UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE ... · Este trabalho apresenta um secador...
-
Upload
trinhtuyen -
Category
Documents
-
view
221 -
download
0
Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE ... · Este trabalho apresenta um secador...
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA MECÂNICA
ESTUDO DE UM SECADOR SOLAR FABRICADO APARTIR DE SUCATA DE
TAMBOR DE POLIETILENO
TIAGO SOARES DA SILVA
Orientador: Prof. Dr. Luiz Guilherme Meira de Souza
NATAL/
2013
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA MECÂNICA
ESTUDO DE UM SECADOR SOLAR FABRICADO APARTIR DE SUCATA DE
TAMBOR DE POLIETILENO
Dissertação submetida à
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Como parte dos requisitos para a obtenção do grau de
MESTRE EM ENGENHARIA MECÂNICA
TIAGO SOARES DA SILVA
Orientador: Prof. Dr. Luiz Guilherme Meira de Souza
Natal, julho de 2013.
3
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA MECÂNICA
ESTUDO DE UM SECADOR SOLAR FABRICADO APARTIR DE
SUCATA DE TAMBOR DE POLIETILENO
TIAGO SOARES DA SILVA
Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de
MESTRE EM ENGENHARIA MECÃNICA
Sendo aprovada em sua forma final
Orientador: Luiz Guilherme Meira de Souza
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Prof. Dr. Luiz Guilherme Meira de Souza – UFRN
__________________________________________
Prof. Dr. José Ubiragi de Lima Mendes – UFRN
_________________________________________
Prof. Dr. Roberto Silva de Souza – IFRN
4
“Porque o SENHOR dá a sabedoria; da
sua boca é que vem o conhecimento e o
entendimento.”
Pv 2:6
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus e a Jesus Cristo acima de tudo pela vida que me concedeu e o ser que
me tornou.
A toda minha família pela total dedicação e carinho, pelo apoio, pelo incentivo.
A minha dama de tantos momentos, Danila Belarmino, que me acompanhou nesta
jornada me dando apoio, força e carinho sempre que necessitava. Minha noiva, companheira e
amiga, pelo incentivo, cumplicidade, compreensão, torcida...
Agradeço, de forma especial, ao meu orientador Professor Dr. Luiz Guilherme Meira
de Souza, pela oportunidade que me concedeu, por ter me acolhido, acreditado em meu
trabalho e me passado tanto conhecimento, ensinamentos que levarei para vida toda. Que
Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, lhe recompense.
Ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica – PPGEM/UFRN, por ter
dado condições de realizar este trabalho.
Ao secretário do PPGEM/UFRN, Luís, pelo apoio e amizade durante este período.
A todos os professores do departamento pelo conhecimento repassado, tornando
possível a conclusão deste trabalho.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, Brasil,
pelo apoio concedido.
Agradeço também em especial ao funcionário de laboratório, e amigo conselheiro,
Aldo Paulino, pelo companheirismo e atenção prestada nesta jornada.
Aos amigos que caminharam comigo, pessoas que veem ao meu lado desde tempos
atrás, durante a graduação, em especial Pedro Henrique e Flavio Anselmo, e continuaram
durante a Pós-Graduação.
Aos nobres amigos que fiz durante Pós-Graduação que tanto me ajudaram e me
apoiaram.
6
RESUMO
A escassez de áreas de cultivo, redução da oferta de água para irrigação e falta de tecnologias
para conservação, faz o mundo globalizado enfrentar graves dificuldades na produção de
alimentos para sua população. A saída mais viável para tal dilema é a disseminação de
tecnologias, economicamente viáveis e disponíveis a toda população, para desidratação dos
alimentos perecíveis produzidos. Este trabalho apresenta um secador solar de exposição direta
para a produção de frutas secas, fabricado a partir de um tambor de polietileno reciclado, de
200 litros, usado para armazenamento de água ou lixo. O tambor foi seccionado ao meio, em
seu eixo longitudinal, e teve suas metades unidas formando uma estrutura tipo calha. Serão
descritos os processos da construção e montagem do secador solar proposto, que tem como
principal característica seu baixo custo, e foi idealizado para uso de pessoas com baixa renda,
para o processamento de frutas amplamente disponíveis em nossa região (manga, banana,
goiaba, caju, abacaxi, tomate e outros) em frutas secas e farinhas, contribuindo
significativamente para aumentar a vida útil desses alimentos. As nozes e farinhas podem ser
utilizadas para consumo próprio e para trabalhos de marketing e geração de renda. Foram
realizados testes para diagnosticar a viabilidade do uso de secador solar para os diversos tipos
de frutas tropicais. Foram também comparados parâmetros como tempos de secagem e
eficiência térmica, obtidos no protótipo com os encontrados na literatura especializada em
desidratação de alimentos. Os tempos de secagem obtidos no secador foram competitivos com
os obtidos em outros modelos de secadores desenvolvidos no LMHES.
Palavras-chave: energia solar, secador solar, tambor de polietileno, de baixo custo.
7
ABSTRACT
The scarcity of farmland, reducing the supply of irrigation water and lack of technologies for
conservation, makes the globalized world facing serious difficulties in the production of food
for its population. The most viable outlet for this dilemma is the dissemination of
technologies, economically viable and available to the whole population, for dehydration of
perishable foods produced. This paper presents a solar dryer of direct exposure to the
production of dried fruit, made from recycled polyethylene drum of 200 liters, used for
storing water or trash. The drum was sectioned in half in its longitudinal axis and has its
halves together forming a trough-like structure. It describes the processes of construction and
assembly of solar dryer proposed, whose main characteristic its low cost, and was designed
for use by people with low income, for processing fruits widely available in our region
(mango, banana, guava, cashew, pineapple, tomato and others) in dried fruit and flour,
contributing significantly to increase the life of these foods. The nuts and flours can be used
for own consumption and for marketing jobs and income generation. Tests were conducted to
diagnose the feasibility of using solar dryer for the various types of tropical fruits. Were also
compared parameters such as drying times and thermal efficiency obtained with the prototype
found in the specialized literature in food dehydration. The drying times in the dryer were
obtained competitive with those obtained in other models of dryers LMHES developed.
Keywords: solar, solar dryer, drum polyethylene, low cost.
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1
Figura 2.2
Figura 2.3
Figura 2.4
Figura 2.5
Figura 2.6
Figura 2.7
Figura 2.8
Figura 2.9
Figura 2.10
Figura 2.11
Figura 2.12
Figura 2.13
Figura 2.14
Figura 2.15
Figura 2.16
Figura 2.17
Figura 2.18
Figura 2.19
Figura 2.20
Figura 2.21
Figura 2.22
Figura 2.23
Figura 2.24
Figura 2.25
Figura 2.26
Figura 2.27
Figura 2.28
Figura 2.29
Figura 2.30
Figura 2.36
Figura 2.37
Efeito estufa no interior do secador solar
Classificação de secadores e modos de secagem solar
Curva de secagem de tomate em secador de exposição direta
Esquema de um secador solar por convecção natural
Secador solar por convecção natural.
Esquema de um secador solar por convecção forçada
Secador solar por convecção forçada e exposição direta
Esquema de um secador solar híbrido
Secador solar híbrido desenvolvida pela parceria IDER - Embrapa
Esquema de um secador solar de exposição direta
Secador solar de exposição direta
Esquema de um secador solar de exposição indireta
Secador solar de exposição indireta e convecção natural
Primeiro secador solar fabricado na UFRN
Bancada experimental para estudo do processo de secagem
Secadores solares de exposição direta e indireta testados
Sistema de secagem para grãos proposto
Sistema de secagem em convecção natural ou forçada
Secador solar em teste, frutas e farinhas produzidas
Alimentos em processo de secagem e farinhas
Secador solar fabricado em material compósito
Secador solar fabricado com garrafas PETS
Secador em material compósito a partir de sucata de luminária
Secador solar grande em material compósito
Secador solar fabricado a partir de uma luminária
Secador solar fabricado a partir de embalagens de Split
Secador solar fabricado a partir de uma geladeira
Secador fabricado a partir de uma canaleta para fios
Secador fabricado a partir de uma sucata de luminária dupla
Secador solar de sucata de luminária em teste
Modelos de desidratadores comercializados
Valores praticados para frutas desidratadas
22
23
24
27
27
28
28
29
30
30
31
31
32
33
33
34
35
36
36
37
38
39
40
40
41
42
43
44
45
45
46
47
9
Figura 3.1
Figura 3.2
Figura 3.3
Figura 3.4
Figura 3.5
Figura 3.6
Figura 3.7
Figura 3.8
Figura 4.1
Figura 4.2
Figura 4.3
Figura 4.4
Figura 4.5
Figura 4.6
Figura 4.7
Figura 4.8
Figura 4.9
Figura 4.10
Figura 4.11
Figura 4.12
Figura 4.13
Figura 4.14
Figura 4.15
Figura 4.16
Figura 4.17
Figura 4.18
Figura 4.19
Figura 4.20
Figura 4.21
Figura 4.22
Figura 4.23
Figura 4.24
Figura 4.25
Figura 4.26
Tambor tampa fixa, 200 litros
Projeto do secador proposto
Sistema de secagem proposto em construção
Abacaxi
Banana
Mamão
Manga
Pimentão
Resultados do primeiro dia de secagem de abacaxi
Resultados do segundo dia de secagem de abacaxi
Resultados do terceiro dia de secagem de abacaxi
Porcentagem perdida em massa de água no abacaxi
Comportamento climático durante ensaio do abacaxi
Evolução do processo de secagem do abacaxi
Resultados do primeiro dia de secagem da banana
Resultados do segundo dia de secagem da banana
Porcentagem perdida em massa de água na banana
Comportamento climático durante ensaio da banana
Evolução do processo de secagem da banana
Resultados do primeiro dia de secagem do mamão
Resultados do segundo dia de secagem do mamão
Resultados do terceiro dia de secagem do mamão
Porcentagem perdida em massa de água no mamão
Comportamento climático durante ensaio do mamão
Evolução do processo de secagem do mamão
Resultados do primeiro dia de secagem da manga
Resultados do segundo dia de secagem da manga
Resultados do terceiro dia de secagem da manga
Porcentagem perdida em massa de água na manga
Comportamento climático durante ensaio da manga
Evolução do processo de secagem da manga
Resultados do primeiro dia de secagem do pimentão verde
Resultados do segundo dia de secagem do pimentão verde
Porcentagem perdida em massa de água no pimentão
48
50
50
51
52
53
54
54
58
59
59
60
60
61
61
62
62
63
63
64
64
65
65
66
66
67
67
68
68
69
69
70
70
71
10
Figura 4.27
Figura 4.28
Figura 4.29
Figura 4.30
Figura 4.31
Figura 4.32
Figura 4.33
Figura 4.34
Figura 4.35
Figura 4.36
Comportamento climático durante ensaio do pimentão
Evolução do processo de secagem do pimentão
Medidor de Stress Térmico com função de Anemômetro
Rendimento térmico médio do processo
Rendimento médio do processo para cada 5 horas
Rendimento total do processo
Termômetro digital (A) e pirômetro óptico (B)
Temperaturas médias internas
Temperaturas médias externas
Porcentagens de energias no sistema.
72
72
73
73
74
74
75
76
76
77
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1
Tabela 3.1
Tabela 3.2
Tabela 3.3
Tabela 3.4
Tabela 3.5
Tabela 3.6
Tabela 3.7
Tabela 4.1
Tipos de secadores mais adequados à desidratação
Dimensões do secador proposto
Custos de fabricação
Informações nutricionais do abacaxi
Informações nutricionais da banana
Informações nutricionais do mamão
Informações nutricionais da manga
Informações nutricionais do pimentão
Resultados gerais do processo de secagem
26
48
50
52
53
53
54
55
72
12
NOMENCLATURAS
LMHES = Laboratório de Máquinas Hidráulicas e Energia Solar
IBRAF = Instituto Brasileiro de Frutas
IDER = Instituto De Desenvolvimento Sustentável E Energias Renováveis
Pu = potência entregue pelo sistema (W)
A = área do secador (m²)
I = radiação solar global (W/m²)
ṁ = vazão mássica (kg/s)
ΔT = diferença de temperatura do fluido obtida no sistema (°C)
p = rendimento do processo (%)
t = rendimento térmico (%)
cte. = constante
Uentrada = umidade do ar na entrada (%)
Usaída = umidade do ar na saída (%)
minicial = massa inicial (g)
mfinal = massa final (g)
mágua = massa de água (g)
= potência incidente (W)
= energia absorvida (W)
= transmissividade do vidro da tampa do secador
= absortividade da placa
= potência útil (W)
= calor específico do fluido (J/kg.°C)
= energia absorvida (W)
= potência útil (W)
13
SUMÁRIO
1
1.1
1.1.1
1.1.2
2
2.1
2.1.1
2.1.2
2.2
2.2.1
2.2.1.1
2.2.1.2
2.2.1.3
2.2.1.4
2.2.1.5
2.3
2.5
3
3.1
3.2
3.2.1
3.2.2
3.2.3
3.2.4
3.2.5
3.3
3.3.1
3.3.2
3.3.3
3.3.4
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
SECADOR SOLAR
Classificação dos sistemas de secagem solar
Curva de secagem
TIPOS DE SECADORES
Tipos de secadores solares
Secador de convecção natural
Secador de convecção forçada
Secador híbrido
Secador de exposição direta
Secador de exposição indireta
ESTADO DA ARTE DOS SECADORES NO LMHES/UFRN
MERCADO DE DESIDRATADOS
MATERIAIS E MÉTODOS
CONSTRUÇÃO DO SECADOR
ALIMETOS ESCOLHIDOS
Abacaxi
Banana
Mamão
Manga
Pimentão
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
Cálculo de rendimento térmico
Eficiência do processo de secagem
Potência incidente
Energia absorvida
15
17
17
17
19
22
23
23
25
26
26
27
29
30
31
32
46
48
48
51
51
52
53
54
54
55
55
56
56
57
14
3.3.5
3.3.6
4
4.1
4.2
4.3
4.4
4.5
4.6
4.7
5
5.1
5.2
Potência útil
Potência perdida
ANÁLISE DOS RESULTADOS
ABACAXI
BANANA
MAMÃO
MANGA
PIMENTÃO
CÁLCULO DE RENDIMENTO
PERDA DE TEMPERATURA NO SISTEMA
CONCLUSÕES E SUGESTÕES
CONCLUSÕES
SUGESTÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS CONSULTADAS
57
57
58
58
61
64
67
70
73
75
79
79
79
81
86
15
1 INTRODUÇÃO
O grande desafio do mundo é produzir alimentos para uma população que já
ultrapassou os sete bilhões de habitantes, e não para de crescer (http://www.g1.com). Com
problemas como áreas agricultáveis diminuindo, oferta de água para irrigação escassa e
tecnologias de produção que já não conseguem dar mais saltos de produtividade, alguns
especialistas acreditam que a oferta de alimentos, nas próximas décadas, não suprirá a
demanda da população mundial.
