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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI - UFVJM PROGRAMA MULTICÊNTRICO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS/PMPGCF LAUANE GOMES MORENO EFEITOS BIOLÓGICOS DA ASSOCIAÇÃO DA INGESTÃO DA POLPA DE PEQUI (Caryocar brasiliense) AO EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBIO REGULAR EM RATOS DIAMANTINA MG 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI - UFVJM

PROGRAMA MULTICÊNTRICO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

FISIOLÓGICAS/PMPGCF

LAUANE GOMES MORENO

EFEITOS BIOLÓGICOS DA ASSOCIAÇÃO DA INGESTÃO DA POLPA DE PEQUI

(Caryocar brasiliense) AO EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBIO REGULAR EM RATOS

DIAMANTINA – MG

2014

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LAUANE GOMES MORENO

EFEITOS BIOLÓGICOS DA ASSOCIAÇÃO DA INGESTÃO DA POLPA

DE PEQUI (Caryocar brasiliense) AO EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBIO

REGULAR EM RATOS

Dissertação apresentada ao Programa

Multicêntrico de Pós-Graduação em

Ciências Fisiológicas da Sociedade

Brasileira de Fisiologia, área de

concentração em Metabolismo Energético e

Controle da Ingestão Alimentar, nível

mestrado, como parte dos requisitos para

obtenção do título de Mestre.

Orientadora: Profa. Dr

a. Elizabethe

Adriana Esteves – UFVJM

Co-orientador: Prof. Dr. Marco Fabrício

Dias Peixoto - UFVJM

DIAMANTINA – MG

2014

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EFEITOS BIOLÓGICOS DA ASSOCIAÇÃO DA INGESTÃO DA POLPA

DE PEQUI (Caryocar brasiliense) AO EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBIO

REGULAR EM RATOS

Lauane Gomes Moreno

Dissertação apresentada ao Programa

Mult icêntr ico de Pós-Graduação em

Ciências Fis io lógicas da Sociedade

Brasile ira de Fis io log ia, níve l de

Mestrado, como parte dos requis itos para

obtenção do t ítulo de Mestre.

APROVADA EM 06 / 06 / 2014

Prof. Marcelo Eustáquio Silva – UFOP

Prof. Flávio de Castro Magalhães – UFVJM

Prof. Marco Fabrício Dias Peixoto – UFVJM

Presidente

DIAMANTINA

2014

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Dedico este trabalho a todos que contribuíram de alguma forma para a sua realização, em

especial, à minha orientadora e amiga Bethe e ao meu co-orientador Marco Fabrício, pela real

orientação e por terem sido grandes conselheiros. E aos meus pais, que me apoiaram

incondicionalmente nesta caminhada.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ter iluminado meu caminho e me amparado nos momentos de dificuldade.

À minha Nossa Senhora, por ser meu “escudo protetor”.

Aos meus pais, Leandro e Cida, pelos incentivos na vida escolar e acadêmica, pela

“herança intelectutal”, pelos conselhos, pelo amor incondicional e pela vida. E a meu irmão

Lucas, pela amizade, companheirismo, boa vontade e por ter “salvado” meu computador,

programas e fotos várias vezes.

À professora Drª Elizabethe Adriana Esteves (Bethe), minha orientadora, que se

tornou grande amiga, pelos ensinamentos científicos, conselhos de vida, confiança em mim

depositada, dedicação e carinho, mesmo à distância.

Ao professor Dr. Marco Fabrício Dias Peixoto, por ter superado seu título de co-

orientador e ter se tornado um amigo, pela participação e orientação em todas as etapas do

meu mestrado e pelos ensinamentos valiosos.

Aos professores do Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Ciências

Fisiológicas da UFVJM pela disponibilização da estrutura física e pelos ensinamentos.

Agradeço especialmente à professora Drª Etel Rocha Vieira, pela orientação nas análises do

estresse oxidativo e pelas sugestões na redação da dissertação; ao professor Dr. Flávio de

Castro Magalhães, pelo auxílio nas análises de insulina, pelas dicas e sugestões valiosas.

Aos professores Dr. João Luis de Miranda e Drª Flaviana Dornela Verli, pelos

ensinamentos na análise histológica. À professora Drª Nísia Andrade Villela Dessimoni Pinto,

pela orientação nas análises da composição química. Aos professores Dr. Reynaldo Campos

Santana e Dr. Márcio Leles, pelas orientações nas análises estatísticas.

Ao Prof. Dr. Mário Roberto Maróstica Jr. e à doutoranda Ângela Giovana Batista, da

Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, pelas análises da atividade antioxidante in

vitro da polpa de pequi.

À Lidiane Guedes Oliveira, pelos ensinamentos sobre experimentação animal, práticas

e análises de laboratório, pela paciência, pela boa convivência e sobretudo pela amizade.

Ao Dirceu, pelos ensinamentos de laboratório, pela dedicação, companheirismo,

amizade eterna, e por ter tornado muito mais divertido todos os meus momentos de trabalho e

lazer em Diamantina.

À Nayara e à Liliane, por terem tornado nossa convivência em laboratório muito mais

tranquila e divertida, pelas orações, pela companhia noturna e de finais de semana e pela

amizade eterna.

Aos alunos de iniciação científica (“IC’s”) Mayara, Fabiulla, Aline Sardinha, Aline

Martins, Brenda, Gabrielle e Nilma Nayara, pelo auxílio na condução do ensaio biológico.

Agradeço especialmente à “IC” “padrão ouro” Karine Batista, pela dedicação, ensinamentos e

por ter me acompanhado em todas as análises do estresse oxidativo.

Aos “pangarés” e “pregos” Dirceu, Camila, Sueli, Maria Cecília, Lidiane, Paula,

Sílvia, Liliane, Rosa, Talita e Vinícius. Pelas dificuldades que juntos compartilhamos no

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ICB/UFMG, por se tornarem minha grande família, e por fazerem dos momentos juntos os

melhores e mais divertidos. Sem vocês teria sido muito mais difícil!

Aos meus amigos conterrâneos, os “Brutus”, por amenizarem os momentos de tristeza

e tornar os momentos de diversão muito mais felizes. De forma especial, agradeço ao meu

amigo e namorado Luis Fernando, por todo companheirismo, carinho e paciência, nessa reta

final.

A toda a minha família pelo apoio e incentivo, em especial aos meus avós, vó Iracema

pela torcida e inúmeras orações e vô Chico pelos conselhos e exemplo de simplicidade,

inteligência e paciência. E a minha vó Iza, que me acompanhou por toda vida e apesar de ter

nos deixado, sei que está muito feliz com esta conquista.

Ao Instituto de Pesquisas e Estudos de Lassance (IPEL), por ter me incentivado a

seguir a carreira acadêmica, me mostrar o caminho da pesquisa e pela doação dos kits

bioquímicos.

À Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, minha instituição de

graduação e agora de mestrado, pelo acolhimento e concessão da bolsa de estudos, em

particular ao seu Programa Multicêntrico de Pós Graduação de Ciências Fisiológicas.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), ao

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológica (CNPq) e à Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pelo auxílio financeiro.

Aos animais experimentais, sem os quais, não seria possível a realização deste estudo.

A todos que, involuntariamente, omiti e que contribuíram de alguma forma para a

realização deste trabalho.

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RESUMO

Dado o crescente número de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) que afetam

a saúde e a economia dos países, alternativas que visem à diminuição dos fatores de risco para

essas doenças são imprescindíveis. A adoção de uma dieta equilibrada, que inclua alimentos

com potencialidades funcionais, associada à prática de atividade física regular são alternativas

atualmente preconizadas. Dentre os alimentos com potencialidades funcionais está o pequi

(Caryocar brasiliense), muito utilizado no Brasil para fins alimentícios, terapêuticos e

cosméticos, e que apresenta como componentes majoritários lipídeos ricos em ácidos graxos

monoinsaturados, fibras e carotenoides. Estes componentes isoladamente, apresentam alguns

efeitos semelhantes ao exercício físico aeróbio sobre a redução de diversos fatores de risco

para DCNT, de forma que associados podem fornecer efeitos potencializadores sobre a

redução desses fatores de risco. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar, em ratos,

efeitos biológicos advindos da ingestão da polpa de pequi associada à prática de exercício

físico aeróbio regular (EFAR), especificamente sobre variáveis relacionadas ao crescimento,

parâmetros cardiovasculares, do metabolismo glicídico e lipídico, sobre a histomorfometria

duodenal e o estado redox celular. O protocolo experimental consistiu de quatro grupos (n=8)

de ratos Wistar machos: CS - animais que receberam ração; CT - receberam ração e EFAR;

PS - receberam ração suplementada com polpa de pequi (3,26/100g = +50% do conteúdo

lipídico da ração) e PT - receberam ração suplementada com polpa de pequi e EFAR. O

EFAR foi realizado em piscina, em intensidades e cargas progressivas, e a dieta fornecida ad

libitum durante quinze semanas. A ingestão alimentar e o peso corporal foram monitorados

durante o período experimental para os cálculos da ingestão alimentar e calórica, do ganho de

peso e dos coeficientes de eficiência alimentar (CEA) e energética (CEE). As fezes foram

coletadas nas últimas 72 horas do experimento. A pressão arterial sistólica (PAS) e a

frequência cardíaca (FC) foram aferidas no início e na última semana do experimento. No

último dia do protocolo, os animais foram eutanasiados e foram determinados: (a) o

comprimento da tíbia esquerda; (b) o peso absoluto e relativo do fígado, pâncreas e coração e

da gordura das regiões epididimal e retroperitoneal; (c) a concentração plasmática de

colesterol total (COL), lipoproteína de alta densidade (HDL), triglicerídeos (TG), glicose,

insulina, o índice HOMA-IR e o índice aterogênico; (d) a concentração hepática e fecal de

COL e TG; (e) a umidade e o pH fecais; (f) a capacidade antioxidante total – Ferring

Reducing Antioxidant Power plasmática, e dos tecidos muscular (sóleo), hepático e cardíaco;

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(g) os níveis de peroxidação lipídica - Thiobarbituric acid reactive substances nos tecidos

hepático, muscular e cardíaco; (h) a atividade da enzima superóxido dismutase nos tecidos

hepático e muscular; (i) a atividade da enzima catalase nos tecidos hepático, muscular e

cardíaco. Foram coletadas amostras de tecido duodenal para análises histomorfométricas.

Observou-se que a associação da ingestão da polpa de pequi ao EFAR não influenciou de

maneira significativa no crescimento (ingestão alimentar e calórica, peso corporal, CEA,

CEE, peso de órgãos, comprimento da tíbia), na PAS e FC, na glicemia, na insulinemia ou no

Índice HOMA-IR. Contudo, reduziu a deposição de gordura visceral (epididimal e

retroperitoneal). Também não houve diferenças entre os tratamentos para as concentrações

plasmáticas de COL, HDL e TG. Contudo, a associação da ingestão da polpa de pequi ao

EFAR promoveu menor deposição hepática e maior excreção fecal de lipídeos, além de

preservar melhor a altura das vilosidades intestinais e promover aumento da profundidade das

criptas. Não houve impactos significativos dos tratamentos sobre as variáveis relacionadas ao

estado redox celular, somente a atividade da catalase foi aumentada pela associação entre

EFAR e polpa de pequi no fígado. Os efeitos fisiológicos advindos da ingestão da polpa de

pequi associada ao EFAR relacionados ao menor acúmulo de lipídeos na região visceral e

fígado, com a maior excreção desses lipídeos, aumento da profundidade das criptas sem

prejuízos à estrutura do intestino e aumento da atividade antioxidante endógena, bem como a

ausência de efeitos prejudiciais sobre as demais variáveis analisadas, faz dessa associação

uma possível estratégia para redução do risco para DCNT e manutenção da saúde.

Palavras-chave: Doenças crônicas não transmissíveis. Caryocar Brasiliense. Exercício físico

aeróbio regular. Crescimento. Metabolismo. Estado redox.

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ABSTRACT

Given the increasing number of chronic non-communicable diseases (NCDs) affecting

health and economy of countries, alternatives on reducing risk factors for these diseases are

urged. A balanced diet that includes foods with functional properties associated with regular

physical exercise is currently recommended. Among foods with functional potential, is pequi

(Caryocar brasiliense), wich is widely used in Brazil for food, cosmetic and therapeutic

purposes. It has as its major components, lipids high in monounsaturated fatty acids, fiber and

carotenoids. These components have some similar effects as aerobic exercise on the reduction

of several risk factors for NCDs, turning its association into a potential strategy for fighting

NCDs risk factors. Therefore, this study aimed to evaluate, in rats, biological effects from the

intake of pequi pulp associated to regular aerobic exercise (RAE), specifically on growth-

related, glucose and lipid metabolism and cardiovascular variables, on duodenal

histomorphometry and cellular redox state. The experimental protocol consisted of four

groups (n = 8 ) of male Wistar rats: CS - animals fed chow; CT - animals feed chow and

RAE; PS - animals feed chow plus pequi pulp (3.26/100g = +50 % of the lipid content of

chow) and PT - animals feed chow plus pequi pulp and RAE. The RAE was held in pool at

intensities and progressive loadings, and the animals were fed ad libitum for fifteen weeks.

Food intake and body weight were monitored throughout the experimental period for

calculation of food and energy intakes, weight gain, feed (FE) and energy efficiencies (EE).

Feces were collected in last 72 hours of the experiment. Tail systolic blood pressure (SBP)

and heart rate (HR) were measured at the beginning and in the last week of the experiment.

On the last day, the animals were euthanized; the abdominal and thoracic cavities were

opened for sampling. It was determined: (a) The left tibia length; (b) the absolute and relative

liver, pancreas and hearts weights and all the retroperitoneal and epididymal fat pads; (c)

plasma concentrations of cholesterol (COL), high density lipoprotein (HDL), triglycerides

(TG), glucose, insulin, HOMA-IR index and atherogenic index; (d) the liver and fecal

concentrations of COL and TG; (e) fecal moisture and pH; (f) plasma, muscle (soleus), liver

and heart total antioxidant capacity - Ferring Reducing Antioxidant Power (FRAP); (g) liver,

muscle and heart levels of lipid peroxidation - Thiobarbituric acid reactive substances

(TBARS); (h) liver and muscle activity of superoxide dismutase (SOD); (i) liver, muscle and

heart activity of catalase (CAT). Duodenal tissue samples were collected for

histomorphometric analyses. It was observed the intake of pequi pulp associated to RAE did

not influence significantly animal’s growth (food and caloric intake, body weight, FE, EE,

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organ weights, tibia length), SBP and HR, plasma glucose and insulin, HOMA-IR and

atherogenic indexes. However, this association reduced visceral fat pad weights. There were

no differences among treatments for plasma COL, HDL and TG. However, the intake of pequi

pulp associated to RAE led to lower hepatic deposition and increased fecal output of lipids, in

addition to better preserve the intestinal villi height and to promote increased crypt depth.

There were no significant effects regarding redox state of all variables, although CAT activity

was increased in the liver of the animals fed pequi pulp plus RAE. The reduction of visceral

fat and hepatic lipid deposition with increased excretion, the increased cell renewal without

damaging the structure of the intestine, the increased endogenous antioxidant activity, and the

absence of harmful effects on other variables, point out that the intake of pequi pulp

associated to RAE is a possible strategy for reducing the risk of non-communicable diseases

and for health maintenance.

Keywords: Chronic non-communicable diseases. Caryocar brasiliense. Regular aerobic

physical exercice. Growth, metabolism. Redox state.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

•O2 Radical Superóxido

•OH Radical hidroxila

AV Altura da vilosidade

AOAC American Oil Chemists’ Society

CAT Catalase

CEA Coeficiente de Eficiência Alimentar

CEE Coeficiente de Eficiência Energética

CEUA Comitê de Ética em uso animal

CM Carga Máxima

COBEA Colégio Brasileiro de Experimentação Animal

COL Colesterol total

CS Animais que receberam ração comercial

CT Animais que receberam ração comercial + EFAR

DCNT Doenças crônicas não transmissíveis

EFAR Exercício físico aeróbio regular

ERN Espécies reativas de nitrogênio

ERO Espécies reativas de oxigênio

FDA Food and Drug Adminisration

FRAP Ferring Reducing Antioxidant Power

FV Frequência das vilosidades

GPF Ganho de peso final

GPX Glutationa Peroxidase

H2O Água

H2O2 Peróxido de hidrogênio

HDL Lipoproteína de alta densidade

HMGR Enzima 3-hidroxi-3-metil-glutaril coenzima A redutase

HOMA-IR Índice de Resistência a Insulina

IAT Ingestão Alimentar Total

ICT Ingestão Calórica Total

IMC Índice de massa corporal

LDL Lipoproteína de baixa densidade

LE Largura do epitélio

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LV Largura da vilosidade

MDA Malondialdeído

MUFA Ácido Graxo Monoinsaturado

NO Óxido nítrico

O2 Oxigênio

OMS Organização Mundial da Saúde

PC Profundidade da cripta

PCF Peso corporal final

PCI Peso corporal inicial

PR Peso relativo

PS Animais que receberam ração suplementada com polpa de pequi

PYY Peptídeo YY

PT Animais que receberam ração suplementada com polpa de pequi + EFAR

PUFA Ácido Graxo Poliinsaturado

ROO• Radical peroxil

SFA Ácido Graxo Saturado

SOD Superóxido Dismutase

TBARS Thiobarbituric acid reactive substances

TG Triglicerídeos

UFJF Universidade Federal de Juiz de For a

UFVJM Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

VET Valor Energético Total

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ....................................................................... 13

2 REVISÃO DE LITERATURA 15

2.1. DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS – EPIDEMIOLOGIA, IMPACTOS À SAÚDE E

ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO.......................................................................................... 15

2.2. POLPA DE PEQUI (Caryocar brasiliense) – POTENCIAL NUTRICIONAL E FUNCIONAL .......... 17 2.2.1. Ácidos graxos .......................................................................................................... 19

2.2.2 Fibras ....................................................................................................................... 20

2.2.3 Carotenoides ............................................................................................................ 22

2.2.4. Potencial funcional da polpa de pequi ...................................................................... 23

2.3. EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBIO REGULAR- BENEFÍCIOS À SAÚDE ......................................... 24 2.3.1. Papel do EFAR na modulação do balanço redox ...................................................... 26

3 OBJETIVOS .............................................................................................................. 29

4 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 29

4.1. PROCEDIMENTOS PRELIMINARES ........................................................................... 29 4.1.1. Obtenção da polpa de pequi e preparo do material.................................................... 29

4.1.2. Composição química da polpa de pequi ................................................................... 30

4.1.3. Atividade antioxidante in vitro da polpa de pequi ..................................................... 30

4.2 ENSAIO BIOLÓGICO................................................................................................ 30 4.2.1 Animais e condições experimentais .......................................................................... 30

4.2.2 Dietas ....................................................................................................................... 31

4.2.3. Grupos experimentais .............................................................................................. 31 4.2.4. Desenho experimental ............................................................................................. 32

4.3. PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE ................................................................................ 34 4.3.1. Relacionados ao crescimento ................................................................................... 34

4.3.2. Parâmetros cardiovasculares, do metabolismo glicídico e lipídico ............................ 35 4.3.3. Histomorfometria duodenal ..................................................................................... 37

4.3.4. Estado redox celular ................................................................................................ 39

4.4. ANÁLISES ESTATÍSTICAS ....................................................................................... 41

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 41

5.1. PROCEDIMENTOS PRELIMINARES ........................................................................... 41 5.1.1 Composição química da polpa de pequi .................................................................... 41

5.1.2. Atividade antioxidante in vitro ................................................................................. 43

5.2. ENSAIO BIOLÓGICO .............................................................................................. 44

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5.2.1. Efeitos da ingestão da polpa de pequi associada ao EFAR em variáveis relacionados ao

crescimento ............................................................................................................. 44 5.2.2. Efeitos da ingestão da polpa de pequi associada ao EFAR em parâmetros cardiovasculares, do metabollismo glicídico e do lipídico .................................................. 49

5.2.3. Efeitos da ingestão da polpa de pequi associada ao EFAR na histomorfometria

duodenal ........................................................................................................................... 58

5.2.4. Efeito da ingestão da polpa de pequi associada ao exercício físico aeróbio regular sobre o estado redox .......................................................................................................... 60

6 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS ........................................................................ 69

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 72

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13

1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

A polpa de pequi tem sido consumida em larga escala pela população das regiões do

cerrado brasileiro, tornando-se um importante complemento alimentar em seu período de

frutificação. Ela pode ser consumida in natura ou em diversas preparações alimentícias como

doces, conservas, sucos, sorvetes, geleias, licores, dentre outros. É rica em lipídios (30% a

60%), e constitui uma fonte importante de fibra alimentar e carotenoides.

