessor estagiário para que tomasse conhecimento de
todos os processos e procedimentos operacionais padrão da empresa, para
adaptação do estagiário com as normas da empresa e com os funcionários.
As atividades realizadas corriqueiramente são: controle e emissão de
ordens de produção, recebimento e inspeção de matérias-primas e
embalagens, análise de qualidade de embalagens, análises físico-químicas dos
produtos, teste de estabilidade, controle de limpeza, repasse de estoque,
calibração do pHmetro, controle de essências e rótulos.
Cada atividade tem seu respectivo controle ou registro que é norma de
procedimento da empresa. Essa documentação é arquivada durante o período
de um ano, sendo o arquivamento também função do estagiário.
4.1. EMISSÃO DE ORDENS DE PRODUÇÃO
As ordens de produção (OP’s) são fichas desenvolvidas pela empresa
que reúnem um resumo de todas as etapas que o produto passa desde a sua
fabricação até sua estocagem, bem como informações como: a “receita” passo
a passo para produção de um produto, quantidades de matérias primas, lote,
volume produzido, quantidade de bombonas, quantidade de caixas, ficha de
análise e etiqueta para a estocagem que vai para a administração. Assim, as
33
OP’s são responsáveis por registrar todo o andamento de produção da fábrica,
no qual passa por todos os setores desde sua emissão até o seu
arquivamento.
É de responsabilidade do estagiário, a emissão dessas ordens de
produção baseado nos pedidos solicitados pela administração, passados ao
estagiário e ao chefe de produção que em conjunto decidem os volumes de
cada produto a serem produzidos e recebendo por fim a aprovação do
engenheiro químico. Também é de responsabilidade do estagiário o controle
das ordens durante todo o processo de produção do produto até o seu término,
localizando a sua posição e o andamento da produção de determinados
produtos.
A ordem de produção segue todo um fluxo pela empresa onde após sua
emissão é entregue pelo estagiário ao funcionário responsável pela fabricação,
e em seguida segue o fluxo normativo da empresa onde em cada setor é
assinado e registrado por cada funcionário responsável. Ao final, essas ordens
voltam para o estagiário para realização do seu registro no controle diário de
ordem de produção e para serem entregues ao engenheiro químico
responsável e logo após a sua assinatura ser arquivada.
O fluxo das ordens de produção é o caminho percorrido pelo produto
que está sendo desenvolvido na empresa e pode ser descrito no fluxograma da
figura 20 à seguir:
34
4.2. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
É de responsabilidade do estagiário o controle e a garantia da qualidade
de cada produto fabricado, para isso é realizada as análises físico químicas de
densidade, viscosidade e determinação do pH em cada produto.
O estagiário recebe do fabricante uma alíquota de 500 mL do produto
juntamente com a ordem de produção para realização das análises, registro na
ordem e armazenamento de um retém de 100 mL. Se aprovado, o lote do
produto é liberado e a ordem de produção entregue para as etapas seguintes.
No caso do produto está inadequado as especificações estabelecidas pela
empresa e pela ANVISA, o produto retorna ao setor de fabricação para
Emissão da OP’s
Envase Rotulagem
Aprovado
Controle de
qualidade Encaminhamento para fabricação
junto com a essência.
Embalagem
Expedição
Reprovado
Medidas
corretivas
Administração
Fonte: PRÓPRIO AUTOR.
Figura 20: Fluxograma da movimentação da ordem de produção.
35
executar as correções necessárias que após sua aprovação segue na linha de
produção. O produto só é liberado pelo controle de qualidade quando se
adequa corretamente a todos os parâmetros exigidos. A tabela 1 mostra a ficha
a ser preenchida no controle da qualidade do produto.
Tabela 1: Registro das analises físico-químicas realizadas no laboratório de controle e
qualidade
4.2.1. Densidade
Nesta é a análise inicial, coloca-se a amostra de 500 mL em uma proveta
limpa evitando o aparecimento de bolhas, em seguida introduz um densímetro
de leitura direta, a temperatura de 25o C, deixando por alguns segundos até
estabilizar o nível do líquido e faz-se a leitura direta da densidade baseada no
nível do líquido com a marcação. Verifica-se então se o valor encontrado está
enquadrado na faixa estabelecida e realizam-se os registros para dar
prosseguimento as análises de controle de qualidade. A tabela 2 apresenta a
faixa de densidade estabelecida para cada tipo de produto.