O Brasil produz hoje 34 milhões de toneladas de frutas, numa área total de 2,2 milhões
de hectares. É o segundo maior produtor de frutas do mundo, atrás apenas da China. No ano
2000, o Brasil exportou US$169 milhões em frutas in natura, o equivalente a menos de 1% do
que o mercado mundial de frutas movimentou no ano passado
(http://www.ebah.com.br/content/ABAAABUFQAC/apostila-desidratacao-frutas-hortalicas).
Segundo o Instituto Brasileiro de Frutas (IBRAF), 53% da produção brasileira são
destinadas ao mercado de frutas processadas e 47% ao mercado de frutas frescas.
Atualmente, a produção brasileira está voltada para frutas tropicais, subtropicais e
temperadas, graças à extensão territorial, posição geográfica, solo e condições climáticas. São
aproximadamente 500 variedades de plantas produtoras de frutas comestíveis e 220 espécies
de frutíferas nativas, somente na Amazônia (http://www.ibraf.org.br). A produção frutífera é
grande, porém grande também são os desperdícios desses alimentos.
Embora ainda em quantidade quase insignificante, no Brasil os processos de
desidratação são encontrados com maior frequência na indústria de laticínios e na secagem de
grãos e sementes, onde geralmente são utilizados combustíveis fósseis, lenha e eletricidade
como fonte de calor. Esta insensata utilização de processos de desidratação vai de encontro ao
alto índice de perda de alimentos, principalmente na zona rural.
Apesar da indiscutível necessidade de se aumentar a produção de frutas e ampliar as
exportações, torna-se imprescindível reduzir as perdas que ocorrem em toda a cadeia
produtiva. Nos países emergentes as perdas são estimadas em 50% para alguns produtos. A
realidade brasileira não é diferente, desde o produtor até o consumidor, a magnitude das
perdas é considerável. Cerca de 30% da produção agrícola no Brasil é desperdiçada por falta
de processos adequados de conservação. Este fato evidencia a urgente necessidade de
processos simples e baratos, que possam oferecer caminhos para conservar estes alimentos
extremamente perecíveis (SOUZA, 2004).
16
A desidratação desses produtos aparece no cenário internacional como uma forma
prática para contornar esse grave problema de desperdício.
Nos últimos dez anos, o surgimento de secadores dimensionados adequadamente para
a secagem de frutas e, principalmente, com custos mais acessíveis, fez crescer o mercado de
frutas desidratadas. O surgimento de outras frutas secas, além da banana, como a maçã, o
mamão, o abacaxi e a manga, embora em pequenas quantidades, evidencia o fato de que este
segmento está em constante desenvolvimento (COSTA, 2008).
Em regiões, ou comunidades rurais, onde seria inviável a aquisição de secadores
convencionais por parte dos pequenos produtores, faz-se necessário o uso de equipamentos
simples, e que utilizem energias alternativas, para o combate ao desperdício de alimentos que
poderiam ser aproveitados para amenizar os graves problemas sociais ligados à fome e à
miséria. Sendo assim, uso da energia solar é imprescindível, pelas suas características de ser
limpa e largamente disponível em todo o Brasil, principalmente no Nordeste, região com
maior índice de desigualdade social.
Vale ressaltar que, a utilização de energias renováveis ganha cada vez mais prestígio
no mundo desenvolvido em função do surgimento de políticas de substituição das fontes
originárias do petróleo por fontes não convencionais renováveis.
A desidratação solar se dá em sistemas que podem trabalhar em regime de convecção
natural ou forçada. Os frutos podem ser desidratados em secagem de exposição direta ou
indireta. A secagem é dita direta quando os frutos são expostos diretamente à ação dos raios
solares. Esse tipo de secagem apresenta a desvantagem de tornar o controle das propriedades
dos frutos mais difícil. Quando se deseja uma secagem mais controlada, opta-se pela secagem
de forma indireta, onde os frutos são postos em câmaras de secagem.
A perecibilidade de produtos hortifrutigranjeiros é um dos problemas de grande
relevância dentro das políticas de combate à fome, principalmente em regiões onde as
desigualdades sociais são mais acentuadas. Outro grave problema é o desperdício, produto da
falta de investimentos tecnológicos em medidas de combate ao prejuízo causado.
A alta perecibilidade, o desperdício desses alimentos e o atraso tecnológico
contribuem mais ainda com desigualdade social, colaborando com a deterioração da qualidade
de vida.
Com o intuito de combater esses fatores, o presente trabalho apresenta um secador
solar alternativo, de exposição direta, que pode trabalhar em regime de convecção natural ou
forçada, fabricado a partir da utilização de um tambor reciclado de polietileno. O secador foi
produzido dando prioridade a características como o baixo custo, fáceis processos de
17
fabricação e montagem e utilização de uma fonte energética renovável, extremamente
disponível e ecologicamente correta.
O sistema proposto representa uma alternativa para a produção de alimentos
desidratados, propiciando a minimização da fome em comunidades rurais carentes e também
uma opção de geração de emprego e renda para essas comunidades, a partir da fabricação e
comercialização de farinhas das frutas secas.
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo geral
Construir um secador solar alternativo de exposição direta a partir de sucata de tambor
de polietileno, utilizado para armazenamento de água ou lixo, e demonstrar sua eficiência no
processo de secagem de diferentes alimentos.
1.1.2 Objetivos específicos
a) projetar um secador solar de exposição direta de baixo custo para promover a
desidratação dos alimentos, visando massificar seu uso, principalmente por comunidades
carentes do estado do Rio Grande do Norte;
b) construir o secador solar de exposição direta;
c) instrumentar o protótipo produzido;
d) levantar o desempenho experimental do sistema construído;
e) demonstrar a eficiência do secador para promover a secagem dos alimentos
testados;
O estudo proposto está dividido em cinco capítulos, que têm as seguintes abordagens:
O capítulo 1 traz a apresentação do trabalho, apontando suas principais inovações e
seus objetivos gerais e específicos.
O capítulo 2 apresenta uma breve revisão bibliográfica acerca dos secadores solares e
dos processos de secagem.
18
O capítulo 3 apresenta a proposta em estudo, mostrando o sistema de secagem
construído, seus princípios de funcionamento, seus processos de fabricação e montagem e
também a metodologia experimental empregada.
No capítulo 4 são mostrados os resultados obtidos na utilização do sistema de
desidratação solar proposto.
No capítulo 5 são apresentadas as conclusões e sugestões para futuros trabalhos.
19
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A desidratação é uma das técnicas mais antigas de preservação de alimentos utilizadas
pelo homem.
Alimentos desidratados naturalmente têm sido utilizados pelo homem por centenas de
anos. O homem passou a utilizar a técnica de conservação de alimentos quando percebeu que
os alimentos do dia de fartura podiam ser utilizados em tempos de escassez. Ao colocar a
carne ao sol para secar, ele observou que surgia uma camada externa que protegia a parte
interna, permitindo a sua utilização por mais tempo. Assim estava criada a técnica de
conservação dos alimentos. Esse método antigo de conservação ainda hoje é usado e chegou
ao Brasil com os portugueses.
Na Segunda Guerra, com a introdução da tecnologia do processamento por
escaldamento antes da secagem, houve uma melhoria da qualidade dos alimentos
desidratados. Pesquisas contribuíram para se alcançar produtos secos com maior período de
conservação e de melhor qualidade quando reidratados. Um ponto importante para a
conservação dos alimentos desidratados foi o controle do teor de umidade final dos produtos
(COSTA, 2010).
A desidratação é o processo combinado de transferência de calor e massa no qual se
reduz a disponibilidade de água de um alimento, aumentando o tempo de vida útil do mesmo,
combatendo sua perecibilidade e seu desperdício. As principais razões para a desidratação das
frutas são: redução da sazonalidade, aumento do valor de mercado do produto, redução de sua
deterioração, melhoria do transporte e armazenamento (BARBOSA, 2011).
A desidratação ou secagem como meio de conservação de produtos agrícolas é um dos
processos comerciais mais utilizados, pois permite que eles conservem suas propriedades
biológicas e nutritivas (MADAMBA, 2007).
Existem diversos métodos de secagem. A escolha do processo se dá em função de
alguns parâmetros como a natureza do alimento, a forma e qualidade desejada, o valor
econômico e condições de operação (GASPARETO, 2005).
Em função da gama de métodos de secagem existentes, torna-se extremamente
complexa a classificação de todos. Sendo assim, os mais importantes estão descritos a seguir
(ALONSO, 1998):
a) secagem por convecção;
b) secagem por condução;
c) secagem por radiação;
20
d) secagem dielétrica;
e) secagem por liofilização.
Em todo o mundo, grande parte dos alimentos desidratados é obtida por exposição
direta ao sol, a céu aberto.
Alguns países, principalmente os Estados Unidos, possuem grandes indústrias de
desidratação de alimentos que usam, geralmente, gás natural ou óleo para a desidratação de
frutas, castanhas e verduras. A desidratação artificial é bem mais recente. Na desidratação
artificial, geralmente, a energia elétrica toma o lugar da exposição direta do alimento ao sol,
no campo (FIOREZE, 2004).
No caso do presente trabalho a desidratação será obtida por contato com ar quente.
Os fatores mais importantes a serem considerados nos processos de desidratação de
frutas são: pressão de vapor de água, temperatura do ar, velocidade do ar, velocidade de
difusão da água no produto, espessura e superfície disponíveis (COSTA, 2010).
A secagem solar pode ser obtida através de dois processos: a secagem de exposição
direta e a secagem de exposição indireta. No primeiro tipo de secagem, o alimento é exposto à
radiação solar e, por absorção de energia e em contato com um ar circulante, a umidade se
vaporiza na atmosfera. Neste caso, a circulação do ar pode ser natural ou forçada. No segundo
caso, a secagem é obtida através do uso de um aquecedor solar de ar, que fornece ar quente a
uma câmara de secagem separada. Neste caso, outra fonte de calor pode ser usada
conjuntamente com a energia solar na mesma unidade de secagem.
A desidratação de alimentos sólidos, como frutas e hortaliças, normalmente significa
remoção da umidade do sólido por evaporação, e tem por objetivo assegurar a conservação
das frutas por meio da redução do seu teor de água. Essa redução deve ser efetuada até um
ponto, onde a concentração de açúcares, ácidos, sais e outros componentes sejam
suficientemente elevados para reduzir a atividade de água e inibir, portanto, o
desenvolvimento de microrganismos.
Produtos com atividade de água entre 0,2 e 0,4 não sofrem reações degradativas e
crescimento microbiano (SOKHANSANJ E JAYAS, 2006; ARAÚJO, 2004). O processo
deve ainda conferir ao produto final características sensoriais próprias e preservar ao máximo
o seu valor nutricional.
A fruticultura é, hoje, um dos segmentos mais importantes da agricultura nacional
respondendo por 25% do valor da produção agrícola. Nos últimos anos, sua área cresceu a
uma taxa inédita na história, ampliando suas fronteiras em direção à região nordeste, onde
21
condições de luminosidade, umidade relativa e temperatura, são muito mais favoráveis que na
região sul e sudeste onde até então eram desenvolvidas.
O consumo de frutas é crescente em todo o mundo, por uma série de fatores que levam
a modificações nos hábitos alimentares, como (COSTA, 2010):
a) maior cuidado com a saúde e aspectos nutritivos dos alimentos, com
sensibilidade crescente em relação a fatores ecológicos e dietéticos;
b) campanhas publicitárias sobre os benefícios de consumo de frutas e hortaliças;
c) envelhecimento da população, que amplia o conjunto consumidor de maior
idade (calcula-se que, nos EUA, o segmento populacional entre 55 e 66 anos consome quase
40% mais frutas e hortaliças que a média);
d) tendência a desprendimento dos horários e costumes, o que aumenta a
substituição das refeições por lanches rápidos;
e) procura por ganho de tempo e por alimentos individualizados de fácil preparo;
f) consumidor aberto a novidades, atraído por produtos novos e uma tendência à
busca de novos sabores.