Os lipídeos da polpa de pequi são constituídos, em sua maioria, por ácidos graxos

monoinsaturados (MUFAs), especialmente ácido oleico. Esse ácido graxo tem sido associado

a melhorias no perfil lipídico, à redução da agregação plaquetária, ao controle dos níveis

pressóricos arteriais, à modulaçào favorável da sensibilidade à insulina e ao controle

glicêmico, dentre outros efeitos (KRIS-ETHERTON, 1999; BOS et al., 2010;

SCHWINGSHACKL & HOFFMANN, 2012; CHEN et al., 2013a).

A quantidade de fibras na polpa de pequi é expressiva (aproximadamente 10g em 100g

de polpa) o que corresponde a aproximadamente 33% das necessidades de um adulto. As

fibras apresentam funções fisiológicas importantes, principalmente ao regular o

funcionamento intestinal, atuar no controle de peso e na regulação do metabolismo de

lipídeos, diminuindo a absorção e aumentando a excreção de colesterol e triglicerídeos, além

de possuir efeitos indiretos sobre o controle da pressão arterial e glicemia (ANDERSON,

2008; WEICKERT & PFEIFFER, 2008; LATTIMER & HAUB, 2010; PARNELL &

REIMER, 2012). Com isso, as fibras têm sido também associadas à redução do risco de

doenças crônicas, em especial, diabetes Melittus não insulino-dependente, hipertensão arterial,

câncer, dislipidemias e obesidade.

Os carotenoides da polpa de pequi (aproximadamente 8 mg por 100 g de polpa),

principais responsáveis pela sua cor amarela, são potentes antioxidantes em sistemas

biológicos e alguns, como o β-caroteno, apresentam atividade de vitamina A. Evidências

epidemiológicas demonstram que dietas ricas em carotenoides encontram-se associadas à

redução do risco de incidência de câncer e doenças cardiovasculares, bem como na proteção

de membranas celulares e lipoproteínas contra danos oxidativos (GIANETTI et al., 2002;

GÜLÇIN 2012).

Desta forma, a composição em nutrientes e compostos bioativos da polpa do pequi

coloca esse fruto como um complemento alimentar e como potencial alimento funcional.

Entretanto, muito pouco se sabe sobre os efeitos metabólicos advindos da sua ingestão,

especialmente no que se refere à sua ingestão crônica, ao longo da vida. Adicionalmente, o

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consumo de um alimento funcional deve estar associado a uma dieta equilibrada e hábitos de

vida saudáveis, dos quais destaca-se a prática regular de exercícios físicos. Logo,

considerando a perspectiva de a polpa de pequi tornar-se um alimento funcional, é necessário

avaliar os efeitos da sua ingestão dentro do contexto de “alegação de saúde”, ou seja,

associada a hábitos de vida saudáveis, especialmente à prática regular de exercícios físicos.

A prática regular de exercícios físicos, especialmente os aeróbios, tem sido associada a

diversos efeitos benéficos, tanto para a saúde global do indivíduo, quanto para a redução do

risco de doenças cardiometabólicas. Já é bem documentado que o exercício físico aeróbio

regular (EFAR) promove redução da pressão arterial e lipoproteínas de baixa densidade

(LDL), aumento da lipoproteína de alta densidade (HDL), melhora da sensibilidade à insulina

e do balanço redox, redução da gordura corporal, dentre outros efeitos protetores

(MONTEIRO et al., 2007; RIZZOLI et al., 2010; PEDERSEN, 2011).

Podemos então considerar que tanto os componentes químicos majoritários da polpa

de pequi quanto o exercício físico aeróbio atuam em diversos sistemas fisiológicos

relacionados à manutenção da saúde e à redução de fatores de risco para doenças crônicas não

transmissíveis (DCNT). Assim, a associação entre a ingestão da polpa de pequi e a prática de

EFAR, em longo prazo, poderá trazer benefícios adicionais à saúde, especialmente se iniciado

desde a infância, fase considerada importante para adoção de medidas alternativas que

reduzam o risco de doenças e determinante para a condição de saúde na fase adulta.

Outro aspecto a ser destacado é o potencial econômico e social que o pequi e o EFAR

apresentam como estratégias na manutenção de um estilo de vida saudável. O pequi, de fácil

acesso para a população do Cerrado, e de baixo custo, apresenta características sensoriais e

nutricionais que podem contribuir com o suprimento de parte das exigências nutricionais da

população (ROESLER et al., 2010), além de apresentar grande potencial de aproveitamento

econômico, sendo cultivado tradicionalmente por mudas coletadas em campo, pelo plantio de

sementes e, mais recentemente, com disponibilidade de técnicas de enxertia (CEBRAC,

1999). O EFAR, por sua vez, é uma alternativa acessível e eficiente na redução dos fatores de

risco de doenças crônicas que, além de benefícios fisiológicos, apresenta a vantagem de baixo

custo em relação ao tratamento medicamentoso.

Assim considerando a lacuna existente na literatura sobre os efeitos biológicos da

ingestão da polpa de pequi, especialmente quando associada a hábitos de vida saudáveis que

incluem o EFAR, avaliamos, neste trabalho, os efeitos biológicos da associação da ingestão

da polpa de pequi ao exercício físico aeróbio regular em ratos. Especificamente, avaliamos os

efeitos dessa associação sobre variáveis que poderiam ser afetadas, tanto pelos constituintes

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majoritários da polpa de pequi, quanto pelo exercício físico aeróbio, a saber: crescimento dos

animais, visto que o desenho experimental abrangeu um longo período de vida dos animais

(desde a fase de pós-desmame – de quatro até vinte semanas); parâmetros cardiovasculares,

metabolismo glicídico e lipídico; histomorfometria duodenal e estado redox celular.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Doenças crônicas não transmissíveis – epidemiologia, impactos à saúde e estratégias

de prevenção.

As DCNT constituem um conjunto de doenças que não possuem envolvimento de

agentes infecciosos em sua ocorrência, apresentam multiplicidade de fatores de risco comuns,

história natural prolongada, grande período de latência, longo curso assintomático com

períodos de remissão e exacerbação, podendo levar ao desenvolvimento de incapacidades

(VILARTA, 2007). As doenças cardiovasculares, o câncer, o diabetes mellitus não insulino-

dependente e as doenças respiratórias crônicas são exemplos de DCNT.

Elas são as maiores causas de mortalidade no mundo (representam 60%), sendo que

80% das mortes por DCNT ocorrem em países em desenvolvimento. De acordo com a

Organização Mundial da Saúde (OMS), das mais de 35 milhões de pessoas que morreram em

2005 em razão de uma doença DCNT, metade tinha setenta anos ou mais e metade eram

mulheres. Baseado em atuais tendências, espera-se que 72% das mortes e 60% das doenças

em 2030 sejam relacionadas às DCNT (WHO, 2013). No Brasil, as DCNT foram

responsáveis por 58% das mortes em 2007 (SCHRAMM et al., 2004).

As DCNT são mundialmente lideradas pelas doenças cardiovasculares (17,9 milhões

de mortes por ano), seguido pelo câncer (8,7 milhões de morte por ano) doenças pulmonares

crônicas (4,2 milhões de mortes por ano) e diabetes mellitus (1,6 milhões de mortes por ano)

(WHO, 2013). O rápido aumento no número de pessoas acometidas por DCNT representa um

dos maiores desafios para o desenvolvimento na saúde deste século. Esse desafio crescente

ameaça o desenvolvimento econômico e social, especialmente dos países em desenvolvimento

(MURRAY & LOPEZ, 1997).

A estratégia global em dieta, atividade física e saúde reconhece o crescimento

acelerado das DCNT e que a prevenção da ocorrência dessas doenças é o principal desafio,

em nível de saúde pública, em todo o mundo. De acordo com este texto, dentre os fatores de

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risco para essas doenças, destacam-se os altos níveis de pressão arterial sanguínea, as altas

concentrações de colesterol sanguíneo, a ingestão inadequada de frutas e hortaliças, o excesso

de peso corporal, sedentarismo e o tabagismo. Assim, dietas não saudáveis e sedentarismo

estão entre as mais importantes causas das DCNT, incluindo as cardiovasculares, o diabetes

não insulino-dependente e certos tipos de cânceres, e contribuem substancialmente para a

morbidade e mortalidade (WHO, 2004).

As recomendações para reduzir o risco do desenvolvimento de DCNT para populações

e indivíduos incluem a ingestão de uma dieta balanceada para manutenção do peso corporal

saudável, a menor ingestão de gorduras com elevação da ingestão de ácidos graxos

insaturados e redução dos saturados e trans, o aumento da ingestão de frutas e hortaliças,

grãos integrais e sementes oleaginosas, a limitação da ingestão de açúcares simples, sódio e

de sal iodado. Para a atividade física, recomenda-se que os indivíduos façam pelo menos 30

minutos diários de atividade física de intensidade moderada e de forma regular (WHO, 2004).

Assim, a alimentação equilibrada aliada a outros hábitos saudáveis de vida são ferramentas

importantes na redução dos fatores de risco para DCNT.

Dentro deste contexto, os mais recentes avanços da ciência de alimentos e da nutrição

humana têm enfatizado a possibilidade de modular funções fisiológicas específicas no

organismo por meio da ingestão alimentar (TRIGUEROS et al., 2013), mais especificamente

por meio da ingestão de alimentos “funcionais”. Apesar de não existir uma definição única

para alimento funcional, de acordo com a Academia Americana de Nutrição e Dietética,

alimento funcional é definido como um alimento na sua forma integral, ou fortificada ou

enriquecida, que apresenta efeitos benéficos para a saúde quando consumido como parte de

uma dieta variada, em quantidades efetivas baseadas em evidências científicas significativas

(ACADEMY OF NUTRITION AND DIETETICS, 2013).

Neste sentido, todos os alimentos são essencialmente funcionais, já que fornecem

energia e nutrientes necessários à manutenção da vida (INSTITUTE OF FOOD

TECHNOLOGISTS, 2005). Entretanto, o interesse científico está focado naqueles alimentos

ou ingredientes de alimentos que apresentam efeitos adicionais à saúde, além do seu valor

nutricional (NICOLETTI, 2012), especialmente aqueles que favorecem a redução do risco de

DCNT de maneira significativa. Assim, muitas evidências científicas sugerem que a alta

ingestão de frutas e hortaliças está fortemente associada à redução do risco de

desenvolvimento de DCNT, não somente por causa da sua composição em nutrientes, mas

também pela presença de inúmeros compostos bioativos que exercem algum efeito em

mecanismos relacionados ao desenvolvimento das referidas doenças (WISE, 2014). São

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exemplos desses compostos os polifenóis, os carotenoides, os esterois, dentre outros (LIU,

2013).

Por outro lado, dentro do aspecto de outros hábitos de vida saudáveis, a prática regular

de exercícios físicos tem sido associada à prevenção ou, pelo menos, ao retardo do

desenvolvimento de DCNT, especialmente as cardiometabólicas, tais como as doenças

cardíacas, resistência à insulina, diabetes não insulino-dependente e hipertensão arterial

(BOOTH et al., 2012). Adicionalmente, tem sido observado que o exercício, como

intervenção terapêutica, pode ser tão efetivo quanto, ou melhor, que as medicações que são

prescritas nas doenças cardiometabólicas (HANDSCHIN & SPIEGELMAN, 2008; ROWE,

SAFDAR & ARANY, 2014). Atualmente, numerosos estudos têm demonstrado que os

benefícios da prática regular de exercícios nas doenças cardiometabólicas advêm do aumento

do gasto energético provocado por ele, levando a uma redução do acúmulo de gordura

corporal (KROGH-MADSEN et al., 2014), bem como de efeitos em níveis molecular e

celular em vários tecidos e que também são significativos para a redução do risco das doenças

cardiométabólicas (LANCASTER & FEBBRAIO, 2014).

Assim, as evidências científicas apontam cada vez mais para mudanças no

comportamento alimentar e no estilo de vida das pessoas, tais como um maior consumo de

frutas e hortaliças e a prática regular de exercícios físicos, que são estratégias práticas para

reduzir a incidência de doenças crônicas.

2.2. Polpa de pequi (Caryocar brasiliense) – potencial nutricional e funcional

O pequi (Caryocar brasiliense) é o fruto do pequizeiro e pertence à família

Caryocaraceae. Esse fruto é abundante nas regiões de cerrado e merece atenção especial, por

suas características sensoriais e nutricionais, podendo contribuir com o suprimento de parte

das exigências nutricionais da população (ROESLER et al., 2010).

O pequizeiro é encontrado nos estados de GO, MT, MS, SP e MG e região Nordeste

(BRASIL, 2002). Ocorre em regiões de cerrado, cerradão e mata calcária, tem porte de seis a

oito metros, com frutos de cem a trezentos gramas, alcançando cerca de quinhentos a dois mil

frutos por planta. O pequi tem grande potencial de aproveitamento econômico, sendo

cultivado tradicionalmente por mudas coletadas em campo, pelo plantio de sementes e, mais

recentemente, com disponibilidade de técnicas de enxertia (CEBRAC, 1999).

Os frutos são constituídos pelo exocarpo ou pericarpo, de coloração esverdeada ou

marrom-esverdeada, mesocarpo externo, branco, de coloração pardo-acinzentada, e

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mesocarpo interno, que constitui a porção comestível do fruto, de coloração amarelada, que

separa-se facilmente do mesocarpo externo quando maduro. O endocarpo é espinhoso,

protege a semente ou amêndoa, revestida por um tegumento fino e marrom, sendo também

uma porção comestível (LIMA et al., 2007).

Segundo Vieira e Martins (2000), os frutos e folhas do pequi são muito utilizados pela

população do cerrado brasileiro para fins terapêuticos, como por exemplo, no tratamento de

resfriados, bronquites, tosses e como afrodisíaco. Roesler et al. (2007) relataram que o óleo da

polpa tem efeito tonificante, é usado em doenças respiratórias e no controle de tumores e que

o chá das folhas é tido como regulador do fluxo menstrual. O Ministério da Saúde do Brasil

(Brasil, 2002) descreve que o óleo extraído da amêndoa do pequi (40% da polpa de pequi) é

utilizado no preparo de cosméticos, por ser delicado e perfumado.

O pequi também é bastante apreciado nas regiões onde ocorre, no que diz respeito à

alimentação. Sua polpa contém uma boa quantidade de óleo comestível, é rica em

carotenoides e fibras, transformando-se em um importante complemento alimentar. O arroz,

feijão e a galinha cozida com pequi são pratos fortes da culinária regional, o licor de pequi

tem fama nacional e há também boa variedade de receitas de doces aromatizados com seu

sabor (ROESLER et al., 2007). Além de ser utilizado em pratos típicos, o fruto tem outras

aplicações como matéria-prima para agroindústrias regionais de conservas, temperos, licores e

congelados (ROESLER et al., 2007).

O valor nutricional da polpa de pequi tem sido enfatizado por sua densidade

energética, teor de lipídeos, fibras, proteínas, cinzas, minerais, glicídios, vitamina C e alto teor

de carotenoides pró vitamina A (beta-caroteno) (LIMA et al., 2007; MIRANDA-VILELA &

GRISÓLIA, 2009; SILVA et al., 2009; OLIVEIRA et al., 2010).

A fração lipídica da polpa é constituída principalmente por ácidos graxos

monoinsaturados - MUFA (59,07%), destacando-se o ácido oleico (55,87 mg/100g) e seguido

pelos ácidos graxos saturados, principalmente o ácido palmítico (35,17 mg/100g), além de

uma pequena proporção de ácido láurico, mirístico, palmitoleico, esteárico, cis-vacênico,

linoleico, araquídico e gadoleico (LIMA et al., 2007).

A polpa do pequi fornece, aproximadamente, 358 kcal/100g de material, as quais

correspondem a 18% das necessidades calóricas de um adulto com uma dieta de 2.000 kcal; é

também uma fonte importante de fibra alimentar, contendo, em cem gramas,

aproximadamente 40% das necessidades diárias desse nutriente (LIMA et al., 2007).

Outros constituintes potencialmente protetores e abundantemente encontrados na

polpa do pequi são os carotenoides, que podem exercer efeitos antioxidantes, mesmo em

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baixas concentrações. Lima et al. (2007) encontraram 7,25mg/100g de carotenoides totais em

polpa de pequi e concluíram que os carotenos juntos representavam 10% dos pigmentos

carotenoides na polpa.

Assim, considerando que a polpa de pequi apresenta como componentes majoritários

lipídeos monoinsaturados e saturados, fibras e carotenoides, é importante destacar as

potencialidades nutricionais e funcionais de cada um desses componentes.

2.2.1. Ácidos graxos

A quantidade de MUFA dos lipídeos da polpa de pequi (59,07%) é similar à do óleo

de canola (57%) e azeite de oliva (59%, especialmente ácido oleico), os quais são duas das

principais fontes dietéticas desses ácidos (SOARES & TO 2000; MOZAFFARIAN &

CLARKE, 2009; CARDOSO et al., 2010). Já o conteúdo de ácidos graxos saturados (SFA,

37,97%) é inferior às maiores fontes dietéticas desse ácido, a saber: manteiga (68%), seguida

pelo óleo de palma (49%) e pela gordura de porco (43%).

Tem sido demonstrado que MUFA e SFA fornecidos em altas quantidades podem

piorar a função endotelial e elevar a concentração de insulina (BELFORT et al., 2005;

NEWENS et al., 2011). Entretanto, parece que, quando fornecidos concomitantemente em

quantidades moderadas, os MUFAs exercem efeito protetor contra efeitos citotóxicos do

ácido palmítico em relação à resistência a insulina e morte celular (KRIS-ETHERTON, 1999;

ESPOSITO et al. 2004; BERGOUIGNAN et al., 2009; NEWENS et al., 2011). Além disso, o

ácido palmítico, apesar de ser de natureza saturada, é um ácido graxo de cadeia média, sendo

mais facilmente oxidado por não necessitar de ativação pela carnitina palmitoil CoA

transferase para ultrapassar a membrana mitocondrial e ser utilizado como combustível

energético (REBOUCHE et al., 1990).

Adicionalmente, dietas ricas em MUFA têm sido associadas à redução do colesterol

total e da lipoproteína de baixa densidade (LDL), bem como redução da sua susceptibilidade à

oxidação (KRIS-ETHERTON, 1999; CHEN et al., 2013a), redução dos níveis pressóricos

arteriais, da hemoglobina glicosilada, além de promover efeito hipoglicêmico (BOS et al,

2010; SCHWINGSHACKL & HOFFMANN, 2012), quando comparadas a dietas ricas em

SFA.

Os ácidos graxos da dieta podem também interferir de forma diferencial na ingestão

alimentar. É amplamente relatado na literatura que os lipídeos no trato gastrointestinal

reduzem a fome e a ingestão alimentar por induzirem a secreção de sinais de saciedade, tais

como a colecistoquinina. Esses sinais são estimulados pela presença de ácidos graxos

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hidrolizados dos triglicerídeos dietéticos no intestino delgado. Tal efeito é expressivamente

influenciado por propriedades físico-químicas dos ácidos graxos, tais como o comprimento e

o grau de saturação da sua cadeia. Tem sido demonstrado que a redução da fome é maior

quando o comprimento da cadeia e o grau de saturação são maiores. Entretanto, os achados

ainda são controversos (MALJAARS et al., 2009).

Covasa e Ritter (1999) observaram que uma infusão de óleo rico em MUFA foi capaz

de suprimir a ingestão alimentar de ratos. Esse efeito ocorreu de forma dose dependente (0,08

e 0,06 > 0,003 Kcal/ml) e foi inversamente proporcional à concentração de gordura na dieta

(dieta alta em gordura < dieta baixa em gordura). Kozimor et al. (2013) observaram, em

mulheres eutróficas, que uma refeição líquida rica em MUFA foi menos sacietógena, baseada

nas concetrações séricas de peptídeo YY (PYY), comparada com refeições líquidas ricas em

poliinsaturados (PUFA) ou SFA.