Durante o período de estágio as análises de densidade foram as que não
apareceram divergências, os produtos analisados sempre se enquadravam
dentro da faixa estabelecida pela empresa e regulamentada pela ANVISA.
Fonte: Própria empresa.
36
Tabela 2: Faixa de valores de densidade regulamentada pela ANVISA.
PRODUTOS DENSIDADE (g/mL)
Amaciante 0,95 – 1,05
Cera Líquida 0,95 – 1,05
Desengraxante Líquido 0,95 – 1,50
Detergente Gel 0,94 – 1,04
Detergente A.C 0,5 – 1,51
Detergente Star 0,5 – 1,51
Detergente Multiuso 0,95 – 1,50
Desengordurante 0,5 – 1,51
Desinfetante A.C 0,94 – 1,04
Desinfetante Star 0,94 – 1,04
Limpa Pneus 1,09 – 1,19
Soap lux 0,96 – 1,06
Soap lux Perolizado 0,95 – 1,05
Star Vidros 0,95 – 1,05
Odorizadores essências 0,51 – 1,51
Odorizadores de ambientes 0,95 – 1,05
Star Soap 0,95 – 1,05
Vaselux 0,83 – 0,93
Wash Car Plus 0,96 – 1,06
Figura 21: Densímetro de proveta para medir densidade
de um líquido.
Fonte: PRÓPRIO AUTOR.
Fonte: PRÓPRIO AUTOR.
37
4.2 2. Medida de pH.
A calibração do equipamento deve ser feita periodicamente e pode ser
feita utilizando soluções tampão pH = 4, 7 e 10. Durante o estágio essa
calibração ocorreu inicialmente semanalmente, depois verificando necessidade
passou a ser realizada diariamente no início de cada expediente, sendo
realizada passo a passo como estabelecido pelo manual de treinamento da
Starlux e o MQBPF.
a) Deve-se, primeiramente, lavar o eletrodo com água destilada e depois
secar com um papel bem macio, pois a membrana de vidro do eletrodo é
bastante sensível ao atrito;
b) Coloca-se certa quantidade da solução tampão a 25°C no interior de um
bécker pequeno (30mL) e se introduz o eletrodo dentro dele, não
deixando encostar no fundo do bécker;
c) Liga-se o pHmetro na tomada, coloca-se o seletor de medição na
posição temperatura, liga a chave liga/desliga, deixa estabilizar por 20
segundos, passando o seletor de medição para a posição de leitura do
pH;
d) Com o auxílio do botão de ajuste (sloope), regula-se o pH de leitura com
o pH da solução tampão utilizada;
e) Em seguida, deve-se retornar o seletor do aparelho para a posição da
temperatura, desliga-se a chave liga/desliga e lava-se o eletrodo com
água destilada, secando em seguida;
f) O eletrodo quando não estiver em uso, deve estar mergulhado em
solução de KCl para conservação do mesmo.
Obs.: Para as demais soluções tampão, utiliza-se esse mesmo procedimento.
Após a realização de calibração do equipamento, coloca-se uma amostra
em média 30 mL do produto a ser analisado em um bécker para que ao imergir
o eletrodo de vidro possa ser registrado o valor de pH pelo equipamento.
Verificando se o resultado encontrado está enquadrado na faixa especifica de
aprovação do produto. A tabela 3 apresenta as faixas de pH para cada produto
segundo a ANVISA.
38
Tabela 3: Faixa de valores de pH regulamentada pela ANVISA.
PRODUTOS pH (medida direta)
Amaciante 5,5 - 6,5
Cera Líquida 7,0 - 8,0
Desengraxante Líquido 10,3 - 11,3
Detergente Gel 7,8 - 8,8
Detergente A.C 6,5 - 7,5
Detergente Star 6,5 - 7,5
Detergente Multiuso 8,5 – 9,5
Desengordurante 10,4 – 11,4
Desinfetante A.C 5,5 – 6,5
Desinfetante Star 4,79 - 5,79
Limpa Pneus 7,0 – 8,0
Soap lux 7,5 – 8,5
Soap lux Perolizado 7,0 – 8,0
Star Vidros 5,3 – 6,3
Odorizadores essências 7,0 – 8,0
Odorizadores de ambientes 6,5 – 7,5
Star Soap 8,5 - 9,5
Vaselux 5,5 – 6,5
Wash Car Plus 8,0 – 9,0
Durante o processo de produção, frequentemente ocorreram
divergências dos valores de pH estabelecidos pela empresa. Desta forma, a
análise é tido como NÃO CONFORME e retorna para o setor de produção para
que sejam adotadas as medidas corretivas. Após os procedimentos de
readequação aos padrões ANVISA, realizados no setor de produção, a amostra
retorna para o Laboratório e uma nova medida de pH é feita. Se o valor estiver
dentro do esperado para o produto, o mesmo recebe liberação de envase.