As principais características dos legumes e hortaliças desidratadas de boa qualidade
são as seguintes (FIOREZE, 2004):
a) teor de umidade em torno de 5%, para minimizar a deterioração de cor, sabor e
odor, provocada pelas reações oxidativas, e impedir o desenvolvimento microbiano;
b) devem reidratar-se de maneira rápida e satisfatória, assumindo forma e
aparência original do produto antes da secagem;
c) devem cozinhar rapidamente em água fervente e quando prontos para servir
deverão ser tenros, retendo muito do seu odor e sabor originais;
d) quando embalados, deverão ser isentos de insetos, umidade e ar, em
embalagens hermeticamente fechadas e sob vácuo ou atmosfera de gás inerte;
Os produtos desidratados apresentam algumas vantagens, em relação ao produto in
natura, dentre elas (FIOREZE, 2004):
a) pesam somente cerca de 1/10 do peso original, no caso de raízes vegetais, e
1/15 ou menos, para o caso de folhas e tomates;
b) os legumes e hortaliças desidratadas não necessitam de refrigeração durante o
transporte ou armazenamento, como é o caso dos produtos frescos ou congelados;
c) compatibilidade com outros ingredientes nas misturas desidratadas, como
sopas, etc.;
22
d) o valor nutritivo dos legumes e hortaliças não é muito depreciado pela
desidratação.
A desidratação atualmente não é utilizada apenas com objetivo de conservação de
alimentos, mas também para elaboração de outros produtos a partir de suas farinhas, como por
exemplo, biscoitos, sorvetes, massas diversas entre outros (FIOREZE, 2004).
Muitos alimentos são desidratados por necessidade de conservação, em contrapartida
existem os produtos que passam pelo mesmo processo para adquirirem sabores mais
refinados, como o tomate, que após a desidratação é vendido por altos preços no mercado
(NAYAK, 2007).
2.1 SECADOR SOLAR
De acordo com Costa, 2010, o secador solar é um sistema em que o ar é aquecido pela
radiação e percorre, de forma natural ou forçada, por um sistema retirando a umidade do
material a qual se quer secar. O material pode ser colocado diretamente no coletor,
configurando a secagem direta, ou em uma câmara quando se tem a secagem indireta.
A desidratação dos alimentos se dá a partir do princípio do efeito estufa que ocorre no
interior do secador como pode ser observado na Fig. 2.1.
Figura 2.1 Efeito estufa no interior do secador solar.
O desenvolvimento de equipamentos que utiliza a radiação solar com eficiência e
baixo custo passou a ter importância maior nos dias atuais, pois se tornou uma alternativa para
produtores que não têm acesso aos secadores convencionais em função de seu elevado custo
de aquisição e operação (BARBOSA, 2011).
O LMHES (Laboratório de Máquinas Hidráulicas e Energia Solar) do Departamento
de Engenharia Mecânica da UFRN, além do presente secador, vem desenvolvendo sistemas
de desidratação com materiais alternativos como: compósitos, sucatas de calhas de lâmpadas
23
fluorescentes, garrafas PET, etc., com o objetivo de reduzir mais ainda seu custo para ser
repassado às comunidades rurais do interior.
2.1.1 Classificação dos sistemas de secagem solar
Os sistemas de secagem solar podem ser classificados de diversas formas. Uma
classificação de secadores solares e modos de secagem é mostrada na Fig. 2.2.
Figura 2.2 Classificação de secadores e modos de secagem solar.
2.1.2 Curva de secagem
Quando um alimento é desidratado, ele não perde água a uma velocidade constante ao
longo do processo. Com o progresso da secagem, em condições fixas, a taxa de remoção de
água diminui. Na prática, em condições normais de operação, o nível zero de umidade
dificilmente é alcançado (FIOREZE, 2004).
24
Durante a secagem são identificados dois períodos característicos: o período de taxa de
secagem constante ou quase constante e um período com taxa de secagem decrescente. O
gráfico da Fig. 2.3 exemplifica a curva da taxa de secagem expressa pela variação de umidade
do material, no caso, o tomate, em função do tempo de secagem.
Figura 2.3 Curva de secagem de tomate em secador de exposição direta.
Fonte: Neto, 2008.
Essas mudanças durante a desidratação podem, em grande parte, ser explicadas pelos
fenômenos de transferência de calor e massa. Um alimento cortado na forma de cubo, no
decorrer da secagem, perderá umidade por suas superfícies e desenvolverá, gradualmente,
uma espessa camada seca na superfície, com o restante da umidade aprisionada no centro. Do
centro para a superfície, um gradiente de umidade será estabelecido.
Em consequência, a camada externa seca formará uma barreira isolante contra a
transferência de calor para o interior da amostra. Além de ter a transferência de calor
diminuída, a água restante no centro do alimento tem uma distância maior a percorrer até
chegar à superfície, do que a umidade superficial no início da secagem. À medida que o
alimento seca e atinge a umidade de equilíbrio, não se tem mais secagem e a velocidade cai
para zero.
Essas não são as únicas mudanças do alimento que contribuem à forma de uma curva
de secagem típica, embora sejam os fatores principais. A forma precisa de uma curva de
secagem normal varia conforme o alimento, com os diferentes tipos de secadores e em
resposta às variações das condições de secagem, tais como a temperatura, a umidade, a
velocidade do ar, o sentido do ar, a espessura do alimento, entre outros fatores.
25
A secagem da maioria dos produtos alimentícios, geralmente apresenta período de
velocidade constante e de velocidade decrescente e a remoção da água abaixo de
aproximadamente 2%, sem danos ao produto, é extremamente difícil.
2.2 TIPOS DE SECADORES
No projeto dos equipamentos para desidratação de alimentos, busca-se obter a máxima
taxa de secagem com o menor dano ao produto e menor custo possível. A desidratação de
alimentos é, verdadeiramente, uma área em que os cientistas e os engenheiros de alimentos
devem trabalhar juntos, para alcançar aperfeiçoar os resultados.
Existem relações matemáticas entre cada uma das principais variáveis que governam o
processo de secagem e de transferência de calor e massa. Por causa das peculiaridades de cada
produto, as melhores condições de secagem para um produto, raramente são as mesmas para
outro.
Cálculos de engenharia baseados na modelagem matemática dos sistemas é um
caminho em direção à seleção adequada e ideal das condições de secagem, mas raramente são
suficientes para predizer exatamente o comportamento da secagem.
Isso porque os alimentos são altamente variáveis na sua composição inicial, nos totais
de água livre e ligada, no encolhimento e no modelo de migração de solutos e, mais
importante, nas mudanças de suas propriedades durante a operação de secagem (NETO,
2008).
Existem diversos métodos para desidratação de alimentos. O método de escolha
depende do tipo de alimento a ser desidratado, do nível de qualidade que se deseja obter e de
um custo que possa ser justificado.
Entre os métodos mais comuns de desidratação, podemos listar a secagem em
cilindros rotativos (“drum drying”), por atomização (“spray drying”), secagem a vácuo,
liofilização ou secagem pelo frio (“freeze drying”), cabines e túneis com circulação forçada
de ar quente, leito fluidizado, entre outros. Alguns desses métodos são apropriados para
alimentos líquidos ou pastosos e outros para alimentos em pedaços (FIOREZE, 2004).
A Tabela 2.1 apresenta um resumo com os tipos de secadores mais adequados para
desidratação de alimentos na forma líquida, pastosa e sólida ou em pedaços (NETO, 2008).
26
Tabela 2.1 Tipos de secadores mais adequados à desidratação.
Fonte: Meloni, 2003.
2.2.1 Tipos de secadores solares
Os secadores solares podem ser de três tipos: secador de convecção natural, secador de
convecção forçada e secador híbrido. Outra classificação, segundo Khalil (2007), é o secador
de exposição direta, em que a radiação fica diretamente sobre o produto a ser secado, e o
secador de exposição indireta, no qual são adicionadas bandejas em uma câmara de secagem
onde fica o produto a ser secado.
Podemos ter um secador de convecção natural com exposição direta ou indireta e
convecção forçada com exposição direta ou indireta. O que vai determinar a sua utilização são
os recursos disponíveis para a construção do secador.
2.2.1.1 Secador de convecção natural
É o secador em que o ar apresenta uma circulação espontânea em seu interior, ou seja,
o ar é aquecido na parte inferior do secador, e em função de sua densidade menor, sobe
arrastado pela corrente do ar atmosférico, promovendo a secagem do produto.
Um secador de exposição direta que funciona por convecção natural é representado na
Fig. 2.4.
27
Figura 2.4 Esquema de um secador solar por convecção natural.
Barbosa (2011) realizou testes com o sistema de secagem de exposição direta em
convecção natural, Fig. 2.5, para a secagem frutas e verduras, em sua Dissertação. Ele obteve
resultados satisfatórios, por exemplo, constatou a viabilidade do sistema para produzir a
secagem de uma grande variedade de produtos alimentícios, verificou também que o mesmo
mostrou-se eficiente, podendo produzir perda de massa compatível com o que aponta a
literatura especializada em desidratação de alimentos, como também os tempos de secagem
obtidos foram competitivos com os apontados pela literatura, dentre outros resultados que
apontam os secadores solares de baixo custo como uma alternativa promissora para questões
de desperdício de alimentos e desigualdades sociais nas comunidades rurais.
Figura 2.5 Secadores solares por convecção natural.
Fonte: Barbosa, 2011.
2.2.1.2 Secador de convecção forçada
É o sistema de secagem em que o ar é forçado a percorrer todo o coletor pela ação de
equipamentos auxiliares, como um ventilador ou uma bomba.
Na Figura 2.6 é representado o esquema de um secador de exposição direta e
convecção forçada.
28
Figura 2.6 Esquema de um secador solar por convecção forçada.
Um secador de convecção forçada e exposição indireta foi alvo de pesquisa em um
trabalho proposto por Machado (2011), onde o sistema, mostrado na Fig. 2.7, foi avaliado na
desidratação do pedúnculo de caju, que apresenta um grande potencial para obtenção de
produtos secos em função de seu alto índice de desperdício na atualidade, cerca de 94% de
toda sua produção.
Segundo o autor, o sistema apresentado produziu alimentos secos de boa qualidade. O
tempo total de secagem variou, em função da velocidade do ar de secagem e da espessura das
fatias de caju, de 10 a 16 horas.
Figura 2.7 Secador solar por convecção forçada e exposição indireta.
Fonte: Machado, 2011.
29
2.2.1.3 Secador híbrido
Neste tipo de secador, além da energia solar, como fonte de energia para a secagem do
produto, outras fontes energéticas são empregadas para realizar a desidratação dos produtos,
tais como: energia elétrica, biomassa, GLP, geotérmica, fotovoltaica.
O secador solar híbrido dispõe sempre de uma unidade auxiliar, que pode ser uma
unidade de armazenamento térmico, um sistema de bomba de calor ou um sistema de
aquecimento, com as fontes energéticas citadas no parágrafo anterior.
Como pode ser observado na Figura 2.8, uma resistência elétrica é utilizada para
aperfeiçoar o processo de desidratação em um secador de exposição indireta e convecção
forçada.
Figura 2.8 Esquema de um secador solar híbrido.
O Instituto Eco-Engenho, em parceria com o IDER (Instituto de Desenvolvimento
Sustentável e Energias Renováveis), desenvolveu um secador solar para desidratar vários
produtos, como frutas e verduras, entre outros. O equipamento permite obter produtos de
maior qualidade, pois, durante o processo de desidratação, eles estão protegidos da luz o que
colabora para maior conservação dos moemos. O sistema híbrido, Fig. 2.9, do equipamento
foi desenvolvido e aprimorado pelo IDER em parceria com a Embrapa Agroindústria
Tropical. Em função da dificuldade de manter a temperatura durante a noite e em períodos
chuvosos, foi adaptado um queimador a gás de baixo consumo (http://www.ider.org.br).
30
Figura 2.9 Secador solar híbrido desenvolvido pela parceria IDER-Embrapa.
Fonte: http://www.ider.org.br, 2011.
2.2.1.4 Secador de exposição direta
No secador de exposição direta, o sol incide diretamente sobre os alimentos a serem
desidratados. Os alimentos ficam protegidos por uma cobertura de plástico, vidro ou outro
material translúcido que permita a entrada dos raios solares. A circulação do ar é feita por
convecção evitando assim a condensação no seu interior. A cobertura cria um efeito estufa,
que aumenta a temperatura e promove a secagem dos alimentos, como também protege contra
insetos, poeiras, pássaros, etc.
Este tipo de sistema oferece vantagens como o fato de que são simples, apresentam
baixo custo, promovem secagem rápida, são necessários poucos materiais e pouca mão-de-
obra para a sua construção, porém a incidência direta dos raios solares provoca perda de
qualidade dos produtos. A Fig. 2.10 mostra o esquema de um secador de exposição direta.
Figura 2.10 Esquema de um secador solar de exposição direta.
31
Na Figura 2.11 é mostrado o secador de exposição direta apresentado por Winrock
(2003) em seu trabalho sobre secagem de bananas inteiras e sem casca. Neste caso, o processo
de secagem durou aproximadamente 34 horas.
Figura 2.11 Secador solar de exposição direta.
Fonte: Winrock, 2003.
2.2.1.5 Secador de exposição indireta
O secador de exposição indireta é constituído por um coletor que converte a energia
solar em calor e o conduz a uma câmara de secagem, onde os alimentos são colocados sem
exposição direta do sol. O interior deve ser pintado de preto tendo o cuidado para não utilizar
tinta tóxica. As paredes devem ser revestidas de material isolante para evitar perdas de
energia. Em alguns modelos o ar entra por orifícios na base do secador e sai por orifícios pela
parte superior das paredes.
Estes modelos de secadores normalmente são mais rápidos e mais eficientes, ou seja,
apresentam menor tempo de secagem, em contrapartida são mais difíceis de construir e
ligeiramente mais caros em relação aos de exposição direta. A Fig. 2.12 mostra o esquema de
um secador de exposição indireta.
Figura 2.12 Esquema de um secador solar de exposição indireta.
32
Em sua dissertação, Silva (2010), avaliou o desempenho de quatro desidratadores de
frutas à energia solar, ilustrados na Fig. 2.13, comparados com um secador convencional, à
energia elétrica. Cada secador solar continha uma cabine de secagem e um coletor solar plano,
confeccionado a partir de quatro materiais distintos, que utiliza massa de ar quente por
convecção natural para desidratação de produtos agrícolas dispostos nas cabines.