Sloth et al. (2009) não observaram diferenças no apetite, ingestão energética e peso

corporal entre uma dieta com moderado teor de lipídeos e alto em MUFA (35% a 45% de

gorduras, > 20% MUFA) e outra com baixo teor de gorduras (20% a 30%). Strik et al. (2010)

verificaram que refeições (café da manhã) contendo 26g de lipídeos, altas em SFA (65%),

PUFA (76%) ou MUFA (76%), não provocaram efeitos diferenciais na saciação em homens

eutróficos e saudáveis.

Ainda, ao nível de morfologia intestinal, o ácido palmítico, maior constituinte entre os

ácidos graxos saturados da polpa de pequi, pode aumentar a proliferação celular nas criptas,

levando à hiperplasia da mucosa intestinal, o que aumenta a superfície de absorção de

nutrientes (SUKHOTNIK et al., 2008).

Em última instância, a composição de ácidos graxos da polpa de pequi apresenta

potencial vantagem contra o estresse oxidativo. Apesar de os saturados, por um lado, estarem

associados ao aumento das espécies reativas de oxigênio (EROs) (MOHANTY et al., 2002), a

ausência de insaturações tornam-nos menos susceptível à peroxidação lipídica. O mesmo

ocorre com os MUFAs, que são menos envolvidos na peroxidação lipídica que os PUFAs por

apresentarem apenas uma dupla ligação (MATAIX et al., 1998).

2.2.2. Fibras

O conteúdo de fibras da polpa de pequi também se destaca. Fibras são nutrientes

indigeríveis e apresentam propriedades fisiológicas importantes, as quais têm sido associadas

à redução do risco de doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes, obesidade e

algumas doenças gastrointestinais (ANDERSON et al., 2009).

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Os mecanismos relacionados aos efeitos das fibras sobre a saúde metabólica ainda não

são bem estabelecidos. As principais hipóteses relacionam-se a mudanças na viscosidade

intestinal, absorção de nutrientes e taxa de passagem, produção de ácidos graxos de cadeia

curta e produção de hormônios gastrointestinais que podem ocorrer em função da maior

ingestão de fibras na dieta (LATTIMER e HAUB, 2010).

As fibras podem ser classificadas como solúveis e insolúveis, baseando-se na sua

solubilidade em água e outras propriedades químicas, físicas e funcionais. Em geral, fibras

solúveis dissolvem em água e podem formar géis viscosos. Elas retardam o esvaziamento

gástrico, atrasam a digestão no intestino delgado e são facilmente fermentadas pela microbiota

do intestino grosso. As pectinas, gomas, frutanos como a inulina e algumas hemiceluloses são

exemplos de fibras solúveis. As fibras insolúveis, assim classificadas por sua insolubilidade

em água, não possuem a propriedade de formar gel e sua fermentação é limitada. Elas são

eficientes em acelerar o trânsito intestinal, reter água disponível, aumentar o volume fecal e

promover regularidade (CHEN et al., 1998;VUKSAN et al., 2008). Alguns exemplos de

fibras insolúveis são a lignina, a celulose e algumas hemiceluloses (LATIMER & HAUB,

2010). De acordo com Teixeira et al. (2013), a polpa de pequi apresenta cerca de 5% de fibras

solúveis e 13% de fibras insolúveis.

Os efeitos das fibras no controle da absorção de nutrientes são amplamente discutidos

na literatura, especialmente no que se refere à redução da absorção de colesterol e outros

lipídeos (CLARK et al., 2013). As fibras solúveis aumentam a excreção de ácidos biliares e,

consequentemente, recrutam mais colesterol sanguíneo para síntese de outros ácidos ou atuam

na formação de géis que se complexam com os lipídeos e impedem sua absorção

(LATTIMER & HAUB, 2010). Por outro lado, as fibras insolúveis também presentes na

polpa regularizam o trânsito intestinal, contribuindo para menor absorção desses lipídeos

(WEICKERT & PFEIFFER, 2008), além de estarem relacionadas com maior expressão de

genes no fígado que aumentam a oxidação de ácidos graxos (ISKEN et al., 2010).

As fibras podem contribuir para a regulação do peso corporal. Elas retardam o

esvaziamento gástrico, favorecendo a maior saciedade e contribuindo para a menor ingestão

alimentar. No organismo, fibras podem incitar diferentes efeitos sobre a secreção de

hormônios que apresentam respostas diferenciadas sobre o apetite. Entre esses efeitos, estão

aumento da secreção de CKK no duodeno e jejuno, que atrasa o esvaziamanento gástrico e

reduz o apetite e a inibição da liberação de grelina no estômago, hormônio responsável pela

diminuição do catabolismo de gorduras e aumento do apetite (ANDERSON, 2008;

PARNELL & REIMER, 2012). Dietas com maior proporção de fibras geralmente apresentam

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menores densidades energéticas, possivelmente pela redução de outros componentes calóricos

como a gordura, o que contribui para a menor ingestão energética e, consequentemente,

melhor controle do peso corporal (YAO & ROBERTS, 2001).

2.2.3. Carotenoides

Dentre os compostos bioativos presentes em abundância na polpa de pequi, destacam-

se os carotenoides. Os carotenoides são pigmentos naturais responsáveis pela coloração

amarela, laranja ou vermelha de diversos alimentos. Os principais alimentos relatados como

fontes de carotenoides são as frutas amarelo-alaranjadas e hortaliças verde-escuras

(AMBRÓSIO et al., 2006; RODRIGUEZ-AMAYA et al., 2008).

Na literatura, o conteúdo de carotenoides da polpa de pequi varia conforme a forma de

processamento e o local de cultivo, sendo encontrados de 6,1 a 16,11 mg.100g-1

(OLIVEIRA

et al., 2006; LIMA, 2007; GONÇALVES et al., 2011; CARDOSO et al., 2013). Esse

conteúdo é comparável ao da acerola (12,2 mg.100g-1

) e da manga Haden (9,6 mg.100g-1

),

alimentos citados como fontes de carotenoides (RODRIGUEZ-AMAYA et al., 2008). Dentre

os principais carotenoides da polpa de pequi, destacam-se a β-criptoxantina

(3,86±0,97mg.100-1

) e o β-caroteno (4,24±1,26 mg.100-1

) (CARDOSO et al., 2013).

Quimicamente, os carotenoides apresentam um sistema extenso de duplas ligações

conjugadas que podem ser substituídas por grupos terminais, o que lhes confere atividade

antioxidante, protegendo as células e tecidos contra os danos dos radicais livres e oxigênio

singlete (PRIOR et al., 2005; MAIANI et al., 2009; GÜLÇIN, 2012). Podem formar um tipo

incomum de redutor biológico por atuarem em condições de baixas concentrações de

oxigênio, que é a condição da maioria dos tecidos do organismo. Os carotenoides agem no

sequestro aos radicais peroxila, reduzindo a oxidação dos lipídeos, e desativam o oxigênio

singleto (BARREIROS & DAVID, 2006).

Assim, os efeitos benéficos dos carotenoides como ingredientes funcionais são

atribuídos, principalmente, à sua atividade antioxidante. Têm sido relatados na literatura

efeitos protetores desses compostos sobre o metabolismo lipídico e glicídico e sobre a pressão

arterial. De acordo com Ried e Fakler (2011), alimentos fontes de carotenoides estão

associados à redução do colesterol e da LDL. Os carotenos têm a habilidade de se incorporar

às LDL, diminuindo sua peroxidação lipídica e protegendo contra a aterosclerose (CHOPRA

et al., 2000; GIANETTI et al., 2002). Também já foi verificado que alguns carotenoides são

capazes de reduzir a atividade da 3-hidroxi-3-metil-glutaril coenzima A redutase (HMGR),

enzima fundamental para síntese endógena de colesterol (KRIS-ETHERTON et al., 2002).

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Existem evidências de que a peroxidação lipídica e a formação de radicais livres

podem contribuir para a patogênese do Diabetes Mellitus não insulino-dependente ou piorar o

seu prognóstico, por aumentarem a resistência ou reduzir a secreção de insulina (OBERLEY,

1988). Coyne et al. (2005) demonstraram que a concentração de carotenoides no soro de

adultos (> 25 anos) foi inversamente associada à presença de diabetes não insulino-

dependente e resistência à insulina. Montonen et al. (2004) verificaram que a ingestão de

carotenoides foi significativamente associada à redução do risco de Diabetes Mellitus não

insulino-dependente. Nesse sentido, a presença de antioxidantes como os carotenoides é

importante para reverter este quadro.

A maior ingestão de carotenoides também tem sido associada ao controle dos níveis

pressóricos arteriais, embora esses efeitos sejam mais evidentes em indivíduos hipertensos

(ENGELHARD et al., 2006; RIED & FAKLER, 2011). Os carotenoides podem atuar na

inibição da oxidação de partículas de LDL. Essas partículas, quando oxidadas, prejudicam a

função endotelial normal por inibirem a formação de óxido nítrico (NO), que é um fator de

relaxamento dos vasos sanguíneos, relacionado à redução da pressão arterial (UMANS, 1995;

ENGELHARD et al., 2006).

Além disso, os carotenoides parecem exercer funções protetoras sobre a mucosa

intestinal. Alguns carotenoides, como o β-caroteno, são precursores da vitamina A. A

vitamina A (ácido retinoico, especificamente) tem função na diferenciação bem como

integridade celular. Zaiger et al. (2004) observaram que animais deficientes em vitamina A

apresentaram alterações prejudiciais na morfologia intestinal, comparados a animais

suplementados com essa vitamina.

2.2.4. Potencial funcional da polpa de pequi

Diante da sua composição peculiar e dos seus componentes majoritários, a polpa de

pequi apresenta potencial protetor, especialmente em relação às doenças cardiometabólicas.

Entretanto, são escassas na literatura pesquisas que avaliem efeitos biológicos advindos da sua

ingestão.

De fato, estudos prévios do nosso laboratório verificaram alguns efeitos benéficos da

polpa de pequi; são eles: atividade antioxidante in vitro do extrato metanólico da polpa de

pequi (MORAIS et al., 2013), elevação das concentrações séricas de HDL e menor acúmulo

de lipídeos hepáticos em ratos que foram suplementados com polpa de pequi desidratada por

quatro semanas (TEIXEIRA et al., 2013). Aguilar et al (2011), ao ofertarem uma dieta

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suplementada com polpa de pequi crua para camundongos, também verificaram aumento do

HDL, sem interferências nos triglicerídeos e fração aterogênica.

Dessa forma, a polpa de pequi pode vir a ser classificada como um alimento funcional.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), um alimento

funcional deve desempenhar, além de suas funções nutricionais básicas, efeitos metabólicos e

ou fisiológicos adicionais, devendo fazer parte de uma dieta usual e segura para o consumo,

sem supervisão médica (BRASIL, 1999a). Existem diversos alimentos/ingredientes já

reconhecidos pela ANVISA como “funcionais” e que apresentam alegação de saúde

reconhecida legalmente.

Dos constituintes majoritários da polpa de pequi, as fibras e os carotenoides já

possuem reconhecida alegação de saúde pela ANVISA. Entretanto, de acordo com este

mesmo órgão, para que o alimento exerça seus efeitos funcionais, deverá ser consumido de

forma crônica, como parte de uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis

(BRASIL, 1999b e 1999c), dos quais se destaca a prática de exercícios físicos.

2.3. Exercício físico aeróbio regular- benefícios à saúde

O exercício físico aeróbio regular (EFAR) tem sido adotado como um dos pilares para

manutenção da saúde e como medida preventiva para diversas DCNT. Segundo o Colégio

Americano de Medicina Esportiva (ACSM, 2000) o exercício físico regular pode ser

caracterizado pela execução de movimentos corporais em que se faz necessário o gasto

energético de forma regular. Conforme a OMS, pelo menos trinta minutos de atividade física

regular de intensidade moderada, realizada cinco vezes por semana, pode reduzir o risco de

doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer (WHO, 2004).

O EFAR está envolvido com a homeostasia da glicose, a manutenção do metabolismo

de lipídeos corporais (lipídeos séricos, gordura visceral e lipídeos hepáticos), hipotensão pós-

exercício, manutenção do crescimento/desenvolvimento, com efeitos sobre o ganho de massa

óssea e muscular, modulação do balanço redox, dentre outros (MONTEIRO et al., 2007;

PEDERSEN, 2011; RIZZOLI et al., 2010).

De maneira geral, o EFAR, associado a uma alimentação equilibrada, é indicado na

prevenção e no tratamento da obesidade, reduzindo o peso corporal, índice de massa corporal

(IMC), percentual de gordura, colesterol e lipoproteína de baixa densidade (NEMET et al.,

2005; SIMON et al., 2014).

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As adaptações orgânicas frente ao exercício são mediadas por diversos processos. O

organismo sofre uma fase inicial catabólica, caracterizada por adaptações bioquímicas,

metabólicas, hormonais, imunes e aumento da intolerância ao esforço, seguida de uma fase

anabólica, que objetiva recuperação e tolerância a novos estímulos (WIDEGREN et al.,

2001). Cabe salientar que a maior parte dos efeitos induzidos pelo exercício físico, como

preservação da massa magra muscular, melhora do sistema cardiovascular e redução da

incidência de doenças e infecções são devido, principalmente, a essas adaptações em diversos

sistemas de defesas corporais, incluindo o sistema de defesa antioxidante endógeno

(PEDERSEN & SALTIN, 2006; NELSON et al., 2007; CODOÑER-FRANCH et al., 2011;

WROBLEWSKI et al., 2011). O sistema cardiovascular e muscular são os principais

envolvidos na realização e adaptações do exercício, por isso requerem maior suprimento

energético (SZENT-GYÖRGYI, 2004).

De acordo com diversos autores, o EFAR aumenta a demanda energética (GARLAND

et al., 2010; ARANTES et al., 2013b), o que contribui para redução do ganho de peso

corporal e menor acúmulo de gordura, principalmente na região central (GOLLISCH et al.,

2009; KING et al. 2009; ZAMBON et al., 2009; DANTAS et al., 2010; ISKEN et al., 2010).

O exercício aumenta a mobilização dos ácidos graxos do tecido adiposo por estimular a

lipólise modulada por catecolaminas. As catecolaminas exercem efeitos lipolíticos mais

pronunciados em tecido adiposo abdominal do que nos depósitos de gordura femoral, do

glúteo e gordura subcutânea (ARNER et al., 1990). Estudos prévios indicam que gordura

visceral pode ser utilizada mais rapidamente como fonte energética em relação às gorduras

localizadas em outras regiões (NUMAO et al., 2006). Isso ocorre porque os adipócitos do

tecido adiposo visceral são mais responsivos às catecolaminas e têm baixa resposta à ação

antilipolítica da insulina (BOLINDER et al., 1983; REBUFFÉ-SCRIVE et al., 1990;

BUSETTO et al., 1993; HOFFSTEDT et al., 1997).

O EFAR ainda atua sobre mecanismos que contribuem para a homeostasia da glicose.

Frente à elevação da atividade contrátil das fibras musculares, o conteúdo de GLUT 4 nas

membranas aumenta em cinco vezes, de forma independente da ação da insulina otimizando o

transporte de glicose para o interior dos tecidos (PEREIRA & LANCHA, 2004). Em resposta

ao exercício, a captação aumentada de glicose corresponde a um aumento na produção de

glicose pelo fígado, de forma que a homeostase da glicose é mantida (PEDERSEN &

FISCHER, 2007).

Apesar da divergência entre os estudos, existem evidências da atuação positiva do

EFAR sobre perfil lipídico sérico (FITZPATRICK et al., 1986; BURNEIKO et al., 2006;

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OLIVEIRA et al., 2007; TOUATI et al., 2011; RAVAGNANI et al., 2013). Tem sido

também demonstrado que o EFAR promove alterações benéficas no metabolismo lipídico

hepático, incluindo secreção de VLDL e oxidação de ácidos graxos (LIRA et al., 2012). Isso

porque, após o exercício físico, o metabolismo lipídico hepático possui papel primordial para

reposição dos triacilglicerídeos intramusculares (BELMONTE et al., 2004). A taxa de

oxidação de lipídeos é aumentada durante o exercício e é mantida mesmo depois de cessado

(MOURA et al., 2013), diminuindo os triglicerídeos hepáticos (BIELINSKI et al., 1985).

Uma das adaptações clássicas e benéficas induzidas pelo EFAR é a redução da pressão

arterial de repouso. O EFAR leva à redução da atividade neural simpática e ao aumento da

sensibilidade barorreflexa, o que culmina com a redução da resistência vascular periférica e

do débito cardíaco em repouso, reduzindo assim os níveis pressóricos arteriais (PONTES JR.

et al., 2010). Além disso, o exercício crônico pode promover redução da concentração de

catecolaminas, melhorar o perfil metabólico, afetar a atividade funcional do endotélio vascular

e promover mudanças positivas na composição corporal, o que também contribui

significativamente para níveis pressóricos arteriais mais baixos (PONTES JR. et al., 2010).

2.3.1. Papel do EFAR na modulação do balanço redox

O aumento da contratilidade muscular no exercício também pode levar à

superexpressão de moléculas e radicais, globalmente conhecidas como espécies reativas de

oxigênio (ERO) e nitrogênio (ERN) ou radicais livres (POWERS, TALBERT &

ADHIHETTY, 2011). Essas espécies são produzidas naturalmente ou por alguma disfunção

biológica a partir do metabolismo oxidativo (VALKO et al., 2007). Uma vez que o oxigênio é

a molécula final que recebe elétrons no sistema de transporte de elétrons que produz ATP, a

ERO é a forma que apresenta um elétron desemparelhado centrado no átomo de oxigênio

(HALLIWELL, 2006).

No organismo, em concentrações moderadas, as ERO encontram-se envolvidas em

funções importantes, tais como defesa contra agentes infecciosos, regulação do crescimento

celular, sinalização intercelular e resposta mitogênica. No entanto, em excesso, esses radicais

podem ser danosos aos lipídeos de membranas celulares, proteínas, carboidratos e DNA

(VALKO et al., 2007). Os radicais superóxido (•O2) e hidroxila (•OH) são os mais tóxicos

radicais livres, responsáveis por alterações na estrutura e função das maiores classes de

biomoléculas em organismos, tais como fosfolipídeos de membranas, proteínas e DNA

(CODOÑER-FRANCH et al., 2011).

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Para neutralizar esses radicais no organismo, em especial no músculo, coração e

fígado, existe um sistema de defesa antioxidante, formado por enzimas tais como a catalase

(CAT), superóxido dismutase (SOD) e glutationa peroxidase (GPX), além de compostos não

enzimáticos como a glutationa, o ascorbato (vitamina C), o α-tocoferol (vitamina E),

flavonoides e o β-caroteno (JACKSON, 2011; GOMEZ-CABRERA et al., 2008; CAMPOS et

al., 2013).

Um dos principais radicais formados pelo exercício físico, o •O2., é eliminado pela

SOD, que ao se lhe adicionar dois íons hidrogênio, transforma-o em H2O2. O H2O2 é uma

molécula não radicalar, mas altamente reativa (ROBERTS et al., 2010). Apesar de sua

importância em algumas vias de sinalização, em grandes quantidades pode ser tóxico ao

organismo (CODOÑER-FRANCH et al., 2011; SINDLER et al., 2013). Assim, as enzimas

CAT e GPX catalisam sua destruição, transformando-o em água e oxigênio (JI et al., 1988).

Os compostos antioxidantes não enzimáticos reagem diretamente com os agentes

oxidantes, destruindo-os, e são divididos em antioxidantes metabólicos e nutrientes

antioxidantes. Os metabólicos pertencem aos antioxidantes endógenos produzidos no

metabolismo corporal, tais como ácido lipoico, glutationa, L-arginina, coenzima Q-10,

melatonina, ácido úrico, bilirrubina, proteínas quelantes de metais, transferrina, entre outros.

Os nutrientes antioxidantes pertencem às defesas exógenas e são compostos fornecidos pelos

alimentos, ou suplementos: vitamina E, vitamina C, carotenoides, flavonoides, ácidos graxos

ômega 3 e 6, etc. (PHAM-HUY et al., 2008). Esses antioxidantes atuam como sequestradores

de radicais livres e podem ter papel “suicida”, já que quando um antioxidante destrói um

radical livre ou o torna inofensivo, ele é oxidado, e se torna inefetivo (DAVIES, 2000)

(Figura 1).