Um exemplo desta divergência dos valores, foi durante a produção dos
desinfetantes, que ao ser analisado constatou-se valores de pH acima do
esperado conforme a tabela 3. Desta forma, faz-se a comunicação com a linha
Fonte: PRÓPRIO AUTOR.
39
de produção para que o pH possa ser corrigido. Neste caso, é adicionado ácido
cítrico para atingir o valor de pH estabelecido pela ANVISA. Em seguida, o
produto retorna para a Laoratório de Controle e Qualidade para verificação e
encaminhamento para o envase.
Durante as atividades é imprescindível a manutenção de calibração do
pHmetro como também a conservação do eletrodo, lavando-o com água e
secando-o com papel macio para armazenamento do eletrodo em solução de
KCl 3 mol/L de forma com que a membrana íon seletiva permaneça sempre
hidratada para a troca iônica continue efetiva.
4.2.3. Viscosidade
A viscosidade é determinada com o auxílio do copo Ford, onde no
laboratório existem dois tipos classificados como copo 2 e copo 4, especifico
para fluidos menos viscosos e fluidos mais viscosos, respectivamente,
realizando a medida a partir da cronometragem do tempo, que o fluido leva
para escoar pelo copo Ford, por um cronometro digital.
Figura 22: pHmetro do Laboratório de Controle de Qualidade da Starlux.
Figura 23: Viscosímetros de copo Ford número 4 e 2, respectivamente.
Fonte: PRÓPRIO AUTOR.
Fonte: PRÓPRIO AUTOR.
40
Cada copo Ford tem um volume de 100 mL, no qual o líquido escoado já
é armazenado em um recipiente plástico de 100 mL para ficar arquivado na
empresa como um retém (amostras retidas e armazenadas contendo o registro
do dia da sua fabricação, lote e tipo). Se o produto estiver de acordo com o
tempo indicado na ordem de produção é liberado para o envasamento, caso
contrário deve ser tomado às devidas correções para adequação.
A tabela 4 apresenta o tempo mínimo necessário de escoamento de
cada produto no copo Ford para que possa ser liberado para envase.
Tabela 4: Tabela de Faixa de tempo de viscosidade.
PRODUTOS VISCOSIDADE
Amaciante 24 s no copo 4
Cera Líquida 40 s no copo 2
Desengraxante Líquido 40 s no copo 4
Detergente Gel 3 min copo 4
Detergente A.C 1min copo 4
Detergente Star 1min copo 4
Detergente Multiuso 50 s no copo 2
Desengordurante 15 s no copo 4
Desinfetante A.C 40 s no copo 2
Desinfetante Star 40 s no copo 2
Limpa Pneus 14 s no copo 4
Soap lux 1min copo 4
Soap lux Perolizado 2 min copo 4
Star Vidros 45 s copo 2
Odorizadores essências 1 min e 15 s copo 2
Odorizadores de ambientes 40 s copo 2
Star Soap 1min copo 4
Vaselux 14 s copo 4
Wash Car Plus 1min copo 4
Fonte: PRÓPRIO AUTOR.
41
Geralmente, os produtos que apresentam maior divergência nos valores
de viscosidade durante a produção são os detergentes e soap’s (sabonete
líquido). Estas divergências podem ser geradas devido o tempo reduzido de
descanso dos produtos no tanque (4h no mínimo), estando estes com a
viscosidade menor do que o estabelecido pela ANVISA. Este fator se deve ao
fato de que tão logo tais produtos devem ser envasados para que outros
possam ser fabricados. Como medida corretiva, é adicionado NaCl ao tanque o
que faz a viscosidade aumentar até o valor esperado. Assim, o produto é tido
como CONFORME e é liberado para o envase.