Figura 2.13 Secador solar de exposição indireta e convecção natural.
Fonte: Silva, 2010.
Silva, 2010, verificou que todos os secadores solar, providos com chapas metálicas no
interior de seus coletores, apresentaram eficiência térmica equivalente ao secador elétrico.
2.3 ESTADO DA ARTE DOS SECADORES SOLARES NO LMHES/UFRN
A secagem de alimentos é uma das linhas de pesquisa mais estudadas no LMHES da
UFRN, já tendo sido produzido e estudados diversos tipos de secadores e sistemas de
secagem nos últimos vinte e sete anos. A seguir são apresentados alguns desses estudos que se
constituem em um estado da arte de secadores solares
Souza, em 1986, construiu e ensaiou, para efeito de teste, um secador solar de
exposição direta em convecção natural para a secagem de frutas da região nordeste.
Apresentava em torno de 2,0m² de área e o material utilizado para sua fabricação foi madeirit
de 15mm. Foram testadas várias frutas para a obtenção de passas. Demonstrou-se a
viabilidade de utilização de tal protótipo. A Fig. 2.14 mostra o primeiro secador solar
fabricado na UFRN.
33
Figura 2.14 Primeiro secador solar fabricado na UFRN.
Fonte: Souza, 1986.
Duarte, em 1996, apresentou dissertação de mestrado, no PPGEM - UFRN, sobre o
estudo do fenômeno de secagem de partículas enfocando suas contrações e encolhimentos.
Abordou os efeitos do escoamento através de matriz porosa em silos, obteve campos de
velocidade no interior do leito compactado e analisou a sua influência sobre o transporte
convectivo na superfície da partícula. A Fig. 2.15 mostra a bancada experimental para estudo
do processo de secagem enfocando contrações e encolhimentos.
Figura 2.15 Bancada experimental para estudo do processo de secagem.
Fonte: Duarte, 1996.
34
Santos, em 1997, defendeu dissertação de mestrado, no PPGEM - UFRN, sobre as
viabilidades térmica e econômica de dois secadores solares, de exposição direta e indireta,
construídos em alvenaria com chapas absorvedoras metálicas. Demostrou-se a eficiência de
tais secadores para a secagem de frutas tropicais disponíveis largamente na região nordeste,
banana e abacaxi, obtendo-se melhores resultados para o secador de exposição direta. A Fig.
2.16 mostra os secadores solares testados.
Figura 2.16 Secadores solares de exposição direta e indireta testados.
Fonte: Santos, 1997.
Sena, em 1997, apresentou dissertação de mestrado, no PPGEM – UFRN, sobre a
secagem solar de sementes de algodão, utilizando um secador solar de exposição direta,
acoplado a um silo. O secador solar atuava como um pré-aquecedor do sistema de secagem.
Determinou-se também o menor nível de vazão capaz de promover a secagem das sementes -
redução do teor de umidade para 10% - em apenas um dia (máximo de nove horas) de
exposição ao sol. Diferentes tempos de secagem foram obtidos para as vazões de 1, 2 e 3
m3/min. O sistema mostrou-se mais eficiente para a vazão de 3 m
3/min. A Fig. 2.17 mostra o
pré-aquecedor e o sistema de secagem proposto.
35
Figura 2.17 Sistema de secagem para grãos proposto.
Fonte: Sena, 1997.
Neto, em 2008, apresentou dissertação de mestrado, no PPGEM - UFRN, sobre um
sistema de secagem solar para a produção de tomate seco, que pode ser utilizado em
convecção natural ou forçada, constituído por um pré-aquecedor (secador solar de exposição
direta), um exaustor e uma câmara de secagem. Provou-se que a secagem de tomate pode ser
operacionalizada de forma direta e indireta, em secagem natural e forçada, porém apresentou
maior viabilidade para a exposição direta em convecção natural. Para essa configuração de
trabalho mais eficiente, a desidratação do tomate, para uma umidade final de 20%, processou-
se em apenas nove horas. A Fig. 2.18 mostra o sistema de secagem em convecção natural ou
forçada para a secagem de tomate.
36
Figura 2.18 Sistema de secagem em convecção natural ou forçada.
Fonte: Neto, 2008.
Costa, em 2010, apresentou dissertação de mestrado, no PPGEM - UFRN, sobre um
sistema de secagem solar para a desidratação de alimentos utilizando um secador de
exposição direta que trabalhava em regime de circulação natural, onde desidratou caju. Após
seco, o caju foi transformado em farinha por meio de um moinho de faca, e posteriormente,
foi adicionada rapadura triturada para amenizar o sabor rançoso provocado pelo tanino. Foram
atestadas as viabilidades térmica e econômica do sistema de secagem solar proposto
enfocando o processo de produção da farinha e análises químicas para caracterizá-la. A Fig.
2.19 mostra o secador solar fabricado em teste e as farinhas produzidas a partir das frutas
secas.
Figura 2.19 Secador solar em teste, frutas e farinhas produzidas.
Fonte: Costa, 2010.
37
Barbosa, em 2011, apresentou dissertação de mestrado, no PPGEM - UFRN, sobre um
secador solar de exposição direta para a secagem de alimentos, construído a partir de uma
sucata de luminária. O secador de exposição direta trabalhava em regime de circulação
natural. Foram testados dez alimentos entre frutas, legumes e verduras. Foi também estudado
o processo de transformação de alguns dos alimentos secos em farinhas e demonstrado que os
tempos de secagem para os alimentos testados são competitivos e às vezes inferiores aos
apontados pela literatura solar para desidratação de alimentos. A Fig. 2.20 mostra os
alimentos em processo de secagem no secador e as farinhas produzidas a partir das frutas
secas.
Figura 2.20 Alimentos em processo de secagem e farinhas.
Fonte: Barbosa, 2011.
38
Souza et al. no Conem 2004, em Belém, apresentaram um secador solar de frutas, que
pode ser de exposição direta ou indireta, confeccionado em compósito de matriz cerâmica,
utilizando gesso e isopor e reforço estrutural de tela de aço. Foram levantadas curvas de
secagem para as frutas tropicais como caju, abacaxi, banana, manga e tomate e foram
demonstradas a eficiência térmica do secador proposto e sua competitividade com os
secadores solares convencionais disponíveis. Tal protótipo apresentava por objetivo maior a
contribuição social para o combate a perecibilidade de frutas tropicais disponíveis em grande
produção em nossa região, contribuindo para o combate a fome e a miséria nas populações
mais carentes. As frutas testadas apresentaram tempos de secagem competitivos com os
obtidos por secadores apontados pela literatura solar para desidratação de frutas. A Fig. 2.21
mostra o secador solar fabricado em material compósito.
Figura 2.21 Secador solar fabricado em material compósito. Fonte: Souza et al., 2004
Souza et al., em 2009, apresentaram no IX Congresso Iberoamericano de Engenharia
Mecânica, nas Ilhas Canárias na Espanha, um secador solar alternativo de baixo custo,
que utiliza garrafas PETS como unidades de aquecimento O secador trabalhava em
regime de convecção natural e apresentava área correspondente a 1,0 m². Destinava-se a
secagem de frutas tropicais disponíveis na região. Foram apresentados resultados de testes
realizados para a determinação do tempo de secagem de algumas frutas e uma análise
39
comparativa desses tempos em relação aos obtidos com os secadores convencionais. O
processo de secagem foi testado para abacaxi e tomate. As principais características
apresentadas pelo secador foram seus fáceis processos de fabricação e montagem e seu baixo
custo, que poderia contribuir para a socialização da tecnologia de secagem para comunidades
mais carentes. Outra contribuição importante desse protótipo foi a reciclagem de garrafas
PETS, de forma ambientalmente correta. A Fig. 2.22 mostra o secador solar fabricado com
garrafas PETS.
Figura 2.22 Secador solar fabricado com garrafas PETS.
Fonte: Souza et al., 2009.
Souza et al. em 2011 apresentaram no 21° COBEM, em Natal, um secador solar
construído a partir de um molde de sucata de luminária. A luminária foi recoberta com um
material compósito de baixa condutividade térmica, composto por EPS triturado, raspa de
pneu, cimento, gesso e água. A secagem foi operacionalizada para frutas largamente
disponíveis na região. Foram apresentados resultados do procedimento de secagem para as
frutas, demonstrando-se a eficiência de secagem para todos os produtos testados. Obtiveram-
se tempos de secagem competitivos com os obtidos com outros secadores solares citados pela
literatura solar para a desidratação de frutas. A Fig. 2.25 mostra o secador solar fabricado em
material compósito, a partir de um molde de sucata de luminária.
40
Figura 2.23 Secador em material compósito a partir de sucata de luminária
Fonte: Souza et al., 2013.
Souza et al. no VII Conem 2012, em São Luís, apresentaram um secador solar de
exposição direta para a secagem de alimentos fabricado em material compósito, constituído de
cimento, gesso, pneu triturado, EPS triturado e água. O secador de exposição direta trabalhava
em regime de circulação natural. Foram mostrados resultados de testes para a secagem de pera
e maçã que atestaram a viabilidade térmica e econômica do sistema alternativo de secagem
solar proposto. Foi também estudado o processo de saturação do ar circulante no interior do
secador, determinando-se, através da análise da massa de seis amostras colocadas no interior
do secador, a melhor relação geométrica entre as suas várias dimensões. A Fig. 2.23 mostra o
secador solar fabricado em material compósito e os produtos obtidos.
Figura 2.24 Secador solar grande em material compósito.
Fonte: Souza et al., 2012.
41
Souza et al. no VII Conem 2012, em São Luís, apresentaram um secador solar de
exposição direta para a secagem de alimentos, construído a partir de uma sucata de luminária.
O secador de exposição direta trabalhava em regime de circulação natural de ar. Foram
apresentados resultados de testes para a secagem de morango atestando a viabilidade térmica
e econômica do sistema alternativo de secagem solar proposto. O tempo de secagem para o
morango foi de 10 horas e não foi possível a comparação com outros secadores, pois não foi
encontrado, até então, na literatura, resultados correspondentes à secagem de morango. A Fig.
2.24 mostra o secador solar fabricado a partir de uma luminária.
Figura 2.25 Secador solar fabricado a partir de uma luminária.
Fonte: Souza et al., 2012.
Ribeiro apresentou TCC em 2012 sobre a secagem de peixe e camarão utilizando um
secador solar construído a partir da utilização de embalagens de condicionador de ar tipo split.
A principal vantagem deste secador foi a utilização da caixa térmica de isopor, largamente
disponível no mercado, de baixo custo e com uma estrutura já definida e construída, evitando-
se a confecção de molde para a obtenção da caixa. Foram apresentados resultados de testes
com o secador no processo de secagem de peixe e camarão, para posteriormente se obter a
farinha dos mesmos, que poderia ser utilizada como suplemento alimentar para comunidades
carentes. A Fig. 2.27 mostra o secador solar fabricado a partir de embalagens de
condicionador de ar tipo Split em teste.
42
Figura 2.26 Secador solar fabricado a partir de embalagens de Split.
Fonte: Ribeiro, 2012.
Sousa em 2012 apresentou TCC sobre um secador solar para a secagem de alimentos,
cuja principal característica era seu baixo custo por ser fabricado com material reciclado. O
secador consistia de uma sucata de geladeira de 150 cm de comprimento, 62 cm de largura e
51 cm de profundidade, uma armação de madeira unida a uma placa de alumínio, pintada de
preto fosco, medindo 133 cm de comprimento e 51 cm de largura que era a área para a
secagem de alimentos, e dois grandes vidros. O sistema funcionava como uma estufa e
produzia a desidratação dos alimentos. O alimento escolhido foi maçã, com tempo de
secagem correspondente a nove horas. O sistema solar de secagem demonstrou-se viável para
a secagem residencial de alimentos e o tempo de secagem obtido para o produto testado foi
satisfatório e próximo aos mostrados pela literatura de secagem. A Fig. 2.28 mostra o secador
solar fabricado a partir de uma sucata de geladeira em teste.
43
Figura 2.27 Secador solar fabricado a partir de uma geladeira.
Fonte: Sousa, 2012
Em 2012, Brito apresentou TCC sobre um secador solar de exposição direta para
secagem de alimentos, construído a partir de uma sucata de canaleta para fios elétricos,
revestida com placas de EPS. Foram apresentados resultados de testes para secagem de coco,
atestando a viabilidade térmica e econômica do sistema alternativo de secagem solar proposto.
A literatura solar de secagem de alimentos não apresentava, até então referência em relação à
secagem desse fruto, constituindo-se, portanto, esse estudo em algo inovador. O tempo de
secagem para o produto testado foi de 10 horas. Após seco, produziu-se farinha de coco
através da trituração em liquidificador comercial. A Fig. 2.29 mostra o secador solar fabricado
a partir de uma sucata de canaleta para fios elétricos, bem como o produto do processo de
secagem.
44
Figura 2.28 Secador fabricado a partir de uma canaleta para fios.
Fonte: Brito, 2012.
Silva em 2012 apresentou TCC sobre um secador solar de exposição direta, destinado
à produção de frutas secas, construído a partir de uma sucata de luminária. A sucata de
luminária constitui-se no recinto de secagem e foi recoberta no fundo e laterais com material
compósito formado por EPS triturado, cimento, gesso e água. Foram apresentados resultados
de testes que diagnosticaram a viabilidade de utilização do secador solar para a produção de
ameixa seca. O tempo de secagem da ameixa correspondeu a 10 horas. Os produtos secos
podem representar uma fonte de renda para comunidades carentes pelo significativo valor
agregado em relação aos produtos in natura; o processo de secagem por exposição direta
mostrou-se eficiente podendo produzir perda de massa compatível com o que aponta a
literatura especializada em desidratação de alimentos; o custo de fabricação de tal secador foi
muito baixo, permitindo assim sua construção por comunidades de baixa renda. A Fig. 2.30
mostra o secador solar fabricado a partir de uma sucata de luminária diferente das
anteriormente utilizadas.