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Figura 1 – Esquema representativo da atuação dos sistemas antioxidantes na defesa contra espécies reativas de

oxigênio. O ânion superóxido (•O2-) pode ser transformado em peróxido de hidrogênio (H2O2), e este em radical

hidroxila (•OH) pela reação de Fenton. Esses radicais podem reagir com lipídeos de membrana, promovendo o

processo de peroxidação lipídica, originando, dentre outros, o radical peroxil (ROO•), capaz de formar

hidroperóxidos (ROOH) e malondialdeído (MDA) como produto final da peroxidação. Os carotenoides são

antioxidantes que agem contra formação do •O2-, a SOD catalisa a reação de transformação do •O2

- em H2O2,

que por sua vez é convertido em água (H2O) e oxigênio (O2), pela CAT.

O estresse oxidativo é causado quando ocorre um desbalanço entre produção de

espécies oxidantes e antioxidantes, resultando em acúmulo de produtos oxidativos e prejuízos

ao estado redox. Esse desbalanço leva a uma desregulação celular que altera vias de

sinalização e outras funções (ANDRESEN et al., 2008; SHI et al., 2008; WANG et al., 2010).

O estresse oxidativo tem sido implicado em vários tipos de processos patogênicos, incluindo

doenças neurodegenerativas, aterosclerose e inflamação (VALKO et al., 2007; CODOÑER-

FRANCH et al., 2011).

Em contraste, em concentrações de baixas a moderadas, algumas ERO e ERN (ex.

radical superóxido e oxido nítrico) exercem efeitos benéficos para as células, como por

exemplo, na defesa de agentes infecciosos, na diferenciação e ativação de vias metabólicas

específicas e imunidade, dentre outros (VALKO et al., 2007; SINDLER et al., 2013).

Adicionalmente várias ações mediadas pelas ERO podem proteger a célula contra o estresse

oxidativo e restabelecem ou mantêm o “balanço redox” ou “homeostase redox” (JI et al.,

1988; FOYER & NOCTOR, 2005; JACKSON, 2011).

Assim, embora seja bem elucidado que o exercício físico agudo resulta no aumento da

produção de ERO ou radicais livres, é também verdade que cronicamente, promove

adaptações que podem ser benéficas no balanço redox (GOMEZ-CABRERA et al., 2008;

JACKSON, 2011). De acordo com alguns autores, a intervenção aguda de atividade contrátil

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no músculo, bem como EFAR, está relacionada ao aumento do sistema de defesa antioxidante

enzimático, em especial das atividades da SOD e da CAT, em homens e animais (MCARDLE

et al., 2001; GUL et al., 2006; JACKSON, 2011; GARCIA-VALLES et al., 2013). Neste

contexto, as enzimas antioxidantes são induzidas por condições oxidantes, tal como o

exercício, e não está claro se o aumento da sua atividade é um mecanismo de adaptação ou de

proteção ao exercício (CODOÑER-FRANCH et al., 2011). Além disso, refere-se ao aumento

do consumo do oxigênio durante o exercício, proporcional ao aumento das EROs, o que reduz

o risco de dano, sem afetar a atividade das enzimas antioxidantes (JACKSON, 2011).

3 OBJETIVOS

Este estudo teve como objetivo geral avaliar efeitos biológicos advindos da ingestão

da polpa de pequi associada à prática do exercício físico aeróbio regular (EFAR).

Os objetivos específicos foram:

Avaliar efeitos da ingestão da polpa de pequi associada ao EFAR sobre:

1) variáveis relacionadas ao crescimento corporal;

2) parâmetros cardiovasculares, do metabolismo glicídico e lipídico;

3) a histomorfometria duodenal;

4) o estado redox celular.

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Procedimentos preliminares

4.1.1. Obtenção da polpa de pequi e preparo do material

A polpa do pequi foi adquirida da Cooperativa dos Agricultores Familiares agro-

extrativistas Grande Sertão, localizada na cidade de Montes Claros-MG. Após aquisição, a

mesma foi enxaguada em água potável, escorrida e colocada em processo de cozimento em

recipiente de aço inoxidável, obedecendo aos hábitos regionais de preparo. Assim, este

procedimento foi realizado com um mínimo de água (somente para cobrir o conteúdo do

recipiente) por vinte minutos em ebulição. Em seguida, a massa foi desidratada em estufa de

circulação de ar forçado, por 48 horas a 65 º C e armazenada a -18° C até o momento do seu

uso.

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4.1.2. Composição química da polpa de pequi

O teor de nitrogênio foi determinado segundo o método semimicro Kjeldahl. Foi

utilizado o fator 6,25 no cálculo da conversão do nitrogênio em proteína. Os lipídios totais

foram extraídos com éter etílico, em extrator de Soxhlet. Os teores de fibra total, solúvel e

insolúvel foram determinados pelo método enzimático gravimétrico. Todas as análises foram

realizadas em três repetições, seguindo os procedimentos descritos pela AOAC (2000). Os

carboidratos foram obtidos por diferença e o valor energético total (VET) foi estimado,

considerando-se os fatores de conversão de Atwater de 4 kcal/g de proteína, 4 Kcal/g de

carboidrato e 9 Kcal/g de lipídio (BUCHHOLZ & SCHOELLER, 2004).

Para a determinação do perfil de ácidos graxos, os lipídeos foram extraídos

previamente com éter de petróleo, e os ácidos graxos foram determinados por cromatografia

gasosa de acordo com a metodologia AOCS Ce 1-62 (AOCS, 2009).

O teor de carotenoides totais foi determinado de acordo com a metodologia descrita

pela AOAC (2000), ou seja, por meio da solubilização dos carotenoides em hexano e leitura

em espectrofotômetro a 450nm.

4.1.3. Atividade antioxidante in vitro da polpa de pequi

A atividade antioxidante in vitro da polpa do pequi foi realizada em extratos etanólico

60% e metanólico 50% (metanol/acetona 1:1) por meio da capacidade de captura de radical

livre – DPPH (RUFINO et al., 2007) e pelo poder de redução do ferro – FRAP (RUFINO et

al., 2007).

4.2 Ensaio Biológico

4.2.1 Animais e condições experimentais

Foram utilizados ratos machos da linhagem Wistar recém-desmamados, com

aproximadamente 25 dias de idade, provenientes do Biotério do Centro de Biologia da

Reprodução/ Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O experimento foi conduzido no

Laboratório Experimental de Treinamento Físico (LETFIS) da UFVJM, em sala com

temperatura registrada em 19-21 ºC, com gaiolas individuais de aço inox e em ciclo claro-

escuro de doze horas invertido ao ciclo regular. Durante o período experimental, todos os

animais tiveram acesso ad libitum às dietas e à água filtrada. Os animais foram mantidos,

manipulados e eutanasiados de acordo com os princípios éticos para uso de animais de

laboratório do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal - COBEA

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(http://www.www.cobea.org.br). O projeto teve aprovação da Comissão de Ética no Uso de

Animais Experimentais - CEUA/UFVJM, sob o protocolo n° 010/2012.

4.2.2 Dietas

Foi utilizada ração comercial em pó RhosterLab® (Tabela 1) e a mesma ração

suplementada com polpa de pequi também desidratada e triturada. Ambas as rações foram

ofertadas durante todo o período experimental em comedouros de aço inoxidável.

Tabela 1 – Composição química e densidade energética da ração comercial em pó

(RhosterLab®).

Nutriente Quantidade

Umidade (%) 8,40

Proteína Bruta (g.100g-1

) 20,00

Lipídeos (g.100g-1

) 4,50

Fibra (g.100g-1

) 4,65

Minerais (g.100g-1

) 8,36

Cálcio (g.100g-1

) 1,40

Fósforo (g.100g-1

) 0,80

Carboidrato (g.100g-1

) 51,89

Calorias (kcal.100g-1

) 328,06

Para a dieta suplementada, acrescentou-se 3,26g de polpa de pequi para cada 100g de

ração comercial, de modo a fornecer um acréscimo de 50% no seu teor lipídico com

consequente elevação da sua densidade calórica para 338 kcal.100 g-1

. Consideramos para

isso que, em época de consumo do fruto, não há a redução na ingestão de outras fontes

lipídicas na dieta e sim um acréscimo.

4.2.3. Grupos experimentais

Foram utilizados 32 ratos, distribuídos aleatoriamente em quatro grupos

experimentais, com oito animais por grupo, a saber: CS - animais que receberam ração

comercial; CT - animais que receberam ração comercial e exercício físico aeróbio regular -

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EFAR; PS - animais que receberam ração suplementada com polpa de pequi; PT - animais

que receberam ração suplementada com polpa de pequi e EFAR.

4.2.4. Desenho experimental

Antes do início do experimento, os animais foram alimentados por um período de sete

dias, com ração comercial em pó RhosterLab®, com o objetivo de se adaptarem às condições

ambientais e alimentares. Foram também aclimatados ao protocolo do EFAR (Figura 2).

O estudo teve duração de dezesseis semanas, foi iniciado na fase que corresponde à

infância e perdurou até a fase de adulto jovem; assim, os tratamentos utilizados foram

efetuados de forma crônica. Durante esse período, os grupos experimentais tiveram acesso à

ração e à água filtrada ad libitum (Figura 2). O peso corporal foi avaliado semanalmente e a

ingestão alimentar foi monitorada diariamente durante todo período experimental. As fezes

foram coletadas 72 horas antes do término do experimento para análises posteriores. No

último dia do experimento, os animais foram eutanasiados por decaptação para coleta de

amostras de sangue, órgãos e tecidos para análises posteriores (Figura 2).

O sangue foi coletado após jejum de oito horas, em tubos heparinizados, e

centrifugado a 1800 rpm durante dez minutos. Após a centrifugação, o plasma foi aliquotado

em microtubos de polipropileno e armazenado a -80ºC para análises posteriores.

Protocolo do exercício físico aeróbio regular - EFAR

O protocolo do EFAR foi realizado em piscina de vidro, com oito raias de acrílico, e

água na temperatura de 31,0 ± 1 oC Consistiu em:

Aclimatação ao exercício - os quatro grupos experimentais foram aclimatados ao exercício em

piscina por um período de quatro dias durante quinze minutos por dia antes da avaliação da

capacidade aeróbia (temperatura da água 31 ± 1º C) sem sobrecarga.

Teste de Carga Máxima– Os animais dos quatro grupos realizaram o teste da avaliação da

carga máxima total suportada pelo animal na piscina, na primeira semana do protocolo de

treinamento físico, com 31 dias, que consistiu em um teste de sobrecarga progressiva até a

exaustão, realizado 48 horas após o período de aclimatação. Antes da realização do teste os

animais foram pesados para que fossem confeccionadas sobrecargas correspondentes a 2% da

massa corporal. O teste foi realizado individualmente, na mesma raia, com água na

temperatura de 31 ± 1º C. A partir do momento em que o animal, com uma sobrecarga de 2%

afixada na cauda, era colocado na água, o cronômetro era disparado. O teste foi de caráter

contínuo, pois não havia necessidade de retirar o animal da água quando era adicionada a

sobrecarga (2% do peso corporal a cada três minutos), até a exaustão. O estado de exaustão

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foi caracterizado pela imersão do animal por dez segundos. O número total de cargas

suportadas foi transformado em percentual de peso corporal e este valor em percentual foi

considerado Carga Máxima (CM).

Exercício Físico Aeróbio Regular- Os animais foram submetidos a diferentes tempos e intensidades

de exercício físico (natação), de segunda a sexta-feira no período da manhã, durante quinze

semanas. Todos os animais eram pesados no início de cada semana, visando a correção dos pesos

das cargas. Objetivando evitar qualquer diferença em relação à natação dos animais na piscina, as

raias foram alteradas a cada dia e, para minimizar a influência do estresse no resultado, todos os

grupos foram alocados na mesma sala onde foi realizado o exercício, sendo que os animais CS e PS

foram submetidos a dez min. de adaptação na piscina uma vez por semana sem carga. Setenta e

duas horas após a semana de adaptação e a realização do teste de carga máxima, os animais

iniciaram o protocolo de EFAR, propriamente dito. Na primeira semana do treinamento, os animais

exercitaram com 50% da CM por 40 minutos. Nas 2ª e 3ª semanas, essa carga foi mantida e o tempo

foi elevado para 60 min. Na 4ª semana, foi utilizado 60% da CM por 60 min. Da 5ª a 8ª semana, foi

utilizado 70% da CM, iniciando com 40 min. e terminando com 60 min. Da 9ª a 10ª semana, o

treinamento foi feito com 75% da CM, por 60 minutos. Na 11ª semana, a carga foi elevada para

80% durante 60 minutos e isso foi mantido até o final do experimento (15ª semana) (Figura 2).

Figura 2 – Desenho esquemático representando o protocolo experimental de quinze semanas (1s a 15s). CS=controles sedentários - ração comercial, sem EFAR; CT= Controles Treinados - ração comercial e EFAR;

PS=Polpa de pequi sedentários - ração suplementada com polpa de pequi, sem EFAR; PT= Polpa Treinados -

ração suplementada com polpa de pequi e EFAR. PAS = pressão arterial sistólica; FC = frequência cardíaca.

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4.3. Procedimentos de análise

4.3.1. Relacionados ao crescimento

Peso corporal

O peso corporal dos animais foi aferido semanalmente em balança semi-analítica.

Calculou-se, ao final do período experimental, o ganho de peso final (GPF):

GPF = peso corporal final (g) – peso corporal inicial (g).

Ingestão alimentar e calórica

A ingestão alimentar foi monitorada durante todo o protocolo experimental e calculada

como:

IA(g) do período = (Peso comedouro cheio - peso comedouro vazio) - peso sobras.

A ingestão alimentar total foi obtida por meio da somatória das ingestões de todo o

período experimental.

A ingestão calórica total foi calculada ao final do experimento por meio da

multiplicação das quantidades totais ingeridas de carboidratos, lipídeos e proteína pelos

fatores 4, 9 e 4 respectivamente, de acordo com Atwater (BUCHHOLZ & SCHOELLER,

2004).

Eficiência alimentar e energética

As informações sobre ingestão alimentar e ganho de peso dos animais foram utilizadas

para o cálculo do coeficiente de eficiência alimentar (CEA), conforme a equação:

CEA (g/g) = Ganho de peso final (g)/Ingestão alimentar total(g)

A eficiência energética foi avaliada por meio do ganho de peso total por ingestão

calórica total ou coeficiente de eficiência energética (CEE):

CEE (g/kcal.100-1

) = (Ganho de peso final(g)/ingestão calórica total(kcal))x100

Índice de Massa Corporal - IMC

No penúltimo dia do experimento, os animais foram pesados, anestesiados com

aplicação intraperitoneal de quetamina (50mg/kg) e xilazina (10mg/kg) para a aferição do

comprimento nariz-ânus e posterior determinação do IMC (NOVELLI et al., 2007), por meio

da equação:

IMC (g/cm2) = peso corporal (g)/comprimento nariz-ânus²(cm)

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Pesos absolutos e relativos de órgãos e de gordura visceral

Após decapitação, foram retirados o fígado, pâncreas, baço e coração, além de toda a

gordura das regiões retroperitoneal e epididimal. Todos os órgãos e as gorduras foram limpos,

imersos em solução salina, secos em papel filtro e pesados em balança analítica. Foram

utilizados os valores de pesos relativos (PR) dos órgãos, fígado, pâncreas e baço e de peso

absoluto para as gorduras.

Os pesos relativos (% do peso corporal total) foram calculados conforme a equação:

PR(%) = (Peso úmido do órgão ou tecido(g)/Peso corporal final(g)) x 100.

O fígado foi armazenado a -80 oC para análises posteriores.

Comprimento da tíbia

A tíbia esquerda foi dissecada, limpa e seu comprimento (mm) foi mensurado com o

auxílio de paquímetro digital.

4.3.2. Parâmetros cardiovasculares, do metabolismo glicídico e lipídico

Avaliação da pressão arterial sistólica e frequência cardíaca

A pressão arterial (PA) e a frequência cardíaca (FC) foram aferidas no quinto dia da

semana de adaptação anterior ao início do protocolo experimental propriamente dito e na

penúltima semana do experimento pelo método não invasivo e indireto de pletismografia da

artéria caudal (MLT1020PPG IR Plethysmograph, PowerLab). Os animais foram mantidos

em um cilindro de acrílico, com movimentos restritos, sendo submetidos a aquecimento

moderado, em caixa aquecedora (40°C por 10 min), para provocar vasodilatação caudal. O

procedimento de registro foi realizado através da inserção da cauda em um manguito de

borracha, ligado ao esfigmomanômetro, na região proximal da cauda e, logo após, um

transdutor pneumático foi utilizado para detecção dos pulsos permitindo o registro no sistema

(ADInstruments Ltd, UK). Através do registro de pulso foram coletadas PA e FC.

Avaliação da hipertrofia cardíaca

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A hipertrofia cardíaca foi avaliada por meio da relação peso do coração (mg)/peso

corporal (g), que é uma medida de hipertrofia cardíaca, conforme sugerido por Almeida et al.

(2009).

Glicemia, insulinemia de jejum e índice HOMA-IR

A glicemia de jejum foi determinada utilizando kit comercialmente disponível

(LabTest®) e de acordo com procedimentos recomendados pelo fabricante, em analisador

bioquímico semi-automático (PIOWAY-3000).

A insulinemia de jejum foi determinada por meio da técnica de ELISA (Enzyme-

Linked Immunosorbent Assay), com auxílio de leitor de micro-placa (Spectra MAX 190,

Molecular Devices, USA), e kit apropriado (Linco Research Inc., St. Louis, MO, USA),

conforme recomendação do fabricante.

A resistência à insulina foi determinada, pelo modelo de avaliação da homeostase de

resistência à insulina (HOMA-IR), a partir dos valores de glicemia e insulinemia de jejum

(MATTHEWS et al., 1985), de acordo com a equação:

HOMA-IR = glicemia (mmol) x insulina (uU/mL) ÷ 22,5

Dosagens plasmáticas, hepáticas e fecais de lipídeos

A concentração plasmática de colesterol total (COL), HDL e triglicerídeos (TG) foram

determinadas utilizando kits comercialmente disponíveis (LabTest®) e de acordo com

procedimentos recomendados pelo fabricante, em analisador bioquímico semi-automático

(PIOWAY-3000).

Os valores de colesterol total e HDL colesterol foram utilizados para cálculo do índice

aterogênico, conforme Touati et al. (2011) através da fórmula:

Índice aterogênico = (colesterol total – HDL)/HDL

Para a determinação do colesterol total e triglicerídeos hepáticos e fecais, os lipídeos

foram extraídos previamente de amostras de fígado e fezes, de acordo com a metodologia

proposta por Folch et al. (1957). Em seguida, as dosagens foram determinadas utilizando kits

comercialmente disponíveis (LabTest®) e de acordo com procedimentos recomendados pelo

fabricante, em analisador bioquímico semi-automático (PIOWAY-3000).

Umidade e pH fecais

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As fezes dos animais foram coletadas nas últimas 72 horas do experimento, pesadas e

desidratadas a 45°C em estufa de circulação de ar forçado por 48 horas. Após esse

procedimento, foram novamente pesadas e a umidade calculada da seguinte forma:

% umidade = [(PU-PS)x100]/PU

PU = peso úmido das fezes em gramas

PS = peso seco das fezes em gramas

Para a aferição do pH, um grama de fezes desidratadas foram diluídas em 10 mL de

água destilada, em triplicata. A solução foi colocada em agitação por cinco minutos em

agitador magnético e o pH foi medido com pHmêtro digital (Digimed Modelo D21).

4.3.3. Histomorfometria duodenal

Para avaliação da morfologia duodenal, um segmento de 1 cm de duodeno foi retirado

e fixado em formol tamponado (4%), sendo posteriormente desidratado em séries crescentes

de alcoóis (70%, 80% e 90%), seguidas de duas baterias de álcool etílico absoluto (durante

oito horas cada), concluindo assim o processo de desidratação. Na diafanização, o álcool

presente nos tecidos foi substituído por xilol sendo as amostras mantidas em álcool:xilol 1:1

por uma hora e posteriormente imersas em duas sequências de xilol por 30 minutos cada.