4.3. TESTE DE ESTABILIDADE
Teste de estabilidade é o teste no qual reproduzimos a mesma
análise físico-química realizada em produtos recém-fabricados agora nos
reténs armazenados durante um ano na empresa sob condições apropriadas
para verificação se durante esse tempo de estocagem os produtos mantiveram-
se dentro dos padrões pré-estabelecidos pela empresa e ANVISA. Os
resultados obtidos são registrados em uma tabela de análise de retém e
encaminhados para o químico responsável.
Dentre os reténs analisados, os que apresentavam maior
estabilidade eram os de desinfetantes e odorizadores pois matem durante as
suas especificações por mais de um ano, quando são analisados.
A estabilidade dos produtos saneantes depende de fatores
ambientais e fatores químicos. Temperatura, luz, umidade e condições de
armazenamento são alguns dos fatores ambientais. Já o tipo e propriedade dos
materiais das embalagens utilizadas, propriedades físicas e químicas das
substâncias ativas e demais componentes da formulação são alguns dos
fatores químicos que influenciam na estabilidade.
42
4.4. RECEBIMENTO E INSPEÇÃO DE MATÉRIAS PRIMAS E EMBALAGENS
O procedimento de recebimento e inspeção é realizado toda vez que a
empresa adquirir materiais e produtos para execução de suas atividades. Os
responsáveis pela realização deste procedimento são o estagiário ou o chefe
de produção. Toda e qualquer mercadoria só poderá ser adquirida pela
empresa se os mesmos estiverem em conformidade com todos os documentos
(Certificado de Análise, Ficha Técnica, Nota Fiscal e Rotulagem) exigidos pela
legislação vigente.
Os produtos e materiais que não atendam aos requisitos são
identificados, com a colocação da etiqueta “NÃO CONFORME” e segregados
para área específica com identificação semelhante. O Administrador decide o
curso da ação a ser seguida quanto a sua devolução ou utilização.
O procedimento utilizado para o recebimento e inspeção de matéria-
prima e embalagem está descrito no treinamento da Starlux, tendo este um
documento normativo interno que deve ser preenchido na chegada de cada
material ou embalagem. São observados os seguintes critérios na entrega de
um material:
● Verifica-se se o produto possui toda documentação exigida
pela legislação vigente,
● Verifica-se se todas as embalagens estão íntegras e
conformes com a Nota Fiscal.
● Preenche-se a ficha de entrada de mercadoria na empresa
que contém os seguintes itens: data de entrada, número da
nota fiscal, quantidade de material, fornecedor, se possui
certificado de análise e ficha técnica, data de fabricação,
validade e lote do produto.
Essas informações servem de base para o estagiário dar entrada no
sistema da empresa das notas fiscais no estoque, analisar as matérias primas
realizando a leitura do seu certificado de análise, preencher e imprimir os
“APROVADOS” (tabela que contém todas as características de entrada do
produto) que será assinado pelo engenheiro químico responsável e
posteriormente colado no produto guardado no almoxarifado e liberado para
43
uso. Toda essa documentação é registrada pelo estagiário e entregue ao setor
de faturamento e administração que faz seu arquivamento.
Todos os produtos liberados pela inspeção deverão ser armazenados
conforme áreas designadas para cada classe de produto. As áreas contêm
uma boa circulação, estrados, ventilação e iluminação adequadas.
4.5. CERTIFICAÇÃO DE EMBALAGENS
O controle de qualidade do recebimento de embalagens tem como
objetivo garantir a qualidade das mesmas recebidas de acordo com as
especificações interna informadas pela empresa, o certificado de qualidade de
embalagem é dado pelo estagiário após a realização de testes de padrões de
resistência à pressão e queda de embalagens.
O procedimento é realizado pelo estagiário ou pelo chefe de
produção e segue o fluxo abaixo:
Realiza-se análise visual dos lotes e de cada fardo de forma que o
número de garrafas para inspeção (NGI) é encontrado de acordo com fórmula
NGI = √𝑛 + 1, onde “n” é o número de garrafas no fardo. Além disso, uma
inspeção visual é feita nas embalagens selecionadas a fim de verificar a
qualidade da mesma com relação a sua definição, geometria e qualidade do
material.
