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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA MESTRADO PROFISSIONAL ENFERMAGEM ASSISTENCIAL TECNOLOGIA EDUCATIVA EM SAÚDE PARA USUÁRIOS DO SERVIÇO DE HEMODINÂMICA SUBMETIDOS À CINEANGIOCORONARIOGRAFIA Autora: Rosana Moreira de Sant’Anna Orientadora: Prof.ª Dr.ª Cristina Lavoyer Escudeiro Linha de Pesquisa: O Contexto de Cuidar em Saúde Niterói, Julho 2014 Rua Dr. Celestino, 74 24020-091- RJ Brasil Telefone: (21) 2629-9484

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

MESTRADO PROFISSIONAL ENFERMAGEM ASSISTENCIAL

TECNOLOGIA EDUCATIVA EM SAÚDE PARA USUÁRIOS

DO SERVIÇO DE HEMODINÂMICA SUBMETIDOS À

CINEANGIOCORONARIOGRAFIA

Autora: Rosana Moreira de Sant’Anna

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Cristina Lavoyer Escudeiro

Linha de Pesquisa: O Contexto de Cuidar em Saúde

Niterói, Julho 2014

Rua Dr. Celestino, 74 24020-091- RJ – Brasil Telefone: (21) 2629-9484

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TECNOLOGIA EDUCATIVA EM SAÚDE PARA USUÁRIOS DO

SERVIÇO DE HEMODINÂMICA SUBMETIDOS A

CINEANGIOCORONARIOGRAFIA

Autora: Rosana Moreira de Sant’Anna

Orientadora: Prof.ª Dra. Cristina Lavoyer Escudeiro

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação Stricto Sensu – Mestrado

Profissional em Enfermagem Assistencial

Escola de Enfermagem Aurora de Afonso

Costa, Universidade Federal Fluminense

como parte dos requisitos para obtenção do

título de Mestre.

Linha de Pesquisa: O Contexto de Cuidar

em Saúde

Niterói, Julho 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

MESTRADO PROFISSIONAL ENFERMAGEM ASSISTENCIAL

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

TECNOLOGIA EDUCATIVA EM SAÚDE PARA USUÁRIOS

DO SERVIÇO DE HEMODINÂMICA SUBMETIDOS A

CINEANGIOCORONARIOGRAFIA

Linha de Pesquisa: O Contexto de Cuidar em Saúde

Autora: Rosana Moreira de Sant’Anna

Orientadora: Prof.ª Dra. Cristina Lavoyer Escudeiro

Banca: Prof.ª Dra. Cristina Lavoyer Escudeiro – UFF/EEAAC

Prof.ª Dra. Maria Luiza de Oliveira Teixeira - UFRJ/EEAN

Prof.ª Dra. Simone Cruz Machado Ferreira – UFF/EEAAC

Suplente(s):

Profª. Dra. Elen Martins da S. Castelo Branco – UFRJ/EEAN

Prof.ª Dra. Selma Petra Chaves Sá – UUF/EEAAC

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S 231 Sant'anna, Rosana Moreira de.

Tecnologia educativa em saúde para usuários do serviço de

hemodinâmica submetidos a cineangiocoronariografia. / Rosana

Moreira de Sant'anna. – Niterói: [s.n.], 2014.

138 f.

Dissertação (Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial) -

Universidade Federal Fluminense, 2014.

Orientador: Profª. Cristina Lavoyer Escudeiro.

1. Tecnologia. 2. Tecnologia Educacional. 3. Cateterismo Cardíaco.

4. Educação em Saúde. 5. Cuidados de Enfermagem. 6. Humanização

da Assistência. I. Título.

CDD 610.7

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Dedico este trabalho ao meu esposo Mario e aos

meus filhos Mariana, Marina e William,

amores da minha vida e meus maiores tesouros,

sempre presentes nesta caminhada.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, que me concedeu a oportunidade para vencer os obstáculos e

conquistar o meu objetivo, através de sua força e sabedoria.

À Prof.ª Dra. Cristina Lavoyer Escudeiro, pelos ensinamentos e orientações

essenciais para a elaboração deste estudo, sempre dispensados com toda calma,

incentivo e positividade.

Aos meus pais, Darcy e Damiana, in memoriam, que me apoiaram para conquistar e

realizar mais uma missão em minha vida. Agradeço pela educação, pois mesmo com as

dificuldades, sempre me ensinaram a amar o próximo, lutar pelos meus objetivos com

respeito e dignidade. Ensinamentos que levo por toda a minha vida. São lições de amor,

respeito, companheirismo, caráter, valores essenciais a todo ser humano e que deixarei

como herança aos meus filhos. Sinto orgulho e saudades de vocês.

Aos meus familiares, Mario, Marina, Mariana, William; meus irmãos: Rodrigo, Roseli,

Ronaldo, Ricardo, Rosângela; cunhados (as) e sobrinhos (em particular David), que

participaram comigo de cada nova etapa superada, com muito esforço e dedicação

vencendo cada dia os obstáculos e os desafios que surgiram no decorrer deste estudo.

Desculpe-me pelas ausências. Muito obrigada a cada um de vocês!

Aos meus amigos, que compartilharam comigo dos muitos momentos felizes e tristes.

Foram momentos de grandes conversas; risadas; cafés; águas; almoços; cursos

extracurriculares, alguns com responsabilidade de futuros mestres, outros

simplesmente para nos divertirmos. Vocês me incentivaram a não desistir nos

momentos difíceis e a seguir em frente com o olhar focado no essencial. Tenho certeza

que cada um, no seu tempo, superou as dificuldades surgidas. Vocês estarão para

sempre em meus pensamentos e no meu coração.

Aos diretores e funcionários do HUAP, da EEAAC e da biblioteca, que com carinho

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contribuíram para a realização deste estudo, disponibilizando espaço físico, tempo

materiais. Obrigada!Vocês merecem meu carinho e respeito.

Aos meus professores, tão presentes e competentes, que nunca deixaram de trazer

contribuições pertinentes ao meu estudo. Vocês serão lembrados com carinho. Em

especial, a Prof.ª Simone Cruz, você é o máximo! Obrigada por sua atenção e

prontidão, o seu estar presente nos meus momentos de desespero. Sou muito grata a

você.

Aos usuários entrevistados, pela disponibilidade, minha gratidão pelo tempo

dispensado e pelas declarações que contribuíram para a elaboração desse estudo.

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“Que Deus me permita falar como eu quisera, e ter pensamentos dignos dos

dons que recebi, porque é ele mesmo quem guia a sabedoria e emenda os sábios,

porque nós estamos em suas mãos, nós e nossos discursos, toda a nossa inteligência e

nossa habilidade; foi ele quem me deu a verdadeira ciência de todas as coisas, quem

me fez conhecer a constituição do mundo e as virtudes dos elementos, o começo, o fim e

o meio dos tempos, a sucessão dos solstícios e as mutações das estações, os ciclos do

ano e as posições dos astros, a natureza dos animais e os instintos dos brutos, os

poderes dos espíritos e os pensamentos dos homens, a variedade das plantas e as

propriedades das raízes.

Tudo que está escondido e tudo que está aparente eu conheço: porque foi a

sabedoria, criadora de todas as coisas, que mo ensinou. Há nela, com efeito, um

espírito inteligente, santo, único, múltiplo, sutil, móvel, penetrante, puro, claro,

inofensivo, inclinado ao bem, agudo, livre, benéfico, benévolo, estável, seguro, livre de

inquietação, que pode tudo, que cuida de tudo, que penetra em todos os espíritos, os

inteligentes, os puros, os mais sutis.

Mais ágil que todo o movimento é a Sabedoria, ela atravessa e penetra tudo,

graças à sua pureza. Ela é um sopro do poder de Deus, uma irradiação límpida da

glória do Todo-poderoso; assim mancha nenhuma pode insinuar-se nela. É ela uma

efusão da luz eterna, um espelho sem mancha da atividade de Deus, e uma imagem de

sua bondade.

Embora única tudo pode; imutável em si mesma renova todas as coisas. Ela se

derrama de geração em geração nas almas santas e forma os amigos e os intérpretes de

Deus, porque Deus somente ama quem vive com a sabedoria! É ela, com efeito, mais

bela que o sol e ultrapassa o conjunto dos astros. Comparada à luz, ela se sobreleva,

porque à luz sucede a noite, enquanto que, contra a Sabedoria, o mal não prevalece”.

Sabedoria7,15-30

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Revisão Bibliográfica: Manuella Oliveira do Nascimento

Revisão de Português: ProfªCarmela Carolina Alves de Carvalho

Revisão de Inglês: Prof.ª Carmela Carolina Alves de Carvalho

Produção Técnica: Enf.ª Rosana Moreira de Sant’Anna

Ilustração e Arte Gráfica: David Costa da Silva Santos

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RESUMO

Sant’Anna RM. Tecnologia educativa em saúde para usuários do Serviço de

Hemodinâmica sobre cineangiocoronariografia [dissertação de mestrado

profissional em enfermagem]. Rio de Janeiro: Escola de Enfermagem Aurora de

Afonso Costa, Universidade Federal Fluminense; 2014.

A presente pesquisa abordou a prática educativa do enfermeiro na assistência de

enfermagem prestada no Serviço de Hemodinâmica aos usuários submetidos ao exame

de cineangiocoronariografia, tendo como objeto as representações sociais desses

usuários acerca da cineangiocoronariografia (cateterismo cardíaco). Objetivos:

caracterizar o perfil dos usuários do Serviço de Hemodinâmica submetidos à

cineangiocoronariografia; descrever as representações sociais dos usuários acerca do

exame de cineangiocoronariografia e desenvolver uma cartilha educativa acerca do

exame de cineangiocoronariografia, de modo a contribuir para assistência qualificada,

com base nas necessidades de informações dos usuários, resultando em real adesão ao

preparo do exame. O referencial teórico foi pautado na Teoria das Representações

Sociais. Método: estudo exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa, tendo

como cenário o serviço de hemodinâmica de um hospital universitário no estado do Rio

de Janeiro, no periodo de agosto de 2012 a julho de 2014. Os sujeitos foram 20 usuários

que procuraram o serviço de hemodinâmica para marcação e realização de

procedimentos de cineangiocoronariografia. As etapas de desenvolvimento da pesquisa

consistiram em: assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE); a

coleta de dados foi através da técnica da entrevista semiestruturada, com perguntas

abertas e fechadas, nas quais se identificou o perfil sociocultural dos sujeitos do estudo,

e a construção da tecnologia educativa elegida, no caso cartilha. Os dados foram

analisados e interpretados a partir da triangulação dos achados, à luz da análise de

conteúdo temática. Resultados e discussão: os dados foram agrupados em três

categorias: 1-Finalidade da cineangiocoronariografia: diagnóstico ou tratamento; 2 -

Cineangiocoronariografia como um risco sentido/percebido; 3 - A enfermeira e as

necessidades de informação sobre a cineangiocoronariografia. Os resultados revelaram

que os usuários desconhecem a finalidade do exame e para que ele serve; mas possuem

alguma informação sobre este. Apesar de não revelarem claramente, fazem associação

do exame com a morte. Os resultados mostraram ainda que esta associação nem sempre

está voltada para a finitude da vida, mas também para as mudanças que poderão advir a

partir do resultado do exame. Conclusão: As tecnologias educativas são ferramentas

que, usadas pelo enfermeiro, poderão complementar a sua práxis. As orientações podem

ser realizadas pelo enfermeiro através de estratégias que promovam a adesão, a redução

do medo, do estresse e da ansiedade, de maneira a favorecer a interação usuário-

enfermeiro. É necessário favorecer um espaço para o processo terapêutico do cuidar,

onde os profissionais de saúde possam contribuir de forma eficaz no processo do

cuidado, de maneira que não utilizem apenas as suas habilidades e conhecimentos

científicos.

Descritores: Tecnologia. Tecnologia Educacional. Cateterismo Cardíaco. Educação em

Saúde. Assistência de Enfermagem; Humanização da Assistência.

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ABSTRACT

Sant'Anna, RM. Educational technology in health for users of the Hemodynamics

Service about coronary cineangiography [ professional master’s dissertation in nursing

]. Rio de Janeiro : Nursing School Aurora Afonso Costa , Fluminense Federal

University, 2014.

This research addressed the educational practice of nurses in the nursing care provided

in the Hemodynamics Service to users submitted to the coronary cineangiography

examination, taking as object the social representations of these users about coronary

cineangiography (cardiac catheterization). Objectives: to characterize the profile of the

users of the Hemodynamics Service submitted to coronary cineangiography; to describe

the social representations of users about the coronary cineangiography examination and

develop a educational leaflet about the aforementioned procedure, in such a way as to

contribute to quality care, with basis on the needs for information on the part of users,

resulting in actual adherence to the preparation of the examination. Theoretical

benchmark grounded on the Social Representations Theory. Method: Exploratory and

descriptive study with a qualitative approach, taking as scenario the Hemodynamics

Service of a university hospital in the state of Rio de Janeiro, during the period between

August 2012 and July 2014. The subjects were 20 users who sought the Hemodynamics

Service for scheduling and accomplishment of procedures of coronary cineangiography.

The stages of development of the research consisted of: signature of the Free and

Informed Consent Form (FICF); the data collection was performed through the

technique of semi-structured interview, with open and closed questions, where the

socio-cultural profile of the study subjects was identified, as well there was the

construction of the elected educational technology, in which case it is leaflet. The data

were analyzed and interpreted from the triangulation of findings, in the light of the

thematic content analysis. Results and discussion: The data were grouped into three

categories: 1- Purpose of coronary cineangiography: diagnosis or treatment; 2-

Coronary cineangiography as a felt/perceived risk; 3 - The nurse and needs for

information about coronary cineangiography. The results have revealed that users are

unaware of the purpose of the examination and its usability; but they have some

information about it. Although they clearly do not reveal, they make association

between such examination and death. Furthermore, the results denotes that this

association is not always linked to the finiteness of life, but to changes that may arise

from the outcome of the examination. Conclusion: The educational technologies are

tools that, when used by nurses, will be able to complement their praxis. The guidelines

can be performed by nurses through strategies that promote adherence, reduction of

fear, stress and anxiety, in order to encourage the user-nurse interaction. One should

provide a space to promote the therapeutic process of care in which health professionals

contribute effectively in the process of care, in such a way as to prevent that they only

make use of their scientific knowledge and skills.

Keywords: Technology; Educational technology; Cardiac catheterization; Health

education; Nursing care; Humanization of care.

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RESUMEN

Sant'Anna RM., Squire educativa. Tecnologia salud para los usuarios del Servicio de

Hemodinámica en la angiografía coronaria [tesis de grado de maestría profesional en

enfermería]. RiodeJaneiro: Escuela de Enfermería Aurora Afonso Costa, Universidade

Federal Fluminense; 2014.

La presente investigación se refiere a la práctica educativa de los enfermeros en la

atención de enfermería prestada en el Servicio de Hemodinámica a los usuarios

sometidos a exámenes de angiografía coronaria, teniendo como objeto las

representaciones sociales de estos usuarios sobre la coronariografía (cateterismo

cardíaco). Objetivos: caracterizar el perfil de los usuarios del Servicio de

Hemodinámica se realizó una angiografía coronaria; describir las representaciones

sociales de los usuarios sobre el examen de angiografía y desarrollar un folleto

educativo sobre el examen de angiografía., con el fin de contribuir a una atención de

calidad, basado en las necesidades de información de los usuarios, lo que resulta en la

adhesión efectiva a la preparación del examen. Marco teórico fue fundamentado en la

teoría de las representaciones sociales. Método: Estudio exploratorio y descriptivo, con

abordaje cualitativo, en el contexto del servicio de hemodinámica en un hospital

universitario en el estado de Río de Janeiro, para el período agosto 2012 a julio 2014

Los sujetos fueron 20 miembros que asistan al servicio de hemodinámica para el

marcado y los procedimientos de angiografía coronaria. Los pasos de la investigación

fueron: el Termo de Consentimiento Libre y Esclarecido (TCLE); recolección de datos

fue a través de la técnica de entrevistas semi-estructuradas con preguntas abiertas y

cerradas, por las cuales se identificó el perfil socio-cultural de los sujetos de estudio, y

la construcción de la tecnología educativa elegida en el folleto del evento. Fueron

analizados e interpretados de la triangulación de los resultados, a la luz del análisis de

contenido temático de los datos. Resultados y discusión: Los datos fueron agrupados

en tres categorías: 1-Propósito de la angiografía coronaria: el diagnóstico o tratamiento;

2-angiografía como un riesgo percibido / percibida; 3 - La enfermera y las necesidades

de información para la angiografía coronaria. Los resultados revelaron que los usuarios

no son conscientes de la finalidad del examen y para qué sirve; pero tienen algo de

información al respecto. Aunque es evidente que no revelan examen asociación con la

muerte. Los resultados también aportan esta asociación no siempre se enfrenta a la

finitud de la vida, sino también para los cambios que podrían resultar de la resolución

de examen. Conclusión: Las tecnologías educativas son herramientas utilizadas por el

enfermero que podrán complementar su práctica. Las directrices pueden ser realizadas

por los enfermeros a través de estrategias que promuevan la adhesión, la reducción del

miedo, el estrés y la ansiedad, así como para fomentar la interacción usuario-enfermera.

Es Necesario promover un espacio para el proceso terapéutico de la atención, donde los

profesionales de la salud contribuyen de manera efectiva en el proceso de atención, por

lo que no sólo utilizar sus conocimientos y habilidades científicas.

Palabras clave: Tecnología; La tecnología educativa; El cateterismo cardíaco;

Educación para la salud; Cuidados de enfermería; Humanización de la asistencia.

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SUMÁRIO

LISTA DE QUADROS ............................................................................................................. 16

LISTA DE TABELA ................................................................................................................. 16

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................... 16

LISTA DE SIGLAS ................................................................................................................... 17

1 – INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 19

1.1 – Considerações Iniciais ................................................................................................... 19

1.2 – Questões Norteadoras .................................................................................................... 25

1.3. Objetivos .......................................................................................................................... 25

1.4– Justificativa ..................................................................................................................... 25

2- REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO ............................................................ 30

2.1 – A Cineangiocoronariografia .......................................................................................... 30

2.1.1 A Unidade de Hemodinâmica..................................................................................... 32 2.1.2 - Contrastes Utilizados na HD ................................................................................... 33

2.2 – Doenças Arteriais Coronarianas e Seu Impacto Na Vida do Usuário .......................... 34

2.3 – O Medo e a Ansiedade ................................................................................................... 37

2.4 – A importância das orientações do Enfermeiro na Hemodinâmica ................................ 39

2.5 - Representações Sociais ................................................................................................... 41

3- METODOLOGIA ................................................................................................................. 47

3.1 – Tipo de Estudo ................................................................................................................ 47

3.2 – Cenário do estudo .......................................................................................................... 47

3.3 – Os sujeitos do estudo ...................................................................................................... 48

3.4 – Passos para a realização do estudo ............................................................................... 48

3.4.1 - Pesquisa Bibliográfica nas bases de dados ............................................................. 49 3.4.2 – Pesquisa de campo com entrevista semiestruturada e análise de conteúdo ........... 52 3.4.3- Elaboração da Tecnologia Educacional-Manual/Cartilha visando orientar os

usuários do serviço de HD acerca do exame de cineangiocoronariografia ....................... 53 3.5 - Aspectos Éticos ............................................................................................................... 54

4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................. 56

4.1 – Contextualizando o Atendimento do Serviço de Hemodinâmica e os Sujeitos ............. 56

4.2.1– Categoria 1- Finalidade da Cineangiocoronariografia: Diagnóstico ou Tratamento 61

4.2.2 – Categoria 2 - Cineangiocoronariografia: Um Risco Sentido/Percebido e o

Simbolismo da Morte .............................................................................................................. 64

4.2.3 – Categoria 3 - Necessidade de Informação/Orientação dos Usuários Submetidos à

Cineangiocoronariografia ...................................................................................................... 67

5 - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................................................... 72

5.1 - Categoria 1- Finalidade da Cineangiocoronariografia: Diagnóstico ou Tratamento ... 72

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5.2 - Categoria 2 - Cineangiocoronariografia : Um Risco Sentido/Percebido e o Simbolismo

da Morte .................................................................................................................................. 74

5.3 Categoria 3 - Necessidade de Informação/Orientação dos Usuários Submetidos à

Cineangiocoronariografia ...................................................................................................... 77

6- CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 82

7-REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 85

8 – APENDICE .......................................................................................................................... 92

8.1 - Apêndice A - – Exames Realizados Na Serviço De Hd ................................................ 92

8.2 - APÊNDICE B - Instrumento de pesquisa para coleta de dados sociodemográficos do

usuário no serviço de HD do HUAP ..................................................................................... 106

8.3 - APÊNDICE C - Identificação dos conhecimentos, crenças e possíveis causas de falta de

adesão dos usuários do serviço de HD. ................................................................................ 107

9 - ANEXOS ............................................................................................................................. 134

9.1 - Anexo 1 – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa .................................................. 134

9.2 - Anexo 2 – Termo de Compromisso Livre e Esclarecido .............................................. 138

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Fatores de risco para Doenças Arteriais Coronarianas .............................36

Quadro 2 - Distribuição dos artigos segundo o ano de publicação, a base de dados, o

nome do periódico, origem do artigo e formação dos autores .....................................51

Quadro 3: Perfil sociocultural dos sujeitos do estudo ....................................................58

LISTA DE TABELA

Tabela 1 – Perfil de atendimento no Serviço de Hemodinâmica do HUAP

.........................................................................................................................................57

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Tendências recentes de mortalidade por DCNT de 1996 a 2000 e

2007.................................................................................................................................28

Figura 2 – Taxas de mortalidade por doenças não transmissíveis por região brasileira

em 1996 e 2007 ...............................................................................................................29

Figura 3 – Tipos de cateterismos ....................................................................................32

Figura 4 – Circulação coronariana ..................................................................................33

Figura 5 – Fluxograma do simbolismo da cineangiocoronariografia .............................75

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LISTA DE SIGLAS

ACTP- ANGIOPLASTIA CORONARIANA TRANSLUMINAL PERCUTÂNEA

ANGIO – ANGIOPLASTIA

ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

ART – ARTERIOGRAFIA

BVS – BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE

CAT- CATETERISMO CARDÍACO

CNS – CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE

DAC – DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA

DESC – DESCRITORES

DCNT – DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

DM – DIABETES MELLITUS

ECG – ELETROCARDIOGRAMA

HD- HEMODINÂMICA

HUAP – HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO

IAM – INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

ICC – INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA

ICP – INTERVENÇÃO CORONARIANA PERCUTÂNEA

LILACS – LITERATURA LATINO-AMERICANA E DO CARIBE EM CIÊNCIAS

DA SAÚDE

MP – MARCAPASSO

RS – REPRESENTAÇÃO SOCIAL

SAE – SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

SCIELO – SCIENTIFIC ELETRONIC LIBRARY ON LINE

SUS – SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

TCLE – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TRS – TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

UFF – UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

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Capítulo 1- Introdução

1.1 - Considerações iniciais

1.2 - Questões norteadoras

1.3 Objetivos

1.4 Justificativa

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19

1 – INTRODUÇÃO

1.1 – Considerações Iniciais

O coração é considerado um órgão vital, tendo toda uma simbologia ao seu

redor. É considerado por alguns como o centro das emoções e da vida. Ele é um órgão

composto basicamente do músculo cardíaco, artérias, veias, válvulas e do sistema

elétrico que controla o ritmo cardíaco. Assim, apresentar um problema de saúde no

coração possui um significado de ameaça à vida, que coloca o indivíduo numa situação

de risco constante.

Nas últimas décadas, vários recursos diagnósticos vêm sendo desenvolvidos

para detectar os agravos que acometem o coração. Os cateterismos cardíacos trouxeram

a possibilidade de visualizar a rede vascular e a estrutura cardíaca. Dentre os exames

possíveis de serem realizados, destaca-se, neste estudo, a cineangiocoronariografia e o

envolvimento do paciente e de sua família no que se refere à sua realização.

Para execução do exame de cineangiocoronariografia, é necessário o manuseio

de material radiopaco dentro do sistema cardiovascular. O método apresenta baixa

morbidade e mortalidade, além de excelente confiabilidade. Durante o cateterismo

cardíaco, é possível observar a presença de placas de ateromas nas artérias,

tortuosidades coronarianas, ponte intramiocárdica (uma parte da artéria passa por dentro

do músculo cardíaco, sofrendo um estreitamento durante a contração cardíaca) e

malformações congênitas, o que permite avaliar a força de contração. Os benefícios

desse exame são a definição exata da condição cardíaca do paciente e a obtenção de

informações de forma consistente para a escolha da melhor opção terapêutica1.

Com o desenvolvimento da tecnologia e o aprimoramento das técnicas

terapêuticas médicas atuais, a cineangiocoronariografia tem sido realizada como

principal método diagnóstico para as doenças cardíacas, principalmente o Infarto Agudo

do Miocárdio2.

Apesar de ser um exame diagnóstico que vem sendo realizado em larga escala

e das informações estarem disponíveis nos meios de comunicação como internet,

televisão, revistas e jornais, os usuários chegam ao local de realização ainda com medo,

ansiosos e com muitas dúvidas quanto à realização desse procedimento. Essa condição

pode afetá-los de tal forma que a realização do exame pode ser prejudicada, pois os

usuários podem apresentar algum tipo de descompensação, como hipertensão arterial,

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20

arritmias, dentre outros, o que pode levar até mesmo à suspensão do exame.