Durante a impregnação, o xilol foi substituído por parafina fundida em estufa a 60°C. Em

seguida, cortes transversais de 5 µm foram feitos em micrótomo (Lupetec MRP09). Foram

confeccionadas duas lâminas de cada amostra, e os cortes foram corados de acordo com a

técnica de coloração hematoxilina-eosina. As lâminas foram fotografadas utilizando-se uma

câmera digital acoplada a um microscópio e de cada amostra foram tiradas vinte medidas de

altura das vilosidades (AV) e profundidade da cripta (PC) (aumento de cem vezes) (Figura 3)

e quinze medidas da largura de epitélio (LE) e das vilosidades (aumento de quatrocentas

vezes) (Figura 4), analisadas no programa Axionvision. Foi calculado o índice altura de

vilosidade/profundidade da cripta (AV/PC). Para densidade de vilosidades por campo (área de

920764,14µm²) foram tiradas cinco fotos em aumento de cem vezes.

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Figura 3 - Análise morfométrica do duodeno: altura de vilosidades e profundidade das criptas. Corte transversal

de 5µm, aumento de 100x, linha azul representa o comprimento da vilosidade e linha preta representa a

profundidade da cripta.

Figura4 - Análise morfométrica do duodeno: largura do epitélio da vilosidade e largura total da vilosidade.

Corte transversal de 5µm, aumento de 400x, em preto está a largura da vilosidade e, em azul, a largura do

epitélio.

Lâmina

Própria

Cripta Vilosidade

Lúmen Intestinal

Lâmina Própria

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4.3.4. Estado redox celular

Processamento dos tecidos

Porções congeladas a -80 oC, de sóleo (400mg) de fígado (100 mg) e coração (220 mg)

foram macerados em 1,5 mL de tampão fosfato salina (PBS) (NaCl 1,5M; Na2HPO4 0,08M;

NaH2PO4 0,02M, pH 7,3), utilizando-se o macerador (potter-elvehjem). Os homogenatos

teciduais utilizados para os ensaios de capacidade antioxidante total e peroxidação lipídica

foram centrifugados a 4472 x g, por dez minutos. Já os homogenatos utilizados para dosagem

das enzimas antioxidantes foram centrifugados a 17888 x g, por dez minutos. Após

centrifugações, o sobrenadante foi aliquotado e armazendo a -80°C. A concentração de

proteínas foi medida pelo método de Bradford (1976) e esse valor foi utilizado para correção

dos valores encontrados.

Capacidade Antioxidante Total – Ferric Reducing Antioxidant Power – FRAP

A capacidade de redução do ferro férrico a ferro ferroso dos tecidos muscular (sóleo),

hepático, cardíaco e do plasma foi determinada em duplicata, por meio do método FRAP

(Ferric Reducing Antioxidant Power), conforme Benzie e Strain (1996), com algumas

adaptações. O reagente FRAP foi elaborado ao abrigo de luz com 25 mL de tampão acetato

(0,3 M), 2,5 mL de Tripyridyltriazine - TPTZ Sigma Aldrich (10 mM), dissolvido em HCl (40

mM ) e 2,5 mL de FeCl3 (20 mM). Para o ensaio, 72 µL dos homogenatos teciduais ou 42 µL

de plasma foram incubados com o reagente FRAP por trinta minutos a 37°C em microtubos

de 1,5ml. Após centrifugação da mistura de reação a 10000 xg por 10 minutos, o

sobrenadante foi analisado em leitor de microplaca (Spectra Max Molecular Device) a 595

nm. Uma curva padrão, com concentrações crescentes de FeSO4, foi utilizada para calcular a

concentração de Fe(II) nas amostras, expressa em µM de equivalente de Fe(II).mg-1

de

proteína.

Atividade da superóxido dismutase

O ensaio foi realizado de acordo com Marklund e Marklund (1974) nos tecidos

hepático e muscular (sóleo), em duplicata. Resumidamente, foi adicionado 0,05mL do

homogenato de fígado e 0,2 mL do homogenato de sóleo em tampão fosfato de potássio

(50mM, pH 8,2) contendo 1mM de ácido dietilenotriaminopentacético (DTPA) Aldrich

Chemistry, para uma solução final de 1 mL. A reação foi iniciada com a adição de pirogalol

Sigma (0,2mM). A leitura da absorbância foi realizada a 420 nm, durante quatro minutos à

37ºC no leito de microplacas (Spectra Max Molecular Device). A determinação da atividade

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da enzima dada em U/mg de proteína foi feita a partir da capacidade da superóxido dismutase

em inibir a autoxidação do pirogalol, onde 1U = 50% de inibição da autoxidação do pirogalol.

A concentração de proteínas foi determinada pelo método de Bradford (BRADFORD, 1976).

Atividade da catalase

A atividade da catalase foi mensurada conforme descrito por Nelson e Kiesov (1972),

a partir da metabolização do peróxido de hidrogênio (H2O2) e consequente decaimento da

absorbância em espectrofotômetro. Foram adicionados 25 µL de homogenato de sóleo, ou 30

µL de homogenato de coração, ou 5 µL de homogenato de fígado, em duplicata à 700 µL de

tampão fosfato de potássio (50 mM, pH 7,0). A reação foi iniciada com a adição do H2O2 (0,3

M) (10 µL, 5 µL ou 30 µL para os homogenatos de sóleo, coração e fígado, respectivamente).

O tampão e as amostras foram mantidos em banho à temperatura de 25°C e a leitura foi

realizada a 240 nm em modo espectrofotométrico durante 60 min (espectrofotômetro UV

mini-1240 UV VIS SHIMADZU), para certificação da manutenção da atividade enzimática.

A determinação da atividade da enzima foi dada pela subtração da absorbância a 30 segundos

menos a de 15 segundos. Os dados foram expressos em ΔE/min/mg de proteína, sendo que

ΔE corresponde à variação da atividade da enzima 15 segundos durante um minuto.

Peroxidação lipídica

A concentração de substâncias reativas com o ácido tiobarbitúrico (TBARS), a qual é

proporcional ao nível de peroxidação lipídica encontrado na amostra, foi mensurada de acordo

com o método descrito por Ohkawa e colaboradores (1979) nos homogenatos de tecidos

sóleo, cardíaco e hepático. Alíquotas dos homogenatos dos tecidos (0,25mL de sóleo e 0,2mL

dos homogenatos dos tecidos cardíaco e hepático) foram adicionadas em duodecil sulfato de

sódio a 8,1%, ácido acético 2,5M (pH 3,4) e ácido tiobarbitúrico a 0,8%, em duplicata. A

mistura foi incubada por 90 minutos a 95° C. A concentração de TBARS foi determinada pela

leitura das amostras em leitor de microplaca Spectra Max Molecular Device a 532nm,

comparada a uma curva padrão com concentrações conhecidas de malondialdeído (MDA)

(1,1,3,3-tetramethoxypropane) (Sigma, USA) como um padrão externo. Os resultados foram

expressos em nmol de MDA/mg proteína.

4.4. Análises Estatísticas

O experimento foi conduzido em um delineamento em blocos casualizados com quatro

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tratamentos (grupos experimentais) e oito blocos. Todos os resultados foram expressos em

média ± desvio padrão. Foi utilizada a análise de variância (ANOVA two way), para avaliar as

diferenças entre os tratamentos e o teste de comparações múltiplas de Fisher, a posteriori,

quando necessário, sendo adotado como nível de significância p<0,05. Para todas as análises

estatísticas, foi utilizado o software Statistica versão 10.0 (Statsoft, 2010).

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Procedimentos preliminares

5.1.1 Composição química da polpa de pequi

Em conformidade com a literatura, a polpa de pequi utilizada em nosso estudo

apresentou quantidade expressiva de lipídeos conforme pode ser verificado na Tabela 2, sendo

a principal razão para sua alta densidade energética. Sua composição pode ser considerada

heterogênea por apresentar um alto teor de ácido oleico, de natureza monoinsaturada e de

ácido palmítico, de natureza saturada (Tabela 3).

Há que se destacar também seu conteúdo em fibras totais, com maior proporção de

fibras insolúveis, bem como seu teor de carotenoides totais, comparável ao de outros alimentos

considerados ricos nesses compostos (RODRIGUEZ-AMAYA et al., 2008) (Tabela 2).

Tabela 2. Composição centesimal (g.100g-1

), carotenoides (mg.100g-1

) e densidade calórica

(kcal.100g-1

) da polpa de pequi (Caryocar brasiliense) cozida e desidratada.

Componentes Quantidade*

Umidade 5,42±3,39

Cinzas 2,47±0,15

Lipídeos totais 66,76±1,16

Proteínas totais 4,76±0,38

Fibras solúveis 5,24±0,21

Fibras insolúveis 13,96±0,3

Fibras totais 19,19±0,09

Carboidratos totais 1,41±3,27

Carotenoides 4,33±0,03

Densidade calórica 625,52±10,71

*Valores expressos em média±desvio padrão.

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Tabela 3 - Teor de ácidos graxos do óleo extraído da polpa de pequi (g.100g-1

).

Ácido graxo Quantidade*

Total insaturados 57,87 ± 0,014

Oleico 54,76±0,012

Outros Insaturados 3,11±0,006

Total saturados 42,13±0,014

Palmítico 40,14 ±0,007

Outros saturados 1,99±0,014

*Valores expressos em média±desvio padrão.

O teor de lipídeos e fibras encontrados na polpa de pequi estão em consonância com

estudo prévio de nosso laboratório (TEIXEIRA et al, 2013) e são superiores ao encontrado

por Cardoso et al. (2013) e Lima et al., (2007). A quantidade de carotenoides foi inferior a

estudos anteriores (OLIVEIRA et al., 2006; LIMA et al., 2007; GONÇALVES et al., 2011;

CARDOSO et al., 2013; TEIXEIRA et al., 2013). Essas diferenças ocorreram, possivelmente,

devido às diferenças de processamento da polpa entre os estudos. O cozimento e a

desidratação subsequente podem ter levado a uma redução do conteúdo de carotenoides, com

concomitante aumento da concentração de outros nutrientes como os lipídeos e as fibras. Em

relação à composiçào dos lipídeos, os ácidos graxos monoinsaturados e em especial o oleico,

foram majoritários na polpa de pequi.

A Resolução da Diretoria Colegiada n° 54 de 2012 (ANVISA, 2012) preconiza que,

para que um alimento possa ser considerado fonte de fibras na dieta, deve apresentar um teor

3g/100g. Essa mesma definição é preconizada para alegação de saúde como auxiliar no

funcionamento intestinal. Conforme a FDA (Food and Drug Adminisration, 2008), para

redução do risco de doenças cardíacas é necessário ingestão entre 25 e 35 g de fibras totais,

das quais seis gramas devem ser de fibras solúveis. Desta forma, a polpa de pequi pode ser

considerada como fonte dietética de fibras, fornecendo, aproximadamente, 64% da

recomendação diária para um adulto que é de 30g (IOM, 2005). Além disso, seu conteúdo de

fibras solúveis representa 87% do que é preconizado pela FDA.

Em relação aos carotenoides, segundo Rodriguez-Amaya et al. (2008), um alimento,

para ser considerado fonte desses nutrientes, deve possuir um teor superior a 20 µg/g, sendo

este conteúdo associado a efeitos benéficos à saúde. O teor encontrado na polpa de pequi do

nosso estudo é 50% maior que esta recomendação. Muitos dos carotenoides são precursores

da vitamina A (AMBRÓSIO et al., 2006), sendo considerados nutrientes indispensáveis à

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saúde. Outros apresentam potente atividade antioxidante (STAHL e SIES, 2003), que tem

sido associada à redução do risco de doenças crônicas não transmissíveis como câncer,

doenças cardiovasculares, catarata e degeneração macular (MAYNE, 1996).

As principais alterações na composição da ração, em função do acréscimo de polpa de

pequi foram: (a) aumento do conteúdo lipídico em 50%, o que alterou a qualidade e a

quantidade dos lipídeos dietéticos (+1,19g.100-1

de ácido oleico e +0,87g.100-1

de ácido

palmítico); (b) aumento do fornecimento total de calorias provenientes de lipídeos de 12%

para 17%, sem no entanto tornar a dieta hiperlipídica. De acordo com alguns autores

(BUETTNER et al., 2007; HARIRI e THIBAULT, 2010), é preciso um fornecimento calórico

de lipídeos maior que 30% na dieta para induzir desordens metabólicas; (c) fornecimento de

um adicional de 0,63% de fibras totais e 0,14% de carotenoides.

5.1.2. Atividade antioxidante in vitro

Na análise da atividade antioxidante in vitro da polpa de pequi, observou-se que o

extrato metanólico/acetona apresentou maior capacidade antioxidante, tanto pelo método

FRAP quanto pelo DPPH, indicando que componentes lipossolúveis contribuem

significativamente para o poder antioxidante da polpa (Tabela 4).

Tabela 4 – Atividade antioxidante de extratos da polpa de pequi por diferentes métodos

(umol TE/g).

Extrato Métodos de determinação

DPPH FRAP

Etanol 60% 0,076±0,001 0,445±0,063

Metanol/Acetona 1:1 0,569±0,086* 1,256±0,128*

*p<0,05 Etanol 60% vs Metanol/Acetil 1:1. Dados em média e ± DP, DPPH= capacidade de captura de radical

livre; FRAP=poder de redução do ferro.

Em estudo prévio, nosso grupo observou maior atividade antioxidante em extrato

metanólico de polpa de pequi, especialmente pelo método FRAP, comparado a outros frutos

exóticos do cerrado (Morais et al., 2013).

Analisados em conjunto, todos os resultados apresentados acima apontam que a polpa

de pequi é um potencial alimento funcional e poderá trazer benefícios adicionais a saúde,

contribuindo para a redução do risco de doenças, especialmente as cardiometabólicas.

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5.2. Ensaio Biológico

Dada a sua composição química e atividade antioxidante in vitro, encontrada na polpa

de pequi utilizada, podemos considerá-la como um potencial alimento funcional. No entanto,

apesar do seu crescente consumo em território brasileiro, estudos in vivo que verifiquem os

efeitos biológicos da sua ingestão ainda são escassos (AGUILAR et al., 2011; TEIXEIRA et

al., 2013). Ainda, para que um alimento “funcional” exerça seus efeitos protetores, sua

ingestão deve estar associada a uma alimentação equilibrada e a prática de exercícios físicos

(BRASIL, 1999a e 1999b). Então, diante desse contexto, nós realizamos um ensaio com o

intuito de avaliar in vivo os efeitos biológicos advindos da ingestão da polpa de pequi

associada ao EFAR.

O protocolo do EFAR que adotamos é extensivamente utilizado por outros autores e

tem sido associado ao controle de peso corporal e apetite (BOGHOSSIAN et al., 2000),

melhora do metabolismo da glicose (PELLIZZON et al. 2002; KIRÁLY et al., 2008) e

redução do colesterol (ARANTES et al., 2013a). Além disso, alguns estudos sugerem que os

efeitos do EFAR sobre o sistema cardiovascular parecem ser mais evidentes em treinamento

de piscina em relação ao treinamento em esteira (LEVINE & KINASEWITZ, 1986; PIERCE

et al., 1989; NOVELA et al., 1990).

5.2.1. Efeitos da ingestão da polpa de pequi associada ao EFAR em variáveis

relacionadas ao crescimento.

Utilizamos, como variáveis de crescimento, informações relativas à ingestão alimentar

e calórica, dados antropométricos e de adiposidade dos animais.

Os animais iniciaram o protocolo experimental com os pesos corporais homogêneos

(Tabela 5). Ao final do experimento, observamos que os tratamentos não exerceram

influência sobre o peso corporal final e ganho de peso total. Apesar de constatada menor

ingestão absoluta (g) para os animais que consumiram a polpa de pequi (PS e PT) em relação

aos CT, não foram observadas diferenças significativas para a ingestão calórica (Tabela 5).

Os animais do grupo CT foram menos eficientes em ganhar peso do que os do CS,

tanto pelo CEA, quanto pelo CEE. A ingestão da polpa do pequi não afetou essas variáveis

(Tabela 5).

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Tabela 5. Variáveis relacionadas ao crescimento dos animais experimentais.

Variáveis** Grupos Experimentais*

CS CT PS PT

PCI(g) 51,11±4,63 49,66±3,21 50,85±3,74 49,31±4,88

PCF(g) 286,4±55,86 268,6±22,83 269,9±36,25 260,7±42,03

GPF(g) 230,6±50,79 218,1±21,74 219,0±34,89 209,5±39,82

IAT (g) 2210ab

±273 2454a±180,2 2148

b±260,6 2141

b±323,6

ICT (kcal) 7247±895,5 8048±591,1 7261±880,8 7236±1094

CEE (g/kcal.100) 3,18a±0,61 2,71

b±0,19 3,72

ab±0,19 2,90

ab ±0,15

CEA (g/g) 0,104a±0,02 0,089

b±0,01 0,102

ab±0,01 0,098

ab±0,01

* CS = ração comercial, sem EFAR; CT = ração comercial e EFAR; PS = ração suplementada com polpa de pequi, sem EFAR; PT = ração suplementada com polpa de pequi e EFAR. Valores expressos em média ± desvio

padrão. Médias seguidas por letras superescritas (linha) diferentes indicam diferença estatística pelo teste Fisher

(p<0,05). **PCI = peso corporal inicial; PCF = peso corporal final; GPF=ganho de peso final; IAT = ingestão

alimentar total; ICT = ingestão calórica total; CEE = coeficiente de eficiência energética; CEA = coeficiente de

eficiência alimentar.

Observamos que os animais que receberam suplementação com polpa de pequi (PS e

PT) ingeriram menos que os CT, sem, no entanto, interferir significativamente na ingestão

calórica, eficiência alimentar, energética e no ganho de peso. Esses resultados podem ser

explicados pelo fato de que ratos tendem a ingerir quantidade de alimento de acordo com sua

necessidade energética (PATTERSON & LEVIN, 2008). Como a densidade energética da

dieta suplementada com pequi foi levemente superior, quantitativamente, esses animais

ingeriram menos, mas mantiveram suas necessidades energéticas atendidas. Um possível

mecanismo para isso refere-se ao fato de que os lipídeos podem auxiliar no controle da

ingestão por induzir aumento das concentrações de PYY no trato gastrointestinal, que atuam

na inibição do neuropeptídeo Y, induzindo à saciedade (COOPER et al., 2011; KOZIMOR et

al., 2013).

Outra hipótese pra isso é que as fibras da polpa de pequi possuem efeitos sobre a

modulação da saciedade (ANDERSON et al., 2009; BOSCH et al., 2009). De acordo com

Anderson et al. (2009), o efeito das fibras sobre o retardo no esvaziamento gástrico e sua ação

sobre os hormônios gastrointestinais anorexígenos, como o PYY e a insulina, afetam o

apetite, reduzindo a ingestão alimentar.

Por outro lado, o aumento da taxa metabólica basal, com consequente aumento das

necessidades energéticas induzidas pelo EFAR, podem explicar os menores CEA e CEE

observados no grupo CT em relação ao CS (p<0,05). Em razão disto, esperávamos um

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aumento na ingestão calórica desses animais, o que não foi observado. Entretanto, em valores

absolutos, houve um aumento de 10% na ingestão calórica e redução de 5% no ganho de peso

corporal dos CT em relação aos CS, o que reforça tal hipótese. Nesse caso, a ingestão da

polpa de pequi não influenciou nos efeitos do treinamento e nem exerceu efeitos isolados

diferenciais.

Em relação aos pesos relativos dos órgãos (fígado, pâncreas e baço) e comprimento da

tíbia, não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos (Tabela 6), sugerindo

que os tratamentos não interferiram no desenvolvimento ósseo e de órgãos dos animais.

Tabela 6. Pesos relativos de órgãos (% em relação ao peso corporal) e comprimento da tíbia

(mm) dos animais experimentais após 15 semanas de tratamento.