45
Figura 2.29 Secador fabricado a partir de uma sucata de luminária dupla.
Fonte: Silva, 2012.
Almeida, em 2013, apresentou TCC sobre secagem de alho, cebola e uva, utilizando
um secador solar de exposição direta para a secagem de alimentos, construído a partir de uma
sucata de luminária. O secador de exposição direta trabalhava em regime de circulação natural
de ar. Após a secagem, o alho e acebola passaram por um processo de trituração para
obtenção de farinhas. Os tempos de secagem para o produtos testados foram 14 horas para o
alho, 11 para acebola e 14 para a uva. O secador proposto mostrou-se viável para produzir a
secagem dos alimentos testados a baixo custo e os tempos de secagem obtidos para os
alimentos foram condizentes com os apontados pela literatura solar para desidratação de
alimentos. A Fig. 2.26 mostra o secador solar fabricado a partir de uma sucata de luminária
desidratando os alimentos escolhidos.
Figura 2.30 Secador solar de sucata de luminária em teste.
Fonte: Almeida, 2013.
46
2.4 MERCADO DE DESIDRATADOS
Com o crescimento recente em torno da demanda por produtos naturais, o consumo
mundial de frutas desidratadas aumentou nos últimos anos. Industrialmente, os principais
produtos desidratados de frutas são farinhas, flocos, pó ou granulado e fruta seca ou passa.
Em um site especializado no comércio de desidratados, foi possível encontrar, à
venda, um secador solar denominado Mini Desidratador Solar Meloni e outro, elétrico,
denominado Pratic Dryer. As características dos mesmos estão descritas na Fig. 2.36.
Figura 2.31 Modelos de desidratadores comercializados
Fonte: http://www.meloni.com.br
O consumo de frutas secas é comum na Europa, nos Estados Unidos e em outros
países onde a produção de frutas só ocorre em parte do ano. Já no Brasil, o consumo ainda é
bastante incipiente, embora as indústrias procurem cada vez mais esse produtos, em pedaços,
flocos ou pó para uso em produção de recheios para bolos, doces, barras de cereais, iogurtes,
sucos, dentre outros; os consumidores ainda não os conhece.
O mercado brasileiro de frutas desidratadas ainda está concentrado nas classes sociais
de maior renda. A ausência de marcas, a escassez de oferta, a carência de marketing e o baixo
padrão de qualidade dificultam o desenvolvimento do mercado. Atualmente, é possível
encontrar no país, com frequência, apenas banana-passa e tomate seco, produzidos de maneira
artesanal ou industrializados em pequena escala. No entanto, há espaço e demanda para frutas
tropicais brasileiras, tais como mamão, abacaxi, caqui, maçã, morango, melão, manga, entre
outras, que hoje são importadas de outros países à preços muito elevados em relação ao
produto in natura.
47
O alimento desidratado sofre um aumento de até 20 vezes na receita quando
comparado à comercialização do mesmo in natura. Em sites de compras de alimentos
especiais, como light e diet, cereais, orgânicos, castanhas, frutas desidratadas, entre outros, foi
possível encontrar valores praticados no mercado atual desses alimentos, que são mostrados
na Fig. 2.36 (SANTOS, M. C. A., SILVA, T., 2010).
Figura 2.37 Valores praticados para frutas desidratadas
Fonte: http://www.emporiosabordaterra.com.br/frutas-secas.html?p=2
http://www.nutsonline.com.br/desidratados.html?p=2
48
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Neste capitulo serão enfocados os procedimentos metodológicos e os materiais
utilizados para o desenvolvimento do trabalho.
3.1 CONSTRUÇÃO DO SECADOR
O secador de exposição direta do sistema de secagem proposto foi construído a partir
de um tambor reciclado de polietileno, de 200 litros, Fig. 3.1, utilizado para armazenamento
de água e/ou lixo.
Figura 3.1 Tambor de tampa fixa, 200 litros.
A Tabela 3.1 apresenta as dimensões internas e externas do secador. A área interna do
secador onde os produtos serão postos a secar corresponde a 0,8m².
Tabela 3.1 Dimensões do secador proposto
EXTERNO (m) INTERNO (m)
Comprimento 1,80 1,76
Largura 0,61 0,45
Altura 0,32 0,30
49
Os processos de fabricação e montagem do secador alternativo de baixo custo
proposto apresentam-se descritos a seguir.
a) corte longitudinal do tambor em duas partes iguais;
b) ligação entre as duas partes utilizando parafusos;
c) abertura das duas extremidades dos tambores fixados para entrada e saída de
ar;
d) colocação de uma estrutura de fixação e sustentação dos tambores, utilizando
perfis de alumínio;
e) fixação de cantoneiras próximas das extremidades dos tambores para suporte
da estrutura que sustenta a tela onde os frutos ficarão depositados;
f) fabricação da armação onde ficará fixada a tela para colocação das frutas
utilizando madeira;
g) fixação da tela na armação utilizando pregos;
h) corte das estruturas de janelas e dos vidros nelas fixados nas dimensões do
secador;
i) fabricação da estrutura de sustentação do secador, utilizando sucata de perfis de
aço utilizados na fabricação de estantes metálicas, com inclinação correspondente a 15,5°;
j) colocação da tela nos suportes já fixados;
k) fixação das estruturas das janelas nos perfis de alumínio que envolviam o
secador;
l) colocação do secador na estrutura;
A Figura 3.2 mostra o desenho técnico referente ao projeto do secador proposto e a
Fig. 3.3, as etapas de construção do mesmo. Na Tab. 3.2 foi contabilizado o custo referente à
construção do protótipo.
50
Figura 3.2 Projeto do secador proposto.
Figura 3.3 Sistema de secagem proposto em construção.
Tabela 3.2 Custos de fabricação
Parte Origem Valor mercado (R$)
Tambor Sucata 55,00 und.
Estrutura metálica – base Sucata de estantes -------
Tampa de vidro Janelas velhas 60,00 /m²
Estrutura das tampas de vidro Janelas velhas -------
Tela de acomodação das frutas ------- 8,00 /m²
51
O sistema de secagem foi ensaiado para secagem direta de algumas frutas em regime
de convecção natural, sendo levantados dados de radiação solar global, umidade relativa do
ar, temperatura ambiente e massas inicial e final das amostras, localizadas próxima à entrada,
no meio e próxima à saída do secador, a cada hora.
Foram medidas também as massas, inicial e final, de cada carga de produto posto a
secar e o tempo de secagem de cada produto. Foram determinados os rendimentos do
processo de secagem para as amostras ensaiadas e para a carga total de cada produto. Serão
determinados os tempos de secagem para cada tipo de produto secado (COSTA, 2010).
Foram também avaliadas as temperaturas das superfícies externas do secador para o
diagnóstico do nível de perda térmica, uma vez que o secador construído não foi isolado
termicamente, priorizando-se a simplicidade de fabricação e o repasse tecnológico para
comunidades carentes. Tal iniciativa pode propiciar o uso do secador como forma de
aumentar o tempo de vida útil dos alimentos de grande perecibilidade e até de geração de
emprego e renda.
Os dados necessários para o estudo de eficiência térmica do secador foram coletados
de uma central meteorológica instalada no LMHES/UFRN.
3.2 ALIMENTOS ESCOLHIDOS
A massa total de alimento posto a secar foi definida priorizando alcançar a carga total
suportada pelo protótipo proposto, em termos de área ocupada, e os tempos de secagem
determinados de acordo coma a necessidade de cada fruta.
3.2.1 Abacaxi
Figura 3.4 Abacaxi
52
O abacaxi, Figura 3.4, de nome científico Ananas comosus, pertence à família das
bromélias e o fruto é, na verdade, uma frutescência: cada gominho é um fruto independente
que se juntou com os demais durante o processo de crescimento. Famoso em todo o mundo
pelo seu perfume delicioso, pelo seu sabor acre-doce e por seu grande valor nutritivo,
o abacaxi é uma fruta deliciosa, muito apreciada em todos os países tropicais. Sua polpa
saborosa é ligeiramente ácida, e muito refrescante. O abacaxi contém, principalmente,
potássio, além de magnésio e cálcio, como também as vitaminas A, B1 e C.
(http://www.informacaonutricional.blog.br/abacaxi-tabela-valor/)
A Tabela 3.3 apresenta as informações nutricionais do abacaxi.
Tabela 3.3 Informações nutricionais do abacaxi.
Fonte: Adaptada de Tabela Brasileira de Composição de Alimentos.
3.2.2 Banana
Figura 3.5 Banana
A Banana Pacovan, Figura 3.5 também conhecida por banana-chifre-de-boi, banana-
comprida ou banana-da-terra, é a maior das bananas conhecidas, chegando a pesar 500 g
cada fruta e a ter comprimento de 30 cm. É achatada num dos lados, tem casca amarelo-
escura, com grandes manchas pretas quando maduras, e polpa bem consistente, de textura
macia e compacta, sendo mais rica em amido do que açúcar, o que a torna ideal para cozinhar,
assar ou fritar. A banana é uma planta herbácea da família das Musáceas, originária da África,
rica em vitaminas A, C, fibras e potássio, e potencial redutora do stress.
(http://www.informacaonutricional.blog.br/banana-da-terra-tabela-valor)
A Tabela 3.4 apresenta as informações nutricionais da banana.
53
Tabela 3.4 Informações nutricionais da banana.
Fonte: Adaptada de Tabela Brasileira de Composição de Alimentos.
3.2.3 Mamão
Figura 3.6 Mamão
O mamão, Figura 3.6, é o fruto do mamoeiro, planta da família das Caricáceas, que
atinge, não raro, altura de mais de cinco metros, porém de caule fibroso e não lenhoso. Ele é
considerado umas das mais nutritivas frutas. Rico em vitaminas A, C e do complexo B, fonte
de sais minerais como cálcio, potássio e magnésio, ele possui também a papaína, uma enzima
especial que digere proteínas, auxilia na absorção de nutrientes e no bom funcionamento do
aparelho digestivo.
(http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/mamao/mamao.php)
A Tabela 3.5 apresenta as informações nutricionais do mamão.
Tabela 3.5 Informações nutricionais do mamão.
Fonte: Adaptada de Tabela Brasileira de Composição de Alimentos.
54
3.2.4 Manga
Figura 3.7 Manga
O pé de manga, ou mangueira como é conhecida, pertence à família das
Anacardiáceas e é cultivado em aproximadamente quinhentas variedades. Nativa da Índia,
trazida de Goa pelos colonizadores portugueses, a manga, Fig. 3.7, é altamente nutritiva, rica
em fibras, proteínas, sais minerais e vitaminas (A, B, C).
(http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/manga/manga-4.php)
A Tabela 3.6 apresenta as informações nutricionais da manga.
Tabela 3.6 Informações nutricionais da manga.
Fonte: Adaptada de Tabela Brasileira de Composição de Alimentos.
3.2.5 Pimentão
Figura 3.8 Pimentão
O termo pimentão refere-se a um grupo de cultivares da espécie Capsicum annuum.
Esta espécie de frutos pode ser encontrada em diferentes cores sendo as mais conhecidas
o pimentão verde, Fig. 3.8, o amarelo e o vermelho. Porém existem outras variedades bastante
55
exóticas, como o branco, roxo, azulado, preto e laranja. São pimentas, pouco pungentes,
também designadas de pimentas doces, nativas do México, América Central e do norte da
América do Sul. Devido à beleza de seus frutos, há quem os cultive como plantas
ornamentais. O pimentão é um alimento muito apreciado, sendo rico em vitaminas e sais
minerais.
(http://www.informacaonutricional.blog.br/pimentao-verde-cru-tabela-valor)
A Tabela 3.7 apresenta as informações nutricionais do pimentão.
Tabela 3.7 Informações nutricionais do pimentão.
Fonte: Adaptada de Tabela Brasileira de Composição de Alimentos.
3.3 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
Os parâmetros que definem ou caracterizam de forma mais adequada a eficiência
térmica de um secador solar são o rendimento térmico e potência.
Uma vez que ensaiado, com dados de rendimento térmico, nível de perda térmica
potência perdida, dentre outros parâmetros, será verificada a necessidade ou não de ser
adicionada uma camada termicamente isolante no protótipo construído.
3.3.1 Cálculo do rendimento térmico
A razão entre a potência entregue pelo sistema e a potência disponível ao mesmo
define, termodinamicamente, rendimento.
O rendimento térmico de um secador solar é expresso em função da potência útil, da
radiação solar, de sua área, da vazão, e do calor específico do fluido circulante, no caso, o ar.
Duffie e Beckman, em 1991, apresentaram a equação para o cálculo do rendimento de
um secador solar, para um determinado período de tempo:
Eq. (1)
56
Eq. (2)
Onde:
t = rendimento térmico (%)
Pu = potência entregue pelo sistema (W)
A = área do secador (m²)
I = radiação solar global (W/m²)
= vazão mássica (kg/s)
cp = calor específico do fluido (J/kg.°C)
ΔT = diferença de temperatura do fluido obtida no sistema (°C)
3.3.2 Eficiência do processo de secagem
A eficiência do processo de secagem pode ser avaliada através das umidades do ar no
processo de secagem ou das massas do produto a ser seco. A equação 3 apresenta os
parâmetros necessários a essas determinações. A massa de líquido é função do percentual de
umidade de cada produto in natura.