O interesse pelo estudo surgiu a partir da reflexão da minha trajetória

profissional no Serviço de Hemodinâmica (HD) do Hospital Universitário Antônio

Pedro (HUAP), da Universidade Federal Fluminense (UFF), para onde fui transferida

no final do ano de 2007. O Serviço de Hemodinâmica é responsável pelo agendamento

e preparo do usuário para os exames cardiológicos, como a cineangiocoronariografia, as

angioplastias, as arteriografias e o implante de marca passo. Diariamente, neste setor,

são recebidos usuários para a realização de exames. Particularmente, me inquietou a

maneira como eles se apresentam antes do início do procedimento de

cineangiocoronariografia, com diversas dúvidas e temores. Com efeito, surgiram os

seguintes questionamentos: O que esses usuários sabem sobre a

cineangiocoronariografia? Eles conhecem esse procedimento e o seu preparo?

O Serviço de Hemodinâmica é responsável pelo agendamento e preparo do

cliente para os exames cardiológicos, entre eles: cineangiocoronariografia,

angioplastias, arteriografias e implante de marca passo. Para a realização desses exames,

são fornecidas informações quanto ao preparo, a saber: jejum de pelo menos 4 horas;

trazer no dia agendado todos os exames realizados anteriormente; chegar 30 minutos

antes do horário agendado; fazer tricotomia das regiões inguinais direita e esquerda; se

for diabético e estiver usando metformina, suspender 72 horas antes do procedimento;

se utiliza insulina NPH, reduzir a dose da manhã pela metade; se faz uso de medicação

anticoagulante, suspender por cinco dias antes do exame; se for alérgico a iodo, fazer a

dessensibilização, ou seja, por 48 horas pré-procedimento ingerir as seguintes

medicações: prednisona 20mg, 1 comprimido de 8/8; ranitidina 150mg, 1 comprimido

de 12/12hs; e polaramine 2mg, 1 comprimido de 12/12hs; vir acompanhado no dia do

exame; e, em caso do usuário ser portador de insuficiência renal, há a necessidade de

comparecer ao serviço com todos os exames realizados anteriormente para se avaliar

e/ou agendar a hemodiálise no Centro de Diálise do hospital.

A marcação é realizada por funcionários do Setor da Hemodinâmica. Na

secretaria não tem funcionário fixo. Também são agendados testes ergométricos,

ecocardiogramas, eletrocardiogramas e com monitores holter (estes são agendados pela

secretária do Setor de Eletrocardiograma). No dia do exame agendado, o cliente é

recepcionado pelo funcionário escalado para prepará-lo para o procedimento. Ao ser

admitido, o usuário é orientado para que troque de roupa (camisola, touca e sapatilhas

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descartáveis são fornecidas). O seu acompanhante permanece na sala até o término

dessa troca, sendo orientado para aguardar na sala de espera até o final do exame.

Aproveita-se para fazer a anamnese do cliente, a fim de saber se o preparo foi seguido

ou não. Em seguida, verifica-se os sinais vitais, punciona-se o acesso venoso periférico

e aguarda-se o início do exame. Orienta-se para que, após o exame, o cliente não

flexione o punho por 24 horas, que evite pegar peso, que só retire o curativo após 24

horas; caso o exame seja pela região inguinal, que não dobre a perna e que evite

movimentos bruscos por 5 a 8 horas após o exame.

Estudos demonstram que usuários agendados para qualquer exame diagnóstico

invasivo apresentam as mesmas inquietações: ansiedade relacionada à ameaça da

integridade física e ao bem-estar, como também às implicações advindas do resultado

diagnóstico3. É papel do enfermeiro a orientação, ensino, avaliação e acompanhamento

embasado em dados confiáveis, possibilitando o cuidado adequado do cliente4.

Ao me ver lotada no setor de hemodinâmica, presenciei várias situações onde

o usuário manifestava o sentimento de finitude de sua vida, não só no sentido real da

palavra morrer, mas também em relação a mudanças no estilo de vida e de hábitos que

possivelmente ocorreriam após resultado do diagnóstico.

Assim, pude perceber que a realização do exame implicava na presença de

mais de um acompanhante no dia agendado, sugerindo certa prontidão caso ocorresse

algum problema; ademais, havia o telefone do cliente que não parava de tocar e o olhar

de incessante questionamento sobre o que iria acontecer. Durante esses quatro anos que

permaneci no setor, comecei a questionar o porquê desses usuários chegarem assim.

Aliado a isso, ainda tinha os preparos que não eram seguidos corretamente, ocasionando

remarcações do exame, me levando a refletir se isso não seria uma forma inconsciente

de adiar mais um pouco o procedimento.

Nesse período, pude perceber que quando havia a possibilidade de recebê-los e

explicar com clareza de detalhes o que ocorreria na cineangiocoronariografia, como era

realizado no laboratório de HD, os semblantes dos usuários se acalmavam. Logo,

dirigiam-se mais calmos para a sala de exame, pois o desconhecido havia sido

apresentado. Também, foi possível observar que se houvesse algum instrumento que

agilizasse a orientação, seria um recurso que facilitaria a prática educativa nesse

contexto. Assim, comecei a refletir sobre a utilização de Tecnologias Educativas em

Saúde (TES) adequadas para os usuários da HD.

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22

As TES são instrumentos de grande importância para a realização do processo

educativo em saúde e também para o processo de cuidar. Esses recursos contribuem na

promoção à saúde, na prevenção de doenças, na reabilitação e reconhecimento de

complicações, favorecendo a autonomia do cliente e conferindo-lhe habilidades5.

A tecnologia pode ser entendida como um resultado de processos concretizados

a partir da experiência cotidiana e da pesquisa para o desenvolvimento de um conjunto

de conhecimentos científicos para a construção de materiais, ou não, com a finalidade

de provocar intervenções sobre determinada situação prática5,6

.

A enfermagem rompe com os modelos formais de educação em saúde e inova a

sua assistência com a construção de tecnologias educacionais, aliada à necessidade de

melhoria do processo ensino-aprendizagem na formação crítica-reflexiva, utilizando

para isso jogos educativos, cartilha, folder, manual educativo e vídeo5.

As práticas educativas já fazem parte do cotidiano do enfermeiro e são muitas

vezes desenvolvidas através da consulta de enfermagem, palestras, visitas domiciliares,

reuniões em grupos, campanhas educativas, cursos e salas de espera7.

Apesar de saber que a educação em saúde precisa ocorrer em tempo integral, ela

de fato não ocorre de forma adequada, pois há um quantitativo de exames que precisam

ser realizados em tempo determinado, os quais, somados as outras responsabilidades e

atividades que são da competência do enfermeiro, flexibilizam suas ações de orientação.

As políticas de saúde embasam os conceitos de saúde e doença, bem como

traduzem dimensões do poder relacionadas às diretrizes e às intervenções planificadas.

O conceito de saúde está ligado à conjuntura social, econômica, política e cultural,

depende de valores individuais, concepções científicas, religiosas e filosóficas8. As

políticas de saúde passam a ser mais visíveis como área de produção e conhecimento

através da Organização Mundial de Saúde (OMS), criada em 1947, ligada às Nações

Unidas. Elas estão presentes mesmo antes da Revolução Industrial, com intervenções

sanitárias nos países europeus e na América do Norte9.

Pela Constituição Federal de 1988, no artigo196, são garantidas à população

ações que colaborem com a saúde e a segurança. A saúde é direito de todos e dever do

Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do

risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e

serviços para sua promoção, proteção e recuperação8-10

.

O SUS é um marco de mudanças nos modelos assistenciais de saúde. As

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políticas públicas, todas elas firmadas como direito dos cidadãos, permeiam o

gerenciamento dos estudos sobre suas formulações, implementações e avaliações.

Precisam estar voltadas para atender os quesitos básicos preconizados pelo SUS, a

saber: integralidade das ações, universalidade ao acesso, equidade, qualidade e

responsabilidade, de forma que saiam do papel e passem a vincular a realidade da

população11

.

É necessário promover ações em relação à humanização da assistência

hospitalar, que se refere ao acolhimento como postura ética, não pressupondo espaço ou

local, hora ou profissional específico para fazê-lo. Implica ainda em compartilhar

saberes, necessidades, possibilidades, angústias e intenções12

. Por conseguinte, colocar

em ação o acolhimento traz uma atitude de mudança no fazer em saúde que implica,

entre outras coisas, uma postura de escuta e compromisso, em dar respostas às

necessidades de saúde trazidas pelo usuário, que incluam sua cultura, saberes e

capacidade para avaliar riscos13

.

O estudo foi realizado no Serviço de Hemodinâmica do Hospital Universitário

Antônio Pedro (HUAP), da Universidade Federal Fluminense (UFF), localizado no

estado do Rio de Janeiro, no município de Niterói. Está inserido na hierarquia do SUS

como unidade de alta complexidade, de nível terciário e quaternário. É uma instituição

de ensino e pesquisa que tem como missão gerar, transformar e difundir o

conhecimento, devendo prestar serviços de saúde com excelência, de forma digna,

crítica e hierarquizada14

. Por caracterizar-se como hospital escola, colabora com a

formação de novos profissionais da área de saúde. Atende a população da Região

Metropolitana II, que engloba, além de Niterói, as cidades de Itaboraí, Maricá, Rio

Bonito, São Gonçalo, Silva Jardim e Tanguá. Sua área de abrangência em relação à

população está estimada em mais de dois milhões de habitantes14

.

Nessa perspectiva, o problema deste estudo é a necessidade de orientação dos

usuários que serão submetidos à cineangiocoronariografia na HD do HUAP. Na

perspectiva da humanização, essa orientação vai além dos aspectos técnico-científicos.

Resgatar o atendimento de saúde humanizado constitui-se numa das chaves para

a transformação das representações negativas que profissionais e usuários têm sobre o

exame em questão12

. A implementação de uma tecnologia educativa auxiliará na

possibilidade de o usuário ser atendido de forma integral, com resolutividade e

humanização, viabilizando a adesão ao exame e a educação em saúde. Quer-se ainda

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possibilitar o cuidado de forma que as experiências somadas (profissional-usuário)

contribuam no contexto vivido por ambos para a integralidade do cuidar-educar. Nesse

sentido, são fundamentais, portanto, a construção e a sustentação de espaços que

permitam a comunicação, que facilitem e estimulem a livre expressão, a dinâmica do

diálogo, o respeito, a diversidade e a promoção de um fluxo dinâmico de propostas de

deliberações pautadas em relações mais humanas e solidárias, aliadas a um atendimento

profissional e capacitado.

O objeto deste estudo é constituído pelas representações sociais dos usuários

atendidos na HD do HUAP acerca do cateterismo cardíaco (cineangiocoronariografia),

que envolvem medo e ansiedade atribuídos ao risco de morte durante a realização desse

procedimento invasivo no coração. Entendendo que o usuário, como qualquer ser

humano, manifesta suas opiniões, apresenta suas teorias e tem uma resposta para todos

os problemas, a qual pode ser positiva ou não.

O conceito de Representação Social designa uma forma específica de

conhecimento, o saber do senso comum, que é socialmente elaborado e partilhado,

tendo uma visão prática e concorrendo para a construção de uma realidade comum a um

conjunto social15

.

Ao refletir sobre a elaboração de uma tecnologia educativa que intervenha nesse

processo, pretende-se promover ações aliadas as que já estão sendo desenvolvidas por

outros setores do HUAP em relação à humanização da assistência. É uma iniciativa que

visa ainda estender as relações entre profissionais de saúde e usuários; dos profissionais

entre si e, consequentemente, com a comunidade, levando à valorização das dimensões

humana e subjetiva, presentes na assistência à saúde, buscando a qualidade e eficiência

nos serviços prestados, assim como oferecendo um atendimento digno à população que

procura o Serviço de HD do referido hospital.

Assim, este estudo tem como proposta o desenvolvimento de cartilha educativa a

partir das representações sociais dos usuários do Serviço de Hemodinâmica de um

hospital universitário acerca do exame de cineangiocoronariografia para uma assistência

qualificada, com base nas necessidades de informações salientadas por eles próprios.

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1.2 – Questões Norteadoras

Nesse sentido, elaboramos algumas questões que nortearam o desenvolvimento

do estudo:

1 - Qual o perfil dos usuários atendidos no serviço de HD do HUAP com indicação de

realizar o exame de cineangiocoronariografia?

2- Quais as representações sociais dos usuários que serão submetidos à

cineangiocoronariografia acerca do exame?

3– Quais estratégias poderão ser utilizadas para suprir as necessidades de informação e

orientações acerca do exame de cineangiocoronariografia?

1.3. Objetivos

A partir da temática deste estudo, foram traçados os seguintes objetivos:

Geral:

Elaborar tecnologia educativa a partir das representações dos sujeitos acerca do

exame de cineangiocoronariografia.

Específicos:

1. Caracterizar o perfil dos usuários do Serviço de Hemodinâmica do HUAP que

serão submetidos à cineangiocoronariografia.

2. Descrever as representações sociais dos usuários acerca do exame de

cineangiocoronariografia.

3. Desenvolver cartilha educativa a partir das estratégias eleitas para suprir as

necessidades de informação e orientação acerca do exame de

cineangiocoronariografia e ações para sua aplicação.

1.4– Justificativa

A importância deste estudo consiste em proporcionar ao usuário do Serviço de

HD uma orientação adequada baseada em suas necessidades de informação em saúde,

com ênfase na realização do exame de cineangiocoronariografia. Também, o

instrumento elaborado como produto desta pesquisa servirá de subsídio para os

profissionais de enfermagem que atuam nesse serviço quando forem concretizar suas

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orientações.

Essa tecnologia educativa possibilitará que o usuário tenha em mãos uma fonte de

conhecimento que irá com ele para casa e permitirá que, na medida do possível,

apreenda melhor o que foi orientado sobre o exame.

O gerenciamento das tecnologias em saúde é discutido pela ANVISA como o

conjunto de procedimentos planejados e colocados em prática a partir de embasamento

técnico e científico, considerando normas e leis com o objetivo de garantir eficácia,

eficiência, qualidade e, sobretudo, segurança aos usuários16

.

O conhecimento das representações sociais poderá favorecer a prestação de

assistência qualificada, com base nas necessidades de informações dos usuários que

realizarão a cineangiocoronariografia, resultando em real adesão ao preparo do exame e

possibilitando a utilização de tecnologia educativa como instrumento da prática do

enfermeiro. Quer-se ainda contribuir para a qualificação dos profissionais que atuam no

Serviço de Hemodinâmica, visando à valorização da dimensão subjetiva e social em

todas as práticas de atenção e gestão em saúde, a fim de dar suporte aos usuários que

diariamente frequentam o serviço em busca de marcação e realização dos

procedimentos de cineangiocoronariografia, criando assim uma atuação profissional

capaz de acolher, escutar e responder às inquietações e dúvidas dessa clientela.

Tal justificativa torna-se mais relevante ao se tomar conhecimento das

políticas públicas de saúde que estão voltadas para as Doença Crônicas Não

Transmissíveis (DCNT), onde as doenças cardíacas estão inseridas.

Quando se refere às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), cabe ressaltar

que elas constituem cerca de 70% das causas de mortes, atingindo majoritariamente as

camadas mais pobres da população e grupos vulneráveis (Figura 2). As seguintes doenças

fazem parte desse grupo de DCNT: acidente vascular cerebral, infarto, câncer, diabetes,

doenças respiratórias crônicas17

.

No plano de ação das ações estratégicas para o enfrentamento das DCNT, o

Ministério da Saúde visa preparar o país para que elas sejam enfrentadas e detidas nos

próximos dez anos, através de ações no sentido da estruturação e operacionalização de um

sistema específico de vigilância para as doenças e agravos não transmissíveis17

. Como

resposta a isso, o Brasil tem implementado importantes políticas de enfrentamento, cujo

objetivo é a distribuição, magnitude e tendência das doenças crônicas e agravos e seus

fatores de risco, assim como apoiar as políticas públicas efetivas, integralizadas,

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sustentáveis e baseadas em evidência para a promoção de saúde17

.

O mundo vem passando por uma inversão de valores no tocante às curvas de

morbidade e mortalidade. Observa-se que desde a década de 40 há uma inversão nesses

valores, um declínio na mortalidade por doenças por causas infecciosas e um aumento por

DCNT, característica de países desenvolvidos, onde temos o aumento cada vez mais

expressivo na população de idosos, mudança na alimentação, redução da atividade física,

aumento da violência e acidentes de trânsitos, que associados aos fatores de risco, como

tabagismo, inatividade física, alimentação não saudável e álcool, levam à cronicidade das

doenças17

(Figura 3). Se o envelhecimento não é saudável, torna-se patológico, levando a

um grande índice de mortes.

As DCNT constituem um problema de saúde relevante, tornando-se um problema

mundial. Os fatores de risco tabaco, alimentação não saudável, inatividade física e consumo

excessivo de álcool são comuns às DCNT e são preveníveis. Ao combatê-las através de

promoção da saúde, será possível impedir a epidemia de sobrepeso e obesidade, a elevada

prevalência de hipertensão arterial e o colesterol alto17

. Esses fatores de risco são

mundialmente conhecidos: a pressão arterial elevada é responsável por 13% das mortes no

mundo, tabagismo por 9%, altas taxas de glicose sanguínea por 6%, inatividade física por

6% e sobrepeso e obesidade por 5%17

.

Figura 1 - Tendências recentes de mortalidade* por DCNT de 1996 a 2000 e 2007.

*Taxas padronizadas por idade para a população-padrão da OMS segundo Ahamad et al., 2001, corrigidas

para sub-registro, com redistribuição das causas mal definidas de morte, pro rata, dentre as causas não

externas. DCNT=Doenças Crônicas Não Transmissíveis. DCV=doença cardiovascular. Fonte: Schmidt

MI et al., 201118

.

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Mesmo com a existência do Sistema Único de Saúde (SUS), gratuito e universal,

o custo de uma doença crônica ainda é muito alto, constituindo-se ainda como causa de

internações hospitalares e perda significativa de anos produtivos de vida12

. No Brasil, as

doenças cardiovasculares são responsáveis por 30% das mortes por ano, matando mais

que o câncer e os acidentes de trânsito17

. As intervenções para a prevenção e o controle

incluem diversas ações, dentre elas a educativa.

Figura 2 - Taxas de mortalidade* por doenças não transmissíveis por Região brasileira -

1996 e 2007.

*Padronizadas por idade para a população-padrão da OMS segundo Ahamad et al. (2001), corrigidas para

sub-registro, com redistribuição das causas mal definidas de morte, pro rata, dentre as causas não

externas. Fonte: Schmidt MI et al., 2011.18

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Capítulo 2- Referencial Teórico-Metodológico

2.1 – A cineangiocoronariografia

2.2 – Doenças arteriais coronarianas e seu impacto na vida do usuário

2.3 – O medo e a ansiedade

2.4 - A importância das orientações do Enfermeiro na Hemodinâmica

2.5 - Representações Sociais

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2- REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO

2.1 – A Cineangiocoronariografia

No laboratório de HD, ocorrem procedimentos invasivos que possibilitam o

estudo hemodinâmico cardíaco e arterial. Tem por objetivo realizar diagnóstico e

tratamento adequado das cardiopatias e arteriopatias. A cineangiocoronariografia é um

exame cardiológico invasivo que se constitui na introdução de finos cateteres nas

artérias através da punção ou dissecção de uma veia ou artéria periférica e da

administração de contraste radiológico. Possibilita-se o diagnóstico através da medição

da pressão e gradientes de pressão, também o tratamento das estenoses das válvulas

cardíacas, isquemias coronárias, por meio da desobstrução mecânica dos vasos ou da

introdução de stents. Ainda propicia o tratamento não cirúrgico de alguns aneurismas da

aorta. Consiste num procedimento de baixo risco com raras complicações (menos de

1%)19

.

Os primeiros relatos sobre cateterismo cardíaco datam de 1844, quando Claude

Bernard introduziu, através da veia jugular e da artéria carótida de um cavalo, um

cateter até o lado direito e esquerdo do coração. Em 1905, Fritz Bleichroeler foi o

primeiro a introduzir cateteres em vasos de cachorros e em suas próprias veias. Em

1929, Werner Forssman introduziu um cateter em seu próprio braço e, com o controle

de fluoroscopia (raios X), avançou com o cateter até a porção alta do lado direito do

coração (o átrio direito). Durante as décadas de 40 e 50, os intervencionistas André

Cournand e Dickinson Richards popularizaram o cateterismo cardíaco direito com a

finalidade diagnóstica20

.

Somente em 1959, o Doutor Gunnar Jönsson, em Estocolmo, inventou a

angiografia coronária não seletiva, e Mason Stones introduziu a técnica prática e segura

da angiografia coronária seletiva, ou seja, através de um cateter introduzido pela artéria

do braço, região do cotovelo, alcançar seletivamente, isto é, de forma separada e

sequencial cada uma das duas coronárias. Essa é a técnica que os leigos chamam

atualmente de cateterismo cardíaco, quando na verdade é denominada

cineangiocoronariografia. Foi um grande avanço na história da cardiologia mundial, em

relação a se fazer diagnóstico ou tratar o cliente (Figura 2). Com as informações

advindas dessa técnica, possibilitou-se o desenvolvimento da cirurgia cardíaca de pontes

de safena nos meados de 196020

.

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31

Em 1967, surgiram outras técnicas para a realização da cineangiocoronariografia

por via femoral, conhecidas como técnicas de Judkins e de Amplatz. Hoje em dia,

existem mais duas técnicas, as quais são: pela punção da artéria braquial (cotovelo) e a

da punção da artéria radial (punho)20

.

Figura 3 - Cateterismos Cardíacos

Fonte: http://angela-cardiologia.blogspot.com.br/2010/11/cateterismo-cardiaco.html

Cateterismo direito é o estudo do lado venoso do coração que compreende o

átrio e o ventrículo direito, artéria e circulação pulmonar através de um acesso venoso.

Cateterismo esquerdo é o estudo do lado arterial compreendendo o ventrículo

esquerdo, a aorta e as artérias coronarianas através de um acesso arterial. É a técnica

mais usada para o diagnóstico da doença arterial coronária. Cateterismo direito e

esquerdo é o estudo completo utilizando dois acessos (venoso e arterial) (Figura 3). É

empregado para o estudo das cardiopatias congênitas, valvopatias e miocardiopatias19

.

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Figura 4 – Artérias Coronárias

Fonte: http://www.cardioquiron.com/atencionalpaciente/cateterismocardiaco.php

Cateterismo intervencionista ou terapêutico engloba métodos de tratamento

percutâneo de diferentes patologias cardiovasculares, dentre elas: intervenção coronária

percutânea (ICP); intervenções em cardiopatias congênitas; intervenções em

valvopatias; intervenção extracardíaca19

.

Por se tratar de um procedimento invasivo, não está isento de complicações.

Elas poderão ocorrer com frequência aumentada se estiverem associadas a fatores de

risco como hipertensão arterial, insuficiência cardíaca grave, cardiopatias, choque,

insuficiência renal, doença valvar aórtica ou mitral, angina instável, IAM com menos de

24 horas de evolução e idade acima de 80 anos19

.

2.1.1 A Unidade de Hemodinâmica

A Unidade de HD é um laboratório radiológico que está equipado para realizar o

estudo da doença coronariana, seja ela conhecida ou só suspeita, tanto em crianças

como em adultos. Possui normalmente os seguintes equipamentos:

Fluoroscópio com intensificador de imagem. Fluoroscopia é a

apresentação contínua de uma imagem de raios X em tela fluorescente,

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gravador de videotape (para filmar a imagem fluoroscópica para que se

possa reexibir e transmitir em um monitor);

Câmeras simples ou biplanas ligadas ao intensificador de imagem para

filmagem da cine ou angiogramas digitais;

Mesa de raios X, onde o intensificador é montado em forma de arco em

c, que irá girar ao redor do usuário;

Transdutores de pressão e um gravador fisiológico multicanal;

Equipamentos para determinação do débito cardíaco;

Drogas e equipamentos para suporte avançado cardíaco de vida;

Cardioversor e desfibrilador;

Eletrocardiograma (ECG) com imagem contínua no monitor, marca-

passo pronto para o uso, eletrodo transvenoso temporário e sistema de

gerador de pulso ou marca-passo transtorácico externo.

2.1.2 - Contrastes Utilizados na HD

Os contrastes mais utilizados nas angiografias radiológicas são os agentes

iônicos de alta e baixa osmolaridade e os agentes não iônicos de baixa osmolaridade.

Os dois são à base de iodo, que absorve os raios X, propiciando assim suas propriedades

de imagem. Os efeitos hemodinâmicos e colaterais dos contrastes vão estar relacionados

com a sua osmolaridade, suas diferenças químicas e farmacológicas21-23

. Os contrastes

não iônicos provocam menos efeitos colaterais em relação aos iônicos, eles foram

desenvolvidos com o objetivo de diminuir a ocorrência das reações adversas. No

entanto, são comprovadamente mais caros e, apesar das indicações para o uso do

contraste não iônico, algumas unidades de HD ainda continuam a utilizar os contrastes

iônicos21

.

De uma maneira geral, as indicações para o uso dos contrastes não iônicos são:

Síndromes isquêmicas instáveis (incluindo IAM) ;

Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) ;

Diabetes Mellitus;

Fração de ejeção menor que 30%;

Insuficiência renal aguda ou crônica;

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Hipotensão;

Bradicardia grave;

Histórico de alergia a contraste;

Doença cardíaca valvular grave;

Injeção de artéria mamária interna;

Histórico de ataque isquêmico transitório ou acidente vascular encefálico

recente;

Angioplastia coronariana transluminal percutânea (ACTP)24

.