Variáveis Grupos experimentais*

CS CT PS PT

Fígado 2,82±0,17 2,89±0,17 2,98±0,21 2,87±0,27

Pâncreas 0,19±0,71 0,19±0,03 0,16±0,02 0,19±0,04

Baço 0,19±0,72 0,15±0,02 0,14±0,02 0,15±0,02

Comprimento da Tíbia 35,59±1,88 34,73±1,2 35,6±0,83 34,57±2,25

* CS = ração comercial, sem EFAR; CT = ração comercial e EFAR; PS = ração suplementada com polpa de

pequi, sem EFAR; PT = ração suplementada com polpa de pequi e EFAR. Valores expressos em média ± desvio

padrão. Ausência de letras superescritas (linha) indica ausência de diferença estatística pelo teste Fisher

(p<0,05).

Variações nos pesos de órgãos poderiam estar relacionadas a prejuízos no

desenvolvimento normal ou situações patológicas, o que não foi observado (BATES et al.,

1964; WINICK & NOBLE, 1965; DESAI et al., 2005). Os pesos dos órgãos dos animais

experimentais foram proporcionais aos pesos corporais, o que indica que nenhuma

anormalidade foi induzida pelos tratamentos utilizados.

Considerando que o protocolo de treinamento foi iniciado na fase infantil, quando os

animais estão em um período de desenvolvimento acelerado, e prolongou-se até o início da

fase adulta, o treinamento poderia ter exercido efeito sobre a composição óssea com

fechamento antecipado das epífises e com isso menor comprimento da tíbia (ARANTES et

al., 2013a). Por outro lado, o treinamento prolongado mesmo em idades precoces pode

aumentar a densidade mineral óssea preservando a saúde do osso (COURTEIX et al., 1998;

CADORE et al., 2005). Entretanto, o treinamento de natação empregado não exerceu nenhum

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efeito sobre o crescimento e/ou desenvolvimento ósseo desses animais. A associação da

ingestão da polpa de pequi também não influenciou nessas variáveis.

Para avaliar a influência dos tratamentos sobre a distribuição do peso corporal e sobre

o acúmulo de gordura na região visceral, apresentamos na Figura 5, o Índice de Massa

Corporal – IMC (g/cm²) (A), o peso da gordura visceral (epididimal + retroperitoneal) (B).

epididimal (C) e retroperitoneal (D). Como pode ser observado na figura A, os tratamentos

não exerceram influência sobre o IMC. O EFAR isoladamente, bem como sua associação à

polpa de pequi reduziu os pesos das gorduras de forma similar. A ingestão da polpa,

isoladamente, não afetou essas variáveis quando comparada ao grupo CS.

A

Tratamentos

CS CT PS PT

IMC

(g/c

m2)

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8B

Tratamentos

CS CT PS PT

Go

rdu

ra v

isce

ral (g

)(e

pid

idim

al +

re

tro

pe

rito

ne

al)

0

2

4

6

8

10

12

14

C

Tratamentos

CS CT PS PT

Go

rdu

ra e

pid

idim

al (g

)

0

2

4

6

8

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14

D

Tratamentos

CS CT PS PT

Go

rdu

ra r

etr

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l (g

)

0

2

4

6

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10

12

14

a

b

a

b

a

b

a

b

a

b

a

b

Figura 5 – Índice de Massa Corporal – IMC (A), Gordura visceral (Gordura epididimal + gordura

retroperitoneal) (B), Gordura epididimal (C) e Retroperitoneal (D) dos animais experimentais após 15 semanas de tratamento. Tratamentos: CS = ração comercial, sem EFAR; CT = ração comercial e EFAR; PS = ração

suplementada com polpa de pequi, sem EFAR; PT = ração suplementada com polpa de pequi e EFAR. Valores

expressos em média ± desvio padrão. Médias seguidas por letras diferentes indicam diferença estatística pelo

teste Fisher (P<0,05).

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A quantificação da gordura visceral em animais tem sido destacada devido a sua

associação com alterações metabólicas e bioquímicas, bem como a um aumento do risco de

doenças (MIYAZAKI et al., 2002; NIEVES et al., 2003; NGUYEN-DUY et al., 2003).

Assim, maiores pesos de gordura no compartimento visceral refletem maior acúmulo nesse

compartimento, ainda que não haja aumento na gordura corporal total (JANSSEN et al.,

2002).

De maneira geral, observamos que, apesar de não ter havido alterações na distribuição

do peso corporal total, dada pelos IMCs semelhantes, houve, por um lado, um menor acúmulo

de gordura no compartimento visceral, tanto epididimal quanto retroperitoneal, nos animais

exercitados. Por outro lado, observamos que a ingestão da polpa de pequi não afetou essas

variáveis. Adicionalmente, a associação do EFAR com a ingestão da polpa de pequi manteve

o mesmo efeito do EFAR isoladamente, indicando o papel preponderante do EFAR nessas

variáveis, mesmo com a ingestão da polpa de pequi.

Os efeitos do EFAR na redução do acúmulo de gordura corporal são bastante

discutidos na literatura. O aumento do gasto energético total (SLENTZ et al., 2005) e a

consequente mobilização dos ácidos graxos especialmente da gordura visceral (NUMAO et

al., 2006) estão envolvidos nessa redução. A gordura visceral possui uma série de

caraterísticas que a torna mais susceptível às respostas fisiológicas do exercício, o que inclui

alto percentual de adipócitos diferenciados e menor número de pré-adipócitos, natureza

modificada de seus receptores e adipócitos metabolicamente mais ativos. Os adipócitos

presentes no tecido adiposo visceral são maiores e mais sensíveis à lipólise induzida pelo

estímulo das catecolaminas sobre o β3-adrenoreceptor, presente em altos níveis no tecido.

Adicionalmente, esses adipócitos são menos sensíveis ao efeito inibitório dos receptores α2-

adrenérgicos sobre a lipólise e mais resistentes à ação antilipolítica da insulina (IBRAHIM,

2010). Assim como em neste estudo, alguns autores verificaram efeito do exercício sobre a

redução da gordura visceral independente de alterações no peso em humanos (ARNER et al.,

1990; GLISEZINSKI et al., 1998; IRVING et al., 2008) .

Assim, quando analisamos esses resultados em conjunto, podemos inferir que a

ingestão da polpa de pequi associada ao EFAR não exerceu efeitos prejudiciais sobre o

crescimento dos animais. Alguns efeitos discretos da associação foram observados sobre uma

perspectiva de redução do risco de doenças crônicas, considerando as tendências observadas

acerca da menor ingestão alimentar e menor peso corporal; efeitos preponderantes, advieram

do EFAR isoladamente, especialmente no que se refere ao menor acúmulo de gordura na

região visceral.

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49

5.2.2. Efeitos da ingestão da polpa de pequi associada ao EFAR em parâmetros

cardiovasculares, do metabollismo glicídico e do lipídico.

Após a etapa inicial de avaliação de parâmetros relacionados ao crescimento dos

animais, nosso próximo passo consistiu em avaliar efeitos da ingestão da polpa de pequi

associada ao EFAR em parâmetros cardiovasculares, do metabolismo glicídico e do lipídico.

A pressão arterial sistólica e a frequência cardíaca imediatamente antes de iniciar o

tratamento foram semelhantes entre os grupos experimentais, sendo em média 136±12 mmHg

e 463±34 bpm, respectivamente. A Figura 6 mostra que, ao término do experimento, os

animais CT apresentaram menores valores de PAS (A) em relação aos CS. Não houve

diferenças entre os demais tratamentos, mas a associação da polpa de pequi ao EFAR tendeu a

atenuar o efeito hipotensor do exercício (A). Não houve alterações na frequência cardíaca

final em função dos tratamentos utilizados (Figura 6 B).

Além disso, quando avaliado o índice de hipertrofia cardíaca pela relação peso do

coração/peso corporal (Figura 6-C), observamos que o treinamento isoladamente induziu a

hipertrofia cardíaca (aumento de 21% em relação aos CS), o que é considerado como uma

adaptação clássica do treinamento físico (MEDEIROS et al., 2004). Observamos também que

a associação da ingestão da polpa de pequi não interferiu nesse efeito do treinamento,

mantendo a hipertrofia em níveis semelhantes entre os grupos PT e CT.

A polpa de pequi, quando ingerida sem o EFAR, não causou hipertrofia cardíaca e

nem alterações na pressão arterial sistólica ou na frequência cardíaca, quando comparada aos

animais CS (Figura 6 A, B e C).

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A

Tratamentos

CS CT PS PTP

ress

ão a

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lica

(mm

Hg)

0

20

40

60

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180

200

B

Tratamentos

CS CT PS PT

Fre

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cia

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(bpm

)

0

100

200

300

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500

600

C

Tratamentos

CS CT PS PT

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ação

pes

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cor

ação

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al

(mg/

g)

0

2

4

6

8

a

b

a,b a,b

c

a,b

b,c

a

Figura 6 – Pressão arterial sistólica (A), Frequência cardíaca (B) e relação peso do coração/peso corporal (C)

dos animais experimentais após 15 semanas de tratamento. Tratamentos: CS = ração comercial, sem EFAR; CT

= ração comercial e EFAR; PS = ração suplementada com polpa de pequi, sem EFAR; PT = ração suplementada

com polpa de pequi e EFAR. Valores expressos em média ± desvio padrão. Médias seguidas por letras diferentes

indicam diferença estatística pelo teste Fisher (p <0,05).

Os efeitos do EFAR na redução da pressão arterial estão bem documentados na

literatura. As principais explicações são a diminuição da atividade simpática periférica e do

débito cardíaco, a redução da resistência vascular periférica, a melhora da função endotelial e

alterações na microcirculação (NEGRÃO & RONDOM, 2001).

Curiosamente, o treinamento não induziu bradicardia de repouso, o que é uma resposta

esperada m função do exercício. No entanto, em valores absolutos o grupo CT teve sua

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frequência cardíaca aproximadamente 6,5% menor que o CS, representando aproximadamente

24 bpm, o que, biologicamente, pode ser importante. Também podemos considerar que a

intensidade do EFAR empregado talvez tenha influenciado nesse resultado. De acordo com

vários autores (MEDEIROS et al. 2000; MEDEIROS et al., 2004; BARRETTI et al., 2011),

alterações de frequência cardíaca são relacionadas com intensidades mais baixas de exercício

e nosso protocolo de EFAR pode ser considerado de intensidade moderada a alta.

A hipertrofia cardíaca fisiológica é uma alteração anatômica não patológica provocada

pelo exercício físico, em resposta a alterações de pressão e sobrecarga de volume, associada

ao aumento da função cardíaca (MEDEIROS et al., 2004). Em nosso experimento,

encontramos aumento de 21% na relação peso do coração sobre peso corporal, com diferença

estatisticamente significativa em comparação ao CS. Almeida et al. (2009) também

verificaram que o mesmo protocolo de natação que utilizamos induziu a hipertrofia cardíaca

fisiológica.

É importante ressaltar que a associação da ingestão da polpa de pequi ao EFAR, não

exerceu nenhum efeito adicional sobre a pressão arterial ou frequência cardíaca, mas atenuou

o efeito hipotensor do exercício,sem no entanto, exercer quaisquer efeitos prejudiciais

considerando que manteve os valores semelhantes aos do CS. Neste caso, o aporte expressivo

de ácidos graxos saturados na polpa de pequi (palmítico) pode ter contribuído para este efeito,

embora os mecanismos pelos quais isto aconteça não sejam muito claros (GRIMSGAARD et

al., 1999; OLIVEIRA JÚNIOR et al., 2013). Por outro lado, tem sido relatado que os ácidos

monoinsaturados (oleico), componentes majoritários dos lipídeos da polpa de pequi, possuem

efeitos sobre a redução da pressão arterial (RASMUSSEN et al., 2006), o que pode também

ter contribuído para que, os efeitos dos ácidos graxos saturados sobre a elevação da pressão

arterial não ocorressem a níveis superiores aos valores do CS.

Assim, o EFAR exerceu os efeitos clássicos nas adaptações cardiovasculares de

redução da PAS e hipertrofia cardíaca, e a associação da ingestão da polpa de pequi não

exerceu efeito adicional a estas adaptações.

Nas variáveis plasmáticas do metabolismo glicídico analisadas, não observamos

efeitos dos tratamentos isoladamente (CS x PS e CS x CT) e nem da associação de ambos (CS

x PT) (Tabela 7).

Já nas variáveis plasmáticas do metabolismo lipídico (colesterol, triglicerídeos e

HDL), também não verificamos efeito dos tratamentos utilizados. O mesmo ocorreu para

fração aterogênica (Tabela 7).

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Tabela 7. Concentrações plasmáticas de glicose, colesterol, triglicerídeos, HDL (mg/dL),

insulina (ng/mL), índice HOMA-IR e índice aterogênico dos animais experimentais após 15

semanas de tratamento.

Variáveis Grupos Experimentais*

CS CT PS PT

Glicose 123,7±22,11 119,32±10,88 116,98±17,13 128±14,51

Insulina 0,89±0,32 0,77±0,26 1,17±0,39 0,84±0,16

HOMA-IR 7,91±3,41 6,39±2,0 9,64±1,15 7,87±1,7

Colesterol 58,11±8,46 55,58±5,64 62,19±11,08 58,26±7,96

Triglicerídeos 32,56±6,27 30,97±6,41 34,57±11,18 25,67±4,59

HDL 22,90±5,88 21,05±3,65 22,13±4,36 25,05±6,31

Índice aterogênico** 1,69±0,83 1,69±0,41 1,87±0,58 1,43±0,61

* CS= ração comercial, sem EFAR; CT = ração comercial e EFAR; PS = ração suplementada com polpa de

pequi, sem EFAR; PT = ração suplementada com polpa de pequi e EFAR. Valores expressos em média ± desvio

padrão. Ausência de letras superescritas (linha) indica ausência de diferença estatística pelo teste Fisher

(p<0,05). ** (Colesterol total-HDL)/HDL.

Em relação às variáveis plasmáticas do metabolismo da glicose, os nossos tratamentos

não induziram alterações significativas sobre o metabolismo glicídico; entretanto, há que se

considerar que os níveis plasmáticos de insulina foram aproximadamente 13% inferiores nos

animais CT em relação aos CS, refletindo em um índice HOMA-IR 19% também inferior, o

que, biologicamente, pode ser importante.

De acordo com Delarue e Magnan (2007), o EFAR, de fato, pode melhorar a

sensibilidade à insulina, e os mecanismos para tal envolvem aumento do conteúdo do

transportador de glicose GLUT4 em resposta à insulina e ao exercício, aumento da captação

de glicose e aumento da capacidade do complexo piruvato desidrogenase em oxidar a glicose

(NAKAY et al., 2002; SARACENI & BRODERICK, 2007). Todos esses efeitos do EFAR

contribuem para as tendências observadas.

Conforme explicitado anteriormente, a polpa de pequi é rica em lipídeos, destacando-

se em sua composição os ácidos graxos monoinsaturados e, em especial o ácido oleico, além

de fibras e carotenoides, o que indicou potencial proteção em relação ao perfil lipídico

sanguíneo (BOS et al., 2010). De forma análoga, os efeitos positivos do EFAR sobre os

lipídeos séricos são demonstrados na literatura (CHEIK et al., 2006a e ARANTES et al.,

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2013a). Assim, inferimos que a associação do EFAR com a ingestão da polpa de pequi

poderia exercer um efeito “adicional” nas concentrações plasmáticas dessas variáveis.

Entretanto, não observamos efeitos claros dos tratamentos nas variáveis analisadas.

Tanto os efeitos do EFAR quanto dos componentes majoritários da polpa de pequi (ácidos

graxos monoinsaturados, fibras e carotenoides) no perfil lipídico sanguíneo são amplamente

discutidos na literatura. Tem sido apontado que o EFAR atua na redução do colesterol,

triglicerídeos, por aumentar a oxidação desses lipídeos (PELLIZZON et al., 2002; CHEIK et

al., 2006a; LIRA et al., 2008; ARANTES et al., 2013a). Os ácidos graxos monoinsaturados

(MUFAs) exercem efeitos sobre a redução do colesterol total, LDL-colesterol, triglicerídeos e

fração aterogênica (MOZAFFARIAN & CLARKE, 2009; BOS et al., 2010). Adicionalmente,

as fibras reduzem o colesterol total e o LDL-colesterol (BROWN et al., 1999; BEYLOT,

2005; ANDERSON et al., 2009). Por sua vez, os carotenoides podem ser incorporados nas

LDL e induzir resistência à oxidação, contribuindo para um melhor perfil lipídico (CHOPRA

et al., 2000).

No entanto, há que se considerar que a maioria das pesquisas tanto com EFAR quanto

com fontes de MUFA, fibras e carotenoides, é realizada em situações onde os distúrbios do

metabolismo são induzidos e, neste caso, efeitos mínimos são, muitas vezes, detectados. Em

nosso estudo, investigamos em uma situação de dieta “saudável” e sob treinamento, de forma

crônica (ao longo da infância até o início da vida adulta). Assim, efeitos protetores no perfil

lipídico plasmático, de caráter preventivo, tanto do EFAR quanto da dieta, não puderam ser

percebidos de forma significativa.

Por outro lado, apesar de não termos observado diferenças significativas para a

maioria das variáveis plasmáticas avaliadas, podemos também inferir que a ingestão da polpa

de pequi isoladamente tendeu a elevar as concentrações plasmáticas de lipídeos séricos e que

o EFAR tendeu a reduzi-los, à exceção do HDL. Curiosamente, quando houve a associação de

ambos, a concentrações de colesterol total e triglicerídeos tenderam a reduzir, enquanto que os

de HDL tenderam a aumentar.

Esses achados são reforçados pelas diferenças percentuais observadas para os níveis

plasmáticos dessas variáveis entre os grupos. O PS apresentou níveis médios de triglicerídeos

aproximadamente 10,5% e 25,7% superiores aos grupos CT e PT, respectivamente. Seus

níveis plasmáticos de colesterol total foram aproximadamente 10,5% superiores ao CT. Para o

HDL, a maior elevação percentual (+16%) ocorreu no grupo PT em relação ao CT. Estudo

prévio de nosso laboratório também encontrou elevações nos níveis de triglicerídeos (+15%) e

colesterol total (+9%) em ratos alimentados com uma dieta high fat acrescida de 400 mg ou

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600 mg de pequi polpa de pequi comparados aos seus controles (dieta padrão AIN93G), as

quais foram estatisticamente significativas (TEIXEIRA et al. 2013), o que pode ser atribuído

ao alto teor de polpa de pequi utilizado.

A ausência de efeitos significativos da ingestão da polpa de pequi, isoladamente, no

perfil lipídico, pode ser explicada por sua composição em ácidos graxos com funções

antagônicas. De um lado, a presença de ácidos graxos monoinsaturados na polpa,

especialmente o oleico, exercem efeitos benéficos sobre o perfil lipídico, quando substituem

carboidratos na dieta (PARILLO et al., 1992; MENSINK et al., 2003), e em situações de

distúrbios moderados (hipercolesterolemia moderada e obesidade abdominal, por exemplo)

(BOS et al., 2010). Por outro lado, o segundo ácido graxo em quantidade presente nos

lipídeos da polpa de pequi é o ácido palmítico, um ácido graxo saturado que vem sendo

associado aos distúrbios do metabolismo lipídico (MENSINK et al., 2003; LOTTENBERG,

2009). Esperávamos que, pelo fato de o oleico estar presente em quantidades superiores ao

palmítico, o primeiro fosse exercer proteção contra efeitos deletérios do segundo (NOLAN &

LARTER, 2009), melhorando o perfil plasmático de lipídeos. Todavia, não podemos

desconsiderar a hipótese de que os MUFAs podem ter exercido efeitos protetores contra a

ação citotóxica do ácido palmítico, já que um pior perfil plasmático lipídico também não foi

observado.

Por outro lado, os efeitos do EFAR sobre o aumento da oxidação lipídica, com

consequente melhor perfil lipídico, são clássicos (BIELINSKI et al., 1985) e, em nosso

estudo, tenderam a ser melhores quando associado à ingestão da polpa de pequi. Esta

tendência pode ser explicada pelos diferentes graus de saturação presentes nos lipídeos da

polpa de pequi. Os MUFAs, presentes em maiores quantidades, são mais facilmente oxidados

do que os saturados (QUILES et al., 1999; KIEN et al., 2005), o que pode melhorar o perfil

lipídico dos animais (XIAO et al., 2006).