Eq. (3)
Onde:
p = rendimento do processo (%)
U = umidade do ar (%)
m = massa do produto (g)
3.3.3 Energia Incidente
A potência incidente ( pode ser calculada através da seguinte fórmula:
Eq. (4)
Onde:
: potência incidente (W)
: radiação solar global (W/m²)
57
: área de incidência (m²)
3.3.4 Energia absorvida
A energia absorvida ( pelo sistema pode ser encontrada com base no cálculo a
seguir.
Eq. (5)
Onde:
: energia absorvida (W)
: transmissividade do vidro da tampa do secador
: absortividade da placa
3.3.5 Potência Útil
Através da seguinte fórmula, pode ser determinada a potência útil ( ).
Eq. (6)
Onde:
: potência útil (W)
: vazão mássica (kg/s)
: calor específico do fluido (J/kg.°C)
∆T: diferença de temperatura entre entrada e saída do fluido (°C)
3.3.6 Potência Perdida
A potência perdida ( , ou dissipada pelo sistema, pode ser encontrada através do
seguinte cálculo:
Eq. (7)
Onde:
: energia absorvida (W)
: potência útil (W)
58
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Foram realizados testes com o sistema de secagem de exposição direta em convecção
natural para a secagem abacaxi, banana, mamão, manga e pimentão.
As frutas foram lavadas, descascadas, quando necessário, e cortadas homogeneamente.
Para cada ensaio são selecionadas três amostras de massas iguais para serem tomadas
como controle do processo. A amostra 1 é colocada próxima à entrada do secador, a amostra 2
no meio e a 3, próxima à saída do secador.
4.1 ABACAXI
O percentual de massa úmida do abacaxi corresponde a 86%, conforme foi verificado
na literatura. A massa total de abacaxi a secar foi de 3.126,0g. O ensaio durou 17 (dezessete)
horas que foram distribuídas em três dias da seguinte maneira: primeiro dia das 10h às 15h;
segundo dia das 09h às 15h; e o terceiro dia das 09h às 14h.
Nas Figuras 4.1, 4.2 e 4.3 são mostrados os resultados obtidos durante o processo de
secagem do abacaxi.
Figura 4.1 Resultados do primeiro dia de secagem de abacaxi
10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00
M Am1(g) --- 52 45,8 40,6 35,4 32,4 30,4
M Am2(g) --- 52 45,1 40,1 35,3 32,1 30,3
M Am3(g) --- 52 46,6 41,6 36,6 33,4 30,9
0
10
20
30
40
50
60
Mas
sa (
g)
Desidratação de Abacaxi (dia 1)
59
Figura 4.2 Resultados do segundo dia de secagem de abacaxi
Figura 4.3 Resultados do terceiro dia de secagem de abacaxi
No que diz respeito ao rendimento do processo de secagem, que leva em consideração
as massas inicial e final da carga total do produto a secar, a equação abaixo apresenta o
cálculo relativo para a secagem do abacaxi, em relação à carga total ensaiada:
923,036,2688
8,6420,3126)(
água
finalinicial
m
mm
p
A eficiência do processo de secagem do abacaxi, em relação à carga total ensaiada,
correspondeu a 92%, o que representa uma eficiência do processo bastante significativa,
obtida no secador proposto.
As porcentagens em massa perdida por hora, em relação à massa média inicial das
amostras, podem ser averiguadas na Fig. 4.4.
09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00
M Am1(g) 30,3 26,7 23,2 20,5 18,7 17,4 16
M Am2(g) 29,6 25,9 22,4 18,9 16,8 15,2 14
M Am3(g) 30 26,8 23 19,5 16,8 15 13
0
5
10
15
20
25
30
35
Mas
sa (
g)
Desidratação de Abacaxi (dia 2)
09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00
M Am1(g) 16,4 14,4 13,3 12,8 12,3 11,9
M Am2(g) 14 12 10,9 10,3 9,8 9,6
M Am3(g) 13,7 11,9 11 10,5 9,9 10
02468
1012141618
Mas
sa (
g)
Desidratação de Abacaxi (dia 3)
60
Figura 4.4 Porcentagem perdida em massa de água no abacaxi
A perda de massa para as três amostras foi superior a 75%, sendo a amostra 2 a que
mais sofreu redução de massa. Em relação à massa inicial, as amostras 1, 2 e 3 ficaram com
percentuais de 77,2%, 81,5% e 80,8%, respectivamente.
A massa de água final correspondeu a 10,0%, 5,2% e 6,1%, para as amostras 1, 2 e 3,
respectivamente, ficando bem abaixo do geralmente pretendido, que é em torno de 15 a 20%.
No que diz respeito à carga total de abacaxi, correspondente a 3.126,0g, a perda de
massa correspondeu a 79,4%, com massa de produto final de 642,8g e massa úmida residual
de 7,6%. A literatura de produtos desidratados aponta um percentual de massa úmida em
torno de 10 – 20%, no produto final desidratado.
A Figura 4.5 mostra o comportamento assumido pela temperatura ambiente, umidade
relativa do ar e radiação solar global, em valores médios, para cada dia de ensaio.
Figura 4.5 Comportamento climático durante ensaio do abacaxi
Na Figura 4.6 é mostrada a evolução do processo de secagem do abacaxi. A imagem A
mostra as amostras distribuídas no secador durante o primeiro dia de ensaio, a imagem B,
0,00 0,12
0,22 0,31 0,37 0,41 0,42 0,49 0,56 0,62 0,66 0,69 0,72 0,72 0,75 0,77 0,78 0,79 0,80
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
Po
rce
nta
gem
Hora
Porcentagem perdida em massa
Porcentagem perdida em massa
Dia 1 Dia 2 Dia 3
T Amb. (°C) 30,38 30,23 31,13
U(%) 62,67 63,43 62,17
Rad. Sol.(W/m2) 771,17 809,43 866,67
0
200
400
600
800
1000
Comportamento Climático
61
durante o segundo dia de ensaio e em C, ao final de todo o processo secagem e após o produto
ser acomodado em um recipiente de vidro.
Figura 4.6 Evolução do processo de secagem do abacaxi
4.2 BANANA
O percentual de massa úmida da banana, da variedade Pacovan, a qual foi utilizada no
ensaio, corresponde a 77%, conforme foi verificado na literatura. A massa total de banana a
secar foi de 2.020,5g. O ensaio durou 12 (doze) horas que foram distribuídas em dois dias da
seguinte maneira: das 09h às 15h no primeiro e no segundo dia.
Nas Figuras 4.7 e 4.8 são mostrados os resultados obtidos durante o processo de
secagem da banana.
Figura 4.7 Resultados do primeiro dia de secagem da banana
09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00
M Am1(g) 26 24,2 21,9 19,7 17,6 16 15
M Am2(g) 26 24,8 22,6 20,5 18,5 16,8 15,8
M Am3(g) 26 26 24,3 21,8 19,7 17,9 16,7
0
5
10
15
20
25
30
Mas
sa (
g)
Desidratação de Banana (dia 1)
62
Figura 4.8 Resultados do segundo dia de secagem da banana
No que diz respeito ao rendimento do processo de secagem, que leva em consideração
as massas inicial e final da carga total do produto a secar, a equação abaixo apresenta o
cálculo relativo para a secagem da banana, em relação à carga total ensaiada:
844,0785,1555
5,7075,2020)(
água
finalinicial
m
mm
p
A eficiência do processo de secagem da banana, em relação à carga total ensaiada,
correspondeu a 84%, o que representa uma eficiência satisfatória.
As porcentagens em massa perdida por hora, em relação à massa média inicial das
amostras, podem ser averiguadas na Fig. 4.9.
Figura 4.9 Porcentagem perdida em massa de água na banana
09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00
M Am1(g) 15 13,2 11,1 11 10,7 10,2 10
M Am2(g) 16 14,1 12,7 11,8 11,1 10,8 10,4
M Am3(g) 17 14,9 13,4 12,4 11,8 11,3 11,2
02468
1012141618
Mas
sa (
g)
Desiddratação de Banana (dia 2)
0,00 0,04
0,12
0,21
0,28 0,35
0,39 0,38
0,46 0,52 0,55 0,57 0,59 0,59
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00
Po
rce
nta
gem
Hora
Porcentagem perdida em massa
Porcentagem perdida em massa
63
A perda de massa para as três amostras foi superior a 60%, sendo a amostra 1 a que
mais sofreu redução de massa. Em relação à massa inicial, as amostras 1, 2 e 3 ficaram com
percentuais de 61,5%, 60% e 57%, respectivamente.
A massa de água final correspondeu a 20%, 22% e 26%, para as amostras 1, 2 e 3,
respectivamente, ficando próximo ao geralmente pretendido, que é de até 20%.
No que diz respeito à carga total de banana, correspondente a 2.020,5,0g, a perda de
massa correspondeu a 64,3%, com massa de produto final de 707,5g, com massa úmida
residual de 15%. A literatura de produtos desidratados aponta um percentual de massa úmida
em torno de 10 a 20%, no produto final desidratado.
A Figura 4.10 mostra o comportamento assumido pela temperatura ambiente, umidade
relativa do ar e radiação solar global, em valores médios, para cada dia de ensaio.
Figura 4.10 Comportamento climático durante ensaio da banana
Na Figura 4.11 é mostrada a evolução do processo de secagem da banana. A imagem
A mostra as amostras antes de ir ao sol para secar, a imagem B, após o final do segundo dia
de ensaio e em C, ao final de todo o processo secagem, após o produto ser cortado em
pedaços menores e acomodado em um recipiente de vidro.
Figura 4.11 Evolução do processo de secagem da banana
Dia 1 Dia 2
T Amb. (°C) 29,67 29,4
U(%) 66,14 67,71
Rad. Sol.(W/m2) 824 795,86
0100200300400500600700800900
Comportamento Climático
64
4.3 MAMÃO
O percentual de massa úmida do mamão, da variedade Formosa, a qual foi utilizada no
ensaio, corresponde a 87%, conforme foi verificado na literatura. A massa total de mamão a
secar foi de 3.274,2g. O ensaio durou 15 (quinze) horas que foram distribuídas em três dias da
seguinte maneira: primeiro dia das 10h às 15h; segundo dia das 09h às 15h; e o terceiro dia
das 09h às 13h.
Nas Figuras 4.12, 4.13 e 4.14 são mostrados os resultados obtidos durante o processo
de secagem do mamão.
Figura 4.12 Resultados do primeiro dia de secagem do mamão
Figura 4.13 Resultados do segundo dia de secagem do mamão
10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00
M Am1(g) --- 36 31,4 28,1 25,5 23 21,7
M Am2(g) --- 36 32,5 29,4 26,3 24 22,1
M Am3(g) --- 36 32,9 29,9 27,1 25 23,4
05
10152025303540
Mas
sa (
g)
Desidratação de Mamão (dia 1)
09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00
M Am1(g) 20,5 18,8 15,9 13,8 12 10 9,7
M Am2(g) 22 19,5 16,7 14,7 13 11 10,2
M Am3(g) 23,2 20,9 17,4 16,6 15 13 12,2
0
5
10
15
20
25
Mas
sa (
g)
Desidratação de Mamão (dia 2)
65
Figura 4.14 Resultados do terceiro dia de secagem do mamão
No que diz respeito ao rendimento do processo de secagem, que leva em consideração
as massas inicial e final da carga total do produto a secar, a equação abaixo apresenta o
cálculo relativo para a secagem do mamão, em relação à carga total ensaiada:
943,0554,2848
5,5862,3274)(
água
finalinicial
m
mm
p
A eficiência do processo de secagem do mamão, em relação à carga total ensaiada,
correspondeu a 94%, o que representa uma eficiência do processo bastante significativa,
obtida no secador proposto.
As porcentagens em massa perdida por hora, em relação à massa média inicial das
amostras, podem ser averiguadas na Fig. 4.15.
Figura 4.15 Porcentagem perdida em massa de água no mamão
09:00 10:00 11:00 12:00 13:00
M Am1(g) 9,3 8 7,1 6,4 6
M Am2(g) 10,3 8 7,3 6,4 6
M Am3(g) 12 10 9 7,6 6,6
0
2
4
6
8
10
12
14
Mas
sa (
g)
Desidratação de Mamão (dia 3)
0,00 0,10
0,19 0,27
0,33 0,38 0,39 0,45
0,54 0,58 0,63 0,69 0,70 0,71 0,76 0,78 0,81 0,83
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
Po
rce
nta
gem
Hora
Porcentagem perdida em massa
Porcentagem perdida em massa
66
A perda de massa para as três amostras foi superior a 80%, sendo que as amostras 1 e
2 sofreram maior redução de massa. Em relação à massa inicial, as amostras 1, 2 e 3 ficaram
com percentuais de 83,3%, 83,3% e 81,5%, respectivamente.
A massa de água final correspondeu a 4,2%, 4,2% e 6,1%, para as amostras 1, 2 e 3,
respectivamente, ficando bem abaixo do geralmente pretendido, que é em torno de 15 a 20%.
No que diz respeito à carga total de mamão, correspondente a 3.274,2g, a perda de
massa correspondeu a 82,1%, com massa de produto final de 586,5g e massa úmida residual
de 5,6%. A literatura de produtos desidratados aponta um percentual de massa úmida de até
20%, no produto final desidratado.
A Figura 4.16 mostra o comportamento assumido pela temperatura ambiente, umidade
relativa do ar e radiação solar global, em valores médios, para cada dia de ensaio.
Figura 4.16 Comportamento climático durante ensaio do mamão
Na Figura 4.17 é mostrada a evolução do processo de secagem do mamão. A imagem
A mostra as amostras distribuídas no secador durante o primeiro dia de ensaio, a imagem B,
durante o segundo dia de ensaio e em C, ao final de todo o processo secagem e após o produto
ser acomodado em um recipiente de vidro.