Os efeitos hemodinâmicos dos contrastes irão variar de acordo com o local e o

volume administrado. Pode se citar alguns como depressão da contratibilidade

ventricular, aumento do volume intravascular e pressão diastólica aumentada25,26

.

Na maioria dos usuários, os exames ocorrem sem problemas. As reações

adversas dos contrastes não são frequentes, mas podem ocorrer, inclusive provocar risco

de morte. Logo, é necessário estar atento para se detectar precocemente e intervir caso

eles ocorram. Essas reações podem ser tóxicas, pois vão estar relacionadas à dose

administrada, que é considerada alta quando acima de 100g de substância que

corresponde a aproximadamente a 50g de iodo22

.

Os fatores de risco para o uso de contrastes são: história de alergia a frutos do

mar, história de asma, história de reação prévia, desidratação, cardiopatias, nefropatias,

condições hematológicas, infecção viral e doença autoimune25

.

Das reações adversas, 70% acontecem nos primeiros cinco minutos. Após os

vinte minutos de administração do contraste, há uma menor probabilidade de ocorrer.

Os sinais e sintomas imediatos são pruridos e urticária, angioedema, rubor, náuseas,

vômitos e diarreia, tosse, dispneia (bronco espasmo, edema de laringe), taquicardia,

arritmias e hipotensão, choque e parada cardiorrespiratória. Os tardios são: prurido e

urticária, angioedema, erupções, Síndrome de Stevens-Johnson, necrólise tóxica da

epiderme e vasculites26

.

2.2 – Doenças Arteriais Coronarianas e Seu Impacto Na Vida do Usuário

As Doenças Arteriais Coronarianas (DAC) são decorrentes de muitos fatores e

não têm uma única causa. Vários fatores herdados associados a fatores de riscos irão

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contribuir para o desenvolvimento das DAC (Quadro 1). Eles dizem respeito às

modificações arterioscleróticas ou ateroscleróticas das artérias coronarianas que nutrem

o coração, ou melhor, o miocárdio27

.

Quadro 1 – Fatores de risco para DAC

FATORES DE RISCO PARA DAC

HERDADOS COMPORTAMENTAIS

Idade avançada

Sexo masculino

Diabetes Mellitus

Aumento do nível de lipídios

Pré-disposição genética

HAS

Tabagismo

Estilo de vida sedentária

Obesidade

Personalidade competitiva, agressiva

Dieta hipergordurosa

Elas podem permanecer inalteradas por períodos longos, serem diagnosticadas

até a meia-idade ou na velhice, no entanto, as modificações vasculares podem ter se

iniciado muito antes disso. Acometem os homens mais cedo que as mulheres ( entre 10

a 15 anos antes). Embora sejam afetados mais cedo, na pós menopausa, a incidência

entre as mulheres torna-se semelhante a dos homens19,27

.

A DAC pode permanecer não diagnosticada em situações de repouso e

mesmo de vida sedentária, mas durante situações em que se necessita de um aporte

maior de oxigênio para o miocárdio, como estresse emocional e exercícios físicos, as

artérias coronarianas comprometidas não conseguem fazê-lo adequadamente. O

miocárdio torna-se isquêmico, ou seja, privado de oxigênio, ocorrendo manifestações da

DAC como angina pectoris, que é a dor torácica de origem cardíaca19,27

.

Nos sinais e sintomas da DAC, podemos observar pacientes assintomáticos ou

que se queixam de fadiga. O sintoma clássico é a dor torácica (angina) ou desconforto

durante o estresse ou atividade. Essa dor ou desconforto pode se manifestar como dor

ou pressão sobre o coração (precordial), sob o esterno (sub esternal). Pode ainda se

irradiar para os ombros e braços, principalmente no lado esquerdo, ou para a mandíbula,

pescoço ou dentes19,27

.

A angina tem sua clínica baseada no fator que a precipita e na duração dos

sintomas. Se a dor ocorre apenas com o exercício, tendo permanecido estável por um

período longo de tempo, é chamada de angina estável, e se ocorrer em repouso, é

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chamada de instável. Se ela persistir sem interrupção por períodos prolongados e já

tenha ocorrido lesão irreversível de miócitos, é denominado infarto agudo do miocárdio

(IAM). Pode ainda, durante o exame físico, o paciente com DAC apresentar uma quarta

bulha ou sinais de insuficiência cardíaca congestiva e choque19,27

.

Na angina estável, as causas vão estar associadas à obstrução de 75%,

acompanhada de esforço, aumento da frequência cardíaca ou da pressão arterial e

ingestão exagerada de uma refeição. O tratamento vai estar relacionado ao repouso e ao

uso medicamentoso de nitratos sublinguais, anti-hipertensivos e mudança do estilo de

vida19,27

.

Na angina instável que é a piora progressiva da angina estável, ocorre mais de

90% de obstrução coronariana. O tratamento será à base de nitroglicerina endovenosa,

oxigênio, anti-hipertensivos, terapia anticoagulante ou antiplaquetária e procedimentos

de revascularização19,27

.

As complicações relacionadas ao IAM são: arritmias (distúrbios do ritmo e da

frequência cardíaca); insuficiência ventricular esquerda aguda (insuficiência do sistema

de bombeamento devido à diminuição da contractilidade miocárdica); choque

cardiogênico, que vai ser a fase avançada da insuficiência ventricular esquerda (na qual

o coração se torna incapaz de manter a circulação geral e de proporcionar a oxigenação

adequada aos órgãos e tecidos vitais); tromboembolismo (formação de coágulos na

parede interna do ventrículo esquerdo enfartado) e ruptura do ventrículo esquerdo, que

devido à lesão extensa na parede ventricular, pode levar ao rompimento dessa área

necrótica, inundando o saco pericárdio causando a compressão cardíaca (tamponamento

cardíaco). A morte advém em minutos. O tripé história do paciente, o ECG e as

determinações enzimáticas irão basear o diagnóstico de IAM19,27

.

O tratamento, de modo geral, vai ser sempre direcionado primeiramente para as

mudanças no estilo de vida, como por exemplo, parar de fumar, perder peso, controlar o

estresse e fazer exercícios. A terapia medicamentosa e não cirúrgica serão indicadas

quando a mudança no estilo de vida não ocorrer de forma adequada19,27

.

Os medicamentos utilizados são os que promovem a vasodilatação como os

nitratos (nitrato de isossorbida e nitroglicerina), os agentes bloqueadores betas

adrenérgicos, que propiciam a diminuição no consumo de oxigênio pelo miocárdio

produzindo a redução da frequência cardíaca e os bloqueadores do canal de cálcio

também são indicados. Os medicamentos inibidores da enzima conversora da

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angiotensina e os diuréticos serão prescritos para o controle da hipertensão arterial,

assim como os prescritos para o controle do estresse. A glicemia precisa também ser

controlada e a perda peso estimulada. Com a intenção de se reduzir as taxas altas de

colesterol e triglicerídeos, são recomendados a prática de exercícios, a utilização de

dieta e, em casos extremos, o uso de medicação que reduza os lipídeos19,27

. Alguns

médicos recomendam o uso diário de aspirina, pois ajuda a prevenir o aparecimento de

trombos, e, como medidas cardioprotetoras, a ingestão de derivados de soja e fontes de

estrogênio27

.

2.3 – O Medo e a Ansiedade

O medo e a ansiedade são emoções, condições comumente frequentes nos

indivíduos submetidos aos cuidados de saúde. Ocorrem como sintomas de várias

doenças e também sob a forma de estresse ou como distúrbio psiquiátrico28,29

.

Ansiedade e medo passam a ser ditos como patológicos quando se manifestam

de forma exagerada, em proporções elevadas em relação ao estímulo, quantitativamente

diversos em relação ao que se apresenta como norma em determinado grupo, causando

interferência na qualidade de vida, prejuízo no conforto emocional ou no desempenho

diário do indivíduo30

.

Medo e ansiedade são Diagnósticos de Enfermagem presentes na toxonomia.

São utilizados nas unidades de saúde de forma rotineira, principalmente por aquelas que

passaram a se utilizar do processo de Sistematização de Assistência da Enfermagem

(SAE)31

. A equipe de enfermagem utiliza estes diagnósticos constantemente em seus

registros, usando normalmente os termos “ansiosos” e “com medo”29

.

Genericamente falando, poderia o medo ser definido como uma alteração do

equilíbrio emocional, ocasionando um estado de alerta, em razão de alguma causa. Ao

se identificar o fator gerador, torna-se possível controlar mais ou menos essas reações.

Baruch de Espinoza, um dos maiores filósofos da história da humanidade, asseverava

que o medo é originário de uma ideia equivocada sobre algo e somente poderíamos nos

libertar com o conhecimento. Nessa perspectiva, a ética espinozista trata que

compreender o universo é estar libertado dele, que compreender tudo é estar livre de

tudo, pois o temor está no que não se conhece32

.

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Outro pensador que também tratou do tema foi o histórico imperador romano

Marco Aurélio ao dizer que quando uma causa exterior te perturba, a tua aflição não

vem dessa causa, mas sim, do teu juízo a respeito dela. Em teu poder está a

possibilidade de diluir essa aflição. Se teu desgosto decorre de uma disposição interior,

quem te impede de corrigir teu estado de espírito33

?

Não se tratam de uma tarefa fácil a busca do equilíbrio, o vencer o medo e a

ansiedade, mas tornar o ser humano pleno é uma das tarefas mais proveitosas e

recompensadoras. Destaca-se aqui o pensamento de que o mundo exterior das

circunstâncias molda-se ao mundo interior dos pensamentos e que as condições

externas, tanto as agradáveis como as desagradáveis, são fatores que contribuem em seu

resultado final para o bem do indivíduo. Como ceifeiros de sua própria colheita, o

homem aprende tanto pelo sofrimento como pela felicidade. [...] os homens não atraem

aquilo que eles querem, mas aquilo que eles são34

.

O medo vai estar relacionado também com a dificuldade da adaptação às

limitações que a doença pode trazer. Associa-se também o medo da dor e o medo de

morrer35

.

A morte é um conceito social e vai se apresentar de modo diferente em

diferentes culturas, tendo vários significados e significantes. É necessário entender que

a vida é feita de morte, ou seja, ao começar a respirar inicia-se o caminho para a morte.

Também ao se cruzar uma fase da vida, ao chegar a próxima etapa da existência o ser

humano precisa para bem vivê-la plenamente, ter conscientemente a morte da fase

anterior, de forma mais explícita, para se viver a fase adulta, a fase da adolescência fica

para trás. É o nascimento da nova etapa e a morte da anterior36

.

As emoções, os mecanismos de defesa, os impulsos e as necessidades são tão

variadas nas pessoas que vão morrer como nas outras, nestes vão estar incluídas raiva,

culpa, terror, servilismo, medo, rendição, heroísmo, dependência, tédio, necessidade de

controle, luta pela autonomia e pela dignidade, e negação35

. Uma coisa é a afirmação

que se apreende na Lógica de Aristotélica: “Caio é homem, todo homem é mortal, logo

Caio é mortal” e outra coisa é aplicar isso no ser real, vivo, não no abstrato, mas no

indivíduo, com todos os seus pensamentos e emoções37

.

Quando se está com medo ou magoado, as entranhas se enrijecem, a região

abdominal se contrai e todo o corpo fica tenso. Para se compreender o papel da região

abdominal no desespero, precisa-se admitir que as emoções possuem dois componentes:

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um aspecto mental ou perceptual, e o outro físico, a saber, o movimento no corpo. A

percepção de um movimento corporal interno dá surgimento a uma sensação ou

emoção38,39

.

A ansiedade, em essência, significa a preservação da vida. Ela faz parte da

natureza enquanto defende e preserva a vida, no entanto, passa a ser negativa e

prejudicial quando funciona como um mecanismo neurótico que visa proteger a pessoa

do seu medo irracional e que surge a partir das percepções malformadas no inconsciente

de um indivíduo40

.

Ansiedade significa não estar no aqui-e-agora, se pensa num monte de coisas ao

mesmo tempo, na maioria das vezes ou quase nunca que não estão centradas no aqui e

no agora. É necessário aprender a desenvolver a centralidade no aqui e no agora, para

curar a ansiedade negativa e a maioria dos sintomas psicossomáticos causados por

ela40

.

Tudo que se pensa passa para o organismo. Tudo o que se dá importância passa

para o corpo. O cérebro não define se o pensamento é passado, presente ou futuro, se é

realidade ou fantasia. Na verdade, se estiver se pensando com muita intensidade em

algo começa-se a imaginar cenas que criarão determinadas emoções. Como tudo que se

pensa passa para o corpo, a tensão e o mal-estar estarão presentes nos pensamentos

recheados de medos ou ansiedades40

.

2.4 – A importância das orientações do Enfermeiro na Hemodinâmica

O cuidar em enfermagem é uma atividade singular porque visualiza o usuário

como um todo. Engloba o indivíduo com sua cultura, seus princípios e valores, sua

religião ou filosofia de vida, condensando a situação socioeconômica ao seu estado

emocional e biológico, ou seja, o cuidar holístico41,42

.

A enfermagem dentro do contexto da saúde é resultado do momento histórico de

cada povo que carrega em si suas crenças, religião e costumes. Não compreende apenas

o cuidar e curar doentes – é na realidade um processo que caminha junto ao patamar de

acessibilidade, na qual a conscientização de que o outro carrega em si uma trajetória de

vida, que não pode ser deixada de lado43,44

.

Este processo caminha lado a lado com o acolher, abrindo-se espaços possíveis

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de escuta, onde o outro pode se expor, se abrir, se deixar conhecer e ser tratado, sem

reservas ou medos. Visando esta integralidade, a enfermagem utiliza-se de ações que

podem possibilitar o atendimento, a assistência das necessidades desses indivíduos

perante o processo saúde/doença, cujo olhar centra-se na totalidade do indivíduo,

ampliando-se as dimensões a serem assistidas. Assim, as dimensões biológicas,

psicológicas e sociais presentes no indivíduo são respeitadas nesse processo44

.

As orientações desenvolvidas pelo enfermeiro, precisam estar voltadas para o

processo de educação em saúde. Ele tem na sua formação profissional condições de

instrumentalizar ações educativas para a saúde, visando a adesão ao procedimento. É

exigido desse profissional compromisso, competência e preocupação no que se refere à

possibilidade de colaborar para que usuários/família tenham minimizado o estresse que

é causado pelo procedimento, bem como diminuir o tempo que precisam ficar

internados4,12

.

Dentro do plano de ações e estratégias para o enfrentamento das doenças

crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil, o Ministério da Saúde em relação à

promoção de saúde, pretende proporcionar à população alternativas relativas a

construção de comportamentos saudáveis ao longo da vida. As DCNT tem fatores de

risco que são comuns às quatro doenças crônicas de maior impacto mundial, causadoras

de 72% das causas de mortes: o tabaco, a alimentação não saudável, a inatividade física,

o consumo excessivo de álcool, que são passíveis de prevenção17

. Entre essas doenças,

estão as doenças cardiovasculares. O usuário cardiológico por si só necessita de

orientações também direcionadas a prática de vida saudável, precisa mudar seus

hábitos fazendo alguma atividade física, evitar o fumo e bebidas alcoólicas, e ter uma

alimentação mais saudável17

.

Ao se analisar os resultados desse estudo, pode-se observar que o conhecimento

sobre o preparo para a realização da cineangiocoronariografia é de grande importância,

podendo acarretar a suspensão do exame, caso não seja seguido, gerando elevação no

custo deste e novo período de estresse para o usuário45

.

A orientação é papel do profissional enfermeiro. Ele traz para o usuário e família

a possibilidade de minimizar a ansiedade e o medo pré- existente ao exame. Quando se

oferece a orientação ao paciente quanto ao preparo, cuidados pré e pós - exame antes do

procedimento ser realizado se possibilita a colaboração do cliente, bem como uma

recuperação segura e eficaz46

.

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O processo de cuidar está intimamente ligado ao ato de educar. O cuidado de

enfermagem permite o estabelecimento de relações que contribuem para aliviar as

causas estressantes em relação ao exame47

.

É necessário salientar que ,o enfermeiro tem um papel de grande importância

dentro do setor de HD, pois é um profissional altamente qualificado, com preparação

técnica, que está apto para desenvolver atividades educativas em saúde. É necessário a

tomada de consciência, de que precisa fazer uso da prática embasada em evidências

científicas para assim propiciar uma assistência que não seja fragmentada.

2.5 - Representações Sociais

A Teoria das Representações Sociais (TRS) é uma forma sociológica de

psicologia social, esta teve sua origem na Europa com a publicação feita por Serge

Moscovici, em 1961, de seu estudo “La Psychanalyse: Son image et son public. Ele

tenta chamar atenção ao conceito esquecido de representação coletiva de Durkhein que

argumentava que elas não poderiam ser reduzidas as representações individuais.

Segundo Moscovici, as representações estão presentes tanto no mundo como na mente e

devem ser pesquisadas em ambos os contextos. Somente vale a pena estudar uma

representação social se ela estiver relativamente espalhada da cultura em que o estudo é

feito15

.

As representações sociais (RS), enquanto fenômeno psicossocial, estão radicadas

no espaço público e nos processos através dos quais o ser humano desenvolve uma

identidade, cria símbolos e se abre para a diversidade de um mundo de outros. A relação

entre RS e espaço público deve ser discutida com cuidado, pois explorar os significados

que a vida social assume na sua dimensão pública, no espaço em que uns se encontram

com outros, pode se tornar conflitante15

.

É na experiência da pluralidade e da diversidade que o significado primeiro da

esfera pública pode ser encontrado: primeiro o que é público pode ser visto e escutado

por todos e possui máxima publicidade e segundo refere-se ao mundo mesmo, na

medida em que ele é comum a todas as pessoas e se diferem no espaço privado de cada

um dentro dele15

.

É a arena dos encontros da vida pública que garante as condições para descobrir

as preocupações comuns do presente, projetar o futuro e identificar aquilo que o

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presente e o futuro devem ao passado, tudo isso favorecido pelo diálogo. As vidas

privadas não surgem a partir de dentro, mas a partir de fora, isto é em público. Só se

percebe o significado da vida individual se relacioná-la com a vida pública, ou seja, o

olhar do outro me diz quem eu sou. É através da ação de sujeitos sociais agindo no

espaço que é comum a todos que a esfera pública aparece como sendo um lugar em que

a comunidade pode desenvolver e sustentar saberes sobre si própria, isto é,

representações sociais15

.

A RS é considerada, de acordo com Moscovici, forma de conhecimento social

que implica duas faces, tão interligadas como dois lados de uma folha de papel: o

figurativo ou lado imaginante e o lado simbólico15

. O espaço potencial é o espaço dos

símbolos que pressupõem a capacidade de evocar presença apesar da ausência, já que

sua característica fundamental é que eles significam outra coisa, criam uma nova

realidade para a realidade que já está lá15

.

É a referência do mundo que garante a natureza criativa a atividade simbólica,

de tal forma que a experiência de um, ao se mesclar com a experiência de outros, cria

continuamente a experiência que constitui a realidade de todos15

.

Freud explica que o inconsciente e seus processos não são apenas mais

descuidados, mais irracionais, mais esquecidos e mais incompletos do que o

pensamento consciente. Ele é completamente e qualitativamente diferente e, por isso,

pode ser comparado a ele. O inconsciente não pensa, não calcula ou julga, ele restringe

a si mesmo a dar as coisas uma nova forma15

, ou seja, exatamente essa capacidade de

dar as coisas uma nova forma (através da atividade psíquica) que constitui uma

representação, criam e re(criam)-se símbolos. No entanto, não há possibilidade para a

construção simbólica fora de uma rede de significados já constituídos. Os processos

iluminam as fundações psicológicas das representações sociais e os intercâmbios que

dão forma à relação entre investimentos psíquicos e realidade social15

.

A análise das representações sociais deve concentrar-se naqueles processos de

comunicação e vida que não somente engendram, mas que também lhe conferem uma

estrutura peculiar. Esses produtos são produtos de mediação social (comunicação,

trabalho, ritos, mitos e símbolos) todos revelam numa ou noutra medida a procura de

sentido e significado que marca a existência humana no mundo15

. As mediações sociais

geram as representações sociais. As representações sociais são estratégias desenvolvidas

para os atores sociais para enfrentar a diversidade e a mobilidade de um mundo, que

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embora pertença a todos, transcende a cada um individualmente. Não existe vida

humana sem a presença de outros seres humanos48

.

Segundo Jodelet, o campo de estudo das RS reúne dois debates importantes, no

primeiro, as representações emergem como uma modalidade de conhecimento prático

orientado para a compreensão do mundo e para a comunicação e, no segundo, surgem

como construções, elaborações de sujeitos sociais. Enquanto formas de conhecimento,

elas são estruturas cognitivo-afetivas e não podem ser reduzidas apenas ao seu conteúdo

cognitivo49

.

As representações sociais se manifestam em palavras, sentimentos e condutas e

se institucionalizam, portanto, podem e devem ser analisadas a partir da compreensão

das estruturas e dos comportamentos sociais. Nelas, estão presentes elementos tanto da

dominação como da resistência, tanto das contradições e conflitos como do

conformismo. Cada grupo social faz da visão abrangente uma representação individual,

particular, de acordo com a posição no conjunto da sociedade, sendo também ela

portadora de interesses específicos dos grupos e classes sociais15

.

Convém reforçar que a palavra é o modo mais puro e sensível de relação social.

Quando se trata da comunicação da vida cotidiana, ela é particularmente fundamental.

Ela é a arena onde se confrontam interesses contraditórios, veiculando e sofrendo

efeitos das lutas de classe, servindo ao mesmo tempo como instrumento e como

material.

Para Moscovici, ao analisar o processo de formação das RS, ocorre o

desencadeamento móvel do processo, ou seja, transforma-se o algo familiar, ou a

própria não familiaridade em familiar. Para ele, a sociedade além de ser um sistema

econômico e político é também um sistema de pensamento, este visto como ambiente,

que coexiste na sociedade. Existem dois tipos diferentes de pensamentos: os universos

reificados, que são mundos restritos onde circulam as ciências, que procuram trabalhar

com objetividade, chegando a criar hierarquia. O outro seria os universos consensuais,

neste universo, estão as práticas interativas do dia a dia que produzem as RS, que são

teorias do senso comum, isto é, conhecimentos produzidos espontaneamente dentro de

um grupo, fundados na tradição e no consenso, cujo o não familiar é produzido e que

precisa ser transposto ao universo consensual, transposição esta realizada pelos

divulgadores científicos de todos os tipos (jornalistas, comentaristas econômicos e

políticos, professores, propagandistas), que utilizam como recurso o meio de

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44

comunicação50

.

Os indivíduos não são apenas processadores de informações, nem meros

portadores de ideologias ou crenças coletivas. Para Moscovici, eles são pensadores

ativos que produzem e comunicam suas próprias representações e soluções para as

questões que colocam a si mesmos48-50

.

Existem dois processos formadores das RS, são eles a ancoragem e a

objetivação. A ancoragem consiste na integração cognitiva do objeto representado,

sejam ideias, pessoas, acontecimentos, relações etc., a um sistema de pensamento já

existente. A objetivação é tornar concreto, de forma quase tangível, o conceito abstrato

da estrutura antes imaginária, materialize-se a palavra. É a reprodução do conceito em

imagem15,49,50

.

Ambos os processos vão dar o suporte necessário para que entendamos a

elaboração de uma representação social, em que a objetivação construirá a

materialização do que é abstrato colocando corpo nos pensamentos, tornando físico o

que antes era impalpável, invisível, em outras palavras, transforma em objeto o que é

representado. E a forma como o sujeito representa a realidade é a simbolização15,49,50

.

Na ancoragem, propicia-se a absorção do novo ao pensamento já construído. Faz

com que o estranho torne-se familiar, ou seja, é o significado que o indivíduo dá à

realidade15

.

Dessa forma, o representar dependendo do contexto em que o indivíduo estiver

inserido poderá dizer várias coisas de formas diversas, pois todos possuem ideais,

ambições, fazem escolhas, têm desejos, vivem e sofrem influências que partem do meio,

ou seja, do trabalho, do ambiente e da família. Ao se observar o indivíduo, faz-se

necessário fazê-lo em sua totalidade: processos emocionais, culturais, afetivos e

intelectuais, de forma que venham intervir ou mudar ou ainda proporcionar mudanças

de condutas e comunicações sociais49,51

.

O povo sabe muita coisa, e isso se torna base para a construção do

conhecimento, seja ele em qualquer área. O senso comum, de acordo com Moscovici,

salienta que todos têm um conhecimento pré-teórico, possuem um saber popular, um

conhecimento do dia a dia, do cotidiano, que vivenciou, que ouviu, que opinou e deu

sua opinião48

.

Nesse contexto, as informações tornam-se, ou melhor, transformam-se,

permitindo que o indivíduo estabeleça proximidades e diferenças, negocie ou aceite

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situações, se situe e se defina, agindo e interagindo com tudo e com todos.

Este estudo propõe como referencial a Teoria das Representações Sociais, que

considera que o representar não consiste basicamente na repetição ou reprodução do

mesmo estado, mas que a sua compreensão ou descrição carecem de informações, de

palavras e de noções para o seu entendimento52

.