Teste de resistência a queda e pressão é realizado mediante a
seleção do número de embalagens calculado, onde são enchidas com água e
Figura 24: Imagem da tabela de etiquetagem dos produtos aprovados.
Fonte: Própria empresa.
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arremessadas de um metro de altura no chão para verificar sua resistência a
queda, e pressionada com a mão por 10 segundos para verificar sua
resistência a pressão.
A Starlux aceita uma margem de erro de apenas 5% para estes
ensaios, testes são realizados sendo impressos os certificados de análise e
encaminhados para o engenheiro químico responsável. As embalagens tido
como CONFORME são etiquetadas e o produto liberado para uso. Para as
embalagens que se encontram NÃO CONFORME, faz-se o contato com o
fornecedor para providenciar a troca ou devolução do produto.
A Figura 25 apresenta o modelo do certificado de análise de
embalagens o qual é lançado no estoque no sistema da empresa.
4.6. CONTROLE DE LIMPEZA
O ambiente de produção deve sempre estar devidamente limpo e
organizado. A área de produção deverá ser ampla, ventilada e iluminada. Cada
funcionário deve prezar pela limpeza e organização, seja esse ambiente
produtivo ou não, para manter um ambiente adequado ao trabalho.
A empresa aplica procedimentos para limpeza e desinfecção nas suas
dependências conforme exigências da ANVISA com o intuito de assegurar a
qualidade de seus produtos e de obter um ambiente de trabalho seguro. A
Figura 25: Certificado de análise de embalagens.
Fonte: Própria empresa.
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limpeza da fábrica é realizada uma vez por semana por uma diarista, porém os
funcionários são responsáveis pela limpeza diária dos seus setores, e é função
do estagiário supervisionar periodicamente esses ambientes.
É impresso pelo estagiário uma tabela de limpeza do mês e colocada em
cada setor da fábrica onde os funcionários assinam diariamente o registro da
realização da limpeza. A limpeza da administração e do laboratório é realizada
quando necessário, porém a limpeza do setor de fabricação, envase,
rotulagem, expedição, estoque, vestuário e refeitório devem ser limpos duas
vezes ao dia, no final do expediente matutino e vespertino.
4.7. CONTROLE DE ESSÊNCIAS, MATÉRIAS PRIMAS E RÓTULOS
É de responsabilidade do estagiário com o auxílio do chefe de produção
a manutenção e o registro de baixa de estoque das essências, matérias primas
e rótulos. Diariamente é registrada a baixa destes produtos e encaminhado
para administração para providenciar a compra.
Ao estagiário também fica a função de medir e entregar a quantidade de
essência específica para o responsável pela fabricação dos produtos
juntamente com a ordem de produção, como também a quantidade de rótulos
necessária para o responsável pela rotulagem.
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5 CONTRIBUIÇÕES À EMPRESA
Durante o período de estágio a estagiaria atuou de forma objetiva e
eficaz tentando realizar seu trabalho de maneira a contribuir para melhoria da
empresa. Realizou medidas de organização de documentos para melhor
rastreabilidade, alterou planilhas de ordens de produção que se encontravam
com irregularidades, modificando lotes e registros de matéria prima, como
também o arquivamento de qualquer alteração de produção passada pelo
engenheiro químico.
Modificação de lote e rótulos que por algum motivo se encontravam
incorretos ou em falta na fábrica. Documentos importantes, como o Manual de
Qualidade e Boas Práticas de Fabricação e a ficha de especificações de
matérias-primas e embalagens, foram atualizados e corrigidos, de acordo com
os procedimentos operantes empregados na empresa e as características e
certificações das matérias-primas e embalagens utilizadas.
Catalogou todas as avarias que chegaram no seu período de estágio e
também as que já estavam guardadas na empresa, registando sua origem,
lote, data de fabricação e validade.
Realizou a organização do estoque destas avariais analisando-as e
encaminhando-as para a reutilização do produto de forma que fosse colocado
para uso da fábrica e até mesmo a volta dessa mercadoria para o estoque de
venda. Além disso, este produto acadêmico pode ser utilizado como guia de
estudos para outros estagiários que vierem a trabalhar na empresa.
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6 SUGESTÕES PARA EMPRESA
A empresa Starlux apesar de ser uma empresa de pequeno porte possui
uma produção contínua e bem movimentada, onde por dia a relação de
produtos a serem fabricados sempre é relativamente grande, necessitando
assim de uma comunicação efetiva entre todos os setores de forma que
possam ser atingidas as metas de produção com qualidade e segurança
exigida.