Figura 4.17 Evolução do processo de secagem do mamão
Dia 1 Dia 2 Dia 3
T Amb. (°C) 30,4 31,03 30,2
U(%) 65,17 64 68,4
Rad. Sol.(W/m2) 816,17 817,28 903,8
0100200300400500600700800900
1000
Comportamento Climático
67
4.4 MANGA
O percentual de massa úmida da manga, da variedade Tommy, a qual foi utilizada no
ensaio, corresponde a 85%, conforme foi verificado na literatura. A massa total de manga a
secar foi de 2.547,0g. O ensaio durou 18 (dezoito) horas que foram distribuídas em três dias
da seguinte maneira: das 09h às 15h no primeiro, no segundo e no terceiro dia.
Nas Figuras 4.18, 4.19 e 4.20 são mostrados os resultados obtidos durante o processo
de secagem da manga.
Figura 4.18 Resultados do primeiro dia de secagem da manga
Figura 4.19 Resultados do segundo dia de secagem da manga
09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00
M Am1(g) 32 28 27 25 22 21 20
M Am2(g) 30 28 25 23 21 20 18
M Am3(g) 27 24 22 20 18 16 15
0
5
10
15
20
25
30
35
Mas
as (
g)
Desidratação de Manga (dia 1)
09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00
M Am1(g) 19,3 17 15,5 13,8 13 12,3 11,6
M Am2(g) 17,9 16 14,6 12,7 12 11,2 10,5
M Am3(g) 15 13 11,7 9,5 9 8,6 8,3
0
5
10
15
20
25
Mas
sa (
g)
Desidratação de Manga (dia 2)
68
Figura 4.20 Resultados do terceiro dia de secagem da manga
No que diz respeito ao rendimento do processo de secagem, que leva em consideração
as massas inicial e final da carga total do produto a secar, a equação abaixo apresenta o
cálculo relativo para a secagem da manga, em relação à carga total ensaiada:
885,042,2190
5,6080,2547)(
água
finalinicial
m
mm
p
A eficiência do processo de secagem da manga, em relação à carga total ensaiada,
correspondeu a 88%, o que representa uma eficiência satisfatória do processo, obtida no
secador proposto.
As porcentagens em massa perdida por hora, em relação à massa média inicial das
amostras, podem ser averiguadas na Fig. 4.21.
Figura 4.21 Porcentagem perdida em massa de água na manga
09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00
M Am1(g) 12 10,3 9,7 9 8,9 8,9 8,8
M Am2(g) 11 9,5 8,9 8,4 8,1 8 7,8
M Am3(g) 8 7 6,6 6,1 5,9 5,9 5,8
0
2
4
6
8
10
12
14
Mas
sa (
g)
Desidratação de Manga (dia 3)
0,00 0,11
0,18 0,24
0,32 0,37 0,41 0,42 0,49 0,54
0,60 0,62 0,64 0,66 0,66 0,70 0,72 0,74 0,75 0,75 0,75
0
0,2
0,4
0,6
0,8
Po
rce
nta
gem
Hora
Porcentagem perdida em massa
Porcentagem perdida em massa
69
A perda de massa para as três amostras foi superior a 70%, sendo a amostra 3 a que
sofreu maior redução de massa. Em relação à massa inicial, as amostras 1, 2 e 3 ficaram com
percentuais de 72,5%, 74,0% e 78,5%, respectivamente.
A massa de água final correspondeu a 14,7%, 11,9% e 7,6%, para as amostras 1, 2 e 3,
respectivamente, ficando abaixo do geralmente pretendido, que é em torno de 15 a 20%.
No que diz respeito à carga total de manga, correspondente a 2.547,0g, a perda de
massa correspondeu a 76,1%, com massa de produto final de 608,5g e massa úmida residual
de 10%. A literatura de produtos desidratados aponta um percentual de massa úmida em torno
de 10% a 20%, no produto final desidratado.
A Figura 4.22 mostra o comportamento assumido pela temperatura ambiente, umidade
relativa do ar e radiação solar global, em valores médios, para cada dia de ensaio.
Figura 4.22 Comportamento climático durante ensaio da manga
Na Figura 4.23 é mostrada a evolução do processo de secagem da manga. A imagem
A mostra as amostras antes de ir ao sol para secar, a imagem B, após o final do segundo dia
de ensaio e em C, ao final de todo o processo secagem, após o produto ser cortado em fatias e
acomodado em um recipiente de vidro.
Figura 4.23 Evolução do processo de secagem da manga
Dia 1 Dia 2 Dia 3
T Amb. (°C) 28,88 29,11 29,3
U(%) 72,57 67,86 68,57
Rad. Sol.(W/m2) 747,43 771,71 768,14
0100200300400500600700800900
Comportamento Climático
70
4.5 PIMENTÃO
O percentual de massa úmida do pimentão verde corresponde a 93%, conforme foi
verificado na literatura. A massa total de pimentão a secar foi de 1.368,0g. O ensaio durou 10
(dez) horas que foram distribuídas em dois dias da seguinte maneira: das 09h às 15h no
primeiro dia e das 09h às 13h no segundo.
Nas Figuras 4.24 e 4.25 são mostrados os resultados obtidos durante o processo de
secagem do pimentão.
Figura 4.24 Resultados do primeiro dia de secagem do pimentão verde
Figura 4.25 Resultados do segundo dia de secagem do pimentão verde
09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00
M Am1(g) 5 4 3 2 1,7 1 0,8
M Am2(g) 5 4 4 3 2 1,6 1
M Am3(g) 5 4 3 2 1,4 1 0,7
0
1
2
3
4
5
6
Mas
sa (
g)
Desidratação de Pimentão (dia 1)
09:00 10:00 11:00 12:00 13:00
M Am1(g) 0,9 0,6 0,4 0,3 0,3
M Am2(g) 1,1 0,7 0,4 0,3 0,3
M Am3(g) 0,8 0,6 0,4 0,4 0,3
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
Mas
sa (
g)
Desidratação de Pimentão (dia 2)
71
No que diz respeito ao rendimento do processo de secagem, que leva em consideração
as massas inicial e final da carga total do produto a secar, a equação abaixo apresenta o
cálculo relativo para a secagem do pimentão, em relação à carga total ensaiada:
963,024,1272
1,1420,1368)(
água
finalinicial
m
mm
p
A eficiência do processo de secagem do pimentão, em relação à carga total ensaiada,
correspondeu a 96%, o que representa uma eficiência do processo bastante significativa,
obtida no secador proposto. Isso é explicado também pelo baixo tempo de secagem necessário
para a obtenção do pimentão seco.
As porcentagens em massa perdida por hora, em relação à massa média inicial das
amostras, podem ser averiguadas na Fig. 4.26.
Figura 4.26 Porcentagem perdida em massa de água no pimentão
A perda de massa para as três amostras foi superior a 90%, ocorrendo uma redução de
massa uniforme entre as três amostras. Em relação à massa inicial, todas as amostras ficaram
com percentuais de 94%.
No que diz respeito à carga total de pimentão, correspondente a 1.368,0g, a perda de
massa correspondeu a 89,6%, com massa de produto final de 142,1g e massa úmida residual
de 3,6%. A literatura de produtos desidratados aponta um percentual de massa úmida de até
20%, no produto final desidratado.
A Figura 4.27 mostra o comportamento assumido pela temperatura ambiente, umidade
relativa do ar e radiação solar global, em valores médios, para cada dia de ensaio.
0,00
0,20
0,33
0,53
0,66 0,76
0,83 0,81 0,87
0,92 0,93 0,94
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00
Po
rce
nta
gem
Hora
Porcentagem perdida em massa
Porcentagem perdida em massa
72
Figura 4.27 Comportamento climático durante ensaio do pimentão
Na Figura 4.28 é mostrada a evolução do processo de secagem do pimentão. Na
imagem A, mostrando o início do primeiro dia, verifica-se a grande área ocupada pelas fatias
de pimentão, enquanto que na B, é possível notar a grande redução das amostras, em função
da retirada de água. Ainda na imagem B é mostrado o pimentão seco, processado
(transformado em farinha) e acomodado em um recipiente de vidro.
Figura 4.28 Evolução do processo de secagem do pimentão
A Tabela 4.1 mostra de forma direta um resumo dos resultados gerais obtidos durante
todos os processos de secagem realizados.
Tabela 4.1. Resultados gerais do processo de secagem.
Produto Uinicial
(%)
Minicial
(g)
M final
(g)
Mperdida
(g)
Múmidai
(g)
Múmid
af (g) MUf/MUi
Mseca
final (g)
Tempo de
secagem
(h)
Abacaxi 86 3.126,0 642,8 2.483,2 2.688,4 205,2 0,076 437,6 17
Banana 77 2.020,5 707,5 1.313,0 1.555,6 242,8 0,15 464,9 12
Mamão 87 3.274,2 586,5 2.687,7 2.848,6 160,9 0,056 425,6 15
Manga 85 2.547,0 608,5 1.938,5 2.164,9 226,5 0,10 382,1 18
Pimentão 93 1.368,0 142,1 1.225,9 1272,2 46,3 0,036 95,8 10
Dia 1 Dia 2
T Amb. (°C) 30,36 31,38
U(%) 70,28 66
Rad. Sol.(W/m2) 574,14 793,2
0100200300400500600700800900
Comportamento Climático
73
4.6 CÁLCULO DE RENDIMENTO
O cálculo do rendimento térmico do sistema foi aferido a partir da seguinte fórmula,
obtida através das expressões I e II, anteriormente mostradas:
T
t cte.
Onde cte é uma constante determinada por:
pcm
cte.
Para a determinação da eficiência térmica do secador solar proposto mediu-se a
velocidade do na saída do secador, e através desse parâmetro calculou-se a vazão de ar
circulante. Confeccionou-se um túnel para uma medida mais precisa da velocidade e para esta
medida utilizou-se um Medidor de Stress Térmico com função de Anemômetro, Fig. 4.29,
com faixa de leitura de 0 - 20m/s, resolução de 0,1m/s e precisão de ±4,0%.
Figura 4.29 Medidor de Stress Térmico com função de Anemômetro
Apesar do bom desempenho do secador proposto, o rendimento térmico médio para
cada ensaio foi relativamente baixo como pode ser visto na Fig. 4.30.
Figura 4.30 Rendimento térmico médio do processo
Abacaxi Banana Mamão Manga Pimentão
ηt (%) 9,65 11,77 3,83 5,52 9,52
0
2
4
6
8
10
12
14
ηt
(%)
Remdimento térmico médio
74
A eficiência do processo de secagem para cada variedade de fruta ensaiada, em relação
à massa da amostra 2, situada no meio do secador, pode ser verificada no gráfico da Fig. 4.31.
Este parâmetro foi aferido para cada 5 horas de ensaio, com o intuito de verificar o
desempenho do sistema proposto ao longo do processo de secagem, e comparar cada ensaio
entre si para verificar para qual fruta, levando em consideração suas características, o
protótipo apresenta melhor desempenho.
Figura 4.31 Rendimento médio do processo para cada 5 horas
O rendimento total do processo é mostrado na Fig. 4.32.
Figura 4.32 Rendimento total do processo
Abacaxi Banana Mamão Manga Pimentão
5 horas 48,5 46 44,4 39,2 73,1
10 horas 78,7 70,9 73,4 67,8 98,9
15 horas 91,9 91,6 82,7
0
20
40
60
80
100
120
η (
%)
Rendimento do processo
Abacaxi Banana Mamão Manga Pimentão
92,3 79,6 94,3 88,5 96,3
0
20
40
60
80
100
120
η (
%)
Rendimento total do processo
75
Para 5 horas de processo de secagem, o produto para o qual o secador proposto
apresentou melhor eficiência, ou seja, retirou uma porcentagem maior de massa úmida em um
determinado intervalo de tempo, foi aquele com maior percentual de massa úmida inicial, no
caso o pimentão, e a eficiência mais baixa, ou seja, retirou uma porcentagem menor de massa
úmida em um determinado período, foi apresentada durante a secagem da manga.
Para 10 horas de processo de secagem, permaneceu a relação mostrada anteriormente,
o secador mostrou-se mais eficiente durante a desidratação do pimentão e menos eficiente
durante a secagem da manga.
Para 15 horas completas de secagem, o processo mostrou-se mais eficiente para o
mamão e menos, para a manga, a desidratação da banana e do pimentão já havia sido
concluída.
A carga máxima testada no protótipo proposto correspondeu à 3.274,2g de produto
natural, que gerou 586,5g de produto seco. A carga máxima obtida de produto seco foi de
707,5g de banana.
4.7 PERDA DE TEMPERATURA NO SISTEMA
As temperaturas internas do secador, durante os ensaios, foram medidas utilizando um
termômetro digital, Fig. 4.33 (A), com termopares tipo K instalados em três pontos distintos
(entrada, meio e saída). Utilizando um pirômetro óptico, Fig. 4.33 (B), foi aferida a
temperatura externa em diversos pontos do sistema para analisar a perda de temperatura no
protótipo.
Figura 4.33 Termômetro digital (A) e pirômetro óptico (B)
Na Figura 4.34 são mostradas as temperaturas médias internas obtidas durante os
ensaios, em °C.
76
Figura 4.34 Temperaturas médias internas.
Na Figura 4.35 são mostradas as temperaturas médias, em °C, superior (A) e no
inferior (B).
Figura 4.35 Temperaturas médias externas.
Tendo em mãos os dados referente a radiação solar incidente no secador proposto, foi
calculada a potência incidente através da seguinte fórmula:
77
A energia absorvida pelo sistema foi aferida com base no cálculo a seguir.
A potência útil foi calculada através da seguinte expressão:
A potência dissipada, ou perdida pelo sistema, foi encontrada através do seguinte
cálculo:
Um gráfico foi construído a partir dos dados obtidos para as potências envolvidas no
processo de secagem.
Figura 4.36 Porcentagens de energias no sistema.