No exercício da enfermagem, o enfermeiro desempenha também atividades de

educação em saúde que possibilitam a construção de um saber a favor de si próprio e do

outro, constituindo-se instrumento hábil para que as transformações aconteçam. As

interpretações ou apreensões do contexto se dão de acordo com as crenças, valores,

experiências, classe social, religião e cultura de cada sujeito, ou seja, relacionados aos

conhecimentos de senso comum vivido e/ou apresentado52

. As representações sociais se

fazem presentes no cotidiano. Para captá-las, é necessário que o pesquisador se dispa de

suas verdades para estar aberto à verdade do outro, evitando-se assim a verticalização

do saber.

A construção dos significados permite que se faça a aproximação com o

fenômeno do estudo. As RS nos permitem interpretar os acontecimentos cotidianos

associando-os à atividade mental desenvolvida pelos indivíduos e grupos. Os indivíduos

não são apenas processadores de informações ou meramente portadores de ideologias e

crenças coletivas. Na verdade, eles são pensadores ativos que na vivência de inúmeros

acontecimentos sociais que se processam no dia a dia produzem as suas próprias

representações e soluções50

.

O estranho se apresenta de forma frequente e imprevisível, ou seja, ocorre uma

tensão com o não familiar, o não costumeiro, que irá provocar na maioria das vezes o

medo da perda dos referenciais habituais. Qualquer objeto tem seu valor, positivo ou

negativo, e ocupa um determinado lugar dentro de uma hierarquia claramente

graduada52

.

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46

Capítulo 3- Metodologia 3.1 – Tipo de estudo

3.2 – O cenário da pesquisa

3.3 – Os sujeitos

3.4 - Passos para a realização do estudo

3.5 – Etapas para a elaboração da tecnologia educativa

3.6 – Aspectos éticos

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3- METODOLOGIA

3.1 – Tipo de Estudo

Para a realização deste estudo descritivo, optou-se pela abordagem qualitativa

que não se preocupa com quantidade, mas, sim, em lograr, explicar os meandros das

relações sociais consideradas essência e resultado da atividade humana criadora, afetiva

e racional, que pode ser apreendida através do cotidiano, da vivência e da explicação do

senso comum53

. A abordagem qualitativa está direcionada para a investigação dos

significados das relações humanas, em que suas ações são influenciadas pelas emoções

e/ou sentimentos aflorados diante das situações vivenciadas no dia a dia54

. Requer do

pesquisador uma gama de informações sobre o que se quer pesquisar, não ficando

simplesmente na coleta, ordenação e classificação dos dados. Ela apresenta ideias

básicas orientadoras que facilitam uma concepção do mundo, da vida e do homem54

.

Com este trabalho pretendeu-se elaborar tecnologia educacional em forma de

cartilha com orientações acerca do exame de cineangiocoronariografia a partir das

representações apontadas pelos usuários do Serviço de Hemodinâmica do HUAP.

3.2 – Cenário do estudo

O cenário deste estudo foi o Serviço de Hemodinâmica (HD), localizado no

segundo andar do HUAP, vinculado à Universidade Federal Fluminense (UFF), situado

na rua Marques de Paraná, 303 - Centro - Niterói - Rio de Janeiro – Brasil.

O Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) foi inaugurado no dia 15 de

janeiro de 1951 e recebeu este nome em homenagem ao clínico geral Antônio Pedro

Pimentel, um dos fundadores da Faculdade Fluminense de Medicina, que se destacou no

estudo de doenças infecciosas. Em 1964, o hospital foi cedido pela Prefeitura à

Universidade Federal Fluminense, tornando-se, assim, Hospital Universitário Antônio

Pedro (HUAP) e permanecendo desta forma até hoje. Atualmente, o HUAP é a unidade

de saúde mais complexa de Niterói e é responsável pela assistência à saúde de maior

complexidade, ou seja, de nível terciário e quaternário na hierarquia do SUS14,55

.

No HUAP, a abertura da HD se deu há mais de 20 anos. O serviço é composto

por uma sala de exames, uma sala que atende o usuário antes e após a realização do

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exame, uma sala que funciona como secretaria, uma sala que funciona como arsenal de

material esterilizado e almoxarifado, uma sala da equipe médica e uma da enfermagem

que é utilizada também como copa. Os exames realizados pelo Serviço de

Hemodinâmica são cineangiocoronariografia, arteriografias, implante e troca de marca-

passo, angioplastia. O Serviço de HD do HUAP está vinculado à Gerência de

Enfermagem em Procedimentos Diagnósticos (GEPDI).

3.3 – Os sujeitos do estudo

Os sujeitos são os usuários (ambos os sexos), maiores de 18 anos que

procuraram o serviço para marcação e realização de procedimentos de

cineangiocoronariografia e que aceitaram participar do estudo. Considerando a

resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), antes de se iniciar a coleta dos

dados o projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Ética da Universidade Federal

Fluminense56

. Os usuários foram convidados a participar da presente pesquisa no

serviço de HD, momento este em que os objetivos foram apresentados, tendo assinado

o termo de consentimento livre e esclarecido 20 usuários. Os mesmos foram informados

sobre a utilização de nomes fictícios, respeitando-se a não identificação, evitando-se

assim quaisquer implicações legais ou constrangimentos que possam advir do estudo.

Os critérios de inclusão deste estudo foram: usuários de ambos os sexos, com idade

maior ou igual a 18 anos que iriam realizar o exame de cineangiocoronariografia,

atendidos ambulatorialmente e/ou internados, e que estivessem sob cuidados médicos.

Os critérios de exclusão foram: usuários submetidos ao exame em caráter de urgência,

mentalmente comprometidos ou incapacitados.

A escolha dos participantes desta pesquisa ocorreu considerando-se os critérios

de inclusão e exclusão e a medida em que os mesmos iam à HD para agendar ou realizar

os exames, no período de novembro a dezembro de 2013.

3.4 – Passos para a realização do estudo

A primeira fase se constituiu de revisão bibliográfica com pesquisa nas bases

eletrônicas de dados Lilasc, Scielo, Periódicos Capes e Google Acadêmico a fim de

reunir e sintetizar resultados de pesquisas de forma sistematizada e ordenada para

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49

propiciar o aprofundamento do tema utilizando os Descritores em Ciências da Saúde

(DECS), “assistência de enfermagem”, “humanização da assistência”, “cateterismo

cardíaco” e “educação em saúde”. A segunda fase foi a coleta de dados, através da

pesquisa de campo, a partir da entrevista semiestruturada. A terceira fase consistiu na

análise temática das entrevistas e construção de categorias. E a quarta fase, a elaboração

da tecnologia educacional destinada aos usuários do serviço de HD.

3.4.1 - Pesquisa Bibliográfica nas bases de dados

O método utilizado para a obtenção dos dados foi a revisão integrativa da

literatura com a finalidade de reunir e sintetizar os resultados de pesquisa sobre o tema

de forma ordenada. A busca eletrônica pelas publicações ocorreu em outubro de 2012,

processada pela Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), as bases de dados selecionadas

foram: Scientific Eletronic Library On Line (SCIELO), Literatura Latino-Americana e

do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Periódicos Capes. Optou-se pelo corte

temporal de 2004 a 2014. Foram utilizados os Descritores em Ciências da Saúde

(DECS), combinando (and) e (or): “assistência de enfermagem”, “humanização da

assistência”, “cateterismo cardíaco” e “educação em saúde”.

A pergunta norteadora para a seleção das publicações escolhidas foi: “O que se

tem publicado em nível de educação em saúde para minimizar a ansiedade/estresse do

cliente submetido à cineangiocoronariografia que promova a sua adesão ao exame?”.

Foram estabelecidos como critérios de inclusão: trabalhos científicos publicados

na íntegra on-line nos últimos 10 anos, produções em inglês, português ou espanhol em

formato de artigos, dissertações e teses; atendimentos a clientes ambulatoriais com

indicação para realizar o exame e aqueles que estivessem realizando o exame pela

primeira vez. Os critérios de exclusão estabelecidos foram: atendimentos prestados a

crianças e adolescentes, exames em situação de caráter emergencial e artigos anteriores

a 2002. Foram lidos todos os resumos para a seleção, os que atenderam aos critérios

foram selecionados e lidos na íntegra.

Para se catalogar os artigos e proceder à avaliação foi utilizado um instrumento

de coleta de dados padronizado e validado pela coordenação do Mestrado Profissional

em Enfermagem Assistencial da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa,

definindo os seguintes itens: 1 ª etapa -> Descritor (es), Questão(ões) que norteia(m) a

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50

busca dos artigos, Recorte temporal, Base de dados pesquisadas, Bases de dados em

que foram encontrados os artigos; 2ª Etapa-> Ano de publicação dos estudos, bases de

dados, artigos na íntegra on-line, fonte de dados; 3ª etapa-> Pré-análise. Através deste

instrumento elaborado realizou-se o agrupamento e análise dos artigos selecionados por

meio dos critérios de inclusão e exclusão. Os achados foram apresentados em forma de

tabelas e na linguagem descritiva. Para melhor visualização das análises optou-se pela

construção das tabelas. No quadro 2, relacionou-se os nomes dos periódicos, ano de

publicação, origem do artigo, formação dos escritores.

Dos 16 artigos revisados, 05 foram publicados em 2006, 03 em 2011, 02 em

2009 e os restantes 01 em cada ano, a saber: 2004, 2007, 2008, 2010 e 2013 e 2014.

Quanto à base de dados, 07 artigos na LILACS, 05 na Scielo, 01 no Periódicos Capes,

03 na BDENF, todos nacionais. Em relação à origem dos artigos, 06 têm origem em São

Paulo, 05 em Porto Alegre, 02 em Minas Gerais, 01 no Rio de Janeiro, 01 no Ceará e 01

no Rio Grande do Norte. Dos 16 artigos, 14 foram pesquisados por enfermeiros, 01 por

psicólogo e 01 por médico.

Quadro 2 - Distribuição dos artigos segundo o ano de publicação, a base de dados, o nome do

periódico, origem do artigo e formação dos autores. Niterói, RJ, 2012.

Ano de

publicação

Base de dados Fonte de dados Origem dos artigos Formação dos

autores

1. 2004 SCIELO Rev Latino Am. de Enferm São Paulo Enfermeiros

2. 2006 LILACS REBEn Minas Gerais Enfermeiros

3. 2006 LILACS OBJN Rio de Janeiro Enfermeiros

4. 2006 LILACS Rev Enfermería São Paulo Enfermeiros

5. 2006 PERIÓDICOS CAPES Psico – PUCRS Porto Alegre Psicólogos

6. 2006 SCIELO Tese São Paulo Médicos

7. 2007 LILACS RSCESP São Paulo Enfermeiros

8. 2008 SCIELO Rev.de Cardiologia Invasiva Porto Alegre Enfermeiros

9. 2009 LILACS Rev.Eletrônica de Enf. Ceará Enfermeiros

10. 2009 SCIELO Boletim de Enfermagem Porto Alegre Enfermeiros

11. 2010 LILACS Rev. Einstein São Paulo Enfermeiros

12. 2011 SCIELO Rev Latino Am. De Enferm Porto Alegre Enfermeiros

13. 2011 BDENF Rev. Enfermagem da UFSM Porto Alegre Enfermeiros

14. 2011 LILACS REME Minas Gerais Enfermeiros/Médico

15. 2013 BDENF Rev.pesquisa Fund. Care

(Online)

Rio Grande do

Norte

Enfermeiros

16. 2014 SCIELO REV Esc. Enferm USP São Paulo Enfermeiros

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51

A partir da análise após revisão integrativa, pode-se perceber que a ansiedade

está presente ante o procedimento e que se faz necessário o uso de estratégias para

minimizá-la através da orientação.

A revisão bibliográfica possibilitou identificar alguns diagnósticos de enfermagem,

comuns aos usuários no serviço de HD, quais sejam: alteração na manutenção da saúde;

ansiedade; alteração no processo familiar; integridade tissular prejudicada; risco para

infecção;dor aguda; mobilidade prejudicada; déficit para o autocuidado; risco para

lesão orgânica renal; risco de sangramento; comunicação verbal prejudicada; risco de

perfusão tissular cardíaca diminuída; dentição prejudicada e conforto prejudicado47,57-

59.

Evidenciou-se nessa revisão que a ansiedade está intimamente relacionada a

complicações durante e após o exame; possibilidade de mal prognóstico; falta da

presença de um familiar ao lado e tempo de espera prolongado até a realização do

exame47,58,60

. Para se diminuir a distância entre o pouco conhecimento e a realização do

exame, analisou-se que a interação profissional-usuário é necessária, possibilitando

assim a criação de um vínculo que favoreça a confiança e adesão47

. O rosto do outro

torna impossível a indiferença. A acolhida, a aliança se estabelece nas relações

primárias do ser humano, levando-o a criar espaços para a escuta e responsabilização41

.

A revisão integrativa contribuiu dessa forma para eleger a estratégia a ser utilizada

na busca da melhor tecnologia educacional a ser desenvolvida com os usuários do

serviço de HD. O diálogo estabelecido deu voz aos usuários. A oportunidade de se parar

para escutá-los propiciou torná-los mais participativos, mais cientes do exame, e os

mesmos puderam verbalizar suas ansiedades, seus medos e suas dúvidas. De forma mais

clara, comprova-se a utilização dessa tecnologia de processo − diálogo, dar a voz, parar

e escutar − para se chegar ao produto final, ou seja, a cartilha.

Observa-se a necessidade de disponibilizar o conhecimento ao usuário e familiar

que chega à unidade de HD para agendar o exame. Através de uma sistematização

possibilitar já a partir desse primeiro contato condições de se iniciar o processo de

orientações61

.

Entre as estratégias apresentadas para minimizar a ansiedade e a falta de

conhecimento, a revisão aponta para o uso de música; a confecção de um guia de

orientações ao cliente; o uso de tecnologia educativa (vídeo disc., cartilha); o uso de

folhetos explicativos; programas educativos com orientações na admissão; atendimento

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52

em grupo para as orientações; melhora da comunicação entre a equipe de saúde e o

cliente/família; e criação de espaços para esclarecimento de dúvidas47,58,60,62,63

.

3.4.2 – Pesquisa de campo com entrevista semiestruturada e análise de conteúdo

A entrevista é uma técnica em que o investigador se apresenta diante do

investigado e lhe formula perguntas visando à obtenção de dados que interessem na

investigação64

.

O instrumento para a coleta de dados contemplou o perfil sociocultural dos

sujeitos e um roteiro de perguntas, e para registro as entrevistas foram gravadas

utilizando-se MP3 e transcritas na íntegra para posterior análise. As entrevistas foram

realizadas pela pesquisadora no período de outubro a dezembro de 2013. Entrevistou-se

20 usuários. Os locais para as entrevistas foram selecionados conforme a

disponibilidade da sala de admissão no setor da HD e nas enfermarias onde havia

pacientes agendados para a realização de cineangiocoronariografia, a saber: unidade

coronariana, clínica médica masculina e feminina. O critério para encerramento da

coleta de dados ocorreu assim que houve a saturação dos dados. Esta foi compreendida

quando percebeu-se que as falas estavam se repetindo.

Os depoentes, na sua maioria, expressaram naturalidade ao serem entrevistados

e se mostraram agradecidos por poderem expor suas necessidades de orientação. O

maior número das entrevistas foi realizado na presença de outros usuários, no momento

de admissão para o exame ou nas enfermarias, por isso algumas gravações apresentam

ruídos e algumas conversas paralelas, demandando um esforço da pesquisadora para as

transcrições.

Os dados sofreram análise de conteúdo, o que consiste em prosseguir no

crescimento quantitativo e qualitativo dos estudos empíricos e baseia-se na experiência;

é observar o aperfeiçoamento de materiais, aplicação de práticas; é tentar deixar claras

as relações que a análise de conteúdo mantém ou não com outras disciplinas65

.

É essencial ter atenção quanto aos três obstáculos que podem interferir na

análise dos dados, são eles: relacionados à ilusão do pesquisador ou ao envolvimento

tão absoluto que o leve a esquecer dos significados presentes nos dados coletados ou

ainda a dificuldade do pesquisador de articular as conclusões que surgem dos dados

concretos65

.

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53

A metodologia de Bardin tem como início a pré-análise, que é a fase da

organização propriamente dita, tendo por finalidade tornar operacionais e sistematizar

as ideias iniciais a fim de conduzir um esquema preciso do desenvolvimento das

operações sucessivas em um plano de análise das perguntas semiabertas utilizadas na

entrevista. A segunda etapa é a exploração do material, que nada mais é do que a

administração do material coletado, das decisões tomadas e finalmente o tratamento dos

resultados obtidos e interpretações para que os resultados brutos visualizados sejam

tratados de maneira significativa e válida. A última fase do trabalho será selecionar as

respostas que mais se enquadram ao perfil do estudo54

.

A partir dos resultados obtidos, houve a precisão de se fazer uma categorização,

que é uma operação classificatória de elementos constitutivos de um conjunto por

diferenciação, e, seguidamente, um reagrupamento segundo o gênero (analogia) com

critérios previamente definidos53

. Assim, os resultados encontrados sofreram análise

descritiva e discussão fundamentada no referencial teórico, apontando as necessidades

de orientações assistenciais para montagem da tecnologia assistencial elegida que mais

se identificou com o grupo estudado.

Os conteúdos das entrevistas foram agrupados em três categorias temáticas que

emergiram a partir da leitura do material recolhido nas entrevistas, relacionando-o à

percepção e simbolismo dado pelo usuário ao exame e às necessidades de informação e

orientação dos mesmos. As categorias ficaram assim discriminadas: categoria 1 -

finalidade da cinengiocoronariografia: diagnóstico ou tratamento; categoria 2 -

cineangiocoronariografia: um risco sentido/percebido e o simbolismo da morte; e

categoria 3 - necessidade dos usuários de informação sobre a cinengiocoronariografia.

3.4.3- Elaboração da Tecnologia Educacional-Manual/Cartilha visando orientar os

usuários do serviço de HD acerca do exame de cineangiocoronariografia

Para elaborar a cartilha, foram utilizadas as evidências científicas apreendidas na

revisão integrativa e os dados na pesquisa de campo para identificar as necessidades de

orientações dos usuários submetidos ao exame de cineangiocoronariografia no Setor de

HD do HUAP da Universidade Federal Fluminense.

Assim, os resultados encontrados sofreram análise e discussão fundamentada no

referencial teórico, apontando as necessidades de orientações assistenciais para

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54

montagem da tecnologia educacional elegida que mais se identificou com o grupo

estudado.

O produto da dissertação denominada “Cartilha de orientações de

enfermagem aos usuários que serão submetidos à cineangiocoronariografia”

encontra-se no Apêndice D.

3.5 - Aspectos Éticos

A coleta de dados iniciou-se após submissão e aprovação do projeto pelo comitê

de ética CCM/HUAP, de acordo com a resolução 466/201256

, respeitando a conduta

ética para pesquisa, que regulamenta a pesquisa envolvendo seres humanos, de acordo

com os quatro referenciais da bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e

justiça. Projeto com CAAE: 143732513.900005243, número de parecer 129.165 e

aprovado em 20/10/2013.

Foi explicitada a necessidade de que os usuários dispostos a participar da

pesquisa assinassem o termo de consentimento livre e esclarecido após a leitura do

mesmo, assim como autorizassem o uso do gravador de áudio.

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55

Capítulo 4- Apresentação e Análise dos resultados 4.1 – Contextualizando o Serviço de Hemodinâmica e os sujeitos 4.2 – Categoria 1 - Finalidade da cinengiocoronariografia: diagnóstico ou tratamento 4.3 – Categoria 2 - Cinengiocoronariografia: um risco sentido/percebido e o simbolismo

da morte

4.4– Categoria 3 - A necessidade de informação dos usuários sobre

cineangiocoronariografia

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56

4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 – Contextualizando o Atendimento do Serviço de Hemodinâmica e os Sujeitos

O presente capítulo apresenta-se em duas etapas obedecendo à ordem das

entrevistas. Em primeiro lugar, são expostos os perfis de atendimento da HD (Tabela 1)

e dos usuários atendidos (Quadro 3); depois, na segunda etapa, descreve-se os

resultados encontrados agrupando-os em três categorias temáticas.

Sendo esta entrevista de abordagem qualitativa, considera-se que o

conhecimento prévio da realidade do usuário representa fator de grande importância.

Dessa forma, procurou-se descrever os dados obtidos no formulário de identificação

proposto para esta pesquisa.

Tabela 1– Perfil de atendimento no Serviço de HD

2011 2012 2013

MP ART ANG CAT MP ART ANG CAT MP ART ANG CAT

Gênero

Feminino 15 63 42 179 23 41 14 161 19 36 33 119

Masculino 18 51 90 252 21 32 28 190 16 34 47 160

não informado 0 0 1 2 9 2 4 27 2 8 6 28

Procedência

Interna (huap) 19 20 19 52 32 10 7 25 32 11 29 37

Ext. (residência) 11 69 68 227 17 38 25 250 5 37 29 186

Ext. (outro hospital) 3 25 46 154 3 27 14 102 0 30 28 84

Idade

> 90 anos 1 0 0 0 3 0 0 0 0 1 0 0

e) 80 - 89 anos 5 4 3 6 8 6 4 11 5 6 3 11

a ) 70 - 79 anos 15 18 18 64 14 19 4 57 13 12 17 59

b) 60 -69 anos 9 25 41 128 7 24 14 109 3 20 23 90

c) 50 - 59 anos 3 33 50 163 4 13 19 129 0 29 28 93

d) 40 - 49 anos 0 20 16 51 0 8 4 42 0 4 6 31

f) 30 -39 anos 0 2 2 9 0 1 0 9 0 3 2 9

g) 20 -29 anos 0 3 0 2 0 1 0 3 0 1 0 2

não informado 0 3 3 0 17 3 1 12 15 2 6 12

VIAS DE ACESSO

Radial 0 4 64 327 0 1 19 252 0 o 25 152

Femural 0 100 58 75 0 57 19 48 0 53 26 43

Braquial 0 8 2 13 0 4 0 22 0 0 0 3

não informado 0 4 11 16 0 13 8 56 0 25 25 112

TOTAL 33 114 133 433 53 75 46 378 37 78 76 307

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Quanto à tabela do atendimento realizado no serviço de HD, pode-se constatar

que nos últimos anos o exame mais realizado é a cineangiocoronariografia. A

porcentagem referente ao gênero está concentrada em maior abrangência no gênero

masculino, no entanto a amostragem feminina possui um quantitativo bem significativo.

Em relação à procedência, o atendimento que se sobressai são os ambulatoriais.

Ao se analisar o item idade, percebe-se que o exame tem se direcionado a atender em

sua maioria a faixa dos 50 a 69 anos. E a via de acesso mais utilizada é a radial, como a

literatura já afirma19,20

.

Ficou provado que os exames suspensos não contemplam uma grande

quantidade (apêndice A). Apesar de que no início do estudo acreditava-se que os

mesmos eram suspensos por falta de adesão ao preparo ou devido a problemas na

instituição, como defeito no maquinário, falta do profissional técnico e mais raramente o

usuário que não tomou ou deixou de tomar as medicações necessárias à realização do

exame. Isso pode ser observado através do livro de censo que existe no setor de HD,

onde são registrados os motivos da suspensão.

A pesquisa contou com a participação de 20 usuários, deveriam ser excluídos 04

por não estarem realizando o exame pela primeira vez, mas no decorrer da entrevista foi

possível constatar que se apresentavam ainda com medo, ansiosos, por este motivo

optou-se por mantê-los no processo de análise.

A seguir, apresenta-se no Quadro 3 o perfil sociocultural dos usuários que foram

submetidos à cineangiocoronariografia, no período de novembro a dezembro de 2013, e

que concordaram em participar do estudo.

Quadro 3 - Perfil Sociocultural Dos Sujeitos Do Estudo

ITENS CATEGORIA DE

RESPOSTAS

EXAME DE 1ªVEZ EXAMES REPETIDOS

IDADE (Anos)

FEMININO MASCULINO FEMININO MASCULINO

40-49 0 0 0 01

50-59 01 01 02 0

60-69 09 0 0 0

70-79 01 04 01 0

ESCOLARIDADE

Ens. Fund.

incompleto

06 04 01 0

Ens. Fund. completo 01 01 0 0

Ens. Médio

incompleto

0 0 0 0

Ens. Médio completo 04 01 02 01

Ensino Superior 0 0 0 0

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Quadro 3 - Perfil Sociocultural Dos Sujeitos Do Estudo (continuação)

ITENS CATEGORIA DE

RESPOSTAS

EXAME DE 1ªVEZ EXAMES REPETIDOS

PROFISSÃO

Porteiro 0 0 0 01

Pedreiro 0 02 0 0

Assessor 01 0 0 0

Motorista 0 01 0 0

Comerciante 0 01 0 0

Do lar 01 0 0 0

Bancária 01 0 0 0

Costureira 01 0 0 0

Manicure 0 0 01 0

Aux. Apoio Educ. 01 0 0 0

Aux. Ser. Gerais 01 0 0 0

Doméstica 02 0 01 0

Diarista 02 0 0 0

Vigia 0 01 0 0

Professor 01 0 0 0

Aux. Cons. Dentário 0 0 01 0

ESTADO CIVIL

Solteiro(a) 0 0 01 0

Casado(a) 02 06 0 01

Separado(a) 03 01 01 0

Viúvo(a) 02 02 01 0

No. DE FILHOS

0-2 07 02 02 01

3-5 03 03 0 0

6-8 02 0 0 01

RELIGIÃO

Católica 05 02 02 01

Evangélica 03 02 0 01

Espírita 02 0 0 0

Outras 01 0 0 0

Não possui 0 0 0 0

COR

Branca 04 01 01 0

Negra 05 03 01 01

Parda 03 01 0 01

DIAGNÓSTICO

Hipertensão 10 01 02 0

Diabetes 05 0 02 01

Desconhece 02 05 0 0

ACOMPANHANTE

Sim 07 03 02 01

Não 03 03 0 01

HOSPITALIZADO

Sim 06 04 0 0

Não 06 01 02 01

MEDICAÇÕES EM

USO

Não fazem uso de

medicação

0 03 0 0

Conhecem

totalmente nome e

utilidades

03 0 0 0

Conhecem

parcialmente nome

e/ou utilidades

03 0 03 01

Desconhecem nome

e/ou utilidades

03 04 0 0

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Quadro 3 - Perfil Sociocultural Dos Sujeitos Do Estudo (continuação)

ITENS CATEGORIA DE

RESPOSTAS

EXAME DE 1ªVEZ EXAMES REPETIDOS

ADESÃO

Sim

(parcialmente)

09

07

03

01

Não 0 0 0 0

EXERCÍCIO

PROFISSIONAL

Aposentado 04 04 01 0

Encostado pelo INSS 01 0 01 01

Atualmente trabalha 02 01 0 0

Atualmente não

trabalha

04 0 01 0

USO DE DROGAS

Álcool

01

03

01

01

Fumo

03

05

0

02

TIPO DE

HABITAÇÃO

Própria 09 04 03 01

Alugada 01 0 0 0

Posse 01 0 0 0

PROCEDÊNCIA DA

ÁGUA

Cedae 11 05 0 01

Poço artesiano 0 01 0

DESTINO DO LIXO É coletado 11 05 03 01

Não é coletado 0 0 0

De acordo com o Quadro 3, verificou-se que a maioria da amostra feminina,

(n=14 - 70%), em detrimento da masculina, (n=6 -30%) na sua maioria, é a que

procura atendimento médico.