Ao contrário dos lipídeos plasmáticos, observamos efeitos mais claros em função dos

tratamentos, tanto na deposição hepática quanto na excreção fecal de colesterol e

triglicerídeos (Figura 7). Os animais que ingeriram polpa de pequi tiveram menores

concentrações de colesterol (A) e triglicerídeos hepáticos (B) que os controles sedentários, e

estes efeitos mantiveram-se com a associação do EFAR. O treinamento, isoladamente,

também reduziu a deposição hepática de lipídeos em comparação aos CS, mas somente de

triglicerídeos (B). A excreção fecal de colesterol só foi aumentada quando se associou a

ingestão da polpa de pequi ao EFAR (C), em relação aos demais tratamentos. Para os

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triglicerídeos, os grupos que ingeriram polpa de pequi (PS e PT) apresentaram maior excreção

fecal em comparação aos controles sedentários (D).

A

Tratamentos

CS CT PS PT

Cole

ste

rol hé

patico

(m

g/g

)

0

5

10

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25

30

B

Tratamentos

CS CT PS PT

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mg/g

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C

Tratamentos

CS CT PS PT

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D

Tratamentos

CS CT PS PT

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mg/g

)

0

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4

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8

10

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b b

a

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b

b b ba

c

b,c

a,b

a

Figura 7– Concentrações de colesterol e triglicerídeos hepáticos (A e B) e fecais (C e D) (mg/g) dos animais

experimentais após 15 semanas de tratamento. Tratamentos: CS = ração comercial, sem EFAR; CT = ração comercial e EFAR; PS = ração suplementada com polpa de pequi, sem EFAR; PT = ração suplementada com

polpa de pequi e EFAR. Valores expressos em média ± desvio padrão. Médias seguidas por letras diferentes

indicam diferença estatística pelo teste de Fisher (p < 0,05).

Nesse caso, os efeitos fisiológicos das fibras da polpa do pequi, tanto na redução da

deposição hepática quanto no aumento da excreção fecal, associados aos efeitos do EFAR, na

redução da deposição hepática de lipídeos, podem ter sido determinantes nos resultados

encontrados.

São bem documentados na literatura os efeitos das fibras no metabolismo lipídico.

Esses nutrientes, especialmente as fibras solúveis, podem aumentar a viscosidade no lúmen

intestinal, complexar-se com o colesterol, triglicerídeos, sais biliares e outros lipídeos,

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dificultar a sua absorção/reabsorção e aumentar sua excreção (CHANDALIA et al., 2000;

BEYLOT, 2005). Podem também ser fermentadas pela microbiota e gerar produtos, tais como

o acetato, o propionato e o butirato (ácidos graxos de cadeia curta); o butirato pode ser

utilizado diretamente como fonte energética para os enterócitos; o acetato e o propionato

podem ser reabsorvidos, direcionados ao fígado (circulação portal) e influenciar no

metabolismo de carboidratos e lipídeos, respectivamente (BERGGREN et al., 1996;

ZAMBELL et al., 2003). O propionato pode, por exemplo, inibir a síntese da 3-hidroxi-3-

metil-glutaril-coenzima A redutase, a enzima limitante da biossíntese de colesterol endógeno,

reduzindo assim, a biossíntese hepática de colesterol (LIN et al., 1995). Por outro lado, as

fibras insolúveis também presentes na polpa de pequi regularizam o trânsito intestinal

contribuindo para menor absorção desses lipídeos (WEICKERT & PFEIFFER, 2008), além

de estarem relacionadas com maior expressão de genes hepáticos que aumentam a oxidação

de ácidos graxos (ISKEN et al., 2010).

Quanto ao EFAR, diversos autores descrevem seus efeitos sobre a deposição de

lipídeos hepáticos, especialmente de triglicerídeos. Tem sido demonstrado que o EFAR reduz

a distribuição corporal desses lipídeos e aumenta a sua oxidação e incorporação nas

lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL) (GAUTHIER et al., 2003; LIRA et al., 2008;

AOI et al., 2011; MOURA et al., 2013).

Há também evidências de que o EFAR leva a um aumento do transporte periférico de

colesterol para o fígado com subsequente secreção deste colesterol como colesterol livre ou

ácidos biliares na bile e eventual excreção fecal (MEISSNER et al., 2010). Este efeito pode

ter sido somado aos efeitos das fibras na excreção de colesterol (já descritos anteriormente). A

excreção de sais biliares é uma das principais vias de excreção de colesterol, já que os sais

biliares são sintetizados a partir do colesterol sanguíneo, o que também contribui para manter

os níveis plasmáticos de colesterol normais ou reduzidos e para reduzir seu acúmulo no fígado

(YIAMOUYIANNIS et al., 1992).

A partir dos efeitos evidentes da polpa de pequi sobre a excreção fecal de lipídeos, e

possível associação com seu conteúdo de fibras, decidimos verificar a influência dos

tratamentos sobre a umidade e o pH fecais, considerando que a retenção hídrica e a

fermentabilidade são propriedades físico-químicas das fibras que impactam em seus efeitos

fisiológicos intestinais, especialmente no metabolismo lipídico (CARVALHO et al., 2009).

A Figura 8-A mostra que a associação da ingestão de polpa de pequi ao EFAR

aumentou a umidade fecal, em relação à ingestão da polpa isolada (PS) e aos controles

sedentários (CS). Não houve diferenças entre os tratamentos para o pH fecal (Figura 8-B).

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57

A

Tratamentos

CS CT PS PT

Um

idade f

ecal (%

)

0

10

20

30

40

50

B

Tratamentos

CS CT PS PT

pH

fecal

0

2

4

6

8

10

b

a,b

b

a

Figura 8 - Umidade (A) e potencial hidrogeniônico (pH) (B) das fezes dos animais experimentais após 15

semanas de tratamento. Tratamentos: CS = ração comercial, sem EFAR; CT = ração comercial e EFAR; PS =

ração suplementada com polpa de pequi, sem EFAR; PT = ração suplementada com polpa de pequi e EFAR.

Valores expressos em média ± desvio padrão. Médias seguidas por letras diferentes indicam diferença estatística

pelo teste de Fisher (p < 0,05).

De maneira geral, os resultados apresentados acima apontam que a alteração na

quantidade e na composição das fibras da dieta do grupo PS não foi suficiente para aumentar

a retenção hídrica nas fezes, talvez pela maior proporção de fibras insolúveis da polpa de

pequi, já que tal propriedade é atribuída especialmente às fibras solúveis (FEMENIA et al.,

1997; CARVALHO et al., 2009). O mesmo foi observado para o EFAR isolado.

Entretanto, quando o EFAR foi associado à ingestão da polpa de pequi, a retenção

hídrica fecal foi maior (PT x CS e PS). Neste caso, podemos inferir que houve, em alguma

instância, efeito somatório das fibras da polpa de pequi, especialmente das solúveis, e do

EFAR no aumento do conteúdo hídrico das fezes, o que não foi percebido isoladamente. Os

efeitos das fibras solúveis na retenção hídrica fecal são clássicos (CARVALHO et al., 2009).

Quanto ao EFAR, seus efeitos na retenção hídrica fecal são pouco discutidos na literatura. De

acordo com PETERS et al. (2001), os mecanismos envolvidos nas perdas hídricas pelo trato

gastrointestinal em função do exercício são pouco conhecidos, mas envolvem o aumento da

motilidade gastrointestinal e o trânsito intestinal acelerado. Pode-se ainda especular se o

exercício promoveu um aumento da ingestão hídrica, o que também aumentaria a umidade

fecal; entretanto, esse dado não foi coletado em nosso estudo.

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58

5.2.3. Efeitos da ingestão da polpa de pequi associada ao EFAR na histomorfometria

duodenal.

Considerando a maior excreção lipídica e maior retenção hídrica fecal advindas da

associação da ingestão da polpa de pequi ao EFAR, realizamos experimentos de

histomorfometria duodenal para avaliar os potenciais efeitos desses tratamentos sob o ponto

de vista histomorfométrico, os quais poderiam afetar o funcionamento intestinal.

Assim, observamos que a suplementação com polpa de pequi isoladamente aumentou

a altura (AV) e reduziu a largura das vilosidades (LV), além de aumentar a profundidade das

criptas (PC) em relação ao grupo CS (p<0,05). No entanto, não foram observadas diferenças

entre os tratamentos para a relação AV/PC, a largura do epitélio e a frequência das vilosidades

por campo óptico. Associação do EFAR com a ingestão da polpa não exerceu efeitos

diferenciais, à exceção da PC, superior aos grupos CS e CT (p<0,05) e semelhante ao grupo

PS (Tabela 8).

Tabela 8. Morfometria do duodeno: altura das vilosidades (AV) e profundidade das criptas

(PC), relação AV/PC, largura de vilosidade (LV), do epitélio (LE) (µm) e frequência de

vilosidades (FV) (unidades por campo óptico) dos animais experimentais após 15 semanas de

tratamento.

Variáveis Grupos Experimentais*

CS CT PS PT

AV (µm) 398,1b±59,42 412,1

ab±17,65 480,1

a ±70,33 474,6

ab±77,23

LV (µm) 56,45a±5,59 51,66

ab±4,74 49,65

b±5,32 53,62

ab ±8,08

PC (µm) 247b±14,04 261,3

b±46,55 296,6

a±40,99 301,4

a±49,3

Relação AV/PC 1,61±0,16 1,50±1,15 1,62±0,05 1,59±0,22

LE (µm) 26,29±3,36 24,78±3,22 23,85±3,04 23,82±3,05

FV 19,03±2,22 21,32±1,44 21,99±2,21 21,83±2,95

*CS = ração comercial, sem EFAR; CT = ração comercial e EFAR; PS = ração suplementada com polpa de

pequi, sem EFAR; PT = ração suplementada com polpa de pequi e EFAR. Valores expressos em média ± desvio

padrão. Médias seguidas por letras superescritas (linha) diferentes indicam diferença estatística pelo teste Fisher

(p<0,05).

O epitélio intestinal é constituído por uma camada única de células que apresentam

duas funções críticas: agir como barreira para substâncias estranhas e como filtro para

nutrientes (CHEN et al., 2013b). Alterações morfológicas neste epitélio podem favorecer a

invasão de substâncias estranhas ou patógenas e dificultar ou alterar a absorção de nutrientes.

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59

Essas disfunções resultam, em geral, em doenças intestinais, como diarreia, constipação,

doença inflamatória intestinal, alergias alimentares, dentre outras (KUCHARZIK et al.,

2001).

Foi observado que AV foi maior e a LV foi menor em razão da ingestão da polpa

de pequi (PS) em relação aos controles sedentários, e que a associação do EFAR não

alterou esse efeito. A profundidade das criptas também foi aumentada em relação aos

CS, mas neste caso, de maneira similar entre os animais PS e PT. Apesar de o aumento

da profundidade das criptas indicar maior agressão à estrutura celular (AROUCA et al.,

2012), o aumento na altura das vilosidades indica alta taxa de descamação acompanhada

de diferenciação celular nas criptas e migração para as vilosidades. Podemos então

inferir que a ingestão da polpa de pequi pode ter levado a um aumento na área de

superfície de absorção e a uma mais rápida renovação de vilosidades. De acordo com

Ashraf (2013), aumentos nas dimensões das vilosidades levam a aumento da área de

superfície e aumento na profundidade da cripta, o que pode resultar em um aumento do

turnover celular, promovendo uma rápida renovação das vilosidades. Esses efeitos

contribuem para o bom funcionamento intestinal.

As alterações morfológicas observadas podem ser decorrentes principalmente dos três

componentes bioativos majoritários presentes na polpa de pequi: lipídeos, fibras e

carotenoides. Dentre os lipídeos da polpa de pequi, o ácido oleico já foi relacionado com

melhor desenvolvimento da mucosa intestinal, promovendo aumento da altura, redução da

largura das vilosidades e aumento da profundidade das criptas (ROSA et al., 2010). Por outro

lado, o ácido palmítico está associado ao aumento da proliferação celular nas criptas e

diminuição da apoptose nas vilosidades (SUKHOTNIK et al., 2008).

Efeitos divergentes das fibras sobre a morfologia intestinal foram relatados conforme

seu tipo e qualidade (HEDEMANN et al. 2006; ARRUDA et al., 2008; AROUCA et al.,

2012). Fibras solúveis foram previamente relacionadas com redução na altura das vilosidades

e profundidade das criptas, sem alterar a relação AV/PC ou a frequência de vilosidades por

campo (HEDEMANN et al. 2006). Já as fibras insolúveis foram associadas à maior AV e

relação AV/PC (ARRUDA et al., 2008). Considerando a maior proporção de fibras insolúveis

na polpa de pequi, os resultados aqui encontrados estão em consonância com os da literatura,

já que também verificamos uma preservação da morfologia intestinal.

Por sua vez, a atuação dos carotenoides sobre as células intestinais pode ser devido a

duas de suas principais funções. Na primeira, os carotenoides são precursores de vitamina A.

É bem elucidado que a vitamina A é crucial para o crescimento celular normal, diferenciação

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60

e manutenção dos tecidos epiteliais (ALLEN et al., 2002; UCHIYAMA & YAMAGUCHI,

2005). Sua deficiência foi relacionada com redução na diferenciação celular e na altura das

vilosidades (ZAIGER et al., 2004). Além disso, a taxa de renovação celular aumentada na

região apical das vilosidades leva a um aumento da atividade das enzimas antioxidantes na

região para preservação celular (TURAN et al., 2009). Nesse contexto, presume-se que os

carotenoides como antioxidantes naturais exógenos podem também contribuir para

preservação celular na região.

Adicionalmente, a ausência do efeito da associação da polpa de pequi com o

treinamento sobre a altura das vilosidades, bem como seu efeito sobre o aumento da

profundidade das criptas (CS x PT), sugere um papel do EFAR sobre a descamação

celular preponderante em relação à renovação. Apesar da ausência de diferenças

estatísticas, em valores absolutos, observamos também aumento na profundidade das

criptas induzido pelo treinamento isoladamente (CS x CT). Entretanto, como a relação

AV/PC foi semelhante entre os grupos, nenhum prejuízo à integridade da mucosa pode

ser relacionado com esses tratamentos. Portanto, a associação da polpa de pequi com o

EFAR promoveu alterações discretas sobre a morfologia intestinal, não havendo

prejuízos na sua estrutura.

5.2.4. Efeito da ingestão da polpa de pequi associada ao exercício físico aeróbio regular

sobre o estado redox.

Tendo em vista que, tanto o EFAR quanto a composição química da polpa de pequi

podem interferir em variáveis relacionadas ao estado redox, nosso último ponto de

investigação foi a avaliação dos efeitos da associação entre o EFAR e a ingestão da polpa de

pequi sobre a capacidade antioxidante plasmática e tecidual, a atividade das enzimas

superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT) e sobre a peroxidação lipídica tecidual.

A Figura 9 mostra que o treinamento, isoladamente, aumentou a capacidade

antioxidante total no sóleo (A) e no coração (B). Já a suplementação com polpa de pequi

aumentou a capacidade antioxidante total apenas no coração (B). A associação de ambos não

influenciou (A, B, C e D) sobre a capacidade antioxidante de nenhum dos homogenatos (PT x

CS). No fígado também não foram observados efeitos dos tratamentos isoladamente na

capacidade antioxidante (C). No plasma, houve redução da capacidade antioxidante para os

grupos PS e PT em relação ao CT, sendo que nenhum grupo diferiu do CS (D).

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61

A

Tratamentos

CS CT PS PT

µM

de

equ

iva

lente

de

Fe

(II)

.mg-1

p

rote

ína

(só

leo)

0

10

20

30

40

50

60

70

C

Tratamentos

CS CT PS PT

µM

de

equ

iva

lente

de

Fe

(II)

.mg-1

p

rote

ína

(fíga

do

)

0

10

20

30

40

50

60

B

Tratamentos

CS CT PS PT

µM

de

equ

iva

lente

de

Fe

(II)

.mg-1

p

rote

ína

(co

raçã

o)

0

100

200

300

400

D

Tratamentos

CS CT PS PT

µM

de

equ

iva

lente

de

Fe

(II)

.mg-1

p

rote

ína

(p

lasm

a)

0

5

10

15

20

25

a

a,ba

b

a

bb

a,b

a a,ba,b

b

Figura 9 - Capacidade antioxidante total no sóleo (A), coração (B), fígado (C) e plasma (D) dos animais

experimentais após 15 semanas de tratamento. Tratamentos: CS = ração comercial, sem EFAR; CT = ração

comercial e EFAR; PS = ração suplementada com polpa de pequi, sem EFAR; PT = ração suplementada com

polpa de pequi e EFAR. Valores expressos em média ± desvio padrão. Médias seguidas por letras diferentes

indicam diferença estatística pelo teste de Fisher (p < 0,05).

O FRAP é um método baseado na redução de íon metálico Fe(III). Isto é importante

porque o Fe(III) reage com o H2O2 e forma um radical livre altamente reativo (•OH). O FRAP

é fortemente corelacionado com a concentração molar de antioxidantes endógenos e exógenos

(BENZIE & STRAIN, 1996), sendo, portanto, um importante marcador da capacidade

antioxidante.

Com base nesse método, observamos que o EFAR elevou a capacidade antioxidante

no sóleo, quando comparado aos animais sedentários. É bem elucidado na literatura que o

exercício agudo resulta no aumento da produção de espécies reativas de oxigênio nos

músculos, mas cronicamente, gera sinais que induzem a mecanismos adaptativos, com

aumento da capacidade antioxidante (REID, 2008; JACKSON, 2011; MUSUMECI et al.,

2013).

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Em consonância, esse efeito também foi observado no coração. De acordo com

Blomqvist (1983), o exercício induz ao aumento da captação de oxigênio no coração em até

quatro vezes em relação ao basal. Esse aumento do metabolismo de oxigênio pode levar ao

estresse oxidativo e, assim como no músculo esquelético, aumentar as defesas antioxidantes,

além de promover melhor função cardíaca. Efeito do exercício de natação realizado durante

dez semanas sobre o aumento na capacidade antioxidante total no coração de ratos jovens

machos já havia sido relatado previamente por Venditti e Meo (1996).

Já a elevação do FRAP no coração induzida pela suplementação com polpa de pequi

pode ser explicada, pelo menos em parte, pela maior disponibilidade de carotenoides e pelo

menor grau de insaturações dos ácidos graxos da polpa. Os carotenoides são componentes

antioxidantes naturais do pequi, de natureza lipofílica que podem ser incorporados na

membrana mitocondrial, local onde é encontrada grande parte dos radicais livres produzidos

durante o aumento do fluxo de elétrons da cadeia transportadora de elétrons para satisfazer as

necessidades energéticas do órgão (VEGA et al., 2009; FIGUEIRA et al., 2013). Por outro

lado, o menor grau de insaturações dos ácidos graxos está relacionado com alta proteção

contra a peroxidação (MATAIX et al., 1998). Além disso, verificamos em nossas análises

preliminares, alta capacidade de reduzir metais nos extratos metanólico e etanólico da polpa

de pequi, o que indica que os componentes lipossolúveis da polpa estão associados às suas

propriedades antioxidantes.

No entanto, de maneira interessante, quando houve a associação do EFAR com a

ingestão da polpa de pequi, observou-se um decréscimo na capacidade antioxidante total do

coração, mas que, além de não ter sido significativo, não diferiu dos demais tratamentos, ou

seja, situou-se em um ponto intermediário entre as respostas dos animais dos demais

tratamentos. Todavia, é importante ressaltar que, em valores absolutos, a associação de polpa

de pequi ao EFAR elevou a capacidade antioxidante do coração em 48% em relação ao grupo

CS, o que, biologicamente, pode ser importante.

No fígado, não observamos quaisquer efeitos dos tratamentos na capacidade

antioxidante total. Isso pode ser explicado pela excessiva carga de reações metabólicas que o

órgão recebe, com aumento de radicais livres e sistema de defesas antioxidantes na mesma

proporção. Além disso, esse órgão tem sido relacionado a uma menor capacidade antioxidante

em relação a outros (KATALINIC et al., 2005), de forma que efeitos de tratamentos podem

não ser detectáveis facilmente; no nosso experimento, as grandezas encontradas para

capacidade antioxidante total nesse órgão tendeu a ser menor que nos demais, à exceção do

plasma.