Como pode ser observado no gráfico da Fig. 4.36, a potência, de fato, utilizada durante
o processo de secagem ficou muito aquém das expectativas, apesar de o processo como um
todo ter se desenrolado satisfatoriamente. Levando em consideração a potência incidente no
100
59,5 50,96
8,54
0
20
40
60
80
100
120
PotênciaIncidente
Energia Absorvida Potência Perdida Potência Útil
Ene
rgia
s n
o s
iste
ma
(%)
78
secador como sendo 100%, a potência útil não chegou a alcançar um décimo da incidente, o
que se justifica em função da baixa vazão mássica obtida, inerente dos processos de
termossifão.
79
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES
De acordo com os objetivos definidos, apresentam-se as conclusões e sugestões para
os próximos experimentos a serem desenvolvidos utilizando-se o secador solar proposto.
5.1 CONCLUSÕES
a) o secador proposto mostrou-se viável para produzir a secagem de todos os
produtos alimentícios experimentados;
b) o baixo custo do processo de secagem, a partir do secador proposto, torna a
técnica de desidratação de alimentos mais atrativa a população;
c) o processo de secagem por exposição direta mostrou-se eficiente, podendo
produzir perda de massa compatível com o que aponta a literatura especializada em
desidratação de alimentos;
d) o custo de fabricação do protótipo proposto é ínfimo, proporcionando uma
relação custo/benefício competitiva com os secadores convencionais disponíveis;
e) os processos de fabricação e montagem do secador proposto são simples,
podendo ser facilmente repassados tecnologicamente;
f) o secador proposto é viável para utilização em zona rural e urbana, para
combate aos desperdícios e perecibilidade;
g) o secador proposto pode ser uma alternativa para a geração de emprego e renda
para comunidades carentes;
h) os tempos de secagem obtidos para os produtos testados foram competitivos
com os apontados pela literatura solar para desidratação de alimentos;
i) o processo de trituração através de liquidificador residencial para
transformação dos produtos secos em farinhas, como foi realizado com o pimentão, é simples
e econômico;
5.2 SUGESTÕES
a) demonstrar a capacidade de secagem de outros gêneros alimentícios, tipo
peixes, camarão, carnes e outros, e avaliar a eficiência do secador solar proposto;
80
b) acrescentar ao sistema uma camada de isolamento térmico para reduzir as
trocas de calor com o ambiente, aumentando assim seu rendimentos térmico, uma vez que o
sistema mostrou um rendimento de processo bom, mas que pode ser maximizado se elevado o
térmico;
c) instalar no protótipo um sistema de exaustão para avaliação do aparelho em
regime de convecção forçada;
d) realizar uma análise nutricional dos produtos secos e das farinhas produzidas;
81
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, I. B., Estudo do processo de secagem de alho, cebola e uva em secador solar
fabricado a partir de sucata de luminária, Trabalho de conclusão de curso, Natal, 2013.
ALONSO, L. F. T., Desenvolvimento de um aplicativo para o projeto de secadores
industriais. Tese de Doutorado do Curso de Engenharia Agrícola, FEAGRI, UNICAMP,
Campinas, p. 49, 1998.
ARAÚJO, J. M. A., Química de alimentos: teoria e prática. 2. ed. Viçosa: Editora UFV,
2004.
BARBOSA, J. R. P. Estudo da viabilidade de uso de secadores solares fabricados com
sucatas de luminárias, Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Mecânica da UFRN, Natal, RN, 2011.
BRITO, A.M.L., Secador solar fabricado com sucata de canaleta para fios elétricos,
Trabalho de conclusão de curso, Natal, RN, 2012.
COSTA, A.R.S. Sistema de secagem solar para frutos e modelagem da secagem de
banana em um secador de coluna estática, Tese de Doutorado do Curso de Pós-Graduação
em Engenharia Química da UFRN, Natal, RN, 2008.
COSTA, J.B.S. Obtenção e caracterização de farinha de caju através do uso de um
sistema de secagem solar de baixo custo, Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Mecânica da UFRN, Natal, RN, 2010.
DUARTE, R.N.C., Secagem convectiva de partículas incluindo o efeito do encolhimento,
Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da UFRN,
Natal, RN, 1996.
DUFFIE, J.A., BECKMAN, W.A. Solar Engineering of Thermal processes, second edition,
New York, John&Sons, & Beckman, 1991.
FIOREZE, R. Princípios da Secagem de Produtos Biológicos. João Pessoa, Editora da
Universidade Federal da Paraíba - UFPB, 2004.
82
GASPARETO, O. C. P., Secagem osmo-conectiva de banana nanica (Musa Cavendishii,
L.), mamão formosa (Carica Papaya, L.) e jaca (Artocarpus integrifólia, L.). Tese de
Doutorado do curso de Pós-graduação Engenharia Química da UFRN, Natal, RN, 2005.
KHALIL, E. J. AL-JUAMILY, A., KHALIFA, A. N. Testing of the performance of fruit and
vegetable solar drying in Iraq. Desalination, v. 209, 2007.
LIMA, D. M. et al, Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – TACO, Universidade
Estadual De Campinas, UNICAMP 4 ed. Campinas, SP, 2011
MACHADO, A. V., Avaliação de um secador solar sob convecção forçada para secagem
do pedúnculo de caju. Revista Verde, v.6, n.1, p.1-7, Mossoró, RN, Jan-Mar, 2011.
MADAMBA, P. S.; DRISCOLL, R. H.; BUCKLE, K. A., The thin-layer drying
characteristics of garlic slices. Journal of Food Engineering v.29, p.75-97, 2007.
MELONI, P.L.S. Desidratação de frutas e hortaliças, Instituto de Desenvolvimento da
Fruticultura e Agroindústria – Frutal, Sindicato dos Produtores de frutas do Estado do Ceará –
Sindifruta, Fortaleza, CE, 2003.
NAYAK, J. K.; SUKHATME, S. P.; LIMAYE, R. G.; BOPSHETTY, S. V. Performance
studies on solar concret collectors. Solar energy, v.18, p. 1337-1346, 2007.
NETO, H. J. L. Obtenção de tomate seco através do uso de um sistema solar alternativo
de baixo custo, Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Mecânica da UFRN, Natal, 2008.
RIBEIRO, D.A.S., Secagem de peixe e camarão utilizando um secador solar fabricado a
partir de embalagens de Split, Trabalho de conclusão de curso. Natal, 2012.
SANTOS, M. C. A., SILVA, T., Avaliação do mercado de frutas e hortaliças embaladas,
minimamente processadas, orgânicas e desidratadas na capital de Minas Gerais,
CEASAMINAS/MG, 2010. 113 p.
SANTOS, Z.T.S., Secadores solares de exposição direta e convectivo para frutas
tropicais: estudo técnico e econômico de construção e operações, Dissertação de Mestrado
do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da UFRN, Natal, 1997.
83
SENA, J.F., Secagem de Sementes de Algodão usando Coletor Solar Plano: Estudo
Cinético e Térmico, Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Mecânica da UFRN, Natal, 1997.
SILVA, I. G. da, Viabilidade técnica e econômica de secadores solar e elétrico na
desidratação de bananas no Estado do Acre, Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-
Graduação em Agronomia da UFAC, Rio Branco, 2010.
SILVA, W.H.P., Transformação de uma sucata de luminária em secador solar de
exposição direta para secagem de ameixas, Trabalho de conclusão de curso, Natal, 2012.
SOKHANSANJ, S.; JAYAS, D. S. Drying of foodstuffs. In: Mujumdar, A. S. Handbook of
industrial drying. 2. ed. New York: Marcel Dekker, v. 1, p. 589-626, 2006.
SOUSA, A.C., Avaliação de um sistema de secagem solar utilizando sucata de geladeira e
sucata de vidro, Trabalho de conclusão de curso, Natal, 2012.
SOUZA et al, Obtenção de tomate seco utilizando um sistema de secagem solar
construído com materiais alternativos, 8º Congresso Iberoamericano de Engenharia
Mecânica – CIBIM, Cusco, Peru, 2007.
______, Secador solar de baixo custo com unidades de aquecimento formadas por
garrafas PETS, 9° Congresso Iberoamericano de Engenharia Mecânica – CIBIM, Las
Palmas de Gran Canaria, Espanha, 2009.
______, Secador solar a baixo custo para frutas tropicais, III Congresso Nacional de
Engenharia Mecânica – CONEM, Belém, Pará, 2004.
______, Secagem de alimentos utilizando secador solar de sucatas de luminária, VI
Congresso Nacional de Engenharia Mecânica – CONEM, Campina Grande, Paraíba, 2010.
______, Estudo da saturação do ar circulante em um secador de exposição direta,
fabricado em material compósito, VII Congresso Nacional de Engenharia Mecânica –
CONEM, São Luís, Maranhão, 2012.
______, Secagem de morango com secador solar de exposição direta, fabricado a partir
de sucatas de luminária, VII Congresso Nacional de Engenharia Mecânica – CONEM, São
Luís, Maranhão, 2012.
84
______, Secador solar construído em material compósito usando uma luminária como
molde, 22° Congresso Internacional de Engenharia Mecânica – COBEM, Natal, Rio Grande
do Norte, 2013.
WINROCK, Organização Internacional de Desenvolvimento Sustentável sem fins lucrativos,
IV Seminário de Energia do Brasil: Competitividade, Produtos e Tecnologias, São Paulo,
SP, Setembro de 2003.
Disponível em <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/10/populacao-mundial-chega-7-
bilhoes-de-pessoas-diz-onu.html> Acesso em 22 de novembro de 2011.
Disponível em <http://www.ider.org.br/projetos/desidratacao-de-frutas-tropicais-com-fontes-
de-energia-renovaveis> Acesso em 24 de novembro de 2011.
Disponível em <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABUFQAC/apostila-desidratacao-
frutas-hortalicas> Acesso em 24 de novembro de 2012
Disponível em <http://www.informacaonutricional.blog.br/abacaxi-tabela-valor/> acesso em:
10 de janeiro de 2013
Disponível em <http://www.informacaonutricional.blog.br/banana-da-terra-tabela-valor/>
Acesso em: 10 de janeiro de 2013
Disponível em <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/manga/manga-4.php> Acesso em
10 de janeiro de 2013
Disponível em <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/mamao/mamao.php> Acesso em:
10 de janeiro de 2013
Disponível em <http://www.informacaonutricional.blog.br/pimentao-verde-cru-tabela-valor/>
Acesso em: 10 de janeiro de 2013
Disponível em < http://www.ibraf.org.br> Acesso em: 10 de janeiro de 2012
Disponível em <http://www.emporiosabordaterra.com.br/frutas-secas.html?p=2> Acesso em:
28 de junho de 2013.
85
Disponível em <http://www.nutsonline.com.br/desidratados.html?p=2> Acesso em: 28 de
junho de 2013.
86
REFERÊNCIAS CONSULTADAS
BEZERRA, A. M., Aplicações térmicas da energia solar, Editora Universitária da UFPB,
João Pessoa, PB, 2001.
BO BOLAJI, AND APALUSI. Performance evaluation of a mixed-mode solar dryer, AU
Journal of Technology 11 (4) (2008), pp.
BO BOLAJI. Development and performance evaluation of box-type absorber solar air
collector for crop drying, Journal of Food Technology 3 (4) (2005), pp.
COSTA, A.R.S. Utilização de processo osmótico, seguido de secagem para a obtenção de
tomate parcialmente desidratado, Tese de Doutorado do Curso de Pós-Graduação em
Engenharia mecânica da UFPB, João Pessoa, PB, 2003.
DAVOODI, M. G., et al, Effect of different pre-treatments and dehydration methods on
quality characteristics and storage stability of tomato powder, LWT - Food Science and
Technology, v. 40, Issue 10, 2007.
DIAS, T. J. M. Produtividade e conservação pós-colheita de frutos híbridos de tomateiro
em função do alelo Alcobaça (alc.) e diferentes backgrounds genéticos, Dissertação de
Mestrado da Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG, 2001.
EL-SEBAII, et al, Experimental investigation of an indirect type natural convection solar
dryer, Energy Conversion and Management, v. 43, Issue 16, 2002.
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Tomate para processamento
industrial, Brasília, DF, 2000.
GBAHA, HY ANDOH, JK SARAKA, BK KOUA AND S. TOURE, Experimental
investigation of a solar dryer with natural convective heat flow, Renewable Energy 32
(2007), pp.
GIOVANELLI, et al. Water sorption, drying and antioxidant properties of dried tomato
products, Journal of Food Engineering, v. 52, Issue 2, 2002.
INCROPERA, F.P., DEWITT, D.P. Fundamentos de transferência de calor e massa,
Guanabara Koogan, 4 ed., Rio de janeiro, 2003.
87
MELONI, P.L.S. Manual de produção de frutas desidratadas, Instituto de
Desenvolvimento da Fruticultura e Agroindústria – Frutal, Sindicato dos Produtores de frutas
do Estado do Ceará – Sindifruta, Fortaleza, CE, 2002.
MURSALIM, Supratomo and YS Dewi, Drying of cashew nut in shell using solar dryer,
Science & Technology 3 (2) (2002).
PRASSAD, VK Vijay, GN Tiwari and VPS Sorayan, Study on performance evaluation of
hybrid drier for turmeric (Curcuma longa L.) drying at village scale, Journal of Food
Engineering 75 (2006), pp.
S. Janjai, N. Srisittipokakun and BK Bala, Experimental and modeling performance of a
roof-integrated solar drying system for drying herb and spices, Energy 33 (2008), pp.
SHANMUGAM V., NATARAJAM E., Experimental study of regenerative desiccant
integrated solar dryer with and without reflective mirror, Applied Thermal Engineering
27 (2007).
VAN BRACKEL, J. MUJUMDAR, A. S., Mass Transfer in Convective Drying. In:
Advances in Drying, Washington: Hemisphere Publishing Corporation, p. 217-267, 1980.