Embora o perfil de atendimento de 2011 a 2013 evidencie que a faixa de 50 a 69

anos constitui a maioria das pessoas submetidas à cineangiocoronariografia, a amostra

da presente pesquisa apresenta usuários nessa faixa e avança para idades mais elevadas.

Observa-se que 25% (n=5) dos usuários entrevistados encontram-se nas faixas etárias

de 40 a 59 anos e (75% (n=15) com 60 anos ou mais, seguindo os dados apontados pelo

Censo de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Como a sobrevida média das pessoas está aumentada, o grupo idoso tem crescido.

Associa-se a isso as mudanças degenerativas do coração, ocasionadas pelo

envelhecimento, passando esse grupo etário a ser o que precisa dessa opção diagnóstica

ou terapêutica. Identifica-se nessas faixas etárias o aparecimento dos sinais e sintomas

da DAC.

No que concerne à escolaridade, predominantemente é incompleta, n=12 (60%),

ambos os gêneros não conseguiram finalizar os estudos. É importante salientar que os

usuários que apresentam nível mais baixo de escolaridade podem apresentar

dificuldades em lidar com informações abstratas, consequentemente poderão não

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60

assimilar as orientações/informações apresentadas. Torna-se necessário utilizar-se da

seleção de vocabulário que atinja o usuário, promovendo acessibilidade à educação em

saúde criando possibilidade da utilização de uma linguagem popular66

.

Não há predominância nas características profissionais, no entanto percebe-se

que no gênero feminino a maioria desenvolve ou desenvolveu atividade fora do lar,

confirmando na sociedade atual o papel de dupla jornada de trabalho das mulheres.

Quanto ao estado civil, a maior parte da amostra é casada e possui dois ou três

filhos.

A religião que se sobressaiu na amostra foi a católica. Cabe ressaltar que a

espiritualidade e a religião apresentam-se na atualidade como pontos relevantes na

assistência. Através da religiosidade, cria-se uma identidade entre os grupos sociais.

Possibilita-se também o enfrentamento às ameaças e ajuda a ganhar novas energias para

se encarar a luta pela sobrevivência e pela alegria67

.

Na sua grande maioria, os usuários são portadores de hipertensão arterial

sistêmica, n=13(65%), e/ou diabetes mellitus, n=8 (40%), confirmando os fatores de

risco para as doenças coronarianas, somando-se a estes fatores a predominância na

raça,ou seja, o maior número é da cor negra. O diabetes mellitus e a hipertensão arterial

sistêmicas são doenças crônicas que afetam grande parte da população de forma

crescente. Dentro do programa de ações para enfrentamento das doenças crônicas não

transmissíveis, estão a dieta balanceada, prática de exercícios e uso adequado das

medicações, bem como as campanhas contra o fumo e o álcool. A amostra nos confirma

um grupo grande, tanto de homens como de mulheres, fazendo uso do cigarro,

entretanto como o exame é diagnóstico a grande maioria ainda não foi despertada para a

necessidade de se abdicar do cigarro e também do álcool, bem como a importância da

dieta68

.

No caso de acompanhamento para a realização do exame, a amostra apresenta

que 50% estavam com seus acompanhantes presentes; a outra metade, os usuários

estavam internados, motivo pelo qual não tinham acompanhantes no setor, porém seus

telefones não paravam de tocar, tanto no momento das entrevista nos andares quanto na

chegada ao Serviço de Hemodinâmica, justificada pela situação nova e desconhecida. A

presença do familiar/acompanhante constitui-se um apoio, permitindo a proximidade e

ajuda mútua, de forma que mesmo sendo independentes valorizam a relação familiar na

oferta de otimismo, apoio e conforto69

.

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61

Com relação ao uso de medicação, o gênero masculino apresenta menos

conhecimento acerca dos nomes e utilidades das medicações. O gênero feminino parece

ter uma facilidade melhor para memorizar as medicações.

Devido ao comprometimento e às comorbidades que apresentam, associados aos

sinais e sintomas das doenças arteriais coronarianas, os usuários encontram dificuldade

em exercer suas profissões, sendo obrigados a se afastarem ou mesmo deixarem o

emprego em segundo plano para assim realizarem o tratamento que será iniciado.

Grande parte já possui residência própria, e isto é justificado pela idade, ou seja,

nessa etapa da vida, em que existem fatores relacionados a objetivos e interesses

centrais, eles vivem o máximo possível, tentam terminar sua vida de forma digna e sem

sofrimento, encontrar ajuda e proteção, prolongar ao máximo as conquistas e

prerrogativas sociais, como as propriedades, a autoridade e o respeito; na sua maioria,

maduros o suficiente para perceberem essa necessidade70

. Os locais de residência

possuem em maior número coleta de lixo e a procedência da água é segura,

possibilitando a visibilidade quanto ao papel das entidades públicas de prestação de

serviços.

4.2- Categorias que emergiram do estudo

Os conteúdos das entrevistas foram agrupados em três categorias temáticas. Elas

emergiram a partir da leitura do material em relação à finalidade, à percepção e ao

simbolismo dado pelo do usuário ao exame e às necessidades de informação e

orientação dos mesmos. As categorias ficaram assim discriminadas:

Categoria 1 - Finalidade da cinengiocoronariografia: diagnóstico ou tratamento;

Categoria 2 - Cineangiocoronariografia: um risco sentido/percebido e o simbolismo da

morte;

Categoria 3 - Necessidade dos usuários de informação sobre a cinengiocoronariografia.

4.2.1– Categoria 1- Finalidade da Cineangiocoronariografia: Diagnóstico ou

Tratamento

Nesta categoria, agrupou-se os dados que surgiram a partir das perguntas 5, 6 e 9

do questionário, nas quais se perguntava sobre o que sabia a respeito do exame e quem

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havia dado essas informações.

Nas entrevistas, pode-se notar a associação expressada pelos usuários quanto ao

exame diagnóstico a ser realizado com a questão do tratamento. Torna-se evidente suas

dúvidas em relação ao uso de anestesia geral, à sala cirúrgica e ao próprio nome do

exame. Acalentam em si a noção de um procedimento invasivo de grande porte. As

informações fornecidas não respondem ao usuário aquilo que eles desejam saber.

Mesmo afirmando desconhecer o que seja o exame propriamente dito, eles têm

alguma noção do que seja. Expressam dúvidas, utilizam frases com as palavras

‘disseram’, ‘falaram’, ‘acho que é’, demostrando que procuraram saber o que era ou

como era realizado o exame. O que pode ser percebido nas falas a seguir.

[…] Vão me preparar, depilar eu já me depilei., não sei vão me cortar, vão me

dar aquele ......(esqueceu o nome) vão me dar anestesia, só que não sei se é total , eu

não sei[...]. C01

[...] esse caça... até esqueci o nome, é catecerismo cadiáco é me informaram lá

no outro hospital que eu teria que fazer isso. “ o que fizerem comigo hoje é surpresa, é

uma novidade[…]. C02

[…] Não tenho nem um pouco de noção do que seja, pelo que eu escuto falar

pelas pessoas que já tem que isso ´um entupimento na via coronária, é que entra um

catetere que vai lá no coração e tal e vê onde que ta a veia entupida, no caso se tiver a

veia entupida ele desentope […]. C07

[…] Disseram para mim que este exame é pra desentupir as veias e que as

dores que sinto no peito iriam melhorar […]. C09

[…] Mas não sei dada, a não ser que tomarei uma anestesia para não sentir

nada […]. C14

[…] Bom eu imagino na minha santa ignorância que deve entrar alguma

coisinha filmando tudo lá dentro , e alguns a te dá para desentupir, só pela introdução

[...]. C 19

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[…] Bem eu acho que é algo simples, é uma cirurgia. Eu sei disso porque

pessoas que já fizeram me falaram.[...] .C20

Apesar de os usuários que estão repetindo o exame desconhecerem a sua

finalidade, as informações, mesmo sendo fornecidas pela segunda vez, parecem não

suprir a necessidade de informação deles.

[…] Bom a informação que eu acho que sei, é que o cateterismo eles marcam

para saber ahmm as artérias que estão entupidas e aí você faz esse procedimento para

ver se consegue desentopir, senão desentope, faz outro procedimento[…]. C03

[…] Eu acho que é negócio para desintupir as aveias, e que não é por causa da

gordura não você sabia? […]. C13

Observa-se nas falas seguintes que ao serem questionados a respeito das

informações fornecidas a eles quanto à realização do exame, declararam não terem tido

nenhuma informação ou que apenas era salientado pelos profissionais de saúde a

necessidade de realização do procedimento.

[…] é me informaram lá no outro hospital que eu teria que fazer isso.[…] . C02

[…] Nenhuma […]. C05, C06, C07, C08, C09, C10, C12, C14

[…] Ninguém no service me forneceu informação sobre o exame[…]. C03, C15,

C17, C20

[…]O médico de Maricá informou ser preciso realizar o exame, depois de eu

fazer outros exames, fiz ergométrica, tudo para testar né , para ver o que eu tinha.,

para ver o que realmente estava acontecendo. Ele não explicou o que era o exame., nem

passou dieta de nada […]. C11

[…] Escreve aí que ninguém falou ou informou nada, isso é muito ruim , a

gente não sabe de nada […]. C16

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[…]- Me informaram ser necessário a realização do exame devido a dores no

peito que tenho sentido mesmo estando em repouso[...]. C18

[...]Nenhuma, apenas me foi informado que eu realizaria o procedimento após

ter realizado o eco[...]C19.

A falta de informação/orientação referente ao procedimento a ser realizado para

alguns dos entrevistados é suprida pela busca alternativa da internet. Os usuários que

utilizaram esta estratégia para verem supridas a lacuna da ausência de orientação mesmo

assim procuram com o profissional de saúde informações mais precisas sobre o que é o

procedimento.

[…] Li na internet, fora isso não conheço nada sobre o exame[…]. C04

[…] Eu estudo e gosto muito de ler, eu gosto muito de ler e vou

procurando[…]. C05

[…] o que eu sei é o que eu vi na internet, acompanhei o primeiro procedimento

na internet e agora neste existe apenas um diferença que será colocada tense (uma

redinha) em cada veia para manter as artérias abertinhas[…]. C08

[…]Nada. O que fiquei sabendo foi hoje aqui pela enfermeira xxx e pelo médico,

que me falou tudinho e me deu um remédio para eu me acalmar. Disseram que não

dói[…]. C16

4.2.2 – Categoria 2 - Cineangiocoronariografia: Um Risco Sentido/Percebido e o

Simbolismo da Morte

O exame de cineangiocoronariografia é experienciado de maneiras diferentes por

parte dos usuários. As respostas fornecidas por eles abrigam no seu universo uma

conotação que ultrapassa a simples realização do procedimento.

As falas a seguir demostram alguns dos sentimentos envolvidos na realização

desse procedimento.

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[...]que me deixe bom[...]- “eu gostaria de saber se com ele eu ficasse ficar

bom, é o que eu gostaria de saber que corra tudo legal e eu ficasse bom , não adianta

se quisessem me dar um milhão eu não quero, eu quer é ficar bom, mas Ele não vai

deixar eu passar por esta lida, eu já passei muito[...]. C01

[...] Eu estou satisfeito, pois sei que vai ocorrer tudo bem. se Deus quiser

quando sair, eu tenho fé em Deus quando eu chegar lá eles vão me dar alta para eu ir

para casa[...]. C02

[...] Bom o que está me passando no momento( começou a rir) é que estou

pedindo a Deus é que eu faça o cat e não precise fazer a angioplastia[...]. C03

[...] Estou um pouquinho nervosa e ansiosa, para tudo isso logo acabar, para

saber o resultado, para saber se deu alguma veia entupida e nervosa porque a gente

não sabe como é feito isso, é anestesia geral? É local? Demora quanto tempo esse

exame? Uma Hora? Duas? É Isso essas dúvidas assim[...]. C04

[...] Sinto receio é ... (respirou fundo) porque eu sou diabético e o exame pode

me dar hipoglicemia[...]Eu quero só... que você me ...(risos e pigarro) Hoje é

aniversário da minha esposa você tem que me mandar de volta para ela. Ah (suspirou

fundo) é Rosana eu passei por uma outra cirurgia, meu Deus eu fiz tanta besteira no

outro hospital, tive alucinações, por causa da anestesia geral.[...] Vou poder

comemorar o aniversário da minha esposo hoje sem fazer extravagâncias?[...] . C05

[...] Eu to receoso assim, eu fico um pouco receoso porque você não tem noção

do que é, apesar que pessoas que tem dizem que isso é tranqüilo,sem rum não tem [...]

Ah ,fiquei... Nossa senhora ,estava quase desistindo de vir então com medo, pensei em

desisti [...]. C09

[...] Você sabe que eu nem sei eu já tive tão nervosa, Hoje eu já tou calma,não

estou nem me entendendo.Tem muita gente fazendo oração por mim. Eu tenho certeza,

estão fazendo oração. Eu vim com meu marido, meu cunhado me trouxe de carro e o

filho do meu cunhado. Eles são da igreja e são muito... você sabe? Então eles foram lá

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para casa ontem e fizeram oração é eu to me sentindo..., eu tou bem!!! Graças a Deus

eu estou calam. . Eu não sou de ficar calma, estou sempre com os nervos a flor da pele.,

qualquer coisinha[...]. C11

[...] Satisfeita (risos) com muita coragem para saber o que eu tenho [...]. C12

[...] A gente não pode pensar que não vai dar certo. Deus é que sabe[...]. C13

[...] Estou muito nervosa e com medo pois minha mãe já realizou e naquele

tempo era sinal de risco, querendo ou não a gente põe isso na cabeça, a gente sabe que

hoje mudou muito e que o cateterismo é coisa rapidinho, é coisa rápida, mas[ ...] . C14

[...] Estou apavorada com esse exame [...]. C15

[...] Quase caí para trás, quando falou então que eu tava com problema no

coração quase enfartei. Fiquei nervosa antes de realizar o exame”. Antes do exame a

minha pressão estava 200x100, ela(enfermeira) colocou um remédio debaixo da minha

língua aí abaixou. Fiquei calminha quase dormi[...]. C16

[...] Tô com medo, claro, eu não sei o que é.(voz muito baixa)[...] . C17

[...] Eu sinto medo. Eu sei que com meu marido foi tudo bem, graças a Deus.

Ele fez a primeira vez lá em Jacarepaguá , voltou muito bem para casa, depois precisou

operar,por esse procedimento que ele fez viu que precisava operar, fez 03 pontes

safena, 01 mamária. Depois disso passou bem, está até hoje . Depois disso ele teve um

derrame, que não foi por causa das operações ou catismo, o derrame ocorreu 04 anos

depois. Eu também já tive 5 vezes AVC , por isso eu puxo da perna,mas eu cuido dele,

graças a Deus ele tá bem.[...] Eu já acordei atrasada, e preocupada por não dormir

por estar ansiosa, passei muito mal ontem a noite, a pressão ficou muito alta. Eu tenho

medo e não tenho, pois eu confio muito em Deus, Ele é o meu pastor e nada me faltará,

nem, nem esse medo vai me apavorar. Vou fazer o exame e voltar para a casa. Se faça a

vontade de Deus na minha vida[...].C18

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[...]Eu não sinto medo[...]. C19

[...] Tenho medo pois meu marido morreu numa ponte safena , saiu de casa

andando e não voltou”. “Eu gostaria de não fazer”. Eu já estive internada pra fazer

mas não fizeram por causa do iodo, eu sou alérgico, isso no pronto socorro, isso a vinte

anos atrás. Ainda tenho a preocupação do neto”. “ Tenho medo de morrer” No mais

está nas mão de Deus né? Prá morrer basta tá vivo, né?. Tenho pedido a coragem a

Deus[...]. C20

4.2.3 – Categoria 3 - Necessidade de Informação/Orientação dos Usuários

Submetidos à Cineangiocoronariografia

Os usuários expressaram as suas necessidades de informação em relação ao

exame a ser realizado. Apresentaram dúvida e inquietações que sanadas poderão

contribuir para uma diminuição no que tange à ansiedade e ao medo. As falas a seguir

foram agrupadas de acordo com as necessidades de orientações a serem supridas.

Quanto ao resultado, duração e realização do exame, bem como as

restrições após exame:

[…] eu gostaria de saber se com ele eu ficasse ficar bom, é o que eu gostaria de

saber[…]. C01

[…] Se eu puder saber alguma coisa agora, qualquer coisa que a senhora me

informar eu fico satisfeito[…]. C02

[…] O que eu gostaria de saber sobre o exame ....(risos), se vou embora logo

depois do exame , saber se vou ter uma vida normal, ou vou ter restrições depois do

exame.[…] Quando eu descer para fazer quanto tempo demora? O resultado sai na

hora? […]. C04

[…] Eu espero bons resultados[…]. C06

[…] Gostaria saber como o procedimento será realizado,o que faz, como faz, ter

uma orientação antes de realizar o exame, pois sem conhecimento a gente fica no

escuro, perdido,o pior é a gente ir sem saber nada. A gente imagina mil coisas. È

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justamente como estou aqui agora. Fiquei pensando assim: “O que será isso”? O

professor daqui até comenta, mas não explica o procedimento como é que deve ser,

como faz, como vai, como é que se faz. Eu fico perdido. Não se tem noção, que nem a

pessoa que nunca andou de avião fica pensativa[…]. C07

[…] Gostaria saber se ocorre sempre normal. Esta doença é uma coisa séria

né?[…] . C10

[…] Se dar para sair viva lá de dentro[…]. Depois do exame posso ir embora

para casa? Ou vou ficar internada? Ele dói? […]. C15

Quanto aos riscos do contraste, do exame e da anestesia:

[…] Na mesma hora que precisar colocar um stent é feito na hora? Ou é outro

procedimento depois? Se meu caso fosse grave eu estaria assim?. C 04

[…}Gostaria de saber os riscos do exame e do contraste. Eu tenho um remédio

que... eu tenho insuficiência pulmonar,o que acontece eu tomo alene, eu acho que o

contraste, dependendo de qual vai ser o contraste... pode ter reação? (silêncio)[…] . C

05

[…]O calor que a gente sente é grande? Porque a gente já tem menopausa né ?

Como eu nunca fiz fazendo repouso direitinho não vai sangrar né? […]. C11

[…]Eu ouvi você falando para outra entrevistada, mas gostaria saber dos

riscos. É usado anestesia?[…] . C20

Quanto a mudanças no estilo de vida:

[…] Não fumo. Bebo socialmente,mas nem bebo mais pois estou tão coisa que não

quero fazer mais nada que me prejudique...Eu não estou fazendo atividade física por

devido a esse cansaço. O que faço é andar um pouco tem dias que eu me arrasto

legal[…]. C 03

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69

[…] saber se vou ter uma vida normal, ou vou ter restrições depois do exame[…].

C04

[…]Saber se vou poder voltar a fazer os meus serviços, se vou poder até trabalhar

fora, por que eu não tenho ninguém pra me dar dinheiro pra comprar os meus

remédios, porque eu não tenho nada. É muito ruim a pessoa depender dos outros. Será

que vai ser preciso colocar uma prótese?[…] . C09

[…]Eu gostaria de saber porque eu sou fumante se o cigarro teve alguma coisa

haver com problema, pois eu fumo, mas um dizes que é devido a acumulo de gordura,

ai não se, eu gostaria de saber.[…]É bom a gente conversar antes para tirar as

dúvidas. Porque ninguém fala nada. O médico só diz você vai ter que fazer um cateter,

eu disse para ele: - Dr o que é isso é de comer ou de matar? Que é isso que é isso Dr?

Eu nunca escutei isso. Ele me disse que mesmo assim eu teria de fazer[…]. C11

Quanto à presença de dor na realização do exame:

[…]Será que vai doer depois do exame[…]. C09

[…]Gostaria saber se dói ou se não dói (risos)”.Se a dor for que nem de injeção

eu tomo obrigada […]. C17

Quanto à obstrução coronariana, o que é realizado caso se diagnostique a

sua presença, e o preparo técnico da equipe de saúde para a realização do

procedimento:

[...]Se deu alguma veia entupida, alguma artéria sei lá o quê[...].C04

[…]Se tiver alguma coisa se der alguma coisa no exame o que é feito[…]. C15

[...]Toda Informação é bem vinda, com certeza”. Na internet só mostrava um

por vez. Quantos tenses pode ser colocado? “Eu conheço pessoas que já colocaram

várias vezes[…]. C08

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[…]Se este exame cura o que eu to sentindo, será que ele vai tirar o

entupimento? Vocês estão preparados para isso?[…] C18

A necessidade de orientação não se restringe apenas aos que estão realizando o

exame pela primeira vez. Os que foram submetidos anteriormente continuam com

dúvidas e receosos quanto à realização do novo procedimento, é o que pode se constatar

com os relatos abaixo.

[…] Gostaria de saber mais informações do que exatamente é o exame. Eu

gostaria de saber mais informação , assim se é exatamente o que eu acho que sei. Eu só

fico, estou apreensiva porque é o terceiro cat que faço. O primeiro foi aqui quando fiz a

minha cirurgia cardíaca,e o segundo já foi porque quando eu fiz essa minha cirurgia, 6

meses depois eu sentia a mesma dor. Então foi por isso que tive que repetir esse cat e o

cat não deu e eu tive que fazer angioplastia, eu tenho um stent. E agora estou fazendo o

segundo cat porque eu não fiquei boa . A dor continua, assim, a falta de ar, e essa dor,

até para falar eu fico cansada. Então eu vou para esse novo Cat e espero que dê tudo

certo,senão eu vou colocar outro stent.[…] . C03

[…]Ah (suspirou fundo) é Rosana eu passei por uma outra cirurgia, meu Deus

eu fiz tanta besteira no outro hospital, tive alucinações, por causa da anestesia geral.

Então a pior coisa da minha, da minha cirurgia foi as visões que eu tive. Eu já fiz um

cateterismo no pró-cardíaco, antes da minha cirurgia... é a mesma coisa? Vou poder

comemorar o aniversário da minha esposo hoje sem fazer extravagâncias? A gente é

teimoso...., na outra cirurgia eu andei fazendo extravagâncias, comi várias coisas que

não podia, principalmente comer. E eu gostaria de saber também se antes do exame

vou fazer a glicemia[…].C05

[…] Antes de eu entrar na sala a enfermeira e o medico conversaram comigo,

ter alguém aqui antes de ter que entrar na sala é muito bom pois diminuiu o

nervosismo. Porque foi muito importante, antes do exame eu estava muito nervosa com

muito pavor. Eu sou muito medrosa. Eu já fui paciente do Dr. YYY e ele falou que

precisa de muita gente a minha volta quando eu venho para o hospital[…]. C16

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Capítulo 5- Discussão dos Resultados

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5 - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados derivados da pesquisa subsidiaram a análise das categorias que

emergiram conforme os objetivos propostos.

5.1 - Categoria 1- Finalidade da Cineangiocoronariografia: Diagnóstico ou

Tratamento

Nesta categoria, emergiram as concepções da finalidade da

cinengiocoronariografia para os usuários submetidos a esse exame. Partindo do

princípio de que eles estão realizando o exame em sua maioria pela primeira vez, poder-

se-ia erroneamente interpretar que seriam desprovidos de conhecimento sobre o exame.

As Representações Sociais partem do princípio que todos têm um conhecimento pré-

teórico e possuem um saber popular do cotidiano, que vivenciou, que ouviu, que

opinou. Esta vertente, apoiada por Spink, ressalta o significado da experiência que em

segundo lugar pode inverter a perspectiva deixando de privilegiar a ótica médica como

único padrão de comparação legítimo e passando a legitimar também a ótica do

paciente. Assim, possibilita o confronto entre significado (social) da experiência e o

sentido (pessoal) que lhe é dado pelo indivíduo71

. O indivíduo carrega uma gama de

saberes populares, de forma mais efetiva, imagens, mitos, valores e significados, ou

seja, representações sociais que irão em uma ou outra situação revelar a procura de

sentido e de significado que marca a existência humana no mundo15

.