Um dos aspectos a registrar com relação a melhoria da empresa está no
fluxo de estoque de matéria prima e embalagens, que apesar de ter um
programa computacional, é ineficaz, necessitando que o estagiário esteja
presente constantemente com o chefe de produção fazendo a relação desses
materiais manualmente para passar para administração, setor responsável pela
compra. Um software que pudesse ser acessado diariamente pelos
responsáveis do estoque e compra facilitaria o andamento da produção que às
vezes é prejudicada pelos atrasos na comunicação para administração e da
administração para a compra.
Na empresa existe um procedimento de gerenciamento de resíduos
sólidos, porém na prática não funciona, onde resíduos sólidos como papelão,
embalagens, rótulos, plástico, entre outros, que são gerados durante o
processo produtivo poderiam ser submetidos ao plano de gerenciamento da
empresa de forma mais eficaz realizando parcerias com órgãos que realizem
uma coleta seletiva, diminuindo assim a geração desses resíduos e auxiliando
na preservação do meio ambiente.
Assim como o plano de gerenciamento de resíduos sólidos, deveria ser
implementado um plano semelhante para os resíduos líquidos. Considerando
que sempre há sobras durantes a produção e até mesmo os próprios descartes
dos reténs que ficam armazenados na empresa, que apesar de terem
começado a serem armazenados em bombonas, separados por sua
composição química pela estagiária, não foi realizado nenhuma operação para
recuperação dessas substâncias. A implementação de tratamento de efluentes
seria um auxílio ao meio ambiente já que durante o processo de envase dos
produtos, é observado possível impacto ambiental devido à geração de
efluentes de resíduos derramados diariamente ao esgoto, que aumenta ainda
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mais quando ocorre à lavagem diária dos equipamentos, pois toda a linha de
produção é direcionada a um sistema de drenagem comum.
Com relação ao laboratório de controle de qualidade é necessário a
reposição dos materiais de trabalho, como a compra de novas soluções
padrões para calibração do pHmetro, como também adequação da sua
armazenagem, que no momento é armazenada em armários sem a devida
refrigeração necessária para manutenção das suas propriedades químicas.
E por fim, é imprescindível a aplicação de uma rotina de manutenção
corretiva e preventiva dos equipamentos e infraestrutura da empresa, no qual
só ocorrem quando é detectada a quebra dos equipamentos que por algumas
vezes pode ser demorado para o conserto, como também o ajuste da
infraestrutura e encanamento de água em toda a fábrica.
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estágio na empresa Starlux ocorreu durante quatro meses
contribuindo de forma significativa para a formação profissional da estagiária,
adquirindo experiência e aprendizado sobre todo um andamento da empresa,
cumprindo metas, se relacionou de forma interdisciplinar e interpessoal com
seus colegas de trabalho, pode realizar na prática análise vista antes apenas
nos laboratórios de ensino da universidade viabilizando a sua aplicabilidade no
mercado de trabalho para um químico.
Com a principal atividade do estágio, no laboratório de controle de
qualidade, foi possível entender melhor os mecanismos de manutenção da
qualidade dos produtos, toda a sua linha de produção baseada nas normas da
ANVISA e no manual de BPF, bem como todo o caminho percorrido pelo
produto até a chegada ao consumidor final.
Toda experiência vivenciada durante o estágio e aprendizado adquirido
durante esses quatros meses certamente agregou conhecimento, experiência
profissional e fará total diferença daqui em diante na vida da estagiaria.
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REFERÊNCIAS
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Disponível em: http://www.aeap.org.br/doc/portaria_327_de_30_de_julho_de_1997.pdf. Acessado em: 14 de novembro de 2018.
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http://www.automotiva-poliusp.org.br/tcc/qualidade-no-processo-de-producao-um-modelo-de-gestao-para-garantir-a-qualidade-de-acabamento-das-carrocerias-em-chapa-na-linha-de-producao-4/. Acessado em: 28 de novembro de 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Saneantes. Registro de Produtos. Como Registrar Saneantes. Legislação.
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EPP, Starlux Ind. e Com. Material de Limpeza Higiene e Cons. Ltda –MANUAL DA QUALIDADE E BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO. Parnamirim, Rn:
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