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No plasma, os efeitos na capacidade antioxidante total somente foram significativos

quando comparamos o treinamento isoladamente com a ingestão da polpa ou com a

associação de ambos. Assim, observamos maior eficiência do treinamento em elevar a

capacidade antioxidante em relação ao tratamento com polpa de pequi, possivelmente pelos

mecanismos adaptativos já discutidos, sobre as defesas antioxidantes endógenas (GOMEZ-

CABRERA et al., 2008). Nesse caso, a ingestão da polpa de pequi isoladamente não exerceu

nenhuma influência. Podemos inferir que os componentes antioxidantes da polpa de pequi não

exerceram impacto, talvez pelo fato de o plasma não ser local de acúmulo ou atividade

biológica desses compostos (ERDMAN et al.,1986; YONEKURA & NAGAO, 2007).

Adicionalmente, uma redução dos antioxidantes circulantes pode ter ocorrido, devido à sua

redistribuição para os tecidos, onde a demanda está aumentada, o que corrobora os menores

valores de capacidade antioxidante total, observados no plasma em relação aos valores

verificados nos tecidos (músculo, coração e fígado).

Considerando que a capacidade antioxidante total de tecidos é dada, em parte, pela

atividade de enzimas antioxidantes, prosseguimos nossa investigação, realizando ensaios de

atividade das enzimas superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT) em tecidos. A Figura 10

mostra que o treinamento, isoladamente, foi capaz de promover aumento na atividade da SOD

no sóleo (A) em relação aos dois grupos sedentários (CT x CS ou PS). Não foram observadas

alterações significativas na atividade desta enzima no fígado (B).

A

Tratamentos

CS CT PS PT

Superó

xid

o d

ism

uta

se (

U/m

g p

rote

ína s

óle

o)

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6B

Tratamentos

CS CT PS PTSuperó

xid

o d

ism

uta

se (

U/m

g p

rote

ína f

ígado)

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

b

a

b

a,b

Figura 10 - Atividade da Superóxido Dismutase (SOD) no sóleo (A) e fígado (B) dos animais experimentais

após 15 semanas de tratamento. Tratamentos: CS = ração comercial, sem EFAR; CT = ração comercial e EFAR;

PS = ração suplementada com polpa de pequi, sem EFAR; PT = ração suplementada com polpa de pequi e

EFAR. Valores expressos em média ± desvio padrão. Médias seguidas por letras diferentes indicam diferença

estatística pelo teste de Fisher (p < 0,05).

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A SOD catalisa a destruição do radical superóxido (•O2) convertendo-o em H2O2. Isso

é importante porque o •O2 é uma das formas mais deletérias de espécies reativas de oxigênio

ao organismo (CODOÑER-FRANCH et al., 2011). No exercício físico aeróbio,

especialmente o agudo, mas também no treinamento crônico, a atividade contrátil parece

aumentar a produção do ânion superóxido devido ao elevado consumo de oxigênio que ocorre

com aumento da atividade mitocondrial, o que implica na geração de elétrons (JACKSON,

2011; FIGUEIRA et al., 2013). Esse aumento fornece sinalização para o aumento da atividade

da enzima superóxido dismutase, prevenindo o desbalanço dos radicais superóxido e

consequente estresse oxidativo (CODOÑER-FRANCH et al., 2011). Foi observado que o

EFAR elevou a atividade da SOD no sóleo, o que está de acordo com evidências da literatura

(MCARDLE et al., 2001; JACKSON et al., 2011; LIU et al., 2011; JIANG et al., 2014),

resultado que também reforça a maior capacidade antioxidante total do sóleo observada nos

animais CT.

A associação do EFAR com a polpa de pequi tendeu a reduzir o aumento da atividade

da SOD, induzido pelo exercício, o que pode ter ocorrido principalmente pelo aporte de

carotenoides que a polpa de pequi fornece, considerando que esses também são antioxidantes

efetivos contra o ânion superóxido (BARREIROS & DAVID, 2006; GÜLÇIN 2012), não

havendo assim, necessidade de aumento das defesas endógenas na mesma proporção que

ocorreu com o exercício isolado, para manutenção do balanço redox.

No fígado, nós não observamos diferenças significativas. No entanto, os animais

treinados (CT e PT) tenderam a apresentar maior atividade de SOD e a ingestão da polpa de

pequi não influenciou esta tendência, novamente indicando o efeito adaptativo do exercício

nas defesas antioxidantes.

Como já descrito, o produto da atividade da SOD na destruição do radical superóxido

é o H2O2. A catalase, outra enzima antioxidante, faz parte do sistema de prevenção que atua

na dismutação do H2O2 em oxigênio e água. Apesar de este composto ser pouco reativo, na

ausência de metais de transição, exerce papel importante no estresse oxidativo, já que pode

formar o radical hidroxila (OH˙), que é altamente reativo. Assim, tendo em vista que a

catalase é responsável por eliminar parte desse peróxido, resolvemos estudar o efeito de

nossos tratamentos sobre a atividade dessa enzima no sóleo, coração e fígado.

A Figura 11 mostra que os tratamentos utilizados não exerceram influência

significativa sobre a atividade da catalase no músculo (Figura 11A) e coração (Figura 11B).

No fígado, associação da polpa de pequi com o treinamento aumentou a atividade da catalase

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(CS x PT) (Figura 11C), sendo que estes tratamentos, isoladamente, não exerceram o mesmo

efeito.

C

Tratamentos

CS CT PS PT

Cata

lase (

^E/m

in/m

g p

rote

ína f

ígado)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

A

Tratamentos

CS CT PS PT

Cata

lase (

^E/m

in/m

g p

rote

ína s

óle

o)

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

B

Tratamentos

CS CT PS PT

Cata

lase (

^E/m

in/m

g p

rote

ína c

ora

ção)

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

b

a,b a,b

a

Figura 11 - Atividade da Catalase no sóleo (A), coração (B) e fígado (C) dos animais experimentais após 15

semanas de tratamento Tratamentos: CS = ração comercial, sem EFAR; CT = ração comercial e EFAR; PS =

ração suplementada com polpa de pequi, sem EFAR; PT = ração suplementada com polpa de pequi e EFAR.

Valores expressos em média ± desvio padrão. Médias seguidas por letras diferentes indicam diferença estatística

pelo teste de Fisher (p < 0,05).

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Da mesma maneira, no músculo esquelético e cardíaco, a atividade da catalase não foi

modificada significativamente pelo EFAR ou pela polpa de pequi ou pela associação de

ambos. Entretanto, observamos uma tendência a maiores valores quando comparamos os

animais CS com os PT, da ordem de 23% e 35%, para sóleo e coração, respectivamente. Isto,

biologicamente, pode ser importante, pois os músculos esquelético e cardíaco são diretamente

recrutados para realização do exercício físico e estão, por isso, em constante processo

oxidativo (DEATON & MARLIN, 2003; SALO et al., 1991; JI, 2008). Assim, o aumento da

atividade da catalase, mesmo que, em pequenas proporções, está relacionado à defesa contra

aumento excessivo de H2O2 e manutenção do balanço redox.

Por outro lado, a ausência de diferença significativa indica que a elevação do H2O2,

pode ter ocorrido em quantidade considerada fisiológica, não sendo necessária uma maior

ativação da catalase para sua eliminação. Algumas evidências sugerem que baixas

concentrações de H2O2 são necessárias para sinalização de vias fisiológicas importantes no

músculo esquelético e cardíaco (MCARDLE et al., 2004; SINDLER et al., 2013). O H2O2 em

baixa quantidade é fundamental para manutenção da força muscular contrátil, captação da

glicose e sinalização da via da insulina (MCARDLE et al., 2004; GOMEZ-CABRERA et al.,

2008; POWERS & JACKSON, 2008). Em consonância com nossos achados, Gul et al.

(2006) e Ji et al. (1988) também não observaram aumento significativo da catalase induzido

pelo treinamento aeróbio de resistência (esteira) por oito semanas no coração e no músculo

esquelético de ratos.

No fígado, houve aumento significativo da atividade da catalase em razão da

associação da polpa de pequi com o EFAR. Tem sido demonstrado que tanto o exercício em

esteira quanto em piscina levam ao aumento da atividade da catalase no fígado (KAKARLA

et al., 2005; BOTEZELLI et al., 2011). É importante também destacar que, nesse órgão, a

atividade enzimática, em especial da catalase, é mais fácil de ser detectada. Isso porque,

comparado ao músculo, o fígado normalmente apresenta maior conteúdo de catalase e

também consome alto teor de oxigênio e, por isso, necessita de uma maior proteção das

enzimas antioxidantes endógenas para redução das espécies reativas de oxigênio como

mecanismo adaptativo (JI et al., 1988).

Por outro lado, o ácido oleico presente na polpa de pequi foi relacionado com melhoria

da atividade da catalase no fígado de ratos tratados com etanol e esse aumento foi asssociado

à sua natureza monoinsaturada (KASDALLAH-GRISSA et al., 2008). Makni et al. (2008)

verificaram que uma mistura de sementes de linhaça e abóbora (ricos em MUFAs e

antioxidantes) promoveram aumento da atividade da catalase no fígado de ratos e atribuíram o

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resultado aos componentes antioxidantes e aos ácidos graxos monoinsaturados desses

alimentos. Tais componentes são semelhantes aos compostos da polpa de pequi, também rica

em MUFAs e carotenoides que, somados, podem ter contribuído para melhor atividade da

catalase.

Assim, podemos inferir que, quando associados, os efeitos fisiológicos adaptativos do

EFAR somaram-se aos efeitos dos componentes da polpa de pequi e melhoraram a atividade

da catalase, indicando maior eliminação do H2O2 no fígado.

Dentre as diversas macromoléculas afetadas por radicais livres, destacam-se os

fosfolipídeos de membranas. A ação dos radicais livres nessas moléculas leva a um evento

generalisticamente chamado de peroxidação lipídica. A peroxidação lipídica é um dos

principais resultados da injúria aos tecidos mediada por radicais livres, ocorre principalmente

nas membranas fosfolipídicas e pode alterar extensivamente as propriedades fisico-químicas

da bicamada lipídica, resultando em disfunção celular severa (CATALÁ, 2013).

Portanto, os níveis de peroxidação lipídica constituem um indicador do grau de

oxidação dessas moléculas. Diante desse contexto, avaliamos a influência da associação do

EFAR à ingestão da polpa de pequi nos níveis de peroxidação lipídica no sóleo, coração e

fígado. Conforme pode ser verificado na Tabela 9, não houve diferenças significativas entre

os tratamentos em relação à peroxidação lipídica nos tecidos avaliados.

Tabela 9. Níveis de peroxidação lipídica – TBARs (nmol MDA/mg proteína) em homogenato

de sóleo, fígado e coração dos animais experimentais após 15 semanas de tratamento.

Tecidos

Grupos Experimentais

CS CT PS PT

Sóleo 4,86±2,34 4,03±1,47 3,51±1,17 3,48±1,11

Fígado 6,46±1,92 5,63±0,59 6,34±2,04 7,5±3,52

Coração 2,38±0,83 2,5±0,59 2,74±0,35 2,35±0,1

CS = ração comercial, sem EFAR; CT = ração comercial e EFAR; PS = ração suplementada com polpa de pequi,

sem EFAR; PT = ração suplementada com polpa de pequi e EFAR. Valores expressos em média ± desvio

padrão. Ausência de letras superescritas (linha) indica ausência de diferença estatística pelo teste Fisher (p<0,05).

A peroxidação lipídica pode ser definida como a deterioração oxidativa de lipídeos

contendo duplas ligações entre carbonos (CATALÁ, 2013). Os ácidos graxos poliinsaturados

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são mais susceptíveis à peroxidação lipídica por possuírem maior número de ligações

insaturadas. No caso da polpa de pequi, seus dois ácidos graxos majoritários, os quais são

facilmente incorporados nos lipídeos de membrana, não contribuem para aumento do número

de insaturações, considerando-se que o oleico apresenta apenas uma insaturação enquanto que

o palmítico é saturado.

Por outro lado, o exercício físico agudo é conhecido por elevar as espécies reativas de

oxigênio e aumentar a peroxidação lipídica. Entretanto, a contratilidade muscular no exercício

moderado, tal como adotado em nosso protocolo, pode elevar as concentrações de radicais

livres, mas em níveis considerados fisiológicos e necessários ao aumento das defesas

antioxidantes. Nessas concentrações, as espécies reativas podem não exercer danos aos

lipídeos, DNA e proteínas (JACKSON, 2011). Dessa forma, podemos especular que tanto o

EFAR quanto a polpa de pequi (ou a associação de ambos) foram capazes de manter o

balanço entre as espécies antioxidantes e oxidantes nesses tecidos, não afetando os níveis de

peroxidação lipídica.

Assim, de maneira geral, podemos inferir que:

a) No plasma, o EFAR elevou a capacidade antioxidante apenas quando

comparado à suplementação com polpa de pequi, o que indica uma influência

das defesas antioxidantes endógenas preponderantes sobre as defesas

exógenas. Entretanto, seria necessária uma avaliação da atividade antioxidante

enzimática no plasma para sugestões mais específicas das reais causas de

aumento dessa capacidade;

b) No músculo esquelético, o aumento da capacidade antioxidante total induzido

pelo treinamento isoladamente (CT x CS e PS) pode estar associado ao

aumento da atividade da SOD, provavelmente por uma adaptação do exercício

ao aumento dos íons superóxido. Entretanto, um aumento da atividade da CAT

para eliminação do H2O2 no mesmo grupo (CT), não foi observado. Isso pode

ter ocorrido, possivelmente, pelo fato de que as concentrações de H2O2 podem

ter sido fisiológicas mesmo com aumento da atividade da SOD, ou ainda,

outros antioxidantes enzimáticos e não enzimáticos tais como a glutationa,

vitamina E e outros carotenoides podem ter atuado no músculo contra essa

espécie reativa;

c) No músculo cardíaco, é de se especular que a ausência de alterações

significativas na atividade da catalase induzida pelo treinamento ou ingestão da

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polpa de pequi pode também ter sido resultado de concentrações fisiológicas

de espécies reativas, o que é reforçado pelos níveis também inalterados de

peroxidação lipídica. Entretanto, o ensaio da atividade da SOD, além de outros

ensaios adicionais (GPx, proteína carbonilada, entre outros) seriam necessários

para melhores conclusões;

d) A atividade da catalase no fígado foi aumentada em função da associação da

polpa de pequi com o EFAR, possivelmente, em razão da alta carga de reações

metabólicas que o órgão recebe aumentando suas espécies oxidativas, com

consequente necessidade de aumento das defesas antioxidantes endógenas.

Apesar de não observada alteração na capacidade antioxidante total e na

atividade da SOD em nenhum dos tratamentos, o aumento da catalase no

fígado sinaliza para um melhor estado redox e preservação do órgão;

e) As adaptações no sistema de defesa antioxidante em resposta ao EFAR

parecem ter sido eficientes em proteger músculo, coração e fígado contra a

peroxidação lipídica, se considerarmos que os níveis de peroxidação lipídica

foram inalterados nos grupos.

6 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS

Em síntese, podemos inferir que:

O EFAR exerceu algumas tendências benéficas sobre as variáveis de crescimento e, de

forma significativa, reduziu o acúmulo de gordura na região visceral, a qual está

amplamente associada ao risco de desenvolvimento de doenças crônicas. A ingestão

da polpa de pequi exerceu influência discreta sobre essas variáveis, no que diz respeito

à tendência de redução da ingestão alimentar. E a associação da polpa de pequi com o

EFAR, além de não ter prejudicado quaisquer variáveis do crescimento, exerceu efeito

importante, ao manter o menor acúmulo de gordura na região visceral. O aumento do

gasto energético e da mobilização dos ácidos graxos provocados pelo EFAR,

associado à maior oferta de ácidos graxos mais facilmente oxidados pela polpa de

pequi, podem estar relacionados a esse efeito;

Sobre os parâmetros cardiovasculares, o EFAR reduziu a pressão arterial sistólica e

promoveu a hipertrofia cardíaca fisiológica, efeitos considerados clássicos em resposta

ao treinamento. A associação do EFAR com a ingestão da polpa de pequi manteve a

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hipertrofia, mas atenuou o efeito hipotensor do exercício, o que pode ser atribuído ao

seu conteúdo de SFA, que podem aumentar a pressão arterial.

A associação da polpa de pequi com o EFAR ou sua ingestão isoladamente não afetou

as variáveis analisadas do metabolismo glicídico. Já o EFAR, de forma isolada, tendeu

a reduzir a resistência à insulina, considerando-se sua redução em valores absolutos às

concentrações de insulina e índice HOMA-IR, o que está relacionado principalmente

com o efeito do EFAR sobre a homeostasia da glicose.

A associação da ingestão da polpa de pequi ao EFAR melhorou o perfil lipídico, já

que no plasma, tendeu a reduzir as concentrações de triglicerídeos e aumentar os de

HDL, além de reduzir o risco aterogênico. E no fígado e fezes, reduziu as

concentrações hepáticas de colesterol e triglicerídeos e aumentou a excreção fecal

desses lipídeos. A constituição da polpa de pequi em fibras, carotenoides e ácidos

monoinsaturados e saturados, associado ao aumento da mobilização oxidativa dos

ácidos graxos pelo EFAR podem explicar o melhor perfil lipídico apresentado.

Sobre a histomorfometria duodenal, a ingestão da polpa de pequi, de forma isolada,

exerceu influência significativa sobre as variáveis da morfologia intestinal. E apesar

do EFAR não ter exercido alterações claras sobre essa morfologia, a sua associação

com a ingestão da polpa de pequi tendeu a manter as alterações proporcionadas por

essa, sobre a altura e largura das vilosidades e, de forma significativa, manteve o

aumento da profundidade das criptas do epitélio intestinal, indicando um aumento na

taxa de renovação celular, sem prejuízos à estrutura do epitélio. Os lipídeos, fibras e

carotenoides da polpa de pequi são os principais responsáveis por essas alterações, já

que exercem efeitos sobre desenvolvimento, crescimento, renovação e preservação da

mucosa intestinal.

Sobre as variáveis do balanço redox, o EFAR induziu algumas alterações nas defesas

antioxidantes, possivelmente por estar relacionado ao aumento na produção de

espécies reativas, o que causou respostas adaptativas positivas nessas defesas. A

ingestão da polpa de pequi exerceu efeito positivo sobre a capacidade antioxidante

total do coração, o que pode ter ocorrido devido à maior disponibilidade de

antioxidantes exógenos neste grupo. E a associação entre o EFAR e a ingestão da

polpa de pequi exerceu efeito positivo apenas sobre o fígado, com aumento da

atividade da catalase; nenhum efeito prejudicial foi verificado.

Desta forma, os efeitos fisiológicos advindos da ingestão da polpa de pequi associada

ao EFAR sobre a redução do acúmulo de gordura visceral e deposição de lipídeos hepáticos,

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aumento da excreção desses lipídeos, aumento da profundidade das criptas intestinais e

aumento da atividade antioxidante enzimática no fígado, bem como a ausência de efeitos

prejudiciais sobre as variáveis do metabolismo glicídico e demais variáveis do estado redox

podem ser associados ao menor risco de desenvolvimento de DCNT e à manutenção da saúde.

No entanto, ainda são necessários estudos adicionais para o esclarecimento de efeitos

biológicos dessa associação. Assim, as perspectivas envolvem pesquisas a fim de verificar: (a)

prováveis mecanismos que poderiam levar ao menor acúmulo de gordura na região visceral

em razão da ingestão da polpa de pequi associada ao EFAR; (b) prováveis mecanismos que

poderiam levar à menor deposição hepática e maior excreção fecal de lipídeos em função da

associação da ingestão da polpa de pequi ao EFAR; (c) a dosagem de carotenoides

plasmáticos e teciduais para correlacionar com efeitos antioxidantes não endógenos; (d) a

existência ou não da relação dose-dependente para a inclusão polpa de pequi na dieta de modo

a exercer efeitos fisiológicos positivos quando associada ao EFAR; (e) efeitos fisiológicos da

substituição de ingredientes/nutrientes em dietas purificadas pela polpa de pequi; (f) e efeitos

terapêuticos da ingestão da polpa de pequi associada ao EFAR em distúrbios metabólicos.

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