Nesse contexto, as informações se transformam, permitindo que se estabeleça

proximidades e diferenças; negociações e aceitação; interações com tudo e com todos61

.

Não se pode pensar que o outro está de mente vazia, que o outro não tem em si algum

saber, pelo contrário, o enfermeiro necessita para realizar a prática educativa possuir a

atitude de estar aberto para conhecer a realidade do outro, atentar para as visões de

mundo presentes no arcabouço da mentalidade de cada indivíduo. Essa realidade vai

estar enunciada a partir de uma palavra, uma sentença ou várias sentenças, englobando

em si elementos dialógicos71

.

Muitos dos usuários admitidos em uma unidade hospitalar para a realização de

procedimentos terapêuticos carregam em si mitos e ideias do imaginário que muitas

vezes não correspondem ao que é real de fato, mas que afetam a sua maneira de pensar.

Em algum outro momento, vão necessitar de algumas informações acerca das

intervenções que serão aplicadas e realizadas no procedimento a que serão submetidos.

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Percebe-se que ao serem questionados a respeito do que sabem sobre o exame

alguns conhecem o procedimento e buscaram essa informação através de outras pessoas

do seu convívio. Essa afirmativa é externada quando utilizam as falas: disseram,

falaram, dizem, ouço falar, pelo que eu escuto.

Há também os que buscam subsídios acerca do exame via internet. Nas formas

pelas quais eles evidenciaram a busca pelo esclarecimento do que seria o exame, nota-se

que não foi por profissional ou alguém devidamente capacitado. E por isso permanece a

dúvida se o que se está realizando é um tratamento ou um exame diagnóstico.

Estudos demostram que as informações/orientações quando são aplicadas por

profissionais detentores do conhecimento científico utilizando estratégias e tecnologias

disponíveis, bem como a criatividade, podem gerar nos usuários maior assimilação do

que seja o exame e também minimizar a ansiedade e a insegurança7,45,60,63,72-75

.

Por meio das falas dos usuários, pode-se perceber que eles têm dúvidas

relacionadas aos cuidados pré, trans e pós- procedimento que não foram sanadas pelo

meio em que obtiveram as informações. À luz das RS, é possível afirmar que os sujeitos

sociais elaboram explicações sobre os objetos socialmente relevantes e que estes os

ajudam a se comunicar e a agir diante das questões que se moldam no dia a dia. Elas

vão de certa forma expressar saberes, práticas e atitudes a fim de explicar as formas

diferenciadas com que os sujeitos irão lidar com os objetos, neste caso, com o exame de

cineangiocoronariografia76,77

.

Nesse enfoque, as Representações Sociais ancoradas no que se ouviu falar com

as informações da internet e dos profissionais acabam por dar ao usuário alguns

caminhos para suprir as suas dúvidas referentes ao exame.

Os profissionais de saúde seriam portanto o meio pelo qual as informações

deveriam ser repassadas para os usuários de forma mais clara, visto que detêm em si o

conhecimento necessário para a realização da cineangioconariografia, ou seja, possuem

conhecimento sobre o assunto e os riscos aos quais o paciente pode estar exposto. Faz-

se necessário salientar que a comunicação em enfermagem se dá através de orientações

e fatos relevantes para a assistência ocorrida com o cliente, que ajudem na resolução dos

problemas, bem como orientações ao cliente e à família acerca do tratamento, condutas

ou procedimentos, além de palavras que demonstrem calor humano e apoio78

.

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74

5.2 - Categoria 2 - Cineangiocoronariografia : Um Risco Sentido/Percebido e o

Simbolismo da Morte

Tendo como base as respostas evidenciadas pelos usuários, o fluxograma abaixo

nos mostra as representações que eles evidenciam do exame, centralizado na morte

(Figura 6). Para eles, a morte não se resume só no processo de morrer propriamente dito

mas também em todas as mortes simbólicas que poderão advir com o evento da

confirmação diagnóstica que a cineangiocoronariografia poderá apresentar.

Figura 5 – Simbolismo da cineangiocoronariografia

VIDA/MORTE

A RS no seu processo de formação vai estar estruturada na imagem e no

significado79

. No coração, órgão vital onde é gerada a vida ou propiciada a morte, o

usuário estabiliza a ancoragem, ou seja, a imagem do órgão cardíaco junto com todo o

comprometimento que possa advir no processo de diagnostificação da sua doença. Pelo

senso comum ter qualquer doença neste órgão gera instabilidade física e emocional,

uma vez que envolve o desconhecido, o mistério, com o não familiar48

.

A finalidade de toda representação é transformar algo não familiar em familiar,

ou seja, transformar a própria não familiaridade. Logo, todos querem se sentir em casa,

pisando em terreno conhecido e seguro, salvo de qualquer risco. Quando isso não

acontece, como na realização do exame, onde se desconhece o que será realizado dentro

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75

do coração, surgem os sentimentos de ansiedade e medo48

.

A objetivação evidenciada pelo usuário submetido ao exame está vinculada ao

“desentupimento” de sua artérias e veias, possibilitando a solução do seu problema de

saúde.

Percebe-se que a possibilidade de limitação de suas atividades, de sua

autonomia, do seu papel familiar e também o medo e ansiedade quanto ao resultado

esperado gera um luto simbólico pela perda da saúde, da autossuficiência e

independência35

.

É percebido também que colocam nas mãos de um Ser superior o prognóstico

favorável de sua cura ou a possibilidade da não existência da patologia.

No processo linear saúde-doença na visão antiga, discriminava-se saúde como

ausência de doenças, projetando culpabilização dos sujeitos pelo seu atual estado de

saúde. A educação em saúde hoje tem redefinida a sua concepção e práticas no campo

da saúde, possibilitando reformulações importantes, tais como superação da percepção

linear, descentralizada do processo saúde-doença, que passa a ser entendido no contexto

de seus determinantes sociais e históricos.

As experiências vividas no decorrer de suas vidas com os exames de familiares e

amigos79

, a própria doença em si, contribuem para a instalação do medo, da ansiedade e

estresse. Estudos demonstram que usuários agendados para qualquer exame diagnóstico

invasivo associados à cronicidade das doenças apresentam as mesmas inquietações:

ansiedade relacionada à ameaça da integridade física e ao bem-estar, como também às

implicações advindas do resultado diagnóstico3,29

.

O medo e a ansiedade vão estar relacionados com os efeitos imediatos da doença

e do tratamento, com as reações de afastamento impostas pelas mudanças de papéis,

com os problemas sociais e psicológicos preexistentes35,80

.

Quando se fala em inversão de valores, entende-se que aquele que dá o apoio

precisará ser apoiado, o que antes detinha nas mãos a direção dos problemas familiares,

ou seja, aquele que dava a primeira e a última palavra precisa ser encaminhado e

obedecer, baixar a cabeça, escutar e acolher35,80

.

As patologias que atingem o coração podem trazer ao usuário a necessidade

radical de mudança de vida, confirmada a partir dos resultados dos exames. Isso sem

levar em consideração que a morte muitas das vezes não é pensada de forma consciente.

E mesmo conscientemente, com frequência, esse medo não é expresso por palavras39

.

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76

Essa experiência é um fenômeno multidimensional e complexo que envolve não

apenas os eventos físicos mas também os fatores psicológicos e processos de

aprendizagem social que as pessoas adquirem por meio de familiares e da aprendizagem

cultural80,39

.

As dificuldades de adaptação às limitações que poderão ser ocasionadas pela

doença também poderão ocasionar no usuário o medo da dor e o de morrer3,81

.

No caso dos usuários que são atendidos no serviço de HD, o sentido do morrer

abrange na realidade não só a finitude da vida. Observa-se que de uma maneira geral as

patologias associadas ao coração vão carrear sentimentos muitas vezes não ditos. Sendo

ele colocado como o centro das emoções, qualquer ato, por menor que seja, torna-se

uma grandiosidade. O desconhecido, o não familiar gera medo, e com o medo toda a

gama de sentimentos e sintomatologia que estarão envolvidas com ele28,29,37,51

.

A ansiedade é um estado de alerta que leva o indivíduo a buscar saídas e

alternativas, a ensaiar ações de enfrentamento ou fuga. Ao se pensar em algo que nos

amedronta, o cérebro recebe a mensagem de alerta de que precisamos nos defender, o

corpo então se prepara para enfrentar a situação, chama-se isso de mecanismo de

prontidão e preservação, ou seja, resposta de luta, de enfrentamento ou de fuga. Todos

os animais inclusive os seres humanos possuem em sua natureza tal mecanismo40,72

.

As dificuldades apresentadas hoje na civilização evoluíram mais rápido que as

mudanças no próprio organismo humano. Ela tem um mecanismo eficiente para

enfrentar as situações de risco físico, mas pouco ou quase nada quando há relação com

as dificuldades que envolvem estados emocionais ou preocupações com o estado de

saúde, com o trabalho, com o relacionamento, ou seja, situações do cotidiano que geram

ansiedade, mas que não demandam uma resposta como luta ou a fuga. Na verdade,

nessas situações, centraliza-se nos pensamentos preocupantes, controladores,

preventivos e medrosos40,82

.

De fato, fantasia-se mais do que se age, de forma objetiva, desenvolve-se aí o

que se chama de ansiedade negativa, nesse meio de caminho entre o lutar e fugir. A

imaginação humana cria situações que muitas vezes a leva para situações onde o

enfrentamento pode ser elaborado na busca ávida por informações que deixarão o

usuário mais estressado ou o contrário os que escolhem nada saber, preferindo a

imprevisibilidade, o que também o levará ao estresse40,72

.

O cérebro identifica como perigosa as situações que nos incomodam, mas por

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serem sutis à resposta não executada, ou seja, passa-se a ter um comportamento ansioso,

algo que está dentro do organismo que não é confortável, que sufoca e angustia40,82

.

Cada vez que se desloca para uma situação que o preocupa, o indivíduo estará

vivenciando, mesmo que em fantasia, aquilo que o amedronta, que lhe causa

insegurança e apreensão. O cérebro não distingue se esta situação apresentada é real ou

não. Ele recebe as impressões do que o indivíduo está sentindo e mobiliza-se para que

todo o corpo aja de acordo, ou seja, uma descarga de adrenalina é desencadeada na

corrente sanguínea e consequentemente com isso todo o esforço físico é sentido

juntamente com os sintomas consequentes dessa ação: sudorese, tensão muscular,

taquicardia etc. Isso ocorre muitas vezes de forma inconsciente4.40,82

.

A repetição de uma série de situações que causam ansiedade leva ao estresse,

que nada mais é do que uma espécie de mecanismo automático de alarme do organismo

que consiste em reações físicas e psicológicas a estímulos excessivos. As alterações

fisiológicas musculares que traduzem esse processo são percebidas através do cansaço,

fadiga, tensões musculares, dentes cerrados ou rangendo, dores de cabeça, nas costas,

ombros e nuca, sensações de peso nas pernas e braços. Já as alterações fisiológicas

vegetativas se manifestam com: diarreia, suores frios, sensação de calor, intercaladas

com frio, transpiração abundante, taquicardia, respiração rápida e curta, má

digestão40,82

.

5.3 Categoria 3 - Necessidade de Informação/Orientação dos Usuários Submetidos

à Cineangiocoronariografia

A partir das necessidades apontadas pelos usuários, é fundamental, em primeiro

lugar, lembrar que as representações como forma de conhecimento prático vão orientar

as ações e que as influências realizadas nessas ações precisam ser embasadas por elas,

sendo assim a palavra de ordem não será educar, e sim levar a refletir, tornar

transparente o que antes era opaco visando enfatizar os aspectos criativos do

pensamento individual. Portanto, deve-se atentar para um segundo ponto, o que precisa

ser levado em conta não é a experiência, mas, sim, o significado, o sentido pessoal que

ela dá ao indivíduo71

.

Para melhor compreensão do assistir em enfermagem, faz-se necessário destacar

a percepção do que sejam o cuidar, o cuidado, o cotidiano e as orientações.

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Cuidar – é colocar em prática os conhecimentos científicos a fim de associar a

sensibilidade, a emoção e a comunicação ao trato do usuário.

Cuidado – toda e qualquer ação da enfermagem que visa propiciar o bem-estar

físico, mental e espiritual do usuário.

Cotidiano – é realizado nas práticas do dia a dia, em que se incorpora as diversas

maneiras de se cuidar em enfermagem, levando-se em consideração os mínimos

detalhes de interação entre usuário-profissionais-ambiente. Neste, as diversas

maneiras do fazer se fazem presentes.

Orientação – ferramenta pela qual se consegue compartilhar os saberes,

reformular ideias pré-concebidas e que precisa estar presente no processo da

dialógica.

Assim, o processo de cuidar requer crescimento e envolvimento e vai se realizar

independente da possibilidade da cura. O cuidar envolve entre outras coisas alívio,

conforto, ajuda, favor, promoção, restabelecimento, restauração, confecção, elaboração,

orientação etc. Ele é essencial em todas as situações de enfermidade ou incapacidades e

está presente também na ausência delas, pois o cuidado é imprescindível para o viver42

.

O cuidado é interativo, de forma que o enfermeiro ao ultrapassar ou abrir a porta para o

usuário estabelece um relacionamento pessoal83

.

Os profissionais de saúde que detêm em sua prática a consciência para

transformar seu ambiente, utilizando seus esforços, afetam evidentemente a prática e o

espaço físico, transformando-o83

.

Nesta categoria, emergiram as necessidades de orientações apontadas pelos

usuários submetidos à cineangiocoronariografia, as quais foram: quanto ao diagnóstico

e ao prognóstico, a possibilidade de cura e desobstrução das artérias, a presença da dor,

se o calor sentido durante o exame é suportável, a duração do exame, riscos com a

anestesia, com o contraste e com o próprio exame, como é realizado o exame, se a

equipe é preparada, se há possibilidade de vida normal após o exame, se o cigarro, a

gordura e o açúcar têm relação com a sua patologia atual.

Muitos dos usuários que chegam à HD para a realização da

cineangiocoronariografia desconhecem tanto o exame em si como também a existência

das patologias a ele relacionadas75

. No entanto, constroem significado a partir das

experiências vividas, por outros ou por eles mesmos, neste caso, os que estão realizando

pela segunda ou terceira vez79

.

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O conhecimento que se estima para o usuário precisa atender as suas

necessidades de orientações referentes à cineangiocoronariografia e também nas áreas

de promoção de saúde salientadas por ele. Convém lembrar que o usuário hoje recebe

informação de todos os lados, afinal se está na era da internet e os meios de

comunicação em massa também realizam essa atividade. É importante que as

orientações estejam voltadas para as necessidades apontadas por ele, sem se centrar em

conceitos e dando mais ênfase às relações84

. Daí a importância de envolvê-lo nesse

processo, visto que o conhecimento não é algo definitivo, nem acabado. Todos os dias

existe algo para se aprender e apreender85

.

As práticas educativas são utilizadas por diversos profissionais e em vários

cenários de atendimento. Revisões bibliográficas de produções científicas publicadas

em periódicos de enfermagem apresentam os enfermeiros como sendo os profissionais

que mais se utilizam de estratégias educativas e que as unidades hospitalares como os

cenários onde são desenvolvidas essas práticas7.

No contexto da Enfermagem, as tecnologias estão sendo produzidas, validadas e

avaliadas. A partir de 2000, verificam-se estudos e estratégias voltadas para tecnologias

educacionais reforçando que as tecnologias impressas são fomentos úteis para a

democratização do saber, contribuindo para aproximar a prática e a teoria. Destaca-se a

necessidade de formação do processo educativo, no qual se contemple uma educação

progressista e compartilhada com a sociedade em processo democrático. As tecnologias

educacionais pretendem contribuir com a proposta de ensino-aprendizagem em curso

e/ou processo reflexivo sobre as tecnologias educacionais direcionando os estudantes,

profissionais técnicos e docentes para o uso de uma linguagem globalizada de validação

de tecnologias educativas a fim de propiciar a democratização do saber5.

A cartilha educativa pode ser considerada como produto das tecnologias

assistenciais, as quais incluem a construção de um saber técnico-científico resultante de

investigações, aplicações de teorias e da experiência cotidiana dos profissionais e

clientela, constituindo-se, portanto, em um conjunto de ações sistematizadas,

processuais e instrumentais para a prestação de assistência qualificada ao ser humano

em todas as suas dimensões: o ser físico, o ser psíquico, o ser espiritual, o ser social, o

ser intelectual, o ser que pensa, sente, aspira e deseja, o ser que age, o ser de relações, o

ser particular e coletivo12,86

.

A Tecnologia Assistencial (TA) deve possibilitar dimensões interacionais que

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permitam aos profissionais a utilização dos sentidos para a escolha e a realização da

assistência a fim de (re)encontrar a sensitividade, a solidariedade, o amor, a ética e o

respeito de si e do outro (clientela). A TA tem como finalidade apoiar, manter e

promover o processo da vida das pessoas em “situações de saúde e doença”66,87,88

.

É da competência do enfermeiro a orientação, ensino, avaliação e

acompanhamento embasado em dados confiáveis, possibilitando assim o cuidado

adequado do cliente4. É conferida a ele a responsabilidade de ser um agente

transformador, seu conhecimento técnico e profissional passa a ser ferramenta para a

promoção de saúde, intervindo de modo consciente com o seu saber nas transformações

necessárias ao bem comum.

Quando se refere à prática educativa, precisa ser levado em consideração que o

profissional estará comprometido a inserir no usuário a corresponsabilização do seu

cuidado de saúde, da sua produção de saúde. Estaria aqui procurando entender e

prevenir os comportamentos de risco, como fumar, comer alimentos inadequados e

levar uma vida sedentária71

.

O desenvolvimento da prática educativa pressupõe saberes que são importantes

àquele que irá realizar o processo de orientar, entre eles: respeitar o saber do outro,

compreender sua realidade de vida, estabelecer diálogo, favorecendo a comunicação,

saber escutar, palavras ditas e não ditas, respeitar a identidade cultural, ser ético, ser

humilde, ter bom senso, ser comprometido, perceber que a educação é uma ferramenta

que possibilita mudanças, entre ouros.

Um programa com orientações não pode ser um pacote que serve a qualquer

grupo. É preciso antes de tudo considerar as diferenças entre os grupos sociais e

interagir com o saber prático existente, nesse caso os clientes submetidos à

cineangiocoronariografia51

.

A promoção a saúde ou melhor a prática educativa deve ser construída não de

forma uniforme de posição e pensamento, mas utilizando semelhanças e diversidades,

pois a veiculação de conteúdos pressupõe toda uma gama de crenças, valores e normas

sociais que marcam as diversas culturas existentes, bem como contextos pessoais e

simbólicos, integrando tudo em uma realidade social51

. Confirmando o que Moscovici

denomina como saber popular de forma que a prática dialógica possibilita a troca de

saberes e práticas no processo de educar/orientar.

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Considerações finais

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6- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa se propôs a construir tecnologia educativa a partir das

representações dos usuários submetidos à cineangiocoronariografia, tendo acesso aos

seus saberes, práticas e crenças. Nessa concepção, ratifica-se a importância de se assistir

o usuário na sua integralidade associando o processo saúde-doença.

Traz na sua base a educação e a promoção de saúde, em uma relação dialógica, e

a teoria das RS para auxiliar na busca do melhor caminho para atuar na prática

assistencial a fim de contribuir na transformação e/ou construção de novos

conhecimentos que promovam a qualidade de vida.

A teoria das RS considera o saber científico e o saber do senso comum para

entender as visões de mundo, ou seja, para compreender o que as pessoas pensam e

assim entender as suas atitudes.

A partir dos resultados apresentados, foi possível perceber a importância das

orientações direcionadas aos usuários que serão submetidos ao exame de

cineangiocoronariografia. Estas orientações podem ser realizadas pelo enfermeiro

através de estratégias que promovam a adesão, a redução do medo, do estresse e da

ansiedade, favorecendo desse modo a interação usuário-enfermeiro.

A educação em saúde envolve o processo educativo que coloca o cotidiano no

trabalho. Consiste na atualização cotidiana das práticas segundo os aportes teóricos,

metodológicos, científicos e tecnológicos disponíveis para a construção de relações e

processos.

Através da educação em saúde do usuário, no momento da marcação ou no

período que antecede o exame, o enfermeiro tem a possibilidade de reduzir o nível de

ansiedade do cliente utilizando além das orientações, tecnologia educativa que vai

adicionar à assistência condições ideais para o cuidar, otimizando assim o fluxo de

informações.

Encontrar a melhor maneira de possibilitar o cuidado, a adesão, de forma que as

nossas experiências somadas (profissional-usuário) contribuam no contexto vivido por

ambos para a integralidade no processo de educar-cuidar.

Prestar assistência qualificada, com base nas necessidades de informações dos

usuários do serviço de HD que realizam a cineangiocoronariografia, resultando em real

adesão não só ao preparo do exame, pois como evidenciou o estudo, o preparo é

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realizado, mas, sim, às mudanças no estilo de vida, com possibilidade para o resgate do

ser humano consciente e corresponsável pelo seu bem-estar integral.

As tecnologias assistenciais são instrumentos que complementam a prática do

enfermeiro. A promoção de saúde aliada a um atendimento profissional capacitado e

humanizado pelo profissional de saúde tem a possibilidade de fornecer ao usuário da

unidade de HD assistência digna àqueles que buscam resolutividade em suas questões

de saúde.

A partir das representações dos usuários e das suas necessidades de informações

que emergiram deste estudo, pode-se implementar as orientações a serem desenvolvidas

pela enfermagem para dar conta das questões que preocupam o usuário atendido na

unidade de HD através de uma cartilha educativa.

O que se propôs com esta pesquisa é um olhar para a saúde que perceba o

humano para além da sintomatologia, acolhendo-o em sua integralidade. Isso ocorrerá

quando se abrir espaço para a Escuta, Vínculo e Responsabilização com o olhar e o

sofrimento do outro que busca resolutividade. Um acolhimento que classifique os riscos

não somente a partir do binômio queixa-conduta, mas que se comprometa em vasculhar

dimensões não ditas em busca de respostas.

Favorecer espaço para o processo terapêutico do cuidar proporcionando que os

profissionais de saúde contribuam de forma eficaz no processo do cuidado e não

utilizem apenas as suas habilidades e conhecimentos científicos. O uso da abordagem

terapêutica contribuirá para que o profissional se envolva, indo além da execução de

técnicas e cumprimento de tarefas, propiciando assim adesão ao tratamento, qualidade

de sobrevida e recuperação dos usuários, pois na verdade o processo de orientar não

termina com o exame, no cenário da saúde é permanente.

A criação de um espaço onde se priorize o diálogo e a escuta, demonstrando aos

clientes que suas inquietações são levadas a sério, poderá também ajudar a reduzir o

estresse, ansiedade e o medo.

O presente estudo não esgota os elementos para reflexão desta temática, precisa-

se ainda tratar da implementação da tecnologia avaliada. As mudanças efetivas que se

realizam a partir da divulgação deste novo processo corresponde também ao

acompanhamento, controle e aperfeiçoamento em uma investigação permanente.

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Referências

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92

8 – APENDICE

8.1 - Apêndice A - – Exames Realizados Na Serviço De Hd

EXAMES 2012

MARCAPASSO Total

Gênero jan fev mar abr mai jun jul ago set Out nov dez

Feminino 3

2 1 2 4 3 4

1 2 1 23

Masculino 3

3 3 2 3 1 4

2

21

Não informado

3

3 3 9

Total 6

5 4 4 10 4 8

3 5 4 53

Procedência jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Interna(huap) 6

1 2 2 8 3 4

1 3 1 31

Ext(residência)

1 2 2 2 1 4

2 2 3 17

Ext(outro hospital)

3

3

Total 6

5 4 4 10 4 8

3 5 4 53

Idade jan fev mar abr Mai jun jul ago set out nov dez

> 90 anos

1

1 1

3

e)80 - 89 anos 2

2

2

2

8

a )70 - 79 anos 2

1 4

4 1

2

14

b)60 -69 anos 2

1

2 1

1 7

c)50 - 59 anos

2

2

4

d)40 - 49 anos

0

f)30 -39 anos

0

g) 20 -29 anos

0

Não informado

1 1

8

1 3 3 17

Total 6

5 4 4 10 4 8

3 5 3 53

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93

ANGIOPLASTIA Total

Gênero Jan fev Mar abr Mai jun jul ago set out nov dez 0

Feminino

5

4 3 2

14

Masculino 3 3 5 8 5 1 2

1

28

Não informado

1 2 1

4

Total 3 3 10 8 10 6 5

1

46

Procedência Jan fev Mar abr Mai jun jul ago set out nov dez

Interna(huap)

3 2 2

7

Ext(residência) 1 1 7 5 5 2 4

25

Ext(outro hospital) 2 2

1 3 4 1

1

14

Total 3 3 10 8 10 6 5

1

46

Idade Jan fev Mar abr Mai jun jul ago set out nov dez

> 90 anos

0

e) 80 - 89 anos 1

1

1 1

4

a )70 - 79 anos 1

1

2

4

b)60 -69 anos

4 3 4 3

14

c)50 - 59 anos 1 3 2 4 2 1 5

1

19

d)40 - 49 anos

2 1 1

4

f)30 -39 anos

0

g) 20 -29 anos

0

Não informado

1

1

Total 3 3 10 8 10 6 5

1

46

VIAS DE ACESSO

Radial 1 3 6 1 3 2 3

19

Femural 1

3 5 6 3 1

19

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94

Braquial

0

Não informado 1

1 2 1 1 1

1

8

Total 3 3 10 8 10 6 5

1

46

Exames suspensos 1

3 1 2

3

10

ARTERIOGRAFIA Total

Gênero jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Feminino 5 5 5 3 2

6 4 1

6 4 41

Masculino 2

4 5 3 2 6 4

5 1 32

Não informado

1

1

2

Total 7 6 9 8 5 2 13 8 1

11 5 75

Procedência jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Interna(huap) 1 2 3

3

1

10

Ext(residência) 2 2 3 4 4 1 7 4

6 5 38

Ext(outro hospital) 4 2 3 4 1 1 3 4

5

27

Total 7 6 9 8 5 2 13 8 1

11 5 75

Idade jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

> 90 anos

0

e) 80 - 89 anos 1

1

2 2

6

a )70 - 79 anos 4 2 1 1 2 1 1

5 2 19

b)60 -69 anos 1 1 3 4 2 1 4 2 1

3 2 24

c)50 - 59 anos 1 2 1 1 1

4 1

1 1 13

d)40 - 49 anos

1 2

2 2

1

8

f)30 -39 anos

1

1

g) 20 -29 anos

1

1

Não informado

1

1

1

3

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95

Total 7 6 9 8 5 2 13 8 1

11 5 75

VIAS DE ACESSO

Radial

1

1

Femoral 4 3 8 6 3 2 12 5 1

10 3 57

Braquial

2

1

1 4

Não informado 3 1 1 2

1 3

1 1 13

Total 7 6 9 8 5 2 13 8 1

11 5 75

SUSPENSOS

2

1

CATETERISMO CARDÍACO Total

Gênero Jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Feminino 15 10 17 12 26 15 15 13 1

12 25 161

Masculino 22 14 22 18 26 10 25 23

14 16 190

Não informado

1 2 2 8 3 2 4 4

1 27

Total 37 25 41 32 60 28 42 40 5

26 42 378

Procedência Jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Interna(huap) 3

6 1

2 3 2

7 1 25

Ext(residência) 28 19 20 17 42 20 33 24 4

12 31 250

Ext(outro hospital) 6 6 15 14 18 6 6 14 1

6 10 102

Total 37 25 41 32 60 28 42 40 5

25 42 378

Idade Jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total

> 90 anos

0

e)80 - 89 anos 1

3 1 4 1

1

11

a )70 - 79 anos 5 3 2 5 9 5 9 5

6 8 57

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96

b)60 -69 anos 10 6 11 12 15 4 10 17 4

5 15 109

c)50 - 59 anos 15 14 15 7 16 13 17 9 1

9 13 129

d)40 - 49 anos 5 2 4 3 7 4 3 7

3 4 42

f)30 -39 anos 1

3

3

1

1 9

g) 20 -29 anos

1

1

1

3

Não informado

3 3 1 1 2

1 1 12

Total 37 25 41 32 55 28 42 40 5

25 42 378

VIAS DE ACESSO

0

Radial 30 19 31 26 49 21 22 28 3

9 14 252

Femoral 6 4 5 3 5 4 3 5 2

6 5 48

Braquial 1 1 2 1 4 3

10

22

Não informado

1 3 2 2 1 17 7

23 56

Total 37 25 41 32 60 29 42 40 5

25 42 378

Sinalização em vermelho: 1 paciente usou 2 vias

Suspensos 2 2

1 5 4 2 2 3

2 1 24

EXAMES 2011

MARCAPASSO Total

Gênero Jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Feminino

2

5 2

1

2 1 1 1 15

Masculino 4

1 1

2 2 2 3

3

18

Não informado

0

Total 4 2 1 6 2 2 3 2 5 1 4 1 33

Procedência Jan fev mar abr mai jun jul ago Set out nov dez

Interna(huap) 2 2 1 1 2

2

5 1 2 1 19

Ext(residência) 2

3

1 1 2

2

11

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97

Ext(outro hospital)

2

1

3

Total 4 2 1 6 2 2 3 2 5 1 4 1 33

Idade Jan fev mar abr Mai jun jul ago set out nov dez

> 90 anos

1

1

e)80 - 89 anos

1

1 1 1 1

5

a )70 - 79 anos 2

1 3

2 1

3

2 1 15

b)60 -69 anos 1 1

2 2

1 1 1

9

c)50 - 59 anos 1 1

1

3

d)40 - 49 anos

0

f)30 -39 anos

0

g) 20 -29 anos

0

Não informado

0

Total 4 2 1 6 2 2 3 2 5 1 4 1 33

ANGIOPLASTIA Total

Gênero Jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 0

Feminino 2 5 1 2 6 4 5 3 1 2 7 4 42

Masculino 3 7 3 8 12 9 13 8 5 7 5 10 90

Não informado

1

1

Total 5 12 4 10 18 13 18 11 7 9 12 14 133

Procedência Jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Interna(huap) 2 1

3 2 2 1

2 2 2 2 19

Ext(residência) 2 8 3 5 11 7 8 8 3 5 5 3 68

Ext(outro hospital) 1 3 1 2 5 4 9 3 2 2 5 9 46

Total 5 12 4 10 18 13 18 11 7 9 12 14 133

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98

Idade Jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

> 90 anos

0

e) 80 - 89 anos

1

1

1

3

a )70 - 79 anos

2 1

2 3 3 1

2 4

18

b)60 -69 anos 1 4 1 6 5 6 5 3 1 3 2 4 41

c)50 - 59 anos 3 4 1 3 9 2 9 5 3 3 2 6 50

d)40 - 49 anos 1 1 1

1 2 1 1 2 1 2 3 16

f)30 -39 anos

1

1 2

g) 20 -29 anos

0

Não informado

1 1

1

3

Total 5 12 4 10 18 13 18 11 7 9 12 14 133

VIAS DE ACESSO

Radial 1 7 1 6 10 9 14 3 2 4 2 5 64

Femoral 4 5 3 4 9 4 3 2 5 5 8 6 58

Braquial

1 1

2

Não informado

5

1 2 3 11

Total 5 12 4 10 19 13 18 11 7 10 12 14 135

Exames suspensos 1 1 1 2 2

1 3 4 1

3 19

Sinalização em vermelho: 1 paciente utilizou 2 vias ao mesmos tempo.

ARTERIOGRAFIA Total

Gênero Jan fev mar abr mai Jun jul ago set out nov dez

Feminino 4 8 5 1 4 7 8 6 6 5 5 4 63

Masculino 4 5 5 2 3 8 10 5 3

5 1 51

Não informado

0

Total 8 13 10 3 7 15 18 11 9 5 10 5 114

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99

Procedência Jan fev mar abr mai Jun jul ago set out nov dez

Interna(huap) 2

1

2 4 3 1 1 1 3 2 20

Ext(residência) 4 6 9 2 2 7 13 9 8 4 5

69

Ext(outro hospital) 2 7

1 3 4 2 1

2 3 25

Total 8 13 10 3 7 15 18 11 9 5 10 5 114

Idade Jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total

> 90 anos

0

e) 80 - 89 anos

1

1 1

1

4

a )70 - 79 anos

1 2 2 1 4 3 2

1 2 18

b)60 -69 anos 1 4 1 1 3 3 3 1 3 1 2 2 25

c)50 - 59 anos 3 5 3

1 3 9 2 3 1 3

33

d)40 - 49 anos 4 3 2

1 2 2 6 1 2 2 1 26

f)30 -39 anos

1

1

2

g) 20 -29 anos

1 2

3

Não informado

2

1

3

Total 8 13 10 3 7 15 18 11 9 5 10 5 114

VIAS DE ACESSO

Radial

1 1

1

1

4

Femoral 8 12 9 3 7 14 17 7 8 4 9

100

Braquial

1

1 1 1 4 8

Não informado

3

1 4

Total 8 13 10 3 7 15 18 11 9 5 10 5 114

SUSPENSOS 2 6 1 1

4 2

2 1 1

20

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100

CATETERISMO CARDÍACO Total

Gênero Jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Feminino 15 18 10 17 26 13 28 6 6 15 11 14 179

Masculino 11 40 6 19 35 30 26 8 20 22 17 18 252

Não informado

1 1

2

Total 26 58 16 36 61 43 54 14 27 38 28 32 433

Procedência Jan fev mar abr mai Jun jul ago set out nov dez Total

Interna(huap) 6 2 3 6 6 4 3 2 4 8 3 5 52

Ext(residência) 8 35 9 24 41 12 27 8 19 15 15 14 227

Ext(outro hospital) 12 14 4 8 16 27 25 4 6 15 10 13 154

Total 26 51 16 38 63 43 55 14 29 38 28 32 433

Idade Jan fev mar abr mai Jun jul ago set out nov dez Total

> 90 anos

0

e)80 - 89 anos 1

1

1

1 2

6

a )70 - 79 anos 6 10 4 3 7 7 8 3 2 9 2 3 64

b)60 -69 anos 5 19 2 14 22 16 13 2 10 13 4 8 128

c)50 - 59 anos 12 19 7 15 18 16 25 5 9 12 11 14 163

d)40 - 49 anos 2 6 3 3 6 3 7 4 4 3 5 5 51

f)30 -39 anos

3

1 1

2

1 1 9

g) 20 -29 anos

1

1

2

Não informado

6

3 1 10

Total 26 58 16 36 61 43 54 14 27 38 28 32 433

VIAS DE ACESSO

0

Radial 16 47 11 28 52 37 38 9 17 32 20 20 327

Femoral 10 7 4 7 8 6 12 3 2 3 6 7 75

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101

Braquial

1 1

2

3 2 3 1 13

Não informado

1

3 2 5 1

4 16

Total 26 54 16 36 61 43 55 14 27 38 29 32 435

Sinalizaçao em vermelho: 1 paciente usou 2 vias

Suspensos 2 4

1 5 3 2 3

2

2 24

EXAMES 2013

MARCAPASSO Total

Gênero Jan fev mar abr mai Jun jul ago set out nov dez

Feminino 1 1 2 2 1 1 2 4

3 2

19

Masculino 1 2 1 4 1 2 2

2 1

16

Não informado

1

1

2

Total 2 3 3 6 2 3 4 5

6 3

37

Procedência Jan fev mar abr mai Jun jul ago set out nov dez Total

Interna(huap) 2 2 2 3 2 3 4 4

5 3

32

Ext(residência)

1 1 3

1

1

7

Ext(outro hospital)

0

Total 2 3 3 6 2 3 4 5

6 3

37

Idade Jan fev mar abr mai Jun jul ago set out nov dez Total

> 90 anos

0

e)80 - 89 anos 1

2

1 1

5

a )70 - 79 anos 1 2 2 1 1

1 1

2 2

13

b)60 -69 anos

1

2

3

c)50 - 59 anos

0

d)40 - 49 anos

0

f)30 -39 anos

0

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102

g) 20 -29 anos

0

Não informado

1

3 1 1 2 3

4 1

15

Total 2 3 3 6 2 3 4 5

6 3

37

Suspensos 0

ANGIOPLASTIA

Gênero Jan fev mar abr mai Jun jul ago set out nov dez Total

Feminino 2

2 5 6 4 6 2 2 4

33

Masculino 8 3

2 6 5 4 5 7 1 6

47

Não informado 1

1

4

6

Total 11 3

4 11 12 8 11 9 7 10

76

Procedência Jan fev mar abr mai Jun jul ago set out nov dez Total

Interna(huap) 5 1

1 5 4 2 4 3 2 2

29

Ext(residência) 5 2

2 3 4 2 3 3 1 4

29

Ext(outro hospital) 1

1 3 4 4 4 3 4 4

28

Total 11 3

4 11 12 8 11 9 7 10

76

Idade Jan fev mar abr mai Jun jul ago set out nov dez Total

> 90 anos

0

e) 80 - 89 anos

1

1

1

3

a )70 - 79 anos 3

1 3 2 3 2 1 2

17

b)60 -69 anos 2 2

1 5 5 2 1 3 1 1

23

c)50 - 59 anos 4 1

3 3 2

6 2 4 3

28

d)40 - 49 anos 1

2

1

3

6

f)30 -39 anos

1

1

2

g) 20 -29 anos

0

Não informado 1

1 2 1

1

6

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103

Total 11 3

4 11 12 8 11 9 7 10

76

VIAS DE ACESSO

Radial 4

3 7 2 3 1 3 2

25

Femoral 4

2 3 4 1 4 2 2 3

25

Braquial

0

Não informado 3 3

2 6 1 5 5 6 2 5

38

Total 11 3

4 12 12 8 12 9 7 10

78

Sinalizaçao em vermelho: paciente usou 2 vias

Exames suspensos 2

2

2

3

9

ARTERIOGRAFIA Total

Gênero Jan fev mar abr mai Jun jul ago set out nov dez

Feminino 4 2

4 1 5 1 5 8 4 2

36

Masculino 2 1

6 1 4 1 6 3 3 7

34

Não informado 1

1

4 2

8

Total 7 3

11 2 9 2 15 13 7 9

78

Procedência Jan fev mar abr mai Jun jul ago set out nov dez Total

Interna(huap) 1

3

3

3

1

11

Ext(residência) 4 2

7

4 2 6 4 4 4

37

Ext(outro hospital) 2 1

1 2 2

6 9 2 5

30

Total 7 3

11 2 9 2 15 13 7 9

78

Idade Jan fev mar abr mai Jun jul ago set out nov dez Total

> 90 anos

1

1

e) 80 - 89 anos 1

3 1 1

6

a )70 - 79 anos 1

2

5 1

3

12

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104

b)60 -69 anos 2

3 1 2

4 5 3

20

c)50 - 59 anos 1 3

5

5 2 4 3 1 5

29

d)40 - 49 anos 1

1

1 1

4

f)30 -39 anos 1

1

1

3

g) 20 -29 anos

1

1

Não informado

1

1

2

Total 7 3

11 2 9 2 15 13 7 9

78

VIAS DE ACESSO

Radial

0

Femoral 5 2

10 2 3 2 7 9 6 6

53

Braquial

0

Não informado 2

1

6

8 4 1 3

25

Total 7 2

11 2 9 2 15 13 7 9

78

SUSPENSOS

1 3 2 1

7

CATETERISMO CARDÍACO Total

Gênero Jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Feminino 17

2 18 15 13 15 15 10 8 6

119

Masculino 30 2 2 20 15 26 8 15 14 13 15

160

Não informado 2

3 2 2 3 7 6 3

28

Total 49 2 4 38 33 41 25 33 31 27 24

307

Procedência Jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total

Interna(huap) 5

1 3 7 4 3 2 6 2 4

37

Ext(residência) 31 2 3 30 17 19 18 24 14 14 14

186

Ext(outro hospital) 13

5 9 18 4 7 11 11 6

84

Total 49 2 4 38 33 41 25 33 31 27 24

307

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105

Idade Jan fev mar abr Mai Jun jul Ago set out nov dez Total

> 90 anos

0

e)80 - 89 anos 1

1 3 1 1 1 1 2

11

a )70 - 79 anos 12

7 7 7 5 7 5 3 6

59

b)60 -69 anos 18

1 14 7 9 7 10 12 4 8

90

c)50 - 59 anos 10 2 3 13 13 15 7 8 4 12 6

93

d)40 - 49 anos 7

2 4 4 2 2 3 6 1

31

f)30 -39 anos

1

2 2

3 1

9

g) 20 -29 anos

1

1

2

Não informado 1

1 1 1

5 2

1

12

Total 49 2 4 38 33 41 25 33 31 27 24

307

VIAS DE ACESSO

Radial 31 2 1 20 16 21 9 14 10 17 13

152

Femoral 7

3 8 2 4 2 4 9 2 2

43

Braquial 1

1

1

3

Não informado 10

9 17 16 14 15 11 8 9

112

Total 49 2 4 38 33 41 25 33 31 27 24

307

Suspensos

6 1 2 3

1 3

1

17

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106

8.2 - APÊNDICE B - Instrumento de pesquisa para coleta de dados

sociodemográficos do usuário no serviço de HD do HUAP

Nome: _________________________ – RG ___________ – Data:___________

Sexo- (M) (F) Idade:_____________ - Escolaridade:____________________

Situação conjugal:_________________________________________________

Filhos: (sim) (não) - Quantos:______________________________

Trabalha :( )não ( )sim Em que:_____________________________________

Profissão:_______________________________________________________

Endereço:_______________________________________________________

Tel: ____________________________________________________________

Residência: (x ) própria ( )alugada ( ) posse

Quantas pessoas moram na casa?___________________________________

Possui água encanada ( ) sim ( ) não. Origem da água:____________________

Faz uso de bebida alcoólica (sim) (não)

É fumante (sim) (não)

Qual a sua religião:_____________________________

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107

8.3 - APÊNDICE C - Identificação dos conhecimentos, crenças e possíveis causas

de falta de adesão dos usuários do serviço de HD.

1- Esta é a primeira vez que está fazendo este exame? (SIM) (NÃO)

2-Há quanto tempo está esperando este procedimento?___________________

3-Este procedimento foi remarcado anteriormente? (SIM) (NÃO)

4-Se,afirmativo por quê?______________________________________________

5 –Que informações foram fornecidas sobre este procedimento?

6 –Quem forneceu a informação?

( ) profissional de saúde - especificar qual:____________________________

(...) amigos, parentes ou vizinhos

(...) através da internet, livros ou folhetos explicativos

7 – Você realizou o preparo? ( ) Sim ( ) Não

8 – Se não, por quê?

9 - O que você sabe sobre este procedimento? De onde você recebeu esse saber?

10 - Como ou o que você sente em relação à realização desse procedimento?

11 -O que você gostaria de saber sobre esse exame?

Impressões do pesquisador:

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108

8.4 - Apêndice D: PRODUTO: CARTILHA TECNOLOGIA EDUCATIVA

1 – INTRODUÇÃO

O desenvolvimento desta cartilha esta associada a prática educativa do

enfermeiro no cenário da realização deste estudo que é o Serviço de Hemodinâmica

(HD) e na assistência qualificada a ser dispensada ao usuário que procura resolutividade

em suas questões de saúde, no que se refere a prevenção e tratamento das doenças

cardiovasculares.

A doença arterial coronariana é um problema de saúde com grande prevalência,

principalmente nos grandes centros e atinge a população de idade mais avançada no

Brasil e no mundo1,2

. A mudança dessa realidade está aliada às mudanças no estilo de

vida com vistas a diminuição do impacto da doença e a melhora na qualidade de vida do

usuário 1,2

. É papel do enfermeiro a orientação, ensino, avaliação e acompanhamento

embasado em dados confiáveis, possibilitando o cuidado adequado do usuário 3.

No dia a dia da assistência parecia que os exames eram suspensos pela falta de

informação do usuário e também por seu grau de estresse, medo e ansiedade 4

. Sendo

assim algumas indagações nortearam a investigação sobre as representações que os

usuários submetidos a cineangiocoronariografia tinham em relação ao exame.

O conhecimento que se estima para o usuário precisa atender as suas

necessidades de orientações em relação a cineangiocoronariografia e também as áreas

de promoção de saúde salientadas por eles.

Os resultados encontrados na minha dissertação do Mestrado Profissional em

Enfermagem Assistencial (MPEA), com o título “Tecnologia educativa em saúde

para usuários do Serviço de Hemodinâmica submetidos a

cineangiocoronariografia” evidenciaram que os usuários desconhecem a finalidade do

exame e para que serve; mas possuem alguma informação sobre o mesmo. O

quantitativo do s exames suspensos por falta de preparo é pequeno. Apesar de não

revelarem claramente fazem associação do exame com a morte. Os resultados trazem

ainda que esta associação nem sempre está voltada para a finitude da vida, mas também

para as mudanças que poderão advir a partir do resultado do exame.

Nesta perspectiva as tecnologias educativas são ferramentas que usadas pelo

enfermeiro poderão complementar a sua práxis na assistência a ser prestada junto ao

usuário da HD.5 As orientações poderão ser realizadas pelo enfermeiro através de

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109

estratégias que promovam a adesão, a redução do medo, do estresse e da ansiedade, de

maneira a favorecer a interação usuário-enfermeiro. É necessário favorecer espaço para

o processo terapêutico do cuidar, onde os profissionais de saúde contribuam de forma

eficaz no processo do cuidado, utilizando suas habilidades e conhecimentos científicos,

associados às tecnologias impressas que são fomentos úteis a democratização do saber,

vindo a contribuir para aproximar a prática e a teoria7,8

.

2 – OBJETIVOS

1. Descrever o produto do mestrado profissional em enfermagem

assistencial;

2. Apresentar as ações para a realização dessas orientações;

3. Programar esta proposta do uso produto na HD.

3 – JUSTIFICATIVA

A pesquisa do MPEA através dos conhecimentos produzidos à luz do

referencial teórico da Teoria das Representações Sociais permitiu a construção de

tecnologia educativa, a partir das representações alinhadas no processo de análise do

estudo, já que as representações são teorias do senso comum, onde se procura desvendar

as ideias subjacentes 9.

A escolha dessa prática educativa se deu por se considerar que a aquisição de

material ilustrativo, com orientações pautadas nas necessidades levantadas na pesquisa

realizada seria de fácil aceitação e manuseio, além de estarem sempre disponíveis para

a retirada das dúvidas do usuário.Quando se fala em Educação em Saúde é necessário

frisar que todos os esforços precisarão estar centrados em se prevenir, promover e se

recuperar a saúde. Dentro das competências do enfermeiro a educação em saúde torna-

se um campo de suma importância ao desenvolvimento social, contribuindo junto com

as práticas educativas para a ampliação dos saberes .Permite também a abordagem

interdisciplinar, integralizando a assistência pela proximidade do usuário-profissional,

de maneira a criar a garantir a humanização da assistência 3,10

.Dessa forma o

compartilhamento de saberes, o diálogo a escuta estarão sendo contemplados, e

colocando em prática aquilo que o próprio SUS preconiza 11

.

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110

Os materiais educativos impressos na área de saúde constituem uma prática

comum utilizada pelo SUS 12

. Usualmente são empregados manuais de cuidados em

saúde, folhetos e cartilhas associados às formas de comunicação e diálogo que

promovam uma relação dialógica13

. Uma vez forjadas essas condições torna-se possível

convergir qualquer coisa do individual em social e vice-versa 14

. A criação e o

desenvolvimento de um material educativo precisam ser diversificados a fim de

promover o conhecimento e ao mesmo tempo não cansar o usuário com uma leitura

exaustiva e maçante, mas ao contrário, o envolva nesse processo de corresponsabilidade

pela sua saúde.

Os benefícios advindos dessa prática educativa estarão associados a: aquisição e

produção de novos conhecimentos, reflexão sobre qualidade de vida e mudanças de

hábitos não saudáveis.

4 – METODOLOGIA

A proposta para a produção e impressão da cartilha foi embasada na prática do

enfermeiro, nos resultados da pesquisa e no uso do referencial teórico do estudo. As

seguintes etapas foram seguidas:

1. Pesquisa bibliográfica constituída de consulta e seleção de material da literatura

sobre cineangiocoronariografia de acordo com as necessidades de orientações

apontadas na pesquisa de campo, a partir das representações dos usuários.

Incluindo também textos de apoio, retirado de livros textos, livros didáticos e

trabalhos científicos.

2. Elaboração do texto de fácil compreensão, baseado em conceitos científicos,

definindo os conceitos que foram elaborados na cartilha.

3. Criação dos rascunhos das ilustrações.

4. Revisão conceitual da cartilha.

5. Arte semifinal, acentuando os traços das ilustrações.

6. Retorno da cartilha para os usuários e enfermeiros do setor de Hemodinâmica

para a avaliação da tecnologia construída através de um questionário (apêndice

5 e apêndice 6).

7. Arte final com os pontos salientados e avaliados pelos usuários e enfermeiros.

POPULAÇÃO ALVO

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111

Usuários que serão submetidos ao procedimento de

cineangiocoronariografia.

LOCAL

Na sala de marcação/agendamento do exame.

RECURSOS HUMANOS

Profissional de saúde, com curso superior ou técnico, na grande área da

saúde

RECURSOS DIDÁTICOS

A própria cartilha.

RECURSOS MATERIAIS

Estarão relacionados com a confecção da cartilha.

5- AÇÕES

Apresentação desta proposta a Diretoria de Enfermagem.

Viabilizar junto a unidade responsável na reitoria a confecção e

impressão da cartilha.

Efetuar a distribuição da mesma após validação por expertises da área,

nas marcações do exame, ou ainda na possibilidade da mesma na

consulta de enfermagem, ou sala de espera.

6 – CONTRIBUIÇÕES

Redução do nível de estresse, medo e ansiedade dos usuários antes do

exame.

Melhoria na qualidade de vida a partir do compartilhamento de saberes,

entre profissionais e usuário.

Melhoria na relação usuário-profissional, promovendo a formação do

vínculo entre eles..

Esclarecimento aos usuários acerca das ações de promoção, prevenção e

recuperação da saúde relacionados as doenças crônicas não

transmissíveis.

Consolidação das políticas públicas do SUS referentes a participação do

usuário e humanização, e as doenças crônicas não transmissíveis.

Aproximação da assistência,da pesquisa e do ensino.

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112

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de

Ações Plano de Ações Estratégicas para enfrentamento das doenças crônicas não

transmissíveis (DCNT) no Brasil. Ministério da Saúde, – versão preliminar–

Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2011.

2. Malta DC, Silva Jr JB. Brazilian Strategic Action Plan to Combat Chronic Non-

communicable Diseases and the global targets set to confront these diseases by

2025: a review. Epidemiol. Serv. Saúde. [online]. Mar. 2013, vol.22, no.1 [cited 22

July 2014], p.151-164. Available from World Wide Web:

<http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-

49742013000100016&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1679-4974.

3. Alves VLS, Feldman LB . Gestores da Saúde no âmbito da qualidade Atuações e

competências uma abordagem multidisciplinar. Editora Martinari, São Paulo, 1ª

edição, 2011.

4. Stedeford A. Encarando a morte: uma abordagem ao relacionamento com paciente

terminal. Ed. Art Med. 1986.

5. Teixeira E, Mota VMSS. Tecnologias educacionais em foco. São Caetano do Sul,

SP: Difusão Editora; 2011. Série Educação em Saúde; v.2.

6. Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização. O acolhimento

como estratégia de interferência nos processos de trabalho. Série B. Textos básicos

de saúde. Brasília: MS: 2004.

7. Marcico EFC, Silva SB. Projeto de acolhimento e humanização para

acompanhantes: a inserção do serviço social e da enfermagem de uma instituição

federal do Rio de Janeiro. (relato de caso). Rio de Janeiro. Universidade Federal

Do Rio de Janeiro: 2009.

8. Koloroutis M, Gerolim FSF. Cuidado baseado no relacionamento: um modelo

para a transformação da prática. São Paulo: Atheneu; 2012

9. Guareschi P, Jovchelovitch S.(orgs)Textos em representações sociais. 2ª edição –

Petrópolis, R J: Editora Vozes 1995.

10. Vila ACD, Vila VSC. Tendências da produção do conhecimento na educação em

saúde no Brasil. Rev. Latino-Am. Enfermagem [serial on the Internet]. 2007 Dec

[cited 2014 July 22] ; 15( 6 ): 1177-1183. Available from:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-

11692007000600019&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-

11692007000600019.

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113

11. Portaria GM/MS nº 2.203, de 5 de novembro de 1996 — Norma Operacional

Básica do Sistema Único de Saúde (NOB; disponível:em PDF).-

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1996/prt2203_05_11_1996.html

12. Carvalho MAP. Construção compartilhada do conhecimento:análise da produção

de material educativo. In:Ministério da Saúde(Br).Secretaria de Gestão Estratégica

e Participativa. Caderno de Educação Popularem Saúde. Brasília;2007.p.91-101.

13. Freire P. Pedagogia da Autonomia:saberes necessários á pratica educativa. São

Paulo: Paz e Terra, 2012.

14. Moreira ASP. Jesuíno JC. ( Orgs) Representações Sociais: Teoria e prática- 2 ed.

João Pessoa: Editora Universitária/ Ufpb, 2003.

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114

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA- EEAAC HOSPITAL

UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO - HUAP

CARTILHA DE ORIENTAÇÕES DE

ENFERMAGEM

A USUÁRIOS SUBMETIDOS A

CINEANGIOCORONARIOGRAFIA

Niterói

2014

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115

Orientações de Enfermagem aos usuários que serão submetidos a

cineangiocoronariografia(cateterismo cardíaco)

É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a

fonte. Não é permitida a comercialização.

Elaboração

Rosana Moreira de Sant’ Anna

Redação

Rosana Moreira de Sant’ Anna

Revisão Técnica

Profª Dra. Cristina Lavoyer Escudeiro

Profª Dra. Maria Luiza de Oliveira Teixeira

Profª Dra. Simone Cruz Machado Ferreira

Profª Dra. Elen Martins da Silva Castelo Branco

Ilustração

David Costa da Silva Santos

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116

S 231 Sant'anna, Rosana Moreira de.

Cartilha de orientações de enfermagem aos usuários que

serão submetidos à cineangiocoronariografia. / Rosana

Moreira de Sant'anna. – Niterói: [s.n.], 2014.

26 f.

Produto da Dissertação (Mestrado Profissional em

Enfermagem Assistencial) - Universidade Federal

Fluminense, 2014.

Orientador: Profª. Cristina Lavoyer Escudeiro.

1. Tecnologia Educacional. 2. Educação em Saúde. 3.

Cateterismo cardíaco. 4. Cuidados de Enfermagem. I.

Título.

CDD 610.7

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Sumário Apresentação..................................................................................................06 O que é cineangiocoronariografia?.................................................................07 O que é Cateter? ............................................................................................08 Estudo do lado venoso do coração ................................................................09 O que pode fazer suspender o exame ou remarcá-lo?..................................10 Os cuidados pré exame..................................................................................11 Cuidados durante o exame ..........................................................................11 Após o exame................................................................................................12 Fatores de risco para doença cardiovascular o que é?..................................14 Fatores herdados ..........................................................................................14 Hereditários...................................................................................................14 Idade .............................................................................................................15 Sexo ..............................................................................................................16 Fatores controláveis ....................................................................................17 Fumo ............................................................................................................17 Colesterol elevado .......................................................................................18 Pressão arterial elevada ..............................................................................19 Vida sedentária ............................................................................................20 Obesidade ....................................................................................................21 Diabetes Mellitus ..........................................................................................22 Anticoncepcionais orais ...............................................................................22 Complicações................................................................................................23 Direitos dos usuários do HUAP ....................................................................24 Bibliografia....................................................................................................25 Endereço e telefone do Hospital e da Hemodinâmica ................................26

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APRESENTAÇÃO

O produto apresentado é originado do compartilhamento de conhecimento

e experiências entre os usuários que serão submetidos a

cineangiocoronariografia e a enfermeira pesquisadora da dissertação do

Mestrado Profissional de Enfermagem Assistencial (MPEA) da Escola de

Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense

(EEAAC/UFF), com o título: “Tecnologia educativa em saúde para usuários da

hemodinâmica sobre o exame de cineangiocoronariografia: estudo

descritivo”.

Tem como objetivo proporcionar orientações com base na necessidade de

informações de usuários atendidos no Serviço de Hemodinâmica que

realizarão o exame de cineangiocoronariografia resultando em real adesão

ao preparo do exame e utilização de tecnologia assistencial.

O que é cineangiocoronariografia?

O exame é realizado através de um tubo fino e alongado, que é introduzido

no vaso sanguíneo (pela perna ou braço) que chega até o coração. Através

deste tubo (cateter) é administrado contraste (substância a base de iodo),

que permite registrar a imagem das artérias e da cavidade cardíaca. Tem por

finalidade identificar alterações ou possíveis doenças, não é o tratamento.

Para introdução do cateter no vaso sanguíneo periférico, haverá

necessidade de se realizar punção no braço ou na região da virilha, e

em alguns casos um sutura (pequeno corte) na dobra do cotovelo

(pequeno corte) após a anestesia local. Normalmente não é um

exame demorado ou dolorido.

É um exame seguro, realizado por equipe especializada, experiente e

atualizados a respeito de tecnologias ( (avançadas e científicas).

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O que é Cateter?

Na maioria dos usos o cateter é um tubo fino, macio e flexível.

Entretanto, o cateter poderá ter o diâmetro largo e ser de consistência

dura. Ele pode ser inserido em um ducto ou vaso (cateter vascular), em

uma cavidade corpórea natural ou em uma cavidade cística(

presença de cisto) ou de abscesso(secreção purulenta), possibilitando a

drenagem ou injeção de fluidos ou o acesso a instrumentos cirúrgicos.

O processo de introdução de um cateter é denominado de

cateterização.

É a técnica mais usada para o diagnóstico da doença arterial

coronariana. È empregado para o estudo das cardiopatias congênitas,

valvulopatias e miocardiopatias.

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O que pode fazer o exame ser remarcado?

Se no dia do exame o usuário estiver

resfriado ou gripado, taquicárdico,

com febre ou infecção de qualquer

natureza ou se houver problemas

dermatológicos, como: feridas,

erupções na pele na região do

braço e virilha (permanece suspenso

até o tratamento dessas lesões).

Na gravidez (haverá necessidade de junta médica para avaliar os riscos

e benefícios e as medidas de proteção ao feto).

No caso de uso de anticoagulantes (medicação que diminui a

formação de coágulos no sangue, suspender a medicação por 5 dias

(MarevamR, clexane, heparina, etc.)

Se a pessoa é alérgica (penicilina, antibióticos, iodo, esparadrapos,

etc.) realizar a dessensibilização (processo pelo qual se reduz a

sensibilidade alérgica do organismo, através da administração oral de

medicação, como ranitidina, polaramine e meticorten).

Se faz uso da metformina (GlifageR), medicamento de escolha no

tratamento do diabetes mellitus tipo II, suspender por 72 horas a

medicação.

Não deixar de tomar as medicações anti-hipertensivas (captopril,

enalapril, losartan, valsartan, atenolol, carvedilol etc.).

Os cuidados pré-exame

O paciente deve chegar em jejum, o ideal de 12 horas, mas pode ser feito em

alguns casos com 4-8 horas). Deverá vir acompanhado.

Antes do exame, profissionais de saúde do Serviço de Hemodinâmica,

confirmarão o nome do usuário, farão perguntas sobre as medicações em uso

os medicamentos devem ser utilizados de acordo com orientação médica

(algumas drogas devem ser descontinuadas antes do exame)., também sobre

as doenças prévias (doença renal, pulmonar, cerebral, vascular, queixas nas

pernas como dormências ou dor ao andar) e reações alérgicas (histórico de

alergia a contrastes, iodo, antibióticos e inclusive alergia alimentar).

Será puncionado um acesso venoso periférico(no braço esquerdo) para

administração de soro e medicação durante e após o exame.

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É colocado no tórax anterior do usuário eletrodos (adesivos plásticos) para se

monitorizar o ritmo cardíaco durante o procedimento.

Durante o Exame

Ele é realizado em uma sala equipada, com aparelhos de angiografia, raios

X, monitores de eletrocardiograma e pressão, instrumental cirúrgico, bem

como toda medicação e material necessário para o atendimento no decorrer

do exame.

A sala é mantida resfriada e higienizada. A duração do exame é de

aproximadamente uma hora, isto não está ligado à gravidade da doença e

sim à necessidade de se recolher documentação ampla do exame.

No decorrer do exame é administrado o contraste e a cada administração o

usuário poderá sentir a sensação de calor pelo corpo, que é normalmente

suportável.

As imagens do exame poderão ser visualizadas durante toda a duração do

exame do usuário.

Após o exame

Após a realização do exame, retirado o cateter é realizado compressão no

local e curativo oclusivo. Se o exame for realizado pela via braquial (dobla do

cotovelo) realiza-se sutura (procedimento que consiste em costurar as bordas

de um corte ou ferimento para fechá-lo) e após curativo oclusivo.

O cateter é retirado por profissionais de saúde.

A administração de soro e líquido por via oral tem a finalidade de facilitar a

saída do contraste do organismo.

Evitar dobrar o braço, deve-se repousá-lo sobre o peito. Qualquer

anormalidade como: sangramentos, edema, formigamento, cianose ou

hematoma, deverá ser comunicado a equipe de enfermagem, E se

acontecer em casa, procurar o atendimento de saúde mais próximo de sua

residência.

Se tiver sido realizado na virilha não dobrar a perna pelas 6 a 8 horas seguintes.

Após cerca de 2hs após o exame o usuário e liberado para o setor de origem

ou para sua residência. É necessário lembrar que a liberação do usuário está

condicionada a presença de um acompanhante ou responsável.

O procedimento muitas das vezes demora menos de meia hora, no entanto, o

processo de preparo e repouso precisa ser levado em conta. Por isso sugere-

se o planejamento de dispor de 5 a 9 horas do dia para a realização do

exame.

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A ingestão hídrica e a alimentar poderão ser livres, se não houver restrições ou

contra indicação médica. Não suspender a medicação usada anteriormente

ao exame, salvo ter tido alguma orientação médica.

Manter limpo o local do curativo. Recomenda-se o uso de curativo fechado

por dois dias, realizando a troca após limpeza diária com água e sabão

comum.

O resultado é entregue em 5 dias uteis.

Fatores de Risco para doenças cardiovascular

O que é?

São condições que predispõem uma pessoa a maior risco de

desenvolver doenças do coração e dos vasos. Nas pessoas que não

tem doenças coronarianas as medidas adotadas visam prevenir o seu

aparecimento, naquelas em que a doença cardíaca já está instalada

as medidas preventivas irão promover o controle e a prevenção de

novos agravos.

Existem diversos fatores de risco para doenças cardiovasculares, os

quais podem ser divididos em herdados ou comportamentais.

Fatores herdados

São fatores imutáveis, que não podemos mudar. Resultam de

condições genéticas ou biológicas que estão fora do controle do

indivíduo. São eles:

A. Hereditários

Os filhos de pessoas com doenças cardiovasculares tem uma maior

propensão para desenvolverem doenças desse grupo. Pessoas de pele

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negra são mais propensos à hipertensão arterial e neles ela costuma ter

um desenvolvimento mais severo mais severo.

B. Idade

A idade avançada também é fator de risco para doenças

cardiovasculares, ou seja, o risco de desenvolver doenças coronarianas

aumenta com a idade, aproximadamente metade de todas as vítimas

de doenças cardiovasculares estão acima de 65 anos.

C. Sexo

Os homens têm maiores chances de terem doenças cardiovasculares.

Com exceção das mulheres que fumam, o risco dessas doenças nas

mulheres, permanece baixo até a menopausa (período fisiológico que

se caracteriza pelo encerramento dos ciclos menstruais e ovulatórios.

Inicia-se com idade variável, mas normalmente entre os 45 e 55 anos.

Afirma-se que uma mulher esteja na menopausa quando a mesma

apresenta ausência de ciclos menstruais há mais de um ano), nesta fase

a taxa das mulheres aumenta, mas não é tão elevada como a dos

homens.

Fatores controláveis

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São os fatores sobre os quais podemos influir, mudando, prevenindo ou

tratando.

A. Fumo

O risco de doenças cardiovasculares no fumante é duas vezes maior do

que nos não fumante. Está ligado a uma em cada cinco mortes

decorrentes de doença coronariana.

Os fumantes têm duas vezes o risco de ter um AVC (acidente vascular

cerebral) e tem menos possibilidade de sobreviver a um IAM(infarto

agudo do miocárdio). Os fumantes passivos também tem o risco de um

ataque cardíaco aumentado.

Fottus.come/engraçadas/imagens-engracadas-anti-fumo

B. Colesterol elevado

Os riscos de doença do coração aumentam na medida em que os

níveis de colesterol estão mais elevados no sangue. O estreitamento dos

vasos que suprem o coração se dá pelo acúmulo de placas de

ateroma (gorduras) no interior das artérias, o sangue encontra maior

dificuldade de circular.

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Junto a outros fatores de risco como pressão arterial elevada e fumo

esse risco é ainda maior. Esse fator de risco é agravado pela idade

avançada e a dieta rica em gordura.

C. Pressão arterial elevada

A pressão alta, também chamada de hipertensão arterial, é

caracterizada pela pressão acima de 14 por 9 (140 X 90 mmHg). É uma doença crônica que não tem cura, mas pode ser controlada. É uma

doença silenciosa. Geralmente, só causa sintomas como tonturas, visão

turva ou falta de ar quando a pressão está muito alta, durante o que

chamamos de crise hipertensiva.

Para manter a pressão elevada, o coração realiza um trabalho maior,

com isso vai hipertrofiando o músculo cardíaco, que se dilata e fica

mais fraco com o tempo, aumentando os riscos de um ataque.

A elevação da pressão também aumenta o risco de um acidente

vascular cerebral, de lesão nos rins e de insuficiência cardíaca. O risco

de um ataque cardíaco no hipertenso aumenta várias vezes junto com

o cigarro, o diabetes, a obesidade e o colesterol elevado.

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D. Vida sedentária

A falta de atividade física é outro fator de risco para doença das

coronárias. Exercícios físicos regulares, moderados e vigorosos tem um

importante papel em evitar doenças cardiovasculares.

Mesmo os exercícios moderados, desde que feitos com regularidade

são benéficos.

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Converse com seu médico a respeito de atividade física para juntos

decidirem qual será a melhor escolha no seu caso.

E. Obesidade

O excesso de peso tem uma maior probabilidade de provocar um

acidente vascular cerebral ou doença cardíaca, mesmo na ausência

de outros fatores de risco.

A obesidade exige um maior esforço do coração além de estar

relacionada com doença das coronárias, pressão arterial, colesterol

elevado e diabete.

valdemartiba.blogspot.com

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F. Diabetes mellitus

mdemulher.abril.com.br

O diabetes é um sério fator de risco para doença cardiovascular.

Mesmo se o açúcar no sangue estiver sob controle, o diabete aumenta

significativamente o risco de doença cardiovascular e cerebral.

Dois terços das pessoas com diabetes morrem das complicações

cardíacas ou cerebrais provocadas. Na presença do diabetes, os outros

fatores de risco se tornam mais significativos e ameaçadores

G. Anticoncepcionais orais

Os atuais anticoncepcionais orais têm pequenas doses de hormônios e

os riscos de doenças cardiovasculares são praticamente nulos para a

maioria das mulheres. Fumantes, hipertensas ou diabéticas não devem

usar anticoncepcionais orais por aumentar em muito o risco de doenças

cardiovasculares.

Existem outros fatores que são citados como podendo influenciar

negativamente os fatores já citados. Por exemplo, estar

constantemente sob tensão emocional (estresse) pode fazer com que

uma pessoa coma mais, fume mais e tenha a sua pressão elevada.

Certos medicamentos podem ter efeitos semelhantes, por exemplo, a

cortisona, os anti-inflamatórios e os hormônios sexuais masculinos e seus

derivados.

Complicações

Por se tratar de um procedimento invasivo não está isento de

complicações. Os riscos de complicações graves (infarto, AVC e

sangramento no local da punção) é em geral muito baixo. Têm-se

ainda complicações decorrentes do contraste, como a alergia e a

insuficiência renal. No entanto todas essas complicações são raras e

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caso ocorra a intervenção será realizada por equipe de saúde, que

está preparada para prestar assistência adequada a qualquer tipo de

complicação.

Em relação a dor, geralmente há pouca ou nenhuma dor durante o

exame, porém o usuário pode sentir o vaso sanguíneo dolorido onde o

médico inseriu o cateter.

Direitos dos usuários do HUAP

O paciente tem direito a receber explicações claras sobre o exame a

que vai ser submetidas;

O paciente tem direito a informações claras, simples e compreensivas,

adaptadas a sua condição cultural, sobre as ações diagnósticas e

terapêuticas, o que pode decorrer delas, a duração do tratamento, a

localização, a localização de sua patologia, se existe a necessidade de

anestesia, qual o instrumento a ser utilizado e quais regiões corpo serão

afetadas pelos procedimentos.

Fonte: Portaria do Ministério da Saúde nº 1286 de 26-10-1993, art. 8º e nº

74 de 04-05-1994.

BIBLIOGRAFIA

1- Cantarelli MJC. Tramoutina RP. Laudados pré e pós-cateterismo

cardíaco, In: Seretino Z. Cardoso LF. Mattan Jr, J. Torggler FF. Paciente

crítico: Diagnóstico e tratamento: Hospital Sírio Libanês. Barueri Manole,

2006. P 9, 20-6

2- Ministério da Saúde, Brasil. Secretaria de atenção a saúde.

Departamento de ações e plano de ações estratégicas para o

enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis ( DCNT) no

Brasil. Ministério da Saúde, - versão preliminar – Brasília: Editora do

Ministério da Saúde, 2011.

3- http://www.realcor.com.br/procedim.htm

4- Straub, RO. Psicologia da saúde. Ed Artmed- 2005

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ENDEREÇO E TELEFONE DO HOSPITAL E DA HEMODINÂMICA

Hospital Universitário Antônio Pedro

Rua Marques de Paraná, 303 - Centro - Niterói - Rio de Janeiro Brasil -

CEP: 24033-900

Telefones: 2629-9000 ou 2629-9001. Hemodinâmica: 2629-9163 e 2629-

9225

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8.5 – Apêndice E - INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DA CARTILHA

PELOS USUÁRIOS SUBMETIDOS A CINEANGIOCORONARIOGRAFIA

Dados de identificação - Titulo do projeto: “TECNOLOGIA EDUCATIVA EM

SAÚDE PARA USUÁRIOS DA HEMODINÂMICA DE UM HOSPITAL

UNIVERSITÁRIO SOBRE O EXAME CINEANGIOCORONARIOGRAFIA”.

Pesquisador responsável pelo projeto: Rosana Moreira de Sant’Anna

Instituição a que pertence o pesquisador responsável: UFF – EEAAC/Hospital Universitário

Antônio Pedro.

Telefones para contato: (21)2676-8092 - (21)95988439 - (21) 2629-9412/9414

1-A apresentação da cartilha está de fácil manuseio?

( ) SIM ( ) NÃO

2 – As informações contidas na cartilha diminuíram as suas dúvidas?

( ) SIM ( ) NÃO

3 – As informações são apresentadas de forma clara?

( ) SIM ( ) NÃO

4 – O texto está longo, amplo ou cansativo?

( ) SIM ( ) NÃO

( ) LONGO ( ) AMPLO ( ) CANSATIVO

5 - As figuras são esclarecedoras ?

( ) SIM ( ) NÃO

6- A capa e o título estão de acordo com o conteúdo?

( .) SIM ( ) NÃO

7 – Você teria alguma sugestão a dar?

( ) SIM ( ) NÃO

QUAL?________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Entrevistado.........................................................................................................................

Niterói, .........de julho de 2014

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8.6 – Apêndice F - INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DA CARTILHA PELOS

FUNCIONÁRIOS DO SETOR DE HEMODINÂMICA

Dados de identificação - Titulo do projeto: “TECNOLOGIA EDUCATIVA EM

SAÚDE PARA USUÁRIOS DA HEMODINÂMICA DE UM HOSPITAL

UNIVERSITÁRIO SOBRE O EXAME CINEANGIOCORONARIOGRAFIA”.

Pesquisador responsável pelo projeto: Rosana Moreira de Sant’Anna

Instituição a que pertence o pesquisador responsável: UFF – EEAAC/Hospital Universitário

Antônio Pedro.

Telefones para contato: (21)2676-8092 - (21)95988439 - (21) 2629-9412/9414

1-A apresentação da cartilha está de fácil manuseio?

-

( ) SIM ( ) NÃO

2 – As informações contidas na cartilha diminuem as dúvidas dos usuários?

( ) SIM ( ) NÃO

3 – As informações são apresentadas de forma clara?

( ) SIM ( ) NÃO

4 – O texto está longo, amplo ou cansativo?

( ) SIM ( ) NÃO

( ) LONGO ( ) AMPLO ( ) CANSATIVO

5 - As figuras são esclarecedoras ?

( ) SIM ( ) NÃO

6- A capa e o título estão de acordo com o conteúdo?

( ) SIM ( ) NÃO

7 – Você teria alguma sugestão a dar?

( ) SIM ( ) NÃO

QUAL?________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Entrevistado.........................................................................................................................

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Niterói, .........de julho de 2014

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9 - ANEXOS

9.1 - Anexo 1 – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa

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9.2 - Anexo 2 – Termo de Compromisso Livre e Esclarecido

Rua Dr. Celestino, 74

24020-091- RJ – Brasil

Tel (21) 2629-9493

e-mail:

www.uff.br/mpea

Dados de identificação - Titulo do projeto: “TECNOLOGIA EDUCATIVA EM

SAÚDE

PARA USUÁRIOS DA HEMODINÂMICA DE UM HOSPITAL

UNIVERSITÁRIO

SOBRE O EXAME CINEANGIOCORONARIOGRAFIA”.

Pesquisador responsável pelo projeto: Rosana Moreira de Sant’Anna

Instituição a que pertence o pesquisador responsável: UFF – EEAAC/Hospital Universitário

Antônio Pedro.

Telefones para contato: (21)2676-8092 - (21)95988439 - (21) 2629-9412/9414

Nome do voluntario:____________________________________________________

Idade:_______anos R.G:________________________________

O (A) Sr(ª). Esta sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa “Tecnologia

educativa em saúde para usuários da hemodinâmica de um hospital universitário sobre

o exame cineangiocoronariografia”, de responsabilidade da pesquisadora Mestranda

Rosana Moreira de Sant’Anna, sob orientação da Profª DrªCristina Lavoyer. Escudeiro,

EEAAC – UFF (Niterói). O Objetivo da pesquisa é refletir sobre a necessidade de

informação e orientações do usuário submetido ao exame de cineangiocoronariografia,

criando cartilha educativa (instrutiva), favorecendo sua adesão ao exame, considerando suas

angústias, anseios, crenças e comportamentos. A sua participação não é obrigatória. A

qualquer momento poderá desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não

trará nenhum prejuízo em relação com o pesquisador, ou com a universidade. Os benefícios

relacionados com a sua participação se estendem em contribuir com o crescimento científico

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e, sobretudo para o aprimoramento da prática assistencial. Será mantido o caráter

confidencial de todas as informações assegurando o sigilo de sua participação. Os dados não

serão divulgados de forma a possibilitar sua identificação. Eles serão posteriormente

arquivados e seu nome não será divulgado, apenas as respostas serão analisadas. Você

receberá respostas ou esclarecimentos a qualquer dúvida acerca do estudo, dos dados

coletados, dos benefícios ou outros assuntos relacionados, bem como informações

atualizadas durante a pesquisa. Os resultados da pesquisa serão tornados públicos em

trabalhos e revistas científicas.

Eu,_________________________________________RG nº____________________

declaro ter sido informado (a) e concordo em participar, como voluntario do projeto de

pesquisa acima descrito.

Niterói,_____de_______________de2013

_______________________________

Nome e assinatura do voluntario

__________________________________________________________

Nome e assinatura do responsável por obter o consentimento